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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


A PROPOSIÇÃO
A PROPOSIÇÃO

 

 

                                                                                                                                

  

 

 

 

 

 

 

Capítulo 5

O sono não vem com facilidade, mas quando isso acontece sou sugada para o
passado. Braços fortes de Bryan estão em volta de mim, sua voz sussurra docemente no
meu ouvido quando ele faz as coisas para mim que me deixa esquecer tudo. Aqueles lábios
quentes pressionam uma trilha de beijos para baixo na parte de trás do meu pescoço. Sua
voz não é um eco, é real. Por algumas horas, estou perdida no passado, fazendo coisas que
não tinha feito desde então. A boca de Bryan é quente e úmida, fazendo meu corpo
enfurecer com luxúria.

— Diga-me o que você quer Hallie. Diga. — As respirações de Bryan são quentes e
pesadas no meu ouvido. Ele me prendeu na cama, com as mãos segurando meus pulsos.
Ele aperta a boca num local nas minhas costas que faz com que meus quadris se movam
por conta própria. Ofegante, eu gemo o seu nome, e falo. Digo palavras que eu nunca disse
antes.

Sinto o sorriso de Bryan na minha pele quando ele me mantém pra baixo,
pressionando meus seios no colchão. Liberando meus pulsos, ele usa seu corpo para me
segurar e ainda segue tocando tudo e entre as minhas pernas, me acariciando até que minha
bunda está se contorcendo violentamente na cama, exigindo mais. Eu sou uma confusão de
nervos e luxúria, querendo ser tocada, querendo-o dentro de mim. Peço-lhe, dizendo o seu
nome uma e outra vez.

Eu acordo ofegante e segurando os lençóis em minhas mãos. Meu corpo está
coberto de suor e por um segundo, estou horrorizada. Eu pressiono meus olhos fechados e
cubro o rosto com o braço. Foi só um sonho. Minha mente está presa no passado, mesmo
Neil não poderia me culpar por isso, mas não me faz sentir melhor. Esses sonhos
ressurgem nos momentos mais estranhos, e eles estão fazendo me sentir culpada.

Sentando-me, eu esfrego meu rosto e sigo para o telefone. Lá está uma tonelada de
chamadas perdidas e mensagens. Eu tenho tido o hábito de não atender ao telefone. A
maioria é de Maggie, mas há um de um número que eu não reconheço. Puxando meus

joelhos no meu peito, eu escuto a mensagem.

“Olá, sou Cecily Varden da Agência Varden, de Nova York. Eu gostaria de falar
com você sobre a representação. Por favor, ligue-me o mais cedo possível.”

Eu empurro o telefone longe da minha cabeça e olho para ele. Que diabos foi isso?
Ela deve ter ligado para o número errado. Eu não pensei duas vezes sobre isso. Nenhuma
agente de Nova York estaria me ligado. O pensamento é ridículo. Eu rolo para fora da
cama e caminho para o banheiro. Tenho que enfrentar o dia em algum momento, e me
recuso a sentar na cadeira novamente. O texto de Maggie sobre bundas grandes me faz rir,
mas no fundo da minha mente, eu me pergunto se é verdade. De qualquer maneira, vou
mudar para algum tipo de luto que não vai aumentar o tamanho do meu jeans. Coisas como
correr ou andar um pouco mais rápido do que o costume. Isso soa melhor.

Depois de escovar os dentes e puxar meu cabelo em um rabo de cavalo, vou para a
cozinha. O cheiro de canela bate-me com força e meu estômago se agita.

— Bom dia, Bela Adormecida. — Neil me dá um beijinho no rosto. Ele diz isso
como se eu estivesse dormindo muito, o que é totalmente errado. Eu nunca mais dormi.
Eu apenas fecho meus olhos e fico ali.

— Oi! — Eu digo e olho para a fonte do cheiro celestial. — São aqueles pãezinhos
de canela?

— Malditamente certo. — Diz Maggie e os caminha para a sala com uma caixa de
padaria em seu quadril. Neil revira os olhos. Ele não gosta muito dela. Algo sobre Maggie
ser uma má influência e tudo isso. — Eu conheço você ou o quê?

Eu ofereço um sorriso fraco. — Qual padaria?

— Psh, A & G. Como se eu fosse pegar coisas de qualquer outro lugar. Por favor.
— Maggie se senta na mesinha ao mesmo tempo em que eu, e empurra a caixa pra mim.
— Eu sabia que você não estava com disposição, então consegui todas as suas coisas
favoritas.

— Eu abro a tampa e recebo em cheio o cheiro de canela, fermento e açúcar em
pó. É uma caixa cheia com meus petiscos favoritos. Levanto uma bola redonda de massa
envolta em plástico.
— Você me deu uma bola de massa crua? — Eu não posso deixar de sorrir. — A
mulher me comprou massa de pizza crua e a jogou na caixa com os biscoitos, doces e
pãezinhos de canela.

— Sim. Vamos comer tudo da caixa e, em seguida, fazer um pouco de pão salsicha,
o tipo que seu pai costumava fazer. Você provavelmente vai chorar e rir, porque a primeira
vez que o fez, bem, você se lembra...

— Sim, nem mesmo o cachorro comeu.

— Sim, houve isso. — Maggie sorri para mim e não disse nada por alguns
momentos. —Então, quando você ia me dizer?

Eu olho para Neil e não vejo nenhuma reação dele. — Contar o quê?

— Contar o quê? — Ela zomba e ergue a cabeça para mim. — Como se você não
soubesse. Engraçado, Hallie. Vamos lá! Eu pensei que você me contasse tudo, mas não
tinha ideia! — Maggie é - toda sorrisos - e chega do outro lado da mesa para tocar a minha
mão como se eu deveria saber sobre o que ela está falando, mas não sei.

— Olho para Neil. — Um pouco de ajuda? O que diabos ela está falando? —
Minha boca se abre e eu dou uma mordida grande em um bolinho de canela e,
instantaneamente, gostaria de ter um copo de leite.

Neil revira os olhos. — Uma mulher de mau gosto com seu nome, escreveu um
livro de romance. — Ele aponta para Maggie em pé ao meu lado. — Ela acha que você fez
isso.

Eu engasgo e solto o bolinho. — O quê? — Não, não, não. Não é possível.

Maggie me entende melhor do que Neil. Suas suspeitas se confirmam, mas Neil

ainda não entende. Piscando para mim, Maggie altera sua declaração. — Tudo bem, tudo
bem. Acho que não, mas isso seria legal. Eu quase conheci uma celebridade. — Ela muda
de assunto até que Neil sai da sala alguns momentos depois. Maggie é repelente para Neil,
por isso nunca demora muito tempo. Ele permanece o tempo suficiente para comer um
canudo de chocolate e, em seguida, diz que tem que executar recados e desaparece.

Não até que seu carro dê partida do lado de fora que Maggie me dá um olhar
sincero.
—Então, bota para fora.

Meu coração está batendo muito rápido. Não há nenhuma maneira no inferno que
eles estão falando sobre o meu livro, mas isso explicaria a chamada da agente esta manhã, e
eu escrevi um livro muito atrevido. Um frio trabalha o seu caminho na minha espinha, até
que eu mal posso manter minha bunda na cadeira. Olhando para ela com o canto do meu
olho, eu digo:
— Não pode ser meu.

— Quando você escreveu um livro?

Dane-se! O que diabos eram as chances de que alguém iria encontrá-lo mesmo, não
importa, e o ler também? Como uma em um zilhão. Poucos dias depois de eu ter publicado
o livro, isso me ajudaria a me sentir melhor, mas certamente não teve o efeito que eu
esperava, eu precisava de algo catártico, para marcar o fim de uma vida e o início da
próxima, — então eu deixei a história lá, flutuando no abismo. Eu nunca esperei que
alguém realmente fosse lê-lo.

Eu saltei para cima da minha cadeira e abri meu laptop. Maggie vigia sobre meu
ombro enquanto eu acesso minha conta. Ninguém encontra livros aqui. Há literalmente
milhões de contos, poemas e uma infindável variedade de escritores que são muito mais
talentosos do que eu. Meu livro deveria ter sido enterrado na parte inferior, e nunca ter sido
visto por ninguém. Mas quando a tela abre, eu vejo isso. As estatísticas estão na frente do
meu rosto, mas eu ainda não consigo acreditar.

— Oh! Meu. Deus.

Maggie está de pé ao meu lado, com os braços cruzados sobre o peito. Seus olhos
se arregalam antes que ela finalmente pisque.
— Presumo que você não disse a ninguém? Porque Neil vai cair fora de sua torre
de marfim quando perceber que esta autora dessa sacanagem é você.

Eu olho para Maggie com pânico em meus olhos.
— Eu não posso lhe dizer. Maggie – nem é mesmo sobre ele.

Ela sorri para mim, com conhecimento de causa. — Eu imaginei isso. Ele é muito
tenso para fazer algo bizarro assim. — Ela se senta ao meu lado.

Meu rosto queima em vermelho e eu desvio o olhar. — Você leu?

Capítulo 5

O sono não vem com facilidade, mas quando isso acontece sou sugada para o
passado. Braços fortes de Bryan estão em volta de mim, sua voz sussurra docemente no
meu ouvido quando ele faz as coisas para mim que me deixa esquecer tudo. Aqueles lábios
quentes pressionam uma trilha de beijos para baixo na parte de trás do meu pescoço. Sua
voz não é um eco, é real. Por algumas horas, estou perdida no passado, fazendo coisas que
não tinha feito desde então. A boca de Bryan é quente e úmida, fazendo meu corpo
enfurecer com luxúria.

— Diga-me o que você quer Hallie. Diga. — As respirações de Bryan são quentes e
pesadas no meu ouvido. Ele me prendeu na cama, com as mãos segurando meus pulsos.
Ele aperta a boca num local nas minhas costas que faz com que meus quadris se movam
por conta própria. Ofegante, eu gemo o seu nome, e falo. Digo palavras que eu nunca disse
antes.

Sinto o sorriso de Bryan na minha pele quando ele me mantém pra baixo,
pressionando meus seios no colchão. Liberando meus pulsos, ele usa seu corpo para me
segurar e ainda segue tocando tudo e entre as minhas pernas, me acariciando até que minha
bunda está se contorcendo violentamente na cama, exigindo mais. Eu sou uma confusão de
nervos e luxúria, querendo ser tocada, querendo-o dentro de mim. Peço-lhe, dizendo o seu
nome uma e outra vez.

Eu acordo ofegante e segurando os lençóis em minhas mãos. Meu corpo está
coberto de suor e por um segundo, estou horrorizada. Eu pressiono meus olhos fechados e
cubro o rosto com o braço. Foi só um sonho. Minha mente está presa no passado, mesmo
Neil não poderia me culpar por isso, mas não me faz sentir melhor. Esses sonhos
ressurgem nos momentos mais estranhos, e eles estão fazendo me sentir culpada.

Sentando-me, eu esfrego meu rosto e sigo para o telefone. Lá está uma tonelada de
chamadas perdidas e mensagens. Eu tenho tido o hábito de não atender ao telefone. A
maioria é de Maggie, mas há um de um número que eu não reconheço. Puxando meus

joelhos no meu peito, eu escuto a mensagem.

“Olá, sou Cecily Varden da Agência Varden, de Nova York. Eu gostaria de falar
com você sobre a representação. Por favor, ligue-me o mais cedo possível.”

Eu empurro o telefone longe da minha cabeça e olho para ele. Que diabos foi isso?
Ela deve ter ligado para o número errado. Eu não pensei duas vezes sobre isso. Nenhuma
agente de Nova York estaria me ligado. O pensamento é ridículo. Eu rolo para fora da
cama e caminho para o banheiro. Tenho que enfrentar o dia em algum momento, e me
recuso a sentar na cadeira novamente. O texto de Maggie sobre bundas grandes me faz rir,
mas no fundo da minha mente, eu me pergunto se é verdade. De qualquer maneira, vou
mudar para algum tipo de luto que não vai aumentar o tamanho do meu jeans. Coisas como
correr ou andar um pouco mais rápido do que o costume. Isso soa melhor.

Depois de escovar os dentes e puxar meu cabelo em um rabo de cavalo, vou para a
cozinha. O cheiro de canela bate-me com força e meu estômago se agita.

— Bom dia, Bela Adormecida. — Neil me dá um beijinho no rosto. Ele diz isso
como se eu estivesse dormindo muito, o que é totalmente errado. Eu nunca mais dormi.
Eu apenas fecho meus olhos e fico ali.

— Oi! — Eu digo e olho para a fonte do cheiro celestial. — São aqueles pãezinhos
de canela?

— Malditamente certo. — Diz Maggie e os caminha para a sala com uma caixa de
padaria em seu quadril. Neil revira os olhos. Ele não gosta muito dela. Algo sobre Maggie
ser uma má influência e tudo isso. — Eu conheço você ou o quê?

Eu ofereço um sorriso fraco. — Qual padaria?

— Psh, A & G. Como se eu fosse pegar coisas de qualquer outro lugar. Por favor.
— Maggie se senta na mesinha ao mesmo tempo em que eu, e empurra a caixa pra mim.
— Eu sabia que você não estava com disposição, então consegui todas as suas coisas
favoritas.

— Eu abro a tampa e recebo em cheio o cheiro de canela, fermento e açúcar em
pó. É uma caixa cheia com meus petiscos favoritos. Levanto uma bola redonda de massa
envolta em plástico.
— Você me deu uma bola de massa crua? — Eu não posso deixar de sorrir. — A
mulher me comprou massa de pizza crua e a jogou na caixa com os biscoitos, doces e
pãezinhos de canela.

— Sim. Vamos comer tudo da caixa e, em seguida, fazer um pouco de pão salsicha,
o tipo que seu pai costumava fazer. Você provavelmente vai chorar e rir, porque a primeira
vez que o fez, bem, você se lembra...

— Sim, nem mesmo o cachorro comeu.

— Sim, houve isso. — Maggie sorri para mim e não disse nada por alguns
momentos. —Então, quando você ia me dizer?

Eu olho para Neil e não vejo nenhuma reação dele. — Contar o quê?

— Contar o quê? — Ela zomba e ergue a cabeça para mim. — Como se você não
soubesse. Engraçado, Hallie. Vamos lá! Eu pensei que você me contasse tudo, mas não
tinha ideia! — Maggie é - toda sorrisos - e chega do outro lado da mesa para tocar a minha
mão como se eu deveria saber sobre o que ela está falando, mas não sei.

— Olho para Neil. — Um pouco de ajuda? O que diabos ela está falando? —
Minha boca se abre e eu dou uma mordida grande em um bolinho de canela e,
instantaneamente, gostaria de ter um copo de leite.

Neil revira os olhos. — Uma mulher de mau gosto com seu nome, escreveu um
livro de romance. — Ele aponta para Maggie em pé ao meu lado. — Ela acha que você fez
isso.

Eu engasgo e solto o bolinho. — O quê? — Não, não, não. Não é possível.

Maggie me entende melhor do que Neil. Suas suspeitas se confirmam, mas Neil

ainda não entende. Piscando para mim, Maggie altera sua declaração. — Tudo bem, tudo
bem. Acho que não, mas isso seria legal. Eu quase conheci uma celebridade. — Ela muda
de assunto até que Neil sai da sala alguns momentos depois. Maggie é repelente para Neil,
por isso nunca demora muito tempo. Ele permanece o tempo suficiente para comer um
canudo de chocolate e, em seguida, diz que tem que executar recados e desaparece.

Não até que seu carro dê partida do lado de fora que Maggie me dá um olhar
sincero.
—Então, bota para fora.

Meu coração está batendo muito rápido. Não há nenhuma maneira no inferno que
eles estão falando sobre o meu livro, mas isso explicaria a chamada da agente esta manhã, e
eu escrevi um livro muito atrevido. Um frio trabalha o seu caminho na minha espinha, até
que eu mal posso manter minha bunda na cadeira. Olhando para ela com o canto do meu
olho, eu digo:
— Não pode ser meu.

— Quando você escreveu um livro?

Dane-se! O que diabos eram as chances de que alguém iria encontrá-lo mesmo, não
importa, e o ler também? Como uma em um zilhão. Poucos dias depois de eu ter publicado
o livro, isso me ajudaria a me sentir melhor, mas certamente não teve o efeito que eu
esperava, eu precisava de algo catártico, para marcar o fim de uma vida e o início da
próxima, — então eu deixei a história lá, flutuando no abismo. Eu nunca esperei que
alguém realmente fosse lê-lo.

Eu saltei para cima da minha cadeira e abri meu laptop. Maggie vigia sobre meu
ombro enquanto eu acesso minha conta. Ninguém encontra livros aqui. Há literalmente
milhões de contos, poemas e uma infindável variedade de escritores que são muito mais
talentosos do que eu. Meu livro deveria ter sido enterrado na parte inferior, e nunca ter sido
visto por ninguém. Mas quando a tela abre, eu vejo isso. As estatísticas estão na frente do
meu rosto, mas eu ainda não consigo acreditar.

— Oh! Meu. Deus.

Maggie está de pé ao meu lado, com os braços cruzados sobre o peito. Seus olhos
se arregalam antes que ela finalmente pisque.
— Presumo que você não disse a ninguém? Porque Neil vai cair fora de sua torre
de marfim quando perceber que esta autora dessa sacanagem é você.

Eu olho para Maggie com pânico em meus olhos.
— Eu não posso lhe dizer. Maggie – nem é mesmo sobre ele.

Ela sorri para mim, com conhecimento de causa. — Eu imaginei isso. Ele é muito
tenso para fazer algo bizarro assim. — Ela se senta ao meu lado.

Meu rosto queima em vermelho e eu desvio o olhar. — Você leu?

Capítulo 5

O sono não vem com facilidade, mas quando isso acontece sou sugada para o
passado. Braços fortes de Bryan estão em volta de mim, sua voz sussurra docemente no
meu ouvido quando ele faz as coisas para mim que me deixa esquecer tudo. Aqueles lábios
quentes pressionam uma trilha de beijos para baixo na parte de trás do meu pescoço. Sua
voz não é um eco, é real. Por algumas horas, estou perdida no passado, fazendo coisas que
não tinha feito desde então. A boca de Bryan é quente e úmida, fazendo meu corpo
enfurecer com luxúria.

— Diga-me o que você quer Hallie. Diga. — As respirações de Bryan são quentes e
pesadas no meu ouvido. Ele me prendeu na cama, com as mãos segurando meus pulsos.
Ele aperta a boca num local nas minhas costas que faz com que meus quadris se movam
por conta própria. Ofegante, eu gemo o seu nome, e falo. Digo palavras que eu nunca disse
antes.

Sinto o sorriso de Bryan na minha pele quando ele me mantém pra baixo,
pressionando meus seios no colchão. Liberando meus pulsos, ele usa seu corpo para me
segurar e ainda segue tocando tudo e entre as minhas pernas, me acariciando até que minha
bunda está se contorcendo violentamente na cama, exigindo mais. Eu sou uma confusão de
nervos e luxúria, querendo ser tocada, querendo-o dentro de mim. Peço-lhe, dizendo o seu
nome uma e outra vez.

Eu acordo ofegante e segurando os lençóis em minhas mãos. Meu corpo está
coberto de suor e por um segundo, estou horrorizada. Eu pressiono meus olhos fechados e
cubro o rosto com o braço. Foi só um sonho. Minha mente está presa no passado, mesmo
Neil não poderia me culpar por isso, mas não me faz sentir melhor. Esses sonhos
ressurgem nos momentos mais estranhos, e eles estão fazendo me sentir culpada.

Sentando-me, eu esfrego meu rosto e sigo para o telefone. Lá está uma tonelada de
chamadas perdidas e mensagens. Eu tenho tido o hábito de não atender ao telefone. A
maioria é de Maggie, mas há um de um número que eu não reconheço. Puxando meus

joelhos no meu peito, eu escuto a mensagem.

“Olá, sou Cecily Varden da Agência Varden, de Nova York. Eu gostaria de falar
com você sobre a representação. Por favor, ligue-me o mais cedo possível.”

Eu empurro o telefone longe da minha cabeça e olho para ele. Que diabos foi isso?
Ela deve ter ligado para o número errado. Eu não pensei duas vezes sobre isso. Nenhuma
agente de Nova York estaria me ligado. O pensamento é ridículo. Eu rolo para fora da
cama e caminho para o banheiro. Tenho que enfrentar o dia em algum momento, e me
recuso a sentar na cadeira novamente. O texto de Maggie sobre bundas grandes me faz rir,
mas no fundo da minha mente, eu me pergunto se é verdade. De qualquer maneira, vou
mudar para algum tipo de luto que não vai aumentar o tamanho do meu jeans. Coisas como
correr ou andar um pouco mais rápido do que o costume. Isso soa melhor.

Depois de escovar os dentes e puxar meu cabelo em um rabo de cavalo, vou para a
cozinha. O cheiro de canela bate-me com força e meu estômago se agita.

— Bom dia, Bela Adormecida. — Neil me dá um beijinho no rosto. Ele diz isso
como se eu estivesse dormindo muito, o que é totalmente errado. Eu nunca mais dormi.
Eu apenas fecho meus olhos e fico ali.

— Oi! — Eu digo e olho para a fonte do cheiro celestial. — São aqueles pãezinhos
de canela?

— Malditamente certo. — Diz Maggie e os caminha para a sala com uma caixa de
padaria em seu quadril. Neil revira os olhos. Ele não gosta muito dela. Algo sobre Maggie
ser uma má influência e tudo isso. — Eu conheço você ou o quê?

Eu ofereço um sorriso fraco. — Qual padaria?

— Psh, A & G. Como se eu fosse pegar coisas de qualquer outro lugar. Por favor.
— Maggie se senta na mesinha ao mesmo tempo em que eu, e empurra a caixa pra mim.
— Eu sabia que você não estava com disposição, então consegui todas as suas coisas
favoritas.

— Eu abro a tampa e recebo em cheio o cheiro de canela, fermento e açúcar em
pó. É uma caixa cheia com meus petiscos favoritos. Levanto uma bola redonda de massa
envolta em plástico.
— Você me deu uma bola de massa crua? — Eu não posso deixar de sorrir. — A
mulher me comprou massa de pizza crua e a jogou na caixa com os biscoitos, doces e
pãezinhos de canela.

— Sim. Vamos comer tudo da caixa e, em seguida, fazer um pouco de pão salsicha,
o tipo que seu pai costumava fazer. Você provavelmente vai chorar e rir, porque a primeira
vez que o fez, bem, você se lembra...

— Sim, nem mesmo o cachorro comeu.

— Sim, houve isso. — Maggie sorri para mim e não disse nada por alguns
momentos. —Então, quando você ia me dizer?

Eu olho para Neil e não vejo nenhuma reação dele. — Contar o quê?

— Contar o quê? — Ela zomba e ergue a cabeça para mim. — Como se você não
soubesse. Engraçado, Hallie. Vamos lá! Eu pensei que você me contasse tudo, mas não
tinha ideia! — Maggie é - toda sorrisos - e chega do outro lado da mesa para tocar a minha
mão como se eu deveria saber sobre o que ela está falando, mas não sei.

— Olho para Neil. — Um pouco de ajuda? O que diabos ela está falando? —
Minha boca se abre e eu dou uma mordida grande em um bolinho de canela e,
instantaneamente, gostaria de ter um copo de leite.

Neil revira os olhos. — Uma mulher de mau gosto com seu nome, escreveu um
livro de romance. — Ele aponta para Maggie em pé ao meu lado. — Ela acha que você fez
isso.

Eu engasgo e solto o bolinho. — O quê? — Não, não, não. Não é possível.

Maggie me entende melhor do que Neil. Suas suspeitas se confirmam, mas Neil

ainda não entende. Piscando para mim, Maggie altera sua declaração. — Tudo bem, tudo
bem. Acho que não, mas isso seria legal. Eu quase conheci uma celebridade. — Ela muda
de assunto até que Neil sai da sala alguns momentos depois. Maggie é repelente para Neil,
por isso nunca demora muito tempo. Ele permanece o tempo suficiente para comer um
canudo de chocolate e, em seguida, diz que tem que executar recados e desaparece.

Não até que seu carro dê partida do lado de fora que Maggie me dá um olhar
sincero.
—Então, bota para fora.

Meu coração está batendo muito rápido. Não há nenhuma maneira no inferno que
eles estão falando sobre o meu livro, mas isso explicaria a chamada da agente esta manhã, e
eu escrevi um livro muito atrevido. Um frio trabalha o seu caminho na minha espinha, até
que eu mal posso manter minha bunda na cadeira. Olhando para ela com o canto do meu
olho, eu digo:
— Não pode ser meu.

— Quando você escreveu um livro?

Dane-se! O que diabos eram as chances de que alguém iria encontrá-lo mesmo, não
importa, e o ler também? Como uma em um zilhão. Poucos dias depois de eu ter publicado
o livro, isso me ajudaria a me sentir melhor, mas certamente não teve o efeito que eu
esperava, eu precisava de algo catártico, para marcar o fim de uma vida e o início da
próxima, — então eu deixei a história lá, flutuando no abismo. Eu nunca esperei que
alguém realmente fosse lê-lo.

Eu saltei para cima da minha cadeira e abri meu laptop. Maggie vigia sobre meu
ombro enquanto eu acesso minha conta. Ninguém encontra livros aqui. Há literalmente
milhões de contos, poemas e uma infindável variedade de escritores que são muito mais
talentosos do que eu. Meu livro deveria ter sido enterrado na parte inferior, e nunca ter sido
visto por ninguém. Mas quando a tela abre, eu vejo isso. As estatísticas estão na frente do
meu rosto, mas eu ainda não consigo acreditar.

— Oh! Meu. Deus.

Maggie está de pé ao meu lado, com os braços cruzados sobre o peito. Seus olhos
se arregalam antes que ela finalmente pisque.
— Presumo que você não disse a ninguém? Porque Neil vai cair fora de sua torre
de marfim quando perceber que esta autora dessa sacanagem é você.

Eu olho para Maggie com pânico em meus olhos.
— Eu não posso lhe dizer. Maggie – nem é mesmo sobre ele.

Ela sorri para mim, com conhecimento de causa. — Eu imaginei isso. Ele é muito
tenso para fazer algo bizarro assim. — Ela se senta ao meu lado.

Meu rosto queima em vermelho e eu desvio o olhar. — Você leu?

Capítulo 5

O sono não vem com facilidade, mas quando isso acontece sou sugada para o
passado. Braços fortes de Bryan estão em volta de mim, sua voz sussurra docemente no
meu ouvido quando ele faz as coisas para mim que me deixa esquecer tudo. Aqueles lábios
quentes pressionam uma trilha de beijos para baixo na parte de trás do meu pescoço. Sua
voz não é um eco, é real. Por algumas horas, estou perdida no passado, fazendo coisas que
não tinha feito desde então. A boca de Bryan é quente e úmida, fazendo meu corpo
enfurecer com luxúria.

— Diga-me o que você quer Hallie. Diga. — As respirações de Bryan são quentes e
pesadas no meu ouvido. Ele me prendeu na cama, com as mãos segurando meus pulsos.
Ele aperta a boca num local nas minhas costas que faz com que meus quadris se movam
por conta própria. Ofegante, eu gemo o seu nome, e falo. Digo palavras que eu nunca disse
antes.

Sinto o sorriso de Bryan na minha pele quando ele me mantém pra baixo,
pressionando meus seios no colchão. Liberando meus pulsos, ele usa seu corpo para me
segurar e ainda segue tocando tudo e entre as minhas pernas, me acariciando até que minha
bunda está se contorcendo violentamente na cama, exigindo mais. Eu sou uma confusão de
nervos e luxúria, querendo ser tocada, querendo-o dentro de mim. Peço-lhe, dizendo o seu
nome uma e outra vez.

Eu acordo ofegante e segurando os lençóis em minhas mãos. Meu corpo está
coberto de suor e por um segundo, estou horrorizada. Eu pressiono meus olhos fechados e
cubro o rosto com o braço. Foi só um sonho. Minha mente está presa no passado, mesmo
Neil não poderia me culpar por isso, mas não me faz sentir melhor. Esses sonhos
ressurgem nos momentos mais estranhos, e eles estão fazendo me sentir culpada.

Sentando-me, eu esfrego meu rosto e sigo para o telefone. Lá está uma tonelada de
chamadas perdidas e mensagens. Eu tenho tido o hábito de não atender ao telefone. A
maioria é de Maggie, mas há um de um número que eu não reconheço. Puxando meus

joelhos no meu peito, eu escuto a mensagem.

“Olá, sou Cecily Varden da Agência Varden, de Nova York. Eu gostaria de falar
com você sobre a representação. Por favor, ligue-me o mais cedo possível.”

Eu empurro o telefone longe da minha cabeça e olho para ele. Que diabos foi isso?
Ela deve ter ligado para o número errado. Eu não pensei duas vezes sobre isso. Nenhuma
agente de Nova York estaria me ligado. O pensamento é ridículo. Eu rolo para fora da
cama e caminho para o banheiro. Tenho que enfrentar o dia em algum momento, e me
recuso a sentar na cadeira novamente. O texto de Maggie sobre bundas grandes me faz rir,
mas no fundo da minha mente, eu me pergunto se é verdade. De qualquer maneira, vou
mudar para algum tipo de luto que não vai aumentar o tamanho do meu jeans. Coisas como
correr ou andar um pouco mais rápido do que o costume. Isso soa melhor.

Depois de escovar os dentes e puxar meu cabelo em um rabo de cavalo, vou para a
cozinha. O cheiro de canela bate-me com força e meu estômago se agita.

— Bom dia, Bela Adormecida. — Neil me dá um beijinho no rosto. Ele diz isso
como se eu estivesse dormindo muito, o que é totalmente errado. Eu nunca mais dormi.
Eu apenas fecho meus olhos e fico ali.

— Oi! — Eu digo e olho para a fonte do cheiro celestial. — São aqueles pãezinhos
de canela?

— Malditamente certo. — Diz Maggie e os caminha para a sala com uma caixa de
padaria em seu quadril. Neil revira os olhos. Ele não gosta muito dela. Algo sobre Maggie
ser uma má influência e tudo isso. — Eu conheço você ou o quê?

Eu ofereço um sorriso fraco. — Qual padaria?

— Psh, A & G. Como se eu fosse pegar coisas de qualquer outro lugar. Por favor.
— Maggie se senta na mesinha ao mesmo tempo em que eu, e empurra a caixa pra mim.
— Eu sabia que você não estava com disposição, então consegui todas as suas coisas
favoritas.

— Eu abro a tampa e recebo em cheio o cheiro de canela, fermento e açúcar em
pó. É uma caixa cheia com meus petiscos favoritos. Levanto uma bola redonda de massa
envolta em plástico.
— Você me deu uma bola de massa crua? — Eu não posso deixar de sorrir. — A
mulher me comprou massa de pizza crua e a jogou na caixa com os biscoitos, doces e
pãezinhos de canela.

— Sim. Vamos comer tudo da caixa e, em seguida, fazer um pouco de pão salsicha,
o tipo que seu pai costumava fazer. Você provavelmente vai chorar e rir, porque a primeira
vez que o fez, bem, você se lembra...

— Sim, nem mesmo o cachorro comeu.

— Sim, houve isso. — Maggie sorri para mim e não disse nada por alguns
momentos. —Então, quando você ia me dizer?

Eu olho para Neil e não vejo nenhuma reação dele. — Contar o quê?

— Contar o quê? — Ela zomba e ergue a cabeça para mim. — Como se você não
soubesse. Engraçado, Hallie. Vamos lá! Eu pensei que você me contasse tudo, mas não
tinha ideia! — Maggie é - toda sorrisos - e chega do outro lado da mesa para tocar a minha
mão como se eu deveria saber sobre o que ela está falando, mas não sei.

— Olho para Neil. — Um pouco de ajuda? O que diabos ela está falando? —
Minha boca se abre e eu dou uma mordida grande em um bolinho de canela e,
instantaneamente, gostaria de ter um copo de leite.

Neil revira os olhos. — Uma mulher de mau gosto com seu nome, escreveu um
livro de romance. — Ele aponta para Maggie em pé ao meu lado. — Ela acha que você fez
isso.

Eu engasgo e solto o bolinho. — O quê? — Não, não, não. Não é possível.

Maggie me entende melhor do que Neil. Suas suspeitas se confirmam, mas Neil

ainda não entende. Piscando para mim, Maggie altera sua declaração. — Tudo bem, tudo
bem. Acho que não, mas isso seria legal. Eu quase conheci uma celebridade. — Ela muda
de assunto até que Neil sai da sala alguns momentos depois. Maggie é repelente para Neil,
por isso nunca demora muito tempo. Ele permanece o tempo suficiente para comer um
canudo de chocolate e, em seguida, diz que tem que executar recados e desaparece.

Não até que seu carro dê partida do lado de fora que Maggie me dá um olhar
sincero.
—Então, bota para fora.

Meu coração está batendo muito rápido. Não há nenhuma maneira no inferno que
eles estão falando sobre o meu livro, mas isso explicaria a chamada da agente esta manhã, e
eu escrevi um livro muito atrevido. Um frio trabalha o seu caminho na minha espinha, até
que eu mal posso manter minha bunda na cadeira. Olhando para ela com o canto do meu
olho, eu digo:
— Não pode ser meu.

— Quando você escreveu um livro?

Dane-se! O que diabos eram as chances de que alguém iria encontrá-lo mesmo, não
importa, e o ler também? Como uma em um zilhão. Poucos dias depois de eu ter publicado
o livro, isso me ajudaria a me sentir melhor, mas certamente não teve o efeito que eu
esperava, eu precisava de algo catártico, para marcar o fim de uma vida e o início da
próxima, — então eu deixei a história lá, flutuando no abismo. Eu nunca esperei que
alguém realmente fosse lê-lo.

Eu saltei para cima da minha cadeira e abri meu laptop. Maggie vigia sobre meu
ombro enquanto eu acesso minha conta. Ninguém encontra livros aqui. Há literalmente
milhões de contos, poemas e uma infindável variedade de escritores que são muito mais
talentosos do que eu. Meu livro deveria ter sido enterrado na parte inferior, e nunca ter sido
visto por ninguém. Mas quando a tela abre, eu vejo isso. As estatísticas estão na frente do
meu rosto, mas eu ainda não consigo acreditar.

— Oh! Meu. Deus.

Maggie está de pé ao meu lado, com os braços cruzados sobre o peito. Seus olhos
se arregalam antes que ela finalmente pisque.
— Presumo que você não disse a ninguém? Porque Neil vai cair fora de sua torre
de marfim quando perceber que esta autora dessa sacanagem é você.

Eu olho para Maggie com pânico em meus olhos.
— Eu não posso lhe dizer. Maggie – nem é mesmo sobre ele.

Ela sorri para mim, com conhecimento de causa. — Eu imaginei isso. Ele é muito
tenso para fazer algo bizarro assim. — Ela se senta ao meu lado.

Meu rosto queima em vermelho e eu desvio o olhar. — Você leu?

Capítulo 5

O sono não vem com facilidade, mas quando isso acontece sou sugada para o
passado. Braços fortes de Bryan estão em volta de mim, sua voz sussurra docemente no
meu ouvido quando ele faz as coisas para mim que me deixa esquecer tudo. Aqueles lábios
quentes pressionam uma trilha de beijos para baixo na parte de trás do meu pescoço. Sua
voz não é um eco, é real. Por algumas horas, estou perdida no passado, fazendo coisas que
não tinha feito desde então. A boca de Bryan é quente e úmida, fazendo meu corpo
enfurecer com luxúria.

— Diga-me o que você quer Hallie. Diga. — As respirações de Bryan são quentes e
pesadas no meu ouvido. Ele me prendeu na cama, com as mãos segurando meus pulsos.
Ele aperta a boca num local nas minhas costas que faz com que meus quadris se movam
por conta própria. Ofegante, eu gemo o seu nome, e falo. Digo palavras que eu nunca disse
antes.

Sinto o sorriso de Bryan na minha pele quando ele me mantém pra baixo,
pressionando meus seios no colchão. Liberando meus pulsos, ele usa seu corpo para me
segurar e ainda segue tocando tudo e entre as minhas pernas, me acariciando até que minha
bunda está se contorcendo violentamente na cama, exigindo mais. Eu sou uma confusão de
nervos e luxúria, querendo ser tocada, querendo-o dentro de mim. Peço-lhe, dizendo o seu
nome uma e outra vez.

Eu acordo ofegante e segurando os lençóis em minhas mãos. Meu corpo está
coberto de suor e por um segundo, estou horrorizada. Eu pressiono meus olhos fechados e
cubro o rosto com o braço. Foi só um sonho. Minha mente está presa no passado, mesmo
Neil não poderia me culpar por isso, mas não me faz sentir melhor. Esses sonhos
ressurgem nos momentos mais estranhos, e eles estão fazendo me sentir culpada.

Sentando-me, eu esfrego meu rosto e sigo para o telefone. Lá está uma tonelada de
chamadas perdidas e mensagens. Eu tenho tido o hábito de não atender ao telefone. A
maioria é de Maggie, mas há um de um número que eu não reconheço. Puxando meus

joelhos no meu peito, eu escuto a mensagem.

“Olá, sou Cecily Varden da Agência Varden, de Nova York. Eu gostaria de falar
com você sobre a representação. Por favor, ligue-me o mais cedo possível.”

Eu empurro o telefone longe da minha cabeça e olho para ele. Que diabos foi isso?
Ela deve ter ligado para o número errado. Eu não pensei duas vezes sobre isso. Nenhuma
agente de Nova York estaria me ligado. O pensamento é ridículo. Eu rolo para fora da
cama e caminho para o banheiro. Tenho que enfrentar o dia em algum momento, e me
recuso a sentar na cadeira novamente. O texto de Maggie sobre bundas grandes me faz rir,
mas no fundo da minha mente, eu me pergunto se é verdade. De qualquer maneira, vou
mudar para algum tipo de luto que não vai aumentar o tamanho do meu jeans. Coisas como
correr ou andar um pouco mais rápido do que o costume. Isso soa melhor.

Depois de escovar os dentes e puxar meu cabelo em um rabo de cavalo, vou para a
cozinha. O cheiro de canela bate-me com força e meu estômago se agita.

— Bom dia, Bela Adormecida. — Neil me dá um beijinho no rosto. Ele diz isso
como se eu estivesse dormindo muito, o que é totalmente errado. Eu nunca mais dormi.
Eu apenas fecho meus olhos e fico ali.

— Oi! — Eu digo e olho para a fonte do cheiro celestial. — São aqueles pãezinhos
de canela?

— Malditamente certo. — Diz Maggie e os caminha para a sala com uma caixa de
padaria em seu quadril. Neil revira os olhos. Ele não gosta muito dela. Algo sobre Maggie
ser uma má influência e tudo isso. — Eu conheço você ou o quê?

Eu ofereço um sorriso fraco. — Qual padaria?

— Psh, A & G. Como se eu fosse pegar coisas de qualquer outro lugar. Por favor.
— Maggie se senta na mesinha ao mesmo tempo em que eu, e empurra a caixa pra mim.
— Eu sabia que você não estava com disposição, então consegui todas as suas coisas
favoritas.

— Eu abro a tampa e recebo em cheio o cheiro de canela, fermento e açúcar em
pó. É uma caixa cheia com meus petiscos favoritos. Levanto uma bola redonda de massa
envolta em plástico.
— Você me deu uma bola de massa crua? — Eu não posso deixar de sorrir. — A
mulher me comprou massa de pizza crua e a jogou na caixa com os biscoitos, doces e
pãezinhos de canela.

— Sim. Vamos comer tudo da caixa e, em seguida, fazer um pouco de pão salsicha,
o tipo que seu pai costumava fazer. Você provavelmente vai chorar e rir, porque a primeira
vez que o fez, bem, você se lembra...

— Sim, nem mesmo o cachorro comeu.

— Sim, houve isso. — Maggie sorri para mim e não disse nada por alguns
momentos. —Então, quando você ia me dizer?

Eu olho para Neil e não vejo nenhuma reação dele. — Contar o quê?

— Contar o quê? — Ela zomba e ergue a cabeça para mim. — Como se você não
soubesse. Engraçado, Hallie. Vamos lá! Eu pensei que você me contasse tudo, mas não
tinha ideia! — Maggie é - toda sorrisos - e chega do outro lado da mesa para tocar a minha
mão como se eu deveria saber sobre o que ela está falando, mas não sei.

— Olho para Neil. — Um pouco de ajuda? O que diabos ela está falando? —
Minha boca se abre e eu dou uma mordida grande em um bolinho de canela e,
instantaneamente, gostaria de ter um copo de leite.

Neil revira os olhos. — Uma mulher de mau gosto com seu nome, escreveu um
livro de romance. — Ele aponta para Maggie em pé ao meu lado. — Ela acha que você fez
isso.

Eu engasgo e solto o bolinho. — O quê? — Não, não, não. Não é possível.

Maggie me entende melhor do que Neil. Suas suspeitas se confirmam, mas Neil

ainda não entende. Piscando para mim, Maggie altera sua declaração. — Tudo bem, tudo
bem. Acho que não, mas isso seria legal. Eu quase conheci uma celebridade. — Ela muda
de assunto até que Neil sai da sala alguns momentos depois. Maggie é repelente para Neil,
por isso nunca demora muito tempo. Ele permanece o tempo suficiente para comer um
canudo de chocolate e, em seguida, diz que tem que executar recados e desaparece.

Não até que seu carro dê partida do lado de fora que Maggie me dá um olhar
sincero.
—Então, bota para fora.

Meu coração está batendo muito rápido. Não há nenhuma maneira no inferno que
eles estão falando sobre o meu livro, mas isso explicaria a chamada da agente esta manhã, e
eu escrevi um livro muito atrevido. Um frio trabalha o seu caminho na minha espinha, até
que eu mal posso manter minha bunda na cadeira. Olhando para ela com o canto do meu
olho, eu digo:
— Não pode ser meu.

— Quando você escreveu um livro?

Dane-se! O que diabos eram as chances de que alguém iria encontrá-lo mesmo, não
importa, e o ler também? Como uma em um zilhão. Poucos dias depois de eu ter publicado
o livro, isso me ajudaria a me sentir melhor, mas certamente não teve o efeito que eu
esperava, eu precisava de algo catártico, para marcar o fim de uma vida e o início da
próxima, — então eu deixei a história lá, flutuando no abismo. Eu nunca esperei que
alguém realmente fosse lê-lo.

Eu saltei para cima da minha cadeira e abri meu laptop. Maggie vigia sobre meu
ombro enquanto eu acesso minha conta. Ninguém encontra livros aqui. Há literalmente
milhões de contos, poemas e uma infindável variedade de escritores que são muito mais
talentosos do que eu. Meu livro deveria ter sido enterrado na parte inferior, e nunca ter sido
visto por ninguém. Mas quando a tela abre, eu vejo isso. As estatísticas estão na frente do
meu rosto, mas eu ainda não consigo acreditar.

— Oh! Meu. Deus.

Maggie está de pé ao meu lado, com os braços cruzados sobre o peito. Seus olhos
se arregalam antes que ela finalmente pisque.
— Presumo que você não disse a ninguém? Porque Neil vai cair fora de sua torre
de marfim quando perceber que esta autora dessa sacanagem é você.

Eu olho para Maggie com pânico em meus olhos.
— Eu não posso lhe dizer. Maggie – nem é mesmo sobre ele.

Ela sorri para mim, com conhecimento de causa. — Eu imaginei isso. Ele é muito
tenso para fazer algo bizarro assim. — Ela se senta ao meu lado.

Meu rosto queima em vermelho e eu desvio o olhar. — Você leu?

Capítulo 5

O sono não vem com facilidade, mas quando isso acontece sou sugada para o
passado. Braços fortes de Bryan estão em volta de mim, sua voz sussurra docemente no
meu ouvido quando ele faz as coisas para mim que me deixa esquecer tudo. Aqueles lábios
quentes pressionam uma trilha de beijos para baixo na parte de trás do meu pescoço. Sua
voz não é um eco, é real. Por algumas horas, estou perdida no passado, fazendo coisas que
não tinha feito desde então. A boca de Bryan é quente e úmida, fazendo meu corpo
enfurecer com luxúria.

— Diga-me o que você quer Hallie. Diga. — As respirações de Bryan são quentes e
pesadas no meu ouvido. Ele me prendeu na cama, com as mãos segurando meus pulsos.
Ele aperta a boca num local nas minhas costas que faz com que meus quadris se movam
por conta própria. Ofegante, eu gemo o seu nome, e falo. Digo palavras que eu nunca disse
antes.

Sinto o sorriso de Bryan na minha pele quando ele me mantém pra baixo,
pressionando meus seios no colchão. Liberando meus pulsos, ele usa seu corpo para me
segurar e ainda segue tocando tudo e entre as minhas pernas, me acariciando até que minha
bunda está se contorcendo violentamente na cama, exigindo mais. Eu sou uma confusão de
nervos e luxúria, querendo ser tocada, querendo-o dentro de mim. Peço-lhe, dizendo o seu
nome uma e outra vez.

Eu acordo ofegante e segurando os lençóis em minhas mãos. Meu corpo está
coberto de suor e por um segundo, estou horrorizada. Eu pressiono meus olhos fechados e
cubro o rosto com o braço. Foi só um sonho. Minha mente está presa no passado, mesmo
Neil não poderia me culpar por isso, mas não me faz sentir melhor. Esses sonhos
ressurgem nos momentos mais estranhos, e eles estão fazendo me sentir culpada.

Sentando-me, eu esfrego meu rosto e sigo para o telefone. Lá está uma tonelada de
chamadas perdidas e mensagens. Eu tenho tido o hábito de não atender ao telefone. A
maioria é de Maggie, mas há um de um número que eu não reconheço. Puxando meus

joelhos no meu peito, eu escuto a mensagem.

“Olá, sou Cecily Varden da Agência Varden, de Nova York. Eu gostaria de falar
com você sobre a representação. Por favor, ligue-me o mais cedo possível.”

Eu empurro o telefone longe da minha cabeça e olho para ele. Que diabos foi isso?
Ela deve ter ligado para o número errado. Eu não pensei duas vezes sobre isso. Nenhuma
agente de Nova York estaria me ligado. O pensamento é ridículo. Eu rolo para fora da
cama e caminho para o banheiro. Tenho que enfrentar o dia em algum momento, e me
recuso a sentar na cadeira novamente. O texto de Maggie sobre bundas grandes me faz rir,
mas no fundo da minha mente, eu me pergunto se é verdade. De qualquer maneira, vou
mudar para algum tipo de luto que não vai aumentar o tamanho do meu jeans. Coisas como
correr ou andar um pouco mais rápido do que o costume. Isso soa melhor.

Depois de escovar os dentes e puxar meu cabelo em um rabo de cavalo, vou para a
cozinha. O cheiro de canela bate-me com força e meu estômago se agita.

— Bom dia, Bela Adormecida. — Neil me dá um beijinho no rosto. Ele diz isso
como se eu estivesse dormindo muito, o que é totalmente errado. Eu nunca mais dormi.
Eu apenas fecho meus olhos e fico ali.

— Oi! — Eu digo e olho para a fonte do cheiro celestial. — São aqueles pãezinhos
de canela?

— Malditamente certo. — Diz Maggie e os caminha para a sala com uma caixa de
padaria em seu quadril. Neil revira os olhos. Ele não gosta muito dela. Algo sobre Maggie
ser uma má influência e tudo isso. — Eu conheço você ou o quê?

Eu ofereço um sorriso fraco. — Qual padaria?

— Psh, A & G. Como se eu fosse pegar coisas de qualquer outro lugar. Por favor.
— Maggie se senta na mesinha ao mesmo tempo em que eu, e empurra a caixa pra mim.
— Eu sabia que você não estava com disposição, então consegui todas as suas coisas
favoritas.

— Eu abro a tampa e recebo em cheio o cheiro de canela, fermento e açúcar em
pó. É uma caixa cheia com meus petiscos favoritos. Levanto uma bola redonda de massa
envolta em plástico.
— Você me deu uma bola de massa crua? — Eu não posso deixar de sorrir. — A
mulher me comprou massa de pizza crua e a jogou na caixa com os biscoitos, doces e
pãezinhos de canela.

— Sim. Vamos comer tudo da caixa e, em seguida, fazer um pouco de pão salsicha,
o tipo que seu pai costumava fazer. Você provavelmente vai chorar e rir, porque a primeira
vez que o fez, bem, você se lembra...

— Sim, nem mesmo o cachorro comeu.

— Sim, houve isso. — Maggie sorri para mim e não disse nada por alguns
momentos. —Então, quando você ia me dizer?

Eu olho para Neil e não vejo nenhuma reação dele. — Contar o quê?

— Contar o quê? — Ela zomba e ergue a cabeça para mim. — Como se você não
soubesse. Engraçado, Hallie. Vamos lá! Eu pensei que você me contasse tudo, mas não
tinha ideia! — Maggie é - toda sorrisos - e chega do outro lado da mesa para tocar a minha
mão como se eu deveria saber sobre o que ela está falando, mas não sei.

— Olho para Neil. — Um pouco de ajuda? O que diabos ela está falando? —
Minha boca se abre e eu dou uma mordida grande em um bolinho de canela e,
instantaneamente, gostaria de ter um copo de leite.

Neil revira os olhos. — Uma mulher de mau gosto com seu nome, escreveu um
livro de romance. — Ele aponta para Maggie em pé ao meu lado. — Ela acha que você fez
isso.

Eu engasgo e solto o bolinho. — O quê? — Não, não, não. Não é possível.

Maggie me entende melhor do que Neil. Suas suspeitas se confirmam, mas Neil

ainda não entende. Piscando para mim, Maggie altera sua declaração. — Tudo bem, tudo
bem. Acho que não, mas isso seria legal. Eu quase conheci uma celebridade. — Ela muda
de assunto até que Neil sai da sala alguns momentos depois. Maggie é repelente para Neil,
por isso nunca demora muito tempo. Ele permanece o tempo suficiente para comer um
canudo de chocolate e, em seguida, diz que tem que executar recados e desaparece.

Não até que seu carro dê partida do lado de fora que Maggie me dá um olhar
sincero.
—Então, bota para fora.

Meu coração está batendo muito rápido. Não há nenhuma maneira no inferno que
eles estão falando sobre o meu livro, mas isso explicaria a chamada da agente esta manhã, e
eu escrevi um livro muito atrevido. Um frio trabalha o seu caminho na minha espinha, até
que eu mal posso manter minha bunda na cadeira. Olhando para ela com o canto do meu
olho, eu digo:
— Não pode ser meu.

— Quando você escreveu um livro?

Dane-se! O que diabos eram as chances de que alguém iria encontrá-lo mesmo, não
importa, e o ler também? Como uma em um zilhão. Poucos dias depois de eu ter publicado
o livro, isso me ajudaria a me sentir melhor, mas certamente não teve o efeito que eu
esperava, eu precisava de algo catártico, para marcar o fim de uma vida e o início da
próxima, — então eu deixei a história lá, flutuando no abismo. Eu nunca esperei que
alguém realmente fosse lê-lo.

Eu saltei para cima da minha cadeira e abri meu laptop. Maggie vigia sobre meu
ombro enquanto eu acesso minha conta. Ninguém encontra livros aqui. Há literalmente
milhões de contos, poemas e uma infindável variedade de escritores que são muito mais
talentosos do que eu. Meu livro deveria ter sido enterrado na parte inferior, e nunca ter sido
visto por ninguém. Mas quando a tela abre, eu vejo isso. As estatísticas estão na frente do
meu rosto, mas eu ainda não consigo acreditar.

— Oh! Meu. Deus.

Maggie está de pé ao meu lado, com os braços cruzados sobre o peito. Seus olhos
se arregalam antes que ela finalmente pisque.
— Presumo que você não disse a ninguém? Porque Neil vai cair fora de sua torre
de marfim quando perceber que esta autora dessa sacanagem é você.

Eu olho para Maggie com pânico em meus olhos.
— Eu não posso lhe dizer. Maggie – nem é mesmo sobre ele.

Ela sorri para mim, com conhecimento de causa. — Eu imaginei isso. Ele é muito
tenso para fazer algo bizarro assim. — Ela se senta ao meu lado.

Meu rosto queima em vermelho e eu desvio o olhar. — Você leu?

Capítulo 5

O sono não vem com facilidade, mas quando isso acontece sou sugada para o
passado. Braços fortes de Bryan estão em volta de mim, sua voz sussurra docemente no
meu ouvido quando ele faz as coisas para mim que me deixa esquecer tudo. Aqueles lábios
quentes pressionam uma trilha de beijos para baixo na parte de trás do meu pescoço. Sua
voz não é um eco, é real. Por algumas horas, estou perdida no passado, fazendo coisas que
não tinha feito desde então. A boca de Bryan é quente e úmida, fazendo meu corpo
enfurecer com luxúria.

— Diga-me o que você quer Hallie. Diga. — As respirações de Bryan são quentes e
pesadas no meu ouvido. Ele me prendeu na cama, com as mãos segurando meus pulsos.
Ele aperta a boca num local nas minhas costas que faz com que meus quadris se movam
por conta própria. Ofegante, eu gemo o seu nome, e falo. Digo palavras que eu nunca disse
antes.

Sinto o sorriso de Bryan na minha pele quando ele me mantém pra baixo,
pressionando meus seios no colchão. Liberando meus pulsos, ele usa seu corpo para me
segurar e ainda segue tocando tudo e entre as minhas pernas, me acariciando até que minha
bunda está se contorcendo violentamente na cama, exigindo mais. Eu sou uma confusão de
nervos e luxúria, querendo ser tocada, querendo-o dentro de mim. Peço-lhe, dizendo o seu
nome uma e outra vez.

Eu acordo ofegante e segurando os lençóis em minhas mãos. Meu corpo está
coberto de suor e por um segundo, estou horrorizada. Eu pressiono meus olhos fechados e
cubro o rosto com o braço. Foi só um sonho. Minha mente está presa no passado, mesmo
Neil não poderia me culpar por isso, mas não me faz sentir melhor. Esses sonhos
ressurgem nos momentos mais estranhos, e eles estão fazendo me sentir culpada.

Sentando-me, eu esfrego meu rosto e sigo para o telefone. Lá está uma tonelada de
chamadas perdidas e mensagens. Eu tenho tido o hábito de não atender ao telefone. A
maioria é de Maggie, mas há um de um número que eu não reconheço. Puxando meus

joelhos no meu peito, eu escuto a mensagem.

“Olá, sou Cecily Varden da Agência Varden, de Nova York. Eu gostaria de falar
com você sobre a representação. Por favor, ligue-me o mais cedo possível.”

Eu empurro o telefone longe da minha cabeça e olho para ele. Que diabos foi isso?
Ela deve ter ligado para o número errado. Eu não pensei duas vezes sobre isso. Nenhuma
agente de Nova York estaria me ligado. O pensamento é ridículo. Eu rolo para fora da
cama e caminho para o banheiro. Tenho que enfrentar o dia em algum momento, e me
recuso a sentar na cadeira novamente. O texto de Maggie sobre bundas grandes me faz rir,
mas no fundo da minha mente, eu me pergunto se é verdade. De qualquer maneira, vou
mudar para algum tipo de luto que não vai aumentar o tamanho do meu jeans. Coisas como
correr ou andar um pouco mais rápido do que o costume. Isso soa melhor.

Depois de escovar os dentes e puxar meu cabelo em um rabo de cavalo, vou para a
cozinha. O cheiro de canela bate-me com força e meu estômago se agita.

— Bom dia, Bela Adormecida. — Neil me dá um beijinho no rosto. Ele diz isso
como se eu estivesse dormindo muito, o que é totalmente errado. Eu nunca mais dormi.
Eu apenas fecho meus olhos e fico ali.

— Oi! — Eu digo e olho para a fonte do cheiro celestial. — São aqueles pãezinhos
de canela?

— Malditamente certo. — Diz Maggie e os caminha para a sala com uma caixa de
padaria em seu quadril. Neil revira os olhos. Ele não gosta muito dela. Algo sobre Maggie
ser uma má influência e tudo isso. — Eu conheço você ou o quê?

Eu ofereço um sorriso fraco. — Qual padaria?

— Psh, A & G. Como se eu fosse pegar coisas de qualquer outro lugar. Por favor.
— Maggie se senta na mesinha ao mesmo tempo em que eu, e empurra a caixa pra mim.
— Eu sabia que você não estava com disposição, então consegui todas as suas coisas
favoritas.

— Eu abro a tampa e recebo em cheio o cheiro de canela, fermento e açúcar em
pó. É uma caixa cheia com meus petiscos favoritos. Levanto uma bola redonda de massa
envolta em plástico.
— Você me deu uma bola de massa crua? — Eu não posso deixar de sorrir. — A
mulher me comprou massa de pizza crua e a jogou na caixa com os biscoitos, doces e
pãezinhos de canela.

— Sim. Vamos comer tudo da caixa e, em seguida, fazer um pouco de pão salsicha,
o tipo que seu pai costumava fazer. Você provavelmente vai chorar e rir, porque a primeira
vez que o fez, bem, você se lembra...

— Sim, nem mesmo o cachorro comeu.

— Sim, houve isso. — Maggie sorri para mim e não disse nada por alguns
momentos. —Então, quando você ia me dizer?

Eu olho para Neil e não vejo nenhuma reação dele. — Contar o quê?

— Contar o quê? — Ela zomba e ergue a cabeça para mim. — Como se você não
soubesse. Engraçado, Hallie. Vamos lá! Eu pensei que você me contasse tudo, mas não
tinha ideia! — Maggie é - toda sorrisos - e chega do outro lado da mesa para tocar a minha
mão como se eu deveria saber sobre o que ela está falando, mas não sei.

— Olho para Neil. — Um pouco de ajuda? O que diabos ela está falando? —
Minha boca se abre e eu dou uma mordida grande em um bolinho de canela e,
instantaneamente, gostaria de ter um copo de leite.

Neil revira os olhos. — Uma mulher de mau gosto com seu nome, escreveu um
livro de romance. — Ele aponta para Maggie em pé ao meu lado. — Ela acha que você fez
isso.

Eu engasgo e solto o bolinho. — O quê? — Não, não, não. Não é possível.

Maggie me entende melhor do que Neil. Suas suspeitas se confirmam, mas Neil

ainda não entende. Piscando para mim, Maggie altera sua declaração. — Tudo bem, tudo
bem. Acho que não, mas isso seria legal. Eu quase conheci uma celebridade. — Ela muda
de assunto até que Neil sai da sala alguns momentos depois. Maggie é repelente para Neil,
por isso nunca demora muito tempo. Ele permanece o tempo suficiente para comer um
canudo de chocolate e, em seguida, diz que tem que executar recados e desaparece.

Não até que seu carro dê partida do lado de fora que Maggie me dá um olhar
sincero.
—Então, bota para fora.

Meu coração está batendo muito rápido. Não há nenhuma maneira no inferno que
eles estão falando sobre o meu livro, mas isso explicaria a chamada da agente esta manhã, e
eu escrevi um livro muito atrevido. Um frio trabalha o seu caminho na minha espinha, até
que eu mal posso manter minha bunda na cadeira. Olhando para ela com o canto do meu
olho, eu digo:
— Não pode ser meu.

— Quando você escreveu um livro?

Dane-se! O que diabos eram as chances de que alguém iria encontrá-lo mesmo, não
importa, e o ler também? Como uma em um zilhão. Poucos dias depois de eu ter publicado
o livro, isso me ajudaria a me sentir melhor, mas certamente não teve o efeito que eu
esperava, eu precisava de algo catártico, para marcar o fim de uma vida e o início da
próxima, — então eu deixei a história lá, flutuando no abismo. Eu nunca esperei que
alguém realmente fosse lê-lo.

Eu saltei para cima da minha cadeira e abri meu laptop. Maggie vigia sobre meu
ombro enquanto eu acesso minha conta. Ninguém encontra livros aqui. Há literalmente
milhões de contos, poemas e uma infindável variedade de escritores que são muito mais
talentosos do que eu. Meu livro deveria ter sido enterrado na parte inferior, e nunca ter sido
visto por ninguém. Mas quando a tela abre, eu vejo isso. As estatísticas estão na frente do
meu rosto, mas eu ainda não consigo acreditar.

— Oh! Meu. Deus.

Maggie está de pé ao meu lado, com os braços cruzados sobre o peito. Seus olhos
se arregalam antes que ela finalmente pisque.
— Presumo que você não disse a ninguém? Porque Neil vai cair fora de sua torre
de marfim quando perceber que esta autora dessa sacanagem é você.

Eu olho para Maggie com pânico em meus olhos.
— Eu não posso lhe dizer. Maggie – nem é mesmo sobre ele.

Ela sorri para mim, com conhecimento de causa. — Eu imaginei isso. Ele é muito
tenso para fazer algo bizarro assim. — Ela se senta ao meu lado.

Meu rosto queima em vermelho e eu desvio o olhar. — Você leu?

Capítulo 5

O sono não vem com facilidade, mas quando isso acontece sou sugada para o
passado. Braços fortes de Bryan estão em volta de mim, sua voz sussurra docemente no
meu ouvido quando ele faz as coisas para mim que me deixa esquecer tudo. Aqueles lábios
quentes pressionam uma trilha de beijos para baixo na parte de trás do meu pescoço. Sua
voz não é um eco, é real. Por algumas horas, estou perdida no passado, fazendo coisas que
não tinha feito desde então. A boca de Bryan é quente e úmida, fazendo meu corpo
enfurecer com luxúria.

— Diga-me o que você quer Hallie. Diga. — As respirações de Bryan são quentes e
pesadas no meu ouvido. Ele me prendeu na cama, com as mãos segurando meus pulsos.
Ele aperta a boca num local nas minhas costas que faz com que meus quadris se movam
por conta própria. Ofegante, eu gemo o seu nome, e falo. Digo palavras que eu nunca disse
antes.

Sinto o sorriso de Bryan na minha pele quando ele me mantém pra baixo,
pressionando meus seios no colchão. Liberando meus pulsos, ele usa seu corpo para me
segurar e ainda segue tocando tudo e entre as minhas pernas, me acariciando até que minha
bunda está se contorcendo violentamente na cama, exigindo mais. Eu sou uma confusão de
nervos e luxúria, querendo ser tocada, querendo-o dentro de mim. Peço-lhe, dizendo o seu
nome uma e outra vez.

Eu acordo ofegante e segurando os lençóis em minhas mãos. Meu corpo está
coberto de suor e por um segundo, estou horrorizada. Eu pressiono meus olhos fechados e
cubro o rosto com o braço. Foi só um sonho. Minha mente está presa no passado, mesmo
Neil não poderia me culpar por isso, mas não me faz sentir melhor. Esses sonhos
ressurgem nos momentos mais estranhos, e eles estão fazendo me sentir culpada.

Sentando-me, eu esfrego meu rosto e sigo para o telefone. Lá está uma tonelada de
chamadas perdidas e mensagens. Eu tenho tido o hábito de não atender ao telefone. A
maioria é de Maggie, mas há um de um número que eu não reconheço. Puxando meus

joelhos no meu peito, eu escuto a mensagem.

“Olá, sou Cecily Varden da Agência Varden, de Nova York. Eu gostaria de falar
com você sobre a representação. Por favor, ligue-me o mais cedo possível.”

Eu empurro o telefone longe da minha cabeça e olho para ele. Que diabos foi isso?
Ela deve ter ligado para o número errado. Eu não pensei duas vezes sobre isso. Nenhuma
agente de Nova York estaria me ligado. O pensamento é ridículo. Eu rolo para fora da
cama e caminho para o banheiro. Tenho que enfrentar o dia em algum momento, e me
recuso a sentar na cadeira novamente. O texto de Maggie sobre bundas grandes me faz rir,
mas no fundo da minha mente, eu me pergunto se é verdade. De qualquer maneira, vou
mudar para algum tipo de luto que não vai aumentar o tamanho do meu jeans. Coisas como
correr ou andar um pouco mais rápido do que o costume. Isso soa melhor.

