Capítulo 10
Bryan pega o meu rosto em suas mãos.
— Se você não gostar, diga-me! — Eu aceno, lentamente, com as suas
mãos quentes ainda segurando o meu rosto.
Era como se alguém apertasse um interruptor. Os olhos de Bryan se
tornaram mais escuros, mais carnais. Ele libera o meu rosto e pressiona seu
corpo tonificado contra o meu. Empurrando as minhas costas contra a porta,
certifica-se de que eu possa sentir cada centímetro dele. Tira uma corrente
prateada com um plugue em cada extremidade e o prende nos meus mamilos.
Eu ofego quando ele os aperta. O peso das correntes faz com que eu morda
os meus lábios. Enquanto ele pressiona dentro de mim, as correntes vão se
mexendo e puxando suavemente à medida que ele desliza sobre o meu corpo.
Um pequeno suspiro escapa por entre os meus lábios. Bryan me olha, seus
olhos verdes fixos nos meus. Pega um dedo e o coloca entre os meus lábios
rosados, enquanto a outra mão desliza mais para baixo, passando pela minha
barriga e entre as minhas pernas. Eu ofego. Ele se move rapidamente, tocando
a minha protuberância sensível com o polegar, alisando o dedo sobre a carne
suave, e observando o meu rosto enquanto faz isso.
Meu queixo se ergue enquanto tento não gemer. Luto contra as sensações
que estão em erupção dentro de mim, as sensações que ele está trazendo à
tona. Seus dedos se movem sobre o meu clitóris, enquanto ele puxa a corrente
suavemente. Ele sente que estou ficando mais úmida e, em seguida, sem aviso,
sem uma mudança na expressão, empurra o dedo dentro de mim. Ele ainda
está, por um tempo, vendo meus olhos. Eu pisco devagar, sentindo-o ali, entre
as minhas pernas.
Bryan empurra o dedo mais forte, mais profundo enquanto me observa.
Sua respiração está sobre os meus lábios fazendo com que me sinta tonta.
Quando ele puxa o dedo, ergue-o para a minha boca. Delineando os meus
lábios, ele me observa, espalhando meu calor úmido, como batom. Eu pisco
lentamente, com meu coração disparado, e, excitada além da compreensão.
— Prove! — Ele ofega e empurra o dedo em minha boca. Eu passo a
minha língua contra o seu dedo, mas ele o segura lá e diz: — Chupa até que
saia do meu dedo, Hallie! — Eu hesitei, mas ele diz: — Faça isso! — Minha
língua envolve o dedo, sugando-o, saboreando o gosto. Seus olhos estão
queimando, observando-me.
Enquanto chupo o dedo, ele abaixa a outra mão entre as minhas pernas,
abrindo a minha pele escorregadia. Sensações explodem dentro de mim, mas
antes que eu possa saboreá-las, as sensações mudam. O membro duro de
Bryan entra dentro de mim, fazendo com que eu chupe o dedo mais forte
ainda. Ele puxa o dedo da minha boca, e envolve as mãos em volta da minha
cintura. Fica um pouco imóvel, por um momento, respirando rápido e forte.
Depois, puxa para fora lentamente e enfia novamente, fazendo com que eu
bata contra a porta. Meus joelhos tremem à medida que ele lentamente vai me
deixando mais louca. Eu quero mais. Quero que ele me maltrate e me deixe
tonta pela paixão. Que limpe o meu medo com a luxúria, apague a minha
memória por um momento, e tire toda a dor que tem me invadido.
Eu só quero senti-lo e nada mais. O mundo desaparece até que não sei
quanto tempo se passou. Meus braços doem enquanto ele me usa,
empurrando para dentro de mim sucessivas vezes. Minha cabeça pende para o
lado e, em seguida, levanta de volta. Eu ofego todas às vezes e os meus seios
tremem com a força de seu empurrão.
Algo se desdobra dentro de mim. Quero suas mãos em mim, fazendo
tudo ao mesmo tempo. Vertentes delicadas de paixão irrompem dentro de
mim, enviando arrepios pelas minhas coxas e seios. Todos os lugares que
desejo que ele toque fervem como uma corrente viva. Arqueando minhas
costas, eu pressiono meus quadris contra os dele, só para que batam
novamente.
Seus impulsos mudam para provocar, gentilmente empurrando e puxando
para fora. Ele é tão duro, tão perfeito. Quero colocar as minhas pernas ao
redor de seus quadris, mas não posso. As respirações irregulares me
consomem e o quarto está além de quente. Meu corpo está pingando de suor.
Inclinando a cabeça para trás, olho para o teto. É quando suas mãos
encontram os meus seios. Meus lábios formam um O, mas não digo nada. Ele
sente a maciez, a plenitude das minhas curvas enquanto empurra seu pênis
longo e duro em mim lentamente, torturando-me, sucessivamente.
Tomando meus mamilos entre os dedos, ele os torce suavemente e aperta
os grampos. Eu grito, empurrando os meus seios para ele, mas a porta me
detém. Ofegante, mal posso respirar.
Ele sorri, — Shhh! Nenhum som de você! Eu quero que isso entre nós!
Não estou entendendo. Então por que ele quis fazer aquela cena com Neil
e Maggie? Naquele momento, não me importo. Faço o que ele diz e mordo o
lábio para me manter em silêncio. Ele entra profundamente dentro de mim de
novo, e minha boca se abre. Eu engulo o som antes que ele ouça. O único
barulho é a lufada de ar saindo com força dos meus pulmões.
— Boa menina, — ele ronrona e retira antes de novamente empurrar,
desta vez mais profundamente. O tom de sua voz me faz derreter.
Antes que eu possa pensar noutra coisa, os dedos de Bryan apertam em
torno das correntes nos meus mamilos. Seus quadris se mantêm pressionados
rentes aos meus, seu comprimento perdido dentro de mim. Meu queixo cai, e
eu o vejo me observando, esperando que eu faça qualquer barulho. Meus
olhos se fixam nos seus, enquanto sensações ardentes circulam através do meu
corpo, construindo mais apertado e mais forte. Ele lentamente adiciona mais
pressão, provocando e puxando os meus mamilos mais e mais, fazendo com
que a pinça aperte mais ainda. O calor em meu estômago endurece através do
meu corpo. Eu movo os meus quadris e tento balançar contra ele, mas ele me
acalma.
— Não, não. Ainda não!
Eu suspiro! — Eu gosto de ser espancada!
— Sério? — Eu aceno. Sua mão vem com força na minha bunda. Ambas
as nádegas ardem. Ele faz isso enquanto ele ainda está dentro de mim, o que
me faz apertar mais em torno dele. Ele suspira e faz isso de novo, e de novo.
O impacto de suas mãos é tão bom. A ardência envia arrepios através de mim
em ondas que não acabam. Elas navegam pelo meu estômago e se espalham
por todo o meu corpo. Todos os deliciosos formigamentos me atravessam,
fazendo com que eu deslize a minha língua sobre os dentes. Faço isso sem
pensar. É uma reação a ele, ao que está fazendo comigo.
Sem aviso, Bryan puxa para fora. Isso me deixa louca. Meus quadris
sacodem, mas não posso alcançá-lo. O cinto corta os meus pulsos enquanto
me esforço contra as limitações que me foram impostas. Ofego, observando-o
enquanto ele se move para longe de mim. O desejo arde pelo meu corpo. Não
consigo me controlar. Puxando os meus pulsos mais forte ainda, tento
libertar-me do cinto de novo, mas não consigo. Só fica mais apertado.
Ele sorri, assistindo-me lutar, até que eu paro e olho para ele. A expressão
em seu rosto, a intensidade de seus olhos, fazem com que meu estômago se
contorça. Minha respiração fica presa na minha garganta enquanto Bryan
passa perto o suficiente para me tocar, mas ele não toca. Estou ofegante.
Meus olhos estão implorando para que ele faça algo, para que me faça gozar,
deixar-me fode-lo... Qualquer coisa.
— Diga-me o que você deseja, Hallie! Implore-me por isso! — Ele
sussurra palavras ao lado do meu ouvido. A reação dentro de mim é rápida e
violenta. Seu hálito quente faz meu clitóris pulsar e parecer que vou morrer se
ele não me tocar, se ele não terminar o que começou. Ele está tão perto, quase
me tocando, mas não desliza os dedos pela minha cintura. Ele não toca o meu
peito e não provoca os meus mamilos. Isso me faz desejá-lo ainda mais. Eu
me sinto como um animal acorrentado, incapaz de pensar. — Responda-me
linda mulher! — Ele ordena e eu sinto a batida da sua mão na minha bunda.
Meu corpo está tão bem enrolado que o tapa me faz gemer. Eu não
esperava isso, mas antes que pudesse controlar os meu gemido, ele escapa dos
meus lábios. Eu ofego, chocada por não ter sido capaz de abafar o ruído ou
pará-lo a tempo. A mão de Bryan voa uma segunda vez, com mais força. Ele
observa meu rosto enquanto eu estremeço debaixo da sua mão. O tapa é
rápido, e eu sei que vou ter um problema para andar depois, mas não me
importo. Eu grito, dizendo o seu nome, empurrando os meus seios contra ele.
Um olhar perverso torce seus lábios em um sorriso sexy. — Responda-
me! — Sua voz soa como um grunhido e quando não consigo fazer nada,
senão ofegar incontrolavelmente, sua mão me atinge pela terceira vez. Mas ele
não me libera. Em vez disso, ele pega a minha bochecha na mão e aperta. A
ardência se intensifica pela forma como ele me agarra. O belo corpo de Bryan
está coberto por um brilho fino de suor, enquanto me trata grosseiramente.
— Diga-me o que você deseja!
Minha voz é um suspiro. O desejo correndo desenfreadamente. — Eu
quero suas mãos sobre mim, em mim! Eu quero que você me foda sem
sentido. Foda-me, Bryan!
— Implore por isso, Hallie! Implore mais alto! — Seu punho aperta a
minha bunda fazendo com que o meu corpo pressione contra o seu. Gotas de
suor rolam pela minha espinha.
Minha voz treme enquanto imploro, sem capacidade de manter qualquer
traço de comedimento.
— Por favor, Bryan... Por favor! Foda-me! Foda a minha buceta! Encha-
me com o seu gozo. Por favor, baby! Por favor... — Eu continuo a lhe pedir,
enquanto suas mãos deslizam sobre os meus quadris e para baixo entre as
minhas pernas. Quando ele toca o meu clitóris, eu gemo. Bryan inclina sua
cabeça para trás, olhando para mim. — Foda-me, baby! Por favor! — Meus
quadris se remexem contra a sua mão. Em resposta, ele aperta os dedos no
meu clitóris. Eu grito: — Foda-me! Por favor! Bryan! Eu preciso de você! Por
favor!
Quando eu digo o nome dele, ele quebra. Antes de saber o que está
acontecendo, suas mãos estão segurando os meus pulsos sobre a minha
cabeça enquanto ele bate seu membro rígido dentro de mim sucessivamente.
Ele empurra mais e mais profundamente a cada vez, com as mãos deslizando
pelos meus braços. Batendo-se cada vez mais duro contra mim, ele assiste
meus seios balançando e saltando até que ele toma ambos em suas mãos e
aperta os meus mamilos duramente. Eu berro, mas isso só faz com que ele
aperte com mais força, até que a corrente cai. Cai aos meus pés e ele a deixa
lá.
Bryan se move, empurrando para dentro de mim fodendo-me cada vez
mais rápido. O calor entre as minhas pernas percorre todo o meu corpo.
Parece que não posso ser dominada. Não há o suficiente dele para me
satisfazer, nunca. Quando seus dedos apertam mais duramente contra os meus
mamilos doloridos, meus olhos se arregalam. Ele me olha nos olhos enquanto
ele empurra para dentro de mim uma vez... forte. Minhas costas batem contra
a porta e ele me segura lá, observando-me. Seus lábios entreabertos, ele
respira sem dizer nada. Suas mãos suavemente empurram os cabelos para
longe dos meus olhos. Ele acalma por um momento e não posso suportar
isso. Seu pau está em mim, mas não importa o quanto eu me mexa, não posso
fazer com que ele me foda.
Com todo o peso do seu corpo, ele me achata contra a porta. Seus olhos
ardem com o desejo, sua testa está pingando de suor.
— Goze para mim, baby! — Ele respira e mete em mim rápido e
furiosamente. Ele não para quando eu grito. Ele continua metendo contra
mim até que meu corpo não pode ficar mais retesado.
Cada vez que ele afunda em mim eu me sinto mais excitada. Eu não posso
respirar, mas não quero que ele pare. Seu corpo me esmaga, enquanto me
monta, balançando contra mim furiosamente. Eu gemo, e posso dizer o quão
forte ele está empurrando e o quanto vou estar machucada depois, mas não
me importo. No momento, isso é muito bom. Minha pele formiga e está
pingando de suor. Meus seios saltam mais e mais para cima com cada batida
de seu corpo contra o meu. E sem outro pensamento, eu gozo. Meu grito sai
rasgado através da minha garganta. Não posso gozar silenciosamente, não
quando ele faz assim. Bryan me bate mais forte enquanto as deliciosas
sensações giram, fazendo com que todo o meu corpo entre em erupção. Eu o
sinto meter contra mim duro e profundamente, e ele goza alguns segundos
após.
Esgotada, pendurada e estremecendo contra a porta, estou pronta para
cair no chão. Bryan se afasta e me olha. Com os lábios entreabertos, ele só
olha para mim por um momento antes de desatar o cinto. Quando as minhas
mãos caem ao meu lado, meus braços queimam. Bryan me toma em seus
braços e me leva para a cama. Ele me senta na frente dele e esfrega os
músculos doloridos em meus braços e ombros. Minha cabeça se inclina para o
lado enquanto ele faz isso. Cada centímetro meu está formigando. Não quero
que esse momento termine, mas Bryan para.
Viro-me e olho para ele. Ele está brilhando, coberto por uma fina camada
de suor que cheira tão bem. Eu quero lambê-lo, mas apenas aceno. Ele vira
seus olhos esmeraldas para longe e diz:
— Eu acho que eu deveria ir.
— Você vai embora? — De repente, eu me sinto muito nua. Puxo a
coberta da cama e a enrolo em volta dos meus ombros.
— Sim, a menos que você queira que eu fique e diga a Neil tudo sobre
como eu acabei com a raça da sua noiva. — Ele me olha por um segundo. Sua
testa está coberta de suor e seu rosto está brilhando. — O que há de errado?
— Ele sempre pôde me ler tão bem. Eu quero dizer a ele sobre Victor, mas
não posso.
Eu digo outra coisa.
— Neil fez a proposta e eu disse sim. — Eu ergo o meu anel.
— Sim, eu vi isso. Você realmente aceitou? — Bryan se senta ao meu lado.
— Na verdade não. Ele aceitou por mim. — Nós dois ficamos em silêncio
por algum tempo.
Bryan se veste e diz:
— Eu voltarei para ter você do meu jeito de novo em breve. Da próxima
vez é melhor que o idiota do seu noivo tenha você pronta para mim. E eu
quero que você use isso quando estiver comigo e só comigo. — Ele levanta a
corrente do chão e a joga para mim.
A porta do quarto se abre e Neil está lívido. Ele olha para mim e depois
para Bryan:
— Você acha que isso é engraçado?
— Não, acho que ela precisa de algo que você não pode dar a ela. Estou
dando a você uma única chance de quebrar seu compromisso e foder a sua
noiva. Mas você tem que fazer isso como um animal. Satisfaça-a!
O rosto de Neil contorce desgostoso.
— Eu a satisfaço sem esse comportamento bárbaro. Fazer amor não
precisa de mordaças, amarras ou oprimir mulheres de forma nenhuma. Tenho
certeza de que Hallie só aceitou isso pela equipe, seu pedaço de merda
demente!
Essa foi a coisa mais cruel que já ouvi Neil dizendo e eu quero rir, porque
é pateticamente fraco. O homem que estava me usando, ofereceu para quebrar
o acordo se Neil prometer me pegar e fazer sexo animalesco comigo. O
homem deveria ter dito que sim, mas ele, pela sua moral, disse que não. Estou
cansada demais para pensar no que isso significa. O que aconteceu aqui?
— Ela vai tomar mais do que uma foda pela equipe. — Bryan pisca um
dos olhos. — Vejo você amanhã, escrava sexual! Trarei um colar para você e
vai usá-lo. — Bryan aperta a mão de Neil. — Você é um homem inteligente.
O que são alguns meses de infidelidade comparados com uma vida de
riquezas, certo?
Neil aperta a sua mandíbula.
— Então você planeja que isso continue por alguns meses?
— Provavelmente não por muito tempo. Eu fico entediado fodendo a
mesma mulher todo dia. Não se preocupe Neil! Ela é sua sujeira, não a minha.
— Com isso, Bryan vira as costas e sai.
— Neil, — estou pronta para explodir em lágrimas. O julgamento está
espalhado em seu rosto.
— Hallie, isso não é natural. Você não é um animal selvagem! Será que ele
conseguiu instigá-la para que você fingisse o que você não é?
Eu dou de ombros. Não quero falar sobre isso.
— Não tenho ideia.
— Eu deverei deixá-lo foder e espancar você na minha cama, sempre que
ele quiser?
Eu olho fixamente para frente.
— Até que ele se canse de mim, sim. Lide com isso! Você foi quem me
disse para fazer isso. — Eu destaco a última frase. — E ele lhe deu uma saída.
Você não aceitou. — Eu fico olhando para ele, e puxo a coberta mais forte em
volta dos meus ombros.
Neil revira os olhos.
— Eu pensei que fosse apenas uma noite.
— Eu também. Estávamos errados sobre uma porção de coisas.
Capítulo 11
Eu deveria me sentir envergonhada, mas não sinto. No dia seguinte, me
sento com Maggie no sofá enquanto Neil está fora. Ela tem estado muito
tranquila desde que a busquei em seu antigo apartamento. Maggie olha para o
espaço, e eu sei que a memória está se defrontando com o novo e joga uma e
outra vez em sua mente.
— Você quer falar sobre isso? — Eu pergunto, já sabendo a resposta.
Ela inspira e balança a cabeça, antes de oferecer-me um sorriso forçado.
— Não há nada a dizer. A mesma velha merda. Nada mudou, mas dói mais
agora. — Ela sorri como se algo fosse engraçado. — Eu pensava que doía
mais quando eu era criança. Acho que não.
— O que ele fez?
— A mesma coisa de sempre. Victor gosta de possuir coisas. — Ela muda
em seu assento e, em seguida, levanta, colocando distância entre nós. — Era
para eu arranjar-lhe uma garota. Ele tem um tipo, quadris redondos, cabelos
escuros e pele pálida, como Nicole Kidman, mas morena. Assim, a cada
semana, eu levava alguém. Elas ganham algumas centenas de dólares, e ele faz
o que faz. Na semana que eu não conseguia encontrar ninguém, eu a
substituía, mas desta vez... — Ela para de falar e balança a cabeça. — Eu não
deveria ter ido. Geralmente é apenas sexo violento. Ele dá um tapa e me
arranha. Vou para casa e é isso. Mas desta vez... — Ela balança a cabeça e olha
por cima do ombro para mim. — Eu não quero falar sobre isso. Eu tentei
fugir e, em seguida, desisti quando ele disse o que ele faria comigo, e depois
com você. Ele me deu uns tapas por um tempo, me levando do jeito que ele
quis, e então eu ouvi a sua voz e eu estava morrendo de medo que ele fosse
levá-la também. Sinto muito, Hallie.
— Não é culpa sua. — Eu me sinto horrível por deixar sua vida
desmoronar assim. Nós deveríamos estar lá uma para a outra. — Eu deveria
ter chegado mais cedo. Eu teria... Eu gostaria de poder ter tudo de volta.
Maggie sorri tristemente e envolve os braços em torno de si. — Sim, eu
também. E agora? Sem ofensa, mas eu não suporto Neil.
Concordo com a cabeça. — Eu estava pensando que deveria ter um lugar
só meu antes do casamento. Vai ser eu e você.
O olhar de Maggie desvanece no chão. — Você vai se casar com ele,
sério? — Eu aceno e lhe dou um olhar para que não me pressione agora. Ela
acrescenta: — Eu adoraria, mas você sabe que eu não posso me dar ao luxo.
— Sim, você pode. Eu tenho parte do meu pagamento antecipado.
Podemos ir a procura de uma casa sempre que quiser, oh, e esta parte não é
opcional, você trabalha para mim agora. Eu vou precisar de uma assistente
pessoal para me dizer o que fazer, você sabe, alguém um pouco mandona.
Maggie ri e me empurra, e depois bate as mãos sobre a boca, e repete a
ação. — De jeito nenhum!
— Isso. — É tão bom ver uma explosão de felicidade em seus olhos,
mesmo por um breve momento. Mas assim que ela pisca, ela se foi, perdeu-se
nas profundezas da agonia que enchem sua alma.
Um dia ela vai parar de lutar. Um dia ela vai ceder, desistir.
Ela já teria desistido se eu não tivesse aparecido. Algumas pessoas a
levaram direto para o inferno. É irônico, porque eu tenho sangue em minhas
mãos e não me sinto como se estivesse infeliz. É mais, como eu se estou
puxando Maggie, da vida tortuosa ela conhece, e esconde com esse sorriso.
Não me arrependo de minhas ações. O pensamento faz minha pele
formigar. Na parte profunda da minha mente, eu me pergunto que tipo de
pessoa que sou, mas arrumo minha coluna e me levanto. Isso me faz ser quem
eu sou e não há nada mais a se considerar. Eu fiz o que tinha que fazer. Eu
não teria tocado em Victor se ele a deixasse em paz, se ele não tivesse
ameaçado vir atrás de nós, mas ele ameaçou. Eu vi o medo nos olhos de
Maggie é a verdade. Se Victor Campone tivesse vivido, teríamos morrido.
— Está com fome? — Eu pergunto me dirigindo à geladeira.
— Sim, um pouco. — Maggie está sentada com os pés enrolados em sua
bunda e olhando para as mãos desde que eu a peguei no apartamento do
Victor. Ela raramente faz contato visual. Acho que a luta a nocauteou. Ele
aparece em surtos, mas é como um carro que está ficando sem gasolina. Estou
muito preocupada com ela. Depois de tudo que ela passou...
Isso não pode desfazê-la. Não pode.
Porque é minha culpa desta vez.
Todas as outras vezes, a Maggie revidou. Ela nunca desistiu, nunca cedeu,
e agora a minha melhor amiga está caída no sofá, coberta de hematomas e
cortes, com os olhos que se assemelham a buracos-negros que sugam tudo,
mas não vejo nada ali. Eles não sentem nada, não mais.
Eu sorrio e digo algo estúpido, tentando fazê-la rir, mas nem sequer
obtenho um sorriso de piedade. Depois de abrir a porta da geladeira, eu gemo
em voz alta. Neil está trabalhando hoje e não conseguiu ir às compras.
Maggie pergunta: — O que ele fez?
— Ele pegou todas as sobras da festa e levou para o trabalho. Eu pensei
que era bom porque ele deveria ir às compras, mas não o fez. — Estou
inclinada na geladeira vazia olhando para uma caixa de leite vencido e um
frasco de picles. Não vou comer isso. Eu bato a geladeira e acrescento: — Eu
dar rápida saída. Será que comida chinesa vai bem?
Maggie geralmente protesta e se oferece para pagar as coisas, mas hoje,
apenas balança a cabeça. — Ótimo! — Eu digo, parecendo alegre. Ela irá
voltar. Ela vai. Se eu continuar dizendo a mim mesmo vai acontecer, certo?
De repente, eu percebo que ela não recuperou-se, matar Victor não era uma
vingança suficiente, até mesmo pelo o que ele fez com Maggie.
Capítulo 12
Pego minhas chaves e ligo o motor. O carro vermelho ronrona quando o
tiro da garagem e digito o CEP do local que irei. Quando estou prestes a
desviar para o estacionamento, um policial segue atrás de mim, com as luzes
vermelhas piscando. Eu não estava em alta velocidade. Droga. Deve ser
verdade que os carros vermelhos são parados mais do que qualquer outra cor.
Eu encosto e levo o carro para o acostamento, tomando o cuidado de
manter as mãos no volante. Papai me disse para nunca ir para a minha bolsa
ou porta-luvas até que o policial esteja de pé ao lado do carro. O cara tem que
ver as minhas mãos ou ele pode atirar em mim, bem não é exatamente do jeito
que meu pai disse isso, mas é o que ele quis dizer.
Eu aperto o botão na janela, assim como o policial se aproxima. Ele está
usando o uniforme escuro que me dá vontade de sair correndo e gritando
para o meu quarto e me esconder debaixo da minha cama.
Ele não é esse cara. Pare com isso, Hallie, xingo-me, mas isso não ajuda.
Até agora, minhas mãos estão tremendo.
— A licença e registro, por favor. — O cara tem trinta e tantos anos, e um
tipo de visual assustador. Por assustador, eu quero dizer que parece que ele
poderia tomar o meu pequeno corpo e dobrá-lo estilo acordeão e enfiá-lo em
seu tronco. O cara é massa muscular pura e ele parece chateado. Eu não posso
imaginar o que eu fiz.
Eu me aproximo do porta-luvas para retirar os papéis mencionados, mas
tudo que eu encontro é o manual sobre o carro e o último aviso de mudança
de óleo. Sem documentos. Sem registro. O meu coração dá uma guinada.
Foda-se. Eu começo a pensar que Jon brincou comigo, mas mesmo ele, não
seria tão baixo. E o policial não me pediu para sair do carro ou qualquer coisa.
Minha lanterna traseira está queimada ou algo assim, isso é tudo. Isso não é
nada.
Eu vasculho minha bolsa e tiro a minha pequena carteira. Meu rosto fica
pálido quando vejo o espaço vazio onde minha carteira de motorista deveria
estar. Olho para o policial e digo baixinho: — Ela se foi.
— Você não tem uma licença ou registro desse veículo? — Ele diz algo
em seu ombro depois de ouvir um zumbido em seu fone de ouvido. — Saia
do carro, minha senhora.
Estou tremendo agora. — Eu não fiz nada de errado. Alguém pegou a
minha licença. Eu tenho uma.
Ele me ignora e me apoia no capô. Tira seus óculos de sol. Quando o
guarda, ele pergunta: — Você sabe que você está dirigindo um veículo
roubado?
— Não é roubado.
— Oh?
Eu balanço minha cabeça, pronto para chorar. Jon não faria isso para
mim, ele não iria. — Jonathan Ferro me vendeu este carro uns dias atrás por
dez mil dólares. Eu não tive a chance de renovar a papelada ainda. Eu pensei
que tinha alguns dias?
O policial concorda. Ele vira o meu rosto para o capô e me revista. —
História legal. O carro vale muito mais do que isso. Se você vai mentir pelo
menos faz a história parecer convincente.
— É verdade! Jon me vendeu por dez mil. Pergunte a ele! Eu não estou
mentindo.
Eu sinto frio do metal prender meus pulsos quando as algemas
escorregam em torno dos meus braços. Eu começo a entrar em pânico. Meu
coração dispara muito rápido e o mundo se torna um borrão. Eu não posso
parar de falar, suplicando, e quando o policial me empurra na parte de trás de
seu carro, todos os terríveis eventos em detalhes vívidos se reproduzem em
minha mente.
Eu fecho meus olhos e tento desligá-los, mas as cores iluminam e os sons
de mais de uma década tocam alto em meus ouvidos, enquanto lágrimas caem
pelo meu rosto. O passado e o presente colidem juntos com tanta violência
que eu não posso suportar isso.
Minha mãe jura para mim antes de me enfiar no armário. Pequenas mãos
envolvem em torno de mim, e eu sei que o meu irmão mais novo, Anthony,
está apavorado. Ele cresceu e seus ossos eu sinto nitidamente sob minhas
palmas. Ele chora até que fica em silêncio, até que ele adormece, até que
minha mãe teve seu efeito das drogas e amantes. Eu a ouvi rir. Eu nunca
poderia fazê-la feliz assim. Ouvi os sons de sexo, até que algo muda. A festa
normal não é mais normal.
O policial que me tirou do armário tentou tirar o corpo sem vida do meu
irmão dos meus braços. Eu não entendi. Eu o protegia dela. Eu vigiei por
Anthony, mas depois de tudo que eu fiz, não foi o suficiente. Eles pensaram
que eu o matei em primeiro lugar. Eles me empurraram para o fundo do carro
e gritei para eles até que eu não podia chorar mais. Eu queria meu irmão, mas
eles disseram que ele estava morto.
Eu não acreditei neles.
Agora, eu tenho dificuldade em acreditar em alguém e este policial abriu
uma ferida que é tão profunda que me corta até o osso. Não, não foi o policial
- foi Jon.
Eu não posso evitar o tremor, mas eu não choro. Eles me ficham e fazem
perguntas que eu ouvi antes. A estrutura nunca muda em lugares como este.
As pessoas são as mesmas. O cheiro é idêntico. Eu olho fixamente, tentando
manter minha mente em uma única peça, mas eu sinto as rachaduras pouco a
pouco.
Quem vai salvar Maggie? Se eu me perder, quem estará lá para ela?
Ninguém. Acalme-se, Hallie.
Eu tenho direito a uma ligação, então que eu chamo a pessoa que eles
estão tentando me manter longe, o homem que está me chantageando por
sexo.
Quando ele atende o telefone, Bryan parece cansado. Eu não sei de que
outra forma dizer. Eu teria pensado que ele estava dormindo, mas há algo em
sua voz que me diz que não dorme há muito tempo. — Suffolk County PD.
Deixe-me adivinhar, é Jon ou Trystan?
— Não, — minha voz é tão baixa, tão tímida que mal faz um som.
Eu o ouvi mudar e Bryan soa mais alerta quando ele responde: — Hallie?
— Venha me pegar. Eu vou lhe dever. Qualquer coisa que você quiser,
basta vir me pegar. — Eu entrego o telefone de volta ao oficial na mesa e sou
levada de volta para a minha cela.
Capítulo 13
Estou sentada em frente a uma mulher que não consegue parar de chorar.
Ela fala sobre os tíquetes de estacionamento não pagos, sobre como ela vai
perder o emprego por causa disto e como ela não trabalhou o suficiente para
pagar os tíquetes. Depois começa a hiperventilar e menciona algo sobre
remédios. Essa é a única vez que o policial no exterior da cela olha para ela.
Eles a removem da nossa cela, dizendo que vai ter seus remédios.
Alguém entra e se senta ao meu lado. Seu rosto está machucado em um
lado.
— Olá.
Eu olho para ela e não digo nada. Meus braços estão cruzados sobre o
meu peito e estou encostada à parede, pensando em maneiras de castrar Jon
Ferro. Ele sabia sobre o meu passado e o que isto faria comigo.
A mulher não é mais que uma menina, deve de ter uns dezoito anos, com
grandes olhos redondos, mas ainda tem bochechas gordinhas, infantis. Pelo
seu rosto angular não parece ter mais de vinte e dois anos. O seu cabelo
escuro é longo e está em um rabo de cavalo bagunçado.
Ela suspira e descansa as costas contra a parede de cimento frio. — Você
passará a noite aqui? Eu espero que sim. Ele precisa de tempo para esfriar. A
única parte ruim é não ter o sabão bacteriano, mas o resto está bem. Além
disso, ele vai dar-me tempo. Eu não posso estar perto dele quando ele está
assim. Ele é geralmente é bom, mas em noites como está, eu acho melhor
ficar aqui. Eu não vou fazer a minha ligação. Ei, você parece familiar. — Ela
fala sem respirar e olha para mim o tempo todo.
— Nós nunca nos conhecemos, — é tudo o que eu digo.
Ela acena com a cabeça e continua, liberando uma onda de palavras.
Sentada, escuto sua vida, a sua história, não sinto nada, apenas piedade. Ela é
como Maggie e eu. Ela não tem ninguém que se preocupe com ela, ninguém
para ouvir a sua voz e em quem encontrar consolo através de seu toque.
Eu não sei quanto tempo estive lá, mas um tempo depois eles chamam o
meu nome, a jovem foi levada para um banho e passará a noite na cela.
Imagino o por que desejar uma cela em vez de ir para casa. Isso me faz querer
chorar, e não há porra nenhuma que eu possa fazer sobre isso. Eu não posso
nem tomar conta de mim.
A porta da cela desliza aberta e faz um som mais horrível. — Hallie
Raymond, recolha as suas coisas na recepção e vá para casa com o seu amigo
que pagou sua fiança. Se você estragar tudo, ele será o único que pagará por
isso, o melhor é se comportar.
Concordo com a cabeça e percorro o caminho para a recepção. Parece
que eu não prestei atenção por um tempo, mas o faço quando vejo Bryan.
Enquanto eu ando atrás dele eu observo a maneira como ele respira, o modo
como os seus ombros estão dobrados para frente como se ele estivesse sendo
vigiado ou com dor. Eu paro atrás dele e o assisto por um momento. Seus
quadris são estreitos, como sempre, ele não perdeu muito peso, mas seu
cabelo não brilha da maneira como ele costumava brilhar. Sua respiração é
superficial e curta, como se tivesse estado correndo. Uma sensação horrível
corre pela minha espinha quando eu olho para ele.
Naquele momento, Bryan sente os olhos sobre ele e vira. Ele tem aquele
sorriso brincalhão no rosto. — Se você queria usar algemas, eu tenho algumas.
Eu ficaria feliz... poff! — Eu bato nele com toda a força do meu corpo e o
seguro apertado.
Bryan fica chocado no início. Seus braços levam um tempo até fecharem-
se em torno de mim, e depois ele me segura. Eu sinto a sua voz, a agitação
quente de ar, quando ele sussurra em meu ouvido: — Vamos sair daqui. —
Ele me solta e eu aceno. Foi quando ele me disse a última coisa que eu queria
ouvir. — Há repórteres na frente.
— O quê? — O meu queixo cai em horror.
— Eu fiz arranjos para sair pela parte de trás, mas haverá alguém. Sempre
há. Todo mundo vai saber o que aconteceu pela manhã. — Bryan pega a
minha mão e me leva, seguindo um oficial, que nos conduz através de uma
sala com armários e na parte de trás da delegacia de polícia, para um Hummer
preto. Sou empurrada para dentro, mas não antes de um flash disparar e eu
olhei diretamente para a câmera.
Bryan empurra-o de volta, mas a foto já foi tirada. Ele sobe atrás de mim
e diz: — Dirija.
— Eu não sou a porra do seu motorista, Bryan. Diga por favor. — Um
cara da minha idade, com cabelo escuro que paira em seu rosto, está no
assento do motorista. Com óculos grandes demais para obscurecer os olhos.
— Foda-se, Trystan.
Trystan revira os olhos e se afasta com sua enorme, máquina
ambientalmente irresponsável, com o objetivo de atingir os repórteres da rua,
quando sai do estacionamento. — As pessoas seriam melhores para você, se
você fosse mais agradável para elas. Isso é tudo o que estou dizendo. —
Trystan é tranquilo, mas eu sinto seus olhos em mim. Quando eu olho para
cima, ele responde ao que eu estava pensando. — Jon não fez isso com você.
Aos poucos, meu queixo inclina-se para cima e os nossos olhos se
encontram no espelho retrovisor. — Jon Ferro é um homem morto. Ele sabe
o que isto me faria. Foi a pior coisa que ele poderia ter feito.
Bryan pega a minha mão e tece os nossos dedos juntos. — Não foi Jon.
Por favor, aguarde para matá-lo até amanhã.
— Eu poderia matá-lo agora. Bryan, eu cuidei de Campone e posso cuidar
de qualquer um que mexer com Maggie ou comigo. Eu não sou mais uma
criança. — Eu soluço e tremo quando o passado e o presente eclodem juntos
novamente. Meu irmão morreu de fome. Ele morreu em meus braços e eu era
muito boba e pequena para saber o que fazer. Eu digo que eu era apenas uma
criança, porque é mais fácil do que dizer às pessoas a minha história, mas os
Ferros sabem de tudo. Eles são como baratas que conseguem encontrar cada
mentira em cada canto escuro de sua alma. — Eu não vou ser dizimada por
Jon. Foda-se ele.
Trystan e Bryan trocam um olhar, mas ninguém diz nada. Bryan me puxa
em seus braços e me segura até pararmos em frente de um antigo motel.
Bruto é a melhor maneira de descrevê-lo. Aposto que eles alugam quartos por
hora. Trystan joga para Bryan a chave do quarto. — Fique aí até eu descobrir
o que aconteceu. Eu acho que já sei, embora os detalhes sejam vagos.
Eu balanço a minha cabeça: — Não, eu não posso. Maggie está de volta e
ela precisa de mim. E Neil...
Bryan suspira, passando as mãos pelos cabelos. Depois que ele fez isso, ele
balança a mão para o seu lado. — Maggie estará bem. E Neil é um idiota.
Além disso, ele sabe que eu a levei esta noite. Aparentemente, você disse a
Maggie que eu estava chantageando você, porque ela tentou me pregar seu
calcanhar na cabeça. — Isso me faz sorrir. — Oh, você acha que é engraçado?
— Bryan me agarra e se inclina para perto. Aqueles olhos verdes brilham por
um momento antes de embaçarem. — Vamos Raymond. Estou pensando em
usá-la até que você se esqueça de quem você é.
CONTINUA
Capítulo 10
Bryan pega o meu rosto em suas mãos.
— Se você não gostar, diga-me! — Eu aceno, lentamente, com as suas
mãos quentes ainda segurando o meu rosto.
Era como se alguém apertasse um interruptor. Os olhos de Bryan se
tornaram mais escuros, mais carnais. Ele libera o meu rosto e pressiona seu
corpo tonificado contra o meu. Empurrando as minhas costas contra a porta,
certifica-se de que eu possa sentir cada centímetro dele. Tira uma corrente
prateada com um plugue em cada extremidade e o prende nos meus mamilos.
Eu ofego quando ele os aperta. O peso das correntes faz com que eu morda
os meus lábios. Enquanto ele pressiona dentro de mim, as correntes vão se
mexendo e puxando suavemente à medida que ele desliza sobre o meu corpo.
Um pequeno suspiro escapa por entre os meus lábios. Bryan me olha, seus
olhos verdes fixos nos meus. Pega um dedo e o coloca entre os meus lábios
rosados, enquanto a outra mão desliza mais para baixo, passando pela minha
barriga e entre as minhas pernas. Eu ofego. Ele se move rapidamente, tocando
a minha protuberância sensível com o polegar, alisando o dedo sobre a carne
suave, e observando o meu rosto enquanto faz isso.
Meu queixo se ergue enquanto tento não gemer. Luto contra as sensações
que estão em erupção dentro de mim, as sensações que ele está trazendo à
tona. Seus dedos se movem sobre o meu clitóris, enquanto ele puxa a corrente
suavemente. Ele sente que estou ficando mais úmida e, em seguida, sem aviso,
sem uma mudança na expressão, empurra o dedo dentro de mim. Ele ainda
está, por um tempo, vendo meus olhos. Eu pisco devagar, sentindo-o ali, entre
as minhas pernas.
Bryan empurra o dedo mais forte, mais profundo enquanto me observa.
Sua respiração está sobre os meus lábios fazendo com que me sinta tonta.
Quando ele puxa o dedo, ergue-o para a minha boca. Delineando os meus
lábios, ele me observa, espalhando meu calor úmido, como batom. Eu pisco
lentamente, com meu coração disparado, e, excitada além da compreensão.
— Prove! — Ele ofega e empurra o dedo em minha boca. Eu passo a
minha língua contra o seu dedo, mas ele o segura lá e diz: — Chupa até que
saia do meu dedo, Hallie! — Eu hesitei, mas ele diz: — Faça isso! — Minha
língua envolve o dedo, sugando-o, saboreando o gosto. Seus olhos estão
queimando, observando-me.
Enquanto chupo o dedo, ele abaixa a outra mão entre as minhas pernas,
abrindo a minha pele escorregadia. Sensações explodem dentro de mim, mas
antes que eu possa saboreá-las, as sensações mudam. O membro duro de
Bryan entra dentro de mim, fazendo com que eu chupe o dedo mais forte
ainda. Ele puxa o dedo da minha boca, e envolve as mãos em volta da minha
cintura. Fica um pouco imóvel, por um momento, respirando rápido e forte.
Depois, puxa para fora lentamente e enfia novamente, fazendo com que eu
bata contra a porta. Meus joelhos tremem à medida que ele lentamente vai me
deixando mais louca. Eu quero mais. Quero que ele me maltrate e me deixe
tonta pela paixão. Que limpe o meu medo com a luxúria, apague a minha
memória por um momento, e tire toda a dor que tem me invadido.
Eu só quero senti-lo e nada mais. O mundo desaparece até que não sei
quanto tempo se passou. Meus braços doem enquanto ele me usa,
empurrando para dentro de mim sucessivas vezes. Minha cabeça pende para o
lado e, em seguida, levanta de volta. Eu ofego todas às vezes e os meus seios
tremem com a força de seu empurrão.
Algo se desdobra dentro de mim. Quero suas mãos em mim, fazendo
tudo ao mesmo tempo. Vertentes delicadas de paixão irrompem dentro de
mim, enviando arrepios pelas minhas coxas e seios. Todos os lugares que
desejo que ele toque fervem como uma corrente viva. Arqueando minhas
costas, eu pressiono meus quadris contra os dele, só para que batam
novamente.
Seus impulsos mudam para provocar, gentilmente empurrando e puxando
para fora. Ele é tão duro, tão perfeito. Quero colocar as minhas pernas ao
redor de seus quadris, mas não posso. As respirações irregulares me
consomem e o quarto está além de quente. Meu corpo está pingando de suor.
Inclinando a cabeça para trás, olho para o teto. É quando suas mãos
encontram os meus seios. Meus lábios formam um O, mas não digo nada. Ele
sente a maciez, a plenitude das minhas curvas enquanto empurra seu pênis
longo e duro em mim lentamente, torturando-me, sucessivamente.
Tomando meus mamilos entre os dedos, ele os torce suavemente e aperta
os grampos. Eu grito, empurrando os meus seios para ele, mas a porta me
detém. Ofegante, mal posso respirar.
Ele sorri, — Shhh! Nenhum som de você! Eu quero que isso entre nós!
Não estou entendendo. Então por que ele quis fazer aquela cena com Neil
e Maggie? Naquele momento, não me importo. Faço o que ele diz e mordo o
lábio para me manter em silêncio. Ele entra profundamente dentro de mim de
novo, e minha boca se abre. Eu engulo o som antes que ele ouça. O único
barulho é a lufada de ar saindo com força dos meus pulmões.
— Boa menina, — ele ronrona e retira antes de novamente empurrar,
desta vez mais profundamente. O tom de sua voz me faz derreter.
Antes que eu possa pensar noutra coisa, os dedos de Bryan apertam em
torno das correntes nos meus mamilos. Seus quadris se mantêm pressionados
rentes aos meus, seu comprimento perdido dentro de mim. Meu queixo cai, e
eu o vejo me observando, esperando que eu faça qualquer barulho. Meus
olhos se fixam nos seus, enquanto sensações ardentes circulam através do meu
corpo, construindo mais apertado e mais forte. Ele lentamente adiciona mais
pressão, provocando e puxando os meus mamilos mais e mais, fazendo com
que a pinça aperte mais ainda. O calor em meu estômago endurece através do
meu corpo. Eu movo os meus quadris e tento balançar contra ele, mas ele me
acalma.
— Não, não. Ainda não!
Eu suspiro! — Eu gosto de ser espancada!
— Sério? — Eu aceno. Sua mão vem com força na minha bunda. Ambas
as nádegas ardem. Ele faz isso enquanto ele ainda está dentro de mim, o que
me faz apertar mais em torno dele. Ele suspira e faz isso de novo, e de novo.
O impacto de suas mãos é tão bom. A ardência envia arrepios através de mim
em ondas que não acabam. Elas navegam pelo meu estômago e se espalham
por todo o meu corpo. Todos os deliciosos formigamentos me atravessam,
fazendo com que eu deslize a minha língua sobre os dentes. Faço isso sem
pensar. É uma reação a ele, ao que está fazendo comigo.
Sem aviso, Bryan puxa para fora. Isso me deixa louca. Meus quadris
sacodem, mas não posso alcançá-lo. O cinto corta os meus pulsos enquanto
me esforço contra as limitações que me foram impostas. Ofego, observando-o
enquanto ele se move para longe de mim. O desejo arde pelo meu corpo. Não
consigo me controlar. Puxando os meus pulsos mais forte ainda, tento
libertar-me do cinto de novo, mas não consigo. Só fica mais apertado.
Ele sorri, assistindo-me lutar, até que eu paro e olho para ele. A expressão
em seu rosto, a intensidade de seus olhos, fazem com que meu estômago se
contorça. Minha respiração fica presa na minha garganta enquanto Bryan
passa perto o suficiente para me tocar, mas ele não toca. Estou ofegante.
Meus olhos estão implorando para que ele faça algo, para que me faça gozar,
deixar-me fode-lo... Qualquer coisa.
— Diga-me o que você deseja, Hallie! Implore-me por isso! — Ele
sussurra palavras ao lado do meu ouvido. A reação dentro de mim é rápida e
violenta. Seu hálito quente faz meu clitóris pulsar e parecer que vou morrer se
ele não me tocar, se ele não terminar o que começou. Ele está tão perto, quase
me tocando, mas não desliza os dedos pela minha cintura. Ele não toca o meu
peito e não provoca os meus mamilos. Isso me faz desejá-lo ainda mais. Eu
me sinto como um animal acorrentado, incapaz de pensar. — Responda-me
linda mulher! — Ele ordena e eu sinto a batida da sua mão na minha bunda.
Meu corpo está tão bem enrolado que o tapa me faz gemer. Eu não
esperava isso, mas antes que pudesse controlar os meu gemido, ele escapa dos
meus lábios. Eu ofego, chocada por não ter sido capaz de abafar o ruído ou
pará-lo a tempo. A mão de Bryan voa uma segunda vez, com mais força. Ele
observa meu rosto enquanto eu estremeço debaixo da sua mão. O tapa é
rápido, e eu sei que vou ter um problema para andar depois, mas não me
importo. Eu grito, dizendo o seu nome, empurrando os meus seios contra ele.
Um olhar perverso torce seus lábios em um sorriso sexy. — Responda-
me! — Sua voz soa como um grunhido e quando não consigo fazer nada,
senão ofegar incontrolavelmente, sua mão me atinge pela terceira vez. Mas ele
não me libera. Em vez disso, ele pega a minha bochecha na mão e aperta. A
ardência se intensifica pela forma como ele me agarra. O belo corpo de Bryan
está coberto por um brilho fino de suor, enquanto me trata grosseiramente.
— Diga-me o que você deseja!
Minha voz é um suspiro. O desejo correndo desenfreadamente. — Eu
quero suas mãos sobre mim, em mim! Eu quero que você me foda sem
sentido. Foda-me, Bryan!
— Implore por isso, Hallie! Implore mais alto! — Seu punho aperta a
minha bunda fazendo com que o meu corpo pressione contra o seu. Gotas de
suor rolam pela minha espinha.
Minha voz treme enquanto imploro, sem capacidade de manter qualquer
traço de comedimento.
— Por favor, Bryan... Por favor! Foda-me! Foda a minha buceta! Encha-
me com o seu gozo. Por favor, baby! Por favor... — Eu continuo a lhe pedir,
enquanto suas mãos deslizam sobre os meus quadris e para baixo entre as
minhas pernas. Quando ele toca o meu clitóris, eu gemo. Bryan inclina sua
cabeça para trás, olhando para mim. — Foda-me, baby! Por favor! — Meus
quadris se remexem contra a sua mão. Em resposta, ele aperta os dedos no
meu clitóris. Eu grito: — Foda-me! Por favor! Bryan! Eu preciso de você! Por
favor!
Quando eu digo o nome dele, ele quebra. Antes de saber o que está
acontecendo, suas mãos estão segurando os meus pulsos sobre a minha
cabeça enquanto ele bate seu membro rígido dentro de mim sucessivamente.
Ele empurra mais e mais profundamente a cada vez, com as mãos deslizando
pelos meus braços. Batendo-se cada vez mais duro contra mim, ele assiste
meus seios balançando e saltando até que ele toma ambos em suas mãos e
aperta os meus mamilos duramente. Eu berro, mas isso só faz com que ele
aperte com mais força, até que a corrente cai. Cai aos meus pés e ele a deixa
lá.
Bryan se move, empurrando para dentro de mim fodendo-me cada vez
mais rápido. O calor entre as minhas pernas percorre todo o meu corpo.
Parece que não posso ser dominada. Não há o suficiente dele para me
satisfazer, nunca. Quando seus dedos apertam mais duramente contra os meus
mamilos doloridos, meus olhos se arregalam. Ele me olha nos olhos enquanto
ele empurra para dentro de mim uma vez... forte. Minhas costas batem contra
a porta e ele me segura lá, observando-me. Seus lábios entreabertos, ele
respira sem dizer nada. Suas mãos suavemente empurram os cabelos para
longe dos meus olhos. Ele acalma por um momento e não posso suportar
isso. Seu pau está em mim, mas não importa o quanto eu me mexa, não posso
fazer com que ele me foda.
Com todo o peso do seu corpo, ele me achata contra a porta. Seus olhos
ardem com o desejo, sua testa está pingando de suor.
— Goze para mim, baby! — Ele respira e mete em mim rápido e
furiosamente. Ele não para quando eu grito. Ele continua metendo contra
mim até que meu corpo não pode ficar mais retesado.
Cada vez que ele afunda em mim eu me sinto mais excitada. Eu não posso
respirar, mas não quero que ele pare. Seu corpo me esmaga, enquanto me
monta, balançando contra mim furiosamente. Eu gemo, e posso dizer o quão
forte ele está empurrando e o quanto vou estar machucada depois, mas não
me importo. No momento, isso é muito bom. Minha pele formiga e está
pingando de suor. Meus seios saltam mais e mais para cima com cada batida
de seu corpo contra o meu. E sem outro pensamento, eu gozo. Meu grito sai
rasgado através da minha garganta. Não posso gozar silenciosamente, não
quando ele faz assim. Bryan me bate mais forte enquanto as deliciosas
sensações giram, fazendo com que todo o meu corpo entre em erupção. Eu o
sinto meter contra mim duro e profundamente, e ele goza alguns segundos
após.
Esgotada, pendurada e estremecendo contra a porta, estou pronta para
cair no chão. Bryan se afasta e me olha. Com os lábios entreabertos, ele só
olha para mim por um momento antes de desatar o cinto. Quando as minhas
mãos caem ao meu lado, meus braços queimam. Bryan me toma em seus
braços e me leva para a cama. Ele me senta na frente dele e esfrega os
músculos doloridos em meus braços e ombros. Minha cabeça se inclina para o
lado enquanto ele faz isso. Cada centímetro meu está formigando. Não quero
que esse momento termine, mas Bryan para.
Viro-me e olho para ele. Ele está brilhando, coberto por uma fina camada
de suor que cheira tão bem. Eu quero lambê-lo, mas apenas aceno. Ele vira
seus olhos esmeraldas para longe e diz:
— Eu acho que eu deveria ir.
— Você vai embora? — De repente, eu me sinto muito nua. Puxo a
coberta da cama e a enrolo em volta dos meus ombros.
— Sim, a menos que você queira que eu fique e diga a Neil tudo sobre
como eu acabei com a raça da sua noiva. — Ele me olha por um segundo. Sua
testa está coberta de suor e seu rosto está brilhando. — O que há de errado?
— Ele sempre pôde me ler tão bem. Eu quero dizer a ele sobre Victor, mas
não posso.
Eu digo outra coisa.
— Neil fez a proposta e eu disse sim. — Eu ergo o meu anel.
— Sim, eu vi isso. Você realmente aceitou? — Bryan se senta ao meu lado.
— Na verdade não. Ele aceitou por mim. — Nós dois ficamos em silêncio
por algum tempo.
Bryan se veste e diz:
— Eu voltarei para ter você do meu jeito de novo em breve. Da próxima
vez é melhor que o idiota do seu noivo tenha você pronta para mim. E eu
quero que você use isso quando estiver comigo e só comigo. — Ele levanta a
corrente do chão e a joga para mim.
A porta do quarto se abre e Neil está lívido. Ele olha para mim e depois
para Bryan:
— Você acha que isso é engraçado?
— Não, acho que ela precisa de algo que você não pode dar a ela. Estou
dando a você uma única chance de quebrar seu compromisso e foder a sua
noiva. Mas você tem que fazer isso como um animal. Satisfaça-a!
O rosto de Neil contorce desgostoso.
— Eu a satisfaço sem esse comportamento bárbaro. Fazer amor não
precisa de mordaças, amarras ou oprimir mulheres de forma nenhuma. Tenho
certeza de que Hallie só aceitou isso pela equipe, seu pedaço de merda
demente!
Essa foi a coisa mais cruel que já ouvi Neil dizendo e eu quero rir, porque
é pateticamente fraco. O homem que estava me usando, ofereceu para quebrar
o acordo se Neil prometer me pegar e fazer sexo animalesco comigo. O
homem deveria ter dito que sim, mas ele, pela sua moral, disse que não. Estou
cansada demais para pensar no que isso significa. O que aconteceu aqui?
— Ela vai tomar mais do que uma foda pela equipe. — Bryan pisca um
dos olhos. — Vejo você amanhã, escrava sexual! Trarei um colar para você e
vai usá-lo. — Bryan aperta a mão de Neil. — Você é um homem inteligente.
O que são alguns meses de infidelidade comparados com uma vida de
riquezas, certo?
Neil aperta a sua mandíbula.
— Então você planeja que isso continue por alguns meses?
— Provavelmente não por muito tempo. Eu fico entediado fodendo a
mesma mulher todo dia. Não se preocupe Neil! Ela é sua sujeira, não a minha.
— Com isso, Bryan vira as costas e sai.
— Neil, — estou pronta para explodir em lágrimas. O julgamento está
espalhado em seu rosto.
— Hallie, isso não é natural. Você não é um animal selvagem! Será que ele
conseguiu instigá-la para que você fingisse o que você não é?
Eu dou de ombros. Não quero falar sobre isso.
— Não tenho ideia.
— Eu deverei deixá-lo foder e espancar você na minha cama, sempre que
ele quiser?
Eu olho fixamente para frente.
— Até que ele se canse de mim, sim. Lide com isso! Você foi quem me
disse para fazer isso. — Eu destaco a última frase. — E ele lhe deu uma saída.
Você não aceitou. — Eu fico olhando para ele, e puxo a coberta mais forte em
volta dos meus ombros.
Neil revira os olhos.
— Eu pensei que fosse apenas uma noite.
— Eu também. Estávamos errados sobre uma porção de coisas.
Capítulo 11
Eu deveria me sentir envergonhada, mas não sinto. No dia seguinte, me
sento com Maggie no sofá enquanto Neil está fora. Ela tem estado muito
tranquila desde que a busquei em seu antigo apartamento. Maggie olha para o
espaço, e eu sei que a memória está se defrontando com o novo e joga uma e
outra vez em sua mente.
— Você quer falar sobre isso? — Eu pergunto, já sabendo a resposta.
Ela inspira e balança a cabeça, antes de oferecer-me um sorriso forçado.
— Não há nada a dizer. A mesma velha merda. Nada mudou, mas dói mais
agora. — Ela sorri como se algo fosse engraçado. — Eu pensava que doía
mais quando eu era criança. Acho que não.
— O que ele fez?
— A mesma coisa de sempre. Victor gosta de possuir coisas. — Ela muda
em seu assento e, em seguida, levanta, colocando distância entre nós. — Era
para eu arranjar-lhe uma garota. Ele tem um tipo, quadris redondos, cabelos
escuros e pele pálida, como Nicole Kidman, mas morena. Assim, a cada
semana, eu levava alguém. Elas ganham algumas centenas de dólares, e ele faz
o que faz. Na semana que eu não conseguia encontrar ninguém, eu a
substituía, mas desta vez... — Ela para de falar e balança a cabeça. — Eu não
deveria ter ido. Geralmente é apenas sexo violento. Ele dá um tapa e me
arranha. Vou para casa e é isso. Mas desta vez... — Ela balança a cabeça e olha
por cima do ombro para mim. — Eu não quero falar sobre isso. Eu tentei
fugir e, em seguida, desisti quando ele disse o que ele faria comigo, e depois
com você. Ele me deu uns tapas por um tempo, me levando do jeito que ele
quis, e então eu ouvi a sua voz e eu estava morrendo de medo que ele fosse
levá-la também. Sinto muito, Hallie.
— Não é culpa sua. — Eu me sinto horrível por deixar sua vida
desmoronar assim. Nós deveríamos estar lá uma para a outra. — Eu deveria
ter chegado mais cedo. Eu teria... Eu gostaria de poder ter tudo de volta.
Maggie sorri tristemente e envolve os braços em torno de si. — Sim, eu
também. E agora? Sem ofensa, mas eu não suporto Neil.
Concordo com a cabeça. — Eu estava pensando que deveria ter um lugar
só meu antes do casamento. Vai ser eu e você.
O olhar de Maggie desvanece no chão. — Você vai se casar com ele,
sério? — Eu aceno e lhe dou um olhar para que não me pressione agora. Ela
acrescenta: — Eu adoraria, mas você sabe que eu não posso me dar ao luxo.
— Sim, você pode. Eu tenho parte do meu pagamento antecipado.
Podemos ir a procura de uma casa sempre que quiser, oh, e esta parte não é
opcional, você trabalha para mim agora. Eu vou precisar de uma assistente
pessoal para me dizer o que fazer, você sabe, alguém um pouco mandona.
Maggie ri e me empurra, e depois bate as mãos sobre a boca, e repete a
ação. — De jeito nenhum!
— Isso. — É tão bom ver uma explosão de felicidade em seus olhos,
mesmo por um breve momento. Mas assim que ela pisca, ela se foi, perdeu-se
nas profundezas da agonia que enchem sua alma.
Um dia ela vai parar de lutar. Um dia ela vai ceder, desistir.
Ela já teria desistido se eu não tivesse aparecido. Algumas pessoas a
levaram direto para o inferno. É irônico, porque eu tenho sangue em minhas
mãos e não me sinto como se estivesse infeliz. É mais, como eu se estou
puxando Maggie, da vida tortuosa ela conhece, e esconde com esse sorriso.
Não me arrependo de minhas ações. O pensamento faz minha pele
formigar. Na parte profunda da minha mente, eu me pergunto que tipo de
pessoa que sou, mas arrumo minha coluna e me levanto. Isso me faz ser quem
eu sou e não há nada mais a se considerar. Eu fiz o que tinha que fazer. Eu
não teria tocado em Victor se ele a deixasse em paz, se ele não tivesse
ameaçado vir atrás de nós, mas ele ameaçou. Eu vi o medo nos olhos de
Maggie é a verdade. Se Victor Campone tivesse vivido, teríamos morrido.
— Está com fome? — Eu pergunto me dirigindo à geladeira.
— Sim, um pouco. — Maggie está sentada com os pés enrolados em sua
bunda e olhando para as mãos desde que eu a peguei no apartamento do
Victor. Ela raramente faz contato visual. Acho que a luta a nocauteou. Ele
aparece em surtos, mas é como um carro que está ficando sem gasolina. Estou
muito preocupada com ela. Depois de tudo que ela passou...
Isso não pode desfazê-la. Não pode.
Porque é minha culpa desta vez.
Todas as outras vezes, a Maggie revidou. Ela nunca desistiu, nunca cedeu,
e agora a minha melhor amiga está caída no sofá, coberta de hematomas e
cortes, com os olhos que se assemelham a buracos-negros que sugam tudo,
mas não vejo nada ali. Eles não sentem nada, não mais.
Eu sorrio e digo algo estúpido, tentando fazê-la rir, mas nem sequer
obtenho um sorriso de piedade. Depois de abrir a porta da geladeira, eu gemo
em voz alta. Neil está trabalhando hoje e não conseguiu ir às compras.
Maggie pergunta: — O que ele fez?
— Ele pegou todas as sobras da festa e levou para o trabalho. Eu pensei
que era bom porque ele deveria ir às compras, mas não o fez. — Estou
inclinada na geladeira vazia olhando para uma caixa de leite vencido e um
frasco de picles. Não vou comer isso. Eu bato a geladeira e acrescento: — Eu
dar rápida saída. Será que comida chinesa vai bem?
Maggie geralmente protesta e se oferece para pagar as coisas, mas hoje,
apenas balança a cabeça. — Ótimo! — Eu digo, parecendo alegre. Ela irá
voltar. Ela vai. Se eu continuar dizendo a mim mesmo vai acontecer, certo?
De repente, eu percebo que ela não recuperou-se, matar Victor não era uma
vingança suficiente, até mesmo pelo o que ele fez com Maggie.
Capítulo 12
Pego minhas chaves e ligo o motor. O carro vermelho ronrona quando o
tiro da garagem e digito o CEP do local que irei. Quando estou prestes a
desviar para o estacionamento, um policial segue atrás de mim, com as luzes
vermelhas piscando. Eu não estava em alta velocidade. Droga. Deve ser
verdade que os carros vermelhos são parados mais do que qualquer outra cor.
Eu encosto e levo o carro para o acostamento, tomando o cuidado de
manter as mãos no volante. Papai me disse para nunca ir para a minha bolsa
ou porta-luvas até que o policial esteja de pé ao lado do carro. O cara tem que
ver as minhas mãos ou ele pode atirar em mim, bem não é exatamente do jeito
que meu pai disse isso, mas é o que ele quis dizer.
Eu aperto o botão na janela, assim como o policial se aproxima. Ele está
usando o uniforme escuro que me dá vontade de sair correndo e gritando
para o meu quarto e me esconder debaixo da minha cama.
Ele não é esse cara. Pare com isso, Hallie, xingo-me, mas isso não ajuda.
Até agora, minhas mãos estão tremendo.
— A licença e registro, por favor. — O cara tem trinta e tantos anos, e um
tipo de visual assustador. Por assustador, eu quero dizer que parece que ele
poderia tomar o meu pequeno corpo e dobrá-lo estilo acordeão e enfiá-lo em
seu tronco. O cara é massa muscular pura e ele parece chateado. Eu não posso
imaginar o que eu fiz.
Eu me aproximo do porta-luvas para retirar os papéis mencionados, mas
tudo que eu encontro é o manual sobre o carro e o último aviso de mudança
de óleo. Sem documentos. Sem registro. O meu coração dá uma guinada.
Foda-se. Eu começo a pensar que Jon brincou comigo, mas mesmo ele, não
seria tão baixo. E o policial não me pediu para sair do carro ou qualquer coisa.
Minha lanterna traseira está queimada ou algo assim, isso é tudo. Isso não é
nada.
Eu vasculho minha bolsa e tiro a minha pequena carteira. Meu rosto fica
pálido quando vejo o espaço vazio onde minha carteira de motorista deveria
estar. Olho para o policial e digo baixinho: — Ela se foi.
— Você não tem uma licença ou registro desse veículo? — Ele diz algo
em seu ombro depois de ouvir um zumbido em seu fone de ouvido. — Saia
do carro, minha senhora.
Estou tremendo agora. — Eu não fiz nada de errado. Alguém pegou a
minha licença. Eu tenho uma.
Ele me ignora e me apoia no capô. Tira seus óculos de sol. Quando o
guarda, ele pergunta: — Você sabe que você está dirigindo um veículo
roubado?
— Não é roubado.
— Oh?
Eu balanço minha cabeça, pronto para chorar. Jon não faria isso para
mim, ele não iria. — Jonathan Ferro me vendeu este carro uns dias atrás por
dez mil dólares. Eu não tive a chance de renovar a papelada ainda. Eu pensei
que tinha alguns dias?
O policial concorda. Ele vira o meu rosto para o capô e me revista. —
História legal. O carro vale muito mais do que isso. Se você vai mentir pelo
menos faz a história parecer convincente.
— É verdade! Jon me vendeu por dez mil. Pergunte a ele! Eu não estou
mentindo.
Eu sinto frio do metal prender meus pulsos quando as algemas
escorregam em torno dos meus braços. Eu começo a entrar em pânico. Meu
coração dispara muito rápido e o mundo se torna um borrão. Eu não posso
parar de falar, suplicando, e quando o policial me empurra na parte de trás de
seu carro, todos os terríveis eventos em detalhes vívidos se reproduzem em
minha mente.
Eu fecho meus olhos e tento desligá-los, mas as cores iluminam e os sons
de mais de uma década tocam alto em meus ouvidos, enquanto lágrimas caem
pelo meu rosto. O passado e o presente colidem juntos com tanta violência
que eu não posso suportar isso.
Minha mãe jura para mim antes de me enfiar no armário. Pequenas mãos
envolvem em torno de mim, e eu sei que o meu irmão mais novo, Anthony,
está apavorado. Ele cresceu e seus ossos eu sinto nitidamente sob minhas
palmas. Ele chora até que fica em silêncio, até que ele adormece, até que
minha mãe teve seu efeito das drogas e amantes. Eu a ouvi rir. Eu nunca
poderia fazê-la feliz assim. Ouvi os sons de sexo, até que algo muda. A festa
normal não é mais normal.
O policial que me tirou do armário tentou tirar o corpo sem vida do meu
irmão dos meus braços. Eu não entendi. Eu o protegia dela. Eu vigiei por
Anthony, mas depois de tudo que eu fiz, não foi o suficiente. Eles pensaram
que eu o matei em primeiro lugar. Eles me empurraram para o fundo do carro
e gritei para eles até que eu não podia chorar mais. Eu queria meu irmão, mas
eles disseram que ele estava morto.
Eu não acreditei neles.
Agora, eu tenho dificuldade em acreditar em alguém e este policial abriu
uma ferida que é tão profunda que me corta até o osso. Não, não foi o policial
- foi Jon.
Eu não posso evitar o tremor, mas eu não choro. Eles me ficham e fazem
perguntas que eu ouvi antes. A estrutura nunca muda em lugares como este.
As pessoas são as mesmas. O cheiro é idêntico. Eu olho fixamente, tentando
manter minha mente em uma única peça, mas eu sinto as rachaduras pouco a
pouco.
Quem vai salvar Maggie? Se eu me perder, quem estará lá para ela?
Ninguém. Acalme-se, Hallie.
Eu tenho direito a uma ligação, então que eu chamo a pessoa que eles
estão tentando me manter longe, o homem que está me chantageando por
sexo.
Quando ele atende o telefone, Bryan parece cansado. Eu não sei de que
outra forma dizer. Eu teria pensado que ele estava dormindo, mas há algo em
sua voz que me diz que não dorme há muito tempo. — Suffolk County PD.
Deixe-me adivinhar, é Jon ou Trystan?
— Não, — minha voz é tão baixa, tão tímida que mal faz um som.
Eu o ouvi mudar e Bryan soa mais alerta quando ele responde: — Hallie?
— Venha me pegar. Eu vou lhe dever. Qualquer coisa que você quiser,
basta vir me pegar. — Eu entrego o telefone de volta ao oficial na mesa e sou
levada de volta para a minha cela.
Capítulo 13
Estou sentada em frente a uma mulher que não consegue parar de chorar.
Ela fala sobre os tíquetes de estacionamento não pagos, sobre como ela vai
perder o emprego por causa disto e como ela não trabalhou o suficiente para
pagar os tíquetes. Depois começa a hiperventilar e menciona algo sobre
remédios. Essa é a única vez que o policial no exterior da cela olha para ela.
Eles a removem da nossa cela, dizendo que vai ter seus remédios.
Alguém entra e se senta ao meu lado. Seu rosto está machucado em um
lado.
— Olá.
Eu olho para ela e não digo nada. Meus braços estão cruzados sobre o
meu peito e estou encostada à parede, pensando em maneiras de castrar Jon
Ferro. Ele sabia sobre o meu passado e o que isto faria comigo.
A mulher não é mais que uma menina, deve de ter uns dezoito anos, com
grandes olhos redondos, mas ainda tem bochechas gordinhas, infantis. Pelo
seu rosto angular não parece ter mais de vinte e dois anos. O seu cabelo
escuro é longo e está em um rabo de cavalo bagunçado.
Ela suspira e descansa as costas contra a parede de cimento frio. — Você
passará a noite aqui? Eu espero que sim. Ele precisa de tempo para esfriar. A
única parte ruim é não ter o sabão bacteriano, mas o resto está bem. Além
disso, ele vai dar-me tempo. Eu não posso estar perto dele quando ele está
assim. Ele é geralmente é bom, mas em noites como está, eu acho melhor
ficar aqui. Eu não vou fazer a minha ligação. Ei, você parece familiar. — Ela
fala sem respirar e olha para mim o tempo todo.
— Nós nunca nos conhecemos, — é tudo o que eu digo.
Ela acena com a cabeça e continua, liberando uma onda de palavras.
Sentada, escuto sua vida, a sua história, não sinto nada, apenas piedade. Ela é
como Maggie e eu. Ela não tem ninguém que se preocupe com ela, ninguém
para ouvir a sua voz e em quem encontrar consolo através de seu toque.
Eu não sei quanto tempo estive lá, mas um tempo depois eles chamam o
meu nome, a jovem foi levada para um banho e passará a noite na cela.
Imagino o por que desejar uma cela em vez de ir para casa. Isso me faz querer
chorar, e não há porra nenhuma que eu possa fazer sobre isso. Eu não posso
nem tomar conta de mim.
A porta da cela desliza aberta e faz um som mais horrível. — Hallie
Raymond, recolha as suas coisas na recepção e vá para casa com o seu amigo
que pagou sua fiança. Se você estragar tudo, ele será o único que pagará por
isso, o melhor é se comportar.
Concordo com a cabeça e percorro o caminho para a recepção. Parece
que eu não prestei atenção por um tempo, mas o faço quando vejo Bryan.
Enquanto eu ando atrás dele eu observo a maneira como ele respira, o modo
como os seus ombros estão dobrados para frente como se ele estivesse sendo
vigiado ou com dor. Eu paro atrás dele e o assisto por um momento. Seus
quadris são estreitos, como sempre, ele não perdeu muito peso, mas seu
cabelo não brilha da maneira como ele costumava brilhar. Sua respiração é
superficial e curta, como se tivesse estado correndo. Uma sensação horrível
corre pela minha espinha quando eu olho para ele.
Naquele momento, Bryan sente os olhos sobre ele e vira. Ele tem aquele
sorriso brincalhão no rosto. — Se você queria usar algemas, eu tenho algumas.
Eu ficaria feliz... poff! — Eu bato nele com toda a força do meu corpo e o
seguro apertado.
Bryan fica chocado no início. Seus braços levam um tempo até fecharem-
se em torno de mim, e depois ele me segura. Eu sinto a sua voz, a agitação
quente de ar, quando ele sussurra em meu ouvido: — Vamos sair daqui. —
Ele me solta e eu aceno. Foi quando ele me disse a última coisa que eu queria
ouvir. — Há repórteres na frente.
— O quê? — O meu queixo cai em horror.
— Eu fiz arranjos para sair pela parte de trás, mas haverá alguém. Sempre
há. Todo mundo vai saber o que aconteceu pela manhã. — Bryan pega a
minha mão e me leva, seguindo um oficial, que nos conduz através de uma
sala com armários e na parte de trás da delegacia de polícia, para um Hummer
preto. Sou empurrada para dentro, mas não antes de um flash disparar e eu
olhei diretamente para a câmera.
Bryan empurra-o de volta, mas a foto já foi tirada. Ele sobe atrás de mim
e diz: — Dirija.
— Eu não sou a porra do seu motorista, Bryan. Diga por favor. — Um
cara da minha idade, com cabelo escuro que paira em seu rosto, está no
assento do motorista. Com óculos grandes demais para obscurecer os olhos.
— Foda-se, Trystan.
Trystan revira os olhos e se afasta com sua enorme, máquina
ambientalmente irresponsável, com o objetivo de atingir os repórteres da rua,
quando sai do estacionamento. — As pessoas seriam melhores para você, se
você fosse mais agradável para elas. Isso é tudo o que estou dizendo. —
Trystan é tranquilo, mas eu sinto seus olhos em mim. Quando eu olho para
cima, ele responde ao que eu estava pensando. — Jon não fez isso com você.
Aos poucos, meu queixo inclina-se para cima e os nossos olhos se
encontram no espelho retrovisor. — Jon Ferro é um homem morto. Ele sabe
o que isto me faria. Foi a pior coisa que ele poderia ter feito.
Bryan pega a minha mão e tece os nossos dedos juntos. — Não foi Jon.
Por favor, aguarde para matá-lo até amanhã.
— Eu poderia matá-lo agora. Bryan, eu cuidei de Campone e posso cuidar
de qualquer um que mexer com Maggie ou comigo. Eu não sou mais uma
criança. — Eu soluço e tremo quando o passado e o presente eclodem juntos
novamente. Meu irmão morreu de fome. Ele morreu em meus braços e eu era
muito boba e pequena para saber o que fazer. Eu digo que eu era apenas uma
criança, porque é mais fácil do que dizer às pessoas a minha história, mas os
Ferros sabem de tudo. Eles são como baratas que conseguem encontrar cada
mentira em cada canto escuro de sua alma. — Eu não vou ser dizimada por
Jon. Foda-se ele.
Trystan e Bryan trocam um olhar, mas ninguém diz nada. Bryan me puxa
em seus braços e me segura até pararmos em frente de um antigo motel.
Bruto é a melhor maneira de descrevê-lo. Aposto que eles alugam quartos por
hora. Trystan joga para Bryan a chave do quarto. — Fique aí até eu descobrir
o que aconteceu. Eu acho que já sei, embora os detalhes sejam vagos.
Eu balanço a minha cabeça: — Não, eu não posso. Maggie está de volta e
ela precisa de mim. E Neil...
Bryan suspira, passando as mãos pelos cabelos. Depois que ele fez isso, ele
balança a mão para o seu lado. — Maggie estará bem. E Neil é um idiota.
Além disso, ele sabe que eu a levei esta noite. Aparentemente, você disse a
Maggie que eu estava chantageando você, porque ela tentou me pregar seu
calcanhar na cabeça. — Isso me faz sorrir. — Oh, você acha que é engraçado?
— Bryan me agarra e se inclina para perto. Aqueles olhos verdes brilham por
um momento antes de embaçarem. — Vamos Raymond. Estou pensando em
usá-la até que você se esqueça de quem você é.
CONTINUA
Capítulo 10
Bryan pega o meu rosto em suas mãos.
— Se você não gostar, diga-me! — Eu aceno, lentamente, com as suas
mãos quentes ainda segurando o meu rosto.
Era como se alguém apertasse um interruptor. Os olhos de Bryan se
tornaram mais escuros, mais carnais. Ele libera o meu rosto e pressiona seu
corpo tonificado contra o meu. Empurrando as minhas costas contra a porta,
certifica-se de que eu possa sentir cada centímetro dele. Tira uma corrente
prateada com um plugue em cada extremidade e o prende nos meus mamilos.
Eu ofego quando ele os aperta. O peso das correntes faz com que eu morda
os meus lábios. Enquanto ele pressiona dentro de mim, as correntes vão se
mexendo e puxando suavemente à medida que ele desliza sobre o meu corpo.
Um pequeno suspiro escapa por entre os meus lábios. Bryan me olha, seus
olhos verdes fixos nos meus. Pega um dedo e o coloca entre os meus lábios
rosados, enquanto a outra mão desliza mais para baixo, passando pela minha
barriga e entre as minhas pernas. Eu ofego. Ele se move rapidamente, tocando
a minha protuberância sensível com o polegar, alisando o dedo sobre a carne
suave, e observando o meu rosto enquanto faz isso.
Meu queixo se ergue enquanto tento não gemer. Luto contra as sensações
que estão em erupção dentro de mim, as sensações que ele está trazendo à
tona. Seus dedos se movem sobre o meu clitóris, enquanto ele puxa a corrente
suavemente. Ele sente que estou ficando mais úmida e, em seguida, sem aviso,
sem uma mudança na expressão, empurra o dedo dentro de mim. Ele ainda
está, por um tempo, vendo meus olhos. Eu pisco devagar, sentindo-o ali, entre
as minhas pernas.
Bryan empurra o dedo mais forte, mais profundo enquanto me observa.
Sua respiração está sobre os meus lábios fazendo com que me sinta tonta.
Quando ele puxa o dedo, ergue-o para a minha boca. Delineando os meus
lábios, ele me observa, espalhando meu calor úmido, como batom. Eu pisco
lentamente, com meu coração disparado, e, excitada além da compreensão.
— Prove! — Ele ofega e empurra o dedo em minha boca. Eu passo a
minha língua contra o seu dedo, mas ele o segura lá e diz: — Chupa até que
saia do meu dedo, Hallie! — Eu hesitei, mas ele diz: — Faça isso! — Minha
língua envolve o dedo, sugando-o, saboreando o gosto. Seus olhos estão
queimando, observando-me.
Enquanto chupo o dedo, ele abaixa a outra mão entre as minhas pernas,
abrindo a minha pele escorregadia. Sensações explodem dentro de mim, mas
antes que eu possa saboreá-las, as sensações mudam. O membro duro de
Bryan entra dentro de mim, fazendo com que eu chupe o dedo mais forte
ainda. Ele puxa o dedo da minha boca, e envolve as mãos em volta da minha
cintura. Fica um pouco imóvel, por um momento, respirando rápido e forte.
Depois, puxa para fora lentamente e enfia novamente, fazendo com que eu
bata contra a porta. Meus joelhos tremem à medida que ele lentamente vai me
deixando mais louca. Eu quero mais. Quero que ele me maltrate e me deixe
tonta pela paixão. Que limpe o meu medo com a luxúria, apague a minha
memória por um momento, e tire toda a dor que tem me invadido.
Eu só quero senti-lo e nada mais. O mundo desaparece até que não sei
quanto tempo se passou. Meus braços doem enquanto ele me usa,
empurrando para dentro de mim sucessivas vezes. Minha cabeça pende para o
lado e, em seguida, levanta de volta. Eu ofego todas às vezes e os meus seios
tremem com a força de seu empurrão.
Algo se desdobra dentro de mim. Quero suas mãos em mim, fazendo
tudo ao mesmo tempo. Vertentes delicadas de paixão irrompem dentro de
mim, enviando arrepios pelas minhas coxas e seios. Todos os lugares que
desejo que ele toque fervem como uma corrente viva. Arqueando minhas
costas, eu pressiono meus quadris contra os dele, só para que batam
novamente.
Seus impulsos mudam para provocar, gentilmente empurrando e puxando
para fora. Ele é tão duro, tão perfeito. Quero colocar as minhas pernas ao
redor de seus quadris, mas não posso. As respirações irregulares me
consomem e o quarto está além de quente. Meu corpo está pingando de suor.
Inclinando a cabeça para trás, olho para o teto. É quando suas mãos
encontram os meus seios. Meus lábios formam um O, mas não digo nada. Ele
sente a maciez, a plenitude das minhas curvas enquanto empurra seu pênis
longo e duro em mim lentamente, torturando-me, sucessivamente.
Tomando meus mamilos entre os dedos, ele os torce suavemente e aperta
os grampos. Eu grito, empurrando os meus seios para ele, mas a porta me
detém. Ofegante, mal posso respirar.
Ele sorri, — Shhh! Nenhum som de você! Eu quero que isso entre nós!
Não estou entendendo. Então por que ele quis fazer aquela cena com Neil
e Maggie? Naquele momento, não me importo. Faço o que ele diz e mordo o
lábio para me manter em silêncio. Ele entra profundamente dentro de mim de
novo, e minha boca se abre. Eu engulo o som antes que ele ouça. O único
barulho é a lufada de ar saindo com força dos meus pulmões.
— Boa menina, — ele ronrona e retira antes de novamente empurrar,
desta vez mais profundamente. O tom de sua voz me faz derreter.
Antes que eu possa pensar noutra coisa, os dedos de Bryan apertam em
torno das correntes nos meus mamilos. Seus quadris se mantêm pressionados
rentes aos meus, seu comprimento perdido dentro de mim. Meu queixo cai, e
eu o vejo me observando, esperando que eu faça qualquer barulho. Meus
olhos se fixam nos seus, enquanto sensações ardentes circulam através do meu
corpo, construindo mais apertado e mais forte. Ele lentamente adiciona mais
pressão, provocando e puxando os meus mamilos mais e mais, fazendo com
que a pinça aperte mais ainda. O calor em meu estômago endurece através do
meu corpo. Eu movo os meus quadris e tento balançar contra ele, mas ele me
acalma.
— Não, não. Ainda não!
Eu suspiro! — Eu gosto de ser espancada!
— Sério? — Eu aceno. Sua mão vem com força na minha bunda. Ambas
as nádegas ardem. Ele faz isso enquanto ele ainda está dentro de mim, o que
me faz apertar mais em torno dele. Ele suspira e faz isso de novo, e de novo.
O impacto de suas mãos é tão bom. A ardência envia arrepios através de mim
em ondas que não acabam. Elas navegam pelo meu estômago e se espalham
por todo o meu corpo. Todos os deliciosos formigamentos me atravessam,
fazendo com que eu deslize a minha língua sobre os dentes. Faço isso sem
pensar. É uma reação a ele, ao que está fazendo comigo.
Sem aviso, Bryan puxa para fora. Isso me deixa louca. Meus quadris
sacodem, mas não posso alcançá-lo. O cinto corta os meus pulsos enquanto
me esforço contra as limitações que me foram impostas. Ofego, observando-o
enquanto ele se move para longe de mim. O desejo arde pelo meu corpo. Não
consigo me controlar. Puxando os meus pulsos mais forte ainda, tento
libertar-me do cinto de novo, mas não consigo. Só fica mais apertado.
Ele sorri, assistindo-me lutar, até que eu paro e olho para ele. A expressão
em seu rosto, a intensidade de seus olhos, fazem com que meu estômago se
contorça. Minha respiração fica presa na minha garganta enquanto Bryan
passa perto o suficiente para me tocar, mas ele não toca. Estou ofegante.
Meus olhos estão implorando para que ele faça algo, para que me faça gozar,
deixar-me fode-lo... Qualquer coisa.
— Diga-me o que você deseja, Hallie! Implore-me por isso! — Ele
sussurra palavras ao lado do meu ouvido. A reação dentro de mim é rápida e
violenta. Seu hálito quente faz meu clitóris pulsar e parecer que vou morrer se
ele não me tocar, se ele não terminar o que começou. Ele está tão perto, quase
me tocando, mas não desliza os dedos pela minha cintura. Ele não toca o meu
peito e não provoca os meus mamilos. Isso me faz desejá-lo ainda mais. Eu
me sinto como um animal acorrentado, incapaz de pensar. — Responda-me
linda mulher! — Ele ordena e eu sinto a batida da sua mão na minha bunda.
Meu corpo está tão bem enrolado que o tapa me faz gemer. Eu não
esperava isso, mas antes que pudesse controlar os meu gemido, ele escapa dos
meus lábios. Eu ofego, chocada por não ter sido capaz de abafar o ruído ou
pará-lo a tempo. A mão de Bryan voa uma segunda vez, com mais força. Ele
observa meu rosto enquanto eu estremeço debaixo da sua mão. O tapa é
rápido, e eu sei que vou ter um problema para andar depois, mas não me
importo. Eu grito, dizendo o seu nome, empurrando os meus seios contra ele.
Um olhar perverso torce seus lábios em um sorriso sexy. — Responda-
me! — Sua voz soa como um grunhido e quando não consigo fazer nada,
senão ofegar incontrolavelmente, sua mão me atinge pela terceira vez. Mas ele
não me libera. Em vez disso, ele pega a minha bochecha na mão e aperta. A
ardência se intensifica pela forma como ele me agarra. O belo corpo de Bryan
está coberto por um brilho fino de suor, enquanto me trata grosseiramente.
— Diga-me o que você deseja!
Minha voz é um suspiro. O desejo correndo desenfreadamente. — Eu
quero suas mãos sobre mim, em mim! Eu quero que você me foda sem
sentido. Foda-me, Bryan!
— Implore por isso, Hallie! Implore mais alto! — Seu punho aperta a
minha bunda fazendo com que o meu corpo pressione contra o seu. Gotas de
suor rolam pela minha espinha.
Minha voz treme enquanto imploro, sem capacidade de manter qualquer
traço de comedimento.
— Por favor, Bryan... Por favor! Foda-me! Foda a minha buceta! Encha-
me com o seu gozo. Por favor, baby! Por favor... — Eu continuo a lhe pedir,
enquanto suas mãos deslizam sobre os meus quadris e para baixo entre as
minhas pernas. Quando ele toca o meu clitóris, eu gemo. Bryan inclina sua
cabeça para trás, olhando para mim. — Foda-me, baby! Por favor! — Meus
quadris se remexem contra a sua mão. Em resposta, ele aperta os dedos no
meu clitóris. Eu grito: — Foda-me! Por favor! Bryan! Eu preciso de você! Por
favor!
Quando eu digo o nome dele, ele quebra. Antes de saber o que está
acontecendo, suas mãos estão segurando os meus pulsos sobre a minha
cabeça enquanto ele bate seu membro rígido dentro de mim sucessivamente.
Ele empurra mais e mais profundamente a cada vez, com as mãos deslizando
pelos meus braços. Batendo-se cada vez mais duro contra mim, ele assiste
meus seios balançando e saltando até que ele toma ambos em suas mãos e
aperta os meus mamilos duramente. Eu berro, mas isso só faz com que ele
aperte com mais força, até que a corrente cai. Cai aos meus pés e ele a deixa
lá.
Bryan se move, empurrando para dentro de mim fodendo-me cada vez
mais rápido. O calor entre as minhas pernas percorre todo o meu corpo.
Parece que não posso ser dominada. Não há o suficiente dele para me
satisfazer, nunca. Quando seus dedos apertam mais duramente contra os meus
mamilos doloridos, meus olhos se arregalam. Ele me olha nos olhos enquanto
ele empurra para dentro de mim uma vez... forte. Minhas costas batem contra
a porta e ele me segura lá, observando-me. Seus lábios entreabertos, ele
respira sem dizer nada. Suas mãos suavemente empurram os cabelos para
longe dos meus olhos. Ele acalma por um momento e não posso suportar
isso. Seu pau está em mim, mas não importa o quanto eu me mexa, não posso
fazer com que ele me foda.
Com todo o peso do seu corpo, ele me achata contra a porta. Seus olhos
ardem com o desejo, sua testa está pingando de suor.
— Goze para mim, baby! — Ele respira e mete em mim rápido e
furiosamente. Ele não para quando eu grito. Ele continua metendo contra
mim até que meu corpo não pode ficar mais retesado.
Cada vez que ele afunda em mim eu me sinto mais excitada. Eu não posso
respirar, mas não quero que ele pare. Seu corpo me esmaga, enquanto me
monta, balançando contra mim furiosamente. Eu gemo, e posso dizer o quão
forte ele está empurrando e o quanto vou estar machucada depois, mas não
me importo. No momento, isso é muito bom. Minha pele formiga e está
pingando de suor. Meus seios saltam mais e mais para cima com cada batida
de seu corpo contra o meu. E sem outro pensamento, eu gozo. Meu grito sai
rasgado através da minha garganta. Não posso gozar silenciosamente, não
quando ele faz assim. Bryan me bate mais forte enquanto as deliciosas
sensações giram, fazendo com que todo o meu corpo entre em erupção. Eu o
sinto meter contra mim duro e profundamente, e ele goza alguns segundos
após.
Esgotada, pendurada e estremecendo contra a porta, estou pronta para
cair no chão. Bryan se afasta e me olha. Com os lábios entreabertos, ele só
olha para mim por um momento antes de desatar o cinto. Quando as minhas
mãos caem ao meu lado, meus braços queimam. Bryan me toma em seus
braços e me leva para a cama. Ele me senta na frente dele e esfrega os
músculos doloridos em meus braços e ombros. Minha cabeça se inclina para o
lado enquanto ele faz isso. Cada centímetro meu está formigando. Não quero
que esse momento termine, mas Bryan para.
Viro-me e olho para ele. Ele está brilhando, coberto por uma fina camada
de suor que cheira tão bem. Eu quero lambê-lo, mas apenas aceno. Ele vira
seus olhos esmeraldas para longe e diz:
— Eu acho que eu deveria ir.
— Você vai embora? — De repente, eu me sinto muito nua. Puxo a
coberta da cama e a enrolo em volta dos meus ombros.
— Sim, a menos que você queira que eu fique e diga a Neil tudo sobre
como eu acabei com a raça da sua noiva. — Ele me olha por um segundo. Sua
testa está coberta de suor e seu rosto está brilhando. — O que há de errado?
— Ele sempre pôde me ler tão bem. Eu quero dizer a ele sobre Victor, mas
não posso.
Eu digo outra coisa.
— Neil fez a proposta e eu disse sim. — Eu ergo o meu anel.
— Sim, eu vi isso. Você realmente aceitou? — Bryan se senta ao meu lado.
— Na verdade não. Ele aceitou por mim. — Nós dois ficamos em silêncio
por algum tempo.
Bryan se veste e diz:
— Eu voltarei para ter você do meu jeito de novo em breve. Da próxima
vez é melhor que o idiota do seu noivo tenha você pronta para mim. E eu
quero que você use isso quando estiver comigo e só comigo. — Ele levanta a
corrente do chão e a joga para mim.
A porta do quarto se abre e Neil está lívido. Ele olha para mim e depois
para Bryan:
— Você acha que isso é engraçado?
— Não, acho que ela precisa de algo que você não pode dar a ela. Estou
dando a você uma única chance de quebrar seu compromisso e foder a sua
noiva. Mas você tem que fazer isso como um animal. Satisfaça-a!
O rosto de Neil contorce desgostoso.
— Eu a satisfaço sem esse comportamento bárbaro. Fazer amor não
precisa de mordaças, amarras ou oprimir mulheres de forma nenhuma. Tenho
certeza de que Hallie só aceitou isso pela equipe, seu pedaço de merda
demente!
Essa foi a coisa mais cruel que já ouvi Neil dizendo e eu quero rir, porque
é pateticamente fraco. O homem que estava me usando, ofereceu para quebrar
o acordo se Neil prometer me pegar e fazer sexo animalesco comigo. O
homem deveria ter dito que sim, mas ele, pela sua moral, disse que não. Estou
cansada demais para pensar no que isso significa. O que aconteceu aqui?
— Ela vai tomar mais do que uma foda pela equipe. — Bryan pisca um
dos olhos. — Vejo você amanhã, escrava sexual! Trarei um colar para você e
vai usá-lo. — Bryan aperta a mão de Neil. — Você é um homem inteligente.
O que são alguns meses de infidelidade comparados com uma vida de
riquezas, certo?
Neil aperta a sua mandíbula.
— Então você planeja que isso continue por alguns meses?
— Provavelmente não por muito tempo. Eu fico entediado fodendo a
mesma mulher todo dia. Não se preocupe Neil! Ela é sua sujeira, não a minha.
— Com isso, Bryan vira as costas e sai.
— Neil, — estou pronta para explodir em lágrimas. O julgamento está
espalhado em seu rosto.
— Hallie, isso não é natural. Você não é um animal selvagem! Será que ele
conseguiu instigá-la para que você fingisse o que você não é?
Eu dou de ombros. Não quero falar sobre isso.
— Não tenho ideia.
— Eu deverei deixá-lo foder e espancar você na minha cama, sempre que
ele quiser?
Eu olho fixamente para frente.
— Até que ele se canse de mim, sim. Lide com isso! Você foi quem me
disse para fazer isso. — Eu destaco a última frase. — E ele lhe deu uma saída.
Você não aceitou. — Eu fico olhando para ele, e puxo a coberta mais forte em
volta dos meus ombros.
Neil revira os olhos.
— Eu pensei que fosse apenas uma noite.
— Eu também. Estávamos errados sobre uma porção de coisas.
Capítulo 11
Eu deveria me sentir envergonhada, mas não sinto. No dia seguinte, me
sento com Maggie no sofá enquanto Neil está fora. Ela tem estado muito
tranquila desde que a busquei em seu antigo apartamento. Maggie olha para o
espaço, e eu sei que a memória está se defrontando com o novo e joga uma e
outra vez em sua mente.
— Você quer falar sobre isso? — Eu pergunto, já sabendo a resposta.
Ela inspira e balança a cabeça, antes de oferecer-me um sorriso forçado.
— Não há nada a dizer. A mesma velha merda. Nada mudou, mas dói mais
agora. — Ela sorri como se algo fosse engraçado. — Eu pensava que doía
mais quando eu era criança. Acho que não.
— O que ele fez?
— A mesma coisa de sempre. Victor gosta de possuir coisas. — Ela muda
em seu assento e, em seguida, levanta, colocando distância entre nós. — Era
para eu arranjar-lhe uma garota. Ele tem um tipo, quadris redondos, cabelos
escuros e pele pálida, como Nicole Kidman, mas morena. Assim, a cada
semana, eu levava alguém. Elas ganham algumas centenas de dólares, e ele faz
o que faz. Na semana que eu não conseguia encontrar ninguém, eu a
substituía, mas desta vez... — Ela para de falar e balança a cabeça. — Eu não
deveria ter ido. Geralmente é apenas sexo violento. Ele dá um tapa e me
arranha. Vou para casa e é isso. Mas desta vez... — Ela balança a cabeça e olha
por cima do ombro para mim. — Eu não quero falar sobre isso. Eu tentei
fugir e, em seguida, desisti quando ele disse o que ele faria comigo, e depois
com você. Ele me deu uns tapas por um tempo, me levando do jeito que ele
quis, e então eu ouvi a sua voz e eu estava morrendo de medo que ele fosse
levá-la também. Sinto muito, Hallie.
— Não é culpa sua. — Eu me sinto horrível por deixar sua vida
desmoronar assim. Nós deveríamos estar lá uma para a outra. — Eu deveria
ter chegado mais cedo. Eu teria... Eu gostaria de poder ter tudo de volta.
Maggie sorri tristemente e envolve os braços em torno de si. — Sim, eu
também. E agora? Sem ofensa, mas eu não suporto Neil.
Concordo com a cabeça. — Eu estava pensando que deveria ter um lugar
só meu antes do casamento. Vai ser eu e você.
O olhar de Maggie desvanece no chão. — Você vai se casar com ele,
sério? — Eu aceno e lhe dou um olhar para que não me pressione agora. Ela
acrescenta: — Eu adoraria, mas você sabe que eu não posso me dar ao luxo.
— Sim, você pode. Eu tenho parte do meu pagamento antecipado.
Podemos ir a procura de uma casa sempre que quiser, oh, e esta parte não é
opcional, você trabalha para mim agora. Eu vou precisar de uma assistente
pessoal para me dizer o que fazer, você sabe, alguém um pouco mandona.
Maggie ri e me empurra, e depois bate as mãos sobre a boca, e repete a
ação. — De jeito nenhum!
— Isso. — É tão bom ver uma explosão de felicidade em seus olhos,
mesmo por um breve momento. Mas assim que ela pisca, ela se foi, perdeu-se
nas profundezas da agonia que enchem sua alma.
Um dia ela vai parar de lutar. Um dia ela vai ceder, desistir.
Ela já teria desistido se eu não tivesse aparecido. Algumas pessoas a
levaram direto para o inferno. É irônico, porque eu tenho sangue em minhas
mãos e não me sinto como se estivesse infeliz. É mais, como eu se estou
puxando Maggie, da vida tortuosa ela conhece, e esconde com esse sorriso.
Não me arrependo de minhas ações. O pensamento faz minha pele
formigar. Na parte profunda da minha mente, eu me pergunto que tipo de
pessoa que sou, mas arrumo minha coluna e me levanto. Isso me faz ser quem
eu sou e não há nada mais a se considerar. Eu fiz o que tinha que fazer. Eu
não teria tocado em Victor se ele a deixasse em paz, se ele não tivesse
ameaçado vir atrás de nós, mas ele ameaçou. Eu vi o medo nos olhos de
Maggie é a verdade. Se Victor Campone tivesse vivido, teríamos morrido.
— Está com fome? — Eu pergunto me dirigindo à geladeira.
— Sim, um pouco. — Maggie está sentada com os pés enrolados em sua
bunda e olhando para as mãos desde que eu a peguei no apartamento do
Victor. Ela raramente faz contato visual. Acho que a luta a nocauteou. Ele
aparece em surtos, mas é como um carro que está ficando sem gasolina. Estou
muito preocupada com ela. Depois de tudo que ela passou...
Isso não pode desfazê-la. Não pode.
Porque é minha culpa desta vez.
Todas as outras vezes, a Maggie revidou. Ela nunca desistiu, nunca cedeu,
e agora a minha melhor amiga está caída no sofá, coberta de hematomas e
cortes, com os olhos que se assemelham a buracos-negros que sugam tudo,
mas não vejo nada ali. Eles não sentem nada, não mais.
Eu sorrio e digo algo estúpido, tentando fazê-la rir, mas nem sequer
obtenho um sorriso de piedade. Depois de abrir a porta da geladeira, eu gemo
em voz alta. Neil está trabalhando hoje e não conseguiu ir às compras.
Maggie pergunta: — O que ele fez?
— Ele pegou todas as sobras da festa e levou para o trabalho. Eu pensei
que era bom porque ele deveria ir às compras, mas não o fez. — Estou
inclinada na geladeira vazia olhando para uma caixa de leite vencido e um
frasco de picles. Não vou comer isso. Eu bato a geladeira e acrescento: — Eu
dar rápida saída. Será que comida chinesa vai bem?
Maggie geralmente protesta e se oferece para pagar as coisas, mas hoje,
apenas balança a cabeça. — Ótimo! — Eu digo, parecendo alegre. Ela irá
voltar. Ela vai. Se eu continuar dizendo a mim mesmo vai acontecer, certo?
De repente, eu percebo que ela não recuperou-se, matar Victor não era uma
vingança suficiente, até mesmo pelo o que ele fez com Maggie.
Capítulo 12
Pego minhas chaves e ligo o motor. O carro vermelho ronrona quando o
tiro da garagem e digito o CEP do local que irei. Quando estou prestes a
desviar para o estacionamento, um policial segue atrás de mim, com as luzes
vermelhas piscando. Eu não estava em alta velocidade. Droga. Deve ser
verdade que os carros vermelhos são parados mais do que qualquer outra cor.
Eu encosto e levo o carro para o acostamento, tomando o cuidado de
manter as mãos no volante. Papai me disse para nunca ir para a minha bolsa
ou porta-luvas até que o policial esteja de pé ao lado do carro. O cara tem que
ver as minhas mãos ou ele pode atirar em mim, bem não é exatamente do jeito
que meu pai disse isso, mas é o que ele quis dizer.
Eu aperto o botão na janela, assim como o policial se aproxima. Ele está
usando o uniforme escuro que me dá vontade de sair correndo e gritando
para o meu quarto e me esconder debaixo da minha cama.
Ele não é esse cara. Pare com isso, Hallie, xingo-me, mas isso não ajuda.
Até agora, minhas mãos estão tremendo.
— A licença e registro, por favor. — O cara tem trinta e tantos anos, e um
tipo de visual assustador. Por assustador, eu quero dizer que parece que ele
poderia tomar o meu pequeno corpo e dobrá-lo estilo acordeão e enfiá-lo em
seu tronco. O cara é massa muscular pura e ele parece chateado. Eu não posso
imaginar o que eu fiz.
Eu me aproximo do porta-luvas para retirar os papéis mencionados, mas
tudo que eu encontro é o manual sobre o carro e o último aviso de mudança
de óleo. Sem documentos. Sem registro. O meu coração dá uma guinada.
Foda-se. Eu começo a pensar que Jon brincou comigo, mas mesmo ele, não
seria tão baixo. E o policial não me pediu para sair do carro ou qualquer coisa.
Minha lanterna traseira está queimada ou algo assim, isso é tudo. Isso não é
nada.
Eu vasculho minha bolsa e tiro a minha pequena carteira. Meu rosto fica
pálido quando vejo o espaço vazio onde minha carteira de motorista deveria
estar. Olho para o policial e digo baixinho: — Ela se foi.
— Você não tem uma licença ou registro desse veículo? — Ele diz algo
em seu ombro depois de ouvir um zumbido em seu fone de ouvido. — Saia
do carro, minha senhora.
Estou tremendo agora. — Eu não fiz nada de errado. Alguém pegou a
minha licença. Eu tenho uma.
Ele me ignora e me apoia no capô. Tira seus óculos de sol. Quando o
guarda, ele pergunta: — Você sabe que você está dirigindo um veículo
roubado?
— Não é roubado.
— Oh?
Eu balanço minha cabeça, pronto para chorar. Jon não faria isso para
mim, ele não iria. — Jonathan Ferro me vendeu este carro uns dias atrás por
dez mil dólares. Eu não tive a chance de renovar a papelada ainda. Eu pensei
que tinha alguns dias?
O policial concorda. Ele vira o meu rosto para o capô e me revista. —
História legal. O carro vale muito mais do que isso. Se você vai mentir pelo
menos faz a história parecer convincente.
— É verdade! Jon me vendeu por dez mil. Pergunte a ele! Eu não estou
mentindo.
Eu sinto frio do metal prender meus pulsos quando as algemas
escorregam em torno dos meus braços. Eu começo a entrar em pânico. Meu
coração dispara muito rápido e o mundo se torna um borrão. Eu não posso
parar de falar, suplicando, e quando o policial me empurra na parte de trás de
seu carro, todos os terríveis eventos em detalhes vívidos se reproduzem em
minha mente.
Eu fecho meus olhos e tento desligá-los, mas as cores iluminam e os sons
de mais de uma década tocam alto em meus ouvidos, enquanto lágrimas caem
pelo meu rosto. O passado e o presente colidem juntos com tanta violência
que eu não posso suportar isso.
Minha mãe jura para mim antes de me enfiar no armário. Pequenas mãos
envolvem em torno de mim, e eu sei que o meu irmão mais novo, Anthony,
está apavorado. Ele cresceu e seus ossos eu sinto nitidamente sob minhas
palmas. Ele chora até que fica em silêncio, até que ele adormece, até que
minha mãe teve seu efeito das drogas e amantes. Eu a ouvi rir. Eu nunca
poderia fazê-la feliz assim. Ouvi os sons de sexo, até que algo muda. A festa
normal não é mais normal.
O policial que me tirou do armário tentou tirar o corpo sem vida do meu
irmão dos meus braços. Eu não entendi. Eu o protegia dela. Eu vigiei por
Anthony, mas depois de tudo que eu fiz, não foi o suficiente. Eles pensaram
que eu o matei em primeiro lugar. Eles me empurraram para o fundo do carro
e gritei para eles até que eu não podia chorar mais. Eu queria meu irmão, mas
eles disseram que ele estava morto.
Eu não acreditei neles.
Agora, eu tenho dificuldade em acreditar em alguém e este policial abriu
uma ferida que é tão profunda que me corta até o osso. Não, não foi o policial
- foi Jon.
Eu não posso evitar o tremor, mas eu não choro. Eles me ficham e fazem
perguntas que eu ouvi antes. A estrutura nunca muda em lugares como este.
As pessoas são as mesmas. O cheiro é idêntico. Eu olho fixamente, tentando
manter minha mente em uma única peça, mas eu sinto as rachaduras pouco a
pouco.
Quem vai salvar Maggie? Se eu me perder, quem estará lá para ela?
Ninguém. Acalme-se, Hallie.
Eu tenho direito a uma ligação, então que eu chamo a pessoa que eles
estão tentando me manter longe, o homem que está me chantageando por
sexo.
Quando ele atende o telefone, Bryan parece cansado. Eu não sei de que
outra forma dizer. Eu teria pensado que ele estava dormindo, mas há algo em
sua voz que me diz que não dorme há muito tempo. — Suffolk County PD.
Deixe-me adivinhar, é Jon ou Trystan?
— Não, — minha voz é tão baixa, tão tímida que mal faz um som.
Eu o ouvi mudar e Bryan soa mais alerta quando ele responde: — Hallie?
— Venha me pegar. Eu vou lhe dever. Qualquer coisa que você quiser,
basta vir me pegar. — Eu entrego o telefone de volta ao oficial na mesa e sou
levada de volta para a minha cela.
Capítulo 13
Estou sentada em frente a uma mulher que não consegue parar de chorar.
Ela fala sobre os tíquetes de estacionamento não pagos, sobre como ela vai
perder o emprego por causa disto e como ela não trabalhou o suficiente para
pagar os tíquetes. Depois começa a hiperventilar e menciona algo sobre
remédios. Essa é a única vez que o policial no exterior da cela olha para ela.
Eles a removem da nossa cela, dizendo que vai ter seus remédios.
Alguém entra e se senta ao meu lado. Seu rosto está machucado em um
lado.
— Olá.
Eu olho para ela e não digo nada. Meus braços estão cruzados sobre o
meu peito e estou encostada à parede, pensando em maneiras de castrar Jon
Ferro. Ele sabia sobre o meu passado e o que isto faria comigo.
A mulher não é mais que uma menina, deve de ter uns dezoito anos, com
grandes olhos redondos, mas ainda tem bochechas gordinhas, infantis. Pelo
seu rosto angular não parece ter mais de vinte e dois anos. O seu cabelo
escuro é longo e está em um rabo de cavalo bagunçado.
Ela suspira e descansa as costas contra a parede de cimento frio. — Você
passará a noite aqui? Eu espero que sim. Ele precisa de tempo para esfriar. A
única parte ruim é não ter o sabão bacteriano, mas o resto está bem. Além
disso, ele vai dar-me tempo. Eu não posso estar perto dele quando ele está
assim. Ele é geralmente é bom, mas em noites como está, eu acho melhor
ficar aqui. Eu não vou fazer a minha ligação. Ei, você parece familiar. — Ela
fala sem respirar e olha para mim o tempo todo.
— Nós nunca nos conhecemos, — é tudo o que eu digo.
Ela acena com a cabeça e continua, liberando uma onda de palavras.
Sentada, escuto sua vida, a sua história, não sinto nada, apenas piedade. Ela é
como Maggie e eu. Ela não tem ninguém que se preocupe com ela, ninguém
para ouvir a sua voz e em quem encontrar consolo através de seu toque.
Eu não sei quanto tempo estive lá, mas um tempo depois eles chamam o
meu nome, a jovem foi levada para um banho e passará a noite na cela.
Imagino o por que desejar uma cela em vez de ir para casa. Isso me faz querer
chorar, e não há porra nenhuma que eu possa fazer sobre isso. Eu não posso
nem tomar conta de mim.
A porta da cela desliza aberta e faz um som mais horrível. — Hallie
Raymond, recolha as suas coisas na recepção e vá para casa com o seu amigo
que pagou sua fiança. Se você estragar tudo, ele será o único que pagará por
isso, o melhor é se comportar.
Concordo com a cabeça e percorro o caminho para a recepção. Parece
que eu não prestei atenção por um tempo, mas o faço quando vejo Bryan.
Enquanto eu ando atrás dele eu observo a maneira como ele respira, o modo
como os seus ombros estão dobrados para frente como se ele estivesse sendo
vigiado ou com dor. Eu paro atrás dele e o assisto por um momento. Seus
quadris são estreitos, como sempre, ele não perdeu muito peso, mas seu
cabelo não brilha da maneira como ele costumava brilhar. Sua respiração é
superficial e curta, como se tivesse estado correndo. Uma sensação horrível
corre pela minha espinha quando eu olho para ele.
Naquele momento, Bryan sente os olhos sobre ele e vira. Ele tem aquele
sorriso brincalhão no rosto. — Se você queria usar algemas, eu tenho algumas.
Eu ficaria feliz... poff! — Eu bato nele com toda a força do meu corpo e o
seguro apertado.
Bryan fica chocado no início. Seus braços levam um tempo até fecharem-
se em torno de mim, e depois ele me segura. Eu sinto a sua voz, a agitação
quente de ar, quando ele sussurra em meu ouvido: — Vamos sair daqui. —
Ele me solta e eu aceno. Foi quando ele me disse a última coisa que eu queria
ouvir. — Há repórteres na frente.
— O quê? — O meu queixo cai em horror.
— Eu fiz arranjos para sair pela parte de trás, mas haverá alguém. Sempre
há. Todo mundo vai saber o que aconteceu pela manhã. — Bryan pega a
minha mão e me leva, seguindo um oficial, que nos conduz através de uma
sala com armários e na parte de trás da delegacia de polícia, para um Hummer
preto. Sou empurrada para dentro, mas não antes de um flash disparar e eu
olhei diretamente para a câmera.
Bryan empurra-o de volta, mas a foto já foi tirada. Ele sobe atrás de mim
e diz: — Dirija.
— Eu não sou a porra do seu motorista, Bryan. Diga por favor. — Um
cara da minha idade, com cabelo escuro que paira em seu rosto, está no
assento do motorista. Com óculos grandes demais para obscurecer os olhos.
— Foda-se, Trystan.
Trystan revira os olhos e se afasta com sua enorme, máquina
ambientalmente irresponsável, com o objetivo de atingir os repórteres da rua,
quando sai do estacionamento. — As pessoas seriam melhores para você, se
você fosse mais agradável para elas. Isso é tudo o que estou dizendo. —
Trystan é tranquilo, mas eu sinto seus olhos em mim. Quando eu olho para
cima, ele responde ao que eu estava pensando. — Jon não fez isso com você.
Aos poucos, meu queixo inclina-se para cima e os nossos olhos se
encontram no espelho retrovisor. — Jon Ferro é um homem morto. Ele sabe
o que isto me faria. Foi a pior coisa que ele poderia ter feito.
Bryan pega a minha mão e tece os nossos dedos juntos. — Não foi Jon.
Por favor, aguarde para matá-lo até amanhã.
— Eu poderia matá-lo agora. Bryan, eu cuidei de Campone e posso cuidar
de qualquer um que mexer com Maggie ou comigo. Eu não sou mais uma
criança. — Eu soluço e tremo quando o passado e o presente eclodem juntos
novamente. Meu irmão morreu de fome. Ele morreu em meus braços e eu era
muito boba e pequena para saber o que fazer. Eu digo que eu era apenas uma
criança, porque é mais fácil do que dizer às pessoas a minha história, mas os
Ferros sabem de tudo. Eles são como baratas que conseguem encontrar cada
mentira em cada canto escuro de sua alma. — Eu não vou ser dizimada por
Jon. Foda-se ele.
Trystan e Bryan trocam um olhar, mas ninguém diz nada. Bryan me puxa
em seus braços e me segura até pararmos em frente de um antigo motel.
Bruto é a melhor maneira de descrevê-lo. Aposto que eles alugam quartos por
hora. Trystan joga para Bryan a chave do quarto. — Fique aí até eu descobrir
o que aconteceu. Eu acho que já sei, embora os detalhes sejam vagos.
Eu balanço a minha cabeça: — Não, eu não posso. Maggie está de volta e
ela precisa de mim. E Neil...
Bryan suspira, passando as mãos pelos cabelos. Depois que ele fez isso, ele
balança a mão para o seu lado. — Maggie estará bem. E Neil é um idiota.
Além disso, ele sabe que eu a levei esta noite. Aparentemente, você disse a
Maggie que eu estava chantageando você, porque ela tentou me pregar seu
calcanhar na cabeça. — Isso me faz sorrir. — Oh, você acha que é engraçado?
— Bryan me agarra e se inclina para perto. Aqueles olhos verdes brilham por
um momento antes de embaçarem. — Vamos Raymond. Estou pensando em
usá-la até que você se esqueça de quem você é.
CONTINUA
Capítulo 10
Bryan pega o meu rosto em suas mãos.
— Se você não gostar, diga-me! — Eu aceno, lentamente, com as suas
mãos quentes ainda segurando o meu rosto.
Era como se alguém apertasse um interruptor. Os olhos de Bryan se
tornaram mais escuros, mais carnais. Ele libera o meu rosto e pressiona seu
corpo tonificado contra o meu. Empurrando as minhas costas contra a porta,
certifica-se de que eu possa sentir cada centímetro dele. Tira uma corrente
prateada com um plugue em cada extremidade e o prende nos meus mamilos.
Eu ofego quando ele os aperta. O peso das correntes faz com que eu morda
os meus lábios. Enquanto ele pressiona dentro de mim, as correntes vão se
mexendo e puxando suavemente à medida que ele desliza sobre o meu corpo.
Um pequeno suspiro escapa por entre os meus lábios. Bryan me olha, seus
olhos verdes fixos nos meus. Pega um dedo e o coloca entre os meus lábios
rosados, enquanto a outra mão desliza mais para baixo, passando pela minha
barriga e entre as minhas pernas. Eu ofego. Ele se move rapidamente, tocando
a minha protuberância sensível com o polegar, alisando o dedo sobre a carne
suave, e observando o meu rosto enquanto faz isso.
Meu queixo se ergue enquanto tento não gemer. Luto contra as sensações
que estão em erupção dentro de mim, as sensações que ele está trazendo à
tona. Seus dedos se movem sobre o meu clitóris, enquanto ele puxa a corrente
suavemente. Ele sente que estou ficando mais úmida e, em seguida, sem aviso,
sem uma mudança na expressão, empurra o dedo dentro de mim. Ele ainda
está, por um tempo, vendo meus olhos. Eu pisco devagar, sentindo-o ali, entre
as minhas pernas.
Bryan empurra o dedo mais forte, mais profundo enquanto me observa.
Sua respiração está sobre os meus lábios fazendo com que me sinta tonta.
Quando ele puxa o dedo, ergue-o para a minha boca. Delineando os meus
lábios, ele me observa, espalhando meu calor úmido, como batom. Eu pisco
lentamente, com meu coração disparado, e, excitada além da compreensão.
— Prove! — Ele ofega e empurra o dedo em minha boca. Eu passo a
minha língua contra o seu dedo, mas ele o segura lá e diz: — Chupa até que
saia do meu dedo, Hallie! — Eu hesitei, mas ele diz: — Faça isso! — Minha
língua envolve o dedo, sugando-o, saboreando o gosto. Seus olhos estão
queimando, observando-me.
Enquanto chupo o dedo, ele abaixa a outra mão entre as minhas pernas,
abrindo a minha pele escorregadia. Sensações explodem dentro de mim, mas
antes que eu possa saboreá-las, as sensações mudam. O membro duro de
Bryan entra dentro de mim, fazendo com que eu chupe o dedo mais forte
ainda. Ele puxa o dedo da minha boca, e envolve as mãos em volta da minha
cintura. Fica um pouco imóvel, por um momento, respirando rápido e forte.
Depois, puxa para fora lentamente e enfia novamente, fazendo com que eu
bata contra a porta. Meus joelhos tremem à medida que ele lentamente vai me
deixando mais louca. Eu quero mais. Quero que ele me maltrate e me deixe
tonta pela paixão. Que limpe o meu medo com a luxúria, apague a minha
memória por um momento, e tire toda a dor que tem me invadido.
Eu só quero senti-lo e nada mais. O mundo desaparece até que não sei
quanto tempo se passou. Meus braços doem enquanto ele me usa,
empurrando para dentro de mim sucessivas vezes. Minha cabeça pende para o
lado e, em seguida, levanta de volta. Eu ofego todas às vezes e os meus seios
tremem com a força de seu empurrão.
Algo se desdobra dentro de mim. Quero suas mãos em mim, fazendo
tudo ao mesmo tempo. Vertentes delicadas de paixão irrompem dentro de
mim, enviando arrepios pelas minhas coxas e seios. Todos os lugares que
desejo que ele toque fervem como uma corrente viva. Arqueando minhas
costas, eu pressiono meus quadris contra os dele, só para que batam
novamente.
Seus impulsos mudam para provocar, gentilmente empurrando e puxando
para fora. Ele é tão duro, tão perfeito. Quero colocar as minhas pernas ao
redor de seus quadris, mas não posso. As respirações irregulares me
consomem e o quarto está além de quente. Meu corpo está pingando de suor.
Inclinando a cabeça para trás, olho para o teto. É quando suas mãos
encontram os meus seios. Meus lábios formam um O, mas não digo nada. Ele
sente a maciez, a plenitude das minhas curvas enquanto empurra seu pênis
longo e duro em mim lentamente, torturando-me, sucessivamente.
Tomando meus mamilos entre os dedos, ele os torce suavemente e aperta
os grampos. Eu grito, empurrando os meus seios para ele, mas a porta me
detém. Ofegante, mal posso respirar.
Ele sorri, — Shhh! Nenhum som de você! Eu quero que isso entre nós!
Não estou entendendo. Então por que ele quis fazer aquela cena com Neil
e Maggie? Naquele momento, não me importo. Faço o que ele diz e mordo o
lábio para me manter em silêncio. Ele entra profundamente dentro de mim de
novo, e minha boca se abre. Eu engulo o som antes que ele ouça. O único
barulho é a lufada de ar saindo com força dos meus pulmões.
— Boa menina, — ele ronrona e retira antes de novamente empurrar,
desta vez mais profundamente. O tom de sua voz me faz derreter.
Antes que eu possa pensar noutra coisa, os dedos de Bryan apertam em
torno das correntes nos meus mamilos. Seus quadris se mantêm pressionados
rentes aos meus, seu comprimento perdido dentro de mim. Meu queixo cai, e
eu o vejo me observando, esperando que eu faça qualquer barulho. Meus
olhos se fixam nos seus, enquanto sensações ardentes circulam através do meu
corpo, construindo mais apertado e mais forte. Ele lentamente adiciona mais
pressão, provocando e puxando os meus mamilos mais e mais, fazendo com
que a pinça aperte mais ainda. O calor em meu estômago endurece através do
meu corpo. Eu movo os meus quadris e tento balançar contra ele, mas ele me
acalma.
— Não, não. Ainda não!
Eu suspiro! — Eu gosto de ser espancada!
— Sério? — Eu aceno. Sua mão vem com força na minha bunda. Ambas
as nádegas ardem. Ele faz isso enquanto ele ainda está dentro de mim, o que
me faz apertar mais em torno dele. Ele suspira e faz isso de novo, e de novo.
O impacto de suas mãos é tão bom. A ardência envia arrepios através de mim
em ondas que não acabam. Elas navegam pelo meu estômago e se espalham
por todo o meu corpo. Todos os deliciosos formigamentos me atravessam,
fazendo com que eu deslize a minha língua sobre os dentes. Faço isso sem
pensar. É uma reação a ele, ao que está fazendo comigo.
Sem aviso, Bryan puxa para fora. Isso me deixa louca. Meus quadris
sacodem, mas não posso alcançá-lo. O cinto corta os meus pulsos enquanto
me esforço contra as limitações que me foram impostas. Ofego, observando-o
enquanto ele se move para longe de mim. O desejo arde pelo meu corpo. Não
consigo me controlar. Puxando os meus pulsos mais forte ainda, tento
libertar-me do cinto de novo, mas não consigo. Só fica mais apertado.
Ele sorri, assistindo-me lutar, até que eu paro e olho para ele. A expressão
em seu rosto, a intensidade de seus olhos, fazem com que meu estômago se
contorça. Minha respiração fica presa na minha garganta enquanto Bryan
passa perto o suficiente para me tocar, mas ele não toca. Estou ofegante.
Meus olhos estão implorando para que ele faça algo, para que me faça gozar,
deixar-me fode-lo... Qualquer coisa.
— Diga-me o que você deseja, Hallie! Implore-me por isso! — Ele
sussurra palavras ao lado do meu ouvido. A reação dentro de mim é rápida e
violenta. Seu hálito quente faz meu clitóris pulsar e parecer que vou morrer se
ele não me tocar, se ele não terminar o que começou. Ele está tão perto, quase
me tocando, mas não desliza os dedos pela minha cintura. Ele não toca o meu
peito e não provoca os meus mamilos. Isso me faz desejá-lo ainda mais. Eu
me sinto como um animal acorrentado, incapaz de pensar. — Responda-me
linda mulher! — Ele ordena e eu sinto a batida da sua mão na minha bunda.
Meu corpo está tão bem enrolado que o tapa me faz gemer. Eu não
esperava isso, mas antes que pudesse controlar os meu gemido, ele escapa dos
meus lábios. Eu ofego, chocada por não ter sido capaz de abafar o ruído ou
pará-lo a tempo. A mão de Bryan voa uma segunda vez, com mais força. Ele
observa meu rosto enquanto eu estremeço debaixo da sua mão. O tapa é
rápido, e eu sei que vou ter um problema para andar depois, mas não me
importo. Eu grito, dizendo o seu nome, empurrando os meus seios contra ele.
Um olhar perverso torce seus lábios em um sorriso sexy. — Responda-
me! — Sua voz soa como um grunhido e quando não consigo fazer nada,
senão ofegar incontrolavelmente, sua mão me atinge pela terceira vez. Mas ele
não me libera. Em vez disso, ele pega a minha bochecha na mão e aperta. A
ardência se intensifica pela forma como ele me agarra. O belo corpo de Bryan
está coberto por um brilho fino de suor, enquanto me trata grosseiramente.
— Diga-me o que você deseja!
Minha voz é um suspiro. O desejo correndo desenfreadamente. — Eu
quero suas mãos sobre mim, em mim! Eu quero que você me foda sem
sentido. Foda-me, Bryan!
— Implore por isso, Hallie! Implore mais alto! — Seu punho aperta a
minha bunda fazendo com que o meu corpo pressione contra o seu. Gotas de
suor rolam pela minha espinha.
Minha voz treme enquanto imploro, sem capacidade de manter qualquer
traço de comedimento.
— Por favor, Bryan... Por favor! Foda-me! Foda a minha buceta! Encha-
me com o seu gozo. Por favor, baby! Por favor... — Eu continuo a lhe pedir,
enquanto suas mãos deslizam sobre os meus quadris e para baixo entre as
minhas pernas. Quando ele toca o meu clitóris, eu gemo. Bryan inclina sua
cabeça para trás, olhando para mim. — Foda-me, baby! Por favor! — Meus
quadris se remexem contra a sua mão. Em resposta, ele aperta os dedos no
meu clitóris. Eu grito: — Foda-me! Por favor! Bryan! Eu preciso de você! Por
favor!
Quando eu digo o nome dele, ele quebra. Antes de saber o que está
acontecendo, suas mãos estão segurando os meus pulsos sobre a minha
cabeça enquanto ele bate seu membro rígido dentro de mim sucessivamente.
Ele empurra mais e mais profundamente a cada vez, com as mãos deslizando
pelos meus braços. Batendo-se cada vez mais duro contra mim, ele assiste
meus seios balançando e saltando até que ele toma ambos em suas mãos e
aperta os meus mamilos duramente. Eu berro, mas isso só faz com que ele
aperte com mais força, até que a corrente cai. Cai aos meus pés e ele a deixa
lá.
Bryan se move, empurrando para dentro de mim fodendo-me cada vez
mais rápido. O calor entre as minhas pernas percorre todo o meu corpo.
Parece que não posso ser dominada. Não há o suficiente dele para me
satisfazer, nunca. Quando seus dedos apertam mais duramente contra os meus
mamilos doloridos, meus olhos se arregalam. Ele me olha nos olhos enquanto
ele empurra para dentro de mim uma vez... forte. Minhas costas batem contra
a porta e ele me segura lá, observando-me. Seus lábios entreabertos, ele
respira sem dizer nada. Suas mãos suavemente empurram os cabelos para
longe dos meus olhos. Ele acalma por um momento e não posso suportar
isso. Seu pau está em mim, mas não importa o quanto eu me mexa, não posso
fazer com que ele me foda.
Com todo o peso do seu corpo, ele me achata contra a porta. Seus olhos
ardem com o desejo, sua testa está pingando de suor.
— Goze para mim, baby! — Ele respira e mete em mim rápido e
furiosamente. Ele não para quando eu grito. Ele continua metendo contra
mim até que meu corpo não pode ficar mais retesado.
Cada vez que ele afunda em mim eu me sinto mais excitada. Eu não posso
respirar, mas não quero que ele pare. Seu corpo me esmaga, enquanto me
monta, balançando contra mim furiosamente. Eu gemo, e posso dizer o quão
forte ele está empurrando e o quanto vou estar machucada depois, mas não
me importo. No momento, isso é muito bom. Minha pele formiga e está
pingando de suor. Meus seios saltam mais e mais para cima com cada batida
de seu corpo contra o meu. E sem outro pensamento, eu gozo. Meu grito sai
rasgado através da minha garganta. Não posso gozar silenciosamente, não
quando ele faz assim. Bryan me bate mais forte enquanto as deliciosas
sensações giram, fazendo com que todo o meu corpo entre em erupção. Eu o
sinto meter contra mim duro e profundamente, e ele goza alguns segundos
após.
Esgotada, pendurada e estremecendo contra a porta, estou pronta para
cair no chão. Bryan se afasta e me olha. Com os lábios entreabertos, ele só
olha para mim por um momento antes de desatar o cinto. Quando as minhas
mãos caem ao meu lado, meus braços queimam. Bryan me toma em seus
braços e me leva para a cama. Ele me senta na frente dele e esfrega os
músculos doloridos em meus braços e ombros. Minha cabeça se inclina para o
lado enquanto ele faz isso. Cada centímetro meu está formigando. Não quero
que esse momento termine, mas Bryan para.
Viro-me e olho para ele. Ele está brilhando, coberto por uma fina camada
de suor que cheira tão bem. Eu quero lambê-lo, mas apenas aceno. Ele vira
seus olhos esmeraldas para longe e diz:
— Eu acho que eu deveria ir.
— Você vai embora? — De repente, eu me sinto muito nua. Puxo a
coberta da cama e a enrolo em volta dos meus ombros.
— Sim, a menos que você queira que eu fique e diga a Neil tudo sobre
como eu acabei com a raça da sua noiva. — Ele me olha por um segundo. Sua
testa está coberta de suor e seu rosto está brilhando. — O que há de errado?
— Ele sempre pôde me ler tão bem. Eu quero dizer a ele sobre Victor, mas
não posso.
Eu digo outra coisa.
— Neil fez a proposta e eu disse sim. — Eu ergo o meu anel.
— Sim, eu vi isso. Você realmente aceitou? — Bryan se senta ao meu lado.
— Na verdade não. Ele aceitou por mim. — Nós dois ficamos em silêncio
por algum tempo.
Bryan se veste e diz:
— Eu voltarei para ter você do meu jeito de novo em breve. Da próxima
vez é melhor que o idiota do seu noivo tenha você pronta para mim. E eu
quero que você use isso quando estiver comigo e só comigo. — Ele levanta a
corrente do chão e a joga para mim.
A porta do quarto se abre e Neil está lívido. Ele olha para mim e depois
para Bryan:
— Você acha que isso é engraçado?
— Não, acho que ela precisa de algo que você não pode dar a ela. Estou
dando a você uma única chance de quebrar seu compromisso e foder a sua
noiva. Mas você tem que fazer isso como um animal. Satisfaça-a!
O rosto de Neil contorce desgostoso.
— Eu a satisfaço sem esse comportamento bárbaro. Fazer amor não
precisa de mordaças, amarras ou oprimir mulheres de forma nenhuma. Tenho
certeza de que Hallie só aceitou isso pela equipe, seu pedaço de merda
demente!
Essa foi a coisa mais cruel que já ouvi Neil dizendo e eu quero rir, porque
é pateticamente fraco. O homem que estava me usando, ofereceu para quebrar
o acordo se Neil prometer me pegar e fazer sexo animalesco comigo. O
homem deveria ter dito que sim, mas ele, pela sua moral, disse que não. Estou
cansada demais para pensar no que isso significa. O que aconteceu aqui?
— Ela vai tomar mais do que uma foda pela equipe. — Bryan pisca um
dos olhos. — Vejo você amanhã, escrava sexual! Trarei um colar para você e
vai usá-lo. — Bryan aperta a mão de Neil. — Você é um homem inteligente.
O que são alguns meses de infidelidade comparados com uma vida de
riquezas, certo?
Neil aperta a sua mandíbula.
— Então você planeja que isso continue por alguns meses?
— Provavelmente não por muito tempo. Eu fico entediado fodendo a
mesma mulher todo dia. Não se preocupe Neil! Ela é sua sujeira, não a minha.
— Com isso, Bryan vira as costas e sai.
— Neil, — estou pronta para explodir em lágrimas. O julgamento está
espalhado em seu rosto.
— Hallie, isso não é natural. Você não é um animal selvagem! Será que ele
conseguiu instigá-la para que você fingisse o que você não é?
Eu dou de ombros. Não quero falar sobre isso.
— Não tenho ideia.
— Eu deverei deixá-lo foder e espancar você na minha cama, sempre que
ele quiser?
Eu olho fixamente para frente.
— Até que ele se canse de mim, sim. Lide com isso! Você foi quem me
disse para fazer isso. — Eu destaco a última frase. — E ele lhe deu uma saída.
Você não aceitou. — Eu fico olhando para ele, e puxo a coberta mais forte em
volta dos meus ombros.
Neil revira os olhos.
— Eu pensei que fosse apenas uma noite.
— Eu também. Estávamos errados sobre uma porção de coisas.
Capítulo 11
Eu deveria me sentir envergonhada, mas não sinto. No dia seguinte, me
sento com Maggie no sofá enquanto Neil está fora. Ela tem estado muito
tranquila desde que a busquei em seu antigo apartamento. Maggie olha para o
espaço, e eu sei que a memória está se defrontando com o novo e joga uma e
outra vez em sua mente.
— Você quer falar sobre isso? — Eu pergunto, já sabendo a resposta.
Ela inspira e balança a cabeça, antes de oferecer-me um sorriso forçado.
— Não há nada a dizer. A mesma velha merda. Nada mudou, mas dói mais
agora. — Ela sorri como se algo fosse engraçado. — Eu pensava que doía
mais quando eu era criança. Acho que não.
— O que ele fez?
— A mesma coisa de sempre. Victor gosta de possuir coisas. — Ela muda
em seu assento e, em seguida, levanta, colocando distância entre nós. — Era
para eu arranjar-lhe uma garota. Ele tem um tipo, quadris redondos, cabelos
escuros e pele pálida, como Nicole Kidman, mas morena. Assim, a cada
semana, eu levava alguém. Elas ganham algumas centenas de dólares, e ele faz
o que faz. Na semana que eu não conseguia encontrar ninguém, eu a
substituía, mas desta vez... — Ela para de falar e balança a cabeça. — Eu não
deveria ter ido. Geralmente é apenas sexo violento. Ele dá um tapa e me
arranha. Vou para casa e é isso. Mas desta vez... — Ela balança a cabeça e olha
por cima do ombro para mim. — Eu não quero falar sobre isso. Eu tentei
fugir e, em seguida, desisti quando ele disse o que ele faria comigo, e depois
com você. Ele me deu uns tapas por um tempo, me levando do jeito que ele
quis, e então eu ouvi a sua voz e eu estava morrendo de medo que ele fosse
levá-la também. Sinto muito, Hallie.
— Não é culpa sua. — Eu me sinto horrível por deixar sua vida
desmoronar assim. Nós deveríamos estar lá uma para a outra. — Eu deveria
ter chegado mais cedo. Eu teria... Eu gostaria de poder ter tudo de volta.
Maggie sorri tristemente e envolve os braços em torno de si. — Sim, eu
também. E agora? Sem ofensa, mas eu não suporto Neil.
Concordo com a cabeça. — Eu estava pensando que deveria ter um lugar
só meu antes do casamento. Vai ser eu e você.
O olhar de Maggie desvanece no chão. — Você vai se casar com ele,
sério? — Eu aceno e lhe dou um olhar para que não me pressione agora. Ela
acrescenta: — Eu adoraria, mas você sabe que eu não posso me dar ao luxo.
— Sim, você pode. Eu tenho parte do meu pagamento antecipado.
Podemos ir a procura de uma casa sempre que quiser, oh, e esta parte não é
opcional, você trabalha para mim agora. Eu vou precisar de uma assistente
pessoal para me dizer o que fazer, você sabe, alguém um pouco mandona.
Maggie ri e me empurra, e depois bate as mãos sobre a boca, e repete a
ação. — De jeito nenhum!
— Isso. — É tão bom ver uma explosão de felicidade em seus olhos,
mesmo por um breve momento. Mas assim que ela pisca, ela se foi, perdeu-se
nas profundezas da agonia que enchem sua alma.
Um dia ela vai parar de lutar. Um dia ela vai ceder, desistir.
Ela já teria desistido se eu não tivesse aparecido. Algumas pessoas a
levaram direto para o inferno. É irônico, porque eu tenho sangue em minhas
mãos e não me sinto como se estivesse infeliz. É mais, como eu se estou
puxando Maggie, da vida tortuosa ela conhece, e esconde com esse sorriso.
Não me arrependo de minhas ações. O pensamento faz minha pele
formigar. Na parte profunda da minha mente, eu me pergunto que tipo de
pessoa que sou, mas arrumo minha coluna e me levanto. Isso me faz ser quem
eu sou e não há nada mais a se considerar. Eu fiz o que tinha que fazer. Eu
não teria tocado em Victor se ele a deixasse em paz, se ele não tivesse
ameaçado vir atrás de nós, mas ele ameaçou. Eu vi o medo nos olhos de
Maggie é a verdade. Se Victor Campone tivesse vivido, teríamos morrido.
— Está com fome? — Eu pergunto me dirigindo à geladeira.
— Sim, um pouco. — Maggie está sentada com os pés enrolados em sua
bunda e olhando para as mãos desde que eu a peguei no apartamento do
Victor. Ela raramente faz contato visual. Acho que a luta a nocauteou. Ele
aparece em surtos, mas é como um carro que está ficando sem gasolina. Estou
muito preocupada com ela. Depois de tudo que ela passou...
Isso não pode desfazê-la. Não pode.
Porque é minha culpa desta vez.
Todas as outras vezes, a Maggie revidou. Ela nunca desistiu, nunca cedeu,
e agora a minha melhor amiga está caída no sofá, coberta de hematomas e
cortes, com os olhos que se assemelham a buracos-negros que sugam tudo,
mas não vejo nada ali. Eles não sentem nada, não mais.
Eu sorrio e digo algo estúpido, tentando fazê-la rir, mas nem sequer
obtenho um sorriso de piedade. Depois de abrir a porta da geladeira, eu gemo
em voz alta. Neil está trabalhando hoje e não conseguiu ir às compras.
Maggie pergunta: — O que ele fez?
— Ele pegou todas as sobras da festa e levou para o trabalho. Eu pensei
que era bom porque ele deveria ir às compras, mas não o fez. — Estou
inclinada na geladeira vazia olhando para uma caixa de leite vencido e um
frasco de picles. Não vou comer isso. Eu bato a geladeira e acrescento: — Eu
dar rápida saída. Será que comida chinesa vai bem?
Maggie geralmente protesta e se oferece para pagar as coisas, mas hoje,
apenas balança a cabeça. — Ótimo! — Eu digo, parecendo alegre. Ela irá
voltar. Ela vai. Se eu continuar dizendo a mim mesmo vai acontecer, certo?
De repente, eu percebo que ela não recuperou-se, matar Victor não era uma
vingança suficiente, até mesmo pelo o que ele fez com Maggie.
Capítulo 12
Pego minhas chaves e ligo o motor. O carro vermelho ronrona quando o
tiro da garagem e digito o CEP do local que irei. Quando estou prestes a
desviar para o estacionamento, um policial segue atrás de mim, com as luzes
vermelhas piscando. Eu não estava em alta velocidade. Droga. Deve ser
verdade que os carros vermelhos são parados mais do que qualquer outra cor.
Eu encosto e levo o carro para o acostamento, tomando o cuidado de
manter as mãos no volante. Papai me disse para nunca ir para a minha bolsa
ou porta-luvas até que o policial esteja de pé ao lado do carro. O cara tem que
ver as minhas mãos ou ele pode atirar em mim, bem não é exatamente do jeito
que meu pai disse isso, mas é o que ele quis dizer.
Eu aperto o botão na janela, assim como o policial se aproxima. Ele está
usando o uniforme escuro que me dá vontade de sair correndo e gritando
para o meu quarto e me esconder debaixo da minha cama.
Ele não é esse cara. Pare com isso, Hallie, xingo-me, mas isso não ajuda.
Até agora, minhas mãos estão tremendo.
— A licença e registro, por favor. — O cara tem trinta e tantos anos, e um
tipo de visual assustador. Por assustador, eu quero dizer que parece que ele
poderia tomar o meu pequeno corpo e dobrá-lo estilo acordeão e enfiá-lo em
seu tronco. O cara é massa muscular pura e ele parece chateado. Eu não posso
imaginar o que eu fiz.
Eu me aproximo do porta-luvas para retirar os papéis mencionados, mas
tudo que eu encontro é o manual sobre o carro e o último aviso de mudança
de óleo. Sem documentos. Sem registro. O meu coração dá uma guinada.
Foda-se. Eu começo a pensar que Jon brincou comigo, mas mesmo ele, não
seria tão baixo. E o policial não me pediu para sair do carro ou qualquer coisa.
Minha lanterna traseira está queimada ou algo assim, isso é tudo. Isso não é
nada.
Eu vasculho minha bolsa e tiro a minha pequena carteira. Meu rosto fica
pálido quando vejo o espaço vazio onde minha carteira de motorista deveria
estar. Olho para o policial e digo baixinho: — Ela se foi.
— Você não tem uma licença ou registro desse veículo? — Ele diz algo
em seu ombro depois de ouvir um zumbido em seu fone de ouvido. — Saia
do carro, minha senhora.
Estou tremendo agora. — Eu não fiz nada de errado. Alguém pegou a
minha licença. Eu tenho uma.
Ele me ignora e me apoia no capô. Tira seus óculos de sol. Quando o
guarda, ele pergunta: — Você sabe que você está dirigindo um veículo
roubado?
— Não é roubado.
— Oh?
Eu balanço minha cabeça, pronto para chorar. Jon não faria isso para
mim, ele não iria. — Jonathan Ferro me vendeu este carro uns dias atrás por
dez mil dólares. Eu não tive a chance de renovar a papelada ainda. Eu pensei
que tinha alguns dias?
O policial concorda. Ele vira o meu rosto para o capô e me revista. —
História legal. O carro vale muito mais do que isso. Se você vai mentir pelo
menos faz a história parecer convincente.
— É verdade! Jon me vendeu por dez mil. Pergunte a ele! Eu não estou
mentindo.
Eu sinto frio do metal prender meus pulsos quando as algemas
escorregam em torno dos meus braços. Eu começo a entrar em pânico. Meu
coração dispara muito rápido e o mundo se torna um borrão. Eu não posso
parar de falar, suplicando, e quando o policial me empurra na parte de trás de
seu carro, todos os terríveis eventos em detalhes vívidos se reproduzem em
minha mente.
Eu fecho meus olhos e tento desligá-los, mas as cores iluminam e os sons
de mais de uma década tocam alto em meus ouvidos, enquanto lágrimas caem
pelo meu rosto. O passado e o presente colidem juntos com tanta violência
que eu não posso suportar isso.
Minha mãe jura para mim antes de me enfiar no armário. Pequenas mãos
envolvem em torno de mim, e eu sei que o meu irmão mais novo, Anthony,
está apavorado. Ele cresceu e seus ossos eu sinto nitidamente sob minhas
palmas. Ele chora até que fica em silêncio, até que ele adormece, até que
minha mãe teve seu efeito das drogas e amantes. Eu a ouvi rir. Eu nunca
poderia fazê-la feliz assim. Ouvi os sons de sexo, até que algo muda. A festa
normal não é mais normal.
O policial que me tirou do armário tentou tirar o corpo sem vida do meu
irmão dos meus braços. Eu não entendi. Eu o protegia dela. Eu vigiei por
Anthony, mas depois de tudo que eu fiz, não foi o suficiente. Eles pensaram
que eu o matei em primeiro lugar. Eles me empurraram para o fundo do carro
e gritei para eles até que eu não podia chorar mais. Eu queria meu irmão, mas
eles disseram que ele estava morto.
Eu não acreditei neles.
Agora, eu tenho dificuldade em acreditar em alguém e este policial abriu
uma ferida que é tão profunda que me corta até o osso. Não, não foi o policial
- foi Jon.
Eu não posso evitar o tremor, mas eu não choro. Eles me ficham e fazem
perguntas que eu ouvi antes. A estrutura nunca muda em lugares como este.
As pessoas são as mesmas. O cheiro é idêntico. Eu olho fixamente, tentando
manter minha mente em uma única peça, mas eu sinto as rachaduras pouco a
pouco.
Quem vai salvar Maggie? Se eu me perder, quem estará lá para ela?
Ninguém. Acalme-se, Hallie.
Eu tenho direito a uma ligação, então que eu chamo a pessoa que eles
estão tentando me manter longe, o homem que está me chantageando por
sexo.
Quando ele atende o telefone, Bryan parece cansado. Eu não sei de que
outra forma dizer. Eu teria pensado que ele estava dormindo, mas há algo em
sua voz que me diz que não dorme há muito tempo. — Suffolk County PD.
Deixe-me adivinhar, é Jon ou Trystan?
— Não, — minha voz é tão baixa, tão tímida que mal faz um som.
Eu o ouvi mudar e Bryan soa mais alerta quando ele responde: — Hallie?
— Venha me pegar. Eu vou lhe dever. Qualquer coisa que você quiser,
basta vir me pegar. — Eu entrego o telefone de volta ao oficial na mesa e sou
levada de volta para a minha cela.
Capítulo 13
Estou sentada em frente a uma mulher que não consegue parar de chorar.
Ela fala sobre os tíquetes de estacionamento não pagos, sobre como ela vai
perder o emprego por causa disto e como ela não trabalhou o suficiente para
pagar os tíquetes. Depois começa a hiperventilar e menciona algo sobre
remédios. Essa é a única vez que o policial no exterior da cela olha para ela.
Eles a removem da nossa cela, dizendo que vai ter seus remédios.
Alguém entra e se senta ao meu lado. Seu rosto está machucado em um
lado.
— Olá.
Eu olho para ela e não digo nada. Meus braços estão cruzados sobre o
meu peito e estou encostada à parede, pensando em maneiras de castrar Jon
Ferro. Ele sabia sobre o meu passado e o que isto faria comigo.
A mulher não é mais que uma menina, deve de ter uns dezoito anos, com
grandes olhos redondos, mas ainda tem bochechas gordinhas, infantis. Pelo
seu rosto angular não parece ter mais de vinte e dois anos. O seu cabelo
escuro é longo e está em um rabo de cavalo bagunçado.
Ela suspira e descansa as costas contra a parede de cimento frio. — Você
passará a noite aqui? Eu espero que sim. Ele precisa de tempo para esfriar. A
única parte ruim é não ter o sabão bacteriano, mas o resto está bem. Além
disso, ele vai dar-me tempo. Eu não posso estar perto dele quando ele está
assim. Ele é geralmente é bom, mas em noites como está, eu acho melhor
ficar aqui. Eu não vou fazer a minha ligação. Ei, você parece familiar. — Ela
fala sem respirar e olha para mim o tempo todo.
— Nós nunca nos conhecemos, — é tudo o que eu digo.
Ela acena com a cabeça e continua, liberando uma onda de palavras.
Sentada, escuto sua vida, a sua história, não sinto nada, apenas piedade. Ela é
como Maggie e eu. Ela não tem ninguém que se preocupe com ela, ninguém
para ouvir a sua voz e em quem encontrar consolo através de seu toque.
Eu não sei quanto tempo estive lá, mas um tempo depois eles chamam o
meu nome, a jovem foi levada para um banho e passará a noite na cela.
Imagino o por que desejar uma cela em vez de ir para casa. Isso me faz querer
chorar, e não há porra nenhuma que eu possa fazer sobre isso. Eu não posso
nem tomar conta de mim.
A porta da cela desliza aberta e faz um som mais horrível. — Hallie
Raymond, recolha as suas coisas na recepção e vá para casa com o seu amigo
que pagou sua fiança. Se você estragar tudo, ele será o único que pagará por
isso, o melhor é se comportar.
Concordo com a cabeça e percorro o caminho para a recepção. Parece
que eu não prestei atenção por um tempo, mas o faço quando vejo Bryan.
Enquanto eu ando atrás dele eu observo a maneira como ele respira, o modo
como os seus ombros estão dobrados para frente como se ele estivesse sendo
vigiado ou com dor. Eu paro atrás dele e o assisto por um momento. Seus
quadris são estreitos, como sempre, ele não perdeu muito peso, mas seu
cabelo não brilha da maneira como ele costumava brilhar. Sua respiração é
superficial e curta, como se tivesse estado correndo. Uma sensação horrível
corre pela minha espinha quando eu olho para ele.
Naquele momento, Bryan sente os olhos sobre ele e vira. Ele tem aquele
sorriso brincalhão no rosto. — Se você queria usar algemas, eu tenho algumas.
Eu ficaria feliz... poff! — Eu bato nele com toda a força do meu corpo e o
seguro apertado.
Bryan fica chocado no início. Seus braços levam um tempo até fecharem-
se em torno de mim, e depois ele me segura. Eu sinto a sua voz, a agitação
quente de ar, quando ele sussurra em meu ouvido: — Vamos sair daqui. —
Ele me solta e eu aceno. Foi quando ele me disse a última coisa que eu queria
ouvir. — Há repórteres na frente.
— O quê? — O meu queixo cai em horror.
— Eu fiz arranjos para sair pela parte de trás, mas haverá alguém. Sempre
há. Todo mundo vai saber o que aconteceu pela manhã. — Bryan pega a
minha mão e me leva, seguindo um oficial, que nos conduz através de uma
sala com armários e na parte de trás da delegacia de polícia, para um Hummer
preto. Sou empurrada para dentro, mas não antes de um flash disparar e eu
olhei diretamente para a câmera.
Bryan empurra-o de volta, mas a foto já foi tirada. Ele sobe atrás de mim
e diz: — Dirija.
— Eu não sou a porra do seu motorista, Bryan. Diga por favor. — Um
cara da minha idade, com cabelo escuro que paira em seu rosto, está no
assento do motorista. Com óculos grandes demais para obscurecer os olhos.
— Foda-se, Trystan.
Trystan revira os olhos e se afasta com sua enorme, máquina
ambientalmente irresponsável, com o objetivo de atingir os repórteres da rua,
quando sai do estacionamento. — As pessoas seriam melhores para você, se
você fosse mais agradável para elas. Isso é tudo o que estou dizendo. —
Trystan é tranquilo, mas eu sinto seus olhos em mim. Quando eu olho para
cima, ele responde ao que eu estava pensando. — Jon não fez isso com você.
Aos poucos, meu queixo inclina-se para cima e os nossos olhos se
encontram no espelho retrovisor. — Jon Ferro é um homem morto. Ele sabe
o que isto me faria. Foi a pior coisa que ele poderia ter feito.
Bryan pega a minha mão e tece os nossos dedos juntos. — Não foi Jon.
Por favor, aguarde para matá-lo até amanhã.
— Eu poderia matá-lo agora. Bryan, eu cuidei de Campone e posso cuidar
de qualquer um que mexer com Maggie ou comigo. Eu não sou mais uma
criança. — Eu soluço e tremo quando o passado e o presente eclodem juntos
novamente. Meu irmão morreu de fome. Ele morreu em meus braços e eu era
muito boba e pequena para saber o que fazer. Eu digo que eu era apenas uma
criança, porque é mais fácil do que dizer às pessoas a minha história, mas os
Ferros sabem de tudo. Eles são como baratas que conseguem encontrar cada
mentira em cada canto escuro de sua alma. — Eu não vou ser dizimada por
Jon. Foda-se ele.
Trystan e Bryan trocam um olhar, mas ninguém diz nada. Bryan me puxa
em seus braços e me segura até pararmos em frente de um antigo motel.
Bruto é a melhor maneira de descrevê-lo. Aposto que eles alugam quartos por
hora. Trystan joga para Bryan a chave do quarto. — Fique aí até eu descobrir
o que aconteceu. Eu acho que já sei, embora os detalhes sejam vagos.
Eu balanço a minha cabeça: — Não, eu não posso. Maggie está de volta e
ela precisa de mim. E Neil...
Bryan suspira, passando as mãos pelos cabelos. Depois que ele fez isso, ele
balança a mão para o seu lado. — Maggie estará bem. E Neil é um idiota.
Além disso, ele sabe que eu a levei esta noite. Aparentemente, você disse a
Maggie que eu estava chantageando você, porque ela tentou me pregar seu
calcanhar na cabeça. — Isso me faz sorrir. — Oh, você acha que é engraçado?
— Bryan me agarra e se inclina para perto. Aqueles olhos verdes brilham por
um momento antes de embaçarem. — Vamos Raymond. Estou pensando em
usá-la até que você se esqueça de quem você é.
CONTINUA
Capítulo 10
Bryan pega o meu rosto em suas mãos.
— Se você não gostar, diga-me! — Eu aceno, lentamente, com as suas
mãos quentes ainda segurando o meu rosto.
Era como se alguém apertasse um interruptor. Os olhos de Bryan se
tornaram mais escuros, mais carnais. Ele libera o meu rosto e pressiona seu
corpo tonificado contra o meu. Empurrando as minhas costas contra a porta,
certifica-se de que eu possa sentir cada centímetro dele. Tira uma corrente
prateada com um plugue em cada extremidade e o prende nos meus mamilos.
Eu ofego quando ele os aperta. O peso das correntes faz com que eu morda
os meus lábios. Enquanto ele pressiona dentro de mim, as correntes vão se
mexendo e puxando suavemente à medida que ele desliza sobre o meu corpo.
Um pequeno suspiro escapa por entre os meus lábios. Bryan me olha, seus
olhos verdes fixos nos meus. Pega um dedo e o coloca entre os meus lábios
rosados, enquanto a outra mão desliza mais para baixo, passando pela minha
barriga e entre as minhas pernas. Eu ofego. Ele se move rapidamente, tocando
a minha protuberância sensível com o polegar, alisando o dedo sobre a carne
suave, e observando o meu rosto enquanto faz isso.
Meu queixo se ergue enquanto tento não gemer. Luto contra as sensações
que estão em erupção dentro de mim, as sensações que ele está trazendo à
tona. Seus dedos se movem sobre o meu clitóris, enquanto ele puxa a corrente
suavemente. Ele sente que estou ficando mais úmida e, em seguida, sem aviso,
sem uma mudança na expressão, empurra o dedo dentro de mim. Ele ainda
está, por um tempo, vendo meus olhos. Eu pisco devagar, sentindo-o ali, entre
as minhas pernas.
Bryan empurra o dedo mais forte, mais profundo enquanto me observa.
Sua respiração está sobre os meus lábios fazendo com que me sinta tonta.
Quando ele puxa o dedo, ergue-o para a minha boca. Delineando os meus
lábios, ele me observa, espalhando meu calor úmido, como batom. Eu pisco
lentamente, com meu coração disparado, e, excitada além da compreensão.
— Prove! — Ele ofega e empurra o dedo em minha boca. Eu passo a
minha língua contra o seu dedo, mas ele o segura lá e diz: — Chupa até que
saia do meu dedo, Hallie! — Eu hesitei, mas ele diz: — Faça isso! — Minha
língua envolve o dedo, sugando-o, saboreando o gosto. Seus olhos estão
queimando, observando-me.
Enquanto chupo o dedo, ele abaixa a outra mão entre as minhas pernas,
abrindo a minha pele escorregadia. Sensações explodem dentro de mim, mas
antes que eu possa saboreá-las, as sensações mudam. O membro duro de
Bryan entra dentro de mim, fazendo com que eu chupe o dedo mais forte
ainda. Ele puxa o dedo da minha boca, e envolve as mãos em volta da minha
cintura. Fica um pouco imóvel, por um momento, respirando rápido e forte.
Depois, puxa para fora lentamente e enfia novamente, fazendo com que eu
bata contra a porta. Meus joelhos tremem à medida que ele lentamente vai me
deixando mais louca. Eu quero mais. Quero que ele me maltrate e me deixe
tonta pela paixão. Que limpe o meu medo com a luxúria, apague a minha
memória por um momento, e tire toda a dor que tem me invadido.
Eu só quero senti-lo e nada mais. O mundo desaparece até que não sei
quanto tempo se passou. Meus braços doem enquanto ele me usa,
empurrando para dentro de mim sucessivas vezes. Minha cabeça pende para o
lado e, em seguida, levanta de volta. Eu ofego todas às vezes e os meus seios
tremem com a força de seu empurrão.
Algo se desdobra dentro de mim. Quero suas mãos em mim, fazendo
tudo ao mesmo tempo. Vertentes delicadas de paixão irrompem dentro de
mim, enviando arrepios pelas minhas coxas e seios. Todos os lugares que
desejo que ele toque fervem como uma corrente viva. Arqueando minhas
costas, eu pressiono meus quadris contra os dele, só para que batam
novamente.
Seus impulsos mudam para provocar, gentilmente empurrando e puxando
para fora. Ele é tão duro, tão perfeito. Quero colocar as minhas pernas ao
redor de seus quadris, mas não posso. As respirações irregulares me
consomem e o quarto está além de quente. Meu corpo está pingando de suor.
Inclinando a cabeça para trás, olho para o teto. É quando suas mãos
encontram os meus seios. Meus lábios formam um O, mas não digo nada. Ele
sente a maciez, a plenitude das minhas curvas enquanto empurra seu pênis
longo e duro em mim lentamente, torturando-me, sucessivamente.
Tomando meus mamilos entre os dedos, ele os torce suavemente e aperta
os grampos. Eu grito, empurrando os meus seios para ele, mas a porta me
detém. Ofegante, mal posso respirar.
Ele sorri, — Shhh! Nenhum som de você! Eu quero que isso entre nós!
Não estou entendendo. Então por que ele quis fazer aquela cena com Neil
e Maggie? Naquele momento, não me importo. Faço o que ele diz e mordo o
lábio para me manter em silêncio. Ele entra profundamente dentro de mim de
novo, e minha boca se abre. Eu engulo o som antes que ele ouça. O único
barulho é a lufada de ar saindo com força dos meus pulmões.
— Boa menina, — ele ronrona e retira antes de novamente empurrar,
desta vez mais profundamente. O tom de sua voz me faz derreter.
Antes que eu possa pensar noutra coisa, os dedos de Bryan apertam em
torno das correntes nos meus mamilos. Seus quadris se mantêm pressionados
rentes aos meus, seu comprimento perdido dentro de mim. Meu queixo cai, e
eu o vejo me observando, esperando que eu faça qualquer barulho. Meus
olhos se fixam nos seus, enquanto sensações ardentes circulam através do meu
corpo, construindo mais apertado e mais forte. Ele lentamente adiciona mais
pressão, provocando e puxando os meus mamilos mais e mais, fazendo com
que a pinça aperte mais ainda. O calor em meu estômago endurece através do
meu corpo. Eu movo os meus quadris e tento balançar contra ele, mas ele me
acalma.
— Não, não. Ainda não!
Eu suspiro! — Eu gosto de ser espancada!
— Sério? — Eu aceno. Sua mão vem com força na minha bunda. Ambas
as nádegas ardem. Ele faz isso enquanto ele ainda está dentro de mim, o que
me faz apertar mais em torno dele. Ele suspira e faz isso de novo, e de novo.
O impacto de suas mãos é tão bom. A ardência envia arrepios através de mim
em ondas que não acabam. Elas navegam pelo meu estômago e se espalham
por todo o meu corpo. Todos os deliciosos formigamentos me atravessam,
fazendo com que eu deslize a minha língua sobre os dentes. Faço isso sem
pensar. É uma reação a ele, ao que está fazendo comigo.
Sem aviso, Bryan puxa para fora. Isso me deixa louca. Meus quadris
sacodem, mas não posso alcançá-lo. O cinto corta os meus pulsos enquanto
me esforço contra as limitações que me foram impostas. Ofego, observando-o
enquanto ele se move para longe de mim. O desejo arde pelo meu corpo. Não
consigo me controlar. Puxando os meus pulsos mais forte ainda, tento
libertar-me do cinto de novo, mas não consigo. Só fica mais apertado.
Ele sorri, assistindo-me lutar, até que eu paro e olho para ele. A expressão
em seu rosto, a intensidade de seus olhos, fazem com que meu estômago se
contorça. Minha respiração fica presa na minha garganta enquanto Bryan
passa perto o suficiente para me tocar, mas ele não toca. Estou ofegante.
Meus olhos estão implorando para que ele faça algo, para que me faça gozar,
deixar-me fode-lo... Qualquer coisa.
— Diga-me o que você deseja, Hallie! Implore-me por isso! — Ele
sussurra palavras ao lado do meu ouvido. A reação dentro de mim é rápida e
violenta. Seu hálito quente faz meu clitóris pulsar e parecer que vou morrer se
ele não me tocar, se ele não terminar o que começou. Ele está tão perto, quase
me tocando, mas não desliza os dedos pela minha cintura. Ele não toca o meu
peito e não provoca os meus mamilos. Isso me faz desejá-lo ainda mais. Eu
me sinto como um animal acorrentado, incapaz de pensar. — Responda-me
linda mulher! — Ele ordena e eu sinto a batida da sua mão na minha bunda.
Meu corpo está tão bem enrolado que o tapa me faz gemer. Eu não
esperava isso, mas antes que pudesse controlar os meu gemido, ele escapa dos
meus lábios. Eu ofego, chocada por não ter sido capaz de abafar o ruído ou
pará-lo a tempo. A mão de Bryan voa uma segunda vez, com mais força. Ele
observa meu rosto enquanto eu estremeço debaixo da sua mão. O tapa é
rápido, e eu sei que vou ter um problema para andar depois, mas não me
importo. Eu grito, dizendo o seu nome, empurrando os meus seios contra ele.
Um olhar perverso torce seus lábios em um sorriso sexy. — Responda-
me! — Sua voz soa como um grunhido e quando não consigo fazer nada,
senão ofegar incontrolavelmente, sua mão me atinge pela terceira vez. Mas ele
não me libera. Em vez disso, ele pega a minha bochecha na mão e aperta. A
ardência se intensifica pela forma como ele me agarra. O belo corpo de Bryan
está coberto por um brilho fino de suor, enquanto me trata grosseiramente.
— Diga-me o que você deseja!
Minha voz é um suspiro. O desejo correndo desenfreadamente. — Eu
quero suas mãos sobre mim, em mim! Eu quero que você me foda sem
sentido. Foda-me, Bryan!
— Implore por isso, Hallie! Implore mais alto! — Seu punho aperta a
minha bunda fazendo com que o meu corpo pressione contra o seu. Gotas de
suor rolam pela minha espinha.
Minha voz treme enquanto imploro, sem capacidade de manter qualquer
traço de comedimento.
— Por favor, Bryan... Por favor! Foda-me! Foda a minha buceta! Encha-
me com o seu gozo. Por favor, baby! Por favor... — Eu continuo a lhe pedir,
enquanto suas mãos deslizam sobre os meus quadris e para baixo entre as
minhas pernas. Quando ele toca o meu clitóris, eu gemo. Bryan inclina sua
cabeça para trás, olhando para mim. — Foda-me, baby! Por favor! — Meus
quadris se remexem contra a sua mão. Em resposta, ele aperta os dedos no
meu clitóris. Eu grito: — Foda-me! Por favor! Bryan! Eu preciso de você! Por
favor!
Quando eu digo o nome dele, ele quebra. Antes de saber o que está
acontecendo, suas mãos estão segurando os meus pulsos sobre a minha
cabeça enquanto ele bate seu membro rígido dentro de mim sucessivamente.
Ele empurra mais e mais profundamente a cada vez, com as mãos deslizando
pelos meus braços. Batendo-se cada vez mais duro contra mim, ele assiste
meus seios balançando e saltando até que ele toma ambos em suas mãos e
aperta os meus mamilos duramente. Eu berro, mas isso só faz com que ele
aperte com mais força, até que a corrente cai. Cai aos meus pés e ele a deixa
lá.
Bryan se move, empurrando para dentro de mim fodendo-me cada vez
mais rápido. O calor entre as minhas pernas percorre todo o meu corpo.
Parece que não posso ser dominada. Não há o suficiente dele para me
satisfazer, nunca. Quando seus dedos apertam mais duramente contra os meus
mamilos doloridos, meus olhos se arregalam. Ele me olha nos olhos enquanto
ele empurra para dentro de mim uma vez... forte. Minhas costas batem contra
a porta e ele me segura lá, observando-me. Seus lábios entreabertos, ele
respira sem dizer nada. Suas mãos suavemente empurram os cabelos para
longe dos meus olhos. Ele acalma por um momento e não posso suportar
isso. Seu pau está em mim, mas não importa o quanto eu me mexa, não posso
fazer com que ele me foda.
Com todo o peso do seu corpo, ele me achata contra a porta. Seus olhos
ardem com o desejo, sua testa está pingando de suor.
— Goze para mim, baby! — Ele respira e mete em mim rápido e
furiosamente. Ele não para quando eu grito. Ele continua metendo contra
mim até que meu corpo não pode ficar mais retesado.
Cada vez que ele afunda em mim eu me sinto mais excitada. Eu não posso
respirar, mas não quero que ele pare. Seu corpo me esmaga, enquanto me
monta, balançando contra mim furiosamente. Eu gemo, e posso dizer o quão
forte ele está empurrando e o quanto vou estar machucada depois, mas não
me importo. No momento, isso é muito bom. Minha pele formiga e está
pingando de suor. Meus seios saltam mais e mais para cima com cada batida
de seu corpo contra o meu. E sem outro pensamento, eu gozo. Meu grito sai
rasgado através da minha garganta. Não posso gozar silenciosamente, não
quando ele faz assim. Bryan me bate mais forte enquanto as deliciosas
sensações giram, fazendo com que todo o meu corpo entre em erupção. Eu o
sinto meter contra mim duro e profundamente, e ele goza alguns segundos
após.
Esgotada, pendurada e estremecendo contra a porta, estou pronta para
cair no chão. Bryan se afasta e me olha. Com os lábios entreabertos, ele só
olha para mim por um momento antes de desatar o cinto. Quando as minhas
mãos caem ao meu lado, meus braços queimam. Bryan me toma em seus
braços e me leva para a cama. Ele me senta na frente dele e esfrega os
músculos doloridos em meus braços e ombros. Minha cabeça se inclina para o
lado enquanto ele faz isso. Cada centímetro meu está formigando. Não quero
que esse momento termine, mas Bryan para.
Viro-me e olho para ele. Ele está brilhando, coberto por uma fina camada
de suor que cheira tão bem. Eu quero lambê-lo, mas apenas aceno. Ele vira
seus olhos esmeraldas para longe e diz:
— Eu acho que eu deveria ir.
— Você vai embora? — De repente, eu me sinto muito nua. Puxo a
coberta da cama e a enrolo em volta dos meus ombros.
— Sim, a menos que você queira que eu fique e diga a Neil tudo sobre
como eu acabei com a raça da sua noiva. — Ele me olha por um segundo. Sua
testa está coberta de suor e seu rosto está brilhando. — O que há de errado?
— Ele sempre pôde me ler tão bem. Eu quero dizer a ele sobre Victor, mas
não posso.
Eu digo outra coisa.
— Neil fez a proposta e eu disse sim. — Eu ergo o meu anel.
— Sim, eu vi isso. Você realmente aceitou? — Bryan se senta ao meu lado.
— Na verdade não. Ele aceitou por mim. — Nós dois ficamos em silêncio
por algum tempo.
Bryan se veste e diz:
— Eu voltarei para ter você do meu jeito de novo em breve. Da próxima
vez é melhor que o idiota do seu noivo tenha você pronta para mim. E eu
quero que você use isso quando estiver comigo e só comigo. — Ele levanta a
corrente do chão e a joga para mim.
A porta do quarto se abre e Neil está lívido. Ele olha para mim e depois
para Bryan:
— Você acha que isso é engraçado?
— Não, acho que ela precisa de algo que você não pode dar a ela. Estou
dando a você uma única chance de quebrar seu compromisso e foder a sua
noiva. Mas você tem que fazer isso como um animal. Satisfaça-a!
O rosto de Neil contorce desgostoso.
— Eu a satisfaço sem esse comportamento bárbaro. Fazer amor não
precisa de mordaças, amarras ou oprimir mulheres de forma nenhuma. Tenho
certeza de que Hallie só aceitou isso pela equipe, seu pedaço de merda
demente!
Essa foi a coisa mais cruel que já ouvi Neil dizendo e eu quero rir, porque
é pateticamente fraco. O homem que estava me usando, ofereceu para quebrar
o acordo se Neil prometer me pegar e fazer sexo animalesco comigo. O
homem deveria ter dito que sim, mas ele, pela sua moral, disse que não. Estou
cansada demais para pensar no que isso significa. O que aconteceu aqui?
— Ela vai tomar mais do que uma foda pela equipe. — Bryan pisca um
dos olhos. — Vejo você amanhã, escrava sexual! Trarei um colar para você e
vai usá-lo. — Bryan aperta a mão de Neil. — Você é um homem inteligente.
O que são alguns meses de infidelidade comparados com uma vida de
riquezas, certo?
Neil aperta a sua mandíbula.
— Então você planeja que isso continue por alguns meses?
— Provavelmente não por muito tempo. Eu fico entediado fodendo a
mesma mulher todo dia. Não se preocupe Neil! Ela é sua sujeira, não a minha.
— Com isso, Bryan vira as costas e sai.
— Neil, — estou pronta para explodir em lágrimas. O julgamento está
espalhado em seu rosto.
— Hallie, isso não é natural. Você não é um animal selvagem! Será que ele
conseguiu instigá-la para que você fingisse o que você não é?
Eu dou de ombros. Não quero falar sobre isso.
— Não tenho ideia.
— Eu deverei deixá-lo foder e espancar você na minha cama, sempre que
ele quiser?
Eu olho fixamente para frente.
— Até que ele se canse de mim, sim. Lide com isso! Você foi quem me
disse para fazer isso. — Eu destaco a última frase. — E ele lhe deu uma saída.
Você não aceitou. — Eu fico olhando para ele, e puxo a coberta mais forte em
volta dos meus ombros.
Neil revira os olhos.
— Eu pensei que fosse apenas uma noite.
— Eu também. Estávamos errados sobre uma porção de coisas.
Capítulo 11
Eu deveria me sentir envergonhada, mas não sinto. No dia seguinte, me
sento com Maggie no sofá enquanto Neil está fora. Ela tem estado muito
tranquila desde que a busquei em seu antigo apartamento. Maggie olha para o
espaço, e eu sei que a memória está se defrontando com o novo e joga uma e
outra vez em sua mente.
— Você quer falar sobre isso? — Eu pergunto, já sabendo a resposta.
Ela inspira e balança a cabeça, antes de oferecer-me um sorriso forçado.
— Não há nada a dizer. A mesma velha merda. Nada mudou, mas dói mais
agora. — Ela sorri como se algo fosse engraçado. — Eu pensava que doía
mais quando eu era criança. Acho que não.
— O que ele fez?
— A mesma coisa de sempre. Victor gosta de possuir coisas. — Ela muda
em seu assento e, em seguida, levanta, colocando distância entre nós. — Era
para eu arranjar-lhe uma garota. Ele tem um tipo, quadris redondos, cabelos
escuros e pele pálida, como Nicole Kidman, mas morena. Assim, a cada
semana, eu levava alguém. Elas ganham algumas centenas de dólares, e ele faz
o que faz. Na semana que eu não conseguia encontrar ninguém, eu a
substituía, mas desta vez... — Ela para de falar e balança a cabeça. — Eu não
deveria ter ido. Geralmente é apenas sexo violento. Ele dá um tapa e me
arranha. Vou para casa e é isso. Mas desta vez... — Ela balança a cabeça e olha
por cima do ombro para mim. — Eu não quero falar sobre isso. Eu tentei
fugir e, em seguida, desisti quando ele disse o que ele faria comigo, e depois
com você. Ele me deu uns tapas por um tempo, me levando do jeito que ele
quis, e então eu ouvi a sua voz e eu estava morrendo de medo que ele fosse
levá-la também. Sinto muito, Hallie.
— Não é culpa sua. — Eu me sinto horrível por deixar sua vida
desmoronar assim. Nós deveríamos estar lá uma para a outra. — Eu deveria
ter chegado mais cedo. Eu teria... Eu gostaria de poder ter tudo de volta.
Maggie sorri tristemente e envolve os braços em torno de si. — Sim, eu
também. E agora? Sem ofensa, mas eu não suporto Neil.
Concordo com a cabeça. — Eu estava pensando que deveria ter um lugar
só meu antes do casamento. Vai ser eu e você.
O olhar de Maggie desvanece no chão. — Você vai se casar com ele,
sério? — Eu aceno e lhe dou um olhar para que não me pressione agora. Ela
acrescenta: — Eu adoraria, mas você sabe que eu não posso me dar ao luxo.
— Sim, você pode. Eu tenho parte do meu pagamento antecipado.
Podemos ir a procura de uma casa sempre que quiser, oh, e esta parte não é
opcional, você trabalha para mim agora. Eu vou precisar de uma assistente
pessoal para me dizer o que fazer, você sabe, alguém um pouco mandona.
Maggie ri e me empurra, e depois bate as mãos sobre a boca, e repete a
ação. — De jeito nenhum!
— Isso. — É tão bom ver uma explosão de felicidade em seus olhos,
mesmo por um breve momento. Mas assim que ela pisca, ela se foi, perdeu-se
nas profundezas da agonia que enchem sua alma.
Um dia ela vai parar de lutar. Um dia ela vai ceder, desistir.
Ela já teria desistido se eu não tivesse aparecido. Algumas pessoas a
levaram direto para o inferno. É irônico, porque eu tenho sangue em minhas
mãos e não me sinto como se estivesse infeliz. É mais, como eu se estou
puxando Maggie, da vida tortuosa ela conhece, e esconde com esse sorriso.
Não me arrependo de minhas ações. O pensamento faz minha pele
formigar. Na parte profunda da minha mente, eu me pergunto que tipo de
pessoa que sou, mas arrumo minha coluna e me levanto. Isso me faz ser quem
eu sou e não há nada mais a se considerar. Eu fiz o que tinha que fazer. Eu
não teria tocado em Victor se ele a deixasse em paz, se ele não tivesse
ameaçado vir atrás de nós, mas ele ameaçou. Eu vi o medo nos olhos de
Maggie é a verdade. Se Victor Campone tivesse vivido, teríamos morrido.
— Está com fome? — Eu pergunto me dirigindo à geladeira.
— Sim, um pouco. — Maggie está sentada com os pés enrolados em sua
bunda e olhando para as mãos desde que eu a peguei no apartamento do
Victor. Ela raramente faz contato visual. Acho que a luta a nocauteou. Ele
aparece em surtos, mas é como um carro que está ficando sem gasolina. Estou
muito preocupada com ela. Depois de tudo que ela passou...
Isso não pode desfazê-la. Não pode.
Porque é minha culpa desta vez.
Todas as outras vezes, a Maggie revidou. Ela nunca desistiu, nunca cedeu,
e agora a minha melhor amiga está caída no sofá, coberta de hematomas e
cortes, com os olhos que se assemelham a buracos-negros que sugam tudo,
mas não vejo nada ali. Eles não sentem nada, não mais.
Eu sorrio e digo algo estúpido, tentando fazê-la rir, mas nem sequer
obtenho um sorriso de piedade. Depois de abrir a porta da geladeira, eu gemo
em voz alta. Neil está trabalhando hoje e não conseguiu ir às compras.
Maggie pergunta: — O que ele fez?
— Ele pegou todas as sobras da festa e levou para o trabalho. Eu pensei
que era bom porque ele deveria ir às compras, mas não o fez. — Estou
inclinada na geladeira vazia olhando para uma caixa de leite vencido e um
frasco de picles. Não vou comer isso. Eu bato a geladeira e acrescento: — Eu
dar rápida saída. Será que comida chinesa vai bem?
Maggie geralmente protesta e se oferece para pagar as coisas, mas hoje,
apenas balança a cabeça. — Ótimo! — Eu digo, parecendo alegre. Ela irá
voltar. Ela vai. Se eu continuar dizendo a mim mesmo vai acontecer, certo?
De repente, eu percebo que ela não recuperou-se, matar Victor não era uma
vingança suficiente, até mesmo pelo o que ele fez com Maggie.
Capítulo 12
Pego minhas chaves e ligo o motor. O carro vermelho ronrona quando o
tiro da garagem e digito o CEP do local que irei. Quando estou prestes a
desviar para o estacionamento, um policial segue atrás de mim, com as luzes
vermelhas piscando. Eu não estava em alta velocidade. Droga. Deve ser
verdade que os carros vermelhos são parados mais do que qualquer outra cor.
Eu encosto e levo o carro para o acostamento, tomando o cuidado de
manter as mãos no volante. Papai me disse para nunca ir para a minha bolsa
ou porta-luvas até que o policial esteja de pé ao lado do carro. O cara tem que
ver as minhas mãos ou ele pode atirar em mim, bem não é exatamente do jeito
que meu pai disse isso, mas é o que ele quis dizer.
Eu aperto o botão na janela, assim como o policial se aproxima. Ele está
usando o uniforme escuro que me dá vontade de sair correndo e gritando
para o meu quarto e me esconder debaixo da minha cama.
Ele não é esse cara. Pare com isso, Hallie, xingo-me, mas isso não ajuda.
Até agora, minhas mãos estão tremendo.
— A licença e registro, por favor. — O cara tem trinta e tantos anos, e um
tipo de visual assustador. Por assustador, eu quero dizer que parece que ele
poderia tomar o meu pequeno corpo e dobrá-lo estilo acordeão e enfiá-lo em
seu tronco. O cara é massa muscular pura e ele parece chateado. Eu não posso
imaginar o que eu fiz.
Eu me aproximo do porta-luvas para retirar os papéis mencionados, mas
tudo que eu encontro é o manual sobre o carro e o último aviso de mudança
de óleo. Sem documentos. Sem registro. O meu coração dá uma guinada.
Foda-se. Eu começo a pensar que Jon brincou comigo, mas mesmo ele, não
seria tão baixo. E o policial não me pediu para sair do carro ou qualquer coisa.
Minha lanterna traseira está queimada ou algo assim, isso é tudo. Isso não é
nada.
Eu vasculho minha bolsa e tiro a minha pequena carteira. Meu rosto fica
pálido quando vejo o espaço vazio onde minha carteira de motorista deveria
estar. Olho para o policial e digo baixinho: — Ela se foi.
— Você não tem uma licença ou registro desse veículo? — Ele diz algo
em seu ombro depois de ouvir um zumbido em seu fone de ouvido. — Saia
do carro, minha senhora.
Estou tremendo agora. — Eu não fiz nada de errado. Alguém pegou a
minha licença. Eu tenho uma.
Ele me ignora e me apoia no capô. Tira seus óculos de sol. Quando o
guarda, ele pergunta: — Você sabe que você está dirigindo um veículo
roubado?
— Não é roubado.
— Oh?
Eu balanço minha cabeça, pronto para chorar. Jon não faria isso para
mim, ele não iria. — Jonathan Ferro me vendeu este carro uns dias atrás por
dez mil dólares. Eu não tive a chance de renovar a papelada ainda. Eu pensei
que tinha alguns dias?
O policial concorda. Ele vira o meu rosto para o capô e me revista. —
História legal. O carro vale muito mais do que isso. Se você vai mentir pelo
menos faz a história parecer convincente.
— É verdade! Jon me vendeu por dez mil. Pergunte a ele! Eu não estou
mentindo.
Eu sinto frio do metal prender meus pulsos quando as algemas
escorregam em torno dos meus braços. Eu começo a entrar em pânico. Meu
coração dispara muito rápido e o mundo se torna um borrão. Eu não posso
parar de falar, suplicando, e quando o policial me empurra na parte de trás de
seu carro, todos os terríveis eventos em detalhes vívidos se reproduzem em
minha mente.
Eu fecho meus olhos e tento desligá-los, mas as cores iluminam e os sons
de mais de uma década tocam alto em meus ouvidos, enquanto lágrimas caem
pelo meu rosto. O passado e o presente colidem juntos com tanta violência
que eu não posso suportar isso.
Minha mãe jura para mim antes de me enfiar no armário. Pequenas mãos
envolvem em torno de mim, e eu sei que o meu irmão mais novo, Anthony,
está apavorado. Ele cresceu e seus ossos eu sinto nitidamente sob minhas
palmas. Ele chora até que fica em silêncio, até que ele adormece, até que
minha mãe teve seu efeito das drogas e amantes. Eu a ouvi rir. Eu nunca
poderia fazê-la feliz assim. Ouvi os sons de sexo, até que algo muda. A festa
normal não é mais normal.
O policial que me tirou do armário tentou tirar o corpo sem vida do meu
irmão dos meus braços. Eu não entendi. Eu o protegia dela. Eu vigiei por
Anthony, mas depois de tudo que eu fiz, não foi o suficiente. Eles pensaram
que eu o matei em primeiro lugar. Eles me empurraram para o fundo do carro
e gritei para eles até que eu não podia chorar mais. Eu queria meu irmão, mas
eles disseram que ele estava morto.
Eu não acreditei neles.
Agora, eu tenho dificuldade em acreditar em alguém e este policial abriu
uma ferida que é tão profunda que me corta até o osso. Não, não foi o policial
- foi Jon.
Eu não posso evitar o tremor, mas eu não choro. Eles me ficham e fazem
perguntas que eu ouvi antes. A estrutura nunca muda em lugares como este.
As pessoas são as mesmas. O cheiro é idêntico. Eu olho fixamente, tentando
manter minha mente em uma única peça, mas eu sinto as rachaduras pouco a
pouco.
Quem vai salvar Maggie? Se eu me perder, quem estará lá para ela?
Ninguém. Acalme-se, Hallie.
Eu tenho direito a uma ligação, então que eu chamo a pessoa que eles
estão tentando me manter longe, o homem que está me chantageando por
sexo.
Quando ele atende o telefone, Bryan parece cansado. Eu não sei de que
outra forma dizer. Eu teria pensado que ele estava dormindo, mas há algo em
sua voz que me diz que não dorme há muito tempo. — Suffolk County PD.
Deixe-me adivinhar, é Jon ou Trystan?
— Não, — minha voz é tão baixa, tão tímida que mal faz um som.
Eu o ouvi mudar e Bryan soa mais alerta quando ele responde: — Hallie?
— Venha me pegar. Eu vou lhe dever. Qualquer coisa que você quiser,
basta vir me pegar. — Eu entrego o telefone de volta ao oficial na mesa e sou
levada de volta para a minha cela.
Capítulo 13
Estou sentada em frente a uma mulher que não consegue parar de chorar.
Ela fala sobre os tíquetes de estacionamento não pagos, sobre como ela vai
perder o emprego por causa disto e como ela não trabalhou o suficiente para
pagar os tíquetes. Depois começa a hiperventilar e menciona algo sobre
remédios. Essa é a única vez que o policial no exterior da cela olha para ela.
Eles a removem da nossa cela, dizendo que vai ter seus remédios.
Alguém entra e se senta ao meu lado. Seu rosto está machucado em um
lado.
— Olá.
Eu olho para ela e não digo nada. Meus braços estão cruzados sobre o
meu peito e estou encostada à parede, pensando em maneiras de castrar Jon
Ferro. Ele sabia sobre o meu passado e o que isto faria comigo.
A mulher não é mais que uma menina, deve de ter uns dezoito anos, com
grandes olhos redondos, mas ainda tem bochechas gordinhas, infantis. Pelo
seu rosto angular não parece ter mais de vinte e dois anos. O seu cabelo
escuro é longo e está em um rabo de cavalo bagunçado.
Ela suspira e descansa as costas contra a parede de cimento frio. — Você
passará a noite aqui? Eu espero que sim. Ele precisa de tempo para esfriar. A
única parte ruim é não ter o sabão bacteriano, mas o resto está bem. Além
disso, ele vai dar-me tempo. Eu não posso estar perto dele quando ele está
assim. Ele é geralmente é bom, mas em noites como está, eu acho melhor
ficar aqui. Eu não vou fazer a minha ligação. Ei, você parece familiar. — Ela
fala sem respirar e olha para mim o tempo todo.
— Nós nunca nos conhecemos, — é tudo o que eu digo.
Ela acena com a cabeça e continua, liberando uma onda de palavras.
Sentada, escuto sua vida, a sua história, não sinto nada, apenas piedade. Ela é
como Maggie e eu. Ela não tem ninguém que se preocupe com ela, ninguém
para ouvir a sua voz e em quem encontrar consolo através de seu toque.
Eu não sei quanto tempo estive lá, mas um tempo depois eles chamam o
meu nome, a jovem foi levada para um banho e passará a noite na cela.
Imagino o por que desejar uma cela em vez de ir para casa. Isso me faz querer
chorar, e não há porra nenhuma que eu possa fazer sobre isso. Eu não posso
nem tomar conta de mim.
A porta da cela desliza aberta e faz um som mais horrível. — Hallie
Raymond, recolha as suas coisas na recepção e vá para casa com o seu amigo
que pagou sua fiança. Se você estragar tudo, ele será o único que pagará por
isso, o melhor é se comportar.
Concordo com a cabeça e percorro o caminho para a recepção. Parece
que eu não prestei atenção por um tempo, mas o faço quando vejo Bryan.
