Micah Toler vê-se arrastada ao mundo de sua melhor amiga, Cassie Sinclair, uma mutante híbrido de lobo e coiote, quando um encantador casta cumpre a promessa que lhe fez em uma sombria e explosiva noite.
As castas garantiram a Micah que nada de mal aconteceria a ela, mas nunca permitiriam o fascínio sensual que sente por Navarro Blaine. Distante, frio e misterioso, ele a atrai como nenhum outro homem. Mas Blaine não desejava nada daquilo. Tinha seus sonhos, seus desejos, e ser perseguida e seduzida por um homem lobo não fazia parte dos seus planos.
Agora sabe que sua vida corre perigo. Ela sabe que Navarro é seu companheiro, e está desesperado para reclamar uma mulher que não deseja que a reclame.
Navarro tem seu corpo. Ela anseia seu toque. E enquanto os dois se unem, o passado se levanta para perseguir Navarro de formas que jamais esperou.
Ele a fascinava.
Alto. Poder masculino era parte intrincada do seu corpo de proporções perfeitas, o que só aumentava o apelo da sua altura, músculos e mortal graça magra. Seria perfeitamente adequado para a capa da GQ, numa sala de reuniões ou em pé com um arma na mão, os dentes arreganhados enfrentando qualquer inimigo.
Ou melhor ainda, nu, excitado e mais que pronto para possuir e conquistar uma amante inexperiente demais para ver abaixo da superfície o animal macho que a aguardava.
Ele a fazia muito consciente que era uma mulher. A fazia fantasiar sobre ser a amante que encontrava a experiência necessária para provocar e satisfazer um homem em seus braços.
Ela estava caminhando em terreno perigoso, e Mica Toler sabia disso, mas não importa o quanto tentasse, não conseguia resistir à intensa atração que o Casta Lobo Navarro Blaine exercia sobre ela.
Seu pai teria um enfarte se soubesse. Sua mãe provavelmente tentaria puní-la. Fazia anos que Serena Toler não tentava ameaçar a filha com algo, muito menos um castigo. Mas Mica podia ver isso acontecendo neste momento. Sua mãe certamente não estaria satisfeita em saber que sua filha foi tomada por um dos mais perigosos, o maior perigo de homem que poderia escolher.
A verdade é que, mesmo que sua mãe tivesse esse poder, Mica admitia que não teria importância. Ela não conseguia manter sua mente — ou seus hormônios — longe do elegante e arrogante Casta Lobo, não importa o quanto tentasse.
E bem sabia exatamente como ele poderia ser perigoso.
Mica não era a melhor amiga de Cassandra Sinclair por nada. Haviam poucas pessoas, humanas ou Castas, que a jovem mulher confiasse, e Mica era uma das que Cassie confiava. E Cassie falava com ela. Mica tinha informações que sabia serem consideradas altamente confidenciais. Informações que poriam Cassie e seus pais num inferno de problemas tanto o Gabinete das Castas como Gabinete 5ndividual das Castas Lobo/Coiote.
Mica era talvez uma das poucas pessoas, humana ou Casta, com quem Cassie confidenciava, pois ela tinha problemas de confiança, e os problemas a mantinham mais isolada do que ser uma parte da comunidade Casta fazia.
Até ao ponto, que agora que Styx, o único outro amigo que Cassie se permitiu, encontrou sua companheira, Storme Montague, Cassie não tinha ninguém em quem confiar, exceto Mica.
Mica sabia sobre o acasalamento. Era um segredo não tão zelosamente guardado como as Castas gostariam que fosse. Era um segredo que ela sabia que eles temiam que destruíssem as comunidades Castas.
O pensamento era quase divertido. O mundo estava tão fascinado com as Castas que era insano. Aqueles que os amavam os defendiam e protegiam fanaticamente. Aqueles que os odiavam, odiavam com uma paixão geralmente reservado para o pior mal. Parecia que não havia meio-termo quando se tratava de qualquer dedicação ou ódio visando as Castas.
A verdade do calor do acasalamento só faria aqueles que os amavam, amá-los mais. E isso realmente não era possível para aqueles que os odiavam, odiá-los mais, mas com certeza gostariam de intensificar o medo no grupo, bem como a violência.
Isso poderia causar problemas as Castas, admitiu, mas não acreditava que tinha o poder de destruí-los.
—Já têm os arquivos da União Europeia?— O tom ligeiramente distraído de Cassie Sinclair tirou Mica de sua análise das Castas em questão e a afastou da janela do escritório de relações públicas do Haven.
—Ainda não, mas minhas fontes garantem que não há nada neles que possa prejudicar as Castas.— Mica forçou a atenção nas notícias rolando no painel holográfico na parede distante.
Em todo o mundo, as notícias sobre as Castas eram transmitidos para a holovision, muito antes da cópia impressa em papéis e sites que mais tarde apareciam.
As Leis Unidas do Mundo da Internet permitiam que a Central de Notícias se organizasse a tempo de acompanhar e analisar quais poderiam ser os posts mais sediciosos antes de serem carregados. Essas leis permitiram às Castas monitorar todas as histórias inflamadas ou potencialmente perigosas que poderiam causar violência contra Haven ou o Santuário. Tinham pouco tempo de preparação, porém, entre as histórias que entravam e a realidade postada na Internet. Menos de 12 horas em alguns casos.
—Vejo que Tanner mais uma vez encanta a multidão, — Mica arrastou as palavras quando o Casta Bengala apareceu brevemente na propagação, seu sorriso encantador famoso no mundo.
E maldito se não tinha uma boa aparência. Todo aquele rico cabelo preto meia-noite, com pontas de ouro fino e a pele escurecida pelo sol. Um corpo que fazia ofegar. Era quase tão perfeito como Navarro.
—Tanner é bom nisso, — murmurou Cassie enquanto separava as notícias. —É o rosto das Castas.
Cassie sempre disse isso, mesmo quando criança.
—Os artigos da Alemanha estão chegando atrasados— Mais uma vez o tom de Cassie ficou preocupado.
—Está esperando alguma coisa, Cassie?— Mica finalmente perguntou, intrigada pelo comportamento da outra mulher.
Cassie parecia inexplicavelmente ansiosa quando murmurou um —Não— e fez um movimento rápido de cabeça.
Os profundos olhos azuis de Cassie se estreitaram no e-pad enquanto esquadrinhava as informações digitalizadas antes de voltar seu olhar às telas luminosas.
—A Alemanha está sempre atrasada, Cassie,— Mica lembrou enquanto olhava para o relógio. —Ainda temos uma hora ou mais antes que possamos considerar muito tarde.
Os lábios de Cassie se apertaram antes que voltasse a trabalhar no arquivo que puxou antes.
—Seria bom se estivessem na hora certa.— Ela suspirou, se deslocando em seu assento e fazendo com que a massa de cachos negros azulados que caíam sobre seus ombros e abaixo das costas se encrespassem numa onda da cor da meia-noite.
Como diabos conseguia erguer sua cabeça com todo aquele cabelo, Mica não sabia.
—Por que não me diz por que está tão nervosa?— Mica sugeriu. —Sabe que não ajuda guardar estas coisas, Cassie, elas apenas a deixam louca.
Era nada menos que a verdade. Cassie era única de mais de uma maneira. Era completamente incomum e algumas vezes, condenadamente assustadora.
Haviam os —dons— que possuía, amigos com quem andava e que os outros não podiam ver. Havia um amigo em especial que Cassie parecia estar perdendo o contato, e Mica sabia que isso a preocupava.
—Você a viu?— Mica perguntou com naturalidade depois de alguns segundos vendo-a franzir o cenho para a holovision.
Cassie parou. A rigidez súbita contava, e era preocupante.
Cassie tinha —amigos— que os outros apenas sonhavam em ter. Seus amigos imaginários não eram tão imaginários. Eram muito reais para ela, e Mica aprendeu ao longo dos anos que enquanto Cassie sabia o que sabia, era torturada por informações que mais de uma vez afirmou não desejar saber.
A outra garota balançou a cabeça lentamente, depois de um momento. —Não.— Sua voz era baixa, macia. —Eu não a vi.
—Ela— era como Cassie chamava sua fada desde criança. A moça era linda, Cassie disse uma vez para Mica. Frágil e delicada, com um ar de cordialidade, sabedoria e graça que possuía o poder de acalmar Cassie mesmo durante os eventos mais horríveis de sua jovem vida.
A —fada— recentemente começou a desaparecer. No início apenas alguns dias, então mais e mais, até que recentemente parecia que a mulher que só Cassie podia ver não reapareceu mais.
—Não entendo isso, — disse Cassie, finalmente, o medo na voz dela balançando Mica até os dedos dos pés. —Ela me avisou do futuro, Mica, então simplesmente desapareceu. Como se fosse muito horrível para ela ficar e testemunhar.
A amiga de Mica se virou para as telas. Os profundos olhos azuis estavam úmidos e lacrimejando, os grossos cílios negros piscando enquanto lutava para conter as lágrimas. Houve um breve tremor em seus lábios antes que pudesse contê-lo.
Cassie estava, obviamente, cada vez mais angustiada com o desaparecimento da mulher que foi uma parte de sua vida desde que era uma criança muito jovem.
—Ela fez isso antes, Cassie,— Mica lembrou.
—Mas não por tanto tempo, — sussurrou Cassie, a calma fria que adotava como uma jovem adulta desaparecendo para revelar uma mulher assustada. —E não após tal advertência.
O que poderia dizer Mica? Nunca esteve à vontade para discutir a —fada, — os fantasmas que chegavam mais tarde ou outras visões que às vezes visitavam Cassie.
—Dê um tempo, Cassie, ela vai voltar. Sempre voltou quando você achava que não voltaria mais.
—Não entendo isso.— Cassie se moveu rapidamente da cadeira, os longos cachos soltos agitando em torno dela de uma maneira que fez Mica ficar totalmente invejosa. —Nunca ficou longe tanto tempo antes, Mica.
Mica lutou para conseguir algo que confortasse Cassie. Isso era parte do seu trabalho como assistente pessoal de Cassie em tempo parcial. Um trabalho danado de bem remunerado, como bem sabia. Sempre que Dash Sinclair percebia que sua filha estava ficando ansiosa ou sobrecarregada com o trabalho, em seguida, Mica era dispensada de seu trabalho como contadora de uma empresa de grandes notícias e trazida ao Santuário de Cassie, não importava quanto tempo precisasse dela. Mica ajudava Cassie no escritório de Relações Publicas, às vezes fazia a contabilidade para o escritório e, geralmente, fazia tudo que podia para tirar tanta pressão quanto possível dos ombros de Cassie.
Se Mica se sentia mal sobre o fato que estava sendo paga para ajudar sua amiga, então tentava deixar isso atrás. Se obrigava a lembrar que sem o pagamento das Castas, Mica jamais poderia ajudar Cassie como fazia. E o fato que Cassie precisava de alguém para conversar, em quem confiar, nunca foi mais aparente que agora.
—E como disse antes,— Mica a lembrou, —às vezes, ela faz coisas para fazer você se esforçar. Talvez por isso está mais ausente agora. Como uma espécie de mãe deixando uma criança com uma babá para que seu bebê não dependa tanto dela. Entende?
—Talvez—. Cassie deu de ombros quando enfiou as mãos nos bolsos traseiros das calças jeans de grife.
Esse era um movimento clássico de Cassie. Estava preocupada e lutando para dar sentido a tudo que mais a preocupava.
Se virou para Mica, novamente delicada, o rosto bonito puxado numa expressão confusa. —Já se sentiu como se o mundo simplesmente estivesse numa espiral fora de controle?
Havia uma sugestão de medo na voz de sua amiga agora, uma qualidade assombrada em seu olhar, que deixou Mica preocupada. Mas, apesar da preocupação, Mica não pode menos que ver a ironia na pergunta de sua amiga.
As sobrancelhas de Mica se arquearam com a pergunta. —Cassie, você é minha melhor amiga, — afirmou com ênfase. —Normalmente estou completamente cercada por Castas e suas agitadas vidas perigosas. Atendo a um aceno seu, a qualquer momento, sempre que precisar de mim, e frequentemente sou assediada por jornalistas quando estou em público. Acha que meu mundo não parece uma espiral, caindo, queimando e se arrastando para os cantos da terra?
Era verdade, embora muitas vezes Mica achasse mais divertido que qualquer outra coisa. Aprendeu desde cedo a lidar com as Castas, arrogantes e muitas vezes calculistas, personalidades manipuladoras, com um grão de sal. Estava presa a eles, pura e simples, de modo que podia muito bem fazer o melhor disso.
Os jornalistas eram mais difíceis de lidar, e agradecia a Deus diariamente por ter encontrado um trabalho no Jornal Nacional, de propriedade da família de Tyler Merinus Lyons, a companheira de um líder felino, Callan Lyons.
O Jornal Nacional era um dos poucos jornais de esquerda ainda em cópia impressa, bem como a alimentação de e-satélites e uploads. Era também um dos poucos que não tentavam —revelar— fofocas contra as Castas como verdade. Em vez disso, relatavam a notícia e lembravam ao mundo do inferno que as Castas sofreram.
Finalmente, os lábios de Cassie tremeram quando Mica continuou a olhar para ela com veemência.
Então limpou sua garganta delicada. —Talvez esteja perguntando à pessoa errada?— Felizmente, uma pitada de diversão brilhou em seus olhos incomuns.
—Acho que sim.— Mica revirou os olhos, silenciosamente grata que as lágrimas desapareceram do olhar de Cassie.
Não suportava ver a amiga chorar. Era raro acontecer, mas quando o fazia, destruía àqueles que a amavam. E Mica a amava. Cassie era sua melhor amiga, sua irmã, sua confidente e, às vezes, sua parceira de crime. Os crimes eram poucos e distantes entre si nestes dias.
Se tornam mulheres juntas, e Mica não poderia pensar em ninguém que preferisse ter como amiga. Também não conseguia pensar em ninguém que preferisse proteger além de Cassie. A outra garota era pequena, delicada, mas as Castas a tinham ensinado, e Mica, também, algumas formas mais avançadas de artes marciais.
Se conheceram quando o padrasto de Cassie, Dash Sinclair, voltou para casa da guerra para procurar a menina que foi sua colega por carta e sua mãe, que supostamente tinham morrido numa explosão em seu apartamento.
Cassie e sua mãe, Elizabeth, não estavam mortas. Estavam fugindo, lutando para sobreviver e escapar do traficante que tinha comprado Cassie de seu pai. O pai, que conspirou com um cientista do Conselho por dinheiro e permitiu que os óvulos de sua esposa fossem usados para criar uma única, altamente especialidade de Casta. Uma mistura Coiote e Lobo. O cientista esperava que a genética híbrida criasse um assassino que o Conselho de Genética procurava e ainda não tinha sido capaz de produzir de forma confiável. E queria mais a experiência de ter essa criança criada em vez de treinada, para ver quão confiável esses genes assassinos seriam.
Em vez disso, Cassie nasceu.
Uma criança curiosa, precoce que amava, não matava.
Aquela cujo pai temia sua habilidade o bastante para traí-la como o monstro que era, na primeira vez que foi se consultar com um médico após o cientista que a criou desaparecer.
Sabia que estava prestes a ser descoberto, e sem o dinheiro que o cientista deveria entregar, suas dívidas de jogo cresceram.
Então a vendeu para o criminoso a quem devia o dinheiro. Felizmente, Elizabeth foi inteligente o suficiente para não confiar em seu marido depois que se separaram. Ela salvou sua filha e passou fugir com ela até Dash a encontrar e as trazer para a fazenda Toler até que pudesse manter contato com o Santuário, que naquele momento era a única comunidade Casta, e organizar a proteção para ela.
Durante o tempo que Cassie passou na fazenda, Mica se apegou a ela, apesar da diferença de alguns anos em suas idades. Cassie precisava de uma irmã, e Mica via na menina uma fome desesperada para ser amada apesar de tudo que a assombrava.
As mãos ainda enterradas nos bolsos de trás, Cassie caminhou até a mesa de Mica, invadindo seus pensamentos, suspirou e deixou seu olhar se deslocar para os relatórios rolando sobre o e-pad.
—Há relatórios da Alemanha, — ela murmurou.
Mica olhou para a tela. Estavam realmente lá.
—Marcar arquivo sete ponto seis três,— Mica ordenou ao computador.
—Arquivo sete ponto seis três,— a voz computadorizada autorizou um segundo antes que o arquivo aparecesse na tela do outro lado da sala: —Arquivo sete ponto seis três, Berlim, Alemanha. Castas suspeitas de resgatar a filha do Primeiro-Ministro sequestrada de sua casa; o líder da Casta felina, Callan Lyons visitou Luxemburgo; Suspeito Laboratório de Genética do Conselho descoberto por adolescentes durante uma caminhada. —Não há menção de acasalamento, hormônios, fenômenos ou irregularidades de sangue.. Cada título do artigo foi lido e um relatório emitido após cada um, enquanto Mica e Cassie observavam atentamente as palavras rolando na tela holográfica.
Dezenas de artigos brilhavam através do programa de configuração automática para pesquisar palavras específicas, frases e listas de informações. Cada uma voltava com uma resposta negativa.
Mica olhava atentamente a tela, fixando seu olhar em muitas dos títulos que tratavam do Haven da Casta Lobo e Santuário da Casta Felina. Os complexos eram tratados como mistérios. Repórteres lutavam para conseguir permissão de visita, acampados nas portas externas e tentavam fazer fotos do mais perto possível de atrás das áreas designadas como zonas de sem tráfego aéreo.
—Parece que está tudo claro, — afirmou Mica quando o último arquivo piscou. —Outro dia, outro alívio.
—Outro alívio, — Cassie repetiu em voz baixa. —Não é como se sente às vezes?
Mica teve que admitir que era exatamente como muitas vezes se sentia. Cada vez que era chamada aqui para ajudar Cassie com o gabinete de Relações Públicas, mais uma vez era lembrada da profundidade de consciência que as Castas tinham. Tinham que manter os olhos em cada novo artigo, cada aspirante a jornalista e repórter, bem como naqueles que simplesmente queriam fazer histórias e agitar as chamas que muitas vezes lambiam os saltos das Castas.
Era irritante, agravante, mas Mica sabia que havia momentos em que Cassie prosperava no trabalho.
Voltando o olhar para a janela, Mica foi novamente recebida pela visão da Casta que sabia que no final arruinaria completamente sua vida.
Sim, esse fascínio era muito forte, e não importa o que a cientista da Casta Lobo Nikki Armani dissesse, Mica sabia que o potencial para o calor de acasalamento estava lá.
Os testes de sangue para o hormônio de acasalamento tinham avançado ao longo dos anos. Os cientistas das Castas eram agora capazes de identificar a menor anormalidade que fizesse de uma fêmea humana uma candidata viável para ser companheira de um macho Casta. E Nikki assegurou a Mica mais de uma vez, depois de vários testes, que não havia nenhuma chance no inferno que Navarro fosse seu companheiro, ou tivesse o potencial para acasalar.
O fato é que os testes de Mica mostraram viabilidade de acasalamento, embora ainda não houvesse maneira de saber exatamente quem poderia ser esse companheiro. Tudo o que podiam fazer neste momento era dizer quem não era o companheiro, e supostamente, Navarro não era viável como seu companheiro.
Era difícil acreditar que o potencial não estava lá.
Vendo-o agora no pátio comum, que ficava no centro do grande bloco de cabanas e casas pequenas, conversando com outro Casta Lobo, Stygian, o Coiote Cavalier e o Coyote segundo no comando, Brim Stone, Mica temia que a médica estivesse errado. Podia sentir sua pele formigando, uma sensação de excitação e expectativa queimando dentro dela, e uma curiosidade imensa que não conseguia lutar contra.
Navarro estava confiante, com os braços cruzados sobre o peito, sua expressão pensativa quando se inclinou contra o tronco pesado de um grande carvalho e acenou de volta para os outros homens.
Vestido com calças de seda e uma camisa branca egípcia, seu cabelo negro perfeitamente arrumado num comprimento moderado afastado de seu rosto, era o epítome de um homem bem sucedido, forte. Um macho humano era seu disfarce. Sua genética recessiva permitia que se movesse ao redor do mundo como Blaine, o herdeiro reinante do império da mídia, em vez do Enforcer Casta criado e treinado para enganar e ludibriar.
Sabia que os ferozes caninos que maioria das Castas exibiam com orgulho ao lado de suas bocas estavam ausentes no caso de Navarro, por causa de sua genética recessiva. Não sabia se tinha pelos no corpo, ou se como outras Castas os seus eram ausentes também, mas gostaria de descobrir.
O que sabia era que, apesar do fato de ser um Casta, não havia um teste na Terra que pudesse provar isso. Era o que eles chamavam de —recessivo, — sua genética Casta enterrada tão profundamente a nível celular que era quase impossível encontrar.
Isso não o tornava menos Casta. Sabia que ele podia rosnar tão brutal e lutar tão impiedosamente como qualquer outra Casta.
—Ele é quente, não é?— O sotaque suave de Cassie empurrou Mica, culpa a atravessando por causa do olhar conhecedor de sua amiga.
A culpa se tornou rapidamente diversão. —Sim, ele é, — ela concordou, esgueirando outro olhar para fora quando Navarro se esticou na árvore, o olhar dele vagando dos outros homens antes de virar para a janela que Mica e Cassie estavam sentadas em frente.
Mica quase estremeceu quando Cassie acenou com entusiasmo. O olhar de Navarro se estreitou, e um leve aceno de cabeça, breve e cuidadoso foi dado de volta.
O riso leve de Cassie foi carinhoso e muito interessado. —Ele é tão reservado. Isso faz você imaginar como ele será como amante.
Os dentes de Mica apertaram. Claro que não, não queria saber como seria como amante. A menos que a amante fosse ela.
—Uau Mica. . . — O tom de Cassie era chocado, surpreso, fazendo Mica morder de volta sua maldição.
Porra, ela sabia que tinha que controlar as reações dela, para ter certeza que não eram fortes, ou reagia com algo mais que um interesse suave. Ela conhecia os perigos que mais até que alguém possa imaginar.
E agora, tinha acabado de se foder da pior forma possível, ao redor da pessoa que Mica sabia que faria a maior bagunça ao redor.
—Você está com ciúmes, — Cassie disse, soltando um suspiro, o espanto arregalando seus olhos agora. —O que você está escondendo de mim, Mica?
—Nada.— Uma mentira, oh Deus, uma mentira. Precisava ser firme. Sabia melhor que mentir abertamente para Cassie.
Cassie se voltou lentamente, puro assombro em seu rosto enquanto olhava para Mica, o choque substituindo o espanto um instante depois.
—Mica, você acabou de mentir para mim, — disse ela, maravilhada, como se acabasse de receber um presente que jamais esperava.
—Cassie, pare com isso, — avisou Mica, um sentimento de pânico jorrando dentro dela agora. —Deixe para lá.
As coisas iam de mal a pior aqui, e não conseguia parar a espiral de resultados a atingindo. Havia algumas coisas que Cassie só não precisava saber. Se aquela maldita —fada— — que gostava de contar os segredos de todos — não disse a ela, então Mica sentia que sua melhor amiga não precisava se preocupar com isso.
—Você guarda segredos de mim?— A voz de Cassie baixou quando uma ponta de mágoa entrou em seu tom.
Não. Não. —Cassie, não faça isso comigo, — ela gemeu. —Não aconteceu nada. Não há segredos.
Que coisa desagradável era a maldita mentira. Jurava que por momentos quase pode cheirar sua própria mentira, e Cassie disse tantas vezes que as cheirava. E jurava que podia sentir o cheiro de enxofre picante agora, como o inferno considerando uma visita.
Mica queria gemer em derrota, mas sabia que não devia permitir que Cassie até mesmo suspeitasse de tal fraqueza.
Cassie se aproximou, curvada, suas narinas dilatadas quando respirou profundamente, e Mica não pôde fazer nada além de olhar de volta para sua amiga em resignação.
Cassie piscou e apontou para trás. Por um segundo, por apenas um segundo, uma expressão curiosa cobriu seu rosto antes de seu olhar ficar severo, sua expressão calma — esse olhar calmo e sereno que escondia cada pensamento e emoção que podia estar sentindo.
Mica detestava essa expressão. Simplesmente não havia maneira de convencer a outra garota a lhe dizer alguma coisa quando adotava esse olhar.
—Bem, como é interessante, — disse Cassie, seu tom tão sem graça como a expressão dela agora.
Isto, Mica não esperava. O olhar dela se estreitou. —O que é interessante?— Não havia essa coisa do pânico novamente. Estava fazendo seu coração disparar, fazendo com que a sensação de morte iminente subisse dentro dela. —Não há nada de interessante, Cassie. Você me ouviu? Não há nada, nada de interessante. Diga-me que não há.
O que Cassie via, ou viu quando se inclinou e cheirou o que Mica não podia cheirar em si mesma?
Isso era o pior nas Castas. Às vezes, podiam sentir mais sobre uma pessoa do que a pessoa sabia sobre ele ou ela mesma.
—Claro que não há.— Cassie limpou a garganta e piscou para ela.
Mica se ergueu lentamente. —Não me faça te estrangular, Cassie, — alertou ela, sua voz baixa. —E posso fazê-lo. Você sabe que posso fazer isso.
Cassie fez uma careta, seus lábios arqueando fazendo um bico quando a diversão começou a brilhar em seu olhar. —Papai cometeu um erro quando a treinou ao meu lado. Deveria ter previsto todas essas ameaças que faria contra mim.
—Não tente me distrair, Cassie.— Mica soprou com força. —O que você viu?
O sorriso secreto que contraia os lábios de Cassie era aterrorizante. Horrível. Mica sabia que teria pesadelos por semanas se Cassie não dissesse o que estava acontecendo, simplesmente por causa de seu sorriso. Muito conhecimento, mas com uma pitada de preocupação, de incerteza.
—Não vi nada.— Cassie acenou com a mão como se fosse nada para se preocupar.
Quando Cassie tinha uma visão, uma visita ou qualquer que fosse o inferno que era, nunca era, nunca, nada para se preocupar.
—Cassie, não brinque comigo.
—Foi um aroma. — Cassie encolheu os ombros. — Uma sensação. — A carranca esvoaçou entre as sobrancelhas quando olhou para a janela, então voltou para Mica. —Mica, não acho que sei o que eu cheirei.
Mica duvidava disso. Se ergueu lentamente de novo. —Posso não ter seu nariz, mas conheço você, — alertou a amiga. —Não minta para mim, Cassie.
—Nunca mentiria para você, Mica.— Seus olhos se arregalaram como se ela fosse inocente. E Mica a conhecia melhor. Conhecia a expressão. Não era nada inocente.
—Cassie, — ela soltou entre os dentes, a irritação começando a vagar através dela. —Não faça isso comigo.
As sobrancelhas de Cassie arquearam. —Não fazer o que, Mica? O que estou fazendo?
—Escondendo a verdade de mim, — acusou Mica. —Diga-me o que viu.
As sobrancelhas de Cassie arquearam. —Não vi, senti, — ela repetiu. —Mas não é um perfume que carregue agora, Mica. É aquele que poderia carregar mais tarde.
Pânico novamente. Estava passando mal. Seu estômago estava fraco, trêmulo.
—E seria o quê?— Os dentes cerrados, frustração. Odiava quando Cassie brincava com ela assim.
—Contentamento, — Cassie finalmente respondeu. —Sabe, Mica, tanto quanto você pode odiar pensar nele, eu cheirei contentamento.
Cassie observou sua amiga, lutando para manter sua expressão, lutando para convencer Mica que tudo estava bem, para reter a preocupação e o assunto. Não estava mentindo para Mica, o cheiro do —futuro— era de contentamento, mas era um contentamento em potencial. Uma coisa talvez. Um dos muitos caminhos que Mica podia tomar. E ao lado desse caminho estava o engano e a raiva, para o outro lado a agonia e a angústia.
O caminho de que dependiam muitas coisas.
Isso dependeria de Mica e uma Casta. . .
E a casta que dependia não era Navarro Blaine.
E essa era a parte mais assustadora. Porque o outro cheiro que detectou era tão leve, tão sutil, que Cassie duvidava que o mesmo se mostrasse em testes. O outro cheiro era Navarro, e uma pitada de calor acasalamento.
Mica era companheiro de Navarro, mas a felicidade da amiga ficaria nas mãos de outra Casta. Uma Casta que não seria seu companheiro.
Os Trovões caiam, raios brilhavam e lençóis de chuva derramavam do céu, como se a raiva fosse uma presença física. Cortando pelas ruas varridas pelo vento e rasgando através dos becos enquanto a maioria dos habitantes da cidade assistia de dentro de casa. Havia poucos corajosos o suficiente para se aventurar nas ruas e enfrentar a fúria da tempestade batendo furiosamente fora de suas janelas, mas eram muito poucos e muito distantes entre si.
As ruas estavam praticamente desertas às quatro da manhã. Nova York podia nunca dormir, mas definitivamente descansava por um tempo, especialmente durante a furiosa chuva que descia sobre a cidade naquela noite.
A água escorria pelos cabelos e roupas, lavando os olhos de Mica, se misturando com as lágrimas e lavando o sangue que escorria de seu couro cabeludo após o ataque inicial que sofreu mais cedo. Um ataque que não poderia ter esperado, que não teve nenhum aviso que viria.
Ela tropeçou pelo beco, a respiração tremendo, calafrios percorrendo o corpo dela enquanto lutava para encontrar um refúgio, um negócio, uma porta que se abrisse, um taxista.
Qualquer coisa. Qualquer um.
E não havia nada. Não havia ninguém. Estava sozinha numa cidade que dormia quando não devia, em meio a uma tempestade, e deveria estar a salvo, confortável e acolhedora na sua própria cama.
Queria estar em sua cama.
Queria puxar os cobertores sobre sua cabeça e os sonhos quentes, os sonhos eróticos que teve recentemente com um Casta que não deveria sonhar.
Ela não queria estar aqui.
Um soluço rasgou de seu peito, raspando suas costelas em agonia, o terror trazendo lágrimas se misturando com o frio dos filetes de chuva escorrendo pelo rosto.
Queria estar em casa.
Nunca deveria ter deixado seu apartamento, nunca deveria ter confiado no sacana ratinho de um garçom que alegou estar com problemas. Depois de deixar o escritório, deveria ter ido para casa e ignorado a mensagem em seu telefone que ele tinha informações importantes para ela.
Era apenas uma contadora, não era repórter. Mas muitas vezes comeu no pequeno café onde ele trabalhava, e ele a chamou, disse ele, porque não sabia a quem mais ligar.
Mentiroso.
Ele a levou direto do restaurante e bar para o aperto de um condenado Coiote.
O filho da puta tentou derrubá-la e deixá-la desacordada.
Tocou o lado da cabeça, mordendo o lábio de leve.
Com o braço envolto em torno de suas costelas, ela se encostou na parede de tijolo de um restaurante bem fechado e lutou para recuperar o fôlego.
A tinham chutado depois que foi jogada de uma van. Lembrou-se da sensação de uma bota de bico de aço batendo em suas costelas antes que pudesse protegê-las.
Babacas. Ela odiava Coiotes.
Exceto Brim Stone. E Del Rey.
Bem, ela não odiava Ashley, Emma ou Sharone.
Odiava os Coiotes do Conselho. Todos malditos fodidos, e agora estava se escondendo num beco sujo enquanto tentava escapar.
Não ousou se aventurar na rua à espera de um dos poucos táxis procurando os poucos passageiros que poderiam ser encontrados. Os táxis não eram os únicos lá fora.
Havia mais que uma SUV preta. Havia homens com comunicadores, e havia um Casta. De dentes afiados, o mal nos olhos negros e cuspindo quando se inclinou, com um sorriso torcido contorcendo seu rosto marcado, pouco antes que ela batesse suas botas na expressão feia, zombadora de Marx Whitman, o Coiote que já havia traído as Castas uma vez.
Aquela visão era as que faziam os pesadelos.
Tremendo, com calafrios, ela se forçou na parede e encostou na entrada sombreada do beco em que se abaixou. Se mantendo abaixada, próxima ao escuro, as paredes dos edifícios encharcadas, ela correu para a calçada, logo fazendo seu caminho através das ruas e lutando para manter um olho sobre os veículos que se deslocavam lentamente atrás dela.
Não havia maneira de se esconder de um Casta. Não havia como despistar, se os homens nos SUVs avistassem uma figura solitária descendo a calçada.
Se esquivando num beco próximo, ela se moveu rapidamente através das sombras sinistras, seu estômago pesando de medo com a sobrecarga dos relâmpago e trovões sacudindo o próprio ar ao seu redor.
Um grito irrompeu de sua garganta quando tropeçou numa lata de lixo, a derrubando no solo, quando uma sombra surgiu ao seu lado.
Como uma besta emergente, vingativa, chegou até ela. Um som como um rugido demente, um chicote de ar frio, os braços estendidos. . . Mica gritou novamente, caindo para trás, mas a sombra a seguiu, chicoteando contra ela, derrubando-a no chão, apesar de sua tentativa de permanecer na posição vertical.
—Droga, Mica!— Áspero, animalesco. Deveria conhecer a voz, mas a histeria se rasgava por ela, a dor uma sensação de ardente agonia em suas costelas enquanto lutava para se libertar.
O fedor de urina, a sensação de sujeira no piso sob as palmas das mãos, e um pesadelo de sensações que não podia processar. O s instintos se sobressaíram, encontrando seus pés, deslizando e, finalmente, ganhando força para se obrigar a correr.
O som atrás dela se assemelhava muito à uma maldição. Demoníaca, enviando um flash de terror através dela quando um soluço deixou sua garganta e ela dobrou a esquina do beco numa rua lateral.
—Mica—. Bruto, um forte estrondo, e não um som pelo menos amigável.
Quando se grudou no canto da parede, um raio dividiu o céu, iluminando uma forma alta, larga, olhos como ouro martelado, um selvagem rosto, muito feroz e desconhecido.
Na próxima respiração Mica se virou, correndo na direção oposta, apenas para enfrentar outra sombra, mais alta, mais escura. Se atirando para baixo, quase derrapando ao longo da rua, ela caiu com uma mão estendida, derrapando, só para ser empurrada de volta contra uma parede de tijolos tão dura quanto os braços masculinos que a cercava.
—Droga, Mica, pare de lutar comigo antes de eu ter que bater em seu traseiro!
Seu olhar voou para cima, a respiração presa nos pulmões, alívio e fraqueza estremecendo por ela outra vez.
Ele era o animal cuja voz a fizera correr mais uma vez. Os olhos negros brilhavam de raiva quando um relâmpago iluminou o mundo ao seu redor.
A cena parecia surreal. Os relâmpagos, a chuva caindo ao seu redor. Sua expressão exótica e feroz emoldurada por sedosos cabelos pesados, uma mecha preta caindo em torno de seu rosto e molhada da chuva correndo sobre ele.
Os olhos arregalados, tremendo, ela só conseguiu olhar para ele com a mão levantada, com a palma cobrindo o rosto, o calor intenso de seu toque correndo por ela quando seu polegar acariciou suavemente sobre seus lábios.
—Amaya.— Ele falou tão baixinho que mal ouviu, o sabor escuro, asiático de seu tom a surpreendendo enquanto ele sussurrava o apelido que lhe dera anos atrás. —Está pronta para sair da chuva agora?
—Navarro.— Seu nome era uma respiração áspera, o alívio fluindo por ela, a enfraquecendo quando o calor do seu corpo duro começou a penetrar pela roupa encharcada entre eles.
—Navarro, temos que avançar.— Áspero, um rosnado felino macho retumbou na noite.
Mica tentou olhar ao redor, seu coração caindo até o estômago quando o medo de repente a rasgou novamente.
—Pode correr?— A pergunta tinha um som áspero, furioso que parecia de repente roncar forte no peito de Navarro.
Para um Casta que diziam não rosnava como os outros, chegou terrivelmente perto de um rosnado.
Um aceno rápido quando pegou a mão dela, se virou e começou a puxá-la através da noite açoitada pela chuva.
As sombras se estendiam dos edifícios ao redor deles, torcendo dedos escuros e colidindo com o brilho da chuva esmaecido nos postes esparsos intercalados com as sombras dos becos.
Mica tinha consciência da figura em movimento atrás de si, embora só conseguisse pegar um rápido vislumbre de uma figura escura. Os traços eram impossíveis de ver ou reconhecer através das folhas de umidade.
Podia sentir a presença em suas costas, uma consciência formigando que mantinha os nervos no limite.
—Estamos quase lá, — Navarro assegurou, como se pudesse sentir, pudesse sentir de algum modo, o medo que continuava a crescer dentro dela.
O clima úmido deveria afetar o sentido de cheiro de um Casta. Se ainda podia sentir seu medo, então havia chance do Coiote que a atacou, ou qualquer outro trabalhando com ele, pegar o cheiro dela também.
Obrigou-se a conter a emoção, enterrá-la naquele escuro canto escondido de sua mente, onde tentava esconder as coisas de Cassie, mas não era fácil. O terror era como um fantasma, como uma oleosa e viciosa sombra, que parecia se recusar a permitir que ela escapasse.
Estava com Navarro agora. Não estava sozinha. Era a tábua de salvação que agarrava, o segmento frágil de consciência que a mantinha centrada quando começou a empurrar o medo para aquele lugar fechado, onde não podia ser detectado.
Era o único Casta que devia ficar atenta pessoalmente, mas sempre soube, desde o primeiro dia que seus olhos se encontraram, que ele nunca permitiria que alguém a machucasse.
Vou te proteger, Mica. Juro, enquanto eu respirar, vou mantê-la fora do perigo.
Essa promessa feita, quando as explosões rasgaram o pátio central do Haven numa noite que era para ser comemorada, ecoou em sua mente.
Ele jurou protegê-la. Cobrindo o corpo dela com o seu próprio quando Castas traidores tentaram raptar Storme Montague — uma das mulheres recém-acasaladas em Haven — e Cassie, ele a protegeu do perigo.
Quantas vezes repetiu aquela noite em seus pesadelos? Cada vez, porém, o terror se tornava outra coisa, algo mais suave, mais quente. Algo que só a assustava mais, num nível profundo e intensamente pessoal.
Ele a fez o querer. Os pesadelos se tornaram fantasias eróticas sempre que sonhava com aquela noite. A sensação de seus lábios acariciando sua orelha e, em seguida seu rosto. A sensação de lábios num primeiro momento apenas roçando os dela, em seguida, tomando as curvas com paixão, uma fome primitiva que ela não conseguia negar.
—Porra!— A maldição furiosa fez Mica erguer cabeça, desesperada para ver o que causou a exclamação.
Ela teve apenas um segundo para ver um vislumbre de luz girando na pista antes que Navarro a puxasse rapidamente num rebaixo profundo, abrigada entre dois prédios, antes de apertá-la na parede de tijolos.
—Os filhos da puta não podiam ter escolhido uma noite quente para esta merda, não é?— Grunhiu em seu ouvido enquanto Mica sentia os braços a protegendo, o longo casaco de couro que usava se envolvendo em torno dela quando colocou a cabeça dela contra o peito dele.
Sob o casaco, estava fortemente armado, um arsenal preso no forro do revestimento em couro e um coldre debaixo do braço, na cintura e na coxa.
Podia sentir o metal frio da pistola-metralhadora automática no coldre preso ao seu lado por um arreio de couro. Uma pistola automática no coldre em sua cintura magra, enquanto carregava uma das leves, potentes armas de defesa movidas a laser no coldre em seu lado esquerdo.
Uma faca estava presa a cada coxa, e só Deus sabia com o que mais estava armado.
—Cougar, tem o visual?, — Ela o ouviu murmurar, sem dúvida, falando num dos fones, pequenos conjuntos que as Castas utilizavam para a comunicação.
—Tenho ele. Bem o que diabos precisamos, o irmãozinho de Farce, Loki, sobre nossos traseiros, — resmungou um segundo depois.
Farce, um coiote que trabalhava para os restantes membros do Conselho de Genética, semanas antes acabou morto, quando investiu contra outro Casta Lobo. Seu irmão, Loki, que usava o nome mítico com orgulho e fazia seu melhor para viver de acordo com ele, espalhou boatos de ter jurado vingança pela morte de seu irmão.
—A noite dos Coiotes saírem, — disse ela, tentando um humor fraco quando um calafrio correu através dela.
Ela muitas vezes podia prender suas emoções, mas isso não significava que ainda não a afetavam.
—Não tem ideia, bebê,— Navarro suspirou, quando ela sentiu a mão subir por suas costas.
Esse movimento, uma pequena carícia, quase insignificante, fez Mica apoiar a cabeça totalmente contra o peito e respirar grosseiramente, quando ele continuou a falar baixinho com Cougar, que estava na outra extremidade do link de comunicação.
Várias luzes passaram pela entrada da rua estreita onde estavam escondidos. Pararam tempo suficiente para que Navarro abaixasse a mão dela, deslocando-a apenas o suficiente para o lado, para que pudesse alcançar a pistola a laser, uma versão laser da pistola-metralhadora compacta, presa ao seu lado. Finalmente, depois de momentos tensos, o veículo se moveu adiante mais uma vez, movendo-se lentamente, obviamente procurando atentamente por alguma coisa.
Por eles.
—Pararam a poucos metros da entrada, — ele sussurrou em seu ouvido quando um trovão explodiu e a chuva parecia cair mais rápido, mais dura. —Cougar os vê de seu ponto. Tem um veículo e está pronto para rolar assim que estiver fora da linha de visão.
Ela assentiu com a cabeça contra o peito, os dedos enrolando na camisa que estava encostada enquanto respirava seu aroma e se concentrava em manter suas emoções presas.
—Cassie disse que era boa na retenção do seu aroma.— A mão dele acariciou os cabelos dela. Uma mão grande e quente que espalhava uma sensação de calor ao longo de seu pescoço. —Querida, eu mal posso sentir seu cheiro. Tem estado em torno das Castas se intrometendo demais, né?— Havia um fio de diversão em sua observação sussurrada.
—A gente aprende, — ela respirou superficial. —Especialmente em torno de Cassie.
Cassie poderia deixá-la louca. Como autodefesa Mica mantinha suas emoções tão cuidadosamente contidas, que mesmo os sentidos dos animais não podiam pegá-las.
—Cassie poderia fazer um santo amaldiçoar, — ele concordou, em seguida, acariciou a mão para o quadril e apertou lá. —Prepare-se. O SUV está saindo. Cougar estará aqui em poucos segundos.
—Estou tão pronta para sair da chuva.— Ela deteve os tremores duros que ameaçavam a abalar quando virou a cabeça e olhou a entrada.
Não havia luzes. Não saberia que um veículo se aproximava se não estivesse observando com cuidado, e visse as luzes se apagando no beco brilhante sobre o brilho de tinta preta.
—Mova-se—. Ele estava ali, seu braço em volta da cintura e puxando-a contra ele quando começou a corrida para o veículo.
A porta do passageiro foi aberta quando se aproximaram, um clarão ofuscante de luz revelando o rosto duro marcado por cicatrizes do Casta no banco do motorista.
Teve que morder o lábio para evitar um grito agonizante quando Navarro a levantou e jogou no banco de trás antes de seguir atrás dela. O veículo estava em movimento antes que a porta fechasse atrás deles, Navarro sobre ela enquanto o SUV começava a se mover através do beco.
—Fique aí, — alertou quando ela tentou empurrar contra ele e se endireitar. —Eles obviamente suspeitam que estávamos na travessa, e poderiam estar vigiando o beco, caso tentasse correr para algum ponto.
Ela não conseguia respirar.
A dor nas costelas era como fogo, mordendo seus sentidos com dentes irregulares enquanto lutava para conter a fraqueza.
Era hábito. Ela praticamente foi criada entre as Castas após Cassie e sua família entrarem em suas vidas. Aprendeu desde cedo a nunca mostrar fraqueza, nunca deixar que suspeitassem que não era tão forte como fingia ser. E poderia fingir ser condenadamente dura.
Mas com Navarro deitado sobre ela, o calor dele escoando através de sua carne fria, ela não conseguia conter a dor crescente de suas costelas.
—Por favor, — ela finalmente ofegou, incapaz de mentir por muito mais tempo, ou suportar a pressão sobre as costelas sensíveis.
Ele endureceu, recuando apenas um momento quando um grunhido soou do assento da frente.
—Estão atrás de nós, cara. Os sensores mostram o radar de busca de calor. Caso se movam do modo errado, vão conseguir um bloqueio do calor do corpo. Fiquem aí.
Ela tentou respirar.
Cada respiração que entrava era uma agonia, rasgando o peito, enviando ondas de dor através do seu corpo.
Não sabia se podia suportar. Suas costelas não estavam quebrados, duvidava que estivessem quebradas, mas as contusões eram extensas. Podia sentir isso, se espalhando por todo o lado dela, em torno de suas costas, no peito.
—Consiga uma distância segura, — Navarro rosnou. —Ela está com dor. Não será capaz de manter essa posição por muito tempo.
—Olha, os bastardos estão condenadamente desconfiados, — o outro Casta argumentou. —Estão na minha bunda desde que arrancamos. Precisamos cantar agradável e fácil para o hotel. Vamos pegar a garagem subterrânea. Sem passarmos, não podem nos seguir.
—Navarro, apenas um pouco.— Ela não conseguiu segurar o apelo mais. —Por favor, isso dói.
—Mova-se apenas uma polegada e vão nos alcançar antes de estarmos perto o suficiente do hotel para estar seguros,— o motorista soltou furiosamente. —Apenas algumas quadras mais, Navarro. Não tem um caralho de centímetro de sobra. Já está praticamente engatinhando no banco aqui da frente.
Navarro podia sentir os impulsos de fúria dentro dele, destruindo seus sentidos enquanto lutava para se manter no lugar. Outra parte, uma parte mais primitiva, exigia que se movesse, que aliviar a dor que podia mais que sentir. Podia sentir o cheiro. Um cheiro grosso, rico de calor, como lenha. Em Mica era mais forte que uma brasa, mas ainda não chamas.
Perfumes eram estranhos; emoções diferentes, diferentes níveis de sensibilidade ou sentimentos poderia inspirar o corpo a irradiar aromas muito diferente.
Com Mica, uma mulher que sabia que podia suportar e esconder uma certa quantidade de desconforto, o fato que pudesse cheirar o calor da dor tão claramente dizia tudo. Estava ferida, e quanto mais tempo estivesse ali, pressionando seu corpo contra o dela, mais a dor aumentaria.
Podia sentir. O conhecimento o fez enrijecer os músculos, lutando para manter o peso longe dela, tanto quanto possível.
—Estamos quase lá, — ele garantiu a ela quando virou a cabeça para ter um vislumbre dos edifícios que estavam passando. Por entre os bancos da frente pôde vislumbrar as torres, observando como cada uma passava e contando as ruas que ficavam atrás. —Há um quarto quentinho à nossa espera, Mica. Uma refeição quente, um banho quente, então vou verificar suas costelas e ver o estrago que aqueles bastardos conseguiram fazer. Vou cuidar de você. Não fui eu quem sempre cuidou de você quando precisou?
—Sim.— A resposta bem redigida o destruía.
Nunca quis confiar em ninguém, especialmente uma mulher, mas queria nela.
Ela o fazia desejar, quando aprendeu anos antes a não querer. Ela o deixava faminto, o fazia querer aprender a sonhar.
As contradições eram muitas vezes desconcertantes, porque não podia ignorá-las, e as emoções eram algo que aprendeu a ignorar quando criança.
Com Mica, descobriu que era impossível ignorar qualquer coisa que ela o obrigasse a sentir. Especialmente a excitação.
—Lembro da primeira vez que te vi, — ele sussurrou contra seu ouvido quando a sentiu tremer sob seus pés, o cheiro da dor cada vez mais forte, uma vez que flutuava dela. —Você se lembra, Amaya?— Noite de chuva. Ela lembrou da paz no escuro, o toque suave de uma chuva de verão à noite.
—Eu tinha quinze anos.— O stress da dor preenchia a voz dela, apertava. —Estavam xingando Cassie.
Algumas das Castas eram mais jovens, resgatadas de laboratórios e ainda na sua adolescência. Tinham desafiado Cassie e a chamaram de aberração quando detectaram o menor indício de sua genética Coiote.
Fizeram Cassie chorar antes mesmo de perceber quem ela era. Conheciam apenas o cheiro dela, Lobo e Coiote misturados. E naquela época, Coyote era um perfume odiado.
—Você entrou na frente dela e acertou o olho de Josiah.— Ele fechou os olhos apertados enquanto lutava contra a necessidade selvagem, impulsiva, para dizer aos homens para ir ao inferno e sair de cima dela imediatamente.
—Josiah merecia.— Sua voz estava mais apertado, um início de soluço, o cheiro de lágrimas o rasgando.
—Josiah merecia isso, — concordou ele antes de virar a cabeça. —Cougar, caramba, me diga que estamos em território seguro.
—Ainda estão na nossa maldita traseira e o sensor de calor de corpo ainda está ativo,— Cougar rosnou de volta. —Mais cinco minutos, Nav. Ela não está morrendo, só dói, porra.
O cheiro de sua dor estava afetando Cougar também. O outro Casta era duro, frio até o poço de sua alma, fazendo os machos humanos ou Castas, ficarem preocupados. Mas não há muito aprendeu que as mulheres eram tão fortes, e um inferno de mais perigosas em alguns casos que qualquer homem jamais poderia esperar ser.
As mulheres eram a fraqueza de Cougar. Mica a de Navarro. E não fazia sentido. Não era sua companheira. Ele empurrou até o limite, testou sua resposta a ele, a beijou, e ainda, o hormônio de acasalamento não ressuscitou dentro dele.
—Navarro, por favor...— Sussurrou novamente, sua respiração superficial, o cheiro de suas lágrimas o destruindo. —Não posso respirar.
O calor suave de uma brasa indicava que sua dor estava aumentando, ameaçando implodir numa chama completa.
—Três minutos mais,— Cougar assegurou, sua voz mais forte. —Os bastardos ainda estão em nossos traseiros.
—Vou matá-los, — Navarro prometeu. —Descubra quem são, Cougar. Estão mortos.
Mica choramingou sob ele.
Filho da puta, odiava machucá-la.
—Estamos chegando ao hotel,— Cougar afirmou. —Quando entrarmos, devemos estar livres.
—Apenas se apresse, porra!— Era a voz de Mica, vibrando com a dor agora, as lágrimas grossas, mas pesadas com raiva.
—Pensei que você disse que ela era doce e tímida, Nav,— Cougar bufou então. —Parece um moleque para mim.
—Vejo um olho negro em seu futuro.— Os dentes cerrados, a ira feminina e aquela maldita dor.
—Sei como abaixar,— Cougar assegurou. —Sempre fui melhor nisso que Josiah.
—Mas Josiah também sabe calar a boca agora. Uma lição que precisa aprender, — afirmou Navarro como advertência, um surto de ciúme que não esperava crescendo dentro dele com o flerte na voz de Cougar.
Disparou um olhar em direção ao outro Casta e se encontrou contendo um rosnado.
—Se ele não se apressar, vou chutar a bunda dele, — prometeu Mica dolorosamente.
Navarro queria sorrir com a irritação em sua voz, e teria, se não soubesse que era causada pela dor.
Ela não fazia ameaças vazias. Ele a tinha visto cara a cara com Castas antes, e nem sempre eles desistiam porque ela era protegida de Dash Sinclair.
—Aqui vamos nós,— Cougar murmurou.
Quando fez a curva, Navarro subitamente ficou agradecido por Mica estar de bruços, e não de costas. Se estivesse de costas, olhando para ele, se perguntava se poderia resistir à tentação de beijá-la, apesar de sua dor.
Ela o deixava quente. Ela deixava seu pau danado de duro, e o fazia sentir, quisesse ou não. Não podia evitar. Não importa o quanto lutasse, o deixava com tanta fome como um lobo danado raivoso e com o equilíbrio de um adolescente humano após seu primeiro amor.
—Estamos limpos.— O alívio na voz de Cougar fez Navarro perceber a tensão que apertava dentro dele.
Navarro se deslocou para trás rapidamente, as mãos se movendo à sua volta, uma flexibilização contra seu lado para verificar se haviam lesões.
Suas roupas estavam encharcadas, geladas contra sua carne, mas podia sentir o calor embaixo da roupa, indicando um hematoma profundo, doloroso.
Não havia cheiro de ossos quebrados, de sangue ou hemorragia interna. Apenas sua dor, e o ferimento na carne clara. Saber da dor que ela devia estar sentindo teve um efeito sobre ele que não podia ter antecipado. Lamento que queimava, e uma fúria para seu atacante, que garantia sua morte, quando Navarro descobrisse sua identidade.
—O elevador vai direto para a suíte,— Cougar os informou quando Navarro apertou sua mandíbula e ajudou Mica a sentar no assento.
Segurando suas costelas, ela se encostou com sua ajuda, os dourados olhos verdes quase da cor de um Casta. Quase. O ouro era escasso, como pequenos flocos de glitter espiando dentro e fora do verde suave.
—Vamos embora.— No momento que o SUV chegou ao elevador subterrâneo, Navarro estava fora do veículo, movendo-se rapidamente para Mica pela porta já aberta e ajudando-a a sair do assento.
—Posso andar. Simplesmente não estava com vontade de ter sua bunda grande em cima de mim.— Ela quase bateu em suas mãos enquanto se movia devagar do banco traseiro.
Ele quase estremeceu com o tom mordaz. Tinha aprendido quando jovem, contudo, a nunca desistir, não importa a força de seu adversário.
Ignorando seu olhar, agarrou seu braço e a levou rapidamente para o elevador enquanto puxava o cartão eletrônico do bolso interno do paletó.
Deslizando-a para a faixa de segurança, Navarro olhou em volta rapidamente, estreitou seu olhar, seus sentidos em alerta máximo quando a porta abriu.
—Machão, — ela murmurou enquanto a empurrava delicadamente dentro do pequeno cubículo.
—Moleque—. A afeição cresceu dentro dele quando marcou a suíte no menu digital.
—Jonas está fora, pelo que vejo.— Um som delicado, feminino de ira foi fungado por seu nariz pequeno e delicado. —E tudo isso por mim.
Olhando para ela com o canto dos seus olhos, quis saber exatamente como difundir a paciência, ele podia sentir fermentando. Não foi treinado no combate à esta situação particular. A guerra dos sexos não estava exatamente na lista de atribuições de formação genética que os cientistas do Conselho e conselheiros militares aprovaram.
—Tudo por você, — ele finalmente concordou. —Quando percebemos que uma equipe foi enviada para capturá-lo, sua equipe foi obrigada a levá-la para dentro. Infelizmente, já haviam sido identificados pelos homens enviados para você. Levaram sua equipe antes que o Coiote tentasse agarrá-la. Cougar e eu estávamos aqui em outra atribuição, quando o sinal de socorro chegou e viemos ajudar.
Foram lá para encontrar alguém que Jonas buscava entre altos e baixos. Anos de trabalho de investigação para localizar esse cientista em particular. No momento que Navarro pegou o sinal no link de comunicação que a equipe de Mica foi atingida, deixou a tarefa imediatamente.
Ainda podia ouvir Jonas gritando através do link e os risos divertidos de Lawe e Ruler, enquanto ele e Cougar fugiam para o coração da cidade.
—Eu tinha uma equipe?— Ela parecia ligeiramente surpresa.
—Claro que tinha uma equipe, — a informou assim que o elevador deslizou para uma parada suave e silenciosa. —Sempre teve uma, Mica. Desde o dia que Cassie declarou que era sua melhor amiga e informou ao pai dela que sua — fada — disse que precisava de você, teve uma equipe te cobrindo.
Sentiu-a endurecer, como se essa informação de alguma forma a surpreendesse, ou aborrecesse. O mais leve cheiro de raiva, um calor mais como um vulcão em erupção se preparando para as brasas da dor, se deslocou para ele.
—Quanto tempo?— Sua voz era fraca, desapontada.
Sem esperar as portas abrirem totalmente, ela entrou no hall, obviamente ignorando qualquer regra de entrada já ensinada.
Balançando a cabeça, Navarro entrou na frente dela com um grunhido afiado, cortando seu olhar de volta para ela em alerta e, felizmente, levando-a a uma parada enquanto se movia à sua frente.
—A raiva não é desculpa para ignorar as regras, — ele retrucou.
Uma coisa sobre Mica? Um homem devia assumir o controle imediatamente. Como ele pretendia. Ela poderia empurrar direto sobre quem achasse que ela devia ser mimada ou tratada com cuidado.
—Ser homem não é desculpa para arrogância, mas tenho notado que os machos Casta a têm em abundância, — replicou ela sem um pingo da exibida doçura na voz dela.
Ela seria para qualquer homem, um inferno de companheira ou esposa. Não era fraca, mas nem uma megera. Podia ser gentil, podia ser mole, ou explosiva, tão instável quanto o inferno nas mãos erradas.
Seria uma mão cheia, Navarro sempre soube disso, mas havia uma parte dele que estava ansiosa pelo desafio. Uma parte dele que estava feliz por ela não ser sua companheira, enquanto outra parte lamentava.
Felizmente, até agora, parecia estar seguro dos perigos do acasalamento, e se recusava a se casar, e não iria se permitir a conveniência de uma amante ou namorada.
Ele foi criado para o engodo, criado para enganar e mentir, e ganhar a confiança de um homem ou Casta, criado e treinado para essas coisas, não seria fácil para qualquer mulher. Mas, ainda mais, era uma das únicas criações como poucas, e seus dons, ou maldição, eram necessárias para a sobrevivência das Castas em geral. O acasalamento mudaria isso. Iria mudá-lo. E Navarro não tinha certeza se estava pronto para isso.
Sabia bem o que não podia ter, não importa os desejos que o perseguiam nas horas mais sombrias da noite. E esta mulher, afiada e tão espinhosa por fora, morna e quente no interior, era a própria coisa que não podia se permitir.
Ignorou o comentário sobre arrogância e preferiu tirar a submetralhadora debaixo de sua jaqueta antes de verificar a suíte cuidadosamente.
Cougar estaria de volta em breve com o equipamento para assegurar que não haviam escutas ou vídeos, enquanto Navarro sabia que Jonas atualmente trabalhava um plano para tirar Mica da cidade tão sigilosamente quanto possível.
A equipe que despistaram antes não era a único enviada por ela, varrendo a cidade para localizá-la até agora.
O inferno não.
Na última contagem, haviam doze equipes buscando acima e abaixo por Mica. Vinte e quatro homens decididos a levá-la. Havia mísseis portáteis terra-ar na cidade, e planos para atacar de surpresa qualquer um que tentasse levá-la para fora, ou qualquer heli-jato que se atrevesse a fazê-lo. Se a encontrassem.
Encontre um buraco e fiquem parados, Jonas os avisou, até encontrarmos uma maneira de levá-la de volta ao Santuário ou Haven. Mantenha escondida. Segura. E faça tudo isso enquanto tenta como o inferno ficar fora das calças dela, foi o alerta de Navarro para si mesmo.
Infelizmente, a última parte era a ordem que estava realmente com medo de nunca ser obedecida.
Entrar nas calças de Mica era uma das primeiras coisas em sua lista de coisas a fazer enquanto Jonas e Stygian procuravam uma rota de fuga para fora da cidade. Não precisava mudar para fodê-la.
Quase fez uma careta. Não, nunca poderia fodê-la. Uma mulher como Mica, um homem, não importa a espécie, só podia fazer amor com essa mulher, se a amasse ou não.
E esta seria sua única chance de tê-la, mas bem poderia ser sua última chance de saber exatamente o que estava deixando atrás. Era hora de agir antes que a natureza encontrasse com ele e lhe desse uma companheira. Era hora de voltar à vida de mentiras e ilusão de que foi parte antes de assumir a missão de pesquisa pelo cientista de Jonas.
Além disso, Mica era uma fraqueza que poderia levar ambos a morte.
Debaixo do jato quente do chuveiro e permitindo que ele lavasse o frio dos seus ossos e que havia se infiltrado dentro dela, Mica finalmente sentiu que poderia viver e não morrer de frio.
Ela odiava frio. Odiava inverno. Detestava sentir o frio em seu corpo ou olhar pela janela e ver o turbilhão de neve. O que tornou a noite anterior pior do que seria de outra forma, o frio afundando nos ossos. Ficou aterrorizada que nunca estaria morna novamente.
Com o calor veio uma vontade de ignorar o perigo que sabia rondar fora das portas do hotel. Fechou os olhos e se forçou a deslizar para a escuridão, criando essa parede entre ela e a realidade das lembranças que ameaçavam tomar posse.
Essa atitude, de enfiar a cabeça na areia, conseguia deixar Cassie louca quando estavam juntas.
Mica amava ignorar o fato de não ser uma vida real. Que sempre estava cercada pelo perigo, castas, e a percepção que a qualquer momento as Castas —inimigas— podiam atacá-la, em vez de seus amigos.
E finalmente vieram.
Um suspiro duro estremeceu através dela quando empurrou para trás o novo conhecimento. Era mais difícil neste momento. Claro, não tinha enfrentado outra noite como esta antes.
Sim, ela era uma avestruz. Penas, plumas, cabeça na areia, nove jardas inteiras.
Bem, exceto pelas longas pernas da ave. Ainda tinha as pernas curtas. Mas o resto. Sim, de fato, apenas liste o nome dela com os gêneros emplumados do mundo, porque não estava disposta a abrir os olhos e aceitar a realidade tão cedo.
Tinha acabado de colocar essa coisinha na sua lista de tarefas — para o próximo ano, talvez.
—Você está bem?
Mica pulou, assustada ao ouvir a voz dele tão perto, mesmo fora do vidro fosco da porta do chuveiro.
—Eu estou bem. Vá embora.
Ela precisava de apenas mais alguns minutos para garantir a si mesma, para se convencer que não estava ali de pé sob a água quente caindo porque acabava de passar horas na chuva fugindo de inimigos das Castas. Afinal, não era uma Casta, não é? Era tão humana quanto os que a perseguiam, e ninguém podia dizer nada diferente.
—Ir embora? Mica, meus sentimentos podem ser feridos. Tem certeza que não precisa lavar suas costas? Ou talvez a frente?— Ele estava claramente se divertindo, a borda exótica de sua voz acariciando sobre seus sentidos.
Deus, amava pequena sugestão de sotaque. Só um pouco, nunca uma certeza que realmente estava lá, mas o som do apenas tocava em seus sentidos como uma carícia erótica.
—Teria que ter sentimentos, Navarro. E sou capaz de lavar minhas costas e minha frente, perfeitamente sozinha.— Um funfar feminino de desdém acompanhou a sugestão, embora ela pudesse sentir seu coração disparando de emoção.
Esta não era a primeira vez que Navarro fazia um comentário desses, mas nunca deixava de roubar seu fôlego.
Não podia evitar. Ao contrário de muitas outras Castas, simplesmente algo em Navarro não podia ser ignorado.
Ou talvez ela não quisesse ignorá-lo. A emoção, o sentimento de admiração, o surto de adrenalina despertada era um prazer em si que ela parecia estar se tornando viciada.
—Está ferindo meu coração, Amaya,— ele disse com voz arrastada. —Acredito que eu possa ter que usar alguma punição em retaliação.
Um destes dias, ela ia perguntar exatamente o que essa palavra significava. Sabia que era japonês, mas ainda não se obrigou a saber o significado dela. Se soubesse que isso significava simplesmente amizade, ou algum tipo de criança, seu ego podia ser irremediavelmente despojado.
