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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


AFTER THE GAME
AFTER THE GAME

                                                                                                                                         

 

                                                        

 

 

Biblio VT

 

 

 

 

Capítulo 15

 


Riley


Com uma lista de compras em uma mão e a mão de Bryony na outra, entro na loja para pegar todas as coisas que precisávamos. Bryony queria ir ao parque hoje, mas choveu a maior parte da tarde, então ficou lamacento. Eu prometi seus biscoitos de animais se ela fosse uma boa garota no supermercado.

Foi um acordo, não um suborno. Ou, pelo menos, eu gostava de me dizer isso.

"Riley Young." Reconheço a voz. A maneira como meu sobrenome foi dito como se fosse desagradável em sua língua me fez tensa. Eu não entrei em contato com Serena desde que voltei. Esperava que nunca fizesse. Aparentemente, minha sorte acabara de acabar.

Seguro Bryony perto do meu lado como se ela pudesse machucá-la, o que era bobo, mas eu fiz isso de qualquer maneira. Virando, enfrento não apenas Serena, mas Kimmie também. Elas parecem versões mais antigas das meninas que eu lembrava. Ainda tentando superar uma a outra.

"Olá, Serena. Kimmie” respondo com um sorriso forçado.

"Você tem uma criança. O que aconteceu, você não usou proteção?" Kimmie diz com uma risadinha. Eu podia suportá-las me atacar. Mas elas não iriam trazer Bryony para isso.

"Posso ver que vocês duas estão tão encantadoras quanto lembro. Se vocês me desculpem, tenho compras para fazer" Respondo, querendo dar um bom exemplo para minha filha. Ela era nova, mas eu estava certa de que ela entendia coisas assim. Ou pelo menos deixava impressões sobre ela.

Passei por elas e coloquei Bryony em um carrinho.

"Não se esqueça de pegar alguns preservativos. Odiaria que isso acontecesse novamente." Serena diz com um tom doce. Eu tive a minha cota disso.

"Você é a única que precisa lembrar-se de seus preservativos. Você não gostaria de espalhar por aí as DSTs que teve depois de anos dormindo com qualquer pessoa que olhasse para o seu caminho.”

Com isso, eu saí. Talvez não tenha sido a minha melhor hora como mãe, mas sim, senti-me bem. Elas poderiam mexer com isso e ser cadela sobre mim na próxima semana.

"Ookies?" Bryony me pergunta, e posso ver o cenho preocupado em seu rosto. Ela não tinha entendido o que aconteceu, mas ela era inteligente o suficiente para saber que eu estava chateada.

"Sim, garota, vamos te dar biscoitos." Asseguro.

Minhas emoções estavam muito cruas do confronto de ontem à noite com Brady. Eu estava sendo uma pirralha completa sobre isso, mas não podia evitar. Eu confiei nele o suficiente para dizer sim a sua oferta, então ele a recusou. Entendi seus motivos, mas ainda dói. Isso não estava melhorando.

Minha vida aqui seria por um curto período de tempo mesmo. Eu me graduaria em breve, e então iria encontrar um emprego e encontrar para Bryony e eu um lugar só nosso. Não tinha tempo para meninos e amigos. Eu tinha uma vida para construir. Os meus anos de adolescência acabaram. Tinham acabado desde a noite em que pedi a Rhett para me dar uma carona para casa. Antes daquela noite eu tinha sido mais inteligente. Eu confiei em Brady, que já tinha sido um bom amigo. Alguém em quem poderia confiar.

 

Dois anos atrás...


Gunner estava bebendo novamente. Ser convidado para essas festas do campo era o nosso objetivo final desde que estávamos na escola primária. Graças ao irmão mais velho de Gunner e ao fato de que Gunner deveria ser uma futura estrela do time de futebol, juntamente com Brady e West nesse verão.

Em primeiro lugar, Gunner não tinha bebido com os outros. Brady nunca bebeu, mas West começou a provar a cerveja. Então Gunner. Agora era um festival cheio de bêbados. Brady foi o único que ficou sóbrio. Ele também era aquele com quem todos queriam conversar. Começou a chamar a atenção do treinador do ensino médio há dois anos, quando ele estava apenas na oitava série. Sua precisão com a bola o fez importante por aqui.

Sentei-me num velho pneu de trator perto do fogo, onde Gunner estava antes. Ele me deixou para beber mais e agora estava rindo com alguns jovens em voz alta e irritante. Gostava de ir às festas no início, mas não tinha tanta certeza de gostar agora. Chegar em casa esta noite seria complicado. Eu não poderia chamar minha mãe para vir me pegar porque Gunner estava bêbado. Ela veria isso.

Eu procurei na multidão por Rhett, que normalmente dava a Gunner e a mim uma carona para casa. Ele bebeu um pouco, mas raramente ficava completamente bêbado. Eu o observei e decidi que seria seguro ir com ele. Tive uma carona com a mãe de Brady mais de uma vez. O problema com isso foi, Brady ficava até tarde, e eu não estava com vontade de chegar atrasada. Serena estava tentando chamar a atenção de Rhett quando o encontrei no campo em torno da caminhonete. Ele parecia mais interessado em uma das garotas mais velhas lá. Embora Serena estivesse aqui por causa de Rhett, eu tinha certeza. Definitivamente, não pediria que ele me deixasse em casa esta noite. Eu acho que eu teria que sofrer até que Brady fosse embora. Ele tinha uma multidão ao seu redor, mas eu me levantei e fui até ele de qualquer jeito.

Gunner ia estar desmaiado logo, e eu precisava de uma carona para casa.

"Ei, linda." Alguém gritou com uma expressão óbvia na voz. Olhei para ver Ivan, um dos amigos de Rhett, caminhando em minha direção. O copo de plástico vermelho na mão era mais do que apenas cerveja, eu aposto. Ivan foi expulso da equipe no ano passado por festejar demais. Ele raramente aparecia para a aula e ia ser reprovado. Não pareceu estar preocupado com isso. Ainda estava pendurado com a mesma multidão, e eles o amavam.

Voltei minha atenção para o grupo de Brady e esperei que Ivan tropeçasse sobre seus pés bêbados. "Seu garoto ainda não consegue lidar com sua cerveja. Ele deixa você sozinha? Isso é uma vergonha. Venha aqui e podemos conversar.”

Não nesta vida.

"Não, obrigada." Respondi, ainda não olhando para ele.

Ele riu como se tivesse sido divertido. Antes que ele pudesse pensar em algo mais a dizer, eu estava perto o suficiente de Brady que me viu me dirigindo para ele. Ele parou de falar e se voltou para mim.

"Você está bem?" Ele pergunta, fazendo uma verificação rápida em Gunner, eu assumi.

"Sim. Só preciso de uma carona. Sua mãe está chegando?" Eu pergunto.

Ele assente com a cabeça, mas havia uma careta no rosto. "Gunner está bêbado de novo?"

"Sim."

Ele balança sua cabeça. "Eu tenho que corrigi-lo. Vou ligar para mamãe. Nós podemos sair em breve."

"Obrigada. Eu aprecio isso."

 

Você precisa chacoalhar.

Capítulo 16

 


Brady


Ivy tinha decorado meu armário e deixado brownies com glacê sobre eles dentro.

Ela ainda estava agindo como se fossemos um casal nos dias do jogo. Eu não queria dizer nada para machucar seus sentimentos, mas ela tinha que parar com isso. Nós não conversamos o resto da semana. Os brownies de sua mãe eram bons e tudo, mas eles não nos resolveriam. Nunca tivemos razão para começar.

Comi dois brownies e bebi um grande copo de leite antes de subir as escadas para pegar meu saco. Minha mãe tinha lavado meu uniforme e empacotado para eu pegar no ônibus. Esta noite era importante. Vitalmente. Se não ganhássemos esse jogo, estaríamos fora.

O estudo das fitas de jogos e todo o treino extra me fez sentir pronto. Eu achei que a equipe estava preparada. Não era o que estava pesando na minha cabeça. Em vez disso, era eu. O centro da equipe. O quarterback. Quem precisava de sua cabeça ajustada. Não consegui esquecer a visita de Riley na outra noite. Incomodou-me que ela estivesse magoada. Que eu tivesse sido o único a machucá-la.

Isso não era novo. Eu era o cara legal. Não porque tenha sido rotulado, mas porque era simplesmente quem eu era. Às vezes, odiava isso seriamente.

No entanto, essa coisa de Riley era diferente. Eu estava preocupado com ela mais do que jamais tinha me preocupado com Ivy e seus sentimentos. Ivy e eu voltamos a sair novamente por quase dois anos, mas nunca senti algo tão forte por ela quanto com Riley. A única razão pela qual eu poderia pensar nisso era pela menininha. Riley tinha sido entregue a um acordo bruto e fez seu melhor. Eu respeitava isso. Minha bolsa estava na minha cama, como esperava, tudo empacotado para mim. Mamãe ainda não estava em casa do trabalho, mas ela estaria no jogo junto com meu pai.

Eles trariam Maggie, e seria a noite de sexta feira normal. Exceto que hoje, minha cabeça não estava apenas no jogo como sempre esteve.

Frustrado, pego minha bolsa e volto para baixo. Eu tinha que lidar com isso agora. Nós deveríamos estar na casa de campo para embarcar no ônibus em uma hora. Antes de ir para lá, eu ia ver Riley. Se não conversasse com ela e aliviasse minha mente, eu não estaria seguro que pudesse ganhar essa noite. The Panthers também estavam invictos. Tínhamos um trabalho duro em nossas mãos, e eu tinha que estar 100 por cento.

"Você está saindo?" Perguntou Maggie enquanto passava pela porta do quarto.

Fiz uma pausa e olhei no quarto. Ela estava na cama sentada com as pernas cruzadas e um livro aberto no colo. A menina lia mais do que qualquer um que eu conhecia.

"Sim" Respondi.

"West foi para casa para tirar uma soneca antes de vocês terem que se encontrar para sair.”

"Eu preciso ir fazer uma coisa." Digo, sem lhe dar mais detalhes.

"Bem, boa sorte esta noite.”

"Obrigado. Preciso disso."

Ela inclina a cabeça para um lado e seus cabelos castanhos escuros caem sobre um ombro. "Nunca ouvi você dizer isso antes.”

Porque nunca senti isso antes. Eu sempre estive focado e confiante.

Agora não.

"Tenho muita coisa na minha cabeça é tudo.”

"Riley Young." Responde Maggie. Não era uma pergunta. Era uma declaração.

"Não sei o que você quer dizer." Digo, e começo a sair.

"Você saiu, depois que ela jogou a pedra na janela na outra noite. Você tomou a decisão errada e isso está assombrando você."

Não era algo que eu queria discutir. Só precisava corrigi-lo.

"Você não disse nada a West, não é? "

Ela balança a cabeça. "Não é minha informação para contar.”

Gostava muito da minha prima. Ela não era uma fofoqueira. Ela mantinha as coisas para si mesma. Nenhum drama ou coisa feminina para lidar com isso. Muito parecido com Riley, acho.

"Estou trabalhando no que é o certo. Não apenas para mim, mas para todos os envolvidos." Não fazia sentido, mas era tudo o que estava disposto a dizer. "Eu não a conheço. Mas gosto dela.”

"Por quê?" Pergunto curioso.

"Nenhuma garota já o chacoalhou assim. Nem mesmo Willa. Certamente, não Ivy. Você precisa chacoalhar."

Não, eu precisava estar nivelado e pronto para ganhar este jogo.

"Discordo."

Maggie pega seu livro de volta, como se estivesse ok com essa conversa. Era algo que eu gostava sobre ela. Ela não seguia e continuava sobre um tópico em que terminou de discutir.

"Descobri que as coisas que mais nos atraem são as que merecem mais sacrifícios.” Ela disse isso sem olhar para mim.

Droga. Isso atingiu uma corda.

"Você fez sacrifícios pelo West?" Pergunto, já conhecendo a resposta.

Desta vez, ela olha por cima de seu livro. "Eu falei Brady. Ouvi o som da minha própria voz.”

A razão pela qual isso foi um sacrifício não precisava ser explicada. Eu entendi.

Com um aceno de cabeça, deixei-a lá com o livro. Ela ganhou a vida novamente quando falou com West. Uma grande parte dela que faltava foi preenchida com novos motivos para ser feliz.

Não pensei que estivesse faltando nada. Eu tinha bons pais, tinha bons amigos e ia jogar futebol em uma faculdade do Texas no próximo ano. Minha vida não precisaria melhorar muito. Antes de ter Riley e Bryony na minha caminhonete no outro dia, não questionava nada disso. Sabia que era sólido. Eu estava pronto para o meu futuro.

Agora eu me perguntava se estava apenas vivendo a vida fácil. Não enfrentando desafios ou realmente fazendo uma marca em qualquer um. Maggie tinha sido a rocha de West através de um inferno que nunca quis imaginar. Mesmo tão quebrada como ela estava, ela ficou perto dele e se tornou seu centro. Ela tinha feito algo com sua vida que significava mais do que apenas sua felicidade. Ela encontrou felicidade ajudando alguém.

Eu era feliz? Esta vida que eu tinha... me deixou feliz? Jogar futebol e ser a estrela do Lawton High realmente me faz feliz?

Não. Não. Não em tudo.

Eu estava vazio. Sem sentido. Eu era um hospedeiro para ganhar jogos na minha escola.

As meninas gostavam de mim, e eu tinha minha escolha se quisesse. Minha caminhonete não era nova, mas era boa e me foi dada sem que tivesse que trabalhar para isso.

Não havia nada digno de mencionar que eu tivesse feito para qualquer um.

Jogando minha bolsa no banco do passageiro da minha caminhonete, decidi que havia acabado. Não estava mais me concentrando em Brady Higgens. Alguém precisava de mim.

Ela precisava de amizade, e ela tinha vindo até mim. Foda-se meus amigos enlouquecendo. Todos precisavam acordar e perceber que havia se passado dois anos e todos nós estávamos errados. Eu estava preocupado em ganhar um campeonato e havia uma mãe solteira que eu já tinha considerado uma amiga para conquistar. Não vou ignorar isso. Não por um maldito jogo.

 

Você tem um campeonato para ganhar.

Capítulo 17

 


Riley


Havia janelas de carros pintadas, bandeiras azuis com leões sobre elas e, claro, grandes sinais em cada quintal, exceto o nosso, com LIONS #1. Minha casa não estava preocupada com o jogo. Nós éramos os únicos na cidade sem um sinal dos Lions em seu quintal, e na próxima reunião da cidade eles poderiam votar para nos expulsar da cidade... novamente... porque não conseguimos ficar obcecados com o futebol.

Fiquei com aquele pensamento balançando na cabeça. Isso não aconteceria, é claro, mas a maneira como eles faziam por um jogo de futebol pensaria que era a eleição presidencial. Bryony apontou para outro carro que passou por nós deixando a cidade para o jogo. As janelas pintadas e as bandeiras voando eram fascinantes para ela. Pelo menos, elas eram boas para alguma coisa.

O próximo veículo que passou não era um carro pintado. Era a caminhonete de Brady Higgens. Meu peito apertou com a visão, e comecei a andar mais rápido. Chegar em casa não faria a lembrança da outra noite se afastar, mas eu poderia pelo menos me preocupar em fazer um lanche e arrumar meu armário ou algo assim. Qualquer coisa para não lembrar quão tola eu fui.

Bryony aplaude e acena para o próximo carro que passa. Eles tinham uma cabeça de leão no capô. Não tenho certeza de como eles estavam fazendo essa proeza, mas com certeza fez Bryony feliz. Provavelmente ela gostaria dos jogos. Todos os torcedores torcendo e o pessoal correndo no campo. Eu nunca poderia levá-la, no entanto. Essa era uma parte da minha vida que terminou.

Girei na entrada da minha avó enquanto a caminhonete de Brady chegou a uma parada paralela ao meu lado. Bryony estava acenando para ele como se ele fosse seu melhor amigo. Eu já tinha sido grosseira na frente da minha filha uma vez na semana passada. Não voltaria a fazê-lo.

"Você não tem um jogo para ir?" Pergunto a ele. Sua janela estava baixa, e ele parecia estar prestes a falar comigo.

"Tenho cerca de quarenta e cinco minutos. Você pode falar?"

Minha resposta deveria ter sido não. Não posso. Tchau.

Mas Brady tinha um jogo, e ele estava aqui por algum motivo. Para ele, tinha que ser importante. Olhei para ver se o carro do meu pai também estava em casa. As sextas-feiras, ele geralmente saia do trabalho cedo. O jogo provavelmente fez toda a cidade sair do trabalho cedo. Deixar Bryony dentro com meus pais não deve ser um problema.

"Deixe-me levá-la para dentro." Respondo.

Empurro o carrinho para a varanda da frente e me abaixo na frente dela para desabotoar o cinto de segurança. "Mamãe vai conversar com nosso amigo Brady, está bem? Estarei dentro para preparar um lanche em alguns minutos."

Ela assente como se tudo tivesse sentido. Muitas vezes eu me perguntava se isso acontecia, se ela entendia as coisas que ela respondia.

Abrindo a porta, vi papai no sofá com uma xícara de café e o jornal. "Ei, pai". Cumprimento. "Brady Higgens está aqui e quer falar comigo um minuto. Você pode manter um olho em Bryony para mim? Não vou demorar."

Papai franze a testa. "Brady? O menino não tem um jogo para ir?"

Meus sentimentos exatamente. Eu assenti. "Sim, então isso será rápido.”

"Claro, vou vê-la. Diga a ele que eu disse boa sorte. Estou torcendo por eles."

Não respondi. Eu não tinha certeza do que dizer. Meus pais estavam muito entusiasmados com Brady. Eu estava com medo de que eles estivessem prestes a ser abatidos. Coloco Bryony no chão para que ela possa correr em seus pés, então fecho a porta atrás de mim. Meu pai não era o tipo curioso, mas o que quer que fosse, não queria que ninguém nos ouvisse.

Brady saiu da sua caminhonete e estava encostado no lado do passageiro, esperando por mim. Viro-me para ele. Se ele fosse se desculpar novamente, eu poderia perder a paciência. Não queria suas desculpas. Queria fingir que nunca havia ido lá.

"Não tenho muito tempo." Digo a ele como se ele fosse me manter. Ambos sabíamos que ele tinha um jogo para vencer. "E se isso é outra desculpa, não faça. Apenas deixe ir."

Ele move os pés e parecia quase nervoso. "Eu quero ser seu amigo. Minha oferta original - ou pedido - ainda é válida."

O que?

"Por quê?"

Ele suspira e passa as mãos pelos seus cabelos escuros. "Porque quero ser seu amigo. Acredito em você. Eu me sinto como uma merda sobre o modo como te tratei quando você voltou para a cidade e o fato de ter afastado você há dois anos. Eu era jovem. Essa é a única desculpa que tenho. Mas sei melhor agora. Minha equipe não pode me dizer de quem eu escolho ser amigo."

Ele parecia tão determinado que eu me pergunto se ele estava tentando convencer-se de tudo isso. E por que ele sentiu a necessidade de vir me ver antes do seu jogo quando isso poderia esperar.

"Você tem um campeonato para vencer." Lembrei-lhe. Ele estava bastante certo na outra noite.

"Sim. Mas isso não deve me impedir de fazer o que é certo."

Então eu era o que não estava certo. Isso me fez sentir como um caso de caridade. A garota na mesa do almoço sem amigos. Algo que ele aprendeu na escola dominical quando criança. Seja gentil com aqueles que precisam. Bem, não precisava de nada. Eu estava perfeitamente bem.

"Não preciso de sua amizade por caridade. Sou melhor do que isso. Mas obrigada de qualquer maneira." Disse, então virei para voltar para dentro. Esta conversa terminou, tanto quanto eu estava preocupada.

"Espere. Não. Não é caridade" ele grita, mas eu sabia a verdade, mesmo que não o fizesse. "A verdade é que não consigo parar de pensar em você.”

Eu paro.

Bem, essa foi definitivamente uma coisa que não esperava.

"Desculpe?" Perguntei, olhando para ele.

Ele enfia as mãos nos bolsos dos jeans. "Eu acho que preciso de você. Uma amizade que não se baseie no meu desempenho no campo ou entrar na melhor festa. Estar sozinho. Isso significa algo."

Agora, isso seria difícil de discutir ou de se afastar. Eu estava vulnerável em sua casa na outra noite, e ele agora estava fazendo o mesmo comigo. Acabou de levar tempo para pensar.

"Porque agora? Por que não quando a temporada acabar?"

Posso dizer honestamente que eu estava preocupada com os outros caras e com este estúpido jogo de futebol agora. Não porque queria que eles ganhassem, mas porque queria que Brady ganhasse. Queria que ele conseguisse o futuro para o qual ele trabalhou tanto. Por que queria tudo isso? Deus, eu estava tendo sentimentos por ele. Toda essa porcaria em torno de nós, e eu estava começando a me preocupar com a felicidade de Brady Higgens.

"O futebol não pode tomar todas as decisões na minha vida. Se eu deixar isso, então não estou lutando pelo meu sonho. Estou deixando meu sonho me possuir. Eu deveria possuí-lo."

Fico em silêncio e deixo suas palavras se mexerem. Ele quis dizer isso. Eu o respeitava por isso. Mas ainda queria protegê-lo.

"Então deixe sua nova amiga tomar uma decisão por você. Espere. Dê tempo a esta temporada. Então poderemos tentar a coisa de amizade."

Ele balança sua cabeça. "Não quero esperar. Não posso."

Sua determinação era... fofa. Admirável, mas fofo.

"Então vamos ser amigos em segredo por mais algumas semanas." Sugeri.

Ele franziu a testa e parecia que iria discutir de novo.

"Basta pensar nisso. Vá ganhar o jogo da noite e deixe os prós e os contras jogarem na sua cabeça neste fim de semana. Se você ainda estiver interessado em surpreender a cidade, iremos ao Den e comeremos hambúrgueres na noite de segunda-feira. Mas se você ver a razão, assim como eu, vai dirigir por duas cidades e me levar para uma pizza."

Um sorriso lentamente se espalha por seu rosto. "Posso ter seu número, então?"

Como se uma garota pudesse dizer não a isso.

 

Por três Touchdowns.

Capítulo 18

 


Brady


Conseguir minha cabeça completamente no jogo era difícil, mas vendo os fãs que haviam dirigido até aqui nas arquibancadas, torcendo, segurando as bandeiras e os sonhos de suas canções, me lembrou da importância da noite. Eu não estava aqui preocupado com uma garota na qual não conseguia parar de pensar. Ela estava bem agora. Estávamos bem. E a ideia de um futuro para nós me animou em vez de me assustar. Estava pronto para ganhar este jogo agora. Este não era apenas o meu futuro pesando na balança. Era o nosso. Mesmo aqueles de nós que considerariam isso como nossa última lembrança do futebol. Isso significaria algo.

No meio do tempo, estávamos em um touchdown. The Panters eram difíceis, e mesmo com todo o trabalho de preparação, estávamos no nosso melhor jogo para acompanhá-los. West abriu o capacete na borda do campo enquanto soltava uma série de palavras que eu sabia que o treinador ignoraria. Nós não jogamos um jogo tão duro em toda a temporada.

Gunner bateu o punho nos velhos e espancados armários que estavam reservados para o time adversário The Panters. Ele não deixou uma série de maldições voarem de sua boca, mas ele continuou a bater no armário algumas vezes mais, antes de descansar sua testa sobre ele. Tínhamos dois tempos para alterar isso.

O treinador falou conosco e nos lembrou de quem nós éramos e para o que viemos aqui. Ele era bom em conversas de meio período. Eu poderia contar com ele para recuperar a cabeça da equipe e deixa-la pronta para lutar.

Havia rugidos e punhos no ar enquanto nos dirigimos de volta ao campo. Este não foi o primeiro meio tempo em que estivemos perdendo. Foi a primeira vez que fomos abatidos. A maneira como tínhamos jogado esta noite deveria ter tido um touchdown ou mais adiante. Não para trás.

"Onde está sua cabeça esta noite?" Gunner me pergunta quando se afasta do armário no qual ele estava apoiado.

Ele estava me culpando por isso? "Não sei o que você quer dizer com isso." Respondi, a raiva lentamente se construindo dentro de mim. A acusação no seu rosto era suficiente para me dizer que ele estava me apontando em vez de todos nós. "Esta é uma equipe. Onde está sua cabeça?" Eu recordo.

"Foda-se isso. Você tem a bola. Você dirige a equipe. E eu estive jogando bola com você desde que nós éramos crianças. Sua cabeça não está conosco lá fora. Então, onde diabos está isso? Porque precisamos dela nesse campo." Ele estava gritando agora.

"Volte, Gunner." Diz West, colocando-se entre nós. Nash e Asa também se aproximaram de nós. Como se uma luta estivesse prestes a começar e todos precisassem estar lá para acabar com isso.

"Não! Ele vai nos fazer perder esse jogo. Sua cabeça não está lá, e nós precisamos disso!" Grita Gunner. "Hunter é um maldito estudante de segundo ano e não está pronto para isso. Não podemos entregar o jogo para ele. Precisamos que Brady junte-se a nós antes de voltar para esse campo.”

Eu queria chegar em seu rosto e dizer-lhe exatamente onde poderia empurrar sua acusação. A ideia de bater meu punho em seu rosto também era atraente.

No entanto, ele estava certo. Minha cabeça não estava completamente lá. Gunner era o único com bolas o suficiente para apontá-lo.

"Vá beber um pouco de água e acalme-se." Diz Asa a Gunner. Todos pensaram que estávamos prestes a brigar. Em outro momento, eu apenas poderia fazê-lo. Mas esta noite Gunner estava certo. Era minha culpa. Admito que doeu, mas era verdade.

"O que está acontecendo aqui, garotos?" Pergunta o treinador quando entra na casa de campo. A mídia local o parou para uma entrevista em seu caminho para nós, então ele perdeu o confronto.

Todo mundo, exceto Gunner, se vira para olhar para o treinador enquanto os olhos de Gunner ficam colados em mim. Ele estava aguardando sua resposta. Ele não iria receber uma porque a verdade causaria mais do que apenas eu estragar o jogo. O inferno iria se abrir.

"Estou fora esta noite." Respondo à pergunta do treinador enquanto mantenho contato visual com Gunner. "Tudo isso é por minha causa.”

Essa foi a primeira vez que eu tive que fazer isso em um vestiário em todos os anos que estive jogando. Nunca fui eu. Sempre tinha sido outra pessoa com quem eu tinha que falar sobre qualquer coisa que eles estavam lidando. Isso era difícil. Foi como admitir que eu era um fracasso.

"Então vamos consertar isso. Você é o melhor quarterback sênior do Alabama, Brady. Ou você esqueceu disso?" O treinador pergunta.

Não tinha esquecido. Posso não concordar, mas não tinha esquecido que o título tinha sido dado a mim nas últimas estatísticas. Se perdesse isso, Riley se culparia.

Não era culpa dela. Era minha. Isso não era apenas para mim; era para toda essa equipe e nossa cidade.

"Estou pronto." Digo a ele.

O treinador assente com a cabeça e inicia seu plano para a próxima metade. Agora que vimos o jogo dos Panters e sua estratégia, tivemos que ajustar o nosso. Eu mergulhei e consegui colocar Riley Young fora da minha mente. Esta noite eu tinha muito a provar. Especialmente agora.

Quando corremos de volta ao campo, Gunner apareceu ao meu lado. "Nós vamos cuidar disso.”

Essa foi sua maneira de se desculpar. Certificar-se de que estávamos bem.

Assenti em concordância. Porque nós iriámos. Queremos ganhar o jogo esta noite.

Então iremos nos preparar para a próxima semana. Era quase um fim para nós e o futebol dos Lions. A graduação seria o nosso próximo passo.

Eu estava pronto para o futuro, mas o cheiro da grama fresca e a alegria na multidão enquanto os caras que aprenderam a jogar futebol comigo quando éramos crianças estavam todos amontoados ao meu redor - isso seria perdido.

Nunca receberíamos isso de volta.

Por causa disso, por causa dessa memória e de todos os outros que acompanharam isso, eu dei tudo o que tinha e mais um pouco que não sabia que tinha. Com cada peça chamada, eu me concentrei mais do que nunca. Afoguei o rugido dos fãs. Ignorei os tiros pop chamando por mim da outra equipe. Eu tinha uma missão. Uma unidade. Para ganhar este jogo.

E nós fizemos. Por três touchdowns.

 

Eu devo essa noite a você.

Capítulo 19

 


Riley


Se eu dissesse que fui para a cama sem ficar acordada para assistir as notícias, estaria mentindo. Estava nervosa. Nunca estive nervosa sobre um jogo de futebol em toda a minha vida. Mas estava agora. Quase não consegui jantar, mas me obriguei a fazê-lo, então minha mãe não me questionaria. Normalmente eu tinha um grande apetite.

Papai estava sentado em sua poltrona reclinada com os pés apoiados e um dos muitos cobertores que minha avó tinha tricotado jogado sobre suas pernas. Sua tigela de cereais estava em suas mãos enquanto observava as notícias locais. Nunca assisti a notícia com ele, então tentei muito casualmente entrar e sentar-me no sofá.

Mamãe era muito mais observadora, então fiquei agradecida que essa noite ela estava em um banho de imersão no momento e não por aí assistindo as notícias com ele. Ela me questionaria por estar aqui.

"Você ainda está acordada?" Ele pergunta como se eu estivesse na cama cedo todas as noites. Normalmente ia para meu quarto relativamente cedo, mas raramente para dormir. Eu jogava um jogo no meu telefone ou lia um livro. Esse tipo de coisa.

"Sim" Respondo, esperando que ele deixasse por isso mesmo. Normalmente, meu pai não era um grande falante. Mas quando ele tinha algo a dizer, sempre era importante. Ele não desperdiçava palavras. Era o que minha mãe sempre dizia sobre ele.

Felizmente, o repórter começou a falar sobre os preços do gás, e meu pai ficou em silêncio. Eu podia ouvi-lo comer os flocos crocantes em sua tigela e estava feliz por ele ter algo mais a fazer com a boca do que falar.

Depois de cobrirem os preços do gás, uma casa queimando em uma cidade vizinha e o novo plano de seguro do presidente, eles finalmente jogaram o clipe de um futebol pairando pelo ar, o que significava que a pontuação das equipes locais estava prestes a ser postadas.

"Os Lions Lawton ganharam novamente." Foram as primeiras palavras da boca da âncora da notícia, eu soltei um suspiro de alívio. A mulher falou que Brady Higgens lutou durante a primeira metade, mas ele voltou no segundo tempo e possuiu o jogo. Os Panters não estavam prontos para ele, ou pelo menos foi o que o treinador dos Panters disse quando o perguntaram. Ele parecia impressionado, e embora estivesse suando e cansado pelo jogo, ele concordou que Higgens era o melhor quarterback do estado. Ele agora vivenciou isso e aguarda com expectativa a carreira do garoto.

Um pouco de orgulho surgiu em mim, e isso foi bobo, mas era a verdade. Tínhamos sido amigos quando crianças, mas nada especial. Eu tinha sido amiga de todos eles. Brady sempre foi o líder, mesmo quando todos estávamos brincando juntos no balanço do parque.

Tinha sentido que ele fosse o líder agora. Eu me levantei para sair quando a recapitulação do jogo da noite mudou para outra coisa.

"Acho que você pode dormir agora sabendo que o menino teve um bom jogo." Diz papai enquanto estou saindo da sala.

Faço uma pausa e estremeço. Fui um pouco óbvia saindo logo após essa notícia. "Ele estava nervoso e é possivelmente o único amigo que tenho nesta cidade.”

Essa foi a melhor explicação que tive, e era verdade.

"Ele é um bom garoto. Atleta talentoso. Mas eu direi que estou mais orgulhoso dele por ignorar o resto e chegar a ser seu amigo de qualquer maneira. Ele tem uma coisa sobre ele, então, vê-lo tomar uma atitude como essa me dá esperança para esse grupo, afinal. Brady é o líder deles. Eles podem questioná-lo no início, mas eventualmente..." ele para.

Eu não pensava assim, nem ficaria muito esperançosa. Brady não conseguiria tirar todo o ódio que eu sentia pelo que aconteceu com Rhett. Muitas vezes me pergunto se seria melhor se eu tivesse deixado a cidade e não tivesse contado a ninguém? Eu nunca saberia a resposta para isso, e achei que estava bem. Não precisava saber. Minha vida havia acabado do jeito que deveria. Eu acreditava firmemente no destino. Até agora, o destino me deu Bryony e não podia me queixar. Ela era perfeita. Minha perfeita.

"Boa noite, pai." Falei antes de sair desta vez.

"Boa noite querida."

Caminho pelo corredor e abro lentamente a porta do quarto para não acordar minha princesa. Ela estava enrolada como uma bola com a maioria dos lençóis, e eu adorava vê-la assim. Ela estava segura e segura na vida que eu tinha dado a ela. Ela não sabia nada sobre como foi concebida ou a dor que a seguira. Não havia necessidade dela saber.

Debruçando-me, beijei o topo de sua cabeça e o doce cheiro de xampu de bebê encontrou meu nariz. Eu amava cheira-la. A casa cheirava assim - bebê - quando eu a levara para casa do hospital. Esse cheiro me lembrava as noites sem dormir, mas também dos primeiros sorrisos, primeiros beijos, primeiras palavras e primeiros passos. Adorava tudo sobre esse cheiro. Muitas vezes eu me perguntava se poderia convencê-la a continuar usando o mesmo xampu em seus anos de adolescência.

Eu duvidava, mas sempre havia esperança.

Meu telefone estava sobre a mesa de cabeceira. Embora estivesse em silêncio, a tela iluminou a sala. Nunca recebi mensagens ou ligações a menos que fossem de meus pais. A única pessoa que tinha meu número agora estava em um ônibus comemorando uma vitória.
Eu me estiquei na cama e o peguei.

O nome de Brady apareceu, então passei o dedo sobre a tela e li suas palavras.


Obrigado. Eu devo esta noite a você.


Isso não era verdade. Ele devia essa noite ao fato de que era uma estrela. Não tive nada a ver com isso.


Eu duvido seriamente disso, mas parabéns.


Respondi.

Ele ia sair da cidade neste verão. Sair para viver seus sonhos.

E eu estaria aqui com meus pais até conseguir um lugar meu em uma cidade onde pudesse começar de novo e ter uma vida.


Se você não tivesse falado comigo hoje, não teria conseguido me concentrar.


Ele respondeu.


Eu ter ido até a sua casa realmente o incomodou tanto?


Queria deixar as vibrações no meu estômago voarem livre e curtir isso, mas não podia. Eu não era uma garota no ensino médio que podia flertar e se divertir. Era uma mãe e uma filha com responsabilidades. Eu vivia uma vida que ele não entenderia e não esperava que ele se encaixasse.


"Aproveite sua vitória. Eu assisti as notícias. Você mereceu isso."


Não esperei que ele respondesse. Bloqueei o telefone e o coloquei na cabeceira.

As fantasias das jovens meninas não eram para mim.

 

Jogo divertido ontem à noite, hein?

Capítulo 20

 


Brady


No sábado depois de um jogo, eu deveria dormir. No entanto, o sono não veio facilmente ontem à noite, e o cheiro de bacon me acordou mais cedo do que teria gostado. Peguei meu telefone e verifiquei se Riley já havia respondido ao meu último texto. Ela não fez.

Colocando um short, desço as escadas para a cozinha para o café da manhã. Minha mãe estava empilhando panquecas com seu avental rosa e branco amarrado em torno de sua cintura. Eu tinha comprado para ela há cinco anos para o Dia das Mães com o dinheiro que fiz cortando grama. Ela o usava o tempo todo.

"Bom dia!" Digo quando vou até a geladeira para pegar o leite.

"Você acordou cedo. Eu esperava que você dormisse até o meio dia." Ela provoca.

Eu não dormia até o meio dia, bem... nunca. Ela sabia. "Senti o cheiro de bacon." Digo a ela. "Um homem não consegue dormir quando há bacon.”

Recebo um sorriso dela.

