Quando o pai e o irmão de Storme Montague são mortos pelas Castas, a pesquisa de seu pai também é destruída – com exceção de um chip de dados cruciais que tanto o Conselho, quanto as Castas matariam para obter. Caçada pelo Conselho, ela é resgatada por Styx, um Casta Lobo, que é diferente da maioria das outras Castas que ela conheceu.
Storme tem algo que ele quer, mas não é só o chip de dados...
São Castas. Papai diz que o homem os criou, mas somente Deus poderia dar-lhes uma alma. No momento, o mundo, assim como os cientistas que os criaram, estão debatendo se eles têm almas. Eu acreditei uma vez que nenhuma criatura na Terra poderia viver sem alma, sem a bênção de Deus, no mínimo, mas a maioria dos cientistas do Conselho acredita no contrário.
E, ainda estou indecisa.
Meu pai e meu irmão, James, são cientistas que trabalham aqui na Cordilheira dos Andes, no complexo do Conselho, conhecido apenas como Ômega. É um dos poucos laboratórios de Castas restante em funcionamento, porque o regate de Castas destruiu os outros.
Papai e James sentem que o resgate será feito aqui em breve. Eles parecem tão confiantes disso, e até mesmo parecem esperar ansiosamente. E eu não consigo entender o porquê.
Eu vejo as Castas. São espécimes perfeitos, tão bonitos e fortes, como os leões, tigres e lobos, de cujo DNA foram criados. Mas isso não importa, como se você vestisse de um animal, não é? Não é ainda um animal?
Quando eles uivam de raiva, rasgam uns aos outros com dentes e garras, e lutam pela comida que os soldados trazem para eles a cada dia, eles são animais, não humanos.
E ainda assim, eu olho em seus olhos quando eu acompanho meu pai nos treinamentos de estruturas ou laboratórios, e neles, eu juro que vejo tanto desespero e tanta raiva. É a raiva que verdadeiramente me apavora.
Eles falam. Eles nunca riem. Eles mostram os caninos afiados, tencionam as correntes que os prendem, e eu sinto a raiva deles. Mas também vejo o animal dentro deles. Ele brilha em seus olhos, transformando-os em quase vermelho, brilhando com tal força que eu sei que se eles estivessem livres, eles procurariam primeiro matar os homens e mulheres que os criaram.
Meu pai, meu irmão, até mesmo eu. Raiva impregna suas expressões, quando eu olho para eles, é como se eles não pudessem suportar ser vistos, ou ver outros, fora das barras de suas gaiolas.
A tensão está crescendo aqui no Ômega. Castas, soldados, cientistas e técnicos de laboratório parecem estar prendendo a respiração enquanto lutam para manter o segredo deste laboratório intacto. Para esconder as poucas Castas guardadas, não por suas capacidades de combate, mas por algum projeto especial a que papai e James, se referiram como uma afronta à humanidade.
Como poderia a humanidade se ofender mais do que tinha sido com as Castas? Eu perguntei a meu pai sobre isto, e em seus olhos eu vi tal decepção, uma sensação de tristeza que apertou meu peito em dor.
Eu só quero que isto termine. Eu só quero sair daqui com o papai e James, e eu só quero ser livre.
Eu posso sentir o fim se aproximando. Nós todos podemos. Especialmente papai e James, que estão trabalhando longas horas, até tarde da noite, para destruir e ocultar o que eles estão trabalhando em segredo. Eu queria que eles se apressassem. Eu queria que pudéssemos escapar de nós mesmos, apenas cair fora e nunca mais voltar.
Papai diz:
—Uma vez que o Conselho tem o controle sobre você, eles garantem que você nunca possa ser livre.
E eu vejo em seus olhos, assim como em meu irmão, aquela sensação de que eles também não são mais do que cativos aqui neste complexo escondido.
Eu não vou deixá-los começar uma prisão em mim. Eu não vou ser como as Castas, não vou ser como os cientistas. Um dia, eu juro, eu serei livre.
Laboratório Ômega de Experiências Genéticas
Unidade Científica
Complexo Montanhas dos Andes
As luzes estavam apagadas, a eletricidade tinha implodido, deixando-os para navegar apenas com as luzes escuras de emergência para enxergar. Fora, os lampejos da luz das explosões que abalaram os laboratórios iluminavam as janelas. Tiros e gritos ecoaram, aproximando-se, enchendo Storme com um medo tão angustiante que estremeceu todo o seu corpo.
—Storme, você tem que se esconder. Não deixe que ninguém te encontre, você me entendeu? Ninguém pode encontrá-la. — Seu pai ajudou-a a deslizar pela fenda estreita entre as paredes atrás de seu armário.
Ela olhou para ele com terror, consciente de seu irmão trabalhando por trás dele apagando as informações contidas nos computadores e nos discos arquivados ao longo da parede.
—Tome isto. — Ele agarrou a mão dela.
O antigo anel de safira que sua mãe tinha usado uma vez foi enfiado em seu dedo. Ele tinha lhe mostrado os segredos do anel dias antes. O compartimento escondido debaixo da pedra oca e o chip de dados que ele tinha colocado ali. Ele a alertou, tantas vezes ele a tinha avisado que, se algo acontecesse com ele, então ela se tornaria a protetora das informações contidas nesse chip.
—Papai, venha comigo. — Storme podia sentir o pânico apertando no peito enquanto os sons de tiros, gritos e raiva animal cresciam mais perto da sala do laboratório de pesquisa genética, onde seu pai trabalhou a vida inteira dela.
—Não, nós não podemos ir com você, querida. — Lágrimas encheram seus cansados olhos castanhos, o rosto vincado de tristeza. — Seu irmão e eu vamos ficar bem. Chegue à casa segura, nós vamos encontrá-la lá depois que estivermos certos que fizemos o que tem de ser feito aqui.
Não, eles não iriam encontrá-la. Ela nunca iria vê-los novamente, e ela sabia disso. Ela viu o irmão dela por longos segundos, em pânico. Ela não podia ver seu rosto amado. Os vincos que se formavam em sua testa e próximo aos lábios. Ele raramente ria, mas ele sorria para ela com frequência.
Ela tinha apenas quatorze anos. Ela não queria encarar a escuridão sozinha. Ela estava com medo do escuro.
—Não, não me faça ir sozinha, papai. — Soluços estavam lutando para escapar dos lábios enquanto as lágrimas começavam a cair.
Ela olhou para ele, vendo o medo e a preocupação em seus olhos, o cabelo grisalho despenteado, a dor que ele estava tentando tão duramente esconder dela. E a coragem. Ela não tinha a coragem dele.
Ela não era forte como seu pai e seu irmão eram. Eles enfrentavam a cada dia os selvagens humanos-animais que haviam criado e treinado no complexo por trás das casas. Eles viviam com os monstros que Storme apenas tinha vislumbrado a partir de uma distância enquanto estavam treinando. Monstros que poderiam rasgar a carne com os dentes, que poderiam rasgar os membros dos corpos apenas com as próprias mãos. Os monstros que uivavam durante a noite com uma selvageria, com um horror que assombrava os pesadelos de Storme.
—Storme, seja forte por mim. — Ele empurrou uma mochila nas mãos dela antes de se voltar. — Lembre-se das promessas que você me fez. Você jurou que faria isso, Storme.
Os punhos dela estavam cerrados enquanto o painel batia, se fechando, deixando-a na escuridão com o vazio aterrador negro estendendo-se abaixo dela.
Ela havia prometido. Ela tinha jurado se proteger e os segredos que ele tinha acumulado ao longo dos anos. Segredos que deveriam ir para uma pessoa. Uma pessoa sem nome. Uma pessoa que havia prometido encontrá-la, protegê-la. Uma pessoa misteriosa que saberia o que dizer, e o que fazer, para ganhar a confiança dela.
As informações que o anel guardava eram tudo o que iria salvá-la, tudo o que poderia salvar tantas pessoas inocentes, ele insistiu. E ele o tinha confiado a ela.
Ela tentou descer a escada estreita que levava além do túnel. Ela tentou. Mas enquanto ela dava o primeiro passo, ouviu um grunhido, enfurecido e selvagem enquanto uma explosão abalava a casa.
Ela quase gritou. Lutando para manter o equilíbrio, ela apertou as mãos apertadas contra a parede e lutou para não cair da escada.
Medo a segurou imóvel, os olhos arregalados quando ela olhou pela fresta da parede para o quarto e viu seu pai enquanto ele olhava para a porta com medo.
—Temos que sair daqui. — A voz de seu pai vacilou enquanto James movia-se para mais perto dele, protetoramente. — As Castas virão atrás de nós, que os criamos em primeiro lugar.
Storme viu a percepção em ambas as faces de seu irmão e seu pai, e ela sabia que o horror que ela sempre temeu estava sobre eles.
—Mas não aqueles que os ajudaram. — A voz era gutural, com raiva.
Storme engoliu apertado no som enquanto os punhos cerravam no esforço para ficar no lugar, conter-se de tentar proteger seu pai também.
Ela tinha prometido que iria correr e se esconder. Que ela não se colocaria em risco.
—Onde está a menina?
—A menina? Ela?
—Eu a mandei embora ontem. — Respondeu seu pai, sua voz tremendo.
—Porque você sabia o que estava vindo?
O pai dela sacudiu a cabeça.
—Como eu poderia saber?
—Você pensou que você era tão cuidadoso. — A voz estava cheia de fúria. — Você ajudou a nossa destruição, JR. Você vai pagar por nos trair, ajudando os simpatizantes das Castas neste resgate de merda.
—Eu não ajudei nada. — Seu pai, JR, James Robert, negou.
Um duro riso encheu o quarto.
—Nós vamos encontrar a menina. Sem dúvida, você enviou o que eu preciso com ela. Ou não? Dê-me aquela pesquisa, JR, e vou deixá-la viver.
—Do que você está falando? — O medo era espesso, pesado, em torno de seu pai, seu irmão, até mesmo Storme sentia sua respiração faltar.
—Eu quero aquele chip de dados.
—Que chip de dados? — Até Storme podia ouvir o nervosismo, a mentira, na voz de seu pai.
Um rosnado animalesco duro encheu o quarto enquanto as sombras se moviam. Como se houvesse muitos, não apenas um. Escuras, sombras brutais, olhos brilhantes avançaram.
Storme olhou para a aberração. Os olhos impiedosos, a face que parecia muito jovem, e ainda muito cruel. E ela a memorizou. Memorizou a criatura que ela sabia que iria matar o que restava de sua família.
Seu irmão pulou na frente de seu pai, para salvá-lo, Storme sabia. Aquele era James, tão protetor, tão amoroso. Enquanto o Coiote pegava nos ombros frágeis de seu irmão, Storme cobriu a boca com a mão para segurar seus gritos e assistiu com horror.
Querido, amado James. Ele jogou jogos de palavras com ela, a fez rir, e enquanto isso, ela assistia com horror aqueles monstros horríveis agarrarem, inclinarem a cabeça, e rasgarem a garganta de James.
O sangue pulverizou enquanto outra explosão do lado de fora iluminou a sala com luz brutal, mostrando a cena em detalhes duros.
Bile subiu na garganta dela enquanto ele inclinava a cabeça para trás, o rosto, assim como de um ser humano, coberto de sangue, seus lábios se abriram e um grito ecoou em torno dela.
Eles podiam sentir o medo. Eles podiam sentir o cheiro dela. Seu pai a tinha avisado disso. Ele a fez jurar se proteger e os segredos que ele havia arriscado a vida para roubar.
Se ela ficasse, ela estaria morta. Seu irmão já estava morto, e ela sabia que seu pai não iria sobreviver.
Por causa das Castas. Porque os animais-humanos que estes cientistas haviam criado, formado e agora estavam girando soltos no mundo. Castas, como aquele um que agora saboreava o sangue de seu irmão.
Ela voltou a descer as escadas. A escuridão envolveu-a, enrolando-se em volta dela. Ela podia ouvir seu pai gritando, negando que sua filha estivesse lá. Ela tinha ido embora. Ele a enviou para ficar com parentes.
Ele jurou que não tinha nenhuma informação. Ele não roubou nada. Sua filha não tinha nada. Ele estava gritando de dor e fúria.
Eles sabiam melhor. Eles já haviam sentido o cheiro dela na casa, passaram por ele. Eles eram tão bons. Mas aqui, nas profundezas da terra, como se encapsulada em um túmulo, ela estava segura.
O cheiro do sangue de seu pai e seu irmão, acima, o cheiro do medo, de fumaça, e da morte iria escondê-la um pouco. E uma vez que ela fosse através do túnel e para a pequena cidade, além de onde o túnel terminava, teria uma chance de correr.
Ela estava sozinha.
Ela podia sentir isso.
Uma estranha sensação de dissociação a encheu, tomou conta dela e parou as lágrimas. O medo sufocava, tornava difícil respirar, mas sua mente sentia-se misericordiosamente dormente.
Enquanto seguia seu caminho através do túnel de drenagem que seu pai tinha cavado anos antes, Storme sabia que ele deveria ter previsto a possibilidade de que ele e seu irmão poderiam ser pegos fazendo seja lá que foi que eles estavam fazendo.
Ela sabia há anos que eles estavam com medo das pessoas para quem eles trabalhavam. Que não podiam sair. Que só Storme tinha a capacidade de ir e vir da escola nos Estados Unidos para esta pequena comunidade na qual sua família vivia dentro.
O lugar que sua mãe tinha morrido logo após o nascimento de Storme.
Tinham aqueles que mataram seu irmão, matado sua mãe também?
Este lugar, estas Castas — por causa deles, por causa da lealdade de seu pai para eles, tudo o que ela tinha estimado tinha sido destruído. Eles destruíram tudo o que era amor e segurança para ela.
Ela não deveria estar sozinha. Seu pai e seu irmão deveriam ter vindo com ela. Eles deveriam ter se salvado e condenado a informação da qual eles estavam tão desesperados para destruir.
Informação que o seu pai jurou que iria destruir tantas Castas inocentes. Havia alguma dessas criaturas verdadeiramente inocente?
Enquanto ela fazia seu caminho através do túnel, úmido e barrento, a visão da morte de seu irmão passou diante de seus olhos, mais e mais. A memória da cabeça do Coiote se curvando — caninos curvos e maus, piscando à luz das explosões do lado de fora e rasgando sua garganta — cortou pela cabeça dela.
Não havia nada que poderia entorpecer a memória. Nada que pudesse apagá-la ou a visão de pesadelo que insistia em invadir sua alma ao pensar que seu pai estava para sofrer o mesmo destino.
Raças. Assassinos. Animais. Eram monstros. Monstros do mal, perversos que o homem tinha criado, que o homem agora tinha perdido o controle, assim como seu pai tinha avisado a eles que iriam perder o controle. As castas estavam ligadas aos seus criadores, escapando, matando, transformando o mundo em um lugar de conflito onde a sua própria humanidade estava em questão. Não havia nenhum resgate para as Raças, não tinham piedade, nem compaixão, assim como os outros cientistas sempre alertaram seu pai. A Casta era uma Casta. Um Coiote era ainda uma Casta e um Coiote acabava de destruir seu mundo.
Eles eram desalmados.
E agora Storme estava sem família.
Quando ela chegou à escada de metal abaixo do portão do túnel de drenagem fora da pequena cidade chilena, Storme se forçou a encontrar energia para subir até ela e empurrá-la para poder abrir.
A calma e serenidade que tinha visto na cidade durante as curtas visitas não existiam agora. As pessoas estavam saindo de suas casas, em pé e assistiam a exibição de luzes e explosões na montanha acima de suas casas.
Storme deslizou silenciosamente ao longo da borda da multidão, seu olhar fixo na montanha. Uivos ecoavam de cima, furiosos e cheios de fúria enquanto tiros e explosões continuaram a rasgar a noite.
Movendo-se rapidamente, às pressas, ela começou a correr por entre as sombras para a casa fora da cidade. Aquela que seu pai tinha prometido que iria encontrar lá.
Ele não estaria lá. Não importava quanto tempo ela esperasse, ele nunca estaria lá. Só a morte iria encontrá-la lá se esperasse, e ela havia prometido a seu pai que não permitiria que a morte a encontrasse.
Quando chegou à casa, ela não esperou. Correu para a pequena garagem anexa, ela afastou a tela do coletor enferrujado, que estava lá.
Parecia uma porcaria, mas ela sabia que ele correria. Era forte e rápido, a mexida que seu irmão tinha feito com o motor tinha garantido que quem o dirigisse teria a melhor chance de escapar.
Os passaportes ainda estavam no porta-luvas, a caixa pequena de dinheiro ainda estava escondida na parte de trás do assento. Certidões de nascimento, registros necessários para esconder suas identidades, se todos escapassem juntos — tudo ainda estava lá.
Cuidadosamente, ela puxou os documentos do pai e do irmão do porta-luvas, empurrou-os para a mochila, em seguida, enfiou a chave na ignição.
Ela sabia como dirigir. Ela sabia como disparar a arma poderosa amarrada à porta, e ela sabia como lutar. Ela tinha apenas catorze anos, mas seu pai e irmão já estavam planejando isso há anos.
Eles tinham lhe ensinado como sobreviver caso o pior que poderia acontecer, acontecesse. Como se eles tivessem sabido, apesar de suas garantias a ela, que não estariam com ela.
Enquanto ela acelerava a partir da garagem, luzes desligadas, nada além de pó se movia em seu rastro, ela estava ciente dos heli-jatos decolando da montanha.
As Raças ou cientistas, ela não sabia qual. Quem quer que fosse, eles não eram amigos dela. Ela não tinha amigos, ela não tinha família, não havia ninguém para protegê-la até que quem contratou seu pai a encontrasse.
Se ele a encontrasse. E quando o fizesse, seria bem melhor ele ter certeza de que tinha provas de quem ele era, porque Storme sabia em sua alma que ela nunca poderia confiar em ninguém depois disso.
Todo mundo era inimigo.
DEZ ANOS DEPOIS...
Haven
Complexo Casta Lobo/Coiote
Jonas entrou na pequena sala de reuniões, parou e olhou para os cientistas e os Executores olhando fixamente para ele. Dr. Jeffrey Amburg era um cientista do projeto do genoma humano avançado. Ele estava envolvido em mais de 25 anos de investigação genética de Raça apoiada pelo Conselho. Ele criou as Raças, seus experimentos haviam matado Raças, e ele estava aqui, em Haven, pela primeira vez. Era a primeira vez em dois anos que ele tinha sido levado para fora das salas especialmente protegidas, as quais ele tinha sido confinado após Jonas o ter capturado em Buffalo Gap, Virginia.
Dra. Nikki Armani, especialista em genoma da Casta Lobo e doutora, era também humana. Ela também tinha trabalhado por muitos anos com o Conselho. A diferença era, Nikki tinha conspirado de um dia encontrar a liberdade para as Castas que ela cuidou quando voltavam das missões feridos e quase mortos. Ou quando os experimentos realizados sobre eles os enfraqueciam ao ponto da morte.
Dra. Elyiana Morrey era a exceção aqui. Ela era uma Casta. A Casta de leão criada para tratar de sua própria espécie. O seu treinamento havia começado muito cedo, desde a concepção, introduzindo-a in vitro para o complicado processo de fabricação e reparação da fisiologia de Casta muitas vezes complicada. Ela era médica, assim como cientista e seu avanços no estudo do misterioso calor de acasalamento afligindo as Castas, tinha-lhes dado o tempo adicional necessário para continuar a esconder o fenômeno do mundo em geral.
Navarro Blaine era um dos maiores no ranking de Executores disfarçados. A Casta Lobo, com especialização em várias formas de artes marciais, o homem era mais uma sombra do que até mesmo a sombra que ele lançava.
Esta reunião, fora da base normalmente preferida de Jonas no Santuário, a casa da Casta Felina, era a primeira reunião para trazer todos os três cientistas em conjunto, juntamente com a Dra. Elizabeth Vanderale Ambrose, a companheira de noventa-e-alguns-anos do primeiro Leão, Leo Vanderale.
Elizabeth ficou ao lado de Jonas, elegantemente vestida em uma saia de seda cinza e blusa combinando, parecendo mal ter idade suficiente para ser a mãe do auto-proclamado Dane Vanderale, de trinta anos de idade.
Era uma coisa danada de boa que os Vanderales se adaptaram e aprenderam a fazer-se parecer mais velhos antes de aparecer em público, caso contrário, Leo e Elizabeth pareceriam ter a mesma idade conhecida de seu filho.
—Senhoras e senhores. — Jonas balançou a cabeça enquanto ele e sua mãe, Elizabeth, moviam-se para a mesa de conferência. — Ouvi dizer que podemos ter um problema.
Como de costume, Jeffrey Amburg sentou-se silenciosamente. Se Jonas queria informações dele quando na presença dos cientistas da Casta, então ele teria de forçar isso dele. O cientista tinha consciência da hierarquia dos laboratórios agora, e ele estava na parte inferior da cadeia alimentar.
—Jonas, esta reunião foi desnecessária, — Ely foi a primeira a falar. — Eu tenho coisas para fazer no Santuário, como também a Dra. Vanderale. Este assunto não exige uma reunião tão detalhada.
Nikki Armani estreitou seu olhar em Ely. Não era nenhum segredo que os médicos raramente viam olhos nos olhos, o que não era surpresa. Parecia que a fisiologia felina e canina poderiam ser tão diferentes como noite e dia, uma vez que se começasse a sondar os aspectos mais intrincados do DNA e o sequenciamento genético.
—Os Executores sendo usados para esta missão pequena do Santuário que sonhou capturar e ganhar a confiança da mulher, são Castas Lobo fora das unidades de cooperativa detalhadas no Santuário. — Nikki lembrou. — Desculpe-me, Dra. Morris, mas quando Haven solicitou a assistência da Casta Felina, eles fizeram a viagem para o Santuário, sem expressar tais protestos ou mostrando alguma irritação que pode abrigar.
Jonas sentou-se e olhou para Ely. Ela era sua favorita. Como uma irmã pequena, Jonas cuidava de Ely, onde ele podia, especialmente desde o seu próprio acasalamento.
Ely esteve num inferno no ano passado, e as consequências das ações dos outros quase destruíram a mente dela. Mas nisto, não havia nenhuma proteção. Ela abriu a boca, e ela agora teria que defender sua posição.
—Dra. Armani, este assunto teria sido atendido com muito mais facilidade no Santuário pelo simples fato de que toda a pesquisa científica, com exceção dos seus arquivos pessoais, reside lá.
—E estão acessíveis a Haven, na sua totalidade, da última vez que ouvi. — Nikki argumentou. — Ou há alguma razão para nós não termos os arquivos que você realmente possui?
Os lábios de Ely se estreitaram.
—Os arquivos em questão são da Casta Felina, ao invés da Lobo, mas em muitos casos, fomos capazes de cruzar referências e encontrar respostas para os problemas médicos dos lobos, assim como você sabe muito bem. Eu não tinha dúvidas de que nossos arquivos não teriam as respostas para o que está em questão agora.
—Nesta situação, duvido que seja possível. — Afirmou Nikki quando ela virou-se para Jonas. — Eu estou ciente que você tem os arquivos sobre a menina Montague, Storme. Como você está ciente, o pai e o irmão estavam baseados no laboratório Ômega. Esse laboratório foi ocupado principalmente pela Casta Lobo. O líder do bando, Navarro, — Ela olhou para a Casta em silêncio. — conseguiu ter acesso e adquiriu a maioria dos arquivos antes que os cientistas pudessem destruí-los. Acreditamos que as informações que nós encontramos podem lançar alguma luz sobre as anomalias que apareceram nos exames de sangue da filha adotiva de Jonas, Amber, assim como no de Phillip Brandenmore.
Jonas ficou tenso. Aumentou a tensão na sala. Acreditava-se que Brandenmore estivesse morto para o mundo em geral. Ele não estava morto. Ele estava confinado tal como ele antes tinha confinado as Castas, enquanto Jonas procurava encontrar as respostas para o que o sacana havia injetado tanto na filha bebê adotada de Jonas, Amber, bem como em si mesmo.
Brandenmore estava em seus setenta anos, mas os testes fisiológicos feitos nele desde sua captura, mostravam um homem talvez uma década mais jovem. E o que tinha causado isso, ainda estava trabalhando nele. Reparando órgãos internos, regenerando as células, destruindo sua mente.
—Navarro? — Jonas perguntou-lhe rudemente. — O que você achou?
Navarro inclinou-se lentamente.
—Nós estamos trabalhando em um determinado arquivo retirado da casa do complexo dos Drs. James Robert e James Montague, pai e filho, que estavam baseados no laboratório Ômega. Esses arquivos tem várias referências a um projeto conhecido como Ômega. Uma referência que eu acredito você encontrou nos arquivos pessoais de Brandenmore. — Jonas assentiu fortemente antes de Navarro continuar. — A informação que descobrimos sugere que o Projeto Ômega tratava com experimentos em duas raças consideradas nas garras de uma síndrome que ficou conhecida como “febre de acasalamento”. Foram determinados atributos para a síndrome, porém, o que os cientistas focaram, em vez da própria síndrome. Um deles era a queda no envelhecimento celular e físico, outra, e eu acredito que Brandenmore deve ter adquirido informações sobre isso, era se as alterações não celulares ou genéticas poderiam ser produzidas usando os hormônios desconhecidos gerados no acasalamento do Casal.
Jonas sentiu as implicações do projeto, seu corpo começou a se apertar em fúria. Brandenmore estava fazendo tal qual a Agência de Assuntos das Castas e os alfas da Casta temiam. Ele estava tentando criar uma vacina ou um vírus que iria alterar a genética humana, utilizando a pesquisa sobre casais da casta que haviam sido confinados em laboratórios.
—Eu pensei que a Agência, bem como o Santuário, tinham todos os arquivos referentes aos laboratórios. Eu não vi nada conhecido como Projeto Ômega. — Jonas rosnou.
—Todos os arquivos que o nosso alfa, Wolfe Gunnar, tinha a posse, o Santuário e a Agência de Assuntos da Casta têm cópias — Dra. Armani emendou. — Há vários arquivos criptografados dos laboratórios que Navarro e eu estamos trabalhando que Wolfe não tinha sido informado, simplesmente porque não tínhamos ideia do que eram.
Navarro não era apenas, como afirmou Nikki, um Executor de elite, ele era também um dos melhores quebradores de código de Haven.
Foda-se, ele não precisava disso, Jonas pensou, a sociedade da Casta em geral não precisava disso. Isso poderia criar um clamor contra a casta que mesmo o calor de acasalamento não causava. A capacidade de "contaminar" a população e mudar a composição mais básica da sua criação, poderia começar uma espiral rápida para baixo para o extermínio das Castas.
Montague supôs-se ter limpado todas as informações a respeito do Projeto Ômega de todos os arquivos do Conselho. Durante dez anos, Jonas tinha acreditado que o cientista tinha sido bem sucedido, apesar do fato de que havia rumores, de que a filha dele sabia alguma coisa, ou que tinham sido dadas a ela informações por seu pai ou irmão.
Se ela tivesse essa informação, então ela teria trocado há anos por sua própria segurança, quer para os Coiotes do Conselho ou a Agência de Assuntos da Casta. Ela não teria corrido e lutado por dez anos, para ocultar tanto a informação que garantiria sua segurança.
Ele se virou para Navarro novamente.
—Você era o líder do bando lá. Quais foram os parâmetros do Projeto Ômega?
Quanto Haven sabia sobre um projeto que deveria ter sido destruído antes que ele sequer começasse? Um projeto que Jonas nunca tinha verdadeiramente acreditado ter ido longe o suficiente para ter atingido qualquer resposta, muito menos sobreviver a testes.
—Os parâmetros eu estou incerto. — Navarro respondeu, sua pronúncia precisa e com apenas um leve toque de sotaque da Ásia, com os cumprimentos da equipe de cientistas que corria um determinado ramo de operações nos laboratórios Ômega. — Eu sei que o fenômeno da febre de acasalamento que eles estavam estudando em outro setor do laboratório era o que hoje chamamos de calor de acasalamento. Acredita-se que estaria relacionado às febres selvagens. Havia várias Castas confinadas lá, mas eles escaparam durante o resgate e eu não ouvi falar deles se revelando desde então. Na pesquisa que realizei não apareceu nenhum boatos sobre seu paradeiro ou informações sobre eles. Para todos os efeitos estão mais provavelmente mortos. Sem eles, ou o chip de dados que rumores dizem que a filha sabe a localização, então não há respostas verdadeiras a respeito do sucesso da sua investigação, sobre se ou não o envelhecimento ou criação da vacina da casta poderiam ser feitas. Eu pessoalmente acredito que eles estão mortos.
Sim. Certo. Jonas sabia melhor que acreditaria em tal coisa até que ele realmente visse os corpos por si mesmo.
—Os arquivos que você já desbloqueou, o que havia neles? — Houve algumas experiências cujos resultados Jonas jurou nunca revelar. Projeto Ômega era um que ele se sentiu daquela maneira, até agora.
—A maioria das informações foi destruída, e não conseguimos recuperar tudo, mas há algumas referências vagas sobre o projeto. — Navarro admitiu. — Eu fui incapaz de obter qualquer coisa de qualquer outro valor do que a notação que os médicos envolvidos foram os Montagues e que havia uma suspeita entre os cientistas que JR, como James Robert Montague era frequentemente chamado, conseguiu ocultar o conteúdo dos arquivos destruídos em vez de perder os resultados para sempre. Isto poderia ser porque o Conselho tem perseguido a menina durante tantos anos, eles suspeitam que ela tenha essa informação, bem ou poderiam estar ciente de que o Drs. Montague tinham realmente conseguido, de alguma forma.
Nenhuma dúvida. Montague, como a maioria dos cientistas com o Conselho, arriscaria sua vida, assim como a de seus filhos, para proteger o projeto. Não fazia sentido para Jonas. Não havia uma única Casta que ele correria o risco para salvar o conteúdo de tais arquivos ou experiências que, assim, mudariam o curso da humanidade que, em seus olhos, a humanidade estaria irremediavelmente destruída.
—Temos que ter a menina Montague, Jonas. — Nikki se inclinou para frente, imperativamente, o seu olhar escuro intenso. — Eu pedi a outros cientistas aqui para que possam me ajudar a ultrapassar as partes dos arquivos que temos recuperado na esperança de que eles vão entender algumas das fórmulas...
—Recuperar a menina não vai ser tão fácil. — Afirmou Navarro. — Eu sei que a Agência está atrás dela há anos por causa do boato de que ela carregava informações vitais. O que você não sabia era que eu estava trabalhando com os Montague enquanto naqueles laboratórios. JR, o pai, disse-me que se conseguisse tirar qualquer informação, então ela estaria com Storme. Eu ia encontrá-la imediatamente após o resgate, se você não tivesse feito isso. — Ele balançou a cabeça para Jonas.
Jonas assentiu.
—Ela não estava na casa segura. Ela e o veículo que nós fornecemos para ela escapar tinham ido embora. O rastreador GPS que tinha sido instalado nele havia sido desativado.
Navarro assentiu.
—Ela morre de medo das Castas, e ela odeia a lealdade que seu pai tinha para eles. Pelo fato de que ele e seu irmão morreram para proteger essas informações. Em sua mente, seu pai e seu irmão escolheram as Raças sobre ela.
—E o perdão não vem facilmente. — Jonas suspirou. — E não podemos continuar a permitir-lhe a conveniência de vir até nós por conta própria. Encontre-a e a traga para dentro.
Navarro assentiu com a cabeça, sua boca se abrindo para dizer mais quando Jeffrey Amburg abruptamente se ergueu.
—Destruam as fórmulas, e destruam os arquivos. Eu acabei aqui. — O olhar de Amburg era gelado, enquanto olhava para aqueles em torno da mesa. — Destruam os arquivos e a menina imediatamente. Se a informação que os rumores dizem que ela está carregando caírem fora das mãos do Conselho, então terão o poder de destruir não apenas as Castas, mas também do mundo. — Virou-se para Jonas, o azul dos seus olhos gelados como cacos de vidro claro agora. — O Projeto Ômega é algo que você nunca vai querer ressuscitar, não por qualquer motivo.
Jonas olhou de volta para o cientista.
—O que é isso, Amburg?
Por um segundo, o medo, puro, primitivo brilhou nos olhos do cientista.
—Você não quer saber, Jonas. E confie em mim, você com certeza não quer que o Conselho o possua. Acima de todas as outras ameaças contra as Castas, o Projeto Ômega pode ser o mais perigoso.
E aqui Jonas acreditava que estava começando uma nova fase de sua vida com uma medida de paz.
Uma esposa de companheira, um bebê que chamava de seu próprio, e nas últimas seis semanas, a vida tinha sido, se não pacífica, pelo menos, sem grandes catástrofes.
—Qual era o projeto, Amburg? — Até mesmo Ely foi tomada de curiosidade agora.
Amburg sacudiu a cabeça, seu olhar suplicante quando ele olhou de volta para Jonas.
—Eu não vou fazer parte disso. Eu não seria uma parte dele, em seguida, e não vou ser uma parte dele agora. E não há nenhuma ameaça que as Castas poderiam usar contra mim, para me forçar a fazê-lo. Eu estou pronto para retornar ao Santuário agora.
Ele deixou a sala.
Jonas ficou olhando-o pensativo, conhecendo as razões de Amburg cooperar muito bem com as Raças. Além do fato de que ele viveu para a pesquisa da Raça, sob qualquer forma que ele pudesse fazer isso, Jonas também mantinha sua neta, Isabella Ross. Ela era livre. Ela vivia, trabalhava, ria e apreciava os amigos, mas sempre havia uma Casta por perto. Uma casta que, Jonas tinha assegurado a Amburg, estava mais do que disposto a matar a única humana que ele amava.
Amburg estava disposto a arriscar a vida de Isabella para manter o segredo do Projeto Ômega. E o inferno que era, em qualquer outro momento, Jonas não o teria culpado.
Voltando-se para Navarro, Jonas endureceu sua compaixão para com Amburg, a menina Montague e qualquer outra pessoa que ousasse entrar no caminho dele, de proteger a criança que chamava de sua.
—O que você precisa?
Navarro suspirou com uma careta.
—Sua companheira seria bom. Porque sinceramente Jonas, falta de amor eterno de sua parte, não duvido nada, mas a ressurreição do pai dela iria convencê-la a dizer onde o chip de dados está localizado.
Jonas inclinou a cabeça, pensativo antes de virar-se para a Dra. Armani.
—Será que as castas confiscaram as amostras de sangue que estavam sendo mantidas no laboratório Ômega?
Nikki assentiu lentamente.
—Havia amostras de sangue da menina?
Percepção acendeu os olhos da médico.
—Havia vários frascos realmente. Os cientistas lá eram muito rigorosos.
Erguendo-se, Jonas deu um aceno de cabeça aguda.
—Comece a testar os seus Executores em primeiro lugar. Deixe-me saber as possibilidades e o faça rapidamente.
—Eu posso ajudar. — Ely se ergueu, a compaixão, a generosidade que ele temia ausente agora, outra coisa faiscava no seu olhar. — Se vamos fazer isso, vamos fazê-lo rapidamente, antes que o Conselho passe a nossa frente.
As duas cientistas se reuniram na cabeceira da mesa, viraram-se em uníssono e se dirigiram para a saída.
Poderia começar aqui.
Jonas voltou-se para Navarro.
—Ela é sua companheira?
Navarro balançou a cabeça.
—Se ela fosse, ela não estaria correndo.
Jonas deu um aceno agudo com a cabeça.
—Vamos descobrir quem é o companheiro de sorte, então. E vamos trazê-lo para dentro.
—Se ela tiver um companheiro. — Navarro não se levantou. — O que acontece, Jonas, se ela não tiver um companheiro?
Era uma pergunta que ele não havia considerado. Era algo que ele não iria considerar a menos que ele não tivesse escolha.
Porque nenhum companheiro significava a esperança de resolver isso sem morte. E isso era uma resolução que Jonas recusou-se a cogitar.
O bar estava pulando, música batendo, bebidas fluindo sem problemas e os clientes lotando a área do bar e a pista de dança. Era um daqueles bares country que atraia tanto elementos criminosos, bem como a classe alta e tudo mais entre eles. Era um daqueles lugares em que Storme podia entrar, e deixar o cheiro dela mascarado por dezenas de suor, luxúria e álcool infundidos nos corpos que enchiam o lugar.
Era uma das poucas maneiras de se esconder dos sentidos paranormais e capacidades extrassensoriais. Era um dos poucos lugares em que Storme tinha uma esperança de descansar antes de ter que correr novamente.
E Deus sabia, ela estava cansada. Esgotamento estava começando a inundá-la, o desespero estava arranhando suas costas, e o medo era um companheiro de quem ela não se separava há muito tempo.
Ela queria descansar.
Havia um ditado sobre nenhum descanso para os maus? Havia. Ela deve ter sido má em uma vida anterior, porém, porque essa vida tinha acabado de ser gasta em execução.
—Uma dose de uísque e uma cerveja. — Disse ela cansadamente quando a garçonete veio até a mesa.
Puxando uma das poucas preciosas notas do bolso dela, ela deslizou o dinheiro para a garçonete quando ela voltou.
Lançou o uísque, em seguida, perseguiu a queimadura com o amargor da cerveja gelada e soltou uma respiração lenta e profunda antes de olhar ao redor.
A banda era realmente muito boa aqui, o vocalista sedutor quando precisava ser, duro e cheio de desespero quando a música pedia.
O cheiro da fumaça de cigarro, álcool, suor e luxúria era tão forte que não levaria os sentidos da Casta para detectá-la, Storme Montague decidiu enquanto se sentava no canto do salão e observava os clientes se espremendo através da grande área. Um ser humano com todo o sentido do olfato podia detectá-lo.
Movendo-se para o canto da cabine, ela se debruçou nas sombras e observou a multidão, sabendo que até aqui não havia perigo. Ela tinha vislumbrado enquanto corria para dentro e contornou a borda da sala para chegar o mais longe possível.
De onde ela estava sentada, podia ver as Castas no canto mais distante, enquanto a multidão girava e movia-se entre eles. Eram quatro, e ela conhecia todos eles. Não pessoalmente, é claro, mas Storme conhecia um monte de Castas, ela fez o seu negócio saber quem eles eram, especialmente quando ela os pegava atrás dela.
Navarro Blaine, este que conhecia bem do Ômega. Ele era uma Casta lobo com a herança asiática. Ele era alto, pele escura, com a inclinação dos olhos exóticos e altas maçãs do rosto liso. Preto, marrom e uma pitada de cinza enchiam seu cabelo, embora o cinza não fosse de idade, era a partir da genética do lobo cinzento que ele carregava. Ele estava vestido um pouco mais sofisticado do que os três com quem ele estava. Calças de seda preta, sapatos de couro e uma camisa de seda branca combinando com uma jaqueta cara de couro preto.
Esse cabelo era longo, caindo quase até o meio das costas, enquanto seus olhos negros, estreitos e intensos, examinavam o salão.
Essa Casta ela conhecia, infelizmente. Ele havia estado no Ômega enquanto ela estava lá com seu pai. Se ela não estava enganada, tinha sido uma das criações favoritas de seu pai. Várias vezes ela tinha ouvido o irmão dela se referir a Navarro com preocupação e carinho, e várias vezes seu pai realmente afirmou que ele poderia ter considerado a Casta um filho.
Seu pai tinha uma filha, mas esta Casta o tinha preocupado muito mais do que segurança de sua filha, e por isso, Storme uma vez o odiou com paixão.
Lawe Justice e Rule Breaker eram da Casta Leão. Ambos eram extremamente bonitos, como todas as raças eram, e havia rumores de serem irmãos completos, talvez até mesmo gêmeos. Cabelo preto no comprimento do ombro estava puxado para as nucas dos pescoços dos dois homens, enquanto os corpos poderosos estavam vestidos com jeans, botas, camisetas e jaquetas jeans.
Era o quarto que parecia de uma casta estranha. Ele sentou-se casualmente em sua cadeira com uma mão sobre a mesa, os dedos tocando a música enquanto ele olhava para a pista de dança e as mulheres que passeavam pela mesa para chamar a atenção dos homens.
Olhos azuis. Oceano azul. Ela poderia ver aqueles olhos cada vez que ela teve um vislumbre de seu rosto em meio à multidão. Longos cabelos vermelhos passavam os ombros, grossos e não lisos, amarrados na nuca como os dos outros estavam, embora tivesse a aparência de ter sido domado apenas sob protesto.
Angulosos, traços fortes chamavam a atenção instantânea do sexo feminino, como o fizeram os olhos exóticos que parecia ser alinhado com o menor traço de kohl . As maçãs do rosto salientes, bem-moldados lábios masculinos, ombros largos, peito forte e bíceps impressionantes. Ele era maior e mais amplo que o de outros homens, e parecia exatamente o que ele tinha sido criado para ser. Um guerreiro escocês. Ele teria parecido estar em casa em um kilt com uma espada presa à cintura.
Calças de couro, botas, uma camisa branca de manga comprida e jaqueta de couro estavam montando a cobertura perfeita para ele. Fizeram-no parecer mais duro, mais amplo, mais perigoso.
Ele era Styx Mackenzie, uma raça com quem ela estava seriamente ficando cansada de jogar. Ele estava na perseguição dela por mais de um ano, e de vez em quando, decidido a localizá-la e obrigá-la a ouvir a proposta que a comunidade Casta tinha para ela.
Ela já conhecia os detalhes. Proteção em troca de informações.
Ela queria rir com o pensamento. Como se uma Casta jamais pudesse protegê-la. Eles estariam mais inclinados a rasgar a garganta dela se ela desagradasse um deles.
Um flash de memória, enterrado tão profundamente que ela raramente se lembrava, fez seus olhos se fecharem brevemente enquanto ela lutava contra isso.
A morte do irmão. A Casta arrancando-lhe a garganta, os sons do último suspiro de James borbulhavam e o choro de seu pai, de medo e de dor.
Eles deveriam ter ido com ela. Eles deveriam ter fugido, assim em vez de ficar para trás para destruir o último dos arquivos que eles tinham em qualquer projeto secreto em que estavam envolvidos. Essa informação tinha sido mais importante do que as suas vidas. Mais importante do que a vida dela, porque seu pai confiou-lhe com o cuidado de que, apesar do fato de que ele deveria ter percebido que o Conselho sabia exatamente a quem ele tinha dado isso.
Os cientistas do Conselho sabiam, e as Castas sabiam, e ela estava fugindo de ambos nos últimos dez anos.
Ela estava cansada de correr, mas havia uma parte dela que ainda se recusava a ceder as informações que ela tinha.
Olhando para baixo em suas mãos, ela viu enquanto ela torcia o antigo anel de sua mãe em seu dedo. O anel de casamento que seu pai tinha dado a sua mãe tinha estado na família Montague por gerações e gerações. Os diamantes, safiras e esmeraldas eram joias de família, o verde e o azul eram as cores da família. E Storme agora era a última da linhagem Montague. Não haveria filhos deixados para levar o nome, e não haveria filhas deixadas para usar o anel.
O anel havia sido destinado para a esposa de James, uma mulher que nunca teve, porque o perigo do trabalho que ele tinha assumido com o seu pai tinha sido muito grande.
Criação de Castas.
Ela olhou através do salão para as quatro Raças. Monstros. Animais. Ela odiava cada um dos malditos. Tanto quanto lhe dizia respeito, não houve crime maior do que a criação de tais ridículas réplicas dos seres humanos e tentar convencer o mundo de que mereciam circular livremente entre eles.
Ódio rodava dentro dela pela perda de seu pai, de seu irmão, a perda de sua infância e os sonhos que ela teve de liberdade. Sonhos que nunca tinha chegado a bom termo, porque cada vez que ela pensou que tinha encontrado a paz, as Raças tinham conseguido encontrá-la.
Não importava se eram poucas Raças ainda alinhadas com o Conselho, ou aqueles que proclamaram desejar nada, apenas paz e liberdade. Eles eram todos assassinos. Todos a queriam por um motivo, pelas informações que achavam que ela tinha.
Quando ela olhou através da sala, a cabeça dele virou. Olhos azuis, diversão e calor radiante, a encontraram e bloquearam. Pelo espaço de não mais de um segundo, Storme sentiu-se hipnotizada, presa em um círculo de ódio, raiva, riso, e fome.
Ela raramente tinha olhado nos olhos de uma Casta. Eles eram muito intuitivos, os seus sentidos muito afiados para se esconder se eles conseguiram olhar em seus olhos. Mas desta vez, por aqueles segundos enquanto a multidão se afastava, seu olhar a segurou.
Então, como numa foto estranha, corpos dançando separados deles, fluiu entre eles, rompendo o contato, mas deixando Storme com a certeza de que ela não estava mais escondida.
Ela saiu da cabine instantaneamente, movendo-se ao longo da borda da multidão correndo perto enquanto se dirigia para as salas de repouso no fundo do bar.
Ela se esconderia lá por alguns minutos e depois trataria de escapar de volta para entrada dos fundos do bar.
Ela tinha que sair de lá. Ela correu para dentro para se esconder, só para encontrar os quatro bastardos que tinham estado obviamente seguindo-a. Ela pensou, tão perto de Haven, o santuário da Casta Lobo, que talvez ela pudesse descansar por alguns dias, ficar escondida, e descobrir o que fazer a seguir.
Eles estavam se aproximando muito. Seu quarto de hotel tinha sido saqueado na noite anterior, a única razão pela qual ela não tinha estado lá foi que ela tinha saído para buscar comida rápida e caminhou até um restaurante próximo ao invés de dirigir. Seu carro estava estacionado no estacionamento do hotel, e além dos pertences de seu quarto terem sido destruídos, o carro tinha sido arrombado também.
Não havia como escapar de lá. Até que ela adquirisse outro veículo, ela estava ferrada. Se ela não conseguisse tirar a maldita Casta do seu encalço, então ela estava ferrada mesmo.
Enquanto corria no meio da multidão, vários casais se separaram de uma vez, um caminho foi criado, então, de repente bloqueado enquanto ela batia contra um peito, duro, largo.
O olhar dela se ergueu, bloqueado. Seus lábios se separaram em estado de choque, um arrepio correu por ela enquanto mãos quentes agarravam seus ombros levemente e caninos brilharam em um sorriso.
—Bem , agora eu ia tomar uma bebida, mas eu poderia ser convencido a me contentar com um pouquinho de dança. — Ele riu.
Ela percebeu então. A música tinha mudado para uma tensa, lenta, escura canção de amor desesperado e paixão inextinguível.
Suas mãos apertaram contra o peito dele enquanto ele movia-se para seus quadris e ele a puxou facilmente o resto do caminho para a pista de dança pela qual ela tinha se movido.
Ela tinha tomado um neutralizador de odor anteriormente, um dos últimos preciosos que possuía. Ela rezou para que funcionasse.
Ela estava chocada demais para lutar. Em toda sua vida ela nunca se viu tão perto de uma Casta, em uma situação tão chocantemente perigosa que poderia destruir o seu mundo em um instante.
—Você precisa ir ao banheiro feminino tão desesperadamente que vai interferir na dança? — Ele perguntou enquanto ela continuava a olhar para ele. — Você olha como se os cães do inferno a perseguisse, moça. Eu posso esperar um minuto ou dois, se preciso.
Ele não sabia quem ela era? Não conhecia o cheiro dela?
Ela balançou a cabeça.
—Eu não esperava ver Raças aqui. — A leveza da resposta estava desesperada, e ela tinha certeza de que ficou muito aquém do comentário casual que ela pretendeu.
—Não se assuste, por favor. — Sinceridade de repente marcou sua expressão enquanto eles se moviam lentamente à música, mais porque ele liderava do que pelo pensamento consciente dela. — Meus amigos e eu estamos apenas dando “uma minúscula pausa nos negócios” é tudo.
—Negócios. — Ela engoliu com força. — Está próximo a Haven, não é incomum, eu acho.
Ele riu, e ela ficou chocada com o calor do som rouco.
—Devia ser incomum. Infelizmente, encontro-me no final deste trabalho específico, mas, eu olho para frente, para a inatividade.
—O trabalho? Pensei que Raças fossem atendidas pelo governo? — Ela sabia que eles eram. Os bastardos não precisavam fazer nada. O único trabalho que eles pareciam ter eram aqueles de rastrear cientistas e assassiná-los.
Ele fez uma careta para o comentário dela enquanto ela o sentia deslizar as pontas dos dedos por baixo nas costas de sua jaqueta, enquanto acariciava a espinha dela.
—Moça, nenhuma mão ou governo cuida de mim. Eu tenho uma conta para pagar a minha própria maneira.
—Que tipo de trabalho que você faz então? — Manter a conversa era imperativo. Manter sua mente longe do fato de que ela estava nos braços de uma Raça seria a única maneira de permanecer saudável.
—Eu fui ajudar um amigo em um pequeno inquérito do ano passado ou assim. — Ele deu de ombros como se isso não importasse. — Muito pouca informação e muitas pistas falsas que me trouxeram para casa, entretanto. Finalmente.
Ele parecia cansado, não tão cansado quanto ela sabia que estava, mas pelo menos cansados do jogo que ele estava brincando com ela.
—Seu amigo não tem todas as informações que precisava, então? — Ela não teve que fingir interesse.
—Muito pouca informação e pouco dinheiro. — Ele riu. — Talvez quando ele puder pagar a taxa, falaremos de novo.
Muito pouca informação. Muito pouco dinheiro. Navarro podia saber como ela era, mas parecia que ela tinha ficado muito à frente da outra Casta que não tinha sido capaz de apontá-la para o seu amigo.
Ela nunca tirou fotos. A carteira de motorista, foi conseguida sob um nome falso, assim como os cartões de crédito que ela carregava.
—Você está voltando para Haven, então? — Ela perguntou, desejando que ele se apressasse e fosse embora. Desejando que ele tivesse partido antes que tivesse colidido com ela.
—Só se você me fizer, moça. Eu poderia passar a noite em perseguições muito mais interessantes do que aquelas buscas para encontrar em Haven se você estiver disposta.
Styx Mackenzie era um flerte, um verdadeiro homem mulherengo da Raça, ela tinha pensado muitas vezes. Ele não era tão interessante quanto às outras Raças, mas ele tinha uma sequência de grupos do sexo feminino, que se reuniam na Internet, e que colocavam tudo sobre em cada possível aparição dele. Em cuja casa ele foi visto entrando, a que horas da manhã seguinte, ele a deixou. Suas amantes atuais, passadas e as possíveis amantes em potencial.
Ele não fazia segredo de sua aprovação das postagens delas a cada vez que ele se juntou a elas online, e apesar de suas tentativas para permanecer tímido na câmera, ele foi pego, muitas vezes, tanto em vídeo, bem como em foto.
Ele estava se tornando o cara do cartaz para a paquera, a Raça ameaçadora. Que nunca deixou de chocá-la, porque o potencial para matar estava lá em seus olhos.
Não estava?
—Sem resposta? É que é um severo e proibitivo não, então? — Aquele sorriso brilhou, e aqueles olhos azuis cheios de calor e um desejo latente fez as coxas dela enrijecer.
Deus, ela estava molhada!
Ela sentiu a inalação aguda da surpresa que não conseguia esconder. Ela estava despertada. Essa facilidade, tão rapidamente. Como se seu corpo de repente se recusasse a cooperar com sua mente em odiar todas as Raças que conhecia.
Ela não podia odiar e querer ao mesmo tempo, podia?
—Eu não gosto das Raças. — Ela sussurrou.
Ela não podia mentir para ele. Ela queria. Queria jogar o jogo, ela queria provocar e atraí-lo até que ela escapasse de suas garras tão facilmente como tinha feito de outras Raças.
Ele quase parou. A carranca tocou seu rosto, tocou aqueles olhos azuis incríveis.
—Eu sou budista, moça, e não apenas uma Raça. É um pouquinho como você dizer que não gosta de todos os chineses, você não gostar dos italianos, ou todas as pessoas em geral, você não acha?
Sua voz era suave, quase compreensivo.
A mão dele acariciava até suas costas, os dedos pressionados contra a espinha dela, e ela se viu desejando que ela fosse estúpida o suficiente para afundar nele.
—Talvez eu apenas não goste de todas as Raças. — Ela afirmou. E ela estava mentindo, porque ela sabia que uma parte dela odiava todas as Raças.
—Eu te disse isso. — Aquele sorriso estava de volta. — Experimente-me, moça, veja se você não gostar de todas as raças, ou simplesmente não gosta de todas as raças, apenas de mim.
Experimentá-lo.
O pensamento disso foi suficiente para fazer com que os sucos dela se juntassem e saturassem as dobras de seu sexo.
—Não. — Ela deu um passo para trás, a tentação, a repentina dor da necessidade que se envolvia em torno dela, tinha o poder de enviar o seu coração batendo com o que ela sabia que tinha que ser o medo.
Era o medo. Não poderia ser outra coisa.
—Moça...
—Eu tenho que ir. Amigos. — Ela olhou em volta como se estivesse realmente com alguém. — Me desculpe. Eu tenho que ir.
Ela o deixou na pista de dança, assegurando-se que não foi um erro. Que não havia nenhuma maneira que poderia ter sentido o calor, a segurança que ela tinha imaginado que sentiu nos braços dele.
Entrando na multidão, ela roçava os corpos, lutava para difundir o cheiro dela e foi direto para a porta de trás, e para a segurança.
Uma verificação rápida atrás dela teve seu suspiro de alívio quando empurrou através da entrada de trás para o beco mal iluminado atrás do bar.
Aldon, Colorado, tinha crescido ao longo dos últimos dez anos, após ter sido concedido cerca de trezentos mil hectares de terras para as Raças Lobos que o governo já havia reservado como área de preservação da vida selvagem. A concessão tinha dado a terra às Raças Lobo, em reparação por parte do governo americano por sua criação e tortura por tantas décadas.
Storme não defendia a tortura de qualquer criatura, mas ela não defendia o que lhes permitia correr soltos fora das áreas confinadas, ou assim ela sempre afirmara. Então ela imaginou Styx Mackenzie nos laboratórios, o sorriso, o calor e humor em seu olhar ser trocado pela raiva e fome violenta, e isso a fazia se sentir doente.
Desejando que ela tivesse uma arma, que ela geralmente carregava sob o seu casaco, Storme fechou a porta atrás dela e começou a se mover rapidamente para o final do beco.
Cabeça para baixo, ela puxou o seu capuz para baixo do casaco e puxou para baixo o frasco para sombrear o rosto, espirrando a pequena quantidade de neutralizador de odor que ela tinha aplicado ao seu corpo e os cheiros da multidão no bar haviam escondido o cheiro dela o suficiente para assegurar que Styx Mackenzie se mantivesse longe de sua bunda por um tempo mais longo.
Ela estava perdendo a fórmula usada para se esconder das raças, que tentava manter a mão para emergências. O sistema de spray de camuflagem tinha salvado sua vida mais de uma vez nos últimos anos, mas ultimamente ela tinha sido forçada a depender mais e mais. Era quase como se ele não estivesse funcionando.
—Bem, já era tempo.
Storme se moveu devagar, sacudindo a cabeça para cima com o tom malicioso enquanto uma figura escura saia da sombra recortada de uma porta fechada na borda do edifício.
Coiote.
Pisando para trás, ela olhou dentro dos olhos escuros cruéis enquanto a raça Coiote era acompanhada por um parceiro do prédio do outro lado da rua.
Ela conhecia esse Coiote. Ele estava atrás dela durante os últimos quatro meses. Ele parecia ser um pouco mais tenaz do que a maioria, ou então apenas com mais medo de quem o controlava. Surpreendeu a ela que ele tivesse trazido companhia, entretanto. Normalmente ele trabalhava sozinho.
—Dois contra um. Vocês gostam de proteger suas apostas, agora, não é, Farce? Então, vocês são Raças do Conselho ou de Haven?
Eles estavam fazendo isso por um tempo, enviando equipes ao invés de uma Raça solitária para capturá-la. Farce, uma raça sem sobrenome que ela soubesse, tinha uma ideia mais do que seu quinhão de sangue nos últimos seis meses, enquanto ele a seguia.
Mas as Raças atrás dela pelos últimos dez anos eram conhecidas por isso.
—Será que isso importa, quem nos enviou? — O primeiro Raça perguntou, seu tom áspero, rude, com uma margem de intenções cruéis.
Inferno, ela teria pensado que poderia ter descoberto quem foram seus treinadores por agora, mas Farce era um pouco mais misterioso do que a maioria das raças. Não havia registros dele, período na Raça ou bancos de dados do Conselho que ela tivesse conseguido acessar. Mesmo suas fontes dentro do Conselho não pareciam saber quem ele era ou para quem ele trabalhava. Não que ela confiasse nessas fontes, mas era o melhor que ela tinha para trabalhar.
—Bem, uma garota gosta de saber as origens da Raça a cortejá-la. — Disse ela, zombando. — Isso faz toda a diferença.
Entre a vida e a morte em alguns casos.
Ela não tinha conseguido realmente chatear o Refúgio das Raças ainda. Claro, ela não tinha sido forçada a matar qualquer um. As cadelas do Conselho por outro lado, eram outra história.
Ela deslizou sua mão debaixo de sua jaqueta, dedos ondulando sobre a coronha do destruidor de precisão laser ilegal que ela levava lá.
—Vamos, sua puta, não vamos entrar em um tiroteio aqui. — Sugeriu Farce, embora o tom não fosse nada conciliador e ele percebesse o movimento. — Eu não acho que os nossos patrões gostariam tanto quanto nós se trouxermos você morta.
O que ainda não contava a ela qual facção o havia enviado.
—Dez anos, e você ainda não desistiu. — Ela balançou a cabeça com descrença. — O que é preciso para fazer você entender que qualquer coisa que você queira, eu simplesmente não tenho que fazê-la.
—Você tem alguma coisa... — Resmungou a outra raça. — Ou você já estaria morta.
Disso ela não tinha a menor dúvida. Nem o Conselho nem a Agência de Assuntos da Raça eram conhecidos por sua paciência em adquirir o que quisessem.
Storme estremeceu. Ela reconheceu a voz agora. Quando ele chegou mais longe das sombras, ela reconheceu a Raça também.
Dog. Apenas Dog — ela nunca o teria ouvido se tivesse escolhido um sobrenome como outras Raças tinham feito após seus resgates, ou se ele fosse um dos chacais que continuou a tradição do Conselho de não dar sobrenomes a seus animais de estimação.
Dog não era mais um animal de estimação do Conselho, porém, segundo ele. Ele era um freelancer. Um autônomo que poderia golpear o medo nos corações das Raças, assim como nos seres humanos.
Ele se classificava acima com Cavalier, Brim Stone, e o raramente mencionado Loki, um assassino conhecido pro rumores de caçar Raças resgatadas.
—Bem, eu acho que nós apenas teríamos que brigar por isso. — Ela podia sentir o pânico começando a afiar dentro dela agora, o medo que ela tinha lutado desde a noite em que o pai e o irmão foram mortos.
Ela agarrou o cabo da arma que lhe restara, um pequeno punhal com bainha que ela tinha enfiado em seu bolso direito dianteiro, debaixo de sua jaqueta, enquanto seu olhar se movia rapidamente para trás dos chacais. Ela não queria que os chacais ferissem inocentes se eles passassem pelo local, mas ela não iria deixar que eles a levassem. Ela não se atrevia. Pelo menos, não viva.
Vida significava muito para ela, e a liberdade, tão perigosa quanto poderia ser, por vezes, ainda era um inferno de muito melhor do que o que estava esperando por ela sob o controle de qualquer Raça ou do Conselho.
Ambos queriam algo dela. A mesma coisa. Informação que acreditavam que ela guardava. Informação que seu pai havia lhe dado antes de ser morto.
Ela tinha jurado que só a daria para a pessoa a quem seu pai tinha prometido que viria para ela. Era a única tarefa que ele já tinha confiado a ela, o único voto que ele lhe pediu para fazer. Ele e seu irmão tinham morrido por sua segurança, ela não poderia traí-los.
Mas ela estava tão cansada.
Ela estava cansada de ter que lutar para viver, tão cansada de correr, de nunca estar aquecida, nunca estar segura.
Farce se aproximou.
—Por favor, não vamos jogar este jogo. — Ela sussurrou. — Hoje, um de nós vai acabar morto, Farce. Não é isso que eu quero.
Uma risada dura, sardônica raspou de sua garganta enquanto Storme sentia a resignação começar a enchê-la.
—A única arma que você tem, puta, é uma lâmina. — Ele zombou. — O que você acha que vai picar com isso?
Ela sentiu o cansaço, a aceitação. Se eles chegassem muito perto, ela iria espetar-se. Ela iria se matar antes de permitir que esta Raça a levasse.
—Oh, inferno, rapazes, o que vocês estão fazendo encurralando uma moça bonita como essa no escuro? — Zombando, o sotaque escocês, suave e sexy, fez os Coiotes de frente para ela se esticarem, mesmo Storme conteve a maldição subindo para os lábios.
Como ele conseguiu encontrá-la tão rapidamente?
Storme virou-se, tendo o cuidado de manter ambos os chacais e o recém-chegado vindo de trás dela, no canto dos olhos, e viu como Styx Mackenzie moveu-se a partir da entrada de trás do bar para o beco.
—Bem, não é esta noite a minha sorte? — Ela falou arrastado.
—Eu estava um pensando a mesma coisa, moça. — Ele riu. — Veja agora, você não teria feito melhor se tivesse continuado a dança que estávamos tendo lá dentro?
As sobrancelhas dela se arquearam.
—Eu estava definitivamente muito melhor.
Ele riu-se pacientemente à admissão, e o som, profundo e cheio de calor, fez o estômago dela se apertar.
A arma que ele carregava livremente na dobra do braço dele era grande, pesada e letal. O rifle laser totalmente automático faria buracos em uma Raça que não iria deixar nada para identificar, e muito menos sobreviver.
Ela deixou seu olhar percorrê-lo devagar, antes de voltar para o olhar azul, divertido.
—O inferno de uma arma. — Ela disse com voz arrastada. — Onde você a estava escondendo?
—O casaco em cima da mesa. — Ele sorriu, encolheu os ombros para indicar a jaqueta de couro que ele não estava usando na pista de dança. — Eu nunca saio de casa ou de um bar sem ele.
Ela quase riu. Ela queria. O surto de pequenas divertidas estava fora do lugar e, definitivamente, fora do personagem para ela.
—Você está cometendo um erro, Lobo. — Farce rosnou, mas ouvia-se a derrota em sua voz.
—Rapaz, sempre que estou resgatando uma coisa bonita de suas garras, então meu tempo não está sendo desperdiçado. — Suave como uísque velho, áspero, cheio de determinação, o sotaque parecia acariciar os sentidos, apesar do fato de que não havia nada sobre as raças que ela considerava ser a menor acariciante. — Vão embora agora, filhotes de cachorros, e eu vou fingir que sou a boa Raça que todos pensam que eu sou e vou deixá-lo viver para outro dia.
Storme procurava por uma forma de escapar, e chegou à conclusão de que estava presa entre uma pedra e um lugar duro, no sentido mais literal.
—Isto não está terminado. — Farce fez seu comentário dirigido a ela enquanto ela assistia Dog lentamente desaparecer nas sombras, como se ele nunca tivesse estado lá.
Storme manteve a boca fechada. A Raça Lobo em pé tão imponente e determinado a sua direita parecia ter o blefe no bastardo que a deixou.
Isso significava que os chacais eram controlados pelo Conselho. Ela sabia que Styx era uma parte da comunidade Raça Lobo, de Haven. Desde que ele pareceu menos amigável, mas com certeza familiarizado com Farce, ele respondeu a pergunta de quem estava manipulando os Coiotes.
Farsa rosnou de volta para ela, seus caninos brilhando sob a luz fraca antes de ele se afastar demasiado devagar para trás e desaparecer na lateral do prédio.
Correr era uma opção agora.
—Moça, eles estão apenas esperando que você tente fugir. — Styx avisou enquanto ele abaixava a arma antes de ir para a letal moto preta que só agora ela percebia estar estacionada nas sombras. — Eu posso dar-lhe um passeio para onde você está indo, se quiser. Eu não resgatei sua beleza só para vê-los saltar novamente sobre você mais tarde. Eles não gostam de perder um jogo bonito quando eles pegam uma saída.
Ela o encarou confusa. Essa Raça tinha sido o seu acompanhamento quase tão longo como Farce tinha sido, no entanto, ele agia como se ele não a conhecesse, assim como ele tinha agido lá dentro.
Ela quase sorriu.
—Você bem sabe, o cheiro do seu medo vai ser ofuscado pelo vago cheiro da pura crueldade. — Seu sorriso brilhou na escuridão. — Vamos, agora, tenho trabalho a fazer hoje à noite, já que você me recusou. Rejeição tende a deprimir-me, você sabe. Eu odiaria ser deixado em lágrimas antes que a noite acabe.
Ela revirou os olhos, exasperada. O homem não parecia ter um osso sério no corpo ou uma lambida de sentido sangrenta. Que era mais ou menos o que ela já tinha decidido ao longo dos anos enquanto ela o seguia on-line.
—Você nunca me disse exatamente qual é o trabalho. — Ela não se mexeu, enquanto ele a observava na expectativa.
Ele resmungou nisso.
—Perseguir sombras se você estiver me perguntando. Eu estive na mesma tarefa por um ano agora, e eu já tive o suficiente de sombras. — Ele suspirou, como se realmente estivesse farto de persegui-la.
—Você é uma Raça. Eu pensei que Raças gostassem dessa coisa de perseguição? — Ela colocou a questão ao fazer certas ela não fez nada deliberadamente para enganá-lo. Ela estava muito bem ciente de que Raças poderiam claramente cheirar as emoções, enganos e mentiras.
—Sempre. Eu sou uma Raça. Quanto a caçar sombras, eu sempre preferi mais entreter a presa e moça que não correm tão rápido. — Ele riu de volta para ela quando ele empurrou a arma em um compartimento na parte lateral da base da moto antes de se voltar para ela. — Venha agora, não me deixe me preocupar com você pelo resto da noite. Eu gostaria de ir para a minha cama para um pouquinho de cochilo pouco antes do amanhecer.
—Perdeu uma mulher, não é? — Ela se aproximou. Era possível que ele não soubesse como ela era agora, que o neutralizador que ela usava tivesse escondido o cheiro dela o suficiente para que ele não tivesse ideia de quem ela era. Isso e a cor de cabelo temporária, as lentes de contato coloridas. Ela poderia ter sorte.
Ela não podia imaginar que estivesse tão perto dela e não saltasse nela se soubesse quem ela era, se soubesse que ela era a sombra que ele estava perseguindo.
—Digamos que, há uma moça que gosta de brincar de esconde-esconde. — Ele riu quando chegou de volta e arranhou o pescoço com o ar de um homem que se descobriu confuso. — Algumas mulheres gostam de jogos, eu descobri.
—E você não?
—Só se envolver chocolate e doce carne aquecida. — Ele balbuciou com um sorriso rápido e charmoso, antes de embarcar na moto e voltar para ela.
Batendo no assento de trás dele, ele a olhava com expectativa.
—E eu tenho que confiar em você? — Ela perguntou.
—Dadas as alternativas, moça. — Ele olhou para a entrada do beco. — Você pode sair daqui comigo são e salva ou ter a sua chance com Farce e seus camaradas.
—Eles não parecem ser o tipo de levar para casa para apresentar à mãe. — Ela comentou enquanto dava mais um passo na direção dele.
—Oh, inferno, e qualquer um de nós é? — Ele riu. — Vamos, doçura, pague e vamos rodar.
Ele não tinha ideia de quem ela era. Storme aproximou-se da moto, observando-o com cautela, quando sentiu um arrepio estranho de antecipação correndo por ela.
—Então você está à procura de sua sombra, hoje à noite? — Perguntou ela, enquanto fazia como ele sugeriu e montava atrás dele na moto.
—Talvez. — Ele deu de ombros. — Eu sou a nova Raça aqui esta noite, você poderia dizer. Quando eu não pude encontrar a pequena criança abandonada perdida por mim mesmo, eles enviaram reforços.
Ele não soava como se se incomodasse.
—Eu pensei que Raças podiam cheirar suas presas a uma milha de distância. — Ela comentou quando o poderoso motor começou a palpitar debaixo deles.
—Aqui, moça. — Ele entregou-lhe um capacete.
Colocando-o, ela descobriu que o capacete era equipado com comunicações, evidente pelo pequeno microfone que descansava perto de seus lábios.
Seguindo o exemplo, ele puxou um capacete maior full-face , que havia tirado do guidão e o prendeu.
—Você tem que ter um cheiro de sua presa para rastreá-la primeiro. — Disse ele enquanto ele deslizava a máquina poderosa em marcha e se movia para a entrada. — Segure-se aí, nós vamos correr só por precaução. Apenas no caso de Farce e Dog ainda estarem esperando na entrada.
Ele se moveu para fora da saída enquanto Storme agarrava a cintura dele e inclinava-se para manter a sua posição. A saída foi emocionante, cheia com o pulsar da moto debaixo dela, o calor da Raça na frente dela, e o perigo do que poderia estar esperando logo fora da pista.
Mas parecia que Farce e Dog tinham escapado para qualquer favela em que estavam escondidos. Eles não estavam à espera em frente à saída, embora ela tivesse a certeza que estavam assistindo de perto, só para estar certos de que Styx não a tinha deixado sozinha.
—Onde você está hospedada, moça? — Ele perguntou, através do elo de comunicação.
—O Brasão de Lincoln. — Respondeu ela. Parecia que ela iria alugar um outro quarto de hotel para a noite.
—Você vai ser facilmente encontrada lá se Farce e seus amigos decidirem se divertir hoje à noite. — Disse a ela. — Você precisará verificar e encontrar um outro hotel.
—Sugestões?
Ele ficou em silêncio por alguns instantes.
—Inferno, arranje um quarto no meu hotel para a noite. Eu não vou embora até amanhã, e conhecendo Farce, ele definitivamente vai procurar por você esta noite.
Que convite interessante.
Será que ela está errada? Ele era simplesmente mais decepcionante do que a maioria das Raças?
—Eu pensei que você ia caçar sombras hoje à noite.
Ele riu novamente.
—Junte-se a mim para jantar e eu vou deixar os meus amigos continuarem a perseguição, enquanto eu desfruto da sua boa companhia por uma hora ou mais. Não é como se eu tivesse pego o cheiro dela ainda. Eu vou ser de pouca utilidade para eles.
Ela tinha sido bem sucedida. Nos meses que esta raça estava em seu encalço, ela estava consciente de que ele realmente nunca tinha chegado tão perto. Ele estava sempre vários passos atrás dela, mas não foi realmente uma ameaça.
Talvez o neutralizador combinado com suas tentativas de ficar em movimento tivessem conseguido colocar uma distância suficiente entre eles que ela poderia permanecer oculta por apenas um pouco mais.
—Assim, e sobre a oferta de jantar? — Perguntou ele. — O hotel em que eu estou tem um excelente serviço de quarto.
Ela poderia descansar. Talvez ele até fosse agradável e conseguisse o quarto.
—O Lincoln foi a acomodação mais barata que eu pude encontrar. — Disse ela com pesar. — Não posso pagar algo mais caro.
—Não se preocupe, eu tenho uma suíte. Eu sei como compartilhar.
Ela apostava como ele sabia.
—E sobre seus amigos?
—Eles não estão convidados. — Ele rosnou bem-humorado. — Vamos dizer que eu sei compartilhar, e alguns tesouros são como chocolate fino, e concebido para ser apreciado sem companhia.
Então os amigos dele não estariam lá.
—Existem restrições? — Ela não tinha intenção de se tornar sua parceira, ou o seu chocolate para a noite.
—Só se quiser. — Prometeu a ela. — Vamos, moça, eu sou o cavaleiro de armadura arranhada e amassada, esta noite, lembra? Além disso, algumas coisas um homem não força, se você sabe o que eu quero dizer.
Ela conhecia um pouco sobre esta Raça e que parecia ser uma filosofia pela qual ele vivia. De todas as Raças que tinham sido enviadas por ela, Styx era o mais conhecido por sua jovialidade para as mulheres do que a sua falta de piedade, ou habilidades sanguinárias.
No momento, ele era a aposta mais segura. Não havia dúvida de que Farce e seus amigos a perseguiriam para o Lincoln, antes que a noite terminasse. Eles a tinham rastreado para o hotel anterior em que ela tinha estado, ela tinha perdido a segurança de seu carro, suas roupas e armas diversas.
Ela estava com fome, cansada e queria apenas uma chance para descansar por algumas horas. Uma boa refeição seria um inferno de um bônus.
Styx Mackenzie ainda era uma Raça, entretanto. Ele matou, como todos fizeram, e havia rumores de que ele matou com um sorriso. Mas os golpes que só ela sabia que ele fez foram contra os soldados do Conselho, Raças ou cientistas.
Ela não era suficientemente ingênua para pensar que ela sabia tudo que havia para saber sobre ele, ou que esta Raça não era tão enganosa, sanguinária, capaz de qualquer coisa maldita perto de qualquer outra Raça era. A verdade simples é que ele era sua única chance de escapar de um destino pior do que ele esta noite.
É claro, poderia haver qualquer destino pior do que uma Raça?