Depois de escovar os dentes e puxar meu cabelo em um rabo de cavalo, vou para a
cozinha. O cheiro de canela bate-me com força e meu estômago se agita.

— Bom dia, Bela Adormecida. — Neil me dá um beijinho no rosto. Ele diz isso
como se eu estivesse dormindo muito, o que é totalmente errado. Eu nunca mais dormi.
Eu apenas fecho meus olhos e fico ali.

— Oi! — Eu digo e olho para a fonte do cheiro celestial. — São aqueles pãezinhos
de canela?

— Malditamente certo. — Diz Maggie e os caminha para a sala com uma caixa de
padaria em seu quadril. Neil revira os olhos. Ele não gosta muito dela. Algo sobre Maggie
ser uma má influência e tudo isso. — Eu conheço você ou o quê?

Eu ofereço um sorriso fraco. — Qual padaria?

— Psh, A & G. Como se eu fosse pegar coisas de qualquer outro lugar. Por favor.
— Maggie se senta na mesinha ao mesmo tempo em que eu, e empurra a caixa pra mim.
— Eu sabia que você não estava com disposição, então consegui todas as suas coisas
favoritas.

— Eu abro a tampa e recebo em cheio o cheiro de canela, fermento e açúcar em
pó. É uma caixa cheia com meus petiscos favoritos. Levanto uma bola redonda de massa
envolta em plástico.
— Você me deu uma bola de massa crua? — Eu não posso deixar de sorrir. — A
mulher me comprou massa de pizza crua e a jogou na caixa com os biscoitos, doces e
pãezinhos de canela.

— Sim. Vamos comer tudo da caixa e, em seguida, fazer um pouco de pão salsicha,
o tipo que seu pai costumava fazer. Você provavelmente vai chorar e rir, porque a primeira
vez que o fez, bem, você se lembra...

— Sim, nem mesmo o cachorro comeu.

— Sim, houve isso. — Maggie sorri para mim e não disse nada por alguns
momentos. —Então, quando você ia me dizer?

Eu olho para Neil e não vejo nenhuma reação dele. — Contar o quê?

— Contar o quê? — Ela zomba e ergue a cabeça para mim. — Como se você não
soubesse. Engraçado, Hallie. Vamos lá! Eu pensei que você me contasse tudo, mas não
tinha ideia! — Maggie é - toda sorrisos - e chega do outro lado da mesa para tocar a minha
mão como se eu deveria saber sobre o que ela está falando, mas não sei.

— Olho para Neil. — Um pouco de ajuda? O que diabos ela está falando? —
Minha boca se abre e eu dou uma mordida grande em um bolinho de canela e,
instantaneamente, gostaria de ter um copo de leite.

Neil revira os olhos. — Uma mulher de mau gosto com seu nome, escreveu um
livro de romance. — Ele aponta para Maggie em pé ao meu lado. — Ela acha que você fez
isso.

Eu engasgo e solto o bolinho. — O quê? — Não, não, não. Não é possível.

Maggie me entende melhor do que Neil. Suas suspeitas se confirmam, mas Neil

ainda não entende. Piscando para mim, Maggie altera sua declaração. — Tudo bem, tudo
bem. Acho que não, mas isso seria legal. Eu quase conheci uma celebridade. — Ela muda
de assunto até que Neil sai da sala alguns momentos depois. Maggie é repelente para Neil,
por isso nunca demora muito tempo. Ele permanece o tempo suficiente para comer um
canudo de chocolate e, em seguida, diz que tem que executar recados e desaparece.

Não até que seu carro dê partida do lado de fora que Maggie me dá um olhar
sincero.
—Então, bota para fora.

Meu coração está batendo muito rápido. Não há nenhuma maneira no inferno que
eles estão falando sobre o meu livro, mas isso explicaria a chamada da agente esta manhã, e
eu escrevi um livro muito atrevido. Um frio trabalha o seu caminho na minha espinha, até
que eu mal posso manter minha bunda na cadeira. Olhando para ela com o canto do meu
olho, eu digo:
— Não pode ser meu.

— Quando você escreveu um livro?

Dane-se! O que diabos eram as chances de que alguém iria encontrá-lo mesmo, não
importa, e o ler também? Como uma em um zilhão. Poucos dias depois de eu ter publicado
o livro, isso me ajudaria a me sentir melhor, mas certamente não teve o efeito que eu
esperava, eu precisava de algo catártico, para marcar o fim de uma vida e o início da
próxima, — então eu deixei a história lá, flutuando no abismo. Eu nunca esperei que
alguém realmente fosse lê-lo.

Eu saltei para cima da minha cadeira e abri meu laptop. Maggie vigia sobre meu
ombro enquanto eu acesso minha conta. Ninguém encontra livros aqui. Há literalmente
milhões de contos, poemas e uma infindável variedade de escritores que são muito mais
talentosos do que eu. Meu livro deveria ter sido enterrado na parte inferior, e nunca ter sido
visto por ninguém. Mas quando a tela abre, eu vejo isso. As estatísticas estão na frente do
meu rosto, mas eu ainda não consigo acreditar.

— Oh! Meu. Deus.

Maggie está de pé ao meu lado, com os braços cruzados sobre o peito. Seus olhos
se arregalam antes que ela finalmente pisque.
— Presumo que você não disse a ninguém? Porque Neil vai cair fora de sua torre
de marfim quando perceber que esta autora dessa sacanagem é você.

Eu olho para Maggie com pânico em meus olhos.
— Eu não posso lhe dizer. Maggie – nem é mesmo sobre ele.

Ela sorri para mim, com conhecimento de causa. — Eu imaginei isso. Ele é muito
tenso para fazer algo bizarro assim. — Ela se senta ao meu lado.

Meu rosto queima em vermelho e eu desvio o olhar. — Você leu?

Capítulo 5

O sono não vem com facilidade, mas quando isso acontece sou sugada para o
passado. Braços fortes de Bryan estão em volta de mim, sua voz sussurra docemente no
meu ouvido quando ele faz as coisas para mim que me deixa esquecer tudo. Aqueles lábios
quentes pressionam uma trilha de beijos para baixo na parte de trás do meu pescoço. Sua
voz não é um eco, é real. Por algumas horas, estou perdida no passado, fazendo coisas que
não tinha feito desde então. A boca de Bryan é quente e úmida, fazendo meu corpo
enfurecer com luxúria.

— Diga-me o que você quer Hallie. Diga. — As respirações de Bryan são quentes e
pesadas no meu ouvido. Ele me prendeu na cama, com as mãos segurando meus pulsos.
Ele aperta a boca num local nas minhas costas que faz com que meus quadris se movam
por conta própria. Ofegante, eu gemo o seu nome, e falo. Digo palavras que eu nunca disse
antes.

Sinto o sorriso de Bryan na minha pele quando ele me mantém pra baixo,
pressionando meus seios no colchão. Liberando meus pulsos, ele usa seu corpo para me
segurar e ainda segue tocando tudo e entre as minhas pernas, me acariciando até que minha
bunda está se contorcendo violentamente na cama, exigindo mais. Eu sou uma confusão de
nervos e luxúria, querendo ser tocada, querendo-o dentro de mim. Peço-lhe, dizendo o seu
nome uma e outra vez.

Eu acordo ofegante e segurando os lençóis em minhas mãos. Meu corpo está
coberto de suor e por um segundo, estou horrorizada. Eu pressiono meus olhos fechados e
cubro o rosto com o braço. Foi só um sonho. Minha mente está presa no passado, mesmo
Neil não poderia me culpar por isso, mas não me faz sentir melhor. Esses sonhos
ressurgem nos momentos mais estranhos, e eles estão fazendo me sentir culpada.

Sentando-me, eu esfrego meu rosto e sigo para o telefone. Lá está uma tonelada de
chamadas perdidas e mensagens. Eu tenho tido o hábito de não atender ao telefone. A
maioria é de Maggie, mas há um de um número que eu não reconheço. Puxando meus

joelhos no meu peito, eu escuto a mensagem.

“Olá, sou Cecily Varden da Agência Varden, de Nova York. Eu gostaria de falar
com você sobre a representação. Por favor, ligue-me o mais cedo possível.”

Eu empurro o telefone longe da minha cabeça e olho para ele. Que diabos foi isso?
Ela deve ter ligado para o número errado. Eu não pensei duas vezes sobre isso. Nenhuma
agente de Nova York estaria me ligado. O pensamento é ridículo. Eu rolo para fora da
cama e caminho para o banheiro. Tenho que enfrentar o dia em algum momento, e me
recuso a sentar na cadeira novamente. O texto de Maggie sobre bundas grandes me faz rir,
mas no fundo da minha mente, eu me pergunto se é verdade. De qualquer maneira, vou
mudar para algum tipo de luto que não vai aumentar o tamanho do meu jeans. Coisas como
correr ou andar um pouco mais rápido do que o costume. Isso soa melhor.

Depois de escovar os dentes e puxar meu cabelo em um rabo de cavalo, vou para a
cozinha. O cheiro de canela bate-me com força e meu estômago se agita.

— Bom dia, Bela Adormecida. — Neil me dá um beijinho no rosto. Ele diz isso
como se eu estivesse dormindo muito, o que é totalmente errado. Eu nunca mais dormi.
Eu apenas fecho meus olhos e fico ali.

— Oi! — Eu digo e olho para a fonte do cheiro celestial. — São aqueles pãezinhos
de canela?

— Malditamente certo. — Diz Maggie e os caminha para a sala com uma caixa de
padaria em seu quadril. Neil revira os olhos. Ele não gosta muito dela. Algo sobre Maggie
ser uma má influência e tudo isso. — Eu conheço você ou o quê?

Eu ofereço um sorriso fraco. — Qual padaria?

— Psh, A & G. Como se eu fosse pegar coisas de qualquer outro lugar. Por favor.
— Maggie se senta na mesinha ao mesmo tempo em que eu, e empurra a caixa pra mim.
— Eu sabia que você não estava com disposição, então consegui todas as suas coisas
favoritas.

— Eu abro a tampa e recebo em cheio o cheiro de canela, fermento e açúcar em
pó. É uma caixa cheia com meus petiscos favoritos. Levanto uma bola redonda de massa
envolta em plástico.
— Você me deu uma bola de massa crua? — Eu não posso deixar de sorrir. — A
mulher me comprou massa de pizza crua e a jogou na caixa com os biscoitos, doces e
pãezinhos de canela.

— Sim. Vamos comer tudo da caixa e, em seguida, fazer um pouco de pão salsicha,
o tipo que seu pai costumava fazer. Você provavelmente vai chorar e rir, porque a primeira
vez que o fez, bem, você se lembra...

— Sim, nem mesmo o cachorro comeu.

— Sim, houve isso. — Maggie sorri para mim e não disse nada por alguns
momentos. —Então, quando você ia me dizer?

Eu olho para Neil e não vejo nenhuma reação dele. — Contar o quê?

— Contar o quê? — Ela zomba e ergue a cabeça para mim. — Como se você não
soubesse. Engraçado, Hallie. Vamos lá! Eu pensei que você me contasse tudo, mas não
tinha ideia! — Maggie é - toda sorrisos - e chega do outro lado da mesa para tocar a minha
mão como se eu deveria saber sobre o que ela está falando, mas não sei.

— Olho para Neil. — Um pouco de ajuda? O que diabos ela está falando? —
Minha boca se abre e eu dou uma mordida grande em um bolinho de canela e,
instantaneamente, gostaria de ter um copo de leite.

Neil revira os olhos. — Uma mulher de mau gosto com seu nome, escreveu um
livro de romance. — Ele aponta para Maggie em pé ao meu lado. — Ela acha que você fez
isso.

Eu engasgo e solto o bolinho. — O quê? — Não, não, não. Não é possível.

Maggie me entende melhor do que Neil. Suas suspeitas se confirmam, mas Neil

ainda não entende. Piscando para mim, Maggie altera sua declaração. — Tudo bem, tudo
bem. Acho que não, mas isso seria legal. Eu quase conheci uma celebridade. — Ela muda
de assunto até que Neil sai da sala alguns momentos depois. Maggie é repelente para Neil,
por isso nunca demora muito tempo. Ele permanece o tempo suficiente para comer um
canudo de chocolate e, em seguida, diz que tem que executar recados e desaparece.

Não até que seu carro dê partida do lado de fora que Maggie me dá um olhar
sincero.
—Então, bota para fora.

Meu coração está batendo muito rápido. Não há nenhuma maneira no inferno que
eles estão falando sobre o meu livro, mas isso explicaria a chamada da agente esta manhã, e
eu escrevi um livro muito atrevido. Um frio trabalha o seu caminho na minha espinha, até
que eu mal posso manter minha bunda na cadeira. Olhando para ela com o canto do meu
olho, eu digo:
— Não pode ser meu.

— Quando você escreveu um livro?

Dane-se! O que diabos eram as chances de que alguém iria encontrá-lo mesmo, não
importa, e o ler também? Como uma em um zilhão. Poucos dias depois de eu ter publicado
o livro, isso me ajudaria a me sentir melhor, mas certamente não teve o efeito que eu
esperava, eu precisava de algo catártico, para marcar o fim de uma vida e o início da
próxima, — então eu deixei a história lá, flutuando no abismo. Eu nunca esperei que
alguém realmente fosse lê-lo.

Eu saltei para cima da minha cadeira e abri meu laptop. Maggie vigia sobre meu
ombro enquanto eu acesso minha conta. Ninguém encontra livros aqui. Há literalmente
milhões de contos, poemas e uma infindável variedade de escritores que são muito mais
talentosos do que eu. Meu livro deveria ter sido enterrado na parte inferior, e nunca ter sido
visto por ninguém. Mas quando a tela abre, eu vejo isso. As estatísticas estão na frente do
meu rosto, mas eu ainda não consigo acreditar.

— Oh! Meu. Deus.

Maggie está de pé ao meu lado, com os braços cruzados sobre o peito. Seus olhos
se arregalam antes que ela finalmente pisque.
— Presumo que você não disse a ninguém? Porque Neil vai cair fora de sua torre
de marfim quando perceber que esta autora dessa sacanagem é você.

Eu olho para Maggie com pânico em meus olhos.
— Eu não posso lhe dizer. Maggie – nem é mesmo sobre ele.

Ela sorri para mim, com conhecimento de causa. — Eu imaginei isso. Ele é muito
tenso para fazer algo bizarro assim. — Ela se senta ao meu lado.

Meu rosto queima em vermelho e eu desvio o olhar. — Você leu?

Capítulo 5

O sono não vem com facilidade, mas quando isso acontece sou sugada para o
passado. Braços fortes de Bryan estão em volta de mim, sua voz sussurra docemente no
meu ouvido quando ele faz as coisas para mim que me deixa esquecer tudo. Aqueles lábios
quentes pressionam uma trilha de beijos para baixo na parte de trás do meu pescoço. Sua
voz não é um eco, é real. Por algumas horas, estou perdida no passado, fazendo coisas que
não tinha feito desde então. A boca de Bryan é quente e úmida, fazendo meu corpo
enfurecer com luxúria.

— Diga-me o que você quer Hallie. Diga. — As respirações de Bryan são quentes e
pesadas no meu ouvido. Ele me prendeu na cama, com as mãos segurando meus pulsos.
Ele aperta a boca num local nas minhas costas que faz com que meus quadris se movam
por conta própria. Ofegante, eu gemo o seu nome, e falo. Digo palavras que eu nunca disse
antes.

Sinto o sorriso de Bryan na minha pele quando ele me mantém pra baixo,
pressionando meus seios no colchão. Liberando meus pulsos, ele usa seu corpo para me
segurar e ainda segue tocando tudo e entre as minhas pernas, me acariciando até que minha
bunda está se contorcendo violentamente na cama, exigindo mais. Eu sou uma confusão de
nervos e luxúria, querendo ser tocada, querendo-o dentro de mim. Peço-lhe, dizendo o seu
nome uma e outra vez.

Eu acordo ofegante e segurando os lençóis em minhas mãos. Meu corpo está
coberto de suor e por um segundo, estou horrorizada. Eu pressiono meus olhos fechados e
cubro o rosto com o braço. Foi só um sonho. Minha mente está presa no passado, mesmo
Neil não poderia me culpar por isso, mas não me faz sentir melhor. Esses sonhos
ressurgem nos momentos mais estranhos, e eles estão fazendo me sentir culpada.

Sentando-me, eu esfrego meu rosto e sigo para o telefone. Lá está uma tonelada de
chamadas perdidas e mensagens. Eu tenho tido o hábito de não atender ao telefone. A
maioria é de Maggie, mas há um de um número que eu não reconheço. Puxando meus

joelhos no meu peito, eu escuto a mensagem.

“Olá, sou Cecily Varden da Agência Varden, de Nova York. Eu gostaria de falar
com você sobre a representação. Por favor, ligue-me o mais cedo possível.”

Eu empurro o telefone longe da minha cabeça e olho para ele. Que diabos foi isso?
Ela deve ter ligado para o número errado. Eu não pensei duas vezes sobre isso. Nenhuma
agente de Nova York estaria me ligado. O pensamento é ridículo. Eu rolo para fora da
cama e caminho para o banheiro. Tenho que enfrentar o dia em algum momento, e me
recuso a sentar na cadeira novamente. O texto de Maggie sobre bundas grandes me faz rir,
mas no fundo da minha mente, eu me pergunto se é verdade. De qualquer maneira, vou
mudar para algum tipo de luto que não vai aumentar o tamanho do meu jeans. Coisas como
correr ou andar um pouco mais rápido do que o costume. Isso soa melhor.

Depois de escovar os dentes e puxar meu cabelo em um rabo de cavalo, vou para a
cozinha. O cheiro de canela bate-me com força e meu estômago se agita.

— Bom dia, Bela Adormecida. — Neil me dá um beijinho no rosto. Ele diz isso
como se eu estivesse dormindo muito, o que é totalmente errado. Eu nunca mais dormi.
Eu apenas fecho meus olhos e fico ali.

— Oi! — Eu digo e olho para a fonte do cheiro celestial. — São aqueles pãezinhos
de canela?

— Malditamente certo. — Diz Maggie e os caminha para a sala com uma caixa de
padaria em seu quadril. Neil revira os olhos. Ele não gosta muito dela. Algo sobre Maggie
ser uma má influência e tudo isso. — Eu conheço você ou o quê?

Eu ofereço um sorriso fraco. — Qual padaria?

— Psh, A & G. Como se eu fosse pegar coisas de qualquer outro lugar. Por favor.
— Maggie se senta na mesinha ao mesmo tempo em que eu, e empurra a caixa pra mim.
— Eu sabia que você não estava com disposição, então consegui todas as suas coisas
favoritas.

— Eu abro a tampa e recebo em cheio o cheiro de canela, fermento e açúcar em
pó. É uma caixa cheia com meus petiscos favoritos. Levanto uma bola redonda de massa
envolta em plástico.
— Você me deu uma bola de massa crua? — Eu não posso deixar de sorrir. — A
mulher me comprou massa de pizza crua e a jogou na caixa com os biscoitos, doces e
pãezinhos de canela.

— Sim. Vamos comer tudo da caixa e, em seguida, fazer um pouco de pão salsicha,
o tipo que seu pai costumava fazer. Você provavelmente vai chorar e rir, porque a primeira
vez que o fez, bem, você se lembra...

— Sim, nem mesmo o cachorro comeu.

— Sim, houve isso. — Maggie sorri para mim e não disse nada por alguns
momentos. —Então, quando você ia me dizer?

Eu olho para Neil e não vejo nenhuma reação dele. — Contar o quê?

— Contar o quê? — Ela zomba e ergue a cabeça para mim. — Como se você não
soubesse. Engraçado, Hallie. Vamos lá! Eu pensei que você me contasse tudo, mas não
tinha ideia! — Maggie é - toda sorrisos - e chega do outro lado da mesa para tocar a minha
mão como se eu deveria saber sobre o que ela está falando, mas não sei.

— Olho para Neil. — Um pouco de ajuda? O que diabos ela está falando? —
Minha boca se abre e eu dou uma mordida grande em um bolinho de canela e,
instantaneamente, gostaria de ter um copo de leite.

Neil revira os olhos. — Uma mulher de mau gosto com seu nome, escreveu um
livro de romance. — Ele aponta para Maggie em pé ao meu lado. — Ela acha que você fez
isso.

Eu engasgo e solto o bolinho. — O quê? — Não, não, não. Não é possível.

Maggie me entende melhor do que Neil. Suas suspeitas se confirmam, mas Neil

ainda não entende. Piscando para mim, Maggie altera sua declaração. — Tudo bem, tudo
bem. Acho que não, mas isso seria legal. Eu quase conheci uma celebridade. — Ela muda
de assunto até que Neil sai da sala alguns momentos depois. Maggie é repelente para Neil,
por isso nunca demora muito tempo. Ele permanece o tempo suficiente para comer um
canudo de chocolate e, em seguida, diz que tem que executar recados e desaparece.

Não até que seu carro dê partida do lado de fora que Maggie me dá um olhar
sincero.
—Então, bota para fora.

Meu coração está batendo muito rápido. Não há nenhuma maneira no inferno que
eles estão falando sobre o meu livro, mas isso explicaria a chamada da agente esta manhã, e
eu escrevi um livro muito atrevido. Um frio trabalha o seu caminho na minha espinha, até
que eu mal posso manter minha bunda na cadeira. Olhando para ela com o canto do meu
olho, eu digo:
— Não pode ser meu.

— Quando você escreveu um livro?

Dane-se! O que diabos eram as chances de que alguém iria encontrá-lo mesmo, não
importa, e o ler também? Como uma em um zilhão. Poucos dias depois de eu ter publicado
o livro, isso me ajudaria a me sentir melhor, mas certamente não teve o efeito que eu
esperava, eu precisava de algo catártico, para marcar o fim de uma vida e o início da
próxima, — então eu deixei a história lá, flutuando no abismo. Eu nunca esperei que
alguém realmente fosse lê-lo.

Eu saltei para cima da minha cadeira e abri meu laptop. Maggie vigia sobre meu
ombro enquanto eu acesso minha conta. Ninguém encontra livros aqui. Há literalmente
milhões de contos, poemas e uma infindável variedade de escritores que são muito mais
talentosos do que eu. Meu livro deveria ter sido enterrado na parte inferior, e nunca ter sido
visto por ninguém. Mas quando a tela abre, eu vejo isso. As estatísticas estão na frente do
meu rosto, mas eu ainda não consigo acreditar.

— Oh! Meu. Deus.

Maggie está de pé ao meu lado, com os braços cruzados sobre o peito. Seus olhos
se arregalam antes que ela finalmente pisque.
— Presumo que você não disse a ninguém? Porque Neil vai cair fora de sua torre
de marfim quando perceber que esta autora dessa sacanagem é você.

Eu olho para Maggie com pânico em meus olhos.
— Eu não posso lhe dizer. Maggie – nem é mesmo sobre ele.

Ela sorri para mim, com conhecimento de causa. — Eu imaginei isso. Ele é muito
tenso para fazer algo bizarro assim. — Ela se senta ao meu lado.

Meu rosto queima em vermelho e eu desvio o olhar. — Você leu?

Capítulo 5

O sono não vem com facilidade, mas quando isso acontece sou sugada para o
passado. Braços fortes de Bryan estão em volta de mim, sua voz sussurra docemente no
meu ouvido quando ele faz as coisas para mim que me deixa esquecer tudo. Aqueles lábios
quentes pressionam uma trilha de beijos para baixo na parte de trás do meu pescoço. Sua
voz não é um eco, é real. Por algumas horas, estou perdida no passado, fazendo coisas que
não tinha feito desde então. A boca de Bryan é quente e úmida, fazendo meu corpo
enfurecer com luxúria.

— Diga-me o que você quer Hallie. Diga. — As respirações de Bryan são quentes e
pesadas no meu ouvido. Ele me prendeu na cama, com as mãos segurando meus pulsos.
Ele aperta a boca num local nas minhas costas que faz com que meus quadris se movam
por conta própria. Ofegante, eu gemo o seu nome, e falo. Digo palavras que eu nunca disse
antes.

Sinto o sorriso de Bryan na minha pele quando ele me mantém pra baixo,
pressionando meus seios no colchão. Liberando meus pulsos, ele usa seu corpo para me
segurar e ainda segue tocando tudo e entre as minhas pernas, me acariciando até que minha
bunda está se contorcendo violentamente na cama, exigindo mais. Eu sou uma confusão de
nervos e luxúria, querendo ser tocada, querendo-o dentro de mim. Peço-lhe, dizendo o seu
nome uma e outra vez.

Eu acordo ofegante e segurando os lençóis em minhas mãos. Meu corpo está
coberto de suor e por um segundo, estou horrorizada. Eu pressiono meus olhos fechados e
cubro o rosto com o braço. Foi só um sonho. Minha mente está presa no passado, mesmo
Neil não poderia me culpar por isso, mas não me faz sentir melhor. Esses sonhos
ressurgem nos momentos mais estranhos, e eles estão fazendo me sentir culpada.

Sentando-me, eu esfrego meu rosto e sigo para o telefone. Lá está uma tonelada de
chamadas perdidas e mensagens. Eu tenho tido o hábito de não atender ao telefone. A
maioria é de Maggie, mas há um de um número que eu não reconheço. Puxando meus

joelhos no meu peito, eu escuto a mensagem.

“Olá, sou Cecily Varden da Agência Varden, de Nova York. Eu gostaria de falar
com você sobre a representação. Por favor, ligue-me o mais cedo possível.”

Eu empurro o telefone longe da minha cabeça e olho para ele. Que diabos foi isso?
Ela deve ter ligado para o número errado. Eu não pensei duas vezes sobre isso. Nenhuma
agente de Nova York estaria me ligado. O pensamento é ridículo. Eu rolo para fora da
cama e caminho para o banheiro. Tenho que enfrentar o dia em algum momento, e me
recuso a sentar na cadeira novamente. O texto de Maggie sobre bundas grandes me faz rir,
mas no fundo da minha mente, eu me pergunto se é verdade. De qualquer maneira, vou
mudar para algum tipo de luto que não vai aumentar o tamanho do meu jeans. Coisas como
correr ou andar um pouco mais rápido do que o costume. Isso soa melhor.

Depois de escovar os dentes e puxar meu cabelo em um rabo de cavalo, vou para a
cozinha. O cheiro de canela bate-me com força e meu estômago se agita.

— Bom dia, Bela Adormecida. — Neil me dá um beijinho no rosto. Ele diz isso
como se eu estivesse dormindo muito, o que é totalmente errado. Eu nunca mais dormi.
Eu apenas fecho meus olhos e fico ali.

— Oi! — Eu digo e olho para a fonte do cheiro celestial. — São aqueles pãezinhos
de canela?

— Malditamente certo. — Diz Maggie e os caminha para a sala com uma caixa de
padaria em seu quadril. Neil revira os olhos. Ele não gosta muito dela. Algo sobre Maggie
ser uma má influência e tudo isso. — Eu conheço você ou o quê?

Eu ofereço um sorriso fraco. — Qual padaria?

— Psh, A & G. Como se eu fosse pegar coisas de qualquer outro lugar. Por favor.
— Maggie se senta na mesinha ao mesmo tempo em que eu, e empurra a caixa pra mim.
— Eu sabia que você não estava com disposição, então consegui todas as suas coisas
favoritas.

— Eu abro a tampa e recebo em cheio o cheiro de canela, fermento e açúcar em
pó. É uma caixa cheia com meus petiscos favoritos. Levanto uma bola redonda de massa
envolta em plástico.
— Você me deu uma bola de massa crua? — Eu não posso deixar de sorrir. — A
mulher me comprou massa de pizza crua e a jogou na caixa com os biscoitos, doces e
pãezinhos de canela.

— Sim. Vamos comer tudo da caixa e, em seguida, fazer um pouco de pão salsicha,
o tipo que seu pai costumava fazer. Você provavelmente vai chorar e rir, porque a primeira
vez que o fez, bem, você se lembra...

— Sim, nem mesmo o cachorro comeu.

— Sim, houve isso. — Maggie sorri para mim e não disse nada por alguns
momentos. —Então, quando você ia me dizer?

Eu olho para Neil e não vejo nenhuma reação dele. — Contar o quê?

— Contar o quê? — Ela zomba e ergue a cabeça para mim. — Como se você não
soubesse. Engraçado, Hallie. Vamos lá! Eu pensei que você me contasse tudo, mas não
tinha ideia! — Maggie é - toda sorrisos - e chega do outro lado da mesa para tocar a minha
mão como se eu deveria saber sobre o que ela está falando, mas não sei.

— Olho para Neil. — Um pouco de ajuda? O que diabos ela está falando? —
Minha boca se abre e eu dou uma mordida grande em um bolinho de canela e,
instantaneamente, gostaria de ter um copo de leite.

Neil revira os olhos. — Uma mulher de mau gosto com seu nome, escreveu um
livro de romance. — Ele aponta para Maggie em pé ao meu lado. — Ela acha que você fez
isso.

Eu engasgo e solto o bolinho. — O quê? — Não, não, não. Não é possível.

Maggie me entende melhor do que Neil. Suas suspeitas se confirmam, mas Neil

ainda não entende. Piscando para mim, Maggie altera sua declaração. — Tudo bem, tudo
bem. Acho que não, mas isso seria legal. Eu quase conheci uma celebridade. — Ela muda
de assunto até que Neil sai da sala alguns momentos depois. Maggie é repelente para Neil,
por isso nunca demora muito tempo. Ele permanece o tempo suficiente para comer um
canudo de chocolate e, em seguida, diz que tem que executar recados e desaparece.

Não até que seu carro dê partida do lado de fora que Maggie me dá um olhar
sincero.
—Então, bota para fora.

Meu coração está batendo muito rápido. Não há nenhuma maneira no inferno que
eles estão falando sobre o meu livro, mas isso explicaria a chamada da agente esta manhã, e
eu escrevi um livro muito atrevido. Um frio trabalha o seu caminho na minha espinha, até
que eu mal posso manter minha bunda na cadeira. Olhando para ela com o canto do meu
olho, eu digo:
— Não pode ser meu.

— Quando você escreveu um livro?

Dane-se! O que diabos eram as chances de que alguém iria encontrá-lo mesmo, não
importa, e o ler também? Como uma em um zilhão. Poucos dias depois de eu ter publicado
o livro, isso me ajudaria a me sentir melhor, mas certamente não teve o efeito que eu
esperava, eu precisava de algo catártico, para marcar o fim de uma vida e o início da
próxima, — então eu deixei a história lá, flutuando no abismo. Eu nunca esperei que
alguém realmente fosse lê-lo.

Eu saltei para cima da minha cadeira e abri meu laptop. Maggie vigia sobre meu
ombro enquanto eu acesso minha conta. Ninguém encontra livros aqui. Há literalmente
milhões de contos, poemas e uma infindável variedade de escritores que são muito mais
talentosos do que eu. Meu livro deveria ter sido enterrado na parte inferior, e nunca ter sido
visto por ninguém. Mas quando a tela abre, eu vejo isso. As estatísticas estão na frente do
meu rosto, mas eu ainda não consigo acreditar.

— Oh! Meu. Deus.

Maggie está de pé ao meu lado, com os braços cruzados sobre o peito. Seus olhos
se arregalam antes que ela finalmente pisque.
— Presumo que você não disse a ninguém? Porque Neil vai cair fora de sua torre
de marfim quando perceber que esta autora dessa sacanagem é você.

Eu olho para Maggie com pânico em meus olhos.
— Eu não posso lhe dizer. Maggie – nem é mesmo sobre ele.

Ela sorri para mim, com conhecimento de causa. — Eu imaginei isso. Ele é muito
tenso para fazer algo bizarro assim. — Ela se senta ao meu lado.

Meu rosto queima em vermelho e eu desvio o olhar. — Você leu?

Capítulo 5

O sono não vem com facilidade, mas quando isso acontece sou sugada para o
passado. Braços fortes de Bryan estão em volta de mim, sua voz sussurra docemente no
meu ouvido quando ele faz as coisas para mim que me deixa esquecer tudo. Aqueles lábios
quentes pressionam uma trilha de beijos para baixo na parte de trás do meu pescoço. Sua
voz não é um eco, é real. Por algumas horas, estou perdida no passado, fazendo coisas que
não tinha feito desde então. A boca de Bryan é quente e úmida, fazendo meu corpo
enfurecer com luxúria.

— Diga-me o que você quer Hallie. Diga. — As respirações de Bryan são quentes e
pesadas no meu ouvido. Ele me prendeu na cama, com as mãos segurando meus pulsos.
Ele aperta a boca num local nas minhas costas que faz com que meus quadris se movam
por conta própria. Ofegante, eu gemo o seu nome, e falo. Digo palavras que eu nunca disse
antes.

Sinto o sorriso de Bryan na minha pele quando ele me mantém pra baixo,
pressionando meus seios no colchão. Liberando meus pulsos, ele usa seu corpo para me
segurar e ainda segue tocando tudo e entre as minhas pernas, me acariciando até que minha
bunda está se contorcendo violentamente na cama, exigindo mais. Eu sou uma confusão de
nervos e luxúria, querendo ser tocada, querendo-o dentro de mim. Peço-lhe, dizendo o seu
nome uma e outra vez.

Eu acordo ofegante e segurando os lençóis em minhas mãos. Meu corpo está
coberto de suor e por um segundo, estou horrorizada. Eu pressiono meus olhos fechados e
cubro o rosto com o braço. Foi só um sonho. Minha mente está presa no passado, mesmo
Neil não poderia me culpar por isso, mas não me faz sentir melhor. Esses sonhos
ressurgem nos momentos mais estranhos, e eles estão fazendo me sentir culpada.

Sentando-me, eu esfrego meu rosto e sigo para o telefone. Lá está uma tonelada de
chamadas perdidas e mensagens. Eu tenho tido o hábito de não atender ao telefone. A
maioria é de Maggie, mas há um de um número que eu não reconheço. Puxando meus

joelhos no meu peito, eu escuto a mensagem.

“Olá, sou Cecily Varden da Agência Varden, de Nova York. Eu gostaria de falar
com você sobre a representação. Por favor, ligue-me o mais cedo possível.”

Eu empurro o telefone longe da minha cabeça e olho para ele. Que diabos foi isso?
Ela deve ter ligado para o número errado. Eu não pensei duas vezes sobre isso. Nenhuma
agente de Nova York estaria me ligado. O pensamento é ridículo. Eu rolo para fora da
cama e caminho para o banheiro. Tenho que enfrentar o dia em algum momento, e me
recuso a sentar na cadeira novamente. O texto de Maggie sobre bundas grandes me faz rir,
mas no fundo da minha mente, eu me pergunto se é verdade. De qualquer maneira, vou
mudar para algum tipo de luto que não vai aumentar o tamanho do meu jeans. Coisas como
correr ou andar um pouco mais rápido do que o costume. Isso soa melhor.

Depois de escovar os dentes e puxar meu cabelo em um rabo de cavalo, vou para a
cozinha. O cheiro de canela bate-me com força e meu estômago se agita.

— Bom dia, Bela Adormecida. — Neil me dá um beijinho no rosto. Ele diz isso
como se eu estivesse dormindo muito, o que é totalmente errado. Eu nunca mais dormi.
Eu apenas fecho meus olhos e fico ali.

— Oi! — Eu digo e olho para a fonte do cheiro celestial. — São aqueles pãezinhos
de canela?

— Malditamente certo. — Diz Maggie e os caminha para a sala com uma caixa de
padaria em seu quadril. Neil revira os olhos. Ele não gosta muito dela. Algo sobre Maggie
ser uma má influência e tudo isso. — Eu conheço você ou o quê?

Eu ofereço um sorriso fraco. — Qual padaria?

— Psh, A & G. Como se eu fosse pegar coisas de qualquer outro lugar. Por favor.
— Maggie se senta na mesinha ao mesmo tempo em que eu, e empurra a caixa pra mim.
— Eu sabia que você não estava com disposição, então consegui todas as suas coisas
favoritas.

— Eu abro a tampa e recebo em cheio o cheiro de canela, fermento e açúcar em
pó. É uma caixa cheia com meus petiscos favoritos. Levanto uma bola redonda de massa
envolta em plástico.
— Você me deu uma bola de massa crua? — Eu não posso deixar de sorrir. — A
mulher me comprou massa de pizza crua e a jogou na caixa com os biscoitos, doces e
pãezinhos de canela.

— Sim. Vamos comer tudo da caixa e, em seguida, fazer um pouco de pão salsicha,
o tipo que seu pai costumava fazer. Você provavelmente vai chorar e rir, porque a primeira
vez que o fez, bem, você se lembra...

— Sim, nem mesmo o cachorro comeu.

— Sim, houve isso. — Maggie sorri para mim e não disse nada por alguns
momentos. —Então, quando você ia me dizer?

Eu olho para Neil e não vejo nenhuma reação dele. — Contar o quê?

— Contar o quê? — Ela zomba e ergue a cabeça para mim. — Como se você não
soubesse. Engraçado, Hallie. Vamos lá! Eu pensei que você me contasse tudo, mas não
tinha ideia! — Maggie é - toda sorrisos - e chega do outro lado da mesa para tocar a minha
mão como se eu deveria saber sobre o que ela está falando, mas não sei.

— Olho para Neil. — Um pouco de ajuda? O que diabos ela está falando? —
Minha boca se abre e eu dou uma mordida grande em um bolinho de canela e,
instantaneamente, gostaria de ter um copo de leite.

Neil revira os olhos. — Uma mulher de mau gosto com seu nome, escreveu um
livro de romance. — Ele aponta para Maggie em pé ao meu lado. — Ela acha que você fez
isso.

Eu engasgo e solto o bolinho. — O quê? — Não, não, não. Não é possível.

Maggie me entende melhor do que Neil. Suas suspeitas se confirmam, mas Neil

ainda não entende. Piscando para mim, Maggie altera sua declaração. — Tudo bem, tudo
bem. Acho que não, mas isso seria legal. Eu quase conheci uma celebridade. — Ela muda
de assunto até que Neil sai da sala alguns momentos depois. Maggie é repelente para Neil,
por isso nunca demora muito tempo. Ele permanece o tempo suficiente para comer um
canudo de chocolate e, em seguida, diz que tem que executar recados e desaparece.

Não até que seu carro dê partida do lado de fora que Maggie me dá um olhar
sincero.
—Então, bota para fora.

Meu coração está batendo muito rápido. Não há nenhuma maneira no inferno que
eles estão falando sobre o meu livro, mas isso explicaria a chamada da agente esta manhã, e
eu escrevi um livro muito atrevido. Um frio trabalha o seu caminho na minha espinha, até
que eu mal posso manter minha bunda na cadeira. Olhando para ela com o canto do meu
olho, eu digo:
— Não pode ser meu.

— Quando você escreveu um livro?

Dane-se! O que diabos eram as chances de que alguém iria encontrá-lo mesmo, não
importa, e o ler também? Como uma em um zilhão. Poucos dias depois de eu ter publicado
o livro, isso me ajudaria a me sentir melhor, mas certamente não teve o efeito que eu
esperava, eu precisava de algo catártico, para marcar o fim de uma vida e o início da
próxima, — então eu deixei a história lá, flutuando no abismo. Eu nunca esperei que
alguém realmente fosse lê-lo.

Eu saltei para cima da minha cadeira e abri meu laptop. Maggie vigia sobre meu
ombro enquanto eu acesso minha conta. Ninguém encontra livros aqui. Há literalmente
milhões de contos, poemas e uma infindável variedade de escritores que são muito mais
talentosos do que eu. Meu livro deveria ter sido enterrado na parte inferior, e nunca ter sido
visto por ninguém. Mas quando a tela abre, eu vejo isso. As estatísticas estão na frente do
meu rosto, mas eu ainda não consigo acreditar.

— Oh! Meu. Deus.

Maggie está de pé ao meu lado, com os braços cruzados sobre o peito. Seus olhos
se arregalam antes que ela finalmente pisque.
— Presumo que você não disse a ninguém? Porque Neil vai cair fora de sua torre
de marfim quando perceber que esta autora dessa sacanagem é você.

Eu olho para Maggie com pânico em meus olhos.
— Eu não posso lhe dizer. Maggie – nem é mesmo sobre ele.

Ela sorri para mim, com conhecimento de causa. — Eu imaginei isso. Ele é muito
tenso para fazer algo bizarro assim. — Ela se senta ao meu lado.

Meu rosto queima em vermelho e eu desvio o olhar. — Você leu?

Capítulo 5

O sono não vem com facilidade, mas quando isso acontece sou sugada para o
passado. Braços fortes de Bryan estão em volta de mim, sua voz sussurra docemente no
meu ouvido quando ele faz as coisas para mim que me deixa esquecer tudo. Aqueles lábios
quentes pressionam uma trilha de beijos para baixo na parte de trás do meu pescoço. Sua
voz não é um eco, é real. Por algumas horas, estou perdida no passado, fazendo coisas que
não tinha feito desde então. A boca de Bryan é quente e úmida, fazendo meu corpo
enfurecer com luxúria.

— Diga-me o que você quer Hallie. Diga. — As respirações de Bryan são quentes e
pesadas no meu ouvido. Ele me prendeu na cama, com as mãos segurando meus pulsos.
Ele aperta a boca num local nas minhas costas que faz com que meus quadris se movam
por conta própria. Ofegante, eu gemo o seu nome, e falo. Digo palavras que eu nunca disse
antes.

Sinto o sorriso de Bryan na minha pele quando ele me mantém pra baixo,
pressionando meus seios no colchão. Liberando meus pulsos, ele usa seu corpo para me
segurar e ainda segue tocando tudo e entre as minhas pernas, me acariciando até que minha
bunda está se contorcendo violentamente na cama, exigindo mais. Eu sou uma confusão de
nervos e luxúria, querendo ser tocada, querendo-o dentro de mim. Peço-lhe, dizendo o seu
nome uma e outra vez.

Eu acordo ofegante e segurando os lençóis em minhas mãos. Meu corpo está
coberto de suor e por um segundo, estou horrorizada. Eu pressiono meus olhos fechados e
cubro o rosto com o braço. Foi só um sonho. Minha mente está presa no passado, mesmo
Neil não poderia me culpar por isso, mas não me faz sentir melhor. Esses sonhos
ressurgem nos momentos mais estranhos, e eles estão fazendo me sentir culpada.

Sentando-me, eu esfrego meu rosto e sigo para o telefone. Lá está uma tonelada de
chamadas perdidas e mensagens. Eu tenho tido o hábito de não atender ao telefone. A
maioria é de Maggie, mas há um de um número que eu não reconheço. Puxando meus

joelhos no meu peito, eu escuto a mensagem.

“Olá, sou Cecily Varden da Agência Varden, de Nova York. Eu gostaria de falar
com você sobre a representação. Por favor, ligue-me o mais cedo possível.”

Eu empurro o telefone longe da minha cabeça e olho para ele. Que diabos foi isso?
Ela deve ter ligado para o número errado. Eu não pensei duas vezes sobre isso. Nenhuma
agente de Nova York estaria me ligado. O pensamento é ridículo. Eu rolo para fora da
cama e caminho para o banheiro. Tenho que enfrentar o dia em algum momento, e me
recuso a sentar na cadeira novamente. O texto de Maggie sobre bundas grandes me faz rir,
mas no fundo da minha mente, eu me pergunto se é verdade. De qualquer maneira, vou
mudar para algum tipo de luto que não vai aumentar o tamanho do meu jeans. Coisas como
correr ou andar um pouco mais rápido do que o costume. Isso soa melhor.

Depois de escovar os dentes e puxar meu cabelo em um rabo de cavalo, vou para a
cozinha. O cheiro de canela bate-me com força e meu estômago se agita.

— Bom dia, Bela Adormecida. — Neil me dá um beijinho no rosto. Ele diz isso
como se eu estivesse dormindo muito, o que é totalmente errado. Eu nunca mais dormi.
Eu apenas fecho meus olhos e fico ali.

— Oi! — Eu digo e olho para a fonte do cheiro celestial. — São aqueles pãezinhos
de canela?

— Malditamente certo. — Diz Maggie e os caminha para a sala com uma caixa de
padaria em seu quadril. Neil revira os olhos. Ele não gosta muito dela. Algo sobre Maggie
ser uma má influência e tudo isso. — Eu conheço você ou o quê?

Eu ofereço um sorriso fraco. — Qual padaria?

— Psh, A & G. Como se eu fosse pegar coisas de qualquer outro lugar. Por favor.
— Maggie se senta na mesinha ao mesmo tempo em que eu, e empurra a caixa pra mim.
— Eu sabia que você não estava com disposição, então consegui todas as suas coisas
favoritas.

— Eu abro a tampa e recebo em cheio o cheiro de canela, fermento e açúcar em
pó. É uma caixa cheia com meus petiscos favoritos. Levanto uma bola redonda de massa
envolta em plástico.
— Você me deu uma bola de massa crua? — Eu não posso deixar de sorrir. — A
mulher me comprou massa de pizza crua e a jogou na caixa com os biscoitos, doces e
pãezinhos de canela.

— Sim. Vamos comer tudo da caixa e, em seguida, fazer um pouco de pão salsicha,
o tipo que seu pai costumava fazer. Você provavelmente vai chorar e rir, porque a primeira
vez que o fez, bem, você se lembra...

— Sim, nem mesmo o cachorro comeu.

— Sim, houve isso. — Maggie sorri para mim e não disse nada por alguns
momentos. —Então, quando você ia me dizer?

Eu olho para Neil e não vejo nenhuma reação dele. — Contar o quê?

— Contar o quê? — Ela zomba e ergue a cabeça para mim. — Como se você não
soubesse. Engraçado, Hallie. Vamos lá! Eu pensei que você me contasse tudo, mas não
tinha ideia! — Maggie é - toda sorrisos - e chega do outro lado da mesa para tocar a minha
mão como se eu deveria saber sobre o que ela está falando, mas não sei.

— Olho para Neil. — Um pouco de ajuda? O que diabos ela está falando? —
Minha boca se abre e eu dou uma mordida grande em um bolinho de canela e,
instantaneamente, gostaria de ter um copo de leite.

Neil revira os olhos. — Uma mulher de mau gosto com seu nome, escreveu um
livro de romance. — Ele aponta para Maggie em pé ao meu lado. — Ela acha que você fez
isso.

Eu engasgo e solto o bolinho. — O quê? — Não, não, não. Não é possível.

Maggie me entende melhor do que Neil. Suas suspeitas se confirmam, mas Neil

ainda não entende. Piscando para mim, Maggie altera sua declaração. — Tudo bem, tudo
bem. Acho que não, mas isso seria legal. Eu quase conheci uma celebridade. — Ela muda
de assunto até que Neil sai da sala alguns momentos depois. Maggie é repelente para Neil,
por isso nunca demora muito tempo. Ele permanece o tempo suficiente para comer um
canudo de chocolate e, em seguida, diz que tem que executar recados e desaparece.

Não até que seu carro dê partida do lado de fora que Maggie me dá um olhar
sincero.
—Então, bota para fora.

Meu coração está batendo muito rápido. Não há nenhuma maneira no inferno que
eles estão falando sobre o meu livro, mas isso explicaria a chamada da agente esta manhã, e
eu escrevi um livro muito atrevido. Um frio trabalha o seu caminho na minha espinha, até
que eu mal posso manter minha bunda na cadeira. Olhando para ela com o canto do meu
olho, eu digo:
— Não pode ser meu.

— Quando você escreveu um livro?

Dane-se! O que diabos eram as chances de que alguém iria encontrá-lo mesmo, não
importa, e o ler também? Como uma em um zilhão. Poucos dias depois de eu ter publicado
o livro, isso me ajudaria a me sentir melhor, mas certamente não teve o efeito que eu
esperava, eu precisava de algo catártico, para marcar o fim de uma vida e o início da
próxima, — então eu deixei a história lá, flutuando no abismo. Eu nunca esperei que
alguém realmente fosse lê-lo.

Eu saltei para cima da minha cadeira e abri meu laptop. Maggie vigia sobre meu
ombro enquanto eu acesso minha conta. Ninguém encontra livros aqui. Há literalmente
milhões de contos, poemas e uma infindável variedade de escritores que são muito mais
talentosos do que eu. Meu livro deveria ter sido enterrado na parte inferior, e nunca ter sido
visto por ninguém. Mas quando a tela abre, eu vejo isso. As estatísticas estão na frente do
meu rosto, mas eu ainda não consigo acreditar.

— Oh! Meu. Deus.

Maggie está de pé ao meu lado, com os braços cruzados sobre o peito. Seus olhos
se arregalam antes que ela finalmente pisque.
— Presumo que você não disse a ninguém? Porque Neil vai cair fora de sua torre
de marfim quando perceber que esta autora dessa sacanagem é você.

Eu olho para Maggie com pânico em meus olhos.
— Eu não posso lhe dizer. Maggie – nem é mesmo sobre ele.

Ela sorri para mim, com conhecimento de causa. — Eu imaginei isso. Ele é muito
tenso para fazer algo bizarro assim. — Ela se senta ao meu lado.

Meu rosto queima em vermelho e eu desvio o olhar. — Você leu?

Capítulo 5

O sono não vem com facilidade, mas quando isso acontece sou sugada para o
passado. Braços fortes de Bryan estão em volta de mim, sua voz sussurra docemente no
meu ouvido quando ele faz as coisas para mim que me deixa esquecer tudo. Aqueles lábios
quentes pressionam uma trilha de beijos para baixo na parte de trás do meu pescoço. Sua
voz não é um eco, é real. Por algumas horas, estou perdida no passado, fazendo coisas que
não tinha feito desde então. A boca de Bryan é quente e úmida, fazendo meu corpo
enfurecer com luxúria.

— Diga-me o que você quer Hallie. Diga. — As respirações de Bryan são quentes e
pesadas no meu ouvido. Ele me prendeu na cama, com as mãos segurando meus pulsos.
Ele aperta a boca num local nas minhas costas que faz com que meus quadris se movam
por conta própria. Ofegante, eu gemo o seu nome, e falo. Digo palavras que eu nunca disse
antes.

Sinto o sorriso de Bryan na minha pele quando ele me mantém pra baixo,
pressionando meus seios no colchão. Liberando meus pulsos, ele usa seu corpo para me
segurar e ainda segue tocando tudo e entre as minhas pernas, me acariciando até que minha
bunda está se contorcendo violentamente na cama, exigindo mais. Eu sou uma confusão de
nervos e luxúria, querendo ser tocada, querendo-o dentro de mim. Peço-lhe, dizendo o seu
nome uma e outra vez.

Eu acordo ofegante e segurando os lençóis em minhas mãos. Meu corpo está
coberto de suor e por um segundo, estou horrorizada. Eu pressiono meus olhos fechados e
cubro o rosto com o braço. Foi só um sonho. Minha mente está presa no passado, mesmo
Neil não poderia me culpar por isso, mas não me faz sentir melhor. Esses sonhos
ressurgem nos momentos mais estranhos, e eles estão fazendo me sentir culpada.

Sentando-me, eu esfrego meu rosto e sigo para o telefone. Lá está uma tonelada de
chamadas perdidas e mensagens. Eu tenho tido o hábito de não atender ao telefone. A
maioria é de Maggie, mas há um de um número que eu não reconheço. Puxando meus

joelhos no meu peito, eu escuto a mensagem.

“Olá, sou Cecily Varden da Agência Varden, de Nova York. Eu gostaria de falar
com você sobre a representação. Por favor, ligue-me o mais cedo possível.”

Eu empurro o telefone longe da minha cabeça e olho para ele. Que diabos foi isso?
Ela deve ter ligado para o número errado. Eu não pensei duas vezes sobre isso. Nenhuma
agente de Nova York estaria me ligado. O pensamento é ridículo. Eu rolo para fora da
cama e caminho para o banheiro. Tenho que enfrentar o dia em algum momento, e me
recuso a sentar na cadeira novamente. O texto de Maggie sobre bundas grandes me faz rir,
mas no fundo da minha mente, eu me pergunto se é verdade. De qualquer maneira, vou
mudar para algum tipo de luto que não vai aumentar o tamanho do meu jeans. Coisas como
correr ou andar um pouco mais rápido do que o costume. Isso soa melhor.

Depois de escovar os dentes e puxar meu cabelo em um rabo de cavalo, vou para a
cozinha. O cheiro de canela bate-me com força e meu estômago se agita.

— Bom dia, Bela Adormecida. — Neil me dá um beijinho no rosto. Ele diz isso
como se eu estivesse dormindo muito, o que é totalmente errado. Eu nunca mais dormi.
Eu apenas fecho meus olhos e fico ali.

— Oi! — Eu digo e olho para a fonte do cheiro celestial. — São aqueles pãezinhos
de canela?

— Malditamente certo. — Diz Maggie e os caminha para a sala com uma caixa de
padaria em seu quadril. Neil revira os olhos. Ele não gosta muito dela. Algo sobre Maggie
ser uma má influência e tudo isso. — Eu conheço você ou o quê?

Eu ofereço um sorriso fraco. — Qual padaria?

— Psh, A & G. Como se eu fosse pegar coisas de qualquer outro lugar. Por favor.
— Maggie se senta na mesinha ao mesmo tempo em que eu, e empurra a caixa pra mim.
— Eu sabia que você não estava com disposição, então consegui todas as suas coisas
favoritas.

— Eu abro a tampa e recebo em cheio o cheiro de canela, fermento e açúcar em
pó. É uma caixa cheia com meus petiscos favoritos. Levanto uma bola redonda de massa
envolta em plástico.
— Você me deu uma bola de massa crua? — Eu não posso deixar de sorrir. — A
mulher me comprou massa de pizza crua e a jogou na caixa com os biscoitos, doces e
pãezinhos de canela.

— Sim. Vamos comer tudo da caixa e, em seguida, fazer um pouco de pão salsicha,
o tipo que seu pai costumava fazer. Você provavelmente vai chorar e rir, porque a primeira
vez que o fez, bem, você se lembra...

— Sim, nem mesmo o cachorro comeu.

— Sim, houve isso. — Maggie sorri para mim e não disse nada por alguns
momentos. —Então, quando você ia me dizer?

Eu olho para Neil e não vejo nenhuma reação dele. — Contar o quê?

— Contar o quê? — Ela zomba e ergue a cabeça para mim. — Como se você não
soubesse. Engraçado, Hallie. Vamos lá! Eu pensei que você me contasse tudo, mas não
tinha ideia! — Maggie é - toda sorrisos - e chega do outro lado da mesa para tocar a minha
mão como se eu deveria saber sobre o que ela está falando, mas não sei.

— Olho para Neil. — Um pouco de ajuda? O que diabos ela está falando? —
Minha boca se abre e eu dou uma mordida grande em um bolinho de canela e,
instantaneamente, gostaria de ter um copo de leite.

Neil revira os olhos. — Uma mulher de mau gosto com seu nome, escreveu um
livro de romance. — Ele aponta para Maggie em pé ao meu lado. — Ela acha que você fez
isso.

Eu engasgo e solto o bolinho. — O quê? — Não, não, não. Não é possível.

Maggie me entende melhor do que Neil. Suas suspeitas se confirmam, mas Neil

ainda não entende. Piscando para mim, Maggie altera sua declaração. — Tudo bem, tudo
bem. Acho que não, mas isso seria legal. Eu quase conheci uma celebridade. — Ela muda
de assunto até que Neil sai da sala alguns momentos depois. Maggie é repelente para Neil,
por isso nunca demora muito tempo. Ele permanece o tempo suficiente para comer um
canudo de chocolate e, em seguida, diz que tem que executar recados e desaparece.

Não até que seu carro dê partida do lado de fora que Maggie me dá um olhar
sincero.
—Então, bota para fora.

Meu coração está batendo muito rápido. Não há nenhuma maneira no inferno que
eles estão falando sobre o meu livro, mas isso explicaria a chamada da agente esta manhã, e
eu escrevi um livro muito atrevido. Um frio trabalha o seu caminho na minha espinha, até
que eu mal posso manter minha bunda na cadeira. Olhando para ela com o canto do meu
olho, eu digo:
— Não pode ser meu.

— Quando você escreveu um livro?

Dane-se! O que diabos eram as chances de que alguém iria encontrá-lo mesmo, não
importa, e o ler também? Como uma em um zilhão. Poucos dias depois de eu ter publicado
o livro, isso me ajudaria a me sentir melhor, mas certamente não teve o efeito que eu
esperava, eu precisava de algo catártico, para marcar o fim de uma vida e o início da
próxima, — então eu deixei a história lá, flutuando no abismo. Eu nunca esperei que
alguém realmente fosse lê-lo.

Eu saltei para cima da minha cadeira e abri meu laptop. Maggie vigia sobre meu
ombro enquanto eu acesso minha conta. Ninguém encontra livros aqui. Há literalmente
milhões de contos, poemas e uma infindável variedade de escritores que são muito mais
talentosos do que eu. Meu livro deveria ter sido enterrado na parte inferior, e nunca ter sido
visto por ninguém. Mas quando a tela abre, eu vejo isso. As estatísticas estão na frente do
meu rosto, mas eu ainda não consigo acreditar.

— Oh! Meu. Deus.

Maggie está de pé ao meu lado, com os braços cruzados sobre o peito. Seus olhos
se arregalam antes que ela finalmente pisque.
— Presumo que você não disse a ninguém? Porque Neil vai cair fora de sua torre
de marfim quando perceber que esta autora dessa sacanagem é você.

Eu olho para Maggie com pânico em meus olhos.
— Eu não posso lhe dizer. Maggie – nem é mesmo sobre ele.

Ela sorri para mim, com conhecimento de causa. — Eu imaginei isso. Ele é muito
tenso para fazer algo bizarro assim. — Ela se senta ao meu lado.

Meu rosto queima em vermelho e eu desvio o olhar. — Você leu?

Capítulo 5

O sono não vem com facilidade, mas quando isso acontece sou sugada para o
passado. Braços fortes de Bryan estão em volta de mim, sua voz sussurra docemente no
meu ouvido quando ele faz as coisas para mim que me deixa esquecer tudo. Aqueles lábios
quentes pressionam uma trilha de beijos para baixo na parte de trás do meu pescoço. Sua
voz não é um eco, é real. Por algumas horas, estou perdida no passado, fazendo coisas que
não tinha feito desde então. A boca de Bryan é quente e úmida, fazendo meu corpo
enfurecer com luxúria.

— Diga-me o que você quer Hallie. Diga. — As respirações de Bryan são quentes e
pesadas no meu ouvido. Ele me prendeu na cama, com as mãos segurando meus pulsos.
Ele aperta a boca num local nas minhas costas que faz com que meus quadris se movam
por conta própria. Ofegante, eu gemo o seu nome, e falo. Digo palavras que eu nunca disse
antes.

Sinto o sorriso de Bryan na minha pele quando ele me mantém pra baixo,
pressionando meus seios no colchão. Liberando meus pulsos, ele usa seu corpo para me
segurar e ainda segue tocando tudo e entre as minhas pernas, me acariciando até que minha
bunda está se contorcendo violentamente na cama, exigindo mais. Eu sou uma confusão de
nervos e luxúria, querendo ser tocada, querendo-o dentro de mim. Peço-lhe, dizendo o seu
nome uma e outra vez.

Eu acordo ofegante e segurando os lençóis em minhas mãos. Meu corpo está
coberto de suor e por um segundo, estou horrorizada. Eu pressiono meus olhos fechados e
cubro o rosto com o braço. Foi só um sonho. Minha mente está presa no passado, mesmo
Neil não poderia me culpar por isso, mas não me faz sentir melhor. Esses sonhos
ressurgem nos momentos mais estranhos, e eles estão fazendo me sentir culpada.

Sentando-me, eu esfrego meu rosto e sigo para o telefone. Lá está uma tonelada de
chamadas perdidas e mensagens. Eu tenho tido o hábito de não atender ao telefone. A
maioria é de Maggie, mas há um de um número que eu não reconheço. Puxando meus

joelhos no meu peito, eu escuto a mensagem.

“Olá, sou Cecily Varden da Agência Varden, de Nova York. Eu gostaria de falar
com você sobre a representação. Por favor, ligue-me o mais cedo possível.”

Eu empurro o telefone longe da minha cabeça e olho para ele. Que diabos foi isso?
Ela deve ter ligado para o número errado. Eu não pensei duas vezes sobre isso. Nenhuma
agente de Nova York estaria me ligado. O pensamento é ridículo. Eu rolo para fora da
cama e caminho para o banheiro. Tenho que enfrentar o dia em algum momento, e me
recuso a sentar na cadeira novamente. O texto de Maggie sobre bundas grandes me faz rir,
mas no fundo da minha mente, eu me pergunto se é verdade. De qualquer maneira, vou
mudar para algum tipo de luto que não vai aumentar o tamanho do meu jeans. Coisas como
correr ou andar um pouco mais rápido do que o costume. Isso soa melhor.

Depois de escovar os dentes e puxar meu cabelo em um rabo de cavalo, vou para a
cozinha. O cheiro de canela bate-me com força e meu estômago se agita.

— Bom dia, Bela Adormecida. — Neil me dá um beijinho no rosto. Ele diz isso
como se eu estivesse dormindo muito, o que é totalmente errado. Eu nunca mais dormi.
Eu apenas fecho meus olhos e fico ali.

— Oi! — Eu digo e olho para a fonte do cheiro celestial. — São aqueles pãezinhos
de canela?

— Malditamente certo. — Diz Maggie e os caminha para a sala com uma caixa de
padaria em seu quadril. Neil revira os olhos. Ele não gosta muito dela. Algo sobre Maggie
ser uma má influência e tudo isso. — Eu conheço você ou o quê?

Eu ofereço um sorriso fraco. — Qual padaria?

— Psh, A & G. Como se eu fosse pegar coisas de qualquer outro lugar. Por favor.
— Maggie se senta na mesinha ao mesmo tempo em que eu, e empurra a caixa pra mim.
— Eu sabia que você não estava com disposição, então consegui todas as suas coisas
favoritas.

— Eu abro a tampa e recebo em cheio o cheiro de canela, fermento e açúcar em
pó. É uma caixa cheia com meus petiscos favoritos. Levanto uma bola redonda de massa
envolta em plástico.
— Você me deu uma bola de massa crua? — Eu não posso deixar de sorrir. — A
mulher me comprou massa de pizza crua e a jogou na caixa com os biscoitos, doces e
pãezinhos de canela.

— Sim. Vamos comer tudo da caixa e, em seguida, fazer um pouco de pão salsicha,
o tipo que seu pai costumava fazer. Você provavelmente vai chorar e rir, porque a primeira
vez que o fez, bem, você se lembra...

— Sim, nem mesmo o cachorro comeu.

— Sim, houve isso. — Maggie sorri para mim e não disse nada por alguns
momentos. —Então, quando você ia me dizer?

Eu olho para Neil e não vejo nenhuma reação dele. — Contar o quê?

— Contar o quê? — Ela zomba e ergue a cabeça para mim. — Como se você não
soubesse. Engraçado, Hallie. Vamos lá! Eu pensei que você me contasse tudo, mas não
tinha ideia! — Maggie é - toda sorrisos - e chega do outro lado da mesa para tocar a minha
mão como se eu deveria saber sobre o que ela está falando, mas não sei.

— Olho para Neil. — Um pouco de ajuda? O que diabos ela está falando? —
Minha boca se abre e eu dou uma mordida grande em um bolinho de canela e,
instantaneamente, gostaria de ter um copo de leite.

Neil revira os olhos. — Uma mulher de mau gosto com seu nome, escreveu um
livro de romance. — Ele aponta para Maggie em pé ao meu lado. — Ela acha que você fez
isso.

Eu engasgo e solto o bolinho. — O quê? — Não, não, não. Não é possível.