Enquanto eu ando atrás dele eu observo a maneira como ele respira, o modo
como os seus ombros estão dobrados para frente como se ele estivesse sendo
vigiado ou com dor. Eu paro atrás dele e o assisto por um momento. Seus
quadris são estreitos, como sempre, ele não perdeu muito peso, mas seu
cabelo não brilha da maneira como ele costumava brilhar. Sua respiração é
superficial e curta, como se tivesse estado correndo. Uma sensação horrível
corre pela minha espinha quando eu olho para ele.
Naquele momento, Bryan sente os olhos sobre ele e vira. Ele tem aquele
sorriso brincalhão no rosto. — Se você queria usar algemas, eu tenho algumas.
Eu ficaria feliz... poff! — Eu bato nele com toda a força do meu corpo e o
seguro apertado.
Bryan fica chocado no início. Seus braços levam um tempo até fecharem-
se em torno de mim, e depois ele me segura. Eu sinto a sua voz, a agitação
quente de ar, quando ele sussurra em meu ouvido: — Vamos sair daqui. —
Ele me solta e eu aceno. Foi quando ele me disse a última coisa que eu queria
ouvir. — Há repórteres na frente.
— O quê? — O meu queixo cai em horror.
— Eu fiz arranjos para sair pela parte de trás, mas haverá alguém. Sempre
há. Todo mundo vai saber o que aconteceu pela manhã. — Bryan pega a
minha mão e me leva, seguindo um oficial, que nos conduz através de uma
sala com armários e na parte de trás da delegacia de polícia, para um Hummer
preto. Sou empurrada para dentro, mas não antes de um flash disparar e eu
olhei diretamente para a câmera.
Bryan empurra-o de volta, mas a foto já foi tirada. Ele sobe atrás de mim
e diz: — Dirija.
— Eu não sou a porra do seu motorista, Bryan. Diga por favor. — Um
cara da minha idade, com cabelo escuro que paira em seu rosto, está no
assento do motorista. Com óculos grandes demais para obscurecer os olhos.
— Foda-se, Trystan.
Trystan revira os olhos e se afasta com sua enorme, máquina
ambientalmente irresponsável, com o objetivo de atingir os repórteres da rua,
quando sai do estacionamento. — As pessoas seriam melhores para você, se
você fosse mais agradável para elas. Isso é tudo o que estou dizendo. —
Trystan é tranquilo, mas eu sinto seus olhos em mim. Quando eu olho para
cima, ele responde ao que eu estava pensando. — Jon não fez isso com você.
Aos poucos, meu queixo inclina-se para cima e os nossos olhos se
encontram no espelho retrovisor. — Jon Ferro é um homem morto. Ele sabe
o que isto me faria. Foi a pior coisa que ele poderia ter feito.
Bryan pega a minha mão e tece os nossos dedos juntos. — Não foi Jon.
Por favor, aguarde para matá-lo até amanhã.
— Eu poderia matá-lo agora. Bryan, eu cuidei de Campone e posso cuidar
de qualquer um que mexer com Maggie ou comigo. Eu não sou mais uma
criança. — Eu soluço e tremo quando o passado e o presente eclodem juntos
novamente. Meu irmão morreu de fome. Ele morreu em meus braços e eu era
muito boba e pequena para saber o que fazer. Eu digo que eu era apenas uma
criança, porque é mais fácil do que dizer às pessoas a minha história, mas os
Ferros sabem de tudo. Eles são como baratas que conseguem encontrar cada
mentira em cada canto escuro de sua alma. — Eu não vou ser dizimada por
Jon. Foda-se ele.
Trystan e Bryan trocam um olhar, mas ninguém diz nada. Bryan me puxa
em seus braços e me segura até pararmos em frente de um antigo motel.
Bruto é a melhor maneira de descrevê-lo. Aposto que eles alugam quartos por
hora. Trystan joga para Bryan a chave do quarto. — Fique aí até eu descobrir
o que aconteceu. Eu acho que já sei, embora os detalhes sejam vagos.
Eu balanço a minha cabeça: — Não, eu não posso. Maggie está de volta e
ela precisa de mim. E Neil...
Bryan suspira, passando as mãos pelos cabelos. Depois que ele fez isso, ele
balança a mão para o seu lado. — Maggie estará bem. E Neil é um idiota.
Além disso, ele sabe que eu a levei esta noite. Aparentemente, você disse a
Maggie que eu estava chantageando você, porque ela tentou me pregar seu
calcanhar na cabeça. — Isso me faz sorrir. — Oh, você acha que é engraçado?
— Bryan me agarra e se inclina para perto. Aqueles olhos verdes brilham por
um momento antes de embaçarem. — Vamos Raymond. Estou pensando em
usá-la até que você se esqueça de quem você é.
CONTINUA
Capítulo 10
Bryan pega o meu rosto em suas mãos.
— Se você não gostar, diga-me! — Eu aceno, lentamente, com as suas
mãos quentes ainda segurando o meu rosto.
Era como se alguém apertasse um interruptor. Os olhos de Bryan se
tornaram mais escuros, mais carnais. Ele libera o meu rosto e pressiona seu
corpo tonificado contra o meu. Empurrando as minhas costas contra a porta,
certifica-se de que eu possa sentir cada centímetro dele. Tira uma corrente
prateada com um plugue em cada extremidade e o prende nos meus mamilos.
Eu ofego quando ele os aperta. O peso das correntes faz com que eu morda
os meus lábios. Enquanto ele pressiona dentro de mim, as correntes vão se
mexendo e puxando suavemente à medida que ele desliza sobre o meu corpo.
Um pequeno suspiro escapa por entre os meus lábios. Bryan me olha, seus
olhos verdes fixos nos meus. Pega um dedo e o coloca entre os meus lábios
rosados, enquanto a outra mão desliza mais para baixo, passando pela minha
barriga e entre as minhas pernas. Eu ofego. Ele se move rapidamente, tocando
a minha protuberância sensível com o polegar, alisando o dedo sobre a carne
suave, e observando o meu rosto enquanto faz isso.
Meu queixo se ergue enquanto tento não gemer. Luto contra as sensações
que estão em erupção dentro de mim, as sensações que ele está trazendo à
tona. Seus dedos se movem sobre o meu clitóris, enquanto ele puxa a corrente
suavemente. Ele sente que estou ficando mais úmida e, em seguida, sem aviso,
sem uma mudança na expressão, empurra o dedo dentro de mim. Ele ainda
está, por um tempo, vendo meus olhos. Eu pisco devagar, sentindo-o ali, entre
as minhas pernas.
Bryan empurra o dedo mais forte, mais profundo enquanto me observa.
Sua respiração está sobre os meus lábios fazendo com que me sinta tonta.
Quando ele puxa o dedo, ergue-o para a minha boca. Delineando os meus
lábios, ele me observa, espalhando meu calor úmido, como batom. Eu pisco
lentamente, com meu coração disparado, e, excitada além da compreensão.
— Prove! — Ele ofega e empurra o dedo em minha boca. Eu passo a
minha língua contra o seu dedo, mas ele o segura lá e diz: — Chupa até que
saia do meu dedo, Hallie! — Eu hesitei, mas ele diz: — Faça isso! — Minha
língua envolve o dedo, sugando-o, saboreando o gosto. Seus olhos estão
queimando, observando-me.
Enquanto chupo o dedo, ele abaixa a outra mão entre as minhas pernas,
abrindo a minha pele escorregadia. Sensações explodem dentro de mim, mas
antes que eu possa saboreá-las, as sensações mudam. O membro duro de
Bryan entra dentro de mim, fazendo com que eu chupe o dedo mais forte
ainda. Ele puxa o dedo da minha boca, e envolve as mãos em volta da minha
cintura. Fica um pouco imóvel, por um momento, respirando rápido e forte.
Depois, puxa para fora lentamente e enfia novamente, fazendo com que eu
bata contra a porta. Meus joelhos tremem à medida que ele lentamente vai me
deixando mais louca. Eu quero mais. Quero que ele me maltrate e me deixe
tonta pela paixão. Que limpe o meu medo com a luxúria, apague a minha
memória por um momento, e tire toda a dor que tem me invadido.
Eu só quero senti-lo e nada mais. O mundo desaparece até que não sei
quanto tempo se passou. Meus braços doem enquanto ele me usa,
empurrando para dentro de mim sucessivas vezes. Minha cabeça pende para o
lado e, em seguida, levanta de volta. Eu ofego todas às vezes e os meus seios
tremem com a força de seu empurrão.
Algo se desdobra dentro de mim. Quero suas mãos em mim, fazendo
tudo ao mesmo tempo. Vertentes delicadas de paixão irrompem dentro de
mim, enviando arrepios pelas minhas coxas e seios. Todos os lugares que
desejo que ele toque fervem como uma corrente viva. Arqueando minhas
costas, eu pressiono meus quadris contra os dele, só para que batam
novamente.
Seus impulsos mudam para provocar, gentilmente empurrando e puxando
para fora. Ele é tão duro, tão perfeito. Quero colocar as minhas pernas ao
redor de seus quadris, mas não posso. As respirações irregulares me
consomem e o quarto está além de quente. Meu corpo está pingando de suor.
Inclinando a cabeça para trás, olho para o teto. É quando suas mãos
encontram os meus seios. Meus lábios formam um O, mas não digo nada. Ele
sente a maciez, a plenitude das minhas curvas enquanto empurra seu pênis
longo e duro em mim lentamente, torturando-me, sucessivamente.
Tomando meus mamilos entre os dedos, ele os torce suavemente e aperta
os grampos. Eu grito, empurrando os meus seios para ele, mas a porta me
detém. Ofegante, mal posso respirar.
Ele sorri, — Shhh! Nenhum som de você! Eu quero que isso entre nós!
Não estou entendendo. Então por que ele quis fazer aquela cena com Neil
e Maggie? Naquele momento, não me importo. Faço o que ele diz e mordo o
lábio para me manter em silêncio. Ele entra profundamente dentro de mim de
novo, e minha boca se abre. Eu engulo o som antes que ele ouça. O único
barulho é a lufada de ar saindo com força dos meus pulmões.
— Boa menina, — ele ronrona e retira antes de novamente empurrar,
desta vez mais profundamente. O tom de sua voz me faz derreter.
Antes que eu possa pensar noutra coisa, os dedos de Bryan apertam em
torno das correntes nos meus mamilos. Seus quadris se mantêm pressionados
rentes aos meus, seu comprimento perdido dentro de mim. Meu queixo cai, e
eu o vejo me observando, esperando que eu faça qualquer barulho. Meus
olhos se fixam nos seus, enquanto sensações ardentes circulam através do meu
corpo, construindo mais apertado e mais forte. Ele lentamente adiciona mais
pressão, provocando e puxando os meus mamilos mais e mais, fazendo com
que a pinça aperte mais ainda. O calor em meu estômago endurece através do
meu corpo. Eu movo os meus quadris e tento balançar contra ele, mas ele me
acalma.
— Não, não. Ainda não!
Eu suspiro! — Eu gosto de ser espancada!
— Sério? — Eu aceno. Sua mão vem com força na minha bunda. Ambas
as nádegas ardem. Ele faz isso enquanto ele ainda está dentro de mim, o que
me faz apertar mais em torno dele. Ele suspira e faz isso de novo, e de novo.
O impacto de suas mãos é tão bom. A ardência envia arrepios através de mim
em ondas que não acabam. Elas navegam pelo meu estômago e se espalham
por todo o meu corpo. Todos os deliciosos formigamentos me atravessam,
fazendo com que eu deslize a minha língua sobre os dentes. Faço isso sem
pensar. É uma reação a ele, ao que está fazendo comigo.
Sem aviso, Bryan puxa para fora. Isso me deixa louca. Meus quadris
sacodem, mas não posso alcançá-lo. O cinto corta os meus pulsos enquanto
me esforço contra as limitações que me foram impostas. Ofego, observando-o
enquanto ele se move para longe de mim. O desejo arde pelo meu corpo. Não
consigo me controlar. Puxando os meus pulsos mais forte ainda, tento
libertar-me do cinto de novo, mas não consigo. Só fica mais apertado.
Ele sorri, assistindo-me lutar, até que eu paro e olho para ele. A expressão
em seu rosto, a intensidade de seus olhos, fazem com que meu estômago se
contorça. Minha respiração fica presa na minha garganta enquanto Bryan
passa perto o suficiente para me tocar, mas ele não toca. Estou ofegante.
Meus olhos estão implorando para que ele faça algo, para que me faça gozar,
deixar-me fode-lo... Qualquer coisa.
— Diga-me o que você deseja, Hallie! Implore-me por isso! — Ele
sussurra palavras ao lado do meu ouvido. A reação dentro de mim é rápida e
violenta. Seu hálito quente faz meu clitóris pulsar e parecer que vou morrer se
ele não me tocar, se ele não terminar o que começou. Ele está tão perto, quase
me tocando, mas não desliza os dedos pela minha cintura. Ele não toca o meu
peito e não provoca os meus mamilos. Isso me faz desejá-lo ainda mais. Eu
me sinto como um animal acorrentado, incapaz de pensar. — Responda-me
linda mulher! — Ele ordena e eu sinto a batida da sua mão na minha bunda.
Meu corpo está tão bem enrolado que o tapa me faz gemer. Eu não
esperava isso, mas antes que pudesse controlar os meu gemido, ele escapa dos
meus lábios. Eu ofego, chocada por não ter sido capaz de abafar o ruído ou
pará-lo a tempo. A mão de Bryan voa uma segunda vez, com mais força. Ele
observa meu rosto enquanto eu estremeço debaixo da sua mão. O tapa é
rápido, e eu sei que vou ter um problema para andar depois, mas não me
importo. Eu grito, dizendo o seu nome, empurrando os meus seios contra ele.
Um olhar perverso torce seus lábios em um sorriso sexy. — Responda-
me! — Sua voz soa como um grunhido e quando não consigo fazer nada,
senão ofegar incontrolavelmente, sua mão me atinge pela terceira vez. Mas ele
não me libera. Em vez disso, ele pega a minha bochecha na mão e aperta. A
ardência se intensifica pela forma como ele me agarra. O belo corpo de Bryan
está coberto por um brilho fino de suor, enquanto me trata grosseiramente.
— Diga-me o que você deseja!
Minha voz é um suspiro. O desejo correndo desenfreadamente. — Eu
quero suas mãos sobre mim, em mim! Eu quero que você me foda sem
sentido. Foda-me, Bryan!
— Implore por isso, Hallie! Implore mais alto! — Seu punho aperta a
minha bunda fazendo com que o meu corpo pressione contra o seu. Gotas de
suor rolam pela minha espinha.
Minha voz treme enquanto imploro, sem capacidade de manter qualquer
traço de comedimento.
— Por favor, Bryan... Por favor! Foda-me! Foda a minha buceta! Encha-
me com o seu gozo. Por favor, baby! Por favor... — Eu continuo a lhe pedir,
enquanto suas mãos deslizam sobre os meus quadris e para baixo entre as
minhas pernas. Quando ele toca o meu clitóris, eu gemo. Bryan inclina sua
cabeça para trás, olhando para mim. — Foda-me, baby! Por favor! — Meus
quadris se remexem contra a sua mão. Em resposta, ele aperta os dedos no
meu clitóris. Eu grito: — Foda-me! Por favor! Bryan! Eu preciso de você! Por
favor!
Quando eu digo o nome dele, ele quebra. Antes de saber o que está
acontecendo, suas mãos estão segurando os meus pulsos sobre a minha
cabeça enquanto ele bate seu membro rígido dentro de mim sucessivamente.
Ele empurra mais e mais profundamente a cada vez, com as mãos deslizando
pelos meus braços. Batendo-se cada vez mais duro contra mim, ele assiste
meus seios balançando e saltando até que ele toma ambos em suas mãos e
aperta os meus mamilos duramente. Eu berro, mas isso só faz com que ele
aperte com mais força, até que a corrente cai. Cai aos meus pés e ele a deixa
lá.
Bryan se move, empurrando para dentro de mim fodendo-me cada vez
mais rápido. O calor entre as minhas pernas percorre todo o meu corpo.
Parece que não posso ser dominada. Não há o suficiente dele para me
satisfazer, nunca. Quando seus dedos apertam mais duramente contra os meus
mamilos doloridos, meus olhos se arregalam. Ele me olha nos olhos enquanto
ele empurra para dentro de mim uma vez... forte. Minhas costas batem contra
a porta e ele me segura lá, observando-me. Seus lábios entreabertos, ele
respira sem dizer nada. Suas mãos suavemente empurram os cabelos para
longe dos meus olhos. Ele acalma por um momento e não posso suportar
isso. Seu pau está em mim, mas não importa o quanto eu me mexa, não posso
fazer com que ele me foda.
Com todo o peso do seu corpo, ele me achata contra a porta. Seus olhos
ardem com o desejo, sua testa está pingando de suor.
— Goze para mim, baby! — Ele respira e mete em mim rápido e
furiosamente. Ele não para quando eu grito. Ele continua metendo contra
mim até que meu corpo não pode ficar mais retesado.
Cada vez que ele afunda em mim eu me sinto mais excitada. Eu não posso
respirar, mas não quero que ele pare. Seu corpo me esmaga, enquanto me
monta, balançando contra mim furiosamente. Eu gemo, e posso dizer o quão
forte ele está empurrando e o quanto vou estar machucada depois, mas não
me importo. No momento, isso é muito bom. Minha pele formiga e está
pingando de suor. Meus seios saltam mais e mais para cima com cada batida
de seu corpo contra o meu. E sem outro pensamento, eu gozo. Meu grito sai
rasgado através da minha garganta. Não posso gozar silenciosamente, não
quando ele faz assim. Bryan me bate mais forte enquanto as deliciosas
sensações giram, fazendo com que todo o meu corpo entre em erupção. Eu o
sinto meter contra mim duro e profundamente, e ele goza alguns segundos
após.
Esgotada, pendurada e estremecendo contra a porta, estou pronta para
cair no chão. Bryan se afasta e me olha. Com os lábios entreabertos, ele só
olha para mim por um momento antes de desatar o cinto. Quando as minhas
mãos caem ao meu lado, meus braços queimam. Bryan me toma em seus
braços e me leva para a cama. Ele me senta na frente dele e esfrega os
músculos doloridos em meus braços e ombros. Minha cabeça se inclina para o
lado enquanto ele faz isso. Cada centímetro meu está formigando. Não quero
que esse momento termine, mas Bryan para.
Viro-me e olho para ele. Ele está brilhando, coberto por uma fina camada
de suor que cheira tão bem. Eu quero lambê-lo, mas apenas aceno. Ele vira
seus olhos esmeraldas para longe e diz:
— Eu acho que eu deveria ir.
— Você vai embora? — De repente, eu me sinto muito nua. Puxo a
coberta da cama e a enrolo em volta dos meus ombros.
— Sim, a menos que você queira que eu fique e diga a Neil tudo sobre
como eu acabei com a raça da sua noiva. — Ele me olha por um segundo. Sua
testa está coberta de suor e seu rosto está brilhando. — O que há de errado?
— Ele sempre pôde me ler tão bem. Eu quero dizer a ele sobre Victor, mas
não posso.
Eu digo outra coisa.
— Neil fez a proposta e eu disse sim. — Eu ergo o meu anel.
— Sim, eu vi isso. Você realmente aceitou? — Bryan se senta ao meu lado.
— Na verdade não. Ele aceitou por mim. — Nós dois ficamos em silêncio
por algum tempo.
Bryan se veste e diz:
— Eu voltarei para ter você do meu jeito de novo em breve. Da próxima
vez é melhor que o idiota do seu noivo tenha você pronta para mim. E eu
quero que você use isso quando estiver comigo e só comigo. — Ele levanta a
corrente do chão e a joga para mim.
A porta do quarto se abre e Neil está lívido. Ele olha para mim e depois
para Bryan:
— Você acha que isso é engraçado?
— Não, acho que ela precisa de algo que você não pode dar a ela. Estou
dando a você uma única chance de quebrar seu compromisso e foder a sua
noiva. Mas você tem que fazer isso como um animal. Satisfaça-a!
O rosto de Neil contorce desgostoso.
— Eu a satisfaço sem esse comportamento bárbaro. Fazer amor não
precisa de mordaças, amarras ou oprimir mulheres de forma nenhuma. Tenho
certeza de que Hallie só aceitou isso pela equipe, seu pedaço de merda
demente!
Essa foi a coisa mais cruel que já ouvi Neil dizendo e eu quero rir, porque
é pateticamente fraco. O homem que estava me usando, ofereceu para quebrar
o acordo se Neil prometer me pegar e fazer sexo animalesco comigo. O
homem deveria ter dito que sim, mas ele, pela sua moral, disse que não. Estou
cansada demais para pensar no que isso significa. O que aconteceu aqui?
— Ela vai tomar mais do que uma foda pela equipe. — Bryan pisca um
dos olhos. — Vejo você amanhã, escrava sexual! Trarei um colar para você e
vai usá-lo. — Bryan aperta a mão de Neil. — Você é um homem inteligente.
O que são alguns meses de infidelidade comparados com uma vida de
riquezas, certo?
Neil aperta a sua mandíbula.
— Então você planeja que isso continue por alguns meses?
— Provavelmente não por muito tempo. Eu fico entediado fodendo a
mesma mulher todo dia. Não se preocupe Neil! Ela é sua sujeira, não a minha.
— Com isso, Bryan vira as costas e sai.
— Neil, — estou pronta para explodir em lágrimas. O julgamento está
espalhado em seu rosto.
— Hallie, isso não é natural. Você não é um animal selvagem! Será que ele
conseguiu instigá-la para que você fingisse o que você não é?
Eu dou de ombros. Não quero falar sobre isso.
— Não tenho ideia.
— Eu deverei deixá-lo foder e espancar você na minha cama, sempre que
ele quiser?
Eu olho fixamente para frente.
— Até que ele se canse de mim, sim. Lide com isso! Você foi quem me
disse para fazer isso. — Eu destaco a última frase. — E ele lhe deu uma saída.
Você não aceitou. — Eu fico olhando para ele, e puxo a coberta mais forte em
volta dos meus ombros.
Neil revira os olhos.
— Eu pensei que fosse apenas uma noite.
— Eu também. Estávamos errados sobre uma porção de coisas.
Capítulo 11
Eu deveria me sentir envergonhada, mas não sinto. No dia seguinte, me
sento com Maggie no sofá enquanto Neil está fora. Ela tem estado muito
tranquila desde que a busquei em seu antigo apartamento. Maggie olha para o
espaço, e eu sei que a memória está se defrontando com o novo e joga uma e
outra vez em sua mente.
— Você quer falar sobre isso? — Eu pergunto, já sabendo a resposta.
Ela inspira e balança a cabeça, antes de oferecer-me um sorriso forçado.
— Não há nada a dizer. A mesma velha merda. Nada mudou, mas dói mais
agora. — Ela sorri como se algo fosse engraçado. — Eu pensava que doía
mais quando eu era criança. Acho que não.
— O que ele fez?
— A mesma coisa de sempre. Victor gosta de possuir coisas. — Ela muda
em seu assento e, em seguida, levanta, colocando distância entre nós. — Era
para eu arranjar-lhe uma garota. Ele tem um tipo, quadris redondos, cabelos
escuros e pele pálida, como Nicole Kidman, mas morena. Assim, a cada
semana, eu levava alguém. Elas ganham algumas centenas de dólares, e ele faz
o que faz. Na semana que eu não conseguia encontrar ninguém, eu a
substituía, mas desta vez... — Ela para de falar e balança a cabeça. — Eu não
deveria ter ido. Geralmente é apenas sexo violento. Ele dá um tapa e me
arranha. Vou para casa e é isso. Mas desta vez... — Ela balança a cabeça e olha
por cima do ombro para mim. — Eu não quero falar sobre isso. Eu tentei
fugir e, em seguida, desisti quando ele disse o que ele faria comigo, e depois
com você. Ele me deu uns tapas por um tempo, me levando do jeito que ele
quis, e então eu ouvi a sua voz e eu estava morrendo de medo que ele fosse
levá-la também. Sinto muito, Hallie.
— Não é culpa sua. — Eu me sinto horrível por deixar sua vida
desmoronar assim. Nós deveríamos estar lá uma para a outra. — Eu deveria
ter chegado mais cedo. Eu teria... Eu gostaria de poder ter tudo de volta.
Maggie sorri tristemente e envolve os braços em torno de si. — Sim, eu
também. E agora? Sem ofensa, mas eu não suporto Neil.
Concordo com a cabeça. — Eu estava pensando que deveria ter um lugar
só meu antes do casamento. Vai ser eu e você.
O olhar de Maggie desvanece no chão. — Você vai se casar com ele,
sério? — Eu aceno e lhe dou um olhar para que não me pressione agora. Ela
acrescenta: — Eu adoraria, mas você sabe que eu não posso me dar ao luxo.
— Sim, você pode. Eu tenho parte do meu pagamento antecipado.
Podemos ir a procura de uma casa sempre que quiser, oh, e esta parte não é
opcional, você trabalha para mim agora. Eu vou precisar de uma assistente
pessoal para me dizer o que fazer, você sabe, alguém um pouco mandona.
Maggie ri e me empurra, e depois bate as mãos sobre a boca, e repete a
ação. — De jeito nenhum!
— Isso. — É tão bom ver uma explosão de felicidade em seus olhos,
mesmo por um breve momento. Mas assim que ela pisca, ela se foi, perdeu-se
nas profundezas da agonia que enchem sua alma.
Um dia ela vai parar de lutar. Um dia ela vai ceder, desistir.
Ela já teria desistido se eu não tivesse aparecido. Algumas pessoas a
levaram direto para o inferno. É irônico, porque eu tenho sangue em minhas
mãos e não me sinto como se estivesse infeliz. É mais, como eu se estou
puxando Maggie, da vida tortuosa ela conhece, e esconde com esse sorriso.
Não me arrependo de minhas ações. O pensamento faz minha pele
formigar. Na parte profunda da minha mente, eu me pergunto que tipo de
pessoa que sou, mas arrumo minha coluna e me levanto. Isso me faz ser quem
eu sou e não há nada mais a se considerar. Eu fiz o que tinha que fazer. Eu
não teria tocado em Victor se ele a deixasse em paz, se ele não tivesse
ameaçado vir atrás de nós, mas ele ameaçou. Eu vi o medo nos olhos de
Maggie é a verdade. Se Victor Campone tivesse vivido, teríamos morrido.
— Está com fome? — Eu pergunto me dirigindo à geladeira.
— Sim, um pouco. — Maggie está sentada com os pés enrolados em sua
bunda e olhando para as mãos desde que eu a peguei no apartamento do
Victor. Ela raramente faz contato visual. Acho que a luta a nocauteou. Ele
aparece em surtos, mas é como um carro que está ficando sem gasolina. Estou
muito preocupada com ela. Depois de tudo que ela passou...
Isso não pode desfazê-la. Não pode.
Porque é minha culpa desta vez.
Todas as outras vezes, a Maggie revidou. Ela nunca desistiu, nunca cedeu,
e agora a minha melhor amiga está caída no sofá, coberta de hematomas e
cortes, com os olhos que se assemelham a buracos-negros que sugam tudo,
mas não vejo nada ali. Eles não sentem nada, não mais.
Eu sorrio e digo algo estúpido, tentando fazê-la rir, mas nem sequer
obtenho um sorriso de piedade. Depois de abrir a porta da geladeira, eu gemo
em voz alta. Neil está trabalhando hoje e não conseguiu ir às compras.
Maggie pergunta: — O que ele fez?
— Ele pegou todas as sobras da festa e levou para o trabalho. Eu pensei
que era bom porque ele deveria ir às compras, mas não o fez. — Estou
inclinada na geladeira vazia olhando para uma caixa de leite vencido e um
frasco de picles. Não vou comer isso. Eu bato a geladeira e acrescento: — Eu
dar rápida saída. Será que comida chinesa vai bem?
Maggie geralmente protesta e se oferece para pagar as coisas, mas hoje,
apenas balança a cabeça. — Ótimo! — Eu digo, parecendo alegre. Ela irá
voltar. Ela vai. Se eu continuar dizendo a mim mesmo vai acontecer, certo?
De repente, eu percebo que ela não recuperou-se, matar Victor não era uma
vingança suficiente, até mesmo pelo o que ele fez com Maggie.
Capítulo 12
Pego minhas chaves e ligo o motor. O carro vermelho ronrona quando o
tiro da garagem e digito o CEP do local que irei. Quando estou prestes a
desviar para o estacionamento, um policial segue atrás de mim, com as luzes
vermelhas piscando. Eu não estava em alta velocidade. Droga. Deve ser
verdade que os carros vermelhos são parados mais do que qualquer outra cor.
Eu encosto e levo o carro para o acostamento, tomando o cuidado de
manter as mãos no volante. Papai me disse para nunca ir para a minha bolsa
ou porta-luvas até que o policial esteja de pé ao lado do carro. O cara tem que
ver as minhas mãos ou ele pode atirar em mim, bem não é exatamente do jeito
que meu pai disse isso, mas é o que ele quis dizer.
Eu aperto o botão na janela, assim como o policial se aproxima. Ele está
usando o uniforme escuro que me dá vontade de sair correndo e gritando
para o meu quarto e me esconder debaixo da minha cama.
Ele não é esse cara. Pare com isso, Hallie, xingo-me, mas isso não ajuda.
Até agora, minhas mãos estão tremendo.
— A licença e registro, por favor. — O cara tem trinta e tantos anos, e um
tipo de visual assustador. Por assustador, eu quero dizer que parece que ele
poderia tomar o meu pequeno corpo e dobrá-lo estilo acordeão e enfiá-lo em
seu tronco. O cara é massa muscular pura e ele parece chateado. Eu não posso
imaginar o que eu fiz.
Eu me aproximo do porta-luvas para retirar os papéis mencionados, mas
tudo que eu encontro é o manual sobre o carro e o último aviso de mudança
de óleo. Sem documentos. Sem registro. O meu coração dá uma guinada.
Foda-se. Eu começo a pensar que Jon brincou comigo, mas mesmo ele, não
seria tão baixo. E o policial não me pediu para sair do carro ou qualquer coisa.
Minha lanterna traseira está queimada ou algo assim, isso é tudo. Isso não é
nada.
Eu vasculho minha bolsa e tiro a minha pequena carteira. Meu rosto fica
pálido quando vejo o espaço vazio onde minha carteira de motorista deveria
estar. Olho para o policial e digo baixinho: — Ela se foi.
— Você não tem uma licença ou registro desse veículo? — Ele diz algo
em seu ombro depois de ouvir um zumbido em seu fone de ouvido. — Saia
do carro, minha senhora.
Estou tremendo agora. — Eu não fiz nada de errado. Alguém pegou a
minha licença. Eu tenho uma.
Ele me ignora e me apoia no capô. Tira seus óculos de sol. Quando o
guarda, ele pergunta: — Você sabe que você está dirigindo um veículo
roubado?
— Não é roubado.
— Oh?
Eu balanço minha cabeça, pronto para chorar. Jon não faria isso para
mim, ele não iria. — Jonathan Ferro me vendeu este carro uns dias atrás por
dez mil dólares. Eu não tive a chance de renovar a papelada ainda. Eu pensei
que tinha alguns dias?
O policial concorda. Ele vira o meu rosto para o capô e me revista. —
História legal. O carro vale muito mais do que isso. Se você vai mentir pelo
menos faz a história parecer convincente.
— É verdade! Jon me vendeu por dez mil. Pergunte a ele! Eu não estou
mentindo.
Eu sinto frio do metal prender meus pulsos quando as algemas
escorregam em torno dos meus braços. Eu começo a entrar em pânico. Meu
coração dispara muito rápido e o mundo se torna um borrão. Eu não posso
parar de falar, suplicando, e quando o policial me empurra na parte de trás de
seu carro, todos os terríveis eventos em detalhes vívidos se reproduzem em
minha mente.
Eu fecho meus olhos e tento desligá-los, mas as cores iluminam e os sons
de mais de uma década tocam alto em meus ouvidos, enquanto lágrimas caem
pelo meu rosto. O passado e o presente colidem juntos com tanta violência
que eu não posso suportar isso.
Minha mãe jura para mim antes de me enfiar no armário. Pequenas mãos
envolvem em torno de mim, e eu sei que o meu irmão mais novo, Anthony,
está apavorado. Ele cresceu e seus ossos eu sinto nitidamente sob minhas
palmas. Ele chora até que fica em silêncio, até que ele adormece, até que
minha mãe teve seu efeito das drogas e amantes. Eu a ouvi rir. Eu nunca
poderia fazê-la feliz assim. Ouvi os sons de sexo, até que algo muda. A festa
normal não é mais normal.
O policial que me tirou do armário tentou tirar o corpo sem vida do meu
irmão dos meus braços. Eu não entendi. Eu o protegia dela. Eu vigiei por
Anthony, mas depois de tudo que eu fiz, não foi o suficiente. Eles pensaram
que eu o matei em primeiro lugar. Eles me empurraram para o fundo do carro
e gritei para eles até que eu não podia chorar mais. Eu queria meu irmão, mas
eles disseram que ele estava morto.
Eu não acreditei neles.
Agora, eu tenho dificuldade em acreditar em alguém e este policial abriu
uma ferida que é tão profunda que me corta até o osso. Não, não foi o policial
- foi Jon.
Eu não posso evitar o tremor, mas eu não choro. Eles me ficham e fazem
perguntas que eu ouvi antes. A estrutura nunca muda em lugares como este.
As pessoas são as mesmas. O cheiro é idêntico. Eu olho fixamente, tentando
manter minha mente em uma única peça, mas eu sinto as rachaduras pouco a
pouco.
Quem vai salvar Maggie? Se eu me perder, quem estará lá para ela?
Ninguém. Acalme-se, Hallie.
Eu tenho direito a uma ligação, então que eu chamo a pessoa que eles
estão tentando me manter longe, o homem que está me chantageando por
sexo.
Quando ele atende o telefone, Bryan parece cansado. Eu não sei de que
outra forma dizer. Eu teria pensado que ele estava dormindo, mas há algo em
sua voz que me diz que não dorme há muito tempo. — Suffolk County PD.
Deixe-me adivinhar, é Jon ou Trystan?
— Não, — minha voz é tão baixa, tão tímida que mal faz um som.
Eu o ouvi mudar e Bryan soa mais alerta quando ele responde: — Hallie?
— Venha me pegar. Eu vou lhe dever. Qualquer coisa que você quiser,
basta vir me pegar. — Eu entrego o telefone de volta ao oficial na mesa e sou
levada de volta para a minha cela.
Capítulo 13
Estou sentada em frente a uma mulher que não consegue parar de chorar.
Ela fala sobre os tíquetes de estacionamento não pagos, sobre como ela vai
perder o emprego por causa disto e como ela não trabalhou o suficiente para
pagar os tíquetes. Depois começa a hiperventilar e menciona algo sobre
remédios. Essa é a única vez que o policial no exterior da cela olha para ela.
Eles a removem da nossa cela, dizendo que vai ter seus remédios.
Alguém entra e se senta ao meu lado. Seu rosto está machucado em um
lado.
— Olá.
Eu olho para ela e não digo nada. Meus braços estão cruzados sobre o
meu peito e estou encostada à parede, pensando em maneiras de castrar Jon
Ferro. Ele sabia sobre o meu passado e o que isto faria comigo.
A mulher não é mais que uma menina, deve de ter uns dezoito anos, com
grandes olhos redondos, mas ainda tem bochechas gordinhas, infantis. Pelo
seu rosto angular não parece ter mais de vinte e dois anos. O seu cabelo
escuro é longo e está em um rabo de cavalo bagunçado.
Ela suspira e descansa as costas contra a parede de cimento frio. — Você
passará a noite aqui? Eu espero que sim. Ele precisa de tempo para esfriar. A
única parte ruim é não ter o sabão bacteriano, mas o resto está bem. Além
disso, ele vai dar-me tempo. Eu não posso estar perto dele quando ele está
assim. Ele é geralmente é bom, mas em noites como está, eu acho melhor
ficar aqui. Eu não vou fazer a minha ligação. Ei, você parece familiar. — Ela
fala sem respirar e olha para mim o tempo todo.
— Nós nunca nos conhecemos, — é tudo o que eu digo.
Ela acena com a cabeça e continua, liberando uma onda de palavras.
Sentada, escuto sua vida, a sua história, não sinto nada, apenas piedade. Ela é
como Maggie e eu. Ela não tem ninguém que se preocupe com ela, ninguém
para ouvir a sua voz e em quem encontrar consolo através de seu toque.
Eu não sei quanto tempo estive lá, mas um tempo depois eles chamam o
meu nome, a jovem foi levada para um banho e passará a noite na cela.
Imagino o por que desejar uma cela em vez de ir para casa. Isso me faz querer
chorar, e não há porra nenhuma que eu possa fazer sobre isso. Eu não posso
nem tomar conta de mim.
A porta da cela desliza aberta e faz um som mais horrível. — Hallie
Raymond, recolha as suas coisas na recepção e vá para casa com o seu amigo
que pagou sua fiança. Se você estragar tudo, ele será o único que pagará por
isso, o melhor é se comportar.
Concordo com a cabeça e percorro o caminho para a recepção. Parece
que eu não prestei atenção por um tempo, mas o faço quando vejo Bryan.
Enquanto eu ando atrás dele eu observo a maneira como ele respira, o modo
como os seus ombros estão dobrados para frente como se ele estivesse sendo
vigiado ou com dor. Eu paro atrás dele e o assisto por um momento. Seus
quadris são estreitos, como sempre, ele não perdeu muito peso, mas seu
cabelo não brilha da maneira como ele costumava brilhar. Sua respiração é
superficial e curta, como se tivesse estado correndo. Uma sensação horrível
corre pela minha espinha quando eu olho para ele.
Naquele momento, Bryan sente os olhos sobre ele e vira. Ele tem aquele
sorriso brincalhão no rosto. — Se você queria usar algemas, eu tenho algumas.
Eu ficaria feliz... poff! — Eu bato nele com toda a força do meu corpo e o
seguro apertado.
Bryan fica chocado no início. Seus braços levam um tempo até fecharem-
se em torno de mim, e depois ele me segura. Eu sinto a sua voz, a agitação
quente de ar, quando ele sussurra em meu ouvido: — Vamos sair daqui. —
Ele me solta e eu aceno. Foi quando ele me disse a última coisa que eu queria
ouvir. — Há repórteres na frente.
— O quê? — O meu queixo cai em horror.
— Eu fiz arranjos para sair pela parte de trás, mas haverá alguém. Sempre
há. Todo mundo vai saber o que aconteceu pela manhã. — Bryan pega a
minha mão e me leva, seguindo um oficial, que nos conduz através de uma
sala com armários e na parte de trás da delegacia de polícia, para um Hummer
preto. Sou empurrada para dentro, mas não antes de um flash disparar e eu
olhei diretamente para a câmera.
Bryan empurra-o de volta, mas a foto já foi tirada. Ele sobe atrás de mim
e diz: — Dirija.
— Eu não sou a porra do seu motorista, Bryan. Diga por favor. — Um
cara da minha idade, com cabelo escuro que paira em seu rosto, está no
assento do motorista. Com óculos grandes demais para obscurecer os olhos.
— Foda-se, Trystan.
Trystan revira os olhos e se afasta com sua enorme, máquina
ambientalmente irresponsável, com o objetivo de atingir os repórteres da rua,
quando sai do estacionamento. — As pessoas seriam melhores para você, se
você fosse mais agradável para elas. Isso é tudo o que estou dizendo. —
Trystan é tranquilo, mas eu sinto seus olhos em mim. Quando eu olho para
cima, ele responde ao que eu estava pensando. — Jon não fez isso com você.
Aos poucos, meu queixo inclina-se para cima e os nossos olhos se
encontram no espelho retrovisor. — Jon Ferro é um homem morto. Ele sabe
o que isto me faria. Foi a pior coisa que ele poderia ter feito.
Bryan pega a minha mão e tece os nossos dedos juntos. — Não foi Jon.
Por favor, aguarde para matá-lo até amanhã.
— Eu poderia matá-lo agora. Bryan, eu cuidei de Campone e posso cuidar
de qualquer um que mexer com Maggie ou comigo. Eu não sou mais uma
criança. — Eu soluço e tremo quando o passado e o presente eclodem juntos
novamente. Meu irmão morreu de fome. Ele morreu em meus braços e eu era
muito boba e pequena para saber o que fazer. Eu digo que eu era apenas uma
criança, porque é mais fácil do que dizer às pessoas a minha história, mas os
Ferros sabem de tudo. Eles são como baratas que conseguem encontrar cada
mentira em cada canto escuro de sua alma. — Eu não vou ser dizimada por
Jon. Foda-se ele.
Trystan e Bryan trocam um olhar, mas ninguém diz nada. Bryan me puxa
em seus braços e me segura até pararmos em frente de um antigo motel.
Bruto é a melhor maneira de descrevê-lo. Aposto que eles alugam quartos por
hora. Trystan joga para Bryan a chave do quarto. — Fique aí até eu descobrir
o que aconteceu. Eu acho que já sei, embora os detalhes sejam vagos.
Eu balanço a minha cabeça: — Não, eu não posso. Maggie está de volta e
ela precisa de mim. E Neil...
Bryan suspira, passando as mãos pelos cabelos. Depois que ele fez isso, ele
balança a mão para o seu lado. — Maggie estará bem. E Neil é um idiota.
Além disso, ele sabe que eu a levei esta noite. Aparentemente, você disse a
Maggie que eu estava chantageando você, porque ela tentou me pregar seu
calcanhar na cabeça. — Isso me faz sorrir. — Oh, você acha que é engraçado?
— Bryan me agarra e se inclina para perto. Aqueles olhos verdes brilham por
um momento antes de embaçarem. — Vamos Raymond. Estou pensando em
usá-la até que você se esqueça de quem você é.
CONTINUA
Capítulo 10
Bryan pega o meu rosto em suas mãos.
— Se você não gostar, diga-me! — Eu aceno, lentamente, com as suas
mãos quentes ainda segurando o meu rosto.
Era como se alguém apertasse um interruptor. Os olhos de Bryan se
tornaram mais escuros, mais carnais. Ele libera o meu rosto e pressiona seu
corpo tonificado contra o meu. Empurrando as minhas costas contra a porta,
certifica-se de que eu possa sentir cada centímetro dele. Tira uma corrente
prateada com um plugue em cada extremidade e o prende nos meus mamilos.
Eu ofego quando ele os aperta. O peso das correntes faz com que eu morda
os meus lábios. Enquanto ele pressiona dentro de mim, as correntes vão se
mexendo e puxando suavemente à medida que ele desliza sobre o meu corpo.
Um pequeno suspiro escapa por entre os meus lábios. Bryan me olha, seus
olhos verdes fixos nos meus. Pega um dedo e o coloca entre os meus lábios
rosados, enquanto a outra mão desliza mais para baixo, passando pela minha
barriga e entre as minhas pernas. Eu ofego. Ele se move rapidamente, tocando
a minha protuberância sensível com o polegar, alisando o dedo sobre a carne
suave, e observando o meu rosto enquanto faz isso.
Meu queixo se ergue enquanto tento não gemer. Luto contra as sensações
que estão em erupção dentro de mim, as sensações que ele está trazendo à
tona. Seus dedos se movem sobre o meu clitóris, enquanto ele puxa a corrente
suavemente. Ele sente que estou ficando mais úmida e, em seguida, sem aviso,
sem uma mudança na expressão, empurra o dedo dentro de mim. Ele ainda
está, por um tempo, vendo meus olhos. Eu pisco devagar, sentindo-o ali, entre
as minhas pernas.
Bryan empurra o dedo mais forte, mais profundo enquanto me observa.
Sua respiração está sobre os meus lábios fazendo com que me sinta tonta.
Quando ele puxa o dedo, ergue-o para a minha boca. Delineando os meus
lábios, ele me observa, espalhando meu calor úmido, como batom. Eu pisco
lentamente, com meu coração disparado, e, excitada além da compreensão.
— Prove! — Ele ofega e empurra o dedo em minha boca. Eu passo a
minha língua contra o seu dedo, mas ele o segura lá e diz: — Chupa até que
saia do meu dedo, Hallie! — Eu hesitei, mas ele diz: — Faça isso! — Minha
língua envolve o dedo, sugando-o, saboreando o gosto. Seus olhos estão
queimando, observando-me.
Enquanto chupo o dedo, ele abaixa a outra mão entre as minhas pernas,
abrindo a minha pele escorregadia. Sensações explodem dentro de mim, mas
antes que eu possa saboreá-las, as sensações mudam. O membro duro de
Bryan entra dentro de mim, fazendo com que eu chupe o dedo mais forte
ainda. Ele puxa o dedo da minha boca, e envolve as mãos em volta da minha
cintura. Fica um pouco imóvel, por um momento, respirando rápido e forte.
Depois, puxa para fora lentamente e enfia novamente, fazendo com que eu
bata contra a porta. Meus joelhos tremem à medida que ele lentamente vai me
deixando mais louca. Eu quero mais. Quero que ele me maltrate e me deixe
tonta pela paixão. Que limpe o meu medo com a luxúria, apague a minha
memória por um momento, e tire toda a dor que tem me invadido.
Eu só quero senti-lo e nada mais. O mundo desaparece até que não sei
quanto tempo se passou. Meus braços doem enquanto ele me usa,
empurrando para dentro de mim sucessivas vezes. Minha cabeça pende para o
lado e, em seguida, levanta de volta. Eu ofego todas às vezes e os meus seios
tremem com a força de seu empurrão.
Algo se desdobra dentro de mim. Quero suas mãos em mim, fazendo
tudo ao mesmo tempo. Vertentes delicadas de paixão irrompem dentro de
mim, enviando arrepios pelas minhas coxas e seios. Todos os lugares que
desejo que ele toque fervem como uma corrente viva. Arqueando minhas
costas, eu pressiono meus quadris contra os dele, só para que batam
novamente.
Seus impulsos mudam para provocar, gentilmente empurrando e puxando
para fora. Ele é tão duro, tão perfeito. Quero colocar as minhas pernas ao
redor de seus quadris, mas não posso. As respirações irregulares me
consomem e o quarto está além de quente. Meu corpo está pingando de suor.
Inclinando a cabeça para trás, olho para o teto. É quando suas mãos
encontram os meus seios. Meus lábios formam um O, mas não digo nada. Ele
sente a maciez, a plenitude das minhas curvas enquanto empurra seu pênis
longo e duro em mim lentamente, torturando-me, sucessivamente.
Tomando meus mamilos entre os dedos, ele os torce suavemente e aperta
os grampos. Eu grito, empurrando os meus seios para ele, mas a porta me
detém. Ofegante, mal posso respirar.
Ele sorri, — Shhh! Nenhum som de você! Eu quero que isso entre nós!
Não estou entendendo. Então por que ele quis fazer aquela cena com Neil
e Maggie? Naquele momento, não me importo. Faço o que ele diz e mordo o
lábio para me manter em silêncio. Ele entra profundamente dentro de mim de
novo, e minha boca se abre. Eu engulo o som antes que ele ouça. O único
barulho é a lufada de ar saindo com força dos meus pulmões.
— Boa menina, — ele ronrona e retira antes de novamente empurrar,
desta vez mais profundamente. O tom de sua voz me faz derreter.
Antes que eu possa pensar noutra coisa, os dedos de Bryan apertam em
torno das correntes nos meus mamilos. Seus quadris se mantêm pressionados
rentes aos meus, seu comprimento perdido dentro de mim. Meu queixo cai, e
eu o vejo me observando, esperando que eu faça qualquer barulho. Meus
olhos se fixam nos seus, enquanto sensações ardentes circulam através do meu
corpo, construindo mais apertado e mais forte. Ele lentamente adiciona mais
pressão, provocando e puxando os meus mamilos mais e mais, fazendo com
que a pinça aperte mais ainda. O calor em meu estômago endurece através do
meu corpo. Eu movo os meus quadris e tento balançar contra ele, mas ele me
acalma.
— Não, não. Ainda não!
Eu suspiro! — Eu gosto de ser espancada!
— Sério? — Eu aceno. Sua mão vem com força na minha bunda. Ambas
as nádegas ardem. Ele faz isso enquanto ele ainda está dentro de mim, o que
me faz apertar mais em torno dele. Ele suspira e faz isso de novo, e de novo.
O impacto de suas mãos é tão bom. A ardência envia arrepios através de mim
em ondas que não acabam. Elas navegam pelo meu estômago e se espalham
por todo o meu corpo. Todos os deliciosos formigamentos me atravessam,
fazendo com que eu deslize a minha língua sobre os dentes. Faço isso sem
pensar. É uma reação a ele, ao que está fazendo comigo.
Sem aviso, Bryan puxa para fora. Isso me deixa louca. Meus quadris
sacodem, mas não posso alcançá-lo. O cinto corta os meus pulsos enquanto
me esforço contra as limitações que me foram impostas. Ofego, observando-o
enquanto ele se move para longe de mim. O desejo arde pelo meu corpo. Não
consigo me controlar. Puxando os meus pulsos mais forte ainda, tento
libertar-me do cinto de novo, mas não consigo. Só fica mais apertado.
Ele sorri, assistindo-me lutar, até que eu paro e olho para ele. A expressão
em seu rosto, a intensidade de seus olhos, fazem com que meu estômago se
contorça. Minha respiração fica presa na minha garganta enquanto Bryan
passa perto o suficiente para me tocar, mas ele não toca. Estou ofegante.
Meus olhos estão implorando para que ele faça algo, para que me faça gozar,
deixar-me fode-lo... Qualquer coisa.
— Diga-me o que você deseja, Hallie! Implore-me por isso! — Ele
sussurra palavras ao lado do meu ouvido. A reação dentro de mim é rápida e
violenta. Seu hálito quente faz meu clitóris pulsar e parecer que vou morrer se
ele não me tocar, se ele não terminar o que começou. Ele está tão perto, quase
me tocando, mas não desliza os dedos pela minha cintura. Ele não toca o meu
peito e não provoca os meus mamilos. Isso me faz desejá-lo ainda mais. Eu
me sinto como um animal acorrentado, incapaz de pensar. — Responda-me
linda mulher! — Ele ordena e eu sinto a batida da sua mão na minha bunda.
Meu corpo está tão bem enrolado que o tapa me faz gemer. Eu não
esperava isso, mas antes que pudesse controlar os meu gemido, ele escapa dos
meus lábios. Eu ofego, chocada por não ter sido capaz de abafar o ruído ou
pará-lo a tempo. A mão de Bryan voa uma segunda vez, com mais força. Ele
observa meu rosto enquanto eu estremeço debaixo da sua mão. O tapa é
rápido, e eu sei que vou ter um problema para andar depois, mas não me
importo. Eu grito, dizendo o seu nome, empurrando os meus seios contra ele.
Um olhar perverso torce seus lábios em um sorriso sexy. — Responda-
me! — Sua voz soa como um grunhido e quando não consigo fazer nada,
senão ofegar incontrolavelmente, sua mão me atinge pela terceira vez. Mas ele
não me libera. Em vez disso, ele pega a minha bochecha na mão e aperta. A
ardência se intensifica pela forma como ele me agarra. O belo corpo de Bryan
está coberto por um brilho fino de suor, enquanto me trata grosseiramente.
— Diga-me o que você deseja!
Minha voz é um suspiro. O desejo correndo desenfreadamente. — Eu
quero suas mãos sobre mim, em mim! Eu quero que você me foda sem
sentido. Foda-me, Bryan!
— Implore por isso, Hallie! Implore mais alto! — Seu punho aperta a
minha bunda fazendo com que o meu corpo pressione contra o seu. Gotas de
suor rolam pela minha espinha.
Minha voz treme enquanto imploro, sem capacidade de manter qualquer
traço de comedimento.
— Por favor, Bryan... Por favor! Foda-me! Foda a minha buceta! Encha-
me com o seu gozo. Por favor, baby! Por favor... — Eu continuo a lhe pedir,
enquanto suas mãos deslizam sobre os meus quadris e para baixo entre as
minhas pernas. Quando ele toca o meu clitóris, eu gemo. Bryan inclina sua
cabeça para trás, olhando para mim. — Foda-me, baby! Por favor! — Meus
quadris se remexem contra a sua mão. Em resposta, ele aperta os dedos no
meu clitóris. Eu grito: — Foda-me! Por favor! Bryan! Eu preciso de você! Por
favor!
Quando eu digo o nome dele, ele quebra. Antes de saber o que está
acontecendo, suas mãos estão segurando os meus pulsos sobre a minha
cabeça enquanto ele bate seu membro rígido dentro de mim sucessivamente.
Ele empurra mais e mais profundamente a cada vez, com as mãos deslizando
pelos meus braços. Batendo-se cada vez mais duro contra mim, ele assiste
meus seios balançando e saltando até que ele toma ambos em suas mãos e
aperta os meus mamilos duramente. Eu berro, mas isso só faz com que ele
aperte com mais força, até que a corrente cai. Cai aos meus pés e ele a deixa
lá.
Bryan se move, empurrando para dentro de mim fodendo-me cada vez
mais rápido. O calor entre as minhas pernas percorre todo o meu corpo.
Parece que não posso ser dominada. Não há o suficiente dele para me
satisfazer, nunca. Quando seus dedos apertam mais duramente contra os meus
mamilos doloridos, meus olhos se arregalam. Ele me olha nos olhos enquanto
ele empurra para dentro de mim uma vez... forte. Minhas costas batem contra
a porta e ele me segura lá, observando-me. Seus lábios entreabertos, ele
respira sem dizer nada. Suas mãos suavemente empurram os cabelos para
longe dos meus olhos. Ele acalma por um momento e não posso suportar
isso. Seu pau está em mim, mas não importa o quanto eu me mexa, não posso
fazer com que ele me foda.
Com todo o peso do seu corpo, ele me achata contra a porta. Seus olhos
ardem com o desejo, sua testa está pingando de suor.
— Goze para mim, baby! — Ele respira e mete em mim rápido e
furiosamente. Ele não para quando eu grito. Ele continua metendo contra
mim até que meu corpo não pode ficar mais retesado.
Cada vez que ele afunda em mim eu me sinto mais excitada. Eu não posso
respirar, mas não quero que ele pare. Seu corpo me esmaga, enquanto me
monta, balançando contra mim furiosamente. Eu gemo, e posso dizer o quão
forte ele está empurrando e o quanto vou estar machucada depois, mas não
me importo. No momento, isso é muito bom. Minha pele formiga e está
pingando de suor. Meus seios saltam mais e mais para cima com cada batida
de seu corpo contra o meu. E sem outro pensamento, eu gozo. Meu grito sai
rasgado através da minha garganta. Não posso gozar silenciosamente, não
quando ele faz assim. Bryan me bate mais forte enquanto as deliciosas
sensações giram, fazendo com que todo o meu corpo entre em erupção. Eu o
sinto meter contra mim duro e profundamente, e ele goza alguns segundos
após.
Esgotada, pendurada e estremecendo contra a porta, estou pronta para
cair no chão. Bryan se afasta e me olha. Com os lábios entreabertos, ele só
olha para mim por um momento antes de desatar o cinto. Quando as minhas
mãos caem ao meu lado, meus braços queimam. Bryan me toma em seus
braços e me leva para a cama. Ele me senta na frente dele e esfrega os
músculos doloridos em meus braços e ombros. Minha cabeça se inclina para o
lado enquanto ele faz isso. Cada centímetro meu está formigando. Não quero
que esse momento termine, mas Bryan para.
Viro-me e olho para ele. Ele está brilhando, coberto por uma fina camada
de suor que cheira tão bem. Eu quero lambê-lo, mas apenas aceno. Ele vira
seus olhos esmeraldas para longe e diz:
— Eu acho que eu deveria ir.
— Você vai embora? — De repente, eu me sinto muito nua. Puxo a
coberta da cama e a enrolo em volta dos meus ombros.
— Sim, a menos que você queira que eu fique e diga a Neil tudo sobre
como eu acabei com a raça da sua noiva. — Ele me olha por um segundo. Sua
testa está coberta de suor e seu rosto está brilhando. — O que há de errado?
— Ele sempre pôde me ler tão bem. Eu quero dizer a ele sobre Victor, mas
não posso.
Eu digo outra coisa.
— Neil fez a proposta e eu disse sim. — Eu ergo o meu anel.
— Sim, eu vi isso. Você realmente aceitou? — Bryan se senta ao meu lado.
— Na verdade não. Ele aceitou por mim. — Nós dois ficamos em silêncio
por algum tempo.
Bryan se veste e diz:
— Eu voltarei para ter você do meu jeito de novo em breve. Da próxima
vez é melhor que o idiota do seu noivo tenha você pronta para mim. E eu
quero que você use isso quando estiver comigo e só comigo. — Ele levanta a
corrente do chão e a joga para mim.
A porta do quarto se abre e Neil está lívido. Ele olha para mim e depois
para Bryan:
— Você acha que isso é engraçado?
— Não, acho que ela precisa de algo que você não pode dar a ela. Estou
dando a você uma única chance de quebrar seu compromisso e foder a sua
noiva. Mas você tem que fazer isso como um animal. Satisfaça-a!
O rosto de Neil contorce desgostoso.
— Eu a satisfaço sem esse comportamento bárbaro. Fazer amor não
precisa de mordaças, amarras ou oprimir mulheres de forma nenhuma. Tenho
certeza de que Hallie só aceitou isso pela equipe, seu pedaço de merda
demente!
Essa foi a coisa mais cruel que já ouvi Neil dizendo e eu quero rir, porque
é pateticamente fraco. O homem que estava me usando, ofereceu para quebrar
o acordo se Neil prometer me pegar e fazer sexo animalesco comigo. O
homem deveria ter dito que sim, mas ele, pela sua moral, disse que não. Estou
cansada demais para pensar no que isso significa. O que aconteceu aqui?
— Ela vai tomar mais do que uma foda pela equipe. — Bryan pisca um
dos olhos. — Vejo você amanhã, escrava sexual! Trarei um colar para você e
vai usá-lo. — Bryan aperta a mão de Neil. — Você é um homem inteligente.
O que são alguns meses de infidelidade comparados com uma vida de
riquezas, certo?
Neil aperta a sua mandíbula.
— Então você planeja que isso continue por alguns meses?
— Provavelmente não por muito tempo. Eu fico entediado fodendo a
mesma mulher todo dia. Não se preocupe Neil! Ela é sua sujeira, não a minha.
— Com isso, Bryan vira as costas e sai.
— Neil, — estou pronta para explodir em lágrimas. O julgamento está
espalhado em seu rosto.
— Hallie, isso não é natural. Você não é um animal selvagem! Será que ele
conseguiu instigá-la para que você fingisse o que você não é?
Eu dou de ombros. Não quero falar sobre isso.
— Não tenho ideia.
— Eu deverei deixá-lo foder e espancar você na minha cama, sempre que
ele quiser?
Eu olho fixamente para frente.
— Até que ele se canse de mim, sim. Lide com isso! Você foi quem me
disse para fazer isso. — Eu destaco a última frase. — E ele lhe deu uma saída.
Você não aceitou. — Eu fico olhando para ele, e puxo a coberta mais forte em
volta dos meus ombros.
Neil revira os olhos.
— Eu pensei que fosse apenas uma noite.
— Eu também. Estávamos errados sobre uma porção de coisas.
Capítulo 11
Eu deveria me sentir envergonhada, mas não sinto. No dia seguinte, me
sento com Maggie no sofá enquanto Neil está fora. Ela tem estado muito
tranquila desde que a busquei em seu antigo apartamento. Maggie olha para o
espaço, e eu sei que a memória está se defrontando com o novo e joga uma e
outra vez em sua mente.
— Você quer falar sobre isso? — Eu pergunto, já sabendo a resposta.
Ela inspira e balança a cabeça, antes de oferecer-me um sorriso forçado.
— Não há nada a dizer. A mesma velha merda. Nada mudou, mas dói mais
agora. — Ela sorri como se algo fosse engraçado. — Eu pensava que doía
mais quando eu era criança. Acho que não.
— O que ele fez?
— A mesma coisa de sempre. Victor gosta de possuir coisas. — Ela muda
em seu assento e, em seguida, levanta, colocando distância entre nós. — Era
para eu arranjar-lhe uma garota. Ele tem um tipo, quadris redondos, cabelos
escuros e pele pálida, como Nicole Kidman, mas morena. Assim, a cada
semana, eu levava alguém. Elas ganham algumas centenas de dólares, e ele faz
o que faz. Na semana que eu não conseguia encontrar ninguém, eu a
substituía, mas desta vez... — Ela para de falar e balança a cabeça. — Eu não
deveria ter ido. Geralmente é apenas sexo violento. Ele dá um tapa e me
arranha. Vou para casa e é isso. Mas desta vez... — Ela balança a cabeça e olha
por cima do ombro para mim. — Eu não quero falar sobre isso. Eu tentei
fugir e, em seguida, desisti quando ele disse o que ele faria comigo, e depois
com você. Ele me deu uns tapas por um tempo, me levando do jeito que ele
quis, e então eu ouvi a sua voz e eu estava morrendo de medo que ele fosse
levá-la também. Sinto muito, Hallie.
— Não é culpa sua. — Eu me sinto horrível por deixar sua vida
desmoronar assim. Nós deveríamos estar lá uma para a outra. — Eu deveria
ter chegado mais cedo. Eu teria... Eu gostaria de poder ter tudo de volta.
Maggie sorri tristemente e envolve os braços em torno de si. — Sim, eu
também. E agora? Sem ofensa, mas eu não suporto Neil.
Concordo com a cabeça. — Eu estava pensando que deveria ter um lugar
só meu antes do casamento. Vai ser eu e você.
O olhar de Maggie desvanece no chão. — Você vai se casar com ele,
sério? — Eu aceno e lhe dou um olhar para que não me pressione agora. Ela
acrescenta: — Eu adoraria, mas você sabe que eu não posso me dar ao luxo.
— Sim, você pode. Eu tenho parte do meu pagamento antecipado.
Podemos ir a procura de uma casa sempre que quiser, oh, e esta parte não é
opcional, você trabalha para mim agora. Eu vou precisar de uma assistente
pessoal para me dizer o que fazer, você sabe, alguém um pouco mandona.
Maggie ri e me empurra, e depois bate as mãos sobre a boca, e repete a
ação. — De jeito nenhum!
— Isso. — É tão bom ver uma explosão de felicidade em seus olhos,
mesmo por um breve momento. Mas assim que ela pisca, ela se foi, perdeu-se
nas profundezas da agonia que enchem sua alma.
Um dia ela vai parar de lutar. Um dia ela vai ceder, desistir.
Ela já teria desistido se eu não tivesse aparecido. Algumas pessoas a
levaram direto para o inferno. É irônico, porque eu tenho sangue em minhas
mãos e não me sinto como se estivesse infeliz. É mais, como eu se estou
puxando Maggie, da vida tortuosa ela conhece, e esconde com esse sorriso.
Não me arrependo de minhas ações. O pensamento faz minha pele
formigar. Na parte profunda da minha mente, eu me pergunto que tipo de
pessoa que sou, mas arrumo minha coluna e me levanto. Isso me faz ser quem
eu sou e não há nada mais a se considerar. Eu fiz o que tinha que fazer. Eu
não teria tocado em Victor se ele a deixasse em paz, se ele não tivesse
ameaçado vir atrás de nós, mas ele ameaçou. Eu vi o medo nos olhos de
Maggie é a verdade. Se Victor Campone tivesse vivido, teríamos morrido.
— Está com fome? — Eu pergunto me dirigindo à geladeira.
— Sim, um pouco. — Maggie está sentada com os pés enrolados em sua
bunda e olhando para as mãos desde que eu a peguei no apartamento do
Victor. Ela raramente faz contato visual. Acho que a luta a nocauteou. Ele
aparece em surtos, mas é como um carro que está ficando sem gasolina. Estou
muito preocupada com ela. Depois de tudo que ela passou...
Isso não pode desfazê-la. Não pode.
Porque é minha culpa desta vez.
Todas as outras vezes, a Maggie revidou. Ela nunca desistiu, nunca cedeu,
e agora a minha melhor amiga está caída no sofá, coberta de hematomas e
cortes, com os olhos que se assemelham a buracos-negros que sugam tudo,
mas não vejo nada ali. Eles não sentem nada, não mais.
Eu sorrio e digo algo estúpido, tentando fazê-la rir, mas nem sequer
obtenho um sorriso de piedade. Depois de abrir a porta da geladeira, eu gemo
em voz alta. Neil está trabalhando hoje e não conseguiu ir às compras.
Maggie pergunta: — O que ele fez?
— Ele pegou todas as sobras da festa e levou para o trabalho. Eu pensei
que era bom porque ele deveria ir às compras, mas não o fez. — Estou
inclinada na geladeira vazia olhando para uma caixa de leite vencido e um
frasco de picles. Não vou comer isso. Eu bato a geladeira e acrescento: — Eu
dar rápida saída. Será que comida chinesa vai bem?
Maggie geralmente protesta e se oferece para pagar as coisas, mas hoje,
apenas balança a cabeça. — Ótimo! — Eu digo, parecendo alegre. Ela irá
voltar. Ela vai. Se eu continuar dizendo a mim mesmo vai acontecer, certo?
De repente, eu percebo que ela não recuperou-se, matar Victor não era uma
vingança suficiente, até mesmo pelo o que ele fez com Maggie.
Capítulo 12
Pego minhas chaves e ligo o motor. O carro vermelho ronrona quando o
tiro da garagem e digito o CEP do local que irei. Quando estou prestes a
desviar para o estacionamento, um policial segue atrás de mim, com as luzes
vermelhas piscando. Eu não estava em alta velocidade. Droga. Deve ser
verdade que os carros vermelhos são parados mais do que qualquer outra cor.
Eu encosto e levo o carro para o acostamento, tomando o cuidado de
manter as mãos no volante. Papai me disse para nunca ir para a minha bolsa
ou porta-luvas até que o policial esteja de pé ao lado do carro. O cara tem que
ver as minhas mãos ou ele pode atirar em mim, bem não é exatamente do jeito
que meu pai disse isso, mas é o que ele quis dizer.
Eu aperto o botão na janela, assim como o policial se aproxima. Ele está
usando o uniforme escuro que me dá vontade de sair correndo e gritando
para o meu quarto e me esconder debaixo da minha cama.
Ele não é esse cara. Pare com isso, Hallie, xingo-me, mas isso não ajuda.
Até agora, minhas mãos estão tremendo.
— A licença e registro, por favor. — O cara tem trinta e tantos anos, e um
tipo de visual assustador. Por assustador, eu quero dizer que parece que ele
poderia tomar o meu pequeno corpo e dobrá-lo estilo acordeão e enfiá-lo em
seu tronco. O cara é massa muscular pura e ele parece chateado. Eu não posso
imaginar o que eu fiz.
Eu me aproximo do porta-luvas para retirar os papéis mencionados, mas
tudo que eu encontro é o manual sobre o carro e o último aviso de mudança
de óleo. Sem documentos. Sem registro. O meu coração dá uma guinada.
Foda-se. Eu começo a pensar que Jon brincou comigo, mas mesmo ele, não
seria tão baixo. E o policial não me pediu para sair do carro ou qualquer coisa.
Minha lanterna traseira está queimada ou algo assim, isso é tudo. Isso não é
nada.
Eu vasculho minha bolsa e tiro a minha pequena carteira. Meu rosto fica
pálido quando vejo o espaço vazio onde minha carteira de motorista deveria
estar. Olho para o policial e digo baixinho: — Ela se foi.
— Você não tem uma licença ou registro desse veículo? — Ele diz algo
em seu ombro depois de ouvir um zumbido em seu fone de ouvido. — Saia
do carro, minha senhora.
Estou tremendo agora. — Eu não fiz nada de errado. Alguém pegou a
minha licença. Eu tenho uma.
Ele me ignora e me apoia no capô. Tira seus óculos de sol. Quando o
guarda, ele pergunta: — Você sabe que você está dirigindo um veículo
roubado?
— Não é roubado.
— Oh?
Eu balanço minha cabeça, pronto para chorar. Jon não faria isso para
mim, ele não iria. — Jonathan Ferro me vendeu este carro uns dias atrás por
dez mil dólares. Eu não tive a chance de renovar a papelada ainda. Eu pensei
que tinha alguns dias?
O policial concorda. Ele vira o meu rosto para o capô e me revista. —
História legal. O carro vale muito mais do que isso. Se você vai mentir pelo
menos faz a história parecer convincente.
— É verdade! Jon me vendeu por dez mil. Pergunte a ele! Eu não estou
mentindo.
Eu sinto frio do metal prender meus pulsos quando as algemas
escorregam em torno dos meus braços. Eu começo a entrar em pânico. Meu
coração dispara muito rápido e o mundo se torna um borrão. Eu não posso
parar de falar, suplicando, e quando o policial me empurra na parte de trás de
seu carro, todos os terríveis eventos em detalhes vívidos se reproduzem em
minha mente.
Eu fecho meus olhos e tento desligá-los, mas as cores iluminam e os sons
de mais de uma década tocam alto em meus ouvidos, enquanto lágrimas caem
pelo meu rosto. O passado e o presente colidem juntos com tanta violência
que eu não posso suportar isso.
Minha mãe jura para mim antes de me enfiar no armário. Pequenas mãos
envolvem em torno de mim, e eu sei que o meu irmão mais novo, Anthony,
está apavorado. Ele cresceu e seus ossos eu sinto nitidamente sob minhas
palmas. Ele chora até que fica em silêncio, até que ele adormece, até que
minha mãe teve seu efeito das drogas e amantes. Eu a ouvi rir. Eu nunca
poderia fazê-la feliz assim. Ouvi os sons de sexo, até que algo muda. A festa
normal não é mais normal.
O policial que me tirou do armário tentou tirar o corpo sem vida do meu
irmão dos meus braços. Eu não entendi. Eu o protegia dela. Eu vigiei por
Anthony, mas depois de tudo que eu fiz, não foi o suficiente. Eles pensaram
que eu o matei em primeiro lugar. Eles me empurraram para o fundo do carro
e gritei para eles até que eu não podia chorar mais. Eu queria meu irmão, mas
eles disseram que ele estava morto.
Eu não acreditei neles.
Agora, eu tenho dificuldade em acreditar em alguém e este policial abriu
uma ferida que é tão profunda que me corta até o osso. Não, não foi o policial
- foi Jon.
Eu não posso evitar o tremor, mas eu não choro. Eles me ficham e fazem
perguntas que eu ouvi antes. A estrutura nunca muda em lugares como este.
As pessoas são as mesmas. O cheiro é idêntico. Eu olho fixamente, tentando
manter minha mente em uma única peça, mas eu sinto as rachaduras pouco a
pouco.
Quem vai salvar Maggie? Se eu me perder, quem estará lá para ela?
Ninguém. Acalme-se, Hallie.
Eu tenho direito a uma ligação, então que eu chamo a pessoa que eles
estão tentando me manter longe, o homem que está me chantageando por
sexo.
Quando ele atende o telefone, Bryan parece cansado. Eu não sei de que
outra forma dizer. Eu teria pensado que ele estava dormindo, mas há algo em
sua voz que me diz que não dorme há muito tempo. — Suffolk County PD.
Deixe-me adivinhar, é Jon ou Trystan?
— Não, — minha voz é tão baixa, tão tímida que mal faz um som.
Eu o ouvi mudar e Bryan soa mais alerta quando ele responde: — Hallie?
— Venha me pegar. Eu vou lhe dever. Qualquer coisa que você quiser,
basta vir me pegar. — Eu entrego o telefone de volta ao oficial na mesa e sou
levada de volta para a minha cela.
Capítulo 13
Estou sentada em frente a uma mulher que não consegue parar de chorar.
Ela fala sobre os tíquetes de estacionamento não pagos, sobre como ela vai
perder o emprego por causa disto e como ela não trabalhou o suficiente para
pagar os tíquetes. Depois começa a hiperventilar e menciona algo sobre
remédios. Essa é a única vez que o policial no exterior da cela olha para ela.
Eles a removem da nossa cela, dizendo que vai ter seus remédios.
Alguém entra e se senta ao meu lado. Seu rosto está machucado em um
lado.
— Olá.
Eu olho para ela e não digo nada. Meus braços estão cruzados sobre o
meu peito e estou encostada à parede, pensando em maneiras de castrar Jon
Ferro. Ele sabia sobre o meu passado e o que isto faria comigo.
A mulher não é mais que uma menina, deve de ter uns dezoito anos, com
grandes olhos redondos, mas ainda tem bochechas gordinhas, infantis. Pelo
seu rosto angular não parece ter mais de vinte e dois anos. O seu cabelo
escuro é longo e está em um rabo de cavalo bagunçado.
Ela suspira e descansa as costas contra a parede de cimento frio. — Você
passará a noite aqui? Eu espero que sim. Ele precisa de tempo para esfriar. A
única parte ruim é não ter o sabão bacteriano, mas o resto está bem. Além
disso, ele vai dar-me tempo. Eu não posso estar perto dele quando ele está
assim. Ele é geralmente é bom, mas em noites como está, eu acho melhor
ficar aqui. Eu não vou fazer a minha ligação. Ei, você parece familiar. — Ela
fala sem respirar e olha para mim o tempo todo.
— Nós nunca nos conhecemos, — é tudo o que eu digo.
Ela acena com a cabeça e continua, liberando uma onda de palavras.
Sentada, escuto sua vida, a sua história, não sinto nada, apenas piedade. Ela é
como Maggie e eu. Ela não tem ninguém que se preocupe com ela, ninguém
para ouvir a sua voz e em quem encontrar consolo através de seu toque.
Eu não sei quanto tempo estive lá, mas um tempo depois eles chamam o
meu nome, a jovem foi levada para um banho e passará a noite na cela.
Imagino o por que desejar uma cela em vez de ir para casa. Isso me faz querer
chorar, e não há porra nenhuma que eu possa fazer sobre isso. Eu não posso
nem tomar conta de mim.
A porta da cela desliza aberta e faz um som mais horrível. — Hallie
Raymond, recolha as suas coisas na recepção e vá para casa com o seu amigo
que pagou sua fiança. Se você estragar tudo, ele será o único que pagará por
isso, o melhor é se comportar.
Concordo com a cabeça e percorro o caminho para a recepção. Parece
que eu não prestei atenção por um tempo, mas o faço quando vejo Bryan.
Enquanto eu ando atrás dele eu observo a maneira como ele respira, o modo
como os seus ombros estão dobrados para frente como se ele estivesse sendo
vigiado ou com dor. Eu paro atrás dele e o assisto por um momento. Seus
quadris são estreitos, como sempre, ele não perdeu muito peso, mas seu
cabelo não brilha da maneira como ele costumava brilhar. Sua respiração é
superficial e curta, como se tivesse estado correndo. Uma sensação horrível
corre pela minha espinha quando eu olho para ele.
Naquele momento, Bryan sente os olhos sobre ele e vira. Ele tem aquele
sorriso brincalhão no rosto. — Se você queria usar algemas, eu tenho algumas.
Eu ficaria feliz... poff! — Eu bato nele com toda a força do meu corpo e o
seguro apertado.
Bryan fica chocado no início. Seus braços levam um tempo até fecharem-
se em torno de mim, e depois ele me segura. Eu sinto a sua voz, a agitação
quente de ar, quando ele sussurra em meu ouvido: — Vamos sair daqui. —
Ele me solta e eu aceno. Foi quando ele me disse a última coisa que eu queria
ouvir. — Há repórteres na frente.
— O quê? — O meu queixo cai em horror.
— Eu fiz arranjos para sair pela parte de trás, mas haverá alguém. Sempre
há. Todo mundo vai saber o que aconteceu pela manhã. — Bryan pega a
minha mão e me leva, seguindo um oficial, que nos conduz através de uma
sala com armários e na parte de trás da delegacia de polícia, para um Hummer
preto. Sou empurrada para dentro, mas não antes de um flash disparar e eu
olhei diretamente para a câmera.
Bryan empurra-o de volta, mas a foto já foi tirada. Ele sobe atrás de mim
e diz: — Dirija.
— Eu não sou a porra do seu motorista, Bryan. Diga por favor. — Um
cara da minha idade, com cabelo escuro que paira em seu rosto, está no
assento do motorista. Com óculos grandes demais para obscurecer os olhos.
— Foda-se, Trystan.
Trystan revira os olhos e se afasta com sua enorme, máquina
ambientalmente irresponsável, com o objetivo de atingir os repórteres da rua,
quando sai do estacionamento. — As pessoas seriam melhores para você, se
você fosse mais agradável para elas. Isso é tudo o que estou dizendo. —
Trystan é tranquilo, mas eu sinto seus olhos em mim. Quando eu olho para
cima, ele responde ao que eu estava pensando. — Jon não fez isso com você.
Aos poucos, meu queixo inclina-se para cima e os nossos olhos se
encontram no espelho retrovisor. — Jon Ferro é um homem morto. Ele sabe
o que isto me faria. Foi a pior coisa que ele poderia ter feito.
Bryan pega a minha mão e tece os nossos dedos juntos. — Não foi Jon.
Por favor, aguarde para matá-lo até amanhã.
— Eu poderia matá-lo agora. Bryan, eu cuidei de Campone e posso cuidar
de qualquer um que mexer com Maggie ou comigo. Eu não sou mais uma
criança. — Eu soluço e tremo quando o passado e o presente eclodem juntos
novamente. Meu irmão morreu de fome. Ele morreu em meus braços e eu era
muito boba e pequena para saber o que fazer. Eu digo que eu era apenas uma
criança, porque é mais fácil do que dizer às pessoas a minha história, mas os
Ferros sabem de tudo. Eles são como baratas que conseguem encontrar cada
mentira em cada canto escuro de sua alma. — Eu não vou ser dizimada por
Jon. Foda-se ele.
Trystan e Bryan trocam um olhar, mas ninguém diz nada. Bryan me puxa
em seus braços e me segura até pararmos em frente de um antigo motel.
Bruto é a melhor maneira de descrevê-lo. Aposto que eles alugam quartos por
hora. Trystan joga para Bryan a chave do quarto. — Fique aí até eu descobrir
o que aconteceu. Eu acho que já sei, embora os detalhes sejam vagos.
Eu balanço a minha cabeça: — Não, eu não posso. Maggie está de volta e
ela precisa de mim. E Neil...
Bryan suspira, passando as mãos pelos cabelos. Depois que ele fez isso, ele
balança a mão para o seu lado. — Maggie estará bem. E Neil é um idiota.
Além disso, ele sabe que eu a levei esta noite. Aparentemente, você disse a
Maggie que eu estava chantageando você, porque ela tentou me pregar seu
calcanhar na cabeça. — Isso me faz sorrir. — Oh, você acha que é engraçado?
— Bryan me agarra e se inclina para perto. Aqueles olhos verdes brilham por
um momento antes de embaçarem. — Vamos Raymond. Estou pensando em
usá-la até que você se esqueça de quem você é.
CONTINUA
Capítulo 10
Bryan pega o meu rosto em suas mãos.
— Se você não gostar, diga-me! — Eu aceno, lentamente, com as suas
mãos quentes ainda segurando o meu rosto.
Era como se alguém apertasse um interruptor. Os olhos de Bryan se
tornaram mais escuros, mais carnais. Ele libera o meu rosto e pressiona seu
corpo tonificado contra o meu. Empurrando as minhas costas contra a porta,
certifica-se de que eu possa sentir cada centímetro dele. Tira uma corrente
prateada com um plugue em cada extremidade e o prende nos meus mamilos.
Eu ofego quando ele os aperta. O peso das correntes faz com que eu morda
os meus lábios. Enquanto ele pressiona dentro de mim, as correntes vão se
mexendo e puxando suavemente à medida que ele desliza sobre o meu corpo.
Um pequeno suspiro escapa por entre os meus lábios. Bryan me olha, seus
olhos verdes fixos nos meus. Pega um dedo e o coloca entre os meus lábios
rosados, enquanto a outra mão desliza mais para baixo, passando pela minha
barriga e entre as minhas pernas. Eu ofego. Ele se move rapidamente, tocando
a minha protuberância sensível com o polegar, alisando o dedo sobre a carne
suave, e observando o meu rosto enquanto faz isso.
Meu queixo se ergue enquanto tento não gemer. Luto contra as sensações
que estão em erupção dentro de mim, as sensações que ele está trazendo à
tona. Seus dedos se movem sobre o meu clitóris, enquanto ele puxa a corrente
suavemente. Ele sente que estou ficando mais úmida e, em seguida, sem aviso,
sem uma mudança na expressão, empurra o dedo dentro de mim. Ele ainda
está, por um tempo, vendo meus olhos. Eu pisco devagar, sentindo-o ali, entre
as minhas pernas.
Bryan empurra o dedo mais forte, mais profundo enquanto me observa.
Sua respiração está sobre os meus lábios fazendo com que me sinta tonta.
Quando ele puxa o dedo, ergue-o para a minha boca. Delineando os meus
lábios, ele me observa, espalhando meu calor úmido, como batom. Eu pisco
lentamente, com meu coração disparado, e, excitada além da compreensão.
— Prove! — Ele ofega e empurra o dedo em minha boca. Eu passo a
minha língua contra o seu dedo, mas ele o segura lá e diz: — Chupa até que
saia do meu dedo, Hallie! — Eu hesitei, mas ele diz: — Faça isso! — Minha
língua envolve o dedo, sugando-o, saboreando o gosto. Seus olhos estão
queimando, observando-me.
Enquanto chupo o dedo, ele abaixa a outra mão entre as minhas pernas,
abrindo a minha pele escorregadia. Sensações explodem dentro de mim, mas
antes que eu possa saboreá-las, as sensações mudam. O membro duro de
Bryan entra dentro de mim, fazendo com que eu chupe o dedo mais forte
ainda. Ele puxa o dedo da minha boca, e envolve as mãos em volta da minha
cintura. Fica um pouco imóvel, por um momento, respirando rápido e forte.
Depois, puxa para fora lentamente e enfia novamente, fazendo com que eu
bata contra a porta. Meus joelhos tremem à medida que ele lentamente vai me
deixando mais louca. Eu quero mais. Quero que ele me maltrate e me deixe
tonta pela paixão. Que limpe o meu medo com a luxúria, apague a minha
memória por um momento, e tire toda a dor que tem me invadido.
Eu só quero senti-lo e nada mais. O mundo desaparece até que não sei
quanto tempo se passou. Meus braços doem enquanto ele me usa,
empurrando para dentro de mim sucessivas vezes. Minha cabeça pende para o
lado e, em seguida, levanta de volta. Eu ofego todas às vezes e os meus seios
tremem com a força de seu empurrão.
Algo se desdobra dentro de mim. Quero suas mãos em mim, fazendo
tudo ao mesmo tempo. Vertentes delicadas de paixão irrompem dentro de
mim, enviando arrepios pelas minhas coxas e seios. Todos os lugares que
desejo que ele toque fervem como uma corrente viva. Arqueando minhas
costas, eu pressiono meus quadris contra os dele, só para que batam
novamente.
Seus impulsos mudam para provocar, gentilmente empurrando e puxando
para fora. Ele é tão duro, tão perfeito. Quero colocar as minhas pernas ao
redor de seus quadris, mas não posso. As respirações irregulares me
consomem e o quarto está além de quente. Meu corpo está pingando de suor.
Inclinando a cabeça para trás, olho para o teto. É quando suas mãos
encontram os meus seios. Meus lábios formam um O, mas não digo nada. Ele
sente a maciez, a plenitude das minhas curvas enquanto empurra seu pênis
longo e duro em mim lentamente, torturando-me, sucessivamente.
Tomando meus mamilos entre os dedos, ele os torce suavemente e aperta
os grampos. Eu grito, empurrando os meus seios para ele, mas a porta me
detém. Ofegante, mal posso respirar.
Ele sorri, — Shhh! Nenhum som de você! Eu quero que isso entre nós!
Não estou entendendo. Então por que ele quis fazer aquela cena com Neil
e Maggie? Naquele momento, não me importo. Faço o que ele diz e mordo o
lábio para me manter em silêncio. Ele entra profundamente dentro de mim de
novo, e minha boca se abre. Eu engulo o som antes que ele ouça. O único
barulho é a lufada de ar saindo com força dos meus pulmões.
— Boa menina, — ele ronrona e retira antes de novamente empurrar,
desta vez mais profundamente. O tom de sua voz me faz derreter.
Antes que eu possa pensar noutra coisa, os dedos de Bryan apertam em
torno das correntes nos meus mamilos. Seus quadris se mantêm pressionados
rentes aos meus, seu comprimento perdido dentro de mim. Meu queixo cai, e
eu o vejo me observando, esperando que eu faça qualquer barulho. Meus
olhos se fixam nos seus, enquanto sensações ardentes circulam através do meu
corpo, construindo mais apertado e mais forte. Ele lentamente adiciona mais
pressão, provocando e puxando os meus mamilos mais e mais, fazendo com
que a pinça aperte mais ainda. O calor em meu estômago endurece através do
meu corpo. Eu movo os meus quadris e tento balançar contra ele, mas ele me
acalma.
— Não, não. Ainda não!
Eu suspiro! — Eu gosto de ser espancada!
— Sério? — Eu aceno. Sua mão vem com força na minha bunda. Ambas
as nádegas ardem. Ele faz isso enquanto ele ainda está dentro de mim, o que
me faz apertar mais em torno dele. Ele suspira e faz isso de novo, e de novo.
O impacto de suas mãos é tão bom. A ardência envia arrepios através de mim
em ondas que não acabam. Elas navegam pelo meu estômago e se espalham
por todo o meu corpo. Todos os deliciosos formigamentos me atravessam,
fazendo com que eu deslize a minha língua sobre os dentes. Faço isso sem
pensar. É uma reação a ele, ao que está fazendo comigo.
Sem aviso, Bryan puxa para fora. Isso me deixa louca. Meus quadris
sacodem, mas não posso alcançá-lo. O cinto corta os meus pulsos enquanto
me esforço contra as limitações que me foram impostas. Ofego, observando-o
enquanto ele se move para longe de mim. O desejo arde pelo meu corpo. Não
consigo me controlar. Puxando os meus pulsos mais forte ainda, tento
libertar-me do cinto de novo, mas não consigo. Só fica mais apertado.
Ele sorri, assistindo-me lutar, até que eu paro e olho para ele. A expressão
em seu rosto, a intensidade de seus olhos, fazem com que meu estômago se
contorça. Minha respiração fica presa na minha garganta enquanto Bryan
passa perto o suficiente para me tocar, mas ele não toca. Estou ofegante.
Meus olhos estão implorando para que ele faça algo, para que me faça gozar,
deixar-me fode-lo... Qualquer coisa.
— Diga-me o que você deseja, Hallie! Implore-me por isso! — Ele
sussurra palavras ao lado do meu ouvido. A reação dentro de mim é rápida e
violenta. Seu hálito quente faz meu clitóris pulsar e parecer que vou morrer se
ele não me tocar, se ele não terminar o que começou. Ele está tão perto, quase
me tocando, mas não desliza os dedos pela minha cintura. Ele não toca o meu
peito e não provoca os meus mamilos. Isso me faz desejá-lo ainda mais. Eu
me sinto como um animal acorrentado, incapaz de pensar. — Responda-me
linda mulher! — Ele ordena e eu sinto a batida da sua mão na minha bunda.
Meu corpo está tão bem enrolado que o tapa me faz gemer. Eu não
esperava isso, mas antes que pudesse controlar os meu gemido, ele escapa dos
meus lábios. Eu ofego, chocada por não ter sido capaz de abafar o ruído ou
pará-lo a tempo. A mão de Bryan voa uma segunda vez, com mais força. Ele
observa meu rosto enquanto eu estremeço debaixo da sua mão. O tapa é
rápido, e eu sei que vou ter um problema para andar depois, mas não me
importo. Eu grito, dizendo o seu nome, empurrando os meus seios contra ele.
Um olhar perverso torce seus lábios em um sorriso sexy. — Responda-
me! — Sua voz soa como um grunhido e quando não consigo fazer nada,
senão ofegar incontrolavelmente, sua mão me atinge pela terceira vez. Mas ele
não me libera. Em vez disso, ele pega a minha bochecha na mão e aperta. A
ardência se intensifica pela forma como ele me agarra. O belo corpo de Bryan
está coberto por um brilho fino de suor, enquanto me trata grosseiramente.
— Diga-me o que você deseja!
Minha voz é um suspiro. O desejo correndo desenfreadamente. — Eu
quero suas mãos sobre mim, em mim! Eu quero que você me foda sem
sentido. Foda-me, Bryan!
— Implore por isso, Hallie! Implore mais alto! — Seu punho aperta a
minha bunda fazendo com que o meu corpo pressione contra o seu. Gotas de
suor rolam pela minha espinha.
Minha voz treme enquanto imploro, sem capacidade de manter qualquer
traço de comedimento.
— Por favor, Bryan... Por favor! Foda-me! Foda a minha buceta! Encha-
me com o seu gozo. Por favor, baby! Por favor... — Eu continuo a lhe pedir,
enquanto suas mãos deslizam sobre os meus quadris e para baixo entre as
minhas pernas. Quando ele toca o meu clitóris, eu gemo. Bryan inclina sua
cabeça para trás, olhando para mim. — Foda-me, baby! Por favor! — Meus
quadris se remexem contra a sua mão. Em resposta, ele aperta os dedos no
meu clitóris. Eu grito: — Foda-me! Por favor! Bryan! Eu preciso de você! Por
favor!
Quando eu digo o nome dele, ele quebra. Antes de saber o que está
acontecendo, suas mãos estão segurando os meus pulsos sobre a minha
cabeça enquanto ele bate seu membro rígido dentro de mim sucessivamente.
Ele empurra mais e mais profundamente a cada vez, com as mãos deslizando
pelos meus braços. Batendo-se cada vez mais duro contra mim, ele assiste
meus seios balançando e saltando até que ele toma ambos em suas mãos e
aperta os meus mamilos duramente. Eu berro, mas isso só faz com que ele
aperte com mais força, até que a corrente cai. Cai aos meus pés e ele a deixa
lá.
Bryan se move, empurrando para dentro de mim fodendo-me cada vez
mais rápido. O calor entre as minhas pernas percorre todo o meu corpo.
Parece que não posso ser dominada. Não há o suficiente dele para me
satisfazer, nunca. Quando seus dedos apertam mais duramente contra os meus
mamilos doloridos, meus olhos se arregalam. Ele me olha nos olhos enquanto
ele empurra para dentro de mim uma vez... forte. Minhas costas batem contra
a porta e ele me segura lá, observando-me. Seus lábios entreabertos, ele
respira sem dizer nada. Suas mãos suavemente empurram os cabelos para
longe dos meus olhos. Ele acalma por um momento e não posso suportar
isso. Seu pau está em mim, mas não importa o quanto eu me mexa, não posso
fazer com que ele me foda.
Com todo o peso do seu corpo, ele me achata contra a porta. Seus olhos
ardem com o desejo, sua testa está pingando de suor.
— Goze para mim, baby! — Ele respira e mete em mim rápido e
furiosamente. Ele não para quando eu grito. Ele continua metendo contra
mim até que meu corpo não pode ficar mais retesado.
Cada vez que ele afunda em mim eu me sinto mais excitada. Eu não posso
respirar, mas não quero que ele pare. Seu corpo me esmaga, enquanto me
monta, balançando contra mim furiosamente. Eu gemo, e posso dizer o quão
forte ele está empurrando e o quanto vou estar machucada depois, mas não
me importo. No momento, isso é muito bom. Minha pele formiga e está
pingando de suor. Meus seios saltam mais e mais para cima com cada batida
de seu corpo contra o meu. E sem outro pensamento, eu gozo. Meu grito sai
rasgado através da minha garganta. Não posso gozar silenciosamente, não
quando ele faz assim. Bryan me bate mais forte enquanto as deliciosas
sensações giram, fazendo com que todo o meu corpo entre em erupção. Eu o
sinto meter contra mim duro e profundamente, e ele goza alguns segundos
após.
Esgotada, pendurada e estremecendo contra a porta, estou pronta para
cair no chão. Bryan se afasta e me olha. Com os lábios entreabertos, ele só
olha para mim por um momento antes de desatar o cinto. Quando as minhas
mãos caem ao meu lado, meus braços queimam. Bryan me toma em seus
braços e me leva para a cama. Ele me senta na frente dele e esfrega os
músculos doloridos em meus braços e ombros. Minha cabeça se inclina para o
lado enquanto ele faz isso. Cada centímetro meu está formigando. Não quero
que esse momento termine, mas Bryan para.
Viro-me e olho para ele. Ele está brilhando, coberto por uma fina camada
de suor que cheira tão bem. Eu quero lambê-lo, mas apenas aceno. Ele vira
seus olhos esmeraldas para longe e diz:
— Eu acho que eu deveria ir.
— Você vai embora? — De repente, eu me sinto muito nua. Puxo a
coberta da cama e a enrolo em volta dos meus ombros.
— Sim, a menos que você queira que eu fique e diga a Neil tudo sobre
como eu acabei com a raça da sua noiva. — Ele me olha por um segundo. Sua
testa está coberta de suor e seu rosto está brilhando. — O que há de errado?
— Ele sempre pôde me ler tão bem. Eu quero dizer a ele sobre Victor, mas
não posso.
Eu digo outra coisa.
— Neil fez a proposta e eu disse sim. — Eu ergo o meu anel.
— Sim, eu vi isso. Você realmente aceitou? — Bryan se senta ao meu lado.
— Na verdade não. Ele aceitou por mim. — Nós dois ficamos em silêncio
por algum tempo.
Bryan se veste e diz:
— Eu voltarei para ter você do meu jeito de novo em breve. Da próxima
vez é melhor que o idiota do seu noivo tenha você pronta para mim. E eu
quero que você use isso quando estiver comigo e só comigo. — Ele levanta a
corrente do chão e a joga para mim.
A porta do quarto se abre e Neil está lívido. Ele olha para mim e depois
para Bryan:
— Você acha que isso é engraçado?
— Não, acho que ela precisa de algo que você não pode dar a ela. Estou
dando a você uma única chance de quebrar seu compromisso e foder a sua
noiva. Mas você tem que fazer isso como um animal. Satisfaça-a!
O rosto de Neil contorce desgostoso.
— Eu a satisfaço sem esse comportamento bárbaro. Fazer amor não
precisa de mordaças, amarras ou oprimir mulheres de forma nenhuma. Tenho
certeza de que Hallie só aceitou isso pela equipe, seu pedaço de merda
demente!
Essa foi a coisa mais cruel que já ouvi Neil dizendo e eu quero rir, porque
é pateticamente fraco. O homem que estava me usando, ofereceu para quebrar
o acordo se Neil prometer me pegar e fazer sexo animalesco comigo. O
homem deveria ter dito que sim, mas ele, pela sua moral, disse que não. Estou
cansada demais para pensar no que isso significa. O que aconteceu aqui?
— Ela vai tomar mais do que uma foda pela equipe. — Bryan pisca um
dos olhos. — Vejo você amanhã, escrava sexual! Trarei um colar para você e
vai usá-lo. — Bryan aperta a mão de Neil. — Você é um homem inteligente.
O que são alguns meses de infidelidade comparados com uma vida de
riquezas, certo?
Neil aperta a sua mandíbula.
— Então você planeja que isso continue por alguns meses?
— Provavelmente não por muito tempo. Eu fico entediado fodendo a
mesma mulher todo dia. Não se preocupe Neil! Ela é sua sujeira, não a minha.
— Com isso, Bryan vira as costas e sai.
— Neil, — estou pronta para explodir em lágrimas. O julgamento está
espalhado em seu rosto.
— Hallie, isso não é natural. Você não é um animal selvagem! Será que ele
conseguiu instigá-la para que você fingisse o que você não é?
Eu dou de ombros. Não quero falar sobre isso.
— Não tenho ideia.
— Eu deverei deixá-lo foder e espancar você na minha cama, sempre que
ele quiser?
Eu olho fixamente para frente.
— Até que ele se canse de mim, sim. Lide com isso! Você foi quem me
disse para fazer isso. — Eu destaco a última frase. — E ele lhe deu uma saída.
Você não aceitou. — Eu fico olhando para ele, e puxo a coberta mais forte em
volta dos meus ombros.
Neil revira os olhos.
— Eu pensei que fosse apenas uma noite.
— Eu também. Estávamos errados sobre uma porção de coisas.
Capítulo 11
Eu deveria me sentir envergonhada, mas não sinto. No dia seguinte, me
sento com Maggie no sofá enquanto Neil está fora. Ela tem estado muito
tranquila desde que a busquei em seu antigo apartamento. Maggie olha para o
espaço, e eu sei que a memória está se defrontando com o novo e joga uma e
outra vez em sua mente.
— Você quer falar sobre isso? — Eu pergunto, já sabendo a resposta.
Ela inspira e balança a cabeça, antes de oferecer-me um sorriso forçado.
— Não há nada a dizer. A mesma velha merda. Nada mudou, mas dói mais
agora. — Ela sorri como se algo fosse engraçado. — Eu pensava que doía
mais quando eu era criança. Acho que não.
— O que ele fez?
— A mesma coisa de sempre. Victor gosta de possuir coisas. — Ela muda
em seu assento e, em seguida, levanta, colocando distância entre nós. — Era
para eu arranjar-lhe uma garota. Ele tem um tipo, quadris redondos, cabelos
escuros e pele pálida, como Nicole Kidman, mas morena. Assim, a cada
semana, eu levava alguém. Elas ganham algumas centenas de dólares, e ele faz
o que faz. Na semana que eu não conseguia encontrar ninguém, eu a
substituía, mas desta vez... — Ela para de falar e balança a cabeça. — Eu não
deveria ter ido. Geralmente é apenas sexo violento. Ele dá um tapa e me
arranha. Vou para casa e é isso. Mas desta vez... — Ela balança a cabeça e olha
por cima do ombro para mim. — Eu não quero falar sobre isso. Eu tentei
fugir e, em seguida, desisti quando ele disse o que ele faria comigo, e depois
com você. Ele me deu uns tapas por um tempo, me levando do jeito que ele
quis, e então eu ouvi a sua voz e eu estava morrendo de medo que ele fosse
levá-la também. Sinto muito, Hallie.
— Não é culpa sua. — Eu me sinto horrível por deixar sua vida
desmoronar assim. Nós deveríamos estar lá uma para a outra. — Eu deveria
ter chegado mais cedo. Eu teria... Eu gostaria de poder ter tudo de volta.
Maggie sorri tristemente e envolve os braços em torno de si. — Sim, eu
também. E agora? Sem ofensa, mas eu não suporto Neil.
Concordo com a cabeça. — Eu estava pensando que deveria ter um lugar
só meu antes do casamento. Vai ser eu e você.
O olhar de Maggie desvanece no chão. — Você vai se casar com ele,
sério? — Eu aceno e lhe dou um olhar para que não me pressione agora. Ela
acrescenta: — Eu adoraria, mas você sabe que eu não posso me dar ao luxo.
— Sim, você pode. Eu tenho parte do meu pagamento antecipado.
Podemos ir a procura de uma casa sempre que quiser, oh, e esta parte não é
opcional, você trabalha para mim agora. Eu vou precisar de uma assistente
pessoal para me dizer o que fazer, você sabe, alguém um pouco mandona.
Maggie ri e me empurra, e depois bate as mãos sobre a boca, e repete a
ação. — De jeito nenhum!
— Isso. — É tão bom ver uma explosão de felicidade em seus olhos,
mesmo por um breve momento. Mas assim que ela pisca, ela se foi, perdeu-se
nas profundezas da agonia que enchem sua alma.
Um dia ela vai parar de lutar. Um dia ela vai ceder, desistir.
Ela já teria desistido se eu não tivesse aparecido. Algumas pessoas a
levaram direto para o inferno. É irônico, porque eu tenho sangue em minhas
mãos e não me sinto como se estivesse infeliz. É mais, como eu se estou
puxando Maggie, da vida tortuosa ela conhece, e esconde com esse sorriso.
Não me arrependo de minhas ações. O pensamento faz minha pele
formigar. Na parte profunda da minha mente, eu me pergunto que tipo de
pessoa que sou, mas arrumo minha coluna e me levanto. Isso me faz ser quem
eu sou e não há nada mais a se considerar. Eu fiz o que tinha que fazer. Eu
não teria tocado em Victor se ele a deixasse em paz, se ele não tivesse
ameaçado vir atrás de nós, mas ele ameaçou. Eu vi o medo nos olhos de
Maggie é a verdade. Se Victor Campone tivesse vivido, teríamos morrido.
— Está com fome? — Eu pergunto me dirigindo à geladeira.
— Sim, um pouco. — Maggie está sentada com os pés enrolados em sua
bunda e olhando para as mãos desde que eu a peguei no apartamento do
Victor. Ela raramente faz contato visual. Acho que a luta a nocauteou. Ele
aparece em surtos, mas é como um carro que está ficando sem gasolina. Estou
muito preocupada com ela. Depois de tudo que ela passou...
Isso não pode desfazê-la. Não pode.
Porque é minha culpa desta vez.
Todas as outras vezes, a Maggie revidou. Ela nunca desistiu, nunca cedeu,
e agora a minha melhor amiga está caída no sofá, coberta de hematomas e
cortes, com os olhos que se assemelham a buracos-negros que sugam tudo,
mas não vejo nada ali. Eles não sentem nada, não mais.
Eu sorrio e digo algo estúpido, tentando fazê-la rir, mas nem sequer
obtenho um sorriso de piedade. Depois de abrir a porta da geladeira, eu gemo
em voz alta. Neil está trabalhando hoje e não conseguiu ir às compras.
Maggie pergunta: — O que ele fez?
— Ele pegou todas as sobras da festa e levou para o trabalho. Eu pensei
que era bom porque ele deveria ir às compras, mas não o fez. — Estou
inclinada na geladeira vazia olhando para uma caixa de leite vencido e um
frasco de picles. Não vou comer isso. Eu bato a geladeira e acrescento: — Eu
dar rápida saída. Será que comida chinesa vai bem?
Maggie geralmente protesta e se oferece para pagar as coisas, mas hoje,
apenas balança a cabeça. — Ótimo! — Eu digo, parecendo alegre. Ela irá
voltar. Ela vai. Se eu continuar dizendo a mim mesmo vai acontecer, certo?
De repente, eu percebo que ela não recuperou-se, matar Victor não era uma
vingança suficiente, até mesmo pelo o que ele fez com Maggie.
Capítulo 12
Pego minhas chaves e ligo o motor. O carro vermelho ronrona quando o
tiro da garagem e digito o CEP do local que irei. Quando estou prestes a
desviar para o estacionamento, um policial segue atrás de mim, com as luzes
vermelhas piscando. Eu não estava em alta velocidade. Droga. Deve ser
verdade que os carros vermelhos são parados mais do que qualquer outra cor.
Eu encosto e levo o carro para o acostamento, tomando o cuidado de
manter as mãos no volante. Papai me disse para nunca ir para a minha bolsa
ou porta-luvas até que o policial esteja de pé ao lado do carro. O cara tem que
ver as minhas mãos ou ele pode atirar em mim, bem não é exatamente do jeito
que meu pai disse isso, mas é o que ele quis dizer.
Eu aperto o botão na janela, assim como o policial se aproxima. Ele está
usando o uniforme escuro que me dá vontade de sair correndo e gritando
para o meu quarto e me esconder debaixo da minha cama.
Ele não é esse cara. Pare com isso, Hallie, xingo-me, mas isso não ajuda.
Até agora, minhas mãos estão tremendo.
— A licença e registro, por favor. — O cara tem trinta e tantos anos, e um
tipo de visual assustador. Por assustador, eu quero dizer que parece que ele
poderia tomar o meu pequeno corpo e dobrá-lo estilo acordeão e enfiá-lo em
seu tronco. O cara é massa muscular pura e ele parece chateado. Eu não posso
imaginar o que eu fiz.
Eu me aproximo do porta-luvas para retirar os papéis mencionados, mas
tudo que eu encontro é o manual sobre o carro e o último aviso de mudança
de óleo. Sem documentos. Sem registro. O meu coração dá uma guinada.
Foda-se. Eu começo a pensar que Jon brincou comigo, mas mesmo ele, não
seria tão baixo. E o policial não me pediu para sair do carro ou qualquer coisa.
Minha lanterna traseira está queimada ou algo assim, isso é tudo. Isso não é
nada.
Eu vasculho minha bolsa e tiro a minha pequena carteira. Meu rosto fica
pálido quando vejo o espaço vazio onde minha carteira de motorista deveria
estar. Olho para o policial e digo baixinho: — Ela se foi.
— Você não tem uma licença ou registro desse veículo? — Ele diz algo
em seu ombro depois de ouvir um zumbido em seu fone de ouvido. — Saia
do carro, minha senhora.
Estou tremendo agora. — Eu não fiz nada de errado. Alguém pegou a
minha licença. Eu tenho uma.
Ele me ignora e me apoia no capô. Tira seus óculos de sol. Quando o
guarda, ele pergunta: — Você sabe que você está dirigindo um veículo
roubado?
— Não é roubado.
— Oh?
Eu balanço minha cabeça, pronto para chorar. Jon não faria isso para
mim, ele não iria. — Jonathan Ferro me vendeu este carro uns dias atrás por
dez mil dólares. Eu não tive a chance de renovar a papelada ainda. Eu pensei
que tinha alguns dias?
O policial concorda. Ele vira o meu rosto para o capô e me revista. —
História legal. O carro vale muito mais do que isso. Se você vai mentir pelo
menos faz a história parecer convincente.
— É verdade! Jon me vendeu por dez mil. Pergunte a ele! Eu não estou
mentindo.
Eu sinto frio do metal prender meus pulsos quando as algemas
escorregam em torno dos meus braços. Eu começo a entrar em pânico. Meu
coração dispara muito rápido e o mundo se torna um borrão. Eu não posso
parar de falar, suplicando, e quando o policial me empurra na parte de trás de
seu carro, todos os terríveis eventos em detalhes vívidos se reproduzem em
minha mente.
Eu fecho meus olhos e tento desligá-los, mas as cores iluminam e os sons
de mais de uma década tocam alto em meus ouvidos, enquanto lágrimas caem
pelo meu rosto. O passado e o presente colidem juntos com tanta violência
que eu não posso suportar isso.
Minha mãe jura para mim antes de me enfiar no armário. Pequenas mãos
envolvem em torno de mim, e eu sei que o meu irmão mais novo, Anthony,
está apavorado. Ele cresceu e seus ossos eu sinto nitidamente sob minhas
palmas. Ele chora até que fica em silêncio, até que ele adormece, até que
minha mãe teve seu efeito das drogas e amantes. Eu a ouvi rir. Eu nunca
poderia fazê-la feliz assim. Ouvi os sons de sexo, até que algo muda. A festa
normal não é mais normal.
O policial que me tirou do armário tentou tirar o corpo sem vida do meu
irmão dos meus braços. Eu não entendi. Eu o protegia dela. Eu vigiei por
Anthony, mas depois de tudo que eu fiz, não foi o suficiente. Eles pensaram
que eu o matei em primeiro lugar. Eles me empurraram para o fundo do carro
e gritei para eles até que eu não podia chorar mais. Eu queria meu irmão, mas
eles disseram que ele estava morto.
Eu não acreditei neles.
Agora, eu tenho dificuldade em acreditar em alguém e este policial abriu
uma ferida que é tão profunda que me corta até o osso. Não, não foi o policial
- foi Jon.
Eu não posso evitar o tremor, mas eu não choro. Eles me ficham e fazem
perguntas que eu ouvi antes. A estrutura nunca muda em lugares como este.
As pessoas são as mesmas. O cheiro é idêntico. Eu olho fixamente, tentando
manter minha mente em uma única peça, mas eu sinto as rachaduras pouco a
pouco.
Quem vai salvar Maggie? Se eu me perder, quem estará lá para ela?
Ninguém. Acalme-se, Hallie.
Eu tenho direito a uma ligação, então que eu chamo a pessoa que eles
estão tentando me manter longe, o homem que está me chantageando por
sexo.
Quando ele atende o telefone, Bryan parece cansado. Eu não sei de que
outra forma dizer. Eu teria pensado que ele estava dormindo, mas há algo em
sua voz que me diz que não dorme há muito tempo. — Suffolk County PD.
Deixe-me adivinhar, é Jon ou Trystan?
— Não, — minha voz é tão baixa, tão tímida que mal faz um som.
Eu o ouvi mudar e Bryan soa mais alerta quando ele responde: — Hallie?
— Venha me pegar. Eu vou lhe dever. Qualquer coisa que você quiser,
basta vir me pegar. — Eu entrego o telefone de volta ao oficial na mesa e sou
levada de volta para a minha cela.
Capítulo 13
Estou sentada em frente a uma mulher que não consegue parar de chorar.
Ela fala sobre os tíquetes de estacionamento não pagos, sobre como ela vai
perder o emprego por causa disto e como ela não trabalhou o suficiente para
pagar os tíquetes. Depois começa a hiperventilar e menciona algo sobre
remédios. Essa é a única vez que o policial no exterior da cela olha para ela.
Eles a removem da nossa cela, dizendo que vai ter seus remédios.
Alguém entra e se senta ao meu lado. Seu rosto está machucado em um
lado.
— Olá.
Eu olho para ela e não digo nada. Meus braços estão cruzados sobre o
meu peito e estou encostada à parede, pensando em maneiras de castrar Jon
Ferro. Ele sabia sobre o meu passado e o que isto faria comigo.
A mulher não é mais que uma menina, deve de ter uns dezoito anos, com
grandes olhos redondos, mas ainda tem bochechas gordinhas, infantis. Pelo
seu rosto angular não parece ter mais de vinte e dois anos. O seu cabelo
escuro é longo e está em um rabo de cavalo bagunçado.
Ela suspira e descansa as costas contra a parede de cimento frio. — Você
passará a noite aqui? Eu espero que sim. Ele precisa de tempo para esfriar. A
única parte ruim é não ter o sabão bacteriano, mas o resto está bem. Além
disso, ele vai dar-me tempo. Eu não posso estar perto dele quando ele está
assim. Ele é geralmente é bom, mas em noites como está, eu acho melhor
ficar aqui. Eu não vou fazer a minha ligação. Ei, você parece familiar. — Ela
fala sem respirar e olha para mim o tempo todo.
— Nós nunca nos conhecemos, — é tudo o que eu digo.
Ela acena com a cabeça e continua, liberando uma onda de palavras.
Sentada, escuto sua vida, a sua história, não sinto nada, apenas piedade. Ela é
como Maggie e eu. Ela não tem ninguém que se preocupe com ela, ninguém
para ouvir a sua voz e em quem encontrar consolo através de seu toque.
Eu não sei quanto tempo estive lá, mas um tempo depois eles chamam o
meu nome, a jovem foi levada para um banho e passará a noite na cela.
Imagino o por que desejar uma cela em vez de ir para casa. Isso me faz querer
chorar, e não há porra nenhuma que eu possa fazer sobre isso. Eu não posso
nem tomar conta de mim.
A porta da cela desliza aberta e faz um som mais horrível. — Hallie
Raymond, recolha as suas coisas na recepção e vá para casa com o seu amigo
que pagou sua fiança. Se você estragar tudo, ele será o único que pagará por
isso, o melhor é se comportar.
Concordo com a cabeça e percorro o caminho para a recepção. Parece
que eu não prestei atenção por um tempo, mas o faço quando vejo Bryan.
Enquanto eu ando atrás dele eu observo a maneira como ele respira, o modo
como os seus ombros estão dobrados para frente como se ele estivesse sendo
vigiado ou com dor. Eu paro atrás dele e o assisto por um momento. Seus
quadris são estreitos, como sempre, ele não perdeu muito peso, mas seu
cabelo não brilha da maneira como ele costumava brilhar. Sua respiração é
superficial e curta, como se tivesse estado correndo. Uma sensação horrível
corre pela minha espinha quando eu olho para ele.
Naquele momento, Bryan sente os olhos sobre ele e vira. Ele tem aquele
sorriso brincalhão no rosto. — Se você queria usar algemas, eu tenho algumas.
Eu ficaria feliz... poff! — Eu bato nele com toda a força do meu corpo e o
seguro apertado.
Bryan fica chocado no início. Seus braços levam um tempo até fecharem-
se em torno de mim, e depois ele me segura. Eu sinto a sua voz, a agitação
quente de ar, quando ele sussurra em meu ouvido: — Vamos sair daqui. —
Ele me solta e eu aceno. Foi quando ele me disse a última coisa que eu queria
ouvir. — Há repórteres na frente.
— O quê? — O meu queixo cai em horror.
— Eu fiz arranjos para sair pela parte de trás, mas haverá alguém. Sempre
há. Todo mundo vai saber o que aconteceu pela manhã. — Bryan pega a
minha mão e me leva, seguindo um oficial, que nos conduz através de uma
sala com armários e na parte de trás da delegacia de polícia, para um Hummer
preto. Sou empurrada para dentro, mas não antes de um flash disparar e eu
olhei diretamente para a câmera.
Bryan empurra-o de volta, mas a foto já foi tirada. Ele sobe atrás de mim
e diz: — Dirija.
— Eu não sou a porra do seu motorista, Bryan. Diga por favor. — Um
cara da minha idade, com cabelo escuro que paira em seu rosto, está no
assento do motorista. Com óculos grandes demais para obscurecer os olhos.
— Foda-se, Trystan.
Trystan revira os olhos e se afasta com sua enorme, máquina
ambientalmente irresponsável, com o objetivo de atingir os repórteres da rua,
quando sai do estacionamento. — As pessoas seriam melhores para você, se
você fosse mais agradável para elas. Isso é tudo o que estou dizendo. —
Trystan é tranquilo, mas eu sinto seus olhos em mim. Quando eu olho para
cima, ele responde ao que eu estava pensando. — Jon não fez isso com você.
Aos poucos, meu queixo inclina-se para cima e os nossos olhos se
encontram no espelho retrovisor. — Jon Ferro é um homem morto. Ele sabe
o que isto me faria. Foi a pior coisa que ele poderia ter feito.
Bryan pega a minha mão e tece os nossos dedos juntos. — Não foi Jon.
Por favor, aguarde para matá-lo até amanhã.
— Eu poderia matá-lo agora. Bryan, eu cuidei de Campone e posso cuidar
de qualquer um que mexer com Maggie ou comigo. Eu não sou mais uma
criança. — Eu soluço e tremo quando o passado e o presente eclodem juntos
novamente. Meu irmão morreu de fome. Ele morreu em meus braços e eu era
muito boba e pequena para saber o que fazer. Eu digo que eu era apenas uma
criança, porque é mais fácil do que dizer às pessoas a minha história, mas os
Ferros sabem de tudo. Eles são como baratas que conseguem encontrar cada
mentira em cada canto escuro de sua alma. — Eu não vou ser dizimada por
Jon. Foda-se ele.
Trystan e Bryan trocam um olhar, mas ninguém diz nada. Bryan me puxa
em seus braços e me segura até pararmos em frente de um antigo motel.
Bruto é a melhor maneira de descrevê-lo. Aposto que eles alugam quartos por
hora. Trystan joga para Bryan a chave do quarto. — Fique aí até eu descobrir
o que aconteceu. Eu acho que já sei, embora os detalhes sejam vagos.
Eu balanço a minha cabeça: — Não, eu não posso. Maggie está de volta e
ela precisa de mim. E Neil...
Bryan suspira, passando as mãos pelos cabelos. Depois que ele fez isso, ele
balança a mão para o seu lado. — Maggie estará bem. E Neil é um idiota.
Além disso, ele sabe que eu a levei esta noite. Aparentemente, você disse a
Maggie que eu estava chantageando você, porque ela tentou me pregar seu
calcanhar na cabeça. — Isso me faz sorrir. — Oh, você acha que é engraçado?
— Bryan me agarra e se inclina para perto. Aqueles olhos verdes brilham por
um momento antes de embaçarem. — Vamos Raymond. Estou pensando em
usá-la até que você se esqueça de quem você é.
CONTINUA
Capítulo 10
Bryan pega o meu rosto em suas mãos.
— Se você não gostar, diga-me! — Eu aceno, lentamente, com as suas
mãos quentes ainda segurando o meu rosto.
Era como se alguém apertasse um interruptor. Os olhos de Bryan se
tornaram mais escuros, mais carnais. Ele libera o meu rosto e pressiona seu
corpo tonificado contra o meu. Empurrando as minhas costas contra a porta,
certifica-se de que eu possa sentir cada centímetro dele. Tira uma corrente
prateada com um plugue em cada extremidade e o prende nos meus mamilos.
Eu ofego quando ele os aperta. O peso das correntes faz com que eu morda
os meus lábios. Enquanto ele pressiona dentro de mim, as correntes vão se
mexendo e puxando suavemente à medida que ele desliza sobre o meu corpo.
Um pequeno suspiro escapa por entre os meus lábios. Bryan me olha, seus
olhos verdes fixos nos meus. Pega um dedo e o coloca entre os meus lábios
rosados, enquanto a outra mão desliza mais para baixo, passando pela minha
barriga e entre as minhas pernas. Eu ofego. Ele se move rapidamente, tocando
a minha protuberância sensível com o polegar, alisando o dedo sobre a carne
suave, e observando o meu rosto enquanto faz isso.
Meu queixo se ergue enquanto tento não gemer. Luto contra as sensações
que estão em erupção dentro de mim, as sensações que ele está trazendo à
tona. Seus dedos se movem sobre o meu clitóris, enquanto ele puxa a corrente
suavemente. Ele sente que estou ficando mais úmida e, em seguida, sem aviso,
sem uma mudança na expressão, empurra o dedo dentro de mim. Ele ainda
está, por um tempo, vendo meus olhos. Eu pisco devagar, sentindo-o ali, entre
as minhas pernas.
Bryan empurra o dedo mais forte, mais profundo enquanto me observa.
Sua respiração está sobre os meus lábios fazendo com que me sinta tonta.
Quando ele puxa o dedo, ergue-o para a minha boca. Delineando os meus
lábios, ele me observa, espalhando meu calor úmido, como batom. Eu pisco
lentamente, com meu coração disparado, e, excitada além da compreensão.
— Prove! — Ele ofega e empurra o dedo em minha boca. Eu passo a
minha língua contra o seu dedo, mas ele o segura lá e diz: — Chupa até que
saia do meu dedo, Hallie! — Eu hesitei, mas ele diz: — Faça isso! — Minha
língua envolve o dedo, sugando-o, saboreando o gosto. Seus olhos estão
queimando, observando-me.
Enquanto chupo o dedo, ele abaixa a outra mão entre as minhas pernas,
abrindo a minha pele escorregadia. Sensações explodem dentro de mim, mas
antes que eu possa saboreá-las, as sensações mudam. O membro duro de
Bryan entra dentro de mim, fazendo com que eu chupe o dedo mais forte
ainda. Ele puxa o dedo da minha boca, e envolve as mãos em volta da minha
cintura. Fica um pouco imóvel, por um momento, respirando rápido e forte.
Depois, puxa para fora lentamente e enfia novamente, fazendo com que eu
bata contra a porta. Meus joelhos tremem à medida que ele lentamente vai me
deixando mais louca. Eu quero mais. Quero que ele me maltrate e me deixe
tonta pela paixão. Que limpe o meu medo com a luxúria, apague a minha
memória por um momento, e tire toda a dor que tem me invadido.
Eu só quero senti-lo e nada mais. O mundo desaparece até que não sei
quanto tempo se passou. Meus braços doem enquanto ele me usa,
empurrando para dentro de mim sucessivas vezes. Minha cabeça pende para o
lado e, em seguida, levanta de volta. Eu ofego todas às vezes e os meus seios
tremem com a força de seu empurrão.
Algo se desdobra dentro de mim. Quero suas mãos em mim, fazendo
tudo ao mesmo tempo. Vertentes delicadas de paixão irrompem dentro de
mim, enviando arrepios pelas minhas coxas e seios. Todos os lugares que
desejo que ele toque fervem como uma corrente viva. Arqueando minhas
costas, eu pressiono meus quadris contra os dele, só para que batam
novamente.
Seus impulsos mudam para provocar, gentilmente empurrando e puxando
para fora. Ele é tão duro, tão perfeito. Quero colocar as minhas pernas ao
redor de seus quadris, mas não posso. As respirações irregulares me
consomem e o quarto está além de quente. Meu corpo está pingando de suor.
Inclinando a cabeça para trás, olho para o teto. É quando suas mãos
encontram os meus seios. Meus lábios formam um O, mas não digo nada. Ele
sente a maciez, a plenitude das minhas curvas enquanto empurra seu pênis
longo e duro em mim lentamente, torturando-me, sucessivamente.
Tomando meus mamilos entre os dedos, ele os torce suavemente e aperta
os grampos. Eu grito, empurrando os meus seios para ele, mas a porta me
detém. Ofegante, mal posso respirar.
Ele sorri, — Shhh! Nenhum som de você! Eu quero que isso entre nós!
Não estou entendendo. Então por que ele quis fazer aquela cena com Neil
e Maggie? Naquele momento, não me importo. Faço o que ele diz e mordo o
lábio para me manter em silêncio. Ele entra profundamente dentro de mim de
novo, e minha boca se abre. Eu engulo o som antes que ele ouça. O único
barulho é a lufada de ar saindo com força dos meus pulmões.
— Boa menina, — ele ronrona e retira antes de novamente empurrar,
desta vez mais profundamente. O tom de sua voz me faz derreter.
Antes que eu possa pensar noutra coisa, os dedos de Bryan apertam em
torno das correntes nos meus mamilos. Seus quadris se mantêm pressionados
rentes aos meus, seu comprimento perdido dentro de mim. Meu queixo cai, e
eu o vejo me observando, esperando que eu faça qualquer barulho. Meus
olhos se fixam nos seus, enquanto sensações ardentes circulam através do meu
corpo, construindo mais apertado e mais forte. Ele lentamente adiciona mais
pressão, provocando e puxando os meus mamilos mais e mais, fazendo com
que a pinça aperte mais ainda. O calor em meu estômago endurece através do
meu corpo. Eu movo os meus quadris e tento balançar contra ele, mas ele me
acalma.
— Não, não. Ainda não!
Eu suspiro! — Eu gosto de ser espancada!
— Sério? — Eu aceno. Sua mão vem com força na minha bunda. Ambas
as nádegas ardem. Ele faz isso enquanto ele ainda está dentro de mim, o que
me faz apertar mais em torno dele. Ele suspira e faz isso de novo, e de novo.
O impacto de suas mãos é tão bom. A ardência envia arrepios através de mim
em ondas que não acabam. Elas navegam pelo meu estômago e se espalham
por todo o meu corpo. Todos os deliciosos formigamentos me atravessam,
fazendo com que eu deslize a minha língua sobre os dentes. Faço isso sem
pensar. É uma reação a ele, ao que está fazendo comigo.
Sem aviso, Bryan puxa para fora. Isso me deixa louca. Meus quadris
sacodem, mas não posso alcançá-lo. O cinto corta os meus pulsos enquanto
me esforço contra as limitações que me foram impostas. Ofego, observando-o
enquanto ele se move para longe de mim. O desejo arde pelo meu corpo. Não
consigo me controlar. Puxando os meus pulsos mais forte ainda, tento
libertar-me do cinto de novo, mas não consigo. Só fica mais apertado.
Ele sorri, assistindo-me lutar, até que eu paro e olho para ele. A expressão
em seu rosto, a intensidade de seus olhos, fazem com que meu estômago se
contorça. Minha respiração fica presa na minha garganta enquanto Bryan
passa perto o suficiente para me tocar, mas ele não toca. Estou ofegante.
Meus olhos estão implorando para que ele faça algo, para que me faça gozar,
deixar-me fode-lo... Qualquer coisa.
— Diga-me o que você deseja, Hallie! Implore-me por isso! — Ele
sussurra palavras ao lado do meu ouvido. A reação dentro de mim é rápida e
violenta. Seu hálito quente faz meu clitóris pulsar e parecer que vou morrer se
ele não me tocar, se ele não terminar o que começou. Ele está tão perto, quase
me tocando, mas não desliza os dedos pela minha cintura. Ele não toca o meu
peito e não provoca os meus mamilos. Isso me faz desejá-lo ainda mais. Eu
me sinto como um animal acorrentado, incapaz de pensar. — Responda-me
linda mulher! — Ele ordena e eu sinto a batida da sua mão na minha bunda.
Meu corpo está tão bem enrolado que o tapa me faz gemer. Eu não
esperava isso, mas antes que pudesse controlar os meu gemido, ele escapa dos
meus lábios. Eu ofego, chocada por não ter sido capaz de abafar o ruído ou
pará-lo a tempo. A mão de Bryan voa uma segunda vez, com mais força. Ele
observa meu rosto enquanto eu estremeço debaixo da sua mão. O tapa é
rápido, e eu sei que vou ter um problema para andar depois, mas não me
importo. Eu grito, dizendo o seu nome, empurrando os meus seios contra ele.
Um olhar perverso torce seus lábios em um sorriso sexy. — Responda-
me! — Sua voz soa como um grunhido e quando não consigo fazer nada,
senão ofegar incontrolavelmente, sua mão me atinge pela terceira vez. Mas ele
não me libera. Em vez disso, ele pega a minha bochecha na mão e aperta. A
ardência se intensifica pela forma como ele me agarra. O belo corpo de Bryan
está coberto por um brilho fino de suor, enquanto me trata grosseiramente.
— Diga-me o que você deseja!
Minha voz é um suspiro. O desejo correndo desenfreadamente. — Eu
quero suas mãos sobre mim, em mim! Eu quero que você me foda sem
sentido. Foda-me, Bryan!
— Implore por isso, Hallie! Implore mais alto! — Seu punho aperta a
minha bunda fazendo com que o meu corpo pressione contra o seu. Gotas de
suor rolam pela minha espinha.
Minha voz treme enquanto imploro, sem capacidade de manter qualquer
traço de comedimento.
— Por favor, Bryan... Por favor! Foda-me! Foda a minha buceta! Encha-
me com o seu gozo. Por favor, baby! Por favor... — Eu continuo a lhe pedir,
enquanto suas mãos deslizam sobre os meus quadris e para baixo entre as
minhas pernas. Quando ele toca o meu clitóris, eu gemo. Bryan inclina sua
cabeça para trás, olhando para mim. — Foda-me, baby! Por favor! — Meus
quadris se remexem contra a sua mão. Em resposta, ele aperta os dedos no
meu clitóris. Eu grito: — Foda-me! Por favor! Bryan! Eu preciso de você! Por
favor!
Quando eu digo o nome dele, ele quebra. Antes de saber o que está
acontecendo, suas mãos estão segurando os meus pulsos sobre a minha
cabeça enquanto ele bate seu membro rígido dentro de mim sucessivamente.
Ele empurra mais e mais profundamente a cada vez, com as mãos deslizando
pelos meus braços. Batendo-se cada vez mais duro contra mim, ele assiste
meus seios balançando e saltando até que ele toma ambos em suas mãos e
aperta os meus mamilos duramente. Eu berro, mas isso só faz com que ele
aperte com mais força, até que a corrente cai. Cai aos meus pés e ele a deixa
lá.
Bryan se move, empurrando para dentro de mim fodendo-me cada vez
mais rápido. O calor entre as minhas pernas percorre todo o meu corpo.
Parece que não posso ser dominada. Não há o suficiente dele para me
satisfazer, nunca. Quando seus dedos apertam mais duramente contra os meus
mamilos doloridos, meus olhos se arregalam. Ele me olha nos olhos enquanto
ele empurra para dentro de mim uma vez... forte. Minhas costas batem contra
a porta e ele me segura lá, observando-me. Seus lábios entreabertos, ele
respira sem dizer nada. Suas mãos suavemente empurram os cabelos para
longe dos meus olhos. Ele acalma por um momento e não posso suportar
isso. Seu pau está em mim, mas não importa o quanto eu me mexa, não posso
fazer com que ele me foda.
Com todo o peso do seu corpo, ele me achata contra a porta. Seus olhos
ardem com o desejo, sua testa está pingando de suor.
— Goze para mim, baby! — Ele respira e mete em mim rápido e
furiosamente. Ele não para quando eu grito. Ele continua metendo contra
mim até que meu corpo não pode ficar mais retesado.
Cada vez que ele afunda em mim eu me sinto mais excitada. Eu não posso
respirar, mas não quero que ele pare. Seu corpo me esmaga, enquanto me
monta, balançando contra mim furiosamente. Eu gemo, e posso dizer o quão
forte ele está empurrando e o quanto vou estar machucada depois, mas não
me importo. No momento, isso é muito bom. Minha pele formiga e está
pingando de suor. Meus seios saltam mais e mais para cima com cada batida
de seu corpo contra o meu. E sem outro pensamento, eu gozo. Meu grito sai
rasgado através da minha garganta. Não posso gozar silenciosamente, não
quando ele faz assim. Bryan me bate mais forte enquanto as deliciosas
sensações giram, fazendo com que todo o meu corpo entre em erupção. Eu o
sinto meter contra mim duro e profundamente, e ele goza alguns segundos
após.
Esgotada, pendurada e estremecendo contra a porta, estou pronta para
cair no chão. Bryan se afasta e me olha. Com os lábios entreabertos, ele só
olha para mim por um momento antes de desatar o cinto. Quando as minhas
mãos caem ao meu lado, meus braços queimam. Bryan me toma em seus
braços e me leva para a cama. Ele me senta na frente dele e esfrega os
músculos doloridos em meus braços e ombros. Minha cabeça se inclina para o
lado enquanto ele faz isso. Cada centímetro meu está formigando. Não quero
que esse momento termine, mas Bryan para.
Viro-me e olho para ele. Ele está brilhando, coberto por uma fina camada
de suor que cheira tão bem. Eu quero lambê-lo, mas apenas aceno. Ele vira
seus olhos esmeraldas para longe e diz:
— Eu acho que eu deveria ir.
— Você vai embora? — De repente, eu me sinto muito nua. Puxo a
coberta da cama e a enrolo em volta dos meus ombros.
— Sim, a menos que você queira que eu fique e diga a Neil tudo sobre
como eu acabei com a raça da sua noiva. — Ele me olha por um segundo. Sua
testa está coberta de suor e seu rosto está brilhando. — O que há de errado?
— Ele sempre pôde me ler tão bem. Eu quero dizer a ele sobre Victor, mas
não posso.
Eu digo outra coisa.
— Neil fez a proposta e eu disse sim. — Eu ergo o meu anel.
— Sim, eu vi isso. Você realmente aceitou? — Bryan se senta ao meu lado.
— Na verdade não. Ele aceitou por mim. — Nós dois ficamos em silêncio
por algum tempo.
Bryan se veste e diz:
— Eu voltarei para ter você do meu jeito de novo em breve. Da próxima
vez é melhor que o idiota do seu noivo tenha você pronta para mim. E eu
quero que você use isso quando estiver comigo e só comigo. — Ele levanta a
corrente do chão e a joga para mim.
A porta do quarto se abre e Neil está lívido. Ele olha para mim e depois
para Bryan:
— Você acha que isso é engraçado?
— Não, acho que ela precisa de algo que você não pode dar a ela. Estou
dando a você uma única chance de quebrar seu compromisso e foder a sua
noiva. Mas você tem que fazer isso como um animal. Satisfaça-a!
O rosto de Neil contorce desgostoso.
— Eu a satisfaço sem esse comportamento bárbaro. Fazer amor não
precisa de mordaças, amarras ou oprimir mulheres de forma nenhuma. Tenho
certeza de que Hallie só aceitou isso pela equipe, seu pedaço de merda
demente!
Essa foi a coisa mais cruel que já ouvi Neil dizendo e eu quero rir, porque
é pateticamente fraco. O homem que estava me usando, ofereceu para quebrar
o acordo se Neil prometer me pegar e fazer sexo animalesco comigo. O
homem deveria ter dito que sim, mas ele, pela sua moral, disse que não. Estou
cansada demais para pensar no que isso significa. O que aconteceu aqui?
— Ela vai tomar mais do que uma foda pela equipe. — Bryan pisca um
dos olhos. — Vejo você amanhã, escrava sexual! Trarei um colar para você e
vai usá-lo. — Bryan aperta a mão de Neil. — Você é um homem inteligente.
O que são alguns meses de infidelidade comparados com uma vida de
riquezas, certo?
Neil aperta a sua mandíbula.
— Então você planeja que isso continue por alguns meses?
— Provavelmente não por muito tempo. Eu fico entediado fodendo a
mesma mulher todo dia. Não se preocupe Neil! Ela é sua sujeira, não a minha.
— Com isso, Bryan vira as costas e sai.
— Neil, — estou pronta para explodir em lágrimas. O julgamento está
espalhado em seu rosto.
— Hallie, isso não é natural. Você não é um animal selvagem! Será que ele
conseguiu instigá-la para que você fingisse o que você não é?
Eu dou de ombros. Não quero falar sobre isso.
— Não tenho ideia.
— Eu deverei deixá-lo foder e espancar você na minha cama, sempre que
ele quiser?
Eu olho fixamente para frente.
— Até que ele se canse de mim, sim. Lide com isso! Você foi quem me
disse para fazer isso. — Eu destaco a última frase. — E ele lhe deu uma saída.
Você não aceitou. — Eu fico olhando para ele, e puxo a coberta mais forte em
volta dos meus ombros.
Neil revira os olhos.
— Eu pensei que fosse apenas uma noite.
— Eu também. Estávamos errados sobre uma porção de coisas.
Capítulo 11
Eu deveria me sentir envergonhada, mas não sinto. No dia seguinte, me
sento com Maggie no sofá enquanto Neil está fora. Ela tem estado muito
tranquila desde que a busquei em seu antigo apartamento. Maggie olha para o
espaço, e eu sei que a memória está se defrontando com o novo e joga uma e
outra vez em sua mente.
— Você quer falar sobre isso? — Eu pergunto, já sabendo a resposta.
Ela inspira e balança a cabeça, antes de oferecer-me um sorriso forçado.
— Não há nada a dizer. A mesma velha merda. Nada mudou, mas dói mais
agora. — Ela sorri como se algo fosse engraçado. — Eu pensava que doía
mais quando eu era criança. Acho que não.
— O que ele fez?
— A mesma coisa de sempre. Victor gosta de possuir coisas. — Ela muda
em seu assento e, em seguida, levanta, colocando distância entre nós. — Era
para eu arranjar-lhe uma garota. Ele tem um tipo, quadris redondos, cabelos
escuros e pele pálida, como Nicole Kidman, mas morena. Assim, a cada
semana, eu levava alguém. Elas ganham algumas centenas de dólares, e ele faz
o que faz. Na semana que eu não conseguia encontrar ninguém, eu a
substituía, mas desta vez... — Ela para de falar e balança a cabeça. — Eu não
deveria ter ido. Geralmente é apenas sexo violento. Ele dá um tapa e me
arranha. Vou para casa e é isso. Mas desta vez... — Ela balança a cabeça e olha
por cima do ombro para mim. — Eu não quero falar sobre isso. Eu tentei
fugir e, em seguida, desisti quando ele disse o que ele faria comigo, e depois
com você. Ele me deu uns tapas por um tempo, me levando do jeito que ele
quis, e então eu ouvi a sua voz e eu estava morrendo de medo que ele fosse
levá-la também. Sinto muito, Hallie.
— Não é culpa sua. — Eu me sinto horrível por deixar sua vida
desmoronar assim. Nós deveríamos estar lá uma para a outra. — Eu deveria
ter chegado mais cedo. Eu teria... Eu gostaria de poder ter tudo de volta.
Maggie sorri tristemente e envolve os braços em torno de si. — Sim, eu
também. E agora? Sem ofensa, mas eu não suporto Neil.
Concordo com a cabeça. — Eu estava pensando que deveria ter um lugar
só meu antes do casamento. Vai ser eu e você.
O olhar de Maggie desvanece no chão. — Você vai se casar com ele,
sério? — Eu aceno e lhe dou um olhar para que não me pressione agora. Ela
acrescenta: — Eu adoraria, mas você sabe que eu não posso me dar ao luxo.
— Sim, você pode. Eu tenho parte do meu pagamento antecipado.
Podemos ir a procura de uma casa sempre que quiser, oh, e esta parte não é
opcional, você trabalha para mim agora. Eu vou precisar de uma assistente
pessoal para me dizer o que fazer, você sabe, alguém um pouco mandona.
Maggie ri e me empurra, e depois bate as mãos sobre a boca, e repete a
ação. — De jeito nenhum!
— Isso. — É tão bom ver uma explosão de felicidade em seus olhos,
mesmo por um breve momento. Mas assim que ela pisca, ela se foi, perdeu-se
nas profundezas da agonia que enchem sua alma.
Um dia ela vai parar de lutar. Um dia ela vai ceder, desistir.
Ela já teria desistido se eu não tivesse aparecido. Algumas pessoas a
levaram direto para o inferno. É irônico, porque eu tenho sangue em minhas
mãos e não me sinto como se estivesse infeliz. É mais, como eu se estou
puxando Maggie, da vida tortuosa ela conhece, e esconde com esse sorriso.
Não me arrependo de minhas ações. O pensamento faz minha pele
formigar. Na parte profunda da minha mente, eu me pergunto que tipo de
pessoa que sou, mas arrumo minha coluna e me levanto. Isso me faz ser quem
eu sou e não há nada mais a se considerar. Eu fiz o que tinha que fazer. Eu
não teria tocado em Victor se ele a deixasse em paz, se ele não tivesse
ameaçado vir atrás de nós, mas ele ameaçou. Eu vi o medo nos olhos de
Maggie é a verdade. Se Victor Campone tivesse vivido, teríamos morrido.
— Está com fome? — Eu pergunto me dirigindo à geladeira.
— Sim, um pouco. — Maggie está sentada com os pés enrolados em sua
bunda e olhando para as mãos desde que eu a peguei no apartamento do
Victor. Ela raramente faz contato visual. Acho que a luta a nocauteou. Ele
aparece em surtos, mas é como um carro que está ficando sem gasolina. Estou
muito preocupada com ela. Depois de tudo que ela passou...
Isso não pode desfazê-la. Não pode.
Porque é minha culpa desta vez.
Todas as outras vezes, a Maggie revidou. Ela nunca desistiu, nunca cedeu,
e agora a minha melhor amiga está caída no sofá, coberta de hematomas e
cortes, com os olhos que se assemelham a buracos-negros que sugam tudo,
mas não vejo nada ali. Eles não sentem nada, não mais.
Eu sorrio e digo algo estúpido, tentando fazê-la rir, mas nem sequer
obtenho um sorriso de piedade. Depois de abrir a porta da geladeira, eu gemo
em voz alta. Neil está trabalhando hoje e não conseguiu ir às compras.
Maggie pergunta: — O que ele fez?
— Ele pegou todas as sobras da festa e levou para o trabalho. Eu pensei
que era bom porque ele deveria ir às compras, mas não o fez. — Estou
inclinada na geladeira vazia olhando para uma caixa de leite vencido e um
frasco de picles. Não vou comer isso. Eu bato a geladeira e acrescento: — Eu
dar rápida saída. Será que comida chinesa vai bem?
Maggie geralmente protesta e se oferece para pagar as coisas, mas hoje,
apenas balança a cabeça. — Ótimo! — Eu digo, parecendo alegre. Ela irá
voltar. Ela vai. Se eu continuar dizendo a mim mesmo vai acontecer, certo?
De repente, eu percebo que ela não recuperou-se, matar Victor não era uma
vingança suficiente, até mesmo pelo o que ele fez com Maggie.
Capítulo 12
Pego minhas chaves e ligo o motor. O carro vermelho ronrona quando o
tiro da garagem e digito o CEP do local que irei. Quando estou prestes a
desviar para o estacionamento, um policial segue atrás de mim, com as luzes
vermelhas piscando. Eu não estava em alta velocidade. Droga. Deve ser
verdade que os carros vermelhos são parados mais do que qualquer outra cor.
Eu encosto e levo o carro para o acostamento, tomando o cuidado de
manter as mãos no volante. Papai me disse para nunca ir para a minha bolsa
ou porta-luvas até que o policial esteja de pé ao lado do carro. O cara tem que
ver as minhas mãos ou ele pode atirar em mim, bem não é exatamente do jeito
que meu pai disse isso, mas é o que ele quis dizer.
Eu aperto o botão na janela, assim como o policial se aproxima. Ele está
usando o uniforme escuro que me dá vontade de sair correndo e gritando
para o meu quarto e me esconder debaixo da minha cama.
Ele não é esse cara. Pare com isso, Hallie, xingo-me, mas isso não ajuda.
Até agora, minhas mãos estão tremendo.
— A licença e registro, por favor. — O cara tem trinta e tantos anos, e um
tipo de visual assustador. Por assustador, eu quero dizer que parece que ele
poderia tomar o meu pequeno corpo e dobrá-lo estilo acordeão e enfiá-lo em
seu tronco. O cara é massa muscular pura e ele parece chateado. Eu não posso
imaginar o que eu fiz.
Eu me aproximo do porta-luvas para retirar os papéis mencionados, mas
tudo que eu encontro é o manual sobre o carro e o último aviso de mudança
de óleo. Sem documentos. Sem registro. O meu coração dá uma guinada.
Foda-se. Eu começo a pensar que Jon brincou comigo, mas mesmo ele, não
seria tão baixo. E o policial não me pediu para sair do carro ou qualquer coisa.
Minha lanterna traseira está queimada ou algo assim, isso é tudo. Isso não é
nada.
Eu vasculho minha bolsa e tiro a minha pequena carteira. Meu rosto fica
pálido quando vejo o espaço vazio onde minha carteira de motorista deveria
estar. Olho para o policial e digo baixinho: — Ela se foi.
— Você não tem uma licença ou registro desse veículo? — Ele diz algo
em seu ombro depois de ouvir um zumbido em seu fone de ouvido. — Saia
do carro, minha senhora.
Estou tremendo agora. — Eu não fiz nada de errado. Alguém pegou a
minha licença. Eu tenho uma.
Ele me ignora e me apoia no capô. Tira seus óculos de sol. Quando o
guarda, ele pergunta: — Você sabe que você está dirigindo um veículo
roubado?
— Não é roubado.
— Oh?
Eu balanço minha cabeça, pronto para chorar. Jon não faria isso para
mim, ele não iria. — Jonathan Ferro me vendeu este carro uns dias atrás por
dez mil dólares. Eu não tive a chance de renovar a papelada ainda. Eu pensei
que tinha alguns dias?
O policial concorda. Ele vira o meu rosto para o capô e me revista. —
História legal. O carro vale muito mais do que isso. Se você vai mentir pelo
menos faz a história parecer convincente.
— É verdade! Jon me vendeu por dez mil. Pergunte a ele! Eu não estou
mentindo.
Eu sinto frio do metal prender meus pulsos quando as algemas
escorregam em torno dos meus braços. Eu começo a entrar em pânico. Meu
coração dispara muito rápido e o mundo se torna um borrão. Eu não posso
parar de falar, suplicando, e quando o policial me empurra na parte de trás de
seu carro, todos os terríveis eventos em detalhes vívidos se reproduzem em
minha mente.
Eu fecho meus olhos e tento desligá-los, mas as cores iluminam e os sons
de mais de uma década tocam alto em meus ouvidos, enquanto lágrimas caem
pelo meu rosto. O passado e o presente colidem juntos com tanta violência
que eu não posso suportar isso.
Minha mãe jura para mim antes de me enfiar no armário. Pequenas mãos
envolvem em torno de mim, e eu sei que o meu irmão mais novo, Anthony,
está apavorado. Ele cresceu e seus ossos eu sinto nitidamente sob minhas
palmas. Ele chora até que fica em silêncio, até que ele adormece, até que
minha mãe teve seu efeito das drogas e amantes. Eu a ouvi rir. Eu nunca
poderia fazê-la feliz assim. Ouvi os sons de sexo, até que algo muda. A festa
normal não é mais normal.
O policial que me tirou do armário tentou tirar o corpo sem vida do meu
irmão dos meus braços. Eu não entendi. Eu o protegia dela. Eu vigiei por
Anthony, mas depois de tudo que eu fiz, não foi o suficiente. Eles pensaram
que eu o matei em primeiro lugar. Eles me empurraram para o fundo do carro
e gritei para eles até que eu não podia chorar mais. Eu queria meu irmão, mas
eles disseram que ele estava morto.
Eu não acreditei neles.
Agora, eu tenho dificuldade em acreditar em alguém e este policial abriu
uma ferida que é tão profunda que me corta até o osso. Não, não foi o policial
- foi Jon.
Eu não posso evitar o tremor, mas eu não choro. Eles me ficham e fazem
perguntas que eu ouvi antes. A estrutura nunca muda em lugares como este.
As pessoas são as mesmas. O cheiro é idêntico. Eu olho fixamente, tentando
manter minha mente em uma única peça, mas eu sinto as rachaduras pouco a
pouco.
Quem vai salvar Maggie? Se eu me perder, quem estará lá para ela?
Ninguém. Acalme-se, Hallie.
Eu tenho direito a uma ligação, então que eu chamo a pessoa que eles
estão tentando me manter longe, o homem que está me chantageando por
sexo.
Quando ele atende o telefone, Bryan parece cansado. Eu não sei de que
outra forma dizer. Eu teria pensado que ele estava dormindo, mas há algo em
sua voz que me diz que não dorme há muito tempo. — Suffolk County PD.
Deixe-me adivinhar, é Jon ou Trystan?
— Não, — minha voz é tão baixa, tão tímida que mal faz um som.
Eu o ouvi mudar e Bryan soa mais alerta quando ele responde: — Hallie?
— Venha me pegar. Eu vou lhe dever. Qualquer coisa que você quiser,
basta vir me pegar. — Eu entrego o telefone de volta ao oficial na mesa e sou
levada de volta para a minha cela.
Capítulo 13
Estou sentada em frente a uma mulher que não consegue parar de chorar.
Ela fala sobre os tíquetes de estacionamento não pagos, sobre como ela vai
perder o emprego por causa disto e como ela não trabalhou o suficiente para
pagar os tíquetes. Depois começa a hiperventilar e menciona algo sobre
remédios. Essa é a única vez que o policial no exterior da cela olha para ela.
Eles a removem da nossa cela, dizendo que vai ter seus remédios.
Alguém entra e se senta ao meu lado. Seu rosto está machucado em um
lado.
— Olá.
Eu olho para ela e não digo nada. Meus braços estão cruzados sobre o
meu peito e estou encostada à parede, pensando em maneiras de castrar Jon
Ferro. Ele sabia sobre o meu passado e o que isto faria comigo.
A mulher não é mais que uma menina, deve de ter uns dezoito anos, com
grandes olhos redondos, mas ainda tem bochechas gordinhas, infantis. Pelo
seu rosto angular não parece ter mais de vinte e dois anos. O seu cabelo
escuro é longo e está em um rabo de cavalo bagunçado.
Ela suspira e descansa as costas contra a parede de cimento frio. — Você
passará a noite aqui? Eu espero que sim. Ele precisa de tempo para esfriar. A
única parte ruim é não ter o sabão bacteriano, mas o resto está bem. Além
disso, ele vai dar-me tempo. Eu não posso estar perto dele quando ele está
assim. Ele é geralmente é bom, mas em noites como está, eu acho melhor
ficar aqui. Eu não vou fazer a minha ligação. Ei, você parece familiar. — Ela
fala sem respirar e olha para mim o tempo todo.
— Nós nunca nos conhecemos, — é tudo o que eu digo.
Ela acena com a cabeça e continua, liberando uma onda de palavras.
Sentada, escuto sua vida, a sua história, não sinto nada, apenas piedade. Ela é
como Maggie e eu. Ela não tem ninguém que se preocupe com ela, ninguém
para ouvir a sua voz e em quem encontrar consolo através de seu toque.
Eu não sei quanto tempo estive lá, mas um tempo depois eles chamam o
meu nome, a jovem foi levada para um banho e passará a noite na cela.
Imagino o por que desejar uma cela em vez de ir para casa. Isso me faz querer
chorar, e não há porra nenhuma que eu possa fazer sobre isso. Eu não posso
nem tomar conta de mim.
A porta da cela desliza aberta e faz um som mais horrível. — Hallie
Raymond, recolha as suas coisas na recepção e vá para casa com o seu amigo
que pagou sua fiança. Se você estragar tudo, ele será o único que pagará por
isso, o melhor é se comportar.
Concordo com a cabeça e percorro o caminho para a recepção. Parece
que eu não prestei atenção por um tempo, mas o faço quando vejo Bryan.
Enquanto eu ando atrás dele eu observo a maneira como ele respira, o modo
como os seus ombros estão dobrados para frente como se ele estivesse sendo
vigiado ou com dor. Eu paro atrás dele e o assisto por um momento. Seus
quadris são estreitos, como sempre, ele não perdeu muito peso, mas seu
cabelo não brilha da maneira como ele costumava brilhar. Sua respiração é
superficial e curta, como se tivesse estado correndo. Uma sensação horrível
corre pela minha espinha quando eu olho para ele.
Naquele momento, Bryan sente os olhos sobre ele e vira. Ele tem aquele
sorriso brincalhão no rosto. — Se você queria usar algemas, eu tenho algumas.
Eu ficaria feliz... poff! — Eu bato nele com toda a força do meu corpo e o
seguro apertado.
Bryan fica chocado no início. Seus braços levam um tempo até fecharem-
se em torno de mim, e depois ele me segura. Eu sinto a sua voz, a agitação
quente de ar, quando ele sussurra em meu ouvido: — Vamos sair daqui. —
Ele me solta e eu aceno. Foi quando ele me disse a última coisa que eu queria
ouvir. — Há repórteres na frente.
— O quê? — O meu queixo cai em horror.
— Eu fiz arranjos para sair pela parte de trás, mas haverá alguém. Sempre
há. Todo mundo vai saber o que aconteceu pela manhã. — Bryan pega a
minha mão e me leva, seguindo um oficial, que nos conduz através de uma
sala com armários e na parte de trás da delegacia de polícia, para um Hummer
preto. Sou empurrada para dentro, mas não antes de um flash disparar e eu
olhei diretamente para a câmera.
Bryan empurra-o de volta, mas a foto já foi tirada. Ele sobe atrás de mim
e diz: — Dirija.
— Eu não sou a porra do seu motorista, Bryan. Diga por favor. — Um
cara da minha idade, com cabelo escuro que paira em seu rosto, está no
assento do motorista. Com óculos grandes demais para obscurecer os olhos.
— Foda-se, Trystan.
Trystan revira os olhos e se afasta com sua enorme, máquina
ambientalmente irresponsável, com o objetivo de atingir os repórteres da rua,
quando sai do estacionamento. — As pessoas seriam melhores para você, se
você fosse mais agradável para elas. Isso é tudo o que estou dizendo. —
Trystan é tranquilo, mas eu sinto seus olhos em mim. Quando eu olho para
cima, ele responde ao que eu estava pensando. — Jon não fez isso com você.
Aos poucos, meu queixo inclina-se para cima e os nossos olhos se
encontram no espelho retrovisor. — Jon Ferro é um homem morto. Ele sabe
o que isto me faria. Foi a pior coisa que ele poderia ter feito.
Bryan pega a minha mão e tece os nossos dedos juntos. — Não foi Jon.
Por favor, aguarde para matá-lo até amanhã.
— Eu poderia matá-lo agora. Bryan, eu cuidei de Campone e posso cuidar
de qualquer um que mexer com Maggie ou comigo. Eu não sou mais uma
criança. — Eu soluço e tremo quando o passado e o presente eclodem juntos
novamente. Meu irmão morreu de fome. Ele morreu em meus braços e eu era
muito boba e pequena para saber o que fazer. Eu digo que eu era apenas uma
criança, porque é mais fácil do que dizer às pessoas a minha história, mas os
Ferros sabem de tudo. Eles são como baratas que conseguem encontrar cada
mentira em cada canto escuro de sua alma. — Eu não vou ser dizimada por
Jon. Foda-se ele.
Trystan e Bryan trocam um olhar, mas ninguém diz nada. Bryan me puxa
em seus braços e me segura até pararmos em frente de um antigo motel.
Bruto é a melhor maneira de descrevê-lo. Aposto que eles alugam quartos por
hora. Trystan joga para Bryan a chave do quarto. — Fique aí até eu descobrir
o que aconteceu. Eu acho que já sei, embora os detalhes sejam vagos.
Eu balanço a minha cabeça: — Não, eu não posso. Maggie está de volta e
ela precisa de mim. E Neil...
Bryan suspira, passando as mãos pelos cabelos. Depois que ele fez isso, ele
balança a mão para o seu lado. — Maggie estará bem. E Neil é um idiota.
Além disso, ele sabe que eu a levei esta noite. Aparentemente, você disse a
Maggie que eu estava chantageando você, porque ela tentou me pregar seu
calcanhar na cabeça. — Isso me faz sorrir. — Oh, você acha que é engraçado?
— Bryan me agarra e se inclina para perto. Aqueles olhos verdes brilham por
um momento antes de embaçarem. — Vamos Raymond. Estou pensando em
usá-la até que você se esqueça de quem você é.
CONTINUA
Capítulo 10
Bryan pega o meu rosto em suas mãos.
— Se você não gostar, diga-me! — Eu aceno, lentamente, com as suas
mãos quentes ainda segurando o meu rosto.
Era como se alguém apertasse um interruptor. Os olhos de Bryan se
tornaram mais escuros, mais carnais. Ele libera o meu rosto e pressiona seu
corpo tonificado contra o meu. Empurrando as minhas costas contra a porta,
certifica-se de que eu possa sentir cada centímetro dele. Tira uma corrente
prateada com um plugue em cada extremidade e o prende nos meus mamilos.
Eu ofego quando ele os aperta. O peso das correntes faz com que eu morda
os meus lábios. Enquanto ele pressiona dentro de mim, as correntes vão se
mexendo e puxando suavemente à medida que ele desliza sobre o meu corpo.
Um pequeno suspiro escapa por entre os meus lábios. Bryan me olha, seus
olhos verdes fixos nos meus. Pega um dedo e o coloca entre os meus lábios
rosados, enquanto a outra mão desliza mais para baixo, passando pela minha
barriga e entre as minhas pernas. Eu ofego. Ele se move rapidamente, tocando
a minha protuberância sensível com o polegar, alisando o dedo sobre a carne
suave, e observando o meu rosto enquanto faz isso.
Meu queixo se ergue enquanto tento não gemer. Luto contra as sensações
que estão em erupção dentro de mim, as sensações que ele está trazendo à
tona. Seus dedos se movem sobre o meu clitóris, enquanto ele puxa a corrente
suavemente. Ele sente que estou ficando mais úmida e, em seguida, sem aviso,
sem uma mudança na expressão, empurra o dedo dentro de mim. Ele ainda
está, por um tempo, vendo meus olhos. Eu pisco devagar, sentindo-o ali, entre
as minhas pernas.
Bryan empurra o dedo mais forte, mais profundo enquanto me observa.
Sua respiração está sobre os meus lábios fazendo com que me sinta tonta.
Quando ele puxa o dedo, ergue-o para a minha boca. Delineando os meus
lábios, ele me observa, espalhando meu calor úmido, como batom. Eu pisco
lentamente, com meu coração disparado, e, excitada além da compreensão.
— Prove! — Ele ofega e empurra o dedo em minha boca. Eu passo a
minha língua contra o seu dedo, mas ele o segura lá e diz: — Chupa até que
saia do meu dedo, Hallie! — Eu hesitei, mas ele diz: — Faça isso! — Minha
língua envolve o dedo, sugando-o, saboreando o gosto. Seus olhos estão
queimando, observando-me.
Enquanto chupo o dedo, ele abaixa a outra mão entre as minhas pernas,
abrindo a minha pele escorregadia. Sensações explodem dentro de mim, mas
antes que eu possa saboreá-las, as sensações mudam. O membro duro de
Bryan entra dentro de mim, fazendo com que eu chupe o dedo mais forte
ainda. Ele puxa o dedo da minha boca, e envolve as mãos em volta da minha
cintura. Fica um pouco imóvel, por um momento, respirando rápido e forte.
Depois, puxa para fora lentamente e enfia novamente, fazendo com que eu
bata contra a porta. Meus joelhos tremem à medida que ele lentamente vai me
deixando mais louca. Eu quero mais. Quero que ele me maltrate e me deixe
tonta pela paixão. Que limpe o meu medo com a luxúria, apague a minha
memória por um momento, e tire toda a dor que tem me invadido.
Eu só quero senti-lo e nada mais. O mundo desaparece até que não sei
quanto tempo se passou. Meus braços doem enquanto ele me usa,
empurrando para dentro de mim sucessivas vezes. Minha cabeça pende para o
lado e, em seguida, levanta de volta. Eu ofego todas às vezes e os meus seios
tremem com a força de seu empurrão.
Algo se desdobra dentro de mim. Quero suas mãos em mim, fazendo
tudo ao mesmo tempo. Vertentes delicadas de paixão irrompem dentro de
mim, enviando arrepios pelas minhas coxas e seios. Todos os lugares que
desejo que ele toque fervem como uma corrente viva. Arqueando minhas
costas, eu pressiono meus quadris contra os dele, só para que batam
novamente.
Seus impulsos mudam para provocar, gentilmente empurrando e puxando
para fora. Ele é tão duro, tão perfeito. Quero colocar as minhas pernas ao
redor de seus quadris, mas não posso. As respirações irregulares me
consomem e o quarto está além de quente. Meu corpo está pingando de suor.
Inclinando a cabeça para trás, olho para o teto. É quando suas mãos
encontram os meus seios. Meus lábios formam um O, mas não digo nada. Ele
sente a maciez, a plenitude das minhas curvas enquanto empurra seu pênis
longo e duro em mim lentamente, torturando-me, sucessivamente.
Tomando meus mamilos entre os dedos, ele os torce suavemente e aperta
os grampos. Eu grito, empurrando os meus seios para ele, mas a porta me
detém. Ofegante, mal posso respirar.
Ele sorri, — Shhh! Nenhum som de você! Eu quero que isso entre nós!
Não estou entendendo. Então por que ele quis fazer aquela cena com Neil
e Maggie? Naquele momento, não me importo. Faço o que ele diz e mordo o
lábio para me manter em silêncio. Ele entra profundamente dentro de mim de
novo, e minha boca se abre. Eu engulo o som antes que ele ouça. O único
barulho é a lufada de ar saindo com força dos meus pulmões.
— Boa menina, — ele ronrona e retira antes de novamente empurrar,
desta vez mais profundamente. O tom de sua voz me faz derreter.
Antes que eu possa pensar noutra coisa, os dedos de Bryan apertam em
torno das correntes nos meus mamilos. Seus quadris se mantêm pressionados
rentes aos meus, seu comprimento perdido dentro de mim. Meu queixo cai, e
eu o vejo me observando, esperando que eu faça qualquer barulho. Meus
olhos se fixam nos seus, enquanto sensações ardentes circulam através do meu
corpo, construindo mais apertado e mais forte. Ele lentamente adiciona mais
pressão, provocando e puxando os meus mamilos mais e mais, fazendo com
que a pinça aperte mais ainda. O calor em meu estômago endurece através do
meu corpo. Eu movo os meus quadris e tento balançar contra ele, mas ele me
acalma.
— Não, não. Ainda não!
Eu suspiro! — Eu gosto de ser espancada!
— Sério? — Eu aceno. Sua mão vem com força na minha bunda. Ambas
as nádegas ardem. Ele faz isso enquanto ele ainda está dentro de mim, o que
me faz apertar mais em torno dele. Ele suspira e faz isso de novo, e de novo.
O impacto de suas mãos é tão bom. A ardência envia arrepios através de mim
em ondas que não acabam. Elas navegam pelo meu estômago e se espalham
por todo o meu corpo. Todos os deliciosos formigamentos me atravessam,
fazendo com que eu deslize a minha língua sobre os dentes. Faço isso sem
pensar. É uma reação a ele, ao que está fazendo comigo.
Sem aviso, Bryan puxa para fora. Isso me deixa louca. Meus quadris
sacodem, mas não posso alcançá-lo. O cinto corta os meus pulsos enquanto
me esforço contra as limitações que me foram impostas. Ofego, observando-o
enquanto ele se move para longe de mim. O desejo arde pelo meu corpo. Não
consigo me controlar. Puxando os meus pulsos mais forte ainda, tento
libertar-me do cinto de novo, mas não consigo. Só fica mais apertado.
Ele sorri, assistindo-me lutar, até que eu paro e olho para ele. A expressão
em seu rosto, a intensidade de seus olhos, fazem com que meu estômago se
contorça. Minha respiração fica presa na minha garganta enquanto Bryan
passa perto o suficiente para me tocar, mas ele não toca. Estou ofegante.
Meus olhos estão implorando para que ele faça algo, para que me faça gozar,
deixar-me fode-lo... Qualquer coisa.
— Diga-me o que você deseja, Hallie! Implore-me por isso! — Ele
sussurra palavras ao lado do meu ouvido. A reação dentro de mim é rápida e
violenta. Seu hálito quente faz meu clitóris pulsar e parecer que vou morrer se
ele não me tocar, se ele não terminar o que começou. Ele está tão perto, quase
me tocando, mas não desliza os dedos pela minha cintura. Ele não toca o meu
peito e não provoca os meus mamilos. Isso me faz desejá-lo ainda mais. Eu
me sinto como um animal acorrentado, incapaz de pensar. — Responda-me
linda mulher! — Ele ordena e eu sinto a batida da sua mão na minha bunda.
Meu corpo está tão bem enrolado que o tapa me faz gemer. Eu não
esperava isso, mas antes que pudesse controlar os meu gemido, ele escapa dos
meus lábios. Eu ofego, chocada por não ter sido capaz de abafar o ruído ou
pará-lo a tempo. A mão de Bryan voa uma segunda vez, com mais força. Ele
observa meu rosto enquanto eu estremeço debaixo da sua mão. O tapa é
rápido, e eu sei que vou ter um problema para andar depois, mas não me
importo. Eu grito, dizendo o seu nome, empurrando os meus seios contra ele.
Um olhar perverso torce seus lábios em um sorriso sexy. — Responda-
me! — Sua voz soa como um grunhido e quando não consigo fazer nada,
senão ofegar incontrolavelmente, sua mão me atinge pela terceira vez. Mas ele
não me libera. Em vez disso, ele pega a minha bochecha na mão e aperta. A
ardência se intensifica pela forma como ele me agarra. O belo corpo de Bryan
está coberto por um brilho fino de suor, enquanto me trata grosseiramente.
— Diga-me o que você deseja!
Minha voz é um suspiro. O desejo correndo desenfreadamente. — Eu
quero suas mãos sobre mim, em mim! Eu quero que você me foda sem
sentido. Foda-me, Bryan!
— Implore por isso, Hallie! Implore mais alto! — Seu punho aperta a
minha bunda fazendo com que o meu corpo pressione contra o seu. Gotas de
suor rolam pela minha espinha.
Minha voz treme enquanto imploro, sem capacidade de manter qualquer
traço de comedimento.
— Por favor, Bryan... Por favor! Foda-me! Foda a minha buceta! Encha-
me com o seu gozo. Por favor, baby! Por favor... — Eu continuo a lhe pedir,
enquanto suas mãos deslizam sobre os meus quadris e para baixo entre as
minhas pernas. Quando ele toca o meu clitóris, eu gemo. Bryan inclina sua
cabeça para trás, olhando para mim. — Foda-me, baby! Por favor! — Meus
quadris se remexem contra a sua mão. Em resposta, ele aperta os dedos no
meu clitóris. Eu grito: — Foda-me! Por favor! Bryan! Eu preciso de você! Por
favor!
Quando eu digo o nome dele, ele quebra. Antes de saber o que está
acontecendo, suas mãos estão segurando os meus pulsos sobre a minha
cabeça enquanto ele bate seu membro rígido dentro de mim sucessivamente.
Ele empurra mais e mais profundamente a cada vez, com as mãos deslizando
pelos meus braços. Batendo-se cada vez mais duro contra mim, ele assiste
meus seios balançando e saltando até que ele toma ambos em suas mãos e
aperta os meus mamilos duramente. Eu berro, mas isso só faz com que ele
aperte com mais força, até que a corrente cai. Cai aos meus pés e ele a deixa
lá.
Bryan se move, empurrando para dentro de mim fodendo-me cada vez
mais rápido. O calor entre as minhas pernas percorre todo o meu corpo.
Parece que não posso ser dominada. Não há o suficiente dele para me
satisfazer, nunca. Quando seus dedos apertam mais duramente contra os meus
mamilos doloridos, meus olhos se arregalam. Ele me olha nos olhos enquanto
ele empurra para dentro de mim uma vez... forte. Minhas costas batem contra
a porta e ele me segura lá, observando-me. Seus lábios entreabertos, ele
respira sem dizer nada. Suas mãos suavemente empurram os cabelos para
longe dos meus olhos. Ele acalma por um momento e não posso suportar
isso. Seu pau está em mim, mas não importa o quanto eu me mexa, não posso
fazer com que ele me foda.
Com todo o peso do seu corpo, ele me achata contra a porta. Seus olhos
ardem com o desejo, sua testa está pingando de suor.
— Goze para mim, baby! — Ele respira e mete em mim rápido e
furiosamente. Ele não para quando eu grito. Ele continua metendo contra
mim até que meu corpo não pode ficar mais retesado.
Cada vez que ele afunda em mim eu me sinto mais excitada. Eu não posso
respirar, mas não quero que ele pare. Seu corpo me esmaga, enquanto me
monta, balançando contra mim furiosamente. Eu gemo, e posso dizer o quão
forte ele está empurrando e o quanto vou estar machucada depois, mas não
me importo. No momento, isso é muito bom. Minha pele formiga e está
pingando de suor. Meus seios saltam mais e mais para cima com cada batida
de seu corpo contra o meu. E sem outro pensamento, eu gozo. Meu grito sai
rasgado através da minha garganta. Não posso gozar silenciosamente, não
quando ele faz assim. Bryan me bate mais forte enquanto as deliciosas
sensações giram, fazendo com que todo o meu corpo entre em erupção. Eu o
sinto meter contra mim duro e profundamente, e ele goza alguns segundos
após.
Esgotada, pendurada e estremecendo contra a porta, estou pronta para
cair no chão. Bryan se afasta e me olha. Com os lábios entreabertos, ele só
olha para mim por um momento antes de desatar o cinto. Quando as minhas
mãos caem ao meu lado, meus braços queimam. Bryan me toma em seus
braços e me leva para a cama. Ele me senta na frente dele e esfrega os
músculos doloridos em meus braços e ombros. Minha cabeça se inclina para o
lado enquanto ele faz isso. Cada centímetro meu está formigando. Não quero
que esse momento termine, mas Bryan para.
Viro-me e olho para ele. Ele está brilhando, coberto por uma fina camada
de suor que cheira tão bem. Eu quero lambê-lo, mas apenas aceno. Ele vira
seus olhos esmeraldas para longe e diz:
— Eu acho que eu deveria ir.
— Você vai embora? — De repente, eu me sinto muito nua. Puxo a
coberta da cama e a enrolo em volta dos meus ombros.
— Sim, a menos que você queira que eu fique e diga a Neil tudo sobre
como eu acabei com a raça da sua noiva. — Ele me olha por um segundo. Sua
testa está coberta de suor e seu rosto está brilhando. — O que há de errado?
— Ele sempre pôde me ler tão bem. Eu quero dizer a ele sobre Victor, mas
não posso.
Eu digo outra coisa.
— Neil fez a proposta e eu disse sim. — Eu ergo o meu anel.
— Sim, eu vi isso. Você realmente aceitou? — Bryan se senta ao meu lado.
— Na verdade não. Ele aceitou por mim. — Nós dois ficamos em silêncio
por algum tempo.
Bryan se veste e diz:
— Eu voltarei para ter você do meu jeito de novo em breve. Da próxima
vez é melhor que o idiota do seu noivo tenha você pronta para mim. E eu
quero que você use isso quando estiver comigo e só comigo. — Ele levanta a
corrente do chão e a joga para mim.
A porta do quarto se abre e Neil está lívido. Ele olha para mim e depois
para Bryan:
— Você acha que isso é engraçado?
— Não, acho que ela precisa de algo que você não pode dar a ela. Estou
dando a você uma única chance de quebrar seu compromisso e foder a sua
noiva. Mas você tem que fazer isso como um animal. Satisfaça-a!
O rosto de Neil contorce desgostoso.
— Eu a satisfaço sem esse comportamento bárbaro. Fazer amor não
precisa de mordaças, amarras ou oprimir mulheres de forma nenhuma. Tenho
certeza de que Hallie só aceitou isso pela equipe, seu pedaço de merda
demente!
Essa foi a coisa mais cruel que já ouvi Neil dizendo e eu quero rir, porque
é pateticamente fraco. O homem que estava me usando, ofereceu para quebrar
o acordo se Neil prometer me pegar e fazer sexo animalesco comigo. O
homem deveria ter dito que sim, mas ele, pela sua moral, disse que não. Estou
cansada demais para pensar no que isso significa. O que aconteceu aqui?
— Ela vai tomar mais do que uma foda pela equipe. — Bryan pisca um
dos olhos. — Vejo você amanhã, escrava sexual! Trarei um colar para você e
vai usá-lo. — Bryan aperta a mão de Neil. — Você é um homem inteligente.
O que são alguns meses de infidelidade comparados com uma vida de
riquezas, certo?
Neil aperta a sua mandíbula.
— Então você planeja que isso continue por alguns meses?
— Provavelmente não por muito tempo. Eu fico entediado fodendo a
mesma mulher todo dia. Não se preocupe Neil! Ela é sua sujeira, não a minha.
— Com isso, Bryan vira as costas e sai.
— Neil, — estou pronta para explodir em lágrimas. O julgamento está
espalhado em seu rosto.
— Hallie, isso não é natural. Você não é um animal selvagem! Será que ele
conseguiu instigá-la para que você fingisse o que você não é?
Eu dou de ombros. Não quero falar sobre isso.
— Não tenho ideia.
— Eu deverei deixá-lo foder e espancar você na minha cama, sempre que
ele quiser?
Eu olho fixamente para frente.
— Até que ele se canse de mim, sim. Lide com isso! Você foi quem me
disse para fazer isso. — Eu destaco a última frase. — E ele lhe deu uma saída.
Você não aceitou. — Eu fico olhando para ele, e puxo a coberta mais forte em
volta dos meus ombros.
Neil revira os olhos.
— Eu pensei que fosse apenas uma noite.
— Eu também. Estávamos errados sobre uma porção de coisas.
Capítulo 11
Eu deveria me sentir envergonhada, mas não sinto. No dia seguinte, me
sento com Maggie no sofá enquanto Neil está fora. Ela tem estado muito
tranquila desde que a busquei em seu antigo apartamento. Maggie olha para o
espaço, e eu sei que a memória está se defrontando com o novo e joga uma e
outra vez em sua mente.
— Você quer falar sobre isso? — Eu pergunto, já sabendo a resposta.
Ela inspira e balança a cabeça, antes de oferecer-me um sorriso forçado.
— Não há nada a dizer. A mesma velha merda. Nada mudou, mas dói mais
agora. — Ela sorri como se algo fosse engraçado. — Eu pensava que doía
mais quando eu era criança. Acho que não.
— O que ele fez?
— A mesma coisa de sempre. Victor gosta de possuir coisas. — Ela muda
em seu assento e, em seguida, levanta, colocando distância entre nós. — Era
para eu arranjar-lhe uma garota. Ele tem um tipo, quadris redondos, cabelos
escuros e pele pálida, como Nicole Kidman, mas morena. Assim, a cada
semana, eu levava alguém. Elas ganham algumas centenas de dólares, e ele faz
o que faz. Na semana que eu não conseguia encontrar ninguém, eu a
substituía, mas desta vez... — Ela para de falar e balança a cabeça. — Eu não
deveria ter ido. Geralmente é apenas sexo violento. Ele dá um tapa e me
arranha. Vou para casa e é isso. Mas desta vez... — Ela balança a cabeça e olha
por cima do ombro para mim. — Eu não quero falar sobre isso. Eu tentei
fugir e, em seguida, desisti quando ele disse o que ele faria comigo, e depois
com você. Ele me deu uns tapas por um tempo, me levando do jeito que ele
quis, e então eu ouvi a sua voz e eu estava morrendo de medo que ele fosse
levá-la também. Sinto muito, Hallie.
— Não é culpa sua. — Eu me sinto horrível por deixar sua vida
desmoronar assim. Nós deveríamos estar lá uma para a outra. — Eu deveria
ter chegado mais cedo. Eu teria... Eu gostaria de poder ter tudo de volta.
Maggie sorri tristemente e envolve os braços em torno de si. — Sim, eu
também. E agora? Sem ofensa, mas eu não suporto Neil.
Concordo com a cabeça. — Eu estava pensando que deveria ter um lugar
só meu antes do casamento. Vai ser eu e você.
O olhar de Maggie desvanece no chão. — Você vai se casar com ele,
sério? — Eu aceno e lhe dou um olhar para que não me pressione agora. Ela
acrescenta: — Eu adoraria, mas você sabe que eu não posso me dar ao luxo.
— Sim, você pode. Eu tenho parte do meu pagamento antecipado.
Podemos ir a procura de uma casa sempre que quiser, oh, e esta parte não é
opcional, você trabalha para mim agora. Eu vou precisar de uma assistente
pessoal para me dizer o que fazer, você sabe, alguém um pouco mandona.
Maggie ri e me empurra, e depois bate as mãos sobre a boca, e repete a
ação. — De jeito nenhum!
— Isso. — É tão bom ver uma explosão de felicidade em seus olhos,
mesmo por um breve momento. Mas assim que ela pisca, ela se foi, perdeu-se
nas profundezas da agonia que enchem sua alma.
Um dia ela vai parar de lutar. Um dia ela vai ceder, desistir.
Ela já teria desistido se eu não tivesse aparecido. Algumas pessoas a
levaram direto para o inferno. É irônico, porque eu tenho sangue em minhas
mãos e não me sinto como se estivesse infeliz. É mais, como eu se estou
puxando Maggie, da vida tortuosa ela conhece, e esconde com esse sorriso.
Não me arrependo de minhas ações. O pensamento faz minha pele
formigar. Na parte profunda da minha mente, eu me pergunto que tipo de
pessoa que sou, mas arrumo minha coluna e me levanto. Isso me faz ser quem
eu sou e não há nada mais a se considerar. Eu fiz o que tinha que fazer. Eu
não teria tocado em Victor se ele a deixasse em paz, se ele não tivesse
ameaçado vir atrás de nós, mas ele ameaçou. Eu vi o medo nos olhos de
Maggie é a verdade. Se Victor Campone tivesse vivido, teríamos morrido.
— Está com fome? — Eu pergunto me dirigindo à geladeira.
— Sim, um pouco. — Maggie está sentada com os pés enrolados em sua
bunda e olhando para as mãos desde que eu a peguei no apartamento do
Victor. Ela raramente faz contato visual. Acho que a luta a nocauteou. Ele
aparece em surtos, mas é como um carro que está ficando sem gasolina. Estou
muito preocupada com ela. Depois de tudo que ela passou...
Isso não pode desfazê-la. Não pode.
Porque é minha culpa desta vez.
Todas as outras vezes, a Maggie revidou. Ela nunca desistiu, nunca cedeu,
e agora a minha melhor amiga está caída no sofá, coberta de hematomas e
cortes, com os olhos que se assemelham a buracos-negros que sugam tudo,
mas não vejo nada ali. Eles não sentem nada, não mais.
Eu sorrio e digo algo estúpido, tentando fazê-la rir, mas nem sequer
obtenho um sorriso de piedade. Depois de abrir a porta da geladeira, eu gemo
em voz alta. Neil está trabalhando hoje e não conseguiu ir às compras.
Maggie pergunta: — O que ele fez?
— Ele pegou todas as sobras da festa e levou para o trabalho. Eu pensei
que era bom porque ele deveria ir às compras, mas não o fez. — Estou
inclinada na geladeira vazia olhando para uma caixa de leite vencido e um
frasco de picles. Não vou comer isso. Eu bato a geladeira e acrescento: — Eu
dar rápida saída. Será que comida chinesa vai bem?
Maggie geralmente protesta e se oferece para pagar as coisas, mas hoje,
apenas balança a cabeça. — Ótimo! — Eu digo, parecendo alegre. Ela irá
voltar. Ela vai. Se eu continuar dizendo a mim mesmo vai acontecer, certo?
De repente, eu percebo que ela não recuperou-se, matar Victor não era uma
vingança suficiente, até mesmo pelo o que ele fez com Maggie.
Capítulo 12
Pego minhas chaves e ligo o motor. O carro vermelho ronrona quando o
tiro da garagem e digito o CEP do local que irei. Quando estou prestes a
desviar para o estacionamento, um policial segue atrás de mim, com as luzes
vermelhas piscando. Eu não estava em alta velocidade. Droga. Deve ser
verdade que os carros vermelhos são parados mais do que qualquer outra cor.
Eu encosto e levo o carro para o acostamento, tomando o cuidado de
manter as mãos no volante. Papai me disse para nunca ir para a minha bolsa
ou porta-luvas até que o policial esteja de pé ao lado do carro. O cara tem que
ver as minhas mãos ou ele pode atirar em mim, bem não é exatamente do jeito
que meu pai disse isso, mas é o que ele quis dizer.
Eu aperto o botão na janela, assim como o policial se aproxima. Ele está
usando o uniforme escuro que me dá vontade de sair correndo e gritando
para o meu quarto e me esconder debaixo da minha cama.
Ele não é esse cara. Pare com isso, Hallie, xingo-me, mas isso não ajuda.
Até agora, minhas mãos estão tremendo.
— A licença e registro, por favor. — O cara tem trinta e tantos anos, e um
tipo de visual assustador. Por assustador, eu quero dizer que parece que ele
poderia tomar o meu pequeno corpo e dobrá-lo estilo acordeão e enfiá-lo em
seu tronco. O cara é massa muscular pura e ele parece chateado. Eu não posso
imaginar o que eu fiz.
Eu me aproximo do porta-luvas para retirar os papéis mencionados, mas
tudo que eu encontro é o manual sobre o carro e o último aviso de mudança
de óleo. Sem documentos. Sem registro. O meu coração dá uma guinada.
Foda-se. Eu começo a pensar que Jon brincou comigo, mas mesmo ele, não
seria tão baixo. E o policial não me pediu para sair do carro ou qualquer coisa.
Minha lanterna traseira está queimada ou algo assim, isso é tudo. Isso não é
nada.
Eu vasculho minha bolsa e tiro a minha pequena carteira. Meu rosto fica
pálido quando vejo o espaço vazio onde minha carteira de motorista deveria
estar. Olho para o policial e digo baixinho: — Ela se foi.
— Você não tem uma licença ou registro desse veículo? — Ele diz algo
em seu ombro depois de ouvir um zumbido em seu fone de ouvido. — Saia
do carro, minha senhora.
Estou tremendo agora. — Eu não fiz nada de errado. Alguém pegou a
minha licença. Eu tenho uma.
Ele me ignora e me apoia no capô. Tira seus óculos de sol. Quando o
guarda, ele pergunta: — Você sabe que você está dirigindo um veículo
roubado?
— Não é roubado.
— Oh?
Eu balanço minha cabeça, pronto para chorar. Jon não faria isso para
mim, ele não iria. — Jonathan Ferro me vendeu este carro uns dias atrás por
dez mil dólares. Eu não tive a chance de renovar a papelada ainda. Eu pensei
que tinha alguns dias?
O policial concorda. Ele vira o meu rosto para o capô e me revista. —
História legal. O carro vale muito mais do que isso. Se você vai mentir pelo
menos faz a história parecer convincente.
— É verdade! Jon me vendeu por dez mil. Pergunte a ele! Eu não estou
mentindo.
Eu sinto frio do metal prender meus pulsos quando as algemas
escorregam em torno dos meus braços. Eu começo a entrar em pânico. Meu
coração dispara muito rápido e o mundo se torna um borrão. Eu não posso
parar de falar, suplicando, e quando o policial me empurra na parte de trás de
seu carro, todos os terríveis eventos em detalhes vívidos se reproduzem em
minha mente.
Eu fecho meus olhos e tento desligá-los, mas as cores iluminam e os sons
de mais de uma década tocam alto em meus ouvidos, enquanto lágrimas caem
pelo meu rosto. O passado e o presente colidem juntos com tanta violência
que eu não posso suportar isso.
Minha mãe jura para mim antes de me enfiar no armário. Pequenas mãos
envolvem em torno de mim, e eu sei que o meu irmão mais novo, Anthony,
está apavorado. Ele cresceu e seus ossos eu sinto nitidamente sob minhas
palmas. Ele chora até que fica em silêncio, até que ele adormece, até que
minha mãe teve seu efeito das drogas e amantes. Eu a ouvi rir. Eu nunca
poderia fazê-la feliz assim. Ouvi os sons de sexo, até que algo muda. A festa
normal não é mais normal.