—Aqui vamos nós, doçura. — A moto parou na entrada do mais exclusivo hotel da cidade em crescimento.
—Você é uma Raça, porque não fica em Haven? Não é muito longe daqui. — Ela perguntou enquanto descia e tirava o capacete da cabeça.
—Moça, eu lhe disse, eu deveria estar trabalhando. Se eu estivesse em Haven, depois o meu patrão ia perceber que eu estou mais interessado na moça bonita que algumas Raças Coiote estavam hostilizando do que eu estou em procurar. — Piscou o olho com um sorriso rápido enquanto ele tirava o capacete preto perversos de sua própria cabeça, em seguida, guardou os dois capacetes ao lado da moto antes de jogar as chaves ao manobrista. — Você sabia que fomos seguidos?
Ele colocou a mão contra a parte baixa das costas dela, obrigando-a a ir para frente e não permitindo que ela se virasse e olhasse para trás como ela teria feito. Como a auto-preservação pediu para ela fazer.
—Eles nos seguiram, então? — O cansaço estava se arrastando por ela.
As Raças Coiote atrás dela tinha ficado duro no encalço dela por semanas, dando-lhe muito pouco tempo para dormir, e nenhuma oportunidade para encontrar os bicos que tinha sustentado o desejo traquinas que ela adquiriu por alimento.
—Eles seguiram, mas nós vamos cuidar disso. — Prometeu ele e a guiou através do lobby elegante para os elevadores do outro lado. — Seria interessante ouvir como você conseguiu conquistar a atenção deles embora.
A borda de diversão em sua voz assegurou-lhe que ele não estava realmente suspeitando... Talvez.
—Mesmo malditos, mesmo malditos. — Ela encolheu os ombros, agradecida que determinadas Raças Coiote tinham a mesma reputação que um membro de uma família criminosa pode adquirir. — Tudo o que você tem a fazer é estar no lugar errado na hora errada.
—Isso é bastante preciso. — Houve uma sugestão de um grunhido em sua voz agora, e menos do que o sotaque escocês que ela percebeu que havia conseguido acalmá-la, alguma quantidade pequena.
Isso a surpreendeu. Raças tinham uma tendência a torná-la incrivelmente nervosa, e ela nunca se permitiu ficar tão perto de uma. Ela não estava nervosa com Styx embora. Talvez ela estivesse tão mais cansada para cuidar mais.
—Cá estamos. — O elevador parou suavemente no andar de cima, abrindo as portas silenciosamente no décimo primeiro andar. — Eu tenho uma suíte aqui. Você pode ter uma bela refeição comigo, o chef de cozinha é condenado perto de um gênio com a comida, e não vamos discutir as suas habilidades com chocolate. — Havia um fio de amor em sua voz.
Isso estava certo. Esta Raça era conhecida por seu amor ao chocolate. Ela já tinha ouvido boatos, piadas e chegou a interceptar uma conversa entre duas mulheres várias outras noites antes em relação à sua propensão para as mulheres e chocolate juntos.
Ele era conhecido por matar com um sorriso fácil e uma completa falta de misericórdia, em seguida, virava-se e devorava chocolate como se fosse o néctar dos deuses.
—Aqui vamos nós! — Ele abriu a porta para o conjunto e acompanhou-a como se fosse nada mais que um bom samaritano, ansioso para agradar e marcar pontos de reconhecimento para o céu.
A suíte era elegante, carpete cremoso suave, móveis de couro caramelo agrupados em uma área de estar na frente de uma televisão de tela grande. Ao lado, uma mesa de jantar/conferência de oito lugares e através de portas duplas, ela vislumbrou uma cama king-size que parecia arejada e confortável.
—Há um outro quarto por aqui. — Styx abriu um segundo conjunto de portas para revelar uma outra cama, que parecia tão confortável.
Deus, ela teria dado seus dentes caninos para ondular debaixo do edredom branco nevado e simplesmente dormir até que ela não conseguisse dormir outra piscadela.
—O Menu de jantar está na mesa. — Disse ele enquanto caminhava para um bar molhado atrás da mesa. — O que você quer beber, moça?
Algo forte o suficiente para fazê-la esquecer que ele era uma Raça. Isso era o que ela queria. Algo que iria soltar o nó de nervos no estômago e lhe permitiria relaxar bastante para desfrutar de algumas horas sem a ameaça de Raças caçando-a.
Styx não tinha ideia de quem ela era. Tanto quanto ele estava preocupado que ela fosse apenas uma outra mulher que não se importaria de transar. O fato de que ele obviamente tinha um motivo para ajudá-la devia tê-la irritado ao invés de intrigá-la. Talvez ela estivesse apenas demasiado cansada para cuidar de se importar?
Passando para o menu, ela olhou para ele durante longos momentos, boca salivando, lutando para fazer uma escolha.
—Por que eu não eu peço apenas uma mostra dos pratos favoritos do chef? — Ele sugeriu quando ela não respondeu.
—Isso soa perfeito. — Limpando a garganta, ela olhou ao redor da sala opulenta, mais uma vez. — Haven cuida de suas raças, enquanto em uma missão.
Ele riu com isso.
—Ah, moça, se eu pudesse convencê-los a ser tão amáveis. Não, a suíte foi em troca de uma mão boa de pôquer que eu joguei. O proprietário perdeu, eu ganhei. Infelizmente, ele estava um pouco curto de dinheiro na mesa, e eu não tomo notas promissórias. Por isso, fizemos uma pequena troca.
—Deve ter sido um inferno de uma mão. — Ela comentou.
—A senhora sorte estava sorrindo para mim. Agora, o que quer beber?
Era possível que ela tivesse bebido demais. Ela definitivamente comeu de mais.
Storme olhou para os restos dos pratos espalhados pela mesa e tomou outro gole do que tinha que ser o melhor vinho que já tinha provado.
Styx se sentou em frente a ela, olhando-a com uma sugestão de sorriso em seus lábios enquanto bebericava outro uísque. Ele observou durante algum tempo como ela apreciou a comida, aqueles olhos azul da cor do mar cheios de calor.
Não, isso não podia ser calor, a menos que ele saiba como fingir. É claro que ele provavelmente sabia como fingir. Ela não tinha nenhuma dúvida de que se ele sabia, foi o Conselho quem ensinou a ele.
—Você já está pronta pra me dizer seu nome, moça? — Ele perguntou, com aquela voz suave, perversa, com uma pitada de prazer animalesco.
Ele estava se divertindo. Eles conversaram sobre comida. Conversaram sobre uma variedade de tópicos, mas ele não perguntou nenhuma vez por que os Coiotes estavam a perseguindo, e até agora, ele não pareceu se importar em saber seu nome.
—Talvez eu prefira permanecer um mistério. — Sim, ela definitivamente bebeu vinho um pouco demais, mas ela tomou outro gole de qualquer maneira e deixou o brilho suave, aquecido, crescer dentro dela. Tinha que ser o álcool que a deixou propensa a paquerar esta à noite.
— Ah, moça, eu sinto que você sempre será um mistério. — Ele riu enquanto se levantou e andou até ela. — Venha então, eu lhe mostrarei seu quarto e deixarei você dormir um pouco. Você parece pronta para desmaiar em sua cadeira.
—Eu não estou bêbada. — Ela olhou feio pra ele.
—Agora, eu falei que você estava bêbada? — Levantou uma sobrancelha vermelha lentamente. — Eu somente comentei a exaustão que marca seu bonito rosto. Você está um pouco pálida, e definitivamente não em sua melhor forma. Seduzir uma moça é sempre mais aprazível se ela não estiver caindo de sono.
—Você não pode me seduzir. — Nenhuma Casta podia seduzi-la, ela não permitiria isto. E ela não se atreveu a permitir que um macho humano falasse com ela na cama. Ela não tinha nenhum desejo de ver outro amigo morrer.
—Eu não posso? — Tirou a taça de vinho de sua mão de repente debilitada, colocou-o na mesa e a levantou.
Ela se sentiu preguiçosa. O esgotamento de antes se aliviou um pouco com a comida. Ela estava cansada, claro, mas o sono não viria por enquanto, especialmente considerando o fato que uma Casta estava no apartamento com ela.
—Não, você não pode me seduzir. — Ela finalmente agitou sua cabeça. — Eu não faço com Castas.
Ele riu.
—Finja que eu sou um monge então. — Ele sugeriu. — Um agradável e inofensivo homem ávido para satisfazer cada capricho e desejo seu.
Seus lábios curvaram. Ele era divertindo, pelo menos.
—Ninguém cometeria o erro de achar você um homem normal, inofensivo, de qualquer espécie.
Ele chegou mais perto. Storme olhou para ele, sentindo uma vulnerabilidade que ela não queria sentir. Ele não era um homem, ele era o epítome de tudo que ela odiou por dez anos.
—Moça, eu nunca machucaria você. — Ele prometeu, sua voz tão profunda, tão gentil, estendendo a mão, tão perto de tocá-la, que Storme recuou e balançou com força sua cabeça.
A vida se tornou um inferno realmente nos últimos meses, ela pensou. Tão infernal ela quase permitiu que ele a tocasse.
O olhar dele se estreitou.
—Tome seu banho, mulher.
Era um comando.
Storme olhou para ele, apertando os dentes enquanto sentia suas emoções aumentando, subindo à tona a raiva que sempre ferveu no fundo da sua mente.
—É hora de eu ir.— Nenhum Coiote podia ser perigoso para ela como esta Casta poderia ser.
O senso de auto-preservação começou a bater dentro dela, enrijecer, apertando através de seu corpo enquanto ela balançava nos calcanhares e significou que devia marchar em linha reta até a porta.
—E você pensa que eu arrisquei a vida e o membro para proteger seu bonito traseiro para você exibi-lo por aquela porta e cair em suas garras?
Antes dela escapar dele, e ela era malditamente boa em fugir de Castas, ele agarrou seu braço, arrastando-a para perto até poder segurá-la contra seu tórax.
Suas mãos apertavam instintivamente em seus duros e largos contornos. Ela jurou que podia sentir o calor de sua carne pelo material da camisa que ele vestia. Calor, e algo mais. A batida de seu coração, batendo mais rápido do que devia, como se estar perto dela o afetasse, como se tocá-la o excitasse.
Seu coração estava palpitando de medo. Pelo menos, essa era a desculpa que ela estava usando. Claro, medo nunca fez seu clitóris inchar, nem foi a causa de sua vagina pulsar, seus sucos escorrerem. Seus mamilos estavam duros. Seus lábios estavam sensíveis, e ela percebeu num instante de perspicácia que queria que ele a beijasse.
Ela nunca esteve tão perto de uma Casta, pelo menos não nesta situação. Nestes dez anos ela correu, ela disparou contra pessoas e dispararam de volta, bateu e apanhou das Castas. Mas ela nunca sido abraçada por um.
Seus dedos se enrolaram contra sua camisa, uma parte sua ficou pasma ao sentir sua carne em baixo da roupa. Seus quadris foram seguros perto de suas coxas, o comprimento de seu membro apertado contra seu ventre, por baixo de suas calças de couro.
Existia calor lá também. Cheio, espesso, uma pulsação sutil de luxúria.
Ela sabia muitas coisas sobre a fisiologia das Castas, ela pensou com nervos apavorados. Coisas demais sobre o comprimento e a largura do membro das Castas de Lobo, o tom duro de seus músculos, a força impossível de seu corpo.
Fora deste quarto, certo inferno esperava por ela, e ela sabia disto. Dentro deste quarto, em seus braços, possivelmente em sua cama, existiria prazer extraordinário. Um prazer diferente de qualquer coisa, que qualquer mulher que não tenha feito com uma Casta, podia imaginar.
Eles eram treinados nos laboratórios para dar prazer a uma mulher, e eles eram treinados por uma variedade de razões, a maior parte deles enganar, infiltrar, ganhar confiança e roubar informações.
— Onde está o medo de mais cedo, moça? — O sussurro entrou facilmente em seus sentidos enquanto os lábios dele encostavam em sua orelha, sua língua acariciando com um golpe insidioso de tentação.
Ela pestanejou. Sentiu-se bem. Sentiu-se muito bem. Por um segundo, um flash de culpabilidade passou por ela, só para ser seguida pela sensação atraente de seus lábios se movendo junto a sua mandíbula, sua língua dando gentis e pequenas lambidas, como seus lábios a acariciaram.
Ela lutou para puxar da memória a imagem da Casta rasgando a garganta do seu irmão, mas a imagem não vinha a sua cabeça. Não podia lembrar-se do passado com o calor que deslizava por seu corpo.
— Não faça isso comigo. — Ela sussurrou, rezando para que ele parasse, que deixasse de tocá-la.
— Não faça o quê, pequena? — Seu lábios roçando os seus. — Não lhe dê prazer? Mas, moça, não há necessidade maior neste momento que ouvir seus gritos de prazer.
E sua necessidade pelo prazer intenso que a faria chorar, que começava a queimar dentro dela.
— Por favor. — Ela sussurrou novamente. — Deixe-me ir.
Uma risada baixa, malvada, vibrou contra seus lábios.
—Se você quer estar livre, você apenas tem que se mover.
Mas ele a estava segurando. Suas mãos, grandes e fortes, estavam alisando suas costas, descendo até o inicio de suas nádegas e acima novamente.
Acariciando... Ele foi acariciando-a, puxando-a para perto com as grandes mãos, descendo até suas nádegas e a levantou.
Suas costas encontraram a parede atrás deles e sua coxa deslizou entre as suas, apertando contra o botão dela e esfregando contra ela com um golpe liso, sedutor.
A sensação correu de seu clitóris até seus mamilos. Puro, puro prazer. Era aquecido, suave, mas excitado. Uma mistura de sensações que ela nunca teve tempo para experimentar até agora.
—Você não está se mexendo, moça. — Seus lábios tocavam os dela.
Não, ela não estava se movendo, ela não podia se mover.
—Um pequenino mistério tão adorável. — O sotaque a intoxicou, manteve-a hipnotizada com a pureza masculina, contendo-a enquanto ela sentia os dedos dele nos botões de sua blusa.
Deus, ela estava deixando ele a tocar. Seu irmão foi morto por um Coiote cuja vida ele salvou mais de uma vez, quando o Coiote retornava de uma missão que tinha dado errado. O pai dela tinha os criado.
Lobos e Coiotes eram as especialidades do seu pai e irmão. Sua genialidade genética criou Castas que causaram medo nos outros cientistas. Castas que se voltaram contra seus criadores.
E uma daquelas Castas estava tocando nela. Não uma que eles criaram, mas criado da mesma maneira que criaram os outros.
Ela olhou pra baixo, vendo como os dedos de uma mão soltavam os botões de sua blusa preta simples. O material se abriu lentamente, as extremidades se abrindo para revelar seus peitos desnudos.
Storme olhou fixamente para os montículos inchados de seus peitos. Seus mamilos, normalmente cor-de-rosa suave, relaxado e desinteressante, eram agora duros, excitados e muito mais escuros.
—O Senhor ama um Lobo. — O som da respiração suave dele fez com que ela olhasse sua expressão.
Ele parecia extasiado, olhando fixamente para seus peitos, como suas mãos lentamente tocaram em concha os montículos duros, sentindo-os, segurando-os em suas mãos como se eles precisassem de seu suporte.
Sentir a carne áspera, calejada, de suas mãos contra suas curvas sedosas fizeram seus mamilos pulsarem. Eles estavam apertados e duros, dolorosamente sensíveis ao toque.
Ele não era gentil. Ele não era áspero. Seus dedos acariciaram, moldaram e experimentaram a carne endurecida e Storme sentiu seus joelhos enfraquecerem com o aumento das sensações. Deus, ela só precisava que ele a tocasse mais duro, mais firme.
Não, ela precisava de mais. Ela desejava, precisava seus lábios nela. Ela queria-os cobrindo os picos apertados, sugando-lhes, desenhando-os em sua boca e a deixando louca com o prazer.
—Styx. — Ela sussurrou seu nome, só para senti-lo em seus lábios, sentir uma parte dele em sua boca.
Ela queria saborea-lo tão desesperadamente quanto ela queria ser saboreada. Ela queria dar e tomar. Ela doeu por uma intimidade que ela nunca ousou até considerar antes desta noite.
O quão perigoso era isto? Tão perigoso que ela soube que poderia nunca se recuperar desta noite se continuasse deste modo.
Ela teria que parar isto, logo.
Mas ela não parou. Ela podia sentir o conflito dentro dela, começando a rasga-la. Medo e necessidade, memórias e ódios passados, uma década fugindo e se escondendo, lutando para encontrar apenas alguns momentos de paz, para encontrar calor. Em dez anos ela não tinha encontrado, até que um Lobo tomou-a em seus braços.
Até que o inimigo a tocou.
—Doce mistério. — Ele sussurrou. — Fale pra mim, se eu chupar estes bonitos mamilos, você será uma boa moça e me dirá seu nome?
Ela não ousou. Deus, não. Ela não podia lidar com o pensamento de ele perceber quem ela era, de ter o amante, o protetor, se transformando em carcereiro.
Storme agitou sua cabeça.
—Eu criarei um nome para você então, amor, porque chupar aqueles mamilos é algo que eu não posso resistir. — Ele a advertiu com os lábios roçando contra os dela e seus dedos polegares acariciando seus mamilos. — Eu não chuparei seus bonitos mamilos sem um nome para dar a quem possui uma generosidade tão perfeita.
Ela iria derreter em seus braços. Era realmente justo que uma criatura como esta devia existir? Que ele podia tentar e seduzir onde só o ódio devia existir?
—Meu pequeno mistério. Minha doce tentadora, Doçura .
Ele encontrou um nome pra ela ao mesmo tempo que encontrou seu lábios.
Storme sentiu o gemido preso em sua garganta quando a mais incrível das sensações começou a correr por ela. Seus lábios, impossivelmente experientes, aquecido, faminto, corria ao longo dela enquanto sua língua lambia contra a emenda de sua boca...
Ela jurou que saboreou o chocolate que ele comeu no jantar. Isto e talvez uma sugestão de canela. Uma sugestão de calor.
Seus lábios se separaram.
Ela não podia deixar de abrir pra ele, de permitir que a língua dele lambesse a sua, que seus lábios se inclinassem sobre os seus, como sua coxa pressionou mais apertado, mais duro contra o montículo de sua vagina.
Ela estava incrivelmente molhada. A sensação da umidade acumulada entre suas coxas com a sensibilidade de seu de repente inchado clitóris, como ela sentiu seus braços se levantando, suas mãos abraçando seu pescoço forte.
Ela queira seu beijo, e ela não devia. Ela devia temer ao sentir os caninos longos quando ele beliscou seus lábios, para então retornar para um beijo mais fundo, mais quente.
Seus lábios moveram-se sobre os seus, criando um fogo que ela não podia controlar quando sentiu a necessidade apertar em sua barriga e se firmar em sua vagina.
Storme sentiu seus sentidos se dissolvendo, seu medo evaporando. E eles não deveriam.
Ela se prometeu que descobriria o que era isto mais tarde.
Com sua cabeça inclinada para trás contra a parede, ela permitiu que seus lábios roçassem pelo pescoço até o inicio dos seios, ela se consolou com a promessa de que logo que conseguisse respirar, então tudo faria sentido.
No momento, ela simplesmente queria ser uma mulher. E ela nunca se sentiu tanto como uma mulher como fez agora.
Ela não teve que se preocupar sobre os Coiotes matarem este homem quando terminassem. Ela não teve que se preocupar sobre estar perturbada, sobre estar em perigo. Não havia nenhuma chance para Farce e seu amigo ousarem fazer tal tentativa.
—Oh, sim. — As palavras rasgaram de seus lábios quando sua língua de repente acariciou um mamilo, dissolvendo seus pensamentos.
Ela olhou pra baixo mais uma vez, assistindo, seus lábios se separaram quando ele olhou fixamente nela com aqueles olhos de azul da cor do mar, separando seus próprios lábios e chupou a ponta apertada, dura de seu mamilo com um movimento perfeitamente lento. Umidade despedida de lábios masculinos. Sua língua se enrolou sobre a ponta dura antes de desaparecer dentro de sua boca e chamas frias a envolveram.
Imediatamente, a sensação ardente do broto tenro desceu quente e delicioso diretamente para seu clitóris. Lá, apertou os músculos de sua vagina e enviou uma onda de umidade para lubrificar as dobras sensíveis de sua vagina quando os músculos lá pulsaram e apertaram em necessidade.
Ela estava molhada e quente. Seu corpo estava sensibilizado, afundando, derretendo, e de repente, nada mais importou, só este homem e a sensação de seu lábios cercando seu mamilo, sugando firme, puxando forte em sua boca, enquanto suas mãos deslizavam para a bunda dela novamente para movê-la contra a coxa dele. O prazer era primoroso. Rasgou por seus sentidos e raspou suas terminações nervosas como uma onda de sensação elétrica...
O estômago dela pressionou, apertou. O sentimento opressivo era como um fogo que rasgava por sua vagina.
Lutar com ele não era uma opção, a menos que significasse lutar para mantê-lo no lugar. Seus dedos puxaram os cabelos dele, tirando a faixa de couro que os prendia em sua nuca. O calor áspero das mechas fluídas em suas mãos era o contraponto perfeito para o raspar de sua língua em seu mamilo.
Era só um pouco áspero. Só um pouco mais áspero do que devia ter sido, só áspero o suficiente para enviar ondas de êxtase assombroso diretamente para seu clitóris.
—Aí, Doçura. — Os lábios dele ergueram-se e alisou mais o mamilo antes de beijar seu caminho para o outro, enquanto suas mãos em sua bunda a moviam contra sua coxa, roçando contra ele com perversa, sensual maestria.
Ele a estava seduzindo e ela não podia lutar contra isto. O calor insidioso começou a queimar através de seu sistema, acendendo uma chama que ela não podia lutar, não podia negar.
Por que ele? Por que esta Casta quando não havia nada que odiasse mais do que as Castas? Por que o calor dele, a necessidade e o desespero dolorido dentro dela fez destruir anos de controle ganhados duramente?
Porque ela estava cansada.
Porque ela precisava somente de algumas horas de calor, de segurança. Só algumas horas para ser uma mulher, ainda que ela tivesse que fingir que ele não era uma Casta, mas um homem que ela podia esperar quando a noite terminava.
A culpa a esfolaria quando a manhã viesse. Quando seus sentidos estivessem trabalhando uma vez mais, então ela se lembraria dos horrores que ela viu ao longo dos anos.
Mas Styx não estaria lá.
—Ahh, Doçura, moça. — Ele rosnou contra seu mamilo quando ela olhou fixamente para ele, sua expressão tão sensual, tão completamente absorvida em dar prazer a ela que manteve-a em transe.
Ela não era um virgem. Ela não era completamente inocente, mas nunca teve um homem olhando fixamente para ela com tal fome desnuda e completa necessidade.
—Doce como açúcar. Como o melhor chocolate escuro. — Um sorriso mau, um flash daqueles caninos afiados, e ela devia ter voltado para seus sentidos. Ao contrário, sua cabeça caiu pra trás contra a parede enquanto ele arranhou as pontas em seu pescoço e uma mão se moveu até sua cintura.
—Péssima ideia. — Ela expirou com força enquanto o zíper de sua calça jeans era solto.
—Ah, moça, estou certo que é a melhor ideia que tive em anos. — Ele a assegurou com um gemido enquanto ela lutava sobre seus pés, só para apenas encontrar o seu jeans deslizando seus quadris. — Eu posso cheirar sua vagina, Doçura, doce e quente e perto de me intoxicar.
E aquele sotaque deslizava por seus sentidos com o mesmo efeito narcótico, da mesma maneira que seus dedos deslizaram mais distante dentro de sua calça jeans para as curvas nuas, lisas, de sua vagina.
Storme quase ficou nas pontas dos pés, um gemido de lamento deixando seus lábios quando sentiu uma explosão sensual de puro calor chicoteando por seu corpo.
A palma de sua mão estava apenas um pouco acima de seu inchado clitóris, sensibilizando-o ainda mais, segurando-a calmamente em seu aperto enquanto ela olhava fixamente nele, apavorada com o prazer que crescia dentro dela agora.
—Nós não queremos fazer isto. — Ela iria odiar eles dois pela manhã.
—Doçura, nós queremos fazer isto mais do que queremos respirar.
Ela estava em seus braços, embalada contra seu tórax, sentindo-se mais feminina, mais fraca, mais sensual do que já se sentiu em sua vida quando ele se virou e a levou para o quarto e para a cama grande que esperava no centro do quarto.
Enquanto suas costas encontravam o incrivelmente suave acolchoado, ela sentiu suas botas sendo retiradas de seus pés e, uns segundos mais tarde, sua calça jeans deslizando por suas pernas.
Sua calcinha não era nenhuma barreira, e o som de sua blusa rasgando era só um pensamento distante enquanto ele deitava sobre dela, seus lábios cobrindo os dela com um grunhido de puro prazer.
Sua língua empurrando dentro dos lábios dela, tomando-os enquanto seus dedos deslizavam entre suas coxas e separavam as dobras inchadas, lisas de seu sexo.
Os quadris dela arquearam-se. Prazer agonizante rasgou por sua vagina, fechando-a apertada em torno do dedo malvado que se deslizou devagar para dentro dela. E acariciou. Acariciou sem empurrar, roçando contra os nervos tão sensíveis que ela gritou em necessidade brutal.
Apertando as mãos dela nas pesadas mexas de cabelo que cobriam o rosto dele, Storme o segurou nela, desesperada por mais do irracional, incrível prazer construído entre suas coxas.
Ela podia sentir a necessidade chicoteando por ela, tão dolorida, luxúria intensa, que cresceu somente entre eles.
Esta única noite.
Esta noite ela seria uma mulher com um homem que ela sabia que não podia sofrer por isso quando o amanhã chegasse. Os Coiotes não matariam este homem, e se as Castas de Haven ou do Santuário se informassem desta noite, então não existia nada que ele podia dizer, nenhum modo dele saber pra onde ela tinha ido depois dela sair de seus braços.
—Sim! — A palavra rasgou de seus lábios quando ele colocou outro dedo dentro dela, abrindo-a, esticando-a enquanto os quadris dela se retorciam contra ele, dirigindo-o mais fundo.
—Aí, amor. — Ele gemeu, seus dedos se movendo dentro dela enquanto mordiscava seu pescoço, lambendo e enviando chamas por sua circulação sanguínea. — Você é tão apertada. Tão doce, você faz um monge esquecer seu controle.
—Bom, você roubou o meu. — Arqueando, seu pescoço inclinando enquanto os lábios dele se moviam para lamber na área onde ele se curvou em seu ombro, Storme entregou-se a noite, e ao toque deste homem.
Ele era um homem. Ela recusou-se a pensar sobre a genética extra que ele detinha. Deus, ela acabou de desejar uma noite, uma noite de prazer ao invés do medo. Ela só queria um pouco de calor antes de ter que fugir novamente.
Enquanto ele mordiscava em seu ombro, as mãos dela se moveram para a camisa dele, puxando, rasgando até os botões se arrancarem e deslizarem livres, permitindo a ela empurrar o material de seus ombros.
Ela queria senti-lo contra ela. Toda aquela carne dura, quente, os músculos ondulando, a força dele afiada e esculpida para o prazer ou para a dor.
Hoje à noite, ela teria prazer. Ele não sabia quem ela era. Ele não tinha nenhuma ideia do presente que estava dando a ela, o calor enorme que ela tinha doía tão desesperadamente.
—Doçura, você tem gosto de paraíso. — Ele gemeu enquanto deixava cair sua camisa, deslizando seus dedos de dentro dela enquanto se colocava de joelhos para descartar o material.
Storme subiu para encontrá-lo, sentado na cama, as mãos dela indo para o couro das calças dele e puxando os botões pesados que seguravam o material apertado ao longo do comprimento de seu pênis.
Ela conhecia a fisiologia das Castas. Ela sabia o comprimento e a largura do pênis das Castas de Lobo. Ela tinha visto, enquanto era uma menina jovem nos laboratórios. Como animais, as Castas não tiveram permissão para vestir roupa nos laboratórios.
Quando ela o soltou, ela percebeu que não tinha entendido ou considerado o aspecto sensual daquela dotação, o bem dotado que eram. Quando a carne, pesada e grossa arqueou-se para fora, ela sentiu o calor de sua vagina aumentar, sentindo o fluxo de sucos entre suas coxas.
—Doçura, ainda não. — Os dedos dele se enrolaram acima de seu pulso quando ela ergueu seu olhar para ele.
—Hoje é a minha noite. — Ela sussurrou para ele, sentindo aquela determinação quando ela permitiu a seus dedos agarrar a quente haste de ferro.
Quente, pulsante e tão duro. Seu dedo polegar alisou sobre a ponta da cabeça, afastando a umidade que já havia juntado lá.
—Eu não devia querer isto. — A garganta dela se apertou em medo súbito, a realização que passou por ela que poderia nunca esquecer esta noite.
—Por que você não devia querer isto? — Os dedos dele se levantaram para colocar pra trás o cabelo que estava sobre o rosto dela. — Por que você não devia ter todo o prazer que eu posso dar, amor? E eu conheço o prazer que você nunca pôde imaginar.
Claro que ele conhecia. As Castas eram não apenas treinadas em causar dor, mas também em dar prazer.
—E que prazer eu posso dar a você? — Comparado a Styx, Storme sabia que ela era tão inocente quanto um virgem.
A mão dela acariciou todo o comprimento de seu pênis, sentindo-o estremecer em seu aperto enquanto sua expressão, a expressão de prazer apertado relampejou nos olhos azuis brilhantes.
—Moça, você vai me destruir de prazer neste ritmo. — Ele a assegurou, sua voz mais funda, mais áspera com uma tentação sensual cintilando em seus olhos.
O conhecimento de ver seu efeito nele fez algo nela. Ele não estava mentindo, ele não podia estar mentindo. Ela podia ver a verdade nos olhos dele. Ela estava dando prazer a ele. Ele a queria, doía nele como doeu nela, precisava dela como ela o precisava.
Movendo-se adiante, sua língua lambeu sobre a larga cabeça, sentindo o sabor de homem e calor, sentindo intoxicá-la enquanto seus lábios se separavam e o chupou pra dentro.
Esta não era ela, ela garantiu a si mesma enquanto sentia a última restrição se soltar dentro dela. Isto era a mulher que ela poderia ter sido, a mulher que talvez ela pudesse ter sido se ela não gastasse os últimos dez anos lutando para sobreviver, se escondendo dos horrores que a perseguiam.
Esta era a mulher que ela sonhou em ser. Nos braços de Styx ela não teve nenhum medo de ser perturbada, nenhum medo de ser surpreendida enquanto o prazer crescia dentro dela.
Abaixou sua mão apertada, sentiu espasmos enquanto sua boca trabalhava sobre a crista quente de seu pênis, chupando-o avidamente.
Ela podia jurar que ele pulsou em sua boca, uma ejaculação pequena com o gosto de especiarias encheu seus sentidos. Ela não esperava por isto. Não esperava um gosto tão rico que tornou sua fome mais alta.
Seus dedos enrolados sobre o pênis, sentindo-o palpitar enquanto ela afagava, chupava, apreciava cada gosto dele.
Sentindo as mãos dele enfiando-se em seus cabelos, os dedos dele apertando suas mexas enquanto um grunhido duro deixava sua garganta, um prazer puro correu por seu corpo. Os dedos dele amassando seu cabelo, seus quadris empurrando pra frente, e Storme estava certa que ela explodiria da excitação que crescia nela ao sentir o prazer que dava a ele.
Fez seu próprio prazer subir mais alto, tornando-a mais quente, mais molhada, mais desesperada para senti-lo dentro dela.
Um grito áspero saiu de sua garganta quando ele puxou de volta, forçando-a a soltá-lo quando ele saltou da cama. Ele tirou sua roupa depressa. Botas, calças, caíram ao chão, deixando ele gloriosamente nu quando voltou para ela, empurrando-a para a cama enquanto pairava acima dela.
Suas coxas abriram as dela, seus dedos testando sua prontidão uma vez mais antes de Storme sentir uma forte pressão quando a larga cabeça de seu pênis separou as dobras de sua vagina.
Imediatamente, a fome a inundou. Ela pensou que tinha querido, que doía antes. Não era nada comparado a necessidade que a assaltava agora. Os músculos de sua vagina flexionaram e estremeceram quando ele começou a penetrá-la. Lento e fácil, ele começou a trabalhar a pesada carne do lado de dentro, esticando e queimando enquanto Storme sentia uma onda de atordoante euforia começar a tomar conta dela.
Era prazer e dor. Um ardente e primoroso êxtase que começou a crescer e construir dentro dela com cada polegada que a penetrou.
Storme sentiu a largura da crista que empurrava dentro dela, o pulsar disto, um jato de calor e então um ofuscante relâmpago de prazer que correu por ela.
Arqueando, ela tentou levá-lo ainda mais dentro quando sentiu sua vagina apertando, ordenhando a cabeça de seu pênis enquanto seus sucos fluíam ao redor dele.
Era incrível. Calor ofuscante, delicioso, diferente de qualquer coisa que ela podia ter imaginado enquanto ela ofegava e olhava fixamente nele maravilhosamente ofuscada.
—Styx. — Ela sussurrou seu nome em um soluço. — Oh, Deus. O que você está fazendo comigo?
—Amando você, moça. — Sua voz era tão funda, tão cheia de ternura que por um momento, o medo quase subjugou as sensações.
—O que você está fazendo comigo? — Ela perguntou novamente. Isto era normal? Ela nunca havia conhecido algo assim, nunca sentiu nada parecido.
Suas coxas abriam-se mais, dobrando os joelhos, levantando as pernas até que embalou os quadris dele, abrindo-se mais a ele enquanto suas mãos alisavam seus bíceps e de volta. Os músculos eram duros sob o toque dela, suor brilhava em seu rosto quando ela olhou fixamente nele.
—Dando-lhe prazer, Doçura. — Ele sussurrou enquanto tirava as mexas de cabelo umedecidas do rosto dela. — Somente prazer, amor.
—Eu estava com frio. — Ela sussurrou, perguntando-se de onde diabos aquelas palavras vieram e por que estavam escapando de seu lábios agora.
Seu olhe chamejou.
—Você está com frio agora, moça? — Sua voz estava tensa enquanto ela sentia seu pau se mover mais fundo, sentiu-o pulsando apertado e duro com sua vagina esticada para o acomodar então relaxando marginalmente quando outra pulsação funda, ejaculando um aquecido sêmen dentro dela.
Um soluço rasgou de sua garganta enquanto o prazer construído, com a necessidade por mais começou a pulsar dentro dela. Era como dedos de chamas que queimavam através da carne sensível.
—Eu não estou com frio agora. — Ela podia sentir as lágrimas em sua voz, sentir muitas emoções, muitos medos ameaçando a inundar enquanto com uma punhalada final ele se enterrou bem no fundo ela. — Styx. — Um soluço a sacudiu. — Não me deixe pensar.
Estava lá, a ameaça da realidade retornando para roubar este momento dela enquanto o medo ameaçava voltar.
Estas sensações forma muito incomuns, muito quentes e muito profundas em sua vagina.
—Não pense, Doçura. Doçura, doce pequena moça. Nenhum pensamento é permitido em meus braços.
E ele não estava mentindo.
Apertando-se contra ela, ele começou a se mover novamente, empurrando forte e fundo, como se cada penetração fosse um exercício de contenção e controle. Seus quadris mudavam, moviam, trabalhavam seu pênis dentro dela, enchendo-a e a abrindo até que ele estava se movendo com golpes mais duros, mais fortes.
Storme embrulhou suas pernas ao redor dos quadris dele, sua cabeça apertando de volta na cama, suas unhas se cravando na carne dele quando o primeiro grito rasgou dela.
Ele estava fodendo com ela como se a fome dele fosse tão grande como a dela. Como se ele compartilhasse o prazer-dor das sensações e o encarcerando estavam, apertando dentro dele como estavam dentro dela.
Cada golpe empurrou-a mais alto, cavando mais fundo dentro dela até que ela estava clamando seu nome, seus quadris se contorcendo sob ele quando a necessidade de libertação começou a atormentá-la, a arranhar em seu ventre e estremecer sua vagina.
Cada punhalada apertou a pélvis dele contra seu clitóris, empurrando o pequeno broto para mais perto da liberação enquanto ela gritava o nome dele e lutava para achar uma âncora quando o êxtase começou a subjuga-la.
Era uma batalha desesperada. Não existia nenhuma âncora, nenhum modo para se segurar a Terra quando seu orgasmo começou a alcançá-la. Cada punhalada dura empurrava-a mais alto, indo mais fundo enquanto ele fodia mais rápido, mais duro, um rosnado rasgando de sua garganta e acendendo aquela última chama que atingiu o combustível do êxtase.
Storme sentiu-se explodir. Ela sentiu o primeiro ataque de sensação agonizante, que ultrapassou-a e a lançou tão alto, tão duro, em um turbilhão de calor puro que ela perdeu todo conceito de certo e errado, realidade e fantasia.
Ela o sentiu sobre dela, empurrando, gemendo, e um segundo mais tarde o calor de sua liberação que queimou por sua vagina e a empurrou mais alto.
As sensações pareceram sem fim, avançando por ela, explodindo em seu clitóris, sua vagina, através de seus nervos, e finalmente batendo em seu cérebro com um aumento de ondas ardentes e puras de prazer.
Um duro, desesperado pulsar em seu pênis na carne dela, como se seu pênis estivesse pulsando, ameaçando crescer ainda mais, ficar maior dentro dela. O prazer daquela pulsação adicional contra as paredes sensíveis de sua vagina se tornou quase opressivo.
Era uma coisa boa a respiração ser natural, porque qualquer outra coisa seria impossível. Qualquer coisa exceto cavalgar as ondas de êxtase não aconteceria.
E quando estava terminado, ela desmoronou em baixo dele, aconchegando contra seu calor, e deixou outra necessidade tê-la.
Esgotamento.
Saciedade.
Calor.
Ela só queria dormir nos braços dele agora.
—Ahh, moça. — Ele sussurrou enquanto seus lábios tocavam os ombros dela , sua voz cheia de remorso. — Minha doce Storme. Se o mundo fosse diferente...
Ela foi capturada.
Storme sentou-se na sala de estar olhando para Styx enquanto as Castas encheram a sala. O conteúdo de sua mochila estava espalhado sobre a mesa, cada artigo completamente examinado pelas Castas que chegaram depois que ela se vestiu.
Styx estava ao lado da sala, seus braços cruzados sobre seu tórax enquanto ele olhava pra ela com uma expressão inquisitiva. Como se ele estivesse tentando compreender um problema particular.
Lábios franzidos, a raiva queimando dentro dela, ela olhava pra ele.
Ele brincou com ela. Ele, Navarro, Rule, Lawe e Jonas Wyatt.
Ela virou seu olhar para Wyatt.
Ela nunca havia visto ele vestido como estava agora, todo de preto, armas amarradas na coxa, os estranhos olhos de prata tão duros, tão frios que eles eram mortais. De todas as Castas que Storme lutou para evitar ao longo dos anos, o diretor da Agência de Negócios das Castas estava quase no topo de sua lista. Ele era malditamente assustador.
Talvez Styx fosse mais assustador ainda. Ele conseguiu chegar abaixo de suas defesas, para jogar o jogo perfeito, sem despertar suas suspeitas nenhuma vez. E ela podia ser uma pessoa malditamente desconfiada.
Mãos entrelaçadas apertadas em seu colo, ela tentou pensar, forçar seu cérebro a passar pelo esgotamento e medo para achar um caminho para escapar. Tinha que haver uma maneira de escapar, ela sempre tinha encontrado antes.
Evidentemente, ela não tinha se permitido estar nesta posição antes. Nos dez anos em que ela esteve fugindo, desde que ela era uma jovem imatura, com catorze anos, nunca tinha se permitido ser cercada por Castas.
Agora aqui estava ela, nenhuma arma, nenhum modo de escapar, e ela estava cercada.
—Eu quero o chip de dados.
Ela vacilou ao som da voz de Wyatt. Era como uma navalha afiada, cortante e impiedoso.
—As pessoas no inferno querem água gelada também. — Ela zombou dele. — Você vai ter tanta sorte como quanto eles tem em seus desejos
—Você não quer foder comigo sobre isto, Srta. Montague. — A violência latente em seu tom fez com que os cabelos atrás de seu pescoço arrepiassem.
—Eu direi a você o que disse nos últimos dez anos, eu não tenho seu chip de dados.
Duas facções a perseguiam. As Castas da Agência e as Castas do Conselho, e olhando para eles, era impossível dizer quem era quem.
Jonas contactou-a frequentemente pela antiga conta de e-mail do pai dela, que ela regularmente verificava. Era sempre o mesmo. Quando estivesse pronta para dar a ele o que procurava, então ele poderia protegê-la.
Sua resposta era sempre a mesma. Ela não tinha o que ele procurava.
Parecia que ele estava cansado de jogar bonito.
—Srta. Montague, o tempo de mentiras está terminado. — O rugido em sua voz era francamente assustador.
Quando ele andou em direção a ela, Styx moveu-se também. Sua ação a surpreendeu. Parecia que ele estava se colocando na linha para protegê-la contra o que poderia bem ser a Casta mais poderosa do mundo no momento.
Jonas relampejou o olhar para a Casta de Lobo.
—Ela não é sua. — Ele rosnou, seu tom glacial.
—Não importa. — Styx rosnou de volta. — Eu a coloquei dentro, eu sou responsável por ela.
Um sorriso zombeteiro curvou os lábios dela. Ele a enganou uma vez, ela não permitiria que ele a enganasse novamente. Sem dúvida, esta falsa proteção não era mais do que outro jogo para enganá-la.
Jonas olhou pra ela.
—Ela não parece querer sua proteção, Styx.
Storme sentou-se ereta.
—Certamente, Styx, proteja-me. — Zombeteira e doce, Storme manteve seu tom de voz, na esperança de esconder o medo crescente dentro dela.
Seu olhar relampejou de volta para ela, encolerizado e reluzindo com uma advertência.
—Ela sabe que o tem, Styx. — Jonas rosnou de volta enquanto olhava fixamente de volta em Storme. — Ela sabe, e ela está segurando-o por alguma razão.
Porque ela jurou que o guardaria. Porque essa foi a única coisa que seu pai já pediu que ela fizesse. Para proteger aquelas informações.
—Eu não estou escondendo nada...
—Castas podem cheirar uma fodida mentira. — Jonas rosnou. — E você, Srta. Montague, está mentindo. Diga-me o que diabos você quer por ele e nós podemos concluir esta parte do negócio antes que a noite acabe.
Ela sempre soube que não podia mentir em suas caras. Ela estava muito ciente do que ela estava guardando, muito ciente do fato que o olfato deles a delataria.
Não existia nenhuma dúvida que Jonas Wyatt estava enfurecido neste momento também. Estava ali, em cada centímetro do seu corpo controlado, no brilho dos seus olhos de prata.
—Storme, isto vai além daquilo que você acredita ao estar protegendo essas informações. — Styx afirmou calmamente. — Nós podemos proteger você, mas nós temos que ter o chip de dados.
—Então você me fodeu por isso? — Ela zombou com uma risada áspera. — Diga-me, Styx, você é uma daquelas Castas que foram treinadas para ser gigolôs para o Conselho?
Seu olhar se estreitou, e por apenas um segundo, ela podia jurar que viu um lampejo de mistura de confusão com a raiva que acendeu em seu olhar.
—Você é um daqueles humanos que acreditam que não somos nada além de animais que não merecem viver? — Jonas a acusou, a fúria cega em sua voz em conflito com o controle frio pelo que ela sabia que ele era famoso.
Ela não vacilou, ela não se encolheu de volta em sua cadeira, mas, Deus, ela quis. Ela vacilou, entretanto, quando Styx saltou entre ela e Jonas, um rosnado de lobo feroz vibrando em sua garganta.
—Pra trás, Jonas!
Navarro se moveu devagar em posição para saltar entre as duas Castas se necessário.
As outras Castas se moveram atrás de Jonas, como se o flanqueando, protegendo ele.
—Eu quero aquele chip, Styx. — Jonas vociferou. — As implicações disto vão além da vida de uma mulher. Não duvide por um segundo que eu não farei o que for preciso para forçar o que eu quero dela.
—Jonas, basta.
Todos os olhos se voltaram para a mulher que entrou na sala.
Rachel Broen.
—Inferno, tudo que nós precisamos agora são os alfas das Castas e alguns membros do Conselho para completar esta pequena reunião. — Storme declarou, forçando o escárnio em sua voz como Rachel deu um passo adiante.
A assistente e nova esposa de Jonas pareceu preocupada quando ela se moveu para o lado de seu marido. O que Storme viu fez seu tórax apertar com alguma emoção que ela não entendia.
Ciúme talvez? Inveja? Storme soube que o que fosse a machucou e aumentou uma fome dentro dela que não podia controlar. Uma imperiosa fome emocional que ela não entendeu e recusou-se olhar muito profundamente.
Por um segundo, a fúria gelada nos olhos de Jonas foi substituído por preocupação, dor, e uma fração de segundo de agonia que foi embora tão rapidamente como veio.
Sua mulher caminhou até ele devagar, seu olhar focando Storme, os olhos azul-marinho dela pesados com preocupação.
—Você não devia estar aqui, Rachel. — Ele ralhou, enquanto sua mão se firmou com extrema gentileza na parte de baixo de suas costas quando ela se aproximou dele.
Rachel Broen era humana. Houveram diversos artigos em jornais de grande circulação sobre o casamento do diretor de Agência e sua assistente. A mulher teve um filho, se Storme lembrava corretamente, uma criança pequena. Existiam rumores nas redes subterrâneas anti-Casta que Phillip Brandenmore, um companheiro oculto do Conselho, encontrou um caminho para usar a filha desta mulher para obter algo que ele queria.
O que Brandenmore queria, ninguém parecia saber, mas Storme sabia o que Brandenmore tinha feito. Ele tentou reproduzir um projeto dos laboratórios Ômega e realmente acreditou que a menina quereria ver o trabalho de seu pai ressuscitado.
—Parece que, talvez, eu devesse ter estado aqui mais cedo. — Rachel suavemente disse. — O que você está fazendo, Jonas, tentando apavorar esta jovem mulher e lutar com um de seu melhores Executores?
Existia uma ponta de castigo na voz da sua esposa agora, uma que fez Jonas olhar fixamente para Storme com uma promessa de vingança.
Sim, vingança. Ela podia ver quem vestia as calças nesta família, e certo como o inferno que não era Jonas Wyatt. Embora o pensamento fosse zombador, Storme estava fascinada com isto. Rachel não era mais dominante; foi mais como se Jonas parecesse estar sintonizado com sua esposa, talvez um tanto apaixonado?
Uma Casta podia amar? Não teria que ter uma alma para amar?
—Srta. Montague. — Rachel andou ao redor de seu marido, depois a forma desmedida de Styx. — Eu receio que você tenha que vir para o Santuário...
—Haven. — Styx moveu-se entre eles novamente quando Jonas andou para mais próximo de sua esposa.
—Santuário seria melhor, Styx. — Jonas severamente declarou. — Nós podemos nos mover furtivamente mais facilmente nas celas subterrâneas...
—O inferno que você irá. Ela vai para Haven. — Styx declarou novamente. — Ela vai comigo.
—Ela não é sua, Styx. — Jonas declarou novamente.
Neste momento, já era suficientemente o bastante.
—Eu não sou um osso entre um gato e cachorro enormes. — Ela informou a todos amargamente. — Por que eu não resolvo este pequeno impasse por mim mesma? Eu só estarei continuando meu caminho feliz, se vocês não se importam.
Ela levantou-se da cadeira, então Styx girou tão de repente que ela deu uma parada dura. As mãos apoiadas nos braços da cadeira para manter a si mesma, ela olhou pra ele com surpresa.
Sua expressão não estava furiosa, mas tão dominante e intensa que ela se sentou de volta em sua cadeira lentamente. Uma sensação primitiva de auto-preservação pareceu contribuir. Não era a mesma sensação de advertência que contribuiu quando ela sabia que estava lidando com um animal perigoso. Era diferente.
—Talvez eu espere um minuto. — Ela declarou calmamente.
—Talvez você vá pegar outro caminho. — Ele declarou, sua voz severa. —Estamos indo para Haven.
—Ela é necessária no Santuário, Styx. — Jonas discutiu novamente. — Nós temos que ter aquele chip de dados.
—Então parece que você estará vindo para Haven durante algum tempo. — Styx declarou.
O sotaque foi embora. Não existia nenhum acento, nenhuma mudança de tom.
A mandíbula de Jonas cerrou quando Rachel voltou-se para ele.
—Nós iremos para Haven, Jonas.
—Como o inferno. — Jonas rosnou. — Rachel, este não é o plano.
—Então parece que o plano está mudando. — Styx informou friamente antes de girar para as outras Castas. — Peguem as coisas dela. Eu a transportarei para Haven. Navarro, consiga o Range Raider pronto para rolar e peça a um dos lobos para pegar minha moto.
—Meu Deus, se nós não somos a Casta dominante aqui, verdade? — Cruzando um joelho sobre o outro, Storme sorriu de volta para Styx zombeteiramente. — Por que se preocupar, Styx? Você teve um bom desempenho. Você capturou a pequena menina perigosa, você pode correr de volta para casa agora, pequeno Lobo. Eu não me importo em fazer uma viagem para o Santuário. Eu ouvi que os Felinos podem ser muito sociáveis quando querem ser.
O Santuário tinha suas vulnerabilidades, ela estava ciente de algumas e sabia que não tinham sido descobertos pelas Castas. Uma vulnerabilidade como uma saída escondida construída naquelas celas subterrâneas. Uma saída que ela sabia que Brandenmore estava sendo manobrado devagar para perto por um espião Casta do Conselho no Santuário.
Os lábios de Styx se ergueram em um rosnado mudo com um flash de fogo azul iluminando seu olhar.
—Srta. Montague, antagonizar Styx não é a rota que eu tomaria. — Rachel suavemente a aconselhou. — Esta situação ficará difícil o suficiente para você...
—Ela não é sua. — Storme ouviu Jonas murmurar.
—Que se passa com esta porcaria de “sua”? Desculpe, gente, a última vez que ouvi, este era um país livre e eu não sou de uma Casta. Eu lindamente me pertenço. Certo? — Ela estava lutando contra o medo.
A raiva e o escárnio eram sempre suas defesas contra aquele medo, mas desta vez não estava funcionando normalmente. Existia algo no olhar, a precaução cautelosa nas Castas como também nos olhos de Rachel, isso a advertiu que esta situação podia se tornar até mais séria do que ela imaginou.
—Não importa o que ele quer dizer, e liberdade, Doçura, é uma ilusão. Você não tem estado livre um dia em sua vida e você não vai estar livre até que isto esteja terminado. — Styx olhava-a com um frio propósito enquanto falava, determinação ecoando em sua voz.
Sua liberdade era uma ilusão?
Ela olhou fixamente para as Castas, para Rachel.
—Então o que eu sou, Sr. Wyatt, outro de seus pequenos animais de estimação como Dr. Amburg e Phillip Bradenmore? Você pensa que não existem aqueles que estão cientes do fato que você está segurando-os?
Os olhos de Jonas se estreitaram.
—Não importa se alguém está ciente. — Styx estalou. — Não muda o fato que você está indo para Haven comigo até que nós tenhamos resolvido este pequeno problema.
—Você chama isto de problema? — Storme riu, incrédula. — Nós ultrapassamos o estágio do problema aqui. Você não irá me sequestrar.
Styx ergueu as sobrancelhas.
—Eu acredito que isso é exatamente o que nós estamos fazendo, Storme. Sequestrando você. Você se deixou ser pega, e isso diz a mim tudo que eu preciso saber sobre o fato de que você pode não mais proteger a si mesma. Eu tenho perseguido aquele seu bonito traseiro por mais de dois anos, você verdadeiramente pensou que eu não sabia tudo o que havia para saber sobre você, inclusive seu cheiro inconfundível?
Ela podia sentir-se tremendo, sentir a estremecedora realização do que ele estava dizendo marcando o coração dela.
Ela sabia que Styx Mackenzie estava perseguindo-a por vários meses, talvez um ano antes, mas ela não percebeu que tinha sido por dois anos. Havia sempre alguém atrás dela, sempre bem atrás dela, esperando para atacar, mas sempre soube que eram antes, se eram Castas ou soldados do Conselho - até Styx.
E ainda, ela se jogou direto na mãos dele, do jeito que ele disse. Pela primeira vez que em dez anos, ela não se protegeu como devia.
—Srta. Montague, você tem informação que é imperativa para as Castas. — Rachel declarou então, compaixão e determinação em igual medida enchendo seu olhar. — Informações que possivelmente podem salvar minha filha. Confie em mim, Jonas não vai permitir que você escape, e nem ninguém vai a Haven até que eles tenham aquele chip de dados. Não existe nenhuma outra opção a não ser entregá-lo.
—Eu não o tenho. — Ela mentiu novamente. Ela sempre mentiria.
Ela não tinha nenhuma ideia do que havia naquele chip. Ela nunca pôde quebrar a criptografia, não importou o quão duro ela tentasse. O que ela sabia era que quem deveria pegá-lo nunca a achou.
Ela não podia falhar com seu pai. Ele e o irmão dela morreram para proteger o que estava no chip. Eles morreram para salvá-la, para que ela pudesse protegê-lo.
E ela viveu uma vida de inferno desde então.
—E uma vez mais, eu estou chamando-a de mentirosa. — A voz de Jonas era mais funda agora quando ele interrompeu seus pensamentos, a extremidade oculta de perigo causou um arrepio atrás de seu pescoço.
—O Ranger Raider está pronto, Styx. — Navarro declarou quando a tensão começou a aumentar na sala. — Os Executores de Haven estão esperando do lado de fora do hotel prontos para escoltar você e a Srta. Montague, como também o diretor e sua esposa até Haven.
Navarro. Storme focou-se nele. Ela se lembrava bem dele, o líder do bloco das Castas de Lobo nos laboratórios Ômega.
—Você não podia simplesmente parar até me localizar, não é, Navarro? — Ela declarou calmamente.
—Oi, Storme. — Não existia nenhum calor em sua voz, entretanto ela nunca esperou algum. Ela o conheceu, ela o viu, ela o temeu. — Como o Diretor disse, foi dado a você toda oportunidade para solucionar isto sozinha.
—Vamos. — Os dedos de Styx se enrolaram ao redor de seu braço para puxá-la da cadeira antes da pronta réplica poder passar por seus lábios.
—Styx, isto é um engano. — Jonas o aconselhou enquanto Storme era forçada a ficar em pé. — Não cometa o mesmo engano que Mercury fez quando ele era mais jovem. Você não pode tentar reivindicar o que não é seu.
Ela olhou fixamente de volta para Styx, uma suspeita vaga picando em sua mente. Eles não poderiam estar falando sobre a maldita febre de acasalamento, o Conselho teria alertado as sociedades de sangue puro se fosse verdade, não é? Certamente que não. Existiam sintomas disto. Ela não tinha os sintomas, não é?
—Isto não tem nada a ver com seu Executor Leão, Jonas. — Styx declarou, sua voz severa enquanto ele arrastava Storme atrás dele. — Isso tem a ver com Storme e eu, e mais ninguém.
—Não há coisa nenhuma entre nós. — Ela prometeu enquanto girava o olhar acima de seu ombro em Jonas e Rachel. — Ei, eu sou totalmente a favor do Santuário. Haven apenas não soa como o meu tipo de lugar, sabe?
Além disso, se a porcaria do calor acasalamento for verdade, ela queria estar tão longe quanto possível desta Casta em particular. Ele já parecia ter encontrado alguma entrada escondida para emoções que ela não tinha ideia de que podia sentir. Ela com certeza não queria arriscar uma vulnerabilidade ainda maior.
Além disso, tinha mais informações para ser usada no Santuário, informações de segurança. No que concernia a Haven, supostamente não havia nenhuma debilidade em sua segurança, nenhum modo de escapar da atmosfera quase clandestina da montanha de Castas Lobo.
Somando-se a segurança existiam as Castas Coiote que habitavam a subida íngreme daquela montanha. As cavernas pareciam ser esculpidas na montanha, permitindo aos Coiotes uma visão que assegurava uma vigilância constante de cada entrada para o complexo principal, como também do complexo todo.
Uma vez, Coiotes, todos os Coiotes, tinham sido o inimigo das Castas Lobo e dos Felinos. Agora, certas facções de Coiotes estavam se unindo e juntando-se ao lado que parecia estar ganhando a batalha entre Castas e partidários de Conselho.
—Vamos. — Styx a puxou atrás dele, devagar mas firmemente. A pressão em seu pulso assegurou que ela não iria fugir facilmente.
Existia uma chance, entretanto, ela se assegurou freneticamente. Existia sempre uma chance, certo?
—Vá em frente e tente escapar. — Ela ouviu o murmúrio de Jonas bem atrás dela. — Eu desafio você.
O medo a agitou então, escutando Jonas. Pensando bem, ela não ousaria deixar-se ser forçado debaixo de seu controle. Styx era uma escolha muito melhor. Para o momento. Ela esperava.
Andando rápido, ela agarrou seu braço com sua mão livre antes de lançar um olhar cauteloso acima de seu ombro para o duro olhar frio de Jonas.
Existia morte naqueles olhos. A fúria oculta cintilando em baixo do gelo prata francamente a estava apavorando.
Talvez não existiria uma chance de escapar, ainda.
—Isto é um engano. — Ela advertiu Styx quando ele a apertou no elevador. — Eu escaparei, Styx.
Ela não podia esquecer como facilmente ele a enganou, como facilmente ele a tocou. Ela entregou-se para ele por alguns momentos de calor e paz, e agora ela verdadeiramente estava pagando por isto.
—Você pode tentar. — Ainda nenhum sotaque, nenhum calor. — Isto é tudo que eu posso prometer pra você, Storme, é que você pode tentar.
Que diabo estava acontecendo? Styx manteve sua expressão clara, seu temperamento tranquilo, e isso não era fácil de fazer. Ele podia sentir o animal furioso do lado de dentro, arranhando, rosnando em fúria.
Algo não estava certo. As glândulas no lado de sua língua estavam irritadas, inchadas, mas apenas uma quantidade mínima de hormônio deslizou livre. Quando a liberação rasgou por seu pau mais cedo, ele sentiu o nó do acasalamento pulsar no meio dele, palpitante, a carne tentando inchar quando seu sêmen jorrou dentro dela. No entanto ele não emergiu completamente.
Em baixo de sua carne ele podia sentir zumbir uma sensação elétrica de baixo nível que ele não podia agitar, que ele não podia erradicar.
Como se ela quase fosse sua companheira.
Que caralho estava acontecendo? Não existia tal coisa como uma quase companheira, existia?
Quando o elevador de serviço que eles tomaram parou no piso principal e as portas forma abertas, os Executores Castas de Lobo que esperavam do lado de fora, os cercaram e os escoltaram para os veículos de espera.
Ele podia cheirar a cautela de Storme agora, seu medo em ascensão. Enquanto cada segundo passava com a realização que não existia nenhuma fuga, seu desespero estava começando a crescer.
Saindo da parte de trás do hotel, ele empurrou-a rapidamente na traseira do veículo antes de subir atrás dela, sentando-se ao lado dela enquanto Navarro deslizou no lado oposto.
Não existiria nenhuma fuga. De nenhum modo ele iria permitir isto. Jonas estava errado. Ela pertencia a ele; era apenas algo que parecia estar parando isto. Ele iria descobrir o que – algo – era antes dele ficar louco.
Jonas estava de volta e ajudou sua companheira no banco comprido na frente de Styx e Storme. Rachel observou Storme compassivamente, mas firmemente quando Jonas deslizou ao lado dela.
Não existia nenhuma compaixão dentro de Jonas, entretanto. Esta mulher possivelmente segurava a resposta para o hormônio que foi injetado na criança que Jonas reivindicou como sua própria, a filha de Rachel.
Amber era um bebê bem amado, bem protegido dentro do Santuário agora, mas meses antes Brandenmore conseguiu manobrar Jonas e tomaram Amber como um refém em troca de um acordo com sua mãe para roubar certos documentos da Agência.
Jonas esperava pelo próximo movimento de Brandenmore quando Rachel apareceu, histérica, confusa, machucada, e com medo por sua filha estar na posse de um dos inimigos de Jonas.
Brandenmore aproveitando a pouca atenção, injetou em Amber algo que a princípio pensavam que era um sedativo. Agora Jonas estava certo que existia algo mais, apesar da inabilidade dos cientistas das Castas para localizar quaisquer problemas.
Jonas não estava paranoico. Se ele disse que Brandenmore de alguma maneira conseguiu injetar em Amber algo que ainda não era rastreável, então Styx acreditava nele. Ele era um cara duro, frio, controlado, perigoso bastardo, mas nada neste mundo importava mais para ele que sua companheira e filha.
Uma vez, as Castas tinham todo o enfoque de Jonas; agora esse enfoque se reduziu para duas fêmeas humanas delicadas que seguravam o coração do bicho-papão de olhos prateados das Castas nas palmas de suas mãos.
Desde seu acasalamento, Jonas se tornou mais perigoso, mais determinado a garantir a segurança delas. No momento, conhecendo a verdade do Projeto Ômega, Jonas estava certo, era tudo que podia salvar sua criança.
Ao lado dele, Styx sentiu um tremor, mal contido, que subiu pela espinha de Storme.
Ela estava se movendo além da raiva agora, e o medo estava se tornando terror. Ele podia sentir isto, cheirá-lo, da mesma maneira que Jonas podia.
—Srta. Montague, nenhum dano vai acontecer a você. — As palavras pareceram empurradas entre os dentes friccionados de Jonas, como se ele odiasse admitir que ela não tinha nada a temer. — Mas você não conhecerá a liberdade, ou mesmo a sua percepção da liberdade, novamente, até que eu tenha o que eu quero.
No lugar de acalmar seu medo, só pareceu agitá-lo.
Rachel colocou a mão no braço tenso de seu companheiro.
—Deixe-a, Jonas. — Ela suavemente disse, pesarosamente. — Como você disse antes, ela passou dez anos sendo aterrorizada pelos Coiotes e os poucos remanescentes Felinos e Lobos controlados pelo Conselho. Ela não superará esse obstáculo do dia para a noite.
—Tente nunca. — Storme zombou enquanto o medo começou a encher o ar do veículo. — Eu vi o quão compassivas e misericordiosas foram as Castas na noite que meu pai e irmão morreram.
—Seu pai e irmão tiveram toda chance de estarem seguros por meses antes daqueles salvamentos, com ou sem seus fodidos segredos. — Jonas vociferou. — Eu estendi para eles a oferta de salvamento para seu pai bem como para seu filho e filha, e ele recusou. Ele foi incapaz de se afastar da pesquisa que significou mais para eles dois que você.
Ela vacilou. Por um momento, o cheiro de sua confusão era tão forte que ele sabia que devia estar a estrangulando.
—Já chega, Jonas. — Styx o advertiu novamente. — Dê uma chance pra ela ver que está segura.
—E se nós não tivermos tempo pra isto? — Jonas perguntou com desdém gelado. — Desculpe-me por não ter sua exigente paciência, Lobo.
—Você está perdoado. — Foi Storme quem rosnou as palavras enquanto olhava friamente para o diretor de Agência. — E nada vai me convencer a dar a você algo que não é meu.
Ela não estava mentindo. Oh, ela tinha aquele chip de dados, mas ela acreditou verdadeiramente que não era seu para dar, algo que a impedia de usá-lo para garantir sua segurança.
—Eventualmente, você irá. — Jonas garantiu a ela. — Se por nenhuma outra razão, para escapar da pura loucura fodida que frequentemente reside em Haven. Você teria sido mais esperta se pedisse um pouco mais vigorosamente para ser levada ao Santuário, ao invés de entrar na loucura das Castas de Lobo.
Sua cabeça virou-se bruscamente, como se de surpresa, enquanto ela olhava de volta para Styx. Obviamente ela não tinha ouvido falar que Haven poderia realmente ser agradável.
—Nós só temos mais diversão. — Styx garantiu a ela enquanto dava um olhar fulminante em Jonas. — Os felinos parecem ter um conceito mais restrito de entretenimento do que os lobos.
Jonas grunhiu, enquanto Rachel suspirava fortemente.
A companheira de Jonas já estava cansada desta discussão, Styx tinha certeza.
—Eu acho que você tem toda a vitalidade genética mental que me falta. — Storme declarou, como se não houvesse um tremor oculto em sua voz. — Entretanto, eu a demonstrei repetidas vezes nos últimos anos enquanto você me perseguia.
—Enquanto protegíamos você. — Jonas se inclinou pra frente então, o perigo que zumbia por seu sistema colocou o animal dentro de Styx em estado de alerta. — Não tenha dúvidas, Srta. Montague, se soubéssemos a importância das informações que você tem, então eu teria certeza de capturá-la anos atrás ao invés de acreditar que você cairia em si e aceitaria nossa proteção sobre a tortura certa do Conselho.
—Bem, você não estava errado. — Storme estava quase cara a cara com Jonas antes de Styx agarrar seu ombro e empurrar suas costas contra o banco de couro.
—Chega. — Styx os ordenou enquanto Rachel meramente agitou sua cabeça em resignação. — Ela não está pronta para acreditar em você, Jonas.
—Ela nunca estará pronta. — Ela tentou sair de seu aperto enquanto olhava pra ele e falava dela mesma na terceira pessoa com ênfase zombeteira. — E ela não cometerá o mesmo engano novamente no que concerne a você.
Ele sorriu pra ela, sabendo que não existiria nenhum conforto na curva de seus lábios ou no flash dos caninos no lado de sua boca.
Oh, ela de fato retornaria a sua cama logo, logo. Ele não tinha nenhuma ideia do que diabo estava contendo o calor de acasalamento, o vínculo biológico de uma Casta e sua ou seu companheiro, mas algo definitivamente o estava bloqueando.
Ela era sua mulher, uma mulher que ele acreditava que nunca quis encontrar até que a Dra. Armani mostrou pra ele os resultados dos testes de acasalamento que ela fez com o sangue que o Conselho tomou enquanto Storme estava nos laboratórios. Ele verdadeiramente não conhecia a possessividade, entretanto, até que ele a segurou em seus braços e percebeu que existia algo contendo a progressão natural de reivindicá-la.
Ele não permitiria isto por muito tempo. Qualquer que fosse o problema, ele podia sentir o arranhão de fúria da genética animalesca que espreitava logo abaixo da superfície do macho humano, cuja aparência ele tinha.
Seu olhar voltou-se para Storme quando ele sentiu sua respiração afundar, encrespar. Ela estava apavorada, e aquele conhecimento fez seus dedos curvarem-se enquanto ele lutava para não apertá-los em fúria.
Sua mulher estava lutando para manter seu controle por medo dele, das Castas. Ela não confiava nele para protegê-la, manter o perigo à distância se ela desistisse de seus segredos ou não.
Não havia força na Terra que poderia convencê-lo a colocá-la em perigo simplesmente porque ela não obedeceu às ordens de Jonas. Nada menos que a morte mudaria sua determinação de protegê-la.
—Não faça isto. — Ela sussurrou de repente, voltando-se para ele, seu olhar implorando quando o veículo fez uma curva para fora da cidade e se dirigiu ao longo da estrada de volta para o complexo montanhoso de Haven. — Deixe-me ir, Styx.
—Nos dê o que queremos, e deixaremos você ir, Storme. — Jonas respondeu por ele, provavelmente percebendo que naquele momento Styx não poderia forçar aquela mentira que saiu dos lábios dele.
Ela agitou sua cabeça.
—Eu não posso.
Mas ela podia. E ela iria mentir sobre isso até que o inferno congelasse, ou até os cientistas ou soldados do Conselho tomassem as informações dela, Styx pensou cansado.
O que quer que tinha acontecido na noite em que seu pai e irmão morreram, alterara para sempre qualquer confiança que Styx poderia ter tido na oportunidade de inspirar as Castas aos olhos aflitos de Storme.
Ela foi criada entre eles, mas ela não viu o horror de suas vidas, ela ao invés viu os horrores que eles podiam ser, Navarro uma vez disse a ele. Ela era trazida nos laboratórios e permitida somente nas áreas de treinamento, ou nas celas onde as mais violentas das Castas eram mantidas para pesquisa e experimentação.
Durante o salvamento daquele laboratório, suspeitaram que as Castas de Coiote mataram JR e James Montague, possivelmente enquanto Storme assistia de algum ponto escondido. Jonas estava certo que ela devia ter visto isto, baseado no terror que seus Executores cheiraram nela durante todo tempo que eles ou os Coiotes do Conselho se aproximavam.
Styx teria que lutar com aquele medo para chegar ao fundo das razões pelas quais o calor do acasalamento parecia estar bloqueado entre eles. Isto era um problema que ele não tinha pensado. Inferno, até onde ele sabia, isto nunca aconteceu antes. Nunca houve um casal não acasalado, e ele não estava.
Ele não queria uma companheira. Ele não tinha estado pronto para uma até que ele percebeu que podia reivindicá-la.
Agora ele estava determinado, não importa o que acontecesse, não importa as mentiras que ele teria que dizer, ela seria sua companheira.
Inclinado-se atrás, forçando-se a dar a ela alguns frágeis centímetros de espaço, ele deu a ela o que sabia ser um convincente, encantador sorriso.
—Moça. — Ele disse, forçando o sotaque de volta em sua voz. — Essa teimosia é cativante e, devo dizer, sexy como o inferno.
Ela olhou de volta pra ele, incrédula, enquanto Jonas e Rachel estreitavam seus olhos nele.
—Sexy? — A confusão encheu a voz dela.
—Aye, sensual como o inferno. — Ele garantiu. — Eu espero muito ansiosamente seduzir aqueles segredos de você. Muito, muito mesmo.
Ela arregalou os olhos, e o terror cresceu e vazou várias vezes antes que ele pegasse o menor indício do aroma de seu calor feminino.
Ele não deixaria ela esquecer o prazer que deu a ela. Ele não deixaria ela esquecer a segurança que ela encontrou em seus braços, nem iria permitir que ela resistisse à fome que ele sabia que havia entre eles. Uma fome que rugia logo em baixo da superfície e ameaçava queimar o controle se o calor do acasalamento assumisse o controle sobre eles.
Ela seria sua, ou ele desistiria de seu chocolate por toda vida.
Infelizmente, ele temia que se sua companheira fizesse do jeito dela, ele poderia desistir de seu chocolate.
Quando o Range Raider parou na entrada da recepção de Haven, pararam próximos a eles vários veículos utilitários leves usados dentro do recinto principal.
Segurando o braço de Storme, Styx a ajudou a sair do Raider e guiou-a firmemente em direção aos veículos de segurança mais leve. Foi então que sua minúscula pequena companheira fez algo que ele teve que admitir que não esperava, mas devia ter esperado. Eles estavam na entrada de Haven, os portões abrindo-se, Castas guardando-os, o piscar de luzes abaixo atraindo seu olhar. Atrás deles estava a liberdade que Storme sentia que era sua única salvação.
Uma salvação que ela ainda não estava pronta para ver a ilusão que era.
Com uma graciosa torção e arco, ela quebrou o domínio que ele tinha em seu o braço dela, puxou a arma dele do coldre e apontou para o rosto dele.
Castas se moveram em posição silenciosamente, o clicar de armas de repente era o único som na noite enquanto ele olhava para o desesperado olhar, cheio de medo, reluzindo no pálido rosto dela.
Ele olhou dela para a arma, antes de agitar sua cabeça com remorso.
—Boa noite, moça.
No momento seguinte, ela desmaiou em seus braços, a arma caindo por terra enquanto ele a pegava. Erguendo o fardo leve em seus braços, ele olhou além das árvores.
Ele não viu as Castas sombreadas lá, ele não viu o tranquilizante que perfurou-a atrás de seu pescoço. Ele teve a prova que eles estavam lá, entretanto, na forma agora dormente da jovem mulher que ele segurava em seus braços, e o conhecimento que ela arriscaria a morte certa para fugir dele.
Era um inferno de uma posição para encontra-se.
Styx ficou parado pelo lado de dentro da porta do quarto enquanto a Dra. Nikki Armani, a feroz e frequentemente irritável cirurgiã e geneticista, perita de Raça de Lobo, completava seu exame da jovem mulher, até que o sol começou a subir acima da cabana que ele possuía dentro da comunidade da Raça de Lobo.
Ele, uma Raça de Lobo, criado para matar e morrer dolorosamente, possuía uma cabana. Seu nome estava na escritura. Ele, que não tinha sido criado para ter nem mesmo um nome que pudesse reivindicar, possuía esta cabana, um veículo, uma conta bancária e roupas.
E aqui estava ele parado, observando como a mulher dormia em uma cama para a qual ele nunca havia trazido outra mulher, e ele percebeu que a possessividade que ele uma vez pensou que tinha sobre aquela cama estava notavelmente ausente.
Styx detectou a leve infecção do ferimento aberto há semanas em seu tornozelo enquanto a segurava na cama de hotel. Ele notou os arranhões em seus braços e ombros, as contusões em suas costelas. A prova de que as últimas semanas de fuga cobraram um preço em sua saúde.