Maggie me entende melhor do que Neil. Suas suspeitas se confirmam, mas Neil

ainda não entende. Piscando para mim, Maggie altera sua declaração. — Tudo bem, tudo
bem. Acho que não, mas isso seria legal. Eu quase conheci uma celebridade. — Ela muda
de assunto até que Neil sai da sala alguns momentos depois. Maggie é repelente para Neil,
por isso nunca demora muito tempo. Ele permanece o tempo suficiente para comer um
canudo de chocolate e, em seguida, diz que tem que executar recados e desaparece.

Não até que seu carro dê partida do lado de fora que Maggie me dá um olhar
sincero.
—Então, bota para fora.

Meu coração está batendo muito rápido. Não há nenhuma maneira no inferno que
eles estão falando sobre o meu livro, mas isso explicaria a chamada da agente esta manhã, e
eu escrevi um livro muito atrevido. Um frio trabalha o seu caminho na minha espinha, até
que eu mal posso manter minha bunda na cadeira. Olhando para ela com o canto do meu
olho, eu digo:
— Não pode ser meu.

— Quando você escreveu um livro?

Dane-se! O que diabos eram as chances de que alguém iria encontrá-lo mesmo, não
importa, e o ler também? Como uma em um zilhão. Poucos dias depois de eu ter publicado
o livro, isso me ajudaria a me sentir melhor, mas certamente não teve o efeito que eu
esperava, eu precisava de algo catártico, para marcar o fim de uma vida e o início da
próxima, — então eu deixei a história lá, flutuando no abismo. Eu nunca esperei que
alguém realmente fosse lê-lo.

Eu saltei para cima da minha cadeira e abri meu laptop. Maggie vigia sobre meu
ombro enquanto eu acesso minha conta. Ninguém encontra livros aqui. Há literalmente
milhões de contos, poemas e uma infindável variedade de escritores que são muito mais
talentosos do que eu. Meu livro deveria ter sido enterrado na parte inferior, e nunca ter sido
visto por ninguém. Mas quando a tela abre, eu vejo isso. As estatísticas estão na frente do
meu rosto, mas eu ainda não consigo acreditar.

— Oh! Meu. Deus.

Maggie está de pé ao meu lado, com os braços cruzados sobre o peito. Seus olhos
se arregalam antes que ela finalmente pisque.
— Presumo que você não disse a ninguém? Porque Neil vai cair fora de sua torre
de marfim quando perceber que esta autora dessa sacanagem é você.

Eu olho para Maggie com pânico em meus olhos.
— Eu não posso lhe dizer. Maggie – nem é mesmo sobre ele.

Ela sorri para mim, com conhecimento de causa. — Eu imaginei isso. Ele é muito
tenso para fazer algo bizarro assim. — Ela se senta ao meu lado.

Meu rosto queima em vermelho e eu desvio o olhar. — Você leu?

Capítulo 5

O sono não vem com facilidade, mas quando isso acontece sou sugada para o
passado. Braços fortes de Bryan estão em volta de mim, sua voz sussurra docemente no
meu ouvido quando ele faz as coisas para mim que me deixa esquecer tudo. Aqueles lábios
quentes pressionam uma trilha de beijos para baixo na parte de trás do meu pescoço. Sua
voz não é um eco, é real. Por algumas horas, estou perdida no passado, fazendo coisas que
não tinha feito desde então. A boca de Bryan é quente e úmida, fazendo meu corpo
enfurecer com luxúria.

— Diga-me o que você quer Hallie. Diga. — As respirações de Bryan são quentes e
pesadas no meu ouvido. Ele me prendeu na cama, com as mãos segurando meus pulsos.
Ele aperta a boca num local nas minhas costas que faz com que meus quadris se movam
por conta própria. Ofegante, eu gemo o seu nome, e falo. Digo palavras que eu nunca disse
antes.

Sinto o sorriso de Bryan na minha pele quando ele me mantém pra baixo,
pressionando meus seios no colchão. Liberando meus pulsos, ele usa seu corpo para me
segurar e ainda segue tocando tudo e entre as minhas pernas, me acariciando até que minha
bunda está se contorcendo violentamente na cama, exigindo mais. Eu sou uma confusão de
nervos e luxúria, querendo ser tocada, querendo-o dentro de mim. Peço-lhe, dizendo o seu
nome uma e outra vez.

Eu acordo ofegante e segurando os lençóis em minhas mãos. Meu corpo está
coberto de suor e por um segundo, estou horrorizada. Eu pressiono meus olhos fechados e
cubro o rosto com o braço. Foi só um sonho. Minha mente está presa no passado, mesmo
Neil não poderia me culpar por isso, mas não me faz sentir melhor. Esses sonhos
ressurgem nos momentos mais estranhos, e eles estão fazendo me sentir culpada.

Sentando-me, eu esfrego meu rosto e sigo para o telefone. Lá está uma tonelada de
chamadas perdidas e mensagens. Eu tenho tido o hábito de não atender ao telefone. A
maioria é de Maggie, mas há um de um número que eu não reconheço. Puxando meus

joelhos no meu peito, eu escuto a mensagem.

“Olá, sou Cecily Varden da Agência Varden, de Nova York. Eu gostaria de falar
com você sobre a representação. Por favor, ligue-me o mais cedo possível.”

Eu empurro o telefone longe da minha cabeça e olho para ele. Que diabos foi isso?
Ela deve ter ligado para o número errado. Eu não pensei duas vezes sobre isso. Nenhuma
agente de Nova York estaria me ligado. O pensamento é ridículo. Eu rolo para fora da
cama e caminho para o banheiro. Tenho que enfrentar o dia em algum momento, e me
recuso a sentar na cadeira novamente. O texto de Maggie sobre bundas grandes me faz rir,
mas no fundo da minha mente, eu me pergunto se é verdade. De qualquer maneira, vou
mudar para algum tipo de luto que não vai aumentar o tamanho do meu jeans. Coisas como
correr ou andar um pouco mais rápido do que o costume. Isso soa melhor.

Depois de escovar os dentes e puxar meu cabelo em um rabo de cavalo, vou para a
cozinha. O cheiro de canela bate-me com força e meu estômago se agita.

— Bom dia, Bela Adormecida. — Neil me dá um beijinho no rosto. Ele diz isso
como se eu estivesse dormindo muito, o que é totalmente errado. Eu nunca mais dormi.
Eu apenas fecho meus olhos e fico ali.

— Oi! — Eu digo e olho para a fonte do cheiro celestial. — São aqueles pãezinhos
de canela?

— Malditamente certo. — Diz Maggie e os caminha para a sala com uma caixa de
padaria em seu quadril. Neil revira os olhos. Ele não gosta muito dela. Algo sobre Maggie
ser uma má influência e tudo isso. — Eu conheço você ou o quê?

Eu ofereço um sorriso fraco. — Qual padaria?

— Psh, A & G. Como se eu fosse pegar coisas de qualquer outro lugar. Por favor.
— Maggie se senta na mesinha ao mesmo tempo em que eu, e empurra a caixa pra mim.
— Eu sabia que você não estava com disposição, então consegui todas as suas coisas
favoritas.

— Eu abro a tampa e recebo em cheio o cheiro de canela, fermento e açúcar em
pó. É uma caixa cheia com meus petiscos favoritos. Levanto uma bola redonda de massa
envolta em plástico.
— Você me deu uma bola de massa crua? — Eu não posso deixar de sorrir. — A
mulher me comprou massa de pizza crua e a jogou na caixa com os biscoitos, doces e
pãezinhos de canela.

— Sim. Vamos comer tudo da caixa e, em seguida, fazer um pouco de pão salsicha,
o tipo que seu pai costumava fazer. Você provavelmente vai chorar e rir, porque a primeira
vez que o fez, bem, você se lembra...

— Sim, nem mesmo o cachorro comeu.

— Sim, houve isso. — Maggie sorri para mim e não disse nada por alguns
momentos. —Então, quando você ia me dizer?

Eu olho para Neil e não vejo nenhuma reação dele. — Contar o quê?

— Contar o quê? — Ela zomba e ergue a cabeça para mim. — Como se você não
soubesse. Engraçado, Hallie. Vamos lá! Eu pensei que você me contasse tudo, mas não
tinha ideia! — Maggie é - toda sorrisos - e chega do outro lado da mesa para tocar a minha
mão como se eu deveria saber sobre o que ela está falando, mas não sei.

— Olho para Neil. — Um pouco de ajuda? O que diabos ela está falando? —
Minha boca se abre e eu dou uma mordida grande em um bolinho de canela e,
instantaneamente, gostaria de ter um copo de leite.

Neil revira os olhos. — Uma mulher de mau gosto com seu nome, escreveu um
livro de romance. — Ele aponta para Maggie em pé ao meu lado. — Ela acha que você fez
isso.

Eu engasgo e solto o bolinho. — O quê? — Não, não, não. Não é possível.

Maggie me entende melhor do que Neil. Suas suspeitas se confirmam, mas Neil

ainda não entende. Piscando para mim, Maggie altera sua declaração. — Tudo bem, tudo
bem. Acho que não, mas isso seria legal. Eu quase conheci uma celebridade. — Ela muda
de assunto até que Neil sai da sala alguns momentos depois. Maggie é repelente para Neil,
por isso nunca demora muito tempo. Ele permanece o tempo suficiente para comer um
canudo de chocolate e, em seguida, diz que tem que executar recados e desaparece.

Não até que seu carro dê partida do lado de fora que Maggie me dá um olhar
sincero.
—Então, bota para fora.

Meu coração está batendo muito rápido. Não há nenhuma maneira no inferno que
eles estão falando sobre o meu livro, mas isso explicaria a chamada da agente esta manhã, e
eu escrevi um livro muito atrevido. Um frio trabalha o seu caminho na minha espinha, até
que eu mal posso manter minha bunda na cadeira. Olhando para ela com o canto do meu
olho, eu digo:
— Não pode ser meu.

— Quando você escreveu um livro?

Dane-se! O que diabos eram as chances de que alguém iria encontrá-lo mesmo, não
importa, e o ler também? Como uma em um zilhão. Poucos dias depois de eu ter publicado
o livro, isso me ajudaria a me sentir melhor, mas certamente não teve o efeito que eu
esperava, eu precisava de algo catártico, para marcar o fim de uma vida e o início da
próxima, — então eu deixei a história lá, flutuando no abismo. Eu nunca esperei que
alguém realmente fosse lê-lo.

Eu saltei para cima da minha cadeira e abri meu laptop. Maggie vigia sobre meu
ombro enquanto eu acesso minha conta. Ninguém encontra livros aqui. Há literalmente
milhões de contos, poemas e uma infindável variedade de escritores que são muito mais
talentosos do que eu. Meu livro deveria ter sido enterrado na parte inferior, e nunca ter sido
visto por ninguém. Mas quando a tela abre, eu vejo isso. As estatísticas estão na frente do
meu rosto, mas eu ainda não consigo acreditar.

— Oh! Meu. Deus.

Maggie está de pé ao meu lado, com os braços cruzados sobre o peito. Seus olhos
se arregalam antes que ela finalmente pisque.
— Presumo que você não disse a ninguém? Porque Neil vai cair fora de sua torre
de marfim quando perceber que esta autora dessa sacanagem é você.

Eu olho para Maggie com pânico em meus olhos.
— Eu não posso lhe dizer. Maggie – nem é mesmo sobre ele.

Ela sorri para mim, com conhecimento de causa. — Eu imaginei isso. Ele é muito
tenso para fazer algo bizarro assim. — Ela se senta ao meu lado.

Meu rosto queima em vermelho e eu desvio o olhar. — Você leu?

Capítulo 5

O sono não vem com facilidade, mas quando isso acontece sou sugada para o
passado. Braços fortes de Bryan estão em volta de mim, sua voz sussurra docemente no
meu ouvido quando ele faz as coisas para mim que me deixa esquecer tudo. Aqueles lábios
quentes pressionam uma trilha de beijos para baixo na parte de trás do meu pescoço. Sua
voz não é um eco, é real. Por algumas horas, estou perdida no passado, fazendo coisas que
não tinha feito desde então. A boca de Bryan é quente e úmida, fazendo meu corpo
enfurecer com luxúria.

— Diga-me o que você quer Hallie. Diga. — As respirações de Bryan são quentes e
pesadas no meu ouvido. Ele me prendeu na cama, com as mãos segurando meus pulsos.
Ele aperta a boca num local nas minhas costas que faz com que meus quadris se movam
por conta própria. Ofegante, eu gemo o seu nome, e falo. Digo palavras que eu nunca disse
antes.

Sinto o sorriso de Bryan na minha pele quando ele me mantém pra baixo,
pressionando meus seios no colchão. Liberando meus pulsos, ele usa seu corpo para me
segurar e ainda segue tocando tudo e entre as minhas pernas, me acariciando até que minha
bunda está se contorcendo violentamente na cama, exigindo mais. Eu sou uma confusão de
nervos e luxúria, querendo ser tocada, querendo-o dentro de mim. Peço-lhe, dizendo o seu
nome uma e outra vez.

Eu acordo ofegante e segurando os lençóis em minhas mãos. Meu corpo está
coberto de suor e por um segundo, estou horrorizada. Eu pressiono meus olhos fechados e
cubro o rosto com o braço. Foi só um sonho. Minha mente está presa no passado, mesmo
Neil não poderia me culpar por isso, mas não me faz sentir melhor. Esses sonhos
ressurgem nos momentos mais estranhos, e eles estão fazendo me sentir culpada.

Sentando-me, eu esfrego meu rosto e sigo para o telefone. Lá está uma tonelada de
chamadas perdidas e mensagens. Eu tenho tido o hábito de não atender ao telefone. A
maioria é de Maggie, mas há um de um número que eu não reconheço. Puxando meus

joelhos no meu peito, eu escuto a mensagem.

“Olá, sou Cecily Varden da Agência Varden, de Nova York. Eu gostaria de falar
com você sobre a representação. Por favor, ligue-me o mais cedo possível.”

Eu empurro o telefone longe da minha cabeça e olho para ele. Que diabos foi isso?
Ela deve ter ligado para o número errado. Eu não pensei duas vezes sobre isso. Nenhuma
agente de Nova York estaria me ligado. O pensamento é ridículo. Eu rolo para fora da
cama e caminho para o banheiro. Tenho que enfrentar o dia em algum momento, e me
recuso a sentar na cadeira novamente. O texto de Maggie sobre bundas grandes me faz rir,
mas no fundo da minha mente, eu me pergunto se é verdade. De qualquer maneira, vou
mudar para algum tipo de luto que não vai aumentar o tamanho do meu jeans. Coisas como
correr ou andar um pouco mais rápido do que o costume. Isso soa melhor.

Depois de escovar os dentes e puxar meu cabelo em um rabo de cavalo, vou para a
cozinha. O cheiro de canela bate-me com força e meu estômago se agita.

— Bom dia, Bela Adormecida. — Neil me dá um beijinho no rosto. Ele diz isso
como se eu estivesse dormindo muito, o que é totalmente errado. Eu nunca mais dormi.
Eu apenas fecho meus olhos e fico ali.

— Oi! — Eu digo e olho para a fonte do cheiro celestial. — São aqueles pãezinhos
de canela?

— Malditamente certo. — Diz Maggie e os caminha para a sala com uma caixa de
padaria em seu quadril. Neil revira os olhos. Ele não gosta muito dela. Algo sobre Maggie
ser uma má influência e tudo isso. — Eu conheço você ou o quê?

Eu ofereço um sorriso fraco. — Qual padaria?

— Psh, A & G. Como se eu fosse pegar coisas de qualquer outro lugar. Por favor.
— Maggie se senta na mesinha ao mesmo tempo em que eu, e empurra a caixa pra mim.
— Eu sabia que você não estava com disposição, então consegui todas as suas coisas
favoritas.

— Eu abro a tampa e recebo em cheio o cheiro de canela, fermento e açúcar em
pó. É uma caixa cheia com meus petiscos favoritos. Levanto uma bola redonda de massa
envolta em plástico.
— Você me deu uma bola de massa crua? — Eu não posso deixar de sorrir. — A
mulher me comprou massa de pizza crua e a jogou na caixa com os biscoitos, doces e
pãezinhos de canela.

— Sim. Vamos comer tudo da caixa e, em seguida, fazer um pouco de pão salsicha,
o tipo que seu pai costumava fazer. Você provavelmente vai chorar e rir, porque a primeira
vez que o fez, bem, você se lembra...

— Sim, nem mesmo o cachorro comeu.

— Sim, houve isso. — Maggie sorri para mim e não disse nada por alguns
momentos. —Então, quando você ia me dizer?

Eu olho para Neil e não vejo nenhuma reação dele. — Contar o quê?

— Contar o quê? — Ela zomba e ergue a cabeça para mim. — Como se você não
soubesse. Engraçado, Hallie. Vamos lá! Eu pensei que você me contasse tudo, mas não
tinha ideia! — Maggie é - toda sorrisos - e chega do outro lado da mesa para tocar a minha
mão como se eu deveria saber sobre o que ela está falando, mas não sei.

— Olho para Neil. — Um pouco de ajuda? O que diabos ela está falando? —
Minha boca se abre e eu dou uma mordida grande em um bolinho de canela e,
instantaneamente, gostaria de ter um copo de leite.

Neil revira os olhos. — Uma mulher de mau gosto com seu nome, escreveu um
livro de romance. — Ele aponta para Maggie em pé ao meu lado. — Ela acha que você fez
isso.

Eu engasgo e solto o bolinho. — O quê? — Não, não, não. Não é possível.

Maggie me entende melhor do que Neil. Suas suspeitas se confirmam, mas Neil

ainda não entende. Piscando para mim, Maggie altera sua declaração. — Tudo bem, tudo
bem. Acho que não, mas isso seria legal. Eu quase conheci uma celebridade. — Ela muda
de assunto até que Neil sai da sala alguns momentos depois. Maggie é repelente para Neil,
por isso nunca demora muito tempo. Ele permanece o tempo suficiente para comer um
canudo de chocolate e, em seguida, diz que tem que executar recados e desaparece.

Não até que seu carro dê partida do lado de fora que Maggie me dá um olhar
sincero.
—Então, bota para fora.

Meu coração está batendo muito rápido. Não há nenhuma maneira no inferno que
eles estão falando sobre o meu livro, mas isso explicaria a chamada da agente esta manhã, e
eu escrevi um livro muito atrevido. Um frio trabalha o seu caminho na minha espinha, até
que eu mal posso manter minha bunda na cadeira. Olhando para ela com o canto do meu
olho, eu digo:
— Não pode ser meu.

— Quando você escreveu um livro?

Dane-se! O que diabos eram as chances de que alguém iria encontrá-lo mesmo, não
importa, e o ler também? Como uma em um zilhão. Poucos dias depois de eu ter publicado
o livro, isso me ajudaria a me sentir melhor, mas certamente não teve o efeito que eu
esperava, eu precisava de algo catártico, para marcar o fim de uma vida e o início da
próxima, — então eu deixei a história lá, flutuando no abismo. Eu nunca esperei que
alguém realmente fosse lê-lo.

Eu saltei para cima da minha cadeira e abri meu laptop. Maggie vigia sobre meu
ombro enquanto eu acesso minha conta. Ninguém encontra livros aqui. Há literalmente
milhões de contos, poemas e uma infindável variedade de escritores que são muito mais
talentosos do que eu. Meu livro deveria ter sido enterrado na parte inferior, e nunca ter sido
visto por ninguém. Mas quando a tela abre, eu vejo isso. As estatísticas estão na frente do
meu rosto, mas eu ainda não consigo acreditar.

— Oh! Meu. Deus.

Maggie está de pé ao meu lado, com os braços cruzados sobre o peito. Seus olhos
se arregalam antes que ela finalmente pisque.
— Presumo que você não disse a ninguém? Porque Neil vai cair fora de sua torre
de marfim quando perceber que esta autora dessa sacanagem é você.

Eu olho para Maggie com pânico em meus olhos.
— Eu não posso lhe dizer. Maggie – nem é mesmo sobre ele.

Ela sorri para mim, com conhecimento de causa. — Eu imaginei isso. Ele é muito
tenso para fazer algo bizarro assim. — Ela se senta ao meu lado.

Meu rosto queima em vermelho e eu desvio o olhar. — Você leu?

Capítulo 5

O sono não vem com facilidade, mas quando isso acontece sou sugada para o
passado. Braços fortes de Bryan estão em volta de mim, sua voz sussurra docemente no
meu ouvido quando ele faz as coisas para mim que me deixa esquecer tudo. Aqueles lábios
quentes pressionam uma trilha de beijos para baixo na parte de trás do meu pescoço. Sua
voz não é um eco, é real. Por algumas horas, estou perdida no passado, fazendo coisas que
não tinha feito desde então. A boca de Bryan é quente e úmida, fazendo meu corpo
enfurecer com luxúria.

— Diga-me o que você quer Hallie. Diga. — As respirações de Bryan são quentes e
pesadas no meu ouvido. Ele me prendeu na cama, com as mãos segurando meus pulsos.
Ele aperta a boca num local nas minhas costas que faz com que meus quadris se movam
por conta própria. Ofegante, eu gemo o seu nome, e falo. Digo palavras que eu nunca disse
antes.

Sinto o sorriso de Bryan na minha pele quando ele me mantém pra baixo,
pressionando meus seios no colchão. Liberando meus pulsos, ele usa seu corpo para me
segurar e ainda segue tocando tudo e entre as minhas pernas, me acariciando até que minha
bunda está se contorcendo violentamente na cama, exigindo mais. Eu sou uma confusão de
nervos e luxúria, querendo ser tocada, querendo-o dentro de mim. Peço-lhe, dizendo o seu
nome uma e outra vez.

Eu acordo ofegante e segurando os lençóis em minhas mãos. Meu corpo está
coberto de suor e por um segundo, estou horrorizada. Eu pressiono meus olhos fechados e
cubro o rosto com o braço. Foi só um sonho. Minha mente está presa no passado, mesmo
Neil não poderia me culpar por isso, mas não me faz sentir melhor. Esses sonhos
ressurgem nos momentos mais estranhos, e eles estão fazendo me sentir culpada.

Sentando-me, eu esfrego meu rosto e sigo para o telefone. Lá está uma tonelada de
chamadas perdidas e mensagens. Eu tenho tido o hábito de não atender ao telefone. A
maioria é de Maggie, mas há um de um número que eu não reconheço. Puxando meus

joelhos no meu peito, eu escuto a mensagem.

“Olá, sou Cecily Varden da Agência Varden, de Nova York. Eu gostaria de falar
com você sobre a representação. Por favor, ligue-me o mais cedo possível.”

Eu empurro o telefone longe da minha cabeça e olho para ele. Que diabos foi isso?
Ela deve ter ligado para o número errado. Eu não pensei duas vezes sobre isso. Nenhuma
agente de Nova York estaria me ligado. O pensamento é ridículo. Eu rolo para fora da
cama e caminho para o banheiro. Tenho que enfrentar o dia em algum momento, e me
recuso a sentar na cadeira novamente. O texto de Maggie sobre bundas grandes me faz rir,
mas no fundo da minha mente, eu me pergunto se é verdade. De qualquer maneira, vou
mudar para algum tipo de luto que não vai aumentar o tamanho do meu jeans. Coisas como
correr ou andar um pouco mais rápido do que o costume. Isso soa melhor.

Depois de escovar os dentes e puxar meu cabelo em um rabo de cavalo, vou para a
cozinha. O cheiro de canela bate-me com força e meu estômago se agita.

— Bom dia, Bela Adormecida. — Neil me dá um beijinho no rosto. Ele diz isso
como se eu estivesse dormindo muito, o que é totalmente errado. Eu nunca mais dormi.
Eu apenas fecho meus olhos e fico ali.

— Oi! — Eu digo e olho para a fonte do cheiro celestial. — São aqueles pãezinhos
de canela?

— Malditamente certo. — Diz Maggie e os caminha para a sala com uma caixa de
padaria em seu quadril. Neil revira os olhos. Ele não gosta muito dela. Algo sobre Maggie
ser uma má influência e tudo isso. — Eu conheço você ou o quê?

Eu ofereço um sorriso fraco. — Qual padaria?

— Psh, A & G. Como se eu fosse pegar coisas de qualquer outro lugar. Por favor.
— Maggie se senta na mesinha ao mesmo tempo em que eu, e empurra a caixa pra mim.
— Eu sabia que você não estava com disposição, então consegui todas as suas coisas
favoritas.

— Eu abro a tampa e recebo em cheio o cheiro de canela, fermento e açúcar em
pó. É uma caixa cheia com meus petiscos favoritos. Levanto uma bola redonda de massa
envolta em plástico.
— Você me deu uma bola de massa crua? — Eu não posso deixar de sorrir. — A
mulher me comprou massa de pizza crua e a jogou na caixa com os biscoitos, doces e
pãezinhos de canela.

— Sim. Vamos comer tudo da caixa e, em seguida, fazer um pouco de pão salsicha,
o tipo que seu pai costumava fazer. Você provavelmente vai chorar e rir, porque a primeira
vez que o fez, bem, você se lembra...

— Sim, nem mesmo o cachorro comeu.

— Sim, houve isso. — Maggie sorri para mim e não disse nada por alguns
momentos. —Então, quando você ia me dizer?

Eu olho para Neil e não vejo nenhuma reação dele. — Contar o quê?

— Contar o quê? — Ela zomba e ergue a cabeça para mim. — Como se você não
soubesse. Engraçado, Hallie. Vamos lá! Eu pensei que você me contasse tudo, mas não
tinha ideia! — Maggie é - toda sorrisos - e chega do outro lado da mesa para tocar a minha
mão como se eu deveria saber sobre o que ela está falando, mas não sei.

— Olho para Neil. — Um pouco de ajuda? O que diabos ela está falando? —
Minha boca se abre e eu dou uma mordida grande em um bolinho de canela e,
instantaneamente, gostaria de ter um copo de leite.

Neil revira os olhos. — Uma mulher de mau gosto com seu nome, escreveu um
livro de romance. — Ele aponta para Maggie em pé ao meu lado. — Ela acha que você fez
isso.

Eu engasgo e solto o bolinho. — O quê? — Não, não, não. Não é possível.

Maggie me entende melhor do que Neil. Suas suspeitas se confirmam, mas Neil

ainda não entende. Piscando para mim, Maggie altera sua declaração. — Tudo bem, tudo
bem. Acho que não, mas isso seria legal. Eu quase conheci uma celebridade. — Ela muda
de assunto até que Neil sai da sala alguns momentos depois. Maggie é repelente para Neil,
por isso nunca demora muito tempo. Ele permanece o tempo suficiente para comer um
canudo de chocolate e, em seguida, diz que tem que executar recados e desaparece.

Não até que seu carro dê partida do lado de fora que Maggie me dá um olhar
sincero.
—Então, bota para fora.

Meu coração está batendo muito rápido. Não há nenhuma maneira no inferno que
eles estão falando sobre o meu livro, mas isso explicaria a chamada da agente esta manhã, e
eu escrevi um livro muito atrevido. Um frio trabalha o seu caminho na minha espinha, até
que eu mal posso manter minha bunda na cadeira. Olhando para ela com o canto do meu
olho, eu digo:
— Não pode ser meu.

— Quando você escreveu um livro?

Dane-se! O que diabos eram as chances de que alguém iria encontrá-lo mesmo, não
importa, e o ler também? Como uma em um zilhão. Poucos dias depois de eu ter publicado
o livro, isso me ajudaria a me sentir melhor, mas certamente não teve o efeito que eu
esperava, eu precisava de algo catártico, para marcar o fim de uma vida e o início da
próxima, — então eu deixei a história lá, flutuando no abismo. Eu nunca esperei que
alguém realmente fosse lê-lo.

Eu saltei para cima da minha cadeira e abri meu laptop. Maggie vigia sobre meu
ombro enquanto eu acesso minha conta. Ninguém encontra livros aqui. Há literalmente
milhões de contos, poemas e uma infindável variedade de escritores que são muito mais
talentosos do que eu. Meu livro deveria ter sido enterrado na parte inferior, e nunca ter sido
visto por ninguém. Mas quando a tela abre, eu vejo isso. As estatísticas estão na frente do
meu rosto, mas eu ainda não consigo acreditar.

— Oh! Meu. Deus.

Maggie está de pé ao meu lado, com os braços cruzados sobre o peito. Seus olhos
se arregalam antes que ela finalmente pisque.
— Presumo que você não disse a ninguém? Porque Neil vai cair fora de sua torre
de marfim quando perceber que esta autora dessa sacanagem é você.

Eu olho para Maggie com pânico em meus olhos.
— Eu não posso lhe dizer. Maggie – nem é mesmo sobre ele.

Ela sorri para mim, com conhecimento de causa. — Eu imaginei isso. Ele é muito
tenso para fazer algo bizarro assim. — Ela se senta ao meu lado.

Meu rosto queima em vermelho e eu desvio o olhar. — Você leu?

Capítulo 5

O sono não vem com facilidade, mas quando isso acontece sou sugada para o
passado. Braços fortes de Bryan estão em volta de mim, sua voz sussurra docemente no
meu ouvido quando ele faz as coisas para mim que me deixa esquecer tudo. Aqueles lábios
quentes pressionam uma trilha de beijos para baixo na parte de trás do meu pescoço. Sua
voz não é um eco, é real. Por algumas horas, estou perdida no passado, fazendo coisas que
não tinha feito desde então. A boca de Bryan é quente e úmida, fazendo meu corpo
enfurecer com luxúria.

— Diga-me o que você quer Hallie. Diga. — As respirações de Bryan são quentes e
pesadas no meu ouvido. Ele me prendeu na cama, com as mãos segurando meus pulsos.
Ele aperta a boca num local nas minhas costas que faz com que meus quadris se movam
por conta própria. Ofegante, eu gemo o seu nome, e falo. Digo palavras que eu nunca disse
antes.

Sinto o sorriso de Bryan na minha pele quando ele me mantém pra baixo,
pressionando meus seios no colchão. Liberando meus pulsos, ele usa seu corpo para me
segurar e ainda segue tocando tudo e entre as minhas pernas, me acariciando até que minha
bunda está se contorcendo violentamente na cama, exigindo mais. Eu sou uma confusão de
nervos e luxúria, querendo ser tocada, querendo-o dentro de mim. Peço-lhe, dizendo o seu
nome uma e outra vez.

Eu acordo ofegante e segurando os lençóis em minhas mãos. Meu corpo está
coberto de suor e por um segundo, estou horrorizada. Eu pressiono meus olhos fechados e
cubro o rosto com o braço. Foi só um sonho. Minha mente está presa no passado, mesmo
Neil não poderia me culpar por isso, mas não me faz sentir melhor. Esses sonhos
ressurgem nos momentos mais estranhos, e eles estão fazendo me sentir culpada.

Sentando-me, eu esfrego meu rosto e sigo para o telefone. Lá está uma tonelada de
chamadas perdidas e mensagens. Eu tenho tido o hábito de não atender ao telefone. A
maioria é de Maggie, mas há um de um número que eu não reconheço. Puxando meus

joelhos no meu peito, eu escuto a mensagem.

“Olá, sou Cecily Varden da Agência Varden, de Nova York. Eu gostaria de falar
com você sobre a representação. Por favor, ligue-me o mais cedo possível.”

Eu empurro o telefone longe da minha cabeça e olho para ele. Que diabos foi isso?
Ela deve ter ligado para o número errado. Eu não pensei duas vezes sobre isso. Nenhuma
agente de Nova York estaria me ligado. O pensamento é ridículo. Eu rolo para fora da
cama e caminho para o banheiro. Tenho que enfrentar o dia em algum momento, e me
recuso a sentar na cadeira novamente. O texto de Maggie sobre bundas grandes me faz rir,
mas no fundo da minha mente, eu me pergunto se é verdade. De qualquer maneira, vou
mudar para algum tipo de luto que não vai aumentar o tamanho do meu jeans. Coisas como
correr ou andar um pouco mais rápido do que o costume. Isso soa melhor.

Depois de escovar os dentes e puxar meu cabelo em um rabo de cavalo, vou para a
cozinha. O cheiro de canela bate-me com força e meu estômago se agita.

— Bom dia, Bela Adormecida. — Neil me dá um beijinho no rosto. Ele diz isso
como se eu estivesse dormindo muito, o que é totalmente errado. Eu nunca mais dormi.
Eu apenas fecho meus olhos e fico ali.

— Oi! — Eu digo e olho para a fonte do cheiro celestial. — São aqueles pãezinhos
de canela?

— Malditamente certo. — Diz Maggie e os caminha para a sala com uma caixa de
padaria em seu quadril. Neil revira os olhos. Ele não gosta muito dela. Algo sobre Maggie
ser uma má influência e tudo isso. — Eu conheço você ou o quê?

Eu ofereço um sorriso fraco. — Qual padaria?

— Psh, A & G. Como se eu fosse pegar coisas de qualquer outro lugar. Por favor.
— Maggie se senta na mesinha ao mesmo tempo em que eu, e empurra a caixa pra mim.
— Eu sabia que você não estava com disposição, então consegui todas as suas coisas
favoritas.

— Eu abro a tampa e recebo em cheio o cheiro de canela, fermento e açúcar em
pó. É uma caixa cheia com meus petiscos favoritos. Levanto uma bola redonda de massa
envolta em plástico.
— Você me deu uma bola de massa crua? — Eu não posso deixar de sorrir. — A
mulher me comprou massa de pizza crua e a jogou na caixa com os biscoitos, doces e
pãezinhos de canela.

— Sim. Vamos comer tudo da caixa e, em seguida, fazer um pouco de pão salsicha,
o tipo que seu pai costumava fazer. Você provavelmente vai chorar e rir, porque a primeira
vez que o fez, bem, você se lembra...

— Sim, nem mesmo o cachorro comeu.

— Sim, houve isso. — Maggie sorri para mim e não disse nada por alguns
momentos. —Então, quando você ia me dizer?

Eu olho para Neil e não vejo nenhuma reação dele. — Contar o quê?

— Contar o quê? — Ela zomba e ergue a cabeça para mim. — Como se você não
soubesse. Engraçado, Hallie. Vamos lá! Eu pensei que você me contasse tudo, mas não
tinha ideia! — Maggie é - toda sorrisos - e chega do outro lado da mesa para tocar a minha
mão como se eu deveria saber sobre o que ela está falando, mas não sei.

— Olho para Neil. — Um pouco de ajuda? O que diabos ela está falando? —
Minha boca se abre e eu dou uma mordida grande em um bolinho de canela e,
instantaneamente, gostaria de ter um copo de leite.

Neil revira os olhos. — Uma mulher de mau gosto com seu nome, escreveu um
livro de romance. — Ele aponta para Maggie em pé ao meu lado. — Ela acha que você fez
isso.

Eu engasgo e solto o bolinho. — O quê? — Não, não, não. Não é possível.

Maggie me entende melhor do que Neil. Suas suspeitas se confirmam, mas Neil

ainda não entende. Piscando para mim, Maggie altera sua declaração. — Tudo bem, tudo
bem. Acho que não, mas isso seria legal. Eu quase conheci uma celebridade. — Ela muda
de assunto até que Neil sai da sala alguns momentos depois. Maggie é repelente para Neil,
por isso nunca demora muito tempo. Ele permanece o tempo suficiente para comer um
canudo de chocolate e, em seguida, diz que tem que executar recados e desaparece.

Não até que seu carro dê partida do lado de fora que Maggie me dá um olhar
sincero.
—Então, bota para fora.

Meu coração está batendo muito rápido. Não há nenhuma maneira no inferno que
eles estão falando sobre o meu livro, mas isso explicaria a chamada da agente esta manhã, e
eu escrevi um livro muito atrevido. Um frio trabalha o seu caminho na minha espinha, até
que eu mal posso manter minha bunda na cadeira. Olhando para ela com o canto do meu
olho, eu digo:
— Não pode ser meu.

— Quando você escreveu um livro?

Dane-se! O que diabos eram as chances de que alguém iria encontrá-lo mesmo, não
importa, e o ler também? Como uma em um zilhão. Poucos dias depois de eu ter publicado
o livro, isso me ajudaria a me sentir melhor, mas certamente não teve o efeito que eu
esperava, eu precisava de algo catártico, para marcar o fim de uma vida e o início da
próxima, — então eu deixei a história lá, flutuando no abismo. Eu nunca esperei que
alguém realmente fosse lê-lo.

Eu saltei para cima da minha cadeira e abri meu laptop. Maggie vigia sobre meu
ombro enquanto eu acesso minha conta. Ninguém encontra livros aqui. Há literalmente
milhões de contos, poemas e uma infindável variedade de escritores que são muito mais
talentosos do que eu. Meu livro deveria ter sido enterrado na parte inferior, e nunca ter sido
visto por ninguém. Mas quando a tela abre, eu vejo isso. As estatísticas estão na frente do
meu rosto, mas eu ainda não consigo acreditar.

— Oh! Meu. Deus.

Maggie está de pé ao meu lado, com os braços cruzados sobre o peito. Seus olhos
se arregalam antes que ela finalmente pisque.
— Presumo que você não disse a ninguém? Porque Neil vai cair fora de sua torre
de marfim quando perceber que esta autora dessa sacanagem é você.

Eu olho para Maggie com pânico em meus olhos.
— Eu não posso lhe dizer. Maggie – nem é mesmo sobre ele.

Ela sorri para mim, com conhecimento de causa. — Eu imaginei isso. Ele é muito
tenso para fazer algo bizarro assim. — Ela se senta ao meu lado.

Meu rosto queima em vermelho e eu desvio o olhar. — Você leu?

Capítulo 5

O sono não vem com facilidade, mas quando isso acontece sou sugada para o
passado. Braços fortes de Bryan estão em volta de mim, sua voz sussurra docemente no
meu ouvido quando ele faz as coisas para mim que me deixa esquecer tudo. Aqueles lábios
quentes pressionam uma trilha de beijos para baixo na parte de trás do meu pescoço. Sua
voz não é um eco, é real. Por algumas horas, estou perdida no passado, fazendo coisas que
não tinha feito desde então. A boca de Bryan é quente e úmida, fazendo meu corpo
enfurecer com luxúria.

— Diga-me o que você quer Hallie. Diga. — As respirações de Bryan são quentes e
pesadas no meu ouvido. Ele me prendeu na cama, com as mãos segurando meus pulsos.
Ele aperta a boca num local nas minhas costas que faz com que meus quadris se movam
por conta própria. Ofegante, eu gemo o seu nome, e falo. Digo palavras que eu nunca disse
antes.

Sinto o sorriso de Bryan na minha pele quando ele me mantém pra baixo,
pressionando meus seios no colchão. Liberando meus pulsos, ele usa seu corpo para me
segurar e ainda segue tocando tudo e entre as minhas pernas, me acariciando até que minha
bunda está se contorcendo violentamente na cama, exigindo mais. Eu sou uma confusão de
nervos e luxúria, querendo ser tocada, querendo-o dentro de mim. Peço-lhe, dizendo o seu
nome uma e outra vez.

Eu acordo ofegante e segurando os lençóis em minhas mãos. Meu corpo está
coberto de suor e por um segundo, estou horrorizada. Eu pressiono meus olhos fechados e
cubro o rosto com o braço. Foi só um sonho. Minha mente está presa no passado, mesmo
Neil não poderia me culpar por isso, mas não me faz sentir melhor. Esses sonhos
ressurgem nos momentos mais estranhos, e eles estão fazendo me sentir culpada.

Sentando-me, eu esfrego meu rosto e sigo para o telefone. Lá está uma tonelada de
chamadas perdidas e mensagens. Eu tenho tido o hábito de não atender ao telefone. A
maioria é de Maggie, mas há um de um número que eu não reconheço. Puxando meus

joelhos no meu peito, eu escuto a mensagem.

“Olá, sou Cecily Varden da Agência Varden, de Nova York. Eu gostaria de falar
com você sobre a representação. Por favor, ligue-me o mais cedo possível.”

Eu empurro o telefone longe da minha cabeça e olho para ele. Que diabos foi isso?
Ela deve ter ligado para o número errado. Eu não pensei duas vezes sobre isso. Nenhuma
agente de Nova York estaria me ligado. O pensamento é ridículo. Eu rolo para fora da
cama e caminho para o banheiro. Tenho que enfrentar o dia em algum momento, e me
recuso a sentar na cadeira novamente. O texto de Maggie sobre bundas grandes me faz rir,
mas no fundo da minha mente, eu me pergunto se é verdade. De qualquer maneira, vou
mudar para algum tipo de luto que não vai aumentar o tamanho do meu jeans. Coisas como
correr ou andar um pouco mais rápido do que o costume. Isso soa melhor.

Depois de escovar os dentes e puxar meu cabelo em um rabo de cavalo, vou para a
cozinha. O cheiro de canela bate-me com força e meu estômago se agita.

— Bom dia, Bela Adormecida. — Neil me dá um beijinho no rosto. Ele diz isso
como se eu estivesse dormindo muito, o que é totalmente errado. Eu nunca mais dormi.
Eu apenas fecho meus olhos e fico ali.

— Oi! — Eu digo e olho para a fonte do cheiro celestial. — São aqueles pãezinhos
de canela?

— Malditamente certo. — Diz Maggie e os caminha para a sala com uma caixa de
padaria em seu quadril. Neil revira os olhos. Ele não gosta muito dela. Algo sobre Maggie
ser uma má influência e tudo isso. — Eu conheço você ou o quê?

Eu ofereço um sorriso fraco. — Qual padaria?

— Psh, A & G. Como se eu fosse pegar coisas de qualquer outro lugar. Por favor.
— Maggie se senta na mesinha ao mesmo tempo em que eu, e empurra a caixa pra mim.
— Eu sabia que você não estava com disposição, então consegui todas as suas coisas
favoritas.

— Eu abro a tampa e recebo em cheio o cheiro de canela, fermento e açúcar em
pó. É uma caixa cheia com meus petiscos favoritos. Levanto uma bola redonda de massa
envolta em plástico.
— Você me deu uma bola de massa crua? — Eu não posso deixar de sorrir. — A
mulher me comprou massa de pizza crua e a jogou na caixa com os biscoitos, doces e
pãezinhos de canela.

— Sim. Vamos comer tudo da caixa e, em seguida, fazer um pouco de pão salsicha,
o tipo que seu pai costumava fazer. Você provavelmente vai chorar e rir, porque a primeira
vez que o fez, bem, você se lembra...

— Sim, nem mesmo o cachorro comeu.

— Sim, houve isso. — Maggie sorri para mim e não disse nada por alguns
momentos. —Então, quando você ia me dizer?

Eu olho para Neil e não vejo nenhuma reação dele. — Contar o quê?

— Contar o quê? — Ela zomba e ergue a cabeça para mim. — Como se você não
soubesse. Engraçado, Hallie. Vamos lá! Eu pensei que você me contasse tudo, mas não
tinha ideia! — Maggie é - toda sorrisos - e chega do outro lado da mesa para tocar a minha
mão como se eu deveria saber sobre o que ela está falando, mas não sei.

— Olho para Neil. — Um pouco de ajuda? O que diabos ela está falando? —
Minha boca se abre e eu dou uma mordida grande em um bolinho de canela e,
instantaneamente, gostaria de ter um copo de leite.

Neil revira os olhos. — Uma mulher de mau gosto com seu nome, escreveu um
livro de romance. — Ele aponta para Maggie em pé ao meu lado. — Ela acha que você fez
isso.

Eu engasgo e solto o bolinho. — O quê? — Não, não, não. Não é possível.

Maggie me entende melhor do que Neil. Suas suspeitas se confirmam, mas Neil

ainda não entende. Piscando para mim, Maggie altera sua declaração. — Tudo bem, tudo
bem. Acho que não, mas isso seria legal. Eu quase conheci uma celebridade. — Ela muda
de assunto até que Neil sai da sala alguns momentos depois. Maggie é repelente para Neil,
por isso nunca demora muito tempo. Ele permanece o tempo suficiente para comer um
canudo de chocolate e, em seguida, diz que tem que executar recados e desaparece.

Não até que seu carro dê partida do lado de fora que Maggie me dá um olhar
sincero.
—Então, bota para fora.

Meu coração está batendo muito rápido. Não há nenhuma maneira no inferno que
eles estão falando sobre o meu livro, mas isso explicaria a chamada da agente esta manhã, e
eu escrevi um livro muito atrevido. Um frio trabalha o seu caminho na minha espinha, até
que eu mal posso manter minha bunda na cadeira. Olhando para ela com o canto do meu
olho, eu digo:
— Não pode ser meu.

— Quando você escreveu um livro?

Dane-se! O que diabos eram as chances de que alguém iria encontrá-lo mesmo, não
importa, e o ler também? Como uma em um zilhão. Poucos dias depois de eu ter publicado
o livro, isso me ajudaria a me sentir melhor, mas certamente não teve o efeito que eu
esperava, eu precisava de algo catártico, para marcar o fim de uma vida e o início da
próxima, — então eu deixei a história lá, flutuando no abismo. Eu nunca esperei que
alguém realmente fosse lê-lo.

Eu saltei para cima da minha cadeira e abri meu laptop. Maggie vigia sobre meu
ombro enquanto eu acesso minha conta. Ninguém encontra livros aqui. Há literalmente
milhões de contos, poemas e uma infindável variedade de escritores que são muito mais
talentosos do que eu. Meu livro deveria ter sido enterrado na parte inferior, e nunca ter sido
visto por ninguém. Mas quando a tela abre, eu vejo isso. As estatísticas estão na frente do
meu rosto, mas eu ainda não consigo acreditar.

— Oh! Meu. Deus.

Maggie está de pé ao meu lado, com os braços cruzados sobre o peito. Seus olhos
se arregalam antes que ela finalmente pisque.
— Presumo que você não disse a ninguém? Porque Neil vai cair fora de sua torre
de marfim quando perceber que esta autora dessa sacanagem é você.

Eu olho para Maggie com pânico em meus olhos.
— Eu não posso lhe dizer. Maggie – nem é mesmo sobre ele.

Ela sorri para mim, com conhecimento de causa. — Eu imaginei isso. Ele é muito
tenso para fazer algo bizarro assim. — Ela se senta ao meu lado.

Meu rosto queima em vermelho e eu desvio o olhar. — Você leu?

Ela ri e senta-se na cadeira de frente para mim novamente. — Hallie, todo mundo
leu. Está em todo o lugar. Todos os programas de entrevistas estão repletos sobre isso. É
tão sexy, tão sincero, tão emocional. É como crack. As pessoas não podem obter o
suficiente. E parece que milhões de pessoas já leu esta de acordo com as estatísticas aí. —
Ela se inclina toda e aponta para a tela.

— Maggie como pode esconder isso de Neil? Eu não posso dizer-lhe que escrevi
isso. Você sabe que ele vai surtar. O maldito livro inteiro é sobre a perda de controle. Ele
vai pensar que eu sou a garota da propagando do filme para o mal. — Estou perto de
hiperventilar, mas é por causa de muito mais. Não é apenas sobre a perda de controle das
emoções e da minha vida, são os atos sexuais descritos lá que ele ficará irado. Estou
contente por ter retido e não escrito tudo sobre o que Bryan e eu fizemos naquela época,
mas não importa, não para Neil. Ele vai ter um ataque.

Maggie não sabe sobre a minha relação com Bryan. Ninguém sabe. É um segredo
que eu tenho mantido por tanto tempo e não vou dizer as pessoas agora. Bryan tinha tanta
pressão sobre ele, vindo de sua família, e eu não queria o escrutínio. Nosso relacionamento
foi quente e rápido. Paixão assim não é sustentável, ou pelo menos é o que digo a mim
mesmo quando penso nele. Separamos-nos depois de uma discussão acalorada.

Se Neil descobre, isso vai esmagá-lo, e me fazer parecer uma daquelas presunçosas

sem cérebro, uma imitação das esposas da família Ferro. Essa família traz uma porrada de
problemas com ele. Até agora, ninguém descobriu. Piscando rapidamente, olho para longe
dela. — Neil não pode pensar, ele não pode...

— Hallie. — Ela inclina a cabeça para o lado, como se pudesse dizer que não estou
dizendo-lhe alguma coisa. Um olhar simpático atravessa seu rosto. — Você não pode
esconder essa sua parte dele e não deveria.

— Eu não estou escondendo. A mulher nesse livro, bem, ela não está mais comigo.
— Esses tipos de desejos não ditam minhas ações da forma como o fizeram no passado.

As coisas com Bryan foram abrasadoras, mas é impossível viver assim. Quando a
paixão domina a razão, bem, que tipo de pessoa faz isso? Além disso, do ponto de vista de
Neil sobre sexo são mais confortáveis, mais aceitos. Ninguém me olhava estranho por dizer
que gosto de posição papai-mamãe, mas algumas coisas que eu fiz com Bryan — algumas
coisas no livro. — Oh! Deus. Que diabos fez alguém ler? Pelo menos eu tive juízo
suficiente para mudar o seu nome. Agora, a única pessoa que sabe sobre Bryan Ferro sou
eu, e bem, Bryan, assumindo que ele lê livros de sacanagem de covardes postados no
Padpress, um site gratuito cheio, principalmente, de fãs de ficção.

Mag me bate com o cotovelo, puxando-me dos meus pensamentos. — Quando
você fez essas coisas? Parece tão estranho. Quero dizer, você é tão doce e bonita. Eu sou a
única louca e nunca teria pensado...

Eu a cortei. — Maggie, por favor. Eu tenho uma coisa boa com Neil. Eu não posso
perdê-lo. Eu não posso... — Eu engasgo com a última palavra.

Maggie move sua cadeira mais perto da minha e sorri para mim. — Eu não vou
dizer nada e não se preocupe. Você não vai perdê-lo, querida. Isto é o que você fará. Diga-
lhe que é ficção, totalmente composta e que a sua mente divaga por caminhos estranhos
quando está angustiada. Ele não vai ligar.

— Tem certeza? — Quando eu olho em seus grandes olhos verdes, eu vejo muito.
Uma vida inteira de risos e lágrimas. Ela sempre esteve comigo e se sua vida não fosse um

desastre, ela teria estado lá quando papai morreu. Ela teria me deixado chorar em seu
ombro, mas as coisas não saíram dessa forma.

— Sim, desde que ele não saiba que o que você está escrevendo realmente
aconteceu você está bem. Conhecendo Neil, ele vai reclamar, mas vai passar. Além disso,
ele tem isso bom com você. Ele não vai querer perder isso por algo assim.

Olhando para minhas mãos, eu balanço minha cabeça, mas não tenho tanta certeza.
Somos muito diferentes e este é um desses momentos que se torna muito óbvio. — Não,
ele não o faz. Pelo menos Neil tem a extremidade curta da vara. Eu não tenho nada. Eu
não sei por que ele ainda está comigo.

— Você está brincando? Aquele desgraçado tem sorte de ter você. Você é incrível e
vale a pena manter alguém que vai estar lá por você se chover merda ou margaridas. —
Mag é uma pessoa colorida. Ela está vestida como um pastel gigante com o cabelo
vermelho brilhante, um corpete preto e saia, com meias arco-íris juntamente com botas
pretas. Há uma nova faixa azul de cabelo que continua caindo em seus olhos. Ela os sopra
de volta com os lábios e cospe em mim um pouco. Cobrindo a boca com a mão, seus olhos
se arregalam. — Oh! Meu Deus. Sinto muito!

Sorrindo suavemente, eu limpo meu rosto. — Você é tão eloquente.

— Uma de nós tem que ser. — Ela sorri descontroladamente e se inclina,
balançando as sobrancelhas. — Então, quem era esse cara misterioso?

Capítulo 6

— Então, deixe-me ver se entendi. — Neil tem as palmas das mãos juntas como se
estivesse tentando não atacar e gritar comigo. — Você escreveu um livro sobre sexo e
publicou-o porquê estava chateada quando seu pai morreu. É isso que você está me
dizendo? — O tom de Neil é condescendente. Ele é, de repente, incapaz de olhar para
mim. — Eu esperaria esse tipo de coisa de Maggie, mas não de você.

— Que tipo de coisa, Neil? Escrita libertadora? — Eu não posso olhar para ele,
mas não gosto do jeito que ele está falando para mim.

— Qual parte foi libertador, Hallie? Detalhes gráficos de ir para baixo e chupar um
cara, ou se curvar e fazer sexo por trás?

Eu fico toda tensa quando ele fala comigo dessa maneira. É como tapa verbal. —
Eu fiz o que precisava fazer para lidar do meu jeito com a uma porrada de porcaria que
veio rolando. Se você não pode lidar com isso, então talvez isso seja uma má ideia. — Eu
gesticulo entre nós e olho para a porta. Eu não posso ir para Maggie, mas não posso ficar
aqui com Neil olhando para baixo do nariz para mim. Ele acha que tudo é completamente
figurado, e que talvez seja, mas não vou pedir desculpas por uma das únicas vezes em
minha vida que eu estava realmente feliz.

Menos defensiva, Hallie. As coisas no livro não aconteceram. Eu canto a mentira
dentro da minha cabeça uma e outra vez, e tento não reagir.

— Se eu não puder lidar com isso? Você realmente disse isso? O que eu tenho
vindo a dizer desde que isso aconteceu? Você precisa falar com alguém! Eu lhe disse que
você pode falar comigo, mas você não fez isso. Em vez disso, escreveu uma coisa
horrivelmente suja e nunca disse uma palavra. As pessoas estão falando sobre isso, Hallie, e
você sabe o que eles pensam? Eles estão dizendo que é sobre nós! — A voz de Neil está
uma oitava estridente mais alta quando ele termina de falar. Suas mãos estão voando pelo
ar, como se ele fosse um ninja que conduz uma orquestra. — Nós!

— Quem se importa com o que as pessoas dizem? Você é o único que está sempre
dizendo isso. — O telefone toca, e então, não quero ter essa conversa. Talvez eu seja uma
covarde, mas eu atendo, o que faz com que ele fique louco. Neil sai da sala. Eu não o sigo
quando ele bate coisas na cozinha, bate gavetas. — Alô? — Eu digo calmamente, como se
eu não estivesse no meio de uma discussão do inferno.

— Olá, senhorita Raymond, eu presumo?

— Sim, sou eu. Como posso ajudá-la? — Neil me olha através da porta. Eu
gostaria que ele, pelo menos, agisse como se entendesse. Fingir simpatia é melhor do que
nada

— Aqui é Cecily Varden da Agência Varden, em Nova York. Você é a autora do
AMOR PERDIDO?

— Sim. — Eu comprimo minhas mãos nos meus braços e inclino-me para trás
contra o balcão. — Olha, agora realmente não é um bom momento...

— Eu peço desculpas, mas tenho tentado falar com você há alguns dias. Tenho
várias ofertas para o seu livro.

— Eu não estou interessada. — Estou prestes a desligar, mas sua voz assume um
som apressado agudo frenético que me para.

— Espere. Eles estão oferecendo sete números, além de outro contrato para um
filme. Senhorita Raymond, eu entendo que você já passou por muita coisa recentemente, e
não quero incomodá-la, mas é preciso perceber que existem pessoas oferecendo-lhe uma
grande quantidade de dinheiro pela história que você escreveu. Está tocando as pessoas de
uma forma que não se vê todos os dias. — Eu não pisco. Eu estou lá com minhas
sobrancelhas ligeiramente levantadas e olho para a parede. — Senhorita Raymond?

Concordo com a cabeça lentamente. — Eu não posso discutir isso agora, mas eu
dou-lhe permissão para falar com Neil Scortz sobre isso. — Eu passo o telefone em Neil

antes de me virar e sair correndo pela porta da frente.

Meu corpo não responde da maneira que deveria. Meu estômago se agita como
quando eu bebi leite estragado e eu vomitei nas rosas de Neil. Todo o meu corpo dói e por
um segundo posso sentir novamente. Apertando os lábios, me sento com força na varanda
da frente e seguro meu rosto em minhas mãos. Isso não pode estar acontecendo. A
resposta para todas as minhas orações está balançando na minha frente, mas não posso
levá-la. Se eu fizer isso, vai expor Bryan e eu vou perder Neil. Mas, se não aceitar o
dinheiro, então não há nenhuma maneira de terminar a escola. Papai deu-se tanto por mim.
Oh! Deus. Eu poderia ter a casa de volta. Eu poderia entrar no banco e apenas comprar a
coisa. Eu nem sequer preciso de uma hipoteca. Parece que meu corpo está sendo rasgado
ao meio, então me dobro para aliviar a dor. Gotas de suor na minha testa aparecem e eu
começo a chorar sobre os meus joelhos.

Eu não posso perder mais ninguém. Agora não. Eu simplesmente não posso.

Não tenho ideia de quanto tempo estive sentada quando uma mão toca meu
ombro. Antes que eu possa olhar para cima, meus reflexos chutam. Minha coluna endireita
quando meu cotovelo voa de volta e se conecta com o estômago dele. Neil maldiçoa e
cambaleia para trás, ofegante. — Droga, Hallie!

Eu salto para cima e agarro seu ombro, tentando virá-lo em direção a mim. — Eu
sinto muito. Você me assustou. Neil, eu não queria.

Neil está segurando o estômago e olhando para mim. Eu fiz isso com ele mais de
uma vez. Ele tem reflexos muito lentos. Você acharia que ele saltaria para fora do caminho
agora, ou caminharia ao redor para que eu pudesse vê-lo antes de tocar em meus ombros.
Chame de um instinto de sobrevivência em New York, mas eu não gosto quando as
pessoas andam atrás de mim.

Ele tenta sorrir para mim. — Eu estou bem. — Pegando minha mão ele se senta na
varanda e me puxa para baixo ao lado dele. — Você quer saber o que ela disse?

Eu olho para frente e inclino-me em seu ombro. — Eu realmente não me importo.

Eu não posso dizer sim, por isso não importa.

— Não seja boba. Claro que você pode dizer sim. — Neil me olha engraçado. —
Por que você diz isso?

Quem é você e o que você fez com Neil? Minha boca fica aberta por um momento,
antes que eu deixe escapar: — Você estava gritando comigo por escrever essa história,
então, como poderia ser bom publicá-lo? Ou fazer um filme? — Oh! Deus, minha cabeça
dói. Eu meio que desejo que só explodisse e acabasse com isso. Eu suspiro profundamente
e tento não chorar.

— Hallie, você sabe quantos download já foram feitos? — Eu balancei minha
cabeça. Eu vi alguns números na tela antes, mas não parei para ver o que eram ou o que
significava. Ele sorri para mim como se eu precisasse ter alguém para segurar a minha mão
para atravessar. — Você se tornou grande o suficiente para atrair ótima atenção. A
imprensa está comentando sobre você, o que fez todo mundo olhar. Ouça você já escreveu
o livro e todo mundo já sabe. Você deve aceitar o acordo.

— Mas o que dizer de nós?

Ele encolhe os ombros e olha para a rua. — É ficção, certo? — Oh! Deus. Há um
lago de fogo no inferno com o meu nome nele. Concordo com a cabeça e tento não
parecer culpada. —Então, é só mais um pedaço de lixo sensacionalista, mas desta vez ele
nos beneficia. — Na verdade, ele sorri e bate no meu ombro.

Não é lixo, não para mim. Olhando para as minhas mãos, eu pergunto: — Você leu
isso?

— Eu preciso?

Eu balanço minha cabeça. — Basta saber.

Ele passa as mãos pelo cabelo curto e suspira, e sua espinha rígida finalmente
relaxa. — Ouça Hallie. O estrago já está feito. Eu vou ter que enfrentar os caras no

trabalho, não importa o que você faça então você pode muito bem pegar o dinheiro.
Admito que suavize o golpe. — Ele oferece um sorriso fraco e descansa a mão nas minhas
costas. — O que eu não sei como explicar é por que você escreveria algo tão animalesco
em primeiro lugar. Não é como se você realmente desejasse fazer essas coisas, certo? —
Ele ri nervosamente e eu sei que não posso contar-lhe tudo, mas não posso evitar cutucá-lo
dessa forma.

Eu olho para ele e mantenho as mãos entrelaçadas no meu colo. — Seria tão ruim
assim? — Seus olhos se arregalam quando um olhar de choque atravessa seu rosto. — Não
tudo, mas sendo um pouco mais, eu não sei apaixonado? Teria que ser tão ruim assim?

— Isso não é paixão, amor. É moralmente desprovido de amor é como animais.
Você é uma mulher inteligente, o que realmente a faria apelar para agir como um animal
irracional? — Neil tem um olhar preocupado em seu rosto enquanto espera por minha
resposta.

Não há nada que eu possa dizer que não soe mal. — Não, isso não acontece. —
Meu estômago afunda e meu corpo se sente paralisado novamente. Intelectualmente, Neil
está lá em cima, mas ele tem o barômetro emocional de um cacto. — Então, o que você
disse a Varden?

Ele sorri para mim. — Eu disse a ela para redigir os documentos.

Capítulo 7

O maxilar de Maggie bate contra o tampo da mesa. — Você sabia que iriam lhe
oferecer tanto dinheiro?

Eu balanço minha cabeça, olhando para a tela do computador com as ofertas
propostas. Vários deles querem comprar os direitos para o meu livro. — Não. Isso é um
monte de dinheiro. — Se os porcos pudessem voar, um estaria subindo acima da minha
cabeça em círculos, como um rei acima das tempestades, e que parece mais realista do que
o que está acontecendo na frente do meu rosto.

Os milhares de pessoas delirantes sobre o meu livro me renderam algumas sérias
mudanças nos bolsos. Quais eram as chances de isso acontecer? Acho que era mais
provável ser atingida por um raio. Talvez eu devesse ter mais cuidado quando for lá fora.
Eu olho pela janela e olho para o céu. Não há mais de abrigo para esta menina.

Maggie está babando em cima do teclado, a me faz perguntas. — O que você vai
comprar? Quero dizer, você poderia conseguir um novo guarda-roupa, um apartamento
incrível e pagar por suas aulas no próximo semestre. — Ela pisca novamente, como se
esperasse que o número desaparecesse. — Quando você vai receber o pagamento?

— Eu não tenho certeza. — Meus lábios se contorcem. Estou feliz e nervosa. O
dinheiro vai me ajudar a colocar meus pés no chão novamente, mas há a ameaça persistente
de Bryan. E se ele vê a história? Ele assiste TV, certo? Eu posso não imaginá-lo feliz com
isso, Deus sabe que eu ficaria chateada. É totalmente errado escrever sobre um ex e
publicá-lo para todo mundo ver. É assustador, e o pensamento de que Bryan descobrir está
me fazendo enjoada.

Eu olho para Maggie, preocupada. — Você não acha que ele vai perceber?

Ela encolhe os ombros. — Talvez sim, talvez não. Depende do cara, e você ainda
não me disse o seu nome. Eu não esqueci. Eu gostaria de saber quem transformou você em

uma pequena maníaca sexual. — Ela ri, mas não olha para mim.

Difícil. Maggie é minha melhor amiga e tudo, mas não falo detalhes com ela ou
com qualquer um. E agora todo mundo sabe o que gosto e como gosto. É embaraçoso
uma santa virar um hibrido de monstro com cachorra, Eu faço uma careta. — Por que
você quer saber isso?

— Então, eu poderia ficar com um de seus irmãos. Maggie gosta de coisas
esquisitas. — Ela sorri para mim e olha para a tela novamente. — Cliquei em voltar para o
livro no site Padpress. — Toca no monitor, ela ondula seu lábio, dizendo: — Esta é uma
capa muito feia por sinal.

Eu não posso discutir isso. É basicamente um pedaço de folha solta com um tipo
de letra de máquina de escrever rebocados através das linhas azuis. — É exigido de
conhecimentos nulos de informática, tudo bem. Além disso, supostamente ninguém
deveria lê-lo.

— Então, para que você colocou lá fora?