O policial que me tirou do armário tentou tirar o corpo sem vida do meu
irmão dos meus braços. Eu não entendi. Eu o protegia dela. Eu vigiei por
Anthony, mas depois de tudo que eu fiz, não foi o suficiente. Eles pensaram
que eu o matei em primeiro lugar. Eles me empurraram para o fundo do carro
e gritei para eles até que eu não podia chorar mais. Eu queria meu irmão, mas
eles disseram que ele estava morto.
Eu não acreditei neles.
Agora, eu tenho dificuldade em acreditar em alguém e este policial abriu
uma ferida que é tão profunda que me corta até o osso. Não, não foi o policial
- foi Jon.
Eu não posso evitar o tremor, mas eu não choro. Eles me ficham e fazem
perguntas que eu ouvi antes. A estrutura nunca muda em lugares como este.
As pessoas são as mesmas. O cheiro é idêntico. Eu olho fixamente, tentando
manter minha mente em uma única peça, mas eu sinto as rachaduras pouco a
pouco.
Quem vai salvar Maggie? Se eu me perder, quem estará lá para ela?
Ninguém. Acalme-se, Hallie.
Eu tenho direito a uma ligação, então que eu chamo a pessoa que eles
estão tentando me manter longe, o homem que está me chantageando por
sexo.
Quando ele atende o telefone, Bryan parece cansado. Eu não sei de que
outra forma dizer. Eu teria pensado que ele estava dormindo, mas há algo em
sua voz que me diz que não dorme há muito tempo. — Suffolk County PD.
Deixe-me adivinhar, é Jon ou Trystan?
— Não, — minha voz é tão baixa, tão tímida que mal faz um som.
Eu o ouvi mudar e Bryan soa mais alerta quando ele responde: — Hallie?
— Venha me pegar. Eu vou lhe dever. Qualquer coisa que você quiser,
basta vir me pegar. — Eu entrego o telefone de volta ao oficial na mesa e sou
levada de volta para a minha cela.
Capítulo 13
Estou sentada em frente a uma mulher que não consegue parar de chorar.
Ela fala sobre os tíquetes de estacionamento não pagos, sobre como ela vai
perder o emprego por causa disto e como ela não trabalhou o suficiente para
pagar os tíquetes. Depois começa a hiperventilar e menciona algo sobre
remédios. Essa é a única vez que o policial no exterior da cela olha para ela.
Eles a removem da nossa cela, dizendo que vai ter seus remédios.
Alguém entra e se senta ao meu lado. Seu rosto está machucado em um
lado.
— Olá.
Eu olho para ela e não digo nada. Meus braços estão cruzados sobre o
meu peito e estou encostada à parede, pensando em maneiras de castrar Jon
Ferro. Ele sabia sobre o meu passado e o que isto faria comigo.
A mulher não é mais que uma menina, deve de ter uns dezoito anos, com
grandes olhos redondos, mas ainda tem bochechas gordinhas, infantis. Pelo
seu rosto angular não parece ter mais de vinte e dois anos. O seu cabelo
escuro é longo e está em um rabo de cavalo bagunçado.
Ela suspira e descansa as costas contra a parede de cimento frio. — Você
passará a noite aqui? Eu espero que sim. Ele precisa de tempo para esfriar. A
única parte ruim é não ter o sabão bacteriano, mas o resto está bem. Além
disso, ele vai dar-me tempo. Eu não posso estar perto dele quando ele está
assim. Ele é geralmente é bom, mas em noites como está, eu acho melhor
ficar aqui. Eu não vou fazer a minha ligação. Ei, você parece familiar. — Ela
fala sem respirar e olha para mim o tempo todo.
— Nós nunca nos conhecemos, — é tudo o que eu digo.
Ela acena com a cabeça e continua, liberando uma onda de palavras.
Sentada, escuto sua vida, a sua história, não sinto nada, apenas piedade. Ela é
como Maggie e eu. Ela não tem ninguém que se preocupe com ela, ninguém
para ouvir a sua voz e em quem encontrar consolo através de seu toque.
Eu não sei quanto tempo estive lá, mas um tempo depois eles chamam o
meu nome, a jovem foi levada para um banho e passará a noite na cela.
Imagino o por que desejar uma cela em vez de ir para casa. Isso me faz querer
chorar, e não há porra nenhuma que eu possa fazer sobre isso. Eu não posso
nem tomar conta de mim.
A porta da cela desliza aberta e faz um som mais horrível. — Hallie
Raymond, recolha as suas coisas na recepção e vá para casa com o seu amigo
que pagou sua fiança. Se você estragar tudo, ele será o único que pagará por
isso, o melhor é se comportar.
Concordo com a cabeça e percorro o caminho para a recepção. Parece
que eu não prestei atenção por um tempo, mas o faço quando vejo Bryan.
Enquanto eu ando atrás dele eu observo a maneira como ele respira, o modo
como os seus ombros estão dobrados para frente como se ele estivesse sendo
vigiado ou com dor. Eu paro atrás dele e o assisto por um momento. Seus
quadris são estreitos, como sempre, ele não perdeu muito peso, mas seu
cabelo não brilha da maneira como ele costumava brilhar. Sua respiração é
superficial e curta, como se tivesse estado correndo. Uma sensação horrível
corre pela minha espinha quando eu olho para ele.
Naquele momento, Bryan sente os olhos sobre ele e vira. Ele tem aquele
sorriso brincalhão no rosto. — Se você queria usar algemas, eu tenho algumas.
Eu ficaria feliz... poff! — Eu bato nele com toda a força do meu corpo e o
seguro apertado.
Bryan fica chocado no início. Seus braços levam um tempo até fecharem-
se em torno de mim, e depois ele me segura. Eu sinto a sua voz, a agitação
quente de ar, quando ele sussurra em meu ouvido: — Vamos sair daqui. —
Ele me solta e eu aceno. Foi quando ele me disse a última coisa que eu queria
ouvir. — Há repórteres na frente.
— O quê? — O meu queixo cai em horror.
— Eu fiz arranjos para sair pela parte de trás, mas haverá alguém. Sempre
há. Todo mundo vai saber o que aconteceu pela manhã. — Bryan pega a
minha mão e me leva, seguindo um oficial, que nos conduz através de uma
sala com armários e na parte de trás da delegacia de polícia, para um Hummer
preto. Sou empurrada para dentro, mas não antes de um flash disparar e eu
olhei diretamente para a câmera.
Bryan empurra-o de volta, mas a foto já foi tirada. Ele sobe atrás de mim
e diz: — Dirija.
— Eu não sou a porra do seu motorista, Bryan. Diga por favor. — Um
cara da minha idade, com cabelo escuro que paira em seu rosto, está no
assento do motorista. Com óculos grandes demais para obscurecer os olhos.
— Foda-se, Trystan.
Trystan revira os olhos e se afasta com sua enorme, máquina
ambientalmente irresponsável, com o objetivo de atingir os repórteres da rua,
quando sai do estacionamento. — As pessoas seriam melhores para você, se
você fosse mais agradável para elas. Isso é tudo o que estou dizendo. —
Trystan é tranquilo, mas eu sinto seus olhos em mim. Quando eu olho para
cima, ele responde ao que eu estava pensando. — Jon não fez isso com você.
Aos poucos, meu queixo inclina-se para cima e os nossos olhos se
encontram no espelho retrovisor. — Jon Ferro é um homem morto. Ele sabe
o que isto me faria. Foi a pior coisa que ele poderia ter feito.
Bryan pega a minha mão e tece os nossos dedos juntos. — Não foi Jon.
Por favor, aguarde para matá-lo até amanhã.
— Eu poderia matá-lo agora. Bryan, eu cuidei de Campone e posso cuidar
de qualquer um que mexer com Maggie ou comigo. Eu não sou mais uma
criança. — Eu soluço e tremo quando o passado e o presente eclodem juntos
novamente. Meu irmão morreu de fome. Ele morreu em meus braços e eu era
muito boba e pequena para saber o que fazer. Eu digo que eu era apenas uma
criança, porque é mais fácil do que dizer às pessoas a minha história, mas os
Ferros sabem de tudo. Eles são como baratas que conseguem encontrar cada
mentira em cada canto escuro de sua alma. — Eu não vou ser dizimada por
Jon. Foda-se ele.
Trystan e Bryan trocam um olhar, mas ninguém diz nada. Bryan me puxa
em seus braços e me segura até pararmos em frente de um antigo motel.
Bruto é a melhor maneira de descrevê-lo. Aposto que eles alugam quartos por
hora. Trystan joga para Bryan a chave do quarto. — Fique aí até eu descobrir
o que aconteceu. Eu acho que já sei, embora os detalhes sejam vagos.
Eu balanço a minha cabeça: — Não, eu não posso. Maggie está de volta e
ela precisa de mim. E Neil...
Bryan suspira, passando as mãos pelos cabelos. Depois que ele fez isso, ele
balança a mão para o seu lado. — Maggie estará bem. E Neil é um idiota.
Além disso, ele sabe que eu a levei esta noite. Aparentemente, você disse a
Maggie que eu estava chantageando você, porque ela tentou me pregar seu
calcanhar na cabeça. — Isso me faz sorrir. — Oh, você acha que é engraçado?
— Bryan me agarra e se inclina para perto. Aqueles olhos verdes brilham por
um momento antes de embaçarem. — Vamos Raymond. Estou pensando em
usá-la até que você se esqueça de quem você é.
CONTINUA
Capítulo 10
Bryan pega o meu rosto em suas mãos.
— Se você não gostar, diga-me! — Eu aceno, lentamente, com as suas
mãos quentes ainda segurando o meu rosto.
Era como se alguém apertasse um interruptor. Os olhos de Bryan se
tornaram mais escuros, mais carnais. Ele libera o meu rosto e pressiona seu
corpo tonificado contra o meu. Empurrando as minhas costas contra a porta,
certifica-se de que eu possa sentir cada centímetro dele. Tira uma corrente
prateada com um plugue em cada extremidade e o prende nos meus mamilos.
Eu ofego quando ele os aperta. O peso das correntes faz com que eu morda
os meus lábios. Enquanto ele pressiona dentro de mim, as correntes vão se
mexendo e puxando suavemente à medida que ele desliza sobre o meu corpo.
Um pequeno suspiro escapa por entre os meus lábios. Bryan me olha, seus
olhos verdes fixos nos meus. Pega um dedo e o coloca entre os meus lábios
rosados, enquanto a outra mão desliza mais para baixo, passando pela minha
barriga e entre as minhas pernas. Eu ofego. Ele se move rapidamente, tocando
a minha protuberância sensível com o polegar, alisando o dedo sobre a carne
suave, e observando o meu rosto enquanto faz isso.
Meu queixo se ergue enquanto tento não gemer. Luto contra as sensações
que estão em erupção dentro de mim, as sensações que ele está trazendo à
tona. Seus dedos se movem sobre o meu clitóris, enquanto ele puxa a corrente
suavemente. Ele sente que estou ficando mais úmida e, em seguida, sem aviso,
sem uma mudança na expressão, empurra o dedo dentro de mim. Ele ainda
está, por um tempo, vendo meus olhos. Eu pisco devagar, sentindo-o ali, entre
as minhas pernas.
Bryan empurra o dedo mais forte, mais profundo enquanto me observa.
Sua respiração está sobre os meus lábios fazendo com que me sinta tonta.
Quando ele puxa o dedo, ergue-o para a minha boca. Delineando os meus
lábios, ele me observa, espalhando meu calor úmido, como batom. Eu pisco
lentamente, com meu coração disparado, e, excitada além da compreensão.
— Prove! — Ele ofega e empurra o dedo em minha boca. Eu passo a
minha língua contra o seu dedo, mas ele o segura lá e diz: — Chupa até que
saia do meu dedo, Hallie! — Eu hesitei, mas ele diz: — Faça isso! — Minha
língua envolve o dedo, sugando-o, saboreando o gosto. Seus olhos estão
queimando, observando-me.
Enquanto chupo o dedo, ele abaixa a outra mão entre as minhas pernas,
abrindo a minha pele escorregadia. Sensações explodem dentro de mim, mas
antes que eu possa saboreá-las, as sensações mudam. O membro duro de
Bryan entra dentro de mim, fazendo com que eu chupe o dedo mais forte
ainda. Ele puxa o dedo da minha boca, e envolve as mãos em volta da minha
cintura. Fica um pouco imóvel, por um momento, respirando rápido e forte.
Depois, puxa para fora lentamente e enfia novamente, fazendo com que eu
bata contra a porta. Meus joelhos tremem à medida que ele lentamente vai me
deixando mais louca. Eu quero mais. Quero que ele me maltrate e me deixe
tonta pela paixão. Que limpe o meu medo com a luxúria, apague a minha
memória por um momento, e tire toda a dor que tem me invadido.
Eu só quero senti-lo e nada mais. O mundo desaparece até que não sei
quanto tempo se passou. Meus braços doem enquanto ele me usa,
empurrando para dentro de mim sucessivas vezes. Minha cabeça pende para o
lado e, em seguida, levanta de volta. Eu ofego todas às vezes e os meus seios
tremem com a força de seu empurrão.
Algo se desdobra dentro de mim. Quero suas mãos em mim, fazendo
tudo ao mesmo tempo. Vertentes delicadas de paixão irrompem dentro de
mim, enviando arrepios pelas minhas coxas e seios. Todos os lugares que
desejo que ele toque fervem como uma corrente viva. Arqueando minhas
costas, eu pressiono meus quadris contra os dele, só para que batam
novamente.
Seus impulsos mudam para provocar, gentilmente empurrando e puxando
para fora. Ele é tão duro, tão perfeito. Quero colocar as minhas pernas ao
redor de seus quadris, mas não posso. As respirações irregulares me
consomem e o quarto está além de quente. Meu corpo está pingando de suor.
Inclinando a cabeça para trás, olho para o teto. É quando suas mãos
encontram os meus seios. Meus lábios formam um O, mas não digo nada. Ele
sente a maciez, a plenitude das minhas curvas enquanto empurra seu pênis
longo e duro em mim lentamente, torturando-me, sucessivamente.
Tomando meus mamilos entre os dedos, ele os torce suavemente e aperta
os grampos. Eu grito, empurrando os meus seios para ele, mas a porta me
detém. Ofegante, mal posso respirar.
Ele sorri, — Shhh! Nenhum som de você! Eu quero que isso entre nós!
Não estou entendendo. Então por que ele quis fazer aquela cena com Neil
e Maggie? Naquele momento, não me importo. Faço o que ele diz e mordo o
lábio para me manter em silêncio. Ele entra profundamente dentro de mim de
novo, e minha boca se abre. Eu engulo o som antes que ele ouça. O único
barulho é a lufada de ar saindo com força dos meus pulmões.
— Boa menina, — ele ronrona e retira antes de novamente empurrar,
desta vez mais profundamente. O tom de sua voz me faz derreter.
Antes que eu possa pensar noutra coisa, os dedos de Bryan apertam em
torno das correntes nos meus mamilos. Seus quadris se mantêm pressionados
rentes aos meus, seu comprimento perdido dentro de mim. Meu queixo cai, e
eu o vejo me observando, esperando que eu faça qualquer barulho. Meus
olhos se fixam nos seus, enquanto sensações ardentes circulam através do meu
corpo, construindo mais apertado e mais forte. Ele lentamente adiciona mais
pressão, provocando e puxando os meus mamilos mais e mais, fazendo com
que a pinça aperte mais ainda. O calor em meu estômago endurece através do
meu corpo. Eu movo os meus quadris e tento balançar contra ele, mas ele me
acalma.
— Não, não. Ainda não!
Eu suspiro! — Eu gosto de ser espancada!
— Sério? — Eu aceno. Sua mão vem com força na minha bunda. Ambas
as nádegas ardem. Ele faz isso enquanto ele ainda está dentro de mim, o que
me faz apertar mais em torno dele. Ele suspira e faz isso de novo, e de novo.
O impacto de suas mãos é tão bom. A ardência envia arrepios através de mim
em ondas que não acabam. Elas navegam pelo meu estômago e se espalham
por todo o meu corpo. Todos os deliciosos formigamentos me atravessam,
fazendo com que eu deslize a minha língua sobre os dentes. Faço isso sem
pensar. É uma reação a ele, ao que está fazendo comigo.
Sem aviso, Bryan puxa para fora. Isso me deixa louca. Meus quadris
sacodem, mas não posso alcançá-lo. O cinto corta os meus pulsos enquanto
me esforço contra as limitações que me foram impostas. Ofego, observando-o
enquanto ele se move para longe de mim. O desejo arde pelo meu corpo. Não
consigo me controlar. Puxando os meus pulsos mais forte ainda, tento
libertar-me do cinto de novo, mas não consigo. Só fica mais apertado.
Ele sorri, assistindo-me lutar, até que eu paro e olho para ele. A expressão
em seu rosto, a intensidade de seus olhos, fazem com que meu estômago se
contorça. Minha respiração fica presa na minha garganta enquanto Bryan
passa perto o suficiente para me tocar, mas ele não toca. Estou ofegante.
Meus olhos estão implorando para que ele faça algo, para que me faça gozar,
deixar-me fode-lo... Qualquer coisa.
— Diga-me o que você deseja, Hallie! Implore-me por isso! — Ele
sussurra palavras ao lado do meu ouvido. A reação dentro de mim é rápida e
violenta. Seu hálito quente faz meu clitóris pulsar e parecer que vou morrer se
ele não me tocar, se ele não terminar o que começou. Ele está tão perto, quase
me tocando, mas não desliza os dedos pela minha cintura. Ele não toca o meu
peito e não provoca os meus mamilos. Isso me faz desejá-lo ainda mais. Eu
me sinto como um animal acorrentado, incapaz de pensar. — Responda-me
linda mulher! — Ele ordena e eu sinto a batida da sua mão na minha bunda.
Meu corpo está tão bem enrolado que o tapa me faz gemer. Eu não
esperava isso, mas antes que pudesse controlar os meu gemido, ele escapa dos
meus lábios. Eu ofego, chocada por não ter sido capaz de abafar o ruído ou
pará-lo a tempo. A mão de Bryan voa uma segunda vez, com mais força. Ele
observa meu rosto enquanto eu estremeço debaixo da sua mão. O tapa é
rápido, e eu sei que vou ter um problema para andar depois, mas não me
importo. Eu grito, dizendo o seu nome, empurrando os meus seios contra ele.
Um olhar perverso torce seus lábios em um sorriso sexy. — Responda-
me! — Sua voz soa como um grunhido e quando não consigo fazer nada,
senão ofegar incontrolavelmente, sua mão me atinge pela terceira vez. Mas ele
não me libera. Em vez disso, ele pega a minha bochecha na mão e aperta. A
ardência se intensifica pela forma como ele me agarra. O belo corpo de Bryan
está coberto por um brilho fino de suor, enquanto me trata grosseiramente.
— Diga-me o que você deseja!
Minha voz é um suspiro. O desejo correndo desenfreadamente. — Eu
quero suas mãos sobre mim, em mim! Eu quero que você me foda sem
sentido. Foda-me, Bryan!
— Implore por isso, Hallie! Implore mais alto! — Seu punho aperta a
minha bunda fazendo com que o meu corpo pressione contra o seu. Gotas de
suor rolam pela minha espinha.
Minha voz treme enquanto imploro, sem capacidade de manter qualquer
traço de comedimento.
— Por favor, Bryan... Por favor! Foda-me! Foda a minha buceta! Encha-
me com o seu gozo. Por favor, baby! Por favor... — Eu continuo a lhe pedir,
enquanto suas mãos deslizam sobre os meus quadris e para baixo entre as
minhas pernas. Quando ele toca o meu clitóris, eu gemo. Bryan inclina sua
cabeça para trás, olhando para mim. — Foda-me, baby! Por favor! — Meus
quadris se remexem contra a sua mão. Em resposta, ele aperta os dedos no
meu clitóris. Eu grito: — Foda-me! Por favor! Bryan! Eu preciso de você! Por
favor!
Quando eu digo o nome dele, ele quebra. Antes de saber o que está
acontecendo, suas mãos estão segurando os meus pulsos sobre a minha
cabeça enquanto ele bate seu membro rígido dentro de mim sucessivamente.
Ele empurra mais e mais profundamente a cada vez, com as mãos deslizando
pelos meus braços. Batendo-se cada vez mais duro contra mim, ele assiste
meus seios balançando e saltando até que ele toma ambos em suas mãos e
aperta os meus mamilos duramente. Eu berro, mas isso só faz com que ele
aperte com mais força, até que a corrente cai. Cai aos meus pés e ele a deixa
lá.
Bryan se move, empurrando para dentro de mim fodendo-me cada vez
mais rápido. O calor entre as minhas pernas percorre todo o meu corpo.
Parece que não posso ser dominada. Não há o suficiente dele para me
satisfazer, nunca. Quando seus dedos apertam mais duramente contra os meus
mamilos doloridos, meus olhos se arregalam. Ele me olha nos olhos enquanto
ele empurra para dentro de mim uma vez... forte. Minhas costas batem contra
a porta e ele me segura lá, observando-me. Seus lábios entreabertos, ele
respira sem dizer nada. Suas mãos suavemente empurram os cabelos para
longe dos meus olhos. Ele acalma por um momento e não posso suportar
isso. Seu pau está em mim, mas não importa o quanto eu me mexa, não posso
fazer com que ele me foda.
Com todo o peso do seu corpo, ele me achata contra a porta. Seus olhos
ardem com o desejo, sua testa está pingando de suor.
— Goze para mim, baby! — Ele respira e mete em mim rápido e
furiosamente. Ele não para quando eu grito. Ele continua metendo contra
mim até que meu corpo não pode ficar mais retesado.
Cada vez que ele afunda em mim eu me sinto mais excitada. Eu não posso
respirar, mas não quero que ele pare. Seu corpo me esmaga, enquanto me
monta, balançando contra mim furiosamente. Eu gemo, e posso dizer o quão
forte ele está empurrando e o quanto vou estar machucada depois, mas não
me importo. No momento, isso é muito bom. Minha pele formiga e está
pingando de suor. Meus seios saltam mais e mais para cima com cada batida
de seu corpo contra o meu. E sem outro pensamento, eu gozo. Meu grito sai
rasgado através da minha garganta. Não posso gozar silenciosamente, não
quando ele faz assim. Bryan me bate mais forte enquanto as deliciosas
sensações giram, fazendo com que todo o meu corpo entre em erupção. Eu o
sinto meter contra mim duro e profundamente, e ele goza alguns segundos
após.
Esgotada, pendurada e estremecendo contra a porta, estou pronta para
cair no chão. Bryan se afasta e me olha. Com os lábios entreabertos, ele só
olha para mim por um momento antes de desatar o cinto. Quando as minhas
mãos caem ao meu lado, meus braços queimam. Bryan me toma em seus
braços e me leva para a cama. Ele me senta na frente dele e esfrega os
músculos doloridos em meus braços e ombros. Minha cabeça se inclina para o
lado enquanto ele faz isso. Cada centímetro meu está formigando. Não quero
que esse momento termine, mas Bryan para.
Viro-me e olho para ele. Ele está brilhando, coberto por uma fina camada
de suor que cheira tão bem. Eu quero lambê-lo, mas apenas aceno. Ele vira
seus olhos esmeraldas para longe e diz:
— Eu acho que eu deveria ir.
— Você vai embora? — De repente, eu me sinto muito nua. Puxo a
coberta da cama e a enrolo em volta dos meus ombros.
— Sim, a menos que você queira que eu fique e diga a Neil tudo sobre
como eu acabei com a raça da sua noiva. — Ele me olha por um segundo. Sua
testa está coberta de suor e seu rosto está brilhando. — O que há de errado?
— Ele sempre pôde me ler tão bem. Eu quero dizer a ele sobre Victor, mas
não posso.
Eu digo outra coisa.
— Neil fez a proposta e eu disse sim. — Eu ergo o meu anel.
— Sim, eu vi isso. Você realmente aceitou? — Bryan se senta ao meu lado.
— Na verdade não. Ele aceitou por mim. — Nós dois ficamos em silêncio
por algum tempo.
Bryan se veste e diz:
— Eu voltarei para ter você do meu jeito de novo em breve. Da próxima
vez é melhor que o idiota do seu noivo tenha você pronta para mim. E eu
quero que você use isso quando estiver comigo e só comigo. — Ele levanta a
corrente do chão e a joga para mim.
A porta do quarto se abre e Neil está lívido. Ele olha para mim e depois
para Bryan:
— Você acha que isso é engraçado?
— Não, acho que ela precisa de algo que você não pode dar a ela. Estou
dando a você uma única chance de quebrar seu compromisso e foder a sua
noiva. Mas você tem que fazer isso como um animal. Satisfaça-a!
O rosto de Neil contorce desgostoso.
— Eu a satisfaço sem esse comportamento bárbaro. Fazer amor não
precisa de mordaças, amarras ou oprimir mulheres de forma nenhuma. Tenho
certeza de que Hallie só aceitou isso pela equipe, seu pedaço de merda
demente!
Essa foi a coisa mais cruel que já ouvi Neil dizendo e eu quero rir, porque
é pateticamente fraco. O homem que estava me usando, ofereceu para quebrar
o acordo se Neil prometer me pegar e fazer sexo animalesco comigo. O
homem deveria ter dito que sim, mas ele, pela sua moral, disse que não. Estou
cansada demais para pensar no que isso significa. O que aconteceu aqui?
— Ela vai tomar mais do que uma foda pela equipe. — Bryan pisca um
dos olhos. — Vejo você amanhã, escrava sexual! Trarei um colar para você e
vai usá-lo. — Bryan aperta a mão de Neil. — Você é um homem inteligente.
O que são alguns meses de infidelidade comparados com uma vida de
riquezas, certo?
Neil aperta a sua mandíbula.
— Então você planeja que isso continue por alguns meses?
— Provavelmente não por muito tempo. Eu fico entediado fodendo a
mesma mulher todo dia. Não se preocupe Neil! Ela é sua sujeira, não a minha.
— Com isso, Bryan vira as costas e sai.
— Neil, — estou pronta para explodir em lágrimas. O julgamento está
espalhado em seu rosto.
— Hallie, isso não é natural. Você não é um animal selvagem! Será que ele
conseguiu instigá-la para que você fingisse o que você não é?
Eu dou de ombros. Não quero falar sobre isso.
— Não tenho ideia.
— Eu deverei deixá-lo foder e espancar você na minha cama, sempre que
ele quiser?
Eu olho fixamente para frente.
— Até que ele se canse de mim, sim. Lide com isso! Você foi quem me
disse para fazer isso. — Eu destaco a última frase. — E ele lhe deu uma saída.
Você não aceitou. — Eu fico olhando para ele, e puxo a coberta mais forte em
volta dos meus ombros.
Neil revira os olhos.
— Eu pensei que fosse apenas uma noite.
— Eu também. Estávamos errados sobre uma porção de coisas.
Capítulo 11
Eu deveria me sentir envergonhada, mas não sinto. No dia seguinte, me
sento com Maggie no sofá enquanto Neil está fora. Ela tem estado muito
tranquila desde que a busquei em seu antigo apartamento. Maggie olha para o
espaço, e eu sei que a memória está se defrontando com o novo e joga uma e
outra vez em sua mente.
— Você quer falar sobre isso? — Eu pergunto, já sabendo a resposta.
Ela inspira e balança a cabeça, antes de oferecer-me um sorriso forçado.
— Não há nada a dizer. A mesma velha merda. Nada mudou, mas dói mais
agora. — Ela sorri como se algo fosse engraçado. — Eu pensava que doía
mais quando eu era criança. Acho que não.
— O que ele fez?
— A mesma coisa de sempre. Victor gosta de possuir coisas. — Ela muda
em seu assento e, em seguida, levanta, colocando distância entre nós. — Era
para eu arranjar-lhe uma garota. Ele tem um tipo, quadris redondos, cabelos
escuros e pele pálida, como Nicole Kidman, mas morena. Assim, a cada
semana, eu levava alguém. Elas ganham algumas centenas de dólares, e ele faz
o que faz. Na semana que eu não conseguia encontrar ninguém, eu a
substituía, mas desta vez... — Ela para de falar e balança a cabeça. — Eu não
deveria ter ido. Geralmente é apenas sexo violento. Ele dá um tapa e me
arranha. Vou para casa e é isso. Mas desta vez... — Ela balança a cabeça e olha
por cima do ombro para mim. — Eu não quero falar sobre isso. Eu tentei
fugir e, em seguida, desisti quando ele disse o que ele faria comigo, e depois
com você. Ele me deu uns tapas por um tempo, me levando do jeito que ele
quis, e então eu ouvi a sua voz e eu estava morrendo de medo que ele fosse
levá-la também. Sinto muito, Hallie.
— Não é culpa sua. — Eu me sinto horrível por deixar sua vida
desmoronar assim. Nós deveríamos estar lá uma para a outra. — Eu deveria
ter chegado mais cedo. Eu teria... Eu gostaria de poder ter tudo de volta.
Maggie sorri tristemente e envolve os braços em torno de si. — Sim, eu
também. E agora? Sem ofensa, mas eu não suporto Neil.
Concordo com a cabeça. — Eu estava pensando que deveria ter um lugar
só meu antes do casamento. Vai ser eu e você.
O olhar de Maggie desvanece no chão. — Você vai se casar com ele,
sério? — Eu aceno e lhe dou um olhar para que não me pressione agora. Ela
acrescenta: — Eu adoraria, mas você sabe que eu não posso me dar ao luxo.
— Sim, você pode. Eu tenho parte do meu pagamento antecipado.
Podemos ir a procura de uma casa sempre que quiser, oh, e esta parte não é
opcional, você trabalha para mim agora. Eu vou precisar de uma assistente
pessoal para me dizer o que fazer, você sabe, alguém um pouco mandona.
Maggie ri e me empurra, e depois bate as mãos sobre a boca, e repete a
ação. — De jeito nenhum!
— Isso. — É tão bom ver uma explosão de felicidade em seus olhos,
mesmo por um breve momento. Mas assim que ela pisca, ela se foi, perdeu-se
nas profundezas da agonia que enchem sua alma.
Um dia ela vai parar de lutar. Um dia ela vai ceder, desistir.
Ela já teria desistido se eu não tivesse aparecido. Algumas pessoas a
levaram direto para o inferno. É irônico, porque eu tenho sangue em minhas
mãos e não me sinto como se estivesse infeliz. É mais, como eu se estou
puxando Maggie, da vida tortuosa ela conhece, e esconde com esse sorriso.
Não me arrependo de minhas ações. O pensamento faz minha pele
formigar. Na parte profunda da minha mente, eu me pergunto que tipo de
pessoa que sou, mas arrumo minha coluna e me levanto. Isso me faz ser quem
eu sou e não há nada mais a se considerar. Eu fiz o que tinha que fazer. Eu
não teria tocado em Victor se ele a deixasse em paz, se ele não tivesse
ameaçado vir atrás de nós, mas ele ameaçou. Eu vi o medo nos olhos de
Maggie é a verdade. Se Victor Campone tivesse vivido, teríamos morrido.
— Está com fome? — Eu pergunto me dirigindo à geladeira.
— Sim, um pouco. — Maggie está sentada com os pés enrolados em sua
bunda e olhando para as mãos desde que eu a peguei no apartamento do
Victor. Ela raramente faz contato visual. Acho que a luta a nocauteou. Ele
aparece em surtos, mas é como um carro que está ficando sem gasolina. Estou
muito preocupada com ela. Depois de tudo que ela passou...
Isso não pode desfazê-la. Não pode.
Porque é minha culpa desta vez.
Todas as outras vezes, a Maggie revidou. Ela nunca desistiu, nunca cedeu,
e agora a minha melhor amiga está caída no sofá, coberta de hematomas e
cortes, com os olhos que se assemelham a buracos-negros que sugam tudo,
mas não vejo nada ali. Eles não sentem nada, não mais.
Eu sorrio e digo algo estúpido, tentando fazê-la rir, mas nem sequer
obtenho um sorriso de piedade. Depois de abrir a porta da geladeira, eu gemo
em voz alta. Neil está trabalhando hoje e não conseguiu ir às compras.
Maggie pergunta: — O que ele fez?
— Ele pegou todas as sobras da festa e levou para o trabalho. Eu pensei
que era bom porque ele deveria ir às compras, mas não o fez. — Estou
inclinada na geladeira vazia olhando para uma caixa de leite vencido e um
frasco de picles. Não vou comer isso. Eu bato a geladeira e acrescento: — Eu
dar rápida saída. Será que comida chinesa vai bem?
Maggie geralmente protesta e se oferece para pagar as coisas, mas hoje,
apenas balança a cabeça. — Ótimo! — Eu digo, parecendo alegre. Ela irá
voltar. Ela vai. Se eu continuar dizendo a mim mesmo vai acontecer, certo?
De repente, eu percebo que ela não recuperou-se, matar Victor não era uma
vingança suficiente, até mesmo pelo o que ele fez com Maggie.
Capítulo 12
Pego minhas chaves e ligo o motor. O carro vermelho ronrona quando o
tiro da garagem e digito o CEP do local que irei. Quando estou prestes a
desviar para o estacionamento, um policial segue atrás de mim, com as luzes
vermelhas piscando. Eu não estava em alta velocidade. Droga. Deve ser
verdade que os carros vermelhos são parados mais do que qualquer outra cor.
Eu encosto e levo o carro para o acostamento, tomando o cuidado de
manter as mãos no volante. Papai me disse para nunca ir para a minha bolsa
ou porta-luvas até que o policial esteja de pé ao lado do carro. O cara tem que
ver as minhas mãos ou ele pode atirar em mim, bem não é exatamente do jeito
que meu pai disse isso, mas é o que ele quis dizer.
Eu aperto o botão na janela, assim como o policial se aproxima. Ele está
usando o uniforme escuro que me dá vontade de sair correndo e gritando
para o meu quarto e me esconder debaixo da minha cama.
Ele não é esse cara. Pare com isso, Hallie, xingo-me, mas isso não ajuda.
Até agora, minhas mãos estão tremendo.
— A licença e registro, por favor. — O cara tem trinta e tantos anos, e um
tipo de visual assustador. Por assustador, eu quero dizer que parece que ele
poderia tomar o meu pequeno corpo e dobrá-lo estilo acordeão e enfiá-lo em
seu tronco. O cara é massa muscular pura e ele parece chateado. Eu não posso
imaginar o que eu fiz.
Eu me aproximo do porta-luvas para retirar os papéis mencionados, mas
tudo que eu encontro é o manual sobre o carro e o último aviso de mudança
de óleo. Sem documentos. Sem registro. O meu coração dá uma guinada.
Foda-se. Eu começo a pensar que Jon brincou comigo, mas mesmo ele, não
seria tão baixo. E o policial não me pediu para sair do carro ou qualquer coisa.
Minha lanterna traseira está queimada ou algo assim, isso é tudo. Isso não é
nada.
Eu vasculho minha bolsa e tiro a minha pequena carteira. Meu rosto fica
pálido quando vejo o espaço vazio onde minha carteira de motorista deveria
estar. Olho para o policial e digo baixinho: — Ela se foi.
— Você não tem uma licença ou registro desse veículo? — Ele diz algo
em seu ombro depois de ouvir um zumbido em seu fone de ouvido. — Saia
do carro, minha senhora.
Estou tremendo agora. — Eu não fiz nada de errado. Alguém pegou a
minha licença. Eu tenho uma.
Ele me ignora e me apoia no capô. Tira seus óculos de sol. Quando o
guarda, ele pergunta: — Você sabe que você está dirigindo um veículo
roubado?
— Não é roubado.
— Oh?
Eu balanço minha cabeça, pronto para chorar. Jon não faria isso para
mim, ele não iria. — Jonathan Ferro me vendeu este carro uns dias atrás por
dez mil dólares. Eu não tive a chance de renovar a papelada ainda. Eu pensei
que tinha alguns dias?
O policial concorda. Ele vira o meu rosto para o capô e me revista. —
História legal. O carro vale muito mais do que isso. Se você vai mentir pelo
menos faz a história parecer convincente.
— É verdade! Jon me vendeu por dez mil. Pergunte a ele! Eu não estou
mentindo.
Eu sinto frio do metal prender meus pulsos quando as algemas
escorregam em torno dos meus braços. Eu começo a entrar em pânico. Meu
coração dispara muito rápido e o mundo se torna um borrão. Eu não posso
parar de falar, suplicando, e quando o policial me empurra na parte de trás de
seu carro, todos os terríveis eventos em detalhes vívidos se reproduzem em
minha mente.
Eu fecho meus olhos e tento desligá-los, mas as cores iluminam e os sons
de mais de uma década tocam alto em meus ouvidos, enquanto lágrimas caem
pelo meu rosto. O passado e o presente colidem juntos com tanta violência
que eu não posso suportar isso.
Minha mãe jura para mim antes de me enfiar no armário. Pequenas mãos
envolvem em torno de mim, e eu sei que o meu irmão mais novo, Anthony,
está apavorado. Ele cresceu e seus ossos eu sinto nitidamente sob minhas
palmas. Ele chora até que fica em silêncio, até que ele adormece, até que
minha mãe teve seu efeito das drogas e amantes. Eu a ouvi rir. Eu nunca
poderia fazê-la feliz assim. Ouvi os sons de sexo, até que algo muda. A festa
normal não é mais normal.
O policial que me tirou do armário tentou tirar o corpo sem vida do meu
irmão dos meus braços. Eu não entendi. Eu o protegia dela. Eu vigiei por
Anthony, mas depois de tudo que eu fiz, não foi o suficiente. Eles pensaram
que eu o matei em primeiro lugar. Eles me empurraram para o fundo do carro
e gritei para eles até que eu não podia chorar mais. Eu queria meu irmão, mas
eles disseram que ele estava morto.
Eu não acreditei neles.
Agora, eu tenho dificuldade em acreditar em alguém e este policial abriu
uma ferida que é tão profunda que me corta até o osso. Não, não foi o policial
- foi Jon.
Eu não posso evitar o tremor, mas eu não choro. Eles me ficham e fazem
perguntas que eu ouvi antes. A estrutura nunca muda em lugares como este.
As pessoas são as mesmas. O cheiro é idêntico. Eu olho fixamente, tentando
manter minha mente em uma única peça, mas eu sinto as rachaduras pouco a
pouco.
Quem vai salvar Maggie? Se eu me perder, quem estará lá para ela?
Ninguém. Acalme-se, Hallie.
Eu tenho direito a uma ligação, então que eu chamo a pessoa que eles
estão tentando me manter longe, o homem que está me chantageando por
sexo.
Quando ele atende o telefone, Bryan parece cansado. Eu não sei de que
outra forma dizer. Eu teria pensado que ele estava dormindo, mas há algo em
sua voz que me diz que não dorme há muito tempo. — Suffolk County PD.
Deixe-me adivinhar, é Jon ou Trystan?
— Não, — minha voz é tão baixa, tão tímida que mal faz um som.
Eu o ouvi mudar e Bryan soa mais alerta quando ele responde: — Hallie?
— Venha me pegar. Eu vou lhe dever. Qualquer coisa que você quiser,
basta vir me pegar. — Eu entrego o telefone de volta ao oficial na mesa e sou
levada de volta para a minha cela.
Capítulo 13
Estou sentada em frente a uma mulher que não consegue parar de chorar.
Ela fala sobre os tíquetes de estacionamento não pagos, sobre como ela vai
perder o emprego por causa disto e como ela não trabalhou o suficiente para
pagar os tíquetes. Depois começa a hiperventilar e menciona algo sobre
remédios. Essa é a única vez que o policial no exterior da cela olha para ela.
Eles a removem da nossa cela, dizendo que vai ter seus remédios.
Alguém entra e se senta ao meu lado. Seu rosto está machucado em um
lado.
— Olá.
Eu olho para ela e não digo nada. Meus braços estão cruzados sobre o
meu peito e estou encostada à parede, pensando em maneiras de castrar Jon
Ferro. Ele sabia sobre o meu passado e o que isto faria comigo.
A mulher não é mais que uma menina, deve de ter uns dezoito anos, com
grandes olhos redondos, mas ainda tem bochechas gordinhas, infantis. Pelo
seu rosto angular não parece ter mais de vinte e dois anos. O seu cabelo
escuro é longo e está em um rabo de cavalo bagunçado.
Ela suspira e descansa as costas contra a parede de cimento frio. — Você
passará a noite aqui? Eu espero que sim. Ele precisa de tempo para esfriar. A
única parte ruim é não ter o sabão bacteriano, mas o resto está bem. Além
disso, ele vai dar-me tempo. Eu não posso estar perto dele quando ele está
assim. Ele é geralmente é bom, mas em noites como está, eu acho melhor
ficar aqui. Eu não vou fazer a minha ligação. Ei, você parece familiar. — Ela
fala sem respirar e olha para mim o tempo todo.
— Nós nunca nos conhecemos, — é tudo o que eu digo.
Ela acena com a cabeça e continua, liberando uma onda de palavras.
Sentada, escuto sua vida, a sua história, não sinto nada, apenas piedade. Ela é
como Maggie e eu. Ela não tem ninguém que se preocupe com ela, ninguém
para ouvir a sua voz e em quem encontrar consolo através de seu toque.
Eu não sei quanto tempo estive lá, mas um tempo depois eles chamam o
meu nome, a jovem foi levada para um banho e passará a noite na cela.
Imagino o por que desejar uma cela em vez de ir para casa. Isso me faz querer
chorar, e não há porra nenhuma que eu possa fazer sobre isso. Eu não posso
nem tomar conta de mim.
A porta da cela desliza aberta e faz um som mais horrível. — Hallie
Raymond, recolha as suas coisas na recepção e vá para casa com o seu amigo
que pagou sua fiança. Se você estragar tudo, ele será o único que pagará por
isso, o melhor é se comportar.
Concordo com a cabeça e percorro o caminho para a recepção. Parece
que eu não prestei atenção por um tempo, mas o faço quando vejo Bryan.
Enquanto eu ando atrás dele eu observo a maneira como ele respira, o modo
como os seus ombros estão dobrados para frente como se ele estivesse sendo
vigiado ou com dor. Eu paro atrás dele e o assisto por um momento. Seus
quadris são estreitos, como sempre, ele não perdeu muito peso, mas seu
cabelo não brilha da maneira como ele costumava brilhar. Sua respiração é
superficial e curta, como se tivesse estado correndo. Uma sensação horrível
corre pela minha espinha quando eu olho para ele.
Naquele momento, Bryan sente os olhos sobre ele e vira. Ele tem aquele
sorriso brincalhão no rosto. — Se você queria usar algemas, eu tenho algumas.
Eu ficaria feliz... poff! — Eu bato nele com toda a força do meu corpo e o
seguro apertado.
Bryan fica chocado no início. Seus braços levam um tempo até fecharem-
se em torno de mim, e depois ele me segura. Eu sinto a sua voz, a agitação
quente de ar, quando ele sussurra em meu ouvido: — Vamos sair daqui. —
Ele me solta e eu aceno. Foi quando ele me disse a última coisa que eu queria
ouvir. — Há repórteres na frente.
— O quê? — O meu queixo cai em horror.
— Eu fiz arranjos para sair pela parte de trás, mas haverá alguém. Sempre
há. Todo mundo vai saber o que aconteceu pela manhã. — Bryan pega a
minha mão e me leva, seguindo um oficial, que nos conduz através de uma
sala com armários e na parte de trás da delegacia de polícia, para um Hummer
preto. Sou empurrada para dentro, mas não antes de um flash disparar e eu
olhei diretamente para a câmera.
Bryan empurra-o de volta, mas a foto já foi tirada. Ele sobe atrás de mim
e diz: — Dirija.
— Eu não sou a porra do seu motorista, Bryan. Diga por favor. — Um
cara da minha idade, com cabelo escuro que paira em seu rosto, está no
assento do motorista. Com óculos grandes demais para obscurecer os olhos.
— Foda-se, Trystan.
Trystan revira os olhos e se afasta com sua enorme, máquina
ambientalmente irresponsável, com o objetivo de atingir os repórteres da rua,
quando sai do estacionamento. — As pessoas seriam melhores para você, se
você fosse mais agradável para elas. Isso é tudo o que estou dizendo. —
Trystan é tranquilo, mas eu sinto seus olhos em mim. Quando eu olho para
cima, ele responde ao que eu estava pensando. — Jon não fez isso com você.
Aos poucos, meu queixo inclina-se para cima e os nossos olhos se
encontram no espelho retrovisor. — Jon Ferro é um homem morto. Ele sabe
o que isto me faria. Foi a pior coisa que ele poderia ter feito.
Bryan pega a minha mão e tece os nossos dedos juntos. — Não foi Jon.
Por favor, aguarde para matá-lo até amanhã.
— Eu poderia matá-lo agora. Bryan, eu cuidei de Campone e posso cuidar
de qualquer um que mexer com Maggie ou comigo. Eu não sou mais uma
criança. — Eu soluço e tremo quando o passado e o presente eclodem juntos
novamente. Meu irmão morreu de fome. Ele morreu em meus braços e eu era
muito boba e pequena para saber o que fazer. Eu digo que eu era apenas uma
criança, porque é mais fácil do que dizer às pessoas a minha história, mas os
Ferros sabem de tudo. Eles são como baratas que conseguem encontrar cada
mentira em cada canto escuro de sua alma. — Eu não vou ser dizimada por
Jon. Foda-se ele.
Trystan e Bryan trocam um olhar, mas ninguém diz nada. Bryan me puxa
em seus braços e me segura até pararmos em frente de um antigo motel.
Bruto é a melhor maneira de descrevê-lo. Aposto que eles alugam quartos por
hora. Trystan joga para Bryan a chave do quarto. — Fique aí até eu descobrir
o que aconteceu. Eu acho que já sei, embora os detalhes sejam vagos.
Eu balanço a minha cabeça: — Não, eu não posso. Maggie está de volta e
ela precisa de mim. E Neil...
Bryan suspira, passando as mãos pelos cabelos. Depois que ele fez isso, ele
balança a mão para o seu lado. — Maggie estará bem. E Neil é um idiota.
Além disso, ele sabe que eu a levei esta noite. Aparentemente, você disse a
Maggie que eu estava chantageando você, porque ela tentou me pregar seu
calcanhar na cabeça. — Isso me faz sorrir. — Oh, você acha que é engraçado?
— Bryan me agarra e se inclina para perto. Aqueles olhos verdes brilham por
um momento antes de embaçarem. — Vamos Raymond. Estou pensando em
usá-la até que você se esqueça de quem você é.
CONTINUA
Capítulo 10
Bryan pega o meu rosto em suas mãos.
— Se você não gostar, diga-me! — Eu aceno, lentamente, com as suas
mãos quentes ainda segurando o meu rosto.
Era como se alguém apertasse um interruptor. Os olhos de Bryan se
tornaram mais escuros, mais carnais. Ele libera o meu rosto e pressiona seu
corpo tonificado contra o meu. Empurrando as minhas costas contra a porta,
certifica-se de que eu possa sentir cada centímetro dele. Tira uma corrente
prateada com um plugue em cada extremidade e o prende nos meus mamilos.
Eu ofego quando ele os aperta. O peso das correntes faz com que eu morda
os meus lábios. Enquanto ele pressiona dentro de mim, as correntes vão se
mexendo e puxando suavemente à medida que ele desliza sobre o meu corpo.
Um pequeno suspiro escapa por entre os meus lábios. Bryan me olha, seus
olhos verdes fixos nos meus. Pega um dedo e o coloca entre os meus lábios
rosados, enquanto a outra mão desliza mais para baixo, passando pela minha
barriga e entre as minhas pernas. Eu ofego. Ele se move rapidamente, tocando
a minha protuberância sensível com o polegar, alisando o dedo sobre a carne
suave, e observando o meu rosto enquanto faz isso.
Meu queixo se ergue enquanto tento não gemer. Luto contra as sensações
que estão em erupção dentro de mim, as sensações que ele está trazendo à
tona. Seus dedos se movem sobre o meu clitóris, enquanto ele puxa a corrente
suavemente. Ele sente que estou ficando mais úmida e, em seguida, sem aviso,
sem uma mudança na expressão, empurra o dedo dentro de mim. Ele ainda
está, por um tempo, vendo meus olhos. Eu pisco devagar, sentindo-o ali, entre
as minhas pernas.
Bryan empurra o dedo mais forte, mais profundo enquanto me observa.
Sua respiração está sobre os meus lábios fazendo com que me sinta tonta.
Quando ele puxa o dedo, ergue-o para a minha boca. Delineando os meus
lábios, ele me observa, espalhando meu calor úmido, como batom. Eu pisco
lentamente, com meu coração disparado, e, excitada além da compreensão.
— Prove! — Ele ofega e empurra o dedo em minha boca. Eu passo a
minha língua contra o seu dedo, mas ele o segura lá e diz: — Chupa até que
saia do meu dedo, Hallie! — Eu hesitei, mas ele diz: — Faça isso! — Minha
língua envolve o dedo, sugando-o, saboreando o gosto. Seus olhos estão
queimando, observando-me.
Enquanto chupo o dedo, ele abaixa a outra mão entre as minhas pernas,
abrindo a minha pele escorregadia. Sensações explodem dentro de mim, mas
antes que eu possa saboreá-las, as sensações mudam. O membro duro de
Bryan entra dentro de mim, fazendo com que eu chupe o dedo mais forte
ainda. Ele puxa o dedo da minha boca, e envolve as mãos em volta da minha
cintura. Fica um pouco imóvel, por um momento, respirando rápido e forte.
Depois, puxa para fora lentamente e enfia novamente, fazendo com que eu
bata contra a porta. Meus joelhos tremem à medida que ele lentamente vai me
deixando mais louca. Eu quero mais. Quero que ele me maltrate e me deixe
tonta pela paixão. Que limpe o meu medo com a luxúria, apague a minha
memória por um momento, e tire toda a dor que tem me invadido.
Eu só quero senti-lo e nada mais. O mundo desaparece até que não sei
quanto tempo se passou. Meus braços doem enquanto ele me usa,
empurrando para dentro de mim sucessivas vezes. Minha cabeça pende para o
lado e, em seguida, levanta de volta. Eu ofego todas às vezes e os meus seios
tremem com a força de seu empurrão.
Algo se desdobra dentro de mim. Quero suas mãos em mim, fazendo
tudo ao mesmo tempo. Vertentes delicadas de paixão irrompem dentro de
mim, enviando arrepios pelas minhas coxas e seios. Todos os lugares que
desejo que ele toque fervem como uma corrente viva. Arqueando minhas
costas, eu pressiono meus quadris contra os dele, só para que batam
novamente.
Seus impulsos mudam para provocar, gentilmente empurrando e puxando
para fora. Ele é tão duro, tão perfeito. Quero colocar as minhas pernas ao
redor de seus quadris, mas não posso. As respirações irregulares me
consomem e o quarto está além de quente. Meu corpo está pingando de suor.
Inclinando a cabeça para trás, olho para o teto. É quando suas mãos
encontram os meus seios. Meus lábios formam um O, mas não digo nada. Ele
sente a maciez, a plenitude das minhas curvas enquanto empurra seu pênis
longo e duro em mim lentamente, torturando-me, sucessivamente.
Tomando meus mamilos entre os dedos, ele os torce suavemente e aperta
os grampos. Eu grito, empurrando os meus seios para ele, mas a porta me
detém. Ofegante, mal posso respirar.
Ele sorri, — Shhh! Nenhum som de você! Eu quero que isso entre nós!
Não estou entendendo. Então por que ele quis fazer aquela cena com Neil
e Maggie? Naquele momento, não me importo. Faço o que ele diz e mordo o
lábio para me manter em silêncio. Ele entra profundamente dentro de mim de
novo, e minha boca se abre. Eu engulo o som antes que ele ouça. O único
barulho é a lufada de ar saindo com força dos meus pulmões.
— Boa menina, — ele ronrona e retira antes de novamente empurrar,
desta vez mais profundamente. O tom de sua voz me faz derreter.
Antes que eu possa pensar noutra coisa, os dedos de Bryan apertam em
torno das correntes nos meus mamilos. Seus quadris se mantêm pressionados
rentes aos meus, seu comprimento perdido dentro de mim. Meu queixo cai, e
eu o vejo me observando, esperando que eu faça qualquer barulho. Meus
olhos se fixam nos seus, enquanto sensações ardentes circulam através do meu
corpo, construindo mais apertado e mais forte. Ele lentamente adiciona mais
pressão, provocando e puxando os meus mamilos mais e mais, fazendo com
que a pinça aperte mais ainda. O calor em meu estômago endurece através do
meu corpo. Eu movo os meus quadris e tento balançar contra ele, mas ele me
acalma.
— Não, não. Ainda não!
Eu suspiro! — Eu gosto de ser espancada!
— Sério? — Eu aceno. Sua mão vem com força na minha bunda. Ambas
as nádegas ardem. Ele faz isso enquanto ele ainda está dentro de mim, o que
me faz apertar mais em torno dele. Ele suspira e faz isso de novo, e de novo.
O impacto de suas mãos é tão bom. A ardência envia arrepios através de mim
em ondas que não acabam. Elas navegam pelo meu estômago e se espalham
por todo o meu corpo. Todos os deliciosos formigamentos me atravessam,
fazendo com que eu deslize a minha língua sobre os dentes. Faço isso sem
pensar. É uma reação a ele, ao que está fazendo comigo.
Sem aviso, Bryan puxa para fora. Isso me deixa louca. Meus quadris
sacodem, mas não posso alcançá-lo. O cinto corta os meus pulsos enquanto
me esforço contra as limitações que me foram impostas. Ofego, observando-o
enquanto ele se move para longe de mim. O desejo arde pelo meu corpo. Não
consigo me controlar. Puxando os meus pulsos mais forte ainda, tento
libertar-me do cinto de novo, mas não consigo. Só fica mais apertado.
Ele sorri, assistindo-me lutar, até que eu paro e olho para ele. A expressão
em seu rosto, a intensidade de seus olhos, fazem com que meu estômago se
contorça. Minha respiração fica presa na minha garganta enquanto Bryan
passa perto o suficiente para me tocar, mas ele não toca. Estou ofegante.
Meus olhos estão implorando para que ele faça algo, para que me faça gozar,
deixar-me fode-lo... Qualquer coisa.
— Diga-me o que você deseja, Hallie! Implore-me por isso! — Ele
sussurra palavras ao lado do meu ouvido. A reação dentro de mim é rápida e
violenta. Seu hálito quente faz meu clitóris pulsar e parecer que vou morrer se
ele não me tocar, se ele não terminar o que começou. Ele está tão perto, quase
me tocando, mas não desliza os dedos pela minha cintura. Ele não toca o meu
peito e não provoca os meus mamilos. Isso me faz desejá-lo ainda mais. Eu
me sinto como um animal acorrentado, incapaz de pensar. — Responda-me
linda mulher! — Ele ordena e eu sinto a batida da sua mão na minha bunda.
Meu corpo está tão bem enrolado que o tapa me faz gemer. Eu não
esperava isso, mas antes que pudesse controlar os meu gemido, ele escapa dos
meus lábios. Eu ofego, chocada por não ter sido capaz de abafar o ruído ou
pará-lo a tempo. A mão de Bryan voa uma segunda vez, com mais força. Ele
observa meu rosto enquanto eu estremeço debaixo da sua mão. O tapa é
rápido, e eu sei que vou ter um problema para andar depois, mas não me
importo. Eu grito, dizendo o seu nome, empurrando os meus seios contra ele.
Um olhar perverso torce seus lábios em um sorriso sexy. — Responda-
me! — Sua voz soa como um grunhido e quando não consigo fazer nada,
senão ofegar incontrolavelmente, sua mão me atinge pela terceira vez. Mas ele
não me libera. Em vez disso, ele pega a minha bochecha na mão e aperta. A
ardência se intensifica pela forma como ele me agarra. O belo corpo de Bryan
está coberto por um brilho fino de suor, enquanto me trata grosseiramente.
— Diga-me o que você deseja!
Minha voz é um suspiro. O desejo correndo desenfreadamente. — Eu
quero suas mãos sobre mim, em mim! Eu quero que você me foda sem
sentido. Foda-me, Bryan!
— Implore por isso, Hallie! Implore mais alto! — Seu punho aperta a
minha bunda fazendo com que o meu corpo pressione contra o seu. Gotas de
suor rolam pela minha espinha.
Minha voz treme enquanto imploro, sem capacidade de manter qualquer
traço de comedimento.
— Por favor, Bryan... Por favor! Foda-me! Foda a minha buceta! Encha-
me com o seu gozo. Por favor, baby! Por favor... — Eu continuo a lhe pedir,
enquanto suas mãos deslizam sobre os meus quadris e para baixo entre as
minhas pernas. Quando ele toca o meu clitóris, eu gemo. Bryan inclina sua
cabeça para trás, olhando para mim. — Foda-me, baby! Por favor! — Meus
quadris se remexem contra a sua mão. Em resposta, ele aperta os dedos no
meu clitóris. Eu grito: — Foda-me! Por favor! Bryan! Eu preciso de você! Por
favor!
Quando eu digo o nome dele, ele quebra. Antes de saber o que está
acontecendo, suas mãos estão segurando os meus pulsos sobre a minha
cabeça enquanto ele bate seu membro rígido dentro de mim sucessivamente.
Ele empurra mais e mais profundamente a cada vez, com as mãos deslizando
pelos meus braços. Batendo-se cada vez mais duro contra mim, ele assiste
meus seios balançando e saltando até que ele toma ambos em suas mãos e
aperta os meus mamilos duramente. Eu berro, mas isso só faz com que ele
aperte com mais força, até que a corrente cai. Cai aos meus pés e ele a deixa
lá.
Bryan se move, empurrando para dentro de mim fodendo-me cada vez
mais rápido. O calor entre as minhas pernas percorre todo o meu corpo.
Parece que não posso ser dominada. Não há o suficiente dele para me
satisfazer, nunca. Quando seus dedos apertam mais duramente contra os meus
mamilos doloridos, meus olhos se arregalam. Ele me olha nos olhos enquanto
ele empurra para dentro de mim uma vez... forte. Minhas costas batem contra
a porta e ele me segura lá, observando-me. Seus lábios entreabertos, ele
respira sem dizer nada. Suas mãos suavemente empurram os cabelos para
longe dos meus olhos. Ele acalma por um momento e não posso suportar
isso. Seu pau está em mim, mas não importa o quanto eu me mexa, não posso
fazer com que ele me foda.
Com todo o peso do seu corpo, ele me achata contra a porta. Seus olhos
ardem com o desejo, sua testa está pingando de suor.
— Goze para mim, baby! — Ele respira e mete em mim rápido e
furiosamente. Ele não para quando eu grito. Ele continua metendo contra
mim até que meu corpo não pode ficar mais retesado.
Cada vez que ele afunda em mim eu me sinto mais excitada. Eu não posso
respirar, mas não quero que ele pare. Seu corpo me esmaga, enquanto me
monta, balançando contra mim furiosamente. Eu gemo, e posso dizer o quão
forte ele está empurrando e o quanto vou estar machucada depois, mas não
me importo. No momento, isso é muito bom. Minha pele formiga e está
pingando de suor. Meus seios saltam mais e mais para cima com cada batida
de seu corpo contra o meu. E sem outro pensamento, eu gozo. Meu grito sai
rasgado através da minha garganta. Não posso gozar silenciosamente, não
quando ele faz assim. Bryan me bate mais forte enquanto as deliciosas
sensações giram, fazendo com que todo o meu corpo entre em erupção. Eu o
sinto meter contra mim duro e profundamente, e ele goza alguns segundos
após.
Esgotada, pendurada e estremecendo contra a porta, estou pronta para
cair no chão. Bryan se afasta e me olha. Com os lábios entreabertos, ele só
olha para mim por um momento antes de desatar o cinto. Quando as minhas
mãos caem ao meu lado, meus braços queimam. Bryan me toma em seus
braços e me leva para a cama. Ele me senta na frente dele e esfrega os
músculos doloridos em meus braços e ombros. Minha cabeça se inclina para o
lado enquanto ele faz isso. Cada centímetro meu está formigando. Não quero
que esse momento termine, mas Bryan para.
Viro-me e olho para ele. Ele está brilhando, coberto por uma fina camada
de suor que cheira tão bem. Eu quero lambê-lo, mas apenas aceno. Ele vira
seus olhos esmeraldas para longe e diz:
— Eu acho que eu deveria ir.
— Você vai embora? — De repente, eu me sinto muito nua. Puxo a
coberta da cama e a enrolo em volta dos meus ombros.
— Sim, a menos que você queira que eu fique e diga a Neil tudo sobre
como eu acabei com a raça da sua noiva. — Ele me olha por um segundo. Sua
testa está coberta de suor e seu rosto está brilhando. — O que há de errado?
— Ele sempre pôde me ler tão bem. Eu quero dizer a ele sobre Victor, mas
não posso.
Eu digo outra coisa.
— Neil fez a proposta e eu disse sim. — Eu ergo o meu anel.
— Sim, eu vi isso. Você realmente aceitou? — Bryan se senta ao meu lado.
— Na verdade não. Ele aceitou por mim. — Nós dois ficamos em silêncio
por algum tempo.
Bryan se veste e diz:
— Eu voltarei para ter você do meu jeito de novo em breve. Da próxima
vez é melhor que o idiota do seu noivo tenha você pronta para mim. E eu
quero que você use isso quando estiver comigo e só comigo. — Ele levanta a
corrente do chão e a joga para mim.
A porta do quarto se abre e Neil está lívido. Ele olha para mim e depois
para Bryan:
— Você acha que isso é engraçado?
— Não, acho que ela precisa de algo que você não pode dar a ela. Estou
dando a você uma única chance de quebrar seu compromisso e foder a sua
noiva. Mas você tem que fazer isso como um animal. Satisfaça-a!
O rosto de Neil contorce desgostoso.
— Eu a satisfaço sem esse comportamento bárbaro. Fazer amor não
precisa de mordaças, amarras ou oprimir mulheres de forma nenhuma. Tenho
certeza de que Hallie só aceitou isso pela equipe, seu pedaço de merda
demente!
Essa foi a coisa mais cruel que já ouvi Neil dizendo e eu quero rir, porque
é pateticamente fraco. O homem que estava me usando, ofereceu para quebrar
o acordo se Neil prometer me pegar e fazer sexo animalesco comigo. O
homem deveria ter dito que sim, mas ele, pela sua moral, disse que não. Estou
cansada demais para pensar no que isso significa. O que aconteceu aqui?
— Ela vai tomar mais do que uma foda pela equipe. — Bryan pisca um
dos olhos. — Vejo você amanhã, escrava sexual! Trarei um colar para você e
vai usá-lo. — Bryan aperta a mão de Neil. — Você é um homem inteligente.
O que são alguns meses de infidelidade comparados com uma vida de
riquezas, certo?
Neil aperta a sua mandíbula.
— Então você planeja que isso continue por alguns meses?
— Provavelmente não por muito tempo. Eu fico entediado fodendo a
mesma mulher todo dia. Não se preocupe Neil! Ela é sua sujeira, não a minha.
— Com isso, Bryan vira as costas e sai.
— Neil, — estou pronta para explodir em lágrimas. O julgamento está
espalhado em seu rosto.
— Hallie, isso não é natural. Você não é um animal selvagem! Será que ele
conseguiu instigá-la para que você fingisse o que você não é?
Eu dou de ombros. Não quero falar sobre isso.
— Não tenho ideia.
— Eu deverei deixá-lo foder e espancar você na minha cama, sempre que
ele quiser?
Eu olho fixamente para frente.
— Até que ele se canse de mim, sim. Lide com isso! Você foi quem me
disse para fazer isso. — Eu destaco a última frase. — E ele lhe deu uma saída.
Você não aceitou. — Eu fico olhando para ele, e puxo a coberta mais forte em
volta dos meus ombros.
Neil revira os olhos.
— Eu pensei que fosse apenas uma noite.
— Eu também. Estávamos errados sobre uma porção de coisas.
Capítulo 11
Eu deveria me sentir envergonhada, mas não sinto. No dia seguinte, me
sento com Maggie no sofá enquanto Neil está fora. Ela tem estado muito
tranquila desde que a busquei em seu antigo apartamento. Maggie olha para o
espaço, e eu sei que a memória está se defrontando com o novo e joga uma e
outra vez em sua mente.
— Você quer falar sobre isso? — Eu pergunto, já sabendo a resposta.
Ela inspira e balança a cabeça, antes de oferecer-me um sorriso forçado.
— Não há nada a dizer. A mesma velha merda. Nada mudou, mas dói mais
agora. — Ela sorri como se algo fosse engraçado. — Eu pensava que doía
mais quando eu era criança. Acho que não.
— O que ele fez?
— A mesma coisa de sempre. Victor gosta de possuir coisas. — Ela muda
em seu assento e, em seguida, levanta, colocando distância entre nós. — Era
para eu arranjar-lhe uma garota. Ele tem um tipo, quadris redondos, cabelos
escuros e pele pálida, como Nicole Kidman, mas morena. Assim, a cada
semana, eu levava alguém. Elas ganham algumas centenas de dólares, e ele faz
o que faz. Na semana que eu não conseguia encontrar ninguém, eu a
substituía, mas desta vez... — Ela para de falar e balança a cabeça. — Eu não
deveria ter ido. Geralmente é apenas sexo violento. Ele dá um tapa e me
arranha. Vou para casa e é isso. Mas desta vez... — Ela balança a cabeça e olha
por cima do ombro para mim. — Eu não quero falar sobre isso. Eu tentei
fugir e, em seguida, desisti quando ele disse o que ele faria comigo, e depois
com você. Ele me deu uns tapas por um tempo, me levando do jeito que ele
quis, e então eu ouvi a sua voz e eu estava morrendo de medo que ele fosse
levá-la também. Sinto muito, Hallie.
— Não é culpa sua. — Eu me sinto horrível por deixar sua vida
desmoronar assim. Nós deveríamos estar lá uma para a outra. — Eu deveria
ter chegado mais cedo. Eu teria... Eu gostaria de poder ter tudo de volta.
Maggie sorri tristemente e envolve os braços em torno de si. — Sim, eu
também. E agora? Sem ofensa, mas eu não suporto Neil.
Concordo com a cabeça. — Eu estava pensando que deveria ter um lugar
só meu antes do casamento. Vai ser eu e você.
O olhar de Maggie desvanece no chão. — Você vai se casar com ele,
sério? — Eu aceno e lhe dou um olhar para que não me pressione agora. Ela
acrescenta: — Eu adoraria, mas você sabe que eu não posso me dar ao luxo.
— Sim, você pode. Eu tenho parte do meu pagamento antecipado.
Podemos ir a procura de uma casa sempre que quiser, oh, e esta parte não é
opcional, você trabalha para mim agora. Eu vou precisar de uma assistente
pessoal para me dizer o que fazer, você sabe, alguém um pouco mandona.
Maggie ri e me empurra, e depois bate as mãos sobre a boca, e repete a
ação. — De jeito nenhum!
— Isso. — É tão bom ver uma explosão de felicidade em seus olhos,
mesmo por um breve momento. Mas assim que ela pisca, ela se foi, perdeu-se
nas profundezas da agonia que enchem sua alma.
Um dia ela vai parar de lutar. Um dia ela vai ceder, desistir.
Ela já teria desistido se eu não tivesse aparecido. Algumas pessoas a
levaram direto para o inferno. É irônico, porque eu tenho sangue em minhas
mãos e não me sinto como se estivesse infeliz. É mais, como eu se estou
puxando Maggie, da vida tortuosa ela conhece, e esconde com esse sorriso.
Não me arrependo de minhas ações. O pensamento faz minha pele
formigar. Na parte profunda da minha mente, eu me pergunto que tipo de
pessoa que sou, mas arrumo minha coluna e me levanto. Isso me faz ser quem
eu sou e não há nada mais a se considerar. Eu fiz o que tinha que fazer. Eu
não teria tocado em Victor se ele a deixasse em paz, se ele não tivesse
ameaçado vir atrás de nós, mas ele ameaçou. Eu vi o medo nos olhos de
Maggie é a verdade. Se Victor Campone tivesse vivido, teríamos morrido.
— Está com fome? — Eu pergunto me dirigindo à geladeira.
— Sim, um pouco. — Maggie está sentada com os pés enrolados em sua
bunda e olhando para as mãos desde que eu a peguei no apartamento do
Victor. Ela raramente faz contato visual. Acho que a luta a nocauteou. Ele
aparece em surtos, mas é como um carro que está ficando sem gasolina. Estou
muito preocupada com ela. Depois de tudo que ela passou...
Isso não pode desfazê-la. Não pode.
Porque é minha culpa desta vez.
Todas as outras vezes, a Maggie revidou. Ela nunca desistiu, nunca cedeu,
e agora a minha melhor amiga está caída no sofá, coberta de hematomas e
cortes, com os olhos que se assemelham a buracos-negros que sugam tudo,
mas não vejo nada ali. Eles não sentem nada, não mais.
Eu sorrio e digo algo estúpido, tentando fazê-la rir, mas nem sequer
obtenho um sorriso de piedade. Depois de abrir a porta da geladeira, eu gemo
em voz alta. Neil está trabalhando hoje e não conseguiu ir às compras.
Maggie pergunta: — O que ele fez?
— Ele pegou todas as sobras da festa e levou para o trabalho. Eu pensei
que era bom porque ele deveria ir às compras, mas não o fez. — Estou
inclinada na geladeira vazia olhando para uma caixa de leite vencido e um
frasco de picles. Não vou comer isso. Eu bato a geladeira e acrescento: — Eu
dar rápida saída. Será que comida chinesa vai bem?
Maggie geralmente protesta e se oferece para pagar as coisas, mas hoje,
apenas balança a cabeça. — Ótimo! — Eu digo, parecendo alegre. Ela irá
voltar. Ela vai. Se eu continuar dizendo a mim mesmo vai acontecer, certo?
De repente, eu percebo que ela não recuperou-se, matar Victor não era uma
vingança suficiente, até mesmo pelo o que ele fez com Maggie.
Capítulo 12
Pego minhas chaves e ligo o motor. O carro vermelho ronrona quando o
tiro da garagem e digito o CEP do local que irei. Quando estou prestes a
desviar para o estacionamento, um policial segue atrás de mim, com as luzes
vermelhas piscando. Eu não estava em alta velocidade. Droga. Deve ser
verdade que os carros vermelhos são parados mais do que qualquer outra cor.
Eu encosto e levo o carro para o acostamento, tomando o cuidado de
manter as mãos no volante. Papai me disse para nunca ir para a minha bolsa
ou porta-luvas até que o policial esteja de pé ao lado do carro. O cara tem que
ver as minhas mãos ou ele pode atirar em mim, bem não é exatamente do jeito
que meu pai disse isso, mas é o que ele quis dizer.
Eu aperto o botão na janela, assim como o policial se aproxima. Ele está
usando o uniforme escuro que me dá vontade de sair correndo e gritando
para o meu quarto e me esconder debaixo da minha cama.
Ele não é esse cara. Pare com isso, Hallie, xingo-me, mas isso não ajuda.
Até agora, minhas mãos estão tremendo.
— A licença e registro, por favor. — O cara tem trinta e tantos anos, e um
tipo de visual assustador. Por assustador, eu quero dizer que parece que ele
poderia tomar o meu pequeno corpo e dobrá-lo estilo acordeão e enfiá-lo em
seu tronco. O cara é massa muscular pura e ele parece chateado. Eu não posso
imaginar o que eu fiz.
Eu me aproximo do porta-luvas para retirar os papéis mencionados, mas
tudo que eu encontro é o manual sobre o carro e o último aviso de mudança
de óleo. Sem documentos. Sem registro. O meu coração dá uma guinada.
Foda-se. Eu começo a pensar que Jon brincou comigo, mas mesmo ele, não
seria tão baixo. E o policial não me pediu para sair do carro ou qualquer coisa.
Minha lanterna traseira está queimada ou algo assim, isso é tudo. Isso não é
nada.
Eu vasculho minha bolsa e tiro a minha pequena carteira. Meu rosto fica
pálido quando vejo o espaço vazio onde minha carteira de motorista deveria
estar. Olho para o policial e digo baixinho: — Ela se foi.
— Você não tem uma licença ou registro desse veículo? — Ele diz algo
em seu ombro depois de ouvir um zumbido em seu fone de ouvido. — Saia
do carro, minha senhora.
Estou tremendo agora. — Eu não fiz nada de errado. Alguém pegou a
minha licença. Eu tenho uma.
Ele me ignora e me apoia no capô. Tira seus óculos de sol. Quando o
guarda, ele pergunta: — Você sabe que você está dirigindo um veículo
roubado?
— Não é roubado.
— Oh?
Eu balanço minha cabeça, pronto para chorar. Jon não faria isso para
mim, ele não iria. — Jonathan Ferro me vendeu este carro uns dias atrás por
dez mil dólares. Eu não tive a chance de renovar a papelada ainda. Eu pensei
que tinha alguns dias?
O policial concorda. Ele vira o meu rosto para o capô e me revista. —
História legal. O carro vale muito mais do que isso. Se você vai mentir pelo
menos faz a história parecer convincente.
— É verdade! Jon me vendeu por dez mil. Pergunte a ele! Eu não estou
mentindo.
Eu sinto frio do metal prender meus pulsos quando as algemas
escorregam em torno dos meus braços. Eu começo a entrar em pânico. Meu
coração dispara muito rápido e o mundo se torna um borrão. Eu não posso
parar de falar, suplicando, e quando o policial me empurra na parte de trás de
seu carro, todos os terríveis eventos em detalhes vívidos se reproduzem em
minha mente.
Eu fecho meus olhos e tento desligá-los, mas as cores iluminam e os sons
de mais de uma década tocam alto em meus ouvidos, enquanto lágrimas caem
pelo meu rosto. O passado e o presente colidem juntos com tanta violência
que eu não posso suportar isso.
Minha mãe jura para mim antes de me enfiar no armário. Pequenas mãos
envolvem em torno de mim, e eu sei que o meu irmão mais novo, Anthony,
está apavorado. Ele cresceu e seus ossos eu sinto nitidamente sob minhas
palmas. Ele chora até que fica em silêncio, até que ele adormece, até que
minha mãe teve seu efeito das drogas e amantes. Eu a ouvi rir. Eu nunca
poderia fazê-la feliz assim. Ouvi os sons de sexo, até que algo muda. A festa
normal não é mais normal.
O policial que me tirou do armário tentou tirar o corpo sem vida do meu
irmão dos meus braços. Eu não entendi. Eu o protegia dela. Eu vigiei por
Anthony, mas depois de tudo que eu fiz, não foi o suficiente. Eles pensaram
que eu o matei em primeiro lugar. Eles me empurraram para o fundo do carro
e gritei para eles até que eu não podia chorar mais. Eu queria meu irmão, mas
eles disseram que ele estava morto.
Eu não acreditei neles.
Agora, eu tenho dificuldade em acreditar em alguém e este policial abriu
uma ferida que é tão profunda que me corta até o osso. Não, não foi o policial
- foi Jon.
Eu não posso evitar o tremor, mas eu não choro. Eles me ficham e fazem
perguntas que eu ouvi antes. A estrutura nunca muda em lugares como este.
As pessoas são as mesmas. O cheiro é idêntico. Eu olho fixamente, tentando
manter minha mente em uma única peça, mas eu sinto as rachaduras pouco a
pouco.
Quem vai salvar Maggie? Se eu me perder, quem estará lá para ela?
Ninguém. Acalme-se, Hallie.
Eu tenho direito a uma ligação, então que eu chamo a pessoa que eles
estão tentando me manter longe, o homem que está me chantageando por
sexo.
Quando ele atende o telefone, Bryan parece cansado. Eu não sei de que
outra forma dizer. Eu teria pensado que ele estava dormindo, mas há algo em
sua voz que me diz que não dorme há muito tempo. — Suffolk County PD.
Deixe-me adivinhar, é Jon ou Trystan?
— Não, — minha voz é tão baixa, tão tímida que mal faz um som.
Eu o ouvi mudar e Bryan soa mais alerta quando ele responde: — Hallie?
— Venha me pegar. Eu vou lhe dever. Qualquer coisa que você quiser,
basta vir me pegar. — Eu entrego o telefone de volta ao oficial na mesa e sou
levada de volta para a minha cela.
Capítulo 13
Estou sentada em frente a uma mulher que não consegue parar de chorar.
Ela fala sobre os tíquetes de estacionamento não pagos, sobre como ela vai
perder o emprego por causa disto e como ela não trabalhou o suficiente para
pagar os tíquetes. Depois começa a hiperventilar e menciona algo sobre
remédios. Essa é a única vez que o policial no exterior da cela olha para ela.
Eles a removem da nossa cela, dizendo que vai ter seus remédios.
Alguém entra e se senta ao meu lado. Seu rosto está machucado em um
lado.
— Olá.
Eu olho para ela e não digo nada. Meus braços estão cruzados sobre o
meu peito e estou encostada à parede, pensando em maneiras de castrar Jon
Ferro. Ele sabia sobre o meu passado e o que isto faria comigo.
A mulher não é mais que uma menina, deve de ter uns dezoito anos, com
grandes olhos redondos, mas ainda tem bochechas gordinhas, infantis. Pelo
seu rosto angular não parece ter mais de vinte e dois anos. O seu cabelo
escuro é longo e está em um rabo de cavalo bagunçado.
Ela suspira e descansa as costas contra a parede de cimento frio. — Você
passará a noite aqui? Eu espero que sim. Ele precisa de tempo para esfriar. A
única parte ruim é não ter o sabão bacteriano, mas o resto está bem. Além
disso, ele vai dar-me tempo. Eu não posso estar perto dele quando ele está
assim. Ele é geralmente é bom, mas em noites como está, eu acho melhor
ficar aqui. Eu não vou fazer a minha ligação. Ei, você parece familiar. — Ela
fala sem respirar e olha para mim o tempo todo.
— Nós nunca nos conhecemos, — é tudo o que eu digo.
Ela acena com a cabeça e continua, liberando uma onda de palavras.
Sentada, escuto sua vida, a sua história, não sinto nada, apenas piedade. Ela é
como Maggie e eu. Ela não tem ninguém que se preocupe com ela, ninguém
para ouvir a sua voz e em quem encontrar consolo através de seu toque.
Eu não sei quanto tempo estive lá, mas um tempo depois eles chamam o
meu nome, a jovem foi levada para um banho e passará a noite na cela.
Imagino o por que desejar uma cela em vez de ir para casa. Isso me faz querer
chorar, e não há porra nenhuma que eu possa fazer sobre isso. Eu não posso
nem tomar conta de mim.
A porta da cela desliza aberta e faz um som mais horrível. — Hallie
Raymond, recolha as suas coisas na recepção e vá para casa com o seu amigo
que pagou sua fiança. Se você estragar tudo, ele será o único que pagará por
isso, o melhor é se comportar.
Concordo com a cabeça e percorro o caminho para a recepção. Parece
que eu não prestei atenção por um tempo, mas o faço quando vejo Bryan.
Enquanto eu ando atrás dele eu observo a maneira como ele respira, o modo
como os seus ombros estão dobrados para frente como se ele estivesse sendo
vigiado ou com dor. Eu paro atrás dele e o assisto por um momento. Seus
quadris são estreitos, como sempre, ele não perdeu muito peso, mas seu
cabelo não brilha da maneira como ele costumava brilhar. Sua respiração é
superficial e curta, como se tivesse estado correndo. Uma sensação horrível
corre pela minha espinha quando eu olho para ele.
Naquele momento, Bryan sente os olhos sobre ele e vira. Ele tem aquele
sorriso brincalhão no rosto. — Se você queria usar algemas, eu tenho algumas.
Eu ficaria feliz... poff! — Eu bato nele com toda a força do meu corpo e o
seguro apertado.
Bryan fica chocado no início. Seus braços levam um tempo até fecharem-
se em torno de mim, e depois ele me segura. Eu sinto a sua voz, a agitação
quente de ar, quando ele sussurra em meu ouvido: — Vamos sair daqui. —
Ele me solta e eu aceno. Foi quando ele me disse a última coisa que eu queria
ouvir. — Há repórteres na frente.
— O quê? — O meu queixo cai em horror.
— Eu fiz arranjos para sair pela parte de trás, mas haverá alguém. Sempre
há. Todo mundo vai saber o que aconteceu pela manhã. — Bryan pega a
minha mão e me leva, seguindo um oficial, que nos conduz através de uma
sala com armários e na parte de trás da delegacia de polícia, para um Hummer
preto. Sou empurrada para dentro, mas não antes de um flash disparar e eu
olhei diretamente para a câmera.
Bryan empurra-o de volta, mas a foto já foi tirada. Ele sobe atrás de mim
e diz: — Dirija.
— Eu não sou a porra do seu motorista, Bryan. Diga por favor. — Um
cara da minha idade, com cabelo escuro que paira em seu rosto, está no
assento do motorista. Com óculos grandes demais para obscurecer os olhos.
— Foda-se, Trystan.
Trystan revira os olhos e se afasta com sua enorme, máquina
ambientalmente irresponsável, com o objetivo de atingir os repórteres da rua,
quando sai do estacionamento. — As pessoas seriam melhores para você, se
você fosse mais agradável para elas. Isso é tudo o que estou dizendo. —
Trystan é tranquilo, mas eu sinto seus olhos em mim. Quando eu olho para
cima, ele responde ao que eu estava pensando. — Jon não fez isso com você.
Aos poucos, meu queixo inclina-se para cima e os nossos olhos se
encontram no espelho retrovisor. — Jon Ferro é um homem morto. Ele sabe
o que isto me faria. Foi a pior coisa que ele poderia ter feito.
Bryan pega a minha mão e tece os nossos dedos juntos. — Não foi Jon.
Por favor, aguarde para matá-lo até amanhã.
— Eu poderia matá-lo agora. Bryan, eu cuidei de Campone e posso cuidar
de qualquer um que mexer com Maggie ou comigo. Eu não sou mais uma
criança. — Eu soluço e tremo quando o passado e o presente eclodem juntos
novamente. Meu irmão morreu de fome. Ele morreu em meus braços e eu era
muito boba e pequena para saber o que fazer. Eu digo que eu era apenas uma
criança, porque é mais fácil do que dizer às pessoas a minha história, mas os
Ferros sabem de tudo. Eles são como baratas que conseguem encontrar cada
mentira em cada canto escuro de sua alma. — Eu não vou ser dizimada por
Jon. Foda-se ele.
Trystan e Bryan trocam um olhar, mas ninguém diz nada. Bryan me puxa
em seus braços e me segura até pararmos em frente de um antigo motel.
Bruto é a melhor maneira de descrevê-lo. Aposto que eles alugam quartos por
hora. Trystan joga para Bryan a chave do quarto. — Fique aí até eu descobrir
o que aconteceu. Eu acho que já sei, embora os detalhes sejam vagos.
Eu balanço a minha cabeça: — Não, eu não posso. Maggie está de volta e
ela precisa de mim. E Neil...
Bryan suspira, passando as mãos pelos cabelos. Depois que ele fez isso, ele
balança a mão para o seu lado. — Maggie estará bem. E Neil é um idiota.
Além disso, ele sabe que eu a levei esta noite. Aparentemente, você disse a
Maggie que eu estava chantageando você, porque ela tentou me pregar seu
calcanhar na cabeça. — Isso me faz sorrir. — Oh, você acha que é engraçado?
— Bryan me agarra e se inclina para perto. Aqueles olhos verdes brilham por
um momento antes de embaçarem. — Vamos Raymond. Estou pensando em
usá-la até que você se esqueça de quem você é.
CONTINUA
Capítulo 10
Bryan pega o meu rosto em suas mãos.
— Se você não gostar, diga-me! — Eu aceno, lentamente, com as suas
mãos quentes ainda segurando o meu rosto.
Era como se alguém apertasse um interruptor. Os olhos de Bryan se
tornaram mais escuros, mais carnais. Ele libera o meu rosto e pressiona seu
corpo tonificado contra o meu. Empurrando as minhas costas contra a porta,
certifica-se de que eu possa sentir cada centímetro dele. Tira uma corrente
prateada com um plugue em cada extremidade e o prende nos meus mamilos.
Eu ofego quando ele os aperta. O peso das correntes faz com que eu morda
os meus lábios. Enquanto ele pressiona dentro de mim, as correntes vão se
mexendo e puxando suavemente à medida que ele desliza sobre o meu corpo.
Um pequeno suspiro escapa por entre os meus lábios. Bryan me olha, seus
olhos verdes fixos nos meus. Pega um dedo e o coloca entre os meus lábios
rosados, enquanto a outra mão desliza mais para baixo, passando pela minha
barriga e entre as minhas pernas. Eu ofego. Ele se move rapidamente, tocando
a minha protuberância sensível com o polegar, alisando o dedo sobre a carne
suave, e observando o meu rosto enquanto faz isso.
Meu queixo se ergue enquanto tento não gemer. Luto contra as sensações
que estão em erupção dentro de mim, as sensações que ele está trazendo à
tona. Seus dedos se movem sobre o meu clitóris, enquanto ele puxa a corrente
suavemente. Ele sente que estou ficando mais úmida e, em seguida, sem aviso,
sem uma mudança na expressão, empurra o dedo dentro de mim. Ele ainda
está, por um tempo, vendo meus olhos. Eu pisco devagar, sentindo-o ali, entre
as minhas pernas.
Bryan empurra o dedo mais forte, mais profundo enquanto me observa.
Sua respiração está sobre os meus lábios fazendo com que me sinta tonta.
Quando ele puxa o dedo, ergue-o para a minha boca. Delineando os meus
lábios, ele me observa, espalhando meu calor úmido, como batom. Eu pisco
lentamente, com meu coração disparado, e, excitada além da compreensão.
— Prove! — Ele ofega e empurra o dedo em minha boca. Eu passo a
minha língua contra o seu dedo, mas ele o segura lá e diz: — Chupa até que
saia do meu dedo, Hallie! — Eu hesitei, mas ele diz: — Faça isso! — Minha
língua envolve o dedo, sugando-o, saboreando o gosto. Seus olhos estão
queimando, observando-me.
Enquanto chupo o dedo, ele abaixa a outra mão entre as minhas pernas,
abrindo a minha pele escorregadia. Sensações explodem dentro de mim, mas
antes que eu possa saboreá-las, as sensações mudam. O membro duro de
Bryan entra dentro de mim, fazendo com que eu chupe o dedo mais forte
ainda. Ele puxa o dedo da minha boca, e envolve as mãos em volta da minha
cintura. Fica um pouco imóvel, por um momento, respirando rápido e forte.
Depois, puxa para fora lentamente e enfia novamente, fazendo com que eu
bata contra a porta. Meus joelhos tremem à medida que ele lentamente vai me
deixando mais louca. Eu quero mais. Quero que ele me maltrate e me deixe
tonta pela paixão. Que limpe o meu medo com a luxúria, apague a minha
memória por um momento, e tire toda a dor que tem me invadido.
Eu só quero senti-lo e nada mais. O mundo desaparece até que não sei
quanto tempo se passou. Meus braços doem enquanto ele me usa,
empurrando para dentro de mim sucessivas vezes. Minha cabeça pende para o
lado e, em seguida, levanta de volta. Eu ofego todas às vezes e os meus seios
tremem com a força de seu empurrão.
Algo se desdobra dentro de mim. Quero suas mãos em mim, fazendo
tudo ao mesmo tempo. Vertentes delicadas de paixão irrompem dentro de
mim, enviando arrepios pelas minhas coxas e seios. Todos os lugares que
desejo que ele toque fervem como uma corrente viva. Arqueando minhas
costas, eu pressiono meus quadris contra os dele, só para que batam
novamente.
Seus impulsos mudam para provocar, gentilmente empurrando e puxando
para fora. Ele é tão duro, tão perfeito. Quero colocar as minhas pernas ao
redor de seus quadris, mas não posso. As respirações irregulares me
consomem e o quarto está além de quente. Meu corpo está pingando de suor.
Inclinando a cabeça para trás, olho para o teto. É quando suas mãos
encontram os meus seios. Meus lábios formam um O, mas não digo nada. Ele
sente a maciez, a plenitude das minhas curvas enquanto empurra seu pênis
longo e duro em mim lentamente, torturando-me, sucessivamente.
Tomando meus mamilos entre os dedos, ele os torce suavemente e aperta
os grampos. Eu grito, empurrando os meus seios para ele, mas a porta me
detém. Ofegante, mal posso respirar.
Ele sorri, — Shhh! Nenhum som de você! Eu quero que isso entre nós!
Não estou entendendo. Então por que ele quis fazer aquela cena com Neil
e Maggie? Naquele momento, não me importo. Faço o que ele diz e mordo o
lábio para me manter em silêncio. Ele entra profundamente dentro de mim de
novo, e minha boca se abre. Eu engulo o som antes que ele ouça. O único
barulho é a lufada de ar saindo com força dos meus pulmões.
— Boa menina, — ele ronrona e retira antes de novamente empurrar,
desta vez mais profundamente. O tom de sua voz me faz derreter.
Antes que eu possa pensar noutra coisa, os dedos de Bryan apertam em
torno das correntes nos meus mamilos. Seus quadris se mantêm pressionados
rentes aos meus, seu comprimento perdido dentro de mim. Meu queixo cai, e
eu o vejo me observando, esperando que eu faça qualquer barulho. Meus
olhos se fixam nos seus, enquanto sensações ardentes circulam através do meu
corpo, construindo mais apertado e mais forte. Ele lentamente adiciona mais
pressão, provocando e puxando os meus mamilos mais e mais, fazendo com
que a pinça aperte mais ainda. O calor em meu estômago endurece através do
meu corpo. Eu movo os meus quadris e tento balançar contra ele, mas ele me
acalma.
— Não, não. Ainda não!
Eu suspiro! — Eu gosto de ser espancada!
— Sério? — Eu aceno. Sua mão vem com força na minha bunda. Ambas
as nádegas ardem. Ele faz isso enquanto ele ainda está dentro de mim, o que
me faz apertar mais em torno dele. Ele suspira e faz isso de novo, e de novo.
O impacto de suas mãos é tão bom. A ardência envia arrepios através de mim
em ondas que não acabam. Elas navegam pelo meu estômago e se espalham
por todo o meu corpo. Todos os deliciosos formigamentos me atravessam,
fazendo com que eu deslize a minha língua sobre os dentes. Faço isso sem
pensar. É uma reação a ele, ao que está fazendo comigo.
Sem aviso, Bryan puxa para fora. Isso me deixa louca. Meus quadris
sacodem, mas não posso alcançá-lo. O cinto corta os meus pulsos enquanto
me esforço contra as limitações que me foram impostas. Ofego, observando-o
enquanto ele se move para longe de mim. O desejo arde pelo meu corpo. Não
consigo me controlar. Puxando os meus pulsos mais forte ainda, tento
libertar-me do cinto de novo, mas não consigo. Só fica mais apertado.
Ele sorri, assistindo-me lutar, até que eu paro e olho para ele. A expressão
em seu rosto, a intensidade de seus olhos, fazem com que meu estômago se
contorça. Minha respiração fica presa na minha garganta enquanto Bryan
passa perto o suficiente para me tocar, mas ele não toca. Estou ofegante.
Meus olhos estão implorando para que ele faça algo, para que me faça gozar,
deixar-me fode-lo... Qualquer coisa.
— Diga-me o que você deseja, Hallie! Implore-me por isso! — Ele
sussurra palavras ao lado do meu ouvido. A reação dentro de mim é rápida e
violenta. Seu hálito quente faz meu clitóris pulsar e parecer que vou morrer se
ele não me tocar, se ele não terminar o que começou. Ele está tão perto, quase
me tocando, mas não desliza os dedos pela minha cintura. Ele não toca o meu
peito e não provoca os meus mamilos. Isso me faz desejá-lo ainda mais. Eu
me sinto como um animal acorrentado, incapaz de pensar. — Responda-me
linda mulher! — Ele ordena e eu sinto a batida da sua mão na minha bunda.
Meu corpo está tão bem enrolado que o tapa me faz gemer. Eu não
esperava isso, mas antes que pudesse controlar os meu gemido, ele escapa dos
meus lábios. Eu ofego, chocada por não ter sido capaz de abafar o ruído ou
pará-lo a tempo. A mão de Bryan voa uma segunda vez, com mais força. Ele
observa meu rosto enquanto eu estremeço debaixo da sua mão. O tapa é
rápido, e eu sei que vou ter um problema para andar depois, mas não me
importo. Eu grito, dizendo o seu nome, empurrando os meus seios contra ele.
Um olhar perverso torce seus lábios em um sorriso sexy. — Responda-
me! — Sua voz soa como um grunhido e quando não consigo fazer nada,
senão ofegar incontrolavelmente, sua mão me atinge pela terceira vez. Mas ele
não me libera. Em vez disso, ele pega a minha bochecha na mão e aperta. A
ardência se intensifica pela forma como ele me agarra. O belo corpo de Bryan
está coberto por um brilho fino de suor, enquanto me trata grosseiramente.
— Diga-me o que você deseja!
Minha voz é um suspiro. O desejo correndo desenfreadamente. — Eu
quero suas mãos sobre mim, em mim! Eu quero que você me foda sem
sentido. Foda-me, Bryan!
— Implore por isso, Hallie! Implore mais alto! — Seu punho aperta a
minha bunda fazendo com que o meu corpo pressione contra o seu. Gotas de
suor rolam pela minha espinha.
Minha voz treme enquanto imploro, sem capacidade de manter qualquer
traço de comedimento.
— Por favor, Bryan... Por favor! Foda-me! Foda a minha buceta! Encha-
me com o seu gozo. Por favor, baby! Por favor... — Eu continuo a lhe pedir,
enquanto suas mãos deslizam sobre os meus quadris e para baixo entre as
minhas pernas. Quando ele toca o meu clitóris, eu gemo. Bryan inclina sua
cabeça para trás, olhando para mim. — Foda-me, baby! Por favor! — Meus
quadris se remexem contra a sua mão. Em resposta, ele aperta os dedos no
meu clitóris. Eu grito: — Foda-me! Por favor! Bryan! Eu preciso de você! Por
favor!
Quando eu digo o nome dele, ele quebra. Antes de saber o que está
acontecendo, suas mãos estão segurando os meus pulsos sobre a minha
cabeça enquanto ele bate seu membro rígido dentro de mim sucessivamente.
Ele empurra mais e mais profundamente a cada vez, com as mãos deslizando
pelos meus braços. Batendo-se cada vez mais duro contra mim, ele assiste
meus seios balançando e saltando até que ele toma ambos em suas mãos e
aperta os meus mamilos duramente. Eu berro, mas isso só faz com que ele
aperte com mais força, até que a corrente cai. Cai aos meus pés e ele a deixa
lá.
Bryan se move, empurrando para dentro de mim fodendo-me cada vez
mais rápido. O calor entre as minhas pernas percorre todo o meu corpo.
Parece que não posso ser dominada. Não há o suficiente dele para me
satisfazer, nunca. Quando seus dedos apertam mais duramente contra os meus
mamilos doloridos, meus olhos se arregalam. Ele me olha nos olhos enquanto
ele empurra para dentro de mim uma vez... forte. Minhas costas batem contra
a porta e ele me segura lá, observando-me. Seus lábios entreabertos, ele
respira sem dizer nada. Suas mãos suavemente empurram os cabelos para
longe dos meus olhos. Ele acalma por um momento e não posso suportar
isso. Seu pau está em mim, mas não importa o quanto eu me mexa, não posso
fazer com que ele me foda.
Com todo o peso do seu corpo, ele me achata contra a porta. Seus olhos
ardem com o desejo, sua testa está pingando de suor.
— Goze para mim, baby! — Ele respira e mete em mim rápido e
furiosamente. Ele não para quando eu grito. Ele continua metendo contra
mim até que meu corpo não pode ficar mais retesado.
Cada vez que ele afunda em mim eu me sinto mais excitada. Eu não posso
respirar, mas não quero que ele pare. Seu corpo me esmaga, enquanto me
monta, balançando contra mim furiosamente. Eu gemo, e posso dizer o quão
forte ele está empurrando e o quanto vou estar machucada depois, mas não
me importo. No momento, isso é muito bom. Minha pele formiga e está
pingando de suor. Meus seios saltam mais e mais para cima com cada batida
de seu corpo contra o meu. E sem outro pensamento, eu gozo. Meu grito sai
rasgado através da minha garganta. Não posso gozar silenciosamente, não
quando ele faz assim. Bryan me bate mais forte enquanto as deliciosas
sensações giram, fazendo com que todo o meu corpo entre em erupção. Eu o
sinto meter contra mim duro e profundamente, e ele goza alguns segundos
após.
Esgotada, pendurada e estremecendo contra a porta, estou pronta para
cair no chão. Bryan se afasta e me olha. Com os lábios entreabertos, ele só
olha para mim por um momento antes de desatar o cinto. Quando as minhas
mãos caem ao meu lado, meus braços queimam. Bryan me toma em seus
braços e me leva para a cama. Ele me senta na frente dele e esfrega os
músculos doloridos em meus braços e ombros. Minha cabeça se inclina para o
lado enquanto ele faz isso. Cada centímetro meu está formigando. Não quero
que esse momento termine, mas Bryan para.
Viro-me e olho para ele. Ele está brilhando, coberto por uma fina camada
de suor que cheira tão bem. Eu quero lambê-lo, mas apenas aceno. Ele vira
seus olhos esmeraldas para longe e diz:
— Eu acho que eu deveria ir.
— Você vai embora? — De repente, eu me sinto muito nua. Puxo a
coberta da cama e a enrolo em volta dos meus ombros.
— Sim, a menos que você queira que eu fique e diga a Neil tudo sobre
como eu acabei com a raça da sua noiva. — Ele me olha por um segundo. Sua
testa está coberta de suor e seu rosto está brilhando. — O que há de errado?
— Ele sempre pôde me ler tão bem. Eu quero dizer a ele sobre Victor, mas
não posso.
Eu digo outra coisa.
— Neil fez a proposta e eu disse sim. — Eu ergo o meu anel.
— Sim, eu vi isso. Você realmente aceitou? — Bryan se senta ao meu lado.
— Na verdade não. Ele aceitou por mim. — Nós dois ficamos em silêncio
por algum tempo.
Bryan se veste e diz:
— Eu voltarei para ter você do meu jeito de novo em breve. Da próxima
vez é melhor que o idiota do seu noivo tenha você pronta para mim. E eu
quero que você use isso quando estiver comigo e só comigo. — Ele levanta a
corrente do chão e a joga para mim.
A porta do quarto se abre e Neil está lívido. Ele olha para mim e depois
para Bryan:
— Você acha que isso é engraçado?
— Não, acho que ela precisa de algo que você não pode dar a ela. Estou
dando a você uma única chance de quebrar seu compromisso e foder a sua
noiva. Mas você tem que fazer isso como um animal. Satisfaça-a!
O rosto de Neil contorce desgostoso.
— Eu a satisfaço sem esse comportamento bárbaro. Fazer amor não
precisa de mordaças, amarras ou oprimir mulheres de forma nenhuma. Tenho
certeza de que Hallie só aceitou isso pela equipe, seu pedaço de merda
demente!
Essa foi a coisa mais cruel que já ouvi Neil dizendo e eu quero rir, porque
é pateticamente fraco. O homem que estava me usando, ofereceu para quebrar
o acordo se Neil prometer me pegar e fazer sexo animalesco comigo. O
homem deveria ter dito que sim, mas ele, pela sua moral, disse que não. Estou
cansada demais para pensar no que isso significa. O que aconteceu aqui?
— Ela vai tomar mais do que uma foda pela equipe. — Bryan pisca um
dos olhos. — Vejo você amanhã, escrava sexual! Trarei um colar para você e
vai usá-lo. — Bryan aperta a mão de Neil. — Você é um homem inteligente.
O que são alguns meses de infidelidade comparados com uma vida de
riquezas, certo?
Neil aperta a sua mandíbula.
— Então você planeja que isso continue por alguns meses?
— Provavelmente não por muito tempo. Eu fico entediado fodendo a
mesma mulher todo dia. Não se preocupe Neil! Ela é sua sujeira, não a minha.
— Com isso, Bryan vira as costas e sai.
— Neil, — estou pronta para explodir em lágrimas. O julgamento está
espalhado em seu rosto.
— Hallie, isso não é natural. Você não é um animal selvagem! Será que ele
conseguiu instigá-la para que você fingisse o que você não é?
Eu dou de ombros. Não quero falar sobre isso.
— Não tenho ideia.
— Eu deverei deixá-lo foder e espancar você na minha cama, sempre que
ele quiser?
Eu olho fixamente para frente.
— Até que ele se canse de mim, sim. Lide com isso! Você foi quem me
disse para fazer isso. — Eu destaco a última frase. — E ele lhe deu uma saída.
Você não aceitou. — Eu fico olhando para ele, e puxo a coberta mais forte em
volta dos meus ombros.
Neil revira os olhos.
— Eu pensei que fosse apenas uma noite.
— Eu também. Estávamos errados sobre uma porção de coisas.
Capítulo 11
Eu deveria me sentir envergonhada, mas não sinto. No dia seguinte, me
sento com Maggie no sofá enquanto Neil está fora. Ela tem estado muito
tranquila desde que a busquei em seu antigo apartamento. Maggie olha para o
espaço, e eu sei que a memória está se defrontando com o novo e joga uma e
outra vez em sua mente.
— Você quer falar sobre isso? — Eu pergunto, já sabendo a resposta.
Ela inspira e balança a cabeça, antes de oferecer-me um sorriso forçado.
— Não há nada a dizer. A mesma velha merda. Nada mudou, mas dói mais
agora. — Ela sorri como se algo fosse engraçado. — Eu pensava que doía
mais quando eu era criança. Acho que não.
— O que ele fez?
— A mesma coisa de sempre. Victor gosta de possuir coisas. — Ela muda
em seu assento e, em seguida, levanta, colocando distância entre nós. — Era
para eu arranjar-lhe uma garota. Ele tem um tipo, quadris redondos, cabelos
escuros e pele pálida, como Nicole Kidman, mas morena. Assim, a cada
semana, eu levava alguém. Elas ganham algumas centenas de dólares, e ele faz
o que faz. Na semana que eu não conseguia encontrar ninguém, eu a
substituía, mas desta vez... — Ela para de falar e balança a cabeça. — Eu não
deveria ter ido. Geralmente é apenas sexo violento. Ele dá um tapa e me
arranha. Vou para casa e é isso. Mas desta vez... — Ela balança a cabeça e olha
por cima do ombro para mim. — Eu não quero falar sobre isso. Eu tentei
fugir e, em seguida, desisti quando ele disse o que ele faria comigo, e depois
com você. Ele me deu uns tapas por um tempo, me levando do jeito que ele
quis, e então eu ouvi a sua voz e eu estava morrendo de medo que ele fosse
levá-la também. Sinto muito, Hallie.
— Não é culpa sua. — Eu me sinto horrível por deixar sua vida
desmoronar assim. Nós deveríamos estar lá uma para a outra. — Eu deveria
ter chegado mais cedo. Eu teria... Eu gostaria de poder ter tudo de volta.
Maggie sorri tristemente e envolve os braços em torno de si. — Sim, eu
também. E agora? Sem ofensa, mas eu não suporto Neil.
Concordo com a cabeça. — Eu estava pensando que deveria ter um lugar
só meu antes do casamento. Vai ser eu e você.
O olhar de Maggie desvanece no chão. — Você vai se casar com ele,
sério? — Eu aceno e lhe dou um olhar para que não me pressione agora. Ela
acrescenta: — Eu adoraria, mas você sabe que eu não posso me dar ao luxo.
— Sim, você pode. Eu tenho parte do meu pagamento antecipado.
Podemos ir a procura de uma casa sempre que quiser, oh, e esta parte não é
opcional, você trabalha para mim agora. Eu vou precisar de uma assistente
pessoal para me dizer o que fazer, você sabe, alguém um pouco mandona.
Maggie ri e me empurra, e depois bate as mãos sobre a boca, e repete a
ação. — De jeito nenhum!
— Isso. — É tão bom ver uma explosão de felicidade em seus olhos,
mesmo por um breve momento. Mas assim que ela pisca, ela se foi, perdeu-se
nas profundezas da agonia que enchem sua alma.
Um dia ela vai parar de lutar. Um dia ela vai ceder, desistir.
Ela já teria desistido se eu não tivesse aparecido. Algumas pessoas a
levaram direto para o inferno. É irônico, porque eu tenho sangue em minhas
mãos e não me sinto como se estivesse infeliz. É mais, como eu se estou
puxando Maggie, da vida tortuosa ela conhece, e esconde com esse sorriso.
Não me arrependo de minhas ações. O pensamento faz minha pele
formigar. Na parte profunda da minha mente, eu me pergunto que tipo de
pessoa que sou, mas arrumo minha coluna e me levanto. Isso me faz ser quem
eu sou e não há nada mais a se considerar. Eu fiz o que tinha que fazer. Eu
não teria tocado em Victor se ele a deixasse em paz, se ele não tivesse
ameaçado vir atrás de nós, mas ele ameaçou. Eu vi o medo nos olhos de
Maggie é a verdade. Se Victor Campone tivesse vivido, teríamos morrido.
— Está com fome? — Eu pergunto me dirigindo à geladeira.
— Sim, um pouco. — Maggie está sentada com os pés enrolados em sua
bunda e olhando para as mãos desde que eu a peguei no apartamento do
Victor. Ela raramente faz contato visual. Acho que a luta a nocauteou. Ele
aparece em surtos, mas é como um carro que está ficando sem gasolina. Estou
muito preocupada com ela. Depois de tudo que ela passou...
Isso não pode desfazê-la. Não pode.
Porque é minha culpa desta vez.
Todas as outras vezes, a Maggie revidou. Ela nunca desistiu, nunca cedeu,
e agora a minha melhor amiga está caída no sofá, coberta de hematomas e
cortes, com os olhos que se assemelham a buracos-negros que sugam tudo,
mas não vejo nada ali. Eles não sentem nada, não mais.
Eu sorrio e digo algo estúpido, tentando fazê-la rir, mas nem sequer
obtenho um sorriso de piedade. Depois de abrir a porta da geladeira, eu gemo
em voz alta. Neil está trabalhando hoje e não conseguiu ir às compras.
Maggie pergunta: — O que ele fez?
— Ele pegou todas as sobras da festa e levou para o trabalho. Eu pensei
que era bom porque ele deveria ir às compras, mas não o fez. — Estou
inclinada na geladeira vazia olhando para uma caixa de leite vencido e um
frasco de picles. Não vou comer isso. Eu bato a geladeira e acrescento: — Eu
dar rápida saída. Será que comida chinesa vai bem?
Maggie geralmente protesta e se oferece para pagar as coisas, mas hoje,
apenas balança a cabeça. — Ótimo! — Eu digo, parecendo alegre. Ela irá
voltar. Ela vai. Se eu continuar dizendo a mim mesmo vai acontecer, certo?
De repente, eu percebo que ela não recuperou-se, matar Victor não era uma
vingança suficiente, até mesmo pelo o que ele fez com Maggie.
Capítulo 12
Pego minhas chaves e ligo o motor. O carro vermelho ronrona quando o
tiro da garagem e digito o CEP do local que irei. Quando estou prestes a
desviar para o estacionamento, um policial segue atrás de mim, com as luzes
vermelhas piscando. Eu não estava em alta velocidade. Droga. Deve ser
verdade que os carros vermelhos são parados mais do que qualquer outra cor.
Eu encosto e levo o carro para o acostamento, tomando o cuidado de
manter as mãos no volante. Papai me disse para nunca ir para a minha bolsa
ou porta-luvas até que o policial esteja de pé ao lado do carro. O cara tem que
ver as minhas mãos ou ele pode atirar em mim, bem não é exatamente do jeito
que meu pai disse isso, mas é o que ele quis dizer.
Eu aperto o botão na janela, assim como o policial se aproxima. Ele está
usando o uniforme escuro que me dá vontade de sair correndo e gritando
para o meu quarto e me esconder debaixo da minha cama.
Ele não é esse cara. Pare com isso, Hallie, xingo-me, mas isso não ajuda.
Até agora, minhas mãos estão tremendo.
— A licença e registro, por favor. — O cara tem trinta e tantos anos, e um
tipo de visual assustador. Por assustador, eu quero dizer que parece que ele
poderia tomar o meu pequeno corpo e dobrá-lo estilo acordeão e enfiá-lo em
seu tronco. O cara é massa muscular pura e ele parece chateado. Eu não posso
imaginar o que eu fiz.
Eu me aproximo do porta-luvas para retirar os papéis mencionados, mas
tudo que eu encontro é o manual sobre o carro e o último aviso de mudança
de óleo. Sem documentos. Sem registro. O meu coração dá uma guinada.
Foda-se. Eu começo a pensar que Jon brincou comigo, mas mesmo ele, não
seria tão baixo. E o policial não me pediu para sair do carro ou qualquer coisa.
Minha lanterna traseira está queimada ou algo assim, isso é tudo. Isso não é
nada.
Eu vasculho minha bolsa e tiro a minha pequena carteira. Meu rosto fica
pálido quando vejo o espaço vazio onde minha carteira de motorista deveria
estar. Olho para o policial e digo baixinho: — Ela se foi.
— Você não tem uma licença ou registro desse veículo? — Ele diz algo
em seu ombro depois de ouvir um zumbido em seu fone de ouvido. — Saia
do carro, minha senhora.
Estou tremendo agora. — Eu não fiz nada de errado. Alguém pegou a
minha licença. Eu tenho uma.
Ele me ignora e me apoia no capô. Tira seus óculos de sol. Quando o
guarda, ele pergunta: — Você sabe que você está dirigindo um veículo
roubado?
— Não é roubado.
— Oh?
Eu balanço minha cabeça, pronto para chorar. Jon não faria isso para
mim, ele não iria. — Jonathan Ferro me vendeu este carro uns dias atrás por
dez mil dólares. Eu não tive a chance de renovar a papelada ainda. Eu pensei
que tinha alguns dias?
O policial concorda. Ele vira o meu rosto para o capô e me revista. —
História legal. O carro vale muito mais do que isso. Se você vai mentir pelo
menos faz a história parecer convincente.
— É verdade! Jon me vendeu por dez mil. Pergunte a ele! Eu não estou
mentindo.
Eu sinto frio do metal prender meus pulsos quando as algemas
escorregam em torno dos meus braços. Eu começo a entrar em pânico. Meu
coração dispara muito rápido e o mundo se torna um borrão. Eu não posso
parar de falar, suplicando, e quando o policial me empurra na parte de trás de
seu carro, todos os terríveis eventos em detalhes vívidos se reproduzem em
minha mente.
Eu fecho meus olhos e tento desligá-los, mas as cores iluminam e os sons
de mais de uma década tocam alto em meus ouvidos, enquanto lágrimas caem
pelo meu rosto. O passado e o presente colidem juntos com tanta violência
que eu não posso suportar isso.
Minha mãe jura para mim antes de me enfiar no armário. Pequenas mãos
envolvem em torno de mim, e eu sei que o meu irmão mais novo, Anthony,
está apavorado. Ele cresceu e seus ossos eu sinto nitidamente sob minhas
palmas. Ele chora até que fica em silêncio, até que ele adormece, até que
minha mãe teve seu efeito das drogas e amantes. Eu a ouvi rir. Eu nunca
poderia fazê-la feliz assim. Ouvi os sons de sexo, até que algo muda. A festa
normal não é mais normal.
O policial que me tirou do armário tentou tirar o corpo sem vida do meu
irmão dos meus braços. Eu não entendi. Eu o protegia dela. Eu vigiei por
Anthony, mas depois de tudo que eu fiz, não foi o suficiente. Eles pensaram
que eu o matei em primeiro lugar. Eles me empurraram para o fundo do carro
e gritei para eles até que eu não podia chorar mais. Eu queria meu irmão, mas
eles disseram que ele estava morto.
Eu não acreditei neles.
Agora, eu tenho dificuldade em acreditar em alguém e este policial abriu
uma ferida que é tão profunda que me corta até o osso. Não, não foi o policial
- foi Jon.
Eu não posso evitar o tremor, mas eu não choro. Eles me ficham e fazem
perguntas que eu ouvi antes. A estrutura nunca muda em lugares como este.
As pessoas são as mesmas. O cheiro é idêntico. Eu olho fixamente, tentando
manter minha mente em uma única peça, mas eu sinto as rachaduras pouco a
pouco.
Quem vai salvar Maggie? Se eu me perder, quem estará lá para ela?
Ninguém. Acalme-se, Hallie.
Eu tenho direito a uma ligação, então que eu chamo a pessoa que eles
estão tentando me manter longe, o homem que está me chantageando por
sexo.
Quando ele atende o telefone, Bryan parece cansado. Eu não sei de que
outra forma dizer. Eu teria pensado que ele estava dormindo, mas há algo em
sua voz que me diz que não dorme há muito tempo. — Suffolk County PD.
Deixe-me adivinhar, é Jon ou Trystan?
— Não, — minha voz é tão baixa, tão tímida que mal faz um som.
Eu o ouvi mudar e Bryan soa mais alerta quando ele responde: — Hallie?
— Venha me pegar. Eu vou lhe dever. Qualquer coisa que você quiser,
basta vir me pegar. — Eu entrego o telefone de volta ao oficial na mesa e sou
levada de volta para a minha cela.
Capítulo 13
Estou sentada em frente a uma mulher que não consegue parar de chorar.
Ela fala sobre os tíquetes de estacionamento não pagos, sobre como ela vai
perder o emprego por causa disto e como ela não trabalhou o suficiente para
pagar os tíquetes. Depois começa a hiperventilar e menciona algo sobre
remédios. Essa é a única vez que o policial no exterior da cela olha para ela.
Eles a removem da nossa cela, dizendo que vai ter seus remédios.
Alguém entra e se senta ao meu lado. Seu rosto está machucado em um
lado.
— Olá.
Eu olho para ela e não digo nada. Meus braços estão cruzados sobre o
meu peito e estou encostada à parede, pensando em maneiras de castrar Jon
Ferro. Ele sabia sobre o meu passado e o que isto faria comigo.
A mulher não é mais que uma menina, deve de ter uns dezoito anos, com
grandes olhos redondos, mas ainda tem bochechas gordinhas, infantis. Pelo
seu rosto angular não parece ter mais de vinte e dois anos. O seu cabelo
escuro é longo e está em um rabo de cavalo bagunçado.
Ela suspira e descansa as costas contra a parede de cimento frio. — Você
passará a noite aqui? Eu espero que sim. Ele precisa de tempo para esfriar. A
única parte ruim é não ter o sabão bacteriano, mas o resto está bem. Além
disso, ele vai dar-me tempo. Eu não posso estar perto dele quando ele está
assim. Ele é geralmente é bom, mas em noites como está, eu acho melhor
ficar aqui. Eu não vou fazer a minha ligação. Ei, você parece familiar. — Ela
fala sem respirar e olha para mim o tempo todo.
— Nós nunca nos conhecemos, — é tudo o que eu digo.
Ela acena com a cabeça e continua, liberando uma onda de palavras.
Sentada, escuto sua vida, a sua história, não sinto nada, apenas piedade. Ela é
como Maggie e eu. Ela não tem ninguém que se preocupe com ela, ninguém
para ouvir a sua voz e em quem encontrar consolo através de seu toque.
Eu não sei quanto tempo estive lá, mas um tempo depois eles chamam o
meu nome, a jovem foi levada para um banho e passará a noite na cela.
Imagino o por que desejar uma cela em vez de ir para casa. Isso me faz querer
chorar, e não há porra nenhuma que eu possa fazer sobre isso. Eu não posso
nem tomar conta de mim.
A porta da cela desliza aberta e faz um som mais horrível. — Hallie
Raymond, recolha as suas coisas na recepção e vá para casa com o seu amigo
que pagou sua fiança. Se você estragar tudo, ele será o único que pagará por
isso, o melhor é se comportar.
Concordo com a cabeça e percorro o caminho para a recepção. Parece
que eu não prestei atenção por um tempo, mas o faço quando vejo Bryan.
Enquanto eu ando atrás dele eu observo a maneira como ele respira, o modo
como os seus ombros estão dobrados para frente como se ele estivesse sendo
vigiado ou com dor. Eu paro atrás dele e o assisto por um momento. Seus
quadris são estreitos, como sempre, ele não perdeu muito peso, mas seu
cabelo não brilha da maneira como ele costumava brilhar. Sua respiração é
superficial e curta, como se tivesse estado correndo. Uma sensação horrível
corre pela minha espinha quando eu olho para ele.
Naquele momento, Bryan sente os olhos sobre ele e vira. Ele tem aquele
sorriso brincalhão no rosto. — Se você queria usar algemas, eu tenho algumas.
Eu ficaria feliz... poff! — Eu bato nele com toda a força do meu corpo e o
seguro apertado.
Bryan fica chocado no início. Seus braços levam um tempo até fecharem-
se em torno de mim, e depois ele me segura. Eu sinto a sua voz, a agitação
quente de ar, quando ele sussurra em meu ouvido: — Vamos sair daqui. —
Ele me solta e eu aceno. Foi quando ele me disse a última coisa que eu queria
ouvir. — Há repórteres na frente.
— O quê? — O meu queixo cai em horror.
— Eu fiz arranjos para sair pela parte de trás, mas haverá alguém. Sempre
há. Todo mundo vai saber o que aconteceu pela manhã. — Bryan pega a
minha mão e me leva, seguindo um oficial, que nos conduz através de uma
sala com armários e na parte de trás da delegacia de polícia, para um Hummer
preto. Sou empurrada para dentro, mas não antes de um flash disparar e eu
olhei diretamente para a câmera.
Bryan empurra-o de volta, mas a foto já foi tirada. Ele sobe atrás de mim
e diz: — Dirija.
— Eu não sou a porra do seu motorista, Bryan. Diga por favor. — Um
cara da minha idade, com cabelo escuro que paira em seu rosto, está no
assento do motorista. Com óculos grandes demais para obscurecer os olhos.
— Foda-se, Trystan.
Trystan revira os olhos e se afasta com sua enorme, máquina
ambientalmente irresponsável, com o objetivo de atingir os repórteres da rua,
quando sai do estacionamento. — As pessoas seriam melhores para você, se
você fosse mais agradável para elas. Isso é tudo o que estou dizendo. —
Trystan é tranquilo, mas eu sinto seus olhos em mim. Quando eu olho para
cima, ele responde ao que eu estava pensando. — Jon não fez isso com você.
Aos poucos, meu queixo inclina-se para cima e os nossos olhos se
encontram no espelho retrovisor. — Jon Ferro é um homem morto. Ele sabe
o que isto me faria. Foi a pior coisa que ele poderia ter feito.
Bryan pega a minha mão e tece os nossos dedos juntos. — Não foi Jon.
Por favor, aguarde para matá-lo até amanhã.
— Eu poderia matá-lo agora. Bryan, eu cuidei de Campone e posso cuidar
de qualquer um que mexer com Maggie ou comigo. Eu não sou mais uma
criança. — Eu soluço e tremo quando o passado e o presente eclodem juntos
novamente. Meu irmão morreu de fome. Ele morreu em meus braços e eu era
muito boba e pequena para saber o que fazer. Eu digo que eu era apenas uma
criança, porque é mais fácil do que dizer às pessoas a minha história, mas os
Ferros sabem de tudo. Eles são como baratas que conseguem encontrar cada
mentira em cada canto escuro de sua alma. — Eu não vou ser dizimada por
Jon. Foda-se ele.
Trystan e Bryan trocam um olhar, mas ninguém diz nada. Bryan me puxa
em seus braços e me segura até pararmos em frente de um antigo motel.
Bruto é a melhor maneira de descrevê-lo. Aposto que eles alugam quartos por
hora. Trystan joga para Bryan a chave do quarto. — Fique aí até eu descobrir
o que aconteceu. Eu acho que já sei, embora os detalhes sejam vagos.
Eu balanço a minha cabeça: — Não, eu não posso. Maggie está de volta e
ela precisa de mim. E Neil...
Bryan suspira, passando as mãos pelos cabelos. Depois que ele fez isso, ele
balança a mão para o seu lado. — Maggie estará bem. E Neil é um idiota.
Além disso, ele sabe que eu a levei esta noite. Aparentemente, você disse a
Maggie que eu estava chantageando você, porque ela tentou me pregar seu
calcanhar na cabeça. — Isso me faz sorrir. — Oh, você acha que é engraçado?
— Bryan me agarra e se inclina para perto. Aqueles olhos verdes brilham por
um momento antes de embaçarem. — Vamos Raymond. Estou pensando em
usá-la até que você se esqueça de quem você é.
CONTINUA
Capítulo 10
Bryan pega o meu rosto em suas mãos.
— Se você não gostar, diga-me! — Eu aceno, lentamente, com as suas
mãos quentes ainda segurando o meu rosto.
Era como se alguém apertasse um interruptor. Os olhos de Bryan se
tornaram mais escuros, mais carnais. Ele libera o meu rosto e pressiona seu
corpo tonificado contra o meu. Empurrando as minhas costas contra a porta,
certifica-se de que eu possa sentir cada centímetro dele. Tira uma corrente
prateada com um plugue em cada extremidade e o prende nos meus mamilos.
Eu ofego quando ele os aperta. O peso das correntes faz com que eu morda
os meus lábios. Enquanto ele pressiona dentro de mim, as correntes vão se
mexendo e puxando suavemente à medida que ele desliza sobre o meu corpo.
Um pequeno suspiro escapa por entre os meus lábios. Bryan me olha, seus
olhos verdes fixos nos meus. Pega um dedo e o coloca entre os meus lábios
rosados, enquanto a outra mão desliza mais para baixo, passando pela minha
barriga e entre as minhas pernas. Eu ofego. Ele se move rapidamente, tocando
a minha protuberância sensível com o polegar, alisando o dedo sobre a carne
suave, e observando o meu rosto enquanto faz isso.
Meu queixo se ergue enquanto tento não gemer. Luto contra as sensações
que estão em erupção dentro de mim, as sensações que ele está trazendo à
tona. Seus dedos se movem sobre o meu clitóris, enquanto ele puxa a corrente
suavemente. Ele sente que estou ficando mais úmida e, em seguida, sem aviso,
sem uma mudança na expressão, empurra o dedo dentro de mim. Ele ainda
está, por um tempo, vendo meus olhos. Eu pisco devagar, sentindo-o ali, entre
as minhas pernas.
Bryan empurra o dedo mais forte, mais profundo enquanto me observa.
Sua respiração está sobre os meus lábios fazendo com que me sinta tonta.
Quando ele puxa o dedo, ergue-o para a minha boca. Delineando os meus
lábios, ele me observa, espalhando meu calor úmido, como batom. Eu pisco
lentamente, com meu coração disparado, e, excitada além da compreensão.
— Prove! — Ele ofega e empurra o dedo em minha boca. Eu passo a
minha língua contra o seu dedo, mas ele o segura lá e diz: — Chupa até que
saia do meu dedo, Hallie! — Eu hesitei, mas ele diz: — Faça isso! — Minha
língua envolve o dedo, sugando-o, saboreando o gosto. Seus olhos estão
queimando, observando-me.
Enquanto chupo o dedo, ele abaixa a outra mão entre as minhas pernas,
abrindo a minha pele escorregadia. Sensações explodem dentro de mim, mas
antes que eu possa saboreá-las, as sensações mudam. O membro duro de
Bryan entra dentro de mim, fazendo com que eu chupe o dedo mais forte
ainda. Ele puxa o dedo da minha boca, e envolve as mãos em volta da minha
cintura. Fica um pouco imóvel, por um momento, respirando rápido e forte.
Depois, puxa para fora lentamente e enfia novamente, fazendo com que eu
bata contra a porta. Meus joelhos tremem à medida que ele lentamente vai me
deixando mais louca. Eu quero mais. Quero que ele me maltrate e me deixe
tonta pela paixão. Que limpe o meu medo com a luxúria, apague a minha
memória por um momento, e tire toda a dor que tem me invadido.
Eu só quero senti-lo e nada mais. O mundo desaparece até que não sei
quanto tempo se passou. Meus braços doem enquanto ele me usa,
empurrando para dentro de mim sucessivas vezes. Minha cabeça pende para o
lado e, em seguida, levanta de volta. Eu ofego todas às vezes e os meus seios
tremem com a força de seu empurrão.
Algo se desdobra dentro de mim. Quero suas mãos em mim, fazendo
tudo ao mesmo tempo. Vertentes delicadas de paixão irrompem dentro de
mim, enviando arrepios pelas minhas coxas e seios. Todos os lugares que
desejo que ele toque fervem como uma corrente viva. Arqueando minhas
costas, eu pressiono meus quadris contra os dele, só para que batam
novamente.
Seus impulsos mudam para provocar, gentilmente empurrando e puxando
para fora. Ele é tão duro, tão perfeito. Quero colocar as minhas pernas ao
redor de seus quadris, mas não posso. As respirações irregulares me
consomem e o quarto está além de quente. Meu corpo está pingando de suor.
Inclinando a cabeça para trás, olho para o teto. É quando suas mãos
encontram os meus seios. Meus lábios formam um O, mas não digo nada. Ele
sente a maciez, a plenitude das minhas curvas enquanto empurra seu pênis
longo e duro em mim lentamente, torturando-me, sucessivamente.
Tomando meus mamilos entre os dedos, ele os torce suavemente e aperta
os grampos. Eu grito, empurrando os meus seios para ele, mas a porta me
detém. Ofegante, mal posso respirar.
Ele sorri, — Shhh! Nenhum som de você! Eu quero que isso entre nós!
Não estou entendendo. Então por que ele quis fazer aquela cena com Neil
e Maggie? Naquele momento, não me importo. Faço o que ele diz e mordo o
lábio para me manter em silêncio. Ele entra profundamente dentro de mim de
novo, e minha boca se abre. Eu engulo o som antes que ele ouça. O único
barulho é a lufada de ar saindo com força dos meus pulmões.
— Boa menina, — ele ronrona e retira antes de novamente empurrar,
desta vez mais profundamente. O tom de sua voz me faz derreter.
Antes que eu possa pensar noutra coisa, os dedos de Bryan apertam em
torno das correntes nos meus mamilos. Seus quadris se mantêm pressionados
rentes aos meus, seu comprimento perdido dentro de mim. Meu queixo cai, e
eu o vejo me observando, esperando que eu faça qualquer barulho. Meus
olhos se fixam nos seus, enquanto sensações ardentes circulam através do meu
corpo, construindo mais apertado e mais forte. Ele lentamente adiciona mais
pressão, provocando e puxando os meus mamilos mais e mais, fazendo com
que a pinça aperte mais ainda. O calor em meu estômago endurece através do
meu corpo. Eu movo os meus quadris e tento balançar contra ele, mas ele me
acalma.
— Não, não. Ainda não!
Eu suspiro! — Eu gosto de ser espancada!
— Sério? — Eu aceno. Sua mão vem com força na minha bunda. Ambas
as nádegas ardem. Ele faz isso enquanto ele ainda está dentro de mim, o que
me faz apertar mais em torno dele. Ele suspira e faz isso de novo, e de novo.
O impacto de suas mãos é tão bom. A ardência envia arrepios através de mim
em ondas que não acabam. Elas navegam pelo meu estômago e se espalham
por todo o meu corpo. Todos os deliciosos formigamentos me atravessam,
fazendo com que eu deslize a minha língua sobre os dentes. Faço isso sem
pensar. É uma reação a ele, ao que está fazendo comigo.
Sem aviso, Bryan puxa para fora. Isso me deixa louca. Meus quadris
sacodem, mas não posso alcançá-lo. O cinto corta os meus pulsos enquanto
me esforço contra as limitações que me foram impostas. Ofego, observando-o
enquanto ele se move para longe de mim. O desejo arde pelo meu corpo. Não
consigo me controlar. Puxando os meus pulsos mais forte ainda, tento
libertar-me do cinto de novo, mas não consigo. Só fica mais apertado.
Ele sorri, assistindo-me lutar, até que eu paro e olho para ele. A expressão
em seu rosto, a intensidade de seus olhos, fazem com que meu estômago se
contorça. Minha respiração fica presa na minha garganta enquanto Bryan
passa perto o suficiente para me tocar, mas ele não toca. Estou ofegante.
Meus olhos estão implorando para que ele faça algo, para que me faça gozar,
deixar-me fode-lo... Qualquer coisa.
— Diga-me o que você deseja, Hallie! Implore-me por isso! — Ele
sussurra palavras ao lado do meu ouvido. A reação dentro de mim é rápida e
violenta. Seu hálito quente faz meu clitóris pulsar e parecer que vou morrer se
ele não me tocar, se ele não terminar o que começou. Ele está tão perto, quase
me tocando, mas não desliza os dedos pela minha cintura. Ele não toca o meu
peito e não provoca os meus mamilos. Isso me faz desejá-lo ainda mais. Eu
me sinto como um animal acorrentado, incapaz de pensar. — Responda-me
linda mulher! — Ele ordena e eu sinto a batida da sua mão na minha bunda.
Meu corpo está tão bem enrolado que o tapa me faz gemer. Eu não
esperava isso, mas antes que pudesse controlar os meu gemido, ele escapa dos
meus lábios. Eu ofego, chocada por não ter sido capaz de abafar o ruído ou
pará-lo a tempo. A mão de Bryan voa uma segunda vez, com mais força. Ele
observa meu rosto enquanto eu estremeço debaixo da sua mão. O tapa é
rápido, e eu sei que vou ter um problema para andar depois, mas não me
importo. Eu grito, dizendo o seu nome, empurrando os meus seios contra ele.
Um olhar perverso torce seus lábios em um sorriso sexy. — Responda-
me! — Sua voz soa como um grunhido e quando não consigo fazer nada,
senão ofegar incontrolavelmente, sua mão me atinge pela terceira vez. Mas ele
não me libera. Em vez disso, ele pega a minha bochecha na mão e aperta. A
ardência se intensifica pela forma como ele me agarra. O belo corpo de Bryan
está coberto por um brilho fino de suor, enquanto me trata grosseiramente.
— Diga-me o que você deseja!
Minha voz é um suspiro. O desejo correndo desenfreadamente. — Eu
quero suas mãos sobre mim, em mim! Eu quero que você me foda sem
sentido. Foda-me, Bryan!
— Implore por isso, Hallie! Implore mais alto! — Seu punho aperta a
minha bunda fazendo com que o meu corpo pressione contra o seu. Gotas de
suor rolam pela minha espinha.
Minha voz treme enquanto imploro, sem capacidade de manter qualquer
traço de comedimento.
— Por favor, Bryan... Por favor! Foda-me! Foda a minha buceta! Encha-
me com o seu gozo. Por favor, baby! Por favor... — Eu continuo a lhe pedir,
enquanto suas mãos deslizam sobre os meus quadris e para baixo entre as
minhas pernas. Quando ele toca o meu clitóris, eu gemo. Bryan inclina sua
cabeça para trás, olhando para mim. — Foda-me, baby! Por favor! — Meus
quadris se remexem contra a sua mão. Em resposta, ele aperta os dedos no
meu clitóris. Eu grito: — Foda-me! Por favor! Bryan! Eu preciso de você! Por
favor!
Quando eu digo o nome dele, ele quebra. Antes de saber o que está
acontecendo, suas mãos estão segurando os meus pulsos sobre a minha
cabeça enquanto ele bate seu membro rígido dentro de mim sucessivamente.
Ele empurra mais e mais profundamente a cada vez, com as mãos deslizando
pelos meus braços. Batendo-se cada vez mais duro contra mim, ele assiste
meus seios balançando e saltando até que ele toma ambos em suas mãos e
aperta os meus mamilos duramente. Eu berro, mas isso só faz com que ele
aperte com mais força, até que a corrente cai. Cai aos meus pés e ele a deixa
lá.
Bryan se move, empurrando para dentro de mim fodendo-me cada vez
mais rápido. O calor entre as minhas pernas percorre todo o meu corpo.
Parece que não posso ser dominada. Não há o suficiente dele para me
satisfazer, nunca. Quando seus dedos apertam mais duramente contra os meus
mamilos doloridos, meus olhos se arregalam. Ele me olha nos olhos enquanto
ele empurra para dentro de mim uma vez... forte. Minhas costas batem contra
a porta e ele me segura lá, observando-me. Seus lábios entreabertos, ele
respira sem dizer nada. Suas mãos suavemente empurram os cabelos para
longe dos meus olhos. Ele acalma por um momento e não posso suportar
isso. Seu pau está em mim, mas não importa o quanto eu me mexa, não posso
fazer com que ele me foda.
Com todo o peso do seu corpo, ele me achata contra a porta. Seus olhos
ardem com o desejo, sua testa está pingando de suor.
— Goze para mim, baby! — Ele respira e mete em mim rápido e
furiosamente. Ele não para quando eu grito. Ele continua metendo contra
mim até que meu corpo não pode ficar mais retesado.
Cada vez que ele afunda em mim eu me sinto mais excitada. Eu não posso
respirar, mas não quero que ele pare. Seu corpo me esmaga, enquanto me
monta, balançando contra mim furiosamente. Eu gemo, e posso dizer o quão
forte ele está empurrando e o quanto vou estar machucada depois, mas não
me importo. No momento, isso é muito bom. Minha pele formiga e está
pingando de suor. Meus seios saltam mais e mais para cima com cada batida
de seu corpo contra o meu. E sem outro pensamento, eu gozo. Meu grito sai
rasgado através da minha garganta. Não posso gozar silenciosamente, não
quando ele faz assim. Bryan me bate mais forte enquanto as deliciosas
sensações giram, fazendo com que todo o meu corpo entre em erupção. Eu o
sinto meter contra mim duro e profundamente, e ele goza alguns segundos
após.
Esgotada, pendurada e estremecendo contra a porta, estou pronta para
cair no chão. Bryan se afasta e me olha. Com os lábios entreabertos, ele só
olha para mim por um momento antes de desatar o cinto. Quando as minhas
mãos caem ao meu lado, meus braços queimam. Bryan me toma em seus
braços e me leva para a cama. Ele me senta na frente dele e esfrega os
músculos doloridos em meus braços e ombros. Minha cabeça se inclina para o
lado enquanto ele faz isso. Cada centímetro meu está formigando. Não quero
que esse momento termine, mas Bryan para.
Viro-me e olho para ele. Ele está brilhando, coberto por uma fina camada
de suor que cheira tão bem. Eu quero lambê-lo, mas apenas aceno. Ele vira
seus olhos esmeraldas para longe e diz:
— Eu acho que eu deveria ir.
— Você vai embora? — De repente, eu me sinto muito nua. Puxo a
coberta da cama e a enrolo em volta dos meus ombros.
— Sim, a menos que você queira que eu fique e diga a Neil tudo sobre
como eu acabei com a raça da sua noiva. — Ele me olha por um segundo. Sua
testa está coberta de suor e seu rosto está brilhando. — O que há de errado?
— Ele sempre pôde me ler tão bem. Eu quero dizer a ele sobre Victor, mas
não posso.
Eu digo outra coisa.
— Neil fez a proposta e eu disse sim. — Eu ergo o meu anel.
— Sim, eu vi isso. Você realmente aceitou? — Bryan se senta ao meu lado.
— Na verdade não. Ele aceitou por mim. — Nós dois ficamos em silêncio
por algum tempo.
Bryan se veste e diz:
— Eu voltarei para ter você do meu jeito de novo em breve. Da próxima
vez é melhor que o idiota do seu noivo tenha você pronta para mim. E eu
quero que você use isso quando estiver comigo e só comigo. — Ele levanta a
corrente do chão e a joga para mim.
A porta do quarto se abre e Neil está lívido. Ele olha para mim e depois
para Bryan:
— Você acha que isso é engraçado?
— Não, acho que ela precisa de algo que você não pode dar a ela. Estou
dando a você uma única chance de quebrar seu compromisso e foder a sua
noiva. Mas você tem que fazer isso como um animal. Satisfaça-a!
O rosto de Neil contorce desgostoso.
— Eu a satisfaço sem esse comportamento bárbaro. Fazer amor não
precisa de mordaças, amarras ou oprimir mulheres de forma nenhuma. Tenho
certeza de que Hallie só aceitou isso pela equipe, seu pedaço de merda
demente!
Essa foi a coisa mais cruel que já ouvi Neil dizendo e eu quero rir, porque
é pateticamente fraco. O homem que estava me usando, ofereceu para quebrar
o acordo se Neil prometer me pegar e fazer sexo animalesco comigo. O
homem deveria ter dito que sim, mas ele, pela sua moral, disse que não. Estou
cansada demais para pensar no que isso significa. O que aconteceu aqui?
— Ela vai tomar mais do que uma foda pela equipe. — Bryan pisca um
dos olhos. — Vejo você amanhã, escrava sexual! Trarei um colar para você e
vai usá-lo. — Bryan aperta a mão de Neil. — Você é um homem inteligente.
O que são alguns meses de infidelidade comparados com uma vida de
riquezas, certo?
Neil aperta a sua mandíbula.
— Então você planeja que isso continue por alguns meses?
— Provavelmente não por muito tempo. Eu fico entediado fodendo a
mesma mulher todo dia. Não se preocupe Neil! Ela é sua sujeira, não a minha.
— Com isso, Bryan vira as costas e sai.
— Neil, — estou pronta para explodir em lágrimas. O julgamento está
espalhado em seu rosto.
— Hallie, isso não é natural. Você não é um animal selvagem! Será que ele
conseguiu instigá-la para que você fingisse o que você não é?
Eu dou de ombros. Não quero falar sobre isso.
— Não tenho ideia.
— Eu deverei deixá-lo foder e espancar você na minha cama, sempre que
ele quiser?
Eu olho fixamente para frente.
— Até que ele se canse de mim, sim. Lide com isso! Você foi quem me
disse para fazer isso. — Eu destaco a última frase. — E ele lhe deu uma saída.
Você não aceitou. — Eu fico olhando para ele, e puxo a coberta mais forte em
volta dos meus ombros.
Neil revira os olhos.
— Eu pensei que fosse apenas uma noite.
— Eu também. Estávamos errados sobre uma porção de coisas.
Capítulo 11
Eu deveria me sentir envergonhada, mas não sinto. No dia seguinte, me
sento com Maggie no sofá enquanto Neil está fora. Ela tem estado muito
tranquila desde que a busquei em seu antigo apartamento. Maggie olha para o
espaço, e eu sei que a memória está se defrontando com o novo e joga uma e
outra vez em sua mente.
— Você quer falar sobre isso? — Eu pergunto, já sabendo a resposta.
Ela inspira e balança a cabeça, antes de oferecer-me um sorriso forçado.
— Não há nada a dizer. A mesma velha merda. Nada mudou, mas dói mais
agora. — Ela sorri como se algo fosse engraçado. — Eu pensava que doía
mais quando eu era criança. Acho que não.
— O que ele fez?
— A mesma coisa de sempre. Victor gosta de possuir coisas. — Ela muda
em seu assento e, em seguida, levanta, colocando distância entre nós. — Era
para eu arranjar-lhe uma garota. Ele tem um tipo, quadris redondos, cabelos
escuros e pele pálida, como Nicole Kidman, mas morena. Assim, a cada
semana, eu levava alguém. Elas ganham algumas centenas de dólares, e ele faz
o que faz. Na semana que eu não conseguia encontrar ninguém, eu a
substituía, mas desta vez... — Ela para de falar e balança a cabeça. — Eu não
deveria ter ido. Geralmente é apenas sexo violento. Ele dá um tapa e me
arranha. Vou para casa e é isso. Mas desta vez... — Ela balança a cabeça e olha
por cima do ombro para mim. — Eu não quero falar sobre isso. Eu tentei
fugir e, em seguida, desisti quando ele disse o que ele faria comigo, e depois
com você. Ele me deu uns tapas por um tempo, me levando do jeito que ele
quis, e então eu ouvi a sua voz e eu estava morrendo de medo que ele fosse
levá-la também. Sinto muito, Hallie.
— Não é culpa sua. — Eu me sinto horrível por deixar sua vida
desmoronar assim. Nós deveríamos estar lá uma para a outra. — Eu deveria
ter chegado mais cedo. Eu teria... Eu gostaria de poder ter tudo de volta.
Maggie sorri tristemente e envolve os braços em torno de si. — Sim, eu
também. E agora? Sem ofensa, mas eu não suporto Neil.
Concordo com a cabeça. — Eu estava pensando que deveria ter um lugar
só meu antes do casamento. Vai ser eu e você.
O olhar de Maggie desvanece no chão. — Você vai se casar com ele,
sério? — Eu aceno e lhe dou um olhar para que não me pressione agora. Ela
acrescenta: — Eu adoraria, mas você sabe que eu não posso me dar ao luxo.
— Sim, você pode. Eu tenho parte do meu pagamento antecipado.
Podemos ir a procura de uma casa sempre que quiser, oh, e esta parte não é
opcional, você trabalha para mim agora. Eu vou precisar de uma assistente
pessoal para me dizer o que fazer, você sabe, alguém um pouco mandona.
Maggie ri e me empurra, e depois bate as mãos sobre a boca, e repete a
ação. — De jeito nenhum!
— Isso. — É tão bom ver uma explosão de felicidade em seus olhos,
mesmo por um breve momento. Mas assim que ela pisca, ela se foi, perdeu-se
nas profundezas da agonia que enchem sua alma.
Um dia ela vai parar de lutar. Um dia ela vai ceder, desistir.
Ela já teria desistido se eu não tivesse aparecido. Algumas pessoas a
levaram direto para o inferno. É irônico, porque eu tenho sangue em minhas
mãos e não me sinto como se estivesse infeliz. É mais, como eu se estou
puxando Maggie, da vida tortuosa ela conhece, e esconde com esse sorriso.
Não me arrependo de minhas ações. O pensamento faz minha pele
formigar. Na parte profunda da minha mente, eu me pergunto que tipo de
pessoa que sou, mas arrumo minha coluna e me levanto. Isso me faz ser quem
eu sou e não há nada mais a se considerar. Eu fiz o que tinha que fazer. Eu
não teria tocado em Victor se ele a deixasse em paz, se ele não tivesse
ameaçado vir atrás de nós, mas ele ameaçou. Eu vi o medo nos olhos de
Maggie é a verdade. Se Victor Campone tivesse vivido, teríamos morrido.
— Está com fome? — Eu pergunto me dirigindo à geladeira.
— Sim, um pouco. — Maggie está sentada com os pés enrolados em sua
bunda e olhando para as mãos desde que eu a peguei no apartamento do
Victor. Ela raramente faz contato visual. Acho que a luta a nocauteou. Ele
aparece em surtos, mas é como um carro que está ficando sem gasolina. Estou
muito preocupada com ela. Depois de tudo que ela passou...
Isso não pode desfazê-la. Não pode.
Porque é minha culpa desta vez.
Todas as outras vezes, a Maggie revidou. Ela nunca desistiu, nunca cedeu,
e agora a minha melhor amiga está caída no sofá, coberta de hematomas e
cortes, com os olhos que se assemelham a buracos-negros que sugam tudo,
mas não vejo nada ali. Eles não sentem nada, não mais.
Eu sorrio e digo algo estúpido, tentando fazê-la rir, mas nem sequer
obtenho um sorriso de piedade. Depois de abrir a porta da geladeira, eu gemo
em voz alta. Neil está trabalhando hoje e não conseguiu ir às compras.
Maggie pergunta: — O que ele fez?
— Ele pegou todas as sobras da festa e levou para o trabalho. Eu pensei
que era bom porque ele deveria ir às compras, mas não o fez. — Estou
inclinada na geladeira vazia olhando para uma caixa de leite vencido e um
frasco de picles. Não vou comer isso. Eu bato a geladeira e acrescento: — Eu
dar rápida saída. Será que comida chinesa vai bem?
Maggie geralmente protesta e se oferece para pagar as coisas, mas hoje,
apenas balança a cabeça. — Ótimo! — Eu digo, parecendo alegre. Ela irá
voltar. Ela vai. Se eu continuar dizendo a mim mesmo vai acontecer, certo?
De repente, eu percebo que ela não recuperou-se, matar Victor não era uma
vingança suficiente, até mesmo pelo o que ele fez com Maggie.
Capítulo 12
Pego minhas chaves e ligo o motor. O carro vermelho ronrona quando o
tiro da garagem e digito o CEP do local que irei. Quando estou prestes a
desviar para o estacionamento, um policial segue atrás de mim, com as luzes
vermelhas piscando. Eu não estava em alta velocidade. Droga. Deve ser
verdade que os carros vermelhos são parados mais do que qualquer outra cor.
Eu encosto e levo o carro para o acostamento, tomando o cuidado de
manter as mãos no volante. Papai me disse para nunca ir para a minha bolsa
ou porta-luvas até que o policial esteja de pé ao lado do carro. O cara tem que
ver as minhas mãos ou ele pode atirar em mim, bem não é exatamente do jeito
que meu pai disse isso, mas é o que ele quis dizer.
Eu aperto o botão na janela, assim como o policial se aproxima. Ele está
usando o uniforme escuro que me dá vontade de sair correndo e gritando
para o meu quarto e me esconder debaixo da minha cama.
Ele não é esse cara. Pare com isso, Hallie, xingo-me, mas isso não ajuda.
Até agora, minhas mãos estão tremendo.
— A licença e registro, por favor. — O cara tem trinta e tantos anos, e um
tipo de visual assustador. Por assustador, eu quero dizer que parece que ele
poderia tomar o meu pequeno corpo e dobrá-lo estilo acordeão e enfiá-lo em
seu tronco. O cara é massa muscular pura e ele parece chateado. Eu não posso
imaginar o que eu fiz.
Eu me aproximo do porta-luvas para retirar os papéis mencionados, mas
tudo que eu encontro é o manual sobre o carro e o último aviso de mudança
de óleo. Sem documentos. Sem registro. O meu coração dá uma guinada.
Foda-se. Eu começo a pensar que Jon brincou comigo, mas mesmo ele, não
seria tão baixo. E o policial não me pediu para sair do carro ou qualquer coisa.
Minha lanterna traseira está queimada ou algo assim, isso é tudo. Isso não é
nada.
Eu vasculho minha bolsa e tiro a minha pequena carteira. Meu rosto fica
pálido quando vejo o espaço vazio onde minha carteira de motorista deveria
estar. Olho para o policial e digo baixinho: — Ela se foi.
— Você não tem uma licença ou registro desse veículo? — Ele diz algo
em seu ombro depois de ouvir um zumbido em seu fone de ouvido. — Saia
do carro, minha senhora.
Estou tremendo agora. — Eu não fiz nada de errado. Alguém pegou a
minha licença. Eu tenho uma.
Ele me ignora e me apoia no capô. Tira seus óculos de sol. Quando o
guarda, ele pergunta: — Você sabe que você está dirigindo um veículo
roubado?
— Não é roubado.
— Oh?
Eu balanço minha cabeça, pronto para chorar. Jon não faria isso para
mim, ele não iria. — Jonathan Ferro me vendeu este carro uns dias atrás por
dez mil dólares. Eu não tive a chance de renovar a papelada ainda. Eu pensei
que tinha alguns dias?
O policial concorda. Ele vira o meu rosto para o capô e me revista. —
História legal. O carro vale muito mais do que isso. Se você vai mentir pelo
menos faz a história parecer convincente.
— É verdade! Jon me vendeu por dez mil. Pergunte a ele! Eu não estou
mentindo.
Eu sinto frio do metal prender meus pulsos quando as algemas
escorregam em torno dos meus braços. Eu começo a entrar em pânico. Meu
coração dispara muito rápido e o mundo se torna um borrão. Eu não posso
parar de falar, suplicando, e quando o policial me empurra na parte de trás de
seu carro, todos os terríveis eventos em detalhes vívidos se reproduzem em
minha mente.
Eu fecho meus olhos e tento desligá-los, mas as cores iluminam e os sons
de mais de uma década tocam alto em meus ouvidos, enquanto lágrimas caem
pelo meu rosto. O passado e o presente colidem juntos com tanta violência
que eu não posso suportar isso.
Minha mãe jura para mim antes de me enfiar no armário. Pequenas mãos
envolvem em torno de mim, e eu sei que o meu irmão mais novo, Anthony,
está apavorado. Ele cresceu e seus ossos eu sinto nitidamente sob minhas
palmas. Ele chora até que fica em silêncio, até que ele adormece, até que
minha mãe teve seu efeito das drogas e amantes. Eu a ouvi rir. Eu nunca
poderia fazê-la feliz assim. Ouvi os sons de sexo, até que algo muda. A festa
normal não é mais normal.
O policial que me tirou do armário tentou tirar o corpo sem vida do meu
irmão dos meus braços. Eu não entendi. Eu o protegia dela. Eu vigiei por
Anthony, mas depois de tudo que eu fiz, não foi o suficiente. Eles pensaram
que eu o matei em primeiro lugar. Eles me empurraram para o fundo do carro
e gritei para eles até que eu não podia chorar mais. Eu queria meu irmão, mas
eles disseram que ele estava morto.
Eu não acreditei neles.
Agora, eu tenho dificuldade em acreditar em alguém e este policial abriu
uma ferida que é tão profunda que me corta até o osso. Não, não foi o policial
- foi Jon.
Eu não posso evitar o tremor, mas eu não choro. Eles me ficham e fazem
perguntas que eu ouvi antes. A estrutura nunca muda em lugares como este.
As pessoas são as mesmas. O cheiro é idêntico. Eu olho fixamente, tentando
manter minha mente em uma única peça, mas eu sinto as rachaduras pouco a
pouco.
Quem vai salvar Maggie? Se eu me perder, quem estará lá para ela?
Ninguém. Acalme-se, Hallie.
Eu tenho direito a uma ligação, então que eu chamo a pessoa que eles
estão tentando me manter longe, o homem que está me chantageando por
sexo.
Quando ele atende o telefone, Bryan parece cansado. Eu não sei de que
outra forma dizer. Eu teria pensado que ele estava dormindo, mas há algo em
sua voz que me diz que não dorme há muito tempo. — Suffolk County PD.
Deixe-me adivinhar, é Jon ou Trystan?
— Não, — minha voz é tão baixa, tão tímida que mal faz um som.
Eu o ouvi mudar e Bryan soa mais alerta quando ele responde: — Hallie?
— Venha me pegar. Eu vou lhe dever. Qualquer coisa que você quiser,
basta vir me pegar. — Eu entrego o telefone de volta ao oficial na mesa e sou
levada de volta para a minha cela.
Capítulo 13
Estou sentada em frente a uma mulher que não consegue parar de chorar.
Ela fala sobre os tíquetes de estacionamento não pagos, sobre como ela vai
perder o emprego por causa disto e como ela não trabalhou o suficiente para
pagar os tíquetes. Depois começa a hiperventilar e menciona algo sobre
remédios. Essa é a única vez que o policial no exterior da cela olha para ela.
Eles a removem da nossa cela, dizendo que vai ter seus remédios.
Alguém entra e se senta ao meu lado. Seu rosto está machucado em um
lado.
— Olá.
Eu olho para ela e não digo nada. Meus braços estão cruzados sobre o
meu peito e estou encostada à parede, pensando em maneiras de castrar Jon
Ferro. Ele sabia sobre o meu passado e o que isto faria comigo.
A mulher não é mais que uma menina, deve de ter uns dezoito anos, com
grandes olhos redondos, mas ainda tem bochechas gordinhas, infantis. Pelo
seu rosto angular não parece ter mais de vinte e dois anos. O seu cabelo
escuro é longo e está em um rabo de cavalo bagunçado.
Ela suspira e descansa as costas contra a parede de cimento frio. — Você
passará a noite aqui? Eu espero que sim. Ele precisa de tempo para esfriar. A
única parte ruim é não ter o sabão bacteriano, mas o resto está bem. Além
disso, ele vai dar-me tempo. Eu não posso estar perto dele quando ele está
assim. Ele é geralmente é bom, mas em noites como está, eu acho melhor
ficar aqui. Eu não vou fazer a minha ligação. Ei, você parece familiar. — Ela
fala sem respirar e olha para mim o tempo todo.
— Nós nunca nos conhecemos, — é tudo o que eu digo.
Ela acena com a cabeça e continua, liberando uma onda de palavras.
Sentada, escuto sua vida, a sua história, não sinto nada, apenas piedade. Ela é
como Maggie e eu. Ela não tem ninguém que se preocupe com ela, ninguém
para ouvir a sua voz e em quem encontrar consolo através de seu toque.
Eu não sei quanto tempo estive lá, mas um tempo depois eles chamam o
meu nome, a jovem foi levada para um banho e passará a noite na cela.
Imagino o por que desejar uma cela em vez de ir para casa. Isso me faz querer
chorar, e não há porra nenhuma que eu possa fazer sobre isso. Eu não posso
nem tomar conta de mim.
A porta da cela desliza aberta e faz um som mais horrível. — Hallie
Raymond, recolha as suas coisas na recepção e vá para casa com o seu amigo
que pagou sua fiança. Se você estragar tudo, ele será o único que pagará por
isso, o melhor é se comportar.
Concordo com a cabeça e percorro o caminho para a recepção. Parece
que eu não prestei atenção por um tempo, mas o faço quando vejo Bryan.
Enquanto eu ando atrás dele eu observo a maneira como ele respira, o modo
como os seus ombros estão dobrados para frente como se ele estivesse sendo
vigiado ou com dor. Eu paro atrás dele e o assisto por um momento. Seus
quadris são estreitos, como sempre, ele não perdeu muito peso, mas seu
cabelo não brilha da maneira como ele costumava brilhar. Sua respiração é
superficial e curta, como se tivesse estado correndo. Uma sensação horrível
corre pela minha espinha quando eu olho para ele.
Naquele momento, Bryan sente os olhos sobre ele e vira. Ele tem aquele
sorriso brincalhão no rosto. — Se você queria usar algemas, eu tenho algumas.
Eu ficaria feliz... poff! — Eu bato nele com toda a força do meu corpo e o
seguro apertado.
Bryan fica chocado no início. Seus braços levam um tempo até fecharem-
se em torno de mim, e depois ele me segura. Eu sinto a sua voz, a agitação
quente de ar, quando ele sussurra em meu ouvido: — Vamos sair daqui. —
Ele me solta e eu aceno. Foi quando ele me disse a última coisa que eu queria
ouvir. — Há repórteres na frente.
— O quê? — O meu queixo cai em horror.
— Eu fiz arranjos para sair pela parte de trás, mas haverá alguém. Sempre
há. Todo mundo vai saber o que aconteceu pela manhã. — Bryan pega a
minha mão e me leva, seguindo um oficial, que nos conduz através de uma
sala com armários e na parte de trás da delegacia de polícia, para um Hummer
preto. Sou empurrada para dentro, mas não antes de um flash disparar e eu
olhei diretamente para a câmera.
Bryan empurra-o de volta, mas a foto já foi tirada. Ele sobe atrás de mim
e diz: — Dirija.
— Eu não sou a porra do seu motorista, Bryan. Diga por favor. — Um
cara da minha idade, com cabelo escuro que paira em seu rosto, está no
assento do motorista. Com óculos grandes demais para obscurecer os olhos.
— Foda-se, Trystan.
Trystan revira os olhos e se afasta com sua enorme, máquina
ambientalmente irresponsável, com o objetivo de atingir os repórteres da rua,
quando sai do estacionamento. — As pessoas seriam melhores para você, se
você fosse mais agradável para elas. Isso é tudo o que estou dizendo. —
Trystan é tranquilo, mas eu sinto seus olhos em mim. Quando eu olho para
cima, ele responde ao que eu estava pensando. — Jon não fez isso com você.
Aos poucos, meu queixo inclina-se para cima e os nossos olhos se
encontram no espelho retrovisor. — Jon Ferro é um homem morto. Ele sabe
o que isto me faria. Foi a pior coisa que ele poderia ter feito.
Bryan pega a minha mão e tece os nossos dedos juntos. — Não foi Jon.
Por favor, aguarde para matá-lo até amanhã.
— Eu poderia matá-lo agora. Bryan, eu cuidei de Campone e posso cuidar
de qualquer um que mexer com Maggie ou comigo. Eu não sou mais uma
criança. — Eu soluço e tremo quando o passado e o presente eclodem juntos
novamente. Meu irmão morreu de fome. Ele morreu em meus braços e eu era
muito boba e pequena para saber o que fazer. Eu digo que eu era apenas uma
criança, porque é mais fácil do que dizer às pessoas a minha história, mas os
Ferros sabem de tudo. Eles são como baratas que conseguem encontrar cada
mentira em cada canto escuro de sua alma. — Eu não vou ser dizimada por
Jon. Foda-se ele.
Trystan e Bryan trocam um olhar, mas ninguém diz nada. Bryan me puxa
em seus braços e me segura até pararmos em frente de um antigo motel.
Bruto é a melhor maneira de descrevê-lo. Aposto que eles alugam quartos por
hora. Trystan joga para Bryan a chave do quarto. — Fique aí até eu descobrir
o que aconteceu. Eu acho que já sei, embora os detalhes sejam vagos.
Eu balanço a minha cabeça: — Não, eu não posso. Maggie está de volta e
ela precisa de mim. E Neil...
Bryan suspira, passando as mãos pelos cabelos. Depois que ele fez isso, ele
balança a mão para o seu lado. — Maggie estará bem. E Neil é um idiota.
Além disso, ele sabe que eu a levei esta noite. Aparentemente, você disse a
Maggie que eu estava chantageando você, porque ela tentou me pregar seu
calcanhar na cabeça. — Isso me faz sorrir. — Oh, você acha que é engraçado?
— Bryan me agarra e se inclina para perto. Aqueles olhos verdes brilham por
um momento antes de embaçarem. — Vamos Raymond. Estou pensando em
usá-la até que você se esqueça de quem você é.
CONTINUA
Capítulo 10
Bryan pega o meu rosto em suas mãos.
— Se você não gostar, diga-me! — Eu aceno, lentamente, com as suas
mãos quentes ainda segurando o meu rosto.
Era como se alguém apertasse um interruptor. Os olhos de Bryan se
tornaram mais escuros, mais carnais. Ele libera o meu rosto e pressiona seu
corpo tonificado contra o meu. Empurrando as minhas costas contra a porta,
certifica-se de que eu possa sentir cada centímetro dele. Tira uma corrente
prateada com um plugue em cada extremidade e o prende nos meus mamilos.
Eu ofego quando ele os aperta. O peso das correntes faz com que eu morda
os meus lábios. Enquanto ele pressiona dentro de mim, as correntes vão se
mexendo e puxando suavemente à medida que ele desliza sobre o meu corpo.
Um pequeno suspiro escapa por entre os meus lábios. Bryan me olha, seus
olhos verdes fixos nos meus. Pega um dedo e o coloca entre os meus lábios
rosados, enquanto a outra mão desliza mais para baixo, passando pela minha
barriga e entre as minhas pernas. Eu ofego. Ele se move rapidamente, tocando
a minha protuberância sensível com o polegar, alisando o dedo sobre a carne
suave, e observando o meu rosto enquanto faz isso.
Meu queixo se ergue enquanto tento não gemer. Luto contra as sensações
que estão em erupção dentro de mim, as sensações que ele está trazendo à
tona. Seus dedos se movem sobre o meu clitóris, enquanto ele puxa a corrente
suavemente. Ele sente que estou ficando mais úmida e, em seguida, sem aviso,
sem uma mudança na expressão, empurra o dedo dentro de mim. Ele ainda
está, por um tempo, vendo meus olhos. Eu pisco devagar, sentindo-o ali, entre
as minhas pernas.
Bryan empurra o dedo mais forte, mais profundo enquanto me observa.
Sua respiração está sobre os meus lábios fazendo com que me sinta tonta.
Quando ele puxa o dedo, ergue-o para a minha boca. Delineando os meus
lábios, ele me observa, espalhando meu calor úmido, como batom. Eu pisco
lentamente, com meu coração disparado, e, excitada além da compreensão.
— Prove! — Ele ofega e empurra o dedo em minha boca. Eu passo a
minha língua contra o seu dedo, mas ele o segura lá e diz: — Chupa até que
saia do meu dedo, Hallie! — Eu hesitei, mas ele diz: — Faça isso! — Minha
língua envolve o dedo, sugando-o, saboreando o gosto. Seus olhos estão
queimando, observando-me.
Enquanto chupo o dedo, ele abaixa a outra mão entre as minhas pernas,
abrindo a minha pele escorregadia. Sensações explodem dentro de mim, mas
antes que eu possa saboreá-las, as sensações mudam. O membro duro de
Bryan entra dentro de mim, fazendo com que eu chupe o dedo mais forte
ainda. Ele puxa o dedo da minha boca, e envolve as mãos em volta da minha
cintura. Fica um pouco imóvel, por um momento, respirando rápido e forte.
Depois, puxa para fora lentamente e enfia novamente, fazendo com que eu
bata contra a porta. Meus joelhos tremem à medida que ele lentamente vai me
deixando mais louca. Eu quero mais. Quero que ele me maltrate e me deixe
tonta pela paixão. Que limpe o meu medo com a luxúria, apague a minha
memória por um momento, e tire toda a dor que tem me invadido.
Eu só quero senti-lo e nada mais. O mundo desaparece até que não sei
quanto tempo se passou. Meus braços doem enquanto ele me usa,
empurrando para dentro de mim sucessivas vezes. Minha cabeça pende para o
lado e, em seguida, levanta de volta. Eu ofego todas às vezes e os meus seios
tremem com a força de seu empurrão.
Algo se desdobra dentro de mim. Quero suas mãos em mim, fazendo
tudo ao mesmo tempo. Vertentes delicadas de paixão irrompem dentro de
mim, enviando arrepios pelas minhas coxas e seios. Todos os lugares que
desejo que ele toque fervem como uma corrente viva. Arqueando minhas
costas, eu pressiono meus quadris contra os dele, só para que batam
novamente.
Seus impulsos mudam para provocar, gentilmente empurrando e puxando
para fora. Ele é tão duro, tão perfeito. Quero colocar as minhas pernas ao
redor de seus quadris, mas não posso. As respirações irregulares me
consomem e o quarto está além de quente. Meu corpo está pingando de suor.
Inclinando a cabeça para trás, olho para o teto. É quando suas mãos
encontram os meus seios. Meus lábios formam um O, mas não digo nada. Ele
sente a maciez, a plenitude das minhas curvas enquanto empurra seu pênis
longo e duro em mim lentamente, torturando-me, sucessivamente.
Tomando meus mamilos entre os dedos, ele os torce suavemente e aperta
os grampos. Eu grito, empurrando os meus seios para ele, mas a porta me
detém. Ofegante, mal posso respirar.
Ele sorri, — Shhh! Nenhum som de você! Eu quero que isso entre nós!
Não estou entendendo. Então por que ele quis fazer aquela cena com Neil
e Maggie? Naquele momento, não me importo. Faço o que ele diz e mordo o
lábio para me manter em silêncio. Ele entra profundamente dentro de mim de
novo, e minha boca se abre. Eu engulo o som antes que ele ouça. O único
barulho é a lufada de ar saindo com força dos meus pulmões.
— Boa menina, — ele ronrona e retira antes de novamente empurrar,
desta vez mais profundamente. O tom de sua voz me faz derreter.
Antes que eu possa pensar noutra coisa, os dedos de Bryan apertam em
torno das correntes nos meus mamilos. Seus quadris se mantêm pressionados
rentes aos meus, seu comprimento perdido dentro de mim. Meu queixo cai, e
eu o vejo me observando, esperando que eu faça qualquer barulho. Meus
olhos se fixam nos seus, enquanto sensações ardentes circulam através do meu
corpo, construindo mais apertado e mais forte. Ele lentamente adiciona mais
pressão, provocando e puxando os meus mamilos mais e mais, fazendo com
que a pinça aperte mais ainda. O calor em meu estômago endurece através do
meu corpo. Eu movo os meus quadris e tento balançar contra ele, mas ele me
acalma.
— Não, não. Ainda não!
Eu suspiro! — Eu gosto de ser espancada!
— Sério? — Eu aceno. Sua mão vem com força na minha bunda. Ambas
as nádegas ardem. Ele faz isso enquanto ele ainda está dentro de mim, o que
me faz apertar mais em torno dele. Ele suspira e faz isso de novo, e de novo.
O impacto de suas mãos é tão bom. A ardência envia arrepios através de mim
em ondas que não acabam. Elas navegam pelo meu estômago e se espalham
por todo o meu corpo. Todos os deliciosos formigamentos me atravessam,
fazendo com que eu deslize a minha língua sobre os dentes. Faço isso sem
pensar. É uma reação a ele, ao que está fazendo comigo.
Sem aviso, Bryan puxa para fora. Isso me deixa louca. Meus quadris
sacodem, mas não posso alcançá-lo. O cinto corta os meus pulsos enquanto
me esforço contra as limitações que me foram impostas. Ofego, observando-o
enquanto ele se move para longe de mim. O desejo arde pelo meu corpo. Não
consigo me controlar. Puxando os meus pulsos mais forte ainda, tento
libertar-me do cinto de novo, mas não consigo. Só fica mais apertado.
Ele sorri, assistindo-me lutar, até que eu paro e olho para ele. A expressão
em seu rosto, a intensidade de seus olhos, fazem com que meu estômago se
contorça. Minha respiração fica presa na minha garganta enquanto Bryan
passa perto o suficiente para me tocar, mas ele não toca. Estou ofegante.
Meus olhos estão implorando para que ele faça algo, para que me faça gozar,
deixar-me fode-lo... Qualquer coisa.
— Diga-me o que você deseja, Hallie! Implore-me por isso! — Ele
sussurra palavras ao lado do meu ouvido. A reação dentro de mim é rápida e
violenta. Seu hálito quente faz meu clitóris pulsar e parecer que vou morrer se
ele não me tocar, se ele não terminar o que começou. Ele está tão perto, quase
me tocando, mas não desliza os dedos pela minha cintura. Ele não toca o meu
peito e não provoca os meus mamilos. Isso me faz desejá-lo ainda mais. Eu
me sinto como um animal acorrentado, incapaz de pensar. — Responda-me
linda mulher! — Ele ordena e eu sinto a batida da sua mão na minha bunda.
Meu corpo está tão bem enrolado que o tapa me faz gemer. Eu não
esperava isso, mas antes que pudesse controlar os meu gemido, ele escapa dos
meus lábios. Eu ofego, chocada por não ter sido capaz de abafar o ruído ou
pará-lo a tempo. A mão de Bryan voa uma segunda vez, com mais força. Ele
observa meu rosto enquanto eu estremeço debaixo da sua mão. O tapa é
rápido, e eu sei que vou ter um problema para andar depois, mas não me
importo. Eu grito, dizendo o seu nome, empurrando os meus seios contra ele.
Um olhar perverso torce seus lábios em um sorriso sexy. — Responda-
me! — Sua voz soa como um grunhido e quando não consigo fazer nada,
senão ofegar incontrolavelmente, sua mão me atinge pela terceira vez. Mas ele
não me libera. Em vez disso, ele pega a minha bochecha na mão e aperta. A
ardência se intensifica pela forma como ele me agarra. O belo corpo de Bryan
está coberto por um brilho fino de suor, enquanto me trata grosseiramente.
— Diga-me o que você deseja!
Minha voz é um suspiro. O desejo correndo desenfreadamente. — Eu
quero suas mãos sobre mim, em mim! Eu quero que você me foda sem
sentido. Foda-me, Bryan!
— Implore por isso, Hallie! Implore mais alto! — Seu punho aperta a
minha bunda fazendo com que o meu corpo pressione contra o seu. Gotas de
suor rolam pela minha espinha.
Minha voz treme enquanto imploro, sem capacidade de manter qualquer
traço de comedimento.
— Por favor, Bryan... Por favor! Foda-me! Foda a minha buceta! Encha-
me com o seu gozo. Por favor, baby! Por favor... — Eu continuo a lhe pedir,
enquanto suas mãos deslizam sobre os meus quadris e para baixo entre as
minhas pernas. Quando ele toca o meu clitóris, eu gemo. Bryan inclina sua
cabeça para trás, olhando para mim. — Foda-me, baby! Por favor! — Meus
quadris se remexem contra a sua mão. Em resposta, ele aperta os dedos no
meu clitóris. Eu grito: — Foda-me! Por favor! Bryan! Eu preciso de você! Por
favor!
Quando eu digo o nome dele, ele quebra. Antes de saber o que está
acontecendo, suas mãos estão segurando os meus pulsos sobre a minha
cabeça enquanto ele bate seu membro rígido dentro de mim sucessivamente.
Ele empurra mais e mais profundamente a cada vez, com as mãos deslizando
pelos meus braços. Batendo-se cada vez mais duro contra mim, ele assiste
meus seios balançando e saltando até que ele toma ambos em suas mãos e
aperta os meus mamilos duramente. Eu berro, mas isso só faz com que ele
aperte com mais força, até que a corrente cai. Cai aos meus pés e ele a deixa
lá.
Bryan se move, empurrando para dentro de mim fodendo-me cada vez
mais rápido. O calor entre as minhas pernas percorre todo o meu corpo.
Parece que não posso ser dominada. Não há o suficiente dele para me
satisfazer, nunca. Quando seus dedos apertam mais duramente contra os meus
mamilos doloridos, meus olhos se arregalam. Ele me olha nos olhos enquanto
ele empurra para dentro de mim uma vez... forte. Minhas costas batem contra
a porta e ele me segura lá, observando-me. Seus lábios entreabertos, ele
respira sem dizer nada. Suas mãos suavemente empurram os cabelos para
longe dos meus olhos. Ele acalma por um momento e não posso suportar
isso. Seu pau está em mim, mas não importa o quanto eu me mexa, não posso
fazer com que ele me foda.
Com todo o peso do seu corpo, ele me achata contra a porta. Seus olhos
ardem com o desejo, sua testa está pingando de suor.
— Goze para mim, baby! — Ele respira e mete em mim rápido e
furiosamente. Ele não para quando eu grito. Ele continua metendo contra
mim até que meu corpo não pode ficar mais retesado.
Cada vez que ele afunda em mim eu me sinto mais excitada. Eu não posso
respirar, mas não quero que ele pare. Seu corpo me esmaga, enquanto me
monta, balançando contra mim furiosamente. Eu gemo, e posso dizer o quão
forte ele está empurrando e o quanto vou estar machucada depois, mas não
me importo. No momento, isso é muito bom. Minha pele formiga e está
pingando de suor. Meus seios saltam mais e mais para cima com cada batida
de seu corpo contra o meu. E sem outro pensamento, eu gozo. Meu grito sai
rasgado através da minha garganta. Não posso gozar silenciosamente, não
quando ele faz assim. Bryan me bate mais forte enquanto as deliciosas
sensações giram, fazendo com que todo o meu corpo entre em erupção. Eu o
sinto meter contra mim duro e profundamente, e ele goza alguns segundos
após.
Esgotada, pendurada e estremecendo contra a porta, estou pronta para
cair no chão. Bryan se afasta e me olha. Com os lábios entreabertos, ele só
olha para mim por um momento antes de desatar o cinto. Quando as minhas
mãos caem ao meu lado, meus braços queimam. Bryan me toma em seus
braços e me leva para a cama. Ele me senta na frente dele e esfrega os
músculos doloridos em meus braços e ombros. Minha cabeça se inclina para o
lado enquanto ele faz isso. Cada centímetro meu está formigando. Não quero
que esse momento termine, mas Bryan para.
Viro-me e olho para ele. Ele está brilhando, coberto por uma fina camada
de suor que cheira tão bem. Eu quero lambê-lo, mas apenas aceno. Ele vira
seus olhos esmeraldas para longe e diz:
— Eu acho que eu deveria ir.
— Você vai embora? — De repente, eu me sinto muito nua. Puxo a
coberta da cama e a enrolo em volta dos meus ombros.
— Sim, a menos que você queira que eu fique e diga a Neil tudo sobre
como eu acabei com a raça da sua noiva. — Ele me olha por um segundo. Sua
testa está coberta de suor e seu rosto está brilhando. — O que há de errado?
— Ele sempre pôde me ler tão bem. Eu quero dizer a ele sobre Victor, mas
não posso.
Eu digo outra coisa.
— Neil fez a proposta e eu disse sim. — Eu ergo o meu anel.
— Sim, eu vi isso. Você realmente aceitou? — Bryan se senta ao meu lado.
— Na verdade não. Ele aceitou por mim. — Nós dois ficamos em silêncio
por algum tempo.
Bryan se veste e diz:
— Eu voltarei para ter você do meu jeito de novo em breve. Da próxima
vez é melhor que o idiota do seu noivo tenha você pronta para mim. E eu
quero que você use isso quando estiver comigo e só comigo. — Ele levanta a
corrente do chão e a joga para mim.
A porta do quarto se abre e Neil está lívido. Ele olha para mim e depois
para Bryan:
— Você acha que isso é engraçado?
— Não, acho que ela precisa de algo que você não pode dar a ela. Estou
dando a você uma única chance de quebrar seu compromisso e foder a sua
noiva. Mas você tem que fazer isso como um animal. Satisfaça-a!
O rosto de Neil contorce desgostoso.
— Eu a satisfaço sem esse comportamento bárbaro. Fazer amor não
precisa de mordaças, amarras ou oprimir mulheres de forma nenhuma. Tenho
certeza de que Hallie só aceitou isso pela equipe, seu pedaço de merda
demente!
Essa foi a coisa mais cruel que já ouvi Neil dizendo e eu quero rir, porque
é pateticamente fraco. O homem que estava me usando, ofereceu para quebrar
o acordo se Neil prometer me pegar e fazer sexo animalesco comigo. O
homem deveria ter dito que sim, mas ele, pela sua moral, disse que não. Estou
cansada demais para pensar no que isso significa. O que aconteceu aqui?
— Ela vai tomar mais do que uma foda pela equipe. — Bryan pisca um
dos olhos. — Vejo você amanhã, escrava sexual! Trarei um colar para você e
vai usá-lo. — Bryan aperta a mão de Neil. — Você é um homem inteligente.
O que são alguns meses de infidelidade comparados com uma vida de
riquezas, certo?
Neil aperta a sua mandíbula.
— Então você planeja que isso continue por alguns meses?
— Provavelmente não por muito tempo. Eu fico entediado fodendo a
mesma mulher todo dia. Não se preocupe Neil! Ela é sua sujeira, não a minha.
— Com isso, Bryan vira as costas e sai.
— Neil, — estou pronta para explodir em lágrimas. O julgamento está
espalhado em seu rosto.
— Hallie, isso não é natural. Você não é um animal selvagem! Será que ele
conseguiu instigá-la para que você fingisse o que você não é?
Eu dou de ombros. Não quero falar sobre isso.
— Não tenho ideia.
— Eu deverei deixá-lo foder e espancar você na minha cama, sempre que
ele quiser?
Eu olho fixamente para frente.
— Até que ele se canse de mim, sim. Lide com isso! Você foi quem me
disse para fazer isso. — Eu destaco a última frase. — E ele lhe deu uma saída.
Você não aceitou. — Eu fico olhando para ele, e puxo a coberta mais forte em
volta dos meus ombros.
Neil revira os olhos.
— Eu pensei que fosse apenas uma noite.
— Eu também. Estávamos errados sobre uma porção de coisas.
Capítulo 11
Eu deveria me sentir envergonhada, mas não sinto. No dia seguinte, me
sento com Maggie no sofá enquanto Neil está fora. Ela tem estado muito
tranquila desde que a busquei em seu antigo apartamento. Maggie olha para o
espaço, e eu sei que a memória está se defrontando com o novo e joga uma e
outra vez em sua mente.
— Você quer falar sobre isso? — Eu pergunto, já sabendo a resposta.
Ela inspira e balança a cabeça, antes de oferecer-me um sorriso forçado.
— Não há nada a dizer. A mesma velha merda. Nada mudou, mas dói mais
agora. — Ela sorri como se algo fosse engraçado. — Eu pensava que doía
mais quando eu era criança. Acho que não.
— O que ele fez?
— A mesma coisa de sempre. Victor gosta de possuir coisas. — Ela muda
em seu assento e, em seguida, levanta, colocando distância entre nós. — Era
para eu arranjar-lhe uma garota. Ele tem um tipo, quadris redondos, cabelos
escuros e pele pálida, como Nicole Kidman, mas morena. Assim, a cada
semana, eu levava alguém. Elas ganham algumas centenas de dólares, e ele faz
o que faz. Na semana que eu não conseguia encontrar ninguém, eu a
substituía, mas desta vez... — Ela para de falar e balança a cabeça. — Eu não
deveria ter ido. Geralmente é apenas sexo violento. Ele dá um tapa e me
arranha. Vou para casa e é isso. Mas desta vez... — Ela balança a cabeça e olha
por cima do ombro para mim. — Eu não quero falar sobre isso. Eu tentei
fugir e, em seguida, desisti quando ele disse o que ele faria comigo, e depois
com você. Ele me deu uns tapas por um tempo, me levando do jeito que ele
quis, e então eu ouvi a sua voz e eu estava morrendo de medo que ele fosse
levá-la também. Sinto muito, Hallie.
— Não é culpa sua. — Eu me sinto horrível por deixar sua vida
desmoronar assim. Nós deveríamos estar lá uma para a outra. — Eu deveria
ter chegado mais cedo. Eu teria... Eu gostaria de poder ter tudo de volta.
Maggie sorri tristemente e envolve os braços em torno de si. — Sim, eu
também. E agora? Sem ofensa, mas eu não suporto Neil.
Concordo com a cabeça. — Eu estava pensando que deveria ter um lugar
só meu antes do casamento. Vai ser eu e você.
O olhar de Maggie desvanece no chão. — Você vai se casar com ele,
sério? — Eu aceno e lhe dou um olhar para que não me pressione agora. Ela
acrescenta: — Eu adoraria, mas você sabe que eu não posso me dar ao luxo.
— Sim, você pode. Eu tenho parte do meu pagamento antecipado.
Podemos ir a procura de uma casa sempre que quiser, oh, e esta parte não é
opcional, você trabalha para mim agora. Eu vou precisar de uma assistente
pessoal para me dizer o que fazer, você sabe, alguém um pouco mandona.
Maggie ri e me empurra, e depois bate as mãos sobre a boca, e repete a
ação. — De jeito nenhum!
— Isso. — É tão bom ver uma explosão de felicidade em seus olhos,
mesmo por um breve momento. Mas assim que ela pisca, ela se foi, perdeu-se
nas profundezas da agonia que enchem sua alma.
Um dia ela vai parar de lutar. Um dia ela vai ceder, desistir.
Ela já teria desistido se eu não tivesse aparecido. Algumas pessoas a
levaram direto para o inferno. É irônico, porque eu tenho sangue em minhas
mãos e não me sinto como se estivesse infeliz. É mais, como eu se estou
puxando Maggie, da vida tortuosa ela conhece, e esconde com esse sorriso.
Não me arrependo de minhas ações. O pensamento faz minha pele
formigar. Na parte profunda da minha mente, eu me pergunto que tipo de
pessoa que sou, mas arrumo minha coluna e me levanto. Isso me faz ser quem
eu sou e não há nada mais a se considerar. Eu fiz o que tinha que fazer. Eu
não teria tocado em Victor se ele a deixasse em paz, se ele não tivesse
ameaçado vir atrás de nós, mas ele ameaçou. Eu vi o medo nos olhos de
Maggie é a verdade. Se Victor Campone tivesse vivido, teríamos morrido.
— Está com fome? — Eu pergunto me dirigindo à geladeira.
— Sim, um pouco. — Maggie está sentada com os pés enrolados em sua
bunda e olhando para as mãos desde que eu a peguei no apartamento do
Victor. Ela raramente faz contato visual. Acho que a luta a nocauteou. Ele
aparece em surtos, mas é como um carro que está ficando sem gasolina. Estou
muito preocupada com ela. Depois de tudo que ela passou...
Isso não pode desfazê-la. Não pode.
Porque é minha culpa desta vez.
Todas as outras vezes, a Maggie revidou. Ela nunca desistiu, nunca cedeu,
e agora a minha melhor amiga está caída no sofá, coberta de hematomas e
cortes, com os olhos que se assemelham a buracos-negros que sugam tudo,
mas não vejo nada ali. Eles não sentem nada, não mais.
Eu sorrio e digo algo estúpido, tentando fazê-la rir, mas nem sequer
obtenho um sorriso de piedade. Depois de abrir a porta da geladeira, eu gemo
em voz alta. Neil está trabalhando hoje e não conseguiu ir às compras.
Maggie pergunta: — O que ele fez?
— Ele pegou todas as sobras da festa e levou para o trabalho. Eu pensei
que era bom porque ele deveria ir às compras, mas não o fez. — Estou
inclinada na geladeira vazia olhando para uma caixa de leite vencido e um
frasco de picles. Não vou comer isso. Eu bato a geladeira e acrescento: — Eu
dar rápida saída. Será que comida chinesa vai bem?