Ela não tinha comido bem, ela não dormiu o suficiente. Ela estava no ponto de esgotamento, e se ele não cuidasse dela enquanto podia, então não existiria nenhum modo de que ela pudesse continuar a correr mais que os Coiotes que o Conselho de Genética mandavam em seu encalço.
— Eu gostaria de poder matar cada fodido membro do Conselho, soldado ou cientista que fosse uma parte disto. — Nikki amaldiçoou enquanto limpava um ferimento particularmente feio no quadril de Storme. — Bastardos. Ela estava fugindo até quase o esgotamento.
— Como ela está indo, Doc ? — Ele finalmente perguntou quando a doutora suavemente dobrou uma colcha ao redor de seus ombros.
— Ela dormirá durante um tempo mais longo. — Nikki jogou para trás a desordem de pesadas tranças negras que caíram de sua cabeça até seus ombros enquanto se levantava e girava para ele. — Eu peguei amostras de saliva e sangue, mas até que ela esteja consciente eu me recuso a tomar as amostras de resíduos vaginais que eu preciso para compreender o que diabo está acontecendo com o acasalamento. — Ela o lançou um olhar confuso. — Eu nunca ouvi falar de um acasalamento como você descreveu, Styx. Eu não ficarei confortável até resolver o problema aqui.
Os solenes olhos castanhos escuros cintilaram de dentro da cremosidade de sua pele café com leite enquanto ela dava um pesado suspiro e começava a coletar os frascos de amostras e os armazenava no contêiner médico industrial que levava com ela. O contêiner médico guardava amostras de si próprio – sangue suficiente, esfregaços de saliva e frascos de sêmen para criar um exército de pequenos Styx, ele pensou zombeteiro.
O senhor ama um Lobo, ele soube que esta mulher era problema no minuto em que Jonas deu a ele a tarefa de localiza-la. Quando Nikki o chamou de volta para Haven para o informar dos resultados dos teste de acasalamento que ela fez na menina, ela só confirmou isto.
— Existe alguma maneira para consertar isto, Doc? — Ele perguntou com um suspiro pesado, enquanto conteve a vontade de se mexer para trocar a pesada ereção dentro de sua calça jeans.
Ele estava tão malditamente duro, que o pulsar de sua ereção o levava próximo a agonia.
Nikki escorou suas mãos em seus quadris e passeou seu olhar de cima abaixo sobre Storme por longos segundos.
— Eu não sei, Styx. — Ela finalmente suspirou. — Até que eu faça alguns testes e consulte os outros cientistas que trabalham nisto, eu hesito até para dar um palpite.
Styx fez uma careta.
—Eu penso que prefiro enfrentar um ninho de cascavéis, Doc, do que sofrer isto por muito mais tempo.
Era um fato notório dentro de Haven que Styx odiava cobras. Viperinos, bastardos venenosos, a montanha parecia estar infestada com eles às vezes.
Styx podia pensar em muitas melhores maneiras para torturar a si mesmo do que com uma estimulação que se recusava a ceder. Entretanto ele não podia por toda a culpa disso no calor do acasalamento. A verdade seja dita, ele ficou duro por aquela pequena desde o primeiro dia em que ele a viu por um momento.
Com todo aquele cabelo negro fluindo ao redor ela, aqueles olhos verdes cautelosos procurando nas sombras onde ele se escondia e o cansaço em sua expressão muito sombria o tinha atraído. Ele a quis segurar até então. Para protegê-la, aliviar a dor que ele podia sentir apenas em baixo da superfície. Infernos, que pecado ele estava pagando, ele perguntou-se, para ter a natureza pregando esta pequena ironia às suas custas? Ele não tinha sido um bom Lobo? Ele sempre se esforçara para se superar, seja na hora de matar ou na hora de amar. Ainda esperando, sua companheira ainda não levava sua marca, e o Lobo dentro dele estava rosnando impaciente.
Ele daria seus bastante impressionantes caninos para aquela marca estar no lugar ao qual devia estar agora. Para sua carne macia como seda sentir-se liberada pela excitação, o calor do acasalamento fazendo-a molhada e ávida pela sua posse.
Storme Montague era sua companheira. Ela era sua. A primeira e única mulher que completaria aquela parte dele que ele não conhecia e permanecia faminta dela.
Ele não tinha imaginado o quão importante podia se tornar até que ele saboreou seu beijo, sentiu seu toque, e encontrou sua liberação no apertado, doce agarre de seu sedoso sexo.
— Eu posso cheirar sua impaciência e eu não sou nenhuma Raça. — Nikki disse, acusando ele ligeiramente. — Eu direi a você o que eu disse aos outros. Eu nunca vi o calor do acasalamento reagir da mesma maneira em dois pares. É uma anomalia, Styx. A natureza está refinando a forma como atua, e nós apenas vamos ter que lidar com isto. Você está no calor do acasalamento e isso pode ser particularmente complicado, provavelmente por causa de sua genética estranha. — Ela fez uma careta.
Complicado não chega nem perto, ele pensou consigo mesmo com uma ponta de raiva.
— O último que eu ouvi, moça, foi que eu era um Lobo vermelho misturado com algum bom sangue escocês. Você sabe algo sobre a minha genética que os bons cientistas foram negligentes em mencionar?
Nikki rolou seus olhos.
—Claro, aprendemos que esta genética vem de um de maiores guerreiros da história e isto não deveria nos preocupar, deveria?
Ele piscou de volta nela.
—Um dos maiores amantes da história também, eu ouvi.
Ela bufou ao ouvir isso.
—Preste atenção, Red , ou eu verei se não posso bagunçar esta boa genética para você.
Ele piscou maliciosamente.
—Você pode mexer com minha genética a qualquer dia, Doc. Quando gostaria de começar?
No momento, ele preferia muito mais arreliá-la, flertar, ou enfrentar aquelas cobras do que enfrentar as complicações daquela ereção pulsante em sua calça jeans.
Ela agitou sua cabeça antes de seus olhos fazerem um rápido meneio, zombando dele.
— Styx, mantenha isto levantado e eu vou começar a suspeitar que existe mais DNA humano em sua mistura que Lobo. — Ela o repreendeu com um sorriso cansado antes de indicar o contêiner médico, um gesto que disse ao assistente que a acompanhava para pegar tudo assim eles poderiam ir embora.
— Ah, Nikki meu amor. — Ele suspirou. — Tais insultos para minha auto estima. Acaso já conheceu um humano que poderia se comparar a meus talentos bastante raros? — Ele a atirou um sorriso rápido enquanto retrocedia de volta na entrada para permitir que ela e o assistente saíssem.
Seus talentos eram realmente raros. A genética de seu pai misturada com aqueles do histórico Robert Bruce criou um verdadeiro guerreiro escocês, mas ele tinha sido um bom amigo de seu pai o qual o treinou em uma quase extinta, mortal forma de artes marciais.
Seu treinamento marcial tinha sido secreto, e conduzido debaixo do preciso olho de águia do Dr. Mackenzie. Afinal, Styx e vários de seus companheiros de ninhada tinham sido criados usando o esperma e DNA do filho morto de Mackenzie, e ele os considerou a todos parte de seu sangue. Tanto o fazia que ele se arriscou à morte várias vezes só para assegurar a segurança deles mas também seu bem-estar.
— Raças comedoras de Chocolate são uma dúzia por dez centavos, Red. — Ela brincou enquanto parava na grande sala aberta e sorria de volta. — Ou você possui outros talentos além de arrombar a cabana do alfa para roubar chocolate dos seus companheiros?
Ela sabia condenadamente bem que ele o fazia. Styx riu do insulto aparente, entretanto, conhecendo a boa doutora sabia que era mais gracejo do que dano.
Ela conhecia a verdade de seu treinamento, da mesma maneira que ela sabia que ele tinha sido treinado para conseguir informações, não importa o método que usasse para destrancar os segredos.
A sedução era mais um dos jogos que ele conhecia para atingir o seu objetivo. Existiam outros modos, outros cálculos, outras rotas para dobrar as emoções e os desejos de uma mulher até uma Raça conseguir o que tinha sido mandado buscar.
— Assim são eles, amor. — Ele concordou com ela. — Mas, uns como eu somos tão raros que somos quase inexistentes.
— E eles precisam ficar inexistentes. — Ela lembrou a ele. — Tenha cuidado perto dela, Styx. Diferentemente de muitos de seus companheiros de jogo, ela apenas sabe mais do que deixaria a alguns de nós confortáveis. Ou muito menos do que Jonas podia esperar. Ela é perigosa para nós de qualquer modo, e eu tenho medo de que a razão o acasalamento não estar completo podia ser o fato de que você suspeita que ela possa não ser confiável.
Styx agitou sua cabeça. Isso não era o problema e ele sabia disto.
— Eu acredito que é por causa dela. — Ele movimentou a cabeça para sua companheira adormecida. — Talvez o calor, as qualidades animais são mais que ela pode lidar no momento, Doc. Ela esta apavorada.
— Ela quer estar apavorada. — Nikki encolheu os ombros. — Ela não sabe que todas as Raças não são como aqueles que mataram sua família, Styx. Mas por qualquer razão ela não pode deixar de ir naquela trilha. Talvez ela use o medo para racionalizar isto. Muitas de nossas Raças ainda têm aquele problema onde está em causa a socialização. Eles não podem deixar de ir ao treinamento forçado que os castigava por isto.
Existiam muitos deles, machos como também fêmeas Raças, que tiveram problemas para passar por cima daquele condicionamento. Rindo, socializando, emoção que tinham sido fortemente punidas como ofensas nos laboratórios.
— Ela podia ser perigosa para nós, Styx. — Nikki o advertiu. — Seja cuidadoso. Você a reivindicou. Se ela trair Haven, então o castigo dela podia ser seu também.
Isso era a lei, tecnicamente. Entretanto Styx sabia que se sua companheira traísse Haven, até certo ponto significava que ela era condenada a morte, então ele deveria morrer tentando protegê-la.
Ela valia a pena o risco, ele disse a si mesmo. A sugestão de um sorriso que ele havia captado em seu rosto na noite anterior, o acento de riso gentil que ela tentou esconder. Era tudo que valia a pena.
— Mas se vida fosse vivida sem perigos, que aventuras nós teríamos então? — Ele perguntou a Nikki enquanto inclinava sua cabeça e olhava seriamente para ela. — Eu assumirei as aventuras a qualquer dia, assim como também os riscos.
— Nenhuma dúvida de que você o faria. — Nikki sacudiu sua cabeça, o balanço de tranças minúsculas passando de seus ombros enquanto ela suavemente o repreendia. — Você é muito selvagem, Styx. Muito, muito selvagem. Você devia discutir isso com seu avô.
Seu avô. Seu criador. O que fodido seja, Styx pensou com uma sugestão de cinismo. Seu avô era o homem que sonhou em trazer de volta os mortos, só para aprender o valor de permitir que o morto descanse em paz.
— Chame-me se você precisar. — Nikki ergueu sua mão enquanto seu assistente abria a porta e saia da cabana. — Eu enviarei algumas vitaminas e mais antibióticos uma vez que eu chegue ao escritório. Agora, deixe-a ter seu descanso. Nenhum joguinho sexual até que ela esteja mais forte.
Styx grunhiu ante a ordem antes de se mover com Nikki pela cabana para a porta da frente.
Fechando a porta atrás dela, ele não se preocupou em trancá-la. Era algo que ele raramente fazia, preferindo ao invés enfrentar o desafio de que se Haven possuísse espiões, como o Santuário possuiu, eles teriam a ousadia para entrar em sua casa.
A vida podia ser vivida em plenitude ou ele podia se esconder e se preocupar até ficar careca sobre a segurança que uma Raça como ele nunca conheceria. Styx preferiu viver, e ele iria ter que ensinar sua companheira a fazer o mesmo.
Inclinado contra a armação da porta enquanto encarava fixamente a forma frágil em baixo das colchas que cobriam sua cama, observando-a, ele perguntou-se, não pela primeira vez, como ele tinha conseguido acabar em uma situação como esta.
Quase acasalado? Ele bufou em pensamento e perguntou-se o que no inferno seria responsável por isto.
Ele finalmente decidiu-se por Jonas Wyatt, o diretor irritante da Agência de Assuntos da Raça que dera a ele o trabalho de acompanhante da pequenina moça ali embaixo. Nenhuma dúvida, o enxerido bastardo estava praticando de hábitos casamenteiros mais uma vez. Seu Executor jurava que ele fazia isto deliberadamente.
Ele cruzou seus braços acima de seu tórax, inclinando sua cabeça e franzindo os lábios enquanto considerava os benefícios de sua investigação sobre seu quase acasalamento com sua pequena e corajosa companheira.
Uma coisa era malditamente certa, ele não ficaria entediado.
Não que ele ficasse entediado frequentemente. Existia um mundo inteiro lá fora para investigar e apreciar antes dele a achar. Entretanto, ele tinha um pressentimento de que ela o desafiaria muito mais que o mundo sempre o tinha feito.
Movendo-se pelo quarto, ele verificou sua temperatura, dobrou os cobertores ao redor dela novamente e olhou para baixo em seu rosto adormecido.
Ela parecia em paz com a mudança.
O tranquilizante com que ela tinha sido acertada não tinha sido tão potente, mas o esgotamento e a debilidade física cobraram seu peço nela.
Ele estava apostando que este foi o primeiro sono decente que ela teve em anos.
— Ela é infernalmente bonita.
Styx virou-se ao redor, sua arma sacando sem tocar o coldre por instinto enquanto ele percebia quem falava atrás dele. Ele amaldiçoou sua aparente distração com sua companheira, e ao mesmo tempo aceitou isso, se culpando pelo fato de que ele não ouviu seu “avô” deslizar para dentro da cabana.
— Você vai conseguir ser morto, meu amigo. — Ele o informou enquanto embainhava a arma da mesma maneira ligeira.
Uma única sobrancelha cinza se ergueu com zombeteira diversão que enchia a expressão de Dougal Mackenzie.
—Eu ouço que aqui havia alguma dúvida sobre o acasalamento? — Ele perguntou enquanto entrava no quarto. — Eu encontrei Nikki. Ela parece pensar que o calor do acasalamento está reagindo a uma desconfiança que você tem da menina?
Infernos, o velho estava ficando intrometido. Isso era só o que ele precisava.
— Você não tem sua própria companheira para se preocupar? — Styx grunhiu. Ele estava ainda malditamente desconfortável com o fato de que seu avô biológico acasalou com uma das mais antigas fêmeas de Raça de Lobo.
Não que existissem muitas delas. Animera estava em seus quarenta anos quando o laboratório em que ela tinha sido criada, na França, tinha sido desativado. A pequena instalação alojava quatro Raças, todas fêmeas, que foram uma vez treinadas e usadas como prostitutas para o Conselho.
Animera era tão bonita quanto qualquer Raça, entretanto mais dura que muitos. Uma vez que ela encontrou Dougal, aquela concha exterior pedregosa rachou, e a mulher escondida dentro dela emergiu.
Eles eram uma boa combinação, mas observar o homem que chamava a si mesmo de “avô de Styx” ficando mais jovem conforme os anos passavam lentamente era malditamente desconfortável.
O fenômeno do acasalamento era complicado, confuso e tinha o potencial para destruir as Raças, especialmente se a reação sem igual de Dougal para isto não fosse nunca entendida.
— Você está olhando fixamente para mim como se eu fosse uma monstruosidade novamente. — Dougal estalou. — Não vamos transformar isto em uma competição de gritos, garoto.
Styx grunhiu.
—Eu não tenho tempo para você hoje. — Ele se moveu para a porta e sinalizou para Dougal na sala de estar.
— Não surpreende-me. — Dougal grunhiu. — Eu não tenho tempo para mim desde que Animera e eu acasalamos.
Styx fez uma careta conforme se dirigiu à cozinha e ao café. Este homem que o tinha criado, chamando a si mesmo de seu avô e insistido em interferir em sua vida tinha a habilidade de o deixa malditamente nervoso.
— Eu tenho estado ocupado. — Ele mentiu sem ao menos uma ponta de culpa.
Dougal bufou ante a desculpa.
—Você tem estado fugindo. O que deixa você tão malditamente desconfortável ao redor mim agora, menino? O fato que eu tenho muito prazer em uma mudança?
— O fato de que nos últimos oito anos você parece ter regredido em idade, rejuvenescendo uns bons dez anos? — Styx o questionou zombeteiro. — Desculpe, vovô, eu acho que apenas não estou acostumado a isto. É só um pouco diferente de uma segunda-feira. — Dougal ignorou o comentário. Isto era a linha de todo argumento que eles tinham. Styx não podia explicar por que ele estava tendo problemas com isto, ele acabou de saber que tinha. Dê outros seis a dez anos e seu avô estaria mais parecido com seu irmão.
— Eu estou enviando em seguida os equipamentos que nós escondemos na Escócia. —Dougal disse então, mudando o assunto. — Animera e eu estamos montando um laboratório aqui em cima aqui para ajudar a Dra. Armani. O equipamento que nós escondemos é mais especializado, algumas das tecnologias mais avançadas que a Indústria Vanderale e Lawrence tem fornecido. Eu gostaria de ver se nós não podemos fazer mais para compreender o problema de concepção com as Raças de Lobo.
— Talvez nós não tenhamos querido conceber. — Styx rosnou enquanto girava com os olhos brilhando para o outro homem. — Os companheiros Felinos concebem bem sem ajuda. Diabos, eles precisam de controle da natalidade em lugar de ajuda para concepção. Deixe a natureza descobrir isto por ela mesma.
— Você não pode se dar ao luxo de ter tempo Styx. — Dougal replicou, como se ele tivesse no passado.
— Então nós faremos o luxo.
Styx encolheu os ombros. Inferno, ele não queria discutir sobre isso. Ele queria enrolar-se na cama com sua companheira e aquecê-la, assegurar-se de que ela nunca mais estivesse fria novamente.
— Isso pode não ser possível. — Dougal o advertiu, seu tom extremamente sombrio agora. — Meus contatos dentro das fileiras do Conselho de Diretores ligou esta manhã. O Coiote que eles tinha posto perseguindo ela foi encontrado em seu quarto de hotel esta manhã, morto. Ele foi baleado atrás da cabeça. A arma usada era a mesma que a menina Montague usou no último mês quando ela atingiu seus soldados. Eles estão agrupando um time para localizá-la.
O bastardo tinha sido executado. Serviu direito à Farsa, e Styx estava positivamente certo de que Dog tinha sido o carrasco.
— Alguma palavra de onde eles estão concentrando sua procura? — Styx perguntou.
Dougal agitou sua cabeça.
—Meu contato disse que eles estão malditamente quietos sobre isto, mas eles querem aquela menina mais agora que queriam um mês atrás.
Eles serão mais cuidadosos agora. Os Diretores se asseguraram de que eles nunca fossem de qualquer forma associados com as Raças ou com os treinadores e cientistas que ainda trabalhavam para sua causa. O sentimento mundial era atualmente forte o suficiente contra as Raças para que sentenças de prisão fossem passadas para baixo nas poucas que foram a julgamento nos últimos anos.
A Diretoria foi cuidadosa, mas eles ainda eram letais. O fato que um grupo tenha se agrupado para trazer Storme para dentro preocupou Styx.
— Eu cuidarei disto. — Ele assegurou a Dougal.
— Seja cuidadoso, rapaz. — Dougal suspirou. — Você pode estar desconfortável com o fato de que nós somos família, mas é isso que nós somos. Você e seus irmãos e irmã ainda estão em minha vida. Perder algum de vocês quebraria meu coração.
Dougal aproximou-se e para extrema consternação de Styx passou seus braços ao redor de seus ombros para um abraço rápido.
— Você é importante para nós também, diabos. — Styx correu seus dedos por seu cabelo enquanto andava de volta e olhava para ele. — Você não consegue manter essa coisa de sentimental para sua companheira e apenas continuamos como nós éramos? Infernos, vovô, dê abraços nela.
Dougal riu em resposta.
—Você se acostumará a isto, rapaz. Agora eu me dirigirei para os laboratórios e verei o que Nikki e eu podemos descobrir de seus problemas de acasalamento. Ela está solicitando ajuda de Amburg nisto também. Ele trabalhou com Raças de Lobo quase tanto como de Felinos. Entre os três de nós aqui e a Dras. Morrey e Vanderale no Santuário, eu acredito que nós teremos este problema resolvido num instante.
Um problema a menos, só Deus sabia quantos mais por vir, Styx pensou irritado enquanto seu avô deixava à cabana. Styx tinha, entretanto, um pressentimento de que este problema não seria muito facilmente resolvido. Calor de Acasalamento e a palavra "fácil" nunca andaram de mãos dadas.
Inferno, ele não precisava disso. Não de seu avô com sua mocidade retornando, não de Jonas em modo de criança protetora, não de tudo aquilo enquanto ele estava no meio do calor de acasalamento que não era um calor de acasalamento, com uma companheira que rescindia cheiro de medo mais frequentemente que de afeto.
Inferno, ele deveria matar Jonas simplesmente por esperar até que ele precisasse das informações antes de colocar Storme em segurança. Ela podia ter aprendido, facilmente, que as Raças não eram os monstros que eles foram criados para ser.
Ele mostraria aqui, entretanto. Mostraria a ela agora.
Retornando a cozinha, ele tirou os ingredientes para o jantar do congelador. Sopa de galinha cura tudo, a Felina, a fêmea do alfa dos orgulhosos Felinos, uma vez o assegurou disso. Ele tinha um pressentimento de que ela não estava falando sobre um demorado calor de acasalamento, entretanto.
Ele olhou fixamente para a galinha que ele colocou na pia para descongelar, ligou a água para fluir acima dela e decidiu que ele finalmente havia encontrado um problema que chocolate não podia consertar.
Sorrindo do pensamento, ele colocou legumes na tábua de cortar sobre a pia, então puxou a faca de chef de cozinha do bloco de açougueiro e começou a cortar.
Ele estava na primeira fatia quando seu corpo ficou tenso, e antes dele poder até considerar suas ações algo o fez correr da cozinha, pela porta da frente a fora em direção ao lado da casa.
A janela do quarto foi quebrada.
Vidro espalhando pela grama recém-colocada, um pouco com marcas de sangue, alguns ainda grudados e reluzindo no cabelo preto longo que caia ao redor de Storme e enfatizava aqueles grandes, olhos verdes esmeralda brilhantes de medo.
Ela parecia com um gato. Flexível, sensual, arranhando e silvando.
Mas ela não era um gato. Ela era companheira de um Lobo. Ela era sua companheira. E por Deus ele estava ficando cansado dela se machucando, arriscando-se e geralmente recusando-se a cuidar de sua própria saúde.
Se este truque era qualquer coisa para sair, domestica-la iria ser um trabalho de tempo integral e assegurar seu lugar em Haven não iria ser fácil.
Uma coisa era malditamente certa, ela podia bem providenciar um assento para seu rabo no futuro se isso não chegasse a um fim.
Os alarmes estavam gritando, e o ponto de comunicação dentro de seu ouvido começou a encher com relatórios da Raça até quando Styx olhava fixamente para a terrível visão abaixado na frente dele.
Ele sentiu um aperto em seu estômago com raiva enquanto um grunhido de fúria protetora estourava de seu tórax. Maldita fosse ela, ele não permitiria que ela continuasse com este hábito de se machucar. Ele não podia aguentar ver mais ferimentos em sua delicada, pálida carne.
— Ela saiu pela janela de trás. Ela foi contida e nós estamos retornando a seu quarto. — Styx reportou ao seu ouvido. — Todos os Executores permaneçam abaixo. Eu repito, permaneçam abaixo. — As armas estavam seguras e prontas com mais Executores correndo para a área.
A última coisa que ele precisava era o círculo de Raças já se formando ao redor dela, muito menos o que poderia acontecer se mais se juntassem.
O terror e o choque eram vívidos em seu rosto pálido, seus olhos verdes escuros eram selvagens, e seu cabelo longo, cruamente preto adejava ao redor ela. Seu corpo esbelto estava recurvado como o seu, enfrentando as Raças que lentamente começavam a cerca-los.
Em sua própria mente ela era uma mulher enfrentando morte.
Uma mulher que morreria antes de caminhar facilmente para o abraço do monstro novamente.
E Styx decidiu naquele momento que ela viria, e viria livremente, para cada toque seu.
Ela estava morta.
Storme permaneceu abaixada, respirando dura e irregularmente enquanto olhava fixamente em torno da clareira, o debochado olhar do Lobo vermelho casualmente dirigido a ela, seus braços cruzados acima de seu tórax, seus olhos azuis reluzindo com irritação. Os caninos cintilavam na luz matutina assim como seu longo cabelo, com reluzentes mechas vermelhas adejando na brisa tentava seus dedos a entrincheirar-se enroscando seus dedos enquanto ela o puxava para seu beijo.
Ela jurou que podia quase saborear seu beijo. Chocolate e especiarias, uma sugestão de café e menta. Aquele gosto estava em seus lábios, contra sua língua, e ela não podia livrar-se disto. Ela acordou com o gosto dele atormentado-a, empurrando ela a exigir mais. O que ela queria era liberdade, ela se repetia, não algum beijo de uma Raça.
Não desta Raça. Não com a possessividade, o domínio que ardia em seu olhar.
Selvageria refletida em seus traços. Uma brutal, muito atraente tipo de selvageria que atrairia uma mulher até mesmo com seus instintos de sobrevivência alertando a gritos.
Este era a Raça com que ela se deitou, o único que deu a ela semelhante prazer. Ela tinha conseguido ao longo dos anos fazer uma vasta quantidade de pesquisa usando as contra-senhas para registros do Conselho que ela pode interceptar. Ela conhecia muitas Raças pelo rosto como também por seus registro do laboratório.
— Styx. — Ela sussurrou com um medo que ameaçou subjuga-la. Ela tinha lido que aquela palavra na mitologia queria dizer “odiado”, “detestado”. Era o rio da morte, e assim também este Raça era conhecido por seu ódio dos humanos e sua habilidade de matar dos modos mais dolorosos e sempre com um sorriso.
Se ela morresse, ela ir cair lutando. Ela não daria de boa vontade seu pescoço ao bastardo para rasgá-lo de um lado a outro.
Mas ela não devia ter pensado sobre isto antes de fazer sexo com ele? Antes de ela ceder a sua fraqueza, ceder a necessidade de apreciar seu calor em lugar de fugir uma outra noite?
— Ah, moça, iria manter-se fugindo de mim. — Ele sussurrou, aquele sotaque suave diabolicamente acariciando seus sentidos femininos fazendo cada músculo em seu corpo apertar-se mais ainda na demanda para que ela corresse.
Ela não iria longe. Havia mais de uma dúzia de Raças a cercando, todos Lobos e Coiotes, com a exceção do diretor da Agência de Assuntos da Raça, que descansava casualmente na esquina da cabana.
Ela tragou com força.
—Deixem-me partir.
— Dê-me o que eu quero, moça, e as Raças lhe darão passagem livre. Eu prometo isto.
E ele soou tão sincero, mas existia algo em seu olhar, um toque de premonição que a advertiu de que ele nunca a deixaria ir muito facilmente.
Styx, o encantador lobo ruivo escocês. Ele podia atravessar a noite matando de modos que deixava suas vítimas gritando muito depois que ele desaparecia. Entre um grupo muito seleto de partidários de Raça, ele também era conhecido como o amante escocês. Um homem que levava o prazer físico muito além dos limites e deixava uma mulher sempre suplicando por mais.
E condenada seja, ela sabia sobre ele. Sabia e tinha ficado intrigada por sua reputação. Intrigada suficiente para que ela não o pudesse resistir ela mesma.
E agora ela estava pagando por isto.
— Eu não tenho o que você quer. — Ela infundiu desespero em sua voz, uma mentira, entretanto ela sabia que não podia esconder completamente o odor daquela mentira.
Ele riu, um som baixo, áspero, cheio de diversão e paciência.
— Então eu lamento, lamento muito dizer, nós teremos que entrar de volta nesta cabana durante algum tempo. — Ele declarou com seu olhar relanceando pela Raça de Leão a seu lado. — Jonas, você podia me fazer o pequeno favor de instalar algumas barras nas janelas para impedir essa moça de se catapultar por elas muito facilmente? Aflige-me enormemente sentir o odor de seu sangue quando ela se machuca.
Seus pesados cílios garantiram um olhar perverso. Um olhar que garantia a ela que a queria em boa forma física por uma razão muito especifica.
E a condenem, se ela não ficou corada com esse pensamento, ou com a lembrança de seu toque.
— Bem, agora Styx, você sabe como eu odeio ver você estressado. Isto terá se resolvido dentro de uma hora. — Jonas Wyatt sorriu de volta enquanto ela o lançava um olhar.
Tinha que haver uma maneira de sair disso. Nos últimos dez anos ela havia fugido cada vez que pensou que estava bem e sempre capturada por um ou outro Conselho ou Agência. Seguramente existia um caminho para escapar esta vez também.
Ela olhou ao redor desesperadamente, vendo só claro e frio propósito nos rostos das Raças, e a ausência de uma rota de fuga pela qual pudesse escorregar.
Isto não podia acontecer. Não podia terminar deste modo.
Ela acordou dos pesadelos do passado. A visão de garganta de seu irmão dilacerada, o pai dela implorando por clemência, os olhos vermelhos e brilhantes e o sorriso do monstro com os caninos curvados descendo ara sua vulnerável carne.
Ela acordou, confusa, suando com medo, e a horrível certeza de que ela não podia escapar não importava o que acontecesse a ela agora. O que quer que fosse acontecer a ela. A reação anormal, a sensação de desespero arranhado em sua garganta e a deixando ofegando por ar.
— Deixe-me ir! — Ela estava surpresa pela veemência e o desespero que rasgou através de sua voz e terminou com um grito agonizado.
Tudo que ela podia ver eram aqueles ímpios e curvos caninos rasgando a garganta de seu irmão. Tudo que ela podia sentir era o toque de pesadelo deles contra seu pescoço e a sensação de seu sangue jorrando, seu corpo ficando frio na morte.
— Moça, deixar você ir não é parte do acordo aqui. — Aquele sorriso, tão encantador, tão perigoso, enchia seu estômago de medo. — Então vamos ser minimamente razoáveis e entrar na cabana para um pouco de café e chocolate e talvez uma tigela da sopa de galinha que eu estou preparando no fogão, enquanto nós discutimos esta difícil situação em que nós nos encontramos e talvez recordarmos velhas histórias sobre a noite passada.
Storme não podia fazer nada além de piscar. Todo músculo, todo nervo e instinto em seu corpo estava exigindo ação, e o assassino estava casualmente na frente dela sugerindo café, chocolate e sexo? Ele perdeu sua mente de Lobo sempre ligada em sexo?
Será que ele pensava que isto era a Internet onde ele ainda tinha fãs bajulando cada palavra digitada? Que ela não conhecia o treinamento, os anos de sangue e morte, que havia criado?
Ela não tinha nenhuma arma, nãoo existia nenhum modo para escapar. Seu olhar ia constantemente em torno da área arborizada, acompanhando cada Raça que a cercava enquanto ela lutava para ficar firme em lugar de correr em pânico.
— Moça, você pode perceber que você não vai escapar. — Ele sussurrou. — Venha agora, vamos conversar sobre isto. Eu aposto que poderia até achar um bolo de chocolate ou dois para nos ocupar enquanto tomamos um gole do café e discutimos um pouco sobre sua presente situação.
Oh, sim, um bolo de chocolate realmente iria convencê-la a ceder e cooperar com seu próprio assassinato.
— Eu pareço ter sete anos para você? Eu não sou uma criança para ser levada a meu próprio assassino por um fodido bolo de chocolate.
A apreciação masculina enchia seus olhos então, um faminto rasgo de luxúria refletiu-se no azul mar de seu olhar enquanto seu sorriso se tornava de pura antecipação.
— Eu devo admitir, amor, você não tem sete anos. Uma adorável mulher adulta, isso sim, e eu esperava que bem entendido que se você fosse morrer, eu apenas teria que cuidar daquele pequeno trabalho antes de trazer você aqui. Por que então eu esperaria até que você acordasse, todo macia e quentinha, antes de fazer tudo isso?
Ela bufou ao ouvir isto, sua respiração ainda áspera, apavorada.
—Porque você acha que eu tenho algo que você quer? Porque você sabe que não existe uma chance no inferno que eu confie em você agora.
— E por que eu mataria você agora, acreditando que você tenha este “algo” que eu quero? — Ele perguntou. — Eu não estaria propenso a deixar você viver um pouco, para dar-me o que eu procuro? — Seu olhar se acendeu sobre seus seios, os topos dos quais eram revelados pelo decote baixo de sua camiseta. — Ou talvez, um pouco mais. — Ele sorriu. Um sorriso lento, sensual que a atingiu bem no cerne de sua sensualidade.
Storme zombou de volta a ele.
—Você não tem a menor chance. Aprecie suas memórias porque não acontecerá novamente, menino lobo.
Seu sorriso se alargou.
—Eu não sei, menina bonita, eu tenho planejado a próxima pequena sessão de sedução que nós poderíamos ter. Eu apostaria que esta carne cremosa tomaria o gosto de chocolate como se tivesse sido feita para ele. Nós devíamos experimentar, não?
Por um segundo, a imagem dele lambendo chocolate do corpo dela relampejou por sua mente. Decadente e escuro chocolate que deleitaria sua língua, suas feições crispadas em prazer.
Deus, ela era tão doente quanto qualquer outra fã com que este Lobo bastardo já topou.
— Vamos dizer não. — Ela estalou.
As outras Raças deviam ter sido distraídas, como qualquer outro macho seria. Eles deviam ter relaxado sua guarda e a permitirem o segundo que ela precisava para deslizar por entre eles. Qualquer um deles. Ela não se importava qual.
— Srta. Montague, ajudaria se eu desse a você minha garantia pessoal de que você vindo não sofrerá nenhum dano aqui?
Storme voltou seu olhar para o diretor, Jonas Wyatt. Existiam rumores sobre este aqui também. O que tinha atingido mais fundo era o conto sussurrado de um vulcão e o desaparecimento de vários inimigos da Raça.
— Tem feito algumas viagens perto de vulcões ultimamente? — Ela sorriu duramente.
Suas sobrancelhas meramente levantadas, enquanto várias Raças atrás dele deram risadas. Ele permaneceu confortavelmente escorado contra o canto da cabana, suas mãos em sua calça comprida, a seda branca de sua camisa esticada sobre um tórax largo.
— Moça, posso ver você pensando que nosso diretor tem um bom tórax, mas prometo a você, que eu posso ser uma Raça bastante possessiva, e eu sei que você dá grande preferência ao meu.
Surpresa. Choque.
Besteira – se Styx fosse conhecido por qualquer coisa, era pela sua falta de possessividade no que dizia respeito a uma mulher.
Isto não estava acontecendo exatamente como ela tinha previsto, isto se ela considerasse esta situação por um momento.
Seu olhar instintivamente trocou para Styx, entretanto ela se recusou a considerar seu tórax ou o quanto ela o apreciou a noite anterior. Seu cabelo fluía ao redor de seu rosto e ombros como retratos que ela viu de antigos guerreiros escoceses. Como o amante que deu a ela tal prazer que até agora seus sentidos se enovelavam na memória do ato.
Seu sexo esticava-se, apertado. Ela podia sentir a cremosidade, crescendo, deslizando e molhando enquanto o brilho refletido em seu perverso olhar continuava a lembrar a ela de seu toque.
Seu rosto estava endurecido, másculo, sua expressão preguiçosamente cheia com o conhecimento masculino de seu próprio charme, fome, e seu efeito em ambas as fêmeas, Raças e humanas. Especialmente seu efeito sobre ela.
Macias, botas costuradas a mão, cobrindo grandes pés, jeans curvados e moldados em fortes músculos de pernas e coxas, enquanto uma camiseta preta moldava bíceps, tórax e um pacote de oito que a maioria dos homens mataria pra ter.
— Lá você vai, amor, eu gosto da atenção muito mais que nosso bom diretor. — Ele disse e riu com conhecimento de causa.
Ela não teria nenhuma chance melhor. Estas Raças não iriam relaxar. A única chance ela tinha era tira-los da formação de guarda. Ela não tinha nenhuma arma. Ela não tinha nada além de sua habilidade de mover, correr, e não existia uma chance no inferno que ela não o tentasse.
Ela saltou.
Movendo-se para evitar a Raça de Lobo abaixado, Storme correu ao lado, mantendo-se abaixada e pensou em deslizar entre duas das Raças na outra extremidade do círculo quando eles se moveram para bloqueá-la.
Eles retrocederam, e ela soube que estava encurralada.
O duro rugido atrás dela fez os outros se afastarem para longe enquanto ela acelerava passando por eles, correndo para a pista estreita que levava a saída e a estrada para longe de Haven.
Ela não correu para a floresta; de qualquer modo ela foi, ela soube que não teria nenhuma chance sem intervenção divina. E intervenção divina não estava vindo.
Ela era fraca. Ela estava cansada. Ela podia sentir seus músculos não mais a respondendo. Semanas de esgotamento e muito pouca comida a derrotaram.
Ela tinha um milhão de desculpas, mas a que veio foi o fato de que ela soube que era um esforço inútil. Ela conseguiu não mais do que talvez trinta pés quando sentiu o duro braço algemando sua cintura, contendo-a, e sentiu-se erguida contra um tórax duro, largo.
— Não! — A ira que rasgou de sua garganta era severa, ferindo suas cordas vocais enquanto ela sentia as lágrimas de raiva que caiam de seus olhos.
— Moça, acalme-se. — Gentil, sussurrando, seus lábios em sua orelha, o Lobo escocês a continha seus braços a seu lado e girou voltando para a cabana.
Ela chutou, ela gritou. A ira e o terror chicoteando por seu sistema enquanto ela tentava lutar, só para achar cada movimento bloqueado, o treinamento que ela adquiriu ao longo dos anos eram ineficazes em face a sua própria debilidade, e a força da Raça a segurando.
— Deixe-me dizer algo, nós te daremos alguma comida, algumas xícaras de café, um pouco de descanso, e você pode tentar isto novamente. — Ele sugeriu, e ela estava certa de que o tom agradável de sua voz era não mais do que uma mentira.
Ele estava gostando disto; ela podia sentir, pressentir isto. Da mesma maneira que ele apreciaria matá-la.
— Seu filho da puta! Monstro Fodido. — Ela gritou. — Eu espero que você morra. Eu espero que todos vocês morram. Você não deveria nunca ter sido criado... — Ela soluçou enquanto ele andava pela varanda e entrava na cabana. — Só me mate agora.
— Poderia parar a maldita gritaria, moça. — Ele andou a passos largos pela cabana antes de gritar atrás dele. — Jonas, traga Nikki aqui em cima. Ela está sangrando.
Ela tentou se agarrar em seus braços, suas mãos, mas o domínio que ele mantinha sobre ela a impedia de o arranhar. Ela bateu sua cabeça para trás e só encontrou seu ombro, não seu queixo ou seu rosto como tinha esperança de fazê-lo.
Ela tentou chutar, mas ele desviou cada balanço de suas pernas até que ele alcançou a cama e a lançou sobre ela.
— Como o inferno! — Tentando sair da cama, seu único pensamento era para voltar pela janela, escapar do único modo que ela sabia como.
Com um casual pequeno empurrão contra seus ombros, ele eficazmente conseguiu a pôr de costas à medida que ela caiu.
A ira estava queimando dentro dela como um incêndio. Chicoteava por sua mente exausta, roubando sua habilidade de fazer qualquer coisa exceto odiar e temer.
Eles estavam brincando com ela e ela sabia disto.
Ela rolou para o outro lado da cama. Existia outra janela, outra saída.
Os dedos duros em seu tornozelo a puxaram de volta, segurando-a sobre a cama enquanto ela virava de costas e tentava chutar furiosamente os dedos que a continham ao redor dela, mantendo-a na cama.
— Você sempre poderia amarrá-la à cama. — Uma divertida voz masculina assinalou.
O olhar de Storme estava vidrado na entrada.
—Seu monstro! — Ela gritou para o diretor da Agência. — Você não ganhará. Você não poderá matar todo mundo que sabe o que você é.
— É um pensamento agradável, entretanto. — Ele encolheu os ombros enquanto Storme desmoronava de esgotamento, o ódio ainda derramando por ela conforme o encarava com um amargo sorriso.
— Jonas, você é uma negação em matéria de ajuda. — Styx murmurou, seus pulmões trabalhando enquanto ela lutava para respirar através do ataque de pânico.
— Eu não estou tentando ajudar, Lobo. — A irritação encheu sua voz enquanto Storme chutava uma vez mais a Raça que a segurava. — Você não vai poder argumentar com ela. Você não consegue cheirar o terror que rola dela? Ela está além da razão, Styx.
— Suficiente, Jonas.
Ela não estava além da razão. Ela nunca estaria além da humanidade.
— Não existe nenhuma racionalidade em você. — Ela soluçou, vindo a meio caminho fora da cama para dar um bofetão na Raça a segurando, só para que ele a empurrasse de volta uma vez mais. — Você é animalesco. Animais enlouquecidos, malignos que não sabem nada além de matar. Nada além de morte.
— Porque nós não recebemos nada além de morte. — Styx de repente estava em seu rosto, seus lábios repuxados sobre seus dentes, afiados e maus caninos, estalando a meras polegadas dela. — Seu pai ajudou a nos criar. Seu irmão ajudou a nos treinar. Nós não recebíamos nada além de morte, horror e dor, e você espera que nós possamos mentir e educadamente pedirmos por mais?
— Eu espero que você não mate aqueles que estão ajudando você. — Ela gritou.
— Chame outra Raça de animal novamente na minha frente, e por Deus como minha testemunha que eu espalmarei seu traseiro vermelho. — Seus dentes estalaram novamente. — Você não tem nenhum medo da morte vinda de mim, pequena maligna miserável. O que você deveria temer, entretanto é estar sendo tratada como a criança que você parece ser.
Ele a soltou.
Storme olhou fixamente para ele em choque enquanto ele estava ao lado da cama, olhando fixamente para ela como se estivesse não mais do que irritado com as travessuras de uma criança.
— Dra. Armani está chegando agora à unidade, Styx. — Jonas anunciou, a diversão explicita em sua voz provocando outro clarão dela. — Você poderia livrá-la daquela calça jeans antes dela chegar aqui. Eu odiaria que Nikki tivesse que sofrer com aqueles rápidos pequenos pés para fazer uma boa ação.
Ele não disse uma palavra. Antes de Storme poder lutar de volta, ele soltou o botão e abriu o zíper de sua calça jeans, e antes dela poder expressar mais que um balbuciado e chocado “O que...”, a calça jeans estava descendo por suas pernas, só para parar ao chegar em suas botas.
Agarrando o cós do jeans, ela lutou para encobrir o fato de que ela estava completamente nua em baixo da calça enquanto ele agarrava um pé então o outro e dentro de segundos empurrava as botas para fora de seus pés.
Não havia maneira de lutar contra ele.
Lágrimas furiosas rolaram por suas bochechas à medida que ela tentava, só para descobrir que todo movimento que ela fizesse era completamente ineficaz contra ele.
Ele não falou, ele não discutiu com ela, e ele não exigiu que ela tirasse a roupa. Ele simplesmente a despiu, como se ela fosse a criança que ele a acusava ser e ele estivesse cansado de discutir o assunto.
Storme viu-se buscando o cobertor da parte inferior da cama para cobrir a nudez da parte de baixo de seu corpo quando ela se sentou no colchão, seus olhos brilhando para ele com toda a fúria e medo ineficaz que corria pelo seu sistema.
— Alguém precisa fazer algo sobre o odor de medo dela. — Jonas suspirou. — Eu devia lhe dar uma razão para ter medo, o que você acha?
— Cale-se, Jonas. — A ordem rosnada chamou a atenção de Storme para olhar de volta para a Raça de Lobo irritado que assistia com luxuria, os olhos firmemente atentos e um lampejo de irritação no olhar.
Seus lábios se abriram para lançar uma série de insultos nele que teria ofendido até a pior das mais imundas criaturas já “criadas”.
Seu dedo veio com um grunhido afiado de sua garganta.
—Não cometa o engano de pensar que eu estou brincando sobre as palmadas. — Ele a advertiu. — Acontecerá.
Enquanto ele se afastava, um outro rosnado mais baixo retumbou em seu peito enquanto a morena e enfezada doutora entrou no quarto.
Storme olhou fixamente para ela em silencio. Dra. Nikki Armani. Ela era humana. Uma criança protegida pelo Conselho enquanto ela trabalhasse para eles. Ela aprendeu sobre genética de Raças no joelho de seu pai e ainda jovem foi treinada pelos melhores cientistas em diversos laboratórios. Por um curto período, ela esteve até nos laboratórios dos Andes, vários anos antes dos resgates das Raças.
— Mantenha-a longe de mim. — Ela era o inimigo, da mesma maneira que as Raças eram, da mesma maneira que o Conselho era.
Storme voltou seu cortante olhar para o Lobo vermelho, a fúria opressiva que a envolvia queimando por sua mente.
—Não deixe ela me tocar.
— Eu devo segurar você enquanto ela conserta o talho que você acabou de infligir severamente a seu quadril? — Ele estalou. — Sossegue seu traseiro ou isto é exatamente o que eu farei.
O talho?
Seu olhar foi para a carne queimando forte em seu quadril, e seus olhos se alargaram. Era profundo e sangrava lentamente, enquanto a carne ao redor parecia ter sido duramente contundida.
Tinha pelo menos quatro polegadas de comprimento e, julgando pela quantidade de sangue ensopando os lençóis, profundo o suficiente para ser perigoso.
Era por isto que ela estava tão fraca, por que ela não podia lutar. Ela estava perdendo sangue demais para manter sua força e energia. Storme mordeu seu lábio e sentiu outro soluço começar a tremer por seu peito.
— Como você vai escapar, Storme, se você não permitir curar a si mesma primeiro? — Nikki estalou, seus olhos castanho escuros suaves, contrastando com o tom severo de sua voz.
— Deixe-me ir e eu vou lhe mostrar. — Ela resmungou entre dentes cerrados.
— Então não seria uma fuga, não é? — Nikki perguntou, o sarcasmo em seu tom que se juntou contra a raiva tomando passo através de Storme. — Agora, deixe-me reparar este ferimento, então veremos se não podemos fazer alguma coisa para impedir você de se rasgar novamente antes de cicatrizar. Desperdiçar meu tempo não é algo que eu gosto de fazer.
Storme permaneceu imóvel, em silêncio. Girando para seu lado, ela permitiu a médica o acesso a sua coxa, apesar do medo que vibrava através de seu sistema.
Enquanto a médica se debruçava mais perto, Storme sussurrou:
—Eles vão me matar. — Tentando apelar para qualquer compaixão ou clemência que poderia se esconder em baixo da mascara de competência.
— Se eles fossem te matar, então você já estaria morta. — A voz da doutora era mais dura agora, sem um traço de piedade ou compaixão.
Storme sabia que existiam aquelas pessoas que acreditavam que as Raças não podiam errar, que pensavam que os experimentos que eles sofreram naqueles laboratórios deram as Raças permissão para matarem a sua escolha.
O mundo estava lentamente se dividindo a respeito dos direitos das Raças. Eles eram animais ou humanos? Eles deviam ter permissão para serem livres ou deveriam ser contidos uma vez mais?
Até onde Storme estava se importando, eles poderiam ser transportados para outro planeta onde eles nunca mais poderiam causar dano a outro humano simplesmente porque eles tinham a habilidade de fazer isso.
Ela lutou contra os soluços que teimavam em escapar de sua garganta ante a lembrança, ainda tão vívida, da Raça curvando sua cabeça, seus caninos que escavavam a garganta do seu irmão antes de rasga-la do seu pescoço. O sangue que cobria seu rosto, aquele sangue que jorrava do pescoço do seu irmão. A raiva e a tristeza no rosto do seu pai e o desespero que encheu seu olhar.
Seu pai e irmão tentaram ajudar as Raças. Eles trabalharam duro por anos para enganar o Conselho de Genética e eles morreram por isto. Ela havia perdido tudo que ela amava, tudo que ela conhecia sobre segurança em sua vida por causa daqueles monstros.
Ela ignorou a dor em sua coxa enquanto a doutora limpava o ferimento e o reparava uma vez mais. Ela conteve a fúria que gritava dentro dela, que se torcia por seus músculos, apertando-os, puxando, exigindo que ela fizesse algo, qualquer coisa. Que ela os machucasse tantos como eles a tinham machucado.
Styx olhou fixamente para a jovem e trêmula mulher, de costas para ele, as suaves curvas nuas de seu adorável traseiro levando a cremosa, carne de cetim de sua coxa manchada de sangue.
Este, infelizmente, era um dos efeitos colaterais dos tranquilizantes que a equipe Fantasma usava. Styx esqueceu a paranoia que afetava alguns humanos quando eles recebiam a droga. Uma variedade de condições podia fazer isto piorar, o principal dentre eles a anemia, o esgotamento, a desidratação.
Ele podia vê-la tentando combater isto, mas a moça pequenina e doce estava muito cansada, muito fraca para fazer muito mais que ceder à ira que ela mantinha engarrafada dentro dela a maioria do tempo.
Nikki bloqueou muito da visão dela nua, mas nada podia bloquear os odores que rolavam dela. O cheiro de tal amarga agonia era quase picante. Dor. Horror. Ira. Eles ferviam dentro dela como uma ferida purulenta enquanto ela lutava para manter o controle que continha seus lábios trêmulos.
Inspirando profundamente, ele se voltou para Jonas, dando um rápido aceno enquanto o diretor apontava sua cabeça na direção da sala de estar.
Styx o seguiu para fora do quarto, mas só porque ele estava ciente das Raças do lado de fora das janelas assegurando a colocação das barras de ferro negro nas aberturas.
Ele odiou sentir-se preso, mas maldito se ele permitiria que ela ficasse saltando para fora das janelas a cada chance que se apresentasse. Neste ritmo, não existiria um pedaço de vidro que não estivesse partido em suas janelas, e substituí-los não era realmente algo que ele estava esperando ansiosamente fazer.
— Eu esqueci do efeito do fodido tranquilizante. — Ele rosnou enquanto se dirigiam para a cozinha.
Jonas deu um duro aceno com a cabeça.
—E ela evidentemente tem todas as debilidades que deixam os sintomas piores. Entretanto eu tenho que dar crédito a ela. — Um sorriso arrastava-se em seus lábios. — Ela é mais contida que alguns dos soldados humanos que rondam aqui em Haven e no Santuário. Nós calculamos bem as doses deles antes de começarem suas funções, com precisão para prevenir qualquer ressentimento que eles abriguem contra as Raças.
Styx podia ver onde estaria um indicador adequado.
— As gargantas do pai e irmão foram rasgadas por uma Raça de Coiote. — Jonas murmurou enquanto dava a volta para a cafeteira, a fúria controlada que invadia seu corpo fazendo ele parecer mais letalmente perigoso como nunca antes. — Eu disse a você que desconfio que ela assistiu a tudo escondida enquanto eles morreram. — Jonas deixou escapar um suspiro enquanto se virava para Styx. — Ela tem estado fugindo de Coiotes do Conselho por anos, recusando-se a confiar em nós, sofrendo pela morte de qualquer amigo que ela pudesse pensar em ter. Eles foram brutais, Styx. Honestamente, eu fico surpreendido que nós não estejamos tendo que a conter.
Ela sofreu por causa do orgulho de Jonas onde dizia respeito às Raças. Porque ele tinha um ressentimento básico contra qualquer humano que os temesse.
— E você não fez porra nenhuma para tirá-la disto? — Ele rosnou de volta para o diretor. — Você podia ter feito, a qualquer hora.
O pensamento o enfureceu. Que Jonas permitisse a uma mulher tão jovem viver tal vida. Mas que inferno, por dois anos Styx a perseguiu, sempre estando um passo atrás dela, a protegendo mas nunca a levando à segurança de Haven ou forçando-a a se libertar de seus medos das Raças.
— Eu a encontrei quando ela tinha dezenove anos, Styx. Eu me mantive em contato com ela. Eu fiz oferta depois de oferta de protegê-la, ajuda-la, com ou sem as informações que eu sei que ela tem. Ela sempre recusava. Ela tem horror a Raças, e com razão. Não foram apenas Coiotes que o Conselho enviou atrás dela. Eles enviaram Leões, e eles enviaram um Lobo. — A expressão de Jonas endureceu. — Eles a alcançaram antes de mim. Eu podia ajudar sua fuga, mas enquanto eu estava lidando com os bastardos enviados por ela, ela escapou de meu alcance toda vez.
Styx mordeu um grunhido que teria facilmente chegado até o outro quarto se ele não o tivesse estrangulado.
Ele podia imaginar o inferno que sua vida tinha sido. Por anos depois que os salvamentos começaram, existiam ainda aquelas Raças sob o controle do Conselho por uma ou outra razão. Infernos, até agora, mais de treze anos mais tarde, existiam rumores de algumas sombras de Raças diferente de Coiotes que o Conselho manteve.
— Nós a capturamos com bastante facilidade ontem à noite...
— Vocês tiveram sorte ontem à noite. — Jonas o interrompeu. — Se a mulher que entrou em cena continuamente interferindo em meus esforços ao longo dos anos sempre que eu cheguei perto o suficiente para ajudá-la estivesse lá, então você não teria tido chance de chegar perto dela. Nós suspeitamos que Gena Waters está com o Conselho, mas Storme não sabe ou quer acreditar nisto, e até que ela traia Storme, não existe nada que eu possa fazer.
Styx agitou sua cabeça, antes de andar a passos largos para o aparador de café e chocolate esquecido. Ele jogou isto no micro-ondas e o aqueceu, antes de pegar o fumegante líquido do aparelho e saboreá-lo.
Ele podia sentir a raiva se construindo, o preparando. A raiva era algo que ele tentava manter fora de seu pequeno mundo. Não servia a nenhum propósito. Estar quites era muito melhor. Mas não havia ninguém aqui com quem ele poderia estar quite.
— Onde está Waters, então? Você a achou? — Ele finalmente perguntou, sabendo que Jonas não estava só de pé lá atormentando o inferno fora dele. Ele teria homens que procuravam por Gena Waters, rastreando-a, e descobrindo de onde suas ordens se originavam.
Gena Waters se prendeu a Storme seis anos antes, durante um tempo quando as Raças perderam seu rastro. Naqueles seis anos ela pareceu estar vagarosamente ganhando a confiança de Storme. Entretanto ela ainda não tinha ganhado o suficiente para conseguir o chip de dados que o Conselho estava tão desesperado para ter.
— Eu tenho Rule e Lawe nela. — Jonas disse e movimentou a cabeça. — Eles deverão ter algo logo. Mas captura-la não assegurará a segurança de Storme. Até que ela desista daquele chip de dados que seu pai deu a ela, ela nunca estará segura, Styx.
E isso era não menos do que a verdade. O Conselho a tinha perseguido por dez anos. Eles não iriam desistir só porque ela estava atualmente sob proteção das Raças. Eles esperariam, sabendo que eventualmente as Raças teriam que piscar. E quando eles piscassem, o Conselho os atingiria.
— Ela não vai nos dar aquele chip de dados. — Styx disse e suspirou.
— Não, ela não vai. — Jonas concordou. — Isso nos deixa apenas uma opção.
Styx ergueu uma sobrancelha curiosamente.
—Existe uma opção?
— Uma. — Jonas movimentou a cabeça como um sorriso arrastado em seus lábios.
Infernos, ver Jonas quase sorrindo era malditamente assustador. Ele só começou a fazer isto depois de seu acasalamento, e isto não foi a tempo suficiente para se acostumar.
— Então me diga já o que é. — Styx rosnou.
— Mostre a ela o que e quem nós somos. — Jonas declarou. — Mostre a ela, Styx, as Raças de Lobo, os Coiotes, e os Felinos que vivem aqui no Abrigo. Mostre a ela o bem, deixe ela ver que nós não somos todos monstros.
Styx agitou sua cabeça.
—Isto não é suficiente.
Ela precisaria de mais.
— Uma mulher que tem fugido desde que era uma adolescente, não muito mais do que uma criança. — Ele meditou. — Seus colegas foram mortos ou agredidos antes mesmo deles se tornarem amigos. O Conselho não a deixou ninguém exceto Gena Waters, uma pessoa fria, insensível que provavelmente não tinha nenhuma ideia do afeto que uma mulher do temperamento de Storme precisaria. Existem poucos caminhos para chegar ao coração de tal mulher.
Jonas movimentou a cabeça devagar.
—Então dê-lhe seu afeto, Styx. Dê seu calor, e talvez, só talvez, em retorno, ela nós de a chave para sua própria segurança.
Styx olhou de volta para ele em silêncio.
—E você ficará afastado dela até que eu complete isto.
— Eu não disse isto.
— Eu disse que você irá. — Styx exigiu. — Você não hostilizará minha companheira, Jonas.
Jonas rolou seus olhos.
—Lobo, você conhece os sinais do calor do acasalamento. Você os tem?
— Os sintomas estão lá. — Styx rosnou, a sensibilidade de sua língua era uma irritação que coçava, a necessidade de beijar sua companheira, compartilhar um hormônio que recusava-se a lançar das glândulas, uma frustração que provavelmente o deixaria louco.
— A marca do acasalamento não está lá, o cheiro do acasalamento não está lá, então não existe acasalamento. — Jonas disse e encolheu os ombros negligentemente, como se ele possivelmente pudesse ter a palavra final.
— Não me irrite, Jonas. — Styx o advertiu enquanto levantava a faca da tábua de cozinha e começava a cortar os legumes para a sopa.
— Teve tempo o suficiente, você teve contato pele com pele. — Jonas encolheu os ombros novamente. — Eu me recuso a aceitar um acasalamento sem isto.
Styx sorriu. Um sorriso verdadeiro. Um sorriso de antecipação e desafio.
— Está bem então, eu acho que nós podemos estar trabalhando com isto, não é, Diretor? — Ele meditou, sentindo o lúdico retornando. — Nós podemos trabalhar isso muito bem. Eu prometo a você, você aprenderá que eu não aceito ameaças sobre o que é meu.
E com isso, Jonas movimentou a cabeça, enquanto dava outro daqueles sorrisos que nunca falhava em fazer Styx sentir-se suspeito.
—Sabe, Styx, eu tive um pressentimento de que você iria ser difícil sobre isto.
Difícil não chegava nem perto da verdade.
Haven não era muito diferente do Santuário, Storme pensou quando ela estava na cozinha imaculada da cabana em que ela havia despertado dentro, depois de uma forte dose de tranquilizante das Castas. Ela ainda estava sentindo os irritantes, quase paranoicos, efeitos da droga, dois dias depois, após a sonolência finalmente ter se esgotado. Claro que, como a Dra. Armani tinha dito a ela com um sorriso, se ela não tivesse estado tão exausta, os efeitos não teriam sido tão graves.
Somado a isso havia um sintoma que a médica não tinha contado a ela. A sensibilidade de sua pele, um baixo nível de dor e a necessidade de esfregar sua pele, ainda que esfregando ela só parecia piorar. E coçava as costas em lugares que ela não podia alcançar. Somando-se a irritação havia o fato de que Styx não estava lá para ser encontrado.
Se o lobo não era bom para nada mais, talvez ele pudesse ser um decente coçador de costas.
Ela tentou ignorar aquela vozinha dentro dela, que lhe assegurava que havia outras coisas em que Styx era definitivamente bom.
O meio da manhã se aproximava e Styx ainda não tinha aparecido, Storme andou até a porta da cozinha, olhou para o enorme pátio onde cada cabana estava frente a frente e sentiu como se ela rosnasse.
Ela estava muito entediada. Entediada e curiosa. Ela conhecia o layout da base do orgulho Felino, o Santuário, a partir de esquemas que as sociedades de sangue puro conseguiram alcançar do Conselho. O casarão histórico que servia como a casa principal no complexo havia sido renovado e de propriedade do Conselho um dia.
Ela não tinha ideia de onde tudo se encontrava em Haven, porém, nem onde ela estava localizada dentro dele. Ao contrário do Santuário, Haven foi recentemente construído, e a segurança estrita no que tinha, até agora, manteve as sociedades de sangue puro procurado, onde a casa do alfa do bando estava localizada, ou a de seu segundo no comando.
Da cabana de Styx tudo que ela podia ver era a comunidade principal em que Styx a tinha levado. É algo que se assemelhava a um quarteirão de cidade grande de cabanas de tamanhos diferentes que tinham sido construídas debaixo da sombra de galhos de carvalhos que tinham centenas de anos.
Espalhadas para fora do bloco, sob o pátio das densas, árvores de camuflagem estavam outras cabanas de diferentes tamanhos e desenhos que ela podia ver de várias janelas. Havia uma pequena loja no final do bloco, o que parecia ser uma espécie de centro comunitário no canto da quadra atrás da cabina, e um grande edifício de tipo bunker protegido definido para o lado de um precipício na base da montanha que se erguia no complexo.
Da janela da porta traseira da cozinha, ela mal podia vislumbrar a fachada de aço e cimento construído na montanha. Foi criada longe o suficiente da cabana que, se fosse o alvo, os moradores estariam a salvo, mas ela estava perto o suficiente para servir de abrigo, se necessário.
Um lago de montanha rodeado por pinheiros e floresta densa também mantinhas cabanas que tinham sido construídas para misturar-se com o terreno em vez de diminuí-lo. Em várias áreas, havia casas revestidas construídas na montanha, assim como o bunker de aço fortemente protegido estava definido. Mais ao longo do lado inferior da encosta da montanha, mais cabanas estavam definidas. O brilho discreto das luzes brilhava dentro das árvores, traindo a localização de algumas, mas não todas, que ela conhecia.
Estava sereno.
Enquanto a aurora iluminava o céu da noite e dava a menor sugestão de maciez ao nevoeiro que enchia o vale, Storme percebeu o que tornava tão difícil para os assassinos do Conselho e os grupos terroristas de sangue puro para ganhar uma posição ou informações de Haven.
Era muito encoberto por árvores e montanhas, impedindo a visão de satélite, e todas as medidas de segurança foram tomadas para garantir que os espiões do Conselho não tivessem nenhuma chance de revelar a localização das casas.
A entrada fortemente guardada para Haven era afastada do complexo principal, não dando oportunidade de vislumbrá-la da estrada. Qualquer pessoa com a intenção de escapar perto o suficiente para ganhar algum detalhe tinha que primeiro atravessar as montanhas que se erguiam ao redor do complexo, também terra da Casta Lobo e Coiote, e teria que driblar os narizes sensíveis das equipes de Executores que patrulhavam a terra.
Havia perto de trezentos mil hectares de terras que compõem o território da Casta Lobo. A terra tinha sido propriedade do governo, para preservar a vida selvagem que havia sido acessível aos turistas e amantes da natureza. Era agora fortemente vigiada e fechada a todos, exceto àqueles que conseguiram obter permissão especial das Castas Lobo ou a Agência de Assuntos da Casta.
Haven era impossível de entrar, de acordo com o Conselho e as sociedades de sangue puro que se mantinham a tentar quebrar a segurança no passado. E para Storme, impossível de sair. Inferno, a cabana em si era impossível de sair.
As janelas foram barradas, mesmo aquela na porta traseira. Executores patrulhavam o pátio, bem como a frente da casa. E como ela tinha visto pela manhã, ela tinha ido até a janela do quarto, dezenas poderiam ser recolhidos dentro de segundos de um alarme.
Finalmente, quando a irritação pareceu atingir o nível de pico, a porta da frente se abriu, uma lufada de ar fresco da montanha soprou dentro de casa. Pinho, o cheiro de grama recém-cortada e o cheiro de um lago fresco da montanha. E tudo parecia se envolver em torno dele, fazendo com que seus ombros parecessem mais amplos, com o cabelo vermelho ardente enquanto o sol brilhava fora dele, o azul dos seus olhos mais profundos do que um oceano.
Esfregou os braços, a irritação parecia irritar sua pele, intensificando-se enquanto ele andava toda a sala.
—O alfa e a sua Lupina vão chegar esta tarde. — Styx anunciou enquanto ele entrava na cozinha e piscava-lhe um sorriso gracioso. — Eles se ofereceram para trazer todos os itens de vestuário ou higiene que você pode precisar.
—Eu não preciso de suas roupas. — Ela murmurou.
Ela preferia usar nada no momento, talvez, sua pele parasse de formigar e coçar, como se a necessidade de toque estivesse deixando-a louca.
—Tudo bem, fique nua. — Ele deu de ombros quando atirou nela um sorriso perverso, em seguida, moveu-se para o café que tinha feito antes de ele tomar banho. — Tudo bem para mim.
Ela acabou de apostar que seria.
Antes que ela pudesse verbalizar a tréplica sarcástica, ele caminhou até ela, curvando-se a mão sob o seu cabelo na parte de trás do pescoço dela, surpreendendo-a enquanto ele abaixava a cabeça.
Ai, Senhor! Ela quase gemeu quando a cabeça inclinou e os lábios cobriram os dela em um voraz, faminto beijo.
Por um momento de pânico, medo recuou debaixo de um ataque de prazer tão intenso que os seus joelhos enfraqueceram.
Agarrando seus ombros, Storme se deixou levar durante a viagem tumultuada, sem poder fazer nada para impedir as batidas loucas de seu coração, segundos antes de seus lábios e língua tirar o máximo de prazer possível ao seu redor.
Uma mão estava em seu quadril, segurando-a a ele enquanto a outra acariciava a lateral de seu corpo até a larga palma da mão envolver e pesar sobre a curva de seu seio.
Um empreendedor polegar acariciou o pico duro enviando picos de sensações, escuras, maus a se espalhar pelo seu corpo enquanto ela se arqueava contra ele, de repente, com fome por mais.
—Não! — Era um gemido ao invés de uma exigência enquanto Storme afastava-se dele.
Ela cambaleou para trás contra a parede, lutando contra uma necessidade que parecia queimar através de seu ventre, em sua boceta, e enrolar ao redor de seu clitóris como a carícia de um amante.
A coceira sob sua pele estava se transformando numa queimadura. Até que ele a tocou. Seu corpo inteiro se sentiu envolto em eletricidade estática, a pele dela cantarolando de prazer ao senti-lo contra ela.
—Não? — Ele olhou para ela de baixo de pálpebras fortemente cerradas, o brilho nos seus olhos azuis, acaloradamente sensual. — Doçura, eu podia comer você como chocolate, por que você tem um gosto danado de bom.
Ela teria entregado uma réplica mordaz se uma batida na porta da frente não tivesse tirado a sua atenção. Ela se virou, olhando através da sala, sobre o espaço aberto contra a porta de madeira pesada no lado oposto da sala.
Com um arco de sobrancelhas divertido Styx atravessou a outra sala para abrir a porta e saudar quem chegava.
—Jonas, Rachel. Bem-vindos à minha casa. — Disse ele para cumprimentar o casal, que entrou na sala e, em seguida, moveu-se para a cozinha, onde Storme cruzou os braços sobre os seios e olhou de volta para eles. Ela não os considerava bem-vindos.
Storme lutou para ignorá-los. Ela se concentrou em vez disso, na luz suave que enchia o espaço, saltando reluzentes balcões de pedra e armários de madeira brilhante que eram, obviamente, velhos e bem polidos.
Aparelhos modernos enchiam a sala, juntamente com uma mesa oval de seis cadeiras que estava no meio de um piso de pedra apenas alguns tons mais claro que a cor creme torrado dos balcões.
O projeto aberto da cabana permitia a Storme ver a grande área de vida de lá. Uma lareira, dava uma espiada em um quarto que parecia preencher uma extremidade da cabana. Na outra extremidade outros dois quartos, com banheiro compartilhado e armários com roupa de cama e o pequeno escritório no meio.
Enquanto Jonas e sua esposa entravam na cozinha, a porta de trás se abriu e Storme viu enquanto Blaine Navarro e uma outra Casta entravam na sala. Havia muitas castas aqui. Sentia-se rodeada por eles e era terrível.
Ela ainda estava fraca, incapaz de lutar. O adesivo em seu quadril não tinha tido tempo para selar a ferida de sua tentativa de fuga, e ela podia sentir as contusões adicionais sobre as costelas de seu contato com muitas pedras grandes no chão.
Ela estava ferida, com fome, certamente ela estava com febre, e ela só queria ser deixada em paz, diabos, para descansar novamente e sofrer em paz. Se ela ia ficar presa aqui, o mínimo que podiam fazer era permitir que ela fosse infeliz em paz.
Enquanto as Castas enchiam a cozinha, Storme moveu-se cautelosamente da sala e entrou na sala de estar, até que ela estava de pé em frente à lareira, olhando para o grande sofá de luxo do outono, de couro marrom. Uma mesa forte de café situava-se entre ela e o sofá, e ao lado do que era uma cadeira de outono vermelho que parecia grande o suficiente para três dela.
O vidro eletrônico da mesa de café foi escurecido pelos componentes informáticos que provavelmente funcionavam para a televisão programada, aparelhagem de som e Internet holográfica e capacidades de entretenimento. Era de última-geração, e ela teria gostado de colocar as mãos sobre ele e investigar as várias opções que foram programadas.
Uma televisão de tela grande pendurada sobre a lareira, uma estação compacta de música na parede oposta sobre a lareira, a pesada porta da frente e um bar na parede ao lado da cozinha.
Um apartamento de solteiro da Casta, talvez, com todas as comodidades.
—Navarro, as barras nas janelas foram verificadas para evitar manipulações? — Styx questionou a outra Casta enquanto olhava para ela através da abertura acima do balcão.
Storme cruzou os braços sobre os seios e olhou de volta para ambos os homens com rebeldia.
—Tudo foi cuidado. — Disse Navarro e assentiu. — Houve uma ligeira manipulação nas fechaduras, bem como em algumas das barras, onde os parafusos os protegem. Parece que temos vida selvagem empreendedora de tarde. Certamente a sua hóspede não teria tentado algo tão escandaloso? — Zombaria enchia a voz do outro lobo enquanto Storme olhava de volta para ele furiosamente.
Bastardo! Ela tinha certeza de que ninguém poderia ter detectado as tentativas de sondagem que ela tinha feito para verificar a segurança das barras.
—Estou honrada que todos vocês tenham que passar por tantos problemas por uma pessoa tão insignificante como eu. — Storme falou lentamente sarcasticamente enquanto a tensão nervosa começava a tirar o melhor dela. — Grades nas janelas, os guardas na porta. Porque, a próxima coisa que vocês sabem é que eu estarei em uma dieta de pão e água.
—Nós cuidamos de todos os nossos convidados da mesma forma. — Navarro assegurou. — Nós somos muito mais hospitaleiros que o Conselho. Eles a trancariam em uma cela e a deixariam apodrecer sem pão e sem água.
Storme olhou de volta para ele. Condenados espertinhos. Mesmo nos laboratórios, debaixo das regras dos soldados que gostavam de bater o inferno fora dele, se tivessem uma chance, Navarro fora um bastardo sarcástico.
—Chega, Navarro. — Styx ordenou baixinho. — Enquanto ela estiver aqui, ela é minha.
—Levando em conta que ela fede a medo e preconceito, ela é o inimigo. — Afirmou Navarro, naturalidade na sua expressão, voz e todo o comportamento frio e não afetados. — É difícil imaginar JR tendo um filho que odiava a coisa que ele amava tanto quanto ele amava as Raças que ele ajudou a criar.
—Mais do que ele amava seus filhos. — As palavras passaram dos lábios dela antes que pudesse chamá-los de volta.
Navarro encarou de volta em silêncio por longos momentos.
—Ou talvez ele simplesmente esperasse que seus filhos compreendessem a responsabilidade que ele se sentia em dívida para com aqueles que ele ajudou a criar e aprisionar. É muito ruim, Storme, que apenas um de seus filhos entendesse isso.
Por que você os ama, papai? Uma jovem Storme tinha sussurrado dolorosamente quando seu pai chegou em casa muito tarde para celebrar o seu décimo aniversário com ela. Por que eles são mais importantes?
Ela queria entender, fazer sentido ao fato de que os animais detidos, tinham mais do afeto do pai do que parecia que ela tinha.
Seu pai havia se inclinado para ela, sua mão pesada sobre os ombros jovens, seu olhar cheio de remorsos sombrios.
—Porque eles são meus filhos também, Storme. E eles sofrem onde você não sofre.
Esta confissão tinha quebrado seu coração. Eles eram seus filhos também, e eles eram mais importantes do que ela.
—Eles não eram seus filhos. — Ela sussurrou dolorosamente. — Ele tinha uma escolha. Ele poderia ter deixado a qualquer momento.
—Como você deixou o dia em que peguei um soldado do Conselho batendo um dos jovens? — Navarro pediu então.
—E como eu paguei por ele? — Ela perguntou ironicamente enquanto ela estendia o braço para mostrar as duas pequenas cicatrizes que ela ainda carregava no interior de seu pulso. — Seus caninos podem ter sido pequenos, mas com certeza sabia como usá-los. Atacou-me como um pequeno cão raivoso.
A criança a tinha mordido, quase cortando as veias em seus pulsos enquanto ela tentava puxá-lo para a segurança depois de desviar a atenção do treinador que havia batido em suas costas sangrentas.