Mamãe sempre foi essa mãe. Aquela que fazia nossos almoços e nos preparava o café da manhã. A mãe que fazia biscoitos e me deixava ter a casa cheia de caras. Ela acreditava em mim e estava orgulhosa. Em troca, eu queria continuar a deixá-la orgulhosa. Eu tinha uma mãe que a maioria dos indivíduos não tinha sorte o suficiente para ter. Pelo menos não no meu grupo de amigos. Eu tive sorte pelo jeito. Muitas mães não eram tão perfeitas quanto a minha. Por exemplo, a mãe de Gunner. Eu nem tinha certeza de que ela merecia esse título. Ela não tinha feito muito por ele na vida.

"Você se machucou a noite passada?" Pergunta mamãe enquanto coloca um prato de panquecas e bacon na mesa para mim.

Eu tinha alguns hematomas, mas nada que valesse a pena mencionar. Eram de alguns encontrões da primeira metade, que eu merecia. Minha cabeça não estava onde precisava estar.

"Estou bem." Assegurei-lhe.

Ela sorri para mim e volta para as panquecas. "Eu vi os hits que você levou no segundo tempo. Você deve ter alguns pontos ruins."

Eu dou de ombros e pego o xarope para cobrir minhas panquecas. "Papai ainda está na cama?" Pergunto, mudando de assunto.

"Não, você conhece seu pai. Ele se levantou cedo e foi ao escritório. Disse que precisava fazer alguma coisa e nos veria no jantar. Tenho certeza de que ele estará pronto para falar de futebol até então."

Meu pai sempre tinha que estar fazendo alguma coisa. Ele trabalha muito, e ficar ocioso não estava no seu vocabulário. Ele era engraçado assim.

Começo a fazer uma piada sobre isso quando a tela do meu telefone acende. Pego e vejo o nome de Riley. Eu olho de volta para me certificar de que mamãe não estava olhando na minha direção antes de abrir o texto. Não que ela desaprovasse. Eu sabia que ela gostava de Riley. Mamãe era a pessoa menos julgadora que conhecia. Mas não queria que meus pais soubessem ainda. Não sobre minha amizade com Riley. Eu ainda estava segurando isso comigo. Só para mim.


Claro, se você precisa de alguém para viajar com você para Birmingham hoje, eu vou. Mamãe disse que podia olhar a Bryony. Por que iremos?


Acabei de jogar isso. Uma viagem de duas horas a Birmingham foi a única coisa que eu pude pensar. Era suficientemente longe de Lawton para que pudéssemos nos divertir com segurança sem encontrar alguém que conhecêssemos. Não tinha pensado em um motivo pelo qual eu precisasse ir. Acabei de dizer isso. Agora eu precisava de algo. Qualquer desculpa para que ela não soubesse que eu simplesmente estava indo lá para que pudéssemos sair. Sozinhos.

E por que eu estava fazendo isso?

Ela precisava de um amigo e queria ser seu amigo, mas havia mais do que isso. Na noite passada, quando estava distraído, queria acreditar que era porque estava preocupado com ela ou com algo inocente. Mas a verdade é que eu gosto dela.

Eu gostava de Riley Young. Ela era interessante. Ela era forte, era uma boa pessoa, e a respeitava por tudo isso. Queria estar ao seu lado. Longe do mesmo grupo de pessoas, que eu sempre estive perto. Talvez fosse por isso que gostei de Willa. Ela era diferente. Não é a mesma pessoa que faz as mesmas coisas.

Gostar dela mesmo sendo apenas como amigo, iria causar uma agitação eventualmente. O confronto com Gunner era o que mais me preocupava.

Mas, honestamente, era hora de encarar o fato de que o irmão dele tinha mentido. Afinal, eles passaram por isso ultimamente, não acho que seria muito difícil para ele acreditar na história de Riley agora. Nós não éramos mais crianças que deixavam os outros nos dizerem o que pensar mais.

Eu finalmente respondi.


Eu tenho algum dinheiro de aniversário ainda na minha conta de poupança, e queria um par de botas que estão esgotadas aqui. Birmingham tem melhores opções.


Eu duvidava que isso soasse convincente porque Nashville estava há uma hora de distância. Mas fui lá mesmo assim.

"Cheira maravilhoso nesta casa." Diz Maggie, entrando na cozinha. Seus cabelos ainda estavam bagunçados do sono, e ela estava usando calça de pijama e uma das camisas de West. Ele tinha certeza de que ela tinha várias delas. Era sua maneira de estar com ela o tempo todo. Eu costumava me divertir com isso, mas agora achava que fazia sentido. Não que dissesse isso a ele. Gostava da ideia de Riley vestindo minha camisa. O que também significava que meus sentimentos por ela estavam se transformando em algo mais do que amizade.

"Sente-se em um lugar e vou pegar um prato." Mamãe diz a ela.

Maggie ignora isso e caminha para pegar seu próprio prato. "Você ainda está cozinhando. Posso pegar o meu próprio prato. Obrigada mesmo assim."

Mamãe sorri como se Maggie fosse a filha perfeita que nunca teve. Elas eram boas uma para a outra. Mamãe era o tipo de mãe que precisava de uma filha, e Maggie havia perdido sua mãe de forma trágica. Elas não estavam tão perto quanto uma mãe e filha conseguiriam, mas eu esperava que ao longo do tempo elas preenchessem aquele buraco nas vidas uma da outra.

Maggie sentou-se em frente a mim e bocejou. Apenas alguns meses atrás, essa seria uma mesa muito silenciosa. Era legal que Maggie realmente falasse agora.

"Jogo divertido ontem à noite, hein? "

Seu comentário parecia inocente, mas eu sabia o que queria dizer. Ela era a única pessoa que sabia onde minha cabeça esteve naquele primeiro tempo. Olho para ela quando coloco um bocado de panqueca em minha boca. Não era divertido.

Mas o sorriso no rosto dela disse que era.

"Quase me deu um ataque cardíaco." Diz minha mãe com uma risada. "Senhor, nunca estive tão nervosa sobre um jogo em toda a minha vida.”

"Os jogos vão ficar mais difíceis. Ganhar o campeonato não vai ser fácil." Percebi que parecia irritado e desejei não ter dito isso. Maggie ergue uma sobrancelha como se quisesse dizer que sabia melhor. Por que ela não podia ter ficado no andar de cima na cama? Eu estava tendo um café da manhã perfeitamente tranquilo até que ela entrou e trouxe tudo isso.

"Oh eu sei. Percebi na noite passada que precisava me acalmar e me preparar para isso piorar." A voz de minha mãe ainda era suave e compreensiva.

"Tenho certeza de que é difícil manter seu foco com toda essa pressão." Acrescenta Maggie, depois sorri antes de comer um pedaço de bacon.

Eu ia parar de comer e sair da mesa com uma desculpa ou mudar o assunto. Mas não estava satisfeito e queria mais panquecas, então mudo do assunto. "Quer que eu leve algum café da manhã para o papai antes de ir para Birmingham?" Pergunto.

Maggie ri. Eu estava prestes a jogar minha última panqueca no seu rosto divertido.

 

Ela é o meu ponto de luz no pôr do sol na vida.

Capítulo 21

 


Riley


Meus pais não tinham realmente questionado Brady por me buscar para ir a Birmingham para o dia. Eu lhes disse a razão pela qual Brady precisava ir, mas eles parecem não ter acreditado. Perguntei-me se essa era realmente a razão. Achei que Nashville tinha tantas lojas quanto Birmingham. Eu poderia pensar que ele havia encontrado um par em Birmingham. No entanto, a ideia de que ele estava inventando essa desculpa para passar o dia comigo fez meu coração fazer coisas engraçadas. Gostei. Novamente, eu estava sentindo demais, e realmente precisava ser mais cautelosa.

Não deixei meu pai falar demais com Brady quando ele chegou. Ele, claro, disse a Brady que foi um bom jogo e que desejava ter visto isso. Eu o afastei da porta e escapei antes que papai pudesse falar demais. Eu nunca sabia o que ia sair de sua boca.

A caminhonete de Brady não era o que pensei como uma caminhonete de adolescente por dentro. Para começar, estava limpa. Sem lixo no chão, nada de roupas penduradas, e nem sequer estava empoeirada. Ele manteve-a muito bem.

"Você consegue manter sua caminhonete limpa com frequência?" Pergunto enquanto olho pela limpeza pela primeira vez. As duas últimas vezes que estive nessa caminhonete eu estava preocupada e não tinha realmente prestado atenção.

"Meu pai tiraria essa caminhonete de mim se eu pagasse a alguém para limpá-la" Diz Brady, parecendo divertido. "Ele também tiraria isso de mim se não a mantivesse limpa.”

Interessante. Ele era a estrela do futebol, mas isso não lhe deu tratamento especial de seus pais. Eu teria pensado o contrário. Especialmente nesta cidade. Imaginei que ele tivesse pessoas implorando para limpar sua caminhonete de graça.

"Parece meu pai. Ele espera que eu faça a minha parte. Não é que não faria de qualquer jeito, mas sei que se eu afrouxar, ele está lá para me lembrar de colocar minha bunda em marcha."

Brady ri. "Sim. Conheço esse sentimento."

Ficamos calados por alguns minutos. Não senti a necessidade de conversar apenas por conversar. Havia muitas coisas que eu poderia perguntar a ele. Como por que realmente estávamos indo para Birmingham? Mas por enquanto não iria fazer isso. Gostaria de aproveitar o passeio e estar fora de casa com alguém da minha idade. Passaram-se dois anos desde que fiz qualquer coisa assim.

Isso me fez sentir mais velha do que sou. Brady não me fazia sentir velha, no entanto.

Ele não estava tocando música e falando sobre si mesmo. Foi assim que me lembrei da minha idade. Mas então eu não estava acostumada com a idade. Minha única experiência era assistir a programas de televisão e filmes. Isso era muito mais agradável do que eu esperava.

Não queria aproveitar demais porque a chance de que tudo isso poderia terminar abruptamente estava lá. Pendurada a distância. Quando chegasse a isso, não esperava que Brady me escolhesse sobre Gunner. E esse seria o resultado quando Gunner descobrisse. Nossa cidade era pequena e, por algumas semanas, poderíamos manter nossa amizade escondida, mas isso aconteceria. Brady estava sendo otimista. Ele acreditava que tudo funcionaria.

Eu vivi o inferno. Sabia como tudo acabaria. Esperança e otimismo foram coisas das quais eu fugia enquanto cresci.

"Quando foi a última vez que esteve em Birmingham?" Pergunta.

Boa pergunta. Não tinha certeza. "Anos, eu acho. Nem consigo me lembrar."

"Você foi para a escola quando se mudou?"

Balanço a cabeça e olho pela janela. "Não. Depois que sai, não fui corajosa o suficiente para enfrentar mais adolescentes e seu julgamento sobre minha gravidez. Comecei a fazer aulas online então."

Ele não respondeu imediatamente, e desejei que não tivéssemos chegado a esse tópico. Era difícil para ele, eu acho. E não é algo sobre o qual eu gostava de falar.

"Não era muito solitário?"

Ele não fazia ideia. "Sim, mas então Bryony nasceu e mudou meu mundo.”

Essa foi à verdade. Antes do seu nascimento, estava deprimida. Meu mundo estava perdido, e pensei que nunca mais voltaria a sorrir. Estar grávida aos quinze era terrível. Mesmo se você tivesse o apoio de seus pais.

"Você é uma boa mãe. Faz com que pareça fácil, mesmo sabendo que não deve ser. " Bryony tornou mais fácil. Ela era um bebê tão bom. Era quase como se tivesse nascido sabendo que eu precisava de calma. No momento em que a colocaram no meu peito, comecei a chorar. Não que estivesse assustada ou triste, mas porque ela era minha. Perfeita, bonita e saudável. Eu trouxe uma vida para este mundo, e nada do que fizesse depois disso seria tão importante.

"Ela é o meu ponto de luz no pôr de sol na vida." Respondo. Por ela valia a pena perder cada momento da adolescência. Eu não iria trocá-la para conseguir nada disso de volta. Nunca sugeriria ser uma mãe adolescente para alguém, porque não era uma escolha de vida. Mas quando não há nenhuma opção e isso é colocado sobre você, então, aprenda a sobreviver e aproveitar ao máximo. Bryony definitivamente foi o melhor.

"Você vai apenas se formar em seus cursos on-line de educação em casa? Ou você pensa em voltar para a escola?"

Nunca pensei nisso. Eu também não poderia. "Tenho responsabilidades que não vão mudar. Meus pais precisam da minha ajuda com a minha avó, e depois há Bryony. Não a quero em uma creche. Ela precisa de mim."

"Eu me pergunto se algumas das meninas na escola pensariam da mesma forma que você faz. De alguma forma eu duvido disso." Ele responde. "Respeito isso.”

Eu não estava realmente atrás de seu respeito, mas não disse isso. Fazia isso pela minha família porque os amava. Não para receber uma palmadinha nas costas.

"Então, fale-me sobre essas botas e por que você as necessita tanto." Digo, mudando o assunto de mim. Finalmente, voltando minha atenção da estrada para a minha direita, olhei para ele. Ele tinha um pequeno sorriso no rosto. "Elas são apenas algo que eu quero.”

"OK... Bem, você não pode encomendá-las on-line ou ir a Nashville para encontrá-las?"

O sorriso dele ficou um pouco maior. "Eu poderia. Mas então, não teria razão para te distanciar de Lawton para que pudéssemos nos divertir durante o dia."

"Você está dizendo que esta viagem é para que possamos sair?" Pergunto, meu coração fazendo aquele pequeno aperto esquisito e flutuando.

Ele olha para mim. "Sim. Acho que sim."

Não pergunto nada mais. Isso foi o suficiente. O suficiente para me fazer esquecer que isso também acabaria. A maioria das coisas boas fazia.

 

Ela está comigo.

Capítulo 22

 


Brady


Nossa conversa tornou-se fácil, e as duas horas não pareceram tão longas. Quando Riley riu, queria mergulhar no seu sorriso. O som era... Bom. Não, foi muito bom. Eu implorei isso. Encontrei-me tentando arrancar uma risada dela. Qualquer coisa para ouvi-la e ver o rosto dela se acender.

Recebi algumas mensagens e ignorei cada uma. Gunner, West e Asa iriam esperar. A de Ivy não iria, mas eu ignoro a dela normalmente de qualquer maneira. Hoje eu não estava vivendo naquele mundo. Estava morando no mundo em que escolhi viver.

"Eu nunca tive um churrasco tão bom." Diz Riley enquanto limpa a boca com um guardanapo. Não conseguia pensar em uma garota que namorei que teria escolhido uma churrascaria para comer e então pedir costelas cobertas de molho. A maioria delas comiam coisas que não ficassem lambuzadas. Mas Riley estava gostando da comida. Ter molho em suas mãos e rosto não a incomodava.

Vê-la rir da bagunça que estava fazendo era lindo. Eu queria sentar aqui o dia todo e experimentar isso. Peguei outra asa quente e limpei o osso. Normalmente eu era um comedor mais limpo em um encontro, mas com Riley senti como se pudesse comer como se ela fosse um dos caras. Embora ela não parecesse nada como um dos caras.

Se as meninas percebessem o quão atraente era ser tão livre e feliz por algo tão simples como algumas costelas, elas aliviariam um pouco. Os caras da mesa ao longo de nós continuaram a verificar Riley, e embora fosse irritante que eles não parecessem ter a mínima ideia de que ela estava comigo, não poderia realmente culpá-los.

Eu estava tendo dificuldade em tirar meus olhos dela também.

"Vou ter que lavar meu rosto no banheiro depois disso." Ela diz com um sorriso. "Bryony ama costelas. Queria que ela estivesse aqui por isso."

Gostaria de levar algumas sobras conosco, mas ficariam ruins no momento em que terminássemos o nosso dia e levássemos as duas horas de volta.

"Eu poderia preparar algumas para ela algum dia. Todos poderiam vir jantar."

Riley para por um momento e uma mistura de emoções brilha em seus olhos. Ela coloca uma costela no prato e solta um pequeno suspiro. "Sim talvez."

Sobre o que era isso? Ela parecia quase chateada com a minha oferta, ou desapontada.

"Eu disse algo errado?"

Ela estava olhando para as costelas e ergueu os olhos para os meus. "Eu não vivo em um mundo de fantasia, Brady. Tive muita realidade para isso. A verdade é que, quando seus amigos descobrirem que você está passando tempo comigo, isso vai parar. Porque você terá que escolher. Eles vão te fazer escolher. E não espero que você me escolha."

O que diabos isso significa? Não teria que escolher ninguém. Sou dono de mim, droga, e se quisesse escolher meus amigos, eu poderia. Não precisava da permissão de ninguém.

"Não sou assim. Eu esperava que você já soubesse disso. Ninguém me faz fazer nada."

Ela encolhe os ombros e limpa as mãos em um guardanapo. "Não é uma coisa ruim. É só o que é. Aqui não temos julgamento, e gosto de estar com você. Gosto disso. Ter um amigo. Mas não sou delirante. Sei que todos em Lawton me odeiam e pensam que sou uma mentirosa. Bem, todos, exceto você."

Eu nunca tinha sido abertamente odiado. Perguntei-me como isso parecia. Quão doloroso e injusto deve ser. Minha raiva se levanta em todos eles. Todos que tinham falado mal dela. Todo mundo que a julgara ou foi cruel com ela. Então, admiti para mim a parte mais difícil: fui um desses. Talvez não agora, mas já estive lá uma vez. Eu não era melhor.

"Desculpe-me." Falei honestamente.

Ela sorri. "Por ser meu amigo?"

"Não. Por julgar você como fiz."

O sorriso no rosto dela desaparece. "Nós éramos jovens. Você pensou como todos pensaram. Além disso, eu corri para fora da cidade. Isso me fez parecer ainda mais culpada. Se tivesse ficado, a vida para minha família acabaria pior, mas o fato é que nós saímos. As pessoas sentem pena dos meus pais por minha causa. Mas essas pessoas sempre me odiarão. O bom é que eu nem sempre estarei lá. Vou sair e fazer o meu próprio caminho na vida em breve. Em uma cidade onde ninguém me conheça e poderei começar de novo. Eu e Bryony."

A imagem de Riley levando Bryony para uma cidade distante e construindo uma vida, conseguindo um emprego, pagando contas, criando sua filha, tudo enquanto eu estava fora jogando futebol e perseguindo meu sonho, parecia injusto. A maior parte de sua vida parecia injusta. Ela perdeu o ensino médio e sentiria falta da faculdade.

"Qual era o seu sonho, quando você era mais jovem?" Perguntei a ela. Eu não queria dizer antes de Bryony, porque isso parecia frio. Embora fosse o que queria saber.

"Você quer dizer antes de me tornar mãe?" Ela estava sorrindo como se tivesse lido minha mente. "Queria ser veterinária.”

"Então você ama os animais." Digo, sentindo o coração doente pela garota que não conseguiria perseguir seus sonhos do jeito que eu faria.

"Sim. Eu amo. Não posso cuidar de um agora porque não posso pagar por isso. Mas quando Bryony e eu tivermos nosso próprio lugar, teremos cães e gatos. Talvez até cabras se eu tiver terra suficiente."

"Você ainda pode ir para a faculdade para ser veterinária?"

Ela balança a cabeça. "Não, preciso de um emprego que pague o suficiente para me sustentar e a Bryony. Eu tenho planos. Quero fazer a diferença na vida das meninas como eu um dia. Um grupo de apoio para mães adolescentes me ajudou a passar por momentos difíceis. Meu sonho é fazer isso para as jovens. Mostrar-lhes que há felicidade em seu futuro. A vida não acabou."

Ela não disse isso com amargura ou raiva. Em vez disso, tomou um gole de seu chá doce e levantou. "Preciso ir me lavar." Explica antes de caminhar até a parte de trás do restaurante para os banheiros.

Por que eu queria que ela tivesse esse sonho? Ela parecia feliz o suficiente, e nunca quis resolver os problemas de ninguém tanto quanto queria consertar o dela. Ela me fez querer protegê-la e ficar de pé por ela. Mesmo que ela seja uma das pessoas mais difíceis que já conheci. Se soubesse o que eu estava pensando, ela me diria para parar. Ela tinha tudo sob controle.

Talvez fosse por isso que queria ajudá-la tanto. Porque ela não queria ajuda. Ela queria seguir seu próprio caminho. E eu sabia que podia.

"Ei, vocês são só amigos ou ela está com você?" Pergunta um dos caras da outra mesa.

Eu me viro para olhar para ele, e seu interesse óbvio me irrita. Claro, eu entendo, mas estou com ciúmes. Eu, com ciúmes. Não o tipo que senti com Gunner e Willa, mas o tipo que me fez querer fazer a minha reivindicação sobre ela e ameaçá-lo.

"Ela está comigo." Respondo com um tom frio.

O cara olha para baixo. "Droga" foi a resposta dele.

 

Eu não sabia que amigos beijavam assim.

Capítulo 23

 


Riley


Era depois das seis quando Brady entrou no caminho da minha casa. Eu mantive contato com minha mãe o dia todo, e Bryony estava bem. Tanto quanto eu sentia, esse pequeno refúgio tinha sido necessário. Agradeço que Brady tivesse pensado nisso.

Eu me viro para lhe dizer obrigada e o quanto gostei do nosso dia, mas seu olhar já estava trancado em mim. O olhar em seus olhos era diferente, e reconheci isso. Ou pelo menos o meu corpo fez. Meu coração tinha acelerado o ritmo, e senti-me corada por antecipação.

Antes que pudesse ficar muito nervosa ou pensar nisso, ele se inclinou e sua mão direita segurou minha bochecha ao mesmo tempo em que ele inclinou a cabeça até que seus lábios tocassem os meus. Não era controlador ou possessivo. Não era como um adolescente com fome tentando me atacar. Foi doce. Como se ele quisesse saborear isso.

Mudei meu corpo para mais perto e abri minha boca sob a dele, esperando que não fosse cedo demais. Embora não fosse assim que esperava que este dia terminasse. Não que no fundo eu não quisesse. Porque queria. Eu sabia. Na verdade, ter acontecido era diferente. Foi emocionante e aterrorizante. A realidade tinha sido muito diferente na minha cabeça. Eu já estava me vendo dando-lhe um abraço antes, sem perceber que ele estava planejando sobre isso.

Sua língua tocou a minha, e soltei um som que esperava que parecesse tão satisfeito quanto eu estava. Um verdadeiro beijo. O tipo que significava algo novo para mim.

O que fiz antes, quando era mais jovem, estava aprendendo e experimentando. Nada mais. Com certeza não tinha feito meu coração vibrar e meu corpo se curvar.

Eu queria lembrar isso no caso de o nosso fim chegar mais cedo do que o esperado.

Embora Brady não fosse meu primeiro beijo, ele sempre seria meu primeiro beijo significativo. O primeiro que me afetou.

Lentamente, ele recua, terminando a conexão.

"Eu queria fazer isso o dia todo." Ele sussurra.

Eu não tinha percebido isso, mas estava corando pela sua admissão e agradecida pela escuridão.

"Não sabia que amigos beijavam assim." Respondi.

Ele pressiona um pequeno beijo no canto dos meus lábios. "Eles não beijam." Foi sua resposta.

"Oh" era tudo o que eu poderia dizer. Brady estava me dizendo que isso era mais. Não era só eu que sentia coisas além da amizade. Ele também estava sentindo isso.

"Posso ligar para você amanhã?" Ele pergunta, parecendo inseguro.

Pergunto-me se Brady Higgens nunca tinha sido inseguro sobre qualquer coisa.

"Sim."

Ele se afastou e saiu da caminhonete. Observei-o enquanto caminhava pela frente de sua caminhonete e abria minha porta. Ele estende a mão para me ajudar, e eu a pego. Não porque precisava, mas porque não tinha certeza de quão bem minhas pernas iriam trabalhar agora.

"Obrigada por hoje." Digo, querendo dizer mais, mas tão nervosa que não consegui encontrar as palavras.

"Foi o melhor dia que tive há muito tempo." Ele responde.

Eu sabia que ele não iria me dar um beijo aqui. Para o mundo ver. Mesmo agora, ele me levar até minha porta era perigoso. Se alguém passasse e visse, ele teria que mentir ou dizer a verdade. Eu queria que ele mentisse. Não estava pronta para que isso acabasse. Ainda não.

"Nós vamos encontrar algum tempo amanhã, então." Ele diz exatamente quando chegamos à porta.

Eu sabia que não poderia deixar Bryony o dia inteiro novamente, e não queria. "Sim, posso fugir por um momento. Talvez enquanto Bryony cochile."

"Ou podemos levá-la ao parque juntos.”

Gostei que ele dissesse isso, mas acreditar era difícil, então acenei com a cabeça.

"Boa noite." Ele diz se aproximando para apertar minha mão antes de se virar e me deixar lá.

Abro a porta da frente e entro, mesmo que quisesse vê-lo até ele se afastar. Eu não me permitiria isso.

"Parece que seu dia foi bom." Minha mãe diz com as sobrancelhas erguidas enquanto entro na sala de estar. Ela estava me espionando. Eu não esperava que ela fizesse isso.

"Não sei o que você quer dizer." Respondo, soprando isso.

Ela revira os olhos. "Pode estar escuro lá fora, mas, sob o farol, o interior de sua caminhonete ficou perfeitamente claro a partir daqui. Não me interprete mal - eu não estava espionando. Acabei de ouvir a caminhonete e decidi verificar para ver quem estava aqui. Então eu vi algo que não estava esperando."

Eu também.

"Não leia muito sobre isso." Respondo.

"Mamãe!" Bryony grita, correndo excitadamente para dentro da sala com a toalha de banho embrulhada em torno dela.

"Ei, garotinha." Falo, igualmente entusiasmada por vê-la.

"Banho!" Ela declara o óbvio.

"Então eu vou dar banho em você." Respondo.

"Barco.” Ela amava seu pequeno barco rosa que flutuava na água do banho. Brincar de barco era sua parte favorita do banho.

"Tudo bem, parece um plano.”

“Ookies” diz ela, apontando para a cozinha.

Ela assente com entusiasmo.

"Ele gosta de você. Confie nele." Grita mamãe enquanto sigo minha filha no corredor.

"Estou tentando." É minha única resposta. "Mas sei como isso acaba.”

"Você não o conhece. Esse menino é diferente. Ele sempre foi."

Lembrei-me dele virar-me as costas há dois anos. Ele não era diferente então. "Ele é melhor, mas no final ele não é tão diferente.”

Eu podia ouvir o suspiro da minha mãe, e continuei acompanhando Bryony para o banheiro. Passar o tempo com minha filha e me lembrar o que era importante na vida era o que precisava depois desse beijo. Eu não era uma garota normal e sentar-me e ficar com ele era inútil.

"Um dia você terá que confiar novamente." Responde mamãe, seguindo-nos para o banheiro. Ela não estava pronta para deixar isso ir.

Um dia eu estaria. Hoje não era esse dia.

"Você guardou alguns cookies?" Pergunto a ela.

"Claro. Bryony fez rosa para você."

Eu a ouvi, mas queria uma mudança de assunto. Isso funcionou.

"O que você fez hoje?" Pergunto a Bryony.

"Ookies." Ela me conta novamente.

Cozinhar qualquer coisa era o destaque de seu dia, além de ir ao parque. Especialmente, cozinhar coisas que ela gostava de comer.

"Você brincou fora?"

Ela assente. "Eu me sujei." Ela dirigiu-se para mim como se ficar suja fosse uma realização.

"Então você teve um dia perfeito." Lembrei-lhe.

Ela deixa cair a toalha e corre para a água do banho que minha mãe tinha preparado para ela. Estava cheia de brinquedos e bolhas.

Isso era o suficiente para mim.

 

Eu tenho isso sob controle.

Capítulo 24

 


BradY


West me acordou às nove horas desta manhã. Ele ia correr e queria que eu fosse com ele. Maggie recusou, então me levantei e fui. Foi bom exercitar a rigidez da noite de sexta-feira. Também deu à mamãe tempo para preparar o café da manhã.

A rota que ele estava nos levando era em frente à casa de Riley. Meu plano tinha sido enviar-lhe uma mensagem pela manhã e encontrar uma maneira de vê-la. Eu fiquei na cama por horas na noite passada pensando no nosso dia. Sua risada, seu sorriso, a sensação de seus lábios nos meus. Tudo isso. Queria vê-la novamente. Agora.

Olhando para a casa, perguntei se ela estava acordada e o que estava fazendo. Bryony a acordou cedo? Ela arrumou café da manhã em sua casa? Sua avó estava sendo difícil hoje? O que ela normalmente faz aos domingos? Eu tinha um milhão de perguntas. Queria saber tudo sobre ela. Só precisava de tempo e liberdade para correr até sua porta agora e vê-la.

"O que está acontecendo lá?" Pergunta West, e volta a chamar a atenção para a rua em que estávamos e o fato de eu não estar sozinho.

"O que você quer dizer?" Foi minha resposta. Embora soubesse exatamente o que ele queria dizer.

"Com Riley." Ele responde.

West não estaria do lado de Maggie sobre isso. Claro, ele se ofereceu para ajudar a encontrar sua avó, mas ele não estava para se tornar seu amigo.

"Estão vivendo aqui e cuidando de sua avó." Digo a ele, embora soubesse que ele já sabia disso.

"Não foi o que quis dizer e você sabe disso.”

Eu não disse nada para isso. Estávamos correndo, não falando. Ele precisava deixar de ser curioso e se concentrar em sua própria vida amorosa. A minha estava fora dos limites.

"Você age como se estivesse escondendo coisas. Vou saber." Ele finalmente diz quando não digo nada.

"Nada a esconder." Eu minto.

Ele ri. "Certo."

Pego velocidade na esperança de chegar em casa e me livrar de seu questionamento mais rápido.

"Gunner vai descobrir. Então todo o inferno vai cair. Pode me dizer agora o que você está pensando. Você é meu melhor amigo. Não vou virar as costas para você."

De todos, nunca esperei que West me virasse as costas. Ele estava mais perto de mim do que de Gunner. Havia também Maggie, que iria tomar meu lado nisso. E não havia jeito de West não estar ao lado de Maggie.

"No momento, não há nada a dizer. Depois de ganhar o campeonato, então as coisas podem mudar." Isso era tudo o que ele iria receber de mim.

"Você precisa fazer um trabalho melhor para esconder isso, então, porque, a essa velocidade, você revelará e terá Gunner para lidar. Precisamos dele para vencer."

Ele também teria seus seguidores. Pessoas que ficariam com ele e se virariam contra mim. Isso dividiria o time, e estaríamos acabados. Eu tinha jogado esse cenário na minha cabeça um milhão de vezes. Sabia como seria e como isso terminaria.

"Tenho isso sob controle." Asseguro-lhe.

"Do jeito que você estava olhando para a casa dela, não parecia assim.”

Ponto feito. Eu tinha que recuar por enquanto. Poderia conversar com Riley pelo telefone e vê-la quando pudéssemos sair da cidade nos fins de semana. Apenas nas próximas duas semanas. Então, eu seria livre.

"Fechado." Respondi. Por sorte, minha casa estava à vista e essa conversa poderia acabar.

Corremos até a calçada em silêncio e diminuímos quando chegamos à porta.

Pouco antes de minha mão tocar a maçaneta para entrar, West diz mais uma coisa. "Mesmo que Rhett não tivesse feito, ela tinha apenas quinze anos. Ele não deveria estar sozinho com ela.”

Fiz uma pausa. Sabia que Rhett tinha feito isso. Mas ele estava certo. Mesmo que não tivesse, a situação ainda era ruim. Rhett não tinha nada com ela, e todos sabiam que ele estava dormindo com outras garotas na nossa série. Serena, para ser exato. Não era como se ele estivesse acima disso.

"Sim. Eu sei. Mas ele fez." Foi tudo o que disse antes de entrar no cheiro de biscoitos e salsichas.

"Sua casa cheira sempre a comida. Eu amo isso aqui." West diz enquanto caminhávamos para a cozinha.

"Isso é porque você só vem nas refeições.”

"Quando não é hora de refeição, cheira a biscoitos.”

Eu ri quando entramos na cozinha para encontrar mamãe em seu avental e Maggie colocando manteiga nos biscoitos. Ela olha para cima e faz contato visual com West antes de sorrir.

"Cheira bem, mamãe." Digo a ela, ignorando os pombinhos e indo à geladeira para pegar leite.

"Vocês dois fedem." Ela respondeu. "Tiveram uma boa corrida?"

"Despertou-me." Eu digo.

West ri e senta-se. Não olho para ele, mas podia sentir Maggie nos estudando. Ela era boa com a linguagem corporal e teria respostas em breve.

"Ivy esteve aqui ontem. Esqueci de lhe dizer quando você chegou em casa na noite passada. Ela deixou para você alguns brownies de canela. Eu os coloquei na geladeira."

Minha mãe conhecia meus problemas com Ivy, mas ela me lembra de ser gentil com ela. A menina era difícil de afastar quando era gentil, no entanto.

"Ela precisa parar com isso." Digo com um resmungo irritado.

"Gosto dos brownies" Maggie responde, parecendo divertida.

"Bem, você pode comê-los." Digo a ela.

"Você vai dividir comigo?" Pergunta West.

"Claro. Não consigo comê-los todos."

Eu reviro meus olhos em sua tentativa de humor e pego meu prato antes que minha mãe pudesse. "Obrigado por cozinhar." Digo a ela, então sento-me para comer depois de queimar todas aquelas calorias.

"Você acha que ela iria gostar de um pouco desse bolo de caramelo que sua mãe faz?" West provoca.

Eu o ignoro.

"Não custa perguntar." Acrescenta Maggie.

"Tudo bem, vocês dois, deixe de perturbar Brady." Diz minha mãe com um sorriso na voz. Ela me dá um tapinha nas costas.

Duvidava que Riley me enviasse comida, e estava bem com isso.

 

Procure por Thomas.

Capítulo 25

 


Riley


Era depois do almoço quando meu telefone tocou. Eu estava prestes a levar Bryony para o parque. O nome de Brady acendeu a tela e um sorriso atravessou meu rosto. Só de ver o nome dele me fazia sorrir. Eu estava gostando demais dele. Isso poderia acabar mal, e eu poderia ser ferida.

"Olá" digo, afastando-me dos ouvidos da minha família.

"Ei, o que você está fazendo hoje?"

"Bem, Bryony e eu tivemos um piquenique no quintal e agora estamos nos preparando para a nossa saída ao parque. Eu também preciso comprar para a mamãe leite e ovos na mercearia."

Falar sobre minha rotina diária com ele era um pouco estranho. Tão casual quanto tentei fazer tudo isso soar, senti como se estivesse descrevendo algo tão estranho para ele, que ele não entenderia.

"Parece um dia cheio. Não está muito frio para um piquenique no sol, eu acho." Ele responde. Era o tipo de resposta quando não se sabe mais o que dizer. Ele não entendia nada sobre ter um filho para cuidar.

"O que você fez?" Pergunto, tentando mudar o assunto para outra coisa.

"West me acordou para correr esta manhã, depois tomamos café da manhã e assisti ao vídeo do jogo da noite de sexta-feira." Ele não me disse o que faria a seguir. Não que fosse da minha conta.

"Não corro pela manhã há dois anos." Respondi, lembrando de quando fui da equipe de atletismo. Gostava disso. Parte de mim sentia falta.

"Talvez uma manhã no próximo fim de semana você possa vir comigo. Isso é, se seus pais puderem olhar Bryony."

Ele não estava pensando no fato de sermos vistos. Ele esquecia isso com frequência.

"Nós talvez precisemos esperar algumas semanas. Quando não estivermos escondendo a coisa de amizade."

Ele fica em silêncio por um momento. Eu sempre me perguntei o que ele estava pensando quando fazia isso.

"Isso é o que somos?"

Que tipo de pergunta era essa?

"Não tenho certeza se entendi você." Respondi.

"Amigos."

Oh. Nós nos beijamos. Isso mudou tudo? O beijo tornou diferente? Estava enferrujada com os namoros. Os indivíduos me confundiam em geral.

"Não tenho certeza do que mais podemos ser. " Eu digo. Ele esqueceu a maior barreira que estava entre nós?

"Por quê?"

Aparentemente ele havia esquecido. Então eu indiquei o óbvio. "Sou uma mãe adolescente e você sai em seis meses para viver seu sonho na faculdade de sua escolha. Qualquer coisa a mais terminaria de qualquer maneira. Amigos é a coisa mais segura para nós." Ou para mim. Porque quando ele se for, serei a única lutando para fazer a vida funcionar. Ele nunca saberá nada disso.