Maggie geralmente protesta e se oferece para pagar as coisas, mas hoje,
apenas balança a cabeça. — Ótimo! — Eu digo, parecendo alegre. Ela irá
voltar. Ela vai. Se eu continuar dizendo a mim mesmo vai acontecer, certo?
De repente, eu percebo que ela não recuperou-se, matar Victor não era uma
vingança suficiente, até mesmo pelo o que ele fez com Maggie.
Capítulo 12
Pego minhas chaves e ligo o motor. O carro vermelho ronrona quando o
tiro da garagem e digito o CEP do local que irei. Quando estou prestes a
desviar para o estacionamento, um policial segue atrás de mim, com as luzes
vermelhas piscando. Eu não estava em alta velocidade. Droga. Deve ser
verdade que os carros vermelhos são parados mais do que qualquer outra cor.
Eu encosto e levo o carro para o acostamento, tomando o cuidado de
manter as mãos no volante. Papai me disse para nunca ir para a minha bolsa
ou porta-luvas até que o policial esteja de pé ao lado do carro. O cara tem que
ver as minhas mãos ou ele pode atirar em mim, bem não é exatamente do jeito
que meu pai disse isso, mas é o que ele quis dizer.
Eu aperto o botão na janela, assim como o policial se aproxima. Ele está
usando o uniforme escuro que me dá vontade de sair correndo e gritando
para o meu quarto e me esconder debaixo da minha cama.
Ele não é esse cara. Pare com isso, Hallie, xingo-me, mas isso não ajuda.
Até agora, minhas mãos estão tremendo.
— A licença e registro, por favor. — O cara tem trinta e tantos anos, e um
tipo de visual assustador. Por assustador, eu quero dizer que parece que ele
poderia tomar o meu pequeno corpo e dobrá-lo estilo acordeão e enfiá-lo em
seu tronco. O cara é massa muscular pura e ele parece chateado. Eu não posso
imaginar o que eu fiz.
Eu me aproximo do porta-luvas para retirar os papéis mencionados, mas
tudo que eu encontro é o manual sobre o carro e o último aviso de mudança
de óleo. Sem documentos. Sem registro. O meu coração dá uma guinada.
Foda-se. Eu começo a pensar que Jon brincou comigo, mas mesmo ele, não
seria tão baixo. E o policial não me pediu para sair do carro ou qualquer coisa.
Minha lanterna traseira está queimada ou algo assim, isso é tudo. Isso não é
nada.
Eu vasculho minha bolsa e tiro a minha pequena carteira. Meu rosto fica
pálido quando vejo o espaço vazio onde minha carteira de motorista deveria
estar. Olho para o policial e digo baixinho: — Ela se foi.
— Você não tem uma licença ou registro desse veículo? — Ele diz algo
em seu ombro depois de ouvir um zumbido em seu fone de ouvido. — Saia
do carro, minha senhora.
Estou tremendo agora. — Eu não fiz nada de errado. Alguém pegou a
minha licença. Eu tenho uma.
Ele me ignora e me apoia no capô. Tira seus óculos de sol. Quando o
guarda, ele pergunta: — Você sabe que você está dirigindo um veículo
roubado?
— Não é roubado.
— Oh?
Eu balanço minha cabeça, pronto para chorar. Jon não faria isso para
mim, ele não iria. — Jonathan Ferro me vendeu este carro uns dias atrás por
dez mil dólares. Eu não tive a chance de renovar a papelada ainda. Eu pensei
que tinha alguns dias?
O policial concorda. Ele vira o meu rosto para o capô e me revista. —
História legal. O carro vale muito mais do que isso. Se você vai mentir pelo
menos faz a história parecer convincente.
— É verdade! Jon me vendeu por dez mil. Pergunte a ele! Eu não estou
mentindo.
Eu sinto frio do metal prender meus pulsos quando as algemas
escorregam em torno dos meus braços. Eu começo a entrar em pânico. Meu
coração dispara muito rápido e o mundo se torna um borrão. Eu não posso
parar de falar, suplicando, e quando o policial me empurra na parte de trás de
seu carro, todos os terríveis eventos em detalhes vívidos se reproduzem em
minha mente.
Eu fecho meus olhos e tento desligá-los, mas as cores iluminam e os sons
de mais de uma década tocam alto em meus ouvidos, enquanto lágrimas caem
pelo meu rosto. O passado e o presente colidem juntos com tanta violência
que eu não posso suportar isso.
Minha mãe jura para mim antes de me enfiar no armário. Pequenas mãos
envolvem em torno de mim, e eu sei que o meu irmão mais novo, Anthony,
está apavorado. Ele cresceu e seus ossos eu sinto nitidamente sob minhas
palmas. Ele chora até que fica em silêncio, até que ele adormece, até que
minha mãe teve seu efeito das drogas e amantes. Eu a ouvi rir. Eu nunca
poderia fazê-la feliz assim. Ouvi os sons de sexo, até que algo muda. A festa
normal não é mais normal.
O policial que me tirou do armário tentou tirar o corpo sem vida do meu
irmão dos meus braços. Eu não entendi. Eu o protegia dela. Eu vigiei por
Anthony, mas depois de tudo que eu fiz, não foi o suficiente. Eles pensaram
que eu o matei em primeiro lugar. Eles me empurraram para o fundo do carro
e gritei para eles até que eu não podia chorar mais. Eu queria meu irmão, mas
eles disseram que ele estava morto.
Eu não acreditei neles.
Agora, eu tenho dificuldade em acreditar em alguém e este policial abriu
uma ferida que é tão profunda que me corta até o osso. Não, não foi o policial
- foi Jon.
Eu não posso evitar o tremor, mas eu não choro. Eles me ficham e fazem
perguntas que eu ouvi antes. A estrutura nunca muda em lugares como este.
As pessoas são as mesmas. O cheiro é idêntico. Eu olho fixamente, tentando
manter minha mente em uma única peça, mas eu sinto as rachaduras pouco a
pouco.
Quem vai salvar Maggie? Se eu me perder, quem estará lá para ela?
Ninguém. Acalme-se, Hallie.
Eu tenho direito a uma ligação, então que eu chamo a pessoa que eles
estão tentando me manter longe, o homem que está me chantageando por
sexo.
Quando ele atende o telefone, Bryan parece cansado. Eu não sei de que
outra forma dizer. Eu teria pensado que ele estava dormindo, mas há algo em
sua voz que me diz que não dorme há muito tempo. — Suffolk County PD.
Deixe-me adivinhar, é Jon ou Trystan?
— Não, — minha voz é tão baixa, tão tímida que mal faz um som.
Eu o ouvi mudar e Bryan soa mais alerta quando ele responde: — Hallie?
— Venha me pegar. Eu vou lhe dever. Qualquer coisa que você quiser,
basta vir me pegar. — Eu entrego o telefone de volta ao oficial na mesa e sou
levada de volta para a minha cela.
Capítulo 13
Estou sentada em frente a uma mulher que não consegue parar de chorar.
Ela fala sobre os tíquetes de estacionamento não pagos, sobre como ela vai
perder o emprego por causa disto e como ela não trabalhou o suficiente para
pagar os tíquetes. Depois começa a hiperventilar e menciona algo sobre
remédios. Essa é a única vez que o policial no exterior da cela olha para ela.
Eles a removem da nossa cela, dizendo que vai ter seus remédios.
Alguém entra e se senta ao meu lado. Seu rosto está machucado em um
lado.
— Olá.
Eu olho para ela e não digo nada. Meus braços estão cruzados sobre o
meu peito e estou encostada à parede, pensando em maneiras de castrar Jon
Ferro. Ele sabia sobre o meu passado e o que isto faria comigo.
A mulher não é mais que uma menina, deve de ter uns dezoito anos, com
grandes olhos redondos, mas ainda tem bochechas gordinhas, infantis. Pelo
seu rosto angular não parece ter mais de vinte e dois anos. O seu cabelo
escuro é longo e está em um rabo de cavalo bagunçado.
Ela suspira e descansa as costas contra a parede de cimento frio. — Você
passará a noite aqui? Eu espero que sim. Ele precisa de tempo para esfriar. A
única parte ruim é não ter o sabão bacteriano, mas o resto está bem. Além
disso, ele vai dar-me tempo. Eu não posso estar perto dele quando ele está
assim. Ele é geralmente é bom, mas em noites como está, eu acho melhor
ficar aqui. Eu não vou fazer a minha ligação. Ei, você parece familiar. — Ela
fala sem respirar e olha para mim o tempo todo.
— Nós nunca nos conhecemos, — é tudo o que eu digo.
Ela acena com a cabeça e continua, liberando uma onda de palavras.
Sentada, escuto sua vida, a sua história, não sinto nada, apenas piedade. Ela é
como Maggie e eu. Ela não tem ninguém que se preocupe com ela, ninguém
para ouvir a sua voz e em quem encontrar consolo através de seu toque.
Eu não sei quanto tempo estive lá, mas um tempo depois eles chamam o
meu nome, a jovem foi levada para um banho e passará a noite na cela.
Imagino o por que desejar uma cela em vez de ir para casa. Isso me faz querer
chorar, e não há porra nenhuma que eu possa fazer sobre isso. Eu não posso
nem tomar conta de mim.
A porta da cela desliza aberta e faz um som mais horrível. — Hallie
Raymond, recolha as suas coisas na recepção e vá para casa com o seu amigo
que pagou sua fiança. Se você estragar tudo, ele será o único que pagará por
isso, o melhor é se comportar.
Concordo com a cabeça e percorro o caminho para a recepção. Parece
que eu não prestei atenção por um tempo, mas o faço quando vejo Bryan.
Enquanto eu ando atrás dele eu observo a maneira como ele respira, o modo
como os seus ombros estão dobrados para frente como se ele estivesse sendo
vigiado ou com dor. Eu paro atrás dele e o assisto por um momento. Seus
quadris são estreitos, como sempre, ele não perdeu muito peso, mas seu
cabelo não brilha da maneira como ele costumava brilhar. Sua respiração é
superficial e curta, como se tivesse estado correndo. Uma sensação horrível
corre pela minha espinha quando eu olho para ele.
Naquele momento, Bryan sente os olhos sobre ele e vira. Ele tem aquele
sorriso brincalhão no rosto. — Se você queria usar algemas, eu tenho algumas.
Eu ficaria feliz... poff! — Eu bato nele com toda a força do meu corpo e o
seguro apertado.
Bryan fica chocado no início. Seus braços levam um tempo até fecharem-
se em torno de mim, e depois ele me segura. Eu sinto a sua voz, a agitação
quente de ar, quando ele sussurra em meu ouvido: — Vamos sair daqui. —
Ele me solta e eu aceno. Foi quando ele me disse a última coisa que eu queria
ouvir. — Há repórteres na frente.
— O quê? — O meu queixo cai em horror.
— Eu fiz arranjos para sair pela parte de trás, mas haverá alguém. Sempre
há. Todo mundo vai saber o que aconteceu pela manhã. — Bryan pega a
minha mão e me leva, seguindo um oficial, que nos conduz através de uma
sala com armários e na parte de trás da delegacia de polícia, para um Hummer
preto. Sou empurrada para dentro, mas não antes de um flash disparar e eu
olhei diretamente para a câmera.
Bryan empurra-o de volta, mas a foto já foi tirada. Ele sobe atrás de mim
e diz: — Dirija.
— Eu não sou a porra do seu motorista, Bryan. Diga por favor. — Um
cara da minha idade, com cabelo escuro que paira em seu rosto, está no
assento do motorista. Com óculos grandes demais para obscurecer os olhos.
— Foda-se, Trystan.
Trystan revira os olhos e se afasta com sua enorme, máquina
ambientalmente irresponsável, com o objetivo de atingir os repórteres da rua,
quando sai do estacionamento. — As pessoas seriam melhores para você, se
você fosse mais agradável para elas. Isso é tudo o que estou dizendo. —
Trystan é tranquilo, mas eu sinto seus olhos em mim. Quando eu olho para
cima, ele responde ao que eu estava pensando. — Jon não fez isso com você.
Aos poucos, meu queixo inclina-se para cima e os nossos olhos se
encontram no espelho retrovisor. — Jon Ferro é um homem morto. Ele sabe
o que isto me faria. Foi a pior coisa que ele poderia ter feito.
Bryan pega a minha mão e tece os nossos dedos juntos. — Não foi Jon.
Por favor, aguarde para matá-lo até amanhã.
— Eu poderia matá-lo agora. Bryan, eu cuidei de Campone e posso cuidar
de qualquer um que mexer com Maggie ou comigo. Eu não sou mais uma
criança. — Eu soluço e tremo quando o passado e o presente eclodem juntos
novamente. Meu irmão morreu de fome. Ele morreu em meus braços e eu era
muito boba e pequena para saber o que fazer. Eu digo que eu era apenas uma
criança, porque é mais fácil do que dizer às pessoas a minha história, mas os
Ferros sabem de tudo. Eles são como baratas que conseguem encontrar cada
mentira em cada canto escuro de sua alma. — Eu não vou ser dizimada por
Jon. Foda-se ele.
Trystan e Bryan trocam um olhar, mas ninguém diz nada. Bryan me puxa
em seus braços e me segura até pararmos em frente de um antigo motel.
Bruto é a melhor maneira de descrevê-lo. Aposto que eles alugam quartos por
hora. Trystan joga para Bryan a chave do quarto. — Fique aí até eu descobrir
o que aconteceu. Eu acho que já sei, embora os detalhes sejam vagos.
Eu balanço a minha cabeça: — Não, eu não posso. Maggie está de volta e
ela precisa de mim. E Neil...
Bryan suspira, passando as mãos pelos cabelos. Depois que ele fez isso, ele
balança a mão para o seu lado. — Maggie estará bem. E Neil é um idiota.
Além disso, ele sabe que eu a levei esta noite. Aparentemente, você disse a
Maggie que eu estava chantageando você, porque ela tentou me pregar seu
calcanhar na cabeça. — Isso me faz sorrir. — Oh, você acha que é engraçado?
— Bryan me agarra e se inclina para perto. Aqueles olhos verdes brilham por
um momento antes de embaçarem. — Vamos Raymond. Estou pensando em
usá-la até que você se esqueça de quem você é.
CONTINUA
Capítulo 10
Bryan pega o meu rosto em suas mãos.
— Se você não gostar, diga-me! — Eu aceno, lentamente, com as suas
mãos quentes ainda segurando o meu rosto.
Era como se alguém apertasse um interruptor. Os olhos de Bryan se
tornaram mais escuros, mais carnais. Ele libera o meu rosto e pressiona seu
corpo tonificado contra o meu. Empurrando as minhas costas contra a porta,
certifica-se de que eu possa sentir cada centímetro dele. Tira uma corrente
prateada com um plugue em cada extremidade e o prende nos meus mamilos.
Eu ofego quando ele os aperta. O peso das correntes faz com que eu morda
os meus lábios. Enquanto ele pressiona dentro de mim, as correntes vão se
mexendo e puxando suavemente à medida que ele desliza sobre o meu corpo.
Um pequeno suspiro escapa por entre os meus lábios. Bryan me olha, seus
olhos verdes fixos nos meus. Pega um dedo e o coloca entre os meus lábios
rosados, enquanto a outra mão desliza mais para baixo, passando pela minha
barriga e entre as minhas pernas. Eu ofego. Ele se move rapidamente, tocando
a minha protuberância sensível com o polegar, alisando o dedo sobre a carne
suave, e observando o meu rosto enquanto faz isso.
Meu queixo se ergue enquanto tento não gemer. Luto contra as sensações
que estão em erupção dentro de mim, as sensações que ele está trazendo à
tona. Seus dedos se movem sobre o meu clitóris, enquanto ele puxa a corrente
suavemente. Ele sente que estou ficando mais úmida e, em seguida, sem aviso,
sem uma mudança na expressão, empurra o dedo dentro de mim. Ele ainda
está, por um tempo, vendo meus olhos. Eu pisco devagar, sentindo-o ali, entre
as minhas pernas.
Bryan empurra o dedo mais forte, mais profundo enquanto me observa.
Sua respiração está sobre os meus lábios fazendo com que me sinta tonta.
Quando ele puxa o dedo, ergue-o para a minha boca. Delineando os meus
lábios, ele me observa, espalhando meu calor úmido, como batom. Eu pisco
lentamente, com meu coração disparado, e, excitada além da compreensão.
— Prove! — Ele ofega e empurra o dedo em minha boca. Eu passo a
minha língua contra o seu dedo, mas ele o segura lá e diz: — Chupa até que
saia do meu dedo, Hallie! — Eu hesitei, mas ele diz: — Faça isso! — Minha
língua envolve o dedo, sugando-o, saboreando o gosto. Seus olhos estão
queimando, observando-me.
Enquanto chupo o dedo, ele abaixa a outra mão entre as minhas pernas,
abrindo a minha pele escorregadia. Sensações explodem dentro de mim, mas
antes que eu possa saboreá-las, as sensações mudam. O membro duro de
Bryan entra dentro de mim, fazendo com que eu chupe o dedo mais forte
ainda. Ele puxa o dedo da minha boca, e envolve as mãos em volta da minha
cintura. Fica um pouco imóvel, por um momento, respirando rápido e forte.
Depois, puxa para fora lentamente e enfia novamente, fazendo com que eu
bata contra a porta. Meus joelhos tremem à medida que ele lentamente vai me
deixando mais louca. Eu quero mais. Quero que ele me maltrate e me deixe
tonta pela paixão. Que limpe o meu medo com a luxúria, apague a minha
memória por um momento, e tire toda a dor que tem me invadido.
Eu só quero senti-lo e nada mais. O mundo desaparece até que não sei
quanto tempo se passou. Meus braços doem enquanto ele me usa,
empurrando para dentro de mim sucessivas vezes. Minha cabeça pende para o
lado e, em seguida, levanta de volta. Eu ofego todas às vezes e os meus seios
tremem com a força de seu empurrão.
Algo se desdobra dentro de mim. Quero suas mãos em mim, fazendo
tudo ao mesmo tempo. Vertentes delicadas de paixão irrompem dentro de
mim, enviando arrepios pelas minhas coxas e seios. Todos os lugares que
desejo que ele toque fervem como uma corrente viva. Arqueando minhas
costas, eu pressiono meus quadris contra os dele, só para que batam
novamente.
Seus impulsos mudam para provocar, gentilmente empurrando e puxando
para fora. Ele é tão duro, tão perfeito. Quero colocar as minhas pernas ao
redor de seus quadris, mas não posso. As respirações irregulares me
consomem e o quarto está além de quente. Meu corpo está pingando de suor.
Inclinando a cabeça para trás, olho para o teto. É quando suas mãos
encontram os meus seios. Meus lábios formam um O, mas não digo nada. Ele
sente a maciez, a plenitude das minhas curvas enquanto empurra seu pênis
longo e duro em mim lentamente, torturando-me, sucessivamente.
Tomando meus mamilos entre os dedos, ele os torce suavemente e aperta
os grampos. Eu grito, empurrando os meus seios para ele, mas a porta me
detém. Ofegante, mal posso respirar.
Ele sorri, — Shhh! Nenhum som de você! Eu quero que isso entre nós!
Não estou entendendo. Então por que ele quis fazer aquela cena com Neil
e Maggie? Naquele momento, não me importo. Faço o que ele diz e mordo o
lábio para me manter em silêncio. Ele entra profundamente dentro de mim de
novo, e minha boca se abre. Eu engulo o som antes que ele ouça. O único
barulho é a lufada de ar saindo com força dos meus pulmões.
— Boa menina, — ele ronrona e retira antes de novamente empurrar,
desta vez mais profundamente. O tom de sua voz me faz derreter.
Antes que eu possa pensar noutra coisa, os dedos de Bryan apertam em
torno das correntes nos meus mamilos. Seus quadris se mantêm pressionados
rentes aos meus, seu comprimento perdido dentro de mim. Meu queixo cai, e
eu o vejo me observando, esperando que eu faça qualquer barulho. Meus
olhos se fixam nos seus, enquanto sensações ardentes circulam através do meu
corpo, construindo mais apertado e mais forte. Ele lentamente adiciona mais
pressão, provocando e puxando os meus mamilos mais e mais, fazendo com
que a pinça aperte mais ainda. O calor em meu estômago endurece através do
meu corpo. Eu movo os meus quadris e tento balançar contra ele, mas ele me
acalma.
— Não, não. Ainda não!
Eu suspiro! — Eu gosto de ser espancada!
— Sério? — Eu aceno. Sua mão vem com força na minha bunda. Ambas
as nádegas ardem. Ele faz isso enquanto ele ainda está dentro de mim, o que
me faz apertar mais em torno dele. Ele suspira e faz isso de novo, e de novo.
O impacto de suas mãos é tão bom. A ardência envia arrepios através de mim
em ondas que não acabam. Elas navegam pelo meu estômago e se espalham
por todo o meu corpo. Todos os deliciosos formigamentos me atravessam,
fazendo com que eu deslize a minha língua sobre os dentes. Faço isso sem
pensar. É uma reação a ele, ao que está fazendo comigo.
Sem aviso, Bryan puxa para fora. Isso me deixa louca. Meus quadris
sacodem, mas não posso alcançá-lo. O cinto corta os meus pulsos enquanto
me esforço contra as limitações que me foram impostas. Ofego, observando-o
enquanto ele se move para longe de mim. O desejo arde pelo meu corpo. Não
consigo me controlar. Puxando os meus pulsos mais forte ainda, tento
libertar-me do cinto de novo, mas não consigo. Só fica mais apertado.
Ele sorri, assistindo-me lutar, até que eu paro e olho para ele. A expressão
em seu rosto, a intensidade de seus olhos, fazem com que meu estômago se
contorça. Minha respiração fica presa na minha garganta enquanto Bryan
passa perto o suficiente para me tocar, mas ele não toca. Estou ofegante.
Meus olhos estão implorando para que ele faça algo, para que me faça gozar,
deixar-me fode-lo... Qualquer coisa.
— Diga-me o que você deseja, Hallie! Implore-me por isso! — Ele
sussurra palavras ao lado do meu ouvido. A reação dentro de mim é rápida e
violenta. Seu hálito quente faz meu clitóris pulsar e parecer que vou morrer se
ele não me tocar, se ele não terminar o que começou. Ele está tão perto, quase
me tocando, mas não desliza os dedos pela minha cintura. Ele não toca o meu
peito e não provoca os meus mamilos. Isso me faz desejá-lo ainda mais. Eu
me sinto como um animal acorrentado, incapaz de pensar. — Responda-me
linda mulher! — Ele ordena e eu sinto a batida da sua mão na minha bunda.
Meu corpo está tão bem enrolado que o tapa me faz gemer. Eu não
esperava isso, mas antes que pudesse controlar os meu gemido, ele escapa dos
meus lábios. Eu ofego, chocada por não ter sido capaz de abafar o ruído ou
pará-lo a tempo. A mão de Bryan voa uma segunda vez, com mais força. Ele
observa meu rosto enquanto eu estremeço debaixo da sua mão. O tapa é
rápido, e eu sei que vou ter um problema para andar depois, mas não me
importo. Eu grito, dizendo o seu nome, empurrando os meus seios contra ele.
Um olhar perverso torce seus lábios em um sorriso sexy. — Responda-
me! — Sua voz soa como um grunhido e quando não consigo fazer nada,
senão ofegar incontrolavelmente, sua mão me atinge pela terceira vez. Mas ele
não me libera. Em vez disso, ele pega a minha bochecha na mão e aperta. A
ardência se intensifica pela forma como ele me agarra. O belo corpo de Bryan
está coberto por um brilho fino de suor, enquanto me trata grosseiramente.
— Diga-me o que você deseja!
Minha voz é um suspiro. O desejo correndo desenfreadamente. — Eu
quero suas mãos sobre mim, em mim! Eu quero que você me foda sem
sentido. Foda-me, Bryan!
— Implore por isso, Hallie! Implore mais alto! — Seu punho aperta a
minha bunda fazendo com que o meu corpo pressione contra o seu. Gotas de
suor rolam pela minha espinha.
Minha voz treme enquanto imploro, sem capacidade de manter qualquer
traço de comedimento.
— Por favor, Bryan... Por favor! Foda-me! Foda a minha buceta! Encha-
me com o seu gozo. Por favor, baby! Por favor... — Eu continuo a lhe pedir,
enquanto suas mãos deslizam sobre os meus quadris e para baixo entre as
minhas pernas. Quando ele toca o meu clitóris, eu gemo. Bryan inclina sua
cabeça para trás, olhando para mim. — Foda-me, baby! Por favor! — Meus
quadris se remexem contra a sua mão. Em resposta, ele aperta os dedos no
meu clitóris. Eu grito: — Foda-me! Por favor! Bryan! Eu preciso de você! Por
favor!
Quando eu digo o nome dele, ele quebra. Antes de saber o que está
acontecendo, suas mãos estão segurando os meus pulsos sobre a minha
cabeça enquanto ele bate seu membro rígido dentro de mim sucessivamente.
Ele empurra mais e mais profundamente a cada vez, com as mãos deslizando
pelos meus braços. Batendo-se cada vez mais duro contra mim, ele assiste
meus seios balançando e saltando até que ele toma ambos em suas mãos e
aperta os meus mamilos duramente. Eu berro, mas isso só faz com que ele
aperte com mais força, até que a corrente cai. Cai aos meus pés e ele a deixa
lá.
Bryan se move, empurrando para dentro de mim fodendo-me cada vez
mais rápido. O calor entre as minhas pernas percorre todo o meu corpo.
Parece que não posso ser dominada. Não há o suficiente dele para me
satisfazer, nunca. Quando seus dedos apertam mais duramente contra os meus
mamilos doloridos, meus olhos se arregalam. Ele me olha nos olhos enquanto
ele empurra para dentro de mim uma vez... forte. Minhas costas batem contra
a porta e ele me segura lá, observando-me. Seus lábios entreabertos, ele
respira sem dizer nada. Suas mãos suavemente empurram os cabelos para
longe dos meus olhos. Ele acalma por um momento e não posso suportar
isso. Seu pau está em mim, mas não importa o quanto eu me mexa, não posso
fazer com que ele me foda.
Com todo o peso do seu corpo, ele me achata contra a porta. Seus olhos
ardem com o desejo, sua testa está pingando de suor.
— Goze para mim, baby! — Ele respira e mete em mim rápido e
furiosamente. Ele não para quando eu grito. Ele continua metendo contra
mim até que meu corpo não pode ficar mais retesado.
Cada vez que ele afunda em mim eu me sinto mais excitada. Eu não posso
respirar, mas não quero que ele pare. Seu corpo me esmaga, enquanto me
monta, balançando contra mim furiosamente. Eu gemo, e posso dizer o quão
forte ele está empurrando e o quanto vou estar machucada depois, mas não
me importo. No momento, isso é muito bom. Minha pele formiga e está
pingando de suor. Meus seios saltam mais e mais para cima com cada batida
de seu corpo contra o meu. E sem outro pensamento, eu gozo. Meu grito sai
rasgado através da minha garganta. Não posso gozar silenciosamente, não
quando ele faz assim. Bryan me bate mais forte enquanto as deliciosas
sensações giram, fazendo com que todo o meu corpo entre em erupção. Eu o
sinto meter contra mim duro e profundamente, e ele goza alguns segundos
após.
Esgotada, pendurada e estremecendo contra a porta, estou pronta para
cair no chão. Bryan se afasta e me olha. Com os lábios entreabertos, ele só
olha para mim por um momento antes de desatar o cinto. Quando as minhas
mãos caem ao meu lado, meus braços queimam. Bryan me toma em seus
braços e me leva para a cama. Ele me senta na frente dele e esfrega os
músculos doloridos em meus braços e ombros. Minha cabeça se inclina para o
lado enquanto ele faz isso. Cada centímetro meu está formigando. Não quero
que esse momento termine, mas Bryan para.
Viro-me e olho para ele. Ele está brilhando, coberto por uma fina camada
de suor que cheira tão bem. Eu quero lambê-lo, mas apenas aceno. Ele vira
seus olhos esmeraldas para longe e diz:
— Eu acho que eu deveria ir.
— Você vai embora? — De repente, eu me sinto muito nua. Puxo a
coberta da cama e a enrolo em volta dos meus ombros.
— Sim, a menos que você queira que eu fique e diga a Neil tudo sobre
como eu acabei com a raça da sua noiva. — Ele me olha por um segundo. Sua
testa está coberta de suor e seu rosto está brilhando. — O que há de errado?
— Ele sempre pôde me ler tão bem. Eu quero dizer a ele sobre Victor, mas
não posso.
Eu digo outra coisa.
— Neil fez a proposta e eu disse sim. — Eu ergo o meu anel.
— Sim, eu vi isso. Você realmente aceitou? — Bryan se senta ao meu lado.
— Na verdade não. Ele aceitou por mim. — Nós dois ficamos em silêncio
por algum tempo.
Bryan se veste e diz:
— Eu voltarei para ter você do meu jeito de novo em breve. Da próxima
vez é melhor que o idiota do seu noivo tenha você pronta para mim. E eu
quero que você use isso quando estiver comigo e só comigo. — Ele levanta a
corrente do chão e a joga para mim.
A porta do quarto se abre e Neil está lívido. Ele olha para mim e depois
para Bryan:
— Você acha que isso é engraçado?
— Não, acho que ela precisa de algo que você não pode dar a ela. Estou
dando a você uma única chance de quebrar seu compromisso e foder a sua
noiva. Mas você tem que fazer isso como um animal. Satisfaça-a!
O rosto de Neil contorce desgostoso.
— Eu a satisfaço sem esse comportamento bárbaro. Fazer amor não
precisa de mordaças, amarras ou oprimir mulheres de forma nenhuma. Tenho
certeza de que Hallie só aceitou isso pela equipe, seu pedaço de merda
demente!
Essa foi a coisa mais cruel que já ouvi Neil dizendo e eu quero rir, porque
é pateticamente fraco. O homem que estava me usando, ofereceu para quebrar
o acordo se Neil prometer me pegar e fazer sexo animalesco comigo. O
homem deveria ter dito que sim, mas ele, pela sua moral, disse que não. Estou
cansada demais para pensar no que isso significa. O que aconteceu aqui?
— Ela vai tomar mais do que uma foda pela equipe. — Bryan pisca um
dos olhos. — Vejo você amanhã, escrava sexual! Trarei um colar para você e
vai usá-lo. — Bryan aperta a mão de Neil. — Você é um homem inteligente.
O que são alguns meses de infidelidade comparados com uma vida de
riquezas, certo?
Neil aperta a sua mandíbula.
— Então você planeja que isso continue por alguns meses?
— Provavelmente não por muito tempo. Eu fico entediado fodendo a
mesma mulher todo dia. Não se preocupe Neil! Ela é sua sujeira, não a minha.
— Com isso, Bryan vira as costas e sai.
— Neil, — estou pronta para explodir em lágrimas. O julgamento está
espalhado em seu rosto.
— Hallie, isso não é natural. Você não é um animal selvagem! Será que ele
conseguiu instigá-la para que você fingisse o que você não é?
Eu dou de ombros. Não quero falar sobre isso.
— Não tenho ideia.
— Eu deverei deixá-lo foder e espancar você na minha cama, sempre que
ele quiser?
Eu olho fixamente para frente.
— Até que ele se canse de mim, sim. Lide com isso! Você foi quem me
disse para fazer isso. — Eu destaco a última frase. — E ele lhe deu uma saída.
Você não aceitou. — Eu fico olhando para ele, e puxo a coberta mais forte em
volta dos meus ombros.
Neil revira os olhos.
— Eu pensei que fosse apenas uma noite.
— Eu também. Estávamos errados sobre uma porção de coisas.
Capítulo 11
Eu deveria me sentir envergonhada, mas não sinto. No dia seguinte, me
sento com Maggie no sofá enquanto Neil está fora. Ela tem estado muito
tranquila desde que a busquei em seu antigo apartamento. Maggie olha para o
espaço, e eu sei que a memória está se defrontando com o novo e joga uma e
outra vez em sua mente.
— Você quer falar sobre isso? — Eu pergunto, já sabendo a resposta.
Ela inspira e balança a cabeça, antes de oferecer-me um sorriso forçado.
— Não há nada a dizer. A mesma velha merda. Nada mudou, mas dói mais
agora. — Ela sorri como se algo fosse engraçado. — Eu pensava que doía
mais quando eu era criança. Acho que não.
— O que ele fez?
— A mesma coisa de sempre. Victor gosta de possuir coisas. — Ela muda
em seu assento e, em seguida, levanta, colocando distância entre nós. — Era
para eu arranjar-lhe uma garota. Ele tem um tipo, quadris redondos, cabelos
escuros e pele pálida, como Nicole Kidman, mas morena. Assim, a cada
semana, eu levava alguém. Elas ganham algumas centenas de dólares, e ele faz
o que faz. Na semana que eu não conseguia encontrar ninguém, eu a
substituía, mas desta vez... — Ela para de falar e balança a cabeça. — Eu não
deveria ter ido. Geralmente é apenas sexo violento. Ele dá um tapa e me
arranha. Vou para casa e é isso. Mas desta vez... — Ela balança a cabeça e olha
por cima do ombro para mim. — Eu não quero falar sobre isso. Eu tentei
fugir e, em seguida, desisti quando ele disse o que ele faria comigo, e depois
com você. Ele me deu uns tapas por um tempo, me levando do jeito que ele
quis, e então eu ouvi a sua voz e eu estava morrendo de medo que ele fosse
levá-la também. Sinto muito, Hallie.
— Não é culpa sua. — Eu me sinto horrível por deixar sua vida
desmoronar assim. Nós deveríamos estar lá uma para a outra. — Eu deveria
ter chegado mais cedo. Eu teria... Eu gostaria de poder ter tudo de volta.
Maggie sorri tristemente e envolve os braços em torno de si. — Sim, eu
também. E agora? Sem ofensa, mas eu não suporto Neil.
Concordo com a cabeça. — Eu estava pensando que deveria ter um lugar
só meu antes do casamento. Vai ser eu e você.
O olhar de Maggie desvanece no chão. — Você vai se casar com ele,
sério? — Eu aceno e lhe dou um olhar para que não me pressione agora. Ela
acrescenta: — Eu adoraria, mas você sabe que eu não posso me dar ao luxo.
— Sim, você pode. Eu tenho parte do meu pagamento antecipado.
Podemos ir a procura de uma casa sempre que quiser, oh, e esta parte não é
opcional, você trabalha para mim agora. Eu vou precisar de uma assistente
pessoal para me dizer o que fazer, você sabe, alguém um pouco mandona.
Maggie ri e me empurra, e depois bate as mãos sobre a boca, e repete a
ação. — De jeito nenhum!
— Isso. — É tão bom ver uma explosão de felicidade em seus olhos,
mesmo por um breve momento. Mas assim que ela pisca, ela se foi, perdeu-se
nas profundezas da agonia que enchem sua alma.
Um dia ela vai parar de lutar. Um dia ela vai ceder, desistir.
Ela já teria desistido se eu não tivesse aparecido. Algumas pessoas a
levaram direto para o inferno. É irônico, porque eu tenho sangue em minhas
mãos e não me sinto como se estivesse infeliz. É mais, como eu se estou
puxando Maggie, da vida tortuosa ela conhece, e esconde com esse sorriso.
Não me arrependo de minhas ações. O pensamento faz minha pele
formigar. Na parte profunda da minha mente, eu me pergunto que tipo de
pessoa que sou, mas arrumo minha coluna e me levanto. Isso me faz ser quem
eu sou e não há nada mais a se considerar. Eu fiz o que tinha que fazer. Eu
não teria tocado em Victor se ele a deixasse em paz, se ele não tivesse
ameaçado vir atrás de nós, mas ele ameaçou. Eu vi o medo nos olhos de
Maggie é a verdade. Se Victor Campone tivesse vivido, teríamos morrido.
— Está com fome? — Eu pergunto me dirigindo à geladeira.
— Sim, um pouco. — Maggie está sentada com os pés enrolados em sua
bunda e olhando para as mãos desde que eu a peguei no apartamento do
Victor. Ela raramente faz contato visual. Acho que a luta a nocauteou. Ele
aparece em surtos, mas é como um carro que está ficando sem gasolina. Estou
muito preocupada com ela. Depois de tudo que ela passou...
Isso não pode desfazê-la. Não pode.
Porque é minha culpa desta vez.
Todas as outras vezes, a Maggie revidou. Ela nunca desistiu, nunca cedeu,
e agora a minha melhor amiga está caída no sofá, coberta de hematomas e
cortes, com os olhos que se assemelham a buracos-negros que sugam tudo,
mas não vejo nada ali. Eles não sentem nada, não mais.
Eu sorrio e digo algo estúpido, tentando fazê-la rir, mas nem sequer
obtenho um sorriso de piedade. Depois de abrir a porta da geladeira, eu gemo
em voz alta. Neil está trabalhando hoje e não conseguiu ir às compras.
Maggie pergunta: — O que ele fez?
— Ele pegou todas as sobras da festa e levou para o trabalho. Eu pensei
que era bom porque ele deveria ir às compras, mas não o fez. — Estou
inclinada na geladeira vazia olhando para uma caixa de leite vencido e um
frasco de picles. Não vou comer isso. Eu bato a geladeira e acrescento: — Eu
dar rápida saída. Será que comida chinesa vai bem?
Maggie geralmente protesta e se oferece para pagar as coisas, mas hoje,
apenas balança a cabeça. — Ótimo! — Eu digo, parecendo alegre. Ela irá
voltar. Ela vai. Se eu continuar dizendo a mim mesmo vai acontecer, certo?
De repente, eu percebo que ela não recuperou-se, matar Victor não era uma
vingança suficiente, até mesmo pelo o que ele fez com Maggie.
Capítulo 12
Pego minhas chaves e ligo o motor. O carro vermelho ronrona quando o
tiro da garagem e digito o CEP do local que irei. Quando estou prestes a
desviar para o estacionamento, um policial segue atrás de mim, com as luzes
vermelhas piscando. Eu não estava em alta velocidade. Droga. Deve ser
verdade que os carros vermelhos são parados mais do que qualquer outra cor.
Eu encosto e levo o carro para o acostamento, tomando o cuidado de
manter as mãos no volante. Papai me disse para nunca ir para a minha bolsa
ou porta-luvas até que o policial esteja de pé ao lado do carro. O cara tem que
ver as minhas mãos ou ele pode atirar em mim, bem não é exatamente do jeito
que meu pai disse isso, mas é o que ele quis dizer.
Eu aperto o botão na janela, assim como o policial se aproxima. Ele está
usando o uniforme escuro que me dá vontade de sair correndo e gritando
para o meu quarto e me esconder debaixo da minha cama.
Ele não é esse cara. Pare com isso, Hallie, xingo-me, mas isso não ajuda.
Até agora, minhas mãos estão tremendo.
— A licença e registro, por favor. — O cara tem trinta e tantos anos, e um
tipo de visual assustador. Por assustador, eu quero dizer que parece que ele
poderia tomar o meu pequeno corpo e dobrá-lo estilo acordeão e enfiá-lo em
seu tronco. O cara é massa muscular pura e ele parece chateado. Eu não posso
imaginar o que eu fiz.
Eu me aproximo do porta-luvas para retirar os papéis mencionados, mas
tudo que eu encontro é o manual sobre o carro e o último aviso de mudança
de óleo. Sem documentos. Sem registro. O meu coração dá uma guinada.
Foda-se. Eu começo a pensar que Jon brincou comigo, mas mesmo ele, não
seria tão baixo. E o policial não me pediu para sair do carro ou qualquer coisa.
Minha lanterna traseira está queimada ou algo assim, isso é tudo. Isso não é
nada.
Eu vasculho minha bolsa e tiro a minha pequena carteira. Meu rosto fica
pálido quando vejo o espaço vazio onde minha carteira de motorista deveria
estar. Olho para o policial e digo baixinho: — Ela se foi.
— Você não tem uma licença ou registro desse veículo? — Ele diz algo
em seu ombro depois de ouvir um zumbido em seu fone de ouvido. — Saia
do carro, minha senhora.
Estou tremendo agora. — Eu não fiz nada de errado. Alguém pegou a
minha licença. Eu tenho uma.
Ele me ignora e me apoia no capô. Tira seus óculos de sol. Quando o
guarda, ele pergunta: — Você sabe que você está dirigindo um veículo
roubado?
— Não é roubado.
— Oh?
Eu balanço minha cabeça, pronto para chorar. Jon não faria isso para
mim, ele não iria. — Jonathan Ferro me vendeu este carro uns dias atrás por
dez mil dólares. Eu não tive a chance de renovar a papelada ainda. Eu pensei
que tinha alguns dias?
O policial concorda. Ele vira o meu rosto para o capô e me revista. —
História legal. O carro vale muito mais do que isso. Se você vai mentir pelo
menos faz a história parecer convincente.
— É verdade! Jon me vendeu por dez mil. Pergunte a ele! Eu não estou
mentindo.
Eu sinto frio do metal prender meus pulsos quando as algemas
escorregam em torno dos meus braços. Eu começo a entrar em pânico. Meu
coração dispara muito rápido e o mundo se torna um borrão. Eu não posso
parar de falar, suplicando, e quando o policial me empurra na parte de trás de
seu carro, todos os terríveis eventos em detalhes vívidos se reproduzem em
minha mente.
Eu fecho meus olhos e tento desligá-los, mas as cores iluminam e os sons
de mais de uma década tocam alto em meus ouvidos, enquanto lágrimas caem
pelo meu rosto. O passado e o presente colidem juntos com tanta violência
que eu não posso suportar isso.
Minha mãe jura para mim antes de me enfiar no armário. Pequenas mãos
envolvem em torno de mim, e eu sei que o meu irmão mais novo, Anthony,
está apavorado. Ele cresceu e seus ossos eu sinto nitidamente sob minhas
palmas. Ele chora até que fica em silêncio, até que ele adormece, até que
minha mãe teve seu efeito das drogas e amantes. Eu a ouvi rir. Eu nunca
poderia fazê-la feliz assim. Ouvi os sons de sexo, até que algo muda. A festa
normal não é mais normal.
O policial que me tirou do armário tentou tirar o corpo sem vida do meu
irmão dos meus braços. Eu não entendi. Eu o protegia dela. Eu vigiei por
Anthony, mas depois de tudo que eu fiz, não foi o suficiente. Eles pensaram
que eu o matei em primeiro lugar. Eles me empurraram para o fundo do carro
e gritei para eles até que eu não podia chorar mais. Eu queria meu irmão, mas
eles disseram que ele estava morto.
Eu não acreditei neles.
Agora, eu tenho dificuldade em acreditar em alguém e este policial abriu
uma ferida que é tão profunda que me corta até o osso. Não, não foi o policial
- foi Jon.
Eu não posso evitar o tremor, mas eu não choro. Eles me ficham e fazem
perguntas que eu ouvi antes. A estrutura nunca muda em lugares como este.
As pessoas são as mesmas. O cheiro é idêntico. Eu olho fixamente, tentando
manter minha mente em uma única peça, mas eu sinto as rachaduras pouco a
pouco.
Quem vai salvar Maggie? Se eu me perder, quem estará lá para ela?
Ninguém. Acalme-se, Hallie.
Eu tenho direito a uma ligação, então que eu chamo a pessoa que eles
estão tentando me manter longe, o homem que está me chantageando por
sexo.
Quando ele atende o telefone, Bryan parece cansado. Eu não sei de que
outra forma dizer. Eu teria pensado que ele estava dormindo, mas há algo em
sua voz que me diz que não dorme há muito tempo. — Suffolk County PD.
Deixe-me adivinhar, é Jon ou Trystan?
— Não, — minha voz é tão baixa, tão tímida que mal faz um som.
Eu o ouvi mudar e Bryan soa mais alerta quando ele responde: — Hallie?
— Venha me pegar. Eu vou lhe dever. Qualquer coisa que você quiser,
basta vir me pegar. — Eu entrego o telefone de volta ao oficial na mesa e sou
levada de volta para a minha cela.
Capítulo 13
Estou sentada em frente a uma mulher que não consegue parar de chorar.
Ela fala sobre os tíquetes de estacionamento não pagos, sobre como ela vai
perder o emprego por causa disto e como ela não trabalhou o suficiente para
pagar os tíquetes. Depois começa a hiperventilar e menciona algo sobre
remédios. Essa é a única vez que o policial no exterior da cela olha para ela.
Eles a removem da nossa cela, dizendo que vai ter seus remédios.
Alguém entra e se senta ao meu lado. Seu rosto está machucado em um
lado.
— Olá.
Eu olho para ela e não digo nada. Meus braços estão cruzados sobre o
meu peito e estou encostada à parede, pensando em maneiras de castrar Jon
Ferro. Ele sabia sobre o meu passado e o que isto faria comigo.
A mulher não é mais que uma menina, deve de ter uns dezoito anos, com
grandes olhos redondos, mas ainda tem bochechas gordinhas, infantis. Pelo
seu rosto angular não parece ter mais de vinte e dois anos. O seu cabelo
escuro é longo e está em um rabo de cavalo bagunçado.
Ela suspira e descansa as costas contra a parede de cimento frio. — Você
passará a noite aqui? Eu espero que sim. Ele precisa de tempo para esfriar. A
única parte ruim é não ter o sabão bacteriano, mas o resto está bem. Além
disso, ele vai dar-me tempo. Eu não posso estar perto dele quando ele está
assim. Ele é geralmente é bom, mas em noites como está, eu acho melhor
ficar aqui. Eu não vou fazer a minha ligação. Ei, você parece familiar. — Ela
fala sem respirar e olha para mim o tempo todo.
— Nós nunca nos conhecemos, — é tudo o que eu digo.
Ela acena com a cabeça e continua, liberando uma onda de palavras.
Sentada, escuto sua vida, a sua história, não sinto nada, apenas piedade. Ela é
como Maggie e eu. Ela não tem ninguém que se preocupe com ela, ninguém
para ouvir a sua voz e em quem encontrar consolo através de seu toque.
Eu não sei quanto tempo estive lá, mas um tempo depois eles chamam o
meu nome, a jovem foi levada para um banho e passará a noite na cela.
Imagino o por que desejar uma cela em vez de ir para casa. Isso me faz querer
chorar, e não há porra nenhuma que eu possa fazer sobre isso. Eu não posso
nem tomar conta de mim.
A porta da cela desliza aberta e faz um som mais horrível. — Hallie
Raymond, recolha as suas coisas na recepção e vá para casa com o seu amigo
que pagou sua fiança. Se você estragar tudo, ele será o único que pagará por
isso, o melhor é se comportar.
Concordo com a cabeça e percorro o caminho para a recepção. Parece
que eu não prestei atenção por um tempo, mas o faço quando vejo Bryan.
Enquanto eu ando atrás dele eu observo a maneira como ele respira, o modo
como os seus ombros estão dobrados para frente como se ele estivesse sendo
vigiado ou com dor. Eu paro atrás dele e o assisto por um momento. Seus
quadris são estreitos, como sempre, ele não perdeu muito peso, mas seu
cabelo não brilha da maneira como ele costumava brilhar. Sua respiração é
superficial e curta, como se tivesse estado correndo. Uma sensação horrível
corre pela minha espinha quando eu olho para ele.
Naquele momento, Bryan sente os olhos sobre ele e vira. Ele tem aquele
sorriso brincalhão no rosto. — Se você queria usar algemas, eu tenho algumas.
Eu ficaria feliz... poff! — Eu bato nele com toda a força do meu corpo e o
seguro apertado.
Bryan fica chocado no início. Seus braços levam um tempo até fecharem-
se em torno de mim, e depois ele me segura. Eu sinto a sua voz, a agitação
quente de ar, quando ele sussurra em meu ouvido: — Vamos sair daqui. —
Ele me solta e eu aceno. Foi quando ele me disse a última coisa que eu queria
ouvir. — Há repórteres na frente.
— O quê? — O meu queixo cai em horror.
— Eu fiz arranjos para sair pela parte de trás, mas haverá alguém. Sempre
há. Todo mundo vai saber o que aconteceu pela manhã. — Bryan pega a
minha mão e me leva, seguindo um oficial, que nos conduz através de uma
sala com armários e na parte de trás da delegacia de polícia, para um Hummer
preto. Sou empurrada para dentro, mas não antes de um flash disparar e eu
olhei diretamente para a câmera.
Bryan empurra-o de volta, mas a foto já foi tirada. Ele sobe atrás de mim
e diz: — Dirija.
— Eu não sou a porra do seu motorista, Bryan. Diga por favor. — Um
cara da minha idade, com cabelo escuro que paira em seu rosto, está no
assento do motorista. Com óculos grandes demais para obscurecer os olhos.
— Foda-se, Trystan.
Trystan revira os olhos e se afasta com sua enorme, máquina
ambientalmente irresponsável, com o objetivo de atingir os repórteres da rua,
quando sai do estacionamento. — As pessoas seriam melhores para você, se
você fosse mais agradável para elas. Isso é tudo o que estou dizendo. —
Trystan é tranquilo, mas eu sinto seus olhos em mim. Quando eu olho para
cima, ele responde ao que eu estava pensando. — Jon não fez isso com você.
Aos poucos, meu queixo inclina-se para cima e os nossos olhos se
encontram no espelho retrovisor. — Jon Ferro é um homem morto. Ele sabe
o que isto me faria. Foi a pior coisa que ele poderia ter feito.
Bryan pega a minha mão e tece os nossos dedos juntos. — Não foi Jon.
Por favor, aguarde para matá-lo até amanhã.
— Eu poderia matá-lo agora. Bryan, eu cuidei de Campone e posso cuidar
de qualquer um que mexer com Maggie ou comigo. Eu não sou mais uma
criança. — Eu soluço e tremo quando o passado e o presente eclodem juntos
novamente. Meu irmão morreu de fome. Ele morreu em meus braços e eu era
muito boba e pequena para saber o que fazer. Eu digo que eu era apenas uma
criança, porque é mais fácil do que dizer às pessoas a minha história, mas os
Ferros sabem de tudo. Eles são como baratas que conseguem encontrar cada
mentira em cada canto escuro de sua alma. — Eu não vou ser dizimada por
Jon. Foda-se ele.
Trystan e Bryan trocam um olhar, mas ninguém diz nada. Bryan me puxa
em seus braços e me segura até pararmos em frente de um antigo motel.
Bruto é a melhor maneira de descrevê-lo. Aposto que eles alugam quartos por
hora. Trystan joga para Bryan a chave do quarto. — Fique aí até eu descobrir
o que aconteceu. Eu acho que já sei, embora os detalhes sejam vagos.
Eu balanço a minha cabeça: — Não, eu não posso. Maggie está de volta e
ela precisa de mim. E Neil...
Bryan suspira, passando as mãos pelos cabelos. Depois que ele fez isso, ele
balança a mão para o seu lado. — Maggie estará bem. E Neil é um idiota.
Além disso, ele sabe que eu a levei esta noite. Aparentemente, você disse a
Maggie que eu estava chantageando você, porque ela tentou me pregar seu
calcanhar na cabeça. — Isso me faz sorrir. — Oh, você acha que é engraçado?
— Bryan me agarra e se inclina para perto. Aqueles olhos verdes brilham por
um momento antes de embaçarem. — Vamos Raymond. Estou pensando em
usá-la até que você se esqueça de quem você é.
CONTINUA
Capítulo 10
Bryan pega o meu rosto em suas mãos.
— Se você não gostar, diga-me! — Eu aceno, lentamente, com as suas
mãos quentes ainda segurando o meu rosto.
Era como se alguém apertasse um interruptor. Os olhos de Bryan se
tornaram mais escuros, mais carnais. Ele libera o meu rosto e pressiona seu
corpo tonificado contra o meu. Empurrando as minhas costas contra a porta,
certifica-se de que eu possa sentir cada centímetro dele. Tira uma corrente
prateada com um plugue em cada extremidade e o prende nos meus mamilos.
Eu ofego quando ele os aperta. O peso das correntes faz com que eu morda
os meus lábios. Enquanto ele pressiona dentro de mim, as correntes vão se
mexendo e puxando suavemente à medida que ele desliza sobre o meu corpo.
Um pequeno suspiro escapa por entre os meus lábios. Bryan me olha, seus
olhos verdes fixos nos meus. Pega um dedo e o coloca entre os meus lábios
rosados, enquanto a outra mão desliza mais para baixo, passando pela minha
barriga e entre as minhas pernas. Eu ofego. Ele se move rapidamente, tocando
a minha protuberância sensível com o polegar, alisando o dedo sobre a carne
suave, e observando o meu rosto enquanto faz isso.
Meu queixo se ergue enquanto tento não gemer. Luto contra as sensações
que estão em erupção dentro de mim, as sensações que ele está trazendo à
tona. Seus dedos se movem sobre o meu clitóris, enquanto ele puxa a corrente
suavemente. Ele sente que estou ficando mais úmida e, em seguida, sem aviso,
sem uma mudança na expressão, empurra o dedo dentro de mim. Ele ainda
está, por um tempo, vendo meus olhos. Eu pisco devagar, sentindo-o ali, entre
as minhas pernas.
Bryan empurra o dedo mais forte, mais profundo enquanto me observa.
Sua respiração está sobre os meus lábios fazendo com que me sinta tonta.
Quando ele puxa o dedo, ergue-o para a minha boca. Delineando os meus
lábios, ele me observa, espalhando meu calor úmido, como batom. Eu pisco
lentamente, com meu coração disparado, e, excitada além da compreensão.
— Prove! — Ele ofega e empurra o dedo em minha boca. Eu passo a
minha língua contra o seu dedo, mas ele o segura lá e diz: — Chupa até que
saia do meu dedo, Hallie! — Eu hesitei, mas ele diz: — Faça isso! — Minha
língua envolve o dedo, sugando-o, saboreando o gosto. Seus olhos estão
queimando, observando-me.
Enquanto chupo o dedo, ele abaixa a outra mão entre as minhas pernas,
abrindo a minha pele escorregadia. Sensações explodem dentro de mim, mas
antes que eu possa saboreá-las, as sensações mudam. O membro duro de
Bryan entra dentro de mim, fazendo com que eu chupe o dedo mais forte
ainda. Ele puxa o dedo da minha boca, e envolve as mãos em volta da minha
cintura. Fica um pouco imóvel, por um momento, respirando rápido e forte.
Depois, puxa para fora lentamente e enfia novamente, fazendo com que eu
bata contra a porta. Meus joelhos tremem à medida que ele lentamente vai me
deixando mais louca. Eu quero mais. Quero que ele me maltrate e me deixe
tonta pela paixão. Que limpe o meu medo com a luxúria, apague a minha
memória por um momento, e tire toda a dor que tem me invadido.
Eu só quero senti-lo e nada mais. O mundo desaparece até que não sei
quanto tempo se passou. Meus braços doem enquanto ele me usa,
empurrando para dentro de mim sucessivas vezes. Minha cabeça pende para o
lado e, em seguida, levanta de volta. Eu ofego todas às vezes e os meus seios
tremem com a força de seu empurrão.
Algo se desdobra dentro de mim. Quero suas mãos em mim, fazendo
tudo ao mesmo tempo. Vertentes delicadas de paixão irrompem dentro de
mim, enviando arrepios pelas minhas coxas e seios. Todos os lugares que
desejo que ele toque fervem como uma corrente viva. Arqueando minhas
costas, eu pressiono meus quadris contra os dele, só para que batam
novamente.
Seus impulsos mudam para provocar, gentilmente empurrando e puxando
para fora. Ele é tão duro, tão perfeito. Quero colocar as minhas pernas ao
redor de seus quadris, mas não posso. As respirações irregulares me
consomem e o quarto está além de quente. Meu corpo está pingando de suor.
Inclinando a cabeça para trás, olho para o teto. É quando suas mãos
encontram os meus seios. Meus lábios formam um O, mas não digo nada. Ele
sente a maciez, a plenitude das minhas curvas enquanto empurra seu pênis
longo e duro em mim lentamente, torturando-me, sucessivamente.
Tomando meus mamilos entre os dedos, ele os torce suavemente e aperta
os grampos. Eu grito, empurrando os meus seios para ele, mas a porta me
detém. Ofegante, mal posso respirar.
Ele sorri, — Shhh! Nenhum som de você! Eu quero que isso entre nós!
Não estou entendendo. Então por que ele quis fazer aquela cena com Neil
e Maggie? Naquele momento, não me importo. Faço o que ele diz e mordo o
lábio para me manter em silêncio. Ele entra profundamente dentro de mim de
novo, e minha boca se abre. Eu engulo o som antes que ele ouça. O único
barulho é a lufada de ar saindo com força dos meus pulmões.
— Boa menina, — ele ronrona e retira antes de novamente empurrar,
desta vez mais profundamente. O tom de sua voz me faz derreter.
Antes que eu possa pensar noutra coisa, os dedos de Bryan apertam em
torno das correntes nos meus mamilos. Seus quadris se mantêm pressionados
rentes aos meus, seu comprimento perdido dentro de mim. Meu queixo cai, e
eu o vejo me observando, esperando que eu faça qualquer barulho. Meus
olhos se fixam nos seus, enquanto sensações ardentes circulam através do meu
corpo, construindo mais apertado e mais forte. Ele lentamente adiciona mais
pressão, provocando e puxando os meus mamilos mais e mais, fazendo com
que a pinça aperte mais ainda. O calor em meu estômago endurece através do
meu corpo. Eu movo os meus quadris e tento balançar contra ele, mas ele me
acalma.
— Não, não. Ainda não!
Eu suspiro! — Eu gosto de ser espancada!
— Sério? — Eu aceno. Sua mão vem com força na minha bunda. Ambas
as nádegas ardem. Ele faz isso enquanto ele ainda está dentro de mim, o que
me faz apertar mais em torno dele. Ele suspira e faz isso de novo, e de novo.
O impacto de suas mãos é tão bom. A ardência envia arrepios através de mim
em ondas que não acabam. Elas navegam pelo meu estômago e se espalham
por todo o meu corpo. Todos os deliciosos formigamentos me atravessam,
fazendo com que eu deslize a minha língua sobre os dentes. Faço isso sem
pensar. É uma reação a ele, ao que está fazendo comigo.
Sem aviso, Bryan puxa para fora. Isso me deixa louca. Meus quadris
sacodem, mas não posso alcançá-lo. O cinto corta os meus pulsos enquanto
me esforço contra as limitações que me foram impostas. Ofego, observando-o
enquanto ele se move para longe de mim. O desejo arde pelo meu corpo. Não
consigo me controlar. Puxando os meus pulsos mais forte ainda, tento
libertar-me do cinto de novo, mas não consigo. Só fica mais apertado.
Ele sorri, assistindo-me lutar, até que eu paro e olho para ele. A expressão
em seu rosto, a intensidade de seus olhos, fazem com que meu estômago se
contorça. Minha respiração fica presa na minha garganta enquanto Bryan
passa perto o suficiente para me tocar, mas ele não toca. Estou ofegante.
Meus olhos estão implorando para que ele faça algo, para que me faça gozar,
deixar-me fode-lo... Qualquer coisa.
— Diga-me o que você deseja, Hallie! Implore-me por isso! — Ele
sussurra palavras ao lado do meu ouvido. A reação dentro de mim é rápida e
violenta. Seu hálito quente faz meu clitóris pulsar e parecer que vou morrer se
ele não me tocar, se ele não terminar o que começou. Ele está tão perto, quase
me tocando, mas não desliza os dedos pela minha cintura. Ele não toca o meu
peito e não provoca os meus mamilos. Isso me faz desejá-lo ainda mais. Eu
me sinto como um animal acorrentado, incapaz de pensar. — Responda-me
linda mulher! — Ele ordena e eu sinto a batida da sua mão na minha bunda.
Meu corpo está tão bem enrolado que o tapa me faz gemer. Eu não
esperava isso, mas antes que pudesse controlar os meu gemido, ele escapa dos
meus lábios. Eu ofego, chocada por não ter sido capaz de abafar o ruído ou
pará-lo a tempo. A mão de Bryan voa uma segunda vez, com mais força. Ele
observa meu rosto enquanto eu estremeço debaixo da sua mão. O tapa é
rápido, e eu sei que vou ter um problema para andar depois, mas não me
importo. Eu grito, dizendo o seu nome, empurrando os meus seios contra ele.
Um olhar perverso torce seus lábios em um sorriso sexy. — Responda-
me! — Sua voz soa como um grunhido e quando não consigo fazer nada,
senão ofegar incontrolavelmente, sua mão me atinge pela terceira vez. Mas ele
não me libera. Em vez disso, ele pega a minha bochecha na mão e aperta. A
ardência se intensifica pela forma como ele me agarra. O belo corpo de Bryan
está coberto por um brilho fino de suor, enquanto me trata grosseiramente.
— Diga-me o que você deseja!
Minha voz é um suspiro. O desejo correndo desenfreadamente. — Eu
quero suas mãos sobre mim, em mim! Eu quero que você me foda sem
sentido. Foda-me, Bryan!
— Implore por isso, Hallie! Implore mais alto! — Seu punho aperta a
minha bunda fazendo com que o meu corpo pressione contra o seu. Gotas de
suor rolam pela minha espinha.
Minha voz treme enquanto imploro, sem capacidade de manter qualquer
traço de comedimento.
— Por favor, Bryan... Por favor! Foda-me! Foda a minha buceta! Encha-
me com o seu gozo. Por favor, baby! Por favor... — Eu continuo a lhe pedir,
enquanto suas mãos deslizam sobre os meus quadris e para baixo entre as
minhas pernas. Quando ele toca o meu clitóris, eu gemo. Bryan inclina sua
cabeça para trás, olhando para mim. — Foda-me, baby! Por favor! — Meus
quadris se remexem contra a sua mão. Em resposta, ele aperta os dedos no
meu clitóris. Eu grito: — Foda-me! Por favor! Bryan! Eu preciso de você! Por
favor!
Quando eu digo o nome dele, ele quebra. Antes de saber o que está
acontecendo, suas mãos estão segurando os meus pulsos sobre a minha
cabeça enquanto ele bate seu membro rígido dentro de mim sucessivamente.
Ele empurra mais e mais profundamente a cada vez, com as mãos deslizando
pelos meus braços. Batendo-se cada vez mais duro contra mim, ele assiste
meus seios balançando e saltando até que ele toma ambos em suas mãos e
aperta os meus mamilos duramente. Eu berro, mas isso só faz com que ele
aperte com mais força, até que a corrente cai. Cai aos meus pés e ele a deixa
lá.
Bryan se move, empurrando para dentro de mim fodendo-me cada vez
mais rápido. O calor entre as minhas pernas percorre todo o meu corpo.
Parece que não posso ser dominada. Não há o suficiente dele para me
satisfazer, nunca. Quando seus dedos apertam mais duramente contra os meus
mamilos doloridos, meus olhos se arregalam. Ele me olha nos olhos enquanto
ele empurra para dentro de mim uma vez... forte. Minhas costas batem contra
a porta e ele me segura lá, observando-me. Seus lábios entreabertos, ele
respira sem dizer nada. Suas mãos suavemente empurram os cabelos para
longe dos meus olhos. Ele acalma por um momento e não posso suportar
isso. Seu pau está em mim, mas não importa o quanto eu me mexa, não posso
fazer com que ele me foda.
Com todo o peso do seu corpo, ele me achata contra a porta. Seus olhos
ardem com o desejo, sua testa está pingando de suor.
— Goze para mim, baby! — Ele respira e mete em mim rápido e
furiosamente. Ele não para quando eu grito. Ele continua metendo contra
mim até que meu corpo não pode ficar mais retesado.
Cada vez que ele afunda em mim eu me sinto mais excitada. Eu não posso
respirar, mas não quero que ele pare. Seu corpo me esmaga, enquanto me
monta, balançando contra mim furiosamente. Eu gemo, e posso dizer o quão
forte ele está empurrando e o quanto vou estar machucada depois, mas não
me importo. No momento, isso é muito bom. Minha pele formiga e está
pingando de suor. Meus seios saltam mais e mais para cima com cada batida
de seu corpo contra o meu. E sem outro pensamento, eu gozo. Meu grito sai
rasgado através da minha garganta. Não posso gozar silenciosamente, não
quando ele faz assim. Bryan me bate mais forte enquanto as deliciosas
sensações giram, fazendo com que todo o meu corpo entre em erupção. Eu o
sinto meter contra mim duro e profundamente, e ele goza alguns segundos
após.
Esgotada, pendurada e estremecendo contra a porta, estou pronta para
cair no chão. Bryan se afasta e me olha. Com os lábios entreabertos, ele só
olha para mim por um momento antes de desatar o cinto. Quando as minhas
mãos caem ao meu lado, meus braços queimam. Bryan me toma em seus
braços e me leva para a cama. Ele me senta na frente dele e esfrega os
músculos doloridos em meus braços e ombros. Minha cabeça se inclina para o
lado enquanto ele faz isso. Cada centímetro meu está formigando. Não quero
que esse momento termine, mas Bryan para.
Viro-me e olho para ele. Ele está brilhando, coberto por uma fina camada
de suor que cheira tão bem. Eu quero lambê-lo, mas apenas aceno. Ele vira
seus olhos esmeraldas para longe e diz:
— Eu acho que eu deveria ir.
— Você vai embora? — De repente, eu me sinto muito nua. Puxo a
coberta da cama e a enrolo em volta dos meus ombros.
— Sim, a menos que você queira que eu fique e diga a Neil tudo sobre
como eu acabei com a raça da sua noiva. — Ele me olha por um segundo. Sua
testa está coberta de suor e seu rosto está brilhando. — O que há de errado?
— Ele sempre pôde me ler tão bem. Eu quero dizer a ele sobre Victor, mas
não posso.
Eu digo outra coisa.
— Neil fez a proposta e eu disse sim. — Eu ergo o meu anel.
— Sim, eu vi isso. Você realmente aceitou? — Bryan se senta ao meu lado.
— Na verdade não. Ele aceitou por mim. — Nós dois ficamos em silêncio
por algum tempo.
Bryan se veste e diz:
— Eu voltarei para ter você do meu jeito de novo em breve. Da próxima
vez é melhor que o idiota do seu noivo tenha você pronta para mim. E eu
quero que você use isso quando estiver comigo e só comigo. — Ele levanta a
corrente do chão e a joga para mim.
A porta do quarto se abre e Neil está lívido. Ele olha para mim e depois
para Bryan:
— Você acha que isso é engraçado?
— Não, acho que ela precisa de algo que você não pode dar a ela. Estou
dando a você uma única chance de quebrar seu compromisso e foder a sua
noiva. Mas você tem que fazer isso como um animal. Satisfaça-a!
O rosto de Neil contorce desgostoso.
— Eu a satisfaço sem esse comportamento bárbaro. Fazer amor não
precisa de mordaças, amarras ou oprimir mulheres de forma nenhuma. Tenho
certeza de que Hallie só aceitou isso pela equipe, seu pedaço de merda
demente!
Essa foi a coisa mais cruel que já ouvi Neil dizendo e eu quero rir, porque
é pateticamente fraco. O homem que estava me usando, ofereceu para quebrar
o acordo se Neil prometer me pegar e fazer sexo animalesco comigo. O
homem deveria ter dito que sim, mas ele, pela sua moral, disse que não. Estou
cansada demais para pensar no que isso significa. O que aconteceu aqui?
— Ela vai tomar mais do que uma foda pela equipe. — Bryan pisca um
dos olhos. — Vejo você amanhã, escrava sexual! Trarei um colar para você e
vai usá-lo. — Bryan aperta a mão de Neil. — Você é um homem inteligente.
O que são alguns meses de infidelidade comparados com uma vida de
riquezas, certo?
Neil aperta a sua mandíbula.
— Então você planeja que isso continue por alguns meses?
— Provavelmente não por muito tempo. Eu fico entediado fodendo a
mesma mulher todo dia. Não se preocupe Neil! Ela é sua sujeira, não a minha.
— Com isso, Bryan vira as costas e sai.
— Neil, — estou pronta para explodir em lágrimas. O julgamento está
espalhado em seu rosto.
— Hallie, isso não é natural. Você não é um animal selvagem! Será que ele
conseguiu instigá-la para que você fingisse o que você não é?
Eu dou de ombros. Não quero falar sobre isso.
— Não tenho ideia.
— Eu deverei deixá-lo foder e espancar você na minha cama, sempre que
ele quiser?
Eu olho fixamente para frente.
— Até que ele se canse de mim, sim. Lide com isso! Você foi quem me
disse para fazer isso. — Eu destaco a última frase. — E ele lhe deu uma saída.
Você não aceitou. — Eu fico olhando para ele, e puxo a coberta mais forte em
volta dos meus ombros.
Neil revira os olhos.
— Eu pensei que fosse apenas uma noite.
— Eu também. Estávamos errados sobre uma porção de coisas.
Capítulo 11
Eu deveria me sentir envergonhada, mas não sinto. No dia seguinte, me
sento com Maggie no sofá enquanto Neil está fora. Ela tem estado muito
tranquila desde que a busquei em seu antigo apartamento. Maggie olha para o
espaço, e eu sei que a memória está se defrontando com o novo e joga uma e
outra vez em sua mente.
— Você quer falar sobre isso? — Eu pergunto, já sabendo a resposta.
Ela inspira e balança a cabeça, antes de oferecer-me um sorriso forçado.
— Não há nada a dizer. A mesma velha merda. Nada mudou, mas dói mais
agora. — Ela sorri como se algo fosse engraçado. — Eu pensava que doía
mais quando eu era criança. Acho que não.
— O que ele fez?
— A mesma coisa de sempre. Victor gosta de possuir coisas. — Ela muda
em seu assento e, em seguida, levanta, colocando distância entre nós. — Era
para eu arranjar-lhe uma garota. Ele tem um tipo, quadris redondos, cabelos
escuros e pele pálida, como Nicole Kidman, mas morena. Assim, a cada
semana, eu levava alguém. Elas ganham algumas centenas de dólares, e ele faz
o que faz. Na semana que eu não conseguia encontrar ninguém, eu a
substituía, mas desta vez... — Ela para de falar e balança a cabeça. — Eu não
deveria ter ido. Geralmente é apenas sexo violento. Ele dá um tapa e me
arranha. Vou para casa e é isso. Mas desta vez... — Ela balança a cabeça e olha
por cima do ombro para mim. — Eu não quero falar sobre isso. Eu tentei
fugir e, em seguida, desisti quando ele disse o que ele faria comigo, e depois
com você. Ele me deu uns tapas por um tempo, me levando do jeito que ele
quis, e então eu ouvi a sua voz e eu estava morrendo de medo que ele fosse
levá-la também. Sinto muito, Hallie.
— Não é culpa sua. — Eu me sinto horrível por deixar sua vida
desmoronar assim. Nós deveríamos estar lá uma para a outra. — Eu deveria
ter chegado mais cedo. Eu teria... Eu gostaria de poder ter tudo de volta.
Maggie sorri tristemente e envolve os braços em torno de si. — Sim, eu
também. E agora? Sem ofensa, mas eu não suporto Neil.
Concordo com a cabeça. — Eu estava pensando que deveria ter um lugar
só meu antes do casamento. Vai ser eu e você.
O olhar de Maggie desvanece no chão. — Você vai se casar com ele,
sério? — Eu aceno e lhe dou um olhar para que não me pressione agora. Ela
acrescenta: — Eu adoraria, mas você sabe que eu não posso me dar ao luxo.
— Sim, você pode. Eu tenho parte do meu pagamento antecipado.
Podemos ir a procura de uma casa sempre que quiser, oh, e esta parte não é
opcional, você trabalha para mim agora. Eu vou precisar de uma assistente
pessoal para me dizer o que fazer, você sabe, alguém um pouco mandona.
Maggie ri e me empurra, e depois bate as mãos sobre a boca, e repete a
ação. — De jeito nenhum!
— Isso. — É tão bom ver uma explosão de felicidade em seus olhos,
mesmo por um breve momento. Mas assim que ela pisca, ela se foi, perdeu-se
nas profundezas da agonia que enchem sua alma.
Um dia ela vai parar de lutar. Um dia ela vai ceder, desistir.
Ela já teria desistido se eu não tivesse aparecido. Algumas pessoas a
levaram direto para o inferno. É irônico, porque eu tenho sangue em minhas
mãos e não me sinto como se estivesse infeliz. É mais, como eu se estou
puxando Maggie, da vida tortuosa ela conhece, e esconde com esse sorriso.
Não me arrependo de minhas ações. O pensamento faz minha pele
formigar. Na parte profunda da minha mente, eu me pergunto que tipo de
pessoa que sou, mas arrumo minha coluna e me levanto. Isso me faz ser quem
eu sou e não há nada mais a se considerar. Eu fiz o que tinha que fazer. Eu
não teria tocado em Victor se ele a deixasse em paz, se ele não tivesse
ameaçado vir atrás de nós, mas ele ameaçou. Eu vi o medo nos olhos de
Maggie é a verdade. Se Victor Campone tivesse vivido, teríamos morrido.
— Está com fome? — Eu pergunto me dirigindo à geladeira.
— Sim, um pouco. — Maggie está sentada com os pés enrolados em sua
bunda e olhando para as mãos desde que eu a peguei no apartamento do
Victor. Ela raramente faz contato visual. Acho que a luta a nocauteou. Ele
aparece em surtos, mas é como um carro que está ficando sem gasolina. Estou
muito preocupada com ela. Depois de tudo que ela passou...
Isso não pode desfazê-la. Não pode.
Porque é minha culpa desta vez.
Todas as outras vezes, a Maggie revidou. Ela nunca desistiu, nunca cedeu,
e agora a minha melhor amiga está caída no sofá, coberta de hematomas e
cortes, com os olhos que se assemelham a buracos-negros que sugam tudo,
mas não vejo nada ali. Eles não sentem nada, não mais.
Eu sorrio e digo algo estúpido, tentando fazê-la rir, mas nem sequer
obtenho um sorriso de piedade. Depois de abrir a porta da geladeira, eu gemo
em voz alta. Neil está trabalhando hoje e não conseguiu ir às compras.
Maggie pergunta: — O que ele fez?
— Ele pegou todas as sobras da festa e levou para o trabalho. Eu pensei
que era bom porque ele deveria ir às compras, mas não o fez. — Estou
inclinada na geladeira vazia olhando para uma caixa de leite vencido e um
frasco de picles. Não vou comer isso. Eu bato a geladeira e acrescento: — Eu
dar rápida saída. Será que comida chinesa vai bem?
Maggie geralmente protesta e se oferece para pagar as coisas, mas hoje,
apenas balança a cabeça. — Ótimo! — Eu digo, parecendo alegre. Ela irá
voltar. Ela vai. Se eu continuar dizendo a mim mesmo vai acontecer, certo?
De repente, eu percebo que ela não recuperou-se, matar Victor não era uma
vingança suficiente, até mesmo pelo o que ele fez com Maggie.
Capítulo 12
Pego minhas chaves e ligo o motor. O carro vermelho ronrona quando o
tiro da garagem e digito o CEP do local que irei. Quando estou prestes a
desviar para o estacionamento, um policial segue atrás de mim, com as luzes
vermelhas piscando. Eu não estava em alta velocidade. Droga. Deve ser
verdade que os carros vermelhos são parados mais do que qualquer outra cor.
Eu encosto e levo o carro para o acostamento, tomando o cuidado de
manter as mãos no volante. Papai me disse para nunca ir para a minha bolsa
ou porta-luvas até que o policial esteja de pé ao lado do carro. O cara tem que
ver as minhas mãos ou ele pode atirar em mim, bem não é exatamente do jeito
que meu pai disse isso, mas é o que ele quis dizer.
Eu aperto o botão na janela, assim como o policial se aproxima. Ele está
usando o uniforme escuro que me dá vontade de sair correndo e gritando
para o meu quarto e me esconder debaixo da minha cama.
Ele não é esse cara. Pare com isso, Hallie, xingo-me, mas isso não ajuda.
Até agora, minhas mãos estão tremendo.
— A licença e registro, por favor. — O cara tem trinta e tantos anos, e um
tipo de visual assustador. Por assustador, eu quero dizer que parece que ele
poderia tomar o meu pequeno corpo e dobrá-lo estilo acordeão e enfiá-lo em
seu tronco. O cara é massa muscular pura e ele parece chateado. Eu não posso
imaginar o que eu fiz.
Eu me aproximo do porta-luvas para retirar os papéis mencionados, mas
tudo que eu encontro é o manual sobre o carro e o último aviso de mudança
de óleo. Sem documentos. Sem registro. O meu coração dá uma guinada.
Foda-se. Eu começo a pensar que Jon brincou comigo, mas mesmo ele, não
seria tão baixo. E o policial não me pediu para sair do carro ou qualquer coisa.
Minha lanterna traseira está queimada ou algo assim, isso é tudo. Isso não é
nada.
Eu vasculho minha bolsa e tiro a minha pequena carteira. Meu rosto fica
pálido quando vejo o espaço vazio onde minha carteira de motorista deveria
estar. Olho para o policial e digo baixinho: — Ela se foi.
— Você não tem uma licença ou registro desse veículo? — Ele diz algo
em seu ombro depois de ouvir um zumbido em seu fone de ouvido. — Saia
do carro, minha senhora.
Estou tremendo agora. — Eu não fiz nada de errado. Alguém pegou a
minha licença. Eu tenho uma.
Ele me ignora e me apoia no capô. Tira seus óculos de sol. Quando o
guarda, ele pergunta: — Você sabe que você está dirigindo um veículo
roubado?
— Não é roubado.
— Oh?
Eu balanço minha cabeça, pronto para chorar. Jon não faria isso para
mim, ele não iria. — Jonathan Ferro me vendeu este carro uns dias atrás por
dez mil dólares. Eu não tive a chance de renovar a papelada ainda. Eu pensei
que tinha alguns dias?
O policial concorda. Ele vira o meu rosto para o capô e me revista. —
História legal. O carro vale muito mais do que isso. Se você vai mentir pelo
menos faz a história parecer convincente.
— É verdade! Jon me vendeu por dez mil. Pergunte a ele! Eu não estou
mentindo.
Eu sinto frio do metal prender meus pulsos quando as algemas
escorregam em torno dos meus braços. Eu começo a entrar em pânico. Meu
coração dispara muito rápido e o mundo se torna um borrão. Eu não posso
parar de falar, suplicando, e quando o policial me empurra na parte de trás de
seu carro, todos os terríveis eventos em detalhes vívidos se reproduzem em
minha mente.
Eu fecho meus olhos e tento desligá-los, mas as cores iluminam e os sons
de mais de uma década tocam alto em meus ouvidos, enquanto lágrimas caem
pelo meu rosto. O passado e o presente colidem juntos com tanta violência
que eu não posso suportar isso.
Minha mãe jura para mim antes de me enfiar no armário. Pequenas mãos
envolvem em torno de mim, e eu sei que o meu irmão mais novo, Anthony,
está apavorado. Ele cresceu e seus ossos eu sinto nitidamente sob minhas
palmas. Ele chora até que fica em silêncio, até que ele adormece, até que
minha mãe teve seu efeito das drogas e amantes. Eu a ouvi rir. Eu nunca
poderia fazê-la feliz assim. Ouvi os sons de sexo, até que algo muda. A festa
normal não é mais normal.
O policial que me tirou do armário tentou tirar o corpo sem vida do meu
irmão dos meus braços. Eu não entendi. Eu o protegia dela. Eu vigiei por
Anthony, mas depois de tudo que eu fiz, não foi o suficiente. Eles pensaram
que eu o matei em primeiro lugar. Eles me empurraram para o fundo do carro
e gritei para eles até que eu não podia chorar mais. Eu queria meu irmão, mas
eles disseram que ele estava morto.
Eu não acreditei neles.
Agora, eu tenho dificuldade em acreditar em alguém e este policial abriu
uma ferida que é tão profunda que me corta até o osso. Não, não foi o policial
- foi Jon.
Eu não posso evitar o tremor, mas eu não choro. Eles me ficham e fazem
perguntas que eu ouvi antes. A estrutura nunca muda em lugares como este.
As pessoas são as mesmas. O cheiro é idêntico. Eu olho fixamente, tentando
manter minha mente em uma única peça, mas eu sinto as rachaduras pouco a
pouco.
Quem vai salvar Maggie? Se eu me perder, quem estará lá para ela?
Ninguém. Acalme-se, Hallie.
Eu tenho direito a uma ligação, então que eu chamo a pessoa que eles
estão tentando me manter longe, o homem que está me chantageando por
sexo.
Quando ele atende o telefone, Bryan parece cansado. Eu não sei de que
outra forma dizer. Eu teria pensado que ele estava dormindo, mas há algo em
sua voz que me diz que não dorme há muito tempo. — Suffolk County PD.
Deixe-me adivinhar, é Jon ou Trystan?
— Não, — minha voz é tão baixa, tão tímida que mal faz um som.
Eu o ouvi mudar e Bryan soa mais alerta quando ele responde: — Hallie?
— Venha me pegar. Eu vou lhe dever. Qualquer coisa que você quiser,
basta vir me pegar. — Eu entrego o telefone de volta ao oficial na mesa e sou
levada de volta para a minha cela.
Capítulo 13
Estou sentada em frente a uma mulher que não consegue parar de chorar.
Ela fala sobre os tíquetes de estacionamento não pagos, sobre como ela vai
perder o emprego por causa disto e como ela não trabalhou o suficiente para
pagar os tíquetes. Depois começa a hiperventilar e menciona algo sobre
remédios. Essa é a única vez que o policial no exterior da cela olha para ela.
Eles a removem da nossa cela, dizendo que vai ter seus remédios.
Alguém entra e se senta ao meu lado. Seu rosto está machucado em um
lado.
— Olá.
Eu olho para ela e não digo nada. Meus braços estão cruzados sobre o
meu peito e estou encostada à parede, pensando em maneiras de castrar Jon
Ferro. Ele sabia sobre o meu passado e o que isto faria comigo.
A mulher não é mais que uma menina, deve de ter uns dezoito anos, com
grandes olhos redondos, mas ainda tem bochechas gordinhas, infantis. Pelo
seu rosto angular não parece ter mais de vinte e dois anos. O seu cabelo
escuro é longo e está em um rabo de cavalo bagunçado.
Ela suspira e descansa as costas contra a parede de cimento frio. — Você
passará a noite aqui? Eu espero que sim. Ele precisa de tempo para esfriar. A
única parte ruim é não ter o sabão bacteriano, mas o resto está bem. Além
disso, ele vai dar-me tempo. Eu não posso estar perto dele quando ele está
assim. Ele é geralmente é bom, mas em noites como está, eu acho melhor
ficar aqui. Eu não vou fazer a minha ligação. Ei, você parece familiar. — Ela
fala sem respirar e olha para mim o tempo todo.
— Nós nunca nos conhecemos, — é tudo o que eu digo.
Ela acena com a cabeça e continua, liberando uma onda de palavras.
Sentada, escuto sua vida, a sua história, não sinto nada, apenas piedade. Ela é
como Maggie e eu. Ela não tem ninguém que se preocupe com ela, ninguém
para ouvir a sua voz e em quem encontrar consolo através de seu toque.
Eu não sei quanto tempo estive lá, mas um tempo depois eles chamam o
meu nome, a jovem foi levada para um banho e passará a noite na cela.
Imagino o por que desejar uma cela em vez de ir para casa. Isso me faz querer
chorar, e não há porra nenhuma que eu possa fazer sobre isso. Eu não posso
nem tomar conta de mim.
A porta da cela desliza aberta e faz um som mais horrível. — Hallie
Raymond, recolha as suas coisas na recepção e vá para casa com o seu amigo
que pagou sua fiança. Se você estragar tudo, ele será o único que pagará por
isso, o melhor é se comportar.
Concordo com a cabeça e percorro o caminho para a recepção. Parece
que eu não prestei atenção por um tempo, mas o faço quando vejo Bryan.
Enquanto eu ando atrás dele eu observo a maneira como ele respira, o modo
como os seus ombros estão dobrados para frente como se ele estivesse sendo
vigiado ou com dor. Eu paro atrás dele e o assisto por um momento. Seus
quadris são estreitos, como sempre, ele não perdeu muito peso, mas seu
cabelo não brilha da maneira como ele costumava brilhar. Sua respiração é
superficial e curta, como se tivesse estado correndo. Uma sensação horrível
corre pela minha espinha quando eu olho para ele.
Naquele momento, Bryan sente os olhos sobre ele e vira. Ele tem aquele
sorriso brincalhão no rosto. — Se você queria usar algemas, eu tenho algumas.
Eu ficaria feliz... poff! — Eu bato nele com toda a força do meu corpo e o
seguro apertado.
Bryan fica chocado no início. Seus braços levam um tempo até fecharem-
se em torno de mim, e depois ele me segura. Eu sinto a sua voz, a agitação
quente de ar, quando ele sussurra em meu ouvido: — Vamos sair daqui. —
Ele me solta e eu aceno. Foi quando ele me disse a última coisa que eu queria
ouvir. — Há repórteres na frente.
— O quê? — O meu queixo cai em horror.
— Eu fiz arranjos para sair pela parte de trás, mas haverá alguém. Sempre
há. Todo mundo vai saber o que aconteceu pela manhã. — Bryan pega a
minha mão e me leva, seguindo um oficial, que nos conduz através de uma
sala com armários e na parte de trás da delegacia de polícia, para um Hummer
preto. Sou empurrada para dentro, mas não antes de um flash disparar e eu
olhei diretamente para a câmera.
Bryan empurra-o de volta, mas a foto já foi tirada. Ele sobe atrás de mim
e diz: — Dirija.
— Eu não sou a porra do seu motorista, Bryan. Diga por favor. — Um
cara da minha idade, com cabelo escuro que paira em seu rosto, está no
assento do motorista. Com óculos grandes demais para obscurecer os olhos.
— Foda-se, Trystan.
Trystan revira os olhos e se afasta com sua enorme, máquina
ambientalmente irresponsável, com o objetivo de atingir os repórteres da rua,
quando sai do estacionamento. — As pessoas seriam melhores para você, se
você fosse mais agradável para elas. Isso é tudo o que estou dizendo. —
Trystan é tranquilo, mas eu sinto seus olhos em mim. Quando eu olho para
cima, ele responde ao que eu estava pensando. — Jon não fez isso com você.
Aos poucos, meu queixo inclina-se para cima e os nossos olhos se
encontram no espelho retrovisor. — Jon Ferro é um homem morto. Ele sabe
o que isto me faria. Foi a pior coisa que ele poderia ter feito.
Bryan pega a minha mão e tece os nossos dedos juntos. — Não foi Jon.
Por favor, aguarde para matá-lo até amanhã.
— Eu poderia matá-lo agora. Bryan, eu cuidei de Campone e posso cuidar
de qualquer um que mexer com Maggie ou comigo. Eu não sou mais uma
criança. — Eu soluço e tremo quando o passado e o presente eclodem juntos
novamente. Meu irmão morreu de fome. Ele morreu em meus braços e eu era
muito boba e pequena para saber o que fazer. Eu digo que eu era apenas uma
criança, porque é mais fácil do que dizer às pessoas a minha história, mas os
Ferros sabem de tudo. Eles são como baratas que conseguem encontrar cada
mentira em cada canto escuro de sua alma. — Eu não vou ser dizimada por
Jon. Foda-se ele.
Trystan e Bryan trocam um olhar, mas ninguém diz nada. Bryan me puxa
em seus braços e me segura até pararmos em frente de um antigo motel.
Bruto é a melhor maneira de descrevê-lo. Aposto que eles alugam quartos por
hora. Trystan joga para Bryan a chave do quarto. — Fique aí até eu descobrir
o que aconteceu. Eu acho que já sei, embora os detalhes sejam vagos.
Eu balanço a minha cabeça: — Não, eu não posso. Maggie está de volta e
ela precisa de mim. E Neil...
Bryan suspira, passando as mãos pelos cabelos. Depois que ele fez isso, ele
balança a mão para o seu lado. — Maggie estará bem. E Neil é um idiota.
Além disso, ele sabe que eu a levei esta noite. Aparentemente, você disse a
Maggie que eu estava chantageando você, porque ela tentou me pregar seu
calcanhar na cabeça. — Isso me faz sorrir. — Oh, você acha que é engraçado?
— Bryan me agarra e se inclina para perto. Aqueles olhos verdes brilham por
um momento antes de embaçarem. — Vamos Raymond. Estou pensando em
usá-la até que você se esqueça de quem você é.
CONTINUA
Capítulo 10
Bryan pega o meu rosto em suas mãos.
— Se você não gostar, diga-me! — Eu aceno, lentamente, com as suas
mãos quentes ainda segurando o meu rosto.
Era como se alguém apertasse um interruptor. Os olhos de Bryan se
tornaram mais escuros, mais carnais. Ele libera o meu rosto e pressiona seu
corpo tonificado contra o meu. Empurrando as minhas costas contra a porta,
certifica-se de que eu possa sentir cada centímetro dele. Tira uma corrente
prateada com um plugue em cada extremidade e o prende nos meus mamilos.
Eu ofego quando ele os aperta. O peso das correntes faz com que eu morda
os meus lábios. Enquanto ele pressiona dentro de mim, as correntes vão se
mexendo e puxando suavemente à medida que ele desliza sobre o meu corpo.
Um pequeno suspiro escapa por entre os meus lábios. Bryan me olha, seus
olhos verdes fixos nos meus. Pega um dedo e o coloca entre os meus lábios
rosados, enquanto a outra mão desliza mais para baixo, passando pela minha
barriga e entre as minhas pernas. Eu ofego. Ele se move rapidamente, tocando
a minha protuberância sensível com o polegar, alisando o dedo sobre a carne
suave, e observando o meu rosto enquanto faz isso.
Meu queixo se ergue enquanto tento não gemer. Luto contra as sensações
que estão em erupção dentro de mim, as sensações que ele está trazendo à
tona. Seus dedos se movem sobre o meu clitóris, enquanto ele puxa a corrente
suavemente. Ele sente que estou ficando mais úmida e, em seguida, sem aviso,
sem uma mudança na expressão, empurra o dedo dentro de mim. Ele ainda
está, por um tempo, vendo meus olhos. Eu pisco devagar, sentindo-o ali, entre
as minhas pernas.
Bryan empurra o dedo mais forte, mais profundo enquanto me observa.
Sua respiração está sobre os meus lábios fazendo com que me sinta tonta.
Quando ele puxa o dedo, ergue-o para a minha boca. Delineando os meus
lábios, ele me observa, espalhando meu calor úmido, como batom. Eu pisco
lentamente, com meu coração disparado, e, excitada além da compreensão.
— Prove! — Ele ofega e empurra o dedo em minha boca. Eu passo a
minha língua contra o seu dedo, mas ele o segura lá e diz: — Chupa até que
saia do meu dedo, Hallie! — Eu hesitei, mas ele diz: — Faça isso! — Minha
língua envolve o dedo, sugando-o, saboreando o gosto. Seus olhos estão
queimando, observando-me.
Enquanto chupo o dedo, ele abaixa a outra mão entre as minhas pernas,
abrindo a minha pele escorregadia. Sensações explodem dentro de mim, mas
antes que eu possa saboreá-las, as sensações mudam. O membro duro de
Bryan entra dentro de mim, fazendo com que eu chupe o dedo mais forte
ainda. Ele puxa o dedo da minha boca, e envolve as mãos em volta da minha
cintura. Fica um pouco imóvel, por um momento, respirando rápido e forte.
Depois, puxa para fora lentamente e enfia novamente, fazendo com que eu
bata contra a porta. Meus joelhos tremem à medida que ele lentamente vai me
deixando mais louca. Eu quero mais. Quero que ele me maltrate e me deixe
tonta pela paixão. Que limpe o meu medo com a luxúria, apague a minha
memória por um momento, e tire toda a dor que tem me invadido.
Eu só quero senti-lo e nada mais. O mundo desaparece até que não sei
quanto tempo se passou. Meus braços doem enquanto ele me usa,
empurrando para dentro de mim sucessivas vezes. Minha cabeça pende para o
lado e, em seguida, levanta de volta. Eu ofego todas às vezes e os meus seios
tremem com a força de seu empurrão.
Algo se desdobra dentro de mim. Quero suas mãos em mim, fazendo
tudo ao mesmo tempo. Vertentes delicadas de paixão irrompem dentro de
mim, enviando arrepios pelas minhas coxas e seios. Todos os lugares que
desejo que ele toque fervem como uma corrente viva. Arqueando minhas
costas, eu pressiono meus quadris contra os dele, só para que batam
novamente.
Seus impulsos mudam para provocar, gentilmente empurrando e puxando
para fora. Ele é tão duro, tão perfeito. Quero colocar as minhas pernas ao
redor de seus quadris, mas não posso. As respirações irregulares me
consomem e o quarto está além de quente. Meu corpo está pingando de suor.
Inclinando a cabeça para trás, olho para o teto. É quando suas mãos
encontram os meus seios. Meus lábios formam um O, mas não digo nada. Ele
sente a maciez, a plenitude das minhas curvas enquanto empurra seu pênis
longo e duro em mim lentamente, torturando-me, sucessivamente.
Tomando meus mamilos entre os dedos, ele os torce suavemente e aperta
os grampos. Eu grito, empurrando os meus seios para ele, mas a porta me
detém. Ofegante, mal posso respirar.
Ele sorri, — Shhh! Nenhum som de você! Eu quero que isso entre nós!
Não estou entendendo. Então por que ele quis fazer aquela cena com Neil
e Maggie? Naquele momento, não me importo. Faço o que ele diz e mordo o
lábio para me manter em silêncio. Ele entra profundamente dentro de mim de
novo, e minha boca se abre. Eu engulo o som antes que ele ouça. O único
barulho é a lufada de ar saindo com força dos meus pulmões.
— Boa menina, — ele ronrona e retira antes de novamente empurrar,
desta vez mais profundamente. O tom de sua voz me faz derreter.
Antes que eu possa pensar noutra coisa, os dedos de Bryan apertam em
torno das correntes nos meus mamilos. Seus quadris se mantêm pressionados
rentes aos meus, seu comprimento perdido dentro de mim. Meu queixo cai, e
eu o vejo me observando, esperando que eu faça qualquer barulho. Meus
olhos se fixam nos seus, enquanto sensações ardentes circulam através do meu
corpo, construindo mais apertado e mais forte. Ele lentamente adiciona mais
pressão, provocando e puxando os meus mamilos mais e mais, fazendo com
que a pinça aperte mais ainda. O calor em meu estômago endurece através do
meu corpo. Eu movo os meus quadris e tento balançar contra ele, mas ele me
acalma.
— Não, não. Ainda não!
Eu suspiro! — Eu gosto de ser espancada!
— Sério? — Eu aceno. Sua mão vem com força na minha bunda. Ambas
as nádegas ardem. Ele faz isso enquanto ele ainda está dentro de mim, o que
me faz apertar mais em torno dele. Ele suspira e faz isso de novo, e de novo.
O impacto de suas mãos é tão bom. A ardência envia arrepios através de mim
em ondas que não acabam. Elas navegam pelo meu estômago e se espalham
por todo o meu corpo. Todos os deliciosos formigamentos me atravessam,
fazendo com que eu deslize a minha língua sobre os dentes. Faço isso sem
pensar. É uma reação a ele, ao que está fazendo comigo.
Sem aviso, Bryan puxa para fora. Isso me deixa louca. Meus quadris
sacodem, mas não posso alcançá-lo. O cinto corta os meus pulsos enquanto
me esforço contra as limitações que me foram impostas. Ofego, observando-o
enquanto ele se move para longe de mim. O desejo arde pelo meu corpo. Não
consigo me controlar. Puxando os meus pulsos mais forte ainda, tento
libertar-me do cinto de novo, mas não consigo. Só fica mais apertado.
Ele sorri, assistindo-me lutar, até que eu paro e olho para ele. A expressão
em seu rosto, a intensidade de seus olhos, fazem com que meu estômago se
contorça. Minha respiração fica presa na minha garganta enquanto Bryan
passa perto o suficiente para me tocar, mas ele não toca. Estou ofegante.
Meus olhos estão implorando para que ele faça algo, para que me faça gozar,
deixar-me fode-lo... Qualquer coisa.
— Diga-me o que você deseja, Hallie! Implore-me por isso! — Ele
sussurra palavras ao lado do meu ouvido. A reação dentro de mim é rápida e
violenta. Seu hálito quente faz meu clitóris pulsar e parecer que vou morrer se
ele não me tocar, se ele não terminar o que começou. Ele está tão perto, quase
me tocando, mas não desliza os dedos pela minha cintura. Ele não toca o meu
peito e não provoca os meus mamilos. Isso me faz desejá-lo ainda mais. Eu
me sinto como um animal acorrentado, incapaz de pensar. — Responda-me
linda mulher! — Ele ordena e eu sinto a batida da sua mão na minha bunda.
Meu corpo está tão bem enrolado que o tapa me faz gemer. Eu não
esperava isso, mas antes que pudesse controlar os meu gemido, ele escapa dos
meus lábios. Eu ofego, chocada por não ter sido capaz de abafar o ruído ou
pará-lo a tempo. A mão de Bryan voa uma segunda vez, com mais força. Ele
observa meu rosto enquanto eu estremeço debaixo da sua mão. O tapa é
rápido, e eu sei que vou ter um problema para andar depois, mas não me
importo. Eu grito, dizendo o seu nome, empurrando os meus seios contra ele.
Um olhar perverso torce seus lábios em um sorriso sexy. — Responda-
me! — Sua voz soa como um grunhido e quando não consigo fazer nada,
senão ofegar incontrolavelmente, sua mão me atinge pela terceira vez. Mas ele
não me libera. Em vez disso, ele pega a minha bochecha na mão e aperta. A
ardência se intensifica pela forma como ele me agarra. O belo corpo de Bryan
está coberto por um brilho fino de suor, enquanto me trata grosseiramente.
— Diga-me o que você deseja!
Minha voz é um suspiro. O desejo correndo desenfreadamente. — Eu
quero suas mãos sobre mim, em mim! Eu quero que você me foda sem
sentido. Foda-me, Bryan!
— Implore por isso, Hallie! Implore mais alto! — Seu punho aperta a
minha bunda fazendo com que o meu corpo pressione contra o seu. Gotas de
suor rolam pela minha espinha.
Minha voz treme enquanto imploro, sem capacidade de manter qualquer
traço de comedimento.
— Por favor, Bryan... Por favor! Foda-me! Foda a minha buceta! Encha-
me com o seu gozo. Por favor, baby! Por favor... — Eu continuo a lhe pedir,
enquanto suas mãos deslizam sobre os meus quadris e para baixo entre as
minhas pernas. Quando ele toca o meu clitóris, eu gemo. Bryan inclina sua
cabeça para trás, olhando para mim. — Foda-me, baby! Por favor! — Meus
quadris se remexem contra a sua mão. Em resposta, ele aperta os dedos no
meu clitóris. Eu grito: — Foda-me! Por favor! Bryan! Eu preciso de você! Por
favor!
Quando eu digo o nome dele, ele quebra. Antes de saber o que está
acontecendo, suas mãos estão segurando os meus pulsos sobre a minha
cabeça enquanto ele bate seu membro rígido dentro de mim sucessivamente.
Ele empurra mais e mais profundamente a cada vez, com as mãos deslizando
pelos meus braços. Batendo-se cada vez mais duro contra mim, ele assiste
meus seios balançando e saltando até que ele toma ambos em suas mãos e
aperta os meus mamilos duramente. Eu berro, mas isso só faz com que ele
aperte com mais força, até que a corrente cai. Cai aos meus pés e ele a deixa
lá.
Bryan se move, empurrando para dentro de mim fodendo-me cada vez
mais rápido. O calor entre as minhas pernas percorre todo o meu corpo.
Parece que não posso ser dominada. Não há o suficiente dele para me
satisfazer, nunca. Quando seus dedos apertam mais duramente contra os meus
mamilos doloridos, meus olhos se arregalam. Ele me olha nos olhos enquanto
ele empurra para dentro de mim uma vez... forte. Minhas costas batem contra
a porta e ele me segura lá, observando-me. Seus lábios entreabertos, ele
respira sem dizer nada. Suas mãos suavemente empurram os cabelos para
longe dos meus olhos. Ele acalma por um momento e não posso suportar
isso. Seu pau está em mim, mas não importa o quanto eu me mexa, não posso
fazer com que ele me foda.
Com todo o peso do seu corpo, ele me achata contra a porta. Seus olhos
ardem com o desejo, sua testa está pingando de suor.
— Goze para mim, baby! — Ele respira e mete em mim rápido e
furiosamente. Ele não para quando eu grito. Ele continua metendo contra
mim até que meu corpo não pode ficar mais retesado.
Cada vez que ele afunda em mim eu me sinto mais excitada. Eu não posso
respirar, mas não quero que ele pare. Seu corpo me esmaga, enquanto me
monta, balançando contra mim furiosamente. Eu gemo, e posso dizer o quão
forte ele está empurrando e o quanto vou estar machucada depois, mas não
me importo. No momento, isso é muito bom. Minha pele formiga e está
pingando de suor. Meus seios saltam mais e mais para cima com cada batida
de seu corpo contra o meu. E sem outro pensamento, eu gozo. Meu grito sai
rasgado através da minha garganta. Não posso gozar silenciosamente, não
quando ele faz assim. Bryan me bate mais forte enquanto as deliciosas
sensações giram, fazendo com que todo o meu corpo entre em erupção. Eu o
sinto meter contra mim duro e profundamente, e ele goza alguns segundos
após.
Esgotada, pendurada e estremecendo contra a porta, estou pronta para
cair no chão. Bryan se afasta e me olha. Com os lábios entreabertos, ele só
olha para mim por um momento antes de desatar o cinto. Quando as minhas
mãos caem ao meu lado, meus braços queimam. Bryan me toma em seus
braços e me leva para a cama. Ele me senta na frente dele e esfrega os
músculos doloridos em meus braços e ombros. Minha cabeça se inclina para o
lado enquanto ele faz isso. Cada centímetro meu está formigando. Não quero
que esse momento termine, mas Bryan para.
Viro-me e olho para ele. Ele está brilhando, coberto por uma fina camada
de suor que cheira tão bem. Eu quero lambê-lo, mas apenas aceno. Ele vira
seus olhos esmeraldas para longe e diz:
— Eu acho que eu deveria ir.
— Você vai embora? — De repente, eu me sinto muito nua. Puxo a
coberta da cama e a enrolo em volta dos meus ombros.
— Sim, a menos que você queira que eu fique e diga a Neil tudo sobre
como eu acabei com a raça da sua noiva. — Ele me olha por um segundo. Sua
testa está coberta de suor e seu rosto está brilhando. — O que há de errado?
— Ele sempre pôde me ler tão bem. Eu quero dizer a ele sobre Victor, mas
não posso.
Eu digo outra coisa.
— Neil fez a proposta e eu disse sim. — Eu ergo o meu anel.
— Sim, eu vi isso. Você realmente aceitou? — Bryan se senta ao meu lado.
— Na verdade não. Ele aceitou por mim. — Nós dois ficamos em silêncio
por algum tempo.
Bryan se veste e diz:
— Eu voltarei para ter você do meu jeito de novo em breve. Da próxima
vez é melhor que o idiota do seu noivo tenha você pronta para mim. E eu
quero que você use isso quando estiver comigo e só comigo. — Ele levanta a
corrente do chão e a joga para mim.
A porta do quarto se abre e Neil está lívido. Ele olha para mim e depois
para Bryan:
— Você acha que isso é engraçado?
— Não, acho que ela precisa de algo que você não pode dar a ela. Estou
dando a você uma única chance de quebrar seu compromisso e foder a sua
noiva. Mas você tem que fazer isso como um animal. Satisfaça-a!
O rosto de Neil contorce desgostoso.
— Eu a satisfaço sem esse comportamento bárbaro. Fazer amor não
precisa de mordaças, amarras ou oprimir mulheres de forma nenhuma. Tenho
certeza de que Hallie só aceitou isso pela equipe, seu pedaço de merda
demente!
Essa foi a coisa mais cruel que já ouvi Neil dizendo e eu quero rir, porque
é pateticamente fraco. O homem que estava me usando, ofereceu para quebrar
o acordo se Neil prometer me pegar e fazer sexo animalesco comigo. O
homem deveria ter dito que sim, mas ele, pela sua moral, disse que não. Estou
cansada demais para pensar no que isso significa. O que aconteceu aqui?
— Ela vai tomar mais do que uma foda pela equipe. — Bryan pisca um
dos olhos. — Vejo você amanhã, escrava sexual! Trarei um colar para você e
vai usá-lo. — Bryan aperta a mão de Neil. — Você é um homem inteligente.
O que são alguns meses de infidelidade comparados com uma vida de
riquezas, certo?
Neil aperta a sua mandíbula.
— Então você planeja que isso continue por alguns meses?
— Provavelmente não por muito tempo. Eu fico entediado fodendo a
mesma mulher todo dia. Não se preocupe Neil! Ela é sua sujeira, não a minha.
— Com isso, Bryan vira as costas e sai.
— Neil, — estou pronta para explodir em lágrimas. O julgamento está
espalhado em seu rosto.
— Hallie, isso não é natural. Você não é um animal selvagem! Será que ele
conseguiu instigá-la para que você fingisse o que você não é?
Eu dou de ombros. Não quero falar sobre isso.
— Não tenho ideia.
— Eu deverei deixá-lo foder e espancar você na minha cama, sempre que
ele quiser?
Eu olho fixamente para frente.
— Até que ele se canse de mim, sim. Lide com isso! Você foi quem me
disse para fazer isso. — Eu destaco a última frase. — E ele lhe deu uma saída.
Você não aceitou. — Eu fico olhando para ele, e puxo a coberta mais forte em
volta dos meus ombros.
Neil revira os olhos.
— Eu pensei que fosse apenas uma noite.
— Eu também. Estávamos errados sobre uma porção de coisas.
Capítulo 11
Eu deveria me sentir envergonhada, mas não sinto. No dia seguinte, me
sento com Maggie no sofá enquanto Neil está fora. Ela tem estado muito
tranquila desde que a busquei em seu antigo apartamento. Maggie olha para o
espaço, e eu sei que a memória está se defrontando com o novo e joga uma e
outra vez em sua mente.
— Você quer falar sobre isso? — Eu pergunto, já sabendo a resposta.
Ela inspira e balança a cabeça, antes de oferecer-me um sorriso forçado.
— Não há nada a dizer. A mesma velha merda. Nada mudou, mas dói mais
agora. — Ela sorri como se algo fosse engraçado. — Eu pensava que doía
mais quando eu era criança. Acho que não.
— O que ele fez?
— A mesma coisa de sempre. Victor gosta de possuir coisas. — Ela muda
em seu assento e, em seguida, levanta, colocando distância entre nós. — Era
para eu arranjar-lhe uma garota. Ele tem um tipo, quadris redondos, cabelos
escuros e pele pálida, como Nicole Kidman, mas morena. Assim, a cada
semana, eu levava alguém. Elas ganham algumas centenas de dólares, e ele faz
o que faz. Na semana que eu não conseguia encontrar ninguém, eu a
substituía, mas desta vez... — Ela para de falar e balança a cabeça. — Eu não
deveria ter ido. Geralmente é apenas sexo violento. Ele dá um tapa e me
arranha. Vou para casa e é isso. Mas desta vez... — Ela balança a cabeça e olha
por cima do ombro para mim. — Eu não quero falar sobre isso. Eu tentei
fugir e, em seguida, desisti quando ele disse o que ele faria comigo, e depois
com você. Ele me deu uns tapas por um tempo, me levando do jeito que ele
quis, e então eu ouvi a sua voz e eu estava morrendo de medo que ele fosse
levá-la também. Sinto muito, Hallie.
— Não é culpa sua. — Eu me sinto horrível por deixar sua vida
desmoronar assim. Nós deveríamos estar lá uma para a outra. — Eu deveria
ter chegado mais cedo. Eu teria... Eu gostaria de poder ter tudo de volta.
Maggie sorri tristemente e envolve os braços em torno de si. — Sim, eu
também. E agora? Sem ofensa, mas eu não suporto Neil.
Concordo com a cabeça. — Eu estava pensando que deveria ter um lugar
só meu antes do casamento. Vai ser eu e você.
O olhar de Maggie desvanece no chão. — Você vai se casar com ele,
sério? — Eu aceno e lhe dou um olhar para que não me pressione agora. Ela
acrescenta: — Eu adoraria, mas você sabe que eu não posso me dar ao luxo.
— Sim, você pode. Eu tenho parte do meu pagamento antecipado.
Podemos ir a procura de uma casa sempre que quiser, oh, e esta parte não é
opcional, você trabalha para mim agora. Eu vou precisar de uma assistente
pessoal para me dizer o que fazer, você sabe, alguém um pouco mandona.
Maggie ri e me empurra, e depois bate as mãos sobre a boca, e repete a
ação. — De jeito nenhum!
— Isso. — É tão bom ver uma explosão de felicidade em seus olhos,
mesmo por um breve momento. Mas assim que ela pisca, ela se foi, perdeu-se
nas profundezas da agonia que enchem sua alma.
Um dia ela vai parar de lutar. Um dia ela vai ceder, desistir.
Ela já teria desistido se eu não tivesse aparecido. Algumas pessoas a
levaram direto para o inferno. É irônico, porque eu tenho sangue em minhas
mãos e não me sinto como se estivesse infeliz. É mais, como eu se estou
puxando Maggie, da vida tortuosa ela conhece, e esconde com esse sorriso.
Não me arrependo de minhas ações. O pensamento faz minha pele
formigar. Na parte profunda da minha mente, eu me pergunto que tipo de
pessoa que sou, mas arrumo minha coluna e me levanto. Isso me faz ser quem
eu sou e não há nada mais a se considerar. Eu fiz o que tinha que fazer. Eu
não teria tocado em Victor se ele a deixasse em paz, se ele não tivesse
ameaçado vir atrás de nós, mas ele ameaçou. Eu vi o medo nos olhos de
Maggie é a verdade. Se Victor Campone tivesse vivido, teríamos morrido.
— Está com fome? — Eu pergunto me dirigindo à geladeira.
— Sim, um pouco. — Maggie está sentada com os pés enrolados em sua
bunda e olhando para as mãos desde que eu a peguei no apartamento do
Victor. Ela raramente faz contato visual. Acho que a luta a nocauteou. Ele
aparece em surtos, mas é como um carro que está ficando sem gasolina. Estou
muito preocupada com ela. Depois de tudo que ela passou...
Isso não pode desfazê-la. Não pode.
Porque é minha culpa desta vez.
Todas as outras vezes, a Maggie revidou. Ela nunca desistiu, nunca cedeu,
e agora a minha melhor amiga está caída no sofá, coberta de hematomas e
cortes, com os olhos que se assemelham a buracos-negros que sugam tudo,
mas não vejo nada ali. Eles não sentem nada, não mais.
Eu sorrio e digo algo estúpido, tentando fazê-la rir, mas nem sequer
obtenho um sorriso de piedade. Depois de abrir a porta da geladeira, eu gemo
em voz alta. Neil está trabalhando hoje e não conseguiu ir às compras.
Maggie pergunta: — O que ele fez?
— Ele pegou todas as sobras da festa e levou para o trabalho. Eu pensei
que era bom porque ele deveria ir às compras, mas não o fez. — Estou
inclinada na geladeira vazia olhando para uma caixa de leite vencido e um
frasco de picles. Não vou comer isso. Eu bato a geladeira e acrescento: — Eu
dar rápida saída. Será que comida chinesa vai bem?
Maggie geralmente protesta e se oferece para pagar as coisas, mas hoje,
apenas balança a cabeça. — Ótimo! — Eu digo, parecendo alegre. Ela irá
voltar. Ela vai. Se eu continuar dizendo a mim mesmo vai acontecer, certo?
De repente, eu percebo que ela não recuperou-se, matar Victor não era uma
vingança suficiente, até mesmo pelo o que ele fez com Maggie.
Capítulo 12
Pego minhas chaves e ligo o motor. O carro vermelho ronrona quando o
tiro da garagem e digito o CEP do local que irei. Quando estou prestes a
desviar para o estacionamento, um policial segue atrás de mim, com as luzes
vermelhas piscando. Eu não estava em alta velocidade. Droga. Deve ser
verdade que os carros vermelhos são parados mais do que qualquer outra cor.
Eu encosto e levo o carro para o acostamento, tomando o cuidado de
manter as mãos no volante. Papai me disse para nunca ir para a minha bolsa
ou porta-luvas até que o policial esteja de pé ao lado do carro. O cara tem que
ver as minhas mãos ou ele pode atirar em mim, bem não é exatamente do jeito
que meu pai disse isso, mas é o que ele quis dizer.
Eu aperto o botão na janela, assim como o policial se aproxima. Ele está
usando o uniforme escuro que me dá vontade de sair correndo e gritando
para o meu quarto e me esconder debaixo da minha cama.
Ele não é esse cara. Pare com isso, Hallie, xingo-me, mas isso não ajuda.
Até agora, minhas mãos estão tremendo.
— A licença e registro, por favor. — O cara tem trinta e tantos anos, e um
tipo de visual assustador. Por assustador, eu quero dizer que parece que ele
poderia tomar o meu pequeno corpo e dobrá-lo estilo acordeão e enfiá-lo em
seu tronco. O cara é massa muscular pura e ele parece chateado. Eu não posso
imaginar o que eu fiz.
Eu me aproximo do porta-luvas para retirar os papéis mencionados, mas
tudo que eu encontro é o manual sobre o carro e o último aviso de mudança
de óleo. Sem documentos. Sem registro. O meu coração dá uma guinada.
Foda-se. Eu começo a pensar que Jon brincou comigo, mas mesmo ele, não
seria tão baixo. E o policial não me pediu para sair do carro ou qualquer coisa.
Minha lanterna traseira está queimada ou algo assim, isso é tudo. Isso não é
nada.
Eu vasculho minha bolsa e tiro a minha pequena carteira. Meu rosto fica
pálido quando vejo o espaço vazio onde minha carteira de motorista deveria
estar. Olho para o policial e digo baixinho: — Ela se foi.
— Você não tem uma licença ou registro desse veículo? — Ele diz algo
em seu ombro depois de ouvir um zumbido em seu fone de ouvido. — Saia
do carro, minha senhora.
Estou tremendo agora. — Eu não fiz nada de errado. Alguém pegou a
minha licença. Eu tenho uma.
Ele me ignora e me apoia no capô. Tira seus óculos de sol. Quando o
guarda, ele pergunta: — Você sabe que você está dirigindo um veículo
roubado?
— Não é roubado.
— Oh?
Eu balanço minha cabeça, pronto para chorar. Jon não faria isso para
mim, ele não iria. — Jonathan Ferro me vendeu este carro uns dias atrás por
dez mil dólares. Eu não tive a chance de renovar a papelada ainda. Eu pensei
que tinha alguns dias?
O policial concorda. Ele vira o meu rosto para o capô e me revista. —
História legal. O carro vale muito mais do que isso. Se você vai mentir pelo
menos faz a história parecer convincente.
— É verdade! Jon me vendeu por dez mil. Pergunte a ele! Eu não estou
mentindo.
Eu sinto frio do metal prender meus pulsos quando as algemas
escorregam em torno dos meus braços. Eu começo a entrar em pânico. Meu
coração dispara muito rápido e o mundo se torna um borrão. Eu não posso
parar de falar, suplicando, e quando o policial me empurra na parte de trás de
seu carro, todos os terríveis eventos em detalhes vívidos se reproduzem em
minha mente.
Eu fecho meus olhos e tento desligá-los, mas as cores iluminam e os sons
de mais de uma década tocam alto em meus ouvidos, enquanto lágrimas caem
pelo meu rosto. O passado e o presente colidem juntos com tanta violência
que eu não posso suportar isso.
Minha mãe jura para mim antes de me enfiar no armário. Pequenas mãos
envolvem em torno de mim, e eu sei que o meu irmão mais novo, Anthony,
está apavorado. Ele cresceu e seus ossos eu sinto nitidamente sob minhas
palmas. Ele chora até que fica em silêncio, até que ele adormece, até que
minha mãe teve seu efeito das drogas e amantes. Eu a ouvi rir. Eu nunca
poderia fazê-la feliz assim. Ouvi os sons de sexo, até que algo muda. A festa
normal não é mais normal.
O policial que me tirou do armário tentou tirar o corpo sem vida do meu
irmão dos meus braços. Eu não entendi. Eu o protegia dela. Eu vigiei por
Anthony, mas depois de tudo que eu fiz, não foi o suficiente. Eles pensaram
que eu o matei em primeiro lugar. Eles me empurraram para o fundo do carro
e gritei para eles até que eu não podia chorar mais. Eu queria meu irmão, mas
eles disseram que ele estava morto.
Eu não acreditei neles.
Agora, eu tenho dificuldade em acreditar em alguém e este policial abriu
uma ferida que é tão profunda que me corta até o osso. Não, não foi o policial
- foi Jon.
Eu não posso evitar o tremor, mas eu não choro. Eles me ficham e fazem
perguntas que eu ouvi antes. A estrutura nunca muda em lugares como este.
As pessoas são as mesmas. O cheiro é idêntico. Eu olho fixamente, tentando
manter minha mente em uma única peça, mas eu sinto as rachaduras pouco a
pouco.
Quem vai salvar Maggie? Se eu me perder, quem estará lá para ela?
Ninguém. Acalme-se, Hallie.
Eu tenho direito a uma ligação, então que eu chamo a pessoa que eles
estão tentando me manter longe, o homem que está me chantageando por
sexo.
Quando ele atende o telefone, Bryan parece cansado. Eu não sei de que
outra forma dizer. Eu teria pensado que ele estava dormindo, mas há algo em
sua voz que me diz que não dorme há muito tempo. — Suffolk County PD.
Deixe-me adivinhar, é Jon ou Trystan?
— Não, — minha voz é tão baixa, tão tímida que mal faz um som.
Eu o ouvi mudar e Bryan soa mais alerta quando ele responde: — Hallie?
— Venha me pegar. Eu vou lhe dever. Qualquer coisa que você quiser,
basta vir me pegar. — Eu entrego o telefone de volta ao oficial na mesa e sou
levada de volta para a minha cela.
Capítulo 13
Estou sentada em frente a uma mulher que não consegue parar de chorar.
Ela fala sobre os tíquetes de estacionamento não pagos, sobre como ela vai
perder o emprego por causa disto e como ela não trabalhou o suficiente para
pagar os tíquetes. Depois começa a hiperventilar e menciona algo sobre
remédios. Essa é a única vez que o policial no exterior da cela olha para ela.
Eles a removem da nossa cela, dizendo que vai ter seus remédios.
Alguém entra e se senta ao meu lado. Seu rosto está machucado em um
lado.
— Olá.
Eu olho para ela e não digo nada. Meus braços estão cruzados sobre o
meu peito e estou encostada à parede, pensando em maneiras de castrar Jon
Ferro. Ele sabia sobre o meu passado e o que isto faria comigo.
A mulher não é mais que uma menina, deve de ter uns dezoito anos, com
grandes olhos redondos, mas ainda tem bochechas gordinhas, infantis. Pelo
seu rosto angular não parece ter mais de vinte e dois anos. O seu cabelo
escuro é longo e está em um rabo de cavalo bagunçado.
Ela suspira e descansa as costas contra a parede de cimento frio. — Você
passará a noite aqui? Eu espero que sim. Ele precisa de tempo para esfriar. A
única parte ruim é não ter o sabão bacteriano, mas o resto está bem. Além
disso, ele vai dar-me tempo. Eu não posso estar perto dele quando ele está
assim. Ele é geralmente é bom, mas em noites como está, eu acho melhor
ficar aqui. Eu não vou fazer a minha ligação. Ei, você parece familiar. — Ela
fala sem respirar e olha para mim o tempo todo.
— Nós nunca nos conhecemos, — é tudo o que eu digo.
Ela acena com a cabeça e continua, liberando uma onda de palavras.
Sentada, escuto sua vida, a sua história, não sinto nada, apenas piedade. Ela é
como Maggie e eu. Ela não tem ninguém que se preocupe com ela, ninguém
para ouvir a sua voz e em quem encontrar consolo através de seu toque.
Eu não sei quanto tempo estive lá, mas um tempo depois eles chamam o
meu nome, a jovem foi levada para um banho e passará a noite na cela.
Imagino o por que desejar uma cela em vez de ir para casa. Isso me faz querer
chorar, e não há porra nenhuma que eu possa fazer sobre isso. Eu não posso
nem tomar conta de mim.
A porta da cela desliza aberta e faz um som mais horrível. — Hallie
Raymond, recolha as suas coisas na recepção e vá para casa com o seu amigo
que pagou sua fiança. Se você estragar tudo, ele será o único que pagará por
isso, o melhor é se comportar.
Concordo com a cabeça e percorro o caminho para a recepção. Parece
que eu não prestei atenção por um tempo, mas o faço quando vejo Bryan.
Enquanto eu ando atrás dele eu observo a maneira como ele respira, o modo
como os seus ombros estão dobrados para frente como se ele estivesse sendo
vigiado ou com dor. Eu paro atrás dele e o assisto por um momento. Seus
quadris são estreitos, como sempre, ele não perdeu muito peso, mas seu
cabelo não brilha da maneira como ele costumava brilhar. Sua respiração é
superficial e curta, como se tivesse estado correndo. Uma sensação horrível
corre pela minha espinha quando eu olho para ele.
Naquele momento, Bryan sente os olhos sobre ele e vira. Ele tem aquele
sorriso brincalhão no rosto. — Se você queria usar algemas, eu tenho algumas.
Eu ficaria feliz... poff! — Eu bato nele com toda a força do meu corpo e o
seguro apertado.
Bryan fica chocado no início. Seus braços levam um tempo até fecharem-
se em torno de mim, e depois ele me segura. Eu sinto a sua voz, a agitação
quente de ar, quando ele sussurra em meu ouvido: — Vamos sair daqui. —
Ele me solta e eu aceno. Foi quando ele me disse a última coisa que eu queria
ouvir. — Há repórteres na frente.
— O quê? — O meu queixo cai em horror.
— Eu fiz arranjos para sair pela parte de trás, mas haverá alguém. Sempre
há. Todo mundo vai saber o que aconteceu pela manhã. — Bryan pega a
minha mão e me leva, seguindo um oficial, que nos conduz através de uma
sala com armários e na parte de trás da delegacia de polícia, para um Hummer
preto. Sou empurrada para dentro, mas não antes de um flash disparar e eu
olhei diretamente para a câmera.
Bryan empurra-o de volta, mas a foto já foi tirada. Ele sobe atrás de mim
e diz: — Dirija.
— Eu não sou a porra do seu motorista, Bryan. Diga por favor. — Um
cara da minha idade, com cabelo escuro que paira em seu rosto, está no
assento do motorista. Com óculos grandes demais para obscurecer os olhos.
— Foda-se, Trystan.
Trystan revira os olhos e se afasta com sua enorme, máquina
ambientalmente irresponsável, com o objetivo de atingir os repórteres da rua,
quando sai do estacionamento. — As pessoas seriam melhores para você, se
você fosse mais agradável para elas. Isso é tudo o que estou dizendo. —
Trystan é tranquilo, mas eu sinto seus olhos em mim. Quando eu olho para
cima, ele responde ao que eu estava pensando. — Jon não fez isso com você.
Aos poucos, meu queixo inclina-se para cima e os nossos olhos se
encontram no espelho retrovisor. — Jon Ferro é um homem morto. Ele sabe
o que isto me faria. Foi a pior coisa que ele poderia ter feito.
Bryan pega a minha mão e tece os nossos dedos juntos. — Não foi Jon.
Por favor, aguarde para matá-lo até amanhã.
— Eu poderia matá-lo agora. Bryan, eu cuidei de Campone e posso cuidar
de qualquer um que mexer com Maggie ou comigo. Eu não sou mais uma
criança. — Eu soluço e tremo quando o passado e o presente eclodem juntos
novamente. Meu irmão morreu de fome. Ele morreu em meus braços e eu era
muito boba e pequena para saber o que fazer. Eu digo que eu era apenas uma
criança, porque é mais fácil do que dizer às pessoas a minha história, mas os
Ferros sabem de tudo. Eles são como baratas que conseguem encontrar cada
mentira em cada canto escuro de sua alma. — Eu não vou ser dizimada por
Jon. Foda-se ele.
Trystan e Bryan trocam um olhar, mas ninguém diz nada. Bryan me puxa
em seus braços e me segura até pararmos em frente de um antigo motel.
Bruto é a melhor maneira de descrevê-lo. Aposto que eles alugam quartos por
hora. Trystan joga para Bryan a chave do quarto. — Fique aí até eu descobrir
o que aconteceu. Eu acho que já sei, embora os detalhes sejam vagos.
Eu balanço a minha cabeça: — Não, eu não posso. Maggie está de volta e
ela precisa de mim. E Neil...
Bryan suspira, passando as mãos pelos cabelos. Depois que ele fez isso, ele
balança a mão para o seu lado. — Maggie estará bem. E Neil é um idiota.
Além disso, ele sabe que eu a levei esta noite. Aparentemente, você disse a
Maggie que eu estava chantageando você, porque ela tentou me pregar seu
calcanhar na cabeça. — Isso me faz sorrir. — Oh, você acha que é engraçado?
— Bryan me agarra e se inclina para perto. Aqueles olhos verdes brilham por
um momento antes de embaçarem. — Vamos Raymond. Estou pensando em
usá-la até que você se esqueça de quem você é.
CONTINUA
Capítulo 10
Bryan pega o meu rosto em suas mãos.
— Se você não gostar, diga-me! — Eu aceno, lentamente, com as suas
mãos quentes ainda segurando o meu rosto.
Era como se alguém apertasse um interruptor. Os olhos de Bryan se
tornaram mais escuros, mais carnais. Ele libera o meu rosto e pressiona seu
corpo tonificado contra o meu. Empurrando as minhas costas contra a porta,
certifica-se de que eu possa sentir cada centímetro dele. Tira uma corrente
prateada com um plugue em cada extremidade e o prende nos meus mamilos.
Eu ofego quando ele os aperta. O peso das correntes faz com que eu morda
os meus lábios. Enquanto ele pressiona dentro de mim, as correntes vão se
mexendo e puxando suavemente à medida que ele desliza sobre o meu corpo.
Um pequeno suspiro escapa por entre os meus lábios. Bryan me olha, seus
olhos verdes fixos nos meus. Pega um dedo e o coloca entre os meus lábios
rosados, enquanto a outra mão desliza mais para baixo, passando pela minha
barriga e entre as minhas pernas. Eu ofego. Ele se move rapidamente, tocando
a minha protuberância sensível com o polegar, alisando o dedo sobre a carne
suave, e observando o meu rosto enquanto faz isso.
Meu queixo se ergue enquanto tento não gemer. Luto contra as sensações
que estão em erupção dentro de mim, as sensações que ele está trazendo à
tona. Seus dedos se movem sobre o meu clitóris, enquanto ele puxa a corrente
suavemente. Ele sente que estou ficando mais úmida e, em seguida, sem aviso,
sem uma mudança na expressão, empurra o dedo dentro de mim. Ele ainda
está, por um tempo, vendo meus olhos. Eu pisco devagar, sentindo-o ali, entre
as minhas pernas.
Bryan empurra o dedo mais forte, mais profundo enquanto me observa.
Sua respiração está sobre os meus lábios fazendo com que me sinta tonta.
Quando ele puxa o dedo, ergue-o para a minha boca. Delineando os meus
lábios, ele me observa, espalhando meu calor úmido, como batom. Eu pisco
lentamente, com meu coração disparado, e, excitada além da compreensão.
— Prove! — Ele ofega e empurra o dedo em minha boca. Eu passo a
minha língua contra o seu dedo, mas ele o segura lá e diz: — Chupa até que
saia do meu dedo, Hallie! — Eu hesitei, mas ele diz: — Faça isso! — Minha
língua envolve o dedo, sugando-o, saboreando o gosto. Seus olhos estão
queimando, observando-me.
Enquanto chupo o dedo, ele abaixa a outra mão entre as minhas pernas,
abrindo a minha pele escorregadia. Sensações explodem dentro de mim, mas
antes que eu possa saboreá-las, as sensações mudam. O membro duro de
Bryan entra dentro de mim, fazendo com que eu chupe o dedo mais forte
ainda. Ele puxa o dedo da minha boca, e envolve as mãos em volta da minha
cintura. Fica um pouco imóvel, por um momento, respirando rápido e forte.
Depois, puxa para fora lentamente e enfia novamente, fazendo com que eu
bata contra a porta. Meus joelhos tremem à medida que ele lentamente vai me
deixando mais louca. Eu quero mais. Quero que ele me maltrate e me deixe
tonta pela paixão. Que limpe o meu medo com a luxúria, apague a minha
memória por um momento, e tire toda a dor que tem me invadido.
Eu só quero senti-lo e nada mais. O mundo desaparece até que não sei
quanto tempo se passou. Meus braços doem enquanto ele me usa,
empurrando para dentro de mim sucessivas vezes. Minha cabeça pende para o
lado e, em seguida, levanta de volta. Eu ofego todas às vezes e os meus seios
tremem com a força de seu empurrão.
Algo se desdobra dentro de mim. Quero suas mãos em mim, fazendo
tudo ao mesmo tempo. Vertentes delicadas de paixão irrompem dentro de
mim, enviando arrepios pelas minhas coxas e seios. Todos os lugares que
desejo que ele toque fervem como uma corrente viva. Arqueando minhas
costas, eu pressiono meus quadris contra os dele, só para que batam
novamente.
Seus impulsos mudam para provocar, gentilmente empurrando e puxando
para fora. Ele é tão duro, tão perfeito. Quero colocar as minhas pernas ao
redor de seus quadris, mas não posso. As respirações irregulares me
consomem e o quarto está além de quente. Meu corpo está pingando de suor.
Inclinando a cabeça para trás, olho para o teto. É quando suas mãos
encontram os meus seios. Meus lábios formam um O, mas não digo nada. Ele
sente a maciez, a plenitude das minhas curvas enquanto empurra seu pênis
longo e duro em mim lentamente, torturando-me, sucessivamente.
Tomando meus mamilos entre os dedos, ele os torce suavemente e aperta
os grampos. Eu grito, empurrando os meus seios para ele, mas a porta me
detém. Ofegante, mal posso respirar.
Ele sorri, — Shhh! Nenhum som de você! Eu quero que isso entre nós!
Não estou entendendo. Então por que ele quis fazer aquela cena com Neil
e Maggie? Naquele momento, não me importo. Faço o que ele diz e mordo o
lábio para me manter em silêncio. Ele entra profundamente dentro de mim de
novo, e minha boca se abre. Eu engulo o som antes que ele ouça. O único
barulho é a lufada de ar saindo com força dos meus pulmões.
— Boa menina, — ele ronrona e retira antes de novamente empurrar,
desta vez mais profundamente. O tom de sua voz me faz derreter.
Antes que eu possa pensar noutra coisa, os dedos de Bryan apertam em
torno das correntes nos meus mamilos. Seus quadris se mantêm pressionados
rentes aos meus, seu comprimento perdido dentro de mim. Meu queixo cai, e
eu o vejo me observando, esperando que eu faça qualquer barulho. Meus
olhos se fixam nos seus, enquanto sensações ardentes circulam através do meu
corpo, construindo mais apertado e mais forte. Ele lentamente adiciona mais
pressão, provocando e puxando os meus mamilos mais e mais, fazendo com
que a pinça aperte mais ainda. O calor em meu estômago endurece através do
meu corpo. Eu movo os meus quadris e tento balançar contra ele, mas ele me
acalma.
— Não, não. Ainda não!
Eu suspiro! — Eu gosto de ser espancada!
— Sério? — Eu aceno. Sua mão vem com força na minha bunda. Ambas
as nádegas ardem. Ele faz isso enquanto ele ainda está dentro de mim, o que
me faz apertar mais em torno dele. Ele suspira e faz isso de novo, e de novo.
O impacto de suas mãos é tão bom. A ardência envia arrepios através de mim
em ondas que não acabam. Elas navegam pelo meu estômago e se espalham
por todo o meu corpo. Todos os deliciosos formigamentos me atravessam,
fazendo com que eu deslize a minha língua sobre os dentes. Faço isso sem
pensar. É uma reação a ele, ao que está fazendo comigo.
Sem aviso, Bryan puxa para fora. Isso me deixa louca. Meus quadris
sacodem, mas não posso alcançá-lo. O cinto corta os meus pulsos enquanto
me esforço contra as limitações que me foram impostas. Ofego, observando-o
enquanto ele se move para longe de mim. O desejo arde pelo meu corpo. Não
consigo me controlar. Puxando os meus pulsos mais forte ainda, tento
libertar-me do cinto de novo, mas não consigo. Só fica mais apertado.
Ele sorri, assistindo-me lutar, até que eu paro e olho para ele. A expressão
em seu rosto, a intensidade de seus olhos, fazem com que meu estômago se
contorça. Minha respiração fica presa na minha garganta enquanto Bryan
passa perto o suficiente para me tocar, mas ele não toca. Estou ofegante.
Meus olhos estão implorando para que ele faça algo, para que me faça gozar,
deixar-me fode-lo... Qualquer coisa.
— Diga-me o que você deseja, Hallie! Implore-me por isso! — Ele
sussurra palavras ao lado do meu ouvido. A reação dentro de mim é rápida e
violenta. Seu hálito quente faz meu clitóris pulsar e parecer que vou morrer se
ele não me tocar, se ele não terminar o que começou. Ele está tão perto, quase
me tocando, mas não desliza os dedos pela minha cintura. Ele não toca o meu
peito e não provoca os meus mamilos. Isso me faz desejá-lo ainda mais. Eu
me sinto como um animal acorrentado, incapaz de pensar. — Responda-me
linda mulher! — Ele ordena e eu sinto a batida da sua mão na minha bunda.
Meu corpo está tão bem enrolado que o tapa me faz gemer. Eu não
esperava isso, mas antes que pudesse controlar os meu gemido, ele escapa dos
meus lábios. Eu ofego, chocada por não ter sido capaz de abafar o ruído ou
pará-lo a tempo. A mão de Bryan voa uma segunda vez, com mais força. Ele
observa meu rosto enquanto eu estremeço debaixo da sua mão. O tapa é
rápido, e eu sei que vou ter um problema para andar depois, mas não me
importo. Eu grito, dizendo o seu nome, empurrando os meus seios contra ele.
Um olhar perverso torce seus lábios em um sorriso sexy. — Responda-
me! — Sua voz soa como um grunhido e quando não consigo fazer nada,
senão ofegar incontrolavelmente, sua mão me atinge pela terceira vez. Mas ele
não me libera. Em vez disso, ele pega a minha bochecha na mão e aperta. A
ardência se intensifica pela forma como ele me agarra. O belo corpo de Bryan
está coberto por um brilho fino de suor, enquanto me trata grosseiramente.
— Diga-me o que você deseja!
Minha voz é um suspiro. O desejo correndo desenfreadamente. — Eu
quero suas mãos sobre mim, em mim! Eu quero que você me foda sem
sentido. Foda-me, Bryan!
— Implore por isso, Hallie! Implore mais alto! — Seu punho aperta a
minha bunda fazendo com que o meu corpo pressione contra o seu. Gotas de
suor rolam pela minha espinha.
Minha voz treme enquanto imploro, sem capacidade de manter qualquer
traço de comedimento.
— Por favor, Bryan... Por favor! Foda-me! Foda a minha buceta! Encha-
me com o seu gozo. Por favor, baby! Por favor... — Eu continuo a lhe pedir,
enquanto suas mãos deslizam sobre os meus quadris e para baixo entre as
minhas pernas. Quando ele toca o meu clitóris, eu gemo. Bryan inclina sua
cabeça para trás, olhando para mim. — Foda-me, baby! Por favor! — Meus
quadris se remexem contra a sua mão. Em resposta, ele aperta os dedos no
meu clitóris. Eu grito: — Foda-me! Por favor! Bryan! Eu preciso de você! Por
favor!
Quando eu digo o nome dele, ele quebra. Antes de saber o que está
acontecendo, suas mãos estão segurando os meus pulsos sobre a minha
cabeça enquanto ele bate seu membro rígido dentro de mim sucessivamente.
Ele empurra mais e mais profundamente a cada vez, com as mãos deslizando
pelos meus braços. Batendo-se cada vez mais duro contra mim, ele assiste
meus seios balançando e saltando até que ele toma ambos em suas mãos e
aperta os meus mamilos duramente. Eu berro, mas isso só faz com que ele
aperte com mais força, até que a corrente cai. Cai aos meus pés e ele a deixa
lá.
Bryan se move, empurrando para dentro de mim fodendo-me cada vez
mais rápido. O calor entre as minhas pernas percorre todo o meu corpo.
Parece que não posso ser dominada. Não há o suficiente dele para me
satisfazer, nunca. Quando seus dedos apertam mais duramente contra os meus
mamilos doloridos, meus olhos se arregalam. Ele me olha nos olhos enquanto
ele empurra para dentro de mim uma vez... forte. Minhas costas batem contra
a porta e ele me segura lá, observando-me. Seus lábios entreabertos, ele
respira sem dizer nada. Suas mãos suavemente empurram os cabelos para
longe dos meus olhos. Ele acalma por um momento e não posso suportar
isso. Seu pau está em mim, mas não importa o quanto eu me mexa, não posso
fazer com que ele me foda.
Com todo o peso do seu corpo, ele me achata contra a porta. Seus olhos
ardem com o desejo, sua testa está pingando de suor.
— Goze para mim, baby! — Ele respira e mete em mim rápido e
furiosamente. Ele não para quando eu grito. Ele continua metendo contra
mim até que meu corpo não pode ficar mais retesado.
Cada vez que ele afunda em mim eu me sinto mais excitada. Eu não posso
respirar, mas não quero que ele pare. Seu corpo me esmaga, enquanto me
monta, balançando contra mim furiosamente. Eu gemo, e posso dizer o quão
forte ele está empurrando e o quanto vou estar machucada depois, mas não
me importo. No momento, isso é muito bom. Minha pele formiga e está
pingando de suor. Meus seios saltam mais e mais para cima com cada batida
de seu corpo contra o meu. E sem outro pensamento, eu gozo. Meu grito sai
rasgado através da minha garganta. Não posso gozar silenciosamente, não
quando ele faz assim. Bryan me bate mais forte enquanto as deliciosas
sensações giram, fazendo com que todo o meu corpo entre em erupção. Eu o
sinto meter contra mim duro e profundamente, e ele goza alguns segundos
após.
Esgotada, pendurada e estremecendo contra a porta, estou pronta para
cair no chão. Bryan se afasta e me olha. Com os lábios entreabertos, ele só
olha para mim por um momento antes de desatar o cinto. Quando as minhas
mãos caem ao meu lado, meus braços queimam. Bryan me toma em seus
braços e me leva para a cama. Ele me senta na frente dele e esfrega os
músculos doloridos em meus braços e ombros. Minha cabeça se inclina para o
lado enquanto ele faz isso. Cada centímetro meu está formigando. Não quero
que esse momento termine, mas Bryan para.
Viro-me e olho para ele. Ele está brilhando, coberto por uma fina camada
de suor que cheira tão bem. Eu quero lambê-lo, mas apenas aceno. Ele vira
seus olhos esmeraldas para longe e diz:
— Eu acho que eu deveria ir.
— Você vai embora? — De repente, eu me sinto muito nua. Puxo a
coberta da cama e a enrolo em volta dos meus ombros.
— Sim, a menos que você queira que eu fique e diga a Neil tudo sobre
como eu acabei com a raça da sua noiva. — Ele me olha por um segundo. Sua
testa está coberta de suor e seu rosto está brilhando. — O que há de errado?
— Ele sempre pôde me ler tão bem. Eu quero dizer a ele sobre Victor, mas
não posso.
Eu digo outra coisa.
— Neil fez a proposta e eu disse sim. — Eu ergo o meu anel.
— Sim, eu vi isso. Você realmente aceitou? — Bryan se senta ao meu lado.
— Na verdade não. Ele aceitou por mim. — Nós dois ficamos em silêncio
por algum tempo.
Bryan se veste e diz:
— Eu voltarei para ter você do meu jeito de novo em breve. Da próxima
vez é melhor que o idiota do seu noivo tenha você pronta para mim. E eu
quero que você use isso quando estiver comigo e só comigo. — Ele levanta a
corrente do chão e a joga para mim.
A porta do quarto se abre e Neil está lívido. Ele olha para mim e depois
para Bryan:
— Você acha que isso é engraçado?
— Não, acho que ela precisa de algo que você não pode dar a ela. Estou
dando a você uma única chance de quebrar seu compromisso e foder a sua
noiva. Mas você tem que fazer isso como um animal. Satisfaça-a!
O rosto de Neil contorce desgostoso.
— Eu a satisfaço sem esse comportamento bárbaro. Fazer amor não
precisa de mordaças, amarras ou oprimir mulheres de forma nenhuma. Tenho
certeza de que Hallie só aceitou isso pela equipe, seu pedaço de merda
demente!
Essa foi a coisa mais cruel que já ouvi Neil dizendo e eu quero rir, porque
é pateticamente fraco. O homem que estava me usando, ofereceu para quebrar
o acordo se Neil prometer me pegar e fazer sexo animalesco comigo. O
homem deveria ter dito que sim, mas ele, pela sua moral, disse que não. Estou
cansada demais para pensar no que isso significa. O que aconteceu aqui?
— Ela vai tomar mais do que uma foda pela equipe. — Bryan pisca um
dos olhos. — Vejo você amanhã, escrava sexual! Trarei um colar para você e
vai usá-lo. — Bryan aperta a mão de Neil. — Você é um homem inteligente.
O que são alguns meses de infidelidade comparados com uma vida de
riquezas, certo?
Neil aperta a sua mandíbula.
— Então você planeja que isso continue por alguns meses?
— Provavelmente não por muito tempo. Eu fico entediado fodendo a
mesma mulher todo dia. Não se preocupe Neil! Ela é sua sujeira, não a minha.
— Com isso, Bryan vira as costas e sai.
— Neil, — estou pronta para explodir em lágrimas. O julgamento está
espalhado em seu rosto.
— Hallie, isso não é natural. Você não é um animal selvagem! Será que ele
conseguiu instigá-la para que você fingisse o que você não é?
Eu dou de ombros. Não quero falar sobre isso.
— Não tenho ideia.
— Eu deverei deixá-lo foder e espancar você na minha cama, sempre que
ele quiser?
Eu olho fixamente para frente.
— Até que ele se canse de mim, sim. Lide com isso! Você foi quem me
disse para fazer isso. — Eu destaco a última frase. — E ele lhe deu uma saída.
Você não aceitou. — Eu fico olhando para ele, e puxo a coberta mais forte em
volta dos meus ombros.
Neil revira os olhos.
— Eu pensei que fosse apenas uma noite.
— Eu também. Estávamos errados sobre uma porção de coisas.
Capítulo 11
Eu deveria me sentir envergonhada, mas não sinto. No dia seguinte, me
sento com Maggie no sofá enquanto Neil está fora. Ela tem estado muito
tranquila desde que a busquei em seu antigo apartamento. Maggie olha para o
espaço, e eu sei que a memória está se defrontando com o novo e joga uma e
outra vez em sua mente.
— Você quer falar sobre isso? — Eu pergunto, já sabendo a resposta.
Ela inspira e balança a cabeça, antes de oferecer-me um sorriso forçado.
— Não há nada a dizer. A mesma velha merda. Nada mudou, mas dói mais
agora. — Ela sorri como se algo fosse engraçado. — Eu pensava que doía
mais quando eu era criança. Acho que não.
— O que ele fez?
— A mesma coisa de sempre. Victor gosta de possuir coisas. — Ela muda
em seu assento e, em seguida, levanta, colocando distância entre nós. — Era
para eu arranjar-lhe uma garota. Ele tem um tipo, quadris redondos, cabelos
escuros e pele pálida, como Nicole Kidman, mas morena. Assim, a cada
semana, eu levava alguém. Elas ganham algumas centenas de dólares, e ele faz
o que faz. Na semana que eu não conseguia encontrar ninguém, eu a
substituía, mas desta vez... — Ela para de falar e balança a cabeça. — Eu não
deveria ter ido. Geralmente é apenas sexo violento. Ele dá um tapa e me
arranha. Vou para casa e é isso. Mas desta vez... — Ela balança a cabeça e olha
por cima do ombro para mim. — Eu não quero falar sobre isso. Eu tentei
fugir e, em seguida, desisti quando ele disse o que ele faria comigo, e depois
com você. Ele me deu uns tapas por um tempo, me levando do jeito que ele
quis, e então eu ouvi a sua voz e eu estava morrendo de medo que ele fosse
levá-la também. Sinto muito, Hallie.
— Não é culpa sua. — Eu me sinto horrível por deixar sua vida
desmoronar assim. Nós deveríamos estar lá uma para a outra. — Eu deveria
ter chegado mais cedo. Eu teria... Eu gostaria de poder ter tudo de volta.
Maggie sorri tristemente e envolve os braços em torno de si. — Sim, eu
também. E agora? Sem ofensa, mas eu não suporto Neil.
Concordo com a cabeça. — Eu estava pensando que deveria ter um lugar
só meu antes do casamento. Vai ser eu e você.
O olhar de Maggie desvanece no chão. — Você vai se casar com ele,
sério? — Eu aceno e lhe dou um olhar para que não me pressione agora. Ela
acrescenta: — Eu adoraria, mas você sabe que eu não posso me dar ao luxo.
— Sim, você pode. Eu tenho parte do meu pagamento antecipado.
Podemos ir a procura de uma casa sempre que quiser, oh, e esta parte não é
opcional, você trabalha para mim agora. Eu vou precisar de uma assistente
pessoal para me dizer o que fazer, você sabe, alguém um pouco mandona.
Maggie ri e me empurra, e depois bate as mãos sobre a boca, e repete a
ação. — De jeito nenhum!
— Isso. — É tão bom ver uma explosão de felicidade em seus olhos,
mesmo por um breve momento. Mas assim que ela pisca, ela se foi, perdeu-se
nas profundezas da agonia que enchem sua alma.
Um dia ela vai parar de lutar. Um dia ela vai ceder, desistir.
Ela já teria desistido se eu não tivesse aparecido. Algumas pessoas a
levaram direto para o inferno. É irônico, porque eu tenho sangue em minhas
mãos e não me sinto como se estivesse infeliz. É mais, como eu se estou
puxando Maggie, da vida tortuosa ela conhece, e esconde com esse sorriso.
Não me arrependo de minhas ações. O pensamento faz minha pele
formigar. Na parte profunda da minha mente, eu me pergunto que tipo de
pessoa que sou, mas arrumo minha coluna e me levanto. Isso me faz ser quem
eu sou e não há nada mais a se considerar. Eu fiz o que tinha que fazer. Eu
não teria tocado em Victor se ele a deixasse em paz, se ele não tivesse
ameaçado vir atrás de nós, mas ele ameaçou. Eu vi o medo nos olhos de
Maggie é a verdade. Se Victor Campone tivesse vivido, teríamos morrido.
— Está com fome? — Eu pergunto me dirigindo à geladeira.
— Sim, um pouco. — Maggie está sentada com os pés enrolados em sua
bunda e olhando para as mãos desde que eu a peguei no apartamento do
Victor. Ela raramente faz contato visual. Acho que a luta a nocauteou. Ele
aparece em surtos, mas é como um carro que está ficando sem gasolina. Estou
muito preocupada com ela. Depois de tudo que ela passou...
Isso não pode desfazê-la. Não pode.
Porque é minha culpa desta vez.
Todas as outras vezes, a Maggie revidou. Ela nunca desistiu, nunca cedeu,
e agora a minha melhor amiga está caída no sofá, coberta de hematomas e
cortes, com os olhos que se assemelham a buracos-negros que sugam tudo,
mas não vejo nada ali. Eles não sentem nada, não mais.
Eu sorrio e digo algo estúpido, tentando fazê-la rir, mas nem sequer
obtenho um sorriso de piedade. Depois de abrir a porta da geladeira, eu gemo
em voz alta. Neil está trabalhando hoje e não conseguiu ir às compras.
Maggie pergunta: — O que ele fez?
— Ele pegou todas as sobras da festa e levou para o trabalho. Eu pensei
que era bom porque ele deveria ir às compras, mas não o fez. — Estou
inclinada na geladeira vazia olhando para uma caixa de leite vencido e um
frasco de picles. Não vou comer isso. Eu bato a geladeira e acrescento: — Eu
dar rápida saída. Será que comida chinesa vai bem?
Maggie geralmente protesta e se oferece para pagar as coisas, mas hoje,
apenas balança a cabeça. — Ótimo! — Eu digo, parecendo alegre. Ela irá
voltar. Ela vai. Se eu continuar dizendo a mim mesmo vai acontecer, certo?
De repente, eu percebo que ela não recuperou-se, matar Victor não era uma
vingança suficiente, até mesmo pelo o que ele fez com Maggie.
Capítulo 12
Pego minhas chaves e ligo o motor. O carro vermelho ronrona quando o
tiro da garagem e digito o CEP do local que irei. Quando estou prestes a
desviar para o estacionamento, um policial segue atrás de mim, com as luzes
vermelhas piscando. Eu não estava em alta velocidade. Droga. Deve ser
verdade que os carros vermelhos são parados mais do que qualquer outra cor.
Eu encosto e levo o carro para o acostamento, tomando o cuidado de
manter as mãos no volante. Papai me disse para nunca ir para a minha bolsa
ou porta-luvas até que o policial esteja de pé ao lado do carro. O cara tem que
ver as minhas mãos ou ele pode atirar em mim, bem não é exatamente do jeito
que meu pai disse isso, mas é o que ele quis dizer.
Eu aperto o botão na janela, assim como o policial se aproxima. Ele está
usando o uniforme escuro que me dá vontade de sair correndo e gritando
para o meu quarto e me esconder debaixo da minha cama.
Ele não é esse cara. Pare com isso, Hallie, xingo-me, mas isso não ajuda.
Até agora, minhas mãos estão tremendo.
— A licença e registro, por favor. — O cara tem trinta e tantos anos, e um
tipo de visual assustador. Por assustador, eu quero dizer que parece que ele
poderia tomar o meu pequeno corpo e dobrá-lo estilo acordeão e enfiá-lo em
seu tronco. O cara é massa muscular pura e ele parece chateado. Eu não posso
imaginar o que eu fiz.
Eu me aproximo do porta-luvas para retirar os papéis mencionados, mas
tudo que eu encontro é o manual sobre o carro e o último aviso de mudança
de óleo. Sem documentos. Sem registro. O meu coração dá uma guinada.
Foda-se. Eu começo a pensar que Jon brincou comigo, mas mesmo ele, não
seria tão baixo. E o policial não me pediu para sair do carro ou qualquer coisa.
Minha lanterna traseira está queimada ou algo assim, isso é tudo. Isso não é
nada.
Eu vasculho minha bolsa e tiro a minha pequena carteira. Meu rosto fica
pálido quando vejo o espaço vazio onde minha carteira de motorista deveria
estar. Olho para o policial e digo baixinho: — Ela se foi.
— Você não tem uma licença ou registro desse veículo? — Ele diz algo
em seu ombro depois de ouvir um zumbido em seu fone de ouvido. — Saia
do carro, minha senhora.
Estou tremendo agora. — Eu não fiz nada de errado. Alguém pegou a
minha licença. Eu tenho uma.
Ele me ignora e me apoia no capô. Tira seus óculos de sol. Quando o
guarda, ele pergunta: — Você sabe que você está dirigindo um veículo
roubado?
— Não é roubado.
— Oh?
Eu balanço minha cabeça, pronto para chorar. Jon não faria isso para
mim, ele não iria. — Jonathan Ferro me vendeu este carro uns dias atrás por
dez mil dólares. Eu não tive a chance de renovar a papelada ainda. Eu pensei
que tinha alguns dias?
O policial concorda. Ele vira o meu rosto para o capô e me revista. —
História legal. O carro vale muito mais do que isso. Se você vai mentir pelo
menos faz a história parecer convincente.
— É verdade! Jon me vendeu por dez mil. Pergunte a ele! Eu não estou
mentindo.
Eu sinto frio do metal prender meus pulsos quando as algemas
escorregam em torno dos meus braços. Eu começo a entrar em pânico. Meu
coração dispara muito rápido e o mundo se torna um borrão. Eu não posso
parar de falar, suplicando, e quando o policial me empurra na parte de trás de
seu carro, todos os terríveis eventos em detalhes vívidos se reproduzem em
minha mente.
Eu fecho meus olhos e tento desligá-los, mas as cores iluminam e os sons
de mais de uma década tocam alto em meus ouvidos, enquanto lágrimas caem
pelo meu rosto. O passado e o presente colidem juntos com tanta violência
que eu não posso suportar isso.
Minha mãe jura para mim antes de me enfiar no armário. Pequenas mãos
envolvem em torno de mim, e eu sei que o meu irmão mais novo, Anthony,
está apavorado. Ele cresceu e seus ossos eu sinto nitidamente sob minhas
palmas. Ele chora até que fica em silêncio, até que ele adormece, até que
minha mãe teve seu efeito das drogas e amantes. Eu a ouvi rir. Eu nunca
poderia fazê-la feliz assim. Ouvi os sons de sexo, até que algo muda. A festa
normal não é mais normal.
O policial que me tirou do armário tentou tirar o corpo sem vida do meu
irmão dos meus braços. Eu não entendi. Eu o protegia dela. Eu vigiei por
Anthony, mas depois de tudo que eu fiz, não foi o suficiente. Eles pensaram
que eu o matei em primeiro lugar. Eles me empurraram para o fundo do carro
e gritei para eles até que eu não podia chorar mais. Eu queria meu irmão, mas
eles disseram que ele estava morto.
Eu não acreditei neles.
Agora, eu tenho dificuldade em acreditar em alguém e este policial abriu
uma ferida que é tão profunda que me corta até o osso. Não, não foi o policial
- foi Jon.
Eu não posso evitar o tremor, mas eu não choro. Eles me ficham e fazem
perguntas que eu ouvi antes. A estrutura nunca muda em lugares como este.
As pessoas são as mesmas. O cheiro é idêntico. Eu olho fixamente, tentando
manter minha mente em uma única peça, mas eu sinto as rachaduras pouco a
pouco.
Quem vai salvar Maggie? Se eu me perder, quem estará lá para ela?
Ninguém. Acalme-se, Hallie.
Eu tenho direito a uma ligação, então que eu chamo a pessoa que eles
estão tentando me manter longe, o homem que está me chantageando por
sexo.
Quando ele atende o telefone, Bryan parece cansado. Eu não sei de que
outra forma dizer. Eu teria pensado que ele estava dormindo, mas há algo em
sua voz que me diz que não dorme há muito tempo. — Suffolk County PD.
Deixe-me adivinhar, é Jon ou Trystan?
— Não, — minha voz é tão baixa, tão tímida que mal faz um som.
Eu o ouvi mudar e Bryan soa mais alerta quando ele responde: — Hallie?
— Venha me pegar. Eu vou lhe dever. Qualquer coisa que você quiser,
basta vir me pegar. — Eu entrego o telefone de volta ao oficial na mesa e sou
levada de volta para a minha cela.
Capítulo 13
Estou sentada em frente a uma mulher que não consegue parar de chorar.
Ela fala sobre os tíquetes de estacionamento não pagos, sobre como ela vai
perder o emprego por causa disto e como ela não trabalhou o suficiente para
pagar os tíquetes. Depois começa a hiperventilar e menciona algo sobre
remédios. Essa é a única vez que o policial no exterior da cela olha para ela.
Eles a removem da nossa cela, dizendo que vai ter seus remédios.
Alguém entra e se senta ao meu lado. Seu rosto está machucado em um
lado.
— Olá.
Eu olho para ela e não digo nada. Meus braços estão cruzados sobre o
meu peito e estou encostada à parede, pensando em maneiras de castrar Jon
Ferro. Ele sabia sobre o meu passado e o que isto faria comigo.
A mulher não é mais que uma menina, deve de ter uns dezoito anos, com
grandes olhos redondos, mas ainda tem bochechas gordinhas, infantis. Pelo
seu rosto angular não parece ter mais de vinte e dois anos. O seu cabelo
escuro é longo e está em um rabo de cavalo bagunçado.
Ela suspira e descansa as costas contra a parede de cimento frio. — Você
passará a noite aqui? Eu espero que sim. Ele precisa de tempo para esfriar. A
única parte ruim é não ter o sabão bacteriano, mas o resto está bem. Além
disso, ele vai dar-me tempo. Eu não posso estar perto dele quando ele está
assim. Ele é geralmente é bom, mas em noites como está, eu acho melhor
ficar aqui. Eu não vou fazer a minha ligação. Ei, você parece familiar. — Ela
fala sem respirar e olha para mim o tempo todo.
— Nós nunca nos conhecemos, — é tudo o que eu digo.
Ela acena com a cabeça e continua, liberando uma onda de palavras.
Sentada, escuto sua vida, a sua história, não sinto nada, apenas piedade. Ela é
como Maggie e eu. Ela não tem ninguém que se preocupe com ela, ninguém
para ouvir a sua voz e em quem encontrar consolo através de seu toque.
Eu não sei quanto tempo estive lá, mas um tempo depois eles chamam o
meu nome, a jovem foi levada para um banho e passará a noite na cela.
Imagino o por que desejar uma cela em vez de ir para casa. Isso me faz querer
chorar, e não há porra nenhuma que eu possa fazer sobre isso. Eu não posso
nem tomar conta de mim.
A porta da cela desliza aberta e faz um som mais horrível. — Hallie
Raymond, recolha as suas coisas na recepção e vá para casa com o seu amigo
que pagou sua fiança. Se você estragar tudo, ele será o único que pagará por
isso, o melhor é se comportar.
Concordo com a cabeça e percorro o caminho para a recepção. Parece
que eu não prestei atenção por um tempo, mas o faço quando vejo Bryan.
Enquanto eu ando atrás dele eu observo a maneira como ele respira, o modo
como os seus ombros estão dobrados para frente como se ele estivesse sendo
vigiado ou com dor. Eu paro atrás dele e o assisto por um momento. Seus
quadris são estreitos, como sempre, ele não perdeu muito peso, mas seu
cabelo não brilha da maneira como ele costumava brilhar. Sua respiração é
superficial e curta, como se tivesse estado correndo. Uma sensação horrível
corre pela minha espinha quando eu olho para ele.
Naquele momento, Bryan sente os olhos sobre ele e vira. Ele tem aquele
sorriso brincalhão no rosto. — Se você queria usar algemas, eu tenho algumas.
Eu ficaria feliz... poff! — Eu bato nele com toda a força do meu corpo e o
seguro apertado.
Bryan fica chocado no início. Seus braços levam um tempo até fecharem-
se em torno de mim, e depois ele me segura. Eu sinto a sua voz, a agitação
quente de ar, quando ele sussurra em meu ouvido: — Vamos sair daqui. —
Ele me solta e eu aceno. Foi quando ele me disse a última coisa que eu queria
ouvir. — Há repórteres na frente.
— O quê? — O meu queixo cai em horror.
— Eu fiz arranjos para sair pela parte de trás, mas haverá alguém. Sempre
há. Todo mundo vai saber o que aconteceu pela manhã. — Bryan pega a
minha mão e me leva, seguindo um oficial, que nos conduz através de uma
sala com armários e na parte de trás da delegacia de polícia, para um Hummer
preto. Sou empurrada para dentro, mas não antes de um flash disparar e eu
olhei diretamente para a câmera.
Bryan empurra-o de volta, mas a foto já foi tirada. Ele sobe atrás de mim
e diz: — Dirija.
— Eu não sou a porra do seu motorista, Bryan. Diga por favor. — Um
cara da minha idade, com cabelo escuro que paira em seu rosto, está no
assento do motorista. Com óculos grandes demais para obscurecer os olhos.
— Foda-se, Trystan.
Trystan revira os olhos e se afasta com sua enorme, máquina
ambientalmente irresponsável, com o objetivo de atingir os repórteres da rua,
quando sai do estacionamento. — As pessoas seriam melhores para você, se
você fosse mais agradável para elas. Isso é tudo o que estou dizendo. —
Trystan é tranquilo, mas eu sinto seus olhos em mim. Quando eu olho para
cima, ele responde ao que eu estava pensando. — Jon não fez isso com você.
Aos poucos, meu queixo inclina-se para cima e os nossos olhos se
encontram no espelho retrovisor. — Jon Ferro é um homem morto. Ele sabe
o que isto me faria. Foi a pior coisa que ele poderia ter feito.
Bryan pega a minha mão e tece os nossos dedos juntos. — Não foi Jon.
Por favor, aguarde para matá-lo até amanhã.
— Eu poderia matá-lo agora. Bryan, eu cuidei de Campone e posso cuidar
de qualquer um que mexer com Maggie ou comigo. Eu não sou mais uma
criança. — Eu soluço e tremo quando o passado e o presente eclodem juntos
novamente. Meu irmão morreu de fome. Ele morreu em meus braços e eu era
muito boba e pequena para saber o que fazer. Eu digo que eu era apenas uma
criança, porque é mais fácil do que dizer às pessoas a minha história, mas os
Ferros sabem de tudo. Eles são como baratas que conseguem encontrar cada
mentira em cada canto escuro de sua alma. — Eu não vou ser dizimada por
Jon. Foda-se ele.
Trystan e Bryan trocam um olhar, mas ninguém diz nada. Bryan me puxa
em seus braços e me segura até pararmos em frente de um antigo motel.
Bruto é a melhor maneira de descrevê-lo. Aposto que eles alugam quartos por
hora. Trystan joga para Bryan a chave do quarto. — Fique aí até eu descobrir
o que aconteceu. Eu acho que já sei, embora os detalhes sejam vagos.
Eu balanço a minha cabeça: — Não, eu não posso. Maggie está de volta e
ela precisa de mim. E Neil...
Bryan suspira, passando as mãos pelos cabelos. Depois que ele fez isso, ele
balança a mão para o seu lado. — Maggie estará bem. E Neil é um idiota.
Além disso, ele sabe que eu a levei esta noite. Aparentemente, você disse a
Maggie que eu estava chantageando você, porque ela tentou me pregar seu
calcanhar na cabeça. — Isso me faz sorrir. — Oh, você acha que é engraçado?
— Bryan me agarra e se inclina para perto. Aqueles olhos verdes brilham por
um momento antes de embaçarem. — Vamos Raymond. Estou pensando em
usá-la até que você se esqueça de quem você é.
CONTINUA
Capítulo 10
Bryan pega o meu rosto em suas mãos.
— Se você não gostar, diga-me! — Eu aceno, lentamente, com as suas
mãos quentes ainda segurando o meu rosto.
Era como se alguém apertasse um interruptor. Os olhos de Bryan se
tornaram mais escuros, mais carnais. Ele libera o meu rosto e pressiona seu
corpo tonificado contra o meu. Empurrando as minhas costas contra a porta,
certifica-se de que eu possa sentir cada centímetro dele. Tira uma corrente
prateada com um plugue em cada extremidade e o prende nos meus mamilos.
Eu ofego quando ele os aperta. O peso das correntes faz com que eu morda
os meus lábios. Enquanto ele pressiona dentro de mim, as correntes vão se
mexendo e puxando suavemente à medida que ele desliza sobre o meu corpo.
Um pequeno suspiro escapa por entre os meus lábios. Bryan me olha, seus
olhos verdes fixos nos meus. Pega um dedo e o coloca entre os meus lábios
rosados, enquanto a outra mão desliza mais para baixo, passando pela minha
barriga e entre as minhas pernas. Eu ofego. Ele se move rapidamente, tocando
a minha protuberância sensível com o polegar, alisando o dedo sobre a carne
suave, e observando o meu rosto enquanto faz isso.
Meu queixo se ergue enquanto tento não gemer. Luto contra as sensações
que estão em erupção dentro de mim, as sensações que ele está trazendo à
tona. Seus dedos se movem sobre o meu clitóris, enquanto ele puxa a corrente
suavemente. Ele sente que estou ficando mais úmida e, em seguida, sem aviso,
sem uma mudança na expressão, empurra o dedo dentro de mim. Ele ainda
está, por um tempo, vendo meus olhos. Eu pisco devagar, sentindo-o ali, entre
as minhas pernas.
Bryan empurra o dedo mais forte, mais profundo enquanto me observa.
Sua respiração está sobre os meus lábios fazendo com que me sinta tonta.
Quando ele puxa o dedo, ergue-o para a minha boca. Delineando os meus
lábios, ele me observa, espalhando meu calor úmido, como batom. Eu pisco
lentamente, com meu coração disparado, e, excitada além da compreensão.
— Prove! — Ele ofega e empurra o dedo em minha boca. Eu passo a
minha língua contra o seu dedo, mas ele o segura lá e diz: — Chupa até que
saia do meu dedo, Hallie! — Eu hesitei, mas ele diz: — Faça isso! — Minha
língua envolve o dedo, sugando-o, saboreando o gosto. Seus olhos estão
queimando, observando-me.
Enquanto chupo o dedo, ele abaixa a outra mão entre as minhas pernas,
abrindo a minha pele escorregadia. Sensações explodem dentro de mim, mas
antes que eu possa saboreá-las, as sensações mudam. O membro duro de
Bryan entra dentro de mim, fazendo com que eu chupe o dedo mais forte
ainda. Ele puxa o dedo da minha boca, e envolve as mãos em volta da minha
cintura. Fica um pouco imóvel, por um momento, respirando rápido e forte.
Depois, puxa para fora lentamente e enfia novamente, fazendo com que eu
bata contra a porta. Meus joelhos tremem à medida que ele lentamente vai me
deixando mais louca. Eu quero mais. Quero que ele me maltrate e me deixe
tonta pela paixão. Que limpe o meu medo com a luxúria, apague a minha
memória por um momento, e tire toda a dor que tem me invadido.
Eu só quero senti-lo e nada mais. O mundo desaparece até que não sei
quanto tempo se passou. Meus braços doem enquanto ele me usa,
empurrando para dentro de mim sucessivas vezes. Minha cabeça pende para o
lado e, em seguida, levanta de volta. Eu ofego todas às vezes e os meus seios
tremem com a força de seu empurrão.
Algo se desdobra dentro de mim. Quero suas mãos em mim, fazendo
tudo ao mesmo tempo. Vertentes delicadas de paixão irrompem dentro de
mim, enviando arrepios pelas minhas coxas e seios. Todos os lugares que
desejo que ele toque fervem como uma corrente viva. Arqueando minhas
costas, eu pressiono meus quadris contra os dele, só para que batam
novamente.
Seus impulsos mudam para provocar, gentilmente empurrando e puxando
para fora. Ele é tão duro, tão perfeito. Quero colocar as minhas pernas ao
redor de seus quadris, mas não posso. As respirações irregulares me
consomem e o quarto está além de quente. Meu corpo está pingando de suor.
Inclinando a cabeça para trás, olho para o teto. É quando suas mãos
encontram os meus seios. Meus lábios formam um O, mas não digo nada. Ele
sente a maciez, a plenitude das minhas curvas enquanto empurra seu pênis
longo e duro em mim lentamente, torturando-me, sucessivamente.
Tomando meus mamilos entre os dedos, ele os torce suavemente e aperta
os grampos. Eu grito, empurrando os meus seios para ele, mas a porta me
detém. Ofegante, mal posso respirar.
Ele sorri, — Shhh! Nenhum som de você! Eu quero que isso entre nós!
Não estou entendendo. Então por que ele quis fazer aquela cena com Neil
e Maggie? Naquele momento, não me importo. Faço o que ele diz e mordo o
lábio para me manter em silêncio. Ele entra profundamente dentro de mim de
novo, e minha boca se abre. Eu engulo o som antes que ele ouça. O único
barulho é a lufada de ar saindo com força dos meus pulmões.
— Boa menina, — ele ronrona e retira antes de novamente empurrar,
desta vez mais profundamente. O tom de sua voz me faz derreter.
Antes que eu possa pensar noutra coisa, os dedos de Bryan apertam em
torno das correntes nos meus mamilos. Seus quadris se mantêm pressionados
rentes aos meus, seu comprimento perdido dentro de mim. Meu queixo cai, e
eu o vejo me observando, esperando que eu faça qualquer barulho. Meus
olhos se fixam nos seus, enquanto sensações ardentes circulam através do meu
corpo, construindo mais apertado e mais forte. Ele lentamente adiciona mais
pressão, provocando e puxando os meus mamilos mais e mais, fazendo com
que a pinça aperte mais ainda. O calor em meu estômago endurece através do
meu corpo. Eu movo os meus quadris e tento balançar contra ele, mas ele me
acalma.
— Não, não. Ainda não!
Eu suspiro! — Eu gosto de ser espancada!
— Sério? — Eu aceno. Sua mão vem com força na minha bunda. Ambas
as nádegas ardem. Ele faz isso enquanto ele ainda está dentro de mim, o que
me faz apertar mais em torno dele. Ele suspira e faz isso de novo, e de novo.
O impacto de suas mãos é tão bom. A ardência envia arrepios através de mim
em ondas que não acabam. Elas navegam pelo meu estômago e se espalham
por todo o meu corpo. Todos os deliciosos formigamentos me atravessam,
fazendo com que eu deslize a minha língua sobre os dentes. Faço isso sem
pensar. É uma reação a ele, ao que está fazendo comigo.
Sem aviso, Bryan puxa para fora. Isso me deixa louca. Meus quadris
sacodem, mas não posso alcançá-lo. O cinto corta os meus pulsos enquanto
me esforço contra as limitações que me foram impostas. Ofego, observando-o
enquanto ele se move para longe de mim. O desejo arde pelo meu corpo. Não
consigo me controlar. Puxando os meus pulsos mais forte ainda, tento
libertar-me do cinto de novo, mas não consigo. Só fica mais apertado.
Ele sorri, assistindo-me lutar, até que eu paro e olho para ele. A expressão
em seu rosto, a intensidade de seus olhos, fazem com que meu estômago se
contorça. Minha respiração fica presa na minha garganta enquanto Bryan
passa perto o suficiente para me tocar, mas ele não toca. Estou ofegante.
Meus olhos estão implorando para que ele faça algo, para que me faça gozar,
deixar-me fode-lo... Qualquer coisa.
— Diga-me o que você deseja, Hallie! Implore-me por isso! — Ele
sussurra palavras ao lado do meu ouvido. A reação dentro de mim é rápida e
violenta. Seu hálito quente faz meu clitóris pulsar e parecer que vou morrer se
ele não me tocar, se ele não terminar o que começou. Ele está tão perto, quase
me tocando, mas não desliza os dedos pela minha cintura. Ele não toca o meu
peito e não provoca os meus mamilos. Isso me faz desejá-lo ainda mais. Eu
me sinto como um animal acorrentado, incapaz de pensar. — Responda-me
linda mulher! — Ele ordena e eu sinto a batida da sua mão na minha bunda.
Meu corpo está tão bem enrolado que o tapa me faz gemer. Eu não
esperava isso, mas antes que pudesse controlar os meu gemido, ele escapa dos
meus lábios. Eu ofego, chocada por não ter sido capaz de abafar o ruído ou
pará-lo a tempo. A mão de Bryan voa uma segunda vez, com mais força. Ele
observa meu rosto enquanto eu estremeço debaixo da sua mão. O tapa é
rápido, e eu sei que vou ter um problema para andar depois, mas não me
importo. Eu grito, dizendo o seu nome, empurrando os meus seios contra ele.
Um olhar perverso torce seus lábios em um sorriso sexy. — Responda-
me! — Sua voz soa como um grunhido e quando não consigo fazer nada,
senão ofegar incontrolavelmente, sua mão me atinge pela terceira vez. Mas ele
não me libera. Em vez disso, ele pega a minha bochecha na mão e aperta. A
ardência se intensifica pela forma como ele me agarra. O belo corpo de Bryan
está coberto por um brilho fino de suor, enquanto me trata grosseiramente.
— Diga-me o que você deseja!
Minha voz é um suspiro. O desejo correndo desenfreadamente. — Eu
quero suas mãos sobre mim, em mim! Eu quero que você me foda sem
sentido. Foda-me, Bryan!
— Implore por isso, Hallie! Implore mais alto! — Seu punho aperta a
minha bunda fazendo com que o meu corpo pressione contra o seu. Gotas de
suor rolam pela minha espinha.
Minha voz treme enquanto imploro, sem capacidade de manter qualquer
traço de comedimento.
— Por favor, Bryan... Por favor! Foda-me! Foda a minha buceta! Encha-
me com o seu gozo. Por favor, baby! Por favor... — Eu continuo a lhe pedir,
enquanto suas mãos deslizam sobre os meus quadris e para baixo entre as
minhas pernas. Quando ele toca o meu clitóris, eu gemo. Bryan inclina sua
cabeça para trás, olhando para mim. — Foda-me, baby! Por favor! — Meus
quadris se remexem contra a sua mão. Em resposta, ele aperta os dedos no
meu clitóris. Eu grito: — Foda-me! Por favor! Bryan! Eu preciso de você! Por
favor!
Quando eu digo o nome dele, ele quebra. Antes de saber o que está
acontecendo, suas mãos estão segurando os meus pulsos sobre a minha
cabeça enquanto ele bate seu membro rígido dentro de mim sucessivamente.
Ele empurra mais e mais profundamente a cada vez, com as mãos deslizando
pelos meus braços. Batendo-se cada vez mais duro contra mim, ele assiste
meus seios balançando e saltando até que ele toma ambos em suas mãos e
aperta os meus mamilos duramente. Eu berro, mas isso só faz com que ele
aperte com mais força, até que a corrente cai. Cai aos meus pés e ele a deixa
lá.
Bryan se move, empurrando para dentro de mim fodendo-me cada vez
mais rápido. O calor entre as minhas pernas percorre todo o meu corpo.
Parece que não posso ser dominada. Não há o suficiente dele para me
satisfazer, nunca. Quando seus dedos apertam mais duramente contra os meus
mamilos doloridos, meus olhos se arregalam. Ele me olha nos olhos enquanto
ele empurra para dentro de mim uma vez... forte. Minhas costas batem contra
a porta e ele me segura lá, observando-me. Seus lábios entreabertos, ele
respira sem dizer nada. Suas mãos suavemente empurram os cabelos para
longe dos meus olhos. Ele acalma por um momento e não posso suportar
isso. Seu pau está em mim, mas não importa o quanto eu me mexa, não posso
fazer com que ele me foda.
Com todo o peso do seu corpo, ele me achata contra a porta. Seus olhos
ardem com o desejo, sua testa está pingando de suor.
— Goze para mim, baby! — Ele respira e mete em mim rápido e
furiosamente. Ele não para quando eu grito. Ele continua metendo contra
mim até que meu corpo não pode ficar mais retesado.
Cada vez que ele afunda em mim eu me sinto mais excitada. Eu não posso
respirar, mas não quero que ele pare. Seu corpo me esmaga, enquanto me
monta, balançando contra mim furiosamente. Eu gemo, e posso dizer o quão
forte ele está empurrando e o quanto vou estar machucada depois, mas não
me importo. No momento, isso é muito bom. Minha pele formiga e está
pingando de suor. Meus seios saltam mais e mais para cima com cada batida
de seu corpo contra o meu. E sem outro pensamento, eu gozo. Meu grito sai
rasgado através da minha garganta. Não posso gozar silenciosamente, não
quando ele faz assim. Bryan me bate mais forte enquanto as deliciosas
sensações giram, fazendo com que todo o meu corpo entre em erupção. Eu o
sinto meter contra mim duro e profundamente, e ele goza alguns segundos
após.
Esgotada, pendurada e estremecendo contra a porta, estou pronta para
cair no chão. Bryan se afasta e me olha. Com os lábios entreabertos, ele só
olha para mim por um momento antes de desatar o cinto. Quando as minhas
mãos caem ao meu lado, meus braços queimam. Bryan me toma em seus
braços e me leva para a cama. Ele me senta na frente dele e esfrega os
músculos doloridos em meus braços e ombros. Minha cabeça se inclina para o
lado enquanto ele faz isso. Cada centímetro meu está formigando. Não quero
que esse momento termine, mas Bryan para.
Viro-me e olho para ele. Ele está brilhando, coberto por uma fina camada
de suor que cheira tão bem. Eu quero lambê-lo, mas apenas aceno. Ele vira
seus olhos esmeraldas para longe e diz:
— Eu acho que eu deveria ir.
— Você vai embora? — De repente, eu me sinto muito nua. Puxo a
coberta da cama e a enrolo em volta dos meus ombros.
— Sim, a menos que você queira que eu fique e diga a Neil tudo sobre
como eu acabei com a raça da sua noiva. — Ele me olha por um segundo. Sua
testa está coberta de suor e seu rosto está brilhando. — O que há de errado?
— Ele sempre pôde me ler tão bem. Eu quero dizer a ele sobre Victor, mas
não posso.
Eu digo outra coisa.
— Neil fez a proposta e eu disse sim. — Eu ergo o meu anel.
— Sim, eu vi isso. Você realmente aceitou? — Bryan se senta ao meu lado.
— Na verdade não. Ele aceitou por mim. — Nós dois ficamos em silêncio
por algum tempo.
Bryan se veste e diz:
— Eu voltarei para ter você do meu jeito de novo em breve. Da próxima
vez é melhor que o idiota do seu noivo tenha você pronta para mim. E eu
quero que você use isso quando estiver comigo e só comigo. — Ele levanta a
corrente do chão e a joga para mim.
A porta do quarto se abre e Neil está lívido. Ele olha para mim e depois
para Bryan:
— Você acha que isso é engraçado?
— Não, acho que ela precisa de algo que você não pode dar a ela. Estou
dando a você uma única chance de quebrar seu compromisso e foder a sua
noiva. Mas você tem que fazer isso como um animal. Satisfaça-a!
O rosto de Neil contorce desgostoso.
— Eu a satisfaço sem esse comportamento bárbaro. Fazer amor não
precisa de mordaças, amarras ou oprimir mulheres de forma nenhuma. Tenho
certeza de que Hallie só aceitou isso pela equipe, seu pedaço de merda
demente!
Essa foi a coisa mais cruel que já ouvi Neil dizendo e eu quero rir, porque
é pateticamente fraco. O homem que estava me usando, ofereceu para quebrar
o acordo se Neil prometer me pegar e fazer sexo animalesco comigo. O
homem deveria ter dito que sim, mas ele, pela sua moral, disse que não. Estou
cansada demais para pensar no que isso significa. O que aconteceu aqui?
— Ela vai tomar mais do que uma foda pela equipe. — Bryan pisca um
dos olhos. — Vejo você amanhã, escrava sexual! Trarei um colar para você e
vai usá-lo. — Bryan aperta a mão de Neil. — Você é um homem inteligente.
O que são alguns meses de infidelidade comparados com uma vida de
riquezas, certo?
Neil aperta a sua mandíbula.
— Então você planeja que isso continue por alguns meses?
— Provavelmente não por muito tempo. Eu fico entediado fodendo a
mesma mulher todo dia. Não se preocupe Neil! Ela é sua sujeira, não a minha.
— Com isso, Bryan vira as costas e sai.
— Neil, — estou pronta para explodir em lágrimas. O julgamento está
espalhado em seu rosto.
— Hallie, isso não é natural. Você não é um animal selvagem! Será que ele
conseguiu instigá-la para que você fingisse o que você não é?
Eu dou de ombros. Não quero falar sobre isso.
— Não tenho ideia.
— Eu deverei deixá-lo foder e espancar você na minha cama, sempre que
ele quiser?
Eu olho fixamente para frente.
— Até que ele se canse de mim, sim. Lide com isso! Você foi quem me
disse para fazer isso. — Eu destaco a última frase. — E ele lhe deu uma saída.
Você não aceitou. — Eu fico olhando para ele, e puxo a coberta mais forte em
volta dos meus ombros.
Neil revira os olhos.
— Eu pensei que fosse apenas uma noite.
— Eu também. Estávamos errados sobre uma porção de coisas.
Capítulo 11
Eu deveria me sentir envergonhada, mas não sinto. No dia seguinte, me
sento com Maggie no sofá enquanto Neil está fora. Ela tem estado muito
tranquila desde que a busquei em seu antigo apartamento. Maggie olha para o
espaço, e eu sei que a memória está se defrontando com o novo e joga uma e
outra vez em sua mente.
— Você quer falar sobre isso? — Eu pergunto, já sabendo a resposta.
Ela inspira e balança a cabeça, antes de oferecer-me um sorriso forçado.
— Não há nada a dizer. A mesma velha merda. Nada mudou, mas dói mais
agora. — Ela sorri como se algo fosse engraçado. — Eu pensava que doía
mais quando eu era criança. Acho que não.
— O que ele fez?