—Desde que o castigo não inclua invadir meu banho ou algo frio, — assegurou ela, que podia sentir cada célula do seu corpo ameaçando mandar um perfume que atestava o contrário.
—Mica, quero ver suas costelas.— Sua voz endureceu imperceptivelmente.
Os mamilos de Mica endureceram.
Só a ideia dele tocando suas costelas, tão perto dos montes inchados dos seios, e estava lavada com uma excitação que não conseguia esconder.
Será que a água cobria o cheiro?
O calor cobriu seu rosto ao pensar ser incapaz de esconder o cheiro da excitação tão forte, que agora mesmo podia sentir a umidade traidora entre suas coxas.
—Só estou ferida, — ela tentou assegurar enquanto seus dedos passavam por cima da área. —Nada quebrado, apenas ferido.
Ela acariciou a curva de seu próprio peito, a ponta dos dedos provocando uma onda de prazer que varreu todo o corpo.
Adoraria que ele a tocasse. Sentir os dedos acariciando sua pele mais suave, seus lábios tocando, não apenas beijando-a, mas afagando a carne, cobrindo seus mamilos, sugando, lambendo.
—Preferiria ver isso por mim. Estamos indo embora em breve. Preciso saber a verdadeira condição de todos os ferimentos, a fim de saber como proceder se tivermos problemas.
Claro que ele preferia. Castas acreditavam estar sempre completamente preparados, muitas vezes a um nível que beirava o ridículo. Mesmo seu pai, um soldado das Forças Especiais do Exército, não era tão detalhado como as Castas, sem sequer pensar nisso.
—Está tudo bem, Navarro.— Fechou os olhos, lutando contra a necessidade de tê-lo tocando-a.
—Gostaria de ver por mim mesmo se é simplesmente uma contusão, — declarou com firmeza. —Quando terminar, estarei esperando por você no quarto.
Abrindo os olhos e virando sua cabeça, ela viu quando saiu do banheiro, a sombra da sua altura, seu físico magro e musculoso saindo pela porta.
Enfiando seu rosto sob a água torrencial, debateu entre água corrente fria e quente, mas a memória daquele frio gelado ainda estava muito afiada.
Mesmo a suscitando como fazia, o mero pensamento de qualquer coisa, exceto o calor sobre ela enviou uma onda de medo em sua mente. Estava com medo de pensar que a chuva gelada seria apenas uma coisa terrível no futuro, agora, ao invés de simplesmente algo a ser evitado, como antes desta noite.
Empurrando o pensamento e a memória daquele frio na parte de trás de sua mente, Mica terminou seu banho antes de fechar a água e enrolar numa toalha o cabelo encharcado. Se secando rapidamente, vestiu um roupão grosso do hotel, ultra-macio e branco e amarrou vagamente.
Esperava que ele tivesse pensado em mais roupas, caso contrário, sua permanência aqui seria muito estranha, pensou ela, enquanto rapidamente passava a toalha seca no cabelo.
Correndo os dedos pelas pesadas linhas retas, rapidamente usou o secador de cabelos para tirar a maioria da umidade. Não queria sentir nada frio contra sua carne por um longo tempo.
Quando ela saiu do banheiro, grande e luxuoso para o quarto, deu uma parada lenta, hesitante quando viu Navarro sentado na cama, seu olhar dirigido ao e-pad rolando, enquanto esperava por ela.
Sua cabeça levantou.
Olhos tão negros quanto a escuridão da noite a encararam de volta em silêncio, sem pestanejar.
Mica limpou a garganta quando uma onda de nervosismo varreu através dela.
Ele trocou de roupa. As calças encharcadas pretas e a leve camisa preta da missão foram embora. Em seu lugar perfeitamente dobrados, obviamente um caro jeans preto e uma camisa branca de algodão de manga comprida dobrada perfeitamente na manga. Um cinto de couro preto rodeava a cintura dura, e nos pés usava botas de couro, obviamente caras.
Nunca diga-se que Navarro Blaine não sabia como se vestir e como se vestir bem.
Seu cabelo estava empurrado para trás de seu rosto, caindo na nuca e as grossas ondas pesadas convidavam os dedos a explorar e brincar.
Era tão reto como o dela próprio, apesar de mais espesso, mais pesado, a cor da meia-noite tão rica, o brilho parecia azul com uma certa luz.
—Finalmente está quente?— Ele colocou a almofada de lado quando levantou, primitivo, a graça do animal macho, se exibindo e quase roubando o fôlego.
—Bastante quente.— Passou o cabelo atrás da orelha, nervosa, tentava revidar uma atração que não tinha qualquer esperança de derrotar.
—Precisa tirar o roupão.— Seus olhos brilharam com alguma coisa, algum calor quase escondido que fez seu coração, de repente, saltar entre seus seios.
—Não acho.— Não havia uma chance no inferno quando estava empurrando sua libido tão longe.
Ao invés de tirar o roupão, o soltou e com cuidado desceu por um braço, segurando o abundante material remanescente sobre os seios. Revelando a lateral, sabia o porquê de repente seus olhos se estreitaram e os lábios apertaram.
O hematoma escuro, comum, espalhava a mancha do impacto da bota do Casta Coiote contra sua lateral, desde a área sob o braço até abaixo de seu seio. Abrangia a área das costelas e já tinha se tornado vívido, negro e feio, a clara garantia de uma contusão até o osso.
—Posso ver o machucado muito melhor se você remover o roupão, — garantiu ele, a brincadeira entrando em sua voz.
—Isso e muito mais.— Ela olhava para a frente e simplesmente se concentrava na tentativa de controlar a umidade traidora de seus sucos no encontro entre suas coxas.
Seus dedos roçavam sua carne.
—Por que tenho a sensação que está mentindo para mim?, — Ele murmurou enquanto olhava para ela provocante.
Mica revirou os olhos, zombando. —Deixe-me adivinhar, sentiu o cheiro?
Na verdade, ele riu, um som escuro e profundo, que brincou em seus sentidos com um golpe de prazer. —Está realmente bastante boa em escondê-lo, mas meu sentido do olfato não é o mesmo das outras Castas. Imagino que tenha algo a ver com genética recessiva.
Suas sobrancelhas arquearam. —Não pode cheirar as coisas como as outras Castas fazem?
—Seu medo esta noite foi muito afiado, como sua dor. . .
Não estava brincando. Devia ter adivinhado. O sentido de cheiro do pai de Cassie não era muito bom, por causa de sua genética recessiva. Houve uma sensação de alívio tão repentina que ela mal a conteve.
Não esperava sentidos recessivos assim, embora soubesse que deveria. O pai de Cassie, Dash, tinha sentidos recessivos até se acoplar à mãe de Cassie, Elizabeth. Seu sentido de visão, audição e olfato era maior do que o normal, mas não a nível das Castas.
Com esse conhecimento veio outro, aliviando o pensamento.
Talvez Navarro não pudesse sentir sua excitação.
Não podia sentir o cheiro do calor líquido entre suas coxas.
Isso era bom. Isso era realmente muito melhor, pensou. Se não podia sentir o cheiro ou sentir, então talvez pudesse fingir que não existia.
Sim, lá estava ela, a avestruz.
—Não acho que isso nos torna menos eficazes, contudo.— Um sentimento de esperança a animava um pouco. Pelo menos não teria que se preocupar com cada emoção, cada querer ou necessidade revelada com ele tão facilmente como Cassie parecia conseguir. —E realmente, não tem que ser capaz de sentir as emoções de uma pessoa. Acho que é muito injusto que as Castas tenham esses sentidos de qualquer maneira.
Talvez, apenas talvez, por isso, ela poderia se defender contra essa atração, esse fascínio rapidamente fora de controle.
Navarro sabia que devia sentir, pelo menos, uma sombra de remorso por não concluir sua frase e assegurar que seu sentido de olfato era ainda mais avançado, apesar de sua genética recessiva, que a maioria das Castas. Afinal, ela não podia cheirar sua mentira como podia cheirar a dela. Ela não podia cheirar sua fome por ela, como ele podia sentir a dela. E ela estava faminta. Era um raio quente, chamejando com picos de excitação e deixando-o louco a cada vez que chamejava.
Sua genética era recessiva, portanto, a maioria dos seres humanos e Castas semelhantes assumiam que seus sentidos não eram tão elevados como os dos outras Castas. O oposto era realmente a verdade. Seus sentidos eram mais fortes, mais nítidos, mais avançados que 90 por cento das Castas criadas.
A genética recessiva, no seu caso, não significava sentidos recessivos.
Simplesmente significava que sua genética animal ainda não tinha aparecido num scan. Não tinham encontrado uma variável ainda que identificasse qualquer ligeira anomalia na sequencia genética do DNA para identificar o recessivo.
Por enquanto ele estava seguro.
Outras Castas podiam cheirar apenas sua genética humana, e os humanos não encontravam nada, só o DNA asiático-americano normal. Não podia esconder seu odor, mas podia alterar seu aroma facilmente. Até agora, não tinha acasalado com uma fêmea, mas aprendeu desde jovem exatamente como agradá-las.
Ainda assim, a corrida para levar esta mulher ao chão o fazia admitir que o desejo parecia ser a única batalha que não conseguia encontrar uma arma positiva.
—Isso faz você se sentir desconfortável, sendo diferente entre as Castas?, — Ela perguntou com a cabeça inclinada para o lado, curiosa, o cheiro de sua excitação, de repente um pico com uma força que o fez cerrar os dentes. Maldita, alguma mulher já ficou tão quente, tão rapidamente por ele?
Ao observá-la com um sorriso um pouco torto, Navarro debateu por um segundo dizer a verdade. Porra, a decisão foi que ele simplesmente não podia fazer.
—Isso não deixa todos nós, às vezes desconfortáveis? Quando somos diferentes daqueles que nos rodeiam?, — Perguntou a ela. E isso não era uma mentira. Ele era diferente, muito diferente que os outras Castas, ou humanos.
—Não respondeu minha pergunta, apenas fez outra, — ressaltou. —Por que faz isso?
Assim, ele não teria de mentir para ela.
Roçando os dedos sobre a contusão, seu toque leve como o ar, ele sondou a carne, sentindo sua delicadeza, a temperatura interna da contusão e a mancha de sangue sob a pele.
Foi até o osso. Sem dúvida, o próprio osso estava machucado também, mas nada quebrado, apenas dolorosamente ferido, e com muito pouca pressão adicional se quebraria em um segundo.
—Ele fez um bom trabalho em você, — rosnou Navarro, o som retumbando em sua garganta, a surpreendendo. —Foi Loki?
O irmão mais novo de Farce era um cabeça quente, apesar de sua formação excepcional nos laboratórios de genética. Ainda assim, como Navarro ouviu, Loki não ficou feliz que seu irmão foi morto, e culpou as Castas Lobo pela morte.
Mica balançou a cabeça lentamente quando puxou a roupa novamente e a segurou junto ao invés de amarrar. —Não vi Loki. Não, foi Marx. E não estava feliz.
Navarro concordou breve, quando não queria nada mais que rosnar de raiva. Ele próprio mataria Marx pela contusão e o cheiro de dor misturado com o cheiro de carne ferida, uma vez que colocasse as mãos sobre ele. Verdade seja dita, porém, havia um monte de Castas ansiosos para pôr suas mãos sobre o Casta Coyote.
O ódio era uma emoção que nunca se sentiu tentado. Forte emoção denotava problemas ainda mais fortes. O que estava começando a sentir por essa mulher seria preocupante se não fosse pelo fato que já havia demonstrado não ter nenhum dos sinais de cio após o acasalamento quando a beijou semanas antes.
Ela passeou, ou melhor, andou devagar, para o outro lado da sala antes de virar para encará-lo novamente. —Existe outra cama?— Ela apontou para a cama que estava ao lado dele.
—Desculpe, querida, é só essa.— Ele sorriu de volta para ela. —Mas não se preocupe, não devemos ficar aqui por muito tempo. Jonas e Stygian estão trabalhando num percurso fora da cidade direto para o Santuário. Lá, teremos um heli-jato para nos levar para Haven.
—O heli-jato não pode vir até nós agora?
—Estão todos em missão, incluindo o de Jonas, — ele respondeu com uma voz indiferente. —Não se preocupe, Mica, estará protegida. Eu não prometi a você que a manteria segura?
Mica sentiu seu coração falhar no peito. Um salto rápido e duro de emoção que inundou o corpo dela, com sensibilidade e apertou sua garganta com a força dele.
—Você prometeu.— Tudo que podia fazer era sussurrar as palavras quando a memória daquela noite varreu sobre ela.
Olhando fixamente para ele, os lábios entreabertos, a memória daquele beijo enviou uma onda de desejo furiosa estremecendo por ela.
—Se lembra daquele beijo.— Sua voz tornou-se uma grosa áspera, o negro de seus olhos crescendo absurdamente escuros. —Se afastou dele. Por quê?
Mica inalou nitidamente. —Não mede as palavras, não é?
Recuar enquanto ele chegava mais perto seria o mesmo que admitir o medo. Ela aprendeu nos anos que girou em torno das Castas a nunca mostrar medo.
Não era medo, no entanto. Receio talvez.
Ele chegou mais perto, o peito largo quase tocando os seios dela, onde o roupão cobria. Ele a fazia querer respirar mais fundo, atrair oxigênio suficiente para limpar seus sentidos, o suficiente para se encostar contra o peito duro de contornos musculares, enquanto a mão abarcava a bochecha dela, o polegar encontrando as curvas de seus lábios.
Mica congelou. Parada sob seu toque, sentiu a aspereza da ponta calejada de seu polegar contra seus lábios sensíveis.
—Seda ou cetim?— Sua voz era um tom duro. —Não houve tempo suficiente para determinar antes.
—Houve tempo suficiente para que pudesse enfiar sua língua na minha boca.— Ela queria tampar a boca com a mão, para conter as palavras que saíram.
Podia sentir um rubor de vergonha, um sentimento de mortificação rolar através dela. Mas não o suficiente para recuar ou quebrar seu toque.
—Ah, agora, aquela língua doce é outra história. Definitivamente, veludo e seda. Apenas o suficiente para tentar a imaginação de um homem.— Sua voz baixou enquanto a intenção sexual parecia se espalhar por sua expressão. —Ou a libido de uma Casta.
Fraqueza percorreu seus membros, uma fraqueza sensual, altamente sexual que ameaçava roubar até mesmo sua habilidade de respirar. A inundação aquecida de seus sucos derramavam ao longo das paredes internas de seu sexo, lubrificando-a, preparando-a para ele.
Para um Casta Lobo. Um homem cuja humanidade era tão intimamente relacionada com a genética animal, que um dia uma mulher se tornaria mais que sua alma.
Um dia, encontraria sua companheira.
E a natureza provou que ela não era sua companheira.
Tentou lembrar que não havia futuro aqui, com este homem, este Casta. Quando o dedo pressionou contra seus lábios, separando-os, lembrar esse fato parecia mais nebuloso a cada segundo.
Prazer rodava pelo corpo aquecido, puxando-a mais em um mundo caótico de sensações.
—Por favor, Navarro.— Encontrar força para negar o que sentia era mais difícil do que jamais imaginou que seria. —Sei quem você é. Sei do calor de acasalamento. Sei que nunca serei para você, e não é justo me tentar a gostar de você.
Ela não o amaria. Não podia se permitir amá-lo, mas sabia que não demoraria muito, levaria muito pouco para fazê-la perder cada parte de sua alma de mulher para ele.
—O mundo estava explodindo ao nosso redor e tudo que eu queria fazer era provar você, — rosnou ele, sua voz áspera. —Meu líder estava em perigo, e só a segurança da minha companheira pode se sobrepor a dele. Nunca hesitei. Tudo que podia pensar era sobre seu beijo. Minha genética é recessiva, Mica. Talvez tão recessiva que nunca vou saber o que é o acasalamento. Mas vou ser amaldiçoado se fugir do prazer que espera em seu beijo.
Mica olhou de volta para ele em choque. O Casta era julgado por sua lealdade ao seu companheiro primeiro. Com nenhum companheiro, era então julgado por sua lealdade ao seu bando, e / ou líder da matilha, já que os dois estavam interligados.
Saber que havia ignorado essa regra básica, que parecia quase geneticamente codificada para as Castas, por um único beijo, era quase mais que podia acreditar. Considerava-se pior que um crime no mundo das Castas, um tabu que cometeu por uma mulher que não era uma companheira.
Ele não correu para o lado de seu líder de matilha para garantir sua segurança, bem como a segurança da companheira do líder, a única pessoa cuja morte destruiria seu líder e, assim, eventualmente enfraqueceria a matilha como um todo. E fez isso por uma mulher que não estava acoplado.
Os lábios entreabertos, sua respiração superficial, Mica olhou para ele enquanto arrastou para trás seu polegar pelos lábios e abaixava a cabeça.
Estava se aproximando. Podia senti-lo começar a queimar o ar ao seu redor. Ela sabia como era seu beijo. Que gosto tinha. Apenas uma sugestão de um pouco de mel.
Seus lábios roçaram os dela. Uma sensação quente, um precursor para um requintado prazer que sabia que conquistaria todos os seus sentidos.
Ela se sentiu roubada, obrigada, incapaz de lutar contra o prazer quando seus lábios roçaram os dela.
Foi uma loucura. Podia sentir a parte, o cauteloso cuidado que sua mente gritava em negação. Deveria estar lutando. Devia estar se empurrando para longe dele. Não era como se pudesse ir a qualquer lugar, apesar de suas desculpas contrárias, onde a falta de calor sexual era a causa.
Ela não era sua companheira.
Mas poderia ser sua amante.
Podia experimentar o que sabia de fato que nenhuma outra fêmea no Haven experimentou. Poderia ser a mulher partilhando sua cama. Apenas por esta noite.
A língua dele roçou os lábios, sondando, aliviando contra a parte mais estreita enquanto bebia deles, levando-a lentamente para sensações requintadas crescendo entre eles. Essa pitada sutil de mel brincou com seus sentidos quando conseguiu passar, sua língua lambendo contra a dela.
O calor do acasalamento era muitas vezes descrito como um sabor de canela ou especiarias. Às vezes era referido como o sabor de uma tempestade de verão. Ela nunca o ouviu descrito como algo mais, mesmo entre as Castas felinas.
Isso não era especiaria ou canela, ou uma chuva quente. Tudo era masculino, escuro e cheio de prazer. Não o gosto diferente de qualquer outro beijo que já teve, exceto pela doçura.
E estava puxando-a para dentro.
Suas mãos achataram contra o peito dele, acima da seda de sua camisa, antes de subirem lentamente, envolvendo ao redor do pescoço antes de alcançar as mechas do cabelo sedoso dela e segurar forte.
Ela precisava.
Sofria por ele nas últimas semanas, até que sentia como se fosse ficar louca de desejo.
As fantasias a mantinham distraída. A insônia a atormentava.
Por isso.
Um baixo, estrangulado gemido escapou de sua garganta, quando esperava mantê-lo preso.
Quando se arqueou mais perto, o braço dele se enrolou de seu lado não-machucado, os lábios e língua dele provando e brincando com ela com fome desenfreada.
A reserva que mantinha envolta em torno de si se rompeu quando os dedos da outra mão se moveram para a frente do roupão que usava e o soltou facilmente.
As extremidades do pano suave e espesso caiu, permitindo que o ar fresco aliviasse toda a sua carne superaquecida.
Um gemido de prazer encheu o ar em torno deles quando sua mão achatou contra seu ventre e com delicadeza requintada começou a acariciar seu tronco, até a curva sob o montículo inchado de seu seio.
O beijo se intensificou, crescendo em calor e prazer enquanto seu polegar acariciava o apertado, duro broto de seu mamilo.
Mica virou a cabeça para trás, desesperada para respirar agora, para pensar, apenas por um momento.
Mas ele não tinha intenção de permitir que ela encontrasse seu bom senso mais uma vez.
Navarro aproveitou a oportunidade para descer a cabeça ao seio, rodando sua língua sobre o broto dolorosamente sensível.
Não tinha notado a aspereza de sua língua quando a beijou. Não desta vez, não antes. Mas quando lambeu o mamilo como um presente recebido, ela sentiu.
Não tão grossa como a língua de um gato, apenas uma sugestão áspera incomum sobre a ponta dolorosamente dura, que a fez ter fome por mais de repente, rasgando-a.
—Navarro. Mais uma vez.— Ela queria que a lambesse. Queria a sensação de aspereza contra seu mamilo mais uma vez.
Lambeu novamente. Devagar, leve, esfregando sua língua contra a carne cheia de nervos enquanto os músculos do estômago apertavam e seu clitóris começava a latejar furiosamente.
Quando ela se arqueou contra sua boca, o contorno de aço rígido de sua coxa se inserindo entre as dela a levou a apertar os dentes.
Para conter os apelos.
Queria pedir para chupar o mamilo.
Deus, pedir ajuda? Será que ele faria isso, então? Apenas apertar os lábios e chupar para dentro. . .
—Ah, sim.— O assobio deve tê-lo surpreendido. Estava certa que se arrependeria mais tarde, uma vez que a luz do dia e a realidade se mostrassem a ela mais uma vez.
Por agora, só existia o prazer mais requintados do mundo.
Olhando abaixo, ela observou. Não podia deixar de olhar. Seus olhos negros olhavam para ela, estreitados e brilhantes com o calor sexual, seus lábios entreabertos e cobrindo o pequeno broto.
Um arrepio percorreu seu corpo enquanto seus dedos apertavam seu cabelo mais perto, segurando-o quando sua língua raspou sobre a ponta e começou a chupar.
—Navarro. Oh Deus. Sim. Chupe-me. Chupe mais.
De onde aquelas palavras desesperadas vinham? A súplica, cheia de desespero, não poderia ser mais chocante. Mas, ainda assim, não era chocante o suficiente para tirá-la do redemoinho aquecido em que estava sendo atraída. Um vórtice de êxtase incrível estava relutante em perder.
Ela não podia perdê-lo. Queria mais e mais.
A sensação da língua dele acariciando sobre o mamilo com rápidas lambidas acentuavam as chamas acentuada disparando para seu ventre. Sua coxa pressionava com mais força contra a carne inchada de sua buceta, os músculos rangendo rígidos, flexionando contra seu clitóris e fazendo o prazer correr por ela.
Mais. Ela só queria mais.
Um gemido estrangulado raspou em seu peito enquanto sentia a mão dele acariciando a da curva de seu seio ao seu quadril. Chupando o mamilo mais fundo, mais duro, fazendo explodir cada terminação nervosa, ele passou sua carícia de seu quadril para sua coxa.
Mica congelou. Podia sentir isso. A ameaça de um crescimento, fora do controle das sensações começando a crescer dentro dela.
Ela podia sentir. Um choque interminável e uma onda de prazer tão intensa que não havia esperança de escapar. Sem esperança de querer fugir.
Claro que não, ela queria mais.
—Não. Não pare.— Ela estremeceu em seus braços enquanto a cabeça levantava, sua expressão tão sexualmente apertada agora que ela se perguntava por que não estava sentindo medo.
Devia ter um medo danado. Deveria estar lutando com unhas e dentes para sair de seu abraço.
Não queria um coração partido.
Não precisava de um coração partido.
—Navarro—. Ela gemeu o nome dele enquanto sentia sua mão na coxa, a ponta dos dedos, calejadas e quentes, acariciando sua pele mais sensível enquanto a mão se aproximava até as pregas saturadas de sua buceta.
Oh Deus, estava tão molhada. Podia sentir a mancha de umidade começar a se espalhar pela parte interna das coxas.
Lisa. Quente.
E se não a tocasse em breve, se não fizesse alguma coisa, qualquer coisa para aliviar a dor, então podia não ser capaz de sobreviver a ela.
—Eu não vou parar.— A escura, máscula e rica voz a fez tremer de excitação quando o golpe de seus dedos contra suas coxas a fizeram deslocar os quadris para a frente, desesperada por seu toque entre as pernas.
—Não, — ela sussurrou novamente quando os dedos recuaram.
No mesmo segundo baixou a cabeça, o toque ligeiro de sua língua esfregando o outro mamilo, fazendo-a perceber como foi negligenciado, enquanto ele começou a empurrá-la na direção da cama.
—Navarro. . .— Ela não sabia se estava protestando ou implorando por mais.
Será que estava realmente pronta para isso? Estava morrendo por ele, mas poderia lidar com as consequências?
Seu olhar se ergueu quando entregou um beijo suave, uma rica sensação em seu mamilo e a virou lentamente, encostando os joelhos contra a cama.
—Eu não sou. . .— Ela não podia forçar as palavras enquanto ele a olhava.
Não tinha certeza disso. Não sabia se este era o momento certo. Se estava pronta para isso.
Não sabia se podia suportar se ele parasse de tocá-la.
Seus olhos se encontraram, o conflito a rasgando, balançando através de seu corpo enquanto lutava para decidir que podia suportar deixá-lo ir, ou enfrentaria a manhã se não o fizesse.
—Está tudo bem, Amaya.— O carinho saiu de seus lábios, uma fala arrastada, macia e escura que acariciou a indecisão que a rasgava. —Apenas me diga quando parar, quando ir devagar, o que precisa. É tudo para você. Apenas isso.— Sua cabeça abaixou, seus lábios contra os dela acariciando suavemente. —Só para você.
Seus lábios se separaram.
Sua língua entrou, e ela o saudou com uma baixo gemido quando ergueu mais uma vez o véu de sensualidade incrível que tinha em volta dela.
Seus lábios trabalharam sobre os dela enquanto seus dedos voltavam para sua coxa. Acariciando, acariciando, seus dedos roçavam sua carne como se soubesse instintivamente dos sucos escorrendo de sua buceta, alisando as coxas, ansiosa para encontrá-lo.
Seu corpo já não estava sozinho. Ela sentia como se tivesse sido tomada, possuída, seus sentidos agora controlados pelo mais leve toque do seu corpo contra o dela.
Os seus lábios se moveram pelo seu pescoço, as pequenas chicotadas sensuais, destrutivas de sua língua, as pontas dos dedos se movendo firmemente mais perto da essência lisa, quente dos seus sucos onde se reuniam nos lábios sensíveis de sua boceta.
Enfraquecimento, excitação submissa continuava a crescer dentro dela. Não podia dar sentido às tantas sensações ou ao fato que não podia lutar contra elas.
Seus dentes fecharam contra a lateral de seu pescoço, tirando um grito assustado de surpresa e prazer dela. Uma mão acariciava as costas, arrastava ao longo de sua coluna, em seguida, moveu-se para a parte traseira de sua coxa, a poucos centímetros da curva de seu traseiro.
A mão na coxa se movia cada vez mais perto de seu objetivo final quando sentiu a umidade aquecida se movendo mais abaixo.
—Navarro, isso é muito bom, — ela ofegou quando seu próprio corpo a traiu mais.
Seus quadris empurraram para a frente, a dor oca apertando os músculos de seu sexo enquanto o clitóris pulsava na antecipação do seu toque.
A dor centrada entre suas coxas estava se tornando torturante. Seu clitóris estava tão inchado que a dor era dolorosa, a necessidade do toque se arrastando silenciosa, choramingando por seus lábios, que ela sabia estaria morta de vergonha quando amanhecesse.
—Pode ficar melhor, querida?— Sua língua lambeu sobre o mamilo novamente antes de chupá-lo rapidamente em sua boca, a sucção imediata, dura e grossa de sua língua em todo o feixe nervoso fazendo-a enterrar as unhas em seus ombros quando se empurrou contra ele.
Oh não, não podia ficar melhor. O prazer a destruiria.
Onde seu toque era mais lento e suave antes, a qualidade de cada carícia controlada no força do aperto seu corpo, agora era como se uma forma de contenção houvesse estourado.
Curtas, suas unhas faziam uma trilha sensualmente aquecida ao longo das coxas, antes de voltar. A hesitação foi substituída pela fome masculina, e quando seus dedos encontraram sua essência, a espessura lisa dos sucos se propagando ao longo das pregas de sua buceta, Mica perdeu o pouco de moderação que vinha mantendo.
Seu polegar rodava ao redor do botão de seu clitóris inchado quando a cabeça se levantou. Os olhos pretos se estreitaram, os lábios inchados aparecendo, ele olhou para ela, sua expressão apertada com fome.
—Diga não, — ele rosnou. —Quando quiser que pare, Mica. Se ficar com medo. Se mudar de ideia a qualquer momento, é só me dizer.
Seus lábios tremeram. Não poderia mudar sua mente. Não tinha a força.
—Não posso. Me ajude, Navarro.— Porque ela sabia que isso era um erro, podia sentir, esse alerta queimando atrás de seus sentidos.
Seus lábios apertaram quando grunhiu de repente, ressoando duro e profundo em seu peito.
—Sua escolha. Não minha.
Seus dedos deslizaram através da fenda saturada de sua buceta, a carícia áspera excitando as terminações nervosas sensíveis que estavam abaixo das dobras inchadas quando ele caiu de joelhos na frente dela.
Ela não podia suportar.
Quando se abaixou à sua frente, segurando com mãos duras seus quadris, seus lábios roçando seu baixo ventre, foi demais e Mica sentiu a força deixar suas pernas.
Ela recuou, num primeiro momento apenas sentando na cama, os dedos se deslocando na cabeça dele, brincando com os longos e escuros fios de seu cabelo, sua língua correndo sobre os montes inchados dos seios mais uma vez.
—Deite-se para mim, Mica.— Levantando a cabeça, as mãos segurando os quadris dela para puxá-la para a beirada da cama, Navarro recuou lentamente. —Só quero te provar, querida.
Um golpe de sensação quente, dura e vibrante, bateu em seu ventre com as palavras ditas com voz rouca.
Apenas o gosto dela?
Ela recuou, sentindo os lábios golpeando através de seu abdômen, as mãos apertadas contra a parte interna das coxas num pedido silencioso para separá-las.
Olhando além de seu corpo, Mica viu. A forma como seus longos cabelos emolduravam seu rosto, seus olhos negros, ônix brilhantes quando separou as dobras encharcadas com as mãos antes de baixar a vista. Então, com um baixo, desesperado gemido, ela viu como a cabeça baixou e ele entregou ao trabalho, sugando beijos no torturado broto sedoso e molhado de seu clitóris.
Uma tempestade erótica chicoteou através dela, empurrando seus quadris para cima, os joelhos levantando para aproximar seu quadril, desesperado para colocar sua buceta mais perto do calor da sucção da boca.
Enterrando as mãos em seus cabelos como se pudesse segurá-lo com ela, forçá-lo a acabar com o prazer torturante rangendo através dela.
Supostamente não era assim sem o calor do acasalamento, não é?
—Como açúcar derretido, — ele falou contra o pulsante, ultra-latejando feixe de nervos que mantinha em cativeiro. —Sabia que sua buceta teria gosto doce, Mica.
Era doce? Era uma coisa boa? Será que realmente se importava? Importava algo, além do alívio do desejo queimando furioso por ela?
Seu olhar se ergueu, a brilhante jóia preta no rosto de bronze.
Enquanto ela o observava, seus olhos travaram com os dele, de cabeça baixa, mais uma vez e, em seguida Navarro ficou sério sobre o prazer. Malicioso, confiante e experiente, sua língua fez um erótico movimento circular em torno do clitóris enquanto erguia uma mão, prendendo o dedo entre as dobras de carne embebida para encontrar a entrada da vagina apertada.
Pressionou contra a abertura frágil, girando o polegar e os lábios cobrindo seu clitóris.
Mica pinoteou, completamente desequilibrada pela sensação chicoteando através dela e a tensão crescente dentro dela. Não havia nenhuma maneira de pará-lo, nenhuma maneira de recuperar o fôlego ou seu controle.
Seus quadris arquearam, a necessidade de gozar mais perto, por mais, para encontrar o fim da crescente pressão se dirigindo atrás do clitóris.
A fome era como uma febre dentro dela. Não conseguia o suficiente dele. O suficiente de seu toque, o suficiente da pressão em sua boceta, o suficiente da sua língua cintilando em círculos cada vez mais apertados contra seu clitóris.
As crescentes ondas de pulsação começaram a queimar, chamuscar, apertando seu estômago, apertando o ventre e seu fôlego.
Podia sentir a ponta, tão perto, puxando-a mais, aparecendo como um espectro de êxtase, quando de repente, ele se foi.
Numa única respiração Navarro estava longe dela, o edredom lançado sobre ela, enquanto a puxava da cama para o chão.
Ela não era estúpido. Tinha aprendido, treinado com Castas em como se proteger e como ajudar qualquer guarda-costas Casta em sua proteção.
Sem precisar mandar, Mica rolou para o lado da parede, tirou o edredom do rosto, e olhou para a cena antes em choque.
Mica agachou, a grande arma laser apertada na mão quando a porta do quarto se abriu.
Cougar estava na porta, seu olhar estreitado no quarto, obviamente percebendo que ela e Navarro estiveram fazendo um inferno de muito mais que discutir o tempo.
—Temos companhia, — ele rosnou. —Temos um veículo à nossa espera no exterior da entrada de incêndio, mas temos apenas alguns segundos para chegar lá antes de nossos amigos aparecem. Vamos.
Antes que ela pudesse se mover para se libertar do edredom, Navarro a empurrava ao seu redor, enquanto empurrava o roupão grosso em suas mãos e pegava os pacotes de armas e mantimentos que jogou no chão antes.
Puxando o roupão, Mica estava o amarrando rapidamente quando Navarro agarrou sua mão e começou a puxá-la através da porta que se abriu do quarto da suíte para o corredor vazio.
—Jonas tem antenas na cidade, — afirmou Cougar, a voz dura quando desceram pela escadaria. —A palavra veio há minutos que nos localizaram, nome do hotel, suíte que estava.
—E como diabos nos acharam?— O perigo engrossava a voz de Navarro.
—Ele não sabe mais nada.— Cougar empurrou os fones de ouvido em ambas as mãos enquanto se moviam rapidamente abaixo pelas escadas.
Mica treinou com eles, mas não era tão boa quanto o menor ou os mais jovens Casta. Não podia colocar aquele maldito fone de ouvido e ativá-lo enquanto corriam pelas escadas.
Estava consciente de Navarro o fazendo, sua voz retumbando duro quando chamava Jonas.
A noite não tinha acabado, ela pensou. Estava saindo para ficar molhada. Molhada e com frio ela não tinha sapatos ou roupas. Não tinha defesas contra nada, só Navarro para protegê-la.
E parecia que quem estava atrás dela estava condenadamente determinado. Estavam indo contra as Castas para levá-la.
—Tirem-na da cidade. Vamos cobrir o hotel depois que saírem e tentar neutralizá-los, mas estamos trabalhando cegos. Não temos ideia de onde estão, o que sabem, ou quem são, — declarou Jonas enquanto Navarro puxava Mica abaixo pelas escada para o veículo esperando fora das portas.
—Stygian irá segui-los até passar o túnel, depois estarão por sua própria conta. Fiquem na base dois, que é o ponto mais próximo de segurança para ela. Assim que pudermos, teremos um jato heli-jato para vocês.
Sendo Base Dois o Santuário. Como Jonas afirmou, era o ponto mais próximo, o mais seguro.
—Navarro desligando.— Ele cortou a transmissão ao atingir o piso térreo e Cougar se moveu cuidadosamente à porta de saída.
Empurrando Mica contra a parede, Navarro esperou, sua arma pronta quando a porta foi aberta.
—Limpo—. Um rosnado baixo e sombrio no escuro.
A raiva das Castas era caracterizada por um grunhido, um resmungo, ou um rumor de perigo. Para um Casta Puma, porém, mostrar qualquer uma das três significava que a situação já tinha ultrapassado o ponto de irritação.
A porta estava aberta o suficiente para permitir que passassem, e um segundo depois, Mica foi empurrada para a parte traseira do SUV escuro, deitada de costas enquanto Navarro imperiosamente sentava no banco na posição vertical ao lado dela.
—Isso é ridículo, — ela declarou quando o veículo se afastou do hotel de forma calma e sem pressa. —Seria muito melhor se o casal estivesse sentado na frente.
Como diabos ficou deitada de costas enquanto ele estava sentado como um príncipe reinante, não tinha ideia.
Navarro bufou com a declaração. —A impressão é de riqueza, — informou ele. —Um motorista e seu patrão atrás. A impressão é menos suspeita que um casal, especialmente quando estão procurando por uma mulher.
Seus lábios se apertaram. — Jonas ainda está no link?— Ela não se incomodou em puxar seus fones ou ativá-los.
Navarro fez um movimento rápido da cabeça. —Estamos sem comunicação até chegarmos ao Santuário, exceto em situações de emergência. Reclamar sobre as condições do piso não constitui uma emergência.
Ela rolou para o lado e olhou para ele. Pela aparência, ele não era o mesmo Casta que esteve entre suas coxas, deixando-a louca de prazer minutos antes. E ela obviamente não era a mesma mulher, porque não tinha doído muito enquanto se esticava para ele. Agora suas costelas estavam simplesmente dando-lhe o inferno. Como as questões que se alastraram na sua mente antes.
—Por quê?— Ela perguntou de repente. —Por que ele me querem tanto que se arriscam a ir contra as Castas para me prender?
Não era ela que queriam.
Navarro olhou para ela. Seu rosto pálido, o verde suave dos olhos, o cabelo loiro escuro espalhado, desgrenhado e caindo ao seu redor, como milhares de fitas pequenas, em linha reta e tentadoras, com seu brilho de seda.
Tão linda quanto era, tão inteligente, não era necessariamente Mica que queriam. Era Phillip Brandenmore. De alguma forma, o filho da puta conseguiu escapar das celas seguras do Santuário, e por mais de 12 horas ficou livre. Tempo suficiente para manter contato com os homens com quem trabalhava, tempo suficiente para dizer-lhes que não estava morto e que fugiu. Tempo suficiente para que antes de ser recapturado, conseguisse criar uma confusão que Jonas ainda não foi capaz de limpar.
Por isso queriam Mica. Era o único elo fraco dentro da hierarquia principal das sociedades Casta. Não era uma Casta, mas era a melhor amiga de Cassie Sinclair e afilhada de Dash Sinclair.
Se tivessem Mica, então tentariam usá-la para assegurar a libertação de Brandenmore, bem como a pesquisa que estava exigindo das Castas. Pesquisa que não tinham.
No estado enlouquecido de Brandenmore, ele se recusava a acreditar que a pesquisa não existia.
—Sem resposta?— O limite de medo em sua voz, o cheiro de sua excitação ainda fervendo misturada com o medo, fez seus dedos apertarem a empunhadura da arma que segurava na lateral da perna.
—Não é uma pergunta que posso responder, — ele corrigiu. —Jonas não compartilha os detalhes com seus enforcers, Mica. Às vezes, apenas dá as ordens.
Isso não era necessariamente a verdade. Jonas não contou a ele o porquê, mas não precisava. Navarro sabia que Mica estaria em risco. Essa foi a razão de manter seu link ajustado com Wyatt. Se isso acontecesse, queria saber.
—Às vezes ele só fode vidas também,— ela retrucou, a ira piscando em toda sua expressão agora e enchendo seu perfume.
Deus sabia que preferia sua raiva a seu medo. Por alguma razão o cheiro do seu medo parecia uma afronta que ameaçava o enviar num acesso de raiva.
Ele, que foi criado e treinado para não ter nenhum tipo de emoção. E na maior parte de sua vida, assumiu que sua criação e formação foram bem sucedidas.
Até que pôs os olhos nela, dez anos antes, não mais que uma criança sozinha, enfrentando irados jovens machos Casta com nada mais que bravatas e fúria.
Ouviu o suspiro que ela tentou esconder, e lutou para evitar consolá-la. Inferno, queria puxá-la em seus braços, aquecê-la, consolar, e simplesmente não era possível.
Ele não correria o risco de ela ser vista. Não podia arriscar qualquer suspeita que ela estivesse no veículo, em direção ao Santuário.
—Deveria ter ficado no Haven,— ela finalmente disse suavemente.
—Por que não ficou?— Estaria segura lá. Não haveria nenhuma maneira no inferno que o grupo a procurando pudesse entrar no complexo principal protegido pela maior parte das Castas Lobo existentes.
Olhando para ela, viu o flash de vulnerabilidade em seu olhar, a necessidade dolorida, a consciência feminina de uma atração que não podia lutar.
—Você estava lá,— ela disse suavemente.
Navarro virou a cabeça para a frente, apertando seu queixo. Entendia o que ela não estava dizendo. Pela mesma razão, raramente ficava muito tempo no abrigo quando sabia que ela estava lá. Porque a tentação era muito grande.
O elo de comunicação em seu ouvido buzinou, sinalizando um comunicado de entrada de Jonas. Levantando a mão, fingiu ajustar o fone de ouvido enquanto pressionava duas vezes, indicando que estava ouvindo, mas só responderia, se necessário. Mica não colocou o link, e se pudesse evitar assustá-la mais, então faria exatamente isso.
—Acredito que Mica está no escuro?— Jonas arrastou as palavras, esperou e depois continuou. —Stygian e Rule estão no veículo na sua frente, Lawe, eu, Mordecai e Cavalier estamos atrás de você. Há relatos de todas as estradas para o Santuário sendo vigiadas. Enforcers estão se mobilizando ao longo do caminho e estarão nos apoiando. Este é um grupo bem organizado, determinado e estão cobrindo todas as paradas.
Navarro cerrou os dentes e lutou contra uma maldição.
—Não sabemos quantas, — ele perguntou. Não havia como esconder isso dela.
Ao lado dele, ela estava puxando o fone de ouvido e o som da ativação clicou em toda a linha.
—Senhora Toler , — disse Jonas, saudando a presença dela. —Como vai?
—Com frio, fome e chateada, — ela respondeu docemente.
Jonas deu uma risadinha. —E nenhum de nós pode culpar você por isso. Vou ver o que posso fazer para corrigir os dois primeiros, o último, me desculpe dizer, não posso fazer nada para corrigir no momento.
—A menos que tenha culpa, não sua responsabilidade corrigir, — respondeu ela. —Não é culpa sua, não é, Sr. Wyatt?
Havia mais de um som de divertimento em toda a linha compartilhada, por certo.
—Não desta vez, — garantiu ele. —Ainda vou ver o que posso fazer sobre a próxima aventura que for forçada a fazer.
—Qual é nossa posição?— Navarro cortou o jogo enquanto alcançava atrás do banco e puxava o pacote que tinha jogado ali anteriormente.
—Em cima de um rio de merda, — grunhiu Jonas. —Felizmente, temos alguns remos. Temos equipes se mobilizando e devem começar a nos encontrar do outro lado do túnel. No momento que alcançarmos a linha de posição, teremos um comboio de merda se deslocando ao Santuário, com mais espera pela frente. Deveríamos ter mais de trezentos enforcers, Felinos, Lobos e Coiotes, na unidade para Buffalo Gap. Duvido que nossos amigos vão atacar.
—Ou poderiam aproveitar a oportunidade para atacar e retirar na primeira resposta de seus enforcers, — disse Mica.
—Uma situação que consideramos, — Jonas concordou. —Felizmente, temos também dois aviões no ar, backup via satélite, e vários outros planos de contingência à nossa disposição. Até que tenhamos um dos heli-jatos, transporte seguro é algo de que não podemos depender. Temos tudo sob controle contudo. Estará sã e salva em poucas horas.
—Quem está por trás disso?, — Ela soltou, a raiva e o medo em sua voz rouca agora.
—Um tema que teremos que discutir numa data posterior, — informou Jonas. —Até então, fique abaixada e fora de vista. Vou atualizá-lo se outros relatórios chegarem.
—Com toda a segurança, qual o sentido de ficar abaixada?— Ela perguntou, a voz firme.
—Dessa forma não estarão certos do veículo alvo caso se decidam tentar matá-la, em vez de sequestrar.— Isso era Jonas. Acasalar com certeza não o ensinou a suavizar o golpe, pelo que parecia.
Navarro viu pelo canto do olho quando ela puxou o link de sua cabeça e o jogou através da parte traseira do SUV. Por um segundo, as lágrimas brilharam em seus olhos, antes que fossem rapidamente cobertas.
—Vamos discutir isso mais tarde, Jonas,— Navarro prometeu em voz baixa.
—Sem dúvida vamos, — Jonas suspirou. —Olha, Lobo, não tenho tempo para sentimentos feridos aqui. Nós dois estamos bem conscientes das apostas. Se perdê-la, então temos chance de perder Cassie pelo simples fato que a culpa vai destruí-la. Nossos inimigos sabem, assim como nós sabemos. Se pegarem a menina, então estão efetivamente sequestrando ambas as mulheres. Acho que concordamos que não é o melhor cenário para as Castas no momento.
Porque Jonas seria forçado a desistir do prêmio que roubou meses antes quando capturou Phillip Brandenmore e o prendeu nas celas subterrâneas do Santuário.
Se tivesse que fazer uma escolha entre Brandenmore e o par Mica e Cassie, então Cassie ganharia com as mãos para baixo. Sua importância garantia Mica pelo simples fato que as duas jovens eram tão próximas.
—Colocaremos algumas coisas no veículo, na primeira oportunidade para deixá-la mais confortável, — Jonas prometeu quando Navarro se recusou a comentar mais. —Vamos discutir isso no Santuário.
—Aposte nisso, — afirmou Navarro friamente antes de desligar e virar para Mica.
Ela estava olhando para o teto do SUV inexpressivamente, obviamente se distanciando tanto quanto possível de toda a situação.
Tinha esse hábito. A viu fazer isso muitas vezes quando era forçada a ir para o Santuário ou Haven com Cassie por razões de segurança, ao longo dos anos.
—Tenho que dizer, ele ainda é um idiota, — ela suspirou, continuando a olhar para o teto. —Prefiro ir para o Haven o mais rápido possível.
—Tão logo seja possível, — ele concordou. —Vou tomar as providências logo que um dos heli-jatos volte do estado de missão.
—Precisam de mais heli-jatos.
E era a verdade.
O fato era que, no momento, não havia uma maldita coisa que pudesse fazer sobre isso ainda. Não havia mais heli-jatos, e estavam presos em terra, percorrendo a noite numa tentativa de levá-la para a segurança.
Ao passarem por baixo do rio Hudson, através do Túnel Lincoln em Nova Jersey, os céus se abriram de novo com sua fúria líquida batendo as folhas em torno do SUV.
Cougar, felizmente, estava em seu elemento. O SUV nunca perdeu velocidade, mas continuou num ritmo suave e duro enquanto a outra Casta se apressava na direção do Santuário.
Era a base de origem da Casta Felina, mas compartilhada com lobos e coiotes, quando precisavam. Todas as Castas habitavam ambas as bases, mas foram inicialmente designadas uma felina, a outra lobo.
Mica estava em casa tanto no Santuário como no Haven, embora fosse no Haven que passava a maior parte do tempo, devido à sua proximidade com a casa do pai, no Colorado.
Ela não estava em casa no meio de uma tempestade, correndo numa rodovia interestadual a oitenta quilômetros por hora, enquanto estava deitada na parte traseira de um SUV, à mercê de um Casta lobo e um Felino teimoso com problema de atitude.
E estava olhando para o lobo como se tivesse toda a confiança do mundo nele.
Esse olhar nos olhos dela o fez querer rastejar atrás com ela e mostrar-lhe exatamente porque não devia confiar nele. Não havia nada no mundo que quisesse mais agora que afundar o pênis tão profundamente dentro dela quanto possível.
Transar com ela se tornou uma obsessão. Não era o calor, graças a Deus, mas era um inferno de muito mais que desejo. Era uma necessidade que deixava seu pau tão duro que estava pronto para estourar direto em seu jeans.
—Cassie me avisou para não voltar para casa, — suspirou no silêncio desconfortável que desceu sobre o veículo. —Ela disse que eu acabaria correndo sob a chuva.— Um riso macio flutuou em torno de seus sentidos, quando olhou para ela, observando como olhava para o teto do SUV. —Eu disse que não derreteria.
Ele podia apenas imaginar essa conversa. Cassie raramente compreendia as muitas visões que tinha agora que estava amadurecendo. Como se sua mente não quisesse aceitar o mundo paranormal que existia à sua volta e, muitas vezes a arrastava para dentro de sua esfera.
—Não vai ficar feliz comigo, — ela suspirou novamente quando ele permaneceu quieto.
—Ela raramente fica quando você vai embora.— A maioria das Castas que conhecia Cassie bem sabia que ela raramente ficava satisfeita quando Mica voltava para a vida que estava tentando construir para si mesma.
Era uma das Castas cuja vida muitas vezes era manipulada apenas o suficiente para mantê-la crescendo, ou impedí-la de se afastar para longe deles.
Navarro questionava se Mica compreendia sua amiga, ou o que era necessário para dirigi-la. Às vezes, Navarro estava certo que ninguém tinha uma chance de compreender plenamente a Casta híbrida Lobo / Coyote ou a amiga que estava tão perto. Definitivamente, não havia nenhuma Casta capaz disso.
Mas Navarro se encontrou considerando a segunda alternativa. Havia algo em Mica, um mistério que precisava descobrir, e que atraía seu treinamento, genética, toda a sua criação.
Foi criado como um homem de muitas faces. A Casta feita para se adaptar a qualquer situação, qualquer personalidade ou temperamento necessário para qualquer missão.
Era um mentiroso. Um traidor. Uma Casta que nunca poderia ser confiável, porque foi criado para ser o enganador até o fim. Questionou o que Mica pensaria se conhecesse a genética que o criou.
—Você não está falando comigo, — afirmou, irritada. —Não tenho exatamente a sensação de segurança aqui, Navarro. Isso me deixa um pouco nervosa, sabe?
Ele olhou para ela novamente, apertando sua mandíbula e lutou contra a necessidade de rosnar.
Era emoção. A emoção era uma sensação tão estranha que muitas Castas só podiam reagir instintivamente. Um rosnado, um grunhido, um som de perigo que tinha pouco controle.
—Conhece algum Casta que fale muito?— Perguntou baixinho, consciente de Cougar na parte da frente, bem capaz de sentir o cheiro e as emoções rodopiando atrás dele.
—Cassie?— Havia uma nota de riso em sua voz suave.
Navarro permitiu aos seus lábios um capricho. —Ela tem seus momentos, não é?
—Há momentos que você não pode fazê-la calar a boca, — Mica concordou. —Então vezes em que não pode fazê-la falar nem que sua vida dependesse disso.
—Em outras palavras, uma mulher?— Suas sobrancelhas arquearam quando olhou para ela novamente, tentando conter a excitação pulando entre as pernas.
—Isso não é bom.— Ela espiou para ele através do véu de seus cílios. —Pelo menos nós falamos. Você já tentou conseguir que uma Casta fale, quando querem ficar em silêncio? Falando sobre mula teimosa. Alguns de vocês deixariam a mula com vergonha.
—O roto falando do esfarrapado?— Ele questionou, segurando o sorriso que não sabia ao certo o que fazer.
—Não sou teimosa, — disse ela em negação.
Estava apavorada. Ele podia sentir o cheiro que envolvia em torno de seus sentidos, e a necessidade de tranquilizá-la o fazia fechar os punhos, enquanto lutava contra.
—Você é a mulher mais teimosa que conheci, — ele argumentou, lutando contra a raiva.
No banco da frente, Cougar fez um estrondoso som felino de desagrado. Foi muito baixo para Mica ouvir, mas Navarro não teve nenhum problema em ouvir. O medo que alcançava os sentidos da Casta Felina e era abominável para ele. As mulheres eram simplesmente sua fraqueza, e seu medo garantia de irritá-lo.
Talvez fosse o que tornava a maioria dos machos Casta tão diferentes de suas contrapartes humanas. Respondiam à dor de uma mulher e ao medo, até mesmo uma fêmea que não era Casta. Principalmente, talvez, uma fêmea que não era Casta, porque era ainda mais fraca, muito menos capaz de se defender contra os predadores. O medo e a dor pareciam se aprofundar num instinto animal não identificado que os machos Casta achavam quase impossível ignorar. Aqueles capazes de ignorar o instinto eram raros. Mesmo os chacais que ainda davam sua lealdade aos seus senhores do Conselho de Genética eram afetados.
—Oh, espere, conhece Cassie Sinclair, certo?, — Apontou.
A diversão falsa em sua voz enganaria a maioria dos humanos, talvez até mesmo uma Casta cujos sentidos fossem verdadeiramente recessivos.
Seu recessivos não estavam desligados, embora a fizesse acreditar.
—Conheço Cassie, — respondeu ele com tristeza, embora não sorrisse, não podia sorrir de volta. Tomaria muito mais força interior que possuía no momento para encontrar algo até mesmo como um sorriso falso.
A dor e o medo eram demais. Queria nada mais que puxá-la para ele, abraçá-la, lembrá-la que daria seu último suspiro antes que permitisse que fosse machucada, assim como prometeu.
Estendendo a mão, quase sem pensar, Navarro deixou as pontas dos dedos golpearem seu braço, com uma suavidade que não se julgava capaz.
Sua cabeça empurrou para trás de seu estudo sobre o topo do SUV, arregalando os olhos enquanto o olhava.
—Prometi mantê-la segura.— Não podia puxá-la em seus braços, mas podia dizer a ela novamente, e esperar que isso ajudasse.
—Eu me lembro.— Ela balançou a cabeça lentamente.
—Mantenho minhas promessas.
Ela lambeu os lábios com uma pitada de nervosismo.
—Eu sei.— Ele podia ver os seios subindo e descendo mais rápido, seu olhar escurecendo com uma consciência que ele não esperava.
Então, algo ofuscou o medo e a dor, mesmo a dor que irradiava de suas costelas muito machucadas. Uma emoção que não conhecia o perfume, que não queria sentir rodando em torno dele quando chegou, como se implorando para ser permitida a entrada.
Não era amor, ainda não. Era uma proposta, a emoção exploratória levando a ela, que atingia de modo muito timidamente um homem e uma mulher, acariciando a parede que bloqueava suas próprias emoções.
Gavinhas psíquicas. Podia senti-las como qualquer animal. Poderia identificá-las e fazer a escolha entre aceitar ou rejeitar.
Somente os humanos não estavam cientes de seus próprios dons extrassensoriais. Fechavam os olhos para eles, uma vez que suas contrapartes adultas se recusavam a aceitar os dons.
Animais não as bloqueavam, não as negavam. De muitas maneiras, se comunicavam com elas, deixando seus sentidos fazer por eles o que o homem permitia que seus lábios fizessem. Para falar da emoção.
—Não, Amaya,— ele sussurrou, bloqueando os fios frágeis de emoção determinados a alcançar dentro dele.
—Não o quê?— O sussurro de emoções ficou em pausa, como se mesmo inconscientemente ela soubesse exatamente do que ele estava a alertando.
—Não prometo que não poderia quebrar seu coração carinhoso, Mica. Proteja a ele de mim. Não me deixe tocar essa parte de você. Não me deixe nos destruir desta maneira.
Era um aviso, e o único que daria.
Seus lábios tremeram, e mesmo esperando que ela se recolhesse emocionalmente, esperava que o calor aquecido dessa emoção recuasse, mas ainda permanecia.
—O que faço, Navarro, se já é muito tarde para o aviso?
Santuário era uma das prisões mais belas do mundo, Mica pensou na manhã seguinte, quando estava na janela de seu quarto e olhava a paisagem primitiva que cercava a casa principal do líder felino e sua Prima.
Callan Lyons e Merinus eram a razão do mundo conhecer as Castas. A razão de serem resgatados, a razão pela qual estavam lutando agora para esconder o calor de acasalamento e uma variedade de outros segredos que o mundo jamais entenderia.
Segredos que mesmo Mica não conhecia. Experimentação genética e os avanços desses dons incríveis, dada as criaturas não serem totalmente humanas ou totalmente animais, mas tão misteriosamente no meio, que era nada menos que assustador, fascinante e totalmente sobrenatural.
Ela lembrou que sentiu o fascínio no momento que viu seu primeiro documentário na televisão sobre os resgates. Na escola, foram ensinados que as Castas também eram humanos, que não eram diferentes de outra raça ou outra nacionalidade. Mas Mica sabia de outra coisas, muito antes de ouvir o primeiro professor dar a primeira aula.
—Mica—. Uma batida suave na porta a fez girar da janela para esfregar o frio em seus braços quando a porta se abriu.
—Estou acordada,— Mica respondeu quando Merinus parou na porta.
—Excelente.— Cheia de doçura e uma compaixão inata, que poderia acalmar até a mais feroz das Castas, Merinus entrou no quarto, ficou de lado e com um sorriso permitiu uma jovem fêmea Casta entrar com um carrinho carregado com pequenas porções de café, duas xícaras e o lanche favorito de Mica.
Suas sobrancelhas se ergueram. —Esta é uma agradável surpresa.— Ela sorriu para Merinus com gratidão. —Café quase na cama. Não tenho isso há muito tempo.
—Isso é tudo, Janey.— Merinus sorriu para a menina calma e sombria.
Não era uma Casta leão, nem era lobo; Mica podia identificá-los normalmente.
Janey deu um aceno quase imperceptível antes de virar e sair da sala.
—Tive que encontrar um modo de arrastá-la para fora do buraco que criou para si mesma no alojamento comum,— disse suavemente Merinus quando Janey saiu da sala. —Adora cozinhar, então consegui arrastá-la até aqui e convencê-la a cozinhar para nós.
Merinus era boa nisso, convencendo aqueles ao seu redor a fazer o que queria que eles fizessem. Ajudava que sempre tinha os melhores interesses no coração.
—Ela é muito tímida, — Mica concordou.
Merinus olhou para a porta quase pensativa. —Sim, — ela finalmente disse suavemente. —Janey é muito tímida.
—Ela não é uma Casta leão, não é?— Mica perguntou a Merinus quando a outra mulher empurrou o carrinho a curta distância até a pequena mesa e duas cadeiras assentadas ao lado da janela que Mica estava parada.
—Não, ela não é, — Merinus concordou, mas, em seguida, se ocupou em servir o café e lanche na mesa.
—Não é Casta lobo ou chacal,— Mica disse, investigando mais profundamente enquanto esperava Merinus acabar.
—Não, ela não é.— Merinus recuou antes de tomar o assento mais próximo a ela e apontar para o outro. —Sente-se, Mica.
Mica queria revirar os olhos, mas seu respeito por Merinus simplesmente não permitiria isso.
—É um segredo?— Mica sentou cautelosamente quando Merinus derramou seu café. —Uma espécie de Casta que ninguém mais tem conhecimento?
Merinus deu uma breve agitação de cabeça. —Não, ela não é nenhum segredo, apenas rara. Janey é bengala, e ainda muito danificada. O grupo Casta local a encontrou cerca de três anos atrás num laboratório que nunca seria encontrado se não fosse por um caçador tribal na área, que ouviu os gritos uma noite. Entrou em contato com um dos caçadores que esteve lá antes e levou o grupo para a área.
—Ainda há mais por aí, não há?— Mica perguntou enquanto colocava açúcar e creme em seu café.
—Infelizmente, — Merinus concordou. —Agora, vamos falar de outra coisa enquanto toma café. Me recuso a permitir que qualquer pessoa nesta casa discuta qualquer coisa deprimente antes de comer.
Mica quase sorriu. —Como estão as crianças, então?, — Perguntou ela.
—David está crescendo muito rápido e Erin tem seu pai e cada Casta do local na palma da mão, — Merinus riu. —Incluindo seu irmão mais velho que está convencido de que ela vai ter problemas no momento que começar a andar.
—Conhecendo os pais dela, não há dúvida, — Mica concordou. —David deve ter alguns anos antes que realmente tenha que se preocupar.
—Vamos esperar que sim.— A Prima suspirou. —Caso contrário, Callan pode começar realmente a ter cabelos brancos.
Ambos deviam ter pelo menos alguns fios cinza por agora, Mica pensou, ainda surpresa pelo fato de que, com seu acasalamento, seu envelhecimento natural era muito diferente dos humanos.
Merinus tinha quase quarenta anos de idade, e mal saiu dos 25 que tinha quando conheceu Callan.
E Callan, que já comemorou seu aniversário de quarenta anos antes, ainda parecia adequado, musculoso e no auge como quando esteve na frente de uma câmera de televisão e fez sua reivindicação de ser um incrível Casta.
Não era diferente dos pais de Cassie Sinclair, Dash e Elizabeth, ou outros casais, que muitas vezes ficavam acasalados no Santuário e no Haven por longos períodos de tempo, quando não faziam suas casas ali.
A maioria dos companheiros imediatamente se mudava a uma ou outra comunidade Casta por segurança. O mundo ainda não era um lugar seguro para eles, não totalmente, especialmente para os companheiros. Não eram apenas os cientistas do Conselho que estavam bem conscientes do calor de acasalamento, mas também os membros das sociedades de sangue puro, sem escrúpulos, que estavam desesperados para provar ao mundo que as Castas eram um perigo para eles.
—Certamente há algo que podemos falar que não seja completamente deprimente.— Merinus riu após beber seu café. —Callan disse que Blaine Navarro a trouxe na noite passada com Cougar. O que acha de Cougar?— Merinus se inclinou, seu olhar curioso e divertido.
Foi essa curiosidade que abafou o riso suave de Mica. —Casamenteira não funciona com Castas, — lembrou ela. —É tudo hormonal, lembra?
Merinus sentou, um olhar patentemente de falsa inocência no rosto.
—Mica, nunca tentaria ser casamenteira , — disse ela, mentindo descaradamente.
—Posso não ser capaz de cheirar uma mentira como seu companheiro pode, mas conheço você,— Mica riu de volta. —E sei bem e, muito bem, o que é capaz de tentar fazer, e muito frequentemente.
Merinus ainda não parecia ter êxito quando tentava juntar Castas entre si ou com humanos e Castas. Nunca conseguiu, porque não eram as emoções que importavam.
—Coma seu café da manhã, — disse Merinus, repreendendo-a, mal conseguindo segurar sua própria risada.
Mica seguiu seu conselho enquanto Merinus começava a relatar tudo que aconteceu desde a última visita de Mica à fortaleza da Casta felina no ano anterior. Especialmente sobre no que dizia respeito Jonas, sua filha, companheira dele e sua cunhada.
—Diane está tornando sua vida um inferno, pode se dizer isso, — Merinus contou com um sorriso muito satisfeito. Não era segredo que Jonas tinha frequentemente Merinus ameaçando matá-lo.
Ela o desafiava a entrar em sua casa em mais de uma ocasião e, sempre que possível, assegurava que não ficasse em sua presença por muito tempo.
—Por que ela está fazendo isso?— Mica estava ouvindo com muita atenção. Simplesmente não havia novela tão boa como a fofoca Casta.
—Entre eu e você, acho que está simplesmente ciumenta. Tinha Rachel e Amber para si mesma quando estava em casa. Sua atenção era toda sobre ela sempre que Rachel não estava trabalhando. Quando ela saía, Diane tinha Amber para si, quando a visitava. E deixe-me dizer que é uma mulher que adora sua sobrinha .
—Parece definitivamente ciúme para mim, — Mica concordou.
Merinus se inclinou confidencialmente.
—Acrescente o fato que Harmony está aqui também, com o marido, Lance, e ambas sabemos o quanto ela gosta de picar Jonas. Estou dizendo, Mica, vamos estar tentando evitar uma a guerra de Castas a qualquer momento. Harmony e Diane dizimariam Jonas.
Mica abanou a cabeça. —Rachel não vai permitir isso.— Então pensou nisso e sorriu, era uma luta que gostaria de ver.