"Podemos dizer que por enquanto vamos resolver as coisas à medida que elas venham? Porque gostei demais da noite passada. E o dia que passamos juntos foi o melhor momento que tive há muito tempo.”

Meu rosto cora e meu coração vibra. Brady Higgens gosta de mim. Ele queria me ver mais, e queria me beijar mais. Concordei com tudo isso. O problema era que ele só tinha a mim. Apenas eu. Não Bryony, e nós duas somos um pacote. Ela sempre vinha em primeiro.

"Talvez você devesse dar tempo antes de decidir isso. Você nunca namorou uma mãe adolescente antes, pelo que posso deduzir."

Ele não responde imediatamente, então dei-lhe tempo para processar. A vida de Brady era um conto de fada. Os problemas reais da vida real não se registravam facilmente com ele. Eu já estive da mesma forma. Então entendi.

"Dê-me uma chance de provar a você que isso pode ser diferente.”

Era Brady morando em sua terra de conto de fadas. Estar ao seu redor me fez sentir saudades disso. De não esperar nada de ruim acontecer. Mas eu tinha sido fraca. Não sou mais agora. A vida me tornou forte.

"Vamos levar um dia de cada vez. Sem promessas. Sem planos. Apenas viver." Se não fizesse isso, eu me arrependeria. Possivelmente para sempre. Brady era diferente, e estar com ele me fazia feliz. Eu queria mais de como ele me fazia sentir. O futuro iria doer, mas, por enquanto, eu iria gostar.

Ele suspira e sorrio. Não era isso que ele estava acostumado. Receber o que queria era fácil. Não estava sendo fácil. Talvez eu o endurecesse um pouco.

"Aceitarei tudo o que você está oferecendo." Ele responde. Ele parecia decepcionado que não lhe prometi a lua. Ele estava acostumado com a lua. Ele estava acostumado com garotas que o perseguiam, como Ivy. Eu tinha visto isso apenas assistindo da minha vida tranquila, livre de todos. Até algumas semanas atrás, Ivy sempre esteve com Brady. Não estava exatamente certa do que tinha acabado com isso, mas ele parecia pronto para seguir em frente.

"Bryony está pronta para o parque. Preciso ir." Digo a ele. Foi um lembrete para nós dois que eu tinha prioridades.

"Sim, tudo bem. De qualquer forma, você acha que pode sair hoje à noite?"

Pedir aos meus pais para cuidar de Bryony novamente era demais. Nunca fiz isso. "Coloco-a na cama às oito e meia. Depois que ela estiver dormindo, poderei pedir a meus pais para olharem ela."

"Estarei aí às nove." Ele responde.

Depois de desligar, não penso mais nisso. Porque eu só me lembraria de quão impossível nosso futuro seria. Ele era um amigo agora. Ou deveria ser. O beijo mudou definitivamente as coisas.

"Parque!" Exige Bryony, puxando a perna do meu short.

"Sim, é hora do parque." Concordo.

Ela bate palmas e corre pelo corredor em direção à porta da frente.

"Estamos indo para o parque." Aviso para os meus pais, que estavam na cozinha.

"Tudo bem, divirtam-se." Responde minha mãe.

"Você viu Thomas?" Pergunta vovó, entrando na sala de estar atrás de mim.

"Não, não hoje." Respondo. Ou nunca, pensei comigo mesma.

Ela franziu a testa. "Ele pegou meus chinelos. Ele gosta dos meus chinelos."

"Quais?" Pergunto, pensando que talvez eu pudesse encontrá-los.

"Os de coelhos cor de rosa e felpudos. Ele pegou aqueles."

Vovó não possuía um par de chinelos de coelhos rosa. Pelo menos não nesta década. Ou nas seis últimas. Este era outro item que ela se lembrava de sua infância. Ela havia perguntado sobre eles antes, e mamãe estava aqui para explicar. Eu não discuti, no entanto. "Vou manter meus olhos abertos por eles.”

"E Thomas. Procure por Thomas. Ele precisa comer."

"Sim, senhora." Respondi. "Farei isso."

 

Eu nunca mais seria aquele cara.

Capítulo 26

 


Brady


Vou pegar a caminhonete de papai esta noite. Era a melhor maneira de não termos de nos esconder. Ninguém me procuraria na caminhonete de papai.

Minha caminhonete, no entanto, chamaria a atenção. Mamãe disse que papai tinha ido ao escritório hoje para fazer algum trabalho, então fui assim que terminei minha conversa com Riley. Ela precisava de uma prova de que eu estava falando sério e entendi que não era como as outras garotas que conheci. Era uma mãe. Foram suas diferenças que me atraíram para ela. Ela não me aborrecia. Ela era real.

Conseguir que confie em mim, no entanto, era outra coisa para a qual eu precisava me preparar. Não seria fácil. Ela estava muito fechada e cuidadosa. Não fui capaz de pensar em nada além dela depois do nosso dia de ontem, mas ela parecia não ter se afetado. Completamente. Isso não era algo que eu sabia como lidar.

Parei no prédio do escritório de papai e peguei meu telefone no banco do passageiro e coloquei no bolso antes de sair da caminhonete. Explicar que precisava pegar sua caminhonete emprestada ficaria estranho. Eu não tinha certeza se ele estava bem com Riley, se ele acreditava em Rhett como todos os outros na cidade ou se pensava que ela poderia ter dito a verdade. Eu também sabia que ele não queria que me distraísse do futebol.

Se ele visse Riley como uma distração, então podíamos ter uma discussão. De qualquer forma, ele precisaria concordar com isso e estar bem. Nunca pedi sua opinião sobre coisas assim, e não estava prestes a começar. Eu o amava, mas essa era a minha vida. Minhas escolhas.

A porta da frente estava destrancada, e me dirigi para dentro e para a parte de trás do prédio, onde sabia que seu escritório era. Nenhum outro carro estava lá fora, então, quando ouvi vozes, desacelerei. Ele poderia estar em uma reunião, e não queria interrompê-lo. Eu poderia esperar até que acabasse.

O som de voz feminina que escorria pelo corredor me fez congelar. Não apenas o meu corpo, mas a minha respiração. Acho que até mesmo meu coração parou. O próximo som que se seguiu foi um gemido óbvio e a voz profunda de meu pai fez um som que ele não deveria estar fazendo em seu escritório.

Eu tinha que estar enganado. Esse não era meu pai. Ele não faria isso.

Forçando meus pés a caminhar para frente, fui em direção ao som, em direção ao escritório, eu sabia que era de papai, e a cada passo seus sons se tornavam mais altos e intensos. Meu estômago se virou e não tinha certeza se ia vomitar antes mesmo de chegar lá. Cada palavra e som que ele fazia apenas me provava que eu não estava errado. Era ele. Quem mais poderia ser?

Havia um espelho atrás da mesa do meu pai que minha mãe tinha pendurado quando decorou seu escritório. Este mesmo espelho agora mostrava meu pai claramente despido. Uma mulher com longos cabelos loiros estava sentada em sua mesa, e ele estava entre suas pernas. Movendo-se. Os saltos altos vermelhos em seus pés me enojaram, e o grito de seu nome nos seus lábios me deixou tão doente que tive que me virar e correr. Eu ia ficar doente.

Isso não estava acontecendo. Não era meu pai. Ele tinha minha mãe. Por que ele faria isso com ela? Com uma mulher com metade da sua idade? Eu não tinha visto seu rosto claramente sobre seu ombro, mas ela era definitivamente mais nova.

Nunca tive meu coração quebrado como estava agora. Nenhuma vez na minha vida senti realmente dor como essa. Pensei ter entendido como era ser machucado. Mas percebi quando saí daquele prédio e o ar fresco atingiu meu rosto que isso era como a dor real parecia. Rasgando. Queimando. Destruindo tudo o que você era e deixava você dobrado em um estacionamento, vomitando até que não restasse nada no seu estômago.

Eu fiquei assim, curvado, até ter certeza de que tinha saído tudo o que tinha em mim.

De pé, meu corpo sentiu-se fraco, vazio, perdido. Eu tinha deixado minha casa trinta minutos atrás completamente à vontade. E em um momento tudo mudou. Nunca mais seria aquele cara.

Quando olhei para a caminhonete do meu pai, ódio, raiva e descrença, todos bateram em meu peito. Eu queria entrar e dizer-lhe a merda inútil que ele era. Que eu esperava que ele apodrecesse no inferno por isso. Queria jogar pedras nas janelas de sua caminhonete e passar uma chave ao lado da pintura. Queria que ele fosse destruído como eu estava.

Imaginar o rosto de minha mãe me parou, eu me afundei no meu assento e coloquei a cabeça no volante. Isso a mataria. Ela adorava aquele homem. Ela fazia tudo por ele. Se ela descobrisse, ficaria tão esmagada, e não tinha certeza de que ela conseguiria. Eu a amava, mas ela não era tão forte.

Ligando minha caminhonete, fui para a casa e parei. Não podia encará-la.

Agora não. Não podia encarar ninguém. Eu precisava ficar sozinho. Então, virei minha caminhonete para o norte e dirigi. Era tudo o que eu podia fazer: afastar-me da falsa sensação de segurança em que vivi aqui.

O futebol já não parecia importante. A faculdade já não pesava em minha mente. Apenas o fato de minha família estar vivendo uma mentira e que meu pai estava prestes a destruir completamente tudo que eu conhecia. Eu nunca o perdoaria. Não podia reiniciar meu cérebro e apagar isso. Se pudesse eu faria. Tínhamos tudo. Ele tinha tudo, e ele estava jogando fora pelo quê? Alguma mulher que parecia sexy em uma minissaia?

Asa passou por mim e buzinou, mas nem consegui me acalmar. Eu não queria. Essa era a minha vida passada. Aquela em que eu queria fazer meu pai orgulhoso. Aquela em que me preocupava com meu futuro. Aquela em que minha mãe era amada e cuidada. Todos nesta cidade faziam parte dessa vida. Todos estavam vivendo uma mentira? Ninguém era real? A vida estava sendo uma grande encenação?

Eu dirigi olhando direto para frente, minha cabeça latejando com o poderoso vômito e a visão que não desaparecia repassando na minha cabeça. Parar significava que teria que voltar para lá. Eu nunca iria querer voltar para lá. Nunca mais iria querer ver aquele homem. Ele arruinou tudo. Para mim. Para minha mãe. Para o time de futebol. Para esta cidade.

Porque Brady Higgens estava quebrado. Eu não funcionaria corretamente agora. Simplesmente não me importava. Fiz o meu melhor para ser o filho de quem todos se orgulhavam. Eu jogava pelas regras e tinha sido bom.

Que bom isso me fez? Nada. Coisa alguma. Meu pai era um idiota traidor.

 

O conto de fadas da nossa infância se foi.

Capítulo 27

 


Riley


Era quase onze quando guardei meu telefone e subi na cama. Brady não havia chamado, e ele não havia chegado as nove, como ele disse. Eu poderia ter lhe mandado mensagens, mas era muito orgulhosa para isso. Ele foi o único que pediu para me encontrar esta noite. Eu não tinha pedido a ele.

A ideia de que algo poderia estar errado com ele rodopiou na minha cabeça. Eu finalmente a afastei. Se ele estivesse sofrendo, eu saberia agora. Toda a cidade saberia. Forcei meus olhos a fecharem e ouvi a respiração uniforme de Bryony. Ela estava aqui, e isso era tudo o que precisava.

Confiar em um cara, mesmo um como Brady, era estúpido. Todos eram iguais.

Ele teve uma opção melhor para esta noite e pegou. A partir dele, pelo menos, eu esperava mais. Como uma mensagem, explicando ou dizendo que não estaria aqui. O que era tão não-Brady em suas atitudes, que comecei a me preocupar novamente.

Meu telefone vibrou na minha mesa de cabeceira, e olhei para ele. Eu tinha esquecido de colocá-lo no silencioso. Era Brady. Ninguém mais tinha meu número e gostava de me enviar mensagens tão tarde. Eu ignoraria isso? Ou leria? Ele tinha duas horas de atraso. Mas conhecendo Brady, tinha que haver uma desculpa.

Abri a mensagem no telefone.


Você está acordada?


Sério? Esse é o texto dele depois de não aparecer como disse? Eu realmente deveria ignorá-lo. Comecei a fazer isso quando vi faróis pararem na minha entrada e depois desligar.

Ele realmente pensou que eu iria sair às onze?


Estou na cama.


Isso o Faria ir embora.

Comecei a desligar o telefone quando respondeu.


Estou do lado de fora.


Rolando meus olhos, respondi:


Eu sei. Mas estou na cama.


Esperei para ver se ele retornaria. Ele não fez. Ele continuou sentando lá. Se fosse outro homem, pensaria que ele estava assumindo que eu iria correr. Mas era Brady, ele sabia melhor e era mais respeitoso. Sensato.


O amor não é real. É uma merda. Eu odeio isso.


Eu li suas palavras e minha testa enrugou. O que? Ele não fazia sentido. Por que ele estava falando de amor? Nunca ouvi ele dizer isso antes?


Você acredita na merda e confia nas pessoas. Mas eles deixam você para baixo e fodem tudo. Eles são egoístas.


Seu texto mais recente finalmente me retirou da cama. Coloquei um par de chinelos e dirigi-me pelo corredor. A porta do quarto dos meus pais se abriu e minha mãe olhou para mim.

"O que você está fazendo?" Ela perguntou. Seus óculos ainda estavam empoleirados no nariz, o que significava que ela estava lendo.

"Brady está lá fora, e pelas suas mensagens ele parece realmente chateado com alguma coisa. Vou verificá-lo. Ele não soa como ele."

Mamãe assentiu. "OK. Vou olhar Bryony. "

"Obrigada."

Eu não ouvi um tenha cuidado ou Seja esperta que a maioria das garotas ouviriam. O que eu costumava ouvir quando comecei a namorar. Meus pais sabiam que estava bem ciente do que poderia acontecer. Eu vivi isso.

Abri a porta quando meu telefone vibrou na minha mão novamente. Não li dessa vez. Acabei indo para sua caminhonete. Quando abri a porta do lado do passageiro, o cheiro de cerveja me surpreendeu. Havia três garrafas vazias no chão e uma no porta-copos. O que estava acontecendo no mundo?

"O que há de errado?" Perguntei, fechando a porta atrás de mim.

"Tudo" ele diz. Quatro cervejas para a maioria dos caras não eram muito, mas para Brady, que nunca bebia, era muito. Eu podia ouvir o efeito em sua voz. Ele estava com a voz enrolada - pela primeira vez em sua vida, eu apostaria.

"Você está bebendo. E dirigindo. Deve ser ruim. "

Ele solta uma risada dura e coloca sua cabeça de volta no assento. "Ruim" ele repete, depois ri um pouco mais, mas não havia humor real nele. Havia amargura lá. E dor. Ele pega a cerveja, mas eu a tiro dele. "É o suficiente, eu acho. Por que você não me diz o que aconteceu?" Ele fecha bem os olhos como se estivesse bloqueando algo ruim. Algo que ele não queria lembrar. Sentei-me quieta, entendendo que ele precisava de tempo. Isso não era fácil. O que quer que tenha sido realmente fez um número nele.

"Eu queria usar a caminhonete do meu pai esta noite. Então, poderíamos dar uma volta sem sermos descobertos. As pessoas não iriam me procurar dessa maneira. Teríamos alguma privacidade nesta pequena cidade." Ele para e ri novamente. "Privacidade. Não me importo com a privacidade. Todos sabem agora! Todos! Vou colocá-lo em um maldito outdoor e eles podem se foder. Toda a maldita cidade. É só futebol. Apenas maldito futebol. Não significa nada. Não é o que importa na vida. O que importa é ter confiança. Uma família em quem confiar." Ele bate a mão no volante.

Então, isso era sobre família? A família dele? O que, seu pai não o deixou usar sua caminhonete? Certamente, não era tudo o que aconteceu.

"Brady, o que aconteceu?" Repito a minha pergunta.

Ele suspira e estremece. "Eu fui ao escritório dele. Ele estava trabalhando em um domingo. Quem diabos trabalha em um domingo? Aparentemente, meu pai faz. Mas ele não estava trabalhando." O olhar no rosto de Brady me deixou doente. Meu estomago ficou atado. Eu esperava que isso não estivesse indo onde eu temia.

"Brady, não." Sussurrei, já vendo a dor tão clara no seu rosto para saber que isso iria acabar mal. Terrivelmente.

"Ela era mais jovem, loira, nua e na mesa. Suas calças estavam abaixadas."

Ele parou e inalou bruscamente. Apenas dizer essas palavras tinha que ser como uma faca sendo empurrada em seu peito. Ele tinha pais como os meus. Aqueles que todos confiavam e acreditavam serem perfeitos.

Não sabia o que dizer. Se tivesse sido eu, havia algo que poderia ter sido dito para aliviar minha dor? Não. O sofrimento nunca terminaria. Isso me arruinaria. Mais do que Rhett tinha. Bryony tinha curado isso, mas alguma coisa poderia curar isso?

"Ele não me viu. Eles estavam muito ocupados." Ele diz a última palavra como um gosto azedo na boca. "E minha mãe estava em casa cozinhando seu jantar favorito. O bolo que ele ama tanto, estava cheirando no forno de casa.”

Meu coração estava quebrando. Por Brady e sua mãe. Isso nunca ficava em segredo. Sempre encontrava uma maneira de sair. Esta era uma cidade pequena, e Brady era o menino dourado. Sua família era o tipo de pedra sólida que todos respeitavam. Tudo iria cair.

"E a minha maior preocupação quando acordei esta manhã era um fodido jogo de futebol. Nunca tive um problema real. Nunca enfrentei algo que mudasse minha vida." Ele vira a cabeça e finalmente olha para mim. "Mas você sim. Você viveu o inferno e saiu bem. Como você sobreviveu?"

Eu queria abraçá-lo e dizer-lhe que tudo ficaria bem. Mas essa era uma mentira que você diria para crianças quando perdiam seu animal de estimação. Não era a verdade. Ninguém nunca me contou isso. Mas meu coração doía por ele, e lutar contra o desejo de consertá-lo era difícil. Não era o que ele precisava, no entanto. Eu sabia.

Meus sentimentos por Brady cresciam cada vez mais com força, e nunca percebi como ele me afetava. Até agora. Fiz o que tinha que fazer. Disse a ele a verdade. Ele tinha sido alimentado com mentiras suficientes sobre a vida.

"Você sobreviverá. Você lembrará que a vida é difícil. Merdas acontece e você tem que ser forte. O conto de fadas da nossa infância se foi. Viver nele nos torna fracos. Sua mãe vai precisar de você, e você terá que ser forte por ambos. "

"Não sei se posso.”

Entendi esse sentimento também. Eu tive isso naquela época. Quando achei que minha vida tinha acabado e nunca conseguiria fazer isso.

"Você pode. Você só precisa encontrá-la no fundo. Está lá. A força. Todos nós temos isso, mas fica inativa até que precisemos dela. Então nós temos que procurá-la e usá-la."

 

Eu espero que você tenha dormido bem.

Capítulo 28

 


Brady


Minha cabeça estava doendo quando abri meus olhos. Um par de grandes olhos azuis estavam olhando para mim. Assustado, pulei, mas ela continuou a olhar. Sua cabeça inclinada para o lado. Ela parecia muito com sua mãe naquele momento.

"Ei?" Ela sussurra, ainda muito perto do meu rosto.

Olhei para o meu corpo e vi que estava em um sofá da casa da avó de Riley, coberto por um cobertor amarelo e azul. Riley não me permitiu dirigir na noite passada, e fiquei feliz. Não porque concordasse que estava bêbado, mas porque não queria ir para casa. Não queria ver o meu pai. O nó doente retornou, e eu queria voltar a dormir, onde o ontem nunca aconteceu.

"Você viu Thomas?" Uma senhora mais velha me pergunta quando ela entra na sala de estar. Ela não está preocupada com o fato de eu estar no sofá.

"Não" Bryony responde, então olha para mim. "Thomas está com Jesus." Diz ela, ainda sussurrando.

Eu não consegui entender isso, então acenei com a cabeça. "Bom dia, Brady. Espero que você tenha dormido bem." Diz a Sra. Young ao entrar na sala. Sento-me no sofá e me pergunto se ela sabia que eu estava aqui. Era tarde quando entramos na noite passada.

"Uh, sim, senhora. Obrigado." Respondi.

"Não há motivo para se apressar. Acabei de acordar Riley. Ela estará aqui em um momento. Estou fazendo um café. Você quer um?" Parecia que Riley lhe disse que eu estava aqui na noite passada. Ela não estava surpresa.

"Não, obrigado. Não sou um fã de café." Respondi.

"Bom. Não se torne um. É o hábito mais difícil de quebrar. Eu bebo muito."

"Você viu Thomas?"

A mãe de Riley volta-se para sua própria mãe e acaricia suas costas.

"Não esta manhã. Por que não vamos começar o seu café da manhã. Ele vai aparecer em algum momento."

Bryony corre atrás delas. "Estou um pouco faminta." Ela grita.

A mãe de Riley para e se abaixa para pegá-la. "Aposto que você está." Ela responde.

Então todas saem da sala, e eu me levanto e começo a arrumar onde estive dormindo.

"Você vai para casa?" Pergunta Riley.

Eu me viro para vê-la com o suéter que ela usava na noite passada. Seus cabelos estão bagunçados do sono, mas ela parece despreocupada com isso. Gosto disso sobre ela.

"Sim. Tenho que tomar banho e trocar de roupa antes da escola. Já vou perder o treino matinal. Não me importa, mas meu pai se importará.”

Era um confronto que eu estava temendo. Olhar para ele iria me enfurecer. Não podia simplesmente dizer-lhe o que sabia. Eu tinha que decidir como dizer a minha mãe primeiro. Isso ia bagunçar seu mundo tanto quanto tinha atrapalhado o meu. Não, isso seria maior. Porque ele era a outra metade dela, o homem em quem confiava há vinte anos.

"Você vai contar a sua mãe?"

Eventualmente. "Ainda não. Preciso pensar sobre isso. Ela é delicada."

Riley me deu um sorriso triste. "Só porque ela cozinha suas refeições e cuida da casa não a deixa fraca. Ela o criou, trouxe uma garota para sua casa que enfrentou uma tragédia que não posso começar a compreender e foi uma mãe para ela. Ela é dura. Dê-lhe esse crédito."

Ela era amorosa. Mas isso a fazia forte?

"Ainda preciso de algum tempo.”

Riley assente. "OK. Estou aqui se você precisar de mim."

Eu queria abraçá-la. Beija-la não estava no topo da minha lista agora. Meu pai arruinou essa imagem para mim. Mas ter Riley em meus braços parecia bom. Com sua mãe, avó e filha na sala ao lado, decidi contra isso. "Obrigado por ontem à noite.”

"A qualquer momento."

Vou para a porta e olho para trás, pouco antes de sair para vê-la me olhando sair. Ela até acorda bonita. Não estava tentando ser falsa. Era apenas ela.

"Vou ligar para você." Eu digo.

Ela apenas assente.

Então vou para casa.


* * *


A caminhonete do meu pai ainda está na garagem quando entro. Ele normalmente já teria saído para trabalhar. O fato de não estar em casa quando ele acordou atrasou isso. Ele ficou me esperando. Pronto para me questionar e me corrigir. Desgraçado. Ele não tinha o direito de corrigir ninguém.

Ele poderia ir para o inferno por tudo o que importava.

Fechando a porta da caminhonete, toda a raiva de ontem ferve na superfície e, embora eu precisasse me acalmar antes de entrar naquela porta para encará-lo, não conseguia. Eu quero gritar com ele e deixá-lo ver o ódio nos meus olhos. Ele abre a porta antes de eu chegar lá, seu rosto uma máscara de desapontamento e fúria. Como se ele tivesse o direito de sentir isso. Dormi no sofá de uma amiga e chegaria tarde à escola. Nenhuma dessas coisas destruiria ninguém. Ele não podia dizer o mesmo pelo que tinha feito ontem.

"Onde você esteve?" Ele me pergunta.

"Nada que seja da merda da sua conta." Respondo enquanto tentava passar por ele.

Sua mão agarra meu braço para me parar, e a força em seu aperto não é agradável. "Quem diabos você pensa que é? Eu faço as regras nessa casa. Você não fala assim comigo e não fica fora a noite.”

Tento mexer meu braço livre. Apenas estar perto dele me fez encolher.

"Seja como for." Digo, resmungando para ele.

"Você cheira a cerveja." Ele responde com descrença no rosto." Está tentando jogar fora seu futuro? Você chegou tão perto e agora vai jogá-lo fora? Pelo quê? Uma menina que mente e dorme por aí?"

Ele não foi procurar por mim porque ele sabia onde eu estava. A mãe de Riley o avisou? Provavelmente. O idiota estava lançando acusações contra Riley, que não tinha feito nada de errado. Como ele ousa?

Com um rápido olhar para garantir que minha mãe não estava em pé perto de nós, eu me inclino para perto dele. "Pelo menos não sou casado e fodo uma mulher no meu escritório." Eu cuspi e empurro meu braço de seu controle livre desta vez. Seu rosto empalidece, e sei que ele entende o que estou dizendo.

Passo por ele e em direção às escadas, enquanto Maggie está descendo por elas. Ela tem uma expressão questionadora em seus olhos, mas não diz nada. Era outra pessoa que seria afetada por isso. Os pais dela estavam mortos, graças a seu pai, e essa família era sua única segurança. Papai tinha explodido seu mundo também.

"Nós não terminamos de falar." Diz papai no começo da escada.

"Quer apostar?" Respondo e bato a porta do banheiro atrás de mim.

 

Ele é uma coisa bonita, não é?

Capítulo 29

 


Riley


Minha campainha toca uma hora depois que Brady saiu. Ninguém foi atender. Eu estava esperando que não fosse Brady e que ele tivesse chegado à escola sem entrar em uma briga com seu pai.

Bryony corre para a porta, seu rosto iluminado de excitação. Ela também não estava acostumada, e isso seria o destaque de sua manhã. Além do fato de que Brady estava dormindo no sofá quando ela acordou.

Na verdade, eu não conhecia a linda morena na minha porta, mas sabia quem era. Ela era a prima de Brady. A menina que veio a Lawton não falando e agora era a razão pela qual West Ashby não era um idiota completo.

"Olá" digo, sabendo por que está aqui. O regresso de Brady para casa não foi bem essa manhã. Eram oito horas e ela deveria estar na escola.

"Oi, Riley?" Ela diz, certificando-se de que ela tinha a pessoa certa.

"Sim" respondi.

"Desculpe por ter vindo assim, mas sou Maggie, a prima de Brady. E sei que ele dormiu aqui na noite passada. Isso não é o meu negócio, mas a cena que presenciei nesta manhã me deixou preocupada com ele."

Dei um passo para trás e acenei uma mão para ela entrar. Bryony estava ao meu lado, em minha perna examinando-a.

"Entre." Digo a ela.

Ela entra e sorri para Bryony.

"Gosto do seu cabelo." Bryony diz timidamente.

"Obrigada. Eu gosto do seu também. Sempre quis cachos loiros. Os seus são bonitos.”

Bryony sorri para ela. Ela também amava seus cachos loiros. Geralmente sentava na frente ao espelho apenas para escová-los.

"Minha mãe disse que ligou e deixou a Sra. Higgens saber que Brady estava aqui na noite passada.”

Maggie assentiu. "Sim, mas ele nunca fez isso antes, e ele cheirava a cerveja. Tenho certeza de que ele nunca cheirou assim antes." Ela fez uma pausa e me entregou o que parecia um bolo que ela segurava. "Tia Coralee mandou isso. Ela disse que estava querendo trazer ela mesma."

Eu pego o bolo dela. Não podia dizer nada a ela. Isso era para Brady contar. Não eu. "Diga-lhe obrigada por mim." Respondo.

"Não estou aqui para pedir-lhe para me dizer o que está acontecendo. Só preciso saber se ele está bem." Diz Maggie.

Eu poderia responder a isso. "Não, ele não está."

Maggie franzi a testa. "Estou com medo disso. As coisas não foram boas entre ele e tio Boone. Mas nunca os vi assim. Eu simplesmente não sei como ajudar."

Ela não podia. Ninguém poderia.

"Confie em mim quando lhe digo que você não pode ajudá-lo. Ele deve fazer isso sozinho. Se ele precisar se abrir, ele irá; caso contrário, deixe ele livre."

Ela assentiu. "OK. Entendi. Melhor do que a maioria, acho. Mas eu precisava de alguém. West tornou-se meu alguém. Acho que todos precisam de alguém." Ela fez uma pausa e olha diretamente para mim. "Espero que você seja a dele.”

Espero também. "Se eu for, não vou decepcioná-lo.”

Ela sorri e olha para a porta. "Estou atrasada para a escola. Acho que preciso sair antes que meu tio também fique chateado comigo. Obrigada por falar. Foi bom finalmente conhecê-la." Ela diz, então volta sua atenção para Bryony.

"Foi um prazer conhecê-la também."

Bryony sorri brilhantemente para ela. Então se esconde atrás de minhas pernas.

Nós nos despedimos e fecho a porta atrás de Maggie. Ela era doce, linda e obviamente entende sobre a coisa 'não ser intrusiva.' Brady tem sorte em tê-la em sua casa com ele. Isso ajudaria quando ele estivesse pronto para se abrir.

"Você pode ir ao Miller e me trazer um quilo de açúcar? Acho que vou fazer um pouco de minha torta de cereja para Lyla." Diz Vovó, sorrindo para Bryony. Hoje, Bryony seria minha mãe quando criança novamente. Nós não tínhamos esses dias todos os dias, mas hoje vovó já a chamou de Lyla três vezes. Bryony sempre parecia confusa, mas parou de discutir com ela sobre o nome dela.

"Claro." Digo a ela. "Por que não vamos ver se o seu programa de auditório favorito está passando. Acho que é hora do Dr. Phil." Digo a ela.

"Preciso alimentar Thomas primeiro." Argumenta ela.

"Deixe Bryo..." faço uma pausa e corrijo-me. "Deixe Lyla fazer isso. Você sabe que ela gosta."

Vovó pensa por um minuto, depois assente. "Essa é uma boa ideia. Ela precisa de responsabilidade. Nunca faz mal a ninguém."

Eu pisco para Bryony dizendo que tínhamos que brincar de fingir com a Vovó.

Ela pisca forte com os dois olhos, porque ainda não sabe piscar. Sorrindo, ligo a televisão para Vovó e Bryony vai para a cozinha para fingir alimentar um gato que não existe.

"Eu quero maçã da Wywa." Ela diz calmamente quando chegamos à cozinha.

Nos dias em que ela a confunde com Lyla, Vovó sempre lhe dá torta de maçã. Tinha sido o lanche favorito da minha mãe quando bebê. Bryony descobriu isso.

"Tudo bem." Respondo, colocando a torta para baixo, então a levanto para a cadeira alta.

Minha mente estava em Brady, no entanto. Ele estava enfrentando a escola e amigos com a alma destruída. Manter um segredo assim era como sentir que o peso do mundo estava sobre ele. Eu não poderia ser forte para ele, no entanto. Ninguém poderia.

Ele tinha que resolver isso por si mesmo. Pelo menos ele não estava sozinho.

"Eu gosto do Dr. Phil?" Pergunta vovó da sala de estar.

Este seria um dia ruim. Alguns dias eram melhores que outros. Hoje, ela estava confusa com tudo. Caminho até a porta e olho para ela. "Sim. Ele é brilhante e terá muitas boas dicas para você.”

Ela assentiu com a cabeça e cobriu as pernas com a manta que mantínhamos no sofá para ela há anos. "Ele é bonito, não é?" Comenta.

Ela diz isso todos os dias quando o observa.

"Sim" concordo, sorrio, e volto para a cozinha para dar a Bryony torta de maça. Eu tinha certeza que seria mandada ir ao Miller's para Lyla mais tarde hoje.

"Vamos ao parque?" Bryony pergunta.

"Sim, iremos mais tarde hoje, depois da sua soneca." Asseguro-lhe. Estava ficando cada vez mais frio, e eu temia quando não pudéssemos mais ir ao parque.

Bryony precisava de um balanço aqui em casa, para que ela pudesse ir ao quintal e se divertir por períodos mais curtos. O frio mordaz que estava por vir nos impediria de caminhar até o parque. Ela odiaria isso.

 

Essa era a única arma que eu tinha.

 

CONTINUA

Capítulo 15

 


Riley


Com uma lista de compras em uma mão e a mão de Bryony na outra, entro na loja para pegar todas as coisas que precisávamos. Bryony queria ir ao parque hoje, mas choveu a maior parte da tarde, então ficou lamacento. Eu prometi seus biscoitos de animais se ela fosse uma boa garota no supermercado.

Foi um acordo, não um suborno. Ou, pelo menos, eu gostava de me dizer isso.

"Riley Young." Reconheço a voz. A maneira como meu sobrenome foi dito como se fosse desagradável em sua língua me fez tensa. Eu não entrei em contato com Serena desde que voltei. Esperava que nunca fizesse. Aparentemente, minha sorte acabara de acabar.

Seguro Bryony perto do meu lado como se ela pudesse machucá-la, o que era bobo, mas eu fiz isso de qualquer maneira. Virando, enfrento não apenas Serena, mas Kimmie também. Elas parecem versões mais antigas das meninas que eu lembrava. Ainda tentando superar uma a outra.

"Olá, Serena. Kimmie” respondo com um sorriso forçado.

"Você tem uma criança. O que aconteceu, você não usou proteção?" Kimmie diz com uma risadinha. Eu podia suportá-las me atacar. Mas elas não iriam trazer Bryony para isso.

"Posso ver que vocês duas estão tão encantadoras quanto lembro. Se vocês me desculpem, tenho compras para fazer" Respondo, querendo dar um bom exemplo para minha filha. Ela era nova, mas eu estava certa de que ela entendia coisas assim. Ou pelo menos deixava impressões sobre ela.

Passei por elas e coloquei Bryony em um carrinho.

"Não se esqueça de pegar alguns preservativos. Odiaria que isso acontecesse novamente." Serena diz com um tom doce. Eu tive a minha cota disso.

"Você é a única que precisa lembrar-se de seus preservativos. Você não gostaria de espalhar por aí as DSTs que teve depois de anos dormindo com qualquer pessoa que olhasse para o seu caminho.”

Com isso, eu saí. Talvez não tenha sido a minha melhor hora como mãe, mas sim, senti-me bem. Elas poderiam mexer com isso e ser cadela sobre mim na próxima semana.

"Ookies?" Bryony me pergunta, e posso ver o cenho preocupado em seu rosto. Ela não tinha entendido o que aconteceu, mas ela era inteligente o suficiente para saber que eu estava chateada.

"Sim, garota, vamos te dar biscoitos." Asseguro.

Minhas emoções estavam muito cruas do confronto de ontem à noite com Brady. Eu estava sendo uma pirralha completa sobre isso, mas não podia evitar. Eu confiei nele o suficiente para dizer sim a sua oferta, então ele a recusou. Entendi seus motivos, mas ainda dói. Isso não estava melhorando.

Minha vida aqui seria por um curto período de tempo mesmo. Eu me graduaria em breve, e então iria encontrar um emprego e encontrar para Bryony e eu um lugar só nosso. Não tinha tempo para meninos e amigos. Eu tinha uma vida para construir. Os meus anos de adolescência acabaram. Tinham acabado desde a noite em que pedi a Rhett para me dar uma carona para casa. Antes daquela noite eu tinha sido mais inteligente. Eu confiei em Brady, que já tinha sido um bom amigo. Alguém em quem poderia confiar.

 

Dois anos atrás...


Gunner estava bebendo novamente. Ser convidado para essas festas do campo era o nosso objetivo final desde que estávamos na escola primária. Graças ao irmão mais velho de Gunner e ao fato de que Gunner deveria ser uma futura estrela do time de futebol, juntamente com Brady e West nesse verão.

Em primeiro lugar, Gunner não tinha bebido com os outros. Brady nunca bebeu, mas West começou a provar a cerveja. Então Gunner. Agora era um festival cheio de bêbados. Brady foi o único que ficou sóbrio. Ele também era aquele com quem todos queriam conversar. Começou a chamar a atenção do treinador do ensino médio há dois anos, quando ele estava apenas na oitava série. Sua precisão com a bola o fez importante por aqui.