Boa pergunta, e a verdade é mais um pressentimento do que um pensamento
cognitivo. Às vezes eu escrevo para mim e isso é o suficiente. Desta vez não foi. Desta vez
escrevi sobre amor e perda, dor e morte, mas apenas tê-lo no meu computador não era
suficiente. Parecia que segurava um pássaro engaiolado na palma da minha mão. Havia algo
pressionando que seria libertador publicar urgente. Era catártico, não importando o que diz
Neil.

Levantando-me do computador, eu puxo meu cabelo em um rabo de cavalo e
atravesso a sala de estar. — Eu não sei como dizer isso.

— Tente. — Ela se vira, mas não levanta.

Evitando o olhar dela, pego uma caneca de café e tento colocar os sentimentos às
palavras. — Tudo de ruim que aconteceu, e estava presa dentro de mim com pequenos
pontos brilhantes bons. Por alguma razão, eles continuaram batendo um no outro. Eu não

perguntei por que, ou li qualquer coisa para isso. Pressionar publicar era como escrever
uma carta e deixá-la cair fora do Empire State Building. Em teoria, alguém poderia lê-lo,
mas a probabilidade seria de que iria para o lixo sob os pés sem que ninguém nunca visse.
Eu não sei. Talvez eu seja meio louca.

Maggie balança a cabeça. — Não, você não é meio louca e ignore Neil se ele não
conseguir. Só porque ele é uma imitação de psiquiatra, não significa que tem o poder
mágico de ver dentro de seu coração. Além disso, o coração e a cabeça não estão sempre
indo na mesma direção, se você sabe o que quero dizer. Luto faz coisas para uma pessoa.
— Maggie exala um suspiro e força um sorriso.

Sua vida tem sido ruim e de alguma forma ela se senta aqui e consegue sorrir, mas
meu rosto parece que vai rachar quando os cantos da minha boca se elevam. Eu não sei
como ela faz isso. Ninguém além de mim se preocupa com ela, ela não tem família, e foi
devolvida de um lar adotivo para outro, até que ela tivesse idade suficiente para sair. Ela
está sem dinheiro, mas se esforça muito. Agora ela trabalha em algum bar e as gorjetas são
boas, mas eu me preocupo com ela.

Estávamos no mesmo orfanato até que meu pai me adotou quando eu estava na
terceira série. Maggie ficou para trás, mas eu ainda a via na escola. Ao contrário do resto
das crianças naquela casa, ela conseguiu ficar parada. Quanto a mim, minha mãe gostava
mais de heroína do que de comida. O serviço de Proteção a Criança encontrou-me quando
eu tinha cinco anos de idade, escondida no fundo de um armário enquanto ela estava
fazendo Deus sabe o quê.

Esse período da minha vida é coberto de sombras como um pesadelo. Eu não
consigo lembrar quais coisas realmente aconteceram e quais eram pesadelos. Enquanto os
eventos não se destacam muito, o sofrimento emocional daquele tempo ainda está vivo.
Medo angustiante possuiu meu pequeno corpo naquela época. Meus jovens olhos tinham
visto coisas que nenhuma criança jamais deveria ver. Depois disso, passei alguns anos em
lares adotivos até que meu pai me adotou. Eu era uma das crianças de sorte. Maggie não
teve tanta sorte.

Eu ainda estou nervosa e agito a colher em torno do meu copo. O que as pessoas

pensarão de mim quando lerem isso? Eu sei que não deveria me importar, mas o faço, um
pouco. Olhando para ela, pergunto timidamente: — Você não acha que sou meio louca por
publicar algo que eu não quero que as pessoas vejam?

— Nah! — Ela acena-me e se inclina para trás em sua cadeira. — Você está mais
propensa a cair num buraco.

Eu rio. — Um buraco?

— Sim. Eu vejo as notícias. Buracos é a nova ameaça. Bem, buracos e ursos, mas
vamos enfrentá-los, não existem ursos correndo para cima e para baixo na Sunrise
Highway, então acho que estamos seguras. — Ela sorri para mim. — Mas quando você se
tornar um peixe graúdo e viver em um palácio na Califórnia, cuidado, porque eles têm as
duas coisas. — Ela faz um rugido e bate em mim.

— Você é uma idiota. — O sorriso não parece forçado neste momento. Ela, na
verdade, faz-me rir de novo.

— Então, o que você vai comprar?

— Nada ainda. Eu não tenho esse dinheiro e por tudo que sei isso não pode render
um centavo. Agora eu ainda sou uma bunda pobre.

Ela levanta o punho para mim, e eu bato o meu contra a dela. — Bem-vinda ao
clube. Nós trabalhamos o dobro e chegamos a algum lugar rápido demais.

Concordo com a cabeça, mas não posso afastar a sensação de que Bryan não vai
gostar disso quando descobrir, porque ele vai vê-lo. É só uma questão de quando.

O telefone toca. É Cecily novamente. Ela está tentando me convidar para algum
baile na cidade neste fim de semana. Eu passo a coisa para a vida e pressiono-o para o meu
ouvido. — Alô?

Cecily grita. — Pegue seu vestido de festa! Estamos dentro. Todo mundo que você

precisa para apertar o negócio vai estar lá. Além disso, tenho você ligada a apresentar um
prêmio antes da festa naquela noite. Você precisa de um vestido de noite e dizer a Neil para
vestir um smoking.

Meu estômago cai em meu tênis. — Apresentar um prêmio? Onde?

Ela está animada, mas tenho a sensação de que ela fez isso um milhão de vezes, e a
emoção tem mais a ver com estabelecer um negócio do que com a festa. — Oh, não é
grande coisa querida, mas vou dar para você uma propaganda extra. Você só lê as linhas em
uma pequena tela e imediatamente sai do caminho. Muito fácil. — Cecily faz parecer
menor, mas não é.

— Este é um evento televisionado?

— Claro!

— Eu não posso fazer isso. Cecily...

— Neil disse que você pode fazer isso. Ouça Hallie, é hora de colocar-se em suas
calças de garota grande. Esta pequena coisa vai ser exposição instantânea. Todo mundo
acha que você é a coisa mais doce que já viu. Você tem apelo infantil em massa, e
precisamos levá-lo em frente às câmeras. Quanto mais as pessoas souberem sobre você,
melhor.

— Cecília, eu não posso. Eu odeio falar em público.

— Vai ler garota. Você pode ler. — Antes que eu possa lhe dizer não novamente,
ela acrescenta: — Eu terei um carro para buscá-la às seis. Use um vestido de noite escuro,
nada muito chamativo. Queremos jogar a sua vibração de boa menina para contrastar com
a sua versão perversa no livro. Isso vai vendê-los e eles estarão comendo em nossas mãos.
Você já tem algumas ofertas, mas queremos uma guerra cheia de lances. Esta é a tacada que
muda tudo. — Cecily é tudo sobre o dinheiro. Ela não é pago a menos que eu receba o
pagamento, e ao mesmo tempo uma carga de caminhão de dinheiro soa bem, eu prefiro
morrer a estar no palco.

Antes que eu possa dizer não, ela desliga. Eu faço um som agravado na parte de
trás da minha garganta e olho para o meu telefone. Eu acho que não gosto muito dela, ao
mesmo tempo, um empurrão pode ser o que preciso para obter minha bunda na
engrenagem. — Essa era a minha agente. Ela quer que eu anuncie o vencedor de um show
de prêmio televisivo hoje à noite e, em seguida, ir para o banquete.

Maggie pode dizer que eu não quero ir. Odeio multidões, odeio tudo isso. — O que
você vai fazer? Eu sei que este não é o seu lugar, Hallie, mas você realmente vai passar por
isso?

— Eu nem sequer tenho um vestido. Como vou fazer isso? Como é que vou pagar
por isso?

Antes que eu pudesse olhar para cima, Maggie está com sua bolsa. Ela puxa para
fora um maço de dinheiro. — Quanto é que precisamos?

— Onde você conseguiu isso? — Eu bocejo e estreito meu olhar em sua mão.

— É meu, e o que é meu é teu.

— Eu não posso pegar o seu dinheiro.

— Uh, mas você pode pegar emprestado. Empréstimos são totalmente permitidos.
Podemos ir até as promoções e que eu posso fazer o seu cabelo e maquiagem. Você vai
parecer impressionante. — Ela sorri para mim e fica em pé. — Vamos Hallie. Deixe-me
fazer isso por você. Você sempre me ajuda. É a minha vez de retribuir o favor. Vamos. —
Ela diz a última palavra uma e outra vez até que eu desista e diga sim.


CONTINUA

Ela ri e senta-se na cadeira de frente para mim novamente. — Hallie, todo mundo
leu. Está em todo o lugar. Todos os programas de entrevistas estão repletos sobre isso. É
tão sexy, tão sincero, tão emocional. É como crack. As pessoas não podem obter o
suficiente. E parece que milhões de pessoas já leu esta de acordo com as estatísticas aí. —
Ela se inclina toda e aponta para a tela.

— Maggie como pode esconder isso de Neil? Eu não posso dizer-lhe que escrevi
isso. Você sabe que ele vai surtar. O maldito livro inteiro é sobre a perda de controle. Ele
vai pensar que eu sou a garota da propagando do filme para o mal. — Estou perto de
hiperventilar, mas é por causa de muito mais. Não é apenas sobre a perda de controle das
emoções e da minha vida, são os atos sexuais descritos lá que ele ficará irado. Estou
contente por ter retido e não escrito tudo sobre o que Bryan e eu fizemos naquela época,
mas não importa, não para Neil. Ele vai ter um ataque.

Maggie não sabe sobre a minha relação com Bryan. Ninguém sabe. É um segredo
que eu tenho mantido por tanto tempo e não vou dizer as pessoas agora. Bryan tinha tanta
pressão sobre ele, vindo de sua família, e eu não queria o escrutínio. Nosso relacionamento
foi quente e rápido. Paixão assim não é sustentável, ou pelo menos é o que digo a mim
mesmo quando penso nele. Separamos-nos depois de uma discussão acalorada.

Se Neil descobre, isso vai esmagá-lo, e me fazer parecer uma daquelas presunçosas

sem cérebro, uma imitação das esposas da família Ferro. Essa família traz uma porrada de
problemas com ele. Até agora, ninguém descobriu. Piscando rapidamente, olho para longe
dela. — Neil não pode pensar, ele não pode...

— Hallie. — Ela inclina a cabeça para o lado, como se pudesse dizer que não estou
dizendo-lhe alguma coisa. Um olhar simpático atravessa seu rosto. — Você não pode
esconder essa sua parte dele e não deveria.

— Eu não estou escondendo. A mulher nesse livro, bem, ela não está mais comigo.
— Esses tipos de desejos não ditam minhas ações da forma como o fizeram no passado.

As coisas com Bryan foram abrasadoras, mas é impossível viver assim. Quando a
paixão domina a razão, bem, que tipo de pessoa faz isso? Além disso, do ponto de vista de
Neil sobre sexo são mais confortáveis, mais aceitos. Ninguém me olhava estranho por dizer
que gosto de posição papai-mamãe, mas algumas coisas que eu fiz com Bryan — algumas
coisas no livro. — Oh! Deus. Que diabos fez alguém ler? Pelo menos eu tive juízo
suficiente para mudar o seu nome. Agora, a única pessoa que sabe sobre Bryan Ferro sou
eu, e bem, Bryan, assumindo que ele lê livros de sacanagem de covardes postados no
Padpress, um site gratuito cheio, principalmente, de fãs de ficção.

Mag me bate com o cotovelo, puxando-me dos meus pensamentos. — Quando
você fez essas coisas? Parece tão estranho. Quero dizer, você é tão doce e bonita. Eu sou a
única louca e nunca teria pensado...

Eu a cortei. — Maggie, por favor. Eu tenho uma coisa boa com Neil. Eu não posso
perdê-lo. Eu não posso... — Eu engasgo com a última palavra.

Maggie move sua cadeira mais perto da minha e sorri para mim. — Eu não vou
dizer nada e não se preocupe. Você não vai perdê-lo, querida. Isto é o que você fará. Diga-
lhe que é ficção, totalmente composta e que a sua mente divaga por caminhos estranhos
quando está angustiada. Ele não vai ligar.

— Tem certeza? — Quando eu olho em seus grandes olhos verdes, eu vejo muito.
Uma vida inteira de risos e lágrimas. Ela sempre esteve comigo e se sua vida não fosse um

desastre, ela teria estado lá quando papai morreu. Ela teria me deixado chorar em seu
ombro, mas as coisas não saíram dessa forma.

— Sim, desde que ele não saiba que o que você está escrevendo realmente
aconteceu você está bem. Conhecendo Neil, ele vai reclamar, mas vai passar. Além disso,
ele tem isso bom com você. Ele não vai querer perder isso por algo assim.

Olhando para minhas mãos, eu balanço minha cabeça, mas não tenho tanta certeza.
Somos muito diferentes e este é um desses momentos que se torna muito óbvio. — Não,
ele não o faz. Pelo menos Neil tem a extremidade curta da vara. Eu não tenho nada. Eu
não sei por que ele ainda está comigo.

— Você está brincando? Aquele desgraçado tem sorte de ter você. Você é incrível e
vale a pena manter alguém que vai estar lá por você se chover merda ou margaridas. —
Mag é uma pessoa colorida. Ela está vestida como um pastel gigante com o cabelo
vermelho brilhante, um corpete preto e saia, com meias arco-íris juntamente com botas
pretas. Há uma nova faixa azul de cabelo que continua caindo em seus olhos. Ela os sopra
de volta com os lábios e cospe em mim um pouco. Cobrindo a boca com a mão, seus olhos
se arregalam. — Oh! Meu Deus. Sinto muito!

Sorrindo suavemente, eu limpo meu rosto. — Você é tão eloquente.

— Uma de nós tem que ser. — Ela sorri descontroladamente e se inclina,
balançando as sobrancelhas. — Então, quem era esse cara misterioso?

Capítulo 6

— Então, deixe-me ver se entendi. — Neil tem as palmas das mãos juntas como se
estivesse tentando não atacar e gritar comigo. — Você escreveu um livro sobre sexo e
publicou-o porquê estava chateada quando seu pai morreu. É isso que você está me
dizendo? — O tom de Neil é condescendente. Ele é, de repente, incapaz de olhar para
mim. — Eu esperaria esse tipo de coisa de Maggie, mas não de você.

— Que tipo de coisa, Neil? Escrita libertadora? — Eu não posso olhar para ele,
mas não gosto do jeito que ele está falando para mim.

— Qual parte foi libertador, Hallie? Detalhes gráficos de ir para baixo e chupar um
cara, ou se curvar e fazer sexo por trás?

Eu fico toda tensa quando ele fala comigo dessa maneira. É como tapa verbal. —
Eu fiz o que precisava fazer para lidar do meu jeito com a uma porrada de porcaria que
veio rolando. Se você não pode lidar com isso, então talvez isso seja uma má ideia. — Eu
gesticulo entre nós e olho para a porta. Eu não posso ir para Maggie, mas não posso ficar
aqui com Neil olhando para baixo do nariz para mim. Ele acha que tudo é completamente
figurado, e que talvez seja, mas não vou pedir desculpas por uma das únicas vezes em
minha vida que eu estava realmente feliz.

Menos defensiva, Hallie. As coisas no livro não aconteceram. Eu canto a mentira
dentro da minha cabeça uma e outra vez, e tento não reagir.

— Se eu não puder lidar com isso? Você realmente disse isso? O que eu tenho
vindo a dizer desde que isso aconteceu? Você precisa falar com alguém! Eu lhe disse que
você pode falar comigo, mas você não fez isso. Em vez disso, escreveu uma coisa
horrivelmente suja e nunca disse uma palavra. As pessoas estão falando sobre isso, Hallie, e
você sabe o que eles pensam? Eles estão dizendo que é sobre nós! — A voz de Neil está
uma oitava estridente mais alta quando ele termina de falar. Suas mãos estão voando pelo
ar, como se ele fosse um ninja que conduz uma orquestra. — Nós!

— Quem se importa com o que as pessoas dizem? Você é o único que está sempre
dizendo isso. — O telefone toca, e então, não quero ter essa conversa. Talvez eu seja uma
covarde, mas eu atendo, o que faz com que ele fique louco. Neil sai da sala. Eu não o sigo
quando ele bate coisas na cozinha, bate gavetas. — Alô? — Eu digo calmamente, como se
eu não estivesse no meio de uma discussão do inferno.

— Olá, senhorita Raymond, eu presumo?

— Sim, sou eu. Como posso ajudá-la? — Neil me olha através da porta. Eu
gostaria que ele, pelo menos, agisse como se entendesse. Fingir simpatia é melhor do que
nada

— Aqui é Cecily Varden da Agência Varden, em Nova York. Você é a autora do
AMOR PERDIDO?

— Sim. — Eu comprimo minhas mãos nos meus braços e inclino-me para trás
contra o balcão. — Olha, agora realmente não é um bom momento...

— Eu peço desculpas, mas tenho tentado falar com você há alguns dias. Tenho
várias ofertas para o seu livro.

— Eu não estou interessada. — Estou prestes a desligar, mas sua voz assume um
som apressado agudo frenético que me para.

— Espere. Eles estão oferecendo sete números, além de outro contrato para um
filme. Senhorita Raymond, eu entendo que você já passou por muita coisa recentemente, e
não quero incomodá-la, mas é preciso perceber que existem pessoas oferecendo-lhe uma
grande quantidade de dinheiro pela história que você escreveu. Está tocando as pessoas de
uma forma que não se vê todos os dias. — Eu não pisco. Eu estou lá com minhas
sobrancelhas ligeiramente levantadas e olho para a parede. — Senhorita Raymond?

Concordo com a cabeça lentamente. — Eu não posso discutir isso agora, mas eu
dou-lhe permissão para falar com Neil Scortz sobre isso. — Eu passo o telefone em Neil

antes de me virar e sair correndo pela porta da frente.

Meu corpo não responde da maneira que deveria. Meu estômago se agita como
quando eu bebi leite estragado e eu vomitei nas rosas de Neil. Todo o meu corpo dói e por
um segundo posso sentir novamente. Apertando os lábios, me sento com força na varanda
da frente e seguro meu rosto em minhas mãos. Isso não pode estar acontecendo. A
resposta para todas as minhas orações está balançando na minha frente, mas não posso
levá-la. Se eu fizer isso, vai expor Bryan e eu vou perder Neil. Mas, se não aceitar o
dinheiro, então não há nenhuma maneira de terminar a escola. Papai deu-se tanto por mim.
Oh! Deus. Eu poderia ter a casa de volta. Eu poderia entrar no banco e apenas comprar a
coisa. Eu nem sequer preciso de uma hipoteca. Parece que meu corpo está sendo rasgado
ao meio, então me dobro para aliviar a dor. Gotas de suor na minha testa aparecem e eu
começo a chorar sobre os meus joelhos.

Eu não posso perder mais ninguém. Agora não. Eu simplesmente não posso.

Não tenho ideia de quanto tempo estive sentada quando uma mão toca meu
ombro. Antes que eu possa olhar para cima, meus reflexos chutam. Minha coluna endireita
quando meu cotovelo voa de volta e se conecta com o estômago dele. Neil maldiçoa e
cambaleia para trás, ofegante. — Droga, Hallie!

Eu salto para cima e agarro seu ombro, tentando virá-lo em direção a mim. — Eu
sinto muito. Você me assustou. Neil, eu não queria.

Neil está segurando o estômago e olhando para mim. Eu fiz isso com ele mais de
uma vez. Ele tem reflexos muito lentos. Você acharia que ele saltaria para fora do caminho
agora, ou caminharia ao redor para que eu pudesse vê-lo antes de tocar em meus ombros.
Chame de um instinto de sobrevivência em New York, mas eu não gosto quando as
pessoas andam atrás de mim.

Ele tenta sorrir para mim. — Eu estou bem. — Pegando minha mão ele se senta na
varanda e me puxa para baixo ao lado dele. — Você quer saber o que ela disse?

Eu olho para frente e inclino-me em seu ombro. — Eu realmente não me importo.

Eu não posso dizer sim, por isso não importa.

— Não seja boba. Claro que você pode dizer sim. — Neil me olha engraçado. —
Por que você diz isso?

Quem é você e o que você fez com Neil? Minha boca fica aberta por um momento,
antes que eu deixe escapar: — Você estava gritando comigo por escrever essa história,
então, como poderia ser bom publicá-lo? Ou fazer um filme? — Oh! Deus, minha cabeça
dói. Eu meio que desejo que só explodisse e acabasse com isso. Eu suspiro profundamente
e tento não chorar.

— Hallie, você sabe quantos download já foram feitos? — Eu balancei minha
cabeça. Eu vi alguns números na tela antes, mas não parei para ver o que eram ou o que
significava. Ele sorri para mim como se eu precisasse ter alguém para segurar a minha mão
para atravessar. — Você se tornou grande o suficiente para atrair ótima atenção. A
imprensa está comentando sobre você, o que fez todo mundo olhar. Ouça você já escreveu
o livro e todo mundo já sabe. Você deve aceitar o acordo.

— Mas o que dizer de nós?

Ele encolhe os ombros e olha para a rua. — É ficção, certo? — Oh! Deus. Há um
lago de fogo no inferno com o meu nome nele. Concordo com a cabeça e tento não
parecer culpada. —Então, é só mais um pedaço de lixo sensacionalista, mas desta vez ele
nos beneficia. — Na verdade, ele sorri e bate no meu ombro.

Não é lixo, não para mim. Olhando para as minhas mãos, eu pergunto: — Você leu
isso?

— Eu preciso?

Eu balanço minha cabeça. — Basta saber.

Ele passa as mãos pelo cabelo curto e suspira, e sua espinha rígida finalmente
relaxa. — Ouça Hallie. O estrago já está feito. Eu vou ter que enfrentar os caras no

trabalho, não importa o que você faça então você pode muito bem pegar o dinheiro.
Admito que suavize o golpe. — Ele oferece um sorriso fraco e descansa a mão nas minhas
costas. — O que eu não sei como explicar é por que você escreveria algo tão animalesco
em primeiro lugar. Não é como se você realmente desejasse fazer essas coisas, certo? —
Ele ri nervosamente e eu sei que não posso contar-lhe tudo, mas não posso evitar cutucá-lo
dessa forma.

Eu olho para ele e mantenho as mãos entrelaçadas no meu colo. — Seria tão ruim
assim? — Seus olhos se arregalam quando um olhar de choque atravessa seu rosto. — Não
tudo, mas sendo um pouco mais, eu não sei apaixonado? Teria que ser tão ruim assim?

— Isso não é paixão, amor. É moralmente desprovido de amor é como animais.
Você é uma mulher inteligente, o que realmente a faria apelar para agir como um animal
irracional? — Neil tem um olhar preocupado em seu rosto enquanto espera por minha
resposta.

Não há nada que eu possa dizer que não soe mal. — Não, isso não acontece. —
Meu estômago afunda e meu corpo se sente paralisado novamente. Intelectualmente, Neil
está lá em cima, mas ele tem o barômetro emocional de um cacto. — Então, o que você
disse a Varden?

Ele sorri para mim. — Eu disse a ela para redigir os documentos.

Capítulo 7

O maxilar de Maggie bate contra o tampo da mesa. — Você sabia que iriam lhe
oferecer tanto dinheiro?

Eu balanço minha cabeça, olhando para a tela do computador com as ofertas
propostas. Vários deles querem comprar os direitos para o meu livro. — Não. Isso é um
monte de dinheiro. — Se os porcos pudessem voar, um estaria subindo acima da minha
cabeça em círculos, como um rei acima das tempestades, e que parece mais realista do que
o que está acontecendo na frente do meu rosto.

Os milhares de pessoas delirantes sobre o meu livro me renderam algumas sérias
mudanças nos bolsos. Quais eram as chances de isso acontecer? Acho que era mais
provável ser atingida por um raio. Talvez eu devesse ter mais cuidado quando for lá fora.
Eu olho pela janela e olho para o céu. Não há mais de abrigo para esta menina.

Maggie está babando em cima do teclado, a me faz perguntas. — O que você vai
comprar? Quero dizer, você poderia conseguir um novo guarda-roupa, um apartamento
incrível e pagar por suas aulas no próximo semestre. — Ela pisca novamente, como se
esperasse que o número desaparecesse. — Quando você vai receber o pagamento?

— Eu não tenho certeza. — Meus lábios se contorcem. Estou feliz e nervosa. O
dinheiro vai me ajudar a colocar meus pés no chão novamente, mas há a ameaça persistente
de Bryan. E se ele vê a história? Ele assiste TV, certo? Eu posso não imaginá-lo feliz com
isso, Deus sabe que eu ficaria chateada. É totalmente errado escrever sobre um ex e
publicá-lo para todo mundo ver. É assustador, e o pensamento de que Bryan descobrir está
me fazendo enjoada.

Eu olho para Maggie, preocupada. — Você não acha que ele vai perceber?

Ela encolhe os ombros. — Talvez sim, talvez não. Depende do cara, e você ainda
não me disse o seu nome. Eu não esqueci. Eu gostaria de saber quem transformou você em

uma pequena maníaca sexual. — Ela ri, mas não olha para mim.

Difícil. Maggie é minha melhor amiga e tudo, mas não falo detalhes com ela ou
com qualquer um. E agora todo mundo sabe o que gosto e como gosto. É embaraçoso
uma santa virar um hibrido de monstro com cachorra, Eu faço uma careta. — Por que
você quer saber isso?

— Então, eu poderia ficar com um de seus irmãos. Maggie gosta de coisas
esquisitas. — Ela sorri para mim e olha para a tela novamente. — Cliquei em voltar para o
livro no site Padpress. — Toca no monitor, ela ondula seu lábio, dizendo: — Esta é uma
capa muito feia por sinal.

Eu não posso discutir isso. É basicamente um pedaço de folha solta com um tipo
de letra de máquina de escrever rebocados através das linhas azuis. — É exigido de
conhecimentos nulos de informática, tudo bem. Além disso, supostamente ninguém
deveria lê-lo.

— Então, para que você colocou lá fora?

Boa pergunta, e a verdade é mais um pressentimento do que um pensamento
cognitivo. Às vezes eu escrevo para mim e isso é o suficiente. Desta vez não foi. Desta vez
escrevi sobre amor e perda, dor e morte, mas apenas tê-lo no meu computador não era
suficiente. Parecia que segurava um pássaro engaiolado na palma da minha mão. Havia algo
pressionando que seria libertador publicar urgente. Era catártico, não importando o que diz
Neil.

Levantando-me do computador, eu puxo meu cabelo em um rabo de cavalo e
atravesso a sala de estar. — Eu não sei como dizer isso.

— Tente. — Ela se vira, mas não levanta.

Evitando o olhar dela, pego uma caneca de café e tento colocar os sentimentos às
palavras. — Tudo de ruim que aconteceu, e estava presa dentro de mim com pequenos
pontos brilhantes bons. Por alguma razão, eles continuaram batendo um no outro. Eu não

perguntei por que, ou li qualquer coisa para isso. Pressionar publicar era como escrever
uma carta e deixá-la cair fora do Empire State Building. Em teoria, alguém poderia lê-lo,
mas a probabilidade seria de que iria para o lixo sob os pés sem que ninguém nunca visse.
Eu não sei. Talvez eu seja meio louca.

Maggie balança a cabeça. — Não, você não é meio louca e ignore Neil se ele não
conseguir. Só porque ele é uma imitação de psiquiatra, não significa que tem o poder
mágico de ver dentro de seu coração. Além disso, o coração e a cabeça não estão sempre
indo na mesma direção, se você sabe o que quero dizer. Luto faz coisas para uma pessoa.
— Maggie exala um suspiro e força um sorriso.

Sua vida tem sido ruim e de alguma forma ela se senta aqui e consegue sorrir, mas
meu rosto parece que vai rachar quando os cantos da minha boca se elevam. Eu não sei
como ela faz isso. Ninguém além de mim se preocupa com ela, ela não tem família, e foi
devolvida de um lar adotivo para outro, até que ela tivesse idade suficiente para sair. Ela
está sem dinheiro, mas se esforça muito. Agora ela trabalha em algum bar e as gorjetas são
boas, mas eu me preocupo com ela.

Estávamos no mesmo orfanato até que meu pai me adotou quando eu estava na
terceira série. Maggie ficou para trás, mas eu ainda a via na escola. Ao contrário do resto
das crianças naquela casa, ela conseguiu ficar parada. Quanto a mim, minha mãe gostava
mais de heroína do que de comida. O serviço de Proteção a Criança encontrou-me quando
eu tinha cinco anos de idade, escondida no fundo de um armário enquanto ela estava
fazendo Deus sabe o quê.

Esse período da minha vida é coberto de sombras como um pesadelo. Eu não
consigo lembrar quais coisas realmente aconteceram e quais eram pesadelos. Enquanto os
eventos não se destacam muito, o sofrimento emocional daquele tempo ainda está vivo.
Medo angustiante possuiu meu pequeno corpo naquela época. Meus jovens olhos tinham
visto coisas que nenhuma criança jamais deveria ver. Depois disso, passei alguns anos em
lares adotivos até que meu pai me adotou. Eu era uma das crianças de sorte. Maggie não
teve tanta sorte.

Eu ainda estou nervosa e agito a colher em torno do meu copo. O que as pessoas

pensarão de mim quando lerem isso? Eu sei que não deveria me importar, mas o faço, um
pouco. Olhando para ela, pergunto timidamente: — Você não acha que sou meio louca por
publicar algo que eu não quero que as pessoas vejam?

— Nah! — Ela acena-me e se inclina para trás em sua cadeira. — Você está mais
propensa a cair num buraco.

Eu rio. — Um buraco?

— Sim. Eu vejo as notícias. Buracos é a nova ameaça. Bem, buracos e ursos, mas
vamos enfrentá-los, não existem ursos correndo para cima e para baixo na Sunrise
Highway, então acho que estamos seguras. — Ela sorri para mim. — Mas quando você se
tornar um peixe graúdo e viver em um palácio na Califórnia, cuidado, porque eles têm as
duas coisas. — Ela faz um rugido e bate em mim.

— Você é uma idiota. — O sorriso não parece forçado neste momento. Ela, na
verdade, faz-me rir de novo.

— Então, o que você vai comprar?

— Nada ainda. Eu não tenho esse dinheiro e por tudo que sei isso não pode render
um centavo. Agora eu ainda sou uma bunda pobre.

Ela levanta o punho para mim, e eu bato o meu contra a dela. — Bem-vinda ao
clube. Nós trabalhamos o dobro e chegamos a algum lugar rápido demais.

Concordo com a cabeça, mas não posso afastar a sensação de que Bryan não vai
gostar disso quando descobrir, porque ele vai vê-lo. É só uma questão de quando.

O telefone toca. É Cecily novamente. Ela está tentando me convidar para algum
baile na cidade neste fim de semana. Eu passo a coisa para a vida e pressiono-o para o meu
ouvido. — Alô?

Cecily grita. — Pegue seu vestido de festa! Estamos dentro. Todo mundo que você

precisa para apertar o negócio vai estar lá. Além disso, tenho você ligada a apresentar um
prêmio antes da festa naquela noite. Você precisa de um vestido de noite e dizer a Neil para
vestir um smoking.

Meu estômago cai em meu tênis. — Apresentar um prêmio? Onde?

Ela está animada, mas tenho a sensação de que ela fez isso um milhão de vezes, e a
emoção tem mais a ver com estabelecer um negócio do que com a festa. — Oh, não é
grande coisa querida, mas vou dar para você uma propaganda extra. Você só lê as linhas em
uma pequena tela e imediatamente sai do caminho. Muito fácil. — Cecily faz parecer
menor, mas não é.

— Este é um evento televisionado?

— Claro!

— Eu não posso fazer isso. Cecily...

— Neil disse que você pode fazer isso. Ouça Hallie, é hora de colocar-se em suas
calças de garota grande. Esta pequena coisa vai ser exposição instantânea. Todo mundo
acha que você é a coisa mais doce que já viu. Você tem apelo infantil em massa, e
precisamos levá-lo em frente às câmeras. Quanto mais as pessoas souberem sobre você,
melhor.

— Cecília, eu não posso. Eu odeio falar em público.

— Vai ler garota. Você pode ler. — Antes que eu possa lhe dizer não novamente,
ela acrescenta: — Eu terei um carro para buscá-la às seis. Use um vestido de noite escuro,
nada muito chamativo. Queremos jogar a sua vibração de boa menina para contrastar com
a sua versão perversa no livro. Isso vai vendê-los e eles estarão comendo em nossas mãos.
Você já tem algumas ofertas, mas queremos uma guerra cheia de lances. Esta é a tacada que
muda tudo. — Cecily é tudo sobre o dinheiro. Ela não é pago a menos que eu receba o
pagamento, e ao mesmo tempo uma carga de caminhão de dinheiro soa bem, eu prefiro
morrer a estar no palco.

Antes que eu possa dizer não, ela desliga. Eu faço um som agravado na parte de
trás da minha garganta e olho para o meu telefone. Eu acho que não gosto muito dela, ao
mesmo tempo, um empurrão pode ser o que preciso para obter minha bunda na
engrenagem. — Essa era a minha agente. Ela quer que eu anuncie o vencedor de um show
de prêmio televisivo hoje à noite e, em seguida, ir para o banquete.

Maggie pode dizer que eu não quero ir. Odeio multidões, odeio tudo isso. — O que
você vai fazer? Eu sei que este não é o seu lugar, Hallie, mas você realmente vai passar por
isso?

— Eu nem sequer tenho um vestido. Como vou fazer isso? Como é que vou pagar
por isso?

Antes que eu pudesse olhar para cima, Maggie está com sua bolsa. Ela puxa para
fora um maço de dinheiro. — Quanto é que precisamos?

— Onde você conseguiu isso? — Eu bocejo e estreito meu olhar em sua mão.

— É meu, e o que é meu é teu.

— Eu não posso pegar o seu dinheiro.

— Uh, mas você pode pegar emprestado. Empréstimos são totalmente permitidos.
Podemos ir até as promoções e que eu posso fazer o seu cabelo e maquiagem. Você vai
parecer impressionante. — Ela sorri para mim e fica em pé. — Vamos Hallie. Deixe-me
fazer isso por você. Você sempre me ajuda. É a minha vez de retribuir o favor. Vamos. —
Ela diz a última palavra uma e outra vez até que eu desista e diga sim.


CONTINUA

Ela ri e senta-se na cadeira de frente para mim novamente. — Hallie, todo mundo
leu. Está em todo o lugar. Todos os programas de entrevistas estão repletos sobre isso. É
tão sexy, tão sincero, tão emocional. É como crack. As pessoas não podem obter o
suficiente. E parece que milhões de pessoas já leu esta de acordo com as estatísticas aí. —
Ela se inclina toda e aponta para a tela.

— Maggie como pode esconder isso de Neil? Eu não posso dizer-lhe que escrevi
isso. Você sabe que ele vai surtar. O maldito livro inteiro é sobre a perda de controle. Ele
vai pensar que eu sou a garota da propagando do filme para o mal. — Estou perto de
hiperventilar, mas é por causa de muito mais. Não é apenas sobre a perda de controle das
emoções e da minha vida, são os atos sexuais descritos lá que ele ficará irado. Estou
contente por ter retido e não escrito tudo sobre o que Bryan e eu fizemos naquela época,
mas não importa, não para Neil. Ele vai ter um ataque.

Maggie não sabe sobre a minha relação com Bryan. Ninguém sabe. É um segredo
que eu tenho mantido por tanto tempo e não vou dizer as pessoas agora. Bryan tinha tanta
pressão sobre ele, vindo de sua família, e eu não queria o escrutínio. Nosso relacionamento
foi quente e rápido. Paixão assim não é sustentável, ou pelo menos é o que digo a mim
mesmo quando penso nele. Separamos-nos depois de uma discussão acalorada.

Se Neil descobre, isso vai esmagá-lo, e me fazer parecer uma daquelas presunçosas

sem cérebro, uma imitação das esposas da família Ferro. Essa família traz uma porrada de
problemas com ele. Até agora, ninguém descobriu. Piscando rapidamente, olho para longe
dela. — Neil não pode pensar, ele não pode...

— Hallie. — Ela inclina a cabeça para o lado, como se pudesse dizer que não estou
dizendo-lhe alguma coisa. Um olhar simpático atravessa seu rosto. — Você não pode
esconder essa sua parte dele e não deveria.

— Eu não estou escondendo. A mulher nesse livro, bem, ela não está mais comigo.
— Esses tipos de desejos não ditam minhas ações da forma como o fizeram no passado.

As coisas com Bryan foram abrasadoras, mas é impossível viver assim. Quando a
paixão domina a razão, bem, que tipo de pessoa faz isso? Além disso, do ponto de vista de
Neil sobre sexo são mais confortáveis, mais aceitos. Ninguém me olhava estranho por dizer
que gosto de posição papai-mamãe, mas algumas coisas que eu fiz com Bryan — algumas
coisas no livro. — Oh! Deus. Que diabos fez alguém ler? Pelo menos eu tive juízo
suficiente para mudar o seu nome. Agora, a única pessoa que sabe sobre Bryan Ferro sou
eu, e bem, Bryan, assumindo que ele lê livros de sacanagem de covardes postados no
Padpress, um site gratuito cheio, principalmente, de fãs de ficção.

Mag me bate com o cotovelo, puxando-me dos meus pensamentos. — Quando
você fez essas coisas? Parece tão estranho. Quero dizer, você é tão doce e bonita. Eu sou a
única louca e nunca teria pensado...

Eu a cortei. — Maggie, por favor. Eu tenho uma coisa boa com Neil. Eu não posso
perdê-lo. Eu não posso... — Eu engasgo com a última palavra.

Maggie move sua cadeira mais perto da minha e sorri para mim. — Eu não vou
dizer nada e não se preocupe. Você não vai perdê-lo, querida. Isto é o que você fará. Diga-
lhe que é ficção, totalmente composta e que a sua mente divaga por caminhos estranhos
quando está angustiada. Ele não vai ligar.

— Tem certeza? — Quando eu olho em seus grandes olhos verdes, eu vejo muito.
Uma vida inteira de risos e lágrimas. Ela sempre esteve comigo e se sua vida não fosse um

desastre, ela teria estado lá quando papai morreu. Ela teria me deixado chorar em seu
ombro, mas as coisas não saíram dessa forma.

— Sim, desde que ele não saiba que o que você está escrevendo realmente
aconteceu você está bem. Conhecendo Neil, ele vai reclamar, mas vai passar. Além disso,
ele tem isso bom com você. Ele não vai querer perder isso por algo assim.

Olhando para minhas mãos, eu balanço minha cabeça, mas não tenho tanta certeza.
Somos muito diferentes e este é um desses momentos que se torna muito óbvio. — Não,
ele não o faz. Pelo menos Neil tem a extremidade curta da vara. Eu não tenho nada. Eu
não sei por que ele ainda está comigo.

— Você está brincando? Aquele desgraçado tem sorte de ter você. Você é incrível e
vale a pena manter alguém que vai estar lá por você se chover merda ou margaridas. —
Mag é uma pessoa colorida. Ela está vestida como um pastel gigante com o cabelo
vermelho brilhante, um corpete preto e saia, com meias arco-íris juntamente com botas
pretas. Há uma nova faixa azul de cabelo que continua caindo em seus olhos. Ela os sopra
de volta com os lábios e cospe em mim um pouco. Cobrindo a boca com a mão, seus olhos
se arregalam. — Oh! Meu Deus. Sinto muito!

Sorrindo suavemente, eu limpo meu rosto. — Você é tão eloquente.

— Uma de nós tem que ser. — Ela sorri descontroladamente e se inclina,
balançando as sobrancelhas. — Então, quem era esse cara misterioso?

Capítulo 6

— Então, deixe-me ver se entendi. — Neil tem as palmas das mãos juntas como se
estivesse tentando não atacar e gritar comigo. — Você escreveu um livro sobre sexo e
publicou-o porquê estava chateada quando seu pai morreu. É isso que você está me
dizendo? — O tom de Neil é condescendente. Ele é, de repente, incapaz de olhar para
mim. — Eu esperaria esse tipo de coisa de Maggie, mas não de você.

— Que tipo de coisa, Neil? Escrita libertadora? — Eu não posso olhar para ele,
mas não gosto do jeito que ele está falando para mim.

— Qual parte foi libertador, Hallie? Detalhes gráficos de ir para baixo e chupar um
cara, ou se curvar e fazer sexo por trás?

Eu fico toda tensa quando ele fala comigo dessa maneira. É como tapa verbal. —
Eu fiz o que precisava fazer para lidar do meu jeito com a uma porrada de porcaria que
veio rolando. Se você não pode lidar com isso, então talvez isso seja uma má ideia. — Eu
gesticulo entre nós e olho para a porta. Eu não posso ir para Maggie, mas não posso ficar
aqui com Neil olhando para baixo do nariz para mim. Ele acha que tudo é completamente
figurado, e que talvez seja, mas não vou pedir desculpas por uma das únicas vezes em
minha vida que eu estava realmente feliz.

Menos defensiva, Hallie. As coisas no livro não aconteceram. Eu canto a mentira
dentro da minha cabeça uma e outra vez, e tento não reagir.

— Se eu não puder lidar com isso? Você realmente disse isso? O que eu tenho
vindo a dizer desde que isso aconteceu? Você precisa falar com alguém! Eu lhe disse que
você pode falar comigo, mas você não fez isso. Em vez disso, escreveu uma coisa
horrivelmente suja e nunca disse uma palavra. As pessoas estão falando sobre isso, Hallie, e
você sabe o que eles pensam? Eles estão dizendo que é sobre nós! — A voz de Neil está
uma oitava estridente mais alta quando ele termina de falar. Suas mãos estão voando pelo
ar, como se ele fosse um ninja que conduz uma orquestra. — Nós!

— Quem se importa com o que as pessoas dizem? Você é o único que está sempre
dizendo isso. — O telefone toca, e então, não quero ter essa conversa. Talvez eu seja uma
covarde, mas eu atendo, o que faz com que ele fique louco. Neil sai da sala. Eu não o sigo
quando ele bate coisas na cozinha, bate gavetas. — Alô? — Eu digo calmamente, como se
eu não estivesse no meio de uma discussão do inferno.

— Olá, senhorita Raymond, eu presumo?

— Sim, sou eu. Como posso ajudá-la? — Neil me olha através da porta. Eu
gostaria que ele, pelo menos, agisse como se entendesse. Fingir simpatia é melhor do que
nada

— Aqui é Cecily Varden da Agência Varden, em Nova York. Você é a autora do
AMOR PERDIDO?

— Sim. — Eu comprimo minhas mãos nos meus braços e inclino-me para trás
contra o balcão. — Olha, agora realmente não é um bom momento...

— Eu peço desculpas, mas tenho tentado falar com você há alguns dias. Tenho
várias ofertas para o seu livro.

— Eu não estou interessada. — Estou prestes a desligar, mas sua voz assume um
som apressado agudo frenético que me para.

— Espere. Eles estão oferecendo sete números, além de outro contrato para um
filme. Senhorita Raymond, eu entendo que você já passou por muita coisa recentemente, e
não quero incomodá-la, mas é preciso perceber que existem pessoas oferecendo-lhe uma
grande quantidade de dinheiro pela história que você escreveu. Está tocando as pessoas de
uma forma que não se vê todos os dias. — Eu não pisco. Eu estou lá com minhas
sobrancelhas ligeiramente levantadas e olho para a parede. — Senhorita Raymond?

Concordo com a cabeça lentamente. — Eu não posso discutir isso agora, mas eu
dou-lhe permissão para falar com Neil Scortz sobre isso. — Eu passo o telefone em Neil

antes de me virar e sair correndo pela porta da frente.

Meu corpo não responde da maneira que deveria. Meu estômago se agita como
quando eu bebi leite estragado e eu vomitei nas rosas de Neil. Todo o meu corpo dói e por
um segundo posso sentir novamente. Apertando os lábios, me sento com força na varanda
da frente e seguro meu rosto em minhas mãos. Isso não pode estar acontecendo. A
resposta para todas as minhas orações está balançando na minha frente, mas não posso
levá-la. Se eu fizer isso, vai expor Bryan e eu vou perder Neil. Mas, se não aceitar o
dinheiro, então não há nenhuma maneira de terminar a escola. Papai deu-se tanto por mim.
Oh! Deus. Eu poderia ter a casa de volta. Eu poderia entrar no banco e apenas comprar a
coisa. Eu nem sequer preciso de uma hipoteca. Parece que meu corpo está sendo rasgado
ao meio, então me dobro para aliviar a dor. Gotas de suor na minha testa aparecem e eu
começo a chorar sobre os meus joelhos.

Eu não posso perder mais ninguém. Agora não. Eu simplesmente não posso.

Não tenho ideia de quanto tempo estive sentada quando uma mão toca meu
ombro. Antes que eu possa olhar para cima, meus reflexos chutam. Minha coluna endireita
quando meu cotovelo voa de volta e se conecta com o estômago dele. Neil maldiçoa e
cambaleia para trás, ofegante. — Droga, Hallie!

Eu salto para cima e agarro seu ombro, tentando virá-lo em direção a mim. — Eu
sinto muito. Você me assustou. Neil, eu não queria.

Neil está segurando o estômago e olhando para mim. Eu fiz isso com ele mais de
uma vez. Ele tem reflexos muito lentos. Você acharia que ele saltaria para fora do caminho
agora, ou caminharia ao redor para que eu pudesse vê-lo antes de tocar em meus ombros.
Chame de um instinto de sobrevivência em New York, mas eu não gosto quando as
pessoas andam atrás de mim.

Ele tenta sorrir para mim. — Eu estou bem. — Pegando minha mão ele se senta na
varanda e me puxa para baixo ao lado dele. — Você quer saber o que ela disse?

Eu olho para frente e inclino-me em seu ombro. — Eu realmente não me importo.

Eu não posso dizer sim, por isso não importa.

— Não seja boba. Claro que você pode dizer sim. — Neil me olha engraçado. —
Por que você diz isso?

Quem é você e o que você fez com Neil? Minha boca fica aberta por um momento,
antes que eu deixe escapar: — Você estava gritando comigo por escrever essa história,
então, como poderia ser bom publicá-lo? Ou fazer um filme? — Oh! Deus, minha cabeça
dói. Eu meio que desejo que só explodisse e acabasse com isso. Eu suspiro profundamente
e tento não chorar.

— Hallie, você sabe quantos download já foram feitos? — Eu balancei minha
cabeça. Eu vi alguns números na tela antes, mas não parei para ver o que eram ou o que
significava. Ele sorri para mim como se eu precisasse ter alguém para segurar a minha mão
para atravessar. — Você se tornou grande o suficiente para atrair ótima atenção. A
imprensa está comentando sobre você, o que fez todo mundo olhar. Ouça você já escreveu
o livro e todo mundo já sabe. Você deve aceitar o acordo.

— Mas o que dizer de nós?

Ele encolhe os ombros e olha para a rua. — É ficção, certo? — Oh! Deus. Há um
lago de fogo no inferno com o meu nome nele. Concordo com a cabeça e tento não
parecer culpada. —Então, é só mais um pedaço de lixo sensacionalista, mas desta vez ele
nos beneficia. — Na verdade, ele sorri e bate no meu ombro.

Não é lixo, não para mim. Olhando para as minhas mãos, eu pergunto: — Você leu
isso?

— Eu preciso?

Eu balanço minha cabeça. — Basta saber.

Ele passa as mãos pelo cabelo curto e suspira, e sua espinha rígida finalmente
relaxa. — Ouça Hallie. O estrago já está feito. Eu vou ter que enfrentar os caras no

trabalho, não importa o que você faça então você pode muito bem pegar o dinheiro.
Admito que suavize o golpe. — Ele oferece um sorriso fraco e descansa a mão nas minhas
costas. — O que eu não sei como explicar é por que você escreveria algo tão animalesco
em primeiro lugar. Não é como se você realmente desejasse fazer essas coisas, certo? —
Ele ri nervosamente e eu sei que não posso contar-lhe tudo, mas não posso evitar cutucá-lo
dessa forma.

Eu olho para ele e mantenho as mãos entrelaçadas no meu colo. — Seria tão ruim
assim? — Seus olhos se arregalam quando um olhar de choque atravessa seu rosto. — Não
tudo, mas sendo um pouco mais, eu não sei apaixonado? Teria que ser tão ruim assim?

— Isso não é paixão, amor. É moralmente desprovido de amor é como animais.
Você é uma mulher inteligente, o que realmente a faria apelar para agir como um animal
irracional? — Neil tem um olhar preocupado em seu rosto enquanto espera por minha
resposta.

Não há nada que eu possa dizer que não soe mal. — Não, isso não acontece. —
Meu estômago afunda e meu corpo se sente paralisado novamente. Intelectualmente, Neil
está lá em cima, mas ele tem o barômetro emocional de um cacto. — Então, o que você
disse a Varden?

Ele sorri para mim. — Eu disse a ela para redigir os documentos.

Capítulo 7

O maxilar de Maggie bate contra o tampo da mesa. — Você sabia que iriam lhe
oferecer tanto dinheiro?

Eu balanço minha cabeça, olhando para a tela do computador com as ofertas
propostas. Vários deles querem comprar os direitos para o meu livro. — Não. Isso é um
monte de dinheiro. — Se os porcos pudessem voar, um estaria subindo acima da minha
cabeça em círculos, como um rei acima das tempestades, e que parece mais realista do que
o que está acontecendo na frente do meu rosto.

Os milhares de pessoas delirantes sobre o meu livro me renderam algumas sérias
mudanças nos bolsos. Quais eram as chances de isso acontecer? Acho que era mais
provável ser atingida por um raio. Talvez eu devesse ter mais cuidado quando for lá fora.
Eu olho pela janela e olho para o céu. Não há mais de abrigo para esta menina.

Maggie está babando em cima do teclado, a me faz perguntas. — O que você vai
comprar? Quero dizer, você poderia conseguir um novo guarda-roupa, um apartamento
incrível e pagar por suas aulas no próximo semestre. — Ela pisca novamente, como se
esperasse que o número desaparecesse. — Quando você vai receber o pagamento?

— Eu não tenho certeza. — Meus lábios se contorcem. Estou feliz e nervosa. O
dinheiro vai me ajudar a colocar meus pés no chão novamente, mas há a ameaça persistente
de Bryan. E se ele vê a história? Ele assiste TV, certo? Eu posso não imaginá-lo feliz com
isso, Deus sabe que eu ficaria chateada. É totalmente errado escrever sobre um ex e
publicá-lo para todo mundo ver. É assustador, e o pensamento de que Bryan descobrir está
me fazendo enjoada.

Eu olho para Maggie, preocupada. — Você não acha que ele vai perceber?

Ela encolhe os ombros. — Talvez sim, talvez não. Depende do cara, e você ainda
não me disse o seu nome. Eu não esqueci. Eu gostaria de saber quem transformou você em

uma pequena maníaca sexual. — Ela ri, mas não olha para mim.

Difícil. Maggie é minha melhor amiga e tudo, mas não falo detalhes com ela ou
com qualquer um. E agora todo mundo sabe o que gosto e como gosto. É embaraçoso
uma santa virar um hibrido de monstro com cachorra, Eu faço uma careta. — Por que
você quer saber isso?

— Então, eu poderia ficar com um de seus irmãos. Maggie gosta de coisas
esquisitas. — Ela sorri para mim e olha para a tela novamente. — Cliquei em voltar para o
livro no site Padpress. — Toca no monitor, ela ondula seu lábio, dizendo: — Esta é uma
capa muito feia por sinal.

Eu não posso discutir isso. É basicamente um pedaço de folha solta com um tipo
de letra de máquina de escrever rebocados através das linhas azuis. — É exigido de
conhecimentos nulos de informática, tudo bem. Além disso, supostamente ninguém
deveria lê-lo.

— Então, para que você colocou lá fora?

Boa pergunta, e a verdade é mais um pressentimento do que um pensamento
cognitivo. Às vezes eu escrevo para mim e isso é o suficiente. Desta vez não foi. Desta vez
escrevi sobre amor e perda, dor e morte, mas apenas tê-lo no meu computador não era
suficiente. Parecia que segurava um pássaro engaiolado na palma da minha mão. Havia algo
pressionando que seria libertador publicar urgente. Era catártico, não importando o que diz
Neil.

Levantando-me do computador, eu puxo meu cabelo em um rabo de cavalo e
atravesso a sala de estar. — Eu não sei como dizer isso.

— Tente. — Ela se vira, mas não levanta.

Evitando o olhar dela, pego uma caneca de café e tento colocar os sentimentos às
palavras. — Tudo de ruim que aconteceu, e estava presa dentro de mim com pequenos
pontos brilhantes bons. Por alguma razão, eles continuaram batendo um no outro. Eu não

perguntei por que, ou li qualquer coisa para isso. Pressionar publicar era como escrever
uma carta e deixá-la cair fora do Empire State Building. Em teoria, alguém poderia lê-lo,
mas a probabilidade seria de que iria para o lixo sob os pés sem que ninguém nunca visse.
Eu não sei. Talvez eu seja meio louca.

Maggie balança a cabeça. — Não, você não é meio louca e ignore Neil se ele não
conseguir. Só porque ele é uma imitação de psiquiatra, não significa que tem o poder
mágico de ver dentro de seu coração. Além disso, o coração e a cabeça não estão sempre
indo na mesma direção, se você sabe o que quero dizer. Luto faz coisas para uma pessoa.
— Maggie exala um suspiro e força um sorriso.

Sua vida tem sido ruim e de alguma forma ela se senta aqui e consegue sorrir, mas
meu rosto parece que vai rachar quando os cantos da minha boca se elevam. Eu não sei
como ela faz isso. Ninguém além de mim se preocupa com ela, ela não tem família, e foi
devolvida de um lar adotivo para outro, até que ela tivesse idade suficiente para sair. Ela
está sem dinheiro, mas se esforça muito. Agora ela trabalha em algum bar e as gorjetas são
boas, mas eu me preocupo com ela.

Estávamos no mesmo orfanato até que meu pai me adotou quando eu estava na
terceira série. Maggie ficou para trás, mas eu ainda a via na escola. Ao contrário do resto
das crianças naquela casa, ela conseguiu ficar parada. Quanto a mim, minha mãe gostava
mais de heroína do que de comida. O serviço de Proteção a Criança encontrou-me quando
eu tinha cinco anos de idade, escondida no fundo de um armário enquanto ela estava
fazendo Deus sabe o quê.

Esse período da minha vida é coberto de sombras como um pesadelo. Eu não
consigo lembrar quais coisas realmente aconteceram e quais eram pesadelos. Enquanto os
eventos não se destacam muito, o sofrimento emocional daquele tempo ainda está vivo.
Medo angustiante possuiu meu pequeno corpo naquela época. Meus jovens olhos tinham
visto coisas que nenhuma criança jamais deveria ver. Depois disso, passei alguns anos em
lares adotivos até que meu pai me adotou. Eu era uma das crianças de sorte. Maggie não
teve tanta sorte.

Eu ainda estou nervosa e agito a colher em torno do meu copo. O que as pessoas

pensarão de mim quando lerem isso? Eu sei que não deveria me importar, mas o faço, um
pouco. Olhando para ela, pergunto timidamente: — Você não acha que sou meio louca por
publicar algo que eu não quero que as pessoas vejam?

— Nah! — Ela acena-me e se inclina para trás em sua cadeira. — Você está mais
propensa a cair num buraco.

Eu rio. — Um buraco?

— Sim. Eu vejo as notícias. Buracos é a nova ameaça. Bem, buracos e ursos, mas
vamos enfrentá-los, não existem ursos correndo para cima e para baixo na Sunrise
Highway, então acho que estamos seguras. — Ela sorri para mim. — Mas quando você se
tornar um peixe graúdo e viver em um palácio na Califórnia, cuidado, porque eles têm as
duas coisas. — Ela faz um rugido e bate em mim.

— Você é uma idiota. — O sorriso não parece forçado neste momento. Ela, na
verdade, faz-me rir de novo.

— Então, o que você vai comprar?

— Nada ainda. Eu não tenho esse dinheiro e por tudo que sei isso não pode render
um centavo. Agora eu ainda sou uma bunda pobre.

Ela levanta o punho para mim, e eu bato o meu contra a dela. — Bem-vinda ao
clube. Nós trabalhamos o dobro e chegamos a algum lugar rápido demais.

Concordo com a cabeça, mas não posso afastar a sensação de que Bryan não vai
gostar disso quando descobrir, porque ele vai vê-lo. É só uma questão de quando.

O telefone toca. É Cecily novamente. Ela está tentando me convidar para algum
baile na cidade neste fim de semana. Eu passo a coisa para a vida e pressiono-o para o meu
ouvido. — Alô?

Cecily grita. — Pegue seu vestido de festa! Estamos dentro. Todo mundo que você

precisa para apertar o negócio vai estar lá. Além disso, tenho você ligada a apresentar um
prêmio antes da festa naquela noite. Você precisa de um vestido de noite e dizer a Neil para
vestir um smoking.

Meu estômago cai em meu tênis. — Apresentar um prêmio? Onde?

Ela está animada, mas tenho a sensação de que ela fez isso um milhão de vezes, e a
emoção tem mais a ver com estabelecer um negócio do que com a festa. — Oh, não é
grande coisa querida, mas vou dar para você uma propaganda extra. Você só lê as linhas em
uma pequena tela e imediatamente sai do caminho. Muito fácil. — Cecily faz parecer
menor, mas não é.

— Este é um evento televisionado?

— Claro!

— Eu não posso fazer isso. Cecily...

— Neil disse que você pode fazer isso. Ouça Hallie, é hora de colocar-se em suas
calças de garota grande. Esta pequena coisa vai ser exposição instantânea. Todo mundo
acha que você é a coisa mais doce que já viu. Você tem apelo infantil em massa, e
precisamos levá-lo em frente às câmeras. Quanto mais as pessoas souberem sobre você,
melhor.

— Cecília, eu não posso. Eu odeio falar em público.

— Vai ler garota. Você pode ler. — Antes que eu possa lhe dizer não novamente,
ela acrescenta: — Eu terei um carro para buscá-la às seis. Use um vestido de noite escuro,
nada muito chamativo. Queremos jogar a sua vibração de boa menina para contrastar com
a sua versão perversa no livro. Isso vai vendê-los e eles estarão comendo em nossas mãos.
Você já tem algumas ofertas, mas queremos uma guerra cheia de lances. Esta é a tacada que
muda tudo. — Cecily é tudo sobre o dinheiro. Ela não é pago a menos que eu receba o
pagamento, e ao mesmo tempo uma carga de caminhão de dinheiro soa bem, eu prefiro
morrer a estar no palco.

Antes que eu possa dizer não, ela desliga. Eu faço um som agravado na parte de
trás da minha garganta e olho para o meu telefone. Eu acho que não gosto muito dela, ao
mesmo tempo, um empurrão pode ser o que preciso para obter minha bunda na
engrenagem. — Essa era a minha agente. Ela quer que eu anuncie o vencedor de um show
de prêmio televisivo hoje à noite e, em seguida, ir para o banquete.

Maggie pode dizer que eu não quero ir. Odeio multidões, odeio tudo isso. — O que
você vai fazer? Eu sei que este não é o seu lugar, Hallie, mas você realmente vai passar por
isso?

— Eu nem sequer tenho um vestido. Como vou fazer isso? Como é que vou pagar
por isso?

Antes que eu pudesse olhar para cima, Maggie está com sua bolsa. Ela puxa para
fora um maço de dinheiro. — Quanto é que precisamos?

— Onde você conseguiu isso? — Eu bocejo e estreito meu olhar em sua mão.

— É meu, e o que é meu é teu.

— Eu não posso pegar o seu dinheiro.

— Uh, mas você pode pegar emprestado. Empréstimos são totalmente permitidos.
Podemos ir até as promoções e que eu posso fazer o seu cabelo e maquiagem. Você vai
parecer impressionante. — Ela sorri para mim e fica em pé. — Vamos Hallie. Deixe-me
fazer isso por você. Você sempre me ajuda. É a minha vez de retribuir o favor. Vamos. —
Ela diz a última palavra uma e outra vez até que eu desista e diga sim.


CONTINUA

Ela ri e senta-se na cadeira de frente para mim novamente. — Hallie, todo mundo
leu. Está em todo o lugar. Todos os programas de entrevistas estão repletos sobre isso. É
tão sexy, tão sincero, tão emocional. É como crack. As pessoas não podem obter o
suficiente. E parece que milhões de pessoas já leu esta de acordo com as estatísticas aí. —
Ela se inclina toda e aponta para a tela.

— Maggie como pode esconder isso de Neil? Eu não posso dizer-lhe que escrevi
isso. Você sabe que ele vai surtar. O maldito livro inteiro é sobre a perda de controle. Ele
vai pensar que eu sou a garota da propagando do filme para o mal. — Estou perto de
hiperventilar, mas é por causa de muito mais. Não é apenas sobre a perda de controle das
emoções e da minha vida, são os atos sexuais descritos lá que ele ficará irado. Estou
contente por ter retido e não escrito tudo sobre o que Bryan e eu fizemos naquela época,
mas não importa, não para Neil. Ele vai ter um ataque.

Maggie não sabe sobre a minha relação com Bryan. Ninguém sabe. É um segredo
que eu tenho mantido por tanto tempo e não vou dizer as pessoas agora. Bryan tinha tanta
pressão sobre ele, vindo de sua família, e eu não queria o escrutínio. Nosso relacionamento
foi quente e rápido. Paixão assim não é sustentável, ou pelo menos é o que digo a mim
mesmo quando penso nele. Separamos-nos depois de uma discussão acalorada.

Se Neil descobre, isso vai esmagá-lo, e me fazer parecer uma daquelas presunçosas

sem cérebro, uma imitação das esposas da família Ferro. Essa família traz uma porrada de
problemas com ele. Até agora, ninguém descobriu. Piscando rapidamente, olho para longe
dela. — Neil não pode pensar, ele não pode...

— Hallie. — Ela inclina a cabeça para o lado, como se pudesse dizer que não estou
dizendo-lhe alguma coisa. Um olhar simpático atravessa seu rosto. — Você não pode
esconder essa sua parte dele e não deveria.

— Eu não estou escondendo. A mulher nesse livro, bem, ela não está mais comigo.
— Esses tipos de desejos não ditam minhas ações da forma como o fizeram no passado.

As coisas com Bryan foram abrasadoras, mas é impossível viver assim. Quando a
paixão domina a razão, bem, que tipo de pessoa faz isso? Além disso, do ponto de vista de
Neil sobre sexo são mais confortáveis, mais aceitos. Ninguém me olhava estranho por dizer
que gosto de posição papai-mamãe, mas algumas coisas que eu fiz com Bryan — algumas
coisas no livro. — Oh! Deus. Que diabos fez alguém ler? Pelo menos eu tive juízo
suficiente para mudar o seu nome. Agora, a única pessoa que sabe sobre Bryan Ferro sou
eu, e bem, Bryan, assumindo que ele lê livros de sacanagem de covardes postados no
Padpress, um site gratuito cheio, principalmente, de fãs de ficção.

Mag me bate com o cotovelo, puxando-me dos meus pensamentos. — Quando
você fez essas coisas? Parece tão estranho. Quero dizer, você é tão doce e bonita. Eu sou a
única louca e nunca teria pensado...

Eu a cortei. — Maggie, por favor. Eu tenho uma coisa boa com Neil. Eu não posso
perdê-lo. Eu não posso... — Eu engasgo com a última palavra.

Maggie move sua cadeira mais perto da minha e sorri para mim. — Eu não vou
dizer nada e não se preocupe. Você não vai perdê-lo, querida. Isto é o que você fará. Diga-
lhe que é ficção, totalmente composta e que a sua mente divaga por caminhos estranhos
quando está angustiada. Ele não vai ligar.

— Tem certeza? — Quando eu olho em seus grandes olhos verdes, eu vejo muito.
Uma vida inteira de risos e lágrimas. Ela sempre esteve comigo e se sua vida não fosse um

desastre, ela teria estado lá quando papai morreu. Ela teria me deixado chorar em seu
ombro, mas as coisas não saíram dessa forma.