Merinus fez uma careta, com pesar, bem-humorada. —E não é uma vergonha? Eu pessoalmente acho que ela deveria simplesmente recuar e permitir que aquelas duas contassem os golpes e o fizessem.
Mica abanou a cabeça. —Vamos, Merinus, Jonas não é tão ruim. É arrogante, concordo, mas adora a todos nós.
O brilho nos olhos Merinus assegurou Mica que a mulher podia considerar questionar sua sanidade.
—Você e Cassie sempre o defendem.— Merinus acenou com a mão depois de um momento com desdém. —A influência de Cassie em você nem sempre é uma coisa boa, Mica—. Merinus sacudiu o dedo para ela então.
Mica não pode deixar de rir com a admoestação.
—Nada é mais importante para ele que nos proteger, — Mica lembrou. —Além disso, a pressão que ele está agora deve ser incrível.
Ambas ficaram sóbrias então. Merinus olhou para baixo, sua expressão triste, de repente. —Tentamos encontrar formas de tirar sua mente disso, acredito, — ela finalmente disse suavemente enquanto seu olhar se levantava. —E é mais fácil voltar a cair nos velhos hábitos para fazê-lo. Mas confie em mim, Mica, todos conhecemos Jonas também. Assim que entender o que o sacana fez com Amber, então usará seus velhos truques de novo.
Mica só podia sacudir a cabeça. —Acredito que o acasalamento e a paternidade serão mudanças suficientes para surpreendê-lo. Além disso, Jonas não está tentando machucar ninguém. Simplesmente quer proteger a todos.
—Da pior forma possível, — Merinus reclamou. —Ele tranca cada companheiro e filho em uma área impenetrável, se possível, e os deixa completamente fora do mundo. Estamos isolados o suficiente como estamos.
E isso era mais que a verdade. Por toda sua beleza, pureza e atividades, como Mica pensou antes, Santuário era pouco mais que uma prisão. Não bastava manter aqueles que prejudicariam as Castas e suas companheiras e filhos fora, mas manter o resto do mundo fora também. As experiências e socialização, tão importantes, eram negadas à comunidade em troca de segurança.
—Pelo menos as crianças podem ir para a escola pública hoje,— Mica apontou. —Isso tem que ser uma melhoria.
—Temos três novos professores.— Merinus cruzou os braços sobre a mesa e olhou para Mica sombriamente. —Mas estou começando a me perguntar se simplesmente criamos mais problemas em forçar esta questão. Quando Callan e Jonas estão em causa, a proteção é pouco adequada, embora a diretoria da escola, muitas vezes chame de escandalosa, e qualquer Casta, Casta cônjuge ou parente de um dos cônjuges Casta está impedida de concorrer para a diretoria da escola por mais cinco anos, para assegurar mudanças que não são benéficas para todas as crianças que não podem ser presas.
—Humm, — murmurou Mica. —Não pode apenas imaginar Jonas ou Callan no Conselho da Escola?, — Ela perguntou de brincadeira.
Ela poderia, e Mica estava muito consciente do fato que não havia uma chance no inferno dela querer ficar cara a cara com um deles.
Merinus estremeceu. —Acredito que poderia ser o que estavam com medo, quando esta regra foi forçada contra nós, se as cartas da diretoria da escola forem qualquer indicação.
Sem dúvida. Mica não podia deixar de rir disso. Qualquer pessoa que conhecesse Jonas Wyatt, e muito menos quem se atrevesse a ficar sob o intenso olhar daqueles olhos prata misteriosa, aprenderia rapidamente que ele não era uma Casta que queria enfrentar.
Era simplesmente assustador num bom dia. A menos que crescesse conhecendo-o, como Cassie e Mica fizeram nos últimos quinze anos ou mais.
E Callan, embora menos assustador, definitivamente não era confortável para ficar por perto quando alguém estava em desacordo com ele.
—Bem, se não tem nenhum comentário sobre o puma, o que dizer de Navarro? Embora, pessoalmente, sou parcial a Castas Leão.
Sem brincadeira. Mica apenas balançou a cabeça em resposta à preferência da prima.
—Não há muito a saber sobre Navarro,— Merinus continuou. —Sherra e eu estávamos verificando os arquivos de seu laboratório, e são incrivelmente leves sobre a informação.
Isso não era surpresa para Mica, no mínimo. Os lobos eram muito menos propensos a permitir alguns arquivos existentes sobre eles no banco de dados compartilhado. Parecia que a maior parte dos felinos estavam menos preocupados sobre quem sabia o quê. A atitude deles era que eram durões, sabiam disso, e não me importavam quem mais sabia.
Castas Lobo por outro lado, sentiam-se muito melhor mantendo essas informações em casa. Ou, de preferência para si mesmos.
—E seu ponto de casamenteira é?— Mica perguntou em diversão.
Merinus franziu o cenho para ela. —Na verdade estou apenas completamente curiosa. Como disse, não há informações disponíveis.
—Como disse, os arquivos de lobos são incrivelmente leves sobre informação— Mica lembrou. —Eu perguntei, mas ninguém com quem falei parece querer responder.
Uma careta de desagrado amuou os lábios da outra mulher. Uma expressão encantadora de desagrado de boa índole que lembrou a Mica que por isso gostava tanto da companhia dessa mulher e a amava como uma tia favorita.
—Então, está presa aqui por um tempo, como ouvi.— Merinus finalmente a encarou de volta com mais seriedade.
—Jonas disse que o heli-jato chegaria esta noite para me levar ao Haven.— Mas Jonas não estava acima da mentira, se sentisse que precisava.
—E supostamente estaria.— Merinus assentiu. —Mas recebemos uma chamada da Rússia. Foi necessário ir para lá imediatamente, e pode demorar poucos dias antes de terminar com a extração. Está segura aqui, enquanto nossos enforcers estão verificando uma situação apertada caso o transporte não esteja disponível.
E essa era a palavra final sobre isso. Mica não podia discutir a necessidade de poupar enforcers quando estava tão protegida aqui, como estaria em Haven.
—Meus pais foram notificados?— Sabia que sua mãe e seu pai estariam assustados no Haven, esperando chegar.
—Seu pai está gritando porque o líder Wolfe se recusa a permitir seu deslocamento ao Santuário para levá-la de volta ele mesmo. Sua mãe pediu ajuda à Lupina, Hope, para chegar aqui.— Ela sorriu com simpatia. —Tenho conversado com ambos, como tem Callan, e os assegurei de sua segurança.
Embora isso não ajudaria seu pai. Ela era sua única filha, sua menina, a princesa como a chamava. Não confiava em ninguém para protegê-la, a menos que fosse ele mesmo.
—É uma coisa boa Cassie e eu vestirmos a roupa do mesmo tamanho, então, — ela suspirou. —Pelo menos vou ter algo para vestir enquanto estou aqui.
—Sinto muito sobre isso, Mica,— Merinus expressou suavemente. —Mas pelo menos não vai sentir muita saudade. Jonas ordenou que Navarro ficasse. Parece que conseguiu um guarda-costas Casta Lobo que faz mais que segui-la à distância. Foi dito para ficar o mais próximo possível de sua bunda, se ouvi Jonas corretamente.
Ela foi criada em torno das Castas, sabia que devia segurar suas reações, mas Mica se consolou com o fato que todos escorregavam algumas vezes. Se o olhar no rosto de Merinus fosse qualquer coisa perto, quando Mica olhou por cima de seu café, então definitivamente tinha escorregado.
A testa de Merinus arqueou. Mica sentiu-se ruborizar pela consciência que estava verdadeiramente apanhada.
Então Merinus sorriu. Mica conhecia a outra mulher há mais de 12 anos. Como Cassie, passou as férias no Santuário, foi escondida lá durante momentos de perigo, e chegou a conhecer esta família, assim como conhecia Wolfe e Hope Gunnar, o líder e a Lupina no Haven.
E sabia que Merinus podia cheirar o interesse. E isso foi tudo faria seus instintos casamenteiros alavancarem.
—Bem, talvez sua visita seja mais emocionante do que antecipamos.
E essa era a única coisa que Mica tanto temia como desejava.
Castas foram treinados desde a infância a existir com pouco sono, tirar poder de cochilos, os olhos abertos, se necessário. Fora do treino, aprenderam como definir um relógio interno, deixando seus sentidos primitivos abertos, de modo a deslizar num coma profundo, de sono curativo no maior tempo possível.
Oito horas. Foi há um longo tempo que Navarro encontrou tempo, capacidade ou consciência de segurança externa para realmente dormir por mais de 3:57 horas.
Raramente ficava no Haven tempo suficiente para se trancar em sua pequena casa e simplesmente dormir, e no resto do tempo estava em missão ou rastreando os restos do laboratório Omega e os restos do Conselho de Genética trabalhando agora com as sociedades de puro sangue para encontrar uma maneira de destruir as Castas.
Passaram 14 anos desde que as Castas se revelaram, e ainda havia aqueles que acreditavam que não tinham lugar no mundo e não tinham direito de estar lá. Isso por causa de sua criação, porque foram criados, em vez de nascer, não tinham direito à sua liberdade.
Tantos anos desde a revelação de sua existência, e ainda estavam lutando.
Era uma batalha que Navarro temia nunca ganhar. Uma batalha que temia acabar novamente na clandestinidade e lutando para simplesmente sobreviver.
Agora tomaria um banho e vestiria as calças de algodão fino cáqui, camisa e botas de couro confortáveis que preferia quando não estava em missão.
Elegante.
Afastou a massa grossa, reta de fios negros de seu cabelo antes de caminhar para o banheiro grande e pelo quarto, chegando a uma parada lenta, cautelosa.
Sua cabeça levantou, as narinas queimando, quando o cheiro dela chegou até ele, deslizando através de seus sentidos, como suave carícia. Como o toque de seus dedos.
Seu pênis endureceu, e caramba, tão rapidamente e forte que estava um caralho de doloroso.
Ele sufocou um gemido, suas mãos percorrendo seu cabelo enquanto um trejeito duro apertava seus lábios. Este não era seu dia. Não era sua semana, era óbvio. E hoje isto — ele deu uma sacudida de cabeça antes de passar rapidamente sua língua sobre os dentes inferiores.
Certo, sem glândulas inchadas.
Não estava rosnando para o sexo, apenas à beira de rosnar para ele.
Não é acasalamento. Ainda.
Segurando a nuca, se perguntou que diabos estava acontecendo aqui, mas não conseguia parar a fome por ela. Sua capacidade de tomar outra mulher estava escurecida. Todo o interesse em ter qualquer mulher, além de Mica, em sua cama o abandonou desde a noite que a beijou no Haven, há mais de um mês atrás.
Ela estava lá fora. Esperando por ele.
Seus lábios se curvaram, quase um sorriso. E estava certa que iria surpreendê-lo. Porque ela acreditava que sua genética recessiva incluía seu sentido de olfato.
Ele quase balançou a cabeça. Ele diria a verdade em breve, mas caralho, se não era bom o momento em que relaxou, acreditando que poderia ser ela mesma com ele. Que não tinha que se forçar sobre sentir seus pequenos exageros de verdade. Acima da reação quente de seu corpo para ele.
Como ficava quente e molhada sua buceta quando estava por perto.
Como estava quente agora.
Ele não era uma Casta de ignorar essa necessidade também.
Continuando sua jornada pelo quarto, entrou pela porta na confortável sala de estar da suíte, em seguida, deu uma parada rápida, como se estivesse surpreso.
Ela não ficaria feliz quando soubesse da verdade sobre seu suposto sentido recessivo.
—Agora, estou bastante certo que tranquei a porta.— Suas sobrancelhas arquearam, enquanto olhava para ela, bastante impressionado com a forma como parecia confortável enquanto descansava na cadeira de espaldar alto em frente a ele.
Mica sorriu discretamente. —Sou realmente muito adepta de abrir fechaduras. Jonas esqueceu de mencionar?
—Ele fez, — ele admitiu quando inclinou a cabeça ligeiramente para o lado e a olhou com um curioso senso de diversão e sentiu os tentáculos da emoção chegando nele mais uma vez.
—Ouvi dizer que é o grande guarda-costas mau aqui.— Seu sorriso, embora hesitante, era encantador como o inferno. A curva de seus lábios e o brilho do riso que iluminava o verde em seus olhos verdes de ouro transformava o rosto de incrivelmente bonito a completamente sensual.
—Ouvi que eu era seu grande guarda-costas mau, — ele emendou, a observando de perto enquanto movia rigidamente seus pés, seus sentidos pegando a rigidez e dores nas costelas que ela se recusava a ceder.
—Isso foi o que ouvi também.— Soltou um sorriso sedutor que fez suas bolas apertarem. —E me disseram que eu devia vir encontrá-lo antes que pudesse sair da casa principal. Então vamos começar, meu guarda-costas.
—E onde vamos?, — Perguntou ele, se movendo atrás dela, enquanto pegava o casaco que ela jogou sobre a cadeira atrás da porta.
Agarrando o casaco de couro preto que tirou do armário que mantinha no quarto dos enforcer no Santuário, ele a seguiu pela porta, fechou e trancou firmemente enquanto ela se virava e o observava.
—Onde vamos depois?, — Perguntou ele.
—A Dra. Morrey me chamou aos laboratórios para um check-up , — disse ela, em nada satisfeita com esse fato. —Jonas parece achar que eu deveria tirar raios-X, e meus pais estão tendo chiliques porque não quero. Para evitar minha mãe soluçando ao telefone, prometi que o faria imediatamente —. Encaminhou-se para as escadas.
—Poderíamos pegar o elevador.— A alcançando, ele pegou o pulso dela antes que pudesse dar o primeiro passo. —Seria mais fácil para suas costelas.
—Estão doloridas, não quebradas, — informou ela, o desprazer crescente.
—Bastante doloridas para que voluntariamente tomasse o elevador quando chegamos de manhã, — lembrou ele. —A única razão de não acabar com uma costela quebrada foi pura sorte, Mica.
Seus lábios apertaram quando arrumou o cabelo atrás da orelha esquerda e olhou para as escadas, desconfortável. —Se eu desistir, então é como admitir que me machucou, — ela murmurou. —Odeio esse sentimento.
Era uma sensação que ele e mais de mil homens Casta poderiam totalmente entender. O Conselho tinha poder suficiente sobre eles que até mesmo pensar em mostrar sua dor podia preenchê-las com fúria.
—Não estão aqui para ver, — ele garantiu a ela quando a puxou de volta da curva escadaria elegante da antiga mansão histórica do Sul e a levou ao fim do corredor onde o elevador privativo estava localizado. —Ninguém está aqui para ver, além de mim.
Ele apertou o botão para baixo, então esperou que as portas deslizassem suavemente abrindo com um assobio suave, antes que ele entrasse. Ele quase sorriu ao incentivá-la, puxando seu pulso.
Uma vez que estavam fechados no pequeno cubículo, apertou o botão para os laboratórios médicos, e conteve a tensão que, de repente queria envolvê-lo.
Mesmo quando começou a chicotear ao redor dele, porém, sentia as nuvens de calor que já estavam se tornando muito familiares, que pareciam chegar até ele, inconscientemente, envolvendo em torno dele, e ele xingou, bloqueando a desconfiança crescente que sentia quando o elevador começou a descer muito abaixo do piso principal da casa.
Ela fitava as portas de elevador com uma carranca, sua expressão ainda amotinada. Conforme Navarro a olhava pelo reflexo no aço brilhante das portas em frente a ela, sabia que aquelas gavinhas de emoção, calor, que irradiavam dela deviam ser subconscientes.
Era esta a razão porque Dash chamava esta jovem mulher para o lado de sua filha sempre que a vida de Cassie parecia estar fora de controle? Porque a empatia parecia ser uma parte natural e instintiva, estendendo o braço para aqueles que ela cuidava?
—Odeio elevadores, — suspirou. —E este sempre é tão lento. Quando Callan vai atualizá-lo para um desses modelos pouco interessantes e rápidos que não levam o dia todo para chegar ao laboratório?
—Acredito que ele pode ter mencionado algo sobre o inferno congelar da última vez que Jonas fez essa pergunta, — Navarro respondeu tristemente. —Conhece Callan. Odeia mudar o interior da casa mais que o necessário. Conhece todas as suas peculiaridades e todos os seus defeitos. Diz que não quer aprender novos truques.
—Isso é muito errado.— Moveu-se para cruzar os braços sobre os seios, em seguida, deixou-os cair dos lados, mais uma vez com um suspiro cuidadoso.
—Como eles te pegaram?— Era uma pergunta que tinha evitado, incerto se realmente queria saber a verdade de quem começou a matança.
—Uma fuinha,— ela finalmente respondeu com uma ponta de nojo de si mesma. —Estava trabalhando numa história com um dos repórteres do jornal. O contato com quem trabalhava me deixou uma mensagem para encontrá-lo, disse que tinha alguma informação.— Ela olhou para ele com uma ponta de raiva. —Eu deveria saber melhor. Estavam esperando por mim quando entrei no corredor que levava à saída onde eu deveria encontrá-lo.
—Quem era seu contato?, — Perguntou ele com cuidado.
Um sopro suave de exasperação alcançou sua pergunta. —Realmente acha que vou responder essa pergunta, Navarro? Não acha que estou em torno das Castas há tempo suficiente para saber exatamente o que acontece quando alguém é burro o suficiente para atravessar você? Iria direto bisbilhotar e Dash e papai, então todo o inferno choveria sobre a cabeça do fuinha. Esqueça isso.
Ele olhava para a frente. —Prometo não chamar Dash, simplesmente preciso saber quem vigiar para resolver esta situação.
—Não sou idiota.— O elevador terminou sua descida, impedindo que ela terminasse de falar, e abriu as portas sem problemas. —Apenas o mataria sozinho.
Sua mandíbula se apertou. Queria o nome de seu contato. A fuinha não era um homem, era um maldito rato e Navarro era a Casta Lobo prestes a ir à caça.
A visão que encheu seus olhos quando o elevador abriu, não ajudou seu humor. Um Casta Lobo atribuído à segurança do laboratório era o que ele não esperava.
—Mica, enfim chegou aqui.— Josiah Black estava apenas fora do elevador, seus olhos cinza-azulados em Mica quando saiu do elevador. —A Dra. Morris esteve à sua espera na maior parte da manhã. Realmente a esperava na noite passada.
—Na noite passada estava morta para o mundo.— Pisando no corredor de aço revestido, ela aceitou o abraço carinhoso que Josiah deu, seus braços envolvendo em torno dela enquanto Navarro sentia, assim como perfume, o cheiro de sua excitação.
—É danado de bom te ver de novo, Mica.— O tom de Josiah, seu jeito de ser, era de ternura. Algumas Castas não notariam.
Navarro não rosnou, mas se aproximou antes que ela recuasse do abraço do outro Casta. Disse a si mesmo que tinha mais controle que isso. Seus dedos não formavam punhos, e não era idiota para empurrar longe o outro Casta.
Era tudo que podia fazer para segurar parte de seu temperamento.
Ciúme?
Não, não era ciúme, disse a si mesmo, simplesmente um sentimento de posse. Não a tinha ainda. Tudo que tinha era seu gosto doce, e queria mais. E a teria antes que Josiah tivesse a chance de sequer começar uma sedução.
Pisando com cuidado entre os dois, Navarro estendeu a mão envolvendo possessivamente as costas de Mica, antes de pressioná-la para a frente.
—Nos vemos mais tarde, Black, — declarou Navarro pejorativamente enquanto ignorava a tensão que, repentinamente invadiu os músculos de Mica.
O fato que não estava satisfeita era impossível de não notar. Mas estaria condenado caso se importasse. Não tinha o direito de abraçar outra Casta. Inferno, entrar nos braços de ninguém, além dos seus.
Esse era um sinal perigoso, e sabia disso.
Checou sua língua novamente, malditamente confuso sobre o fato que não havia inchaço das glândulas. Ele se assegurou que era uma coisa boa também. Era o último Casta que precisava encontrar sua companheira.
Tinha muitos segredos em seu passado para permitir que qualquer mulher ficasse confortável com ele, especialmente uma mulher como Mica. Exigiria a verdade, e Deus ajudasse o amante que se atrevesse a mentir para ela.
—Mica. Estarei de folga nos próximos dias , — Josiah disse, enquanto seguia atrás deles. —Poderíamos almoçar ou algo assim.
O bastardo. Sabia que Mica que já estava chateada, e estava usando isso.
—Almoço soa muito bem, Josiah.— Mica parou, ignorando a mão de Navarro em suas costas e virou, e naquele instante intermitente Navarro cheirou o terror puro riscando por ela, mesmo enquanto os alarmes de emergência começavam a tocar através do corredor revestido de aço, fortemente protegendo os laboratórios médicos subterrâneos.
Seus sentidos, seus e de Josiah, falharam de alguma forma. Quase em câmera lenta ergueu a cabeça; seus reflexos, nítidos e precisos, ainda eram muito lentos.
Houve só um segundo para jogar Mica de lado quando a primeira rajada lançou Josiah na frente dele.
Estava ciente do gemido de Mica quando bateu na parede, o choque de Josiah, sentir a explosão de energia em suas costas.
Como Brandenmore conseguiu colocar as mãos num blaster?
Esse pensamento veio quando Josiah foi atirado contra ele como uma tonelada de tijolos. Ele se sentiu andar para trás enquanto lutavam para evitar a colisão, para chegar a Mica.
E ambos falharam.
Ambos deixaram Mica para o selvagem, o bárbaro insano que já não era um homem.
Mica rodou, a agonia em suas costelas lembrando o tornozelo quebrado que teve quando tinha dezoito anos e Cassie fez tudo menos intimidá-la a ir até o Haven.
Esse passeio de sua casa para Haven foi tão doloroso que amaldiçoou Cassie o tempo todo. Assim como xingou quando ela e Cassie estavam treinando no ginásio do Haven e ela caiu e quebrou o osso em seu antebraço.
Essas desventuras anteriores tinha ensinado algo para ela contudo. Anos de erros e propensão a acidentes fizeram Mica se acostumar a ter que se mover — quando doía. Estava acostumada a andar com um tornozelo quebrado, a ajudar uma contundida Cassie a fugir pela floresta, depois que Mica quebrou o osso de seu braço, porque uma Casta Coiote conseguiu entrar no Haven para atingí-la.
Cassie a tinha levado através de sua floresta, e Mica ajudava a amiga andar quando o mundo girava em torno dela. Ela a apoiou quando Cassie ficou quase inconsciente, e orou o suficiente para que ainda sussurrasse suas orações através de seus sonhos, quando se lembrava daquele tempo em seus pesadelos.
Embora este não fosse um pesadelo. E não estava no meio da floresta, com muito espaço para se mover e se esconder. Estava no meio de um corredor revestido de aço, pisos abaixo da terra, com um louco a empurrando na parede enquanto ela tentava empurrar para o lado para escapar dele.
Isso não impediu que um grito escapasse dela, porém, ou a agonia irradiando através dela. Estava debilitada, porém, pelo terror da criatura roncando em seu ouvido, sua saliva escorrendo pela pele nua, onde a blusa deslizou até a borda do seu ombro.
Ele deveria estar morto.
Mica tentou cavar suas unhas na parede de aço ao lado de onde seu rosto estava pressionado contra sua respiração superficial, os joelhos fracos, e pelo canto dos olhos ela viu a luta de Josias e Navarro aos seus pés.
—Eu sei quem é você.— A criatura grunhiu em seu ouvido, apertando os dedos na lateral do seu pescoço, as unhas esfarrapadas tentando rasgar sua carne. —Você não deveria estar aqui, prostituta.— Os dedos da outra mão emaranharam em seus cabelos, sacudindo a cabeça para trás até que não conseguia ver nada além dos torcidos e enfurecidos traços de um homem que deveria estar morto.
Ela olhou para o vermelho cintilante nos olhos castanhos, ofegando por ar enquanto a saliva escorria por seu rosto. Como se ele não pudesse engolir, não pudesse conter o veneno viperino em sua alma por muito tempo.
—Desculpe sobre isso, — ela ofegou. —Só me dê um segundo e prometo que vou sair.— Ela não podia evitar. As palavras apenas saiam enquanto o alarme estridente que ecoava pelos corredores de repente parou.
No silêncio, suas palavras pareciam ecoar com a discordância das sirenes.
—Prostituta!
Ela não conseguiu segurar a respiração agoniada, o gemido, a dor intensa demais para se permitir fôlego para gritar.
Ela ouviu um rosnado baixo, perigoso, o som de passos, uma maldição ecoando em torno dela quando a dor ameaçou roubar sua consciência.
—Recue, Navarro!— O grunhido de Jonas era grosso, perigoso, como a sensação da forte pressão em suas costelas que faziam lágrimas jorrar dos olhos dela.
Brandenmore tinha seu braço apertado na área ferida, colocando uma pressão horrível numa área onde nenhuma pressão podia ser tolerada.
—Jonas Wyatt.— A voz demente fez a saudação mais como uma maldição. —Você fez isso, não é, aberração? Você a trouxe aqui. Descobriu que eu tinha planos para ela.
Planos para ela?
—Oh sim, — ela engasgou, se contorcendo em agonia. —O fodido coiote era sua cria?— O Coiote bastardo que fez tudo, menos quebrar suas costelas estava sob as ordens de alguém.
—Ele vai morrer agora, — ele sussurrou em seu ouvido. —Você o matou.
Ah sim, ela se sentiria culpada por isso. No próximo ano, talvez.
—Ela não vai ajudá-lo, Phillip,— Jonas o advertiu, e Mica só queria rir.
Era a dor, a estava deixando louca, e Cassie não estava aqui para ela amaldiçoar.
—A auto-proclamada melhor amiga de Cassie Sinclair?— O rosnado de Phillip soou como o de um Casta. —Sua pequena princesa favorita, Wyatt? Trocaria seu próprio pai por ela.
—Sem dúvida,— Jonas falou devagar com uma fachada de diversão. —Ela gosta mais de mim.
E não era uma maldita verdade.
—Será que gosta agora?— Sardônico, manipulador, Phillip Brandenmore soava como um monstro pronto para morder a cabeça dela. Um calafrio correu até sua espinha quando as unhas ásperas acariciaram sua jugular. —Será que gostará tanto de você se souber que você deliberadamente permitiu que fosse para casa? Que foi avisado que ela seria um alvo?
—Tarde demais, — Mica sibilou. —Já sabia.
Deus, tinha que tirar seu braço de suas costelas antes que apagasse de vez. Mal conseguia respirar. Era ainda pior que ter Navarro deitado sobre ela na traseira do SUV.
Brandenmore riu da dor em sua voz. —Sabia que eu estava aqui, menina?
—Pesadelos, — ela ofegou.
Brandenmore fez uma pausa. —O que disse?
Houve uma diminuição da demência em seu tom de voz? Na pressão contra suas costelas? Oh Deus, o que ela disse para fazê-lo pensar? Certamente devia dizer outra vez.
—Está machucando-a, Phillip, é isso que quer?— Jonas perguntou, então, sua voz baixa, amaciando.
Essas unhas ásperas acariciaram seu pescoço novamente, raspando, parecendo como se estivessem descascando a camada protetora da pele de sua carne.
—Você tem pesadelos?— Ele estava tenso atrás dela, e tão forte. Seus dedos estavam apertando seu cabelo, forçando, puxando os fios sensíveis, e seus joelhos ameaçaram dobrar.
Suas unhas rasparam a carne dela novamente quando piscou contra as lágrimas.
Não conseguia respirar. Não podia inspirar profundamente. Suas costelas pareciam como se um punhal fosse enterrado entre elas.
—Me responda!, — Ele rugiu.
Mica gemeu de dor. Não podia chorar, não podia gritar. Não havia fôlego para isso, a dor lancinante em seu corpo.
—Tem pesadelos?
—Sim, — ela ofegou, sacudindo as mãos na parede para os pulsos poderosos da criatura a segurando tão facilmente.
Ele era Phillip Brandenmore, mas não era.
Deus, Kita Engalls, sua sobrinha, devia viver no inferno, sabendo o que seu tio se tornou.
—Quais pesadelos tem?— Ele pareceu fazer uma pausa, as unhas agora cavando a carne do seu pescoço quando outro gemido saiu.
Atrás de Brandenmore, podia ouvir Navarro rosnando. Esse baixo, quase inconsciente rosnado que os Castas Lobo usavam quando levados ao limite, enfurecidos.
Se Bradenmore desse uma única abertura, então estaria morto.
—Monstros, — respondeu ela, com mais lágrimas, lutando contra o medo e o pânico, sabendo que morreria se uma das Castas não descobrisse como tirá-la de suas mãos, ou às armas que o monstro segurava. —Monstros me encontrando.
Era a verdade. Esse era seu pesadelo, um sonho retirado da noite de triste horror que passou perdida nas montanhas ao redor da fazenda que seus pais possuíam em Kansas, logo depois que Cassie e sua mãe estiveram lá com Dash Sinclair.
Tinha um Coiote a perseguindo, brincando com ela, assegurando que seu pai estava morto quando não estava.
Mais uma vez o medo estava rasgando seus sentidos.
Navarro. Por que não fez um movimento ainda? Por que não ia salvá-la?
—Eu sou o monstro, — ele sussurrou em seu ouvido, seus dedos alisando até que se envolveram em torno de seu pescoço muito confortavelmente para sua comodidade.
Seus olhos se fecharam por um instante, a respiração dura, finalmente, os efeitos a enfraquecendo.
Estava arranhando os dedos, mas eles não se soltavam.
—Você a está machucando, Phillip,— Jonas repetiu, com a voz muito calma, quando ela começou uma luta desesperada para escapar.
—Eu quero te machucar, — ele rosnou em seu ouvido.
Haviam muitos sons. Jonas estava subitamente rosnando, um estalo de fúria atrás de Phillip, a voz de Callan, de repente, entrando na briga com um comando nítido. —Mica, pare de lutar. Se matar você, sua sobrinha Kita nunca irá perdoá-lo.
Kita? Kita não estava aqui. Mica encontrou apenas uma vez a sobrinha de Brandenmore, a mesma sobrinha que ele tentou matar quando soube que tinha acasalado com um Casta no mês passado.
Atrás dela, Phillip ficou tenso novamente, mas a soltou. Seus dedos abriram apenas o suficiente para ela puxar uma respiração profunda, para se preparar.
E então todo o inferno pareceu desatar.
Navarro lutava com a ordem de Jonas para recuar, esperar. Podia sentir a insanidade dentro de Phillip Brandenmore, o animal demente nascido do soro Casta que injetou em si mesmo, agarrando com fúria selvagem qualquer aparência de humanidade sob a onda de fúria.
A fome de sangue, morte e vingança era um cheiro de óleo escuro, podre e abrasivo para os sentidos. E estava focado totalmente em Mica.
Sua dor e medo se estendiam para Navarro, os tentáculos envolvendo em torno de seus sentidos como um grito carregado de desespero.
Quando os fios de fome e emoção nascidos do amor evoluindo o aqueceram e excitaram, essa sensação rasgou em seus sentidos e pareceu despertar o animal adormecido dentro de si para a consciência, plenamente enfurecido.
Veio à consciência com uma rapidez que não poderia ter previsto, e maldição, com certeza não esperava. Arranhando as garras de fúria em seus sentidos, como um rosnado furioso puxando os lábios para trás de seus dentes e o deixando agachado, preparando-se para saltar.
Teria apenas uma oportunidade. Se falhasse, Deus nos livre, se não derrubasse o monstro na primeira tentativa, em seguida, Mica pagaria o custo.
—Recue!— Jonas estalou, e uma parte distante, quase humana de Navarro reconheceu e ignorou totalmente a ordem.
Jonas Wyatt comandava a lealdade do homem, não a entidade despertada para a vida, furiosa dentro dele agora.
Era semelhante ao que rasgava o interior de Phillip Brandenmore, exceto que o animal rosnando dentro de Navarro era uma parte natural de sua genética, do que era e do que estava em seu núcleo.
Uma Casta de Lobo.
Ao lado dele, podia sentir Josiah tenso, bem como, o sinal de Jonas que segurasse Navarro. Não havia como segurá-lo e ambos sabiam disso. Estavam perdendo tempo na tentativa.
Josiah podia tentar. E podia encontrar seu sangue derramado pelo esforço de afastar Navarro da mulher.
Navarro sentiu seu enfraquecimento. O cheiro de suas lágrimas picando finamente nos laços que sempre mantinham o animal dentro dele num sono profundo e tranquilo.
Não tinha a intenção de despertar.
Dava sua força e sentidos, mas não sua consciência. O cálculo, os instintos afiados finamente lavrados dentro de Navarro agora eram diferentes, incomuns. Era o animal despertando com uma fome súbita, voraz por sangue.
Seus lábios se afastaram de seus dentes. Sentiu isso. Um estrondo de fúria, baixo e intenso, e vinha quando nunca o teve antes. Levantando-se da boca do estômago, crescendo em seu peito, e emitindo um som baixo de tanta fúria que ficaria surpreso se não estivesse tão focado na visão dos dedos de Brandenmore em torno da garganta de Mica.
—Poderia matá-la, Jonas,— Brandenmore disse placidamente, seu tom de voz tão calmo que poderia estar discutindo o tempo, e não a vida de uma mulher inocente.
A vida da mulher de Navarro.
Esse pensamento o teria chocado dez minutos antes. Agora não havia tempo para choque, não pensaria nisso. Havia apenas a necessidade, o impulso esmagador para salvá-la.
—Ouça o animal atrás de nós, — riu Brandenmore em seu ouvido. —Blaine Navarro. O mentiroso. O enganador. Você sabe..., — ele acariciou o pescoço dela novamente antes de envolver os dedos ao redor dele, mais uma vez —...ele foi criado para não ter cheiro Casta. Sua genética está apagada a um nível mais profundo, menos o olfato.— Seus dedos apertaram. —A audição—. Além disso. —Visão.— Ele sussurrou as palavras em seu ouvido. —Criado para identificar e assassinar toda Casta, recessivo ou oculto. Pensou que poderia me enganar. Que poderia me derrotar. Eu ajudei a criá-lo. Não pode escapar de mim.
Mica ficou tensa, a respiração irregular enquanto Josiah entrava na frente dele.
Navarro estava perdendo o últimos resquícios de seu autocontrole, contendo a raiva subindo por ele com uma força que já não podia controlar.
—Kita nunca vai te perdoar, Brandenmore. É isso que quer? —Jonas advertiu como se realmente se importasse, quando Navarro sentiu o animal rasgar.
—Ela não vai me perdoar mesmo.
Os dedos de Brandenmore se apertaram, mas o som do gemido de medo e dor de Mica foi ofuscado pelo rosnado enfurecido que, de repente ecoou pelo corredor.
Josiah foi jogado contra a parede com uma força que roubou o ar de seus pulmões e se deixou cair contra o chão, ofegante, com a agonia rasgando seu diafragma, quando Jonas e Callan correram para ele. Não se mexeram para impedir Navarro, era tarde demais.
No espaço que levaram para chegar ao Casta caído, Brandenmore estava gritando sua própria agonia, segurando os pulsos de Navarro quando Navarro o afastou lentamente, lentamente da carne de Mica e levou o homem até os joelhos.
Brandenmore estava gritando, o som de sua dor como uma sinfonia de vingança ecoando através dos ouvidos de Navarro quando Castas correram pelo corredor. Lawe Justice, Casta Leão, um dos dois que eram chamados de mão direita de Jonas, correu para Mica quando ela tropeçou.
—Não!— O som era primitivo, animalesco. Navarro jogou Brandenmore, atirando-o com uma força que quebrou o pulso do monstro num estalo e um grito de agonia quando bateu em Lawe e Navarro pegou Mica enquanto ela dobrava os joelhos.
Estava respirando.
Estava fraca, o medo continuava reagindo, e o choque a deixando tonta, confusa enquanto lutava para entender o que aconteceu e o fato que já não estava em perigo.
—Darei meu último suspiro para impedir que seja machucada, — ele sussurrou em seu ouvido enquanto a embalava contra seu peito e a levantava do chão. —Não te prometi isso, Amaya?
A segurando forte em seu peito, ele observou Jonas, Lawe e Ruler se esforçando para segurar o feral Phillip Brandenmore sob controle até que a assistente do médico, Cameron Lucian, pudesse injetá-lo com o sedativo criado especialmente para o desequilíbrio único que destruía a mente do homem.
Certa vez, Navarro sentiu uma dose de simpatia por ele. Agora, ao vê-lo piscando para a mulher em seus braços, vendo como ela massageava a avermelhada, raspada carne do pescoço, não sentiu nada, apenas uma fúria assassina.
Seu olhar se levantou para Jonas.
—É melhor me deixar matá-lo agora.— Rouca, brutalmente escura, sua voz trazia a promessa de violência. —Vai nos poupar problemas de eu ter que gastar recursos para fazê-lo depois.
Não fazia promessas que não daria sua vida para manter. Mataria Brandenmore, se essa droga maldita que injetou em si mesmo não o matasse primeiro.
O hormônio Casta da mistura que Brandenmore criou era para curar o câncer que o matava e para parar o envelhecimento de seu corpo decrépito.
Em vez disso, criou um soro que estava apodrecendo lentamente sua mente, destruindo-a, e que muito em breve, Navarro ouviu falar, o mataria.
—Não cometa esse erro, Navarro,— Jonas avisou. —Ele é importante demais para permitir que isso aconteça.
Um rosnado furioso de negação atingiu os dentes Navarro. —Se o filho da puta fosse te dar o segredo do soro que injetou em sua filha, então já teria feito, — respondeu ele. —Sua mente está tão deteriorada agora, que duvido que se lembre do que tomou, só do que ainda quer.
—Dê este passo, e terei que te matar, — Jonas prometeu, e como Navarro, não fazia promessas que não pretendia cumprir. —Aquele homem segura a própria vida da minha filha em suas mãos.— Uma careta puxou os traços de Jonas, então, e quando a dor pareceu explodir dele, a puxou de volta. O sentido das emoções que afligiam Jonas enviou um calafrio correndo pela coluna de Navarro. —Tente apressar sua destruição, e você será o único que morre.
Com um súbito e imperioso estalar de seus dedos, Jonas tinha Brandenmore arrastado, fraco e incoerente, agora, de volta a qualquer cela que estava sendo confinado.
—Deixe-o ficar solto novamente, — Navarro rosnou com seriedade mortal —e, prometo a você, estarei esperando.
Se virando, caminhou rapidamente de volta ao salão em frente, na direção que Bradenmore estava sendo arrastado, e na direção da silencioso e pálida Dra. Elyiana Morrey, que observava a cena.
—Leve-a para a sala de exame.— Sua voz suave e compassiva tinha uma ponta de cansaço e desconfiança. —Tenho que verificar Phillip. . .
—Não.— Navarro entrou na frente dela antes que pudesse ultrapassá-lo e cometer o pecado maior de ousar deixar aquele bastardo mais confortável enquanto Mica lutava para respirar, o cheiro de sua dor física rasgando em seus sentidos. —Mica precisa mais de você. Assim como eu.
Não podia adiar por mais tempo. O teste de acasalamento de quando Castas se acoplavam teria que ser feito em seu sangue e Mica agora. Agora mesmo. Seu comportamento estava mudando muito rapidamente. Os sinais do calor de acasalamento que acompanhavam o mau humor extremo e possessivo eram muito suspeitos.
As glândulas sob sua língua não estavam inchadas. Sua pele não estava hipersensível, mas seus sentidos pareciam estar notavelmente mais forte desde o momento que percebeu o sacana colocando suas mãos sobre ela.
Não permitiria isso.
Manipulador e calculista, Brandenmore era perigoso para as Castas antes mesmo que usasse sua pesquisa para criar sua poção fatal. Se estivesse morrendo agora, então seria pela própria mão de Navarro. Brandenmore não permitiria que as Castas vivessem em paz, não enquanto ele vivesse.
A única resposta era vê-lo morto.
Ele mentiu para ela.
Deitada na maca da sala de exame, Mica manteve os olhos fechados, seu braço sobre o rosto, apesar da dor causada pela posição adicional.
Talvez fosse apenas seu fluxo mensal chegando cedo, ou o choque e o medo dos últimos dias. Não era uma mulher chorona, mas as lágrimas estavam caindo de seus olhos como uma torneira que insistia em pingar.
Exceto que estas eram em silêncio. Era uma dor que não podia conter e não entendia por quê.
Não era como se não fosse enganada por alguém que amava antes. Inferno, Cassie sempre mentia para ela em algo, ou simplesmente não dizia. Uma mentira por uma omissão não era melhor. Seus pais mentiram para ela inúmeras vezes ao longo dos anos quando foram forçados a fugir para Haven, como se os cães do inferno estivessem atrás deles. Claro, normalmente estavam exatamente atrás deles. Mas ao invés de dizer a verdade, muitas vezes seus pais asseguraram que estavam apenas muito atrasados para uma visita.
Jonas mentiu para ela, Wolfe e Callan mentiram para ela a cada vez que Cassie foi prejudicada no passado. Naqueles tempos, Mica sentiu falta das ligações regulares de Cassie, e ligou para os dois líderes da Casta.
Para ser informada que Cassie estava ocupada, mas bem.
Estudando para os exames, ligaria mais tarde.
As desculpas eram variadas, mas ainda eram mentiras.
E agora Navarro mentiu para ela.
Pessoas mentiam a cada dia, sabia disso. Não era uma criança para agonizar e culpar seus problemas pelas mentiras que contaram. Era uma parte aceita da vida. Todos diziam mentiras brancas, mentiras pretas, e de todas as gradações intermediárias. Sequer era sua culpa.
Foi a mentira específica que a socou na barriga, embora a fizesse lutar pelo equilíbrio em mais maneiras que a dor do ataque de Brandenmore, o choque ou o medo dos últimos dois dias.
Essa mentira. A afirmação que seus sentidos eram tão recessivos quanto sua genética, se sua genética era mesmo recessiva, que a atormentava, porque foi ela mesma ao seu redor. Acreditou que não precisava esconder suas emoções, seus medos e sua excitação dele. Pensou que poderia ser simplesmente uma mulher de uma forma que não conseguiu antes.
Homens normais não tinham lugar em sua vida, além do fato e que não encontrou nenhum que gostasse muito, o risco associado a suas amizades sempre algo que a preocupava muito. Afinal, Castas eram mais fortes, e os Castas do Conselho eram implacáveis e vingativos. Se decidissem pegá-la, um homem normal não teria a menor chance contra eles.
Assim como não teria, quando foi atacada duas noites antes. Alguém que amava teria morrido, e onde isso a teria deixado?
Além disso, ninguém mais a fascinava como Navarro.
E agora estava chorando por um erro que deveria ter pensado melhor antes de fazer em primeiro lugar, e tentar esconder isso dele, quando sabia que era impossível.
O som da água corrente interrompeu seus pensamentos por um momento. A Dra. Morris lavando as mãos, sem dúvida.
Mica teve um vislumbre dela, da maca, quando Navarro primeiro a deitou na mesa mais de uma hora antes.
O cabelo da médica estava preso num coque que Mica lembrava estar sempre arrumado, apesar que a massa parecia muito mais grossa que antes. Muito mais espessa. Pelo visto, o cabelo da médico provavelmente chegaria quase até a curva da bunda agora.
Seu olhar marrom estava mais distante, o rosto mais fino e aparecendo mais agudo que anos atrás.
Ainda era uma mulher bonita, e ainda muito jovem, mas se olhasse profundamente em seus olhos, todos poderiam jurar que era muito mais velha do que realmente era.
Longos segundos mais tarde, a água parou e o som de um tapa contra o metal fez Mica vacilar.
Ela baixou os braços e olhou para Navarro quando a médico andou pela sala de exame. Ela conhecia Ely, e sabia que o confronto na sala afetou não apenas a ela, mas também a Jonas, imensamente.
—Não tem ideia da profundidade da dor que causou, não é?— Mica perguntou a Navarro, mantendo a voz baixa, mas sua raiva não menos contundente.
Detestava a arrogância e superioridade das Castas masculinas. Sempre estava tão malditamente certos, que tinham todas as respostas e sabiam as perguntas antes mesmo de serem feitas. Era tão malditamente irritante que havia vezes que Mica se perguntava como Cassie escapou desses hábitos irritantes.
Seu olhar enfocou sobre ela. —Não está sentindo muita dor para me desafiar no momento?
Mica podia estar cheia de dor, o medo a tirando de sua mente e puxando seu último suspiro, mas vislumbrou o rosto de Jonas, quando a morte de Brandenmore foi mencionada. A memória de sua expressão ainda a assombrava, e dava força agora para fazer muito mais que confrontar Navarro.
Quando Phillip Brandenmore morresse, a esperança de Jonas entender o que foi injetado em sua filha morreria também. Isso devia ser um inferno, não saber, sempre com medo de um dia para o outro perder a filha que ele e sua esposa Rachel amavam muito, e se arriscaram tanto para salvar.
—Essa criança é tudo para eles, Navarro, — o lembrou, enfurecida que ele pudesse ser tão frio. —Enquanto Brandenmore estiver vivo, então há uma chance. Não pode deixá-los ter isso sem tentar destruí-los, pode?
Mica podia ouvir a médica trabalhando em segundo plano, mas não podia vê-la. Tudo que podia ver era Navarro e a fúria ardente em seus olhos negros como nunca viu antes em qualquer outra Casta.
A Casta menos propensa a sentir mais que luxúria, ela pensou em descrença. Algum dia realmente acreditou nisso?
—Você acha que o fato que isso dói torna menos verdade?— Furioso, repleto com promessa de violência, seu tom de voz tinha uma ponta de sarcasmo afiado perigoso agora. —Acha que Jonas não está bem ciente disso? Ou que eu deveria simplesmente recuar e permitir que ele arriscasse sua vida ou a vida de qualquer pessoa que entre no caminho do bastardo?
—E isso, claro, é tudo que deve importar, não é?— Mica retrucou. —Pelo amor de Deus, Navarro, não há tal coisa como matar a última grande esperança. E você é muito perfeito para abandonar tais altos princípios agora, quando mentiu para mim da pior maneira possível na noite passada.
—E todas as Castas sabem o valor dessa última grande esperança?— Zombaria pesada enchia sua voz. —Vivemos com isso diariamente em laboratórios do caralho, Mica. Fale-me onde estava a última grande esperança, quando nunca deram a mínima por nós, então?
A dor e o cinismo nessa pergunta só fez o coração de Mica se apertar, por saber o que as Castas sofreram lá. Sabia disso, compreendia seus pesadelos, viveu sabendo o horror que tinham sofrido. Mas ainda assim, isso não era desculpa para suas ações ou ameaças.
—Isso não te dá o direito de fazer tal ameaça.— Conhecendo a dor e os pesadelos, não significava que ele poderia fazê-la entender por que atacou Jonas como fez. —Você e eu sabemos que você nunca encostaria a mão em Phillip Brandenmore a menos que simplesmente não tivesse outra escolha.
—Oh, não, você está errada.— Ele abaixou a cabeça, as palmas das mãos apoiadas na maca quando se aproximou dela, seus lábios atrás de seus dentes num grunhido furioso. —Confie em mim, Mica, se você não confiar em mais nada. Se eu o ver mais uma vez fora da cela, sem uma equipe inteira de guardas Castas o restringindo, então sim, vou matá-lo, antes que tenha a chance de machucar alguém. Especialmente uma mulher. E o mais especial.— Ele se inclinou mais perto. —Minha mulher.
Mulher dele?
—Sua mulher?— Mica ficou furiosa. Lívida. A pura arrogância nas palavras, a dominância e a completa confiança exprimível arranhou ainda mais seu orgulho, como unhas num quadro-negro. —Não nesta vida, Lobo,— ela zombou de volta para ele. —A última vez que verifiquei, não estava derramando hormônio do acasalamento, e eu não estava de joelhos implorando por seu pau, e Dra. Morris não estava sendo forçada a criar essa mistura vil de hormônio para mim. Três faltas, Casta. Está fora da corrida para nunca me reclamar.
Por um segundo. Um perigoso segundo de parar o coração, a imagem de Mica de joelhos, os lábios entreabertos e inchados, o rosto vermelho quando afundasse seu pau dentro das profundezas de sua doce boca quase quebrou seu controle.
Ele quase a alcançou.
Seus dedos se fecharam quando sentiu seu peito apertar com outro daqueles estrondos parecendo rosnados que não costumava exibir.
Duro, espesso, de forma totalmente ingurgitada e pulsando em desespero, seu pau doía para foder seus lábios, deslizando lento e fácil, enchendo a boca dela e esticando os lábios sensualmente.
—Navarro!— Era a voz de Ely, o trazendo de volta da beira do abismo.
O comando duro e frio na voz dela era puro aço. Esta sala, para exame e testes, era seu território. Onde governava. A área subterrânea cavernosa era separada por divisórias, em vez de paredes, e impressa com uma marca indelével, invisível, que fazia sua exigência quase impossível de ignorar.
—Recue, Lobo, — ela ordenou com firmeza. —Jonas, Callan e Kane estão aguardando na sala de controle C, onde o líder da matilha está exigindo sua presença pela chamada de vídeo imediatamente.
Ele se endireitou lentamente. Ela apoiava a demanda imperiosa de direito de território com uma convocação por seu líder de matilha. Novamente, quase impossível de ignorar. Mas ele já tinha ignorado suas responsabilidades com Wolfe antes por desta mulher deitada à sua frente; podia muito bem fazê-lo novamente.
E faria. Seria tão fácil se inclinar para ela, roubar seu beijo e forçar sua submissão com o prazer que se envolveria em torno de ambos, e os manteria juntos, com vínculos de puro erotismo aquecido.
Poderia fazer isso tão facilmente, se não estivesse olhando em seus olhos. Se não visse o sofrimento que ia além da raiva e da dor física, nas profundezas de seus incríveis olhos verdes com ouro. Como um laço, o verde rodeava um anel dourado, tecendo dentro e fora e criando uma cor tão única, mas hipnotizante quando olhava em seus olhos.
Em vez disso, ele se endireitou. Lentamente.
—Estarei de volta, Dra. Morris, — ele prometeu a ela, chocando-se com a rouquidão de seu tom. —Quando eu chegar, você tem estes testes a fazer.
Ely não respondeu.
Ele virou a cabeça devagar, olhando para ela enquanto estava do outro lado da sala, os ombros retos, o cabelo castanho escuro longo puxado para trás num coque trançado intrincado, definindo as características mais felinas do rosto e os exóticos olhos castanhos escuros.
Era uma leoa pronta para defender seu trabalho, e não podia culpá-la. Estava certo que não estava inspirando confiança no momento.
Ela assentiu com a cabeça fortemente, no entanto, o olhar dela se movendo para a entrada do laboratório quando as portas se abriram.
—Navarro, realmente vai me fazer ficar mal, se recusando a me acompanhar no corredor, cara?— Lawe Justice entrou na sala de exame, e o fato que parecia incerto era quase divertido.
—Como poderia fazer você ficar pior do que parece, Lawe?— Navarro respondeu quando a outra Casta se aproximou.
Cabeça inclinada, seus longos cabelos negros livres em volta dos planos definidos de seu rosto esculpido, Lawe parecia que já ter estado em mais de uma luta esta manhã.
Ah, sim, Phillip Brandenmore.
A bochecha de Lawe estava arranhada com manchas de sangue de um lado do rosto, o outro seguramente seria um belo olho preto amanhã.
Lawe fez uma careta com a pergunta. —Na verdade, provavelmente não seria muito difícil, — ele resmungou. —Vamos, cara, Wolfe está pronto para matar, porque não estamos mostrando você. Acha que nós massacramos um dos seus enforcers favoritos. Ele e Jonas estão atualmente trocando insultos, o que é normal para qualquer um que fala com Jonas, exceto sua companheira, mas Wolfe já o acusou de tê-lo prendido ou enterrado o corpo onde não possa ser encontrado. Vamos fazer uma pequena agradável aparição se não se importa?
Navarro podia ouvir a exasperação na voz da outra Casta e não o culpava nem um pouco por isso. A política estava viva e bem, ao que parecia. Apenas adotava um novo membro na forma de Lawe, talvez?
Mais e mais Jonas parecia estar enviando Lawe para o meio dos conflitos e esperando que ele realmente fizesse milagres.
—É uma boa coisa para você a Dra. Morris ter sua própria presença intratável, — informou Navarro antes de acenar de volta para a médica.
Voltou-se para Mica. —Te vejo mais tarde.
—Não se eu vê-lo primeiro, — ela murmurou. —Estou chamando meu pai. Vou para casa. Ele pode ter um transporte do exército aqui em pouco tempo.
Ele se virou tão rapidamente que foi chocante. Sua expressão perigosa, a advertência em seus olhos negros quase assustadora.
—Você realmente quer me empurrar?— Quase um rosnado.
Os olhos dela se arregalaram. Ela, bem como todas as Castas no Haven, estava bem ciente que dificilmente Navarro rosnava. Até agora.
Ela olhou para ele com desconfiança, incerta da força de determinação no som. Exatamente o quão longe ele poderia ser empurrado?
Discutir com ela não teria nenhuma utilidade, Navarro decidiu. Mica podia ser a mais teimosa, não importa se homem ou Casta, e medidas extras deviam ser tomadas imediatamente. Além disso, devia se afastar como o inferno longe dela. Não podia tirar a imagem dela chupando seu pau de sua mente. Cada vez que virava para ela, estava lá, e a fome estava apenas crescendo.
A necessidade, a pura fusão de ter esses sedosos lábios carnudos abertos sobre a crista ingurgitada de seu pênis estava se tornando opressiva neste momento.
—Vamos, — ele ordenou rispidamente a Lawe quando se afastou dela, esperando — diabos, orando — que não cometesse o erro de tentar sair do Santuário.
Não até que estivesse certo que sua viagem ao Haven — e ela estaria indo para o Haven — seria segura.
Avançando além da outra Casta, ele ignorou o sorriso de Lawe e caminhou até a entrada. A porta abriu com um silvo suave, permitindo que saísse, apesar do fato que a última coisa que queria fazer era deixá-la.
—Se não o conhecesse melhor, poderia jurar que se acasalou, — comentou Lawe enquanto o seguia para fora e a porta se fechava atrás deles.
—Sem brincadeiras.— Irritado e desequilibrado, ele olhava para a frente enquanto se dirigia para a sala de videoconferências do outro lado da instalação subterrânea.
—Sem cheiro de acasalamento, — salientou Lawe pensativo. —Vocês dois foram despertados, mas não ao ponto da insanidade.— Diversão cobriu sua voz então. —Porra, vendo-o agora, porém, se está acasalado, eu poderia tirar férias do outro lado do mundo. Você vai ser um ácaro difícil de se conviver, não é?
Navarro deu uma parada lenta antes de virar para olhar para o outro homem.
—Não fomos treinados para sermos quietos e discretos?, — perguntou o outro homem com deliberação grave.
Os lábios de Lawe tremeram. —Claro que fomos. Não significa que temos que permitir a esses bastardos o prazer de pensar que conseguiram. Certo?
Navarro grunhiu em resposta. —Fale com Ely, diga a ela que estarei de volta aos laboratórios uma vez que terminemos aqui.
—Você não acasalou com ela, Navarro.— Não havia nenhuma diversão agora, somente a verdade contundente. Uma verdade que curiosamente tinha o poder de irritá-lo como a porra.
—O calor do acasalamento nada mais é que uma contradição e anomalia a cada par, — lembrou a Lawe, o maxilar cerrando enquanto lutava contra a necessidade de tentar refutar a própria verdade que a outra Casta declarou. —Você não pode dizer, definitivamente, neste momento.
Lawe balançou a cabeça quando apoiou uma mão contra a arma no coldre ao seu lado e pareceu contemplar o que percebia Navarro era um argumento bastante fraco, desesperado.
—Porra, não tenho tempo para isso.— Virando as costas para a Casta, Navarro prosseguiu pelo corredor revestido de aço, aquele maldito desconhecido rosnado fermentando em seu peito novamente.
Quantas vezes ouviu o som em outras Castas e comentou ironicamente que estavam sendo —Castas dramáticos—? E agora, podia apreciar mais plenamente a frustração quase insolúvel em ser incapaz de controlar o som.
Lawe, Styx e até Wolfe comentaram que invejavam muitos de seus traços recessivos, em especial aquele. As respostas animalescas na forma de grunhidos e, às vezes os estranhos uivos de agonia que ecoavam no Haven não eram algo que Navarro invejava nas outras Castas.
Gostava de seu status recessivo. Não estava certo de como se sentia agora que podia sentir o animal subindo dentro dele. Agora que podia ouvi-lo.
A questão era, se não fizesse sua aparição por causa do calor de acasalamento, então o que era exatamente isso, e porque apenas se tornava aparente agora, quando estava com Mica?
Mica olhou para o teto da sala de exame enquanto a Dra. Morris, Ely como ela e Cassie sempre a chamaram, terminava seu exame.
—Seus seios estão doloridos ou sensíveis?— Ely perguntou quando se afastou e olhou para ela com curiosidade.
—Só quando esse maldito lobo está por aí, — ela murmurou.
Deve ter conseguido pegar Ely de surpresa, porque poderia jurar que os lábios da médica se contraíram com o início de um sorriso.
—Deverei ter os exames de sangue e saliva concluídos em breve.— Ely franziu o cenho. —Não espero um acasalamento, apesar disso.— Ela inalou lentamente. —Não há cheiro dele, e não há sinais disso.
—Não fiquei tão decepcionada,— Mica repreendeu com alívio. —Pode imaginar sendo acasalada com esse Casta? Ele me deixa louco, Ely.
—Todos eles nos deixam loucas, — Ely assegurou com um sorriso hesitante. —Mas são apenas homens, Mica. Deve perceber isso, por agora. Ou você, como outros, ainda acredita que as Castas são todos animais?
—Dá um tempo, Ely.— Ela quase riu do comentário. —Após todos esses anos, realmente acredita que eu consideraria mesmo uma coisa dessas?
Foi absolutamente risível. Praticamente vivia no Haven desde o dia que fecharam o acordo Casta Lobo. Antes disso, passava mais tempo no Santuário que em casa há alguns anos.
Seu pai ajudou o pai de Cassie, Dash Sinclair, em muitos dos resgates dos laboratórios mais escondidos que criaram e aprisionaram Castas.
—Não sei, Mica. Você tem 25 anos e nunca sequer saiu para jantar com uma das Castas masculinas. Apesar dos convites que recebeu desde que se mudou da casa de seu pai—. Ely encolheu os ombros brevemente, sua expressão menos confiante que antes, quando sua vida foi ameaçada quase um ano antes.
—Então, automaticamente e subconscientemente tenho preconceito contra as Castas, e os machos Casta em particular?— Bem, esta era a última coisa que esperava da médica. Aquela que a conhecia quase desde que conheceu Cassie.
—Você é atraente, heterossexual e encontra com machos humanos, muitas vezes. É uma conclusão natural a chegar.— Ely não se defendia, mas nem ela recuaria.
—Pois bem, a maioria dos homens são tão arrogantes quanto os machos Casta, e não gosto muito de receber ordens. Castas ordenam às pessoas ao redor, Ely, como você sabe muito bem. E pense sobre isso.— Ela relaxou em cima da maca, balançando as pernas para o lado cautelosamente quando a irritação queimou dentro dela. —Há uma abundância de homens entre os militares que me convidaram para sair e eu recusei também. Vai me acusar de ser preconceituosa contra os militares agora?
Ely ergueu o queixo. Havia a arrogância das Castas na outra mulher. Suas narinas chamejaram quando sua expressão se tornou ausente, e os normalmente quentes olhos castanhos emocionalmente remotos.
—Talvez a pesquisa de Jonas sobre sua sexualidade estivesse errada. Você é homossexual?— Então os olhos dela se contorceram como se estivessem à beira de ampliar algum pensamento horrível. —Você e Cassie estão envolvidas sexualmente, em vez de amigas simplesmente?
Mica apenas olhou de volta para Ely, sem saber se deveria ficar com raiva ou se devia rir.
—Pergunte a Cassie.— Mica deslizou cautelosamente da maca e foi para o banheiro, onde guardou a roupa antes de vestir o avental de papel, que foi entregue antes, para o exame.
—Castas Lobo são possessivos, mesmo quando não estão no calor do acasalamento, — Ely avisou, seguindo atrás dela lentamente até Mica entrar no vestiário. —Depois de algum amante, mesmo outra mulher, seria inaceitável para ele.
Mica revirou os olhos enquanto sentia o afastamento instintivo de suas emoções. Sabia inconscientemente que estava falando com uma Casta com um elevado sentido de olfato. Uma criada e treinada para a ciência e a medicina que praticava. Mica sentiu um alívio instintivo e a supressão de suas emoções, o que tornaria seu cheiro muito mais sutil e mais difícil de detectar.
Cassie jurava que a única vez que podia estar certa do que Mica estava sentindo era quando ela dormia, quando os muros que construiu ao longo dos anos ficavam mais finos. Não caiam, mas não eram tão fortes como quando estava acordada.
—Mica me ignorar, não altera a situação.— A voz de Ely endureceu quando Mica tirou a roupa devagar, tentando ignorar a dor nas costelas e a sensibilidade de seus músculos enquanto se vestia.
Deveria ter pensado melhor antes de vir para cá com Navarro. Deveria ter pensado melhor antes de vir para Ely para os exames. Havia uma razão por que sempre ia ao seu próprio médico humano. Porque não precisava se preocupar com essa curiosidade incessante que as Castas Felinas pareciam possuir em níveis muito superiores aos lobos. E os lobos eram malditamente intrometidos na medida que estava preocupada.
Ainda assim, ignorou Ely e terminou de se vestir, se perguntando se havia alguma maneira de escapar do vestiário e ignorar completamente a médica.
Teria ela se afastado da porta? Mica estava quase muito cautelosa para abrir a porta e verificar. Não haveria como fugir se por acaso Ely ainda estivesse de pé na porta. Que desculpa poderia dar a ela, simplesmente espreitar e fechar a porta com firmeza mais uma vez, se ela ainda estivesse lá fora?
Não era um deles.
Ela inalou lentamente, antes de soltar o ar e abrir a porta.
Ely não estava lá.
Estava na área de exame que havia sido seccionada, numa das máquinas que usava para os testes que fazia. Os frascos e garrafas de líquidos assentados na altura do seu cotovelo enquanto trabalhava escrevendo alguma coisa numa prancheta.
A cabeça de Ely levantou, sua expressão pensativa quando Mica fechou a porta do vestiário atrás dela.
—Estou indo agora.— Um sorriso brilhante e um aceno por cima do ombro em direção à porta, Mica indicou suas intenções com despreocupação jovial enquanto se dirigia para a saída, com a intenção de fugir o mais rapidamente possível.
—Não sem uma escolta.— O tom de Ely estava calmo e despreocupado quando Mica agarrou a maçaneta e tentou abrir a porta rapidamente.
Contendo uma maldição e uma pontada de dor, ela se virou para olhar toda a sala na parte de trás da médica.
—Estou bastante certa que Phillip Brandenmore está contido agora, — disse ela, com pouca esperança que a ajudasse.
—Tenho certeza que sim, mas essas são ordens de Jonas, e eu tendo a tentar segui-las agora.— A voz da médica era cuidadosamente calma, quase muito controlada.
Em momentos assim, Mica gostaria de ter todos os sentidos Casta sem ser realmente uma Casta.