Sentei-me num velho pneu de trator perto do fogo, onde Gunner estava antes. Ele me deixou para beber mais e agora estava rindo com alguns jovens em voz alta e irritante. Gostava de ir às festas no início, mas não tinha tanta certeza de gostar agora. Chegar em casa esta noite seria complicado. Eu não poderia chamar minha mãe para vir me pegar porque Gunner estava bêbado. Ela veria isso.

Eu procurei na multidão por Rhett, que normalmente dava a Gunner e a mim uma carona para casa. Ele bebeu um pouco, mas raramente ficava completamente bêbado. Eu o observei e decidi que seria seguro ir com ele. Tive uma carona com a mãe de Brady mais de uma vez. O problema com isso foi, Brady ficava até tarde, e eu não estava com vontade de chegar atrasada. Serena estava tentando chamar a atenção de Rhett quando o encontrei no campo em torno da caminhonete. Ele parecia mais interessado em uma das garotas mais velhas lá. Embora Serena estivesse aqui por causa de Rhett, eu tinha certeza. Definitivamente, não pediria que ele me deixasse em casa esta noite. Eu acho que eu teria que sofrer até que Brady fosse embora. Ele tinha uma multidão ao seu redor, mas eu me levantei e fui até ele de qualquer jeito.

Gunner ia estar desmaiado logo, e eu precisava de uma carona para casa.

"Ei, linda." Alguém gritou com uma expressão óbvia na voz. Olhei para ver Ivan, um dos amigos de Rhett, caminhando em minha direção. O copo de plástico vermelho na mão era mais do que apenas cerveja, eu aposto. Ivan foi expulso da equipe no ano passado por festejar demais. Ele raramente aparecia para a aula e ia ser reprovado. Não pareceu estar preocupado com isso. Ainda estava pendurado com a mesma multidão, e eles o amavam.

Voltei minha atenção para o grupo de Brady e esperei que Ivan tropeçasse sobre seus pés bêbados. "Seu garoto ainda não consegue lidar com sua cerveja. Ele deixa você sozinha? Isso é uma vergonha. Venha aqui e podemos conversar.”

Não nesta vida.

"Não, obrigada." Respondi, ainda não olhando para ele.

Ele riu como se tivesse sido divertido. Antes que ele pudesse pensar em algo mais a dizer, eu estava perto o suficiente de Brady que me viu me dirigindo para ele. Ele parou de falar e se voltou para mim.

"Você está bem?" Ele pergunta, fazendo uma verificação rápida em Gunner, eu assumi.

"Sim. Só preciso de uma carona. Sua mãe está chegando?" Eu pergunto.

Ele assente com a cabeça, mas havia uma careta no rosto. "Gunner está bêbado de novo?"

"Sim."

Ele balança sua cabeça. "Eu tenho que corrigi-lo. Vou ligar para mamãe. Nós podemos sair em breve."

"Obrigada. Eu aprecio isso."

 

Você precisa chacoalhar.

Capítulo 16

 


Brady


Ivy tinha decorado meu armário e deixado brownies com glacê sobre eles dentro.

Ela ainda estava agindo como se fossemos um casal nos dias do jogo. Eu não queria dizer nada para machucar seus sentimentos, mas ela tinha que parar com isso. Nós não conversamos o resto da semana. Os brownies de sua mãe eram bons e tudo, mas eles não nos resolveriam. Nunca tivemos razão para começar.

Comi dois brownies e bebi um grande copo de leite antes de subir as escadas para pegar meu saco. Minha mãe tinha lavado meu uniforme e empacotado para eu pegar no ônibus. Esta noite era importante. Vitalmente. Se não ganhássemos esse jogo, estaríamos fora.

O estudo das fitas de jogos e todo o treino extra me fez sentir pronto. Eu achei que a equipe estava preparada. Não era o que estava pesando na minha cabeça. Em vez disso, era eu. O centro da equipe. O quarterback. Quem precisava de sua cabeça ajustada. Não consegui esquecer a visita de Riley na outra noite. Incomodou-me que ela estivesse magoada. Que eu tivesse sido o único a machucá-la.

Isso não era novo. Eu era o cara legal. Não porque tenha sido rotulado, mas porque era simplesmente quem eu era. Às vezes, odiava isso seriamente.

No entanto, essa coisa de Riley era diferente. Eu estava preocupado com ela mais do que jamais tinha me preocupado com Ivy e seus sentimentos. Ivy e eu voltamos a sair novamente por quase dois anos, mas nunca senti algo tão forte por ela quanto com Riley. A única razão pela qual eu poderia pensar nisso era pela menininha. Riley tinha sido entregue a um acordo bruto e fez seu melhor. Eu respeitava isso. Minha bolsa estava na minha cama, como esperava, tudo empacotado para mim. Mamãe ainda não estava em casa do trabalho, mas ela estaria no jogo junto com meu pai.

Eles trariam Maggie, e seria a noite de sexta feira normal. Exceto que hoje, minha cabeça não estava apenas no jogo como sempre esteve.

Frustrado, pego minha bolsa e volto para baixo. Eu tinha que lidar com isso agora. Nós deveríamos estar na casa de campo para embarcar no ônibus em uma hora. Antes de ir para lá, eu ia ver Riley. Se não conversasse com ela e aliviasse minha mente, eu não estaria seguro que pudesse ganhar essa noite. The Panthers também estavam invictos. Tínhamos um trabalho duro em nossas mãos, e eu tinha que estar 100 por cento.

"Você está saindo?" Perguntou Maggie enquanto passava pela porta do quarto.

Fiz uma pausa e olhei no quarto. Ela estava na cama sentada com as pernas cruzadas e um livro aberto no colo. A menina lia mais do que qualquer um que eu conhecia.

"Sim" Respondi.

"West foi para casa para tirar uma soneca antes de vocês terem que se encontrar para sair.”

"Eu preciso ir fazer uma coisa." Digo, sem lhe dar mais detalhes.

"Bem, boa sorte esta noite.”

"Obrigado. Preciso disso."

Ela inclina a cabeça para um lado e seus cabelos castanhos escuros caem sobre um ombro. "Nunca ouvi você dizer isso antes.”

Porque nunca senti isso antes. Eu sempre estive focado e confiante.

Agora não.

"Tenho muita coisa na minha cabeça é tudo.”

"Riley Young." Responde Maggie. Não era uma pergunta. Era uma declaração.

"Não sei o que você quer dizer." Digo, e começo a sair.

"Você saiu, depois que ela jogou a pedra na janela na outra noite. Você tomou a decisão errada e isso está assombrando você."

Não era algo que eu queria discutir. Só precisava corrigi-lo.

"Você não disse nada a West, não é? "

Ela balança a cabeça. "Não é minha informação para contar.”

Gostava muito da minha prima. Ela não era uma fofoqueira. Ela mantinha as coisas para si mesma. Nenhum drama ou coisa feminina para lidar com isso. Muito parecido com Riley, acho.

"Estou trabalhando no que é o certo. Não apenas para mim, mas para todos os envolvidos." Não fazia sentido, mas era tudo o que estava disposto a dizer. "Eu não a conheço. Mas gosto dela.”

"Por quê?" Pergunto curioso.

"Nenhuma garota já o chacoalhou assim. Nem mesmo Willa. Certamente, não Ivy. Você precisa chacoalhar."

Não, eu precisava estar nivelado e pronto para ganhar este jogo.

"Discordo."

Maggie pega seu livro de volta, como se estivesse ok com essa conversa. Era algo que eu gostava sobre ela. Ela não seguia e continuava sobre um tópico em que terminou de discutir.

"Descobri que as coisas que mais nos atraem são as que merecem mais sacrifícios.” Ela disse isso sem olhar para mim.

Droga. Isso atingiu uma corda.

"Você fez sacrifícios pelo West?" Pergunto, já conhecendo a resposta.

Desta vez, ela olha por cima de seu livro. "Eu falei Brady. Ouvi o som da minha própria voz.”

A razão pela qual isso foi um sacrifício não precisava ser explicada. Eu entendi.

Com um aceno de cabeça, deixei-a lá com o livro. Ela ganhou a vida novamente quando falou com West. Uma grande parte dela que faltava foi preenchida com novos motivos para ser feliz.

Não pensei que estivesse faltando nada. Eu tinha bons pais, tinha bons amigos e ia jogar futebol em uma faculdade do Texas no próximo ano. Minha vida não precisaria melhorar muito. Antes de ter Riley e Bryony na minha caminhonete no outro dia, não questionava nada disso. Sabia que era sólido. Eu estava pronto para o meu futuro.

Agora eu me perguntava se estava apenas vivendo a vida fácil. Não enfrentando desafios ou realmente fazendo uma marca em qualquer um. Maggie tinha sido a rocha de West através de um inferno que nunca quis imaginar. Mesmo tão quebrada como ela estava, ela ficou perto dele e se tornou seu centro. Ela tinha feito algo com sua vida que significava mais do que apenas sua felicidade. Ela encontrou felicidade ajudando alguém.

Eu era feliz? Esta vida que eu tinha... me deixou feliz? Jogar futebol e ser a estrela do Lawton High realmente me faz feliz?

Não. Não. Não em tudo.

Eu estava vazio. Sem sentido. Eu era um hospedeiro para ganhar jogos na minha escola.

As meninas gostavam de mim, e eu tinha minha escolha se quisesse. Minha caminhonete não era nova, mas era boa e me foi dada sem que tivesse que trabalhar para isso.

Não havia nada digno de mencionar que eu tivesse feito para qualquer um.

Jogando minha bolsa no banco do passageiro da minha caminhonete, decidi que havia acabado. Não estava mais me concentrando em Brady Higgens. Alguém precisava de mim.

Ela precisava de amizade, e ela tinha vindo até mim. Foda-se meus amigos enlouquecendo. Todos precisavam acordar e perceber que havia se passado dois anos e todos nós estávamos errados. Eu estava preocupado em ganhar um campeonato e havia uma mãe solteira que eu já tinha considerado uma amiga para conquistar. Não vou ignorar isso. Não por um maldito jogo.

 

Você tem um campeonato para ganhar.

Capítulo 17

 


Riley


Havia janelas de carros pintadas, bandeiras azuis com leões sobre elas e, claro, grandes sinais em cada quintal, exceto o nosso, com LIONS #1. Minha casa não estava preocupada com o jogo. Nós éramos os únicos na cidade sem um sinal dos Lions em seu quintal, e na próxima reunião da cidade eles poderiam votar para nos expulsar da cidade... novamente... porque não conseguimos ficar obcecados com o futebol.

Fiquei com aquele pensamento balançando na cabeça. Isso não aconteceria, é claro, mas a maneira como eles faziam por um jogo de futebol pensaria que era a eleição presidencial. Bryony apontou para outro carro que passou por nós deixando a cidade para o jogo. As janelas pintadas e as bandeiras voando eram fascinantes para ela. Pelo menos, elas eram boas para alguma coisa.

O próximo veículo que passou não era um carro pintado. Era a caminhonete de Brady Higgens. Meu peito apertou com a visão, e comecei a andar mais rápido. Chegar em casa não faria a lembrança da outra noite se afastar, mas eu poderia pelo menos me preocupar em fazer um lanche e arrumar meu armário ou algo assim. Qualquer coisa para não lembrar quão tola eu fui.

Bryony aplaude e acena para o próximo carro que passa. Eles tinham uma cabeça de leão no capô. Não tenho certeza de como eles estavam fazendo essa proeza, mas com certeza fez Bryony feliz. Provavelmente ela gostaria dos jogos. Todos os torcedores torcendo e o pessoal correndo no campo. Eu nunca poderia levá-la, no entanto. Essa era uma parte da minha vida que terminou.

Girei na entrada da minha avó enquanto a caminhonete de Brady chegou a uma parada paralela ao meu lado. Bryony estava acenando para ele como se ele fosse seu melhor amigo. Eu já tinha sido grosseira na frente da minha filha uma vez na semana passada. Não voltaria a fazê-lo.

"Você não tem um jogo para ir?" Pergunto a ele. Sua janela estava baixa, e ele parecia estar prestes a falar comigo.

"Tenho cerca de quarenta e cinco minutos. Você pode falar?"

Minha resposta deveria ter sido não. Não posso. Tchau.

Mas Brady tinha um jogo, e ele estava aqui por algum motivo. Para ele, tinha que ser importante. Olhei para ver se o carro do meu pai também estava em casa. As sextas-feiras, ele geralmente saia do trabalho cedo. O jogo provavelmente fez toda a cidade sair do trabalho cedo. Deixar Bryony dentro com meus pais não deve ser um problema.

"Deixe-me levá-la para dentro." Respondo.

Empurro o carrinho para a varanda da frente e me abaixo na frente dela para desabotoar o cinto de segurança. "Mamãe vai conversar com nosso amigo Brady, está bem? Estarei dentro para preparar um lanche em alguns minutos."

Ela assente como se tudo tivesse sentido. Muitas vezes eu me perguntava se isso acontecia, se ela entendia as coisas que ela respondia.

Abrindo a porta, vi papai no sofá com uma xícara de café e o jornal. "Ei, pai". Cumprimento. "Brady Higgens está aqui e quer falar comigo um minuto. Você pode manter um olho em Bryony para mim? Não vou demorar."

Papai franze a testa. "Brady? O menino não tem um jogo para ir?"

Meus sentimentos exatamente. Eu assenti. "Sim, então isso será rápido.”

"Claro, vou vê-la. Diga a ele que eu disse boa sorte. Estou torcendo por eles."

Não respondi. Eu não tinha certeza do que dizer. Meus pais estavam muito entusiasmados com Brady. Eu estava com medo de que eles estivessem prestes a ser abatidos. Coloco Bryony no chão para que ela possa correr em seus pés, então fecho a porta atrás de mim. Meu pai não era o tipo curioso, mas o que quer que fosse, não queria que ninguém nos ouvisse.

Brady saiu da sua caminhonete e estava encostado no lado do passageiro, esperando por mim. Viro-me para ele. Se ele fosse se desculpar novamente, eu poderia perder a paciência. Não queria suas desculpas. Queria fingir que nunca havia ido lá.

"Não tenho muito tempo." Digo a ele como se ele fosse me manter. Ambos sabíamos que ele tinha um jogo para vencer. "E se isso é outra desculpa, não faça. Apenas deixe ir."

Ele move os pés e parecia quase nervoso. "Eu quero ser seu amigo. Minha oferta original - ou pedido - ainda é válida."

O que?

"Por quê?"

Ele suspira e passa as mãos pelos seus cabelos escuros. "Porque quero ser seu amigo. Acredito em você. Eu me sinto como uma merda sobre o modo como te tratei quando você voltou para a cidade e o fato de ter afastado você há dois anos. Eu era jovem. Essa é a única desculpa que tenho. Mas sei melhor agora. Minha equipe não pode me dizer de quem eu escolho ser amigo."

Ele parecia tão determinado que eu me pergunto se ele estava tentando convencer-se de tudo isso. E por que ele sentiu a necessidade de vir me ver antes do seu jogo quando isso poderia esperar.

"Você tem um campeonato para vencer." Lembrei-lhe. Ele estava bastante certo na outra noite.

"Sim. Mas isso não deve me impedir de fazer o que é certo."

Então eu era o que não estava certo. Isso me fez sentir como um caso de caridade. A garota na mesa do almoço sem amigos. Algo que ele aprendeu na escola dominical quando criança. Seja gentil com aqueles que precisam. Bem, não precisava de nada. Eu estava perfeitamente bem.

"Não preciso de sua amizade por caridade. Sou melhor do que isso. Mas obrigada de qualquer maneira." Disse, então virei para voltar para dentro. Esta conversa terminou, tanto quanto eu estava preocupada.

"Espere. Não. Não é caridade" ele grita, mas eu sabia a verdade, mesmo que não o fizesse. "A verdade é que não consigo parar de pensar em você.”

Eu paro.

Bem, essa foi definitivamente uma coisa que não esperava.

"Desculpe?" Perguntei, olhando para ele.

Ele enfia as mãos nos bolsos dos jeans. "Eu acho que preciso de você. Uma amizade que não se baseie no meu desempenho no campo ou entrar na melhor festa. Estar sozinho. Isso significa algo."

Agora, isso seria difícil de discutir ou de se afastar. Eu estava vulnerável em sua casa na outra noite, e ele agora estava fazendo o mesmo comigo. Acabou de levar tempo para pensar.

"Porque agora? Por que não quando a temporada acabar?"

Posso dizer honestamente que eu estava preocupada com os outros caras e com este estúpido jogo de futebol agora. Não porque queria que eles ganhassem, mas porque queria que Brady ganhasse. Queria que ele conseguisse o futuro para o qual ele trabalhou tanto. Por que queria tudo isso? Deus, eu estava tendo sentimentos por ele. Toda essa porcaria em torno de nós, e eu estava começando a me preocupar com a felicidade de Brady Higgens.

"O futebol não pode tomar todas as decisões na minha vida. Se eu deixar isso, então não estou lutando pelo meu sonho. Estou deixando meu sonho me possuir. Eu deveria possuí-lo."

Fico em silêncio e deixo suas palavras se mexerem. Ele quis dizer isso. Eu o respeitava por isso. Mas ainda queria protegê-lo.

"Então deixe sua nova amiga tomar uma decisão por você. Espere. Dê tempo a esta temporada. Então poderemos tentar a coisa de amizade."

Ele balança sua cabeça. "Não quero esperar. Não posso."

Sua determinação era... fofa. Admirável, mas fofo.

"Então vamos ser amigos em segredo por mais algumas semanas." Sugeri.

Ele franziu a testa e parecia que iria discutir de novo.

"Basta pensar nisso. Vá ganhar o jogo da noite e deixe os prós e os contras jogarem na sua cabeça neste fim de semana. Se você ainda estiver interessado em surpreender a cidade, iremos ao Den e comeremos hambúrgueres na noite de segunda-feira. Mas se você ver a razão, assim como eu, vai dirigir por duas cidades e me levar para uma pizza."

Um sorriso lentamente se espalha por seu rosto. "Posso ter seu número, então?"

Como se uma garota pudesse dizer não a isso.

 

Por três Touchdowns.

Capítulo 18

 


Brady


Conseguir minha cabeça completamente no jogo era difícil, mas vendo os fãs que haviam dirigido até aqui nas arquibancadas, torcendo, segurando as bandeiras e os sonhos de suas canções, me lembrou da importância da noite. Eu não estava aqui preocupado com uma garota na qual não conseguia parar de pensar. Ela estava bem agora. Estávamos bem. E a ideia de um futuro para nós me animou em vez de me assustar. Estava pronto para ganhar este jogo agora. Este não era apenas o meu futuro pesando na balança. Era o nosso. Mesmo aqueles de nós que considerariam isso como nossa última lembrança do futebol. Isso significaria algo.

No meio do tempo, estávamos em um touchdown. The Panters eram difíceis, e mesmo com todo o trabalho de preparação, estávamos no nosso melhor jogo para acompanhá-los. West abriu o capacete na borda do campo enquanto soltava uma série de palavras que eu sabia que o treinador ignoraria. Nós não jogamos um jogo tão duro em toda a temporada.

Gunner bateu o punho nos velhos e espancados armários que estavam reservados para o time adversário The Panters. Ele não deixou uma série de maldições voarem de sua boca, mas ele continuou a bater no armário algumas vezes mais, antes de descansar sua testa sobre ele. Tínhamos dois tempos para alterar isso.

O treinador falou conosco e nos lembrou de quem nós éramos e para o que viemos aqui. Ele era bom em conversas de meio período. Eu poderia contar com ele para recuperar a cabeça da equipe e deixa-la pronta para lutar.

Havia rugidos e punhos no ar enquanto nos dirigimos de volta ao campo. Este não foi o primeiro meio tempo em que estivemos perdendo. Foi a primeira vez que fomos abatidos. A maneira como tínhamos jogado esta noite deveria ter tido um touchdown ou mais adiante. Não para trás.

"Onde está sua cabeça esta noite?" Gunner me pergunta quando se afasta do armário no qual ele estava apoiado.

Ele estava me culpando por isso? "Não sei o que você quer dizer com isso." Respondi, a raiva lentamente se construindo dentro de mim. A acusação no seu rosto era suficiente para me dizer que ele estava me apontando em vez de todos nós. "Esta é uma equipe. Onde está sua cabeça?" Eu recordo.

"Foda-se isso. Você tem a bola. Você dirige a equipe. E eu estive jogando bola com você desde que nós éramos crianças. Sua cabeça não está conosco lá fora. Então, onde diabos está isso? Porque precisamos dela nesse campo." Ele estava gritando agora.

"Volte, Gunner." Diz West, colocando-se entre nós. Nash e Asa também se aproximaram de nós. Como se uma luta estivesse prestes a começar e todos precisassem estar lá para acabar com isso.

"Não! Ele vai nos fazer perder esse jogo. Sua cabeça não está lá, e nós precisamos disso!" Grita Gunner. "Hunter é um maldito estudante de segundo ano e não está pronto para isso. Não podemos entregar o jogo para ele. Precisamos que Brady junte-se a nós antes de voltar para esse campo.”

Eu queria chegar em seu rosto e dizer-lhe exatamente onde poderia empurrar sua acusação. A ideia de bater meu punho em seu rosto também era atraente.

No entanto, ele estava certo. Minha cabeça não estava completamente lá. Gunner era o único com bolas o suficiente para apontá-lo.

"Vá beber um pouco de água e acalme-se." Diz Asa a Gunner. Todos pensaram que estávamos prestes a brigar. Em outro momento, eu apenas poderia fazê-lo. Mas esta noite Gunner estava certo. Era minha culpa. Admito que doeu, mas era verdade.

"O que está acontecendo aqui, garotos?" Pergunta o treinador quando entra na casa de campo. A mídia local o parou para uma entrevista em seu caminho para nós, então ele perdeu o confronto.

Todo mundo, exceto Gunner, se vira para olhar para o treinador enquanto os olhos de Gunner ficam colados em mim. Ele estava aguardando sua resposta. Ele não iria receber uma porque a verdade causaria mais do que apenas eu estragar o jogo. O inferno iria se abrir.

"Estou fora esta noite." Respondo à pergunta do treinador enquanto mantenho contato visual com Gunner. "Tudo isso é por minha causa.”

Essa foi a primeira vez que eu tive que fazer isso em um vestiário em todos os anos que estive jogando. Nunca fui eu. Sempre tinha sido outra pessoa com quem eu tinha que falar sobre qualquer coisa que eles estavam lidando. Isso era difícil. Foi como admitir que eu era um fracasso.

"Então vamos consertar isso. Você é o melhor quarterback sênior do Alabama, Brady. Ou você esqueceu disso?" O treinador pergunta.

Não tinha esquecido. Posso não concordar, mas não tinha esquecido que o título tinha sido dado a mim nas últimas estatísticas. Se perdesse isso, Riley se culparia.

Não era culpa dela. Era minha. Isso não era apenas para mim; era para toda essa equipe e nossa cidade.

"Estou pronto." Digo a ele.

O treinador assente com a cabeça e inicia seu plano para a próxima metade. Agora que vimos o jogo dos Panters e sua estratégia, tivemos que ajustar o nosso. Eu mergulhei e consegui colocar Riley Young fora da minha mente. Esta noite eu tinha muito a provar. Especialmente agora.

Quando corremos de volta ao campo, Gunner apareceu ao meu lado. "Nós vamos cuidar disso.”

Essa foi sua maneira de se desculpar. Certificar-se de que estávamos bem.

Assenti em concordância. Porque nós iriámos. Queremos ganhar o jogo esta noite.

Então iremos nos preparar para a próxima semana. Era quase um fim para nós e o futebol dos Lions. A graduação seria o nosso próximo passo.

Eu estava pronto para o futuro, mas o cheiro da grama fresca e a alegria na multidão enquanto os caras que aprenderam a jogar futebol comigo quando éramos crianças estavam todos amontoados ao meu redor - isso seria perdido.

Nunca receberíamos isso de volta.

Por causa disso, por causa dessa memória e de todos os outros que acompanharam isso, eu dei tudo o que tinha e mais um pouco que não sabia que tinha. Com cada peça chamada, eu me concentrei mais do que nunca. Afoguei o rugido dos fãs. Ignorei os tiros pop chamando por mim da outra equipe. Eu tinha uma missão. Uma unidade. Para ganhar este jogo.

E nós fizemos. Por três touchdowns.

 

Eu devo essa noite a você.

Capítulo 19

 


Riley


Se eu dissesse que fui para a cama sem ficar acordada para assistir as notícias, estaria mentindo. Estava nervosa. Nunca estive nervosa sobre um jogo de futebol em toda a minha vida. Mas estava agora. Quase não consegui jantar, mas me obriguei a fazê-lo, então minha mãe não me questionaria. Normalmente eu tinha um grande apetite.

Papai estava sentado em sua poltrona reclinada com os pés apoiados e um dos muitos cobertores que minha avó tinha tricotado jogado sobre suas pernas. Sua tigela de cereais estava em suas mãos enquanto observava as notícias locais. Nunca assisti a notícia com ele, então tentei muito casualmente entrar e sentar-me no sofá.

Mamãe era muito mais observadora, então fiquei agradecida que essa noite ela estava em um banho de imersão no momento e não por aí assistindo as notícias com ele. Ela me questionaria por estar aqui.

"Você ainda está acordada?" Ele pergunta como se eu estivesse na cama cedo todas as noites. Normalmente ia para meu quarto relativamente cedo, mas raramente para dormir. Eu jogava um jogo no meu telefone ou lia um livro. Esse tipo de coisa.

"Sim" Respondo, esperando que ele deixasse por isso mesmo. Normalmente, meu pai não era um grande falante. Mas quando ele tinha algo a dizer, sempre era importante. Ele não desperdiçava palavras. Era o que minha mãe sempre dizia sobre ele.

Felizmente, o repórter começou a falar sobre os preços do gás, e meu pai ficou em silêncio. Eu podia ouvi-lo comer os flocos crocantes em sua tigela e estava feliz por ele ter algo mais a fazer com a boca do que falar.

Depois de cobrirem os preços do gás, uma casa queimando em uma cidade vizinha e o novo plano de seguro do presidente, eles finalmente jogaram o clipe de um futebol pairando pelo ar, o que significava que a pontuação das equipes locais estava prestes a ser postadas.

"Os Lions Lawton ganharam novamente." Foram as primeiras palavras da boca da âncora da notícia, eu soltei um suspiro de alívio. A mulher falou que Brady Higgens lutou durante a primeira metade, mas ele voltou no segundo tempo e possuiu o jogo. Os Panters não estavam prontos para ele, ou pelo menos foi o que o treinador dos Panters disse quando o perguntaram. Ele parecia impressionado, e embora estivesse suando e cansado pelo jogo, ele concordou que Higgens era o melhor quarterback do estado. Ele agora vivenciou isso e aguarda com expectativa a carreira do garoto.

Um pouco de orgulho surgiu em mim, e isso foi bobo, mas era a verdade. Tínhamos sido amigos quando crianças, mas nada especial. Eu tinha sido amiga de todos eles. Brady sempre foi o líder, mesmo quando todos estávamos brincando juntos no balanço do parque.

Tinha sentido que ele fosse o líder agora. Eu me levantei para sair quando a recapitulação do jogo da noite mudou para outra coisa.

"Acho que você pode dormir agora sabendo que o menino teve um bom jogo." Diz papai enquanto estou saindo da sala.

Faço uma pausa e estremeço. Fui um pouco óbvia saindo logo após essa notícia. "Ele estava nervoso e é possivelmente o único amigo que tenho nesta cidade.”

Essa foi a melhor explicação que tive, e era verdade.

"Ele é um bom garoto. Atleta talentoso. Mas eu direi que estou mais orgulhoso dele por ignorar o resto e chegar a ser seu amigo de qualquer maneira. Ele tem uma coisa sobre ele, então, vê-lo tomar uma atitude como essa me dá esperança para esse grupo, afinal. Brady é o líder deles. Eles podem questioná-lo no início, mas eventualmente..." ele para.

Eu não pensava assim, nem ficaria muito esperançosa. Brady não conseguiria tirar todo o ódio que eu sentia pelo que aconteceu com Rhett. Muitas vezes me pergunto se seria melhor se eu tivesse deixado a cidade e não tivesse contado a ninguém? Eu nunca saberia a resposta para isso, e achei que estava bem. Não precisava saber. Minha vida havia acabado do jeito que deveria. Eu acreditava firmemente no destino. Até agora, o destino me deu Bryony e não podia me queixar. Ela era perfeita. Minha perfeita.

"Boa noite, pai." Falei antes de sair desta vez.

"Boa noite querida."

Caminho pelo corredor e abro lentamente a porta do quarto para não acordar minha princesa. Ela estava enrolada como uma bola com a maioria dos lençóis, e eu adorava vê-la assim. Ela estava segura e segura na vida que eu tinha dado a ela. Ela não sabia nada sobre como foi concebida ou a dor que a seguira. Não havia necessidade dela saber.

Debruçando-me, beijei o topo de sua cabeça e o doce cheiro de xampu de bebê encontrou meu nariz. Eu amava cheira-la. A casa cheirava assim - bebê - quando eu a levara para casa do hospital. Esse cheiro me lembrava as noites sem dormir, mas também dos primeiros sorrisos, primeiros beijos, primeiras palavras e primeiros passos. Adorava tudo sobre esse cheiro. Muitas vezes eu me perguntava se poderia convencê-la a continuar usando o mesmo xampu em seus anos de adolescência.

Eu duvidava, mas sempre havia esperança.

Meu telefone estava sobre a mesa de cabeceira. Embora estivesse em silêncio, a tela iluminou a sala. Nunca recebi mensagens ou ligações a menos que fossem de meus pais. A única pessoa que tinha meu número agora estava em um ônibus comemorando uma vitória.
Eu me estiquei na cama e o peguei.

O nome de Brady apareceu, então passei o dedo sobre a tela e li suas palavras.


Obrigado. Eu devo esta noite a você.


Isso não era verdade. Ele devia essa noite ao fato de que era uma estrela. Não tive nada a ver com isso.


Eu duvido seriamente disso, mas parabéns.


Respondi.

Ele ia sair da cidade neste verão. Sair para viver seus sonhos.

E eu estaria aqui com meus pais até conseguir um lugar meu em uma cidade onde pudesse começar de novo e ter uma vida.


Se você não tivesse falado comigo hoje, não teria conseguido me concentrar.


Ele respondeu.


Eu ter ido até a sua casa realmente o incomodou tanto?


Queria deixar as vibrações no meu estômago voarem livre e curtir isso, mas não podia. Eu não era uma garota no ensino médio que podia flertar e se divertir. Era uma mãe e uma filha com responsabilidades. Eu vivia uma vida que ele não entenderia e não esperava que ele se encaixasse.


"Aproveite sua vitória. Eu assisti as notícias. Você mereceu isso."


Não esperei que ele respondesse. Bloqueei o telefone e o coloquei na cabeceira.

As fantasias das jovens meninas não eram para mim.

 

Jogo divertido ontem à noite, hein?

Capítulo 20

 


Brady


No sábado depois de um jogo, eu deveria dormir. No entanto, o sono não veio facilmente ontem à noite, e o cheiro de bacon me acordou mais cedo do que teria gostado. Peguei meu telefone e verifiquei se Riley já havia respondido ao meu último texto. Ela não fez.

Colocando um short, desço as escadas para a cozinha para o café da manhã. Minha mãe estava empilhando panquecas com seu avental rosa e branco amarrado em torno de sua cintura. Eu tinha comprado para ela há cinco anos para o Dia das Mães com o dinheiro que fiz cortando grama. Ela o usava o tempo todo.

"Bom dia!" Digo quando vou até a geladeira para pegar o leite.

"Você acordou cedo. Eu esperava que você dormisse até o meio dia." Ela provoca.

Eu não dormia até o meio dia, bem... nunca. Ela sabia. "Senti o cheiro de bacon." Digo a ela. "Um homem não consegue dormir quando há bacon.”

Recebo um sorriso dela.

Mamãe sempre foi essa mãe. Aquela que fazia nossos almoços e nos preparava o café da manhã. A mãe que fazia biscoitos e me deixava ter a casa cheia de caras. Ela acreditava em mim e estava orgulhosa. Em troca, eu queria continuar a deixá-la orgulhosa. Eu tinha uma mãe que a maioria dos indivíduos não tinha sorte o suficiente para ter. Pelo menos não no meu grupo de amigos. Eu tive sorte pelo jeito. Muitas mães não eram tão perfeitas quanto a minha. Por exemplo, a mãe de Gunner. Eu nem tinha certeza de que ela merecia esse título. Ela não tinha feito muito por ele na vida.

"Você se machucou a noite passada?" Pergunta mamãe enquanto coloca um prato de panquecas e bacon na mesa para mim.

Eu tinha alguns hematomas, mas nada que valesse a pena mencionar. Eram de alguns encontrões da primeira metade, que eu merecia. Minha cabeça não estava onde precisava estar.

"Estou bem." Assegurei-lhe.

Ela sorri para mim e volta para as panquecas. "Eu vi os hits que você levou no segundo tempo. Você deve ter alguns pontos ruins."

Eu dou de ombros e pego o xarope para cobrir minhas panquecas. "Papai ainda está na cama?" Pergunto, mudando de assunto.

"Não, você conhece seu pai. Ele se levantou cedo e foi ao escritório. Disse que precisava fazer alguma coisa e nos veria no jantar. Tenho certeza de que ele estará pronto para falar de futebol até então."

Meu pai sempre tinha que estar fazendo alguma coisa. Ele trabalha muito, e ficar ocioso não estava no seu vocabulário. Ele era engraçado assim.

Começo a fazer uma piada sobre isso quando a tela do meu telefone acende. Pego e vejo o nome de Riley. Eu olho de volta para me certificar de que mamãe não estava olhando na minha direção antes de abrir o texto. Não que ela desaprovasse. Eu sabia que ela gostava de Riley. Mamãe era a pessoa menos julgadora que conhecia. Mas não queria que meus pais soubessem ainda. Não sobre minha amizade com Riley. Eu ainda estava segurando isso comigo. Só para mim.


Claro, se você precisa de alguém para viajar com você para Birmingham hoje, eu vou. Mamãe disse que podia olhar a Bryony. Por que iremos?


Acabei de jogar isso. Uma viagem de duas horas a Birmingham foi a única coisa que eu pude pensar. Era suficientemente longe de Lawton para que pudéssemos nos divertir com segurança sem encontrar alguém que conhecêssemos. Não tinha pensado em um motivo pelo qual eu precisasse ir. Acabei de dizer isso. Agora eu precisava de algo. Qualquer desculpa para que ela não soubesse que eu simplesmente estava indo lá para que pudéssemos sair. Sozinhos.

E por que eu estava fazendo isso?

Ela precisava de um amigo e queria ser seu amigo, mas havia mais do que isso. Na noite passada, quando estava distraído, queria acreditar que era porque estava preocupado com ela ou com algo inocente. Mas a verdade é que eu gosto dela.

Eu gostava de Riley Young. Ela era interessante. Ela era forte, era uma boa pessoa, e a respeitava por tudo isso. Queria estar ao seu lado. Longe do mesmo grupo de pessoas, que eu sempre estive perto. Talvez fosse por isso que gostei de Willa. Ela era diferente. Não é a mesma pessoa que faz as mesmas coisas.

Gostar dela mesmo sendo apenas como amigo, iria causar uma agitação eventualmente. O confronto com Gunner era o que mais me preocupava.

Mas, honestamente, era hora de encarar o fato de que o irmão dele tinha mentido. Afinal, eles passaram por isso ultimamente, não acho que seria muito difícil para ele acreditar na história de Riley agora. Nós não éramos mais crianças que deixavam os outros nos dizerem o que pensar mais.

Eu finalmente respondi.


Eu tenho algum dinheiro de aniversário ainda na minha conta de poupança, e queria um par de botas que estão esgotadas aqui. Birmingham tem melhores opções.


Eu duvidava que isso soasse convincente porque Nashville estava há uma hora de distância. Mas fui lá mesmo assim.