— A mesma coisa de sempre. Victor gosta de possuir coisas. — Ela muda
em seu assento e, em seguida, levanta, colocando distância entre nós. — Era
para eu arranjar-lhe uma garota. Ele tem um tipo, quadris redondos, cabelos
escuros e pele pálida, como Nicole Kidman, mas morena. Assim, a cada
semana, eu levava alguém. Elas ganham algumas centenas de dólares, e ele faz
o que faz. Na semana que eu não conseguia encontrar ninguém, eu a
substituía, mas desta vez... — Ela para de falar e balança a cabeça. — Eu não
deveria ter ido. Geralmente é apenas sexo violento. Ele dá um tapa e me
arranha. Vou para casa e é isso. Mas desta vez... — Ela balança a cabeça e olha
por cima do ombro para mim. — Eu não quero falar sobre isso. Eu tentei
fugir e, em seguida, desisti quando ele disse o que ele faria comigo, e depois
com você. Ele me deu uns tapas por um tempo, me levando do jeito que ele
quis, e então eu ouvi a sua voz e eu estava morrendo de medo que ele fosse
levá-la também. Sinto muito, Hallie.
— Não é culpa sua. — Eu me sinto horrível por deixar sua vida
desmoronar assim. Nós deveríamos estar lá uma para a outra. — Eu deveria
ter chegado mais cedo. Eu teria... Eu gostaria de poder ter tudo de volta.
Maggie sorri tristemente e envolve os braços em torno de si. — Sim, eu
também. E agora? Sem ofensa, mas eu não suporto Neil.
Concordo com a cabeça. — Eu estava pensando que deveria ter um lugar
só meu antes do casamento. Vai ser eu e você.
O olhar de Maggie desvanece no chão. — Você vai se casar com ele,
sério? — Eu aceno e lhe dou um olhar para que não me pressione agora. Ela
acrescenta: — Eu adoraria, mas você sabe que eu não posso me dar ao luxo.
— Sim, você pode. Eu tenho parte do meu pagamento antecipado.
Podemos ir a procura de uma casa sempre que quiser, oh, e esta parte não é
opcional, você trabalha para mim agora. Eu vou precisar de uma assistente
pessoal para me dizer o que fazer, você sabe, alguém um pouco mandona.
Maggie ri e me empurra, e depois bate as mãos sobre a boca, e repete a
ação. — De jeito nenhum!
— Isso. — É tão bom ver uma explosão de felicidade em seus olhos,
mesmo por um breve momento. Mas assim que ela pisca, ela se foi, perdeu-se
nas profundezas da agonia que enchem sua alma.
Um dia ela vai parar de lutar. Um dia ela vai ceder, desistir.
Ela já teria desistido se eu não tivesse aparecido. Algumas pessoas a
levaram direto para o inferno. É irônico, porque eu tenho sangue em minhas
mãos e não me sinto como se estivesse infeliz. É mais, como eu se estou
puxando Maggie, da vida tortuosa ela conhece, e esconde com esse sorriso.
Não me arrependo de minhas ações. O pensamento faz minha pele
formigar. Na parte profunda da minha mente, eu me pergunto que tipo de
pessoa que sou, mas arrumo minha coluna e me levanto. Isso me faz ser quem
eu sou e não há nada mais a se considerar. Eu fiz o que tinha que fazer. Eu
não teria tocado em Victor se ele a deixasse em paz, se ele não tivesse
ameaçado vir atrás de nós, mas ele ameaçou. Eu vi o medo nos olhos de
Maggie é a verdade. Se Victor Campone tivesse vivido, teríamos morrido.
— Está com fome? — Eu pergunto me dirigindo à geladeira.
— Sim, um pouco. — Maggie está sentada com os pés enrolados em sua
bunda e olhando para as mãos desde que eu a peguei no apartamento do
Victor. Ela raramente faz contato visual. Acho que a luta a nocauteou. Ele
aparece em surtos, mas é como um carro que está ficando sem gasolina. Estou
muito preocupada com ela. Depois de tudo que ela passou...
Isso não pode desfazê-la. Não pode.
Porque é minha culpa desta vez.
Todas as outras vezes, a Maggie revidou. Ela nunca desistiu, nunca cedeu,
e agora a minha melhor amiga está caída no sofá, coberta de hematomas e
cortes, com os olhos que se assemelham a buracos-negros que sugam tudo,
mas não vejo nada ali. Eles não sentem nada, não mais.
Eu sorrio e digo algo estúpido, tentando fazê-la rir, mas nem sequer
obtenho um sorriso de piedade. Depois de abrir a porta da geladeira, eu gemo
em voz alta. Neil está trabalhando hoje e não conseguiu ir às compras.
Maggie pergunta: — O que ele fez?
— Ele pegou todas as sobras da festa e levou para o trabalho. Eu pensei
que era bom porque ele deveria ir às compras, mas não o fez. — Estou
inclinada na geladeira vazia olhando para uma caixa de leite vencido e um
frasco de picles. Não vou comer isso. Eu bato a geladeira e acrescento: — Eu
dar rápida saída. Será que comida chinesa vai bem?
Maggie geralmente protesta e se oferece para pagar as coisas, mas hoje,
apenas balança a cabeça. — Ótimo! — Eu digo, parecendo alegre. Ela irá
voltar. Ela vai. Se eu continuar dizendo a mim mesmo vai acontecer, certo?
De repente, eu percebo que ela não recuperou-se, matar Victor não era uma
vingança suficiente, até mesmo pelo o que ele fez com Maggie.
Capítulo 12
Pego minhas chaves e ligo o motor. O carro vermelho ronrona quando o
tiro da garagem e digito o CEP do local que irei. Quando estou prestes a
desviar para o estacionamento, um policial segue atrás de mim, com as luzes
vermelhas piscando. Eu não estava em alta velocidade. Droga. Deve ser
verdade que os carros vermelhos são parados mais do que qualquer outra cor.
Eu encosto e levo o carro para o acostamento, tomando o cuidado de
manter as mãos no volante. Papai me disse para nunca ir para a minha bolsa
ou porta-luvas até que o policial esteja de pé ao lado do carro. O cara tem que
ver as minhas mãos ou ele pode atirar em mim, bem não é exatamente do jeito
que meu pai disse isso, mas é o que ele quis dizer.
Eu aperto o botão na janela, assim como o policial se aproxima. Ele está
usando o uniforme escuro que me dá vontade de sair correndo e gritando
para o meu quarto e me esconder debaixo da minha cama.
Ele não é esse cara. Pare com isso, Hallie, xingo-me, mas isso não ajuda.
Até agora, minhas mãos estão tremendo.
— A licença e registro, por favor. — O cara tem trinta e tantos anos, e um
tipo de visual assustador. Por assustador, eu quero dizer que parece que ele
poderia tomar o meu pequeno corpo e dobrá-lo estilo acordeão e enfiá-lo em
seu tronco. O cara é massa muscular pura e ele parece chateado. Eu não posso
imaginar o que eu fiz.
Eu me aproximo do porta-luvas para retirar os papéis mencionados, mas
tudo que eu encontro é o manual sobre o carro e o último aviso de mudança
de óleo. Sem documentos. Sem registro. O meu coração dá uma guinada.
Foda-se. Eu começo a pensar que Jon brincou comigo, mas mesmo ele, não
seria tão baixo. E o policial não me pediu para sair do carro ou qualquer coisa.
Minha lanterna traseira está queimada ou algo assim, isso é tudo. Isso não é
nada.
Eu vasculho minha bolsa e tiro a minha pequena carteira. Meu rosto fica
pálido quando vejo o espaço vazio onde minha carteira de motorista deveria
estar. Olho para o policial e digo baixinho: — Ela se foi.
— Você não tem uma licença ou registro desse veículo? — Ele diz algo
em seu ombro depois de ouvir um zumbido em seu fone de ouvido. — Saia
do carro, minha senhora.
Estou tremendo agora. — Eu não fiz nada de errado. Alguém pegou a
minha licença. Eu tenho uma.
Ele me ignora e me apoia no capô. Tira seus óculos de sol. Quando o
guarda, ele pergunta: — Você sabe que você está dirigindo um veículo
roubado?
— Não é roubado.
— Oh?
Eu balanço minha cabeça, pronto para chorar. Jon não faria isso para
mim, ele não iria. — Jonathan Ferro me vendeu este carro uns dias atrás por
dez mil dólares. Eu não tive a chance de renovar a papelada ainda. Eu pensei
que tinha alguns dias?
O policial concorda. Ele vira o meu rosto para o capô e me revista. —
História legal. O carro vale muito mais do que isso. Se você vai mentir pelo
menos faz a história parecer convincente.
— É verdade! Jon me vendeu por dez mil. Pergunte a ele! Eu não estou
mentindo.
Eu sinto frio do metal prender meus pulsos quando as algemas
escorregam em torno dos meus braços. Eu começo a entrar em pânico. Meu
coração dispara muito rápido e o mundo se torna um borrão. Eu não posso
parar de falar, suplicando, e quando o policial me empurra na parte de trás de
seu carro, todos os terríveis eventos em detalhes vívidos se reproduzem em
minha mente.
Eu fecho meus olhos e tento desligá-los, mas as cores iluminam e os sons
de mais de uma década tocam alto em meus ouvidos, enquanto lágrimas caem
pelo meu rosto. O passado e o presente colidem juntos com tanta violência
que eu não posso suportar isso.
Minha mãe jura para mim antes de me enfiar no armário. Pequenas mãos
envolvem em torno de mim, e eu sei que o meu irmão mais novo, Anthony,
está apavorado. Ele cresceu e seus ossos eu sinto nitidamente sob minhas
palmas. Ele chora até que fica em silêncio, até que ele adormece, até que
minha mãe teve seu efeito das drogas e amantes. Eu a ouvi rir. Eu nunca
poderia fazê-la feliz assim. Ouvi os sons de sexo, até que algo muda. A festa
normal não é mais normal.
O policial que me tirou do armário tentou tirar o corpo sem vida do meu
irmão dos meus braços. Eu não entendi. Eu o protegia dela. Eu vigiei por
Anthony, mas depois de tudo que eu fiz, não foi o suficiente. Eles pensaram
que eu o matei em primeiro lugar. Eles me empurraram para o fundo do carro
e gritei para eles até que eu não podia chorar mais. Eu queria meu irmão, mas
eles disseram que ele estava morto.
Eu não acreditei neles.
Agora, eu tenho dificuldade em acreditar em alguém e este policial abriu
uma ferida que é tão profunda que me corta até o osso. Não, não foi o policial
- foi Jon.
Eu não posso evitar o tremor, mas eu não choro. Eles me ficham e fazem
perguntas que eu ouvi antes. A estrutura nunca muda em lugares como este.
As pessoas são as mesmas. O cheiro é idêntico. Eu olho fixamente, tentando
manter minha mente em uma única peça, mas eu sinto as rachaduras pouco a
pouco.
Quem vai salvar Maggie? Se eu me perder, quem estará lá para ela?
Ninguém. Acalme-se, Hallie.
Eu tenho direito a uma ligação, então que eu chamo a pessoa que eles
estão tentando me manter longe, o homem que está me chantageando por
sexo.
Quando ele atende o telefone, Bryan parece cansado. Eu não sei de que
outra forma dizer. Eu teria pensado que ele estava dormindo, mas há algo em
sua voz que me diz que não dorme há muito tempo. — Suffolk County PD.
Deixe-me adivinhar, é Jon ou Trystan?
— Não, — minha voz é tão baixa, tão tímida que mal faz um som.
Eu o ouvi mudar e Bryan soa mais alerta quando ele responde: — Hallie?
— Venha me pegar. Eu vou lhe dever. Qualquer coisa que você quiser,
basta vir me pegar. — Eu entrego o telefone de volta ao oficial na mesa e sou
levada de volta para a minha cela.
Capítulo 13
Estou sentada em frente a uma mulher que não consegue parar de chorar.
Ela fala sobre os tíquetes de estacionamento não pagos, sobre como ela vai
perder o emprego por causa disto e como ela não trabalhou o suficiente para
pagar os tíquetes. Depois começa a hiperventilar e menciona algo sobre
remédios. Essa é a única vez que o policial no exterior da cela olha para ela.
Eles a removem da nossa cela, dizendo que vai ter seus remédios.
Alguém entra e se senta ao meu lado. Seu rosto está machucado em um
lado.
— Olá.
Eu olho para ela e não digo nada. Meus braços estão cruzados sobre o
meu peito e estou encostada à parede, pensando em maneiras de castrar Jon
Ferro. Ele sabia sobre o meu passado e o que isto faria comigo.
A mulher não é mais que uma menina, deve de ter uns dezoito anos, com
grandes olhos redondos, mas ainda tem bochechas gordinhas, infantis. Pelo
seu rosto angular não parece ter mais de vinte e dois anos. O seu cabelo
escuro é longo e está em um rabo de cavalo bagunçado.
Ela suspira e descansa as costas contra a parede de cimento frio. — Você
passará a noite aqui? Eu espero que sim. Ele precisa de tempo para esfriar. A
única parte ruim é não ter o sabão bacteriano, mas o resto está bem. Além
disso, ele vai dar-me tempo. Eu não posso estar perto dele quando ele está
assim. Ele é geralmente é bom, mas em noites como está, eu acho melhor
ficar aqui. Eu não vou fazer a minha ligação. Ei, você parece familiar. — Ela
fala sem respirar e olha para mim o tempo todo.
— Nós nunca nos conhecemos, — é tudo o que eu digo.
Ela acena com a cabeça e continua, liberando uma onda de palavras.
Sentada, escuto sua vida, a sua história, não sinto nada, apenas piedade. Ela é
como Maggie e eu. Ela não tem ninguém que se preocupe com ela, ninguém
para ouvir a sua voz e em quem encontrar consolo através de seu toque.
Eu não sei quanto tempo estive lá, mas um tempo depois eles chamam o
meu nome, a jovem foi levada para um banho e passará a noite na cela.
Imagino o por que desejar uma cela em vez de ir para casa. Isso me faz querer
chorar, e não há porra nenhuma que eu possa fazer sobre isso. Eu não posso
nem tomar conta de mim.
A porta da cela desliza aberta e faz um som mais horrível. — Hallie
Raymond, recolha as suas coisas na recepção e vá para casa com o seu amigo
que pagou sua fiança. Se você estragar tudo, ele será o único que pagará por
isso, o melhor é se comportar.
Concordo com a cabeça e percorro o caminho para a recepção. Parece
que eu não prestei atenção por um tempo, mas o faço quando vejo Bryan.
Enquanto eu ando atrás dele eu observo a maneira como ele respira, o modo
como os seus ombros estão dobrados para frente como se ele estivesse sendo
vigiado ou com dor. Eu paro atrás dele e o assisto por um momento. Seus
quadris são estreitos, como sempre, ele não perdeu muito peso, mas seu
cabelo não brilha da maneira como ele costumava brilhar. Sua respiração é
superficial e curta, como se tivesse estado correndo. Uma sensação horrível
corre pela minha espinha quando eu olho para ele.
Naquele momento, Bryan sente os olhos sobre ele e vira. Ele tem aquele
sorriso brincalhão no rosto. — Se você queria usar algemas, eu tenho algumas.
Eu ficaria feliz... poff! — Eu bato nele com toda a força do meu corpo e o
seguro apertado.
Bryan fica chocado no início. Seus braços levam um tempo até fecharem-
se em torno de mim, e depois ele me segura. Eu sinto a sua voz, a agitação
quente de ar, quando ele sussurra em meu ouvido: — Vamos sair daqui. —
Ele me solta e eu aceno. Foi quando ele me disse a última coisa que eu queria
ouvir. — Há repórteres na frente.
— O quê? — O meu queixo cai em horror.
— Eu fiz arranjos para sair pela parte de trás, mas haverá alguém. Sempre
há. Todo mundo vai saber o que aconteceu pela manhã. — Bryan pega a
minha mão e me leva, seguindo um oficial, que nos conduz através de uma
sala com armários e na parte de trás da delegacia de polícia, para um Hummer
preto. Sou empurrada para dentro, mas não antes de um flash disparar e eu
olhei diretamente para a câmera.
Bryan empurra-o de volta, mas a foto já foi tirada. Ele sobe atrás de mim
e diz: — Dirija.
— Eu não sou a porra do seu motorista, Bryan. Diga por favor. — Um
cara da minha idade, com cabelo escuro que paira em seu rosto, está no
assento do motorista. Com óculos grandes demais para obscurecer os olhos.
— Foda-se, Trystan.
Trystan revira os olhos e se afasta com sua enorme, máquina
ambientalmente irresponsável, com o objetivo de atingir os repórteres da rua,
quando sai do estacionamento. — As pessoas seriam melhores para você, se
você fosse mais agradável para elas. Isso é tudo o que estou dizendo. —
Trystan é tranquilo, mas eu sinto seus olhos em mim. Quando eu olho para
cima, ele responde ao que eu estava pensando. — Jon não fez isso com você.
Aos poucos, meu queixo inclina-se para cima e os nossos olhos se
encontram no espelho retrovisor. — Jon Ferro é um homem morto. Ele sabe
o que isto me faria. Foi a pior coisa que ele poderia ter feito.
Bryan pega a minha mão e tece os nossos dedos juntos. — Não foi Jon.
Por favor, aguarde para matá-lo até amanhã.
— Eu poderia matá-lo agora. Bryan, eu cuidei de Campone e posso cuidar
de qualquer um que mexer com Maggie ou comigo. Eu não sou mais uma
criança. — Eu soluço e tremo quando o passado e o presente eclodem juntos
novamente. Meu irmão morreu de fome. Ele morreu em meus braços e eu era
muito boba e pequena para saber o que fazer. Eu digo que eu era apenas uma
criança, porque é mais fácil do que dizer às pessoas a minha história, mas os
Ferros sabem de tudo. Eles são como baratas que conseguem encontrar cada
mentira em cada canto escuro de sua alma. — Eu não vou ser dizimada por
Jon. Foda-se ele.
Trystan e Bryan trocam um olhar, mas ninguém diz nada. Bryan me puxa
em seus braços e me segura até pararmos em frente de um antigo motel.
Bruto é a melhor maneira de descrevê-lo. Aposto que eles alugam quartos por
hora. Trystan joga para Bryan a chave do quarto. — Fique aí até eu descobrir
o que aconteceu. Eu acho que já sei, embora os detalhes sejam vagos.
Eu balanço a minha cabeça: — Não, eu não posso. Maggie está de volta e
ela precisa de mim. E Neil...
Bryan suspira, passando as mãos pelos cabelos. Depois que ele fez isso, ele
balança a mão para o seu lado. — Maggie estará bem. E Neil é um idiota.
Além disso, ele sabe que eu a levei esta noite. Aparentemente, você disse a
Maggie que eu estava chantageando você, porque ela tentou me pregar seu
calcanhar na cabeça. — Isso me faz sorrir. — Oh, você acha que é engraçado?
— Bryan me agarra e se inclina para perto. Aqueles olhos verdes brilham por
um momento antes de embaçarem. — Vamos Raymond. Estou pensando em
usá-la até que você se esqueça de quem você é.
CONTINUA
Capítulo 10
Bryan pega o meu rosto em suas mãos.
— Se você não gostar, diga-me! — Eu aceno, lentamente, com as suas
mãos quentes ainda segurando o meu rosto.
Era como se alguém apertasse um interruptor. Os olhos de Bryan se
tornaram mais escuros, mais carnais. Ele libera o meu rosto e pressiona seu
corpo tonificado contra o meu. Empurrando as minhas costas contra a porta,
certifica-se de que eu possa sentir cada centímetro dele. Tira uma corrente
prateada com um plugue em cada extremidade e o prende nos meus mamilos.
Eu ofego quando ele os aperta. O peso das correntes faz com que eu morda
os meus lábios. Enquanto ele pressiona dentro de mim, as correntes vão se
mexendo e puxando suavemente à medida que ele desliza sobre o meu corpo.
Um pequeno suspiro escapa por entre os meus lábios. Bryan me olha, seus
olhos verdes fixos nos meus. Pega um dedo e o coloca entre os meus lábios
rosados, enquanto a outra mão desliza mais para baixo, passando pela minha
barriga e entre as minhas pernas. Eu ofego. Ele se move rapidamente, tocando
a minha protuberância sensível com o polegar, alisando o dedo sobre a carne
suave, e observando o meu rosto enquanto faz isso.
Meu queixo se ergue enquanto tento não gemer. Luto contra as sensações
que estão em erupção dentro de mim, as sensações que ele está trazendo à
tona. Seus dedos se movem sobre o meu clitóris, enquanto ele puxa a corrente
suavemente. Ele sente que estou ficando mais úmida e, em seguida, sem aviso,
sem uma mudança na expressão, empurra o dedo dentro de mim. Ele ainda
está, por um tempo, vendo meus olhos. Eu pisco devagar, sentindo-o ali, entre
as minhas pernas.
Bryan empurra o dedo mais forte, mais profundo enquanto me observa.
Sua respiração está sobre os meus lábios fazendo com que me sinta tonta.
Quando ele puxa o dedo, ergue-o para a minha boca. Delineando os meus
lábios, ele me observa, espalhando meu calor úmido, como batom. Eu pisco
lentamente, com meu coração disparado, e, excitada além da compreensão.
— Prove! — Ele ofega e empurra o dedo em minha boca. Eu passo a
minha língua contra o seu dedo, mas ele o segura lá e diz: — Chupa até que
saia do meu dedo, Hallie! — Eu hesitei, mas ele diz: — Faça isso! — Minha
língua envolve o dedo, sugando-o, saboreando o gosto. Seus olhos estão
queimando, observando-me.
Enquanto chupo o dedo, ele abaixa a outra mão entre as minhas pernas,
abrindo a minha pele escorregadia. Sensações explodem dentro de mim, mas
antes que eu possa saboreá-las, as sensações mudam. O membro duro de
Bryan entra dentro de mim, fazendo com que eu chupe o dedo mais forte
ainda. Ele puxa o dedo da minha boca, e envolve as mãos em volta da minha
cintura. Fica um pouco imóvel, por um momento, respirando rápido e forte.
Depois, puxa para fora lentamente e enfia novamente, fazendo com que eu
bata contra a porta. Meus joelhos tremem à medida que ele lentamente vai me
deixando mais louca. Eu quero mais. Quero que ele me maltrate e me deixe
tonta pela paixão. Que limpe o meu medo com a luxúria, apague a minha
memória por um momento, e tire toda a dor que tem me invadido.
Eu só quero senti-lo e nada mais. O mundo desaparece até que não sei
quanto tempo se passou. Meus braços doem enquanto ele me usa,
empurrando para dentro de mim sucessivas vezes. Minha cabeça pende para o
lado e, em seguida, levanta de volta. Eu ofego todas às vezes e os meus seios
tremem com a força de seu empurrão.
Algo se desdobra dentro de mim. Quero suas mãos em mim, fazendo
tudo ao mesmo tempo. Vertentes delicadas de paixão irrompem dentro de
mim, enviando arrepios pelas minhas coxas e seios. Todos os lugares que
desejo que ele toque fervem como uma corrente viva. Arqueando minhas
costas, eu pressiono meus quadris contra os dele, só para que batam
novamente.
Seus impulsos mudam para provocar, gentilmente empurrando e puxando
para fora. Ele é tão duro, tão perfeito. Quero colocar as minhas pernas ao
redor de seus quadris, mas não posso. As respirações irregulares me
consomem e o quarto está além de quente. Meu corpo está pingando de suor.
Inclinando a cabeça para trás, olho para o teto. É quando suas mãos
encontram os meus seios. Meus lábios formam um O, mas não digo nada. Ele
sente a maciez, a plenitude das minhas curvas enquanto empurra seu pênis
longo e duro em mim lentamente, torturando-me, sucessivamente.
Tomando meus mamilos entre os dedos, ele os torce suavemente e aperta
os grampos. Eu grito, empurrando os meus seios para ele, mas a porta me
detém. Ofegante, mal posso respirar.
Ele sorri, — Shhh! Nenhum som de você! Eu quero que isso entre nós!
Não estou entendendo. Então por que ele quis fazer aquela cena com Neil
e Maggie? Naquele momento, não me importo. Faço o que ele diz e mordo o
lábio para me manter em silêncio. Ele entra profundamente dentro de mim de
novo, e minha boca se abre. Eu engulo o som antes que ele ouça. O único
barulho é a lufada de ar saindo com força dos meus pulmões.
— Boa menina, — ele ronrona e retira antes de novamente empurrar,
desta vez mais profundamente. O tom de sua voz me faz derreter.
Antes que eu possa pensar noutra coisa, os dedos de Bryan apertam em
torno das correntes nos meus mamilos. Seus quadris se mantêm pressionados
rentes aos meus, seu comprimento perdido dentro de mim. Meu queixo cai, e
eu o vejo me observando, esperando que eu faça qualquer barulho. Meus
olhos se fixam nos seus, enquanto sensações ardentes circulam através do meu
corpo, construindo mais apertado e mais forte. Ele lentamente adiciona mais
pressão, provocando e puxando os meus mamilos mais e mais, fazendo com
que a pinça aperte mais ainda. O calor em meu estômago endurece através do
meu corpo. Eu movo os meus quadris e tento balançar contra ele, mas ele me
acalma.
— Não, não. Ainda não!
Eu suspiro! — Eu gosto de ser espancada!
— Sério? — Eu aceno. Sua mão vem com força na minha bunda. Ambas
as nádegas ardem. Ele faz isso enquanto ele ainda está dentro de mim, o que
me faz apertar mais em torno dele. Ele suspira e faz isso de novo, e de novo.
O impacto de suas mãos é tão bom. A ardência envia arrepios através de mim
em ondas que não acabam. Elas navegam pelo meu estômago e se espalham
por todo o meu corpo. Todos os deliciosos formigamentos me atravessam,
fazendo com que eu deslize a minha língua sobre os dentes. Faço isso sem
pensar. É uma reação a ele, ao que está fazendo comigo.
Sem aviso, Bryan puxa para fora. Isso me deixa louca. Meus quadris
sacodem, mas não posso alcançá-lo. O cinto corta os meus pulsos enquanto
me esforço contra as limitações que me foram impostas. Ofego, observando-o
enquanto ele se move para longe de mim. O desejo arde pelo meu corpo. Não
consigo me controlar. Puxando os meus pulsos mais forte ainda, tento
libertar-me do cinto de novo, mas não consigo. Só fica mais apertado.
Ele sorri, assistindo-me lutar, até que eu paro e olho para ele. A expressão
em seu rosto, a intensidade de seus olhos, fazem com que meu estômago se
contorça. Minha respiração fica presa na minha garganta enquanto Bryan
passa perto o suficiente para me tocar, mas ele não toca. Estou ofegante.
Meus olhos estão implorando para que ele faça algo, para que me faça gozar,
deixar-me fode-lo... Qualquer coisa.
— Diga-me o que você deseja, Hallie! Implore-me por isso! — Ele
sussurra palavras ao lado do meu ouvido. A reação dentro de mim é rápida e
violenta. Seu hálito quente faz meu clitóris pulsar e parecer que vou morrer se
ele não me tocar, se ele não terminar o que começou. Ele está tão perto, quase
me tocando, mas não desliza os dedos pela minha cintura. Ele não toca o meu
peito e não provoca os meus mamilos. Isso me faz desejá-lo ainda mais. Eu
me sinto como um animal acorrentado, incapaz de pensar. — Responda-me
linda mulher! — Ele ordena e eu sinto a batida da sua mão na minha bunda.
Meu corpo está tão bem enrolado que o tapa me faz gemer. Eu não
esperava isso, mas antes que pudesse controlar os meu gemido, ele escapa dos
meus lábios. Eu ofego, chocada por não ter sido capaz de abafar o ruído ou
pará-lo a tempo. A mão de Bryan voa uma segunda vez, com mais força. Ele
observa meu rosto enquanto eu estremeço debaixo da sua mão. O tapa é
rápido, e eu sei que vou ter um problema para andar depois, mas não me
importo. Eu grito, dizendo o seu nome, empurrando os meus seios contra ele.
Um olhar perverso torce seus lábios em um sorriso sexy. — Responda-
me! — Sua voz soa como um grunhido e quando não consigo fazer nada,
senão ofegar incontrolavelmente, sua mão me atinge pela terceira vez. Mas ele
não me libera. Em vez disso, ele pega a minha bochecha na mão e aperta. A
ardência se intensifica pela forma como ele me agarra. O belo corpo de Bryan
está coberto por um brilho fino de suor, enquanto me trata grosseiramente.
— Diga-me o que você deseja!
Minha voz é um suspiro. O desejo correndo desenfreadamente. — Eu
quero suas mãos sobre mim, em mim! Eu quero que você me foda sem
sentido. Foda-me, Bryan!
— Implore por isso, Hallie! Implore mais alto! — Seu punho aperta a
minha bunda fazendo com que o meu corpo pressione contra o seu. Gotas de
suor rolam pela minha espinha.
Minha voz treme enquanto imploro, sem capacidade de manter qualquer
traço de comedimento.
— Por favor, Bryan... Por favor! Foda-me! Foda a minha buceta! Encha-
me com o seu gozo. Por favor, baby! Por favor... — Eu continuo a lhe pedir,
enquanto suas mãos deslizam sobre os meus quadris e para baixo entre as
minhas pernas. Quando ele toca o meu clitóris, eu gemo. Bryan inclina sua
cabeça para trás, olhando para mim. — Foda-me, baby! Por favor! — Meus
quadris se remexem contra a sua mão. Em resposta, ele aperta os dedos no
meu clitóris. Eu grito: — Foda-me! Por favor! Bryan! Eu preciso de você! Por
favor!
Quando eu digo o nome dele, ele quebra. Antes de saber o que está
acontecendo, suas mãos estão segurando os meus pulsos sobre a minha
cabeça enquanto ele bate seu membro rígido dentro de mim sucessivamente.
Ele empurra mais e mais profundamente a cada vez, com as mãos deslizando
pelos meus braços. Batendo-se cada vez mais duro contra mim, ele assiste
meus seios balançando e saltando até que ele toma ambos em suas mãos e
aperta os meus mamilos duramente. Eu berro, mas isso só faz com que ele
aperte com mais força, até que a corrente cai. Cai aos meus pés e ele a deixa
lá.
Bryan se move, empurrando para dentro de mim fodendo-me cada vez
mais rápido. O calor entre as minhas pernas percorre todo o meu corpo.
Parece que não posso ser dominada. Não há o suficiente dele para me
satisfazer, nunca. Quando seus dedos apertam mais duramente contra os meus
mamilos doloridos, meus olhos se arregalam. Ele me olha nos olhos enquanto
ele empurra para dentro de mim uma vez... forte. Minhas costas batem contra
a porta e ele me segura lá, observando-me. Seus lábios entreabertos, ele
respira sem dizer nada. Suas mãos suavemente empurram os cabelos para
longe dos meus olhos. Ele acalma por um momento e não posso suportar
isso. Seu pau está em mim, mas não importa o quanto eu me mexa, não posso
fazer com que ele me foda.
Com todo o peso do seu corpo, ele me achata contra a porta. Seus olhos
ardem com o desejo, sua testa está pingando de suor.
— Goze para mim, baby! — Ele respira e mete em mim rápido e
furiosamente. Ele não para quando eu grito. Ele continua metendo contra
mim até que meu corpo não pode ficar mais retesado.
Cada vez que ele afunda em mim eu me sinto mais excitada. Eu não posso
respirar, mas não quero que ele pare. Seu corpo me esmaga, enquanto me
monta, balançando contra mim furiosamente. Eu gemo, e posso dizer o quão
forte ele está empurrando e o quanto vou estar machucada depois, mas não
me importo. No momento, isso é muito bom. Minha pele formiga e está
pingando de suor. Meus seios saltam mais e mais para cima com cada batida
de seu corpo contra o meu. E sem outro pensamento, eu gozo. Meu grito sai
rasgado através da minha garganta. Não posso gozar silenciosamente, não
quando ele faz assim. Bryan me bate mais forte enquanto as deliciosas
sensações giram, fazendo com que todo o meu corpo entre em erupção. Eu o
sinto meter contra mim duro e profundamente, e ele goza alguns segundos
após.
Esgotada, pendurada e estremecendo contra a porta, estou pronta para
cair no chão. Bryan se afasta e me olha. Com os lábios entreabertos, ele só
olha para mim por um momento antes de desatar o cinto. Quando as minhas
mãos caem ao meu lado, meus braços queimam. Bryan me toma em seus
braços e me leva para a cama. Ele me senta na frente dele e esfrega os
músculos doloridos em meus braços e ombros. Minha cabeça se inclina para o
lado enquanto ele faz isso. Cada centímetro meu está formigando. Não quero
que esse momento termine, mas Bryan para.
Viro-me e olho para ele. Ele está brilhando, coberto por uma fina camada
de suor que cheira tão bem. Eu quero lambê-lo, mas apenas aceno. Ele vira
seus olhos esmeraldas para longe e diz:
— Eu acho que eu deveria ir.
— Você vai embora? — De repente, eu me sinto muito nua. Puxo a
coberta da cama e a enrolo em volta dos meus ombros.
— Sim, a menos que você queira que eu fique e diga a Neil tudo sobre
como eu acabei com a raça da sua noiva. — Ele me olha por um segundo. Sua
testa está coberta de suor e seu rosto está brilhando. — O que há de errado?
— Ele sempre pôde me ler tão bem. Eu quero dizer a ele sobre Victor, mas
não posso.
Eu digo outra coisa.
— Neil fez a proposta e eu disse sim. — Eu ergo o meu anel.
— Sim, eu vi isso. Você realmente aceitou? — Bryan se senta ao meu lado.
— Na verdade não. Ele aceitou por mim. — Nós dois ficamos em silêncio
por algum tempo.
Bryan se veste e diz:
— Eu voltarei para ter você do meu jeito de novo em breve. Da próxima
vez é melhor que o idiota do seu noivo tenha você pronta para mim. E eu
quero que você use isso quando estiver comigo e só comigo. — Ele levanta a
corrente do chão e a joga para mim.
A porta do quarto se abre e Neil está lívido. Ele olha para mim e depois
para Bryan:
— Você acha que isso é engraçado?
— Não, acho que ela precisa de algo que você não pode dar a ela. Estou
dando a você uma única chance de quebrar seu compromisso e foder a sua
noiva. Mas você tem que fazer isso como um animal. Satisfaça-a!
O rosto de Neil contorce desgostoso.
— Eu a satisfaço sem esse comportamento bárbaro. Fazer amor não
precisa de mordaças, amarras ou oprimir mulheres de forma nenhuma. Tenho
certeza de que Hallie só aceitou isso pela equipe, seu pedaço de merda
demente!
Essa foi a coisa mais cruel que já ouvi Neil dizendo e eu quero rir, porque
é pateticamente fraco. O homem que estava me usando, ofereceu para quebrar
o acordo se Neil prometer me pegar e fazer sexo animalesco comigo. O
homem deveria ter dito que sim, mas ele, pela sua moral, disse que não. Estou
cansada demais para pensar no que isso significa. O que aconteceu aqui?
— Ela vai tomar mais do que uma foda pela equipe. — Bryan pisca um
dos olhos. — Vejo você amanhã, escrava sexual! Trarei um colar para você e
vai usá-lo. — Bryan aperta a mão de Neil. — Você é um homem inteligente.
O que são alguns meses de infidelidade comparados com uma vida de
riquezas, certo?
Neil aperta a sua mandíbula.
— Então você planeja que isso continue por alguns meses?
— Provavelmente não por muito tempo. Eu fico entediado fodendo a
mesma mulher todo dia. Não se preocupe Neil! Ela é sua sujeira, não a minha.
— Com isso, Bryan vira as costas e sai.
— Neil, — estou pronta para explodir em lágrimas. O julgamento está
espalhado em seu rosto.
— Hallie, isso não é natural. Você não é um animal selvagem! Será que ele
conseguiu instigá-la para que você fingisse o que você não é?
Eu dou de ombros. Não quero falar sobre isso.
— Não tenho ideia.
— Eu deverei deixá-lo foder e espancar você na minha cama, sempre que
ele quiser?
Eu olho fixamente para frente.
— Até que ele se canse de mim, sim. Lide com isso! Você foi quem me
disse para fazer isso. — Eu destaco a última frase. — E ele lhe deu uma saída.
Você não aceitou. — Eu fico olhando para ele, e puxo a coberta mais forte em
volta dos meus ombros.
Neil revira os olhos.
— Eu pensei que fosse apenas uma noite.
— Eu também. Estávamos errados sobre uma porção de coisas.
Capítulo 11
Eu deveria me sentir envergonhada, mas não sinto. No dia seguinte, me
sento com Maggie no sofá enquanto Neil está fora. Ela tem estado muito
tranquila desde que a busquei em seu antigo apartamento. Maggie olha para o
espaço, e eu sei que a memória está se defrontando com o novo e joga uma e
outra vez em sua mente.
— Você quer falar sobre isso? — Eu pergunto, já sabendo a resposta.
Ela inspira e balança a cabeça, antes de oferecer-me um sorriso forçado.
— Não há nada a dizer. A mesma velha merda. Nada mudou, mas dói mais
agora. — Ela sorri como se algo fosse engraçado. — Eu pensava que doía
mais quando eu era criança. Acho que não.
— O que ele fez?
— A mesma coisa de sempre. Victor gosta de possuir coisas. — Ela muda
em seu assento e, em seguida, levanta, colocando distância entre nós. — Era
para eu arranjar-lhe uma garota. Ele tem um tipo, quadris redondos, cabelos
escuros e pele pálida, como Nicole Kidman, mas morena. Assim, a cada
semana, eu levava alguém. Elas ganham algumas centenas de dólares, e ele faz
o que faz. Na semana que eu não conseguia encontrar ninguém, eu a
substituía, mas desta vez... — Ela para de falar e balança a cabeça. — Eu não
deveria ter ido. Geralmente é apenas sexo violento. Ele dá um tapa e me
arranha. Vou para casa e é isso. Mas desta vez... — Ela balança a cabeça e olha
por cima do ombro para mim. — Eu não quero falar sobre isso. Eu tentei
fugir e, em seguida, desisti quando ele disse o que ele faria comigo, e depois
com você. Ele me deu uns tapas por um tempo, me levando do jeito que ele
quis, e então eu ouvi a sua voz e eu estava morrendo de medo que ele fosse
levá-la também. Sinto muito, Hallie.
— Não é culpa sua. — Eu me sinto horrível por deixar sua vida
desmoronar assim. Nós deveríamos estar lá uma para a outra. — Eu deveria
ter chegado mais cedo. Eu teria... Eu gostaria de poder ter tudo de volta.
Maggie sorri tristemente e envolve os braços em torno de si. — Sim, eu
também. E agora? Sem ofensa, mas eu não suporto Neil.
Concordo com a cabeça. — Eu estava pensando que deveria ter um lugar
só meu antes do casamento. Vai ser eu e você.
O olhar de Maggie desvanece no chão. — Você vai se casar com ele,
sério? — Eu aceno e lhe dou um olhar para que não me pressione agora. Ela
acrescenta: — Eu adoraria, mas você sabe que eu não posso me dar ao luxo.
— Sim, você pode. Eu tenho parte do meu pagamento antecipado.
Podemos ir a procura de uma casa sempre que quiser, oh, e esta parte não é
opcional, você trabalha para mim agora. Eu vou precisar de uma assistente
pessoal para me dizer o que fazer, você sabe, alguém um pouco mandona.
Maggie ri e me empurra, e depois bate as mãos sobre a boca, e repete a
ação. — De jeito nenhum!
— Isso. — É tão bom ver uma explosão de felicidade em seus olhos,
mesmo por um breve momento. Mas assim que ela pisca, ela se foi, perdeu-se
nas profundezas da agonia que enchem sua alma.
Um dia ela vai parar de lutar. Um dia ela vai ceder, desistir.
Ela já teria desistido se eu não tivesse aparecido. Algumas pessoas a
levaram direto para o inferno. É irônico, porque eu tenho sangue em minhas
mãos e não me sinto como se estivesse infeliz. É mais, como eu se estou
puxando Maggie, da vida tortuosa ela conhece, e esconde com esse sorriso.
Não me arrependo de minhas ações. O pensamento faz minha pele
formigar. Na parte profunda da minha mente, eu me pergunto que tipo de
pessoa que sou, mas arrumo minha coluna e me levanto. Isso me faz ser quem
eu sou e não há nada mais a se considerar. Eu fiz o que tinha que fazer. Eu
não teria tocado em Victor se ele a deixasse em paz, se ele não tivesse
ameaçado vir atrás de nós, mas ele ameaçou. Eu vi o medo nos olhos de
Maggie é a verdade. Se Victor Campone tivesse vivido, teríamos morrido.
— Está com fome? — Eu pergunto me dirigindo à geladeira.
— Sim, um pouco. — Maggie está sentada com os pés enrolados em sua
bunda e olhando para as mãos desde que eu a peguei no apartamento do
Victor. Ela raramente faz contato visual. Acho que a luta a nocauteou. Ele
aparece em surtos, mas é como um carro que está ficando sem gasolina. Estou
muito preocupada com ela. Depois de tudo que ela passou...
Isso não pode desfazê-la. Não pode.
Porque é minha culpa desta vez.
Todas as outras vezes, a Maggie revidou. Ela nunca desistiu, nunca cedeu,
e agora a minha melhor amiga está caída no sofá, coberta de hematomas e
cortes, com os olhos que se assemelham a buracos-negros que sugam tudo,
mas não vejo nada ali. Eles não sentem nada, não mais.
Eu sorrio e digo algo estúpido, tentando fazê-la rir, mas nem sequer
obtenho um sorriso de piedade. Depois de abrir a porta da geladeira, eu gemo
em voz alta. Neil está trabalhando hoje e não conseguiu ir às compras.
Maggie pergunta: — O que ele fez?
— Ele pegou todas as sobras da festa e levou para o trabalho. Eu pensei
que era bom porque ele deveria ir às compras, mas não o fez. — Estou
inclinada na geladeira vazia olhando para uma caixa de leite vencido e um
frasco de picles. Não vou comer isso. Eu bato a geladeira e acrescento: — Eu
dar rápida saída. Será que comida chinesa vai bem?
Maggie geralmente protesta e se oferece para pagar as coisas, mas hoje,
apenas balança a cabeça. — Ótimo! — Eu digo, parecendo alegre. Ela irá
voltar. Ela vai. Se eu continuar dizendo a mim mesmo vai acontecer, certo?
De repente, eu percebo que ela não recuperou-se, matar Victor não era uma
vingança suficiente, até mesmo pelo o que ele fez com Maggie.
Capítulo 12
Pego minhas chaves e ligo o motor. O carro vermelho ronrona quando o
tiro da garagem e digito o CEP do local que irei. Quando estou prestes a
desviar para o estacionamento, um policial segue atrás de mim, com as luzes
vermelhas piscando. Eu não estava em alta velocidade. Droga. Deve ser
verdade que os carros vermelhos são parados mais do que qualquer outra cor.
Eu encosto e levo o carro para o acostamento, tomando o cuidado de
manter as mãos no volante. Papai me disse para nunca ir para a minha bolsa
ou porta-luvas até que o policial esteja de pé ao lado do carro. O cara tem que
ver as minhas mãos ou ele pode atirar em mim, bem não é exatamente do jeito
que meu pai disse isso, mas é o que ele quis dizer.
Eu aperto o botão na janela, assim como o policial se aproxima. Ele está
usando o uniforme escuro que me dá vontade de sair correndo e gritando
para o meu quarto e me esconder debaixo da minha cama.
Ele não é esse cara. Pare com isso, Hallie, xingo-me, mas isso não ajuda.
Até agora, minhas mãos estão tremendo.
— A licença e registro, por favor. — O cara tem trinta e tantos anos, e um
tipo de visual assustador. Por assustador, eu quero dizer que parece que ele
poderia tomar o meu pequeno corpo e dobrá-lo estilo acordeão e enfiá-lo em
seu tronco. O cara é massa muscular pura e ele parece chateado. Eu não posso
imaginar o que eu fiz.
Eu me aproximo do porta-luvas para retirar os papéis mencionados, mas
tudo que eu encontro é o manual sobre o carro e o último aviso de mudança
de óleo. Sem documentos. Sem registro. O meu coração dá uma guinada.
Foda-se. Eu começo a pensar que Jon brincou comigo, mas mesmo ele, não
seria tão baixo. E o policial não me pediu para sair do carro ou qualquer coisa.
Minha lanterna traseira está queimada ou algo assim, isso é tudo. Isso não é
nada.
Eu vasculho minha bolsa e tiro a minha pequena carteira. Meu rosto fica
pálido quando vejo o espaço vazio onde minha carteira de motorista deveria
estar. Olho para o policial e digo baixinho: — Ela se foi.
— Você não tem uma licença ou registro desse veículo? — Ele diz algo
em seu ombro depois de ouvir um zumbido em seu fone de ouvido. — Saia
do carro, minha senhora.
Estou tremendo agora. — Eu não fiz nada de errado. Alguém pegou a
minha licença. Eu tenho uma.
Ele me ignora e me apoia no capô. Tira seus óculos de sol. Quando o
guarda, ele pergunta: — Você sabe que você está dirigindo um veículo
roubado?
— Não é roubado.
— Oh?
Eu balanço minha cabeça, pronto para chorar. Jon não faria isso para
mim, ele não iria. — Jonathan Ferro me vendeu este carro uns dias atrás por
dez mil dólares. Eu não tive a chance de renovar a papelada ainda. Eu pensei
que tinha alguns dias?
O policial concorda. Ele vira o meu rosto para o capô e me revista. —
História legal. O carro vale muito mais do que isso. Se você vai mentir pelo
menos faz a história parecer convincente.
— É verdade! Jon me vendeu por dez mil. Pergunte a ele! Eu não estou
mentindo.
Eu sinto frio do metal prender meus pulsos quando as algemas
escorregam em torno dos meus braços. Eu começo a entrar em pânico. Meu
coração dispara muito rápido e o mundo se torna um borrão. Eu não posso
parar de falar, suplicando, e quando o policial me empurra na parte de trás de
seu carro, todos os terríveis eventos em detalhes vívidos se reproduzem em
minha mente.
Eu fecho meus olhos e tento desligá-los, mas as cores iluminam e os sons
de mais de uma década tocam alto em meus ouvidos, enquanto lágrimas caem
pelo meu rosto. O passado e o presente colidem juntos com tanta violência
que eu não posso suportar isso.
Minha mãe jura para mim antes de me enfiar no armário. Pequenas mãos
envolvem em torno de mim, e eu sei que o meu irmão mais novo, Anthony,
está apavorado. Ele cresceu e seus ossos eu sinto nitidamente sob minhas
palmas. Ele chora até que fica em silêncio, até que ele adormece, até que
minha mãe teve seu efeito das drogas e amantes. Eu a ouvi rir. Eu nunca
poderia fazê-la feliz assim. Ouvi os sons de sexo, até que algo muda. A festa
normal não é mais normal.
O policial que me tirou do armário tentou tirar o corpo sem vida do meu
irmão dos meus braços. Eu não entendi. Eu o protegia dela. Eu vigiei por
Anthony, mas depois de tudo que eu fiz, não foi o suficiente. Eles pensaram
que eu o matei em primeiro lugar. Eles me empurraram para o fundo do carro
e gritei para eles até que eu não podia chorar mais. Eu queria meu irmão, mas
eles disseram que ele estava morto.
Eu não acreditei neles.
Agora, eu tenho dificuldade em acreditar em alguém e este policial abriu
uma ferida que é tão profunda que me corta até o osso. Não, não foi o policial
- foi Jon.
Eu não posso evitar o tremor, mas eu não choro. Eles me ficham e fazem
perguntas que eu ouvi antes. A estrutura nunca muda em lugares como este.
As pessoas são as mesmas. O cheiro é idêntico. Eu olho fixamente, tentando
manter minha mente em uma única peça, mas eu sinto as rachaduras pouco a
pouco.
Quem vai salvar Maggie? Se eu me perder, quem estará lá para ela?
Ninguém. Acalme-se, Hallie.
Eu tenho direito a uma ligação, então que eu chamo a pessoa que eles
estão tentando me manter longe, o homem que está me chantageando por
sexo.
Quando ele atende o telefone, Bryan parece cansado. Eu não sei de que
outra forma dizer. Eu teria pensado que ele estava dormindo, mas há algo em
sua voz que me diz que não dorme há muito tempo. — Suffolk County PD.
Deixe-me adivinhar, é Jon ou Trystan?
— Não, — minha voz é tão baixa, tão tímida que mal faz um som.
Eu o ouvi mudar e Bryan soa mais alerta quando ele responde: — Hallie?
— Venha me pegar. Eu vou lhe dever. Qualquer coisa que você quiser,
basta vir me pegar. — Eu entrego o telefone de volta ao oficial na mesa e sou
levada de volta para a minha cela.
Capítulo 13
Estou sentada em frente a uma mulher que não consegue parar de chorar.
Ela fala sobre os tíquetes de estacionamento não pagos, sobre como ela vai
perder o emprego por causa disto e como ela não trabalhou o suficiente para
pagar os tíquetes. Depois começa a hiperventilar e menciona algo sobre
remédios. Essa é a única vez que o policial no exterior da cela olha para ela.
Eles a removem da nossa cela, dizendo que vai ter seus remédios.
Alguém entra e se senta ao meu lado. Seu rosto está machucado em um
lado.
— Olá.
Eu olho para ela e não digo nada. Meus braços estão cruzados sobre o
meu peito e estou encostada à parede, pensando em maneiras de castrar Jon
Ferro. Ele sabia sobre o meu passado e o que isto faria comigo.
A mulher não é mais que uma menina, deve de ter uns dezoito anos, com
grandes olhos redondos, mas ainda tem bochechas gordinhas, infantis. Pelo
seu rosto angular não parece ter mais de vinte e dois anos. O seu cabelo
escuro é longo e está em um rabo de cavalo bagunçado.
Ela suspira e descansa as costas contra a parede de cimento frio. — Você
passará a noite aqui? Eu espero que sim. Ele precisa de tempo para esfriar. A
única parte ruim é não ter o sabão bacteriano, mas o resto está bem. Além
disso, ele vai dar-me tempo. Eu não posso estar perto dele quando ele está
assim. Ele é geralmente é bom, mas em noites como está, eu acho melhor
ficar aqui. Eu não vou fazer a minha ligação. Ei, você parece familiar. — Ela
fala sem respirar e olha para mim o tempo todo.
— Nós nunca nos conhecemos, — é tudo o que eu digo.
Ela acena com a cabeça e continua, liberando uma onda de palavras.
Sentada, escuto sua vida, a sua história, não sinto nada, apenas piedade. Ela é
como Maggie e eu. Ela não tem ninguém que se preocupe com ela, ninguém
para ouvir a sua voz e em quem encontrar consolo através de seu toque.
Eu não sei quanto tempo estive lá, mas um tempo depois eles chamam o
meu nome, a jovem foi levada para um banho e passará a noite na cela.
Imagino o por que desejar uma cela em vez de ir para casa. Isso me faz querer
chorar, e não há porra nenhuma que eu possa fazer sobre isso. Eu não posso
nem tomar conta de mim.
A porta da cela desliza aberta e faz um som mais horrível. — Hallie
Raymond, recolha as suas coisas na recepção e vá para casa com o seu amigo
que pagou sua fiança. Se você estragar tudo, ele será o único que pagará por
isso, o melhor é se comportar.
Concordo com a cabeça e percorro o caminho para a recepção. Parece
que eu não prestei atenção por um tempo, mas o faço quando vejo Bryan.
Enquanto eu ando atrás dele eu observo a maneira como ele respira, o modo
como os seus ombros estão dobrados para frente como se ele estivesse sendo
vigiado ou com dor. Eu paro atrás dele e o assisto por um momento. Seus
quadris são estreitos, como sempre, ele não perdeu muito peso, mas seu
cabelo não brilha da maneira como ele costumava brilhar. Sua respiração é
superficial e curta, como se tivesse estado correndo. Uma sensação horrível
corre pela minha espinha quando eu olho para ele.
Naquele momento, Bryan sente os olhos sobre ele e vira. Ele tem aquele
sorriso brincalhão no rosto. — Se você queria usar algemas, eu tenho algumas.
Eu ficaria feliz... poff! — Eu bato nele com toda a força do meu corpo e o
seguro apertado.
Bryan fica chocado no início. Seus braços levam um tempo até fecharem-
se em torno de mim, e depois ele me segura. Eu sinto a sua voz, a agitação
quente de ar, quando ele sussurra em meu ouvido: — Vamos sair daqui. —
Ele me solta e eu aceno. Foi quando ele me disse a última coisa que eu queria
ouvir. — Há repórteres na frente.
— O quê? — O meu queixo cai em horror.
— Eu fiz arranjos para sair pela parte de trás, mas haverá alguém. Sempre
há. Todo mundo vai saber o que aconteceu pela manhã. — Bryan pega a
minha mão e me leva, seguindo um oficial, que nos conduz através de uma
sala com armários e na parte de trás da delegacia de polícia, para um Hummer
preto. Sou empurrada para dentro, mas não antes de um flash disparar e eu
olhei diretamente para a câmera.
Bryan empurra-o de volta, mas a foto já foi tirada. Ele sobe atrás de mim
e diz: — Dirija.
— Eu não sou a porra do seu motorista, Bryan. Diga por favor. — Um
cara da minha idade, com cabelo escuro que paira em seu rosto, está no
assento do motorista. Com óculos grandes demais para obscurecer os olhos.
— Foda-se, Trystan.
Trystan revira os olhos e se afasta com sua enorme, máquina
ambientalmente irresponsável, com o objetivo de atingir os repórteres da rua,
quando sai do estacionamento. — As pessoas seriam melhores para você, se
você fosse mais agradável para elas. Isso é tudo o que estou dizendo. —
Trystan é tranquilo, mas eu sinto seus olhos em mim. Quando eu olho para
cima, ele responde ao que eu estava pensando. — Jon não fez isso com você.
Aos poucos, meu queixo inclina-se para cima e os nossos olhos se
encontram no espelho retrovisor. — Jon Ferro é um homem morto. Ele sabe
o que isto me faria. Foi a pior coisa que ele poderia ter feito.
Bryan pega a minha mão e tece os nossos dedos juntos. — Não foi Jon.
Por favor, aguarde para matá-lo até amanhã.
— Eu poderia matá-lo agora. Bryan, eu cuidei de Campone e posso cuidar
de qualquer um que mexer com Maggie ou comigo. Eu não sou mais uma
criança. — Eu soluço e tremo quando o passado e o presente eclodem juntos
novamente. Meu irmão morreu de fome. Ele morreu em meus braços e eu era
muito boba e pequena para saber o que fazer. Eu digo que eu era apenas uma
criança, porque é mais fácil do que dizer às pessoas a minha história, mas os
Ferros sabem de tudo. Eles são como baratas que conseguem encontrar cada
mentira em cada canto escuro de sua alma. — Eu não vou ser dizimada por
Jon. Foda-se ele.
Trystan e Bryan trocam um olhar, mas ninguém diz nada. Bryan me puxa
em seus braços e me segura até pararmos em frente de um antigo motel.
Bruto é a melhor maneira de descrevê-lo. Aposto que eles alugam quartos por
hora. Trystan joga para Bryan a chave do quarto. — Fique aí até eu descobrir
o que aconteceu. Eu acho que já sei, embora os detalhes sejam vagos.
Eu balanço a minha cabeça: — Não, eu não posso. Maggie está de volta e
ela precisa de mim. E Neil...
Bryan suspira, passando as mãos pelos cabelos. Depois que ele fez isso, ele
balança a mão para o seu lado. — Maggie estará bem. E Neil é um idiota.
Além disso, ele sabe que eu a levei esta noite. Aparentemente, você disse a
Maggie que eu estava chantageando você, porque ela tentou me pregar seu
calcanhar na cabeça. — Isso me faz sorrir. — Oh, você acha que é engraçado?
— Bryan me agarra e se inclina para perto. Aqueles olhos verdes brilham por
um momento antes de embaçarem. — Vamos Raymond. Estou pensando em
usá-la até que você se esqueça de quem você é.
CONTINUA
Capítulo 10
Bryan pega o meu rosto em suas mãos.
— Se você não gostar, diga-me! — Eu aceno, lentamente, com as suas
mãos quentes ainda segurando o meu rosto.
Era como se alguém apertasse um interruptor. Os olhos de Bryan se
tornaram mais escuros, mais carnais. Ele libera o meu rosto e pressiona seu
corpo tonificado contra o meu. Empurrando as minhas costas contra a porta,
certifica-se de que eu possa sentir cada centímetro dele. Tira uma corrente
prateada com um plugue em cada extremidade e o prende nos meus mamilos.
Eu ofego quando ele os aperta. O peso das correntes faz com que eu morda
os meus lábios. Enquanto ele pressiona dentro de mim, as correntes vão se
mexendo e puxando suavemente à medida que ele desliza sobre o meu corpo.
Um pequeno suspiro escapa por entre os meus lábios. Bryan me olha, seus
olhos verdes fixos nos meus. Pega um dedo e o coloca entre os meus lábios
rosados, enquanto a outra mão desliza mais para baixo, passando pela minha
barriga e entre as minhas pernas. Eu ofego. Ele se move rapidamente, tocando
a minha protuberância sensível com o polegar, alisando o dedo sobre a carne
suave, e observando o meu rosto enquanto faz isso.
Meu queixo se ergue enquanto tento não gemer. Luto contra as sensações
que estão em erupção dentro de mim, as sensações que ele está trazendo à
tona. Seus dedos se movem sobre o meu clitóris, enquanto ele puxa a corrente
suavemente. Ele sente que estou ficando mais úmida e, em seguida, sem aviso,
sem uma mudança na expressão, empurra o dedo dentro de mim. Ele ainda
está, por um tempo, vendo meus olhos. Eu pisco devagar, sentindo-o ali, entre
as minhas pernas.
Bryan empurra o dedo mais forte, mais profundo enquanto me observa.
Sua respiração está sobre os meus lábios fazendo com que me sinta tonta.
Quando ele puxa o dedo, ergue-o para a minha boca. Delineando os meus
lábios, ele me observa, espalhando meu calor úmido, como batom. Eu pisco
lentamente, com meu coração disparado, e, excitada além da compreensão.
— Prove! — Ele ofega e empurra o dedo em minha boca. Eu passo a
minha língua contra o seu dedo, mas ele o segura lá e diz: — Chupa até que
saia do meu dedo, Hallie! — Eu hesitei, mas ele diz: — Faça isso! — Minha
língua envolve o dedo, sugando-o, saboreando o gosto. Seus olhos estão
queimando, observando-me.
Enquanto chupo o dedo, ele abaixa a outra mão entre as minhas pernas,
abrindo a minha pele escorregadia. Sensações explodem dentro de mim, mas
antes que eu possa saboreá-las, as sensações mudam. O membro duro de
Bryan entra dentro de mim, fazendo com que eu chupe o dedo mais forte
ainda. Ele puxa o dedo da minha boca, e envolve as mãos em volta da minha
cintura. Fica um pouco imóvel, por um momento, respirando rápido e forte.
Depois, puxa para fora lentamente e enfia novamente, fazendo com que eu
bata contra a porta. Meus joelhos tremem à medida que ele lentamente vai me
deixando mais louca. Eu quero mais. Quero que ele me maltrate e me deixe
tonta pela paixão. Que limpe o meu medo com a luxúria, apague a minha
memória por um momento, e tire toda a dor que tem me invadido.
Eu só quero senti-lo e nada mais. O mundo desaparece até que não sei
quanto tempo se passou. Meus braços doem enquanto ele me usa,
empurrando para dentro de mim sucessivas vezes. Minha cabeça pende para o
lado e, em seguida, levanta de volta. Eu ofego todas às vezes e os meus seios
tremem com a força de seu empurrão.
Algo se desdobra dentro de mim. Quero suas mãos em mim, fazendo
tudo ao mesmo tempo. Vertentes delicadas de paixão irrompem dentro de
mim, enviando arrepios pelas minhas coxas e seios. Todos os lugares que
desejo que ele toque fervem como uma corrente viva. Arqueando minhas
costas, eu pressiono meus quadris contra os dele, só para que batam
novamente.
Seus impulsos mudam para provocar, gentilmente empurrando e puxando
para fora. Ele é tão duro, tão perfeito. Quero colocar as minhas pernas ao
redor de seus quadris, mas não posso. As respirações irregulares me
consomem e o quarto está além de quente. Meu corpo está pingando de suor.
Inclinando a cabeça para trás, olho para o teto. É quando suas mãos
encontram os meus seios. Meus lábios formam um O, mas não digo nada. Ele
sente a maciez, a plenitude das minhas curvas enquanto empurra seu pênis
longo e duro em mim lentamente, torturando-me, sucessivamente.
Tomando meus mamilos entre os dedos, ele os torce suavemente e aperta
os grampos. Eu grito, empurrando os meus seios para ele, mas a porta me
detém. Ofegante, mal posso respirar.
Ele sorri, — Shhh! Nenhum som de você! Eu quero que isso entre nós!
Não estou entendendo. Então por que ele quis fazer aquela cena com Neil
e Maggie? Naquele momento, não me importo. Faço o que ele diz e mordo o
lábio para me manter em silêncio. Ele entra profundamente dentro de mim de
novo, e minha boca se abre. Eu engulo o som antes que ele ouça. O único
barulho é a lufada de ar saindo com força dos meus pulmões.
— Boa menina, — ele ronrona e retira antes de novamente empurrar,
desta vez mais profundamente. O tom de sua voz me faz derreter.
Antes que eu possa pensar noutra coisa, os dedos de Bryan apertam em
torno das correntes nos meus mamilos. Seus quadris se mantêm pressionados
rentes aos meus, seu comprimento perdido dentro de mim. Meu queixo cai, e
eu o vejo me observando, esperando que eu faça qualquer barulho. Meus
olhos se fixam nos seus, enquanto sensações ardentes circulam através do meu
corpo, construindo mais apertado e mais forte. Ele lentamente adiciona mais
pressão, provocando e puxando os meus mamilos mais e mais, fazendo com
que a pinça aperte mais ainda. O calor em meu estômago endurece através do
meu corpo. Eu movo os meus quadris e tento balançar contra ele, mas ele me
acalma.
— Não, não. Ainda não!
Eu suspiro! — Eu gosto de ser espancada!
— Sério? — Eu aceno. Sua mão vem com força na minha bunda. Ambas
as nádegas ardem. Ele faz isso enquanto ele ainda está dentro de mim, o que
me faz apertar mais em torno dele. Ele suspira e faz isso de novo, e de novo.
O impacto de suas mãos é tão bom. A ardência envia arrepios através de mim
em ondas que não acabam. Elas navegam pelo meu estômago e se espalham
por todo o meu corpo. Todos os deliciosos formigamentos me atravessam,
fazendo com que eu deslize a minha língua sobre os dentes. Faço isso sem
pensar. É uma reação a ele, ao que está fazendo comigo.
Sem aviso, Bryan puxa para fora. Isso me deixa louca. Meus quadris
sacodem, mas não posso alcançá-lo. O cinto corta os meus pulsos enquanto
me esforço contra as limitações que me foram impostas. Ofego, observando-o
enquanto ele se move para longe de mim. O desejo arde pelo meu corpo. Não
consigo me controlar. Puxando os meus pulsos mais forte ainda, tento
libertar-me do cinto de novo, mas não consigo. Só fica mais apertado.
Ele sorri, assistindo-me lutar, até que eu paro e olho para ele. A expressão
em seu rosto, a intensidade de seus olhos, fazem com que meu estômago se
contorça. Minha respiração fica presa na minha garganta enquanto Bryan
passa perto o suficiente para me tocar, mas ele não toca. Estou ofegante.
Meus olhos estão implorando para que ele faça algo, para que me faça gozar,
deixar-me fode-lo... Qualquer coisa.
— Diga-me o que você deseja, Hallie! Implore-me por isso! — Ele
sussurra palavras ao lado do meu ouvido. A reação dentro de mim é rápida e
violenta. Seu hálito quente faz meu clitóris pulsar e parecer que vou morrer se
ele não me tocar, se ele não terminar o que começou. Ele está tão perto, quase
me tocando, mas não desliza os dedos pela minha cintura. Ele não toca o meu
peito e não provoca os meus mamilos. Isso me faz desejá-lo ainda mais. Eu
me sinto como um animal acorrentado, incapaz de pensar. — Responda-me
linda mulher! — Ele ordena e eu sinto a batida da sua mão na minha bunda.
Meu corpo está tão bem enrolado que o tapa me faz gemer. Eu não
esperava isso, mas antes que pudesse controlar os meu gemido, ele escapa dos
meus lábios. Eu ofego, chocada por não ter sido capaz de abafar o ruído ou
pará-lo a tempo. A mão de Bryan voa uma segunda vez, com mais força. Ele
observa meu rosto enquanto eu estremeço debaixo da sua mão. O tapa é
rápido, e eu sei que vou ter um problema para andar depois, mas não me
importo. Eu grito, dizendo o seu nome, empurrando os meus seios contra ele.
Um olhar perverso torce seus lábios em um sorriso sexy. — Responda-
me! — Sua voz soa como um grunhido e quando não consigo fazer nada,
senão ofegar incontrolavelmente, sua mão me atinge pela terceira vez. Mas ele
não me libera. Em vez disso, ele pega a minha bochecha na mão e aperta. A
ardência se intensifica pela forma como ele me agarra. O belo corpo de Bryan
está coberto por um brilho fino de suor, enquanto me trata grosseiramente.
— Diga-me o que você deseja!
Minha voz é um suspiro. O desejo correndo desenfreadamente. — Eu
quero suas mãos sobre mim, em mim! Eu quero que você me foda sem
sentido. Foda-me, Bryan!
— Implore por isso, Hallie! Implore mais alto! — Seu punho aperta a
minha bunda fazendo com que o meu corpo pressione contra o seu. Gotas de
suor rolam pela minha espinha.
Minha voz treme enquanto imploro, sem capacidade de manter qualquer
traço de comedimento.
— Por favor, Bryan... Por favor! Foda-me! Foda a minha buceta! Encha-
me com o seu gozo. Por favor, baby! Por favor... — Eu continuo a lhe pedir,
enquanto suas mãos deslizam sobre os meus quadris e para baixo entre as
minhas pernas. Quando ele toca o meu clitóris, eu gemo. Bryan inclina sua
cabeça para trás, olhando para mim. — Foda-me, baby! Por favor! — Meus
quadris se remexem contra a sua mão. Em resposta, ele aperta os dedos no
meu clitóris. Eu grito: — Foda-me! Por favor! Bryan! Eu preciso de você! Por
favor!
Quando eu digo o nome dele, ele quebra. Antes de saber o que está
acontecendo, suas mãos estão segurando os meus pulsos sobre a minha
cabeça enquanto ele bate seu membro rígido dentro de mim sucessivamente.
Ele empurra mais e mais profundamente a cada vez, com as mãos deslizando
pelos meus braços. Batendo-se cada vez mais duro contra mim, ele assiste
meus seios balançando e saltando até que ele toma ambos em suas mãos e
aperta os meus mamilos duramente. Eu berro, mas isso só faz com que ele
aperte com mais força, até que a corrente cai. Cai aos meus pés e ele a deixa
lá.
Bryan se move, empurrando para dentro de mim fodendo-me cada vez
mais rápido. O calor entre as minhas pernas percorre todo o meu corpo.
Parece que não posso ser dominada. Não há o suficiente dele para me
satisfazer, nunca. Quando seus dedos apertam mais duramente contra os meus
mamilos doloridos, meus olhos se arregalam. Ele me olha nos olhos enquanto
ele empurra para dentro de mim uma vez... forte. Minhas costas batem contra
a porta e ele me segura lá, observando-me. Seus lábios entreabertos, ele
respira sem dizer nada. Suas mãos suavemente empurram os cabelos para
longe dos meus olhos. Ele acalma por um momento e não posso suportar
isso. Seu pau está em mim, mas não importa o quanto eu me mexa, não posso
fazer com que ele me foda.
Com todo o peso do seu corpo, ele me achata contra a porta. Seus olhos
ardem com o desejo, sua testa está pingando de suor.
— Goze para mim, baby! — Ele respira e mete em mim rápido e
furiosamente. Ele não para quando eu grito. Ele continua metendo contra
mim até que meu corpo não pode ficar mais retesado.
Cada vez que ele afunda em mim eu me sinto mais excitada. Eu não posso
respirar, mas não quero que ele pare. Seu corpo me esmaga, enquanto me
monta, balançando contra mim furiosamente. Eu gemo, e posso dizer o quão
forte ele está empurrando e o quanto vou estar machucada depois, mas não
me importo. No momento, isso é muito bom. Minha pele formiga e está
pingando de suor. Meus seios saltam mais e mais para cima com cada batida
de seu corpo contra o meu. E sem outro pensamento, eu gozo. Meu grito sai
rasgado através da minha garganta. Não posso gozar silenciosamente, não
quando ele faz assim. Bryan me bate mais forte enquanto as deliciosas
sensações giram, fazendo com que todo o meu corpo entre em erupção. Eu o
sinto meter contra mim duro e profundamente, e ele goza alguns segundos
após.
Esgotada, pendurada e estremecendo contra a porta, estou pronta para
cair no chão. Bryan se afasta e me olha. Com os lábios entreabertos, ele só
olha para mim por um momento antes de desatar o cinto. Quando as minhas
mãos caem ao meu lado, meus braços queimam. Bryan me toma em seus
braços e me leva para a cama. Ele me senta na frente dele e esfrega os
músculos doloridos em meus braços e ombros. Minha cabeça se inclina para o
lado enquanto ele faz isso. Cada centímetro meu está formigando. Não quero
que esse momento termine, mas Bryan para.
Viro-me e olho para ele. Ele está brilhando, coberto por uma fina camada
de suor que cheira tão bem. Eu quero lambê-lo, mas apenas aceno. Ele vira
seus olhos esmeraldas para longe e diz:
— Eu acho que eu deveria ir.
— Você vai embora? — De repente, eu me sinto muito nua. Puxo a
coberta da cama e a enrolo em volta dos meus ombros.
— Sim, a menos que você queira que eu fique e diga a Neil tudo sobre
como eu acabei com a raça da sua noiva. — Ele me olha por um segundo. Sua
testa está coberta de suor e seu rosto está brilhando. — O que há de errado?
— Ele sempre pôde me ler tão bem. Eu quero dizer a ele sobre Victor, mas
não posso.
Eu digo outra coisa.
— Neil fez a proposta e eu disse sim. — Eu ergo o meu anel.
— Sim, eu vi isso. Você realmente aceitou? — Bryan se senta ao meu lado.
— Na verdade não. Ele aceitou por mim. — Nós dois ficamos em silêncio
por algum tempo.
Bryan se veste e diz:
— Eu voltarei para ter você do meu jeito de novo em breve. Da próxima
vez é melhor que o idiota do seu noivo tenha você pronta para mim. E eu
quero que você use isso quando estiver comigo e só comigo. — Ele levanta a
corrente do chão e a joga para mim.
A porta do quarto se abre e Neil está lívido. Ele olha para mim e depois
para Bryan:
— Você acha que isso é engraçado?
— Não, acho que ela precisa de algo que você não pode dar a ela. Estou
dando a você uma única chance de quebrar seu compromisso e foder a sua
noiva. Mas você tem que fazer isso como um animal. Satisfaça-a!
O rosto de Neil contorce desgostoso.
— Eu a satisfaço sem esse comportamento bárbaro. Fazer amor não
precisa de mordaças, amarras ou oprimir mulheres de forma nenhuma. Tenho
certeza de que Hallie só aceitou isso pela equipe, seu pedaço de merda
demente!
Essa foi a coisa mais cruel que já ouvi Neil dizendo e eu quero rir, porque
é pateticamente fraco. O homem que estava me usando, ofereceu para quebrar
o acordo se Neil prometer me pegar e fazer sexo animalesco comigo. O
homem deveria ter dito que sim, mas ele, pela sua moral, disse que não. Estou
cansada demais para pensar no que isso significa. O que aconteceu aqui?
— Ela vai tomar mais do que uma foda pela equipe. — Bryan pisca um
dos olhos. — Vejo você amanhã, escrava sexual! Trarei um colar para você e
vai usá-lo. — Bryan aperta a mão de Neil. — Você é um homem inteligente.
O que são alguns meses de infidelidade comparados com uma vida de
riquezas, certo?
Neil aperta a sua mandíbula.
— Então você planeja que isso continue por alguns meses?
— Provavelmente não por muito tempo. Eu fico entediado fodendo a
mesma mulher todo dia. Não se preocupe Neil! Ela é sua sujeira, não a minha.
— Com isso, Bryan vira as costas e sai.
— Neil, — estou pronta para explodir em lágrimas. O julgamento está
espalhado em seu rosto.
— Hallie, isso não é natural. Você não é um animal selvagem! Será que ele
conseguiu instigá-la para que você fingisse o que você não é?
Eu dou de ombros. Não quero falar sobre isso.
— Não tenho ideia.
— Eu deverei deixá-lo foder e espancar você na minha cama, sempre que
ele quiser?
Eu olho fixamente para frente.
— Até que ele se canse de mim, sim. Lide com isso! Você foi quem me
disse para fazer isso. — Eu destaco a última frase. — E ele lhe deu uma saída.
Você não aceitou. — Eu fico olhando para ele, e puxo a coberta mais forte em
volta dos meus ombros.
Neil revira os olhos.
— Eu pensei que fosse apenas uma noite.
— Eu também. Estávamos errados sobre uma porção de coisas.
Capítulo 11
Eu deveria me sentir envergonhada, mas não sinto. No dia seguinte, me
sento com Maggie no sofá enquanto Neil está fora. Ela tem estado muito
tranquila desde que a busquei em seu antigo apartamento. Maggie olha para o
espaço, e eu sei que a memória está se defrontando com o novo e joga uma e
outra vez em sua mente.
— Você quer falar sobre isso? — Eu pergunto, já sabendo a resposta.
Ela inspira e balança a cabeça, antes de oferecer-me um sorriso forçado.
— Não há nada a dizer. A mesma velha merda. Nada mudou, mas dói mais
agora. — Ela sorri como se algo fosse engraçado. — Eu pensava que doía
mais quando eu era criança. Acho que não.
— O que ele fez?
— A mesma coisa de sempre. Victor gosta de possuir coisas. — Ela muda
em seu assento e, em seguida, levanta, colocando distância entre nós. — Era
para eu arranjar-lhe uma garota. Ele tem um tipo, quadris redondos, cabelos
escuros e pele pálida, como Nicole Kidman, mas morena. Assim, a cada
semana, eu levava alguém. Elas ganham algumas centenas de dólares, e ele faz
o que faz. Na semana que eu não conseguia encontrar ninguém, eu a
substituía, mas desta vez... — Ela para de falar e balança a cabeça. — Eu não
deveria ter ido. Geralmente é apenas sexo violento. Ele dá um tapa e me
arranha. Vou para casa e é isso. Mas desta vez... — Ela balança a cabeça e olha
por cima do ombro para mim. — Eu não quero falar sobre isso. Eu tentei
fugir e, em seguida, desisti quando ele disse o que ele faria comigo, e depois
com você. Ele me deu uns tapas por um tempo, me levando do jeito que ele
quis, e então eu ouvi a sua voz e eu estava morrendo de medo que ele fosse
levá-la também. Sinto muito, Hallie.
— Não é culpa sua. — Eu me sinto horrível por deixar sua vida
desmoronar assim. Nós deveríamos estar lá uma para a outra. — Eu deveria
ter chegado mais cedo. Eu teria... Eu gostaria de poder ter tudo de volta.
Maggie sorri tristemente e envolve os braços em torno de si. — Sim, eu
também. E agora? Sem ofensa, mas eu não suporto Neil.
Concordo com a cabeça. — Eu estava pensando que deveria ter um lugar
só meu antes do casamento. Vai ser eu e você.
O olhar de Maggie desvanece no chão. — Você vai se casar com ele,
sério? — Eu aceno e lhe dou um olhar para que não me pressione agora. Ela
acrescenta: — Eu adoraria, mas você sabe que eu não posso me dar ao luxo.
— Sim, você pode. Eu tenho parte do meu pagamento antecipado.
Podemos ir a procura de uma casa sempre que quiser, oh, e esta parte não é
opcional, você trabalha para mim agora. Eu vou precisar de uma assistente
pessoal para me dizer o que fazer, você sabe, alguém um pouco mandona.
Maggie ri e me empurra, e depois bate as mãos sobre a boca, e repete a
ação. — De jeito nenhum!
— Isso. — É tão bom ver uma explosão de felicidade em seus olhos,
mesmo por um breve momento. Mas assim que ela pisca, ela se foi, perdeu-se
nas profundezas da agonia que enchem sua alma.
Um dia ela vai parar de lutar. Um dia ela vai ceder, desistir.
Ela já teria desistido se eu não tivesse aparecido. Algumas pessoas a
levaram direto para o inferno. É irônico, porque eu tenho sangue em minhas
mãos e não me sinto como se estivesse infeliz. É mais, como eu se estou
puxando Maggie, da vida tortuosa ela conhece, e esconde com esse sorriso.
Não me arrependo de minhas ações. O pensamento faz minha pele
formigar. Na parte profunda da minha mente, eu me pergunto que tipo de
pessoa que sou, mas arrumo minha coluna e me levanto. Isso me faz ser quem
eu sou e não há nada mais a se considerar. Eu fiz o que tinha que fazer. Eu
não teria tocado em Victor se ele a deixasse em paz, se ele não tivesse
ameaçado vir atrás de nós, mas ele ameaçou. Eu vi o medo nos olhos de
Maggie é a verdade. Se Victor Campone tivesse vivido, teríamos morrido.
— Está com fome? — Eu pergunto me dirigindo à geladeira.
— Sim, um pouco. — Maggie está sentada com os pés enrolados em sua
bunda e olhando para as mãos desde que eu a peguei no apartamento do
Victor. Ela raramente faz contato visual. Acho que a luta a nocauteou. Ele
aparece em surtos, mas é como um carro que está ficando sem gasolina. Estou
muito preocupada com ela. Depois de tudo que ela passou...
Isso não pode desfazê-la. Não pode.
Porque é minha culpa desta vez.
Todas as outras vezes, a Maggie revidou. Ela nunca desistiu, nunca cedeu,
e agora a minha melhor amiga está caída no sofá, coberta de hematomas e
cortes, com os olhos que se assemelham a buracos-negros que sugam tudo,
mas não vejo nada ali. Eles não sentem nada, não mais.
Eu sorrio e digo algo estúpido, tentando fazê-la rir, mas nem sequer
obtenho um sorriso de piedade. Depois de abrir a porta da geladeira, eu gemo
em voz alta. Neil está trabalhando hoje e não conseguiu ir às compras.
Maggie pergunta: — O que ele fez?
— Ele pegou todas as sobras da festa e levou para o trabalho. Eu pensei
que era bom porque ele deveria ir às compras, mas não o fez. — Estou
inclinada na geladeira vazia olhando para uma caixa de leite vencido e um
frasco de picles. Não vou comer isso. Eu bato a geladeira e acrescento: — Eu
dar rápida saída. Será que comida chinesa vai bem?
Maggie geralmente protesta e se oferece para pagar as coisas, mas hoje,
apenas balança a cabeça. — Ótimo! — Eu digo, parecendo alegre. Ela irá
voltar. Ela vai. Se eu continuar dizendo a mim mesmo vai acontecer, certo?
De repente, eu percebo que ela não recuperou-se, matar Victor não era uma
vingança suficiente, até mesmo pelo o que ele fez com Maggie.
Capítulo 12
Pego minhas chaves e ligo o motor. O carro vermelho ronrona quando o
tiro da garagem e digito o CEP do local que irei. Quando estou prestes a
desviar para o estacionamento, um policial segue atrás de mim, com as luzes
vermelhas piscando. Eu não estava em alta velocidade. Droga. Deve ser
verdade que os carros vermelhos são parados mais do que qualquer outra cor.
Eu encosto e levo o carro para o acostamento, tomando o cuidado de
manter as mãos no volante. Papai me disse para nunca ir para a minha bolsa
ou porta-luvas até que o policial esteja de pé ao lado do carro. O cara tem que
ver as minhas mãos ou ele pode atirar em mim, bem não é exatamente do jeito
que meu pai disse isso, mas é o que ele quis dizer.
Eu aperto o botão na janela, assim como o policial se aproxima. Ele está
usando o uniforme escuro que me dá vontade de sair correndo e gritando
para o meu quarto e me esconder debaixo da minha cama.
Ele não é esse cara. Pare com isso, Hallie, xingo-me, mas isso não ajuda.
Até agora, minhas mãos estão tremendo.
— A licença e registro, por favor. — O cara tem trinta e tantos anos, e um
tipo de visual assustador. Por assustador, eu quero dizer que parece que ele
poderia tomar o meu pequeno corpo e dobrá-lo estilo acordeão e enfiá-lo em
seu tronco. O cara é massa muscular pura e ele parece chateado. Eu não posso
imaginar o que eu fiz.
Eu me aproximo do porta-luvas para retirar os papéis mencionados, mas
tudo que eu encontro é o manual sobre o carro e o último aviso de mudança
de óleo. Sem documentos. Sem registro. O meu coração dá uma guinada.
Foda-se. Eu começo a pensar que Jon brincou comigo, mas mesmo ele, não
seria tão baixo. E o policial não me pediu para sair do carro ou qualquer coisa.
Minha lanterna traseira está queimada ou algo assim, isso é tudo. Isso não é
nada.
Eu vasculho minha bolsa e tiro a minha pequena carteira. Meu rosto fica
pálido quando vejo o espaço vazio onde minha carteira de motorista deveria
estar. Olho para o policial e digo baixinho: — Ela se foi.
— Você não tem uma licença ou registro desse veículo? — Ele diz algo
em seu ombro depois de ouvir um zumbido em seu fone de ouvido. — Saia
do carro, minha senhora.
Estou tremendo agora. — Eu não fiz nada de errado. Alguém pegou a
minha licença. Eu tenho uma.
Ele me ignora e me apoia no capô. Tira seus óculos de sol. Quando o
guarda, ele pergunta: — Você sabe que você está dirigindo um veículo
roubado?
— Não é roubado.
— Oh?
Eu balanço minha cabeça, pronto para chorar. Jon não faria isso para
mim, ele não iria. — Jonathan Ferro me vendeu este carro uns dias atrás por
dez mil dólares. Eu não tive a chance de renovar a papelada ainda. Eu pensei
que tinha alguns dias?
O policial concorda. Ele vira o meu rosto para o capô e me revista. —
História legal. O carro vale muito mais do que isso. Se você vai mentir pelo
menos faz a história parecer convincente.
— É verdade! Jon me vendeu por dez mil. Pergunte a ele! Eu não estou
mentindo.
Eu sinto frio do metal prender meus pulsos quando as algemas
escorregam em torno dos meus braços. Eu começo a entrar em pânico. Meu
coração dispara muito rápido e o mundo se torna um borrão. Eu não posso
parar de falar, suplicando, e quando o policial me empurra na parte de trás de
seu carro, todos os terríveis eventos em detalhes vívidos se reproduzem em
minha mente.
Eu fecho meus olhos e tento desligá-los, mas as cores iluminam e os sons
de mais de uma década tocam alto em meus ouvidos, enquanto lágrimas caem
pelo meu rosto. O passado e o presente colidem juntos com tanta violência
que eu não posso suportar isso.
Minha mãe jura para mim antes de me enfiar no armário. Pequenas mãos
envolvem em torno de mim, e eu sei que o meu irmão mais novo, Anthony,
está apavorado. Ele cresceu e seus ossos eu sinto nitidamente sob minhas
palmas. Ele chora até que fica em silêncio, até que ele adormece, até que
minha mãe teve seu efeito das drogas e amantes. Eu a ouvi rir. Eu nunca
poderia fazê-la feliz assim. Ouvi os sons de sexo, até que algo muda. A festa
normal não é mais normal.
O policial que me tirou do armário tentou tirar o corpo sem vida do meu
irmão dos meus braços. Eu não entendi. Eu o protegia dela. Eu vigiei por
Anthony, mas depois de tudo que eu fiz, não foi o suficiente. Eles pensaram
que eu o matei em primeiro lugar. Eles me empurraram para o fundo do carro
e gritei para eles até que eu não podia chorar mais. Eu queria meu irmão, mas
eles disseram que ele estava morto.
Eu não acreditei neles.
Agora, eu tenho dificuldade em acreditar em alguém e este policial abriu
uma ferida que é tão profunda que me corta até o osso. Não, não foi o policial
- foi Jon.
Eu não posso evitar o tremor, mas eu não choro. Eles me ficham e fazem
perguntas que eu ouvi antes. A estrutura nunca muda em lugares como este.
As pessoas são as mesmas. O cheiro é idêntico. Eu olho fixamente, tentando
manter minha mente em uma única peça, mas eu sinto as rachaduras pouco a
pouco.
Quem vai salvar Maggie? Se eu me perder, quem estará lá para ela?
Ninguém. Acalme-se, Hallie.
Eu tenho direito a uma ligação, então que eu chamo a pessoa que eles
estão tentando me manter longe, o homem que está me chantageando por
sexo.
Quando ele atende o telefone, Bryan parece cansado. Eu não sei de que
outra forma dizer. Eu teria pensado que ele estava dormindo, mas há algo em
sua voz que me diz que não dorme há muito tempo. — Suffolk County PD.
Deixe-me adivinhar, é Jon ou Trystan?
— Não, — minha voz é tão baixa, tão tímida que mal faz um som.
Eu o ouvi mudar e Bryan soa mais alerta quando ele responde: — Hallie?
— Venha me pegar. Eu vou lhe dever. Qualquer coisa que você quiser,
basta vir me pegar. — Eu entrego o telefone de volta ao oficial na mesa e sou
levada de volta para a minha cela.
Capítulo 13
Estou sentada em frente a uma mulher que não consegue parar de chorar.
Ela fala sobre os tíquetes de estacionamento não pagos, sobre como ela vai
perder o emprego por causa disto e como ela não trabalhou o suficiente para
pagar os tíquetes. Depois começa a hiperventilar e menciona algo sobre
remédios. Essa é a única vez que o policial no exterior da cela olha para ela.
Eles a removem da nossa cela, dizendo que vai ter seus remédios.
Alguém entra e se senta ao meu lado. Seu rosto está machucado em um
lado.
— Olá.
Eu olho para ela e não digo nada. Meus braços estão cruzados sobre o
meu peito e estou encostada à parede, pensando em maneiras de castrar Jon
Ferro. Ele sabia sobre o meu passado e o que isto faria comigo.
A mulher não é mais que uma menina, deve de ter uns dezoito anos, com
grandes olhos redondos, mas ainda tem bochechas gordinhas, infantis. Pelo
seu rosto angular não parece ter mais de vinte e dois anos. O seu cabelo
escuro é longo e está em um rabo de cavalo bagunçado.
Ela suspira e descansa as costas contra a parede de cimento frio. — Você
passará a noite aqui? Eu espero que sim. Ele precisa de tempo para esfriar. A
única parte ruim é não ter o sabão bacteriano, mas o resto está bem. Além
disso, ele vai dar-me tempo. Eu não posso estar perto dele quando ele está
assim. Ele é geralmente é bom, mas em noites como está, eu acho melhor
ficar aqui. Eu não vou fazer a minha ligação. Ei, você parece familiar. — Ela
fala sem respirar e olha para mim o tempo todo.
— Nós nunca nos conhecemos, — é tudo o que eu digo.
Ela acena com a cabeça e continua, liberando uma onda de palavras.
Sentada, escuto sua vida, a sua história, não sinto nada, apenas piedade. Ela é
como Maggie e eu. Ela não tem ninguém que se preocupe com ela, ninguém
para ouvir a sua voz e em quem encontrar consolo através de seu toque.
Eu não sei quanto tempo estive lá, mas um tempo depois eles chamam o
meu nome, a jovem foi levada para um banho e passará a noite na cela.
Imagino o por que desejar uma cela em vez de ir para casa. Isso me faz querer
chorar, e não há porra nenhuma que eu possa fazer sobre isso. Eu não posso
nem tomar conta de mim.
A porta da cela desliza aberta e faz um som mais horrível. — Hallie
Raymond, recolha as suas coisas na recepção e vá para casa com o seu amigo
que pagou sua fiança. Se você estragar tudo, ele será o único que pagará por
isso, o melhor é se comportar.
Concordo com a cabeça e percorro o caminho para a recepção. Parece
que eu não prestei atenção por um tempo, mas o faço quando vejo Bryan.
Enquanto eu ando atrás dele eu observo a maneira como ele respira, o modo
como os seus ombros estão dobrados para frente como se ele estivesse sendo
vigiado ou com dor. Eu paro atrás dele e o assisto por um momento. Seus
quadris são estreitos, como sempre, ele não perdeu muito peso, mas seu
cabelo não brilha da maneira como ele costumava brilhar. Sua respiração é
superficial e curta, como se tivesse estado correndo. Uma sensação horrível
corre pela minha espinha quando eu olho para ele.
Naquele momento, Bryan sente os olhos sobre ele e vira. Ele tem aquele
sorriso brincalhão no rosto. — Se você queria usar algemas, eu tenho algumas.
Eu ficaria feliz... poff! — Eu bato nele com toda a força do meu corpo e o
seguro apertado.
Bryan fica chocado no início. Seus braços levam um tempo até fecharem-
se em torno de mim, e depois ele me segura. Eu sinto a sua voz, a agitação
quente de ar, quando ele sussurra em meu ouvido: — Vamos sair daqui. —
Ele me solta e eu aceno. Foi quando ele me disse a última coisa que eu queria
ouvir. — Há repórteres na frente.
— O quê? — O meu queixo cai em horror.
— Eu fiz arranjos para sair pela parte de trás, mas haverá alguém. Sempre
há. Todo mundo vai saber o que aconteceu pela manhã. — Bryan pega a
minha mão e me leva, seguindo um oficial, que nos conduz através de uma
sala com armários e na parte de trás da delegacia de polícia, para um Hummer
preto. Sou empurrada para dentro, mas não antes de um flash disparar e eu
olhei diretamente para a câmera.
Bryan empurra-o de volta, mas a foto já foi tirada. Ele sobe atrás de mim
e diz: — Dirija.
— Eu não sou a porra do seu motorista, Bryan. Diga por favor. — Um
cara da minha idade, com cabelo escuro que paira em seu rosto, está no
assento do motorista. Com óculos grandes demais para obscurecer os olhos.
— Foda-se, Trystan.
Trystan revira os olhos e se afasta com sua enorme, máquina
ambientalmente irresponsável, com o objetivo de atingir os repórteres da rua,
quando sai do estacionamento. — As pessoas seriam melhores para você, se
você fosse mais agradável para elas. Isso é tudo o que estou dizendo. —
Trystan é tranquilo, mas eu sinto seus olhos em mim. Quando eu olho para
cima, ele responde ao que eu estava pensando. — Jon não fez isso com você.
Aos poucos, meu queixo inclina-se para cima e os nossos olhos se
encontram no espelho retrovisor. — Jon Ferro é um homem morto. Ele sabe
o que isto me faria. Foi a pior coisa que ele poderia ter feito.
Bryan pega a minha mão e tece os nossos dedos juntos. — Não foi Jon.
Por favor, aguarde para matá-lo até amanhã.
— Eu poderia matá-lo agora. Bryan, eu cuidei de Campone e posso cuidar
de qualquer um que mexer com Maggie ou comigo. Eu não sou mais uma
criança. — Eu soluço e tremo quando o passado e o presente eclodem juntos
novamente. Meu irmão morreu de fome. Ele morreu em meus braços e eu era
muito boba e pequena para saber o que fazer. Eu digo que eu era apenas uma
criança, porque é mais fácil do que dizer às pessoas a minha história, mas os
Ferros sabem de tudo. Eles são como baratas que conseguem encontrar cada
mentira em cada canto escuro de sua alma. — Eu não vou ser dizimada por
Jon. Foda-se ele.
Trystan e Bryan trocam um olhar, mas ninguém diz nada. Bryan me puxa
em seus braços e me segura até pararmos em frente de um antigo motel.
Bruto é a melhor maneira de descrevê-lo. Aposto que eles alugam quartos por
hora. Trystan joga para Bryan a chave do quarto. — Fique aí até eu descobrir
o que aconteceu. Eu acho que já sei, embora os detalhes sejam vagos.
Eu balanço a minha cabeça: — Não, eu não posso. Maggie está de volta e
ela precisa de mim. E Neil...
Bryan suspira, passando as mãos pelos cabelos. Depois que ele fez isso, ele
balança a mão para o seu lado. — Maggie estará bem. E Neil é um idiota.
Além disso, ele sabe que eu a levei esta noite. Aparentemente, você disse a
Maggie que eu estava chantageando você, porque ela tentou me pregar seu
calcanhar na cabeça. — Isso me faz sorrir. — Oh, você acha que é engraçado?
— Bryan me agarra e se inclina para perto. Aqueles olhos verdes brilham por
um momento antes de embaçarem. — Vamos Raymond. Estou pensando em
usá-la até que você se esqueça de quem você é.
CONTINUA
Capítulo 10
Bryan pega o meu rosto em suas mãos.
— Se você não gostar, diga-me! — Eu aceno, lentamente, com as suas
mãos quentes ainda segurando o meu rosto.
Era como se alguém apertasse um interruptor. Os olhos de Bryan se
tornaram mais escuros, mais carnais. Ele libera o meu rosto e pressiona seu
corpo tonificado contra o meu. Empurrando as minhas costas contra a porta,
certifica-se de que eu possa sentir cada centímetro dele. Tira uma corrente
prateada com um plugue em cada extremidade e o prende nos meus mamilos.
Eu ofego quando ele os aperta. O peso das correntes faz com que eu morda
os meus lábios. Enquanto ele pressiona dentro de mim, as correntes vão se
mexendo e puxando suavemente à medida que ele desliza sobre o meu corpo.
Um pequeno suspiro escapa por entre os meus lábios. Bryan me olha, seus
olhos verdes fixos nos meus. Pega um dedo e o coloca entre os meus lábios
rosados, enquanto a outra mão desliza mais para baixo, passando pela minha
barriga e entre as minhas pernas. Eu ofego. Ele se move rapidamente, tocando
a minha protuberância sensível com o polegar, alisando o dedo sobre a carne
suave, e observando o meu rosto enquanto faz isso.
Meu queixo se ergue enquanto tento não gemer. Luto contra as sensações
que estão em erupção dentro de mim, as sensações que ele está trazendo à
tona. Seus dedos se movem sobre o meu clitóris, enquanto ele puxa a corrente
suavemente. Ele sente que estou ficando mais úmida e, em seguida, sem aviso,
sem uma mudança na expressão, empurra o dedo dentro de mim. Ele ainda
está, por um tempo, vendo meus olhos. Eu pisco devagar, sentindo-o ali, entre
as minhas pernas.
Bryan empurra o dedo mais forte, mais profundo enquanto me observa.
Sua respiração está sobre os meus lábios fazendo com que me sinta tonta.
Quando ele puxa o dedo, ergue-o para a minha boca. Delineando os meus
lábios, ele me observa, espalhando meu calor úmido, como batom. Eu pisco
lentamente, com meu coração disparado, e, excitada além da compreensão.
— Prove! — Ele ofega e empurra o dedo em minha boca. Eu passo a
minha língua contra o seu dedo, mas ele o segura lá e diz: — Chupa até que
saia do meu dedo, Hallie! — Eu hesitei, mas ele diz: — Faça isso! — Minha
língua envolve o dedo, sugando-o, saboreando o gosto. Seus olhos estão
queimando, observando-me.
Enquanto chupo o dedo, ele abaixa a outra mão entre as minhas pernas,
abrindo a minha pele escorregadia. Sensações explodem dentro de mim, mas
antes que eu possa saboreá-las, as sensações mudam. O membro duro de
Bryan entra dentro de mim, fazendo com que eu chupe o dedo mais forte
ainda. Ele puxa o dedo da minha boca, e envolve as mãos em volta da minha
cintura. Fica um pouco imóvel, por um momento, respirando rápido e forte.
Depois, puxa para fora lentamente e enfia novamente, fazendo com que eu
bata contra a porta. Meus joelhos tremem à medida que ele lentamente vai me
deixando mais louca. Eu quero mais. Quero que ele me maltrate e me deixe
tonta pela paixão. Que limpe o meu medo com a luxúria, apague a minha
memória por um momento, e tire toda a dor que tem me invadido.
Eu só quero senti-lo e nada mais. O mundo desaparece até que não sei
quanto tempo se passou. Meus braços doem enquanto ele me usa,
empurrando para dentro de mim sucessivas vezes. Minha cabeça pende para o
lado e, em seguida, levanta de volta. Eu ofego todas às vezes e os meus seios
tremem com a força de seu empurrão.
Algo se desdobra dentro de mim. Quero suas mãos em mim, fazendo
tudo ao mesmo tempo. Vertentes delicadas de paixão irrompem dentro de
mim, enviando arrepios pelas minhas coxas e seios. Todos os lugares que
desejo que ele toque fervem como uma corrente viva. Arqueando minhas
costas, eu pressiono meus quadris contra os dele, só para que batam
novamente.
Seus impulsos mudam para provocar, gentilmente empurrando e puxando
para fora. Ele é tão duro, tão perfeito. Quero colocar as minhas pernas ao
redor de seus quadris, mas não posso. As respirações irregulares me
consomem e o quarto está além de quente. Meu corpo está pingando de suor.
Inclinando a cabeça para trás, olho para o teto. É quando suas mãos
encontram os meus seios. Meus lábios formam um O, mas não digo nada. Ele
sente a maciez, a plenitude das minhas curvas enquanto empurra seu pênis
longo e duro em mim lentamente, torturando-me, sucessivamente.
Tomando meus mamilos entre os dedos, ele os torce suavemente e aperta
os grampos. Eu grito, empurrando os meus seios para ele, mas a porta me
detém. Ofegante, mal posso respirar.
Ele sorri, — Shhh! Nenhum som de você! Eu quero que isso entre nós!
Não estou entendendo. Então por que ele quis fazer aquela cena com Neil
e Maggie? Naquele momento, não me importo. Faço o que ele diz e mordo o
lábio para me manter em silêncio. Ele entra profundamente dentro de mim de
novo, e minha boca se abre. Eu engulo o som antes que ele ouça. O único
barulho é a lufada de ar saindo com força dos meus pulmões.
— Boa menina, — ele ronrona e retira antes de novamente empurrar,
desta vez mais profundamente. O tom de sua voz me faz derreter.
Antes que eu possa pensar noutra coisa, os dedos de Bryan apertam em
torno das correntes nos meus mamilos. Seus quadris se mantêm pressionados
rentes aos meus, seu comprimento perdido dentro de mim. Meu queixo cai, e
eu o vejo me observando, esperando que eu faça qualquer barulho. Meus
olhos se fixam nos seus, enquanto sensações ardentes circulam através do meu
corpo, construindo mais apertado e mais forte. Ele lentamente adiciona mais
pressão, provocando e puxando os meus mamilos mais e mais, fazendo com
que a pinça aperte mais ainda. O calor em meu estômago endurece através do
meu corpo. Eu movo os meus quadris e tento balançar contra ele, mas ele me
acalma.
— Não, não. Ainda não!
Eu suspiro! — Eu gosto de ser espancada!
— Sério? — Eu aceno. Sua mão vem com força na minha bunda. Ambas
as nádegas ardem. Ele faz isso enquanto ele ainda está dentro de mim, o que
me faz apertar mais em torno dele. Ele suspira e faz isso de novo, e de novo.
O impacto de suas mãos é tão bom. A ardência envia arrepios através de mim
em ondas que não acabam. Elas navegam pelo meu estômago e se espalham
por todo o meu corpo. Todos os deliciosos formigamentos me atravessam,
fazendo com que eu deslize a minha língua sobre os dentes. Faço isso sem
pensar. É uma reação a ele, ao que está fazendo comigo.
Sem aviso, Bryan puxa para fora. Isso me deixa louca. Meus quadris
sacodem, mas não posso alcançá-lo. O cinto corta os meus pulsos enquanto
me esforço contra as limitações que me foram impostas. Ofego, observando-o
enquanto ele se move para longe de mim. O desejo arde pelo meu corpo. Não
consigo me controlar. Puxando os meus pulsos mais forte ainda, tento
libertar-me do cinto de novo, mas não consigo. Só fica mais apertado.
Ele sorri, assistindo-me lutar, até que eu paro e olho para ele. A expressão
em seu rosto, a intensidade de seus olhos, fazem com que meu estômago se
contorça. Minha respiração fica presa na minha garganta enquanto Bryan
passa perto o suficiente para me tocar, mas ele não toca. Estou ofegante.
Meus olhos estão implorando para que ele faça algo, para que me faça gozar,
deixar-me fode-lo... Qualquer coisa.
— Diga-me o que você deseja, Hallie! Implore-me por isso! — Ele
sussurra palavras ao lado do meu ouvido. A reação dentro de mim é rápida e
violenta. Seu hálito quente faz meu clitóris pulsar e parecer que vou morrer se
ele não me tocar, se ele não terminar o que começou. Ele está tão perto, quase
me tocando, mas não desliza os dedos pela minha cintura. Ele não toca o meu
peito e não provoca os meus mamilos. Isso me faz desejá-lo ainda mais. Eu
me sinto como um animal acorrentado, incapaz de pensar. — Responda-me
linda mulher! — Ele ordena e eu sinto a batida da sua mão na minha bunda.
Meu corpo está tão bem enrolado que o tapa me faz gemer. Eu não
esperava isso, mas antes que pudesse controlar os meu gemido, ele escapa dos
meus lábios. Eu ofego, chocada por não ter sido capaz de abafar o ruído ou
pará-lo a tempo. A mão de Bryan voa uma segunda vez, com mais força. Ele
observa meu rosto enquanto eu estremeço debaixo da sua mão. O tapa é
rápido, e eu sei que vou ter um problema para andar depois, mas não me
importo. Eu grito, dizendo o seu nome, empurrando os meus seios contra ele.
Um olhar perverso torce seus lábios em um sorriso sexy. — Responda-
me! — Sua voz soa como um grunhido e quando não consigo fazer nada,
senão ofegar incontrolavelmente, sua mão me atinge pela terceira vez. Mas ele
não me libera. Em vez disso, ele pega a minha bochecha na mão e aperta. A
ardência se intensifica pela forma como ele me agarra. O belo corpo de Bryan
está coberto por um brilho fino de suor, enquanto me trata grosseiramente.
— Diga-me o que você deseja!
Minha voz é um suspiro. O desejo correndo desenfreadamente. — Eu
quero suas mãos sobre mim, em mim! Eu quero que você me foda sem
sentido. Foda-me, Bryan!
— Implore por isso, Hallie! Implore mais alto! — Seu punho aperta a
minha bunda fazendo com que o meu corpo pressione contra o seu. Gotas de
suor rolam pela minha espinha.
Minha voz treme enquanto imploro, sem capacidade de manter qualquer
traço de comedimento.
— Por favor, Bryan... Por favor! Foda-me! Foda a minha buceta! Encha-
me com o seu gozo. Por favor, baby! Por favor... — Eu continuo a lhe pedir,
enquanto suas mãos deslizam sobre os meus quadris e para baixo entre as
minhas pernas. Quando ele toca o meu clitóris, eu gemo. Bryan inclina sua
cabeça para trás, olhando para mim. — Foda-me, baby! Por favor! — Meus
quadris se remexem contra a sua mão. Em resposta, ele aperta os dedos no
meu clitóris. Eu grito: — Foda-me! Por favor! Bryan! Eu preciso de você! Por
favor!
Quando eu digo o nome dele, ele quebra. Antes de saber o que está
acontecendo, suas mãos estão segurando os meus pulsos sobre a minha
cabeça enquanto ele bate seu membro rígido dentro de mim sucessivamente.
Ele empurra mais e mais profundamente a cada vez, com as mãos deslizando
pelos meus braços. Batendo-se cada vez mais duro contra mim, ele assiste
meus seios balançando e saltando até que ele toma ambos em suas mãos e
aperta os meus mamilos duramente. Eu berro, mas isso só faz com que ele
aperte com mais força, até que a corrente cai. Cai aos meus pés e ele a deixa
lá.
Bryan se move, empurrando para dentro de mim fodendo-me cada vez
mais rápido. O calor entre as minhas pernas percorre todo o meu corpo.
Parece que não posso ser dominada. Não há o suficiente dele para me
satisfazer, nunca. Quando seus dedos apertam mais duramente contra os meus
mamilos doloridos, meus olhos se arregalam. Ele me olha nos olhos enquanto
ele empurra para dentro de mim uma vez... forte. Minhas costas batem contra
a porta e ele me segura lá, observando-me. Seus lábios entreabertos, ele
respira sem dizer nada. Suas mãos suavemente empurram os cabelos para
longe dos meus olhos. Ele acalma por um momento e não posso suportar
isso. Seu pau está em mim, mas não importa o quanto eu me mexa, não posso
fazer com que ele me foda.
Com todo o peso do seu corpo, ele me achata contra a porta. Seus olhos
ardem com o desejo, sua testa está pingando de suor.
— Goze para mim, baby! — Ele respira e mete em mim rápido e
furiosamente. Ele não para quando eu grito. Ele continua metendo contra
mim até que meu corpo não pode ficar mais retesado.
Cada vez que ele afunda em mim eu me sinto mais excitada. Eu não posso
respirar, mas não quero que ele pare. Seu corpo me esmaga, enquanto me
monta, balançando contra mim furiosamente. Eu gemo, e posso dizer o quão
forte ele está empurrando e o quanto vou estar machucada depois, mas não
me importo. No momento, isso é muito bom. Minha pele formiga e está
pingando de suor. Meus seios saltam mais e mais para cima com cada batida
de seu corpo contra o meu. E sem outro pensamento, eu gozo. Meu grito sai
rasgado através da minha garganta. Não posso gozar silenciosamente, não
quando ele faz assim. Bryan me bate mais forte enquanto as deliciosas
sensações giram, fazendo com que todo o meu corpo entre em erupção. Eu o
sinto meter contra mim duro e profundamente, e ele goza alguns segundos
após.
Esgotada, pendurada e estremecendo contra a porta, estou pronta para
cair no chão. Bryan se afasta e me olha. Com os lábios entreabertos, ele só
olha para mim por um momento antes de desatar o cinto. Quando as minhas
mãos caem ao meu lado, meus braços queimam. Bryan me toma em seus
braços e me leva para a cama. Ele me senta na frente dele e esfrega os
músculos doloridos em meus braços e ombros. Minha cabeça se inclina para o
lado enquanto ele faz isso. Cada centímetro meu está formigando. Não quero
que esse momento termine, mas Bryan para.
Viro-me e olho para ele. Ele está brilhando, coberto por uma fina camada
de suor que cheira tão bem. Eu quero lambê-lo, mas apenas aceno. Ele vira
seus olhos esmeraldas para longe e diz:
— Eu acho que eu deveria ir.
— Você vai embora? — De repente, eu me sinto muito nua. Puxo a
coberta da cama e a enrolo em volta dos meus ombros.
— Sim, a menos que você queira que eu fique e diga a Neil tudo sobre
como eu acabei com a raça da sua noiva. — Ele me olha por um segundo. Sua
testa está coberta de suor e seu rosto está brilhando. — O que há de errado?
— Ele sempre pôde me ler tão bem. Eu quero dizer a ele sobre Victor, mas
não posso.
Eu digo outra coisa.
— Neil fez a proposta e eu disse sim. — Eu ergo o meu anel.
— Sim, eu vi isso. Você realmente aceitou? — Bryan se senta ao meu lado.
— Na verdade não. Ele aceitou por mim. — Nós dois ficamos em silêncio
por algum tempo.
Bryan se veste e diz:
— Eu voltarei para ter você do meu jeito de novo em breve. Da próxima
vez é melhor que o idiota do seu noivo tenha você pronta para mim. E eu
quero que você use isso quando estiver comigo e só comigo. — Ele levanta a
corrente do chão e a joga para mim.
A porta do quarto se abre e Neil está lívido. Ele olha para mim e depois
para Bryan:
— Você acha que isso é engraçado?
— Não, acho que ela precisa de algo que você não pode dar a ela. Estou
dando a você uma única chance de quebrar seu compromisso e foder a sua
noiva. Mas você tem que fazer isso como um animal. Satisfaça-a!
O rosto de Neil contorce desgostoso.
— Eu a satisfaço sem esse comportamento bárbaro. Fazer amor não
precisa de mordaças, amarras ou oprimir mulheres de forma nenhuma. Tenho
certeza de que Hallie só aceitou isso pela equipe, seu pedaço de merda
demente!
Essa foi a coisa mais cruel que já ouvi Neil dizendo e eu quero rir, porque
é pateticamente fraco. O homem que estava me usando, ofereceu para quebrar
o acordo se Neil prometer me pegar e fazer sexo animalesco comigo. O
homem deveria ter dito que sim, mas ele, pela sua moral, disse que não. Estou
cansada demais para pensar no que isso significa. O que aconteceu aqui?
— Ela vai tomar mais do que uma foda pela equipe. — Bryan pisca um
dos olhos. — Vejo você amanhã, escrava sexual! Trarei um colar para você e
vai usá-lo. — Bryan aperta a mão de Neil. — Você é um homem inteligente.
O que são alguns meses de infidelidade comparados com uma vida de
riquezas, certo?
Neil aperta a sua mandíbula.
— Então você planeja que isso continue por alguns meses?
— Provavelmente não por muito tempo. Eu fico entediado fodendo a
mesma mulher todo dia. Não se preocupe Neil! Ela é sua sujeira, não a minha.
— Com isso, Bryan vira as costas e sai.
— Neil, — estou pronta para explodir em lágrimas. O julgamento está
espalhado em seu rosto.
— Hallie, isso não é natural. Você não é um animal selvagem! Será que ele
conseguiu instigá-la para que você fingisse o que você não é?
Eu dou de ombros. Não quero falar sobre isso.
— Não tenho ideia.
— Eu deverei deixá-lo foder e espancar você na minha cama, sempre que
ele quiser?
Eu olho fixamente para frente.
— Até que ele se canse de mim, sim. Lide com isso! Você foi quem me
disse para fazer isso. — Eu destaco a última frase. — E ele lhe deu uma saída.
Você não aceitou. — Eu fico olhando para ele, e puxo a coberta mais forte em
volta dos meus ombros.
Neil revira os olhos.
— Eu pensei que fosse apenas uma noite.
— Eu também. Estávamos errados sobre uma porção de coisas.
Capítulo 11
Eu deveria me sentir envergonhada, mas não sinto. No dia seguinte, me
sento com Maggie no sofá enquanto Neil está fora. Ela tem estado muito
tranquila desde que a busquei em seu antigo apartamento. Maggie olha para o
espaço, e eu sei que a memória está se defrontando com o novo e joga uma e
outra vez em sua mente.
— Você quer falar sobre isso? — Eu pergunto, já sabendo a resposta.
Ela inspira e balança a cabeça, antes de oferecer-me um sorriso forçado.
— Não há nada a dizer. A mesma velha merda. Nada mudou, mas dói mais
agora. — Ela sorri como se algo fosse engraçado. — Eu pensava que doía
mais quando eu era criança. Acho que não.
— O que ele fez?
— A mesma coisa de sempre. Victor gosta de possuir coisas. — Ela muda
em seu assento e, em seguida, levanta, colocando distância entre nós. — Era
para eu arranjar-lhe uma garota. Ele tem um tipo, quadris redondos, cabelos
escuros e pele pálida, como Nicole Kidman, mas morena. Assim, a cada
semana, eu levava alguém. Elas ganham algumas centenas de dólares, e ele faz
o que faz. Na semana que eu não conseguia encontrar ninguém, eu a
substituía, mas desta vez... — Ela para de falar e balança a cabeça. — Eu não
deveria ter ido. Geralmente é apenas sexo violento. Ele dá um tapa e me
arranha. Vou para casa e é isso. Mas desta vez... — Ela balança a cabeça e olha
por cima do ombro para mim. — Eu não quero falar sobre isso. Eu tentei
fugir e, em seguida, desisti quando ele disse o que ele faria comigo, e depois
com você. Ele me deu uns tapas por um tempo, me levando do jeito que ele
quis, e então eu ouvi a sua voz e eu estava morrendo de medo que ele fosse
levá-la também. Sinto muito, Hallie.
— Não é culpa sua. — Eu me sinto horrível por deixar sua vida
desmoronar assim. Nós deveríamos estar lá uma para a outra. — Eu deveria
ter chegado mais cedo. Eu teria... Eu gostaria de poder ter tudo de volta.
Maggie sorri tristemente e envolve os braços em torno de si. — Sim, eu
também. E agora? Sem ofensa, mas eu não suporto Neil.
Concordo com a cabeça. — Eu estava pensando que deveria ter um lugar
só meu antes do casamento. Vai ser eu e você.
O olhar de Maggie desvanece no chão. — Você vai se casar com ele,
sério? — Eu aceno e lhe dou um olhar para que não me pressione agora. Ela
acrescenta: — Eu adoraria, mas você sabe que eu não posso me dar ao luxo.
— Sim, você pode. Eu tenho parte do meu pagamento antecipado.
Podemos ir a procura de uma casa sempre que quiser, oh, e esta parte não é
opcional, você trabalha para mim agora. Eu vou precisar de uma assistente
pessoal para me dizer o que fazer, você sabe, alguém um pouco mandona.
Maggie ri e me empurra, e depois bate as mãos sobre a boca, e repete a
ação. — De jeito nenhum!
— Isso. — É tão bom ver uma explosão de felicidade em seus olhos,
mesmo por um breve momento. Mas assim que ela pisca, ela se foi, perdeu-se
nas profundezas da agonia que enchem sua alma.
Um dia ela vai parar de lutar. Um dia ela vai ceder, desistir.
Ela já teria desistido se eu não tivesse aparecido. Algumas pessoas a
levaram direto para o inferno. É irônico, porque eu tenho sangue em minhas
mãos e não me sinto como se estivesse infeliz. É mais, como eu se estou
puxando Maggie, da vida tortuosa ela conhece, e esconde com esse sorriso.
Não me arrependo de minhas ações. O pensamento faz minha pele
formigar. Na parte profunda da minha mente, eu me pergunto que tipo de
pessoa que sou, mas arrumo minha coluna e me levanto. Isso me faz ser quem
eu sou e não há nada mais a se considerar. Eu fiz o que tinha que fazer. Eu
não teria tocado em Victor se ele a deixasse em paz, se ele não tivesse
ameaçado vir atrás de nós, mas ele ameaçou. Eu vi o medo nos olhos de
Maggie é a verdade. Se Victor Campone tivesse vivido, teríamos morrido.
— Está com fome? — Eu pergunto me dirigindo à geladeira.
— Sim, um pouco. — Maggie está sentada com os pés enrolados em sua
bunda e olhando para as mãos desde que eu a peguei no apartamento do
Victor. Ela raramente faz contato visual. Acho que a luta a nocauteou. Ele
aparece em surtos, mas é como um carro que está ficando sem gasolina. Estou
muito preocupada com ela. Depois de tudo que ela passou...
Isso não pode desfazê-la. Não pode.
Porque é minha culpa desta vez.
Todas as outras vezes, a Maggie revidou. Ela nunca desistiu, nunca cedeu,
e agora a minha melhor amiga está caída no sofá, coberta de hematomas e
cortes, com os olhos que se assemelham a buracos-negros que sugam tudo,
mas não vejo nada ali. Eles não sentem nada, não mais.
Eu sorrio e digo algo estúpido, tentando fazê-la rir, mas nem sequer
obtenho um sorriso de piedade. Depois de abrir a porta da geladeira, eu gemo
em voz alta. Neil está trabalhando hoje e não conseguiu ir às compras.
Maggie pergunta: — O que ele fez?
— Ele pegou todas as sobras da festa e levou para o trabalho. Eu pensei
que era bom porque ele deveria ir às compras, mas não o fez. — Estou
inclinada na geladeira vazia olhando para uma caixa de leite vencido e um
frasco de picles. Não vou comer isso. Eu bato a geladeira e acrescento: — Eu
dar rápida saída. Será que comida chinesa vai bem?
Maggie geralmente protesta e se oferece para pagar as coisas, mas hoje,
apenas balança a cabeça. — Ótimo! — Eu digo, parecendo alegre. Ela irá
voltar. Ela vai. Se eu continuar dizendo a mim mesmo vai acontecer, certo?
De repente, eu percebo que ela não recuperou-se, matar Victor não era uma
vingança suficiente, até mesmo pelo o que ele fez com Maggie.
Capítulo 12
Pego minhas chaves e ligo o motor. O carro vermelho ronrona quando o
tiro da garagem e digito o CEP do local que irei. Quando estou prestes a
desviar para o estacionamento, um policial segue atrás de mim, com as luzes
vermelhas piscando. Eu não estava em alta velocidade. Droga. Deve ser
verdade que os carros vermelhos são parados mais do que qualquer outra cor.
Eu encosto e levo o carro para o acostamento, tomando o cuidado de
manter as mãos no volante. Papai me disse para nunca ir para a minha bolsa
ou porta-luvas até que o policial esteja de pé ao lado do carro. O cara tem que
ver as minhas mãos ou ele pode atirar em mim, bem não é exatamente do jeito
que meu pai disse isso, mas é o que ele quis dizer.
Eu aperto o botão na janela, assim como o policial se aproxima. Ele está
usando o uniforme escuro que me dá vontade de sair correndo e gritando
para o meu quarto e me esconder debaixo da minha cama.
Ele não é esse cara. Pare com isso, Hallie, xingo-me, mas isso não ajuda.
Até agora, minhas mãos estão tremendo.
— A licença e registro, por favor. — O cara tem trinta e tantos anos, e um
tipo de visual assustador. Por assustador, eu quero dizer que parece que ele
poderia tomar o meu pequeno corpo e dobrá-lo estilo acordeão e enfiá-lo em
seu tronco. O cara é massa muscular pura e ele parece chateado. Eu não posso
imaginar o que eu fiz.
Eu me aproximo do porta-luvas para retirar os papéis mencionados, mas
tudo que eu encontro é o manual sobre o carro e o último aviso de mudança
de óleo. Sem documentos. Sem registro. O meu coração dá uma guinada.
Foda-se. Eu começo a pensar que Jon brincou comigo, mas mesmo ele, não
seria tão baixo. E o policial não me pediu para sair do carro ou qualquer coisa.
Minha lanterna traseira está queimada ou algo assim, isso é tudo. Isso não é
nada.
Eu vasculho minha bolsa e tiro a minha pequena carteira. Meu rosto fica
pálido quando vejo o espaço vazio onde minha carteira de motorista deveria
estar. Olho para o policial e digo baixinho: — Ela se foi.
— Você não tem uma licença ou registro desse veículo? — Ele diz algo
em seu ombro depois de ouvir um zumbido em seu fone de ouvido. — Saia
do carro, minha senhora.
Estou tremendo agora. — Eu não fiz nada de errado. Alguém pegou a
minha licença. Eu tenho uma.
Ele me ignora e me apoia no capô. Tira seus óculos de sol. Quando o
guarda, ele pergunta: — Você sabe que você está dirigindo um veículo
roubado?
— Não é roubado.
— Oh?
Eu balanço minha cabeça, pronto para chorar. Jon não faria isso para
mim, ele não iria. — Jonathan Ferro me vendeu este carro uns dias atrás por
dez mil dólares. Eu não tive a chance de renovar a papelada ainda. Eu pensei
que tinha alguns dias?
O policial concorda. Ele vira o meu rosto para o capô e me revista. —
História legal. O carro vale muito mais do que isso. Se você vai mentir pelo
menos faz a história parecer convincente.
— É verdade! Jon me vendeu por dez mil. Pergunte a ele! Eu não estou
mentindo.
Eu sinto frio do metal prender meus pulsos quando as algemas
escorregam em torno dos meus braços. Eu começo a entrar em pânico. Meu
coração dispara muito rápido e o mundo se torna um borrão. Eu não posso
parar de falar, suplicando, e quando o policial me empurra na parte de trás de
seu carro, todos os terríveis eventos em detalhes vívidos se reproduzem em
minha mente.
Eu fecho meus olhos e tento desligá-los, mas as cores iluminam e os sons
de mais de uma década tocam alto em meus ouvidos, enquanto lágrimas caem
pelo meu rosto. O passado e o presente colidem juntos com tanta violência
que eu não posso suportar isso.
Minha mãe jura para mim antes de me enfiar no armário. Pequenas mãos
envolvem em torno de mim, e eu sei que o meu irmão mais novo, Anthony,
está apavorado. Ele cresceu e seus ossos eu sinto nitidamente sob minhas
palmas. Ele chora até que fica em silêncio, até que ele adormece, até que
minha mãe teve seu efeito das drogas e amantes. Eu a ouvi rir. Eu nunca
poderia fazê-la feliz assim. Ouvi os sons de sexo, até que algo muda. A festa
normal não é mais normal.
O policial que me tirou do armário tentou tirar o corpo sem vida do meu
irmão dos meus braços. Eu não entendi. Eu o protegia dela. Eu vigiei por
Anthony, mas depois de tudo que eu fiz, não foi o suficiente. Eles pensaram
que eu o matei em primeiro lugar. Eles me empurraram para o fundo do carro
e gritei para eles até que eu não podia chorar mais. Eu queria meu irmão, mas
eles disseram que ele estava morto.
Eu não acreditei neles.
Agora, eu tenho dificuldade em acreditar em alguém e este policial abriu
uma ferida que é tão profunda que me corta até o osso. Não, não foi o policial
- foi Jon.
Eu não posso evitar o tremor, mas eu não choro. Eles me ficham e fazem
perguntas que eu ouvi antes. A estrutura nunca muda em lugares como este.
As pessoas são as mesmas. O cheiro é idêntico. Eu olho fixamente, tentando
manter minha mente em uma única peça, mas eu sinto as rachaduras pouco a
pouco.
Quem vai salvar Maggie? Se eu me perder, quem estará lá para ela?
Ninguém. Acalme-se, Hallie.
Eu tenho direito a uma ligação, então que eu chamo a pessoa que eles
estão tentando me manter longe, o homem que está me chantageando por
sexo.
Quando ele atende o telefone, Bryan parece cansado. Eu não sei de que
outra forma dizer. Eu teria pensado que ele estava dormindo, mas há algo em
sua voz que me diz que não dorme há muito tempo. — Suffolk County PD.
Deixe-me adivinhar, é Jon ou Trystan?
— Não, — minha voz é tão baixa, tão tímida que mal faz um som.
Eu o ouvi mudar e Bryan soa mais alerta quando ele responde: — Hallie?
— Venha me pegar. Eu vou lhe dever. Qualquer coisa que você quiser,
basta vir me pegar. — Eu entrego o telefone de volta ao oficial na mesa e sou
levada de volta para a minha cela.
Capítulo 13
Estou sentada em frente a uma mulher que não consegue parar de chorar.
Ela fala sobre os tíquetes de estacionamento não pagos, sobre como ela vai
perder o emprego por causa disto e como ela não trabalhou o suficiente para
pagar os tíquetes. Depois começa a hiperventilar e menciona algo sobre
remédios. Essa é a única vez que o policial no exterior da cela olha para ela.
Eles a removem da nossa cela, dizendo que vai ter seus remédios.
Alguém entra e se senta ao meu lado. Seu rosto está machucado em um
lado.
— Olá.
Eu olho para ela e não digo nada. Meus braços estão cruzados sobre o
meu peito e estou encostada à parede, pensando em maneiras de castrar Jon
Ferro. Ele sabia sobre o meu passado e o que isto faria comigo.
A mulher não é mais que uma menina, deve de ter uns dezoito anos, com
grandes olhos redondos, mas ainda tem bochechas gordinhas, infantis. Pelo
seu rosto angular não parece ter mais de vinte e dois anos. O seu cabelo
escuro é longo e está em um rabo de cavalo bagunçado.
Ela suspira e descansa as costas contra a parede de cimento frio. — Você
passará a noite aqui? Eu espero que sim. Ele precisa de tempo para esfriar. A
única parte ruim é não ter o sabão bacteriano, mas o resto está bem. Além
disso, ele vai dar-me tempo. Eu não posso estar perto dele quando ele está
assim. Ele é geralmente é bom, mas em noites como está, eu acho melhor
ficar aqui. Eu não vou fazer a minha ligação. Ei, você parece familiar. — Ela
fala sem respirar e olha para mim o tempo todo.
— Nós nunca nos conhecemos, — é tudo o que eu digo.
Ela acena com a cabeça e continua, liberando uma onda de palavras.
Sentada, escuto sua vida, a sua história, não sinto nada, apenas piedade. Ela é
como Maggie e eu. Ela não tem ninguém que se preocupe com ela, ninguém
para ouvir a sua voz e em quem encontrar consolo através de seu toque.
Eu não sei quanto tempo estive lá, mas um tempo depois eles chamam o
meu nome, a jovem foi levada para um banho e passará a noite na cela.
Imagino o por que desejar uma cela em vez de ir para casa. Isso me faz querer
chorar, e não há porra nenhuma que eu possa fazer sobre isso. Eu não posso
nem tomar conta de mim.
A porta da cela desliza aberta e faz um som mais horrível. — Hallie
Raymond, recolha as suas coisas na recepção e vá para casa com o seu amigo
que pagou sua fiança. Se você estragar tudo, ele será o único que pagará por
isso, o melhor é se comportar.
Concordo com a cabeça e percorro o caminho para a recepção. Parece
que eu não prestei atenção por um tempo, mas o faço quando vejo Bryan.
Enquanto eu ando atrás dele eu observo a maneira como ele respira, o modo
como os seus ombros estão dobrados para frente como se ele estivesse sendo
vigiado ou com dor. Eu paro atrás dele e o assisto por um momento. Seus
quadris são estreitos, como sempre, ele não perdeu muito peso, mas seu
cabelo não brilha da maneira como ele costumava brilhar. Sua respiração é
superficial e curta, como se tivesse estado correndo. Uma sensação horrível
corre pela minha espinha quando eu olho para ele.
Naquele momento, Bryan sente os olhos sobre ele e vira. Ele tem aquele
sorriso brincalhão no rosto. — Se você queria usar algemas, eu tenho algumas.
Eu ficaria feliz... poff! — Eu bato nele com toda a força do meu corpo e o
seguro apertado.
Bryan fica chocado no início. Seus braços levam um tempo até fecharem-
se em torno de mim, e depois ele me segura. Eu sinto a sua voz, a agitação
quente de ar, quando ele sussurra em meu ouvido: — Vamos sair daqui. —
Ele me solta e eu aceno. Foi quando ele me disse a última coisa que eu queria
ouvir. — Há repórteres na frente.
— O quê? — O meu queixo cai em horror.
— Eu fiz arranjos para sair pela parte de trás, mas haverá alguém. Sempre
há. Todo mundo vai saber o que aconteceu pela manhã. — Bryan pega a
minha mão e me leva, seguindo um oficial, que nos conduz através de uma
sala com armários e na parte de trás da delegacia de polícia, para um Hummer
preto. Sou empurrada para dentro, mas não antes de um flash disparar e eu
olhei diretamente para a câmera.
Bryan empurra-o de volta, mas a foto já foi tirada. Ele sobe atrás de mim
e diz: — Dirija.
— Eu não sou a porra do seu motorista, Bryan. Diga por favor. — Um
cara da minha idade, com cabelo escuro que paira em seu rosto, está no
assento do motorista. Com óculos grandes demais para obscurecer os olhos.
— Foda-se, Trystan.
Trystan revira os olhos e se afasta com sua enorme, máquina
ambientalmente irresponsável, com o objetivo de atingir os repórteres da rua,
quando sai do estacionamento. — As pessoas seriam melhores para você, se
você fosse mais agradável para elas. Isso é tudo o que estou dizendo. —
Trystan é tranquilo, mas eu sinto seus olhos em mim. Quando eu olho para
cima, ele responde ao que eu estava pensando. — Jon não fez isso com você.
Aos poucos, meu queixo inclina-se para cima e os nossos olhos se
encontram no espelho retrovisor. — Jon Ferro é um homem morto. Ele sabe
o que isto me faria. Foi a pior coisa que ele poderia ter feito.
Bryan pega a minha mão e tece os nossos dedos juntos. — Não foi Jon.
Por favor, aguarde para matá-lo até amanhã.
— Eu poderia matá-lo agora. Bryan, eu cuidei de Campone e posso cuidar
de qualquer um que mexer com Maggie ou comigo. Eu não sou mais uma
criança. — Eu soluço e tremo quando o passado e o presente eclodem juntos
novamente. Meu irmão morreu de fome. Ele morreu em meus braços e eu era
muito boba e pequena para saber o que fazer. Eu digo que eu era apenas uma
criança, porque é mais fácil do que dizer às pessoas a minha história, mas os
Ferros sabem de tudo. Eles são como baratas que conseguem encontrar cada
mentira em cada canto escuro de sua alma. — Eu não vou ser dizimada por
Jon. Foda-se ele.
Trystan e Bryan trocam um olhar, mas ninguém diz nada. Bryan me puxa
em seus braços e me segura até pararmos em frente de um antigo motel.
Bruto é a melhor maneira de descrevê-lo. Aposto que eles alugam quartos por
hora. Trystan joga para Bryan a chave do quarto. — Fique aí até eu descobrir
o que aconteceu. Eu acho que já sei, embora os detalhes sejam vagos.
Eu balanço a minha cabeça: — Não, eu não posso. Maggie está de volta e
ela precisa de mim. E Neil...
Bryan suspira, passando as mãos pelos cabelos. Depois que ele fez isso, ele
balança a mão para o seu lado. — Maggie estará bem. E Neil é um idiota.
Além disso, ele sabe que eu a levei esta noite. Aparentemente, você disse a
Maggie que eu estava chantageando você, porque ela tentou me pregar seu
calcanhar na cabeça. — Isso me faz sorrir. — Oh, você acha que é engraçado?
— Bryan me agarra e se inclina para perto. Aqueles olhos verdes brilham por
um momento antes de embaçarem. — Vamos Raymond. Estou pensando em
usá-la até que você se esqueça de quem você é.
CONTINUA
Capítulo 10
Bryan pega o meu rosto em suas mãos.
— Se você não gostar, diga-me! — Eu aceno, lentamente, com as suas
mãos quentes ainda segurando o meu rosto.
Era como se alguém apertasse um interruptor. Os olhos de Bryan se
tornaram mais escuros, mais carnais. Ele libera o meu rosto e pressiona seu
corpo tonificado contra o meu. Empurrando as minhas costas contra a porta,
certifica-se de que eu possa sentir cada centímetro dele. Tira uma corrente
prateada com um plugue em cada extremidade e o prende nos meus mamilos.
Eu ofego quando ele os aperta. O peso das correntes faz com que eu morda
os meus lábios. Enquanto ele pressiona dentro de mim, as correntes vão se
mexendo e puxando suavemente à medida que ele desliza sobre o meu corpo.
Um pequeno suspiro escapa por entre os meus lábios. Bryan me olha, seus
olhos verdes fixos nos meus. Pega um dedo e o coloca entre os meus lábios
rosados, enquanto a outra mão desliza mais para baixo, passando pela minha
barriga e entre as minhas pernas. Eu ofego. Ele se move rapidamente, tocando
a minha protuberância sensível com o polegar, alisando o dedo sobre a carne
suave, e observando o meu rosto enquanto faz isso.
Meu queixo se ergue enquanto tento não gemer. Luto contra as sensações
que estão em erupção dentro de mim, as sensações que ele está trazendo à
tona. Seus dedos se movem sobre o meu clitóris, enquanto ele puxa a corrente
suavemente. Ele sente que estou ficando mais úmida e, em seguida, sem aviso,
sem uma mudança na expressão, empurra o dedo dentro de mim. Ele ainda
está, por um tempo, vendo meus olhos. Eu pisco devagar, sentindo-o ali, entre
as minhas pernas.
Bryan empurra o dedo mais forte, mais profundo enquanto me observa.
Sua respiração está sobre os meus lábios fazendo com que me sinta tonta.
Quando ele puxa o dedo, ergue-o para a minha boca. Delineando os meus
lábios, ele me observa, espalhando meu calor úmido, como batom. Eu pisco
lentamente, com meu coração disparado, e, excitada além da compreensão.
— Prove! — Ele ofega e empurra o dedo em minha boca. Eu passo a
minha língua contra o seu dedo, mas ele o segura lá e diz: — Chupa até que
saia do meu dedo, Hallie! — Eu hesitei, mas ele diz: — Faça isso! — Minha
língua envolve o dedo, sugando-o, saboreando o gosto. Seus olhos estão
queimando, observando-me.
Enquanto chupo o dedo, ele abaixa a outra mão entre as minhas pernas,
abrindo a minha pele escorregadia. Sensações explodem dentro de mim, mas
antes que eu possa saboreá-las, as sensações mudam. O membro duro de
Bryan entra dentro de mim, fazendo com que eu chupe o dedo mais forte
ainda. Ele puxa o dedo da minha boca, e envolve as mãos em volta da minha
cintura. Fica um pouco imóvel, por um momento, respirando rápido e forte.
Depois, puxa para fora lentamente e enfia novamente, fazendo com que eu
bata contra a porta. Meus joelhos tremem à medida que ele lentamente vai me
deixando mais louca. Eu quero mais. Quero que ele me maltrate e me deixe
tonta pela paixão. Que limpe o meu medo com a luxúria, apague a minha
memória por um momento, e tire toda a dor que tem me invadido.
Eu só quero senti-lo e nada mais. O mundo desaparece até que não sei
quanto tempo se passou. Meus braços doem enquanto ele me usa,
empurrando para dentro de mim sucessivas vezes. Minha cabeça pende para o
lado e, em seguida, levanta de volta. Eu ofego todas às vezes e os meus seios
tremem com a força de seu empurrão.
Algo se desdobra dentro de mim. Quero suas mãos em mim, fazendo
tudo ao mesmo tempo. Vertentes delicadas de paixão irrompem dentro de
mim, enviando arrepios pelas minhas coxas e seios. Todos os lugares que
desejo que ele toque fervem como uma corrente viva. Arqueando minhas
costas, eu pressiono meus quadris contra os dele, só para que batam
novamente.
Seus impulsos mudam para provocar, gentilmente empurrando e puxando
para fora. Ele é tão duro, tão perfeito. Quero colocar as minhas pernas ao
redor de seus quadris, mas não posso. As respirações irregulares me
consomem e o quarto está além de quente. Meu corpo está pingando de suor.
Inclinando a cabeça para trás, olho para o teto. É quando suas mãos
encontram os meus seios. Meus lábios formam um O, mas não digo nada. Ele
sente a maciez, a plenitude das minhas curvas enquanto empurra seu pênis
longo e duro em mim lentamente, torturando-me, sucessivamente.
Tomando meus mamilos entre os dedos, ele os torce suavemente e aperta
os grampos. Eu grito, empurrando os meus seios para ele, mas a porta me
detém. Ofegante, mal posso respirar.
Ele sorri, — Shhh! Nenhum som de você! Eu quero que isso entre nós!
Não estou entendendo. Então por que ele quis fazer aquela cena com Neil
e Maggie? Naquele momento, não me importo. Faço o que ele diz e mordo o
lábio para me manter em silêncio. Ele entra profundamente dentro de mim de
novo, e minha boca se abre. Eu engulo o som antes que ele ouça. O único
barulho é a lufada de ar saindo com força dos meus pulmões.
— Boa menina, — ele ronrona e retira antes de novamente empurrar,
desta vez mais profundamente. O tom de sua voz me faz derreter.
Antes que eu possa pensar noutra coisa, os dedos de Bryan apertam em
torno das correntes nos meus mamilos. Seus quadris se mantêm pressionados
rentes aos meus, seu comprimento perdido dentro de mim. Meu queixo cai, e
eu o vejo me observando, esperando que eu faça qualquer barulho. Meus
olhos se fixam nos seus, enquanto sensações ardentes circulam através do meu
corpo, construindo mais apertado e mais forte. Ele lentamente adiciona mais
pressão, provocando e puxando os meus mamilos mais e mais, fazendo com
que a pinça aperte mais ainda. O calor em meu estômago endurece através do
meu corpo. Eu movo os meus quadris e tento balançar contra ele, mas ele me
acalma.
— Não, não. Ainda não!
Eu suspiro! — Eu gosto de ser espancada!
— Sério? — Eu aceno. Sua mão vem com força na minha bunda. Ambas
as nádegas ardem. Ele faz isso enquanto ele ainda está dentro de mim, o que
me faz apertar mais em torno dele. Ele suspira e faz isso de novo, e de novo.
O impacto de suas mãos é tão bom. A ardência envia arrepios através de mim
em ondas que não acabam. Elas navegam pelo meu estômago e se espalham
por todo o meu corpo. Todos os deliciosos formigamentos me atravessam,
fazendo com que eu deslize a minha língua sobre os dentes. Faço isso sem
pensar. É uma reação a ele, ao que está fazendo comigo.
Sem aviso, Bryan puxa para fora. Isso me deixa louca. Meus quadris
sacodem, mas não posso alcançá-lo. O cinto corta os meus pulsos enquanto
me esforço contra as limitações que me foram impostas. Ofego, observando-o
enquanto ele se move para longe de mim. O desejo arde pelo meu corpo. Não
consigo me controlar. Puxando os meus pulsos mais forte ainda, tento
libertar-me do cinto de novo, mas não consigo. Só fica mais apertado.
Ele sorri, assistindo-me lutar, até que eu paro e olho para ele. A expressão
em seu rosto, a intensidade de seus olhos, fazem com que meu estômago se
contorça. Minha respiração fica presa na minha garganta enquanto Bryan
passa perto o suficiente para me tocar, mas ele não toca. Estou ofegante.
Meus olhos estão implorando para que ele faça algo, para que me faça gozar,
deixar-me fode-lo... Qualquer coisa.
— Diga-me o que você deseja, Hallie! Implore-me por isso! — Ele
sussurra palavras ao lado do meu ouvido. A reação dentro de mim é rápida e
violenta. Seu hálito quente faz meu clitóris pulsar e parecer que vou morrer se
ele não me tocar, se ele não terminar o que começou. Ele está tão perto, quase
me tocando, mas não desliza os dedos pela minha cintura. Ele não toca o meu
peito e não provoca os meus mamilos. Isso me faz desejá-lo ainda mais. Eu
me sinto como um animal acorrentado, incapaz de pensar. — Responda-me
linda mulher! — Ele ordena e eu sinto a batida da sua mão na minha bunda.
Meu corpo está tão bem enrolado que o tapa me faz gemer. Eu não
esperava isso, mas antes que pudesse controlar os meu gemido, ele escapa dos
meus lábios. Eu ofego, chocada por não ter sido capaz de abafar o ruído ou
pará-lo a tempo. A mão de Bryan voa uma segunda vez, com mais força. Ele
observa meu rosto enquanto eu estremeço debaixo da sua mão. O tapa é
rápido, e eu sei que vou ter um problema para andar depois, mas não me
importo. Eu grito, dizendo o seu nome, empurrando os meus seios contra ele.
Um olhar perverso torce seus lábios em um sorriso sexy. — Responda-
me! — Sua voz soa como um grunhido e quando não consigo fazer nada,
senão ofegar incontrolavelmente, sua mão me atinge pela terceira vez. Mas ele
não me libera. Em vez disso, ele pega a minha bochecha na mão e aperta. A
ardência se intensifica pela forma como ele me agarra. O belo corpo de Bryan
está coberto por um brilho fino de suor, enquanto me trata grosseiramente.
— Diga-me o que você deseja!
Minha voz é um suspiro. O desejo correndo desenfreadamente. — Eu
quero suas mãos sobre mim, em mim! Eu quero que você me foda sem
sentido. Foda-me, Bryan!
— Implore por isso, Hallie! Implore mais alto! — Seu punho aperta a
minha bunda fazendo com que o meu corpo pressione contra o seu. Gotas de
suor rolam pela minha espinha.
Minha voz treme enquanto imploro, sem capacidade de manter qualquer
traço de comedimento.
— Por favor, Bryan... Por favor! Foda-me! Foda a minha buceta! Encha-
me com o seu gozo. Por favor, baby! Por favor... — Eu continuo a lhe pedir,
enquanto suas mãos deslizam sobre os meus quadris e para baixo entre as
minhas pernas. Quando ele toca o meu clitóris, eu gemo. Bryan inclina sua
cabeça para trás, olhando para mim. — Foda-me, baby! Por favor! — Meus
quadris se remexem contra a sua mão. Em resposta, ele aperta os dedos no
meu clitóris. Eu grito: — Foda-me! Por favor! Bryan! Eu preciso de você! Por
favor!
Quando eu digo o nome dele, ele quebra. Antes de saber o que está
acontecendo, suas mãos estão segurando os meus pulsos sobre a minha
cabeça enquanto ele bate seu membro rígido dentro de mim sucessivamente.
Ele empurra mais e mais profundamente a cada vez, com as mãos deslizando
pelos meus braços. Batendo-se cada vez mais duro contra mim, ele assiste
meus seios balançando e saltando até que ele toma ambos em suas mãos e
aperta os meus mamilos duramente. Eu berro, mas isso só faz com que ele
aperte com mais força, até que a corrente cai. Cai aos meus pés e ele a deixa
lá.
Bryan se move, empurrando para dentro de mim fodendo-me cada vez
mais rápido. O calor entre as minhas pernas percorre todo o meu corpo.
Parece que não posso ser dominada. Não há o suficiente dele para me
satisfazer, nunca. Quando seus dedos apertam mais duramente contra os meus
mamilos doloridos, meus olhos se arregalam. Ele me olha nos olhos enquanto
ele empurra para dentro de mim uma vez... forte. Minhas costas batem contra
a porta e ele me segura lá, observando-me. Seus lábios entreabertos, ele
respira sem dizer nada. Suas mãos suavemente empurram os cabelos para
longe dos meus olhos. Ele acalma por um momento e não posso suportar
isso. Seu pau está em mim, mas não importa o quanto eu me mexa, não posso
fazer com que ele me foda.
Com todo o peso do seu corpo, ele me achata contra a porta. Seus olhos
ardem com o desejo, sua testa está pingando de suor.
— Goze para mim, baby! — Ele respira e mete em mim rápido e
furiosamente. Ele não para quando eu grito. Ele continua metendo contra
mim até que meu corpo não pode ficar mais retesado.
Cada vez que ele afunda em mim eu me sinto mais excitada. Eu não posso
respirar, mas não quero que ele pare. Seu corpo me esmaga, enquanto me
monta, balançando contra mim furiosamente. Eu gemo, e posso dizer o quão
forte ele está empurrando e o quanto vou estar machucada depois, mas não
me importo. No momento, isso é muito bom. Minha pele formiga e está
pingando de suor. Meus seios saltam mais e mais para cima com cada batida
de seu corpo contra o meu. E sem outro pensamento, eu gozo. Meu grito sai
rasgado através da minha garganta. Não posso gozar silenciosamente, não
quando ele faz assim. Bryan me bate mais forte enquanto as deliciosas
sensações giram, fazendo com que todo o meu corpo entre em erupção. Eu o
sinto meter contra mim duro e profundamente, e ele goza alguns segundos
após.
Esgotada, pendurada e estremecendo contra a porta, estou pronta para
cair no chão. Bryan se afasta e me olha. Com os lábios entreabertos, ele só
olha para mim por um momento antes de desatar o cinto. Quando as minhas
mãos caem ao meu lado, meus braços queimam. Bryan me toma em seus
braços e me leva para a cama. Ele me senta na frente dele e esfrega os
músculos doloridos em meus braços e ombros. Minha cabeça se inclina para o
lado enquanto ele faz isso. Cada centímetro meu está formigando. Não quero
que esse momento termine, mas Bryan para.
Viro-me e olho para ele. Ele está brilhando, coberto por uma fina camada
de suor que cheira tão bem. Eu quero lambê-lo, mas apenas aceno. Ele vira
seus olhos esmeraldas para longe e diz:
— Eu acho que eu deveria ir.
— Você vai embora? — De repente, eu me sinto muito nua. Puxo a
coberta da cama e a enrolo em volta dos meus ombros.
— Sim, a menos que você queira que eu fique e diga a Neil tudo sobre
como eu acabei com a raça da sua noiva. — Ele me olha por um segundo. Sua
testa está coberta de suor e seu rosto está brilhando. — O que há de errado?
— Ele sempre pôde me ler tão bem. Eu quero dizer a ele sobre Victor, mas
não posso.
Eu digo outra coisa.
— Neil fez a proposta e eu disse sim. — Eu ergo o meu anel.
— Sim, eu vi isso. Você realmente aceitou? — Bryan se senta ao meu lado.
— Na verdade não. Ele aceitou por mim. — Nós dois ficamos em silêncio
por algum tempo.
Bryan se veste e diz:
— Eu voltarei para ter você do meu jeito de novo em breve. Da próxima
vez é melhor que o idiota do seu noivo tenha você pronta para mim. E eu
quero que você use isso quando estiver comigo e só comigo. — Ele levanta a
corrente do chão e a joga para mim.
A porta do quarto se abre e Neil está lívido. Ele olha para mim e depois
para Bryan:
— Você acha que isso é engraçado?
— Não, acho que ela precisa de algo que você não pode dar a ela. Estou
dando a você uma única chance de quebrar seu compromisso e foder a sua
noiva. Mas você tem que fazer isso como um animal. Satisfaça-a!
O rosto de Neil contorce desgostoso.
— Eu a satisfaço sem esse comportamento bárbaro. Fazer amor não
precisa de mordaças, amarras ou oprimir mulheres de forma nenhuma. Tenho
certeza de que Hallie só aceitou isso pela equipe, seu pedaço de merda
demente!
Essa foi a coisa mais cruel que já ouvi Neil dizendo e eu quero rir, porque
é pateticamente fraco. O homem que estava me usando, ofereceu para quebrar
o acordo se Neil prometer me pegar e fazer sexo animalesco comigo. O
homem deveria ter dito que sim, mas ele, pela sua moral, disse que não. Estou
cansada demais para pensar no que isso significa. O que aconteceu aqui?
— Ela vai tomar mais do que uma foda pela equipe. — Bryan pisca um
dos olhos. — Vejo você amanhã, escrava sexual! Trarei um colar para você e
vai usá-lo. — Bryan aperta a mão de Neil. — Você é um homem inteligente.
O que são alguns meses de infidelidade comparados com uma vida de
riquezas, certo?
Neil aperta a sua mandíbula.
— Então você planeja que isso continue por alguns meses?
— Provavelmente não por muito tempo. Eu fico entediado fodendo a
mesma mulher todo dia. Não se preocupe Neil! Ela é sua sujeira, não a minha.
— Com isso, Bryan vira as costas e sai.
— Neil, — estou pronta para explodir em lágrimas. O julgamento está
espalhado em seu rosto.
— Hallie, isso não é natural. Você não é um animal selvagem! Será que ele
conseguiu instigá-la para que você fingisse o que você não é?
Eu dou de ombros. Não quero falar sobre isso.
— Não tenho ideia.
— Eu deverei deixá-lo foder e espancar você na minha cama, sempre que
ele quiser?
Eu olho fixamente para frente.
— Até que ele se canse de mim, sim. Lide com isso! Você foi quem me
disse para fazer isso. — Eu destaco a última frase. — E ele lhe deu uma saída.
Você não aceitou. — Eu fico olhando para ele, e puxo a coberta mais forte em
volta dos meus ombros.
Neil revira os olhos.
— Eu pensei que fosse apenas uma noite.
— Eu também. Estávamos errados sobre uma porção de coisas.
Capítulo 11
Eu deveria me sentir envergonhada, mas não sinto. No dia seguinte, me
sento com Maggie no sofá enquanto Neil está fora. Ela tem estado muito
tranquila desde que a busquei em seu antigo apartamento. Maggie olha para o
espaço, e eu sei que a memória está se defrontando com o novo e joga uma e
outra vez em sua mente.
— Você quer falar sobre isso? — Eu pergunto, já sabendo a resposta.
Ela inspira e balança a cabeça, antes de oferecer-me um sorriso forçado.
— Não há nada a dizer. A mesma velha merda. Nada mudou, mas dói mais
agora. — Ela sorri como se algo fosse engraçado. — Eu pensava que doía
mais quando eu era criança. Acho que não.
— O que ele fez?
— A mesma coisa de sempre. Victor gosta de possuir coisas. — Ela muda
em seu assento e, em seguida, levanta, colocando distância entre nós. — Era
para eu arranjar-lhe uma garota. Ele tem um tipo, quadris redondos, cabelos
escuros e pele pálida, como Nicole Kidman, mas morena. Assim, a cada
semana, eu levava alguém. Elas ganham algumas centenas de dólares, e ele faz
o que faz. Na semana que eu não conseguia encontrar ninguém, eu a
substituía, mas desta vez... — Ela para de falar e balança a cabeça. — Eu não
deveria ter ido. Geralmente é apenas sexo violento. Ele dá um tapa e me
arranha. Vou para casa e é isso. Mas desta vez... — Ela balança a cabeça e olha
por cima do ombro para mim. — Eu não quero falar sobre isso. Eu tentei
fugir e, em seguida, desisti quando ele disse o que ele faria comigo, e depois
com você. Ele me deu uns tapas por um tempo, me levando do jeito que ele
quis, e então eu ouvi a sua voz e eu estava morrendo de medo que ele fosse
levá-la também. Sinto muito, Hallie.
— Não é culpa sua. — Eu me sinto horrível por deixar sua vida
desmoronar assim. Nós deveríamos estar lá uma para a outra. — Eu deveria
ter chegado mais cedo. Eu teria... Eu gostaria de poder ter tudo de volta.
Maggie sorri tristemente e envolve os braços em torno de si. — Sim, eu
também. E agora? Sem ofensa, mas eu não suporto Neil.
Concordo com a cabeça. — Eu estava pensando que deveria ter um lugar
só meu antes do casamento. Vai ser eu e você.
O olhar de Maggie desvanece no chão. — Você vai se casar com ele,
sério? — Eu aceno e lhe dou um olhar para que não me pressione agora. Ela
acrescenta: — Eu adoraria, mas você sabe que eu não posso me dar ao luxo.
— Sim, você pode. Eu tenho parte do meu pagamento antecipado.
Podemos ir a procura de uma casa sempre que quiser, oh, e esta parte não é
opcional, você trabalha para mim agora. Eu vou precisar de uma assistente
pessoal para me dizer o que fazer, você sabe, alguém um pouco mandona.
Maggie ri e me empurra, e depois bate as mãos sobre a boca, e repete a
ação. — De jeito nenhum!
— Isso. — É tão bom ver uma explosão de felicidade em seus olhos,
mesmo por um breve momento. Mas assim que ela pisca, ela se foi, perdeu-se
nas profundezas da agonia que enchem sua alma.
Um dia ela vai parar de lutar. Um dia ela vai ceder, desistir.
Ela já teria desistido se eu não tivesse aparecido. Algumas pessoas a
levaram direto para o inferno. É irônico, porque eu tenho sangue em minhas
mãos e não me sinto como se estivesse infeliz. É mais, como eu se estou
puxando Maggie, da vida tortuosa ela conhece, e esconde com esse sorriso.
Não me arrependo de minhas ações. O pensamento faz minha pele
formigar. Na parte profunda da minha mente, eu me pergunto que tipo de
pessoa que sou, mas arrumo minha coluna e me levanto. Isso me faz ser quem
eu sou e não há nada mais a se considerar. Eu fiz o que tinha que fazer. Eu
não teria tocado em Victor se ele a deixasse em paz, se ele não tivesse
ameaçado vir atrás de nós, mas ele ameaçou. Eu vi o medo nos olhos de
Maggie é a verdade. Se Victor Campone tivesse vivido, teríamos morrido.
— Está com fome? — Eu pergunto me dirigindo à geladeira.
— Sim, um pouco. — Maggie está sentada com os pés enrolados em sua
bunda e olhando para as mãos desde que eu a peguei no apartamento do
Victor. Ela raramente faz contato visual. Acho que a luta a nocauteou. Ele
aparece em surtos, mas é como um carro que está ficando sem gasolina. Estou
muito preocupada com ela. Depois de tudo que ela passou...
Isso não pode desfazê-la. Não pode.
Porque é minha culpa desta vez.
Todas as outras vezes, a Maggie revidou. Ela nunca desistiu, nunca cedeu,
e agora a minha melhor amiga está caída no sofá, coberta de hematomas e
cortes, com os olhos que se assemelham a buracos-negros que sugam tudo,
mas não vejo nada ali. Eles não sentem nada, não mais.
Eu sorrio e digo algo estúpido, tentando fazê-la rir, mas nem sequer
obtenho um sorriso de piedade. Depois de abrir a porta da geladeira, eu gemo
em voz alta. Neil está trabalhando hoje e não conseguiu ir às compras.
Maggie pergunta: — O que ele fez?
— Ele pegou todas as sobras da festa e levou para o trabalho. Eu pensei
que era bom porque ele deveria ir às compras, mas não o fez. — Estou
inclinada na geladeira vazia olhando para uma caixa de leite vencido e um
frasco de picles. Não vou comer isso. Eu bato a geladeira e acrescento: — Eu
dar rápida saída. Será que comida chinesa vai bem?
Maggie geralmente protesta e se oferece para pagar as coisas, mas hoje,
apenas balança a cabeça. — Ótimo! — Eu digo, parecendo alegre. Ela irá
voltar. Ela vai. Se eu continuar dizendo a mim mesmo vai acontecer, certo?
De repente, eu percebo que ela não recuperou-se, matar Victor não era uma
vingança suficiente, até mesmo pelo o que ele fez com Maggie.
Capítulo 12
Pego minhas chaves e ligo o motor. O carro vermelho ronrona quando o
tiro da garagem e digito o CEP do local que irei. Quando estou prestes a
desviar para o estacionamento, um policial segue atrás de mim, com as luzes
vermelhas piscando. Eu não estava em alta velocidade. Droga. Deve ser
verdade que os carros vermelhos são parados mais do que qualquer outra cor.
Eu encosto e levo o carro para o acostamento, tomando o cuidado de
manter as mãos no volante. Papai me disse para nunca ir para a minha bolsa
ou porta-luvas até que o policial esteja de pé ao lado do carro. O cara tem que
ver as minhas mãos ou ele pode atirar em mim, bem não é exatamente do jeito
que meu pai disse isso, mas é o que ele quis dizer.
Eu aperto o botão na janela, assim como o policial se aproxima. Ele está
usando o uniforme escuro que me dá vontade de sair correndo e gritando
para o meu quarto e me esconder debaixo da minha cama.
Ele não é esse cara. Pare com isso, Hallie, xingo-me, mas isso não ajuda.
Até agora, minhas mãos estão tremendo.
— A licença e registro, por favor. — O cara tem trinta e tantos anos, e um
tipo de visual assustador. Por assustador, eu quero dizer que parece que ele
poderia tomar o meu pequeno corpo e dobrá-lo estilo acordeão e enfiá-lo em
seu tronco. O cara é massa muscular pura e ele parece chateado. Eu não posso
imaginar o que eu fiz.
Eu me aproximo do porta-luvas para retirar os papéis mencionados, mas
tudo que eu encontro é o manual sobre o carro e o último aviso de mudança
de óleo. Sem documentos. Sem registro. O meu coração dá uma guinada.
Foda-se. Eu começo a pensar que Jon brincou comigo, mas mesmo ele, não
seria tão baixo. E o policial não me pediu para sair do carro ou qualquer coisa.
Minha lanterna traseira está queimada ou algo assim, isso é tudo. Isso não é
nada.
Eu vasculho minha bolsa e tiro a minha pequena carteira. Meu rosto fica
pálido quando vejo o espaço vazio onde minha carteira de motorista deveria
estar. Olho para o policial e digo baixinho: — Ela se foi.
— Você não tem uma licença ou registro desse veículo? — Ele diz algo
em seu ombro depois de ouvir um zumbido em seu fone de ouvido. — Saia
do carro, minha senhora.
Estou tremendo agora. — Eu não fiz nada de errado. Alguém pegou a
minha licença. Eu tenho uma.
Ele me ignora e me apoia no capô. Tira seus óculos de sol. Quando o
guarda, ele pergunta: — Você sabe que você está dirigindo um veículo
roubado?
— Não é roubado.
— Oh?
Eu balanço minha cabeça, pronto para chorar. Jon não faria isso para
mim, ele não iria. — Jonathan Ferro me vendeu este carro uns dias atrás por
dez mil dólares. Eu não tive a chance de renovar a papelada ainda. Eu pensei
que tinha alguns dias?
O policial concorda. Ele vira o meu rosto para o capô e me revista. —
História legal. O carro vale muito mais do que isso. Se você vai mentir pelo
menos faz a história parecer convincente.
— É verdade! Jon me vendeu por dez mil. Pergunte a ele! Eu não estou
mentindo.
Eu sinto frio do metal prender meus pulsos quando as algemas
escorregam em torno dos meus braços. Eu começo a entrar em pânico. Meu
coração dispara muito rápido e o mundo se torna um borrão. Eu não posso
parar de falar, suplicando, e quando o policial me empurra na parte de trás de
seu carro, todos os terríveis eventos em detalhes vívidos se reproduzem em
minha mente.
Eu fecho meus olhos e tento desligá-los, mas as cores iluminam e os sons
de mais de uma década tocam alto em meus ouvidos, enquanto lágrimas caem
pelo meu rosto. O passado e o presente colidem juntos com tanta violência
que eu não posso suportar isso.
Minha mãe jura para mim antes de me enfiar no armário. Pequenas mãos
envolvem em torno de mim, e eu sei que o meu irmão mais novo, Anthony,
está apavorado. Ele cresceu e seus ossos eu sinto nitidamente sob minhas
palmas. Ele chora até que fica em silêncio, até que ele adormece, até que
minha mãe teve seu efeito das drogas e amantes. Eu a ouvi rir. Eu nunca
poderia fazê-la feliz assim. Ouvi os sons de sexo, até que algo muda. A festa
normal não é mais normal.
O policial que me tirou do armário tentou tirar o corpo sem vida do meu
irmão dos meus braços. Eu não entendi. Eu o protegia dela. Eu vigiei por
Anthony, mas depois de tudo que eu fiz, não foi o suficiente. Eles pensaram
que eu o matei em primeiro lugar. Eles me empurraram para o fundo do carro
e gritei para eles até que eu não podia chorar mais. Eu queria meu irmão, mas
eles disseram que ele estava morto.
Eu não acreditei neles.
Agora, eu tenho dificuldade em acreditar em alguém e este policial abriu
uma ferida que é tão profunda que me corta até o osso. Não, não foi o policial
- foi Jon.
Eu não posso evitar o tremor, mas eu não choro. Eles me ficham e fazem
perguntas que eu ouvi antes. A estrutura nunca muda em lugares como este.
As pessoas são as mesmas. O cheiro é idêntico. Eu olho fixamente, tentando
manter minha mente em uma única peça, mas eu sinto as rachaduras pouco a
pouco.
Quem vai salvar Maggie? Se eu me perder, quem estará lá para ela?
Ninguém. Acalme-se, Hallie.
Eu tenho direito a uma ligação, então que eu chamo a pessoa que eles
estão tentando me manter longe, o homem que está me chantageando por
sexo.
Quando ele atende o telefone, Bryan parece cansado. Eu não sei de que
outra forma dizer. Eu teria pensado que ele estava dormindo, mas há algo em
sua voz que me diz que não dorme há muito tempo. — Suffolk County PD.
Deixe-me adivinhar, é Jon ou Trystan?
— Não, — minha voz é tão baixa, tão tímida que mal faz um som.
Eu o ouvi mudar e Bryan soa mais alerta quando ele responde: — Hallie?
— Venha me pegar. Eu vou lhe dever. Qualquer coisa que você quiser,
basta vir me pegar. — Eu entrego o telefone de volta ao oficial na mesa e sou
levada de volta para a minha cela.
Capítulo 13
Estou sentada em frente a uma mulher que não consegue parar de chorar.
Ela fala sobre os tíquetes de estacionamento não pagos, sobre como ela vai
perder o emprego por causa disto e como ela não trabalhou o suficiente para
pagar os tíquetes. Depois começa a hiperventilar e menciona algo sobre
remédios. Essa é a única vez que o policial no exterior da cela olha para ela.
Eles a removem da nossa cela, dizendo que vai ter seus remédios.
Alguém entra e se senta ao meu lado. Seu rosto está machucado em um
lado.
— Olá.
Eu olho para ela e não digo nada. Meus braços estão cruzados sobre o
meu peito e estou encostada à parede, pensando em maneiras de castrar Jon
Ferro. Ele sabia sobre o meu passado e o que isto faria comigo.
A mulher não é mais que uma menina, deve de ter uns dezoito anos, com
grandes olhos redondos, mas ainda tem bochechas gordinhas, infantis. Pelo
seu rosto angular não parece ter mais de vinte e dois anos. O seu cabelo
escuro é longo e está em um rabo de cavalo bagunçado.
Ela suspira e descansa as costas contra a parede de cimento frio. — Você
passará a noite aqui? Eu espero que sim. Ele precisa de tempo para esfriar. A
única parte ruim é não ter o sabão bacteriano, mas o resto está bem. Além
disso, ele vai dar-me tempo. Eu não posso estar perto dele quando ele está
assim. Ele é geralmente é bom, mas em noites como está, eu acho melhor
ficar aqui. Eu não vou fazer a minha ligação. Ei, você parece familiar. — Ela
fala sem respirar e olha para mim o tempo todo.
— Nós nunca nos conhecemos, — é tudo o que eu digo.
Ela acena com a cabeça e continua, liberando uma onda de palavras.
Sentada, escuto sua vida, a sua história, não sinto nada, apenas piedade. Ela é
como Maggie e eu. Ela não tem ninguém que se preocupe com ela, ninguém
para ouvir a sua voz e em quem encontrar consolo através de seu toque.
Eu não sei quanto tempo estive lá, mas um tempo depois eles chamam o
meu nome, a jovem foi levada para um banho e passará a noite na cela.
Imagino o por que desejar uma cela em vez de ir para casa. Isso me faz querer
chorar, e não há porra nenhuma que eu possa fazer sobre isso. Eu não posso
nem tomar conta de mim.
A porta da cela desliza aberta e faz um som mais horrível. — Hallie
Raymond, recolha as suas coisas na recepção e vá para casa com o seu amigo
que pagou sua fiança. Se você estragar tudo, ele será o único que pagará por
isso, o melhor é se comportar.
Concordo com a cabeça e percorro o caminho para a recepção. Parece
que eu não prestei atenção por um tempo, mas o faço quando vejo Bryan.
Enquanto eu ando atrás dele eu observo a maneira como ele respira, o modo
como os seus ombros estão dobrados para frente como se ele estivesse sendo
vigiado ou com dor. Eu paro atrás dele e o assisto por um momento. Seus
quadris são estreitos, como sempre, ele não perdeu muito peso, mas seu
cabelo não brilha da maneira como ele costumava brilhar. Sua respiração é
superficial e curta, como se tivesse estado correndo. Uma sensação horrível
corre pela minha espinha quando eu olho para ele.
Naquele momento, Bryan sente os olhos sobre ele e vira. Ele tem aquele
sorriso brincalhão no rosto. — Se você queria usar algemas, eu tenho algumas.
Eu ficaria feliz... poff! — Eu bato nele com toda a força do meu corpo e o
seguro apertado.
Bryan fica chocado no início. Seus braços levam um tempo até fecharem-
se em torno de mim, e depois ele me segura. Eu sinto a sua voz, a agitação
quente de ar, quando ele sussurra em meu ouvido: — Vamos sair daqui. —
Ele me solta e eu aceno. Foi quando ele me disse a última coisa que eu queria
ouvir. — Há repórteres na frente.
— O quê? — O meu queixo cai em horror.
— Eu fiz arranjos para sair pela parte de trás, mas haverá alguém. Sempre
há. Todo mundo vai saber o que aconteceu pela manhã. — Bryan pega a
minha mão e me leva, seguindo um oficial, que nos conduz através de uma
sala com armários e na parte de trás da delegacia de polícia, para um Hummer
preto. Sou empurrada para dentro, mas não antes de um flash disparar e eu
olhei diretamente para a câmera.
Bryan empurra-o de volta, mas a foto já foi tirada. Ele sobe atrás de mim
e diz: — Dirija.
— Eu não sou a porra do seu motorista, Bryan. Diga por favor. — Um
cara da minha idade, com cabelo escuro que paira em seu rosto, está no
assento do motorista. Com óculos grandes demais para obscurecer os olhos.
— Foda-se, Trystan.
Trystan revira os olhos e se afasta com sua enorme, máquina
ambientalmente irresponsável, com o objetivo de atingir os repórteres da rua,
quando sai do estacionamento. — As pessoas seriam melhores para você, se
você fosse mais agradável para elas. Isso é tudo o que estou dizendo. —
Trystan é tranquilo, mas eu sinto seus olhos em mim. Quando eu olho para
cima, ele responde ao que eu estava pensando. — Jon não fez isso com você.
Aos poucos, meu queixo inclina-se para cima e os nossos olhos se
encontram no espelho retrovisor. — Jon Ferro é um homem morto. Ele sabe
o que isto me faria. Foi a pior coisa que ele poderia ter feito.
Bryan pega a minha mão e tece os nossos dedos juntos. — Não foi Jon.
Por favor, aguarde para matá-lo até amanhã.
— Eu poderia matá-lo agora. Bryan, eu cuidei de Campone e posso cuidar
de qualquer um que mexer com Maggie ou comigo. Eu não sou mais uma
criança. — Eu soluço e tremo quando o passado e o presente eclodem juntos
novamente. Meu irmão morreu de fome. Ele morreu em meus braços e eu era
muito boba e pequena para saber o que fazer. Eu digo que eu era apenas uma
criança, porque é mais fácil do que dizer às pessoas a minha história, mas os
Ferros sabem de tudo. Eles são como baratas que conseguem encontrar cada
mentira em cada canto escuro de sua alma. — Eu não vou ser dizimada por
Jon. Foda-se ele.
Trystan e Bryan trocam um olhar, mas ninguém diz nada. Bryan me puxa
em seus braços e me segura até pararmos em frente de um antigo motel.
Bruto é a melhor maneira de descrevê-lo. Aposto que eles alugam quartos por
hora. Trystan joga para Bryan a chave do quarto. — Fique aí até eu descobrir
o que aconteceu. Eu acho que já sei, embora os detalhes sejam vagos.
Eu balanço a minha cabeça: — Não, eu não posso. Maggie está de volta e
ela precisa de mim. E Neil...
Bryan suspira, passando as mãos pelos cabelos. Depois que ele fez isso, ele
balança a mão para o seu lado. — Maggie estará bem. E Neil é um idiota.
Além disso, ele sabe que eu a levei esta noite. Aparentemente, você disse a
Maggie que eu estava chantageando você, porque ela tentou me pregar seu
calcanhar na cabeça. — Isso me faz sorrir. — Oh, você acha que é engraçado?
— Bryan me agarra e se inclina para perto. Aqueles olhos verdes brilham por
um momento antes de embaçarem. — Vamos Raymond. Estou pensando em
usá-la até que você se esqueça de quem você é.
CONTINUA
Capítulo 10
Bryan pega o meu rosto em suas mãos.
— Se você não gostar, diga-me! — Eu aceno, lentamente, com as suas
mãos quentes ainda segurando o meu rosto.
Era como se alguém apertasse um interruptor. Os olhos de Bryan se
tornaram mais escuros, mais carnais. Ele libera o meu rosto e pressiona seu
corpo tonificado contra o meu. Empurrando as minhas costas contra a porta,
certifica-se de que eu possa sentir cada centímetro dele. Tira uma corrente
prateada com um plugue em cada extremidade e o prende nos meus mamilos.
Eu ofego quando ele os aperta. O peso das correntes faz com que eu morda
os meus lábios. Enquanto ele pressiona dentro de mim, as correntes vão se
mexendo e puxando suavemente à medida que ele desliza sobre o meu corpo.
Um pequeno suspiro escapa por entre os meus lábios. Bryan me olha, seus
olhos verdes fixos nos meus. Pega um dedo e o coloca entre os meus lábios
rosados, enquanto a outra mão desliza mais para baixo, passando pela minha
barriga e entre as minhas pernas. Eu ofego. Ele se move rapidamente, tocando
a minha protuberância sensível com o polegar, alisando o dedo sobre a carne
suave, e observando o meu rosto enquanto faz isso.
Meu queixo se ergue enquanto tento não gemer. Luto contra as sensações
que estão em erupção dentro de mim, as sensações que ele está trazendo à
tona. Seus dedos se movem sobre o meu clitóris, enquanto ele puxa a corrente
suavemente. Ele sente que estou ficando mais úmida e, em seguida, sem aviso,
sem uma mudança na expressão, empurra o dedo dentro de mim. Ele ainda
está, por um tempo, vendo meus olhos. Eu pisco devagar, sentindo-o ali, entre
as minhas pernas.
Bryan empurra o dedo mais forte, mais profundo enquanto me observa.
Sua respiração está sobre os meus lábios fazendo com que me sinta tonta.
Quando ele puxa o dedo, ergue-o para a minha boca. Delineando os meus
lábios, ele me observa, espalhando meu calor úmido, como batom. Eu pisco
lentamente, com meu coração disparado, e, excitada além da compreensão.
— Prove! — Ele ofega e empurra o dedo em minha boca. Eu passo a
minha língua contra o seu dedo, mas ele o segura lá e diz: — Chupa até que
saia do meu dedo, Hallie! — Eu hesitei, mas ele diz: — Faça isso! — Minha
língua envolve o dedo, sugando-o, saboreando o gosto. Seus olhos estão
queimando, observando-me.
Enquanto chupo o dedo, ele abaixa a outra mão entre as minhas pernas,
abrindo a minha pele escorregadia. Sensações explodem dentro de mim, mas
antes que eu possa saboreá-las, as sensações mudam. O membro duro de
Bryan entra dentro de mim, fazendo com que eu chupe o dedo mais forte
ainda. Ele puxa o dedo da minha boca, e envolve as mãos em volta da minha
cintura. Fica um pouco imóvel, por um momento, respirando rápido e forte.
Depois, puxa para fora lentamente e enfia novamente, fazendo com que eu
bata contra a porta. Meus joelhos tremem à medida que ele lentamente vai me
deixando mais louca. Eu quero mais. Quero que ele me maltrate e me deixe
tonta pela paixão. Que limpe o meu medo com a luxúria, apague a minha
memória por um momento, e tire toda a dor que tem me invadido.
Eu só quero senti-lo e nada mais. O mundo desaparece até que não sei
quanto tempo se passou. Meus braços doem enquanto ele me usa,
empurrando para dentro de mim sucessivas vezes. Minha cabeça pende para o
lado e, em seguida, levanta de volta. Eu ofego todas às vezes e os meus seios
tremem com a força de seu empurrão.
Algo se desdobra dentro de mim. Quero suas mãos em mim, fazendo
tudo ao mesmo tempo. Vertentes delicadas de paixão irrompem dentro de
mim, enviando arrepios pelas minhas coxas e seios. Todos os lugares que
desejo que ele toque fervem como uma corrente viva. Arqueando minhas
costas, eu pressiono meus quadris contra os dele, só para que batam
novamente.
Seus impulsos mudam para provocar, gentilmente empurrando e puxando
para fora. Ele é tão duro, tão perfeito. Quero colocar as minhas pernas ao
redor de seus quadris, mas não posso. As respirações irregulares me
consomem e o quarto está além de quente. Meu corpo está pingando de suor.
Inclinando a cabeça para trás, olho para o teto. É quando suas mãos
encontram os meus seios. Meus lábios formam um O, mas não digo nada. Ele
sente a maciez, a plenitude das minhas curvas enquanto empurra seu pênis
longo e duro em mim lentamente, torturando-me, sucessivamente.
Tomando meus mamilos entre os dedos, ele os torce suavemente e aperta
os grampos. Eu grito, empurrando os meus seios para ele, mas a porta me
detém. Ofegante, mal posso respirar.
Ele sorri, — Shhh! Nenhum som de você! Eu quero que isso entre nós!
Não estou entendendo. Então por que ele quis fazer aquela cena com Neil
e Maggie? Naquele momento, não me importo. Faço o que ele diz e mordo o
lábio para me manter em silêncio. Ele entra profundamente dentro de mim de
novo, e minha boca se abre. Eu engulo o som antes que ele ouça. O único
barulho é a lufada de ar saindo com força dos meus pulmões.
— Boa menina, — ele ronrona e retira antes de novamente empurrar,
desta vez mais profundamente. O tom de sua voz me faz derreter.
Antes que eu possa pensar noutra coisa, os dedos de Bryan apertam em
torno das correntes nos meus mamilos. Seus quadris se mantêm pressionados
rentes aos meus, seu comprimento perdido dentro de mim. Meu queixo cai, e
eu o vejo me observando, esperando que eu faça qualquer barulho. Meus
olhos se fixam nos seus, enquanto sensações ardentes circulam através do meu
corpo, construindo mais apertado e mais forte. Ele lentamente adiciona mais
pressão, provocando e puxando os meus mamilos mais e mais, fazendo com
que a pinça aperte mais ainda. O calor em meu estômago endurece através do
meu corpo. Eu movo os meus quadris e tento balançar contra ele, mas ele me
acalma.
— Não, não. Ainda não!
Eu suspiro! — Eu gosto de ser espancada!
— Sério? — Eu aceno. Sua mão vem com força na minha bunda. Ambas
as nádegas ardem. Ele faz isso enquanto ele ainda está dentro de mim, o que
me faz apertar mais em torno dele. Ele suspira e faz isso de novo, e de novo.
O impacto de suas mãos é tão bom. A ardência envia arrepios através de mim
em ondas que não acabam. Elas navegam pelo meu estômago e se espalham
por todo o meu corpo. Todos os deliciosos formigamentos me atravessam,
fazendo com que eu deslize a minha língua sobre os dentes. Faço isso sem
pensar. É uma reação a ele, ao que está fazendo comigo.
Sem aviso, Bryan puxa para fora. Isso me deixa louca. Meus quadris
sacodem, mas não posso alcançá-lo. O cinto corta os meus pulsos enquanto
me esforço contra as limitações que me foram impostas. Ofego, observando-o
enquanto ele se move para longe de mim. O desejo arde pelo meu corpo. Não
consigo me controlar. Puxando os meus pulsos mais forte ainda, tento
libertar-me do cinto de novo, mas não consigo. Só fica mais apertado.
Ele sorri, assistindo-me lutar, até que eu paro e olho para ele. A expressão
em seu rosto, a intensidade de seus olhos, fazem com que meu estômago se
contorça. Minha respiração fica presa na minha garganta enquanto Bryan
passa perto o suficiente para me tocar, mas ele não toca. Estou ofegante.
Meus olhos estão implorando para que ele faça algo, para que me faça gozar,
deixar-me fode-lo... Qualquer coisa.
— Diga-me o que você deseja, Hallie! Implore-me por isso! — Ele
sussurra palavras ao lado do meu ouvido. A reação dentro de mim é rápida e
violenta. Seu hálito quente faz meu clitóris pulsar e parecer que vou morrer se
ele não me tocar, se ele não terminar o que começou. Ele está tão perto, quase
me tocando, mas não desliza os dedos pela minha cintura. Ele não toca o meu
peito e não provoca os meus mamilos. Isso me faz desejá-lo ainda mais. Eu
me sinto como um animal acorrentado, incapaz de pensar. — Responda-me
linda mulher! — Ele ordena e eu sinto a batida da sua mão na minha bunda.
Meu corpo está tão bem enrolado que o tapa me faz gemer. Eu não
esperava isso, mas antes que pudesse controlar os meu gemido, ele escapa dos
meus lábios. Eu ofego, chocada por não ter sido capaz de abafar o ruído ou
pará-lo a tempo. A mão de Bryan voa uma segunda vez, com mais força. Ele
observa meu rosto enquanto eu estremeço debaixo da sua mão. O tapa é
rápido, e eu sei que vou ter um problema para andar depois, mas não me
importo. Eu grito, dizendo o seu nome, empurrando os meus seios contra ele.
Um olhar perverso torce seus lábios em um sorriso sexy. — Responda-
me! — Sua voz soa como um grunhido e quando não consigo fazer nada,
senão ofegar incontrolavelmente, sua mão me atinge pela terceira vez. Mas ele
não me libera. Em vez disso, ele pega a minha bochecha na mão e aperta. A
ardência se intensifica pela forma como ele me agarra. O belo corpo de Bryan
está coberto por um brilho fino de suor, enquanto me trata grosseiramente.
— Diga-me o que você deseja!
Minha voz é um suspiro. O desejo correndo desenfreadamente. — Eu
quero suas mãos sobre mim, em mim! Eu quero que você me foda sem
sentido. Foda-me, Bryan!
— Implore por isso, Hallie! Implore mais alto! — Seu punho aperta a
minha bunda fazendo com que o meu corpo pressione contra o seu. Gotas de
suor rolam pela minha espinha.
Minha voz treme enquanto imploro, sem capacidade de manter qualquer
traço de comedimento.
— Por favor, Bryan... Por favor! Foda-me! Foda a minha buceta! Encha-
me com o seu gozo. Por favor, baby! Por favor... — Eu continuo a lhe pedir,
enquanto suas mãos deslizam sobre os meus quadris e para baixo entre as
minhas pernas. Quando ele toca o meu clitóris, eu gemo. Bryan inclina sua
cabeça para trás, olhando para mim. — Foda-me, baby! Por favor! — Meus
quadris se remexem contra a sua mão. Em resposta, ele aperta os dedos no
meu clitóris. Eu grito: — Foda-me! Por favor! Bryan! Eu preciso de você! Por
favor!
Quando eu digo o nome dele, ele quebra. Antes de saber o que está
acontecendo, suas mãos estão segurando os meus pulsos sobre a minha
cabeça enquanto ele bate seu membro rígido dentro de mim sucessivamente.
Ele empurra mais e mais profundamente a cada vez, com as mãos deslizando
pelos meus braços. Batendo-se cada vez mais duro contra mim, ele assiste
meus seios balançando e saltando até que ele toma ambos em suas mãos e
aperta os meus mamilos duramente. Eu berro, mas isso só faz com que ele
aperte com mais força, até que a corrente cai. Cai aos meus pés e ele a deixa
lá.
Bryan se move, empurrando para dentro de mim fodendo-me cada vez
mais rápido. O calor entre as minhas pernas percorre todo o meu corpo.
Parece que não posso ser dominada. Não há o suficiente dele para me
satisfazer, nunca. Quando seus dedos apertam mais duramente contra os meus
mamilos doloridos, meus olhos se arregalam. Ele me olha nos olhos enquanto
ele empurra para dentro de mim uma vez... forte. Minhas costas batem contra
a porta e ele me segura lá, observando-me. Seus lábios entreabertos, ele
respira sem dizer nada. Suas mãos suavemente empurram os cabelos para
longe dos meus olhos. Ele acalma por um momento e não posso suportar
isso. Seu pau está em mim, mas não importa o quanto eu me mexa, não posso
fazer com que ele me foda.
Com todo o peso do seu corpo, ele me achata contra a porta. Seus olhos
ardem com o desejo, sua testa está pingando de suor.
— Goze para mim, baby! — Ele respira e mete em mim rápido e
furiosamente. Ele não para quando eu grito. Ele continua metendo contra
mim até que meu corpo não pode ficar mais retesado.
Cada vez que ele afunda em mim eu me sinto mais excitada. Eu não posso
respirar, mas não quero que ele pare. Seu corpo me esmaga, enquanto me
monta, balançando contra mim furiosamente. Eu gemo, e posso dizer o quão
forte ele está empurrando e o quanto vou estar machucada depois, mas não
me importo. No momento, isso é muito bom. Minha pele formiga e está
pingando de suor. Meus seios saltam mais e mais para cima com cada batida
de seu corpo contra o meu. E sem outro pensamento, eu gozo. Meu grito sai
rasgado através da minha garganta. Não posso gozar silenciosamente, não
quando ele faz assim. Bryan me bate mais forte enquanto as deliciosas
sensações giram, fazendo com que todo o meu corpo entre em erupção. Eu o
sinto meter contra mim duro e profundamente, e ele goza alguns segundos
após.
Esgotada, pendurada e estremecendo contra a porta, estou pronta para
cair no chão. Bryan se afasta e me olha. Com os lábios entreabertos, ele só
olha para mim por um momento antes de desatar o cinto. Quando as minhas
mãos caem ao meu lado, meus braços queimam. Bryan me toma em seus
braços e me leva para a cama. Ele me senta na frente dele e esfrega os
músculos doloridos em meus braços e ombros. Minha cabeça se inclina para o
lado enquanto ele faz isso. Cada centímetro meu está formigando. Não quero
que esse momento termine, mas Bryan para.
Viro-me e olho para ele. Ele está brilhando, coberto por uma fina camada
de suor que cheira tão bem. Eu quero lambê-lo, mas apenas aceno. Ele vira
seus olhos esmeraldas para longe e diz:
— Eu acho que eu deveria ir.