—Pare! — Dentro de uma respiração Styx moveu-se para a sala e girou em torno dela, abaixando a cabeça, o olhar dela prendendo com um brilho de comando enquanto esse maldito grunhido do lobo em sua voz retumbou em seu peito. Um aviso para garantir-lhe que ele quis dizer o que ele disse sobre chamar qualquer Casta de animal.
—Aquele pequeno cão raivoso, como você o chamou estava fora de sua mente com febre e dor. — Informou Navarro a ela sem piedade enquanto ela olhava para Styx, de olhos arregalados.
Seu coração bateu em sua garganta enquanto ela lutava para conter sua surpresa, o conhecimento que a criança não podia ter sabido o que estava fazendo a afetava mais do que queria admitir. Ela sempre acreditou que a criança sabia, que estava ciente de que ele estava atacando alguém que tentava ajudá-la.
Ela engoliu com força, recusando-se a dar qualquer sinal exterior de que tinha ouvido, de acordo com ele, ou de obedecer à ordem de Styx. Ela não se atrevia a dar a qualquer um deles, não agora, não com tantos olhos vendo.
Lentamente, deliberadamente, ela puxou o pulso da mão de Styx, virou-se e caminhou ao redor da mesa de café antes de se estatelar no sofá, como se não houvesse uma única pessoa na cabana que dissesse respeito a ela.
Puxando o controle remoto a partir do braço do sofá, ela apontou para a televisão e apertou o botão ON, determinada, pelo menos, a parecer desfrutar de alguns momentos raros de entretenimento.
—Eu tenho que lhe dar crédito, se ela não fedesse a terror e remorso, eu juraria que ela estava se sentindo em casa. — Resmungou Navarro.
O controle de volume foi útil. Pena que o botão de mudo não funcionasse em pessoas reais, ou Castas. Ela virou o som em seu lugar, esperando que o fedor que parecia ofendê-lo se dissipasse.
—Jonas, você vai ficar muito mais tempo em Haven? — Styx o questionou.
—Por enquanto. — Ela ouviu a resposta do diretor. — Nossa cientista Ely Morrey e um de seus “assistentes” vão chegar esta tarde para ajudar a Dra. Armani em um projeto pequeno, que ela parece ter adquirido. — A diversão em sua voz fez Storme perguntar de que diabos ele estava falando. Se ela não tivesse conhecido melhor, ela teria pensado que se referia a ela.
A ênfase no “assistente” fez os lábios dela se estreitarem. Sem dúvida, o assistente era Jeffrey Amburg, o cientista cativo que as Raças estavam segurando. Amburg tinha sido um grande amigo de seu pai e irmão, até que seu pai havia discordado com ele sobre algum assunto que tinha cortado a amizade deles. Storme tinha a sensação de que foi objeto algum projeto que o pai estava trabalhando com seu irmão.
—Navarro, informe Nikki de que eu vou precisar dela aqui também. — Styx ordenou as outras Castas Lobos. — E se Cassie estiver no local, por favor, deixe que ela saiba que eu vou ter que remarcar o encontro que tínhamos planejado para esta noite.
Encontro?
Storme recusou-se a olhar para ele e orou para que o preconceito e medo que Navarro havia falado mais cedo ainda fossem fortes o suficiente para esconder o fato de que seu primeiro instinto foi protestar contra qualquer encontro que Styx pudesse ter.
—Eu vou cuidar disso. — Prometeu Navarro. — E você deve estar ciente de que o Alpha Gunnar e sua Lupina estão fazendo seu caminho aqui e agora. Divirta-se, Styx.
Divertir-se? Styx encarou Navarro antes de suspirar pesadamente e voltar-se para Jonas e Rachel. A preocupação em seus olhos não era fácil de ignorar. Sua filha estava em risco aqui, e apesar de Styx entender mais do que ele admitiu, ainda não podia assustar Storme mais para revelar essa informação.
—Você vai ficar na residência alfa? — Perguntou ao diretor, determinado a não oferecer o quarto disponível para Jonas e sua companheira.
—Rachel e eu vamos tomar a cabana de hóspedes. — Jonas informou a ele. — Por enquanto, pelo menos.
O diretor lançou um olhar nas costas de Storme, sua expressão duvidosa. Ela era teimosa, Styx quase podia ler o que o outro homem estava pensando. A esperança de que eles teriam essa informação ia rapidamente diminuindo.
Enquanto Styx saiu da frente da lareira e atirou a sua “quase” companheira um olhar descontente, a porta se abriu mais uma vez, para admitir o alfa do bando de Lobos e líder de Haven, Wolfe Gunnar e sua esposa acasalada Hope.
Hope ainda tinha o olhar fresco, inocente da estudante universitária que Wolfe tinha sequestrado quase 13 anos antes.
Enquanto Wolfe entrava pela larga entrada da cozinha, ela passou por ele, a essência suave de suas feições asiáticas calmas e tranquilidade enquanto ela se movia para a sala e aproximava-se do sofá.
—Olá, Storme. — A familiaridade em sua voz e o cheiro repentino da dor que irradiava de Storme tinha feito os sentidos de Styx ficarem em alerta máximo. — Quanto tempo! Você não vai dizer “Olá”?
Storme colocou o controle remoto para baixo com cuidado, a tensão em seu corpo era uma mistura de medo, dor e raiva.
Lentamente, sua cabeça virou-se, os escuros olhos verde-esmeralda brilhando com tantas emoções que Styx quase estremeceu ao vê-los.
—Não, — Afirmou Storme, o tom baixo da voz dela rangendo. — eu não vou.
Ela se levantou do sofá, moveu-se para seu quarto, abriu a porta e entrou antes de fechar a porta suavemente. Atrás dela, ela deixou-os a olhar para onde ela tinha desaparecido, os homens na sala muito atentos, muito sensíveis e muito incertos sobre as emoções que fluíram entre as duas mulheres.
Uma coisa era danada de certa, elas se conheciam bem, e Storme tinha acabado de encontrar uma outra parte de seu passado a fugir: a Lupina, cujos suaves olhos azuis brilhavam com lágrimas.
—Storme não era muito velha quando o primeiro resgate de Castas começou. — Disse Hope enquanto Styx colocava um bule de café na mesa da cozinha na frente de seu alfa e Lupina quase uma hora depois. — Isso foi há 14 anos, então ela tinha dez, talvez. Eu a conheci logo depois que Wolfe e seu bando fugiram do México. Delia, minha mãe, foi enviada para os laboratórios Ômega por quase um ano antes de nós sermos transferidas de volta para os Estados Unidos e ela me deixou com a irmã de meu pai. Storme estava lá, sozinha, sempre buscando um pai e um irmão que não tinham tempo real para ela.
—Navarro me disse que no laboratório era pior do que os outros. — Comentou Styx enquanto ele olhava de volta para ela.
—Eles eram horríveis. — Ela concordou dolorosamente, enquanto Jonas e Rachel olhavam intensamente. — Eu não sabia nada sobre qualquer projeto que estava acontecendo lá. Mamãe não me levou para o laboratório, porque ela não queria que as castas Coiotes sentissem qualquer reação hormonal que tinha começado no meu corpo. Ela queria estudar por si mesma. Mas eu sei que Storme foi levada muitas vezes aos laboratórios onde as Castas feridas e experimentais eram mantidas. Era um completo inferno lá. Ela só viu o pior do que os cientistas haviam criado as Castas para ser. A fúria e a raiva agonizante que os enchiam, resultado da dor que sofriam a partir dos experimentos ou das feridas que eles carregavam.
—Você esteve próxima? — Jonas a questionou.
Hope encolheu os ombros.
—Uma vez, talvez. Durante anos eu esperei, esperando que ela entrasse em contato comigo, esperando que ela confiasse em mim com todas as informações que seu pai lhe deu, mas eu nunca tinha ouvido falar dela.
Wolfe falou em seguida.
—Jonas, que informações que ela tem que são tão importantes para sua filha? — O lobo alfa da Casta se recostou na cadeira e observou o diretor com curiosidade. O fato da Dra. Armani estar sob as ordens da Agência não revelava que os detalhes das informações que tinha encontrado eram conhecidos pelo alfa. Era uma ordem que ele não iria forçá-la a quebrar a menos que ele não tivesse outra escolha.
Jonas deu um suspiro.
—Eu não estou certo dos parâmetros do Projeto Ômega. O que eu tenho certeza é que de alguma forma, coincide com o que Brandenmore estava pesquisando também. Um soro ou vírus que travou o seu envelhecimento e começou a regenerar a sua estrutura celular. Os órgãos estão se curando e rejuvenescendo, a um ritmo muito lento, mais ainda está acontecendo. Na época em que Brandenmore sequestrou a nossa filha, Amber, ele a injetou com algo que nos acreditávamos ser um calmante até que eu quase matei Brandenmore. Ele então me disse que era uma droga experimental e que se ele morresse, o segredo de salvá-la se houvesse reação adversa morreria com ele. Eu tenho que admitir, eu não acreditei completamente nele até a noite em que eu a ouvi ronronar.
Styx piscou de volta para Jonas enquanto Rachel deu um soluço.
Havia rumores de que cientistas do Conselho tentaram criar um vírus que alterava o DNA dos humanos após o nascimento. Em cada caso, o assunto de teste tinha morrido em uma dor horrível de agonia do corpo tentando tanto lutar contra, bem como aceitar o estranho vírus genético.
O conflito dentro dos objetos de teste tinha criado histórias horripilantes de gritos, os seres humanos estúpidos que tinham sobrevivido até os seus corações finalmente romperam a partir do estresse das mutações genéticas.
—Existem sinais de que o bebê está em perigo? — Hope sussurrou, compaixão e simpatia derramando de seus olhos enquanto ela olhava para Rachel.
Rachel, felizmente, abanou a cabeça.
—Os cientistas não encontram genética da Casta ou hormônios em seu sistema para combinar com os de Brandenmore. Tudo o que temos são os ronronares ímpares. Já aconteceu duas vezes agora, e cada vez, Jonas tem uma sugestão perfumada de um bebê felino sobre ela. Tão rapidamente, o cheiro, assim como o ronronar se vão.
—Então você acredita que as informações que Storme tem é alguma coisa relacionada à experimentação genética em seres humanos? — Wolfe perguntou, seu tom beirando o rosnado áspero de um lobo enfurecido.
Jonas balançou a cabeça bruscamente.
—Eu a deixei correr durante dez anos, esperando que ela fosse crescer, ver a verdade do Conselho e as Castas e aceitar a minha oferta de ajuda. Se eu soubesse que seu pai tinha sido louco o bastante para salvar a pesquisa realizada no Ômega, então eu a teria capturado quando ela tinha quatorze anos. Infelizmente, eu não tinha ideia de toda a extensão da pesquisa que os Montagues conduziram.
O fato de que ele não tivesse estava deitado pesadamente sobre seus ombros. Styx podia sentir o remorso do diretor, assim como sua fúria interior.
—E agora, então? — Wolfe perguntou. — Como podemos forçá-la a entregar a informação?
—Nós não forçaremos nada. — Styx cruzou os braços sobre o peito e fitou os quatro, implacavelmente, ciente de Navarro chamando a atenção atrás dele no canto da sala.
Wolfe virou a cabeça e estreitou os olhos.
—Styx, você não pode protegê-la disso. Esta é uma mulher e uma batalha que você tem que se afastar.
Ele era conhecido por amar as mulheres. Styx que as mulheres adoravam. Ele as protegia sempre que possível, simplesmente por causa de sua pele macia e sensualidade exuberante. E o fato de que elas eram realmente suaves, mais macias e mais fracas do que os homens, deixava as Castas sozinhas.
—Ele está agindo como se ele tivesse se acasalado com ela. — Afirmou Jonas. — Mas não há cheiro de acasalamento, mesmo depois de terem tido relações sexuais. Você precisa informar o seu pequeno Casta com mais firmeza para recuar, Alfa Gunnar.
Para dar crédito a Wolfe, ele não fez nada do tipo. Em vez disso, ele atirou em Jonas um olhar irado enquanto Rachel, companheira de Jonas, revirava os olhos. Tais ordens autocráticas eram a marca de Jonas.
—Styx? — Wolfe perguntou-lhe curiosamente. — O que está acontecendo?
—Ela é minha companheira. — Ele fez a declaração, conhecendo os muitos argumentos que Jonas acabara de fazer.
Os sintomas de acasalamento, não eram fortes, no entanto, o cheiro de um acasalamento ainda era indetectável. O cheiro de sexo era muito diferente de um perfume de acasalamento.
Jonas balançou a cabeça.
—Você cheira um acasalamento, Alfa Gunnar?
—Você cheira uma mentira, diretor? — Wolfe revidou, seus olhos negros movendo-se para Jonas antes de retornar a Styx. — Porque eu não cheiro.
—Esse instinto de proteção dele é exagero. — Argumentou Jonas. — Nós todos sabemos como ele é com suas amantes, Alfa Gunnar. Ele tem algum tipo de necessidade muito inflamada para protegê-las a todo custo.
Mentira.
—Cale-o antes que eu me encontre preso por matar o nosso diretor, Wolfe. — Styx resmungou, com uma suspeita de que ele não estava completamente brincando.
—O que faz você acreditar que ela é sua companheira? — Jonas soprou com força. — Vamos, Styx, há sinais, e você os conhece. Você não tem nenhum desses sinais.
—Que você pode dizer, Diretor. — Styx rosnou. — E o que eu posso esperar para a análise da Dra. Armani. Nenhum é de seu maldito assunto.
Os sinais de acasalamento eram ainda sutis. Irritação nas glândulas hormonais debaixo de sua língua que ainda não tinha derramado o hormônio de acasalamento. Sua pele estava sensível, cada vez que ele a tocava, ele sentia como se uma carga estática estivesse se construindo logo abaixo da pele. O cheiro não estava lá, entretanto. Ele não tinha travado dentro dela, quando ele a tinha tomado na noite anterior, e ele não estava fora de sua mente com a necessidade de sexo. Mais importante, Storme não estava fora de sua mente com a necessidade de sexo, que era um dos sinais mais conhecidos.
—Isso é muito o meu negócio. — Afirmou Jonas, seu tom virando gelo, mais uma vez. — É minha intenção, Styx, de promulgar a Lei da Casta, onde a Srta. Montague está implicada se ela não entregar voluntariamente as informações que ela tem. Você sabe o que isso significa. Ela matou Castas e trabalhou ativamente contra a sociedade Casta...
—Ela matou malditas castas do Conselho. — Styx rosnou furiosamente quando sentiu que a raiva, a queima de proteção subindo dentro dele mais uma vez. — E como ela tem trabalhado contra a sociedade Casta em sua mente só porque ela se recusou a dar-lhe algo que você queria?
—Algo que poderia salvar minha filha. — Jonas saiu de sua cadeira, com as mãos sobre a mesa e seus olhos de prata brilhando com moderação mortal. — Ela tem trabalhado contra a sociedade Casta desde que ela tinha 18 anos de idade e ela se juntou a sua primeira sociedade puro sangue. Devo dizer-lhe as Castas que o grupo matou? Você pode jurar que ela não teve parte nessas mortes?
—Eu posso e juro. — Styx encostou-se à mesa, agora que a determinação de animais puros começou a enchê-lo. — E eu te digo agora, você não terá a minha companheira, nem você vai colocá-la sob a Lei da Casta. Tente fazer isso e eu vou desaparecer com ela tão rápido que vai fazer a sua autocrática síndrome de deus ficar girando por sua cabeça como um moinho de vento para fora de controle.
Mais uma vez, Jonas estava cara a cara com alguém, e desta vez, Styx determinado, o diretor havia abocanhado mais do que podia mastigar.
—Styx, sente-se. — Sugeriu Wolfe. Surpreendentemente, não era uma ordem alfa, uma das ordens que ele foi obrigado pelos votos e pelo sangue de obedecer.
—Ela é minha companheira. — Seu olhar nunca deixou Jonas. — Eu não sou obrigado a obedecer a qualquer ordem que coloca a minha companheira em perigo. Com todo o respeito, Alfa Gunnar, vou rasgar a garganta dele se ele se atrever a tentar levar o que é meu.
Havia algumas coisas que uma Casta pode chamar seus próprios, à exceção de um companheiro. Uma companheira era considerada um dom de Deus, a Sua aceitação e determinação para a sobrevivência das Castas. Sem a sua aceitação, o acasalamento não ocorreria, e não existiria a concepção natural e nascimento dos filhos das Castas que agora existia.
—Você pode tentar. — Felino, furioso, o rugido na voz de Jonas fez os cabelos na parte de trás do pescoço de Styx levantarem em alerta primitivo.
Styx ficou tenso, preparando-se para uma luta enquanto Navarro se movia para trás e Wolfe se erguia lentamente. Ninguém iria apoiá-lo em ir contra o seu alfa sobre seu companheiro. Compreender e aprovar eram duas coisas diferentes.
—Styx, sua companheira, não será tirada de Haven, a qualquer momento. — Afirmou Wolfe enquanto Styx estreitava os olhos, surpreso.
—Ela tem de testar como sua companheira, primeiro. — Os lábios de Jonas levantaram em um rosnado. — E quanto você quer apostar que ela não irá testar positivo para o hormônio de acasalamento da Casta?
Rachel e Hope se afastaram lentamente. Não que Rachel o fez tão facilmente, mas a promessa sussurrada de Hope de que Wolfe lidaria com isso a fez seguir a outra mulher, enquanto ela mantinha um olho cauteloso em seu marido.
—Então deixe-me colocar desta forma, Diretor. — Wolfe disse. — A Senhorita Montague não deixará Haven até que Styx faça uma declaração formal, rescindindo sua proteção dela. Não transforme isso em uma batalha, Jonas, porque eu prometo a você, você não vai ganhar contra mim.
Alfas e seus companheiros eram sagrados. Cada Casta abaixo de Jonas estava sob seu governo, não importa a espécie. Se eles estivessem em Haven, em seguida, sua presença foi o seu acordo de respeitar as regras da comunidade e pelos ditames estabelecidos por Wolfe, até que uma queixa formal pudesse ser apresentada e um tribunal de Castas reunido. E Jonas sabia.
Jonas recuou antes de se endireitar.
—Eu tenho a sua promessa, Alfa Gunnar, que esta Casta não vai deixar Haven com a Srta. Montague? Eu odiaria perder minha filha por causa da teimosia dele, ou a sua falta de previsão.
Não havia muitas Castas ou homens que poderiam se safar fazendo tal afirmação para o poderoso líder da comunidade Casta Lobo. O fato de que Jonas o fez, e iria fugir com ele, era uma prova do enorme poder que ele exercia como diretor do Washington, DC, Secretaria de Assuntos da Casta.
—Eu juro que não tenho nenhuma intenção de retirá-la da segurança de Haven se eu não sentir que a sua segurança seja ameaçada por estar aqui. — E essa era a única promessa que ele estava disposto a dar neste momento.
O fato de que Jonas não estava nem um pouco feliz com isso era evidente.
Inclinando-se, com as mãos contra a mesa, o diretor lançou um grunhido de advertência.
—Não cometa o erro de empurrar-me muito nisso, Styx. Não se engane, minha paciência está se esgotando. Se minha filha acabar pagando pela teimosia e ódio da Srta. Montague, então não tenho nenhuma dúvida maldita, que eu vou pedir a punição dela. Por toda a extensão da Lei da casta.
E Deus o ajudasse, mas não havia uma Casta em Haven que poderia culpar Jonas por isso, mesmo Styx.
Todos eles ficaram ainda mais tensos ao som da abertura da porta quarto em seguida.
—Uau, eu consigo ver uma briga de verdade? — Storme questionou ironicamente enquanto ela entrava na cozinha e lançava um olhar de enfado tanto para Styx, quanto para Jonas. — E vocês, Castas, nãosabem por que eu não me sinto segura em torno de qualquer um de vocês? Tudo o que vocês querem fazer é lutar. Se não com os seres humanos, então um com o outro. Existe uma hierarquia para quem começa a morrer primeiro, ou vocês tiram palitinhos?
Por um breve segundo, apesar do sarcasmo na voz dela, Styx jurou que só poderia detectar a dor e o remorso em sua voz, mas também a mais leve sugestão perfumando o ar.
Hope avançou neste momento.
—Senhorita Montague, você está na presença de um alfa da comunidade Casta. Eu exijo que você mostre a ele o respeito que você poderia mostrar a qualquer senador ou deputado deste país. — O tom frio e repreensivo de sua voz não tinha qualquer familiaridade com a moça que ela estava falando agora. Storme a ofendeu, e tinha quebrado uma lei não escrita de etiqueta, tanto quanto a Lupina estava preocupada. Ela tinha desrespeitado o alfa que tinha acabado de se levantar para ela de bom grado.
Essa Hope impactada, bem como a preocupação e a falta de entendimento sobre a jovem que retinha de informações vitais necessárias para salvar uma criança. Para a maioria das Castas, na verdade, todas as Castas, mas aqueles que ainda estão sob o controle do Conselho de Genética, havia poucas coisas mais importantes que uma criança.
—Você quer que eu cuspa nele? — Storme arregalou os olhos e olhou para trás de Hope com zombaria descrença. — Se você insistir, Sra. Gunnar, mas, honestamente, considerando o fato que eu não tive minha garganta arrancada ainda, e eu não tenha sido esfolada viva, eu pensei que eu, pelo menos por enquanto, daria-lhe o benefício da dúvida.
—Inaceitável. — Hope estalou. — Por que você não nos deixa todos sabemos quando você cresceu, Storme? Talvez então nós vamos começar a falar com você como se fosse uma adulta, ao invés de uma criança.
Para o qual Storme grunhiu:
—Desça do seu pedestal, Hope. Ambas sabemos que eu não vou me prostrar diante de uma única Casta neste lugar, e na primeira chance que eu tiver para fugir, então eu vou embora. Não vamos fingir que eu sou como qualquer um de vocês, e certamente não vamos fingir que qualquer Casta merece nada de mim. Se o seu precioso Lobo quer o meu respeito, então ele pode ganhar, assim como qualquer outro. — Seu olhar voltou para Wolfe enquanto ele olhava para ela com a intenção fria.
Quando abriu os lábios para dizer mais, Hope partiu com fúria gelada, o seu olhar brilhante com a frustração e a raiva que fabricada dentro de todos eles.
—Diga outra palavra desrespeitosa na presença do meu companheiro e alfa de Haven, e eu vou ter que amordaçar você sempre que estiver na presença dele novamente, — Disse Hope, enquanto seu companheiro se movia para mais perto. — Alfa Gunnar não tem que ganhar a maldita coisa de você, Storme. Ele ganhou isso no dia em que homens como seu pai decidiram criá-los para matar. No dia em que escapou ao invés de tomar uma vida humana inocente. Pense nisso antes de decidir insultá-lo ainda mais.
Este mundo não era onde insultos ao líder da comunidade poderiam ser tomados de ânimo leve, e não havia nada que Styx pudesse fazer para aliviar o castigo que sua companheira recebeu no momento.
Não era uma democracia como a que o país havia votado em tantos séculos atrás. Mas não era corrupto, e ele não era merecedor de seu desdém. Se ela fosse autorizada a continuar a ofender Wolfe, não importa a sua amizade e a lealdade que ele mostrou, Wolfe não teria escolha a não ser, no mínimo, deixar de conviver com ela, que por sua vez traria a censura da comunidade contra os dois.
—Styx, Hope. — Wolfe pôs a mão contra as costas de sua companheira e esfregou o queixo contra o topo de seu cabelo antes ficar de pé ao seu lado novamente. — A Srta. Montague não faz parte da comunidade e, portanto, eu posso entender sua ignorância quanto à etiqueta que temos em vigor aqui. — Afirmou Wolfe enquanto ele olhava de volta para Storme, seu olhar penetrante, comandante. — Nada mais será dito sobre isso, e estou certo de que não vai acontecer novamente. — Wolfe continuou a deter o olhar de Storme.
Styx podia sentir o conjunto rígido de seu corpo e mais uma vez pôde sentir o medo correndo por ela.
O deboche, o desrespeito deliberado, foram as únicas armas que ela tinha para exercer, no momento, e embora compreendesse as suas razões, ele não poderia permitir que isso continuasse. Afora o fato de que Wolfe e Hope eram seus líderes, eles eram merecedores de mais do que a língua afiada e insultos deliberados de Storme.
—Talvez seja a hora de irmos embora, Wolfe. — Hope encostou contra seu companheiro, sua expressão calma e não mais cheia de compaixão e calor enquanto ela olhava de volta para Storme. — Uma vez que Jonas e Styx resolvam essa situação, então nós podemos decidir o auxílio que Haven vai emprestar à Srta. Montague, se ela deve decidir deixar a nossa comunidade.
A implicação de que, neste momento, Hope realmente não daria a mínima ao que Storme fazia, foi clara.
—Eu acho que nós vamos acompanhá-los, Alfa Gunnar, Lupina. — Afirmou Rachel cuidadosamente enquanto ela se movia para o lado de Jonas. — Eu poderia descansar um pouco.
O olhar que ela deu a Storme foi cheio de dor. Ninguém sabia ao certo a informação que Storme carregava, mas Rachel estava desesperada para encontrar uma maneira de ajudar a sua filha antes que os problemas surgissem.
Jonas não disse nada. Ele olhou de volta para Storme com desprezo nos olhos prateados antes de virar e sair da cabana atrás de Wolfe e Hope. Navarro os seguiu, mas não antes que ele olhasse para trás em Storme com desgosto.
—Seu pai uma vez me disse que você tinha o coração do Leão, a coragem do Lobo e da lógica do Coiote. Diga-me, Storme, como você conseguiu enganá-lo a acreditar que realmente podia ser confiável para saber a quem dar essa informação?
Ela se encolheu enquanto o Lobo saia e fechava a porta suavemente atrás dele. Por um momento, a sala estava cheia de indecisão agonizante tal que tinha um cheiro próprio.
—Bem, se eu soubesse que era assim tão fácil se livrar deles, eu teria insultado-os mais cedo. — Ela empurrou para fora de seu controle antes de virar de frente para ele, a bravata na voz e na sua expressão dolorosa demais para testemunhar. — Vamos fazer o café da manhã ou discutir o resto da manhã? — Uma sobrancelha preta arqueada delgada zombando. — Pessoalmente, eu acho que eu prefiro comida.
Pessoalmente, preferia fazê-la e mostrando-lhe de uma vez por todas quem dominava aqui e quem iria segui as ordens. O lobo dentro dele estava andando, rosnando, exigindo que ele fizesse algo para lhe mostrar, para provar a ela, que o desprezo que derramou dela para ele e seu povo não seria tolerado. Apesar da dor e da indecisão com que ele sabia que ela estava lutando no momento, não importa o seu medo ou sua luta para aceitar sua situação atual, ele não poderia permitir que o desrespeito continuasse.
Não seria tolerado e não seria permitido.
—Eu posso fazer a sua estadia aqui mais fácil. — Deu-lhe um sorriso relaxado, confiante. — Ou eu posso te mostrar como lidamos com aqueles que querem ser considerados prisioneiros. Faça a sua escolha, doçura, antes de eu faça a escolha para você.
Hope Bainesmith Gunnar.
Storme lembrou-se da jovem com que tinha feito amizade mais de dez anos antes. Storme tinha dez anos, Hope estava agora com 30 anos de idade. Ela não parecia ter trinta. Ela não parecia diferente agora do que parecia quando ela estava no complexo Ômega e observava as Castas Lobo, como se buscasse um rosto conhecido, ou uma maneira de escapar.
Ou talvez até mesmo ambos.
Storme se lembrou do dia em que as notícias de sucesso da Casta Lobo sendo concedida a terra, no Colorado, em recompensa por parte dos Estados Unidos no financiamento do Conselho de Genética. Ela não tinha ouvido falar do Alfa da Casta Lobo antes disso, mas quando uma imagem tinha piscado de Wolfe Gunnar e sua nova esposa, a filha de uma cientista do Conselho, Storme sentiu seu estômago apertar em desespero e medo pela mulher jovem, que ela tinha uma vez admirado.
Ao longo dos anos, ela temia por Hope, preocupada com ela, apavorada, ela estava presa em um casamento que não poderia ter desejado.
No entanto, a Hope que tinha visto quando ela chegou a Haven, três dias antes, não era uma mulher presa em um relacionamento que ela não queria. A mulher que ela viu no pátio enorme que era o centro do bloco de casas não era uma mulher infeliz com sua vida ou com o marido.
Hope Bainesmith Gunnar era uma mulher muito contente com a vida e com a criatura que ela parecia amar.
Parada na porta traseira agora enquanto o crepúsculo se movia lentamente sobre a montanha, de braços cruzados, uma carranca no rosto, ela observava enquanto Hope brincava com uma criança da casa ao lado.
A criança pertencia a Aiden e Charity Chance. Aiden era o chefe de segurança de Haven se ela se lembrava corretamente. A cabana de dois andares para a direita da de Gunnar era a casa dos Chance. Não havia nada de ostentação ou de elite sobre a casa, apesar do lugar hierárquico dos Chances, no âmbito da manada de Haven.
Como a casa de Gunnar, e na casa pertencente a Jacob e Faith Arlington à esquerda dela, tinha dois andares, uma casa da cabana de madeira de estilo que combinava bem com as árvores que cresceram tanto em frente e dentro do pátio por trás dela.
Luzes penduradas nas árvores criavam uma iluminação suave e eficaz no pátio central. Cada uma das vinte casas ou mais foi construída longe o suficiente para preservar a privacidade, mas aberta para o projeto central para permitir a socialização completa.
Os lobos eram muito mais sociáveis do que os felinos, ela tinha ouvido falar, nesse caso, parece que a propaganda em favor das Castas era verdade.
Agora, enquanto as luzes iluminavam a área entre a casa de Styx e aquelas em frente, ela viu como aqueles que viveram dentro deste agrupamento centralizado vieram juntos.
Wolfe e Hope tinham saído em primeiro lugar, seguidos pelos Chances e os Arlingtons.
Charity Chance andava ao lado do marido, o alto e moreno, Aiden, enquanto ele carregava seu bebê confortavelmente contra o seu peito largo. Eles haviam se juntado a Hope e Wolfe num dos pontos de encontro equipados com mobiliário confortável ao ar livre, uma fogueira e churrasqueira e uma atraente cobertura acima que combinava com os ramos das árvores, em caso de chuva.
Jacob e Faith Arlington tinham seguido. Eles levaram alimentos. Jacob com sua coloração escura e acaju claro destacava para o seu cabelo tinha sido uma parte de várias equipes de castas enviadas para localizar os laboratórios escondidos do Conselho. Ele tinha sido fundamental para localizar e resgatar o raro, misterioso Casta alado. Sua esposa, Faith, era a ligação com diversos complexos e manadas que ainda estavam espalhados pelo mundo, a maioria na clandestinidade, era alta e elegante, seus longos cabelos escuros caindo sob seus ombros.
Ela ficou ao lado do marido na grelha, rindo, parecendo deliciar-se no que parecia ser a adoração pura, que enchia o rosto do marido.
As três Castas olhavam para suas esposas como se não houvesse nada na Terra que pudesse se comparar a elas.
Como isso poderia ser verdade? Era uma imagem muito diferente do que as sangrentas e atrocidades praticadas no seio das comunidades Castas, as imagens que as sociedades de puro sangue circulavam.
Enquanto alimento passava para a grelha, outros começaram a chegar, até que a área em breve tinha mais de duas dezenas de castas e alguns humanos. Havia alguns soldados americanos e pessoas de apoio técnico que trabalharam em Haven. Mas eram as Castas que ela assistia.
Muitos deles sentaram-se no perímetro exterior da festa de improviso, observando, conversando, devagar aquecendo para o riso e a camaradagem que parecia existir. Ela não sabia quanto tempo ficou ali observando, mas enquanto ela assistia, outros lentamente se aproximaram e passaram a fazer parte do grupo cheio de riso.
Ela estava lá há três dias, e cada noite, ela tinha estado aqui para ver como os moradores de Haven fluíam para dentro e para fora, movendo-se dentro da sua aceitação que o alfa deu tão livremente.
—Você pode ser uma parte disso.
Storme virou ao redor da voz suave do rosnar de Styx por trás dela.
Abandonando seus braços, ela enfiou as mãos nos bolsos da calça jeans emprestada e olhou para ele.
—Basta trazer de volta um pouco de comida, se você não se importar. — Os cheiros só eram suficientes para tentá-la a resvalar para a multidão de criaturas de dentes afiados, que ainda detinham o poder de aterrorizá-la.
Os olhos dele se estreitaram.
Cada vez que ele fazia a oferta de que ela poderia acompanhá-lo, cada vez ela recusou.
—Você poderia fazer um esforço para nos conhecer. — Ressaltou ele, sua voz afiada.
Storme encolheu os ombros.
—Eu só quero o alimento, Styx, eu não quero me tornar a refeição.
Um músculo na mandíbula dele flexionou bruscamente quando ela ergueu o queixo, desafiando-o a revidar. Storme tinha aprendido desde cedo que não era o tipo de agachar-se, tal como ela tinha aprendido que muitas vezes sua perseverança espertinha providenciava a distração necessária para um chacal ou soldado do Conselho baixar a guarda. Ela escapou muitas vezes usando essa estratégia.
E embora ela percebesse que não iria funcionar aqui, ainda, era um hábito tão enraizado que era quase natural. O que não era natural, porém, era a pequena alfinetada de culpa desta vez.
—Você acha que eu vou deixar você continuar com isso por mais tempo? — Sua cabeça inclinada para o lado, os longos fios de cabelo vermelho perverso caindo ao redor das escuras e selvagemente lavradas feições como uma pesada cortina de chamas.
Maldição, ele era muito atraente, mas então, todas as Castas, machos e fêmeas, foram concebidos para criar a imagem da atração sexual. Não havia Castas simples.
—Eu tento realmente duro não pensar nisso, enquanto estou aqui. — Ela informou-o firmemente. — Se eu realmente me permito pensar, então eu posso perder a minha sanidade mental no negócio. Este não é exatamente minha ideia de uma escapadela de férias, Lobo.
Irritação no nome queimava nos olhos dele e furou a sua consciência. Ela não conseguia entender por que ela sentia aquela chama de culpa, entretanto. Assim o que se conseguiu atingir um ponto sensível. A Casta que tinha assassinado seu irmão não teria se importado com o pescoço tenro de James que tinha sido cortado quando ele o abriu com os dentes. Nem estas Castas, supostamente mais honradas, perderiam o sono por ter rasgado a garganta dela se eles achassem que ela os tinha traído.
—Storme, você está criando uma situação para si mesma que você não pode querer entrar tão facilmente. — A alertou, seu tom escurecendo. — Eu sugiro que controle essa boca se eu fosse você.
Uma afiada, risada zombeteira saltou de seus lábios.
—Sim, eu vou ficar bem com isso, Lobo. Enquanto estou fazendo isso, porque você não busca alguma comida para nós?
Talvez ela devesse ter ouvido o seu conselho. Ou deixado de fora a palavra “buscar”. Qualquer um teria provavelmente funcionado, pensou, enquanto as mãos dele de repente agarraram os ombros dela e a puxaram de volta para ele, e com a cabeça abaixada. Ele a calou do modo mais eficaz do que se ele possuísse um botão de mudo em um controle remoto projetado apenas para ela.
Ele a beijou.
Ele roubou sua força, sua coragem e capacidade de protesto pelo simples ato de possuir seus lábios.
Ou talvez isso fosse o que ela estava tentando encontrar mais uma vez, ao invés de enfrentar a sua ira.
Seus lábios cobrindo os dela, a sensação de seu beijo, poderoso e dominante, enquanto toda ela acariciava os sentidos e trouxe à vida os sonhos que ela teve nas noites passadas, naquelas horas roubadas que tinham partilhado. As horas passadas no aperto de um desejo tão aquecido, impossível de negar que ela realmente tinha permitido uma Casta Lobo levá-la.
Havia algo mais ali do que a luxúria, entretanto. Enquanto seus braços a rodeavam, puxando-a mais perto do comprimento mais amplo do seu corpo, ela sentiu que algo mais se envolvia em torno dela.
Um calor, uma emoção aquecida, que ela não queria examinar ou conhecer a causa. Porque procurar muito profundamente poderia minar tudo em que ela já acreditava e tudo pelo que ela tinha lutado.
Ela queria viver este momento, para este beijo e a sensação de suas mãos empurrando debaixo da camiseta solta que ela usava, a acariciar a pele nua. O toque de suas mãos, ásperas e calejadas, acariciando contra sua carne, enquanto ele a puxou mais próximo.
Ele beijou-a com a demanda aquecida, comeu-lhe os lábios com uma fome masculina que atingiu diretamente o coração, o calor feminino crescendo dentro dela.
O lado sensual dela nunca tinha sido puxado para desimpedir o caminho que Styx projetou para ela. Ele abriu uma porta dentro dela que ela nunca havia conhecido a existência. Uma parte do que ela desejava que estivesse adormecido, mais uma vez ao invés de despertar para um homem que sabia que nunca poderia realmente ter.
Exceto por esse momento.
Enterrando as mãos em seus cabelos, ela segurou os fios grossos, enquanto uma mão curvava debaixo dela para levantá-la para ele e a outra envolvia o lado do seu seio, inchado e desacoplado. Usando a mão em seu traseiro para alavancagem, Storme levantou os joelhos para agarrar seus quadris e permitiu que o cume, pesado e rígido de seu pênis montasse contra o monte sensível de sua vagina através do fino jeans de verão que ela usava.
Era primoroso. Prazer queimava a ponta inchada de seu clitóris por baixo da calça jeans emprestada e umedecia as dobras sensíveis de sua vagina enquanto um sentimento de sensualidade exuberante a superava.
—Eu posso cheirar o seu calor. — Ele gemeu contra os lábios dela. — Como uma chuva de primavera suave, úmida e doce enquanto cai sobre mim.
A cabeça dela caiu para trás enquanto os dentes dele rasparam ao longo do pescoço dela. Deveria ter havido o medo, e ela não conseguia descobrir por que não houve. Por que a imagem terrível da morte de seu irmão não a assombrou quando ele mordiscava seu pescoço e passou os dentes ao longo da pele sensível?
Ela não conseguia entender, tudo o que sabia era que ao invés de visões de dor, o que ela viu foi uma explosão de luz e cor por trás das pálpebras fechadas, enquanto o prazer inundou o corpo dela.
Enquanto os joelhos agarravam os quadris dele, ela estava consciente dele, caminhando, movendo-se, até chegar na sala de estar e ela sentiu o couro liso, manteiga macia do sofá debaixo de suas costas.
Seus joelhos ainda agarravam os quadris dele, as mãos ainda se esconderam em seu cabelo, seus lábios se moviam de volta para o dela. Uma alfinetada pequena de seus dentes e ela se abriu para ele, sua língua encontrando a dele, lambendo, tomando, na corrida emocionante de sensações que veio com ele.
Que o gosto sutil de canela e chocolate encontrou seu paladar e a teve gemendo na decadência completo disso. A língua dele estava aquecida e quente, lambendo contra a dela, espalhando o gosto do beijo dele, provocando-a até que ela cercava e lutava para mantê-lo em sua boca, sugando-o com ávida chama de seus lábios enquanto ele bombeava entre os lábios.
Deus, era tão bom. Ela não podia suportar isso, ela se perguntava se ela jamais seria capaz de viver sem o desgosto de perder o prazer, o gosto e a sensação dele uma vez que isto acabasse e ela deixasse Haven.
Alongando abaixo dele, Storme sentia o gemido que vibrava em seu próprio peito, um contraponto humano ao rosnado metade animal de prazer que saía dele.
Pressionando o calcanhar no couro do sofá, ela arqueou para ele os seios e quadris pressionando para ele enquanto sua cabeça caia para trás, dando-lhe licença para acariciar a frágil linha de sua garganta.
O material de sua camiseta saiu de seu torso. Liberando o cabelo dele, Storme esticou os braços sobre a cabeça, permitindo-lhe tirar a camisa dela, antes que ele a jogasse fora e puxasse sua própria por sobre a cabeça.
Abrindo os cílios, Storme olhou para o guerreiro equilibrado em cima dela. Com os longos cabelos vermelhos, os olhos azul-marinho e os resistentes contornos rígidos do peito e bíceps musculosos, ele poderia ter sido um guerreiro de séculos passados. Um guerreiro, sedutor, dominante e determinado a possuir.
Levantando-se, voltando com um joelho no sofá, o outro no chão, ele arrastou os dedos para baixo do estômago dela para abrir o jeans dela.
Em poucos segundos eles estavam nus e Storme estava chegando para ele com toda a necessidade desesperada para o calor que era tanto uma parte dele.
—Ainda não. — Ele rosnou, empurrando as mãos dela para trás enquanto ele espalhava suas coxas e olhava para as dobras nuas de sua vagina. — Eu sonhei com saborear você, Storme. De lamber essa sedosa boceta nua, como o tratamento precioso eu sei que vai ser.
Seu útero fechou em resposta, um soco da sensação de vibração através dela enquanto a luxúria lanceava direto para o coração do seu sexo. Sob seu olhar escurecendo sentiu o calor nas dobras, tornarem-se mais rechonchudas enquanto seu clitóris inchava com a necessidade de responder.
—Toque-se para mim, moça. — Ele sussurrou, seu olhar sacudindo o dela antes de baixar novamente entre suas coxas. — Deixe-me ver o prazer que você pode dar a si mesma em primeiro lugar. Tente-me, moça, até que eu esteja pronto para queimar vivo para você.
Ela quase perdeu o fôlego, definitivamente, estava perdendo os sentidos. Enquanto Styx movia-se para se ajoelhar no chão ao lado dela, seus dedos deslizaram para baixo de seu estômago para o calor úmido de seu sexo.
Nunca havia se sentido tão sensual, tão sexual. Havia algo sobre esse desafio em seu olhar perverso que chamou a tentadora que ela sempre se perguntou se poderia ser.
Sua respiração ficou presa enquanto ela circulava o clitóris devagar e o peito de Styx tremeu com uma baixa vibração de prazer. Com uma mão ele segurava o eixo, duro liberado de seu pênis enquanto ele apertava as coxas dela mais distantes com a outra mão.
As dobras nuas sob os dedos separavam enquanto os sucos deslizados de sua excitação se pegavam a seus dedos. O toque de seus dedos acariciando a própria carne, sensível e íntima raramente a levou à liberação. Mas enquanto ele olhava, seu olhar escuro, sua expressão forte, ela sentiu o prazer começar a gravar ao longo de sua carne e se instalar nos tecidos sensíveis de sua vagina.
Seu toque mudou-se para o clitóris enquanto ele separava as dobras íntimas com os dedos, separando-a, enviando foguetes rápidos de calor desesperados explodindo por sua boceta e viajavam através de seu corpo enquanto ele a olhava se acarinhando.
—Lá, amor. — Ele sussurrou. — Acaricie seu belo clitóris, mostre-me o prazer como se eu sentisse a tremer por você.
Sua cabeça torcia sobre as almofadas de couro enquanto os quadris arqueavam, dirigindo a penetração mais profunda. Ela o queria dentro dela, o queria enchendo-a. Movendo-se contra seu clitóris, seus dedos provocaram um prazer requintado. Abrindo os olhos, olhou para ele, um som choramingado de necessidade angustiante passou por seus lábios.
—Diga-me o que você precisa, moça. — Ele sussurrou enquanto seus dedos separaram os lábios inchados e acariciavam as bordas da abertura do seu sexo com firmes carícias sensuais.
—Você sabe o que eu preciso. — Ela ofegou, lutando para respirar enquanto a fome por isso atingiu seu útero, apertando-o quase com violência.
—Não, moça, não a menos que você me diga. — Pediu a ela, sua voz firme, profunda e áspera. — Diga-me, pequena Storme. Diga-me o que você precisa.
Ai, Senhor! Ela não podia lidar com isso. Ela precisava dele, tanto que era como um vício.
—Foda-me Styx.
—Ah, moça, então eu não vou ser capaz de ver você afagar seu clitóris pequenino. Em breve, eu prometo.
Ela balançou a cabeça desesperadamente enquanto ele esfregava a entrada confortável para a vagina dela, brincava com ela, acariciando-a enquanto ela arqueava para mais perto, tentando forçar os dedos dentro dela.
—Não há algo que posso fazer por você em vez disso, amor?
Ela olhou para ele, sua língua atropelando seus lábios quando ela se enchia de coragem.
—Foda-me, Styx. — Ela gemeu novamente. — Com os dedos. — A sensação furou o clitóris enquanto ela acariciava, enquanto ela falava da necessidade rasgando-a. — Encha-me. Por favor, me preencha.
Um grito saiu dela. Seus quadris se sacudiram, arqueando alto enquanto um dedo empurrou profundo e duro dentro dos músculos sensíveis, separando-os com uma estocada rápida e ardente de puro prazer.
Ela estava queimando fora de controle.
Enquanto seus dedos se moviam sobre seu clitóris, acariciando de encontro ao lado do botão tenro e as coxas dela se espalhavam mais, ela suspirou.
—Mais. Styx, por favor. Por favor, mais.
Ela precisava da sensação de ardor. Ela precisava da extremidade do prazer/dor, que ela sabia que ele poderia lhe dar.
Fragmentos de calor pinçavam na vagina, enrolando em seu clitóris e enviado a umidade aquecida de sua excitação para revestir os dedos enquanto seus quadris se contorciam sob seu toque combinado.
Ela queria implorar, mas ela mal podia respirar pela necessidade. Ela queria gritar para ele...
—Não! — Ela gemeu roucamente. — Por favor, Styx. Mais.
O empurrão seguinte foi brutalmente quente, enchendo-a, dando-lhe uma medida pequena do calor puro que ela estava implorando para que ele colocasse dois dedos dentro dela.
—Oh, Deus, sim! — Seus dedos se moviam rapidamente, mais duro contra o broto tenro de seu clitóris enquanto sentia as ondas de liberação iminente começando a subir dentro dela.
Ela estava tão perto. Ela podia sentir o nó duro do seu clitóris latejando na necessidade, a demanda dolorosa para a o orgasmo rasgando enquanto ela soluçava em angústia.
Nunca tinha estado tão perto e ao mesmo tempo tão longe de encontrar a liberação. Olhos fechados, lábios entreabertos, ela passou os dedos sobre o botão ultrassensível de nervos enquanto um gemido de desespero conseguiu passar nos lábios.
Ela não podia fazê-lo.
Respiração dura, cada suspiro uma batalha desigual para retirar ar, Storme lutou para encontrar a liberação. Pairou apenas fora do alcance, uma tentação, uma promessa de prazer-relâmpago rápido, brutal, se ela pudesse apenas empurrar-se sobre a borda.
—Styx! — Seus quadris agitados, lançando-se em cada um dos dedos penetrando enquanto sentia as lágrimas enchendo seus olhos.
Cada carícia dentro dela só aumentava a maior agonia.
—Por favor! Por favor, Styx... — Sua cabeça jogou enquanto os dedos lutavam para se mover mais rápido, mais duro, contra o clitóris. — Eu não posso. — Severo e quebrado, o som de sua voz a teria chocado se ela tivesse o bom senso de entender o desespero nela. — Por favor! Por favor, faça-me gozar...
Olhando para ele, ela tentou encontrar no passado o que considerou que estava deixando o prazer final inalcançável. Cada impulso de seus dedos, cada traço de sua própria base até as sensações que sentia como se ela mal pudesse respirar. Até que nada mais importava, nem mesmo um sopro, exceto as ondas de êxtase crescendo dentro dela.
Olhando para ele, os lábios entreabertos, ela sussurrou:
—Por favor, faça-me gozar.
Um rosnado arrancado de seu peito, e um segundo depois ele roçava os dedos de lado apenas para substituir o seu contacto com o calor aquecido e a pressão de sucção dos lábios dele.
Sua língua estalou com o calor ardente acima do broto apertado de seu clitóris, acariciou, lambeu, e em poucos segundos atirou Storme em um lançamento que a teve deixando para trás um grito de êxtase puro.
Arqueando as coxas apertadas, tremores corriam sobre seu corpo sentia as explosões ardentes rasgando-a enquanto ele subia sobre ela com um gemido faminto.
Antes do último estremecimento de realização correr através dela, a sensação da cabeça larga e quente do membro dele pressionado entre as pregas lisas de sua vagina começar um firme, exigente movimento de balanço que se estendeu sua carne e o enterrou, centímetro por centímetro, no interior dos músculos tremendo enquanto apertavam e agarravam a carne endurecida.
Ela sentiu o jorro aquecido de pré-sêmen, e lutou contra aquela pequena voz irritante na parte traseira de sua mente que avisou que algo não estava normal. Mas pouco depois o calor a encheu, o prazer se intensificou.
O calor dentro de sua vagina subiu, inundando a carne emocionada, com ondas de sensação enquanto relaxava marginalmente, tomando o membro de ferro duro, largo, com um excitante prazer-dor.
Suas mãos agarraram os bíceps dele, fincando as unhas na pele dura enquanto ele trabalhava o eixo quente dentro dela, os jatos de pré-sêmen sensibilizando-a com cada explosão dentro de sua vagina enquanto as sensações adicionais provocavam um incêndio de luxúria que rapidamente queimava fora de controle.
Êxtase surgiu através dela. A sensação do pênis dele a esticá-la ao seu limite mais distante, queimando-a com prazer-dor, arrancou um grito choramingado de seus lábios.
Ela estava queimando por ele. Ansiando por mais. Destruindo-se com a necessidade de um homem que ela sabia que não podia manter.
Styx cerrou os dentes e lutou contra o crescente fluxo de fome pura, nua, diferente de tudo que ele havia conhecido antes. O aperto da vagina dela em torno da carne dolorosamente apertada de seu pênis era agonia e êxtase. O ondular dos músculos tocava e acariciava, apertava a crista sensível e enviava dedos brutais de sensações rasgando pelo eixo, suas bolas, então acima de sua coluna vertebral.
Deus o ajudasse, o prazer nunca tinha sido tão intenso. Ele beirava a dor de tão avassaladora.
Abaixo dele, Storme arqueava mais perto, suas pernas levantando, joelhos, agarrando seus quadris enquanto ele acariciava mais profundo dentro dela, se alojando ao máximo e sentindo as bolas dele apertarem na liberação iminente.
Sob a carne dolorosamente apertada de seu pênis, ele podia sentir o pulso do aperto da cópula única da fisiologia da Casta, entretanto, se recusando a sair. O nó era suposto ser o prazer do acasalamento e era geralmente acompanhado por jorros aquecidos de uma lubrificação pré-sêmen que aliviava a musculatura feminina e sensibilizava-os ainda mais.
Ainda que a resposta a sua companheira fosse retida. Ele pulsava e doía para ser liberado, mas se recusava a crescer em resposta à formação de lançamento em suas bolas.
Nunca em sua vida ele quis alguma coisa como ele queria enchê-la, a experiência que o calor de acasalamento e a ligação que acontecia quando dois companheiros estavam presos juntos, incapazes de se separar, pulsando em um prazer que não podiam negar.
Movendo-se contra ela, ele cerrou os dentes enquanto ele acariciava dentro dela, mais forte, mais rápido. O nó devia surgir com a liberação. Talvez neste momento. Se ele transasse com ela após a liberação dela, segurando o maior tempo possível, cederia a necessidade de travar os dentes em seu ombro, ele a encheria com seu gozo, então talvez o nó de acasalamento surgisse. Talvez a agonia da necessidade aliviasse.
Bombeando mais duro, sua respiração dura enquanto ele liberava o aroma iminente de sua companheira se arqueando e gemendo debaixo dele, Styx sentiu a boceta dela apertar ainda mais, crescendo mais quente, ondulando, tremendo, até que ela estremeceu em seus braços e ele sentiu o derramamento de seus sucos ao longo da dolorosa dureza do seu pênis.
Lá. Seus dentes trancaram no ombro dela, enquanto ele sentia a explosão rolar pelo seu corpo novamente. Bem ali. Deus, ele não podia mais aguentar. Ele estava perdendo a cabeça, perdendo seu controle.
Sua liberação jorrou dura e com uma chama de êxtase da cabeça de seu pênis, enchendo-a, enviando uma onda de calor ardente correndo através de seu corpo.
Mas a conclusão ficou aquém da necessidade. Seu pênis pulsava e empurrava, derramando seu sêmen enquanto prazer remexia as terminações nervosas. Mas ainda assim, algo estava faltando. A dor do pulsar no centro do seu eixo recusou-se a reduzir, recusou-se a permitir que ele se esquecesse de que por alguma razão, ele não conseguia acasalar com sua companheira.
Enquanto a noite espalhava um manto de veludo negro sobre as montanhas e a névoa subia do lago fresco da montanha para criar uma espuma de mistério em torno da pequena comunidade de Haven, Styx fez o seu caminho para a base da montanha e a cabana que ficava perto da entrada das instalações científicas das Castas. Dedos de umidade desciam das árvores, se envolvendo em torno dele como uma amante, uma sensação de conforto enquanto Styx movia-se ao longo do caminho que o afastava do bloco principal de casas para a casa da Dra. Nikki Armani.
A porta estava aberta, a luz suave derramando da cozinha enquanto a Dra. Armani se sentava à mesa da cozinha, cercada por pilhas e pilhas de arquivos em papel que tinham sido tirados de vários laboratórios durante o resgate das Castas.
A médica humana tinha trabalhado com as Castas desde que ela era pouco mais que uma menina. Um gênio no sequenciamento genético e as complicações da fusão do DNA humano e animal, era considerada um tesouro pelo Conselho, e única esperança das Castas Lobo para compreender o seu próprio DNA e o fenômeno do calor do acasalamento.
Ao contrário da Casta Felina, companheiros da Casta Lobo raramente concebiam. Havia poucas crianças para compensar os perigos do calor do acasalamento e os custos de esconder a diminuição da idade que vinha com ele.
—Styx? — Ela olhou para cima, as feições escurecidas de seu rosto se apertando em preocupação enquanto ela se levantava. — Está tudo bem?
Inferno que não, não estava.
—Está ficando cada vez pior. — Ele limpou a garganta, sem saber como efetivamente verbalizar o fato de que ele ainda não conseguia acasalar com sua companheira.
—Venha, eu vou arranjar uma xícara de café descafeinado e eu vou lhe dizer no que eu tenho trabalhado.
—Nenhum Café, Nikki. — Ele balançou a cabeça enquanto ele parou na entrada da cozinha. — Você tem que me dizer o que diabos está acontecendo aqui antes que essa necessidade me deixe louco.
Ela olhou para ele enquanto permaneceu na mesa por longos momentos. Finalmente, ela balançou a cabeça lentamente.
—Os sintomas pioraram ainda mais? Os testes que fizemos mostraram compatibilidade para acasalamento, e há pequenas quantidades do hormônio do acasalamento em sua saliva e sêmen. Deveria ter progredido até agora.
—As glândulas debaixo da minha língua, passaram de uma coceira a uma maldita dor, mas elas não incharam. Eu tenho um tesão danado que está me deixando louco, e a pressão do nó de acasalamento que nunca emerge durante o sexo. — Declarou enquanto ela franzia o cenho para ele. — Nikki, isso está exigindo todo o meu controle aqui. É tudo que eu posso fazer para não perder a cabeça quando estou com ela. Inferno, eu mal consigo pensar tempo suficiente para tirar a nossa maldita roupa.
Inferno, isso foi mais difícil do que ele pensava que seria. Ele não queria estar aqui e declarar a sua falha em continuar a reivindicar a sua companheira para ninguém, muito menos a cientista da Casta encarregada de descobrir porque isso seria um fracasso para começar.
—As glândulas doem? — Esfregou os ouvidos, um gesto que anunciava sua confusão. — Isso não é comum. As glândulas normalmente incham. Será que ela tem algum sintoma?
—Uns poucos. — Passou as mãos pelo cabelo, cansado, ele soprou com força. — O menor cheiro de chocolate e canela. Hoje à noite, houve um leve cheiro de calor, mas recuou antes que ela encontrasse a sua liberação.
—Abster-se como eu sugeri não funcionou, então? Também não tornou a necessidade maior? — Perguntou.
—Para mim. — Ele fez uma careta. — Ela não me recusa, mas droga, Nikki. — Ele rosnou: — Eu posso tudo, menos ouvir a sua maldição, pois o prazer é maior do que ela quer rejeitar. Ela me quer, mas eu sinto que ela odeia o fato de que ela quer.
Não importa o quão duro ele tentasse, não conseguia acalmar a necessidade de levá-la, de tomá-la, de bombear dentro dela até que talvez ele pudesse deixar a satisfação finalmente livre.
Esta noite, porém, enquanto ela virava as costas para ele e colocava os braços em volta de si, ele se perguntou se ela estava deitada ali se esfolando por ceder à fome.
Ela não chorou, não havia cheiro de dor, mas o que ele sentiu, uma emoção, escura e confusa, tinha apertado o peito com a necessidade de confortá-la.
Nikki cruzou os braços sobre os seios, bem como ele tinha visto Storme fazer quando ela estava tentando descobrir alguma coisa, ou quando ela estava pensando em sua próxima tirada sarcástica.
—Quão longe a intimidade foi? — Ela perguntou.
—Na medida em que pôde ir. — Ele rosnou, decidindo-se a se livrar dessa dor. — As glândulas doem como se estivessem bloqueadas. Minha carne está sensível, como um formigamento leve abaixo da pele. A necessidade dela está sempre presente, mas não dolorosa, e posso sentir o nó se formando, mas nunca aparece. Tanto quanto eu posso dizer, ela não tem nenhum dos sintomas.
Nikki piscou para ele, incrédula, e ele seria maldito se pudesse culpá-la. Ele estava confuso como o inferno.
Empurrando os dedos pelos cabelos de novo, ele soltou outro suspiro, duro, áspero.
—Eu não sei o que diabos está acontecendo, Nikki, mas eu conheço Jonas. Ele está fazendo ameaças de ir antes ao Gabinete da Casta para colocá-la sob a Lei da Casta. Ele está determinado a forçá-la a desistir de qualquer informação que ela tenha, e eu não posso permitir que ele a leve. Você tem que provar a compatibilidade de acasalamento, mesmo se nada mais der certo.
Descrença calma encheu o rosto dela.
—Provar a compatibilidade não é um problema, Styx, mas nada disto faz sentido. De acordo com os testes que eu conduzi, ambos deveriam estar em pleno calor do acasalamento. — Ela balançou a cabeça. — Você não pode quase acasalar com sua companheira.
—Então explique isso. — Ele rosnou, sentindo a imperativa demanda do lobo uivando dentro dele. — Ela é minha, Nikki, eu sei que ela é. O animal sente isso, mas o calor do acasalamento está justo fora de alcance. Explique-me o que diabos está acontecendo antes que me deixe louco.
Ele tentou ficar longe dela. Ele cogitou tentar encontrar uma outra amante, mas o pensamento daquilo nada trouxe além de desgosto. Ele passava a maior parte de seu tempo tentando descobrir como bloquear Jonas ao invés de descobrir o que diabos estava acontecendo com seu próprio corpo. Não que ele tivesse todas as respostas lá tampouco.
—Inferno. — Ela finalmente soprou roucamente enquanto ela encarava os arquivos empilhados ao seu redor. — Eu já passei por cada arquivo que eu tenho de experimentos realizados nos laboratórios para o fenômeno que chamaram de febre selvagem, bem como a febre do acasalamento. As únicas referências que eu posso encontrar qualquer coisa como esta, são a respeito de alguns dos maiores assassinos treinados, bem como uma operação profundamente escondida que o Conselho usou como uma prostituta glorificada. Em cada caso, as Castas estavam em posições onde o calor de acasalamento teria arriscado o companheiro, ou mesmo aqueles que foram responsáveis por isso nos laboratórios.
—Um bloqueio subconsciente do calor, então? — Ele meditou, pensativo. Era algo que ele não havia considerado.
—Este vai ser um inferno de uma bagunça, Styx. — Disse e suspirou quando ela olhou de volta para as pilhas de arquivos, então se virou para ele com uma careta. — Eu posso provar a compatibilidade, eu posso provar o hormônio sexual em seu sistema, mas apenas em quantidades ínfimas. Eu não sei se isso vai ser suficiente para bloquear Jonas de colocá-la sob os encargos da Lei da Casta.
—Considere isso como um desafio. — Ele rosnou. — Eu não ligo para o que você tiver que fazer, Nikki, mas se você não me ajudar aqui, então eu vou acabar caindo sob a Lei da Casta por mim mesmo. Eu fugirei com ela. Eu não vou deixar que ele a leve de mim.
Esta confissão não tinha sido fácil de fazer. Styx tomou seu juramento de lealdade para com as Castas, os Lobos e à Agência, o qual ele havia jurado, quando ele aceitou o cargo de Executor, muito seriamente. O pensamento de quebrar o juramento o encheu com dor, com um sentimento de perda.
Haven, a comunidade Lobo que tinha construído aqui era sua família, era seu lar. Deixá-la nunca seria feito facilmente, mas por sua companheira ele iria fazê-lo de bom grado. Para proteger a sua companheira, ele iria quebrar qualquer voto, trair qualquer juramento que a colocasse em perigo.
—Um destes dias alguém vai matar Jonas Wyatt e, provavelmente, dar a sua companheira uma vida de paz. — Nikki, finalmente, grunhiu enquanto ela apoiava uma mão no quadril e esfregava o queixo com os dedos da outra. — Então nós temos que encontrar uma maneira de bloquear Jonas enquanto trabalhamos nas razões pelas quais o seu lobo está se contendo
Styx estreitou os olhos para ela.
—Meu Lobo não está se contendo, Nikki. Se alguma coisa, está lutando por uma posição dominante. Não é minha genética de Casta hesitar. Eu suspeito que seja Storme. Meu Lobo não permitirá que ela seja forçada. Talvez neste momento de calor de acasalamento seja algo que ela não seria capaz de equilibrar com o conflito com suas emoções que estão aumentando dentro dela.
Ela assentiu com a cabeça lentamente, embora a sua expressão fosse de pura confusão. A mesma confusão o enchia.
—Isso poderia ser possível, embora eu não tenha sido capaz de tirar uma conclusão com base nos testes até agora. Quando eu recolher mais amostras de manhã, talvez, se, como você diz, você detectou o odor de acasalamento, recentemente, eles vão aparecer mais.
Styx balançou a cabeça.
—Descubra isso, Nikki. A fome está furiosa dentro de mim. Eu juro, parece uma febre que está crescendo mais e mais. Se algo não acontecer em breve, uma vez que ela seja solta eu posso não ser capaz de controlar o lado mais animalesco lutando para ficar livre.
O lado que iria aterrorizar sua companheira. A fome que não seria aliviada, uma possessão que ela não poderia entender, e nunca poderia perdoá-lo.
Dominância era uma característica da Casta, mas as castas Lobo, em especial tinham isso em dose dupla. Mesmo os Coiotes não tinham a mesma necessidade, intensa queimando de domínio sobre suas companheiras como as castas Lobo tinham. Um domínio que saia sexualmente e, muitas vezes, quando desafiados, aglutinaram-se em uma forte necessidade de forçar a submissão de suas companheiras. Quando um companheiro colocava em perigo a sua própria vida, ou o acasalamento, a genética animal revidava com um soco e se transformava em uma fome ardente por um ato que marcaria o domínio do Lobo, no subconsciente do seu companheiro.
Não era algo que Styx gostava de admitir, que o Lobo, a partir do qual ele foi criado poderia tornar-se tão esmagador. Inferno, isso nunca tinha acontecido antes, e ele não estava certo de como lidar com isso agora.
Só o que sabia era que algo tinha que ser feito.
—Deixe-me tirar mais amostras de você esta noite, então eu vou ver o que eles mostram no período da manhã também. — Nikki se virou e correu para um quarto de armazenamento ao lado da cozinha. Ela voltou momentos depois com a pesada bolsa preta que ela carregava com ela, sempre que deixava sua cabana.
Colocando a bolsa sobre a mesa, ela a abriu e levantou dois recipientes de amostra selados de dentro da bolsa.
—Urina e sêmen. — Ela pressionou os copos esterilizados em sua mão. — Nós vamos pegar sangue e saliva, quando você voltar.
Ela virou-se dele enquanto ele olhava para os copos de plástico com um sentimento de resignação. Ele podia sentir a sua solteirice sendo drenada de seu corpo, mas em lugar da fraqueza que ele pensou que iria sentir, só podia ter uma sensação de perigo iminente.
Se ele não resolvesse isso, se ele não reclamasse a sua companheira, então ele poderia perdê-la para sempre. E perder sua sarcástica, vulnerável e escandalosa Storme, o que não era algo a que ele poderia imaginar sobreviver.
Storme observava em silêncio enquanto a Dra. Armani extraiu o quarto frasco de sangue da pressão da seringa antes de armazenar o material que ela usou durante as várias passadas horas atrás na antiquada e pesada bolsa preta que ela carregava.
Ela chegou como sempre, mas esta manhã, ela pareceu mais preocupada que o normal.
A saliva e as secreções vaginais tinham sido tomadas, uma raspadura de pele da coxa interna de Storme como também do seu braço; a mordida que Styx deu nela na noite anterior foi esfregada com cotonete e quatro frascos de sangue foram retirados.
—Raças são contagiosos? — Ela perguntou quando a doutora estalou a tampa para fechar na bolsa.
Ela não podia imaginar qualquer outra razão para as amostras estarem sendo tiradas todo dia. Ela viveu tempo suficiente nos laboratórios para saber certos procedimentos. Podia fazer dez anos desde que ela esteve lá, mas ela claramente lembrou-se de seu pai esfregando com cotonete sua bochecha interna e tomando sangue quando quaisquer das Raças nos laboratórios pareceram estar doentes.
O cotonete e as amostras vaginais eram algo novo, mas ela deu permissão para procedimentos mais completos de prova e melhores procedimentos foram desenvolvidos nos últimos dez anos.
—Ninguém é contagioso, Srta. Montague. — A doutora deu seu sorriso fresco quando ela desnudou-se das luvas médicas que havia vestido e empurrou-as nos bolsos de seu jaleco.
— Então por que o exame e as amostras todo dia? — Ela acenou sua mão em direção à bolsa onde a doutora armazenou os vários frascos. — Quando nós estávamos nos laboratórios, eles só fizeram isto quando eles pensavam que uma Raça poderia ser contagiosa.
— Existem outras razões. — A doutora escovou de volta a massa longa de tranças que balançava acima de seus ombros, antes de se sentar na cadeira próximo à cama.
— E quais outras razões poderiam ser? — Storme cruzou seus braços acima de seus peitos e olhou fixamente de volta para doutora investigando.
Ela não confiava completamente em Nikki Armani. A outra mulher era uma doutora da Raça e, de acordo com muitos relatórios das sociedades de sangue puro, trabalhara contra o Conselho até quando ela era uma parte disto.
— Você tem se sentido desconfortável? Algumas reações incomuns de qualquer maneira? — A doutora perguntou ao invés.
—Como o que? — Storme fez uma cara de surpresa. — O que você está procurando, Dr. Armani?
—Algumas respostas. — A doutora permaneceu fria e imperturbável. — A todo mundo que entra em Haven, é exigido fazer exames, para sua proteção como também para a nossa.
—Você conversa como se você fosse uma Raça. — Storme comentou. — Você não é. Você é humana.
Nikki balançou sua cabeça e olhou fixamente para ela curiosamente.
—Não existe nenhuma distinção aos meus olhos, Storme, e de acordo com as leis da Raça, não existe nenhuma distinção nos olhos dos tribunais mundiais.
Isso não significava que não existisse uma distinção. Simplesmente significava que as partes humanas das Raças eram fortes o suficiente para encorajar a simpatia no mundo politicamente correto e politicamente desconfiado do momento.
Não que o que tinha sido feito para as Raças podiam já ser consideradas certas ou erradas, mas isso não fizeram deles humanos também.
—Mas você sabe que não é verdade. — Ela suavemente disse. — Você trabalhou nos laboratórios, Dra. Armani, você sabe que eles não são humanos.
O olhar de Armani ficou pensativo um segundo antes de um resplendor de condenação enchê-los.
—Storme, eu tenho pena você, e eu tenho pena daqueles que como você se recusam a reconhecer a força muito sem igual de humanidade da Raça.
—Eu respeito sua força, Dra. Armani. — Ela suavemente disse. — Da mesma maneira que eu respeito à força e inteligência de seus primos animais. Mas como as criaturas cuja genética eles levam, eu sou mais preparada do que despir minha garganta para eles. Eu aprendi melhor do modo duro.
Assistindo seu irmão morrer na extremidade afiada, sanguinária de dentes da Raça de Coiote.
A doutora se debruçou adiante lentamente.
—Quando Styx beija você, existe uma diferença, Srta. Montague, entre seu beijo e o beijo de um homem que não é uma Raça? Quando aquele homem faz amor com você, quando ele toca em você, você está com um homem ou com um animal? Diga a mim. — Ela olhou a marca no pescoço de Storme. — Você despe seu pescoço para ele?
—Existe ainda uma diferença. — Ela sussurrou. — É só uma que você não quer reconhecer.
O outro sorriso da mulher era cheio de pena e com raiva.
—Eu lembro quando meu avô contava a nós histórias dos conflitos raciais no último século. Nós, como crianças birraciais éramos consideradas menos que humano por causa da cor de nossa pele, ou a cor da pele dos nossos pais. Tribunais debatiam, irmãos eram separados, e uma guerra era lutada para apoiar o valor de nossa humanidade. Simplesmente porque estes homens e mulheres eram forçados a levar a genética dos orgulhosos e altamente caçadores inteligentes não faz deles menos humanos para isto. Se você quiser minha opinião, faz eles de longe superior a nós bem no fato que diferentemente de nós, eles sabem o valor de vida.
A doutora não fez tempestade no quarto, ela mexeu-se lentamente, agitou sua cabeça para Storme com desgosto, levantou sua bolsa e caminhou calmamente para longe.
E ainda assim, ela não havia respondido as perguntas de Storme. Por que as amostras eram precisadas, e o que eles eram prova? Mas o que ela deixou para Storme era um abastecimento de mente com até mais conflitos que antes.
Não existia nada diferente no sexo com Styx, diferente do prazer. Ele podia tocá-la, e sua taxa de coração triplicava, beijá-la e ela perderia seus sentidos para qualquer coisa exceto o prazer daquele beijo, e quando ele fazia amor com ela, ele fazia amor com ela com todo o prazer faminto, intenso que uma mulher podia sonhar. Existiam tempos que ele a fez sentir sua própria feminilidade com tal força aguda que quase a subjugou.
Ele a fez se sentir como uma mulher que segurava a atenção completa do seu amante, sua absorção. E isso era algo que ela nunca tinha conhecido antes.
Quando ele a segurou, ela não o considerou um animal. Na luz fria do dia ela se perguntava por que diabos ela estava se deixando ficar envolvida, mas apenas porque ela podia sentir suas emoções e seus sentimentos mudando. E isso a apavorou, porque ela soube que também mudaria o curso inteiro do que ela fixou para sua vida.
— Oi, alguém aqui? — A saudação foi bem sucedida para o quarto, de uma voz que ela conheceu que podia pertencer a só uma pessoa. — Styx, vamos, querido, eu trouxe o chocolate e o vinho para você conferir.
A cabeça de Storme estalou ao redor, estreitando os olhos, uma forma talhada de andar no quarto como se ela estivesse bem acostumada a estar lá.
Cassandra Sinclair. Dezenove anos de idade, a única mistura de Lobo/Coiote criada, e espalhava ser a autoridade dianteira em Lei da Raça, ela permaneceu na entrada, debruçando-se contra a armação como se ela possuísse o lugar. Seus olhos estreitados em Storme, sua expressão lisa, mas com uma sugestão de condescendência.
Vestida de calção jeans e apenas um tope em formato V nas costas, seus peitos cheios apertando contra o top, obviamente sem sutiã, enquanto mechas de cachos longos, luxuriantes pretos caíam para seus quadris e ao redor de seus ombros, ela parecia com uma Lolita adolescente vestida para seduzir, em lugar do gênio legal que ela era para ser.
Cassandra Sinclair era altamente solicitada depois do preço que o Conselho de Genética colocou em sua cabeça por causa de sua condição de Raça sem igual, criada in vitro para sua mãe. A mistura do DNA de Coiote e de Lobo falhou em todas as tentativas dos cientistas, até o sucesso com a mãe de Cassandra.
Olhos de um azul pálido perambularam acima de Storme, avaliando-a, e se a mensagem que ela viu na menina fosse algo a se pensar, ela definitivamente não era considerada uma ameaça qualquer para quaisquer planos que a mulher mais jovem poderia ter para Styx.
Chocolate e vinho? Oh não, Storme não achava.
— Styx não está aqui. — Ela se moveu do lado da cama e confrontou a menina cautelosamente. — E eu penso que você está ciente do fato que ele não está.
Uma sobrancelha preta curvada com arrogância feminina.
—Bem, se eu soubesse que ele não estava aqui, então eu teria olhado em outro lugar. — Existia uma veia de riso, uma extremidade de escárnio, no tom de Cassandra quando ela olhou fixamente em torno do quarto. — Normalmente, ele é bastante fácil de achar. Eu pergunto-me por que ele está se escondendo. — Nenhuma dúvida, ela acreditou que ele estava se escondendo de Storme.