—Mandei meu assistente para a sala de exame na porta ao lado para coletar sangue, saliva e sêmen de Navarro, quando ele terminou com a vídeo-chamada de seu alfa. Posso chamar Lawe e Ruler para escoltá-la até a casa principal, se quiser. Mas apenas como aviso, ao contrário das visitas anteriores, vai se limitar à casa, a menos que uma equipe possa acompanhá-la fora.
Claro que sim. Não importa que havia praticamente crescido no Santuário. As traições recentes por sua própria espécie tinham minado a confiança que tinham mesmo uns no outros, ainda mais num ser humano que praticamente ajudaram a criar.
—Lawe e Ruler servem, — ela concordou.
O que quer dizer que iria até o inferno para sair da sala de exame e longe do olhar perspicaz e das perguntas de Ely.
Mica viu quando Ely levou a mão à orelha, os dedos, obviamente, ativando as comunicações de ouvido.
—Lawe, a Sra. Toler está solicitando escolta para seus aposentos, se ainda estiver disponível, — disse Ely. —Estou certa que não será um problema, mas se for, então pode vir a mim, — afirmou poucos momentos depois. Ela escutou e disse: —Vou deixar ela saber.— Ela voltou sua atenção para Mica. —Dois minutos.
Certo, podia aguentar mais dois minutos.
—Lawe parece preocupado que Navarro vai ficar chateado se você sair—. Ely cruzou os braços sobre os seios enquanto se encostava no balcão e a encarava de volta.
Talvez não aguentasse mais dois minutos antes que ficasse completamente chateada com todos eles.
—Então, Navarro pode lidar comigo, — esbravejou Mica. —Não é meu companheiro e ninguém no inferno o fez meu chefe.
Ely tentou suprimir o estremecimento que puxou o rosto dela, Mica poderia dizer que tentou mesmo, mas Mica o pegou.
—O que há com todos vocês?— Mica jogou suas mãos para cima exasperada, antes de apoiá-las em seus quadris e confrontar Ely diretamente. —Se fosse Jonas, eu poderia entender sua relutância em questioná-lo sobre qualquer coisa. Diabos, poderia até entender com Callan, Wolfe ou o líder Coyote, Del-Rey. Mas Navarro? É apenas um enforcer, Dra. Morris. Está agindo como se fosse um líder de matilha ou algo assim.
—Foi uma vez.
Mica não se surpreendeu, o que era realmente preocupante. O fato de não se surpreender, que Ely não a chocasse, deveria ser preocupante.
—Obviamente ainda tem a atitude, mas não o título, mas porque está tão intimidada? Não tem o poder sem o título.
Os lábios de Ely se contraíram em seguida. —É isso que acredita, Mica? Isso tudo é sobre um título? Acredita que Castas seguem cegamente?
Ela olhou de volta para a cientista em silêncio.
—Mica, para ser um líder de matilha, a Casta tem que ter muito mais que um título. É a força, a capacidade de liderança e força para conduzir corretamente. Não pode vê-lo, mas com amaldiçoada certeza percebeu isso. E outras Castas sentem. Como se o aviso de tal força estivesse codificado em nosso DNA.— Um triste sorriso, puxou seus lábios. —Algumas coisas simplesmente são inerentes, talvez?
Jogos mentais Casta, que ela odiava.
—E algumas coisas são simplesmente de machos, mas não vou ficar aqui e argumentar pontos Casta com você. Tenho bastante disso com Cassie quando está deliberando sobre a Lei das Castas e levantando argumentos para ela.
Cassie era como um super gênio formando parâmetros legais e argumentos para a Lei das Castas. Mas ainda insistia em alguém para debater seus argumentos, e nunca deixou de insistir em jogar Mica como advogado do diabo.
—Se deixe intimidar, Mica, — a médica Casta a avisou com confiança. —Ele não é um enforcer típico mais do que é uma Casta típico. Não cometa o erro de acreditar que pode controlá-lo tão facilmente como controla Cassie.
Um começo de surpresa a atravessou e franziu a testa, seus lábios se abrindo para indagar a médica, indignada a respeito de sua declaração.
Nunca sequer tentou controlar Cassie, e não teria conseguido se tivesse. Ninguém controlava Cassie, nem mesmo seus pais.
—Tudo bem, tanto faz.— Ela deu de ombros, rígida e guardou a raiva para mais tarde.
Vinha fazendo isso há anos. Guardar a raiva para mais tarde. Para quando não havia Castas condenadas ao redor para cheirá-la, se intrometer e começar a suspeitar de traição.
Não os culpava por sua paranoia. Foram traídos por amigos, por aqueles que chamaram de família, e por aqueles a quem confiaram suas vidas. Ela simplesmente não queria dar-lhes uma razão para suspeitar, ou uma razão para barrar sua entrada no Haven ou no Santuário e seus pais a partir da segurança que as duas comunidades Casta prestavam.
Sua família estava alinhada com as Castas, pois nunca estariam completamente seguros. Seus pais chegaram mesmo a discutir a venda de sua fazenda e se mudarem para o Haven para garantir a segurança da família quando seu pai ficasse mais velho.
Não podia pôr em perigo isso. Não iria se permitir ser um perigo para eles. Mas se não fosse muito, muito cuidadosa com Navarro, então, era exatamente o que ela faria.
Navarro sentou na maca de aço, o revestimento fino amortecendo o metal frio apagando um pouco a lembrança de outras macas utilizadas nos laboratórios de Genética do Conselho. A única exceção era o fato que o Conselho não se preocupava em cobrir o aço, ou decorar os laboratórios com brilhantes desenhos infantis, que Ely pendurou nas divisórias em torno de sua área de exame.
Estava errado, a única semelhança real com os laboratórios eram as macas de aço, mas isso era mais que suficiente. Qualquer lembrança do inferno era demais até mesmo para aquelas Castas que não haviam sofrido a plena medida dos cientistas, formadores e a brutalidade dos guardas.
O que ele foi criado, no alto das montanhas dos Andes, foi um dos piores.
Sua mandíbula se apertou. Deliberadamente, tentou empurrar essas lembranças para trás e se concentrar agora na questão do calor do acasalamento.
Vestiu-se mais uma vez, as amostras de sangue, saliva e sêmen coletadas, assim como pele e cabelos raspados, minúsculos, já que os Castas possuíam pelos sedosos quase invisíveis pelo corpo.
Nos 13 anos, desde que Callan Lyons esteve perante os jornalistas, com sua companheira Merinus ao seu lado, e revelou os experimentos secretos que vinham acontecendo há mais de um século na criação das Castas, o calor de acasalamento se tornou um segredo imperativo.
—Deixe-me tirar sua pressão arterial, pulso e algumas outras leituras e acabamos, — Ely prometeu quando veio na direção dele, seu assistente de laboratório empurrando um carrinho atrás dela.
Ele permaneceu quieto e silencioso, se obrigando a relaxar, aceitando os eletrodos no peito, têmporas e costas. Que segurassem o braço para punho da pressão, e seu dedo para o monitor de frequência cardíaca.
—O que aconteceu com as coisas simples? Sangue, saliva e sêmen?— Ele olhou para o punho, resignado ao fato que para obter as respostas que queria, teria que lidar com isso. Não tinha que gostar. Não tinha que gostar das lembranças evocadas pelos testes, mas foi treinado para suportá-las.
Ely deu um suspiro baixo, um som cheio de tanto frustração, bem como resignação. —Evidentemente não tem prestado atenção aos seus amigos nos últimos anos, Navarro.
Ah, ele tinha, só não queria admitir o que estava vendo.
Suas sobrancelhas arquearam, como se ainda estivesse inconsciente do que estava acontecendo. Como se fosse convencê-la que estava vivendo sob uma rocha? Não ia acontecer.
Sua cabeça levantou, os olhos castanhos tão confiantes que ele quase sorriu. Ela sabia que ele sabia, mas queria a confirmação.
Todo o saber divertido e irritação de lado, sabia o que eles aprenderam nos Andes, sabia o que foi lido nos arquivos que haviam sido roubados dos laboratórios durante o resgate. E sabia que os sinais do calor de acasalamento de lá para cá eram muito diferentes.
—O calor de acasalamento está mudando, — Ely finalmente revelou, os lábios apertando quando uma ponta de medo brilhou em seus olhos castanhos escuros. —Está se tornando muito pouco seguro em seus sintomas e progressão, bem como suas reações de casal para casal. Não sei mais o que estamos vendo, Navarro.
Podia ouvir a ponta de cansaço, o medo do futuro e um sentimento de fracasso em suas palavras.
—Já conseguiu decodificar qualquer um dos arquivos que enviamos para o Haven?— Nos arquivos estavam anos de pesquisa que os cientistas do Conselho fizeram do calor de acasalamento no laboratório Omega. O Omega Research Project era totalmente financiado, um projeto seguido de perto, pesquisando os fenômenos do calor de acasalamento que os cientistas eram incapazes de compreender.
O atraso do envelhecimento, maior imunidade humana e o fortalecimento do corpo e dos sentidos da companheira humana fascinou os cientistas, e os levou a maiores alturas de depravação e dor que Navarro já viu antes, ou depois. Mas o que especialmente os fascinava foram as raras vezes que viram as doenças desaparecem após um acasalamento. O mais notável, e um dos que mais enfureceu o Conselho, foi a jovem cientista que escapou com seu companheiro Coiote. A cientista tinha sido diagnosticada com câncer terminal apenas algumas semanas antes. Os membros do Conselho de Genética estavam desesperados para encontrá-los e saber o que o calor do acasalamento fez, bem como as anomalias com ele.
—Pedaços. Não decodificamos nada de significativo deles, mas os arquivos que Storme Montague nos deu também estão nos dando pesadelos.— Ely registrou as leituras sobre pressão arterial, frequência cardíaca e qualquer que seja o inferno que os eletrodos sobre sua carne marcavam.
Estava tentando evitar a memória de tudo que os arquivos haviam revelado. Tinha visto isso em Styx Mackenzie semanas antes, quando Navarro passou pelo Santuário antes de ir para New York, assim como viu tanto nos olhares de Jonas e Callan.
Havia algo nessas imagens que deixou um portal de fúria escuro em cada um deles, e Navarro sabia exatamente o que era: a investigação do calor de acasalamento nos Castas e os casais acasalados, que foram torturados de forma tão severa, tão terrivelmente, que, embora não pudesse ouvi-los, cada Casta nos laboratórios os sentia, e se enfurecia por dentro por eles.
Navarro encarou toda a sala, ignorando Ely e o assistente tranquilo trabalhando com ela, mais uma vez empurrando para trás aquelas memórias. Foi uma parte desses laboratórios. Sentiu mais do que apenas sua raiva, sua dor. Percebeu a escuridão da alma profunda de uma insanidade interior que vinha com ser incapaz de parar a destruição de seu companheiro.
—Jenny, pode apressar estes testes para mim?— Ely perguntou, seu tom mais reservado, enquanto falava para o assistente. Suspeitas. Ely nunca seria capaz de deixar de suspeitar de quem trabalhasse com ela agora.
Como encontrou coragem para escolher outro assistente, após o que os dois tentaram fazer com ela no ano anterior, ele não estava certo. Quase a mataram, secretamente a drogando, forçando-a sem querer a fazer coisas que nunca teria feito de outra maneira e quase destruindo sua mente.
Ela era mais forte do que ele. Tinha um novo assistente; Navarro ainda precisava encontrar um lugar, ou assumir o compromisso de permanecer na Secretaria dos Assuntos das Castas como enforcer.
Permanecia em movimento, nunca fazia amigos, nunca se permitindo adquirir algo permanente. Era melhor assim. Mantinha as memórias na baía, bem como o conhecimento que falhou na tarefa mais importante de sua vida.
Ele foi um líder da matilha. Mais de uma dúzia de Castas Lobo e alguns formadores Casta Coiote, que secretamente se rebelaram contra os cientistas do laboratório Omega, foram uma parte de sua matilha.
Trabalhou incansavelmente, comandando com confiança e força, e no final, perdeu os dois membros mais valiosos da sua matilha. Perdeu os mesmos que ele e seu bando lutaram tanto para proteger. Perdeu o casal que secretamente se acasalou sob o nariz do cientista, e seus filhos nascituros.
Um fracasso que foi incapaz de perdoar a si mesmo, e algo que era incapaz de esquecer.
—Talvez possa nos dar um pouco de seu tempo para ajudar a descodificar alguns dos arquivos enquanto está preso aqui, — disse Ely finalmente sugerindo quando o último dos eletrodos foi removido. —Conhecia os cientistas melhor que ninguém, bem como os respectivos códigos.
—Ninguém conhecia aqueles bastardos, e seus códigos são uma merda. Venho estudando alguns deles há anos e ainda não consigo dar sentido a eles.— Se movendo da maca, Navarro pegou sua camisa do final da maca e a puxou com violência contida.
Podia ver Ely pelo canto do olho, inclinando a cabeça, curiosa enquanto o observava.
—Você não está tão calmo como sempre foi. Parece temperamental, à beira da violência e inquieto. Esses não são traços Casta Lobo.
—São traços humanos. Fui criado para ser humano, lembra?— Mas o grunhido fermentando em seu peito estava longe de ser humano. —Olhe, Ely, estou pronto para dar o fora daqui—
—E encontrar Mica?
Ele a encarou de volta silenciosamente.
—Seu pai e Dash são amigos muito próximos, não são, Navarro? São leais um aos outro. Se a acasalar, se ele descobrir que a tocou, Dash Sinclair não ficará satisfeito.
—Mike Toler pode não entender, mas Dash está consciente que nada pode mudar o calor do acasalamento. Além disso, não vivo minha vida para servir Dash Sinclair ou seus amigos.
—Será que vive para servir Mica Toler?— Questionou inclinando as sobrancelhas.
Navarro abotoou a camisa lentamente antes de soltar sua calça, enfiando a camisa por dentro e alisar o jeans. Quando terminou, a camisa de algodão fino e os jeans bem-vestidos pareciam tão confortáveis contra sua carne, como a seda que usava em outros momentos.
—Qual é seu ponto, Ely?— Ele finalmente perguntou, sabendo que não o deixaria ir, não pararia de insistir com ele, até conseguir tirar essa coceira em seu rabo do sistema dela.
—Humanos não são os únicos que contam com um sistema de política, — ela finalmente declarou. —Temos nosso próprio sistema de hierarquias, lealdade e compreensão. Realmente quer arriscar o desagrado de Dash Sinclair por uma mulher que não é sua companheira? Ele não entenderia se tocasse por qualquer outro motivo, exceto um acasalamento.
E isso era entre ele e Dash Sinclair. Ely não tinha nenhuma palavra de qualquer forma.
—Realmente quer arriscar meu desagrado por continuar a meter o nariz em meus negócios?— Ele resmungou, irritado.
—Parece estar se esquecendo que existem regras ainda não escritas entre o Bando, bem como nas Matilhas, — ela estalou de volta para ele, o desafio em seu tom levantando a polêmica apenas o suficiente para irritá-lo. —Só porque não estamos mais nos laboratórios, não significa que não há ainda um certo código pelo que vivemos, Navarro. Dash ainda é seu superior…—
—Ninguém além de Wolfe poderia fazer uma afirmação dessas. Não se engane, Ely, Dash Sinclair não é meu superior, mas ainda mais importante, nem você. Hierarquias e política que se danem, Dra. Morris. Sugiro que recue.— Selvagem e ecoando com força, sua voz podia ser baixa, mas Ely reconheceu o comando latente se o brilho de seu olhar fosse qualquer indicação. Assim como Navarro reconhecia a distância súbita que ela imediatamente colocou entre eles quando seu assistente correu para longe.
Inferno.
Foi forçado a conter uma maldição. Podia sentir um rosnado rasgando sua garganta para ficar livre, e no momento, perder o domínio que tinha sobre ele podia ser mais prejudicial ao seu temperamento do que a Dra. Morris poderia mesmo começar a adivinhar.
Os lábios de Ely se estreitaram, mas o desafio raivoso em sua expressão e em seus olhos desapareceu, permitindo que o instinto primitivo o suprimisse de volta a uma posição relativamente protegida.
De onde diabos tinha vindo? Não sentia essa necessidade tão esmagadora de reforçar seu próprio comando desde os laboratórios, onde era comandante ao invés de enforcer.
—Vou estar na casa principal, quando os testes forem concluídos.— Ficar aqui não ia acontecer.
—Só porque é um macho Casta não significa que precisa mostrar sua arrogância e senso de valor como uma condenada bandeira, Navarro. Ainda é apenas um enforcer—. Exasperação, em vez de raiva enchiam seu tom, mas ainda assim, as palavras que usou, e o insulto por trás delas, o fez cerrar os dentes no limite.
Ele parou na frente dela lentamente, abaixando a cabeça. Só porque o confronto no seu tom tinha desaparecido não significava que o desrespeito também tinha.
Soube o momento em que ela sentiu o cheiro da fúria dentro dele.
Seus olhos se arregalaram enquanto engolia com força, conhecendo sua força, assim como sua própria falta de juízo cintilando em seu olhar.
—Nunca fale comigo de tal forma novamente.— O rugido escapou definitivamente. —Eu não sou um dos seus animais de estimação para implorar sua ajuda, nem nunca serei. Não sou uma Casta que pode falar com tal desrespeito, e esperar que a memória e / ou a culpa do que aconteceu com você nesses laboratórios no ano passado me convença, para que possa tomar tais liberdades. Posso não ter o título de comandante, ou líder da matilha, mas o que deve se lembrar bem, Dra. Morris, é que o título se foi por minha escolha, e não existe uma Casta viva que teria ousado tentar tirá-lo de mim.
Navarro se virou abruptamente sobre os calcanhares e caminhou até a saída, as chamas de tanta raiva crescendo escondidas nessa escura e gelada cova que normalmente mantinha trancada dentro dele. Não podia se dar ao luxo de perder o controle precário em que estava agarrado desde o momento que percebeu o perigo em que estava Mica.
Ativando o dispositivo de comunicação de ouvido que usava, disparou o código dos bloqueios que, automaticamente, deslizaram no lugar quando a porta fechou.
Desta vez, os bloqueios deslizaram livres, permitindo que Navarro empurrasse a porta aberta e saísse antes do painel de aço pesado se fechar atrás dele.
Inferno, desde que o bastardo do Brandenmore conseguiu subornar dois Castas médicos, os assistentes que drogaram e traíram Ely, ela tinha essa atitude. Estava mudando diante de seus olhos, e Navarro sabia que cada Casta, que chamava de lar o Santuário, estava muito preocupado.
Esperavam que uma vez que saísse da cela acolchoada em que Jonas foi obrigado a trancá-la, para sua própria proteção, estaria curada. Mas ficou tão malditamente mal-humorada e combativa, e até mesmo Jonas estava tendo problemas com ela agora. E normalmente, Jonas era a única pessoa que Ely se recusava a ficar com raiva.
O tema do acasalamento de Mica parecia ser particularmente dolorido para ela, no entanto. Ely parecia insistente sobre trancar o calor do acasalamento pelos parâmetros que outrora existiram. O fato que a natureza ditava sua metamorfose, ao invés da precisão que queria Ely, parecia estar a tirando fora do prumo.
Navarro avisou Wolfe que isso aconteceria.
Alertou Callan e Merinus que isso aconteceria, e ninguém parecia querer ouvi-lo. Viu e ouviu como os cientistas da Omega lutaram com os fenômenos conflitantes e muitas vezes confusos por anos.
Sabia o suficiente sobre isso para se meter em confusão como dizia o velho ditado. Porque com condenada certeza, a natureza não concluiu seu jogo com eles ainda.
O que ele tinha eram mais de 20 anos no laboratório Omega, observando, ouvindo, esperando. Passou seu tempo lá sabiamente, uma vez que venceu na vida adulta. Trabalhou, juntamente com seus homens, para manter contato com aqueles que poderiam ajudá-los, que poderiam fornecer o apoio necessário para a fuga. Recolheu informações, roubou tantos arquivos quanto possível, e lutou para ajudar aqueles acasalados dentro de sua própria matilha, que felizmente não eram poucos, a escapar.
E durante estes anos ouviu a agonia dos gritos dos que sofreram nas pesquisas que os cientistas conduziram impiedosos, sem culpa ou compaixão. Porque não foi capaz de ajudar aqueles que o Conselho trouxe de outros laboratórios. Não houve uma maldita coisa que pudesse fazer para salvá-los ou aliviar seu sofrimento.
Fez o que era possível para salvar os homens e mulheres que podia, que faziam parte do grupo que comandava. No ano anterior aos resgates, toda a equipe lutou para proteger uma mulher muito jovem e pequena e o irmão de Navarro, segundo no comando, cujo sangue ele compartilhava. Nada importava, além de esconder a verdade do que aconteceu dos cientistas, treinadores e carcereiros Coiote.
Ele teria criado a menina e seu irmão...
Por um breve segundo os olhos fecharam em agonia. Ele teria criado seu irmão e a ela, e agora os dois tinham ido embora.
Abrindo os olhos, Navarro deu um soco no botão de entrada do elevador seguro e esperou até que o controle o identificasse e as portas se abrissem lentamente.
Pisando dentro, ele cerrou os dentes até o queixo doer, de repente tão fodidamente impaciente para encontrar Mica, que mal podia suportar.
Ficava assim, sempre que ela estava por perto.
Sabia quando ela chegava no Haven, fosse dito ou não. Era como se seu corpo se tornasse muito sensível, muito consciente dela. A resposta para ela sempre era confusa, incerta. Mesmo como uma menina/mulher Mica tinha um efeito sobre ele que o deixava extremamente desconfortável. Um efeito que nenhuma mulher podia inspirar.
Foi a razão por que ficava longe de Haven, tanto quanto possível, e o motivo pelo qual tentava permanecer indiferente agora. Quando um homem percebia o que estava fazendo com uma mulher gentil como Mica, então era hora de consertar. Ou era hora de acasalar. E por qualquer motivo, os restos do animal dentro dele não fez qualquer movimento para reivindicar, e marcá-la como somente sua.
Não que quisesse uma companheira, garantiu-se quando o elevador o deixou no segundo andar, no canto da suíte de Mica. Ele não estava procurando o que outras Castas consideravam o único consolo a ser encontrado para o sofrimento que suportaram.
E talvez até entendesse agora, porque quando estava com Mica, uma parte dele parecia aliviar, encontrar um pouco de paz.
Calor do acasalamento. Como Ely disse, estava mudando, tornando-se mais difícil de detectar, difícil de combinar e mais difícil de tratar as mulheres com a terapia hormonal criada pelo médico que ajudou Callan a sobreviver fora do laboratório todos aqueles anos.
E Navarro não podia dizer que o que estava começando a sentir-se não era calor do acasalamento, porque ela o atraía como nenhuma outra mulher jamais fez.
E estava lá, esperando por ele.
Ele se perguntava se estaria.
Tinha amigos no Santuário. Poderia estar em qualquer lugar da propriedade, se quisesse.
Mas estava esperando por ele.
Seus passos foram ficando lentos até que estava parando na esquina antes de virar pelo corredor.
Fechou os olhos. Ele não tinha escolha. O suave aroma dela, sutil, aquecido e doce fazia uma fome de seda pura furar seus sentidos e endurecer seu pau numa fração de segundo.
Esfregou sua língua contra os dentes, verificando as glândulas sob a língua, mais uma vez mais rapidamente.
O hormônio de acasalamento que todos os companheiros Casta criavam instilava uma fome, uma necessidade do gosto, do toque, e mesma da presença de seu companheiro até que o tempo para conceber passasse. E até então, a necessidade daquele companheiro era alta.
Nunca ia embora, ele ouviu. Essa necessidade era sempre ardente, uma requintada fogueira que os envolvia num prazer tão intenso que era quase uma dor.
Ele não achava que o calor de acasalamento podia ser muito pior que aquilo que estava sentindo. Sua fome por ela, mesmo antes de beijá-la era como uma febre crescente dentro dele.
Antes que percebesse o que estava fazendo, se moveu em torno do canto da área do elevador e se dirigiu para sua suíte.
Em poucos segundos estava abrindo a porta e entrando na sala, o olhar dele se movendo para ela, observando quando o olhou de volta, uma chama refletindo na profundidade quente dos seus olhos.
A excitação corava seu rosto e criava aquele cheiro doce e sutil, de um verão de chuvas, o tentando como nada que teve em sua vida. E ainda estava furiosa com ele. Raiva e excitação cresciam ao ponto máximo.
Quando mencionou chupar seu pau naquela maldita sala de exame, ele quase perdeu a cabeça. Nada além de afundar no calor apertado, molhado de sua buceta podia ser melhor que foder os lábios carnudos.
—Sabia que deveria ter trancado a maldita porta,— ela murmurou quando se desenrolou da cadeira baixa e se levantou. —Pode sair da mesma maneira que entrou.
O cabelo loiro escuro caia pelas costas como uma faixa pesada de seda, ouro e caramelo se destacando na mistura com loiros mais suaves e mais escuros, misturados numa queda rica de seda que só a natureza podia criar.
—Você está bem?— O olhar dele se travou no dela, na rica cor dourada e no macio verde quando ela cruzou os braços sobre o peito e o encarou com tal confrontação cativante que o animal recessivo, que normalmente piscaria e ficaria irritado, manteve-se calmo no interior.
Ela não era uma ameaça para ele. Não que Ely fosse, mas não havia como combater a agressão de Ely, que era muito diferente de como pretendia combater a de Mica.
—Não, Navarro, não estou bem.— Ela estava indignada e altamente volátil, e podia sentir o calor praticamente branco-quente circulante dela.
—Vou me lembrar de realmente não mentir para você, — ele apontou, sabendo exatamente onde essa discussão estava indo.
Descrença pura encheu o desdém feminino que separava seus lábios. —Navarro, realmente me toma por uma idiota?
Na verdade, ele não sabia, mas ela não parecia inclinada a acreditar nele, então apenas observou, puxando seu perfume com lentidão, inspirações para esconder o fato que estava curtindo cada condenado segundo da doçura aquecida.
Ela fixou o olhar nele, o olhar ardente em seus olhos quase fazendo sua pele queimar enquanto olhava para ele.
Vestida com calça jeans, um suave suéter cinza que caia frouxamente em torno de seus quadris, e grossas meias brancas nos pés, parecia tão ameaçadora como um gatinho e tão amaldiçoadamente sexy, que apenas queria empurrá-la contra a parede e foder até que estivesse gritando, no clímax.
—Não gosto desse olhar em seus olhos.— Suas mãos foram para seus quadris, suas delicadas narinas chamejando, e Navarro deu um passo adiante antes que pudesse parar.
Mica deu um passo para trás.
Navarro não podia evitar, mas deixou um sorriso puxar os cantos dos lábios.
—E qual é o olhar nos meus olhos?, — Perguntou a ela. Tinha uma ideia muito boa.
—Não vou fazer sexo com você.— À queima-roupa e sem um pingo de nervosismo, sabia o que ela estava sentindo.
Não podia vê-la, não podia sentir o cheiro, muito. Havia uma sugestão, um segundo aqui e ali, mas ela o cobriu muito bem.
—Não?— Se ela não fizesse sexo com ele, então ele queimaria até as cinzas no meio da sua sala de estar.
—Não, não vou.
Mica teve que conter fortemente o desejo de apertar as coxas, para aliviar a dor em seu clitóris. O delicioso, inebriante queimar trazia prazer e uma dor de esfregar. A necessidade de apertar as coxas dela sobre ele era quase irresistível.
E lá estava ele, a razão disso, tão condenadamente macho, tão condenadamente confiante. E tudo que queria dele era um toque. Sua mão a acariciando, cobrindo os lábios dela. Só mais uma vez.
—Você é tão autoconsciente, — disse ele, em seguida, puxando-a do estado de quase embriaguez que estava afundando ao pensar no toque dele.
—Você é tão louco.— Ela deu um passo para trás outra vez, desejando que houvesse alguma maneira de dele não detectar o cheiro de sua excitação.
—Sim, sou. Você seria, Mica, se tivesse alguma ideia de como seu cheiro é suave, como seda e rosas. E quão gostosa me parece.
Os joelhos ficaram fracos. Mica jurava que estavam fracos. Queriam derreter e cair no tapete debaixo dos seus pés.
—Uma brisa forte dá tesão em Castas, — disse ela, zombando, odiando o fato que visse, que estivesse perto da verdade. Eram altamente sexuais, e altamente sensuais.
O sexo com eles era duro e dirigido, e os homens, pelo menos, não tinham problema nenhum em ir atrás do que queriam. E do jeito que estava olhando para ela agora? Ah, sim, ele definitivamente queria.
Ele riu com isso. Um som baixo, ímpio que pareceu um soco acertando seu estômago apertado, uma sensação dura. Maldito seja, não queria sentir isso. Não queria uma dor como esta. As consequências eram muito fortes, a fome se tornando algo que sabia deveria ser cautelosa.
—Diria que é preciso um pouco mais que uma brisa forte, — ele murmurou enquanto se aproximava.
—E eu diria que está simplesmente brincando comigo.— Soltando as mãos de seus quadris, Mica se afastou dele, mantendo um olhar atento enquanto recuava. —Sabe que não há nada disto, Navarro. Este não é um acasalamento.
E devia estar feliz com isso. Estava feliz com isso, assegurou a si mesma enquanto o observava cuidadosamente.
—Tem que ser um maldito acasalamento?— Esse tipo de irritabilidade era tão incomum nele, que Mica aguçou o olhar sobre o breu de seu olhar, observando o reflexo de alguma coisa nesses centros escuros quando se adiantou novamente. —Estou cansado de ouvir falar de acasalamento, Mica. Não tem que ser um acasalamento para fazer um homem querer uma mulher até seu pau ficar duro como uma espiga e suas bolas tortuosamente apertadas. Será que sentindo isso, estou brincando com você?
Sua mão se moveu para o cinto da calça, puxou, e em segundos estava tirando as botas que usava e deslizando o jeans de seu corpo.
Sem vergonha. Sempre soube que ele nunca estaria desconfortável, ou menos defensivo, desnudando seu corpo.
E por que deveria? Músculos duros, marcados e resistentes, e a carne fortemente venada, ingurgitada de seu pênis saiu disparado enquanto ele desabotoava rapidamente e jogava a camisa branca que usava.
Nu, poderoso. Um animal macho por excelência, literalmente. De pele escura, como se vivesse a vida ao sol, o brilho dourado dando aos músculos rígidos um efeito de ondulação enquanto se movia.
Como o escuro, poderoso lobo que dividia sua genética, se movia com a graça de um predador e sexualidade primitiva. A intenção brilhava em seus olhos negros e transformava sua expressão de maldade sensual a completamente dominante sexualmente. E deveria assustá-la.
Sua buceta estava cremosa, seus mamilos duros, seu ventre contraindo com espasmos, duros e sensuais que não deveria ser tão danados de bom.
Antes que pudesse se mover, mesmo se quisesse, antes que pudesse evitar, ele cruzou a distância e pegou seu pulso. Não podia evitá-lo, não havia como adivinhar suas intenções até que encontrou a palma colocando o saco apertado de suas bolas. Aquecido, sedoso, minúsculos pelos que cobriam seu corpo eram sensuais contra as palmas das mãos.
Fracos. Sim, os joelhos estavam fracos, na verdade podia ter perdido a respiração enquanto sua cabeça recuava para olhar para ele.
Não podia fugir, e tentou. Tentou forçar os dedos a sair da posição íntima, mas em vez disso, enrolaram contra o peso pesado, testando, apalpando enquanto lutava para reter um gemido cheio de prazer.
—Parece um jogo, Mica?— A cabeça dele abaixou, seus lábios roçando a orelha dela enquanto falava. —Sente o quanto me afeta? Sabe que não lembro de ter essa maldita dureza na minha vida.
A sensação da sua respiração contra a concha sensível de sua orelha, o mais leve toque de lábios, e ela jurava que seus sucos estavam prontos para derramar de sua buceta.
—Não faça isso comigo.— Detestava a ideia de mendigar, mas realmente o fez. —Não me machuque assim, Navarro.
Estava rezando para que ele tivesse uma consciência, que o apelo sussurrado com uma voz áspera pela fome a rasgando, o obrigaria a recuar.
—Nunca iria machucá-la, — ele prometeu quando seus lábios se aninharam contra seu ouvido, a mão sobre os dedos dela pedindo para acariciar a carne sensível enquanto enviava elétricas emoções de prazer desde o lóbulo da sua orelha através de seu corpo.
Seus mamilos endureceram a ponto que o sutiã em cima deles era uma dor de prazer requintado. Estava pronta para apertar suas coxas, seus músculos enrijecendo em preparação, quando de repente ele empurrou a larga coxa entre as pernas dela, enquanto uma mão abarcava seu traseiro e a puxava mais perto, mais apertado contra o músculo.
—Não está mais protestando, Amaya— Ambas as mãos a agarravam pelo traseiro, os juntando firmemente, em seguida, com um movimento suave e poderoso começou a esfregar contra sua coxa, empurrando sua buceta no próprio jeans, raspando seu clitóris contra o material enquanto os pesados músculos pressionavam firmemente contra as dobras inchadas.
Protesto? Ela, na verdade, ia protestar contra isso? Oh Deus, sabia que devia protestar, mas não estava exatamente certa do porquê. Não conseguia se lembrar de como ele poderia machucá-la.
Sua cabeça caiu para trás enquanto ele a puxava mais perto, erguendo-a contra ele até que suas pernas envolveram seus quadris e ela começou a tremer em reação.
Sim, era isso.
Grosso, tão espesso e duro, seu pau pressionava contra seu jeans, entre as coxas. O pau ingurgitado de Casta Lobo, largo e poderoso, uma cunha aquecida de carne, que ouviu algumas das mulheres no Haven falando, que as esticava numa dor deliciosa que beirava a agonia. Podia ver claramente o porquê. Sentia o porquê. Estremeceu com a perspectiva de tomá-lo.
—Preciso de você, Mica.— Escura, uma lima áspera de fome contra seu ouvido, sua voz acariciou seus sentidos. —Se lembra de como foi bom, Amaya, no hotel? Como doeu parar?
Claro que lembrava. Jamais esqueceria.
—Poderia ser assim novamente.— Ele estava se movendo. Estava se movendo, embora não tinha certeza para onde, até que sentiu seu traseiro encostar na madeira dura e lisa do buffet posicionado ao lado da sala.
—O quarto, — ela murmurou, se forçando a abrir os olhos para olhar para ele, quase ofegante, pela vista da Casta agora de pé entre suas coxas abertas.
Seu rosto estava apertado, com desejo selvagem, seus olhos brilhavam como ônix preto polido e um fogo oculto. A mandíbula apertada, com as mãos segurando os quadris dela, o cabelo caindo em torno de seu rosto, parecia um deus do sexo se erguendo à sua frente.
E ela queria. O queria até que seu corpo inteiro pegasse fogo.
Ela engoliu com força. —É o calor?— Calor de acasalamento. Era ele seu companheiro e seus corpos só não tinham se equiparado ainda?
—Não é o calor.— Suas mãos seguraram a barra de sua camiseta.
Mica não lutou. Não podia lutar.
Deus, sequer a tinha beijado ainda.
Levantando os braços, deixou-o tirar a caxemira leve de seu corpo antes que a jogasse descuidadamente no chão ao lado deles. Em seguida, abriu o fecho da frente de seu sutiã, o tirou e jogou no chão também.
Lambendo os lábios, Mica disse a si mesma que não estava desapontada.
—Vai partir meu coração.— Já podia sentir a dor começando a se agitar dentro dela. —Quando me abandonar, encontrará sua companheira...
E essas foram as últimas palavras que ele permitiu a ela.
Mica sonhou com Navarro ao longo dos anos. Teve fantasias, até devaneios, e imaginou todas as formas possíveis que ele poderia tocá-la. Não houve um toque que não sentiu, uma resposta que não imaginou, ou uma posição que não a levou durante as fantasias, sonhos e devaneios que Mica não pudesse encontrar em todos os anos que esteve fantasiando.
Mas isso, do modo como estava fazendo ela se sentir, em partes iguais de coragem e medo erótico sensual, não poderia ter imaginado sentir algo assim.
Não se sentiu assim na noite que perdeu a virgindade, ou em qualquer momento antes ou depois.
Quando os dedos de Navarro se enfiaram em seus cabelos e puxou para trás, um gemido baixo saiu do peito e os lábios entreabriram quando sua língua acariciou contra eles.
A sensação de seus dedos puxando seu cabelo enviou um banho de prazer ecoando em todas as terminações nervosas do seu corpo. Então sua língua pressionou passando seus lábios, encontrando a língua dela, e acariciando.
Estava lá de novo, a sugestão de mel. Apenas um gosto, tão sutil e leve que quase não estava lá. Mas acrescentou que era um gosto que lembrava uma névoa da meia-noite nas montanhas. Escuro, sedutor. Aliviou seus sentidos, em vez de rasgar através deles. Seus lábios se inclinaram sobre os dela, acariciando sua língua, lambendo, possuindo-a, quando Mica sentiu as mãos dela se movendo para cima do peito, pescoço, se enterrando em seu cabelo e segurando-o como se estivesse aterrorizada que ele fosse parar.
Ela precisava disso. Como poderia uma mulher precisar de um beijo como se fosse comida ou bebida, se não fosse o calor do acasalamento?
Sua língua lambeu a dele de novo quando passou sobre a dela. Apertando os lábios sobre ela, podia sentir sua surpresa quando o sugou delicadamente nos poucos segundos que ele permitiu a ela.
Daí, o beijo se tornou igualmente tão brincalhão como lascivo e orientado.
A cada segundo que seus lábios a tocavam e tocavam, Mica podia sentir sua buceta mais molhada, derramando sobre as pregas sensíveis e seu clitóris inchado, umedecendo a calcinha.
Seu corpo estava se preparando, sabendo o que estava por vir. Sabendo que esticamento e queimação seria facilitado pela umidade pesada.
Arqueando contra ele, tentou passar as pernas ao redor de seus quadris, aumentando a pressão requintada de seu pênis latejante contra ela, mesmo estando separado dela pelos jeans que ela usava, no momento.
Porque sabia que isso ia acontecer. Após todos estes anos, todas as fantasias, todos os anos desejando, esperando e temendo, ia acontecer.
Seus dedos puxaram seu cabelo, fazendo com que Mica soltasse um baixo, desesperado gemido. O som a chocou, quase tirando-a das correntes sensuais começando a girar em torno deles.
O toque de seus dedos calejados acariciando suas costas acalmou o pouco de medo. Levantando tanto quanto possível, agradecendo a Deus e Ely pela injeção que a médica deu para a costela quebrada e a dor que causava. Porque a dor não iria interferir agora. Não romperia o nevoeiro de prazer ou afetaria a fome rondando.
Isso permitiu envolver os braços apertados em volta do pescoço, para levantar mais perto dele.
—Navarro— O protesto foi arrancado de seus lábios quando deslizou dos dela, embora puxasse o ar muito necessário, quase ofegando enquanto seus lábios deslizavam para o pescoço dela, acariciando a coluna sensível e sobre a carne reativa de seu ombro. Assim que chegou à curva arredondada, os dentes beliscaram com uma rugosidade sensual que fez suas costas arquearem e sua respiração ofegar.
As terminações nervosas chiavam de prazer pela lima áspera de seus dentes, seus cílios esvoaçantes, impotentes, ela lutava para abrir os olhos, encontrar o equilíbrio entre as sensações girando rapidamente fora de controle através de seu corpo.
—Adoro seu gosto.— O som primitivo de sua voz enviava arrepios de prazer correndo por sua espinha. —Tão doce e quente, Mica. Poderia facilmente se tornar meu vício.
Seu vício, mas não sua companheira.
O flash de dor que apertou seu peito era confuso, mas pouco fez para reprimir o desejo crescendo rapidamente a ardendo por ela.
Ela sofria por ele. Ficou dolorida por ele durante anos.
Seus lábios se moveram de seu ombro, espalhando lentos beijos aquecidos e lambendo com fome ao longo de um caminho que o levaria direto para as pontas alongadas de seus seios.
Se ela pudesse esperar tempo suficiente para ele completar sua jornada. A fome que começava a se torcer por ela ameaçava todos o controle cuidadoso, o pouco que teve sobre si mesma durante todos estes anos.
—Você me deixa atordoada, — sussurrou um fôlego, enquanto a cabeça levantava, seu olhar tão escuro, tão preto de veludo e intenção, que sentiu como se estivesse afundando dentro dele.
—Só atordoada, minha Mica?— Gutural, raspando com a excitação, sua voz era mais profunda, mais animalesca que nunca.
Mica deixou seus cílios revoarem sobre os olhos enquanto lutava para bloquear a realidade, para bloquear o pensamento de amanhã, quando ela viesse, a companheira de Navarro, quando ele a encontrasse. Para bloquear o pensamento da dor que sentiria quando o perdesse.
Tinha o momento, o aqui e agora. E aqui e agora ele era dela, e não estava se afastando.
Era para acontecer, podia sentir isso. Navarro era duro, insistente, todo seu ser centrado em tê-la. Poderia detê-lo, mas seria a única que poderia fazê-lo. E não tinha forças para sequer tentar. A vontade de afastá-lo, de tê-lo parando de tocá-la, parando de levá-la a um prazer tão incrível, era impensável.
Estava indefesa contra ele agora, carente, sua fome de tocá-lo como ele parecia ter por ela.
Suas mãos se moveram de seus cabelos quando seus lábios voltaram para ela. As palmas das mãos em concha nas laterais dos seios, as almofadas de seus polegares raspando sobre as pontas sensíveis de seus mamilos enquanto os lábios dela novamente eram devorados. Inclinando-se, sua língua pressionando, possuindo sua boca, enquanto o gosto doce do mel sutil tentava seus sentidos com a promessa de mais de sua doçura sensual.
Perdida no tumulto de sensações correndo através de seu corpo, Mica praticamente só teve a consciência de ser levantada contra ele, a mais leve pontada de desconforto em suas costelas rapidamente esquecida, quando Navarro a abraçou e em poucos passos chegou a porta aberta do seu quarto.
Ele rompeu o beijo quando a colocou de pé. Ambos estavam ofegantes. Era uma coisa boa a necessidade de ar ser natural, senão Mica não sabia se podia ter encontrado a capacidade de lembrar como respirar.
Seus dedos se moviam instintivamente para a expansão nua musculosa do peito poderoso. Podia sentir seu coração batendo, duro e insistente, quase tão rápido quanto o dela própria. Ele a queria. Ele a queria, quando desde que podia se lembrar, nunca houve outra mulher dentro do Haven que quisesse, ou tomasse.
Seus dedos estavam num estalar em seus jeans, liberando-os, empurrando-os sobre seus quadris e a ajudando a removê-los.
Mica estava à beira de gemer no puro calor carnal que inundou o corpo dela, e enviou mais sucos inundando sua buceta, quando ele se ajoelhou diante dela, com a cabeça na parte inferior do seu estômago, os lábios a acariciando toda enquanto Mica olhava para ele em fascínio atordoado.
Ela nunca sentiu, nunca experimentou nada tão incrivelmente sexy em sua vida. Nunca tinha leu sobre nada tão sexy. Nunca viu. Não acreditava que pudesse existir, ou que alguma vez experimentaria.
—Eu não fantasiei sobre isso, — ela sussurrou sem fôlego. —Não sabia. . . — Seus dedos pousaram sobre os ombros, as unhas beliscando quando seus lábios entreabertos e os dentes mordiscavam sua carne sensualmente.
Não podia acreditar no que estava acontecendo. Parecia que o tempo que conheceu Cassie Sinclair, que conheceu Navarro Blaine, e quase por muito tempo, estava esperando sem fôlego por este toque.
—Abra as pernas, Mica.— Sua mão apertou entre as coxas dela, empurrando o interior do músculo quando ela tremeu diante dele.
—Não sei se eu posso ficar em pé.— Seus joelhos estavam fracos, os tremores de prazer correndo por ela e roubando sua força.
—Vou segurar você, querida.— Seus dedos roçavam o inchaço, as curvas lisas de sua buceta quando Mica ouviu a súplica, o gemido necessitado rasgando de sua própria garganta.
Abrindo suas pernas, ela olhou, mal ousando respirar agora enquanto uma descarga elétrica, uma sensação de queimação chiava em todo lugar que ele tocava. Separando os cachos saturados que cobriam sua buceta, seus dedos acariciaram através da estreita fenda, acariciando, alisando para baixo, depois para cima e em torno de seu clitóris inchado, antes de aliviar de volta a entrada de sua buceta novamente. Uma vez lá, ele contornou a abertura, pressionando e esfregando-a com firmeza.
—Vou empurrar meus dedos dentro de você, Mica.— Ele brincava com a abertura quando seu olhar se ergueu para o dela, observando o negro de seus olhos enquanto ele olhava para ela. —Quero te foder com meus dedos, querida. Preciso de você pronta. Preciso de sua buceta pequena e aconchegante com tanta fome que o prazer beira a dor, e será mais fácil.
Seus quadris inclinaram para a frente, o ato desavergonhado tirando um rosnado surdo dele enquanto seus dedos começaram deslizar dentro dela.
Não seria capaz de suportar. Não podia. Podia sentir suas pernas enfraquecendo, ficando moles enquanto lutava para ficar no lugar, para ter tanto prazer quanto possível.
A cada dedo empurrado lentamente adiante, os delicados músculos internos se estendiam e seus sucos derramavam em seus dedos, o prazer roubando a força de seu corpo.
Ela estava se inclinando fortemente contra ele agora, olhos fechados, choramingos rasgando de sua garganta enquanto suas unhas fincavam em seus ombros.
Seus dedos, as pontas um pouco calejadas, os dedos magros e fortes, forjados dentro dela com a cabeça inclinada, sua língua lambendo a carne macia logo acima do monte.
Seus dedos avançavam cada vez mais dentro dela, uma deliberada dominação de impulsos rápidos, que a encheu pelo meio e arqueou as costas quando um grito rasgou dela. Esfregou seus dedos, acariciou e desencadeou uma série de explosões internas de prazer tão intensas que ela jurava que derreteria ali mesmo no chão.
Estranha agonia corria através dela, apertando sua buceta em seus dedos, os músculos vibrando ao seu redor como convulsões orgásticas ultrapassando os músculos confortáveis no interior.
Podia sentir a umidade escorrendo e espalhando no canal estreito quando ele a acariciou com os dedos dentro, abrindo a carne, deslizando, esticando-a com intensidade lenta, ardente.
Seus quadris se contorciam, empurrando contra seus dedos com movimentos lentos e de rotação, a respiração ofegante em seu peito.
—Tão doce e forte.— Seus lábios roçaram sua parte inferior do estômago enquanto ele trabalhava os dedos profundamente dentro dela, em forma de tesoura, esticando-a com um requintado prazer, uma dor insuportável.
Sua língua lambeu pela parte inferior do estômago antes de colocar uma série de duros beijos quentes que se moveram firmemente para baixo. Seus dedos trabalhavam dentro de sua buceta, em tesoura, empurrando, os pulsos torcendo enquanto a fodia com movimentos suaves e gostosos que aumentavam as chamas queimando nas terminações nervosas.
—Você está me matando, — gritou desesperadamente quando um impulso firme a arremeteu e estendeu antes de seu pulso torcido enroscar os dedos dentro dela e enviar uma explosão de prazer estático crescendo através de seu corpo.
Ao invés de responder a ela, sua cabeça baixou, separando os lábios, e enquanto ela olhava com espanto, a língua dele pressionou contra seu clitóris antes de cintilar em torno dela com rápidos, destrutivos golpes.
Cavando os dedos nas mechas pesadas do cabelo, Mica o agarrou e apertou mais, tentando recuperar o fôlego enquanto tentava segurá-lo mais perto dela. Forçar os lábios no clitóris ao invés de sua língua brincando, enquanto lutava para ficar de pé, para respirar, para manter a sanidade.
Ah, meu Deus, era tão bom. A umidade aquecida de sua língua, a ameaça de seus lábios quando ele fez um perfeito beijo chupando o botão sensível.
A pressão enviava estilhaços eróticos através dela e apertava seu ventre pela necessidade desesperada de gozar. Seus dedos furavam dentro de sua buceta, esticavam e acariciavam até que a necessidade era como um incêndio chicoteando em sua carne.
Seus músculos internos convulsionavam enquanto a necessidade pulsava através dela. Sua carne estava muito sensível, a necessidade muito intensa, quando a fome atravessou sua mente.
—Preciso de você, — ela ofegou, forçando os olhos a abrir e olhar para ele. —Por favor, Navarro, deixe-me gozar. Eu preciso gozar.
Essa necessidade queimava dentro dela. Inflamava por sua buceta, apertava seu clitóris e apertava seu ventre enquanto ela se esforçava para cair através da borda da tensão requintado que parecia estar equilibrada.
Ele olhou para ela, as pesadas e grossas pestanas negras sombreando os olhos meia-noite quando olhou para ela. Viu a língua quando ele lambeu seu clitóris com uma borda de fome voraz contida e um rosnado parecia retumbar no peito.
Firmes, de forma latente e poderosa, seus dedos se moviam dentro da carne violentamente sensível da vagina, o trabalho mais profundo, se estendendo sensualmente quando os negros olhos maus olhavam de volta para ela, observando enquanto gritava desesperadamente e, finalmente, sentiu as pernas perderem a força necessária para mantê-la em pé.
Navarro a pegou, um braço forte envolvendo em torno de seus quadris enquanto a abaixava lentamente, muito lentamente, até que estava com suas coxas nuas escancaradas, o longo, ingurgitado e muito grosso pau pressionado entre elas.
Impotente contra sua fome esmagadora, Mica apoiou sua buceta contra o eixo pesado quando Navarro segurou a parte de trás da sua cabeça, segurando-a enquanto seus lábios cobriam os dela.
O sabor de mel foi um afrodisíaco para seus sentidos atordoados enquanto sentia as mãos apertando sua bunda e ele ficou em pé numa poderosa onda de força.
Seus joelhos se agarraram em seus quadris, seus lábios se abrindo abaixo dos dele para aceitar a pressão de sua língua entre eles.
Desejo tornou-se uma fome desesperada e furiosa através de seu corpo, a pele dela se parecia solta, o calor se movendo através dela enquanto chorava sucos de sua buceta para revestir o eixo endurecido roçando contra ela.
Mica sentiu suas costas na cama, Navarro se levantou sobre ela, os lábios dela parecendo comer sua língua, lambendo e acariciando, espalhando o gosto quase aquecido de mel para sua língua.
E queria mais que o quase gosto. Mais que seu pênis contra seu monte esfregando. Mais que apenas seus beijos.
Quando impulsionou sua língua entre os lábios mais uma vez, Mica fechou seus lábios sobre ela, sugando-a dentro quando Navarro congelou contra ela por um segundo.
Mas estava lá. Aquele gosto, tão atraente, misto de calor e adrenalina que crescia carregado com uma fome que não podia controlar mais. Quando ela chupou sua língua, aquele gosto pareceu se estender pelo seu corpo, ainda leve, com uma nuança aquecida que a fez gemer no seu beijo quando ele começou a se mover mais uma vez.
Seus quadris deslocaram, o eixo rígido esfregando seu clitóris sensível quando a crista ingurgitada esfregou as inchadas as pregas lisas.
Ele enfiou contra a entrada de Mica, moveu seus joelhos e sentiu a dor em flor, a sensação de devassidão que enchia suas veias quando a sensação de calor começou a crescer.
Navarro ficou ainda mais tenso, um gemido saindo de seu peito, e ela podia jurar que ouviu um grunhido, uma rejeição desesperada de algo quando seu corpo estremeceu contra ela.
Em seguida, prendeu a respiração. Esse calor que havia começado na entrada parecia encher sua vagina, primeiro quase uma sensação de dormência antes de se tornar tão sensível, as terminações nervosas tão incrivelmente agudas, que nada mais importava, só aliviar a dor interna crescendo fora de controle.
—Mica. Sinto muito.— As palavras sussurradas no ouvido dela não faziam sentido, mas um segundo depois, sentiu que a sensação de calor a inundava novamente, a sensação da flexão de seu pau, enfiando dentro dela, quase fazendo uma pausa.
Devia estar medo de alguma coisa. Cauteloso. Mas havia muito prazer, muito desejo. Seus joelhos apertaram na cintura dele, os quadris deslocando, pressionando contra ele até que a cabeça ingurgitada encravou no interior da abertura e enviou pulsos de prazer exultante rasgando através de sua buceta.
A impressão de calor crescia por ela, a flexão da cabeça larga de seu pênis, a sensação da carne como ferro quente trabalhando dentro dela, raspando sobre as terminações nervosas hipersensíveis enviava seus sentidos num giro. O desespero foi crescendo dentro dela, incoerentes súplicas escapando de seus lábios enquanto ela se contorcia embaixo dele.
—Mica—. Rígido, rascante, o rosnado que saiu de sua garganta era primitivo, faminto. —Segure-se em mim, Amaya.
Estava segurando tão apertado quanto possível. Arqueando para a frente, trabalhou sua buceta contra o talo rígido de carne começando a penetrá-la.
Então, ele estava movendo seus quadris, girando, apertando a carne palpitante mais fundo quando sua exaltação cresceu através dela.
Se o prazer podia ser violento, doloroso, então isso é o que era aquilo. Cada sensação era tão nítida, tão incrivelmente vibrante que ela se perguntou se podia suportar.
Cada impulso esticava mais longe, sua carne endurecida raspando sobre o músculo sensível, trabalhando seu pau mais fundo. O empalamento era agonia e êxtase. Cada golpe, cada estocada dentro dela enviava seus sentidos mais longe do controle.
—Por favor, por favor.— Ela mal podia respirar, não havia nenhum pensamento, nenhuma realidade, só a sensação dele a tomando agora. —Mais Navarro. Oh Deus, preciso de você.
Ela não conseguia o suficiente. Não estava suficientemente profundo dentro dela. Queria mais dele. Mais duro. Mais quente.
O próximo impulso parecia uma lança no centro dela e arrastou um grito, sem fôlego agonizante de sua garganta.
Podia sentir seu pau latejando, o calor derramando nela, e uma parte distante dela sabia o que estava acontecendo. O impensável.
Seus dedos apertaram contra os poderosos músculos de seu bíceps, as unhas cavando enquanto seus quadris se contorciam embaixo dele, com os joelhos apertando ainda mais contra suas coxas endurecidas quando ele começou a empurrar dentro dela.
Raspando dentro dela, o eixo largo de seu pênis começou a acariciar, surgindo sobre o tecido e terminações nervosas que gritavam por liberação. A dor ardente que centrava abaixo de seu clitóris parecia impossível de saciar, satisfazer. Cada golpe só intensificava o desejo, intensificava o fogo na boca do seu ventre.
Ela não conseguia o suficiente dele.
Queria gritar, em desespero, numa fome que rasgava seus sentidos e a fazia empurrar desesperadamente contra ele.
Sua mão travou em seus quadris, e ainda assim lutou contra seu aperto.
Não conseguia chegar perto o suficiente. Não estava empurrando com força suficiente.
—Quieta,— ele ordenou, a voz áspera, tão primitiva que acariciou contra seus sentidos com a mesma reação que seu pênis acariciava dentro de sua buceta. Ele a empurrou mais alto, mas ela não conseguia voar, não conseguia encontrar a liberação que subitamente desejava como um viciado em reabilitação.
Ignorou a ordem de ficar parada, simplesmente tomando. Puxou seus quadris contra os dela, lutando, até que de repente, ele se afastou dela.
—Não! — Ela se aproximou dele, os olhos abertos queimando para cima na expressão barbaramente cortada no seu rosto quando ele de repente agarrou seus ombros, puxou-a para a posição sentada, em seguida, a virou em seu estômago.
Antes que pudesse lutar com ele, os joelhos abriram suas coxas, as mãos empurrando seus quadris para o alinhamento com a penetração grossa de seu pênis enquanto empurrava dentro dela com um golpe desesperado.
O traseiro de Mica se curvou, um gemido de prazer rasgando os lábios enquanto ela empurrava de volta para ele, seguindo o rígido aperto das mãos na cintura.
Sentiu-o sobre ela, a cobrindo com a posse primitiva enquanto seu pênis invadia duro e profundo dentro dela. Seus quadris rodaram, seu pênis esticou mais além, acariciando as terminações nervosas desesperada mais próximas agora, empurrando-a mais alto, mais forte, até que, finalmente, sentiu-se quebrando e caindo sobre a borda do êxtase com força explosiva.
A detonação apertou através dela antes do motim romper seus sentidos e deixar apenas o mínimo básico de pensamento, explodindo, a agonia arrebatadora a percorrendo novamente, empurrando mais duro, e esticando os músculos delicados do sua buceta mais amplos.
O prazer a destruiu. Mas sabia que, uma vez que seus sentidos voltassem, seria mais que o prazer que de repente mudaria sua vida....
Navarro podia sentir a rejeição por tudo que sabia estar acontecendo, mas se afastar dela era impossível. Quebrar a ligação que podia sentir se construindo entre eles não ia acontecer.
O animal havia despertado dentro dele, e não havia como empurrá-lo de volta para seu canto para dormir novamente.
Sentiu os primeiros pulsos de pré-semem, o líquido sedoso que ejaculou nela ao primeiro toque na parte quente de sua boceta lisa contra a cabeça de seu pau. Como se o animal soubesse, instintivamente, o momento em que seu pênis alinhou com ela, quando a oportunidade perfeita surgiu para chocar Navarro com o impulso primitivo.
O líquido permitiu ao tecido delicado da carne feminina aliviar, esticar, tornar-se mais faminta, desejar mais, aceitar o que viria quando Navarro conseguisse sua própria liberação.
Ainda assim, lutou contra ela. Com tudo dentro dele, lutou contra o que estava por vir, uma parte dele implorando, rezando para que nada disso estivesse acontecendo, embora soubesse que estava. E ainda, uma outra parte dele se alegrou.
Agora, deitado sobre ela, a sensação de seu pau pulsando em lançamento, o pesado, inchado nó latejante do Casta Lobo nos apertados e delicados músculos pesados que o rodeavam, podia sentir sua Mica, sua companheira, sua carne ondulante, sugando o primitivo inchaço em felicidade quando seu clímax estremeceu todo seu corpo exausto, mais uma vez.
Mas ainda mais chocante, mais preocupante, era sua incapacidade para puxar a cabeça para trás, para liberar a carne do seu ombro de seus dentes, apesar do fato que não havia caninos para perfurá-lo. Ainda assim, mordeu duro, sua língua lambendo a área enquanto percebia como estremecimentos duros continuavam a sacudir todo seu corpo.
Pela primeira vez em sua vida, estava experimentando o que outras Castas tinham como certo. O animal, instintivamente subindo dentro dele, fechando com ele, vendo através dos olhos dele, provando com a língua e vivendo cada sensação, cada cheiro, cada visão que Navarro experimentava.
Como se outra entidade partilhasse seu corpo, ele não estava familiarizado ou totalmente confortável. Podia sentir que se recusava a recuar novamente.
Seu corpo se curvou quando outra onda de violência varreu o prazer dele.
Nunca sentiu nada parecido com isso. Nunca conheceu um prazer tão completo, tão inebriante saciedade. Queria ficar aqui para sempre, trancado com ela, perdido dentro das ondas de prazer que tomavam conta dele novamente e novamente.
Não podia imaginar nunca estar sem ela, ficar sem ela. Não podia imaginar um momento, uma respiração a ser tomada, sem o cheiro de Mica infundido.
E conhecia os perigos disso. Conhecia a loucura que seu corpo acabava de forçar em ambos. Sabia exatamente o que significava, não só para ele, mas também para várias outras Castas dentro do Santuário, bem como Haven.
Ele sabia.
E orou como nunca orou antes, que agora não falhasse.
Acasalada.
Estava acasalada por uma Casta recessivo que não mostrava absolutamente nenhum sinal, nem um único, que estava à beira do acasalamento.
Mas não havia dúvida em sua mente do que tinha acontecido.
Não havia nenhuma maneira que pudesse negar, mesmo se quisesse, não depois que sentiu como ele travava dentro dela, seu eixo já ampla espessando mais na metade do órgão pesado e prendendo firmemente dentro da parte mais estreita de seu sexo.
E no momento que ele foi capaz de retirar a si mesmo, ele saiu direto da cama, se vestiu e saiu do quarto.
Sem sussurrar palavras doces, abraçá-la e rosnar e bater no peito a merda de —minha companheira — como ouviu que acontecia com outras Castas e seus companheiros.
Não era apenas sua sorte?
Seu companheiro saiu xingando, pisando duro e amaldiçoando a sorte, porque tinha uma companheira.
Sim, era apenas sorte dela. Deveria ter esperado por isso.
Levantando da cama, Mica se moveu para o banheiro anexo, tomou outro banho, vestiu jeans e camiseta e saiu do quarto com um sentimento de resignação.
A raiva estava lá, mas passou tantos anos escondendo suas emoções que mal a sentia quando desceu a escadaria curva para o grande hall de mármore.
A noite estava descendo nas montanhas, a corrente de ar frio da noite gemendo fora das portas da frente da ampla casa, uma vez que anunciava uma tempestade.
Chuva ou neve? Nesta época do ano, podia ser qualquer um ou uma mistura de ambos.
Estremeceu ao pensar nessas opções. O pensamento de chuva só a lembrava da corrida louca através das ruas escuras da cidade de Nova York, enquanto pensar em neve nas montanhas, a fazia simplesmente desejar ficar na fazenda de seus pais no Colorado, em vez de regressar ao seu emprego no jornal depois que terminasse em Haven.
—Aí está você.— Quando Mica desceu as escadas, Merinus saiu da entrada da cozinha além do vestíbulo.
Ainda esbelta apesar dos dois filhos que tinha, e o fato que havia passado seu quadragésimo aniversário, Merinus ainda parecia a mesma do dia em que ficou na frente dos jornalistas ao lado Callan enquanto ele contava ao mundo o que era, e o que foi criado para ser.
—Sim, aqui estou eu.— Mica empurrou as mãos nos bolsos da calça jeans. —Está calmo aqui hoje.
—Há uma tempestade chegando.— O sorriso de Merinus era tranquilo, confiante.
Era a esposa do líder Felino e sua companheira, a que chamavam de Prima, e levava o título também.
Movendo na direção dela, Mica, de repente se sentiu autoconsciente, se perguntando se Navarro falou com a mulher depois que saiu, se ela sabia o que aconteceu no quarto que Mica dormia quando os visitava, desde que era uma criança.
—Vamos para a cozinha. Há café e bolo de chocolate. Estive me mimando hoje.
Virando, Merinus fez o caminho de volta à cozinha ampla, alegre, o jeans e a camiseta que usava parecendo extremamente confortáveis quando combinadas com as grossas meias brancas nos pés.
Entrando na cozinha, Mica quase deu um suspiro de alívio pelo fato de Merinus ser a única lá.
—Cassie ligou mais cedo, — afirmou Merinus enquanto servia café e um copo deslizava através do largo balcão central, enquanto Mica tomava um assento num dos bancos de bar na frente dele.
—Perdi meu celular, — Mica suspirou. —Vou ter que ver se Jonas me dá outro.
O telefone seguro das Castas, que carregava estava em sua bolsa, junto com sua identificação, dinheiro e cartões de crédito.
—Cassie me disse para te tranquilizar, pois está cuidando das coisas no que diz respeito aos cartões e assim por diante, — afirmou Merinus enquanto empurrava o bolo por cima do balcão. —Ela assumiu que desde que o telefone estava desligado, algo aconteceu.