— Sim, desde que ele não saiba que o que você está escrevendo realmente
aconteceu você está bem. Conhecendo Neil, ele vai reclamar, mas vai passar. Além disso,
ele tem isso bom com você. Ele não vai querer perder isso por algo assim.

Olhando para minhas mãos, eu balanço minha cabeça, mas não tenho tanta certeza.
Somos muito diferentes e este é um desses momentos que se torna muito óbvio. — Não,
ele não o faz. Pelo menos Neil tem a extremidade curta da vara. Eu não tenho nada. Eu
não sei por que ele ainda está comigo.

— Você está brincando? Aquele desgraçado tem sorte de ter você. Você é incrível e
vale a pena manter alguém que vai estar lá por você se chover merda ou margaridas. —
Mag é uma pessoa colorida. Ela está vestida como um pastel gigante com o cabelo
vermelho brilhante, um corpete preto e saia, com meias arco-íris juntamente com botas
pretas. Há uma nova faixa azul de cabelo que continua caindo em seus olhos. Ela os sopra
de volta com os lábios e cospe em mim um pouco. Cobrindo a boca com a mão, seus olhos
se arregalam. — Oh! Meu Deus. Sinto muito!

Sorrindo suavemente, eu limpo meu rosto. — Você é tão eloquente.

— Uma de nós tem que ser. — Ela sorri descontroladamente e se inclina,
balançando as sobrancelhas. — Então, quem era esse cara misterioso?

Capítulo 6

— Então, deixe-me ver se entendi. — Neil tem as palmas das mãos juntas como se
estivesse tentando não atacar e gritar comigo. — Você escreveu um livro sobre sexo e
publicou-o porquê estava chateada quando seu pai morreu. É isso que você está me
dizendo? — O tom de Neil é condescendente. Ele é, de repente, incapaz de olhar para
mim. — Eu esperaria esse tipo de coisa de Maggie, mas não de você.

— Que tipo de coisa, Neil? Escrita libertadora? — Eu não posso olhar para ele,
mas não gosto do jeito que ele está falando para mim.

— Qual parte foi libertador, Hallie? Detalhes gráficos de ir para baixo e chupar um
cara, ou se curvar e fazer sexo por trás?

Eu fico toda tensa quando ele fala comigo dessa maneira. É como tapa verbal. —
Eu fiz o que precisava fazer para lidar do meu jeito com a uma porrada de porcaria que
veio rolando. Se você não pode lidar com isso, então talvez isso seja uma má ideia. — Eu
gesticulo entre nós e olho para a porta. Eu não posso ir para Maggie, mas não posso ficar
aqui com Neil olhando para baixo do nariz para mim. Ele acha que tudo é completamente
figurado, e que talvez seja, mas não vou pedir desculpas por uma das únicas vezes em
minha vida que eu estava realmente feliz.

Menos defensiva, Hallie. As coisas no livro não aconteceram. Eu canto a mentira
dentro da minha cabeça uma e outra vez, e tento não reagir.

— Se eu não puder lidar com isso? Você realmente disse isso? O que eu tenho
vindo a dizer desde que isso aconteceu? Você precisa falar com alguém! Eu lhe disse que
você pode falar comigo, mas você não fez isso. Em vez disso, escreveu uma coisa
horrivelmente suja e nunca disse uma palavra. As pessoas estão falando sobre isso, Hallie, e
você sabe o que eles pensam? Eles estão dizendo que é sobre nós! — A voz de Neil está
uma oitava estridente mais alta quando ele termina de falar. Suas mãos estão voando pelo
ar, como se ele fosse um ninja que conduz uma orquestra. — Nós!

— Quem se importa com o que as pessoas dizem? Você é o único que está sempre
dizendo isso. — O telefone toca, e então, não quero ter essa conversa. Talvez eu seja uma
covarde, mas eu atendo, o que faz com que ele fique louco. Neil sai da sala. Eu não o sigo
quando ele bate coisas na cozinha, bate gavetas. — Alô? — Eu digo calmamente, como se
eu não estivesse no meio de uma discussão do inferno.

— Olá, senhorita Raymond, eu presumo?

— Sim, sou eu. Como posso ajudá-la? — Neil me olha através da porta. Eu
gostaria que ele, pelo menos, agisse como se entendesse. Fingir simpatia é melhor do que
nada

— Aqui é Cecily Varden da Agência Varden, em Nova York. Você é a autora do
AMOR PERDIDO?

— Sim. — Eu comprimo minhas mãos nos meus braços e inclino-me para trás
contra o balcão. — Olha, agora realmente não é um bom momento...

— Eu peço desculpas, mas tenho tentado falar com você há alguns dias. Tenho
várias ofertas para o seu livro.

— Eu não estou interessada. — Estou prestes a desligar, mas sua voz assume um
som apressado agudo frenético que me para.

— Espere. Eles estão oferecendo sete números, além de outro contrato para um
filme. Senhorita Raymond, eu entendo que você já passou por muita coisa recentemente, e
não quero incomodá-la, mas é preciso perceber que existem pessoas oferecendo-lhe uma
grande quantidade de dinheiro pela história que você escreveu. Está tocando as pessoas de
uma forma que não se vê todos os dias. — Eu não pisco. Eu estou lá com minhas
sobrancelhas ligeiramente levantadas e olho para a parede. — Senhorita Raymond?

Concordo com a cabeça lentamente. — Eu não posso discutir isso agora, mas eu
dou-lhe permissão para falar com Neil Scortz sobre isso. — Eu passo o telefone em Neil

antes de me virar e sair correndo pela porta da frente.

Meu corpo não responde da maneira que deveria. Meu estômago se agita como
quando eu bebi leite estragado e eu vomitei nas rosas de Neil. Todo o meu corpo dói e por
um segundo posso sentir novamente. Apertando os lábios, me sento com força na varanda
da frente e seguro meu rosto em minhas mãos. Isso não pode estar acontecendo. A
resposta para todas as minhas orações está balançando na minha frente, mas não posso
levá-la. Se eu fizer isso, vai expor Bryan e eu vou perder Neil. Mas, se não aceitar o
dinheiro, então não há nenhuma maneira de terminar a escola. Papai deu-se tanto por mim.
Oh! Deus. Eu poderia ter a casa de volta. Eu poderia entrar no banco e apenas comprar a
coisa. Eu nem sequer preciso de uma hipoteca. Parece que meu corpo está sendo rasgado
ao meio, então me dobro para aliviar a dor. Gotas de suor na minha testa aparecem e eu
começo a chorar sobre os meus joelhos.

Eu não posso perder mais ninguém. Agora não. Eu simplesmente não posso.

Não tenho ideia de quanto tempo estive sentada quando uma mão toca meu
ombro. Antes que eu possa olhar para cima, meus reflexos chutam. Minha coluna endireita
quando meu cotovelo voa de volta e se conecta com o estômago dele. Neil maldiçoa e
cambaleia para trás, ofegante. — Droga, Hallie!

Eu salto para cima e agarro seu ombro, tentando virá-lo em direção a mim. — Eu
sinto muito. Você me assustou. Neil, eu não queria.

Neil está segurando o estômago e olhando para mim. Eu fiz isso com ele mais de
uma vez. Ele tem reflexos muito lentos. Você acharia que ele saltaria para fora do caminho
agora, ou caminharia ao redor para que eu pudesse vê-lo antes de tocar em meus ombros.
Chame de um instinto de sobrevivência em New York, mas eu não gosto quando as
pessoas andam atrás de mim.

Ele tenta sorrir para mim. — Eu estou bem. — Pegando minha mão ele se senta na
varanda e me puxa para baixo ao lado dele. — Você quer saber o que ela disse?

Eu olho para frente e inclino-me em seu ombro. — Eu realmente não me importo.

Eu não posso dizer sim, por isso não importa.

— Não seja boba. Claro que você pode dizer sim. — Neil me olha engraçado. —
Por que você diz isso?

Quem é você e o que você fez com Neil? Minha boca fica aberta por um momento,
antes que eu deixe escapar: — Você estava gritando comigo por escrever essa história,
então, como poderia ser bom publicá-lo? Ou fazer um filme? — Oh! Deus, minha cabeça
dói. Eu meio que desejo que só explodisse e acabasse com isso. Eu suspiro profundamente
e tento não chorar.

— Hallie, você sabe quantos download já foram feitos? — Eu balancei minha
cabeça. Eu vi alguns números na tela antes, mas não parei para ver o que eram ou o que
significava. Ele sorri para mim como se eu precisasse ter alguém para segurar a minha mão
para atravessar. — Você se tornou grande o suficiente para atrair ótima atenção. A
imprensa está comentando sobre você, o que fez todo mundo olhar. Ouça você já escreveu
o livro e todo mundo já sabe. Você deve aceitar o acordo.

— Mas o que dizer de nós?

Ele encolhe os ombros e olha para a rua. — É ficção, certo? — Oh! Deus. Há um
lago de fogo no inferno com o meu nome nele. Concordo com a cabeça e tento não
parecer culpada. —Então, é só mais um pedaço de lixo sensacionalista, mas desta vez ele
nos beneficia. — Na verdade, ele sorri e bate no meu ombro.

Não é lixo, não para mim. Olhando para as minhas mãos, eu pergunto: — Você leu
isso?

— Eu preciso?

Eu balanço minha cabeça. — Basta saber.

Ele passa as mãos pelo cabelo curto e suspira, e sua espinha rígida finalmente
relaxa. — Ouça Hallie. O estrago já está feito. Eu vou ter que enfrentar os caras no

trabalho, não importa o que você faça então você pode muito bem pegar o dinheiro.
Admito que suavize o golpe. — Ele oferece um sorriso fraco e descansa a mão nas minhas
costas. — O que eu não sei como explicar é por que você escreveria algo tão animalesco
em primeiro lugar. Não é como se você realmente desejasse fazer essas coisas, certo? —
Ele ri nervosamente e eu sei que não posso contar-lhe tudo, mas não posso evitar cutucá-lo
dessa forma.

Eu olho para ele e mantenho as mãos entrelaçadas no meu colo. — Seria tão ruim
assim? — Seus olhos se arregalam quando um olhar de choque atravessa seu rosto. — Não
tudo, mas sendo um pouco mais, eu não sei apaixonado? Teria que ser tão ruim assim?

— Isso não é paixão, amor. É moralmente desprovido de amor é como animais.
Você é uma mulher inteligente, o que realmente a faria apelar para agir como um animal
irracional? — Neil tem um olhar preocupado em seu rosto enquanto espera por minha
resposta.

Não há nada que eu possa dizer que não soe mal. — Não, isso não acontece. —
Meu estômago afunda e meu corpo se sente paralisado novamente. Intelectualmente, Neil
está lá em cima, mas ele tem o barômetro emocional de um cacto. — Então, o que você
disse a Varden?

Ele sorri para mim. — Eu disse a ela para redigir os documentos.

Capítulo 7

O maxilar de Maggie bate contra o tampo da mesa. — Você sabia que iriam lhe
oferecer tanto dinheiro?

Eu balanço minha cabeça, olhando para a tela do computador com as ofertas
propostas. Vários deles querem comprar os direitos para o meu livro. — Não. Isso é um
monte de dinheiro. — Se os porcos pudessem voar, um estaria subindo acima da minha
cabeça em círculos, como um rei acima das tempestades, e que parece mais realista do que
o que está acontecendo na frente do meu rosto.

Os milhares de pessoas delirantes sobre o meu livro me renderam algumas sérias
mudanças nos bolsos. Quais eram as chances de isso acontecer? Acho que era mais
provável ser atingida por um raio. Talvez eu devesse ter mais cuidado quando for lá fora.
Eu olho pela janela e olho para o céu. Não há mais de abrigo para esta menina.

Maggie está babando em cima do teclado, a me faz perguntas. — O que você vai
comprar? Quero dizer, você poderia conseguir um novo guarda-roupa, um apartamento
incrível e pagar por suas aulas no próximo semestre. — Ela pisca novamente, como se
esperasse que o número desaparecesse. — Quando você vai receber o pagamento?

— Eu não tenho certeza. — Meus lábios se contorcem. Estou feliz e nervosa. O
dinheiro vai me ajudar a colocar meus pés no chão novamente, mas há a ameaça persistente
de Bryan. E se ele vê a história? Ele assiste TV, certo? Eu posso não imaginá-lo feliz com
isso, Deus sabe que eu ficaria chateada. É totalmente errado escrever sobre um ex e
publicá-lo para todo mundo ver. É assustador, e o pensamento de que Bryan descobrir está
me fazendo enjoada.

Eu olho para Maggie, preocupada. — Você não acha que ele vai perceber?

Ela encolhe os ombros. — Talvez sim, talvez não. Depende do cara, e você ainda
não me disse o seu nome. Eu não esqueci. Eu gostaria de saber quem transformou você em

uma pequena maníaca sexual. — Ela ri, mas não olha para mim.

Difícil. Maggie é minha melhor amiga e tudo, mas não falo detalhes com ela ou
com qualquer um. E agora todo mundo sabe o que gosto e como gosto. É embaraçoso
uma santa virar um hibrido de monstro com cachorra, Eu faço uma careta. — Por que
você quer saber isso?

— Então, eu poderia ficar com um de seus irmãos. Maggie gosta de coisas
esquisitas. — Ela sorri para mim e olha para a tela novamente. — Cliquei em voltar para o
livro no site Padpress. — Toca no monitor, ela ondula seu lábio, dizendo: — Esta é uma
capa muito feia por sinal.

Eu não posso discutir isso. É basicamente um pedaço de folha solta com um tipo
de letra de máquina de escrever rebocados através das linhas azuis. — É exigido de
conhecimentos nulos de informática, tudo bem. Além disso, supostamente ninguém
deveria lê-lo.

— Então, para que você colocou lá fora?

Boa pergunta, e a verdade é mais um pressentimento do que um pensamento
cognitivo. Às vezes eu escrevo para mim e isso é o suficiente. Desta vez não foi. Desta vez
escrevi sobre amor e perda, dor e morte, mas apenas tê-lo no meu computador não era
suficiente. Parecia que segurava um pássaro engaiolado na palma da minha mão. Havia algo
pressionando que seria libertador publicar urgente. Era catártico, não importando o que diz
Neil.

Levantando-me do computador, eu puxo meu cabelo em um rabo de cavalo e
atravesso a sala de estar. — Eu não sei como dizer isso.

— Tente. — Ela se vira, mas não levanta.

Evitando o olhar dela, pego uma caneca de café e tento colocar os sentimentos às
palavras. — Tudo de ruim que aconteceu, e estava presa dentro de mim com pequenos
pontos brilhantes bons. Por alguma razão, eles continuaram batendo um no outro. Eu não

perguntei por que, ou li qualquer coisa para isso. Pressionar publicar era como escrever
uma carta e deixá-la cair fora do Empire State Building. Em teoria, alguém poderia lê-lo,
mas a probabilidade seria de que iria para o lixo sob os pés sem que ninguém nunca visse.
Eu não sei. Talvez eu seja meio louca.

Maggie balança a cabeça. — Não, você não é meio louca e ignore Neil se ele não
conseguir. Só porque ele é uma imitação de psiquiatra, não significa que tem o poder
mágico de ver dentro de seu coração. Além disso, o coração e a cabeça não estão sempre
indo na mesma direção, se você sabe o que quero dizer. Luto faz coisas para uma pessoa.
— Maggie exala um suspiro e força um sorriso.

Sua vida tem sido ruim e de alguma forma ela se senta aqui e consegue sorrir, mas
meu rosto parece que vai rachar quando os cantos da minha boca se elevam. Eu não sei
como ela faz isso. Ninguém além de mim se preocupa com ela, ela não tem família, e foi
devolvida de um lar adotivo para outro, até que ela tivesse idade suficiente para sair. Ela
está sem dinheiro, mas se esforça muito. Agora ela trabalha em algum bar e as gorjetas são
boas, mas eu me preocupo com ela.

Estávamos no mesmo orfanato até que meu pai me adotou quando eu estava na
terceira série. Maggie ficou para trás, mas eu ainda a via na escola. Ao contrário do resto
das crianças naquela casa, ela conseguiu ficar parada. Quanto a mim, minha mãe gostava
mais de heroína do que de comida. O serviço de Proteção a Criança encontrou-me quando
eu tinha cinco anos de idade, escondida no fundo de um armário enquanto ela estava
fazendo Deus sabe o quê.

Esse período da minha vida é coberto de sombras como um pesadelo. Eu não
consigo lembrar quais coisas realmente aconteceram e quais eram pesadelos. Enquanto os
eventos não se destacam muito, o sofrimento emocional daquele tempo ainda está vivo.
Medo angustiante possuiu meu pequeno corpo naquela época. Meus jovens olhos tinham
visto coisas que nenhuma criança jamais deveria ver. Depois disso, passei alguns anos em
lares adotivos até que meu pai me adotou. Eu era uma das crianças de sorte. Maggie não
teve tanta sorte.

Eu ainda estou nervosa e agito a colher em torno do meu copo. O que as pessoas

pensarão de mim quando lerem isso? Eu sei que não deveria me importar, mas o faço, um
pouco. Olhando para ela, pergunto timidamente: — Você não acha que sou meio louca por
publicar algo que eu não quero que as pessoas vejam?

— Nah! — Ela acena-me e se inclina para trás em sua cadeira. — Você está mais
propensa a cair num buraco.

Eu rio. — Um buraco?

— Sim. Eu vejo as notícias. Buracos é a nova ameaça. Bem, buracos e ursos, mas
vamos enfrentá-los, não existem ursos correndo para cima e para baixo na Sunrise
Highway, então acho que estamos seguras. — Ela sorri para mim. — Mas quando você se
tornar um peixe graúdo e viver em um palácio na Califórnia, cuidado, porque eles têm as
duas coisas. — Ela faz um rugido e bate em mim.

— Você é uma idiota. — O sorriso não parece forçado neste momento. Ela, na
verdade, faz-me rir de novo.

— Então, o que você vai comprar?

— Nada ainda. Eu não tenho esse dinheiro e por tudo que sei isso não pode render
um centavo. Agora eu ainda sou uma bunda pobre.

Ela levanta o punho para mim, e eu bato o meu contra a dela. — Bem-vinda ao
clube. Nós trabalhamos o dobro e chegamos a algum lugar rápido demais.

Concordo com a cabeça, mas não posso afastar a sensação de que Bryan não vai
gostar disso quando descobrir, porque ele vai vê-lo. É só uma questão de quando.

O telefone toca. É Cecily novamente. Ela está tentando me convidar para algum
baile na cidade neste fim de semana. Eu passo a coisa para a vida e pressiono-o para o meu
ouvido. — Alô?

Cecily grita. — Pegue seu vestido de festa! Estamos dentro. Todo mundo que você

precisa para apertar o negócio vai estar lá. Além disso, tenho você ligada a apresentar um
prêmio antes da festa naquela noite. Você precisa de um vestido de noite e dizer a Neil para
vestir um smoking.

Meu estômago cai em meu tênis. — Apresentar um prêmio? Onde?

Ela está animada, mas tenho a sensação de que ela fez isso um milhão de vezes, e a
emoção tem mais a ver com estabelecer um negócio do que com a festa. — Oh, não é
grande coisa querida, mas vou dar para você uma propaganda extra. Você só lê as linhas em
uma pequena tela e imediatamente sai do caminho. Muito fácil. — Cecily faz parecer
menor, mas não é.

— Este é um evento televisionado?

— Claro!

— Eu não posso fazer isso. Cecily...

— Neil disse que você pode fazer isso. Ouça Hallie, é hora de colocar-se em suas
calças de garota grande. Esta pequena coisa vai ser exposição instantânea. Todo mundo
acha que você é a coisa mais doce que já viu. Você tem apelo infantil em massa, e
precisamos levá-lo em frente às câmeras. Quanto mais as pessoas souberem sobre você,
melhor.

— Cecília, eu não posso. Eu odeio falar em público.

— Vai ler garota. Você pode ler. — Antes que eu possa lhe dizer não novamente,
ela acrescenta: — Eu terei um carro para buscá-la às seis. Use um vestido de noite escuro,
nada muito chamativo. Queremos jogar a sua vibração de boa menina para contrastar com
a sua versão perversa no livro. Isso vai vendê-los e eles estarão comendo em nossas mãos.
Você já tem algumas ofertas, mas queremos uma guerra cheia de lances. Esta é a tacada que
muda tudo. — Cecily é tudo sobre o dinheiro. Ela não é pago a menos que eu receba o
pagamento, e ao mesmo tempo uma carga de caminhão de dinheiro soa bem, eu prefiro
morrer a estar no palco.

Antes que eu possa dizer não, ela desliga. Eu faço um som agravado na parte de
trás da minha garganta e olho para o meu telefone. Eu acho que não gosto muito dela, ao
mesmo tempo, um empurrão pode ser o que preciso para obter minha bunda na
engrenagem. — Essa era a minha agente. Ela quer que eu anuncie o vencedor de um show
de prêmio televisivo hoje à noite e, em seguida, ir para o banquete.

Maggie pode dizer que eu não quero ir. Odeio multidões, odeio tudo isso. — O que
você vai fazer? Eu sei que este não é o seu lugar, Hallie, mas você realmente vai passar por
isso?

— Eu nem sequer tenho um vestido. Como vou fazer isso? Como é que vou pagar
por isso?

Antes que eu pudesse olhar para cima, Maggie está com sua bolsa. Ela puxa para
fora um maço de dinheiro. — Quanto é que precisamos?

— Onde você conseguiu isso? — Eu bocejo e estreito meu olhar em sua mão.

— É meu, e o que é meu é teu.

— Eu não posso pegar o seu dinheiro.

— Uh, mas você pode pegar emprestado. Empréstimos são totalmente permitidos.
Podemos ir até as promoções e que eu posso fazer o seu cabelo e maquiagem. Você vai
parecer impressionante. — Ela sorri para mim e fica em pé. — Vamos Hallie. Deixe-me
fazer isso por você. Você sempre me ajuda. É a minha vez de retribuir o favor. Vamos. —
Ela diz a última palavra uma e outra vez até que eu desista e diga sim.


CONTINUA

Ela ri e senta-se na cadeira de frente para mim novamente. — Hallie, todo mundo
leu. Está em todo o lugar. Todos os programas de entrevistas estão repletos sobre isso. É
tão sexy, tão sincero, tão emocional. É como crack. As pessoas não podem obter o
suficiente. E parece que milhões de pessoas já leu esta de acordo com as estatísticas aí. —
Ela se inclina toda e aponta para a tela.

— Maggie como pode esconder isso de Neil? Eu não posso dizer-lhe que escrevi
isso. Você sabe que ele vai surtar. O maldito livro inteiro é sobre a perda de controle. Ele
vai pensar que eu sou a garota da propagando do filme para o mal. — Estou perto de
hiperventilar, mas é por causa de muito mais. Não é apenas sobre a perda de controle das
emoções e da minha vida, são os atos sexuais descritos lá que ele ficará irado. Estou
contente por ter retido e não escrito tudo sobre o que Bryan e eu fizemos naquela época,
mas não importa, não para Neil. Ele vai ter um ataque.

Maggie não sabe sobre a minha relação com Bryan. Ninguém sabe. É um segredo
que eu tenho mantido por tanto tempo e não vou dizer as pessoas agora. Bryan tinha tanta
pressão sobre ele, vindo de sua família, e eu não queria o escrutínio. Nosso relacionamento
foi quente e rápido. Paixão assim não é sustentável, ou pelo menos é o que digo a mim
mesmo quando penso nele. Separamos-nos depois de uma discussão acalorada.

Se Neil descobre, isso vai esmagá-lo, e me fazer parecer uma daquelas presunçosas

sem cérebro, uma imitação das esposas da família Ferro. Essa família traz uma porrada de
problemas com ele. Até agora, ninguém descobriu. Piscando rapidamente, olho para longe
dela. — Neil não pode pensar, ele não pode...

— Hallie. — Ela inclina a cabeça para o lado, como se pudesse dizer que não estou
dizendo-lhe alguma coisa. Um olhar simpático atravessa seu rosto. — Você não pode
esconder essa sua parte dele e não deveria.

— Eu não estou escondendo. A mulher nesse livro, bem, ela não está mais comigo.
— Esses tipos de desejos não ditam minhas ações da forma como o fizeram no passado.

As coisas com Bryan foram abrasadoras, mas é impossível viver assim. Quando a
paixão domina a razão, bem, que tipo de pessoa faz isso? Além disso, do ponto de vista de
Neil sobre sexo são mais confortáveis, mais aceitos. Ninguém me olhava estranho por dizer
que gosto de posição papai-mamãe, mas algumas coisas que eu fiz com Bryan — algumas
coisas no livro. — Oh! Deus. Que diabos fez alguém ler? Pelo menos eu tive juízo
suficiente para mudar o seu nome. Agora, a única pessoa que sabe sobre Bryan Ferro sou
eu, e bem, Bryan, assumindo que ele lê livros de sacanagem de covardes postados no
Padpress, um site gratuito cheio, principalmente, de fãs de ficção.

Mag me bate com o cotovelo, puxando-me dos meus pensamentos. — Quando
você fez essas coisas? Parece tão estranho. Quero dizer, você é tão doce e bonita. Eu sou a
única louca e nunca teria pensado...

Eu a cortei. — Maggie, por favor. Eu tenho uma coisa boa com Neil. Eu não posso
perdê-lo. Eu não posso... — Eu engasgo com a última palavra.

Maggie move sua cadeira mais perto da minha e sorri para mim. — Eu não vou
dizer nada e não se preocupe. Você não vai perdê-lo, querida. Isto é o que você fará. Diga-
lhe que é ficção, totalmente composta e que a sua mente divaga por caminhos estranhos
quando está angustiada. Ele não vai ligar.

— Tem certeza? — Quando eu olho em seus grandes olhos verdes, eu vejo muito.
Uma vida inteira de risos e lágrimas. Ela sempre esteve comigo e se sua vida não fosse um

desastre, ela teria estado lá quando papai morreu. Ela teria me deixado chorar em seu
ombro, mas as coisas não saíram dessa forma.

— Sim, desde que ele não saiba que o que você está escrevendo realmente
aconteceu você está bem. Conhecendo Neil, ele vai reclamar, mas vai passar. Além disso,
ele tem isso bom com você. Ele não vai querer perder isso por algo assim.

Olhando para minhas mãos, eu balanço minha cabeça, mas não tenho tanta certeza.
Somos muito diferentes e este é um desses momentos que se torna muito óbvio. — Não,
ele não o faz. Pelo menos Neil tem a extremidade curta da vara. Eu não tenho nada. Eu
não sei por que ele ainda está comigo.

— Você está brincando? Aquele desgraçado tem sorte de ter você. Você é incrível e
vale a pena manter alguém que vai estar lá por você se chover merda ou margaridas. —
Mag é uma pessoa colorida. Ela está vestida como um pastel gigante com o cabelo
vermelho brilhante, um corpete preto e saia, com meias arco-íris juntamente com botas
pretas. Há uma nova faixa azul de cabelo que continua caindo em seus olhos. Ela os sopra
de volta com os lábios e cospe em mim um pouco. Cobrindo a boca com a mão, seus olhos
se arregalam. — Oh! Meu Deus. Sinto muito!

Sorrindo suavemente, eu limpo meu rosto. — Você é tão eloquente.

— Uma de nós tem que ser. — Ela sorri descontroladamente e se inclina,
balançando as sobrancelhas. — Então, quem era esse cara misterioso?

Capítulo 6

— Então, deixe-me ver se entendi. — Neil tem as palmas das mãos juntas como se
estivesse tentando não atacar e gritar comigo. — Você escreveu um livro sobre sexo e
publicou-o porquê estava chateada quando seu pai morreu. É isso que você está me
dizendo? — O tom de Neil é condescendente. Ele é, de repente, incapaz de olhar para
mim. — Eu esperaria esse tipo de coisa de Maggie, mas não de você.

— Que tipo de coisa, Neil? Escrita libertadora? — Eu não posso olhar para ele,
mas não gosto do jeito que ele está falando para mim.

— Qual parte foi libertador, Hallie? Detalhes gráficos de ir para baixo e chupar um
cara, ou se curvar e fazer sexo por trás?

Eu fico toda tensa quando ele fala comigo dessa maneira. É como tapa verbal. —
Eu fiz o que precisava fazer para lidar do meu jeito com a uma porrada de porcaria que
veio rolando. Se você não pode lidar com isso, então talvez isso seja uma má ideia. — Eu
gesticulo entre nós e olho para a porta. Eu não posso ir para Maggie, mas não posso ficar
aqui com Neil olhando para baixo do nariz para mim. Ele acha que tudo é completamente
figurado, e que talvez seja, mas não vou pedir desculpas por uma das únicas vezes em
minha vida que eu estava realmente feliz.

Menos defensiva, Hallie. As coisas no livro não aconteceram. Eu canto a mentira
dentro da minha cabeça uma e outra vez, e tento não reagir.

— Se eu não puder lidar com isso? Você realmente disse isso? O que eu tenho
vindo a dizer desde que isso aconteceu? Você precisa falar com alguém! Eu lhe disse que
você pode falar comigo, mas você não fez isso. Em vez disso, escreveu uma coisa
horrivelmente suja e nunca disse uma palavra. As pessoas estão falando sobre isso, Hallie, e
você sabe o que eles pensam? Eles estão dizendo que é sobre nós! — A voz de Neil está
uma oitava estridente mais alta quando ele termina de falar. Suas mãos estão voando pelo
ar, como se ele fosse um ninja que conduz uma orquestra. — Nós!

— Quem se importa com o que as pessoas dizem? Você é o único que está sempre
dizendo isso. — O telefone toca, e então, não quero ter essa conversa. Talvez eu seja uma
covarde, mas eu atendo, o que faz com que ele fique louco. Neil sai da sala. Eu não o sigo
quando ele bate coisas na cozinha, bate gavetas. — Alô? — Eu digo calmamente, como se
eu não estivesse no meio de uma discussão do inferno.

— Olá, senhorita Raymond, eu presumo?

— Sim, sou eu. Como posso ajudá-la? — Neil me olha através da porta. Eu
gostaria que ele, pelo menos, agisse como se entendesse. Fingir simpatia é melhor do que
nada

— Aqui é Cecily Varden da Agência Varden, em Nova York. Você é a autora do
AMOR PERDIDO?

— Sim. — Eu comprimo minhas mãos nos meus braços e inclino-me para trás
contra o balcão. — Olha, agora realmente não é um bom momento...

— Eu peço desculpas, mas tenho tentado falar com você há alguns dias. Tenho
várias ofertas para o seu livro.

— Eu não estou interessada. — Estou prestes a desligar, mas sua voz assume um
som apressado agudo frenético que me para.

— Espere. Eles estão oferecendo sete números, além de outro contrato para um
filme. Senhorita Raymond, eu entendo que você já passou por muita coisa recentemente, e
não quero incomodá-la, mas é preciso perceber que existem pessoas oferecendo-lhe uma
grande quantidade de dinheiro pela história que você escreveu. Está tocando as pessoas de
uma forma que não se vê todos os dias. — Eu não pisco. Eu estou lá com minhas
sobrancelhas ligeiramente levantadas e olho para a parede. — Senhorita Raymond?

Concordo com a cabeça lentamente. — Eu não posso discutir isso agora, mas eu
dou-lhe permissão para falar com Neil Scortz sobre isso. — Eu passo o telefone em Neil

antes de me virar e sair correndo pela porta da frente.

Meu corpo não responde da maneira que deveria. Meu estômago se agita como
quando eu bebi leite estragado e eu vomitei nas rosas de Neil. Todo o meu corpo dói e por
um segundo posso sentir novamente. Apertando os lábios, me sento com força na varanda
da frente e seguro meu rosto em minhas mãos. Isso não pode estar acontecendo. A
resposta para todas as minhas orações está balançando na minha frente, mas não posso
levá-la. Se eu fizer isso, vai expor Bryan e eu vou perder Neil. Mas, se não aceitar o
dinheiro, então não há nenhuma maneira de terminar a escola. Papai deu-se tanto por mim.
Oh! Deus. Eu poderia ter a casa de volta. Eu poderia entrar no banco e apenas comprar a
coisa. Eu nem sequer preciso de uma hipoteca. Parece que meu corpo está sendo rasgado
ao meio, então me dobro para aliviar a dor. Gotas de suor na minha testa aparecem e eu
começo a chorar sobre os meus joelhos.

Eu não posso perder mais ninguém. Agora não. Eu simplesmente não posso.

Não tenho ideia de quanto tempo estive sentada quando uma mão toca meu
ombro. Antes que eu possa olhar para cima, meus reflexos chutam. Minha coluna endireita
quando meu cotovelo voa de volta e se conecta com o estômago dele. Neil maldiçoa e
cambaleia para trás, ofegante. — Droga, Hallie!

Eu salto para cima e agarro seu ombro, tentando virá-lo em direção a mim. — Eu
sinto muito. Você me assustou. Neil, eu não queria.

Neil está segurando o estômago e olhando para mim. Eu fiz isso com ele mais de
uma vez. Ele tem reflexos muito lentos. Você acharia que ele saltaria para fora do caminho
agora, ou caminharia ao redor para que eu pudesse vê-lo antes de tocar em meus ombros.
Chame de um instinto de sobrevivência em New York, mas eu não gosto quando as
pessoas andam atrás de mim.

Ele tenta sorrir para mim. — Eu estou bem. — Pegando minha mão ele se senta na
varanda e me puxa para baixo ao lado dele. — Você quer saber o que ela disse?

Eu olho para frente e inclino-me em seu ombro. — Eu realmente não me importo.

Eu não posso dizer sim, por isso não importa.

— Não seja boba. Claro que você pode dizer sim. — Neil me olha engraçado. —
Por que você diz isso?

Quem é você e o que você fez com Neil? Minha boca fica aberta por um momento,
antes que eu deixe escapar: — Você estava gritando comigo por escrever essa história,
então, como poderia ser bom publicá-lo? Ou fazer um filme? — Oh! Deus, minha cabeça
dói. Eu meio que desejo que só explodisse e acabasse com isso. Eu suspiro profundamente
e tento não chorar.

— Hallie, você sabe quantos download já foram feitos? — Eu balancei minha
cabeça. Eu vi alguns números na tela antes, mas não parei para ver o que eram ou o que
significava. Ele sorri para mim como se eu precisasse ter alguém para segurar a minha mão
para atravessar. — Você se tornou grande o suficiente para atrair ótima atenção. A
imprensa está comentando sobre você, o que fez todo mundo olhar. Ouça você já escreveu
o livro e todo mundo já sabe. Você deve aceitar o acordo.

— Mas o que dizer de nós?

Ele encolhe os ombros e olha para a rua. — É ficção, certo? — Oh! Deus. Há um
lago de fogo no inferno com o meu nome nele. Concordo com a cabeça e tento não
parecer culpada. —Então, é só mais um pedaço de lixo sensacionalista, mas desta vez ele
nos beneficia. — Na verdade, ele sorri e bate no meu ombro.

Não é lixo, não para mim. Olhando para as minhas mãos, eu pergunto: — Você leu
isso?

— Eu preciso?

Eu balanço minha cabeça. — Basta saber.

Ele passa as mãos pelo cabelo curto e suspira, e sua espinha rígida finalmente
relaxa. — Ouça Hallie. O estrago já está feito. Eu vou ter que enfrentar os caras no

trabalho, não importa o que você faça então você pode muito bem pegar o dinheiro.
Admito que suavize o golpe. — Ele oferece um sorriso fraco e descansa a mão nas minhas
costas. — O que eu não sei como explicar é por que você escreveria algo tão animalesco
em primeiro lugar. Não é como se você realmente desejasse fazer essas coisas, certo? —
Ele ri nervosamente e eu sei que não posso contar-lhe tudo, mas não posso evitar cutucá-lo
dessa forma.

Eu olho para ele e mantenho as mãos entrelaçadas no meu colo. — Seria tão ruim
assim? — Seus olhos se arregalam quando um olhar de choque atravessa seu rosto. — Não
tudo, mas sendo um pouco mais, eu não sei apaixonado? Teria que ser tão ruim assim?

— Isso não é paixão, amor. É moralmente desprovido de amor é como animais.
Você é uma mulher inteligente, o que realmente a faria apelar para agir como um animal
irracional? — Neil tem um olhar preocupado em seu rosto enquanto espera por minha
resposta.

Não há nada que eu possa dizer que não soe mal. — Não, isso não acontece. —
Meu estômago afunda e meu corpo se sente paralisado novamente. Intelectualmente, Neil
está lá em cima, mas ele tem o barômetro emocional de um cacto. — Então, o que você
disse a Varden?

Ele sorri para mim. — Eu disse a ela para redigir os documentos.

Capítulo 7

O maxilar de Maggie bate contra o tampo da mesa. — Você sabia que iriam lhe
oferecer tanto dinheiro?

Eu balanço minha cabeça, olhando para a tela do computador com as ofertas
propostas. Vários deles querem comprar os direitos para o meu livro. — Não. Isso é um
monte de dinheiro. — Se os porcos pudessem voar, um estaria subindo acima da minha
cabeça em círculos, como um rei acima das tempestades, e que parece mais realista do que
o que está acontecendo na frente do meu rosto.

Os milhares de pessoas delirantes sobre o meu livro me renderam algumas sérias
mudanças nos bolsos. Quais eram as chances de isso acontecer? Acho que era mais
provável ser atingida por um raio. Talvez eu devesse ter mais cuidado quando for lá fora.
Eu olho pela janela e olho para o céu. Não há mais de abrigo para esta menina.

Maggie está babando em cima do teclado, a me faz perguntas. — O que você vai
comprar? Quero dizer, você poderia conseguir um novo guarda-roupa, um apartamento
incrível e pagar por suas aulas no próximo semestre. — Ela pisca novamente, como se
esperasse que o número desaparecesse. — Quando você vai receber o pagamento?

— Eu não tenho certeza. — Meus lábios se contorcem. Estou feliz e nervosa. O
dinheiro vai me ajudar a colocar meus pés no chão novamente, mas há a ameaça persistente
de Bryan. E se ele vê a história? Ele assiste TV, certo? Eu posso não imaginá-lo feliz com
isso, Deus sabe que eu ficaria chateada. É totalmente errado escrever sobre um ex e
publicá-lo para todo mundo ver. É assustador, e o pensamento de que Bryan descobrir está
me fazendo enjoada.

Eu olho para Maggie, preocupada. — Você não acha que ele vai perceber?

Ela encolhe os ombros. — Talvez sim, talvez não. Depende do cara, e você ainda
não me disse o seu nome. Eu não esqueci. Eu gostaria de saber quem transformou você em

uma pequena maníaca sexual. — Ela ri, mas não olha para mim.

Difícil. Maggie é minha melhor amiga e tudo, mas não falo detalhes com ela ou
com qualquer um. E agora todo mundo sabe o que gosto e como gosto. É embaraçoso
uma santa virar um hibrido de monstro com cachorra, Eu faço uma careta. — Por que
você quer saber isso?

— Então, eu poderia ficar com um de seus irmãos. Maggie gosta de coisas
esquisitas. — Ela sorri para mim e olha para a tela novamente. — Cliquei em voltar para o
livro no site Padpress. — Toca no monitor, ela ondula seu lábio, dizendo: — Esta é uma
capa muito feia por sinal.

Eu não posso discutir isso. É basicamente um pedaço de folha solta com um tipo
de letra de máquina de escrever rebocados através das linhas azuis. — É exigido de
conhecimentos nulos de informática, tudo bem. Além disso, supostamente ninguém
deveria lê-lo.

— Então, para que você colocou lá fora?

Boa pergunta, e a verdade é mais um pressentimento do que um pensamento
cognitivo. Às vezes eu escrevo para mim e isso é o suficiente. Desta vez não foi. Desta vez
escrevi sobre amor e perda, dor e morte, mas apenas tê-lo no meu computador não era
suficiente. Parecia que segurava um pássaro engaiolado na palma da minha mão. Havia algo
pressionando que seria libertador publicar urgente. Era catártico, não importando o que diz
Neil.

Levantando-me do computador, eu puxo meu cabelo em um rabo de cavalo e
atravesso a sala de estar. — Eu não sei como dizer isso.

— Tente. — Ela se vira, mas não levanta.

Evitando o olhar dela, pego uma caneca de café e tento colocar os sentimentos às
palavras. — Tudo de ruim que aconteceu, e estava presa dentro de mim com pequenos
pontos brilhantes bons. Por alguma razão, eles continuaram batendo um no outro. Eu não

perguntei por que, ou li qualquer coisa para isso. Pressionar publicar era como escrever
uma carta e deixá-la cair fora do Empire State Building. Em teoria, alguém poderia lê-lo,
mas a probabilidade seria de que iria para o lixo sob os pés sem que ninguém nunca visse.
Eu não sei. Talvez eu seja meio louca.

Maggie balança a cabeça. — Não, você não é meio louca e ignore Neil se ele não
conseguir. Só porque ele é uma imitação de psiquiatra, não significa que tem o poder
mágico de ver dentro de seu coração. Além disso, o coração e a cabeça não estão sempre
indo na mesma direção, se você sabe o que quero dizer. Luto faz coisas para uma pessoa.
— Maggie exala um suspiro e força um sorriso.

Sua vida tem sido ruim e de alguma forma ela se senta aqui e consegue sorrir, mas
meu rosto parece que vai rachar quando os cantos da minha boca se elevam. Eu não sei
como ela faz isso. Ninguém além de mim se preocupa com ela, ela não tem família, e foi
devolvida de um lar adotivo para outro, até que ela tivesse idade suficiente para sair. Ela
está sem dinheiro, mas se esforça muito. Agora ela trabalha em algum bar e as gorjetas são
boas, mas eu me preocupo com ela.

Estávamos no mesmo orfanato até que meu pai me adotou quando eu estava na
terceira série. Maggie ficou para trás, mas eu ainda a via na escola. Ao contrário do resto
das crianças naquela casa, ela conseguiu ficar parada. Quanto a mim, minha mãe gostava
mais de heroína do que de comida. O serviço de Proteção a Criança encontrou-me quando
eu tinha cinco anos de idade, escondida no fundo de um armário enquanto ela estava
fazendo Deus sabe o quê.

Esse período da minha vida é coberto de sombras como um pesadelo. Eu não
consigo lembrar quais coisas realmente aconteceram e quais eram pesadelos. Enquanto os
eventos não se destacam muito, o sofrimento emocional daquele tempo ainda está vivo.
Medo angustiante possuiu meu pequeno corpo naquela época. Meus jovens olhos tinham
visto coisas que nenhuma criança jamais deveria ver. Depois disso, passei alguns anos em
lares adotivos até que meu pai me adotou. Eu era uma das crianças de sorte. Maggie não
teve tanta sorte.

Eu ainda estou nervosa e agito a colher em torno do meu copo. O que as pessoas

pensarão de mim quando lerem isso? Eu sei que não deveria me importar, mas o faço, um
pouco. Olhando para ela, pergunto timidamente: — Você não acha que sou meio louca por
publicar algo que eu não quero que as pessoas vejam?

— Nah! — Ela acena-me e se inclina para trás em sua cadeira. — Você está mais
propensa a cair num buraco.

Eu rio. — Um buraco?

— Sim. Eu vejo as notícias. Buracos é a nova ameaça. Bem, buracos e ursos, mas
vamos enfrentá-los, não existem ursos correndo para cima e para baixo na Sunrise
Highway, então acho que estamos seguras. — Ela sorri para mim. — Mas quando você se
tornar um peixe graúdo e viver em um palácio na Califórnia, cuidado, porque eles têm as
duas coisas. — Ela faz um rugido e bate em mim.

— Você é uma idiota. — O sorriso não parece forçado neste momento. Ela, na
verdade, faz-me rir de novo.

— Então, o que você vai comprar?

— Nada ainda. Eu não tenho esse dinheiro e por tudo que sei isso não pode render
um centavo. Agora eu ainda sou uma bunda pobre.

Ela levanta o punho para mim, e eu bato o meu contra a dela. — Bem-vinda ao
clube. Nós trabalhamos o dobro e chegamos a algum lugar rápido demais.

Concordo com a cabeça, mas não posso afastar a sensação de que Bryan não vai
gostar disso quando descobrir, porque ele vai vê-lo. É só uma questão de quando.

O telefone toca. É Cecily novamente. Ela está tentando me convidar para algum
baile na cidade neste fim de semana. Eu passo a coisa para a vida e pressiono-o para o meu
ouvido. — Alô?

Cecily grita. — Pegue seu vestido de festa! Estamos dentro. Todo mundo que você

precisa para apertar o negócio vai estar lá. Além disso, tenho você ligada a apresentar um
prêmio antes da festa naquela noite. Você precisa de um vestido de noite e dizer a Neil para
vestir um smoking.

Meu estômago cai em meu tênis. — Apresentar um prêmio? Onde?

Ela está animada, mas tenho a sensação de que ela fez isso um milhão de vezes, e a
emoção tem mais a ver com estabelecer um negócio do que com a festa. — Oh, não é
grande coisa querida, mas vou dar para você uma propaganda extra. Você só lê as linhas em
uma pequena tela e imediatamente sai do caminho. Muito fácil. — Cecily faz parecer
menor, mas não é.

— Este é um evento televisionado?

— Claro!

— Eu não posso fazer isso. Cecily...

— Neil disse que você pode fazer isso. Ouça Hallie, é hora de colocar-se em suas
calças de garota grande. Esta pequena coisa vai ser exposição instantânea. Todo mundo
acha que você é a coisa mais doce que já viu. Você tem apelo infantil em massa, e
precisamos levá-lo em frente às câmeras. Quanto mais as pessoas souberem sobre você,
melhor.

— Cecília, eu não posso. Eu odeio falar em público.

— Vai ler garota. Você pode ler. — Antes que eu possa lhe dizer não novamente,
ela acrescenta: — Eu terei um carro para buscá-la às seis. Use um vestido de noite escuro,
nada muito chamativo. Queremos jogar a sua vibração de boa menina para contrastar com
a sua versão perversa no livro. Isso vai vendê-los e eles estarão comendo em nossas mãos.
Você já tem algumas ofertas, mas queremos uma guerra cheia de lances. Esta é a tacada que
muda tudo. — Cecily é tudo sobre o dinheiro. Ela não é pago a menos que eu receba o
pagamento, e ao mesmo tempo uma carga de caminhão de dinheiro soa bem, eu prefiro
morrer a estar no palco.

Antes que eu possa dizer não, ela desliga. Eu faço um som agravado na parte de
trás da minha garganta e olho para o meu telefone. Eu acho que não gosto muito dela, ao
mesmo tempo, um empurrão pode ser o que preciso para obter minha bunda na
engrenagem. — Essa era a minha agente. Ela quer que eu anuncie o vencedor de um show
de prêmio televisivo hoje à noite e, em seguida, ir para o banquete.

Maggie pode dizer que eu não quero ir. Odeio multidões, odeio tudo isso. — O que
você vai fazer? Eu sei que este não é o seu lugar, Hallie, mas você realmente vai passar por
isso?

— Eu nem sequer tenho um vestido. Como vou fazer isso? Como é que vou pagar
por isso?

Antes que eu pudesse olhar para cima, Maggie está com sua bolsa. Ela puxa para
fora um maço de dinheiro. — Quanto é que precisamos?

— Onde você conseguiu isso? — Eu bocejo e estreito meu olhar em sua mão.

— É meu, e o que é meu é teu.

— Eu não posso pegar o seu dinheiro.

— Uh, mas você pode pegar emprestado. Empréstimos são totalmente permitidos.
Podemos ir até as promoções e que eu posso fazer o seu cabelo e maquiagem. Você vai
parecer impressionante. — Ela sorri para mim e fica em pé. — Vamos Hallie. Deixe-me
fazer isso por você. Você sempre me ajuda. É a minha vez de retribuir o favor. Vamos. —
Ela diz a última palavra uma e outra vez até que eu desista e diga sim.


CONTINUA

Ela ri e senta-se na cadeira de frente para mim novamente. — Hallie, todo mundo
leu. Está em todo o lugar. Todos os programas de entrevistas estão repletos sobre isso. É
tão sexy, tão sincero, tão emocional. É como crack. As pessoas não podem obter o
suficiente. E parece que milhões de pessoas já leu esta de acordo com as estatísticas aí. —
Ela se inclina toda e aponta para a tela.

— Maggie como pode esconder isso de Neil? Eu não posso dizer-lhe que escrevi
isso. Você sabe que ele vai surtar. O maldito livro inteiro é sobre a perda de controle. Ele
vai pensar que eu sou a garota da propagando do filme para o mal. — Estou perto de
hiperventilar, mas é por causa de muito mais. Não é apenas sobre a perda de controle das
emoções e da minha vida, são os atos sexuais descritos lá que ele ficará irado. Estou
contente por ter retido e não escrito tudo sobre o que Bryan e eu fizemos naquela época,
mas não importa, não para Neil. Ele vai ter um ataque.

Maggie não sabe sobre a minha relação com Bryan. Ninguém sabe. É um segredo
que eu tenho mantido por tanto tempo e não vou dizer as pessoas agora. Bryan tinha tanta
pressão sobre ele, vindo de sua família, e eu não queria o escrutínio. Nosso relacionamento
foi quente e rápido. Paixão assim não é sustentável, ou pelo menos é o que digo a mim
mesmo quando penso nele. Separamos-nos depois de uma discussão acalorada.

Se Neil descobre, isso vai esmagá-lo, e me fazer parecer uma daquelas presunçosas

sem cérebro, uma imitação das esposas da família Ferro. Essa família traz uma porrada de
problemas com ele. Até agora, ninguém descobriu. Piscando rapidamente, olho para longe
dela. — Neil não pode pensar, ele não pode...

— Hallie. — Ela inclina a cabeça para o lado, como se pudesse dizer que não estou
dizendo-lhe alguma coisa. Um olhar simpático atravessa seu rosto. — Você não pode
esconder essa sua parte dele e não deveria.

— Eu não estou escondendo. A mulher nesse livro, bem, ela não está mais comigo.
— Esses tipos de desejos não ditam minhas ações da forma como o fizeram no passado.

As coisas com Bryan foram abrasadoras, mas é impossível viver assim. Quando a
paixão domina a razão, bem, que tipo de pessoa faz isso? Além disso, do ponto de vista de
Neil sobre sexo são mais confortáveis, mais aceitos. Ninguém me olhava estranho por dizer
que gosto de posição papai-mamãe, mas algumas coisas que eu fiz com Bryan — algumas
coisas no livro. — Oh! Deus. Que diabos fez alguém ler? Pelo menos eu tive juízo
suficiente para mudar o seu nome. Agora, a única pessoa que sabe sobre Bryan Ferro sou
eu, e bem, Bryan, assumindo que ele lê livros de sacanagem de covardes postados no
Padpress, um site gratuito cheio, principalmente, de fãs de ficção.

Mag me bate com o cotovelo, puxando-me dos meus pensamentos. — Quando
você fez essas coisas? Parece tão estranho. Quero dizer, você é tão doce e bonita. Eu sou a
única louca e nunca teria pensado...

Eu a cortei. — Maggie, por favor. Eu tenho uma coisa boa com Neil. Eu não posso
perdê-lo. Eu não posso... — Eu engasgo com a última palavra.

Maggie move sua cadeira mais perto da minha e sorri para mim. — Eu não vou
dizer nada e não se preocupe. Você não vai perdê-lo, querida. Isto é o que você fará. Diga-
lhe que é ficção, totalmente composta e que a sua mente divaga por caminhos estranhos
quando está angustiada. Ele não vai ligar.

— Tem certeza? — Quando eu olho em seus grandes olhos verdes, eu vejo muito.
Uma vida inteira de risos e lágrimas. Ela sempre esteve comigo e se sua vida não fosse um

desastre, ela teria estado lá quando papai morreu. Ela teria me deixado chorar em seu
ombro, mas as coisas não saíram dessa forma.

— Sim, desde que ele não saiba que o que você está escrevendo realmente
aconteceu você está bem. Conhecendo Neil, ele vai reclamar, mas vai passar. Além disso,
ele tem isso bom com você. Ele não vai querer perder isso por algo assim.

Olhando para minhas mãos, eu balanço minha cabeça, mas não tenho tanta certeza.
Somos muito diferentes e este é um desses momentos que se torna muito óbvio. — Não,
ele não o faz. Pelo menos Neil tem a extremidade curta da vara. Eu não tenho nada. Eu
não sei por que ele ainda está comigo.

— Você está brincando? Aquele desgraçado tem sorte de ter você. Você é incrível e
vale a pena manter alguém que vai estar lá por você se chover merda ou margaridas. —
Mag é uma pessoa colorida. Ela está vestida como um pastel gigante com o cabelo
vermelho brilhante, um corpete preto e saia, com meias arco-íris juntamente com botas
pretas. Há uma nova faixa azul de cabelo que continua caindo em seus olhos. Ela os sopra
de volta com os lábios e cospe em mim um pouco. Cobrindo a boca com a mão, seus olhos
se arregalam. — Oh! Meu Deus. Sinto muito!

Sorrindo suavemente, eu limpo meu rosto. — Você é tão eloquente.

— Uma de nós tem que ser. — Ela sorri descontroladamente e se inclina,
balançando as sobrancelhas. — Então, quem era esse cara misterioso?

Capítulo 6

— Então, deixe-me ver se entendi. — Neil tem as palmas das mãos juntas como se
estivesse tentando não atacar e gritar comigo. — Você escreveu um livro sobre sexo e
publicou-o porquê estava chateada quando seu pai morreu. É isso que você está me
dizendo? — O tom de Neil é condescendente. Ele é, de repente, incapaz de olhar para
mim. — Eu esperaria esse tipo de coisa de Maggie, mas não de você.

— Que tipo de coisa, Neil? Escrita libertadora? — Eu não posso olhar para ele,
mas não gosto do jeito que ele está falando para mim.

— Qual parte foi libertador, Hallie? Detalhes gráficos de ir para baixo e chupar um
cara, ou se curvar e fazer sexo por trás?

Eu fico toda tensa quando ele fala comigo dessa maneira. É como tapa verbal. —
Eu fiz o que precisava fazer para lidar do meu jeito com a uma porrada de porcaria que
veio rolando. Se você não pode lidar com isso, então talvez isso seja uma má ideia. — Eu
gesticulo entre nós e olho para a porta. Eu não posso ir para Maggie, mas não posso ficar
aqui com Neil olhando para baixo do nariz para mim. Ele acha que tudo é completamente
figurado, e que talvez seja, mas não vou pedir desculpas por uma das únicas vezes em
minha vida que eu estava realmente feliz.

Menos defensiva, Hallie. As coisas no livro não aconteceram. Eu canto a mentira
dentro da minha cabeça uma e outra vez, e tento não reagir.

— Se eu não puder lidar com isso? Você realmente disse isso? O que eu tenho
vindo a dizer desde que isso aconteceu? Você precisa falar com alguém! Eu lhe disse que
você pode falar comigo, mas você não fez isso. Em vez disso, escreveu uma coisa
horrivelmente suja e nunca disse uma palavra. As pessoas estão falando sobre isso, Hallie, e
você sabe o que eles pensam? Eles estão dizendo que é sobre nós! — A voz de Neil está
uma oitava estridente mais alta quando ele termina de falar. Suas mãos estão voando pelo
ar, como se ele fosse um ninja que conduz uma orquestra. — Nós!

— Quem se importa com o que as pessoas dizem? Você é o único que está sempre
dizendo isso. — O telefone toca, e então, não quero ter essa conversa. Talvez eu seja uma
covarde, mas eu atendo, o que faz com que ele fique louco. Neil sai da sala. Eu não o sigo
quando ele bate coisas na cozinha, bate gavetas. — Alô? — Eu digo calmamente, como se
eu não estivesse no meio de uma discussão do inferno.

— Olá, senhorita Raymond, eu presumo?

— Sim, sou eu. Como posso ajudá-la? — Neil me olha através da porta. Eu
gostaria que ele, pelo menos, agisse como se entendesse. Fingir simpatia é melhor do que
nada

— Aqui é Cecily Varden da Agência Varden, em Nova York. Você é a autora do
AMOR PERDIDO?

— Sim. — Eu comprimo minhas mãos nos meus braços e inclino-me para trás
contra o balcão. — Olha, agora realmente não é um bom momento...

— Eu peço desculpas, mas tenho tentado falar com você há alguns dias. Tenho
várias ofertas para o seu livro.

— Eu não estou interessada. — Estou prestes a desligar, mas sua voz assume um
som apressado agudo frenético que me para.

— Espere. Eles estão oferecendo sete números, além de outro contrato para um
filme. Senhorita Raymond, eu entendo que você já passou por muita coisa recentemente, e
não quero incomodá-la, mas é preciso perceber que existem pessoas oferecendo-lhe uma
grande quantidade de dinheiro pela história que você escreveu. Está tocando as pessoas de
uma forma que não se vê todos os dias. — Eu não pisco. Eu estou lá com minhas
sobrancelhas ligeiramente levantadas e olho para a parede. — Senhorita Raymond?

Concordo com a cabeça lentamente. — Eu não posso discutir isso agora, mas eu
dou-lhe permissão para falar com Neil Scortz sobre isso. — Eu passo o telefone em Neil

antes de me virar e sair correndo pela porta da frente.

Meu corpo não responde da maneira que deveria. Meu estômago se agita como
quando eu bebi leite estragado e eu vomitei nas rosas de Neil. Todo o meu corpo dói e por
um segundo posso sentir novamente. Apertando os lábios, me sento com força na varanda
da frente e seguro meu rosto em minhas mãos. Isso não pode estar acontecendo. A
resposta para todas as minhas orações está balançando na minha frente, mas não posso
levá-la. Se eu fizer isso, vai expor Bryan e eu vou perder Neil. Mas, se não aceitar o
dinheiro, então não há nenhuma maneira de terminar a escola. Papai deu-se tanto por mim.
Oh! Deus. Eu poderia ter a casa de volta. Eu poderia entrar no banco e apenas comprar a
coisa. Eu nem sequer preciso de uma hipoteca. Parece que meu corpo está sendo rasgado
ao meio, então me dobro para aliviar a dor. Gotas de suor na minha testa aparecem e eu
começo a chorar sobre os meus joelhos.

Eu não posso perder mais ninguém. Agora não. Eu simplesmente não posso.

Não tenho ideia de quanto tempo estive sentada quando uma mão toca meu
ombro. Antes que eu possa olhar para cima, meus reflexos chutam. Minha coluna endireita
quando meu cotovelo voa de volta e se conecta com o estômago dele. Neil maldiçoa e
cambaleia para trás, ofegante. — Droga, Hallie!

Eu salto para cima e agarro seu ombro, tentando virá-lo em direção a mim. — Eu
sinto muito. Você me assustou. Neil, eu não queria.

Neil está segurando o estômago e olhando para mim. Eu fiz isso com ele mais de
uma vez. Ele tem reflexos muito lentos. Você acharia que ele saltaria para fora do caminho
agora, ou caminharia ao redor para que eu pudesse vê-lo antes de tocar em meus ombros.
Chame de um instinto de sobrevivência em New York, mas eu não gosto quando as
pessoas andam atrás de mim.

Ele tenta sorrir para mim. — Eu estou bem. — Pegando minha mão ele se senta na
varanda e me puxa para baixo ao lado dele. — Você quer saber o que ela disse?

Eu olho para frente e inclino-me em seu ombro. — Eu realmente não me importo.

Eu não posso dizer sim, por isso não importa.

— Não seja boba. Claro que você pode dizer sim. — Neil me olha engraçado. —
Por que você diz isso?

Quem é você e o que você fez com Neil? Minha boca fica aberta por um momento,
antes que eu deixe escapar: — Você estava gritando comigo por escrever essa história,
então, como poderia ser bom publicá-lo? Ou fazer um filme? — Oh! Deus, minha cabeça
dói. Eu meio que desejo que só explodisse e acabasse com isso. Eu suspiro profundamente
e tento não chorar.

— Hallie, você sabe quantos download já foram feitos? — Eu balancei minha
cabeça. Eu vi alguns números na tela antes, mas não parei para ver o que eram ou o que
significava. Ele sorri para mim como se eu precisasse ter alguém para segurar a minha mão
para atravessar. — Você se tornou grande o suficiente para atrair ótima atenção. A
imprensa está comentando sobre você, o que fez todo mundo olhar. Ouça você já escreveu
o livro e todo mundo já sabe. Você deve aceitar o acordo.

— Mas o que dizer de nós?

Ele encolhe os ombros e olha para a rua. — É ficção, certo? — Oh! Deus. Há um
lago de fogo no inferno com o meu nome nele. Concordo com a cabeça e tento não
parecer culpada. —Então, é só mais um pedaço de lixo sensacionalista, mas desta vez ele
nos beneficia. — Na verdade, ele sorri e bate no meu ombro.

Não é lixo, não para mim. Olhando para as minhas mãos, eu pergunto: — Você leu
isso?

— Eu preciso?

Eu balanço minha cabeça. — Basta saber.

Ele passa as mãos pelo cabelo curto e suspira, e sua espinha rígida finalmente
relaxa. — Ouça Hallie. O estrago já está feito. Eu vou ter que enfrentar os caras no

trabalho, não importa o que você faça então você pode muito bem pegar o dinheiro.
Admito que suavize o golpe. — Ele oferece um sorriso fraco e descansa a mão nas minhas
costas. — O que eu não sei como explicar é por que você escreveria algo tão animalesco
em primeiro lugar. Não é como se você realmente desejasse fazer essas coisas, certo? —
Ele ri nervosamente e eu sei que não posso contar-lhe tudo, mas não posso evitar cutucá-lo
dessa forma.

Eu olho para ele e mantenho as mãos entrelaçadas no meu colo. — Seria tão ruim
assim? — Seus olhos se arregalam quando um olhar de choque atravessa seu rosto. — Não
tudo, mas sendo um pouco mais, eu não sei apaixonado? Teria que ser tão ruim assim?

— Isso não é paixão, amor. É moralmente desprovido de amor é como animais.
Você é uma mulher inteligente, o que realmente a faria apelar para agir como um animal
irracional? — Neil tem um olhar preocupado em seu rosto enquanto espera por minha
resposta.

Não há nada que eu possa dizer que não soe mal. — Não, isso não acontece. —
Meu estômago afunda e meu corpo se sente paralisado novamente. Intelectualmente, Neil
está lá em cima, mas ele tem o barômetro emocional de um cacto. — Então, o que você
disse a Varden?

Ele sorri para mim. — Eu disse a ela para redigir os documentos.

Capítulo 7

O maxilar de Maggie bate contra o tampo da mesa. — Você sabia que iriam lhe
oferecer tanto dinheiro?

Eu balanço minha cabeça, olhando para a tela do computador com as ofertas
propostas. Vários deles querem comprar os direitos para o meu livro. — Não. Isso é um
monte de dinheiro. — Se os porcos pudessem voar, um estaria subindo acima da minha
cabeça em círculos, como um rei acima das tempestades, e que parece mais realista do que
o que está acontecendo na frente do meu rosto.

Os milhares de pessoas delirantes sobre o meu livro me renderam algumas sérias
mudanças nos bolsos. Quais eram as chances de isso acontecer? Acho que era mais
provável ser atingida por um raio. Talvez eu devesse ter mais cuidado quando for lá fora.
Eu olho pela janela e olho para o céu. Não há mais de abrigo para esta menina.

Maggie está babando em cima do teclado, a me faz perguntas. — O que você vai
comprar? Quero dizer, você poderia conseguir um novo guarda-roupa, um apartamento
incrível e pagar por suas aulas no próximo semestre. — Ela pisca novamente, como se
esperasse que o número desaparecesse. — Quando você vai receber o pagamento?