Storme balançou sua cabeça e olhou fixamente para ela, perguntando-se por que a menina não perguntava a ela onde Styx estava em lugar de por que ele não estava lá.
— Styx não teria dito a você onde ele estaria. — Cassandra suavemente disse, aquele sorriso em seus lábios enviando um sorriso de descrença que rasgou por ela. Cassandra não podia ter sabido o que ela estava pensando. — É óbvio pelas barras nas janelas e os guardas lá fora de que você é uma prisioneira, então eu acho que seria bastante inútil para informar a você qual é seu paradeiro?
Colocada como uma pergunta, mas Storme não podia abandonar o sentimento de que era deliberado, mais do que ela podia ignorar o resplendor naqueles olhos azul claro. Eles eram tão misteriosos quanto o olhar prata de Jonas Wyatt.
— Já que você sabe que eu sou uma prisioneira aqui, então por que me aborrecer e entrar aqui para procurar por Styx? — Storme perguntou, a confrontando quando ela cruzou seus braços acima de sua camiseta emprestada.
Os lábios de Cassandra torceram novamente.
—Eu terei que conversar com Styx sobre emprestar minhas roupas sem minha permissão. Isto é uma de minhas camisetas favoritas. — Existia uma extremidade de raiva na voz da menina, uma extremidade que disse que ela não estava contente por inteirar-se que Styx emprestou a Storme qualquer coisa que pertencesse a ela.
— Eu esqueci essas roupas aqui, agora que eu penso sobre isso. — Cassandra murmurou. — Elas parecem muito melhores em mim.
A calça jeans estava um pouco longa. Cassandra era uma polegada ou pouco mais alta que Storme, com uma figura flexível, mais esbelta. Storme soube que ela era um pouco hippie , e isso fez a calça jeans bastante agradável. Os peitos de Cassandra poderiam ser mais cheios, o que explicou por que a camiseta estava só um pouco solta.
Os lábios de Storme apertaram-se.
—Você quer a roupa de volta? — Ela perguntou com falsa doçura.
— Você podia lavar elas primeiros. — Cassandra encolheu os ombros. — Eu espero que você vista calcinha.
Storme respirou profundamente. A outra menina estava sendo malditamente maliciosa para uma Raça de Lobo.
— Na verdade, eu não uso. — Storme demorou. — Mas eu terei certeza que a calça jeans conseguia uma boa lavagem.
— Então, pode ficar. — Cassandra endireitou, o olhar de repente mais pretensioso, mais afiado. — Eu não quis dizer para fazer você se sentir inferior, eu estava simplesmente chateada que Styx não tivesse me pedido a roupa.
Esta mulher era louca?
— Você pode ter as roupas de volta. — Storme assegurou a ela.
Cassandra agitou sua cabeça.
—Eu tenho mais que você pode pegar emprestado se você precisar. Existem poucas fêmeas de Raça aqui em Haven que encontrará seus requisitos de tamanho. Eu seria mais o mais próximo.
Storme observou-a cautelosamente. Por um momento, Cassandra Sinclair pareceu como qualquer adolescente no mundo, mas ela não era. Storme nunca percebeu o quão difícil devia ser para as Raças manter a realidade do que eles eram em face à ilusão que eles apresentaram para o mundo.
Ela estava fazendo sexo com um macho de Raça, e agora de pé aqui na frente de uma fêmea de Raça que o Conselho pagaria mais de três milhões de dólares para possuir eles mesmos, ela se achou interrogando muitas das convicções que teve por anos. As perguntas que ela tinha foram descartadas depressa, porque ela tinha horror às consequências de cavar muito profundamente neles.
Quando ela olhou fixamente de volta para Storme, Cassandra não pareceu ser um milagre de engenharia genética, nem a fez parecer possuir habilidades especiais e perigosas que o Conselho de Genética espalhava que ela possuía.
Ela pareceu como qualquer adolescente normal confrontando alguém que ela não entendia, e que possivelmente podia ser um perigo para ela. E, Storme admitiu, que existiram tempos quando a raiva e ira a que enchiam podia ter feito dela um perigo para qualquer Raça.
— Você está me observando como Nikki observa seu pequeno espécime deslizar debaixo de um microscópio. — Cassandra riu.
— Você parece muito diferente das fotos. — Storme quietamente disse. — Um pouco menor, e definitivamente mais bonita.
Os retratos que o Conselho tinham dela davam um ar de inteligência fria. Preto e branco, eles a mostravam com seu cabelo puxado de seu rosto, seus olhos azuis parecendo mais pálidos do que eles realmente eram.
Aqui, na vida real, ela parecia frágil, vulnerável e cheia de energia. Por um momento, ela agiu como se não estivesse completamente certa de algo, mas ela não pareceu fria ou perigosa e, certo como o inferno, não pareceu que ela sobreviveria as celas de laboratórios que Storme lembrou do Complexo Ômega onde ela tinha sido criada.
— Bem, obrigado pelo elogio, eu acho. — O sorriso de Cassandra relampejou ao mesmo tempo desconfortável como também morno. — Então eu acho que Styx teve coisas para fazer hoje. — Cassandra disse e suspirou. — Nós procuramos por isto realmente, chocolate raro e eu finalmente achei. Chegou hoje junto com o vinho que nós pedimos. Eu acabei de pensar que ele poderia gostar de saber.
— Eu o deixarei saber que você estava aqui, Cassandra. — Storme desejou que ela pudesse esquecer. O pensamento de Styx compartilhando chocolate e vinho com esta jovem mulher não era um sentimento confortável.
— Chame-me de Cassie. Um destes dias, nós poderíamos ser amigas. — Cassie balançou sua cabeça, seu olhar uma vez misterioso como também afiado, pretensioso. Como se ela pudesse ver além da superfície de Storme, que Storme nunca quis ver, ou saber. Especialmente Raças. — Se você já decidiu que nós não somos monstros, isto é.
— Nós poderíamos ser amigas? — Storme questionou confusa. — Espero que, eu sairei logo, Cassie. Eu duvido bastante que você socialize muita fora da sociedade Raça. Agora, monstros, não, eu não vejo você como um monstro. — No momento. E aquela declaração não se aplicava a muitas das Raças que ela se encontrou antes de Styx a sequestrar.
— Bem, a parte de socializar é bastante verdade. Existe aquele sórdido preço pela minha cabeça. — Cassie declarou com escárnio, entretanto Storme podia ter jurado que existia uma extremidade de dor em sua voz. — Mas o conjunto social das Raças está melhorando diariamente e nós apreciamos nossas pequenas festas.
As festas como a que Cassie e seus pais frequentaram na Ilha dos Lawrence vários meses passados. A festa onde ela, seu orgulhoso líder Callan Lyons e uma Executora quase morreram.
— Os relatórios declararam que você quase morreu na festa de Lawrence. — Storme disse.
Cassie riu, amarga, um zombado som que fatiava a ilusão de perseverança adolescente. Por um segundo, sua expressão era extremamente amadurecia para sua idade, e extremamente assustada pelo futuro.
— Um antigo treinador do Conselho, Jason Phelps. — Cassie firmemente tragou. — Ele estava no laboratório onde ela foi criada e decidiu que por lhe permitirem aterrorizar e estuprar quando ela era criança, podia continuar agora que ela era adulta. Acho que fui um pequeno extra. Três milhões de dólares é muito dinheiro para deixar passar, certo?
Ela não se lembrou da conversa, ou o argumento alto, isso a acordou e a arrastou de sua cama. Seu irmão tinha estado tão enfurecido que ela acabou batendo seu punho no rosto do Jason e o lançando porta a fora da casa.
— Três milhões de dólares é muito dinheiro. — Storme concordou quando ela lutou contra o sentimento de pavor começando a subir dentro dela. O que esta mulher jovem sofreu, o que ela suportou, como sua vida teve que ser inferno. Storme estava só, lutando para correr do Conselho por anos. Mas em toda justiça, eles não a localizaram seriamente, simplesmente porque até ultimamente, ninguém acreditou na importância das informações que ela tinha.
Diferentemente de Cassandra Sinclair. Todo movimento que ela fez, toda respiração que ela tomou e tomava era com o conhecimento do Conselho, que estava disposto a pagar uma fortuna para a destruir.
Cassie observou-a curiosamente, uma pergunta em seu olhar. Nenhuma dúvida ela pegou a resposta, a pancada dura, pesada de seu coração antes dela poder controlar isto.
— Jason foi morto, não foi? — Storme perguntou quando Cassie não disse nada adicional.
—Um atirador, nós ainda não sabemos quem era. — Cassie escondeu suas mãos de volta bolsos de sua bermuda jeans quando ela retraiu uma respiração dura. — Agradecidamente, eu sobrevivi a isto. A alternativa não teria sido tão boa.
— E a alternativa era? — Storme perguntou.
Cassie deu seu um sorriso duro.
—De acordo com ordem entre a comunidade da Raça onde eu estou ligada. Se eu for sequestrada e o salvamento não for possível, então eu serei morta pelas muitas pessoas que me amam. E acredite em mim, isto é preferível do que uma vida em um laboratório para uma Raça.
Storme vacilou. Ela se lembrou dos laboratórios Ômega, as celas onde as Raças feridas ou experimentais eram mantidas. Cassie seria considerada uma Raça experimental. Ela seria enjaulada, mantida desnuda, testada, examinada e forçada a suportar uma vida que até um animal não devia ter que suportar.
Aquela realização deixou o coração de Storme apertado, seu estômago saltando. O Conselho tinha estado errado na criação e o tratamento das Raças. Storme soube disto desde o princípio. Então com que direito que a fez?
Era uma pergunta que ela empurrou de volta, uma ela não podia enfocar ainda.
—E é certo para você que suas próprias pessoas a executariam? — Ela perguntou a Cassie fortemente, perguntando-se como ela podia ter vivido com o conhecimento se fosse seu pai ou irmão que teria estado naquela situação.
O sorriso do Cassie era amargo.
—Confie-me, Storme, eu prefiro morrer que sofrer os estupros, as surras, e as experiências que o Conselho conduziria em mim. A morte seriam umas férias.
Storme se afastou da outra menina e compassou para a janela trancada. Ela não podia imaginar viver de tal modo. Cassie pelo menos tinha sido criada como um humano; por anos ela não soube o que ela era ou como ela tinha sido criada. Ainda, os cientistas a desnudariam de sua liberdade, sua muita humanidade, achar o animal que eles acreditavam que estava do lado de dentro.
Ela era, pelo menos mentalmente e psicologicamente, humana. Mas, ter que viver com a ameaça da morte nas mãos das pessoas que ela amava devia ser um peso horrorizante. Para ser tão jovem e ter que aceitar que os sonhos que podiam ter sido seus, o futuro que ela podia ter tido, poderia nunca existir.
Cassandra Sinclair era uma jovem mulher que não teve uma formatura para esperar ansiosamente. A ilusão de segurança, paz ou felicidade nunca seriam suas. E ainda assim ela estava aqui, ela tinha rido, brincado. Ela realmente se arranjou muito melhor que Storme fez nos últimos dez anos.
— Eu estou cansada... — Storme precisava estar só. Só quando ela estava só, ela podia separar suas emoções e seus pensamentos o suficiente para permanecer verdadeira para a promessa que ela fez para seu pai.
— Não, você não está cansada. — Cassie zombou da desculpa quando Storme se recusou a girar e encontrar o olhar dela. — O que está errado, Storme, sua ideia de realidade está hesitando de alguma maneira?
Não era sua ideia de realidade que estava hesitando. Era sua ideia do passado, o futuro e tudo que ela pensou que acreditava.
— Você sabe quem eu sou. Eu fui criada nos laboratórios. Eu vi o que as Raças eram, o que eles eram criados para ser. — Storme sussurrou. — Você sabe que minha família foi...
Cassie acenou por suas palavras, sua expressão irritada quando ela agitou sua cabeça impacientemente.
— Seu pai e seu irmão eram amigos para as Raças, e suas mortes foi uma tragédia terrível, eu sei isto. — Cassie declarou. — Eu topei com seu arquivo quando eu estava examinando cuidadosamente um caso contra outro treinador. Você, porém, é uma história diferente, não é, Storme? Se todos nós morrêssemos amanhã, você não ligaria.
—Isto não é verdade. — Ela balançou, raiva instintiva ao redor, subindo dentro dela.
— Oh, bem, você poderia querer manter Styx ao redor um pouco. — Cassie riu zombeteiramente. — Para brincar de estudos veterinários, eu acho? Mas o resto de nós podia ir para inferno, não é?
— Não. — Ela agitou sua cabeça, entretanto ela soube que era um comentário que ela fez frequentemente com respeito a Raças em geral. Que eles podiam ir para o inferno por tudo que ela se importou.
O pensamento de Styx morrendo, de seu riso, seu charme, e suas malvadas cantadas, sendo extinto ou bloqueado em uma cela fria, era mais do que ela podia aguentar.
E estranhamente, o pensamento de saber que aquelas reuniões como a que ela viu na noite anterior, nunca deveria acontecer novamente, teve seu tórax apertado em algo semelhante a remorso.
Ela soube de fato que Raças nunca tiveram tais aglomerados nos laboratórios. Não existiu nenhum calor para eles, nenhuma paz e nenhum amor. Até um humano sem genética de Raça podia ser transformado em um animal. E se aquele humano tivesse genética animal para começar? Genética tirada não apenas dos animais mais selvagens na Terra, mas também DNA juntado de algumas das mentes dos mais criminosos que o mundo já conheceu, o que seria produzido então?
Aquele processo produziu Raças.
— Olhe, sua vida tem sido um inferno, seu papai e seu irmão foram mortos e eu estou certa que você viu isso tudo, mas quer saber, Storme? Eles fizeram uma escolha e ficaram presos a isto. Independente do que seu pai deu a você, ele deu a você por uma razão. Porque nós podemos precisar disto...
— Pare. — Storme não podia conter a palavra ou a demanda que poria fim agora. — Você não me conhece, e você não conheceu meu pai ou meu irmão. Eu não tenho nada para dar a você, simples assim. Você, Styx, Jonas Wyatt e seu alfa simplesmente vão ter que aceitar isto.
— Mas Navarro conhece você. — Cassie falou. — E Navarro lembra bem os tempos que seu pai e irmão esconderam certos detalhes, e trabalhou com ele para ajudar a fuga de certas Raças. Eles arriscaram suas vidas para as Raças, e eles disseram a ele que você segurava a chave para os segredos que eles estavam destruindo.
— Então eles mentiram para ele. E eles arriscaram minha vida dizendo a ele isto. — Storme respondeu furiosamente. Se Navarro tivesse sido tal amigo, se seu pai quisesse que as Raças tivessem o chip de dados, então seguramente ele teria dito algo. — Eu estava lá naqueles laboratórios também, Cassie. Qualquer risco que arriscassem eles mesmos, eles me colocaram na mesma linha de fogo. Diga a mim, seu pai faria o mesmo?
— Qualquer batalha que meu pai entrasse seria minha batalha também. — Cassie disse a ela ferozmente. — Nós não somos animais e nós não somos monstros, mas não é isso que você acredita, é? Não é o que você quer ver. Styx é bom para você para você foder, mas diga a mim, você estaria na frente dele para protegê-lo? Você discutiria com o mundo que seu amante é humano e merece a vida? E se você o fizesse, você discutiria com seu amigo também? Seu companheiro de matilha? Seu alfa?
Storme retraiu uma respiração dura, trêmula.
—Você precisa partir.
— Então, você pode se espojar em sua piedade própria e julgamento sobre racismo? — O sorriso de Cassie era censurador e afiado com desgosto. — Certo, Storme, eu sairei agora. Não deixe de dizer a Styx eu estou procurando por ele. — Cassie pausou, um abastecimento de sorriso apertado, confiante com certeza crítica cruzando seu rosto. — Quando você for, ele será meu novamente. Eu posso ser paciente. Certo?
Por um segundo, Cassie ficou com o olhar cintilado com confiança feminina. Ela sentiu que ela tinha que esperar Styx por alguma razão, uma espera que foi além de compartilhar um pouco chocolate.
— Styx não é um pouco velho para você? — Storme firmemente perguntou. — Eu pensaria que você quereria alguém mais próximo a sua própria idade, Cassie.
—Eu gosto de homens mais velhos. — Cassie assegurou a ela. — Eu gosto especialmente de Styx. Ele sempre se assegura que eu estou me divertindo. Ele pode ter outras amantes, mas ele sempre volta para mim. E nós duas sabemos que você não tem nenhuma intenção de ficar, não é, Storme?
Ela teve que se forçar a controlar a respiração, afastar o sentimento furioso para dentro e fora com raiva. Uma raiva que ela não devia sentir. Como Cassie disse, ela não tinha nenhuma intenção de ficar. Seu plano firme era para escapar deste lugar no momento que ela achasse sua abertura, e nunca olharia de volta.
Ela não podia se esforçar a concordar com Cassie, entretanto. Existia algo sobre a outra menina que advertiu que ela fosse cautelosa, ser mais cuidadosa sobre o que ela pensasse, sentisse e dissesse.
Cassie sorriu devagar.
—Você é uma mulher brilhante, Storme. É muito ruim que você seja tão malditamente teimosa também. A vida poderia ter sido melhor para você se você percebesse quem seus amigos são e o que seus inimigos querem de você.
— Significando que as Raças são meus amigos? — Storme amargamente perguntou. — Eu deveria expor meu pescoço com um sorriso e esperar o melhor?
—Depende para qual Raça que você está expondo seu pescoço. — Cassie claramente estava rindo dela. — Eu acredito que pode haver alguns que você deixou furiosos ao longo dos anos. Eles poderiam dar uma mordida em você só para o inferno deles, a menos que Styx declare que você pertence a ele. E eu estou certa que os Coiotes do Conselho estariam mais que feliz em fazer algum dano verdadeiro, mas até que você realmente ameace Haven, eu não penso que você tem que ter muito medo.
— E o que eu precisaria fazer para ameaçar Haven? — Storme cruzou seus braços defensivamente acima de seus peitos e olhou para Cassie.
Estranhamente, ela teve o sentimento que Cassie estava certa, em circunstâncias diferentes, elas poderiam ter sido amigas. Mas estas não eram circunstâncias diferentes, isto era a realidade, e nesta realidade, elas não eram amigas. Não existia nenhuma chance delas sendo amigas que ela pudesse ver.
— Fugir. — Cassie pensativamente respondeu. — É isso que precisa, Storme. Porque se você escapar, então você escapa com informações que ninguém mais tem, informações que podiam ser um perigo para nós. Seja cuidadosa com o que você planeja, seja cuidadosa com o quão determinada você se torna para permanecer muito teimosa, Storme. Porque se você escapar, assim como é comigo, nós não temos condições de permitir que o Conselho pegue você.
— Então seu alfa precioso me teria morta? — Storme inquiriu furiosamente.
— Este trabalho cairia para mim.
Ambas, Cassie e Storme giraram ao redor, olhando fixamente com surpresa na expressão implacável no rosto frio de Styx, a extremidade dura de determinação que encheu seus olhos.
Pânico, medo, cresceu um rubor dentro dela como de um vendaval crescente rapidamente fora de controle. Como algo que ela não podia conter ou controlar com a última grama de determinação dentro dela.
Ela podia ver a verdade em seu rosto. Se ela escapasse, então ela teria o conhecimento que até os soldados humanos trabalhando em Haven não tiveram.
Os humanos estavam limitados às áreas de segurança somente. As partes de comunicações, as entradas asseguradas. Eles não vagavam pelo agrupamento pequeno de casas e provavelmente só alguns tiveram qualquer conhecimento do local do alfa e seu segundo ao comando, exceto os mais confiáveis.
Ela sabia que sociedades de sangue puro que pagariam um preço robusto por aquelas informações. Para quaisquer informações que ajudariam até em rápido ataque suicida contra os líderes desta comunidade, um ataque que chegaria perto do sucesso.
Ela era uma obrigação para Haven e para as Raças em geral, e o conhecimento lento, glacial do perigo que a colocou deixou sua garganta apertando.
Ela dormiu com esta Raça. Ela se enrolou contra ele, sentido seus braços ao redor dela, e ela se sentiu segura.
Até aqui, segurança era uma ilusão.
—De alguma maneira, isso não me surpreende. — Ela forçou as palavras a passarem por seus lábios quando se virou para ele também, como Cassie. — O dois poderiam sair agora? Eu estou cansada de ter companhia. Eu aprecio bastante o tempo que eu tenho aqui para olhar fixamente para as paredes.
Para conspirar e planejar. De repente, a ideia de fuga nunca pareceu tão imperativa e ainda até agora fora de alcance.
— Como o inferno. — Styx rosnou quando ele entrou no quarto, então girou para Cassie. — O que você está fazendo aqui? Eu mandei dizer que eu encontraria você na comunidade central hoje à noite.
Storme balançou ao redor e olhou fixamente para ele com descrença quando ele falou com Cassie.
—Estranho. — Cassie murmurou. — Eu não recebi essa mensagem. Eu quis informar que o chocolate que nós pedimos tinha chegado hoje. Dra. Armani prometeu ter isto testado para a festa semana que vem junto com o vinho que nós pedimos com isto. Eu pensei que nós verificaríamos isto hoje à noite.
Ele olhou atrás, para Storme. Pegando seu olhar, ela teve a maldita certeza de que ele não sentiu nada dela exceto a raiva e o desgosto que ela sentiu.
— Não hoje à noite, Cassie. — Ele rosnou quando se voltou para ela.
Cassie lindamente fez beicinho.
—Você prometeu, Styx.
— E coisas aconteceram desde que eu prometi. — Ele declarou, seu firme tom, mas quieto e morno. Existia uma suavidade para seu tom quando ele falou com Cassie que fixava os nervos de Storme no limite.
O que era isto que fez ela sentir como arranhando ambos seus olhos. Isso teve seus dedos enrolados em um esforço para conter-se daquela necessidade.
—Styx, esse chocolate me custou um mês de mesada. — Cassie escorou suas mãos em seus quadris com irritação quando ela falou. — E aquele vinho? Você lembra-se de quanto aquele custou, Styx? Nós marcamos um encontro. Você não tem permissão para quebrar encontros por causa de uma atual companheira. Você me prometeu isto.
—Uma atual companheira? — Storme fez tudo menos sufocar sua raiva agora quando Cassie lhe lançou um olhar e Styx girou, passando seus dedos por seu cabelo e fez careta desamparado; ela ergueu sua mão e lutou de volta com o desejo incrível para lançar algo nele. — Não deixe-me segurar você, Styx. E até não imagine em qualquer parte daquele cérebro minúsculo seu que eu sou algum tipo de amante. Vá comer seu chocolate. — O escárnio encheu a voz dela. — Beba seu vinho. — Seus olhos alargados com uma inocente preocupação que era falsa. — Tenha realmente um bom encontro. Eu estou certa que eu acharei algum meio de entreter-me. — Era tudo que ela podia fazer para não apertar seus dentes com fúria.
Ela esperou que eles fossem se divertir. Ela esperou como o inferno que se ele fosse foder Cassie, então seu pai a pegasse. Melhor ainda, ela só poderia estar malditamente certa que se Dash e Elizabeth Sinclair descobrissem sobre eles, seria diretamente dela. Eles eram, afinal, normalmente presentes nas reuniões toda noite no pátio.
E se ela fosse realmente, realmente sortuda, então Dash Sinclair a deixaria assistir ele neutralizar o bastardo por tocar em sua filha.
—Veja, Styx. — Cassie sorriu com excitação aparente. — Ela não se importa nem um pouco. Venha compartilhar o chocolate comigo, você sabe que você quer.
Styx se voltou para ela lentamente.
— Alguma outra hora, Cassie. — E ninguém estava mais chocada que Storme quando ele deu a recusa. — Existem coisas que eu tenho que fazer hoje à noite. Talvez amanhã à noite, entretanto, dado que Storme é tão determinada para passar sem minha companhia. — Ele atirou de volta um outro olhar em Storme que a fez parecer como a labareda de raiva saltada do controle dela e teve seus dentes estalando junto.
— Grande. Não quebre a promessa. — Cassie agarrou seus ombros, foi para ele andando nas pontas dos pés e entregou um alto, estralado beijo diretamente em seus lábios. — Vejo você amanhã, doçura.
Ela saiu do quarto com toda a exuberância de uma jovem mulher mal fora da infância, e por um segundo, Storme podia fazer nada além de odiá-la.
Chocolate e vinho. Ela respirou profundamente, sentindo a extremidade de tremores de raiva quando eles ameaçaram deslizar fora do seu controle. Ela estava presa nesta casa maldita para olhar fixamente para as paredes durante dias sem fim. A televisão era bloqueada, a Internet não funcionava ainda que eles não tomassem seu PDA, e ela não comia chocolate há meses.
— Divirta-se. — Ela falou, seus lábios enrolando em desgosto quando ele olhou fixamente de volta nela com suspeita nos olhos estreitos.
— Sempre me divirto com Cassie. — Ele suavemente demorou. — Mas lembre, Storme, você foi quem deu permissão.
Com um último olhar repugnado duro, ela girou e pisou fora do quarto e longe da maior ameaça que ela enfrentou desde a noite que seu pai e irmão morreram.
A atratividade de uma Raça criada para enganar, seduzir e matar.
Styx lutou para substituir a raiva que crescia dentro dele pela calma que sempre o equilibrava. Ele aprendeu há anos que a raiva só encobria seu juízo, o que só levava a tomar decisões precipitadas no calor da emoção e não pela razão.
E para lidar com a situação em questão, a razão era tudo que prevaleceria e ainda teria sua alma intacta.
Quando Cassie deixou a casa numa onda de animação, ele não se conteve de ranger os dentes. Cassie podia ser muito encrenqueira quando sentia que a situação pedia, e agora ela definitivamente tentava por lenha na fogueira da irritação.
Mas junto com a exasperação dele havia também uma pontinha de satisfação. Sua pequenina Storme ficou mais louca que o inferno ao pensar que ele passaria a noite com Cassie, comendo chocolates e uma garrafa de vinho no Point.
Point era o nome que Cassie dava para as pequenas reuniões que se seguiam a cada noite após o jantar. Ela chamara de Point por muitos anos e ninguém ainda sabia por que. O vinho era um presente para sua mãe pelo aniversário e o chocolate era um bolo finíssimo de trufas que Cassie achou para Styx dar aos pais dela como presente.
Mas Cassie fez parecer um encontro íntimo, a dois, e ela disse tudo com um pequeno sorriso atrevido. Ele finalmente conseguiu puxar o perfume ardente do ciúme do corpo de Storme em uma onda feroz e quente.
O cheiro durou só alguns instantes, frágil, mas esteve lá, queimando seus sentidos e enchendo o ar com a possessão feminina.
Ele esfregou sua nuca enquanto fechava a porta e ia para a cozinha. Da geladeira ele puxou uma bebida gelada de café com chocolate, abriu e bebeu em dois grandes goles.
Dormir era algo que não fazia muito ultimamente. Esperava que a cafeína o energizasse apenas o suficiente para enfrentar a mocinha atrevida e teimosa que ainda estava amuada em seu quarto.
Ah, ele gostou do som dessas palavras. Storme estava esperando no quarto dele. Se ao menos ele tivesse o direito de ir até lá exigir seu dever de companheiro dela. Para protegê-la e convencê-la da lógica em entregar o chip com arquivos que o pai deu a ela.
Jonas não deixaria Haven sem aquilo. Ele deixou claro sua posição naquela tarde diante do Gabinete de Governo das Raças Lobo-Coiote. Se Storme não entregasse o chip, então seria presa sob a guarda da Lei da Raça e seria confinada em Haven até que ela revertesse aquilo.
Ele rangeu os dentes ao pensar naquilo.
Porra, ele não deixaria aquilo acontecer. Sua mulher não seria presa naquelas celas sem janelas em baixo da montanha, presa num pequeno quarto quadrado sem saída, sem nenhum modo de sentir a brisa e o sol. E com certeza ela não ficaria sob o controle de Jonas Wyatt.
Ainda que ele respeitasse muito a Jonas, ele mataria aquele homem antes que o deixasse sair de Haven com Storme.
Seguindo esse pensamento, a porta de seu quarto foi aberta e o objeto de sua afeição, da sua luxúria e, rapidamente do seu coração, entrou na sala de estar para olhá-lo com irritação.
—Você ainda está aqui? — Ela perguntou, havia um pouco de raiva oculta em seu tom de voz. — Eu pensei que já tinha saído.
—Bem, moça, veja bem, essa é a minha casa. — Ele deu um sorriso aberto para ela, um certo brilho sobre os caninos que apareciam nos cantos de sua boca.
Aquela insinuação de raiva possessiva era o primeiro sinal que viu de que talvez ela sentisse mais que somente luxúria por ele. Era um inferno, saber que aquela mulher era sua companheira, sentir que o calor do acasalamento estava a ponto de explodir entre eles, mas sem o prazer de exibir para todas as Raças o cheiro de sua reclamação e que vissem a sua marca, e saberem que ela era como um tesouro para ele.
Desde que as Raças se libertaram e o calor de acasalamento foi revelado, as Raças masculinas ao saberem daquele fenômeno, passaram a esperar com ansiosa expectativa por sua companheira.
Havia ainda algumas Raças, tanto homem ou mulher que ignoravam a dádiva da natureza para as Raças, a menos que já tivessem se acasalado. A informação da ligação biológica era guardado sob sigilo absoluto nas altas esferas da liderança das Raças, qualquer Raça que ousasse dizer alguma coisa sobre o assunto enfrentaria a fúria do Gabinete de Governo das Raças
—Em que está pensando tão profundamente? No seu pequeno encontro? — Ela zombou dele entrando na cozinha e indo para a cafeteira.
Styx suspirou. Era sua sorte ser a única Raça acasalada que ainda não acasalou. Porra, sua pressão estava por um fio e sua calma imperturbável também.
Seu pau estava duro. Ele mudou de posição, se perguntando se havia algum modo dele aliviar a pressão sem ela notar.
—Tenho coisas a fazer, Doçura. — Ele respondeu se apoiando contra o balcão, se encostou na parede e a olhou. — A vida de uma Raça não é só chocolate e diversão, você sabe.
Ele se perguntava se a carne dela teria o sabor como do chocolate. Realmente perfeito, escuro e doce com uma ponta de agudeza de cacau. Embora mesmo o chocolate mais fino não chegaria perto do gosto da carne dela.
— Sim, seu chocolate, vinho e divertimento. — Ela grunhiu enquanto fazia o café, depois foi nos armários da cozinha. — Você precisa comprar mantimentos a menos que pretenda me privar de comida.
Styx coçou o rosto.
—Sim, tenho de comprar alguns petiscos para contribuir para o jantar também. Faremos um porco assado essa semana e um de nossos mais talentosos músicos vai tocar para dançarmos um pouco.
Ele olhou suas costas, viu quando ela respirou fundo, pesado. Logo ela pegaria a real natureza do vinho e chocolate se ela prestasse atenção. Todos os casais acasalados comemoravam o aniversário de seu acasalamento com a comunidade. Eles se divertiam, vivendo com o que foram dotados e com a vida que tinham agora após a fuga dos laboratórios.
Ela lhe deu um olhar atrevido.
—Quem vai me levar? Um dos meus carcereiros? Você com certeza nunca volta a noite.
—Você pode ir sozinha, Storme. — Ele disse suavemente. — Você não está excluída das atividades da praça. Mas se quiser um acompanhante, posso falar com Navarro para te acompanhar se não quiser chegar comigo.
Ele tinha outros deveres na amanhã da celebração. Ele estava encarregado de assar o porco, uma tarefa que começaria nas próximas horas.
—Esqueça isso. — Os cantos de sua boca retorcendo com teimosia o assegurou que ela lutaria com unhas e dentes antes dela ir a festa.
— Ah. — Ele assentiu sério. — Achei que você ficaria doente de ficar na cabana até agora, mas não pensei que fugiria de todas as oportunidades de ter um espaço para descansar e um pouco de novidade. Deixarei que você faça isto. Por enquanto.
Ele se afastou, olhando com o canto dos olhos quando ela olhou para ele.
— Mas vou trazer um prato esta noite, beleza. — Ele lhe prometeu com um sorriso aberto. — Acho que hoje tem frango frito. Aiden, o nosso chefe de segurança, insiste em uma noite de frango frito inclusive com macarrão com muito queijo. — Ele acariciou seu estômago e estalou os lábios mostrando seu prazer com o cardápio. —Deixe-me dizer que sempre há muito frango frito quando Hope, Charity e Jessica, a mulher de Hawke, se juntam para fritar os frangos.
E ele não mentia. Claro que para a preparação de frango frito tinha que ter mais que três mulheres. Fritar muito frango para uma refeição de noite em Haven era um evento de um dia inteiro, com voluntários da comunidade do amanhecer até o jantar.
A cabana que servia de cozinha e despensa nos meses mais frios funcionava no Verão como um posto central de preparação. O andar de baixo inteiro era uma cozinha, despensa e refeitório.
—Divirta-se. — Ela murmurou quando o café ficou pronto e ela encheu uma xícara da bebida fumegante.
— Moça, não há nenhum limite em ter diversão se a pessoa tiver a mente aberta. — Ele riu, adorando esses poucos momentos para provocá-la, embora ele soubesse que ela ignorasse a brincadeira em sua palavras.
Ela se virou e foi até a janela de vidro da porta dos fundos, olhando o pátio pensativamente enquanto tomava seu café.
—Deve ser um inferno de uma surpresa. — Ele afirmou. — Saber que os animais sujos não vivem tão diferentemente dos seres humanos que nos criaram.
Ela se enrijeceu.
Oh, ele estava mais que consciente da sua opinião sobre as Raças. Ele ouviu seus comentários várias vezes nos últimos anos enquanto a seguia.
Mas ele a desculpou. Deus sabe os pesadelos que ela deve ter tido desde que viu seu pai e irmão serem mortos. Suas gargantas foram arrancadas; o massacre que os Coiotes deixaram para trás faria um homem forte ter muitos pesadelos, ainda mais numa adolescente frágil que tinha medo das Raças.
—Eu não te chamei de animal. — Ela negou calmamente.
—Ah, moça, quando chama Navarro ou Wolfe, ou qualquer Raça que luta pela liberdade de animal, me chama também. — Ele a castigou, se perguntando onde aquela conversa os levaria.
Eles não tiveram tempo para falar muito nos últimos dias. Quando estava com ela, pensava só em foder com ela do que falar.
Inferno, não havia nada que quisesse mais agora que provar o gosto doce feminino dela e sentir sua pequena boceta macia se abrir para o seu pau. Mas ao mesmo tempo, ele quase podia sentir o conflito que crescia nela. Um conflito que dava pouco tempo para o jogo sexual. Pelo menos por enquanto.
Olhando-a, ele agora sabia por que as Raças que eram acasaladas ficavam bobos babando pelas carícias de suas companheiras. Se ela se virasse, lhe desse um sorriso sem desprezo, cheio de paixão e amor, então ele estaria disposto a morrer por ela.
Sua cabeça caiu enquanto ela olhava para fora, obviamente vendo a preparação da refeição da noite. Normalmente, as refeições eram preparadas com antecedência, com todos trazendo seu prato especial para a festa. Esta noite não era uma exceção, mas apenas pela quantidade de tempo que levava para as bandejas de frango frito crocante que seria transportadas para as mesas de piquenique assim que todos começassem a chegar.
—Porque está tão pensativa, Storme? — Ele perguntou suavemente enquanto ela continuava olhando para além do pátio.
— Eu quero partir. — Falou realmente tão fria e indiferentemente educada que ele jurou que sentiu como se um buraco abrisse seu peito.
Ele nunca teve uma mulher que quisesse deixar sua companhia, fosse ela humana ou Raça. Ouvir aquilo dela, da que devia ser sua, teve o poder de acordar o animal dentro dele com um rosnado de raiva.
Ele normalmente uma Raça tranquila, calma. Mesmo no calor da batalha Styx não era de ficar muito enfurecido ou deixar livre o lado selvagem de sua natureza primitiva.
—Você sabe que você não pode ir. — O sotaque sumiu, a diversão brincalhona e o tom risonho zombador sumiram.
—Porque você não vai me deixar. — Ela estalou quando se virou para ele, pondo a xícara com força sobre a mesa enquanto andava pela sala. — Porque você e Jonas Wyatt acham que podem dirigir qualquer pessoa e a vida de todos conforme sua escolha.
—Deixo a direção para Jonas. — Ele encolheu os ombros facilmente. — Muitas vidas e não muitos dias.
—Isto não é uma piada, Styx. — Ela gritou para ele. O calor de sua raiva, dor e medo bateram nos sentidos dele como um chicote farpado.
—Concordo com você, sua vida é uma coisa séria demais para mim, mulher. — Ele rosnou de volta para ela, que quase se encolheu ao som animalesco que a fez recuar. — Porra, Storme. Você age como se eu fosse te atacar, machucá-la de algum modo. Quando eu a já a machuquei alguma vez?
— Isto não significa que você não vai. — Ela respondeu com força como se tentasse se convencer mais do que mais alguém. — Vi Raças se virando contra os treinadores nos laboratórios como se não houvesse nada de humano dentro deles...
— Oh, porra, desculpe-me, caralho. — Ele exclamou, de repente tão farto do medo dela, que se sentiu se afundar dentro de si mesmo. — Vai marcar a todos nós como monstros, Storme, porque os horrores que viveu pode ter nos irritado um pouco. Acho que devemos matar os que mataram os pesquisadores e treinadores de merda que os estupraram, os dissecaram vivos, mataram inocentes e enfrentar as mortes daqueles que tiveram de deixar para trás nos laboratórios.
Ele andou até ficar perto dela, olhando-a, viu seus olhos se dilatarem de dor quando o olhou.
—Não foi assim. Eu os conhecia. Aqueles cientistas e treinadores. Eles não eram assim. — Seus olhos se encheram de lágrimas e Styx viu a mentira que ela tentava acreditar. Ela sabia que eles eram assim. Mas admitir, significava admitir que seu pai e irmão participaram daquilo.
— Você acha que porque ele era seu pai, porque a amava, ele não ficaria de lado e deixaria que aqueles soldados Coiotes e treinadores estuprassem as meninas sem que elas nunca entendessem o que seria o toque de um homem? Você acha que seu irmão não viu homens e mulheres chorando de dor quando seus órgãos foram cortados dos seus corpos vivos para que algum desgraçado gordo e doente com dinheiro suficiente para comprar suas vidas pudesse continuar vivo no outro dia?
—Pare. — Ela se afastou dele, seu rosto pálido, os olhos arregalados como manchas pretas profundas, escuras no seu rosto branco. — Você não sabe o que está dizendo.
— Seu pai a manteve longe dos laboratórios, não foi, Storme? — Ele gritou enquanto ela saia da sala. — Seu irmão a manteve longe dos treinadores e dos soldados, não é?
Ela negou com a cabeça, mas ele sabia que eles fizeram isso. Isso era uma das poucas coisas que ele realmente respeitava nos homens Montague.
—Eles a mantiveram longe daqueles laboratórios, mas em raros momentos eles não tinham escolha por causa das ordens da direção. — Ele disse a ela. — Só se mostravam para as crianças certas áreas dos laboratórios. Aqueles onde as Raças eram pouco mais que animais, tão fora de si por causa da febre e dor que eles perdiam o sentido de realidade, e por isso as pessoas que não os conheciam bem achavam que eles não eram humanos. Negue isso, Storme, eu te desafio.
Ela sacudiu a cabeça. Não havia nenhuma lágrima em seu rosto, nenhum medo em seus olhos. Claro que não, ela devia saber agora, tinha de perceber a realidade do que foi mostrado a ela.
— Não pretendemos ser santos. — Ele se afastou dela, o cheiro de sua dor era demais para ele suportar. — Somos fortes o bastante para nos defender, capazes o suficiente para criar nossas próprias vidas e viver na paz, com alguma garantia de justiça e juro por Deus, eu acho que você enviaria todos nós de volta ao laboratório se você pudesse.
—Não. — Instintiva, horrorizada, a voz dela rebateu para ele. — Eu só quero ser deixada em paz. Pelas Raças assim como o Conselho. Isto é tudo que quero.
—Então me de a localização do chip de dados. — Ele disse cansado, sabendo que nunca poderia cumprir a promessa de deixá-la ir embora. Mesmo agora, com o acasalamento não totalmente em vigor, ele não podia suportar a ideia de vê-la saindo de sua vida. Ele ficaria feliz em mentir para ela, fazer qualquer promessa que ela pedisse que Jonas não pudesse enquadrá-la com a Lei da Raça e o Conselho nunca pudesse prejudicar outra pessoa, especialmente sua companheira, com qualquer experiência que fizeram naqueles laboratórios.
—Me dê a localização do chip de dados. — Ela o imitou, zombando dele amargamente. — Apenas te dar o que você quer. — Nojo enchia sua expressão. — Você não é melhor que o Conselho, Styx. Apenas te dar o que você quer e posso ter minha liberdade. Talvez eu não goste de ficar presa mais que você.
—Pelo menos você tem conforto. — Ele afirmou retendo a fúria que ameaçava envolvê-lo. — Você não é algemada diariamente e violada por qualquer soldado que passa por sua porta. Você é bem alimentada, mantida em acomodações agradáveis, e autorizada a usar roupas. — Ele zombou de volta. — Portanto eu diria que sou um inferno de muito melhor que aqueles filhos da puta e te desafio de novo a sugerir o contrário.
Storme o olhou, seu peito apertado de medo e dor desde que seu pai e irmão morreram.
A verdade é que os Coiotes os mataram. Os Coiotes eram controlados pelo Conselho de Genética. Mas as Raças de Lobo fugiram, eles deviam saber que seu pai e irmão corriam perigo, e os deixaram morrer.
Ela sabia que eles tiveram. Tinha ouvido seus uivos fora da casa mesmo com a cabeça de James arrancada. Eles não se preocuparam com os dois cientistas que ajudaram a salvá-los. Eles não se preocuparam com a menina de catorze anos que ficou aterrorizada e correndo para salvar a própria vida
Tudo que os preocupavam era sua liberdade e ela não conseguia esquecer.Ela não perdoava nenhum deles por aquilo. Apenas animais se importavam com a própria segurança e não ligavam para os inocentes que deixaram para trás.
—Pense o que quiser. — Sua voz soou rouca, contendo o choro que recusava a derramar presa no pesadelo vazio e escuro em sua alma. — Não tenho nada que pertence às Raças, e nada que pertença a você ou a Jonas Wyatt.
— E o que me diz da filha dele? — Ele mordeu. — Você acha que ele quer a informação para satisfazer a própria curiosidade, Storme? Aquela pesquisa pode salvar o bebê da mulher dele. Foi injetado na filha dela um vírus genético por um cientista. Aquele que acha que pode bancar Deus e enganar a morte.
Ela prendeu a respiração no peito por segundos preciosos. Por um momento, teve catorze anos de novo, correndo por aquele túnel escuro, enquanto imagens do pesadelo da morte de seu irmão se repetiam inúmeras vezes. Ela estava sozinha, com frio e rezando para tudo aquilo ser um sonho.
Storme sacudiu a cabeça desesperadamente.
—Eles destruíram todos os seus arquivos. — Ela sussurrou. — Eu vi eles fazendo aquilo. Eu os vi destruir tudo. Eu os vi morrer porque aquela pesquisa não estava lá quando os agentes do Conselho e os Coiotes vieram buscar...
— Antes disso eles copiaram tudo em um minúsculo microchip e te entregaram. — Ele emendou baixinho. — Por isso o Conselho envia frequentemente aqueles desgraçados atrás de você. E por isso as Raças estão atrás de você desde os seus dezoito anos, protegendo suas costas deles, até que você crescesse o suficiente para perceber quem diabos eram os vilões, Storme. — O olhar que ele deu para ela era cheio de decepção. — E você ainda não cresceu, não é mesmo?
Antes que ela pudesse lutar, antes que a raiva acendesse o pavio curto do temperamento que ela sentia que ia explodir, Styx a puxou para seus braços.
Quase como se ele fosse impotente contra o desejo que de repente ardia em seus olhos, impotente contra a situação e a sensação de que não havia um jeito de resolver aquilo.
Um gemido faminto rugiu do peito dele, puxou a cabeça dela e cobriu seus lábios com desejo suficiente para um incêndio fora de controle.
Ela não podia lutar contra ele. Não podia lutar contra o prazer, a raiva ou a dor. Não podia lutar contra a necessidade de estar em seus braços, ou o fracasso que pareceu pesar sobre ela.
Porém ela podia se entregar àquilo. Ao inferno de prazer e desejo sem esperança, só por alguns segundos.
Não foi como se ele lhe desse uma escolha. Os braços dele a envolveram, a levantaram e língua dele afundou dentro de sua boca para encontrar a dela.
Aqui, ela não era sozinha.. Não havia conflito, não havia perigo. Aqui, Storme podia esquecer que todos queriam a mesma coisa que ela tinha medo de dar. Neste momento, tudo que Styx queria era seu beijo, suas carícias. E neste momento não havia nada mais no mundo que ela quisesse dar a ele.
—Não pare. — O grito que saiu de seus lábios quando ele recuou a surpreendeu.
O som foi cheio de desespero, de necessidades e desejos que ela não ousava pensar profundamente.
—Storme, Doçura. — Ele suspirou contra sua boca antes de pressionar outro beijo doce e suave. — Se isso pudesse derrubar as barreiras de sua mente tão facilmente.
Ela sacudiu a sua cabeça.
—Não, Styx. Por favor, deixe isto para lá. Estou te pedindo.
—Por favor, deixar você ir? — Seus cílios se levantaram, revelando olhos tão azuis que por um momento ela teve medo de se afogar neles.
Seus lábios tremeram.
—Me beije de novo primeiro.
Ela estava desesperada pelo gosto dele. Tão faminta por ele que se sentia afogando com ele. Sua pele estava tão sensível, sua boceta quente e molhada, seu clitóris inchado e pulsando com tal desejo de gozar que se sentia torturada por ele.
— Foder você primeiro? — Ele perguntou, sua expressão contraída e tensa. — Te dar o gosto de uma trepada com um animal antes de voltar para qualquer amante humano que você terá depois de mim?
—Não. — Ela negou com a cabeça ferozmente, seus olhos arregalados com o choque dele dizer algo tão horrível. — Não, Styx. Porque esse é o único lugar no mundo que estive onde encontrei paz. — Os seus lábios tremeram. — Somente no seu beijo.
— Ah, moça. — Ele empurrou o cabelo dela para trás da orelha e colou sua testa na dela e olhou em seus olhos. — E que paz você me deixa? Por conhecer a mulher que eu reclamo como minha, quer meu corpo mas se recusa a aceitar meu coração, ou a parte de mim que não é tão humano?
Ela ficou muito confusa e balançada.
—Me reclamar? — Ela conseguir arrancar as palavras de seus lábios. — Por que você pensaria em tal coisa, Styx? — Aquilo não era o que ela supunha que devia acontecer.
Se ele quisesse reclamá-la, era porque havia sentimentos. Laços se formavam. Deveres e obrigações cresceriam. Ela não podia ter aquilo. Seu futuro era muito sombrio, muito incerto. Não havia lugar para promessas.
Lutando, ela recuou saindo de seus braços e o olhou em pânico.
—Isto não é uma reclamação, Styx. Não discutimos isto. Isto não é o que supõe ser.
—Ah, sim, uma negligência de minha parte. — Ele disse arrastando as palavras, seu tom mais áspero, mais sombrio quando ela o olhou vendo queimar com raiva. —Suponho que devia ter prestado mais atenção quando Jonas me aconselhou que você nunca veria uma Raça como nada mais que um animal na melhor das hipóteses. — Puro escárnio enchia a expressão dele. — Acho que é por isso que ele se assegurou que eu entendesse exatamente como você se sentia sobre uma Raça.
Ele não deu tempo para ela responder. Ele saiu da casa, batendo a porta atrás dele, fazendo a casa estremecer ao som violento.
—Não, Styx. — Ela sussurrou no silêncio súbito que encheu a casa. — Isso é o que Jonas te disse sobre como eu deveria me sentir.
Ela desejou que ele lhe dissesse agora, porque ela não sabia o que sentia ou o que devia fazer com os sentimentos desconhecidos e a dor queimando em seu peito.
Jonas devia ter mantido a boca fechada. Nada mais importava a Jonas senão obter o que queria, mas só quando os relatórios sugeriam. Sim, ele manteve Raças na suas costas por dez anos. Ele afastou os Coiotes e os soldados do Conselho, mas a única razão dele não tê-la capturado antes foi porque sabia que ele não podia tirar à força a informação dela.
Assim como a única razão dele ter lembrado Styx de como ela se sentia sobre as Raças deveria ser para assegurar que Styx não devia sentir nenhuma lealdade para com ela.
Respirando fundo, ela foi até a porta dos fundos de novo, fitando o pátio com olhos apertados.
Ela tinha que sair dali antes que perdesse a cabeça. Antes que aquele desejo, aqueles sentimentos desconhecidos a destruíssem.
Mas como fugir de um composto de Raças altamente protegido?
A frente da cabana era vigiada cuidadosamente. A qualquer hora do dia ou da noite ela podia olhar para fora e ver uma Raça rondando a área.
Mas, ali no pátio, onde todos eles se reuniam para brincar e se divertir, a segurança era muito mais leve. Havia dois Executores fazendo rondas duas noites atrás. Eles passaram a maior parte do tempo sob o pátio de madeira, onde a comida era posta toda noite. Eles estiveram um pouco menos de guarda aqui, confiando nas Raças na patrulha de perímetro para alertá-los de qualquer perigo.
Ela poderia passar pelo pátio e sair pelo outro lado. Passar pelos sentinelas não seria fácil, mas ela poderia tirar seu cheiro. Se ela tomasse o último comprimido de neutralizador de cheiro que estava escondido no fundo de sua bolsa, então contanto que não a vissem, eles nunca saberiam que ela passou por eles.
Algumas coisas que ela trouxe na manhã antes do médico chegar. Seu jeans estava na mochila que ela conseguiu tirar do hotel, e não há dúvida que os soldados Coiote que trouxeram sua bolsa trouxeram somente para ter certeza de que não estava lá o que queriam. Mas seu carro ainda estava no estacionamento e a pequena mochila com suas botas, meias e seu casaco de inverno ainda estava no porta malas. O compartimento muito pequeno feito no salto de sua bota ainda mantinha seu último neutralizador de cheiro. Ela verificou para ter certeza.
Ele duraria doze horas. Tempo suficiente para fugir do inferno de Haven e ficar a meio caminho da cidade mais próxima. Se tivesse sorte, ela poderia telefonar para o único amigo que ela foi capaz de depender e pegar uma carona para sair do Colorado.
Ela tinha que fugir. Tinha que descobrir o que faria com aquele microchip e a melhor maneira de guardá-lo tanto do controle do Conselho quanto das Raças
Ela devia destruí-lo, só isso.
Ela brincava com o anel no seu dedo, esfregando seu polegar sobre a safira dentro do anel de diamantes. A joia parecia verdadeira, a parte externa era realmente verdadeira. Mas o que tinha verdadeiro valor era o tinha lá dentro da joia. Foi lá que seu pai escondeu o microchip cheio de informações sobre o Projeto Ômega.
Só Deus sabe o que tinha naqueles arquivos. Ela não conseguiu decifrá-los, ela tentou muitas vezes por anos.
Uma coisa era certa - ela teria que fazer alguma coisa. Sair dali era imperativo. Ainda mais imperativo era descobrir para quem dar aquele microchip.
Ela não podia dar ao Conselho. Eles mataram seu pai e seu irmão, dando a ordem aos Coiotes para arrancarem a cabeça de seu irmão. Nada na Terra ou no inferno a convenceria de dar a eles a informação que queriam. Ela destruiria o microchip primeiro.
Dar para as Raças era perigoso também. Ela não sabia o que a informação era ou o que a pesquisa de seu pai implicava. Embora ela soubesse que seria muito perigoso, muito mortal nas mãos do Conselho, tanto que seu irmão morreu protegendo para proteger o microchip.
Ele prometeu a ela que um dia alguém viria pegar o microchip, mas ninguém nunca veio até ela dizer que foi a ele que o pai dela enviou o chip.
O Conselho exigiu. Os soldados Coiotes lutaram para capturá-la e forçar a entregar a informação dela. As Raças ficaram nas costas dela enquanto ela se virava e passava por eles como uma sombra.
Mas ninguém disse simplesmente:
—Seu pai disse-me para vir até você.
Fugir desde os quatorze anos não foi fácil. Houve dias, semanas que ela se escondeu nos desertos do Sudoeste, tentando garantir que nenhuma Raça pegasse seu cheiro, tentando entender como sobreviver.
Não importava onde ela se escondesse, sempre era encontrada.
Em uma noite de neve, a mais fria do ano, ela fez dezoito anos, estava a ponto de cair. Suja, doente,com frio e com fome, ela se escondeu num beco atrás de um restaurante/discoteca, barulhenta e popular. Ela não poderia ter ido mais longe. Não poderia lutar mais nenhuma batalha.
Gena Walters, uma motociclista tatuada de boca suja, a encontrou. Ela levantou Storme e a incitou a ir ao apartamento que ela alugava em cima do restaurante. Ela a ajudou a tomar banho, a alimentou, e deu um lugar para ela se esconder.
Ao longo dos anos, Gena puxou seu rabo de mais explosões que Storme podia contar. Explosões e incêndios que todos achavam que as Raças livres começaram e o Conselho tentou continuar.
Gena nunca pediu nada. Ela sempre estava lá.
Mesmo quando Storme não tinha chamado.
Esse pensamento perfurou sua mente agora, fazendo-a parar agora como no passado, ela se perguntou como Gena sabia que ela corria perigo naquelas vezes.
Deus, ela estava ficando tão desconfiada.
Andando pela casa, ela começou a traçar a melhor rota para fora de Haven e o melhor modo de contatar Gena.
Às vezes ela levava um ou dois dias, mas ela sempre achava um jeito de ajudar Storme quando não tinha nenhum outro recurso.
Ela era a única opção de Storme. Porque Deus sabia, se ela ficasse ali por mais tempo, então ela ia perder a cabeça. Ou pior ainda, seu coração.
Com lábios apertados, Styx andou até a casa de hóspedes que Jonas e sua companheira ficavam quando vinham a Haven. O heli-jato aterrissou dentro dos portões seguros da comunidade das Raças de Lobo, o que era raro. Fora uma urgência média, normalmente o heli-jato pousava do lado de fora num heliporto exclusivo de três andares, que abrigava uma entrada segura para Haven.
Executores informaram que o heli-jato chegou com Jonas e a filha recém nascida de Raquel, Amber.
A criança era humana, ela não era filha natural de Jonas, mas Styx sabia que as vezes o sangue não era tudo que importava. Jonas seria mais protetor agora, talvez mais determinado em forçar Storme a entregar a informação que ela tinha. Infelizmente, Styx tinha o mal pressentimento que Storme lutaria até a morte ou até acabar suas forças, agarrando-se ao que seu pai lhe deu para esconder.
Indo até a varanda da frente, Styx bateu de leve na porta de madeira e esperou.
Jonas não o fez esperar muito tempo.
A porta abriu com a expressão dura e selvagem do diretor do Escritório de Assuntos da Raça.
— Temos de conversar, Styx disse ao outro homem.
Jonas piscou antes de recuar, deixando que Styx entrasse na casa.
— Já recebi o relatório da Dra. Armani. — A voz de Jonas estava áspera, dura. —Pedi a execução de uma segunda bateria de exames.
Styx concordou.
Ele também conhecia os resultados. Assim como sabia que Nikki estava em seu laboratório quebrando a cabeça, xingando e tentando entender como uma Raça podia ser uma “quase" companheira.
O hormônio estava na corrente sanguínea dele, havia pequenas quantidades no corpo de Storme, e a compatibilidade de acasalamento estava estabelecida entre os dois. Nikki conseguiu o impossível e deu a ele provas suficientes para garantir que Jonas não podia tirar Storme de Haven sem a permissão direta do Líder Alfa.
A compatibilidade de acasalamento era alta. O hormônio no sangue de Styx e Storme era ainda maior. A saliva e o esperma mostravam um aumento significativo de hormônio de acasalamento, e as glândulas abaixo da sua língua estavam doloridas o suficiente para torná-lo consciente disso.
Todas as provas estavam ali,mas alguma coisa deteve todos os efeitos ardentes da ligação biológica entre companheiros.
—Preciso que você recue, Jonas. — Styx foi direto ao assunto quando o diretor o conduziu ao pequeno escritório fora da grande sala de estar.
— Tenho certeza que você quer. — Jonas foi até sua grande escrivaninha de madeira antiga e se sentou na cadeira de couro.
—Há muita s provas para apoiar o pedido no exame que apresentei a Wolf. — Styx informou o diretor.
Como Jonas era seu diretor, Styx achava que ele merecia um aviso de que Styx não ia recuar e deixar que Jonas executasse a Lei da Raça em sua companheira.
—Um pedido de exame não é um acasalamento, Styx. — Jonas disse e suspirou. — Tudo isso te dará, na melhor das hipóteses, seis semanas. O calor de acasalamento ainda não foi estabelecido, então não vai acontecer. Você está desperdiçando seu tempo e suas emoções, meu amigo.
Havia uma ponta de cansaço na voz de Jonas que encheu Styx de sentimentos de culpa.
— Como está o bebê? — Ele perguntou, sabendo do desespero de Jonas em achar um modo de neutralizar a ameaça que Brandenmore pôs no bebê.
— Ela é toda sorrisos e admiração. — Jonas suspirou sacudindo a cabeça. — Mas há uma diferença no cheiro de bebê dela. Alguma coisa diferente que ninguém no Santuário conseguiu identificar. Eu a trouxe até aqui com Amburg e a Dra. Morrey para consultar-me com Nikki e o especialista da Raça Coiote Del Rey na montanha. Confiamos firmemente, que eles podem entender isto.
— E Brandenmore ainda não está falando?
—Ele ainda não está falando. — Concordou Jonas. — Metade do tempo ele não está em seu juízo perfeito. Tudo que injetou em si mesmo começou a afetar sua lógica e a memória. Agora ele está confinado em uma cela que os cientistas introduziram no Santuário para as Raças com suspeita de febre feral.
Uma pequena cela, almofadada reforçada para garantir que os prisioneiros mantidos lá não poderiam se machucar.
—Temos que ter os arquivos, Jonas. — Styx disse a ele. — Assim como Montague, ele não os destruiu.
—Ao contrário de Montague, Brandenmore era um louco paranoico pouco antes de o capturarmos. — Xingou Jonas. — Tudo que ele tomou para imitar o hormônio do calor de acasalamento que reduz o envelhecimento literalmente começou a apodrecer o seu cérebro.
—Acho que Storme vai desistir das informações que ela tem, Jonas. — Styx afirmou, lamentando não poder dar a Jonas algo concreto para acreditar. — Não acho que Storme esteja guardando o microchip por maldade. Talvez por medo, mas ela não quer realmente prejudicar ninguém.
—Seja qual for a razão, ela está pondo Amber em perigo. — Rosnou Jonas, seus olhos de prata brilharam de raiva momentânea depois se acalmaram de novo. — Quanto tempo você acha que tolerarei isto, Styx?
Styx tentou conter o rosnado desafiante que teria emitido com qualquer outra Raça que fizesse tal afirmação de intenção.
— Você acha que tolerarei uma ameaça a ela, Jonas? — Styx perguntou, seu tom suave e sombrio. — Nunca duvide, eu não tolerarei. Mas estou disposto a trabalhar com você nisto. Se você puder trabalhar com outra Raça que se recusa a obedecer a cada ordem sua, não é mesmo? — As ultimas palavras foram de zombaria duvidosa.
Nunca houve uma Raça ou um humano que conhecesse Jonas que não estivesse bem ciente de sua inclinação em dar ordens.
Jonas o olhou em silêncio por um longo tempo antes de dizer.
—O que você tem em mente?
O que ele tinha em mente podia não ser possível. Ele podia estar contando muito com um coração que Storme talvez não tivesse.
—Ela é teimosa. — Ele finalmente disse e suspirou. — E sua lealdade e medo a fazem se agarrar a isto. Ela tem um coração, Jonas. Eu quero achar esse coração. Se eu conseguir convencê-la a aceitar que precisa nos dar a localização do microchip, então acho que pode resolver o problema de um acasalamento, não é?
Era só um pensamento, um pressentimento. Styx estava muito ciente de que podia não dar em nada, mas agora estava disposto a tentar qualquer coisa.
Jonas apertou o olhar nele.
—Explique. — Ele ordenou em voz baixa.
— Storme está lutando consigo mesma, Jonas. — Ele disse. — Eu dei a ela algo que nunca acreditou que podia encontrar com uma Raça. Segurança e paixão. Storme é uma mulher que tem medo da mesma coisa que ela deseja.
—Você. — Jonas afirmou.
Styx concordou com a cabeça abrupto.
—Eu. O que ela encontra comigo é algo que acredito que ela está lutando mesmo que esteja atraída por ele. Se eu tiver razão, até que ela aceite, então o calor de acasalamento não acontecerá totalmente.
Jonas o olhou quase sem expressão por um longo tempo antes de seu olhar brilhar ao entender.
—Sua hipótese é que o calor de acasalamento começa com o amor, não o contrário?
Styx acenou com cabeça.
—Os hormônios, os feromônios e as reações químicas foram testados para contribuir fortemente ao estado do amor. Todos os ingredientes para ele estão lá, Jonas. Acredito que o medo a está contendo. O medo e todas as emoções que sentia ao manter protegido algo tão perigoso como aqueles malditos arquivos.
—Você pode estar errado. — Jonas o avisou.
Styx respirou fundo, duro.
—E posso morrer amanhã, mas isso vale a pena.
—E ela? — Jonas se inclinou lentamente. — Ela odeia Raças, Styx. Somos animais para ela, nada mais. Para ela, não temos nenhum direito a nossa liberdade e nenhum direito de viver.
Styx sacudiu a cabeça enquanto ele deixava um sorriso aparecer em seus lábios.
—Não, Jonas, isto vem do medo e da raiva que a enche.Não é o que Storme sente. Se ela sentisse isso, então eu nunca a manteria na minha cama toda noite.
— Você está eufórico, Styx. — Jonas suspirou então. — Os passos que você está tomando mudaram sua posição aqui em Haven, assim como porá sua vida em perigo quando ela o trair. Se uma única Raça morrer por causa de suas ações, então você será detido e enquadrado na Lei da Raça junto com ela.
As leis listadas nos arquivos públicos e livros de direito eram discretas, não eram facilmente interpretadas. Toda Raça e humano tinha que assinar um contrato antes de ser admitido para trabalhar em Haven ou no Santuário, aquilo era um contrato claro e conciso.
Nesta área, a lei de acasalamento governava todas as Raças acasaladas, especialmente aqueles que se acasalaram com humanos. Se fosse provado que aquele humano traiu deliberadamente a comunidade ou uma Raça por livre vontade, então o castigo era severo. O castigo se estendia a Raça que era acasalado com o humano traidor. Se o casal acasalado tivessem filhos, então aquelas crianças podiam ser tomadas pela comunidade para serem criadas e protegidas dentro daquela comunidade e não pelos pais naturais.
As leis foram rígidas,mas as penas mais severas só eram usadas nos casos mais extremos e ficavam a cargo dos dozes membros diretores do Gabinete de Governo das Raças.
Styx compreendeu que se Storme traísse a Lei da Raça, então ele também poderia ser, no mínimo, exilado.
Para uma Raça de Lobo especialmente, aquilo podia ser o inferno. De muitos modos Haven era mais social, mais interativo do que o Santuário das Raças Felinas. Os felinos eram de natureza mais autossuficiente e menos inclinada ao entrosamento socio-pessoal.
—Ela é minha companheira. — O lado animal dele se recusou a aceitar nada menos que sua mulher e o lado humano não podia fazer mais nada por aquela conexão que ele nunca conheceu com nenhuma mulher.
Jonas respirou fundo.
—Inferno, Styx. — Ele esfregou cansado a nuca. — Odeio pensar em perder você como Executor e sei que se ela trair as Raças, ser exilado o mataria.
Mataria uma parte dele, ele admitiu. A fúria que sentiria por sua companheira talvez destruísse aos dois, mas ela era dele. Ele tinha que acreditar na justiça inata que ele sentia dentro dela.
— Me dê as seis semanas que preciso, Jonas. — Ele exigiu. — Eu acho que assim que Storme nos ver como somos, diferente do que ela viu e o que foi ensinada, então ela nos dará a pesquisa. Se a forçarmos a nos entregar, ela nunca perdoará as Raças e poderia se tornar uma inimiga que nenhum de nós poderia controlar.
—Eu odiaria ter que matá-la, Styx. — A voz de Jonas endureceu ao pensar em Storme se tornando uma inimiga.
—Isto não é um dever que cairia em seus ombros. — Styx o lembrou.
Aquele era um dever que Styx teria de executar.
—Você acha que eu permitiria isto? — Jonas se levantou lentamente, suas mãos se apoiando sobre a escrivaninha enquanto encarava Styx. — Eu não permitiria assim como não permitiria que Dash matasse a jovem preciosa, Cassie, que todos nós ajudamos a criar. Foda-se a Lei da Raça nesse caso, Styx. Não tenha dúvida, nenhum medo, que as medidas já foram tomas para cuidar disso se Storme decidir nos trair ou se o Conselho conseguir raptar Cassie sem esperança de resgatá-la. Não permitirei isto.
—Então você vai tomar-nos sobre seus ombros? — Styx apertou os olhos nele, vendo de repente um outro lado de Jonas que manteve bem escondido. — Você não se preocupa de um dia você cair e derrubar os pesos que carrega?
Por um segundo, aqueles misteriosos olhos prata brilharam com uma força estranha, uma ponta de puro titânio que Styx não suspeitava.
— Não há nada que eu não faria para garantir a segurança das Raças. — Rosnou Jonas. — Não há nada que não faria para ter a porra da certeza de que minha mulher e meus filhos não experimentarão as atrocidades, o puro inferno que sofremos desde que fomos criados. Não duvide, Styx, eu nunca deixarei que um companheiro ou um pai execute esses deveres, como sei que você faria. Nosso povo não será destruído por causa de uma mulher ou prejudicar um homem mais do que eu deixaria uma criança como Cassie sofrer o inferno sei que ela sofreria se fosse raptada pelo Conselho. E se eu cair, mesmo assim há dispositivos preparados para garantir que as minhas ordens sejam executadas.
A Equipe Fantasma. Styx ouviu o vago boato da equipe selecionada de Raças que Jonas formou bem antes que ele fosse eleito Diretor da Agência de Negócio das Raças.
Como a maioria das Raças, Styx achava que era tudo uma lenda. Mas aquela lenda foi a única coisa que pensou que talvez pudesse executar tal ordem.
—Se sua mão ou sua ordem tomarem a vida da minha companheira, então tome conta de suas costas, Jonas. — Styx o avisou enquanto sentia a genética dos animais que o criou chutando dentro dele ao pensar que Storme corria perigo de vida. — Esteja malditamente certo de vigiar suas costas.
Virando-se, Styx saiu do escritório e foi para a porta da frente. Ele ignorou a pergunta de Raquel quando ela saiu da cozinha e o viu partir. Ele não bateu a porta, não fez nenhum som ao fechar. Uma clara indicação a Jonas que o olhava da porta de escritório que o guerreiro da Raça do Lobo, Styx foi criado para ser completamente dominante.
Ele tentou conter um sorriso, escorregou suas mãos nos bolsos de sua calça e olhou para sua mulher quando ela franziu a testa, desconfiada.
—O que você está fazendo, Jonas? — Ah, como ela o conhecia bem. Ela era a outra metade dele assim como ele sempre soube que ela seria.
— Às vezes, humanos e Raças precisam de um pequeno e sutil empurrão para fazer o que sinto que devem fazer. — Ele disse enquanto se apoiou contra o batente da porta e deixando seu olhar correr sobre ela lentamente.
O corpo dela estava se aproximando “do calor” novamente. Ele podia sentir, cheirar quando ela o olhou com aqueles lindos olhos azuis desconfiados.
—O que você sente que eles devem fazer. — Suas sobrancelhas levantaram ao afirmar. — Jonas, você nunca se preocupa que um dia uma dessas Raças que você manipula pode decidir matá-lo e não tolerar mais sua interferência?
Era uma pergunta que ela fez a ele muitas vezes.
Jonas sorriu, como sempre fazia.
—Eles gostam muito de você, companheira. Eles não a fariam sofrer pelos meus pecados.
E houve dias que ele suspeitou que estivesse muito perto da verdade. Um de seus Executores foi até ela reclamar, denunciar, com raiva e ameaçar a ele. Ela acalmou sua pele franzida, sentindo pena deles e geralmente o mantinha vivo de um dia para o outro ao seguinte, ele não tinha nenhuma dúvida.
Rachel cruzou os braços sobre os seios, levantou seu pequeno quadril curvilíneo e arqueou uma sobrancelha ironicamente.
—Um dia destes, eu poderia ajudá-los.
Ela achou uma saída.
Storme assistia bem tarde naquela noite como os Executores da Raça guardavam a casa, cruzavam as vias, paravam e conversavam. Depois das semanas que ela estava aqui, eles estavam fazendo algo que ela não esperava. Eles estavam ficando complacentes.
A noite estava nublada, nuvens de tempestade se formavam acima das montanhas para bloquear a lua que saia e escurecer a luz que brilhava abaixo em Haven.
Ela tinha que fugir.
Suas emoções estavam em tal conflito, as necessidades, a realidade que ela sempre conheceu debaixo de um ataque. Ela não podia lutar contra isto muito mais tempo. Se ela não caísse fora de Haven, então ela nunca sentiria que a decisão que ela estava perto de tomar era o certo para se fazer.
Desde que ela estivava aqui na casa de Styx, cercada pela humanidade e a alegria da vida e da liberdade ela estava mergulhada nas Raças, então suas emoções estavam em tal conflito que fazia a decisão se tornar impossível.
Da mesma maneira que o pensamento de ficar sem Styx, de estar sem ele, estava começando a se tornar uma escolha agonizante.
Era uma escolha que ela teria que fazer eventualmente, entretanto. Não existia nenhum futuro para uma vida aqui, não importa o quanto ela estivesse começando a desejar que existisse.
Verificando o relógio, ela amarrou as botas de caminhada que ela deslizou em seus pés e vestiu uma camisa de manga longa de sarja que havia roubado de Styx. Quando ela recuperou a cápsula, um sorriso triste apertou seus lábios. Ela a esmagou, a cápsula não era mais nada do que um pó agora.
Ela só podia rezar para que pudesse mascarar seu odor agora.
O odor era tudo quando as Raças rastreavam. Se ela cobrisse seu odor com o dele, seria mais fácil escapar e dar a volta na base Coiote e subir do outro lado, onde ela poderia passar pela cerca de segurança mais facilmente.
Eles descobririam a fenda e imediatamente se moveriam para assegurar o perímetro. Eles poderiam até estar cientes que foi ela que atravessou, mas ela estaria perto o suficiente da estrada principal que eles não saberiam se ela pegou uma carona ou não. Ela sabia como se esconder das Raças. Ela tinha feito isto por anos, até que Styx a capturou.
Mas isso foi Styx. Ela estava segura que tinha sido o homem combinado com a situação que levou a sua captura pelo seu divertido, amoroso, e muito encantador Lobo Escocês.
E agora se afastar dele estava a matando.
Esfregando seus braços, ela fez uma careta com a irritação que podia sentir bem embaixo da carne. Estava se tornando mais proeminente agora do que tinha sido antes. Estava diretamente relacionado à Styx, ela sabia, porque se ele a tocasse, se ele a beijasse, se ela saboreasse aquele erótico, sabor enganoso de chocolate e canela, então a irritação aliviava. A excitação crescia, ficava aquecida e quente, mas o formigamento irritante, frustrante embaixo de sua pele ia embora.
A fome pelo beijo dele ficava, pelo menos durante algum tempo, saciada.
Ela quase riu com o pensamento. Quem podia ter imaginado que ela, que acreditava que odiava as Raças por tanto tempo, podia almejar por apenas um beijo?
Mas uma parte dela sempre soube que não eram as Raças em geral que ela odiava, mas o fato de que eles eram a razão do porque seu pai morreu. Proteger a eles significava mais para seu pai do que proteger sua filha. Era esse conhecimento que a machucava.
Puxando as extremidades da camisa de sarja mais perto sobre ela, ela desviou a vista da janela trancada e assistiu como os guardas da Raça se moviam para posição mais próxima.
Ela mordeu seu lábio quando ela sentiu sua garganta apertada com emoção. As lágrimas ameaçavam encher seus olhos enquanto ela lutava contra a necessidade instintiva para ficar em lugar de fugir.
Ela não tinha nenhum negócio aqui, ela disse a si mesma.
Quanto mais tempo ela ficasse, mais perto ela estava de arriscar uma parte dela mesma que ela nunca arriscou em sua vida. Seu coração.
Styx estava chegando perigosamente perto de fazê-la amar a ele.