— Você vai embora? — De repente, eu me sinto muito nua. Puxo a
coberta da cama e a enrolo em volta dos meus ombros.
— Sim, a menos que você queira que eu fique e diga a Neil tudo sobre
como eu acabei com a raça da sua noiva. — Ele me olha por um segundo. Sua
testa está coberta de suor e seu rosto está brilhando. — O que há de errado?
— Ele sempre pôde me ler tão bem. Eu quero dizer a ele sobre Victor, mas
não posso.
Eu digo outra coisa.
— Neil fez a proposta e eu disse sim. — Eu ergo o meu anel.
— Sim, eu vi isso. Você realmente aceitou? — Bryan se senta ao meu lado.
— Na verdade não. Ele aceitou por mim. — Nós dois ficamos em silêncio
por algum tempo.
Bryan se veste e diz:
— Eu voltarei para ter você do meu jeito de novo em breve. Da próxima
vez é melhor que o idiota do seu noivo tenha você pronta para mim. E eu
quero que você use isso quando estiver comigo e só comigo. — Ele levanta a
corrente do chão e a joga para mim.
A porta do quarto se abre e Neil está lívido. Ele olha para mim e depois
para Bryan:
— Você acha que isso é engraçado?
— Não, acho que ela precisa de algo que você não pode dar a ela. Estou
dando a você uma única chance de quebrar seu compromisso e foder a sua
noiva. Mas você tem que fazer isso como um animal. Satisfaça-a!
O rosto de Neil contorce desgostoso.
— Eu a satisfaço sem esse comportamento bárbaro. Fazer amor não
precisa de mordaças, amarras ou oprimir mulheres de forma nenhuma. Tenho
certeza de que Hallie só aceitou isso pela equipe, seu pedaço de merda
demente!
Essa foi a coisa mais cruel que já ouvi Neil dizendo e eu quero rir, porque
é pateticamente fraco. O homem que estava me usando, ofereceu para quebrar
o acordo se Neil prometer me pegar e fazer sexo animalesco comigo. O
homem deveria ter dito que sim, mas ele, pela sua moral, disse que não. Estou
cansada demais para pensar no que isso significa. O que aconteceu aqui?
— Ela vai tomar mais do que uma foda pela equipe. — Bryan pisca um
dos olhos. — Vejo você amanhã, escrava sexual! Trarei um colar para você e
vai usá-lo. — Bryan aperta a mão de Neil. — Você é um homem inteligente.
O que são alguns meses de infidelidade comparados com uma vida de
riquezas, certo?
Neil aperta a sua mandíbula.
— Então você planeja que isso continue por alguns meses?
— Provavelmente não por muito tempo. Eu fico entediado fodendo a
mesma mulher todo dia. Não se preocupe Neil! Ela é sua sujeira, não a minha.
— Com isso, Bryan vira as costas e sai.
— Neil, — estou pronta para explodir em lágrimas. O julgamento está
espalhado em seu rosto.
— Hallie, isso não é natural. Você não é um animal selvagem! Será que ele
conseguiu instigá-la para que você fingisse o que você não é?
Eu dou de ombros. Não quero falar sobre isso.
— Não tenho ideia.
— Eu deverei deixá-lo foder e espancar você na minha cama, sempre que
ele quiser?
Eu olho fixamente para frente.
— Até que ele se canse de mim, sim. Lide com isso! Você foi quem me
disse para fazer isso. — Eu destaco a última frase. — E ele lhe deu uma saída.
Você não aceitou. — Eu fico olhando para ele, e puxo a coberta mais forte em
volta dos meus ombros.
Neil revira os olhos.
— Eu pensei que fosse apenas uma noite.
— Eu também. Estávamos errados sobre uma porção de coisas.
Capítulo 11
Eu deveria me sentir envergonhada, mas não sinto. No dia seguinte, me
sento com Maggie no sofá enquanto Neil está fora. Ela tem estado muito
tranquila desde que a busquei em seu antigo apartamento. Maggie olha para o
espaço, e eu sei que a memória está se defrontando com o novo e joga uma e
outra vez em sua mente.
— Você quer falar sobre isso? — Eu pergunto, já sabendo a resposta.
Ela inspira e balança a cabeça, antes de oferecer-me um sorriso forçado.
— Não há nada a dizer. A mesma velha merda. Nada mudou, mas dói mais
agora. — Ela sorri como se algo fosse engraçado. — Eu pensava que doía
mais quando eu era criança. Acho que não.
— O que ele fez?
— A mesma coisa de sempre. Victor gosta de possuir coisas. — Ela muda
em seu assento e, em seguida, levanta, colocando distância entre nós. — Era
para eu arranjar-lhe uma garota. Ele tem um tipo, quadris redondos, cabelos
escuros e pele pálida, como Nicole Kidman, mas morena. Assim, a cada
semana, eu levava alguém. Elas ganham algumas centenas de dólares, e ele faz
o que faz. Na semana que eu não conseguia encontrar ninguém, eu a
substituía, mas desta vez... — Ela para de falar e balança a cabeça. — Eu não
deveria ter ido. Geralmente é apenas sexo violento. Ele dá um tapa e me
arranha. Vou para casa e é isso. Mas desta vez... — Ela balança a cabeça e olha
por cima do ombro para mim. — Eu não quero falar sobre isso. Eu tentei
fugir e, em seguida, desisti quando ele disse o que ele faria comigo, e depois
com você. Ele me deu uns tapas por um tempo, me levando do jeito que ele
quis, e então eu ouvi a sua voz e eu estava morrendo de medo que ele fosse
levá-la também. Sinto muito, Hallie.
— Não é culpa sua. — Eu me sinto horrível por deixar sua vida
desmoronar assim. Nós deveríamos estar lá uma para a outra. — Eu deveria
ter chegado mais cedo. Eu teria... Eu gostaria de poder ter tudo de volta.
Maggie sorri tristemente e envolve os braços em torno de si. — Sim, eu
também. E agora? Sem ofensa, mas eu não suporto Neil.
Concordo com a cabeça. — Eu estava pensando que deveria ter um lugar
só meu antes do casamento. Vai ser eu e você.
O olhar de Maggie desvanece no chão. — Você vai se casar com ele,
sério? — Eu aceno e lhe dou um olhar para que não me pressione agora. Ela
acrescenta: — Eu adoraria, mas você sabe que eu não posso me dar ao luxo.
— Sim, você pode. Eu tenho parte do meu pagamento antecipado.
Podemos ir a procura de uma casa sempre que quiser, oh, e esta parte não é
opcional, você trabalha para mim agora. Eu vou precisar de uma assistente
pessoal para me dizer o que fazer, você sabe, alguém um pouco mandona.
Maggie ri e me empurra, e depois bate as mãos sobre a boca, e repete a
ação. — De jeito nenhum!
— Isso. — É tão bom ver uma explosão de felicidade em seus olhos,
mesmo por um breve momento. Mas assim que ela pisca, ela se foi, perdeu-se
nas profundezas da agonia que enchem sua alma.
Um dia ela vai parar de lutar. Um dia ela vai ceder, desistir.
Ela já teria desistido se eu não tivesse aparecido. Algumas pessoas a
levaram direto para o inferno. É irônico, porque eu tenho sangue em minhas
mãos e não me sinto como se estivesse infeliz. É mais, como eu se estou
puxando Maggie, da vida tortuosa ela conhece, e esconde com esse sorriso.
Não me arrependo de minhas ações. O pensamento faz minha pele
formigar. Na parte profunda da minha mente, eu me pergunto que tipo de
pessoa que sou, mas arrumo minha coluna e me levanto. Isso me faz ser quem
eu sou e não há nada mais a se considerar. Eu fiz o que tinha que fazer. Eu
não teria tocado em Victor se ele a deixasse em paz, se ele não tivesse
ameaçado vir atrás de nós, mas ele ameaçou. Eu vi o medo nos olhos de
Maggie é a verdade. Se Victor Campone tivesse vivido, teríamos morrido.
— Está com fome? — Eu pergunto me dirigindo à geladeira.
— Sim, um pouco. — Maggie está sentada com os pés enrolados em sua
bunda e olhando para as mãos desde que eu a peguei no apartamento do
Victor. Ela raramente faz contato visual. Acho que a luta a nocauteou. Ele
aparece em surtos, mas é como um carro que está ficando sem gasolina. Estou
muito preocupada com ela. Depois de tudo que ela passou...
Isso não pode desfazê-la. Não pode.
Porque é minha culpa desta vez.
Todas as outras vezes, a Maggie revidou. Ela nunca desistiu, nunca cedeu,
e agora a minha melhor amiga está caída no sofá, coberta de hematomas e
cortes, com os olhos que se assemelham a buracos-negros que sugam tudo,
mas não vejo nada ali. Eles não sentem nada, não mais.
Eu sorrio e digo algo estúpido, tentando fazê-la rir, mas nem sequer
obtenho um sorriso de piedade. Depois de abrir a porta da geladeira, eu gemo
em voz alta. Neil está trabalhando hoje e não conseguiu ir às compras.
Maggie pergunta: — O que ele fez?
— Ele pegou todas as sobras da festa e levou para o trabalho. Eu pensei
que era bom porque ele deveria ir às compras, mas não o fez. — Estou
inclinada na geladeira vazia olhando para uma caixa de leite vencido e um
frasco de picles. Não vou comer isso. Eu bato a geladeira e acrescento: — Eu
dar rápida saída. Será que comida chinesa vai bem?
Maggie geralmente protesta e se oferece para pagar as coisas, mas hoje,
apenas balança a cabeça. — Ótimo! — Eu digo, parecendo alegre. Ela irá
voltar. Ela vai. Se eu continuar dizendo a mim mesmo vai acontecer, certo?
De repente, eu percebo que ela não recuperou-se, matar Victor não era uma
vingança suficiente, até mesmo pelo o que ele fez com Maggie.
Capítulo 12
Pego minhas chaves e ligo o motor. O carro vermelho ronrona quando o
tiro da garagem e digito o CEP do local que irei. Quando estou prestes a
desviar para o estacionamento, um policial segue atrás de mim, com as luzes
vermelhas piscando. Eu não estava em alta velocidade. Droga. Deve ser
verdade que os carros vermelhos são parados mais do que qualquer outra cor.
Eu encosto e levo o carro para o acostamento, tomando o cuidado de
manter as mãos no volante. Papai me disse para nunca ir para a minha bolsa
ou porta-luvas até que o policial esteja de pé ao lado do carro. O cara tem que
ver as minhas mãos ou ele pode atirar em mim, bem não é exatamente do jeito
que meu pai disse isso, mas é o que ele quis dizer.
Eu aperto o botão na janela, assim como o policial se aproxima. Ele está
usando o uniforme escuro que me dá vontade de sair correndo e gritando
para o meu quarto e me esconder debaixo da minha cama.
Ele não é esse cara. Pare com isso, Hallie, xingo-me, mas isso não ajuda.
Até agora, minhas mãos estão tremendo.
— A licença e registro, por favor. — O cara tem trinta e tantos anos, e um
tipo de visual assustador. Por assustador, eu quero dizer que parece que ele
poderia tomar o meu pequeno corpo e dobrá-lo estilo acordeão e enfiá-lo em
seu tronco. O cara é massa muscular pura e ele parece chateado. Eu não posso
imaginar o que eu fiz.
Eu me aproximo do porta-luvas para retirar os papéis mencionados, mas
tudo que eu encontro é o manual sobre o carro e o último aviso de mudança
de óleo. Sem documentos. Sem registro. O meu coração dá uma guinada.
Foda-se. Eu começo a pensar que Jon brincou comigo, mas mesmo ele, não
seria tão baixo. E o policial não me pediu para sair do carro ou qualquer coisa.
Minha lanterna traseira está queimada ou algo assim, isso é tudo. Isso não é
nada.
Eu vasculho minha bolsa e tiro a minha pequena carteira. Meu rosto fica
pálido quando vejo o espaço vazio onde minha carteira de motorista deveria
estar. Olho para o policial e digo baixinho: — Ela se foi.
— Você não tem uma licença ou registro desse veículo? — Ele diz algo
em seu ombro depois de ouvir um zumbido em seu fone de ouvido. — Saia
do carro, minha senhora.
Estou tremendo agora. — Eu não fiz nada de errado. Alguém pegou a
minha licença. Eu tenho uma.
Ele me ignora e me apoia no capô. Tira seus óculos de sol. Quando o
guarda, ele pergunta: — Você sabe que você está dirigindo um veículo
roubado?
— Não é roubado.
— Oh?
Eu balanço minha cabeça, pronto para chorar. Jon não faria isso para
mim, ele não iria. — Jonathan Ferro me vendeu este carro uns dias atrás por
dez mil dólares. Eu não tive a chance de renovar a papelada ainda. Eu pensei
que tinha alguns dias?
O policial concorda. Ele vira o meu rosto para o capô e me revista. —
História legal. O carro vale muito mais do que isso. Se você vai mentir pelo
menos faz a história parecer convincente.
— É verdade! Jon me vendeu por dez mil. Pergunte a ele! Eu não estou
mentindo.
Eu sinto frio do metal prender meus pulsos quando as algemas
escorregam em torno dos meus braços. Eu começo a entrar em pânico. Meu
coração dispara muito rápido e o mundo se torna um borrão. Eu não posso
parar de falar, suplicando, e quando o policial me empurra na parte de trás de
seu carro, todos os terríveis eventos em detalhes vívidos se reproduzem em
minha mente.
Eu fecho meus olhos e tento desligá-los, mas as cores iluminam e os sons
de mais de uma década tocam alto em meus ouvidos, enquanto lágrimas caem
pelo meu rosto. O passado e o presente colidem juntos com tanta violência
que eu não posso suportar isso.
Minha mãe jura para mim antes de me enfiar no armário. Pequenas mãos
envolvem em torno de mim, e eu sei que o meu irmão mais novo, Anthony,
está apavorado. Ele cresceu e seus ossos eu sinto nitidamente sob minhas
palmas. Ele chora até que fica em silêncio, até que ele adormece, até que
minha mãe teve seu efeito das drogas e amantes. Eu a ouvi rir. Eu nunca
poderia fazê-la feliz assim. Ouvi os sons de sexo, até que algo muda. A festa
normal não é mais normal.
O policial que me tirou do armário tentou tirar o corpo sem vida do meu
irmão dos meus braços. Eu não entendi. Eu o protegia dela. Eu vigiei por
Anthony, mas depois de tudo que eu fiz, não foi o suficiente. Eles pensaram
que eu o matei em primeiro lugar. Eles me empurraram para o fundo do carro
e gritei para eles até que eu não podia chorar mais. Eu queria meu irmão, mas
eles disseram que ele estava morto.
Eu não acreditei neles.
Agora, eu tenho dificuldade em acreditar em alguém e este policial abriu
uma ferida que é tão profunda que me corta até o osso. Não, não foi o policial
- foi Jon.
Eu não posso evitar o tremor, mas eu não choro. Eles me ficham e fazem
perguntas que eu ouvi antes. A estrutura nunca muda em lugares como este.
As pessoas são as mesmas. O cheiro é idêntico. Eu olho fixamente, tentando
manter minha mente em uma única peça, mas eu sinto as rachaduras pouco a
pouco.
Quem vai salvar Maggie? Se eu me perder, quem estará lá para ela?
Ninguém. Acalme-se, Hallie.
Eu tenho direito a uma ligação, então que eu chamo a pessoa que eles
estão tentando me manter longe, o homem que está me chantageando por
sexo.
Quando ele atende o telefone, Bryan parece cansado. Eu não sei de que
outra forma dizer. Eu teria pensado que ele estava dormindo, mas há algo em
sua voz que me diz que não dorme há muito tempo. — Suffolk County PD.
Deixe-me adivinhar, é Jon ou Trystan?
— Não, — minha voz é tão baixa, tão tímida que mal faz um som.
Eu o ouvi mudar e Bryan soa mais alerta quando ele responde: — Hallie?
— Venha me pegar. Eu vou lhe dever. Qualquer coisa que você quiser,
basta vir me pegar. — Eu entrego o telefone de volta ao oficial na mesa e sou
levada de volta para a minha cela.
Capítulo 13
Estou sentada em frente a uma mulher que não consegue parar de chorar.
Ela fala sobre os tíquetes de estacionamento não pagos, sobre como ela vai
perder o emprego por causa disto e como ela não trabalhou o suficiente para
pagar os tíquetes. Depois começa a hiperventilar e menciona algo sobre
remédios. Essa é a única vez que o policial no exterior da cela olha para ela.
Eles a removem da nossa cela, dizendo que vai ter seus remédios.
Alguém entra e se senta ao meu lado. Seu rosto está machucado em um
lado.
— Olá.
Eu olho para ela e não digo nada. Meus braços estão cruzados sobre o
meu peito e estou encostada à parede, pensando em maneiras de castrar Jon
Ferro. Ele sabia sobre o meu passado e o que isto faria comigo.
A mulher não é mais que uma menina, deve de ter uns dezoito anos, com
grandes olhos redondos, mas ainda tem bochechas gordinhas, infantis. Pelo
seu rosto angular não parece ter mais de vinte e dois anos. O seu cabelo
escuro é longo e está em um rabo de cavalo bagunçado.
Ela suspira e descansa as costas contra a parede de cimento frio. — Você
passará a noite aqui? Eu espero que sim. Ele precisa de tempo para esfriar. A
única parte ruim é não ter o sabão bacteriano, mas o resto está bem. Além
disso, ele vai dar-me tempo. Eu não posso estar perto dele quando ele está
assim. Ele é geralmente é bom, mas em noites como está, eu acho melhor
ficar aqui. Eu não vou fazer a minha ligação. Ei, você parece familiar. — Ela
fala sem respirar e olha para mim o tempo todo.
— Nós nunca nos conhecemos, — é tudo o que eu digo.
Ela acena com a cabeça e continua, liberando uma onda de palavras.
Sentada, escuto sua vida, a sua história, não sinto nada, apenas piedade. Ela é
como Maggie e eu. Ela não tem ninguém que se preocupe com ela, ninguém
para ouvir a sua voz e em quem encontrar consolo através de seu toque.
Eu não sei quanto tempo estive lá, mas um tempo depois eles chamam o
meu nome, a jovem foi levada para um banho e passará a noite na cela.
Imagino o por que desejar uma cela em vez de ir para casa. Isso me faz querer
chorar, e não há porra nenhuma que eu possa fazer sobre isso. Eu não posso
nem tomar conta de mim.
A porta da cela desliza aberta e faz um som mais horrível. — Hallie
Raymond, recolha as suas coisas na recepção e vá para casa com o seu amigo
que pagou sua fiança. Se você estragar tudo, ele será o único que pagará por
isso, o melhor é se comportar.
Concordo com a cabeça e percorro o caminho para a recepção. Parece
que eu não prestei atenção por um tempo, mas o faço quando vejo Bryan.
Enquanto eu ando atrás dele eu observo a maneira como ele respira, o modo
como os seus ombros estão dobrados para frente como se ele estivesse sendo
vigiado ou com dor. Eu paro atrás dele e o assisto por um momento. Seus
quadris são estreitos, como sempre, ele não perdeu muito peso, mas seu
cabelo não brilha da maneira como ele costumava brilhar. Sua respiração é
superficial e curta, como se tivesse estado correndo. Uma sensação horrível
corre pela minha espinha quando eu olho para ele.
Naquele momento, Bryan sente os olhos sobre ele e vira. Ele tem aquele
sorriso brincalhão no rosto. — Se você queria usar algemas, eu tenho algumas.
Eu ficaria feliz... poff! — Eu bato nele com toda a força do meu corpo e o
seguro apertado.
Bryan fica chocado no início. Seus braços levam um tempo até fecharem-
se em torno de mim, e depois ele me segura. Eu sinto a sua voz, a agitação
quente de ar, quando ele sussurra em meu ouvido: — Vamos sair daqui. —
Ele me solta e eu aceno. Foi quando ele me disse a última coisa que eu queria
ouvir. — Há repórteres na frente.
— O quê? — O meu queixo cai em horror.
— Eu fiz arranjos para sair pela parte de trás, mas haverá alguém. Sempre
há. Todo mundo vai saber o que aconteceu pela manhã. — Bryan pega a
minha mão e me leva, seguindo um oficial, que nos conduz através de uma
sala com armários e na parte de trás da delegacia de polícia, para um Hummer
preto. Sou empurrada para dentro, mas não antes de um flash disparar e eu
olhei diretamente para a câmera.
Bryan empurra-o de volta, mas a foto já foi tirada. Ele sobe atrás de mim
e diz: — Dirija.
— Eu não sou a porra do seu motorista, Bryan. Diga por favor. — Um
cara da minha idade, com cabelo escuro que paira em seu rosto, está no
assento do motorista. Com óculos grandes demais para obscurecer os olhos.
— Foda-se, Trystan.
Trystan revira os olhos e se afasta com sua enorme, máquina
ambientalmente irresponsável, com o objetivo de atingir os repórteres da rua,
quando sai do estacionamento. — As pessoas seriam melhores para você, se
você fosse mais agradável para elas. Isso é tudo o que estou dizendo. —
Trystan é tranquilo, mas eu sinto seus olhos em mim. Quando eu olho para
cima, ele responde ao que eu estava pensando. — Jon não fez isso com você.
Aos poucos, meu queixo inclina-se para cima e os nossos olhos se
encontram no espelho retrovisor. — Jon Ferro é um homem morto. Ele sabe
o que isto me faria. Foi a pior coisa que ele poderia ter feito.
Bryan pega a minha mão e tece os nossos dedos juntos. — Não foi Jon.
Por favor, aguarde para matá-lo até amanhã.
— Eu poderia matá-lo agora. Bryan, eu cuidei de Campone e posso cuidar
de qualquer um que mexer com Maggie ou comigo. Eu não sou mais uma
criança. — Eu soluço e tremo quando o passado e o presente eclodem juntos
novamente. Meu irmão morreu de fome. Ele morreu em meus braços e eu era
muito boba e pequena para saber o que fazer. Eu digo que eu era apenas uma
criança, porque é mais fácil do que dizer às pessoas a minha história, mas os
Ferros sabem de tudo. Eles são como baratas que conseguem encontrar cada
mentira em cada canto escuro de sua alma. — Eu não vou ser dizimada por
Jon. Foda-se ele.
Trystan e Bryan trocam um olhar, mas ninguém diz nada. Bryan me puxa
em seus braços e me segura até pararmos em frente de um antigo motel.
Bruto é a melhor maneira de descrevê-lo. Aposto que eles alugam quartos por
hora. Trystan joga para Bryan a chave do quarto. — Fique aí até eu descobrir
o que aconteceu. Eu acho que já sei, embora os detalhes sejam vagos.
Eu balanço a minha cabeça: — Não, eu não posso. Maggie está de volta e
ela precisa de mim. E Neil...
Bryan suspira, passando as mãos pelos cabelos. Depois que ele fez isso, ele
balança a mão para o seu lado. — Maggie estará bem. E Neil é um idiota.
Além disso, ele sabe que eu a levei esta noite. Aparentemente, você disse a
Maggie que eu estava chantageando você, porque ela tentou me pregar seu
calcanhar na cabeça. — Isso me faz sorrir. — Oh, você acha que é engraçado?
— Bryan me agarra e se inclina para perto. Aqueles olhos verdes brilham por
um momento antes de embaçarem. — Vamos Raymond. Estou pensando em
usá-la até que você se esqueça de quem você é.
CONTINUA
Capítulo 10
Bryan pega o meu rosto em suas mãos.
— Se você não gostar, diga-me! — Eu aceno, lentamente, com as suas
mãos quentes ainda segurando o meu rosto.
Era como se alguém apertasse um interruptor. Os olhos de Bryan se
tornaram mais escuros, mais carnais. Ele libera o meu rosto e pressiona seu
corpo tonificado contra o meu. Empurrando as minhas costas contra a porta,
certifica-se de que eu possa sentir cada centímetro dele. Tira uma corrente
prateada com um plugue em cada extremidade e o prende nos meus mamilos.
Eu ofego quando ele os aperta. O peso das correntes faz com que eu morda
os meus lábios. Enquanto ele pressiona dentro de mim, as correntes vão se
mexendo e puxando suavemente à medida que ele desliza sobre o meu corpo.
Um pequeno suspiro escapa por entre os meus lábios. Bryan me olha, seus
olhos verdes fixos nos meus. Pega um dedo e o coloca entre os meus lábios
rosados, enquanto a outra mão desliza mais para baixo, passando pela minha
barriga e entre as minhas pernas. Eu ofego. Ele se move rapidamente, tocando
a minha protuberância sensível com o polegar, alisando o dedo sobre a carne
suave, e observando o meu rosto enquanto faz isso.
Meu queixo se ergue enquanto tento não gemer. Luto contra as sensações
que estão em erupção dentro de mim, as sensações que ele está trazendo à
tona. Seus dedos se movem sobre o meu clitóris, enquanto ele puxa a corrente
suavemente. Ele sente que estou ficando mais úmida e, em seguida, sem aviso,
sem uma mudança na expressão, empurra o dedo dentro de mim. Ele ainda
está, por um tempo, vendo meus olhos. Eu pisco devagar, sentindo-o ali, entre
as minhas pernas.
Bryan empurra o dedo mais forte, mais profundo enquanto me observa.
Sua respiração está sobre os meus lábios fazendo com que me sinta tonta.
Quando ele puxa o dedo, ergue-o para a minha boca. Delineando os meus
lábios, ele me observa, espalhando meu calor úmido, como batom. Eu pisco
lentamente, com meu coração disparado, e, excitada além da compreensão.
— Prove! — Ele ofega e empurra o dedo em minha boca. Eu passo a
minha língua contra o seu dedo, mas ele o segura lá e diz: — Chupa até que
saia do meu dedo, Hallie! — Eu hesitei, mas ele diz: — Faça isso! — Minha
língua envolve o dedo, sugando-o, saboreando o gosto. Seus olhos estão
queimando, observando-me.
Enquanto chupo o dedo, ele abaixa a outra mão entre as minhas pernas,
abrindo a minha pele escorregadia. Sensações explodem dentro de mim, mas
antes que eu possa saboreá-las, as sensações mudam. O membro duro de
Bryan entra dentro de mim, fazendo com que eu chupe o dedo mais forte
ainda. Ele puxa o dedo da minha boca, e envolve as mãos em volta da minha
cintura. Fica um pouco imóvel, por um momento, respirando rápido e forte.
Depois, puxa para fora lentamente e enfia novamente, fazendo com que eu
bata contra a porta. Meus joelhos tremem à medida que ele lentamente vai me
deixando mais louca. Eu quero mais. Quero que ele me maltrate e me deixe
tonta pela paixão. Que limpe o meu medo com a luxúria, apague a minha
memória por um momento, e tire toda a dor que tem me invadido.
Eu só quero senti-lo e nada mais. O mundo desaparece até que não sei
quanto tempo se passou. Meus braços doem enquanto ele me usa,
empurrando para dentro de mim sucessivas vezes. Minha cabeça pende para o
lado e, em seguida, levanta de volta. Eu ofego todas às vezes e os meus seios
tremem com a força de seu empurrão.
Algo se desdobra dentro de mim. Quero suas mãos em mim, fazendo
tudo ao mesmo tempo. Vertentes delicadas de paixão irrompem dentro de
mim, enviando arrepios pelas minhas coxas e seios. Todos os lugares que
desejo que ele toque fervem como uma corrente viva. Arqueando minhas
costas, eu pressiono meus quadris contra os dele, só para que batam
novamente.
Seus impulsos mudam para provocar, gentilmente empurrando e puxando
para fora. Ele é tão duro, tão perfeito. Quero colocar as minhas pernas ao
redor de seus quadris, mas não posso. As respirações irregulares me
consomem e o quarto está além de quente. Meu corpo está pingando de suor.
Inclinando a cabeça para trás, olho para o teto. É quando suas mãos
encontram os meus seios. Meus lábios formam um O, mas não digo nada. Ele
sente a maciez, a plenitude das minhas curvas enquanto empurra seu pênis
longo e duro em mim lentamente, torturando-me, sucessivamente.
Tomando meus mamilos entre os dedos, ele os torce suavemente e aperta
os grampos. Eu grito, empurrando os meus seios para ele, mas a porta me
detém. Ofegante, mal posso respirar.
Ele sorri, — Shhh! Nenhum som de você! Eu quero que isso entre nós!
Não estou entendendo. Então por que ele quis fazer aquela cena com Neil
e Maggie? Naquele momento, não me importo. Faço o que ele diz e mordo o
lábio para me manter em silêncio. Ele entra profundamente dentro de mim de
novo, e minha boca se abre. Eu engulo o som antes que ele ouça. O único
barulho é a lufada de ar saindo com força dos meus pulmões.
— Boa menina, — ele ronrona e retira antes de novamente empurrar,
desta vez mais profundamente. O tom de sua voz me faz derreter.
Antes que eu possa pensar noutra coisa, os dedos de Bryan apertam em
torno das correntes nos meus mamilos. Seus quadris se mantêm pressionados
rentes aos meus, seu comprimento perdido dentro de mim. Meu queixo cai, e
eu o vejo me observando, esperando que eu faça qualquer barulho. Meus
olhos se fixam nos seus, enquanto sensações ardentes circulam através do meu
corpo, construindo mais apertado e mais forte. Ele lentamente adiciona mais
pressão, provocando e puxando os meus mamilos mais e mais, fazendo com
que a pinça aperte mais ainda. O calor em meu estômago endurece através do
meu corpo. Eu movo os meus quadris e tento balançar contra ele, mas ele me
acalma.
— Não, não. Ainda não!
Eu suspiro! — Eu gosto de ser espancada!
— Sério? — Eu aceno. Sua mão vem com força na minha bunda. Ambas
as nádegas ardem. Ele faz isso enquanto ele ainda está dentro de mim, o que
me faz apertar mais em torno dele. Ele suspira e faz isso de novo, e de novo.
O impacto de suas mãos é tão bom. A ardência envia arrepios através de mim
em ondas que não acabam. Elas navegam pelo meu estômago e se espalham
por todo o meu corpo. Todos os deliciosos formigamentos me atravessam,
fazendo com que eu deslize a minha língua sobre os dentes. Faço isso sem
pensar. É uma reação a ele, ao que está fazendo comigo.
Sem aviso, Bryan puxa para fora. Isso me deixa louca. Meus quadris
sacodem, mas não posso alcançá-lo. O cinto corta os meus pulsos enquanto
me esforço contra as limitações que me foram impostas. Ofego, observando-o
enquanto ele se move para longe de mim. O desejo arde pelo meu corpo. Não
consigo me controlar. Puxando os meus pulsos mais forte ainda, tento
libertar-me do cinto de novo, mas não consigo. Só fica mais apertado.
Ele sorri, assistindo-me lutar, até que eu paro e olho para ele. A expressão
em seu rosto, a intensidade de seus olhos, fazem com que meu estômago se
contorça. Minha respiração fica presa na minha garganta enquanto Bryan
passa perto o suficiente para me tocar, mas ele não toca. Estou ofegante.
Meus olhos estão implorando para que ele faça algo, para que me faça gozar,
deixar-me fode-lo... Qualquer coisa.
— Diga-me o que você deseja, Hallie! Implore-me por isso! — Ele
sussurra palavras ao lado do meu ouvido. A reação dentro de mim é rápida e
violenta. Seu hálito quente faz meu clitóris pulsar e parecer que vou morrer se
ele não me tocar, se ele não terminar o que começou. Ele está tão perto, quase
me tocando, mas não desliza os dedos pela minha cintura. Ele não toca o meu
peito e não provoca os meus mamilos. Isso me faz desejá-lo ainda mais. Eu
me sinto como um animal acorrentado, incapaz de pensar. — Responda-me
linda mulher! — Ele ordena e eu sinto a batida da sua mão na minha bunda.
Meu corpo está tão bem enrolado que o tapa me faz gemer. Eu não
esperava isso, mas antes que pudesse controlar os meu gemido, ele escapa dos
meus lábios. Eu ofego, chocada por não ter sido capaz de abafar o ruído ou
pará-lo a tempo. A mão de Bryan voa uma segunda vez, com mais força. Ele
observa meu rosto enquanto eu estremeço debaixo da sua mão. O tapa é
rápido, e eu sei que vou ter um problema para andar depois, mas não me
importo. Eu grito, dizendo o seu nome, empurrando os meus seios contra ele.
Um olhar perverso torce seus lábios em um sorriso sexy. — Responda-
me! — Sua voz soa como um grunhido e quando não consigo fazer nada,
senão ofegar incontrolavelmente, sua mão me atinge pela terceira vez. Mas ele
não me libera. Em vez disso, ele pega a minha bochecha na mão e aperta. A
ardência se intensifica pela forma como ele me agarra. O belo corpo de Bryan
está coberto por um brilho fino de suor, enquanto me trata grosseiramente.
— Diga-me o que você deseja!
Minha voz é um suspiro. O desejo correndo desenfreadamente. — Eu
quero suas mãos sobre mim, em mim! Eu quero que você me foda sem
sentido. Foda-me, Bryan!
— Implore por isso, Hallie! Implore mais alto! — Seu punho aperta a
minha bunda fazendo com que o meu corpo pressione contra o seu. Gotas de
suor rolam pela minha espinha.
Minha voz treme enquanto imploro, sem capacidade de manter qualquer
traço de comedimento.
— Por favor, Bryan... Por favor! Foda-me! Foda a minha buceta! Encha-
me com o seu gozo. Por favor, baby! Por favor... — Eu continuo a lhe pedir,
enquanto suas mãos deslizam sobre os meus quadris e para baixo entre as
minhas pernas. Quando ele toca o meu clitóris, eu gemo. Bryan inclina sua
cabeça para trás, olhando para mim. — Foda-me, baby! Por favor! — Meus
quadris se remexem contra a sua mão. Em resposta, ele aperta os dedos no
meu clitóris. Eu grito: — Foda-me! Por favor! Bryan! Eu preciso de você! Por
favor!
Quando eu digo o nome dele, ele quebra. Antes de saber o que está
acontecendo, suas mãos estão segurando os meus pulsos sobre a minha
cabeça enquanto ele bate seu membro rígido dentro de mim sucessivamente.
Ele empurra mais e mais profundamente a cada vez, com as mãos deslizando
pelos meus braços. Batendo-se cada vez mais duro contra mim, ele assiste
meus seios balançando e saltando até que ele toma ambos em suas mãos e
aperta os meus mamilos duramente. Eu berro, mas isso só faz com que ele
aperte com mais força, até que a corrente cai. Cai aos meus pés e ele a deixa
lá.
Bryan se move, empurrando para dentro de mim fodendo-me cada vez
mais rápido. O calor entre as minhas pernas percorre todo o meu corpo.
Parece que não posso ser dominada. Não há o suficiente dele para me
satisfazer, nunca. Quando seus dedos apertam mais duramente contra os meus
mamilos doloridos, meus olhos se arregalam. Ele me olha nos olhos enquanto
ele empurra para dentro de mim uma vez... forte. Minhas costas batem contra
a porta e ele me segura lá, observando-me. Seus lábios entreabertos, ele
respira sem dizer nada. Suas mãos suavemente empurram os cabelos para
longe dos meus olhos. Ele acalma por um momento e não posso suportar
isso. Seu pau está em mim, mas não importa o quanto eu me mexa, não posso
fazer com que ele me foda.
Com todo o peso do seu corpo, ele me achata contra a porta. Seus olhos
ardem com o desejo, sua testa está pingando de suor.
— Goze para mim, baby! — Ele respira e mete em mim rápido e
furiosamente. Ele não para quando eu grito. Ele continua metendo contra
mim até que meu corpo não pode ficar mais retesado.
Cada vez que ele afunda em mim eu me sinto mais excitada. Eu não posso
respirar, mas não quero que ele pare. Seu corpo me esmaga, enquanto me
monta, balançando contra mim furiosamente. Eu gemo, e posso dizer o quão
forte ele está empurrando e o quanto vou estar machucada depois, mas não
me importo. No momento, isso é muito bom. Minha pele formiga e está
pingando de suor. Meus seios saltam mais e mais para cima com cada batida
de seu corpo contra o meu. E sem outro pensamento, eu gozo. Meu grito sai
rasgado através da minha garganta. Não posso gozar silenciosamente, não
quando ele faz assim. Bryan me bate mais forte enquanto as deliciosas
sensações giram, fazendo com que todo o meu corpo entre em erupção. Eu o
sinto meter contra mim duro e profundamente, e ele goza alguns segundos
após.
Esgotada, pendurada e estremecendo contra a porta, estou pronta para
cair no chão. Bryan se afasta e me olha. Com os lábios entreabertos, ele só
olha para mim por um momento antes de desatar o cinto. Quando as minhas
mãos caem ao meu lado, meus braços queimam. Bryan me toma em seus
braços e me leva para a cama. Ele me senta na frente dele e esfrega os
músculos doloridos em meus braços e ombros. Minha cabeça se inclina para o
lado enquanto ele faz isso. Cada centímetro meu está formigando. Não quero
que esse momento termine, mas Bryan para.
Viro-me e olho para ele. Ele está brilhando, coberto por uma fina camada
de suor que cheira tão bem. Eu quero lambê-lo, mas apenas aceno. Ele vira
seus olhos esmeraldas para longe e diz:
— Eu acho que eu deveria ir.
— Você vai embora? — De repente, eu me sinto muito nua. Puxo a
coberta da cama e a enrolo em volta dos meus ombros.
— Sim, a menos que você queira que eu fique e diga a Neil tudo sobre
como eu acabei com a raça da sua noiva. — Ele me olha por um segundo. Sua
testa está coberta de suor e seu rosto está brilhando. — O que há de errado?
— Ele sempre pôde me ler tão bem. Eu quero dizer a ele sobre Victor, mas
não posso.
Eu digo outra coisa.
— Neil fez a proposta e eu disse sim. — Eu ergo o meu anel.
— Sim, eu vi isso. Você realmente aceitou? — Bryan se senta ao meu lado.
— Na verdade não. Ele aceitou por mim. — Nós dois ficamos em silêncio
por algum tempo.
Bryan se veste e diz:
— Eu voltarei para ter você do meu jeito de novo em breve. Da próxima
vez é melhor que o idiota do seu noivo tenha você pronta para mim. E eu
quero que você use isso quando estiver comigo e só comigo. — Ele levanta a
corrente do chão e a joga para mim.
A porta do quarto se abre e Neil está lívido. Ele olha para mim e depois
para Bryan:
— Você acha que isso é engraçado?
— Não, acho que ela precisa de algo que você não pode dar a ela. Estou
dando a você uma única chance de quebrar seu compromisso e foder a sua
noiva. Mas você tem que fazer isso como um animal. Satisfaça-a!
O rosto de Neil contorce desgostoso.
— Eu a satisfaço sem esse comportamento bárbaro. Fazer amor não
precisa de mordaças, amarras ou oprimir mulheres de forma nenhuma. Tenho
certeza de que Hallie só aceitou isso pela equipe, seu pedaço de merda
demente!
Essa foi a coisa mais cruel que já ouvi Neil dizendo e eu quero rir, porque
é pateticamente fraco. O homem que estava me usando, ofereceu para quebrar
o acordo se Neil prometer me pegar e fazer sexo animalesco comigo. O
homem deveria ter dito que sim, mas ele, pela sua moral, disse que não. Estou
cansada demais para pensar no que isso significa. O que aconteceu aqui?
— Ela vai tomar mais do que uma foda pela equipe. — Bryan pisca um
dos olhos. — Vejo você amanhã, escrava sexual! Trarei um colar para você e
vai usá-lo. — Bryan aperta a mão de Neil. — Você é um homem inteligente.
O que são alguns meses de infidelidade comparados com uma vida de
riquezas, certo?
Neil aperta a sua mandíbula.
— Então você planeja que isso continue por alguns meses?
— Provavelmente não por muito tempo. Eu fico entediado fodendo a
mesma mulher todo dia. Não se preocupe Neil! Ela é sua sujeira, não a minha.
— Com isso, Bryan vira as costas e sai.
— Neil, — estou pronta para explodir em lágrimas. O julgamento está
espalhado em seu rosto.
— Hallie, isso não é natural. Você não é um animal selvagem! Será que ele
conseguiu instigá-la para que você fingisse o que você não é?
Eu dou de ombros. Não quero falar sobre isso.
— Não tenho ideia.
— Eu deverei deixá-lo foder e espancar você na minha cama, sempre que
ele quiser?
Eu olho fixamente para frente.
— Até que ele se canse de mim, sim. Lide com isso! Você foi quem me
disse para fazer isso. — Eu destaco a última frase. — E ele lhe deu uma saída.
Você não aceitou. — Eu fico olhando para ele, e puxo a coberta mais forte em
volta dos meus ombros.
Neil revira os olhos.
— Eu pensei que fosse apenas uma noite.
— Eu também. Estávamos errados sobre uma porção de coisas.
Capítulo 11
Eu deveria me sentir envergonhada, mas não sinto. No dia seguinte, me
sento com Maggie no sofá enquanto Neil está fora. Ela tem estado muito
tranquila desde que a busquei em seu antigo apartamento. Maggie olha para o
espaço, e eu sei que a memória está se defrontando com o novo e joga uma e
outra vez em sua mente.
— Você quer falar sobre isso? — Eu pergunto, já sabendo a resposta.
Ela inspira e balança a cabeça, antes de oferecer-me um sorriso forçado.
— Não há nada a dizer. A mesma velha merda. Nada mudou, mas dói mais
agora. — Ela sorri como se algo fosse engraçado. — Eu pensava que doía
mais quando eu era criança. Acho que não.
— O que ele fez?
— A mesma coisa de sempre. Victor gosta de possuir coisas. — Ela muda
em seu assento e, em seguida, levanta, colocando distância entre nós. — Era
para eu arranjar-lhe uma garota. Ele tem um tipo, quadris redondos, cabelos
escuros e pele pálida, como Nicole Kidman, mas morena. Assim, a cada
semana, eu levava alguém. Elas ganham algumas centenas de dólares, e ele faz
o que faz. Na semana que eu não conseguia encontrar ninguém, eu a
substituía, mas desta vez... — Ela para de falar e balança a cabeça. — Eu não
deveria ter ido. Geralmente é apenas sexo violento. Ele dá um tapa e me
arranha. Vou para casa e é isso. Mas desta vez... — Ela balança a cabeça e olha
por cima do ombro para mim. — Eu não quero falar sobre isso. Eu tentei
fugir e, em seguida, desisti quando ele disse o que ele faria comigo, e depois
com você. Ele me deu uns tapas por um tempo, me levando do jeito que ele
quis, e então eu ouvi a sua voz e eu estava morrendo de medo que ele fosse
levá-la também. Sinto muito, Hallie.
— Não é culpa sua. — Eu me sinto horrível por deixar sua vida
desmoronar assim. Nós deveríamos estar lá uma para a outra. — Eu deveria
ter chegado mais cedo. Eu teria... Eu gostaria de poder ter tudo de volta.
Maggie sorri tristemente e envolve os braços em torno de si. — Sim, eu
também. E agora? Sem ofensa, mas eu não suporto Neil.
Concordo com a cabeça. — Eu estava pensando que deveria ter um lugar
só meu antes do casamento. Vai ser eu e você.
O olhar de Maggie desvanece no chão. — Você vai se casar com ele,
sério? — Eu aceno e lhe dou um olhar para que não me pressione agora. Ela
acrescenta: — Eu adoraria, mas você sabe que eu não posso me dar ao luxo.
— Sim, você pode. Eu tenho parte do meu pagamento antecipado.
Podemos ir a procura de uma casa sempre que quiser, oh, e esta parte não é
opcional, você trabalha para mim agora. Eu vou precisar de uma assistente
pessoal para me dizer o que fazer, você sabe, alguém um pouco mandona.
Maggie ri e me empurra, e depois bate as mãos sobre a boca, e repete a
ação. — De jeito nenhum!
— Isso. — É tão bom ver uma explosão de felicidade em seus olhos,
mesmo por um breve momento. Mas assim que ela pisca, ela se foi, perdeu-se
nas profundezas da agonia que enchem sua alma.
Um dia ela vai parar de lutar. Um dia ela vai ceder, desistir.
Ela já teria desistido se eu não tivesse aparecido. Algumas pessoas a
levaram direto para o inferno. É irônico, porque eu tenho sangue em minhas
mãos e não me sinto como se estivesse infeliz. É mais, como eu se estou
puxando Maggie, da vida tortuosa ela conhece, e esconde com esse sorriso.
Não me arrependo de minhas ações. O pensamento faz minha pele
formigar. Na parte profunda da minha mente, eu me pergunto que tipo de
pessoa que sou, mas arrumo minha coluna e me levanto. Isso me faz ser quem
eu sou e não há nada mais a se considerar. Eu fiz o que tinha que fazer. Eu
não teria tocado em Victor se ele a deixasse em paz, se ele não tivesse
ameaçado vir atrás de nós, mas ele ameaçou. Eu vi o medo nos olhos de
Maggie é a verdade. Se Victor Campone tivesse vivido, teríamos morrido.
— Está com fome? — Eu pergunto me dirigindo à geladeira.
— Sim, um pouco. — Maggie está sentada com os pés enrolados em sua
bunda e olhando para as mãos desde que eu a peguei no apartamento do
Victor. Ela raramente faz contato visual. Acho que a luta a nocauteou. Ele
aparece em surtos, mas é como um carro que está ficando sem gasolina. Estou
muito preocupada com ela. Depois de tudo que ela passou...
Isso não pode desfazê-la. Não pode.
Porque é minha culpa desta vez.
Todas as outras vezes, a Maggie revidou. Ela nunca desistiu, nunca cedeu,
e agora a minha melhor amiga está caída no sofá, coberta de hematomas e
cortes, com os olhos que se assemelham a buracos-negros que sugam tudo,
mas não vejo nada ali. Eles não sentem nada, não mais.
Eu sorrio e digo algo estúpido, tentando fazê-la rir, mas nem sequer
obtenho um sorriso de piedade. Depois de abrir a porta da geladeira, eu gemo
em voz alta. Neil está trabalhando hoje e não conseguiu ir às compras.
Maggie pergunta: — O que ele fez?
— Ele pegou todas as sobras da festa e levou para o trabalho. Eu pensei
que era bom porque ele deveria ir às compras, mas não o fez. — Estou
inclinada na geladeira vazia olhando para uma caixa de leite vencido e um
frasco de picles. Não vou comer isso. Eu bato a geladeira e acrescento: — Eu
dar rápida saída. Será que comida chinesa vai bem?
Maggie geralmente protesta e se oferece para pagar as coisas, mas hoje,
apenas balança a cabeça. — Ótimo! — Eu digo, parecendo alegre. Ela irá
voltar. Ela vai. Se eu continuar dizendo a mim mesmo vai acontecer, certo?
De repente, eu percebo que ela não recuperou-se, matar Victor não era uma
vingança suficiente, até mesmo pelo o que ele fez com Maggie.
Capítulo 12
Pego minhas chaves e ligo o motor. O carro vermelho ronrona quando o
tiro da garagem e digito o CEP do local que irei. Quando estou prestes a
desviar para o estacionamento, um policial segue atrás de mim, com as luzes
vermelhas piscando. Eu não estava em alta velocidade. Droga. Deve ser
verdade que os carros vermelhos são parados mais do que qualquer outra cor.
Eu encosto e levo o carro para o acostamento, tomando o cuidado de
manter as mãos no volante. Papai me disse para nunca ir para a minha bolsa
ou porta-luvas até que o policial esteja de pé ao lado do carro. O cara tem que
ver as minhas mãos ou ele pode atirar em mim, bem não é exatamente do jeito
que meu pai disse isso, mas é o que ele quis dizer.
Eu aperto o botão na janela, assim como o policial se aproxima. Ele está
usando o uniforme escuro que me dá vontade de sair correndo e gritando
para o meu quarto e me esconder debaixo da minha cama.
Ele não é esse cara. Pare com isso, Hallie, xingo-me, mas isso não ajuda.
Até agora, minhas mãos estão tremendo.
— A licença e registro, por favor. — O cara tem trinta e tantos anos, e um
tipo de visual assustador. Por assustador, eu quero dizer que parece que ele
poderia tomar o meu pequeno corpo e dobrá-lo estilo acordeão e enfiá-lo em
seu tronco. O cara é massa muscular pura e ele parece chateado. Eu não posso
imaginar o que eu fiz.
Eu me aproximo do porta-luvas para retirar os papéis mencionados, mas
tudo que eu encontro é o manual sobre o carro e o último aviso de mudança
de óleo. Sem documentos. Sem registro. O meu coração dá uma guinada.
Foda-se. Eu começo a pensar que Jon brincou comigo, mas mesmo ele, não
seria tão baixo. E o policial não me pediu para sair do carro ou qualquer coisa.
Minha lanterna traseira está queimada ou algo assim, isso é tudo. Isso não é
nada.
Eu vasculho minha bolsa e tiro a minha pequena carteira. Meu rosto fica
pálido quando vejo o espaço vazio onde minha carteira de motorista deveria
estar. Olho para o policial e digo baixinho: — Ela se foi.
— Você não tem uma licença ou registro desse veículo? — Ele diz algo
em seu ombro depois de ouvir um zumbido em seu fone de ouvido. — Saia
do carro, minha senhora.
Estou tremendo agora. — Eu não fiz nada de errado. Alguém pegou a
minha licença. Eu tenho uma.
Ele me ignora e me apoia no capô. Tira seus óculos de sol. Quando o
guarda, ele pergunta: — Você sabe que você está dirigindo um veículo
roubado?
— Não é roubado.
— Oh?
Eu balanço minha cabeça, pronto para chorar. Jon não faria isso para
mim, ele não iria. — Jonathan Ferro me vendeu este carro uns dias atrás por
dez mil dólares. Eu não tive a chance de renovar a papelada ainda. Eu pensei
que tinha alguns dias?
O policial concorda. Ele vira o meu rosto para o capô e me revista. —
História legal. O carro vale muito mais do que isso. Se você vai mentir pelo
menos faz a história parecer convincente.
— É verdade! Jon me vendeu por dez mil. Pergunte a ele! Eu não estou
mentindo.
Eu sinto frio do metal prender meus pulsos quando as algemas
escorregam em torno dos meus braços. Eu começo a entrar em pânico. Meu
coração dispara muito rápido e o mundo se torna um borrão. Eu não posso
parar de falar, suplicando, e quando o policial me empurra na parte de trás de
seu carro, todos os terríveis eventos em detalhes vívidos se reproduzem em
minha mente.
Eu fecho meus olhos e tento desligá-los, mas as cores iluminam e os sons
de mais de uma década tocam alto em meus ouvidos, enquanto lágrimas caem
pelo meu rosto. O passado e o presente colidem juntos com tanta violência
que eu não posso suportar isso.
Minha mãe jura para mim antes de me enfiar no armário. Pequenas mãos
envolvem em torno de mim, e eu sei que o meu irmão mais novo, Anthony,
está apavorado. Ele cresceu e seus ossos eu sinto nitidamente sob minhas
palmas. Ele chora até que fica em silêncio, até que ele adormece, até que
minha mãe teve seu efeito das drogas e amantes. Eu a ouvi rir. Eu nunca
poderia fazê-la feliz assim. Ouvi os sons de sexo, até que algo muda. A festa
normal não é mais normal.
O policial que me tirou do armário tentou tirar o corpo sem vida do meu
irmão dos meus braços. Eu não entendi. Eu o protegia dela. Eu vigiei por
Anthony, mas depois de tudo que eu fiz, não foi o suficiente. Eles pensaram
que eu o matei em primeiro lugar. Eles me empurraram para o fundo do carro
e gritei para eles até que eu não podia chorar mais. Eu queria meu irmão, mas
eles disseram que ele estava morto.
Eu não acreditei neles.
Agora, eu tenho dificuldade em acreditar em alguém e este policial abriu
uma ferida que é tão profunda que me corta até o osso. Não, não foi o policial
- foi Jon.
Eu não posso evitar o tremor, mas eu não choro. Eles me ficham e fazem
perguntas que eu ouvi antes. A estrutura nunca muda em lugares como este.
As pessoas são as mesmas. O cheiro é idêntico. Eu olho fixamente, tentando
manter minha mente em uma única peça, mas eu sinto as rachaduras pouco a
pouco.
Quem vai salvar Maggie? Se eu me perder, quem estará lá para ela?
Ninguém. Acalme-se, Hallie.
Eu tenho direito a uma ligação, então que eu chamo a pessoa que eles
estão tentando me manter longe, o homem que está me chantageando por
sexo.
Quando ele atende o telefone, Bryan parece cansado. Eu não sei de que
outra forma dizer. Eu teria pensado que ele estava dormindo, mas há algo em
sua voz que me diz que não dorme há muito tempo. — Suffolk County PD.
Deixe-me adivinhar, é Jon ou Trystan?
— Não, — minha voz é tão baixa, tão tímida que mal faz um som.
Eu o ouvi mudar e Bryan soa mais alerta quando ele responde: — Hallie?
— Venha me pegar. Eu vou lhe dever. Qualquer coisa que você quiser,
basta vir me pegar. — Eu entrego o telefone de volta ao oficial na mesa e sou
levada de volta para a minha cela.
Capítulo 13
Estou sentada em frente a uma mulher que não consegue parar de chorar.
Ela fala sobre os tíquetes de estacionamento não pagos, sobre como ela vai
perder o emprego por causa disto e como ela não trabalhou o suficiente para
pagar os tíquetes. Depois começa a hiperventilar e menciona algo sobre
remédios. Essa é a única vez que o policial no exterior da cela olha para ela.
Eles a removem da nossa cela, dizendo que vai ter seus remédios.
Alguém entra e se senta ao meu lado. Seu rosto está machucado em um
lado.
— Olá.
Eu olho para ela e não digo nada. Meus braços estão cruzados sobre o
meu peito e estou encostada à parede, pensando em maneiras de castrar Jon
Ferro. Ele sabia sobre o meu passado e o que isto faria comigo.
A mulher não é mais que uma menina, deve de ter uns dezoito anos, com
grandes olhos redondos, mas ainda tem bochechas gordinhas, infantis. Pelo
seu rosto angular não parece ter mais de vinte e dois anos. O seu cabelo
escuro é longo e está em um rabo de cavalo bagunçado.
Ela suspira e descansa as costas contra a parede de cimento frio. — Você
passará a noite aqui? Eu espero que sim. Ele precisa de tempo para esfriar. A
única parte ruim é não ter o sabão bacteriano, mas o resto está bem. Além
disso, ele vai dar-me tempo. Eu não posso estar perto dele quando ele está
assim. Ele é geralmente é bom, mas em noites como está, eu acho melhor
ficar aqui. Eu não vou fazer a minha ligação. Ei, você parece familiar. — Ela
fala sem respirar e olha para mim o tempo todo.
— Nós nunca nos conhecemos, — é tudo o que eu digo.
Ela acena com a cabeça e continua, liberando uma onda de palavras.
Sentada, escuto sua vida, a sua história, não sinto nada, apenas piedade. Ela é
como Maggie e eu. Ela não tem ninguém que se preocupe com ela, ninguém
para ouvir a sua voz e em quem encontrar consolo através de seu toque.
Eu não sei quanto tempo estive lá, mas um tempo depois eles chamam o
meu nome, a jovem foi levada para um banho e passará a noite na cela.
Imagino o por que desejar uma cela em vez de ir para casa. Isso me faz querer
chorar, e não há porra nenhuma que eu possa fazer sobre isso. Eu não posso
nem tomar conta de mim.
A porta da cela desliza aberta e faz um som mais horrível. — Hallie
Raymond, recolha as suas coisas na recepção e vá para casa com o seu amigo
que pagou sua fiança. Se você estragar tudo, ele será o único que pagará por
isso, o melhor é se comportar.
Concordo com a cabeça e percorro o caminho para a recepção. Parece
que eu não prestei atenção por um tempo, mas o faço quando vejo Bryan.
Enquanto eu ando atrás dele eu observo a maneira como ele respira, o modo
como os seus ombros estão dobrados para frente como se ele estivesse sendo
vigiado ou com dor. Eu paro atrás dele e o assisto por um momento. Seus
quadris são estreitos, como sempre, ele não perdeu muito peso, mas seu
cabelo não brilha da maneira como ele costumava brilhar. Sua respiração é
superficial e curta, como se tivesse estado correndo. Uma sensação horrível
corre pela minha espinha quando eu olho para ele.
Naquele momento, Bryan sente os olhos sobre ele e vira. Ele tem aquele
sorriso brincalhão no rosto. — Se você queria usar algemas, eu tenho algumas.
Eu ficaria feliz... poff! — Eu bato nele com toda a força do meu corpo e o
seguro apertado.
Bryan fica chocado no início. Seus braços levam um tempo até fecharem-
se em torno de mim, e depois ele me segura. Eu sinto a sua voz, a agitação
quente de ar, quando ele sussurra em meu ouvido: — Vamos sair daqui. —
Ele me solta e eu aceno. Foi quando ele me disse a última coisa que eu queria
ouvir. — Há repórteres na frente.
— O quê? — O meu queixo cai em horror.
— Eu fiz arranjos para sair pela parte de trás, mas haverá alguém. Sempre
há. Todo mundo vai saber o que aconteceu pela manhã. — Bryan pega a
minha mão e me leva, seguindo um oficial, que nos conduz através de uma
sala com armários e na parte de trás da delegacia de polícia, para um Hummer
preto. Sou empurrada para dentro, mas não antes de um flash disparar e eu
olhei diretamente para a câmera.
Bryan empurra-o de volta, mas a foto já foi tirada. Ele sobe atrás de mim
e diz: — Dirija.
— Eu não sou a porra do seu motorista, Bryan. Diga por favor. — Um
cara da minha idade, com cabelo escuro que paira em seu rosto, está no
assento do motorista. Com óculos grandes demais para obscurecer os olhos.
— Foda-se, Trystan.
Trystan revira os olhos e se afasta com sua enorme, máquina
ambientalmente irresponsável, com o objetivo de atingir os repórteres da rua,
quando sai do estacionamento. — As pessoas seriam melhores para você, se
você fosse mais agradável para elas. Isso é tudo o que estou dizendo. —
Trystan é tranquilo, mas eu sinto seus olhos em mim. Quando eu olho para
cima, ele responde ao que eu estava pensando. — Jon não fez isso com você.
Aos poucos, meu queixo inclina-se para cima e os nossos olhos se
encontram no espelho retrovisor. — Jon Ferro é um homem morto. Ele sabe
o que isto me faria. Foi a pior coisa que ele poderia ter feito.
Bryan pega a minha mão e tece os nossos dedos juntos. — Não foi Jon.
Por favor, aguarde para matá-lo até amanhã.
— Eu poderia matá-lo agora. Bryan, eu cuidei de Campone e posso cuidar
de qualquer um que mexer com Maggie ou comigo. Eu não sou mais uma
criança. — Eu soluço e tremo quando o passado e o presente eclodem juntos
novamente. Meu irmão morreu de fome. Ele morreu em meus braços e eu era
muito boba e pequena para saber o que fazer. Eu digo que eu era apenas uma
criança, porque é mais fácil do que dizer às pessoas a minha história, mas os
Ferros sabem de tudo. Eles são como baratas que conseguem encontrar cada
mentira em cada canto escuro de sua alma. — Eu não vou ser dizimada por
Jon. Foda-se ele.
Trystan e Bryan trocam um olhar, mas ninguém diz nada. Bryan me puxa
em seus braços e me segura até pararmos em frente de um antigo motel.
Bruto é a melhor maneira de descrevê-lo. Aposto que eles alugam quartos por
hora. Trystan joga para Bryan a chave do quarto. — Fique aí até eu descobrir
o que aconteceu. Eu acho que já sei, embora os detalhes sejam vagos.
Eu balanço a minha cabeça: — Não, eu não posso. Maggie está de volta e
ela precisa de mim. E Neil...
Bryan suspira, passando as mãos pelos cabelos. Depois que ele fez isso, ele
balança a mão para o seu lado. — Maggie estará bem. E Neil é um idiota.
Além disso, ele sabe que eu a levei esta noite. Aparentemente, você disse a
Maggie que eu estava chantageando você, porque ela tentou me pregar seu
calcanhar na cabeça. — Isso me faz sorrir. — Oh, você acha que é engraçado?
— Bryan me agarra e se inclina para perto. Aqueles olhos verdes brilham por
um momento antes de embaçarem. — Vamos Raymond. Estou pensando em
usá-la até que você se esqueça de quem você é.
CONTINUA
Capítulo 10
Bryan pega o meu rosto em suas mãos.
— Se você não gostar, diga-me! — Eu aceno, lentamente, com as suas
mãos quentes ainda segurando o meu rosto.
Era como se alguém apertasse um interruptor. Os olhos de Bryan se
tornaram mais escuros, mais carnais. Ele libera o meu rosto e pressiona seu
corpo tonificado contra o meu. Empurrando as minhas costas contra a porta,
certifica-se de que eu possa sentir cada centímetro dele. Tira uma corrente
prateada com um plugue em cada extremidade e o prende nos meus mamilos.
Eu ofego quando ele os aperta. O peso das correntes faz com que eu morda
os meus lábios. Enquanto ele pressiona dentro de mim, as correntes vão se
mexendo e puxando suavemente à medida que ele desliza sobre o meu corpo.
Um pequeno suspiro escapa por entre os meus lábios. Bryan me olha, seus
olhos verdes fixos nos meus. Pega um dedo e o coloca entre os meus lábios
rosados, enquanto a outra mão desliza mais para baixo, passando pela minha
barriga e entre as minhas pernas. Eu ofego. Ele se move rapidamente, tocando
a minha protuberância sensível com o polegar, alisando o dedo sobre a carne
suave, e observando o meu rosto enquanto faz isso.
Meu queixo se ergue enquanto tento não gemer. Luto contra as sensações
que estão em erupção dentro de mim, as sensações que ele está trazendo à
tona. Seus dedos se movem sobre o meu clitóris, enquanto ele puxa a corrente
suavemente. Ele sente que estou ficando mais úmida e, em seguida, sem aviso,
sem uma mudança na expressão, empurra o dedo dentro de mim. Ele ainda
está, por um tempo, vendo meus olhos. Eu pisco devagar, sentindo-o ali, entre
as minhas pernas.
Bryan empurra o dedo mais forte, mais profundo enquanto me observa.
Sua respiração está sobre os meus lábios fazendo com que me sinta tonta.
Quando ele puxa o dedo, ergue-o para a minha boca. Delineando os meus
lábios, ele me observa, espalhando meu calor úmido, como batom. Eu pisco
lentamente, com meu coração disparado, e, excitada além da compreensão.
— Prove! — Ele ofega e empurra o dedo em minha boca. Eu passo a
minha língua contra o seu dedo, mas ele o segura lá e diz: — Chupa até que
saia do meu dedo, Hallie! — Eu hesitei, mas ele diz: — Faça isso! — Minha
língua envolve o dedo, sugando-o, saboreando o gosto. Seus olhos estão
queimando, observando-me.
Enquanto chupo o dedo, ele abaixa a outra mão entre as minhas pernas,
abrindo a minha pele escorregadia. Sensações explodem dentro de mim, mas
antes que eu possa saboreá-las, as sensações mudam. O membro duro de
Bryan entra dentro de mim, fazendo com que eu chupe o dedo mais forte
ainda. Ele puxa o dedo da minha boca, e envolve as mãos em volta da minha
cintura. Fica um pouco imóvel, por um momento, respirando rápido e forte.
Depois, puxa para fora lentamente e enfia novamente, fazendo com que eu
bata contra a porta. Meus joelhos tremem à medida que ele lentamente vai me
deixando mais louca. Eu quero mais. Quero que ele me maltrate e me deixe
tonta pela paixão. Que limpe o meu medo com a luxúria, apague a minha
memória por um momento, e tire toda a dor que tem me invadido.
Eu só quero senti-lo e nada mais. O mundo desaparece até que não sei
quanto tempo se passou. Meus braços doem enquanto ele me usa,
empurrando para dentro de mim sucessivas vezes. Minha cabeça pende para o
lado e, em seguida, levanta de volta. Eu ofego todas às vezes e os meus seios
tremem com a força de seu empurrão.
Algo se desdobra dentro de mim. Quero suas mãos em mim, fazendo
tudo ao mesmo tempo. Vertentes delicadas de paixão irrompem dentro de
mim, enviando arrepios pelas minhas coxas e seios. Todos os lugares que
desejo que ele toque fervem como uma corrente viva. Arqueando minhas
costas, eu pressiono meus quadris contra os dele, só para que batam
novamente.
Seus impulsos mudam para provocar, gentilmente empurrando e puxando
para fora. Ele é tão duro, tão perfeito. Quero colocar as minhas pernas ao
redor de seus quadris, mas não posso. As respirações irregulares me
consomem e o quarto está além de quente. Meu corpo está pingando de suor.
Inclinando a cabeça para trás, olho para o teto. É quando suas mãos
encontram os meus seios. Meus lábios formam um O, mas não digo nada. Ele
sente a maciez, a plenitude das minhas curvas enquanto empurra seu pênis
longo e duro em mim lentamente, torturando-me, sucessivamente.
Tomando meus mamilos entre os dedos, ele os torce suavemente e aperta
os grampos. Eu grito, empurrando os meus seios para ele, mas a porta me
detém. Ofegante, mal posso respirar.
Ele sorri, — Shhh! Nenhum som de você! Eu quero que isso entre nós!
Não estou entendendo. Então por que ele quis fazer aquela cena com Neil
e Maggie? Naquele momento, não me importo. Faço o que ele diz e mordo o
lábio para me manter em silêncio. Ele entra profundamente dentro de mim de
novo, e minha boca se abre. Eu engulo o som antes que ele ouça. O único
barulho é a lufada de ar saindo com força dos meus pulmões.
— Boa menina, — ele ronrona e retira antes de novamente empurrar,
desta vez mais profundamente. O tom de sua voz me faz derreter.
Antes que eu possa pensar noutra coisa, os dedos de Bryan apertam em
torno das correntes nos meus mamilos. Seus quadris se mantêm pressionados
rentes aos meus, seu comprimento perdido dentro de mim. Meu queixo cai, e
eu o vejo me observando, esperando que eu faça qualquer barulho. Meus
olhos se fixam nos seus, enquanto sensações ardentes circulam através do meu
corpo, construindo mais apertado e mais forte. Ele lentamente adiciona mais
pressão, provocando e puxando os meus mamilos mais e mais, fazendo com
que a pinça aperte mais ainda. O calor em meu estômago endurece através do
meu corpo. Eu movo os meus quadris e tento balançar contra ele, mas ele me
acalma.
— Não, não. Ainda não!
Eu suspiro! — Eu gosto de ser espancada!
— Sério? — Eu aceno. Sua mão vem com força na minha bunda. Ambas
as nádegas ardem. Ele faz isso enquanto ele ainda está dentro de mim, o que
me faz apertar mais em torno dele. Ele suspira e faz isso de novo, e de novo.
O impacto de suas mãos é tão bom. A ardência envia arrepios através de mim
em ondas que não acabam. Elas navegam pelo meu estômago e se espalham
por todo o meu corpo. Todos os deliciosos formigamentos me atravessam,
fazendo com que eu deslize a minha língua sobre os dentes. Faço isso sem
pensar. É uma reação a ele, ao que está fazendo comigo.
Sem aviso, Bryan puxa para fora. Isso me deixa louca. Meus quadris
sacodem, mas não posso alcançá-lo. O cinto corta os meus pulsos enquanto
me esforço contra as limitações que me foram impostas. Ofego, observando-o
enquanto ele se move para longe de mim. O desejo arde pelo meu corpo. Não
consigo me controlar. Puxando os meus pulsos mais forte ainda, tento
libertar-me do cinto de novo, mas não consigo. Só fica mais apertado.
Ele sorri, assistindo-me lutar, até que eu paro e olho para ele. A expressão
em seu rosto, a intensidade de seus olhos, fazem com que meu estômago se
contorça. Minha respiração fica presa na minha garganta enquanto Bryan
passa perto o suficiente para me tocar, mas ele não toca. Estou ofegante.
Meus olhos estão implorando para que ele faça algo, para que me faça gozar,
deixar-me fode-lo... Qualquer coisa.
— Diga-me o que você deseja, Hallie! Implore-me por isso! — Ele
sussurra palavras ao lado do meu ouvido. A reação dentro de mim é rápida e
violenta. Seu hálito quente faz meu clitóris pulsar e parecer que vou morrer se
ele não me tocar, se ele não terminar o que começou. Ele está tão perto, quase
me tocando, mas não desliza os dedos pela minha cintura. Ele não toca o meu
peito e não provoca os meus mamilos. Isso me faz desejá-lo ainda mais. Eu
me sinto como um animal acorrentado, incapaz de pensar. — Responda-me
linda mulher! — Ele ordena e eu sinto a batida da sua mão na minha bunda.
Meu corpo está tão bem enrolado que o tapa me faz gemer. Eu não
esperava isso, mas antes que pudesse controlar os meu gemido, ele escapa dos
meus lábios. Eu ofego, chocada por não ter sido capaz de abafar o ruído ou
pará-lo a tempo. A mão de Bryan voa uma segunda vez, com mais força. Ele
observa meu rosto enquanto eu estremeço debaixo da sua mão. O tapa é
rápido, e eu sei que vou ter um problema para andar depois, mas não me
importo. Eu grito, dizendo o seu nome, empurrando os meus seios contra ele.
Um olhar perverso torce seus lábios em um sorriso sexy. — Responda-
me! — Sua voz soa como um grunhido e quando não consigo fazer nada,
senão ofegar incontrolavelmente, sua mão me atinge pela terceira vez. Mas ele
não me libera. Em vez disso, ele pega a minha bochecha na mão e aperta. A
ardência se intensifica pela forma como ele me agarra. O belo corpo de Bryan
está coberto por um brilho fino de suor, enquanto me trata grosseiramente.
— Diga-me o que você deseja!
Minha voz é um suspiro. O desejo correndo desenfreadamente. — Eu
quero suas mãos sobre mim, em mim! Eu quero que você me foda sem
sentido. Foda-me, Bryan!
— Implore por isso, Hallie! Implore mais alto! — Seu punho aperta a
minha bunda fazendo com que o meu corpo pressione contra o seu. Gotas de
suor rolam pela minha espinha.
Minha voz treme enquanto imploro, sem capacidade de manter qualquer
traço de comedimento.
— Por favor, Bryan... Por favor! Foda-me! Foda a minha buceta! Encha-
me com o seu gozo. Por favor, baby! Por favor... — Eu continuo a lhe pedir,
enquanto suas mãos deslizam sobre os meus quadris e para baixo entre as
minhas pernas. Quando ele toca o meu clitóris, eu gemo. Bryan inclina sua
cabeça para trás, olhando para mim. — Foda-me, baby! Por favor! — Meus
quadris se remexem contra a sua mão. Em resposta, ele aperta os dedos no
meu clitóris. Eu grito: — Foda-me! Por favor! Bryan! Eu preciso de você! Por
favor!
Quando eu digo o nome dele, ele quebra. Antes de saber o que está
acontecendo, suas mãos estão segurando os meus pulsos sobre a minha
cabeça enquanto ele bate seu membro rígido dentro de mim sucessivamente.
Ele empurra mais e mais profundamente a cada vez, com as mãos deslizando
pelos meus braços. Batendo-se cada vez mais duro contra mim, ele assiste
meus seios balançando e saltando até que ele toma ambos em suas mãos e
aperta os meus mamilos duramente. Eu berro, mas isso só faz com que ele
aperte com mais força, até que a corrente cai. Cai aos meus pés e ele a deixa
lá.
Bryan se move, empurrando para dentro de mim fodendo-me cada vez
mais rápido. O calor entre as minhas pernas percorre todo o meu corpo.
Parece que não posso ser dominada. Não há o suficiente dele para me
satisfazer, nunca. Quando seus dedos apertam mais duramente contra os meus
mamilos doloridos, meus olhos se arregalam. Ele me olha nos olhos enquanto
ele empurra para dentro de mim uma vez... forte. Minhas costas batem contra
a porta e ele me segura lá, observando-me. Seus lábios entreabertos, ele
respira sem dizer nada. Suas mãos suavemente empurram os cabelos para
longe dos meus olhos. Ele acalma por um momento e não posso suportar
isso. Seu pau está em mim, mas não importa o quanto eu me mexa, não posso
fazer com que ele me foda.
Com todo o peso do seu corpo, ele me achata contra a porta. Seus olhos
ardem com o desejo, sua testa está pingando de suor.
— Goze para mim, baby! — Ele respira e mete em mim rápido e
furiosamente. Ele não para quando eu grito. Ele continua metendo contra
mim até que meu corpo não pode ficar mais retesado.
Cada vez que ele afunda em mim eu me sinto mais excitada. Eu não posso
respirar, mas não quero que ele pare. Seu corpo me esmaga, enquanto me
monta, balançando contra mim furiosamente. Eu gemo, e posso dizer o quão
forte ele está empurrando e o quanto vou estar machucada depois, mas não
me importo. No momento, isso é muito bom. Minha pele formiga e está
pingando de suor. Meus seios saltam mais e mais para cima com cada batida
de seu corpo contra o meu. E sem outro pensamento, eu gozo. Meu grito sai
rasgado através da minha garganta. Não posso gozar silenciosamente, não
quando ele faz assim. Bryan me bate mais forte enquanto as deliciosas
sensações giram, fazendo com que todo o meu corpo entre em erupção. Eu o
sinto meter contra mim duro e profundamente, e ele goza alguns segundos
após.
Esgotada, pendurada e estremecendo contra a porta, estou pronta para
cair no chão. Bryan se afasta e me olha. Com os lábios entreabertos, ele só
olha para mim por um momento antes de desatar o cinto. Quando as minhas
mãos caem ao meu lado, meus braços queimam. Bryan me toma em seus
braços e me leva para a cama. Ele me senta na frente dele e esfrega os
músculos doloridos em meus braços e ombros. Minha cabeça se inclina para o
lado enquanto ele faz isso. Cada centímetro meu está formigando. Não quero
que esse momento termine, mas Bryan para.
Viro-me e olho para ele. Ele está brilhando, coberto por uma fina camada
de suor que cheira tão bem. Eu quero lambê-lo, mas apenas aceno. Ele vira
seus olhos esmeraldas para longe e diz:
— Eu acho que eu deveria ir.
— Você vai embora? — De repente, eu me sinto muito nua. Puxo a
coberta da cama e a enrolo em volta dos meus ombros.
— Sim, a menos que você queira que eu fique e diga a Neil tudo sobre
como eu acabei com a raça da sua noiva. — Ele me olha por um segundo. Sua
testa está coberta de suor e seu rosto está brilhando. — O que há de errado?
— Ele sempre pôde me ler tão bem. Eu quero dizer a ele sobre Victor, mas
não posso.
Eu digo outra coisa.
— Neil fez a proposta e eu disse sim. — Eu ergo o meu anel.
— Sim, eu vi isso. Você realmente aceitou? — Bryan se senta ao meu lado.
— Na verdade não. Ele aceitou por mim. — Nós dois ficamos em silêncio
por algum tempo.
Bryan se veste e diz:
— Eu voltarei para ter você do meu jeito de novo em breve. Da próxima
vez é melhor que o idiota do seu noivo tenha você pronta para mim. E eu
quero que você use isso quando estiver comigo e só comigo. — Ele levanta a
corrente do chão e a joga para mim.
A porta do quarto se abre e Neil está lívido. Ele olha para mim e depois
para Bryan:
— Você acha que isso é engraçado?
— Não, acho que ela precisa de algo que você não pode dar a ela. Estou
dando a você uma única chance de quebrar seu compromisso e foder a sua
noiva. Mas você tem que fazer isso como um animal. Satisfaça-a!
O rosto de Neil contorce desgostoso.
— Eu a satisfaço sem esse comportamento bárbaro. Fazer amor não
precisa de mordaças, amarras ou oprimir mulheres de forma nenhuma. Tenho
certeza de que Hallie só aceitou isso pela equipe, seu pedaço de merda
demente!
Essa foi a coisa mais cruel que já ouvi Neil dizendo e eu quero rir, porque
é pateticamente fraco. O homem que estava me usando, ofereceu para quebrar
o acordo se Neil prometer me pegar e fazer sexo animalesco comigo. O
homem deveria ter dito que sim, mas ele, pela sua moral, disse que não. Estou
cansada demais para pensar no que isso significa. O que aconteceu aqui?
— Ela vai tomar mais do que uma foda pela equipe. — Bryan pisca um
dos olhos. — Vejo você amanhã, escrava sexual! Trarei um colar para você e
vai usá-lo. — Bryan aperta a mão de Neil. — Você é um homem inteligente.
O que são alguns meses de infidelidade comparados com uma vida de
riquezas, certo?
Neil aperta a sua mandíbula.
— Então você planeja que isso continue por alguns meses?
— Provavelmente não por muito tempo. Eu fico entediado fodendo a
mesma mulher todo dia. Não se preocupe Neil! Ela é sua sujeira, não a minha.
— Com isso, Bryan vira as costas e sai.
— Neil, — estou pronta para explodir em lágrimas. O julgamento está
espalhado em seu rosto.
— Hallie, isso não é natural. Você não é um animal selvagem! Será que ele
conseguiu instigá-la para que você fingisse o que você não é?
Eu dou de ombros. Não quero falar sobre isso.
— Não tenho ideia.
— Eu deverei deixá-lo foder e espancar você na minha cama, sempre que
ele quiser?
Eu olho fixamente para frente.
— Até que ele se canse de mim, sim. Lide com isso! Você foi quem me
disse para fazer isso. — Eu destaco a última frase. — E ele lhe deu uma saída.
Você não aceitou. — Eu fico olhando para ele, e puxo a coberta mais forte em
volta dos meus ombros.
Neil revira os olhos.
— Eu pensei que fosse apenas uma noite.
— Eu também. Estávamos errados sobre uma porção de coisas.
Capítulo 11
Eu deveria me sentir envergonhada, mas não sinto. No dia seguinte, me
sento com Maggie no sofá enquanto Neil está fora. Ela tem estado muito
tranquila desde que a busquei em seu antigo apartamento. Maggie olha para o
espaço, e eu sei que a memória está se defrontando com o novo e joga uma e
outra vez em sua mente.
— Você quer falar sobre isso? — Eu pergunto, já sabendo a resposta.
Ela inspira e balança a cabeça, antes de oferecer-me um sorriso forçado.
— Não há nada a dizer. A mesma velha merda. Nada mudou, mas dói mais
agora. — Ela sorri como se algo fosse engraçado. — Eu pensava que doía
mais quando eu era criança. Acho que não.
— O que ele fez?
— A mesma coisa de sempre. Victor gosta de possuir coisas. — Ela muda
em seu assento e, em seguida, levanta, colocando distância entre nós. — Era
para eu arranjar-lhe uma garota. Ele tem um tipo, quadris redondos, cabelos
escuros e pele pálida, como Nicole Kidman, mas morena. Assim, a cada
semana, eu levava alguém. Elas ganham algumas centenas de dólares, e ele faz
o que faz. Na semana que eu não conseguia encontrar ninguém, eu a
substituía, mas desta vez... — Ela para de falar e balança a cabeça. — Eu não
deveria ter ido. Geralmente é apenas sexo violento. Ele dá um tapa e me
arranha. Vou para casa e é isso. Mas desta vez... — Ela balança a cabeça e olha
por cima do ombro para mim. — Eu não quero falar sobre isso. Eu tentei
fugir e, em seguida, desisti quando ele disse o que ele faria comigo, e depois
com você. Ele me deu uns tapas por um tempo, me levando do jeito que ele
quis, e então eu ouvi a sua voz e eu estava morrendo de medo que ele fosse
levá-la também. Sinto muito, Hallie.
— Não é culpa sua. — Eu me sinto horrível por deixar sua vida
desmoronar assim. Nós deveríamos estar lá uma para a outra. — Eu deveria
ter chegado mais cedo. Eu teria... Eu gostaria de poder ter tudo de volta.
Maggie sorri tristemente e envolve os braços em torno de si. — Sim, eu
também. E agora? Sem ofensa, mas eu não suporto Neil.
Concordo com a cabeça. — Eu estava pensando que deveria ter um lugar
só meu antes do casamento. Vai ser eu e você.
O olhar de Maggie desvanece no chão. — Você vai se casar com ele,
sério? — Eu aceno e lhe dou um olhar para que não me pressione agora. Ela
acrescenta: — Eu adoraria, mas você sabe que eu não posso me dar ao luxo.
— Sim, você pode. Eu tenho parte do meu pagamento antecipado.
Podemos ir a procura de uma casa sempre que quiser, oh, e esta parte não é
opcional, você trabalha para mim agora. Eu vou precisar de uma assistente
pessoal para me dizer o que fazer, você sabe, alguém um pouco mandona.
Maggie ri e me empurra, e depois bate as mãos sobre a boca, e repete a
ação. — De jeito nenhum!
— Isso. — É tão bom ver uma explosão de felicidade em seus olhos,
mesmo por um breve momento. Mas assim que ela pisca, ela se foi, perdeu-se
nas profundezas da agonia que enchem sua alma.
Um dia ela vai parar de lutar. Um dia ela vai ceder, desistir.
Ela já teria desistido se eu não tivesse aparecido. Algumas pessoas a
levaram direto para o inferno. É irônico, porque eu tenho sangue em minhas
mãos e não me sinto como se estivesse infeliz. É mais, como eu se estou
puxando Maggie, da vida tortuosa ela conhece, e esconde com esse sorriso.
Não me arrependo de minhas ações. O pensamento faz minha pele
formigar. Na parte profunda da minha mente, eu me pergunto que tipo de
pessoa que sou, mas arrumo minha coluna e me levanto. Isso me faz ser quem
eu sou e não há nada mais a se considerar. Eu fiz o que tinha que fazer. Eu
não teria tocado em Victor se ele a deixasse em paz, se ele não tivesse
ameaçado vir atrás de nós, mas ele ameaçou. Eu vi o medo nos olhos de
Maggie é a verdade. Se Victor Campone tivesse vivido, teríamos morrido.
— Está com fome? — Eu pergunto me dirigindo à geladeira.
— Sim, um pouco. — Maggie está sentada com os pés enrolados em sua
bunda e olhando para as mãos desde que eu a peguei no apartamento do
Victor. Ela raramente faz contato visual. Acho que a luta a nocauteou. Ele
aparece em surtos, mas é como um carro que está ficando sem gasolina. Estou
muito preocupada com ela. Depois de tudo que ela passou...
Isso não pode desfazê-la. Não pode.
Porque é minha culpa desta vez.
Todas as outras vezes, a Maggie revidou. Ela nunca desistiu, nunca cedeu,
e agora a minha melhor amiga está caída no sofá, coberta de hematomas e
cortes, com os olhos que se assemelham a buracos-negros que sugam tudo,
mas não vejo nada ali. Eles não sentem nada, não mais.
Eu sorrio e digo algo estúpido, tentando fazê-la rir, mas nem sequer
obtenho um sorriso de piedade. Depois de abrir a porta da geladeira, eu gemo
em voz alta. Neil está trabalhando hoje e não conseguiu ir às compras.
Maggie pergunta: — O que ele fez?
— Ele pegou todas as sobras da festa e levou para o trabalho. Eu pensei
que era bom porque ele deveria ir às compras, mas não o fez. — Estou
inclinada na geladeira vazia olhando para uma caixa de leite vencido e um
frasco de picles. Não vou comer isso. Eu bato a geladeira e acrescento: — Eu
dar rápida saída. Será que comida chinesa vai bem?
Maggie geralmente protesta e se oferece para pagar as coisas, mas hoje,
apenas balança a cabeça. — Ótimo! — Eu digo, parecendo alegre. Ela irá
voltar. Ela vai. Se eu continuar dizendo a mim mesmo vai acontecer, certo?
De repente, eu percebo que ela não recuperou-se, matar Victor não era uma
vingança suficiente, até mesmo pelo o que ele fez com Maggie.
Capítulo 12
Pego minhas chaves e ligo o motor. O carro vermelho ronrona quando o
tiro da garagem e digito o CEP do local que irei. Quando estou prestes a
desviar para o estacionamento, um policial segue atrás de mim, com as luzes
vermelhas piscando. Eu não estava em alta velocidade. Droga. Deve ser
verdade que os carros vermelhos são parados mais do que qualquer outra cor.
Eu encosto e levo o carro para o acostamento, tomando o cuidado de
manter as mãos no volante. Papai me disse para nunca ir para a minha bolsa
ou porta-luvas até que o policial esteja de pé ao lado do carro. O cara tem que
ver as minhas mãos ou ele pode atirar em mim, bem não é exatamente do jeito
que meu pai disse isso, mas é o que ele quis dizer.
Eu aperto o botão na janela, assim como o policial se aproxima. Ele está
usando o uniforme escuro que me dá vontade de sair correndo e gritando
para o meu quarto e me esconder debaixo da minha cama.
Ele não é esse cara. Pare com isso, Hallie, xingo-me, mas isso não ajuda.
Até agora, minhas mãos estão tremendo.
— A licença e registro, por favor. — O cara tem trinta e tantos anos, e um
tipo de visual assustador. Por assustador, eu quero dizer que parece que ele
poderia tomar o meu pequeno corpo e dobrá-lo estilo acordeão e enfiá-lo em
seu tronco. O cara é massa muscular pura e ele parece chateado. Eu não posso
imaginar o que eu fiz.
Eu me aproximo do porta-luvas para retirar os papéis mencionados, mas
tudo que eu encontro é o manual sobre o carro e o último aviso de mudança
de óleo. Sem documentos. Sem registro. O meu coração dá uma guinada.
Foda-se. Eu começo a pensar que Jon brincou comigo, mas mesmo ele, não
seria tão baixo. E o policial não me pediu para sair do carro ou qualquer coisa.
Minha lanterna traseira está queimada ou algo assim, isso é tudo. Isso não é
nada.
Eu vasculho minha bolsa e tiro a minha pequena carteira. Meu rosto fica
pálido quando vejo o espaço vazio onde minha carteira de motorista deveria
estar. Olho para o policial e digo baixinho: — Ela se foi.
— Você não tem uma licença ou registro desse veículo? — Ele diz algo
em seu ombro depois de ouvir um zumbido em seu fone de ouvido. — Saia
do carro, minha senhora.
Estou tremendo agora. — Eu não fiz nada de errado. Alguém pegou a
minha licença. Eu tenho uma.
Ele me ignora e me apoia no capô. Tira seus óculos de sol. Quando o
guarda, ele pergunta: — Você sabe que você está dirigindo um veículo
roubado?
— Não é roubado.
— Oh?
Eu balanço minha cabeça, pronto para chorar. Jon não faria isso para
mim, ele não iria. — Jonathan Ferro me vendeu este carro uns dias atrás por
dez mil dólares. Eu não tive a chance de renovar a papelada ainda. Eu pensei
que tinha alguns dias?
O policial concorda. Ele vira o meu rosto para o capô e me revista. —
História legal. O carro vale muito mais do que isso. Se você vai mentir pelo
menos faz a história parecer convincente.
— É verdade! Jon me vendeu por dez mil. Pergunte a ele! Eu não estou
mentindo.
Eu sinto frio do metal prender meus pulsos quando as algemas
escorregam em torno dos meus braços. Eu começo a entrar em pânico. Meu
coração dispara muito rápido e o mundo se torna um borrão. Eu não posso
parar de falar, suplicando, e quando o policial me empurra na parte de trás de
seu carro, todos os terríveis eventos em detalhes vívidos se reproduzem em
minha mente.
Eu fecho meus olhos e tento desligá-los, mas as cores iluminam e os sons
de mais de uma década tocam alto em meus ouvidos, enquanto lágrimas caem
pelo meu rosto. O passado e o presente colidem juntos com tanta violência
que eu não posso suportar isso.
Minha mãe jura para mim antes de me enfiar no armário. Pequenas mãos
envolvem em torno de mim, e eu sei que o meu irmão mais novo, Anthony,
está apavorado. Ele cresceu e seus ossos eu sinto nitidamente sob minhas
palmas. Ele chora até que fica em silêncio, até que ele adormece, até que
minha mãe teve seu efeito das drogas e amantes. Eu a ouvi rir. Eu nunca
poderia fazê-la feliz assim. Ouvi os sons de sexo, até que algo muda. A festa
normal não é mais normal.
O policial que me tirou do armário tentou tirar o corpo sem vida do meu
irmão dos meus braços. Eu não entendi. Eu o protegia dela. Eu vigiei por
Anthony, mas depois de tudo que eu fiz, não foi o suficiente. Eles pensaram
que eu o matei em primeiro lugar. Eles me empurraram para o fundo do carro
e gritei para eles até que eu não podia chorar mais. Eu queria meu irmão, mas
eles disseram que ele estava morto.
Eu não acreditei neles.
Agora, eu tenho dificuldade em acreditar em alguém e este policial abriu
uma ferida que é tão profunda que me corta até o osso. Não, não foi o policial
- foi Jon.
Eu não posso evitar o tremor, mas eu não choro. Eles me ficham e fazem
perguntas que eu ouvi antes. A estrutura nunca muda em lugares como este.
As pessoas são as mesmas. O cheiro é idêntico. Eu olho fixamente, tentando
manter minha mente em uma única peça, mas eu sinto as rachaduras pouco a
pouco.
Quem vai salvar Maggie? Se eu me perder, quem estará lá para ela?
Ninguém. Acalme-se, Hallie.
Eu tenho direito a uma ligação, então que eu chamo a pessoa que eles
estão tentando me manter longe, o homem que está me chantageando por
sexo.
Quando ele atende o telefone, Bryan parece cansado. Eu não sei de que
outra forma dizer. Eu teria pensado que ele estava dormindo, mas há algo em
sua voz que me diz que não dorme há muito tempo. — Suffolk County PD.
Deixe-me adivinhar, é Jon ou Trystan?
— Não, — minha voz é tão baixa, tão tímida que mal faz um som.
Eu o ouvi mudar e Bryan soa mais alerta quando ele responde: — Hallie?
— Venha me pegar. Eu vou lhe dever. Qualquer coisa que você quiser,
basta vir me pegar. — Eu entrego o telefone de volta ao oficial na mesa e sou
levada de volta para a minha cela.
Capítulo 13
Estou sentada em frente a uma mulher que não consegue parar de chorar.
Ela fala sobre os tíquetes de estacionamento não pagos, sobre como ela vai
perder o emprego por causa disto e como ela não trabalhou o suficiente para
pagar os tíquetes. Depois começa a hiperventilar e menciona algo sobre
remédios. Essa é a única vez que o policial no exterior da cela olha para ela.
Eles a removem da nossa cela, dizendo que vai ter seus remédios.
Alguém entra e se senta ao meu lado. Seu rosto está machucado em um
lado.
— Olá.
Eu olho para ela e não digo nada. Meus braços estão cruzados sobre o
meu peito e estou encostada à parede, pensando em maneiras de castrar Jon
Ferro. Ele sabia sobre o meu passado e o que isto faria comigo.
A mulher não é mais que uma menina, deve de ter uns dezoito anos, com
grandes olhos redondos, mas ainda tem bochechas gordinhas, infantis. Pelo
seu rosto angular não parece ter mais de vinte e dois anos. O seu cabelo
escuro é longo e está em um rabo de cavalo bagunçado.
Ela suspira e descansa as costas contra a parede de cimento frio. — Você
passará a noite aqui? Eu espero que sim. Ele precisa de tempo para esfriar. A
única parte ruim é não ter o sabão bacteriano, mas o resto está bem. Além
disso, ele vai dar-me tempo. Eu não posso estar perto dele quando ele está
assim. Ele é geralmente é bom, mas em noites como está, eu acho melhor
ficar aqui. Eu não vou fazer a minha ligação. Ei, você parece familiar. — Ela
fala sem respirar e olha para mim o tempo todo.
— Nós nunca nos conhecemos, — é tudo o que eu digo.
Ela acena com a cabeça e continua, liberando uma onda de palavras.
Sentada, escuto sua vida, a sua história, não sinto nada, apenas piedade. Ela é
como Maggie e eu. Ela não tem ninguém que se preocupe com ela, ninguém
para ouvir a sua voz e em quem encontrar consolo através de seu toque.
Eu não sei quanto tempo estive lá, mas um tempo depois eles chamam o
meu nome, a jovem foi levada para um banho e passará a noite na cela.
Imagino o por que desejar uma cela em vez de ir para casa. Isso me faz querer
chorar, e não há porra nenhuma que eu possa fazer sobre isso. Eu não posso
nem tomar conta de mim.
A porta da cela desliza aberta e faz um som mais horrível. — Hallie
Raymond, recolha as suas coisas na recepção e vá para casa com o seu amigo
que pagou sua fiança. Se você estragar tudo, ele será o único que pagará por
isso, o melhor é se comportar.
Concordo com a cabeça e percorro o caminho para a recepção. Parece
que eu não prestei atenção por um tempo, mas o faço quando vejo Bryan.
Enquanto eu ando atrás dele eu observo a maneira como ele respira, o modo
como os seus ombros estão dobrados para frente como se ele estivesse sendo
vigiado ou com dor. Eu paro atrás dele e o assisto por um momento. Seus
quadris são estreitos, como sempre, ele não perdeu muito peso, mas seu
cabelo não brilha da maneira como ele costumava brilhar. Sua respiração é
superficial e curta, como se tivesse estado correndo. Uma sensação horrível
corre pela minha espinha quando eu olho para ele.
Naquele momento, Bryan sente os olhos sobre ele e vira. Ele tem aquele
sorriso brincalhão no rosto. — Se você queria usar algemas, eu tenho algumas.
Eu ficaria feliz... poff! — Eu bato nele com toda a força do meu corpo e o
seguro apertado.
Bryan fica chocado no início. Seus braços levam um tempo até fecharem-
se em torno de mim, e depois ele me segura. Eu sinto a sua voz, a agitação
quente de ar, quando ele sussurra em meu ouvido: — Vamos sair daqui. —
Ele me solta e eu aceno. Foi quando ele me disse a última coisa que eu queria
ouvir. — Há repórteres na frente.
— O quê? — O meu queixo cai em horror.
— Eu fiz arranjos para sair pela parte de trás, mas haverá alguém. Sempre
há. Todo mundo vai saber o que aconteceu pela manhã. — Bryan pega a
minha mão e me leva, seguindo um oficial, que nos conduz através de uma
sala com armários e na parte de trás da delegacia de polícia, para um Hummer
preto. Sou empurrada para dentro, mas não antes de um flash disparar e eu
olhei diretamente para a câmera.
Bryan empurra-o de volta, mas a foto já foi tirada. Ele sobe atrás de mim
e diz: — Dirija.
— Eu não sou a porra do seu motorista, Bryan. Diga por favor. — Um
cara da minha idade, com cabelo escuro que paira em seu rosto, está no
assento do motorista. Com óculos grandes demais para obscurecer os olhos.
— Foda-se, Trystan.
Trystan revira os olhos e se afasta com sua enorme, máquina
ambientalmente irresponsável, com o objetivo de atingir os repórteres da rua,
quando sai do estacionamento. — As pessoas seriam melhores para você, se
você fosse mais agradável para elas. Isso é tudo o que estou dizendo. —
Trystan é tranquilo, mas eu sinto seus olhos em mim. Quando eu olho para
cima, ele responde ao que eu estava pensando. — Jon não fez isso com você.
Aos poucos, meu queixo inclina-se para cima e os nossos olhos se
encontram no espelho retrovisor. — Jon Ferro é um homem morto. Ele sabe
o que isto me faria. Foi a pior coisa que ele poderia ter feito.
Bryan pega a minha mão e tece os nossos dedos juntos. — Não foi Jon.
Por favor, aguarde para matá-lo até amanhã.
— Eu poderia matá-lo agora. Bryan, eu cuidei de Campone e posso cuidar
de qualquer um que mexer com Maggie ou comigo. Eu não sou mais uma
criança. — Eu soluço e tremo quando o passado e o presente eclodem juntos
novamente. Meu irmão morreu de fome. Ele morreu em meus braços e eu era
muito boba e pequena para saber o que fazer. Eu digo que eu era apenas uma
criança, porque é mais fácil do que dizer às pessoas a minha história, mas os
Ferros sabem de tudo. Eles são como baratas que conseguem encontrar cada
mentira em cada canto escuro de sua alma. — Eu não vou ser dizimada por
Jon. Foda-se ele.
Trystan e Bryan trocam um olhar, mas ninguém diz nada. Bryan me puxa
em seus braços e me segura até pararmos em frente de um antigo motel.
Bruto é a melhor maneira de descrevê-lo. Aposto que eles alugam quartos por
hora. Trystan joga para Bryan a chave do quarto. — Fique aí até eu descobrir
o que aconteceu. Eu acho que já sei, embora os detalhes sejam vagos.
Eu balanço a minha cabeça: — Não, eu não posso. Maggie está de volta e
ela precisa de mim. E Neil...
Bryan suspira, passando as mãos pelos cabelos. Depois que ele fez isso, ele
balança a mão para o seu lado. — Maggie estará bem. E Neil é um idiota.
Além disso, ele sabe que eu a levei esta noite. Aparentemente, você disse a
Maggie que eu estava chantageando você, porque ela tentou me pregar seu
calcanhar na cabeça. — Isso me faz sorrir. — Oh, você acha que é engraçado?
— Bryan me agarra e se inclina para perto. Aqueles olhos verdes brilham por
um momento antes de embaçarem. — Vamos Raymond. Estou pensando em
usá-la até que você se esqueça de quem você é.
CONTINUA
Capítulo 10
Bryan pega o meu rosto em suas mãos.
— Se você não gostar, diga-me! — Eu aceno, lentamente, com as suas
mãos quentes ainda segurando o meu rosto.
Era como se alguém apertasse um interruptor. Os olhos de Bryan se
tornaram mais escuros, mais carnais. Ele libera o meu rosto e pressiona seu
corpo tonificado contra o meu. Empurrando as minhas costas contra a porta,
certifica-se de que eu possa sentir cada centímetro dele. Tira uma corrente
prateada com um plugue em cada extremidade e o prende nos meus mamilos.
Eu ofego quando ele os aperta. O peso das correntes faz com que eu morda
os meus lábios. Enquanto ele pressiona dentro de mim, as correntes vão se
mexendo e puxando suavemente à medida que ele desliza sobre o meu corpo.
Um pequeno suspiro escapa por entre os meus lábios. Bryan me olha, seus
olhos verdes fixos nos meus. Pega um dedo e o coloca entre os meus lábios
rosados, enquanto a outra mão desliza mais para baixo, passando pela minha
barriga e entre as minhas pernas. Eu ofego. Ele se move rapidamente, tocando
a minha protuberância sensível com o polegar, alisando o dedo sobre a carne
suave, e observando o meu rosto enquanto faz isso.
Meu queixo se ergue enquanto tento não gemer. Luto contra as sensações
que estão em erupção dentro de mim, as sensações que ele está trazendo à
tona. Seus dedos se movem sobre o meu clitóris, enquanto ele puxa a corrente
suavemente. Ele sente que estou ficando mais úmida e, em seguida, sem aviso,
sem uma mudança na expressão, empurra o dedo dentro de mim. Ele ainda
está, por um tempo, vendo meus olhos. Eu pisco devagar, sentindo-o ali, entre
as minhas pernas.
Bryan empurra o dedo mais forte, mais profundo enquanto me observa.
Sua respiração está sobre os meus lábios fazendo com que me sinta tonta.
Quando ele puxa o dedo, ergue-o para a minha boca. Delineando os meus
lábios, ele me observa, espalhando meu calor úmido, como batom. Eu pisco
lentamente, com meu coração disparado, e, excitada além da compreensão.
— Prove! — Ele ofega e empurra o dedo em minha boca. Eu passo a
minha língua contra o seu dedo, mas ele o segura lá e diz: — Chupa até que
saia do meu dedo, Hallie! — Eu hesitei, mas ele diz: — Faça isso! — Minha
língua envolve o dedo, sugando-o, saboreando o gosto. Seus olhos estão
queimando, observando-me.
Enquanto chupo o dedo, ele abaixa a outra mão entre as minhas pernas,
abrindo a minha pele escorregadia. Sensações explodem dentro de mim, mas
antes que eu possa saboreá-las, as sensações mudam. O membro duro de
Bryan entra dentro de mim, fazendo com que eu chupe o dedo mais forte
ainda. Ele puxa o dedo da minha boca, e envolve as mãos em volta da minha
cintura. Fica um pouco imóvel, por um momento, respirando rápido e forte.
Depois, puxa para fora lentamente e enfia novamente, fazendo com que eu
bata contra a porta. Meus joelhos tremem à medida que ele lentamente vai me
deixando mais louca. Eu quero mais. Quero que ele me maltrate e me deixe
tonta pela paixão. Que limpe o meu medo com a luxúria, apague a minha
memória por um momento, e tire toda a dor que tem me invadido.
Eu só quero senti-lo e nada mais. O mundo desaparece até que não sei
quanto tempo se passou. Meus braços doem enquanto ele me usa,
empurrando para dentro de mim sucessivas vezes. Minha cabeça pende para o
lado e, em seguida, levanta de volta. Eu ofego todas às vezes e os meus seios
tremem com a força de seu empurrão.
Algo se desdobra dentro de mim. Quero suas mãos em mim, fazendo
tudo ao mesmo tempo. Vertentes delicadas de paixão irrompem dentro de
mim, enviando arrepios pelas minhas coxas e seios. Todos os lugares que
desejo que ele toque fervem como uma corrente viva. Arqueando minhas
costas, eu pressiono meus quadris contra os dele, só para que batam
novamente.
Seus impulsos mudam para provocar, gentilmente empurrando e puxando
para fora. Ele é tão duro, tão perfeito. Quero colocar as minhas pernas ao
redor de seus quadris, mas não posso. As respirações irregulares me
consomem e o quarto está além de quente. Meu corpo está pingando de suor.
Inclinando a cabeça para trás, olho para o teto. É quando suas mãos
encontram os meus seios. Meus lábios formam um O, mas não digo nada. Ele
sente a maciez, a plenitude das minhas curvas enquanto empurra seu pênis
longo e duro em mim lentamente, torturando-me, sucessivamente.
Tomando meus mamilos entre os dedos, ele os torce suavemente e aperta
os grampos. Eu grito, empurrando os meus seios para ele, mas a porta me
detém. Ofegante, mal posso respirar.
Ele sorri, — Shhh! Nenhum som de você! Eu quero que isso entre nós!
Não estou entendendo. Então por que ele quis fazer aquela cena com Neil
e Maggie? Naquele momento, não me importo. Faço o que ele diz e mordo o
lábio para me manter em silêncio. Ele entra profundamente dentro de mim de
novo, e minha boca se abre. Eu engulo o som antes que ele ouça. O único
barulho é a lufada de ar saindo com força dos meus pulmões.
— Boa menina, — ele ronrona e retira antes de novamente empurrar,
desta vez mais profundamente. O tom de sua voz me faz derreter.
Antes que eu possa pensar noutra coisa, os dedos de Bryan apertam em
torno das correntes nos meus mamilos. Seus quadris se mantêm pressionados
rentes aos meus, seu comprimento perdido dentro de mim. Meu queixo cai, e
eu o vejo me observando, esperando que eu faça qualquer barulho. Meus
olhos se fixam nos seus, enquanto sensações ardentes circulam através do meu
corpo, construindo mais apertado e mais forte. Ele lentamente adiciona mais
pressão, provocando e puxando os meus mamilos mais e mais, fazendo com
que a pinça aperte mais ainda. O calor em meu estômago endurece através do
meu corpo. Eu movo os meus quadris e tento balançar contra ele, mas ele me
acalma.
— Não, não. Ainda não!
Eu suspiro! — Eu gosto de ser espancada!
— Sério? — Eu aceno. Sua mão vem com força na minha bunda. Ambas
as nádegas ardem. Ele faz isso enquanto ele ainda está dentro de mim, o que
me faz apertar mais em torno dele. Ele suspira e faz isso de novo, e de novo.
O impacto de suas mãos é tão bom. A ardência envia arrepios através de mim
em ondas que não acabam. Elas navegam pelo meu estômago e se espalham
por todo o meu corpo. Todos os deliciosos formigamentos me atravessam,
fazendo com que eu deslize a minha língua sobre os dentes. Faço isso sem
pensar. É uma reação a ele, ao que está fazendo comigo.
Sem aviso, Bryan puxa para fora. Isso me deixa louca. Meus quadris
sacodem, mas não posso alcançá-lo. O cinto corta os meus pulsos enquanto
me esforço contra as limitações que me foram impostas. Ofego, observando-o
enquanto ele se move para longe de mim. O desejo arde pelo meu corpo. Não
consigo me controlar. Puxando os meus pulsos mais forte ainda, tento
libertar-me do cinto de novo, mas não consigo. Só fica mais apertado.
Ele sorri, assistindo-me lutar, até que eu paro e olho para ele. A expressão
em seu rosto, a intensidade de seus olhos, fazem com que meu estômago se
contorça. Minha respiração fica presa na minha garganta enquanto Bryan
passa perto o suficiente para me tocar, mas ele não toca. Estou ofegante.
Meus olhos estão implorando para que ele faça algo, para que me faça gozar,
deixar-me fode-lo... Qualquer coisa.
— Diga-me o que você deseja, Hallie! Implore-me por isso! — Ele
sussurra palavras ao lado do meu ouvido. A reação dentro de mim é rápida e
violenta. Seu hálito quente faz meu clitóris pulsar e parecer que vou morrer se
ele não me tocar, se ele não terminar o que começou. Ele está tão perto, quase
me tocando, mas não desliza os dedos pela minha cintura. Ele não toca o meu
peito e não provoca os meus mamilos. Isso me faz desejá-lo ainda mais. Eu
me sinto como um animal acorrentado, incapaz de pensar. — Responda-me
linda mulher! — Ele ordena e eu sinto a batida da sua mão na minha bunda.
Meu corpo está tão bem enrolado que o tapa me faz gemer. Eu não
esperava isso, mas antes que pudesse controlar os meu gemido, ele escapa dos
meus lábios. Eu ofego, chocada por não ter sido capaz de abafar o ruído ou
pará-lo a tempo. A mão de Bryan voa uma segunda vez, com mais força. Ele
observa meu rosto enquanto eu estremeço debaixo da sua mão. O tapa é
rápido, e eu sei que vou ter um problema para andar depois, mas não me
importo. Eu grito, dizendo o seu nome, empurrando os meus seios contra ele.
Um olhar perverso torce seus lábios em um sorriso sexy. — Responda-
me! — Sua voz soa como um grunhido e quando não consigo fazer nada,
senão ofegar incontrolavelmente, sua mão me atinge pela terceira vez. Mas ele
não me libera. Em vez disso, ele pega a minha bochecha na mão e aperta. A
ardência se intensifica pela forma como ele me agarra. O belo corpo de Bryan
está coberto por um brilho fino de suor, enquanto me trata grosseiramente.
— Diga-me o que você deseja!
Minha voz é um suspiro. O desejo correndo desenfreadamente. — Eu
quero suas mãos sobre mim, em mim! Eu quero que você me foda sem
sentido. Foda-me, Bryan!
— Implore por isso, Hallie! Implore mais alto! — Seu punho aperta a
minha bunda fazendo com que o meu corpo pressione contra o seu. Gotas de
suor rolam pela minha espinha.
Minha voz treme enquanto imploro, sem capacidade de manter qualquer
traço de comedimento.
— Por favor, Bryan... Por favor! Foda-me! Foda a minha buceta! Encha-
me com o seu gozo. Por favor, baby! Por favor... — Eu continuo a lhe pedir,
enquanto suas mãos deslizam sobre os meus quadris e para baixo entre as
minhas pernas. Quando ele toca o meu clitóris, eu gemo. Bryan inclina sua
cabeça para trás, olhando para mim. — Foda-me, baby! Por favor! — Meus
quadris se remexem contra a sua mão. Em resposta, ele aperta os dedos no
meu clitóris. Eu grito: — Foda-me! Por favor! Bryan! Eu preciso de você! Por
favor!
Quando eu digo o nome dele, ele quebra. Antes de saber o que está
acontecendo, suas mãos estão segurando os meus pulsos sobre a minha
cabeça enquanto ele bate seu membro rígido dentro de mim sucessivamente.
Ele empurra mais e mais profundamente a cada vez, com as mãos deslizando
pelos meus braços. Batendo-se cada vez mais duro contra mim, ele assiste
meus seios balançando e saltando até que ele toma ambos em suas mãos e
aperta os meus mamilos duramente. Eu berro, mas isso só faz com que ele
aperte com mais força, até que a corrente cai. Cai aos meus pés e ele a deixa
lá.
Bryan se move, empurrando para dentro de mim fodendo-me cada vez
mais rápido. O calor entre as minhas pernas percorre todo o meu corpo.
Parece que não posso ser dominada. Não há o suficiente dele para me
satisfazer, nunca. Quando seus dedos apertam mais duramente contra os meus
mamilos doloridos, meus olhos se arregalam. Ele me olha nos olhos enquanto
ele empurra para dentro de mim uma vez... forte. Minhas costas batem contra
a porta e ele me segura lá, observando-me. Seus lábios entreabertos, ele
respira sem dizer nada. Suas mãos suavemente empurram os cabelos para
longe dos meus olhos. Ele acalma por um momento e não posso suportar
isso. Seu pau está em mim, mas não importa o quanto eu me mexa, não posso
fazer com que ele me foda.
Com todo o peso do seu corpo, ele me achata contra a porta. Seus olhos
ardem com o desejo, sua testa está pingando de suor.
— Goze para mim, baby! — Ele respira e mete em mim rápido e
furiosamente. Ele não para quando eu grito. Ele continua metendo contra
mim até que meu corpo não pode ficar mais retesado.
Cada vez que ele afunda em mim eu me sinto mais excitada. Eu não posso
respirar, mas não quero que ele pare. Seu corpo me esmaga, enquanto me
monta, balançando contra mim furiosamente. Eu gemo, e posso dizer o quão
forte ele está empurrando e o quanto vou estar machucada depois, mas não
me importo. No momento, isso é muito bom. Minha pele formiga e está
pingando de suor. Meus seios saltam mais e mais para cima com cada batida
de seu corpo contra o meu. E sem outro pensamento, eu gozo. Meu grito sai
rasgado através da minha garganta. Não posso gozar silenciosamente, não
quando ele faz assim. Bryan me bate mais forte enquanto as deliciosas
sensações giram, fazendo com que todo o meu corpo entre em erupção. Eu o
sinto meter contra mim duro e profundamente, e ele goza alguns segundos
após.
Esgotada, pendurada e estremecendo contra a porta, estou pronta para
cair no chão. Bryan se afasta e me olha. Com os lábios entreabertos, ele só
olha para mim por um momento antes de desatar o cinto. Quando as minhas
mãos caem ao meu lado, meus braços queimam. Bryan me toma em seus
braços e me leva para a cama. Ele me senta na frente dele e esfrega os
músculos doloridos em meus braços e ombros. Minha cabeça se inclina para o
lado enquanto ele faz isso. Cada centímetro meu está formigando. Não quero
que esse momento termine, mas Bryan para.
Viro-me e olho para ele. Ele está brilhando, coberto por uma fina camada
de suor que cheira tão bem. Eu quero lambê-lo, mas apenas aceno. Ele vira
seus olhos esmeraldas para longe e diz:
— Eu acho que eu deveria ir.
— Você vai embora? — De repente, eu me sinto muito nua. Puxo a
coberta da cama e a enrolo em volta dos meus ombros.
— Sim, a menos que você queira que eu fique e diga a Neil tudo sobre
como eu acabei com a raça da sua noiva. — Ele me olha por um segundo. Sua
testa está coberta de suor e seu rosto está brilhando. — O que há de errado?
— Ele sempre pôde me ler tão bem. Eu quero dizer a ele sobre Victor, mas
não posso.
Eu digo outra coisa.
— Neil fez a proposta e eu disse sim. — Eu ergo o meu anel.
— Sim, eu vi isso. Você realmente aceitou? — Bryan se senta ao meu lado.
— Na verdade não. Ele aceitou por mim. — Nós dois ficamos em silêncio
por algum tempo.
Bryan se veste e diz:
— Eu voltarei para ter você do meu jeito de novo em breve. Da próxima
vez é melhor que o idiota do seu noivo tenha você pronta para mim. E eu
quero que você use isso quando estiver comigo e só comigo. — Ele levanta a
corrente do chão e a joga para mim.
A porta do quarto se abre e Neil está lívido. Ele olha para mim e depois
para Bryan:
— Você acha que isso é engraçado?
— Não, acho que ela precisa de algo que você não pode dar a ela. Estou
dando a você uma única chance de quebrar seu compromisso e foder a sua
noiva. Mas você tem que fazer isso como um animal. Satisfaça-a!
O rosto de Neil contorce desgostoso.
— Eu a satisfaço sem esse comportamento bárbaro. Fazer amor não
precisa de mordaças, amarras ou oprimir mulheres de forma nenhuma. Tenho
certeza de que Hallie só aceitou isso pela equipe, seu pedaço de merda
demente!
Essa foi a coisa mais cruel que já ouvi Neil dizendo e eu quero rir, porque
é pateticamente fraco. O homem que estava me usando, ofereceu para quebrar
o acordo se Neil prometer me pegar e fazer sexo animalesco comigo. O
homem deveria ter dito que sim, mas ele, pela sua moral, disse que não. Estou
cansada demais para pensar no que isso significa. O que aconteceu aqui?
— Ela vai tomar mais do que uma foda pela equipe. — Bryan pisca um
dos olhos. — Vejo você amanhã, escrava sexual! Trarei um colar para você e
vai usá-lo. — Bryan aperta a mão de Neil. — Você é um homem inteligente.
O que são alguns meses de infidelidade comparados com uma vida de
riquezas, certo?
Neil aperta a sua mandíbula.
— Então você planeja que isso continue por alguns meses?
— Provavelmente não por muito tempo. Eu fico entediado fodendo a
mesma mulher todo dia. Não se preocupe Neil! Ela é sua sujeira, não a minha.
— Com isso, Bryan vira as costas e sai.
— Neil, — estou pronta para explodir em lágrimas. O julgamento está
espalhado em seu rosto.
— Hallie, isso não é natural. Você não é um animal selvagem! Será que ele
conseguiu instigá-la para que você fingisse o que você não é?
Eu dou de ombros. Não quero falar sobre isso.
— Não tenho ideia.
— Eu deverei deixá-lo foder e espancar você na minha cama, sempre que
ele quiser?
Eu olho fixamente para frente.
— Até que ele se canse de mim, sim. Lide com isso! Você foi quem me
disse para fazer isso. — Eu destaco a última frase. — E ele lhe deu uma saída.
Você não aceitou. — Eu fico olhando para ele, e puxo a coberta mais forte em
volta dos meus ombros.
Neil revira os olhos.
— Eu pensei que fosse apenas uma noite.
— Eu também. Estávamos errados sobre uma porção de coisas.
Capítulo 11
Eu deveria me sentir envergonhada, mas não sinto. No dia seguinte, me
sento com Maggie no sofá enquanto Neil está fora. Ela tem estado muito
tranquila desde que a busquei em seu antigo apartamento. Maggie olha para o
espaço, e eu sei que a memória está se defrontando com o novo e joga uma e
outra vez em sua mente.
— Você quer falar sobre isso? — Eu pergunto, já sabendo a resposta.
Ela inspira e balança a cabeça, antes de oferecer-me um sorriso forçado.
— Não há nada a dizer. A mesma velha merda. Nada mudou, mas dói mais
agora. — Ela sorri como se algo fosse engraçado. — Eu pensava que doía
mais quando eu era criança. Acho que não.
— O que ele fez?
— A mesma coisa de sempre. Victor gosta de possuir coisas. — Ela muda
em seu assento e, em seguida, levanta, colocando distância entre nós. — Era
para eu arranjar-lhe uma garota. Ele tem um tipo, quadris redondos, cabelos
escuros e pele pálida, como Nicole Kidman, mas morena. Assim, a cada
semana, eu levava alguém. Elas ganham algumas centenas de dólares, e ele faz
o que faz. Na semana que eu não conseguia encontrar ninguém, eu a
substituía, mas desta vez... — Ela para de falar e balança a cabeça. — Eu não
deveria ter ido. Geralmente é apenas sexo violento. Ele dá um tapa e me
arranha. Vou para casa e é isso. Mas desta vez... — Ela balança a cabeça e olha
por cima do ombro para mim. — Eu não quero falar sobre isso. Eu tentei
fugir e, em seguida, desisti quando ele disse o que ele faria comigo, e depois
com você. Ele me deu uns tapas por um tempo, me levando do jeito que ele
quis, e então eu ouvi a sua voz e eu estava morrendo de medo que ele fosse
levá-la também. Sinto muito, Hallie.
— Não é culpa sua. — Eu me sinto horrível por deixar sua vida
desmoronar assim. Nós deveríamos estar lá uma para a outra. — Eu deveria
ter chegado mais cedo. Eu teria... Eu gostaria de poder ter tudo de volta.
Maggie sorri tristemente e envolve os braços em torno de si. — Sim, eu
também. E agora? Sem ofensa, mas eu não suporto Neil.
Concordo com a cabeça. — Eu estava pensando que deveria ter um lugar
só meu antes do casamento. Vai ser eu e você.
O olhar de Maggie desvanece no chão. — Você vai se casar com ele,
sério? — Eu aceno e lhe dou um olhar para que não me pressione agora. Ela
acrescenta: — Eu adoraria, mas você sabe que eu não posso me dar ao luxo.
— Sim, você pode. Eu tenho parte do meu pagamento antecipado.
Podemos ir a procura de uma casa sempre que quiser, oh, e esta parte não é
opcional, você trabalha para mim agora. Eu vou precisar de uma assistente
pessoal para me dizer o que fazer, você sabe, alguém um pouco mandona.
Maggie ri e me empurra, e depois bate as mãos sobre a boca, e repete a
ação. — De jeito nenhum!
— Isso. — É tão bom ver uma explosão de felicidade em seus olhos,
mesmo por um breve momento. Mas assim que ela pisca, ela se foi, perdeu-se
nas profundezas da agonia que enchem sua alma.
Um dia ela vai parar de lutar. Um dia ela vai ceder, desistir.
Ela já teria desistido se eu não tivesse aparecido. Algumas pessoas a
levaram direto para o inferno. É irônico, porque eu tenho sangue em minhas
mãos e não me sinto como se estivesse infeliz. É mais, como eu se estou
puxando Maggie, da vida tortuosa ela conhece, e esconde com esse sorriso.
Não me arrependo de minhas ações. O pensamento faz minha pele
formigar. Na parte profunda da minha mente, eu me pergunto que tipo de
pessoa que sou, mas arrumo minha coluna e me levanto. Isso me faz ser quem
eu sou e não há nada mais a se considerar. Eu fiz o que tinha que fazer. Eu
não teria tocado em Victor se ele a deixasse em paz, se ele não tivesse
ameaçado vir atrás de nós, mas ele ameaçou. Eu vi o medo nos olhos de
Maggie é a verdade. Se Victor Campone tivesse vivido, teríamos morrido.
— Está com fome? — Eu pergunto me dirigindo à geladeira.
— Sim, um pouco. — Maggie está sentada com os pés enrolados em sua
bunda e olhando para as mãos desde que eu a peguei no apartamento do
Victor. Ela raramente faz contato visual. Acho que a luta a nocauteou. Ele
aparece em surtos, mas é como um carro que está ficando sem gasolina. Estou
muito preocupada com ela. Depois de tudo que ela passou...
Isso não pode desfazê-la. Não pode.
Porque é minha culpa desta vez.
Todas as outras vezes, a Maggie revidou. Ela nunca desistiu, nunca cedeu,
e agora a minha melhor amiga está caída no sofá, coberta de hematomas e
cortes, com os olhos que se assemelham a buracos-negros que sugam tudo,
mas não vejo nada ali. Eles não sentem nada, não mais.
Eu sorrio e digo algo estúpido, tentando fazê-la rir, mas nem sequer
obtenho um sorriso de piedade. Depois de abrir a porta da geladeira, eu gemo
em voz alta. Neil está trabalhando hoje e não conseguiu ir às compras.
Maggie pergunta: — O que ele fez?
— Ele pegou todas as sobras da festa e levou para o trabalho. Eu pensei
que era bom porque ele deveria ir às compras, mas não o fez. — Estou
inclinada na geladeira vazia olhando para uma caixa de leite vencido e um
frasco de picles. Não vou comer isso. Eu bato a geladeira e acrescento: — Eu
dar rápida saída. Será que comida chinesa vai bem?
Maggie geralmente protesta e se oferece para pagar as coisas, mas hoje,
apenas balança a cabeça. — Ótimo! — Eu digo, parecendo alegre. Ela irá
voltar. Ela vai. Se eu continuar dizendo a mim mesmo vai acontecer, certo?
De repente, eu percebo que ela não recuperou-se, matar Victor não era uma
vingança suficiente, até mesmo pelo o que ele fez com Maggie.
Capítulo 12
Pego minhas chaves e ligo o motor. O carro vermelho ronrona quando o
tiro da garagem e digito o CEP do local que irei. Quando estou prestes a
desviar para o estacionamento, um policial segue atrás de mim, com as luzes
vermelhas piscando. Eu não estava em alta velocidade. Droga. Deve ser
verdade que os carros vermelhos são parados mais do que qualquer outra cor.
Eu encosto e levo o carro para o acostamento, tomando o cuidado de
manter as mãos no volante. Papai me disse para nunca ir para a minha bolsa
ou porta-luvas até que o policial esteja de pé ao lado do carro. O cara tem que
ver as minhas mãos ou ele pode atirar em mim, bem não é exatamente do jeito
que meu pai disse isso, mas é o que ele quis dizer.
Eu aperto o botão na janela, assim como o policial se aproxima. Ele está
usando o uniforme escuro que me dá vontade de sair correndo e gritando
para o meu quarto e me esconder debaixo da minha cama.
Ele não é esse cara. Pare com isso, Hallie, xingo-me, mas isso não ajuda.
Até agora, minhas mãos estão tremendo.
— A licença e registro, por favor. — O cara tem trinta e tantos anos, e um
tipo de visual assustador. Por assustador, eu quero dizer que parece que ele
poderia tomar o meu pequeno corpo e dobrá-lo estilo acordeão e enfiá-lo em
seu tronco. O cara é massa muscular pura e ele parece chateado. Eu não posso
imaginar o que eu fiz.
Eu me aproximo do porta-luvas para retirar os papéis mencionados, mas
tudo que eu encontro é o manual sobre o carro e o último aviso de mudança
de óleo. Sem documentos. Sem registro. O meu coração dá uma guinada.
Foda-se. Eu começo a pensar que Jon brincou comigo, mas mesmo ele, não
seria tão baixo. E o policial não me pediu para sair do carro ou qualquer coisa.
Minha lanterna traseira está queimada ou algo assim, isso é tudo. Isso não é
nada.
Eu vasculho minha bolsa e tiro a minha pequena carteira. Meu rosto fica
pálido quando vejo o espaço vazio onde minha carteira de motorista deveria
estar. Olho para o policial e digo baixinho: — Ela se foi.
— Você não tem uma licença ou registro desse veículo? — Ele diz algo
em seu ombro depois de ouvir um zumbido em seu fone de ouvido. — Saia
do carro, minha senhora.
Estou tremendo agora. — Eu não fiz nada de errado. Alguém pegou a
minha licença. Eu tenho uma.
Ele me ignora e me apoia no capô. Tira seus óculos de sol. Quando o
guarda, ele pergunta: — Você sabe que você está dirigindo um veículo
roubado?
— Não é roubado.
— Oh?
Eu balanço minha cabeça, pronto para chorar. Jon não faria isso para
mim, ele não iria. — Jonathan Ferro me vendeu este carro uns dias atrás por
dez mil dólares. Eu não tive a chance de renovar a papelada ainda. Eu pensei
que tinha alguns dias?
O policial concorda. Ele vira o meu rosto para o capô e me revista. —
História legal. O carro vale muito mais do que isso. Se você vai mentir pelo
menos faz a história parecer convincente.
— É verdade! Jon me vendeu por dez mil. Pergunte a ele! Eu não estou
mentindo.
Eu sinto frio do metal prender meus pulsos quando as algemas
escorregam em torno dos meus braços. Eu começo a entrar em pânico. Meu
coração dispara muito rápido e o mundo se torna um borrão. Eu não posso
parar de falar, suplicando, e quando o policial me empurra na parte de trás de
seu carro, todos os terríveis eventos em detalhes vívidos se reproduzem em
minha mente.
Eu fecho meus olhos e tento desligá-los, mas as cores iluminam e os sons
de mais de uma década tocam alto em meus ouvidos, enquanto lágrimas caem
pelo meu rosto. O passado e o presente colidem juntos com tanta violência
que eu não posso suportar isso.
Minha mãe jura para mim antes de me enfiar no armário. Pequenas mãos
envolvem em torno de mim, e eu sei que o meu irmão mais novo, Anthony,
está apavorado. Ele cresceu e seus ossos eu sinto nitidamente sob minhas
palmas. Ele chora até que fica em silêncio, até que ele adormece, até que
minha mãe teve seu efeito das drogas e amantes. Eu a ouvi rir. Eu nunca
poderia fazê-la feliz assim. Ouvi os sons de sexo, até que algo muda. A festa
normal não é mais normal.
O policial que me tirou do armário tentou tirar o corpo sem vida do meu
irmão dos meus braços. Eu não entendi. Eu o protegia dela. Eu vigiei por
Anthony, mas depois de tudo que eu fiz, não foi o suficiente. Eles pensaram
que eu o matei em primeiro lugar. Eles me empurraram para o fundo do carro
e gritei para eles até que eu não podia chorar mais. Eu queria meu irmão, mas
eles disseram que ele estava morto.
Eu não acreditei neles.
Agora, eu tenho dificuldade em acreditar em alguém e este policial abriu
uma ferida que é tão profunda que me corta até o osso. Não, não foi o policial
- foi Jon.
Eu não posso evitar o tremor, mas eu não choro. Eles me ficham e fazem
perguntas que eu ouvi antes. A estrutura nunca muda em lugares como este.
As pessoas são as mesmas. O cheiro é idêntico. Eu olho fixamente, tentando
manter minha mente em uma única peça, mas eu sinto as rachaduras pouco a
pouco.
Quem vai salvar Maggie? Se eu me perder, quem estará lá para ela?
Ninguém. Acalme-se, Hallie.
Eu tenho direito a uma ligação, então que eu chamo a pessoa que eles
estão tentando me manter longe, o homem que está me chantageando por
sexo.
Quando ele atende o telefone, Bryan parece cansado. Eu não sei de que
outra forma dizer. Eu teria pensado que ele estava dormindo, mas há algo em
sua voz que me diz que não dorme há muito tempo. — Suffolk County PD.
Deixe-me adivinhar, é Jon ou Trystan?
— Não, — minha voz é tão baixa, tão tímida que mal faz um som.
Eu o ouvi mudar e Bryan soa mais alerta quando ele responde: — Hallie?
— Venha me pegar. Eu vou lhe dever. Qualquer coisa que você quiser,
basta vir me pegar. — Eu entrego o telefone de volta ao oficial na mesa e sou
levada de volta para a minha cela.
Capítulo 13
Estou sentada em frente a uma mulher que não consegue parar de chorar.
Ela fala sobre os tíquetes de estacionamento não pagos, sobre como ela vai
perder o emprego por causa disto e como ela não trabalhou o suficiente para
pagar os tíquetes. Depois começa a hiperventilar e menciona algo sobre
remédios. Essa é a única vez que o policial no exterior da cela olha para ela.
Eles a removem da nossa cela, dizendo que vai ter seus remédios.
Alguém entra e se senta ao meu lado. Seu rosto está machucado em um
lado.
— Olá.
Eu olho para ela e não digo nada. Meus braços estão cruzados sobre o
meu peito e estou encostada à parede, pensando em maneiras de castrar Jon
Ferro. Ele sabia sobre o meu passado e o que isto faria comigo.
A mulher não é mais que uma menina, deve de ter uns dezoito anos, com
grandes olhos redondos, mas ainda tem bochechas gordinhas, infantis. Pelo
seu rosto angular não parece ter mais de vinte e dois anos. O seu cabelo
escuro é longo e está em um rabo de cavalo bagunçado.
Ela suspira e descansa as costas contra a parede de cimento frio. — Você
passará a noite aqui? Eu espero que sim. Ele precisa de tempo para esfriar. A
única parte ruim é não ter o sabão bacteriano, mas o resto está bem. Além
disso, ele vai dar-me tempo. Eu não posso estar perto dele quando ele está
assim. Ele é geralmente é bom, mas em noites como está, eu acho melhor
ficar aqui. Eu não vou fazer a minha ligação. Ei, você parece familiar. — Ela
fala sem respirar e olha para mim o tempo todo.
— Nós nunca nos conhecemos, — é tudo o que eu digo.
Ela acena com a cabeça e continua, liberando uma onda de palavras.
Sentada, escuto sua vida, a sua história, não sinto nada, apenas piedade. Ela é
como Maggie e eu. Ela não tem ninguém que se preocupe com ela, ninguém
para ouvir a sua voz e em quem encontrar consolo através de seu toque.
Eu não sei quanto tempo estive lá, mas um tempo depois eles chamam o
meu nome, a jovem foi levada para um banho e passará a noite na cela.
Imagino o por que desejar uma cela em vez de ir para casa. Isso me faz querer
chorar, e não há porra nenhuma que eu possa fazer sobre isso. Eu não posso
nem tomar conta de mim.
A porta da cela desliza aberta e faz um som mais horrível. — Hallie
Raymond, recolha as suas coisas na recepção e vá para casa com o seu amigo
que pagou sua fiança. Se você estragar tudo, ele será o único que pagará por
isso, o melhor é se comportar.
Concordo com a cabeça e percorro o caminho para a recepção. Parece
que eu não prestei atenção por um tempo, mas o faço quando vejo Bryan.
Enquanto eu ando atrás dele eu observo a maneira como ele respira, o modo
como os seus ombros estão dobrados para frente como se ele estivesse sendo
vigiado ou com dor. Eu paro atrás dele e o assisto por um momento. Seus
quadris são estreitos, como sempre, ele não perdeu muito peso, mas seu
cabelo não brilha da maneira como ele costumava brilhar. Sua respiração é
superficial e curta, como se tivesse estado correndo. Uma sensação horrível
corre pela minha espinha quando eu olho para ele.
Naquele momento, Bryan sente os olhos sobre ele e vira. Ele tem aquele
sorriso brincalhão no rosto. — Se você queria usar algemas, eu tenho algumas.
Eu ficaria feliz... poff! — Eu bato nele com toda a força do meu corpo e o
seguro apertado.
Bryan fica chocado no início. Seus braços levam um tempo até fecharem-
se em torno de mim, e depois ele me segura. Eu sinto a sua voz, a agitação
quente de ar, quando ele sussurra em meu ouvido: — Vamos sair daqui. —
Ele me solta e eu aceno. Foi quando ele me disse a última coisa que eu queria
ouvir. — Há repórteres na frente.
— O quê? — O meu queixo cai em horror.
— Eu fiz arranjos para sair pela parte de trás, mas haverá alguém. Sempre
há. Todo mundo vai saber o que aconteceu pela manhã. — Bryan pega a
minha mão e me leva, seguindo um oficial, que nos conduz através de uma
sala com armários e na parte de trás da delegacia de polícia, para um Hummer
preto. Sou empurrada para dentro, mas não antes de um flash disparar e eu
olhei diretamente para a câmera.
Bryan empurra-o de volta, mas a foto já foi tirada. Ele sobe atrás de mim
e diz: — Dirija.
— Eu não sou a porra do seu motorista, Bryan. Diga por favor. — Um
cara da minha idade, com cabelo escuro que paira em seu rosto, está no
assento do motorista. Com óculos grandes demais para obscurecer os olhos.
— Foda-se, Trystan.
Trystan revira os olhos e se afasta com sua enorme, máquina
ambientalmente irresponsável, com o objetivo de atingir os repórteres da rua,
quando sai do estacionamento. — As pessoas seriam melhores para você, se
você fosse mais agradável para elas. Isso é tudo o que estou dizendo. —
Trystan é tranquilo, mas eu sinto seus olhos em mim. Quando eu olho para
cima, ele responde ao que eu estava pensando. — Jon não fez isso com você.
Aos poucos, meu queixo inclina-se para cima e os nossos olhos se
encontram no espelho retrovisor. — Jon Ferro é um homem morto. Ele sabe
o que isto me faria. Foi a pior coisa que ele poderia ter feito.
Bryan pega a minha mão e tece os nossos dedos juntos. — Não foi Jon.
Por favor, aguarde para matá-lo até amanhã.
— Eu poderia matá-lo agora. Bryan, eu cuidei de Campone e posso cuidar
de qualquer um que mexer com Maggie ou comigo. Eu não sou mais uma
criança. — Eu soluço e tremo quando o passado e o presente eclodem juntos
novamente. Meu irmão morreu de fome. Ele morreu em meus braços e eu era
muito boba e pequena para saber o que fazer. Eu digo que eu era apenas uma
criança, porque é mais fácil do que dizer às pessoas a minha história, mas os
Ferros sabem de tudo. Eles são como baratas que conseguem encontrar cada
mentira em cada canto escuro de sua alma. — Eu não vou ser dizimada por
Jon. Foda-se ele.
Trystan e Bryan trocam um olhar, mas ninguém diz nada. Bryan me puxa
em seus braços e me segura até pararmos em frente de um antigo motel.
Bruto é a melhor maneira de descrevê-lo. Aposto que eles alugam quartos por
hora. Trystan joga para Bryan a chave do quarto. — Fique aí até eu descobrir
o que aconteceu. Eu acho que já sei, embora os detalhes sejam vagos.
Eu balanço a minha cabeça: — Não, eu não posso. Maggie está de volta e
ela precisa de mim. E Neil...
Bryan suspira, passando as mãos pelos cabelos. Depois que ele fez isso, ele
balança a mão para o seu lado. — Maggie estará bem. E Neil é um idiota.
Além disso, ele sabe que eu a levei esta noite. Aparentemente, você disse a
Maggie que eu estava chantageando você, porque ela tentou me pregar seu
calcanhar na cabeça. — Isso me faz sorrir. — Oh, você acha que é engraçado?
— Bryan me agarra e se inclina para perto. Aqueles olhos verdes brilham por
um momento antes de embaçarem. — Vamos Raymond. Estou pensando em
usá-la até que você se esqueça de quem você é.
CONTINUA
Capítulo 10
Bryan pega o meu rosto em suas mãos.
— Se você não gostar, diga-me! — Eu aceno, lentamente, com as suas
mãos quentes ainda segurando o meu rosto.
Era como se alguém apertasse um interruptor. Os olhos de Bryan se
tornaram mais escuros, mais carnais. Ele libera o meu rosto e pressiona seu
corpo tonificado contra o meu. Empurrando as minhas costas contra a porta,
certifica-se de que eu possa sentir cada centímetro dele. Tira uma corrente
prateada com um plugue em cada extremidade e o prende nos meus mamilos.
Eu ofego quando ele os aperta. O peso das correntes faz com que eu morda
os meus lábios. Enquanto ele pressiona dentro de mim, as correntes vão se
mexendo e puxando suavemente à medida que ele desliza sobre o meu corpo.
Um pequeno suspiro escapa por entre os meus lábios. Bryan me olha, seus
olhos verdes fixos nos meus. Pega um dedo e o coloca entre os meus lábios
rosados, enquanto a outra mão desliza mais para baixo, passando pela minha
barriga e entre as minhas pernas. Eu ofego. Ele se move rapidamente, tocando
a minha protuberância sensível com o polegar, alisando o dedo sobre a carne
suave, e observando o meu rosto enquanto faz isso.
Meu queixo se ergue enquanto tento não gemer. Luto contra as sensações
que estão em erupção dentro de mim, as sensações que ele está trazendo à
tona. Seus dedos se movem sobre o meu clitóris, enquanto ele puxa a corrente
suavemente. Ele sente que estou ficando mais úmida e, em seguida, sem aviso,
sem uma mudança na expressão, empurra o dedo dentro de mim. Ele ainda
está, por um tempo, vendo meus olhos. Eu pisco devagar, sentindo-o ali, entre
as minhas pernas.
Bryan empurra o dedo mais forte, mais profundo enquanto me observa.
Sua respiração está sobre os meus lábios fazendo com que me sinta tonta.
Quando ele puxa o dedo, ergue-o para a minha boca. Delineando os meus
lábios, ele me observa, espalhando meu calor úmido, como batom. Eu pisco
lentamente, com meu coração disparado, e, excitada além da compreensão.
— Prove! — Ele ofega e empurra o dedo em minha boca. Eu passo a
minha língua contra o seu dedo, mas ele o segura lá e diz: — Chupa até que
saia do meu dedo, Hallie! — Eu hesitei, mas ele diz: — Faça isso! — Minha
língua envolve o dedo, sugando-o, saboreando o gosto. Seus olhos estão
queimando, observando-me.
Enquanto chupo o dedo, ele abaixa a outra mão entre as minhas pernas,
abrindo a minha pele escorregadia. Sensações explodem dentro de mim, mas
antes que eu possa saboreá-las, as sensações mudam. O membro duro de
Bryan entra dentro de mim, fazendo com que eu chupe o dedo mais forte
ainda. Ele puxa o dedo da minha boca, e envolve as mãos em volta da minha
cintura. Fica um pouco imóvel, por um momento, respirando rápido e forte.
Depois, puxa para fora lentamente e enfia novamente, fazendo com que eu
bata contra a porta. Meus joelhos tremem à medida que ele lentamente vai me
deixando mais louca. Eu quero mais. Quero que ele me maltrate e me deixe
tonta pela paixão. Que limpe o meu medo com a luxúria, apague a minha
memória por um momento, e tire toda a dor que tem me invadido.
Eu só quero senti-lo e nada mais. O mundo desaparece até que não sei
quanto tempo se passou. Meus braços doem enquanto ele me usa,
empurrando para dentro de mim sucessivas vezes. Minha cabeça pende para o
lado e, em seguida, levanta de volta. Eu ofego todas às vezes e os meus seios
tremem com a força de seu empurrão.
Algo se desdobra dentro de mim. Quero suas mãos em mim, fazendo
tudo ao mesmo tempo. Vertentes delicadas de paixão irrompem dentro de
mim, enviando arrepios pelas minhas coxas e seios. Todos os lugares que
desejo que ele toque fervem como uma corrente viva. Arqueando minhas
costas, eu pressiono meus quadris contra os dele, só para que batam
novamente.
Seus impulsos mudam para provocar, gentilmente empurrando e puxando
para fora. Ele é tão duro, tão perfeito. Quero colocar as minhas pernas ao
redor de seus quadris, mas não posso. As respirações irregulares me
consomem e o quarto está além de quente. Meu corpo está pingando de suor.
Inclinando a cabeça para trás, olho para o teto. É quando suas mãos
encontram os meus seios. Meus lábios formam um O, mas não digo nada. Ele
sente a maciez, a plenitude das minhas curvas enquanto empurra seu pênis
longo e duro em mim lentamente, torturando-me, sucessivamente.
Tomando meus mamilos entre os dedos, ele os torce suavemente e aperta
os grampos. Eu grito, empurrando os meus seios para ele, mas a porta me
detém. Ofegante, mal posso respirar.
Ele sorri, — Shhh! Nenhum som de você! Eu quero que isso entre nós!
Não estou entendendo. Então por que ele quis fazer aquela cena com Neil
e Maggie? Naquele momento, não me importo. Faço o que ele diz e mordo o
lábio para me manter em silêncio. Ele entra profundamente dentro de mim de
novo, e minha boca se abre. Eu engulo o som antes que ele ouça. O único
barulho é a lufada de ar saindo com força dos meus pulmões.
— Boa menina, — ele ronrona e retira antes de novamente empurrar,
desta vez mais profundamente. O tom de sua voz me faz derreter.
Antes que eu possa pensar noutra coisa, os dedos de Bryan apertam em
torno das correntes nos meus mamilos. Seus quadris se mantêm pressionados
rentes aos meus, seu comprimento perdido dentro de mim. Meu queixo cai, e
eu o vejo me observando, esperando que eu faça qualquer barulho. Meus
olhos se fixam nos seus, enquanto sensações ardentes circulam através do meu
corpo, construindo mais apertado e mais forte. Ele lentamente adiciona mais
pressão, provocando e puxando os meus mamilos mais e mais, fazendo com
que a pinça aperte mais ainda. O calor em meu estômago endurece através do
meu corpo. Eu movo os meus quadris e tento balançar contra ele, mas ele me
acalma.
— Não, não. Ainda não!
Eu suspiro! — Eu gosto de ser espancada!
— Sério? — Eu aceno. Sua mão vem com força na minha bunda. Ambas
as nádegas ardem. Ele faz isso enquanto ele ainda está dentro de mim, o que
me faz apertar mais em torno dele. Ele suspira e faz isso de novo, e de novo.
O impacto de suas mãos é tão bom. A ardência envia arrepios através de mim
em ondas que não acabam. Elas navegam pelo meu estômago e se espalham
por todo o meu corpo. Todos os deliciosos formigamentos me atravessam,
fazendo com que eu deslize a minha língua sobre os dentes. Faço isso sem
pensar. É uma reação a ele, ao que está fazendo comigo.
Sem aviso, Bryan puxa para fora. Isso me deixa louca. Meus quadris
sacodem, mas não posso alcançá-lo. O cinto corta os meus pulsos enquanto
me esforço contra as limitações que me foram impostas. Ofego, observando-o
enquanto ele se move para longe de mim. O desejo arde pelo meu corpo. Não
consigo me controlar. Puxando os meus pulsos mais forte ainda, tento
libertar-me do cinto de novo, mas não consigo. Só fica mais apertado.
Ele sorri, assistindo-me lutar, até que eu paro e olho para ele. A expressão
em seu rosto, a intensidade de seus olhos, fazem com que meu estômago se
contorça. Minha respiração fica presa na minha garganta enquanto Bryan
passa perto o suficiente para me tocar, mas ele não toca. Estou ofegante.
Meus olhos estão implorando para que ele faça algo, para que me faça gozar,
deixar-me fode-lo... Qualquer coisa.
— Diga-me o que você deseja, Hallie! Implore-me por isso! — Ele
sussurra palavras ao lado do meu ouvido. A reação dentro de mim é rápida e
violenta. Seu hálito quente faz meu clitóris pulsar e parecer que vou morrer se
ele não me tocar, se ele não terminar o que começou. Ele está tão perto, quase
me tocando, mas não desliza os dedos pela minha cintura. Ele não toca o meu
peito e não provoca os meus mamilos. Isso me faz desejá-lo ainda mais. Eu
me sinto como um animal acorrentado, incapaz de pensar. — Responda-me
linda mulher! — Ele ordena e eu sinto a batida da sua mão na minha bunda.
Meu corpo está tão bem enrolado que o tapa me faz gemer. Eu não
esperava isso, mas antes que pudesse controlar os meu gemido, ele escapa dos
meus lábios. Eu ofego, chocada por não ter sido capaz de abafar o ruído ou
pará-lo a tempo. A mão de Bryan voa uma segunda vez, com mais força. Ele
observa meu rosto enquanto eu estremeço debaixo da sua mão. O tapa é
rápido, e eu sei que vou ter um problema para andar depois, mas não me
importo. Eu grito, dizendo o seu nome, empurrando os meus seios contra ele.
Um olhar perverso torce seus lábios em um sorriso sexy. — Responda-
me! — Sua voz soa como um grunhido e quando não consigo fazer nada,
senão ofegar incontrolavelmente, sua mão me atinge pela terceira vez. Mas ele
não me libera. Em vez disso, ele pega a minha bochecha na mão e aperta. A
ardência se intensifica pela forma como ele me agarra. O belo corpo de Bryan
está coberto por um brilho fino de suor, enquanto me trata grosseiramente.
— Diga-me o que você deseja!
Minha voz é um suspiro. O desejo correndo desenfreadamente. — Eu
quero suas mãos sobre mim, em mim! Eu quero que você me foda sem
sentido. Foda-me, Bryan!
— Implore por isso, Hallie! Implore mais alto! — Seu punho aperta a
minha bunda fazendo com que o meu corpo pressione contra o seu. Gotas de
suor rolam pela minha espinha.
Minha voz treme enquanto imploro, sem capacidade de manter qualquer
traço de comedimento.
— Por favor, Bryan... Por favor! Foda-me! Foda a minha buceta! Encha-
me com o seu gozo. Por favor, baby! Por favor... — Eu continuo a lhe pedir,
enquanto suas mãos deslizam sobre os meus quadris e para baixo entre as
minhas pernas. Quando ele toca o meu clitóris, eu gemo. Bryan inclina sua
cabeça para trás, olhando para mim. — Foda-me, baby! Por favor! — Meus
quadris se remexem contra a sua mão. Em resposta, ele aperta os dedos no
meu clitóris. Eu grito: — Foda-me! Por favor! Bryan! Eu preciso de você! Por
favor!
Quando eu digo o nome dele, ele quebra. Antes de saber o que está
acontecendo, suas mãos estão segurando os meus pulsos sobre a minha
cabeça enquanto ele bate seu membro rígido dentro de mim sucessivamente.
Ele empurra mais e mais profundamente a cada vez, com as mãos deslizando
pelos meus braços. Batendo-se cada vez mais duro contra mim, ele assiste
meus seios balançando e saltando até que ele toma ambos em suas mãos e
aperta os meus mamilos duramente. Eu berro, mas isso só faz com que ele
aperte com mais força, até que a corrente cai. Cai aos meus pés e ele a deixa
lá.
Bryan se move, empurrando para dentro de mim fodendo-me cada vez
mais rápido. O calor entre as minhas pernas percorre todo o meu corpo.
Parece que não posso ser dominada. Não há o suficiente dele para me
satisfazer, nunca. Quando seus dedos apertam mais duramente contra os meus
mamilos doloridos, meus olhos se arregalam. Ele me olha nos olhos enquanto
ele empurra para dentro de mim uma vez... forte. Minhas costas batem contra
a porta e ele me segura lá, observando-me. Seus lábios entreabertos, ele
respira sem dizer nada. Suas mãos suavemente empurram os cabelos para
longe dos meus olhos. Ele acalma por um momento e não posso suportar
isso. Seu pau está em mim, mas não importa o quanto eu me mexa, não posso
fazer com que ele me foda.
Com todo o peso do seu corpo, ele me achata contra a porta. Seus olhos
ardem com o desejo, sua testa está pingando de suor.
— Goze para mim, baby! — Ele respira e mete em mim rápido e
furiosamente. Ele não para quando eu grito. Ele continua metendo contra
mim até que meu corpo não pode ficar mais retesado.
Cada vez que ele afunda em mim eu me sinto mais excitada. Eu não posso
respirar, mas não quero que ele pare. Seu corpo me esmaga, enquanto me
monta, balançando contra mim furiosamente. Eu gemo, e posso dizer o quão
forte ele está empurrando e o quanto vou estar machucada depois, mas não
me importo. No momento, isso é muito bom. Minha pele formiga e está
pingando de suor. Meus seios saltam mais e mais para cima com cada batida
de seu corpo contra o meu. E sem outro pensamento, eu gozo. Meu grito sai
rasgado através da minha garganta. Não posso gozar silenciosamente, não
quando ele faz assim. Bryan me bate mais forte enquanto as deliciosas
sensações giram, fazendo com que todo o meu corpo entre em erupção. Eu o
sinto meter contra mim duro e profundamente, e ele goza alguns segundos
após.
Esgotada, pendurada e estremecendo contra a porta, estou pronta para
cair no chão. Bryan se afasta e me olha. Com os lábios entreabertos, ele só
olha para mim por um momento antes de desatar o cinto. Quando as minhas
mãos caem ao meu lado, meus braços queimam. Bryan me toma em seus
braços e me leva para a cama. Ele me senta na frente dele e esfrega os
músculos doloridos em meus braços e ombros. Minha cabeça se inclina para o
lado enquanto ele faz isso. Cada centímetro meu está formigando. Não quero
que esse momento termine, mas Bryan para.
Viro-me e olho para ele. Ele está brilhando, coberto por uma fina camada
de suor que cheira tão bem. Eu quero lambê-lo, mas apenas aceno. Ele vira
seus olhos esmeraldas para longe e diz:
— Eu acho que eu deveria ir.
— Você vai embora? — De repente, eu me sinto muito nua. Puxo a
coberta da cama e a enrolo em volta dos meus ombros.
— Sim, a menos que você queira que eu fique e diga a Neil tudo sobre
como eu acabei com a raça da sua noiva. — Ele me olha por um segundo. Sua
testa está coberta de suor e seu rosto está brilhando. — O que há de errado?
— Ele sempre pôde me ler tão bem. Eu quero dizer a ele sobre Victor, mas
não posso.
Eu digo outra coisa.
— Neil fez a proposta e eu disse sim. — Eu ergo o meu anel.
— Sim, eu vi isso. Você realmente aceitou? — Bryan se senta ao meu lado.
— Na verdade não. Ele aceitou por mim. — Nós dois ficamos em silêncio
por algum tempo.
Bryan se veste e diz:
— Eu voltarei para ter você do meu jeito de novo em breve. Da próxima
vez é melhor que o idiota do seu noivo tenha você pronta para mim. E eu
quero que você use isso quando estiver comigo e só comigo. — Ele levanta a
corrente do chão e a joga para mim.
A porta do quarto se abre e Neil está lívido. Ele olha para mim e depois
para Bryan:
— Você acha que isso é engraçado?
— Não, acho que ela precisa de algo que você não pode dar a ela. Estou
dando a você uma única chance de quebrar seu compromisso e foder a sua
noiva. Mas você tem que fazer isso como um animal. Satisfaça-a!
O rosto de Neil contorce desgostoso.
— Eu a satisfaço sem esse comportamento bárbaro. Fazer amor não
precisa de mordaças, amarras ou oprimir mulheres de forma nenhuma. Tenho
certeza de que Hallie só aceitou isso pela equipe, seu pedaço de merda
demente!
Essa foi a coisa mais cruel que já ouvi Neil dizendo e eu quero rir, porque
é pateticamente fraco. O homem que estava me usando, ofereceu para quebrar
o acordo se Neil prometer me pegar e fazer sexo animalesco comigo. O
homem deveria ter dito que sim, mas ele, pela sua moral, disse que não. Estou
cansada demais para pensar no que isso significa. O que aconteceu aqui?
— Ela vai tomar mais do que uma foda pela equipe. — Bryan pisca um
dos olhos. — Vejo você amanhã, escrava sexual! Trarei um colar para você e
vai usá-lo. — Bryan aperta a mão de Neil. — Você é um homem inteligente.
O que são alguns meses de infidelidade comparados com uma vida de
riquezas, certo?
Neil aperta a sua mandíbula.
— Então você planeja que isso continue por alguns meses?
— Provavelmente não por muito tempo. Eu fico entediado fodendo a
mesma mulher todo dia. Não se preocupe Neil! Ela é sua sujeira, não a minha.
— Com isso, Bryan vira as costas e sai.
— Neil, — estou pronta para explodir em lágrimas. O julgamento está
espalhado em seu rosto.
— Hallie, isso não é natural. Você não é um animal selvagem! Será que ele
conseguiu instigá-la para que você fingisse o que você não é?
Eu dou de ombros. Não quero falar sobre isso.
— Não tenho ideia.
— Eu deverei deixá-lo foder e espancar você na minha cama, sempre que
ele quiser?
Eu olho fixamente para frente.
— Até que ele se canse de mim, sim. Lide com isso! Você foi quem me
disse para fazer isso. — Eu destaco a última frase. — E ele lhe deu uma saída.
Você não aceitou. — Eu fico olhando para ele, e puxo a coberta mais forte em
volta dos meus ombros.
Neil revira os olhos.
— Eu pensei que fosse apenas uma noite.
— Eu também. Estávamos errados sobre uma porção de coisas.
Capítulo 11
Eu deveria me sentir envergonhada, mas não sinto. No dia seguinte, me
sento com Maggie no sofá enquanto Neil está fora. Ela tem estado muito
tranquila desde que a busquei em seu antigo apartamento. Maggie olha para o
espaço, e eu sei que a memória está se defrontando com o novo e joga uma e
outra vez em sua mente.
— Você quer falar sobre isso? — Eu pergunto, já sabendo a resposta.
Ela inspira e balança a cabeça, antes de oferecer-me um sorriso forçado.
— Não há nada a dizer. A mesma velha merda. Nada mudou, mas dói mais
agora. — Ela sorri como se algo fosse engraçado. — Eu pensava que doía
mais quando eu era criança. Acho que não.
— O que ele fez?
— A mesma coisa de sempre. Victor gosta de possuir coisas. — Ela muda
em seu assento e, em seguida, levanta, colocando distância entre nós. — Era
para eu arranjar-lhe uma garota. Ele tem um tipo, quadris redondos, cabelos
escuros e pele pálida, como Nicole Kidman, mas morena. Assim, a cada
semana, eu levava alguém. Elas ganham algumas centenas de dólares, e ele faz
o que faz. Na semana que eu não conseguia encontrar ninguém, eu a
substituía, mas desta vez... — Ela para de falar e balança a cabeça. — Eu não
deveria ter ido. Geralmente é apenas sexo violento. Ele dá um tapa e me
arranha. Vou para casa e é isso. Mas desta vez... — Ela balança a cabeça e olha
por cima do ombro para mim. — Eu não quero falar sobre isso. Eu tentei
fugir e, em seguida, desisti quando ele disse o que ele faria comigo, e depois
com você. Ele me deu uns tapas por um tempo, me levando do jeito que ele
quis, e então eu ouvi a sua voz e eu estava morrendo de medo que ele fosse
levá-la também. Sinto muito, Hallie.
— Não é culpa sua. — Eu me sinto horrível por deixar sua vida
desmoronar assim. Nós deveríamos estar lá uma para a outra. — Eu deveria
ter chegado mais cedo. Eu teria... Eu gostaria de poder ter tudo de volta.
Maggie sorri tristemente e envolve os braços em torno de si. — Sim, eu
também. E agora? Sem ofensa, mas eu não suporto Neil.
Concordo com a cabeça. — Eu estava pensando que deveria ter um lugar
só meu antes do casamento. Vai ser eu e você.
O olhar de Maggie desvanece no chão. — Você vai se casar com ele,
sério? — Eu aceno e lhe dou um olhar para que não me pressione agora. Ela
acrescenta: — Eu adoraria, mas você sabe que eu não posso me dar ao luxo.
— Sim, você pode. Eu tenho parte do meu pagamento antecipado.
Podemos ir a procura de uma casa sempre que quiser, oh, e esta parte não é
opcional, você trabalha para mim agora. Eu vou precisar de uma assistente
pessoal para me dizer o que fazer, você sabe, alguém um pouco mandona.
Maggie ri e me empurra, e depois bate as mãos sobre a boca, e repete a
ação. — De jeito nenhum!
— Isso. — É tão bom ver uma explosão de felicidade em seus olhos,
mesmo por um breve momento. Mas assim que ela pisca, ela se foi, perdeu-se
nas profundezas da agonia que enchem sua alma.
Um dia ela vai parar de lutar. Um dia ela vai ceder, desistir.
Ela já teria desistido se eu não tivesse aparecido. Algumas pessoas a
levaram direto para o inferno. É irônico, porque eu tenho sangue em minhas
mãos e não me sinto como se estivesse infeliz. É mais, como eu se estou
puxando Maggie, da vida tortuosa ela conhece, e esconde com esse sorriso.
Não me arrependo de minhas ações. O pensamento faz minha pele
formigar. Na parte profunda da minha mente, eu me pergunto que tipo de
pessoa que sou, mas arrumo minha coluna e me levanto. Isso me faz ser quem
eu sou e não há nada mais a se considerar. Eu fiz o que tinha que fazer. Eu
não teria tocado em Victor se ele a deixasse em paz, se ele não tivesse
ameaçado vir atrás de nós, mas ele ameaçou. Eu vi o medo nos olhos de
Maggie é a verdade. Se Victor Campone tivesse vivido, teríamos morrido.
— Está com fome? — Eu pergunto me dirigindo à geladeira.
— Sim, um pouco. — Maggie está sentada com os pés enrolados em sua
bunda e olhando para as mãos desde que eu a peguei no apartamento do
Victor. Ela raramente faz contato visual. Acho que a luta a nocauteou. Ele
aparece em surtos, mas é como um carro que está ficando sem gasolina. Estou
muito preocupada com ela. Depois de tudo que ela passou...
Isso não pode desfazê-la. Não pode.
Porque é minha culpa desta vez.
Todas as outras vezes, a Maggie revidou. Ela nunca desistiu, nunca cedeu,
e agora a minha melhor amiga está caída no sofá, coberta de hematomas e
cortes, com os olhos que se assemelham a buracos-negros que sugam tudo,
mas não vejo nada ali. Eles não sentem nada, não mais.
Eu sorrio e digo algo estúpido, tentando fazê-la rir, mas nem sequer
obtenho um sorriso de piedade. Depois de abrir a porta da geladeira, eu gemo
em voz alta. Neil está trabalhando hoje e não conseguiu ir às compras.
Maggie pergunta: — O que ele fez?
— Ele pegou todas as sobras da festa e levou para o trabalho. Eu pensei
que era bom porque ele deveria ir às compras, mas não o fez. — Estou
inclinada na geladeira vazia olhando para uma caixa de leite vencido e um
frasco de picles. Não vou comer isso. Eu bato a geladeira e acrescento: — Eu
dar rápida saída. Será que comida chinesa vai bem?
Maggie geralmente protesta e se oferece para pagar as coisas, mas hoje,
apenas balança a cabeça. — Ótimo! — Eu digo, parecendo alegre. Ela irá
voltar. Ela vai. Se eu continuar dizendo a mim mesmo vai acontecer, certo?
De repente, eu percebo que ela não recuperou-se, matar Victor não era uma
vingança suficiente, até mesmo pelo o que ele fez com Maggie.
Capítulo 12
Pego minhas chaves e ligo o motor. O carro vermelho ronrona quando o
tiro da garagem e digito o CEP do local que irei. Quando estou prestes a
desviar para o estacionamento, um policial segue atrás de mim, com as luzes
vermelhas piscando. Eu não estava em alta velocidade. Droga. Deve ser
verdade que os carros vermelhos são parados mais do que qualquer outra cor.
Eu encosto e levo o carro para o acostamento, tomando o cuidado de
manter as mãos no volante. Papai me disse para nunca ir para a minha bolsa
ou porta-luvas até que o policial esteja de pé ao lado do carro. O cara tem que
ver as minhas mãos ou ele pode atirar em mim, bem não é exatamente do jeito
que meu pai disse isso, mas é o que ele quis dizer.
Eu aperto o botão na janela, assim como o policial se aproxima. Ele está
usando o uniforme escuro que me dá vontade de sair correndo e gritando
para o meu quarto e me esconder debaixo da minha cama.
Ele não é esse cara. Pare com isso, Hallie, xingo-me, mas isso não ajuda.
Até agora, minhas mãos estão tremendo.
— A licença e registro, por favor. — O cara tem trinta e tantos anos, e um
tipo de visual assustador. Por assustador, eu quero dizer que parece que ele
poderia tomar o meu pequeno corpo e dobrá-lo estilo acordeão e enfiá-lo em
seu tronco. O cara é massa muscular pura e ele parece chateado. Eu não posso
imaginar o que eu fiz.
Eu me aproximo do porta-luvas para retirar os papéis mencionados, mas
tudo que eu encontro é o manual sobre o carro e o último aviso de mudança
de óleo. Sem documentos. Sem registro. O meu coração dá uma guinada.
Foda-se. Eu começo a pensar que Jon brincou comigo, mas mesmo ele, não
seria tão baixo. E o policial não me pediu para sair do carro ou qualquer coisa.
Minha lanterna traseira está queimada ou algo assim, isso é tudo. Isso não é
nada.
Eu vasculho minha bolsa e tiro a minha pequena carteira. Meu rosto fica
pálido quando vejo o espaço vazio onde minha carteira de motorista deveria
estar. Olho para o policial e digo baixinho: — Ela se foi.
— Você não tem uma licença ou registro desse veículo? — Ele diz algo
em seu ombro depois de ouvir um zumbido em seu fone de ouvido. — Saia
do carro, minha senhora.
Estou tremendo agora. — Eu não fiz nada de errado. Alguém pegou a
minha licença. Eu tenho uma.
Ele me ignora e me apoia no capô. Tira seus óculos de sol. Quando o
guarda, ele pergunta: — Você sabe que você está dirigindo um veículo
roubado?
— Não é roubado.
— Oh?
Eu balanço minha cabeça, pronto para chorar. Jon não faria isso para
mim, ele não iria. — Jonathan Ferro me vendeu este carro uns dias atrás por
dez mil dólares. Eu não tive a chance de renovar a papelada ainda. Eu pensei
que tinha alguns dias?
O policial concorda. Ele vira o meu rosto para o capô e me revista. —
História legal. O carro vale muito mais do que isso. Se você vai mentir pelo
menos faz a história parecer convincente.
— É verdade! Jon me vendeu por dez mil. Pergunte a ele! Eu não estou
mentindo.
Eu sinto frio do metal prender meus pulsos quando as algemas
escorregam em torno dos meus braços. Eu começo a entrar em pânico. Meu
coração dispara muito rápido e o mundo se torna um borrão. Eu não posso
parar de falar, suplicando, e quando o policial me empurra na parte de trás de
seu carro, todos os terríveis eventos em detalhes vívidos se reproduzem em
minha mente.
Eu fecho meus olhos e tento desligá-los, mas as cores iluminam e os sons
de mais de uma década tocam alto em meus ouvidos, enquanto lágrimas caem
pelo meu rosto. O passado e o presente colidem juntos com tanta violência
que eu não posso suportar isso.
Minha mãe jura para mim antes de me enfiar no armário. Pequenas mãos
envolvem em torno de mim, e eu sei que o meu irmão mais novo, Anthony,
está apavorado. Ele cresceu e seus ossos eu sinto nitidamente sob minhas
palmas. Ele chora até que fica em silêncio, até que ele adormece, até que
minha mãe teve seu efeito das drogas e amantes. Eu a ouvi rir. Eu nunca
poderia fazê-la feliz assim. Ouvi os sons de sexo, até que algo muda. A festa
normal não é mais normal.
O policial que me tirou do armário tentou tirar o corpo sem vida do meu
irmão dos meus braços. Eu não entendi. Eu o protegia dela. Eu vigiei por
Anthony, mas depois de tudo que eu fiz, não foi o suficiente. Eles pensaram
que eu o matei em primeiro lugar. Eles me empurraram para o fundo do carro
e gritei para eles até que eu não podia chorar mais. Eu queria meu irmão, mas
eles disseram que ele estava morto.
Eu não acreditei neles.
Agora, eu tenho dificuldade em acreditar em alguém e este policial abriu
uma ferida que é tão profunda que me corta até o osso. Não, não foi o policial
- foi Jon.
Eu não posso evitar o tremor, mas eu não choro. Eles me ficham e fazem
perguntas que eu ouvi antes. A estrutura nunca muda em lugares como este.
As pessoas são as mesmas. O cheiro é idêntico. Eu olho fixamente, tentando
manter minha mente em uma única peça, mas eu sinto as rachaduras pouco a
pouco.
Quem vai salvar Maggie? Se eu me perder, quem estará lá para ela?
Ninguém. Acalme-se, Hallie.
Eu tenho direito a uma ligação, então que eu chamo a pessoa que eles
estão tentando me manter longe, o homem que está me chantageando por
sexo.
Quando ele atende o telefone, Bryan parece cansado. Eu não sei de que
outra forma dizer. Eu teria pensado que ele estava dormindo, mas há algo em
sua voz que me diz que não dorme há muito tempo. — Suffolk County PD.
Deixe-me adivinhar, é Jon ou Trystan?
— Não, — minha voz é tão baixa, tão tímida que mal faz um som.
Eu o ouvi mudar e Bryan soa mais alerta quando ele responde: — Hallie?
— Venha me pegar. Eu vou lhe dever. Qualquer coisa que você quiser,
basta vir me pegar. — Eu entrego o telefone de volta ao oficial na mesa e sou
levada de volta para a minha cela.
Capítulo 13
Estou sentada em frente a uma mulher que não consegue parar de chorar.
Ela fala sobre os tíquetes de estacionamento não pagos, sobre como ela vai
perder o emprego por causa disto e como ela não trabalhou o suficiente para
pagar os tíquetes. Depois começa a hiperventilar e menciona algo sobre
remédios. Essa é a única vez que o policial no exterior da cela olha para ela.
Eles a removem da nossa cela, dizendo que vai ter seus remédios.
Alguém entra e se senta ao meu lado. Seu rosto está machucado em um
lado.
— Olá.
Eu olho para ela e não digo nada. Meus braços estão cruzados sobre o
meu peito e estou encostada à parede, pensando em maneiras de castrar Jon
Ferro. Ele sabia sobre o meu passado e o que isto faria comigo.
A mulher não é mais que uma menina, deve de ter uns dezoito anos, com
grandes olhos redondos, mas ainda tem bochechas gordinhas, infantis. Pelo
seu rosto angular não parece ter mais de vinte e dois anos. O seu cabelo
escuro é longo e está em um rabo de cavalo bagunçado.
Ela suspira e descansa as costas contra a parede de cimento frio. — Você
passará a noite aqui? Eu espero que sim. Ele precisa de tempo para esfriar. A
única parte ruim é não ter o sabão bacteriano, mas o resto está bem. Além
disso, ele vai dar-me tempo. Eu não posso estar perto dele quando ele está
assim. Ele é geralmente é bom, mas em noites como está, eu acho melhor
ficar aqui. Eu não vou fazer a minha ligação. Ei, você parece familiar. — Ela
fala sem respirar e olha para mim o tempo todo.
— Nós nunca nos conhecemos, — é tudo o que eu digo.
Ela acena com a cabeça e continua, liberando uma onda de palavras.
Sentada, escuto sua vida, a sua história, não sinto nada, apenas piedade. Ela é
como Maggie e eu. Ela não tem ninguém que se preocupe com ela, ninguém
para ouvir a sua voz e em quem encontrar consolo através de seu toque.
Eu não sei quanto tempo estive lá, mas um tempo depois eles chamam o
meu nome, a jovem foi levada para um banho e passará a noite na cela.
Imagino o por que desejar uma cela em vez de ir para casa. Isso me faz querer
chorar, e não há porra nenhuma que eu possa fazer sobre isso. Eu não posso
nem tomar conta de mim.
A porta da cela desliza aberta e faz um som mais horrível. — Hallie
Raymond, recolha as suas coisas na recepção e vá para casa com o seu amigo
que pagou sua fiança. Se você estragar tudo, ele será o único que pagará por
isso, o melhor é se comportar.
Concordo com a cabeça e percorro o caminho para a recepção. Parece
que eu não prestei atenção por um tempo, mas o faço quando vejo Bryan.
Enquanto eu ando atrás dele eu observo a maneira como ele respira, o modo
como os seus ombros estão dobrados para frente como se ele estivesse sendo
vigiado ou com dor. Eu paro atrás dele e o assisto por um momento. Seus
quadris são estreitos, como sempre, ele não perdeu muito peso, mas seu
cabelo não brilha da maneira como ele costumava brilhar. Sua respiração é
superficial e curta, como se tivesse estado correndo. Uma sensação horrível
corre pela minha espinha quando eu olho para ele.
Naquele momento, Bryan sente os olhos sobre ele e vira. Ele tem aquele
sorriso brincalhão no rosto. — Se você queria usar algemas, eu tenho algumas.
Eu ficaria feliz... poff! — Eu bato nele com toda a força do meu corpo e o
seguro apertado.
Bryan fica chocado no início. Seus braços levam um tempo até fecharem-
se em torno de mim, e depois ele me segura. Eu sinto a sua voz, a agitação
quente de ar, quando ele sussurra em meu ouvido: — Vamos sair daqui. —
Ele me solta e eu aceno. Foi quando ele me disse a última coisa que eu queria
ouvir. — Há repórteres na frente.
— O quê? — O meu queixo cai em horror.
— Eu fiz arranjos para sair pela parte de trás, mas haverá alguém. Sempre
há. Todo mundo vai saber o que aconteceu pela manhã. — Bryan pega a
minha mão e me leva, seguindo um oficial, que nos conduz através de uma
sala com armários e na parte de trás da delegacia de polícia, para um Hummer
preto. Sou empurrada para dentro, mas não antes de um flash disparar e eu
olhei diretamente para a câmera.
Bryan empurra-o de volta, mas a foto já foi tirada. Ele sobe atrás de mim
e diz: — Dirija.
— Eu não sou a porra do seu motorista, Bryan. Diga por favor. — Um
cara da minha idade, com cabelo escuro que paira em seu rosto, está no
assento do motorista. Com óculos grandes demais para obscurecer os olhos.
— Foda-se, Trystan.
Trystan revira os olhos e se afasta com sua enorme, máquina
ambientalmente irresponsável, com o objetivo de atingir os repórteres da rua,
quando sai do estacionamento. — As pessoas seriam melhores para você, se
você fosse mais agradável para elas. Isso é tudo o que estou dizendo. —
Trystan é tranquilo, mas eu sinto seus olhos em mim. Quando eu olho para
cima, ele responde ao que eu estava pensando. — Jon não fez isso com você.
Aos poucos, meu queixo inclina-se para cima e os nossos olhos se
encontram no espelho retrovisor. — Jon Ferro é um homem morto. Ele sabe
o que isto me faria. Foi a pior coisa que ele poderia ter feito.
Bryan pega a minha mão e tece os nossos dedos juntos. — Não foi Jon.
Por favor, aguarde para matá-lo até amanhã.
— Eu poderia matá-lo agora. Bryan, eu cuidei de Campone e posso cuidar
de qualquer um que mexer com Maggie ou comigo. Eu não sou mais uma
criança. — Eu soluço e tremo quando o passado e o presente eclodem juntos
novamente. Meu irmão morreu de fome. Ele morreu em meus braços e eu era
muito boba e pequena para saber o que fazer. Eu digo que eu era apenas uma
criança, porque é mais fácil do que dizer às pessoas a minha história, mas os
Ferros sabem de tudo. Eles são como baratas que conseguem encontrar cada
mentira em cada canto escuro de sua alma. — Eu não vou ser dizimada por
Jon. Foda-se ele.
Trystan e Bryan trocam um olhar, mas ninguém diz nada. Bryan me puxa
em seus braços e me segura até pararmos em frente de um antigo motel.
Bruto é a melhor maneira de descrevê-lo. Aposto que eles alugam quartos por
hora. Trystan joga para Bryan a chave do quarto. — Fique aí até eu descobrir
o que aconteceu. Eu acho que já sei, embora os detalhes sejam vagos.
Eu balanço a minha cabeça: — Não, eu não posso. Maggie está de volta e
ela precisa de mim. E Neil...
Bryan suspira, passando as mãos pelos cabelos. Depois que ele fez isso, ele
balança a mão para o seu lado. — Maggie estará bem. E Neil é um idiota.
Além disso, ele sabe que eu a levei esta noite. Aparentemente, você disse a
Maggie que eu estava chantageando você, porque ela tentou me pregar seu
calcanhar na cabeça. — Isso me faz sorrir. — Oh, você acha que é engraçado?
— Bryan me agarra e se inclina para perto. Aqueles olhos verdes brilham por
um momento antes de embaçarem. — Vamos Raymond. Estou pensando em
usá-la até que você se esqueça de quem você é.
CONTINUA
Capítulo 10
Bryan pega o meu rosto em suas mãos.
— Se você não gostar, diga-me! — Eu aceno, lentamente, com as suas
mãos quentes ainda segurando o meu rosto.
Era como se alguém apertasse um interruptor. Os olhos de Bryan se
tornaram mais escuros, mais carnais. Ele libera o meu rosto e pressiona seu
corpo tonificado contra o meu. Empurrando as minhas costas contra a porta,
certifica-se de que eu possa sentir cada centímetro dele. Tira uma corrente
prateada com um plugue em cada extremidade e o prende nos meus mamilos.
Eu ofego quando ele os aperta. O peso das correntes faz com que eu morda
os meus lábios. Enquanto ele pressiona dentro de mim, as correntes vão se
mexendo e puxando suavemente à medida que ele desliza sobre o meu corpo.
Um pequeno suspiro escapa por entre os meus lábios. Bryan me olha, seus
olhos verdes fixos nos meus. Pega um dedo e o coloca entre os meus lábios
rosados, enquanto a outra mão desliza mais para baixo, passando pela minha
barriga e entre as minhas pernas. Eu ofego. Ele se move rapidamente, tocando
a minha protuberância sensível com o polegar, alisando o dedo sobre a carne
suave, e observando o meu rosto enquanto faz isso.
Meu queixo se ergue enquanto tento não gemer. Luto contra as sensações
que estão em erupção dentro de mim, as sensações que ele está trazendo à
tona. Seus dedos se movem sobre o meu clitóris, enquanto ele puxa a corrente
suavemente. Ele sente que estou ficando mais úmida e, em seguida, sem aviso,
sem uma mudança na expressão, empurra o dedo dentro de mim. Ele ainda
está, por um tempo, vendo meus olhos. Eu pisco devagar, sentindo-o ali, entre
as minhas pernas.
Bryan empurra o dedo mais forte, mais profundo enquanto me observa.
Sua respiração está sobre os meus lábios fazendo com que me sinta tonta.
Quando ele puxa o dedo, ergue-o para a minha boca. Delineando os meus
lábios, ele me observa, espalhando meu calor úmido, como batom. Eu pisco
lentamente, com meu coração disparado, e, excitada além da compreensão.
— Prove! — Ele ofega e empurra o dedo em minha boca. Eu passo a
minha língua contra o seu dedo, mas ele o segura lá e diz: — Chupa até que
saia do meu dedo, Hallie! — Eu hesitei, mas ele diz: — Faça isso! — Minha
língua envolve o dedo, sugando-o, saboreando o gosto. Seus olhos estão
queimando, observando-me.
Enquanto chupo o dedo, ele abaixa a outra mão entre as minhas pernas,
abrindo a minha pele escorregadia. Sensações explodem dentro de mim, mas
antes que eu possa saboreá-las, as sensações mudam. O membro duro de
Bryan entra dentro de mim, fazendo com que eu chupe o dedo mais forte
ainda. Ele puxa o dedo da minha boca, e envolve as mãos em volta da minha
cintura. Fica um pouco imóvel, por um momento, respirando rápido e forte.
Depois, puxa para fora lentamente e enfia novamente, fazendo com que eu
bata contra a porta. Meus joelhos tremem à medida que ele lentamente vai me
deixando mais louca. Eu quero mais. Quero que ele me maltrate e me deixe
tonta pela paixão. Que limpe o meu medo com a luxúria, apague a minha
memória por um momento, e tire toda a dor que tem me invadido.
Eu só quero senti-lo e nada mais. O mundo desaparece até que não sei
quanto tempo se passou. Meus braços doem enquanto ele me usa,
empurrando para dentro de mim sucessivas vezes. Minha cabeça pende para o
lado e, em seguida, levanta de volta. Eu ofego todas às vezes e os meus seios
tremem com a força de seu empurrão.
Algo se desdobra dentro de mim. Quero suas mãos em mim, fazendo
tudo ao mesmo tempo. Vertentes delicadas de paixão irrompem dentro de
mim, enviando arrepios pelas minhas coxas e seios. Todos os lugares que
desejo que ele toque fervem como uma corrente viva. Arqueando minhas
costas, eu pressiono meus quadris contra os dele, só para que batam
novamente.
Seus impulsos mudam para provocar, gentilmente empurrando e puxando
para fora. Ele é tão duro, tão perfeito. Quero colocar as minhas pernas ao
redor de seus quadris, mas não posso. As respirações irregulares me
consomem e o quarto está além de quente. Meu corpo está pingando de suor.
Inclinando a cabeça para trás, olho para o teto. É quando suas mãos
encontram os meus seios. Meus lábios formam um O, mas não digo nada. Ele
sente a maciez, a plenitude das minhas curvas enquanto empurra seu pênis
longo e duro em mim lentamente, torturando-me, sucessivamente.
Tomando meus mamilos entre os dedos, ele os torce suavemente e aperta
os grampos. Eu grito, empurrando os meus seios para ele, mas a porta me
detém. Ofegante, mal posso respirar.
Ele sorri, — Shhh! Nenhum som de você! Eu quero que isso entre nós!
Não estou entendendo. Então por que ele quis fazer aquela cena com Neil
e Maggie? Naquele momento, não me importo. Faço o que ele diz e mordo o
lábio para me manter em silêncio. Ele entra profundamente dentro de mim de
novo, e minha boca se abre. Eu engulo o som antes que ele ouça. O único
barulho é a lufada de ar saindo com força dos meus pulmões.
— Boa menina, — ele ronrona e retira antes de novamente empurrar,
desta vez mais profundamente. O tom de sua voz me faz derreter.
Antes que eu possa pensar noutra coisa, os dedos de Bryan apertam em
torno das correntes nos meus mamilos. Seus quadris se mantêm pressionados
rentes aos meus, seu comprimento perdido dentro de mim. Meu queixo cai, e
eu o vejo me observando, esperando que eu faça qualquer barulho. Meus
olhos se fixam nos seus, enquanto sensações ardentes circulam através do meu
corpo, construindo mais apertado e mais forte. Ele lentamente adiciona mais
pressão, provocando e puxando os meus mamilos mais e mais, fazendo com
que a pinça aperte mais ainda. O calor em meu estômago endurece através do
meu corpo. Eu movo os meus quadris e tento balançar contra ele, mas ele me
acalma.
— Não, não. Ainda não!
Eu suspiro! — Eu gosto de ser espancada!
— Sério? — Eu aceno. Sua mão vem com força na minha bunda. Ambas
as nádegas ardem. Ele faz isso enquanto ele ainda está dentro de mim, o que
me faz apertar mais em torno dele. Ele suspira e faz isso de novo, e de novo.
O impacto de suas mãos é tão bom. A ardência envia arrepios através de mim
em ondas que não acabam. Elas navegam pelo meu estômago e se espalham
por todo o meu corpo. Todos os deliciosos formigamentos me atravessam,
fazendo com que eu deslize a minha língua sobre os dentes. Faço isso sem
pensar. É uma reação a ele, ao que está fazendo comigo.
Sem aviso, Bryan puxa para fora. Isso me deixa louca. Meus quadris
sacodem, mas não posso alcançá-lo. O cinto corta os meus pulsos enquanto
me esforço contra as limitações que me foram impostas. Ofego, observando-o
enquanto ele se move para longe de mim. O desejo arde pelo meu corpo. Não
consigo me controlar. Puxando os meus pulsos mais forte ainda, tento
libertar-me do cinto de novo, mas não consigo. Só fica mais apertado.
Ele sorri, assistindo-me lutar, até que eu paro e olho para ele. A expressão
em seu rosto, a intensidade de seus olhos, fazem com que meu estômago se
contorça. Minha respiração fica presa na minha garganta enquanto Bryan
passa perto o suficiente para me tocar, mas ele não toca. Estou ofegante.
Meus olhos estão implorando para que ele faça algo, para que me faça gozar,
deixar-me fode-lo... Qualquer coisa.
— Diga-me o que você deseja, Hallie! Implore-me por isso! — Ele
sussurra palavras ao lado do meu ouvido. A reação dentro de mim é rápida e
violenta. Seu hálito quente faz meu clitóris pulsar e parecer que vou morrer se
ele não me tocar, se ele não terminar o que começou. Ele está tão perto, quase
me tocando, mas não desliza os dedos pela minha cintura. Ele não toca o meu
peito e não provoca os meus mamilos. Isso me faz desejá-lo ainda mais. Eu
me sinto como um animal acorrentado, incapaz de pensar. — Responda-me
linda mulher! — Ele ordena e eu sinto a batida da sua mão na minha bunda.
Meu corpo está tão bem enrolado que o tapa me faz gemer. Eu não
esperava isso, mas antes que pudesse controlar os meu gemido, ele escapa dos
meus lábios. Eu ofego, chocada por não ter sido capaz de abafar o ruído ou
pará-lo a tempo. A mão de Bryan voa uma segunda vez, com mais força. Ele
observa meu rosto enquanto eu estremeço debaixo da sua mão. O tapa é
rápido, e eu sei que vou ter um problema para andar depois, mas não me
importo. Eu grito, dizendo o seu nome, empurrando os meus seios contra ele.
Um olhar perverso torce seus lábios em um sorriso sexy. — Responda-
me! — Sua voz soa como um grunhido e quando não consigo fazer nada,
senão ofegar incontrolavelmente, sua mão me atinge pela terceira vez. Mas ele
não me libera. Em vez disso, ele pega a minha bochecha na mão e aperta. A
ardência se intensifica pela forma como ele me agarra. O belo corpo de Bryan
está coberto por um brilho fino de suor, enquanto me trata grosseiramente.