"Cheira maravilhoso nesta casa." Diz Maggie, entrando na cozinha. Seus cabelos ainda estavam bagunçados do sono, e ela estava usando calça de pijama e uma das camisas de West. Ele tinha certeza de que ela tinha várias delas. Era sua maneira de estar com ela o tempo todo. Eu costumava me divertir com isso, mas agora achava que fazia sentido. Não que dissesse isso a ele. Gostava da ideia de Riley vestindo minha camisa. O que também significava que meus sentimentos por ela estavam se transformando em algo mais do que amizade.

"Sente-se em um lugar e vou pegar um prato." Mamãe diz a ela.

Maggie ignora isso e caminha para pegar seu próprio prato. "Você ainda está cozinhando. Posso pegar o meu próprio prato. Obrigada mesmo assim."

Mamãe sorri como se Maggie fosse a filha perfeita que nunca teve. Elas eram boas uma para a outra. Mamãe era o tipo de mãe que precisava de uma filha, e Maggie havia perdido sua mãe de forma trágica. Elas não estavam tão perto quanto uma mãe e filha conseguiriam, mas eu esperava que ao longo do tempo elas preenchessem aquele buraco nas vidas uma da outra.

Maggie sentou-se em frente a mim e bocejou. Apenas alguns meses atrás, essa seria uma mesa muito silenciosa. Era legal que Maggie realmente falasse agora.

"Jogo divertido ontem à noite, hein? "

Seu comentário parecia inocente, mas eu sabia o que queria dizer. Ela era a única pessoa que sabia onde minha cabeça esteve naquele primeiro tempo. Olho para ela quando coloco um bocado de panqueca em minha boca. Não era divertido.

Mas o sorriso no rosto dela disse que era.

"Quase me deu um ataque cardíaco." Diz minha mãe com uma risada. "Senhor, nunca estive tão nervosa sobre um jogo em toda a minha vida.”

"Os jogos vão ficar mais difíceis. Ganhar o campeonato não vai ser fácil." Percebi que parecia irritado e desejei não ter dito isso. Maggie ergue uma sobrancelha como se quisesse dizer que sabia melhor. Por que ela não podia ter ficado no andar de cima na cama? Eu estava tendo um café da manhã perfeitamente tranquilo até que ela entrou e trouxe tudo isso.

"Oh eu sei. Percebi na noite passada que precisava me acalmar e me preparar para isso piorar." A voz de minha mãe ainda era suave e compreensiva.

"Tenho certeza de que é difícil manter seu foco com toda essa pressão." Acrescenta Maggie, depois sorri antes de comer um pedaço de bacon.

Eu ia parar de comer e sair da mesa com uma desculpa ou mudar o assunto. Mas não estava satisfeito e queria mais panquecas, então mudo do assunto. "Quer que eu leve algum café da manhã para o papai antes de ir para Birmingham?" Pergunto.

Maggie ri. Eu estava prestes a jogar minha última panqueca no seu rosto divertido.

 

Ela é o meu ponto de luz no pôr do sol na vida.

Capítulo 21

 


Riley


Meus pais não tinham realmente questionado Brady por me buscar para ir a Birmingham para o dia. Eu lhes disse a razão pela qual Brady precisava ir, mas eles parecem não ter acreditado. Perguntei-me se essa era realmente a razão. Achei que Nashville tinha tantas lojas quanto Birmingham. Eu poderia pensar que ele havia encontrado um par em Birmingham. No entanto, a ideia de que ele estava inventando essa desculpa para passar o dia comigo fez meu coração fazer coisas engraçadas. Gostei. Novamente, eu estava sentindo demais, e realmente precisava ser mais cautelosa.

Não deixei meu pai falar demais com Brady quando ele chegou. Ele, claro, disse a Brady que foi um bom jogo e que desejava ter visto isso. Eu o afastei da porta e escapei antes que papai pudesse falar demais. Eu nunca sabia o que ia sair de sua boca.

A caminhonete de Brady não era o que pensei como uma caminhonete de adolescente por dentro. Para começar, estava limpa. Sem lixo no chão, nada de roupas penduradas, e nem sequer estava empoeirada. Ele manteve-a muito bem.

"Você consegue manter sua caminhonete limpa com frequência?" Pergunto enquanto olho pela limpeza pela primeira vez. As duas últimas vezes que estive nessa caminhonete eu estava preocupada e não tinha realmente prestado atenção.

"Meu pai tiraria essa caminhonete de mim se eu pagasse a alguém para limpá-la" Diz Brady, parecendo divertido. "Ele também tiraria isso de mim se não a mantivesse limpa.”

Interessante. Ele era a estrela do futebol, mas isso não lhe deu tratamento especial de seus pais. Eu teria pensado o contrário. Especialmente nesta cidade. Imaginei que ele tivesse pessoas implorando para limpar sua caminhonete de graça.

"Parece meu pai. Ele espera que eu faça a minha parte. Não é que não faria de qualquer jeito, mas sei que se eu afrouxar, ele está lá para me lembrar de colocar minha bunda em marcha."

Brady ri. "Sim. Conheço esse sentimento."

Ficamos calados por alguns minutos. Não senti a necessidade de conversar apenas por conversar. Havia muitas coisas que eu poderia perguntar a ele. Como por que realmente estávamos indo para Birmingham? Mas por enquanto não iria fazer isso. Gostaria de aproveitar o passeio e estar fora de casa com alguém da minha idade. Passaram-se dois anos desde que fiz qualquer coisa assim.

Isso me fez sentir mais velha do que sou. Brady não me fazia sentir velha, no entanto.

Ele não estava tocando música e falando sobre si mesmo. Foi assim que me lembrei da minha idade. Mas então eu não estava acostumada com a idade. Minha única experiência era assistir a programas de televisão e filmes. Isso era muito mais agradável do que eu esperava.

Não queria aproveitar demais porque a chance de que tudo isso poderia terminar abruptamente estava lá. Pendurada a distância. Quando chegasse a isso, não esperava que Brady me escolhesse sobre Gunner. E esse seria o resultado quando Gunner descobrisse. Nossa cidade era pequena e, por algumas semanas, poderíamos manter nossa amizade escondida, mas isso aconteceria. Brady estava sendo otimista. Ele acreditava que tudo funcionaria.

Eu vivi o inferno. Sabia como tudo acabaria. Esperança e otimismo foram coisas das quais eu fugia enquanto cresci.

"Quando foi a última vez que esteve em Birmingham?" Pergunta.

Boa pergunta. Não tinha certeza. "Anos, eu acho. Nem consigo me lembrar."

"Você foi para a escola quando se mudou?"

Balanço a cabeça e olho pela janela. "Não. Depois que sai, não fui corajosa o suficiente para enfrentar mais adolescentes e seu julgamento sobre minha gravidez. Comecei a fazer aulas online então."

Ele não respondeu imediatamente, e desejei que não tivéssemos chegado a esse tópico. Era difícil para ele, eu acho. E não é algo sobre o qual eu gostava de falar.

"Não era muito solitário?"

Ele não fazia ideia. "Sim, mas então Bryony nasceu e mudou meu mundo.”

Essa foi à verdade. Antes do seu nascimento, estava deprimida. Meu mundo estava perdido, e pensei que nunca mais voltaria a sorrir. Estar grávida aos quinze era terrível. Mesmo se você tivesse o apoio de seus pais.

"Você é uma boa mãe. Faz com que pareça fácil, mesmo sabendo que não deve ser. " Bryony tornou mais fácil. Ela era um bebê tão bom. Era quase como se tivesse nascido sabendo que eu precisava de calma. No momento em que a colocaram no meu peito, comecei a chorar. Não que estivesse assustada ou triste, mas porque ela era minha. Perfeita, bonita e saudável. Eu trouxe uma vida para este mundo, e nada do que fizesse depois disso seria tão importante.

"Ela é o meu ponto de luz no pôr de sol na vida." Respondo. Por ela valia a pena perder cada momento da adolescência. Eu não iria trocá-la para conseguir nada disso de volta. Nunca sugeriria ser uma mãe adolescente para alguém, porque não era uma escolha de vida. Mas quando não há nenhuma opção e isso é colocado sobre você, então, aprenda a sobreviver e aproveitar ao máximo. Bryony definitivamente foi o melhor.

"Você vai apenas se formar em seus cursos on-line de educação em casa? Ou você pensa em voltar para a escola?"

Nunca pensei nisso. Eu também não poderia. "Tenho responsabilidades que não vão mudar. Meus pais precisam da minha ajuda com a minha avó, e depois há Bryony. Não a quero em uma creche. Ela precisa de mim."

"Eu me pergunto se algumas das meninas na escola pensariam da mesma forma que você faz. De alguma forma eu duvido disso." Ele responde. "Respeito isso.”

Eu não estava realmente atrás de seu respeito, mas não disse isso. Fazia isso pela minha família porque os amava. Não para receber uma palmadinha nas costas.

"Então, fale-me sobre essas botas e por que você as necessita tanto." Digo, mudando o assunto de mim. Finalmente, voltando minha atenção da estrada para a minha direita, olhei para ele. Ele tinha um pequeno sorriso no rosto. "Elas são apenas algo que eu quero.”

"OK... Bem, você não pode encomendá-las on-line ou ir a Nashville para encontrá-las?"

O sorriso dele ficou um pouco maior. "Eu poderia. Mas então, não teria razão para te distanciar de Lawton para que pudéssemos nos divertir durante o dia."

"Você está dizendo que esta viagem é para que possamos sair?" Pergunto, meu coração fazendo aquele pequeno aperto esquisito e flutuando.

Ele olha para mim. "Sim. Acho que sim."

Não pergunto nada mais. Isso foi o suficiente. O suficiente para me fazer esquecer que isso também acabaria. A maioria das coisas boas fazia.

 

Ela está comigo.

Capítulo 22

 


Brady


Nossa conversa tornou-se fácil, e as duas horas não pareceram tão longas. Quando Riley riu, queria mergulhar no seu sorriso. O som era... Bom. Não, foi muito bom. Eu implorei isso. Encontrei-me tentando arrancar uma risada dela. Qualquer coisa para ouvi-la e ver o rosto dela se acender.

Recebi algumas mensagens e ignorei cada uma. Gunner, West e Asa iriam esperar. A de Ivy não iria, mas eu ignoro a dela normalmente de qualquer maneira. Hoje eu não estava vivendo naquele mundo. Estava morando no mundo em que escolhi viver.

"Eu nunca tive um churrasco tão bom." Diz Riley enquanto limpa a boca com um guardanapo. Não conseguia pensar em uma garota que namorei que teria escolhido uma churrascaria para comer e então pedir costelas cobertas de molho. A maioria delas comiam coisas que não ficassem lambuzadas. Mas Riley estava gostando da comida. Ter molho em suas mãos e rosto não a incomodava.

Vê-la rir da bagunça que estava fazendo era lindo. Eu queria sentar aqui o dia todo e experimentar isso. Peguei outra asa quente e limpei o osso. Normalmente eu era um comedor mais limpo em um encontro, mas com Riley senti como se pudesse comer como se ela fosse um dos caras. Embora ela não parecesse nada como um dos caras.

Se as meninas percebessem o quão atraente era ser tão livre e feliz por algo tão simples como algumas costelas, elas aliviariam um pouco. Os caras da mesa ao longo de nós continuaram a verificar Riley, e embora fosse irritante que eles não parecessem ter a mínima ideia de que ela estava comigo, não poderia realmente culpá-los.

Eu estava tendo dificuldade em tirar meus olhos dela também.

"Vou ter que lavar meu rosto no banheiro depois disso." Ela diz com um sorriso. "Bryony ama costelas. Queria que ela estivesse aqui por isso."

Gostaria de levar algumas sobras conosco, mas ficariam ruins no momento em que terminássemos o nosso dia e levássemos as duas horas de volta.

"Eu poderia preparar algumas para ela algum dia. Todos poderiam vir jantar."

Riley para por um momento e uma mistura de emoções brilha em seus olhos. Ela coloca uma costela no prato e solta um pequeno suspiro. "Sim talvez."

Sobre o que era isso? Ela parecia quase chateada com a minha oferta, ou desapontada.

"Eu disse algo errado?"

Ela estava olhando para as costelas e ergueu os olhos para os meus. "Eu não vivo em um mundo de fantasia, Brady. Tive muita realidade para isso. A verdade é que, quando seus amigos descobrirem que você está passando tempo comigo, isso vai parar. Porque você terá que escolher. Eles vão te fazer escolher. E não espero que você me escolha."

O que diabos isso significa? Não teria que escolher ninguém. Sou dono de mim, droga, e se quisesse escolher meus amigos, eu poderia. Não precisava da permissão de ninguém.

"Não sou assim. Eu esperava que você já soubesse disso. Ninguém me faz fazer nada."

Ela encolhe os ombros e limpa as mãos em um guardanapo. "Não é uma coisa ruim. É só o que é. Aqui não temos julgamento, e gosto de estar com você. Gosto disso. Ter um amigo. Mas não sou delirante. Sei que todos em Lawton me odeiam e pensam que sou uma mentirosa. Bem, todos, exceto você."

Eu nunca tinha sido abertamente odiado. Perguntei-me como isso parecia. Quão doloroso e injusto deve ser. Minha raiva se levanta em todos eles. Todos que tinham falado mal dela. Todo mundo que a julgara ou foi cruel com ela. Então, admiti para mim a parte mais difícil: fui um desses. Talvez não agora, mas já estive lá uma vez. Eu não era melhor.

"Desculpe-me." Falei honestamente.

Ela sorri. "Por ser meu amigo?"

"Não. Por julgar você como fiz."

O sorriso no rosto dela desaparece. "Nós éramos jovens. Você pensou como todos pensaram. Além disso, eu corri para fora da cidade. Isso me fez parecer ainda mais culpada. Se tivesse ficado, a vida para minha família acabaria pior, mas o fato é que nós saímos. As pessoas sentem pena dos meus pais por minha causa. Mas essas pessoas sempre me odiarão. O bom é que eu nem sempre estarei lá. Vou sair e fazer o meu próprio caminho na vida em breve. Em uma cidade onde ninguém me conheça e poderei começar de novo. Eu e Bryony."

A imagem de Riley levando Bryony para uma cidade distante e construindo uma vida, conseguindo um emprego, pagando contas, criando sua filha, tudo enquanto eu estava fora jogando futebol e perseguindo meu sonho, parecia injusto. A maior parte de sua vida parecia injusta. Ela perdeu o ensino médio e sentiria falta da faculdade.

"Qual era o seu sonho, quando você era mais jovem?" Perguntei a ela. Eu não queria dizer antes de Bryony, porque isso parecia frio. Embora fosse o que queria saber.

"Você quer dizer antes de me tornar mãe?" Ela estava sorrindo como se tivesse lido minha mente. "Queria ser veterinária.”

"Então você ama os animais." Digo, sentindo o coração doente pela garota que não conseguiria perseguir seus sonhos do jeito que eu faria.

"Sim. Eu amo. Não posso cuidar de um agora porque não posso pagar por isso. Mas quando Bryony e eu tivermos nosso próprio lugar, teremos cães e gatos. Talvez até cabras se eu tiver terra suficiente."

"Você ainda pode ir para a faculdade para ser veterinária?"

Ela balança a cabeça. "Não, preciso de um emprego que pague o suficiente para me sustentar e a Bryony. Eu tenho planos. Quero fazer a diferença na vida das meninas como eu um dia. Um grupo de apoio para mães adolescentes me ajudou a passar por momentos difíceis. Meu sonho é fazer isso para as jovens. Mostrar-lhes que há felicidade em seu futuro. A vida não acabou."

Ela não disse isso com amargura ou raiva. Em vez disso, tomou um gole de seu chá doce e levantou. "Preciso ir me lavar." Explica antes de caminhar até a parte de trás do restaurante para os banheiros.

Por que eu queria que ela tivesse esse sonho? Ela parecia feliz o suficiente, e nunca quis resolver os problemas de ninguém tanto quanto queria consertar o dela. Ela me fez querer protegê-la e ficar de pé por ela. Mesmo que ela seja uma das pessoas mais difíceis que já conheci. Se soubesse o que eu estava pensando, ela me diria para parar. Ela tinha tudo sob controle.

Talvez fosse por isso que queria ajudá-la tanto. Porque ela não queria ajuda. Ela queria seguir seu próprio caminho. E eu sabia que podia.

"Ei, vocês são só amigos ou ela está com você?" Pergunta um dos caras da outra mesa.

Eu me viro para olhar para ele, e seu interesse óbvio me irrita. Claro, eu entendo, mas estou com ciúmes. Eu, com ciúmes. Não o tipo que senti com Gunner e Willa, mas o tipo que me fez querer fazer a minha reivindicação sobre ela e ameaçá-lo.

"Ela está comigo." Respondo com um tom frio.

O cara olha para baixo. "Droga" foi a resposta dele.

 

Eu não sabia que amigos beijavam assim.

Capítulo 23

 


Riley


Era depois das seis quando Brady entrou no caminho da minha casa. Eu mantive contato com minha mãe o dia todo, e Bryony estava bem. Tanto quanto eu sentia, esse pequeno refúgio tinha sido necessário. Agradeço que Brady tivesse pensado nisso.

Eu me viro para lhe dizer obrigada e o quanto gostei do nosso dia, mas seu olhar já estava trancado em mim. O olhar em seus olhos era diferente, e reconheci isso. Ou pelo menos o meu corpo fez. Meu coração tinha acelerado o ritmo, e senti-me corada por antecipação.

Antes que pudesse ficar muito nervosa ou pensar nisso, ele se inclinou e sua mão direita segurou minha bochecha ao mesmo tempo em que ele inclinou a cabeça até que seus lábios tocassem os meus. Não era controlador ou possessivo. Não era como um adolescente com fome tentando me atacar. Foi doce. Como se ele quisesse saborear isso.

Mudei meu corpo para mais perto e abri minha boca sob a dele, esperando que não fosse cedo demais. Embora não fosse assim que esperava que este dia terminasse. Não que no fundo eu não quisesse. Porque queria. Eu sabia. Na verdade, ter acontecido era diferente. Foi emocionante e aterrorizante. A realidade tinha sido muito diferente na minha cabeça. Eu já estava me vendo dando-lhe um abraço antes, sem perceber que ele estava planejando sobre isso.

Sua língua tocou a minha, e soltei um som que esperava que parecesse tão satisfeito quanto eu estava. Um verdadeiro beijo. O tipo que significava algo novo para mim.

O que fiz antes, quando era mais jovem, estava aprendendo e experimentando. Nada mais. Com certeza não tinha feito meu coração vibrar e meu corpo se curvar.

Eu queria lembrar isso no caso de o nosso fim chegar mais cedo do que o esperado.

Embora Brady não fosse meu primeiro beijo, ele sempre seria meu primeiro beijo significativo. O primeiro que me afetou.

Lentamente, ele recua, terminando a conexão.

"Eu queria fazer isso o dia todo." Ele sussurra.

Eu não tinha percebido isso, mas estava corando pela sua admissão e agradecida pela escuridão.

"Não sabia que amigos beijavam assim." Respondi.

Ele pressiona um pequeno beijo no canto dos meus lábios. "Eles não beijam." Foi sua resposta.

"Oh" era tudo o que eu poderia dizer. Brady estava me dizendo que isso era mais. Não era só eu que sentia coisas além da amizade. Ele também estava sentindo isso.

"Posso ligar para você amanhã?" Ele pergunta, parecendo inseguro.

Pergunto-me se Brady Higgens nunca tinha sido inseguro sobre qualquer coisa.

"Sim."

Ele se afastou e saiu da caminhonete. Observei-o enquanto caminhava pela frente de sua caminhonete e abria minha porta. Ele estende a mão para me ajudar, e eu a pego. Não porque precisava, mas porque não tinha certeza de quão bem minhas pernas iriam trabalhar agora.

"Obrigada por hoje." Digo, querendo dizer mais, mas tão nervosa que não consegui encontrar as palavras.

"Foi o melhor dia que tive há muito tempo." Ele responde.

Eu sabia que ele não iria me dar um beijo aqui. Para o mundo ver. Mesmo agora, ele me levar até minha porta era perigoso. Se alguém passasse e visse, ele teria que mentir ou dizer a verdade. Eu queria que ele mentisse. Não estava pronta para que isso acabasse. Ainda não.

"Nós vamos encontrar algum tempo amanhã, então." Ele diz exatamente quando chegamos à porta.

Eu sabia que não poderia deixar Bryony o dia inteiro novamente, e não queria. "Sim, posso fugir por um momento. Talvez enquanto Bryony cochile."

"Ou podemos levá-la ao parque juntos.”

Gostei que ele dissesse isso, mas acreditar era difícil, então acenei com a cabeça.

"Boa noite." Ele diz se aproximando para apertar minha mão antes de se virar e me deixar lá.

Abro a porta da frente e entro, mesmo que quisesse vê-lo até ele se afastar. Eu não me permitiria isso.

"Parece que seu dia foi bom." Minha mãe diz com as sobrancelhas erguidas enquanto entro na sala de estar. Ela estava me espionando. Eu não esperava que ela fizesse isso.

"Não sei o que você quer dizer." Respondo, soprando isso.

Ela revira os olhos. "Pode estar escuro lá fora, mas, sob o farol, o interior de sua caminhonete ficou perfeitamente claro a partir daqui. Não me interprete mal - eu não estava espionando. Acabei de ouvir a caminhonete e decidi verificar para ver quem estava aqui. Então eu vi algo que não estava esperando."

Eu também.

"Não leia muito sobre isso." Respondo.

"Mamãe!" Bryony grita, correndo excitadamente para dentro da sala com a toalha de banho embrulhada em torno dela.

"Ei, garotinha." Falo, igualmente entusiasmada por vê-la.

"Banho!" Ela declara o óbvio.

"Então eu vou dar banho em você." Respondo.

"Barco.” Ela amava seu pequeno barco rosa que flutuava na água do banho. Brincar de barco era sua parte favorita do banho.

"Tudo bem, parece um plano.”

“Ookies” diz ela, apontando para a cozinha.

Ela assente com entusiasmo.

"Ele gosta de você. Confie nele." Grita mamãe enquanto sigo minha filha no corredor.

"Estou tentando." É minha única resposta. "Mas sei como isso acaba.”

"Você não o conhece. Esse menino é diferente. Ele sempre foi."

Lembrei-me dele virar-me as costas há dois anos. Ele não era diferente então. "Ele é melhor, mas no final ele não é tão diferente.”

Eu podia ouvir o suspiro da minha mãe, e continuei acompanhando Bryony para o banheiro. Passar o tempo com minha filha e me lembrar o que era importante na vida era o que precisava depois desse beijo. Eu não era uma garota normal e sentar-me e ficar com ele era inútil.

"Um dia você terá que confiar novamente." Responde mamãe, seguindo-nos para o banheiro. Ela não estava pronta para deixar isso ir.

Um dia eu estaria. Hoje não era esse dia.

"Você guardou alguns cookies?" Pergunto a ela.

"Claro. Bryony fez rosa para você."

Eu a ouvi, mas queria uma mudança de assunto. Isso funcionou.

"O que você fez hoje?" Pergunto a Bryony.

"Ookies." Ela me conta novamente.

Cozinhar qualquer coisa era o destaque de seu dia, além de ir ao parque. Especialmente, cozinhar coisas que ela gostava de comer.

"Você brincou fora?"

Ela assente. "Eu me sujei." Ela dirigiu-se para mim como se ficar suja fosse uma realização.

"Então você teve um dia perfeito." Lembrei-lhe.

Ela deixa cair a toalha e corre para a água do banho que minha mãe tinha preparado para ela. Estava cheia de brinquedos e bolhas.

Isso era o suficiente para mim.

 

Eu tenho isso sob controle.

Capítulo 24

 


BradY


West me acordou às nove horas desta manhã. Ele ia correr e queria que eu fosse com ele. Maggie recusou, então me levantei e fui. Foi bom exercitar a rigidez da noite de sexta-feira. Também deu à mamãe tempo para preparar o café da manhã.

A rota que ele estava nos levando era em frente à casa de Riley. Meu plano tinha sido enviar-lhe uma mensagem pela manhã e encontrar uma maneira de vê-la. Eu fiquei na cama por horas na noite passada pensando no nosso dia. Sua risada, seu sorriso, a sensação de seus lábios nos meus. Tudo isso. Queria vê-la novamente. Agora.

Olhando para a casa, perguntei se ela estava acordada e o que estava fazendo. Bryony a acordou cedo? Ela arrumou café da manhã em sua casa? Sua avó estava sendo difícil hoje? O que ela normalmente faz aos domingos? Eu tinha um milhão de perguntas. Queria saber tudo sobre ela. Só precisava de tempo e liberdade para correr até sua porta agora e vê-la.

"O que está acontecendo lá?" Pergunta West, e volta a chamar a atenção para a rua em que estávamos e o fato de eu não estar sozinho.

"O que você quer dizer?" Foi minha resposta. Embora soubesse exatamente o que ele queria dizer.

"Com Riley." Ele responde.

West não estaria do lado de Maggie sobre isso. Claro, ele se ofereceu para ajudar a encontrar sua avó, mas ele não estava para se tornar seu amigo.

"Estão vivendo aqui e cuidando de sua avó." Digo a ele, embora soubesse que ele já sabia disso.

"Não foi o que quis dizer e você sabe disso.”

Eu não disse nada para isso. Estávamos correndo, não falando. Ele precisava deixar de ser curioso e se concentrar em sua própria vida amorosa. A minha estava fora dos limites.

"Você age como se estivesse escondendo coisas. Vou saber." Ele finalmente diz quando não digo nada.

"Nada a esconder." Eu minto.

Ele ri. "Certo."

Pego velocidade na esperança de chegar em casa e me livrar de seu questionamento mais rápido.

"Gunner vai descobrir. Então todo o inferno vai cair. Pode me dizer agora o que você está pensando. Você é meu melhor amigo. Não vou virar as costas para você."

De todos, nunca esperei que West me virasse as costas. Ele estava mais perto de mim do que de Gunner. Havia também Maggie, que iria tomar meu lado nisso. E não havia jeito de West não estar ao lado de Maggie.

"No momento, não há nada a dizer. Depois de ganhar o campeonato, então as coisas podem mudar." Isso era tudo o que ele iria receber de mim.

"Você precisa fazer um trabalho melhor para esconder isso, então, porque, a essa velocidade, você revelará e terá Gunner para lidar. Precisamos dele para vencer."

Ele também teria seus seguidores. Pessoas que ficariam com ele e se virariam contra mim. Isso dividiria o time, e estaríamos acabados. Eu tinha jogado esse cenário na minha cabeça um milhão de vezes. Sabia como seria e como isso terminaria.

"Tenho isso sob controle." Asseguro-lhe.

"Do jeito que você estava olhando para a casa dela, não parecia assim.”

Ponto feito. Eu tinha que recuar por enquanto. Poderia conversar com Riley pelo telefone e vê-la quando pudéssemos sair da cidade nos fins de semana. Apenas nas próximas duas semanas. Então, eu seria livre.

"Fechado." Respondi. Por sorte, minha casa estava à vista e essa conversa poderia acabar.

Corremos até a calçada em silêncio e diminuímos quando chegamos à porta.

Pouco antes de minha mão tocar a maçaneta para entrar, West diz mais uma coisa. "Mesmo que Rhett não tivesse feito, ela tinha apenas quinze anos. Ele não deveria estar sozinho com ela.”

Fiz uma pausa. Sabia que Rhett tinha feito isso. Mas ele estava certo. Mesmo que não tivesse, a situação ainda era ruim. Rhett não tinha nada com ela, e todos sabiam que ele estava dormindo com outras garotas na nossa série. Serena, para ser exato. Não era como se ele estivesse acima disso.

"Sim. Eu sei. Mas ele fez." Foi tudo o que disse antes de entrar no cheiro de biscoitos e salsichas.

"Sua casa cheira sempre a comida. Eu amo isso aqui." West diz enquanto caminhávamos para a cozinha.

"Isso é porque você só vem nas refeições.”

"Quando não é hora de refeição, cheira a biscoitos.”

Eu ri quando entramos na cozinha para encontrar mamãe em seu avental e Maggie colocando manteiga nos biscoitos. Ela olha para cima e faz contato visual com West antes de sorrir.

"Cheira bem, mamãe." Digo a ela, ignorando os pombinhos e indo à geladeira para pegar leite.

"Vocês dois fedem." Ela respondeu. "Tiveram uma boa corrida?"

"Despertou-me." Eu digo.

West ri e senta-se. Não olho para ele, mas podia sentir Maggie nos estudando. Ela era boa com a linguagem corporal e teria respostas em breve.

"Ivy esteve aqui ontem. Esqueci de lhe dizer quando você chegou em casa na noite passada. Ela deixou para você alguns brownies de canela. Eu os coloquei na geladeira."

Minha mãe conhecia meus problemas com Ivy, mas ela me lembra de ser gentil com ela. A menina era difícil de afastar quando era gentil, no entanto.

"Ela precisa parar com isso." Digo com um resmungo irritado.

"Gosto dos brownies" Maggie responde, parecendo divertida.

"Bem, você pode comê-los." Digo a ela.

"Você vai dividir comigo?" Pergunta West.

"Claro. Não consigo comê-los todos."

Eu reviro meus olhos em sua tentativa de humor e pego meu prato antes que minha mãe pudesse. "Obrigado por cozinhar." Digo a ela, então sento-me para comer depois de queimar todas aquelas calorias.

"Você acha que ela iria gostar de um pouco desse bolo de caramelo que sua mãe faz?" West provoca.

Eu o ignoro.

"Não custa perguntar." Acrescenta Maggie.

"Tudo bem, vocês dois, deixe de perturbar Brady." Diz minha mãe com um sorriso na voz. Ela me dá um tapinha nas costas.

Duvidava que Riley me enviasse comida, e estava bem com isso.

 

Procure por Thomas.

Capítulo 25

 


Riley


Era depois do almoço quando meu telefone tocou. Eu estava prestes a levar Bryony para o parque. O nome de Brady acendeu a tela e um sorriso atravessou meu rosto. Só de ver o nome dele me fazia sorrir. Eu estava gostando demais dele. Isso poderia acabar mal, e eu poderia ser ferida.

"Olá" digo, afastando-me dos ouvidos da minha família.

"Ei, o que você está fazendo hoje?"

"Bem, Bryony e eu tivemos um piquenique no quintal e agora estamos nos preparando para a nossa saída ao parque. Eu também preciso comprar para a mamãe leite e ovos na mercearia."

Falar sobre minha rotina diária com ele era um pouco estranho. Tão casual quanto tentei fazer tudo isso soar, senti como se estivesse descrevendo algo tão estranho para ele, que ele não entenderia.

"Parece um dia cheio. Não está muito frio para um piquenique no sol, eu acho." Ele responde. Era o tipo de resposta quando não se sabe mais o que dizer. Ele não entendia nada sobre ter um filho para cuidar.

"O que você fez?" Pergunto, tentando mudar o assunto para outra coisa.

"West me acordou para correr esta manhã, depois tomamos café da manhã e assisti ao vídeo do jogo da noite de sexta-feira." Ele não me disse o que faria a seguir. Não que fosse da minha conta.

"Não corro pela manhã há dois anos." Respondi, lembrando de quando fui da equipe de atletismo. Gostava disso. Parte de mim sentia falta.

"Talvez uma manhã no próximo fim de semana você possa vir comigo. Isso é, se seus pais puderem olhar Bryony."

Ele não estava pensando no fato de sermos vistos. Ele esquecia isso com frequência.

"Nós talvez precisemos esperar algumas semanas. Quando não estivermos escondendo a coisa de amizade."

Ele fica em silêncio por um momento. Eu sempre me perguntei o que ele estava pensando quando fazia isso.

"Isso é o que somos?"

Que tipo de pergunta era essa?

"Não tenho certeza se entendi você." Respondi.

"Amigos."

Oh. Nós nos beijamos. Isso mudou tudo? O beijo tornou diferente? Estava enferrujada com os namoros. Os indivíduos me confundiam em geral.

"Não tenho certeza do que mais podemos ser. " Eu digo. Ele esqueceu a maior barreira que estava entre nós?

"Por quê?"

Aparentemente ele havia esquecido. Então eu indiquei o óbvio. "Sou uma mãe adolescente e você sai em seis meses para viver seu sonho na faculdade de sua escolha. Qualquer coisa a mais terminaria de qualquer maneira. Amigos é a coisa mais segura para nós." Ou para mim. Porque quando ele se for, serei a única lutando para fazer a vida funcionar. Ele nunca saberá nada disso.

"Podemos dizer que por enquanto vamos resolver as coisas à medida que elas venham? Porque gostei demais da noite passada. E o dia que passamos juntos foi o melhor momento que tive há muito tempo.”

Meu rosto cora e meu coração vibra. Brady Higgens gosta de mim. Ele queria me ver mais, e queria me beijar mais. Concordei com tudo isso. O problema era que ele só tinha a mim. Apenas eu. Não Bryony, e nós duas somos um pacote. Ela sempre vinha em primeiro.

"Talvez você devesse dar tempo antes de decidir isso. Você nunca namorou uma mãe adolescente antes, pelo que posso deduzir."

Ele não responde imediatamente, então dei-lhe tempo para processar. A vida de Brady era um conto de fada. Os problemas reais da vida real não se registravam facilmente com ele. Eu já estive da mesma forma. Então entendi.

"Dê-me uma chance de provar a você que isso pode ser diferente.”

Era Brady morando em sua terra de conto de fadas. Estar ao seu redor me fez sentir saudades disso. De não esperar nada de ruim acontecer. Mas eu tinha sido fraca. Não sou mais agora. A vida me tornou forte.

"Vamos levar um dia de cada vez. Sem promessas. Sem planos. Apenas viver." Se não fizesse isso, eu me arrependeria. Possivelmente para sempre. Brady era diferente, e estar com ele me fazia feliz. Eu queria mais de como ele me fazia sentir. O futuro iria doer, mas, por enquanto, eu iria gostar.

Ele suspira e sorrio. Não era isso que ele estava acostumado. Receber o que queria era fácil. Não estava sendo fácil. Talvez eu o endurecesse um pouco.

"Aceitarei tudo o que você está oferecendo." Ele responde. Ele parecia decepcionado que não lhe prometi a lua. Ele estava acostumado com a lua. Ele estava acostumado com garotas que o perseguiam, como Ivy. Eu tinha visto isso apenas assistindo da minha vida tranquila, livre de todos. Até algumas semanas atrás, Ivy sempre esteve com Brady. Não estava exatamente certa do que tinha acabado com isso, mas ele parecia pronto para seguir em frente.

"Bryony está pronta para o parque. Preciso ir." Digo a ele. Foi um lembrete para nós dois que eu tinha prioridades.

"Sim, tudo bem. De qualquer forma, você acha que pode sair hoje à noite?"

Pedir aos meus pais para cuidar de Bryony novamente era demais. Nunca fiz isso. "Coloco-a na cama às oito e meia. Depois que ela estiver dormindo, poderei pedir a meus pais para olharem ela."

"Estarei aí às nove." Ele responde.

Depois de desligar, não penso mais nisso. Porque eu só me lembraria de quão impossível nosso futuro seria. Ele era um amigo agora. Ou deveria ser. O beijo mudou definitivamente as coisas.

"Parque!" Exige Bryony, puxando a perna do meu short.

"Sim, é hora do parque." Concordo.

Ela bate palmas e corre pelo corredor em direção à porta da frente.

"Estamos indo para o parque." Aviso para os meus pais, que estavam na cozinha.

"Tudo bem, divirtam-se." Responde minha mãe.

"Você viu Thomas?" Pergunta vovó, entrando na sala de estar atrás de mim.

"Não, não hoje." Respondo. Ou nunca, pensei comigo mesma.

Ela franziu a testa. "Ele pegou meus chinelos. Ele gosta dos meus chinelos."

"Quais?" Pergunto, pensando que talvez eu pudesse encontrá-los.

"Os de coelhos cor de rosa e felpudos. Ele pegou aqueles."

Vovó não possuía um par de chinelos de coelhos rosa. Pelo menos não nesta década. Ou nas seis últimas. Este era outro item que ela se lembrava de sua infância. Ela havia perguntado sobre eles antes, e mamãe estava aqui para explicar. Eu não discuti, no entanto. "Vou manter meus olhos abertos por eles.”