Mica deu um aceno curto. Era um acordo que tinham. Se os outros suspeitassem que de alguma forma um deles foi ferido, roubado ou levado, então tomavam o cuidado de cancelar todos os cartões de crédito. A última coisa que queriam, ou precisavam, era dar lucro a alguns bastardos depois que eles, possivelmente, fossem morto por um deles.
—Callan, Jonas, Kane e Navarro estão discutindo na sede de comunicações sobre as estatísticas da missão, — Merinus disse ela. Como se ela precisasse saber, Mica pensou ressentida quando cavou o bolo.
—Só preciso saber quando o heli-jato vai estar aqui para me levar pra casa, Prima.— Mica olhou de volta para a outra mulher, questionadora. —Por mais que goste do Santuário, acho que me sentiria melhor se estivesse na fazenda dos meus pais.
—Seus pais estão no Haven, Mica, — revelou Merinus suavemente. —A fazenda foi atingida, ao mesmo tempo que foi alvejada na cidade. Seu pai e sua mãe, felizmente, não estavam em casa no momento.
Mica inalou devagar, com cuidado. —Jonas sabe por que foram alvejados? Será que sabe por que foram o alvo?
Merinus fez um movimento rápido de cabeça. —Sei que está trabalhando nisso. Prometo que estamos fazendo todo o possível para descobrir isso e levá-lo em segurança para casa. Mas a palavra chave é segurança. Não estamos certos que mesmo o jet-heli seria um meio de transporte seguro no momento. Até termos certeza, não é uma possibilidade que queremos ter.
Mica deu outra mordida no bolo de chocolate, tomou um gole de seu café e simplesmente permitiu que a informação entrasse dentro dela.
Não podia sair ainda. Estava presa aqui, o que significava que o sistema de apoio que poderia contar em qualquer outro momento não estava disponível.
Hope, Faith e Charity e, especialmente, Cassie, exasperante como era, às vezes. Eram suas amigas, seu sistema de apoio. Poderia falar com elas, e elas poderiam ajudá-la a descobrir qual caminho percorrer neste momento, com um companheiro Casta que apenas sumiu após o acasalamento.
—Jonas tem alguma ideia de quanto tempo vai levar?— Mica finalmente perguntou a Merinus.
—Sinto muito, Mica—. Merinus sacudiu a cabeça, os cabelos castanhos na altura dos ombros enfatizando a compaixão em sua expressão. —Prometo a você, não é o único trabalhando nisso. Callan, Kane e Navarro estão investigando também. Tenho certeza que não vai demorar muito.
O que deveria dizer neste ponto?
Queria ir para casa. Se dependesse apenas dela, pegaria um carro e simplesmente sairia dirigindo. Era uma mulher, e desde que ninguém a visse sair, então não haveria ninguém para denunciá-la para quem inferno estava lá fora, procurando por ela.
Isso não iria acontecer, porém, e sabia disso. Não chegaria a um veículo, muito menos aos portões do complexo, antes que Jonas, Navarro, e um bom número de Castas que a viram crescer, a impedissem.
—Cassie pediu que ligasse quando tiver tempo—. Merinus encostou no balcão e tomou um gole de café. —Ela disse para lembrá-la de ter cuidado com o contentamento?— Merinus estava obviamente muito curiosa, assim como parte divertida.
Mica tomou um gole de café.
Ia estrangular Cassie.
No momento que tivesse a chance, ia envolver as mãos em torno da garganta de sua amiga e começar a apertar.
Cassie merecia.
Estava escondendo a verdade de tudo o que sentiu naquele dia, e Mica sabia que ela estava.
—Não vai explicar a referência contentamento?— Havia uma ponta de riso no tom de Merinus.
—Posso explicar isso quando eu entender.— Partindo outro pedaço de bolo, Mica deu a Merinus um olhar irado. —Sempre entende o que Cassie está falando?
—Às vezes—. Merinus não parecia tão confiante como Mica tinha certeza que ela queria. —Será que a ideia de contentamento não tem nada a ver com repetir os testes de acasalamento que Navarro insistiu para Ely executar esta manhã?
Sim, essa era Merinus, direto ao ponto.
Mica suspirou. —De acordo com Cassie, ela não tem ideia do que isso quer dizer. Quanto aos testes de acasalamento, Navarro simplesmente queria ter certeza.
—Sei—. Merinus acenou sombriamente. —E isso não tem nada a ver com ele quase ter perdido a sanidade quando Brandenmore escapou do confinamento e conseguiu prendê-la contra a parede, tem? Ou como ameaçou matar Brandenmore depois que conseguiu livrá-la dele?
Merinus era mais perspicaz do que muitos gostariam de admitir.
—O que quer saber, Merinus?— Mica perguntou calmamente enquanto empurrava o bolo e café para trás.
Podia dizer quando alguém estava pescando, e no momento, Merinus estava jogando dinamite na água.
—Você é sua companheira, Mica?, — Perguntou ela.
Não ia mentir para Merinus. Mica viveu sua vida em meio a mentiras, enganos e duas palavras, e odiava. Poderia marcar sua vida dividida por um evento. Os anos de contentamento e segurança antes da noite que Cassie Sinclair e sua família chegaram ao rancho de seu pai. Os anos cheios de conversa fiada, mentiras e perigo de todos os dias depois.
Ela entendia, realmente o fazia. Havia tanta coisa que poderia dizer à maioria das crianças. Mas Mica não foi a maioria das crianças, e o ressentimento só cresceu ao longo dos anos.
—Ao que parece.— Ela encolheu os ombros, tentando parecer casual, despreocupada, levando quase cada grama de controle que possuía.
Havia momentos que esquecia que a própria Merinus não era Casta. Ela era uma companheira por tanto tempo, o hormônio de acasalamento tão firmemente entranhado em seu corpo, que seus sentidos eram tão acentuados que podia detectar emoções, se não as cheirar.
Embora Merinus não fosse de modo algum uma Casta. Ainda.
Ela continuou a observar Mica, deixando-a extremamente desconfortável com seu escuro olhar fixo. Não era uma Casta, mas estava desenvolvendo os sentidos de uma, o que significava que não era mais uma pessoa que Mica podia fingir estar calma ao redor.
—Há quanto tempo sabe?— A Prima perguntou.
Esta já não era a amiga que abrigou Mica, junto com Cassie quando eram crianças. Não era a mulher que cortou o cabelo de Mica pela primeira vez, ou aquele que a ensinou a usar maquiagem quando era adolescente, quando sua mãe se recusou a fazer isso.
Esta agora era a Prima, a força dominante no Santuário feminino, e não havia uma Casta masculina ou feminina dentro do complexo que não reconhecesse sua força, calma e poder intuitivo.
Mica olhou para o relógio do micro-ondas. —Ah, duas horas, talvez?, — Respondeu ela alegremente. —Poderia ser um minuto a mais, um minuto a menos. Então não vamos entrar na confusão psicológica que vai com a merda ainda, se não se importa? Gostaria de um minuto ou dois para me ajustar.
Houve uma situação estranha ou duas, quando sua necessidade da verdade era quase compensada por sua necessidade de privacidade.
Castas e seus companheiros eram tão mais intrometidos. E não poderia dizer à Merinus que cuidasse de sua maldita vida, como faria com a maioria das outras Castas.
—É provável que precise mais do que um ou dois minutos para se ajustar, — disse Merinus pesarosamente. —Faz 14 anos desde que conheci Callan e ainda não posso dizer que estou ajustada.
Mas estava feliz. Mica podia ver a felicidade, bem como a satisfação no olhar da Prima. Pode parecer agora não ter mais que 24 ou 25, mas era 14 anos mais velha e sábia além de seus anos, Mica pensava.
Isso não significava que queria discutir com Merinus algo tão particular e tão confuso como o que aconteceu em sua cama mais cedo, com Navarro indo embora.
—Me perguntava o que estava acontecendo quando Navarro irrompeu abaixo e saiu pela entrada da frente.— Pegando os pratos e copos, Merinus os depositou na pia antes de virar para Mica, encostada ao balcão e segurando a borda atrás dela. —Não acho que já vi Navarro pisando duro antes.
Mica estava bastante certa que ninguém nunca viu Navarro pisando antes, simplesmente porque raramente pisava duro.
Assim como raramente mantinha a mesma amante por mais de uma semana ou duas.
Imaginava que pisava duro, porque não era tão fácil se afastar de uma companheira como se fosse um programa uma-noite.
Pobre Navarro, pensou ironicamente.
Seus ombros quase caíram em depressão. —Pobre Mica— era mais parecido com ele. Estava apenas sentada aqui sozinha com Merinus, ao invés de tentar descobrir exatamente como impediria seu pai de matar Navarro.
Seria difícil, especialmente considerando o fato que, no momento, não se importaria de matá-lo sozinha.
Depois que a fodesse de novo.
Ela se perguntou o que seria necessário para convencê-lo a fodê-la novamente antes que o matasse?
Ela olhou para Merinus enquanto a outra mulher a olhava com compaixão. E essa compaixão rangia. Como se alguém devesse sentir pena dela. Deviam sentir pena de Navarro, porque o pai dela realmente não ficaria feliz.
—Você e Navarro discutiram antes que ele a deixasse?— Merinus finalmente quebrou o silêncio entre elas.
—Não.— Ela escovou os cabelos para trás de seu rosto enquanto Merinus dava um sorriso tenso. —Não havia nada a discutir.— Saindo do tamborete, Mica enfiou as mãos nos bolsos traseiros das calças jeans.
A memória repentina das mãos de Navarro segurando seu traseiro, a erguendo para ele, passou pela sua mente quando um arrepio correu até sua espinha.
Assim também, rapidamente, cerrou seu ventre, um segundo antes de uma onda de calor passar por sua buceta.
Calor de acasalamento.
Engolindo seco, ela tirou as mãos de seus bolsos e olhou ao redor freneticamente por um momento, tão fora de equilíbrio que sabia que Merinus não podia deixar de perceber.
Podia se sentir encharcando, sabendo que se Merinus tinha o sentido de olfato em qualquer lugar perto de uma Casta, então saberia o que acontecia.
Mica odiava isso. Não havia nada pior que deixar todos perceberam algo tão íntimo como sua excitação.
—Há sempre algo a discutir sobre como o calor de acasalamento nos afeta. E posso imaginar que Navarro, quieto como é, poderia ser uma força a ser reconhecida se ficasse com raiva.— Merinus suspirou como se não tivesse ideia das súbitas chamas de calor que despertavam e começavam a queimar dentro de Mica.
—Navarro não iria me machucar.— Mica abanou a cabeça com desdém.
Ela só queria fugir. Queria correr para o quarto dela, sair, ficar longe do olhar muito perceptivo de Merinus ou a capacidade dela possivelmente sentir o cheiro.
—Não, Navarro não iria machucá-la, — Merinus concordou. —Mas, no calor do acasalamento, até mesmo a Casta mais auto-controlada pode se tornar imprevisível.
—Merinus, realmente odeio ser desrespeitosa, porque tenho o maior respeito por você, — disse Mica enquanto lutava para segurar sua paciência agora. —Mas não entendo o que está pretendendo, e não entendo por que estamos tendo esta pequena conversa. Então, se for gentil o suficiente para me explicar, me desculpe, realmente apreciaria isso.
Porque achava que não tinha paciência para ser social por muito tempo.
—Seu pai está ameaçando vir ao Santuário, — Merinus disse então. —Preciso saber, Mica, se ele chegar, será capaz de suprimir sua própria raiva, ou qualquer emoção que iria aborrecê-lo, tempo suficiente para tranquilizá-lo e evitar que ataque Navarro, no momento? Ambas sabemos o quão perigoso poderia ser.
Ah, sim, sabia exatamente como podiam ser os Castas machos, quando suas companheiras estavam em causa. Tinha visto isso há anos, cada vez que um acasalava, a possessividade, o domínio e superproteção pura.
Era mais que seu pai superprotetor.
Mica virou a cabeça antes de sacudi-la lentamente. —É preciso convencer meu pai a ficar longe, — declarou ela enquanto se virava para a outra mulher. —Não sei se posso lidar com sua superproteção, bem com Navarro no momento.
E ele era superprotetor. Tanto assim que Mica muitas vezes se sentia sufocada em sua presença. Crescer ao redor dele foi quase impossível. Se pudesse, ele a teria mantido criança para o resto de sua vida.
Não teria seu primeiro amante, muito menos uma oportunidade para permitir que uma Casta realmente acasalasse com ela, se fosse da maneira de seu pai. E se chegasse aqui e tivesse que enfrentar Navarro dormindo em sua cama sem o benefício do matrimônio, então ele era susceptível de fazer algo estúpido. Como Merinus temia, havia uma chance muito grande que ele, na verdade tentasse forçá-la a voltar para o rancho, ou Haven.
Não era que ele não a amava. Não era que ele não quisesse que ela fosse adulta.
Queria que ela casasse com um homem que acreditava ser o tipo de homem que ela precisava. Queria que ela se estabelecesse numa casa pequena e tivesse filhos e vivesse entediada.
Não considerava aceitável uma Casta, e não porque não gostava deles, porque não os prejudicava. Mas porque conhecia o perigo que vinha com ser um companheira de Casta.
—Mica, eu posso te ajudar.
Ela parou na porta da cozinha antes de virar para Merinus. —Já encontrou uma cura para o calor de acasalamento?
—Sabe que nós não a temos, — Merinus disse suavemente. —Mas isso não significa que não posso te ajudar com isso. Estou sempre aqui, Mica. Tudo que tem a fazer é me dizer o que precisa. Sou sua defensora aqui.
—Até que a cura seja encontrada para o calor de acasalamento ou dominação masculina, então estou ferrada, e ambas sabemos disso, — disse ela amargamente.
—E é o calor do acasalamento tão abominável?— Merinus perguntou. —Navarro é indigno como companheiro, ou amante?
—Ele seria um amante perfeito, — Mica respondeu com sinceridade. —Mas não estava procurando por uma companheira, Merinus. Eu não estava procurando me limitar ao Santuário ou Haven por um homem que nem sequer me ama. Um que nem sequer me quer além do calor de acasalamento.
Com essas palavras, saiu da cozinha, sem querer ouvir mais argumentos sobre o calor de acasalamento ou Castas como companheiros. Ela com certeza não queria ver o reconhecimento nos olhos Merinus que estava certa.
A única razão que Navarro ficaria com ela agora seria por causa do calor, não porque estava disposto a se apaixonar por ela. Não porque quisesse amá-la. Mas por causa de alguma reação biológica. Porque algo combinou em seus hormônios, seus feromônios ou algum outro elemento do corpo que agora os unia.
Ela duvidava ainda, que como Cassie sempre afirmava, seus corpos sabiam o que seu coração ainda não estava disposto a aceitar.
Não podia aceitar essa desculpa, apesar dos argumentos de Cassie confirmarem sua teoria. O fato de todos os companheiros da Casta, todos os pares acabarem sendo perfeitos. Se amarem. Serem dedicados parceiros. Em todos os anos que o calor de acasalamento e os companheiros foram registrados, a natureza nunca criou um casal menos que perfeito.
Havia sempre uma primeira vez para tudo. E o calor de acasalamento não libertava o casal. Criava um prazer sexual que se tornava viciante, como Mica entendia. Um viciado nunca trairia o vício, principalmente se fosse aprovado pelo cirurgião geral, ela pensou sarcasticamente. E o calor do acasalamento era definitivamente aprovado por ambas as raças, assim como pelos seres humanos que estavam cientes disso. O endosso muito maior que o cirurgião geral, como Cassie uma vez lhe disse com uma risada.
Movendo-se para a porta da frente, Mica puxou um casaco pesado de dentro do armário próximo e o vestiu rapidamente antes de sair de casa. Esperava que a qualquer momento um Casta a observando silenciosamente a detesse, ou que Merinus viesse da cozinha e a chamasse de volta, o que faria o guarda detê-la.
Felizmente nenhum deles parecia se importar, e Mica não estava com disposição de dizer não.
Envolvendo o casaco acolchoado muito grande em torno dela, Mica abaixou a cabeça contra o vento frio chicoteando das montanhas.
O Santuário era um dos lugares mais bonitos que já viu em sua vida, verão ou inverno. Os velhos pinheiros pesados pareciam ainda mais lindos neste momento do que em qualquer outro.
Estavam carregados com uma cobertura de neve da noite anterior, que brilhavam no ar frio, e as agulhas de pinheiro caíam no chão debaixo deles amortecendo os passos de Mica, enquanto o silêncio que cercava parecia quase assustador.
Santuário sempre pareceu ser um outro mundo, mas agora ainda mais.
Como se o próprio mundo estivesse esperando o momento em que o calor da primavera finalmente mostrasse sua cara e derretesse o frio em torno dele.
—Não deve fugir desse jeito, sem deixar ninguém saber onde vai e quando vai voltar.
Mica virou ao som da voz sombria de Navarro, olhando de volta para ele lembrando que não havia maneira de se esconder nesse lugar amaldiçoado. Não havia nenhuma forma especial para se esconder dele agora.
—Relatar minhas atividades não estava no topo da minha lista de prioridades.
—Deveria estar. — Havia algo no olhar em seu rosto, o conjunto de sua expressão, que a fez observá-lo com cautela.
Ela conhecia as Castas, e sabia que esta não estava satisfeita.
—Bem, da próxima vez vou pedir como uma boa menina pouco antes de sair de casa. Agora, se não se importa, gostaria de desfrutar de um pouco de paz e tranquilidade para variar.— O olhar dela girou de volta para a casa da propriedade, num convite silencioso.
Não o queria em volta dela agora. Precisava de uma chance para limpar sua cabeça ao invés de dar a seu corpo a chance de ficar ainda mais quente. E assim era. Como se simplesmente tê-lo em torno dela fosse suficiente para fazer sua buceta começar a chorar de excitação e seu coração começar a correr de emoção.
Ela precisava dele.
Ela o queria, mas isso não era nada incomum, o esteve querendo por muitos anos, mas não queria que fosse assim. Forçado. Vinculado a ela por uma reação hormonal que não conseguia controlar mais do que ela podia.
Ela puxou o casaco apertado em torno dela enquanto sentia seu corpo se sensibilizar ainda mais, as terminações nervosas e zonas erógenas crescendo de interesse em segundos.
—Troque comigo de jaqueta.— Ele encolheu os ombros da jaqueta de couro que usava em seus ombros, revelando uma camisa de seda preta enfiada em seus jeans bem-cortados.
Jeans preenchidos excepcionalmente bem pela ereção pesada abaixo dele.
Chamas de repente lamberam sobre sua pele quando se concentrou na jaqueta que ele estava segurando e apertou os dedos sobre o que ela estava vestindo.
—Gosto muito do que eu estou vestindo.— Vira Merinus usar isso antes, no início do outono, quando esteve lá com Cassie para um fim de semana.
—Tanto quanto gosto de Callan, não gosto do cheiro dele na minha companheira, — de repente ele resmungou.
Mica revirou os olhos, abrindo os lábios, os dentes cerrados de irritação, mas puxou o casaco, mal sentindo o frio no ar, e o estendeu para ele.
Mas em vez de pegar a jaqueta que estendeu para ela, em vez disso ela se afastou, voltando para a casa, e esperava o mais longe possível dele. E o mais rapidamente possível. Adoraria se pudesse chegar longe o suficiente, rápido o suficiente, e que o calor crescente em seu corpo simplesmente evaporasse.
Ela não precisava disso.
Mas essa não parecia ser a questão, porque ele se moveu ao lado dela como se seu passo acelerado não fosse nenhum problema para acompanhar.
—Não podemos fugir disso, — afirmou, sua voz escura, pesada que a fez parar, virar e olhar para ele com cautela, com raiva.
—E quem fugiu esta manhã?— Ela questionou acaloradamente, desejando estar fria, em vez de cozinhar de excitação, pois o vapor estava começando a crescer para plena ebulição se agitando.
Podia sentir que assumia, célula por célula, estimulando não só fisicamente, mas também uma resposta emocional que não tinha qualquer esperança de derrotar.
O problema era que ela o queria antes do calor de acasalamento. Esteve tão perto de se apaixonar por ele antes do primeiro beijo. Mas, para ele, não havia nada mais envolvido que o físico, e agora mais do que o que ele queria também.
—Eu não estou fugindo.— Seus olhos pareciam queimar com fogo negro.
—E eu não sou do tipo zás-trás, obrigado madame, e tenho certeza como o inferno que não sou só-uma-noite, e você pode sair na manhã seguinte.— Ela zombou. —Vou te dizer, Navarro, quando estiver pronto para pedir mais que uma boa foda, então me deixe saber. Vou ver o que posso fazer por você então. Até então, acho que prefiro o inferno do calor de acasalamento por companhia.
Aumentando a distância, Mica amaldiçoou sua língua, seu temperamento e as Castas, em especial quando andou na direção da casa principal, determinada a se afastar dele antes que terminasse implorando. Implorando para a foder. Suplicando que a amasse.
—Não é assim tão fácil.
Antes que pudesse sequer imaginar que tentaria impedi-la, seus dedos se envolveram ao redor de seu braço, a puxando numa parada e, antes que pudesse detê-lo, a pressionava firmemente contra o tronco de uma árvore.
Seu calor parecia um cobertor para ela quando se apertou contra ela, o comprimento pesado de seu pênis apertando a parte inferior do seu estômago através de suas roupas.
Fazia frio em torno deles, sabia que sim, mas não podia sentir. Tudo o que sentia era o resplendor de desejo, uma vez que começou a transbordar por meio dela, saturando sua buceta, endurecendo os mamilos e sensibilizando sua pele.
Tudo o que sentia era a necessidade irrevogável, e não resistiu mais do que podia.
—É assim tão fácil.— Ela estava respirando pesadamente, com a voz muito fraca para autoritária como desejava que fosse.
Seus seios estavam subindo e descendo duramente, os mamilos duros raspando contra o suéter, onde o peito pressionava firmemente contra ela.
—É, Mica?, — Ele perguntou, levantando sua mão, os dedos ajeitando os fios pesados de cabelo que caíam em seu rosto.
O toque era tão suave, o toque dos seus dedos ao longo do seu rosto tirando seu fôlego pelo desejo que foi muito mais que físico, muito mais que simplesmente a necessidade de transar.
—Realmente quer fugir?
Ela queria. Ela queria fugir. Queria respirar. Ela queria. . .
Ela só queria tanto dele como ele tinha dela.
Ela queria mais que apenas seu corpo.
Navarro olhou fixamente abaixo para ela, se perguntando se ela sabia como as paredes ao redor das suas emoções estavam deslizando. Houve um tempo quando não poderia ter rachado aquelas paredes de forma nenhuma. Quando ela podia guardar aquelas emoções tão longe da vista que não teria uma chance de sentir o perfume delas.
A mistura intrigante de odores sutis que emanava de Mica era como uma ambrosia para ele. Até o odor de sua decepção, sua raiva e sua dor emocional eram leves o suficiente para apenas se misturarem com aquele de alecrim aquecido, um campo de flores silvestres, uma sugestão de açúcar mascavo. Toda a doçura e os suaves odores da mulher compassiva e honesta que ela era. Odores de sua excitação, e uma fome que ia muito além da física, era como uma sugestão suave e doce de um dia que começaria.
Ela queria mais que o prazer físico que vinha com o calor do acasalamento. A fome que surgia enfurecidamente dentro dela era por muito mais que apenas sexo.
Mica queria amor e compromisso. Queria um homem cujo afeto aqueceria mais que apenas seu corpo. E ele jurou, há muito tempo, que nunca se permitiria andar nas águas traiçoeiras da emoção.
Mesmo com sua companheira.
—Eu fugiria se pudesse,— ela finalmente respondeu. —Você assegurou que não fosse possível quando me acasalou.
Ele acariciou o lado do rosto dela com sua palma, maravilhado com a sedosa suavidade de sua pele até quando uma pontada de diversão se filtrava pela excitação, e a irritação com aquela excitação, e o tinha contendo o puxão de um sorriso que teria esticado seus lábios.
—Eu podia dizer que o acasalamento foi mais sua culpa,— ele declarou. —Eu não tinha problema com qualquer outra mulher até você.
—Isto é um argumento tão ferrado.— A carranca sóbria que ela angulou para ele foi acompanhada pela descrença que reluzia no olhar dela. —Só um Casta diria algo tão estúpido. Desculpe, Navarro, mas só Castas tem a habilidade de acasalar. Isso me deixa de fora.
Ela o pegou com isso. Mas ele notou que a confrontação estava aumentando aquela sugestão de chuva de verão enquanto a boceta dela ficava mais molhada e mais quente.
Ele recordou do gosto daquela carne suave e as glândulas embaixo de sua língua incharam ainda mais, o hormônio de acasalamento se derramando na boca dele em grande quantidade enquanto ele lutava contra a necessidade de beijá-la.
Não ainda. Ele não estava pronto ainda.
—Amaya, você nunca foi deixada de fora,— ele assegurou a ela. —Acredito que talvez seja uma rua de mão dupla se estivermos falando de culpa. Porque como entendo isto, só você podia ter acordado essa habilidade dentro de mim.
—Vá em frente, e me culpe.— As mãos dela se espalmaram contra o estômago dele sobre a seda de sua camisa. —Você é bom nisso, Navarro. Notei que nunca leva a culpa por nada.
—Mas, Amaya, existem tantos capazes de levar a culpa,— ele arrastou as palavras.
Amaya. Chuva da noite. Isto era o que ela lembrava a ele. Uma chuva de noites de verão suaves e abafadas. Suave, quente, carinhosa. Acariciando não apenas a carne, mas também os sentidos.
—Não sou uma delas. — As pestanas vagaram sobre seus olhos enquanto a expressão dela se suavizava e o rosto corava com o prazer que surgia dentro dela.
Acariciando com as pontas dos dedos ele percorreu o pescoço dela, chegou até o decote solto do suéter e odiou sua roupa que cobria sua nudez dele.
Ele a queria aqui, e a queria agora.
—Eu segui você quando deixou a casa,— ele disse para ela. —Quando caminhou até aqui, eu pude cheirar a sugestão mais doce de verão no ar.
A onde de umidade entre as coxas dela provocou os sentidos dele.
—Isto é suficiente,— ela sussurrou. —Não faça isso comigo. Não me faça doer assim, Navarro.
—Só eu deveria doer então?— Arrastando seus dedos acima dos seios dela, descendo, ele localizou um caminho até a bainha do suéter enquanto olhava a subida e descida e o aumento dos montículos suaves.
Empurrando sua mão embaixo do suéter, ele lutou contra a carne suave e feminina.
Podia a tomar aqui, ele disse a si mesmo. Virá-la e a apertar contra o tronco de uma árvore. Podia empurrar dentro dela e aquecer ambos com o calor da necessidade dela.
A boceta dela o ordenharia, chuparia a cabeça de seu pau até que se achasse completamente acomodado dentro dela.
O pensamento era suficiente para seu pênis pulsar embaixo de sua calça jeans. Ou, pulsar mais duro. Nunca perdeu a ereção que estava carregando antes que a fodesse mais cedo. Inferno, gozou como se estivesse morrendo enquanto estava travado dentro dela, e ainda assim a ereção não enfraqueceu.
—Veja, isto é por que Castas estavam na minha lista de — nunca namorar. Ela estava xingando com uma irritação encantadora. —Você nunca presta atenção.
—Eu prestaria mais atenção se você não estivesse roçando sua boceta contra minha coxa, Amaya.
Os olhos dela se arregalaram quando a surpresa reluziu nas profundidades verdes douradas. Os quadris dela pararam; os sensuais e pequenos movimentos que estava fazendo contra sua perna estavam o deixando louco. O calor de sua boceta era como uma marca contra sua coxa. Ele sentiu falta da sensação o atormentando e o convite inerente nos movimentos.
Ela inalou devagar, profundamente, enquanto seus joelhos desciam, colocando seu pênis contra a conjuntura das coxas dela enquanto as mãos dele agarravam seus quadris e a erguiam apenas o suficiente para esfregar seu pênis contra o bloco doce embaixo da calça jeans dela.
—Eu podia tirar sua calça jeans, elevar você e te deixar me montar.— Ele jurava que seu pênis espessou impossivelmente com o pensamento disto. —Ou podia girar você e abaixar facilmente sua justa calça jeans até suas coxas e tomar você por trás. Você acha, Mica, que o ar frio aliviaria o calor que queimará dentro de nós?
Ele não achava que fosse possível que qualquer coisa pudesse aliviar o calor que o torturava no momento, ou a chuva de fogo líquido que sabia estar se derramando entre as coxas dela.
A cabeça dela caiu para trás contra o tronco, a respiração curta e aos arrancos enquanto ela olhava fixamente de volta para ele.
—Eu acho que isto é uma ideia muito ruim,— ela respondeu, a voz fraca enquanto os dedos dele se moviam para o botão da calça jeans dela.
—Eu decidi o que prefiro,— ele disse a ela enquanto a cabeça dele abaixava para os lábios dela, roçando contra eles, —eu prefiro que me monte, Amaya. Para ter sua quente e aconchegante boceta levantamento e atacando meu pau enquanto trabalha você mesma nele.
Os dedos dele foram para o botão e o zíper da calça jeans dele, os soltando enquanto ele permitia que ela se acomodasse em seus pés uma vez mais.
Estavam seguros aqui no abrigo de pinheiros da floresta. Nenhum olho podia ver, e as chances de alguém tropeçar com eles era quase zero.
Foi visto seguindo sua companheira, e a segurança das Castas asseguraria que estivessem protegidos. Não que confiasse em qualquer outro com a vida dela.
—Ah, Mica.— A mão dele deslizou na abertura do tecido, apertando até achar as dobras suaves, inchadas e os cachos saturados de sua boceta.
Com uma mão empurrou a calça jeans abaixo das pernas dela até seus tornozelos, detendo sua jornada enquanto passava seu braço ao redor dos quadris dela.
Erguendo-a, Navarro a encarou, então empurrou o suéter dela acima de seus seios e guiou os joelhos dela para os quadris dele, enquanto liberava seu pênis e sentia a cabeça inchada apertando contra as curvas quentes da boceta dela.
—Ah Porra!— O calor cercou a ponta de seu pênis, ardente, um inferno de luxúria, o suco escorregadio facilitando seu caminho enquanto começava a apertar dentro dela.
Se virando, ele encostou suas costas contra a árvore e abaixou sua cabeça para pegar a abundância madura do mamilo dela entre seus lábios para chupar. Para sugar o broto sensível demais entre seus lábios e passar a língua nele eroticamente.
Ela se mexeu no aperto dele, a imagem do rosto dela, delicado e corado com necessidade, impresso em seu cérebro enquanto começava a trabalhar sua boceta contra o comprimento espesso e pesado de seu pênis pressionando dentro dela.
Não houve preliminares suficientes, sabia que não houve. Por alguma razão o fluido seminal que normalmente vinha com o acasalamento da Casta Lobo, para aliviar os músculos apertados da companheira, não se desenvolveu. Mas ainda assim, podia sentir ela o tomando. Os sucos dela eram espessos e pesados, cobrindo seu pênis e permitindo a ela trabalhar isto dentro enquanto um grito trêmulo perfurava o silêncio das árvores os cercando.
Ele mal estava ciente que a neve começou a cair do lado de fora da cobertura dos pinheiros. Uma cascata espessa e pesada de flocos brancos os fechando em sua própria terra maravilhosa, uma de sensualidade e promessas eróticas.
As mãos dela arranharam o tórax dele enquanto tentava chegar mais perto, o grito dela se transformando num gemido pesado e faminto enquanto se movia contra ele.
Os lábios dele cercaram seu mamilo, chupando, puxando mais fundo em sua boca enquanto sua língua chicoteava no cume macio.
Navarro podia ouvir seus próprios grunhidos estrondando em seu tórax enquanto perfurava e separava a carne macia de sua boceta com seu pênis, separando o tecido apertado e indo devagar para frente enquanto ela trabalhava os quadris dela contra ele, lentamente, chegando ao máximo do prazer. Ele foi forçado a puxar sua cabeça do mamilo macio para apertar seus dentes em êxtase agonizante.
—Ah Porra, doce Mica,— ele gemeu, as mãos dele prendendo a bunda dela, espalmando, dividindo as curvas delicadas com as mãos avaras enquanto a ajudava a entrar. —Eu podia ficar dentro de você para sempre, só sentindo você me foder assim, se erguendo e caindo contra mim.
Depois do primeiro grito selvagem, ela começou a conter os sons, como se estivesse assustada de ser ouvida.
Ser ouvida era o menor de seus problemas, mas ele permitiu a ilusão, pelo menos no momento.
Como não podia? As unhas dela estavam mordendo seus ombros, a cabeça lançada para trás em êxtase, e estava dando a ele mais prazer que ele alguma vez conheceu em sua vida enquanto a tomava.
O desespero enchia o aroma dela e o ar com um odor sem igual, delicado enquanto se misturava com a excitação e as emoções variadas que a assolavam. O odor sem igual criado era um afrodisíaco para seus sentidos. Encheu sua cabeça, o deixou embriagado, fez seu pau mais duro, seu coração bater mais rápido, seu corpo umedecer com transpiração enquanto lutava para se segurar o suficiente e permitir a ela estabelecer um ritmo.
Até que ele pudesse compreender por que o fluido seminal não estava presente, o escorregadio e sensibilizante fluido que relaxava os músculos que era liberado na vagina pela ponta do pênis do Casta Lobo e acalmava a carne da companheira para a penetração. Não podia arriscar machucá-la.
As Castas lobo eram ensinadas desde sua primeira instrução sexual que o formato sem igual de seus pênis podia ser um instrumento de prazer ou dor.
E sua Mica não merecia nada além de prazer. Nada além dos doces gritos de fome que saíam dos seus lábios enquanto ele sentia as paredes de sua xoxota apertar e se dobrar em torno da cabeça de seu pau, enquanto penetrava nela completamente e começavam a fazer um caminho para a seta pesada dele.
Espesso e pulsando, as veias pesadas se distinguiam totalmente rígidas embaixo da carne escurecida, seu pênis doía como um ferimento. Era tudo que podia fazer para se impedir de assumir o comando e a tomar completamente e martelar dentro dela.
A necessidade de fazer isso o estava rasgando enquanto ela mal tomava duas polegadas do seu comprimento.
—Navarro. Oh Deus. Eu preciso de você. Eu preciso tanto de você,— ela sussurrou, mal capaz de falar, a deixando apenas respirar quando ele finalmente deslizou dentro dela meio caminho, a estirando até que ela se sentiu pegando fogo, queimando com prazer ondulante que surgia nela.
Ela podia sentir sua xoxota se flexionando, ondulando com necessidade enquanto o instinto mantinha os músculos ondulando ao redor dele, o chupando mais fundo como se desesperados para ordenhar cada polegada do pênis dele dentro dela.
—Me tome, Mica,— ele gemeu contra ela, a cabeça dele abaixando enquanto Mica encarava sem enxergar o dossel de sempre-vivas acima deles.
Ela se sentiu segura, tão aquecida e morna. A força devotada da ereção dele a penetrou em lentos graus enquanto Navarro permitia que ela o tomasse para o lazer dela, para o prazer dela.
O corpo dele estava tenso, a tensão evidente na força de seus músculos saltados contra ela enquanto ela sentia o beliscão malicioso de seus dentes contra o ombro, então uma lenta lambida erótica acima da marca que deixou na carne entre o pescoço e ombro dela mais cedo.
Cada raspagem da língua sobre a escoriação a empurrava no aperto dele, os quadris dela se retorcendo contra o empalamento do pênis enquanto ondas de sensações chicoteavam da marca da mordida até seu útero, apertando violentamente.
A tensão se ergueu dentro dela. A necessidade de o sentir empurrando duro e bem no fundo dela obliterando qualquer outro pensamento que pudesse ameaçar penetrar no prazer cheio de êxtase a próximo.
Choramingando com necessidade crescente, Mica lutou com a calça jeans em seus tornozelos até uma perna deslizar sobre seu tornozelo, empurrando seu sapato de seu pé, permitindo a ela separar ainda mais as pernas, e as envolver ao redor dos quadris dele e achar a posição que precisava para permitir o tomar mais completamente.
Era como escalar chamas para alcançar o centro explosivo do sol. Estava queimando, pegando fogo com um prazer tão intenso, tão extremo que era quase insuportável.
Envolvendo seus braços ao redor dos ombros dele, usando seus quadris como alavanca, ela se ergueu, subindo ao longo do talo duro enquanto choramingos incoerentes saiam de seus lábios. As mãos dele se apertaram em sua bunda, a ajudando a se erguer enquanto um rápido êxtase de fogo começava a pulsar em seu útero e seu clitóris.
Equilibrada na crista, Mica abriu seus olhos, os lábios divididos de prazer pela expressão selvagem de Navarro. Os olhos pretos estreitados e reluzindo com uma intensidade selvagem, os lábios repuxados para trás de seus dentes num gesto feroz.
—Lento,— ele rosnou enquanto ela lutava contra o agarre dele, desesperada para senti-lo empurrando dentro dela, a tomando com os golpes ferozes e duros que estava começando a almejar.
—Não. Mais duro,— ela exigiu ferozmente, mas estava disposta a implorar.
Um grunhido forte rasgou o tórax dele enquanto a cabeça dele se empurrava adiante e abaixou, seus dentes no ombro que ele deixou nu esticando o decote solto para o lado.
Mica estremeceu violentamente enquanto abria caminho abaixo na ereção quente perfurando a entrada da sua boceta. O prazer correu por ela como uma febre de fogo grego . Isso perfurou seu útero, clitóris, a as sensações correndo por sua espinha e se espalhando pelo seu corpo rapidamente com uma onda de calor intenso suficiente para emitir fumaça no ar ao redor deles.
Sua boceta se apertou na cabeça inchada do pênis dele, a largura a estirando com um choque de sensação ígnea que era prazer e dor.
Pouco a pouco, ele permitiu mais. Polegada por polegada, deslizando dentro dela, enquanto Mica sentia sua carne ceder à ereção de ferro empurrando nela.
Ela lutou contra ele, precisando mais, e precisando disto mais duro. Queria aquelas punhaladas duras desesperadas que enviariam cada onda de prazer rasgando através das suas terminações nervosas.
Gritando de desejo, com a sensação dos dentes dele em seu pescoço, a língua dele banhando a marca que fez mais cedo, Mica apertou os músculos internos da sua boceta na cunha espessa do pênis dele enquanto seus quadris se contorciam, seus joelhos se afundavam nos quadris duros enquanto ela afundava, lutando contra o agarre que ele tinha na sua bunda.
Ela não podia ter antecipado o próximo movimento dele. Não podia ter adivinhado que a perda súbita de controle que seria arauto da punhalada dura e poderosa que o enterrou até o cabo.
Uma onda de choque e sensação de êxtase subiu por sua espinha e enviou espasmos para seu útero. Chamas crepitaram na sua carne enquanto uma sensibilidade elétrica corria por suas veias.
Podia sentir os dedos dele nas suas nádegas, suas palmas as acariciando, as prendendo firmemente enquanto começava a se mover em sincronia com o ritmo poderoso dos quadris dele.
Punhaladas ferozes, duras, fundas e ígneas, enquanto se enterrava até o cabo antes de puxar de volta e empurrar fundo novamente. Cada golpe poderoso estirava, queimava, empurrava o prazer até o limite disso, para margear aquela dor provocante que ampliava cada sensação.
Com sua cabeça jogada para trás, ofegando para respirar, Mica sentiu a tensão subindo, cada golpe ígneo a empurrando mais alto, queimando por ela, apertando os músculos de sua boceta, de seu útero, até que sentiu o prazer implodir com uma explosiva detonação furiosa que arrastou um grito estrangulado de sua garganta e a arqueou convulsivamente no agarre dele.
Dentro de segundos, os ferozes e ruidosos grunhidos rasgaram do tórax dele e ela sentiu o primeiro jato da liberação dele jorrando dentro dela. Um segundo mais tarde, um gemido baixo, delirante deslizou dos lábios dela enquanto o êxtase crescia, se erguia e estourava num orgasmo mais duro, mais quente que atravessou pelo corpo dela enquanto o pênis dele pulsava, inchava, e se trancava dentro dela com um prazer depravado.
dedos dele apertaram sua bunda.
O corpo dele ficou mais apertado, os dentes se apertaram no ombro dela, um som que raspava entre um rosnar e um grunhido vibrou contra sua carne e anunciou outro pulsar forte da liberação dele dentro dela. Outra onda de prazer explosivo, o involuntário aperto dos músculos internos em torno do duro e pulsante nó trancado dentro dela. Outro pulso de liberação dele e isso começou novamente.
Mica estremeceu, tremeu, um caleidoscópio de prazer a devastando enquanto desmoronava nos braços dele, ofegando por ar a cada tremor, cada contração dura derramava uma liberação de êxtase para inundar seus sentidos.
Segura contra ele, lutou contra a necessidade de baixar a barreira frágil entre prazer e emoção, entre a ligação da carne e a ligação da alma.
Porque só a alma dela o teria alcançado. Só o coração dela estaria ligado pelo que parecia.
—Não deixarei você se livrar de mim, Mica,— ele sussurrou enquanto a colocava sobre seus pés, segundos antes dela assistir em choque como ele ficava de joelhos na frente dela.
Erguendo o pé descalço dela do chão congelado, Navarro puxou a perna da calça jeans de volta sobre seu tornozelo antes de lentamente, quase indecisamente, vesti-la. Depois de fechar o botão e o zíper da calça jeans lentamente, ajoelhou na frente dela mais uma vez e segurou o sapato de couro o colocando no seu pé enquanto ela empurrava.
—Acho que coisas podiam ser piores,— ele declarou calmamente enquanto ficava em pé na altura toda dele, olhando fixamente abaixo para ela. —Podíamos odiar um ao outro.
Mica sacudiu a cabeça duro.
—E como isso muda a situação?— Até onde estava preocupada, só fazia isto pior.
Seria mais fácil, ela pensou, se ela o odiasse. Então talvez achasse um modo de negá-lo, sobreviver quando se forçasse a deixá-lo.
Não nasceu para ser companheira de uma Casta e nada mais. E Navarro se recusava a amar. Ela precisava de amor, devoção, qualidades que via em seus amigos casados, tanto humanos como também Castas.
Seus pais eram um grande exemplo do tipo de relação que Mica queria para si mesma. Sua mãe compartilhava com seu pai até os detalhes mais mundanos. Eram um casal, uma unidade, e o pensamento de conformar-se com menos fazia seu coração se apertar de medo.
Porque com o calor do acasalamento, não tinha nenhuma escolha. Seria forçada a se conformar com o que a natureza deu a ela. Um companheiro que não sabia como amar e não queria aprender.
—Você está bem?— Navarro podia sentir mais vindo dela que apenas seus odores.
As emoções a estavam perturbando, mas estava as mantendo muito firmemente contidas, e tão cuidadosamente escondidas, que até com seus sentidos avançados, não podia as definir.
Era um odor que estava quase lá, um conhecimento que o animal acordando dentro dele ainda não tinha conseguido decifrar.
—Eu estou bem.— Ela firmemente engoliu, desviando sua expressão dele enquanto continuava a endireitar sua roupa. —Acho que você está certo, entretanto, está na hora de eu retornar para casa.
Para se esconder.
Ele sabia o que estava tentando fazer, qual era o desejo supremo do momento, agora que as necessidades sexuais foram satisfeitas. Ela só queria se esconder.
Notou aquilo nos anos anteriores, quando era mais jovem. Mica tendia a se esconder sempre que estava no Santuário. Entretanto isso foi sábio da parte dela nos últimos anos; caso contrário, este acasalamento teria acontecido muito tempo antes.
—Eu ia convidá-la para ir à cidade comigo.— As palavras deslizaram de seus lábios antes que pudesse evitar, provocando nele um aperto de seus dentes com desgosto de si próprio.
Não havia nenhum modo de colocar qualquer distância entre eles, disse a si mesmo acidamente.
Ela deu outra sacudida dura de cabeça, fazendo as mechas loiro-escuras de seu cabelo ondular ao redor ela. —Não hoje. Só voltarei para meu quarto.
—Nosso quarto.
Ele podia dizer o que achou de seu comentário, pelo endurecer do seu corpo e a carranca que dobrou sua testa.
—Não vou me mudar para seu quarto.— Teimosia ígnea cintilava nos olhos dela agora.
Navarro balançou sua cabeça em reconhecimento. —Deduzi que ia querer manter sua cama. Esta foi a razão que mudei meus pertences para sua suíte ao invés.
Ele colocou gentilmente seus dedos sobre os lábios dela em advertência à medida que se separavam, e por uma vez, o aroma dela era inconfundível. Afronta feminina pura.
—Pode discutir até que o inferno congele,— ele a advertiu, seu tom mais escuro do que gostaria, como se o instinto estivesse dando a única resposta que era capaz. —Mas o fato puro e simples desse assunto é que não vou dormir sem minha companheira. Pode lidar com isso de qualquer modo que queira.
Possessividade não era uma parte dele, sempre assegurou a si mesmo. Era dominante. Sabia o que queria. Mas aprendeu há muito tempo nunca ser possessivo. Era extremamente fácil o que pensava lhe pertencer ser tomado.
Até agora.
A possessividade se ergueu dentro dele, o surpreendendo com o fato que esteve muito cuidadosamente escondida até agora. Ela pertencia a ele, e seria maldito se permitisse que se escondesse dele.
Não podia conservá-la, e sabia disto.
Mas também não a podia deixar ir, não podia permanecer distante dela, não importa como tentasse duramente.
—Veremos isto.— Com lábios afinados, dentes apertados, Mica se balançou para longe dele e começou a marchar furiosamente pelo declive que levava do dossel de pinheiro até a casa principal.
Ele a deixaria ir desta vez. A perseguir só incitaria ambos os temperamentos, e sabia exatamente onde isso levaria. Com seu pau enterrado bem fundo e duro dentro do calor aveludado de sua boceta pela terceira vez naquele dia.
Fez uma careta, arrumou sua própria roupa, então passou seus dedos pelo cabelo antes de recuar em direção à casa principal ele também.
Tinha que trabalhar hoje. Existiam muitos projetos em que devia estar trabalhando enquanto estivesse no Santuário. Isto não eram férias para ele, entretanto claramente não tinha sua cabeça onde devia estar com respeito ao seu trabalho.
Um trabalho que devia ter feito anos antes, admitiu, enquanto voltava para os laboratórios e os arquivos que o aguardavam, dos horrores do Projeto Omega. Um projeto que Phillip Brandenmore fundou e vigiou.
O projeto que matou o irmão de Navarro, Randal, e a companheira adorada de Randal. O projeto que inspirou o voto que Navarro fez para assegurar que Brandenmore morresse pela sua mão.
Ely se moveu entre o equipamento do laboratório, seu olhar estudando com uma carranca as leituras que saíam, enquanto as portas de aço deslizavam abertas e seu irritante guarda-costas pessoal, Jackal, entrava na sala uma vez mais.
Em suas mãos tinha uma bandeja pesada abastecida com o que era obviamente o almoço.
O favorito dela.
Sanduíches de presunto e queijo feitos com pão caseiro que os cozinheiros do Santuário preparavam.
Era incrível o que acabaram se tornando, aquelas Castas treinadas para matar, manchar suas mãos com sangue, podiam também cozinhar e assar com tal perfeição que trazia lágrimas aos olhos dela.
Os sanduíches formavam uma pilha alta com presunto, vários tipos diferentes de queijos e com eles estavam uma variedade de legumes, junto com rosbife, fatias de peru e galinha do almoço.
As batatas chips e pepinos em conserva completavam a refeição juntamente com copos gelados de chá gelado doce.
Forte e musculoso, Jackal deveria parecer fora de lugar enquanto levava a bandeja de comida vestido com sua camiseta preta da banda Heavy Metal e calça jeans surradas, seu cabelo escuro cortado perto de seu escalpo.
Ele não parecia, entretanto. Ela determinou durante os últimos anos que nada podia fazer Jackal parecer fora de lugar, e poucas coisas o podiam fazer se sentir fora de lugar.
—Como os testes estão indo?— Ele perguntou, a voz de barítono profunda e quase como um rosnar de Casta.
Ela deu um suspiro pesado e se moveu para a pia e lavou suas mãos completamente antes de andar para a mesa e tomar uma cadeira que ele puxou para ela.
—Aquele suspiro não é exatamente uma resposta,— ele falou preguiçosamente, o sotaque do Texas cheio de preocupação.
—Os testes não são exatamente conclusivos também,— ela disse a ele e aceitou o prato que ergueu da bandeja e colocou na frente dela. —Não importa quantos testes faço, os resultados finais permanecem inconclusivos. Existe um acasalamento, mas não são companheiros.
Ela nunca viu nada assim e ainda não podia entender isto.
—Pode ter que explicar isso aí para mim, Ely.— Ele a olhou esperançosamente enquanto mordia seu sanduíche com dentes fortes, brancos.
—Quem explicará isto para mim então?— Ela contradisse com a mesma frustração que picava nela nas últimas horas desde que começou os testes.
—Qual o problema com os testes?— Ele sondou mais ainda, obviamente ficando impaciente com sua recusa em explicar a situação.
Ela deu outra mordida no sanduíche e tentou compreender o melhor caminho para explicar isto.
—Não sou um retardado mental, Ely,— ele a assegurou, obviamente lendo o olhar dela, e era muito bom naquilo realmente.
—Os testes são positivos para acasalamento,— ela finalmente declarou. —Mas nunca vi resultados tão fracos durante um acasalamento ativo. Todos os requisitos hormonais estão lá, mas em quantidades tão pequenas, que me pergunto se Navarro não podia facilmente se afastar de Mica sem sofrer por isto. Uma vez que o hormônio, fraco como é, alcança o corpo de Mica, parece ficar mais forte, entretanto.— Ela fez uma carranca novamente, ainda aborrecida pelas horas que passou tentando compreender o problema. —Os resultados do teste estão respondendo diferente para estímulos diferentes também. Assim como quando o hormônio se debilita, uma vez introduzido no corpo de Mica, fica mais forte. Os hormônios de acasalamento no sangue dele são diferentes, e em níveis diferentes daqueles no sêmen dele e na lubrificação natural da vagina dela. Da mesma maneira que era quando testamos a saliva. Mas se eu introduzir outros parâmetros nos testes, como variável dos hormônios criados durante certas respostas sentimentais, então o hormônio do acasalamento nos testes de Navarro explodem.
A cabeça de Jackal levantou para um lado e fez uma carranca de volta para ela questionadoramente. —Isso tem a ver com as respostas emocionais durante o calor de acasalamento então?
Ely movimentou a cabeça novamente, mastigando outra mordida antes de continuar. —A maior parte das Castas estão esperando realmente ansiosamente achar seus companheiros. Vêem isto como um presente que Deus organizou só para eles, para sua sobrevivência. Então apesar dos protestos ou níveis de raiva, medo ou apenas pura teimosia, essa necessidade e essa fome estão lá para começar, e as Castas acasaladas não têm o desejo subconsciente de suprimir essas emoções. Uma vez que acham sua companheira, a possuir significa tudo. Mas conheço Navarro e Mica muito bem. Nenhum deles chegaria a 3 metros um do outro se suspeitassem que isto aconteceria, não importa quão intensa seja a atração ou a necessidade. Mica, porque já estava ciente das emoções que construiriam e cresceriam dentro dela e temia as consequências. Navarro é um pouco diferente, e mais difícil de definir. Baste dizer que não tem nenhuma intenção de amá-la, e pode ter o treinamento e força para suprimir essas emoções.
—Isso não faz sentido. Como pode não querer acasalar, ou um desejo subconsciente para não amar, afetar se fazem isto ou não? Como entendi, deveria ser impossível negar isto.— Existia um grunhido de suspeita definido em sua voz, como também uma relutância para acreditar no que ela estava dizendo.
—Porque as Castas foram criadas para não ter nenhuma emoção. Nossa genética foi muito alterada para garantir a capacidade do Conselho treinar qualquer possibilidade de tirar nossas emoções,— ela lembrou a ele. —E fomos treinados para pôr de lado qualquer emoção que deslizasse através do processo de criação. Fomos sortudos por manter qualquer sentimento; ainda assim, entretanto, fomos ensinados a esconder o que estávamos sentindo, empurrar isto de lado. A Navarro, talvez mais que outros, esta lição foi ensinada com determinação selvagem.
Navarro Blaine era um Casta de Infiltração Nível 5. Foi criado por genética recessiva de Casta. Era ainda mais forte, mais rápido, seus sentidos mais avançados que qualquer humano, mas não havia nenhum modo de descobrir aquela genética.
Foi criado para se infiltrar no mundo corporativo e político e trabalhar isto como vantagem do Conselho de Genética.
—Então a habilidade de Navarro trancar essas emoções, e os hormônios resultantes, pode permitir que ele se afaste enquanto ninguém mais pôde ?—Jackal perguntou.
Ela deu um aceno afiado com a cabeça. —E, até que ele ou Mica, ou ambos, reconhecerem essas emoções ou perderem a batalha contra elas, então podem nunca estar completamente acasalados.
—Ou completamente livres,— ele disse.
—Ou completamente livres,— ela concordou.
E ia culpar Navarro por isso. Quando escrevesse sua declaração mais tarde, estaria certa de incluir isto.
—Pobre Navarro,— Jackal finalmente grunhiu e ergueu seu copo para dar um gole.
—Não, pobre Mica,— ela discutiu. —Ela receberá o ímpeto da dor se Navarro conseguir se afastar dela. Será a que vai sofrer. E isso me deixa numa posição muito insustentável. Uso esta resposta singular para procurar um modo de aliviar o calor do acasalamento, talvez chegar mais perto de curar isto? Ou, ao contrário, tento convencer Navarro a entender, antes de ser muito tarde, porque Mica pode nunca se livrar dele?
E o sofrimento não seria fácil. O calor do acasalamento exigia toque, exigia beijo. E agora com Mica e Navarro parecia exigir amor e o companheirismo.
—Devia advertir Mica,— ela suspirou. —Ela precisa saber qual é o resultado possível do que isto pode ser.
—Não, não faça isso.
Ela olhou fixamente de volta para ele com surpresa. —Isto não da sua conta, Jackal.
—E não é da sua também, Ely,— ele declarou, seu tom severo enquanto ela o encarava de volta em discordância. —Fique com a ciência do calor acasalamento, e deixe aqueles dois sozinhos para compreender suas emoções. Eles não te agradecerão por interferir, e só acabará se machucando se não ficar fora disto, e se culpando se não tentar ver que efeito o controle das emoções de Navarro pode ter em futuros companheiros, ou na descoberta do mundo sobre o calor acasalamento.
—E apenas deixar que ele quebre o coração dela, Jackal? Vale a pena continuar com isso se ela tiver que viver sua vida com dor?— Ela o questionou amargamente.
—Não me parece que pode ajudar qualquer um deles de qualquer modo, Ely. Deixe-os ter uma chance de achar o coração um do outro. Só porque está determinada a negar a você mesma, não significa que Mica deveria.
Ely ficou de pé lentamente. Tinha acabado neste ponto. Seria maldita se fosse arrastada nesta discussão novamente.
—Não nego nada, Jackal. Nem evito isto. Deixo isso para o resto de vocês.
Ela girou e se afastou dele, tremendo por dentro com a confrontação e se perguntando se desta vez Jonas finalmente daria a ela um novo guarda-costas.
Na manhã seguinte Mica estava esperando por Navarro na entrada do elevador do andar de sua suíte.
Inclinada para trás contra a parede, seus braços cruzados sobre os seios, olhava enquanto ele virava no pequeno corredor e então fazia uma parada na frente dela.
O olhar sombrio dele a examinou cuidadosamente, permanecendo impossivelmente distante, antes de encontrar os olhos dela.
Lentamente, Mica curvou uma sobrancelha e alcançou acima e apertou o botão antiquado para enviar a ordem ao longo das linhas do elevador, dizendo com isso que subiria para encontrar com eles.
Ela não falou, mas não desviou o olhar dele também. Ela jurou que não imploraria por ele, e queria dizer isto mesmo.
—Dormiu bem ontem à noite?— Ele finalmente perguntou a ela com toda discrição de uma parede caindo.
—Perfeitamente bem,— ela mentiu, e fez isto eficazmente.
As narinas dele se alargaram enquanto ele sentia o aroma dela, verificando a mentira que estava certa que ele sabia que ela dizia. A mentira, sabia, estava bem escondida.
Podia ter passado uma noite absolutamente miserável, mas estava bastante tranquila esta manhã, disse a si mesma. A noite não foi uma das mais agradáveis, os sintomas do calor de acasalamento a deixando quase louca. Ao ponto que realmente se achou fora da porta do quarto dele, tremendo, tão desesperada para senti-lo dentro dela que estava pronta a exigir seus direitos como companheira dele.
Inferno, ele mudou todas as coisas dele para o quarto dela. Tudo exceto ele. Que diabos estava acontecendo aqui?
O orgulho finalmente a chutou na bunda, entretanto, um segundo antes do punho dela cair sobre a porta. Graças a Deus. Não podia suportar a vergonha disto, caso contrário.
As portas do elevador deslizaram e abriram, e com uma rolada graciosa de seus ombros Mica se empurrou da parede e entrou no compartimento.
Escorregando no canto mais afastado, manteve um olho cauteloso em Navarro e amaldiçoou o corpo dela ao mesmo tempo. Deveria ter uma ajuda neste assunto de excitação durante o dia. Ela finalmente tomou um banho frio como nas muitas noites anteriores, gelando seu corpo até o calor enfraquecer.
E agora estava subindo mais uma vez, com uma força que a deixou gemendo silenciosamente e ela olhando fixamente para trás e para o homem que reivindicava ser seu companheiro.
—Você comeu esta manhã?— Ele perguntou enquanto o velho elevador fazia seu caminho para os laboratórios quase dez andares embaixo da casa da propriedade.
—Não. Eu sei o que é melhor,— ela assegurou a ele. Não tinha vindo para o Santuário todos estes anos para nada.
Ele ficou calado então, as costas tensas enquanto Mica sabiamente permanecia em silêncio também.
Quando o elevador parou, Mica teve que se fortalecer realmente para sair dali. As memórias de Brandenmore e seu ataque no dia que chegou estavam ainda muito frescas em sua mente.
Quando deu o primeiro passo, Navarro se virou para ela, seus olhos pretos a olhando de perto.
—Tudo bem?— Dando a ele um sorriso brilhante e confiante, ela avançou quando dois Enforcers Castas faziam seu caminho pelo longo corredor.
—Tudo está bem.— O sorriso dele era mais apertado.
—Você tem o olhar de um homem que tem algo picando sua pequena mente,— ela comentou, escárnio e raiva se misturando à excitação que queimava dentro dela.
—Navarro sempre tem algo picando sua pequena mente.— Josiah Black riu silenciosamente e provocativo enquanto se aproximava deles.
O braço dele ainda estava em uma tipoia, obviamente ainda se curando da confrontação com Brandenmore e Navarro no dia anterior. O olho dele estava ainda contundido, mas curando depressa.
Castas tendiam a se curar depressa, e Josiah pareceu estar provando essa teoria.
—Seja legal, Josiah, Navarro está tendo um dia ruim.— Ela deu para Navarro outro tranquilo, confiante e pequeno sorriso.
Se pensava que iria beijar sua bunda e implorar que a tocasse, então podia pensar duas vezes. Era mais provável que tentasse chutar a bunda dele hoje.
—Você está andando em gelo fino, garotinha,— ele a advertiu, a voz dele baixa o suficiente para que as palavras não fossem além das próprias orelhas dela.
—O que vai fazer, Navarro? Me espancar?— Ela piscou para ele e deixou o olhar dela deslizar sobre o corpo dele então voltou para seus olhos. —Eu poderia apreciar isto.
Josiah bufou atrás dela, enquanto o Puma movia os pés como se estivesse desconfortável. Só uma coisa podia fazer uma Casta da espécie Puma desconfortável. A ameaça de perigo vindo de uma Casta que ele não estava disposto a lutar.
Navarro permanecia olhando para ela, olhos pretos enfocados completamente nela, o rosto dele mais calma que o normal e completamente destituído de expressão.
O perigo vinha de Navarro?
Oh, ele poderia estar parecendo perigoso, mas não era de violência que ele tinha necessidade. E ela não estava no humor para mimá-lo, por qualquer coisa que parecesse ser seu problema.
—Então, vocês são os dois que vão nos escoltar até o laboratório de Ely?— Ela perguntou e empurrou suas mãos nos bolsos de trás da sua calça jeans e virou para as outras Castas. —Eu gostaria de me apressar e acabar com isto logo se não se importarem.
Ela tinha coisas melhores a fazer no momento. Coisas como lavar seu cabelo, limpar o chão, talvez se masturbar? O rumor era que a parte de se masturbar não ajudava, mas estava ficando desesperada o suficiente para tentar isto.
O puma falou mais alto então. —Josiah escoltará você para Ely. Ela não precisa de Navarro hoje.— Ele girou para Navarro. —Callan e Jonas gostariam de ver você na sala de vídeo conferência O MAIS RÁPIDO POSSÍVEL.
E Navarro não gostou da ideia. Mica realmente podia sentir a negação que emanava dele.
Pobre Navarro. Isso não era só malditamente muito ruim?
—Bem, Josiah, parece que está nisto. Vai servir de babá para mim.— Escorregando a mão dela na curva do cotovelo dele, o persuadiu a andar pelo corredor. —Sabe, acho que o olho roxo que eu te dei quando tinha dezoito anos parecia muito melhor que este aqui. Está ficando velho, ou eu só tive um inferno de golpe de sorte lá trás?
Ela jurava que podia sentir o olhar de Navarro perfurando as costas dela quando subiram pelo corredor; concentrado, perigoso, não gostava da familiaridade dela com a outra Casta. Certo como o inferno não gostava do fato que ela tinha alguma conexão com Josiah, não importando como isso fosse inocente.
E ela não gostou da determinação dele em vê-la sofrendo em seu quarto sozinha a noite toda também. E oh, ele sabia. Tinha que saber. Ele estava no calor do acasalamento da mesma maneira que ela, ela não estava sofrendo apenas quando se afastava dela, o que significava que ele sabia malditamente muito bem e exatamente como o calor do acasalamento a estava afetando.
Ele sabia que a estava machucando, e não fez nada para consertar isto, embora estivesse se machucando também.
Que diabo esperava que ela fizesse? Implorasse? Lutasse?
Era uma mulher adulta; sabia o que queria, e sabia pelo que estava disposta a lutar. E apesar da raiva dela pela tentativa arrogante de Navarro em se mudar para o quarto dela no dia anterior, um companheiro que de boa vontade ficava afastado dela não era algo que queria enfrentar.
—Está tentando conseguir que eu seja assassinado agora, docinho?— Josiah perguntou enquanto faziam uma curva e iam na direção da sala de exame de Ely. —Não se mexe com um companheiro assim. Podia ter arrancado minha cabeça se fosse qualquer outra Casta.
Mica rolou seus olhos. —Não seja um maricas, Josiah. O mais vai fazer é rosnar para você um pouco, se puder arrumar interesse para tanto. Então fica frio.
Ele olhou para ela com o canto de seu olho, com uma expressão de descrença.
—O que ele fez? Se recusou dar a você café ou chocolate? Vi o suficiente desta merda de acasalamento, sei que deve ser um ou outro.