— Eu não tenho certeza. — Meus lábios se contorcem. Estou feliz e nervosa. O
dinheiro vai me ajudar a colocar meus pés no chão novamente, mas há a ameaça persistente
de Bryan. E se ele vê a história? Ele assiste TV, certo? Eu posso não imaginá-lo feliz com
isso, Deus sabe que eu ficaria chateada. É totalmente errado escrever sobre um ex e
publicá-lo para todo mundo ver. É assustador, e o pensamento de que Bryan descobrir está
me fazendo enjoada.

Eu olho para Maggie, preocupada. — Você não acha que ele vai perceber?

Ela encolhe os ombros. — Talvez sim, talvez não. Depende do cara, e você ainda
não me disse o seu nome. Eu não esqueci. Eu gostaria de saber quem transformou você em

uma pequena maníaca sexual. — Ela ri, mas não olha para mim.

Difícil. Maggie é minha melhor amiga e tudo, mas não falo detalhes com ela ou
com qualquer um. E agora todo mundo sabe o que gosto e como gosto. É embaraçoso
uma santa virar um hibrido de monstro com cachorra, Eu faço uma careta. — Por que
você quer saber isso?

— Então, eu poderia ficar com um de seus irmãos. Maggie gosta de coisas
esquisitas. — Ela sorri para mim e olha para a tela novamente. — Cliquei em voltar para o
livro no site Padpress. — Toca no monitor, ela ondula seu lábio, dizendo: — Esta é uma
capa muito feia por sinal.

Eu não posso discutir isso. É basicamente um pedaço de folha solta com um tipo
de letra de máquina de escrever rebocados através das linhas azuis. — É exigido de
conhecimentos nulos de informática, tudo bem. Além disso, supostamente ninguém
deveria lê-lo.

— Então, para que você colocou lá fora?

Boa pergunta, e a verdade é mais um pressentimento do que um pensamento
cognitivo. Às vezes eu escrevo para mim e isso é o suficiente. Desta vez não foi. Desta vez
escrevi sobre amor e perda, dor e morte, mas apenas tê-lo no meu computador não era
suficiente. Parecia que segurava um pássaro engaiolado na palma da minha mão. Havia algo
pressionando que seria libertador publicar urgente. Era catártico, não importando o que diz
Neil.

Levantando-me do computador, eu puxo meu cabelo em um rabo de cavalo e
atravesso a sala de estar. — Eu não sei como dizer isso.

— Tente. — Ela se vira, mas não levanta.

Evitando o olhar dela, pego uma caneca de café e tento colocar os sentimentos às
palavras. — Tudo de ruim que aconteceu, e estava presa dentro de mim com pequenos
pontos brilhantes bons. Por alguma razão, eles continuaram batendo um no outro. Eu não

perguntei por que, ou li qualquer coisa para isso. Pressionar publicar era como escrever
uma carta e deixá-la cair fora do Empire State Building. Em teoria, alguém poderia lê-lo,
mas a probabilidade seria de que iria para o lixo sob os pés sem que ninguém nunca visse.
Eu não sei. Talvez eu seja meio louca.

Maggie balança a cabeça. — Não, você não é meio louca e ignore Neil se ele não
conseguir. Só porque ele é uma imitação de psiquiatra, não significa que tem o poder
mágico de ver dentro de seu coração. Além disso, o coração e a cabeça não estão sempre
indo na mesma direção, se você sabe o que quero dizer. Luto faz coisas para uma pessoa.
— Maggie exala um suspiro e força um sorriso.

Sua vida tem sido ruim e de alguma forma ela se senta aqui e consegue sorrir, mas
meu rosto parece que vai rachar quando os cantos da minha boca se elevam. Eu não sei
como ela faz isso. Ninguém além de mim se preocupa com ela, ela não tem família, e foi
devolvida de um lar adotivo para outro, até que ela tivesse idade suficiente para sair. Ela
está sem dinheiro, mas se esforça muito. Agora ela trabalha em algum bar e as gorjetas são
boas, mas eu me preocupo com ela.

Estávamos no mesmo orfanato até que meu pai me adotou quando eu estava na
terceira série. Maggie ficou para trás, mas eu ainda a via na escola. Ao contrário do resto
das crianças naquela casa, ela conseguiu ficar parada. Quanto a mim, minha mãe gostava
mais de heroína do que de comida. O serviço de Proteção a Criança encontrou-me quando
eu tinha cinco anos de idade, escondida no fundo de um armário enquanto ela estava
fazendo Deus sabe o quê.

Esse período da minha vida é coberto de sombras como um pesadelo. Eu não
consigo lembrar quais coisas realmente aconteceram e quais eram pesadelos. Enquanto os
eventos não se destacam muito, o sofrimento emocional daquele tempo ainda está vivo.
Medo angustiante possuiu meu pequeno corpo naquela época. Meus jovens olhos tinham
visto coisas que nenhuma criança jamais deveria ver. Depois disso, passei alguns anos em
lares adotivos até que meu pai me adotou. Eu era uma das crianças de sorte. Maggie não
teve tanta sorte.

Eu ainda estou nervosa e agito a colher em torno do meu copo. O que as pessoas

pensarão de mim quando lerem isso? Eu sei que não deveria me importar, mas o faço, um
pouco. Olhando para ela, pergunto timidamente: — Você não acha que sou meio louca por
publicar algo que eu não quero que as pessoas vejam?

— Nah! — Ela acena-me e se inclina para trás em sua cadeira. — Você está mais
propensa a cair num buraco.

Eu rio. — Um buraco?

— Sim. Eu vejo as notícias. Buracos é a nova ameaça. Bem, buracos e ursos, mas
vamos enfrentá-los, não existem ursos correndo para cima e para baixo na Sunrise
Highway, então acho que estamos seguras. — Ela sorri para mim. — Mas quando você se
tornar um peixe graúdo e viver em um palácio na Califórnia, cuidado, porque eles têm as
duas coisas. — Ela faz um rugido e bate em mim.

— Você é uma idiota. — O sorriso não parece forçado neste momento. Ela, na
verdade, faz-me rir de novo.

— Então, o que você vai comprar?

— Nada ainda. Eu não tenho esse dinheiro e por tudo que sei isso não pode render
um centavo. Agora eu ainda sou uma bunda pobre.

Ela levanta o punho para mim, e eu bato o meu contra a dela. — Bem-vinda ao
clube. Nós trabalhamos o dobro e chegamos a algum lugar rápido demais.

Concordo com a cabeça, mas não posso afastar a sensação de que Bryan não vai
gostar disso quando descobrir, porque ele vai vê-lo. É só uma questão de quando.

O telefone toca. É Cecily novamente. Ela está tentando me convidar para algum
baile na cidade neste fim de semana. Eu passo a coisa para a vida e pressiono-o para o meu
ouvido. — Alô?

Cecily grita. — Pegue seu vestido de festa! Estamos dentro. Todo mundo que você

precisa para apertar o negócio vai estar lá. Além disso, tenho você ligada a apresentar um
prêmio antes da festa naquela noite. Você precisa de um vestido de noite e dizer a Neil para
vestir um smoking.

Meu estômago cai em meu tênis. — Apresentar um prêmio? Onde?

Ela está animada, mas tenho a sensação de que ela fez isso um milhão de vezes, e a
emoção tem mais a ver com estabelecer um negócio do que com a festa. — Oh, não é
grande coisa querida, mas vou dar para você uma propaganda extra. Você só lê as linhas em
uma pequena tela e imediatamente sai do caminho. Muito fácil. — Cecily faz parecer
menor, mas não é.

— Este é um evento televisionado?

— Claro!

— Eu não posso fazer isso. Cecily...

— Neil disse que você pode fazer isso. Ouça Hallie, é hora de colocar-se em suas
calças de garota grande. Esta pequena coisa vai ser exposição instantânea. Todo mundo
acha que você é a coisa mais doce que já viu. Você tem apelo infantil em massa, e
precisamos levá-lo em frente às câmeras. Quanto mais as pessoas souberem sobre você,
melhor.

— Cecília, eu não posso. Eu odeio falar em público.

— Vai ler garota. Você pode ler. — Antes que eu possa lhe dizer não novamente,
ela acrescenta: — Eu terei um carro para buscá-la às seis. Use um vestido de noite escuro,
nada muito chamativo. Queremos jogar a sua vibração de boa menina para contrastar com
a sua versão perversa no livro. Isso vai vendê-los e eles estarão comendo em nossas mãos.
Você já tem algumas ofertas, mas queremos uma guerra cheia de lances. Esta é a tacada que
muda tudo. — Cecily é tudo sobre o dinheiro. Ela não é pago a menos que eu receba o
pagamento, e ao mesmo tempo uma carga de caminhão de dinheiro soa bem, eu prefiro
morrer a estar no palco.

Antes que eu possa dizer não, ela desliga. Eu faço um som agravado na parte de
trás da minha garganta e olho para o meu telefone. Eu acho que não gosto muito dela, ao
mesmo tempo, um empurrão pode ser o que preciso para obter minha bunda na
engrenagem. — Essa era a minha agente. Ela quer que eu anuncie o vencedor de um show
de prêmio televisivo hoje à noite e, em seguida, ir para o banquete.

Maggie pode dizer que eu não quero ir. Odeio multidões, odeio tudo isso. — O que
você vai fazer? Eu sei que este não é o seu lugar, Hallie, mas você realmente vai passar por
isso?

— Eu nem sequer tenho um vestido. Como vou fazer isso? Como é que vou pagar
por isso?

Antes que eu pudesse olhar para cima, Maggie está com sua bolsa. Ela puxa para
fora um maço de dinheiro. — Quanto é que precisamos?

— Onde você conseguiu isso? — Eu bocejo e estreito meu olhar em sua mão.

— É meu, e o que é meu é teu.

— Eu não posso pegar o seu dinheiro.

— Uh, mas você pode pegar emprestado. Empréstimos são totalmente permitidos.
Podemos ir até as promoções e que eu posso fazer o seu cabelo e maquiagem. Você vai
parecer impressionante. — Ela sorri para mim e fica em pé. — Vamos Hallie. Deixe-me
fazer isso por você. Você sempre me ajuda. É a minha vez de retribuir o favor. Vamos. —
Ela diz a última palavra uma e outra vez até que eu desista e diga sim.


CONTINUA

Ela ri e senta-se na cadeira de frente para mim novamente. — Hallie, todo mundo
leu. Está em todo o lugar. Todos os programas de entrevistas estão repletos sobre isso. É
tão sexy, tão sincero, tão emocional. É como crack. As pessoas não podem obter o
suficiente. E parece que milhões de pessoas já leu esta de acordo com as estatísticas aí. —
Ela se inclina toda e aponta para a tela.

— Maggie como pode esconder isso de Neil? Eu não posso dizer-lhe que escrevi
isso. Você sabe que ele vai surtar. O maldito livro inteiro é sobre a perda de controle. Ele
vai pensar que eu sou a garota da propagando do filme para o mal. — Estou perto de
hiperventilar, mas é por causa de muito mais. Não é apenas sobre a perda de controle das
emoções e da minha vida, são os atos sexuais descritos lá que ele ficará irado. Estou
contente por ter retido e não escrito tudo sobre o que Bryan e eu fizemos naquela época,
mas não importa, não para Neil. Ele vai ter um ataque.

Maggie não sabe sobre a minha relação com Bryan. Ninguém sabe. É um segredo
que eu tenho mantido por tanto tempo e não vou dizer as pessoas agora. Bryan tinha tanta
pressão sobre ele, vindo de sua família, e eu não queria o escrutínio. Nosso relacionamento
foi quente e rápido. Paixão assim não é sustentável, ou pelo menos é o que digo a mim
mesmo quando penso nele. Separamos-nos depois de uma discussão acalorada.

Se Neil descobre, isso vai esmagá-lo, e me fazer parecer uma daquelas presunçosas

sem cérebro, uma imitação das esposas da família Ferro. Essa família traz uma porrada de
problemas com ele. Até agora, ninguém descobriu. Piscando rapidamente, olho para longe
dela. — Neil não pode pensar, ele não pode...

— Hallie. — Ela inclina a cabeça para o lado, como se pudesse dizer que não estou
dizendo-lhe alguma coisa. Um olhar simpático atravessa seu rosto. — Você não pode
esconder essa sua parte dele e não deveria.

— Eu não estou escondendo. A mulher nesse livro, bem, ela não está mais comigo.
— Esses tipos de desejos não ditam minhas ações da forma como o fizeram no passado.

As coisas com Bryan foram abrasadoras, mas é impossível viver assim. Quando a
paixão domina a razão, bem, que tipo de pessoa faz isso? Além disso, do ponto de vista de
Neil sobre sexo são mais confortáveis, mais aceitos. Ninguém me olhava estranho por dizer
que gosto de posição papai-mamãe, mas algumas coisas que eu fiz com Bryan — algumas
coisas no livro. — Oh! Deus. Que diabos fez alguém ler? Pelo menos eu tive juízo
suficiente para mudar o seu nome. Agora, a única pessoa que sabe sobre Bryan Ferro sou
eu, e bem, Bryan, assumindo que ele lê livros de sacanagem de covardes postados no
Padpress, um site gratuito cheio, principalmente, de fãs de ficção.

Mag me bate com o cotovelo, puxando-me dos meus pensamentos. — Quando
você fez essas coisas? Parece tão estranho. Quero dizer, você é tão doce e bonita. Eu sou a
única louca e nunca teria pensado...

Eu a cortei. — Maggie, por favor. Eu tenho uma coisa boa com Neil. Eu não posso
perdê-lo. Eu não posso... — Eu engasgo com a última palavra.

Maggie move sua cadeira mais perto da minha e sorri para mim. — Eu não vou
dizer nada e não se preocupe. Você não vai perdê-lo, querida. Isto é o que você fará. Diga-
lhe que é ficção, totalmente composta e que a sua mente divaga por caminhos estranhos
quando está angustiada. Ele não vai ligar.

— Tem certeza? — Quando eu olho em seus grandes olhos verdes, eu vejo muito.
Uma vida inteira de risos e lágrimas. Ela sempre esteve comigo e se sua vida não fosse um

desastre, ela teria estado lá quando papai morreu. Ela teria me deixado chorar em seu
ombro, mas as coisas não saíram dessa forma.

— Sim, desde que ele não saiba que o que você está escrevendo realmente
aconteceu você está bem. Conhecendo Neil, ele vai reclamar, mas vai passar. Além disso,
ele tem isso bom com você. Ele não vai querer perder isso por algo assim.

Olhando para minhas mãos, eu balanço minha cabeça, mas não tenho tanta certeza.
Somos muito diferentes e este é um desses momentos que se torna muito óbvio. — Não,
ele não o faz. Pelo menos Neil tem a extremidade curta da vara. Eu não tenho nada. Eu
não sei por que ele ainda está comigo.

— Você está brincando? Aquele desgraçado tem sorte de ter você. Você é incrível e
vale a pena manter alguém que vai estar lá por você se chover merda ou margaridas. —
Mag é uma pessoa colorida. Ela está vestida como um pastel gigante com o cabelo
vermelho brilhante, um corpete preto e saia, com meias arco-íris juntamente com botas
pretas. Há uma nova faixa azul de cabelo que continua caindo em seus olhos. Ela os sopra
de volta com os lábios e cospe em mim um pouco. Cobrindo a boca com a mão, seus olhos
se arregalam. — Oh! Meu Deus. Sinto muito!

Sorrindo suavemente, eu limpo meu rosto. — Você é tão eloquente.

— Uma de nós tem que ser. — Ela sorri descontroladamente e se inclina,
balançando as sobrancelhas. — Então, quem era esse cara misterioso?

Capítulo 6

— Então, deixe-me ver se entendi. — Neil tem as palmas das mãos juntas como se
estivesse tentando não atacar e gritar comigo. — Você escreveu um livro sobre sexo e
publicou-o porquê estava chateada quando seu pai morreu. É isso que você está me
dizendo? — O tom de Neil é condescendente. Ele é, de repente, incapaz de olhar para
mim. — Eu esperaria esse tipo de coisa de Maggie, mas não de você.

— Que tipo de coisa, Neil? Escrita libertadora? — Eu não posso olhar para ele,
mas não gosto do jeito que ele está falando para mim.

— Qual parte foi libertador, Hallie? Detalhes gráficos de ir para baixo e chupar um
cara, ou se curvar e fazer sexo por trás?

Eu fico toda tensa quando ele fala comigo dessa maneira. É como tapa verbal. —
Eu fiz o que precisava fazer para lidar do meu jeito com a uma porrada de porcaria que
veio rolando. Se você não pode lidar com isso, então talvez isso seja uma má ideia. — Eu
gesticulo entre nós e olho para a porta. Eu não posso ir para Maggie, mas não posso ficar
aqui com Neil olhando para baixo do nariz para mim. Ele acha que tudo é completamente
figurado, e que talvez seja, mas não vou pedir desculpas por uma das únicas vezes em
minha vida que eu estava realmente feliz.

Menos defensiva, Hallie. As coisas no livro não aconteceram. Eu canto a mentira
dentro da minha cabeça uma e outra vez, e tento não reagir.

— Se eu não puder lidar com isso? Você realmente disse isso? O que eu tenho
vindo a dizer desde que isso aconteceu? Você precisa falar com alguém! Eu lhe disse que
você pode falar comigo, mas você não fez isso. Em vez disso, escreveu uma coisa
horrivelmente suja e nunca disse uma palavra. As pessoas estão falando sobre isso, Hallie, e
você sabe o que eles pensam? Eles estão dizendo que é sobre nós! — A voz de Neil está
uma oitava estridente mais alta quando ele termina de falar. Suas mãos estão voando pelo
ar, como se ele fosse um ninja que conduz uma orquestra. — Nós!

— Quem se importa com o que as pessoas dizem? Você é o único que está sempre
dizendo isso. — O telefone toca, e então, não quero ter essa conversa. Talvez eu seja uma
covarde, mas eu atendo, o que faz com que ele fique louco. Neil sai da sala. Eu não o sigo
quando ele bate coisas na cozinha, bate gavetas. — Alô? — Eu digo calmamente, como se
eu não estivesse no meio de uma discussão do inferno.

— Olá, senhorita Raymond, eu presumo?

— Sim, sou eu. Como posso ajudá-la? — Neil me olha através da porta. Eu
gostaria que ele, pelo menos, agisse como se entendesse. Fingir simpatia é melhor do que
nada

— Aqui é Cecily Varden da Agência Varden, em Nova York. Você é a autora do
AMOR PERDIDO?

— Sim. — Eu comprimo minhas mãos nos meus braços e inclino-me para trás
contra o balcão. — Olha, agora realmente não é um bom momento...

— Eu peço desculpas, mas tenho tentado falar com você há alguns dias. Tenho
várias ofertas para o seu livro.

— Eu não estou interessada. — Estou prestes a desligar, mas sua voz assume um
som apressado agudo frenético que me para.

— Espere. Eles estão oferecendo sete números, além de outro contrato para um
filme. Senhorita Raymond, eu entendo que você já passou por muita coisa recentemente, e
não quero incomodá-la, mas é preciso perceber que existem pessoas oferecendo-lhe uma
grande quantidade de dinheiro pela história que você escreveu. Está tocando as pessoas de
uma forma que não se vê todos os dias. — Eu não pisco. Eu estou lá com minhas
sobrancelhas ligeiramente levantadas e olho para a parede. — Senhorita Raymond?

Concordo com a cabeça lentamente. — Eu não posso discutir isso agora, mas eu
dou-lhe permissão para falar com Neil Scortz sobre isso. — Eu passo o telefone em Neil

antes de me virar e sair correndo pela porta da frente.

Meu corpo não responde da maneira que deveria. Meu estômago se agita como
quando eu bebi leite estragado e eu vomitei nas rosas de Neil. Todo o meu corpo dói e por
um segundo posso sentir novamente. Apertando os lábios, me sento com força na varanda
da frente e seguro meu rosto em minhas mãos. Isso não pode estar acontecendo. A
resposta para todas as minhas orações está balançando na minha frente, mas não posso
levá-la. Se eu fizer isso, vai expor Bryan e eu vou perder Neil. Mas, se não aceitar o
dinheiro, então não há nenhuma maneira de terminar a escola. Papai deu-se tanto por mim.
Oh! Deus. Eu poderia ter a casa de volta. Eu poderia entrar no banco e apenas comprar a
coisa. Eu nem sequer preciso de uma hipoteca. Parece que meu corpo está sendo rasgado
ao meio, então me dobro para aliviar a dor. Gotas de suor na minha testa aparecem e eu
começo a chorar sobre os meus joelhos.

Eu não posso perder mais ninguém. Agora não. Eu simplesmente não posso.

Não tenho ideia de quanto tempo estive sentada quando uma mão toca meu
ombro. Antes que eu possa olhar para cima, meus reflexos chutam. Minha coluna endireita
quando meu cotovelo voa de volta e se conecta com o estômago dele. Neil maldiçoa e
cambaleia para trás, ofegante. — Droga, Hallie!

Eu salto para cima e agarro seu ombro, tentando virá-lo em direção a mim. — Eu
sinto muito. Você me assustou. Neil, eu não queria.

Neil está segurando o estômago e olhando para mim. Eu fiz isso com ele mais de
uma vez. Ele tem reflexos muito lentos. Você acharia que ele saltaria para fora do caminho
agora, ou caminharia ao redor para que eu pudesse vê-lo antes de tocar em meus ombros.
Chame de um instinto de sobrevivência em New York, mas eu não gosto quando as
pessoas andam atrás de mim.

Ele tenta sorrir para mim. — Eu estou bem. — Pegando minha mão ele se senta na
varanda e me puxa para baixo ao lado dele. — Você quer saber o que ela disse?

Eu olho para frente e inclino-me em seu ombro. — Eu realmente não me importo.

Eu não posso dizer sim, por isso não importa.

— Não seja boba. Claro que você pode dizer sim. — Neil me olha engraçado. —
Por que você diz isso?

Quem é você e o que você fez com Neil? Minha boca fica aberta por um momento,
antes que eu deixe escapar: — Você estava gritando comigo por escrever essa história,
então, como poderia ser bom publicá-lo? Ou fazer um filme? — Oh! Deus, minha cabeça
dói. Eu meio que desejo que só explodisse e acabasse com isso. Eu suspiro profundamente
e tento não chorar.

— Hallie, você sabe quantos download já foram feitos? — Eu balancei minha
cabeça. Eu vi alguns números na tela antes, mas não parei para ver o que eram ou o que
significava. Ele sorri para mim como se eu precisasse ter alguém para segurar a minha mão
para atravessar. — Você se tornou grande o suficiente para atrair ótima atenção. A
imprensa está comentando sobre você, o que fez todo mundo olhar. Ouça você já escreveu
o livro e todo mundo já sabe. Você deve aceitar o acordo.

— Mas o que dizer de nós?

Ele encolhe os ombros e olha para a rua. — É ficção, certo? — Oh! Deus. Há um
lago de fogo no inferno com o meu nome nele. Concordo com a cabeça e tento não
parecer culpada. —Então, é só mais um pedaço de lixo sensacionalista, mas desta vez ele
nos beneficia. — Na verdade, ele sorri e bate no meu ombro.

Não é lixo, não para mim. Olhando para as minhas mãos, eu pergunto: — Você leu
isso?

— Eu preciso?

Eu balanço minha cabeça. — Basta saber.

Ele passa as mãos pelo cabelo curto e suspira, e sua espinha rígida finalmente
relaxa. — Ouça Hallie. O estrago já está feito. Eu vou ter que enfrentar os caras no

trabalho, não importa o que você faça então você pode muito bem pegar o dinheiro.
Admito que suavize o golpe. — Ele oferece um sorriso fraco e descansa a mão nas minhas
costas. — O que eu não sei como explicar é por que você escreveria algo tão animalesco
em primeiro lugar. Não é como se você realmente desejasse fazer essas coisas, certo? —
Ele ri nervosamente e eu sei que não posso contar-lhe tudo, mas não posso evitar cutucá-lo
dessa forma.

Eu olho para ele e mantenho as mãos entrelaçadas no meu colo. — Seria tão ruim
assim? — Seus olhos se arregalam quando um olhar de choque atravessa seu rosto. — Não
tudo, mas sendo um pouco mais, eu não sei apaixonado? Teria que ser tão ruim assim?

— Isso não é paixão, amor. É moralmente desprovido de amor é como animais.
Você é uma mulher inteligente, o que realmente a faria apelar para agir como um animal
irracional? — Neil tem um olhar preocupado em seu rosto enquanto espera por minha
resposta.

Não há nada que eu possa dizer que não soe mal. — Não, isso não acontece. —
Meu estômago afunda e meu corpo se sente paralisado novamente. Intelectualmente, Neil
está lá em cima, mas ele tem o barômetro emocional de um cacto. — Então, o que você
disse a Varden?

Ele sorri para mim. — Eu disse a ela para redigir os documentos.

Capítulo 7

O maxilar de Maggie bate contra o tampo da mesa. — Você sabia que iriam lhe
oferecer tanto dinheiro?

Eu balanço minha cabeça, olhando para a tela do computador com as ofertas
propostas. Vários deles querem comprar os direitos para o meu livro. — Não. Isso é um
monte de dinheiro. — Se os porcos pudessem voar, um estaria subindo acima da minha
cabeça em círculos, como um rei acima das tempestades, e que parece mais realista do que
o que está acontecendo na frente do meu rosto.

Os milhares de pessoas delirantes sobre o meu livro me renderam algumas sérias
mudanças nos bolsos. Quais eram as chances de isso acontecer? Acho que era mais
provável ser atingida por um raio. Talvez eu devesse ter mais cuidado quando for lá fora.
Eu olho pela janela e olho para o céu. Não há mais de abrigo para esta menina.

Maggie está babando em cima do teclado, a me faz perguntas. — O que você vai
comprar? Quero dizer, você poderia conseguir um novo guarda-roupa, um apartamento
incrível e pagar por suas aulas no próximo semestre. — Ela pisca novamente, como se
esperasse que o número desaparecesse. — Quando você vai receber o pagamento?

— Eu não tenho certeza. — Meus lábios se contorcem. Estou feliz e nervosa. O
dinheiro vai me ajudar a colocar meus pés no chão novamente, mas há a ameaça persistente
de Bryan. E se ele vê a história? Ele assiste TV, certo? Eu posso não imaginá-lo feliz com
isso, Deus sabe que eu ficaria chateada. É totalmente errado escrever sobre um ex e
publicá-lo para todo mundo ver. É assustador, e o pensamento de que Bryan descobrir está
me fazendo enjoada.

Eu olho para Maggie, preocupada. — Você não acha que ele vai perceber?

Ela encolhe os ombros. — Talvez sim, talvez não. Depende do cara, e você ainda
não me disse o seu nome. Eu não esqueci. Eu gostaria de saber quem transformou você em

uma pequena maníaca sexual. — Ela ri, mas não olha para mim.

Difícil. Maggie é minha melhor amiga e tudo, mas não falo detalhes com ela ou
com qualquer um. E agora todo mundo sabe o que gosto e como gosto. É embaraçoso
uma santa virar um hibrido de monstro com cachorra, Eu faço uma careta. — Por que
você quer saber isso?

— Então, eu poderia ficar com um de seus irmãos. Maggie gosta de coisas
esquisitas. — Ela sorri para mim e olha para a tela novamente. — Cliquei em voltar para o
livro no site Padpress. — Toca no monitor, ela ondula seu lábio, dizendo: — Esta é uma
capa muito feia por sinal.

Eu não posso discutir isso. É basicamente um pedaço de folha solta com um tipo
de letra de máquina de escrever rebocados através das linhas azuis. — É exigido de
conhecimentos nulos de informática, tudo bem. Além disso, supostamente ninguém
deveria lê-lo.

— Então, para que você colocou lá fora?

Boa pergunta, e a verdade é mais um pressentimento do que um pensamento
cognitivo. Às vezes eu escrevo para mim e isso é o suficiente. Desta vez não foi. Desta vez
escrevi sobre amor e perda, dor e morte, mas apenas tê-lo no meu computador não era
suficiente. Parecia que segurava um pássaro engaiolado na palma da minha mão. Havia algo
pressionando que seria libertador publicar urgente. Era catártico, não importando o que diz
Neil.

Levantando-me do computador, eu puxo meu cabelo em um rabo de cavalo e
atravesso a sala de estar. — Eu não sei como dizer isso.

— Tente. — Ela se vira, mas não levanta.

Evitando o olhar dela, pego uma caneca de café e tento colocar os sentimentos às
palavras. — Tudo de ruim que aconteceu, e estava presa dentro de mim com pequenos
pontos brilhantes bons. Por alguma razão, eles continuaram batendo um no outro. Eu não

perguntei por que, ou li qualquer coisa para isso. Pressionar publicar era como escrever
uma carta e deixá-la cair fora do Empire State Building. Em teoria, alguém poderia lê-lo,
mas a probabilidade seria de que iria para o lixo sob os pés sem que ninguém nunca visse.
Eu não sei. Talvez eu seja meio louca.

Maggie balança a cabeça. — Não, você não é meio louca e ignore Neil se ele não
conseguir. Só porque ele é uma imitação de psiquiatra, não significa que tem o poder
mágico de ver dentro de seu coração. Além disso, o coração e a cabeça não estão sempre
indo na mesma direção, se você sabe o que quero dizer. Luto faz coisas para uma pessoa.
— Maggie exala um suspiro e força um sorriso.

Sua vida tem sido ruim e de alguma forma ela se senta aqui e consegue sorrir, mas
meu rosto parece que vai rachar quando os cantos da minha boca se elevam. Eu não sei
como ela faz isso. Ninguém além de mim se preocupa com ela, ela não tem família, e foi
devolvida de um lar adotivo para outro, até que ela tivesse idade suficiente para sair. Ela
está sem dinheiro, mas se esforça muito. Agora ela trabalha em algum bar e as gorjetas são
boas, mas eu me preocupo com ela.

Estávamos no mesmo orfanato até que meu pai me adotou quando eu estava na
terceira série. Maggie ficou para trás, mas eu ainda a via na escola. Ao contrário do resto
das crianças naquela casa, ela conseguiu ficar parada. Quanto a mim, minha mãe gostava
mais de heroína do que de comida. O serviço de Proteção a Criança encontrou-me quando
eu tinha cinco anos de idade, escondida no fundo de um armário enquanto ela estava
fazendo Deus sabe o quê.

Esse período da minha vida é coberto de sombras como um pesadelo. Eu não
consigo lembrar quais coisas realmente aconteceram e quais eram pesadelos. Enquanto os
eventos não se destacam muito, o sofrimento emocional daquele tempo ainda está vivo.
Medo angustiante possuiu meu pequeno corpo naquela época. Meus jovens olhos tinham
visto coisas que nenhuma criança jamais deveria ver. Depois disso, passei alguns anos em
lares adotivos até que meu pai me adotou. Eu era uma das crianças de sorte. Maggie não
teve tanta sorte.

Eu ainda estou nervosa e agito a colher em torno do meu copo. O que as pessoas

pensarão de mim quando lerem isso? Eu sei que não deveria me importar, mas o faço, um
pouco. Olhando para ela, pergunto timidamente: — Você não acha que sou meio louca por
publicar algo que eu não quero que as pessoas vejam?

— Nah! — Ela acena-me e se inclina para trás em sua cadeira. — Você está mais
propensa a cair num buraco.

Eu rio. — Um buraco?

— Sim. Eu vejo as notícias. Buracos é a nova ameaça. Bem, buracos e ursos, mas
vamos enfrentá-los, não existem ursos correndo para cima e para baixo na Sunrise
Highway, então acho que estamos seguras. — Ela sorri para mim. — Mas quando você se
tornar um peixe graúdo e viver em um palácio na Califórnia, cuidado, porque eles têm as
duas coisas. — Ela faz um rugido e bate em mim.

— Você é uma idiota. — O sorriso não parece forçado neste momento. Ela, na
verdade, faz-me rir de novo.

— Então, o que você vai comprar?

— Nada ainda. Eu não tenho esse dinheiro e por tudo que sei isso não pode render
um centavo. Agora eu ainda sou uma bunda pobre.

Ela levanta o punho para mim, e eu bato o meu contra a dela. — Bem-vinda ao
clube. Nós trabalhamos o dobro e chegamos a algum lugar rápido demais.

Concordo com a cabeça, mas não posso afastar a sensação de que Bryan não vai
gostar disso quando descobrir, porque ele vai vê-lo. É só uma questão de quando.

O telefone toca. É Cecily novamente. Ela está tentando me convidar para algum
baile na cidade neste fim de semana. Eu passo a coisa para a vida e pressiono-o para o meu
ouvido. — Alô?

Cecily grita. — Pegue seu vestido de festa! Estamos dentro. Todo mundo que você

precisa para apertar o negócio vai estar lá. Além disso, tenho você ligada a apresentar um
prêmio antes da festa naquela noite. Você precisa de um vestido de noite e dizer a Neil para
vestir um smoking.

Meu estômago cai em meu tênis. — Apresentar um prêmio? Onde?

Ela está animada, mas tenho a sensação de que ela fez isso um milhão de vezes, e a
emoção tem mais a ver com estabelecer um negócio do que com a festa. — Oh, não é
grande coisa querida, mas vou dar para você uma propaganda extra. Você só lê as linhas em
uma pequena tela e imediatamente sai do caminho. Muito fácil. — Cecily faz parecer
menor, mas não é.

— Este é um evento televisionado?

— Claro!

— Eu não posso fazer isso. Cecily...

— Neil disse que você pode fazer isso. Ouça Hallie, é hora de colocar-se em suas
calças de garota grande. Esta pequena coisa vai ser exposição instantânea. Todo mundo
acha que você é a coisa mais doce que já viu. Você tem apelo infantil em massa, e
precisamos levá-lo em frente às câmeras. Quanto mais as pessoas souberem sobre você,
melhor.

— Cecília, eu não posso. Eu odeio falar em público.

— Vai ler garota. Você pode ler. — Antes que eu possa lhe dizer não novamente,
ela acrescenta: — Eu terei um carro para buscá-la às seis. Use um vestido de noite escuro,
nada muito chamativo. Queremos jogar a sua vibração de boa menina para contrastar com
a sua versão perversa no livro. Isso vai vendê-los e eles estarão comendo em nossas mãos.
Você já tem algumas ofertas, mas queremos uma guerra cheia de lances. Esta é a tacada que
muda tudo. — Cecily é tudo sobre o dinheiro. Ela não é pago a menos que eu receba o
pagamento, e ao mesmo tempo uma carga de caminhão de dinheiro soa bem, eu prefiro
morrer a estar no palco.

Antes que eu possa dizer não, ela desliga. Eu faço um som agravado na parte de
trás da minha garganta e olho para o meu telefone. Eu acho que não gosto muito dela, ao
mesmo tempo, um empurrão pode ser o que preciso para obter minha bunda na
engrenagem. — Essa era a minha agente. Ela quer que eu anuncie o vencedor de um show
de prêmio televisivo hoje à noite e, em seguida, ir para o banquete.

Maggie pode dizer que eu não quero ir. Odeio multidões, odeio tudo isso. — O que
você vai fazer? Eu sei que este não é o seu lugar, Hallie, mas você realmente vai passar por
isso?

— Eu nem sequer tenho um vestido. Como vou fazer isso? Como é que vou pagar
por isso?

Antes que eu pudesse olhar para cima, Maggie está com sua bolsa. Ela puxa para
fora um maço de dinheiro. — Quanto é que precisamos?

— Onde você conseguiu isso? — Eu bocejo e estreito meu olhar em sua mão.

— É meu, e o que é meu é teu.

— Eu não posso pegar o seu dinheiro.

— Uh, mas você pode pegar emprestado. Empréstimos são totalmente permitidos.
Podemos ir até as promoções e que eu posso fazer o seu cabelo e maquiagem. Você vai
parecer impressionante. — Ela sorri para mim e fica em pé. — Vamos Hallie. Deixe-me
fazer isso por você. Você sempre me ajuda. É a minha vez de retribuir o favor. Vamos. —
Ela diz a última palavra uma e outra vez até que eu desista e diga sim.


CONTINUA

Ela ri e senta-se na cadeira de frente para mim novamente. — Hallie, todo mundo
leu. Está em todo o lugar. Todos os programas de entrevistas estão repletos sobre isso. É
tão sexy, tão sincero, tão emocional. É como crack. As pessoas não podem obter o
suficiente. E parece que milhões de pessoas já leu esta de acordo com as estatísticas aí. —
Ela se inclina toda e aponta para a tela.

— Maggie como pode esconder isso de Neil? Eu não posso dizer-lhe que escrevi
isso. Você sabe que ele vai surtar. O maldito livro inteiro é sobre a perda de controle. Ele
vai pensar que eu sou a garota da propagando do filme para o mal. — Estou perto de
hiperventilar, mas é por causa de muito mais. Não é apenas sobre a perda de controle das
emoções e da minha vida, são os atos sexuais descritos lá que ele ficará irado. Estou
contente por ter retido e não escrito tudo sobre o que Bryan e eu fizemos naquela época,
mas não importa, não para Neil. Ele vai ter um ataque.

Maggie não sabe sobre a minha relação com Bryan. Ninguém sabe. É um segredo
que eu tenho mantido por tanto tempo e não vou dizer as pessoas agora. Bryan tinha tanta
pressão sobre ele, vindo de sua família, e eu não queria o escrutínio. Nosso relacionamento
foi quente e rápido. Paixão assim não é sustentável, ou pelo menos é o que digo a mim
mesmo quando penso nele. Separamos-nos depois de uma discussão acalorada.

Se Neil descobre, isso vai esmagá-lo, e me fazer parecer uma daquelas presunçosas

sem cérebro, uma imitação das esposas da família Ferro. Essa família traz uma porrada de
problemas com ele. Até agora, ninguém descobriu. Piscando rapidamente, olho para longe
dela. — Neil não pode pensar, ele não pode...

— Hallie. — Ela inclina a cabeça para o lado, como se pudesse dizer que não estou
dizendo-lhe alguma coisa. Um olhar simpático atravessa seu rosto. — Você não pode
esconder essa sua parte dele e não deveria.

— Eu não estou escondendo. A mulher nesse livro, bem, ela não está mais comigo.
— Esses tipos de desejos não ditam minhas ações da forma como o fizeram no passado.

As coisas com Bryan foram abrasadoras, mas é impossível viver assim. Quando a
paixão domina a razão, bem, que tipo de pessoa faz isso? Além disso, do ponto de vista de
Neil sobre sexo são mais confortáveis, mais aceitos. Ninguém me olhava estranho por dizer
que gosto de posição papai-mamãe, mas algumas coisas que eu fiz com Bryan — algumas
coisas no livro. — Oh! Deus. Que diabos fez alguém ler? Pelo menos eu tive juízo
suficiente para mudar o seu nome. Agora, a única pessoa que sabe sobre Bryan Ferro sou
eu, e bem, Bryan, assumindo que ele lê livros de sacanagem de covardes postados no
Padpress, um site gratuito cheio, principalmente, de fãs de ficção.

Mag me bate com o cotovelo, puxando-me dos meus pensamentos. — Quando
você fez essas coisas? Parece tão estranho. Quero dizer, você é tão doce e bonita. Eu sou a
única louca e nunca teria pensado...

Eu a cortei. — Maggie, por favor. Eu tenho uma coisa boa com Neil. Eu não posso
perdê-lo. Eu não posso... — Eu engasgo com a última palavra.

Maggie move sua cadeira mais perto da minha e sorri para mim. — Eu não vou
dizer nada e não se preocupe. Você não vai perdê-lo, querida. Isto é o que você fará. Diga-
lhe que é ficção, totalmente composta e que a sua mente divaga por caminhos estranhos
quando está angustiada. Ele não vai ligar.

— Tem certeza? — Quando eu olho em seus grandes olhos verdes, eu vejo muito.
Uma vida inteira de risos e lágrimas. Ela sempre esteve comigo e se sua vida não fosse um

desastre, ela teria estado lá quando papai morreu. Ela teria me deixado chorar em seu
ombro, mas as coisas não saíram dessa forma.

— Sim, desde que ele não saiba que o que você está escrevendo realmente
aconteceu você está bem. Conhecendo Neil, ele vai reclamar, mas vai passar. Além disso,
ele tem isso bom com você. Ele não vai querer perder isso por algo assim.

Olhando para minhas mãos, eu balanço minha cabeça, mas não tenho tanta certeza.
Somos muito diferentes e este é um desses momentos que se torna muito óbvio. — Não,
ele não o faz. Pelo menos Neil tem a extremidade curta da vara. Eu não tenho nada. Eu
não sei por que ele ainda está comigo.

— Você está brincando? Aquele desgraçado tem sorte de ter você. Você é incrível e
vale a pena manter alguém que vai estar lá por você se chover merda ou margaridas. —
Mag é uma pessoa colorida. Ela está vestida como um pastel gigante com o cabelo
vermelho brilhante, um corpete preto e saia, com meias arco-íris juntamente com botas
pretas. Há uma nova faixa azul de cabelo que continua caindo em seus olhos. Ela os sopra
de volta com os lábios e cospe em mim um pouco. Cobrindo a boca com a mão, seus olhos
se arregalam. — Oh! Meu Deus. Sinto muito!

Sorrindo suavemente, eu limpo meu rosto. — Você é tão eloquente.

— Uma de nós tem que ser. — Ela sorri descontroladamente e se inclina,
balançando as sobrancelhas. — Então, quem era esse cara misterioso?

Capítulo 6

— Então, deixe-me ver se entendi. — Neil tem as palmas das mãos juntas como se
estivesse tentando não atacar e gritar comigo. — Você escreveu um livro sobre sexo e
publicou-o porquê estava chateada quando seu pai morreu. É isso que você está me
dizendo? — O tom de Neil é condescendente. Ele é, de repente, incapaz de olhar para
mim. — Eu esperaria esse tipo de coisa de Maggie, mas não de você.

— Que tipo de coisa, Neil? Escrita libertadora? — Eu não posso olhar para ele,
mas não gosto do jeito que ele está falando para mim.

— Qual parte foi libertador, Hallie? Detalhes gráficos de ir para baixo e chupar um
cara, ou se curvar e fazer sexo por trás?

Eu fico toda tensa quando ele fala comigo dessa maneira. É como tapa verbal. —
Eu fiz o que precisava fazer para lidar do meu jeito com a uma porrada de porcaria que
veio rolando. Se você não pode lidar com isso, então talvez isso seja uma má ideia. — Eu
gesticulo entre nós e olho para a porta. Eu não posso ir para Maggie, mas não posso ficar
aqui com Neil olhando para baixo do nariz para mim. Ele acha que tudo é completamente
figurado, e que talvez seja, mas não vou pedir desculpas por uma das únicas vezes em
minha vida que eu estava realmente feliz.

Menos defensiva, Hallie. As coisas no livro não aconteceram. Eu canto a mentira
dentro da minha cabeça uma e outra vez, e tento não reagir.

— Se eu não puder lidar com isso? Você realmente disse isso? O que eu tenho
vindo a dizer desde que isso aconteceu? Você precisa falar com alguém! Eu lhe disse que
você pode falar comigo, mas você não fez isso. Em vez disso, escreveu uma coisa
horrivelmente suja e nunca disse uma palavra. As pessoas estão falando sobre isso, Hallie, e
você sabe o que eles pensam? Eles estão dizendo que é sobre nós! — A voz de Neil está
uma oitava estridente mais alta quando ele termina de falar. Suas mãos estão voando pelo
ar, como se ele fosse um ninja que conduz uma orquestra. — Nós!

— Quem se importa com o que as pessoas dizem? Você é o único que está sempre
dizendo isso. — O telefone toca, e então, não quero ter essa conversa. Talvez eu seja uma
covarde, mas eu atendo, o que faz com que ele fique louco. Neil sai da sala. Eu não o sigo
quando ele bate coisas na cozinha, bate gavetas. — Alô? — Eu digo calmamente, como se
eu não estivesse no meio de uma discussão do inferno.

— Olá, senhorita Raymond, eu presumo?

— Sim, sou eu. Como posso ajudá-la? — Neil me olha através da porta. Eu
gostaria que ele, pelo menos, agisse como se entendesse. Fingir simpatia é melhor do que
nada

— Aqui é Cecily Varden da Agência Varden, em Nova York. Você é a autora do
AMOR PERDIDO?

— Sim. — Eu comprimo minhas mãos nos meus braços e inclino-me para trás
contra o balcão. — Olha, agora realmente não é um bom momento...

— Eu peço desculpas, mas tenho tentado falar com você há alguns dias. Tenho
várias ofertas para o seu livro.

— Eu não estou interessada. — Estou prestes a desligar, mas sua voz assume um
som apressado agudo frenético que me para.

— Espere. Eles estão oferecendo sete números, além de outro contrato para um
filme. Senhorita Raymond, eu entendo que você já passou por muita coisa recentemente, e
não quero incomodá-la, mas é preciso perceber que existem pessoas oferecendo-lhe uma
grande quantidade de dinheiro pela história que você escreveu. Está tocando as pessoas de
uma forma que não se vê todos os dias. — Eu não pisco. Eu estou lá com minhas
sobrancelhas ligeiramente levantadas e olho para a parede. — Senhorita Raymond?

Concordo com a cabeça lentamente. — Eu não posso discutir isso agora, mas eu
dou-lhe permissão para falar com Neil Scortz sobre isso. — Eu passo o telefone em Neil

antes de me virar e sair correndo pela porta da frente.

Meu corpo não responde da maneira que deveria. Meu estômago se agita como
quando eu bebi leite estragado e eu vomitei nas rosas de Neil. Todo o meu corpo dói e por
um segundo posso sentir novamente. Apertando os lábios, me sento com força na varanda
da frente e seguro meu rosto em minhas mãos. Isso não pode estar acontecendo. A
resposta para todas as minhas orações está balançando na minha frente, mas não posso
levá-la. Se eu fizer isso, vai expor Bryan e eu vou perder Neil. Mas, se não aceitar o
dinheiro, então não há nenhuma maneira de terminar a escola. Papai deu-se tanto por mim.
Oh! Deus. Eu poderia ter a casa de volta. Eu poderia entrar no banco e apenas comprar a
coisa. Eu nem sequer preciso de uma hipoteca. Parece que meu corpo está sendo rasgado
ao meio, então me dobro para aliviar a dor. Gotas de suor na minha testa aparecem e eu
começo a chorar sobre os meus joelhos.

Eu não posso perder mais ninguém. Agora não. Eu simplesmente não posso.

Não tenho ideia de quanto tempo estive sentada quando uma mão toca meu
ombro. Antes que eu possa olhar para cima, meus reflexos chutam. Minha coluna endireita
quando meu cotovelo voa de volta e se conecta com o estômago dele. Neil maldiçoa e
cambaleia para trás, ofegante. — Droga, Hallie!

Eu salto para cima e agarro seu ombro, tentando virá-lo em direção a mim. — Eu
sinto muito. Você me assustou. Neil, eu não queria.

Neil está segurando o estômago e olhando para mim. Eu fiz isso com ele mais de
uma vez. Ele tem reflexos muito lentos. Você acharia que ele saltaria para fora do caminho
agora, ou caminharia ao redor para que eu pudesse vê-lo antes de tocar em meus ombros.
Chame de um instinto de sobrevivência em New York, mas eu não gosto quando as
pessoas andam atrás de mim.

Ele tenta sorrir para mim. — Eu estou bem. — Pegando minha mão ele se senta na
varanda e me puxa para baixo ao lado dele. — Você quer saber o que ela disse?

Eu olho para frente e inclino-me em seu ombro. — Eu realmente não me importo.

Eu não posso dizer sim, por isso não importa.

— Não seja boba. Claro que você pode dizer sim. — Neil me olha engraçado. —
Por que você diz isso?

Quem é você e o que você fez com Neil? Minha boca fica aberta por um momento,
antes que eu deixe escapar: — Você estava gritando comigo por escrever essa história,
então, como poderia ser bom publicá-lo? Ou fazer um filme? — Oh! Deus, minha cabeça
dói. Eu meio que desejo que só explodisse e acabasse com isso. Eu suspiro profundamente
e tento não chorar.

— Hallie, você sabe quantos download já foram feitos? — Eu balancei minha
cabeça. Eu vi alguns números na tela antes, mas não parei para ver o que eram ou o que
significava. Ele sorri para mim como se eu precisasse ter alguém para segurar a minha mão
para atravessar. — Você se tornou grande o suficiente para atrair ótima atenção. A
imprensa está comentando sobre você, o que fez todo mundo olhar. Ouça você já escreveu
o livro e todo mundo já sabe. Você deve aceitar o acordo.

— Mas o que dizer de nós?

Ele encolhe os ombros e olha para a rua. — É ficção, certo? — Oh! Deus. Há um
lago de fogo no inferno com o meu nome nele. Concordo com a cabeça e tento não
parecer culpada. —Então, é só mais um pedaço de lixo sensacionalista, mas desta vez ele
nos beneficia. — Na verdade, ele sorri e bate no meu ombro.

Não é lixo, não para mim. Olhando para as minhas mãos, eu pergunto: — Você leu
isso?

— Eu preciso?

Eu balanço minha cabeça. — Basta saber.

Ele passa as mãos pelo cabelo curto e suspira, e sua espinha rígida finalmente
relaxa. — Ouça Hallie. O estrago já está feito. Eu vou ter que enfrentar os caras no

trabalho, não importa o que você faça então você pode muito bem pegar o dinheiro.
Admito que suavize o golpe. — Ele oferece um sorriso fraco e descansa a mão nas minhas
costas. — O que eu não sei como explicar é por que você escreveria algo tão animalesco
em primeiro lugar. Não é como se você realmente desejasse fazer essas coisas, certo? —
Ele ri nervosamente e eu sei que não posso contar-lhe tudo, mas não posso evitar cutucá-lo
dessa forma.

Eu olho para ele e mantenho as mãos entrelaçadas no meu colo. — Seria tão ruim
assim? — Seus olhos se arregalam quando um olhar de choque atravessa seu rosto. — Não
tudo, mas sendo um pouco mais, eu não sei apaixonado? Teria que ser tão ruim assim?

— Isso não é paixão, amor. É moralmente desprovido de amor é como animais.
Você é uma mulher inteligente, o que realmente a faria apelar para agir como um animal
irracional? — Neil tem um olhar preocupado em seu rosto enquanto espera por minha
resposta.

Não há nada que eu possa dizer que não soe mal. — Não, isso não acontece. —
Meu estômago afunda e meu corpo se sente paralisado novamente. Intelectualmente, Neil
está lá em cima, mas ele tem o barômetro emocional de um cacto. — Então, o que você
disse a Varden?

Ele sorri para mim. — Eu disse a ela para redigir os documentos.

Capítulo 7

O maxilar de Maggie bate contra o tampo da mesa. — Você sabia que iriam lhe
oferecer tanto dinheiro?

Eu balanço minha cabeça, olhando para a tela do computador com as ofertas
propostas. Vários deles querem comprar os direitos para o meu livro. — Não. Isso é um
monte de dinheiro. — Se os porcos pudessem voar, um estaria subindo acima da minha
cabeça em círculos, como um rei acima das tempestades, e que parece mais realista do que
o que está acontecendo na frente do meu rosto.

Os milhares de pessoas delirantes sobre o meu livro me renderam algumas sérias
mudanças nos bolsos. Quais eram as chances de isso acontecer? Acho que era mais
provável ser atingida por um raio. Talvez eu devesse ter mais cuidado quando for lá fora.
Eu olho pela janela e olho para o céu. Não há mais de abrigo para esta menina.

Maggie está babando em cima do teclado, a me faz perguntas. — O que você vai
comprar? Quero dizer, você poderia conseguir um novo guarda-roupa, um apartamento
incrível e pagar por suas aulas no próximo semestre. — Ela pisca novamente, como se
esperasse que o número desaparecesse. — Quando você vai receber o pagamento?

— Eu não tenho certeza. — Meus lábios se contorcem. Estou feliz e nervosa. O
dinheiro vai me ajudar a colocar meus pés no chão novamente, mas há a ameaça persistente
de Bryan. E se ele vê a história? Ele assiste TV, certo? Eu posso não imaginá-lo feliz com
isso, Deus sabe que eu ficaria chateada. É totalmente errado escrever sobre um ex e
publicá-lo para todo mundo ver. É assustador, e o pensamento de que Bryan descobrir está
me fazendo enjoada.

Eu olho para Maggie, preocupada. — Você não acha que ele vai perceber?

Ela encolhe os ombros. — Talvez sim, talvez não. Depende do cara, e você ainda
não me disse o seu nome. Eu não esqueci. Eu gostaria de saber quem transformou você em

uma pequena maníaca sexual. — Ela ri, mas não olha para mim.

Difícil. Maggie é minha melhor amiga e tudo, mas não falo detalhes com ela ou
com qualquer um. E agora todo mundo sabe o que gosto e como gosto. É embaraçoso
uma santa virar um hibrido de monstro com cachorra, Eu faço uma careta. — Por que
você quer saber isso?

— Então, eu poderia ficar com um de seus irmãos. Maggie gosta de coisas
esquisitas. — Ela sorri para mim e olha para a tela novamente. — Cliquei em voltar para o
livro no site Padpress. — Toca no monitor, ela ondula seu lábio, dizendo: — Esta é uma
capa muito feia por sinal.

Eu não posso discutir isso. É basicamente um pedaço de folha solta com um tipo
de letra de máquina de escrever rebocados através das linhas azuis. — É exigido de
conhecimentos nulos de informática, tudo bem. Além disso, supostamente ninguém
deveria lê-lo.

— Então, para que você colocou lá fora?

Boa pergunta, e a verdade é mais um pressentimento do que um pensamento
cognitivo. Às vezes eu escrevo para mim e isso é o suficiente. Desta vez não foi. Desta vez
escrevi sobre amor e perda, dor e morte, mas apenas tê-lo no meu computador não era
suficiente. Parecia que segurava um pássaro engaiolado na palma da minha mão. Havia algo
pressionando que seria libertador publicar urgente. Era catártico, não importando o que diz
Neil.

Levantando-me do computador, eu puxo meu cabelo em um rabo de cavalo e
atravesso a sala de estar. — Eu não sei como dizer isso.

— Tente. — Ela se vira, mas não levanta.

Evitando o olhar dela, pego uma caneca de café e tento colocar os sentimentos às
palavras. — Tudo de ruim que aconteceu, e estava presa dentro de mim com pequenos
pontos brilhantes bons. Por alguma razão, eles continuaram batendo um no outro. Eu não

perguntei por que, ou li qualquer coisa para isso. Pressionar publicar era como escrever
uma carta e deixá-la cair fora do Empire State Building. Em teoria, alguém poderia lê-lo,
mas a probabilidade seria de que iria para o lixo sob os pés sem que ninguém nunca visse.
Eu não sei. Talvez eu seja meio louca.

Maggie balança a cabeça. — Não, você não é meio louca e ignore Neil se ele não
conseguir. Só porque ele é uma imitação de psiquiatra, não significa que tem o poder
mágico de ver dentro de seu coração. Além disso, o coração e a cabeça não estão sempre
indo na mesma direção, se você sabe o que quero dizer. Luto faz coisas para uma pessoa.
— Maggie exala um suspiro e força um sorriso.

Sua vida tem sido ruim e de alguma forma ela se senta aqui e consegue sorrir, mas
meu rosto parece que vai rachar quando os cantos da minha boca se elevam. Eu não sei
como ela faz isso. Ninguém além de mim se preocupa com ela, ela não tem família, e foi
devolvida de um lar adotivo para outro, até que ela tivesse idade suficiente para sair. Ela
está sem dinheiro, mas se esforça muito. Agora ela trabalha em algum bar e as gorjetas são
boas, mas eu me preocupo com ela.

Estávamos no mesmo orfanato até que meu pai me adotou quando eu estava na
terceira série. Maggie ficou para trás, mas eu ainda a via na escola. Ao contrário do resto
das crianças naquela casa, ela conseguiu ficar parada. Quanto a mim, minha mãe gostava
mais de heroína do que de comida. O serviço de Proteção a Criança encontrou-me quando
eu tinha cinco anos de idade, escondida no fundo de um armário enquanto ela estava
fazendo Deus sabe o quê.

Esse período da minha vida é coberto de sombras como um pesadelo. Eu não
consigo lembrar quais coisas realmente aconteceram e quais eram pesadelos. Enquanto os
eventos não se destacam muito, o sofrimento emocional daquele tempo ainda está vivo.
Medo angustiante possuiu meu pequeno corpo naquela época. Meus jovens olhos tinham
visto coisas que nenhuma criança jamais deveria ver. Depois disso, passei alguns anos em
lares adotivos até que meu pai me adotou. Eu era uma das crianças de sorte. Maggie não
teve tanta sorte.

Eu ainda estou nervosa e agito a colher em torno do meu copo. O que as pessoas

pensarão de mim quando lerem isso? Eu sei que não deveria me importar, mas o faço, um
pouco. Olhando para ela, pergunto timidamente: — Você não acha que sou meio louca por
publicar algo que eu não quero que as pessoas vejam?

— Nah! — Ela acena-me e se inclina para trás em sua cadeira. — Você está mais
propensa a cair num buraco.

Eu rio. — Um buraco?

— Sim. Eu vejo as notícias. Buracos é a nova ameaça. Bem, buracos e ursos, mas
vamos enfrentá-los, não existem ursos correndo para cima e para baixo na Sunrise
Highway, então acho que estamos seguras. — Ela sorri para mim. — Mas quando você se
tornar um peixe graúdo e viver em um palácio na Califórnia, cuidado, porque eles têm as
duas coisas. — Ela faz um rugido e bate em mim.

— Você é uma idiota. — O sorriso não parece forçado neste momento. Ela, na
verdade, faz-me rir de novo.

— Então, o que você vai comprar?

— Nada ainda. Eu não tenho esse dinheiro e por tudo que sei isso não pode render
um centavo. Agora eu ainda sou uma bunda pobre.

Ela levanta o punho para mim, e eu bato o meu contra a dela. — Bem-vinda ao
clube. Nós trabalhamos o dobro e chegamos a algum lugar rápido demais.

Concordo com a cabeça, mas não posso afastar a sensação de que Bryan não vai
gostar disso quando descobrir, porque ele vai vê-lo. É só uma questão de quando.

O telefone toca. É Cecily novamente. Ela está tentando me convidar para algum
baile na cidade neste fim de semana. Eu passo a coisa para a vida e pressiono-o para o meu
ouvido. — Alô?

Cecily grita. — Pegue seu vestido de festa! Estamos dentro. Todo mundo que você

precisa para apertar o negócio vai estar lá. Além disso, tenho você ligada a apresentar um
prêmio antes da festa naquela noite. Você precisa de um vestido de noite e dizer a Neil para
vestir um smoking.

Meu estômago cai em meu tênis. — Apresentar um prêmio? Onde?

Ela está animada, mas tenho a sensação de que ela fez isso um milhão de vezes, e a
emoção tem mais a ver com estabelecer um negócio do que com a festa. — Oh, não é
grande coisa querida, mas vou dar para você uma propaganda extra. Você só lê as linhas em
uma pequena tela e imediatamente sai do caminho. Muito fácil. — Cecily faz parecer
menor, mas não é.

— Este é um evento televisionado?

— Claro!

— Eu não posso fazer isso. Cecily...

— Neil disse que você pode fazer isso. Ouça Hallie, é hora de colocar-se em suas
calças de garota grande. Esta pequena coisa vai ser exposição instantânea. Todo mundo
acha que você é a coisa mais doce que já viu. Você tem apelo infantil em massa, e
precisamos levá-lo em frente às câmeras. Quanto mais as pessoas souberem sobre você,
melhor.

— Cecília, eu não posso. Eu odeio falar em público.

— Vai ler garota. Você pode ler. — Antes que eu possa lhe dizer não novamente,
ela acrescenta: — Eu terei um carro para buscá-la às seis. Use um vestido de noite escuro,
nada muito chamativo. Queremos jogar a sua vibração de boa menina para contrastar com
a sua versão perversa no livro. Isso vai vendê-los e eles estarão comendo em nossas mãos.
Você já tem algumas ofertas, mas queremos uma guerra cheia de lances. Esta é a tacada que
muda tudo. — Cecily é tudo sobre o dinheiro. Ela não é pago a menos que eu receba o
pagamento, e ao mesmo tempo uma carga de caminhão de dinheiro soa bem, eu prefiro
morrer a estar no palco.

Antes que eu possa dizer não, ela desliga. Eu faço um som agravado na parte de
trás da minha garganta e olho para o meu telefone. Eu acho que não gosto muito dela, ao
mesmo tempo, um empurrão pode ser o que preciso para obter minha bunda na
engrenagem. — Essa era a minha agente. Ela quer que eu anuncie o vencedor de um show
de prêmio televisivo hoje à noite e, em seguida, ir para o banquete.

Maggie pode dizer que eu não quero ir. Odeio multidões, odeio tudo isso. — O que
você vai fazer? Eu sei que este não é o seu lugar, Hallie, mas você realmente vai passar por
isso?

— Eu nem sequer tenho um vestido. Como vou fazer isso? Como é que vou pagar
por isso?

Antes que eu pudesse olhar para cima, Maggie está com sua bolsa. Ela puxa para
fora um maço de dinheiro. — Quanto é que precisamos?

— Onde você conseguiu isso? — Eu bocejo e estreito meu olhar em sua mão.

— É meu, e o que é meu é teu.

— Eu não posso pegar o seu dinheiro.

— Uh, mas você pode pegar emprestado. Empréstimos são totalmente permitidos.
Podemos ir até as promoções e que eu posso fazer o seu cabelo e maquiagem. Você vai
parecer impressionante. — Ela sorri para mim e fica em pé. — Vamos Hallie. Deixe-me
fazer isso por você. Você sempre me ajuda. É a minha vez de retribuir o favor. Vamos. —
Ela diz a última palavra uma e outra vez até que eu desista e diga sim.


CONTINUA

Ela ri e senta-se na cadeira de frente para mim novamente. — Hallie, todo mundo
leu. Está em todo o lugar. Todos os programas de entrevistas estão repletos sobre isso. É
tão sexy, tão sincero, tão emocional. É como crack. As pessoas não podem obter o
suficiente. E parece que milhões de pessoas já leu esta de acordo com as estatísticas aí. —
Ela se inclina toda e aponta para a tela.

— Maggie como pode esconder isso de Neil? Eu não posso dizer-lhe que escrevi
isso. Você sabe que ele vai surtar. O maldito livro inteiro é sobre a perda de controle. Ele
vai pensar que eu sou a garota da propagando do filme para o mal. — Estou perto de
hiperventilar, mas é por causa de muito mais. Não é apenas sobre a perda de controle das
emoções e da minha vida, são os atos sexuais descritos lá que ele ficará irado. Estou
contente por ter retido e não escrito tudo sobre o que Bryan e eu fizemos naquela época,
mas não importa, não para Neil. Ele vai ter um ataque.

Maggie não sabe sobre a minha relação com Bryan. Ninguém sabe. É um segredo
que eu tenho mantido por tanto tempo e não vou dizer as pessoas agora. Bryan tinha tanta
pressão sobre ele, vindo de sua família, e eu não queria o escrutínio. Nosso relacionamento
foi quente e rápido. Paixão assim não é sustentável, ou pelo menos é o que digo a mim
mesmo quando penso nele. Separamos-nos depois de uma discussão acalorada.

Se Neil descobre, isso vai esmagá-lo, e me fazer parecer uma daquelas presunçosas

sem cérebro, uma imitação das esposas da família Ferro. Essa família traz uma porrada de
problemas com ele. Até agora, ninguém descobriu. Piscando rapidamente, olho para longe
dela. — Neil não pode pensar, ele não pode...

— Hallie. — Ela inclina a cabeça para o lado, como se pudesse dizer que não estou
dizendo-lhe alguma coisa. Um olhar simpático atravessa seu rosto. — Você não pode
esconder essa sua parte dele e não deveria.