Sua respiração engatou como um soluço pego em seu peito.
Ela não iria chorar.
Ela iria fugir, e iria se esconder até que pudesse compreender que diabo iria fazer com as informações que seu pai deu a ela.
Uma coisa era malditamente certa, ela não podia esconder mais isto. Ela não podia arriscar sua própria vida por algo que ela estava começando a acreditar nas profundezas de sua alma que seu pai teria querido que as Raças tivessem.
Enquanto os dois Executores cruzavam a linha que ela marcou com sua linha de visão durante as últimas noites, Storme se moveu.
Dentro de segundos ela estava escapando pela porta da frente e fechando isto silenciosamente.
As bordas naturais, árvores e a folhagem que as Raças deixaram para privacidade e exclusão trabalhava a favor dela agora.
Com o olhar treinado dela no chão, evitou os monitores construídos no caminho de pedra que levava a estrada estreita de cascalho e se enfiou embaixo das câmeras de sensor de movimento.
Se movendo abaixada e rapidamente, ela rodeou as árvores, cruzou a estrada em uma corrida rápida então entrou na floresta quando sirenes começaram a soar atrás dela.
Ela devia ter errado um sensor ou uma câmera, ela pensou. Que incomum. Ela sempre podia descobrir as armadilhas preparadas para uma cilada em todos esses os anos.
Como Styx disse antes, ela estava ficando fraca, suave.
Ela não se incomodou em olhar atrás dela, não se incomodava tentar ver se ela estava sendo seguida. Sua única chance era manter tanta distância entre ela e Styx e os Executores o quanto possível.
Quanto mais ela se distanciava dele, mais difícil se tornavam conter as lágrimas, ou manter sua respiração o suficiente para permitir que ela corresse.
Sua vista ficou ofuscada e cheia de água, sua respiração rasa, agitada, enquanto ela lutava contra o remorso que ameaçava subjugá-la.
Ela não queria fugir dele.
Ela não queria partir, e ela não queira ficar para ter seu coração arrancado de seu peito.
Ela não queria nunca mais perder alguém que amava.
Ela tropeçou, quase ficando de joelhos com o pensamento.
Ela não podia amá-lo. Ela não se permitiria amá-lo.
Ela gostava dele. É isso que era. Ela gostava dele e não estava acostumada a gostar de ninguém. Diferente de Gena, ela não teve nenhum amigo; eles a deixavam vulnerável. Eles a assustavam.
Se apoiando no tronco de uma árvore, ela enxugou seu rosto e olhou para cima quando um raio cortou através do céu, iluminando as árvores, e a chuva começou a cair em um aguaceiro duro e fixo.
Como se ajustava perfeitamente, ela pensou enquanto ela tomava um fôlego duro e desigual e olhava fixamente em torno da noite escurecida.
Ela ainda podia ouvir as sirenes que soavam atrás dela e soube que as Raças já tinham equipes explorando a floresta. Eles estavam chegando mais perto a cada segundo e ela apenas estava de pé lá.
— Maldito. — Ela sussurrou desesperadamente enquanto lutava contra os soluços que queriam rasgar pelo seu peito. — Maldito, Styx.
Ele estava a despedaçando, ela podia sentir isto. Ela nunca teve problema em escapar daqueles que o Conselho ou as Raças enviavam atrás dela. Ela conhecia seus truques; seu irmão a ensinou como evadir o treinamento que eles recebiam. Ela os conhecia como apenas uma pessoa que tinha sido criada ao redor deles poderia os conhecer. E ainda assim, aqui estava ela de pé, como se não pudesse forçar suas pernas a se mover, não conseguia forçar a vontade para correr.
O trovão fez tremer o chão quando um raio iluminou o céu.
Vacilando, Storme se empurrou da árvore enquanto ela se forçava a continuar andando, continuar fugindo.
Era malditamente difícil correr e chorar ao mesmo tempo, entretanto. E por que no inferno ela estava chorando era o que ela não podia compreender. Não era como se ela tivesse se permitido se aproximar de ninguém aqui, além de Styx. Ela ficou isolada, abstendo-se de se juntar as refeições da comunidade à noite ou responder quaisquer dos convites emitidos pelos pares acasalados ao longo do “bairro”.
Mas ela quis fazer uma visita. Ela queria ver a criança de Chance, conversar com Faith Arlington sobre as recentes negociações com a Rússia em relação a uma descoberta de ouro nas terras que foram dadas para um pequeno bando da Raça de Lobos anos antes.
Ela queria ver a filha de Jonas Wyatt e Rachel Broen, que eles temeram que Brandenmore de alguma maneira infetou com um potencial vírus de Raça.
O que ela estava fazendo?
Com os punhos apertados, ela adicionou velocidade às pernas, forçando-se a empurrar mais rápido, mais longe. Ela tinha que sair de Haven se ela iria escapar. Não existia nenhum modo que ela pudesse conseguir proteger seu coração deste modo, ou as informações que seu pai deu a ela.
Enquanto outro estrondo causando por um raio iluminava o céu, seguido por um uivo de Lobo que ecoava pelas árvores como se tivesse sido arrastado do inferno e estava se acelerando direto para seu traseiro.
Ela não podia evitar se virar para olhar, seus lábios se dividiram com um grito de surpresa com a visão atrás dela.
Um raio reluziu, transformando uma juba de cabelo vermelho dourado em cor de chamas enquanto olhos azuis brilhavam como luzes sobrenaturais na escuridão.
Estreitados e reluzindo com fúria, eles perfuraram a escuridão enquanto Styx a perseguia, se movendo rápido o suficiente para assegurar que ela não o iria despistar, enquanto ficava a uma distância para trás para dar a ela uma sensação de esperança. Se ela fosse louca o suficiente para acreditar que existia qualquer chance de esperança no que diz respeito a escapar.
Era sua própria culpa, da mesma maneira que tinha sido a primeira vez.
Com ele atrás dela agora, pareceu que suas pernas se encheram de energia, com velocidade. Ela correu pela noite, o vento chicoteava seu cabelo, excitação corria por sua circulação sanguínea enquanto ela corria adiante.
Existia uma alegria a empurrando agora, um desafio que não adicionava apenas energia para correr, mas uma força, uma onda de adrenalina que fez seu coração correr e uma sensação de selvageria a invadindo.
Olhando depressa para trás dela, ela se assegurou que ele estava ainda lá, andando, perseguindo-a pela noite enquanto um trovão estalava sobre a cabeça dela e um raio dividia os céus com um espetáculo de luzes brilhantes com raias amarelas.
Atrás dela, ela o ouviu rosnar, uma advertência, um som do fundo da garganta que enviou ondas de uma necessidade concentrada que se apressou por sua boceta. Ela sentiu seus sucos se ajuntando entre suas coxas até enquanto ela examinava a chuva, olhando para trás dela, certificando-se que ele estava ainda lá, e que ele ainda a estava seguindo.
Ele deixou-a correr até que as pernas dela ficassem fracas, tremendo. Quando ela tropeçou em um galho escondido na escuridão, um raio chamejou e ela se agarrou em uma árvore caída e espessa, ofegando para respirar.
Imediatamente, ele estava lá. Atrás dela, o calor do corpo dele, a força pesada de seus braços ao redor dela, apertando-a contra a árvore enquanto ela engolia um gemido de luxúria pura que se erguia na garganta dela.
— Você não fugirá de mim. — Animalesco, tão áspero e espesso com luxúria, ele rosnou as palavras em sua orelha antes de beliscar a ponta tenra com uma mordida delicada.
— Eu não deixarei você me segurar. — Mesmo que ela estivesse se debruçando nele, a bunda dela servindo de almofada para o comprimento esticado do pau dele enquanto ele rosnava contra o pescoço dela.
— Você é minha!
Ela estremeceu com a declaração, sentindo ele nas costas dela, os quadris dele balançando contra a bunda dela enquanto ele a empurrava mais sobre o tronco caído.
O vento uivou ao redor deles, a chuva caindo sobre eles e a ensopando até a pele, ainda não existia nenhum frio. Existia apenas o calor do corpo dele atrás dela, os braços dele ao redor dela, a sensação das mãos dele se movendo para o fecho da calça jeans dela, os empurrando separadamente, descendo o zíper e rasgando a sarja até as coxas dela.
Ela não usava nenhuma calcinha. Há muito tempo ela havia renunciado às roupas de baixo, deixando-a nua embaixo da sarja.
Contra o pescoço dela, ele rosnou novamente, seus caninos que se ajuntaram contra a carne sensível dela enviando uma sensação de labaredas de calor pelo corpo dela.
Era por isso que ela não podia fugir dele? Por que ela não podia deixá-lo?
Com suas mãos apoiadas no tronco, ela ofegou de frente para ele, sentindo os dedos dele entre suas coxas, achando o broto inchado de seu clitóris enquanto a outra mão empurrava embaixo de sua camiseta emprestada para acariciar o montículo de um peito livre.
Seu mamilo endureceu ainda mais, se realçando para os dedos dele enquanto ele achava isto e queimava com o contato.
Storme se arqueou, gritando em cada toque enquanto o corpo dela começou a zumbir com prazer. Não existia nada tão incrível quanto o toque de Styx. Como ter os lábios dele em sua garganta, os caninos dele que remexiam sobre as cordas sensíveis do pescoço dela e os dedos dele apertavam as profundidades necessitadas da boceta dela.
— Sim. — Ela silvou em desespero, apertando a penetração dos dois dedos fortes, largos enquanto eles abriam caminho dentro das profundidades lisas, ávaras do sexo dela.
— Eu não deixarei você fugir. — Ele beliscou o pescoço dela enquanto ela gritou com a profunda, penetrante punhalada dos dedos dele dentro dela. — Eu serei maldito se eu perder você para sua própria maldita teimosia.
A cabeça dela caiu contra o ombro dele enquanto ele removia a mão de seu peito. Um segundo mais tarde ela o sentiu trabalhando para soltar a calça jeans dele, liberando o comprimento duro e espesso de seu pau.
Ela se contorceu contra ele então, uma fome que ela não podia controlar subindo dentro dela.
Ele permitiu o movimento dela, a deixando virar para encará-lo, só para segurar com suas mãos os ombros dela e a empurrar para os joelhos no chão.
A mão dele foi para a coxa dela, agarrando os lados do impossivelmente duro músculo com uma mão enquanto os dedos da outra se enrolaram ao redor seu pau.
Existiram poucas preliminares. O desespero que montou nela ameaçou a roubar sua mente. Ela queria apreciar cada segundo, cada toque até que ela se perdeu nisto.
Seus lábios se separaram.
Os dedos de Styx se enfiaram em seu cabelo e agarrou as mechas enquanto ele envolvia os dedos de uma mão em torno da base do pênis.
O raio relampejou novamente, enviando labaredas de luz iluminando os planos selvagens do rosto dele. Tenso, duro, sua expressão estava cheia com luxúria, com fome, enquanto ele apertava a ponta larga nos lábios separados dela.
— Chupe isto, Doçura. — Ele gemeu. — Dê-me essa apertada e pequena boca, amor.
Uma punhalada lenta e rasa enterrou a dura e quente cabeça de seu pau dentro de sua boca e arrastou um gemido baixo e duro do peito dele.
Storme podia sentir a fome que fluía dele. Ele se queimava com isto, seu pau pulsou duro e apertado com ela enquanto sua língua se enrolava sobre a cabeça, golpeando enquanto ela lambia, amando o sabor dele, a sensação dele.
Enquanto ele segurava a carne dura para ela trabalhar com sua boca na ponta engolida, as mãos de Storme estavam livres para vagar. Enquanto a chuva se derramava sobre eles, escorria pelo peito dele, pelas coxas dele e em torno do comprimento de seu pau que golpeava, as mãos dela acariciavam e traçavam o calor das coxas dele.
Mergulhando entre elas, ela achou o saco apertado e delineado das bolas dele, as acariciou e tremeu com o som do estrondo severo, áspero de prazer que alcançou as orelhas dela.
A mão que segurava apertado o cabelo dela moveu a cabeça dela enquanto ele fodia os lábios dela, enquanto ele segurou a base da sua ereção com a outra. Storme podia sentir a pulsação pesada e o pulsar do sangue embaixo da carne fortemente carne cheia de veias. Com cada minuto de pulsação um líquido pré-seminal foi atirado em sua boca e estava cheio do gosto de canela e calor.
Sem igual. Quente, o gosto dele pareceu encher os sentidos dela com o resplendor e o poder de um narcótico. Correu para a cabeça dela com cada pulsação de sangue para seu cérebro e atingiu um nível de intoxicação, o poder explosivo da estimulação que a inundou.
Ela estava se afogando nele.
A língua lambeu e golpeou sobre o pau devorado enquanto cada pesado pulso da ejaculação incomum esporreava contra sua língua. Ela saboreou e apreciou. Ela sugou a carne dura, gemendo enquanto os seus dedos dele deslizaram para o broto inchado, sensível do clitóris dela.
Ele queimou e pulsou. O broto inchado estava tão apertado e duro que era quase doloroso enquanto ela golpeava e se esfregava contra o lado do nó sensível das terminações nervosas.
— Uma boca tão fodidamente doce. — Ele gemeu, sua voz tão áspera, tão profunda quanto o som de um trovão, abafado e baixo ao longe agora. — Chupe isto duro, bebê. Deixe-me sentir essa quente e pequena língua amando o inferno do meu pau.
E ela estava amando isto. Ela estava intoxicada com isto.
Ela tomou isto tão fundo quanto possível, sentindo o pulso duro da ponta larga atrás da garganta dela antes de retroceder e lamber a cabeça uma vez mais.
Os dedos dele amassavam o couro cabeludo dela enquanto as coxas dele se juntaram e se apertaram e seu pau pareceu endurecer ainda mais, a cabeça pulsando como se inchando mais entre os lábios dela já esticados.
— Maldição. Suficiente, bebê.
Styx se empurrou para trás. Ele podia sentir o nó que pulsava na carne apertada de seu pau, mais perto da superfície, ameaçando expandir e inchar com cada pulsação dura de pré-sêmen que ele lançava na boca dela.
Ele podia sentir o calor dela aumentando, cheirava na tempestade que encharcava o ar ao redor deles.
Não era o calor do acasalamento, mas era malditamente perto. Rico, cheio com especiarias, quente e tentador, foi para sua cabeça. Olhando fixamente abaixo nela, ele assistiu como ela puxou para trás, olhando fixamente nele enquanto ela lambeu acima da cabeça de seu pau, a luz da lua lentamente saindo que cintilava acima do rosto pálido dela e o seu cabelo longo e sedoso encharcado que escorria abaixo das costas dela.
Ela parecia com uma ninfa de madeira, a sexy, uma sensual e pequena sedutora que o arrastou em uma aventura cheia luxúria que ameaçava destruir o autocontrole dele.
— Ah, linda. — Ele gemeu, incapaz de conter as palavras enquanto ela chupava a cabeça de seu pau em sua boca de novo. — Esta é a minha doce Storme.
Ele nunca conheceu tal prazer. Ele nunca tinha sentido tal necessidade e fome de uma amante dele, e não era nem o calor do acasalamento.
Isto era necessidade pura, rica e quente, apertando suas bolas e enviando dedos de sensação elétrica que corriam para cima da espinha dele.
Ela acariciou suas bolas com uma mão, as pontas dos dedos dela tocavam acima do saco tenso, ele estava ciente de que ela estava se acariciando, o cheiro de sua nata rica enchia os sentidos dele até que ele se perguntou se ele poderia sobreviver à pressão.
Uma maldita coisa era certa, outro minuto na boca dela e ele iria gozar.
Levou todo o autocontrole que ele possuía para puxar a ela para trás e a levantar em seus pés. Balançando na frente dele, seus lábios avermelhados e inchados, olhos verdes escurecidos e reluzindo com fome, ela parecia com uma mulher perdida no prazer que estava dando a seu amante.
— Linda, dê para mim. — Ele gemeu enquanto a girava novamente, pressionando contra as costas dela para curvá-la sobre tronco alto da árvore.
A respiração dela ficou presa, mas era excitação em lugar de medo enquanto ele enfiava a cabeça do seu pau contra as dobras inchadas e saturadas de sua boceta.
— Aí, amor. — Ele sussurrou, ciente do som áspero e profundo da voz dele. — Deixe-me ter você. Se eu não enterrar meu pau em sua doce e pequenina boceta, então eu posso não sobreviver essa noite.
Ele teria preferido sua cama, mas não havia nenhum modo que ele duraria o tempo que levaria para retornar para a cabana antes de fodê-la.
A fuga tentada, a perseguição, a tempestade que se formou ao redor deles e aquela que se formou dentro dele era malditamente muito poderosa para resistir.
Agarrando o quadril dela com uma mão, ele apoiou sua outra mão próximo a dela no tronco caído.
— Storme, perdoe-me, linda. — Porque ele não podia ir devagar. Porque ele não podia ir devagar com ela como ele queria. Porque a necessidade para enchê-la estava montando nele ao ponto de uma febre dura e ele não podia conter-se mais.
Storme sentiu a pressão do pau dele contra a entrada de sua boceta, com sua respiração presa, então deixou isto sair em um sopro duro de ar que devia ter sido um grito.
O corpo inteiro dela ficou tenso com a primeira punhalada dura, determinada. Separou os músculos apertados de sua boceta, hospedou a cabeça de seu pau dentro dela com uma velocidade chocante e roubou o fôlego dela enquanto o prazer estourava dentro dela.
— Styx! — Chorando seu nome, ela arqueou com a punhalada, tentando o enterrar mais fundo, mais duro, implorando para mais das intensas e impressionantes sensações que inundaram o corpo dela naquela primeira entrada abrupta.
Não havia necessidade de implorar. Tão desesperada quanto ela estava para isto, era possível que ele daria mais que isso.
Storme mal teve tempo para aspirar bruscamente antes dele estar se movendo novamente, retrocedendo, então empurrando mais distante, mais fundo, a dor e o prazer eram chamas em cada punhalada ameaçando lançá-la acima da extremidade da liberação com cada ígneo empalamento, até que ele se hospedou bem no fundo dela. As pulsações ferozes, pesadas do líquido pré-seminal pulsavam de seu pau, enchendo-a, e todo tempo ela sabia sem sombra de dúvida que aliviou o aperto feroz de sua boceta ao redor seu pau enquanto sensibilizava as paredes internas ainda mais.
Um choramingo deixou os lábios dela com um percepção distante.
Existiam rumores, histórias de tabloide e sussurros de advertências para todos os membros das sociedades de sangue puro sobre um fenômeno conhecido como calor do acasalamento.
Uma luxúria ingovernável que roubava a mente da mulher e a fazia uma escrava sensual disposta para seu amante da Raça.
Existiam relatórios dos sintomas que ela nunca acreditou. O líquido pré-seminal que acalmava a carne interna da mulher e permitia a ela facilmente tomar a largura espessa demais do pau de um Raça Lobo. Existiam também rumores do nó do acasalamento, na expansão do pênis.
Ela não sentiu isto, mas ela podia sentir o trovão pesado da pulsação dele mais espessa onde sua boceta era mais estreita, como se algo bem embaixo da carne pulsasse para estar livre.
Se isto era o que era, então ela bem entendia por que as mulheres eram advertidas. Alguém devia tê-la advertido do prazer, o calor e da total sensualidade disto.
Se ela soubesse que era isto, então ela podia dizer que não teria corrido para braços de Styx mais cedo.
— Styx. — Ela sussurrou seu nome novamente enquanto ele empurrava dentro dela completamente uma vez mais antes de se segurar quieto dentro dela.
Ela podia sentir isto mais completamente então. Aquele duro pulso no meio de seu pau, como se a carne estivesse lutando para se expandir, fechar ele dentro dela.
— Ah, linda, eu podia morrer um homem feliz neste momento. — Ele gemeu. — Deixe-me apenas demorar um pouco aqui. Deixe-me sentir essa pequena e apertada boceta ao redor do meu pau. Storme, amor, você podia deixar um homem louco de fome por você.
Sua voz era mais áspera, a mão em seu quadril apertando, dobrando enquanto os quadris dele mudavam de posição, apertando a cabeça do seu pau mais fundo dentro dela e ela sentiu sua boceta se apertando, espremendo dele um prazer crescente.
— Foda-me. — Ela gemeu. — Por favor, Styx. Oh Deus, por favor, faça alguma coisa. — Ela estava tentando se mover, mudar a posição de seus quadris, forçá-lo a se mover dentro dela quando ele deu um baixo gemido rosnado e começou a se mover.
Ela sentiu que o prazer rasgava por ela com cada punhalada dura, cada penetração chocante pelo calor ígneo de seu pau. A eletricidade pareceu correr pelo corpo dela enquanto seu clitóris queimava e inchava ainda mais e os dedos dele se moveram do quadril dela para entre suas coxas.
Os dedos dele acharam seu clitóris, e ela perdeu a habilidade de pensar. As pontas calosas dos dedos dele acariciaram e atormentaram enquanto seu pau empurrava dentro dela com golpes rápidos de êxtase.
Ela ia explodir. Ela podia sentir isto. Ela morreria em seus braços hoje à noite e não existia nada que ela pudesse fazer para impedir isto. Ela não queria parar isto. Aqui, existia paz, existia uma sensação de segurança que ela nunca conheceu em sua vida.
Existia Styx.
— Ah, linda, você está tão perto. — Ele gemeu na orelha dela e os dentes dele raspavam o ombro. — Eu não posso esperar para sentir isto. Sinta sua pequenina doce boceta apertando meu pau. Dê isto para mim, amor. Dê-me seu prazer.
Os dedos dele se moveram sobre seu clitóris então, o acariciando enquanto os quadris dele se moviam mais duro e mais rápido. Ele a fodeu com golpes duros, poderosos, cada penetração se chocando com as terminações nervosas tão sensíveis, tão quentes e brutalmente responsivas que ela sabia que estava perdida.
Os dedos dele se moveram sobre seu clitóris, roçando, acariciando. Seu pau se moveu dentro dela, esticando-a, enviando uma revolta ígnea de sensações diretamente para seu útero como uma explosão de um edifício detonando dentro dela.
Ela gritou o nome dele, ela soube que o fez. O corpo dela se apertou até o ponto de se quebrar, a sensação de dedos quentes estourou através de suas terminações nervosas, e uma onda igual a uma maré de êxtase a colheu, estremecendo por seu corpo, a agitando, marcando a ela assim como Styx marcou seu ombro com seus afiados e uma vez temidos caninos que ele enterrou nela enquanto se abandonava em sua própria liberação.
E em seus braços, Storme sabia isto de alguma maneira, em algum lugar, ela perdeu uma parte dela mesma e seu coração para a Raça que a segurava.
Pela primeira vez desde que ajudava o desenvolvimento da comunidade da Raça de Lobos, que Styx quase lamentou uma das poucas responsabilidades que ele tinha em relação a isto uma semana depois. Esse tal dever era ocasionalmente assar o porco para os aniversários dos acasalamentos.
Dash Sinclair e sua companheira, Elizabeth, estavam celebrando a marca de dez anos de seu acasalamento na próxima noite, e a celebração surpresa tinha sido planejada por meses. Cassie planejou a maior parte do evento, e Styx sabia que este presente para que eles era muito importante para ela. Ela queria mostrar a seus pais o valor que eles tinham para ela. Conseguir que ela entendesse que não era mais do que qualquer pai faria não era fácil.
Sua vida não tinha sido uma fácil. Quando ela veio para Wolfe e Hope com a ideia da festa, o casal alfa sinceramente abraçou isto porque Dash os ajudou com os muitos avanços e contatos com a sociedade da Raça de Lobos desde que o antigo Ranger do Exército declarou sua condição de Raça.
Preparar o porco era demorado, mas um projeto que Styx podia fazer enquanto ele pensava sobre as coisas. A cova do fogo já estava preparada, forrada, e os carvões estavam ardendo vermelhos e quentes enquanto ele embrulhava o porco preparado em um papel de assar e deixava isto na grelha de ferro fundido que seria usado para lhe abaixar na cova e recuperar isto quando estivesse pronto.
Mas a atividade o separou de Storme, e nos últimos dias, desde sua tentativa de fuga, algo mudou dentro dela. Algo que ele não podia colocar muito seu dedo ou explicar.
Ela parecia mais quieta, mais pensativa. Ela ainda não se juntava aos jantares da comunidade a noite, mas agora ele podia ver a fome para fazer isso em seus olhos.
Havia vezes que ele teria dado qualquer coisa para ver ou ouvir o que ela estava pensando quando se sentava no deque atrás da cabana toda noite e assistia a alegria que resultava quando todos eles se reuniam.
Algumas vezes, ele jurou que a pegou à beira de rir enquanto a noite progredia e os homens tentavam jogar um tipo de jogo do futebol americano misturado com futebol.
Eles eram atletas perfeitos, mas as Raças eram altamente competitivas e podiam se rosnar e se tornar adversários amigáveis ensopados de suor enquanto os jogos progrediam.
Ainda, entretanto, ela não se juntava a diversão, nem desceu do deque para chegar mais perto disto. E suas expressões tinham o poder de preocupá-lo agora.
Ela parecia quase triste, como se uma parte dela não pudesse mais lutar, e ele temeu que ela estivesse desistindo de alguma parte dela mesma.
O calor do acasalamento não progrediu; ele ainda estava torturado por sua “quase” companheira. Ele a marcou, ele podia cheirar seu odor nela, mas o calor total ainda permanecia fora de alcance.
Acenando para Navarro pegar o outro lado do fardo pesado, Styx ergueu o porco convidado e ajudou a levar isto para a cova preparada no meio do pátio. As correntes presas nos lados do suporte eram então presas a um gancho grande que costumava manobrar isto e mais baixo nos carvões quentes. Era então coberto e tudo o que eles tinham que fazer agora era esperar pela carne suculenta cozinhar.
— Vai ser um inferno de festa. — Navarro comentou enquanto ele se afastava e cuidadosamente abanava suas mãos.
Styx quase riu com o melindre da Raça. Navarro era uma Raça de Classe Personalizada , uma Raça criada e treinada para se infiltrar nos círculos políticos, sociais ou sociedades de elite influentes. Styx o chamava de “menino bonito” de Haven. Ele preferia não sujar suas mãos, seu cabelo era sempre perfeitamente cortado e arrumado, sua roupa sempre sob medida para se ajustar perfeitamente a sua estrutura alta e magra.
— Cassie tem isto planejado até o último minuto. — Styx murmurou com diversão.
— Sua mulher virá? — Navarro perguntou, surpreendendo Styx com a pergunta.
A outra Raça a chamou de sua “mulher”, não sua companheira. O conhecimento do fato que toda Raça em Haven podia sentir que ele não a marcou, fez seus dentes de trás se friccionarem de raiva.
— Talvez. — Ele brevemente respondeu.
— Eu posso sentir uma ligação lá, Styx. — Navarro comentou. — Mas você ainda não acasalou com ela. O que está segurando seu Lobo?
Styx olhou fixamente de volta para o outro da Raça.
—Não é o Lobo que está se contendo, é a mulher.
Navarro grunhiu com isto.
—A mulher não produz o hormônio do acasalamento, meu amigo. — Navarro informou a ele. — Ela só está sujeita a isto. Então, me parece que é o seu Lobo que está contendo-se.
— Ou a aceitação dela. — Styx rosnou. — Eu sempre me perguntei sobre a impressão de força que o hormônio do acasalamento dá. Que ele tira a escolha das mãos da fêmea. Eu acredito que Storme está retendo o controle e se recusando a aceitar...
— Ou é você que está.
Styx deu um baixo rosnado de advertência.
—Ela é minha companheira. Eu aceito isto.
— Mas o seu Lobo aceita? — Navarro pousou a pergunta curiosamente. — Este fenômeno do acasalamento me intriga, Styx. Esta é a primeira vez que uma Raça se contém de seu companheiro de tal modo. Talvez você seja a pessoa que se recusa a aceitar uma companheira que sente tal preconceito contra você. Uma companheira que se recusa aceitar que seu amante é humano e também animal.
Styx se esforçou para conter a raiva que exigiu uma reposta física para o menosprezo em direção a sua aceitação a sua companheira.
O Lobo dentro dele estava ficando louco com o fato que ele não podia corretamente marcar a ela, que o hormônio do acasalamento estava fora de alcance, irritando as glândulas, mas se recusando a liberá-lo.
Tinha que ser uma reação inconsciente pelo fato que sua companheira não o aceitava, porque ele certo como no inferno não tinha nenhum problema em aceitar a ela como sua companheira. Ele não podia e não aceitava que o problema era com ele.
— Eu anularia a aceitação da companheira por que eu entendo que você desistiu de seu alfa em relação à mulher. — Navarro declarou então. — Talvez uma parte de você perceba que ela vai trair você, ou Haven. As consequências disso poderiam ser desastrosas.
— Eu pedi a sua opinião? — Styx fez tudo para não rosnar de volta.
— Você não teve que pedir a minha opinião. — Navarro assegurou a ele. — Eu a dei voluntariamente.
— Então pare fodidamente de se voluntariar. — Styx estalou.
Navarro grunhiu com a ordem.
—Você se recusa a ver a verdade então? Reconhecer o fato que esta mulher está sendo rejeitada por sua genética não por causa dos sentimentos dela, mas por causa da sua desconfiança dela?
— Exatamente. — Styx pontuou a declaração com um grunhido forte. — Porque diferentemente de você, Navarro, eu conheço bem o meu Lobo. Quando você entender o seu também, então você pode vir conversar comigo.
Ele se virou e saiu da cova de fogo, passando pelas árvores que protegiam e cercavam isto e foi para sua própria casa e sua própria mulher.
Ele seria maldito se ele permitisse à outra Raça o questionar em algo tão significante como sua confiança na honestidade inata de Storme. Ela não era uma pessoa cruel, como ela queria fingir. Ele podia sentir a bondade nela, da mesma maneira que ele sentia o medo e a confusão dela.
Ele não estava certo do porque o calor do acasalamento não era ativado; tudo que ele sabia eram seus sentimentos, sua convicção, de que nada ou ninguém podia forçar o amor, até o calor do acasalamento. E até hoje, nenhum acasalamento aconteceu onde não havia o potencial para o amor. Até agora.
Storme era intrigante. Ela o queria, sofria por ele. Mas até que ela deixasse o passado ir, ela nunca poderia amar ninguém. Nem Raça nem humano.
Empurrando a porta aberta, ele pegou o odor dela imediatamente. Seu pau já endurecido se tornou ferro puro, pulsando de necessidade enquanto suas bolas se apertavam.
Tomando uma respiração funda, forte, ele controlou o impulso de seguir o odor até a sala de estar e imediatamente a tomar.
Seu pau estava tão duro que era doloroso. Sua língua pulsava e coçava, entretanto um exame rápido nos lados de seus dentes assegurava a ele que as glândulas não incharam, o hormônio do acasalamento não as estava enchendo.
— Eu preciso de sua ajuda aqui. — A resignação enchia o tom dela enquanto ecoava da sala de estar.
Franzindo a testa, ele foi para a sala de estar antes de dar uma parada surpresa mal dentro da porta.
Storme se sentava no chão, sua cabeça embaixo da mesa da sala de estar onde os controles de televisão, o vidro do computador interno e os controles da temperatura do quarto e de iluminação eram acessados e estavam colocados.
A sensível mesa eletrônica se erguia para visão mais fácil, com um teclado holográfico que se movia e angulava para se ajustar a qualquer posição no sofá ou na frente dele.
Pelo menos, era. No momento, Storme parecia ter vários componentes para os receptores sem fio como também a mesa de controle principal desmontada.
Ele sentiu seu estômago cair com uma decepção aguda. Maldição, ele amava aquele sistema. Não controlava apenas sua habilidade para acessar a Internet e os arquivos da Agência, mas também sua televisão, links por satélite, detalhes de segurança e seu sistema de última geração de som na parede mais distante.
— Eu posso perguntar o que você está fazendo? — Ele andou para ela, mantendo suas mãos cuidadosamente ao redor do pescoço dela.
Ele estava apaixonado por ela. Se ele não fosse apaixonado por ela antes, então naquele momento, ele sentiu sua cabeça rodar quando ela agarrou a vara de ajuste eletrônico fina ao seu lado e habilmente aplicou isto no sensor no módulo de controle que tinha dado a ele trabalho por meses.
— Bem, eu estava tentando ultrapassar os protocolos de segurança no sistema assim eu podia assistir a maldita televisão. — Ela murmurou. — Enquanto eu estava lá, eu achei uma dúzia de curtos no sistema e várias vulnerabilidades de hardware. Eu achei que eu pudesse consertar tudo.
— Entediada, Storme? — Ele falou com diversão e se sentou ao lado dela.
— Só segure isto. — O desgosto fingido encheu o tom dela e ela indicou a longa, esquisita mesa de controle montada embaixo da mesa. — Quem instalou isto devia levar um tiro. É uma maldita bagunça. Você percebe as vulnerabilidades de hardware que podem foder com seu sistema de Firewall inteiro? O que? Você quer que alguém deslize seu sistema e foda com isto?
Não, ele não queria, mas ele suspeitava dos talentos de Storme baseado nos arquivos da Agência dela. Ele deliberadamente deixaria os problemas no lugar e tinha o setor de comunicações monitorando isto de perto enquanto ele esperava que ela ficasse cansada de vagar pela casa como um fantasma e fizesse algo sobre isso quando um curto fez a televisão parar de funcionar.
— Eu aprecio sua preocupação. — Ele murmurou enquanto o olhar dele se movia para onde a camisa que ela vestia pegava em seu estômago, vários botões estavam soltos.
Ela estava vestindo uma de suas camisas agora. A carne nua e bronzeada o tentava para saboreá-la enquanto ele alcançava e segurava a mesa de controle no lugar para ela.
— Minha preocupação ou meu enfado? — Ela questionou decisivamente e agarrou outras das ferramentas eletrônicas, seus dedos sentindo contra a folha até que ele empurrou isto em seu caminho caladamente.
Ela escolheu um ajustador de fio pontudo e fino e a ferramenta de soldar, e ele assistiu como ela prendeu dois fios minúsculos, os deixou no lugar e ativou a ferramenta para fixar os arames.
Tanto para opinião de Jonas e Navarro que ela os trairia na primeira oportunidade. Ela podia ter mantido sua boca fechada sobre os problemas de hardware, provavelmente acreditando que ele não sabia deles, e tentar achar um modo para ferir Haven.
Ela não tinha. Ela o advertiu do problema ao invés. Aquele conhecimento enviou uma onda de pura emoção por seu intestino, quase provocando que ele perdesse seu aperto na mesa de controle.
— Jesus, Styx, não fique cheio de dedos comigo. — Ela murmurou enquanto puxava o alicate de volta e verificou seu trabalho com uma luz de onda eletrônica pequena.
Apertando o interruptor para a luz, ela ativou o sistema de testes e começou a recapitular a luz branca de cada componente e fios.
— Onde você aprendeu como trabalhar nestes sistemas? — Styx perguntou enquanto ela fazia uma carranca para o sistema interno ferozmente.
— Remendando alguns. — Ela respondeu ausentemente. — Eu tive algum treinamento no Laboratório Ômega, com um de seus peritos de computador, antes dos salvamentos.
— Você tem um talento especial para isto. — Ele declarou.
— É um dom. — Ela pegou outra ferramenta fina e fez um ajuste nos módulos sem fio que conectavam o sistema a vários eletrônicos que controlava.
— Eu teria imaginado que você se debruçaria em direção a engenharia médica ou genética. Eu não teria achado um talento para sistemas computadorizados.
Ela pausou, olhou para o sistema então suspirou fortemente.
—Eu agradeço a Deus que eu não me debrucei em direção a qualquer coisa médica de qualquer forma. O pensamento me adoece.
— Por causa do trabalho de seu pai e de irmão?
Ela se empurrou de debaixo da mesa e olhou para ele agora.
—Você gostaria de saber, Styx, por que eu odeio as Raças com uma profundidade que me assusta às vezes?
Os dentes dele se apertaram. Ela estava admitindo isto, e ele odiou isto.
— Por que, Storme? — Ele suavemente perguntou.
— Porque eles enviaram meu pai e meu irmão para o inferno antes de eu estar pronta para deixá-los. Meu pai e meu irmão quebraram as leis da natureza, e as leis da decência, no que eles ajudaram o Conselho a fazer. E então eles quebraram meu coração quando eles mostraram a sua lealdade para seu trabalho acima de sua lealdade para mim. Eu os odiei por isto, eu odiei as Raças por isto, e eu odeio aquele fodido Conselho de tal modo que eu mataria todos aqueles bastardos se eu pudesse. Então as Raças podem se considerarem sortudos. Pelo menos eu não desejo os assassinar em frente dos seus rostos. Agora, com licença, mas eu não preciso mais de sua ajuda. Você pode sair agora.
Ela empurrou suas costas embaixo da mesa e o ignorou como se ele não estivesse lá, enquanto ela voltava a trabalhar em rejuntar a eletrônica que ela separou.
Pelo menos, ela pareceu o ignorar; o que ele sentiu era bem diferente. Ele podia sentir sua dor, lágrimas não derramadas e um desespero súbito que rasgaram o peito dela.
Storme estava lutando mais do que contra o passado ou suas emoções. Ela estava lutando contra a deserção de seu pai e irmão, e a suspeita que eles amaram as Raças muito mais que eles a amaram.
Infelizmente, Styx concordava com ela.
Styx recuou, desejando que o fato de a batalha a se travar dentro dela agora identificasse bem para sua percepção de que as Raças não tinham culpa por aquilo que ela tinha perdido, mas sim o pai e o irmão.
Movendo-se para a cozinha, ele pegou os grãos de café do armário, juntamente com um moedor de mão antiquado e chocolate escuro. Ele tinha um sistema que gostava de café. Uma mão de grãos frescos moídos com o chocolate escuro.
Ele era um fanático por chocolate, ele admitia isso. A primeira vez que ele havia provado chocolate, foi depois do resgate das Raças. Apesar do fato de que a sua formação foi mais fácil do que a maioria das raças, ainda, o chocolate lhe tinha sido negado até que ele teve a opção de satisfazer isso após o resgate.
Storme o lembrava de seu chocolate favorito, ele pensou com um sorriso breve. Um pouco mais acentuado, com toda a doçura escondida debaixo daquela primeira mordida afiada.
—Agora posso assistir televisão. — Satisfação enchia o seu tom de voz enquanto ela entrava na cozinha. — E isso é um inferno de um sistema de áudio.
Sua voz era deliberadamente suave, ele podia sentir isso, perceber isso. Ela estava tentando ignorar o fato de que ela havia admitido odiar as Raças, que ela tinha admitido, com efeito, odiá-lo.
A diversão suavizada dos momentos anteriores havia se dissipado.
Voltando-se para a cafeteira, ele serviu o café em xícaras. Enquanto ela se sentava à antiga mesa rural da cozinha, ele colocou a xícara na frente dela, em seguida, recuou para os armários para saborear a sua própria xícara.
Ele poderia mostrar-lhe uma coisa ou duas sobre como ela não o odiava, como ela não odiava o período das Raças. Ele poderia mostrar a ela, forçá-la a reconhecer que, pelo menos, onde estava em causa, o que ela sentia era a coisa mais distante possível do ódio.
Ela levantou a xícara aos lábios, e seu pênis apertou mais incrivelmente.
Quando ele não fez nenhum comentário, ela olhou para ele e respirou profundamente, com um movimento lento, sutil.
Ela tinha, obviamente, dito aquilo antes, sem realmente considerar as implicações de suas palavras.
—O sistema deve estar funcionando corretamente agora. — Afirmou. — Eu estou certa que você vai querer garantir que o firewall está funcionando dentro dos padrões.
—Eu terei a certeza de fazer isso. — Garantiu ele.
Ele substituiria o firewall em breve, se esta situação não se alterasse. Se o calor de acasalamento não tomasse lugar em breve. Se ele não ganhasse o coração de sua companheira.
Ela tomou um gole do café antes de colocar novamente a xícara sobre a mesa, os dedos brincando distraidamente com o punho enquanto olhava nas profundezas da xícara.
—Eu não odeio você. — Ela finalmente disse suavemente, a voz cheia de confusão e dor. — Eu não quis dizer aquilo, como saiu.
—Claro que você o fez. — Ele respondeu suavemente. — O que você disse, você disse com raiva, e em autodefesa. Você provavelmente nunca foi mais verdadeira.
—Não coloque palavras ou sentimentos em minha boca. — Ela olhou para ele enquanto seus lábios apertavam com raiva. — Tudo bem, eu sinto animosidade, e um inferno de um monte de raiva, onde as Raças estão em causa. Se papai e James não tivessem sido tão apaixonados por suas pesquisas e o que eles estavam criando, então eles não teriam morrido e eu não teria sido forçada a fugir para viver.
A dor na voz dela atingiu seu coração, apertando o peito e suas emoções. A pressão que ela sofreu durante os últimos dez anos tinha sido incrível, e ele não a culpava por estar zangada. Mas a raiva estava mal orientada.
—Você não teria sido forçada a fugir para viver se você tivesse vindo a nós quando você escapou do Ômega. — Informou ele antes de tomar outro gole de café e colocar a xícara de lado.
Ele podia sentir o confronto que vinha enquanto um arrepio de eletricidade corria sobre a sua pele. Raiva era o produto da fome negada, de propósitos cruzados e emoções sem saída. E se alguém precisava deixar as emoções saírem, então essa era Storme. Ela era como o nome dela, furiosa por dentro, colidindo como um trovão no céu enquanto o passado e o presente vinham em conflito com o que ela queria, precisava e negava-se para o futuro.
—Sim, eu realmente queria enfrentar uma raça então. — O sorriso duro, amargo que atravessou seu rosto não tinha nada a ver com diversão e tudo a ver com a dor em fúria dentro dela. — Eu tinha quatorze anos, Styx...
—E você tem 24 agora. — Ele lembrou causticamente. — Diga-me, Storme, você não conseguiu crescer em nada, apenas no corpo?
Storme ergueu-se lentamente da cadeira, sentindo um arrepio de emoção intensa rasgar através dela enquanto ela lutava para reter um súbito, violento soluçar.
Sua expressão era estoica, seus olhos azuis quase escuros, brilhantes.
—O que você quer que eu diga? — Perguntou ela, quase se encolhendo ao som áspero de sua própria voz. — O que você quer de mim, Styx?
—A sua segurança. — Ele rosnou para ela, seus caninos aparecendo enquanto os lábios iam para trás de seus dentes. — Eu quero aquele maldito chip de dados.
—A minha segurança? — Suas palavras estavam repletas de ironia amarga. — E, claro, as suas motivações são completamente altruístas, não são, Styx? Não tem nada a ver com o fato de que você estar transando comigo para conseguir esse maldito chip, não é? Que você e Jonas Wyatt estariam dispostos a me jogar para o Conselho se atingisse o seu fim?
Sua dor girava em torno dele então.
—É isso que você acha? — O grunhido que vibrava em seu peito era mais profundo. — Acredita que eu a levei para minha cama para conseguir esse maldito chip? Que eu iria traí-la de tal maneira, se não fizer isso?
—O que mais eu deveria pensar? Ordens para matar-me se eu fugir e não puder ser recapturada antes do Conselho ficar comigo? — Ela zombou de volta para ele. — Eu devo achar que as ordens vêm do amor? De um desejo irresistível apenas por mim? Não se incomode mentindo para mim, porque eu conheço bem.
—E como você sabe melhor? — Era isso. Maldição, ela estava empurrando-lhe razão do passado, e retê-la não era fácil para começar. A necessidade de tê-la, de possuí-la, imprimir em seu corpo, sua sensualidade, a possessividade dominante em fúria dentro dele estava se tornando rapidamente esmagadora. — Diga-me, Storme, se a única razão que eu a fodi era aquele chip, por que você realmente acredita que eu continuei a te foder?
—Por que mais? — Seus braços abertos em um sinal de resignação. — Você tem o chip? Se você me matar, você não consegue localizá-lo. O outro recurso é deixar, mas me foder e tentar convencer-me que há alguma emoção envolvida. Diga-me, Styx, você me ama? — Ela zombou estupidamente.
Storme podia sentir a raiva surgindo através dela agora, a dor, emoções rasgadas que a atravessavam eram mais difíceis de definir, mas a raiva era claramente reconhecível.
Quando ela olhou de volta para ele, vendo a aparente sinceridade em seu olhar, o impulso para a violência cresceu dentro dela como uma nuvem escura e viciosa.
Punhos cerrados, ela se afastou dele, virou-se e tentou correr da cozinha, do homem, da Raça. Ela passou a semana anterior se escondendo, correndo, evitando esta Raça que a fazia sentir emoções e sensações que ela não queria sentir.
Ele a fez se sentir culpada, arrependida, e ele a fez desejar que as coisas fossem diferentes, a fez querer encontrar razões para confiar nele. E Storme sabia que não devia confiar em uma Raça.
Como muitos tinham lhe ensinado essa lição, começando na noite em que o pai e o irmão haviam morrido.
—Por Deus, eu estou doente de você fugir de mim. — Antes dela chegar à porta, o braço dele travou em torno de sua cintura e ela se viu puxada forte contra seu peito, seu firme aperto, possessivo, quando sentiu seu coração trovejando em volta dela.
—E eu estou cansada de ser presa e ser feita prisioneira. — Ela gritou furiosamente. — Estou cansada de ser usada por você e eu estou cansada de ser enganada.
Ela foi virada antes que pudesse lutar. Seus dedos enfiados nos cabelos dela, puxou a cabeça dela para trás, e seus lábios cobriram os dela enquanto ela os separava para gritar.
Pelo menos, ela disse a si mesma que ela quis gritar. Ao invés disso, ela encontrou a língua dele, lambeu e acariciou até que ela tentou o interior, onde a boca se fechava e ela sugou com acentuados, exigentes movimentos dos lábios.
Um rugido ecoou duro em torno dela enquanto suas mãos moviam sobre o peito, os ombros, puxando a camisa cinza escura que tinha completado os longos cabelos vermelhos e vivos olhos azuis. Ela queria aquilo fora do corpo dele. Queria senti-lo contra ela, o calor e a força que ela ansiava em volta dela.
Ela provou o mais suave toque de canela antes que fosse embora. O sabor chamou a seus sentidos e teve seu alcance para obter mais dele, o beijo aprofundado, mais forte enquanto ela puxava a ponta da camisa.
Seus dedos se atrapalharam enquanto ela tentava desabotoá-la. Um gemido áspero arrancou-lhe da garganta, quando ela tentou puxar a barra da camisa de suas calças.
Storme deu um gemido enquanto ele se afastava, beliscando seus lábios, em retaliação, quando ela tentou trazê-lo para ela.
Havia algo de desesperado, algo em êxtase por estar em seus braços, sentindo seu toque, tocando-o e apreciando a excitação que começava a surgir através dela.
Enquanto os lábios dele se moviam ao longo de sua mandíbula e do pescoço para baixo, Storme abaixou a cabeça para trás em convite. O pensamento de dor nunca entrou em sua mente. Apenas o prazer podia vir de seu toque lá.
E apenas o prazer veio. A inclinação dos dentes, a lambida da língua, a sensação de lábios alisando ao longo da coluna arrancou um desesperado gemido de prazer dos lábios dela.
—Venha cá. — A ordem foi seguida por seu braço enganchando abaixo dos joelhos dela quando ele a ergueu contra ele, virou-se e atravessou a sala e entrou no quarto. Para a cama.
Storme sentiu suas costas encontrarem o colchão enquanto Styx vinha sobre ela, suas mãos indo imediatamente para as bordas da camisa que ela tinha emprestado dele, para arrancar os botões das suas amarras com um puxão rápido.
Ela tentou seguir o mesmo caminho, mas os lábios dele voltaram para os lábios dela, beijando-a negligente enquanto ela o sentia em movimento. Sua camisa tinha ido embora, dando a extensão de sua carne nua para o seu toque ansioso.
Seus dedos estavam no jeans dela, abrindo os botões de metal, empurrando o tecido para baixo de seus quadris enquanto as pernas dela se levantaram e moveram-se, deslocando os quadris, ajudando-o a despi-la enquanto os lábios e línguas acasalavam e duelavam com uma fome que deflagrou mais quente, mais brilhante do que nunca.
Em poucos minutos ela estava nua, então gritou com a voz rouca quando ele afastou-se dela.
Movendo-se para a beira da cama, ele puxou as botas de seus pés, se levantou e tirou a calça jeans, então se virou para ela.
Storme sentiu a respiração sair de seu peito com a visão de seu pênis, tão grosso e duro, a ponta avermelhada quase púrpura que pulsava com luxúria, um brilho de brilhante pré-sêmen na ponta enquanto ele pairava sobre ela.
Suas coxas se separaram para ele, mas ele não encaixou seu quadril entre elas. Em vez disso, ante seu pasmado olhar, ele baixou a cabeça e sua língua lambeu através das quentes, deslizantes dobras de carne que doíam na necessidade ardente de seu toque.
Storme estremeceu enquanto o prazer chicoteava por ela. Sua língua lambia e acariciava, tremeluzia em torno de seu clitóris e ignorou o arco desesperado de seu corpo e tremor em suas coxas.
—Styx, oh, Deus, eu não aguento mais. — Ela gritou, sua voz rouca enquanto a necessidade queimava como fogo através de seu sexo.
Storme podia sentir seus sucos recolhendo dentro antes de correr para atender a sua língua lambendo. Seus dedos separaram o inchaço e deslizaram enquanto a língua rodava na carne sensível antes de circular o clitóris com fome ardente.
—Tão bom. — Ela ofegou, incapaz de manter o silêncio, incapaz de segurar o prazer que ela estava sentindo. — Styx! Oh, Deus. É tão bom. Tão quente.
Sua língua estalou em torno de seu clitóris em um chicote de fogo e a sensação de prazer incrível.
Um rosnado faminto encontrou as palavras, acelerando o seu ritmo cardíaco e estimulando sua excitação.
Seus joelhos dobraram, as coxas mais abertas enquanto seus quadris arqueavam para levantar para mais perto dele.
—Styx. — O desespero começou a enchê-la com a dor concentrada no sexo dela, o aperto, fome aquecida que irradiava a partir do centro de sua feminilidade.
Storme sentiu os dedos dele em movimento, como se ele sentisse a necessidade, dois pressionando na entrada gananciosa enquanto os lábios cercaram o broto do clitóris e começava a sugá-lo com uma pressão firme, tentadora.
Os dedos dela apertaram o edredom debaixo dela, enquanto a cabeça girava com a sensação, a necessidade de encontrar algo para segurar tornou-se insuportável.
Enquanto os lábios e a língua dele, atormentavam e torturavam seu clitóris, seus dedos trabalhavam devagar dentro de sua vagina, separando o tecido tenro, esticando-o enquanto chamas de um iminente orgasmo quente começavam a correr por meio dela.
Isso não era amor, ela pensou desesperadamente. Era apenas o prazer, era apenas fome. Ela ainda podia ir embora sem arrependimentos, ela estava convencida disso.
Esse pensamento estava distante, porém, sem convicção, e envolto com prazer tão intenso que ela estava prestes a gritar.
Forte, os dedos masculinos moviam-se dentro dela, tocando, acariciando o tecido macio e as terminações nervosas ultrassensíveis. Empurrando seus quadris para cima, ela enfiou os dedos profundamente, um grito saindo de seus lábios enquanto ele escolhia esse momento para cobrir o conjunto de nervos tenros com os lábios.
O clitóris, latejando e inchado, levantou para o calor úmido de sua boca. Fogo e gelo pareciam correr através de seu sistema, rasgando através das terminações nervosas, e o prazer invadiu seus sentidos com rajadas duras de sensação elétrica.
Seus quadris se sacudiram contra a penetração, o deslizar de seus dedos dentro dela, o recuo, a plenitude súbita da pressão interna que enviava ondas de prazer ardente correndo por seu ventre.
Sacudindo, tremendo do prazer em excesso, Storme levantou as mãos do edredom e emaranhou os dedos nos longos, grossos fios de seu cabelo. Juntando no calor pesado, ela segurou a cabeça dele no lugar, seus quadris subindo e descendo, forçando os dedos dele mais duros, mais profundos dentro dela enquanto gritos começaram a rasgar de sua garganta.
Ela podia sentir a força do êxtase iminente começando a queimar dentro dela. Sentiu as sensações que se multiplicam, corriam nas terminações nervosas e gritando através de seus sentidos.
—Styx! — Ela gemia o nome dele desesperadamente. — Mais forte! — Seus quadris batiam nos dedos dele. — Oh, Deus, foda-me mais forte, Styx. Mais forte!
O ritmo acelerado dos dedos, movendo-se dentro dos recessos lisos de sua boceta enquanto ela sentia a bola quente e apertada, de necessidade explodir em seu clitóris, seu ventre e jogá-la em êxtase.
Um grito, abafado e fraco rasgou dos lábios dela enquanto ela erguia os quadris, as coxas tremendo, irradiando seu clitóris com um fogo de prazer, o orgasmo ultrapassou e a jogou em uma rajada de fogo brilhante de luz, cor e prazer gritante.
Styx estava desesperado. Uma agonia de fome e desejo pulsava através de seu corpo inteiro. Seu pênis estava mais duro do que ele poderia se lembrar de estar. Ele vibrava e pulsava, a pré-ejaculação amortecendo a ponta e deslizando pela carne inchada enquanto ele ficava de joelhos e se posicionava entre as coxas dela.
A carne nua das pregas de sua boceta aberta em flor, reluzente e brilhante lisa e molhada, ele agarrou o eixo de carne grossa e colocou a cabeça na entrada aquecida.
O choque de prazer cerrou os dentes enquanto ele olhava para as inchadas, as pregas de seda em que ele começou a pressionar dentro.
—Styx. — Suas coxas se separaram mais enquanto ela sussurrava seu nome, sua voz rouca, atraía o seu olhar.
O rosto dela estava inundado de êxtase, os olhos verdes brilhando como esmeraldas vivas enquanto ela olhava para ele.
Ele sentiu a entrada confortável começar a esticar sobre a ponta aquecida de seu membro. A carne aquecida deslizava enviando pontas afiadas de prazer escuro correndo por ele.
—Doce Storme. — Ele gemeu, sua voz mais áspera, mais um grunhido do que antes, ele fez uma careta, sentindo a carne ultra apertada alongando em torno de seu pênis.
—Tão bom. — Ela gemeu, arqueando o pescoço, transpiração amortecendo a coluna frágil de seu pescoço enquanto seus lábios se separaram e o sonolento olhar dela fixou com o dele. — É tão bom, Styx.
Era tão bom. Era como o céu e o inferno. O êxtase mais primoroso que ele já havia conhecido. O prazer era extremamente excitante, brilhante, tão perto da dor como o prazer poderia ser, enquanto os músculos tensos de sua boceta agarravam e ondulavam sobre a cabeça de seu pênis esticado.
Um grunhido surdo ecoou em seu peito enquanto ele trabalhava na carne, inchada e pesada nos recessos lisos da sua vagina. A ondulação de sua carne interna sobre a ponta sensível era como o êxtase elétrico. As sensações de afluência corriam sobre seu corpo e chiavam por sua espinha quando ele aumentou os últimos centímetros e enterrou-se ao máximo dentro dela.
—Ah! Deus! — Ele não conseguiu segurar o rosnado. — Maldição, Doçura. Tão doce e gostosa.
Ele estava em agonia, o prazer era tão brilhante. Acomodado plenamente dentro dela, ele permaneceu por alguns segundos, uma vida, sentindo o aperto de sua carne se estender ao redor de seu pênis, sentindo o calor líquido de sua excitação.
No centro do eixo que começou a pulsar agonizante, o nó da raça Lobo flexionava enquanto ele começava a se mover, a pressão dentro dela enquanto ele trabalhava para dentro e para fora, acariciando o prazer mais quente.
Uma mão agarrou seu quadril enquanto ele colocava o cotovelo oposto no colchão em seu ombro e subia em cima dela. Seus lábios tocaram os dela, a necessidade de suspensão da respiração de voltar ao beijo que os dois ansiavam.
Um rosnado surgiu do peito dele novamente, enquanto ele a sentia elevar os quadris, as pernas dela envolvendo em torno de seus quadris enquanto ela o tomava incrivelmente mais fundo.
Deus, ela estava apertada. Tão foda apertado que ele podia sentir cada onda de resposta, cada pequeno pulsar de pulsante necessidade que estremecia com sua boceta pequena.
Transar com ela era incrível. Ele estava vivendo, respirando êxtase. Ele estava sendo cercado pela sensação pura e transbordante no calor liso de cada impulso dentro das profundezas aveludadas do seu sexo.
Nunca tinha conhecido o prazer tão brilhantemente quente. Era o maior prazer que nenhum homem poderia saber e sobreviver.
Segurando-a perto, Styx subiu mais sobre ela, seus lábios se movendo para a curva do seu ombro, perto do pescoço, o instinto e a necessidade de combinar a sua língua e lamber sobre a carne tenra lá.
As glândulas debaixo de sua língua coçavam com uma irritação torturante. Seu corpo tornou-se sensível, cada célula em harmonia para cada curso de suas mãos enquanto apertava as costas dele, suas pequenas unhas cravando em sua carne.
A fome cresceu com uma força incrível dentro de ambos. O cheiro de sua necessidade encheu os sentidos dele, enquanto o suor de seda em sua carne úmida acariciava contra o dele. Sua mão fechada sobre o quadril dela, seus dentes agarraram a carne entre o ombro e o pescoço, enquanto ele a sentia explodir debaixo dele, Styx cedeu para a necessidade de agarrar suas costas.
Como o aquecimento, os músculos tensos de sua vagina apertaram ainda mais e começaram a flexionar, a pulsar enquanto ela gritava abaixo dele, Styx movia-se contra ela mais duro, porra, em suas estocadas pesadas até que ele sentiu o calor ardente de liberação começar a explodir em suas bolas torturadas.
O rugido rosnando que rasgou de seu peito foi acompanhado por seus dentes travando no ombro dela, a mão apertando seus quadris mais perto, e gemidos esfarrapadas de Storme e o segundo orgasmo explodindo ao seu redor.
Ela gritou o seu nome, levantou e estremeceu duro, tremores profundos enquanto Styx sacudia a cabeça para trás, fechou os dentes em conjunto e montou as ferozes, ondas desesperadas de um lançamento que rasgou através dele.
O nó do acasalamento flexionado sob o eixo do seu pênis, aquecido, enquanto os pulsos duros de sêmen jorravam da ponta de seu pênis, mais uma vez recuou sem inchaço, sem prendê-lo dentro dela ou a marcando como sua companheira.
Desmoronando em cima dela, Styx descansou a cabeça no travesseiro ao lado dela, sua testa pressionando o material fresco enquanto a dor do arrependimento rasgava sua alma.
Ela era sua companheira. Ele sabia disso. Ela pertencia a ele, mas algo a mantinha longe dele, se sua incapacidade de lutar contra o medo do passado, como ele acreditava, ou sua falta de confiança, como Navarro acreditava, ele não sabia. Ele sabia que algo tinha que ser feito. De uma forma ou de outra, esse problema deveria ser resolvido.
Ele tinha apenas seis semanas, se tivesse sorte, para provar que ela era sua companheira, ou para marcá-la como tal. Não havia maneira de provar a ligação sem o acasalamento completo. Sem ele, não haveria maneira de salvá-la dos planos de Jonas, a menos que ela desistisse do chip de dados.
Ele não se preocupava com merda em provar se o acasalamento aconteceu. O acasalamento não aconteceria sem amor. Isso não acontecia sem os elementos mais vitais do que vínculos emocionais. Se o acasalamento ocorresse, então não havia dúvida em sua mente de que ela confiava nele, com os segredos que ela escondia e, por sua vez, a confiança de Jonas com eles.
—Styx? — Ela sussurrou, sua voz saciada e sonolenta enquanto ele roçava os lábios sobre a borda de seu ombro.
—Sim, amor. — O que mais ele poderia dar a ela? O que seria necessário para convencer o seu coração desconfiado a confiar nele?
—Você tem gosto de chocolate. — Ela disse com um suspiro, uma pitada de diversão em sua voz. — Uma mulher não teria de ganhar peso para conseguir sua dose necessária, tudo o que ela tem que fazer é te beijar.
Styx fechou os olhos enquanto a amargura ameaçava esmagá-lo. Se fosse algo diferente de chocolate que ela provou. Cada Raça tinha um “sabor” distinto para o hormônio de acasalamento. Um gosto que seu companheiro ansiava, um beijo tão viciante como era prazeroso.
—Talvez você devesse me beijar, muitas vezes, então. — Ele finalmente sussurrou enquanto ele levantava-se dela, fazendo caretas enquanto seu pênis sensível deslizava desde as profundezas de sua vagina apertada.
—Talvez eu devesse fazer. — Ela era suave agora, doce. Saciedade enchia o corpo e a mente, roubava a suspeita de seu olhar e deixou-a relaxada e preguiçosa em seus braços enquanto ele estava deitado ao lado dela e puxou-a contra o peito.
A riqueza de cabelo preto que corria para o meio da expansão de suas costas, acima de seu ombro e do braço dele. Ele brilhava como uma asa de corvo, um azul, preto, sedoso e brilhante.
Ele esfregou o material sedoso entre o polegar e o indicador, maravilhado com a maciez e espessura do mesmo.
—Tudo está muito calmo aqui. — Ela murmurou, enquanto continuava deitada contra ele, quente e nua, uma perna colocada sobre uma das dele. — Eu não achava que Haven seria tão calmo.
—O que você esperava, então, moça? — Ele murmurou. — Folia e orgias? — Ele riu. As últimas notícias nos tabloides nunca deixavam de diverti-lo.
—Tiroteio. Uivos. Talvez os gritos. — Não havia medo vindo dela, mas havia uma ponta de confusão. O cheiro dela estava angustiado, como se um conflito se travasse dentro dela. Ele esperava que o conflito envolvesse emoções para ele que ela não podia negar.
Ele podia sentir as emoções lá, mas ele também sentiu a batalha contra eles.
—Tiroteios, uivos e gritos? — Ele quase riu, mas manteve a resposta de volta. — Storme, nós te seguimos por anos e nunca atacamos. O que te fez acreditar que haveria tais coisas aqui?
Ela respirou fortemente.
—Eu sabia que estava sendo seguida. Eu acreditava que eram amigos do meu pai fazendo isso.
Storme sabia que ela devia se mover. Ela sabia que devia obrigar-se a sair da cama, vestir-se, colocar alguma distância entre eles. Ela não podia forçar-se a fazê-lo, entretanto. Ela estava confortável, ela estava quente. Ficar deitada ali nua contra ele, havia uma sensação que ela não sabia ou não entendia. Um sentimento que a mantinha no lugar, que a mantinha contra ele e se recusava a permitir que ela se movesse.
—Os cientistas do Conselho? — Ele bufou.
—Não. — Ela franziu a testa, lembrando os dez anos passados, sabendo que Styx estava dizendo a verdade. Não eram os amigos de seu pai que a tinham protegido, como ela tinha acreditado, mas foram as Raças. Ela sabia disso e o sentimento de amargura que brotou dentro dela era como uma nuvem escura sobre a alegria de momentos passados.
—Quem, então, moça? — Seus dedos acariciavam-lhe a espinha, calejadas e quentes, tirando a tensão dela antes que ela realmente tivesse uma chance de tomar posse.
—Amigos. — Ela soprou com força. — Papai me disse que alguém iria me encontrar e me proteger. Que ele não me deixaria sozinha. Eu acho que eu sempre esperei que fosse quem fosse, que eles se revelassem quando fosse seguro o suficiente. Pensei que talvez eles não corressem o risco de o Conselho reconhecer ou identificá-los.
Ela viveu em um mundo de sonhos por tantos anos. Por muito tempo ela acreditou que alguém iria buscá-la verdadeiramente para reivindicar o chip de dados e remover o perigo que ela enfrentava.
Enquanto ela estava lá, percebeu que não havia nenhum cavaleiro branco. Não havia ninguém para ir a seu socorro. Mas ela percebeu que nunca tinha havido, e ela tinha conseguido sobreviver de qualquer maneira.
Mas por quanto tempo mais ela teria conseguido?
—Seu pai enviou alguém para você. — Afirmou fortemente, fazendo com que ela levantasse a partir do conforto morno que havia encontrado, a olhar para ele com desconfiança. — Moça. — Balançou a cabeça. — A suspeita no seu olhar quebra o meu coração. Jonas fez parte da equipe que resgatou as raças no laboratório Ômega. Ele estava correndo para a sua pequena casa, mas ele chegou tarde demais. Era para você aguardá-lo em um chalé de montanha abandonado onde seu pai tinha escondido um veículo cujo motor Jonas tinha fornecido em caso de emergência. Mas ele chegou tarde demais também. Você já tinha fugido.
—Então você está me dizendo que Jonas era a pessoa que meu pai quis que me encontrasse? — Ela deteve seu escárnio e descrença.
—O que ele pretendia era ter o chip de dados. — Esclareceu. — E isso não é mentira, moça, não importa as suas suspeitas.
E suas suspeitas eram grandes, mas não totalmente descrentes nelas. Ela se viu querendo acreditar, porém, o que a aterrorizava.
—Papai disse que ele viria a mim e me diria. — Forçando-se para fora da cama, ela embrulhou o lençol em torno dela e olhou para ele, enquanto um sentimento de traição picava em seu coração.
Ele tinha que estar mentindo para ela. Se Jonas era o homem que seu pai queria que tivesse essa informação, então seu pai teria lhe dado alguma indicação, ou no mínimo, Jonas teria dito a ela. O homem não era carente de ousadia.
—Jonas não sabia a importância da informação. — Revelou, como se ele lamentasse o fato. — Você estava com dezoito antes que ele a encontrasse, e então você já protestava contra as Raças. Ele queria que você chegasse até nós de bom grado. Para confiar em nós. Ele não queria fazer sua desconfiança piorar. Então ele enviou os Executores para segui-la, para protegê-la, esperando que você fosse ver que podia confiar em nós com a informação que seu pai lhe deu.
—Como é conveniente. — Ela murmurou enquanto lutava contra a raiva, o medo de que ele iria mentir para ela tão facilmente e fazer com que ela quisesse acreditar nisso tão desesperadamente.
—Sim, eu concordo, moça. — Ele se levantou da cama, alto, poderoso, o corpo musculoso e bronzeado rasgado com massa muscular magra. — E a descrença e a desconfiança são tudo o que você conhece. Não posso culpá-la por isso, mas posso pedir-lhe para olhar para o que eu digo com uma mente aberta.
—Eu perdi minha mente aberta dez anos atrás. — Informou a ele, os punhos cerrados no lençol enquanto lutava consigo mesma e tornava-se mais irritada a cada minuto que ela sofria por acreditar nele.
Ela não acreditava em ninguém. Ela não podia acreditar em ninguém.
O olhar que ele deu a ela estava cheio de piedade.
—E isso é muito ruim, moça. Porque às vezes, uma mente aberta é tudo que nós temos para manter nossos corações abertos.
Desta vez, o sorriso dela era amargo e zombeteiro.
—Um coração aberto também? É com isso que você está contando? Não, Styx, eu não tenho um coração. Ele foi cortado do meu peito na última vez que um amante morreu e um amigo pagou pelo o que outros queriam de mim. Raças, Conselho. Não importa o que, eu não tinha nada para nenhum de vocês.
Ela se virou e caminhou lentamente até o banheiro, em seguida, para o chuveiro.
Ela não podia se dar ao luxo de ter um coração, e se ela o fizesse, ela não podia permitir que Styx entrasse nele.
Uma coisa era maldita certeza, porém, se inferno, ela não conseguisse sair de Haven, então ela iria acabar perdendo o que ela afirmou que não tinha, e confiar nas muitas pessoas que ela jurou que nunca iria confiar.
Se ela não saísse de Haven, ela ia se apaixonar pela Raça dela.
—Vamos lá, você vai jantar comigo. — Styx estava no quarto enquanto Storme saia do chuveiro mais tarde na noite seguinte, com os braços cruzados sobre o peito enquanto olhava de volta para ela, impassível.
As últimas 24 horas não haviam sido fáceis para ela. Uma sensação de destruição iminente, de calamidade, tinha se estabelecido sobre ela, avisando-a que era hora de ir.
Ao longo dos anos ela desenvolveu uma fantástica noção do perigo, uma premonição de desastre iminente, e aquele instinto de autopreservação estava pressionando-a a fugir.
—Eu não estou com fome. — Apertando os dedos sobre a toalha, ela olhou para ele com um sentimento de apreensão. Ela não podia sair de casa, ainda não. Não até que ela tivesse um plano em prática e uma ideia de para onde correr.
Cada vez que ela havia se movido para a porta dos fundos desde a noite anterior, ela havia sentido um alvo pintado no peito. Quando Styx tinha caminhado para a casa, ela poderia ter jurado que ela viu que um pintado sobre ele também.
E isso a assustava. Era isso que a assustava mais do que suas próprias emoções a amedrontavam, e essas emoções a deixava malditamente mais nervosa.
—É muito ruim. — Ele deu de ombros, como se isso não importasse. — Vista-se, moça. Eu estou muito cansado de sua teimosia agora. Você vai comigo.
Storme apertou os lábios.
—Você não quer me forçar a isso, Styx. Eu só vou constrangê-lo.
Uma sobrancelha vermelha arqueou em zombaria enquanto seus olhos azuis brilhavam com arrogância confiante. Uma arrogância que ela realmente não tinha vislumbrado até agora. Aquele olhar que fez apertar seu estômago, sua boceta umedecer, e algo amolecer no peito que não deveria ser amolecido.
Ela tinha estado tão ocupada com sua sobrevivência que ela tinha perdido mais do que tinha imaginado? Seria ela apenas uma mulher que podia perceber o perigo, mas não tinha ideia do que suas próprias emoções eram? Tudo o que ela tinha conhecimento era da hora de fugir.
—Então só vou constrangê-la de volta, girando-a sobre o joelho e batendo nesse seu bonito traseiro. — Informou ele, sua voz dura enquanto ela o observava, desejando que as coisas fossem diferentes, desejando que os últimos dez anos não tivessem sido como foram. Que ela tivesse aprendido o que outras mulheres tinham aprendido até agora. Que ela tivesse decifrado as suas emoções como uma adolescente, como a maioria das mulheres o faziam. Em vez de ficar aqui se perguntando se ele iria realmente bater nela, para envergonhá-lo, e se perguntando por que as bochechas da bunda dela estavam apertando, como se isso pudesse ser agradável.
Storme tinha um sentimento muito ruim de que ele não estava brincando sobre a surra, assim como ela tinha a sensação de que ele poderia cheirar o repentino entusiasmo que aquecia o clitóris e a profundidade interior de sua boceta.
Havia um olhar estranho em seus olhos. Uma determinação puramente masculina e desejo masculino, e o olhar era francamente assustador para alguma parte feminina escondida de sua psique. Aquele olhar tinha sinais de aviso de calor em seu cérebro que era quase tão imperativo quanto o instinto de autopreservação pedindo a ela para fugir.
—Eu não sou uma pessoa muito social, Styx. Além disso, eu fico danada de cansada de ver você e Cassandra Sinclair se bajulando. — Ela informou-lhe enquanto deixava cair a toalha e andava até a pequena cômoda onde ele havia depositado o que pareciam ser roupas de baixo bastante pecaminosas mais cedo. Novas. Ela adorava roupas de baixo bonitas e novas. Ela tinha sido forçada a parar de usar por anos, porque ela simplesmente não podia comprá-las. Mas estas, maldição, ela não poderia resistir.
Puxando a gaveta aberta, ela levantou um par de calcinhas de seda violeta de dentro e formou par com a camisola de seda combinando.
Puxando a roupa de baixo, ela ignorou a fome que apertava o rosto dele, ou tentou. Não havia maneira de travar a umidade que deslizava a partir de seu sexo, ou o endurecimento dos mamilos que pressionavam contra a seda fria.
Quando ela sentiu os dedos dele enrolando em torno de seu braço para virá-la para encará-lo, ela também sentiu a fraqueza que a impregnava, a submissão sexual feminina que inundava todo o seu ser.
Se a submissão sexual ameaçou dominá-la, a dominação sexual masculina, em seguida, o queimava. Sua expressão era apertada com isso, todo o seu corpo tenso, excitado enquanto ele a encarava.
—Esta noite é uma celebração muito importante. — Ele rosnou para ela. — Você vai se vestir como se fosse vestida para celebrar uma noite especial de um amigo. Você vai ser educada, e por Deus, Storme, você estará ao meu lado como minha mulher, ou eu prometo a você, vai ser algo que nós dois vamos lamentar.
—O que está acontecendo, Styx? — Sua voz tremia, uma indicação ainda para si mesma de que ela não tinha ideia de como lidar com esta situação, ou o desenvolvimento da relação entre eles.
Ele olhou para ela como se uma questão o atormentasse, a suspeita de que ele não podia liberar totalmente.
—Eu sei quando me comportar. — Assegurou ela, zombando. — Mas ajuda bastante se me derem a verdade de uma situação em que estou prestes a entrar.
Os lábios dele apertaram por longos momentos.
—Você quer evitar a Lei da Raça um pouco mais, Storme?