— Diga-me o que você deseja!
Minha voz é um suspiro. O desejo correndo desenfreadamente. — Eu
quero suas mãos sobre mim, em mim! Eu quero que você me foda sem
sentido. Foda-me, Bryan!
— Implore por isso, Hallie! Implore mais alto! — Seu punho aperta a
minha bunda fazendo com que o meu corpo pressione contra o seu. Gotas de
suor rolam pela minha espinha.
Minha voz treme enquanto imploro, sem capacidade de manter qualquer
traço de comedimento.
— Por favor, Bryan... Por favor! Foda-me! Foda a minha buceta! Encha-
me com o seu gozo. Por favor, baby! Por favor... — Eu continuo a lhe pedir,
enquanto suas mãos deslizam sobre os meus quadris e para baixo entre as
minhas pernas. Quando ele toca o meu clitóris, eu gemo. Bryan inclina sua
cabeça para trás, olhando para mim. — Foda-me, baby! Por favor! — Meus
quadris se remexem contra a sua mão. Em resposta, ele aperta os dedos no
meu clitóris. Eu grito: — Foda-me! Por favor! Bryan! Eu preciso de você! Por
favor!
Quando eu digo o nome dele, ele quebra. Antes de saber o que está
acontecendo, suas mãos estão segurando os meus pulsos sobre a minha
cabeça enquanto ele bate seu membro rígido dentro de mim sucessivamente.
Ele empurra mais e mais profundamente a cada vez, com as mãos deslizando
pelos meus braços. Batendo-se cada vez mais duro contra mim, ele assiste
meus seios balançando e saltando até que ele toma ambos em suas mãos e
aperta os meus mamilos duramente. Eu berro, mas isso só faz com que ele
aperte com mais força, até que a corrente cai. Cai aos meus pés e ele a deixa
lá.
Bryan se move, empurrando para dentro de mim fodendo-me cada vez
mais rápido. O calor entre as minhas pernas percorre todo o meu corpo.
Parece que não posso ser dominada. Não há o suficiente dele para me
satisfazer, nunca. Quando seus dedos apertam mais duramente contra os meus
mamilos doloridos, meus olhos se arregalam. Ele me olha nos olhos enquanto
ele empurra para dentro de mim uma vez... forte. Minhas costas batem contra
a porta e ele me segura lá, observando-me. Seus lábios entreabertos, ele
respira sem dizer nada. Suas mãos suavemente empurram os cabelos para
longe dos meus olhos. Ele acalma por um momento e não posso suportar
isso. Seu pau está em mim, mas não importa o quanto eu me mexa, não posso
fazer com que ele me foda.
Com todo o peso do seu corpo, ele me achata contra a porta. Seus olhos
ardem com o desejo, sua testa está pingando de suor.
— Goze para mim, baby! — Ele respira e mete em mim rápido e
furiosamente. Ele não para quando eu grito. Ele continua metendo contra
mim até que meu corpo não pode ficar mais retesado.
Cada vez que ele afunda em mim eu me sinto mais excitada. Eu não posso
respirar, mas não quero que ele pare. Seu corpo me esmaga, enquanto me
monta, balançando contra mim furiosamente. Eu gemo, e posso dizer o quão
forte ele está empurrando e o quanto vou estar machucada depois, mas não
me importo. No momento, isso é muito bom. Minha pele formiga e está
pingando de suor. Meus seios saltam mais e mais para cima com cada batida
de seu corpo contra o meu. E sem outro pensamento, eu gozo. Meu grito sai
rasgado através da minha garganta. Não posso gozar silenciosamente, não
quando ele faz assim. Bryan me bate mais forte enquanto as deliciosas
sensações giram, fazendo com que todo o meu corpo entre em erupção. Eu o
sinto meter contra mim duro e profundamente, e ele goza alguns segundos
após.
Esgotada, pendurada e estremecendo contra a porta, estou pronta para
cair no chão. Bryan se afasta e me olha. Com os lábios entreabertos, ele só
olha para mim por um momento antes de desatar o cinto. Quando as minhas
mãos caem ao meu lado, meus braços queimam. Bryan me toma em seus
braços e me leva para a cama. Ele me senta na frente dele e esfrega os
músculos doloridos em meus braços e ombros. Minha cabeça se inclina para o
lado enquanto ele faz isso. Cada centímetro meu está formigando. Não quero
que esse momento termine, mas Bryan para.
Viro-me e olho para ele. Ele está brilhando, coberto por uma fina camada
de suor que cheira tão bem. Eu quero lambê-lo, mas apenas aceno. Ele vira
seus olhos esmeraldas para longe e diz:
— Eu acho que eu deveria ir.
— Você vai embora? — De repente, eu me sinto muito nua. Puxo a
coberta da cama e a enrolo em volta dos meus ombros.
— Sim, a menos que você queira que eu fique e diga a Neil tudo sobre
como eu acabei com a raça da sua noiva. — Ele me olha por um segundo. Sua
testa está coberta de suor e seu rosto está brilhando. — O que há de errado?
— Ele sempre pôde me ler tão bem. Eu quero dizer a ele sobre Victor, mas
não posso.
Eu digo outra coisa.
— Neil fez a proposta e eu disse sim. — Eu ergo o meu anel.
— Sim, eu vi isso. Você realmente aceitou? — Bryan se senta ao meu lado.
— Na verdade não. Ele aceitou por mim. — Nós dois ficamos em silêncio
por algum tempo.
Bryan se veste e diz:
— Eu voltarei para ter você do meu jeito de novo em breve. Da próxima
vez é melhor que o idiota do seu noivo tenha você pronta para mim. E eu
quero que você use isso quando estiver comigo e só comigo. — Ele levanta a
corrente do chão e a joga para mim.
A porta do quarto se abre e Neil está lívido. Ele olha para mim e depois
para Bryan:
— Você acha que isso é engraçado?
— Não, acho que ela precisa de algo que você não pode dar a ela. Estou
dando a você uma única chance de quebrar seu compromisso e foder a sua
noiva. Mas você tem que fazer isso como um animal. Satisfaça-a!
O rosto de Neil contorce desgostoso.
— Eu a satisfaço sem esse comportamento bárbaro. Fazer amor não
precisa de mordaças, amarras ou oprimir mulheres de forma nenhuma. Tenho
certeza de que Hallie só aceitou isso pela equipe, seu pedaço de merda
demente!
Essa foi a coisa mais cruel que já ouvi Neil dizendo e eu quero rir, porque
é pateticamente fraco. O homem que estava me usando, ofereceu para quebrar
o acordo se Neil prometer me pegar e fazer sexo animalesco comigo. O
homem deveria ter dito que sim, mas ele, pela sua moral, disse que não. Estou
cansada demais para pensar no que isso significa. O que aconteceu aqui?
— Ela vai tomar mais do que uma foda pela equipe. — Bryan pisca um
dos olhos. — Vejo você amanhã, escrava sexual! Trarei um colar para você e
vai usá-lo. — Bryan aperta a mão de Neil. — Você é um homem inteligente.
O que são alguns meses de infidelidade comparados com uma vida de
riquezas, certo?
Neil aperta a sua mandíbula.
— Então você planeja que isso continue por alguns meses?
— Provavelmente não por muito tempo. Eu fico entediado fodendo a
mesma mulher todo dia. Não se preocupe Neil! Ela é sua sujeira, não a minha.
— Com isso, Bryan vira as costas e sai.
— Neil, — estou pronta para explodir em lágrimas. O julgamento está
espalhado em seu rosto.
— Hallie, isso não é natural. Você não é um animal selvagem! Será que ele
conseguiu instigá-la para que você fingisse o que você não é?
Eu dou de ombros. Não quero falar sobre isso.
— Não tenho ideia.
— Eu deverei deixá-lo foder e espancar você na minha cama, sempre que
ele quiser?
Eu olho fixamente para frente.
— Até que ele se canse de mim, sim. Lide com isso! Você foi quem me
disse para fazer isso. — Eu destaco a última frase. — E ele lhe deu uma saída.
Você não aceitou. — Eu fico olhando para ele, e puxo a coberta mais forte em
volta dos meus ombros.
Neil revira os olhos.
— Eu pensei que fosse apenas uma noite.
— Eu também. Estávamos errados sobre uma porção de coisas.
Capítulo 11
Eu deveria me sentir envergonhada, mas não sinto. No dia seguinte, me
sento com Maggie no sofá enquanto Neil está fora. Ela tem estado muito
tranquila desde que a busquei em seu antigo apartamento. Maggie olha para o
espaço, e eu sei que a memória está se defrontando com o novo e joga uma e
outra vez em sua mente.
— Você quer falar sobre isso? — Eu pergunto, já sabendo a resposta.
Ela inspira e balança a cabeça, antes de oferecer-me um sorriso forçado.
— Não há nada a dizer. A mesma velha merda. Nada mudou, mas dói mais
agora. — Ela sorri como se algo fosse engraçado. — Eu pensava que doía
mais quando eu era criança. Acho que não.
— O que ele fez?
— A mesma coisa de sempre. Victor gosta de possuir coisas. — Ela muda
em seu assento e, em seguida, levanta, colocando distância entre nós. — Era
para eu arranjar-lhe uma garota. Ele tem um tipo, quadris redondos, cabelos
escuros e pele pálida, como Nicole Kidman, mas morena. Assim, a cada
semana, eu levava alguém. Elas ganham algumas centenas de dólares, e ele faz
o que faz. Na semana que eu não conseguia encontrar ninguém, eu a
substituía, mas desta vez... — Ela para de falar e balança a cabeça. — Eu não
deveria ter ido. Geralmente é apenas sexo violento. Ele dá um tapa e me
arranha. Vou para casa e é isso. Mas desta vez... — Ela balança a cabeça e olha
por cima do ombro para mim. — Eu não quero falar sobre isso. Eu tentei
fugir e, em seguida, desisti quando ele disse o que ele faria comigo, e depois
com você. Ele me deu uns tapas por um tempo, me levando do jeito que ele
quis, e então eu ouvi a sua voz e eu estava morrendo de medo que ele fosse
levá-la também. Sinto muito, Hallie.
— Não é culpa sua. — Eu me sinto horrível por deixar sua vida
desmoronar assim. Nós deveríamos estar lá uma para a outra. — Eu deveria
ter chegado mais cedo. Eu teria... Eu gostaria de poder ter tudo de volta.
Maggie sorri tristemente e envolve os braços em torno de si. — Sim, eu
também. E agora? Sem ofensa, mas eu não suporto Neil.
Concordo com a cabeça. — Eu estava pensando que deveria ter um lugar
só meu antes do casamento. Vai ser eu e você.
O olhar de Maggie desvanece no chão. — Você vai se casar com ele,
sério? — Eu aceno e lhe dou um olhar para que não me pressione agora. Ela
acrescenta: — Eu adoraria, mas você sabe que eu não posso me dar ao luxo.
— Sim, você pode. Eu tenho parte do meu pagamento antecipado.
Podemos ir a procura de uma casa sempre que quiser, oh, e esta parte não é
opcional, você trabalha para mim agora. Eu vou precisar de uma assistente
pessoal para me dizer o que fazer, você sabe, alguém um pouco mandona.
Maggie ri e me empurra, e depois bate as mãos sobre a boca, e repete a
ação. — De jeito nenhum!
— Isso. — É tão bom ver uma explosão de felicidade em seus olhos,
mesmo por um breve momento. Mas assim que ela pisca, ela se foi, perdeu-se
nas profundezas da agonia que enchem sua alma.
Um dia ela vai parar de lutar. Um dia ela vai ceder, desistir.
Ela já teria desistido se eu não tivesse aparecido. Algumas pessoas a
levaram direto para o inferno. É irônico, porque eu tenho sangue em minhas
mãos e não me sinto como se estivesse infeliz. É mais, como eu se estou
puxando Maggie, da vida tortuosa ela conhece, e esconde com esse sorriso.
Não me arrependo de minhas ações. O pensamento faz minha pele
formigar. Na parte profunda da minha mente, eu me pergunto que tipo de
pessoa que sou, mas arrumo minha coluna e me levanto. Isso me faz ser quem
eu sou e não há nada mais a se considerar. Eu fiz o que tinha que fazer. Eu
não teria tocado em Victor se ele a deixasse em paz, se ele não tivesse
ameaçado vir atrás de nós, mas ele ameaçou. Eu vi o medo nos olhos de
Maggie é a verdade. Se Victor Campone tivesse vivido, teríamos morrido.
— Está com fome? — Eu pergunto me dirigindo à geladeira.
— Sim, um pouco. — Maggie está sentada com os pés enrolados em sua
bunda e olhando para as mãos desde que eu a peguei no apartamento do
Victor. Ela raramente faz contato visual. Acho que a luta a nocauteou. Ele
aparece em surtos, mas é como um carro que está ficando sem gasolina. Estou
muito preocupada com ela. Depois de tudo que ela passou...
Isso não pode desfazê-la. Não pode.
Porque é minha culpa desta vez.
Todas as outras vezes, a Maggie revidou. Ela nunca desistiu, nunca cedeu,
e agora a minha melhor amiga está caída no sofá, coberta de hematomas e
cortes, com os olhos que se assemelham a buracos-negros que sugam tudo,
mas não vejo nada ali. Eles não sentem nada, não mais.
Eu sorrio e digo algo estúpido, tentando fazê-la rir, mas nem sequer
obtenho um sorriso de piedade. Depois de abrir a porta da geladeira, eu gemo
em voz alta. Neil está trabalhando hoje e não conseguiu ir às compras.
Maggie pergunta: — O que ele fez?
— Ele pegou todas as sobras da festa e levou para o trabalho. Eu pensei
que era bom porque ele deveria ir às compras, mas não o fez. — Estou
inclinada na geladeira vazia olhando para uma caixa de leite vencido e um
frasco de picles. Não vou comer isso. Eu bato a geladeira e acrescento: — Eu
dar rápida saída. Será que comida chinesa vai bem?
Maggie geralmente protesta e se oferece para pagar as coisas, mas hoje,
apenas balança a cabeça. — Ótimo! — Eu digo, parecendo alegre. Ela irá
voltar. Ela vai. Se eu continuar dizendo a mim mesmo vai acontecer, certo?
De repente, eu percebo que ela não recuperou-se, matar Victor não era uma
vingança suficiente, até mesmo pelo o que ele fez com Maggie.
Capítulo 12
Pego minhas chaves e ligo o motor. O carro vermelho ronrona quando o
tiro da garagem e digito o CEP do local que irei. Quando estou prestes a
desviar para o estacionamento, um policial segue atrás de mim, com as luzes
vermelhas piscando. Eu não estava em alta velocidade. Droga. Deve ser
verdade que os carros vermelhos são parados mais do que qualquer outra cor.
Eu encosto e levo o carro para o acostamento, tomando o cuidado de
manter as mãos no volante. Papai me disse para nunca ir para a minha bolsa
ou porta-luvas até que o policial esteja de pé ao lado do carro. O cara tem que
ver as minhas mãos ou ele pode atirar em mim, bem não é exatamente do jeito
que meu pai disse isso, mas é o que ele quis dizer.
Eu aperto o botão na janela, assim como o policial se aproxima. Ele está
usando o uniforme escuro que me dá vontade de sair correndo e gritando
para o meu quarto e me esconder debaixo da minha cama.
Ele não é esse cara. Pare com isso, Hallie, xingo-me, mas isso não ajuda.
Até agora, minhas mãos estão tremendo.
— A licença e registro, por favor. — O cara tem trinta e tantos anos, e um
tipo de visual assustador. Por assustador, eu quero dizer que parece que ele
poderia tomar o meu pequeno corpo e dobrá-lo estilo acordeão e enfiá-lo em
seu tronco. O cara é massa muscular pura e ele parece chateado. Eu não posso
imaginar o que eu fiz.
Eu me aproximo do porta-luvas para retirar os papéis mencionados, mas
tudo que eu encontro é o manual sobre o carro e o último aviso de mudança
de óleo. Sem documentos. Sem registro. O meu coração dá uma guinada.
Foda-se. Eu começo a pensar que Jon brincou comigo, mas mesmo ele, não
seria tão baixo. E o policial não me pediu para sair do carro ou qualquer coisa.
Minha lanterna traseira está queimada ou algo assim, isso é tudo. Isso não é
nada.
Eu vasculho minha bolsa e tiro a minha pequena carteira. Meu rosto fica
pálido quando vejo o espaço vazio onde minha carteira de motorista deveria
estar. Olho para o policial e digo baixinho: — Ela se foi.
— Você não tem uma licença ou registro desse veículo? — Ele diz algo
em seu ombro depois de ouvir um zumbido em seu fone de ouvido. — Saia
do carro, minha senhora.
Estou tremendo agora. — Eu não fiz nada de errado. Alguém pegou a
minha licença. Eu tenho uma.
Ele me ignora e me apoia no capô. Tira seus óculos de sol. Quando o
guarda, ele pergunta: — Você sabe que você está dirigindo um veículo
roubado?
— Não é roubado.
— Oh?
Eu balanço minha cabeça, pronto para chorar. Jon não faria isso para
mim, ele não iria. — Jonathan Ferro me vendeu este carro uns dias atrás por
dez mil dólares. Eu não tive a chance de renovar a papelada ainda. Eu pensei
que tinha alguns dias?
O policial concorda. Ele vira o meu rosto para o capô e me revista. —
História legal. O carro vale muito mais do que isso. Se você vai mentir pelo
menos faz a história parecer convincente.
— É verdade! Jon me vendeu por dez mil. Pergunte a ele! Eu não estou
mentindo.
Eu sinto frio do metal prender meus pulsos quando as algemas
escorregam em torno dos meus braços. Eu começo a entrar em pânico. Meu
coração dispara muito rápido e o mundo se torna um borrão. Eu não posso
parar de falar, suplicando, e quando o policial me empurra na parte de trás de
seu carro, todos os terríveis eventos em detalhes vívidos se reproduzem em
minha mente.
Eu fecho meus olhos e tento desligá-los, mas as cores iluminam e os sons
de mais de uma década tocam alto em meus ouvidos, enquanto lágrimas caem
pelo meu rosto. O passado e o presente colidem juntos com tanta violência
que eu não posso suportar isso.
Minha mãe jura para mim antes de me enfiar no armário. Pequenas mãos
envolvem em torno de mim, e eu sei que o meu irmão mais novo, Anthony,
está apavorado. Ele cresceu e seus ossos eu sinto nitidamente sob minhas
palmas. Ele chora até que fica em silêncio, até que ele adormece, até que
minha mãe teve seu efeito das drogas e amantes. Eu a ouvi rir. Eu nunca
poderia fazê-la feliz assim. Ouvi os sons de sexo, até que algo muda. A festa
normal não é mais normal.
O policial que me tirou do armário tentou tirar o corpo sem vida do meu
irmão dos meus braços. Eu não entendi. Eu o protegia dela. Eu vigiei por
Anthony, mas depois de tudo que eu fiz, não foi o suficiente. Eles pensaram
que eu o matei em primeiro lugar. Eles me empurraram para o fundo do carro
e gritei para eles até que eu não podia chorar mais. Eu queria meu irmão, mas
eles disseram que ele estava morto.
Eu não acreditei neles.
Agora, eu tenho dificuldade em acreditar em alguém e este policial abriu
uma ferida que é tão profunda que me corta até o osso. Não, não foi o policial
- foi Jon.
Eu não posso evitar o tremor, mas eu não choro. Eles me ficham e fazem
perguntas que eu ouvi antes. A estrutura nunca muda em lugares como este.
As pessoas são as mesmas. O cheiro é idêntico. Eu olho fixamente, tentando
manter minha mente em uma única peça, mas eu sinto as rachaduras pouco a
pouco.
Quem vai salvar Maggie? Se eu me perder, quem estará lá para ela?
Ninguém. Acalme-se, Hallie.
Eu tenho direito a uma ligação, então que eu chamo a pessoa que eles
estão tentando me manter longe, o homem que está me chantageando por
sexo.
Quando ele atende o telefone, Bryan parece cansado. Eu não sei de que
outra forma dizer. Eu teria pensado que ele estava dormindo, mas há algo em
sua voz que me diz que não dorme há muito tempo. — Suffolk County PD.
Deixe-me adivinhar, é Jon ou Trystan?
— Não, — minha voz é tão baixa, tão tímida que mal faz um som.
Eu o ouvi mudar e Bryan soa mais alerta quando ele responde: — Hallie?
— Venha me pegar. Eu vou lhe dever. Qualquer coisa que você quiser,
basta vir me pegar. — Eu entrego o telefone de volta ao oficial na mesa e sou
levada de volta para a minha cela.
Capítulo 13
Estou sentada em frente a uma mulher que não consegue parar de chorar.
Ela fala sobre os tíquetes de estacionamento não pagos, sobre como ela vai
perder o emprego por causa disto e como ela não trabalhou o suficiente para
pagar os tíquetes. Depois começa a hiperventilar e menciona algo sobre
remédios. Essa é a única vez que o policial no exterior da cela olha para ela.
Eles a removem da nossa cela, dizendo que vai ter seus remédios.
Alguém entra e se senta ao meu lado. Seu rosto está machucado em um
lado.
— Olá.
Eu olho para ela e não digo nada. Meus braços estão cruzados sobre o
meu peito e estou encostada à parede, pensando em maneiras de castrar Jon
Ferro. Ele sabia sobre o meu passado e o que isto faria comigo.
A mulher não é mais que uma menina, deve de ter uns dezoito anos, com
grandes olhos redondos, mas ainda tem bochechas gordinhas, infantis. Pelo
seu rosto angular não parece ter mais de vinte e dois anos. O seu cabelo
escuro é longo e está em um rabo de cavalo bagunçado.
Ela suspira e descansa as costas contra a parede de cimento frio. — Você
passará a noite aqui? Eu espero que sim. Ele precisa de tempo para esfriar. A
única parte ruim é não ter o sabão bacteriano, mas o resto está bem. Além
disso, ele vai dar-me tempo. Eu não posso estar perto dele quando ele está
assim. Ele é geralmente é bom, mas em noites como está, eu acho melhor
ficar aqui. Eu não vou fazer a minha ligação. Ei, você parece familiar. — Ela
fala sem respirar e olha para mim o tempo todo.
— Nós nunca nos conhecemos, — é tudo o que eu digo.
Ela acena com a cabeça e continua, liberando uma onda de palavras.
Sentada, escuto sua vida, a sua história, não sinto nada, apenas piedade. Ela é
como Maggie e eu. Ela não tem ninguém que se preocupe com ela, ninguém
para ouvir a sua voz e em quem encontrar consolo através de seu toque.
Eu não sei quanto tempo estive lá, mas um tempo depois eles chamam o
meu nome, a jovem foi levada para um banho e passará a noite na cela.
Imagino o por que desejar uma cela em vez de ir para casa. Isso me faz querer
chorar, e não há porra nenhuma que eu possa fazer sobre isso. Eu não posso
nem tomar conta de mim.
A porta da cela desliza aberta e faz um som mais horrível. — Hallie
Raymond, recolha as suas coisas na recepção e vá para casa com o seu amigo
que pagou sua fiança. Se você estragar tudo, ele será o único que pagará por
isso, o melhor é se comportar.
Concordo com a cabeça e percorro o caminho para a recepção. Parece
que eu não prestei atenção por um tempo, mas o faço quando vejo Bryan.
Enquanto eu ando atrás dele eu observo a maneira como ele respira, o modo
como os seus ombros estão dobrados para frente como se ele estivesse sendo
vigiado ou com dor. Eu paro atrás dele e o assisto por um momento. Seus
quadris são estreitos, como sempre, ele não perdeu muito peso, mas seu
cabelo não brilha da maneira como ele costumava brilhar. Sua respiração é
superficial e curta, como se tivesse estado correndo. Uma sensação horrível
corre pela minha espinha quando eu olho para ele.
Naquele momento, Bryan sente os olhos sobre ele e vira. Ele tem aquele
sorriso brincalhão no rosto. — Se você queria usar algemas, eu tenho algumas.
Eu ficaria feliz... poff! — Eu bato nele com toda a força do meu corpo e o
seguro apertado.
Bryan fica chocado no início. Seus braços levam um tempo até fecharem-
se em torno de mim, e depois ele me segura. Eu sinto a sua voz, a agitação
quente de ar, quando ele sussurra em meu ouvido: — Vamos sair daqui. —
Ele me solta e eu aceno. Foi quando ele me disse a última coisa que eu queria
ouvir. — Há repórteres na frente.
— O quê? — O meu queixo cai em horror.
— Eu fiz arranjos para sair pela parte de trás, mas haverá alguém. Sempre
há. Todo mundo vai saber o que aconteceu pela manhã. — Bryan pega a
minha mão e me leva, seguindo um oficial, que nos conduz através de uma
sala com armários e na parte de trás da delegacia de polícia, para um Hummer
preto. Sou empurrada para dentro, mas não antes de um flash disparar e eu
olhei diretamente para a câmera.
Bryan empurra-o de volta, mas a foto já foi tirada. Ele sobe atrás de mim
e diz: — Dirija.
— Eu não sou a porra do seu motorista, Bryan. Diga por favor. — Um
cara da minha idade, com cabelo escuro que paira em seu rosto, está no
assento do motorista. Com óculos grandes demais para obscurecer os olhos.
— Foda-se, Trystan.
Trystan revira os olhos e se afasta com sua enorme, máquina
ambientalmente irresponsável, com o objetivo de atingir os repórteres da rua,
quando sai do estacionamento. — As pessoas seriam melhores para você, se
você fosse mais agradável para elas. Isso é tudo o que estou dizendo. —
Trystan é tranquilo, mas eu sinto seus olhos em mim. Quando eu olho para
cima, ele responde ao que eu estava pensando. — Jon não fez isso com você.
Aos poucos, meu queixo inclina-se para cima e os nossos olhos se
encontram no espelho retrovisor. — Jon Ferro é um homem morto. Ele sabe
o que isto me faria. Foi a pior coisa que ele poderia ter feito.
Bryan pega a minha mão e tece os nossos dedos juntos. — Não foi Jon.
Por favor, aguarde para matá-lo até amanhã.
— Eu poderia matá-lo agora. Bryan, eu cuidei de Campone e posso cuidar
de qualquer um que mexer com Maggie ou comigo. Eu não sou mais uma
criança. — Eu soluço e tremo quando o passado e o presente eclodem juntos
novamente. Meu irmão morreu de fome. Ele morreu em meus braços e eu era
muito boba e pequena para saber o que fazer. Eu digo que eu era apenas uma
criança, porque é mais fácil do que dizer às pessoas a minha história, mas os
Ferros sabem de tudo. Eles são como baratas que conseguem encontrar cada
mentira em cada canto escuro de sua alma. — Eu não vou ser dizimada por
Jon. Foda-se ele.
Trystan e Bryan trocam um olhar, mas ninguém diz nada. Bryan me puxa
em seus braços e me segura até pararmos em frente de um antigo motel.
Bruto é a melhor maneira de descrevê-lo. Aposto que eles alugam quartos por
hora. Trystan joga para Bryan a chave do quarto. — Fique aí até eu descobrir
o que aconteceu. Eu acho que já sei, embora os detalhes sejam vagos.
Eu balanço a minha cabeça: — Não, eu não posso. Maggie está de volta e
ela precisa de mim. E Neil...
Bryan suspira, passando as mãos pelos cabelos. Depois que ele fez isso, ele
balança a mão para o seu lado. — Maggie estará bem. E Neil é um idiota.
Além disso, ele sabe que eu a levei esta noite. Aparentemente, você disse a
Maggie que eu estava chantageando você, porque ela tentou me pregar seu
calcanhar na cabeça. — Isso me faz sorrir. — Oh, você acha que é engraçado?
— Bryan me agarra e se inclina para perto. Aqueles olhos verdes brilham por
um momento antes de embaçarem. — Vamos Raymond. Estou pensando em
usá-la até que você se esqueça de quem você é.
CONTINUA
Capítulo 10
Bryan pega o meu rosto em suas mãos.
— Se você não gostar, diga-me! — Eu aceno, lentamente, com as suas
mãos quentes ainda segurando o meu rosto.
Era como se alguém apertasse um interruptor. Os olhos de Bryan se
tornaram mais escuros, mais carnais. Ele libera o meu rosto e pressiona seu
corpo tonificado contra o meu. Empurrando as minhas costas contra a porta,
certifica-se de que eu possa sentir cada centímetro dele. Tira uma corrente
prateada com um plugue em cada extremidade e o prende nos meus mamilos.
Eu ofego quando ele os aperta. O peso das correntes faz com que eu morda
os meus lábios. Enquanto ele pressiona dentro de mim, as correntes vão se
mexendo e puxando suavemente à medida que ele desliza sobre o meu corpo.
Um pequeno suspiro escapa por entre os meus lábios. Bryan me olha, seus
olhos verdes fixos nos meus. Pega um dedo e o coloca entre os meus lábios
rosados, enquanto a outra mão desliza mais para baixo, passando pela minha
barriga e entre as minhas pernas. Eu ofego. Ele se move rapidamente, tocando
a minha protuberância sensível com o polegar, alisando o dedo sobre a carne
suave, e observando o meu rosto enquanto faz isso.
Meu queixo se ergue enquanto tento não gemer. Luto contra as sensações
que estão em erupção dentro de mim, as sensações que ele está trazendo à
tona. Seus dedos se movem sobre o meu clitóris, enquanto ele puxa a corrente
suavemente. Ele sente que estou ficando mais úmida e, em seguida, sem aviso,
sem uma mudança na expressão, empurra o dedo dentro de mim. Ele ainda
está, por um tempo, vendo meus olhos. Eu pisco devagar, sentindo-o ali, entre
as minhas pernas.
Bryan empurra o dedo mais forte, mais profundo enquanto me observa.
Sua respiração está sobre os meus lábios fazendo com que me sinta tonta.
Quando ele puxa o dedo, ergue-o para a minha boca. Delineando os meus
lábios, ele me observa, espalhando meu calor úmido, como batom. Eu pisco
lentamente, com meu coração disparado, e, excitada além da compreensão.
— Prove! — Ele ofega e empurra o dedo em minha boca. Eu passo a
minha língua contra o seu dedo, mas ele o segura lá e diz: — Chupa até que
saia do meu dedo, Hallie! — Eu hesitei, mas ele diz: — Faça isso! — Minha
língua envolve o dedo, sugando-o, saboreando o gosto. Seus olhos estão
queimando, observando-me.
Enquanto chupo o dedo, ele abaixa a outra mão entre as minhas pernas,
abrindo a minha pele escorregadia. Sensações explodem dentro de mim, mas
antes que eu possa saboreá-las, as sensações mudam. O membro duro de
Bryan entra dentro de mim, fazendo com que eu chupe o dedo mais forte
ainda. Ele puxa o dedo da minha boca, e envolve as mãos em volta da minha
cintura. Fica um pouco imóvel, por um momento, respirando rápido e forte.
Depois, puxa para fora lentamente e enfia novamente, fazendo com que eu
bata contra a porta. Meus joelhos tremem à medida que ele lentamente vai me
deixando mais louca. Eu quero mais. Quero que ele me maltrate e me deixe
tonta pela paixão. Que limpe o meu medo com a luxúria, apague a minha
memória por um momento, e tire toda a dor que tem me invadido.
Eu só quero senti-lo e nada mais. O mundo desaparece até que não sei
quanto tempo se passou. Meus braços doem enquanto ele me usa,
empurrando para dentro de mim sucessivas vezes. Minha cabeça pende para o
lado e, em seguida, levanta de volta. Eu ofego todas às vezes e os meus seios
tremem com a força de seu empurrão.
Algo se desdobra dentro de mim. Quero suas mãos em mim, fazendo
tudo ao mesmo tempo. Vertentes delicadas de paixão irrompem dentro de
mim, enviando arrepios pelas minhas coxas e seios. Todos os lugares que
desejo que ele toque fervem como uma corrente viva. Arqueando minhas
costas, eu pressiono meus quadris contra os dele, só para que batam
novamente.
Seus impulsos mudam para provocar, gentilmente empurrando e puxando
para fora. Ele é tão duro, tão perfeito. Quero colocar as minhas pernas ao
redor de seus quadris, mas não posso. As respirações irregulares me
consomem e o quarto está além de quente. Meu corpo está pingando de suor.
Inclinando a cabeça para trás, olho para o teto. É quando suas mãos
encontram os meus seios. Meus lábios formam um O, mas não digo nada. Ele
sente a maciez, a plenitude das minhas curvas enquanto empurra seu pênis
longo e duro em mim lentamente, torturando-me, sucessivamente.
Tomando meus mamilos entre os dedos, ele os torce suavemente e aperta
os grampos. Eu grito, empurrando os meus seios para ele, mas a porta me
detém. Ofegante, mal posso respirar.
Ele sorri, — Shhh! Nenhum som de você! Eu quero que isso entre nós!
Não estou entendendo. Então por que ele quis fazer aquela cena com Neil
e Maggie? Naquele momento, não me importo. Faço o que ele diz e mordo o
lábio para me manter em silêncio. Ele entra profundamente dentro de mim de
novo, e minha boca se abre. Eu engulo o som antes que ele ouça. O único
barulho é a lufada de ar saindo com força dos meus pulmões.
— Boa menina, — ele ronrona e retira antes de novamente empurrar,
desta vez mais profundamente. O tom de sua voz me faz derreter.
Antes que eu possa pensar noutra coisa, os dedos de Bryan apertam em
torno das correntes nos meus mamilos. Seus quadris se mantêm pressionados
rentes aos meus, seu comprimento perdido dentro de mim. Meu queixo cai, e
eu o vejo me observando, esperando que eu faça qualquer barulho. Meus
olhos se fixam nos seus, enquanto sensações ardentes circulam através do meu
corpo, construindo mais apertado e mais forte. Ele lentamente adiciona mais
pressão, provocando e puxando os meus mamilos mais e mais, fazendo com
que a pinça aperte mais ainda. O calor em meu estômago endurece através do
meu corpo. Eu movo os meus quadris e tento balançar contra ele, mas ele me
acalma.
— Não, não. Ainda não!
Eu suspiro! — Eu gosto de ser espancada!
— Sério? — Eu aceno. Sua mão vem com força na minha bunda. Ambas
as nádegas ardem. Ele faz isso enquanto ele ainda está dentro de mim, o que
me faz apertar mais em torno dele. Ele suspira e faz isso de novo, e de novo.
O impacto de suas mãos é tão bom. A ardência envia arrepios através de mim
em ondas que não acabam. Elas navegam pelo meu estômago e se espalham
por todo o meu corpo. Todos os deliciosos formigamentos me atravessam,
fazendo com que eu deslize a minha língua sobre os dentes. Faço isso sem
pensar. É uma reação a ele, ao que está fazendo comigo.
Sem aviso, Bryan puxa para fora. Isso me deixa louca. Meus quadris
sacodem, mas não posso alcançá-lo. O cinto corta os meus pulsos enquanto
me esforço contra as limitações que me foram impostas. Ofego, observando-o
enquanto ele se move para longe de mim. O desejo arde pelo meu corpo. Não
consigo me controlar. Puxando os meus pulsos mais forte ainda, tento
libertar-me do cinto de novo, mas não consigo. Só fica mais apertado.
Ele sorri, assistindo-me lutar, até que eu paro e olho para ele. A expressão
em seu rosto, a intensidade de seus olhos, fazem com que meu estômago se
contorça. Minha respiração fica presa na minha garganta enquanto Bryan
passa perto o suficiente para me tocar, mas ele não toca. Estou ofegante.
Meus olhos estão implorando para que ele faça algo, para que me faça gozar,
deixar-me fode-lo... Qualquer coisa.
— Diga-me o que você deseja, Hallie! Implore-me por isso! — Ele
sussurra palavras ao lado do meu ouvido. A reação dentro de mim é rápida e
violenta. Seu hálito quente faz meu clitóris pulsar e parecer que vou morrer se
ele não me tocar, se ele não terminar o que começou. Ele está tão perto, quase
me tocando, mas não desliza os dedos pela minha cintura. Ele não toca o meu
peito e não provoca os meus mamilos. Isso me faz desejá-lo ainda mais. Eu
me sinto como um animal acorrentado, incapaz de pensar. — Responda-me
linda mulher! — Ele ordena e eu sinto a batida da sua mão na minha bunda.
Meu corpo está tão bem enrolado que o tapa me faz gemer. Eu não
esperava isso, mas antes que pudesse controlar os meu gemido, ele escapa dos
meus lábios. Eu ofego, chocada por não ter sido capaz de abafar o ruído ou
pará-lo a tempo. A mão de Bryan voa uma segunda vez, com mais força. Ele
observa meu rosto enquanto eu estremeço debaixo da sua mão. O tapa é
rápido, e eu sei que vou ter um problema para andar depois, mas não me
importo. Eu grito, dizendo o seu nome, empurrando os meus seios contra ele.
Um olhar perverso torce seus lábios em um sorriso sexy. — Responda-
me! — Sua voz soa como um grunhido e quando não consigo fazer nada,
senão ofegar incontrolavelmente, sua mão me atinge pela terceira vez. Mas ele
não me libera. Em vez disso, ele pega a minha bochecha na mão e aperta. A
ardência se intensifica pela forma como ele me agarra. O belo corpo de Bryan
está coberto por um brilho fino de suor, enquanto me trata grosseiramente.
— Diga-me o que você deseja!
Minha voz é um suspiro. O desejo correndo desenfreadamente. — Eu
quero suas mãos sobre mim, em mim! Eu quero que você me foda sem
sentido. Foda-me, Bryan!
— Implore por isso, Hallie! Implore mais alto! — Seu punho aperta a
minha bunda fazendo com que o meu corpo pressione contra o seu. Gotas de
suor rolam pela minha espinha.
Minha voz treme enquanto imploro, sem capacidade de manter qualquer
traço de comedimento.
— Por favor, Bryan... Por favor! Foda-me! Foda a minha buceta! Encha-
me com o seu gozo. Por favor, baby! Por favor... — Eu continuo a lhe pedir,
enquanto suas mãos deslizam sobre os meus quadris e para baixo entre as
minhas pernas. Quando ele toca o meu clitóris, eu gemo. Bryan inclina sua
cabeça para trás, olhando para mim. — Foda-me, baby! Por favor! — Meus
quadris se remexem contra a sua mão. Em resposta, ele aperta os dedos no
meu clitóris. Eu grito: — Foda-me! Por favor! Bryan! Eu preciso de você! Por
favor!
Quando eu digo o nome dele, ele quebra. Antes de saber o que está
acontecendo, suas mãos estão segurando os meus pulsos sobre a minha
cabeça enquanto ele bate seu membro rígido dentro de mim sucessivamente.
Ele empurra mais e mais profundamente a cada vez, com as mãos deslizando
pelos meus braços. Batendo-se cada vez mais duro contra mim, ele assiste
meus seios balançando e saltando até que ele toma ambos em suas mãos e
aperta os meus mamilos duramente. Eu berro, mas isso só faz com que ele
aperte com mais força, até que a corrente cai. Cai aos meus pés e ele a deixa
lá.
Bryan se move, empurrando para dentro de mim fodendo-me cada vez
mais rápido. O calor entre as minhas pernas percorre todo o meu corpo.
Parece que não posso ser dominada. Não há o suficiente dele para me
satisfazer, nunca. Quando seus dedos apertam mais duramente contra os meus
mamilos doloridos, meus olhos se arregalam. Ele me olha nos olhos enquanto
ele empurra para dentro de mim uma vez... forte. Minhas costas batem contra
a porta e ele me segura lá, observando-me. Seus lábios entreabertos, ele
respira sem dizer nada. Suas mãos suavemente empurram os cabelos para
longe dos meus olhos. Ele acalma por um momento e não posso suportar
isso. Seu pau está em mim, mas não importa o quanto eu me mexa, não posso
fazer com que ele me foda.
Com todo o peso do seu corpo, ele me achata contra a porta. Seus olhos
ardem com o desejo, sua testa está pingando de suor.
— Goze para mim, baby! — Ele respira e mete em mim rápido e
furiosamente. Ele não para quando eu grito. Ele continua metendo contra
mim até que meu corpo não pode ficar mais retesado.
Cada vez que ele afunda em mim eu me sinto mais excitada. Eu não posso
respirar, mas não quero que ele pare. Seu corpo me esmaga, enquanto me
monta, balançando contra mim furiosamente. Eu gemo, e posso dizer o quão
forte ele está empurrando e o quanto vou estar machucada depois, mas não
me importo. No momento, isso é muito bom. Minha pele formiga e está
pingando de suor. Meus seios saltam mais e mais para cima com cada batida
de seu corpo contra o meu. E sem outro pensamento, eu gozo. Meu grito sai
rasgado através da minha garganta. Não posso gozar silenciosamente, não
quando ele faz assim. Bryan me bate mais forte enquanto as deliciosas
sensações giram, fazendo com que todo o meu corpo entre em erupção. Eu o
sinto meter contra mim duro e profundamente, e ele goza alguns segundos
após.
Esgotada, pendurada e estremecendo contra a porta, estou pronta para
cair no chão. Bryan se afasta e me olha. Com os lábios entreabertos, ele só
olha para mim por um momento antes de desatar o cinto. Quando as minhas
mãos caem ao meu lado, meus braços queimam. Bryan me toma em seus
braços e me leva para a cama. Ele me senta na frente dele e esfrega os
músculos doloridos em meus braços e ombros. Minha cabeça se inclina para o
lado enquanto ele faz isso. Cada centímetro meu está formigando. Não quero
que esse momento termine, mas Bryan para.
Viro-me e olho para ele. Ele está brilhando, coberto por uma fina camada
de suor que cheira tão bem. Eu quero lambê-lo, mas apenas aceno. Ele vira
seus olhos esmeraldas para longe e diz:
— Eu acho que eu deveria ir.
— Você vai embora? — De repente, eu me sinto muito nua. Puxo a
coberta da cama e a enrolo em volta dos meus ombros.
— Sim, a menos que você queira que eu fique e diga a Neil tudo sobre
como eu acabei com a raça da sua noiva. — Ele me olha por um segundo. Sua
testa está coberta de suor e seu rosto está brilhando. — O que há de errado?
— Ele sempre pôde me ler tão bem. Eu quero dizer a ele sobre Victor, mas
não posso.
Eu digo outra coisa.
— Neil fez a proposta e eu disse sim. — Eu ergo o meu anel.
— Sim, eu vi isso. Você realmente aceitou? — Bryan se senta ao meu lado.
— Na verdade não. Ele aceitou por mim. — Nós dois ficamos em silêncio
por algum tempo.
Bryan se veste e diz:
— Eu voltarei para ter você do meu jeito de novo em breve. Da próxima
vez é melhor que o idiota do seu noivo tenha você pronta para mim. E eu
quero que você use isso quando estiver comigo e só comigo. — Ele levanta a
corrente do chão e a joga para mim.
A porta do quarto se abre e Neil está lívido. Ele olha para mim e depois
para Bryan:
— Você acha que isso é engraçado?
— Não, acho que ela precisa de algo que você não pode dar a ela. Estou
dando a você uma única chance de quebrar seu compromisso e foder a sua
noiva. Mas você tem que fazer isso como um animal. Satisfaça-a!
O rosto de Neil contorce desgostoso.
— Eu a satisfaço sem esse comportamento bárbaro. Fazer amor não
precisa de mordaças, amarras ou oprimir mulheres de forma nenhuma. Tenho
certeza de que Hallie só aceitou isso pela equipe, seu pedaço de merda
demente!
Essa foi a coisa mais cruel que já ouvi Neil dizendo e eu quero rir, porque
é pateticamente fraco. O homem que estava me usando, ofereceu para quebrar
o acordo se Neil prometer me pegar e fazer sexo animalesco comigo. O
homem deveria ter dito que sim, mas ele, pela sua moral, disse que não. Estou
cansada demais para pensar no que isso significa. O que aconteceu aqui?
— Ela vai tomar mais do que uma foda pela equipe. — Bryan pisca um
dos olhos. — Vejo você amanhã, escrava sexual! Trarei um colar para você e
vai usá-lo. — Bryan aperta a mão de Neil. — Você é um homem inteligente.
O que são alguns meses de infidelidade comparados com uma vida de
riquezas, certo?
Neil aperta a sua mandíbula.
— Então você planeja que isso continue por alguns meses?
— Provavelmente não por muito tempo. Eu fico entediado fodendo a
mesma mulher todo dia. Não se preocupe Neil! Ela é sua sujeira, não a minha.
— Com isso, Bryan vira as costas e sai.
— Neil, — estou pronta para explodir em lágrimas. O julgamento está
espalhado em seu rosto.
— Hallie, isso não é natural. Você não é um animal selvagem! Será que ele
conseguiu instigá-la para que você fingisse o que você não é?
Eu dou de ombros. Não quero falar sobre isso.
— Não tenho ideia.
— Eu deverei deixá-lo foder e espancar você na minha cama, sempre que
ele quiser?
Eu olho fixamente para frente.
— Até que ele se canse de mim, sim. Lide com isso! Você foi quem me
disse para fazer isso. — Eu destaco a última frase. — E ele lhe deu uma saída.
Você não aceitou. — Eu fico olhando para ele, e puxo a coberta mais forte em
volta dos meus ombros.
Neil revira os olhos.
— Eu pensei que fosse apenas uma noite.
— Eu também. Estávamos errados sobre uma porção de coisas.
Capítulo 11
Eu deveria me sentir envergonhada, mas não sinto. No dia seguinte, me
sento com Maggie no sofá enquanto Neil está fora. Ela tem estado muito
tranquila desde que a busquei em seu antigo apartamento. Maggie olha para o
espaço, e eu sei que a memória está se defrontando com o novo e joga uma e
outra vez em sua mente.
— Você quer falar sobre isso? — Eu pergunto, já sabendo a resposta.
Ela inspira e balança a cabeça, antes de oferecer-me um sorriso forçado.
— Não há nada a dizer. A mesma velha merda. Nada mudou, mas dói mais
agora. — Ela sorri como se algo fosse engraçado. — Eu pensava que doía
mais quando eu era criança. Acho que não.
— O que ele fez?
— A mesma coisa de sempre. Victor gosta de possuir coisas. — Ela muda
em seu assento e, em seguida, levanta, colocando distância entre nós. — Era
para eu arranjar-lhe uma garota. Ele tem um tipo, quadris redondos, cabelos
escuros e pele pálida, como Nicole Kidman, mas morena. Assim, a cada
semana, eu levava alguém. Elas ganham algumas centenas de dólares, e ele faz
o que faz. Na semana que eu não conseguia encontrar ninguém, eu a
substituía, mas desta vez... — Ela para de falar e balança a cabeça. — Eu não
deveria ter ido. Geralmente é apenas sexo violento. Ele dá um tapa e me
arranha. Vou para casa e é isso. Mas desta vez... — Ela balança a cabeça e olha
por cima do ombro para mim. — Eu não quero falar sobre isso. Eu tentei
fugir e, em seguida, desisti quando ele disse o que ele faria comigo, e depois
com você. Ele me deu uns tapas por um tempo, me levando do jeito que ele
quis, e então eu ouvi a sua voz e eu estava morrendo de medo que ele fosse
levá-la também. Sinto muito, Hallie.
— Não é culpa sua. — Eu me sinto horrível por deixar sua vida
desmoronar assim. Nós deveríamos estar lá uma para a outra. — Eu deveria
ter chegado mais cedo. Eu teria... Eu gostaria de poder ter tudo de volta.
Maggie sorri tristemente e envolve os braços em torno de si. — Sim, eu
também. E agora? Sem ofensa, mas eu não suporto Neil.
Concordo com a cabeça. — Eu estava pensando que deveria ter um lugar
só meu antes do casamento. Vai ser eu e você.
O olhar de Maggie desvanece no chão. — Você vai se casar com ele,
sério? — Eu aceno e lhe dou um olhar para que não me pressione agora. Ela
acrescenta: — Eu adoraria, mas você sabe que eu não posso me dar ao luxo.
— Sim, você pode. Eu tenho parte do meu pagamento antecipado.
Podemos ir a procura de uma casa sempre que quiser, oh, e esta parte não é
opcional, você trabalha para mim agora. Eu vou precisar de uma assistente
pessoal para me dizer o que fazer, você sabe, alguém um pouco mandona.
Maggie ri e me empurra, e depois bate as mãos sobre a boca, e repete a
ação. — De jeito nenhum!
— Isso. — É tão bom ver uma explosão de felicidade em seus olhos,
mesmo por um breve momento. Mas assim que ela pisca, ela se foi, perdeu-se
nas profundezas da agonia que enchem sua alma.
Um dia ela vai parar de lutar. Um dia ela vai ceder, desistir.
Ela já teria desistido se eu não tivesse aparecido. Algumas pessoas a
levaram direto para o inferno. É irônico, porque eu tenho sangue em minhas
mãos e não me sinto como se estivesse infeliz. É mais, como eu se estou
puxando Maggie, da vida tortuosa ela conhece, e esconde com esse sorriso.
Não me arrependo de minhas ações. O pensamento faz minha pele
formigar. Na parte profunda da minha mente, eu me pergunto que tipo de
pessoa que sou, mas arrumo minha coluna e me levanto. Isso me faz ser quem
eu sou e não há nada mais a se considerar. Eu fiz o que tinha que fazer. Eu
não teria tocado em Victor se ele a deixasse em paz, se ele não tivesse
ameaçado vir atrás de nós, mas ele ameaçou. Eu vi o medo nos olhos de
Maggie é a verdade. Se Victor Campone tivesse vivido, teríamos morrido.
— Está com fome? — Eu pergunto me dirigindo à geladeira.
— Sim, um pouco. — Maggie está sentada com os pés enrolados em sua
bunda e olhando para as mãos desde que eu a peguei no apartamento do
Victor. Ela raramente faz contato visual. Acho que a luta a nocauteou. Ele
aparece em surtos, mas é como um carro que está ficando sem gasolina. Estou
muito preocupada com ela. Depois de tudo que ela passou...
Isso não pode desfazê-la. Não pode.
Porque é minha culpa desta vez.
Todas as outras vezes, a Maggie revidou. Ela nunca desistiu, nunca cedeu,
e agora a minha melhor amiga está caída no sofá, coberta de hematomas e
cortes, com os olhos que se assemelham a buracos-negros que sugam tudo,
mas não vejo nada ali. Eles não sentem nada, não mais.
Eu sorrio e digo algo estúpido, tentando fazê-la rir, mas nem sequer
obtenho um sorriso de piedade. Depois de abrir a porta da geladeira, eu gemo
em voz alta. Neil está trabalhando hoje e não conseguiu ir às compras.
Maggie pergunta: — O que ele fez?
— Ele pegou todas as sobras da festa e levou para o trabalho. Eu pensei
que era bom porque ele deveria ir às compras, mas não o fez. — Estou
inclinada na geladeira vazia olhando para uma caixa de leite vencido e um
frasco de picles. Não vou comer isso. Eu bato a geladeira e acrescento: — Eu
dar rápida saída. Será que comida chinesa vai bem?
Maggie geralmente protesta e se oferece para pagar as coisas, mas hoje,
apenas balança a cabeça. — Ótimo! — Eu digo, parecendo alegre. Ela irá
voltar. Ela vai. Se eu continuar dizendo a mim mesmo vai acontecer, certo?
De repente, eu percebo que ela não recuperou-se, matar Victor não era uma
vingança suficiente, até mesmo pelo o que ele fez com Maggie.
Capítulo 12
Pego minhas chaves e ligo o motor. O carro vermelho ronrona quando o
tiro da garagem e digito o CEP do local que irei. Quando estou prestes a
desviar para o estacionamento, um policial segue atrás de mim, com as luzes
vermelhas piscando. Eu não estava em alta velocidade. Droga. Deve ser
verdade que os carros vermelhos são parados mais do que qualquer outra cor.
Eu encosto e levo o carro para o acostamento, tomando o cuidado de
manter as mãos no volante. Papai me disse para nunca ir para a minha bolsa
ou porta-luvas até que o policial esteja de pé ao lado do carro. O cara tem que
ver as minhas mãos ou ele pode atirar em mim, bem não é exatamente do jeito
que meu pai disse isso, mas é o que ele quis dizer.
Eu aperto o botão na janela, assim como o policial se aproxima. Ele está
usando o uniforme escuro que me dá vontade de sair correndo e gritando
para o meu quarto e me esconder debaixo da minha cama.
Ele não é esse cara. Pare com isso, Hallie, xingo-me, mas isso não ajuda.
Até agora, minhas mãos estão tremendo.
— A licença e registro, por favor. — O cara tem trinta e tantos anos, e um
tipo de visual assustador. Por assustador, eu quero dizer que parece que ele
poderia tomar o meu pequeno corpo e dobrá-lo estilo acordeão e enfiá-lo em
seu tronco. O cara é massa muscular pura e ele parece chateado. Eu não posso
imaginar o que eu fiz.
Eu me aproximo do porta-luvas para retirar os papéis mencionados, mas
tudo que eu encontro é o manual sobre o carro e o último aviso de mudança
de óleo. Sem documentos. Sem registro. O meu coração dá uma guinada.
Foda-se. Eu começo a pensar que Jon brincou comigo, mas mesmo ele, não
seria tão baixo. E o policial não me pediu para sair do carro ou qualquer coisa.
Minha lanterna traseira está queimada ou algo assim, isso é tudo. Isso não é
nada.
Eu vasculho minha bolsa e tiro a minha pequena carteira. Meu rosto fica
pálido quando vejo o espaço vazio onde minha carteira de motorista deveria
estar. Olho para o policial e digo baixinho: — Ela se foi.
— Você não tem uma licença ou registro desse veículo? — Ele diz algo
em seu ombro depois de ouvir um zumbido em seu fone de ouvido. — Saia
do carro, minha senhora.
Estou tremendo agora. — Eu não fiz nada de errado. Alguém pegou a
minha licença. Eu tenho uma.
Ele me ignora e me apoia no capô. Tira seus óculos de sol. Quando o
guarda, ele pergunta: — Você sabe que você está dirigindo um veículo
roubado?
— Não é roubado.
— Oh?
Eu balanço minha cabeça, pronto para chorar. Jon não faria isso para
mim, ele não iria. — Jonathan Ferro me vendeu este carro uns dias atrás por
dez mil dólares. Eu não tive a chance de renovar a papelada ainda. Eu pensei
que tinha alguns dias?
O policial concorda. Ele vira o meu rosto para o capô e me revista. —
História legal. O carro vale muito mais do que isso. Se você vai mentir pelo
menos faz a história parecer convincente.
— É verdade! Jon me vendeu por dez mil. Pergunte a ele! Eu não estou
mentindo.
Eu sinto frio do metal prender meus pulsos quando as algemas
escorregam em torno dos meus braços. Eu começo a entrar em pânico. Meu
coração dispara muito rápido e o mundo se torna um borrão. Eu não posso
parar de falar, suplicando, e quando o policial me empurra na parte de trás de
seu carro, todos os terríveis eventos em detalhes vívidos se reproduzem em
minha mente.
Eu fecho meus olhos e tento desligá-los, mas as cores iluminam e os sons
de mais de uma década tocam alto em meus ouvidos, enquanto lágrimas caem
pelo meu rosto. O passado e o presente colidem juntos com tanta violência
que eu não posso suportar isso.
Minha mãe jura para mim antes de me enfiar no armário. Pequenas mãos
envolvem em torno de mim, e eu sei que o meu irmão mais novo, Anthony,
está apavorado. Ele cresceu e seus ossos eu sinto nitidamente sob minhas
palmas. Ele chora até que fica em silêncio, até que ele adormece, até que
minha mãe teve seu efeito das drogas e amantes. Eu a ouvi rir. Eu nunca
poderia fazê-la feliz assim. Ouvi os sons de sexo, até que algo muda. A festa
normal não é mais normal.
O policial que me tirou do armário tentou tirar o corpo sem vida do meu
irmão dos meus braços. Eu não entendi. Eu o protegia dela. Eu vigiei por
Anthony, mas depois de tudo que eu fiz, não foi o suficiente. Eles pensaram
que eu o matei em primeiro lugar. Eles me empurraram para o fundo do carro
e gritei para eles até que eu não podia chorar mais. Eu queria meu irmão, mas
eles disseram que ele estava morto.
Eu não acreditei neles.
Agora, eu tenho dificuldade em acreditar em alguém e este policial abriu
uma ferida que é tão profunda que me corta até o osso. Não, não foi o policial
- foi Jon.
Eu não posso evitar o tremor, mas eu não choro. Eles me ficham e fazem
perguntas que eu ouvi antes. A estrutura nunca muda em lugares como este.
As pessoas são as mesmas. O cheiro é idêntico. Eu olho fixamente, tentando
manter minha mente em uma única peça, mas eu sinto as rachaduras pouco a
pouco.
Quem vai salvar Maggie? Se eu me perder, quem estará lá para ela?
Ninguém. Acalme-se, Hallie.
Eu tenho direito a uma ligação, então que eu chamo a pessoa que eles
estão tentando me manter longe, o homem que está me chantageando por
sexo.
Quando ele atende o telefone, Bryan parece cansado. Eu não sei de que
outra forma dizer. Eu teria pensado que ele estava dormindo, mas há algo em
sua voz que me diz que não dorme há muito tempo. — Suffolk County PD.
Deixe-me adivinhar, é Jon ou Trystan?
— Não, — minha voz é tão baixa, tão tímida que mal faz um som.
Eu o ouvi mudar e Bryan soa mais alerta quando ele responde: — Hallie?
— Venha me pegar. Eu vou lhe dever. Qualquer coisa que você quiser,
basta vir me pegar. — Eu entrego o telefone de volta ao oficial na mesa e sou
levada de volta para a minha cela.
Capítulo 13
Estou sentada em frente a uma mulher que não consegue parar de chorar.
Ela fala sobre os tíquetes de estacionamento não pagos, sobre como ela vai
perder o emprego por causa disto e como ela não trabalhou o suficiente para
pagar os tíquetes. Depois começa a hiperventilar e menciona algo sobre
remédios. Essa é a única vez que o policial no exterior da cela olha para ela.
Eles a removem da nossa cela, dizendo que vai ter seus remédios.
Alguém entra e se senta ao meu lado. Seu rosto está machucado em um
lado.
— Olá.
Eu olho para ela e não digo nada. Meus braços estão cruzados sobre o
meu peito e estou encostada à parede, pensando em maneiras de castrar Jon
Ferro. Ele sabia sobre o meu passado e o que isto faria comigo.
A mulher não é mais que uma menina, deve de ter uns dezoito anos, com
grandes olhos redondos, mas ainda tem bochechas gordinhas, infantis. Pelo
seu rosto angular não parece ter mais de vinte e dois anos. O seu cabelo
escuro é longo e está em um rabo de cavalo bagunçado.
Ela suspira e descansa as costas contra a parede de cimento frio. — Você
passará a noite aqui? Eu espero que sim. Ele precisa de tempo para esfriar. A
única parte ruim é não ter o sabão bacteriano, mas o resto está bem. Além
disso, ele vai dar-me tempo. Eu não posso estar perto dele quando ele está
assim. Ele é geralmente é bom, mas em noites como está, eu acho melhor
ficar aqui. Eu não vou fazer a minha ligação. Ei, você parece familiar. — Ela
fala sem respirar e olha para mim o tempo todo.
— Nós nunca nos conhecemos, — é tudo o que eu digo.
Ela acena com a cabeça e continua, liberando uma onda de palavras.
Sentada, escuto sua vida, a sua história, não sinto nada, apenas piedade. Ela é
como Maggie e eu. Ela não tem ninguém que se preocupe com ela, ninguém
para ouvir a sua voz e em quem encontrar consolo através de seu toque.
Eu não sei quanto tempo estive lá, mas um tempo depois eles chamam o
meu nome, a jovem foi levada para um banho e passará a noite na cela.
Imagino o por que desejar uma cela em vez de ir para casa. Isso me faz querer
chorar, e não há porra nenhuma que eu possa fazer sobre isso. Eu não posso
nem tomar conta de mim.
A porta da cela desliza aberta e faz um som mais horrível. — Hallie
Raymond, recolha as suas coisas na recepção e vá para casa com o seu amigo
que pagou sua fiança. Se você estragar tudo, ele será o único que pagará por
isso, o melhor é se comportar.
Concordo com a cabeça e percorro o caminho para a recepção. Parece
que eu não prestei atenção por um tempo, mas o faço quando vejo Bryan.
Enquanto eu ando atrás dele eu observo a maneira como ele respira, o modo
como os seus ombros estão dobrados para frente como se ele estivesse sendo
vigiado ou com dor. Eu paro atrás dele e o assisto por um momento. Seus
quadris são estreitos, como sempre, ele não perdeu muito peso, mas seu
cabelo não brilha da maneira como ele costumava brilhar. Sua respiração é
superficial e curta, como se tivesse estado correndo. Uma sensação horrível
corre pela minha espinha quando eu olho para ele.
Naquele momento, Bryan sente os olhos sobre ele e vira. Ele tem aquele
sorriso brincalhão no rosto. — Se você queria usar algemas, eu tenho algumas.
Eu ficaria feliz... poff! — Eu bato nele com toda a força do meu corpo e o
seguro apertado.
Bryan fica chocado no início. Seus braços levam um tempo até fecharem-
se em torno de mim, e depois ele me segura. Eu sinto a sua voz, a agitação
quente de ar, quando ele sussurra em meu ouvido: — Vamos sair daqui. —
Ele me solta e eu aceno. Foi quando ele me disse a última coisa que eu queria
ouvir. — Há repórteres na frente.
— O quê? — O meu queixo cai em horror.
— Eu fiz arranjos para sair pela parte de trás, mas haverá alguém. Sempre
há. Todo mundo vai saber o que aconteceu pela manhã. — Bryan pega a
minha mão e me leva, seguindo um oficial, que nos conduz através de uma
sala com armários e na parte de trás da delegacia de polícia, para um Hummer
preto. Sou empurrada para dentro, mas não antes de um flash disparar e eu
olhei diretamente para a câmera.
Bryan empurra-o de volta, mas a foto já foi tirada. Ele sobe atrás de mim
e diz: — Dirija.
— Eu não sou a porra do seu motorista, Bryan. Diga por favor. — Um
cara da minha idade, com cabelo escuro que paira em seu rosto, está no
assento do motorista. Com óculos grandes demais para obscurecer os olhos.
— Foda-se, Trystan.
Trystan revira os olhos e se afasta com sua enorme, máquina
ambientalmente irresponsável, com o objetivo de atingir os repórteres da rua,
quando sai do estacionamento. — As pessoas seriam melhores para você, se
você fosse mais agradável para elas. Isso é tudo o que estou dizendo. —
Trystan é tranquilo, mas eu sinto seus olhos em mim. Quando eu olho para
cima, ele responde ao que eu estava pensando. — Jon não fez isso com você.
Aos poucos, meu queixo inclina-se para cima e os nossos olhos se
encontram no espelho retrovisor. — Jon Ferro é um homem morto. Ele sabe
o que isto me faria. Foi a pior coisa que ele poderia ter feito.
Bryan pega a minha mão e tece os nossos dedos juntos. — Não foi Jon.
Por favor, aguarde para matá-lo até amanhã.
— Eu poderia matá-lo agora. Bryan, eu cuidei de Campone e posso cuidar
de qualquer um que mexer com Maggie ou comigo. Eu não sou mais uma
criança. — Eu soluço e tremo quando o passado e o presente eclodem juntos
novamente. Meu irmão morreu de fome. Ele morreu em meus braços e eu era
muito boba e pequena para saber o que fazer. Eu digo que eu era apenas uma
criança, porque é mais fácil do que dizer às pessoas a minha história, mas os
Ferros sabem de tudo. Eles são como baratas que conseguem encontrar cada
mentira em cada canto escuro de sua alma. — Eu não vou ser dizimada por
Jon. Foda-se ele.
Trystan e Bryan trocam um olhar, mas ninguém diz nada. Bryan me puxa
em seus braços e me segura até pararmos em frente de um antigo motel.
Bruto é a melhor maneira de descrevê-lo. Aposto que eles alugam quartos por
hora. Trystan joga para Bryan a chave do quarto. — Fique aí até eu descobrir
o que aconteceu. Eu acho que já sei, embora os detalhes sejam vagos.
Eu balanço a minha cabeça: — Não, eu não posso. Maggie está de volta e
ela precisa de mim. E Neil...
Bryan suspira, passando as mãos pelos cabelos. Depois que ele fez isso, ele
balança a mão para o seu lado. — Maggie estará bem. E Neil é um idiota.
Além disso, ele sabe que eu a levei esta noite. Aparentemente, você disse a
Maggie que eu estava chantageando você, porque ela tentou me pregar seu
calcanhar na cabeça. — Isso me faz sorrir. — Oh, você acha que é engraçado?
— Bryan me agarra e se inclina para perto. Aqueles olhos verdes brilham por
um momento antes de embaçarem. — Vamos Raymond. Estou pensando em
usá-la até que você se esqueça de quem você é.
CONTINUA
Capítulo 10
Bryan pega o meu rosto em suas mãos.
— Se você não gostar, diga-me! — Eu aceno, lentamente, com as suas
mãos quentes ainda segurando o meu rosto.
Era como se alguém apertasse um interruptor. Os olhos de Bryan se
tornaram mais escuros, mais carnais. Ele libera o meu rosto e pressiona seu
corpo tonificado contra o meu. Empurrando as minhas costas contra a porta,
certifica-se de que eu possa sentir cada centímetro dele. Tira uma corrente
prateada com um plugue em cada extremidade e o prende nos meus mamilos.
Eu ofego quando ele os aperta. O peso das correntes faz com que eu morda
os meus lábios. Enquanto ele pressiona dentro de mim, as correntes vão se
mexendo e puxando suavemente à medida que ele desliza sobre o meu corpo.
Um pequeno suspiro escapa por entre os meus lábios. Bryan me olha, seus
olhos verdes fixos nos meus. Pega um dedo e o coloca entre os meus lábios
rosados, enquanto a outra mão desliza mais para baixo, passando pela minha
barriga e entre as minhas pernas. Eu ofego. Ele se move rapidamente, tocando
a minha protuberância sensível com o polegar, alisando o dedo sobre a carne
suave, e observando o meu rosto enquanto faz isso.
Meu queixo se ergue enquanto tento não gemer. Luto contra as sensações
que estão em erupção dentro de mim, as sensações que ele está trazendo à
tona. Seus dedos se movem sobre o meu clitóris, enquanto ele puxa a corrente
suavemente. Ele sente que estou ficando mais úmida e, em seguida, sem aviso,
sem uma mudança na expressão, empurra o dedo dentro de mim. Ele ainda
está, por um tempo, vendo meus olhos. Eu pisco devagar, sentindo-o ali, entre
as minhas pernas.
Bryan empurra o dedo mais forte, mais profundo enquanto me observa.
Sua respiração está sobre os meus lábios fazendo com que me sinta tonta.
Quando ele puxa o dedo, ergue-o para a minha boca. Delineando os meus
lábios, ele me observa, espalhando meu calor úmido, como batom. Eu pisco
lentamente, com meu coração disparado, e, excitada além da compreensão.
— Prove! — Ele ofega e empurra o dedo em minha boca. Eu passo a
minha língua contra o seu dedo, mas ele o segura lá e diz: — Chupa até que
saia do meu dedo, Hallie! — Eu hesitei, mas ele diz: — Faça isso! — Minha
língua envolve o dedo, sugando-o, saboreando o gosto. Seus olhos estão
queimando, observando-me.
Enquanto chupo o dedo, ele abaixa a outra mão entre as minhas pernas,
abrindo a minha pele escorregadia. Sensações explodem dentro de mim, mas
antes que eu possa saboreá-las, as sensações mudam. O membro duro de
Bryan entra dentro de mim, fazendo com que eu chupe o dedo mais forte
ainda. Ele puxa o dedo da minha boca, e envolve as mãos em volta da minha
cintura. Fica um pouco imóvel, por um momento, respirando rápido e forte.
Depois, puxa para fora lentamente e enfia novamente, fazendo com que eu
bata contra a porta. Meus joelhos tremem à medida que ele lentamente vai me
deixando mais louca. Eu quero mais. Quero que ele me maltrate e me deixe
tonta pela paixão. Que limpe o meu medo com a luxúria, apague a minha
memória por um momento, e tire toda a dor que tem me invadido.
Eu só quero senti-lo e nada mais. O mundo desaparece até que não sei
quanto tempo se passou. Meus braços doem enquanto ele me usa,
empurrando para dentro de mim sucessivas vezes. Minha cabeça pende para o
lado e, em seguida, levanta de volta. Eu ofego todas às vezes e os meus seios
tremem com a força de seu empurrão.
Algo se desdobra dentro de mim. Quero suas mãos em mim, fazendo
tudo ao mesmo tempo. Vertentes delicadas de paixão irrompem dentro de
mim, enviando arrepios pelas minhas coxas e seios. Todos os lugares que
desejo que ele toque fervem como uma corrente viva. Arqueando minhas
costas, eu pressiono meus quadris contra os dele, só para que batam
novamente.
Seus impulsos mudam para provocar, gentilmente empurrando e puxando
para fora. Ele é tão duro, tão perfeito. Quero colocar as minhas pernas ao
redor de seus quadris, mas não posso. As respirações irregulares me
consomem e o quarto está além de quente. Meu corpo está pingando de suor.
Inclinando a cabeça para trás, olho para o teto. É quando suas mãos
encontram os meus seios. Meus lábios formam um O, mas não digo nada. Ele
sente a maciez, a plenitude das minhas curvas enquanto empurra seu pênis
longo e duro em mim lentamente, torturando-me, sucessivamente.
Tomando meus mamilos entre os dedos, ele os torce suavemente e aperta
os grampos. Eu grito, empurrando os meus seios para ele, mas a porta me
detém. Ofegante, mal posso respirar.
Ele sorri, — Shhh! Nenhum som de você! Eu quero que isso entre nós!
Não estou entendendo. Então por que ele quis fazer aquela cena com Neil
e Maggie? Naquele momento, não me importo. Faço o que ele diz e mordo o
lábio para me manter em silêncio. Ele entra profundamente dentro de mim de
novo, e minha boca se abre. Eu engulo o som antes que ele ouça. O único
barulho é a lufada de ar saindo com força dos meus pulmões.
— Boa menina, — ele ronrona e retira antes de novamente empurrar,
desta vez mais profundamente. O tom de sua voz me faz derreter.
Antes que eu possa pensar noutra coisa, os dedos de Bryan apertam em
torno das correntes nos meus mamilos. Seus quadris se mantêm pressionados
rentes aos meus, seu comprimento perdido dentro de mim. Meu queixo cai, e
eu o vejo me observando, esperando que eu faça qualquer barulho. Meus
olhos se fixam nos seus, enquanto sensações ardentes circulam através do meu
corpo, construindo mais apertado e mais forte. Ele lentamente adiciona mais
pressão, provocando e puxando os meus mamilos mais e mais, fazendo com
que a pinça aperte mais ainda. O calor em meu estômago endurece através do
meu corpo. Eu movo os meus quadris e tento balançar contra ele, mas ele me
acalma.
— Não, não. Ainda não!
Eu suspiro! — Eu gosto de ser espancada!
— Sério? — Eu aceno. Sua mão vem com força na minha bunda. Ambas
as nádegas ardem. Ele faz isso enquanto ele ainda está dentro de mim, o que
me faz apertar mais em torno dele. Ele suspira e faz isso de novo, e de novo.
O impacto de suas mãos é tão bom. A ardência envia arrepios através de mim
em ondas que não acabam. Elas navegam pelo meu estômago e se espalham
por todo o meu corpo. Todos os deliciosos formigamentos me atravessam,
fazendo com que eu deslize a minha língua sobre os dentes. Faço isso sem
pensar. É uma reação a ele, ao que está fazendo comigo.
Sem aviso, Bryan puxa para fora. Isso me deixa louca. Meus quadris
sacodem, mas não posso alcançá-lo. O cinto corta os meus pulsos enquanto
me esforço contra as limitações que me foram impostas. Ofego, observando-o
enquanto ele se move para longe de mim. O desejo arde pelo meu corpo. Não
consigo me controlar. Puxando os meus pulsos mais forte ainda, tento
libertar-me do cinto de novo, mas não consigo. Só fica mais apertado.
Ele sorri, assistindo-me lutar, até que eu paro e olho para ele. A expressão
em seu rosto, a intensidade de seus olhos, fazem com que meu estômago se
contorça. Minha respiração fica presa na minha garganta enquanto Bryan
passa perto o suficiente para me tocar, mas ele não toca. Estou ofegante.
Meus olhos estão implorando para que ele faça algo, para que me faça gozar,
deixar-me fode-lo... Qualquer coisa.
— Diga-me o que você deseja, Hallie! Implore-me por isso! — Ele
sussurra palavras ao lado do meu ouvido. A reação dentro de mim é rápida e
violenta. Seu hálito quente faz meu clitóris pulsar e parecer que vou morrer se
ele não me tocar, se ele não terminar o que começou. Ele está tão perto, quase
me tocando, mas não desliza os dedos pela minha cintura. Ele não toca o meu
peito e não provoca os meus mamilos. Isso me faz desejá-lo ainda mais. Eu
me sinto como um animal acorrentado, incapaz de pensar. — Responda-me
linda mulher! — Ele ordena e eu sinto a batida da sua mão na minha bunda.
Meu corpo está tão bem enrolado que o tapa me faz gemer. Eu não
esperava isso, mas antes que pudesse controlar os meu gemido, ele escapa dos
meus lábios. Eu ofego, chocada por não ter sido capaz de abafar o ruído ou
pará-lo a tempo. A mão de Bryan voa uma segunda vez, com mais força. Ele
observa meu rosto enquanto eu estremeço debaixo da sua mão. O tapa é
rápido, e eu sei que vou ter um problema para andar depois, mas não me
importo. Eu grito, dizendo o seu nome, empurrando os meus seios contra ele.
Um olhar perverso torce seus lábios em um sorriso sexy. — Responda-
me! — Sua voz soa como um grunhido e quando não consigo fazer nada,
senão ofegar incontrolavelmente, sua mão me atinge pela terceira vez. Mas ele
não me libera. Em vez disso, ele pega a minha bochecha na mão e aperta. A
ardência se intensifica pela forma como ele me agarra. O belo corpo de Bryan
está coberto por um brilho fino de suor, enquanto me trata grosseiramente.
— Diga-me o que você deseja!
Minha voz é um suspiro. O desejo correndo desenfreadamente. — Eu
quero suas mãos sobre mim, em mim! Eu quero que você me foda sem
sentido. Foda-me, Bryan!
— Implore por isso, Hallie! Implore mais alto! — Seu punho aperta a
minha bunda fazendo com que o meu corpo pressione contra o seu. Gotas de
suor rolam pela minha espinha.
Minha voz treme enquanto imploro, sem capacidade de manter qualquer
traço de comedimento.
— Por favor, Bryan... Por favor! Foda-me! Foda a minha buceta! Encha-
me com o seu gozo. Por favor, baby! Por favor... — Eu continuo a lhe pedir,
enquanto suas mãos deslizam sobre os meus quadris e para baixo entre as
minhas pernas. Quando ele toca o meu clitóris, eu gemo. Bryan inclina sua
cabeça para trás, olhando para mim. — Foda-me, baby! Por favor! — Meus
quadris se remexem contra a sua mão. Em resposta, ele aperta os dedos no
meu clitóris. Eu grito: — Foda-me! Por favor! Bryan! Eu preciso de você! Por
favor!
Quando eu digo o nome dele, ele quebra. Antes de saber o que está
acontecendo, suas mãos estão segurando os meus pulsos sobre a minha
cabeça enquanto ele bate seu membro rígido dentro de mim sucessivamente.
Ele empurra mais e mais profundamente a cada vez, com as mãos deslizando
pelos meus braços. Batendo-se cada vez mais duro contra mim, ele assiste
meus seios balançando e saltando até que ele toma ambos em suas mãos e
aperta os meus mamilos duramente. Eu berro, mas isso só faz com que ele
aperte com mais força, até que a corrente cai. Cai aos meus pés e ele a deixa
lá.
Bryan se move, empurrando para dentro de mim fodendo-me cada vez
mais rápido. O calor entre as minhas pernas percorre todo o meu corpo.
Parece que não posso ser dominada. Não há o suficiente dele para me
satisfazer, nunca. Quando seus dedos apertam mais duramente contra os meus
mamilos doloridos, meus olhos se arregalam. Ele me olha nos olhos enquanto
ele empurra para dentro de mim uma vez... forte. Minhas costas batem contra
a porta e ele me segura lá, observando-me. Seus lábios entreabertos, ele
respira sem dizer nada. Suas mãos suavemente empurram os cabelos para
longe dos meus olhos. Ele acalma por um momento e não posso suportar
isso. Seu pau está em mim, mas não importa o quanto eu me mexa, não posso
fazer com que ele me foda.
Com todo o peso do seu corpo, ele me achata contra a porta. Seus olhos
ardem com o desejo, sua testa está pingando de suor.
— Goze para mim, baby! — Ele respira e mete em mim rápido e
furiosamente. Ele não para quando eu grito. Ele continua metendo contra
mim até que meu corpo não pode ficar mais retesado.
Cada vez que ele afunda em mim eu me sinto mais excitada. Eu não posso
respirar, mas não quero que ele pare. Seu corpo me esmaga, enquanto me
monta, balançando contra mim furiosamente. Eu gemo, e posso dizer o quão
forte ele está empurrando e o quanto vou estar machucada depois, mas não
me importo. No momento, isso é muito bom. Minha pele formiga e está
pingando de suor. Meus seios saltam mais e mais para cima com cada batida
de seu corpo contra o meu. E sem outro pensamento, eu gozo. Meu grito sai
rasgado através da minha garganta. Não posso gozar silenciosamente, não
quando ele faz assim. Bryan me bate mais forte enquanto as deliciosas
sensações giram, fazendo com que todo o meu corpo entre em erupção. Eu o
sinto meter contra mim duro e profundamente, e ele goza alguns segundos
após.
Esgotada, pendurada e estremecendo contra a porta, estou pronta para
cair no chão. Bryan se afasta e me olha. Com os lábios entreabertos, ele só
olha para mim por um momento antes de desatar o cinto. Quando as minhas
mãos caem ao meu lado, meus braços queimam. Bryan me toma em seus
braços e me leva para a cama. Ele me senta na frente dele e esfrega os
músculos doloridos em meus braços e ombros. Minha cabeça se inclina para o
lado enquanto ele faz isso. Cada centímetro meu está formigando. Não quero
que esse momento termine, mas Bryan para.
Viro-me e olho para ele. Ele está brilhando, coberto por uma fina camada
de suor que cheira tão bem. Eu quero lambê-lo, mas apenas aceno. Ele vira
seus olhos esmeraldas para longe e diz:
— Eu acho que eu deveria ir.
— Você vai embora? — De repente, eu me sinto muito nua. Puxo a
coberta da cama e a enrolo em volta dos meus ombros.
— Sim, a menos que você queira que eu fique e diga a Neil tudo sobre
como eu acabei com a raça da sua noiva. — Ele me olha por um segundo. Sua
testa está coberta de suor e seu rosto está brilhando. — O que há de errado?
— Ele sempre pôde me ler tão bem. Eu quero dizer a ele sobre Victor, mas
não posso.
Eu digo outra coisa.
— Neil fez a proposta e eu disse sim. — Eu ergo o meu anel.
— Sim, eu vi isso. Você realmente aceitou? — Bryan se senta ao meu lado.
— Na verdade não. Ele aceitou por mim. — Nós dois ficamos em silêncio
por algum tempo.
Bryan se veste e diz:
— Eu voltarei para ter você do meu jeito de novo em breve. Da próxima
vez é melhor que o idiota do seu noivo tenha você pronta para mim. E eu
quero que você use isso quando estiver comigo e só comigo. — Ele levanta a
corrente do chão e a joga para mim.
A porta do quarto se abre e Neil está lívido. Ele olha para mim e depois
para Bryan:
— Você acha que isso é engraçado?
— Não, acho que ela precisa de algo que você não pode dar a ela. Estou
dando a você uma única chance de quebrar seu compromisso e foder a sua
noiva. Mas você tem que fazer isso como um animal. Satisfaça-a!
O rosto de Neil contorce desgostoso.
— Eu a satisfaço sem esse comportamento bárbaro. Fazer amor não
precisa de mordaças, amarras ou oprimir mulheres de forma nenhuma. Tenho
certeza de que Hallie só aceitou isso pela equipe, seu pedaço de merda
demente!
Essa foi a coisa mais cruel que já ouvi Neil dizendo e eu quero rir, porque
é pateticamente fraco. O homem que estava me usando, ofereceu para quebrar
o acordo se Neil prometer me pegar e fazer sexo animalesco comigo. O
homem deveria ter dito que sim, mas ele, pela sua moral, disse que não. Estou
cansada demais para pensar no que isso significa. O que aconteceu aqui?
— Ela vai tomar mais do que uma foda pela equipe. — Bryan pisca um
dos olhos. — Vejo você amanhã, escrava sexual! Trarei um colar para você e
vai usá-lo. — Bryan aperta a mão de Neil. — Você é um homem inteligente.
O que são alguns meses de infidelidade comparados com uma vida de
riquezas, certo?
Neil aperta a sua mandíbula.
— Então você planeja que isso continue por alguns meses?
— Provavelmente não por muito tempo. Eu fico entediado fodendo a
mesma mulher todo dia. Não se preocupe Neil! Ela é sua sujeira, não a minha.
— Com isso, Bryan vira as costas e sai.
— Neil, — estou pronta para explodir em lágrimas. O julgamento está
espalhado em seu rosto.
— Hallie, isso não é natural. Você não é um animal selvagem! Será que ele
conseguiu instigá-la para que você fingisse o que você não é?
Eu dou de ombros. Não quero falar sobre isso.
— Não tenho ideia.
— Eu deverei deixá-lo foder e espancar você na minha cama, sempre que
ele quiser?
Eu olho fixamente para frente.
— Até que ele se canse de mim, sim. Lide com isso! Você foi quem me
disse para fazer isso. — Eu destaco a última frase. — E ele lhe deu uma saída.
Você não aceitou. — Eu fico olhando para ele, e puxo a coberta mais forte em
volta dos meus ombros.
Neil revira os olhos.
— Eu pensei que fosse apenas uma noite.
— Eu também. Estávamos errados sobre uma porção de coisas.
Capítulo 11
Eu deveria me sentir envergonhada, mas não sinto. No dia seguinte, me
sento com Maggie no sofá enquanto Neil está fora. Ela tem estado muito
tranquila desde que a busquei em seu antigo apartamento. Maggie olha para o
espaço, e eu sei que a memória está se defrontando com o novo e joga uma e
outra vez em sua mente.
— Você quer falar sobre isso? — Eu pergunto, já sabendo a resposta.
Ela inspira e balança a cabeça, antes de oferecer-me um sorriso forçado.
— Não há nada a dizer. A mesma velha merda. Nada mudou, mas dói mais
agora. — Ela sorri como se algo fosse engraçado. — Eu pensava que doía
mais quando eu era criança. Acho que não.
— O que ele fez?
— A mesma coisa de sempre. Victor gosta de possuir coisas. — Ela muda
em seu assento e, em seguida, levanta, colocando distância entre nós. — Era
para eu arranjar-lhe uma garota. Ele tem um tipo, quadris redondos, cabelos
escuros e pele pálida, como Nicole Kidman, mas morena. Assim, a cada
semana, eu levava alguém. Elas ganham algumas centenas de dólares, e ele faz
o que faz. Na semana que eu não conseguia encontrar ninguém, eu a
substituía, mas desta vez... — Ela para de falar e balança a cabeça. — Eu não
deveria ter ido. Geralmente é apenas sexo violento. Ele dá um tapa e me
arranha. Vou para casa e é isso. Mas desta vez... — Ela balança a cabeça e olha
por cima do ombro para mim. — Eu não quero falar sobre isso. Eu tentei
fugir e, em seguida, desisti quando ele disse o que ele faria comigo, e depois
com você. Ele me deu uns tapas por um tempo, me levando do jeito que ele
quis, e então eu ouvi a sua voz e eu estava morrendo de medo que ele fosse
levá-la também. Sinto muito, Hallie.
— Não é culpa sua. — Eu me sinto horrível por deixar sua vida
desmoronar assim. Nós deveríamos estar lá uma para a outra. — Eu deveria
ter chegado mais cedo. Eu teria... Eu gostaria de poder ter tudo de volta.
Maggie sorri tristemente e envolve os braços em torno de si. — Sim, eu
também. E agora? Sem ofensa, mas eu não suporto Neil.
Concordo com a cabeça. — Eu estava pensando que deveria ter um lugar
só meu antes do casamento. Vai ser eu e você.
O olhar de Maggie desvanece no chão. — Você vai se casar com ele,
sério? — Eu aceno e lhe dou um olhar para que não me pressione agora. Ela
acrescenta: — Eu adoraria, mas você sabe que eu não posso me dar ao luxo.
— Sim, você pode. Eu tenho parte do meu pagamento antecipado.
Podemos ir a procura de uma casa sempre que quiser, oh, e esta parte não é
opcional, você trabalha para mim agora. Eu vou precisar de uma assistente
pessoal para me dizer o que fazer, você sabe, alguém um pouco mandona.
Maggie ri e me empurra, e depois bate as mãos sobre a boca, e repete a
ação. — De jeito nenhum!
— Isso. — É tão bom ver uma explosão de felicidade em seus olhos,
mesmo por um breve momento. Mas assim que ela pisca, ela se foi, perdeu-se
nas profundezas da agonia que enchem sua alma.
Um dia ela vai parar de lutar. Um dia ela vai ceder, desistir.
Ela já teria desistido se eu não tivesse aparecido. Algumas pessoas a
levaram direto para o inferno. É irônico, porque eu tenho sangue em minhas
mãos e não me sinto como se estivesse infeliz. É mais, como eu se estou
puxando Maggie, da vida tortuosa ela conhece, e esconde com esse sorriso.
Não me arrependo de minhas ações. O pensamento faz minha pele
formigar. Na parte profunda da minha mente, eu me pergunto que tipo de
pessoa que sou, mas arrumo minha coluna e me levanto. Isso me faz ser quem
eu sou e não há nada mais a se considerar. Eu fiz o que tinha que fazer. Eu
não teria tocado em Victor se ele a deixasse em paz, se ele não tivesse
ameaçado vir atrás de nós, mas ele ameaçou. Eu vi o medo nos olhos de
Maggie é a verdade. Se Victor Campone tivesse vivido, teríamos morrido.
— Está com fome? — Eu pergunto me dirigindo à geladeira.
— Sim, um pouco. — Maggie está sentada com os pés enrolados em sua
bunda e olhando para as mãos desde que eu a peguei no apartamento do
Victor. Ela raramente faz contato visual. Acho que a luta a nocauteou. Ele
aparece em surtos, mas é como um carro que está ficando sem gasolina. Estou
muito preocupada com ela. Depois de tudo que ela passou...
Isso não pode desfazê-la. Não pode.
Porque é minha culpa desta vez.
Todas as outras vezes, a Maggie revidou. Ela nunca desistiu, nunca cedeu,
e agora a minha melhor amiga está caída no sofá, coberta de hematomas e
cortes, com os olhos que se assemelham a buracos-negros que sugam tudo,
mas não vejo nada ali. Eles não sentem nada, não mais.
Eu sorrio e digo algo estúpido, tentando fazê-la rir, mas nem sequer
obtenho um sorriso de piedade. Depois de abrir a porta da geladeira, eu gemo
em voz alta. Neil está trabalhando hoje e não conseguiu ir às compras.
Maggie pergunta: — O que ele fez?
— Ele pegou todas as sobras da festa e levou para o trabalho. Eu pensei
que era bom porque ele deveria ir às compras, mas não o fez. — Estou
inclinada na geladeira vazia olhando para uma caixa de leite vencido e um
frasco de picles. Não vou comer isso. Eu bato a geladeira e acrescento: — Eu
dar rápida saída. Será que comida chinesa vai bem?
Maggie geralmente protesta e se oferece para pagar as coisas, mas hoje,
apenas balança a cabeça. — Ótimo! — Eu digo, parecendo alegre. Ela irá
voltar. Ela vai. Se eu continuar dizendo a mim mesmo vai acontecer, certo?
De repente, eu percebo que ela não recuperou-se, matar Victor não era uma
vingança suficiente, até mesmo pelo o que ele fez com Maggie.
Capítulo 12
Pego minhas chaves e ligo o motor. O carro vermelho ronrona quando o
tiro da garagem e digito o CEP do local que irei. Quando estou prestes a
desviar para o estacionamento, um policial segue atrás de mim, com as luzes
vermelhas piscando. Eu não estava em alta velocidade. Droga. Deve ser
verdade que os carros vermelhos são parados mais do que qualquer outra cor.
Eu encosto e levo o carro para o acostamento, tomando o cuidado de
manter as mãos no volante. Papai me disse para nunca ir para a minha bolsa
ou porta-luvas até que o policial esteja de pé ao lado do carro. O cara tem que
ver as minhas mãos ou ele pode atirar em mim, bem não é exatamente do jeito
que meu pai disse isso, mas é o que ele quis dizer.
Eu aperto o botão na janela, assim como o policial se aproxima. Ele está
usando o uniforme escuro que me dá vontade de sair correndo e gritando
para o meu quarto e me esconder debaixo da minha cama.
Ele não é esse cara. Pare com isso, Hallie, xingo-me, mas isso não ajuda.
Até agora, minhas mãos estão tremendo.
— A licença e registro, por favor. — O cara tem trinta e tantos anos, e um
tipo de visual assustador. Por assustador, eu quero dizer que parece que ele
poderia tomar o meu pequeno corpo e dobrá-lo estilo acordeão e enfiá-lo em
seu tronco. O cara é massa muscular pura e ele parece chateado. Eu não posso
imaginar o que eu fiz.
Eu me aproximo do porta-luvas para retirar os papéis mencionados, mas
tudo que eu encontro é o manual sobre o carro e o último aviso de mudança
de óleo. Sem documentos. Sem registro. O meu coração dá uma guinada.
Foda-se. Eu começo a pensar que Jon brincou comigo, mas mesmo ele, não
seria tão baixo. E o policial não me pediu para sair do carro ou qualquer coisa.
Minha lanterna traseira está queimada ou algo assim, isso é tudo. Isso não é
nada.
Eu vasculho minha bolsa e tiro a minha pequena carteira. Meu rosto fica
pálido quando vejo o espaço vazio onde minha carteira de motorista deveria
estar. Olho para o policial e digo baixinho: — Ela se foi.
— Você não tem uma licença ou registro desse veículo? — Ele diz algo
em seu ombro depois de ouvir um zumbido em seu fone de ouvido. — Saia
do carro, minha senhora.
Estou tremendo agora. — Eu não fiz nada de errado. Alguém pegou a
minha licença. Eu tenho uma.
Ele me ignora e me apoia no capô. Tira seus óculos de sol. Quando o
guarda, ele pergunta: — Você sabe que você está dirigindo um veículo
roubado?
— Não é roubado.
— Oh?
Eu balanço minha cabeça, pronto para chorar. Jon não faria isso para
mim, ele não iria. — Jonathan Ferro me vendeu este carro uns dias atrás por
dez mil dólares. Eu não tive a chance de renovar a papelada ainda. Eu pensei
que tinha alguns dias?
O policial concorda. Ele vira o meu rosto para o capô e me revista. —
História legal. O carro vale muito mais do que isso. Se você vai mentir pelo
menos faz a história parecer convincente.
— É verdade! Jon me vendeu por dez mil. Pergunte a ele! Eu não estou
mentindo.
Eu sinto frio do metal prender meus pulsos quando as algemas
escorregam em torno dos meus braços. Eu começo a entrar em pânico. Meu
coração dispara muito rápido e o mundo se torna um borrão. Eu não posso
parar de falar, suplicando, e quando o policial me empurra na parte de trás de
seu carro, todos os terríveis eventos em detalhes vívidos se reproduzem em
minha mente.
Eu fecho meus olhos e tento desligá-los, mas as cores iluminam e os sons
de mais de uma década tocam alto em meus ouvidos, enquanto lágrimas caem
pelo meu rosto. O passado e o presente colidem juntos com tanta violência
que eu não posso suportar isso.
Minha mãe jura para mim antes de me enfiar no armário. Pequenas mãos
envolvem em torno de mim, e eu sei que o meu irmão mais novo, Anthony,
está apavorado. Ele cresceu e seus ossos eu sinto nitidamente sob minhas
palmas. Ele chora até que fica em silêncio, até que ele adormece, até que
minha mãe teve seu efeito das drogas e amantes. Eu a ouvi rir. Eu nunca
poderia fazê-la feliz assim. Ouvi os sons de sexo, até que algo muda. A festa
normal não é mais normal.
O policial que me tirou do armário tentou tirar o corpo sem vida do meu
irmão dos meus braços. Eu não entendi. Eu o protegia dela. Eu vigiei por
Anthony, mas depois de tudo que eu fiz, não foi o suficiente. Eles pensaram
que eu o matei em primeiro lugar. Eles me empurraram para o fundo do carro
e gritei para eles até que eu não podia chorar mais. Eu queria meu irmão, mas
eles disseram que ele estava morto.
Eu não acreditei neles.
Agora, eu tenho dificuldade em acreditar em alguém e este policial abriu
uma ferida que é tão profunda que me corta até o osso. Não, não foi o policial
- foi Jon.
Eu não posso evitar o tremor, mas eu não choro. Eles me ficham e fazem
perguntas que eu ouvi antes. A estrutura nunca muda em lugares como este.
As pessoas são as mesmas. O cheiro é idêntico. Eu olho fixamente, tentando
manter minha mente em uma única peça, mas eu sinto as rachaduras pouco a
pouco.
Quem vai salvar Maggie? Se eu me perder, quem estará lá para ela?
Ninguém. Acalme-se, Hallie.
Eu tenho direito a uma ligação, então que eu chamo a pessoa que eles
estão tentando me manter longe, o homem que está me chantageando por
sexo.
Quando ele atende o telefone, Bryan parece cansado. Eu não sei de que
outra forma dizer. Eu teria pensado que ele estava dormindo, mas há algo em
sua voz que me diz que não dorme há muito tempo. — Suffolk County PD.
Deixe-me adivinhar, é Jon ou Trystan?
— Não, — minha voz é tão baixa, tão tímida que mal faz um som.
Eu o ouvi mudar e Bryan soa mais alerta quando ele responde: — Hallie?
— Venha me pegar. Eu vou lhe dever. Qualquer coisa que você quiser,
basta vir me pegar. — Eu entrego o telefone de volta ao oficial na mesa e sou
levada de volta para a minha cela.
Capítulo 13
Estou sentada em frente a uma mulher que não consegue parar de chorar.
Ela fala sobre os tíquetes de estacionamento não pagos, sobre como ela vai
perder o emprego por causa disto e como ela não trabalhou o suficiente para
pagar os tíquetes. Depois começa a hiperventilar e menciona algo sobre
remédios. Essa é a única vez que o policial no exterior da cela olha para ela.
Eles a removem da nossa cela, dizendo que vai ter seus remédios.
Alguém entra e se senta ao meu lado. Seu rosto está machucado em um
lado.
— Olá.
Eu olho para ela e não digo nada. Meus braços estão cruzados sobre o
meu peito e estou encostada à parede, pensando em maneiras de castrar Jon
Ferro. Ele sabia sobre o meu passado e o que isto faria comigo.
A mulher não é mais que uma menina, deve de ter uns dezoito anos, com
grandes olhos redondos, mas ainda tem bochechas gordinhas, infantis. Pelo
seu rosto angular não parece ter mais de vinte e dois anos. O seu cabelo
escuro é longo e está em um rabo de cavalo bagunçado.
Ela suspira e descansa as costas contra a parede de cimento frio. — Você
passará a noite aqui? Eu espero que sim. Ele precisa de tempo para esfriar. A
única parte ruim é não ter o sabão bacteriano, mas o resto está bem. Além
disso, ele vai dar-me tempo. Eu não posso estar perto dele quando ele está
assim. Ele é geralmente é bom, mas em noites como está, eu acho melhor
ficar aqui. Eu não vou fazer a minha ligação. Ei, você parece familiar. — Ela
fala sem respirar e olha para mim o tempo todo.
— Nós nunca nos conhecemos, — é tudo o que eu digo.
Ela acena com a cabeça e continua, liberando uma onda de palavras.
Sentada, escuto sua vida, a sua história, não sinto nada, apenas piedade. Ela é
como Maggie e eu. Ela não tem ninguém que se preocupe com ela, ninguém
para ouvir a sua voz e em quem encontrar consolo através de seu toque.
Eu não sei quanto tempo estive lá, mas um tempo depois eles chamam o
meu nome, a jovem foi levada para um banho e passará a noite na cela.
Imagino o por que desejar uma cela em vez de ir para casa. Isso me faz querer
chorar, e não há porra nenhuma que eu possa fazer sobre isso. Eu não posso
nem tomar conta de mim.
A porta da cela desliza aberta e faz um som mais horrível. — Hallie
Raymond, recolha as suas coisas na recepção e vá para casa com o seu amigo
que pagou sua fiança. Se você estragar tudo, ele será o único que pagará por
isso, o melhor é se comportar.
Concordo com a cabeça e percorro o caminho para a recepção. Parece
que eu não prestei atenção por um tempo, mas o faço quando vejo Bryan.
Enquanto eu ando atrás dele eu observo a maneira como ele respira, o modo
como os seus ombros estão dobrados para frente como se ele estivesse sendo
vigiado ou com dor. Eu paro atrás dele e o assisto por um momento. Seus
quadris são estreitos, como sempre, ele não perdeu muito peso, mas seu
cabelo não brilha da maneira como ele costumava brilhar. Sua respiração é
superficial e curta, como se tivesse estado correndo. Uma sensação horrível
corre pela minha espinha quando eu olho para ele.
Naquele momento, Bryan sente os olhos sobre ele e vira. Ele tem aquele
sorriso brincalhão no rosto. — Se você queria usar algemas, eu tenho algumas.
Eu ficaria feliz... poff! — Eu bato nele com toda a força do meu corpo e o
seguro apertado.
Bryan fica chocado no início. Seus braços levam um tempo até fecharem-
se em torno de mim, e depois ele me segura. Eu sinto a sua voz, a agitação
quente de ar, quando ele sussurra em meu ouvido: — Vamos sair daqui. —
Ele me solta e eu aceno. Foi quando ele me disse a última coisa que eu queria
ouvir. — Há repórteres na frente.
— O quê? — O meu queixo cai em horror.
— Eu fiz arranjos para sair pela parte de trás, mas haverá alguém. Sempre
há. Todo mundo vai saber o que aconteceu pela manhã. — Bryan pega a
minha mão e me leva, seguindo um oficial, que nos conduz através de uma
sala com armários e na parte de trás da delegacia de polícia, para um Hummer
preto. Sou empurrada para dentro, mas não antes de um flash disparar e eu
olhei diretamente para a câmera.
Bryan empurra-o de volta, mas a foto já foi tirada. Ele sobe atrás de mim
e diz: — Dirija.
— Eu não sou a porra do seu motorista, Bryan. Diga por favor. — Um
cara da minha idade, com cabelo escuro que paira em seu rosto, está no
assento do motorista. Com óculos grandes demais para obscurecer os olhos.
— Foda-se, Trystan.
Trystan revira os olhos e se afasta com sua enorme, máquina
ambientalmente irresponsável, com o objetivo de atingir os repórteres da rua,
quando sai do estacionamento. — As pessoas seriam melhores para você, se
você fosse mais agradável para elas. Isso é tudo o que estou dizendo. —
Trystan é tranquilo, mas eu sinto seus olhos em mim. Quando eu olho para
cima, ele responde ao que eu estava pensando. — Jon não fez isso com você.
Aos poucos, meu queixo inclina-se para cima e os nossos olhos se
encontram no espelho retrovisor. — Jon Ferro é um homem morto. Ele sabe
o que isto me faria. Foi a pior coisa que ele poderia ter feito.
Bryan pega a minha mão e tece os nossos dedos juntos. — Não foi Jon.
Por favor, aguarde para matá-lo até amanhã.
— Eu poderia matá-lo agora. Bryan, eu cuidei de Campone e posso cuidar
de qualquer um que mexer com Maggie ou comigo. Eu não sou mais uma
criança. — Eu soluço e tremo quando o passado e o presente eclodem juntos
novamente. Meu irmão morreu de fome. Ele morreu em meus braços e eu era
muito boba e pequena para saber o que fazer. Eu digo que eu era apenas uma
criança, porque é mais fácil do que dizer às pessoas a minha história, mas os
Ferros sabem de tudo. Eles são como baratas que conseguem encontrar cada
mentira em cada canto escuro de sua alma. — Eu não vou ser dizimada por
Jon. Foda-se ele.
Trystan e Bryan trocam um olhar, mas ninguém diz nada. Bryan me puxa
em seus braços e me segura até pararmos em frente de um antigo motel.
Bruto é a melhor maneira de descrevê-lo. Aposto que eles alugam quartos por
hora. Trystan joga para Bryan a chave do quarto. — Fique aí até eu descobrir
o que aconteceu. Eu acho que já sei, embora os detalhes sejam vagos.
Eu balanço a minha cabeça: — Não, eu não posso. Maggie está de volta e
ela precisa de mim. E Neil...
Bryan suspira, passando as mãos pelos cabelos. Depois que ele fez isso, ele
balança a mão para o seu lado. — Maggie estará bem. E Neil é um idiota.
Além disso, ele sabe que eu a levei esta noite. Aparentemente, você disse a
Maggie que eu estava chantageando você, porque ela tentou me pregar seu
calcanhar na cabeça. — Isso me faz sorrir. — Oh, você acha que é engraçado?
— Bryan me agarra e se inclina para perto. Aqueles olhos verdes brilham por
um momento antes de embaçarem. — Vamos Raymond. Estou pensando em
usá-la até que você se esqueça de quem você é.
CONTINUA
Capítulo 10
Bryan pega o meu rosto em suas mãos.
— Se você não gostar, diga-me! — Eu aceno, lentamente, com as suas
mãos quentes ainda segurando o meu rosto.
Era como se alguém apertasse um interruptor. Os olhos de Bryan se
tornaram mais escuros, mais carnais. Ele libera o meu rosto e pressiona seu
corpo tonificado contra o meu. Empurrando as minhas costas contra a porta,
certifica-se de que eu possa sentir cada centímetro dele. Tira uma corrente
prateada com um plugue em cada extremidade e o prende nos meus mamilos.
Eu ofego quando ele os aperta. O peso das correntes faz com que eu morda
os meus lábios. Enquanto ele pressiona dentro de mim, as correntes vão se
mexendo e puxando suavemente à medida que ele desliza sobre o meu corpo.
Um pequeno suspiro escapa por entre os meus lábios. Bryan me olha, seus
olhos verdes fixos nos meus. Pega um dedo e o coloca entre os meus lábios
rosados, enquanto a outra mão desliza mais para baixo, passando pela minha
barriga e entre as minhas pernas. Eu ofego. Ele se move rapidamente, tocando
a minha protuberância sensível com o polegar, alisando o dedo sobre a carne
suave, e observando o meu rosto enquanto faz isso.
Meu queixo se ergue enquanto tento não gemer. Luto contra as sensações
que estão em erupção dentro de mim, as sensações que ele está trazendo à
tona. Seus dedos se movem sobre o meu clitóris, enquanto ele puxa a corrente
suavemente. Ele sente que estou ficando mais úmida e, em seguida, sem aviso,
sem uma mudança na expressão, empurra o dedo dentro de mim. Ele ainda
está, por um tempo, vendo meus olhos. Eu pisco devagar, sentindo-o ali, entre
as minhas pernas.
Bryan empurra o dedo mais forte, mais profundo enquanto me observa.
Sua respiração está sobre os meus lábios fazendo com que me sinta tonta.
Quando ele puxa o dedo, ergue-o para a minha boca. Delineando os meus
lábios, ele me observa, espalhando meu calor úmido, como batom. Eu pisco
lentamente, com meu coração disparado, e, excitada além da compreensão.
— Prove! — Ele ofega e empurra o dedo em minha boca. Eu passo a
minha língua contra o seu dedo, mas ele o segura lá e diz: — Chupa até que
saia do meu dedo, Hallie! — Eu hesitei, mas ele diz: — Faça isso! — Minha
língua envolve o dedo, sugando-o, saboreando o gosto. Seus olhos estão
queimando, observando-me.
Enquanto chupo o dedo, ele abaixa a outra mão entre as minhas pernas,
abrindo a minha pele escorregadia. Sensações explodem dentro de mim, mas
antes que eu possa saboreá-las, as sensações mudam. O membro duro de
Bryan entra dentro de mim, fazendo com que eu chupe o dedo mais forte
ainda. Ele puxa o dedo da minha boca, e envolve as mãos em volta da minha
cintura. Fica um pouco imóvel, por um momento, respirando rápido e forte.
Depois, puxa para fora lentamente e enfia novamente, fazendo com que eu
bata contra a porta. Meus joelhos tremem à medida que ele lentamente vai me
deixando mais louca. Eu quero mais. Quero que ele me maltrate e me deixe
tonta pela paixão. Que limpe o meu medo com a luxúria, apague a minha
memória por um momento, e tire toda a dor que tem me invadido.
Eu só quero senti-lo e nada mais. O mundo desaparece até que não sei
quanto tempo se passou. Meus braços doem enquanto ele me usa,
empurrando para dentro de mim sucessivas vezes. Minha cabeça pende para o
lado e, em seguida, levanta de volta. Eu ofego todas às vezes e os meus seios
tremem com a força de seu empurrão.
Algo se desdobra dentro de mim. Quero suas mãos em mim, fazendo
tudo ao mesmo tempo. Vertentes delicadas de paixão irrompem dentro de
mim, enviando arrepios pelas minhas coxas e seios. Todos os lugares que
desejo que ele toque fervem como uma corrente viva. Arqueando minhas
costas, eu pressiono meus quadris contra os dele, só para que batam
novamente.
Seus impulsos mudam para provocar, gentilmente empurrando e puxando
para fora. Ele é tão duro, tão perfeito. Quero colocar as minhas pernas ao
redor de seus quadris, mas não posso. As respirações irregulares me
consomem e o quarto está além de quente. Meu corpo está pingando de suor.
Inclinando a cabeça para trás, olho para o teto. É quando suas mãos
encontram os meus seios. Meus lábios formam um O, mas não digo nada. Ele
sente a maciez, a plenitude das minhas curvas enquanto empurra seu pênis
longo e duro em mim lentamente, torturando-me, sucessivamente.
Tomando meus mamilos entre os dedos, ele os torce suavemente e aperta
os grampos. Eu grito, empurrando os meus seios para ele, mas a porta me
detém. Ofegante, mal posso respirar.
Ele sorri, — Shhh! Nenhum som de você! Eu quero que isso entre nós!
Não estou entendendo. Então por que ele quis fazer aquela cena com Neil
e Maggie? Naquele momento, não me importo. Faço o que ele diz e mordo o
lábio para me manter em silêncio. Ele entra profundamente dentro de mim de
novo, e minha boca se abre. Eu engulo o som antes que ele ouça. O único
barulho é a lufada de ar saindo com força dos meus pulmões.
— Boa menina, — ele ronrona e retira antes de novamente empurrar,
desta vez mais profundamente. O tom de sua voz me faz derreter.
Antes que eu possa pensar noutra coisa, os dedos de Bryan apertam em
torno das correntes nos meus mamilos. Seus quadris se mantêm pressionados
rentes aos meus, seu comprimento perdido dentro de mim. Meu queixo cai, e
eu o vejo me observando, esperando que eu faça qualquer barulho. Meus
olhos se fixam nos seus, enquanto sensações ardentes circulam através do meu
corpo, construindo mais apertado e mais forte. Ele lentamente adiciona mais
pressão, provocando e puxando os meus mamilos mais e mais, fazendo com
que a pinça aperte mais ainda. O calor em meu estômago endurece através do
meu corpo. Eu movo os meus quadris e tento balançar contra ele, mas ele me
acalma.
— Não, não. Ainda não!
Eu suspiro! — Eu gosto de ser espancada!
— Sério? — Eu aceno. Sua mão vem com força na minha bunda. Ambas
as nádegas ardem. Ele faz isso enquanto ele ainda está dentro de mim, o que
me faz apertar mais em torno dele. Ele suspira e faz isso de novo, e de novo.
O impacto de suas mãos é tão bom. A ardência envia arrepios através de mim
em ondas que não acabam. Elas navegam pelo meu estômago e se espalham
por todo o meu corpo. Todos os deliciosos formigamentos me atravessam,
fazendo com que eu deslize a minha língua sobre os dentes. Faço isso sem
pensar. É uma reação a ele, ao que está fazendo comigo.
Sem aviso, Bryan puxa para fora. Isso me deixa louca. Meus quadris
sacodem, mas não posso alcançá-lo. O cinto corta os meus pulsos enquanto
me esforço contra as limitações que me foram impostas. Ofego, observando-o
enquanto ele se move para longe de mim. O desejo arde pelo meu corpo. Não
consigo me controlar. Puxando os meus pulsos mais forte ainda, tento
libertar-me do cinto de novo, mas não consigo. Só fica mais apertado.
Ele sorri, assistindo-me lutar, até que eu paro e olho para ele. A expressão
em seu rosto, a intensidade de seus olhos, fazem com que meu estômago se
contorça. Minha respiração fica presa na minha garganta enquanto Bryan
passa perto o suficiente para me tocar, mas ele não toca. Estou ofegante.
Meus olhos estão implorando para que ele faça algo, para que me faça gozar,
deixar-me fode-lo... Qualquer coisa.
— Diga-me o que você deseja, Hallie! Implore-me por isso! — Ele
sussurra palavras ao lado do meu ouvido. A reação dentro de mim é rápida e
violenta. Seu hálito quente faz meu clitóris pulsar e parecer que vou morrer se
ele não me tocar, se ele não terminar o que começou. Ele está tão perto, quase
me tocando, mas não desliza os dedos pela minha cintura. Ele não toca o meu
peito e não provoca os meus mamilos. Isso me faz desejá-lo ainda mais. Eu
me sinto como um animal acorrentado, incapaz de pensar. — Responda-me
linda mulher! — Ele ordena e eu sinto a batida da sua mão na minha bunda.
Meu corpo está tão bem enrolado que o tapa me faz gemer. Eu não
esperava isso, mas antes que pudesse controlar os meu gemido, ele escapa dos
meus lábios. Eu ofego, chocada por não ter sido capaz de abafar o ruído ou
pará-lo a tempo. A mão de Bryan voa uma segunda vez, com mais força. Ele
observa meu rosto enquanto eu estremeço debaixo da sua mão. O tapa é
rápido, e eu sei que vou ter um problema para andar depois, mas não me
importo. Eu grito, dizendo o seu nome, empurrando os meus seios contra ele.
Um olhar perverso torce seus lábios em um sorriso sexy. — Responda-
me! — Sua voz soa como um grunhido e quando não consigo fazer nada,
senão ofegar incontrolavelmente, sua mão me atinge pela terceira vez. Mas ele
não me libera. Em vez disso, ele pega a minha bochecha na mão e aperta. A
ardência se intensifica pela forma como ele me agarra. O belo corpo de Bryan
está coberto por um brilho fino de suor, enquanto me trata grosseiramente.
— Diga-me o que você deseja!
Minha voz é um suspiro. O desejo correndo desenfreadamente. — Eu
quero suas mãos sobre mim, em mim! Eu quero que você me foda sem
sentido. Foda-me, Bryan!
— Implore por isso, Hallie! Implore mais alto! — Seu punho aperta a
minha bunda fazendo com que o meu corpo pressione contra o seu. Gotas de
suor rolam pela minha espinha.
Minha voz treme enquanto imploro, sem capacidade de manter qualquer
traço de comedimento.
— Por favor, Bryan... Por favor! Foda-me! Foda a minha buceta! Encha-
me com o seu gozo. Por favor, baby! Por favor... — Eu continuo a lhe pedir,
enquanto suas mãos deslizam sobre os meus quadris e para baixo entre as
minhas pernas. Quando ele toca o meu clitóris, eu gemo. Bryan inclina sua
cabeça para trás, olhando para mim. — Foda-me, baby! Por favor! — Meus
quadris se remexem contra a sua mão. Em resposta, ele aperta os dedos no
meu clitóris. Eu grito: — Foda-me! Por favor! Bryan! Eu preciso de você! Por
favor!
Quando eu digo o nome dele, ele quebra. Antes de saber o que está
acontecendo, suas mãos estão segurando os meus pulsos sobre a minha
cabeça enquanto ele bate seu membro rígido dentro de mim sucessivamente.
Ele empurra mais e mais profundamente a cada vez, com as mãos deslizando
pelos meus braços. Batendo-se cada vez mais duro contra mim, ele assiste
meus seios balançando e saltando até que ele toma ambos em suas mãos e
aperta os meus mamilos duramente. Eu berro, mas isso só faz com que ele
aperte com mais força, até que a corrente cai. Cai aos meus pés e ele a deixa
lá.
Bryan se move, empurrando para dentro de mim fodendo-me cada vez
mais rápido. O calor entre as minhas pernas percorre todo o meu corpo.
Parece que não posso ser dominada. Não há o suficiente dele para me
satisfazer, nunca. Quando seus dedos apertam mais duramente contra os meus
mamilos doloridos, meus olhos se arregalam. Ele me olha nos olhos enquanto
ele empurra para dentro de mim uma vez... forte. Minhas costas batem contra
a porta e ele me segura lá, observando-me. Seus lábios entreabertos, ele
respira sem dizer nada. Suas mãos suavemente empurram os cabelos para
longe dos meus olhos. Ele acalma por um momento e não posso suportar
isso. Seu pau está em mim, mas não importa o quanto eu me mexa, não posso
fazer com que ele me foda.
Com todo o peso do seu corpo, ele me achata contra a porta. Seus olhos
ardem com o desejo, sua testa está pingando de suor.
— Goze para mim, baby! — Ele respira e mete em mim rápido e
furiosamente. Ele não para quando eu grito. Ele continua metendo contra
mim até que meu corpo não pode ficar mais retesado.
Cada vez que ele afunda em mim eu me sinto mais excitada. Eu não posso
respirar, mas não quero que ele pare. Seu corpo me esmaga, enquanto me
monta, balançando contra mim furiosamente. Eu gemo, e posso dizer o quão
forte ele está empurrando e o quanto vou estar machucada depois, mas não
me importo. No momento, isso é muito bom. Minha pele formiga e está
pingando de suor. Meus seios saltam mais e mais para cima com cada batida
de seu corpo contra o meu. E sem outro pensamento, eu gozo. Meu grito sai
rasgado através da minha garganta. Não posso gozar silenciosamente, não
quando ele faz assim. Bryan me bate mais forte enquanto as deliciosas
sensações giram, fazendo com que todo o meu corpo entre em erupção. Eu o
sinto meter contra mim duro e profundamente, e ele goza alguns segundos
após.
Esgotada, pendurada e estremecendo contra a porta, estou pronta para
cair no chão. Bryan se afasta e me olha. Com os lábios entreabertos, ele só
olha para mim por um momento antes de desatar o cinto. Quando as minhas
mãos caem ao meu lado, meus braços queimam. Bryan me toma em seus
braços e me leva para a cama. Ele me senta na frente dele e esfrega os
músculos doloridos em meus braços e ombros. Minha cabeça se inclina para o
lado enquanto ele faz isso. Cada centímetro meu está formigando. Não quero
que esse momento termine, mas Bryan para.
Viro-me e olho para ele. Ele está brilhando, coberto por uma fina camada
de suor que cheira tão bem. Eu quero lambê-lo, mas apenas aceno. Ele vira
seus olhos esmeraldas para longe e diz:
— Eu acho que eu deveria ir.
— Você vai embora? — De repente, eu me sinto muito nua. Puxo a
coberta da cama e a enrolo em volta dos meus ombros.
— Sim, a menos que você queira que eu fique e diga a Neil tudo sobre
como eu acabei com a raça da sua noiva. — Ele me olha por um segundo. Sua
testa está coberta de suor e seu rosto está brilhando. — O que há de errado?
— Ele sempre pôde me ler tão bem. Eu quero dizer a ele sobre Victor, mas
não posso.
Eu digo outra coisa.
— Neil fez a proposta e eu disse sim. — Eu ergo o meu anel.
— Sim, eu vi isso. Você realmente aceitou? — Bryan se senta ao meu lado.
— Na verdade não. Ele aceitou por mim. — Nós dois ficamos em silêncio
por algum tempo.
Bryan se veste e diz:
— Eu voltarei para ter você do meu jeito de novo em breve. Da próxima
vez é melhor que o idiota do seu noivo tenha você pronta para mim. E eu
quero que você use isso quando estiver comigo e só comigo. — Ele levanta a
corrente do chão e a joga para mim.
A porta do quarto se abre e Neil está lívido. Ele olha para mim e depois
para Bryan:
— Você acha que isso é engraçado?
— Não, acho que ela precisa de algo que você não pode dar a ela. Estou
dando a você uma única chance de quebrar seu compromisso e foder a sua
noiva. Mas você tem que fazer isso como um animal. Satisfaça-a!
O rosto de Neil contorce desgostoso.
— Eu a satisfaço sem esse comportamento bárbaro. Fazer amor não
precisa de mordaças, amarras ou oprimir mulheres de forma nenhuma. Tenho
certeza de que Hallie só aceitou isso pela equipe, seu pedaço de merda
demente!
Essa foi a coisa mais cruel que já ouvi Neil dizendo e eu quero rir, porque
é pateticamente fraco. O homem que estava me usando, ofereceu para quebrar
o acordo se Neil prometer me pegar e fazer sexo animalesco comigo. O
homem deveria ter dito que sim, mas ele, pela sua moral, disse que não. Estou
cansada demais para pensar no que isso significa. O que aconteceu aqui?
— Ela vai tomar mais do que uma foda pela equipe. — Bryan pisca um
dos olhos. — Vejo você amanhã, escrava sexual! Trarei um colar para você e
vai usá-lo. — Bryan aperta a mão de Neil. — Você é um homem inteligente.
O que são alguns meses de infidelidade comparados com uma vida de
riquezas, certo?
Neil aperta a sua mandíbula.
— Então você planeja que isso continue por alguns meses?
— Provavelmente não por muito tempo. Eu fico entediado fodendo a
mesma mulher todo dia. Não se preocupe Neil! Ela é sua sujeira, não a minha.
— Com isso, Bryan vira as costas e sai.
— Neil, — estou pronta para explodir em lágrimas. O julgamento está
espalhado em seu rosto.
— Hallie, isso não é natural. Você não é um animal selvagem! Será que ele
conseguiu instigá-la para que você fingisse o que você não é?
Eu dou de ombros. Não quero falar sobre isso.
— Não tenho ideia.
— Eu deverei deixá-lo foder e espancar você na minha cama, sempre que
ele quiser?
Eu olho fixamente para frente.
— Até que ele se canse de mim, sim. Lide com isso! Você foi quem me
disse para fazer isso. — Eu destaco a última frase. — E ele lhe deu uma saída.
Você não aceitou. — Eu fico olhando para ele, e puxo a coberta mais forte em
volta dos meus ombros.
Neil revira os olhos.
— Eu pensei que fosse apenas uma noite.
— Eu também. Estávamos errados sobre uma porção de coisas.
Capítulo 11
Eu deveria me sentir envergonhada, mas não sinto. No dia seguinte, me
sento com Maggie no sofá enquanto Neil está fora. Ela tem estado muito
tranquila desde que a busquei em seu antigo apartamento. Maggie olha para o
espaço, e eu sei que a memória está se defrontando com o novo e joga uma e
outra vez em sua mente.
— Você quer falar sobre isso? — Eu pergunto, já sabendo a resposta.
Ela inspira e balança a cabeça, antes de oferecer-me um sorriso forçado.
— Não há nada a dizer. A mesma velha merda. Nada mudou, mas dói mais
agora. — Ela sorri como se algo fosse engraçado. — Eu pensava que doía
mais quando eu era criança. Acho que não.
— O que ele fez?
— A mesma coisa de sempre. Victor gosta de possuir coisas. — Ela muda
em seu assento e, em seguida, levanta, colocando distância entre nós. — Era
para eu arranjar-lhe uma garota. Ele tem um tipo, quadris redondos, cabelos
escuros e pele pálida, como Nicole Kidman, mas morena. Assim, a cada
semana, eu levava alguém. Elas ganham algumas centenas de dólares, e ele faz
o que faz. Na semana que eu não conseguia encontrar ninguém, eu a
substituía, mas desta vez... — Ela para de falar e balança a cabeça. — Eu não
deveria ter ido. Geralmente é apenas sexo violento. Ele dá um tapa e me
arranha. Vou para casa e é isso. Mas desta vez... — Ela balança a cabeça e olha
por cima do ombro para mim. — Eu não quero falar sobre isso. Eu tentei
fugir e, em seguida, desisti quando ele disse o que ele faria comigo, e depois
com você. Ele me deu uns tapas por um tempo, me levando do jeito que ele
quis, e então eu ouvi a sua voz e eu estava morrendo de medo que ele fosse
levá-la também. Sinto muito, Hallie.
— Não é culpa sua. — Eu me sinto horrível por deixar sua vida
desmoronar assim. Nós deveríamos estar lá uma para a outra. — Eu deveria
ter chegado mais cedo. Eu teria... Eu gostaria de poder ter tudo de volta.
Maggie sorri tristemente e envolve os braços em torno de si. — Sim, eu
também. E agora? Sem ofensa, mas eu não suporto Neil.
Concordo com a cabeça. — Eu estava pensando que deveria ter um lugar
só meu antes do casamento. Vai ser eu e você.
O olhar de Maggie desvanece no chão. — Você vai se casar com ele,
sério? — Eu aceno e lhe dou um olhar para que não me pressione agora. Ela
acrescenta: — Eu adoraria, mas você sabe que eu não posso me dar ao luxo.
— Sim, você pode. Eu tenho parte do meu pagamento antecipado.
Podemos ir a procura de uma casa sempre que quiser, oh, e esta parte não é
opcional, você trabalha para mim agora. Eu vou precisar de uma assistente
pessoal para me dizer o que fazer, você sabe, alguém um pouco mandona.
Maggie ri e me empurra, e depois bate as mãos sobre a boca, e repete a
ação. — De jeito nenhum!
— Isso. — É tão bom ver uma explosão de felicidade em seus olhos,
mesmo por um breve momento. Mas assim que ela pisca, ela se foi, perdeu-se
nas profundezas da agonia que enchem sua alma.
Um dia ela vai parar de lutar. Um dia ela vai ceder, desistir.
Ela já teria desistido se eu não tivesse aparecido. Algumas pessoas a
levaram direto para o inferno. É irônico, porque eu tenho sangue em minhas
mãos e não me sinto como se estivesse infeliz. É mais, como eu se estou
puxando Maggie, da vida tortuosa ela conhece, e esconde com esse sorriso.
Não me arrependo de minhas ações. O pensamento faz minha pele
formigar. Na parte profunda da minha mente, eu me pergunto que tipo de
pessoa que sou, mas arrumo minha coluna e me levanto. Isso me faz ser quem
eu sou e não há nada mais a se considerar. Eu fiz o que tinha que fazer. Eu
não teria tocado em Victor se ele a deixasse em paz, se ele não tivesse
ameaçado vir atrás de nós, mas ele ameaçou. Eu vi o medo nos olhos de
Maggie é a verdade. Se Victor Campone tivesse vivido, teríamos morrido.
— Está com fome? — Eu pergunto me dirigindo à geladeira.
— Sim, um pouco. — Maggie está sentada com os pés enrolados em sua
bunda e olhando para as mãos desde que eu a peguei no apartamento do
Victor. Ela raramente faz contato visual. Acho que a luta a nocauteou. Ele
aparece em surtos, mas é como um carro que está ficando sem gasolina. Estou
muito preocupada com ela. Depois de tudo que ela passou...
Isso não pode desfazê-la. Não pode.
Porque é minha culpa desta vez.
Todas as outras vezes, a Maggie revidou. Ela nunca desistiu, nunca cedeu,
e agora a minha melhor amiga está caída no sofá, coberta de hematomas e
cortes, com os olhos que se assemelham a buracos-negros que sugam tudo,
mas não vejo nada ali. Eles não sentem nada, não mais.
Eu sorrio e digo algo estúpido, tentando fazê-la rir, mas nem sequer
obtenho um sorriso de piedade. Depois de abrir a porta da geladeira, eu gemo
em voz alta. Neil está trabalhando hoje e não conseguiu ir às compras.
Maggie pergunta: — O que ele fez?
— Ele pegou todas as sobras da festa e levou para o trabalho. Eu pensei
que era bom porque ele deveria ir às compras, mas não o fez. — Estou
inclinada na geladeira vazia olhando para uma caixa de leite vencido e um
frasco de picles. Não vou comer isso. Eu bato a geladeira e acrescento: — Eu
dar rápida saída. Será que comida chinesa vai bem?
Maggie geralmente protesta e se oferece para pagar as coisas, mas hoje,
apenas balança a cabeça. — Ótimo! — Eu digo, parecendo alegre. Ela irá
voltar. Ela vai. Se eu continuar dizendo a mim mesmo vai acontecer, certo?
De repente, eu percebo que ela não recuperou-se, matar Victor não era uma
vingança suficiente, até mesmo pelo o que ele fez com Maggie.
Capítulo 12
Pego minhas chaves e ligo o motor. O carro vermelho ronrona quando o
tiro da garagem e digito o CEP do local que irei. Quando estou prestes a
desviar para o estacionamento, um policial segue atrás de mim, com as luzes
vermelhas piscando. Eu não estava em alta velocidade. Droga. Deve ser
verdade que os carros vermelhos são parados mais do que qualquer outra cor.
Eu encosto e levo o carro para o acostamento, tomando o cuidado de
manter as mãos no volante. Papai me disse para nunca ir para a minha bolsa
ou porta-luvas até que o policial esteja de pé ao lado do carro. O cara tem que
ver as minhas mãos ou ele pode atirar em mim, bem não é exatamente do jeito
que meu pai disse isso, mas é o que ele quis dizer.
Eu aperto o botão na janela, assim como o policial se aproxima. Ele está
usando o uniforme escuro que me dá vontade de sair correndo e gritando
para o meu quarto e me esconder debaixo da minha cama.
Ele não é esse cara. Pare com isso, Hallie, xingo-me, mas isso não ajuda.
Até agora, minhas mãos estão tremendo.
— A licença e registro, por favor. — O cara tem trinta e tantos anos, e um
tipo de visual assustador. Por assustador, eu quero dizer que parece que ele
poderia tomar o meu pequeno corpo e dobrá-lo estilo acordeão e enfiá-lo em
seu tronco. O cara é massa muscular pura e ele parece chateado. Eu não posso
imaginar o que eu fiz.
Eu me aproximo do porta-luvas para retirar os papéis mencionados, mas
tudo que eu encontro é o manual sobre o carro e o último aviso de mudança
de óleo. Sem documentos. Sem registro. O meu coração dá uma guinada.
Foda-se. Eu começo a pensar que Jon brincou comigo, mas mesmo ele, não
seria tão baixo. E o policial não me pediu para sair do carro ou qualquer coisa.
Minha lanterna traseira está queimada ou algo assim, isso é tudo. Isso não é
nada.
Eu vasculho minha bolsa e tiro a minha pequena carteira. Meu rosto fica
pálido quando vejo o espaço vazio onde minha carteira de motorista deveria
estar. Olho para o policial e digo baixinho: — Ela se foi.
— Você não tem uma licença ou registro desse veículo? — Ele diz algo
em seu ombro depois de ouvir um zumbido em seu fone de ouvido. — Saia
do carro, minha senhora.
Estou tremendo agora. — Eu não fiz nada de errado. Alguém pegou a
minha licença. Eu tenho uma.
Ele me ignora e me apoia no capô. Tira seus óculos de sol. Quando o
guarda, ele pergunta: — Você sabe que você está dirigindo um veículo
roubado?
— Não é roubado.
— Oh?
Eu balanço minha cabeça, pronto para chorar. Jon não faria isso para
mim, ele não iria. — Jonathan Ferro me vendeu este carro uns dias atrás por
dez mil dólares. Eu não tive a chance de renovar a papelada ainda. Eu pensei
que tinha alguns dias?
O policial concorda. Ele vira o meu rosto para o capô e me revista. —
História legal. O carro vale muito mais do que isso. Se você vai mentir pelo
menos faz a história parecer convincente.
— É verdade! Jon me vendeu por dez mil. Pergunte a ele! Eu não estou
mentindo.
Eu sinto frio do metal prender meus pulsos quando as algemas
escorregam em torno dos meus braços. Eu começo a entrar em pânico. Meu
coração dispara muito rápido e o mundo se torna um borrão. Eu não posso
parar de falar, suplicando, e quando o policial me empurra na parte de trás de
seu carro, todos os terríveis eventos em detalhes vívidos se reproduzem em
minha mente.
Eu fecho meus olhos e tento desligá-los, mas as cores iluminam e os sons
de mais de uma década tocam alto em meus ouvidos, enquanto lágrimas caem
pelo meu rosto. O passado e o presente colidem juntos com tanta violência
que eu não posso suportar isso.
Minha mãe jura para mim antes de me enfiar no armário. Pequenas mãos
envolvem em torno de mim, e eu sei que o meu irmão mais novo, Anthony,
está apavorado. Ele cresceu e seus ossos eu sinto nitidamente sob minhas
palmas. Ele chora até que fica em silêncio, até que ele adormece, até que
minha mãe teve seu efeito das drogas e amantes. Eu a ouvi rir. Eu nunca
poderia fazê-la feliz assim. Ouvi os sons de sexo, até que algo muda. A festa
normal não é mais normal.
O policial que me tirou do armário tentou tirar o corpo sem vida do meu
irmão dos meus braços. Eu não entendi. Eu o protegia dela. Eu vigiei por
Anthony, mas depois de tudo que eu fiz, não foi o suficiente. Eles pensaram
que eu o matei em primeiro lugar. Eles me empurraram para o fundo do carro
e gritei para eles até que eu não podia chorar mais. Eu queria meu irmão, mas
eles disseram que ele estava morto.
Eu não acreditei neles.
Agora, eu tenho dificuldade em acreditar em alguém e este policial abriu
uma ferida que é tão profunda que me corta até o osso. Não, não foi o policial
- foi Jon.
Eu não posso evitar o tremor, mas eu não choro. Eles me ficham e fazem
perguntas que eu ouvi antes. A estrutura nunca muda em lugares como este.
As pessoas são as mesmas. O cheiro é idêntico. Eu olho fixamente, tentando
manter minha mente em uma única peça, mas eu sinto as rachaduras pouco a
pouco.
Quem vai salvar Maggie? Se eu me perder, quem estará lá para ela?
Ninguém. Acalme-se, Hallie.
Eu tenho direito a uma ligação, então que eu chamo a pessoa que eles
estão tentando me manter longe, o homem que está me chantageando por
sexo.
Quando ele atende o telefone, Bryan parece cansado. Eu não sei de que
outra forma dizer. Eu teria pensado que ele estava dormindo, mas há algo em
sua voz que me diz que não dorme há muito tempo. — Suffolk County PD.
Deixe-me adivinhar, é Jon ou Trystan?
— Não, — minha voz é tão baixa, tão tímida que mal faz um som.
Eu o ouvi mudar e Bryan soa mais alerta quando ele responde: — Hallie?
— Venha me pegar. Eu vou lhe dever. Qualquer coisa que você quiser,
basta vir me pegar. — Eu entrego o telefone de volta ao oficial na mesa e sou
levada de volta para a minha cela.
Capítulo 13
Estou sentada em frente a uma mulher que não consegue parar de chorar.
Ela fala sobre os tíquetes de estacionamento não pagos, sobre como ela vai
perder o emprego por causa disto e como ela não trabalhou o suficiente para
pagar os tíquetes. Depois começa a hiperventilar e menciona algo sobre
remédios. Essa é a única vez que o policial no exterior da cela olha para ela.
Eles a removem da nossa cela, dizendo que vai ter seus remédios.
Alguém entra e se senta ao meu lado. Seu rosto está machucado em um
lado.
— Olá.
Eu olho para ela e não digo nada. Meus braços estão cruzados sobre o
meu peito e estou encostada à parede, pensando em maneiras de castrar Jon
Ferro. Ele sabia sobre o meu passado e o que isto faria comigo.
A mulher não é mais que uma menina, deve de ter uns dezoito anos, com
grandes olhos redondos, mas ainda tem bochechas gordinhas, infantis. Pelo
seu rosto angular não parece ter mais de vinte e dois anos. O seu cabelo
escuro é longo e está em um rabo de cavalo bagunçado.
Ela suspira e descansa as costas contra a parede de cimento frio. — Você
passará a noite aqui? Eu espero que sim. Ele precisa de tempo para esfriar. A
única parte ruim é não ter o sabão bacteriano, mas o resto está bem. Além
disso, ele vai dar-me tempo. Eu não posso estar perto dele quando ele está
assim. Ele é geralmente é bom, mas em noites como está, eu acho melhor
ficar aqui. Eu não vou fazer a minha ligação. Ei, você parece familiar. — Ela
fala sem respirar e olha para mim o tempo todo.
— Nós nunca nos conhecemos, — é tudo o que eu digo.
Ela acena com a cabeça e continua, liberando uma onda de palavras.
Sentada, escuto sua vida, a sua história, não sinto nada, apenas piedade. Ela é
como Maggie e eu. Ela não tem ninguém que se preocupe com ela, ninguém
para ouvir a sua voz e em quem encontrar consolo através de seu toque.
Eu não sei quanto tempo estive lá, mas um tempo depois eles chamam o
meu nome, a jovem foi levada para um banho e passará a noite na cela.
Imagino o por que desejar uma cela em vez de ir para casa. Isso me faz querer
chorar, e não há porra nenhuma que eu possa fazer sobre isso. Eu não posso
nem tomar conta de mim.
A porta da cela desliza aberta e faz um som mais horrível. — Hallie
Raymond, recolha as suas coisas na recepção e vá para casa com o seu amigo
que pagou sua fiança. Se você estragar tudo, ele será o único que pagará por
isso, o melhor é se comportar.
Concordo com a cabeça e percorro o caminho para a recepção. Parece
que eu não prestei atenção por um tempo, mas o faço quando vejo Bryan.
Enquanto eu ando atrás dele eu observo a maneira como ele respira, o modo
como os seus ombros estão dobrados para frente como se ele estivesse sendo
vigiado ou com dor. Eu paro atrás dele e o assisto por um momento. Seus
quadris são estreitos, como sempre, ele não perdeu muito peso, mas seu
cabelo não brilha da maneira como ele costumava brilhar. Sua respiração é
superficial e curta, como se tivesse estado correndo. Uma sensação horrível
corre pela minha espinha quando eu olho para ele.
Naquele momento, Bryan sente os olhos sobre ele e vira. Ele tem aquele
sorriso brincalhão no rosto. — Se você queria usar algemas, eu tenho algumas.
Eu ficaria feliz... poff! — Eu bato nele com toda a força do meu corpo e o
seguro apertado.
Bryan fica chocado no início. Seus braços levam um tempo até fecharem-
se em torno de mim, e depois ele me segura. Eu sinto a sua voz, a agitação
quente de ar, quando ele sussurra em meu ouvido: — Vamos sair daqui. —
Ele me solta e eu aceno. Foi quando ele me disse a última coisa que eu queria
ouvir. — Há repórteres na frente.
— O quê? — O meu queixo cai em horror.
— Eu fiz arranjos para sair pela parte de trás, mas haverá alguém. Sempre
há. Todo mundo vai saber o que aconteceu pela manhã. — Bryan pega a
minha mão e me leva, seguindo um oficial, que nos conduz através de uma
sala com armários e na parte de trás da delegacia de polícia, para um Hummer
preto. Sou empurrada para dentro, mas não antes de um flash disparar e eu
olhei diretamente para a câmera.
Bryan empurra-o de volta, mas a foto já foi tirada. Ele sobe atrás de mim
e diz: — Dirija.
— Eu não sou a porra do seu motorista, Bryan. Diga por favor. — Um
cara da minha idade, com cabelo escuro que paira em seu rosto, está no
assento do motorista. Com óculos grandes demais para obscurecer os olhos.
— Foda-se, Trystan.
Trystan revira os olhos e se afasta com sua enorme, máquina
ambientalmente irresponsável, com o objetivo de atingir os repórteres da rua,
quando sai do estacionamento. — As pessoas seriam melhores para você, se
você fosse mais agradável para elas. Isso é tudo o que estou dizendo. —
Trystan é tranquilo, mas eu sinto seus olhos em mim. Quando eu olho para
cima, ele responde ao que eu estava pensando. — Jon não fez isso com você.
Aos poucos, meu queixo inclina-se para cima e os nossos olhos se
encontram no espelho retrovisor. — Jon Ferro é um homem morto. Ele sabe
o que isto me faria. Foi a pior coisa que ele poderia ter feito.
Bryan pega a minha mão e tece os nossos dedos juntos. — Não foi Jon.
Por favor, aguarde para matá-lo até amanhã.
— Eu poderia matá-lo agora. Bryan, eu cuidei de Campone e posso cuidar
de qualquer um que mexer com Maggie ou comigo. Eu não sou mais uma
criança. — Eu soluço e tremo quando o passado e o presente eclodem juntos
novamente. Meu irmão morreu de fome. Ele morreu em meus braços e eu era
muito boba e pequena para saber o que fazer. Eu digo que eu era apenas uma
criança, porque é mais fácil do que dizer às pessoas a minha história, mas os
Ferros sabem de tudo. Eles são como baratas que conseguem encontrar cada
mentira em cada canto escuro de sua alma. — Eu não vou ser dizimada por
Jon. Foda-se ele.
Trystan e Bryan trocam um olhar, mas ninguém diz nada. Bryan me puxa
em seus braços e me segura até pararmos em frente de um antigo motel.
Bruto é a melhor maneira de descrevê-lo. Aposto que eles alugam quartos por
hora. Trystan joga para Bryan a chave do quarto. — Fique aí até eu descobrir
o que aconteceu. Eu acho que já sei, embora os detalhes sejam vagos.
Eu balanço a minha cabeça: — Não, eu não posso. Maggie está de volta e
ela precisa de mim. E Neil...
Bryan suspira, passando as mãos pelos cabelos. Depois que ele fez isso, ele
balança a mão para o seu lado. — Maggie estará bem. E Neil é um idiota.
Além disso, ele sabe que eu a levei esta noite. Aparentemente, você disse a
Maggie que eu estava chantageando você, porque ela tentou me pregar seu
calcanhar na cabeça. — Isso me faz sorrir. — Oh, você acha que é engraçado?
— Bryan me agarra e se inclina para perto. Aqueles olhos verdes brilham por
um momento antes de embaçarem. — Vamos Raymond. Estou pensando em
usá-la até que você se esqueça de quem você é.
CONTINUA
Capítulo 10
Bryan pega o meu rosto em suas mãos.
— Se você não gostar, diga-me! — Eu aceno, lentamente, com as suas
mãos quentes ainda segurando o meu rosto.
Era como se alguém apertasse um interruptor. Os olhos de Bryan se
tornaram mais escuros, mais carnais. Ele libera o meu rosto e pressiona seu
corpo tonificado contra o meu. Empurrando as minhas costas contra a porta,
certifica-se de que eu possa sentir cada centímetro dele. Tira uma corrente
prateada com um plugue em cada extremidade e o prende nos meus mamilos.
Eu ofego quando ele os aperta. O peso das correntes faz com que eu morda
os meus lábios. Enquanto ele pressiona dentro de mim, as correntes vão se
mexendo e puxando suavemente à medida que ele desliza sobre o meu corpo.
Um pequeno suspiro escapa por entre os meus lábios. Bryan me olha, seus
olhos verdes fixos nos meus. Pega um dedo e o coloca entre os meus lábios
rosados, enquanto a outra mão desliza mais para baixo, passando pela minha
barriga e entre as minhas pernas. Eu ofego. Ele se move rapidamente, tocando
a minha protuberância sensível com o polegar, alisando o dedo sobre a carne
suave, e observando o meu rosto enquanto faz isso.
Meu queixo se ergue enquanto tento não gemer. Luto contra as sensações
que estão em erupção dentro de mim, as sensações que ele está trazendo à
tona. Seus dedos se movem sobre o meu clitóris, enquanto ele puxa a corrente
suavemente. Ele sente que estou ficando mais úmida e, em seguida, sem aviso,
sem uma mudança na expressão, empurra o dedo dentro de mim. Ele ainda
está, por um tempo, vendo meus olhos. Eu pisco devagar, sentindo-o ali, entre
as minhas pernas.
Bryan empurra o dedo mais forte, mais profundo enquanto me observa.
Sua respiração está sobre os meus lábios fazendo com que me sinta tonta.
Quando ele puxa o dedo, ergue-o para a minha boca. Delineando os meus
lábios, ele me observa, espalhando meu calor úmido, como batom. Eu pisco
lentamente, com meu coração disparado, e, excitada além da compreensão.
— Prove! — Ele ofega e empurra o dedo em minha boca. Eu passo a
minha língua contra o seu dedo, mas ele o segura lá e diz: — Chupa até que
saia do meu dedo, Hallie! — Eu hesitei, mas ele diz: — Faça isso! — Minha
língua envolve o dedo, sugando-o, saboreando o gosto. Seus olhos estão
queimando, observando-me.
Enquanto chupo o dedo, ele abaixa a outra mão entre as minhas pernas,
abrindo a minha pele escorregadia. Sensações explodem dentro de mim, mas
antes que eu possa saboreá-las, as sensações mudam. O membro duro de
Bryan entra dentro de mim, fazendo com que eu chupe o dedo mais forte
ainda. Ele puxa o dedo da minha boca, e envolve as mãos em volta da minha
cintura. Fica um pouco imóvel, por um momento, respirando rápido e forte.
Depois, puxa para fora lentamente e enfia novamente, fazendo com que eu
bata contra a porta. Meus joelhos tremem à medida que ele lentamente vai me
deixando mais louca. Eu quero mais. Quero que ele me maltrate e me deixe
tonta pela paixão. Que limpe o meu medo com a luxúria, apague a minha
memória por um momento, e tire toda a dor que tem me invadido.
Eu só quero senti-lo e nada mais. O mundo desaparece até que não sei
quanto tempo se passou. Meus braços doem enquanto ele me usa,
empurrando para dentro de mim sucessivas vezes. Minha cabeça pende para o
lado e, em seguida, levanta de volta. Eu ofego todas às vezes e os meus seios
tremem com a força de seu empurrão.
Algo se desdobra dentro de mim. Quero suas mãos em mim, fazendo
tudo ao mesmo tempo. Vertentes delicadas de paixão irrompem dentro de
mim, enviando arrepios pelas minhas coxas e seios. Todos os lugares que
desejo que ele toque fervem como uma corrente viva. Arqueando minhas
costas, eu pressiono meus quadris contra os dele, só para que batam
novamente.
Seus impulsos mudam para provocar, gentilmente empurrando e puxando
para fora. Ele é tão duro, tão perfeito. Quero colocar as minhas pernas ao
redor de seus quadris, mas não posso. As respirações irregulares me
consomem e o quarto está além de quente. Meu corpo está pingando de suor.
Inclinando a cabeça para trás, olho para o teto. É quando suas mãos
encontram os meus seios. Meus lábios formam um O, mas não digo nada. Ele
sente a maciez, a plenitude das minhas curvas enquanto empurra seu pênis
longo e duro em mim lentamente, torturando-me, sucessivamente.
Tomando meus mamilos entre os dedos, ele os torce suavemente e aperta
os grampos. Eu grito, empurrando os meus seios para ele, mas a porta me
detém. Ofegante, mal posso respirar.
Ele sorri, — Shhh! Nenhum som de você! Eu quero que isso entre nós!
Não estou entendendo. Então por que ele quis fazer aquela cena com Neil
e Maggie? Naquele momento, não me importo. Faço o que ele diz e mordo o
lábio para me manter em silêncio. Ele entra profundamente dentro de mim de
novo, e minha boca se abre. Eu engulo o som antes que ele ouça. O único
barulho é a lufada de ar saindo com força dos meus pulmões.
— Boa menina, — ele ronrona e retira antes de novamente empurrar,
desta vez mais profundamente. O tom de sua voz me faz derreter.
Antes que eu possa pensar noutra coisa, os dedos de Bryan apertam em
torno das correntes nos meus mamilos. Seus quadris se mantêm pressionados
rentes aos meus, seu comprimento perdido dentro de mim. Meu queixo cai, e
eu o vejo me observando, esperando que eu faça qualquer barulho. Meus
olhos se fixam nos seus, enquanto sensações ardentes circulam através do meu
corpo, construindo mais apertado e mais forte. Ele lentamente adiciona mais
pressão, provocando e puxando os meus mamilos mais e mais, fazendo com
que a pinça aperte mais ainda. O calor em meu estômago endurece através do
meu corpo. Eu movo os meus quadris e tento balançar contra ele, mas ele me
acalma.
— Não, não. Ainda não!
Eu suspiro! — Eu gosto de ser espancada!
— Sério? — Eu aceno. Sua mão vem com força na minha bunda. Ambas
as nádegas ardem. Ele faz isso enquanto ele ainda está dentro de mim, o que
me faz apertar mais em torno dele. Ele suspira e faz isso de novo, e de novo.
O impacto de suas mãos é tão bom. A ardência envia arrepios através de mim
em ondas que não acabam. Elas navegam pelo meu estômago e se espalham
por todo o meu corpo. Todos os deliciosos formigamentos me atravessam,
fazendo com que eu deslize a minha língua sobre os dentes. Faço isso sem
pensar. É uma reação a ele, ao que está fazendo comigo.
Sem aviso, Bryan puxa para fora. Isso me deixa louca. Meus quadris
sacodem, mas não posso alcançá-lo. O cinto corta os meus pulsos enquanto
me esforço contra as limitações que me foram impostas. Ofego, observando-o
enquanto ele se move para longe de mim. O desejo arde pelo meu corpo. Não
consigo me controlar. Puxando os meus pulsos mais forte ainda, tento
libertar-me do cinto de novo, mas não consigo. Só fica mais apertado.
Ele sorri, assistindo-me lutar, até que eu paro e olho para ele. A expressão
em seu rosto, a intensidade de seus olhos, fazem com que meu estômago se
contorça. Minha respiração fica presa na minha garganta enquanto Bryan
passa perto o suficiente para me tocar, mas ele não toca. Estou ofegante.
Meus olhos estão implorando para que ele faça algo, para que me faça gozar,
deixar-me fode-lo... Qualquer coisa.
— Diga-me o que você deseja, Hallie! Implore-me por isso! — Ele
sussurra palavras ao lado do meu ouvido. A reação dentro de mim é rápida e
violenta. Seu hálito quente faz meu clitóris pulsar e parecer que vou morrer se
ele não me tocar, se ele não terminar o que começou. Ele está tão perto, quase
me tocando, mas não desliza os dedos pela minha cintura. Ele não toca o meu
peito e não provoca os meus mamilos. Isso me faz desejá-lo ainda mais. Eu
me sinto como um animal acorrentado, incapaz de pensar. — Responda-me
linda mulher! — Ele ordena e eu sinto a batida da sua mão na minha bunda.
Meu corpo está tão bem enrolado que o tapa me faz gemer. Eu não
esperava isso, mas antes que pudesse controlar os meu gemido, ele escapa dos
meus lábios. Eu ofego, chocada por não ter sido capaz de abafar o ruído ou
pará-lo a tempo. A mão de Bryan voa uma segunda vez, com mais força. Ele
observa meu rosto enquanto eu estremeço debaixo da sua mão. O tapa é
rápido, e eu sei que vou ter um problema para andar depois, mas não me
importo. Eu grito, dizendo o seu nome, empurrando os meus seios contra ele.
Um olhar perverso torce seus lábios em um sorriso sexy. — Responda-
me! — Sua voz soa como um grunhido e quando não consigo fazer nada,
senão ofegar incontrolavelmente, sua mão me atinge pela terceira vez. Mas ele
não me libera. Em vez disso, ele pega a minha bochecha na mão e aperta. A
ardência se intensifica pela forma como ele me agarra. O belo corpo de Bryan
está coberto por um brilho fino de suor, enquanto me trata grosseiramente.
— Diga-me o que você deseja!
Minha voz é um suspiro. O desejo correndo desenfreadamente. — Eu
quero suas mãos sobre mim, em mim! Eu quero que você me foda sem
sentido. Foda-me, Bryan!
— Implore por isso, Hallie! Implore mais alto! — Seu punho aperta a
minha bunda fazendo com que o meu corpo pressione contra o seu. Gotas de
suor rolam pela minha espinha.
Minha voz treme enquanto imploro, sem capacidade de manter qualquer
traço de comedimento.
— Por favor, Bryan... Por favor! Foda-me! Foda a minha buceta! Encha-
me com o seu gozo. Por favor, baby! Por favor... — Eu continuo a lhe pedir,
enquanto suas mãos deslizam sobre os meus quadris e para baixo entre as
minhas pernas. Quando ele toca o meu clitóris, eu gemo. Bryan inclina sua
cabeça para trás, olhando para mim. — Foda-me, baby! Por favor! — Meus
quadris se remexem contra a sua mão. Em resposta, ele aperta os dedos no
meu clitóris. Eu grito: — Foda-me! Por favor! Bryan! Eu preciso de você! Por
favor!
Quando eu digo o nome dele, ele quebra. Antes de saber o que está
acontecendo, suas mãos estão segurando os meus pulsos sobre a minha
cabeça enquanto ele bate seu membro rígido dentro de mim sucessivamente.
Ele empurra mais e mais profundamente a cada vez, com as mãos deslizando
pelos meus braços. Batendo-se cada vez mais duro contra mim, ele assiste
meus seios balançando e saltando até que ele toma ambos em suas mãos e
aperta os meus mamilos duramente. Eu berro, mas isso só faz com que ele
aperte com mais força, até que a corrente cai. Cai aos meus pés e ele a deixa
lá.
Bryan se move, empurrando para dentro de mim fodendo-me cada vez
mais rápido. O calor entre as minhas pernas percorre todo o meu corpo.
Parece que não posso ser dominada. Não há o suficiente dele para me
satisfazer, nunca. Quando seus dedos apertam mais duramente contra os meus
mamilos doloridos, meus olhos se arregalam. Ele me olha nos olhos enquanto
ele empurra para dentro de mim uma vez... forte. Minhas costas batem contra
a porta e ele me segura lá, observando-me. Seus lábios entreabertos, ele
respira sem dizer nada. Suas mãos suavemente empurram os cabelos para
longe dos meus olhos. Ele acalma por um momento e não posso suportar
isso. Seu pau está em mim, mas não importa o quanto eu me mexa, não posso
fazer com que ele me foda.
Com todo o peso do seu corpo, ele me achata contra a porta. Seus olhos
ardem com o desejo, sua testa está pingando de suor.
— Goze para mim, baby! — Ele respira e mete em mim rápido e
furiosamente. Ele não para quando eu grito. Ele continua metendo contra
mim até que meu corpo não pode ficar mais retesado.
Cada vez que ele afunda em mim eu me sinto mais excitada. Eu não posso
respirar, mas não quero que ele pare. Seu corpo me esmaga, enquanto me
monta, balançando contra mim furiosamente. Eu gemo, e posso dizer o quão
forte ele está empurrando e o quanto vou estar machucada depois, mas não
me importo. No momento, isso é muito bom. Minha pele formiga e está
pingando de suor. Meus seios saltam mais e mais para cima com cada batida
de seu corpo contra o meu. E sem outro pensamento, eu gozo. Meu grito sai
rasgado através da minha garganta. Não posso gozar silenciosamente, não
quando ele faz assim. Bryan me bate mais forte enquanto as deliciosas
sensações giram, fazendo com que todo o meu corpo entre em erupção. Eu o
sinto meter contra mim duro e profundamente, e ele goza alguns segundos
após.
Esgotada, pendurada e estremecendo contra a porta, estou pronta para
cair no chão. Bryan se afasta e me olha. Com os lábios entreabertos, ele só
olha para mim por um momento antes de desatar o cinto. Quando as minhas
mãos caem ao meu lado, meus braços queimam. Bryan me toma em seus
braços e me leva para a cama. Ele me senta na frente dele e esfrega os
músculos doloridos em meus braços e ombros. Minha cabeça se inclina para o
lado enquanto ele faz isso. Cada centímetro meu está formigando. Não quero
que esse momento termine, mas Bryan para.
Viro-me e olho para ele. Ele está brilhando, coberto por uma fina camada
de suor que cheira tão bem. Eu quero lambê-lo, mas apenas aceno. Ele vira
seus olhos esmeraldas para longe e diz:
— Eu acho que eu deveria ir.
— Você vai embora? — De repente, eu me sinto muito nua. Puxo a
coberta da cama e a enrolo em volta dos meus ombros.
— Sim, a menos que você queira que eu fique e diga a Neil tudo sobre
como eu acabei com a raça da sua noiva. — Ele me olha por um segundo. Sua
testa está coberta de suor e seu rosto está brilhando. — O que há de errado?
— Ele sempre pôde me ler tão bem. Eu quero dizer a ele sobre Victor, mas
não posso.
Eu digo outra coisa.
— Neil fez a proposta e eu disse sim. — Eu ergo o meu anel.
— Sim, eu vi isso. Você realmente aceitou? — Bryan se senta ao meu lado.
— Na verdade não. Ele aceitou por mim. — Nós dois ficamos em silêncio
por algum tempo.
Bryan se veste e diz:
— Eu voltarei para ter você do meu jeito de novo em breve. Da próxima
vez é melhor que o idiota do seu noivo tenha você pronta para mim. E eu
quero que você use isso quando estiver comigo e só comigo. — Ele levanta a
corrente do chão e a joga para mim.
A porta do quarto se abre e Neil está lívido. Ele olha para mim e depois
para Bryan:
— Você acha que isso é engraçado?
— Não, acho que ela precisa de algo que você não pode dar a ela. Estou
dando a você uma única chance de quebrar seu compromisso e foder a sua
noiva. Mas você tem que fazer isso como um animal. Satisfaça-a!
O rosto de Neil contorce desgostoso.
— Eu a satisfaço sem esse comportamento bárbaro. Fazer amor não
precisa de mordaças, amarras ou oprimir mulheres de forma nenhuma. Tenho
certeza de que Hallie só aceitou isso pela equipe, seu pedaço de merda
demente!
Essa foi a coisa mais cruel que já ouvi Neil dizendo e eu quero rir, porque
é pateticamente fraco. O homem que estava me usando, ofereceu para quebrar
o acordo se Neil prometer me pegar e fazer sexo animalesco comigo. O
homem deveria ter dito que sim, mas ele, pela sua moral, disse que não. Estou
cansada demais para pensar no que isso significa. O que aconteceu aqui?
— Ela vai tomar mais do que uma foda pela equipe. — Bryan pisca um
dos olhos. — Vejo você amanhã, escrava sexual! Trarei um colar para você e
vai usá-lo. — Bryan aperta a mão de Neil. — Você é um homem inteligente.
O que são alguns meses de infidelidade comparados com uma vida de
riquezas, certo?
Neil aperta a sua mandíbula.
— Então você planeja que isso continue por alguns meses?
— Provavelmente não por muito tempo. Eu fico entediado fodendo a
mesma mulher todo dia. Não se preocupe Neil! Ela é sua sujeira, não a minha.
— Com isso, Bryan vira as costas e sai.
— Neil, — estou pronta para explodir em lágrimas. O julgamento está
espalhado em seu rosto.
— Hallie, isso não é natural. Você não é um animal selvagem! Será que ele
conseguiu instigá-la para que você fingisse o que você não é?
Eu dou de ombros. Não quero falar sobre isso.
— Não tenho ideia.
— Eu deverei deixá-lo foder e espancar você na minha cama, sempre que
ele quiser?
Eu olho fixamente para frente.
— Até que ele se canse de mim, sim. Lide com isso! Você foi quem me
disse para fazer isso. — Eu destaco a última frase. — E ele lhe deu uma saída.
Você não aceitou. — Eu fico olhando para ele, e puxo a coberta mais forte em
volta dos meus ombros.
Neil revira os olhos.
— Eu pensei que fosse apenas uma noite.
— Eu também. Estávamos errados sobre uma porção de coisas.
Capítulo 11
Eu deveria me sentir envergonhada, mas não sinto. No dia seguinte, me
sento com Maggie no sofá enquanto Neil está fora. Ela tem estado muito
tranquila desde que a busquei em seu antigo apartamento. Maggie olha para o
espaço, e eu sei que a memória está se defrontando com o novo e joga uma e
outra vez em sua mente.
— Você quer falar sobre isso? — Eu pergunto, já sabendo a resposta.
Ela inspira e balança a cabeça, antes de oferecer-me um sorriso forçado.
— Não há nada a dizer. A mesma velha merda. Nada mudou, mas dói mais
agora. — Ela sorri como se algo fosse engraçado. — Eu pensava que doía
mais quando eu era criança. Acho que não.
— O que ele fez?
— A mesma coisa de sempre. Victor gosta de possuir coisas. — Ela muda
em seu assento e, em seguida, levanta, colocando distância entre nós. — Era
para eu arranjar-lhe uma garota. Ele tem um tipo, quadris redondos, cabelos
escuros e pele pálida, como Nicole Kidman, mas morena. Assim, a cada
semana, eu levava alguém. Elas ganham algumas centenas de dólares, e ele faz
o que faz. Na semana que eu não conseguia encontrar ninguém, eu a
substituía, mas desta vez... — Ela para de falar e balança a cabeça. — Eu não
deveria ter ido. Geralmente é apenas sexo violento. Ele dá um tapa e me
arranha. Vou para casa e é isso. Mas desta vez... — Ela balança a cabeça e olha
por cima do ombro para mim. — Eu não quero falar sobre isso. Eu tentei
fugir e, em seguida, desisti quando ele disse o que ele faria comigo, e depois
com você. Ele me deu uns tapas por um tempo, me levando do jeito que ele
quis, e então eu ouvi a sua voz e eu estava morrendo de medo que ele fosse
levá-la também. Sinto muito, Hallie.
— Não é culpa sua. — Eu me sinto horrível por deixar sua vida
desmoronar assim. Nós deveríamos estar lá uma para a outra. — Eu deveria
ter chegado mais cedo. Eu teria... Eu gostaria de poder ter tudo de volta.
Maggie sorri tristemente e envolve os braços em torno de si. — Sim, eu
também. E agora? Sem ofensa, mas eu não suporto Neil.
Concordo com a cabeça. — Eu estava pensando que deveria ter um lugar
só meu antes do casamento. Vai ser eu e você.
O olhar de Maggie desvanece no chão. — Você vai se casar com ele,
sério? — Eu aceno e lhe dou um olhar para que não me pressione agora. Ela
acrescenta: — Eu adoraria, mas você sabe que eu não posso me dar ao luxo.
— Sim, você pode. Eu tenho parte do meu pagamento antecipado.
Podemos ir a procura de uma casa sempre que quiser, oh, e esta parte não é
opcional, você trabalha para mim agora. Eu vou precisar de uma assistente
pessoal para me dizer o que fazer, você sabe, alguém um pouco mandona.
Maggie ri e me empurra, e depois bate as mãos sobre a boca, e repete a
ação. — De jeito nenhum!
— Isso. — É tão bom ver uma explosão de felicidade em seus olhos,
mesmo por um breve momento. Mas assim que ela pisca, ela se foi, perdeu-se
nas profundezas da agonia que enchem sua alma.
Um dia ela vai parar de lutar. Um dia ela vai ceder, desistir.
Ela já teria desistido se eu não tivesse aparecido. Algumas pessoas a
levaram direto para o inferno. É irônico, porque eu tenho sangue em minhas
mãos e não me sinto como se estivesse infeliz. É mais, como eu se estou
puxando Maggie, da vida tortuosa ela conhece, e esconde com esse sorriso.
Não me arrependo de minhas ações. O pensamento faz minha pele
formigar. Na parte profunda da minha mente, eu me pergunto que tipo de
pessoa que sou, mas arrumo minha coluna e me levanto. Isso me faz ser quem
eu sou e não há nada mais a se considerar. Eu fiz o que tinha que fazer. Eu
não teria tocado em Victor se ele a deixasse em paz, se ele não tivesse
ameaçado vir atrás de nós, mas ele ameaçou. Eu vi o medo nos olhos de
Maggie é a verdade. Se Victor Campone tivesse vivido, teríamos morrido.
— Está com fome? — Eu pergunto me dirigindo à geladeira.
— Sim, um pouco. — Maggie está sentada com os pés enrolados em sua
bunda e olhando para as mãos desde que eu a peguei no apartamento do
Victor. Ela raramente faz contato visual. Acho que a luta a nocauteou. Ele
aparece em surtos, mas é como um carro que está ficando sem gasolina. Estou
muito preocupada com ela. Depois de tudo que ela passou...
Isso não pode desfazê-la. Não pode.
Porque é minha culpa desta vez.
Todas as outras vezes, a Maggie revidou. Ela nunca desistiu, nunca cedeu,
e agora a minha melhor amiga está caída no sofá, coberta de hematomas e
cortes, com os olhos que se assemelham a buracos-negros que sugam tudo,
mas não vejo nada ali. Eles não sentem nada, não mais.
Eu sorrio e digo algo estúpido, tentando fazê-la rir, mas nem sequer
obtenho um sorriso de piedade. Depois de abrir a porta da geladeira, eu gemo
em voz alta. Neil está trabalhando hoje e não conseguiu ir às compras.
Maggie pergunta: — O que ele fez?
— Ele pegou todas as sobras da festa e levou para o trabalho. Eu pensei
que era bom porque ele deveria ir às compras, mas não o fez. — Estou
inclinada na geladeira vazia olhando para uma caixa de leite vencido e um
frasco de picles. Não vou comer isso. Eu bato a geladeira e acrescento: — Eu
dar rápida saída. Será que comida chinesa vai bem?
Maggie geralmente protesta e se oferece para pagar as coisas, mas hoje,
apenas balança a cabeça. — Ótimo! — Eu digo, parecendo alegre. Ela irá
voltar. Ela vai. Se eu continuar dizendo a mim mesmo vai acontecer, certo?
De repente, eu percebo que ela não recuperou-se, matar Victor não era uma
vingança suficiente, até mesmo pelo o que ele fez com Maggie.
Capítulo 12
Pego minhas chaves e ligo o motor. O carro vermelho ronrona quando o
tiro da garagem e digito o CEP do local que irei. Quando estou prestes a
desviar para o estacionamento, um policial segue atrás de mim, com as luzes
vermelhas piscando. Eu não estava em alta velocidade. Droga. Deve ser
verdade que os carros vermelhos são parados mais do que qualquer outra cor.
Eu encosto e levo o carro para o acostamento, tomando o cuidado de
manter as mãos no volante. Papai me disse para nunca ir para a minha bolsa
ou porta-luvas até que o policial esteja de pé ao lado do carro. O cara tem que
ver as minhas mãos ou ele pode atirar em mim, bem não é exatamente do jeito
que meu pai disse isso, mas é o que ele quis dizer.
Eu aperto o botão na janela, assim como o policial se aproxima. Ele está
usando o uniforme escuro que me dá vontade de sair correndo e gritando
para o meu quarto e me esconder debaixo da minha cama.
Ele não é esse cara. Pare com isso, Hallie, xingo-me, mas isso não ajuda.
Até agora, minhas mãos estão tremendo.
— A licença e registro, por favor. — O cara tem trinta e tantos anos, e um
tipo de visual assustador. Por assustador, eu quero dizer que parece que ele
poderia tomar o meu pequeno corpo e dobrá-lo estilo acordeão e enfiá-lo em
seu tronco. O cara é massa muscular pura e ele parece chateado. Eu não posso
imaginar o que eu fiz.
Eu me aproximo do porta-luvas para retirar os papéis mencionados, mas
tudo que eu encontro é o manual sobre o carro e o último aviso de mudança
de óleo. Sem documentos. Sem registro. O meu coração dá uma guinada.
Foda-se. Eu começo a pensar que Jon brincou comigo, mas mesmo ele, não
seria tão baixo. E o policial não me pediu para sair do carro ou qualquer coisa.
Minha lanterna traseira está queimada ou algo assim, isso é tudo. Isso não é
nada.
Eu vasculho minha bolsa e tiro a minha pequena carteira. Meu rosto fica
pálido quando vejo o espaço vazio onde minha carteira de motorista deveria
estar. Olho para o policial e digo baixinho: — Ela se foi.
— Você não tem uma licença ou registro desse veículo? — Ele diz algo
em seu ombro depois de ouvir um zumbido em seu fone de ouvido. — Saia
do carro, minha senhora.
Estou tremendo agora. — Eu não fiz nada de errado. Alguém pegou a
minha licença. Eu tenho uma.
Ele me ignora e me apoia no capô. Tira seus óculos de sol. Quando o
guarda, ele pergunta: — Você sabe que você está dirigindo um veículo
roubado?
— Não é roubado.
— Oh?
Eu balanço minha cabeça, pronto para chorar. Jon não faria isso para
mim, ele não iria. — Jonathan Ferro me vendeu este carro uns dias atrás por
dez mil dólares. Eu não tive a chance de renovar a papelada ainda. Eu pensei
que tinha alguns dias?
O policial concorda. Ele vira o meu rosto para o capô e me revista. —
História legal. O carro vale muito mais do que isso. Se você vai mentir pelo
menos faz a história parecer convincente.
— É verdade! Jon me vendeu por dez mil. Pergunte a ele! Eu não estou
mentindo.
Eu sinto frio do metal prender meus pulsos quando as algemas
escorregam em torno dos meus braços. Eu começo a entrar em pânico. Meu
coração dispara muito rápido e o mundo se torna um borrão. Eu não posso
parar de falar, suplicando, e quando o policial me empurra na parte de trás de
seu carro, todos os terríveis eventos em detalhes vívidos se reproduzem em
minha mente.
Eu fecho meus olhos e tento desligá-los, mas as cores iluminam e os sons
de mais de uma década tocam alto em meus ouvidos, enquanto lágrimas caem
pelo meu rosto. O passado e o presente colidem juntos com tanta violência
que eu não posso suportar isso.
Minha mãe jura para mim antes de me enfiar no armário. Pequenas mãos
envolvem em torno de mim, e eu sei que o meu irmão mais novo, Anthony,
está apavorado. Ele cresceu e seus ossos eu sinto nitidamente sob minhas
palmas. Ele chora até que fica em silêncio, até que ele adormece, até que
minha mãe teve seu efeito das drogas e amantes. Eu a ouvi rir. Eu nunca
poderia fazê-la feliz assim. Ouvi os sons de sexo, até que algo muda. A festa
normal não é mais normal.
O policial que me tirou do armário tentou tirar o corpo sem vida do meu
irmão dos meus braços. Eu não entendi. Eu o protegia dela. Eu vigiei por
Anthony, mas depois de tudo que eu fiz, não foi o suficiente. Eles pensaram
que eu o matei em primeiro lugar. Eles me empurraram para o fundo do carro
e gritei para eles até que eu não podia chorar mais. Eu queria meu irmão, mas
eles disseram que ele estava morto.
Eu não acreditei neles.
Agora, eu tenho dificuldade em acreditar em alguém e este policial abriu
uma ferida que é tão profunda que me corta até o osso. Não, não foi o policial
- foi Jon.
Eu não posso evitar o tremor, mas eu não choro. Eles me ficham e fazem
perguntas que eu ouvi antes. A estrutura nunca muda em lugares como este.
As pessoas são as mesmas. O cheiro é idêntico. Eu olho fixamente, tentando
manter minha mente em uma única peça, mas eu sinto as rachaduras pouco a
pouco.
Quem vai salvar Maggie? Se eu me perder, quem estará lá para ela?
Ninguém. Acalme-se, Hallie.
Eu tenho direito a uma ligação, então que eu chamo a pessoa que eles
estão tentando me manter longe, o homem que está me chantageando por
sexo.
Quando ele atende o telefone, Bryan parece cansado. Eu não sei de que
outra forma dizer. Eu teria pensado que ele estava dormindo, mas há algo em
sua voz que me diz que não dorme há muito tempo. — Suffolk County PD.
Deixe-me adivinhar, é Jon ou Trystan?
— Não, — minha voz é tão baixa, tão tímida que mal faz um som.
Eu o ouvi mudar e Bryan soa mais alerta quando ele responde: — Hallie?
— Venha me pegar. Eu vou lhe dever. Qualquer coisa que você quiser,
basta vir me pegar. — Eu entrego o telefone de volta ao oficial na mesa e sou
levada de volta para a minha cela.
Capítulo 13
Estou sentada em frente a uma mulher que não consegue parar de chorar.
Ela fala sobre os tíquetes de estacionamento não pagos, sobre como ela vai
perder o emprego por causa disto e como ela não trabalhou o suficiente para
pagar os tíquetes. Depois começa a hiperventilar e menciona algo sobre
remédios. Essa é a única vez que o policial no exterior da cela olha para ela.
Eles a removem da nossa cela, dizendo que vai ter seus remédios.
Alguém entra e se senta ao meu lado. Seu rosto está machucado em um
lado.
— Olá.
Eu olho para ela e não digo nada. Meus braços estão cruzados sobre o
meu peito e estou encostada à parede, pensando em maneiras de castrar Jon
Ferro. Ele sabia sobre o meu passado e o que isto faria comigo.
A mulher não é mais que uma menina, deve de ter uns dezoito anos, com
grandes olhos redondos, mas ainda tem bochechas gordinhas, infantis. Pelo
seu rosto angular não parece ter mais de vinte e dois anos. O seu cabelo
escuro é longo e está em um rabo de cavalo bagunçado.
Ela suspira e descansa as costas contra a parede de cimento frio. — Você
passará a noite aqui? Eu espero que sim. Ele precisa de tempo para esfriar. A
única parte ruim é não ter o sabão bacteriano, mas o resto está bem. Além
disso, ele vai dar-me tempo. Eu não posso estar perto dele quando ele está
assim. Ele é geralmente é bom, mas em noites como está, eu acho melhor
ficar aqui. Eu não vou fazer a minha ligação. Ei, você parece familiar. — Ela
fala sem respirar e olha para mim o tempo todo.
— Nós nunca nos conhecemos, — é tudo o que eu digo.
Ela acena com a cabeça e continua, liberando uma onda de palavras.
Sentada, escuto sua vida, a sua história, não sinto nada, apenas piedade. Ela é
como Maggie e eu. Ela não tem ninguém que se preocupe com ela, ninguém
para ouvir a sua voz e em quem encontrar consolo através de seu toque.
Eu não sei quanto tempo estive lá, mas um tempo depois eles chamam o
meu nome, a jovem foi levada para um banho e passará a noite na cela.
Imagino o por que desejar uma cela em vez de ir para casa. Isso me faz querer
chorar, e não há porra nenhuma que eu possa fazer sobre isso. Eu não posso
nem tomar conta de mim.
A porta da cela desliza aberta e faz um som mais horrível. — Hallie
Raymond, recolha as suas coisas na recepção e vá para casa com o seu amigo
que pagou sua fiança. Se você estragar tudo, ele será o único que pagará por
isso, o melhor é se comportar.
Concordo com a cabeça e percorro o caminho para a recepção. Parece
que eu não prestei atenção por um tempo, mas o faço quando vejo Bryan.
Enquanto eu ando atrás dele eu observo a maneira como ele respira, o modo
como os seus ombros estão dobrados para frente como se ele estivesse sendo
vigiado ou com dor. Eu paro atrás dele e o assisto por um momento. Seus
quadris são estreitos, como sempre, ele não perdeu muito peso, mas seu
cabelo não brilha da maneira como ele costumava brilhar. Sua respiração é
superficial e curta, como se tivesse estado correndo. Uma sensação horrível
corre pela minha espinha quando eu olho para ele.
Naquele momento, Bryan sente os olhos sobre ele e vira. Ele tem aquele
sorriso brincalhão no rosto. — Se você queria usar algemas, eu tenho algumas.
Eu ficaria feliz... poff! — Eu bato nele com toda a força do meu corpo e o
seguro apertado.
Bryan fica chocado no início. Seus braços levam um tempo até fecharem-
se em torno de mim, e depois ele me segura. Eu sinto a sua voz, a agitação
quente de ar, quando ele sussurra em meu ouvido: — Vamos sair daqui. —
Ele me solta e eu aceno. Foi quando ele me disse a última coisa que eu queria
ouvir. — Há repórteres na frente.
— O quê? — O meu queixo cai em horror.
— Eu fiz arranjos para sair pela parte de trás, mas haverá alguém. Sempre
há. Todo mundo vai saber o que aconteceu pela manhã. — Bryan pega a
minha mão e me leva, seguindo um oficial, que nos conduz através de uma
sala com armários e na parte de trás da delegacia de polícia, para um Hummer
preto. Sou empurrada para dentro, mas não antes de um flash disparar e eu
olhei diretamente para a câmera.
Bryan empurra-o de volta, mas a foto já foi tirada. Ele sobe atrás de mim
e diz: — Dirija.
— Eu não sou a porra do seu motorista, Bryan. Diga por favor. — Um
cara da minha idade, com cabelo escuro que paira em seu rosto, está no
assento do motorista. Com óculos grandes demais para obscurecer os olhos.
— Foda-se, Trystan.
Trystan revira os olhos e se afasta com sua enorme, máquina
ambientalmente irresponsável, com o objetivo de atingir os repórteres da rua,
quando sai do estacionamento. — As pessoas seriam melhores para você, se
você fosse mais agradável para elas. Isso é tudo o que estou dizendo. —
Trystan é tranquilo, mas eu sinto seus olhos em mim. Quando eu olho para
cima, ele responde ao que eu estava pensando. — Jon não fez isso com você.
Aos poucos, meu queixo inclina-se para cima e os nossos olhos se
encontram no espelho retrovisor. — Jon Ferro é um homem morto. Ele sabe
o que isto me faria. Foi a pior coisa que ele poderia ter feito.
Bryan pega a minha mão e tece os nossos dedos juntos. — Não foi Jon.
Por favor, aguarde para matá-lo até amanhã.
— Eu poderia matá-lo agora. Bryan, eu cuidei de Campone e posso cuidar
de qualquer um que mexer com Maggie ou comigo. Eu não sou mais uma
criança. — Eu soluço e tremo quando o passado e o presente eclodem juntos
novamente. Meu irmão morreu de fome. Ele morreu em meus braços e eu era
muito boba e pequena para saber o que fazer. Eu digo que eu era apenas uma
criança, porque é mais fácil do que dizer às pessoas a minha história, mas os
Ferros sabem de tudo. Eles são como baratas que conseguem encontrar cada
mentira em cada canto escuro de sua alma. — Eu não vou ser dizimada por
Jon. Foda-se ele.
Trystan e Bryan trocam um olhar, mas ninguém diz nada. Bryan me puxa
em seus braços e me segura até pararmos em frente de um antigo motel.
Bruto é a melhor maneira de descrevê-lo. Aposto que eles alugam quartos por
hora. Trystan joga para Bryan a chave do quarto. — Fique aí até eu descobrir
o que aconteceu. Eu acho que já sei, embora os detalhes sejam vagos.
Eu balanço a minha cabeça: — Não, eu não posso. Maggie está de volta e
ela precisa de mim. E Neil...
Bryan suspira, passando as mãos pelos cabelos. Depois que ele fez isso, ele
balança a mão para o seu lado. — Maggie estará bem. E Neil é um idiota.
Além disso, ele sabe que eu a levei esta noite. Aparentemente, você disse a
Maggie que eu estava chantageando você, porque ela tentou me pregar seu
calcanhar na cabeça. — Isso me faz sorrir. — Oh, você acha que é engraçado?
— Bryan me agarra e se inclina para perto. Aqueles olhos verdes brilham por
um momento antes de embaçarem. — Vamos Raymond. Estou pensando em
usá-la até que você se esqueça de quem você é.
CONTINUA
Capítulo 10
Bryan pega o meu rosto em suas mãos.
— Se você não gostar, diga-me! — Eu aceno, lentamente, com as suas
mãos quentes ainda segurando o meu rosto.
Era como se alguém apertasse um interruptor. Os olhos de Bryan se
tornaram mais escuros, mais carnais. Ele libera o meu rosto e pressiona seu
corpo tonificado contra o meu. Empurrando as minhas costas contra a porta,
certifica-se de que eu possa sentir cada centímetro dele. Tira uma corrente
prateada com um plugue em cada extremidade e o prende nos meus mamilos.
Eu ofego quando ele os aperta. O peso das correntes faz com que eu morda
os meus lábios. Enquanto ele pressiona dentro de mim, as correntes vão se
mexendo e puxando suavemente à medida que ele desliza sobre o meu corpo.
Um pequeno suspiro escapa por entre os meus lábios. Bryan me olha, seus
olhos verdes fixos nos meus. Pega um dedo e o coloca entre os meus lábios
rosados, enquanto a outra mão desliza mais para baixo, passando pela minha
barriga e entre as minhas pernas. Eu ofego. Ele se move rapidamente, tocando
a minha protuberância sensível com o polegar, alisando o dedo sobre a carne
suave, e observando o meu rosto enquanto faz isso.
Meu queixo se ergue enquanto tento não gemer. Luto contra as sensações
que estão em erupção dentro de mim, as sensações que ele está trazendo à
tona. Seus dedos se movem sobre o meu clitóris, enquanto ele puxa a corrente
suavemente. Ele sente que estou ficando mais úmida e, em seguida, sem aviso,
sem uma mudança na expressão, empurra o dedo dentro de mim. Ele ainda
está, por um tempo, vendo meus olhos. Eu pisco devagar, sentindo-o ali, entre
as minhas pernas.
Bryan empurra o dedo mais forte, mais profundo enquanto me observa.
Sua respiração está sobre os meus lábios fazendo com que me sinta tonta.
Quando ele puxa o dedo, ergue-o para a minha boca. Delineando os meus
lábios, ele me observa, espalhando meu calor úmido, como batom. Eu pisco
lentamente, com meu coração disparado, e, excitada além da compreensão.
— Prove! — Ele ofega e empurra o dedo em minha boca. Eu passo a
minha língua contra o seu dedo, mas ele o segura lá e diz: — Chupa até que
saia do meu dedo, Hallie! — Eu hesitei, mas ele diz: — Faça isso! — Minha
língua envolve o dedo, sugando-o, saboreando o gosto. Seus olhos estão
queimando, observando-me.
Enquanto chupo o dedo, ele abaixa a outra mão entre as minhas pernas,
abrindo a minha pele escorregadia. Sensações explodem dentro de mim, mas
antes que eu possa saboreá-las, as sensações mudam. O membro duro de
Bryan entra dentro de mim, fazendo com que eu chupe o dedo mais forte
ainda. Ele puxa o dedo da minha boca, e envolve as mãos em volta da minha
cintura. Fica um pouco imóvel, por um momento, respirando rápido e forte.
Depois, puxa para fora lentamente e enfia novamente, fazendo com que eu
bata contra a porta. Meus joelhos tremem à medida que ele lentamente vai me
deixando mais louca. Eu quero mais. Quero que ele me maltrate e me deixe
tonta pela paixão. Que limpe o meu medo com a luxúria, apague a minha
memória por um momento, e tire toda a dor que tem me invadido.
Eu só quero senti-lo e nada mais. O mundo desaparece até que não sei
quanto tempo se passou. Meus braços doem enquanto ele me usa,
empurrando para dentro de mim sucessivas vezes. Minha cabeça pende para o
lado e, em seguida, levanta de volta. Eu ofego todas às vezes e os meus seios
tremem com a força de seu empurrão.
Algo se desdobra dentro de mim. Quero suas mãos em mim, fazendo
tudo ao mesmo tempo. Vertentes delicadas de paixão irrompem dentro de
mim, enviando arrepios pelas minhas coxas e seios. Todos os lugares que
desejo que ele toque fervem como uma corrente viva. Arqueando minhas
costas, eu pressiono meus quadris contra os dele, só para que batam
novamente.
Seus impulsos mudam para provocar, gentilmente empurrando e puxando
para fora. Ele é tão duro, tão perfeito. Quero colocar as minhas pernas ao
redor de seus quadris, mas não posso. As respirações irregulares me
consomem e o quarto está além de quente. Meu corpo está pingando de suor.
Inclinando a cabeça para trás, olho para o teto. É quando suas mãos
encontram os meus seios. Meus lábios formam um O, mas não digo nada. Ele
sente a maciez, a plenitude das minhas curvas enquanto empurra seu pênis
longo e duro em mim lentamente, torturando-me, sucessivamente.