— Eu não estou escondendo. A mulher nesse livro, bem, ela não está mais comigo.
— Esses tipos de desejos não ditam minhas ações da forma como o fizeram no passado.

As coisas com Bryan foram abrasadoras, mas é impossível viver assim. Quando a
paixão domina a razão, bem, que tipo de pessoa faz isso? Além disso, do ponto de vista de
Neil sobre sexo são mais confortáveis, mais aceitos. Ninguém me olhava estranho por dizer
que gosto de posição papai-mamãe, mas algumas coisas que eu fiz com Bryan — algumas
coisas no livro. — Oh! Deus. Que diabos fez alguém ler? Pelo menos eu tive juízo
suficiente para mudar o seu nome. Agora, a única pessoa que sabe sobre Bryan Ferro sou
eu, e bem, Bryan, assumindo que ele lê livros de sacanagem de covardes postados no
Padpress, um site gratuito cheio, principalmente, de fãs de ficção.

Mag me bate com o cotovelo, puxando-me dos meus pensamentos. — Quando
você fez essas coisas? Parece tão estranho. Quero dizer, você é tão doce e bonita. Eu sou a
única louca e nunca teria pensado...

Eu a cortei. — Maggie, por favor. Eu tenho uma coisa boa com Neil. Eu não posso
perdê-lo. Eu não posso... — Eu engasgo com a última palavra.

Maggie move sua cadeira mais perto da minha e sorri para mim. — Eu não vou
dizer nada e não se preocupe. Você não vai perdê-lo, querida. Isto é o que você fará. Diga-
lhe que é ficção, totalmente composta e que a sua mente divaga por caminhos estranhos
quando está angustiada. Ele não vai ligar.

— Tem certeza? — Quando eu olho em seus grandes olhos verdes, eu vejo muito.
Uma vida inteira de risos e lágrimas. Ela sempre esteve comigo e se sua vida não fosse um

desastre, ela teria estado lá quando papai morreu. Ela teria me deixado chorar em seu
ombro, mas as coisas não saíram dessa forma.

— Sim, desde que ele não saiba que o que você está escrevendo realmente
aconteceu você está bem. Conhecendo Neil, ele vai reclamar, mas vai passar. Além disso,
ele tem isso bom com você. Ele não vai querer perder isso por algo assim.

Olhando para minhas mãos, eu balanço minha cabeça, mas não tenho tanta certeza.
Somos muito diferentes e este é um desses momentos que se torna muito óbvio. — Não,
ele não o faz. Pelo menos Neil tem a extremidade curta da vara. Eu não tenho nada. Eu
não sei por que ele ainda está comigo.

— Você está brincando? Aquele desgraçado tem sorte de ter você. Você é incrível e
vale a pena manter alguém que vai estar lá por você se chover merda ou margaridas. —
Mag é uma pessoa colorida. Ela está vestida como um pastel gigante com o cabelo
vermelho brilhante, um corpete preto e saia, com meias arco-íris juntamente com botas
pretas. Há uma nova faixa azul de cabelo que continua caindo em seus olhos. Ela os sopra
de volta com os lábios e cospe em mim um pouco. Cobrindo a boca com a mão, seus olhos
se arregalam. — Oh! Meu Deus. Sinto muito!

Sorrindo suavemente, eu limpo meu rosto. — Você é tão eloquente.

— Uma de nós tem que ser. — Ela sorri descontroladamente e se inclina,
balançando as sobrancelhas. — Então, quem era esse cara misterioso?

Capítulo 6

— Então, deixe-me ver se entendi. — Neil tem as palmas das mãos juntas como se
estivesse tentando não atacar e gritar comigo. — Você escreveu um livro sobre sexo e
publicou-o porquê estava chateada quando seu pai morreu. É isso que você está me
dizendo? — O tom de Neil é condescendente. Ele é, de repente, incapaz de olhar para
mim. — Eu esperaria esse tipo de coisa de Maggie, mas não de você.

— Que tipo de coisa, Neil? Escrita libertadora? — Eu não posso olhar para ele,
mas não gosto do jeito que ele está falando para mim.

— Qual parte foi libertador, Hallie? Detalhes gráficos de ir para baixo e chupar um
cara, ou se curvar e fazer sexo por trás?

Eu fico toda tensa quando ele fala comigo dessa maneira. É como tapa verbal. —
Eu fiz o que precisava fazer para lidar do meu jeito com a uma porrada de porcaria que
veio rolando. Se você não pode lidar com isso, então talvez isso seja uma má ideia. — Eu
gesticulo entre nós e olho para a porta. Eu não posso ir para Maggie, mas não posso ficar
aqui com Neil olhando para baixo do nariz para mim. Ele acha que tudo é completamente
figurado, e que talvez seja, mas não vou pedir desculpas por uma das únicas vezes em
minha vida que eu estava realmente feliz.

Menos defensiva, Hallie. As coisas no livro não aconteceram. Eu canto a mentira
dentro da minha cabeça uma e outra vez, e tento não reagir.

— Se eu não puder lidar com isso? Você realmente disse isso? O que eu tenho
vindo a dizer desde que isso aconteceu? Você precisa falar com alguém! Eu lhe disse que
você pode falar comigo, mas você não fez isso. Em vez disso, escreveu uma coisa
horrivelmente suja e nunca disse uma palavra. As pessoas estão falando sobre isso, Hallie, e
você sabe o que eles pensam? Eles estão dizendo que é sobre nós! — A voz de Neil está
uma oitava estridente mais alta quando ele termina de falar. Suas mãos estão voando pelo
ar, como se ele fosse um ninja que conduz uma orquestra. — Nós!

— Quem se importa com o que as pessoas dizem? Você é o único que está sempre
dizendo isso. — O telefone toca, e então, não quero ter essa conversa. Talvez eu seja uma
covarde, mas eu atendo, o que faz com que ele fique louco. Neil sai da sala. Eu não o sigo
quando ele bate coisas na cozinha, bate gavetas. — Alô? — Eu digo calmamente, como se
eu não estivesse no meio de uma discussão do inferno.

— Olá, senhorita Raymond, eu presumo?

— Sim, sou eu. Como posso ajudá-la? — Neil me olha através da porta. Eu
gostaria que ele, pelo menos, agisse como se entendesse. Fingir simpatia é melhor do que
nada

— Aqui é Cecily Varden da Agência Varden, em Nova York. Você é a autora do
AMOR PERDIDO?

— Sim. — Eu comprimo minhas mãos nos meus braços e inclino-me para trás
contra o balcão. — Olha, agora realmente não é um bom momento...

— Eu peço desculpas, mas tenho tentado falar com você há alguns dias. Tenho
várias ofertas para o seu livro.

— Eu não estou interessada. — Estou prestes a desligar, mas sua voz assume um
som apressado agudo frenético que me para.

— Espere. Eles estão oferecendo sete números, além de outro contrato para um
filme. Senhorita Raymond, eu entendo que você já passou por muita coisa recentemente, e
não quero incomodá-la, mas é preciso perceber que existem pessoas oferecendo-lhe uma
grande quantidade de dinheiro pela história que você escreveu. Está tocando as pessoas de
uma forma que não se vê todos os dias. — Eu não pisco. Eu estou lá com minhas
sobrancelhas ligeiramente levantadas e olho para a parede. — Senhorita Raymond?

Concordo com a cabeça lentamente. — Eu não posso discutir isso agora, mas eu
dou-lhe permissão para falar com Neil Scortz sobre isso. — Eu passo o telefone em Neil

antes de me virar e sair correndo pela porta da frente.

Meu corpo não responde da maneira que deveria. Meu estômago se agita como
quando eu bebi leite estragado e eu vomitei nas rosas de Neil. Todo o meu corpo dói e por
um segundo posso sentir novamente. Apertando os lábios, me sento com força na varanda
da frente e seguro meu rosto em minhas mãos. Isso não pode estar acontecendo. A
resposta para todas as minhas orações está balançando na minha frente, mas não posso
levá-la. Se eu fizer isso, vai expor Bryan e eu vou perder Neil. Mas, se não aceitar o
dinheiro, então não há nenhuma maneira de terminar a escola. Papai deu-se tanto por mim.
Oh! Deus. Eu poderia ter a casa de volta. Eu poderia entrar no banco e apenas comprar a
coisa. Eu nem sequer preciso de uma hipoteca. Parece que meu corpo está sendo rasgado
ao meio, então me dobro para aliviar a dor. Gotas de suor na minha testa aparecem e eu
começo a chorar sobre os meus joelhos.

Eu não posso perder mais ninguém. Agora não. Eu simplesmente não posso.

Não tenho ideia de quanto tempo estive sentada quando uma mão toca meu
ombro. Antes que eu possa olhar para cima, meus reflexos chutam. Minha coluna endireita
quando meu cotovelo voa de volta e se conecta com o estômago dele. Neil maldiçoa e
cambaleia para trás, ofegante. — Droga, Hallie!

Eu salto para cima e agarro seu ombro, tentando virá-lo em direção a mim. — Eu
sinto muito. Você me assustou. Neil, eu não queria.

Neil está segurando o estômago e olhando para mim. Eu fiz isso com ele mais de
uma vez. Ele tem reflexos muito lentos. Você acharia que ele saltaria para fora do caminho
agora, ou caminharia ao redor para que eu pudesse vê-lo antes de tocar em meus ombros.
Chame de um instinto de sobrevivência em New York, mas eu não gosto quando as
pessoas andam atrás de mim.

Ele tenta sorrir para mim. — Eu estou bem. — Pegando minha mão ele se senta na
varanda e me puxa para baixo ao lado dele. — Você quer saber o que ela disse?

Eu olho para frente e inclino-me em seu ombro. — Eu realmente não me importo.

Eu não posso dizer sim, por isso não importa.

— Não seja boba. Claro que você pode dizer sim. — Neil me olha engraçado. —
Por que você diz isso?

Quem é você e o que você fez com Neil? Minha boca fica aberta por um momento,
antes que eu deixe escapar: — Você estava gritando comigo por escrever essa história,
então, como poderia ser bom publicá-lo? Ou fazer um filme? — Oh! Deus, minha cabeça
dói. Eu meio que desejo que só explodisse e acabasse com isso. Eu suspiro profundamente
e tento não chorar.

— Hallie, você sabe quantos download já foram feitos? — Eu balancei minha
cabeça. Eu vi alguns números na tela antes, mas não parei para ver o que eram ou o que
significava. Ele sorri para mim como se eu precisasse ter alguém para segurar a minha mão
para atravessar. — Você se tornou grande o suficiente para atrair ótima atenção. A
imprensa está comentando sobre você, o que fez todo mundo olhar. Ouça você já escreveu
o livro e todo mundo já sabe. Você deve aceitar o acordo.

— Mas o que dizer de nós?

Ele encolhe os ombros e olha para a rua. — É ficção, certo? — Oh! Deus. Há um
lago de fogo no inferno com o meu nome nele. Concordo com a cabeça e tento não
parecer culpada. —Então, é só mais um pedaço de lixo sensacionalista, mas desta vez ele
nos beneficia. — Na verdade, ele sorri e bate no meu ombro.

Não é lixo, não para mim. Olhando para as minhas mãos, eu pergunto: — Você leu
isso?

— Eu preciso?

Eu balanço minha cabeça. — Basta saber.

Ele passa as mãos pelo cabelo curto e suspira, e sua espinha rígida finalmente
relaxa. — Ouça Hallie. O estrago já está feito. Eu vou ter que enfrentar os caras no

trabalho, não importa o que você faça então você pode muito bem pegar o dinheiro.
Admito que suavize o golpe. — Ele oferece um sorriso fraco e descansa a mão nas minhas
costas. — O que eu não sei como explicar é por que você escreveria algo tão animalesco
em primeiro lugar. Não é como se você realmente desejasse fazer essas coisas, certo? —
Ele ri nervosamente e eu sei que não posso contar-lhe tudo, mas não posso evitar cutucá-lo
dessa forma.

Eu olho para ele e mantenho as mãos entrelaçadas no meu colo. — Seria tão ruim
assim? — Seus olhos se arregalam quando um olhar de choque atravessa seu rosto. — Não
tudo, mas sendo um pouco mais, eu não sei apaixonado? Teria que ser tão ruim assim?

— Isso não é paixão, amor. É moralmente desprovido de amor é como animais.
Você é uma mulher inteligente, o que realmente a faria apelar para agir como um animal
irracional? — Neil tem um olhar preocupado em seu rosto enquanto espera por minha
resposta.

Não há nada que eu possa dizer que não soe mal. — Não, isso não acontece. —
Meu estômago afunda e meu corpo se sente paralisado novamente. Intelectualmente, Neil
está lá em cima, mas ele tem o barômetro emocional de um cacto. — Então, o que você
disse a Varden?

Ele sorri para mim. — Eu disse a ela para redigir os documentos.

Capítulo 7

O maxilar de Maggie bate contra o tampo da mesa. — Você sabia que iriam lhe
oferecer tanto dinheiro?

Eu balanço minha cabeça, olhando para a tela do computador com as ofertas
propostas. Vários deles querem comprar os direitos para o meu livro. — Não. Isso é um
monte de dinheiro. — Se os porcos pudessem voar, um estaria subindo acima da minha
cabeça em círculos, como um rei acima das tempestades, e que parece mais realista do que
o que está acontecendo na frente do meu rosto.

Os milhares de pessoas delirantes sobre o meu livro me renderam algumas sérias
mudanças nos bolsos. Quais eram as chances de isso acontecer? Acho que era mais
provável ser atingida por um raio. Talvez eu devesse ter mais cuidado quando for lá fora.
Eu olho pela janela e olho para o céu. Não há mais de abrigo para esta menina.

Maggie está babando em cima do teclado, a me faz perguntas. — O que você vai
comprar? Quero dizer, você poderia conseguir um novo guarda-roupa, um apartamento
incrível e pagar por suas aulas no próximo semestre. — Ela pisca novamente, como se
esperasse que o número desaparecesse. — Quando você vai receber o pagamento?

— Eu não tenho certeza. — Meus lábios se contorcem. Estou feliz e nervosa. O
dinheiro vai me ajudar a colocar meus pés no chão novamente, mas há a ameaça persistente
de Bryan. E se ele vê a história? Ele assiste TV, certo? Eu posso não imaginá-lo feliz com
isso, Deus sabe que eu ficaria chateada. É totalmente errado escrever sobre um ex e
publicá-lo para todo mundo ver. É assustador, e o pensamento de que Bryan descobrir está
me fazendo enjoada.

Eu olho para Maggie, preocupada. — Você não acha que ele vai perceber?

Ela encolhe os ombros. — Talvez sim, talvez não. Depende do cara, e você ainda
não me disse o seu nome. Eu não esqueci. Eu gostaria de saber quem transformou você em

uma pequena maníaca sexual. — Ela ri, mas não olha para mim.

Difícil. Maggie é minha melhor amiga e tudo, mas não falo detalhes com ela ou
com qualquer um. E agora todo mundo sabe o que gosto e como gosto. É embaraçoso
uma santa virar um hibrido de monstro com cachorra, Eu faço uma careta. — Por que
você quer saber isso?

— Então, eu poderia ficar com um de seus irmãos. Maggie gosta de coisas
esquisitas. — Ela sorri para mim e olha para a tela novamente. — Cliquei em voltar para o
livro no site Padpress. — Toca no monitor, ela ondula seu lábio, dizendo: — Esta é uma
capa muito feia por sinal.

Eu não posso discutir isso. É basicamente um pedaço de folha solta com um tipo
de letra de máquina de escrever rebocados através das linhas azuis. — É exigido de
conhecimentos nulos de informática, tudo bem. Além disso, supostamente ninguém
deveria lê-lo.

— Então, para que você colocou lá fora?

Boa pergunta, e a verdade é mais um pressentimento do que um pensamento
cognitivo. Às vezes eu escrevo para mim e isso é o suficiente. Desta vez não foi. Desta vez
escrevi sobre amor e perda, dor e morte, mas apenas tê-lo no meu computador não era
suficiente. Parecia que segurava um pássaro engaiolado na palma da minha mão. Havia algo
pressionando que seria libertador publicar urgente. Era catártico, não importando o que diz
Neil.

Levantando-me do computador, eu puxo meu cabelo em um rabo de cavalo e
atravesso a sala de estar. — Eu não sei como dizer isso.

— Tente. — Ela se vira, mas não levanta.

Evitando o olhar dela, pego uma caneca de café e tento colocar os sentimentos às
palavras. — Tudo de ruim que aconteceu, e estava presa dentro de mim com pequenos
pontos brilhantes bons. Por alguma razão, eles continuaram batendo um no outro. Eu não

perguntei por que, ou li qualquer coisa para isso. Pressionar publicar era como escrever
uma carta e deixá-la cair fora do Empire State Building. Em teoria, alguém poderia lê-lo,
mas a probabilidade seria de que iria para o lixo sob os pés sem que ninguém nunca visse.
Eu não sei. Talvez eu seja meio louca.

Maggie balança a cabeça. — Não, você não é meio louca e ignore Neil se ele não
conseguir. Só porque ele é uma imitação de psiquiatra, não significa que tem o poder
mágico de ver dentro de seu coração. Além disso, o coração e a cabeça não estão sempre
indo na mesma direção, se você sabe o que quero dizer. Luto faz coisas para uma pessoa.
— Maggie exala um suspiro e força um sorriso.

Sua vida tem sido ruim e de alguma forma ela se senta aqui e consegue sorrir, mas
meu rosto parece que vai rachar quando os cantos da minha boca se elevam. Eu não sei
como ela faz isso. Ninguém além de mim se preocupa com ela, ela não tem família, e foi
devolvida de um lar adotivo para outro, até que ela tivesse idade suficiente para sair. Ela
está sem dinheiro, mas se esforça muito. Agora ela trabalha em algum bar e as gorjetas são
boas, mas eu me preocupo com ela.

Estávamos no mesmo orfanato até que meu pai me adotou quando eu estava na
terceira série. Maggie ficou para trás, mas eu ainda a via na escola. Ao contrário do resto
das crianças naquela casa, ela conseguiu ficar parada. Quanto a mim, minha mãe gostava
mais de heroína do que de comida. O serviço de Proteção a Criança encontrou-me quando
eu tinha cinco anos de idade, escondida no fundo de um armário enquanto ela estava
fazendo Deus sabe o quê.

Esse período da minha vida é coberto de sombras como um pesadelo. Eu não
consigo lembrar quais coisas realmente aconteceram e quais eram pesadelos. Enquanto os
eventos não se destacam muito, o sofrimento emocional daquele tempo ainda está vivo.
Medo angustiante possuiu meu pequeno corpo naquela época. Meus jovens olhos tinham
visto coisas que nenhuma criança jamais deveria ver. Depois disso, passei alguns anos em
lares adotivos até que meu pai me adotou. Eu era uma das crianças de sorte. Maggie não
teve tanta sorte.

Eu ainda estou nervosa e agito a colher em torno do meu copo. O que as pessoas

pensarão de mim quando lerem isso? Eu sei que não deveria me importar, mas o faço, um
pouco. Olhando para ela, pergunto timidamente: — Você não acha que sou meio louca por
publicar algo que eu não quero que as pessoas vejam?

— Nah! — Ela acena-me e se inclina para trás em sua cadeira. — Você está mais
propensa a cair num buraco.

Eu rio. — Um buraco?

— Sim. Eu vejo as notícias. Buracos é a nova ameaça. Bem, buracos e ursos, mas
vamos enfrentá-los, não existem ursos correndo para cima e para baixo na Sunrise
Highway, então acho que estamos seguras. — Ela sorri para mim. — Mas quando você se
tornar um peixe graúdo e viver em um palácio na Califórnia, cuidado, porque eles têm as
duas coisas. — Ela faz um rugido e bate em mim.

— Você é uma idiota. — O sorriso não parece forçado neste momento. Ela, na
verdade, faz-me rir de novo.

— Então, o que você vai comprar?

— Nada ainda. Eu não tenho esse dinheiro e por tudo que sei isso não pode render
um centavo. Agora eu ainda sou uma bunda pobre.

Ela levanta o punho para mim, e eu bato o meu contra a dela. — Bem-vinda ao
clube. Nós trabalhamos o dobro e chegamos a algum lugar rápido demais.

Concordo com a cabeça, mas não posso afastar a sensação de que Bryan não vai
gostar disso quando descobrir, porque ele vai vê-lo. É só uma questão de quando.

O telefone toca. É Cecily novamente. Ela está tentando me convidar para algum
baile na cidade neste fim de semana. Eu passo a coisa para a vida e pressiono-o para o meu
ouvido. — Alô?

Cecily grita. — Pegue seu vestido de festa! Estamos dentro. Todo mundo que você

precisa para apertar o negócio vai estar lá. Além disso, tenho você ligada a apresentar um
prêmio antes da festa naquela noite. Você precisa de um vestido de noite e dizer a Neil para
vestir um smoking.

Meu estômago cai em meu tênis. — Apresentar um prêmio? Onde?

Ela está animada, mas tenho a sensação de que ela fez isso um milhão de vezes, e a
emoção tem mais a ver com estabelecer um negócio do que com a festa. — Oh, não é
grande coisa querida, mas vou dar para você uma propaganda extra. Você só lê as linhas em
uma pequena tela e imediatamente sai do caminho. Muito fácil. — Cecily faz parecer
menor, mas não é.

— Este é um evento televisionado?

— Claro!

— Eu não posso fazer isso. Cecily...

— Neil disse que você pode fazer isso. Ouça Hallie, é hora de colocar-se em suas
calças de garota grande. Esta pequena coisa vai ser exposição instantânea. Todo mundo
acha que você é a coisa mais doce que já viu. Você tem apelo infantil em massa, e
precisamos levá-lo em frente às câmeras. Quanto mais as pessoas souberem sobre você,
melhor.

— Cecília, eu não posso. Eu odeio falar em público.

— Vai ler garota. Você pode ler. — Antes que eu possa lhe dizer não novamente,
ela acrescenta: — Eu terei um carro para buscá-la às seis. Use um vestido de noite escuro,
nada muito chamativo. Queremos jogar a sua vibração de boa menina para contrastar com
a sua versão perversa no livro. Isso vai vendê-los e eles estarão comendo em nossas mãos.
Você já tem algumas ofertas, mas queremos uma guerra cheia de lances. Esta é a tacada que
muda tudo. — Cecily é tudo sobre o dinheiro. Ela não é pago a menos que eu receba o
pagamento, e ao mesmo tempo uma carga de caminhão de dinheiro soa bem, eu prefiro
morrer a estar no palco.

Antes que eu possa dizer não, ela desliga. Eu faço um som agravado na parte de
trás da minha garganta e olho para o meu telefone. Eu acho que não gosto muito dela, ao
mesmo tempo, um empurrão pode ser o que preciso para obter minha bunda na
engrenagem. — Essa era a minha agente. Ela quer que eu anuncie o vencedor de um show
de prêmio televisivo hoje à noite e, em seguida, ir para o banquete.

Maggie pode dizer que eu não quero ir. Odeio multidões, odeio tudo isso. — O que
você vai fazer? Eu sei que este não é o seu lugar, Hallie, mas você realmente vai passar por
isso?

— Eu nem sequer tenho um vestido. Como vou fazer isso? Como é que vou pagar
por isso?

Antes que eu pudesse olhar para cima, Maggie está com sua bolsa. Ela puxa para
fora um maço de dinheiro. — Quanto é que precisamos?

— Onde você conseguiu isso? — Eu bocejo e estreito meu olhar em sua mão.

— É meu, e o que é meu é teu.

— Eu não posso pegar o seu dinheiro.

— Uh, mas você pode pegar emprestado. Empréstimos são totalmente permitidos.
Podemos ir até as promoções e que eu posso fazer o seu cabelo e maquiagem. Você vai
parecer impressionante. — Ela sorri para mim e fica em pé. — Vamos Hallie. Deixe-me
fazer isso por você. Você sempre me ajuda. É a minha vez de retribuir o favor. Vamos. —
Ela diz a última palavra uma e outra vez até que eu desista e diga sim.


CONTINUA

Ela ri e senta-se na cadeira de frente para mim novamente. — Hallie, todo mundo
leu. Está em todo o lugar. Todos os programas de entrevistas estão repletos sobre isso. É
tão sexy, tão sincero, tão emocional. É como crack. As pessoas não podem obter o
suficiente. E parece que milhões de pessoas já leu esta de acordo com as estatísticas aí. —
Ela se inclina toda e aponta para a tela.

— Maggie como pode esconder isso de Neil? Eu não posso dizer-lhe que escrevi
isso. Você sabe que ele vai surtar. O maldito livro inteiro é sobre a perda de controle. Ele
vai pensar que eu sou a garota da propagando do filme para o mal. — Estou perto de
hiperventilar, mas é por causa de muito mais. Não é apenas sobre a perda de controle das
emoções e da minha vida, são os atos sexuais descritos lá que ele ficará irado. Estou
contente por ter retido e não escrito tudo sobre o que Bryan e eu fizemos naquela época,
mas não importa, não para Neil. Ele vai ter um ataque.

Maggie não sabe sobre a minha relação com Bryan. Ninguém sabe. É um segredo
que eu tenho mantido por tanto tempo e não vou dizer as pessoas agora. Bryan tinha tanta
pressão sobre ele, vindo de sua família, e eu não queria o escrutínio. Nosso relacionamento
foi quente e rápido. Paixão assim não é sustentável, ou pelo menos é o que digo a mim
mesmo quando penso nele. Separamos-nos depois de uma discussão acalorada.

Se Neil descobre, isso vai esmagá-lo, e me fazer parecer uma daquelas presunçosas

sem cérebro, uma imitação das esposas da família Ferro. Essa família traz uma porrada de
problemas com ele. Até agora, ninguém descobriu. Piscando rapidamente, olho para longe
dela. — Neil não pode pensar, ele não pode...

— Hallie. — Ela inclina a cabeça para o lado, como se pudesse dizer que não estou
dizendo-lhe alguma coisa. Um olhar simpático atravessa seu rosto. — Você não pode
esconder essa sua parte dele e não deveria.

— Eu não estou escondendo. A mulher nesse livro, bem, ela não está mais comigo.
— Esses tipos de desejos não ditam minhas ações da forma como o fizeram no passado.

As coisas com Bryan foram abrasadoras, mas é impossível viver assim. Quando a
paixão domina a razão, bem, que tipo de pessoa faz isso? Além disso, do ponto de vista de
Neil sobre sexo são mais confortáveis, mais aceitos. Ninguém me olhava estranho por dizer
que gosto de posição papai-mamãe, mas algumas coisas que eu fiz com Bryan — algumas
coisas no livro. — Oh! Deus. Que diabos fez alguém ler? Pelo menos eu tive juízo
suficiente para mudar o seu nome. Agora, a única pessoa que sabe sobre Bryan Ferro sou
eu, e bem, Bryan, assumindo que ele lê livros de sacanagem de covardes postados no
Padpress, um site gratuito cheio, principalmente, de fãs de ficção.

Mag me bate com o cotovelo, puxando-me dos meus pensamentos. — Quando
você fez essas coisas? Parece tão estranho. Quero dizer, você é tão doce e bonita. Eu sou a
única louca e nunca teria pensado...

Eu a cortei. — Maggie, por favor. Eu tenho uma coisa boa com Neil. Eu não posso
perdê-lo. Eu não posso... — Eu engasgo com a última palavra.

Maggie move sua cadeira mais perto da minha e sorri para mim. — Eu não vou
dizer nada e não se preocupe. Você não vai perdê-lo, querida. Isto é o que você fará. Diga-
lhe que é ficção, totalmente composta e que a sua mente divaga por caminhos estranhos
quando está angustiada. Ele não vai ligar.

— Tem certeza? — Quando eu olho em seus grandes olhos verdes, eu vejo muito.
Uma vida inteira de risos e lágrimas. Ela sempre esteve comigo e se sua vida não fosse um

desastre, ela teria estado lá quando papai morreu. Ela teria me deixado chorar em seu
ombro, mas as coisas não saíram dessa forma.

— Sim, desde que ele não saiba que o que você está escrevendo realmente
aconteceu você está bem. Conhecendo Neil, ele vai reclamar, mas vai passar. Além disso,
ele tem isso bom com você. Ele não vai querer perder isso por algo assim.

Olhando para minhas mãos, eu balanço minha cabeça, mas não tenho tanta certeza.
Somos muito diferentes e este é um desses momentos que se torna muito óbvio. — Não,
ele não o faz. Pelo menos Neil tem a extremidade curta da vara. Eu não tenho nada. Eu
não sei por que ele ainda está comigo.

— Você está brincando? Aquele desgraçado tem sorte de ter você. Você é incrível e
vale a pena manter alguém que vai estar lá por você se chover merda ou margaridas. —
Mag é uma pessoa colorida. Ela está vestida como um pastel gigante com o cabelo
vermelho brilhante, um corpete preto e saia, com meias arco-íris juntamente com botas
pretas. Há uma nova faixa azul de cabelo que continua caindo em seus olhos. Ela os sopra
de volta com os lábios e cospe em mim um pouco. Cobrindo a boca com a mão, seus olhos
se arregalam. — Oh! Meu Deus. Sinto muito!

Sorrindo suavemente, eu limpo meu rosto. — Você é tão eloquente.

— Uma de nós tem que ser. — Ela sorri descontroladamente e se inclina,
balançando as sobrancelhas. — Então, quem era esse cara misterioso?

Capítulo 6

— Então, deixe-me ver se entendi. — Neil tem as palmas das mãos juntas como se
estivesse tentando não atacar e gritar comigo. — Você escreveu um livro sobre sexo e
publicou-o porquê estava chateada quando seu pai morreu. É isso que você está me
dizendo? — O tom de Neil é condescendente. Ele é, de repente, incapaz de olhar para
mim. — Eu esperaria esse tipo de coisa de Maggie, mas não de você.

— Que tipo de coisa, Neil? Escrita libertadora? — Eu não posso olhar para ele,
mas não gosto do jeito que ele está falando para mim.

— Qual parte foi libertador, Hallie? Detalhes gráficos de ir para baixo e chupar um
cara, ou se curvar e fazer sexo por trás?

Eu fico toda tensa quando ele fala comigo dessa maneira. É como tapa verbal. —
Eu fiz o que precisava fazer para lidar do meu jeito com a uma porrada de porcaria que
veio rolando. Se você não pode lidar com isso, então talvez isso seja uma má ideia. — Eu
gesticulo entre nós e olho para a porta. Eu não posso ir para Maggie, mas não posso ficar
aqui com Neil olhando para baixo do nariz para mim. Ele acha que tudo é completamente
figurado, e que talvez seja, mas não vou pedir desculpas por uma das únicas vezes em
minha vida que eu estava realmente feliz.

Menos defensiva, Hallie. As coisas no livro não aconteceram. Eu canto a mentira
dentro da minha cabeça uma e outra vez, e tento não reagir.

— Se eu não puder lidar com isso? Você realmente disse isso? O que eu tenho
vindo a dizer desde que isso aconteceu? Você precisa falar com alguém! Eu lhe disse que
você pode falar comigo, mas você não fez isso. Em vez disso, escreveu uma coisa
horrivelmente suja e nunca disse uma palavra. As pessoas estão falando sobre isso, Hallie, e
você sabe o que eles pensam? Eles estão dizendo que é sobre nós! — A voz de Neil está
uma oitava estridente mais alta quando ele termina de falar. Suas mãos estão voando pelo
ar, como se ele fosse um ninja que conduz uma orquestra. — Nós!

— Quem se importa com o que as pessoas dizem? Você é o único que está sempre
dizendo isso. — O telefone toca, e então, não quero ter essa conversa. Talvez eu seja uma
covarde, mas eu atendo, o que faz com que ele fique louco. Neil sai da sala. Eu não o sigo
quando ele bate coisas na cozinha, bate gavetas. — Alô? — Eu digo calmamente, como se
eu não estivesse no meio de uma discussão do inferno.

— Olá, senhorita Raymond, eu presumo?

— Sim, sou eu. Como posso ajudá-la? — Neil me olha através da porta. Eu
gostaria que ele, pelo menos, agisse como se entendesse. Fingir simpatia é melhor do que
nada

— Aqui é Cecily Varden da Agência Varden, em Nova York. Você é a autora do
AMOR PERDIDO?

— Sim. — Eu comprimo minhas mãos nos meus braços e inclino-me para trás
contra o balcão. — Olha, agora realmente não é um bom momento...

— Eu peço desculpas, mas tenho tentado falar com você há alguns dias. Tenho
várias ofertas para o seu livro.

— Eu não estou interessada. — Estou prestes a desligar, mas sua voz assume um
som apressado agudo frenético que me para.

— Espere. Eles estão oferecendo sete números, além de outro contrato para um
filme. Senhorita Raymond, eu entendo que você já passou por muita coisa recentemente, e
não quero incomodá-la, mas é preciso perceber que existem pessoas oferecendo-lhe uma
grande quantidade de dinheiro pela história que você escreveu. Está tocando as pessoas de
uma forma que não se vê todos os dias. — Eu não pisco. Eu estou lá com minhas
sobrancelhas ligeiramente levantadas e olho para a parede. — Senhorita Raymond?

Concordo com a cabeça lentamente. — Eu não posso discutir isso agora, mas eu
dou-lhe permissão para falar com Neil Scortz sobre isso. — Eu passo o telefone em Neil

antes de me virar e sair correndo pela porta da frente.

Meu corpo não responde da maneira que deveria. Meu estômago se agita como
quando eu bebi leite estragado e eu vomitei nas rosas de Neil. Todo o meu corpo dói e por
um segundo posso sentir novamente. Apertando os lábios, me sento com força na varanda
da frente e seguro meu rosto em minhas mãos. Isso não pode estar acontecendo. A
resposta para todas as minhas orações está balançando na minha frente, mas não posso
levá-la. Se eu fizer isso, vai expor Bryan e eu vou perder Neil. Mas, se não aceitar o
dinheiro, então não há nenhuma maneira de terminar a escola. Papai deu-se tanto por mim.
Oh! Deus. Eu poderia ter a casa de volta. Eu poderia entrar no banco e apenas comprar a
coisa. Eu nem sequer preciso de uma hipoteca. Parece que meu corpo está sendo rasgado
ao meio, então me dobro para aliviar a dor. Gotas de suor na minha testa aparecem e eu
começo a chorar sobre os meus joelhos.

Eu não posso perder mais ninguém. Agora não. Eu simplesmente não posso.

Não tenho ideia de quanto tempo estive sentada quando uma mão toca meu
ombro. Antes que eu possa olhar para cima, meus reflexos chutam. Minha coluna endireita
quando meu cotovelo voa de volta e se conecta com o estômago dele. Neil maldiçoa e
cambaleia para trás, ofegante. — Droga, Hallie!

Eu salto para cima e agarro seu ombro, tentando virá-lo em direção a mim. — Eu
sinto muito. Você me assustou. Neil, eu não queria.

Neil está segurando o estômago e olhando para mim. Eu fiz isso com ele mais de
uma vez. Ele tem reflexos muito lentos. Você acharia que ele saltaria para fora do caminho
agora, ou caminharia ao redor para que eu pudesse vê-lo antes de tocar em meus ombros.
Chame de um instinto de sobrevivência em New York, mas eu não gosto quando as
pessoas andam atrás de mim.

Ele tenta sorrir para mim. — Eu estou bem. — Pegando minha mão ele se senta na
varanda e me puxa para baixo ao lado dele. — Você quer saber o que ela disse?

Eu olho para frente e inclino-me em seu ombro. — Eu realmente não me importo.

Eu não posso dizer sim, por isso não importa.

— Não seja boba. Claro que você pode dizer sim. — Neil me olha engraçado. —
Por que você diz isso?

Quem é você e o que você fez com Neil? Minha boca fica aberta por um momento,
antes que eu deixe escapar: — Você estava gritando comigo por escrever essa história,
então, como poderia ser bom publicá-lo? Ou fazer um filme? — Oh! Deus, minha cabeça
dói. Eu meio que desejo que só explodisse e acabasse com isso. Eu suspiro profundamente
e tento não chorar.

— Hallie, você sabe quantos download já foram feitos? — Eu balancei minha
cabeça. Eu vi alguns números na tela antes, mas não parei para ver o que eram ou o que
significava. Ele sorri para mim como se eu precisasse ter alguém para segurar a minha mão
para atravessar. — Você se tornou grande o suficiente para atrair ótima atenção. A
imprensa está comentando sobre você, o que fez todo mundo olhar. Ouça você já escreveu
o livro e todo mundo já sabe. Você deve aceitar o acordo.

— Mas o que dizer de nós?

Ele encolhe os ombros e olha para a rua. — É ficção, certo? — Oh! Deus. Há um
lago de fogo no inferno com o meu nome nele. Concordo com a cabeça e tento não
parecer culpada. —Então, é só mais um pedaço de lixo sensacionalista, mas desta vez ele
nos beneficia. — Na verdade, ele sorri e bate no meu ombro.

Não é lixo, não para mim. Olhando para as minhas mãos, eu pergunto: — Você leu
isso?

— Eu preciso?

Eu balanço minha cabeça. — Basta saber.

Ele passa as mãos pelo cabelo curto e suspira, e sua espinha rígida finalmente
relaxa. — Ouça Hallie. O estrago já está feito. Eu vou ter que enfrentar os caras no

trabalho, não importa o que você faça então você pode muito bem pegar o dinheiro.
Admito que suavize o golpe. — Ele oferece um sorriso fraco e descansa a mão nas minhas
costas. — O que eu não sei como explicar é por que você escreveria algo tão animalesco
em primeiro lugar. Não é como se você realmente desejasse fazer essas coisas, certo? —
Ele ri nervosamente e eu sei que não posso contar-lhe tudo, mas não posso evitar cutucá-lo
dessa forma.

Eu olho para ele e mantenho as mãos entrelaçadas no meu colo. — Seria tão ruim
assim? — Seus olhos se arregalam quando um olhar de choque atravessa seu rosto. — Não
tudo, mas sendo um pouco mais, eu não sei apaixonado? Teria que ser tão ruim assim?

— Isso não é paixão, amor. É moralmente desprovido de amor é como animais.
Você é uma mulher inteligente, o que realmente a faria apelar para agir como um animal
irracional? — Neil tem um olhar preocupado em seu rosto enquanto espera por minha
resposta.

Não há nada que eu possa dizer que não soe mal. — Não, isso não acontece. —
Meu estômago afunda e meu corpo se sente paralisado novamente. Intelectualmente, Neil
está lá em cima, mas ele tem o barômetro emocional de um cacto. — Então, o que você
disse a Varden?

Ele sorri para mim. — Eu disse a ela para redigir os documentos.

Capítulo 7

O maxilar de Maggie bate contra o tampo da mesa. — Você sabia que iriam lhe
oferecer tanto dinheiro?

Eu balanço minha cabeça, olhando para a tela do computador com as ofertas
propostas. Vários deles querem comprar os direitos para o meu livro. — Não. Isso é um
monte de dinheiro. — Se os porcos pudessem voar, um estaria subindo acima da minha
cabeça em círculos, como um rei acima das tempestades, e que parece mais realista do que
o que está acontecendo na frente do meu rosto.

Os milhares de pessoas delirantes sobre o meu livro me renderam algumas sérias
mudanças nos bolsos. Quais eram as chances de isso acontecer? Acho que era mais
provável ser atingida por um raio. Talvez eu devesse ter mais cuidado quando for lá fora.
Eu olho pela janela e olho para o céu. Não há mais de abrigo para esta menina.

Maggie está babando em cima do teclado, a me faz perguntas. — O que você vai
comprar? Quero dizer, você poderia conseguir um novo guarda-roupa, um apartamento
incrível e pagar por suas aulas no próximo semestre. — Ela pisca novamente, como se
esperasse que o número desaparecesse. — Quando você vai receber o pagamento?

— Eu não tenho certeza. — Meus lábios se contorcem. Estou feliz e nervosa. O
dinheiro vai me ajudar a colocar meus pés no chão novamente, mas há a ameaça persistente
de Bryan. E se ele vê a história? Ele assiste TV, certo? Eu posso não imaginá-lo feliz com
isso, Deus sabe que eu ficaria chateada. É totalmente errado escrever sobre um ex e
publicá-lo para todo mundo ver. É assustador, e o pensamento de que Bryan descobrir está
me fazendo enjoada.

Eu olho para Maggie, preocupada. — Você não acha que ele vai perceber?

Ela encolhe os ombros. — Talvez sim, talvez não. Depende do cara, e você ainda
não me disse o seu nome. Eu não esqueci. Eu gostaria de saber quem transformou você em

uma pequena maníaca sexual. — Ela ri, mas não olha para mim.

Difícil. Maggie é minha melhor amiga e tudo, mas não falo detalhes com ela ou
com qualquer um. E agora todo mundo sabe o que gosto e como gosto. É embaraçoso
uma santa virar um hibrido de monstro com cachorra, Eu faço uma careta. — Por que
você quer saber isso?

— Então, eu poderia ficar com um de seus irmãos. Maggie gosta de coisas
esquisitas. — Ela sorri para mim e olha para a tela novamente. — Cliquei em voltar para o
livro no site Padpress. — Toca no monitor, ela ondula seu lábio, dizendo: — Esta é uma
capa muito feia por sinal.

Eu não posso discutir isso. É basicamente um pedaço de folha solta com um tipo
de letra de máquina de escrever rebocados através das linhas azuis. — É exigido de
conhecimentos nulos de informática, tudo bem. Além disso, supostamente ninguém
deveria lê-lo.

— Então, para que você colocou lá fora?

Boa pergunta, e a verdade é mais um pressentimento do que um pensamento
cognitivo. Às vezes eu escrevo para mim e isso é o suficiente. Desta vez não foi. Desta vez
escrevi sobre amor e perda, dor e morte, mas apenas tê-lo no meu computador não era
suficiente. Parecia que segurava um pássaro engaiolado na palma da minha mão. Havia algo
pressionando que seria libertador publicar urgente. Era catártico, não importando o que diz
Neil.

Levantando-me do computador, eu puxo meu cabelo em um rabo de cavalo e
atravesso a sala de estar. — Eu não sei como dizer isso.

— Tente. — Ela se vira, mas não levanta.

Evitando o olhar dela, pego uma caneca de café e tento colocar os sentimentos às
palavras. — Tudo de ruim que aconteceu, e estava presa dentro de mim com pequenos
pontos brilhantes bons. Por alguma razão, eles continuaram batendo um no outro. Eu não

perguntei por que, ou li qualquer coisa para isso. Pressionar publicar era como escrever
uma carta e deixá-la cair fora do Empire State Building. Em teoria, alguém poderia lê-lo,
mas a probabilidade seria de que iria para o lixo sob os pés sem que ninguém nunca visse.
Eu não sei. Talvez eu seja meio louca.

Maggie balança a cabeça. — Não, você não é meio louca e ignore Neil se ele não
conseguir. Só porque ele é uma imitação de psiquiatra, não significa que tem o poder
mágico de ver dentro de seu coração. Além disso, o coração e a cabeça não estão sempre
indo na mesma direção, se você sabe o que quero dizer. Luto faz coisas para uma pessoa.
— Maggie exala um suspiro e força um sorriso.

Sua vida tem sido ruim e de alguma forma ela se senta aqui e consegue sorrir, mas
meu rosto parece que vai rachar quando os cantos da minha boca se elevam. Eu não sei
como ela faz isso. Ninguém além de mim se preocupa com ela, ela não tem família, e foi
devolvida de um lar adotivo para outro, até que ela tivesse idade suficiente para sair. Ela
está sem dinheiro, mas se esforça muito. Agora ela trabalha em algum bar e as gorjetas são
boas, mas eu me preocupo com ela.

Estávamos no mesmo orfanato até que meu pai me adotou quando eu estava na
terceira série. Maggie ficou para trás, mas eu ainda a via na escola. Ao contrário do resto
das crianças naquela casa, ela conseguiu ficar parada. Quanto a mim, minha mãe gostava
mais de heroína do que de comida. O serviço de Proteção a Criança encontrou-me quando
eu tinha cinco anos de idade, escondida no fundo de um armário enquanto ela estava
fazendo Deus sabe o quê.

Esse período da minha vida é coberto de sombras como um pesadelo. Eu não
consigo lembrar quais coisas realmente aconteceram e quais eram pesadelos. Enquanto os
eventos não se destacam muito, o sofrimento emocional daquele tempo ainda está vivo.
Medo angustiante possuiu meu pequeno corpo naquela época. Meus jovens olhos tinham
visto coisas que nenhuma criança jamais deveria ver. Depois disso, passei alguns anos em
lares adotivos até que meu pai me adotou. Eu era uma das crianças de sorte. Maggie não
teve tanta sorte.

Eu ainda estou nervosa e agito a colher em torno do meu copo. O que as pessoas

pensarão de mim quando lerem isso? Eu sei que não deveria me importar, mas o faço, um
pouco. Olhando para ela, pergunto timidamente: — Você não acha que sou meio louca por
publicar algo que eu não quero que as pessoas vejam?

— Nah! — Ela acena-me e se inclina para trás em sua cadeira. — Você está mais
propensa a cair num buraco.

Eu rio. — Um buraco?

— Sim. Eu vejo as notícias. Buracos é a nova ameaça. Bem, buracos e ursos, mas
vamos enfrentá-los, não existem ursos correndo para cima e para baixo na Sunrise
Highway, então acho que estamos seguras. — Ela sorri para mim. — Mas quando você se
tornar um peixe graúdo e viver em um palácio na Califórnia, cuidado, porque eles têm as
duas coisas. — Ela faz um rugido e bate em mim.

— Você é uma idiota. — O sorriso não parece forçado neste momento. Ela, na
verdade, faz-me rir de novo.

— Então, o que você vai comprar?

— Nada ainda. Eu não tenho esse dinheiro e por tudo que sei isso não pode render
um centavo. Agora eu ainda sou uma bunda pobre.

Ela levanta o punho para mim, e eu bato o meu contra a dela. — Bem-vinda ao
clube. Nós trabalhamos o dobro e chegamos a algum lugar rápido demais.

Concordo com a cabeça, mas não posso afastar a sensação de que Bryan não vai
gostar disso quando descobrir, porque ele vai vê-lo. É só uma questão de quando.

O telefone toca. É Cecily novamente. Ela está tentando me convidar para algum
baile na cidade neste fim de semana. Eu passo a coisa para a vida e pressiono-o para o meu
ouvido. — Alô?

Cecily grita. — Pegue seu vestido de festa! Estamos dentro. Todo mundo que você

precisa para apertar o negócio vai estar lá. Além disso, tenho você ligada a apresentar um
prêmio antes da festa naquela noite. Você precisa de um vestido de noite e dizer a Neil para
vestir um smoking.

Meu estômago cai em meu tênis. — Apresentar um prêmio? Onde?

Ela está animada, mas tenho a sensação de que ela fez isso um milhão de vezes, e a
emoção tem mais a ver com estabelecer um negócio do que com a festa. — Oh, não é
grande coisa querida, mas vou dar para você uma propaganda extra. Você só lê as linhas em
uma pequena tela e imediatamente sai do caminho. Muito fácil. — Cecily faz parecer
menor, mas não é.

— Este é um evento televisionado?

— Claro!

— Eu não posso fazer isso. Cecily...

— Neil disse que você pode fazer isso. Ouça Hallie, é hora de colocar-se em suas
calças de garota grande. Esta pequena coisa vai ser exposição instantânea. Todo mundo
acha que você é a coisa mais doce que já viu. Você tem apelo infantil em massa, e
precisamos levá-lo em frente às câmeras. Quanto mais as pessoas souberem sobre você,
melhor.

— Cecília, eu não posso. Eu odeio falar em público.

— Vai ler garota. Você pode ler. — Antes que eu possa lhe dizer não novamente,
ela acrescenta: — Eu terei um carro para buscá-la às seis. Use um vestido de noite escuro,
nada muito chamativo. Queremos jogar a sua vibração de boa menina para contrastar com
a sua versão perversa no livro. Isso vai vendê-los e eles estarão comendo em nossas mãos.
Você já tem algumas ofertas, mas queremos uma guerra cheia de lances. Esta é a tacada que
muda tudo. — Cecily é tudo sobre o dinheiro. Ela não é pago a menos que eu receba o
pagamento, e ao mesmo tempo uma carga de caminhão de dinheiro soa bem, eu prefiro
morrer a estar no palco.

Antes que eu possa dizer não, ela desliga. Eu faço um som agravado na parte de
trás da minha garganta e olho para o meu telefone. Eu acho que não gosto muito dela, ao
mesmo tempo, um empurrão pode ser o que preciso para obter minha bunda na
engrenagem. — Essa era a minha agente. Ela quer que eu anuncie o vencedor de um show
de prêmio televisivo hoje à noite e, em seguida, ir para o banquete.

Maggie pode dizer que eu não quero ir. Odeio multidões, odeio tudo isso. — O que
você vai fazer? Eu sei que este não é o seu lugar, Hallie, mas você realmente vai passar por
isso?

— Eu nem sequer tenho um vestido. Como vou fazer isso? Como é que vou pagar
por isso?

Antes que eu pudesse olhar para cima, Maggie está com sua bolsa. Ela puxa para
fora um maço de dinheiro. — Quanto é que precisamos?

— Onde você conseguiu isso? — Eu bocejo e estreito meu olhar em sua mão.

— É meu, e o que é meu é teu.

— Eu não posso pegar o seu dinheiro.

— Uh, mas você pode pegar emprestado. Empréstimos são totalmente permitidos.
Podemos ir até as promoções e que eu posso fazer o seu cabelo e maquiagem. Você vai
parecer impressionante. — Ela sorri para mim e fica em pé. — Vamos Hallie. Deixe-me
fazer isso por você. Você sempre me ajuda. É a minha vez de retribuir o favor. Vamos. —
Ela diz a última palavra uma e outra vez até que eu desista e diga sim.


CONTINUA

Ela ri e senta-se na cadeira de frente para mim novamente. — Hallie, todo mundo
leu. Está em todo o lugar. Todos os programas de entrevistas estão repletos sobre isso. É
tão sexy, tão sincero, tão emocional. É como crack. As pessoas não podem obter o
suficiente. E parece que milhões de pessoas já leu esta de acordo com as estatísticas aí. —
Ela se inclina toda e aponta para a tela.

— Maggie como pode esconder isso de Neil? Eu não posso dizer-lhe que escrevi
isso. Você sabe que ele vai surtar. O maldito livro inteiro é sobre a perda de controle. Ele
vai pensar que eu sou a garota da propagando do filme para o mal. — Estou perto de
hiperventilar, mas é por causa de muito mais. Não é apenas sobre a perda de controle das
emoções e da minha vida, são os atos sexuais descritos lá que ele ficará irado. Estou
contente por ter retido e não escrito tudo sobre o que Bryan e eu fizemos naquela época,
mas não importa, não para Neil. Ele vai ter um ataque.

Maggie não sabe sobre a minha relação com Bryan. Ninguém sabe. É um segredo
que eu tenho mantido por tanto tempo e não vou dizer as pessoas agora. Bryan tinha tanta
pressão sobre ele, vindo de sua família, e eu não queria o escrutínio. Nosso relacionamento
foi quente e rápido. Paixão assim não é sustentável, ou pelo menos é o que digo a mim
mesmo quando penso nele. Separamos-nos depois de uma discussão acalorada.

Se Neil descobre, isso vai esmagá-lo, e me fazer parecer uma daquelas presunçosas

sem cérebro, uma imitação das esposas da família Ferro. Essa família traz uma porrada de
problemas com ele. Até agora, ninguém descobriu. Piscando rapidamente, olho para longe
dela. — Neil não pode pensar, ele não pode...

— Hallie. — Ela inclina a cabeça para o lado, como se pudesse dizer que não estou
dizendo-lhe alguma coisa. Um olhar simpático atravessa seu rosto. — Você não pode
esconder essa sua parte dele e não deveria.

— Eu não estou escondendo. A mulher nesse livro, bem, ela não está mais comigo.
— Esses tipos de desejos não ditam minhas ações da forma como o fizeram no passado.

As coisas com Bryan foram abrasadoras, mas é impossível viver assim. Quando a
paixão domina a razão, bem, que tipo de pessoa faz isso? Além disso, do ponto de vista de
Neil sobre sexo são mais confortáveis, mais aceitos. Ninguém me olhava estranho por dizer
que gosto de posição papai-mamãe, mas algumas coisas que eu fiz com Bryan — algumas
coisas no livro. — Oh! Deus. Que diabos fez alguém ler? Pelo menos eu tive juízo
suficiente para mudar o seu nome. Agora, a única pessoa que sabe sobre Bryan Ferro sou
eu, e bem, Bryan, assumindo que ele lê livros de sacanagem de covardes postados no
Padpress, um site gratuito cheio, principalmente, de fãs de ficção.

Mag me bate com o cotovelo, puxando-me dos meus pensamentos. — Quando
você fez essas coisas? Parece tão estranho. Quero dizer, você é tão doce e bonita. Eu sou a
única louca e nunca teria pensado...

Eu a cortei. — Maggie, por favor. Eu tenho uma coisa boa com Neil. Eu não posso
perdê-lo. Eu não posso... — Eu engasgo com a última palavra.

Maggie move sua cadeira mais perto da minha e sorri para mim. — Eu não vou
dizer nada e não se preocupe. Você não vai perdê-lo, querida. Isto é o que você fará. Diga-
lhe que é ficção, totalmente composta e que a sua mente divaga por caminhos estranhos
quando está angustiada. Ele não vai ligar.

— Tem certeza? — Quando eu olho em seus grandes olhos verdes, eu vejo muito.
Uma vida inteira de risos e lágrimas. Ela sempre esteve comigo e se sua vida não fosse um

desastre, ela teria estado lá quando papai morreu. Ela teria me deixado chorar em seu
ombro, mas as coisas não saíram dessa forma.

— Sim, desde que ele não saiba que o que você está escrevendo realmente
aconteceu você está bem. Conhecendo Neil, ele vai reclamar, mas vai passar. Além disso,
ele tem isso bom com você. Ele não vai querer perder isso por algo assim.

Olhando para minhas mãos, eu balanço minha cabeça, mas não tenho tanta certeza.
Somos muito diferentes e este é um desses momentos que se torna muito óbvio. — Não,
ele não o faz. Pelo menos Neil tem a extremidade curta da vara. Eu não tenho nada. Eu
não sei por que ele ainda está comigo.

— Você está brincando? Aquele desgraçado tem sorte de ter você. Você é incrível e
vale a pena manter alguém que vai estar lá por você se chover merda ou margaridas. —
Mag é uma pessoa colorida. Ela está vestida como um pastel gigante com o cabelo
vermelho brilhante, um corpete preto e saia, com meias arco-íris juntamente com botas
pretas. Há uma nova faixa azul de cabelo que continua caindo em seus olhos. Ela os sopra
de volta com os lábios e cospe em mim um pouco. Cobrindo a boca com a mão, seus olhos
se arregalam. — Oh! Meu Deus. Sinto muito!

Sorrindo suavemente, eu limpo meu rosto. — Você é tão eloquente.

— Uma de nós tem que ser. — Ela sorri descontroladamente e se inclina,
balançando as sobrancelhas. — Então, quem era esse cara misterioso?

Capítulo 6

— Então, deixe-me ver se entendi. — Neil tem as palmas das mãos juntas como se
estivesse tentando não atacar e gritar comigo. — Você escreveu um livro sobre sexo e
publicou-o porquê estava chateada quando seu pai morreu. É isso que você está me
dizendo? — O tom de Neil é condescendente. Ele é, de repente, incapaz de olhar para
mim. — Eu esperaria esse tipo de coisa de Maggie, mas não de você.

— Que tipo de coisa, Neil? Escrita libertadora? — Eu não posso olhar para ele,
mas não gosto do jeito que ele está falando para mim.

— Qual parte foi libertador, Hallie? Detalhes gráficos de ir para baixo e chupar um
cara, ou se curvar e fazer sexo por trás?

Eu fico toda tensa quando ele fala comigo dessa maneira. É como tapa verbal. —
Eu fiz o que precisava fazer para lidar do meu jeito com a uma porrada de porcaria que
veio rolando. Se você não pode lidar com isso, então talvez isso seja uma má ideia. — Eu
gesticulo entre nós e olho para a porta. Eu não posso ir para Maggie, mas não posso ficar
aqui com Neil olhando para baixo do nariz para mim. Ele acha que tudo é completamente
figurado, e que talvez seja, mas não vou pedir desculpas por uma das únicas vezes em
minha vida que eu estava realmente feliz.

Menos defensiva, Hallie. As coisas no livro não aconteceram. Eu canto a mentira
dentro da minha cabeça uma e outra vez, e tento não reagir.

— Se eu não puder lidar com isso? Você realmente disse isso? O que eu tenho
vindo a dizer desde que isso aconteceu? Você precisa falar com alguém! Eu lhe disse que
você pode falar comigo, mas você não fez isso. Em vez disso, escreveu uma coisa
horrivelmente suja e nunca disse uma palavra. As pessoas estão falando sobre isso, Hallie, e
você sabe o que eles pensam? Eles estão dizendo que é sobre nós! — A voz de Neil está
uma oitava estridente mais alta quando ele termina de falar. Suas mãos estão voando pelo
ar, como se ele fosse um ninja que conduz uma orquestra. — Nós!

— Quem se importa com o que as pessoas dizem? Você é o único que está sempre
dizendo isso. — O telefone toca, e então, não quero ter essa conversa. Talvez eu seja uma
covarde, mas eu atendo, o que faz com que ele fique louco. Neil sai da sala. Eu não o sigo
quando ele bate coisas na cozinha, bate gavetas. — Alô? — Eu digo calmamente, como se
eu não estivesse no meio de uma discussão do inferno.

— Olá, senhorita Raymond, eu presumo?

— Sim, sou eu. Como posso ajudá-la? — Neil me olha através da porta. Eu
gostaria que ele, pelo menos, agisse como se entendesse. Fingir simpatia é melhor do que
nada

— Aqui é Cecily Varden da Agência Varden, em Nova York. Você é a autora do
AMOR PERDIDO?

— Sim. — Eu comprimo minhas mãos nos meus braços e inclino-me para trás
contra o balcão. — Olha, agora realmente não é um bom momento...

— Eu peço desculpas, mas tenho tentado falar com você há alguns dias. Tenho
várias ofertas para o seu livro.

— Eu não estou interessada. — Estou prestes a desligar, mas sua voz assume um
som apressado agudo frenético que me para.

— Espere. Eles estão oferecendo sete números, além de outro contrato para um
filme. Senhorita Raymond, eu entendo que você já passou por muita coisa recentemente, e
não quero incomodá-la, mas é preciso perceber que existem pessoas oferecendo-lhe uma
grande quantidade de dinheiro pela história que você escreveu. Está tocando as pessoas de
uma forma que não se vê todos os dias. — Eu não pisco. Eu estou lá com minhas
sobrancelhas ligeiramente levantadas e olho para a parede. — Senhorita Raymond?

Concordo com a cabeça lentamente. — Eu não posso discutir isso agora, mas eu
dou-lhe permissão para falar com Neil Scortz sobre isso. — Eu passo o telefone em Neil

antes de me virar e sair correndo pela porta da frente.

Meu corpo não responde da maneira que deveria. Meu estômago se agita como
quando eu bebi leite estragado e eu vomitei nas rosas de Neil. Todo o meu corpo dói e por
um segundo posso sentir novamente. Apertando os lábios, me sento com força na varanda
da frente e seguro meu rosto em minhas mãos. Isso não pode estar acontecendo. A
resposta para todas as minhas orações está balançando na minha frente, mas não posso
levá-la. Se eu fizer isso, vai expor Bryan e eu vou perder Neil. Mas, se não aceitar o
dinheiro, então não há nenhuma maneira de terminar a escola. Papai deu-se tanto por mim.
Oh! Deus. Eu poderia ter a casa de volta. Eu poderia entrar no banco e apenas comprar a
coisa. Eu nem sequer preciso de uma hipoteca. Parece que meu corpo está sendo rasgado
ao meio, então me dobro para aliviar a dor. Gotas de suor na minha testa aparecem e eu
começo a chorar sobre os meus joelhos.

Eu não posso perder mais ninguém. Agora não. Eu simplesmente não posso.

Não tenho ideia de quanto tempo estive sentada quando uma mão toca meu
ombro. Antes que eu possa olhar para cima, meus reflexos chutam. Minha coluna endireita
quando meu cotovelo voa de volta e se conecta com o estômago dele. Neil maldiçoa e
cambaleia para trás, ofegante. — Droga, Hallie!

Eu salto para cima e agarro seu ombro, tentando virá-lo em direção a mim. — Eu
sinto muito. Você me assustou. Neil, eu não queria.

Neil está segurando o estômago e olhando para mim. Eu fiz isso com ele mais de
uma vez. Ele tem reflexos muito lentos. Você acharia que ele saltaria para fora do caminho
agora, ou caminharia ao redor para que eu pudesse vê-lo antes de tocar em meus ombros.
Chame de um instinto de sobrevivência em New York, mas eu não gosto quando as
pessoas andam atrás de mim.

Ele tenta sorrir para mim. — Eu estou bem. — Pegando minha mão ele se senta na
varanda e me puxa para baixo ao lado dele. — Você quer saber o que ela disse?

Eu olho para frente e inclino-me em seu ombro. — Eu realmente não me importo.

Eu não posso dizer sim, por isso não importa.

— Não seja boba. Claro que você pode dizer sim. — Neil me olha engraçado. —
Por que você diz isso?

Quem é você e o que você fez com Neil? Minha boca fica aberta por um momento,
antes que eu deixe escapar: — Você estava gritando comigo por escrever essa história,
então, como poderia ser bom publicá-lo? Ou fazer um filme? — Oh! Deus, minha cabeça
dói. Eu meio que desejo que só explodisse e acabasse com isso. Eu suspiro profundamente
e tento não chorar.

— Hallie, você sabe quantos download já foram feitos? — Eu balancei minha
cabeça. Eu vi alguns números na tela antes, mas não parei para ver o que eram ou o que
significava. Ele sorri para mim como se eu precisasse ter alguém para segurar a minha mão
para atravessar. — Você se tornou grande o suficiente para atrair ótima atenção. A
imprensa está comentando sobre você, o que fez todo mundo olhar. Ouça você já escreveu
o livro e todo mundo já sabe. Você deve aceitar o acordo.

— Mas o que dizer de nós?

Ele encolhe os ombros e olha para a rua. — É ficção, certo? — Oh! Deus. Há um
lago de fogo no inferno com o meu nome nele. Concordo com a cabeça e tento não
parecer culpada. —Então, é só mais um pedaço de lixo sensacionalista, mas desta vez ele
nos beneficia. — Na verdade, ele sorri e bate no meu ombro.

Não é lixo, não para mim. Olhando para as minhas mãos, eu pergunto: — Você leu
isso?

— Eu preciso?

Eu balanço minha cabeça. — Basta saber.

Ele passa as mãos pelo cabelo curto e suspira, e sua espinha rígida finalmente
relaxa. — Ouça Hallie. O estrago já está feito. Eu vou ter que enfrentar os caras no

trabalho, não importa o que você faça então você pode muito bem pegar o dinheiro.
Admito que suavize o golpe. — Ele oferece um sorriso fraco e descansa a mão nas minhas
costas. — O que eu não sei como explicar é por que você escreveria algo tão animalesco
em primeiro lugar. Não é como se você realmente desejasse fazer essas coisas, certo? —
Ele ri nervosamente e eu sei que não posso contar-lhe tudo, mas não posso evitar cutucá-lo
dessa forma.

Eu olho para ele e mantenho as mãos entrelaçadas no meu colo. — Seria tão ruim
assim? — Seus olhos se arregalam quando um olhar de choque atravessa seu rosto. — Não
tudo, mas sendo um pouco mais, eu não sei apaixonado? Teria que ser tão ruim assim?