A Lei da Raça. Storme olhou de volta para ele e seu coração parecia cair no poço de seu estômago. Ela não podia se dar ao luxo de enfrentar a Lei da Raça e ela sabia disso. Os anos que ela passou falando contra as Raças só voltariam para assombrá-la.
—Eu não cometi um crime contra a Lei da Raça desde que cheguei aqui. — Ela engoliu com força. — Eu estou certa disso. Eu nem sequer seriamente tentei escapar na semana passada. Eu não saí da cabana, eu não socializei...
—E você está retendo informações vitais para um membro do Gabinete Governante da Raça. — Lembrou a ela. — A informação que você está se recusando a entregar. Muito cuidadosamente colocado, muito sutilmente escrito no direito público, mas claramente enunciados na versão da Raça, como um ato cometido pela raça humana, a um membro de Haven ou do Santuário ou não, é uma ofensa contra a Lei da Raça.
Ela não tinha pensado nisso. Lembrava-se agora de ouvir durante várias reuniões puro sangue como as leis da sociedade das Raças, as públicas, foram discutidas. Esta lei especial veio em causa enquanto os membros dessa sociedade tinham tentado defini-la. Não havia outra maneira de entender isso que não como Styx acabara de explicar.
—Ok, então eu quero evitar a Lei da Raça um pouco mais. — Afirmou com uma tentativa de irreverência. — O que eu tenho que fazer?
—Assim como eu disse. — Ele lançou a ela como se sua carne queimasse. — Fique ao meu lado e, pelo menos, tente fingir que se considera a minha mulher. Essa é a única maneira que posso protegê-la neste momento.
A mulher dele.
Deus, o que significaria ser a sua mulher? Se aquecer na segurança de seu abraço a cada noite, viver a vida que ele vivia, mergulhar na paz e camaradagem que testemunhou no pátio, a cada noite.
Mas ela não era a mulher dele, e quando ela olhou de volta para ele, uma outra memória das discussões sobre a Lei da Raça veio à tona. Uma lei discretamente redigida sobre esposas ou amantes da Raça. Algo no sentido de que, se uma Raça tivesse uma esposa ou o marido que tivesse cometido crimes contra a Lei da Raça, os crimes cometidos poderiam ser apagados a menos que o indivíduo quebrasse a Lei da Raça após a “união”. Não o casamento, mas a “união”.
Assim, essencialmente, tornar-se amante, parceira ou esposa de uma Raça, era um cartão de “saia livre da prisão”. Que não fazia sentido algum, mas o que quer, ela poderia ir junto com isso por enquanto.
—Ótimo. — Ela encolheu os ombros, mas a memória tinha o poder apenas de intensificar a sensação de morte iminente, que ela não poderia abalar. — Mas eu ainda não entendo por que minha presença é tão necessária.
—A natureza da festa. — Informou a ela. — Para permitir que os seus guardas participem da celebração, você deve estar lá também.
—Ah. — Ela assentiu, seu tom sarcástico. — Tudo faz sentido agora. Bem, Styx, eu estarei lá e eu vou ser uma boa garota, apenas para você.
E ela tentava desesperadamente fazer sentido das emoções, os medos e todas as necessidades variadas, que subitamente cresciam dentro dela enquanto tentava descobrir de onde o senso de perigo estava vindo.
—Eu simplesmente não posso vê-la como sendo uma boa menina. — Ele resmungou. — Mas eu me conformo com a cortesia de não interferência.
—Cortesia de não interferência eu posso assegurar. — Assegurou ela com um sorriso claramente falso. — Cortesia de Interferência é muito mais divertido embora. Tem certeza que você não preferiria isso? Eu poderia realmente dar vida a sua festa, Lobo.
Cortesia de interferência era o seu lema, onde as Raças estavam preocupadas. Ou pelo menos, tinha sido antes de sua chegada a Haven.
Sua cabeça se inclinou para o lado como se ele estivesse considerando a opção. Lentamente, os braços cruzaram sobre seu peito e seus olhos se estreitaram sobre ela.
—Gostaria de lembrar uma coisa, Doçura. — Ele falou lentamente, sua voz um cantarolar, áspera rouca de convite. — Eu sei como domar um pequeno temperamento selvagem que você gosta de dar liberdade ocasionalmente.
Ele estava brincando com ela de volta. De alguma forma, ele havia descoberto que sob a raiva e o medo havia um reservatório pequeno e inexplorado de chacotas de diversões. Ela raramente tinha a oportunidade de compartilhá-lo, ou aproveitá-lo, mas o pensamento de jogar, apenas por alguns momentos, com Styx foi muito emocionante para resistir.
Era uma espora de prazer no momento. Uma oportunidade para guardar uma lembrança, porque ela sabia que a hora ia chegar, muito em breve, quando ela teria que fugir dele. Quando ficar aqui seria como um perigo, não só para ela, mas para ele também, que ela não teria outra alternativa senão fugir.
—Eu não diria que você o doma. — Ela murmurou, segurando o seu sorriso enquanto tirava um par de jeans no armário e combinava-os com um top violeta com alças finas.
—Eu diria que eu definitivamente o domo. — Ele garantiu a ela enquanto ela ajustava a parte superior do top sobre a camisola antes de tomar assento na cama e puxar as meias.
— Talvez você simplesmente o esgote por um minuto?
Ela não deveria estar fazendo isso. Esse súbito pensamento explodiu em sua mente enquanto a sua risada baixa, profunda acariciava todos os seus sentidos. Eles mal tinham se falado desde a noite anterior. Ele a segurou em seus braços enquanto ela dormia, a cabeça aninhada sobre ela enquanto ele puxava suas costas contra o peito dele.
Ele estava em pé e fora de lá antes que ela acordasse, e ele ficava fora a maior parte do dia. E em vez de ficar com raiva, em vez de manter a sua promessa de se manter distante, ao invés disso, ela estava flertando com ele.
—Só por um minuto? — Ele a provocou.
—Talvez dois. — Ajustou as meias em seus pés, em seguida, se abaixou, pegou botas de amarrar de debaixo da cama e calçou-as.
Ela tinha tênis. Ela tinha um único par de boas sandálias, mas eram as botas, que ela estava alcançando.
—Você deveria sorrir mais vezes, Storme. — Afirmou enquanto ela perdia a curva de seus lábios e olhava para as botas. — Eu sinto uma mulher que anseia por viver ao invés de sobreviver, mas se eu deixar você sair pelas portas de Haven hoje, então uma vez claro a eles que você iria correr mais duro e mais rápido do que nunca.
Ela amarrou suas botas, desejando que ela não houvesse permitido que ele visse aquela perda de diversões. Mas ele teria sabido, ela se lembrou. Podia senti-lo, cheirá-lo. Ele provavelmente conhecia seu corpo melhor do que ela mesma se conhecia.
—Eu assumo a minha diversão onde eu posso. — Ela assegurou a ele enquanto terminava de amarrar suas botas e levantava-se. — Então me diga, quando eu estou obrigada a assistir a sua pequena festa esta noite?
Ela deveria ter ignorado o seu olhar. Ela nunca deveria ter-lhe permitido olhar tão intensamente em seus olhos. Antes que ela pudesse detê-lo, seu olhar estava nela, porém, o azul do mar capturou-a, fascinando-a enquanto sua mão levantava para envolver sua bochecha.
—Diga-me o que fazer, Storme, — Afirmou ele enquanto ignorava sua pergunta. — Diga-me como ganhar sua confiança.
Ela ficou em pés, sentindo um momento de arrependimento enquanto a mão dele caia ao seu lado.
—Agora, isso seria simplesmente muito fácil. — Disse a ele alegremente. — Uma garota tem de manter um pouco de mistério, você sabe.
O anel era de repente, como uma carga muito pesada no dedo dela agora. Pela primeira vez desde que seu pai o havia colocado, Storme queria tirá-lo.
Não era mais uma lembrança de seu pai, era agora uma lembrança de tudo o que ela não tinha e tudo o que ela não teria em sua vida.
—Um pouco de mistério, ou tanto ressentimento quanto possível? — Ele perguntou e suspirou.
—Ei, o que quer que funcione no momento. — Ela assegurou-lhe enquanto ela pegava o peso pesado de sua mochila e se dirigia para a cozinha.
—Você não precisa da mochila. — Garantiu ele.
—Minha mochila vai para onde eu vou. — Disse ela com firmeza. — Se ela ficar, eu fico.
—Por quê? O que está nela, Storme, que você sente que tem que ter?
Por um segundo, o olhar dela brilhou com uma vulnerabilidade que ele não esperava.
—Você nunca sabe o que pode acontecer, Styx. — Ela finalmente disse, à beira de desconforto em sua voz refletindo em sua essência.
Styx percebeu que sua afirmação era de alguém que nunca sabia o que poderia acontecer, era muito verdadeiro em sua vida. Por dez anos ela nunca tinha sabido se estava em segurança, ou se o dia seguinte seria o último.
Styx olhou para trás enquanto ela desaparecia fora do quarto, e ele suspirou um suspiro pesado.
A mochila era um símbolo de segurança, talvez. Como ela havia dito, ela nunca foi vista sem ela. Mas isso não significa que ela iria precisar dela aqui em Haven. Não havia mais nenhuma arma nela, e não havia nada que indicasse que o chip de dados estivesse escondido ali.
A mochila e seu conteúdo tinham sido digitalizados, executado através de um raios-X e cada dispositivo de processamento de imagem eletrônica concebível que teria revelado o chip de dados.
Não havia nada escondido ali, ele estava disposto a apostar seu traseiro nisso. Nada além de sua necessidade de assegurar-se que não importa o que acontecesse, ela estaria preparada. Ele poderia viver com isso.
Balançando a cabeça na maravilha e na confusão que a mulher trouxe à sua vida, Styx seguiu atrás dela para a cozinha e viu enquanto ela se servia de uma xícara de café.
A mochila repousava sobre uma cadeira da cozinha, a lona verde-oliva cortada e desgastada em alguns lugares. Por um momento, ele esteve maldito de ciúmes da importância da bolsa na vida dela. Ela a segurava como algum tipo de talismã. A maneira como ele desejava que ela o aceitasse na vida dela. Talvez, então, a queima de excitação torturante no seu membro e bolas iria parar de deixá-lo insano. O nó de acasalamento se recusava a crescer e liberar o sêmen rico em hormônios que começaria o processo de acasalamento completo.
Enquanto Styx movia-se para a gaveta longa ao lado da pia de cerâmica e puxou-a aberta, perguntou-se da natureza de piadas que parecia gostar de jogar nas Raças.
Ele pegou uma barra de chocolate ao leite da gaveta e abriu-a e, enquanto a observava dar um gole de seu café, ele tomou uma mordida do suave, rico doce.
Maldição, ele adorava chocolate, mas ele poderia desistir facilmente se isso significasse ter Storme como ele precisava dela.
—Essa deve ser a terceira barra de chocolate que eu vejo você comer nos últimos três dias. — Ela olhou para o chocolate com uma pitada de ciúme.
—É realmente mais provável que seja décima segunda ou mais. — Ele falou lentamente, permitindo a ponta suave do sotaque de volta em sua voz.
Ela reagiu a ele instantaneamente. A ponta macia de calor líquido flutuava por ela, tentando os sentidos dele e fazendo seu pênis pulsar mais duro. Maldição, a este ritmo, os suínos poderiam cozinhar demais enquanto ele satisfazia uma fome muito diferente.
—Doze? — O olhar dela foi para a barra de chocolate novamente enquanto ele entreabria os lábios para uma outra mordida.
—Pelo menos. — Ele assentiu. — Eu sou muito aficcionado pelo doce.
—Você vai engordar. — Ela murmurou, sacudindo o olhar para o seu estômago.
Styx sorriu.
—As Raças têm um metabolismo muito alto, moça. Isso queima tão rápido quanto eu o como.
Sim, isso foi pura inveja que iluminou seus olhos verdes. Ela queria o chocolate.
Aproximando-se, ele moveu a mão para permitir que o chocolate resvalasse fora de seus lábios. A mancha do doce escuro foi imediatamente recolhida por sua pequena língua cor de rosa.
—Você deseja um pouco, moça? — Perguntou ele, provocando-a novamente, esfregando o chocolate macio contra seus lábios mais uma vez. — Eu não tenho problema em dividir meu chocolate com você.
O aroma suave de excitação atingiu o pico em seu corpo delicado. Sua língua recolheu o gosto antes de parecer que ela tinha de forçar-se a dar um passo para atrás.
—Um minuto na boca, uma vida inteira nos quadris. — Suspirou. — As pessoas normais não queimam a gordura tão rapidamente.
—Sim, ser uma Raça tem suas vantagens, devo dizer, amor. — Ele acabou com o tratamento antes de estalar os lábios de prazer. — Não é nem de longe tão delicioso quanto sua boceta doce, mas ele ajuda.
Seu rosto inflamou, embora não de vergonha. O rubor correu até seu pescoço e no rosto enquanto o calor na carne macia entre as coxas dela se intensificava.
Maldição, ele adoraria esticar-se a seu lado na mesa da cozinha e lamber o mel de seu calor. Fazer isso asseguraria que os suínos estariam duros, no entanto. Era quase hora de tirá-los. Ele podia sentir o cheiro do cozimento das carnes e sabia que não tinham muito tempo antes que fossem começar a puxá-los do chão.
—Que horas devemos nos dirigir para fora? — Apesar de sua tentativa de parecer indiferente, ele podia sentir a excitação que começava a subir dentro dela.
Cada noite ele sentia seu pesar por não se juntar as atividades. Ele tinha sido relutante em forçá-la, até esta noite. Hoje à noite, ele queria que ela visse o calor, o carinho e o sentimento de família que existia em Haven. Os aniversários de acasalamento refletiam nesse sentido o cheio de alegria que irradiava pela comunidade com um acasalamento. Com o conhecimento de que as Raças foram evoluindo apesar da determinação do homem em destruí-los. Que alguma força maior julgou-os dignos e concedeu-lhes a capacidade de ser amado, de ter filhos, de sobreviver.
—Você sabe, Storme, você pode comer o chocolate. Você pode ser uma parte de Haven. E aqui, você pode ter amigos e família. — Afirmou, sem responder a pergunta dela. — Eu acho que você sabe bem agora que o que acreditava quando criança não era verdade. Aquilo que as sociedades de sangue puro ensinavam é muito diferente do que as Raças são verdadeiramente.
Ela se afastou dele, inalando profundamente, calmamente, enquanto ele sentia o lamento-remorso correndo por ela novamente.
—O que eu acredito não é o que tem importância. — Ela finalmente declarou.
—Storme, essa informação vale tanto a pena ter os soldados do Conselho a torturá-la por ela se eles pegarem você? — Perguntou ele. — É uma informação adquirida pela experimentação e tortura de Raças. Além do fato de que essa informação poderia salvar a vida da enteada de Jonas, não são as Raças que tem mais direito a essa investigação que o Conselho?
Storme respirava asperamente.
—Não nego o direito das Raças à pesquisa. — Ela sussurrou finalmente.
—Então, por que você a segura, moça? — Ela odiava o som de desapontamento em sua voz, a reprimenda, como se ele não conseguisse entender por que ela seria tão cruel.
Não era crueldade. Ela desejava que fosse algo tão simples como isto, tão simples como apenas ser uma puta, ou querer fazer as Raças pagarem por aquilo que tinha acontecido com sua família.
—É complicado. — Ela finalmente murmurou, antes de perceber que pela primeira vez em dez anos, ela havia admitido ter o chip de dados.
Ela deveria estar surpreendida, mas ela não estava. Mentir para Styx não era algo que ela poderia fazer mais. Olhando-o nos olhos azuis, vendo a sua aparência, pelo menos, de tentar dar-lhe tempo, tentando salvá-la da Lei da Raça e de Jonas.
—O que é tão complicado, moça? — Ele perguntou suavemente. — Diga-me com que demônios devo lutar. Diga-me, Storme, como ajudá-la a tomar sua decisão.
Ela sentiu os lábios tremerem. O conflito dentro dela estava rasgando-a, confundindo-a. Odiava se sentir assim. Detestava ter sua lealdade dividida e separada.
—Conquiste o passado. — Ela se virou para ele, o peito doendo quando ela sentiu um chiar de alguma sensação da Raça sobre sua carne. Enquanto seu corpo doía por seu toque. — Traga meu pai e meu irmão de volta para que eles possam libertar-me da promessa que eu fiz.
Sua voz espessou enquanto sentia a umidade ameaçar reunir-se em seus olhos. Seu pai e seu irmão estavam mortos. Quantas vezes sua amiga Gena disse-lhe que os mortos não saberiam das escolhas que ela fizesse?
Ela não acreditava nisso. Às vezes, ela sentia como se aquela promessa a acorrentasse, a trancasse em um mundo que ela teria dado qualquer coisa para escapar.
—Seu pai disse que você iria saber para quem ele enviou a informação? — Styx perguntou.
Storme assentiu em resposta.
—Ninguém veio, Styx. — Sua respiração entrecortada enquanto ela lutava contra a dor, que começava a irradiar por dentro dela. — Eu esperei por tantos anos. Eu mesma atendia as chamadas telefônicas de Jonas Wyatt cada vez que ele conseguia meu celular. Eu sempre respondia ao Conselho, nunca me recusei a falar com os antigos amigos do meu pai, quando eles conseguiam chegar até mim. Mas ninguém nunca tinha as palavras que ainda me fariam suspeitar que poderia ter sido daquele que meu pai queria dizer.
Ela observou enquanto ele se movia lentamente para ela, os braços circundando os ombros dela para puxá-la contra seu peito.
Fechando os olhos com força, Storme lutou contra a necessidade de chorar, de derramar a dolorosa dor, que parecia construir a cada dia.
—Eu queria ter as palavras para você, moça. — Ele sussurrou enquanto ela o sentia beijar o topo de sua cabeça. — Eu desejo que eu pudesse aliviar a consciência que parece torturá-la tanto, desde aquela noite. Talvez, porém, como seu papai, aquele que ele achava que ia chegar até você pode ter morrido antes que ele pudesse completar sua missão. Lembre-se, Storme, tantas Raças pereceram nos resgates. Talvez o único a coletar isso fosse uma destas Raças.
E o que ela devia dizer sobre isso? Nos últimos dias, em que ela estava sozinha na cabana, ela considerou isso. Ela lutou para se convencer disso. Quanto mais ela estava com Styx, menos ela se importava se talvez ele estivesse apenas brincando com ela, trabalhando-a pelo chip de dados.
Esse tempo em Haven tinha-lhe mostrado que poderia haver paz. Ela poderia encontrar uma vida em algum lugar. Ela poderia estar segura. Sem o chip de dados impedindo-a, não haveria razão para atacá-la, haveria?
Envolta em seus braços agora, ela jurou que podia sentir o seu beijo. Essa sugestão de canela e chocolate, que ela sempre saboreava quando eles se beijavam. Enquanto suas mãos acariciavam as costas delas, suas coxas se enrijeceram, seu clitóris doía, e a necessidade de tê-lo tomava-a, quase a esmagando.
Ela não queria isso. Ela não queria precisar dele, e isso era o que estava acontecendo. Ela queria odiá-lo. Ela queria odiar todas as Raças, assim como tinha feito nos últimos dez anos. Fazia mais fácil manter a promessa que ela tinha feito a seu pai, a única que ele tinha medo que ela quebrasse.
—Papai disse a James que não podia confiar em mim. — Ela sussurrou enquanto ele continuava a segurá-la. — Uma vez, Scheme Tallant veio ao Ômega, e eu a peguei falando com várias Raças em segredo. Eu disse a meu pai e James, que ela estava tramando algo, e eles não disseram nada, então. Mais tarde, os ouvi conversando. Papai disse ao meu irmão que eu não era leal o suficiente.
Ela se afastou dele enquanto ela envolvia seus braços sobre os seios e movia-se para a porta de trás, onde ela olhou através da janela para o pátio.
—Eu era leal. — Ela sussurrou. — Se eu não tivesse sido, eu não teria contado a ele sobre Scheme. Eu era fiel ao meu pai e meu irmão. Eu não tinha idade suficiente e não sabia o suficiente para dar a minha lealdade a ninguém mais.
E esta foi a batalha que ela lutou, Styx pensou muito. Uma batalha que seria impossível para Storme virar as costas. Como a única filha viva nos laboratórios Ômega, enfrentando os monstros em que o Conselho queria transformar as Raças, vendo sua selvageria e sua agonia, ela podia facilmente tê-los confundido pela brutalidade animal.
O mesmo tipo de animal que matou sua família, que a seguiu durante anos, pressionando-a para dar as informações que seu pai a fez jurar que ela protegeria.
Ela iria protegê-lo com sua vida, pensou. E podia muito bem acabar com sua vida.
—Seu pai a amava, Storme. — Ele prometeu a ela suavemente. — Ele sabia que você era jovem, ele sabia que você temia as Raças e dar-lhes a sua lealdade não seria fácil. Talvez fosse isso que ele quis dizer.
Ela se virou para ele, um sorriso amargo curvando os lábios enquanto esfregava seus braços.
—Talvez. — Ela sussurrou, então lutou para livrar-se da dor e do passado. — Você não me respondeu, quando partimos?
Styx quase suspirou de arrependimento. Por um momento, justo por um momento, ele sentiu como se, pelo menos, ela estivesse disposta a discutir a possibilidade de dar-lhe o chip de dados. Agora, ele podia sentir, cheirar, a recusa nela.
Ela tinha retornado com uma força interior e determinação, que era integrante da mulher que ela era.
—Eu darei minha vida para protegê-la Storme, seja contra as Raças ou contra o Conselho.
Choque brilhou nos olhos dela. Ele ouviu a própria voz, o animal dentro dele vindo à tona e se revelando no rosnar.
—O quê? — Ela balançou a cabeça como se o que ele estava dizendo não fizesse sentido para ela.
—Minha lealdade é para com você. — Disse ele, sabendo que ele não tentaria esconder isso dela por mais tempo. Ela era sua companheira, e ela podia não tê-lo aceito, mas ele a tinha aceitado no momento em que ele experimentou seu primeiro beijo. — Exatamente o que eu disse, moça. Minha lealdade é sua. Eu morreria para protegê-la, quer do Conselho, de soldados, cientistas ou da Lei da Raça e Jonas Wyatt. Eu não vou permitir que nada, nem ninguém roube a segurança que eu posso te dar. Eu prefiro fazê-lo fácil. — Ele deu um sorriso suave. — Eu aprecio bastante o meu lado mais preguiçoso. Para você, porém, eu vou lidar com o que eu devo, a menos que você faça a escolha de dar as informações a ninguém além de mim ou Jonas.
A linha foi desenhada, mas não era uma linha em que ela tivesse um problema. Até que ela pudesse decidir as consequências para si mesma, e talvez para o mundo, de quebrar a sua promessa, então era tudo que ela tinha.
—Nós não somos tão maus como as sociedades de puro sangue fizeram você acreditar, amor. — Ele a repreendeu enquanto ela continuava a olhar para ele.
Ela sorriu. Tentadora, suave. Uma curva de seus lábios que misturado com o aroma suave de... A cabeça dele inclinada enquanto ele aspirava aquele cheiro. Era mais escuro do que afeição, mas nada perto do cheiro de companheiros que tinha conhecido a partir do que outros experimentaram.
Mas era um começo, um pedaço de esperança. E ele iria tirar o que ele pudesse começar até que ele tivesse tempo de roubar o coração dela completamente.
Styx deu à Storme uma pausa. Alguns minutos para juntar as emoções rugindo através dela enquanto combatia as conclusões às que ele sabia que estava chegando.
Ele estava progredindo. Chegava o momento para um homem, ou para uma Casta, na vida, quando tinha suas próprias conclusões. Uma dessas era o conhecimento que empurrar Storme mais adiante poderia ser mais prejudicial que simplesmente se afastar e deixá-la considerar suas opções.
O primeiro porco que ele e Navarro colocaram no poço da fogueira chegou mais de uma hora antes. Esse era o porco cerimonial assado servido na mesa do casal unido, onde os convidados especiais do casal estavam.
O resto da carne de porco assado estava pronta para se desprender dos espetos agora. Foi colocado sobre as grandes mesas de banquete postas com tigelas e bandejas de outras contribuições para o banquete também.
Enquanto ele e vários Executores tiravam o assado de porco e colocavam cada porco em uma das bandejas de madeira especialmente feitas, Styx voltou e viu um dos Castas Coiote que atualmente trabalhavam fora de Haven.
—Marx, é bom te ver. — Styx cabeceou para o Coiote enquanto passeava na área do banquete. Marx Whitman era um dos mais rudes Castas Coiote. Algo na genética excepcional de boa aparência e graça de algum modo falhou. Com um metro setenta e seis, gordinho, com peito e braços pesadamente musculosos, o sereno, normalmente antissocial Casta caminhava lentamente para ele.
—O aniversário do emparelhamento Sinclair. — Marx olhou sobre as mesas pesadamente carregadas. — Pode se cheirar esse porco assando até nos portões da entrada.
—Sim, as Castas em serviço nesta tarde já chamaram, se queixando. Dizem que o aroma os está matando de fome.
Marx riu com o comentário antes de torpemente ficar calado por longos momentos.
—Ouvi que tem uma cativa. — Arrastou as palavras. — Algo sobre uma mulher que está te conduzindo a uma alegre pequena perseguição.
Styx sorriu.
—Ela está nisso.
Marx sacudiu a cabeça, seus olhos café se enchendo de diversão enquanto inalava lentamente.
—Não há aroma de emparelhamento, homem. Que diabos está acontecendo com isso?
Styx levantou sua mão para esfregar atrás de seu pescoço enquanto dirigia à Marx um olhar confuso. O outro homem poucas vezes colocava seu nariz nos assuntos de qualquer outro. Diabos, quando não estava trabalhando, poucas vezes descia da montanha que os Coiotes usavam como base de operações, a menos que tivesse que fazê-lo.
—Ninguém disse que era um emparelhamento. — Styx informou.
Styx estava relutante em discutir os detalhes ou problemas associados com este emparelhamento em particular.
—Certo. — Marx inclinou sua cabeça em acordo enquanto voltava a olhar a comida outra vez.
A maioria das Castas eram difíceis de ler no melhor dos casos. Aprendiam a controlar suas emoções e, por conseguinte seus aromas hormonais, fazendo mais difícil saber se uma Casta mentia, dizia a verdade, ou estava possivelmente faminto e necessitado para se unir a uma celebração com a que não estava familiarizado.
—Vai retornar logo para Haven? — Styx perguntou enquanto cobria o último porco assado com uma folha grande de papel alumínio, consciente que outras Castas começavam a se mover no pátio.
—Em breve. — Marx respondeu distraidamente. — Ouça, viu Wolfe e Hope por aqui? Queria dizer olá enquanto estou aqui.
Falar com Marx nunca era fácil. Movia-se de uma conversa a seguinte sem prévio aviso e normalmente sem terminar a conversa anterior.
—Estão visitando Dash e Elizabeth. — Styx informou.
Dash normalmente não mantinha sua família em Haven o tempo todo. Cassie na verdade passava muito de seu tempo no Santuário. No momento que Dash precisou de ajuda Casta para proteger sua nova companheira e sua filha, Haven tinha sido um segredo cuidadosamente guardado.
O Santuário, o complexo da Casta Felina, era completamente funcional, com Castas de toda espécie chegando quase diariamente de resgates e fugas. Dash chamou os Felinos, e Cassie ficou ali enquanto Dash e sua mãe neutralizavam essa primeira de muitas ameaças para a menina.
—Os alcançarei. — Marx assentiu com a cabeça. — Vejo-te mais tarde, Styx.
Styx observou o outro homem sair, o cenho franzido antes que sacudisse a cabeça.
Marx sempre foi estranho.
—Faith, a carne de porco está perfeita e pronta. — Voltou-se para a companheira do Casta Lobo na Agência de Assuntos das Castas.
Vívidos olhos negros, cabelo avermelhado até os ombros e uma tez cremosa, acetinada. Alta e ágil, competente e mortífera quando precisava, e ainda, conseguia parecer suave, gentil e sem um osso desumano em seu corpo.
Styx sabia de fato que Faith podia e devia matar tão rápido como qualquer varão Casta. Possivelmente mais rápido. As fêmeas Casta foram endurecidas nos laboratórios de formas que os varões não foram. Em muitos casos eram consideradas não mais que brinquedos para os soldados e treinadores do Conselho. O fato que conseguissem manter a inocência de seus corações assombrava Styx. Faith tinha se libertado do pior disso, mas ainda assim, a vida foi brutal para ela lá.
—Grandioso. — Um sorriso disposto cruzou os lábios de Faith enquanto se movia da mesa de saladas para a de assado de porco. — Cheira muito bem.
—Sim, é obvio que sim. — Styx piscou. — Fiz a façanha eu mesmo.
Faith riu, esses olhos negros brilhando de deleite.
—O calor do emparelhamento te tira de gonzo de alguma forma. — Ela sorriu abertamente, obviamente não muito louca ainda. — Uma vez que golpeie, rezará por um descanso. — Uma piscada brincalhona desmentiu suas palavras; seu sorriso assegurou que estava perfeitamente contente com a vida e o calor que compartilhava com seu companheiro.
—Moça, no momento, estou simplesmente suplicando para que o condenado calor a faça tomar uma decisão quando começar a arder. Uma Casta só pode exercer certo grau de pressão, sabe.
A risada escorregou além de seus lábios, trazendo um sorriso ao seu rosto. Ele a conheceu antes que ela e Jacob Arlington completassem seu emparelhamento, quando o calor de emparelhamento tinha compelido o casal em um momento muito inconveniente, durante uma missão que tinha revelado outra espécie de Casta. Uma que ainda causava incredulidade e permanecia no mistério para a população geral. Mas Styx estava ali quando Jacob e Faith se uniram depois de vários anos separados, e tinha visto não só o amor, mas também a fome feroz, dedicada que compartilhavam.
—Moça, antes que acredite que deveria me colocar em um asilo antes de me emparelhar, acho que irei encontrar minha quase companheira e ver se a coisa diminuta está pronta para comer.
Faith arqueou uma sobrancelha, a diversão em seu olhar contagioso e provocando que o sorriso permanecesse muito tempo em seus lábios, mesmo enquanto retomava o caminho de volta à sua cabana.
As Castas começaram a entrar no pátio lentamente, todos navegando primeiro na mesa de aperitivos e a distribuição dos assentos se estendia ao redor do pátio que tinha grupos de tamanhos diferentes para se congregar.
As luzes em série nas árvores piscaram acesas adiante enquanto a escuridão começava a cair de repente, lançando sombras entre o pátio engenhosamente jardinado e brilhando sobre esses homens e mulheres que nunca conheceram a risada, a camaradagem e a alegria até a década passada.
E mesmo agora abundava o perigo.
Esse perigo poderia não terminar em qualquer momento próximo, Styx temia enquanto alcançava a cabana. Exceto que cada batalha, cada peça do quebra-cabeças os levava mais perto do que nunca à segurança que desejavam ardentemente. A liberdade que suplicavam para seus filhos.
E não era isso pelo que qualquer espécie lutava? Sobreviver? Conservar o futuro de sua espécie para esses que amavam?
Entrando na cabana, Styx se deteve bruscamente, seus sentidos explodindo com o suave, quase imperceptível aroma que cruzou seus sentidos.
Não era calor de emparelhamento, mas era possivelmente parecido, pelo menos familiar, embora realmente não o pudesse localizar.
Era um perfume de chocolate e canela. Doce e tingido de calor, mas tão sutil, tão apenas ali, que não estava seguro se era o perfume de mulher ou perfume de canela. Exceto que Styx mantinha chocolate em casa em vez de canela. Além de um indício dela no café, não era um doce que comprasse frequentemente.
Compraria mais frequentemente agora, entretanto. Um aroma que sempre o recordaria disto.
Storme deu um passo do dormitório, seu cabelo negro preso na parte superior de sua cabeça, um pequeno cenho em sua testa, seu rosto ruborizado.
—Não encontro nada errado com o ar condicionado, mas tem um problema. Ficou condenadamente quente aqui dentro depois que saiu. — Disse irritada.
Não era calor de emparelhamento, mas estava condenadamente perto. Como se o lento fervor finalmente esquentasse.
Styx inclinou sua cabeça e a observou enquanto aspirava os aromas emanando dela.
Seu pênis endureceu e suas bolas apertadas pulsaram, pulsaram. Fragmentos de sensação se envolveram ao redor da sensível haste, apertando na necessidade de foder.
Por um segundo, por simplesmente um segundo, provou canela. Correndo sua língua sobre a borda de seus dentes, sentiu o mais ligeiro inchaço. Era mais que uma irritação, mas não era realmente o aroma de emparelhamento de hormônios inflamados que outros machos Casta tinham experimentado.
Ela pôs as mãos em seus quadris e seu cenho franzido ficou mais fundo enquanto parava apenas dentro da cozinha e o olhou furiosa.
—Me ouviu?
—Sim. — Ele limpou a voz. — Escutei, moça.
—As células de energia foram provadas, o diagnostico chegou claro. — Ela sacudiu a cabeça. — Mas está mais quente que o inferno.
Um brilho fino de suor brilhava em sua testa e pescoço, e sua vagina estava quente. Doce e quente e o aroma disso estava tingido de canela.
Deveria chamar Nikki. Caramba, tinha jurado que chamaria Nikki no momento em que algo mudasse. Que não tocaria Storme, não se atreveria a ser tentado a esquecer sua promessa.
Nikki tinha ameaçado castrá-lo se o fizesse.
—Por que está me olhando assim? — Ela perguntou enquanto ele a observava tomar ar profundamente, tentando esconder, fazendo-o devagar e fácil.
Entretanto seu coração estava acelerando. Ele podia ver a veia pulsando em seu pescoço, quase como o batimento do coração em seu pênis.
Caramba, não conseguir chegar a um telefone para chamar Nikki, e muito menos esperar que viesse fazer o que precisava fazer.
—É bonita, moça. — Grunhiu.
Exatamente não podia dizer a verdade. Que o aroma doce, suave dela enquanto se aproximava do calor de emparelhamento conseguia deixá-lo louco. E era isso. Ele sabia que era.
Podia sentir. Ela era quase uma companheira. Um “quase” mais perto do que foi antes que deixasse a cabana mais cedo.
—Conheço esse olhar. — Ela resmungou.
Sim, conhecia, e correspondia a necessidade pulsando através dele.
Ela era doce, suave e estava tão pronta para ele.
—Tire essas calças jeans, moça. — Se tivesse que tirar por si mesmo, então provavelmente terminaria as arrancando com um puxão.
Possivelmente deveria a advertir do que estava próximo a ocorrer, mas se o calor ainda não tinha progredido até o ponto em que o nó de emparelhamento emergisse, então advertir poderia ser inútil, e provavelmente lhe daria um susto mortal.
Seu rosto ruborizou mais. Debaixo da blusinha de tirinhas que usava, seus mamilos se enrugaram mais apertados que segundos antes. O aroma delicado, suave de seu calor lavou através da sala enquanto ele respirava profundamente.
Sentiu como se pudesse se embriagar dela.
—Está brincando? — Ela sussurrou ofegante, enquanto percorria o olhar para a porta. — Pensei que estaria fora para sua pequena reunião. Não tem um encontro com Cassie ou algo assim?
Ahh, não tinha esquecido, e sua reação ciumenta só aumentou com a ideia dele passando uma tarde com a pequena duendezinha encantada Cassie. Não que alguém pudesse ser tão encantada como sua pequena “quase” companheira.
Ele a tinha visto enquanto a perseguia nos dois anos anteriores com esse brilho de humor, esses sorrisos dissimulados.
—Não esta noite. — Não ia discutir sobre isto e não jogaria mais este jogo. — Não há outra mulher, moça, não tem razão a temer.
Pertencia a ela. Não que dissesse isso neste momento. Algo que temia que a pequena preciosa “quase” companheira podia não estar pronta para escutar.
Mas havia outras coisas, como o nó de emparelhamento da Casta Lobo, que não teria maneira de ser escondido.
Seus dedos se moveram aos botões de metal de suas calças jeans.
Styx a seguiu junto. Seu cinturão afrouxou. Enquanto ela empurrava os jeans e as calcinhas sobre suas coxas e saía deles, ele liberou os botões de suas próprias calças jeans e deixou que o vulto pesado de seu pênis escapasse do material aberto.
A regata interior e a blusinha passaram sobre sua cabeça, deixando-a gloriosamente, belamente nua.
A carne suave, torcida de sua vagina estava brilhante com seu néctar.
Acariciando seu pênis, Styx fez uma careta com as sensações elétricas correndo através da haste para perfurar a cabeça em forma de cogumelo.
Metade do eixo pulsou e pulsou, a ardente presença do nó não revelado doía com desejo.
Movendo-se para ela, Styx agarrou sua cintura e a subiu no balcão aberto entre a sala de estar e a cozinha. Seriam poucas preliminares, pensou confuso. O desejo esquentando sua carne era mais brilhante que nunca, mais quente. Seus dedos alisaram através do espesso brilho cobrindo sua vagina, a nata suave, rica esquentando as pontas de seus dedos antes que colocasse dois na entrada e empurrasse.
Ao mesmo tempo seus lábios cobriram os dela, tomando o grito choramingado que saiu de sua boca. E lá estava esse sabor de canela. De onde diabos tinha vindo isso?
Podia saboreá-lo, mas as glândulas em sua língua ainda não estavam completamente torcidas.
E também, o indício do sabor de chocolate e canela provocou seus sentidos enquanto empurrava sua língua entre seus lábios e gemia enquanto seus lábios se aproximavam disso, chupando-o dentro.
Ela o queimaria vivo.
Storme gemeu outra vez enquanto saboreava esse sabor diferente de Styx. Chocolate e canela. Tão facilmente poderia ficar viciada. Caramba, temia terrivelmente que já estivesse.
Levou sua língua para sua boca enquanto ele levava seus dedos a sua boceta. Ansiosamente.
A penetração entre suas coxas acariciou mais profundo, trabalhando completamente dentro dela com impulsos vazios enquanto ele esticava os músculos que pareciam muito apertados para o alojar. Nunca se sentiu tão feminina, tão excitada. Até Styx, ninguém tinha avivado sua excitação mais alto em sua vida.
Queria mais.
Seus dedos mediram os botões de sua camisa, conseguindo soltar muitos para que pudesse separar o tecido e alcançar o espaço amplo de seu peito sem pelo.
Amava o espaço duro, suave de carne. Debaixo de suas palmas podia sentir os pelos diminutos, tão suaves que eram, em sua maioria, invisíveis enquanto acariciava seu peito.
—Não pare. — Ela gemeu fracamente enquanto ele recuava, rompendo o beijo enquanto seus dedos deslizaram livres de sua boceta.
—Nunca. — Ele grunhiu. Meu Deus amava esse rude som animal que ficava mais profundo enquanto ele ficava mais faminto.
Seus lábios se moveram abaixo por seu pescoço, então para seus seios empurrados para cima. Enquanto seus lábios cobriam um mamilo apertado, duro, seu polegar acariciava sobre o botão inchado de seu clitóris. Acariciou o nó pequeno de nervos, acariciando ao redor dele, movendo-se tremulamente contra o nó enquanto sua língua se movia tremulamente sobre seu mamilo, seus dentes rastelando-o.
Isto era selvagem. Incrível.
Storme jurou que podia sentir chamas ocultas ardendo profundamente em sua boceta. As chamas que demandavam, que ardiam em agonia pelo impulso duro de seu pau. Não queria estimulação sexual. Queria a cabeça larga e dura como aço separando-a, lavrando dentro dela.
—Merda, moça. — Ele pareceu grunhir, o sotaque acentuado e o grunhido pesado em sua voz agora. — Queimaremos na noite antes que termine.
Arqueando suas costas, ela se moveu mais perto.
Envolvendo as pernas ao redor de seus quadris, Storme lutou por alinhar seus quadris com os dele, empurrou contra ele, experimentando o ardente empalamento antes que ficasse louca por isso.
—Styx, não sei o que me faz. — Gemeu, suas mãos alisando seu estômago apertado, duro até a grossa haste mais adiante.
Seus dedos não tinham esperança de se envolver ao redor dele. O eixo era muito largo, muito pesadamente venoso e poderoso.
Acariciando com seus dedos a ponta úmida, Storme lutou para juntar o suficiente de seus sentidos para se abster de derreter numa massa de sensações puras antes que ele alguma vez conseguisse fazer amor com ela.
—Sei o que me faz. — Retrocedendo, ele a levantou de seu peito e caminhou a largos passos para a sala de estar. — Me deixa louco por você, Doçura. Faz-me esquecer de tudo menos do prazer que me traz. Vamos, pequena Storme, me dê este prazer que preciso. Necessito-o até que sinta que estou ardendo dentro de você.
Ele se moveu ao sofá, colocou-a de pé, virou-a, então a pressionou abaixo até que seus joelhos golpearam as almofadas. Com sua mão atrás de seus ombros, ele a pressionou para frente.
Storme tremeu. Descansou seus braços dobrados contra o braço do sofá antes de olhar para trás nervosamente.
Em algum outro momento teria protestado. Nunca o deixaria tomá-la assim, chegar por trás de suas costas indefesa.
—Assim fica malditamente bonita. — Sua mão deslizou abaixo de sua coluna vertebral, e logo à curva de suas nádegas.
A sensação das pontas de seu dedo calejados acariciando com exigente calor enviou mais sucos fluindo de sua boceta. Os músculos internos pulsaram e pulsaram enquanto ela pressionava para trás, tão ansiosa, tão desesperada por senti-lo empurrar dentro dela que mal podia aguentar.
—Faça já. — Ela demandou, sua voz rouca enquanto seus dedos deslizavam entre suas coxas para provar a lisa umidade outra vez. — Deus, Styx, o que me fez?
—Te amei bem, moça. Ah inferno, sempre te amarei bem.
Ele se deu conta do que havia dito? Storme sentiu seu peito apertar, seu coração doendo enquanto a cabeça torcida de seu pênis pressionava entre as dobras inchadas de seu sexo.
—Me ame bem. — Ela não podia acreditar que estava exigindo. O que sabia em seu coração e alma era que ela exigia mais que sexo, mais que amor físico que estava sempre tão preparado para lhe dar. — Oh, Deus, Styx, não sei se posso suportar.
Ele pressionou dentro, separando-a, esticando-a em posição horizontal. Ela se sentiu tão miserável, muito cômoda para a largura do eixo moderando-se dentro dela.
—Doce Storme. — Suspenso sobre ela, uma mão agarrando seu quadril, a outra mão pressionando o braço do sofá enquanto começava a acomodar seu pênis lentamente dentro das profundidades apertadas de sua vagina.
Cada impulso pouco profundo o levava mais dentro das profundidades ardentes de sua boceta, enquanto ela sentia o prazer-dor dos músculos se separando, esticando, acomodando o eixo quente enquanto a ponta avultada pulsava e pulsava dentro dela.
Podia senti-lo. A dobra de cada pulso de sangue troando em seu pênis parecia ecoar dentro de sua carne super-esticada.
A cabeça para trás, suas unhas cravadas no tecido do braço do sofá enquanto se pressionava para trás, lutando para tomar mais, para obrigá-lo a tomar posse dela antes que ficasse louca por isso.
—Ah moça, que doce e quente é. — Ele gemeu, seus lábios em seu ouvido enquanto ela gemia em prazer crescente. — Sente como é apertada, moça. Como agarra meu pau, chupa-o dentro de sua doce pequena boceta.
Apertados, os pequenos tremores incontroláveis que sacudiam seu corpo pareciam se concentrar ali nos músculos rodeando não mais que algumas polegadas da carne grossa.
—Foda-me, Styx. — Gemeu em crescente desespero. — Oh, Deus, por favor me foda.
Seus quadris sacudiram com força, e se enterrou mais fundo, seu pênis pulsando como se estivesse a segundos da ejaculação.
—Storme, amor. — Gemeu roucamente, seus quadris retrocedendo, o seguinte impulso mais duro, polegadas mais fundo. — Rodeia meu pau da maneira que quero que tome meu coração. — Sussurrou em seu ouvido. — Tome, Storme. Confie em mim, amor.
Seus olhos se fecharam apertados enquanto ela continha as lágrimas que queriam alagá-los.
Deixando cair sua cabeça contra o braço do sofá, não pode conter o gemido, o pequeno grito desesperado que escapou de sua garganta.
—Não o faça. — Sussurrou, incapaz de manter o silêncio. — Por favor, Styx. Por favor, não o faça.
Não peça o que ela não podia dar. Não a faça escolher. Não a faça se trair antes de sequer poder calcular se essa traição era para melhor.
—O inferno que o farei. — Sua voz ficou mais profunda enquanto pressionava mais fundo, mais forte dentro dela. Estava tomando-a como se cada empurrão contra ela, cada ardente empalamento de algum modo a atasse mais perto dele. E o fez. Ela podia sentir, embora não compreender. Algo os estava vinculando desde o começo e não queria admitir.
Negar isso era a única maneira para sobreviver, a única maneira de agarrar sua alma até poder navegar seu caminho através do pântano de emoções que podia sentir a rasgando.
—Exigirei. — Seus dentes beliscaram em sua orelha enquanto empurrava de novo para ele, forçando mais fundo enquanto um eixo candente de sensação pura resplandeceu dentro de sua boceta.
Prazer ou dor. Não soube qual, não importou, desde que ele não parasse.
Desde que não tivesse que confrontar nada exceto o prazer, a sensação pura correndo velozmente através dela.
—É minha! — O seguinte impulso o enterrou por completo.
Storme gritou de atormentado prazer.
Jogando para trás sua cabeça, ela sentiu os dentes em seu pescoço e nem sequer importou uma merda. Rasparam sua carne, enviaram demolidores calafrios em sua coluna, pequenos tremores correndo velozmente através de sua boceta.
Dentro dela, seu pênis pulsou duro e esquentou um segundo antes que ele entrasse em movimento. Antes que ele arrancasse sua mente de seu corpo com um prazer que não podia combater, um prazer que açoitou através dela como uma chama vivente e estacou sua alma feminina. Rasgou além de seus escudos.
Suas mãos se moveram sobre as dela, seus dedos entrelaçando-se com os dela enquanto ela se agarrava ao braço do sofá. Enquanto seus dedos se dobravam debaixo dos dela, ela apertou os punhos neles, enquanto sua boceta apertava ao redor de seu pênis.
Ela não podia controlar. Não podia combater.
—Minha, Storme! — Grunhiu em seu ouvido.
Seu ventre convulsionou enquanto uma lança de sensações ardentes corria velozmente através do sensitivo tecido e músculos ajustados.
Nunca tinha pertencido a ninguém. Nunca tinha aceitado essa responsabilidade.
Nunca tinha se permitido acreditar que fosse algo que algum dia pudesse ter.
Até agora.
Até Styx.
Gemendo, pressionando seu peito contra suas costas, ele se enterrou profundamente dentro dela, empurrando, fodendo-a com duros, mesurados impulsos enquanto ela sentia o desejo ondulante correndo mais alto e ardendo mais quente.
Tão perto. Podia sentir seu orgasmo apertando em seus clitóris, em seu ventre.
—Diga isso, Storme! — Ele demandou enquanto a queimava, empurrando-se dentro dela com uma força e um poder que tirou um grito lastimoso de seus lábios.
Negando com a cabeça, ela combateu a demanda.
—Não. — O grito era débil, tão fraco como qualquer resistência que pudesse ter posto entre eles, para começar.
—Então, me deixe dizer isso. — Grunhiu enquanto mordiscava seu ombro. —Minha, moça. Minha mulher. — Profundo, ardente, empurrou dentro dela outra vez, um impulso longo, duro que queimou através de suas ultrassensíveis terminações nervosas e tirou um chiado de seus lábios. — Não a deixarei ir. Não deixarei que fuja de mim. — Sua voz estrangulada. — Maldita seja, não a deixarei fugir de mim!
Ela explodiu.
Um grito se construiu em sua garganta enquanto ele a fodia mais duro, mais rápido, enviando a toda velocidade através de uma liberação que a rasgou de qualquer agarre à realidade que pudesse ter e a jogou dentro de uma brilhante, ardente sensação de orgasmo que sabia que a ataria a ele quisesse ou não.
Deu-se conta só vagamente de sua liberação jorrando dentro dela. Os ardentes jorros de sêmen a encheram enquanto ele mordia seu ombro, seus dentes a prendendo no lugar, um grunhido puro, primitivo ecoando ao redor dela enquanto o prazer a enviava explodindo dentro dela mesma e ardendo através da última barreira que tinha construído para proteger sua alma.
Storme deixou a cabana, obrigando-se a manter a cabeça alta, seu olhar procurando nas sombras que se alargavam à beira das luzes ondeantes pendurando das árvores.
O pátio era enorme. Quase vinte cabanas além do centro comunitário o rodeavam, com largas mesas cheias de comida, enquanto as outras estavam rodeadas de cadeiras.
O coração acelerado, moveu-se através do pátio com Styx, escondendo suas mãos trementes e cravando os olhos atrevidamente nos olhares curiosos que enfocavam sua atenção nela.
Tinha evitado estes pequenos convívios comunais nas semanas passadas por uma razão. Recusava-se a socializar com o inimigo, exceto Styx.
Desde a primeira noite, a imagem dele sendo algo menos que seu amante se recusou a chegar a sua mente.
—Está diferente esta noite. — Ela manifestou enquanto começavam a se mover dentro da área densamente povoada. — Há mais Castas aqui esta noite.
—Esta noite é diferente. — Disse, o sotaque escocês acentuado acariciando seus sentidos. Havia um tom de afeto, de diversão fácil em sua voz enquanto seus dedos roçavam contra a cintura de suas costas ao conduzi-la para uma mesa onde Cassie Sinclair e seus pais estavam.
Dash Sinclair estava quase igual hoje como estava quase uma década antes quando ele e sua mulher, Elizabeth, chegaram junto com as primeiras notícias do mundo. Sinclair, um antigo soldado Especial das Forças Armadas, era suspeito do assassinato de um chefão do crime que ameaçou Cassie quando ela era uma menina.
Sinclair foi, e ainda era, uma figura formidável. Storme não tinha dúvidas de que podia matar, e matar facilmente, quando o amparo de seus filhos estava envolvido.
Havia rumores que, de algum modo, as Castas deixavam de envelhecer além de um certo ponto, e que infectavam suas esposas e maridos com algum vírus desconhecido que causava o fenômeno.
As revistas de intrigas dirigiam tais histórias quase semanalmente.
—Está pensando muito, moça. — Styx comentou enquanto se moviam à mesa principal. — Vêm, Storme, seja uma parte de meu mundo por uma noite. Prometo, que não lamentará.
E isso era o que a preocupava.
Indo para a mesa principal, Styx puxou uma cadeira para ela, a ajudou a sentar, depois tomou seu próprio assento.
—Damas e cavalheiros. — Cassie ficou de pé, sua voz amplificada pelo microfone pequeno que enganchava sobre seu ouvido.
O murmúrio de risadas e conversa se aquietou.
Cassie ficou de pé entre seus pais sentados e contemplou as mesas com as Castas e, como Storme percebeu, um número de humanos e Castas Felinas também. O alfa Felino e sua Felina estavam ali, assim como o alfa Coiote e sua Coya. Se as sociedades puras de sangue soubessem desta festinha, seriam incapazes de resistir à oportunidade de atacar.
—Esta noite, — Ela continuou. — celebramos o décimo aniversário de meus pais. — Uma ovação se propagou. — Dash e Elizabeth Sinclair. — Recolheu a taça ao lado de seu prato enquanto todo mundo fazia o mesmo.
Storme recolheu sua taça hesitante, dando um olhar à Styx enquanto ele recolhia a sua também.
Cassie parou junto ao seu pai então, deu a volta e confrontou seus pais.
—Seu apoio e amor me salvaram. — Sua voz se espessou enquanto seus pais davam as mãos e os olhos de Elizabeth se enchiam de lágrimas. — Sua dedicação e lealdade para seus amigos, sua família e o mundo em que nos esforçamos para tomar parte é um exemplo para todos. Que possam brilhar dessa maneira para todos nós seu amor, seu calor e compaixão.
Uma lágrima deslizou da bochecha de Cassie enquanto subia o vinho aos seus lábios e completava o brinde.
Storme se encontrou brindando pelo casal também, sorvendo e sentindo o peito apertado pela emoção que se refletia nas expressões dos pais, no menino e nos rostos desses que ocupavam o que parecia ser a mesa de celebração do casal.
As felicitações se apagaram, intercaladas com uivos e rugidos Felinos. Storme observou enquanto os alfas e suas esposas chegavam ao casal, o felicitavam e colocavam em suas mãos o que parecia ser uma prata esterlina, ou possivelmente ouro branco, amuleto ou moeda de algum tipo.
Os varões davam as mãos, as esposas se abraçavam calorosamente, mas Storme notou que os alfas machos não tocaram Elizabeth Sinclair. E Dash, em agradecimento às esposas dos alfas, não tocava nada exceto seu cabelo. Uma carícia terna, rápida da parte de atrás de seus dedos contra o lado direito de suas cabeças. Os alfas machos fizeram igual com Elizabeth. Nunca uma Casta masculino tocava a carne de uma fêmea emparelhada.
E embora parecesse estranho, também parecia ter um sentido inapreciável de respeito e afeto na carícia leve.
Dash se voltou à multidão.
—Temos nossas provas. — Manifestou, seu tom rouco, um duro fragor de som suavizado com camaradagem e uma veia de calor que correspondia ao brilho de propósito e determinação em seu olhar. — Também temos nossas alegrias. — Ele percorreu com o olhar sua mulher e então sua filha. — Esta noite, a celebração não é só para a Elizabeth e para mim. É para todos nós. — Elevou seu copo então e brindou pelos outros, e as felicitações aumentaram a quase ensurdecedoras.
Era mais que uma celebração. Era uma afirmação. Enquanto Storme olhava ao redor da mesa aos outros, captou o olhar de Hope Gunnar e sentiu essa primeira arruda seta de culpa pela noite que jurou que as Castas pagariam pelo que aconteceu ao seu pai e seu irmão.
Eram culpados, ela acreditava. Os Coiotes, as Castas que escapavam, mas que não lhes ocorreu proteger seu pai e irmão, quando tinham ido tão longe para ajudá-los a conseguir a liberdade que ganharam nessa noite.
Ela culpou os cientistas, os soldados e à Câmara de vereadores. E até Styx, se recusava a ver a humanidade que era uma parte tão integrante das Castas.
Agora, observando como comiam, riam e celebravam este aniversário com tal sentido de ação de gratidão, não tinha opção a não ser confrontar a fúria e dor que a levou a culpar uma espécie inteira pelo que uma Casta fez.
E ela não gostava de ver essa parte de si mesma. Ela não gostava já que foi mais que simplesmente lealdade por seu pai, ou sua determinação em fazer como ele quis que ela fizesse.
Queria que ela desse às Castas essa informação. Só o fato de que escondesse isso de seus cientistas associados a assegurava disso, e o sabia todo o tempo.
Baixando seu olhar, enfocou a atenção no anel antigo. O usou por dez anos, recusando-se a tirá-lo todo esse tempo. Disse a si mesma que não podia revelá-lo, não podia se permitir ser apanhada, não podia confiar em ninguém, porque seu pai não disse a ela em quem confiar.
Mas ele o fez.
Enquanto os pratos eram esvaziados e a música começava a encher o descampado, Storme levantou quando Styx o fez e observou como Wolfe e Hope se aproximavam deles.
Hope não veio à cabana desde essa primeira noite. Não estendeu sua amizade outra vez, e não se esforçou para dar à Storme a oportunidade de se desculpar.
Permanecendo em pé silenciosamente, consciente dos longos olhares sobre eles, Storme encontrou o olhar de Hope enquanto ela e Wolfe paravam diante de Styx.
—Outra vez, Styx, a carne de porco estava perfeita. — Wolfe Gunnar inclinou sua cabeça em agradecimento enquanto um sorriso saía de seus lábios. — Continue assim e nos ocuparemos de te fazer chefe de cozinha.
Styx riu.
—Sobre meu cadáver, Alfa. Não pegaria esse trabalho nem em uma aposta.
Wolfe riu enquanto se voltava para Storme.
—Styx insistiu em assar pessoalmente o porco que está sobre a mesa de aniversário, Srta. Montague. Ele o considera seu presente para o casal.
—Estava perfeito. — Storme concordou. — Tenho que admitir, a comida que preparou enquanto estive com ele foi excelente. — Admitiu enquanto olhava Hope outra vez. — Olá, Hope.
A Lupina das manadas de Lobos a observou de perto.
—Olá, Storme, confio que Styx a tenha mantido cômoda enquanto esteve em Haven? — Era orgulhosa, mas sempre fora. A compaixão e misericórdia sempre a tinham moderado, mas Storme se deu conta que tinha cometido um grave erro quando insultou o homem pelo qual Hope estava apaixonada.
E era amor. Não foi forçada, não estava ali por culpa. Estava ali porque Wolfe Gunnar era sua outra metade, a visão de amor que Storme ouviu sem querer discutindo com James fazia tanto tempo.
—Meu pai uma vez me disse que passo muito tempo enfocando a atenção no que não é importante. — Storme admitiu para a outra mulher. — Disse que um dia destes terminaria tropeçando e empurrando meu pé em minha boca num momento quando então lamentaria. É desafortunado que estivesse correto.
A surpresa piscou nos olhos azuis de Hope.
—O bom de tropeçar é que pode dar um passo atrás e continuar mais cuidadosamente. — Expressou serenamente.
—Só se não conseguir quebrar algo. — Storme indicou tristemente. — Desculpo-me por insultar seu marido e os alfas, Hope. Não há desculpa para isso, e se pudesse me retratar de meu comportamento, então o faria.
Não se comportaria servilmente, mas a Hope que lembrava nunca esperaria que o fizesse.
—Nada foi quebrado, Storme. — Hope assegurou, o brilho frio em seu olhar esquentando o suficiente para dar esperança à Storme.
Assentiu com a cabeça antes de se voltar para Wolfe outra vez.
—Se você e o Diretor Wyatt pudessem se encontrar comigo esta noite, Alfa Gunnar, acredito que temos um pequeno assunto a discutir.
Styx ficou rígido ao lado dela. Por um momento, ela jurou que podia sentir sua tensão se envolvendo ao redor dela. Sua mão se moveu da parte de trás de sua cintura para seu quadril, seus dedos curvando-se sobre ela firmemente.
—Estarei ali também. — Styx indicou, sua voz firme.
Wolfe assentiu com a cabeça, seu olhar ainda em Storme.
—Espero a reunião com antecipação. Desfrutemos da festa por agora, e de toda nossa liberdade. — Moveu o olhar para Styx antes que seu braço se elevasse, sua mão aplaudindo no ombro de Styx. — Como Hope disse, outra vez, se superou.
—É óbvio que o fiz. — Styx respondeu com um sorriso aberto. — Se for digno de fazer-se, é digno de fazer-se com excelência.
Storme se voltou para ele, como sempre assombrada ante o encanto fácil, suave e a vaidade que parecia possuir.
Uma piscada sutil em sua direção quase a fez sacudir a cabeça em exasperação.
—Suponho que perdi minha dança agora. — Cassie escolheu esse momento para dar um passo adiante.
Storme se sentiu como um peão desalinhado na presença de uma princesa.
A longitude da cintura da outra garota de cachos negros e vívidos olhos azuis eram suficientemente assombrosos, mas ainda conseguia fazer que calças jeans e botas combinadas com uma regata sem mangas parecessem vestimentas reais.
Havia risada em seu olhar além de um sorriso em seus lábios, e Storme podia ver que o afeto verdadeiro que sentia por Styx não ia além de um laço familiar. Não havia ciúmes nos olhos de Cassie, e nenhuma cólera em seu tom apesar de que ela sustentava as mãos nos quadris e dirigia à Styx um fingido olhar furioso.
—Tem um monte de companheiros de dança aqui, Cassie. — Styx a assegurou com uma risada fácil enquanto sua mão se situava no quadril do Storme outra vez. — Se não houver mais, pode torturar Navarro.
Storme viu o olhar que cruzou o rosto de Cassie e encheu seu olhar. Um olhar misterioso, conhecedor e cheio de preocupação.
—Navarro não está mais disponível. — Disse tristemente.
A rigidez no peito de Storme aumentou. Não foi o que disse, ou mesmo a maneira como disse. Foi esse olhar em seus olhos, preocupação e pena.
Algo que mesmo Styx e os outros pareceram sentir.
—O que acontece, Cass? — Esse era seu pai perguntando.
Cassie se voltou para seu pai, exalou apenas e sacudiu a cabeça.
—Não sei, papai. Tudo o que sei é que algo vai acontecer, e todos nós precisamos estar preparados para isso.
—Há quanto tempo o sentiu? — Wolfe a questionou.
—Desde o momento em que Navarro foi apresentado a minha amiga Micca esta tarde.
—Os rumores estão certos. — Storme injetou brandamente. — É psíquica.
—Realmente, não, não sou. — Cassie fez uma careta. — É mais complicado e nem de perto tão cordato como ser psíquico. — Sua cabeça se inclinou então, um cenho ligeiro franziu sua testa enquanto pestanejava lentamente. Seu rosto pareceu empalidecer antes que se sacudisse e inalasse lentamente, uniformemente. Enquanto seus lábios se separavam para falar, outra voz, uma voz do passado, de um pesadelo, falou atrás deles.
—Dash, Elizabeth, felicitações.
Storme deu a volta lentamente.
Não soube o que Styx sentiu, não compreendeu o grunhido repentino, de advertência que chegou de seu peito ou a maneira que sua mão voltou a se situar na arma que levava em sua coxa, a que não tinha notado antes que saíssem.
Mas ela conhecia a voz, e conhecia a Casta.
Quase em câmara lenta deu a volta e confrontou o pesadelo do qual esteve fugindo por tanto tempo. Um pesadelo que sempre soube, deu-se conta, que viria a encarar cedo ou tarde.
A Casta não estava a esperando mais do que ela a ele. Observou o impacto que piscou em seus frios olhos cafés. Esses olhos estavam cuidadosamente neutros, como se soubesse esconder sua natureza maliciosa, sedenta de sangue que uma vez resplandeceu quase vermelho neles.
Presas curvadas se viam um pouco escuras. Não eram agradáveis e brancas como a maioria das Castas as tinham. Storme imaginava que o gosto que tinha pelo sangue as tinha manchado, tal como manchou sua alma.
Enquanto voltava o olhar de novo para ele em estado de choque e horror, seus lábios se franziram para trás, mostrando as presas predominantemente em um grunhido cruel.
Storme sacudiu a cabeça, tentando negar que estivesse vendo quem estava vendo, o que estava vendo. Ele não podia estar aqui. Styx nunca teria permitido que o assassino de seu pai e seu irmão estivesse aqui.
—Storme? — Styx se moveu gradualmente para uma posição defensiva junto dela, meio a arrastando atrás dele enquanto ela e o Coiote travavam os olhares.
—Não há nada que possa fazer. — O Coiote disse com um sorriso zombador. —Não há nada que possam fazer. — Assentiu para as Castas reunidos ao redor dela. — As Lei das Castas me protegem também. Se soubesse que era a cativa de Styx, teria assegurado minha ausência. — Como se importasse. Como se ele sentisse algum remorso. Não havia remorso, e ela sabia, podia ver em seus olhos.
Estava tremendo. Storme podia sentir seu corpo estremecendo, sacudindo enquanto a agonia começava a rasgar através dela.
—Storme. — A voz de Styx era dura, demandante.
—Storme, o que está acontecendo? — Hope se moveu ao seu lado, seu marido, Wolfe, moveu-se protetoramente para flanqueá-la enquanto Styx flanqueava Storme.
—Ele matou sua família. — Foi Cassie quem falou, sua voz espectral, faltando qualquer emoção, medo, compaixão, misericórdia ou dor. — Ele é a Casta que destroçou as gargantas de seu irmão e pai.
Isso foi dito tão casualmente. Como se essas mortes fossem pouco ou nada no plano total da vida. Mas eram tudo para Storme.
—Marx Whitman. — Cassie continuou, sua voz ficando ligeiramente rouca, tensa. — Papai. Faça algo.
—Não há nada que ele possa fazer. — Marx espetou em resposta a ela, seus dentes brilhando perigosamente. — Estou sob as Leis das Castas também no que se refere ao meu amparo, menina estúpida. Não posso ser castigado por nada. Não cometi nenhum crime desde que me uni a Haven.
Como se os crimes que ele cometeu antes pudessem ser lavados tão facilmente.
Dash deu um passo adiante, seu corpo maior protegendo sua mulher também enquanto Cassie se empurrava atrás dele. Storme estava consciente deles a rodeando, os varões posicionados para assegurar que o Coiote não chegasse mais perto.
—Não podemos te castigar, mas não terá permissão para torturar Storme com sua presença tampouco. — Espetou Wolfe de volta.
Storme estaria surpreendida se não fosse pelo fato que precisava de tudo que pudesse fazer para controlar a fúria rasgando através dela, exigindo justiça, reivindicação.
—Ele os matou. — Sussurrou através dos lábios intumescidos. — E desfrutou.
—Não matei desde que aceitei as Leis das Castas, fora de minha habilidade como um Executor.
O triunfo brilhou intensamente em seus olhos cafés.
—Faço o que me dizem. Sou um bom pequeno Coiote agora, Srta. Montague.
Ela queria gritar. Seus dedos se dobraram em garras enquanto continha a vontade de saltar sobre ele, arrancar o sorriso zombador de sua cara.
—Encontre seu alfa. — Dash exigiu, sua voz baixa.
—Detenham-no. — Styx exigiu furiosamente enquanto o olhar de Marx cintilava de surpresa e seus lábios se retorciam em um de grunhido de desgosto.
—Sua princesa preciosa, Cassie, poderá te dizer que me prender seria um erro.
Cassie escoiceou quando seu olhar se desviou sobre ela.
—Cassie? — Seu pai a questionou.
—Sempre há lacunas. — Cassie arrastou as palavras, embora sua voz fosse tensa e dava a entender sua indecisão. — A menos que possamos provar que cometeu um ato de agressão contra as Leis das Castas, então não há nada que possamos fazer. E não posso provar. — Seus olhos resplandeceram em seu rosto branco como papel. — Embora saiba que ele o fez.
Marx riu ferozmente disso.
—Olhe ao seu redor, Alfa Gunnar. Prenda-me, me detenha por crimes cometidos enquanto estávamos nos laboratórios, e perderá a confiança de cada Casta aqui. Somente porque sua pequena bruxa, — Ele moveu seus dedos para Storme. — quer acreditar que fiz algo, não significa que o tenha feito.
Ele estava correto. Até Storme sabia que ele tinha razão. Não havia maneira que Styx ou Wolfe castigassem ao Coiote pelos crimes que tinha cometido naquela noite, porque tecnicamente estava sob controle dos treinadores, o conselho de cientistas e os soldados que o tinham adestrado para obedecer.
—Tire-a daqui, Styx. — Wolfe ordenou ao lado de Styx enquanto Storme continuava cravando os olhos no monstro de seu passado. — Procuraremos Jonas e resolveremos isto.
—O que terá a resolver, Alfa Gunnar? — Marx deu uma risada zombadora. —Não há nada a resolver. Sou um residente de Haven, não podem mudar isso sem quebrar as leis que fizeram.
O silêncio desceu. Até a música que estava tocando antes que o Casta aparecesse abaixou. Todos os olhos estavam neles agora. Centenas de olhos, Castas e humanos por igual.
—Os Artigos de emparelhamento. — Cassie indicou então.
—Ela não é uma maldita companheira dele! — Marx exclamou desdenhosamente então. — Fede por seu medo e ódio por nós, tal como seu pai o fez. Ele não queria nada mais que desfazer cada Casta que alguma vez criou, e ela sabe.
Storme ficou com o olhar fixo, esperando, observando, seus olhos estreitando-se na cara odiada, quadrada do Coiote que tinha destruído sua vida.
Ele não era de aparência agradável, gracioso, ou encantador como a outra Casta era. Suas feições eram fora de sincronia, como se sua genética de algum modo tivesse tentado se agregar fisicamente assim como também psicologicamente.
—Você não pode me fazer nada enquanto a situação continue. — Marx encolheu os ombros como se o que qualquer deles pudessem querer fazer realmente não importasse. — Agora, devo desfrutar da festa e tratar de algumas coisas com o Alfa Gunnar. Estar aqui com esta odeia-Castas em minha cara não era parte do plano.
—Nunca odiei às Castas. — Storme espetou, lutando para conter sua fúria enquanto o olhava furiosa de volta. — Odiava você.
Ele riu disso, enquanto Styx grunhia, um som baixo, violento que fez Storme sobressaltar-se. A tensão estava se esticando ao redor deles agora, murmúrios baixos dos Castas e humanos filtrando-se através do véu de incredulidade e fúria que rodeava Storme.
—Me odeie tudo que queira. — Rolou os olhos, obviamente rindo dela agora. — Me odeie eternamente, garotinha. Não importa. Não pode me tocar nem pode fazê-lo seu amante.
—Ele os matou. — Girou para Styx, segura que ali tinha que haver um erro. Não podiam deixar esta Casta correr de um lado para outro livre, rir, pela oculta satisfação que tinha obtido, enquanto seu pai e seu irmão estavam mortos.
—Não há nada que possamos fazer. — Styx pareceu empurrar as palavras entre seus lábios. — A razão está do seu lado. Ele assinalou as Leis das Castas, e o protegem tão bem como a você.
Marx sorriu abertamente, seu olhar sobre Storme outra vez.
—Nem sequer podem me ordenar que me afaste de você. Você não é sua companheira, o que significa que não há lealdade da Casta para você, Srta. Montague. Tudo o que tem é Styx. — Ele negou com a cabeça enquanto estalava a língua. — Mas veja o lado bom das coisas, ao menos não olhará por cima de seu ombro me procurando nunca mais. — Estendeu seus braços largos. — Estou bem aqui.
Styx saltou para ele. Antes que seu punho pudesse fazer contato com a mofa sarcástica na cara de Marx, Dash, Wolfe, Navarro e Jonas estavam ali para arrastá-lo para trás, suas vozes elevadas, seu aperto inquebrável enquanto Marx o desdenhava com sarcasmo.
Mais Castas chegaram então. Um contingente pequeno de Coiotes puxou Marx para trás assim que a maior parte das Castas chegaram atrás do Alfa da Casta Lobo e grunhiram de retorno aos Coiotes observando-os cautelosamente.
—Onde está seu alfa? — Wolfe grunhiu enquanto Styx lutava em seu aperto.
Storme voltou o olhar de novo para Marx, o ódio enchendo-a até o ponto que mal podia conter a necessidade de matar.
—Não importa onde esteja meu alfa. — Espetou Marx de volta. — Você não pode me ordenar que saia de Haven e nem ele pode fazê-lo.
—O inferno que não posso. — Wolfe deu um passo adiante, sua voz baixando, se aprofundando. — Acaba deliberadamente de instigar um combate com um oficial de execução de uma fila mais alta que você mesmo. Posso e te sancionarei na maior quantidade de tempo possível até que esta situação se resolva. Se o ver em Haven antes que os quatorze dias atribuídos sejam cumpridos, então será expulso.
Marx riu. Os olhos café brilhando intensamente com semelhante triunfo, com semelhante sanha brutal que Storme sentiu que a pressão em seu peito aumentou, a sensação de fatalidade quase a estrangulando enquanto lutava por sujeitar seu controle.
—Papai, tire mamãe daqui. — Cassie repentinamente sussurrou.
Dash se voltou para ela, o impacto delineando seu rosto.
—Dash, leve ela e Elizabeth ao heli-jato. — Jonas estava se movendo, chamando os Executores a ele, pegando um auricular em seu ouvido e ordenando ter o heli-jato preparado.
—O que fez? — Wolfe se aproximou de modo ameaçador para Marx enquanto Storme observava as Castas atrás de Marx rapidamente se dissipando, ansiosos por colocar distância entre eles mesmos e algo que sentissem prestes a explodir entre o Alfa e a Casta.
—Eu? — Falsa inocência encheu o rosto do Coiote então. — O que poderia fazer?
—Prendam-no. — Wolfe ordenou a várias Castas atrás dele.
Storme lutou por respirar. Essa sensação sufocante, atemorizante sempre chegava pouco antes...
A explosão sacudiu o pátio.
Storme se sentiu voar, a explosão de ar quente a varrendo de seus pés e lançando-a sobre a grama espessa enquanto o caos começava a encher o complexo.
Rugidos, grunhidos e gritos furiosos começaram a brotar, e bem quando Storme pensou que poderia ficar rapidamente em pé, outra explosão rasgou através da noite e a enviou sobre seus joelhos.
Elevando a cabeça, Storme cravou os olhos nas chamas e a noite explodindo ao redor deles.
Explosões cuidadosamente planejadas foram postas no pátio, escondidas e detonadas no momento que todo mundo estaria dançando se não fosse pelo enfrentamento com Marx.
—Vamos ! — O grito de Styx acompanhado de seu braço se dobrando ao redor de sua cintura enquanto a arrastava do chão.