Oh, era muito mais importante que chocolate ou café. E se era uma Casta, por que não podia cheirar o inferno que o corpo dela estava atravessando agora mesmo? Estava tão excitada que sentia como se estivesse queimando totalmente de dentro para fora.
—Josiah, ninguém se recusa a me dar nada,— ela informou para ele, mais por orgulho que simplesmente porque raramente pedia algo para alguém. —Sou uma mulher adulta; sei como sair e comprar isto, como comprar aquilo pela internet e pedir por telefone. É tudo realmente simples, doçura, prometo. Além disso, nunca precisei de permissão para fazer nada desde que vivi com meus pais.
E não iria permitir a ninguém tratá-la como criança novamente, especialmente não um Casta que decidiu que ela era a companheira dele.
—Então qual é o problema?— Preocupação sincera enchia o olhar de Josiah enquanto ela olhava para ele. —Posso dizer que o calor de acasalamento é ruim, mas posso sentir que é mais que isto.
Tanto se ele podia ou não cheirar a excitação.
Josiah era um amigo, mas não discutia sua vida pessoal com ninguém, a não ser Cassie. E na última vez que verificou, ele não estava incorporando Cassie.
—O problema é da minha conta,— ela disse a ele ligeiramente, enquanto entravam no corredor que realmente alojava a sala de exame de Ely. —Seu trabalho era me trazer aqui, e fez isto com brilho. Pode ir agora, Josiah.
Ely abriu as portas duplas de segurança enquanto eles paravam na frente delas.
—Saia, Josiah,— ela repetiu o pedido de Mica como uma ordem para a Casta. —E tenha certeza de dar as caras na sala de vídeo conferência, assim Navarro pode se concentrar em sua reunião em vez do fato que está com a companheira dele.
—Sim, Madame.— Josiah quase saltou fora de sua pele quando Ely estourou com ele.
Virando nitidamente em seus calcanhares, ele se apressou em voltar pelos corredores para executar suas ordens.
—Devia saber melhor que arrastar outra Casta em sua disputa com Navarro, Mica.— Ely andou para trás para permitir que ela entrasse. —Tenho visto você pelas câmeras desde que entrou no elevador. Podia jurar que sabia melhor das coisas até agora.
—Ely, não estou disputando com Navarro.— Mica olhou de volta para ela, uma pequena semente de ressentimento começava a crescer contra a cientista.
Ely era mais dura agora do que Mica se lembrava que ela era. Mais dura e menos compassiva e compreensiva do que da última vez que Mica passou algum tempo com ela.
Os lábios de Ely se afinaram, mas andou para trás e permitiu que Mica entrasse na sala de exame.
—Então que tipo de tortura tem em estoque para mim hoje?— Mica a questionou, mantendo a sensação de alegria enquanto Ely olhava de volta para ela.
—Hoje será bastante simples,— Ely declarou. —Algumas perguntas, amostras de urina e sangue. Quanto tempo faz desde que você e Navarro fizeram sexo?
A doutora fez a pergunta impacientemente. Estava provavelmente se perguntando por que sua paciente cheirava como um hormônio sexual ambulante. —Quase vinte e quatro horas.— Mica olhou no relógio da parede. —Vinte e duas horas e quarenta e cinco minutos talvez?— Ela relampejou para a doutora outro sorriso brilhante. —Logo antes de entramos ontem para ser tão precisa quanto posso.
Ely pareceu congelar no lugar enquanto Mica relatava as informações.
A boa cientista pensava que não estava ciente do fato não ser exatamente um comportamento normal de acasalamento Casta?
—Entendo,— Ely finalmente disse pensativamente. —Navarro estava em reuniões ou foi chamado para sair?— Ela levantou o bloco eletrônico e começou a fazer anotações.
—Você está perguntando por que faz tanto tempo desde que fizemos sexo?— Mica questionou desafiadoramente. —Por que, eu não faço nenhuma ideia, Ely. Você faz?
Não queria permitir que aquele flash ígneo de dor atingisse seu peito. Atingiu com precisão, entretanto, rasgando pelo seu coração antes de poder frear isto e empurrar atrás no canto escurecido onde escondia todas as suas emoções.
A cabeça de Ely pulou para cima quando sentiu isto. Suas narinas se alargaram e fez uma carranca e franziu sua testa.
—Está sentindo os sintomas da recusa dele em aliviar a pressão do calor do acasalamento?— Isso era compaixão no olhar da boa doutora?
—Estou com tesão suficiente para me esfregar contra o pé da cama?— Mica perguntou. —Não ainda. Devia me consultar com você primeiro, Doutora?— O sarcasmo corria espesso e pesado na voz dela.
—Acredito que uma consulta seria uma ideia muito boa.— Ely movimentou a cabeça com uma solenidade zombeteira enquanto Mica se levantava sobre a maca. —Você nunca sabe o que pode acabar machucando se o ato não é corretamente realizado.
Certo, então talvez a boa doutora não estivesse só um pouco mais fria e mais dura do que Mica se lembrava. Estava definitivamente mais distante, mas Mica podia entender isto. Não foi um bom ano para Ely em termos de poder confiar naqueles ao redor dela.
Ainda assim, Mica não podia impedir o sorriso que se arrastava em seus lábios, e não era a única. Ely pareceu estar lutando contra com sua própria diversão.
O quanto isto era estranho? Seu clitóris estava pulsando como uma dor de dente, sua vagina se apertando até o ponto que quase tinha espasmos, enquanto seu útero parecia estar queimando, e ainda, duas mulheres podiam achar um modo e uma razão para injetar um pouco humor sacana na situação.
—Deus!— Ela abaixou sua cabeça, os olhos dela se fechando enquanto miseravelmente sussurrava, —não posso implorar para ele, Ely.— Erguendo suas pestanas, ela encarou a doutora. —E não estou longe disto.
—Eu tentei desenvolver uma terapia hormonal para você.— Ely suspirou irregularmente e puxou o tamborete pequeno da extremidade da maca para ela e sentou, encarando Mica compassivamente. —Mas existem muitas anomalias nos testes, e não posso isolar o suficiente do hormônio de acasalamento para desenvolver uma terapia que ajudará nisto.
Mica se perguntou se podia conseguir que a boa doutora falasse em Inglês.
—Talvez se repetir muito, muito lentamente e claramente pronunciar, eu poderia entender isto,— Mica declarou cansadamente. —Isto, ou usar termos de leigo?
—Não existe suficiente hormônio do acasalamento na saliva de Navarro, sangue ou sêmen para ter uma base para começar a testar uma terapia de hormônio efetiva. Eu sinto muito, Mica. Nunca vi qualquer coisa assim em todos os anos que temos testado os companheiros. Não é a primeira anomalia, apenas a primeira de seu tipo. Parece que faz um ano que a Mãe Natureza ferrou com as reações hormonais das Castas e do calor do acasalamento.
Não tinha suficiente hormônio de acasalamento?
Mica lutou para dar sentido as palavras.
—Então, Navarro não estava caminhando com uma ereção esta manhã,— ela sussurrou.
Ely agitou sua cabeça. —Ontem, sim. Anteontem, definitivamente. Mas em algum lugar nas últimas vinte e quatro horas os hormônios baseados nas emoções que dirigem o calor do acasalamento parece ter começado a desaparecer do sistema dele. Ficaram ampliados dentro do seu, entretanto, sendo dirigidos e mais fortes por qualquer emoção que mantenha engarrafada dentro de você.— O olhar dela era sombrio. —Sinto tanto, Mica, que fosse você que parece estar provando que minhas teorias do calor do acasalamento reagem em grande parte com as emoções, ambas conscientes e subconscientes, dos companheiros envolvidos.
—Então Navarro não tem nenhuma emoção.— Ela se sentiu esvaziar por dentro. Como se tudo que soubesse sobre ela mesma e o mundo fosse levado para longe dela durante a noite.
—Estou certa que ele tem emoções,— Ely disse, a voz dela suave. —Mas conheço sua criação, seu treinamento. Foi treinado para aniquilar até uma suspeita de qualquer emoção além de ódio. E talvez tenha tido sucesso, se não fosse pelo fato que Navarro não cresceu completamente nos laboratórios. Estava lá durante os resgates por escolha, Mica. Uma tentativa de salvar seu irmão e a companheira do seu irmão antes que os cientistas de lá descobrissem sobre o acasalamento. Navarro foi tirado dos laboratórios pelos seus avós.
—Morton e Elsie Blaine.— Mica lembrou deles. Realmente os viu de longe algumas vezes quando vieram para Haven ver Navarro.
—Sim.— Ely movimentou a cabeça. —Depois da idade de dez anos, foi criado por seus avós. Infelizmente, teve uma babá treinada pelo Conselho. E aquela babá era um monstro, como era o mordomo do Conselho que conseguiram colocar na casa dos Blaine. Navarro não teve nenhuma chance de desenvolver as emoções que tiraram dele, Mica. O fato de ser tão compassivo quanto é, é surpreendente.
A filha do Blaines foi sequestrada pelo Conselho e usada como reprodutora. Navarro e Randal foram o resultado daquela união, mas o Conselho se recusou a permitir que Morton e Elsie comprassem Randal quando permitiram que comprassem seu gêmeo, Navarro. Nunca viram seu outro neto antes de ele ser morto durante os resgates.
Randal foi a segurança deles contra os Blaines retaliá-los.
E Mica acreditava que eles teriam. Morton Blaine poderia não os destruir, mas com seu império financeiro e os amigos poderosos e favores que ganhou ao longo dos anos, podia machucá-los, se nada mais.
Isto, ou destruir todas as Castas tendo certeza que o mundo soubesse sobre elas numa luz mais ameaçadora que quando Callan Lyons anunciou sua presença.
—Então, colocado simplesmente, ele percebeu que poderia estar começando a sentir algo por mim, e destruiu isto?— Mica perguntou com um sarcasmo amargo.
Ely concordou com cabeça indecisamente e Mica sentiu um aperto no peito com a ferida que de repente explodiu dentro dela, que até não pôde esconder.
Jurou que viu Ely se encolher quando a emoção passou pela alma de Mica, rasgando isto ao meio.
—Então Navarro não está mais no calor do acasalamento?
Uma vez mais Ely concordou com a cabeça. —Tudo menos, exceto os mínimos rastros do hormônio saíram de seu sistema.
Os punhos de Mica se apertaram em torno da extremidade do bloco espesso embaixo dela enquanto lutava com a necessidade de parar de tremer de agonia.
Uma parte distante dela não podia acreditar na dor horrenda jorrando dentro dela agora. Era como um fogo selvagem, extraindo a vida de tudo em seu caminho.
—E onde isso me deixa?
—Uma companheira sem companheiro,— Ely declarou, a voz dela incrivelmente gentil, seus olhos marrom cheios de piedade.
Tinha pena dela. Ely estava olhando para ela e sentindo tristeza por ela, Mica pensou.
Firmemente engoliu. —Vamos acabar com isto então.— Ela teve que forçar as palavras pelos lábios entorpecidos enquanto percebia que estava quase ofegando para respirar. —Precisa de amostras, certo?
—Sangue, saliva e vaginal.— Ely apertou a mão dela em seu colo. —Devia estar preparada, Mica, pode ser muito doloroso. E não existe nada que eu possa fazer para aliviar a dor. A maioria das companheiras parece ter uma reação física horrível até quando uma fêmea a toca nas fases mais fortes do calor do acasalamento.
Uma vez mais Mica brevemente movimentou a cabeça, e Ely agarrou o material na cesta pequena no fim da maca. —Tirarei o sangue primeiro, então podemos fazer o resto.
Enquanto Ely tirava o sangue, Mica não podia sentir nenhuma dor. Existia uma camada pesada de desconforto, um sentimento de desgosto e aversão todo tempo que Ely foi forçada a tocá-la, até pelas luvas de látex que usava, mas o extremo desconforto físico estava ausente.
Era uma companheira sem companheiro.
—Pronto.— Vários minutos e quatro frascos mais tarde, Ely a empurrou para trás da cama. —Se troque por uma das batas e tiraremos o resto e terminaremos tão depressa quanto possível.
Mica se afastou da maca, sentindo a dor da solidão e da perda do que até então não ousou esperar, mas fantasiou. O amor de Navarro.
Colocando um dos suaves vestidos de algodão da prateleira pequena do gabinete branco do banheiro, Mica piscou a umidade em seus olhos, incerta de por que isto parecia estar a afetando tão fortemente.
Não era como se não estivesse completamente ciente que Navarro não tinha nenhuma intenção de amá-la. Que este assunto de calor era algo que escaparia se pudesse.
Mas não acreditou que pudesse escapar disto, mais que ela podia.
Era uma merda ser ela. Navarro estava escapando e ela estava queimando viva com a necessidade pelo toque dele.
Típico.
Nunca devia ter esperado menos.
Inferno, devia ter esperado exatamente isto.
Navarro se sentou na sala de vídeo conferência, relaxado, debruçado para trás na cadeira confortavelmente acolchoada, os braços relaxados casualmente descansavam ao seu lado, assistindo Wolfe Gunnar; Del-Rey Delgado; e suas companheiras, Hope Gunnar e Anya Delgado; e seus segundos no comando, Jacob Arlington e Brim Stone na tela grande. Agora se juntando a eles estavam Dash e Elizabeth Sinclair, para avaliar as informações entrando na conferência de vídeo, Navarro esperava que estivesse se encaminhando para o fim.
—Quanto mais tempo, Callan?— Wolfe questionou e seu olhar fatiou Navarro pela tela grande de comunicações de vídeo montada.
—Assim que Jonas possa conseguir o heli-jato aqui seguramente,— Callan declarou sem consideração ao fato que Wolfe estava tudo, menos ordenando a ele para fazer acontecer. —Entendo suas preocupações, Wolfe, mas movimentar Mica no momento simplesmente não é possível. Nós acreditamos que o risco é muito alto.
Wolfe fez uma careta e girou para Dash Sinclair, a Casta Lobo que chegou para avaliar o presente perigo e decidir o próximo curso de ação no que dizia respeito a sua enteada.
Dash estava atualmente encarando e fazendo um buraco em Navarro, e o olhar enfurecido e conhecedor que brilhava em seus olhos âmbar seria suficiente para deixar qualquer outra Casta suando.
—O que não está me dizendo, Callan?— Dash girou seu olhar para o líder Felino.
Parecia que todos os olhos giraram para Navarro, e em cada caso existia uma sensação de confusão e talvez uma sugestão de pergunta.
—No momento, Dash, a única coisa que não está recebendo são as informações que nós não temos certeza.— Callan voltou para a tela e ao atento olhar das outras Castas. —Assim que eu tiver as informações e puder verificar, entretanto, você será o primeiro a saber, prometo a você isto.
—E se Mica encontrar um companheiro enquanto está no Santuário?— Dash perguntou friamente. —Me diria imediatamente, Callan?
—Dash, no minuto que eu verificar e a Dr. Morrey checar os testes, então você saberá,— Callan assegurou a ele sinceramente. —Esta não é uma informação que eu afastaria de você.
Agora essa era a maior merda que Navarro já tinha ouvido. Ele deslizou um olhar na direção de Callan, esperando ver uma advertência no olhar do líder Felino para manter a mentira. Em lugar da advertência, entretanto, o que viu foi uma confusão sombria e, incrivelmente, piedade.
—E você, Navarro?— Dash perguntou então. —Me diria se Mica acasalou?
A sobrancelha de Navarro se ergueu.
—Dash, Navarro não carrega o aroma do acasalamento. Dou a você minha palavra nisso se é o que está perguntando,— Callan falou mais alto.
Navarro foi cuidadoso para não mostrar nenhuma reação. Nenhuma surpresa, nenhuma confusão. Nunca soube que Callan sustentasse uma mentira desse modo, especialmente na frente de testemunhas. Era um descuido tão bruto dos acordos entre o Santuário e Haven que até Navarro questionava a decisão.
—Existem rumores que acasalou com ela, Callan.— Dash fez uma careta para os dois. —Não posso desconsiderar esses rumores.
—Nós descobriremos do nosso modo e informaremos você,— Callan prometeu. —Não confia em mim para fazer isto?
Dash olhou fixamente para o líder Felino por longos momentos antes de se virar para Navarro e dar a ele olhar sondador. Finalmente, a outra Casta esfregou a parte de trás de seu pescoço com irritação antes de dar um aceno com a cabeça apertado. —Confiarei em você, Callan. Mas se lembre e sei que irá, que Mica é da família, e é filha única. Seus pais... se preocupam.
Sim, se preocupavam que sua pequena princesa acabasse conseguindo ser fodida ou pior ainda, o horror de todos os horrores, acasalada com uma Casta. Não era que tivessem preconceito ou até desaprovassem as Castas. Simplesmente acreditavam que sua filha merecia coisa melhor.
E com esse pensamento veio uma onda de possessividade que Navarro mal teve tempo de empurrar abaixo e acabar com isto. A noite anterior foi relativamente confortável. A excitação agonizante que o marcou desde que a primeira vez que acasalou com ela aliviou.
A percepção que a tomou como um animal embaixo das árvores o agitou até sua alma. Queria nada além de empurrá-la de joelhos, apertar os ombros dela no chão da floresta e a foder até que estivesse gritando para ele, implorando por ele enquanto bombeava nela por trás.
A imagem disto, mesmo agora, teve o poder de deslizar através das paredes que construiu ao redor dele e provocar que seu pau endurecesse com necessidade.
Inferno, estava ficando cansado de ficar sentado aqui. Quanto mais os escutava falar sobre Mica, mais difícil era negar sua necessidade por ela.
Agradecidamente, a conversa terminou, a tela de vídeo conferência escureceu, e então, desconfortavelmente, todos os olhos viraram para ele quando a porta da sala de conferência se abriu e Josiah entrou na sala.
Raiva derramava da Casta em ondas.
Os olhos dele crepitavam com chamas de aço cinza azul enquanto passava seus dedos por seu cabelo loiro escuro felpudo e olhava para Navarro.
—Sabia que a presença do hormônio do acasalamento em você agora é insignificante?
Assombroso. Inferno, o dia acabava de ficar mais interessante no momento, não era? Insignificante? Isso significava que Mica não seria sua companheira. Isso aconteceu só uma vez antes, com a irmã de bando de Callan, Dawn e seu companheiro Seth Lawrence, mas levou dez anos para a remoção completa de Seth da vida de Dawn, para que isso acontecesse, não dez fodidas horas.
Devia lamentar isto?
Podia sentir a necessidade de a reivindicar uma vez mais tentando subir dentro dele e lutou contra isto. Mica não precisava disto. Se o calor estava retrocedendo, então seria uma bênção para ela. Ela tinha sonhos, planos, desejos que sabia não incluir uma Casta. Não incluíam o inferno que as vidas deles podiam se tornar se a opinião pública se rebelasse contra eles.
—Está agindo como se isso fosse um crime,— ele declarou quando os outros continuaram a olhar fixamente para ele como se, de alguma maneira, ele deliberadamente causasse isto.
Parecia um crime contra natureza.
Ele não a negligenciou quando a necessidade queimou entre eles. Ele a tomou, saciou, acalmou a fome furiosa dentro dela até ontem à noite, logo antes de ir para ela, e perceber que se sentia . . . normal.
Não estava duro como ferro e doendo com uma dor sexual que não podia fazer sentido. Oh, ele a queria, tinha fome por ela, mas não estava mais tão desesperado, ampliado pela luxúria que não podia controlar. E aquela falta de controle o tinha destruído até o ponto que realmente temia o animal que podia sentir rastejando e esperando dentro dele.
Só esperando Navarro soltar sua guarda, relaxar sua atenção e dar a ele uma chance de saltar livre. E iria — diretamente na direção da mulher delicada, muito teimosa, muito independente que acreditava que acasalou.
Até agora, podia sentir aquele grunhido que se preparava em seu tórax, uma fúria desesperada ameaçando sair do centro torturado de sua alma que mal reconhecia.
Isso não significava que não queria uma explicação.
Ficando de pé, não se incomodou em se desculpar —preferia caminhar para a porta com toda intenção de partir e extrair aquelas explicações imediatamente da doutora.
—Deixe-a ir.— Josiah de repente bloqueou seu caminho, um grunhido em seu rosto, seu olhar cheio com sua raiva enquanto Navarro o encarava de volta com uma fúria súbita e glacial.
Atrás dele, Navarro podia sentir os outros se levantando de suas cadeiras, a tensão na sala crescendo ao ponto de sufocar quando enfrentou o outro Lobo.
—Se afaste, Josiah,— Navarro advertiu quando sentiu a adrenalina que surgia nele, uma selvagem e abrasadora fome para agir, derrubar seu inimigo, ir para a garganta e saborear seu sangue.
A genética do Lobo. O animal estava acordando novamente. Se despertasse, se permitisse aqueles instintos se erguer dentro dele uma vez mais, então nada, ninguém que amasse poderia estar seguro novamente.
—Me afastar?— Josiah zombou, o Lobo dele soltou um grunhido com a demora do seu olhar. —Vai se foder, Navarro. Fique o inferno longe dela. Se for sortuda, fodidamente e realmente sortuda, então em lugar de se erguer dentro dela e a torturar como o inferno como ontem à noite, talvez o calor se dissipe nela também.
—Não.— Navarro deu uma sacudida dura em sua cabeça. —Eu teria cheirado sua dor, sua excitação.
Isso não era possível. Seus sentidos foram avaliados como extraordinários. Não havia nenhum modo inclusive para medir sua habilidade de descobrir odores, sentir perturbações, e não sentiu em Mica? Isso não era possível. Ele se recusava a acreditar nisto.
Josiah ridicularizou. —Como se não cheirasse isso. Até eu senti o aroma, Navarro.— A ira nublou a voz do Lobo, a deixou rouca e ruidosa até que era mais animal que humana. —Você não é um companheiro digno e devia ser impedido de se aproximar dela.
Navarro sentiu como se seu cérebro estivesse nublado pelo breve momento antes de lutar contra isso. Instinto, fome, ira e fúria animais ameaçavam o dominar antes que conseguisse o controle deles. Ele os forçou de volta, os contendo como fez toda a sua vida. Desde seu nascimento. Desde antes de seu nascimento.
Navarro girou devagar para Callan, Jonas e Dane Vanderale.
Até agora, o atual herdeiro Vanderale e Casta híbrida permanecia mudo— assistindo e se divertindo, mas mudo. Mas Navarro sabia que se Dane escolhesse um lado, então aquele lado não deixaria de ganhar, contra todas as probabilidades.
Navarro não poderia arriscar aquela chance. Não arriscaria aquela chance. O mero pensamento de algum deles a levando para longe dele fez a ira ameaçar abalar seu controle.
—Tente me impedir de vê-la e haverá uma guerra,— Navarro prometeu a eles.
—Ely acredita se for impedido de vê-la, então existe uma chance de Mica poder acasalar com uma Casta disposta a assumir a responsabilidade de amá-la,— Josiah estalou. —Eu solicito que seja impedido de vê-la tempo suficiente para saber se é compatível comigo. Eu a reivindicarei.— O olhar dele procurou o de Navarro com uma ênfase insultante. —E ele pode ir para inferno!
O choque ressoou por Navarro.
Um grunhido deslizou por sua garganta e ele se virou para a outra Casta, fúria espalhando por seu sistema com a força de uma onda de maré.
Seria maldito se permitisse a qualquer outra Casta uma chance de fazer qualquer coisa.
—Ela ainda é minha fodida companheira,— Navarro informou a eles todos com uma ira glacial. —Ela carrega meu aroma.
Os braços de Josiah se cruzaram sobre seu tórax poderoso enquanto um sorriso curvava seus lábios. —Não, Navarro, ela não carrega. Ela cheira a calor e excitação, mas seu aroma ainda é o dela mesma. Não carrega seu aroma. A Dra. Morrey acredita que a natureza permitiria a Mica escolher outro companheiro, como muito obviamente a rejeitou. Ela é compatível com uma Casta e está faminta por um companheiro. E não tenho nenhum problema em consertar esse pequeno problema.
Compatível com uma Casta e faminta por um companheiro?
Navarro zombou dele. —Se quisesse você, filhote, ela o teria reivindicado anos atrás. O que faz você pensar que pode reivindicar o que é meu agora?
—Porque você obviamente não sabe como fazer o trabalho direito.— Josiah sorriu de modo malicioso.
Aquele sorriso, a confiança e o regozijo do macho em seus olhos, pareceram estalar algo dentro dele, algo primitivo e vital, e antes que Navarro pudesse conter isto, aquela coisa desconhecida desapareceu de seu aperto sob a raiva que surgia por ele.
—Saia do inferno do meu caminho.— Navarro se moveu ao redor de Josiah.
Tinha acabado com esta conversa.
—Se a doutora está certa, então talvez devêssemos considerar o que Mica tem a dizer primeiro, Navarro,— Dane arrastou com uma pitada de interesse divertido. Apenas o suficiente para Navarro saber que o outro homem estava completamente sério sobre pedir a opinião de Mica. E Navarro estava certo que não seria a seu favor.
Navarro congelou pelo mais breve segundo antes de girar enfrentar o herdeiro Vanderale, um homem que considerava um amigo até este momento.
—Vá para inferno!
Se virando, passou por Josiah e bateu a porta da sala de vídeo conferência para andar a passos largos furiosamente no corredor que levava ao escritório de Ely.
Seria maldito se alguém tomasse sua companheira.
Não tinha que deixar seu animal livre para reivindicá-la. Não importa que o hormônio do acasalamento não enchesse mais seu sistema, podia ainda reivindicá-la.
Já a tinha a reivindicado. Deixou sua marca nela, e seria maldito se permitisse a outra Casta substituir isto.
Mas ao mantê-la, podia soltar o animal lutando para acordar dentro dele?
Era uma pergunta que não estava disposto a responder.
Mas, ele temia, era uma que teria que enfrentar. Podia sentir alguma emoção sem nome, uma sensação ardente de uma consciência se alargando dentro dele e que era incapaz de lutar, incapaz de definir. E pelo bem de ambos, o dele e de Mica, orou que isto não fosse o animal finalmente se libertando.
Cassie ficou incrivelmente em silêncio desde que pequena aventura de Mica começou, mas quando entrou no quarto e fechou a porta atrás dela, a primeira coisa que Mica notou foi o telefone por satélite e uma nota colocada na mesa de café.
Indo para isto, não podia se impedir de sorrir.
Cassie está tendo um colapso e ameaça deixar Haven. Por favor, ligue para ela—Merinus.
Escolhendo a opção de contatos, ficou grata ao ver que Merinus adicionou o número de Cassie. Lembrar números de telefone era sua debilidade. Usava a discagem rápida por uma razão.
—Eu sinto muito,— foi a resposta de Cassie antes do primeiro toque ter acabado.
Mica sentiu seus lábios tremerem. Cassie frequentemente não chorava, mas quando chorava, sua voz tinha um som particular, uma rouquidão que era inconfundível. E pelo som disto, Cassie não esteve simplesmente chorando, tinha soluçado por longos períodos.
—Cass, pare de chorar,— Mica ordenou e ela lutou contra suas próprias lágrimas agora.
Deus, desejava que a outra mulher estivesse aqui. No momento, precisava de um ombro para chorar, e precisava de alguém para ajudá-la a compreender exatamente o que estava acontecendo.
—Eu não posso.— O som das lágrimas de Cassie rasgavam seu coração, e era aquela parte dela que não podia entender o que estava acontecendo.
—Olhe, não posso chorar.— Mica desesperadamente piscou para segurar as lágrimas. —Tem que conseguir se controlar, Cassie. Se eu começar...
Se começasse a chorar, não coseguiria parar.
—Eu senti isto,— Cassie fungou. —Eu senti que ele era seu companheiro, e senti que ele a trairia, Mica. Senti isto, e não adverti você.
Mica sentou devagar, descansando sua cabeça em sua mão enquanto escutava e lutava para segurar as lágrimas.
—Podia sentir o calor do acasalamento em você, mas sabia que algo aconteceria, que ele se afastaria de você, Mica. Sabia disto. Soube porque podia sentir a presença de outra Casta. Talvez seja seu companheiro, Mica. Oh Deus, talvez devesse me odiar,— ela soluçou. —Eu devia ter dito a você.
Mica queria rir. Seu único medo era que o som possivelmente podia ser mais histérico que divertido. Isto era tão Cassie. Saber e não dizer, temer que dizer, de alguma maneira, mudaria o que o futuro deveria ser.
De alguma maneira, entretanto, Mica sempre pensou que Cassie a advertiria sobre algo como isto.
—Diga algo,— Cassie soluçou. —Continuo sentindo sua dor, Mica. Sinto isto arranhando em meu peito e não posso parar. E continuo ouvindo um fodido uivo de Lobo e ninguém aqui está uivando esta semana.
—Pare de chorar, Cassie,— ela sussurrou. —Está tudo bem, eu prometo.
—Eu estava no escritório da Dra. Armani quando Ely ligou mais cedo. Sei o que ele fez. Não sabia antes, Mica, juro que não sabia. Não tive nenhuma advertência que Navarro podia se afastar do calor do acasalamento tão facilmente.
—Eu sei.— Mica passou seu braço através do seu estômago e balançou para a frente. —Está tudo bem, Cassie, eu juro.
Mas não estava bem. Porque até agora não sabia o que exatamente Navarro fez, ou como conseguiu fazer isto.
Cassie ficou em silêncio por longos momentos, o som de sua respiração pesada e a ocasional fungada era tudo que Mica ouvia.
Segurou o telefone em sua orelha, entretanto; tão frágil quanto a conexão era, precisava disto desesperadamente.
Cassie finalmente falou novamente. —A Dra. Armani está examinando cuidadosamente os resultados dos testes que a Dra. Morrey mandou para ela. Papai falou comigo esta manhã, entretanto, já ouviu que pode haver um acasalamento. Fingi que não sabia de nada. A última coisa que precisa é de nossos pais saindo de Haven agora mesmo.
Mica se encolheu. —Obrigado, Cass. Isto é definitivamente a última coisa que preciso agora mesmo.
Seu pai provavelmente romperia um vaso sanguíneo. Podia ouvi-lo gritando agora, podia ouvir a raiva, a preocupação, mas até mais, o medo que sua bebê seria prejudicada de algum modo.
Ele a amava. Só não sabia como deixar que ela crescesse. A seus olhos, ainda era aquela criança que precisava proteger do mundo.
—Falou com Navarro desde que esteve com a Dra. Morrey?— Cassie perguntou, a voz dela ainda áspera, cansada, mas agradecidamente não estava mais soluçando.
—Não.— Mica agitou sua cabeça. —Não o vi, mas isso foi só há algumas horas.
Tempo suficiente para permitir a verdade se afundar nela. Para perceber que de alguma maneira, Navarro era tão contra acasalar com ela que conseguiu escapar disto.
Fez o que nenhuma outra Casta podia fazer. Podia inverter o hormônio do acasalamento.
Como? Como podia fazer isto?
—Ele teme o que leva dentro dele mais do que teme perder sua companheira,— Cassie disse suavemente quando aquele pensamento roçou sua mente.
Mica congelou. —O que disse?
—Não está escutando, Mica?— Cassie suavemente perguntou.
—Perdi parte disto.— Seu coração estava correndo agora. Como Cassie sabia?
—Eu disse, Ely disse para a Dra. Armani que Navarro teme o que leva dentro dele mais que teme perder sua companheira. Acho que acredito nisto. Sei que ele é recessivo, mas às vezes parece mais humano que até uma Casta recessivo.
Mica estava à beira de respirar um suspiro de alívio. Deus ajudasse a eles todos se Cassie já tivesse desenvolvido o talento de ler os pensamentos dos outros. Sozinha começaria a Terceira Guerra Mundial.
—Não importa o que ele teme,— Mica finalmente disse, o peso da rejeição se empurrando nela, a deixando exausta até que só queria se enrolar num canto e se lamentar. —Ele começou isto, Cassie. Ele me acasalou. Eu não pedi isto. Agora pensa que pode escapar disto?— A amargura brotou dentro dela. —Obviamente ele quer escapar disto.
—Não acredito nisto, Mica,— Cassie suspirou. —Mas não estou aí também. Sempre me disse que era mulher suficiente para saber quando um homem era seu e quando não era. Saberá se deve lutar por ele, ou se deve ver se todos aqueles pequenos e maliciosos hormônios de acasalamento podem ser compatíveis com outra Casta Lobo. Só pense, amiga, você pode fixar um precedente ao expor para todas as fêmeas Casta, e talvez mais tarde o mundo, que ninguém tem que ser uma vítima do calor do acasalamento. Certo?
—Sim, certo. Que tal se eu apenas renunciar ao período de Castas? Acho que seria o melhor curso de ação, Cassie.— Tudo que queria fazer era achar calma e dormir. Queria afundar contra a carne de Navarro e encontrar o conforto e a satisfação que conheceu mais cedo.
—E acho que nós duas sabemos que isto não é possível,— Cassie a lembrou tristemente. —Se pudesse ajudar você, Mica, ajudaria. Queria estar aí com você. Nós daríamos a eles tanto inferno que eles lamentariam o dia que qualquer uma de nós nascemos.
Mica achava que isso já podia ter acontecido. Elas aterrorizaram as Castas no Haven e no Santuário por anos antes de se tornarem adultas.
—Eu sei, Cassie.— Queria que sua amiga estivesse lá também. Era apenas sorte dela que foi deixada para enfrentar isso sozinha.
De alguma maneira, sempre suspeitou que isto aconteceria, e quando acontecesse, teria que enfrentar sem ajuda.
—Ligue-me, Mica, se me precisar,— Cassie sussurrou. —Sabe que estou sempre aqui.
—Sei.— Mica sentiu seus lábios tremendo novamente. —Prometo, Cassie. Agora é melhor desligar. Tenho algumas coisas para terminar aqui, então acho que irei para a cama.
—Eu amo você, Mica,— Cassie declarou, o remorso e a compaixão na voz dela quase quebrando Mica enquanto Cassie lutava para conter a solidão e o medo que Mica pudesse ouvir isso crescendo dentro dela.
—Amo você também, Cass,— Mica prometeu. —Boa noite.
Ela desligou e respirou de forma dura e irregular.
Ela não podia se permitir gritar. Só Deus sabia se pararia se começasse. Existia dor demais crescendo dentro dela, muitas noites longas, a sós para se perguntar o que estava errado com ela, por que parecia que até fazer amigos era tão difícil. Sem contar amantes. Antes de Navarro, só teve um amante, na faculdade, e acordou na manhã seguinte para descobrir que tinha ido embora. Ele nem sequer ligou de volta para ela, depois de meses que passou a perseguindo.
Se mudou para Nova Iorque para escapar das regras de seu pai e aprender que a cidade grande era menos que amigável. Fazer amigos era quase impossível para ela.
Nunca se viu como uma pessoa desagradável.
Ela era amigável. Razoavelmente atraente. Às vezes, até sabia como contar uma piada. Ainda assim, passou a maior parte de sua vida sozinha, com exceção de Cassie e seus pais.
Sozinha e se perguntando por que.
Agora estava acasalada e seu companheiro a rejeitou do modo mais elementar, provando de uma vez por todas que algo com ela estava realmente errado.
Ficando de pé, se moveu devagar através do quarto até as janelas do outro lado. Ficando na frente delas, olhou fixamente para a escuridão, as mãos empurradas nos bolsos de trás de sua calça jeans, e enfrentou o conhecimento que passaria outra noite sozinha.
Dolorida.
Ferida.
Tão cheia de falhas que até seu companheiro não a queria.
Ely andou por parte da sala de exame dos laboratórios enquanto mordiscava sua unha do polegar e lutava para encontrara um caminho para ajudar Mica a sair do inferno que podia estar entrando se não achassem um caminho para consertar o que estava acontecendo com Navarro.
Se não achassem um modo de forçá-lo a liberar seu lado primitivo, mais animalesco de sua genética.
Isso tinha que ser a resposta. A genética recessiva era mais ou menos um bloqueio entre o homem e animal, os separando e impedindo o homem de acessar alguma genética animal dentro dele. Entretanto Dash Sinclair travou esta briga por anos em seu acasalamento com Elizabeth, e não pareceu afetar sua sanidade. Também não pareceu permitir que se afastasse de sua companheira.
Mas se afastar não era algo que parecia capaz de fazer também, se a confrontação anterior no laboratório fosse qualquer indicação.
Se dirigindo para o holo-comp, o computador hológrafo que finalmente convenceu Vanderale que precisava muito desesperadamente, ela uma vez mais abriu os arquivos dos laboratórios Omega.
O projeto Omega lidou com o calor do acasalamento e as variáveis que os cientistas acharam dentro dos quatro casais acasalados que conseguiram descobrir.
As experiências horrorosas que foram feitas nos casais ainda tinham o poder de dar pesadelos em Ely. Ela se forçou a passar por eles novamente, orando para que pudesse encontrar a tempo as respostas que Navarro e Mica precisavam.
Todo mundo pensava que ela se tornou mais fria e dura por dentro. E que não se importava mais.
Ela se importava demais, mas era mais ciente de suas limitações agora do que foi antes.
A baixa e forte, mas estridente campainha da cela de Phillip Brandenmore tocou novamente.
Ely girou e olhou para a divisão ativada, o vidro foi escurecido para impedir que Phillip visse por fora ou qualquer outro de ver por dentro. Ela foi ativada o dia todo enquanto ela testava Mica e fazia os testes para respostas.
As respostas que ainda tinha que achar.
A convocação estridente veio novamente.
O que machucaria?
O homem era louco, ela sabia. Um psicopata morrendo lentamente enquanto os sentidos do animal estavam nascendo dentro dele. Vendo a progressão do ponto de vista da cientista era incrível. Assistir a destruição torturada do homem daria a ela pesadelos por anos.
O som ecoou pelo laboratório mais uma vez quando Ely deu um suspiro e exausta se moveu ao painel de controle.
O vidro clareou, revelando Brandenmore enquanto ele se sentava amontoado na cadeira de espuma, seus joelhos puxados para seu tórax, seu rosto a encarando de volta com olhos entristecidos e cheios de dor.
O homem velho e doente que devagar recuperava seu auge. Uma cabeça com cabelo espessos que foram casualmente escovados para o lado. Era musculoso e saudável embaixo da bata solta que recebeu para vestir.
Tão bonito, e tão corrupto. Até antes de injetar nele mesmo a bebida do diabo que preparou para fazer seu corpo retornar à sua antiga condição e sua mente para que tivesse uma claridade de cristal como foi uma vez.
Antes de ele injetar isto num bebê, e forçar Castas a perder a liberdade que tiveram muito pouco tempo para apreciar.
—Ouço sussurros,— ele disse para ela quando ela ativou a comunicação de mão dupla entre as salas. —Ouço uma Casta acasalar com um humano, e agora se desacasalou dela.
Não surpreendia Ely que ele soubesse, apesar do fato que não devia. Os guardas sabiam agora, e às vezes as pequenas fendas eram permitidas entre as porta da cela para facilitar a habilidade dos guardas em ouvir se seus gritos de dor retornassem. Também permitia que ele ouvisse sobre o que estavam fofocando. Não tinha nenhuma dúvida que a fofoca estava fluindo agora. A conversa da Casta que inverteu o acasalamento.
—Não devia escutar os sussurros, Phillip,— ela lembrou a ele quando retornou ao holo-comp. —Sabe como podem ser enganosos.
Às vezes, os sussurros que ele ouvia estavam em sua própria cabeça.
—Os sussurros me fazem companhia,— ele disse e suspirou.
Parecia que este dia era um dos quais ele estava mais tranquilo. Estavam ficando raros.
—Já compreendeu como me salvar, Ely?— Ele perguntou socialmente, como se estivessem conversando sobre qualquer coisa que não fosse sua morte.
—Ainda não consegui, Phillip.— Ela agitou sua cabeça. —Disse a você, preciso da sua ajuda.
Tinha que ter a receita que usou na fórmula que injetou nele mesmo. A receita que injetou em Amber. Ele se recusava a dizer, certo que se guardasse aquelas informações, então teriam que compreender como salvá-lo para salvar a criança.
Aquela teoria não estava funcionando muito bem. Não podiam descobrir isto. A droga parecia ter sofrido um mutação dentro dele, considerando que não podiam mais achar rastros disso dentro de Amber.
Em questão de apenas não mais que oito semanas, as mudanças que foram forjadas em Phillip Brandenmore eram horrorosas. Mas embora com algumas anomalias, Amber parecia estar prosperando como qualquer outra criança.
—E se eu não tivesse certeza?— Ele meditou quando ela não disse nada mais. —E se a receita for uma das que achei nas notas indicando sucesso?
Ely congelou.
Ela olhou fixamente para os arquivos que puxou do sistema do holo-comp e orou que ele continuasse com suas divagações. Às vezes ele continuava, às vezes não.
—Está me escutando, Ely?— Ele perguntou.
—Estou escutando, Phillip,— ela assegurou a ele com aparente distração enquanto continuava como se estivesse se concentrando nos arquivos do sistema.
Ela o ouviu suspirar fortemente.
—Estou morrendo Ely,— ele declarou. —Eu não deveria morrer.
—Você matou a si mesmo, Phillip,— ela o lembrou.
Uma risada áspera soou dele, um som ofegante, feio.
—Os anjos me aguardam,— ele suspirou.
—A última que eu ouvi foi que demônios moram no inferno, Phillip.
—Anjos caídos, beleza e graça, os mais bonitos anjos de Deus. Então o homem pensou que podia ser Deus, e criou uma criatura à sua imagem. Seres de beleza e graça. E eles nos traíram, como todos os seres traem seu Criador.
Ela estremeceu com a reverência em seu tom e a sensação de onipotência em suas palavras.
—Se não pudéssemos controlar as criações, podíamos nos tornar as criações?
Ely girou devagar.
Estava olhando para ela. Astuto. Conhecedor. Ele sabia que ela estava escutando cada palavra que passava pelos lábios dele.
—Projeto Omega.— Ele movimentou a cabeça para o arquivo na tela. —Veio de lá. De onde a Casta dela foi criada. Onde foi treinado. Onde seu irmão morreu.
Ely sabia disto. Brandenmore tinha subsidiado aquele laboratório. Tinha pesquisado lá. Torturou Castas lá.
Ely voltou para os arquivos, olhando fixamente para eles. Sempre falava sobre o Laboratório Omega. Era seu favorito entre os que trabalhou e aqueles que subsidiou. Foi para lá que os casais acasalados que acharam foram levados, e foi lá que as inovações do calor do acasalamento foram feitas.
As respostas para a fórmula que injetou nele mesmo tinham que estar lá. Poderia salvá-lo, e não estava certa se estava fazendo um favor a alguém o salvando. Mas ao salvá-lo, salvariam Amber também.
—Ele controla seu animal,— Brandenmore suspirou. —Ahh, tal treinamento. Tal perspicácia na mentalidade de uma Casta e a criatura estava lá, até todos aqueles anos atrás. Perspicácia na genética, no treinamento, na psicologia e fisiologia de cada Casta. Eram os mestres da genética.
Ele divagou e Ely o deixou. Discretamente ligou o gravador do laboratório em vez de contar só com o vídeo de segurança e o áudio.
E enquanto fingia ignorá-lo, fingia não acreditar nele, pela primeira vez Phillip Brandenmore acabou por dar algumas pistas, só o suficiente para começar a trabalhar, somente algumas direções para levá-la até as respostas que precisava.
E, ela orou, pelo menos uma pista sobre a direção que a levasse a salvar Mica.
O que agora?
Navarro andava de um lado para outro em sua suíte, a agitação que lutava para conter crescendo dentro dele apesar de suas tentativas para manter isto à distância. Era como se um milhão de alfinetadas elétricas passavam embaixo de sua carne. Irritante, a lembrança que existia mais para ele do que queria admitir. Que sua genética era aquela de um animal, um predador. E aquele predador queria sair. Queria ser livre.
Queria sua companheira.
A genética recessiva era rara nas Castas, ou talvez as Castas recessivos vivas eram raras. A maioria dos cientistas do Conselho exterminavam as Castas recessivas no útero se fossem descobertas. Se não, então eram normalmente exterminados no nascimento.
Mas existiam aqueles poucos que usavam as crianças recessivas para pesquisa adicional. Mantiveram alguns, outros receberam pais adotivos e foram mantidos sob supervisão. Outros, como Navarro, viveram entre os dois mundos.
Foi colocado com pais da sua mãe de nascimento depois de seu décimo aniversário. Sua babá era do Conselho, seu guarda-costas tinha sido um treinador do Conselho, e seu pediatra era um cientista de Conselho. E sempre soube, sempre esteve ciente que cada dia da vida de seus avós dependia de sua adaptação perfeita da Casta que queriam que ele fosse.
O Infiltrador. A Casta com a habilidade de se mover entre ambos os mundos. O mundo humano, e o mundo de um assassino Casta.
Passou seus dedos por seu cabelo, fazendo careta enquanto inalava asperamente, procurando pelo odor dela, a ação inconsciente, primitiva. E não podia impedir isto.
Não podia sentir o cheiro dela. Nem o odor dela ou sua excitação. Estava neste momento verdadeiramente sendo recessivo de modos que nunca foi.
Proteção.
Era o único caminho para impedir o animal de procurar por ela, com o único intento de lançá-lo de volta para o calor de acasalamento.
Era o calor do acasalamento, ou a perder.
Viu isto no olhar de Callan, Jonas e Dane Vanderale. Realmente considerariam a sugestão de Josiah que devia ser proibido de vê-la. Sem dúvida estavam discutindo isto agora.
Como no inferno.
Não existia uma chance no inferno que permitiria isto.
Puxando o telefone por satélite do coldre em seu quadril, contra seu melhor julgamento, fez um telefonema para Dash Sinclair.
Isso era o máximo da idiotice e sabia isto, mas seria maldito se soubesse com quem mais poderia conversar neste momento. Não tinha nenhuma ideia sobrando.
—Navarro,— Dash respondeu o telefonema depressa. —Fale comigo.
Existia uma riqueza de sugestão em sua voz, um comando controlado de um homem, uma Casta, que sabia nada além do que comandar pela maior parte de sua vida.
—Ela é minha!— Não existia nenhum outro caminho para colocar isto. —Se tentarem me proibir de vê-la, haverá uma guerra.
O silêncio encheu a linha.
—Eu sei pela Dra. Armani que o calor do acasalamento desapareceu,— Dash disse. —Sua genética está deixando você louco. E parece como se existisse algo embaixo de sua carne ameaçando se libertar. Como se aquela genética estivesse criando um animal dentro de você que está lutando para ser livre.— Ele pausou, e Navarro permaneceu calado, esperando até Dash continuar. —Por que acha que perguntei se acasalou com ela, Navarro? Por que acha que foi vigiado muito de perto ao redor dela?
—Podia me dizer isso.
—E teria esperado por um acasalamento que poderia nunca acontecer?— Ele perguntou. —Só porque acasalei não significa que você iria. E não significa que qualquer outra Casta recessiva acasale. Esperei que viesse até mim uma vez que experimentou os primeiros sintomas.
Navarro grunhiu nisto. —Quem sabia? Eu a beijei na noite do ataque contra Haven e não existia nada.
A frustração encrespou sua voz. —Não existia nada, Dash. Eu assumi que estava segura.
—Segura?
Navarro fez uma careta novamente. —Inferno. Sim. Segura. Não direi que não a queria, nós dois sabemos que eu a queria. Muito. Mas tentei mantê-la fora do calor do acasalamento. Fui devagar, Dash. Toques aqui e lá, um beijo na bochecha. Um beijo só nos lábios. Tentei impedir isto de acontecer.
—E eu adverti você, não podia esperar os sintomas normais de acasalamento como uma Casta recessiva, Navarro,— Dash rosnou com uma extremidade de raiva.
—Você não disse para não esperar nenhum sintoma,— Navarro rosnou.
A raspagem primitiva o fez ficar quieto imediatamente, a perda de controle uma advertência tão profundamente enraizada que não podia ignorar isto.
—Você quer perdê-la, Navarro? É o que você quer, ter a única coisa que podia chamar de sua tirada de você?
—E se a natureza está tirando isso das minhas mãos?— Ele sentiu como se estivesse entorpecido de dentro para fora. A risada zombeteira era mais um som horrendo de desaprovação que qualquer coisa semelhante a diversão.
—Ela está apaixonada por você desde que tinha dezesseis anos de idade,— Dash declarou. —Todos sentimos isto, Navarro, todos soubemos disto. Todos menos você. Ignorou isto, da mesma maneira que ela ignorou isto toda vez que estava por perto. Deixar ela partir não mudará o que vai acontecer, ou o que já aconteceu. Você está mudando, da mesma maneira que ela está. Sua genética está ficando ativa em lugar de recessiva, e negar isto, ou lutar contra isto, só acabará machucando você dois no final.
—Aconteceu com você.— Tinha que ter. Não tinha nenhum modo do outro homem saber de tudo isso se não tivesse acontecido com ele.
—Aconteceu,— Dash admitiu. —E teve o potencial de roubar minha companheira de mim. Senti, naquela época, que podia ter feito a escolha, Navarro. Eu poderia ser livre; poderia aceitar o que meu coração desejava, o que minha alma precisava para sobreviver, ou podia deixar aquela parte de mim morrer para sempre. Está disposto a perder a única pessoa que podia significar alguma coisa para você?
—A pergunta é, estou disposto a destruí-la?— Ele perguntou.
Ele definitivamente não estava disposto a ficar aqui discutindo isto, não quando podia cheirar Josiah se aproximando, sentir a outra Casta indo para Mica.
Como se o bastardo pudesse tomar seu lugar.
Um grunhido definitivamente ruidoso saiu de seu tórax desta vez. Um som baixo e perigoso que o teria chocado, o teria empurrando isso de volta numa tentativa desesperada de frear o animal que podia sentir surgindo.
Mas era muito tarde.
Assim tão rápido, ele foi de genética recessiva até uma besta total e furiosa, num piscar de olhos.
A porta foi empurrada duro o suficiente para bater contra a parede quando soltou isto. O impacto resultante foi alto o suficiente para quando caminhava do quarto, várias portas serem abertas ao longo do corredor.
Taber Williams andou da suíte que compartilhava com sua esposa acasalada, seu tórax largo nu, sua calça jeans obviamente puxada apressadamente.
Atrás dele, sua esposa, Roni, olhava fixamente para o corredor com surpresa, seus dedos prendendo o roupão bem apertados no topo de seu pescoço enquanto seu cabelo desordenado caia ao redor do seu rosto delicado.
—Problema, Lobo?— Taber arrastou, seus olhos verdes de Jaguar conhecedores enquanto Navarro passava por ele sem falar nada.
Ele chegaria na porta de Mica antes de Josiah, mas a outra Casta estaria lá antes que Navarro conseguisse entrar no quarto dela.
Talvez.
Enquanto fazia seu caminho até ela, o odor mais intrigante encontrou seus sentidos. Uma sugestão escura de tempestade furiosa quando chegava pelo oceano. Um gosto de mel, uma sugestão de canela e especiarias. E calor. Puro calor selvagem tão viciador que se perguntou como sobreviveu às últimas horas sem saboreá-la.
Sua língua ficou sensível, inchada. Podia saborear a sugestão de doçura picante em sua própria boca, sentir a adrenalina que corria por suas veias, assolando seu corpo.
Sentiu isto ontem à noite quando a tomou também, entretanto. Então na noite seguinte era como se o acasalamento nunca acontecesse, como se nunca tivesse existido.
Até agora.
Eram chamas rasgando por seus sentidos. Era uma onda de calor, de fome; que estava sendo misturada a luxúria, ao odor de terra dela e uma determinação que o atingiu.
Não podia nem dizer que era ele mesmo no momento. Inferno, sabia que ele não era ele mesmo. Era uma criatura disposta a uma única coisa somente.
Uma companheira.
Sua companheira.
Um banho frio não ajudou.
Um banho quente não ajudou.
E não ia tentar a masturbação, não importa o quanto precisava.
Caminhando do banheiro, um robe embrulhado ao redor dela, ninguém podia estar mais chocada do que ela quando a porta foi empurrada, o painel colidindo contra a parede enquanto ela congelava e olhava fixamente para Navarro em choque.
Ele entrou e bateu a porta fechada antes de girar a fechadura.
Mica piscou.
Ele parecia. . . diferente.
As características asiáticas sensuais de seu rosto de repente estavam mais afiadas, seus olhos mais escuros e cintilando com uma surpreendente e chocante fome. Uma necessidade física que combinava com a sua própria, que poderia até ameaçar ultrapassar isto.
Olhando fixamente através do quarto para ele, o olhar preso, Mica se achou incapaz de quebrar aquela linha invisível, o agarre que aqueles olhos pretos profundos tinham sobre ela.
Podia sentir o toque dentro dela. Embrulhava-se ao redor de seu clitóris, apertava seu útero e as pontas macias de seus mamilos. Uma carícia fantasmagórica passou sobre seus braços, acariciou seus seios inchados. Era como ser envolvida no calor mais incrível. Pela primeira vez desde que o acasalamento começou, Mica realmente sentiu como se existisse mais fluindo entre eles que apenas a luxúria dele e o amor que ela lutava para manter escondido por tanto tempo.
—O que você quer?— Ela sacudiu sua cabeça e tentou escapar da fome ofuscante e entorpecedora que a atravessava agora. Antes, era apenas o calor. Era luxúria. Agora era algo mais.
Algo mudou. Podia ver isto em seu rosto, no preto que tingia os olhos dele e na tensão violenta e furiosa no corpo dele.
A respiração dela se intensificou, seus seios subindo e caindo fortemente enquanto o sangue começava a bombear quente e selvagem pelo corpo dela.
—Mica, está bem?— O olhar dela pulou para a porta enquanto o som da voz preocupada de Josiah atravessava o painel. —Só diga algo, bebê. Buscarei Callan e Dane, Mica. Você não tem que deixar ele tocar em você.
Mica piscou novamente, choque ressoando por ela não só pelo tom muito familiar das palavras de Josiah, mas também pela oferta e sugestão que Navarro de alguma maneira exigiria algo que não estava disposta a dar.
Por um momento, se perguntou quando conseguiu sair da realidade e entrar nesse —quase — perverso mundo e as Castas que estava enfrentando agora por causa disso.
—Gostaria de me dizer o que está acontecendo?— Ela perguntou enquanto a cabeça de Navarro girava, seus dentes estalando para a porta fechada de um modo completamente Casta não recessivo.
O que aconteceu com o glacial e determinado Casta disposto se afastar que viu naquela manhã?
—Josiah quer morrer. — Navarro virou para ela, um sorriso apertado curvando os lábios dele e seus olhos se estreitando nela. —Espero que tenha feito seu testamento. Ouvi que ele tem umas obras de arte impressionantes escondidas. — Desta vez, o sorriso mostrou os dentes. —Ele até me ofereceu algumas se morresse. Não me disse como tinha que morrer, e acho que estou pronto para começar a colecionar.
—Não há uma chance, Navarro, — Josiah estalou do outro lado.
Mica lambeu seus lábios nervosamente, então sua respiração ficou presa com a expressão que apareceu no rosto dele. Se a selvageria refletida ali era algo para se levar em consideração, então Navarro definitivamente iria tentar colecionar aquela obra de arte.
—Eu quero essa pequena quente língua em meu corpo, — a voz dele murmurou. —Eu quero sentir isto acariciando meu pau, Mica. Lambendo isto como um deleite favorito enquanto você afunda em mim.
Tão explícito, e tão sexualmente excitante ela quase teve orgasmo onde estava.
O olhar desceu; a protuberância nas coxas dele, pesada e inchada embaixo de sua calça jeans, era impossível de perder. O efeito de suas palavras e a imagem implantada na mente dela impossível de resistir.
Seu pênis estava tão grosso que encheria completamente a boca dela. Estaria quente, pulsando contra sua língua, roçando contra ela enquanto ele fodia seus lábios. Seriam punhaladas duras? Ele faria isto com deliberados golpes controlados? Quanto mais ele podia fazer ela o querer?
Ela teve uma sensação que seria um inferno de muito mais.
—Isso soa interessante, — ela sussurrou sem fôlego, se recusando a permitir se derreter embaixo do poder da excitação que corria por ela. Pelo menos, não ainda. —Eu consigo o mesmo em troca?
Ela queria aquilo e muito mais. A dele língua em sua boceta, acariciando sua carne.
O estômago dela se apertou, a sensação apertando espasmodicamente com o pensamento súbito da língua dele empurrando dentro dela, acariciando dentro do centro dolorido de seu corpo.
O olhar dele tocou a junção das coxas dela, espalhando uma onda de sensação intensa sobre ela. Seu clitóris pulsou, sua boceta pulsou e ela quase choramingou com a necessidade intensa súbita pelo toque. Um toque duro, dominante. Uma punhalada que estirasse seus músculos com um prazer devastador que rasgasse sua carne com intensidade inflamada.
—Mica, coração, só dê a palavra. Eu o terei removido. — Josiah gritou para ela novamente, sua voz tentando persuadir, soando preocupado enquanto isso rasgava através de seus nervos e a deixou fazendo careta em irritação.
—Ele quer morrer, — Navarro sugeriu calmamente enquanto os olhos dele se moviam dos seios inchados dela para fechar com seus olhos.
Ela entrou no Twilight Zone ou algo. Isto era irreal. Não existia nenhuma dúvida na mente dela que Josiah estava fazendo algum jogo; ela nunca foi seu coração, seu bebê, ou qualquer outro apelido carinhoso. E ela estava chegando muito perto de sair e atirar nele ela mesma. Se não parasse brincar com o prazer dela, e bagunçasse com isto agora, então estaria num mundo de dor. Se Navarro não fizesse isso por ela.
Ela engoliu apertadamente, a respiração dela áspera enquanto Navarro dava um passo em direção a ela.
—Mica, doçura, vou buscar Callan e Leo. Só me dê alguns minutos, eu voltarei. Eu não vou deixar ele se safar dessa.
Os lábios dela se separaram para falar e informar a Josiah que ela estava bem quando Navarro girou, abriu a porta e ficou nariz com nariz com Josiah.
—Ela está bem, fodido pateta!— Ele rosnou no rosto de Josiah. —Se afaste o inferno para longe da minha companheira e vá achar a sua própria.
A fúria pura na voz dele, o grunhido animalesco áspero e a tensão com a ameaça de violência fizeram os olhos dela se alargarem com preocupação. Isto podia se tornar um problema se Josiah recusasse a se afastar.
Josiah cruzou seus braços acima de seu tórax e olhou para trás em Navarro com um grunhido. —Ela não é sua companheira, lembra? Não há mais o hormônio do acasalamento, Navarro. E por tudo que sabemos, é minha companheira. É hora de você se mover para lado e dar uma chance para outra pessoa.
O grunhido que veio dos lábios de Navarro seria malditamente impressionante se fosse um Casta total em lugar de um recessivo. Para uma Casta recessivo, beirava o assustador.
—Vai tomar no cú!— Navarro pareceu mais alto, mais largo, mais imponente. Seu corpo inteiro estava tenso, a aura de perigo pulsando ao redor dele como um vulcão se preparando para explodir.
Isto era realmente bastante interessante, mas Castas Lobo não faziam pose para o inferno disto. Eles não faziam pose de forma nenhuma. Agora mesmo, estava em seu ponto mais perigoso.
—Com licença, meninos. — Ela andou entre eles enquanto os grunhidos começaram a ficar mais profundos e se tornarem mais alarmantes. Duas Castas Lobo lutando não era uma bonita visão, e Dash Sinclair uma vez disse a ela que Castas Lobo lutariam até a morte por uma companheira, da mesma maneira que os lobos faziam no mundo selvagem.
Agora se pudesse descobrir que diabos Josiah estava armando.
—Mica, não tem que lidar com ele, coração, — Josiah assegurou a ela, a voz dele se suavizando. —Vamos, conversaremos com Callan.
Ele cometeu o erro.
Mica tentou evitar isto. Ela tentou recuar depressa, sair do caminho da mão tentando a alcançar antes que realmente a tocasse. A última coisa que Josiah queria fazer era provocar Navarro, ainda mais no momento. Sangue seria derramado, e não seria o de Navarro.
Mas ela não foi rápida o suficiente.
Os dedos dele se curvaram ao redor do braço dela. Primeiro foi o desconforto, então uma labareda de dor que cresceu rapidamente em seu braço que a levou a gritar com o choque disto. Não esperava por isto. Não existia esse problema até agora. Mas agora existia um problema sério.
Navarro sentiu isto explodir dentro dele.
Se pensou que os genes animais acordaram mais cedo quando deixou sua suíte, então o que fizeram agora era mais como uma onda de intensidade chocante correndo por ele. Ele literalmente sentiu o animal que foi criado ser acordado com uma onda. Saltou além do seu controle, quebrou as amarras de restrição que estavam embrulhadas ao redor dele desde seu nascimento e se libertou.
Ele jogou Josiah para trás de sua companheira, uma mão apertando o pulso da outra Casta para assegurar que os dedos que tocaram em Mica não se apertassem ou a puxasse junto com ele.
Josiah caiu para trás quando a porta bateu no seu rosto, e a próxima coisa que Mica soube foi que Navarro a tinha em seus braços, seus lábios descendo nos dela, a incrivelmente sensível, carne inchada da sua língua se afundando dentro da boca dela.
Foi como um relâmpago, como uma fusão, como ser submersa no maior prazer que qualquer mulher podia suportar. Era seda e veludo sedoso quando sua língua achou a dela, acariciou contra, então ela se apertou contra a carícia, acariciou acima das glândulas que incharam embaixo de sua língua com tal necessidade apertada, antes dos lábios dela se fecharem nisto e chuparem o hormônio de acasalamento delas com ganancioso abandono.
Era ígneo. Chamas selvagens gritavam através de sua carne enquanto os braços dele se envolviam ao redor dela, a puxando mais perto. Uma sensação de como era delicada, como era frágil afundou em sua mente. Afundou bem fundo. Ele podia sentir isto. A fragilidade dos seus ossos, a suavidade da sua carne. Quando as ondas de conhecimento se misturaram com a fome e o prazer, o conhecimento de como facilmente podia machucá-la, como facilmente podia quebrá-la, pareceu afundar bem no coração da genética que ele lutou para conter.
Estava lá agora. Em primeiro plano onde o animal dentro dele agora governava, exigindo, com a intenção de reivindicar sua companheira tão irrevogavelmente que nenhum homem ou Casta ousariam tocá-la.
Quando as glândulas embaixo de sua língua pareceram aliviar, Navarro arrancou seus lábios dos dela, a necessidade de sentir sua quente pequena boca chupando seu pau muito forte para resistir.
—Tire o robe, Mica. Não me faça rasgar isto.
Ele estava rasgando sua camisa, arrancando os botões das suas casas, puxando isto acima de seus ombros e soltando no chão, chutando suas botas e removendo sua calça jeans.
Seu pau estava tão duro que estava doloroso.
E Mica não hesitou.
Os dedos acariciaram o estômago dele quando os lábios e língua dela começaram a descer pela a carne sem pelos, acariciando, saboreando, seus afiados pequenos dentes beliscando enquanto se movia inexoravelmente mais perto para o esticado comprimento de seu pau.
Ele olhava. Sensual e tão bonito quanto qualquer coisa que podia ter sido criado, passado ou presente, ela era a fantasia que ele não sabia ter até que ela fez dezesseis anos.