Tomando meus mamilos entre os dedos, ele os torce suavemente e aperta
os grampos. Eu grito, empurrando os meus seios para ele, mas a porta me
detém. Ofegante, mal posso respirar.
Ele sorri, — Shhh! Nenhum som de você! Eu quero que isso entre nós!
Não estou entendendo. Então por que ele quis fazer aquela cena com Neil
e Maggie? Naquele momento, não me importo. Faço o que ele diz e mordo o
lábio para me manter em silêncio. Ele entra profundamente dentro de mim de
novo, e minha boca se abre. Eu engulo o som antes que ele ouça. O único
barulho é a lufada de ar saindo com força dos meus pulmões.
— Boa menina, — ele ronrona e retira antes de novamente empurrar,
desta vez mais profundamente. O tom de sua voz me faz derreter.
Antes que eu possa pensar noutra coisa, os dedos de Bryan apertam em
torno das correntes nos meus mamilos. Seus quadris se mantêm pressionados
rentes aos meus, seu comprimento perdido dentro de mim. Meu queixo cai, e
eu o vejo me observando, esperando que eu faça qualquer barulho. Meus
olhos se fixam nos seus, enquanto sensações ardentes circulam através do meu
corpo, construindo mais apertado e mais forte. Ele lentamente adiciona mais
pressão, provocando e puxando os meus mamilos mais e mais, fazendo com
que a pinça aperte mais ainda. O calor em meu estômago endurece através do
meu corpo. Eu movo os meus quadris e tento balançar contra ele, mas ele me
acalma.
— Não, não. Ainda não!
Eu suspiro! — Eu gosto de ser espancada!
— Sério? — Eu aceno. Sua mão vem com força na minha bunda. Ambas
as nádegas ardem. Ele faz isso enquanto ele ainda está dentro de mim, o que
me faz apertar mais em torno dele. Ele suspira e faz isso de novo, e de novo.
O impacto de suas mãos é tão bom. A ardência envia arrepios através de mim
em ondas que não acabam. Elas navegam pelo meu estômago e se espalham
por todo o meu corpo. Todos os deliciosos formigamentos me atravessam,
fazendo com que eu deslize a minha língua sobre os dentes. Faço isso sem
pensar. É uma reação a ele, ao que está fazendo comigo.
Sem aviso, Bryan puxa para fora. Isso me deixa louca. Meus quadris
sacodem, mas não posso alcançá-lo. O cinto corta os meus pulsos enquanto
me esforço contra as limitações que me foram impostas. Ofego, observando-o
enquanto ele se move para longe de mim. O desejo arde pelo meu corpo. Não
consigo me controlar. Puxando os meus pulsos mais forte ainda, tento
libertar-me do cinto de novo, mas não consigo. Só fica mais apertado.
Ele sorri, assistindo-me lutar, até que eu paro e olho para ele. A expressão
em seu rosto, a intensidade de seus olhos, fazem com que meu estômago se
contorça. Minha respiração fica presa na minha garganta enquanto Bryan
passa perto o suficiente para me tocar, mas ele não toca. Estou ofegante.
Meus olhos estão implorando para que ele faça algo, para que me faça gozar,
deixar-me fode-lo... Qualquer coisa.
— Diga-me o que você deseja, Hallie! Implore-me por isso! — Ele
sussurra palavras ao lado do meu ouvido. A reação dentro de mim é rápida e
violenta. Seu hálito quente faz meu clitóris pulsar e parecer que vou morrer se
ele não me tocar, se ele não terminar o que começou. Ele está tão perto, quase
me tocando, mas não desliza os dedos pela minha cintura. Ele não toca o meu
peito e não provoca os meus mamilos. Isso me faz desejá-lo ainda mais. Eu
me sinto como um animal acorrentado, incapaz de pensar. — Responda-me
linda mulher! — Ele ordena e eu sinto a batida da sua mão na minha bunda.
Meu corpo está tão bem enrolado que o tapa me faz gemer. Eu não
esperava isso, mas antes que pudesse controlar os meu gemido, ele escapa dos
meus lábios. Eu ofego, chocada por não ter sido capaz de abafar o ruído ou
pará-lo a tempo. A mão de Bryan voa uma segunda vez, com mais força. Ele
observa meu rosto enquanto eu estremeço debaixo da sua mão. O tapa é
rápido, e eu sei que vou ter um problema para andar depois, mas não me
importo. Eu grito, dizendo o seu nome, empurrando os meus seios contra ele.
Um olhar perverso torce seus lábios em um sorriso sexy. — Responda-
me! — Sua voz soa como um grunhido e quando não consigo fazer nada,
senão ofegar incontrolavelmente, sua mão me atinge pela terceira vez. Mas ele
não me libera. Em vez disso, ele pega a minha bochecha na mão e aperta. A
ardência se intensifica pela forma como ele me agarra. O belo corpo de Bryan
está coberto por um brilho fino de suor, enquanto me trata grosseiramente.
— Diga-me o que você deseja!
Minha voz é um suspiro. O desejo correndo desenfreadamente. — Eu
quero suas mãos sobre mim, em mim! Eu quero que você me foda sem
sentido. Foda-me, Bryan!
— Implore por isso, Hallie! Implore mais alto! — Seu punho aperta a
minha bunda fazendo com que o meu corpo pressione contra o seu. Gotas de
suor rolam pela minha espinha.
Minha voz treme enquanto imploro, sem capacidade de manter qualquer
traço de comedimento.
— Por favor, Bryan... Por favor! Foda-me! Foda a minha buceta! Encha-
me com o seu gozo. Por favor, baby! Por favor... — Eu continuo a lhe pedir,
enquanto suas mãos deslizam sobre os meus quadris e para baixo entre as
minhas pernas. Quando ele toca o meu clitóris, eu gemo. Bryan inclina sua
cabeça para trás, olhando para mim. — Foda-me, baby! Por favor! — Meus
quadris se remexem contra a sua mão. Em resposta, ele aperta os dedos no
meu clitóris. Eu grito: — Foda-me! Por favor! Bryan! Eu preciso de você! Por
favor!
Quando eu digo o nome dele, ele quebra. Antes de saber o que está
acontecendo, suas mãos estão segurando os meus pulsos sobre a minha
cabeça enquanto ele bate seu membro rígido dentro de mim sucessivamente.
Ele empurra mais e mais profundamente a cada vez, com as mãos deslizando
pelos meus braços. Batendo-se cada vez mais duro contra mim, ele assiste
meus seios balançando e saltando até que ele toma ambos em suas mãos e
aperta os meus mamilos duramente. Eu berro, mas isso só faz com que ele
aperte com mais força, até que a corrente cai. Cai aos meus pés e ele a deixa
lá.
Bryan se move, empurrando para dentro de mim fodendo-me cada vez
mais rápido. O calor entre as minhas pernas percorre todo o meu corpo.
Parece que não posso ser dominada. Não há o suficiente dele para me
satisfazer, nunca. Quando seus dedos apertam mais duramente contra os meus
mamilos doloridos, meus olhos se arregalam. Ele me olha nos olhos enquanto
ele empurra para dentro de mim uma vez... forte. Minhas costas batem contra
a porta e ele me segura lá, observando-me. Seus lábios entreabertos, ele
respira sem dizer nada. Suas mãos suavemente empurram os cabelos para
longe dos meus olhos. Ele acalma por um momento e não posso suportar
isso. Seu pau está em mim, mas não importa o quanto eu me mexa, não posso
fazer com que ele me foda.
Com todo o peso do seu corpo, ele me achata contra a porta. Seus olhos
ardem com o desejo, sua testa está pingando de suor.
— Goze para mim, baby! — Ele respira e mete em mim rápido e
furiosamente. Ele não para quando eu grito. Ele continua metendo contra
mim até que meu corpo não pode ficar mais retesado.
Cada vez que ele afunda em mim eu me sinto mais excitada. Eu não posso
respirar, mas não quero que ele pare. Seu corpo me esmaga, enquanto me
monta, balançando contra mim furiosamente. Eu gemo, e posso dizer o quão
forte ele está empurrando e o quanto vou estar machucada depois, mas não
me importo. No momento, isso é muito bom. Minha pele formiga e está
pingando de suor. Meus seios saltam mais e mais para cima com cada batida
de seu corpo contra o meu. E sem outro pensamento, eu gozo. Meu grito sai
rasgado através da minha garganta. Não posso gozar silenciosamente, não
quando ele faz assim. Bryan me bate mais forte enquanto as deliciosas
sensações giram, fazendo com que todo o meu corpo entre em erupção. Eu o
sinto meter contra mim duro e profundamente, e ele goza alguns segundos
após.
Esgotada, pendurada e estremecendo contra a porta, estou pronta para
cair no chão. Bryan se afasta e me olha. Com os lábios entreabertos, ele só
olha para mim por um momento antes de desatar o cinto. Quando as minhas
mãos caem ao meu lado, meus braços queimam. Bryan me toma em seus
braços e me leva para a cama. Ele me senta na frente dele e esfrega os
músculos doloridos em meus braços e ombros. Minha cabeça se inclina para o
lado enquanto ele faz isso. Cada centímetro meu está formigando. Não quero
que esse momento termine, mas Bryan para.
Viro-me e olho para ele. Ele está brilhando, coberto por uma fina camada
de suor que cheira tão bem. Eu quero lambê-lo, mas apenas aceno. Ele vira
seus olhos esmeraldas para longe e diz:
— Eu acho que eu deveria ir.
— Você vai embora? — De repente, eu me sinto muito nua. Puxo a
coberta da cama e a enrolo em volta dos meus ombros.
— Sim, a menos que você queira que eu fique e diga a Neil tudo sobre
como eu acabei com a raça da sua noiva. — Ele me olha por um segundo. Sua
testa está coberta de suor e seu rosto está brilhando. — O que há de errado?
— Ele sempre pôde me ler tão bem. Eu quero dizer a ele sobre Victor, mas
não posso.
Eu digo outra coisa.
— Neil fez a proposta e eu disse sim. — Eu ergo o meu anel.
— Sim, eu vi isso. Você realmente aceitou? — Bryan se senta ao meu lado.
— Na verdade não. Ele aceitou por mim. — Nós dois ficamos em silêncio
por algum tempo.
Bryan se veste e diz:
— Eu voltarei para ter você do meu jeito de novo em breve. Da próxima
vez é melhor que o idiota do seu noivo tenha você pronta para mim. E eu
quero que você use isso quando estiver comigo e só comigo. — Ele levanta a
corrente do chão e a joga para mim.
A porta do quarto se abre e Neil está lívido. Ele olha para mim e depois
para Bryan:
— Você acha que isso é engraçado?
— Não, acho que ela precisa de algo que você não pode dar a ela. Estou
dando a você uma única chance de quebrar seu compromisso e foder a sua
noiva. Mas você tem que fazer isso como um animal. Satisfaça-a!
O rosto de Neil contorce desgostoso.
— Eu a satisfaço sem esse comportamento bárbaro. Fazer amor não
precisa de mordaças, amarras ou oprimir mulheres de forma nenhuma. Tenho
certeza de que Hallie só aceitou isso pela equipe, seu pedaço de merda
demente!
Essa foi a coisa mais cruel que já ouvi Neil dizendo e eu quero rir, porque
é pateticamente fraco. O homem que estava me usando, ofereceu para quebrar
o acordo se Neil prometer me pegar e fazer sexo animalesco comigo. O
homem deveria ter dito que sim, mas ele, pela sua moral, disse que não. Estou
cansada demais para pensar no que isso significa. O que aconteceu aqui?
— Ela vai tomar mais do que uma foda pela equipe. — Bryan pisca um
dos olhos. — Vejo você amanhã, escrava sexual! Trarei um colar para você e
vai usá-lo. — Bryan aperta a mão de Neil. — Você é um homem inteligente.
O que são alguns meses de infidelidade comparados com uma vida de
riquezas, certo?
Neil aperta a sua mandíbula.
— Então você planeja que isso continue por alguns meses?
— Provavelmente não por muito tempo. Eu fico entediado fodendo a
mesma mulher todo dia. Não se preocupe Neil! Ela é sua sujeira, não a minha.
— Com isso, Bryan vira as costas e sai.
— Neil, — estou pronta para explodir em lágrimas. O julgamento está
espalhado em seu rosto.
— Hallie, isso não é natural. Você não é um animal selvagem! Será que ele
conseguiu instigá-la para que você fingisse o que você não é?
Eu dou de ombros. Não quero falar sobre isso.
— Não tenho ideia.
— Eu deverei deixá-lo foder e espancar você na minha cama, sempre que
ele quiser?
Eu olho fixamente para frente.
— Até que ele se canse de mim, sim. Lide com isso! Você foi quem me
disse para fazer isso. — Eu destaco a última frase. — E ele lhe deu uma saída.
Você não aceitou. — Eu fico olhando para ele, e puxo a coberta mais forte em
volta dos meus ombros.
Neil revira os olhos.
— Eu pensei que fosse apenas uma noite.
— Eu também. Estávamos errados sobre uma porção de coisas.
Capítulo 11
Eu deveria me sentir envergonhada, mas não sinto. No dia seguinte, me
sento com Maggie no sofá enquanto Neil está fora. Ela tem estado muito
tranquila desde que a busquei em seu antigo apartamento. Maggie olha para o
espaço, e eu sei que a memória está se defrontando com o novo e joga uma e
outra vez em sua mente.
— Você quer falar sobre isso? — Eu pergunto, já sabendo a resposta.
Ela inspira e balança a cabeça, antes de oferecer-me um sorriso forçado.
— Não há nada a dizer. A mesma velha merda. Nada mudou, mas dói mais
agora. — Ela sorri como se algo fosse engraçado. — Eu pensava que doía
mais quando eu era criança. Acho que não.
— O que ele fez?
— A mesma coisa de sempre. Victor gosta de possuir coisas. — Ela muda
em seu assento e, em seguida, levanta, colocando distância entre nós. — Era
para eu arranjar-lhe uma garota. Ele tem um tipo, quadris redondos, cabelos
escuros e pele pálida, como Nicole Kidman, mas morena. Assim, a cada
semana, eu levava alguém. Elas ganham algumas centenas de dólares, e ele faz
o que faz. Na semana que eu não conseguia encontrar ninguém, eu a
substituía, mas desta vez... — Ela para de falar e balança a cabeça. — Eu não
deveria ter ido. Geralmente é apenas sexo violento. Ele dá um tapa e me
arranha. Vou para casa e é isso. Mas desta vez... — Ela balança a cabeça e olha
por cima do ombro para mim. — Eu não quero falar sobre isso. Eu tentei
fugir e, em seguida, desisti quando ele disse o que ele faria comigo, e depois
com você. Ele me deu uns tapas por um tempo, me levando do jeito que ele
quis, e então eu ouvi a sua voz e eu estava morrendo de medo que ele fosse
levá-la também. Sinto muito, Hallie.
— Não é culpa sua. — Eu me sinto horrível por deixar sua vida
desmoronar assim. Nós deveríamos estar lá uma para a outra. — Eu deveria
ter chegado mais cedo. Eu teria... Eu gostaria de poder ter tudo de volta.
Maggie sorri tristemente e envolve os braços em torno de si. — Sim, eu
também. E agora? Sem ofensa, mas eu não suporto Neil.
Concordo com a cabeça. — Eu estava pensando que deveria ter um lugar
só meu antes do casamento. Vai ser eu e você.
O olhar de Maggie desvanece no chão. — Você vai se casar com ele,
sério? — Eu aceno e lhe dou um olhar para que não me pressione agora. Ela
acrescenta: — Eu adoraria, mas você sabe que eu não posso me dar ao luxo.
— Sim, você pode. Eu tenho parte do meu pagamento antecipado.
Podemos ir a procura de uma casa sempre que quiser, oh, e esta parte não é
opcional, você trabalha para mim agora. Eu vou precisar de uma assistente
pessoal para me dizer o que fazer, você sabe, alguém um pouco mandona.
Maggie ri e me empurra, e depois bate as mãos sobre a boca, e repete a
ação. — De jeito nenhum!
— Isso. — É tão bom ver uma explosão de felicidade em seus olhos,
mesmo por um breve momento. Mas assim que ela pisca, ela se foi, perdeu-se
nas profundezas da agonia que enchem sua alma.
Um dia ela vai parar de lutar. Um dia ela vai ceder, desistir.
Ela já teria desistido se eu não tivesse aparecido. Algumas pessoas a
levaram direto para o inferno. É irônico, porque eu tenho sangue em minhas
mãos e não me sinto como se estivesse infeliz. É mais, como eu se estou
puxando Maggie, da vida tortuosa ela conhece, e esconde com esse sorriso.
Não me arrependo de minhas ações. O pensamento faz minha pele
formigar. Na parte profunda da minha mente, eu me pergunto que tipo de
pessoa que sou, mas arrumo minha coluna e me levanto. Isso me faz ser quem
eu sou e não há nada mais a se considerar. Eu fiz o que tinha que fazer. Eu
não teria tocado em Victor se ele a deixasse em paz, se ele não tivesse
ameaçado vir atrás de nós, mas ele ameaçou. Eu vi o medo nos olhos de
Maggie é a verdade. Se Victor Campone tivesse vivido, teríamos morrido.
— Está com fome? — Eu pergunto me dirigindo à geladeira.
— Sim, um pouco. — Maggie está sentada com os pés enrolados em sua
bunda e olhando para as mãos desde que eu a peguei no apartamento do
Victor. Ela raramente faz contato visual. Acho que a luta a nocauteou. Ele
aparece em surtos, mas é como um carro que está ficando sem gasolina. Estou
muito preocupada com ela. Depois de tudo que ela passou...
Isso não pode desfazê-la. Não pode.
Porque é minha culpa desta vez.
Todas as outras vezes, a Maggie revidou. Ela nunca desistiu, nunca cedeu,
e agora a minha melhor amiga está caída no sofá, coberta de hematomas e
cortes, com os olhos que se assemelham a buracos-negros que sugam tudo,
mas não vejo nada ali. Eles não sentem nada, não mais.
Eu sorrio e digo algo estúpido, tentando fazê-la rir, mas nem sequer
obtenho um sorriso de piedade. Depois de abrir a porta da geladeira, eu gemo
em voz alta. Neil está trabalhando hoje e não conseguiu ir às compras.
Maggie pergunta: — O que ele fez?
— Ele pegou todas as sobras da festa e levou para o trabalho. Eu pensei
que era bom porque ele deveria ir às compras, mas não o fez. — Estou
inclinada na geladeira vazia olhando para uma caixa de leite vencido e um
frasco de picles. Não vou comer isso. Eu bato a geladeira e acrescento: — Eu
dar rápida saída. Será que comida chinesa vai bem?
Maggie geralmente protesta e se oferece para pagar as coisas, mas hoje,
apenas balança a cabeça. — Ótimo! — Eu digo, parecendo alegre. Ela irá
voltar. Ela vai. Se eu continuar dizendo a mim mesmo vai acontecer, certo?
De repente, eu percebo que ela não recuperou-se, matar Victor não era uma
vingança suficiente, até mesmo pelo o que ele fez com Maggie.
Capítulo 12
Pego minhas chaves e ligo o motor. O carro vermelho ronrona quando o
tiro da garagem e digito o CEP do local que irei. Quando estou prestes a
desviar para o estacionamento, um policial segue atrás de mim, com as luzes
vermelhas piscando. Eu não estava em alta velocidade. Droga. Deve ser
verdade que os carros vermelhos são parados mais do que qualquer outra cor.
Eu encosto e levo o carro para o acostamento, tomando o cuidado de
manter as mãos no volante. Papai me disse para nunca ir para a minha bolsa
ou porta-luvas até que o policial esteja de pé ao lado do carro. O cara tem que
ver as minhas mãos ou ele pode atirar em mim, bem não é exatamente do jeito
que meu pai disse isso, mas é o que ele quis dizer.
Eu aperto o botão na janela, assim como o policial se aproxima. Ele está
usando o uniforme escuro que me dá vontade de sair correndo e gritando
para o meu quarto e me esconder debaixo da minha cama.
Ele não é esse cara. Pare com isso, Hallie, xingo-me, mas isso não ajuda.
Até agora, minhas mãos estão tremendo.
— A licença e registro, por favor. — O cara tem trinta e tantos anos, e um
tipo de visual assustador. Por assustador, eu quero dizer que parece que ele
poderia tomar o meu pequeno corpo e dobrá-lo estilo acordeão e enfiá-lo em
seu tronco. O cara é massa muscular pura e ele parece chateado. Eu não posso
imaginar o que eu fiz.
Eu me aproximo do porta-luvas para retirar os papéis mencionados, mas
tudo que eu encontro é o manual sobre o carro e o último aviso de mudança
de óleo. Sem documentos. Sem registro. O meu coração dá uma guinada.
Foda-se. Eu começo a pensar que Jon brincou comigo, mas mesmo ele, não
seria tão baixo. E o policial não me pediu para sair do carro ou qualquer coisa.
Minha lanterna traseira está queimada ou algo assim, isso é tudo. Isso não é
nada.
Eu vasculho minha bolsa e tiro a minha pequena carteira. Meu rosto fica
pálido quando vejo o espaço vazio onde minha carteira de motorista deveria
estar. Olho para o policial e digo baixinho: — Ela se foi.
— Você não tem uma licença ou registro desse veículo? — Ele diz algo
em seu ombro depois de ouvir um zumbido em seu fone de ouvido. — Saia
do carro, minha senhora.
Estou tremendo agora. — Eu não fiz nada de errado. Alguém pegou a
minha licença. Eu tenho uma.
Ele me ignora e me apoia no capô. Tira seus óculos de sol. Quando o
guarda, ele pergunta: — Você sabe que você está dirigindo um veículo
roubado?
— Não é roubado.
— Oh?
Eu balanço minha cabeça, pronto para chorar. Jon não faria isso para
mim, ele não iria. — Jonathan Ferro me vendeu este carro uns dias atrás por
dez mil dólares. Eu não tive a chance de renovar a papelada ainda. Eu pensei
que tinha alguns dias?
O policial concorda. Ele vira o meu rosto para o capô e me revista. —
História legal. O carro vale muito mais do que isso. Se você vai mentir pelo
menos faz a história parecer convincente.
— É verdade! Jon me vendeu por dez mil. Pergunte a ele! Eu não estou
mentindo.
Eu sinto frio do metal prender meus pulsos quando as algemas
escorregam em torno dos meus braços. Eu começo a entrar em pânico. Meu
coração dispara muito rápido e o mundo se torna um borrão. Eu não posso
parar de falar, suplicando, e quando o policial me empurra na parte de trás de
seu carro, todos os terríveis eventos em detalhes vívidos se reproduzem em
minha mente.
Eu fecho meus olhos e tento desligá-los, mas as cores iluminam e os sons
de mais de uma década tocam alto em meus ouvidos, enquanto lágrimas caem
pelo meu rosto. O passado e o presente colidem juntos com tanta violência
que eu não posso suportar isso.
Minha mãe jura para mim antes de me enfiar no armário. Pequenas mãos
envolvem em torno de mim, e eu sei que o meu irmão mais novo, Anthony,
está apavorado. Ele cresceu e seus ossos eu sinto nitidamente sob minhas
palmas. Ele chora até que fica em silêncio, até que ele adormece, até que
minha mãe teve seu efeito das drogas e amantes. Eu a ouvi rir. Eu nunca
poderia fazê-la feliz assim. Ouvi os sons de sexo, até que algo muda. A festa
normal não é mais normal.
O policial que me tirou do armário tentou tirar o corpo sem vida do meu
irmão dos meus braços. Eu não entendi. Eu o protegia dela. Eu vigiei por
Anthony, mas depois de tudo que eu fiz, não foi o suficiente. Eles pensaram
que eu o matei em primeiro lugar. Eles me empurraram para o fundo do carro
e gritei para eles até que eu não podia chorar mais. Eu queria meu irmão, mas
eles disseram que ele estava morto.
Eu não acreditei neles.
Agora, eu tenho dificuldade em acreditar em alguém e este policial abriu
uma ferida que é tão profunda que me corta até o osso. Não, não foi o policial
- foi Jon.
Eu não posso evitar o tremor, mas eu não choro. Eles me ficham e fazem
perguntas que eu ouvi antes. A estrutura nunca muda em lugares como este.
As pessoas são as mesmas. O cheiro é idêntico. Eu olho fixamente, tentando
manter minha mente em uma única peça, mas eu sinto as rachaduras pouco a
pouco.
Quem vai salvar Maggie? Se eu me perder, quem estará lá para ela?
Ninguém. Acalme-se, Hallie.
Eu tenho direito a uma ligação, então que eu chamo a pessoa que eles
estão tentando me manter longe, o homem que está me chantageando por
sexo.
Quando ele atende o telefone, Bryan parece cansado. Eu não sei de que
outra forma dizer. Eu teria pensado que ele estava dormindo, mas há algo em
sua voz que me diz que não dorme há muito tempo. — Suffolk County PD.
Deixe-me adivinhar, é Jon ou Trystan?
— Não, — minha voz é tão baixa, tão tímida que mal faz um som.
Eu o ouvi mudar e Bryan soa mais alerta quando ele responde: — Hallie?
— Venha me pegar. Eu vou lhe dever. Qualquer coisa que você quiser,
basta vir me pegar. — Eu entrego o telefone de volta ao oficial na mesa e sou
levada de volta para a minha cela.
Capítulo 13
Estou sentada em frente a uma mulher que não consegue parar de chorar.
Ela fala sobre os tíquetes de estacionamento não pagos, sobre como ela vai
perder o emprego por causa disto e como ela não trabalhou o suficiente para
pagar os tíquetes. Depois começa a hiperventilar e menciona algo sobre
remédios. Essa é a única vez que o policial no exterior da cela olha para ela.
Eles a removem da nossa cela, dizendo que vai ter seus remédios.
Alguém entra e se senta ao meu lado. Seu rosto está machucado em um
lado.
— Olá.
Eu olho para ela e não digo nada. Meus braços estão cruzados sobre o
meu peito e estou encostada à parede, pensando em maneiras de castrar Jon
Ferro. Ele sabia sobre o meu passado e o que isto faria comigo.
A mulher não é mais que uma menina, deve de ter uns dezoito anos, com
grandes olhos redondos, mas ainda tem bochechas gordinhas, infantis. Pelo
seu rosto angular não parece ter mais de vinte e dois anos. O seu cabelo
escuro é longo e está em um rabo de cavalo bagunçado.
Ela suspira e descansa as costas contra a parede de cimento frio. — Você
passará a noite aqui? Eu espero que sim. Ele precisa de tempo para esfriar. A
única parte ruim é não ter o sabão bacteriano, mas o resto está bem. Além
disso, ele vai dar-me tempo. Eu não posso estar perto dele quando ele está
assim. Ele é geralmente é bom, mas em noites como está, eu acho melhor
ficar aqui. Eu não vou fazer a minha ligação. Ei, você parece familiar. — Ela
fala sem respirar e olha para mim o tempo todo.
— Nós nunca nos conhecemos, — é tudo o que eu digo.
Ela acena com a cabeça e continua, liberando uma onda de palavras.
Sentada, escuto sua vida, a sua história, não sinto nada, apenas piedade. Ela é
como Maggie e eu. Ela não tem ninguém que se preocupe com ela, ninguém
para ouvir a sua voz e em quem encontrar consolo através de seu toque.
Eu não sei quanto tempo estive lá, mas um tempo depois eles chamam o
meu nome, a jovem foi levada para um banho e passará a noite na cela.
Imagino o por que desejar uma cela em vez de ir para casa. Isso me faz querer
chorar, e não há porra nenhuma que eu possa fazer sobre isso. Eu não posso
nem tomar conta de mim.
A porta da cela desliza aberta e faz um som mais horrível. — Hallie
Raymond, recolha as suas coisas na recepção e vá para casa com o seu amigo
que pagou sua fiança. Se você estragar tudo, ele será o único que pagará por
isso, o melhor é se comportar.
Concordo com a cabeça e percorro o caminho para a recepção. Parece
que eu não prestei atenção por um tempo, mas o faço quando vejo Bryan.
Enquanto eu ando atrás dele eu observo a maneira como ele respira, o modo
como os seus ombros estão dobrados para frente como se ele estivesse sendo
vigiado ou com dor. Eu paro atrás dele e o assisto por um momento. Seus
quadris são estreitos, como sempre, ele não perdeu muito peso, mas seu
cabelo não brilha da maneira como ele costumava brilhar. Sua respiração é
superficial e curta, como se tivesse estado correndo. Uma sensação horrível
corre pela minha espinha quando eu olho para ele.
Naquele momento, Bryan sente os olhos sobre ele e vira. Ele tem aquele
sorriso brincalhão no rosto. — Se você queria usar algemas, eu tenho algumas.
Eu ficaria feliz... poff! — Eu bato nele com toda a força do meu corpo e o
seguro apertado.
Bryan fica chocado no início. Seus braços levam um tempo até fecharem-
se em torno de mim, e depois ele me segura. Eu sinto a sua voz, a agitação
quente de ar, quando ele sussurra em meu ouvido: — Vamos sair daqui. —
Ele me solta e eu aceno. Foi quando ele me disse a última coisa que eu queria
ouvir. — Há repórteres na frente.
— O quê? — O meu queixo cai em horror.
— Eu fiz arranjos para sair pela parte de trás, mas haverá alguém. Sempre
há. Todo mundo vai saber o que aconteceu pela manhã. — Bryan pega a
minha mão e me leva, seguindo um oficial, que nos conduz através de uma
sala com armários e na parte de trás da delegacia de polícia, para um Hummer
preto. Sou empurrada para dentro, mas não antes de um flash disparar e eu
olhei diretamente para a câmera.
Bryan empurra-o de volta, mas a foto já foi tirada. Ele sobe atrás de mim
e diz: — Dirija.
— Eu não sou a porra do seu motorista, Bryan. Diga por favor. — Um
cara da minha idade, com cabelo escuro que paira em seu rosto, está no
assento do motorista. Com óculos grandes demais para obscurecer os olhos.
— Foda-se, Trystan.
Trystan revira os olhos e se afasta com sua enorme, máquina
ambientalmente irresponsável, com o objetivo de atingir os repórteres da rua,
quando sai do estacionamento. — As pessoas seriam melhores para você, se
você fosse mais agradável para elas. Isso é tudo o que estou dizendo. —
Trystan é tranquilo, mas eu sinto seus olhos em mim. Quando eu olho para
cima, ele responde ao que eu estava pensando. — Jon não fez isso com você.
Aos poucos, meu queixo inclina-se para cima e os nossos olhos se
encontram no espelho retrovisor. — Jon Ferro é um homem morto. Ele sabe
o que isto me faria. Foi a pior coisa que ele poderia ter feito.
Bryan pega a minha mão e tece os nossos dedos juntos. — Não foi Jon.
Por favor, aguarde para matá-lo até amanhã.
— Eu poderia matá-lo agora. Bryan, eu cuidei de Campone e posso cuidar
de qualquer um que mexer com Maggie ou comigo. Eu não sou mais uma
criança. — Eu soluço e tremo quando o passado e o presente eclodem juntos
novamente. Meu irmão morreu de fome. Ele morreu em meus braços e eu era
muito boba e pequena para saber o que fazer. Eu digo que eu era apenas uma
criança, porque é mais fácil do que dizer às pessoas a minha história, mas os
Ferros sabem de tudo. Eles são como baratas que conseguem encontrar cada
mentira em cada canto escuro de sua alma. — Eu não vou ser dizimada por
Jon. Foda-se ele.
Trystan e Bryan trocam um olhar, mas ninguém diz nada. Bryan me puxa
em seus braços e me segura até pararmos em frente de um antigo motel.
Bruto é a melhor maneira de descrevê-lo. Aposto que eles alugam quartos por
hora. Trystan joga para Bryan a chave do quarto. — Fique aí até eu descobrir
o que aconteceu. Eu acho que já sei, embora os detalhes sejam vagos.
Eu balanço a minha cabeça: — Não, eu não posso. Maggie está de volta e
ela precisa de mim. E Neil...
Bryan suspira, passando as mãos pelos cabelos. Depois que ele fez isso, ele
balança a mão para o seu lado. — Maggie estará bem. E Neil é um idiota.
Além disso, ele sabe que eu a levei esta noite. Aparentemente, você disse a
Maggie que eu estava chantageando você, porque ela tentou me pregar seu
calcanhar na cabeça. — Isso me faz sorrir. — Oh, você acha que é engraçado?
— Bryan me agarra e se inclina para perto. Aqueles olhos verdes brilham por
um momento antes de embaçarem. — Vamos Raymond. Estou pensando em
usá-la até que você se esqueça de quem você é.
CONTINUA
Capítulo 10
Bryan pega o meu rosto em suas mãos.
— Se você não gostar, diga-me! — Eu aceno, lentamente, com as suas
mãos quentes ainda segurando o meu rosto.
Era como se alguém apertasse um interruptor. Os olhos de Bryan se
tornaram mais escuros, mais carnais. Ele libera o meu rosto e pressiona seu
corpo tonificado contra o meu. Empurrando as minhas costas contra a porta,
certifica-se de que eu possa sentir cada centímetro dele. Tira uma corrente
prateada com um plugue em cada extremidade e o prende nos meus mamilos.
Eu ofego quando ele os aperta. O peso das correntes faz com que eu morda
os meus lábios. Enquanto ele pressiona dentro de mim, as correntes vão se
mexendo e puxando suavemente à medida que ele desliza sobre o meu corpo.
Um pequeno suspiro escapa por entre os meus lábios. Bryan me olha, seus
olhos verdes fixos nos meus. Pega um dedo e o coloca entre os meus lábios
rosados, enquanto a outra mão desliza mais para baixo, passando pela minha
barriga e entre as minhas pernas. Eu ofego. Ele se move rapidamente, tocando
a minha protuberância sensível com o polegar, alisando o dedo sobre a carne
suave, e observando o meu rosto enquanto faz isso.
Meu queixo se ergue enquanto tento não gemer. Luto contra as sensações
que estão em erupção dentro de mim, as sensações que ele está trazendo à
tona. Seus dedos se movem sobre o meu clitóris, enquanto ele puxa a corrente
suavemente. Ele sente que estou ficando mais úmida e, em seguida, sem aviso,
sem uma mudança na expressão, empurra o dedo dentro de mim. Ele ainda
está, por um tempo, vendo meus olhos. Eu pisco devagar, sentindo-o ali, entre
as minhas pernas.
Bryan empurra o dedo mais forte, mais profundo enquanto me observa.
Sua respiração está sobre os meus lábios fazendo com que me sinta tonta.
Quando ele puxa o dedo, ergue-o para a minha boca. Delineando os meus
lábios, ele me observa, espalhando meu calor úmido, como batom. Eu pisco
lentamente, com meu coração disparado, e, excitada além da compreensão.
— Prove! — Ele ofega e empurra o dedo em minha boca. Eu passo a
minha língua contra o seu dedo, mas ele o segura lá e diz: — Chupa até que
saia do meu dedo, Hallie! — Eu hesitei, mas ele diz: — Faça isso! — Minha
língua envolve o dedo, sugando-o, saboreando o gosto. Seus olhos estão
queimando, observando-me.
Enquanto chupo o dedo, ele abaixa a outra mão entre as minhas pernas,
abrindo a minha pele escorregadia. Sensações explodem dentro de mim, mas
antes que eu possa saboreá-las, as sensações mudam. O membro duro de
Bryan entra dentro de mim, fazendo com que eu chupe o dedo mais forte
ainda. Ele puxa o dedo da minha boca, e envolve as mãos em volta da minha
cintura. Fica um pouco imóvel, por um momento, respirando rápido e forte.
Depois, puxa para fora lentamente e enfia novamente, fazendo com que eu
bata contra a porta. Meus joelhos tremem à medida que ele lentamente vai me
deixando mais louca. Eu quero mais. Quero que ele me maltrate e me deixe
tonta pela paixão. Que limpe o meu medo com a luxúria, apague a minha
memória por um momento, e tire toda a dor que tem me invadido.
Eu só quero senti-lo e nada mais. O mundo desaparece até que não sei
quanto tempo se passou. Meus braços doem enquanto ele me usa,
empurrando para dentro de mim sucessivas vezes. Minha cabeça pende para o
lado e, em seguida, levanta de volta. Eu ofego todas às vezes e os meus seios
tremem com a força de seu empurrão.
Algo se desdobra dentro de mim. Quero suas mãos em mim, fazendo
tudo ao mesmo tempo. Vertentes delicadas de paixão irrompem dentro de
mim, enviando arrepios pelas minhas coxas e seios. Todos os lugares que
desejo que ele toque fervem como uma corrente viva. Arqueando minhas
costas, eu pressiono meus quadris contra os dele, só para que batam
novamente.
Seus impulsos mudam para provocar, gentilmente empurrando e puxando
para fora. Ele é tão duro, tão perfeito. Quero colocar as minhas pernas ao
redor de seus quadris, mas não posso. As respirações irregulares me
consomem e o quarto está além de quente. Meu corpo está pingando de suor.
Inclinando a cabeça para trás, olho para o teto. É quando suas mãos
encontram os meus seios. Meus lábios formam um O, mas não digo nada. Ele
sente a maciez, a plenitude das minhas curvas enquanto empurra seu pênis
longo e duro em mim lentamente, torturando-me, sucessivamente.
Tomando meus mamilos entre os dedos, ele os torce suavemente e aperta
os grampos. Eu grito, empurrando os meus seios para ele, mas a porta me
detém. Ofegante, mal posso respirar.
Ele sorri, — Shhh! Nenhum som de você! Eu quero que isso entre nós!
Não estou entendendo. Então por que ele quis fazer aquela cena com Neil
e Maggie? Naquele momento, não me importo. Faço o que ele diz e mordo o
lábio para me manter em silêncio. Ele entra profundamente dentro de mim de
novo, e minha boca se abre. Eu engulo o som antes que ele ouça. O único
barulho é a lufada de ar saindo com força dos meus pulmões.
— Boa menina, — ele ronrona e retira antes de novamente empurrar,
desta vez mais profundamente. O tom de sua voz me faz derreter.
Antes que eu possa pensar noutra coisa, os dedos de Bryan apertam em
torno das correntes nos meus mamilos. Seus quadris se mantêm pressionados
rentes aos meus, seu comprimento perdido dentro de mim. Meu queixo cai, e
eu o vejo me observando, esperando que eu faça qualquer barulho. Meus
olhos se fixam nos seus, enquanto sensações ardentes circulam através do meu
corpo, construindo mais apertado e mais forte. Ele lentamente adiciona mais
pressão, provocando e puxando os meus mamilos mais e mais, fazendo com
que a pinça aperte mais ainda. O calor em meu estômago endurece através do
meu corpo. Eu movo os meus quadris e tento balançar contra ele, mas ele me
acalma.
— Não, não. Ainda não!
Eu suspiro! — Eu gosto de ser espancada!
— Sério? — Eu aceno. Sua mão vem com força na minha bunda. Ambas
as nádegas ardem. Ele faz isso enquanto ele ainda está dentro de mim, o que
me faz apertar mais em torno dele. Ele suspira e faz isso de novo, e de novo.
O impacto de suas mãos é tão bom. A ardência envia arrepios através de mim
em ondas que não acabam. Elas navegam pelo meu estômago e se espalham
por todo o meu corpo. Todos os deliciosos formigamentos me atravessam,
fazendo com que eu deslize a minha língua sobre os dentes. Faço isso sem
pensar. É uma reação a ele, ao que está fazendo comigo.
Sem aviso, Bryan puxa para fora. Isso me deixa louca. Meus quadris
sacodem, mas não posso alcançá-lo. O cinto corta os meus pulsos enquanto
me esforço contra as limitações que me foram impostas. Ofego, observando-o
enquanto ele se move para longe de mim. O desejo arde pelo meu corpo. Não
consigo me controlar. Puxando os meus pulsos mais forte ainda, tento
libertar-me do cinto de novo, mas não consigo. Só fica mais apertado.
Ele sorri, assistindo-me lutar, até que eu paro e olho para ele. A expressão
em seu rosto, a intensidade de seus olhos, fazem com que meu estômago se
contorça. Minha respiração fica presa na minha garganta enquanto Bryan
passa perto o suficiente para me tocar, mas ele não toca. Estou ofegante.
Meus olhos estão implorando para que ele faça algo, para que me faça gozar,
deixar-me fode-lo... Qualquer coisa.
— Diga-me o que você deseja, Hallie! Implore-me por isso! — Ele
sussurra palavras ao lado do meu ouvido. A reação dentro de mim é rápida e
violenta. Seu hálito quente faz meu clitóris pulsar e parecer que vou morrer se
ele não me tocar, se ele não terminar o que começou. Ele está tão perto, quase
me tocando, mas não desliza os dedos pela minha cintura. Ele não toca o meu
peito e não provoca os meus mamilos. Isso me faz desejá-lo ainda mais. Eu
me sinto como um animal acorrentado, incapaz de pensar. — Responda-me
linda mulher! — Ele ordena e eu sinto a batida da sua mão na minha bunda.
Meu corpo está tão bem enrolado que o tapa me faz gemer. Eu não
esperava isso, mas antes que pudesse controlar os meu gemido, ele escapa dos
meus lábios. Eu ofego, chocada por não ter sido capaz de abafar o ruído ou
pará-lo a tempo. A mão de Bryan voa uma segunda vez, com mais força. Ele
observa meu rosto enquanto eu estremeço debaixo da sua mão. O tapa é
rápido, e eu sei que vou ter um problema para andar depois, mas não me
importo. Eu grito, dizendo o seu nome, empurrando os meus seios contra ele.
Um olhar perverso torce seus lábios em um sorriso sexy. — Responda-
me! — Sua voz soa como um grunhido e quando não consigo fazer nada,
senão ofegar incontrolavelmente, sua mão me atinge pela terceira vez. Mas ele
não me libera. Em vez disso, ele pega a minha bochecha na mão e aperta. A
ardência se intensifica pela forma como ele me agarra. O belo corpo de Bryan
está coberto por um brilho fino de suor, enquanto me trata grosseiramente.
— Diga-me o que você deseja!
Minha voz é um suspiro. O desejo correndo desenfreadamente. — Eu
quero suas mãos sobre mim, em mim! Eu quero que você me foda sem
sentido. Foda-me, Bryan!
— Implore por isso, Hallie! Implore mais alto! — Seu punho aperta a
minha bunda fazendo com que o meu corpo pressione contra o seu. Gotas de
suor rolam pela minha espinha.
Minha voz treme enquanto imploro, sem capacidade de manter qualquer
traço de comedimento.
— Por favor, Bryan... Por favor! Foda-me! Foda a minha buceta! Encha-
me com o seu gozo. Por favor, baby! Por favor... — Eu continuo a lhe pedir,
enquanto suas mãos deslizam sobre os meus quadris e para baixo entre as
minhas pernas. Quando ele toca o meu clitóris, eu gemo. Bryan inclina sua
cabeça para trás, olhando para mim. — Foda-me, baby! Por favor! — Meus
quadris se remexem contra a sua mão. Em resposta, ele aperta os dedos no
meu clitóris. Eu grito: — Foda-me! Por favor! Bryan! Eu preciso de você! Por
favor!
Quando eu digo o nome dele, ele quebra. Antes de saber o que está
acontecendo, suas mãos estão segurando os meus pulsos sobre a minha
cabeça enquanto ele bate seu membro rígido dentro de mim sucessivamente.
Ele empurra mais e mais profundamente a cada vez, com as mãos deslizando
pelos meus braços. Batendo-se cada vez mais duro contra mim, ele assiste
meus seios balançando e saltando até que ele toma ambos em suas mãos e
aperta os meus mamilos duramente. Eu berro, mas isso só faz com que ele
aperte com mais força, até que a corrente cai. Cai aos meus pés e ele a deixa
lá.
Bryan se move, empurrando para dentro de mim fodendo-me cada vez
mais rápido. O calor entre as minhas pernas percorre todo o meu corpo.
Parece que não posso ser dominada. Não há o suficiente dele para me
satisfazer, nunca. Quando seus dedos apertam mais duramente contra os meus
mamilos doloridos, meus olhos se arregalam. Ele me olha nos olhos enquanto
ele empurra para dentro de mim uma vez... forte. Minhas costas batem contra
a porta e ele me segura lá, observando-me. Seus lábios entreabertos, ele
respira sem dizer nada. Suas mãos suavemente empurram os cabelos para
longe dos meus olhos. Ele acalma por um momento e não posso suportar
isso. Seu pau está em mim, mas não importa o quanto eu me mexa, não posso
fazer com que ele me foda.
Com todo o peso do seu corpo, ele me achata contra a porta. Seus olhos
ardem com o desejo, sua testa está pingando de suor.
— Goze para mim, baby! — Ele respira e mete em mim rápido e
furiosamente. Ele não para quando eu grito. Ele continua metendo contra
mim até que meu corpo não pode ficar mais retesado.
Cada vez que ele afunda em mim eu me sinto mais excitada. Eu não posso
respirar, mas não quero que ele pare. Seu corpo me esmaga, enquanto me
monta, balançando contra mim furiosamente. Eu gemo, e posso dizer o quão
forte ele está empurrando e o quanto vou estar machucada depois, mas não
me importo. No momento, isso é muito bom. Minha pele formiga e está
pingando de suor. Meus seios saltam mais e mais para cima com cada batida
de seu corpo contra o meu. E sem outro pensamento, eu gozo. Meu grito sai
rasgado através da minha garganta. Não posso gozar silenciosamente, não
quando ele faz assim. Bryan me bate mais forte enquanto as deliciosas
sensações giram, fazendo com que todo o meu corpo entre em erupção. Eu o
sinto meter contra mim duro e profundamente, e ele goza alguns segundos
após.
Esgotada, pendurada e estremecendo contra a porta, estou pronta para
cair no chão. Bryan se afasta e me olha. Com os lábios entreabertos, ele só
olha para mim por um momento antes de desatar o cinto. Quando as minhas
mãos caem ao meu lado, meus braços queimam. Bryan me toma em seus
braços e me leva para a cama. Ele me senta na frente dele e esfrega os
músculos doloridos em meus braços e ombros. Minha cabeça se inclina para o
lado enquanto ele faz isso. Cada centímetro meu está formigando. Não quero
que esse momento termine, mas Bryan para.
Viro-me e olho para ele. Ele está brilhando, coberto por uma fina camada
de suor que cheira tão bem. Eu quero lambê-lo, mas apenas aceno. Ele vira
seus olhos esmeraldas para longe e diz:
— Eu acho que eu deveria ir.
— Você vai embora? — De repente, eu me sinto muito nua. Puxo a
coberta da cama e a enrolo em volta dos meus ombros.
— Sim, a menos que você queira que eu fique e diga a Neil tudo sobre
como eu acabei com a raça da sua noiva. — Ele me olha por um segundo. Sua
testa está coberta de suor e seu rosto está brilhando. — O que há de errado?
— Ele sempre pôde me ler tão bem. Eu quero dizer a ele sobre Victor, mas
não posso.
Eu digo outra coisa.
— Neil fez a proposta e eu disse sim. — Eu ergo o meu anel.
— Sim, eu vi isso. Você realmente aceitou? — Bryan se senta ao meu lado.
— Na verdade não. Ele aceitou por mim. — Nós dois ficamos em silêncio
por algum tempo.
Bryan se veste e diz:
— Eu voltarei para ter você do meu jeito de novo em breve. Da próxima
vez é melhor que o idiota do seu noivo tenha você pronta para mim. E eu
quero que você use isso quando estiver comigo e só comigo. — Ele levanta a
corrente do chão e a joga para mim.
A porta do quarto se abre e Neil está lívido. Ele olha para mim e depois
para Bryan:
— Você acha que isso é engraçado?
— Não, acho que ela precisa de algo que você não pode dar a ela. Estou
dando a você uma única chance de quebrar seu compromisso e foder a sua
noiva. Mas você tem que fazer isso como um animal. Satisfaça-a!
O rosto de Neil contorce desgostoso.
— Eu a satisfaço sem esse comportamento bárbaro. Fazer amor não
precisa de mordaças, amarras ou oprimir mulheres de forma nenhuma. Tenho
certeza de que Hallie só aceitou isso pela equipe, seu pedaço de merda
demente!
Essa foi a coisa mais cruel que já ouvi Neil dizendo e eu quero rir, porque
é pateticamente fraco. O homem que estava me usando, ofereceu para quebrar
o acordo se Neil prometer me pegar e fazer sexo animalesco comigo. O
homem deveria ter dito que sim, mas ele, pela sua moral, disse que não. Estou
cansada demais para pensar no que isso significa. O que aconteceu aqui?
— Ela vai tomar mais do que uma foda pela equipe. — Bryan pisca um
dos olhos. — Vejo você amanhã, escrava sexual! Trarei um colar para você e
vai usá-lo. — Bryan aperta a mão de Neil. — Você é um homem inteligente.
O que são alguns meses de infidelidade comparados com uma vida de
riquezas, certo?
Neil aperta a sua mandíbula.
— Então você planeja que isso continue por alguns meses?
— Provavelmente não por muito tempo. Eu fico entediado fodendo a
mesma mulher todo dia. Não se preocupe Neil! Ela é sua sujeira, não a minha.
— Com isso, Bryan vira as costas e sai.
— Neil, — estou pronta para explodir em lágrimas. O julgamento está
espalhado em seu rosto.
— Hallie, isso não é natural. Você não é um animal selvagem! Será que ele
conseguiu instigá-la para que você fingisse o que você não é?
Eu dou de ombros. Não quero falar sobre isso.
— Não tenho ideia.
— Eu deverei deixá-lo foder e espancar você na minha cama, sempre que
ele quiser?
Eu olho fixamente para frente.
— Até que ele se canse de mim, sim. Lide com isso! Você foi quem me
disse para fazer isso. — Eu destaco a última frase. — E ele lhe deu uma saída.
Você não aceitou. — Eu fico olhando para ele, e puxo a coberta mais forte em
volta dos meus ombros.
Neil revira os olhos.
— Eu pensei que fosse apenas uma noite.
— Eu também. Estávamos errados sobre uma porção de coisas.
Capítulo 11
Eu deveria me sentir envergonhada, mas não sinto. No dia seguinte, me
sento com Maggie no sofá enquanto Neil está fora. Ela tem estado muito
tranquila desde que a busquei em seu antigo apartamento. Maggie olha para o
espaço, e eu sei que a memória está se defrontando com o novo e joga uma e
outra vez em sua mente.
— Você quer falar sobre isso? — Eu pergunto, já sabendo a resposta.
Ela inspira e balança a cabeça, antes de oferecer-me um sorriso forçado.
— Não há nada a dizer. A mesma velha merda. Nada mudou, mas dói mais
agora. — Ela sorri como se algo fosse engraçado. — Eu pensava que doía
mais quando eu era criança. Acho que não.
— O que ele fez?
— A mesma coisa de sempre. Victor gosta de possuir coisas. — Ela muda
em seu assento e, em seguida, levanta, colocando distância entre nós. — Era
para eu arranjar-lhe uma garota. Ele tem um tipo, quadris redondos, cabelos
escuros e pele pálida, como Nicole Kidman, mas morena. Assim, a cada
semana, eu levava alguém. Elas ganham algumas centenas de dólares, e ele faz
o que faz. Na semana que eu não conseguia encontrar ninguém, eu a
substituía, mas desta vez... — Ela para de falar e balança a cabeça. — Eu não
deveria ter ido. Geralmente é apenas sexo violento. Ele dá um tapa e me
arranha. Vou para casa e é isso. Mas desta vez... — Ela balança a cabeça e olha
por cima do ombro para mim. — Eu não quero falar sobre isso. Eu tentei
fugir e, em seguida, desisti quando ele disse o que ele faria comigo, e depois
com você. Ele me deu uns tapas por um tempo, me levando do jeito que ele
quis, e então eu ouvi a sua voz e eu estava morrendo de medo que ele fosse
levá-la também. Sinto muito, Hallie.
— Não é culpa sua. — Eu me sinto horrível por deixar sua vida
desmoronar assim. Nós deveríamos estar lá uma para a outra. — Eu deveria
ter chegado mais cedo. Eu teria... Eu gostaria de poder ter tudo de volta.
Maggie sorri tristemente e envolve os braços em torno de si. — Sim, eu
também. E agora? Sem ofensa, mas eu não suporto Neil.
Concordo com a cabeça. — Eu estava pensando que deveria ter um lugar
só meu antes do casamento. Vai ser eu e você.
O olhar de Maggie desvanece no chão. — Você vai se casar com ele,
sério? — Eu aceno e lhe dou um olhar para que não me pressione agora. Ela
acrescenta: — Eu adoraria, mas você sabe que eu não posso me dar ao luxo.
— Sim, você pode. Eu tenho parte do meu pagamento antecipado.
Podemos ir a procura de uma casa sempre que quiser, oh, e esta parte não é
opcional, você trabalha para mim agora. Eu vou precisar de uma assistente
pessoal para me dizer o que fazer, você sabe, alguém um pouco mandona.
Maggie ri e me empurra, e depois bate as mãos sobre a boca, e repete a
ação. — De jeito nenhum!
— Isso. — É tão bom ver uma explosão de felicidade em seus olhos,
mesmo por um breve momento. Mas assim que ela pisca, ela se foi, perdeu-se
nas profundezas da agonia que enchem sua alma.
Um dia ela vai parar de lutar. Um dia ela vai ceder, desistir.
Ela já teria desistido se eu não tivesse aparecido. Algumas pessoas a
levaram direto para o inferno. É irônico, porque eu tenho sangue em minhas
mãos e não me sinto como se estivesse infeliz. É mais, como eu se estou
puxando Maggie, da vida tortuosa ela conhece, e esconde com esse sorriso.
Não me arrependo de minhas ações. O pensamento faz minha pele
formigar. Na parte profunda da minha mente, eu me pergunto que tipo de
pessoa que sou, mas arrumo minha coluna e me levanto. Isso me faz ser quem
eu sou e não há nada mais a se considerar. Eu fiz o que tinha que fazer. Eu
não teria tocado em Victor se ele a deixasse em paz, se ele não tivesse
ameaçado vir atrás de nós, mas ele ameaçou. Eu vi o medo nos olhos de
Maggie é a verdade. Se Victor Campone tivesse vivido, teríamos morrido.
— Está com fome? — Eu pergunto me dirigindo à geladeira.
— Sim, um pouco. — Maggie está sentada com os pés enrolados em sua
bunda e olhando para as mãos desde que eu a peguei no apartamento do
Victor. Ela raramente faz contato visual. Acho que a luta a nocauteou. Ele
aparece em surtos, mas é como um carro que está ficando sem gasolina. Estou
muito preocupada com ela. Depois de tudo que ela passou...
Isso não pode desfazê-la. Não pode.
Porque é minha culpa desta vez.
Todas as outras vezes, a Maggie revidou. Ela nunca desistiu, nunca cedeu,
e agora a minha melhor amiga está caída no sofá, coberta de hematomas e
cortes, com os olhos que se assemelham a buracos-negros que sugam tudo,
mas não vejo nada ali. Eles não sentem nada, não mais.
Eu sorrio e digo algo estúpido, tentando fazê-la rir, mas nem sequer
obtenho um sorriso de piedade. Depois de abrir a porta da geladeira, eu gemo
em voz alta. Neil está trabalhando hoje e não conseguiu ir às compras.
Maggie pergunta: — O que ele fez?
— Ele pegou todas as sobras da festa e levou para o trabalho. Eu pensei
que era bom porque ele deveria ir às compras, mas não o fez. — Estou
inclinada na geladeira vazia olhando para uma caixa de leite vencido e um
frasco de picles. Não vou comer isso. Eu bato a geladeira e acrescento: — Eu
dar rápida saída. Será que comida chinesa vai bem?
Maggie geralmente protesta e se oferece para pagar as coisas, mas hoje,
apenas balança a cabeça. — Ótimo! — Eu digo, parecendo alegre. Ela irá
voltar. Ela vai. Se eu continuar dizendo a mim mesmo vai acontecer, certo?
De repente, eu percebo que ela não recuperou-se, matar Victor não era uma
vingança suficiente, até mesmo pelo o que ele fez com Maggie.
Capítulo 12
Pego minhas chaves e ligo o motor. O carro vermelho ronrona quando o
tiro da garagem e digito o CEP do local que irei. Quando estou prestes a
desviar para o estacionamento, um policial segue atrás de mim, com as luzes
vermelhas piscando. Eu não estava em alta velocidade. Droga. Deve ser
verdade que os carros vermelhos são parados mais do que qualquer outra cor.
Eu encosto e levo o carro para o acostamento, tomando o cuidado de
manter as mãos no volante. Papai me disse para nunca ir para a minha bolsa
ou porta-luvas até que o policial esteja de pé ao lado do carro. O cara tem que
ver as minhas mãos ou ele pode atirar em mim, bem não é exatamente do jeito
que meu pai disse isso, mas é o que ele quis dizer.
Eu aperto o botão na janela, assim como o policial se aproxima. Ele está
usando o uniforme escuro que me dá vontade de sair correndo e gritando
para o meu quarto e me esconder debaixo da minha cama.
Ele não é esse cara. Pare com isso, Hallie, xingo-me, mas isso não ajuda.
Até agora, minhas mãos estão tremendo.
— A licença e registro, por favor. — O cara tem trinta e tantos anos, e um
tipo de visual assustador. Por assustador, eu quero dizer que parece que ele
poderia tomar o meu pequeno corpo e dobrá-lo estilo acordeão e enfiá-lo em
seu tronco. O cara é massa muscular pura e ele parece chateado. Eu não posso
imaginar o que eu fiz.
Eu me aproximo do porta-luvas para retirar os papéis mencionados, mas
tudo que eu encontro é o manual sobre o carro e o último aviso de mudança
de óleo. Sem documentos. Sem registro. O meu coração dá uma guinada.
Foda-se. Eu começo a pensar que Jon brincou comigo, mas mesmo ele, não
seria tão baixo. E o policial não me pediu para sair do carro ou qualquer coisa.
Minha lanterna traseira está queimada ou algo assim, isso é tudo. Isso não é
nada.
Eu vasculho minha bolsa e tiro a minha pequena carteira. Meu rosto fica
pálido quando vejo o espaço vazio onde minha carteira de motorista deveria
estar. Olho para o policial e digo baixinho: — Ela se foi.
— Você não tem uma licença ou registro desse veículo? — Ele diz algo
em seu ombro depois de ouvir um zumbido em seu fone de ouvido. — Saia
do carro, minha senhora.
Estou tremendo agora. — Eu não fiz nada de errado. Alguém pegou a
minha licença. Eu tenho uma.
Ele me ignora e me apoia no capô. Tira seus óculos de sol. Quando o
guarda, ele pergunta: — Você sabe que você está dirigindo um veículo
roubado?
— Não é roubado.
— Oh?
Eu balanço minha cabeça, pronto para chorar. Jon não faria isso para
mim, ele não iria. — Jonathan Ferro me vendeu este carro uns dias atrás por
dez mil dólares. Eu não tive a chance de renovar a papelada ainda. Eu pensei
que tinha alguns dias?
O policial concorda. Ele vira o meu rosto para o capô e me revista. —
História legal. O carro vale muito mais do que isso. Se você vai mentir pelo
menos faz a história parecer convincente.
— É verdade! Jon me vendeu por dez mil. Pergunte a ele! Eu não estou
mentindo.
Eu sinto frio do metal prender meus pulsos quando as algemas
escorregam em torno dos meus braços. Eu começo a entrar em pânico. Meu
coração dispara muito rápido e o mundo se torna um borrão. Eu não posso
parar de falar, suplicando, e quando o policial me empurra na parte de trás de
seu carro, todos os terríveis eventos em detalhes vívidos se reproduzem em
minha mente.
Eu fecho meus olhos e tento desligá-los, mas as cores iluminam e os sons
de mais de uma década tocam alto em meus ouvidos, enquanto lágrimas caem
pelo meu rosto. O passado e o presente colidem juntos com tanta violência
que eu não posso suportar isso.
Minha mãe jura para mim antes de me enfiar no armário. Pequenas mãos
envolvem em torno de mim, e eu sei que o meu irmão mais novo, Anthony,
está apavorado. Ele cresceu e seus ossos eu sinto nitidamente sob minhas
palmas. Ele chora até que fica em silêncio, até que ele adormece, até que
minha mãe teve seu efeito das drogas e amantes. Eu a ouvi rir. Eu nunca
poderia fazê-la feliz assim. Ouvi os sons de sexo, até que algo muda. A festa
normal não é mais normal.
O policial que me tirou do armário tentou tirar o corpo sem vida do meu
irmão dos meus braços. Eu não entendi. Eu o protegia dela. Eu vigiei por
Anthony, mas depois de tudo que eu fiz, não foi o suficiente. Eles pensaram
que eu o matei em primeiro lugar. Eles me empurraram para o fundo do carro
e gritei para eles até que eu não podia chorar mais. Eu queria meu irmão, mas
eles disseram que ele estava morto.
Eu não acreditei neles.
Agora, eu tenho dificuldade em acreditar em alguém e este policial abriu
uma ferida que é tão profunda que me corta até o osso. Não, não foi o policial
- foi Jon.
Eu não posso evitar o tremor, mas eu não choro. Eles me ficham e fazem
perguntas que eu ouvi antes. A estrutura nunca muda em lugares como este.
As pessoas são as mesmas. O cheiro é idêntico. Eu olho fixamente, tentando
manter minha mente em uma única peça, mas eu sinto as rachaduras pouco a
pouco.
Quem vai salvar Maggie? Se eu me perder, quem estará lá para ela?
Ninguém. Acalme-se, Hallie.
Eu tenho direito a uma ligação, então que eu chamo a pessoa que eles
estão tentando me manter longe, o homem que está me chantageando por
sexo.
Quando ele atende o telefone, Bryan parece cansado. Eu não sei de que
outra forma dizer. Eu teria pensado que ele estava dormindo, mas há algo em
sua voz que me diz que não dorme há muito tempo. — Suffolk County PD.
Deixe-me adivinhar, é Jon ou Trystan?
— Não, — minha voz é tão baixa, tão tímida que mal faz um som.
Eu o ouvi mudar e Bryan soa mais alerta quando ele responde: — Hallie?
— Venha me pegar. Eu vou lhe dever. Qualquer coisa que você quiser,
basta vir me pegar. — Eu entrego o telefone de volta ao oficial na mesa e sou
levada de volta para a minha cela.
Capítulo 13
Estou sentada em frente a uma mulher que não consegue parar de chorar.
Ela fala sobre os tíquetes de estacionamento não pagos, sobre como ela vai
perder o emprego por causa disto e como ela não trabalhou o suficiente para
pagar os tíquetes. Depois começa a hiperventilar e menciona algo sobre
remédios. Essa é a única vez que o policial no exterior da cela olha para ela.
Eles a removem da nossa cela, dizendo que vai ter seus remédios.
Alguém entra e se senta ao meu lado. Seu rosto está machucado em um
lado.
— Olá.
Eu olho para ela e não digo nada. Meus braços estão cruzados sobre o
meu peito e estou encostada à parede, pensando em maneiras de castrar Jon
Ferro. Ele sabia sobre o meu passado e o que isto faria comigo.
A mulher não é mais que uma menina, deve de ter uns dezoito anos, com
grandes olhos redondos, mas ainda tem bochechas gordinhas, infantis. Pelo
seu rosto angular não parece ter mais de vinte e dois anos. O seu cabelo
escuro é longo e está em um rabo de cavalo bagunçado.
Ela suspira e descansa as costas contra a parede de cimento frio. — Você
passará a noite aqui? Eu espero que sim. Ele precisa de tempo para esfriar. A
única parte ruim é não ter o sabão bacteriano, mas o resto está bem. Além
disso, ele vai dar-me tempo. Eu não posso estar perto dele quando ele está
assim. Ele é geralmente é bom, mas em noites como está, eu acho melhor
ficar aqui. Eu não vou fazer a minha ligação. Ei, você parece familiar. — Ela
fala sem respirar e olha para mim o tempo todo.
— Nós nunca nos conhecemos, — é tudo o que eu digo.
Ela acena com a cabeça e continua, liberando uma onda de palavras.
Sentada, escuto sua vida, a sua história, não sinto nada, apenas piedade. Ela é
como Maggie e eu. Ela não tem ninguém que se preocupe com ela, ninguém
para ouvir a sua voz e em quem encontrar consolo através de seu toque.
Eu não sei quanto tempo estive lá, mas um tempo depois eles chamam o
meu nome, a jovem foi levada para um banho e passará a noite na cela.
Imagino o por que desejar uma cela em vez de ir para casa. Isso me faz querer
chorar, e não há porra nenhuma que eu possa fazer sobre isso. Eu não posso
nem tomar conta de mim.
A porta da cela desliza aberta e faz um som mais horrível. — Hallie
Raymond, recolha as suas coisas na recepção e vá para casa com o seu amigo
que pagou sua fiança. Se você estragar tudo, ele será o único que pagará por
isso, o melhor é se comportar.
Concordo com a cabeça e percorro o caminho para a recepção. Parece
que eu não prestei atenção por um tempo, mas o faço quando vejo Bryan.
Enquanto eu ando atrás dele eu observo a maneira como ele respira, o modo
como os seus ombros estão dobrados para frente como se ele estivesse sendo
vigiado ou com dor. Eu paro atrás dele e o assisto por um momento. Seus
quadris são estreitos, como sempre, ele não perdeu muito peso, mas seu
cabelo não brilha da maneira como ele costumava brilhar. Sua respiração é
superficial e curta, como se tivesse estado correndo. Uma sensação horrível
corre pela minha espinha quando eu olho para ele.
Naquele momento, Bryan sente os olhos sobre ele e vira. Ele tem aquele
sorriso brincalhão no rosto. — Se você queria usar algemas, eu tenho algumas.
Eu ficaria feliz... poff! — Eu bato nele com toda a força do meu corpo e o
seguro apertado.
Bryan fica chocado no início. Seus braços levam um tempo até fecharem-
se em torno de mim, e depois ele me segura. Eu sinto a sua voz, a agitação
quente de ar, quando ele sussurra em meu ouvido: — Vamos sair daqui. —
Ele me solta e eu aceno. Foi quando ele me disse a última coisa que eu queria
ouvir. — Há repórteres na frente.
— O quê? — O meu queixo cai em horror.
— Eu fiz arranjos para sair pela parte de trás, mas haverá alguém. Sempre
há. Todo mundo vai saber o que aconteceu pela manhã. — Bryan pega a
minha mão e me leva, seguindo um oficial, que nos conduz através de uma
sala com armários e na parte de trás da delegacia de polícia, para um Hummer
preto. Sou empurrada para dentro, mas não antes de um flash disparar e eu
olhei diretamente para a câmera.
Bryan empurra-o de volta, mas a foto já foi tirada. Ele sobe atrás de mim
e diz: — Dirija.
— Eu não sou a porra do seu motorista, Bryan. Diga por favor. — Um
cara da minha idade, com cabelo escuro que paira em seu rosto, está no
assento do motorista. Com óculos grandes demais para obscurecer os olhos.
— Foda-se, Trystan.
Trystan revira os olhos e se afasta com sua enorme, máquina
ambientalmente irresponsável, com o objetivo de atingir os repórteres da rua,
quando sai do estacionamento. — As pessoas seriam melhores para você, se
você fosse mais agradável para elas. Isso é tudo o que estou dizendo. —
Trystan é tranquilo, mas eu sinto seus olhos em mim. Quando eu olho para
cima, ele responde ao que eu estava pensando. — Jon não fez isso com você.
Aos poucos, meu queixo inclina-se para cima e os nossos olhos se
encontram no espelho retrovisor. — Jon Ferro é um homem morto. Ele sabe
o que isto me faria. Foi a pior coisa que ele poderia ter feito.
Bryan pega a minha mão e tece os nossos dedos juntos. — Não foi Jon.
Por favor, aguarde para matá-lo até amanhã.
— Eu poderia matá-lo agora. Bryan, eu cuidei de Campone e posso cuidar
de qualquer um que mexer com Maggie ou comigo. Eu não sou mais uma
criança. — Eu soluço e tremo quando o passado e o presente eclodem juntos
novamente. Meu irmão morreu de fome. Ele morreu em meus braços e eu era
muito boba e pequena para saber o que fazer. Eu digo que eu era apenas uma
criança, porque é mais fácil do que dizer às pessoas a minha história, mas os
Ferros sabem de tudo. Eles são como baratas que conseguem encontrar cada
mentira em cada canto escuro de sua alma. — Eu não vou ser dizimada por
Jon. Foda-se ele.
Trystan e Bryan trocam um olhar, mas ninguém diz nada. Bryan me puxa
em seus braços e me segura até pararmos em frente de um antigo motel.
Bruto é a melhor maneira de descrevê-lo. Aposto que eles alugam quartos por
hora. Trystan joga para Bryan a chave do quarto. — Fique aí até eu descobrir
o que aconteceu. Eu acho que já sei, embora os detalhes sejam vagos.
Eu balanço a minha cabeça: — Não, eu não posso. Maggie está de volta e
ela precisa de mim. E Neil...
Bryan suspira, passando as mãos pelos cabelos. Depois que ele fez isso, ele
balança a mão para o seu lado. — Maggie estará bem. E Neil é um idiota.
Além disso, ele sabe que eu a levei esta noite. Aparentemente, você disse a
Maggie que eu estava chantageando você, porque ela tentou me pregar seu
calcanhar na cabeça. — Isso me faz sorrir. — Oh, você acha que é engraçado?
— Bryan me agarra e se inclina para perto. Aqueles olhos verdes brilham por
um momento antes de embaçarem. — Vamos Raymond. Estou pensando em
usá-la até que você se esqueça de quem você é.
CONTINUA
Capítulo 10
Bryan pega o meu rosto em suas mãos.
— Se você não gostar, diga-me! — Eu aceno, lentamente, com as suas
mãos quentes ainda segurando o meu rosto.
Era como se alguém apertasse um interruptor. Os olhos de Bryan se
tornaram mais escuros, mais carnais. Ele libera o meu rosto e pressiona seu
corpo tonificado contra o meu. Empurrando as minhas costas contra a porta,
certifica-se de que eu possa sentir cada centímetro dele. Tira uma corrente
prateada com um plugue em cada extremidade e o prende nos meus mamilos.
Eu ofego quando ele os aperta. O peso das correntes faz com que eu morda
os meus lábios. Enquanto ele pressiona dentro de mim, as correntes vão se
mexendo e puxando suavemente à medida que ele desliza sobre o meu corpo.
Um pequeno suspiro escapa por entre os meus lábios. Bryan me olha, seus
olhos verdes fixos nos meus. Pega um dedo e o coloca entre os meus lábios
rosados, enquanto a outra mão desliza mais para baixo, passando pela minha
barriga e entre as minhas pernas. Eu ofego. Ele se move rapidamente, tocando
a minha protuberância sensível com o polegar, alisando o dedo sobre a carne
suave, e observando o meu rosto enquanto faz isso.
Meu queixo se ergue enquanto tento não gemer. Luto contra as sensações
que estão em erupção dentro de mim, as sensações que ele está trazendo à
tona. Seus dedos se movem sobre o meu clitóris, enquanto ele puxa a corrente
suavemente. Ele sente que estou ficando mais úmida e, em seguida, sem aviso,
sem uma mudança na expressão, empurra o dedo dentro de mim. Ele ainda
está, por um tempo, vendo meus olhos. Eu pisco devagar, sentindo-o ali, entre
as minhas pernas.
Bryan empurra o dedo mais forte, mais profundo enquanto me observa.
Sua respiração está sobre os meus lábios fazendo com que me sinta tonta.
Quando ele puxa o dedo, ergue-o para a minha boca. Delineando os meus
lábios, ele me observa, espalhando meu calor úmido, como batom. Eu pisco
lentamente, com meu coração disparado, e, excitada além da compreensão.
— Prove! — Ele ofega e empurra o dedo em minha boca. Eu passo a
minha língua contra o seu dedo, mas ele o segura lá e diz: — Chupa até que
saia do meu dedo, Hallie! — Eu hesitei, mas ele diz: — Faça isso! — Minha
língua envolve o dedo, sugando-o, saboreando o gosto. Seus olhos estão
queimando, observando-me.
Enquanto chupo o dedo, ele abaixa a outra mão entre as minhas pernas,
abrindo a minha pele escorregadia. Sensações explodem dentro de mim, mas
antes que eu possa saboreá-las, as sensações mudam. O membro duro de
Bryan entra dentro de mim, fazendo com que eu chupe o dedo mais forte
ainda. Ele puxa o dedo da minha boca, e envolve as mãos em volta da minha
cintura. Fica um pouco imóvel, por um momento, respirando rápido e forte.
Depois, puxa para fora lentamente e enfia novamente, fazendo com que eu
bata contra a porta. Meus joelhos tremem à medida que ele lentamente vai me
deixando mais louca. Eu quero mais. Quero que ele me maltrate e me deixe
tonta pela paixão. Que limpe o meu medo com a luxúria, apague a minha
memória por um momento, e tire toda a dor que tem me invadido.
Eu só quero senti-lo e nada mais. O mundo desaparece até que não sei
quanto tempo se passou. Meus braços doem enquanto ele me usa,
empurrando para dentro de mim sucessivas vezes. Minha cabeça pende para o
lado e, em seguida, levanta de volta. Eu ofego todas às vezes e os meus seios
tremem com a força de seu empurrão.
Algo se desdobra dentro de mim. Quero suas mãos em mim, fazendo
tudo ao mesmo tempo. Vertentes delicadas de paixão irrompem dentro de
mim, enviando arrepios pelas minhas coxas e seios. Todos os lugares que
desejo que ele toque fervem como uma corrente viva. Arqueando minhas
costas, eu pressiono meus quadris contra os dele, só para que batam
novamente.
Seus impulsos mudam para provocar, gentilmente empurrando e puxando
para fora. Ele é tão duro, tão perfeito. Quero colocar as minhas pernas ao
redor de seus quadris, mas não posso. As respirações irregulares me
consomem e o quarto está além de quente. Meu corpo está pingando de suor.
Inclinando a cabeça para trás, olho para o teto. É quando suas mãos
encontram os meus seios. Meus lábios formam um O, mas não digo nada. Ele
sente a maciez, a plenitude das minhas curvas enquanto empurra seu pênis
longo e duro em mim lentamente, torturando-me, sucessivamente.
Tomando meus mamilos entre os dedos, ele os torce suavemente e aperta
os grampos. Eu grito, empurrando os meus seios para ele, mas a porta me
detém. Ofegante, mal posso respirar.
Ele sorri, — Shhh! Nenhum som de você! Eu quero que isso entre nós!
Não estou entendendo. Então por que ele quis fazer aquela cena com Neil
e Maggie? Naquele momento, não me importo. Faço o que ele diz e mordo o
lábio para me manter em silêncio. Ele entra profundamente dentro de mim de
novo, e minha boca se abre. Eu engulo o som antes que ele ouça. O único
barulho é a lufada de ar saindo com força dos meus pulmões.
— Boa menina, — ele ronrona e retira antes de novamente empurrar,
desta vez mais profundamente. O tom de sua voz me faz derreter.
Antes que eu possa pensar noutra coisa, os dedos de Bryan apertam em
torno das correntes nos meus mamilos. Seus quadris se mantêm pressionados
rentes aos meus, seu comprimento perdido dentro de mim. Meu queixo cai, e
eu o vejo me observando, esperando que eu faça qualquer barulho. Meus
olhos se fixam nos seus, enquanto sensações ardentes circulam através do meu
corpo, construindo mais apertado e mais forte. Ele lentamente adiciona mais
pressão, provocando e puxando os meus mamilos mais e mais, fazendo com
que a pinça aperte mais ainda. O calor em meu estômago endurece através do
meu corpo. Eu movo os meus quadris e tento balançar contra ele, mas ele me
acalma.
— Não, não. Ainda não!
Eu suspiro! — Eu gosto de ser espancada!
— Sério? — Eu aceno. Sua mão vem com força na minha bunda. Ambas
as nádegas ardem. Ele faz isso enquanto ele ainda está dentro de mim, o que
me faz apertar mais em torno dele. Ele suspira e faz isso de novo, e de novo.
O impacto de suas mãos é tão bom. A ardência envia arrepios através de mim
em ondas que não acabam. Elas navegam pelo meu estômago e se espalham
por todo o meu corpo. Todos os deliciosos formigamentos me atravessam,
fazendo com que eu deslize a minha língua sobre os dentes. Faço isso sem
pensar. É uma reação a ele, ao que está fazendo comigo.
Sem aviso, Bryan puxa para fora. Isso me deixa louca. Meus quadris
sacodem, mas não posso alcançá-lo. O cinto corta os meus pulsos enquanto
me esforço contra as limitações que me foram impostas. Ofego, observando-o
enquanto ele se move para longe de mim. O desejo arde pelo meu corpo. Não
consigo me controlar. Puxando os meus pulsos mais forte ainda, tento
libertar-me do cinto de novo, mas não consigo. Só fica mais apertado.
Ele sorri, assistindo-me lutar, até que eu paro e olho para ele. A expressão
em seu rosto, a intensidade de seus olhos, fazem com que meu estômago se
contorça. Minha respiração fica presa na minha garganta enquanto Bryan
passa perto o suficiente para me tocar, mas ele não toca. Estou ofegante.
Meus olhos estão implorando para que ele faça algo, para que me faça gozar,
deixar-me fode-lo... Qualquer coisa.
— Diga-me o que você deseja, Hallie! Implore-me por isso! — Ele
sussurra palavras ao lado do meu ouvido. A reação dentro de mim é rápida e
violenta. Seu hálito quente faz meu clitóris pulsar e parecer que vou morrer se
ele não me tocar, se ele não terminar o que começou. Ele está tão perto, quase
me tocando, mas não desliza os dedos pela minha cintura. Ele não toca o meu
peito e não provoca os meus mamilos. Isso me faz desejá-lo ainda mais. Eu
me sinto como um animal acorrentado, incapaz de pensar. — Responda-me
linda mulher! — Ele ordena e eu sinto a batida da sua mão na minha bunda.
Meu corpo está tão bem enrolado que o tapa me faz gemer. Eu não
esperava isso, mas antes que pudesse controlar os meu gemido, ele escapa dos
meus lábios. Eu ofego, chocada por não ter sido capaz de abafar o ruído ou
pará-lo a tempo. A mão de Bryan voa uma segunda vez, com mais força. Ele
observa meu rosto enquanto eu estremeço debaixo da sua mão. O tapa é
rápido, e eu sei que vou ter um problema para andar depois, mas não me
importo. Eu grito, dizendo o seu nome, empurrando os meus seios contra ele.
Um olhar perverso torce seus lábios em um sorriso sexy. — Responda-
me! — Sua voz soa como um grunhido e quando não consigo fazer nada,
senão ofegar incontrolavelmente, sua mão me atinge pela terceira vez. Mas ele
não me libera. Em vez disso, ele pega a minha bochecha na mão e aperta. A
ardência se intensifica pela forma como ele me agarra. O belo corpo de Bryan
está coberto por um brilho fino de suor, enquanto me trata grosseiramente.
— Diga-me o que você deseja!
Minha voz é um suspiro. O desejo correndo desenfreadamente. — Eu
quero suas mãos sobre mim, em mim! Eu quero que você me foda sem
sentido. Foda-me, Bryan!
— Implore por isso, Hallie! Implore mais alto! — Seu punho aperta a
minha bunda fazendo com que o meu corpo pressione contra o seu. Gotas de
suor rolam pela minha espinha.
Minha voz treme enquanto imploro, sem capacidade de manter qualquer
traço de comedimento.
— Por favor, Bryan... Por favor! Foda-me! Foda a minha buceta! Encha-
me com o seu gozo. Por favor, baby! Por favor... — Eu continuo a lhe pedir,
enquanto suas mãos deslizam sobre os meus quadris e para baixo entre as
minhas pernas. Quando ele toca o meu clitóris, eu gemo. Bryan inclina sua
cabeça para trás, olhando para mim. — Foda-me, baby! Por favor! — Meus
quadris se remexem contra a sua mão. Em resposta, ele aperta os dedos no
meu clitóris. Eu grito: — Foda-me! Por favor! Bryan! Eu preciso de você! Por
favor!
Quando eu digo o nome dele, ele quebra. Antes de saber o que está
acontecendo, suas mãos estão segurando os meus pulsos sobre a minha
cabeça enquanto ele bate seu membro rígido dentro de mim sucessivamente.
Ele empurra mais e mais profundamente a cada vez, com as mãos deslizando
pelos meus braços. Batendo-se cada vez mais duro contra mim, ele assiste
meus seios balançando e saltando até que ele toma ambos em suas mãos e
aperta os meus mamilos duramente. Eu berro, mas isso só faz com que ele
aperte com mais força, até que a corrente cai. Cai aos meus pés e ele a deixa
lá.
Bryan se move, empurrando para dentro de mim fodendo-me cada vez
mais rápido. O calor entre as minhas pernas percorre todo o meu corpo.
Parece que não posso ser dominada. Não há o suficiente dele para me
satisfazer, nunca. Quando seus dedos apertam mais duramente contra os meus
mamilos doloridos, meus olhos se arregalam. Ele me olha nos olhos enquanto
ele empurra para dentro de mim uma vez... forte. Minhas costas batem contra
a porta e ele me segura lá, observando-me. Seus lábios entreabertos, ele
respira sem dizer nada. Suas mãos suavemente empurram os cabelos para
longe dos meus olhos. Ele acalma por um momento e não posso suportar
isso. Seu pau está em mim, mas não importa o quanto eu me mexa, não posso
fazer com que ele me foda.
Com todo o peso do seu corpo, ele me achata contra a porta. Seus olhos
ardem com o desejo, sua testa está pingando de suor.
— Goze para mim, baby! — Ele respira e mete em mim rápido e
furiosamente. Ele não para quando eu grito. Ele continua metendo contra
mim até que meu corpo não pode ficar mais retesado.
Cada vez que ele afunda em mim eu me sinto mais excitada. Eu não posso
respirar, mas não quero que ele pare. Seu corpo me esmaga, enquanto me
monta, balançando contra mim furiosamente. Eu gemo, e posso dizer o quão
forte ele está empurrando e o quanto vou estar machucada depois, mas não
me importo. No momento, isso é muito bom. Minha pele formiga e está
pingando de suor. Meus seios saltam mais e mais para cima com cada batida
de seu corpo contra o meu. E sem outro pensamento, eu gozo. Meu grito sai
rasgado através da minha garganta. Não posso gozar silenciosamente, não
quando ele faz assim. Bryan me bate mais forte enquanto as deliciosas
sensações giram, fazendo com que todo o meu corpo entre em erupção. Eu o
sinto meter contra mim duro e profundamente, e ele goza alguns segundos
após.
Esgotada, pendurada e estremecendo contra a porta, estou pronta para
cair no chão. Bryan se afasta e me olha. Com os lábios entreabertos, ele só
olha para mim por um momento antes de desatar o cinto. Quando as minhas
mãos caem ao meu lado, meus braços queimam. Bryan me toma em seus
braços e me leva para a cama. Ele me senta na frente dele e esfrega os
músculos doloridos em meus braços e ombros. Minha cabeça se inclina para o
lado enquanto ele faz isso. Cada centímetro meu está formigando. Não quero
que esse momento termine, mas Bryan para.
Viro-me e olho para ele. Ele está brilhando, coberto por uma fina camada
de suor que cheira tão bem. Eu quero lambê-lo, mas apenas aceno. Ele vira
seus olhos esmeraldas para longe e diz:
— Eu acho que eu deveria ir.
— Você vai embora? — De repente, eu me sinto muito nua. Puxo a
coberta da cama e a enrolo em volta dos meus ombros.
— Sim, a menos que você queira que eu fique e diga a Neil tudo sobre
como eu acabei com a raça da sua noiva. — Ele me olha por um segundo. Sua
testa está coberta de suor e seu rosto está brilhando. — O que há de errado?
— Ele sempre pôde me ler tão bem. Eu quero dizer a ele sobre Victor, mas
não posso.
Eu digo outra coisa.
— Neil fez a proposta e eu disse sim. — Eu ergo o meu anel.
— Sim, eu vi isso. Você realmente aceitou? — Bryan se senta ao meu lado.
— Na verdade não. Ele aceitou por mim. — Nós dois ficamos em silêncio
por algum tempo.
Bryan se veste e diz:
— Eu voltarei para ter você do meu jeito de novo em breve. Da próxima
vez é melhor que o idiota do seu noivo tenha você pronta para mim. E eu
quero que você use isso quando estiver comigo e só comigo. — Ele levanta a
corrente do chão e a joga para mim.
A porta do quarto se abre e Neil está lívido. Ele olha para mim e depois
para Bryan:
— Você acha que isso é engraçado?
— Não, acho que ela precisa de algo que você não pode dar a ela. Estou
dando a você uma única chance de quebrar seu compromisso e foder a sua
noiva. Mas você tem que fazer isso como um animal. Satisfaça-a!
O rosto de Neil contorce desgostoso.
— Eu a satisfaço sem esse comportamento bárbaro. Fazer amor não
precisa de mordaças, amarras ou oprimir mulheres de forma nenhuma. Tenho
certeza de que Hallie só aceitou isso pela equipe, seu pedaço de merda
demente!
Essa foi a coisa mais cruel que já ouvi Neil dizendo e eu quero rir, porque
é pateticamente fraco. O homem que estava me usando, ofereceu para quebrar
o acordo se Neil prometer me pegar e fazer sexo animalesco comigo. O
homem deveria ter dito que sim, mas ele, pela sua moral, disse que não. Estou
cansada demais para pensar no que isso significa. O que aconteceu aqui?
— Ela vai tomar mais do que uma foda pela equipe. — Bryan pisca um
dos olhos. — Vejo você amanhã, escrava sexual! Trarei um colar para você e
vai usá-lo. — Bryan aperta a mão de Neil. — Você é um homem inteligente.
O que são alguns meses de infidelidade comparados com uma vida de
riquezas, certo?
Neil aperta a sua mandíbula.
— Então você planeja que isso continue por alguns meses?
— Provavelmente não por muito tempo. Eu fico entediado fodendo a
mesma mulher todo dia. Não se preocupe Neil! Ela é sua sujeira, não a minha.
— Com isso, Bryan vira as costas e sai.
— Neil, — estou pronta para explodir em lágrimas. O julgamento está
espalhado em seu rosto.
— Hallie, isso não é natural. Você não é um animal selvagem! Será que ele
conseguiu instigá-la para que você fingisse o que você não é?
Eu dou de ombros. Não quero falar sobre isso.
— Não tenho ideia.
— Eu deverei deixá-lo foder e espancar você na minha cama, sempre que
ele quiser?
Eu olho fixamente para frente.
— Até que ele se canse de mim, sim. Lide com isso! Você foi quem me
disse para fazer isso. — Eu destaco a última frase. — E ele lhe deu uma saída.
Você não aceitou. — Eu fico olhando para ele, e puxo a coberta mais forte em
volta dos meus ombros.
Neil revira os olhos.
— Eu pensei que fosse apenas uma noite.
— Eu também. Estávamos errados sobre uma porção de coisas.
Capítulo 11
Eu deveria me sentir envergonhada, mas não sinto. No dia seguinte, me
sento com Maggie no sofá enquanto Neil está fora. Ela tem estado muito
tranquila desde que a busquei em seu antigo apartamento. Maggie olha para o
espaço, e eu sei que a memória está se defrontando com o novo e joga uma e
outra vez em sua mente.
— Você quer falar sobre isso? — Eu pergunto, já sabendo a resposta.
Ela inspira e balança a cabeça, antes de oferecer-me um sorriso forçado.
— Não há nada a dizer. A mesma velha merda. Nada mudou, mas dói mais
agora. — Ela sorri como se algo fosse engraçado. — Eu pensava que doía
mais quando eu era criança. Acho que não.
— O que ele fez?
— A mesma coisa de sempre. Victor gosta de possuir coisas. — Ela muda
em seu assento e, em seguida, levanta, colocando distância entre nós. — Era
para eu arranjar-lhe uma garota. Ele tem um tipo, quadris redondos, cabelos
escuros e pele pálida, como Nicole Kidman, mas morena. Assim, a cada
semana, eu levava alguém. Elas ganham algumas centenas de dólares, e ele faz
o que faz. Na semana que eu não conseguia encontrar ninguém, eu a
substituía, mas desta vez... — Ela para de falar e balança a cabeça. — Eu não
deveria ter ido. Geralmente é apenas sexo violento. Ele dá um tapa e me
arranha. Vou para casa e é isso. Mas desta vez... — Ela balança a cabeça e olha
por cima do ombro para mim. — Eu não quero falar sobre isso. Eu tentei
fugir e, em seguida, desisti quando ele disse o que ele faria comigo, e depois
com você. Ele me deu uns tapas por um tempo, me levando do jeito que ele
quis, e então eu ouvi a sua voz e eu estava morrendo de medo que ele fosse
levá-la também. Sinto muito, Hallie.
— Não é culpa sua. — Eu me sinto horrível por deixar sua vida
desmoronar assim. Nós deveríamos estar lá uma para a outra. — Eu deveria
ter chegado mais cedo. Eu teria... Eu gostaria de poder ter tudo de volta.
Maggie sorri tristemente e envolve os braços em torno de si. — Sim, eu
também. E agora? Sem ofensa, mas eu não suporto Neil.
Concordo com a cabeça. — Eu estava pensando que deveria ter um lugar
só meu antes do casamento. Vai ser eu e você.
O olhar de Maggie desvanece no chão. — Você vai se casar com ele,
sério? — Eu aceno e lhe dou um olhar para que não me pressione agora. Ela
acrescenta: — Eu adoraria, mas você sabe que eu não posso me dar ao luxo.
— Sim, você pode. Eu tenho parte do meu pagamento antecipado.
Podemos ir a procura de uma casa sempre que quiser, oh, e esta parte não é
opcional, você trabalha para mim agora. Eu vou precisar de uma assistente
pessoal para me dizer o que fazer, você sabe, alguém um pouco mandona.
Maggie ri e me empurra, e depois bate as mãos sobre a boca, e repete a
ação. — De jeito nenhum!
— Isso. — É tão bom ver uma explosão de felicidade em seus olhos,
mesmo por um breve momento. Mas assim que ela pisca, ela se foi, perdeu-se
nas profundezas da agonia que enchem sua alma.
Um dia ela vai parar de lutar. Um dia ela vai ceder, desistir.
Ela já teria desistido se eu não tivesse aparecido. Algumas pessoas a
levaram direto para o inferno. É irônico, porque eu tenho sangue em minhas
mãos e não me sinto como se estivesse infeliz. É mais, como eu se estou
puxando Maggie, da vida tortuosa ela conhece, e esconde com esse sorriso.
Não me arrependo de minhas ações. O pensamento faz minha pele
formigar. Na parte profunda da minha mente, eu me pergunto que tipo de
pessoa que sou, mas arrumo minha coluna e me levanto. Isso me faz ser quem
eu sou e não há nada mais a se considerar. Eu fiz o que tinha que fazer. Eu
não teria tocado em Victor se ele a deixasse em paz, se ele não tivesse
ameaçado vir atrás de nós, mas ele ameaçou. Eu vi o medo nos olhos de
Maggie é a verdade. Se Victor Campone tivesse vivido, teríamos morrido.
— Está com fome? — Eu pergunto me dirigindo à geladeira.
— Sim, um pouco. — Maggie está sentada com os pés enrolados em sua
bunda e olhando para as mãos desde que eu a peguei no apartamento do
Victor. Ela raramente faz contato visual. Acho que a luta a nocauteou. Ele
aparece em surtos, mas é como um carro que está ficando sem gasolina. Estou
muito preocupada com ela. Depois de tudo que ela passou...
Isso não pode desfazê-la. Não pode.
Porque é minha culpa desta vez.
Todas as outras vezes, a Maggie revidou. Ela nunca desistiu, nunca cedeu,
e agora a minha melhor amiga está caída no sofá, coberta de hematomas e
cortes, com os olhos que se assemelham a buracos-negros que sugam tudo,
mas não vejo nada ali. Eles não sentem nada, não mais.
Eu sorrio e digo algo estúpido, tentando fazê-la rir, mas nem sequer
obtenho um sorriso de piedade. Depois de abrir a porta da geladeira, eu gemo
em voz alta. Neil está trabalhando hoje e não conseguiu ir às compras.
Maggie pergunta: — O que ele fez?
— Ele pegou todas as sobras da festa e levou para o trabalho. Eu pensei
que era bom porque ele deveria ir às compras, mas não o fez. — Estou
inclinada na geladeira vazia olhando para uma caixa de leite vencido e um
frasco de picles. Não vou comer isso. Eu bato a geladeira e acrescento: — Eu
dar rápida saída. Será que comida chinesa vai bem?
Maggie geralmente protesta e se oferece para pagar as coisas, mas hoje,
apenas balança a cabeça. — Ótimo! — Eu digo, parecendo alegre. Ela irá
voltar. Ela vai. Se eu continuar dizendo a mim mesmo vai acontecer, certo?
De repente, eu percebo que ela não recuperou-se, matar Victor não era uma
vingança suficiente, até mesmo pelo o que ele fez com Maggie.
Capítulo 12
Pego minhas chaves e ligo o motor. O carro vermelho ronrona quando o
tiro da garagem e digito o CEP do local que irei. Quando estou prestes a
desviar para o estacionamento, um policial segue atrás de mim, com as luzes
vermelhas piscando. Eu não estava em alta velocidade. Droga. Deve ser
verdade que os carros vermelhos são parados mais do que qualquer outra cor.
Eu encosto e levo o carro para o acostamento, tomando o cuidado de
manter as mãos no volante. Papai me disse para nunca ir para a minha bolsa
ou porta-luvas até que o policial esteja de pé ao lado do carro. O cara tem que
ver as minhas mãos ou ele pode atirar em mim, bem não é exatamente do jeito
que meu pai disse isso, mas é o que ele quis dizer.
Eu aperto o botão na janela, assim como o policial se aproxima. Ele está
usando o uniforme escuro que me dá vontade de sair correndo e gritando
para o meu quarto e me esconder debaixo da minha cama.
Ele não é esse cara. Pare com isso, Hallie, xingo-me, mas isso não ajuda.
Até agora, minhas mãos estão tremendo.
— A licença e registro, por favor. — O cara tem trinta e tantos anos, e um
tipo de visual assustador. Por assustador, eu quero dizer que parece que ele
poderia tomar o meu pequeno corpo e dobrá-lo estilo acordeão e enfiá-lo em
seu tronco. O cara é massa muscular pura e ele parece chateado. Eu não posso
imaginar o que eu fiz.
Eu me aproximo do porta-luvas para retirar os papéis mencionados, mas
tudo que eu encontro é o manual sobre o carro e o último aviso de mudança
de óleo. Sem documentos. Sem registro. O meu coração dá uma guinada.
Foda-se. Eu começo a pensar que Jon brincou comigo, mas mesmo ele, não
seria tão baixo. E o policial não me pediu para sair do carro ou qualquer coisa.
Minha lanterna traseira está queimada ou algo assim, isso é tudo. Isso não é
nada.
Eu vasculho minha bolsa e tiro a minha pequena carteira. Meu rosto fica
pálido quando vejo o espaço vazio onde minha carteira de motorista deveria
estar. Olho para o policial e digo baixinho: — Ela se foi.
— Você não tem uma licença ou registro desse veículo? — Ele diz algo
em seu ombro depois de ouvir um zumbido em seu fone de ouvido. — Saia
do carro, minha senhora.
Estou tremendo agora. — Eu não fiz nada de errado. Alguém pegou a
minha licença. Eu tenho uma.
Ele me ignora e me apoia no capô. Tira seus óculos de sol. Quando o
guarda, ele pergunta: — Você sabe que você está dirigindo um veículo
roubado?
— Não é roubado.
— Oh?
Eu balanço minha cabeça, pronto para chorar. Jon não faria isso para
mim, ele não iria. — Jonathan Ferro me vendeu este carro uns dias atrás por
dez mil dólares. Eu não tive a chance de renovar a papelada ainda. Eu pensei
que tinha alguns dias?
O policial concorda. Ele vira o meu rosto para o capô e me revista. —
História legal. O carro vale muito mais do que isso. Se você vai mentir pelo
menos faz a história parecer convincente.
— É verdade! Jon me vendeu por dez mil. Pergunte a ele! Eu não estou
mentindo.
Eu sinto frio do metal prender meus pulsos quando as algemas
escorregam em torno dos meus braços. Eu começo a entrar em pânico. Meu
coração dispara muito rápido e o mundo se torna um borrão. Eu não posso
parar de falar, suplicando, e quando o policial me empurra na parte de trás de
seu carro, todos os terríveis eventos em detalhes vívidos se reproduzem em
minha mente.
Eu fecho meus olhos e tento desligá-los, mas as cores iluminam e os sons
de mais de uma década tocam alto em meus ouvidos, enquanto lágrimas caem
pelo meu rosto. O passado e o presente colidem juntos com tanta violência
que eu não posso suportar isso.
Minha mãe jura para mim antes de me enfiar no armário. Pequenas mãos
envolvem em torno de mim, e eu sei que o meu irmão mais novo, Anthony,
está apavorado. Ele cresceu e seus ossos eu sinto nitidamente sob minhas
palmas. Ele chora até que fica em silêncio, até que ele adormece, até que
minha mãe teve seu efeito das drogas e amantes. Eu a ouvi rir. Eu nunca
poderia fazê-la feliz assim. Ouvi os sons de sexo, até que algo muda. A festa
normal não é mais normal.
O policial que me tirou do armário tentou tirar o corpo sem vida do meu
irmão dos meus braços. Eu não entendi. Eu o protegia dela. Eu vigiei por
Anthony, mas depois de tudo que eu fiz, não foi o suficiente. Eles pensaram
que eu o matei em primeiro lugar. Eles me empurraram para o fundo do carro
e gritei para eles até que eu não podia chorar mais. Eu queria meu irmão, mas
eles disseram que ele estava morto.
Eu não acreditei neles.
Agora, eu tenho dificuldade em acreditar em alguém e este policial abriu
uma ferida que é tão profunda que me corta até o osso. Não, não foi o policial
- foi Jon.
Eu não posso evitar o tremor, mas eu não choro. Eles me ficham e fazem
perguntas que eu ouvi antes. A estrutura nunca muda em lugares como este.
As pessoas são as mesmas. O cheiro é idêntico. Eu olho fixamente, tentando
manter minha mente em uma única peça, mas eu sinto as rachaduras pouco a
pouco.
Quem vai salvar Maggie? Se eu me perder, quem estará lá para ela?
Ninguém. Acalme-se, Hallie.
Eu tenho direito a uma ligação, então que eu chamo a pessoa que eles
estão tentando me manter longe, o homem que está me chantageando por
sexo.
Quando ele atende o telefone, Bryan parece cansado. Eu não sei de que
outra forma dizer. Eu teria pensado que ele estava dormindo, mas há algo em
sua voz que me diz que não dorme há muito tempo. — Suffolk County PD.
Deixe-me adivinhar, é Jon ou Trystan?
— Não, — minha voz é tão baixa, tão tímida que mal faz um som.
Eu o ouvi mudar e Bryan soa mais alerta quando ele responde: — Hallie?
— Venha me pegar. Eu vou lhe dever. Qualquer coisa que você quiser,
basta vir me pegar. — Eu entrego o telefone de volta ao oficial na mesa e sou
levada de volta para a minha cela.
Capítulo 13
Estou sentada em frente a uma mulher que não consegue parar de chorar.
Ela fala sobre os tíquetes de estacionamento não pagos, sobre como ela vai
perder o emprego por causa disto e como ela não trabalhou o suficiente para
pagar os tíquetes. Depois começa a hiperventilar e menciona algo sobre
remédios. Essa é a única vez que o policial no exterior da cela olha para ela.
Eles a removem da nossa cela, dizendo que vai ter seus remédios.
Alguém entra e se senta ao meu lado. Seu rosto está machucado em um
lado.
— Olá.
Eu olho para ela e não digo nada. Meus braços estão cruzados sobre o
meu peito e estou encostada à parede, pensando em maneiras de castrar Jon
Ferro. Ele sabia sobre o meu passado e o que isto faria comigo.
A mulher não é mais que uma menina, deve de ter uns dezoito anos, com
grandes olhos redondos, mas ainda tem bochechas gordinhas, infantis. Pelo
seu rosto angular não parece ter mais de vinte e dois anos. O seu cabelo
escuro é longo e está em um rabo de cavalo bagunçado.
Ela suspira e descansa as costas contra a parede de cimento frio. — Você
passará a noite aqui? Eu espero que sim. Ele precisa de tempo para esfriar. A
única parte ruim é não ter o sabão bacteriano, mas o resto está bem. Além
disso, ele vai dar-me tempo. Eu não posso estar perto dele quando ele está
assim. Ele é geralmente é bom, mas em noites como está, eu acho melhor
ficar aqui. Eu não vou fazer a minha ligação. Ei, você parece familiar. — Ela
fala sem respirar e olha para mim o tempo todo.
— Nós nunca nos conhecemos, — é tudo o que eu digo.
Ela acena com a cabeça e continua, liberando uma onda de palavras.
Sentada, escuto sua vida, a sua história, não sinto nada, apenas piedade. Ela é
como Maggie e eu. Ela não tem ninguém que se preocupe com ela, ninguém
para ouvir a sua voz e em quem encontrar consolo através de seu toque.
Eu não sei quanto tempo estive lá, mas um tempo depois eles chamam o
meu nome, a jovem foi levada para um banho e passará a noite na cela.
Imagino o por que desejar uma cela em vez de ir para casa. Isso me faz querer
chorar, e não há porra nenhuma que eu possa fazer sobre isso. Eu não posso
nem tomar conta de mim.
A porta da cela desliza aberta e faz um som mais horrível. — Hallie
Raymond, recolha as suas coisas na recepção e vá para casa com o seu amigo
que pagou sua fiança. Se você estragar tudo, ele será o único que pagará por
isso, o melhor é se comportar.
Concordo com a cabeça e percorro o caminho para a recepção. Parece
que eu não prestei atenção por um tempo, mas o faço quando vejo Bryan.
Enquanto eu ando atrás dele eu observo a maneira como ele respira, o modo
como os seus ombros estão dobrados para frente como se ele estivesse sendo
vigiado ou com dor. Eu paro atrás dele e o assisto por um momento. Seus
quadris são estreitos, como sempre, ele não perdeu muito peso, mas seu
cabelo não brilha da maneira como ele costumava brilhar. Sua respiração é
superficial e curta, como se tivesse estado correndo. Uma sensação horrível
corre pela minha espinha quando eu olho para ele.
Naquele momento, Bryan sente os olhos sobre ele e vira. Ele tem aquele
sorriso brincalhão no rosto. — Se você queria usar algemas, eu tenho algumas.
Eu ficaria feliz... poff! — Eu bato nele com toda a força do meu corpo e o
seguro apertado.
Bryan fica chocado no início. Seus braços levam um tempo até fecharem-
se em torno de mim, e depois ele me segura. Eu sinto a sua voz, a agitação
quente de ar, quando ele sussurra em meu ouvido: — Vamos sair daqui. —
Ele me solta e eu aceno. Foi quando ele me disse a última coisa que eu queria
ouvir. — Há repórteres na frente.
— O quê? — O meu queixo cai em horror.
— Eu fiz arranjos para sair pela parte de trás, mas haverá alguém. Sempre
há. Todo mundo vai saber o que aconteceu pela manhã. — Bryan pega a
minha mão e me leva, seguindo um oficial, que nos conduz através de uma
sala com armários e na parte de trás da delegacia de polícia, para um Hummer
preto. Sou empurrada para dentro, mas não antes de um flash disparar e eu
olhei diretamente para a câmera.
Bryan empurra-o de volta, mas a foto já foi tirada. Ele sobe atrás de mim
e diz: — Dirija.
— Eu não sou a porra do seu motorista, Bryan. Diga por favor. — Um
cara da minha idade, com cabelo escuro que paira em seu rosto, está no
assento do motorista. Com óculos grandes demais para obscurecer os olhos.
— Foda-se, Trystan.
Trystan revira os olhos e se afasta com sua enorme, máquina
ambientalmente irresponsável, com o objetivo de atingir os repórteres da rua,
quando sai do estacionamento. — As pessoas seriam melhores para você, se
você fosse mais agradável para elas. Isso é tudo o que estou dizendo. —
Trystan é tranquilo, mas eu sinto seus olhos em mim. Quando eu olho para
cima, ele responde ao que eu estava pensando. — Jon não fez isso com você.
Aos poucos, meu queixo inclina-se para cima e os nossos olhos se
encontram no espelho retrovisor. — Jon Ferro é um homem morto. Ele sabe
o que isto me faria. Foi a pior coisa que ele poderia ter feito.
Bryan pega a minha mão e tece os nossos dedos juntos. — Não foi Jon.
Por favor, aguarde para matá-lo até amanhã.
— Eu poderia matá-lo agora. Bryan, eu cuidei de Campone e posso cuidar
de qualquer um que mexer com Maggie ou comigo. Eu não sou mais uma
criança. — Eu soluço e tremo quando o passado e o presente eclodem juntos
novamente. Meu irmão morreu de fome. Ele morreu em meus braços e eu era
muito boba e pequena para saber o que fazer. Eu digo que eu era apenas uma
criança, porque é mais fácil do que dizer às pessoas a minha história, mas os
Ferros sabem de tudo. Eles são como baratas que conseguem encontrar cada
mentira em cada canto escuro de sua alma. — Eu não vou ser dizimada por
Jon. Foda-se ele.
Trystan e Bryan trocam um olhar, mas ninguém diz nada. Bryan me puxa
em seus braços e me segura até pararmos em frente de um antigo motel.
Bruto é a melhor maneira de descrevê-lo. Aposto que eles alugam quartos por
hora. Trystan joga para Bryan a chave do quarto. — Fique aí até eu descobrir
o que aconteceu. Eu acho que já sei, embora os detalhes sejam vagos.
Eu balanço a minha cabeça: — Não, eu não posso. Maggie está de volta e
ela precisa de mim. E Neil...
Bryan suspira, passando as mãos pelos cabelos. Depois que ele fez isso, ele
balança a mão para o seu lado. — Maggie estará bem. E Neil é um idiota.
Além disso, ele sabe que eu a levei esta noite. Aparentemente, você disse a
Maggie que eu estava chantageando você, porque ela tentou me pregar seu
calcanhar na cabeça. — Isso me faz sorrir. — Oh, você acha que é engraçado?
— Bryan me agarra e se inclina para perto. Aqueles olhos verdes brilham por
um momento antes de embaçarem. — Vamos Raymond. Estou pensando em
usá-la até que você se esqueça de quem você é.
CONTINUA
Capítulo 10
Bryan pega o meu rosto em suas mãos.
— Se você não gostar, diga-me! — Eu aceno, lentamente, com as suas
mãos quentes ainda segurando o meu rosto.
Era como se alguém apertasse um interruptor. Os olhos de Bryan se
tornaram mais escuros, mais carnais. Ele libera o meu rosto e pressiona seu
corpo tonificado contra o meu. Empurrando as minhas costas contra a porta,
certifica-se de que eu possa sentir cada centímetro dele. Tira uma corrente
prateada com um plugue em cada extremidade e o prende nos meus mamilos.
Eu ofego quando ele os aperta. O peso das correntes faz com que eu morda
os meus lábios. Enquanto ele pressiona dentro de mim, as correntes vão se
mexendo e puxando suavemente à medida que ele desliza sobre o meu corpo.
Um pequeno suspiro escapa por entre os meus lábios. Bryan me olha, seus
olhos verdes fixos nos meus. Pega um dedo e o coloca entre os meus lábios
rosados, enquanto a outra mão desliza mais para baixo, passando pela minha
barriga e entre as minhas pernas. Eu ofego. Ele se move rapidamente, tocando
a minha protuberância sensível com o polegar, alisando o dedo sobre a carne
suave, e observando o meu rosto enquanto faz isso.
Meu queixo se ergue enquanto tento não gemer. Luto contra as sensações
que estão em erupção dentro de mim, as sensações que ele está trazendo à
tona. Seus dedos se movem sobre o meu clitóris, enquanto ele puxa a corrente
suavemente. Ele sente que estou ficando mais úmida e, em seguida, sem aviso,
sem uma mudança na expressão, empurra o dedo dentro de mim. Ele ainda
está, por um tempo, vendo meus olhos. Eu pisco devagar, sentindo-o ali, entre
as minhas pernas.
Bryan empurra o dedo mais forte, mais profundo enquanto me observa.
Sua respiração está sobre os meus lábios fazendo com que me sinta tonta.
Quando ele puxa o dedo, ergue-o para a minha boca. Delineando os meus
lábios, ele me observa, espalhando meu calor úmido, como batom. Eu pisco
lentamente, com meu coração disparado, e, excitada além da compreensão.
— Prove! — Ele ofega e empurra o dedo em minha boca. Eu passo a
minha língua contra o seu dedo, mas ele o segura lá e diz: — Chupa até que
saia do meu dedo, Hallie! — Eu hesitei, mas ele diz: — Faça isso! — Minha
língua envolve o dedo, sugando-o, saboreando o gosto. Seus olhos estão
queimando, observando-me.
Enquanto chupo o dedo, ele abaixa a outra mão entre as minhas pernas,
abrindo a minha pele escorregadia. Sensações explodem dentro de mim, mas
antes que eu possa saboreá-las, as sensações mudam. O membro duro de
Bryan entra dentro de mim, fazendo com que eu chupe o dedo mais forte
ainda. Ele puxa o dedo da minha boca, e envolve as mãos em volta da minha
cintura. Fica um pouco imóvel, por um momento, respirando rápido e forte.
Depois, puxa para fora lentamente e enfia novamente, fazendo com que eu
bata contra a porta. Meus joelhos tremem à medida que ele lentamente vai me
deixando mais louca. Eu quero mais. Quero que ele me maltrate e me deixe
tonta pela paixão. Que limpe o meu medo com a luxúria, apague a minha
memória por um momento, e tire toda a dor que tem me invadido.
Eu só quero senti-lo e nada mais. O mundo desaparece até que não sei
quanto tempo se passou. Meus braços doem enquanto ele me usa,
empurrando para dentro de mim sucessivas vezes. Minha cabeça pende para o
lado e, em seguida, levanta de volta. Eu ofego todas às vezes e os meus seios
tremem com a força de seu empurrão.
Algo se desdobra dentro de mim. Quero suas mãos em mim, fazendo
tudo ao mesmo tempo. Vertentes delicadas de paixão irrompem dentro de
mim, enviando arrepios pelas minhas coxas e seios. Todos os lugares que
desejo que ele toque fervem como uma corrente viva. Arqueando minhas
costas, eu pressiono meus quadris contra os dele, só para que batam
novamente.
Seus impulsos mudam para provocar, gentilmente empurrando e puxando
para fora. Ele é tão duro, tão perfeito. Quero colocar as minhas pernas ao
redor de seus quadris, mas não posso. As respirações irregulares me
consomem e o quarto está além de quente. Meu corpo está pingando de suor.
Inclinando a cabeça para trás, olho para o teto. É quando suas mãos
encontram os meus seios. Meus lábios formam um O, mas não digo nada. Ele
sente a maciez, a plenitude das minhas curvas enquanto empurra seu pênis
longo e duro em mim lentamente, torturando-me, sucessivamente.
Tomando meus mamilos entre os dedos, ele os torce suavemente e aperta
os grampos. Eu grito, empurrando os meus seios para ele, mas a porta me
detém. Ofegante, mal posso respirar.
Ele sorri, — Shhh! Nenhum som de você! Eu quero que isso entre nós!
Não estou entendendo. Então por que ele quis fazer aquela cena com Neil
e Maggie? Naquele momento, não me importo. Faço o que ele diz e mordo o
lábio para me manter em silêncio. Ele entra profundamente dentro de mim de
novo, e minha boca se abre. Eu engulo o som antes que ele ouça. O único
barulho é a lufada de ar saindo com força dos meus pulmões.
— Boa menina, — ele ronrona e retira antes de novamente empurrar,
desta vez mais profundamente. O tom de sua voz me faz derreter.
Antes que eu possa pensar noutra coisa, os dedos de Bryan apertam em
torno das correntes nos meus mamilos. Seus quadris se mantêm pressionados
rentes aos meus, seu comprimento perdido dentro de mim. Meu queixo cai, e
eu o vejo me observando, esperando que eu faça qualquer barulho. Meus
olhos se fixam nos seus, enquanto sensações ardentes circulam através do meu
corpo, construindo mais apertado e mais forte. Ele lentamente adiciona mais
pressão, provocando e puxando os meus mamilos mais e mais, fazendo com
que a pinça aperte mais ainda. O calor em meu estômago endurece através do
meu corpo. Eu movo os meus quadris e tento balançar contra ele, mas ele me
acalma.
— Não, não. Ainda não!
Eu suspiro! — Eu gosto de ser espancada!
— Sério? — Eu aceno. Sua mão vem com força na minha bunda. Ambas
as nádegas ardem. Ele faz isso enquanto ele ainda está dentro de mim, o que
me faz apertar mais em torno dele. Ele suspira e faz isso de novo, e de novo.
O impacto de suas mãos é tão bom. A ardência envia arrepios através de mim
em ondas que não acabam. Elas navegam pelo meu estômago e se espalham
por todo o meu corpo. Todos os deliciosos formigamentos me atravessam,
fazendo com que eu deslize a minha língua sobre os dentes. Faço isso sem
pensar. É uma reação a ele, ao que está fazendo comigo.
Sem aviso, Bryan puxa para fora. Isso me deixa louca. Meus quadris
sacodem, mas não posso alcançá-lo. O cinto corta os meus pulsos enquanto
me esforço contra as limitações que me foram impostas. Ofego, observando-o
enquanto ele se move para longe de mim. O desejo arde pelo meu corpo. Não
consigo me controlar. Puxando os meus pulsos mais forte ainda, tento
libertar-me do cinto de novo, mas não consigo. Só fica mais apertado.
Ele sorri, assistindo-me lutar, até que eu paro e olho para ele. A expressão
em seu rosto, a intensidade de seus olhos, fazem com que meu estômago se
contorça. Minha respiração fica presa na minha garganta enquanto Bryan
passa perto o suficiente para me tocar, mas ele não toca. Estou ofegante.
Meus olhos estão implorando para que ele faça algo, para que me faça gozar,
deixar-me fode-lo... Qualquer coisa.
— Diga-me o que você deseja, Hallie! Implore-me por isso! — Ele
sussurra palavras ao lado do meu ouvido. A reação dentro de mim é rápida e
violenta. Seu hálito quente faz meu clitóris pulsar e parecer que vou morrer se
ele não me tocar, se ele não terminar o que começou. Ele está tão perto, quase
me tocando, mas não desliza os dedos pela minha cintura. Ele não toca o meu
peito e não provoca os meus mamilos. Isso me faz desejá-lo ainda mais. Eu
me sinto como um animal acorrentado, incapaz de pensar. — Responda-me
linda mulher! — Ele ordena e eu sinto a batida da sua mão na minha bunda.
Meu corpo está tão bem enrolado que o tapa me faz gemer. Eu não
esperava isso, mas antes que pudesse controlar os meu gemido, ele escapa dos
meus lábios. Eu ofego, chocada por não ter sido capaz de abafar o ruído ou
pará-lo a tempo. A mão de Bryan voa uma segunda vez, com mais força. Ele
observa meu rosto enquanto eu estremeço debaixo da sua mão. O tapa é
rápido, e eu sei que vou ter um problema para andar depois, mas não me
importo. Eu grito, dizendo o seu nome, empurrando os meus seios contra ele.
Um olhar perverso torce seus lábios em um sorriso sexy. — Responda-
me! — Sua voz soa como um grunhido e quando não consigo fazer nada,
senão ofegar incontrolavelmente, sua mão me atinge pela terceira vez. Mas ele
não me libera. Em vez disso, ele pega a minha bochecha na mão e aperta. A
ardência se intensifica pela forma como ele me agarra. O belo corpo de Bryan
está coberto por um brilho fino de suor, enquanto me trata grosseiramente.
— Diga-me o que você deseja!
Minha voz é um suspiro. O desejo correndo desenfreadamente. — Eu
quero suas mãos sobre mim, em mim! Eu quero que você me foda sem
sentido. Foda-me, Bryan!
— Implore por isso, Hallie! Implore mais alto! — Seu punho aperta a
minha bunda fazendo com que o meu corpo pressione contra o seu. Gotas de
suor rolam pela minha espinha.
Minha voz treme enquanto imploro, sem capacidade de manter qualquer
traço de comedimento.
— Por favor, Bryan... Por favor! Foda-me! Foda a minha buceta! Encha-
me com o seu gozo. Por favor, baby! Por favor... — Eu continuo a lhe pedir,
enquanto suas mãos deslizam sobre os meus quadris e para baixo entre as
minhas pernas. Quando ele toca o meu clitóris, eu gemo. Bryan inclina sua
cabeça para trás, olhando para mim. — Foda-me, baby! Por favor! — Meus
quadris se remexem contra a sua mão. Em resposta, ele aperta os dedos no
meu clitóris. Eu grito: — Foda-me! Por favor! Bryan! Eu preciso de você! Por
favor!
Quando eu digo o nome dele, ele quebra. Antes de saber o que está
acontecendo, suas mãos estão segurando os meus pulsos sobre a minha
cabeça enquanto ele bate seu membro rígido dentro de mim sucessivamente.
Ele empurra mais e mais profundamente a cada vez, com as mãos deslizando
pelos meus braços. Batendo-se cada vez mais duro contra mim, ele assiste
meus seios balançando e saltando até que ele toma ambos em suas mãos e
aperta os meus mamilos duramente. Eu berro, mas isso só faz com que ele
aperte com mais força, até que a corrente cai. Cai aos meus pés e ele a deixa
lá.
Bryan se move, empurrando para dentro de mim fodendo-me cada vez
mais rápido. O calor entre as minhas pernas percorre todo o meu corpo.
Parece que não posso ser dominada. Não há o suficiente dele para me
satisfazer, nunca. Quando seus dedos apertam mais duramente contra os meus
mamilos doloridos, meus olhos se arregalam. Ele me olha nos olhos enquanto
ele empurra para dentro de mim uma vez... forte. Minhas costas batem contra
a porta e ele me segura lá, observando-me. Seus lábios entreabertos, ele
respira sem dizer nada. Suas mãos suavemente empurram os cabelos para
longe dos meus olhos. Ele acalma por um momento e não posso suportar
isso. Seu pau está em mim, mas não importa o quanto eu me mexa, não posso
fazer com que ele me foda.
Com todo o peso do seu corpo, ele me achata contra a porta. Seus olhos
ardem com o desejo, sua testa está pingando de suor.
— Goze para mim, baby! — Ele respira e mete em mim rápido e
furiosamente. Ele não para quando eu grito. Ele continua metendo contra
mim até que meu corpo não pode ficar mais retesado.
Cada vez que ele afunda em mim eu me sinto mais excitada. Eu não posso
respirar, mas não quero que ele pare. Seu corpo me esmaga, enquanto me
monta, balançando contra mim furiosamente. Eu gemo, e posso dizer o quão
forte ele está empurrando e o quanto vou estar machucada depois, mas não
me importo. No momento, isso é muito bom. Minha pele formiga e está
pingando de suor. Meus seios saltam mais e mais para cima com cada batida
de seu corpo contra o meu. E sem outro pensamento, eu gozo. Meu grito sai
rasgado através da minha garganta. Não posso gozar silenciosamente, não
quando ele faz assim. Bryan me bate mais forte enquanto as deliciosas
sensações giram, fazendo com que todo o meu corpo entre em erupção. Eu o
sinto meter contra mim duro e profundamente, e ele goza alguns segundos
após.
Esgotada, pendurada e estremecendo contra a porta, estou pronta para
cair no chão. Bryan se afasta e me olha. Com os lábios entreabertos, ele só
olha para mim por um momento antes de desatar o cinto. Quando as minhas
mãos caem ao meu lado, meus braços queimam. Bryan me toma em seus
braços e me leva para a cama. Ele me senta na frente dele e esfrega os
músculos doloridos em meus braços e ombros. Minha cabeça se inclina para o
lado enquanto ele faz isso. Cada centímetro meu está formigando. Não quero
que esse momento termine, mas Bryan para.
Viro-me e olho para ele. Ele está brilhando, coberto por uma fina camada
de suor que cheira tão bem. Eu quero lambê-lo, mas apenas aceno. Ele vira
seus olhos esmeraldas para longe e diz:
— Eu acho que eu deveria ir.
— Você vai embora? — De repente, eu me sinto muito nua. Puxo a
coberta da cama e a enrolo em volta dos meus ombros.
— Sim, a menos que você queira que eu fique e diga a Neil tudo sobre
como eu acabei com a raça da sua noiva. — Ele me olha por um segundo. Sua
testa está coberta de suor e seu rosto está brilhando. — O que há de errado?
— Ele sempre pôde me ler tão bem. Eu quero dizer a ele sobre Victor, mas
não posso.
Eu digo outra coisa.
— Neil fez a proposta e eu disse sim. — Eu ergo o meu anel.
— Sim, eu vi isso. Você realmente aceitou? — Bryan se senta ao meu lado.
— Na verdade não. Ele aceitou por mim. — Nós dois ficamos em silêncio
por algum tempo.
Bryan se veste e diz:
— Eu voltarei para ter você do meu jeito de novo em breve. Da próxima
vez é melhor que o idiota do seu noivo tenha você pronta para mim. E eu
quero que você use isso quando estiver comigo e só comigo. — Ele levanta a
corrente do chão e a joga para mim.
A porta do quarto se abre e Neil está lívido. Ele olha para mim e depois
para Bryan:
— Você acha que isso é engraçado?
— Não, acho que ela precisa de algo que você não pode dar a ela. Estou
dando a você uma única chance de quebrar seu compromisso e foder a sua
noiva. Mas você tem que fazer isso como um animal. Satisfaça-a!
O rosto de Neil contorce desgostoso.
— Eu a satisfaço sem esse comportamento bárbaro. Fazer amor não
precisa de mordaças, amarras ou oprimir mulheres de forma nenhuma. Tenho
certeza de que Hallie só aceitou isso pela equipe, seu pedaço de merda
demente!
Essa foi a coisa mais cruel que já ouvi Neil dizendo e eu quero rir, porque
é pateticamente fraco. O homem que estava me usando, ofereceu para quebrar
o acordo se Neil prometer me pegar e fazer sexo animalesco comigo. O
homem deveria ter dito que sim, mas ele, pela sua moral, disse que não. Estou
cansada demais para pensar no que isso significa. O que aconteceu aqui?
— Ela vai tomar mais do que uma foda pela equipe. — Bryan pisca um
dos olhos. — Vejo você amanhã, escrava sexual! Trarei um colar para você e
vai usá-lo. — Bryan aperta a mão de Neil. — Você é um homem inteligente.
O que são alguns meses de infidelidade comparados com uma vida de
riquezas, certo?
Neil aperta a sua mandíbula.
— Então você planeja que isso continue por alguns meses?
— Provavelmente não por muito tempo. Eu fico entediado fodendo a
mesma mulher todo dia. Não se preocupe Neil! Ela é sua sujeira, não a minha.
— Com isso, Bryan vira as costas e sai.
— Neil, — estou pronta para explodir em lágrimas. O julgamento está
espalhado em seu rosto.
— Hallie, isso não é natural. Você não é um animal selvagem! Será que ele
conseguiu instigá-la para que você fingisse o que você não é?
Eu dou de ombros. Não quero falar sobre isso.
— Não tenho ideia.
— Eu deverei deixá-lo foder e espancar você na minha cama, sempre que
ele quiser?
Eu olho fixamente para frente.
— Até que ele se canse de mim, sim. Lide com isso! Você foi quem me
disse para fazer isso. — Eu destaco a última frase. — E ele lhe deu uma saída.
Você não aceitou. — Eu fico olhando para ele, e puxo a coberta mais forte em
volta dos meus ombros.
Neil revira os olhos.
— Eu pensei que fosse apenas uma noite.
— Eu também. Estávamos errados sobre uma porção de coisas.
Capítulo 11
Eu deveria me sentir envergonhada, mas não sinto. No dia seguinte, me
sento com Maggie no sofá enquanto Neil está fora. Ela tem estado muito
tranquila desde que a busquei em seu antigo apartamento. Maggie olha para o
espaço, e eu sei que a memória está se defrontando com o novo e joga uma e
outra vez em sua mente.
— Você quer falar sobre isso? — Eu pergunto, já sabendo a resposta.
Ela inspira e balança a cabeça, antes de oferecer-me um sorriso forçado.
— Não há nada a dizer. A mesma velha merda. Nada mudou, mas dói mais
agora. — Ela sorri como se algo fosse engraçado. — Eu pensava que doía
mais quando eu era criança. Acho que não.
— O que ele fez?
— A mesma coisa de sempre. Victor gosta de possuir coisas. — Ela muda
em seu assento e, em seguida, levanta, colocando distância entre nós. — Era
para eu arranjar-lhe uma garota. Ele tem um tipo, quadris redondos, cabelos
escuros e pele pálida, como Nicole Kidman, mas morena. Assim, a cada
semana, eu levava alguém. Elas ganham algumas centenas de dólares, e ele faz
o que faz. Na semana que eu não conseguia encontrar ninguém, eu a
substituía, mas desta vez... — Ela para de falar e balança a cabeça. — Eu não
deveria ter ido. Geralmente é apenas sexo violento. Ele dá um tapa e me
arranha. Vou para casa e é isso. Mas desta vez... — Ela balança a cabeça e olha
por cima do ombro para mim. — Eu não quero falar sobre isso. Eu tentei
fugir e, em seguida, desisti quando ele disse o que ele faria comigo, e depois
com você. Ele me deu uns tapas por um tempo, me levando do jeito que ele
quis, e então eu ouvi a sua voz e eu estava morrendo de medo que ele fosse
levá-la também. Sinto muito, Hallie.
— Não é culpa sua. — Eu me sinto horrível por deixar sua vida
desmoronar assim. Nós deveríamos estar lá uma para a outra. — Eu deveria
ter chegado mais cedo. Eu teria... Eu gostaria de poder ter tudo de volta.
Maggie sorri tristemente e envolve os braços em torno de si. — Sim, eu
também. E agora? Sem ofensa, mas eu não suporto Neil.
Concordo com a cabeça. — Eu estava pensando que deveria ter um lugar
só meu antes do casamento. Vai ser eu e você.
O olhar de Maggie desvanece no chão. — Você vai se casar com ele,
sério? — Eu aceno e lhe dou um olhar para que não me pressione agora. Ela
acrescenta: — Eu adoraria, mas você sabe que eu não posso me dar ao luxo.
— Sim, você pode. Eu tenho parte do meu pagamento antecipado.
Podemos ir a procura de uma casa sempre que quiser, oh, e esta parte não é
opcional, você trabalha para mim agora. Eu vou precisar de uma assistente
pessoal para me dizer o que fazer, você sabe, alguém um pouco mandona.
Maggie ri e me empurra, e depois bate as mãos sobre a boca, e repete a
ação. — De jeito nenhum!
— Isso. — É tão bom ver uma explosão de felicidade em seus olhos,
mesmo por um breve momento. Mas assim que ela pisca, ela se foi, perdeu-se
nas profundezas da agonia que enchem sua alma.
Um dia ela vai parar de lutar. Um dia ela vai ceder, desistir.
Ela já teria desistido se eu não tivesse aparecido. Algumas pessoas a
levaram direto para o inferno. É irônico, porque eu tenho sangue em minhas
mãos e não me sinto como se estivesse infeliz. É mais, como eu se estou
puxando Maggie, da vida tortuosa ela conhece, e esconde com esse sorriso.
Não me arrependo de minhas ações. O pensamento faz minha pele
formigar. Na parte profunda da minha mente, eu me pergunto que tipo de
pessoa que sou, mas arrumo minha coluna e me levanto. Isso me faz ser quem
eu sou e não há nada mais a se considerar. Eu fiz o que tinha que fazer. Eu
não teria tocado em Victor se ele a deixasse em paz, se ele não tivesse
ameaçado vir atrás de nós, mas ele ameaçou. Eu vi o medo nos olhos de
Maggie é a verdade. Se Victor Campone tivesse vivido, teríamos morrido.
— Está com fome? — Eu pergunto me dirigindo à geladeira.
— Sim, um pouco. — Maggie está sentada com os pés enrolados em sua
bunda e olhando para as mãos desde que eu a peguei no apartamento do
Victor. Ela raramente faz contato visual. Acho que a luta a nocauteou. Ele
aparece em surtos, mas é como um carro que está ficando sem gasolina. Estou
muito preocupada com ela. Depois de tudo que ela passou...
Isso não pode desfazê-la. Não pode.
Porque é minha culpa desta vez.
Todas as outras vezes, a Maggie revidou. Ela nunca desistiu, nunca cedeu,
e agora a minha melhor amiga está caída no sofá, coberta de hematomas e
cortes, com os olhos que se assemelham a buracos-negros que sugam tudo,
mas não vejo nada ali. Eles não sentem nada, não mais.
Eu sorrio e digo algo estúpido, tentando fazê-la rir, mas nem sequer
obtenho um sorriso de piedade. Depois de abrir a porta da geladeira, eu gemo
em voz alta. Neil está trabalhando hoje e não conseguiu ir às compras.
Maggie pergunta: — O que ele fez?
— Ele pegou todas as sobras da festa e levou para o trabalho. Eu pensei
que era bom porque ele deveria ir às compras, mas não o fez. — Estou
inclinada na geladeira vazia olhando para uma caixa de leite vencido e um
frasco de picles. Não vou comer isso. Eu bato a geladeira e acrescento: — Eu
dar rápida saída. Será que comida chinesa vai bem?
Maggie geralmente protesta e se oferece para pagar as coisas, mas hoje,
apenas balança a cabeça. — Ótimo! — Eu digo, parecendo alegre. Ela irá
voltar. Ela vai. Se eu continuar dizendo a mim mesmo vai acontecer, certo?
De repente, eu percebo que ela não recuperou-se, matar Victor não era uma
vingança suficiente, até mesmo pelo o que ele fez com Maggie.
Capítulo 12
Pego minhas chaves e ligo o motor. O carro vermelho ronrona quando o
tiro da garagem e digito o CEP do local que irei. Quando estou prestes a
desviar para o estacionamento, um policial segue atrás de mim, com as luzes
vermelhas piscando. Eu não estava em alta velocidade. Droga. Deve ser
verdade que os carros vermelhos são parados mais do que qualquer outra cor.
Eu encosto e levo o carro para o acostamento, tomando o cuidado de
manter as mãos no volante. Papai me disse para nunca ir para a minha bolsa
ou porta-luvas até que o policial esteja de pé ao lado do carro. O cara tem que
ver as minhas mãos ou ele pode atirar em mim, bem não é exatamente do jeito
que meu pai disse isso, mas é o que ele quis dizer.
Eu aperto o botão na janela, assim como o policial se aproxima. Ele está
usando o uniforme escuro que me dá vontade de sair correndo e gritando
para o meu quarto e me esconder debaixo da minha cama.
Ele não é esse cara. Pare com isso, Hallie, xingo-me, mas isso não ajuda.
Até agora, minhas mãos estão tremendo.
— A licença e registro, por favor. — O cara tem trinta e tantos anos, e um
tipo de visual assustador. Por assustador, eu quero dizer que parece que ele
poderia tomar o meu pequeno corpo e dobrá-lo estilo acordeão e enfiá-lo em
seu tronco. O cara é massa muscular pura e ele parece chateado. Eu não posso
imaginar o que eu fiz.
Eu me aproximo do porta-luvas para retirar os papéis mencionados, mas
tudo que eu encontro é o manual sobre o carro e o último aviso de mudança
de óleo. Sem documentos. Sem registro. O meu coração dá uma guinada.
Foda-se. Eu começo a pensar que Jon brincou comigo, mas mesmo ele, não
seria tão baixo. E o policial não me pediu para sair do carro ou qualquer coisa.
Minha lanterna traseira está queimada ou algo assim, isso é tudo. Isso não é
nada.
Eu vasculho minha bolsa e tiro a minha pequena carteira. Meu rosto fica
pálido quando vejo o espaço vazio onde minha carteira de motorista deveria
estar. Olho para o policial e digo baixinho: — Ela se foi.
— Você não tem uma licença ou registro desse veículo? — Ele diz algo
em seu ombro depois de ouvir um zumbido em seu fone de ouvido. — Saia
do carro, minha senhora.
Estou tremendo agora. — Eu não fiz nada de errado. Alguém pegou a
minha licença. Eu tenho uma.
Ele me ignora e me apoia no capô. Tira seus óculos de sol. Quando o
guarda, ele pergunta: — Você sabe que você está dirigindo um veículo
roubado?
— Não é roubado.
— Oh?
Eu balanço minha cabeça, pronto para chorar. Jon não faria isso para
mim, ele não iria. — Jonathan Ferro me vendeu este carro uns dias atrás por
dez mil dólares. Eu não tive a chance de renovar a papelada ainda. Eu pensei
que tinha alguns dias?
O policial concorda. Ele vira o meu rosto para o capô e me revista. —
História legal. O carro vale muito mais do que isso. Se você vai mentir pelo
menos faz a história parecer convincente.
— É verdade! Jon me vendeu por dez mil. Pergunte a ele! Eu não estou
mentindo.
Eu sinto frio do metal prender meus pulsos quando as algemas
escorregam em torno dos meus braços. Eu começo a entrar em pânico. Meu
coração dispara muito rápido e o mundo se torna um borrão. Eu não posso
parar de falar, suplicando, e quando o policial me empurra na parte de trás de
seu carro, todos os terríveis eventos em detalhes vívidos se reproduzem em
minha mente.
Eu fecho meus olhos e tento desligá-los, mas as cores iluminam e os sons
de mais de uma década tocam alto em meus ouvidos, enquanto lágrimas caem
pelo meu rosto. O passado e o presente colidem juntos com tanta violência
que eu não posso suportar isso.
Minha mãe jura para mim antes de me enfiar no armário. Pequenas mãos
envolvem em torno de mim, e eu sei que o meu irmão mais novo, Anthony,
está apavorado. Ele cresceu e seus ossos eu sinto nitidamente sob minhas
palmas. Ele chora até que fica em silêncio, até que ele adormece, até que
minha mãe teve seu efeito das drogas e amantes. Eu a ouvi rir. Eu nunca
poderia fazê-la feliz assim. Ouvi os sons de sexo, até que algo muda. A festa
normal não é mais normal.
O policial que me tirou do armário tentou tirar o corpo sem vida do meu
irmão dos meus braços. Eu não entendi. Eu o protegia dela. Eu vigiei por
Anthony, mas depois de tudo que eu fiz, não foi o suficiente. Eles pensaram
que eu o matei em primeiro lugar. Eles me empurraram para o fundo do carro
e gritei para eles até que eu não podia chorar mais. Eu queria meu irmão, mas
eles disseram que ele estava morto.
Eu não acreditei neles.
Agora, eu tenho dificuldade em acreditar em alguém e este policial abriu
uma ferida que é tão profunda que me corta até o osso. Não, não foi o policial
- foi Jon.
Eu não posso evitar o tremor, mas eu não choro. Eles me ficham e fazem
perguntas que eu ouvi antes. A estrutura nunca muda em lugares como este.
As pessoas são as mesmas. O cheiro é idêntico. Eu olho fixamente, tentando
manter minha mente em uma única peça, mas eu sinto as rachaduras pouco a
pouco.
Quem vai salvar Maggie? Se eu me perder, quem estará lá para ela?
Ninguém. Acalme-se, Hallie.
Eu tenho direito a uma ligação, então que eu chamo a pessoa que eles
estão tentando me manter longe, o homem que está me chantageando por
sexo.
Quando ele atende o telefone, Bryan parece cansado. Eu não sei de que
outra forma dizer. Eu teria pensado que ele estava dormindo, mas há algo em
sua voz que me diz que não dorme há muito tempo. — Suffolk County PD.
Deixe-me adivinhar, é Jon ou Trystan?
— Não, — minha voz é tão baixa, tão tímida que mal faz um som.
Eu o ouvi mudar e Bryan soa mais alerta quando ele responde: — Hallie?
— Venha me pegar. Eu vou lhe dever. Qualquer coisa que você quiser,
basta vir me pegar. — Eu entrego o telefone de volta ao oficial na mesa e sou
levada de volta para a minha cela.
Capítulo 13
Estou sentada em frente a uma mulher que não consegue parar de chorar.
Ela fala sobre os tíquetes de estacionamento não pagos, sobre como ela vai
perder o emprego por causa disto e como ela não trabalhou o suficiente para
pagar os tíquetes. Depois começa a hiperventilar e menciona algo sobre
remédios. Essa é a única vez que o policial no exterior da cela olha para ela.
Eles a removem da nossa cela, dizendo que vai ter seus remédios.
Alguém entra e se senta ao meu lado. Seu rosto está machucado em um
lado.
— Olá.
Eu olho para ela e não digo nada. Meus braços estão cruzados sobre o
meu peito e estou encostada à parede, pensando em maneiras de castrar Jon
Ferro. Ele sabia sobre o meu passado e o que isto faria comigo.
A mulher não é mais que uma menina, deve de ter uns dezoito anos, com
grandes olhos redondos, mas ainda tem bochechas gordinhas, infantis. Pelo
seu rosto angular não parece ter mais de vinte e dois anos. O seu cabelo
escuro é longo e está em um rabo de cavalo bagunçado.
Ela suspira e descansa as costas contra a parede de cimento frio. — Você
passará a noite aqui? Eu espero que sim. Ele precisa de tempo para esfriar. A
única parte ruim é não ter o sabão bacteriano, mas o resto está bem. Além
disso, ele vai dar-me tempo. Eu não posso estar perto dele quando ele está
assim. Ele é geralmente é bom, mas em noites como está, eu acho melhor
ficar aqui. Eu não vou fazer a minha ligação. Ei, você parece familiar. — Ela
fala sem respirar e olha para mim o tempo todo.
— Nós nunca nos conhecemos, — é tudo o que eu digo.
Ela acena com a cabeça e continua, liberando uma onda de palavras.
Sentada, escuto sua vida, a sua história, não sinto nada, apenas piedade. Ela é
como Maggie e eu. Ela não tem ninguém que se preocupe com ela, ninguém
para ouvir a sua voz e em quem encontrar consolo através de seu toque.
Eu não sei quanto tempo estive lá, mas um tempo depois eles chamam o
meu nome, a jovem foi levada para um banho e passará a noite na cela.
Imagino o por que desejar uma cela em vez de ir para casa. Isso me faz querer
chorar, e não há porra nenhuma que eu possa fazer sobre isso. Eu não posso
nem tomar conta de mim.
A porta da cela desliza aberta e faz um som mais horrível. — Hallie
Raymond, recolha as suas coisas na recepção e vá para casa com o seu amigo
que pagou sua fiança. Se você estragar tudo, ele será o único que pagará por
isso, o melhor é se comportar.
Concordo com a cabeça e percorro o caminho para a recepção. Parece
que eu não prestei atenção por um tempo, mas o faço quando vejo Bryan.
Enquanto eu ando atrás dele eu observo a maneira como ele respira, o modo
como os seus ombros estão dobrados para frente como se ele estivesse sendo
vigiado ou com dor. Eu paro atrás dele e o assisto por um momento. Seus
quadris são estreitos, como sempre, ele não perdeu muito peso, mas seu
cabelo não brilha da maneira como ele costumava brilhar. Sua respiração é
superficial e curta, como se tivesse estado correndo. Uma sensação horrível
corre pela minha espinha quando eu olho para ele.
Naquele momento, Bryan sente os olhos sobre ele e vira. Ele tem aquele
sorriso brincalhão no rosto. — Se você queria usar algemas, eu tenho algumas.
Eu ficaria feliz... poff! — Eu bato nele com toda a força do meu corpo e o
seguro apertado.
Bryan fica chocado no início. Seus braços levam um tempo até fecharem-
se em torno de mim, e depois ele me segura. Eu sinto a sua voz, a agitação
quente de ar, quando ele sussurra em meu ouvido: — Vamos sair daqui. —
Ele me solta e eu aceno. Foi quando ele me disse a última coisa que eu queria
ouvir. — Há repórteres na frente.
— O quê? — O meu queixo cai em horror.
— Eu fiz arranjos para sair pela parte de trás, mas haverá alguém. Sempre
há. Todo mundo vai saber o que aconteceu pela manhã. — Bryan pega a
minha mão e me leva, seguindo um oficial, que nos conduz através de uma
sala com armários e na parte de trás da delegacia de polícia, para um Hummer
preto. Sou empurrada para dentro, mas não antes de um flash disparar e eu
olhei diretamente para a câmera.
Bryan empurra-o de volta, mas a foto já foi tirada. Ele sobe atrás de mim
e diz: — Dirija.
— Eu não sou a porra do seu motorista, Bryan. Diga por favor. — Um
cara da minha idade, com cabelo escuro que paira em seu rosto, está no
assento do motorista. Com óculos grandes demais para obscurecer os olhos.
— Foda-se, Trystan.
Trystan revira os olhos e se afasta com sua enorme, máquina
ambientalmente irresponsável, com o objetivo de atingir os repórteres da rua,
quando sai do estacionamento. — As pessoas seriam melhores para você, se
você fosse mais agradável para elas. Isso é tudo o que estou dizendo. —
Trystan é tranquilo, mas eu sinto seus olhos em mim. Quando eu olho para
cima, ele responde ao que eu estava pensando. — Jon não fez isso com você.
Aos poucos, meu queixo inclina-se para cima e os nossos olhos se
encontram no espelho retrovisor. — Jon Ferro é um homem morto. Ele sabe
o que isto me faria. Foi a pior coisa que ele poderia ter feito.
Bryan pega a minha mão e tece os nossos dedos juntos. — Não foi Jon.
Por favor, aguarde para matá-lo até amanhã.
— Eu poderia matá-lo agora. Bryan, eu cuidei de Campone e posso cuidar
de qualquer um que mexer com Maggie ou comigo. Eu não sou mais uma
criança. — Eu soluço e tremo quando o passado e o presente eclodem juntos
novamente. Meu irmão morreu de fome. Ele morreu em meus braços e eu era
muito boba e pequena para saber o que fazer. Eu digo que eu era apenas uma
criança, porque é mais fácil do que dizer às pessoas a minha história, mas os
Ferros sabem de tudo. Eles são como baratas que conseguem encontrar cada
mentira em cada canto escuro de sua alma. — Eu não vou ser dizimada por
Jon. Foda-se ele.
Trystan e Bryan trocam um olhar, mas ninguém diz nada. Bryan me puxa
em seus braços e me segura até pararmos em frente de um antigo motel.
Bruto é a melhor maneira de descrevê-lo. Aposto que eles alugam quartos por
hora. Trystan joga para Bryan a chave do quarto. — Fique aí até eu descobrir
o que aconteceu. Eu acho que já sei, embora os detalhes sejam vagos.
Eu balanço a minha cabeça: — Não, eu não posso. Maggie está de volta e
ela precisa de mim. E Neil...
Bryan suspira, passando as mãos pelos cabelos. Depois que ele fez isso, ele
balança a mão para o seu lado. — Maggie estará bem. E Neil é um idiota.
Além disso, ele sabe que eu a levei esta noite. Aparentemente, você disse a
Maggie que eu estava chantageando você, porque ela tentou me pregar seu
calcanhar na cabeça. — Isso me faz sorrir. — Oh, você acha que é engraçado?
— Bryan me agarra e se inclina para perto. Aqueles olhos verdes brilham por
um momento antes de embaçarem. — Vamos Raymond. Estou pensando em
usá-la até que você se esqueça de quem você é.
CONTINUA
Capítulo 10
Bryan pega o meu rosto em suas mãos.
— Se você não gostar, diga-me! — Eu aceno, lentamente, com as suas
mãos quentes ainda segurando o meu rosto.
Era como se alguém apertasse um interruptor. Os olhos de Bryan se
tornaram mais escuros, mais carnais. Ele libera o meu rosto e pressiona seu
corpo tonificado contra o meu. Empurrando as minhas costas contra a porta,
certifica-se de que eu possa sentir cada centímetro dele. Tira uma corrente
prateada com um plugue em cada extremidade e o prende nos meus mamilos.
Eu ofego quando ele os aperta. O peso das correntes faz com que eu morda
os meus lábios. Enquanto ele pressiona dentro de mim, as correntes vão se
mexendo e puxando suavemente à medida que ele desliza sobre o meu corpo.
Um pequeno suspiro escapa por entre os meus lábios. Bryan me olha, seus
olhos verdes fixos nos meus. Pega um dedo e o coloca entre os meus lábios
rosados, enquanto a outra mão desliza mais para baixo, passando pela minha
barriga e entre as minhas pernas. Eu ofego. Ele se move rapidamente, tocando
a minha protuberância sensível com o polegar, alisando o dedo sobre a carne
suave, e observando o meu rosto enquanto faz isso.
Meu queixo se ergue enquanto tento não gemer. Luto contra as sensações
que estão em erupção dentro de mim, as sensações que ele está trazendo à
tona. Seus dedos se movem sobre o meu clitóris, enquanto ele puxa a corrente
suavemente. Ele sente que estou ficando mais úmida e, em seguida, sem aviso,
sem uma mudança na expressão, empurra o dedo dentro de mim. Ele ainda
está, por um tempo, vendo meus olhos. Eu pisco devagar, sentindo-o ali, entre
as minhas pernas.
Bryan empurra o dedo mais forte, mais profundo enquanto me observa.
Sua respiração está sobre os meus lábios fazendo com que me sinta tonta.
Quando ele puxa o dedo, ergue-o para a minha boca. Delineando os meus
lábios, ele me observa, espalhando meu calor úmido, como batom. Eu pisco
lentamente, com meu coração disparado, e, excitada além da compreensão.
— Prove! — Ele ofega e empurra o dedo em minha boca. Eu passo a
minha língua contra o seu dedo, mas ele o segura lá e diz: — Chupa até que
saia do meu dedo, Hallie! — Eu hesitei, mas ele diz: — Faça isso! — Minha
língua envolve o dedo, sugando-o, saboreando o gosto. Seus olhos estão
queimando, observando-me.
Enquanto chupo o dedo, ele abaixa a outra mão entre as minhas pernas,
abrindo a minha pele escorregadia. Sensações explodem dentro de mim, mas
antes que eu possa saboreá-las, as sensações mudam. O membro duro de
Bryan entra dentro de mim, fazendo com que eu chupe o dedo mais forte
ainda. Ele puxa o dedo da minha boca, e envolve as mãos em volta da minha
cintura. Fica um pouco imóvel, por um momento, respirando rápido e forte.
Depois, puxa para fora lentamente e enfia novamente, fazendo com que eu
bata contra a porta. Meus joelhos tremem à medida que ele lentamente vai me
deixando mais louca. Eu quero mais. Quero que ele me maltrate e me deixe
tonta pela paixão. Que limpe o meu medo com a luxúria, apague a minha
memória por um momento, e tire toda a dor que tem me invadido.
Eu só quero senti-lo e nada mais. O mundo desaparece até que não sei
quanto tempo se passou. Meus braços doem enquanto ele me usa,
empurrando para dentro de mim sucessivas vezes. Minha cabeça pende para o
lado e, em seguida, levanta de volta. Eu ofego todas às vezes e os meus seios
tremem com a força de seu empurrão.
Algo se desdobra dentro de mim. Quero suas mãos em mim, fazendo
tudo ao mesmo tempo. Vertentes delicadas de paixão irrompem dentro de
mim, enviando arrepios pelas minhas coxas e seios. Todos os lugares que
desejo que ele toque fervem como uma corrente viva. Arqueando minhas
costas, eu pressiono meus quadris contra os dele, só para que batam
novamente.
Seus impulsos mudam para provocar, gentilmente empurrando e puxando
para fora. Ele é tão duro, tão perfeito. Quero colocar as minhas pernas ao
redor de seus quadris, mas não posso. As respirações irregulares me
consomem e o quarto está além de quente. Meu corpo está pingando de suor.
Inclinando a cabeça para trás, olho para o teto. É quando suas mãos
encontram os meus seios. Meus lábios formam um O, mas não digo nada. Ele
sente a maciez, a plenitude das minhas curvas enquanto empurra seu pênis
longo e duro em mim lentamente, torturando-me, sucessivamente.
Tomando meus mamilos entre os dedos, ele os torce suavemente e aperta
os grampos. Eu grito, empurrando os meus seios para ele, mas a porta me
detém. Ofegante, mal posso respirar.
Ele sorri, — Shhh! Nenhum som de você! Eu quero que isso entre nós!
Não estou entendendo. Então por que ele quis fazer aquela cena com Neil
e Maggie? Naquele momento, não me importo. Faço o que ele diz e mordo o
lábio para me manter em silêncio. Ele entra profundamente dentro de mim de
novo, e minha boca se abre. Eu engulo o som antes que ele ouça. O único
barulho é a lufada de ar saindo com força dos meus pulmões.
— Boa menina, — ele ronrona e retira antes de novamente empurrar,
desta vez mais profundamente. O tom de sua voz me faz derreter.
Antes que eu possa pensar noutra coisa, os dedos de Bryan apertam em
torno das correntes nos meus mamilos. Seus quadris se mantêm pressionados
rentes aos meus, seu comprimento perdido dentro de mim. Meu queixo cai, e
eu o vejo me observando, esperando que eu faça qualquer barulho. Meus
olhos se fixam nos seus, enquanto sensações ardentes circulam através do meu
corpo, construindo mais apertado e mais forte. Ele lentamente adiciona mais
pressão, provocando e puxando os meus mamilos mais e mais, fazendo com
que a pinça aperte mais ainda. O calor em meu estômago endurece através do
meu corpo. Eu movo os meus quadris e tento balançar contra ele, mas ele me
acalma.
— Não, não. Ainda não!
Eu suspiro! — Eu gosto de ser espancada!
— Sério? — Eu aceno. Sua mão vem com força na minha bunda. Ambas
as nádegas ardem. Ele faz isso enquanto ele ainda está dentro de mim, o que
me faz apertar mais em torno dele. Ele suspira e faz isso de novo, e de novo.
O impacto de suas mãos é tão bom. A ardência envia arrepios através de mim
em ondas que não acabam. Elas navegam pelo meu estômago e se espalham
por todo o meu corpo. Todos os deliciosos formigamentos me atravessam,
fazendo com que eu deslize a minha língua sobre os dentes. Faço isso sem
pensar. É uma reação a ele, ao que está fazendo comigo.
Sem aviso, Bryan puxa para fora. Isso me deixa louca. Meus quadris
sacodem, mas não posso alcançá-lo. O cinto corta os meus pulsos enquanto
me esforço contra as limitações que me foram impostas. Ofego, observando-o
enquanto ele se move para longe de mim. O desejo arde pelo meu corpo. Não
consigo me controlar. Puxando os meus pulsos mais forte ainda, tento
libertar-me do cinto de novo, mas não consigo. Só fica mais apertado.
Ele sorri, assistindo-me lutar, até que eu paro e olho para ele. A expressão
em seu rosto, a intensidade de seus olhos, fazem com que meu estômago se
contorça. Minha respiração fica presa na minha garganta enquanto Bryan
passa perto o suficiente para me tocar, mas ele não toca. Estou ofegante.
Meus olhos estão implorando para que ele faça algo, para que me faça gozar,
deixar-me fode-lo... Qualquer coisa.
— Diga-me o que você deseja, Hallie! Implore-me por isso! — Ele
sussurra palavras ao lado do meu ouvido. A reação dentro de mim é rápida e
violenta. Seu hálito quente faz meu clitóris pulsar e parecer que vou morrer se
ele não me tocar, se ele não terminar o que começou. Ele está tão perto, quase
me tocando, mas não desliza os dedos pela minha cintura. Ele não toca o meu
peito e não provoca os meus mamilos. Isso me faz desejá-lo ainda mais. Eu
me sinto como um animal acorrentado, incapaz de pensar. — Responda-me
linda mulher! — Ele ordena e eu sinto a batida da sua mão na minha bunda.
Meu corpo está tão bem enrolado que o tapa me faz gemer. Eu não
esperava isso, mas antes que pudesse controlar os meu gemido, ele escapa dos
meus lábios. Eu ofego, chocada por não ter sido capaz de abafar o ruído ou
pará-lo a tempo. A mão de Bryan voa uma segunda vez, com mais força. Ele
observa meu rosto enquanto eu estremeço debaixo da sua mão. O tapa é
rápido, e eu sei que vou ter um problema para andar depois, mas não me
importo. Eu grito, dizendo o seu nome, empurrando os meus seios contra ele.
Um olhar perverso torce seus lábios em um sorriso sexy. — Responda-
me! — Sua voz soa como um grunhido e quando não consigo fazer nada,
senão ofegar incontrolavelmente, sua mão me atinge pela terceira vez. Mas ele
não me libera. Em vez disso, ele pega a minha bochecha na mão e aperta. A
ardência se intensifica pela forma como ele me agarra. O belo corpo de Bryan
está coberto por um brilho fino de suor, enquanto me trata grosseiramente.
— Diga-me o que você deseja!
Minha voz é um suspiro. O desejo correndo desenfreadamente. — Eu
quero suas mãos sobre mim, em mim! Eu quero que você me foda sem
sentido. Foda-me, Bryan!
— Implore por isso, Hallie! Implore mais alto! — Seu punho aperta a
minha bunda fazendo com que o meu corpo pressione contra o seu. Gotas de
suor rolam pela minha espinha.
Minha voz treme enquanto imploro, sem capacidade de manter qualquer
traço de comedimento.
— Por favor, Bryan... Por favor! Foda-me! Foda a minha buceta! Encha-
me com o seu gozo. Por favor, baby! Por favor... — Eu continuo a lhe pedir,
enquanto suas mãos deslizam sobre os meus quadris e para baixo entre as
minhas pernas. Quando ele toca o meu clitóris, eu gemo. Bryan inclina sua
cabeça para trás, olhando para mim. — Foda-me, baby! Por favor! — Meus
quadris se remexem contra a sua mão. Em resposta, ele aperta os dedos no
meu clitóris. Eu grito: — Foda-me! Por favor! Bryan! Eu preciso de você! Por
favor!
Quando eu digo o nome dele, ele quebra. Antes de saber o que está
acontecendo, suas mãos estão segurando os meus pulsos sobre a minha
cabeça enquanto ele bate seu membro rígido dentro de mim sucessivamente.
Ele empurra mais e mais profundamente a cada vez, com as mãos deslizando
pelos meus braços. Batendo-se cada vez mais duro contra mim, ele assiste
meus seios balançando e saltando até que ele toma ambos em suas mãos e
aperta os meus mamilos duramente. Eu berro, mas isso só faz com que ele
aperte com mais força, até que a corrente cai. Cai aos meus pés e ele a deixa
lá.
Bryan se move, empurrando para dentro de mim fodendo-me cada vez
mais rápido. O calor entre as minhas pernas percorre todo o meu corpo.
Parece que não posso ser dominada. Não há o suficiente dele para me
satisfazer, nunca. Quando seus dedos apertam mais duramente contra os meus
mamilos doloridos, meus olhos se arregalam. Ele me olha nos olhos enquanto
ele empurra para dentro de mim uma vez... forte. Minhas costas batem contra
a porta e ele me segura lá, observando-me. Seus lábios entreabertos, ele
respira sem dizer nada. Suas mãos suavemente empurram os cabelos para
longe dos meus olhos. Ele acalma por um momento e não posso suportar
isso. Seu pau está em mim, mas não importa o quanto eu me mexa, não posso
fazer com que ele me foda.
Com todo o peso do seu corpo, ele me achata contra a porta. Seus olhos
ardem com o desejo, sua testa está pingando de suor.
— Goze para mim, baby! — Ele respira e mete em mim rápido e
furiosamente. Ele não para quando eu grito. Ele continua metendo contra
mim até que meu corpo não pode ficar mais retesado.
Cada vez que ele afunda em mim eu me sinto mais excitada. Eu não posso
respirar, mas não quero que ele pare. Seu corpo me esmaga, enquanto me
monta, balançando contra mim furiosamente. Eu gemo, e posso dizer o quão
forte ele está empurrando e o quanto vou estar machucada depois, mas não
me importo. No momento, isso é muito bom. Minha pele formiga e está
pingando de suor. Meus seios saltam mais e mais para cima com cada batida
de seu corpo contra o meu. E sem outro pensamento, eu gozo. Meu grito sai
rasgado através da minha garganta. Não posso gozar silenciosamente, não
quando ele faz assim. Bryan me bate mais forte enquanto as deliciosas
sensações giram, fazendo com que todo o meu corpo entre em erupção. Eu o
sinto meter contra mim duro e profundamente, e ele goza alguns segundos
após.
Esgotada, pendurada e estremecendo contra a porta, estou pronta para
cair no chão. Bryan se afasta e me olha. Com os lábios entreabertos, ele só
olha para mim por um momento antes de desatar o cinto. Quando as minhas
mãos caem ao meu lado, meus braços queimam. Bryan me toma em seus
braços e me leva para a cama. Ele me senta na frente dele e esfrega os
músculos doloridos em meus braços e ombros. Minha cabeça se inclina para o
lado enquanto ele faz isso. Cada centímetro meu está formigando. Não quero
que esse momento termine, mas Bryan para.
Viro-me e olho para ele. Ele está brilhando, coberto por uma fina camada
de suor que cheira tão bem. Eu quero lambê-lo, mas apenas aceno. Ele vira
seus olhos esmeraldas para longe e diz:
— Eu acho que eu deveria ir.
— Você vai embora? — De repente, eu me sinto muito nua. Puxo a
coberta da cama e a enrolo em volta dos meus ombros.
— Sim, a menos que você queira que eu fique e diga a Neil tudo sobre
como eu acabei com a raça da sua noiva. — Ele me olha por um segundo. Sua
testa está coberta de suor e seu rosto está brilhando. — O que há de errado?
— Ele sempre pôde me ler tão bem. Eu quero dizer a ele sobre Victor, mas
não posso.
Eu digo outra coisa.
— Neil fez a proposta e eu disse sim. — Eu ergo o meu anel.
— Sim, eu vi isso. Você realmente aceitou? — Bryan se senta ao meu lado.
— Na verdade não. Ele aceitou por mim. — Nós dois ficamos em silêncio
por algum tempo.
Bryan se veste e diz:
— Eu voltarei para ter você do meu jeito de novo em breve. Da próxima
vez é melhor que o idiota do seu noivo tenha você pronta para mim. E eu
quero que você use isso quando estiver comigo e só comigo. — Ele levanta a
corrente do chão e a joga para mim.
A porta do quarto se abre e Neil está lívido. Ele olha para mim e depois
para Bryan:
— Você acha que isso é engraçado?
— Não, acho que ela precisa de algo que você não pode dar a ela. Estou
dando a você uma única chance de quebrar seu compromisso e foder a sua
noiva. Mas você tem que fazer isso como um animal. Satisfaça-a!
O rosto de Neil contorce desgostoso.
— Eu a satisfaço sem esse comportamento bárbaro. Fazer amor não
precisa de mordaças, amarras ou oprimir mulheres de forma nenhuma. Tenho
certeza de que Hallie só aceitou isso pela equipe, seu pedaço de merda
demente!
Essa foi a coisa mais cruel que já ouvi Neil dizendo e eu quero rir, porque
é pateticamente fraco. O homem que estava me usando, ofereceu para quebrar
o acordo se Neil prometer me pegar e fazer sexo animalesco comigo. O
homem deveria ter dito que sim, mas ele, pela sua moral, disse que não. Estou
cansada demais para pensar no que isso significa. O que aconteceu aqui?
— Ela vai tomar mais do que uma foda pela equipe. — Bryan pisca um
dos olhos. — Vejo você amanhã, escrava sexual! Trarei um colar para você e
vai usá-lo. — Bryan aperta a mão de Neil. — Você é um homem inteligente.
O que são alguns meses de infidelidade comparados com uma vida de
riquezas, certo?
Neil aperta a sua mandíbula.
— Então você planeja que isso continue por alguns meses?
— Provavelmente não por muito tempo. Eu fico entediado fodendo a
mesma mulher todo dia. Não se preocupe Neil! Ela é sua sujeira, não a minha.
— Com isso, Bryan vira as costas e sai.
— Neil, — estou pronta para explodir em lágrimas. O julgamento está
espalhado em seu rosto.
— Hallie, isso não é natural. Você não é um animal selvagem! Será que ele
conseguiu instigá-la para que você fingisse o que você não é?
Eu dou de ombros. Não quero falar sobre isso.
— Não tenho ideia.
— Eu deverei deixá-lo foder e espancar você na minha cama, sempre que
ele quiser?
Eu olho fixamente para frente.
— Até que ele se canse de mim, sim. Lide com isso! Você foi quem me
disse para fazer isso. — Eu destaco a última frase. — E ele lhe deu uma saída.
Você não aceitou. — Eu fico olhando para ele, e puxo a coberta mais forte em
volta dos meus ombros.
Neil revira os olhos.
— Eu pensei que fosse apenas uma noite.
— Eu também. Estávamos errados sobre uma porção de coisas.
Capítulo 11
Eu deveria me sentir envergonhada, mas não sinto. No dia seguinte, me
sento com Maggie no sofá enquanto Neil está fora. Ela tem estado muito
tranquila desde que a busquei em seu antigo apartamento. Maggie olha para o
espaço, e eu sei que a memória está se defrontando com o novo e joga uma e
outra vez em sua mente.
— Você quer falar sobre isso? — Eu pergunto, já sabendo a resposta.
Ela inspira e balança a cabeça, antes de oferecer-me um sorriso forçado.
— Não há nada a dizer. A mesma velha merda. Nada mudou, mas dói mais
agora. — Ela sorri como se algo fosse engraçado. — Eu pensava que doía
mais quando eu era criança. Acho que não.
— O que ele fez?
— A mesma coisa de sempre. Victor gosta de possuir coisas. — Ela muda
em seu assento e, em seguida, levanta, colocando distância entre nós. — Era
para eu arranjar-lhe uma garota. Ele tem um tipo, quadris redondos, cabelos
escuros e pele pálida, como Nicole Kidman, mas morena. Assim, a cada
semana, eu levava alguém. Elas ganham algumas centenas de dólares, e ele faz
o que faz. Na semana que eu não conseguia encontrar ninguém, eu a
substituía, mas desta vez... — Ela para de falar e balança a cabeça. — Eu não
deveria ter ido. Geralmente é apenas sexo violento. Ele dá um tapa e me
arranha. Vou para casa e é isso. Mas desta vez... — Ela balança a cabeça e olha
por cima do ombro para mim. — Eu não quero falar sobre isso. Eu tentei
fugir e, em seguida, desisti quando ele disse o que ele faria comigo, e depois
com você. Ele me deu uns tapas por um tempo, me levando do jeito que ele
quis, e então eu ouvi a sua voz e eu estava morrendo de medo que ele fosse
levá-la também. Sinto muito, Hallie.
— Não é culpa sua. — Eu me sinto horrível por deixar sua vida
desmoronar assim. Nós deveríamos estar lá uma para a outra. — Eu deveria
ter chegado mais cedo. Eu teria... Eu gostaria de poder ter tudo de volta.
Maggie sorri tristemente e envolve os braços em torno de si. — Sim, eu
também. E agora? Sem ofensa, mas eu não suporto Neil.
Concordo com a cabeça. — Eu estava pensando que deveria ter um lugar
só meu antes do casamento. Vai ser eu e você.
O olhar de Maggie desvanece no chão. — Você vai se casar com ele,
sério? — Eu aceno e lhe dou um olhar para que não me pressione agora. Ela
acrescenta: — Eu adoraria, mas você sabe que eu não posso me dar ao luxo.
— Sim, você pode. Eu tenho parte do meu pagamento antecipado.
Podemos ir a procura de uma casa sempre que quiser, oh, e esta parte não é
opcional, você trabalha para mim agora. Eu vou precisar de uma assistente
pessoal para me dizer o que fazer, você sabe, alguém um pouco mandona.
Maggie ri e me empurra, e depois bate as mãos sobre a boca, e repete a
ação. — De jeito nenhum!
— Isso. — É tão bom ver uma explosão de felicidade em seus olhos,
mesmo por um breve momento. Mas assim que ela pisca, ela se foi, perdeu-se
nas profundezas da agonia que enchem sua alma.
Um dia ela vai parar de lutar. Um dia ela vai ceder, desistir.
Ela já teria desistido se eu não tivesse aparecido. Algumas pessoas a
levaram direto para o inferno. É irônico, porque eu tenho sangue em minhas
mãos e não me sinto como se estivesse infeliz. É mais, como eu se estou
puxando Maggie, da vida tortuosa ela conhece, e esconde com esse sorriso.
Não me arrependo de minhas ações. O pensamento faz minha pele
formigar. Na parte profunda da minha mente, eu me pergunto que tipo de
pessoa que sou, mas arrumo minha coluna e me levanto. Isso me faz ser quem
eu sou e não há nada mais a se considerar. Eu fiz o que tinha que fazer. Eu
não teria tocado em Victor se ele a deixasse em paz, se ele não tivesse
ameaçado vir atrás de nós, mas ele ameaçou. Eu vi o medo nos olhos de
Maggie é a verdade. Se Victor Campone tivesse vivido, teríamos morrido.
— Está com fome? — Eu pergunto me dirigindo à geladeira.
— Sim, um pouco. — Maggie está sentada com os pés enrolados em sua
bunda e olhando para as mãos desde que eu a peguei no apartamento do
Victor. Ela raramente faz contato visual. Acho que a luta a nocauteou. Ele
aparece em surtos, mas é como um carro que está ficando sem gasolina. Estou
muito preocupada com ela. Depois de tudo que ela passou...
Isso não pode desfazê-la. Não pode.
Porque é minha culpa desta vez.
Todas as outras vezes, a Maggie revidou. Ela nunca desistiu, nunca cedeu,
e agora a minha melhor amiga está caída no sofá, coberta de hematomas e
cortes, com os olhos que se assemelham a buracos-negros que sugam tudo,
mas não vejo nada ali. Eles não sentem nada, não mais.
Eu sorrio e digo algo estúpido, tentando fazê-la rir, mas nem sequer
obtenho um sorriso de piedade. Depois de abrir a porta da geladeira, eu gemo
em voz alta. Neil está trabalhando hoje e não conseguiu ir às compras.
Maggie pergunta: — O que ele fez?
— Ele pegou todas as sobras da festa e levou para o trabalho. Eu pensei
que era bom porque ele deveria ir às compras, mas não o fez. — Estou
inclinada na geladeira vazia olhando para uma caixa de leite vencido e um
frasco de picles. Não vou comer isso. Eu bato a geladeira e acrescento: — Eu
dar rápida saída. Será que comida chinesa vai bem?
Maggie geralmente protesta e se oferece para pagar as coisas, mas hoje,
apenas balança a cabeça. — Ótimo! — Eu digo, parecendo alegre. Ela irá
voltar. Ela vai. Se eu continuar dizendo a mim mesmo vai acontecer, certo?
De repente, eu percebo que ela não recuperou-se, matar Victor não era uma
vingança suficiente, até mesmo pelo o que ele fez com Maggie.
Capítulo 12
Pego minhas chaves e ligo o motor. O carro vermelho ronrona quando o
tiro da garagem e digito o CEP do local que irei. Quando estou prestes a
desviar para o estacionamento, um policial segue atrás de mim, com as luzes
vermelhas piscando. Eu não estava em alta velocidade. Droga. Deve ser
verdade que os carros vermelhos são parados mais do que qualquer outra cor.
Eu encosto e levo o carro para o acostamento, tomando o cuidado de
manter as mãos no volante. Papai me disse para nunca ir para a minha bolsa
ou porta-luvas até que o policial esteja de pé ao lado do carro. O cara tem que
ver as minhas mãos ou ele pode atirar em mim, bem não é exatamente do jeito
que meu pai disse isso, mas é o que ele quis dizer.
Eu aperto o botão na janela, assim como o policial se aproxima. Ele está
usando o uniforme escuro que me dá vontade de sair correndo e gritando
para o meu quarto e me esconder debaixo da minha cama.
Ele não é esse cara. Pare com isso, Hallie, xingo-me, mas isso não ajuda.
Até agora, minhas mãos estão tremendo.
— A licença e registro, por favor. — O cara tem trinta e tantos anos, e um
tipo de visual assustador. Por assustador, eu quero dizer que parece que ele
poderia tomar o meu pequeno corpo e dobrá-lo estilo acordeão e enfiá-lo em
seu tronco. O cara é massa muscular pura e ele parece chateado. Eu não posso
imaginar o que eu fiz.
Eu me aproximo do porta-luvas para retirar os papéis mencionados, mas
tudo que eu encontro é o manual sobre o carro e o último aviso de mudança
de óleo. Sem documentos. Sem registro. O meu coração dá uma guinada.
Foda-se. Eu começo a pensar que Jon brincou comigo, mas mesmo ele, não
seria tão baixo. E o policial não me pediu para sair do carro ou qualquer coisa.
Minha lanterna traseira está queimada ou algo assim, isso é tudo. Isso não é
nada.
Eu vasculho minha bolsa e tiro a minha pequena carteira. Meu rosto fica
pálido quando vejo o espaço vazio onde minha carteira de motorista deveria
estar. Olho para o policial e digo baixinho: — Ela se foi.
— Você não tem uma licença ou registro desse veículo? — Ele diz algo
em seu ombro depois de ouvir um zumbido em seu fone de ouvido. — Saia
do carro, minha senhora.
Estou tremendo agora. — Eu não fiz nada de errado. Alguém pegou a
minha licença. Eu tenho uma.
Ele me ignora e me apoia no capô. Tira seus óculos de sol. Quando o
guarda, ele pergunta: — Você sabe que você está dirigindo um veículo
roubado?
— Não é roubado.
— Oh?
Eu balanço minha cabeça, pronto para chorar. Jon não faria isso para
mim, ele não iria. — Jonathan Ferro me vendeu este carro uns dias atrás por
dez mil dólares. Eu não tive a chance de renovar a papelada ainda. Eu pensei
que tinha alguns dias?
O policial concorda. Ele vira o meu rosto para o capô e me revista. —
História legal. O carro vale muito mais do que isso. Se você vai mentir pelo
menos faz a história parecer convincente.
— É verdade! Jon me vendeu por dez mil. Pergunte a ele! Eu não estou
mentindo.
Eu sinto frio do metal prender meus pulsos quando as algemas
escorregam em torno dos meus braços. Eu começo a entrar em pânico. Meu
coração dispara muito rápido e o mundo se torna um borrão. Eu não posso
parar de falar, suplicando, e quando o policial me empurra na parte de trás de
seu carro, todos os terríveis eventos em detalhes vívidos se reproduzem em
minha mente.
Eu fecho meus olhos e tento desligá-los, mas as cores iluminam e os sons
de mais de uma década tocam alto em meus ouvidos, enquanto lágrimas caem
pelo meu rosto. O passado e o presente colidem juntos com tanta violência
que eu não posso suportar isso.
Minha mãe jura para mim antes de me enfiar no armário. Pequenas mãos
envolvem em torno de mim, e eu sei que o meu irmão mais novo, Anthony,
está apavorado. Ele cresceu e seus ossos eu sinto nitidamente sob minhas
palmas. Ele chora até que fica em silêncio, até que ele adormece, até que
minha mãe teve seu efeito das drogas e amantes. Eu a ouvi rir. Eu nunca
poderia fazê-la feliz assim. Ouvi os sons de sexo, até que algo muda. A festa
normal não é mais normal.
O policial que me tirou do armário tentou tirar o corpo sem vida do meu
irmão dos meus braços. Eu não entendi. Eu o protegia dela. Eu vigiei por
Anthony, mas depois de tudo que eu fiz, não foi o suficiente. Eles pensaram
que eu o matei em primeiro lugar. Eles me empurraram para o fundo do carro
e gritei para eles até que eu não podia chorar mais. Eu queria meu irmão, mas
eles disseram que ele estava morto.
Eu não acreditei neles.
Agora, eu tenho dificuldade em acreditar em alguém e este policial abriu
uma ferida que é tão profunda que me corta até o osso. Não, não foi o policial
- foi Jon.
Eu não posso evitar o tremor, mas eu não choro. Eles me ficham e fazem
perguntas que eu ouvi antes. A estrutura nunca muda em lugares como este.
As pessoas são as mesmas. O cheiro é idêntico. Eu olho fixamente, tentando
manter minha mente em uma única peça, mas eu sinto as rachaduras pouco a
pouco.
Quem vai salvar Maggie? Se eu me perder, quem estará lá para ela?
Ninguém. Acalme-se, Hallie.
Eu tenho direito a uma ligação, então que eu chamo a pessoa que eles
estão tentando me manter longe, o homem que está me chantageando por
sexo.
Quando ele atende o telefone, Bryan parece cansado. Eu não sei de que
outra forma dizer. Eu teria pensado que ele estava dormindo, mas há algo em
sua voz que me diz que não dorme há muito tempo. — Suffolk County PD.
Deixe-me adivinhar, é Jon ou Trystan?
— Não, — minha voz é tão baixa, tão tímida que mal faz um som.
Eu o ouvi mudar e Bryan soa mais alerta quando ele responde: — Hallie?
— Venha me pegar. Eu vou lhe dever. Qualquer coisa que você quiser,
basta vir me pegar. — Eu entrego o telefone de volta ao oficial na mesa e sou
levada de volta para a minha cela.
Capítulo 13
Estou sentada em frente a uma mulher que não consegue parar de chorar.
Ela fala sobre os tíquetes de estacionamento não pagos, sobre como ela vai
perder o emprego por causa disto e como ela não trabalhou o suficiente para
pagar os tíquetes. Depois começa a hiperventilar e menciona algo sobre
remédios. Essa é a única vez que o policial no exterior da cela olha para ela.
Eles a removem da nossa cela, dizendo que vai ter seus remédios.
Alguém entra e se senta ao meu lado. Seu rosto está machucado em um
lado.
— Olá.
Eu olho para ela e não digo nada. Meus braços estão cruzados sobre o
meu peito e estou encostada à parede, pensando em maneiras de castrar Jon
Ferro. Ele sabia sobre o meu passado e o que isto faria comigo.
A mulher não é mais que uma menina, deve de ter uns dezoito anos, com
grandes olhos redondos, mas ainda tem bochechas gordinhas, infantis. Pelo
seu rosto angular não parece ter mais de vinte e dois anos. O seu cabelo
escuro é longo e está em um rabo de cavalo bagunçado.
Ela suspira e descansa as costas contra a parede de cimento frio. — Você
passará a noite aqui? Eu espero que sim. Ele precisa de tempo para esfriar. A
única parte ruim é não ter o sabão bacteriano, mas o resto está bem. Além
disso, ele vai dar-me tempo. Eu não posso estar perto dele quando ele está
assim. Ele é geralmente é bom, mas em noites como está, eu acho melhor
ficar aqui. Eu não vou fazer a minha ligação. Ei, você parece familiar. — Ela
fala sem respirar e olha para mim o tempo todo.
— Nós nunca nos conhecemos, — é tudo o que eu digo.
Ela acena com a cabeça e continua, liberando uma onda de palavras.
Sentada, escuto sua vida, a sua história, não sinto nada, apenas piedade. Ela é
como Maggie e eu. Ela não tem ninguém que se preocupe com ela, ninguém
para ouvir a sua voz e em quem encontrar consolo através de seu toque.
Eu não sei quanto tempo estive lá, mas um tempo depois eles chamam o
meu nome, a jovem foi levada para um banho e passará a noite na cela.
Imagino o por que desejar uma cela em vez de ir para casa. Isso me faz querer
chorar, e não há porra nenhuma que eu possa fazer sobre isso. Eu não posso
nem tomar conta de mim.
A porta da cela desliza aberta e faz um som mais horrível. — Hallie
Raymond, recolha as suas coisas na recepção e vá para casa com o seu amigo
que pagou sua fiança. Se você estragar tudo, ele será o único que pagará por
isso, o melhor é se comportar.
Concordo com a cabeça e percorro o caminho para a recepção. Parece
que eu não prestei atenção por um tempo, mas o faço quando vejo Bryan.
Enquanto eu ando atrás dele eu observo a maneira como ele respira, o modo
como os seus ombros estão dobrados para frente como se ele estivesse sendo
vigiado ou com dor. Eu paro atrás dele e o assisto por um momento. Seus
quadris são estreitos, como sempre, ele não perdeu muito peso, mas seu
cabelo não brilha da maneira como ele costumava brilhar. Sua respiração é
superficial e curta, como se tivesse estado correndo. Uma sensação horrível
corre pela minha espinha quando eu olho para ele.
Naquele momento, Bryan sente os olhos sobre ele e vira. Ele tem aquele
sorriso brincalhão no rosto. — Se você queria usar algemas, eu tenho algumas.
Eu ficaria feliz... poff! — Eu bato nele com toda a força do meu corpo e o
seguro apertado.
Bryan fica chocado no início. Seus braços levam um tempo até fecharem-
se em torno de mim, e depois ele me segura. Eu sinto a sua voz, a agitação
quente de ar, quando ele sussurra em meu ouvido: — Vamos sair daqui. —
Ele me solta e eu aceno. Foi quando ele me disse a última coisa que eu queria
ouvir. — Há repórteres na frente.
— O quê? — O meu queixo cai em horror.
— Eu fiz arranjos para sair pela parte de trás, mas haverá alguém. Sempre
há. Todo mundo vai saber o que aconteceu pela manhã. — Bryan pega a
minha mão e me leva, seguindo um oficial, que nos conduz através de uma
sala com armários e na parte de trás da delegacia de polícia, para um Hummer
preto. Sou empurrada para dentro, mas não antes de um flash disparar e eu
olhei diretamente para a câmera.
Bryan empurra-o de volta, mas a foto já foi tirada. Ele sobe atrás de mim
e diz: — Dirija.
— Eu não sou a porra do seu motorista, Bryan. Diga por favor. — Um
cara da minha idade, com cabelo escuro que paira em seu rosto, está no
assento do motorista. Com óculos grandes demais para obscurecer os olhos.
— Foda-se, Trystan.
Trystan revira os olhos e se afasta com sua enorme, máquina
ambientalmente irresponsável, com o objetivo de atingir os repórteres da rua,
quando sai do estacionamento. — As pessoas seriam melhores para você, se
você fosse mais agradável para elas. Isso é tudo o que estou dizendo. —
Trystan é tranquilo, mas eu sinto seus olhos em mim. Quando eu olho para
cima, ele responde ao que eu estava pensando. — Jon não fez isso com você.
Aos poucos, meu queixo inclina-se para cima e os nossos olhos se
encontram no espelho retrovisor. — Jon Ferro é um homem morto. Ele sabe
o que isto me faria. Foi a pior coisa que ele poderia ter feito.
Bryan pega a minha mão e tece os nossos dedos juntos. — Não foi Jon.
Por favor, aguarde para matá-lo até amanhã.
— Eu poderia matá-lo agora. Bryan, eu cuidei de Campone e posso cuidar
de qualquer um que mexer com Maggie ou comigo. Eu não sou mais uma
criança. — Eu soluço e tremo quando o passado e o presente eclodem juntos
novamente. Meu irmão morreu de fome. Ele morreu em meus braços e eu era
muito boba e pequena para saber o que fazer. Eu digo que eu era apenas uma
criança, porque é mais fácil do que dizer às pessoas a minha história, mas os
Ferros sabem de tudo. Eles são como baratas que conseguem encontrar cada
mentira em cada canto escuro de sua alma. — Eu não vou ser dizimada por
Jon. Foda-se ele.
Trystan e Bryan trocam um olhar, mas ninguém diz nada. Bryan me puxa
em seus braços e me segura até pararmos em frente de um antigo motel.
Bruto é a melhor maneira de descrevê-lo. Aposto que eles alugam quartos por
hora. Trystan joga para Bryan a chave do quarto. — Fique aí até eu descobrir
o que aconteceu. Eu acho que já sei, embora os detalhes sejam vagos.
Eu balanço a minha cabeça: — Não, eu não posso. Maggie está de volta e
ela precisa de mim. E Neil...
Bryan suspira, passando as mãos pelos cabelos. Depois que ele fez isso, ele
balança a mão para o seu lado. — Maggie estará bem. E Neil é um idiota.
Além disso, ele sabe que eu a levei esta noite. Aparentemente, você disse a
Maggie que eu estava chantageando você, porque ela tentou me pregar seu
calcanhar na cabeça. — Isso me faz sorrir. — Oh, você acha que é engraçado?
— Bryan me agarra e se inclina para perto. Aqueles olhos verdes brilham por
um momento antes de embaçarem. — Vamos Raymond. Estou pensando em
usá-la até que você se esqueça de quem você é.
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