—Cassie. — Ela gritou, procurando com o olhar ao redor desesperadamente. —Onde está Cassie?
—Dash e os Executores de Jonas a levaram. — Ele gritou de volta enquanto outra explosão sacudia o chão e rasgava através da casa do Alfa. — Corra. Vamos.
Ele fez tudo menos a arrastar com a força das Castas correndo através das chamas cobrindo a noite, armando-se, se apressando para Wolfe e Hope, Dash e sua mulher e filha, e as esposas das outras Castas que tinham assistido.
O alfa das Castas Felinas sustentava um bebê, seu filho adolescente ao lado, grunhindo de fúria enquanto os Executores se moviam para tirá-los da linha de fogo.
—Saiam do maldito pátio. — Styx gritou ao grupo. — Por este caminho.
Voltando-se, Styx liderou através da folhagem densa ao centro do pátio enquanto pistolas e laser começavam a erupcionar atrás deles.
—Haven está sob ataque. Estamos sob ataque! — Storme escutou os Executores atrás deles gritando enquanto no alto o som de um zumbido distinto podia se ouvir.
—Porra, saiam daqui. Movam-se. Movam-se!
Estavam se apressando entre duas cabanas, as sombras os envolvendo enquanto Styx corria velozmente para sair da clareira.
Enquanto limpavam as cabanas, era como se o inferno abrisse fogo ao redor deles. Pesadas metralhadoras acionadas pelos helicópteros que sobrevoavam começaram a rasgar ao passar pelo chão.
Um bebê gemeu. O som de um grito assustado, dolorido pode se ouvir. E antes que Storme pudesse dar sentido a qualquer coisa, outra explosão estremeceu a noite, lançando escombros, chamas e destruição ao redor deles.
—Cadela! — Storme se encontrou sendo puxada com força do chão por seu cabelo, a agonia gritando através de sua cabeça enquanto lutava, cravada pelos dedos enredados nas grossas mechas para arrastá-la de pé. — Deveria estar condenadamente morta.
Lutando para travar seus joelhos no lugar, tentou ficar de pé, só para tropeçar enquanto era sacudida com força outra vez, um grito atormentador deixando seus lábios enquanto a dor abrasadora rasgava através de sua cabeça outra vez.
Onde estava Styx?
Tentou olhar ao redor, mas o grupo que estava junto quando a explosão final estremeceu a noite não se via por nenhuma parte agora.
Ele não a deixaria sozinha, ela disse a si mesma. Ele não teria ido com os outros e a deixado para se proteger sozinha. Sabia que não o faria.
As lágrimas encheram seus olhos enquanto essa horrível premonição golpeou seu peito outra vez. Sua respiração obstruiu; ofegou e então perdeu a habilidade de respirar com a vista de sua forma dura, larga e tombada desgraciosamente no chão a vários metros de distância dela.
—Styx! — Gritou seu nome enquanto os duros dedos a sacudiam. Sacudiam, e então um punho duro, pesado, golpeou seu rosto, enegrecendo o mundo.
— Bem, parece que a putinha finalmente está acordada.
Storme encarou fixamente os rostos que a observavam, e perguntou-se por que ela devia até mesmo se aborrecer com choque ou surpresa neste momento.
Ou traição.
Ainda assim, era traição o que ela sentia enquanto olhava fixamente para a outra mulher, a única pessoa no mundo que ela uma vez acreditou ser uma amiga.
O medo era uma sensação terrível, destrutiva. Era um ataque de pânico nas horas mais escuras da noite. Estava a sufocando, fazendo sentir a respiração deixar o corpo, incapaz de sustenta-la à visão dos monstros que a encaravam.
Os monstros que eram humanos assim como também as Raças eram monstros.
Estes eram os olhos que a espreitavam na escuridão de seus pesadelos. Os olhos que poderiam não ter brilhado vermelhos na penumbra, mas poderiam muito bem também ter feito. Ela podia ainda sentir o perigo, a cruel intenção. Ela podia ainda sentir e recordar da morte que vinha com eles, como também a recriminação e as consequências que viriam quando Styx a alcançasse. Se ele a alcançasse.
Se ele estivesse mesmo lá fora. Como o poderia, entretanto? Marx e Gena a levaram de Haven muito facilmente. Ela se lembrava de pequenos pedaços. Sendo jogada sobre os ombros de Marx e carregada pela noite como um saco de batatas enquanto parecia que Haven estava queimando até os alicerces atrás dela.
Eles a jogaram na mala de um carro, onde ela desmaiou novamente, e quando despertou, ela estava na casa que ela conhecia de antes da morte da sua mãe, de anos antes de seu pai a levar para os Andes.
Uma casa sobre a qual ela acreditava que ninguém mais podia ter sabido. Evidentemente, eles tinham tido conhecimento disso. Ela se mexeu dolorosamente na cadeira densamente acolchoada em que eles a derrubaram, erguendo sua mão para a cabeça e, à medida que baixava seus dedos, olhava fixamente para o sangue que pingava de sua têmpora.
Era por isso que ela se sentia tão atordoada e com seu estomago embrulhado.
— Consiga um pouco de água para ela, Coiote. — Gena ordenou à Raça, usando a versão degradante de seu nome de espécie para tratá-lo.
Marx não pareceu se importar. Ele se dirigiu a cozinha e retornou momentos mais tarde com uma garrafa da água fria.
Ele empurrou a garrafa em suas mãos, então recuando até o sofá de couro onde Gena tinha se sentado, seus olhos castanhos duros como pedra, sem emoção. Eles não eram frios. Frios denotariam emoções escondidas. Simplesmente não havia nenhuma emoção ali.
Relâmpagos riscando na noite da floresta atrás dela, os magros raios de luz iluminavam os rostos de Gena e Marx. Não existia nenhuma clemência em suas expressões, nada além de determinação e fria morte.
Maldição. Storme adivinhou que ela devia ter se perguntado antes por que Gena sempre conseguia evitar ser morta todos estes anos pelos Coiotes que a perseguiram. Todos os outros que tentaram ajudar Storme sofreram por isto, se não deram suas vidas por isto. Ainda assim Gena sempre conseguia permanecer incólume.
Porque ela era uma parte deles. Uma parte do Conselho, os cientistas e os monstros que perseguiram o pai de Storme atrás de informações que ele conseguiu roubar.
Maldição, talvez ela devesse ter dado o anel a Styx para começar em lugar de esperar.
Storme bebericou a água, desesperada por adiar o inevitável até que ela se encontrou rezando caladamente para que Styx tivesse sobrevivido.
A lembrança dele deitado naquele chão imundo, inconsciente, todo aquele desafio feroz que era tanto uma parte dele silenciado, enviava uma onda de terror através dela.
Se eles pudessem derrotar Styx, então que chance ela teria contra eles?
— Você arruinou um plano infernal. — Gena se demorou com um sorriso, semelhante ao de Marx, riscando seus finos lábios. — Infernos, nós não tínhamos nenhuma ideia de que você estava lá. Quando você desapareceu, eu simplesmente assumi que alguém finalmente tinha conseguido matar você.
Tão fria e prosaica, como se a vida de Storme, ou sua morte, não significasse nada.
— E que plano era esse? — Sua garganta dolorida da fumaça e detritos que ela respirou durante as explosões.
— O plano para sequestrar a princesa da Raça de Lobo, Cassandra Sinclair, e o herdeiro Felino, David Lyons. Se nós pudéssemos ter garfado um bom pequeno companheiro de Alfa, ou assassinado um dos líderes Alfa, isso teria significado uma gratificação adicionada. — Gena sorriu conforme ela falava, cruzando uma perna acima sobre o joelho e alisando de cima abaixo uma perna vestida de couro à medida que ela continuou. — Ao invés, a Sinclair escapou em um heli-jato que a esperava e alguns bastardos vestidos de preto se dissolveram noite afora e impediu as companheiras de Alfas e seus pequenos pirralhos de caírem diretamente em nosso agarre.
Storme quase fechou seus olhos em gratidão. Eles estavam bem. Hope estava ainda com Wolfe, Merinus Lyons estava ainda com seu belo marido de Raça Leão, Callan.
— Como você conseguiu isto? — Ela sacudiu a cabeça em confusão. — Lá tinha que ter tido mais envolvidos.
— Claro que havia. — Gena bufou. — O santuário não é o único lugar seguro para Raças que tem espiões. Os espiões que nós temos em Haven apenas são melhores no que fazem. Simples assim.
Gena tinha um problema com ego. Storme estava surpresa de ter se esquecido disto.
O cabelo loiro escuro eriçado pareceu mais desordenado que o normal, e a fuligem arruinava seu rosto. Ela não tinha tido uma temporada fácil desde que saíra de Haven como ela pretendia fingir.
— Seu namorado, entretanto, foi muito mais fácil de matar. — Gena disse e sorriu maliciosamente. — É incrível o quão efetiva uma bala pode ser quando enfrenta a uma Raça. Leva toda a agressividade diretamente para fora dos pequenos mutantes.
Não. Ele não estava morto. Ela lutou contra a agonia que rasgava por ela. Ela não viu sangue. Ela tinha certeza de ter percebido que ele respirava, mesmo que superficialmente. Ele não estava morto. Ele não permitiria que algo tão malvado e malicioso o matasse.
— Eles estão aqui. — Ela sussurrou, seu dedo indicador esfregando a pedra de safira que era exatamente o que todos queriam dela. — Você não poderá escapar deles tão facilmente, Gena. Eles estão lá fora, eu garanto isso a você.
Até Styx. Ele tinha querido uma coisa, e ele fez o que acreditou que asseguraria sua cooperação. Ele a levou para sua cama, deu a ela seu calor, uma sensação de segurança em seus braços, e ao mesmo tempo exigiram que ela desse segredos que a aterrorizava permitir que alguém tivesse. Os segredos que ela se achou querendo dar a ele.
Não importava por que ele a levou para sua cama. Não importava o que aconteceria uma vez que ela desse a ele o chip de dados. Ele teria isto. Ele deu a ela o que ninguém mais já tinha tentado permitir. Segurança. Calor. Uma sensação de ser cuidada quando a escuridão dos pesadelos nublavam sua confiança.
— Realmente não importa se eles estão. — Gena encolheu os ombros. — Antes de eu partir, eles acreditarão que você simplesmente deu as informações e que você o traiu tão facilmente quanto Marx o fez. — Ela atirou um sorriso gelado para Marx por sobre seu ombro. Um que ele devolveu antes de abaixar sua mão para seu ombro e a acariciar, com gentileza, antes dele se debruçar sobre ela e beijar seus lábios como se ele... A amasse?
— Que nojo. — Storme murmurou. — Como você pode beijar esta boca? Ele bebe sangue das pessoas, Gena.
Seu sorriso era cheio com o sabor enquanto ela olhava fixamente para Storme.
—E eu o compartilho com ele sempre que consigo a chance.
— Eu acho que eu preciso vomitar. — Ela tragou fortemente enquanto captava o brilho de ódio nos olhos da outra mulher.
Gena era sempre a calma, não importa a situação, e nos últimos seis anos, houveram bastante situações. Tatuada, perfurada, descontraída, mas tão dura quanto pregos, a loura motoqueira raramente parecia arrepiada. Até Storme insultar o assassino Raça atrás dela.
— Pelo menos eu sou honesta em meu prazer com ele. — Gena demorou. — Diga-me, Storme, você apreciou foder tantas vezes com seu Lobo? — Ela se debruçou adiante, seus cotovelos escorados em seus joelhos enquanto seu nariz enrugava em um gesto. — Styx Mackenzie é um pequeno cão sarnento que finge ser melhor que o que realmente ele é. Ele foi forçado a comer como um filhote de cachorro da mesma maneira que o resto deles o foi.
Storme curvou sua sobrancelha debochando, conscientemente. Ela sabia melhor. Styx Mackenzie não tinha sido treinado como as outras Raças tinham sido. De nascença ele tinha sido pessoalmente criado pelo homem que considerava a si mesmo avô de Styx.
Evidentemente, Gena não sabia tanto sobre as Raças individuais como ela pensava que o fazia.
— Vamos parar de perder tempo agora. — Gena se sentou de volta e ergueu a arma que estava a seu lado.
A leve, mas poderosa pistola a laser estava diretamente apontada para o peito de Storme.
—O chip de dados, por favor. Este é o único lugar em que ele podia ter escondido a maldita coisa e nós estamos cansados de procurar por isto. Recupere-o, Storme, antes de eu ter que matar você.
— Faz dez anos, — Storme quietamente meditou. — você de todas as pessoas devia saber que eu não tenho o que o Conselho quer.
Ela lutou esta batalha por tanto tempo. Por muito tempo.
Deus, por que ela simplesmente não cedeu a Styx e Jonas enquanto ela tinha estado em Haven? Não haveria necessidade de nada disso então, nenhuma necessidade de Gena e Marx acreditar que a sequestrando conseguiriam o que eles procuravam.
— Você não deu isto para as Raças. — Gena fez uma careta ante o pensamento. — Algumas daquelas Raças gostam de uma fofoca como mulheres velhas. Se você desse a Jonas Wyatt o que ele procurava, então Marx teria ouvido algo sobre isto.
— Ele teria? — Storme lançou um olhar ao Coiote enquanto ele observava atrás dela. — Por que eles o teriam feito? Jonas Wyatt não teria dado aquelas informações para ninguém tanto quanto não daria a localização do túmulo de Brandenmore.
As sociedades de sangue puro acreditavam que Brandenmore estava morto. Era algo que Storme sabia que não era verdade. Ela viu a verdade quando Jonas olhou fixamente para ela enquanto ela lançava a acusação em seu rosto de que ele estava mantendo Brandenmore vivo.
— Onde ele esta? — Marx quase veio sobre o encosto do sofá, seus olhos reluzindo agora com excitação sanguinária.
— Ela não sabe onde ele está, idiota. — Gena se demorou divertida enquanto Storme olhava fixamente atrás dela. — Wyatt nunca teria confiado nela sobre essas informações.
— Eu não disse que eu sabia onde ele estava. — Storme encolheu os ombros. — Eu disse que ele não teria fofocado sobre o chip mais que eles estariam fofocando sobre onde Brandenmore estaria. É simples assim.
Gena riu. Um som áspero que arranhou os ouvidos de Storme.
— Uma pequena mentirosa. — Ela exclamou. — Eu conheço você melhor do que isto, Storme. Você não confia em Styx, então você não confia em Wyatt.
— Ele acasalou com ela, Gena.
Aquele comentário fez com que Gena parasse subitamente enquanto olhava fixamente para Storme.
— Você tinha dito que você não podia sentir o cheiro do acasalamento. — Ela girou e olhou fixamente de volta em Marx demonstrando confusão.
— Eu não o fiz, até hoje à noite. — O Coiote encolheu os ombros. — Está surgindo lentamente. Eu diria que se ele não estivesse morto, então da próxima vez que ele a visse o calor entre eles teria explodido.
— Interessante. — Gena girou o olhar fixamente de volta a ela. — Demorou muito tempo.
Storme manteve sua expressão suave, rezando para que eles não vissem ou sentissem sua confusão.
— Então o grande menino já amarrou você? — Gena a questionou enquanto a olhava com curiosidade. — Eu ouvi dizer que ele tem uma pegada bastante boa. Um daqueles grandes ganchos caninos dentro de você não pode ser tão agradável.
— Ciúmes? — Storme perguntou maliciosamente, interpretando corretamente o interesse lascivo de Gena.
Eles obviamente acreditaram nas histórias de tabloides que imprimiam aquele lixo, ela pensou. Histórias de algum vírus hormonal, genético, uma reação animal de acasalamento e impulsos sexuais ingovernáveis.
O brilho de ódio que a outra mulher lançou sobre Storme a advertiu que Gena iria desfrutar de uma pequena vingança antes de realmente matá-la.
— Eu estou cansada de desperdiçar meu tempo, esta é a verdade. — Ela anunciou, sua voz fria uma vez mais. — Você tem mais ou menos sessenta segundos, Storme, então eu começo a machucar você. De verdade.
Ela já tinha sido machucada antes, Storme assegurou. Ela levava cicatrizes desde quando ela tinha quatorze anos. As cicatrizes de ataques de Coiotes do Conselho e soldados que tinham sido enviados para arrancar as informações dela.
Gena cruzou uma perna esbelta acima do joelho, cruzando seus braços acima de seus seios e olhando fixamente para ela com uma expressão tranquila.
— Então eu acho que é melhor você começar. — Storme declarou enquanto se fortalecia para o que quer que estivesse vindo.
Seu irmão e seu pai deram suas vidas por estas informações, Styx possivelmente tinha dado sua vida em uma tentativa para salvá-la e as outras mulheres pegas no ataque.
Ela tinha se prometido que se ela fosse pega, ela seria tão forte quanto seu pai tinha sido.
— Ela pensa que é tão valente. — Marx rosnou ao perceber. — Protegendo as informações que o papai confiou a ela. Eu pergunto-me como ela se sentiria ao saber que o papai a entregou todos aqueles anos atrás. Que ele nos disse exatamente quem escondia o chip para ele.
Eles estavam mentindo e ela sabia disto. Seu pai sabia onde tinha sido escondido, e como ele foi escondido. Ele morreu para manter isto em segredo.
— Não precisa ser Einstein para deduzir que ele teria me confiado isto. — Ela encolheu os ombros facilmente. — Eu não estava lá, o chip não estava lá, e um mais um é igual a dois. Grande coisa.
Marx riu.
—E papai morreu implorando a nós por sua vida e jurando fazer você desistir de tudo por nós. Não se aborreça com mentiras, Doçura, nós sabemos que você o escondeu. Só diga-nos onde ele está.
Ela olhar voltou para Gena, pegando a outra mulher olhando e encarando suspeitosamente fora da janela atrás de cadeira de Storme.
— Eles estão lá fora, não é? — Ela perguntou à outra mulher suavemente. — Styx não está morto, Gena. Eu sou sua companheira. Ele nunca me deixará ir.
Ela teria rido de sua própria declaração se eles não tivessem parecendo tão malditamente sérios sobre isto.
Estava começando a fazer sua magia. Infernos, poderia estar assustando o inferno fora dela. Porque ela sabia que não era sua companheira.
Gena olhar passou para as janelas novamente.
— Espírito de equipe. — Marx sussurrou. — Eles eram aqueles mesmos que saíram atrás de nós quando tentamos agarrar a felina e seus pirralhos.
— Eles não nos acharam. — A falsa bravata enchia a voz de Gena agora. — Nós podemos não ter conseguido a princesa estimada ou seus pirralhos, mas nós conseguimos esta putinha. Uma vez que nós conseguirmos aquele chip...
Storme agitou sua cabeça.
—Styx tem aquele chip, Gena.
— Você é uma vagabunda mentirosa! — Gena ficou de pé em uma explosão de fúria, atravessando o quarto e estapeando Storme em cheio no rosto com toda a ira de um demônio enfurecido. — Eu quero aquele fodido chip! — Ela gritou.
Storme podia ouvir suas orelhas zumbindo com o golpe enquanto um lado de seu rosto começava a queimar com um entorpecimento e o gosto de sangue enchia sua boca onde seus lábios se abriram contra seus dentes.
Storme piscou contra a vertigem que enchia sua cabeça e lutou para manter sua consciência.
Engolindo com força, ela enfocou o olhar em Gena enquanto ela andou de volta para Marx, levantando a mão, agarrando um punhado de cabelo e puxando sua cabeça para baixo para um profundo, longo beijo de língua.
Inferno, talvez Storme tivesse sorte e eles se entreteriam um com o outro por tempo suficiente para ela descobrir um caminho para escapar desta vez.
Isto estava se tornando ridículo. Em dez anos ela nunca tinha sido capturada até Styx conseguir isto. Ele trouxe a má sorte ou algo assim, ela decidiu. Em dez anos, ela nunca tinha sido tão malditamente azarada, e ela sempre tinha sido mais esperta do que permitir-se ser pega a primeira vez.
Ela tinha aprendido a se esconder. Ela mudou seu nome várias vezes, mudou seu cabelo. Ela usou lentes de contato coloridas e acolchoou sua roupa com próteses para alterar sua forma. E ainda assim, mais cedo ou mais tarde, ela sempre era encontrada, mas ela nunca era capturada.
Embora, através dos anos, houve uma constante. Não importa quem a achasse, não importa a dificuldade em que ela estava ou o quão quente fosse a situação, Gena sempre conseguiu tirar seu traseiro do fogo com um sorriso e uma advertência amigável para mantê-la de cabeça baixa.
Pelo menos, isso era como Gena fazia parecer. Houve época que Storme não podia compreender exatamente como Gena intentou algumas das coisas que conseguiu tirar Storme de uma situação apertada, mas agora ela soube. Porque ela tinha estado lentamente enrolando Storme, ganhando sua confiança, acreditando que Storme trairia seu pai e diria a sua melhor e única amiga onde o chip de dados tinha sido escondido.
Storme agora agradeceu Deus que ao longo dos anos ela nunca teve o desejo de confiar tão plenamente na outra mulher.
— Storme, eu machucarei você. — Gena voltou para ela, furiosa novamente. — Confie em mim, uma vez que Marx comece a brincar com você, você estará implorando para deixar você me dizer o local daquele chip.
Os olhos verdes amendoados de Gena se estreitaram, faiscaram em fúria e reluziram com uma ira quase louca. Como no inferno ela tinha conseguido esconder este lado dela de Storme por tanto tempo?
Oh, sim, certo, elas só viam uma a outra alguns dias de cada vez, talvez uma vez em um mês. Gena fingia ajudá-la todos estes anos, o que provavelmente fez controlando isto mais facilmente.
Storme se forçou a permanecer, consciente de Gena e Marx a observando com desconfiança. Compassando o olhar de volta as portas de vidro, ela olhava fixamente para a noite, observando, esperando.
— Os últimos seis anos não têm sido nada além de uma mentira. — Ela se virou para a outra mulher depressa, mas em lugar de captar qualquer sugestão de culpa na expressão de Gena, ela achou apenas diversão zombeteira misturada com a raiva.
— Você tinha dezoito anos quando eu encontrei você fora daquele bar em Dallas. — Gena zombou de volta. — Faminta, suja e fedendo. Diga-me, Storme, você realmente pensou que eu ajudei você apenas pela generosidade do meu coração?
Existiram aqueles que tentaram ajudá-la apenas pela generosidade de seus corações, e eles pagaram por isto. Isto deixou Storme olhando fixamente no rosto da única pessoa que ela realmente confiou até Styx.
Como ela podia ter estado tão errada? E isso realmente importava agora?
— Não importa. — Storme forçou as palavras a passarem por seus lábios enquanto ela esfregava seus braços, sentindo-se perdida e sozinha. Styx não estava lá fora, ele não a iria salvar ou ele já o teria feito há muito.
Como ela iria enfrentar a vida sem Styx agora? Sem a chance de sentir o calor de seus braços.
Esfregando seus braços, ela sentia a dor concentrada na boca de seu estômago, e podia ter jurado que podia sentir o gosto sutil de canela em sua boca.
Por que ela levara tanto tempo para perceber tudo?
—Eu confiei você. — Ela sussurrou para a outra mulher enquanto olhava fixamente no escuro uma vez mais e lutava contra o pesar opressivo.
Ela tentou se assegurar de que ele estava bem. Os poucos momentos de consciência antes dela estar completamente acordada, ela continuou esperando aquele momento quando ela finalmente conseguiria escapar da escuridão pesada a cercando, então Styx estaria lá.
Mas ele não estava aqui.
Gena e Marx conseguiram destruir a beleza de Haven, como também a segurança do local. Da mesma maneira que Gena conseguiu destruir qualquer segurança que Storme pensou achar nos últimos anos.
O riso baixo e grave de Gena arranhou suas terminações nervosas.
— Você confia demais na compaixão humana. — A outra mulher falou em tom de censura. — Não existe tal coisa como isto, da mesma maneira que não existe nenhuma coisa como clemência entre Raças. Eu tinha pensado que você aprendeu as lições anos atrás, Storme. Eu continuei esperando que você pegasse uma pista, e você nunca o fez.
Storme vacilou diante do sarcasmo na voz de Gena enquanto considerava velozmente suas opções, e as melhores rotas para fuga.
— E a razão de as Raças e soldados do Conselho e os Coiotes continuarem me achando era por causa de você. — Ela devia ter percebido aqueles anos atrás, que todos os sinais tinham estado lá, mas como Gena disse, ela não pegou nenhuma pista.
— Não é pouco, querida. — Gena grunhiu. — A última coisa eu precisava era um time de Raças peludas em seu traseiro quando o Conselho cansou de tentar argumentar com você. Eu trabalho para o Conselho de Genética, não aqueles fodidos novos-ricos que pensam que eles merecem um pouco de qualquer tipo de respeito. — Ela zombou. — Não, Storme, eu não sou nenhuma amante da Raça. O que eu sou, é seu pior fodido pesadelo se você não disser onde você escondeu as informações que seu pai roubou daqueles laboratórios dez anos atrás. — Ela falou devagar crescendo o tom até que ela estava gritando e Storme girou para a enfrentar.
O assunto acabou diante daquela maldita arma de laser olhando fixamente para seu rosto enquanto o rosto de Gena com fúria renovada e Marx olhava para ela como se ela realmente tivesse cortado seu membro fora em vez de só desejar que pudesse.
Ela estava tão cansada. Ela estava cansada de correr, cansada de estar com fome, sozinha, e machucada. E ela não podia esquecer as poucas e curtas semanas que ela tinha se sentido segura, aquecida. Quando Styx a beijou, a sustentou. Quando ela sentiu como se o dia seguinte traria mais do que apenas mais perigo.
Ela olhou fixamente para a arma e soube que o fim da estrada estava aqui. Ela correu até onde ela podia correr, e no fim da estrada ela se achou exatamente onde ela começou à tenra, muito inocente idade de quatorze anos.
Só.
— Olhe, não me faça fazer que Marx tenha que te segurar no chão e estuprar você, Storme. Styx acasalou com você. Você está ciente agora que ate o toque de outro macho vai fazer você agonizar. — Ela olhou para onde Storme estava ainda esfregando seus braços. — Ainda machuca, até agora, horas depois que ele arrastou você para fora de Haven. Imagine como vai machucar quando ele foder você até que você esteja gritando.
Deus, ela adoraria perguntar a Gena sobre qual foda ela estava falando. Uma coisa era com certeza, algo estava errado com ela. Apenas em baixo de sua pele sentia uma picada de dor, como se ela tivesse se contundido. E isso não podia ser, já que de fato não existia nenhuma contusão em seus braços, só em seu rosto e possivelmente suas costelas.
Storme olhou fixamente de volta na antiga amiga e a arma que ela apontava, enquanto lutava para achar uma saída desta bagunça em particular. Ela nunca imaginou o pesadelo que Gena possivelmente podia lançar sobre ela.
Ela tinha tido suspeita de todo mundo em sua vida, mas nunca de Gena. Gena a encontrou quando ela estava machucada, faminta, suja e no limite de uma ruptura mental.
Ela tinha corrido por quatro anos na noite que Gena caminhou atrás daquele bar e a achou agachada de medo. Storme tinha estado apavorada, aterrorizada e em pânico, se agarrando a sua consciência enquanto lutava contra a necessidade de desobedecer seu pai também.
Se ela abrisse as informações que seu pai roubou, fosse para as Raças ou para o Conselho, então o perigo iria simplesmente embora. Quantas vezes as Raças juraram que eles a protegeriam, a compensariam, pagariam o que ela pedisse em troca do chip de dados?
— Faça o que você tem que fazer, Gena. — Ela piscou de volta as lágrimas que ameaçavam encher seus olhos. — Eu dei o chip a Styx. Neste momento, Jonas Wyatt o tem. É por isso que as Raças não vieram por mim, Gena. É por isso que eles não se importam se eu for viver ou morrer agora.
— Diga-me que aquela fodida cadela está mentindo. — Gena girou gritando para Marx.
Ele estava observando Storme cuidadosamente, respirando fundo e lento enquanto seus olhos castanhos reluziam através dela em raiva.
Ela podia só rezar para que tivesse aprendido a mentir sobre aquela resposta em particular.
— Eu não posso ter certeza. — Ele rosnou. — Ela fede a medo, dor e Styx. Acasalando ocorrem mudanças no odor fortes demais a princípio para poder discernir algo tão sutil quanto uma mentira.
Se ela apenas conseguisse pôr suas mãos em Styx, e ela rezou que ela o fizesse, então ela iria machuca-lo, e muito para compensar a confusão que ela estava sentindo no momento.
Quanto mais eles mencionavam aquele maldito calor de acasalamento, mais aquelas histórias de tabloide soavam verdadeiras em lugar de produto da imaginação fantástica de algum repórter.
E deixando tudo isso de lado, enquanto ela observava o rosto de Gena, lentamente se sentou ereta de volta na cadeira e permitiu a seus dedos deslizarem entre a almofada da cadeira e o braço, onde ela escondeu apenas uma das muitas armas na casa durante sua última visita.
Este era o seu refúgio. O único lugar para onde ela podia escapar por alguns dias de paz. Ela usava isto raramente, mas ela mantinha a casa preparada, por via das dúvidas.
— Então eu digo que ela está mentindo. — Gena decidiu com um frio, duro sorriso. — E eu decidi que ela precisa ser convencida a dizer a verdade para a gente.
Storme agitou sua cabeça lentamente.
—Não faça isto, Gena. Não vai conseguir o que você quer.
Os lábios de Gena se torceram em furioso escárnio.
—Por seis anos eu tive que ser a sombra do seu rabo magro e arrancá-lo de todos os apuros que você era muito estúpida para ir direto a eles. — Gena agitou sua cabeça com desgosto. — Você não mataria uma Raça, até quando eles estivessem correndo atrás de você, a caçando como um cão de caça iria por uma lebre. Ainda assim, você apenas dobra seu pequeno traseiro e corre como um pequeno coelho assustado que você sempre foi. Bom, cadela, seus dias de correr estão terminados. Eu vou apreciar muito escutar você gritar enquanto ele estupra seu traseiro magro.
Os dedos de Storme se enrolaram sobre a coronha da arma escondida no lado da almofada da cadeira. Ela não tinha muita chance. Iria ser malditamente perto. E balas nem eram sempre uma boa aposta contra uma arma de laser.
— Você não vai implorar que eu acredite em você? — Gena balançou sua cabeça, as pequenas mechas de seu cabelo loiro escuro lançando uma sombra estranha através do quarto enquanto ela avançava para Storme.
Só um pouco mais perto, Storme pensou. Ela não tinha antecipado que Gena seria a única que viria para mais perto dela. Ela esperou que Marx também viesse. Mas isto era muito melhor.
— Levante, Raça vagabunda. — Gena ordenou conforme estendia a arma e fazia um gesto furioso. — É hora de descobrir como um Coiote trepa, Storme. Enquanto eu assisto. — Ela veio para mais perto. — E ele segue ordens tão bem. Ele vai foder você exatamente da maneira que eu disser a ele.
Uma polegada mais perto. Gena riu e empurrou o cano da arma no ombro de Storme.
Storme se moveu.
Sua mão atacou, agarrando o pulso de Gena e torcendo. A arma de laser descarregou na parede sem causar danos conforme Storme lançou todo seu peso no movimento surpresa, torceu-se e lançou a outra mulher na parede enquanto saltava para a parte de trás da cadeira, cobrindo seu rosto com seus braços e se lançou pela janela.
Chocando-se contra a terra, Storme mal conseguiu sufocar um grito quando sentiu um penetrante fogo varrendo seu lado, onde sua camisa se ergueu e revelou a vulnerável carne aos vidros pulverizados no chão diante dela.
Verificaria mais tarde, prometeu a si mesma enquanto forçava seus pés e começava a rezar. Não era a primeira ferida que sofria, e provavelmente não seria a última. Se sobrevivesse, claro.
Podia ouvir a descarga dos disparos laser, inclusive agora, enquanto corria para o bosque que rodeava a cabana. Vozes altas e disparos de rifles automáticos começaram a ecoar a distância enquanto corria como se os cães de caça do inferno estivessem tentando morder seus calcanhares.
O som do laser e balas combinadas se repetiam atrás dela enquanto corria para a noite e a tempestade que ameaçava abrir os céus.
Chovia muito sobre o chão, deixando a terra escorregadia e úmida. Os sons atrás dela indicavam que havia outros, além de Gena, ali. Outros que estavam possivelmente atrasando que Gena e Marx a seguissem.
Castas. As Castas estiveram se ocultando na noite, mas não era Styx. Se Styx estivesse ali, a teria salvo. Estaria ali na cabana. Não esperaria.
Sua respiração engasgou em um soluço quando tropeçou, caiu sobre seus joelhos e lutou para conter as lágrimas e a dor que emanava de dentro dela.
Ele estaria ali, se pudesse. Não a faria correr pela noite enquanto lutava por sua vida.
—Você, puta! — O grito enfurecido de Gena fez eco na escuridão enquanto o fogo da arma interrompia a noite, em seguida começou o som de disparos de novo.
Era como escutar o inferno. Como estar no meio de uma guerra em que não tinha ideia de como lutar.
Seus dedos se curvaram ao redor da base da arma que conseguiu pegar. Forçando a si mesma de novo a levantar, continuou correndo. Esteve correndo por dez anos, era a única coisa que sabia fazer. Possivelmente, se continuasse correndo, esqueceria. Esqueceria que por um tempo se sentiu amada e a salvo. Que por um tempo conheceu algo que nunca antes tinha conhecido.
Não tinha muita vantagem. Maldição, provavelmente não tinha nenhuma vantagem considerando como uma Casta Coiote podia correr rápido. Se Marx estivesse atrás dela, então teria sorte se quem quer que os estivesse entretendo desse, se muito, uns poucos minutos.
Mas se tivesse sorte, muita sorte, se pudesse parar um carro na estrada movimentada e conseguisse chegar à cidade mais próxima. Seria mais fácil perder Marx e Gena na cidade. Seria mais difícil para uma Casta seguir um aroma pessoal quando enfrentasse muitos aromas, sabia isso. Era uma das razões pelas quais os membros do Conselho, antigos treinadores encarregados de dar ordens às Castas, e os soldados que formavam parte do brutal tratamento às Castas, se mudaram para lugares como a Cidade de Nova Iorque, Los Angeles, Dallas.
Tudo o que tinha a fazer era alcançar a estrada principal.
Com sorte. Se a sorte estivesse do seu lado, então as Castas e o Coiote que Gena trouxe com ela ainda estariam lutando fora da cabana, e ninguém se daria conta do fato que estava de novo em fuga.
Styx não estava com as Castas. Não podia estar. Sabia que não estava. Não a teria deixado assim, só e assustada.
Se conseguisse chegar à cidade e encontrar um buraco para se esconder por pelo menos algumas horas, então poderia decidir aonde ir depois, o que fazer depois e como dar o anel à Jonas Wyatt sem incidentes.
Uma coisa era certa, a informação que seu pai deixou aos seus cuidados ia matá-la se não fizesse algo. Como tinha matado Styx.
Tinha que ser entregue a Jonas, não podia permitir que o Conselho a tivesse.
O que a deixava entre a cruz e a espada, sem um quarto no qual se refugiar, e estava muito cansada para correr.
Enquanto corria costa abaixo, pelo penhasco inclinado diante dela, o chão cedeu sob seus pés, fazendo-a perder o equilíbrio por preciosos segundos. Agarrando um ramo fino de um arbusto próximo, não pôde conter o grito que saiu de seus lábios quando os espinhos cravaram na sua carne.
O instinto e a dor a fizeram se jogar para trás, terminando em um desastroso arco que a fez cair na úmida sujeira e rolar costa abaixo.
Seu corpo golpeou duro contra o chão, seu rosto golpeou com força a terra enquanto batia o traseiro e cravava suas unhas no barro, lutando para ficar em pé.
Uma tentativa mais.
Respirando com dificuldade, a debilidade a atravessou de repente, Storme tropeçou outra vez enquanto lutava para se arrastar da colina até a estrada acima. Podia ver as luzes dos veículos que passavam, cheirar o asfalto e o calor dos pneus sobre a estrada.
Não estava longe, disse a si mesma desesperadamente.
Podia fazê-lo.
Só uns poucos passos mais. Estava só a poucos passos da segurança.
Cravando seus dedos na terra úmida, abriu caminho para subir a costa, cambaleando e balançando quando as luzes atravessaram sua visão, cegando-a por preciosos segundos enquanto o som de pneus chiando atravessaram seus sentidos.
Um veículo, escuro e grande, freou ao parar na frente dela. Algum tipo de caminhonete. Storme balançou, enjoada, quando a porta lateral se abriu com um ruído surdo e encontrou a si mesma sendo arrastada ao seu escuro interior.
Enjoada, esgotada, não tinha como lutar contra o forte aperto, ou contra os corpos masculinos que se moviam ao seu redor, bloqueando a saída, antes que a porta deslizasse, fechando com um golpe e o veículo acelerasse rapidamente.
Tudo que sabia era que foi apanhada. Bom, estava realmente morta, tanto que podia dizer suas últimas palavras ao Criador, porque certo como o inferno, ia encontrá-lo muito em breve.
Só os soldados do Conselho ou as Castas podiam ter organizado isto. E sabia que as Castas estavam ocupadas protegendo os seus agora.
Não era uma das suas, portanto não estava protegida.
Styx não tinha vindo por ela.
Em seguida, a fuga, o enjoo, o terror e o puro sofrimento repentinamente se espalharam atravessando seus sentidos. Sentiu a escuridão, o bendito esquecimento, e afundou de boa vontade, agradecendo por dentro.
O calor do acasalamento.
Styx sustentou sua companheira contra seu peito, a fúria selvagem fluindo por ele enquanto o aroma de outras Castas ofendia seus sentidos.
O animal que uivava dentro dele exigia deixar sua companheira segura, comprovar as feridas sobre seu corpo, fazer algo para aliviar a agonia dilaceradora que sentiu em seu interior antes que desmaiasse em seus braços.
A raiva que queimava em seu interior quando recuperou a consciência em Haven, só para se inteirar que sua companheira foi capturada, era algo que Styx não queria sentir outra vez. Não queria voltar a sentir a fúria sangrenta que o alcançava, controlava.
O lobo atuou só por instinto. Nada importava, nada existia em seu mundo, só encontrar sua companheira.
As glândulas sob sua língua tinham bombeado imediatamente, enchendo-se dos hormônios de acoplamento.
Sua mente se encheu pela necessidade dela, a posessividade e o imperioso amparo tinha apagado qualquer outro pensamento ou instinto de sua mente.
Quando se deu conta que a Equipe Fantasma tinha permitido que Marx Whitman e Gena Waters escapassem com sua companheira, quase ficou louco.
Que Deus ajudasse às Castas filhos da puta se alguma vez descobrisse quem eram. Deus sabia que ele mesmo os mataria. Era uma maldita coisa boa serem capazes de controlar seus marcadores de aroma, porque se soubesse ou conhecesse seu aroma, seria incapaz de resistir ao impulso de matar.
Olhando fixamente sua companheira, podia sentir o hormônio de emparelhamento derramando em sua boca. Seu pênis estava tão condenadamente duro que estava certo que podia esmurrar trilhos com ele. Sua carne estava sensível ao seu calor, absorvendo e derramando mais em volta dele a cada célula de seu corpo que encostava nela.
—Temos companhia atrás de nós. — Mordecai disse quando a caminhonete começou a acelerar.
—McCrae, entre em contato com Brogan e dê nossa ETA ao helicóptero. —Ordenou Styx rapidamente, o instinto em movimento pelas respostas certas para colocar sua companheira em segurança. — Quero Haven avaliando nossa posição e situação e que envie uma equipe imediatamente para capturar Gena Water e o bastardo do seu coiote.
Max Whitman era um coiote morto.
—Alfa Delgado já enviou uma equipe. — Respondeu Mordecai enquanto fazia a curva com suficiente força para deixar os pneus chiando enquanto lutava para manter o contato com o asfalto. — Nossa ETA chegará em um minuto.
—E nossa companhia está se aproximando. — Disse Navarro do assento do passageiro, armado com um rifle laser. — A equipe de Delgado não deveria se preocupar com sua coleta.
Agora havia um tom assassino na voz de Navarro. Seu olhar brilhava com morte selvagem e ao olhar de forma inconsciente para Storme, a compaixão pareceu abrandá-lo.
—Se prepare para pular. — Anunciou Mordecai quando a caminhonete acelerou para as luzes do helicóptero que esperava na grande clareira junto à estrada.
—Estou perto. Pula e corra.
As portas da caminhonete abriram quando o veículo parou a dois metros das portas abertas do helicóptero negro que rugia potente.
Styx saiu do veículo em uma corrida mortal, saltando na aeronave enquanto os outros entravam atrás dele, a caminhonete abandonada bloqueando a motocicleta que se dirigia para eles.
Antes que Marx e Gena pudessem alcançá-los, a aeronave decolou, o fogo laser os mirando, golpeando o ar inofensivamente como poderosos jorros raiando através do céu.
—Ela está sangrando. — Comentou Navarro quando Styx apoiou sua cabeça para trás ao passar para o assento do helicóptero.
—Tem uma ferida no quadril. — Respondeu Styx. — Estava se curando. Vou ter que falar com ela sobre essa afeição em saltar das janelas.
À medida que entraram na cabine, chegavam informações do segundo da Equipe Fantasma que seguiu Marx e Gena depois que sequestraram Storme.
A Casta colado nos seus traseiros, finalmente passou sua posição, bem quando Styx sentia que estava ficando louco pela espera.
—Marx tinha ajuda. — Resmungou Navarro. — Detivemos um humano e dois coiotes. Del Rey se encarregou ele mesmo dos Coiotes. Estão sendo eliminados neste momento. — Styx fechou seus olhos, a dor ameaçava derrubá-lo.
A Lei das Castas era exigente. Era um contrato assinado por cada Casta que entrava em Haven. Um contrato assinado por humanos, embora seus castigos fossem mais indulgentes que os das Castas.
Trair Haven ou o Santuário era fatal. Qualquer Casta que aceitasse de boa vontade ser um traidor não conseguiria viver para lamentar. Nenhuma súplica seria ouvida. Não haveria piedade alguma. Seriam assassinados.
—Quem foram? — Perguntou aturdido, com os braços apertados ao redor da sua companheira.
—Dois dos Coiotes de Del Rey resgatados da Rússia. A Coya não reagiu bem, Styx. — Suspirou Navarro. — Sente-se culpada pelo que aconteceu à Storme, foram os Coiotes que ajudou a resgatar.
Styx sacudiu a cabeça. Nunca poderia culpar à diminuta companheira do Coiote Alfa, cujo suave coração a tinha conduzido a ajudar no resgate dos Coiotes que seu pai tinha fiscalizado na Rússia.
—Era uma das mulheres? — Rezou para que não fosse. Se Del Rey se visse forçado a matar a uma das frágeis fêmeas Coiotes de sua manada, nunca o perdoaria.
Navarro negou com a cabeça.
—Jacob informou que foram dois machos. Greg e Fargo. No momento em que admitiram, Ashley matou ambos.
—Deus. — Styx quase estremeceu. Ashley era quase o bebê da manada de Coiotes. Tão feminina que podia fazer um homem apertar os dentes de dor e tão feroz no combate que faziam suas bolas enrugarem. O pensamento que matasse a alguém, sobretudo um companheiro de manada, nunca deixaria de impressioná-lo.
—Por que Del Rey não cuidou dela? — Perguntou Styx severamente.
—Ashley não estava com Del Rey. — Disse Navarro. — Estava com a equipe enviada para recolher os dois homens para interrogá-los.
—ETA em Haven de dois minutos. — Informou Mordecai com seu olhar constantemente explorando o céu escuro ao seu redor. — Sua cabana está ainda de pé e não foi afetada pelas explosões. A segurança tem uma rede ao redor de toda a área e os Alfas e suas companheiras estão residindo atualmente nas suítes, assegurando o controle de segurança. — O controle de segurança era o labirinto de subterrâneos sob a Montanha do Lobo.
Styx baixou a cabeça, aspirando o aroma de sua companheira enquanto dava graças a Deus que as outras mulheres estivessem sãs e salvas.
—Eles foram atrás dos meninos e companheiras. — Grunhiu Navarro. — Marx não era em parte consciente que Storme estava ali. Gena esteve no ataque desde o começo.
Styx acariciou com a mão suas costas, sentindo a fragilidade de seu pequeno corpo, o terror o atravessando com o pensamento de como era fácil ser afastada dele.
Essa última explosão enviou uma chuva de escombros ao seu redor. Tentou proteger Storme da pior parte, mas uma peça pesada de madeira golpeou seu pescoço e suas costas, deixando-o fora de combate.
Tinha deixado sua companheira indefesa.
Como diabos supunha que ia se perdoar por isso? Por não estar ali quando Storme precisou, quando o maior perigo para ela estava em seu apogeu.
—Não voltará a acontecer, Styx. — Assegurou Navarro. — A equipe Fantasma não estava a par de seu estado. Era considerada cativa, não uma companheira.
Portanto a prioridade para salvar sua vida era menor que a das mulheres emparelhadas e meninos que foram levados à segurança. Porque permitiu que se ocultasse da manada em vez de integrá-la na sociedade estabelecida em Haven.
—Não, não voltará a acontecer. — Concordou, com a voz endurecida pelo motor do helicóptero aterrissando. — Nunca mais, Navarro. Encarregarei-me disso pessoalmente.
Pesadas portas deslizaram se abrindo no amplo caminho de pedra que conduzia às portas dianteiras.
Embalando Storme contra seu peito, saiu do helicóptero com Navarro correndo diante deles para abrir as portas da casa.
Ao seu redor, as árvores e cabanas estavam em ruínas. O traçado único e a beleza da parte principal da comunidade foram feridos. Seriam construídos de novo, mas nunca esqueceriam que mais uma vez um dos seus os tinha traído.
Ao entrar na casa, foi consciente de Navarro fechando as portas atrás dele, e pela primeira vez desde que se mudou para a espaçosa cabana fechou a porta antes de levar sua preciosa carga ao dormitório.
Quando se aproximou da porta do dormitório, quase parou de repente pelo aroma que filtrava no dormitório.
—Styx? — Cassie estava esperando no quarto, enrolada numa das grandes poltronas que ficavam ao longo do quarto.
—Vá para casa, Cassie. — Não podia lidar com ninguém além de sua companheira nesse momento. Com nada mais que assegurar seu esgotado corpo, lutando contra os efeitos do sedativo que podia sentir em seu sistema.
Cassie ficou de pé devagar quando Styx pôs Storme em sua cama e alisou as longas mechas de cabelo negro em seu rosto pálido, manchado de terra.
—Me escute, Styx. — Cassie ficou atrás dele, com a voz tranquila e triste. — Ela acreditou que estava morto. Por isso escapou como o fez, inconscientemente. Não podia enfrentar isso. Tinha chegado ao final de um longo caminho.
Cassie sentou na borda da cama, com seu olhar compassivo descansando sobre Storme.
—Cassie, qualquer que seja a razão, vai acordar. — Assegurou-a. — Garanto isso. Agora tem que voltar ao subterrâneo. Estou certo que seus pais estarão te procurando.
—Ainda fala como se eu fosse uma menina. — Disse ela suspirando. — Ninguém entende a Lei das Castas como eu, nem qualquer outra pessoa que tenha ouvido os segredos que ouvi, mas você continua falando e agindo como se eu ainda tivesse nove anos.
—Ou se nega a fazer o que peço para que eu possa ter um momento a sós com minha companheira. — Grunhiu com exasperação.
—Possivelmente algum dia destes alguém me tratará como adulta. — Soprou antes de se levantar da cama. — Só pensei que deveria saber que será uma menina.
Styx congelou antes de levantar a cabeça lentamente e olhar para ela em estado de choque.
—O que? O que disse?
—Calcule. — Fulminou-o com o olhar.
Ele se esticou.
—Ela vai ficar grávida?
Cassie pôs os olhos em branco.
—Ela já está grávida, menino grande. Você e sua pequena companheira estão a ponto de se converter em outra maravilha científica. Entre em contato com seu avô, talvez possa averiguar por que. E não se preocupe pelo calor do emparelhamento ou hormônios. Isso só a faz mais especial.
Deu meia volta então e saiu do dormitório com feminino ar de ofendida indignação e só então se deu conta.
Seus olhos pousaram sobre sua companheira. Todo seu ser se concentrou na sua companheira quando tentou puxar o aroma da nova vida.
E ali estava. Sutil, tão novo, não mais que dias.
Sua mão se estendeu sobre seu estômago quando sentiu seu coração se apertar pela emoção de que realmente não estava certo do que fazer com isso.
Quando olhou a palma mais escura de sua mão estendida sobre sua pele pálida, sentiu as glândulas de sua língua palpitarem de novo e o sabor dos hormônios de emparelhamento encherem sua boca.
A necessidade de compartilhar o estava deixando malditamente louco.
Queria atá-la nele, possuí-la de formas que nunca se veria livre dele. Possuir seu coração, sua alma, mesmo a essência de seu espírito feminino.
—Ah, moça! Quanto mais de um milagre pode ser para mim? — Sussurrou com sua cabeça baixa, seus lábios tocando os dela, embora se precavendo de conter o hormônio que os atacaria como um fogo rápido de excitação que os faria cozinhar em fogo lento cada vez que estivessem juntos.
—Desperte, Doçura. — Sussurrou. — Volte para mim, Storme. Como acha que posso viver sem você?
Ele não podia viver sem ela. Não havia vida, nenhum sentido de sucesso, alegria ou liberdade se não estivesse ao seu lado.
Enquanto ela jazia imóvel, um suspiro escapou dos seus lábios. A deixaria dormir um pouco mais. Mas até então, pelo menos poderia fazer que estivesse limpa. Marx e Gena a tinham arrastado a centenas de quilômetros de Haven, à antiga e abandonada cabana onde os pais de Storme viveram uma vez.
Na enorme banheira Jacuzzi que havia em seu próprio banheiro, Styx a encheu até a metade de água, antes de se despir e logo sua companheira, e levá-la ao banheiro.
Entrou na água quente enquanto a segurava contra seu peito, tentando sustentá-la com cuidado, para se assegurar que mais nenhum machucado danificasse sua sensível pele.
Com um pano suave a limpou com cuidado, a acariciando com suas mãos, seu calor e a água quente esquentado seu corpo frio, empapado até os ossos de chuva e lama quando a levaram na caminhonete.
Infernos, quase a tinha atropelado, quando correram até a cabana atrás do único membro da Equipe Fantasma que saiu depois que Marx e Gena ordenaram ao resto da equipe proteger às mulheres Alfa.
O membro dessa equipe teria a eterna gratidão de Styx. Outros teriam abandonado Storme a sua própria sorte porque não levava o aroma do acoplamento, por isso não tinha sido reclamada por uma Casta. Todos, exceto o que agiu contra as ordens e retransmitiu sua posição uma vez que alcançou o Coiote e à puta manipuladora.
Depois de lavar e acondicionar os fios de seu comprido cabelo negro, Styx esvaziou a banheira enquanto usava a ducha de mão como uma carícia de chuva quente sobre seu corpo para afastar o frio.
Quando os últimos grãos persistentes de sujeira saíram pelo ralo, enxaguou ambos de novo antes de envolvê-la em uma toalha e levá-la à cama.
Deitou-a sobre um lado seco e rapidamente tirou as mantas que estavam úmidas e sujas com o barro anterior. Pôs lençóis suaves e limpos e um pesado edredom antes de terminar de secar seu cabelo, penteando-a com cuidado, depois a colocou sob as mantas e deitou lentamente junto dela.
Estava tão condenadamente duro que mal podia ficar de pé com a dor em suas bolas. A necessidade de beijá-la, compartilhar o hormônio de acoplamento com ela era tão esmagadora que se achou acariciando de novo seus lábios contra os dela.
Ela se moveu debaixo dele, ainda a provocando, olhando fixo, com desesperada esperança de ver suas pestanas que batiam como asas se abrirem.
O temor e o desespero brilhou no fundo de seu olhar esmeralda, primeiro com confusão, mas depois completa alegria iluminou seus formosos olhos verdes.
—Styx? — Sussurrou seu nome, levantando a mão, tocando seu rosto com dedos trementes.
—Sim, moça, não é tão fácil se desfazer de mim. — Tentou sorrir, mas não pôde.
Que o condenassem se fosse capaz de sentir diversão quando esteve tão perto de perdê-la.
—Pensei que tinha ido. — Sussurrou, com lábios trementes enquanto as lágrimas enchiam seus olhos. — Não cheguei a dizer que te amo. Que você me mudou. — Um soluço apanhou sua voz quando sentiu seus próprios olhos se umedecerem ante a emoção que sentiu ali, vislumbrando em seu olhar.
—Ah, moça! Deixaria esses filhos da puta te arrastarem antes que pudesse te dizer o mesmo. — Grunhiu enquanto levantava seus dedos para acariciar a suave linha de seus lábios. — Perdi o pouco que restava de prudência quando me dei conta que se foram.
Seus lábios se curvaram.
—Não tem muito a perder, Styx.
—Sim. — Admitiu ele. — E logo haverá muito mais. Venha, moça, me beije. Dê-me seu coração assim saberei amanhã que posso ter esperança.
Esperança que, inclusive se o perigo que os rodeava não desaparecesse, pelo menos teria felicidade e alegria.
Seus dedos acariciaram uma vez mais seu estômago enquanto seus lábios se uniam aos seus de canela e chocolate enquanto o hormônio de emparelhamento enchia seus sentidos.
Ela gemeu debaixo dele, sua língua lambendo a dele, acariciando-o, com seus pequenos lábios sugando, então ela se arqueou contra ele como se exigisse mais.
Estava exigindo.
Storme sentiu o calor que enchia sua boca, o sabor picante de seu beijo afundando nela e o prazer incrível que começava a crescer a partir dele.
Do beijo junto com o hormônio de emparelhamento. Os tabloides e os jornalecos de intrigas publicaram histórias e artigos relacionados com o fenômeno suspeito. A maioria das pessoas não acreditava. Alguns fanáticos da pureza de sangue juravam que era verdade. Houve rumores entre os soldados do Conselho, e Storme recordava vagamente seu pai e seu irmão discutindo algo similar.
Pessoalmente, Storme sempre zombou da ideia. Agora sabia que era verdade.
Enquanto se arqueava, seu corpo quente, a nata de sua boceta tão abundante, que jurava sentir a umidade contra suas coxas.
Um desesperado gemido saiu de seus lábios quando ele abandonou o beijo acariciando com os lábios o contorno de sua mandíbula, a coluna arqueada de seu pescoço, e logo as pontas duras, rígidas de seus mamilos.
Cobrindo um casulo duro com seus lábios e o sugando, as mãos dele acariciaram seus braços. As pontas de seus dedos calosos, ligeiramente ásperos, percorreram seu braço, através de seu quadril, ao longo de suas coxas. Suas mãos nunca pararam, os dedos nunca a tocaram da mesma maneira duas vezes, mas cada carícia disparava terminações nervosas e criava uma sensibilidade ao prazer tão intenso que passaram somente minutos antes que estivesse gritando pelo extremo do mesmo.
Sua boceta apertou, seus sucos se acumularam como um xarope espesso ao longo da carne nua dos lábios de sua vagina e de seu sensibilizado clitóris até o ponto que estava palpitando com a sensação.
Inclusive o ar contra sua carne era uma carícia, disparada e intensificada pelos pequenos grunhidos e gemidos que soavam como se fossem obrigados a abandonar o peito de Styx.
Seu pênis estava contra o interior de sua perna, grosso e tão forte que parecia um ferro quente contra sua carne.
Quando seus lábios amaram seus peitos, sugando primeiro um, logo outro de seus mamilos eretos e sensíveis, Storme lutou contra a necessidade de segurar sua cabeça e empurrá-la à carne sensível de suas coxas.
Necessitava de seu beijo ali. Necessitava o golpe de sua língua contra seu clitóris, os famintos grunhidos vibrando contra o mesmo.
Seus quadris se arquearam, gritos estrangulados saíram da sua garganta quando esses beijos quentes começaram a descer por seu torso, por cima de seu estômago.
Ao se deter na superfície plana de seu estômago, prestou especial atenção a seu ventre, sua língua acariciando, seus dedos tocando antes que se movesse mais abaixo.
Mais abaixo.
—Oh, Deus. Styx!
Sua língua golpeou as dobras empapadas de sua carne nua, tão quente e perversa que ela jurava que quase gozara com a primeira lambida.
Mas seu amante era mais diabólico que isso.
A Casta conhecido por satisfazer as maiores fantasias sexuais de toda mulher sussurrou contra a carne quente e inflamada:
—Minha!
Seus dentes mordiscaram as tenras dobras, enviando uma corrente de sensações excitantes, precipitando-se ao longo de suas terminações nervosas, diretamente à raiz sensível de seu clitóris.
Seus sucos derramaram, só para ser apanhados por essa língua sensual, faminta. Sua vagina apertou violentamente quando separou seus lábios, com sua língua revoando contra a entrada antes de empurrar no interior com uma punhalada dura e feroz.
Seus quadris se separaram da cama.
Mãos duras de homem se apoderaram de suas coxas, sustentando-a no lugar quando começou a fodê-la com a língua, levando-a ao limite da liberação antes de recuar, em seguida a empurrando até o limite, uma vez mais.
Queria gritar de necessidade. Queria, mas ele continuava roubando seu fôlego com o prazer.
Queria exigir mais, exigir seu orgasmo e o que fosse que viesse com esta nova sensação chamejante, mas não podia manter seus sentidos intactos o suficiente para obrigar as palavras a sair de seus lábios.
Chocolate e canela encheram seus sentidos quando pressionou suas mãos contra seus ombros, pressionando-o de novo, empurrando-o até que caiu de costas, seu grande corpo, um banquete de sabores e sensações para seus sentidos ávidos.
Suas palmas acariciaram ao longo de seu peito e seu abdômen, seus lábios se movendo sobre os dele, sua língua lambendo a dele, provando o manancial da infusão de hormônio e prazer enquanto tentava montar escarranchada em seu corpo duro.
Queria montá-lo escarranchada.
Desejava fazê-lo. Desejava montá-lo até que nada importasse, até que tudo que sentisse, saboreasse ou conhecesse fosse o toque dele.
Mas, obviamente, Styx tinha outros planos.
Antes que pudesse pressionar a carne dolorida de sua boceta contra a ponta avultada de seu pênis, ele se moveu.
Um grunhido retumbou em seu peito quando a levantou, girou, fez que ficasse de joelhos, logo veio por trás dela com um domínio que desequilibrou completamente seus sentidos.
Seus dentes mordiscaram a tenra carne de seu ombro enquanto o peso de seu peito se apoiou contra ela, pressionando seus ombros na cama.
—Ah, moça. — Grunhiu em seu ouvido enquanto sentia seu pênis pressionando contra as dobras escorregadias, molhados de sua boceta. — Brincaremos mais da próxima vez, juro isso.
Brincar mais? Um pouco mais e poderia ter morrido definitivamente de excitação.
Ainda podia.
Storme ficou quieta ao sentir a pressão da cabeça avultada na entrada de seu sexo. Fazendo uma pausa, a cabeça se meteu na entrada, ela sentiu primeiro o jorro de pre-sêmen de seu pênis.
Lubrificando, esquentando, o suspeito fluido junto com o hormônio que corria dentro dela, banhou a tenra carne e as sensíveis terminações nervosas.
À medida que a tensão endurecia seu corpo, ainda sentia o relaxamento de sua boceta. O seguinte jorro quente enviou faíscas de sensações precipitando-se através dela e aliviando os músculos tensos ainda mais, enquanto ele começava a pressionar em seu interior.
Respirando forçosamente, ela se concentrou no puro e feroz prazer da carne se abrindo, queimando, esticando ao redor dele enquanto ele empurrava sua própria carne dura em seu interior com impulsos breves, tensos.
Cada medida penetração enviava rapidamente um incêndio de sensações ao seu clitóris. Este palpitava e doía, inchando, até que parecia a ponto de explodir quando jogou a cabeça para trás, inclinando-a, e sentiu esses lábios ao longo da coluna sensível de seu pescoço.
Ela tinha visto que levava ali a mesma marca de Hope, Faith e Charity. Chamava-se marca de emparelhamento. Todas as esposas das Castas ou as esposas que eram Castas usavam essa marca.
Quando o prazer rasgou através de seu sistema, iluminando um incêndio selvagem de sensações ao longo de cada terminação nervosa, Storme agonizou pela marca. Agonizou por cada toque, por cada nível de posse, faminta de seu beijo.
Lutando para respirar, se esforçou para tomar a forte amplitude de carne que a penetrava enquanto avançava mais fundo dentro da fenda escorregadia de sua boceta.
As sensíveis terminações nervosas se revelaram quando a necessidade abrasadora se avivou e cresceu a um nível intenso, que ela se perguntou se poderia sobreviver.
Aferrando seu quadril com uma mão, a outra pressionada na cama ao seu lado, Storme sentiu esse último impulso, imperativo, que o enterrou até o punho em seu interior.
—Oh, Deus! — Arqueou as costas de prazer enlevado. Nunca esteve tão perto de gozar sem chegar a alcançar o orgasmo.
—Oh, infernos, querida. É tão apertada. — Rouca e áspera, sua voz retumbou em seu ouvido. — Parece como se meu pênis estivesse em um torno. Um torno pequeno, perfeito, quente e escorregadio que não faz mais que agradá-lo.
O prazer a rodeava. Ela tremia, estremecida nas suas garras enquanto lutava para se segurar em algo, qualquer coisa, que permitisse conservar o bastante de seus sentidos para memorizar cada toque, cada som, cada golpe.
Pensou que conhecia o maior prazer que podia sentir. Que não podia melhorar, que não podia ser mais intenso, até que começou a se mover.
A sensação de seu pênis fazendo um túnel dentro dela, acariciando brutalmente a apertada carne sensível, roubou o último resto de prudência a que desesperadamente se aferrava.
O instinto se converteu em tudo que mantinha sua respiração. Continuava gritando seu nome enquanto rogava por sua liberação, enquanto o prazer golpeava através do canal muito sensível que lutava por agarrá-lo e mantê-lo em seu lugar.
Afundando as unhas nas mantas, Storme empurrou contra ele, levando-o mais fundo, com mais força, enquanto ele gemia em suas costas.
Era delicioso.
—É tão bom. — Gemeu, aturdida, quase sem sentidos pelo prazer que ia crescendo a um topo abrasador, desesperado. — Oh, Deus, Styx. Mais duro. É tão bom.
Era o êxtase puro, sem diluir e rugindo através de seu sistema, ardendo por sua mente.
As fortes investidas estavam destruindo-a, empurrando mais alto e esticando seu corpo até que sentiu que seu orgasmo começava a arder atravessando-a.
Tentou gritar. Seu corpo se esticou até que se perguntou se ia romper.
Atrás dela, Styx empurrava uma e outra vez, e logo com um grunhido profundo, duro, em seu ouvido, sentiu o primeiro pulso de sua liberação, o fluxo forte, chamejante de seu pênis na sensível massa de músculos que agarravam a ereção.
Seus olhos se abriram quando um grito soluçante de frenesi rasgou sua garganta. O nó se estendeu, esticando-a com mais força, bloqueando-o no mais profundo dela enquanto sentia seu sêmen jorrando na entrada de seu útero.
O êxtase a envolveu. Gozou e gozou, cada rajada estremecedora de prazer uma ardente tormenta de fogo de sensações enquanto se sacudia debaixo dele, seus ombros presos sobre a cama enquanto seus quadris pressionavam com mais força contra os dele e outra onda de liberação a percorreu, como um maremoto de sensações, e sentiu seus dentes rasparem, logo fechar em torno da sensível carne de seu pescoço.
Parecia não ter fim. Cada pulso do nó preso dentro dela enviava outra onda de prazer agonizante arrasando seus sentidos. Cada jorro de sêmen, cada impulso duro de seu quadril era catastrófico.
Não podia fazer nada, a não ser tremer dentro de seu aperto, se abandonando a cada sensação e maravilhada ante o que encontrou no abraço de sua Casta.
Isto era a perfeição, pensou. Ou o mais perto que ia chegar.
Quando ele desabou contra ela, seu corpo duro a protegendo, Storme finalmente entendeu por que sempre se sentiu tão dividida no que concernia às Castas.
Não só porque seu ódio se apoiava nas ações de um só. Não só por seus medos. Se sentia dividida, porque pertencia a um. Porque uma parte dela sempre soube que as injustiças que sofreu tanto foram culpa dela como foram de seu pai, de seu irmão, ou de qualquer membro do Conselho que permitiu que isto acontecesse.
As Castas eram animais, criaturas ou criações. Eram merecedoras da vida, da liberdade e do amor como qualquer outro ser vivente da Terra.
Este homem, sem dúvida, era dela.
Ashley True e sua parceira Executora, Sharone, ladeavam sua Coya, Anya Delgado, enquanto estava de pé em frente à porta da casa de Styx. Seu Alfa, Del Rey, seu segundo em comando Brim Stone, o Alfa das Castas Lobo, Wolfe, e Hope Gunnar estavam parados respeitosamente atrás de Ashley.
Styx ficou de lado e permitiu que entrassem, seu olhar se detendo nas devastadas feições da Coya e nos acerados olhos, duros e decididos, das fêmeas Coiote que serviam como escolta pessoal quando seu companheiro não estava ao seu lado.
Storme estava na sala, vestida, ainda arranhada, seus olhos verdes solenes quando Anya deu um passo diante dela.
—Não fomos apresentadas. — A voz de Anya era rouca e áspera. — Sou a companheira do Alfa Delgado e Coya das Castas Coiote, Anya Delgado.
—Coya Delgado. — Storme inclinou a cabeça em sinal de respeito, mas como era costume com uma amante recém-emparelhada, não tentou tocar a outra mulher, e a Coya bem sabia que tampouco devia tentar tocar Storme.
As primeiras semanas do calor de emparelhamento inicial eram exigentes para uma mulher. Seu corpo não podia tolerar sequer o toque da Casta médica, nem se submeter às provas necessárias para que o cientista criasse uma terapia hormonal que aliviasse os sintomas de seu emparelhamento.
—Senhora Montague. — A voz da Coya voltou a endurecer quando juntou as mãos diante dela e uma lágrima brotou no seu olho. — Por favor, aceite minhas mais sinceras desculpas...
—Coya, por favor, não o faça. — Storme negou com a cabeça enquanto falava brandamente. — O que aconteceu não foi sua culpa, de seu alfa, nem do Alfa Gunnar. Marx, Greg e Fargo tomaram suas próprias decisões. Nunca a consideraria responsável nem a nenhuma outra pessoa de Haven pelo que aconteceu.
Por um momento, as máscaras de pedra de Ashley e Sharone se suavizaram, e Styx vislumbrou puro alívio em suas expressões. Del Rey tinha passado antes por ali e expressou seu próprio pesar pelas ações dos Coiotes de sua manada. Tinha contado a Styx sobre a dor que Anya sentia pelo fato que sua companheira fosse atacada e sequestrada. Se sentia extremamente dolorida e aterrorizada que Styx considerasse às manadas de Coiotes responsáveis pelas ações de uns poucos.
—Se houver algo que as manadas de Coiotes possam fazer... — A voz de Anya se ouviu vacilante. — Espero que todos em Haven saibam que as manadas de Coiotes são tão leais e comprometidas com a sobrevivência de Haven como sempre foram os Lobos que o criaram. — Olhou ao seu redor com os olhos ainda cheios de lágrimas. — Caso precise de nós de qualquer maneira, sempre estaremos aí.
Styx viu então. O estreitamento dos olhos de Storme. Um brilho, e se perguntou o que sua nova companheira traria entre as mãos.
—Styx está exigindo uma cerimônia de união. — Storme sorriu como se estivesse divertida, mas sua voz refletia a alegria que vislumbrava em seus olhos. — Eu adoraria que se unisse aos Lobos e Felinos que me acompanharão quando aceitar meu companheiro. E espero que comunique meu convite pessoal às suas manadas para se unirem à cerimônia, assim como à celebração posterior.
Era a primeira vez. Normalmente, as únicas Castas Coiote que assistiam a um jantar ou celebração eram aqueles poucos intrépidos a quem não preocupava interromper uma festa privada, ou aqueles convidados pessoalmente por uma Casta Lobo.
Wolfe e Hope deixaram os membros individuais das manadas de lobos convidarem os Coiotes. Eram quem devia aceitá-los, sempre dizia.
—Eu adorarei estar ao seu lado durante a cerimônia. — A surpresa e o prazer se refletiram na expressão amável da Coya quando a aprovação iluminou os olhos de suas guarda-costas.
Ashley e Sharone podiam ser inimigas formidáveis se assim desejassem. Se sua Coya fosse insultada ou sentissem que a culpavam pelo ataque, então Storme teria ganho seu eterno ressentimento.
Em vez disso, agora tinham se tornado amigas, muito provavelmente por toda a vida. Ashley, é obvio, insistiria em fazer as unhas de Storme e a maquiagem. Sequestraria a companheira de Styx para ir às compras e provavelmente a tiraria escondida de Haven como levavam a Coya para passar uma noite de garotas em um bar afastado, onde o dono sempre chamava Delgado para avisá-lo e mandar guarda-costas para garantir sua segurança.
Os guarda-costas nunca interferiam com a diversão, nem com a bebida que as garotas tomavam. Geralmente, agiam como motoristas designados.
Styx quase sorriu ante a ideia.
Storme se voltou para seu companheiro, detectou seu sorriso, e um estremecimento de excitação a percorreu.
Não havia dito a ninguém a respeito de seu filho, só a ela. Ainda estava irritada pelo fato que soubesse antes dela.
Mas estava cheia de alegria, e essa alegria era contagiosa. Enchia seu coração, e também sua vida.
Ele era seu amante de chocolate, e a chamava de sua tormenta mais perfeita porque tinha entrado em sua vida e a limpado por completo.
A vida nunca seria perfeita, mas quando se aproximou e passou o braço pela sua cintura, Hope e Anya começaram a perguntar sobre a cerimônia, Storme soube que seria melhor do jamais imaginou.
Sentia-se segura, cálida e amada com a mesma profundidade com que amava. Seu guerreiro escocês sempre se encarregaria de sua segurança, de seu coração e de sua alegria.
Que mais podia pedir uma mulher?
—Storme, Jonas pediu que apresentasse suas desculpas pessoais, assim como sua gratidão pelo chip de dados que nos entregou. A informação encontrada ali está sendo extremamente importante. — Wolfe deu um passo adiante, com expressão e voz sombrias. — Ainda não tenho os detalhes completos, mas prometeu retornar em uma semana para dar a informação a nossos médicos. Segundo ele, seu pai e seu irmão não só eram verdadeiros gênios, mas também verdadeiros amigos no que concerne às Castas.
—E Navarro também pede suas desculpas. — Assinalou tristemente Hope. —Durante os resgates ficou gravemente ferido. Foi à Navarro que seu pai pediu que fosse a você e te convencesse a entregar a informação às Castas. Passou anos se curando, e ainda tem as cicatrizes, assim como outras incapacidades dessas feridas.
Storme exalou asperamente quando Styx a atraiu para ele, protegendo-a com seu corpo enquanto ela lutava, tanto física como emocionalmente, com as mudanças produzidas atualmente em sua vida.
—Navarro teria dificuldades para ganhar minha confiança naquele momento. —Afirmou. — Não foi sua culpa, Alfa Gunnar. Os anos que passei fugindo foram algo que teria ocorrido independentemente da confiança.
Precisava se aferrar a essa última parte de sua família. O chip de dados, a confiança com que seu pai tinha encomendado seu amparo e o temor de perder esse último vínculo com seu querido pai e irmão tinham mantido vivo um ódio que ao contrário possivelmente não teria efeito.
—Todos temos razões para as batalhas que devemos lutar, Storme. — Assinalou Hope com voz suave. — E todos trabalhamos juntos para nos ajudar uns aos outros. Bem-vinda a Haven.
—Bem-vinda ao lar. — Sussurrou Styx no ouvido, e imediatamente explodiu em seu interior um calor confortável, quente, de pertencer. Podia sentir que “algo” se instalava em seu interior. A forma que seu coração se aliviou, a tensão desaparecendo, e uma sensação de esperança, de futuro, começou a brilhar em seu interior.
—Sinto muito. — Devolveu o olhar à Hope, com verdadeiro arrependimento que brotava dentro dela agora. — Não tinha entendido.
Não tinha entendido o amor, a dedicação nem a batalha que lutava pela sobrevivência de seu companheiro, assim como das Castas. Agora entendia, e esperava que fosse uma batalha que Hope compartilhasse com ela.
O sorriso de Hope foi amável, seu olhar cheio de aceitação.
—Um novo começo, Storme, temos um novo começo. Vamos construir a partir daqui.
Um novo começo.
Storme voltou a olhar seu amante, seu companheiro. O homem que apagou o medo, os mal-entendidos. O homem que a amava.
Ele levantou a mão, e com o dorso dos dedos a acariciou na bochecha.
—Minha tormenta perfeita. — Sussurrou.
E ele era seu Styx. Seu coração.
Devolveu-lhe o sorriso e sussurrou:
—Eu tenho chocolate...
Lora Leigh
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