"E Thomas. Procure por Thomas. Ele precisa comer."

"Sim, senhora." Respondi. "Farei isso."

 

Eu nunca mais seria aquele cara.

Capítulo 26

 


Brady


Vou pegar a caminhonete de papai esta noite. Era a melhor maneira de não termos de nos esconder. Ninguém me procuraria na caminhonete de papai.

Minha caminhonete, no entanto, chamaria a atenção. Mamãe disse que papai tinha ido ao escritório hoje para fazer algum trabalho, então fui assim que terminei minha conversa com Riley. Ela precisava de uma prova de que eu estava falando sério e entendi que não era como as outras garotas que conheci. Era uma mãe. Foram suas diferenças que me atraíram para ela. Ela não me aborrecia. Ela era real.

Conseguir que confie em mim, no entanto, era outra coisa para a qual eu precisava me preparar. Não seria fácil. Ela estava muito fechada e cuidadosa. Não fui capaz de pensar em nada além dela depois do nosso dia de ontem, mas ela parecia não ter se afetado. Completamente. Isso não era algo que eu sabia como lidar.

Parei no prédio do escritório de papai e peguei meu telefone no banco do passageiro e coloquei no bolso antes de sair da caminhonete. Explicar que precisava pegar sua caminhonete emprestada ficaria estranho. Eu não tinha certeza se ele estava bem com Riley, se ele acreditava em Rhett como todos os outros na cidade ou se pensava que ela poderia ter dito a verdade. Eu também sabia que ele não queria que me distraísse do futebol.

Se ele visse Riley como uma distração, então podíamos ter uma discussão. De qualquer forma, ele precisaria concordar com isso e estar bem. Nunca pedi sua opinião sobre coisas assim, e não estava prestes a começar. Eu o amava, mas essa era a minha vida. Minhas escolhas.

A porta da frente estava destrancada, e me dirigi para dentro e para a parte de trás do prédio, onde sabia que seu escritório era. Nenhum outro carro estava lá fora, então, quando ouvi vozes, desacelerei. Ele poderia estar em uma reunião, e não queria interrompê-lo. Eu poderia esperar até que acabasse.

O som de voz feminina que escorria pelo corredor me fez congelar. Não apenas o meu corpo, mas a minha respiração. Acho que até mesmo meu coração parou. O próximo som que se seguiu foi um gemido óbvio e a voz profunda de meu pai fez um som que ele não deveria estar fazendo em seu escritório.

Eu tinha que estar enganado. Esse não era meu pai. Ele não faria isso.

Forçando meus pés a caminhar para frente, fui em direção ao som, em direção ao escritório, eu sabia que era de papai, e a cada passo seus sons se tornavam mais altos e intensos. Meu estômago se virou e não tinha certeza se ia vomitar antes mesmo de chegar lá. Cada palavra e som que ele fazia apenas me provava que eu não estava errado. Era ele. Quem mais poderia ser?

Havia um espelho atrás da mesa do meu pai que minha mãe tinha pendurado quando decorou seu escritório. Este mesmo espelho agora mostrava meu pai claramente despido. Uma mulher com longos cabelos loiros estava sentada em sua mesa, e ele estava entre suas pernas. Movendo-se. Os saltos altos vermelhos em seus pés me enojaram, e o grito de seu nome nos seus lábios me deixou tão doente que tive que me virar e correr. Eu ia ficar doente.

Isso não estava acontecendo. Não era meu pai. Ele tinha minha mãe. Por que ele faria isso com ela? Com uma mulher com metade da sua idade? Eu não tinha visto seu rosto claramente sobre seu ombro, mas ela era definitivamente mais nova.

Nunca tive meu coração quebrado como estava agora. Nenhuma vez na minha vida senti realmente dor como essa. Pensei ter entendido como era ser machucado. Mas percebi quando saí daquele prédio e o ar fresco atingiu meu rosto que isso era como a dor real parecia. Rasgando. Queimando. Destruindo tudo o que você era e deixava você dobrado em um estacionamento, vomitando até que não restasse nada no seu estômago.

Eu fiquei assim, curvado, até ter certeza de que tinha saído tudo o que tinha em mim.

De pé, meu corpo sentiu-se fraco, vazio, perdido. Eu tinha deixado minha casa trinta minutos atrás completamente à vontade. E em um momento tudo mudou. Nunca mais seria aquele cara.

Quando olhei para a caminhonete do meu pai, ódio, raiva e descrença, todos bateram em meu peito. Eu queria entrar e dizer-lhe a merda inútil que ele era. Que eu esperava que ele apodrecesse no inferno por isso. Queria jogar pedras nas janelas de sua caminhonete e passar uma chave ao lado da pintura. Queria que ele fosse destruído como eu estava.

Imaginar o rosto de minha mãe me parou, eu me afundei no meu assento e coloquei a cabeça no volante. Isso a mataria. Ela adorava aquele homem. Ela fazia tudo por ele. Se ela descobrisse, ficaria tão esmagada, e não tinha certeza de que ela conseguiria. Eu a amava, mas ela não era tão forte.

Ligando minha caminhonete, fui para a casa e parei. Não podia encará-la.

Agora não. Não podia encarar ninguém. Eu precisava ficar sozinho. Então, virei minha caminhonete para o norte e dirigi. Era tudo o que eu podia fazer: afastar-me da falsa sensação de segurança em que vivi aqui.

O futebol já não parecia importante. A faculdade já não pesava em minha mente. Apenas o fato de minha família estar vivendo uma mentira e que meu pai estava prestes a destruir completamente tudo que eu conhecia. Eu nunca o perdoaria. Não podia reiniciar meu cérebro e apagar isso. Se pudesse eu faria. Tínhamos tudo. Ele tinha tudo, e ele estava jogando fora pelo quê? Alguma mulher que parecia sexy em uma minissaia?

Asa passou por mim e buzinou, mas nem consegui me acalmar. Eu não queria. Essa era a minha vida passada. Aquela em que eu queria fazer meu pai orgulhoso. Aquela em que me preocupava com meu futuro. Aquela em que minha mãe era amada e cuidada. Todos nesta cidade faziam parte dessa vida. Todos estavam vivendo uma mentira? Ninguém era real? A vida estava sendo uma grande encenação?

Eu dirigi olhando direto para frente, minha cabeça latejando com o poderoso vômito e a visão que não desaparecia repassando na minha cabeça. Parar significava que teria que voltar para lá. Eu nunca iria querer voltar para lá. Nunca mais iria querer ver aquele homem. Ele arruinou tudo. Para mim. Para minha mãe. Para o time de futebol. Para esta cidade.

Porque Brady Higgens estava quebrado. Eu não funcionaria corretamente agora. Simplesmente não me importava. Fiz o meu melhor para ser o filho de quem todos se orgulhavam. Eu jogava pelas regras e tinha sido bom.

Que bom isso me fez? Nada. Coisa alguma. Meu pai era um idiota traidor.

 

O conto de fadas da nossa infância se foi.

Capítulo 27

 


Riley


Era quase onze quando guardei meu telefone e subi na cama. Brady não havia chamado, e ele não havia chegado as nove, como ele disse. Eu poderia ter lhe mandado mensagens, mas era muito orgulhosa para isso. Ele foi o único que pediu para me encontrar esta noite. Eu não tinha pedido a ele.

A ideia de que algo poderia estar errado com ele rodopiou na minha cabeça. Eu finalmente a afastei. Se ele estivesse sofrendo, eu saberia agora. Toda a cidade saberia. Forcei meus olhos a fecharem e ouvi a respiração uniforme de Bryony. Ela estava aqui, e isso era tudo o que precisava.

Confiar em um cara, mesmo um como Brady, era estúpido. Todos eram iguais.

Ele teve uma opção melhor para esta noite e pegou. A partir dele, pelo menos, eu esperava mais. Como uma mensagem, explicando ou dizendo que não estaria aqui. O que era tão não-Brady em suas atitudes, que comecei a me preocupar novamente.

Meu telefone vibrou na minha mesa de cabeceira, e olhei para ele. Eu tinha esquecido de colocá-lo no silencioso. Era Brady. Ninguém mais tinha meu número e gostava de me enviar mensagens tão tarde. Eu ignoraria isso? Ou leria? Ele tinha duas horas de atraso. Mas conhecendo Brady, tinha que haver uma desculpa.

Abri a mensagem no telefone.


Você está acordada?


Sério? Esse é o texto dele depois de não aparecer como disse? Eu realmente deveria ignorá-lo. Comecei a fazer isso quando vi faróis pararem na minha entrada e depois desligar.

Ele realmente pensou que eu iria sair às onze?


Estou na cama.


Isso o Faria ir embora.

Comecei a desligar o telefone quando respondeu.


Estou do lado de fora.


Rolando meus olhos, respondi:


Eu sei. Mas estou na cama.


Esperei para ver se ele retornaria. Ele não fez. Ele continuou sentando lá. Se fosse outro homem, pensaria que ele estava assumindo que eu iria correr. Mas era Brady, ele sabia melhor e era mais respeitoso. Sensato.


O amor não é real. É uma merda. Eu odeio isso.


Eu li suas palavras e minha testa enrugou. O que? Ele não fazia sentido. Por que ele estava falando de amor? Nunca ouvi ele dizer isso antes?


Você acredita na merda e confia nas pessoas. Mas eles deixam você para baixo e fodem tudo. Eles são egoístas.


Seu texto mais recente finalmente me retirou da cama. Coloquei um par de chinelos e dirigi-me pelo corredor. A porta do quarto dos meus pais se abriu e minha mãe olhou para mim.

"O que você está fazendo?" Ela perguntou. Seus óculos ainda estavam empoleirados no nariz, o que significava que ela estava lendo.

"Brady está lá fora, e pelas suas mensagens ele parece realmente chateado com alguma coisa. Vou verificá-lo. Ele não soa como ele."

Mamãe assentiu. "OK. Vou olhar Bryony. "

"Obrigada."

Eu não ouvi um tenha cuidado ou Seja esperta que a maioria das garotas ouviriam. O que eu costumava ouvir quando comecei a namorar. Meus pais sabiam que estava bem ciente do que poderia acontecer. Eu vivi isso.

Abri a porta quando meu telefone vibrou na minha mão novamente. Não li dessa vez. Acabei indo para sua caminhonete. Quando abri a porta do lado do passageiro, o cheiro de cerveja me surpreendeu. Havia três garrafas vazias no chão e uma no porta-copos. O que estava acontecendo no mundo?

"O que há de errado?" Perguntei, fechando a porta atrás de mim.

"Tudo" ele diz. Quatro cervejas para a maioria dos caras não eram muito, mas para Brady, que nunca bebia, era muito. Eu podia ouvir o efeito em sua voz. Ele estava com a voz enrolada - pela primeira vez em sua vida, eu apostaria.

"Você está bebendo. E dirigindo. Deve ser ruim. "

Ele solta uma risada dura e coloca sua cabeça de volta no assento. "Ruim" ele repete, depois ri um pouco mais, mas não havia humor real nele. Havia amargura lá. E dor. Ele pega a cerveja, mas eu a tiro dele. "É o suficiente, eu acho. Por que você não me diz o que aconteceu?" Ele fecha bem os olhos como se estivesse bloqueando algo ruim. Algo que ele não queria lembrar. Sentei-me quieta, entendendo que ele precisava de tempo. Isso não era fácil. O que quer que tenha sido realmente fez um número nele.

"Eu queria usar a caminhonete do meu pai esta noite. Então, poderíamos dar uma volta sem sermos descobertos. As pessoas não iriam me procurar dessa maneira. Teríamos alguma privacidade nesta pequena cidade." Ele para e ri novamente. "Privacidade. Não me importo com a privacidade. Todos sabem agora! Todos! Vou colocá-lo em um maldito outdoor e eles podem se foder. Toda a maldita cidade. É só futebol. Apenas maldito futebol. Não significa nada. Não é o que importa na vida. O que importa é ter confiança. Uma família em quem confiar." Ele bate a mão no volante.

Então, isso era sobre família? A família dele? O que, seu pai não o deixou usar sua caminhonete? Certamente, não era tudo o que aconteceu.

"Brady, o que aconteceu?" Repito a minha pergunta.

Ele suspira e estremece. "Eu fui ao escritório dele. Ele estava trabalhando em um domingo. Quem diabos trabalha em um domingo? Aparentemente, meu pai faz. Mas ele não estava trabalhando." O olhar no rosto de Brady me deixou doente. Meu estomago ficou atado. Eu esperava que isso não estivesse indo onde eu temia.

"Brady, não." Sussurrei, já vendo a dor tão clara no seu rosto para saber que isso iria acabar mal. Terrivelmente.

"Ela era mais jovem, loira, nua e na mesa. Suas calças estavam abaixadas."

Ele parou e inalou bruscamente. Apenas dizer essas palavras tinha que ser como uma faca sendo empurrada em seu peito. Ele tinha pais como os meus. Aqueles que todos confiavam e acreditavam serem perfeitos.

Não sabia o que dizer. Se tivesse sido eu, havia algo que poderia ter sido dito para aliviar minha dor? Não. O sofrimento nunca terminaria. Isso me arruinaria. Mais do que Rhett tinha. Bryony tinha curado isso, mas alguma coisa poderia curar isso?

"Ele não me viu. Eles estavam muito ocupados." Ele diz a última palavra como um gosto azedo na boca. "E minha mãe estava em casa cozinhando seu jantar favorito. O bolo que ele ama tanto, estava cheirando no forno de casa.”

Meu coração estava quebrando. Por Brady e sua mãe. Isso nunca ficava em segredo. Sempre encontrava uma maneira de sair. Esta era uma cidade pequena, e Brady era o menino dourado. Sua família era o tipo de pedra sólida que todos respeitavam. Tudo iria cair.

"E a minha maior preocupação quando acordei esta manhã era um fodido jogo de futebol. Nunca tive um problema real. Nunca enfrentei algo que mudasse minha vida." Ele vira a cabeça e finalmente olha para mim. "Mas você sim. Você viveu o inferno e saiu bem. Como você sobreviveu?"

Eu queria abraçá-lo e dizer-lhe que tudo ficaria bem. Mas essa era uma mentira que você diria para crianças quando perdiam seu animal de estimação. Não era a verdade. Ninguém nunca me contou isso. Mas meu coração doía por ele, e lutar contra o desejo de consertá-lo era difícil. Não era o que ele precisava, no entanto. Eu sabia.

Meus sentimentos por Brady cresciam cada vez mais com força, e nunca percebi como ele me afetava. Até agora. Fiz o que tinha que fazer. Disse a ele a verdade. Ele tinha sido alimentado com mentiras suficientes sobre a vida.

"Você sobreviverá. Você lembrará que a vida é difícil. Merdas acontece e você tem que ser forte. O conto de fadas da nossa infância se foi. Viver nele nos torna fracos. Sua mãe vai precisar de você, e você terá que ser forte por ambos. "

"Não sei se posso.”

Entendi esse sentimento também. Eu tive isso naquela época. Quando achei que minha vida tinha acabado e nunca conseguiria fazer isso.

"Você pode. Você só precisa encontrá-la no fundo. Está lá. A força. Todos nós temos isso, mas fica inativa até que precisemos dela. Então nós temos que procurá-la e usá-la."

 

Eu espero que você tenha dormido bem.

Capítulo 28

 


Brady


Minha cabeça estava doendo quando abri meus olhos. Um par de grandes olhos azuis estavam olhando para mim. Assustado, pulei, mas ela continuou a olhar. Sua cabeça inclinada para o lado. Ela parecia muito com sua mãe naquele momento.

"Ei?" Ela sussurra, ainda muito perto do meu rosto.

Olhei para o meu corpo e vi que estava em um sofá da casa da avó de Riley, coberto por um cobertor amarelo e azul. Riley não me permitiu dirigir na noite passada, e fiquei feliz. Não porque concordasse que estava bêbado, mas porque não queria ir para casa. Não queria ver o meu pai. O nó doente retornou, e eu queria voltar a dormir, onde o ontem nunca aconteceu.

"Você viu Thomas?" Uma senhora mais velha me pergunta quando ela entra na sala de estar. Ela não está preocupada com o fato de eu estar no sofá.

"Não" Bryony responde, então olha para mim. "Thomas está com Jesus." Diz ela, ainda sussurrando.

Eu não consegui entender isso, então acenei com a cabeça. "Bom dia, Brady. Espero que você tenha dormido bem." Diz a Sra. Young ao entrar na sala. Sento-me no sofá e me pergunto se ela sabia que eu estava aqui. Era tarde quando entramos na noite passada.

"Uh, sim, senhora. Obrigado." Respondi.

"Não há motivo para se apressar. Acabei de acordar Riley. Ela estará aqui em um momento. Estou fazendo um café. Você quer um?" Parecia que Riley lhe disse que eu estava aqui na noite passada. Ela não estava surpresa.

"Não, obrigado. Não sou um fã de café." Respondi.

"Bom. Não se torne um. É o hábito mais difícil de quebrar. Eu bebo muito."

"Você viu Thomas?"

A mãe de Riley volta-se para sua própria mãe e acaricia suas costas.

"Não esta manhã. Por que não vamos começar o seu café da manhã. Ele vai aparecer em algum momento."

Bryony corre atrás delas. "Estou um pouco faminta." Ela grita.

A mãe de Riley para e se abaixa para pegá-la. "Aposto que você está." Ela responde.

Então todas saem da sala, e eu me levanto e começo a arrumar onde estive dormindo.

"Você vai para casa?" Pergunta Riley.

Eu me viro para vê-la com o suéter que ela usava na noite passada. Seus cabelos estão bagunçados do sono, mas ela parece despreocupada com isso. Gosto disso sobre ela.

"Sim. Tenho que tomar banho e trocar de roupa antes da escola. Já vou perder o treino matinal. Não me importa, mas meu pai se importará.”

Era um confronto que eu estava temendo. Olhar para ele iria me enfurecer. Não podia simplesmente dizer-lhe o que sabia. Eu tinha que decidir como dizer a minha mãe primeiro. Isso ia bagunçar seu mundo tanto quanto tinha atrapalhado o meu. Não, isso seria maior. Porque ele era a outra metade dela, o homem em quem confiava há vinte anos.

"Você vai contar a sua mãe?"

Eventualmente. "Ainda não. Preciso pensar sobre isso. Ela é delicada."

Riley me deu um sorriso triste. "Só porque ela cozinha suas refeições e cuida da casa não a deixa fraca. Ela o criou, trouxe uma garota para sua casa que enfrentou uma tragédia que não posso começar a compreender e foi uma mãe para ela. Ela é dura. Dê-lhe esse crédito."

Ela era amorosa. Mas isso a fazia forte?

"Ainda preciso de algum tempo.”

Riley assente. "OK. Estou aqui se você precisar de mim."

Eu queria abraçá-la. Beija-la não estava no topo da minha lista agora. Meu pai arruinou essa imagem para mim. Mas ter Riley em meus braços parecia bom. Com sua mãe, avó e filha na sala ao lado, decidi contra isso. "Obrigado por ontem à noite.”

"A qualquer momento."

Vou para a porta e olho para trás, pouco antes de sair para vê-la me olhando sair. Ela até acorda bonita. Não estava tentando ser falsa. Era apenas ela.

"Vou ligar para você." Eu digo.

Ela apenas assente.

Então vou para casa.


* * *


A caminhonete do meu pai ainda está na garagem quando entro. Ele normalmente já teria saído para trabalhar. O fato de não estar em casa quando ele acordou atrasou isso. Ele ficou me esperando. Pronto para me questionar e me corrigir. Desgraçado. Ele não tinha o direito de corrigir ninguém.

Ele poderia ir para o inferno por tudo o que importava.

Fechando a porta da caminhonete, toda a raiva de ontem ferve na superfície e, embora eu precisasse me acalmar antes de entrar naquela porta para encará-lo, não conseguia. Eu quero gritar com ele e deixá-lo ver o ódio nos meus olhos. Ele abre a porta antes de eu chegar lá, seu rosto uma máscara de desapontamento e fúria. Como se ele tivesse o direito de sentir isso. Dormi no sofá de uma amiga e chegaria tarde à escola. Nenhuma dessas coisas destruiria ninguém. Ele não podia dizer o mesmo pelo que tinha feito ontem.

"Onde você esteve?" Ele me pergunta.

"Nada que seja da merda da sua conta." Respondo enquanto tentava passar por ele.

Sua mão agarra meu braço para me parar, e a força em seu aperto não é agradável. "Quem diabos você pensa que é? Eu faço as regras nessa casa. Você não fala assim comigo e não fica fora a noite.”

Tento mexer meu braço livre. Apenas estar perto dele me fez encolher.

"Seja como for." Digo, resmungando para ele.

"Você cheira a cerveja." Ele responde com descrença no rosto." Está tentando jogar fora seu futuro? Você chegou tão perto e agora vai jogá-lo fora? Pelo quê? Uma menina que mente e dorme por aí?"

Ele não foi procurar por mim porque ele sabia onde eu estava. A mãe de Riley o avisou? Provavelmente. O idiota estava lançando acusações contra Riley, que não tinha feito nada de errado. Como ele ousa?

Com um rápido olhar para garantir que minha mãe não estava em pé perto de nós, eu me inclino para perto dele. "Pelo menos não sou casado e fodo uma mulher no meu escritório." Eu cuspi e empurro meu braço de seu controle livre desta vez. Seu rosto empalidece, e sei que ele entende o que estou dizendo.

Passo por ele e em direção às escadas, enquanto Maggie está descendo por elas. Ela tem uma expressão questionadora em seus olhos, mas não diz nada. Era outra pessoa que seria afetada por isso. Os pais dela estavam mortos, graças a seu pai, e essa família era sua única segurança. Papai tinha explodido seu mundo também.

"Nós não terminamos de falar." Diz papai no começo da escada.

"Quer apostar?" Respondo e bato a porta do banheiro atrás de mim.

 

Ele é uma coisa bonita, não é?

Capítulo 29

 


Riley


Minha campainha toca uma hora depois que Brady saiu. Ninguém foi atender. Eu estava esperando que não fosse Brady e que ele tivesse chegado à escola sem entrar em uma briga com seu pai.

Bryony corre para a porta, seu rosto iluminado de excitação. Ela também não estava acostumada, e isso seria o destaque de sua manhã. Além do fato de que Brady estava dormindo no sofá quando ela acordou.

Na verdade, eu não conhecia a linda morena na minha porta, mas sabia quem era. Ela era a prima de Brady. A menina que veio a Lawton não falando e agora era a razão pela qual West Ashby não era um idiota completo.

"Olá" digo, sabendo por que está aqui. O regresso de Brady para casa não foi bem essa manhã. Eram oito horas e ela deveria estar na escola.

"Oi, Riley?" Ela diz, certificando-se de que ela tinha a pessoa certa.

"Sim" respondi.

"Desculpe por ter vindo assim, mas sou Maggie, a prima de Brady. E sei que ele dormiu aqui na noite passada. Isso não é o meu negócio, mas a cena que presenciei nesta manhã me deixou preocupada com ele."

Dei um passo para trás e acenei uma mão para ela entrar. Bryony estava ao meu lado, em minha perna examinando-a.

"Entre." Digo a ela.

Ela entra e sorri para Bryony.

"Gosto do seu cabelo." Bryony diz timidamente.

"Obrigada. Eu gosto do seu também. Sempre quis cachos loiros. Os seus são bonitos.”

Bryony sorri para ela. Ela também amava seus cachos loiros. Geralmente sentava na frente ao espelho apenas para escová-los.

"Minha mãe disse que ligou e deixou a Sra. Higgens saber que Brady estava aqui na noite passada.”

Maggie assentiu. "Sim, mas ele nunca fez isso antes, e ele cheirava a cerveja. Tenho certeza de que ele nunca cheirou assim antes." Ela fez uma pausa e me entregou o que parecia um bolo que ela segurava. "Tia Coralee mandou isso. Ela disse que estava querendo trazer ela mesma."

Eu pego o bolo dela. Não podia dizer nada a ela. Isso era para Brady contar. Não eu. "Diga-lhe obrigada por mim." Respondo.

"Não estou aqui para pedir-lhe para me dizer o que está acontecendo. Só preciso saber se ele está bem." Diz Maggie.

Eu poderia responder a isso. "Não, ele não está."

Maggie franzi a testa. "Estou com medo disso. As coisas não foram boas entre ele e tio Boone. Mas nunca os vi assim. Eu simplesmente não sei como ajudar."

Ela não podia. Ninguém poderia.

"Confie em mim quando lhe digo que você não pode ajudá-lo. Ele deve fazer isso sozinho. Se ele precisar se abrir, ele irá; caso contrário, deixe ele livre."

Ela assentiu. "OK. Entendi. Melhor do que a maioria, acho. Mas eu precisava de alguém. West tornou-se meu alguém. Acho que todos precisam de alguém." Ela fez uma pausa e olha diretamente para mim. "Espero que você seja a dele.”

Espero também. "Se eu for, não vou decepcioná-lo.”

Ela sorri e olha para a porta. "Estou atrasada para a escola. Acho que preciso sair antes que meu tio também fique chateado comigo. Obrigada por falar. Foi bom finalmente conhecê-la." Ela diz, então volta sua atenção para Bryony.

"Foi um prazer conhecê-la também."

Bryony sorri brilhantemente para ela. Então se esconde atrás de minhas pernas.

Nós nos despedimos e fecho a porta atrás de Maggie. Ela era doce, linda e obviamente entende sobre a coisa 'não ser intrusiva.' Brady tem sorte em tê-la em sua casa com ele. Isso ajudaria quando ele estivesse pronto para se abrir.

"Você pode ir ao Miller e me trazer um quilo de açúcar? Acho que vou fazer um pouco de minha torta de cereja para Lyla." Diz Vovó, sorrindo para Bryony. Hoje, Bryony seria minha mãe quando criança novamente. Nós não tínhamos esses dias todos os dias, mas hoje vovó já a chamou de Lyla três vezes. Bryony sempre parecia confusa, mas parou de discutir com ela sobre o nome dela.

"Claro." Digo a ela. "Por que não vamos ver se o seu programa de auditório favorito está passando. Acho que é hora do Dr. Phil." Digo a ela.

"Preciso alimentar Thomas primeiro." Argumenta ela.

"Deixe Bryo..." faço uma pausa e corrijo-me. "Deixe Lyla fazer isso. Você sabe que ela gosta."

Vovó pensa por um minuto, depois assente. "Essa é uma boa ideia. Ela precisa de responsabilidade. Nunca faz mal a ninguém."

Eu pisco para Bryony dizendo que tínhamos que brincar de fingir com a Vovó.

Ela pisca forte com os dois olhos, porque ainda não sabe piscar. Sorrindo, ligo a televisão para Vovó e Bryony vai para a cozinha para fingir alimentar um gato que não existe.

"Eu quero maçã da Wywa." Ela diz calmamente quando chegamos à cozinha.

Nos dias em que ela a confunde com Lyla, Vovó sempre lhe dá torta de maçã. Tinha sido o lanche favorito da minha mãe quando bebê. Bryony descobriu isso.

"Tudo bem." Respondo, colocando a torta para baixo, então a levanto para a cadeira alta.

Minha mente estava em Brady, no entanto. Ele estava enfrentando a escola e amigos com a alma destruída. Manter um segredo assim era como sentir que o peso do mundo estava sobre ele. Eu não poderia ser forte para ele, no entanto. Ninguém poderia.

Ele tinha que resolver isso por si mesmo. Pelo menos ele não estava sozinho.

"Eu gosto do Dr. Phil?" Pergunta vovó da sala de estar.

Este seria um dia ruim. Alguns dias eram melhores que outros. Hoje, ela estava confusa com tudo. Caminho até a porta e olho para ela. "Sim. Ele é brilhante e terá muitas boas dicas para você.”

Ela assentiu com a cabeça e cobriu as pernas com a manta que mantínhamos no sofá para ela há anos. "Ele é bonito, não é?" Comenta.

Ela diz isso todos os dias quando o observa.

"Sim" concordo, sorrio, e volto para a cozinha para dar a Bryony torta de maça. Eu tinha certeza que seria mandada ir ao Miller's para Lyla mais tarde hoje.

"Vamos ao parque?" Bryony pergunta.

"Sim, iremos mais tarde hoje, depois da sua soneca." Asseguro-lhe. Estava ficando cada vez mais frio, e eu temia quando não pudéssemos mais ir ao parque.

Bryony precisava de um balanço aqui em casa, para que ela pudesse ir ao quintal e se divertir por períodos mais curtos. O frio mordaz que estava por vir nos impediria de caminhar até o parque. Ela odiaria isso.

 

Essa era a única arma que eu tinha.

 

CONTINUA

Capítulo 15

 


Riley


Com uma lista de compras em uma mão e a mão de Bryony na outra, entro na loja para pegar todas as coisas que precisávamos. Bryony queria ir ao parque hoje, mas choveu a maior parte da tarde, então ficou lamacento. Eu prometi seus biscoitos de animais se ela fosse uma boa garota no supermercado.

Foi um acordo, não um suborno. Ou, pelo menos, eu gostava de me dizer isso.

"Riley Young." Reconheço a voz. A maneira como meu sobrenome foi dito como se fosse desagradável em sua língua me fez tensa. Eu não entrei em contato com Serena desde que voltei. Esperava que nunca fizesse. Aparentemente, minha sorte acabara de acabar.

Seguro Bryony perto do meu lado como se ela pudesse machucá-la, o que era bobo, mas eu fiz isso de qualquer maneira. Virando, enfrento não apenas Serena, mas Kimmie também. Elas parecem versões mais antigas das meninas que eu lembrava. Ainda tentando superar uma a outra.

"Olá, Serena. Kimmie” respondo com um sorriso forçado.

"Você tem uma criança. O que aconteceu, você não usou proteção?" Kimmie diz com uma risadinha. Eu podia suportá-las me atacar. Mas elas não iriam trazer Bryony para isso.

"Posso ver que vocês duas estão tão encantadoras quanto lembro. Se vocês me desculpem, tenho compras para fazer" Respondo, querendo dar um bom exemplo para minha filha. Ela era nova, mas eu estava certa de que ela entendia coisas assim. Ou pelo menos deixava impressões sobre ela.

Passei por elas e coloquei Bryony em um carrinho.

"Não se esqueça de pegar alguns preservativos. Odiaria que isso acontecesse novamente." Serena diz com um tom doce. Eu tive a minha cota disso.

"Você é a única que precisa lembrar-se de seus preservativos. Você não gostaria de espalhar por aí as DSTs que teve depois de anos dormindo com qualquer pessoa que olhasse para o seu caminho.”

Com isso, eu saí. Talvez não tenha sido a minha melhor hora como mãe, mas sim, senti-me bem. Elas poderiam mexer com isso e ser cadela sobre mim na próxima semana.

"Ookies?" Bryony me pergunta, e posso ver o cenho preocupado em seu rosto. Ela não tinha entendido o que aconteceu, mas ela era inteligente o suficiente para saber que eu estava chateada.

"Sim, garota, vamos te dar biscoitos." Asseguro.

Minhas emoções estavam muito cruas do confronto de ontem à noite com Brady. Eu estava sendo uma pirralha completa sobre isso, mas não podia evitar. Eu confiei nele o suficiente para dizer sim a sua oferta, então ele a recusou. Entendi seus motivos, mas ainda dói. Isso não estava melhorando.

Minha vida aqui seria por um curto período de tempo mesmo. Eu me graduaria em breve, e então iria encontrar um emprego e encontrar para Bryony e eu um lugar só nosso. Não tinha tempo para meninos e amigos. Eu tinha uma vida para construir. Os meus anos de adolescência acabaram. Tinham acabado desde a noite em que pedi a Rhett para me dar uma carona para casa. Antes daquela noite eu tinha sido mais inteligente. Eu confiei em Brady, que já tinha sido um bom amigo. Alguém em quem poderia confiar.

 

Dois anos atrás...


Gunner estava bebendo novamente. Ser convidado para essas festas do campo era o nosso objetivo final desde que estávamos na escola primária. Graças ao irmão mais velho de Gunner e ao fato de que Gunner deveria ser uma futura estrela do time de futebol, juntamente com Brady e West nesse verão.

Em primeiro lugar, Gunner não tinha bebido com os outros. Brady nunca bebeu, mas West começou a provar a cerveja. Então Gunner. Agora era um festival cheio de bêbados. Brady foi o único que ficou sóbrio. Ele também era aquele com quem todos queriam conversar. Começou a chamar a atenção do treinador do ensino médio há dois anos, quando ele estava apenas na oitava série. Sua precisão com a bola o fez importante por aqui.

Sentei-me num velho pneu de trator perto do fogo, onde Gunner estava antes. Ele me deixou para beber mais e agora estava rindo com alguns jovens em voz alta e irritante. Gostava de ir às festas no início, mas não tinha tanta certeza de gostar agora. Chegar em casa esta noite seria complicado. Eu não poderia chamar minha mãe para vir me pegar porque Gunner estava bêbado. Ela veria isso.

Eu procurei na multidão por Rhett, que normalmente dava a Gunner e a mim uma carona para casa. Ele bebeu um pouco, mas raramente ficava completamente bêbado. Eu o observei e decidi que seria seguro ir com ele. Tive uma carona com a mãe de Brady mais de uma vez. O problema com isso foi, Brady ficava até tarde, e eu não estava com vontade de chegar atrasada. Serena estava tentando chamar a atenção de Rhett quando o encontrei no campo em torno da caminhonete. Ele parecia mais interessado em uma das garotas mais velhas lá. Embora Serena estivesse aqui por causa de Rhett, eu tinha certeza. Definitivamente, não pediria que ele me deixasse em casa esta noite. Eu acho que eu teria que sofrer até que Brady fosse embora. Ele tinha uma multidão ao seu redor, mas eu me levantei e fui até ele de qualquer jeito.

Gunner ia estar desmaiado logo, e eu precisava de uma carona para casa.

"Ei, linda." Alguém gritou com uma expressão óbvia na voz. Olhei para ver Ivan, um dos amigos de Rhett, caminhando em minha direção. O copo de plástico vermelho na mão era mais do que apenas cerveja, eu aposto. Ivan foi expulso da equipe no ano passado por festejar demais. Ele raramente aparecia para a aula e ia ser reprovado. Não pareceu estar preocupado com isso. Ainda estava pendurado com a mesma multidão, e eles o amavam.

Voltei minha atenção para o grupo de Brady e esperei que Ivan tropeçasse sobre seus pés bêbados. "Seu garoto ainda não consegue lidar com sua cerveja. Ele deixa você sozinha? Isso é uma vergonha. Venha aqui e podemos conversar.”

Não nesta vida.

"Não, obrigada." Respondi, ainda não olhando para ele.

Ele riu como se tivesse sido divertido. Antes que ele pudesse pensar em algo mais a dizer, eu estava perto o suficiente de Brady que me viu me dirigindo para ele. Ele parou de falar e se voltou para mim.

"Você está bem?" Ele pergunta, fazendo uma verificação rápida em Gunner, eu assumi.

"Sim. Só preciso de uma carona. Sua mãe está chegando?" Eu pergunto.

Ele assente com a cabeça, mas havia uma careta no rosto. "Gunner está bêbado de novo?"

"Sim."

Ele balança sua cabeça. "Eu tenho que corrigi-lo. Vou ligar para mamãe. Nós podemos sair em breve."

"Obrigada. Eu aprecio isso."

 

Você precisa chacoalhar.

Capítulo 16

 


Brady


Ivy tinha decorado meu armário e deixado brownies com glacê sobre eles dentro.

Ela ainda estava agindo como se fossemos um casal nos dias do jogo. Eu não queria dizer nada para machucar seus sentimentos, mas ela tinha que parar com isso. Nós não conversamos o resto da semana. Os brownies de sua mãe eram bons e tudo, mas eles não nos resolveriam. Nunca tivemos razão para começar.

Comi dois brownies e bebi um grande copo de leite antes de subir as escadas para pegar meu saco. Minha mãe tinha lavado meu uniforme e empacotado para eu pegar no ônibus. Esta noite era importante. Vitalmente. Se não ganhássemos esse jogo, estaríamos fora.