Dezesseis e tão fodidamente bonita, e uma parte dele soube. Olhou para ela e sentiu o animal ativo dentro dele pela primeira vez que em sua vida.
—Ah Porra!— As mãos dele pularam de seu lado para se enterrar no comprimento pesado do cabelo loiro e espesso dela quando os dedos dela se envolveram em torno da base e sua língua lambeu a cabeça inchada do pênis dele.
A cabeça larga pulsou, fragmentos de prazer se juntaram pelo comprimento pesado enquanto o êxtase rasgava por suas bolas e um jato do grosso líquido pré-seminal derramava contra os lábios dela.
Ela era sua companheira.
Ela era...
As coxas dela se apertaram quando os lábios dela se separaram e ela chupou a crista inchada do nervo em sua boca, preenchendo isto, envolvendo um calor sedoso em torno da crista inchada e enviando uma sensação que explodiu pelo corpo dele. Chamas dispararam para cima e rapidamente por sua espinha, encheram seu cérebro e queimaram por seus sentidos. Estava além do prazer. Era mais sensual que a maioria do prazer sexual que podia imaginar no momento.
Foi tudo que pode fazer para conter outro jato do líquido do pré-semem quando os dedos dele se enredaram no cabelo dela, amando a sensação deles contra as pontas dos dedos dele, como seda morna e viva acariciando sua carne.
Olhando para ela, Deus, a amando enquanto ela o amava, e nunca deixou de admitir para si mesmo. Não podia deixar de admitir para si mesmo, até que sua genética primitiva tirou a decisão de suas mãos. Até o conhecimento que podia perdê-la, que estava em perigo de deslizar do aperto dele e nunca mais a tocaria, nunca a teria novamente.
Ele não podia permitir que isso acontecesse.
—Suficiente.
A puxando de pé, Navarro a ergueu em seus braços, a levou para a cama antes de segui-la abaixo.
Os lábios dele se moveram sobre os dela, a língua dele se afundando e ultrapassando os lábios dela para um beijo que enviou as chamas rasgando sobre ele novamente.
Ele queria mais dela. Os lábios dele desceram para o pescoço dela, lambendo e mordiscando, saboreando com cada lambida avara, cada beijo desesperado, até que alcançou os cachos suaves e sedosos da sua boceta.
Dividindo as dobras inchadas, lisas, a língua dele lambeu sua racha. Ele tremulou isso acima e ao redor do clitóris inchado dela, saboreando o calor e a necessidade ardendo nela.
Cobrindo o clitóris dela com seus lábios, ele deu um beijo fundo, chupando em sua boca, sua língua acariciando ao redor. A doçura do gosto de chuva do verão dela era um afrodisíaco para seus sentidos.
Enchendo seus sentidos com ela, ele se empurrou até onde podia. Saboreou tanto dela como possível antes de ser forçado a recuar e subir entre as suaves e sedosas coxas.
Se ergueu sobre ela, seu pênis apertando entre as dobras inchadas de sua boceta.
Apertada. Quente.
Polegada por polegada ele bombeou dentro dela lento e fácil, cada jato do pré-semen a relaxando, deixando-a mais selvagem, mais quente. Podia sentir sua boceta apertando, apertando ao redor de seu pau lisa, quente e como um pequeno punho. Cada aperto ao redor seu pênis duro como ferro era uma agonia maravilhosa, o prazer cheio de êxtase que corria por seus sentidos como um incêndio sem controle, o deixando louco para fodê-la com suficiente força para lançar ambos numa onda violenta de liberação.
A boceta dela se flexionou ao redor do seu pênis, chupando para o lado de dentro, e ele começou a se mover mais rápido, empurrar mais duro. Polegada por polegada acariciou dentro dela, a enchendo, enfiando sua lança dentro do tecido aquecido da sua boceta com punhaladas pesadas enquanto sentia a onda selvagem, ingovernável de calor começando a consumí-lo. Como uma droga se apossando dele, roubando seu controle, dominando seus sentidos.
Ele era só vagamente ciente de seus dentes se fechando no ombro dela, os quadris dele se movendo com golpes pesados, acelerados enquanto o pré-semem disparava dentro dela, se misturando com seus sucos, fazendo com que ela ficasse mais lisa, mais quente, destruindo ambos até que sentiu que ela estava gozando. Sentiu as contrações profundas, duras da boceta dela ordenhando seu pau, cessando liquido pré-seminal apenas para rasgar seu corpo com os jatos duros e poderosos de gozo enquanto ele se dirigia profundamente e sentia a onda incrível e intoxicante da ruptura o engolindo.
Seu pênis pulsou e inchou ainda mais. A inchação pesada no meio da seta estirou os músculos pesados da boceta dela, o trancando dentro dela enquanto cada jato de seu gozo começou a atirar diretamente em seu útero. O nó de Casta Lobo o trancou dentro dela, o segurando profundamente e apertado dentro dela enquanto a inchação grossa e pesada pulsava com prazer arrebatador, derramando seu sêmen, e ele xingou, liberando mais que isso no seu sistema.
Ele podia sentir algo primitivo, algo dominante e possessivo, rasgando por dele enquanto se derramava dentro dela, jato após jato de fluido seminal ejaculando de seu pênis seguido por um esguicho forte e pesado de sêmen e uma onda de prazer destruidora.
Estava consumido por ela. Pelo seu prazer, refletido nos bons gritos inarticulados dela. Pelo seu toque, as unhas dela se afundando em seu ombro, o gosto dela em sua língua onde seus dentes trancaram sobre seu ombro, o aroma dela invadindo seus sentidos, e estava possuído, até quando a possuía. Até quando se perdeu nela, uma parte dele não só sabia que nunca estaria livre, mas que nunca iria querer estar livre.
Mica envolveu suas pernas ao redor da cintura magra de Navarro, os quadris dela se torcendo embaixo dele, trabalhando a boceta dela no duro nó pulsando nos grossos e agonizantes músculos sensíveis que o agarravam mais apertado.
Rodando e empurrando contra o empalamento, a penetração espessa trabalhando dentro dela enquanto começava a gemer, ofegando por mais quando sentiu outro jato forte do gozo dele se derramando nas profundidades gananciosas da sua boceta.
Os dentes dele estavam em seu ombro, presos, a segurando, a marcando. A língua dele chicoteava no ferimento pequeno, derramando o hormônio do acasalamento de sua língua no ferimento minúsculo, sabendo que isto a amarraria a ele de modos que ela não podia compreender completamente.
—Eu amo você. — As palavras foram arrancadas dela. —Oh Deus, Navarro. — Os braços e pernas dela se apertaram ao redor dele quando as palavras escaparam seus lábios. As palavras que nunca devia ter permitido ficarem livres.
Sentiu Navarro congelar contra ela, sentiu seu duro e musculoso corpo quando as palavras foram arrancadas dela e se acomodaram no ar ao redor deles.
O que acabava de fazer?
Oh Deus, o que ela fez?
Devia saber o que era melhor. Devia ter controlado as emoções que se prometeu nunca permitir se libertar. Mas isso não funcionava desse modo. Todos aqueles anos que manteve suas emoções firmemente do lado de dentro, manteve as palavras, escondidas, até dela mesma.
Isto era o jogo mais perigoso que podia jogar, e Mica sabia isto. Navarro não queria amar, e ela sabia, ele não queria que ela o amasse agora.
Ele não falou.
Os dentes soltaram seu ombro lentamente, sua língua lambendo a carne sensível enquanto ela sentia o nó que inchou em seu pênis relaxar, permitindo a ele se soltar dela.
Ela não pode conter o gemido baixo e cheio de prazer que deixou escapar dos lábios dela ou apertar seus braços ao redor do pescoço dele enquanto começava a se afastar dela.
Ela tinha que deixá-lo ir.
Não existia nenhum modo de segurá-lo, nenhum modo de roubar seu coração como ele roubou o dela.
Como pode ser tão idiota em sua desatenção com as palavras que saíram livres de seus lábios?
—Deveria estar protegendo suas emoções, — ele disse de modo plano enquanto se sentava no lado da cama.
Mica abriu seus olhos e então desejou que pudesse as trazer de volta, porque ele estava olhando fixamente para ela, aqueles olhos pretos parecendo ter a intenção de destrancar a alma dela e deslizar ao lado de dentro.
—Era conversa de travesseiro. — Ela limpou sua garganta cautelosamente. —Eu estou certa que ouviu isto antes. Sabe como mulheres podem ser. — A garganta dela se apertou. Muito sentimental. Isso era o que mulheres eram. Eram muito sentimentais, e estava maldita por não ser tão inteligente quanto gostava de acreditar que era; caso contrário, nunca teria permitido que aquelas palavras deslizassem por seus lábios. —Além disso, é meu companheiro, não é? O que importa, Navarro?
Era muito tarde para se impedir de sentir isto. Sentia isto desde que tinha dezesseis anos de idade e desistiu da esperança de alguma vez conseguir arrancar a emoção de seu coração. E ela deveria amar seu companheiro. Seu companheiro deveria amar a ela. Não era?
O olhar dela estava muito concentrado quando ele a encarava, e teve uma sensação que ele estava esperando por algo, observando algo. O que mais podia querer dela? O que mais ela podia dar que já não deu a ele?
Ela respirou lentamente e mais fácil. Que se dane. Não precisava disto. Depois de todas as advertências contra amá-lo e sobre permitir que ele chegasse muito perto.
—Importa, — ele rosnou, a tensão que emanando dele enquanto ela o encarava de volta em confusão.
—Oh sim, eu esqueci, o companheiro que não é realmente um companheiro, — ela dolorosamente zombou. —Então me desculpe, Navarro. Por favor, me desculpe por complicar sua delicada pequena vida.
—Não me pressione, Mica. — Existia uma aspereza na voz dele que enviou um calafrio de consciência que subiu sua espinha.
—Não me pressione você. — Franzindo seus lábios, ela movimentou a cabeça devagar. —Eu sou sua companheira, mas eu não deveria amar você. O acasalamento dura para sempre, mas por alguma razão você está escapando do que está fazendo para mim. — Ela agitou sua cabeça enquanto o olhava atentamente, empurrando de volta a raiva e dor como sempre fez.
Era mais difícil desta vez. Desta vez, a dor estava subindo tão afiada, tão quente dentro dela que batalhar contra isto tomava toda a força de controle que possuía.
—Isto não é como é, Mica, — ele começou a protestar.
Ela ergueu sua mão nitidamente, a palma para fora. Não queria ouvir suas desculpas. Não precisava delas. —Tenho coisas a fazer. Obrigado por aliviar a dor, entretanto. Estava se tornando um pouco irritante. E me perdoe por aquela falta de discrição no departamento de emoção. Não deixarei acontecer novamente. Pode sair agora, Navarro. Eu o informarei da próxima vez que precisar que você se apresente.
Estava tão contente que Cassie não estava aqui. Se a outra menina alguma vez soubesse que disse algo tão brega, então Mica nunca viveria por isto.
E além disto, tinha acabado de pedir ao seu companheiro para perdoá-la por prometer a ele seu coração. Antes que soubesse, estaria prometendo a liberdade dele se pudesse lhe dar isto.
Isso a mataria, entretanto. A dor estava apertando tão afiada e bem no fundo da sua alma que jurou poder sentir algo se rasgando ao meio por dentro.
—Um pouco irritante?— Ele murmurou. —Não acho que eu significo simplesmente um arranhão em sua coceira, Amaya.
Ela quase tremeu na qualidade áspera do tom dele. Não era um grunhido, mas o estrondo era uma advertência clara.
Os dentes dela se apertaram até sua mandíbula doer. Era uma advertência para parar qualquer coisa que estivesse fazendo para irritar o animal, acordando isto dentro dele. Ela podia sentir isto, como uma premonição, um instinto, e ele exigia que ela se submetesse a ele. Uma demanda e uma submissão tão primitiva quanto a genética que entrou em sua criação.
—Um pouco irritante, — ela concordou quando se levantou da cama e agarrou seu robe. —E se me der licença agora, acredito que tenho coisas a fazer.
Ela podia sentir a onda de adrenalina, surgindo por ela. Aquela demanda primitiva por sua submissão estava apenas o enfurecendo. Onde no inferno ele conseguiu a coragem para exigir que ela não o amasse, exigir que não fosse uma companheira verdadeira para ele, enquanto por dentro ela sentia como se estivesse ainda morrendo pelo toque dele?
Sua boceta estava ainda quente, ainda dolorida. Ela sentia como se sua carne estivesse desesperada pelo toque dele. Não tanto um toque sexual, mas um toque. Uma carícia.
Ela queria esse toque tão desesperadamente que soube que se não se afastasse para o inferno de longe dele, acabaria implorando por isto. Para impedir que isso acontecesse, se empurrou da cama, seus movimentos aos arrancos, as emoções rasgando por ela ameaçando o pouco de controle para revelá-las enquanto ela partia.
—Onde pensa que vai?— Ele pegou o pulso dela, a aparência dele dominante e tão sensual em sua arrogância que ela sinceramente desejou poder achar uma defesa contra isto.
Mesmo que ele estivesse enfurecido com ela, quebrando seu coração ou a fazendo gritar com necessidade, ainda tinha o poder de fazê-la querer rir com ele, o abraçar, sentir os braços dele ao redor dela.
—Tenho algumas coisas a fazer, — ela disse a ele. —E passar vinte e quatro horas e sete dias da semana aqui em minha suíte não é exatamente minha ideia de diversão. — Especialmente quando ele raramente estava lá com ela.
—Você pareceu estar apreciando isto suficiente, — ele declarou, aquela calma perigosa se intensificando.
O olhar de orgulho ferido que cruzou por alguns segundos aqueles profundos olhos negros fizeram o lado feminino dela quase ceder com um enfraquecimento gentil divertido.
—Claro que eu estava apreciando isto. — Ela encolheu os ombros, se recusando a deixar seu coração quebrar mais ainda, ou o abrandamento que ameaçava enchê-la, se libertar. Maldito, não iria conseguir passar por isso tão facilmente, tão depressa.
Não ainda.
Ela não tinha tempo para lidar com um coração quebrado e não tinha tempo para lidar com um Casta briguento também. Especialmente seu companheiro. Os machos Casta podiam ser impossíveis de predizer enquanto estavam no calor do acasalamento, ou se acreditassem que seus companheiros estavam em perigo. Se estivessem realmente acasalados. Ela estava começando a se perguntar se Navarro era mesmo seu companheiro, apesar dos sinais que mostrou disto.
Puxando seu pulso do aperto dele, ela lhe deu um olhar sombrio. Ele não tinha nenhuma ideia do que estava fazendo. Nenhuma ideia de que a necessidade por uma vingança sentimental estava para despedaçá-los.
—Que diabos está aprontando, Mica?— Ele se levantou de onde estava sentado na cama, seu rosto sombrio e barbaramente intenso enquanto olhava para ela, nu e poderoso.
—Além de me sentar aqui e apenas esperar por você?— Ela sugeriu com doçura zombeteira.
Porra. Ela devia odiá-lo. Ela realmente devia. Ele não devia ser capaz de fazer isto com ela, a deixar tão louca por ele que mal podia respirar, e só depois de alguns minutos dele dizer para ela que não devia amá-lo. Onde estava a justiça nisto?
E porra em dobro, ele estava ainda duro.
Ela lançou um olhar completamente irritado para a carne ereta que atualmente estava cobrindo enquanto puxava sua calça jeans para cima de suas pernas poderosas e abotoava e fechava o zíper com uma confiança arrogante. E nenhuma vez ele tirou seus olhos dela, a olhando fixamente, como se com o comando silencioso em seus olhos, pudesse obrigá-la a fazer qualquer coisa que desejasse.
Oh menino, era melhor ele repensar aquela ideia. Ele a conhecia tempo suficiente para saber que simplesmente isso não iria acontecer.
Além disso, ela realmente tinha coisas a fazer hoje.
Decidiu descobrir exatamente o que estava acontecendo com sua vida. Por que estava acasalada quando seu companheiro não estava? E o que aconteceu com Josiah enquanto esteve do lado de fora sua porta a chamando por apelidos carinhosos que nunca usou com ela antes?
Teria que compreender o que era isto, e como lidar com isto, se ia achar um modo para viver com isto.
—Por que uma pessoa tem estar armando alguma coisa simplesmente porque não está dobrando seus joelhos para beijar seu bunda?— Ela perguntou, se questionando o que precisaria para distraí-lo.
—Eu não exijo isto, como bem sabe, — ele declarou de modo plano enquanto puxava sua camisa e começava a abotoar. —Mas conheço você, Mica. Conheço bem você. Está definitivamente armando algo, e quero saber o que é.
—Realmente? Não pode cheirar?— Certo, ela soava definitivamente zombeteira, talvez só um pouco maliciosa, mas assegurou a si mesma que tinha o direito. Afinal, não era todo dia que uma mulher ficava amarrada a um homem do modo que estava amarrada a ele, certo?
—Eu posso cheirar raiva.
Raiva? Oh, ele não tinha nem ideia. Se pudesse cheirar raiva, então ele era um inferno muito mais forte do que ela pensou que era.
Ou então, não estava escondendo isso tão bem como esperava. Ele estava quebrando o controle dela, e odiava isto, porque era evidente que não estava tocando o dele no mínimo.
Ela não era para ele o que ele era para ela.
Ela o encarou de volta, se perguntando como isso podia ser? Como aconteceu? Por que a natureza a odiava tanto? Não podia entender isto. Por que era a única mulher acasalada com um Casta que não estava acasalado com ela?
Bem, pelo menos não completamente acasalado.
—Como diabos conseguiu se livrar disso?— As palavras estavam fora de sua boca antes que pudesse impedi-las. E uma vez que começou, terminou. —Como conseguiu ser tão sortudo para escapar do calor do acasalamento, dos sintomas e das amarras que forçou em mim, Navarro? Diga-me, como eu fui sortuda o suficiente para conseguir a única Casta que podia derrotar o calor do acasalamento?
Ela não podia acreditar que isto aconteceu com ela, e queria saber o porquê. Queria saber como. E queria saber como consertar isto, de uma forma ou de outra.
Ou a acasalava completamente, e se tornava tão desesperado por ela quanto era por ele e a amaria tão profundamente, ou queria uma cura. E queria isto agora.
A única Casta que podia derrotar o calor do acasalamento?
De onde maldito inferno Mica e Ely tiraram esta merda? Simplesmente porque os hormônios em seu sangue não estavam no nível que deviam estar não significava que não estava ficando louco por isto.
—Eu gostaria de saber como no inferno você e Ely puderam assumir que derrotei qualquer coisa. — Navarro olhou para ela, pasmo com as deduções e suposições da cientista e Mica. —A Casta Lobo só libera o nó com seus companheiros, ou esqueceu isto?
Ele por certo como no inferno não esqueceu isto, e estava malditamente cansado de parecer culpado sobre algo que estavam apenas assumindo. Ou imaginando.
Malditos, se sentia acasalado, isso não contava para algo?
Evidentemente não contava.
—E machos da Casta Lobo mostram o hormônio em seus próprios sistemas, parecem sentir a mesma dor que seus companheiros sentem. — Ela parou, engolindo firmemente e disse a si mesma que não estava ficando subjugada pela emoção.
Ele quase podia sentir a dor em si mesmo quando isso fatiou através de seus sentidos, mais afiado que um aroma, mais intenso que qualquer cheiro que pudesse sentir. Cavou as garras afiadas e malignas em seu peito, apertado, e o fez se perguntar se isso não estava fisicamente rasgando severamente seu coração.
Ele nunca sentiu a dor de outro como sentiu a dela agora. Não tinha uma conexão tão afiada com seu gêmeo. —E pensa que não sinto sua dor?— Então o que diabo ele estava sentindo? Condenadamente não era quente e gostoso.
Em vez de responder para ele, Mica atirou nele um olhar enquanto se forçava a não se enfurecer com ele antes de balançar ao redor e ir para o grande closet que continha todas as roupas que uma garota podia querer, e eram todas do seu tamanho. Existiam sapatos, meias-calças e botas. Existiam pedaços de renda e seda desfilando como calcinhas, sutiãs, cintos de couro e meias rendadas. Merinus sempre cuidou de Cassie e Mica sempre que estavam aqui, e fez isso uma vez mais.
Era muito ruim que um biscoito não pudesse mais sarar seu machucado, entretanto.
Era muito ruim que os abraços mornos de Merinus não pudessem fazê-la sentir que tudo ficaria bem novamente. E era realmente muito malditamente ruim que Navarro não pudesse ter nenhuma pista e não a abraçasse e muito menos tentasse confortá-la.
—Pare!— Os dedos dele se curvaram ao redor da parte superior do braço dela, a fazendo parar. —Não entendo por que não senti, não cheirei sua excitação ontem à noite. Assumi que sua reação ao calor do acasalamento seria a mesma que a minha. Assumi que se acalmou e aliviou para você também.
—Então assumiu errado, não é, Navarro?— A voz dela era áspera, e odiava isto. Suas emoções estavam lá; isso significava que não as estava escondendo. Não estava tão tranquila e controlada como esperava estar.
Estava ferida e brava, e se sentia traída. Sentia como se tudo fosse tirado dela quando soube que só ela estava sofrendo e Navarro estava tão contente quanto esteve antes que supostamente a acasalasse.
—Por que?— Ela olhou fixamente para ele enquanto lutava tanto quanto possível, lutava para esconder tanta dor quando possível. —Por que me amarrou a você, e eu não pude amarrar você?
Era a traição. Natureza. Navarro. Eles a amarraram e a deixaram lá fora no frio. Ela não gostava de ficar lá no frio. Não gostava desta sensação. Não gostava da sensação de estar sozinha quando deveria ser uma parte de algo. A única vez que teve certeza que teria alguém para abraçar.
—Você acha que não estou amarrado a você, Mica?— Ele fez uma carranca para ela, sua expressão sombria quando os dedos acariciaram o braço dela, acariciando o lado inferior sensível.
Aquela carícia, tão leve que mal estava lá, pareceu afundar dentro dela. Gentil e acariciando, passou pelas defesas dela com a imprevisibilidade disto, ameaçando deixá-la em lágrimas.
—Acho que não sei o que está acontecendo mais, — ela o informou amargamente e se afastou do toque dele. Tanto quando precisava disto, doía por isto, não podia dispor disto no momento. —O que sei é que preciso entender isto e preciso decidir o que fazer daqui para a frente.
—O que fazer sobre o que?—A confusão coloria o tom dele. —Você é minha companheira; é muito simples, Mica. Não dou a mínima sobre o que Ely ou seus testes dizem.
Mica só pôde agitar sua cabeça. —Só porque diz isso não faz que seja verdade, — ela sussurrou roucamente. —O calor do acasalamento está acabando em você, Navarro, e só aumentando em mim.
—Eu acasalei você, Mica. Aquele nó não era uma invenção da minha fodida imaginação. Eu não me importo o que os malditos testes de Ely dizem. Uma vez que retornemos para Haven, teremos a Dra. Armani fazendo seus testes. Ely conhece os fodidos Felinos; não conhece os Lobos. — Mica podia frustrá-lo como nenhuma outra mulher podia. Tinha o poder de deixá-lo louco e tentar seu controle de modos que nunca foi tentado antes.
—Não era uma invenção da minha imaginação também. — Escapando do toque dele, entrou no closet e escolheu as roupas que queria vestir naquela noite.
Calça jeans e outro suéter suave, este aqui vermelho vivo, meias de caxemira suave, calcinha e sutiã de seda e uma blusa de seda sem manga embaixo do suéter.
Navarro olhava enquanto ela levava as roupas para o chuveiro e cuidadosamente trancava a porta atrás dela. Como se uma porta trancada alguma vez o parasse. Como se isso pudesse pará-lo.
Neste caso, não era a porta trancada, era a dor centrada bem no fundo dele que não tinha nenhuma ideia de como enfrentar. Até mais, tinha medo que Mica não soubesse como enfrentar isto. Estava lutando contra isto com tudo dentro dela, empurrando de volta até onde podia empurrar e lutando contra uma pequena quantia que estava deslizando do seu controle.
Filho da puta, como deveria lidar com isto? Que diabos deveria fazer?
O calor do acasalamento só o mudou um pouco, isso era tudo.
Não era?
Ely não podia responder suas perguntas, e a pesquisa que achou no Projeto Omega não foi decodificada o suficiente para que pudesse achar até mesmo uma sugestão de como consertar isto. Inferno, nunca enfrentou qualquer coisa assim antes. Um companheiro que não era um companheiro. Uma anomalia que evitava que o hormônio aparecesse no sangue do macho enquanto levava a companheira a passar pela gama dos sintomas do acasalamento. Não fazia sentido.
E agora, Mica estava se escondendo. E ferida, e não queria o conforto dele.
Onde no inferno isso o deixava?
Queria que estivessem em Haven. Era só sua maldita sorte estar preso no Santuário com uma especialista em Felinos despejando seus testes quando devia estar na sua própria base, com a Dra. Armani, a especialista da Casta Lobo tentando entender isto.
Como ela disse a ele mais cedo naquele dia, podia ser algo tão simples quanto um gene recessivo único contendo o poder total do calor do acasalamento. Algo que ela não podia dizer com certeza até que examinasse a ele e Mica ela mesma.
Ele olhou fixamente para a porta e fez uma careta por causa da dor que ainda a rodeava e parecia atravessá-lo como uma lança. Em seu peito, no centro mais fundo da alma dele, ele jurava que algo selvagem rondava e uivava com ira antes que pudesse enclausurar isto.
Era por isso que ele sempre esteve tão atraído por Mica. Era uma das poucas humanas que podiam fazer o que ele aprendeu a fazer logo cedo. Enclausurar suas emoções, mantê-las num lugar onde não iriam ou não podiam afetar as Castas ao redor dela.
Mas essa não era a razão do porque fazia isto.
Nunca soube verdadeiramente por que fazia isto. Mas não era capaz de fazer isto agora, e ele sabia que a dor estava fazendo buracos irregulares em sua alma enquanto ela perdia o controle.
Saindo da suíte, foi para andar de baixo à procura de Merinus, esperando saber o porquê. Sabia que ela conversou com Merinus. Merinus a conhecia desde que era uma garotinha. Saberia muito mais que as pequenas informações que conseguiu arrancar de Cassie ao longo dos anos.
Não foi Merinus que achou na sala de estar no andar de baixo. Foi Josiah.
Inclinado para trás confortavelmente em uma das fortes cadeiras acolchoadas organizadas numa área para conversar, bebericando uma bebida alcoólica num copo pequeno, a outra Casta olhava para ele com chocante despreocupação.
—Líder do Bando Blaine, — ele murmurou quando Navarro entrou no quarto. —Tão malditamente dominante e cheio de si mesmo. — Ele firmemente sorriu. —Acha que ganhou esta aqui, não é?
—Ela é minha companheira, — Navarro o lembrou. —Ninguém toma o que é meu e sobrevive a isto.
—Ela não carrega seu odor. Tudo que cheira é necessidade doce e quente. — Josiah colocou o copo na mesa, cada movimento cuidadosamente controlado. —Você não leva o odor do acasalamento também, Navarro. Não pode reivindicá-la sem isto.
—Ela leva minha marca, — Navarro o informou quando sentiu a adrenalina começando a inundar suas veias, seus músculos tencionando com a necessidade de violência. —Não tente violar meus direitos, Josiah.
Não levou a advertência mais a frente; não havia necessidade. Disse tudo o que precisava dizer. A advertência estava implícita em si mesma. Ficaria afastado dela. Era simples assim.
Josiah pode ter decidido que eram inimigos no momento. Talvez para sempre. Navarro não dava à mínima. Deixou sua posição clara. Se Josiah tentasse tocar no que era seu, então pagaria por isto.
—Navarro. Precisamos conversar.
Se virando, Navarro viu quando Jonas saia do escritório distante da entrada. Sombrio, frio como gelo, o diretor da Agência de Assuntos das Castas parecia tão imponente quanto o inferno e nem um pouco contente quando Navarro se movia para o fim da entrada larga e entrava no escritório.
—Que diabos está aprontando?— Jonas rosnou quando ele fechou a porta atrás deles.
—O inferno se eu souber. — Girando para enfrentá-lo, Navarro cruzou seus braços sobre seu tórax e se perguntou exatamente qual broca Jonas ia enfiar na sua bunda desta vez. —Terá que ser mais específico, Diretor.
—Por que retornou aos laboratórios depois de sair mais cedo? E por que estava tentando acessar a cela de Phillip Brandenmore?
Navarro o encarou de volta nele com surpresa. Essa aqui era nova. Com a segurança nos laboratórios devia ser malditamente evidente que não esteve nos laboratórios desde aquela vez que esteve lá com Mica para aqueles malditos e inconclusivos testes de acasalamento.
—Eu não voltei aos laboratórios, Jonas. E definitivamente não tentei acessar a cela de Brandenmore. Tenho coisas muito melhores para fazer do que foder com ele no momento.
Jonas o encarou de volta com suspeita glacial. Navarro sabia que a inabilidade do diretor para cheirar a decepção nele era um ponto delicado. A sensibilidade de Jonas variava também, tornando impossível saber exatamente como o cheiro dos seus sentimentos podiam ser sensíveis. A diferença era, como diretor da Agência de Assuntos da Casta, a inabilidade de Jonas de confirmar se algum de seus enforcers respondia com a verdade ou a mentira era um problema.
Finalmente ele fez careta, um sinal de que estava disposto a confiar dele, mas só no momento.
—Seu código de acesso foi usado para tentar invadir a cela de Brandenmore uma hora atrás. Temos isto anotado.
—E eu estava com minha companheira uma hora atrás, — Navarro declarou com desdém glacial até quando começou a sentir uma extremidade fria de premonição começando a atravessá-lo. —Mude meus códigos, — ele disse a Jonas. —Algo não está certo aqui, Jonas.
Jonas o olhou por atentos e longos momentos, entretanto desta vez, não existia nenhuma suspeita marcando sua expressão. Existia ao invés apenas um vislumbre de cálculo em seu olhar.
—Alguém invadiu a cela outro dia, quando desceu com Mica para os primeiros testes de acasalamento. Tivemos os protocolos mudados para registrar todos os códigos de acesso do corredor que leva a sua cela. Alguém o soltou. Ele não conseguiu sair.
—O que mostra a câmera de segurança?
—Uma nota de erro que um interferidor eletrônico foi usado. Aquela mensagem nos alertou para o problema, mas quando conseguimos chegar à cela que estava, já tinha saído. Mas seu código de acesso foi o último que entrou no painel de segurança no momento.
—Não é possível. — Ele agitou sua cabeça novamente. —Estava com Mica e antes disso estava envolvido numa confrontação com Josiah que começou nos laboratórios. Ele é um idiota, mas dirá a você onde eu estava. — Seus lábios afinaram então. —Já te ocorreu, Jonas, que talvez se não permitisse humanos dentro das áreas de segurança do Santuário, que talvez não tivesse tantos espiões?
—Me ocorre toda fodida vez que um deles nos trai. — Jonas amaldiçoou. —Mas nos isolarmos não vai resolver o problema. Só será mais fácil nos sabotar. E o problema está se tornando mais Casta que humano. Nossos espiões, Navarro, são nossas próprias pessoas.
E não é que isso era verdade. As Castas que tinham sido muito fortes para manter o nível normalmente alto dos códigos de genética animal. Sua genética humana ao invés tomou a primazia, e a cobiça e o preconceito assumiram o comando deles.
—Então que opções restam para você?— Navarro amargamente perguntou. —Os humanos começam os problemas, Jonas. Você está sacrificando o Santuário por causa da opinião mundial?
—Dificilmente. — Jonas grunhiu. —Está levando algum tempo, mas estamos finalmente os descobrindo. Estávamos cientes que era possível que ainda tivéssemos um ou dois trabalhando com Brandenmore, mas até agora, não estávamos completamente certos.
—Vou fingir que não suspeitou de mim deste então. Desta vez, — Navarro declarou bruscamente.
—Eu suspeito de todo mundo, Navarro. — E não existia nenhuma dúvida que Jonas não tinha uma ampla causa para fazer exatamente isto. —Ninguém está fora da minha suspeita, exceto minha companheira e minha filha. Lembre-se disto. E lembre do que é importante em sua vida.
—Significando?— Jonas estava sempre disposto a dar conselhos.
Jonas deixou sorriso triste puxar seus lábios. —Está acostumado a ficar só, não tinha que se preocupar com ninguém exceto você mesmo. Não tinha que cuidar das costas de ninguém a não ser você mesmo, desde o resgate nos laboratórios. Ter uma companheira, ter essa responsabilidade, muda as coisas.
—Não preciso de palestra sobre acasalamento.
As sobrancelhas de Jonas se ergueram. —Então que tal uma advertência amigável. Tire sua cabeça da sua bunda e faça seu odor de acasalamento ficar em sua mulher antes que a perca para sempre. Até então, quero você nos laboratórios comigo e me ajudando a compreender o que diabos está acontecendo lá e por que alguém está tentando fazer parecer que está ajudando Brandenmore a fugir.
Jonas deixou o escritório, deixando Navarro olhar suas costas até que puxou a porta aberta e desapareceu ao longo da entrada.
O aroma de acasalamento ainda não estava lá?
Que diabos a natureza estava fazendo com eles agora?
E quem no inferno pensavam que eram para o incriminar de soltar Brandenmore? Ele veria o bastardo morto antes de vê-lo livre.
Ela não ia tolerar isto.
Mica podia sentir a raiva começando a crescer dentro dela quanto mais o conhecimento da dominância de Navarro penetrava em seus sentidos.
Era culpa dela tanto quanto da natureza que ficasse acasalada com ele, entretanto. Foi estúpida o suficiente para se apaixonar por um Casta quando era muito malditamente jovem até para entender as implicações disto.
E parou com isso quando ficou mais velha? Quando percebeu exatamente o que estaria enfrentando se o pior acontecesse?
Não tinha.
Permaneceu distante dele. Não empurrou a situação. Mas não tinha porque não queria. Foi porque estava muito assustada por amar um homem, um Casta, de quem a genética exigiria tudo que ela tinha e então seria uma vida mais perigosa que já era.
Amar um Casta e suportar a vida que viviam exigiria uma força que Mica nunca esteve certa de ter.
Navarro não era inocente nisto, entretanto. Ferômonios, biologia, fisiologia, química compatível, qualquer que fosse o inferno que a ciência queria etiquetar os fenômenos, ainda era um laço, uma conexão, não tão diferente de qualquer outra relação. O calor do acasalamento simplesmente impedia as Castas — que foram treinadas para não sentir, sonhar ou amar — de se afastar do homem ou mulher que amavam com uma profundidade que era exigida para continuar sua espécie.
O homem os criou, mas Deus definitivamente os adotou, e tomou a decisão que os faria sobreviver.
Era uma decisão, que no caso deles, Navarro estava tentando cancelar.
Dez dias depois de chegar no Santuário, depois de ser acasalada pelo Casta Lobo teimoso e taciturno, Mica ainda sentia o golpe pleno do calor do acasalamento enquanto Navarro estava patinando com sintomas diluídos e a habilidade de se afastar dela.
Oh, isto não iria funcionar para ela.
Levou um tempo para encontrar sua base, tinha que admitir, encontrar sua emoção —louca—, mas Navarro não tinha nenhuma ideia do quanto estava enfurecida por causa dele enquanto estava em pé o olhando na tarde próxima.
Ela ouviu a advertência dele para Josiah, e apesar de odiar o fato que fazia algo tão possessivo com nada para apoiá-lo, pelo menos apreciou o esforço. Ele a reivindicou, mas não queria o amor dela, nem estava inclinado a dar seu amor.
Com os lábios se afinando, ela debateu o melhor curso de ação em exigir o coração dele. tinha uma sensação que simplesmente pedir não iria funcionar exatamente.
—Parece uma mulher com raiva. — Merinus deslizou por trás da varanda onde Mica estava em pé o olhando com Callan e Jonas que se encontraram com vários dos comandantes da manada no quintal.
—Pode chamar isto de rancor, — ela disse de acordo e girou para Merinus. —Diga-me, Prima , como seguro um companheiro?
—Segura seu coração. — Sua resposta foi rápida e certeira.
Talvez fosse a pessoa errada para se fazer essa pergunta.
—Devia já ser meu. — Ela girou e olhou para onde ele estava em pé com os outros homens uma vez mais.
Merinus suspirou profundamente. —Eu acredito que ele te ame mais que alguma vez amou alguém, Mica, mas segura esse parte dele que não poderia sobreviver se perdesse você. Acho que ele teme perder você — e não amar você.
—É como consegue conter o acasalamento, — ela decidiu.
Estava ciente de Merinus cruzando seus braços sobre seus seios enquanto as duas olhavam os homens. —Ely concorda comigo e na verdade a Dra. Armani também, — Merinus declarou.
Nikki Armani, a especialista das Castas Lobo disse a ela por anos que as Castas Lobo eram muito mais teimosas e independentes que os Felinos, e Mica não acreditou nela. Afinal, no mundo animal, eram os gatos predadores muito mais independentes e menos sociais que os lobos.
—Foi o treinamento deles, — Merinus continuou. —Foi apavorante para os Felinos, mas para as Castas Lobo, foi até mais em muitos casos. Não eram considerados tão valiosos ou inteligentes. Foram usados como material de pesquisas mais frequentemente, e os arquivos que li me deram pesadelos por semanas. Nenhum acasalamento da Casta Lobo será fácil.
—Então como seduzo o coração do meu companheiro?
Merinus deu um risada leve. —Eu diria, Mica, que conhece Navarro muito melhor do que eu. Qual é a debilidade dele? Até mais, qual é a debilidade dele em relação a você? O que o forçaria a desistir daquela parte dele mesmo que está contendo?
—Depende da parte que está contendo. — Ela suspirou.
—Mica, ele é seu companheiro, — Merinus a repreendeu. —Que parte de Navarro nunca vê? Nunca sente? Que parte precisa ser seduzida?
Essa resposta era fácil. —A genética recessiva, — ela murmurou. —Toda vez que seu animal interno começa a se empurrar para se libertar, ele acha um modo de empurrar isso para dentro.
—Toda Casta luta com aquele animal interno de uma maneira ou outra, — Merinus concordou. —A genética recessiva é uma merda. Se Ria e Mercury estivessem aqui, poderiam dizer a você como aquele animal interno pode destruir um Casta se não permitirem isto ficar livre.
Selvagem e livre.
As Castas eram homens e mulheres que levavam os animais dentro deles. Os animais que exigiam liberdade, exigia uma supremacia mais que humana lutar para conter isto.
—As castas recessivas têm uma batalha maior, — Merinus continuou. —Acasalar acorda essa genética e muda tudo para eles. Não são homens e mulheres que se adaptam bem a tal mudança, ou tal perda de controle. Não tiveram que lidar com seu animal, e lidar com ele é algo que lutarão a todo custo.
—Até se perderem seu companheiro?— Mica olhou lateralmente na outra mulher.
Merinus ficou em silêncio por um momento longo antes que olhasse para Mica pesarosamente. —Existiu algumas vezes. Temi que chegaria a acontecer isso com Mercury e Ria. Mas suas circunstâncias eram incomuns. Entretanto—um sorriso triste puxou seus lábios—eles todos são bastante únicos, não é?
—As mulheres precisam de um maldito livro de regras para lidar com eles. — Mica suspirou novamente.
—E onde estaria a diversão nisso? — O amor que Merinus sentia por seu próprio companheiro e marido, Callan, estava refletido em sua voz. —Nunca ficará entediada, sempre será amada e aquecida, e acima de todas as coisas, farão o que for necessário para proteger você.
E essa foi a promessa que ele fez para ela, que não importasse o que, ele a protegeria. Ele a estava protegendo bem. De tudo, exceto do calor do acasalamento.
—Callan diz que você está lutando contra a excitação, — Merinus disse então. —Que não está indo para Navarro, está esperando ele vir para você.
—Eu não vou implorar, — ela mordeu fora. Ela sentia como se estivesse implorando por ele desde que o conheceu. Ela gostaria de ver, pelo menos uma vez, ele vir até ela.
—E o calor está lá por uma razão, — Merinus declarou. —Use isto, Mica, ou arrisque viver nesse inferno em que está, para sempre, e talvez perder Navarro no processo.
Merinus girou e partiu então, entrando na casa uma vez mais e deixando Mica olhando Navarro pensativamente.
O calor estava lá por uma razão.
As emoções rasgaram por ela, a raiva que mantinha escondida, as emoções que mantinha sob tal controle cuidadoso. Estavam todas lá por uma razão.
Da mesma maneira que estariam para ele. A genética que cimentaria o calor do acasalamento estava toda lá, e ele a estava contendo. Estava negando a ambos, e ela estava cansada de sentar e esconder tudo o que sentia, tudo que almejava.
Seus lábios se afinaram com o pensamento. Por muitos anos escondeu suas emoções, sempre assustada que a raiva e dor que sentia geraria uma reação se as Castas suspeitassem da causa disto, que era capaz de traição.
Viu Wolfe Gunnar banir vários humanos de Haven quando sentia o ódio que os membros de suas famílias sentiam pelas Castas. O medo dela de custar a proteção que Haven dava à sua família a apavorava.
Dash não permitiria isto.
Cassie não permitiria isto.
Tinha que se segurar nesse pensamento, acreditar nele quando Cassie sempre jurou que ela podia.
De alguma maneira, sua amiga devia ter suspeitado o que Mica estava fazendo ao longo dos anos, porque prometeu que, não importa como a situação ficasse ameaçadora, podia sempre confiar na sua amizade e na do seu pai.
Tinha que confiar nisto agora, porque esse era o único modo que forçaria o animal de Navarro a sair. As castas lobo eram incrivelmente protetoras, tanto que a dor do companheiro podia levar a Casta à violência, simplesmente porque a genética animal que levavam por dentro ficava maluca.
Em lugar de esconder sua dor, a liberaria. Forçaria o animal dentro dele a rasgar pela liberdade em lugar de tentar convencer Navarro a deixar que ele ficasse livre.
Enquanto o olhava, ele girou devagar, seus olhos negros olhando para ela pelas beiradas dos óculos de sol escuro que usava.
Lentamente, provocativamente, ele piscou, a surpreendendo com o flerte do gesto, mas também, o desafio.
Estreitando seus olhos nele ela deixou sua língua passar devagar sobre seu lábio superior, umedecendo, se perguntando se o afetaria como aquela pequena piscada a afetou.
E isso o afetou.
Ela viu a expressão dele antes que a limpasse.
Ela observou a lenta mudança do corpo dele enquanto o olhar dela caía na prova de sua ereção atrás do tecido de sua calça jeans.
Sentiu a batida de seu coração dobrar, seu estômago apertar e uma sensação de falta de ar se precipitou por ela enquanto lutava para conter a onda de seus sucos, falhando horrivelmente.
Sua boceta furiosamente ficou cremosa, quente, seu clitóris inchou com uma força que a deixou dolorida para gemer com a necessidade de liberação.
Assim tão rápido. Ele podia fazer isto com ela assim tão rápido.
Não existia uma esperança no inferno de poder sobreviver sem o toque dele, e Mica nem se incomodou em dizer a si mesma que podia. Encarando-o de volta, olhando para ele, o aguardando, só podia esperar que um dia ela possuísse metade do coração dele como ele segurava todo o dela.
Ele podia senti-la.
Navarro nunca imaginou que pudesse sentir tanto de uma pessoa com a distância que existia entre ele e Mica. Como se estivessem conectados de um modo que não teria imaginado possível.
Ele sentia o coração destroçado dela, e não existia nenhuma palavra, nenhum modo para dizer a ela o quanto lamentava aquela dor, como aliviaria isto se pudesse.
Ele sentia a excitação, a necessidade dela pelo toque dele, a fome dela por algo, entretanto sabia que descobrir aquilo era algo que não conseguiu ainda. Tentou compreender essa fome por anos e não conseguiu.
Mas sabia por que estava ferida, e soube que ele era a causa.
Ela devia ter protegido seus sentimentos, ele pensou. Tentou convencê-la disso desde o início. Ela precisava de suficiente distância emocional — a mesma distância que ele mantinha que não a machucaria. Que não quebraria o coração dela.
Machucou-a de alguma maneira, entretanto, e saber que de alguma maneira o hormônio do acasalamento não era tão forte em seu sistema quando no dela, machucava ainda mais. O inferno se soubesse o porquê. A Dra. Armani tinha suas ideias a respeito disso da mesma maneira que Ely, e estranhamente, eram parecidas.
Ele recusava deixar suas emoções livres.
A Dra. Armani foi até mais além ao dizer que a razão era porque seu animal estava recessivo dentro dele. E diferentemente de Dash Sinclair, ele se recusava a permitir que o animal dormente dentro dele ficasse livre. Ou talvez, não fosse ele que recusasse. Talvez o animal simplesmente não existia dentro dele como dentro de Dash. Existia sempre a chance que sua genética não fosse realmente recessiva, mas não existisse. Podia ser que ele verdadeiramente fosse simplesmente humano, com alguns sentidos avançados.
Aqueles sentidos avançados não o ajudaram a salvar vida do seu irmão, entretanto. Nem de seu irmão, nem da companheira de seu irmão e da criança por nascer do seu irmão.
Cortante, a dor quente branca queimou seu peito com o pensamento de Randal e Sophia.
Tão perto.
Porra, chegou muito perto de salvá-los.
Um dia. Vinte e duas malditas horas e doze minutos.
Os cientistas fizeram os soldados Coiote arrastarem Randal e Sophia para longe exatamente vinte e duas horas e doze minutos antes que o resgate no Laboratório Omega começasse.
Meia hora mais tarde, alguns minutos a mais ou a menos, a instalação subterrânea explodiu enquanto Navarro e dois de seus homens lutavam para chegar ao casal.
Não pôde protegê-los, e Deus sabia que tentou. Ele lutou. Fez tudo que podia, usou cada chance que podia na tentativa de impedir que fossem descobertos.
Ele falhou.
E se falhasse com Mica? E se fosse incapaz de salvá-la quando mais precisasse dele, apesar da promessa que fez? Ele nunca poderia sobreviver a isto se não conseguisse se conter apenas o suficiente para assegurar que não perderia todos os seus sentidos para ela. Perder todos os seus sentidos significava perder a ele mesmo, e quando fizesse isto, sabia que podia também desnudar sua alma para seus inimigos e permitir que começassem a cortá-lo em tiras então. Porque isso era exatamente o que fariam. No minuto que seus inimigos soubessem que acasalou, então Mica teria um grande alvo vermelho nas costas dela.
Junto com Merinus, e cada outra companheira de Casta, uma voz interna lembrou a ele. Seus maridos as protegiam bem, e ainda viviam para achar felicidade. Até agora.
—Navarro, ainda está aqui, homem?— Gannon, um de chefes de Callan, perguntou com uma risada, chamando sua atenção para o grupo em vez da mulher cujo olhar ele prendia.
Ele não corou. Não tinha nenhuma ideia se devia estar envergonhado, inferno, estava ainda muito malditamente fora de equilíbrio com a sensação que Mica estava afundando ainda mais dentro dele quanto mais tempo seus olhares permaneciam presos.
—Como estava dizendo, — Jonas continuou depois que seu olhar disparou onde a porta de trás se fechou suavemente quando Mica entrou novamente na casa, de volta ao grupo. —Acho que podemos expor nosso último espião aqui. Estão ficando mais íntimos, ficando mais valentes cada vez que chegam mais perto de realmente ajudar Brandenmore em sua fuga.
—Já temos alguma ideia de quem são? Podemos pelo menos reduzir isto para um dos guardas?
Jonas agitou sua cabeça com um gesto apertado. —Não existe nenhum modo de reduzir isto a uma Casta, — ele declarou. —Tudo que podemos dizer com certeza? É um Casta. Só um Casta saberia como deslizar através dos códigos, e só um Casta poderia descobrir a primeira câmera que colocamos na abertura acima da entrada para o corredor da cela.
Navarro cruzou seus braços sobre seu tórax quando uma carranca puxou sua sobrancelha.
—Não temos algo para detectar o interferidor imediatamente, sem alertar nosso espião para isto?
—Isto faria tudo mais fácil, não faria?— Jonas grunhiu. —Mas não. A eletrônica avançada devia ter cancelado a habilidade de interferir nisto, mas infelizmente, parece que descobriram isto malditamente rápido.
—Esta é sua última chance de pegar aquele maldito espião, Jonas, — Callan o advertiu, seu tom comandando, cheio com autoridade e raiva. —Acontece novamente e cuidarei disto eu mesmo.
Navarro deslizou um olhar para o líder da Manada, então para Jonas. Não tinha nenhuma dúvida que Callan acharia um caminho para assegurar que cada Casta no Santuário entendesse as consequências de trair a comunidade. E não precisaria impor a Lei da Casta para isto.
—Não pode fazer isto, Callan. — Jonas suspirou.
—Claro que ele pode. — Navarro falou mais alto naquele ponto e voltou sua atenção para Jonas. —Os vulcões não são o único lugar na Terra onde os corpos podem ser escondidos.
Os lábios de Jonas se apertaram. Existiam poucos, muito poucos, e a maior parte deles estiveram junto com ele no momento, que sabiam que vários dos inimigos da Casta se tornaram sacrifícios vivos para um vulcão muito ativo.
—Não podemos permitir que Callan ou Wolfe sejam ligados a qualquer ação fora da Lei das Castas, — Jonas rosnou. —Não o encoraje, Navarro. Está ficando muito malditamente perto de se tornar bem filho do seu pai do modo que está.
—Então digo que o deixe, — McCullum, o líder da Castas Pantera disse. —Deixe que se livre dos bastardos assim que possível. Eu pelo menos teria uma maldita visão mais confortável em minha própria cama de noite.
—Uma decisão para outro dia, — Navarro decidiu e girou para Callan. —É sua casa, suas pessoas, e ninguém poderia culpar você. Só se lembre, se for pego, todos pagamos por isto. — Ele girou e deu a Jonas o mesmo olhar, duro. —Agora, se me derem licença, tenho coisas para fazer ainda hoje.
—Coisas como segurar uma companheira?— McCullum falou mais alto. —Seja cuidadoso, Navarro, pode acabar se tornando a única Casta a perder sua companheira por estupidez.
—Bastardos, precisam manter seus narizes nos outros negócios da Casta, — ele murmurou e lançou ao outro homem um olhar glacial. —Ela é minha companheira, e nada vai mudar isto. Nem você, e certo como o inferno — nem Josiah.
Não era a primeira vez que lhe davam um conselho que não precisava. Ela era dele, e filho da puta se não estivesse doente de outros acreditando diferentemente disso.
Até onde sabia, não existia uma única maldita Casta que enfrentasse um problema assim. Podia ter passado sem isso ele mesmo.
Abrindo a porta da cozinha, entrou na cozinha, o cheiro de sua companheira imediatamente atingindo seus sentidos com a doçura, o cheiro quente de sua excitação. Luxuriante e sexual, o aroma de baunilha e especiaria e uma pitada de mel.
Maldição, aquela pitada de mel cheirava bem. Era seu maldito doce favorito até que sentiu o gosto dela.
Seguindo a iguaria pecaminosa, ele girou, andou a passos largos pela entrada e então ao longo da entrada até a escadaria curva que levada ao segundo andar. Ela retornou para seu quarto. Estaria esperando por ele, sabendo que viria por ela no segundo que sentisse o cheiro da doçura de seus sucos quentes se juntando em sua boceta?
Maldita, era melhor ela estar esperando.
—Obrigado, Josiah.
Ele fez uma parada dura, chocado com o som da voz dela quando alcançou o topo da escadaria, o som da voz da sua companheira, com uma pitada de riso nisto, afeto a enchendo.
Inferno não.
Ele se moveu pelo corredor silenciosamente e viu sua companheira, que estava na frente da entrada do quarto da Casta, obviamente conversando com ele.
—Vamos, Mica, qualquer coisa que precise, querida, sabe disto. — Ela agitou sua cabeça quando outra risada suave acariciou seus sentidos e os ofendeu ao mesmo tempo.
Seu aroma não mudou. Não cheirava a Josiah. Ele não a tocou, não a beijou, e a necessidade que sabia ser só por ele ainda a cercava.
Enquanto subia o corredor, não foi Mica quem percebeu que estava lá primeiro; foi Josiah. Mica recuou, a surpresa se registrando em seu rosto quando Josiah ficou na frente dela. Sem camisa. Seu tórax largo, entretanto, diferentemente da maior parte das Castas com um leve caminho de pelos no peito escuro. Sua calça jeans estava abaixo de seus quadris, o cinto aberto e Navarro soube sem verificar que estava excitado.
—Ela não fez nada, Navarro.
Navarro não respondeu.
Se aproximando de Josiah lentamente, seu olhar trancou com a mulher atrás dele, e parou a um metro e meio na frente deles, então estendeu sua mão. —Mica. — Ele falou seu nome suavemente. —Vamos.
Ela se moveu para andar por trás da outra Casta quando Josiah se moveu novamente, a bloqueando.
—Porra, Josiah. —De um modo tipicamente Mica ela deu nele um empurrão duro, o surpreendendo tempo suficiente para saltar ao redor dele antes de dar a Navarro um olhar cauteloso.
—Você não tem que ir com ele, Mica, — Josiah prometeu a ela enquanto Navarro pegava sua mão e a puxava para perto do seu lado, seu braço caindo nos ombros dela.
Maldição, agora aquilo era bom. Muito malditamente bom.
Apertando a parte superior do braço dela, ele girou e recuou ao longo da ala para o corredor principal, e de lá para o apartamento que agora partilhavam.
Não iria perguntar a ela que diabos estava fazendo lá, não importa como desesperadamente quisesse perguntar. Nada estava acontecendo. Josiah era seu amigo, e Navarro conhecia os aromas. Não tinha nenhum pensamento sobre traição, e aprendeu muito tempo antes dos resgates que nada podia mudar o que uma pessoa decidisse que mais queriam. Se quisesse Josiah, se seus braços fossem aqueles que quisesse, então seria Josiah que a teria acasalado.
Isso não significava que a deixaria ir. Não podia deixá-la ir.
Ele podia sentir a súbita fome por ela quando explodiu por seu sistema e enviou uma parte do controle dele ricocheteando antes de ser perdido para sempre.
Era tudo que podia fazer para impedir o selvagem uivo dessa parte de sua psique. Aquela parte dele que não conhecia, não entendia, e mesmo não esteve ciente que possuía até agora.
Ele a puxou em sua suíte, fechando e trancando a porta com firmeza atrás deles.
Ele a olhou fixamente. Só a observando enquanto a soltava e ela se movia através do quarto antes de girar para o enfrentar.
—Não vou machucar você. — Ele não tinha nenhuma ideia de onde aquelas palavras vieram, por que pensou que ela precisaria da promessa até que a viu ela firmemente engolir, olhando quando ele começou a desabotoar sua camisa de algodão branca.
—Nunca imaginei que iria. — Ela estava respirando pesadamente, seu rosto corado, seus olhos verdes dourados cheios de temor.
—Está me observando como se estivesse esperando que eu rasgasse sua garganta. — Ele não podia evitar o som áspero e ruidoso de sua própria voz.
Ela agitou sua cabeça, e ele jurou que o roçar suave do cabelo dela pelo ar enviou o cheiro da excitação correndo por ele novamente. Não podia tirar o cheiro dela da cabeça. Não podia parar o que isso estava fazendo com ele.
Seu pênis estava grosso, duro e completamente inchado. Não havia nada da sensibilidade do acasalamento que podia detectar, mas a fome por ela, a necessidade pelo gosto dela, o toque dela, estava começando a atingir seu sistema.
Ela engoliu firmemente.
—Se não quiser isto, então diga agora. — Ele encolheu os ombros e tirou a camisa enquanto os olhos dela se alargavam.
Não podia explicar a fome que de repente estava rasgando por ele mais do que podia explicar a dominância que não podia mais conter.
Era sua companheira. Isso era tudo o que sabia, e sabia disto malditamente com certeza. Ela pertencia a ele. Nasceu para pertencer a ele, ser sua companheira, tocar nele como nenhuma outra mulher já tinha ou já pôde.
O que mais devia importar?
Josiah não importava. Os fodidos testes de Ely não importaram. Tudo o que importava era que antes dele deixar esta suíte, ela nunca permitiria a outro homem armar contra ele, até inconscientemente. E não tinha nenhuma dúvida na mente dele que Josiah não fez só isto. Ele estava tentando provar para Navarro que tinha uma chance com Mica, quando o oposto era a verdade. Ele nunca teria uma chance de tocá-la, ela sempre observaria isto. Especialmente uma vez que acabassem com a necessidade que começava a arranhar dentro dela.
Ele sabia o que estava para acontecer.
Podia sentir isto. A necessidade, a fome, a dominância de puro ferro enfurecendo através dele estava puxando uma necessidade quente branca única por suas veias, queimando por seus sentidos.
Ele a observou enquanto ela puxava uma respiração longa, lenta.
—Tire sua camisa.
Ela não disse para que ele partir, não disse a ele que não, e soube que ela estava bem ciente de certos aspectos do acasalamento da Casta Lobo.
Ele foi pressionado, e lidaria com isto bem.
Por mais de uma semana. Foi pressionado, foi punido. E então, ficou quieto, em silêncio, e permitiu que outra Casta ameaçasse tomar o que sabia ser dele e só dele. E não o matou, simplesmente porque sabia que Josiah estava cheio de merda.
A outra Casta a queria, sempre a quis. Do momento que ela aterrissou o punho dela no rosto dele, Josiah teve luxúria por ela.
Mas ela pertencia a Navarro.
E hoje, provaria isto.
—Dispa-se, Amaya, — ele a advertiu. —Faça isto agora. Porque eu odiaria rasgar todas essas bonitas roupas.
Porque Deus era sua testemunha que não pensava que ter controle sobrando para não fazer isto.
Ela sabia.
Mica engoliu seco. Sabia o suficiente sobre o calor de acasalamento e Castas Lobo que sabia o que tinha acontecido. Não sabia o que causou isso. Não tinha ideia de como a perda do controle ocorreu, mas quando olhou através do quarto para ele, percebeu que estava vendo a genética primitiva que possuía pela primeira vez em todos os anos, que o conhecia.
Devia ter medo dele.
Deveria ser pelo menos cautelosa.
Em vez disso, estava fazendo exatamente como sugeriu, estava tirando as roupas. Lentamente.
Conhecia a criatura diante dela, e ainda assim, o provocava com movimentos lentos, preguiçosos, com seu olhar fixo com no dele, com o cheiro de sua excitação sem dúvida, chegando até ele.
E como ela, viu que ele se despia também. Cada peça de roupa que caia no chão expondo o aço duro, as tensas linhas musculares e carne bronzeada até que, finalmente, não usava nada, exceto sua excitação quando os dedos curvaram em torno da base de seu pênis e apalparam a carne pesada, com uma careta de prazer.
Grossa, pesada, sulcada com escuras veias pulsando e brilhando na ponta com a umidade lisa. A visão de seus dedos acariciando a carne dura, as pesadas veias pulsando com fome, fez a respiração prender em seu peito, uma fraqueza sensual correndo por ela.
Umidade correu ao longo dos músculos cerrados de sua buceta, seu ventre parecia como se um espasmo duro rasgasse por ele. Fome sexual, sensual e desejo de um conhecimento erótico do que estava por vir deixou seus sentimentos confusos, incertos e cheios de enfraquecimento de antecipação.
—Josiah está abusando da sorte, Mica. — Sua voz era baixa, uma ponta de rosnado áspero quando começou a se mover na direção dela. —Vai acabar com isso, não é, Amaya?
Seus lábios se separaram, mas não para falar. Ah, não estava disposta a torná-lo tão fácil para ele. Nada que fizesse, nada que dissesse, mudaria o que estava para acontecer, e não queria. Isso não quer dizer que ia se submeter desde o início. Levou isto longe, e não estava disposta a ceder assim tão fácil.
—E por que deveria colocar um fim nisso? Não estou fazendo nada de errado, Navarro. E não vi Josiah fazer nada de errado. — Levantando sua mão, Mica permitiu a fuga de seus dedos abaixo da curva de seu seio, a sensação de unhas raspando contra a carne sensível enviando um arrepio na espinha.
Seus olhos se estreitaram.
—Tem certeza que este é um jogo que quer jogar?— Ele perguntou baixinho quando chegou mais perto dela, os dedos se deslocando de seu pênis enquanto a mão dele se levantava, os dedos fazendo o mesmo caminho que ela fez.
A lixa de seus dedos calejados contra a carne dela, acariciando tão perto da ponta, apertada e firme de seu mamilo fez sua respiração prender de emoção.
—Tem certeza que quer jogar?— Perguntou ela. —Não faça exigências que não pode retornar, Navarro.
Ela o tocou.
Estava morrendo de vontade de tocá-lo.
Com a ponta dos dedos apenas acariciou do peito para baixo, parando pouco abaixo do comprimento pesado de seu pênis, sentindo o abdômen dele se apertar sob seu toque, o estômago e as coxas se apertando de tensão como ferro duro.
Dela.
Ele era dela.
Engolindo, ela lutou para respirar enquanto os dedos dele abarcavam o seio dela, raspando o polegar sobre a ponta inchada e endurecida de seu mamilo.
—Por favor, — ela sussurrou.
Ela precisava. Precisava de muito mais do que ele estava dando. Um toque mais firme. O prazer, quente e erótico e a queimação de seu pau trabalhando dentro dela.
E mais.
Muito mais.
Sob seu toque, sentindo as pontas dos dedos dele raspando contra seu mamilo, acariciando uma fome e uma necessidade que apertava seu seio e fazia seus quadris empurrar para a frente.
A pele sensível de sua buceta raspou contra sua coxa dura, o inchado e liso botão de seu clitóris. Pulsava. Latejava.
Abrindo suas coxas, Mica inspirou rudemente quando o músculos rígido da perna dele pressionou para a frente, a pressão contra o clitóris enviando um golpe de necessidade angustiante correndo através de cada célula do seu corpo enquanto uma mão forte segurava seu quadril e puxava para a frente a carne aquecida.
—Navarro. — Fraca, pulsando com fome e aturdida, oh Deus, se sentia tão confusa, tão fraca, mas forte o suficiente para segurar os ombros dele com os dedos desesperados e apertar as coxas dela para montar no incrível prazer correndo por ela. —Oh Deus, é tão bom. Tão quente.
A cabeça dele abaixou, seus lábios roçando seu ombro antes que seus dentes raspassem sensualmente.
—Vai ficar quente, — ele rosnou em seu ouvido e pegou o lóbulo dela por apenas por um segundo antes de liberá-lo com uma lambida rápida e movendo os lábios em seu pescoço.
—Você sabe o que fez. — Sua voz estava agora estava mais perto de um rosnado. —Não sabe, Amaya?
—Eu não fiz isso. — Ela respirou rudemente, sua cabeça caindo para trás quando um gemido escapou de seus lábios e os quadris dela montaram a coxa dele mais forte, lutando pela liberação, a sensação surgindo através dela.
—Você sabia. — Ele beliscou a carne sensível do pescoço dela, o prazer queimando através do seu ventre e em sua boceta.
Apertando. Lisa, umidade quente escorria ao longo das paredes da vagina, com a carícia interna da coxa dura de Navarro que criava um atrito com o clitóris. Seus quadris rolaram. Seus sucos aqueceram as paredes de sua boceta enquanto os sentia escorrendo pelas dobras inchadas para aquecer a carne da coxa dele.