— Isso não é paixão, amor. É moralmente desprovido de amor é como animais.
Você é uma mulher inteligente, o que realmente a faria apelar para agir como um animal
irracional? — Neil tem um olhar preocupado em seu rosto enquanto espera por minha
resposta.

Não há nada que eu possa dizer que não soe mal. — Não, isso não acontece. —
Meu estômago afunda e meu corpo se sente paralisado novamente. Intelectualmente, Neil
está lá em cima, mas ele tem o barômetro emocional de um cacto. — Então, o que você
disse a Varden?

Ele sorri para mim. — Eu disse a ela para redigir os documentos.

Capítulo 7

O maxilar de Maggie bate contra o tampo da mesa. — Você sabia que iriam lhe
oferecer tanto dinheiro?

Eu balanço minha cabeça, olhando para a tela do computador com as ofertas
propostas. Vários deles querem comprar os direitos para o meu livro. — Não. Isso é um
monte de dinheiro. — Se os porcos pudessem voar, um estaria subindo acima da minha
cabeça em círculos, como um rei acima das tempestades, e que parece mais realista do que
o que está acontecendo na frente do meu rosto.

Os milhares de pessoas delirantes sobre o meu livro me renderam algumas sérias
mudanças nos bolsos. Quais eram as chances de isso acontecer? Acho que era mais
provável ser atingida por um raio. Talvez eu devesse ter mais cuidado quando for lá fora.
Eu olho pela janela e olho para o céu. Não há mais de abrigo para esta menina.

Maggie está babando em cima do teclado, a me faz perguntas. — O que você vai
comprar? Quero dizer, você poderia conseguir um novo guarda-roupa, um apartamento
incrível e pagar por suas aulas no próximo semestre. — Ela pisca novamente, como se
esperasse que o número desaparecesse. — Quando você vai receber o pagamento?

— Eu não tenho certeza. — Meus lábios se contorcem. Estou feliz e nervosa. O
dinheiro vai me ajudar a colocar meus pés no chão novamente, mas há a ameaça persistente
de Bryan. E se ele vê a história? Ele assiste TV, certo? Eu posso não imaginá-lo feliz com
isso, Deus sabe que eu ficaria chateada. É totalmente errado escrever sobre um ex e
publicá-lo para todo mundo ver. É assustador, e o pensamento de que Bryan descobrir está
me fazendo enjoada.

Eu olho para Maggie, preocupada. — Você não acha que ele vai perceber?

Ela encolhe os ombros. — Talvez sim, talvez não. Depende do cara, e você ainda
não me disse o seu nome. Eu não esqueci. Eu gostaria de saber quem transformou você em

uma pequena maníaca sexual. — Ela ri, mas não olha para mim.

Difícil. Maggie é minha melhor amiga e tudo, mas não falo detalhes com ela ou
com qualquer um. E agora todo mundo sabe o que gosto e como gosto. É embaraçoso
uma santa virar um hibrido de monstro com cachorra, Eu faço uma careta. — Por que
você quer saber isso?

— Então, eu poderia ficar com um de seus irmãos. Maggie gosta de coisas
esquisitas. — Ela sorri para mim e olha para a tela novamente. — Cliquei em voltar para o
livro no site Padpress. — Toca no monitor, ela ondula seu lábio, dizendo: — Esta é uma
capa muito feia por sinal.

Eu não posso discutir isso. É basicamente um pedaço de folha solta com um tipo
de letra de máquina de escrever rebocados através das linhas azuis. — É exigido de
conhecimentos nulos de informática, tudo bem. Além disso, supostamente ninguém
deveria lê-lo.

— Então, para que você colocou lá fora?

Boa pergunta, e a verdade é mais um pressentimento do que um pensamento
cognitivo. Às vezes eu escrevo para mim e isso é o suficiente. Desta vez não foi. Desta vez
escrevi sobre amor e perda, dor e morte, mas apenas tê-lo no meu computador não era
suficiente. Parecia que segurava um pássaro engaiolado na palma da minha mão. Havia algo
pressionando que seria libertador publicar urgente. Era catártico, não importando o que diz
Neil.

Levantando-me do computador, eu puxo meu cabelo em um rabo de cavalo e
atravesso a sala de estar. — Eu não sei como dizer isso.

— Tente. — Ela se vira, mas não levanta.

Evitando o olhar dela, pego uma caneca de café e tento colocar os sentimentos às
palavras. — Tudo de ruim que aconteceu, e estava presa dentro de mim com pequenos
pontos brilhantes bons. Por alguma razão, eles continuaram batendo um no outro. Eu não

perguntei por que, ou li qualquer coisa para isso. Pressionar publicar era como escrever
uma carta e deixá-la cair fora do Empire State Building. Em teoria, alguém poderia lê-lo,
mas a probabilidade seria de que iria para o lixo sob os pés sem que ninguém nunca visse.
Eu não sei. Talvez eu seja meio louca.

Maggie balança a cabeça. — Não, você não é meio louca e ignore Neil se ele não
conseguir. Só porque ele é uma imitação de psiquiatra, não significa que tem o poder
mágico de ver dentro de seu coração. Além disso, o coração e a cabeça não estão sempre
indo na mesma direção, se você sabe o que quero dizer. Luto faz coisas para uma pessoa.
— Maggie exala um suspiro e força um sorriso.

Sua vida tem sido ruim e de alguma forma ela se senta aqui e consegue sorrir, mas
meu rosto parece que vai rachar quando os cantos da minha boca se elevam. Eu não sei
como ela faz isso. Ninguém além de mim se preocupa com ela, ela não tem família, e foi
devolvida de um lar adotivo para outro, até que ela tivesse idade suficiente para sair. Ela
está sem dinheiro, mas se esforça muito. Agora ela trabalha em algum bar e as gorjetas são
boas, mas eu me preocupo com ela.

Estávamos no mesmo orfanato até que meu pai me adotou quando eu estava na
terceira série. Maggie ficou para trás, mas eu ainda a via na escola. Ao contrário do resto
das crianças naquela casa, ela conseguiu ficar parada. Quanto a mim, minha mãe gostava
mais de heroína do que de comida. O serviço de Proteção a Criança encontrou-me quando
eu tinha cinco anos de idade, escondida no fundo de um armário enquanto ela estava
fazendo Deus sabe o quê.

Esse período da minha vida é coberto de sombras como um pesadelo. Eu não
consigo lembrar quais coisas realmente aconteceram e quais eram pesadelos. Enquanto os
eventos não se destacam muito, o sofrimento emocional daquele tempo ainda está vivo.
Medo angustiante possuiu meu pequeno corpo naquela época. Meus jovens olhos tinham
visto coisas que nenhuma criança jamais deveria ver. Depois disso, passei alguns anos em
lares adotivos até que meu pai me adotou. Eu era uma das crianças de sorte. Maggie não
teve tanta sorte.

Eu ainda estou nervosa e agito a colher em torno do meu copo. O que as pessoas

pensarão de mim quando lerem isso? Eu sei que não deveria me importar, mas o faço, um
pouco. Olhando para ela, pergunto timidamente: — Você não acha que sou meio louca por
publicar algo que eu não quero que as pessoas vejam?

— Nah! — Ela acena-me e se inclina para trás em sua cadeira. — Você está mais
propensa a cair num buraco.

Eu rio. — Um buraco?

— Sim. Eu vejo as notícias. Buracos é a nova ameaça. Bem, buracos e ursos, mas
vamos enfrentá-los, não existem ursos correndo para cima e para baixo na Sunrise
Highway, então acho que estamos seguras. — Ela sorri para mim. — Mas quando você se
tornar um peixe graúdo e viver em um palácio na Califórnia, cuidado, porque eles têm as
duas coisas. — Ela faz um rugido e bate em mim.

— Você é uma idiota. — O sorriso não parece forçado neste momento. Ela, na
verdade, faz-me rir de novo.

— Então, o que você vai comprar?

— Nada ainda. Eu não tenho esse dinheiro e por tudo que sei isso não pode render
um centavo. Agora eu ainda sou uma bunda pobre.

Ela levanta o punho para mim, e eu bato o meu contra a dela. — Bem-vinda ao
clube. Nós trabalhamos o dobro e chegamos a algum lugar rápido demais.

Concordo com a cabeça, mas não posso afastar a sensação de que Bryan não vai
gostar disso quando descobrir, porque ele vai vê-lo. É só uma questão de quando.

O telefone toca. É Cecily novamente. Ela está tentando me convidar para algum
baile na cidade neste fim de semana. Eu passo a coisa para a vida e pressiono-o para o meu
ouvido. — Alô?

Cecily grita. — Pegue seu vestido de festa! Estamos dentro. Todo mundo que você

precisa para apertar o negócio vai estar lá. Além disso, tenho você ligada a apresentar um
prêmio antes da festa naquela noite. Você precisa de um vestido de noite e dizer a Neil para
vestir um smoking.

Meu estômago cai em meu tênis. — Apresentar um prêmio? Onde?

Ela está animada, mas tenho a sensação de que ela fez isso um milhão de vezes, e a
emoção tem mais a ver com estabelecer um negócio do que com a festa. — Oh, não é
grande coisa querida, mas vou dar para você uma propaganda extra. Você só lê as linhas em
uma pequena tela e imediatamente sai do caminho. Muito fácil. — Cecily faz parecer
menor, mas não é.

— Este é um evento televisionado?

— Claro!

— Eu não posso fazer isso. Cecily...

— Neil disse que você pode fazer isso. Ouça Hallie, é hora de colocar-se em suas
calças de garota grande. Esta pequena coisa vai ser exposição instantânea. Todo mundo
acha que você é a coisa mais doce que já viu. Você tem apelo infantil em massa, e
precisamos levá-lo em frente às câmeras. Quanto mais as pessoas souberem sobre você,
melhor.

— Cecília, eu não posso. Eu odeio falar em público.

— Vai ler garota. Você pode ler. — Antes que eu possa lhe dizer não novamente,
ela acrescenta: — Eu terei um carro para buscá-la às seis. Use um vestido de noite escuro,
nada muito chamativo. Queremos jogar a sua vibração de boa menina para contrastar com
a sua versão perversa no livro. Isso vai vendê-los e eles estarão comendo em nossas mãos.
Você já tem algumas ofertas, mas queremos uma guerra cheia de lances. Esta é a tacada que
muda tudo. — Cecily é tudo sobre o dinheiro. Ela não é pago a menos que eu receba o
pagamento, e ao mesmo tempo uma carga de caminhão de dinheiro soa bem, eu prefiro
morrer a estar no palco.

Antes que eu possa dizer não, ela desliga. Eu faço um som agravado na parte de
trás da minha garganta e olho para o meu telefone. Eu acho que não gosto muito dela, ao
mesmo tempo, um empurrão pode ser o que preciso para obter minha bunda na
engrenagem. — Essa era a minha agente. Ela quer que eu anuncie o vencedor de um show
de prêmio televisivo hoje à noite e, em seguida, ir para o banquete.

Maggie pode dizer que eu não quero ir. Odeio multidões, odeio tudo isso. — O que
você vai fazer? Eu sei que este não é o seu lugar, Hallie, mas você realmente vai passar por
isso?

— Eu nem sequer tenho um vestido. Como vou fazer isso? Como é que vou pagar
por isso?

Antes que eu pudesse olhar para cima, Maggie está com sua bolsa. Ela puxa para
fora um maço de dinheiro. — Quanto é que precisamos?

— Onde você conseguiu isso? — Eu bocejo e estreito meu olhar em sua mão.

— É meu, e o que é meu é teu.

— Eu não posso pegar o seu dinheiro.

— Uh, mas você pode pegar emprestado. Empréstimos são totalmente permitidos.
Podemos ir até as promoções e que eu posso fazer o seu cabelo e maquiagem. Você vai
parecer impressionante. — Ela sorri para mim e fica em pé. — Vamos Hallie. Deixe-me
fazer isso por você. Você sempre me ajuda. É a minha vez de retribuir o favor. Vamos. —
Ela diz a última palavra uma e outra vez até que eu desista e diga sim.


CONTINUA

Ela ri e senta-se na cadeira de frente para mim novamente. — Hallie, todo mundo
leu. Está em todo o lugar. Todos os programas de entrevistas estão repletos sobre isso. É
tão sexy, tão sincero, tão emocional. É como crack. As pessoas não podem obter o
suficiente. E parece que milhões de pessoas já leu esta de acordo com as estatísticas aí. —
Ela se inclina toda e aponta para a tela.

— Maggie como pode esconder isso de Neil? Eu não posso dizer-lhe que escrevi
isso. Você sabe que ele vai surtar. O maldito livro inteiro é sobre a perda de controle. Ele
vai pensar que eu sou a garota da propagando do filme para o mal. — Estou perto de
hiperventilar, mas é por causa de muito mais. Não é apenas sobre a perda de controle das
emoções e da minha vida, são os atos sexuais descritos lá que ele ficará irado. Estou
contente por ter retido e não escrito tudo sobre o que Bryan e eu fizemos naquela época,
mas não importa, não para Neil. Ele vai ter um ataque.

Maggie não sabe sobre a minha relação com Bryan. Ninguém sabe. É um segredo
que eu tenho mantido por tanto tempo e não vou dizer as pessoas agora. Bryan tinha tanta
pressão sobre ele, vindo de sua família, e eu não queria o escrutínio. Nosso relacionamento
foi quente e rápido. Paixão assim não é sustentável, ou pelo menos é o que digo a mim
mesmo quando penso nele. Separamos-nos depois de uma discussão acalorada.

Se Neil descobre, isso vai esmagá-lo, e me fazer parecer uma daquelas presunçosas

sem cérebro, uma imitação das esposas da família Ferro. Essa família traz uma porrada de
problemas com ele. Até agora, ninguém descobriu. Piscando rapidamente, olho para longe
dela. — Neil não pode pensar, ele não pode...

— Hallie. — Ela inclina a cabeça para o lado, como se pudesse dizer que não estou
dizendo-lhe alguma coisa. Um olhar simpático atravessa seu rosto. — Você não pode
esconder essa sua parte dele e não deveria.

— Eu não estou escondendo. A mulher nesse livro, bem, ela não está mais comigo.
— Esses tipos de desejos não ditam minhas ações da forma como o fizeram no passado.

As coisas com Bryan foram abrasadoras, mas é impossível viver assim. Quando a
paixão domina a razão, bem, que tipo de pessoa faz isso? Além disso, do ponto de vista de
Neil sobre sexo são mais confortáveis, mais aceitos. Ninguém me olhava estranho por dizer
que gosto de posição papai-mamãe, mas algumas coisas que eu fiz com Bryan — algumas
coisas no livro. — Oh! Deus. Que diabos fez alguém ler? Pelo menos eu tive juízo
suficiente para mudar o seu nome. Agora, a única pessoa que sabe sobre Bryan Ferro sou
eu, e bem, Bryan, assumindo que ele lê livros de sacanagem de covardes postados no
Padpress, um site gratuito cheio, principalmente, de fãs de ficção.

Mag me bate com o cotovelo, puxando-me dos meus pensamentos. — Quando
você fez essas coisas? Parece tão estranho. Quero dizer, você é tão doce e bonita. Eu sou a
única louca e nunca teria pensado...

Eu a cortei. — Maggie, por favor. Eu tenho uma coisa boa com Neil. Eu não posso
perdê-lo. Eu não posso... — Eu engasgo com a última palavra.

Maggie move sua cadeira mais perto da minha e sorri para mim. — Eu não vou
dizer nada e não se preocupe. Você não vai perdê-lo, querida. Isto é o que você fará. Diga-
lhe que é ficção, totalmente composta e que a sua mente divaga por caminhos estranhos
quando está angustiada. Ele não vai ligar.

— Tem certeza? — Quando eu olho em seus grandes olhos verdes, eu vejo muito.
Uma vida inteira de risos e lágrimas. Ela sempre esteve comigo e se sua vida não fosse um

desastre, ela teria estado lá quando papai morreu. Ela teria me deixado chorar em seu
ombro, mas as coisas não saíram dessa forma.

— Sim, desde que ele não saiba que o que você está escrevendo realmente
aconteceu você está bem. Conhecendo Neil, ele vai reclamar, mas vai passar. Além disso,
ele tem isso bom com você. Ele não vai querer perder isso por algo assim.

Olhando para minhas mãos, eu balanço minha cabeça, mas não tenho tanta certeza.
Somos muito diferentes e este é um desses momentos que se torna muito óbvio. — Não,
ele não o faz. Pelo menos Neil tem a extremidade curta da vara. Eu não tenho nada. Eu
não sei por que ele ainda está comigo.

— Você está brincando? Aquele desgraçado tem sorte de ter você. Você é incrível e
vale a pena manter alguém que vai estar lá por você se chover merda ou margaridas. —
Mag é uma pessoa colorida. Ela está vestida como um pastel gigante com o cabelo
vermelho brilhante, um corpete preto e saia, com meias arco-íris juntamente com botas
pretas. Há uma nova faixa azul de cabelo que continua caindo em seus olhos. Ela os sopra
de volta com os lábios e cospe em mim um pouco. Cobrindo a boca com a mão, seus olhos
se arregalam. — Oh! Meu Deus. Sinto muito!

Sorrindo suavemente, eu limpo meu rosto. — Você é tão eloquente.

— Uma de nós tem que ser. — Ela sorri descontroladamente e se inclina,
balançando as sobrancelhas. — Então, quem era esse cara misterioso?

Capítulo 6

— Então, deixe-me ver se entendi. — Neil tem as palmas das mãos juntas como se
estivesse tentando não atacar e gritar comigo. — Você escreveu um livro sobre sexo e
publicou-o porquê estava chateada quando seu pai morreu. É isso que você está me
dizendo? — O tom de Neil é condescendente. Ele é, de repente, incapaz de olhar para
mim. — Eu esperaria esse tipo de coisa de Maggie, mas não de você.

— Que tipo de coisa, Neil? Escrita libertadora? — Eu não posso olhar para ele,
mas não gosto do jeito que ele está falando para mim.

— Qual parte foi libertador, Hallie? Detalhes gráficos de ir para baixo e chupar um
cara, ou se curvar e fazer sexo por trás?

Eu fico toda tensa quando ele fala comigo dessa maneira. É como tapa verbal. —
Eu fiz o que precisava fazer para lidar do meu jeito com a uma porrada de porcaria que
veio rolando. Se você não pode lidar com isso, então talvez isso seja uma má ideia. — Eu
gesticulo entre nós e olho para a porta. Eu não posso ir para Maggie, mas não posso ficar
aqui com Neil olhando para baixo do nariz para mim. Ele acha que tudo é completamente
figurado, e que talvez seja, mas não vou pedir desculpas por uma das únicas vezes em
minha vida que eu estava realmente feliz.

Menos defensiva, Hallie. As coisas no livro não aconteceram. Eu canto a mentira
dentro da minha cabeça uma e outra vez, e tento não reagir.

— Se eu não puder lidar com isso? Você realmente disse isso? O que eu tenho
vindo a dizer desde que isso aconteceu? Você precisa falar com alguém! Eu lhe disse que
você pode falar comigo, mas você não fez isso. Em vez disso, escreveu uma coisa
horrivelmente suja e nunca disse uma palavra. As pessoas estão falando sobre isso, Hallie, e
você sabe o que eles pensam? Eles estão dizendo que é sobre nós! — A voz de Neil está
uma oitava estridente mais alta quando ele termina de falar. Suas mãos estão voando pelo
ar, como se ele fosse um ninja que conduz uma orquestra. — Nós!

— Quem se importa com o que as pessoas dizem? Você é o único que está sempre
dizendo isso. — O telefone toca, e então, não quero ter essa conversa. Talvez eu seja uma
covarde, mas eu atendo, o que faz com que ele fique louco. Neil sai da sala. Eu não o sigo
quando ele bate coisas na cozinha, bate gavetas. — Alô? — Eu digo calmamente, como se
eu não estivesse no meio de uma discussão do inferno.

— Olá, senhorita Raymond, eu presumo?

— Sim, sou eu. Como posso ajudá-la? — Neil me olha através da porta. Eu
gostaria que ele, pelo menos, agisse como se entendesse. Fingir simpatia é melhor do que
nada

— Aqui é Cecily Varden da Agência Varden, em Nova York. Você é a autora do
AMOR PERDIDO?

— Sim. — Eu comprimo minhas mãos nos meus braços e inclino-me para trás
contra o balcão. — Olha, agora realmente não é um bom momento...

— Eu peço desculpas, mas tenho tentado falar com você há alguns dias. Tenho
várias ofertas para o seu livro.

— Eu não estou interessada. — Estou prestes a desligar, mas sua voz assume um
som apressado agudo frenético que me para.

— Espere. Eles estão oferecendo sete números, além de outro contrato para um
filme. Senhorita Raymond, eu entendo que você já passou por muita coisa recentemente, e
não quero incomodá-la, mas é preciso perceber que existem pessoas oferecendo-lhe uma
grande quantidade de dinheiro pela história que você escreveu. Está tocando as pessoas de
uma forma que não se vê todos os dias. — Eu não pisco. Eu estou lá com minhas
sobrancelhas ligeiramente levantadas e olho para a parede. — Senhorita Raymond?

Concordo com a cabeça lentamente. — Eu não posso discutir isso agora, mas eu
dou-lhe permissão para falar com Neil Scortz sobre isso. — Eu passo o telefone em Neil

antes de me virar e sair correndo pela porta da frente.

Meu corpo não responde da maneira que deveria. Meu estômago se agita como
quando eu bebi leite estragado e eu vomitei nas rosas de Neil. Todo o meu corpo dói e por
um segundo posso sentir novamente. Apertando os lábios, me sento com força na varanda
da frente e seguro meu rosto em minhas mãos. Isso não pode estar acontecendo. A
resposta para todas as minhas orações está balançando na minha frente, mas não posso
levá-la. Se eu fizer isso, vai expor Bryan e eu vou perder Neil. Mas, se não aceitar o
dinheiro, então não há nenhuma maneira de terminar a escola. Papai deu-se tanto por mim.
Oh! Deus. Eu poderia ter a casa de volta. Eu poderia entrar no banco e apenas comprar a
coisa. Eu nem sequer preciso de uma hipoteca. Parece que meu corpo está sendo rasgado
ao meio, então me dobro para aliviar a dor. Gotas de suor na minha testa aparecem e eu
começo a chorar sobre os meus joelhos.

Eu não posso perder mais ninguém. Agora não. Eu simplesmente não posso.

Não tenho ideia de quanto tempo estive sentada quando uma mão toca meu
ombro. Antes que eu possa olhar para cima, meus reflexos chutam. Minha coluna endireita
quando meu cotovelo voa de volta e se conecta com o estômago dele. Neil maldiçoa e
cambaleia para trás, ofegante. — Droga, Hallie!

Eu salto para cima e agarro seu ombro, tentando virá-lo em direção a mim. — Eu
sinto muito. Você me assustou. Neil, eu não queria.

Neil está segurando o estômago e olhando para mim. Eu fiz isso com ele mais de
uma vez. Ele tem reflexos muito lentos. Você acharia que ele saltaria para fora do caminho
agora, ou caminharia ao redor para que eu pudesse vê-lo antes de tocar em meus ombros.
Chame de um instinto de sobrevivência em New York, mas eu não gosto quando as
pessoas andam atrás de mim.

Ele tenta sorrir para mim. — Eu estou bem. — Pegando minha mão ele se senta na
varanda e me puxa para baixo ao lado dele. — Você quer saber o que ela disse?

Eu olho para frente e inclino-me em seu ombro. — Eu realmente não me importo.

Eu não posso dizer sim, por isso não importa.

— Não seja boba. Claro que você pode dizer sim. — Neil me olha engraçado. —
Por que você diz isso?

Quem é você e o que você fez com Neil? Minha boca fica aberta por um momento,
antes que eu deixe escapar: — Você estava gritando comigo por escrever essa história,
então, como poderia ser bom publicá-lo? Ou fazer um filme? — Oh! Deus, minha cabeça
dói. Eu meio que desejo que só explodisse e acabasse com isso. Eu suspiro profundamente
e tento não chorar.

— Hallie, você sabe quantos download já foram feitos? — Eu balancei minha
cabeça. Eu vi alguns números na tela antes, mas não parei para ver o que eram ou o que
significava. Ele sorri para mim como se eu precisasse ter alguém para segurar a minha mão
para atravessar. — Você se tornou grande o suficiente para atrair ótima atenção. A
imprensa está comentando sobre você, o que fez todo mundo olhar. Ouça você já escreveu
o livro e todo mundo já sabe. Você deve aceitar o acordo.

— Mas o que dizer de nós?

Ele encolhe os ombros e olha para a rua. — É ficção, certo? — Oh! Deus. Há um
lago de fogo no inferno com o meu nome nele. Concordo com a cabeça e tento não
parecer culpada. —Então, é só mais um pedaço de lixo sensacionalista, mas desta vez ele
nos beneficia. — Na verdade, ele sorri e bate no meu ombro.

Não é lixo, não para mim. Olhando para as minhas mãos, eu pergunto: — Você leu
isso?

— Eu preciso?

Eu balanço minha cabeça. — Basta saber.

Ele passa as mãos pelo cabelo curto e suspira, e sua espinha rígida finalmente
relaxa. — Ouça Hallie. O estrago já está feito. Eu vou ter que enfrentar os caras no

trabalho, não importa o que você faça então você pode muito bem pegar o dinheiro.
Admito que suavize o golpe. — Ele oferece um sorriso fraco e descansa a mão nas minhas
costas. — O que eu não sei como explicar é por que você escreveria algo tão animalesco
em primeiro lugar. Não é como se você realmente desejasse fazer essas coisas, certo? —
Ele ri nervosamente e eu sei que não posso contar-lhe tudo, mas não posso evitar cutucá-lo
dessa forma.

Eu olho para ele e mantenho as mãos entrelaçadas no meu colo. — Seria tão ruim
assim? — Seus olhos se arregalam quando um olhar de choque atravessa seu rosto. — Não
tudo, mas sendo um pouco mais, eu não sei apaixonado? Teria que ser tão ruim assim?

— Isso não é paixão, amor. É moralmente desprovido de amor é como animais.
Você é uma mulher inteligente, o que realmente a faria apelar para agir como um animal
irracional? — Neil tem um olhar preocupado em seu rosto enquanto espera por minha
resposta.

Não há nada que eu possa dizer que não soe mal. — Não, isso não acontece. —
Meu estômago afunda e meu corpo se sente paralisado novamente. Intelectualmente, Neil
está lá em cima, mas ele tem o barômetro emocional de um cacto. — Então, o que você
disse a Varden?

Ele sorri para mim. — Eu disse a ela para redigir os documentos.

Capítulo 7

O maxilar de Maggie bate contra o tampo da mesa. — Você sabia que iriam lhe
oferecer tanto dinheiro?

Eu balanço minha cabeça, olhando para a tela do computador com as ofertas
propostas. Vários deles querem comprar os direitos para o meu livro. — Não. Isso é um
monte de dinheiro. — Se os porcos pudessem voar, um estaria subindo acima da minha
cabeça em círculos, como um rei acima das tempestades, e que parece mais realista do que
o que está acontecendo na frente do meu rosto.

Os milhares de pessoas delirantes sobre o meu livro me renderam algumas sérias
mudanças nos bolsos. Quais eram as chances de isso acontecer? Acho que era mais
provável ser atingida por um raio. Talvez eu devesse ter mais cuidado quando for lá fora.
Eu olho pela janela e olho para o céu. Não há mais de abrigo para esta menina.

Maggie está babando em cima do teclado, a me faz perguntas. — O que você vai
comprar? Quero dizer, você poderia conseguir um novo guarda-roupa, um apartamento
incrível e pagar por suas aulas no próximo semestre. — Ela pisca novamente, como se
esperasse que o número desaparecesse. — Quando você vai receber o pagamento?

— Eu não tenho certeza. — Meus lábios se contorcem. Estou feliz e nervosa. O
dinheiro vai me ajudar a colocar meus pés no chão novamente, mas há a ameaça persistente
de Bryan. E se ele vê a história? Ele assiste TV, certo? Eu posso não imaginá-lo feliz com
isso, Deus sabe que eu ficaria chateada. É totalmente errado escrever sobre um ex e
publicá-lo para todo mundo ver. É assustador, e o pensamento de que Bryan descobrir está
me fazendo enjoada.

Eu olho para Maggie, preocupada. — Você não acha que ele vai perceber?

Ela encolhe os ombros. — Talvez sim, talvez não. Depende do cara, e você ainda
não me disse o seu nome. Eu não esqueci. Eu gostaria de saber quem transformou você em

uma pequena maníaca sexual. — Ela ri, mas não olha para mim.

Difícil. Maggie é minha melhor amiga e tudo, mas não falo detalhes com ela ou
com qualquer um. E agora todo mundo sabe o que gosto e como gosto. É embaraçoso
uma santa virar um hibrido de monstro com cachorra, Eu faço uma careta. — Por que
você quer saber isso?

— Então, eu poderia ficar com um de seus irmãos. Maggie gosta de coisas
esquisitas. — Ela sorri para mim e olha para a tela novamente. — Cliquei em voltar para o
livro no site Padpress. — Toca no monitor, ela ondula seu lábio, dizendo: — Esta é uma
capa muito feia por sinal.

Eu não posso discutir isso. É basicamente um pedaço de folha solta com um tipo
de letra de máquina de escrever rebocados através das linhas azuis. — É exigido de
conhecimentos nulos de informática, tudo bem. Além disso, supostamente ninguém
deveria lê-lo.

— Então, para que você colocou lá fora?

Boa pergunta, e a verdade é mais um pressentimento do que um pensamento
cognitivo. Às vezes eu escrevo para mim e isso é o suficiente. Desta vez não foi. Desta vez
escrevi sobre amor e perda, dor e morte, mas apenas tê-lo no meu computador não era
suficiente. Parecia que segurava um pássaro engaiolado na palma da minha mão. Havia algo
pressionando que seria libertador publicar urgente. Era catártico, não importando o que diz
Neil.

Levantando-me do computador, eu puxo meu cabelo em um rabo de cavalo e
atravesso a sala de estar. — Eu não sei como dizer isso.

— Tente. — Ela se vira, mas não levanta.

Evitando o olhar dela, pego uma caneca de café e tento colocar os sentimentos às
palavras. — Tudo de ruim que aconteceu, e estava presa dentro de mim com pequenos
pontos brilhantes bons. Por alguma razão, eles continuaram batendo um no outro. Eu não

perguntei por que, ou li qualquer coisa para isso. Pressionar publicar era como escrever
uma carta e deixá-la cair fora do Empire State Building. Em teoria, alguém poderia lê-lo,
mas a probabilidade seria de que iria para o lixo sob os pés sem que ninguém nunca visse.
Eu não sei. Talvez eu seja meio louca.

Maggie balança a cabeça. — Não, você não é meio louca e ignore Neil se ele não
conseguir. Só porque ele é uma imitação de psiquiatra, não significa que tem o poder
mágico de ver dentro de seu coração. Além disso, o coração e a cabeça não estão sempre
indo na mesma direção, se você sabe o que quero dizer. Luto faz coisas para uma pessoa.
— Maggie exala um suspiro e força um sorriso.

Sua vida tem sido ruim e de alguma forma ela se senta aqui e consegue sorrir, mas
meu rosto parece que vai rachar quando os cantos da minha boca se elevam. Eu não sei
como ela faz isso. Ninguém além de mim se preocupa com ela, ela não tem família, e foi
devolvida de um lar adotivo para outro, até que ela tivesse idade suficiente para sair. Ela
está sem dinheiro, mas se esforça muito. Agora ela trabalha em algum bar e as gorjetas são
boas, mas eu me preocupo com ela.

Estávamos no mesmo orfanato até que meu pai me adotou quando eu estava na
terceira série. Maggie ficou para trás, mas eu ainda a via na escola. Ao contrário do resto
das crianças naquela casa, ela conseguiu ficar parada. Quanto a mim, minha mãe gostava
mais de heroína do que de comida. O serviço de Proteção a Criança encontrou-me quando
eu tinha cinco anos de idade, escondida no fundo de um armário enquanto ela estava
fazendo Deus sabe o quê.

Esse período da minha vida é coberto de sombras como um pesadelo. Eu não
consigo lembrar quais coisas realmente aconteceram e quais eram pesadelos. Enquanto os
eventos não se destacam muito, o sofrimento emocional daquele tempo ainda está vivo.
Medo angustiante possuiu meu pequeno corpo naquela época. Meus jovens olhos tinham
visto coisas que nenhuma criança jamais deveria ver. Depois disso, passei alguns anos em
lares adotivos até que meu pai me adotou. Eu era uma das crianças de sorte. Maggie não
teve tanta sorte.

Eu ainda estou nervosa e agito a colher em torno do meu copo. O que as pessoas

pensarão de mim quando lerem isso? Eu sei que não deveria me importar, mas o faço, um
pouco. Olhando para ela, pergunto timidamente: — Você não acha que sou meio louca por
publicar algo que eu não quero que as pessoas vejam?

— Nah! — Ela acena-me e se inclina para trás em sua cadeira. — Você está mais
propensa a cair num buraco.

Eu rio. — Um buraco?

— Sim. Eu vejo as notícias. Buracos é a nova ameaça. Bem, buracos e ursos, mas
vamos enfrentá-los, não existem ursos correndo para cima e para baixo na Sunrise
Highway, então acho que estamos seguras. — Ela sorri para mim. — Mas quando você se
tornar um peixe graúdo e viver em um palácio na Califórnia, cuidado, porque eles têm as
duas coisas. — Ela faz um rugido e bate em mim.

— Você é uma idiota. — O sorriso não parece forçado neste momento. Ela, na
verdade, faz-me rir de novo.

— Então, o que você vai comprar?

— Nada ainda. Eu não tenho esse dinheiro e por tudo que sei isso não pode render
um centavo. Agora eu ainda sou uma bunda pobre.

Ela levanta o punho para mim, e eu bato o meu contra a dela. — Bem-vinda ao
clube. Nós trabalhamos o dobro e chegamos a algum lugar rápido demais.

Concordo com a cabeça, mas não posso afastar a sensação de que Bryan não vai
gostar disso quando descobrir, porque ele vai vê-lo. É só uma questão de quando.

O telefone toca. É Cecily novamente. Ela está tentando me convidar para algum
baile na cidade neste fim de semana. Eu passo a coisa para a vida e pressiono-o para o meu
ouvido. — Alô?

Cecily grita. — Pegue seu vestido de festa! Estamos dentro. Todo mundo que você

precisa para apertar o negócio vai estar lá. Além disso, tenho você ligada a apresentar um
prêmio antes da festa naquela noite. Você precisa de um vestido de noite e dizer a Neil para
vestir um smoking.

Meu estômago cai em meu tênis. — Apresentar um prêmio? Onde?

Ela está animada, mas tenho a sensação de que ela fez isso um milhão de vezes, e a
emoção tem mais a ver com estabelecer um negócio do que com a festa. — Oh, não é
grande coisa querida, mas vou dar para você uma propaganda extra. Você só lê as linhas em
uma pequena tela e imediatamente sai do caminho. Muito fácil. — Cecily faz parecer
menor, mas não é.

— Este é um evento televisionado?

— Claro!

— Eu não posso fazer isso. Cecily...

— Neil disse que você pode fazer isso. Ouça Hallie, é hora de colocar-se em suas
calças de garota grande. Esta pequena coisa vai ser exposição instantânea. Todo mundo
acha que você é a coisa mais doce que já viu. Você tem apelo infantil em massa, e
precisamos levá-lo em frente às câmeras. Quanto mais as pessoas souberem sobre você,
melhor.

— Cecília, eu não posso. Eu odeio falar em público.

— Vai ler garota. Você pode ler. — Antes que eu possa lhe dizer não novamente,
ela acrescenta: — Eu terei um carro para buscá-la às seis. Use um vestido de noite escuro,
nada muito chamativo. Queremos jogar a sua vibração de boa menina para contrastar com
a sua versão perversa no livro. Isso vai vendê-los e eles estarão comendo em nossas mãos.
Você já tem algumas ofertas, mas queremos uma guerra cheia de lances. Esta é a tacada que
muda tudo. — Cecily é tudo sobre o dinheiro. Ela não é pago a menos que eu receba o
pagamento, e ao mesmo tempo uma carga de caminhão de dinheiro soa bem, eu prefiro
morrer a estar no palco.

Antes que eu possa dizer não, ela desliga. Eu faço um som agravado na parte de
trás da minha garganta e olho para o meu telefone. Eu acho que não gosto muito dela, ao
mesmo tempo, um empurrão pode ser o que preciso para obter minha bunda na
engrenagem. — Essa era a minha agente. Ela quer que eu anuncie o vencedor de um show
de prêmio televisivo hoje à noite e, em seguida, ir para o banquete.

Maggie pode dizer que eu não quero ir. Odeio multidões, odeio tudo isso. — O que
você vai fazer? Eu sei que este não é o seu lugar, Hallie, mas você realmente vai passar por
isso?

— Eu nem sequer tenho um vestido. Como vou fazer isso? Como é que vou pagar
por isso?

Antes que eu pudesse olhar para cima, Maggie está com sua bolsa. Ela puxa para
fora um maço de dinheiro. — Quanto é que precisamos?

— Onde você conseguiu isso? — Eu bocejo e estreito meu olhar em sua mão.

— É meu, e o que é meu é teu.

— Eu não posso pegar o seu dinheiro.

— Uh, mas você pode pegar emprestado. Empréstimos são totalmente permitidos.
Podemos ir até as promoções e que eu posso fazer o seu cabelo e maquiagem. Você vai
parecer impressionante. — Ela sorri para mim e fica em pé. — Vamos Hallie. Deixe-me
fazer isso por você. Você sempre me ajuda. É a minha vez de retribuir o favor. Vamos. —
Ela diz a última palavra uma e outra vez até que eu desista e diga sim.


CONTINUA

Ela ri e senta-se na cadeira de frente para mim novamente. — Hallie, todo mundo
leu. Está em todo o lugar. Todos os programas de entrevistas estão repletos sobre isso. É
tão sexy, tão sincero, tão emocional. É como crack. As pessoas não podem obter o
suficiente. E parece que milhões de pessoas já leu esta de acordo com as estatísticas aí. —
Ela se inclina toda e aponta para a tela.

— Maggie como pode esconder isso de Neil? Eu não posso dizer-lhe que escrevi
isso. Você sabe que ele vai surtar. O maldito livro inteiro é sobre a perda de controle. Ele
vai pensar que eu sou a garota da propagando do filme para o mal. — Estou perto de
hiperventilar, mas é por causa de muito mais. Não é apenas sobre a perda de controle das
emoções e da minha vida, são os atos sexuais descritos lá que ele ficará irado. Estou
contente por ter retido e não escrito tudo sobre o que Bryan e eu fizemos naquela época,
mas não importa, não para Neil. Ele vai ter um ataque.

Maggie não sabe sobre a minha relação com Bryan. Ninguém sabe. É um segredo
que eu tenho mantido por tanto tempo e não vou dizer as pessoas agora. Bryan tinha tanta
pressão sobre ele, vindo de sua família, e eu não queria o escrutínio. Nosso relacionamento
foi quente e rápido. Paixão assim não é sustentável, ou pelo menos é o que digo a mim
mesmo quando penso nele. Separamos-nos depois de uma discussão acalorada.

Se Neil descobre, isso vai esmagá-lo, e me fazer parecer uma daquelas presunçosas

sem cérebro, uma imitação das esposas da família Ferro. Essa família traz uma porrada de
problemas com ele. Até agora, ninguém descobriu. Piscando rapidamente, olho para longe
dela. — Neil não pode pensar, ele não pode...

— Hallie. — Ela inclina a cabeça para o lado, como se pudesse dizer que não estou
dizendo-lhe alguma coisa. Um olhar simpático atravessa seu rosto. — Você não pode
esconder essa sua parte dele e não deveria.

— Eu não estou escondendo. A mulher nesse livro, bem, ela não está mais comigo.
— Esses tipos de desejos não ditam minhas ações da forma como o fizeram no passado.

As coisas com Bryan foram abrasadoras, mas é impossível viver assim. Quando a
paixão domina a razão, bem, que tipo de pessoa faz isso? Além disso, do ponto de vista de
Neil sobre sexo são mais confortáveis, mais aceitos. Ninguém me olhava estranho por dizer
que gosto de posição papai-mamãe, mas algumas coisas que eu fiz com Bryan — algumas
coisas no livro. — Oh! Deus. Que diabos fez alguém ler? Pelo menos eu tive juízo
suficiente para mudar o seu nome. Agora, a única pessoa que sabe sobre Bryan Ferro sou
eu, e bem, Bryan, assumindo que ele lê livros de sacanagem de covardes postados no
Padpress, um site gratuito cheio, principalmente, de fãs de ficção.

Mag me bate com o cotovelo, puxando-me dos meus pensamentos. — Quando
você fez essas coisas? Parece tão estranho. Quero dizer, você é tão doce e bonita. Eu sou a
única louca e nunca teria pensado...

Eu a cortei. — Maggie, por favor. Eu tenho uma coisa boa com Neil. Eu não posso
perdê-lo. Eu não posso... — Eu engasgo com a última palavra.

Maggie move sua cadeira mais perto da minha e sorri para mim. — Eu não vou
dizer nada e não se preocupe. Você não vai perdê-lo, querida. Isto é o que você fará. Diga-
lhe que é ficção, totalmente composta e que a sua mente divaga por caminhos estranhos
quando está angustiada. Ele não vai ligar.

— Tem certeza? — Quando eu olho em seus grandes olhos verdes, eu vejo muito.
Uma vida inteira de risos e lágrimas. Ela sempre esteve comigo e se sua vida não fosse um

desastre, ela teria estado lá quando papai morreu. Ela teria me deixado chorar em seu
ombro, mas as coisas não saíram dessa forma.

— Sim, desde que ele não saiba que o que você está escrevendo realmente
aconteceu você está bem. Conhecendo Neil, ele vai reclamar, mas vai passar. Além disso,
ele tem isso bom com você. Ele não vai querer perder isso por algo assim.

Olhando para minhas mãos, eu balanço minha cabeça, mas não tenho tanta certeza.
Somos muito diferentes e este é um desses momentos que se torna muito óbvio. — Não,
ele não o faz. Pelo menos Neil tem a extremidade curta da vara. Eu não tenho nada. Eu
não sei por que ele ainda está comigo.

— Você está brincando? Aquele desgraçado tem sorte de ter você. Você é incrível e
vale a pena manter alguém que vai estar lá por você se chover merda ou margaridas. —
Mag é uma pessoa colorida. Ela está vestida como um pastel gigante com o cabelo
vermelho brilhante, um corpete preto e saia, com meias arco-íris juntamente com botas
pretas. Há uma nova faixa azul de cabelo que continua caindo em seus olhos. Ela os sopra
de volta com os lábios e cospe em mim um pouco. Cobrindo a boca com a mão, seus olhos
se arregalam. — Oh! Meu Deus. Sinto muito!

Sorrindo suavemente, eu limpo meu rosto. — Você é tão eloquente.

— Uma de nós tem que ser. — Ela sorri descontroladamente e se inclina,
balançando as sobrancelhas. — Então, quem era esse cara misterioso?

Capítulo 6

— Então, deixe-me ver se entendi. — Neil tem as palmas das mãos juntas como se
estivesse tentando não atacar e gritar comigo. — Você escreveu um livro sobre sexo e
publicou-o porquê estava chateada quando seu pai morreu. É isso que você está me
dizendo? — O tom de Neil é condescendente. Ele é, de repente, incapaz de olhar para
mim. — Eu esperaria esse tipo de coisa de Maggie, mas não de você.

— Que tipo de coisa, Neil? Escrita libertadora? — Eu não posso olhar para ele,
mas não gosto do jeito que ele está falando para mim.

— Qual parte foi libertador, Hallie? Detalhes gráficos de ir para baixo e chupar um
cara, ou se curvar e fazer sexo por trás?

Eu fico toda tensa quando ele fala comigo dessa maneira. É como tapa verbal. —
Eu fiz o que precisava fazer para lidar do meu jeito com a uma porrada de porcaria que
veio rolando. Se você não pode lidar com isso, então talvez isso seja uma má ideia. — Eu
gesticulo entre nós e olho para a porta. Eu não posso ir para Maggie, mas não posso ficar
aqui com Neil olhando para baixo do nariz para mim. Ele acha que tudo é completamente
figurado, e que talvez seja, mas não vou pedir desculpas por uma das únicas vezes em
minha vida que eu estava realmente feliz.

Menos defensiva, Hallie. As coisas no livro não aconteceram. Eu canto a mentira
dentro da minha cabeça uma e outra vez, e tento não reagir.

— Se eu não puder lidar com isso? Você realmente disse isso? O que eu tenho
vindo a dizer desde que isso aconteceu? Você precisa falar com alguém! Eu lhe disse que
você pode falar comigo, mas você não fez isso. Em vez disso, escreveu uma coisa
horrivelmente suja e nunca disse uma palavra. As pessoas estão falando sobre isso, Hallie, e
você sabe o que eles pensam? Eles estão dizendo que é sobre nós! — A voz de Neil está
uma oitava estridente mais alta quando ele termina de falar. Suas mãos estão voando pelo
ar, como se ele fosse um ninja que conduz uma orquestra. — Nós!

— Quem se importa com o que as pessoas dizem? Você é o único que está sempre
dizendo isso. — O telefone toca, e então, não quero ter essa conversa. Talvez eu seja uma
covarde, mas eu atendo, o que faz com que ele fique louco. Neil sai da sala. Eu não o sigo
quando ele bate coisas na cozinha, bate gavetas. — Alô? — Eu digo calmamente, como se
eu não estivesse no meio de uma discussão do inferno.

— Olá, senhorita Raymond, eu presumo?

— Sim, sou eu. Como posso ajudá-la? — Neil me olha através da porta. Eu
gostaria que ele, pelo menos, agisse como se entendesse. Fingir simpatia é melhor do que
nada

— Aqui é Cecily Varden da Agência Varden, em Nova York. Você é a autora do
AMOR PERDIDO?

— Sim. — Eu comprimo minhas mãos nos meus braços e inclino-me para trás
contra o balcão. — Olha, agora realmente não é um bom momento...

— Eu peço desculpas, mas tenho tentado falar com você há alguns dias. Tenho
várias ofertas para o seu livro.

— Eu não estou interessada. — Estou prestes a desligar, mas sua voz assume um
som apressado agudo frenético que me para.

— Espere. Eles estão oferecendo sete números, além de outro contrato para um
filme. Senhorita Raymond, eu entendo que você já passou por muita coisa recentemente, e
não quero incomodá-la, mas é preciso perceber que existem pessoas oferecendo-lhe uma
grande quantidade de dinheiro pela história que você escreveu. Está tocando as pessoas de
uma forma que não se vê todos os dias. — Eu não pisco. Eu estou lá com minhas
sobrancelhas ligeiramente levantadas e olho para a parede. — Senhorita Raymond?

Concordo com a cabeça lentamente. — Eu não posso discutir isso agora, mas eu
dou-lhe permissão para falar com Neil Scortz sobre isso. — Eu passo o telefone em Neil

antes de me virar e sair correndo pela porta da frente.

Meu corpo não responde da maneira que deveria. Meu estômago se agita como
quando eu bebi leite estragado e eu vomitei nas rosas de Neil. Todo o meu corpo dói e por
um segundo posso sentir novamente. Apertando os lábios, me sento com força na varanda
da frente e seguro meu rosto em minhas mãos. Isso não pode estar acontecendo. A
resposta para todas as minhas orações está balançando na minha frente, mas não posso
levá-la. Se eu fizer isso, vai expor Bryan e eu vou perder Neil. Mas, se não aceitar o
dinheiro, então não há nenhuma maneira de terminar a escola. Papai deu-se tanto por mim.
Oh! Deus. Eu poderia ter a casa de volta. Eu poderia entrar no banco e apenas comprar a
coisa. Eu nem sequer preciso de uma hipoteca. Parece que meu corpo está sendo rasgado
ao meio, então me dobro para aliviar a dor. Gotas de suor na minha testa aparecem e eu
começo a chorar sobre os meus joelhos.

Eu não posso perder mais ninguém. Agora não. Eu simplesmente não posso.

Não tenho ideia de quanto tempo estive sentada quando uma mão toca meu
ombro. Antes que eu possa olhar para cima, meus reflexos chutam. Minha coluna endireita
quando meu cotovelo voa de volta e se conecta com o estômago dele. Neil maldiçoa e
cambaleia para trás, ofegante. — Droga, Hallie!

Eu salto para cima e agarro seu ombro, tentando virá-lo em direção a mim. — Eu
sinto muito. Você me assustou. Neil, eu não queria.

Neil está segurando o estômago e olhando para mim. Eu fiz isso com ele mais de
uma vez. Ele tem reflexos muito lentos. Você acharia que ele saltaria para fora do caminho
agora, ou caminharia ao redor para que eu pudesse vê-lo antes de tocar em meus ombros.
Chame de um instinto de sobrevivência em New York, mas eu não gosto quando as
pessoas andam atrás de mim.

Ele tenta sorrir para mim. — Eu estou bem. — Pegando minha mão ele se senta na
varanda e me puxa para baixo ao lado dele. — Você quer saber o que ela disse?

Eu olho para frente e inclino-me em seu ombro. — Eu realmente não me importo.

Eu não posso dizer sim, por isso não importa.

— Não seja boba. Claro que você pode dizer sim. — Neil me olha engraçado. —
Por que você diz isso?

Quem é você e o que você fez com Neil? Minha boca fica aberta por um momento,
antes que eu deixe escapar: — Você estava gritando comigo por escrever essa história,
então, como poderia ser bom publicá-lo? Ou fazer um filme? — Oh! Deus, minha cabeça
dói. Eu meio que desejo que só explodisse e acabasse com isso. Eu suspiro profundamente
e tento não chorar.

— Hallie, você sabe quantos download já foram feitos? — Eu balancei minha
cabeça. Eu vi alguns números na tela antes, mas não parei para ver o que eram ou o que
significava. Ele sorri para mim como se eu precisasse ter alguém para segurar a minha mão
para atravessar. — Você se tornou grande o suficiente para atrair ótima atenção. A
imprensa está comentando sobre você, o que fez todo mundo olhar. Ouça você já escreveu
o livro e todo mundo já sabe. Você deve aceitar o acordo.

— Mas o que dizer de nós?

Ele encolhe os ombros e olha para a rua. — É ficção, certo? — Oh! Deus. Há um
lago de fogo no inferno com o meu nome nele. Concordo com a cabeça e tento não
parecer culpada. —Então, é só mais um pedaço de lixo sensacionalista, mas desta vez ele
nos beneficia. — Na verdade, ele sorri e bate no meu ombro.

Não é lixo, não para mim. Olhando para as minhas mãos, eu pergunto: — Você leu
isso?

— Eu preciso?

Eu balanço minha cabeça. — Basta saber.

Ele passa as mãos pelo cabelo curto e suspira, e sua espinha rígida finalmente
relaxa. — Ouça Hallie. O estrago já está feito. Eu vou ter que enfrentar os caras no

trabalho, não importa o que você faça então você pode muito bem pegar o dinheiro.
Admito que suavize o golpe. — Ele oferece um sorriso fraco e descansa a mão nas minhas
costas. — O que eu não sei como explicar é por que você escreveria algo tão animalesco
em primeiro lugar. Não é como se você realmente desejasse fazer essas coisas, certo? —
Ele ri nervosamente e eu sei que não posso contar-lhe tudo, mas não posso evitar cutucá-lo
dessa forma.

Eu olho para ele e mantenho as mãos entrelaçadas no meu colo. — Seria tão ruim
assim? — Seus olhos se arregalam quando um olhar de choque atravessa seu rosto. — Não
tudo, mas sendo um pouco mais, eu não sei apaixonado? Teria que ser tão ruim assim?

— Isso não é paixão, amor. É moralmente desprovido de amor é como animais.
Você é uma mulher inteligente, o que realmente a faria apelar para agir como um animal
irracional? — Neil tem um olhar preocupado em seu rosto enquanto espera por minha
resposta.

Não há nada que eu possa dizer que não soe mal. — Não, isso não acontece. —
Meu estômago afunda e meu corpo se sente paralisado novamente. Intelectualmente, Neil
está lá em cima, mas ele tem o barômetro emocional de um cacto. — Então, o que você
disse a Varden?

Ele sorri para mim. — Eu disse a ela para redigir os documentos.

Capítulo 7

O maxilar de Maggie bate contra o tampo da mesa. — Você sabia que iriam lhe
oferecer tanto dinheiro?

Eu balanço minha cabeça, olhando para a tela do computador com as ofertas
propostas. Vários deles querem comprar os direitos para o meu livro. — Não. Isso é um
monte de dinheiro. — Se os porcos pudessem voar, um estaria subindo acima da minha
cabeça em círculos, como um rei acima das tempestades, e que parece mais realista do que
o que está acontecendo na frente do meu rosto.

Os milhares de pessoas delirantes sobre o meu livro me renderam algumas sérias
mudanças nos bolsos. Quais eram as chances de isso acontecer? Acho que era mais
provável ser atingida por um raio. Talvez eu devesse ter mais cuidado quando for lá fora.
Eu olho pela janela e olho para o céu. Não há mais de abrigo para esta menina.

Maggie está babando em cima do teclado, a me faz perguntas. — O que você vai
comprar? Quero dizer, você poderia conseguir um novo guarda-roupa, um apartamento
incrível e pagar por suas aulas no próximo semestre. — Ela pisca novamente, como se
esperasse que o número desaparecesse. — Quando você vai receber o pagamento?

— Eu não tenho certeza. — Meus lábios se contorcem. Estou feliz e nervosa. O
dinheiro vai me ajudar a colocar meus pés no chão novamente, mas há a ameaça persistente
de Bryan. E se ele vê a história? Ele assiste TV, certo? Eu posso não imaginá-lo feliz com
isso, Deus sabe que eu ficaria chateada. É totalmente errado escrever sobre um ex e
publicá-lo para todo mundo ver. É assustador, e o pensamento de que Bryan descobrir está
me fazendo enjoada.

Eu olho para Maggie, preocupada. — Você não acha que ele vai perceber?

Ela encolhe os ombros. — Talvez sim, talvez não. Depende do cara, e você ainda
não me disse o seu nome. Eu não esqueci. Eu gostaria de saber quem transformou você em

uma pequena maníaca sexual. — Ela ri, mas não olha para mim.

Difícil. Maggie é minha melhor amiga e tudo, mas não falo detalhes com ela ou
com qualquer um. E agora todo mundo sabe o que gosto e como gosto. É embaraçoso
uma santa virar um hibrido de monstro com cachorra, Eu faço uma careta. — Por que
você quer saber isso?

— Então, eu poderia ficar com um de seus irmãos. Maggie gosta de coisas
esquisitas. — Ela sorri para mim e olha para a tela novamente. — Cliquei em voltar para o
livro no site Padpress. — Toca no monitor, ela ondula seu lábio, dizendo: — Esta é uma
capa muito feia por sinal.

Eu não posso discutir isso. É basicamente um pedaço de folha solta com um tipo
de letra de máquina de escrever rebocados através das linhas azuis. — É exigido de
conhecimentos nulos de informática, tudo bem. Além disso, supostamente ninguém
deveria lê-lo.

— Então, para que você colocou lá fora?

Boa pergunta, e a verdade é mais um pressentimento do que um pensamento
cognitivo. Às vezes eu escrevo para mim e isso é o suficiente. Desta vez não foi. Desta vez
escrevi sobre amor e perda, dor e morte, mas apenas tê-lo no meu computador não era
suficiente. Parecia que segurava um pássaro engaiolado na palma da minha mão. Havia algo
pressionando que seria libertador publicar urgente. Era catártico, não importando o que diz
Neil.

Levantando-me do computador, eu puxo meu cabelo em um rabo de cavalo e
atravesso a sala de estar. — Eu não sei como dizer isso.

— Tente. — Ela se vira, mas não levanta.

Evitando o olhar dela, pego uma caneca de café e tento colocar os sentimentos às
palavras. — Tudo de ruim que aconteceu, e estava presa dentro de mim com pequenos
pontos brilhantes bons. Por alguma razão, eles continuaram batendo um no outro. Eu não

perguntei por que, ou li qualquer coisa para isso. Pressionar publicar era como escrever
uma carta e deixá-la cair fora do Empire State Building. Em teoria, alguém poderia lê-lo,
mas a probabilidade seria de que iria para o lixo sob os pés sem que ninguém nunca visse.
Eu não sei. Talvez eu seja meio louca.

Maggie balança a cabeça. — Não, você não é meio louca e ignore Neil se ele não
conseguir. Só porque ele é uma imitação de psiquiatra, não significa que tem o poder
mágico de ver dentro de seu coração. Além disso, o coração e a cabeça não estão sempre
indo na mesma direção, se você sabe o que quero dizer. Luto faz coisas para uma pessoa.
— Maggie exala um suspiro e força um sorriso.

Sua vida tem sido ruim e de alguma forma ela se senta aqui e consegue sorrir, mas
meu rosto parece que vai rachar quando os cantos da minha boca se elevam. Eu não sei
como ela faz isso. Ninguém além de mim se preocupa com ela, ela não tem família, e foi
devolvida de um lar adotivo para outro, até que ela tivesse idade suficiente para sair. Ela
está sem dinheiro, mas se esforça muito. Agora ela trabalha em algum bar e as gorjetas são
boas, mas eu me preocupo com ela.

Estávamos no mesmo orfanato até que meu pai me adotou quando eu estava na
terceira série. Maggie ficou para trás, mas eu ainda a via na escola. Ao contrário do resto
das crianças naquela casa, ela conseguiu ficar parada. Quanto a mim, minha mãe gostava
mais de heroína do que de comida. O serviço de Proteção a Criança encontrou-me quando
eu tinha cinco anos de idade, escondida no fundo de um armário enquanto ela estava
fazendo Deus sabe o quê.

Esse período da minha vida é coberto de sombras como um pesadelo. Eu não
consigo lembrar quais coisas realmente aconteceram e quais eram pesadelos. Enquanto os
eventos não se destacam muito, o sofrimento emocional daquele tempo ainda está vivo.
Medo angustiante possuiu meu pequeno corpo naquela época. Meus jovens olhos tinham
visto coisas que nenhuma criança jamais deveria ver. Depois disso, passei alguns anos em
lares adotivos até que meu pai me adotou. Eu era uma das crianças de sorte. Maggie não
teve tanta sorte.

Eu ainda estou nervosa e agito a colher em torno do meu copo. O que as pessoas

pensarão de mim quando lerem isso? Eu sei que não deveria me importar, mas o faço, um
pouco. Olhando para ela, pergunto timidamente: — Você não acha que sou meio louca por
publicar algo que eu não quero que as pessoas vejam?

— Nah! — Ela acena-me e se inclina para trás em sua cadeira. — Você está mais
propensa a cair num buraco.

Eu rio. — Um buraco?

— Sim. Eu vejo as notícias. Buracos é a nova ameaça. Bem, buracos e ursos, mas
vamos enfrentá-los, não existem ursos correndo para cima e para baixo na Sunrise
Highway, então acho que estamos seguras. — Ela sorri para mim. — Mas quando você se
tornar um peixe graúdo e viver em um palácio na Califórnia, cuidado, porque eles têm as
duas coisas. — Ela faz um rugido e bate em mim.

— Você é uma idiota. — O sorriso não parece forçado neste momento. Ela, na
verdade, faz-me rir de novo.

— Então, o que você vai comprar?

— Nada ainda. Eu não tenho esse dinheiro e por tudo que sei isso não pode render
um centavo. Agora eu ainda sou uma bunda pobre.

Ela levanta o punho para mim, e eu bato o meu contra a dela. — Bem-vinda ao
clube. Nós trabalhamos o dobro e chegamos a algum lugar rápido demais.

Concordo com a cabeça, mas não posso afastar a sensação de que Bryan não vai
gostar disso quando descobrir, porque ele vai vê-lo. É só uma questão de quando.

O telefone toca. É Cecily novamente. Ela está tentando me convidar para algum
baile na cidade neste fim de semana. Eu passo a coisa para a vida e pressiono-o para o meu
ouvido. — Alô?

Cecily grita. — Pegue seu vestido de festa! Estamos dentro. Todo mundo que você

precisa para apertar o negócio vai estar lá. Além disso, tenho você ligada a apresentar um
prêmio antes da festa naquela noite. Você precisa de um vestido de noite e dizer a Neil para
vestir um smoking.

Meu estômago cai em meu tênis. — Apresentar um prêmio? Onde?

Ela está animada, mas tenho a sensação de que ela fez isso um milhão de vezes, e a
emoção tem mais a ver com estabelecer um negócio do que com a festa. — Oh, não é
grande coisa querida, mas vou dar para você uma propaganda extra. Você só lê as linhas em
uma pequena tela e imediatamente sai do caminho. Muito fácil. — Cecily faz parecer
menor, mas não é.

— Este é um evento televisionado?

— Claro!

— Eu não posso fazer isso. Cecily...

— Neil disse que você pode fazer isso. Ouça Hallie, é hora de colocar-se em suas
calças de garota grande. Esta pequena coisa vai ser exposição instantânea. Todo mundo
acha que você é a coisa mais doce que já viu. Você tem apelo infantil em massa, e
precisamos levá-lo em frente às câmeras. Quanto mais as pessoas souberem sobre você,
melhor.

— Cecília, eu não posso. Eu odeio falar em público.

— Vai ler garota. Você pode ler. — Antes que eu possa lhe dizer não novamente,
ela acrescenta: — Eu terei um carro para buscá-la às seis. Use um vestido de noite escuro,
nada muito chamativo. Queremos jogar a sua vibração de boa menina para contrastar com
a sua versão perversa no livro. Isso vai vendê-los e eles estarão comendo em nossas mãos.
Você já tem algumas ofertas, mas queremos uma guerra cheia de lances. Esta é a tacada que
muda tudo. — Cecily é tudo sobre o dinheiro. Ela não é pago a menos que eu receba o
pagamento, e ao mesmo tempo uma carga de caminhão de dinheiro soa bem, eu prefiro
morrer a estar no palco.

Antes que eu possa dizer não, ela desliga. Eu faço um som agravado na parte de
trás da minha garganta e olho para o meu telefone. Eu acho que não gosto muito dela, ao
mesmo tempo, um empurrão pode ser o que preciso para obter minha bunda na
engrenagem. — Essa era a minha agente. Ela quer que eu anuncie o vencedor de um show
de prêmio televisivo hoje à noite e, em seguida, ir para o banquete.

Maggie pode dizer que eu não quero ir. Odeio multidões, odeio tudo isso. — O que
você vai fazer? Eu sei que este não é o seu lugar, Hallie, mas você realmente vai passar por
isso?

— Eu nem sequer tenho um vestido. Como vou fazer isso? Como é que vou pagar
por isso?

Antes que eu pudesse olhar para cima, Maggie está com sua bolsa. Ela puxa para
fora um maço de dinheiro. — Quanto é que precisamos?

— Onde você conseguiu isso? — Eu bocejo e estreito meu olhar em sua mão.

— É meu, e o que é meu é teu.

— Eu não posso pegar o seu dinheiro.

— Uh, mas você pode pegar emprestado. Empréstimos são totalmente permitidos.
Podemos ir até as promoções e que eu posso fazer o seu cabelo e maquiagem. Você vai
parecer impressionante. — Ela sorri para mim e fica em pé. — Vamos Hallie. Deixe-me
fazer isso por você. Você sempre me ajuda. É a minha vez de retribuir o favor. Vamos. —
Ela diz a última palavra uma e outra vez até que eu desista e diga sim.

 

 


                                                      CONTINUA

 

 

                                                                                                   

 

 

 

                                       

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