O estudo das fitas de jogos e todo o treino extra me fez sentir pronto. Eu achei que a equipe estava preparada. Não era o que estava pesando na minha cabeça. Em vez disso, era eu. O centro da equipe. O quarterback. Quem precisava de sua cabeça ajustada. Não consegui esquecer a visita de Riley na outra noite. Incomodou-me que ela estivesse magoada. Que eu tivesse sido o único a machucá-la.

Isso não era novo. Eu era o cara legal. Não porque tenha sido rotulado, mas porque era simplesmente quem eu era. Às vezes, odiava isso seriamente.

No entanto, essa coisa de Riley era diferente. Eu estava preocupado com ela mais do que jamais tinha me preocupado com Ivy e seus sentimentos. Ivy e eu voltamos a sair novamente por quase dois anos, mas nunca senti algo tão forte por ela quanto com Riley. A única razão pela qual eu poderia pensar nisso era pela menininha. Riley tinha sido entregue a um acordo bruto e fez seu melhor. Eu respeitava isso. Minha bolsa estava na minha cama, como esperava, tudo empacotado para mim. Mamãe ainda não estava em casa do trabalho, mas ela estaria no jogo junto com meu pai.

Eles trariam Maggie, e seria a noite de sexta feira normal. Exceto que hoje, minha cabeça não estava apenas no jogo como sempre esteve.

Frustrado, pego minha bolsa e volto para baixo. Eu tinha que lidar com isso agora. Nós deveríamos estar na casa de campo para embarcar no ônibus em uma hora. Antes de ir para lá, eu ia ver Riley. Se não conversasse com ela e aliviasse minha mente, eu não estaria seguro que pudesse ganhar essa noite. The Panthers também estavam invictos. Tínhamos um trabalho duro em nossas mãos, e eu tinha que estar 100 por cento.

"Você está saindo?" Perguntou Maggie enquanto passava pela porta do quarto.

Fiz uma pausa e olhei no quarto. Ela estava na cama sentada com as pernas cruzadas e um livro aberto no colo. A menina lia mais do que qualquer um que eu conhecia.

"Sim" Respondi.

"West foi para casa para tirar uma soneca antes de vocês terem que se encontrar para sair.”

"Eu preciso ir fazer uma coisa." Digo, sem lhe dar mais detalhes.

"Bem, boa sorte esta noite.”

"Obrigado. Preciso disso."

Ela inclina a cabeça para um lado e seus cabelos castanhos escuros caem sobre um ombro. "Nunca ouvi você dizer isso antes.”

Porque nunca senti isso antes. Eu sempre estive focado e confiante.

Agora não.

"Tenho muita coisa na minha cabeça é tudo.”

"Riley Young." Responde Maggie. Não era uma pergunta. Era uma declaração.

"Não sei o que você quer dizer." Digo, e começo a sair.

"Você saiu, depois que ela jogou a pedra na janela na outra noite. Você tomou a decisão errada e isso está assombrando você."

Não era algo que eu queria discutir. Só precisava corrigi-lo.

"Você não disse nada a West, não é? "

Ela balança a cabeça. "Não é minha informação para contar.”

Gostava muito da minha prima. Ela não era uma fofoqueira. Ela mantinha as coisas para si mesma. Nenhum drama ou coisa feminina para lidar com isso. Muito parecido com Riley, acho.

"Estou trabalhando no que é o certo. Não apenas para mim, mas para todos os envolvidos." Não fazia sentido, mas era tudo o que estava disposto a dizer. "Eu não a conheço. Mas gosto dela.”

"Por quê?" Pergunto curioso.

"Nenhuma garota já o chacoalhou assim. Nem mesmo Willa. Certamente, não Ivy. Você precisa chacoalhar."

Não, eu precisava estar nivelado e pronto para ganhar este jogo.

"Discordo."

Maggie pega seu livro de volta, como se estivesse ok com essa conversa. Era algo que eu gostava sobre ela. Ela não seguia e continuava sobre um tópico em que terminou de discutir.

"Descobri que as coisas que mais nos atraem são as que merecem mais sacrifícios.” Ela disse isso sem olhar para mim.

Droga. Isso atingiu uma corda.

"Você fez sacrifícios pelo West?" Pergunto, já conhecendo a resposta.

Desta vez, ela olha por cima de seu livro. "Eu falei Brady. Ouvi o som da minha própria voz.”

A razão pela qual isso foi um sacrifício não precisava ser explicada. Eu entendi.

Com um aceno de cabeça, deixei-a lá com o livro. Ela ganhou a vida novamente quando falou com West. Uma grande parte dela que faltava foi preenchida com novos motivos para ser feliz.

Não pensei que estivesse faltando nada. Eu tinha bons pais, tinha bons amigos e ia jogar futebol em uma faculdade do Texas no próximo ano. Minha vida não precisaria melhorar muito. Antes de ter Riley e Bryony na minha caminhonete no outro dia, não questionava nada disso. Sabia que era sólido. Eu estava pronto para o meu futuro.

Agora eu me perguntava se estava apenas vivendo a vida fácil. Não enfrentando desafios ou realmente fazendo uma marca em qualquer um. Maggie tinha sido a rocha de West através de um inferno que nunca quis imaginar. Mesmo tão quebrada como ela estava, ela ficou perto dele e se tornou seu centro. Ela tinha feito algo com sua vida que significava mais do que apenas sua felicidade. Ela encontrou felicidade ajudando alguém.

Eu era feliz? Esta vida que eu tinha... me deixou feliz? Jogar futebol e ser a estrela do Lawton High realmente me faz feliz?

Não. Não. Não em tudo.

Eu estava vazio. Sem sentido. Eu era um hospedeiro para ganhar jogos na minha escola.

As meninas gostavam de mim, e eu tinha minha escolha se quisesse. Minha caminhonete não era nova, mas era boa e me foi dada sem que tivesse que trabalhar para isso.

Não havia nada digno de mencionar que eu tivesse feito para qualquer um.

Jogando minha bolsa no banco do passageiro da minha caminhonete, decidi que havia acabado. Não estava mais me concentrando em Brady Higgens. Alguém precisava de mim.

Ela precisava de amizade, e ela tinha vindo até mim. Foda-se meus amigos enlouquecendo. Todos precisavam acordar e perceber que havia se passado dois anos e todos nós estávamos errados. Eu estava preocupado em ganhar um campeonato e havia uma mãe solteira que eu já tinha considerado uma amiga para conquistar. Não vou ignorar isso. Não por um maldito jogo.

 

Você tem um campeonato para ganhar.

Capítulo 17

 


Riley


Havia janelas de carros pintadas, bandeiras azuis com leões sobre elas e, claro, grandes sinais em cada quintal, exceto o nosso, com LIONS #1. Minha casa não estava preocupada com o jogo. Nós éramos os únicos na cidade sem um sinal dos Lions em seu quintal, e na próxima reunião da cidade eles poderiam votar para nos expulsar da cidade... novamente... porque não conseguimos ficar obcecados com o futebol.

Fiquei com aquele pensamento balançando na cabeça. Isso não aconteceria, é claro, mas a maneira como eles faziam por um jogo de futebol pensaria que era a eleição presidencial. Bryony apontou para outro carro que passou por nós deixando a cidade para o jogo. As janelas pintadas e as bandeiras voando eram fascinantes para ela. Pelo menos, elas eram boas para alguma coisa.

O próximo veículo que passou não era um carro pintado. Era a caminhonete de Brady Higgens. Meu peito apertou com a visão, e comecei a andar mais rápido. Chegar em casa não faria a lembrança da outra noite se afastar, mas eu poderia pelo menos me preocupar em fazer um lanche e arrumar meu armário ou algo assim. Qualquer coisa para não lembrar quão tola eu fui.

Bryony aplaude e acena para o próximo carro que passa. Eles tinham uma cabeça de leão no capô. Não tenho certeza de como eles estavam fazendo essa proeza, mas com certeza fez Bryony feliz. Provavelmente ela gostaria dos jogos. Todos os torcedores torcendo e o pessoal correndo no campo. Eu nunca poderia levá-la, no entanto. Essa era uma parte da minha vida que terminou.

Girei na entrada da minha avó enquanto a caminhonete de Brady chegou a uma parada paralela ao meu lado. Bryony estava acenando para ele como se ele fosse seu melhor amigo. Eu já tinha sido grosseira na frente da minha filha uma vez na semana passada. Não voltaria a fazê-lo.

"Você não tem um jogo para ir?" Pergunto a ele. Sua janela estava baixa, e ele parecia estar prestes a falar comigo.

"Tenho cerca de quarenta e cinco minutos. Você pode falar?"

Minha resposta deveria ter sido não. Não posso. Tchau.

Mas Brady tinha um jogo, e ele estava aqui por algum motivo. Para ele, tinha que ser importante. Olhei para ver se o carro do meu pai também estava em casa. As sextas-feiras, ele geralmente saia do trabalho cedo. O jogo provavelmente fez toda a cidade sair do trabalho cedo. Deixar Bryony dentro com meus pais não deve ser um problema.

"Deixe-me levá-la para dentro." Respondo.

Empurro o carrinho para a varanda da frente e me abaixo na frente dela para desabotoar o cinto de segurança. "Mamãe vai conversar com nosso amigo Brady, está bem? Estarei dentro para preparar um lanche em alguns minutos."

Ela assente como se tudo tivesse sentido. Muitas vezes eu me perguntava se isso acontecia, se ela entendia as coisas que ela respondia.

Abrindo a porta, vi papai no sofá com uma xícara de café e o jornal. "Ei, pai". Cumprimento. "Brady Higgens está aqui e quer falar comigo um minuto. Você pode manter um olho em Bryony para mim? Não vou demorar."

Papai franze a testa. "Brady? O menino não tem um jogo para ir?"

Meus sentimentos exatamente. Eu assenti. "Sim, então isso será rápido.”

"Claro, vou vê-la. Diga a ele que eu disse boa sorte. Estou torcendo por eles."

Não respondi. Eu não tinha certeza do que dizer. Meus pais estavam muito entusiasmados com Brady. Eu estava com medo de que eles estivessem prestes a ser abatidos. Coloco Bryony no chão para que ela possa correr em seus pés, então fecho a porta atrás de mim. Meu pai não era o tipo curioso, mas o que quer que fosse, não queria que ninguém nos ouvisse.

Brady saiu da sua caminhonete e estava encostado no lado do passageiro, esperando por mim. Viro-me para ele. Se ele fosse se desculpar novamente, eu poderia perder a paciência. Não queria suas desculpas. Queria fingir que nunca havia ido lá.

"Não tenho muito tempo." Digo a ele como se ele fosse me manter. Ambos sabíamos que ele tinha um jogo para vencer. "E se isso é outra desculpa, não faça. Apenas deixe ir."

Ele move os pés e parecia quase nervoso. "Eu quero ser seu amigo. Minha oferta original - ou pedido - ainda é válida."

O que?

"Por quê?"

Ele suspira e passa as mãos pelos seus cabelos escuros. "Porque quero ser seu amigo. Acredito em você. Eu me sinto como uma merda sobre o modo como te tratei quando você voltou para a cidade e o fato de ter afastado você há dois anos. Eu era jovem. Essa é a única desculpa que tenho. Mas sei melhor agora. Minha equipe não pode me dizer de quem eu escolho ser amigo."

Ele parecia tão determinado que eu me pergunto se ele estava tentando convencer-se de tudo isso. E por que ele sentiu a necessidade de vir me ver antes do seu jogo quando isso poderia esperar.

"Você tem um campeonato para vencer." Lembrei-lhe. Ele estava bastante certo na outra noite.

"Sim. Mas isso não deve me impedir de fazer o que é certo."

Então eu era o que não estava certo. Isso me fez sentir como um caso de caridade. A garota na mesa do almoço sem amigos. Algo que ele aprendeu na escola dominical quando criança. Seja gentil com aqueles que precisam. Bem, não precisava de nada. Eu estava perfeitamente bem.

"Não preciso de sua amizade por caridade. Sou melhor do que isso. Mas obrigada de qualquer maneira." Disse, então virei para voltar para dentro. Esta conversa terminou, tanto quanto eu estava preocupada.

"Espere. Não. Não é caridade" ele grita, mas eu sabia a verdade, mesmo que não o fizesse. "A verdade é que não consigo parar de pensar em você.”

Eu paro.

Bem, essa foi definitivamente uma coisa que não esperava.

"Desculpe?" Perguntei, olhando para ele.

Ele enfia as mãos nos bolsos dos jeans. "Eu acho que preciso de você. Uma amizade que não se baseie no meu desempenho no campo ou entrar na melhor festa. Estar sozinho. Isso significa algo."

Agora, isso seria difícil de discutir ou de se afastar. Eu estava vulnerável em sua casa na outra noite, e ele agora estava fazendo o mesmo comigo. Acabou de levar tempo para pensar.

"Porque agora? Por que não quando a temporada acabar?"

Posso dizer honestamente que eu estava preocupada com os outros caras e com este estúpido jogo de futebol agora. Não porque queria que eles ganhassem, mas porque queria que Brady ganhasse. Queria que ele conseguisse o futuro para o qual ele trabalhou tanto. Por que queria tudo isso? Deus, eu estava tendo sentimentos por ele. Toda essa porcaria em torno de nós, e eu estava começando a me preocupar com a felicidade de Brady Higgens.

"O futebol não pode tomar todas as decisões na minha vida. Se eu deixar isso, então não estou lutando pelo meu sonho. Estou deixando meu sonho me possuir. Eu deveria possuí-lo."

Fico em silêncio e deixo suas palavras se mexerem. Ele quis dizer isso. Eu o respeitava por isso. Mas ainda queria protegê-lo.

"Então deixe sua nova amiga tomar uma decisão por você. Espere. Dê tempo a esta temporada. Então poderemos tentar a coisa de amizade."

Ele balança sua cabeça. "Não quero esperar. Não posso."

Sua determinação era... fofa. Admirável, mas fofo.

"Então vamos ser amigos em segredo por mais algumas semanas." Sugeri.

Ele franziu a testa e parecia que iria discutir de novo.

"Basta pensar nisso. Vá ganhar o jogo da noite e deixe os prós e os contras jogarem na sua cabeça neste fim de semana. Se você ainda estiver interessado em surpreender a cidade, iremos ao Den e comeremos hambúrgueres na noite de segunda-feira. Mas se você ver a razão, assim como eu, vai dirigir por duas cidades e me levar para uma pizza."

Um sorriso lentamente se espalha por seu rosto. "Posso ter seu número, então?"

Como se uma garota pudesse dizer não a isso.

 

Por três Touchdowns.

Capítulo 18

 


Brady


Conseguir minha cabeça completamente no jogo era difícil, mas vendo os fãs que haviam dirigido até aqui nas arquibancadas, torcendo, segurando as bandeiras e os sonhos de suas canções, me lembrou da importância da noite. Eu não estava aqui preocupado com uma garota na qual não conseguia parar de pensar. Ela estava bem agora. Estávamos bem. E a ideia de um futuro para nós me animou em vez de me assustar. Estava pronto para ganhar este jogo agora. Este não era apenas o meu futuro pesando na balança. Era o nosso. Mesmo aqueles de nós que considerariam isso como nossa última lembrança do futebol. Isso significaria algo.

No meio do tempo, estávamos em um touchdown. The Panters eram difíceis, e mesmo com todo o trabalho de preparação, estávamos no nosso melhor jogo para acompanhá-los. West abriu o capacete na borda do campo enquanto soltava uma série de palavras que eu sabia que o treinador ignoraria. Nós não jogamos um jogo tão duro em toda a temporada.

Gunner bateu o punho nos velhos e espancados armários que estavam reservados para o time adversário The Panters. Ele não deixou uma série de maldições voarem de sua boca, mas ele continuou a bater no armário algumas vezes mais, antes de descansar sua testa sobre ele. Tínhamos dois tempos para alterar isso.

O treinador falou conosco e nos lembrou de quem nós éramos e para o que viemos aqui. Ele era bom em conversas de meio período. Eu poderia contar com ele para recuperar a cabeça da equipe e deixa-la pronta para lutar.

Havia rugidos e punhos no ar enquanto nos dirigimos de volta ao campo. Este não foi o primeiro meio tempo em que estivemos perdendo. Foi a primeira vez que fomos abatidos. A maneira como tínhamos jogado esta noite deveria ter tido um touchdown ou mais adiante. Não para trás.

"Onde está sua cabeça esta noite?" Gunner me pergunta quando se afasta do armário no qual ele estava apoiado.

Ele estava me culpando por isso? "Não sei o que você quer dizer com isso." Respondi, a raiva lentamente se construindo dentro de mim. A acusação no seu rosto era suficiente para me dizer que ele estava me apontando em vez de todos nós. "Esta é uma equipe. Onde está sua cabeça?" Eu recordo.

"Foda-se isso. Você tem a bola. Você dirige a equipe. E eu estive jogando bola com você desde que nós éramos crianças. Sua cabeça não está conosco lá fora. Então, onde diabos está isso? Porque precisamos dela nesse campo." Ele estava gritando agora.

"Volte, Gunner." Diz West, colocando-se entre nós. Nash e Asa também se aproximaram de nós. Como se uma luta estivesse prestes a começar e todos precisassem estar lá para acabar com isso.

"Não! Ele vai nos fazer perder esse jogo. Sua cabeça não está lá, e nós precisamos disso!" Grita Gunner. "Hunter é um maldito estudante de segundo ano e não está pronto para isso. Não podemos entregar o jogo para ele. Precisamos que Brady junte-se a nós antes de voltar para esse campo.”

Eu queria chegar em seu rosto e dizer-lhe exatamente onde poderia empurrar sua acusação. A ideia de bater meu punho em seu rosto também era atraente.

No entanto, ele estava certo. Minha cabeça não estava completamente lá. Gunner era o único com bolas o suficiente para apontá-lo.

"Vá beber um pouco de água e acalme-se." Diz Asa a Gunner. Todos pensaram que estávamos prestes a brigar. Em outro momento, eu apenas poderia fazê-lo. Mas esta noite Gunner estava certo. Era minha culpa. Admito que doeu, mas era verdade.

"O que está acontecendo aqui, garotos?" Pergunta o treinador quando entra na casa de campo. A mídia local o parou para uma entrevista em seu caminho para nós, então ele perdeu o confronto.

Todo mundo, exceto Gunner, se vira para olhar para o treinador enquanto os olhos de Gunner ficam colados em mim. Ele estava aguardando sua resposta. Ele não iria receber uma porque a verdade causaria mais do que apenas eu estragar o jogo. O inferno iria se abrir.

"Estou fora esta noite." Respondo à pergunta do treinador enquanto mantenho contato visual com Gunner. "Tudo isso é por minha causa.”

Essa foi a primeira vez que eu tive que fazer isso em um vestiário em todos os anos que estive jogando. Nunca fui eu. Sempre tinha sido outra pessoa com quem eu tinha que falar sobre qualquer coisa que eles estavam lidando. Isso era difícil. Foi como admitir que eu era um fracasso.

"Então vamos consertar isso. Você é o melhor quarterback sênior do Alabama, Brady. Ou você esqueceu disso?" O treinador pergunta.

Não tinha esquecido. Posso não concordar, mas não tinha esquecido que o título tinha sido dado a mim nas últimas estatísticas. Se perdesse isso, Riley se culparia.

Não era culpa dela. Era minha. Isso não era apenas para mim; era para toda essa equipe e nossa cidade.

"Estou pronto." Digo a ele.

O treinador assente com a cabeça e inicia seu plano para a próxima metade. Agora que vimos o jogo dos Panters e sua estratégia, tivemos que ajustar o nosso. Eu mergulhei e consegui colocar Riley Young fora da minha mente. Esta noite eu tinha muito a provar. Especialmente agora.

Quando corremos de volta ao campo, Gunner apareceu ao meu lado. "Nós vamos cuidar disso.”

Essa foi sua maneira de se desculpar. Certificar-se de que estávamos bem.

Assenti em concordância. Porque nós iriámos. Queremos ganhar o jogo esta noite.

Então iremos nos preparar para a próxima semana. Era quase um fim para nós e o futebol dos Lions. A graduação seria o nosso próximo passo.

Eu estava pronto para o futuro, mas o cheiro da grama fresca e a alegria na multidão enquanto os caras que aprenderam a jogar futebol comigo quando éramos crianças estavam todos amontoados ao meu redor - isso seria perdido.

Nunca receberíamos isso de volta.

Por causa disso, por causa dessa memória e de todos os outros que acompanharam isso, eu dei tudo o que tinha e mais um pouco que não sabia que tinha. Com cada peça chamada, eu me concentrei mais do que nunca. Afoguei o rugido dos fãs. Ignorei os tiros pop chamando por mim da outra equipe. Eu tinha uma missão. Uma unidade. Para ganhar este jogo.

E nós fizemos. Por três touchdowns.

 

Eu devo essa noite a você.

Capítulo 19

 


Riley


Se eu dissesse que fui para a cama sem ficar acordada para assistir as notícias, estaria mentindo. Estava nervosa. Nunca estive nervosa sobre um jogo de futebol em toda a minha vida. Mas estava agora. Quase não consegui jantar, mas me obriguei a fazê-lo, então minha mãe não me questionaria. Normalmente eu tinha um grande apetite.

Papai estava sentado em sua poltrona reclinada com os pés apoiados e um dos muitos cobertores que minha avó tinha tricotado jogado sobre suas pernas. Sua tigela de cereais estava em suas mãos enquanto observava as notícias locais. Nunca assisti a notícia com ele, então tentei muito casualmente entrar e sentar-me no sofá.

Mamãe era muito mais observadora, então fiquei agradecida que essa noite ela estava em um banho de imersão no momento e não por aí assistindo as notícias com ele. Ela me questionaria por estar aqui.

"Você ainda está acordada?" Ele pergunta como se eu estivesse na cama cedo todas as noites. Normalmente ia para meu quarto relativamente cedo, mas raramente para dormir. Eu jogava um jogo no meu telefone ou lia um livro. Esse tipo de coisa.

"Sim" Respondo, esperando que ele deixasse por isso mesmo. Normalmente, meu pai não era um grande falante. Mas quando ele tinha algo a dizer, sempre era importante. Ele não desperdiçava palavras. Era o que minha mãe sempre dizia sobre ele.

Felizmente, o repórter começou a falar sobre os preços do gás, e meu pai ficou em silêncio. Eu podia ouvi-lo comer os flocos crocantes em sua tigela e estava feliz por ele ter algo mais a fazer com a boca do que falar.

Depois de cobrirem os preços do gás, uma casa queimando em uma cidade vizinha e o novo plano de seguro do presidente, eles finalmente jogaram o clipe de um futebol pairando pelo ar, o que significava que a pontuação das equipes locais estava prestes a ser postadas.

"Os Lions Lawton ganharam novamente." Foram as primeiras palavras da boca da âncora da notícia, eu soltei um suspiro de alívio. A mulher falou que Brady Higgens lutou durante a primeira metade, mas ele voltou no segundo tempo e possuiu o jogo. Os Panters não estavam prontos para ele, ou pelo menos foi o que o treinador dos Panters disse quando o perguntaram. Ele parecia impressionado, e embora estivesse suando e cansado pelo jogo, ele concordou que Higgens era o melhor quarterback do estado. Ele agora vivenciou isso e aguarda com expectativa a carreira do garoto.

Um pouco de orgulho surgiu em mim, e isso foi bobo, mas era a verdade. Tínhamos sido amigos quando crianças, mas nada especial. Eu tinha sido amiga de todos eles. Brady sempre foi o líder, mesmo quando todos estávamos brincando juntos no balanço do parque.

Tinha sentido que ele fosse o líder agora. Eu me levantei para sair quando a recapitulação do jogo da noite mudou para outra coisa.

"Acho que você pode dormir agora sabendo que o menino teve um bom jogo." Diz papai enquanto estou saindo da sala.

Faço uma pausa e estremeço. Fui um pouco óbvia saindo logo após essa notícia. "Ele estava nervoso e é possivelmente o único amigo que tenho nesta cidade.”

Essa foi a melhor explicação que tive, e era verdade.

"Ele é um bom garoto. Atleta talentoso. Mas eu direi que estou mais orgulhoso dele por ignorar o resto e chegar a ser seu amigo de qualquer maneira. Ele tem uma coisa sobre ele, então, vê-lo tomar uma atitude como essa me dá esperança para esse grupo, afinal. Brady é o líder deles. Eles podem questioná-lo no início, mas eventualmente..." ele para.

Eu não pensava assim, nem ficaria muito esperançosa. Brady não conseguiria tirar todo o ódio que eu sentia pelo que aconteceu com Rhett. Muitas vezes me pergunto se seria melhor se eu tivesse deixado a cidade e não tivesse contado a ninguém? Eu nunca saberia a resposta para isso, e achei que estava bem. Não precisava saber. Minha vida havia acabado do jeito que deveria. Eu acreditava firmemente no destino. Até agora, o destino me deu Bryony e não podia me queixar. Ela era perfeita. Minha perfeita.

"Boa noite, pai." Falei antes de sair desta vez.

"Boa noite querida."

Caminho pelo corredor e abro lentamente a porta do quarto para não acordar minha princesa. Ela estava enrolada como uma bola com a maioria dos lençóis, e eu adorava vê-la assim. Ela estava segura e segura na vida que eu tinha dado a ela. Ela não sabia nada sobre como foi concebida ou a dor que a seguira. Não havia necessidade dela saber.

Debruçando-me, beijei o topo de sua cabeça e o doce cheiro de xampu de bebê encontrou meu nariz. Eu amava cheira-la. A casa cheirava assim - bebê - quando eu a levara para casa do hospital. Esse cheiro me lembrava as noites sem dormir, mas também dos primeiros sorrisos, primeiros beijos, primeiras palavras e primeiros passos. Adorava tudo sobre esse cheiro. Muitas vezes eu me perguntava se poderia convencê-la a continuar usando o mesmo xampu em seus anos de adolescência.

Eu duvidava, mas sempre havia esperança.

Meu telefone estava sobre a mesa de cabeceira. Embora estivesse em silêncio, a tela iluminou a sala. Nunca recebi mensagens ou ligações a menos que fossem de meus pais. A única pessoa que tinha meu número agora estava em um ônibus comemorando uma vitória.
Eu me estiquei na cama e o peguei.

O nome de Brady apareceu, então passei o dedo sobre a tela e li suas palavras.


Obrigado. Eu devo esta noite a você.


Isso não era verdade. Ele devia essa noite ao fato de que era uma estrela. Não tive nada a ver com isso.


Eu duvido seriamente disso, mas parabéns.


Respondi.

Ele ia sair da cidade neste verão. Sair para viver seus sonhos.

E eu estaria aqui com meus pais até conseguir um lugar meu em uma cidade onde pudesse começar de novo e ter uma vida.


Se você não tivesse falado comigo hoje, não teria conseguido me concentrar.


Ele respondeu.


Eu ter ido até a sua casa realmente o incomodou tanto?


Queria deixar as vibrações no meu estômago voarem livre e curtir isso, mas não podia. Eu não era uma garota no ensino médio que podia flertar e se divertir. Era uma mãe e uma filha com responsabilidades. Eu vivia uma vida que ele não entenderia e não esperava que ele se encaixasse.


"Aproveite sua vitória. Eu assisti as notícias. Você mereceu isso."


Não esperei que ele respondesse. Bloqueei o telefone e o coloquei na cabeceira.

As fantasias das jovens meninas não eram para mim.

 

Jogo divertido ontem à noite, hein?

Capítulo 20

 


Brady


No sábado depois de um jogo, eu deveria dormir. No entanto, o sono não veio facilmente ontem à noite, e o cheiro de bacon me acordou mais cedo do que teria gostado. Peguei meu telefone e verifiquei se Riley já havia respondido ao meu último texto. Ela não fez.

Colocando um short, desço as escadas para a cozinha para o café da manhã. Minha mãe estava empilhando panquecas com seu avental rosa e branco amarrado em torno de sua cintura. Eu tinha comprado para ela há cinco anos para o Dia das Mães com o dinheiro que fiz cortando grama. Ela o usava o tempo todo.

"Bom dia!" Digo quando vou até a geladeira para pegar o leite.

"Você acordou cedo. Eu esperava que você dormisse até o meio dia." Ela provoca.

Eu não dormia até o meio dia, bem... nunca. Ela sabia. "Senti o cheiro de bacon." Digo a ela. "Um homem não consegue dormir quando há bacon.”

Recebo um sorriso dela.

Mamãe sempre foi essa mãe. Aquela que fazia nossos almoços e nos preparava o café da manhã. A mãe que fazia biscoitos e me deixava ter a casa cheia de caras. Ela acreditava em mim e estava orgulhosa. Em troca, eu queria continuar a deixá-la orgulhosa. Eu tinha uma mãe que a maioria dos indivíduos não tinha sorte o suficiente para ter. Pelo menos não no meu grupo de amigos. Eu tive sorte pelo jeito. Muitas mães não eram tão perfeitas quanto a minha. Por exemplo, a mãe de Gunner. Eu nem tinha certeza de que ela merecia esse título. Ela não tinha feito muito por ele na vida.

"Você se machucou a noite passada?" Pergunta mamãe enquanto coloca um prato de panquecas e bacon na mesa para mim.

Eu tinha alguns hematomas, mas nada que valesse a pena mencionar. Eram de alguns encontrões da primeira metade, que eu merecia. Minha cabeça não estava onde precisava estar.

"Estou bem." Assegurei-lhe.

Ela sorri para mim e volta para as panquecas. "Eu vi os hits que você levou no segundo tempo. Você deve ter alguns pontos ruins."

Eu dou de ombros e pego o xarope para cobrir minhas panquecas. "Papai ainda está na cama?" Pergunto, mudando de assunto.

"Não, você conhece seu pai. Ele se levantou cedo e foi ao escritório. Disse que precisava fazer alguma coisa e nos veria no jantar. Tenho certeza de que ele estará pronto para falar de futebol até então."

Meu pai sempre tinha que estar fazendo alguma coisa. Ele trabalha muito, e ficar ocioso não estava no seu vocabulário. Ele era engraçado assim.

Começo a fazer uma piada sobre isso quando a tela do meu telefone acende. Pego e vejo o nome de Riley. Eu olho de volta para me certificar de que mamãe não estava olhando na minha direção antes de abrir o texto. Não que ela desaprovasse. Eu sabia que ela gostava de Riley. Mamãe era a pessoa menos julgadora que conhecia. Mas não queria que meus pais soubessem ainda. Não sobre minha amizade com Riley. Eu ainda estava segurando isso comigo. Só para mim.


Claro, se você precisa de alguém para viajar com você para Birmingham hoje, eu vou. Mamãe disse que podia olhar a Bryony. Por que iremos?


Acabei de jogar isso. Uma viagem de duas horas a Birmingham foi a única coisa que eu pude pensar. Era suficientemente longe de Lawton para que pudéssemos nos divertir com segurança sem encontrar alguém que conhecêssemos. Não tinha pensado em um motivo pelo qual eu precisasse ir. Acabei de dizer isso. Agora eu precisava de algo. Qualquer desculpa para que ela não soubesse que eu simplesmente estava indo lá para que pudéssemos sair. Sozinhos.

E por que eu estava fazendo isso?

Ela precisava de um amigo e queria ser seu amigo, mas havia mais do que isso. Na noite passada, quando estava distraído, queria acreditar que era porque estava preocupado com ela ou com algo inocente. Mas a verdade é que eu gosto dela.

Eu gostava de Riley Young. Ela era interessante. Ela era forte, era uma boa pessoa, e a respeitava por tudo isso. Queria estar ao seu lado. Longe do mesmo grupo de pessoas, que eu sempre estive perto. Talvez fosse por isso que gostei de Willa. Ela era diferente. Não é a mesma pessoa que faz as mesmas coisas.

Gostar dela mesmo sendo apenas como amigo, iria causar uma agitação eventualmente. O confronto com Gunner era o que mais me preocupava.

Mas, honestamente, era hora de encarar o fato de que o irmão dele tinha mentido. Afinal, eles passaram por isso ultimamente, não acho que seria muito difícil para ele acreditar na história de Riley agora. Nós não éramos mais crianças que deixavam os outros nos dizerem o que pensar mais.

Eu finalmente respondi.


Eu tenho algum dinheiro de aniversário ainda na minha conta de poupança, e queria um par de botas que estão esgotadas aqui. Birmingham tem melhores opções.


Eu duvidava que isso soasse convincente porque Nashville estava há uma hora de distância. Mas fui lá mesmo assim.

"Cheira maravilhoso nesta casa." Diz Maggie, entrando na cozinha. Seus cabelos ainda estavam bagunçados do sono, e ela estava usando calça de pijama e uma das camisas de West. Ele tinha certeza de que ela tinha várias delas. Era sua maneira de estar com ela o tempo todo. Eu costumava me divertir com isso, mas agora achava que fazia sentido. Não que dissesse isso a ele. Gostava da ideia de Riley vestindo minha camisa. O que também significava que meus sentimentos por ela estavam se transformando em algo mais do que amizade.

"Sente-se em um lugar e vou pegar um prato." Mamãe diz a ela.

Maggie ignora isso e caminha para pegar seu próprio prato. "Você ainda está cozinhando. Posso pegar o meu próprio prato. Obrigada mesmo assim."

Mamãe sorri como se Maggie fosse a filha perfeita que nunca teve. Elas eram boas uma para a outra. Mamãe era o tipo de mãe que precisava de uma filha, e Maggie havia perdido sua mãe de forma trágica. Elas não estavam tão perto quanto uma mãe e filha conseguiriam, mas eu esperava que ao longo do tempo elas preenchessem aquele buraco nas vidas uma da outra.

Maggie sentou-se em frente a mim e bocejou. Apenas alguns meses atrás, essa seria uma mesa muito silenciosa. Era legal que Maggie realmente falasse agora.

"Jogo divertido ontem à noite, hein? "

Seu comentário parecia inocente, mas eu sabia o que queria dizer. Ela era a única pessoa que sabia onde minha cabeça esteve naquele primeiro tempo. Olho para ela quando coloco um bocado de panqueca em minha boca. Não era divertido.

Mas o sorriso no rosto dela disse que era.

"Quase me deu um ataque cardíaco." Diz minha mãe com uma risada. "Senhor, nunca estive tão nervosa sobre um jogo em toda a minha vida.”

"Os jogos vão ficar mais difíceis. Ganhar o campeonato não vai ser fácil." Percebi que parecia irritado e desejei não ter dito isso. Maggie ergue uma sobrancelha como se quisesse dizer que sabia melhor. Por que ela não podia ter ficado no andar de cima na cama? Eu estava tendo um café da manhã perfeitamente tranquilo até que ela entrou e trouxe tudo isso.

"Oh eu sei. Percebi na noite passada que precisava me acalmar e me preparar para isso piorar." A voz de minha mãe ainda era suave e compreensiva.

"Tenho certeza de que é difícil manter seu foco com toda essa pressão." Acrescenta Maggie, depois sorri antes de comer um pedaço de bacon.

Eu ia parar de comer e sair da mesa com uma desculpa ou mudar o assunto. Mas não estava satisfeito e queria mais panquecas, então mudo do assunto. "Quer que eu leve algum café da manhã para o papai antes de ir para Birmingham?" Pergunto.

Maggie ri. Eu estava prestes a jogar minha última panqueca no seu rosto divertido.

 

Ela é o meu ponto de luz no pôr do sol na vida.

Capítulo 21

 


Riley


Meus pais não tinham realmente questionado Brady por me buscar para ir a Birmingham para o dia. Eu lhes disse a razão pela qual Brady precisava ir, mas eles parecem não ter acreditado. Perguntei-me se essa era realmente a razão. Achei que Nashville tinha tantas lojas quanto Birmingham. Eu poderia pensar que ele havia encontrado um par em Birmingham. No entanto, a ideia de que ele estava inventando essa desculpa para passar o dia comigo fez meu coração fazer coisas engraçadas. Gostei. Novamente, eu estava sentindo demais, e realmente precisava ser mais cautelosa.

Não deixei meu pai falar demais com Brady quando ele chegou. Ele, claro, disse a Brady que foi um bom jogo e que desejava ter visto isso. Eu o afastei da porta e escapei antes que papai pudesse falar demais. Eu nunca sabia o que ia sair de sua boca.

A caminhonete de Brady não era o que pensei como uma caminhonete de adolescente por dentro. Para começar, estava limpa. Sem lixo no chão, nada de roupas penduradas, e nem sequer estava empoeirada. Ele manteve-a muito bem.