Os lábios dele se moveram mais abaixo, sua língua lambendo ao longo da base do pescoço.
—Eu não sabia. — Ela ofegou.
Ele se inclinou mais abaixo, seus lábios se movendo para o monte inchado enquanto uma mão abarcava o seio, levantando-o aos lábios.
Os lábios dele cobriram o pico inchado, chupou e enviou um turbilhão de sensações brutais através dela. Os dedos dela se afundaram no cabelo dele, apertando. Arqueando suas costas, desesperada para pressionar a carne endurecida profundamente na caverna quente de sua boca, Mica estava quase chorando com a necessidade de mais.
Sabia o que estava por vir, mas não sabia o que esperar.
Realmente sentiu o calor picante do hormônio do acasalamento contra o mamilo sensível. Quando chupou o broto violentamente sensível, uma ponta das glândulas inchadas rasparam contra ele.
Ela estava morrendo por ele.
O toque dele.
O abraço dele.
—Beije-me. — Precisava do gosto dele na sua boca, aquela ponta de mel açucarado correndo por ela. Estava viciada nele, viciada em seu gosto, viciada na intensidade do prazer que a percorria, cada vez que o calor do hormônio atingia seu sistema.
E ele não a fez esperar muito.
A cabeça dele levantou de seu seio, uma mão se entrelaçou nos longos cachos do cabelo dela a puxou para trás quando os lábios dele a cobriram com uma fome ardente e profunda. Ela sentiu seu braço ao redor dela puxar seus quadris quando a levantou.
Ela esperava a cama.
Esperava que ele a deitasse, mas se encontrou empoleirada nas costas do sofá que estava na área de estar no meio da suíte, as coxas dela abertas, levantadas e seu pau pressionando contra ela.
Um jorro de fluido espirrou contra a abertura de sua vagina, espalhando o fogo por dentro e por fora quando a cabeça ingurgitada de seu pênis começou a esticar a abertura sensível. Ela sentiu novamente, aquecido, entorpecendo e sensibilizando ao mesmo tempo, quando Mica sentiu sua buceta apertando mais ao redor da cabeça de seu pênis enquanto começava a trabalhar dentro dela.
Seus quadris se moveram, passando, rolando, pressionando.
Estava mais apertada que nunca, cada jato do líquido do acasalamento que espirrava na carne sensível apertando ainda mais sua boceta, enviando ondas convulsivas através dos músculos apertados ordenhando dentro dela.
Seus sucos foram fluindo, lisos e quentes, e ainda assim, estava apertada, apertando, ordenhando seu pau dentro dela quando se arqueou a cada aperto de seus quadris.
Atordoada, olhou para baixo, a visão de seu pênis, tão denso e tenso, abrindo as pregas de sua buceta, a carne escorregadia grudada ao eixo escuro molhado enquanto pressionava mais para dentro.
—Duro. — Ela mal podia respirar, muito menos falar.
O prazer era uma rajada de chamas se espalhando por cada centímetro do seu corpo. O calor a impregnava, corria através dela até que estava gritando com ele.
—Mais, — ela gemeu, arqueando mais perto. —Navarro, por favor.
Não era suficiente. Não era sensação suficiente, não bastava o prazer ou a dor que desejava com cada fibra do seu ser.
Os quadris dele se sacudiram, o impulso fundo, e enviou uma onda queimando de prazer extático através dela.
—Diga, — ele rosnou. Era definitivamente um rosnado. Um duro estrondo do fundo de seu peito quando a puxou contra ele, empurrando mais duro, empurrando profundamente na carne agonizante e apertada quando um jorro de líquido do acasalamento esguichou dentro dela.
Seu pênis pulsava a cada ejaculação e ainda pulsando, ela apertava, apertava, e clamava por mais.
—Foda-se. Muito apertado, — ele gemeu, arqueando as costas quando o olhar dela levantou, olhando como um filete de suor escorria abaixo pelos músculos tensos do seu peito.
Recuando, em seguida, empurrando mais uma vez, seus quadris se estiravam quando ela se arqueava para se aproximar. Ela tremia, tremia pela necessidade. Não conseguia o suficiente. Ele não estava suficientemente profundo.
—Foda-se!
Navarro recuou, arrastando o eixo ingurgitado de carne ganancioso quando ela gritou e lutou para chegar mais perto, para mantê-lo tomando o prazer dela.
—Venha aqui.
Antes que pudesse entender, as mãos dele estavam a colocando de pé e a virando, e ele a inclinou longitudinalmente sobre as costas do sofá quando levantou uma das suas pernas e a guiou para o braço acolchoado ao seu lado. O joelho dela se apoiou na almofada acolchoada quando seu pau pressionou contra ela novamente.
O líquido a enchia, a carne ingurgitada começou a empurrar dentro dela, esticando-a com um prazer e dor que a fez chorar em desespero, pressionando de volta, o tomando, sua buceta ordenhando sua carne, até que com um impulso final duro, ele enterrou seu pleno comprimento dentro dela.
Ela estava louca de prazer. Era êxtase puro. Voou além do prazer.
Cada jato ardente do fluido de acasalamento elevava a sensação até o prazer ser vicioso, tencionando por ela até Mica arquear, gritando fracamente quando sentiu o primeiro orgasmo explosivo, rasgando por ela, a erguendo na ponta dos pés e a fazendo estremecer no puro êxtase incandescente.
E sabia que não era tudo.
Antes de gozar, Navarro tirou o comprimento de seu pênis inchado de sua buceta, e antes que pudesse assimilar a mudança, estava esfregando a cabeça ingurgitada contra a sensível, intocada, carne virginal de seu ânus.
Mica ficou quieta quando a mão dele agarrou seu quadril e a ordem, um áspero rosnar para —quieta— retumbou atrás dela.
—Nunca vai deixá-lo tocar em você. — Ele se aproximou dela quando sentiu o jorro de fluido contra sua entrada traseira.
Em poucos segundos, as sensações começaram. A queimadura, o aperto, a necessidade de não somente prazer, mas a borda brutal de prazer e dor.
—Vai colocar um fim nisso. — Seus dentes rasparam seu ombro e ela jurou que sentiu apenas uma sugestão de pontas nos caninos que mantinha lixados. —Diga-me, Mica. Vai por um fim nisso com Josiah.
Sua voz era um rosnado áspero e rouco.
Seu pênis era rocha dura e ferro quente, abrindo a entrada, pequenas estocadas enquanto o fluido de acasalamento ejaculava dentro dela outra vez, aliviando os músculos, permitindo que o tamanho, grossura e peso de seu pau começasse a penetrar sua bunda macia.
Deitada ao longo das costas do sofá, sua perna flexionada e apoiada no braço do sofá. A posição perfeita para ele. Uma mão fechava de um lado da carne arredondada de seu traseiro e lentamente o separava mais.
Mica sentiu a cabeça do seu pau passando o anel apertado da entrada ultrassensível carregado de nervos de sua bunda.
Uma sensação branca quente correu acima e abaixo de sua coluna. Rasgou através de seus sentidos. Mica se afastou, empurrando de volta seus quadris a cada estocada que trabalhava seu pênis dentro dela, os quadris dele se movendo mais rápido, a cabeça grossa lancetando dentro dela enquanto atravessava o anel de músculos espessos, esticando-a, queimando, empurrando para dentro de novo, trabalhando seu pênis dentro dela, a cada estocada ela começava a gritar em agonia, em êxtase.
Os quadris dela rolaram com o empalamento pesado, ajudando-o a trabalhar o eixo inchado mais fundo, enfiando dentro dela mais forte, mais rápido até que tinha enterrado cada centímetro de espessura ao máximo e depois parou.
Podia sentir seu pau pulsando na bunda dela, esticando-a até o ponto que se perguntava se podia sobreviver a isso quando sentiu o jorro de fluído do acoplamento dentro dela, no fundo do seu ânus, o ardor de prazer começando a crescer, se apressando por seus sentidos e rasgando os últimos vestígios de controle de ambos.
Quando ele se afastou, seu pênis deslizando na pequena cavidade do traseiro dela, os dentes dele se agarraram na curva de seu ombro, enquanto uma mão deslizava embaixo dela, os dedos de repente espetando nas profundezas famintas de sua buceta.
Grosso, latejante, esticando seu traseiro com prazer, ardente e viciante, Navarro começou a empurrar dentro dela. Cada empalamento abalava o prazer maior, as sensações crescentes, eletrizantes quando os dedos seguiram o ritmo, fodendo sua buceta com três dedos duros a conduzindo rápido e duro à beira de um orgasmo que sacudiu sua alma.
Ela podia se ouvir gritando o nome dele. Suas unhas agarradas no estofamento do sofá, e enquanto sentia o orgasmo rasgando sua buceta, até sua espinha, explodindo em seu clitóris e apertando sua bunda em torno da penetração, apertando o comprimento de seu pênis, Navarro começou a gozar.
Sentiu o primeiro jato pesado e quente de sêmen quando o nó começou a inchar, até engrossar. Cada jato pulsante de porra enchia seu traseiro enquanto ele empurrava contra ela, os impulsos minúsculos se movendo contra o nó do tecido sensível e enviando sensações correndo por ela de novo, prolongando seu clímax, destruindo seus sentidos.
Na curva do seu ombro, sentiu os dentes perfurando sua carne, apenas o suficiente para romper a pele, deixando uma marca de acoplamento adequada. Sua língua presa na ferida, o hormônio do acasalamento queimando.
Sensação sobre sensação.
O fogo e o gelo e trovões e relâmpagos. Mica estava tremendo, tremendo. Cada respiração era ofegante enquanto um grito de prazer, sombrio e brutal simplesmente a consumia.
Estava chorando, lágrimas caindo de seus olhos e por trás dela, trancado dentro dela, Navarro rosnou e levantou os dentes do ombro.
—Ficará longe dele como o inferno! — ele rosnou.
—Sim. — Não tinha forças para empurrá-lo ainda mais. Não havia outro ponto que pudesse ser empurrado e não havia nada acontecendo, exceto um amigo usando a arma que podia para forçar o gene recessivo do animal a despertar.
Não estavam mais recessivos.
Quanto tempo demorou para que o inchaço aliviar, Mica não poderia dizer. Perdeu a noção do tempo. Quando se acalmou, saiu dela e a pegou nos braços, o cansaço era uma satisfação, pesada letargia que a deixava sem ossos e saciada enquanto a levava para sua cama.
Ela estava mal consciente dele se afastando, para retornar momentos depois com um pano quente, e se estivesse suficientemente consciente, teria ficado chocada quando o sentiu gentilmente limpando o suor e a umidade de seu prazer de seu corpo e entre as coxas dela antes de secá-la delicadamente.
Estava à deriva no sono quando o sentiu se mover na cama ao lado dela, antes de puxá-la em seus braços e apertá-la contra o peito dele. O calor de sua pele, o ritmo pesado de seu coração em suas costas, ela caiu no sono com uma facilidade que não conhecia antes.
—Durma, Amaya,— ele sussurrou contra seus cabelos. —Doce amor, deixe-me te segurar enquanto dorme.
Navarro nunca conheceu um contentamento ou esgotamento sensual como agora. Abraçando Mica em seus braços, sentindo que ela deslizava em um sono profundo, também sentiu que a sensação selvagem, incontrolável do calor e agitação aliviavam também.
A genética da Casta, o lado animal que nunca acreditou realmente existir dentro dele. Mas estava lá. Como uma entidade separada subindo dentro dele quando viu sua companheira com outro homem, que homem sem camisa, brincando, rindo com ela. Sentiu isso, tão de repente, tão violentamente vivo que não houve nenhuma luta contra ele. O animal se recusava a permitir qualquer coisa além da posse completa de sua companheira. Posse plena. Cópula completa. Possuindo sua companheira, como só ele poderia, a única maneira que garantia que nenhum outro jamais poderia tomá-la dele.
Ela pertencia a ele. Sabia que ela pertencia a ele desde que tinha 16 anos de idade e ficou longe dela o maior tempo possível. Tinha dado a ela tempo, tanto quanto poderia para ser sua própria mulher, antes que se tornasse sua companheira.
Antes que tivesse de enfrentar a vida da Casta de maneiras que nunca enfrentou antes.
Acariciou com a mão o longo do comprimento de seda de seu cabelo, que caia em torno dele, acariciando seu peito e o aquecendo.
Por mais que fantasiasse em tê-la na sua cama, a fome de verdade que se alastrava por ele era por isso. Para abraçá-la aquecendo-a e tê-la aquecendo-o.
Ele acariciou o braço dela, a sensação de seda afundando na palma da mão, acariciando-o quando um baixo, sonolento gemido conseguiu passar pelos lábios.
—Navarro, — ela murmurou, claramente ainda dormindo e se aproximando dele, mesmo em seu sono. —Eu te amo, Navarro. — Pouco coerente, tão adormecida que Navarro teve que se esforçar para ouvir as palavras. E quando o fez, sentiu seu coração apertar.
—Eu te amo, Mica. — Ele sussurrou as palavras em seus cabelos, baixas, apenas altas o suficiente para ouvir a si mesmo quando fechou os olhos e apertou os braços em torno dela.
Deus a amava.
A amava por tantos condenados anos que havia dias que não poderia imaginar não amá-la. Ela foi o sonho que teve nos condenados laboratórios, e quando a viu no Haven se tornou sua maior fantasia.
E viveu no inferno desde então. Vivendo com um medo que se recusava a reconhecer como medo. Se a perdesse, se não conseguisse protegê-la, o destruiria agora. Isso iria matá-lo.
Talvez, apenas talvez, pudesse ter sobrevivido até hoje. Antes que ela despertasse o animal adormecido, que acordou num surto de fúria possessiva.
E agora, acordado, rondando, embora contido no momento, podia sentir a vida selvagem dentro dele. Nas profundezas do seu coração. Nas profundezas de seu ser, que o animal observando agora, vigilante, determinado a proteger sua companheira.
Em todos os anos que lutou, todos os modos como queria saber como usar a genética animal que possuía, nunca imaginou que isso aconteceria assim. Acreditava que sua genética seria sempre recessiva, tão fraca que tudo que lhe proporcionava eram os sentidos mais forte e o treinamento que havia recebido nos laboratórios.
Não esperava que despertasse, crescesse, e procurasse sua companheira com tal posse.
No entanto, fez, e não podia se arrepender.
A sensação de calor que o enchia, o sentido da vida, clara e vibrante onde antes se sentia acorrentado, sempre carente de alguma forma, era algo que nunca imaginou que poderia ter com ninguém, muito menos com uma companheira.
E ela era definitivamente sua companheira.
Seu ajuste perfeito.
A única mulher que já amou.
—Precisamos nos apressar, papai. — Cassie sentou, composta e calma, enquanto esperava na torre pelo pouso do heli- jato fora dos altos muros de pedra da comunidade da Casta Lobo, o Haven.
Vestindo jeans, botas, camiseta e casaco pesado, o corpo dela estava quente, mas tudo dentro dela estava frio enquanto olhava para a parede de cimento por toda a sala de espera, enquanto aguardavam o heli-jato pousar.
—Seria mais rápido chamar Jonas, Cassie, — lembrou a ela. Não era a primeira vez.
—Você já disse a Jonas que há um problema. — Ela lutou para conter as lágrimas que enchiam seus olhos. Tinha que acreditar que chegaria lá a tempo, era tão simples. Que quando chegassem, tudo estaria bem. Mica estaria segura e tão feliz e contente como estava naquele momento.
Neste momento.
Cassie não esperava que o contentamento viesse em breve. Nunca acreditou que Navarro se entregasse tão rapidamente. Era uma das Castas mais teimosas que já conheceu. Percebeu que ele mudou e muito mais rápido do que esperava.
Seu animal se recusou a permitir sua teimosia. Se recusou a permitir que contivesse o amor ou o calor do acasalamento.
E agora, o perigo que Cassie percebia se aproximando de Mica estava crescendo. Tinha que chegar lá. Tinha que estar lá.
Nunca deveria ter deixado a amiga enfrentar isso sozinha, mas conhecia Mica. Sabia que sua amiga nunca se entregaria ao que sentia por Navarro, a menos que estivesse sem família, sem a amigo que sabia que nunca realmente mentiria para ela.
E Cassie acreditava que teve aviso suficiente para chegar a tempo.
Estava errada.
Oh Deus, esteve tão errada, e agora Mica pagaria o preço por sua falta de previsão.
Ela era amaldiçoada.
Amaldiçoada por ver o que nunca deveria ver, e amaldiçoada a viver com as consequências.
Mas poderia viver com as consequências de não alcançar sua melhor amiga na hora certa? Não seria possível.
—Mike e Serena estão entrando,— seu pai disse calmamente. —Tem certeza que isso é uma boa ideia, Cassie?
Cassie assentiu. —Mas precisamos dizer para Mike que está acasalada com Navarro. —
—Ah, querida Cass,— disse sua mãe ao seu lado, —Tem certeza disso?
Cassie respirou profundamente. —Mãe, estou certa. Mas acho que o tio Mike suspeita há muito tempo.
Sabia que ele suspeitava. Como Cassie, Mike viu a dança de Mica e Navarro dançarem aos redor um do outro como lutadores profissionais em um ring. Flertaram, se olhavam quando o outro não estava olhando, e se alguém fosse sensível o suficiente, então poderiam pegar o ar rodando em torno dos dois como uma tempestade.
Era impossível não ver, e Mike Toler adorava sua filha. Mica era seu bebê. Ele observava os homens ao seu redor. Todos eles. E era desconfiado como o inferno.
Ah sim, já suspeitava da verdade, mas era uma verdade que precisava saber antes de ser forçado a ver.
Isto é, se chegassem no Santuário antes que fosse tarde demais.
Suas mãos se apertaram, educadamente em seu colo. Estava aterrorizada e admitia. Podia sentir a escuridão que pairou em torno de Mica por tantos meses finalmente chegando a um ponto crucial.
O perigo, os homens que a vigiavam, esperavam, certos que poderiam usá-la para o que fossem seus planos.
Cassie não podia permitir que isso acontecesse.
Se não fizesse mais nada em sua vida, então devia salvar Mica. Mica e a criança linda que estava carregando, agora.
Mica não estava surpresa que não viu Navarro, quando acordou na manhã seguinte. Mas achou sua nota. Havia questões de segurança para cuidar e ele a veria mais tarde, quando fosse para os laboratórios para os testes diários hormonais.
Teve que sorrir enquanto se esticava, sentindo as dores pouco agradáveis em seus músculos quando o contentamento aqueceu todos os cantos do seu ser. Apenas uma pequena nuvem escura no contentamento, o fato que Navarro saiu, sem dúvida para lidar com o mal escuro contido nos laboratórios. Isso devia ser a questão de segurança. A menos que Jonas estivesse escondendo mais monstros no porão. O que não seria surpresa para ela, no mínimo.
Neste caso, porém, era Brandenmore.
Mica estremeceu com a lembrança quando seguia uma das Castas felinas de sua suíte para o elevador, mais tarde naquela manhã para se reunir com a Dra. Morris. Hoje, porém, não seria a falta de hormônios que seria discutida. Sabia que, hoje, os sussurros de Navarro parar o calor acasalamento cessariam.
Uma anomalia, Ely chamou. Aquela anomalia se foi e realmente ela não esperava que mostrasse sua cara feia de novo.
Era seu companheiro, mas ainda mais importante, ela era dele. Finalmente, este perdido lugar vazio dentro dela foi embora.
Agora, só tinha que lidar com os testes de hoje, e esperar sair dos laboratórios sem ter que lidar com o mau cheiro da decadência que Jonas alojava lá.
Phillip Brandenmore. O gigante farmacêutico de pesquisa que era suspeito de utilizar Castas por mais de cinquenta anos em sua pesquisa para muitos de seus medicamentos mais lucrativos. Um homem que estava alinhado com o Conselho de Genética desde o nascimento, assumindo a posição de seu pai dentro dele e financiando-o, bem como utilizando Castas como cobaias.
E agora o karma era uma cadela. Parecia ter o que procurou a maior parte de sua vida, mas com certeza não estava gostando. Era um inferno de muito mais jovem do que deveria ser, e estava completamente louco. Sua saúde era perfeita, mas sua mente estava lentamente virando mingau.
E não era mais do que merecia, no entanto, o pensamento de qualquer pessoa sofrendo o que ouviu que ele sofria, era um pensamento terrível para ela. Ainda assim, sabia que ele era a causa de tantos sofrimentos Castas. Tantas que assassinou em nome da ciência, destruiu para seu próprio ganho pessoal e usou simplesmente porque podia usá-los.
Os relatórios de sua morte eram nada mais que uma mentira que Jonas Wyatt perpetuou para lhe permitir manter o homem nas celas abaixo do Santuário, mas depois do que viu, não podia imaginar alguém culpando-o por isso.
Brandenmore era um louco. Pior ainda, um louco muito perigoso.
—Ely está realmente ocupada esta tarde, — disse a leoa que a escoltou até a sala de exame, observando curiosamente como Mica assumiu sua posição na maca. —Está atualmente discutindo com Jonas sobre protocolos de segurança. — Um sorriso quase tímido puxou os traços quase-moleques da enforcer quando afastou uma mecha de cabelo ruivo da trança que estava presa dentro. —Às vezes até mesmo a Dra. Ely ganha. —
—Não tenho nenhuma dúvida. — Mica deu uma pequena risada de reconhecimento.
Ely era tão teimosa como qualquer macho Casta, especialmente quando se tratava de seus laboratórios e suas pesquisas.
—Tenho que sair, então. — A enforcer suspirou. —Ainda tenho que fazer as rondas e depois eu volto.
Mica deu um aceno rápido, em seguida, sentou silenciosamente na maca enquanto esperava. Viu várias câmeras nas paredes acima dela, sem dúvida, gravando cada respiração que puxava e sua temperatura, pois estariam lendo seus pensamentos se Jonas Wyatt pudesse conseguir câmeras para realmente fazê-lo.
—Bem, a Dra. Ely sabe que você veio?
Mica se virou, o terror correndo através dela ao som da voz rouca de Brandenmore penetrando no quarto e raspando todos os seus sentidos.
Saiu da maca, quase tropeçando e caindo no chão antes de se agachar em vez disso.
Olhou ao redor da sala, os olhos arregalados, seu coração batendo no peito enquanto lutava contra o medo avassalador de enfrentá-lo novamente.
Mica sabia que a única razão de ter sobrevivido ao seu último encontro com ele foram as Castas em torno deles na época. Não haviam Castas agora. Apenas Mica e qualquer arma que pudesse ser capaz de encontrar.
—Acredito que poderia até mesmo ser capaz de cheirar seu medo, — comentou a voz quando parte de uma parede se abriu na frente dela. —Gosto desse perfume, Mica. Cheira especialmente bem em você, menina. Doce e sutil.
Mica ficou olhando para a cela de vidro fechado com surpresa. Nunca viu onde as Castas mantinham os prisioneiros que se dizia que tinham. Só sabia que realmente os tinham. E agora, sabia o que seus quartos pareciam.
Uma cela de doze por doze, com paredes brancas, uma cama estreita, um vídeo de tela no alto da parede e um chuveiro parcialmente fechado na outra extremidade.
Bonito e ostentoso em comparação com as celas e os abertos vasos sanitários sujos que as Castas foram forçados a usar na maioria dos laboratórios que foram mantidos. Poucos tiveram qualquer conveniência fora um tapete ou colchão para dormir até que fossem velhos o suficiente para colocar sua formação em serviço. Então, e só então, eram dadas condições dignas para dormir ou comida em troca de serviços, ou mortes que eram obrigados a praticar. E no caso dos alvos de Brandenmore, não tinham nada, apenas a agonia e o horror de ser nada mais que projetos de investigação.
Aos poucos, Mica foi se erguendo e o fitou com fascínio. Sabia como fato condenado que tinha mais de oitenta anos de idade. Mas não parecia mais velho que seus trinta anos, e se não fosse pelo mal brilhando em seus olhos, não seria feio. Mas o mal estava ali. Em seu olhar, em sua expressão, no ar em torno dele enquanto olhavam um para o outro através da distância.
Phillip Brandenmore balançou a cabeça sombriamente. —Não posso acreditar que a tive nas minhas garras e lhe permiti viver. — Suspirou em arrependimento. —Sua vida é uma daquelas que é considerada de importância entre os lobos. Sabe que havia um preço sobre sua cabeça pelos inimigos da Casta, certo?
—Pelo que me disseram,— Mica respondeu, enquanto observava Brandenmore enfiar as mãos nos bolsos da calça que usava, muito grande, enquanto a camisa parecia pairar sobre seus bem musculosos ombros.
Seu sorriso era esperto e cheio de prazer sinistro. —Eu ajudei a colocá-la lá, sabe. Como melhor amiga da aberração, teria um valor inestimável. O que ela faria para protegê-la?
Mica sabia a resposta para isso. Cassie mataria para salvá-la, ou morreria por ela. O mesmo que Mica faria por Cassie. Não havia outra opção. Estavam muito perto para nunca permitir que a outra fosse machucada se pudessem detê-lo.
Mica não disse isso para Brandenmore, porém, apenas o olhou em silêncio, quase fascinada com o monstro que se tornou e o fato que ela estava à sua frente.
—Desculpe-me por não me vestir melhor, — disse ele, se desculpando comicamente. —Mas, novamente, acho que isso pode ser chamado de meu melhor, não pode?— Ele inclinou o ombro contra o vidro, uma sobrancelha arqueada marrom escuro, enquanto olhava para ela com arrogância. —Bem, não vai falar? Não acha que eu canso de ouvir essas Castas fofocando? Gostaria de falar com um humano por uma vez. Alguém com mais personalidade que um gato ou um cão.
Mica não queria nada mais que escapar do sentido vil do mal que enchia a sala. Ele era um canalha e sabia disso. Inferno, se deleitava com isso.
—Não posso pensar num único humano ou Casta que gostariam de discutir qualquer coisa com você, — disse ela, fascinada com o ar de réptil que Brandenmore parecia possuir. Não havia como esconder o que era agora. Apesar do charme, apesar da boa aparência, a aura do mal o cercava, agindo como um aviso tão pesado, uma premonição tão dolorosa, que os tanto os humanos como Castas eram afetados.
—Como sabe pouco, — ele zombou, mas estava claramente se divertindo. —Conheço várias pessoas que gostariam de falar com você também, minha querida. Sobre vários assuntos. Seu acasalamento cheio de anomalias, bem como o fato que é a melhor amiga de uma das mais raras Castas. Diga-me, se eu matar você, o que acontece com ela?
Mica só podia sacudir a cabeça. —Você iria morrer e Cassie derramaria algumas lágrimas, nada mais. Não há nenhuma maneira de ferir Cassie o suficiente para destruí-la. Seus pais fizeram um bom trabalho a ensinando a proteger a si e seu coração.
Brandenmore apenas fez uma careta, mas seu olhar estava cheio de diversão. —Ora ora, você não é muito importante para alguém, é, garotinha?
—Ah, tenho certeza que sou, — Mica arrastou as palavras, mas estava tão certa que aqueles poucos eram apenas seus pais.
Destruiria seus pais, mas não havia nenhum amante, nenhuma irmã, nem irmão. Seria rapidamente esquecida.
—Sou obviamente importante para você, — afirmou. —Aqueles eram seus homens me atacando em Nova York, não eram?
—É claro, — admitiu. —Trocariam sua vida pela minha. — Olhou ao redor da sala de exame, com o rosto piscando um olhar de desgosto. —Estão me deixando morrer aqui. — Ele se virou e olhou para ela. —Com você, eu poderia ter minha liberdade.
—Você me dá mais crédito de ter muito mais influência do que tenho, — disse ela, zombando dele. —Confie em mim, Brandenmore, nunca trocariam minha segurança por sua liberdade. Você pode destruí-los. Apenas alguns deles perderiam a mim.
—Uma companheira?— Seus olhos se arregalaram quando ele riu para ela. —Dava mais crédito para sua inteligência que isso. Antes de provar a si mesma como companheira, meus homens poderiam ter pedido qualquer preço que quisessem por você, para qualquer uma das Castas ou Conselho de Genética. Mas agora, — ele deu-lhe um olhar de pena — não tem um amante humano, e seu companheiro genético Casta está te rejeitando. Pobre louca. Não se sente deixada de fora?
—Na verdade, não, estou mais me sentindo entediada. — E se perguntando quando diabos Ely ia aparecer. Brandenmore a assustava, e assustava como o inferno. Ter uma conversa com ele não era sua ideia de um bom passatempo, mas sair da sala de exame sem ajuda não ia acontecer também.
Quanto mais tempo ficasse aqui, pior ele ficaria. Ela podia ver em sua expressão, em seu comportamento. Tanto quanto estava preocupado, tinha um público cativo.
Virando-se, moveu-se para a porta e o porteiro que sabia estar ligado à sala de segurança.
—Chame-os, e não poderemos partilhar confidências. — Brandenmore falou arrastado, confiante que faria uma pausa antes de ativar o botão de chamada.
—E que confidências temos para compartilhar?— Ela perguntou sem se virar, sem olhar para ele.
—Bem, temos algo em comum, — afirmou. —Posso saber algumas coisas sobre esses atributos em comum.
—E o que temos em comum?
Tinham em comum Navarro. Brandenmore esteve envolvido nos laboratórios de onde Navarro veio. Tão intimamente envolvidos que usou muitas das Castas naqueles laboratórios em seus projetos de pesquisa.
—Seu Casta. O companheiro que não é verdadeiramente um companheiro, — disse ele com malícia. —Gostaria de saber por quê?
Ela queria saber. Estava morrendo de vontade de saber. Mas não podia aguentar de pé aqui para falar com ele. O vil, corrompido monstro que se tornou, a enojava a ponto que não importa o quão desesperadamente queria saber mais sobre Navarro, nunca aceitaria a informação dele.
Sua mão levantou para o botão.
—E se eu dissesse que foi criado para nunca sentir, nunca ter as emoções que dirigem um humano?
Ela fez uma pausa novamente.
—Se pudesse ter feito isso, então não teria parado apenas em Navarro, — disse ela conscientemente, sem se voltar para ele.
—Essa foi sempre a esperança, a cada desenho genético, — disse ele. —Extirpar a emoção, deixar apenas a lógica, em seguida, garantir que sendo apenas lógicos, de bom grado dessem sua lealdade ao Conselho e seus membros.
Mica sacudiu a cabeça novamente e deslizou sua mão mais perto do interfone.
—E se eu te dissesse que já te traiu?
Ela balançou a cabeça quando se virou para encará-lo novamente. —Navarro não esteve com ninguém.
—Há outras maneiras de trair. — Ele deu de ombros.
—Não quero mais ouvir isso. É um mentiroso, Brandenmore. Um animal feroz e mal com a falta de moral ou consciência. Não espere que eu acredito numa palavra que sai da sua boca.
—Eu não sou o animal, — ele rosnou de volta, de repente, irrompendo em fúria. —Eu ajudei a criar essa criatura imunda que você está fodendo, sua putinha. Acha que eu realmente criaria algo que poderia ter emoções? Como fidelidade? Não seja uma puta estúpida. Nunca será completamente seu, porque nunca poderá te amar.
Mica se virou e apertou o botão do intercomunicador.
—Dra. Morrey?— Havia um tom de surpresa na Casta que respondeu.
—Sou Mica Toler. Fui escoltada aqui para ver a Dra. Morris e ela não apareceu ainda, mas Phillip Brandenmore sim. Poderia, por favor perguntar à médica se pode se apressar ou enviar alguém para me deixar sair daqui?
Não houve resposta.
Mica estava pronta para apertar o botão e ligar de novo quando a porta de repente bateu para dentro e vários enforcers correram para o quarto, seguidos por Jonas, Navarro e Callan.
Brandenmore estava rindo quando Jonas vistoriou toda a sala desde a janela de divisão da cela até a sala de exame e bateu nas pesadas persianas metálicas a cada partição antes de prendê-las.
O som do riso foi cortado, deixando Mica olhando para os homens, espantada com o ar de violência letal que rodava em torno deles.
—Como chegou até aqui? — Foi Navarro quem falou primeiro.
Se aproximando dela, agarrou seu braço, encarando-a como se não soubesse se a sacudia ou fodia.
—Andei, — ela respondeu ironicamente. —O que esperava?
—Este é o momento errado. — Sua cabeça abaixou, os lábios puxados para trás de seus dentes, e podia jurar que detectou um pequeno indício de ponto de retorno de seus caninos. —Agora me responda. Como chegou até aqui?
—Como disse, fui escoltada até aqui para um exame, — ela respondeu entre os dentes cerrados. —A Dra. Morris não apareceu ainda.
—Porque não tem um compromisso com ela, até esta noite, comigo, — ele rosnou. —Quem veio com você?
Ela olhou para ele com surpresa. —Mas, Navarro, a mensagem estava esperando por mim no meu quarto quando saí do banho, e era a voz de Ely.
—Eu a escoltei até aqui. — A leoa saiu da porta, seu olhar escuro sem medo, mas mostrando apenas resignação quando Navarro virou para olhar para ela.
—Também tinha uma mensagem, da Dra. Morris, que era para escoltar a Sra. Toler aqui para seus testes e exames. Pelo menos, parecia a Dra. Morris. — Seus ombros esticaram como se preparando para um golpe.
—Onde está Ely?— Navarro rosnou quando se virou de volta para Jonas.
—Ela está em Buffalo Gap, até esta tarde, — afirmou Jonas, seu olhar se estreitando quando olhou ao redor da sala. —Mas não se preocupe, definitivamente vou descobrir como isso aconteceu.
—Ele fez isso. — Ela acenou para a cela de Brandenmore antes de girar seu olhar de volta para Navarro. —De alguma forma, ele fez isso.
—Ele não tem como, — Jonas respondeu antes de Navarro poder.
—Traga uma cobra para sua casa e espere que ela o ataque quando menos esperar. — Se afastando de Navarro, olhou para ele e Jonas com descrente escárnio. —Estou pronta para cair fora daqui e agora. E pode informar a Ely que não vou voltar esta noite. Até meu companheiro realmente começar a experimentar essa porcaria de acasalamento em si mesmo, então não vejo razão para me torturar ainda mais. Até mais tarde, meninos.
Ela se virou e saiu do laboratório antes de virar e voltar para os elevadores, sabendo que alguém a seguiria. Não era como se permitissem realmente que perambulasse pelos corredores sozinha. Só Deus sabia quem mais estavam mantendo lá, e destina-se a manter em segredo.
Primeiro Amburg Jeffery. Ela não o viu, mas sabia por Cassie que estava escondido em segurança nos laboratórios e trabalhando para as Castas agora, e não contra eles. Então Brandenmore. Quem era o próximo? O chefe do Conselho de Genética por si mesmo?
Ela bufou com o pensamento.
—Se não parar de fugir de mim, vamos ter que conversar.
O som de Navarro atrás dela fez sua frequência cardíaca triplicar e sua buceta encher de creme. A resposta era apenas o suficiente para irritá-la como o inferno.
Onde estava a justiça disso? Não era como se ele estivesse morrendo pelo seu gosto.
Assim que o pensamento passou por sua mente, se viu puxada, pressionada contra a parede de aço, erguendo as pernas até que automaticamente agarrou suas coxas, e seus lábios encheram os dela.
Ambrosia.
O sabor sutil de mel enchia seus sentidos enquanto sua língua pressionava dentro e acariciava contra a dela.
Ah, sim, era o que ela precisava.
Precisava desse beijo, profundo e viciante, enchendo seus sentidos com o gosto de doce mel selvagem, e o calor do macho. Uma mão estava envolvida nos fios de cabelo na parte de trás da cabeça, puxando-os, acariciando seu couro cabeludo com quando ela começou a afundar nos redemoinhos sensuais da excitação que se levantou como um maremoto dentro dela.
Não estava mais sozinha.
Não estava dolorida, necessitada e faminta por mais neste momento.
Podia sentir o inchaço das glândulas nas laterais da língua, apenas um pouco maiores que o normal. O sabor de mel, que enchia o beijo tinha mudado um pouco, também. Era mais selvagem. Assim como a fome primitiva que preenchia seu toque e suas carícias.
Com as costas contra a parede e Navarro se erguendo sobre ela, Micah podia sentir o sangue pulsando em suas veias e correndo através de seu corpo. Com esse surto de adrenalina veio o toque fantasma da memória.
A sensação de lembrar de seu toque contra sua carne, as terminações nervosas sob a pele sensibilizadas a tal ponto que se perguntava se poderia suportar.
Sentir até mesmo o ar que circulava pelo corredor era uma carícia. Flutuava sobre ela como dedos frescos roçando sua pele, mal estando lá, enviando um arrepio de prazer correndo por ela.
Um arrepio de prazer. Que estranho. Nunca imaginou que pudesse doer por um toque, ficar tão sensível ao toque que até mesmo um roce de ar fresco, pudesse ser uma sensação sensual e sexual.
Ainda assim, era. Quando olhou em seus olhos, sentindo seus dedos segurando um quadril, seu pênis duro apertando contra seu quadril, Micah soube naquele momento que realmente e totalmente pertencia à Navarro. Pertencia a ele de uma forma que nunca seria capaz de fugir.
Mesmo sem o calor de acasalamento que inundava seus sentidos, conheceria esse sentimento. Era algo que toda mulher reconhecia e, depois de experimentar, algo que nenhuma mulher jamais podia fugir.
—O que vamos fazer?— Ela sentiu uma pequena sombra de medo começando a fluir na excitação queimando dentro dela. —Navarro, não tenho que sentir isso. Não posso sentir isso.
Supostamente não devia amar. Não deveria ter qualquer coisa que pertencesse totalmente a ela. Nunca teve essa sensação antes, não sabia como aceitá-la, nem como lidar com o conhecimento, com esse sentimento de possessividade que sentia agora.
—Levaremos um dia de cada vez, Micah, —ele sussurrou enquanto a cabeça baixava, os lábios roçando os dela enquanto falava. —Um dia de cada vez. Não há mais nada que possamos fazer.
A fome iluminava seu olhar, enchia sua expressão. Sob as chamas do calor do acasalamento que montava as emoções de Micah, ela não sabia o que fazer, ou como lidar. Este era o amor que escondeu de si mesma por tanto tempo, um amor que sempre soube que sentia por este homem. Por este Casta.
Ele olhou em seus olhos, seu olhar sombrio enquanto seus lábios mal roçavam os dela, e a leve carícia fez sua buceta apertar e derramar sua umidade macia, se preparando para a penetração. Doía pela penetração. Pela posse.
—Você me assusta,— ele rosnou, sua voz tão baixa que ela se perguntou se imaginou as palavras.
—Por quê?— Ela não se conteve ao levantar a mão para empurrar atrás o pesado cabelo que caia pelo lado do seu rosto.
Ela empurrou seus dedos nos macios e sedosos fios, sabendo o que estava por vir.
Sensações detonaram nas profundezas do seu buceta, enviando uma contração dura de prazer para seu ventre. Estava preparada para isso, mas ainda assim a intensidade do prazer, as sensações tumultuadas a pegaram completamente desprevenida.
O olhar de Navarro queimava, seus cílios fechando como se soubesse, ou de alguma forma sentisse, que essa fome fulminante explodia dentro dela.
Ela não imaginava o que faria. Não imaginava que ele podia sentir tanto sobre sua Companheira.
—Por causa disso,— sua voz era um grunhido de emoção e desejo quando ela raspou as unhas ao longo de seu couro cabeludo. —Posso sentir sua necessidade por mim, Mica. Sinto isso correndo através de você, golpeando em você.
—Como eu te sinto.— E ela não era uma Casta. Mas, ainda assim, podia sentir sua fome, senti-lo. —Como estou ligada a você tão profundamente que deixaria de existir se não o tivesse.
Era isso. Esse era o medo. Era o terror que não conseguia identificar ao longo dos anos, enquanto lutava contra o que sentia por ele.
Sua cabeça se ergueu de repente, como se o roce de seus lábios enquanto falava fosse de repente mais do que podia suportar.
—Vou acabar te fodendo aqui mesmo, —ele rosnou quando se empurrou de volta nela. —Contra uma parede de metal para todos verem. vena— Segurando sua mão, de repente, a puxou pelo corredor, se movendo rápido, com passos longos.
Não se importou em lutar contra ele. Sabia onde estavam indo. Sabia que dentro de poucos minutos estariam na cama que compartilharam, e estaria sentindo essa dor prazer, essa agonia requintada quando sua buceta se esforçasse para aceitar a largura incomum da ereção Casta Lobo.
Devido a essa largura excepcional, a natureza sabia muito bem como usar o calor do acasalamento: O surto de pré-lubrificação Casta Lobo em sua companheira aliviava o aperto dos músculos e tecidos sensíveis na penetração. Aumentava a sensibilidade a ponto que cada toque, cada golpe profundo de prazer era uma fome, uma ânsia irresistível e impossível de esquecer.
Mica não esqueceu. Seu corpo não esqueceu.
Quando Navarro fechou a porta do quarto atrás dela e deslizou a tranca firmemente no lugar, seu corpo decidiu que não precisava mais de bom senso, cautela, medo ou precaução.
Só precisava de Navarro.
Não esperou até que chegassem na cama para começar a tirar a roupa. Não esperou que Navarro liderasse ou a deitasse e despisse lentamente.
Precisava de seu toque e sua posse tanto, que sequer considerou tal coisa.
Suas roupas estavam fora de seu corpo e as jogou no chão quando se moveu da pequena sala de estar para o quarto.
Estava alcançando o elástico de sua calcinha quando um repentino rosnado baixo de advertência parou os dedos, já no elástico, fazendo uma pausa.
A pausa era tudo que ele precisava.
Antes que ela pudesse adivinhar suas intenções, ele estava de joelhos diante dela, suas mãos grandes enquadrando seus quadris quando olhou para ele com surpresa.
Seus dedos deslizaram abaixo do elástico, a segurando e atraindo a seda abaixo da posição na cintura.
Seus lábios a seguiram, percorrendo um caminho ardente para as coxas, em seguida, para o quadril mais uma vez enquanto a calcinha se juntava aos seus pés.
Ele se ergueu todo, a surpreendeu outra vez.
Seus dedos enroscaram através de seu cabelo, puxou sua cabeça para trás, e seus lábios cobriram os dela num beijo que derramou o sabor picante e de açúcar do calor de acasalamento em seu sistema ganancioso.
Ela era viciado nele.
Ansiava por ele.
O gosto dele, a sedução escura que era tanto uma parte dele, o toque, o roce de sua carne contra a dela.
Era sua companheira, mas não conseguia se forçar-se a culpar seu vício por ele só ao calor de acasalamento. Porque o potencial estava lá muito antes que ele a prendesse com o sabor do seu beijo.
Bombeando sua língua entre os lábios, ele se virou com ela, a levantou e levou de volta ao colchão, e Micah não podia fazer nada além de esperar pelo passeio.
Se sentia como se estivesse num carrossel girando loucamente fora de controle. Estava tonta, e ainda mais desejosa.
Tentou pegar a intrusa língua acariciando contra a dela, chupar as glândulas que podia sentir inchadas abaixo.
Queria mais do gosto dele.
Quando ele abraçou seu corpo muito menor, a carne excessivamente ampla de seu pênis descansou contra sua coxa, seu comprimento de aço e ferro pulsando fortemente. O fluxo de sangue atravessando o eixo fortemente venado ecoando na cabeça ardente e na umidade macia que podia sentir na ponta.
Se arqueando contra ele, tentou chegar mais perto, para captar seu beijo por apenas um momento mais longo e Micah gritou em frustração quando se afastou.
Seu protesto foi de curta duração.
Recuperando o fôlego, Micah viu quando se moveu entre suas coxas, abrindo-as mais afastadas com os joelhos quando ela se arqueou novamente.
Sua respiração ficou presa na sensação da cabeça do grosso pau deslizando contra as dobras sensíveis de sua buceta. Respirando com dificuldade, olhou atrás dele e Micah viu como os dedos de Navarro envolviam a base da carne espessa antes de posicioná-la contra sua entrada, levantando seus quadris, em resposta ao surto duro de pré-semên aquecido que ejaculou contra sua entrada.
Seus cílios revoaram com a sensação quando começou a deslizar dentro do tecido flexível.
Estava quente, a sensibilizando ainda mais, criando uma demanda, uma necessidade por adrenalina ao senti-lo a esticando, sentir sua carne dura enterrando dentro dela.
Ele pressionou à frente lentamente, a pesada cabeça de cogumelo abrindo a carne apertada e começando a forjar seu caminho para dentro.
Espirais de dor e prazer incríveis começaram a atacar as terminações nervosas dela. Mica se arqueou mais perto, agora desesperada para sentir cada trecho a marcando enquanto outro surto feroz de ejaculação do acasalamento fazia a cabeça do seu pau flexionar, uma vez que, finalmente, mal se enterrou na entrada.
Mica se podia ouvir gritando. Podia ouvir a súplica na sua voz, e não se incomodou de sentir vergonha.
—Navarro. — Ela gemeu o nome dele enquanto suas mãos se erguiam para ele, as unhas arranhando contra seus braços enquanto ela levantava mais, a sensação de sua carne dura enterrando mais profundo, a enchendo, esticando com agonia requintada.
A cada impulso para a frente e cada pausa, o fluido morno e sedoso a sensibilizava, apertava e ainda deslizava pela carne íntima derramando dentro dela.
Cada movimento para a frente de seus quadris enterrava o comprimento de seu pênis duro mais fundo, a esticava ainda mais e enviava seus sentidos voando.
O prazer era primoroso.
Sua buceta apertava ao redor do intruso como tentáculos formigando, o prazer chiando, irradiando através dele para envolver o feixe inchado de nervos sensíveis em seu clitóris.
Olhando para ele, lutando para manter os olhos abertos, Micah viu como seus olhos queimavam, seus lábios se abriam para permitir um vislumbre de seus dentes apertados quando se enterrou de corpo inteiro dentro dela.
O último golpe pesado, que jogou o último jorro aquecido dentro dela e Micah sentiu a última ponta de seu controle se desintegrando.
Seus quadris se agitavam, rangiam contra sua pélvis, fragmentos estranhamente afiados de sensação espetando através de seu clitóris.
Um rugido soou no peito de Navarro, um som profundo e estrondoso de luxúria e calor que fez sua respiração prender na sensualidade requintada do som.
Se estendendo mais completamente sobre ela, enterrou uma mão em seus cabelos, puxou sua cabeça para trás e cobriu os lábios com os dele quando começou a se mover.
Sua língua mergulhava dentro de sua boca enquanto seus quadris puxavam de volta.
Quando ela acariciou sua língua contra a dele e deixou o beijo faminto e desesperado, ele se apertou dentro dela novamente, se enterrando fundo e duro enquanto Micah engasgava com o prazer rasgando por ela.
Seus lábios entreabriram num grito quando o prazer começou a crescer dentro dela.
Ela se arqueou, seus mamilos raspando contra o peito, o clitóris esfregando em sua pélvis. Cada sensação acariciava as chamas queimando em seu ventre e varrendo sobre seu corpo, a atravessando.
Chiando. Ele a queimava enquanto sentia Navarro puxar seu quadril com a mão livre, e empurrar cada vez mais.
—Levante os joelhos, — ele rosnou, a mão deslizando para agarrar sua perna no alto quando levantou as pernas e a agarrou pelos lados.
Seu pau afundou mais profundo dentro dela. Afundando mais duro, a grossa carne raspou em terminações nervosas sensíveis e estimulou a necessidade gritando por ela até que sentiu que irrompia num cataclismo de prazer, completamente furioso, e não havia como segurar o grito áspero que saiu de seus lábios.
Sua liberação eclodiu através dela.
Seus quadris puxaram mais apertados contra ele, apertando os joelhos nas coxas dele, enquanto sentia as sensações explodindo através dela.
Quando sua buceta se agitou e apertou pelo orgasmo, Navarro entrou fundo, rosnou de novo, e ela sentiu sua liberação.
Ela sentiu o primeiro jorro de sêmen, mais quente que o pré-gozo, e de alguma forma a sensação a encheu com mais prazer.
Então sentiu o inchaço, denso e pesado. Enterrado dentro dela, esticando os músculos tensos e pesados da sua carne interna, uma vez que começou a latejar imperativamente.
As explosões furiosas de sua liberação encheram sua buceta, explodindo dentro dela quando o nó de acasalamento da Casta Lobo cresceu, o prendendo dentro dela. O percebeu no lugar quando sentiu sua liberação a enchendo, se acrescentando ao seu próprio orgasmo e a empurrando para um reino de êxtase requintado de tal forma que não tinha ideia se ia sobreviver.
Longos momentos depois, a cabeça dele se ergueu, os olhos negros, negros como a noite mais escura, quando os lábios se abaixaram para um beijo tão doce, tão cheio de possessividade que ela teve de lutar contra as lágrimas.
—Eu te amo, Mica, — ele sussurrou de volta para ela. —Eu amo você como nunca vai saber.
E ela nunca saberia.
Mica sentiu seus olhos se encherem de lágrimas. —Sempre te amei, Navarro.
Quando ele tocou seu rosto com a ponta dos dedos, seus cílios fecharam pelo meio enquanto mantinha o olhar dela, e Mica sentiu rajadas aquecidas vindo de dentro dela.
Sua cabeça abaixou. —Só você poderia ter me libertado, — ele sussurrou contra seu ouvido. —Arrancou o que estava escondido dentro de mim, Mica, me fazendo completo. Não deixe que essa parte de mim durma novamente. Não me deixe perdê-lo novamente.
Ela mal conseguia respirar. Mal podia acreditar que estava ouvindo seu pedido. Que ele estava lá, que a estava abraçando. Que estava admitindo, finalmente, seu amor por ela, quando tinha toda a esperança, mas a perdeu.
—Ahh, como é doce.
No momento que o pesado inchaço diminuía, a voz horrível sussurrou no silêncio do quarto.
Perigosa. Pesada com ameaça. Raspando com fervor animalesco e astúcia, Phillip Brandenmore estava apenas do outro lado de um painel que se abriu na parede do quarto, revelando uma passagem oculta que, obviamente, levava aos laboratórios mais de quatro andares abaixo da terra.
—Está tudo bem, — disse Navarro só com sua boca. —Siga-me. — Movendo os lábios em silêncio enquanto a acalmava, tomando cuidado em manter o cobertor sobre ela, Navarro se moveu para o lado dela, em seguida, escorregou lentamente da cama.
Mantendo sua atenção sobre Brandenmore, ele se vestiu sem nenhuma pressa.
Seus dedos deslizaram sobre o ativador localizado atrás da pequena cabeça de lobo na fivela do cinto de enforcer que ele usava, enviando um alarme silencioso para as Castas e ativando o localizador de quem os controlasse, não importa onde fossem.
—Ely ainda está viva? — Perguntou ao monstro que torturou as Castas que o observava com descrença curiosa.
—Infelizmente sim, — disse Brandenmore e suspirou como se estivesse irritado, o cenho franzido vincando a testa escura. —Estranho, não poderia matá-la. — Seus dentes fecharam juntos como um ronronar, estranho e doentiamente mudado, vibrando em sua garganta. —E por que está se vestindo? Estranho, Navarro, não lhe dei permissão para se vestir.
Navarro soltou um rosnado retumbante, escuro e de alerta, um som alfa dominante que afetou Brandenmore imediatamente. A arma quase caiu de sua mão antes que voltasse a si, balançando a cabeça e apontando-a para Mica, enquanto olhava para Navarro.
—Pare, ou vou matá-la.
A genética podia ser uma cadela. Navarro era o alfa natural e a genética de Brandenmore era fraca, submissa.
Navarro abaixou o som, sabendo que Brandenmore não precisava ouvi-lo para ser afetado por ele. Era a lei natural. Podia e faria qualquer coisa com Mica para conseguir o que queria. Mas não seria capaz de atacar Navarro a menos que fosse violentamente provocado.
—Largue essa arma, Brandenmore. Não quer morrer aqui hoje , — ele ordenou.
E quase funcionou, mas mais uma vez Brandenmore enlouqueceu lutando para recuar.
—Eu quero a garota. — Brandenmore acenou a arma que carregava para Mica, deixando um sorriso cruzar seus lábios. —Não há necessidade de se vestir, amor. Só vai ficar nua, uma vez que eu encontre com meus amigos. Vai ser meu presente para eles.
No inferno.
Navarro não permitiria que isso acontecesse.
Baixinho, sentiu contra seu baixo ventre a vibração de atendimento de chamada dos enforcers que se deslocavam ao lugar, vindo da fivela.
Sabiam que estava com sua companheira. Já sabiam que não havia nenhuma chance de deixá-la para acasalar com outra Casta. Era sua. Pertencia a ele. E estaria condenado se permitisse que Brandenmore a levasse dele.
—Se levante, Senhora Toler, — o monstro ordenou, sua voz meditativa e profunda, um som suave e agradável de uma criatura de pura maldade.
Navarro manteve os olhos no outro homem. Observando cada movimento. SE recusando a se deixar distrair mesmo quando Mica levantou da cama, arrastando a coberta em torno de seu corpo nu e atraindo o olhar de Brandenmore.
Ao mesmo tempo Navarro sentiu os homens do outro lado da porta do quarto, logo à direita de onde estava Brandenmore. Havia sempre a possibilidade que a genética animal que possuía agora permitisse sentir as Castas se deslocando do outro lado da porta.
Deus, orou que isso funcionasse. Não tinha como avisá-los de sua localização exata, mas seus sentidos o achariam, assim como poderiam pegar o odor de Brandenmore.
Estavam preparados.
Quando Brandenmore deixou seu olhar para se concentrar inteiramente na subida dos ricos montes dos seios de Mica acima da coberta, Navarro se moveu.
Choque passou pelo rosto do outro homem, porque Navarro não saltou para ele.
Não se moveu para tomar um prisioneiro, não havia tempo.
—Mexa-se!— Agarrando seu pulso, Navarro empurrou Mica para o chão quando sua mão se moveu para o lado da cabeceira, puxando sua arma do coldre anexo, rolou seu corpo sobre Mica e disparou quando a porta do quarto foi jogada pelos Enforcers e Castas entrando.
Mica viu cair o corpo de Brandenmore. Uma mancha vermelha em seu peito floresceu enquanto seus olhos se arregalavam, primeiro em choque, em seguida, surpreendentemente, de horror absoluto.
Seus lábios formaram um desesperado —Não!— Suas mãos se estenderam como se procurasse algo, alguém para segurar enquanto ia para o chão, seu olhar fixo no dela, um desespero o enchendo quando percebeu que não fugiria da morte.
Ela assistiu a astúcia do mal lentamente desaparecer de seus olhos, a luz da vida escurecer, até que foi embora.
Estava acabado.
Brandenmore matou tantas pessoas. Torturou Castas como se não tivessem qualquer valor. E agora se foi. Não podia mais torturar, não podia mais machucar ninguém.
Lentamente, Navarro saiu de cima dela, se ergueu e a segurou em seus braços enquanto olhava para o semblante silencioso e gelado do diretor do Gabinete dos Assuntos da Casta, Jonas Wyatt.
—Não tive escolha. — Navarro conhecia os medos e os pesadelos que assombrariam Jonas agora. E Deus ajudasse a todos, se sua filha sofresse por isso, porque Navarro sabia que mataria o outro homem.
Navarro não podia ajudar, mas acreditava que Brandenmore não sabia mais do que fez a Amber do que sabia do que fez a si mesmo. Se soubesse, teria trocado as informações, teria dado a Ely, mesmo pela menor chance de salvar sua própria vida.
Não, não sabia o que fez. Não tinha ideia da mistura que tomou ele mesmo. Navarro estava começando a se perguntar se era algo que ele mesmo criou para si mesmo.
Havia um mal que podia dizer estar lentamente tomando o ambiente, a atmosfera do Santuário. Como se a existência Brandenmore houvesse de alguma forma escurecido a comunidade e jogasse uma sombra sobre ela.
—Nenhum de nós teve, — Jonas respondeu enquanto dava ao Brandenmore caído um último olhar, cheio de ódio e raiva em chamas. —Nenhum de nós jamais teve.
Quando a cabeça se ergueu, as narinas queimaram quando inalou, um perfume novo, de repente chamou sua atenção. Ao mesmo tempo, todos sentiram, exceto Mica.
Oh diabo, estavam todos fodidos agora.
Alcançou Mica, pretendendo levá-la ao banheiro até que pudesse se vestir. Para a esconder até que pudesse descobrir como lidar com esta nova ameaça.
—Mica!— Cassie entrou no quarto correndo, os cachos negros voando ao seu redor, seus olhos azuis cheios de lágrimas, seu rosto pálido quando correu para a amiga.
Mica apertou as mãos sobre a coberta, seu olhar encontrando seu companheiro enquanto Cassie a abraçava.
—Oh Deus, não cheguei aqui a tempo, — ela chorou desesperadamente. —Não cheguei, Mica. Era para eu estar aqui antes de Brandenmore. E se Navarro não estivesse aqui?
Cassie estava claramente perturbada, claramente chateada. Mas não era Cassie que preocupava tanto Mica ou Navarro. Era a visão de Dash Sinclair e Mike Toler em pé na porta.
O olhar de Mike foi do Brandenmore morto para sua filha, sua expressão composta, calma. Felizmente, Navarro não parecia sentir um frenesi crescendo nele, ou mesmo uma raiva avassaladora.
O outro homem simplesmente olhava para sua filha enquanto mantinha um aperto mortal sobre a coberta e as demais Castas começavam a sair lentamente do quarto.
Mica não podia acreditar.
Olhou para Navarro, em seguida, seu pai, e então novamente, quase fascinada pelos dois homens que mais amava no mundo e seu silêncio. Não esperava que o silêncio durasse por muito tempo.
Pelo canto do olho, estava ciente de Jonas ordenando a duas Castas que tirassem o corpo de seu quarto, o que ela apreciava, mas o sangue ainda estaria lá, e a memória do mal que foi corrompido não desapareceriam tão facilmente.
Seu pai ainda olhava silenciosamente.
—Sr. Toler. — Navarro pigarreou, claramente nervoso, quando seu pai se virou para ele.
Mais alto vários centímetros, mais largo, mas mais velho e definitivamente não tão poderoso, ainda assim seu pai não era um homem confortável para ser alvo de um olhar feroz.
—Sim, Sr. Blaine? — O pai dela esteve cercado por Castas por muito tempo. Aprendeu a rosnar.
—Senhor, gostaria de pedir sua permissão para casar com sua filha.
A cabeça de Mica virou em estado de choque quando olhou de volta para Navarro em descrença.
Supostamente não devia perguntar a ela primeiro, ou algo assim?
Seu pai deu um grunhido irritado. —Um pouco tarde para isso, não é, filho? Já acasalou com ela?
—Sim, senhor. — Não houve sequer um sopro de desculpas. —Mas acho que nós dois somos conscientes que isto iria acontecer.
Não, nenhum pedido de desculpas. Mas Mica ainda estava chocada até as solas dos seus pés. Alguém poderia dizer a ela.
Olhou para Cassie, que estava ao seu lado agora, um pequeno sorriso satisfeito no rosto, como se tivesse orquestrado tudo. Mica questionava se ela e Navarro receberiam o crédito pelo seu próprio acasalamento, ou se todo mundo simplesmente roubaria o crédito deles?
—Se todos me desculparem, acho que vou me vestir. — Ela olhou para todos, então para Cassie e seu pai. —Estou certa que Merinus não vai se importar se esperarem um pouco na cozinha.
—É claro que não vai. — O pai dela deu de ombros. —Mas não leve o dia todo. — Ele se virou e atirou a Navarro um olhar duro. —Você vem com a gente...
—Acho que não, papai. — Doce como sempre, seu sorriso inocente, Mica olhou de volta para seu pai quando olhou para ela. —Navarro e eu os encontraremos mais tarde, se não se importa. Temos algumas coisas a discutir.
—E é melhor a data do casamento ser uma delas, — ele revidou com um ar de pai que finalmente percebeu que era hora de deixar sua menina ir.
Iriam discutir isso mais tarde, Mica sabia, mas por agora, tudo que precisava era de...
—Papai.
Ele se virou para ela lentamente enquanto começava a sair pela porta e olhou para ela interrogativamente.
—Amo você, papai. E obrigada. — Sabia que seu sorriso era como as lágrimas nos olhos que sentia. —Obrigado por ter vindo por mim.
Ele fungou, esfregou a parte lateral do nariz e depois revirou os ombros como se tirasse um peso. —Também te amo, menina, — ele finalmente resmungou. —Não se preocupe. Também te amo.
Quando ele saiu, Cassie o seguiu, um largo sorriso nos lábios quando também fez uma pausa e olhou para trás. —Ei, Mica, lembra-se da coisa do contentamento que estávamos falando em segredo e que eu não lhe diria?
—Sobre o que cheirou?— Mica advertiu. —Sim?
—Só queria saber que Casta era, isso é tudo. Porque jurava que tinha que ter bolas de aço para desafiar Navarro por sua companheira.
Os olhos de Mica se arregalaram. —Você sabia!
—Não tudo.
—Você sabia!— A voz de Mica subiu incrédula enquanto repetia a exclamação.
—Claro que sabia. — Cassie riu com uma piscada. —Conheço você, querida. Agora, me prometa que vai dar o nome desse menino lindo, e poderia até perdoá-la por não me contar sobre o beijo.
E sua amiga escapou, correndo do quarto antes que Mica pudesse correr atrás dela. Ela se virou para seu companheiro, em seguida, e sorriu enquanto envolvia seus braços ao seu redor.
Porque não havia nenhum lugar que preferisse estar. E nenhum lugar, sabia que seu companheiro tampouco, do que aqui, nos braços um do outro.
Ela era a vida que mantinha seu coração batendo, o mantinha respirando, mantinha os sonhos que nunca percebeu que estava abraçando, na segurança do amor que ela nunca perdeu para ele.
Semanas mais tarde, depois de mais um inquérito sobre a morte de Brandenmore, e das investigações sobre sua fuga, que quase foi fatal para ambos —Mica e Navarro, o último espião suspeito no Santuário foi arrancado.
Haveria sempre espiões, traidores. Nem o Santuário nem o Haven jamais estariam livres do perigo. Mas, finalmente, o último espião, que estabeleceu as comunicações e a segurança da rede do composto foi julgado e mais informação estavam chegando diariamente sobre os arquivos escondidos que as Castas encontravam dentro da Pesquisa Brandenmore, uma vez que sua morte facilitou a capacidade de entrar em seus escritórios e começar a procurar.
A história do mal de Phillip Brandenmore se estendeu por oitenta anos, e mais mortes que qualquer um poderia imaginar. E não só de Castas. Foi um assassino de igualdade de oportunidades.
Agora, quando a primavera estava fazendo sua primeira aparição entre as montanhas do Colorado, Mica estava segura nos braços de seu companheiro e simplesmente se deixou acreditar.
Seu pai estava realmente feliz, a mãe orgulhosa como o inferno de seu futuro genro. Estranho como a aceitação de seu pai podia ser significava, pois a criança que amava teria a melhor proteção possível.
Nunca soube que preferia vê-la acasalada com uma Casta que casada com um homem que sempre teria medo que não pudesse protegê-la.
—Está pensando demais, Amaya,— Navarro sussurrou contra seu cabelo enquanto estava caída sobre seu peito. —Chega de pesadelos em meus braços.
Sua cabeça levantou. —Chega de pesadelos para sempre,— ela concordou. —Só nós. —
—Só nós, amor. Sempre, só nós.
Lora Leigh
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