"Você consegue manter sua caminhonete limpa com frequência?" Pergunto enquanto olho pela limpeza pela primeira vez. As duas últimas vezes que estive nessa caminhonete eu estava preocupada e não tinha realmente prestado atenção.

"Meu pai tiraria essa caminhonete de mim se eu pagasse a alguém para limpá-la" Diz Brady, parecendo divertido. "Ele também tiraria isso de mim se não a mantivesse limpa.”

Interessante. Ele era a estrela do futebol, mas isso não lhe deu tratamento especial de seus pais. Eu teria pensado o contrário. Especialmente nesta cidade. Imaginei que ele tivesse pessoas implorando para limpar sua caminhonete de graça.

"Parece meu pai. Ele espera que eu faça a minha parte. Não é que não faria de qualquer jeito, mas sei que se eu afrouxar, ele está lá para me lembrar de colocar minha bunda em marcha."

Brady ri. "Sim. Conheço esse sentimento."

Ficamos calados por alguns minutos. Não senti a necessidade de conversar apenas por conversar. Havia muitas coisas que eu poderia perguntar a ele. Como por que realmente estávamos indo para Birmingham? Mas por enquanto não iria fazer isso. Gostaria de aproveitar o passeio e estar fora de casa com alguém da minha idade. Passaram-se dois anos desde que fiz qualquer coisa assim.

Isso me fez sentir mais velha do que sou. Brady não me fazia sentir velha, no entanto.

Ele não estava tocando música e falando sobre si mesmo. Foi assim que me lembrei da minha idade. Mas então eu não estava acostumada com a idade. Minha única experiência era assistir a programas de televisão e filmes. Isso era muito mais agradável do que eu esperava.

Não queria aproveitar demais porque a chance de que tudo isso poderia terminar abruptamente estava lá. Pendurada a distância. Quando chegasse a isso, não esperava que Brady me escolhesse sobre Gunner. E esse seria o resultado quando Gunner descobrisse. Nossa cidade era pequena e, por algumas semanas, poderíamos manter nossa amizade escondida, mas isso aconteceria. Brady estava sendo otimista. Ele acreditava que tudo funcionaria.

Eu vivi o inferno. Sabia como tudo acabaria. Esperança e otimismo foram coisas das quais eu fugia enquanto cresci.

"Quando foi a última vez que esteve em Birmingham?" Pergunta.

Boa pergunta. Não tinha certeza. "Anos, eu acho. Nem consigo me lembrar."

"Você foi para a escola quando se mudou?"

Balanço a cabeça e olho pela janela. "Não. Depois que sai, não fui corajosa o suficiente para enfrentar mais adolescentes e seu julgamento sobre minha gravidez. Comecei a fazer aulas online então."

Ele não respondeu imediatamente, e desejei que não tivéssemos chegado a esse tópico. Era difícil para ele, eu acho. E não é algo sobre o qual eu gostava de falar.

"Não era muito solitário?"

Ele não fazia ideia. "Sim, mas então Bryony nasceu e mudou meu mundo.”

Essa foi à verdade. Antes do seu nascimento, estava deprimida. Meu mundo estava perdido, e pensei que nunca mais voltaria a sorrir. Estar grávida aos quinze era terrível. Mesmo se você tivesse o apoio de seus pais.

"Você é uma boa mãe. Faz com que pareça fácil, mesmo sabendo que não deve ser. " Bryony tornou mais fácil. Ela era um bebê tão bom. Era quase como se tivesse nascido sabendo que eu precisava de calma. No momento em que a colocaram no meu peito, comecei a chorar. Não que estivesse assustada ou triste, mas porque ela era minha. Perfeita, bonita e saudável. Eu trouxe uma vida para este mundo, e nada do que fizesse depois disso seria tão importante.

"Ela é o meu ponto de luz no pôr de sol na vida." Respondo. Por ela valia a pena perder cada momento da adolescência. Eu não iria trocá-la para conseguir nada disso de volta. Nunca sugeriria ser uma mãe adolescente para alguém, porque não era uma escolha de vida. Mas quando não há nenhuma opção e isso é colocado sobre você, então, aprenda a sobreviver e aproveitar ao máximo. Bryony definitivamente foi o melhor.

"Você vai apenas se formar em seus cursos on-line de educação em casa? Ou você pensa em voltar para a escola?"

Nunca pensei nisso. Eu também não poderia. "Tenho responsabilidades que não vão mudar. Meus pais precisam da minha ajuda com a minha avó, e depois há Bryony. Não a quero em uma creche. Ela precisa de mim."

"Eu me pergunto se algumas das meninas na escola pensariam da mesma forma que você faz. De alguma forma eu duvido disso." Ele responde. "Respeito isso.”

Eu não estava realmente atrás de seu respeito, mas não disse isso. Fazia isso pela minha família porque os amava. Não para receber uma palmadinha nas costas.

"Então, fale-me sobre essas botas e por que você as necessita tanto." Digo, mudando o assunto de mim. Finalmente, voltando minha atenção da estrada para a minha direita, olhei para ele. Ele tinha um pequeno sorriso no rosto. "Elas são apenas algo que eu quero.”

"OK... Bem, você não pode encomendá-las on-line ou ir a Nashville para encontrá-las?"

O sorriso dele ficou um pouco maior. "Eu poderia. Mas então, não teria razão para te distanciar de Lawton para que pudéssemos nos divertir durante o dia."

"Você está dizendo que esta viagem é para que possamos sair?" Pergunto, meu coração fazendo aquele pequeno aperto esquisito e flutuando.

Ele olha para mim. "Sim. Acho que sim."

Não pergunto nada mais. Isso foi o suficiente. O suficiente para me fazer esquecer que isso também acabaria. A maioria das coisas boas fazia.

 

Ela está comigo.

Capítulo 22

 


Brady


Nossa conversa tornou-se fácil, e as duas horas não pareceram tão longas. Quando Riley riu, queria mergulhar no seu sorriso. O som era... Bom. Não, foi muito bom. Eu implorei isso. Encontrei-me tentando arrancar uma risada dela. Qualquer coisa para ouvi-la e ver o rosto dela se acender.

Recebi algumas mensagens e ignorei cada uma. Gunner, West e Asa iriam esperar. A de Ivy não iria, mas eu ignoro a dela normalmente de qualquer maneira. Hoje eu não estava vivendo naquele mundo. Estava morando no mundo em que escolhi viver.

"Eu nunca tive um churrasco tão bom." Diz Riley enquanto limpa a boca com um guardanapo. Não conseguia pensar em uma garota que namorei que teria escolhido uma churrascaria para comer e então pedir costelas cobertas de molho. A maioria delas comiam coisas que não ficassem lambuzadas. Mas Riley estava gostando da comida. Ter molho em suas mãos e rosto não a incomodava.

Vê-la rir da bagunça que estava fazendo era lindo. Eu queria sentar aqui o dia todo e experimentar isso. Peguei outra asa quente e limpei o osso. Normalmente eu era um comedor mais limpo em um encontro, mas com Riley senti como se pudesse comer como se ela fosse um dos caras. Embora ela não parecesse nada como um dos caras.

Se as meninas percebessem o quão atraente era ser tão livre e feliz por algo tão simples como algumas costelas, elas aliviariam um pouco. Os caras da mesa ao longo de nós continuaram a verificar Riley, e embora fosse irritante que eles não parecessem ter a mínima ideia de que ela estava comigo, não poderia realmente culpá-los.

Eu estava tendo dificuldade em tirar meus olhos dela também.

"Vou ter que lavar meu rosto no banheiro depois disso." Ela diz com um sorriso. "Bryony ama costelas. Queria que ela estivesse aqui por isso."

Gostaria de levar algumas sobras conosco, mas ficariam ruins no momento em que terminássemos o nosso dia e levássemos as duas horas de volta.

"Eu poderia preparar algumas para ela algum dia. Todos poderiam vir jantar."

Riley para por um momento e uma mistura de emoções brilha em seus olhos. Ela coloca uma costela no prato e solta um pequeno suspiro. "Sim talvez."

Sobre o que era isso? Ela parecia quase chateada com a minha oferta, ou desapontada.

"Eu disse algo errado?"

Ela estava olhando para as costelas e ergueu os olhos para os meus. "Eu não vivo em um mundo de fantasia, Brady. Tive muita realidade para isso. A verdade é que, quando seus amigos descobrirem que você está passando tempo comigo, isso vai parar. Porque você terá que escolher. Eles vão te fazer escolher. E não espero que você me escolha."

O que diabos isso significa? Não teria que escolher ninguém. Sou dono de mim, droga, e se quisesse escolher meus amigos, eu poderia. Não precisava da permissão de ninguém.

"Não sou assim. Eu esperava que você já soubesse disso. Ninguém me faz fazer nada."

Ela encolhe os ombros e limpa as mãos em um guardanapo. "Não é uma coisa ruim. É só o que é. Aqui não temos julgamento, e gosto de estar com você. Gosto disso. Ter um amigo. Mas não sou delirante. Sei que todos em Lawton me odeiam e pensam que sou uma mentirosa. Bem, todos, exceto você."

Eu nunca tinha sido abertamente odiado. Perguntei-me como isso parecia. Quão doloroso e injusto deve ser. Minha raiva se levanta em todos eles. Todos que tinham falado mal dela. Todo mundo que a julgara ou foi cruel com ela. Então, admiti para mim a parte mais difícil: fui um desses. Talvez não agora, mas já estive lá uma vez. Eu não era melhor.

"Desculpe-me." Falei honestamente.

Ela sorri. "Por ser meu amigo?"

"Não. Por julgar você como fiz."

O sorriso no rosto dela desaparece. "Nós éramos jovens. Você pensou como todos pensaram. Além disso, eu corri para fora da cidade. Isso me fez parecer ainda mais culpada. Se tivesse ficado, a vida para minha família acabaria pior, mas o fato é que nós saímos. As pessoas sentem pena dos meus pais por minha causa. Mas essas pessoas sempre me odiarão. O bom é que eu nem sempre estarei lá. Vou sair e fazer o meu próprio caminho na vida em breve. Em uma cidade onde ninguém me conheça e poderei começar de novo. Eu e Bryony."

A imagem de Riley levando Bryony para uma cidade distante e construindo uma vida, conseguindo um emprego, pagando contas, criando sua filha, tudo enquanto eu estava fora jogando futebol e perseguindo meu sonho, parecia injusto. A maior parte de sua vida parecia injusta. Ela perdeu o ensino médio e sentiria falta da faculdade.

"Qual era o seu sonho, quando você era mais jovem?" Perguntei a ela. Eu não queria dizer antes de Bryony, porque isso parecia frio. Embora fosse o que queria saber.

"Você quer dizer antes de me tornar mãe?" Ela estava sorrindo como se tivesse lido minha mente. "Queria ser veterinária.”

"Então você ama os animais." Digo, sentindo o coração doente pela garota que não conseguiria perseguir seus sonhos do jeito que eu faria.

"Sim. Eu amo. Não posso cuidar de um agora porque não posso pagar por isso. Mas quando Bryony e eu tivermos nosso próprio lugar, teremos cães e gatos. Talvez até cabras se eu tiver terra suficiente."

"Você ainda pode ir para a faculdade para ser veterinária?"

Ela balança a cabeça. "Não, preciso de um emprego que pague o suficiente para me sustentar e a Bryony. Eu tenho planos. Quero fazer a diferença na vida das meninas como eu um dia. Um grupo de apoio para mães adolescentes me ajudou a passar por momentos difíceis. Meu sonho é fazer isso para as jovens. Mostrar-lhes que há felicidade em seu futuro. A vida não acabou."

Ela não disse isso com amargura ou raiva. Em vez disso, tomou um gole de seu chá doce e levantou. "Preciso ir me lavar." Explica antes de caminhar até a parte de trás do restaurante para os banheiros.

Por que eu queria que ela tivesse esse sonho? Ela parecia feliz o suficiente, e nunca quis resolver os problemas de ninguém tanto quanto queria consertar o dela. Ela me fez querer protegê-la e ficar de pé por ela. Mesmo que ela seja uma das pessoas mais difíceis que já conheci. Se soubesse o que eu estava pensando, ela me diria para parar. Ela tinha tudo sob controle.

Talvez fosse por isso que queria ajudá-la tanto. Porque ela não queria ajuda. Ela queria seguir seu próprio caminho. E eu sabia que podia.

"Ei, vocês são só amigos ou ela está com você?" Pergunta um dos caras da outra mesa.

Eu me viro para olhar para ele, e seu interesse óbvio me irrita. Claro, eu entendo, mas estou com ciúmes. Eu, com ciúmes. Não o tipo que senti com Gunner e Willa, mas o tipo que me fez querer fazer a minha reivindicação sobre ela e ameaçá-lo.

"Ela está comigo." Respondo com um tom frio.

O cara olha para baixo. "Droga" foi a resposta dele.

 

Eu não sabia que amigos beijavam assim.

Capítulo 23

 


Riley


Era depois das seis quando Brady entrou no caminho da minha casa. Eu mantive contato com minha mãe o dia todo, e Bryony estava bem. Tanto quanto eu sentia, esse pequeno refúgio tinha sido necessário. Agradeço que Brady tivesse pensado nisso.

Eu me viro para lhe dizer obrigada e o quanto gostei do nosso dia, mas seu olhar já estava trancado em mim. O olhar em seus olhos era diferente, e reconheci isso. Ou pelo menos o meu corpo fez. Meu coração tinha acelerado o ritmo, e senti-me corada por antecipação.

Antes que pudesse ficar muito nervosa ou pensar nisso, ele se inclinou e sua mão direita segurou minha bochecha ao mesmo tempo em que ele inclinou a cabeça até que seus lábios tocassem os meus. Não era controlador ou possessivo. Não era como um adolescente com fome tentando me atacar. Foi doce. Como se ele quisesse saborear isso.

Mudei meu corpo para mais perto e abri minha boca sob a dele, esperando que não fosse cedo demais. Embora não fosse assim que esperava que este dia terminasse. Não que no fundo eu não quisesse. Porque queria. Eu sabia. Na verdade, ter acontecido era diferente. Foi emocionante e aterrorizante. A realidade tinha sido muito diferente na minha cabeça. Eu já estava me vendo dando-lhe um abraço antes, sem perceber que ele estava planejando sobre isso.

Sua língua tocou a minha, e soltei um som que esperava que parecesse tão satisfeito quanto eu estava. Um verdadeiro beijo. O tipo que significava algo novo para mim.

O que fiz antes, quando era mais jovem, estava aprendendo e experimentando. Nada mais. Com certeza não tinha feito meu coração vibrar e meu corpo se curvar.

Eu queria lembrar isso no caso de o nosso fim chegar mais cedo do que o esperado.

Embora Brady não fosse meu primeiro beijo, ele sempre seria meu primeiro beijo significativo. O primeiro que me afetou.

Lentamente, ele recua, terminando a conexão.

"Eu queria fazer isso o dia todo." Ele sussurra.

Eu não tinha percebido isso, mas estava corando pela sua admissão e agradecida pela escuridão.

"Não sabia que amigos beijavam assim." Respondi.

Ele pressiona um pequeno beijo no canto dos meus lábios. "Eles não beijam." Foi sua resposta.

"Oh" era tudo o que eu poderia dizer. Brady estava me dizendo que isso era mais. Não era só eu que sentia coisas além da amizade. Ele também estava sentindo isso.

"Posso ligar para você amanhã?" Ele pergunta, parecendo inseguro.

Pergunto-me se Brady Higgens nunca tinha sido inseguro sobre qualquer coisa.

"Sim."

Ele se afastou e saiu da caminhonete. Observei-o enquanto caminhava pela frente de sua caminhonete e abria minha porta. Ele estende a mão para me ajudar, e eu a pego. Não porque precisava, mas porque não tinha certeza de quão bem minhas pernas iriam trabalhar agora.

"Obrigada por hoje." Digo, querendo dizer mais, mas tão nervosa que não consegui encontrar as palavras.

"Foi o melhor dia que tive há muito tempo." Ele responde.

Eu sabia que ele não iria me dar um beijo aqui. Para o mundo ver. Mesmo agora, ele me levar até minha porta era perigoso. Se alguém passasse e visse, ele teria que mentir ou dizer a verdade. Eu queria que ele mentisse. Não estava pronta para que isso acabasse. Ainda não.

"Nós vamos encontrar algum tempo amanhã, então." Ele diz exatamente quando chegamos à porta.

Eu sabia que não poderia deixar Bryony o dia inteiro novamente, e não queria. "Sim, posso fugir por um momento. Talvez enquanto Bryony cochile."

"Ou podemos levá-la ao parque juntos.”

Gostei que ele dissesse isso, mas acreditar era difícil, então acenei com a cabeça.

"Boa noite." Ele diz se aproximando para apertar minha mão antes de se virar e me deixar lá.

Abro a porta da frente e entro, mesmo que quisesse vê-lo até ele se afastar. Eu não me permitiria isso.

"Parece que seu dia foi bom." Minha mãe diz com as sobrancelhas erguidas enquanto entro na sala de estar. Ela estava me espionando. Eu não esperava que ela fizesse isso.

"Não sei o que você quer dizer." Respondo, soprando isso.

Ela revira os olhos. "Pode estar escuro lá fora, mas, sob o farol, o interior de sua caminhonete ficou perfeitamente claro a partir daqui. Não me interprete mal - eu não estava espionando. Acabei de ouvir a caminhonete e decidi verificar para ver quem estava aqui. Então eu vi algo que não estava esperando."

Eu também.

"Não leia muito sobre isso." Respondo.

"Mamãe!" Bryony grita, correndo excitadamente para dentro da sala com a toalha de banho embrulhada em torno dela.

"Ei, garotinha." Falo, igualmente entusiasmada por vê-la.

"Banho!" Ela declara o óbvio.

"Então eu vou dar banho em você." Respondo.

"Barco.” Ela amava seu pequeno barco rosa que flutuava na água do banho. Brincar de barco era sua parte favorita do banho.

"Tudo bem, parece um plano.”

“Ookies” diz ela, apontando para a cozinha.

Ela assente com entusiasmo.

"Ele gosta de você. Confie nele." Grita mamãe enquanto sigo minha filha no corredor.

"Estou tentando." É minha única resposta. "Mas sei como isso acaba.”

"Você não o conhece. Esse menino é diferente. Ele sempre foi."

Lembrei-me dele virar-me as costas há dois anos. Ele não era diferente então. "Ele é melhor, mas no final ele não é tão diferente.”

Eu podia ouvir o suspiro da minha mãe, e continuei acompanhando Bryony para o banheiro. Passar o tempo com minha filha e me lembrar o que era importante na vida era o que precisava depois desse beijo. Eu não era uma garota normal e sentar-me e ficar com ele era inútil.

"Um dia você terá que confiar novamente." Responde mamãe, seguindo-nos para o banheiro. Ela não estava pronta para deixar isso ir.

Um dia eu estaria. Hoje não era esse dia.

"Você guardou alguns cookies?" Pergunto a ela.

"Claro. Bryony fez rosa para você."

Eu a ouvi, mas queria uma mudança de assunto. Isso funcionou.

"O que você fez hoje?" Pergunto a Bryony.

"Ookies." Ela me conta novamente.

Cozinhar qualquer coisa era o destaque de seu dia, além de ir ao parque. Especialmente, cozinhar coisas que ela gostava de comer.

"Você brincou fora?"

Ela assente. "Eu me sujei." Ela dirigiu-se para mim como se ficar suja fosse uma realização.

"Então você teve um dia perfeito." Lembrei-lhe.

Ela deixa cair a toalha e corre para a água do banho que minha mãe tinha preparado para ela. Estava cheia de brinquedos e bolhas.

Isso era o suficiente para mim.

 

Eu tenho isso sob controle.

Capítulo 24

 


BradY


West me acordou às nove horas desta manhã. Ele ia correr e queria que eu fosse com ele. Maggie recusou, então me levantei e fui. Foi bom exercitar a rigidez da noite de sexta-feira. Também deu à mamãe tempo para preparar o café da manhã.

A rota que ele estava nos levando era em frente à casa de Riley. Meu plano tinha sido enviar-lhe uma mensagem pela manhã e encontrar uma maneira de vê-la. Eu fiquei na cama por horas na noite passada pensando no nosso dia. Sua risada, seu sorriso, a sensação de seus lábios nos meus. Tudo isso. Queria vê-la novamente. Agora.

Olhando para a casa, perguntei se ela estava acordada e o que estava fazendo. Bryony a acordou cedo? Ela arrumou café da manhã em sua casa? Sua avó estava sendo difícil hoje? O que ela normalmente faz aos domingos? Eu tinha um milhão de perguntas. Queria saber tudo sobre ela. Só precisava de tempo e liberdade para correr até sua porta agora e vê-la.

"O que está acontecendo lá?" Pergunta West, e volta a chamar a atenção para a rua em que estávamos e o fato de eu não estar sozinho.

"O que você quer dizer?" Foi minha resposta. Embora soubesse exatamente o que ele queria dizer.

"Com Riley." Ele responde.

West não estaria do lado de Maggie sobre isso. Claro, ele se ofereceu para ajudar a encontrar sua avó, mas ele não estava para se tornar seu amigo.

"Estão vivendo aqui e cuidando de sua avó." Digo a ele, embora soubesse que ele já sabia disso.

"Não foi o que quis dizer e você sabe disso.”

Eu não disse nada para isso. Estávamos correndo, não falando. Ele precisava deixar de ser curioso e se concentrar em sua própria vida amorosa. A minha estava fora dos limites.

"Você age como se estivesse escondendo coisas. Vou saber." Ele finalmente diz quando não digo nada.

"Nada a esconder." Eu minto.

Ele ri. "Certo."

Pego velocidade na esperança de chegar em casa e me livrar de seu questionamento mais rápido.

"Gunner vai descobrir. Então todo o inferno vai cair. Pode me dizer agora o que você está pensando. Você é meu melhor amigo. Não vou virar as costas para você."

De todos, nunca esperei que West me virasse as costas. Ele estava mais perto de mim do que de Gunner. Havia também Maggie, que iria tomar meu lado nisso. E não havia jeito de West não estar ao lado de Maggie.

"No momento, não há nada a dizer. Depois de ganhar o campeonato, então as coisas podem mudar." Isso era tudo o que ele iria receber de mim.

"Você precisa fazer um trabalho melhor para esconder isso, então, porque, a essa velocidade, você revelará e terá Gunner para lidar. Precisamos dele para vencer."

Ele também teria seus seguidores. Pessoas que ficariam com ele e se virariam contra mim. Isso dividiria o time, e estaríamos acabados. Eu tinha jogado esse cenário na minha cabeça um milhão de vezes. Sabia como seria e como isso terminaria.

"Tenho isso sob controle." Asseguro-lhe.

"Do jeito que você estava olhando para a casa dela, não parecia assim.”

Ponto feito. Eu tinha que recuar por enquanto. Poderia conversar com Riley pelo telefone e vê-la quando pudéssemos sair da cidade nos fins de semana. Apenas nas próximas duas semanas. Então, eu seria livre.

"Fechado." Respondi. Por sorte, minha casa estava à vista e essa conversa poderia acabar.

Corremos até a calçada em silêncio e diminuímos quando chegamos à porta.

Pouco antes de minha mão tocar a maçaneta para entrar, West diz mais uma coisa. "Mesmo que Rhett não tivesse feito, ela tinha apenas quinze anos. Ele não deveria estar sozinho com ela.”

Fiz uma pausa. Sabia que Rhett tinha feito isso. Mas ele estava certo. Mesmo que não tivesse, a situação ainda era ruim. Rhett não tinha nada com ela, e todos sabiam que ele estava dormindo com outras garotas na nossa série. Serena, para ser exato. Não era como se ele estivesse acima disso.

"Sim. Eu sei. Mas ele fez." Foi tudo o que disse antes de entrar no cheiro de biscoitos e salsichas.

"Sua casa cheira sempre a comida. Eu amo isso aqui." West diz enquanto caminhávamos para a cozinha.

"Isso é porque você só vem nas refeições.”

"Quando não é hora de refeição, cheira a biscoitos.”

Eu ri quando entramos na cozinha para encontrar mamãe em seu avental e Maggie colocando manteiga nos biscoitos. Ela olha para cima e faz contato visual com West antes de sorrir.

"Cheira bem, mamãe." Digo a ela, ignorando os pombinhos e indo à geladeira para pegar leite.

"Vocês dois fedem." Ela respondeu. "Tiveram uma boa corrida?"

"Despertou-me." Eu digo.

West ri e senta-se. Não olho para ele, mas podia sentir Maggie nos estudando. Ela era boa com a linguagem corporal e teria respostas em breve.

"Ivy esteve aqui ontem. Esqueci de lhe dizer quando você chegou em casa na noite passada. Ela deixou para você alguns brownies de canela. Eu os coloquei na geladeira."

Minha mãe conhecia meus problemas com Ivy, mas ela me lembra de ser gentil com ela. A menina era difícil de afastar quando era gentil, no entanto.

"Ela precisa parar com isso." Digo com um resmungo irritado.

"Gosto dos brownies" Maggie responde, parecendo divertida.

"Bem, você pode comê-los." Digo a ela.

"Você vai dividir comigo?" Pergunta West.

"Claro. Não consigo comê-los todos."

Eu reviro meus olhos em sua tentativa de humor e pego meu prato antes que minha mãe pudesse. "Obrigado por cozinhar." Digo a ela, então sento-me para comer depois de queimar todas aquelas calorias.

"Você acha que ela iria gostar de um pouco desse bolo de caramelo que sua mãe faz?" West provoca.

Eu o ignoro.

"Não custa perguntar." Acrescenta Maggie.

"Tudo bem, vocês dois, deixe de perturbar Brady." Diz minha mãe com um sorriso na voz. Ela me dá um tapinha nas costas.

Duvidava que Riley me enviasse comida, e estava bem com isso.

 

Procure por Thomas.

Capítulo 25

 


Riley


Era depois do almoço quando meu telefone tocou. Eu estava prestes a levar Bryony para o parque. O nome de Brady acendeu a tela e um sorriso atravessou meu rosto. Só de ver o nome dele me fazia sorrir. Eu estava gostando demais dele. Isso poderia acabar mal, e eu poderia ser ferida.

"Olá" digo, afastando-me dos ouvidos da minha família.

"Ei, o que você está fazendo hoje?"

"Bem, Bryony e eu tivemos um piquenique no quintal e agora estamos nos preparando para a nossa saída ao parque. Eu também preciso comprar para a mamãe leite e ovos na mercearia."

Falar sobre minha rotina diária com ele era um pouco estranho. Tão casual quanto tentei fazer tudo isso soar, senti como se estivesse descrevendo algo tão estranho para ele, que ele não entenderia.

"Parece um dia cheio. Não está muito frio para um piquenique no sol, eu acho." Ele responde. Era o tipo de resposta quando não se sabe mais o que dizer. Ele não entendia nada sobre ter um filho para cuidar.

"O que você fez?" Pergunto, tentando mudar o assunto para outra coisa.

"West me acordou para correr esta manhã, depois tomamos café da manhã e assisti ao vídeo do jogo da noite de sexta-feira." Ele não me disse o que faria a seguir. Não que fosse da minha conta.

"Não corro pela manhã há dois anos." Respondi, lembrando de quando fui da equipe de atletismo. Gostava disso. Parte de mim sentia falta.

"Talvez uma manhã no próximo fim de semana você possa vir comigo. Isso é, se seus pais puderem olhar Bryony."

Ele não estava pensando no fato de sermos vistos. Ele esquecia isso com frequência.

"Nós talvez precisemos esperar algumas semanas. Quando não estivermos escondendo a coisa de amizade."

Ele fica em silêncio por um momento. Eu sempre me perguntei o que ele estava pensando quando fazia isso.

"Isso é o que somos?"

Que tipo de pergunta era essa?

"Não tenho certeza se entendi você." Respondi.

"Amigos."

Oh. Nós nos beijamos. Isso mudou tudo? O beijo tornou diferente? Estava enferrujada com os namoros. Os indivíduos me confundiam em geral.

"Não tenho certeza do que mais podemos ser. " Eu digo. Ele esqueceu a maior barreira que estava entre nós?

"Por quê?"

Aparentemente ele havia esquecido. Então eu indiquei o óbvio. "Sou uma mãe adolescente e você sai em seis meses para viver seu sonho na faculdade de sua escolha. Qualquer coisa a mais terminaria de qualquer maneira. Amigos é a coisa mais segura para nós." Ou para mim. Porque quando ele se for, serei a única lutando para fazer a vida funcionar. Ele nunca saberá nada disso.

"Podemos dizer que por enquanto vamos resolver as coisas à medida que elas venham? Porque gostei demais da noite passada. E o dia que passamos juntos foi o melhor momento que tive há muito tempo.”

Meu rosto cora e meu coração vibra. Brady Higgens gosta de mim. Ele queria me ver mais, e queria me beijar mais. Concordei com tudo isso. O problema era que ele só tinha a mim. Apenas eu. Não Bryony, e nós duas somos um pacote. Ela sempre vinha em primeiro.

"Talvez você devesse dar tempo antes de decidir isso. Você nunca namorou uma mãe adolescente antes, pelo que posso deduzir."

Ele não responde imediatamente, então dei-lhe tempo para processar. A vida de Brady era um conto de fada. Os problemas reais da vida real não se registravam facilmente com ele. Eu já estive da mesma forma. Então entendi.

"Dê-me uma chance de provar a você que isso pode ser diferente.”

Era Brady morando em sua terra de conto de fadas. Estar ao seu redor me fez sentir saudades disso. De não esperar nada de ruim acontecer. Mas eu tinha sido fraca. Não sou mais agora. A vida me tornou forte.

"Vamos levar um dia de cada vez. Sem promessas. Sem planos. Apenas viver." Se não fizesse isso, eu me arrependeria. Possivelmente para sempre. Brady era diferente, e estar com ele me fazia feliz. Eu queria mais de como ele me fazia sentir. O futuro iria doer, mas, por enquanto, eu iria gostar.

Ele suspira e sorrio. Não era isso que ele estava acostumado. Receber o que queria era fácil. Não estava sendo fácil. Talvez eu o endurecesse um pouco.

"Aceitarei tudo o que você está oferecendo." Ele responde. Ele parecia decepcionado que não lhe prometi a lua. Ele estava acostumado com a lua. Ele estava acostumado com garotas que o perseguiam, como Ivy. Eu tinha visto isso apenas assistindo da minha vida tranquila, livre de todos. Até algumas semanas atrás, Ivy sempre esteve com Brady. Não estava exatamente certa do que tinha acabado com isso, mas ele parecia pronto para seguir em frente.

"Bryony está pronta para o parque. Preciso ir." Digo a ele. Foi um lembrete para nós dois que eu tinha prioridades.

"Sim, tudo bem. De qualquer forma, você acha que pode sair hoje à noite?"

Pedir aos meus pais para cuidar de Bryony novamente era demais. Nunca fiz isso. "Coloco-a na cama às oito e meia. Depois que ela estiver dormindo, poderei pedir a meus pais para olharem ela."

"Estarei aí às nove." Ele responde.

Depois de desligar, não penso mais nisso. Porque eu só me lembraria de quão impossível nosso futuro seria. Ele era um amigo agora. Ou deveria ser. O beijo mudou definitivamente as coisas.

"Parque!" Exige Bryony, puxando a perna do meu short.

"Sim, é hora do parque." Concordo.

Ela bate palmas e corre pelo corredor em direção à porta da frente.

"Estamos indo para o parque." Aviso para os meus pais, que estavam na cozinha.

"Tudo bem, divirtam-se." Responde minha mãe.

"Você viu Thomas?" Pergunta vovó, entrando na sala de estar atrás de mim.

"Não, não hoje." Respondo. Ou nunca, pensei comigo mesma.

Ela franziu a testa. "Ele pegou meus chinelos. Ele gosta dos meus chinelos."

"Quais?" Pergunto, pensando que talvez eu pudesse encontrá-los.

"Os de coelhos cor de rosa e felpudos. Ele pegou aqueles."

Vovó não possuía um par de chinelos de coelhos rosa. Pelo menos não nesta década. Ou nas seis últimas. Este era outro item que ela se lembrava de sua infância. Ela havia perguntado sobre eles antes, e mamãe estava aqui para explicar. Eu não discuti, no entanto. "Vou manter meus olhos abertos por eles.”

"E Thomas. Procure por Thomas. Ele precisa comer."

"Sim, senhora." Respondi. "Farei isso."

 

Eu nunca mais seria aquele cara.

Capítulo 26

 


Brady


Vou pegar a caminhonete de papai esta noite. Era a melhor maneira de não termos de nos esconder. Ninguém me procuraria na caminhonete de papai.

Minha caminhonete, no entanto, chamaria a atenção. Mamãe disse que papai tinha ido ao escritório hoje para fazer algum trabalho, então fui assim que terminei minha conversa com Riley. Ela precisava de uma prova de que eu estava falando sério e entendi que não era como as outras garotas que conheci. Era uma mãe. Foram suas diferenças que me atraíram para ela. Ela não me aborrecia. Ela era real.

Conseguir que confie em mim, no entanto, era outra coisa para a qual eu precisava me preparar. Não seria fácil. Ela estava muito fechada e cuidadosa. Não fui capaz de pensar em nada além dela depois do nosso dia de ontem, mas ela parecia não ter se afetado. Completamente. Isso não era algo que eu sabia como lidar.

Parei no prédio do escritório de papai e peguei meu telefone no banco do passageiro e coloquei no bolso antes de sair da caminhonete. Explicar que precisava pegar sua caminhonete emprestada ficaria estranho. Eu não tinha certeza se ele estava bem com Riley, se ele acreditava em Rhett como todos os outros na cidade ou se pensava que ela poderia ter dito a verdade. Eu também sabia que ele não queria que me distraísse do futebol.

Se ele visse Riley como uma distração, então podíamos ter uma discussão. De qualquer forma, ele precisaria concordar com isso e estar bem. Nunca pedi sua opinião sobre coisas assim, e não estava prestes a começar. Eu o amava, mas essa era a minha vida. Minhas escolhas.

A porta da frente estava destrancada, e me dirigi para dentro e para a parte de trás do prédio, onde sabia que seu escritório era. Nenhum outro carro estava lá fora, então, quando ouvi vozes, desacelerei. Ele poderia estar em uma reunião, e não queria interrompê-lo. Eu poderia esperar até que acabasse.

O som de voz feminina que escorria pelo corredor me fez congelar. Não apenas o meu corpo, mas a minha respiração. Acho que até mesmo meu coração parou. O próximo som que se seguiu foi um gemido óbvio e a voz profunda de meu pai fez um som que ele não deveria estar fazendo em seu escritório.

Eu tinha que estar enganado. Esse não era meu pai. Ele não faria isso.

Forçando meus pés a caminhar para frente, fui em direção ao som, em direção ao escritório, eu sabia que era de papai, e a cada passo seus sons se tornavam mais altos e intensos. Meu estômago se virou e não tinha certeza se ia vomitar antes mesmo de chegar lá. Cada palavra e som que ele fazia apenas me provava que eu não estava errado. Era ele. Quem mais poderia ser?

Havia um espelho atrás da mesa do meu pai que minha mãe tinha pendurado quando decorou seu escritório. Este mesmo espelho agora mostrava meu pai claramente despido. Uma mulher com longos cabelos loiros estava sentada em sua mesa, e ele estava entre suas pernas. Movendo-se. Os saltos altos vermelhos em seus pés me enojaram, e o grito de seu nome nos seus lábios me deixou tão doente que tive que me virar e correr. Eu ia ficar doente.

Isso não estava acontecendo. Não era meu pai. Ele tinha minha mãe. Por que ele faria isso com ela? Com uma mulher com metade da sua idade? Eu não tinha visto seu rosto claramente sobre seu ombro, mas ela era definitivamente mais nova.

Nunca tive meu coração quebrado como estava agora. Nenhuma vez na minha vida senti realmente dor como essa. Pensei ter entendido como era ser machucado. Mas percebi quando saí daquele prédio e o ar fresco atingiu meu rosto que isso era como a dor real parecia. Rasgando. Queimando. Destruindo tudo o que você era e deixava você dobrado em um estacionamento, vomitando até que não restasse nada no seu estômago.

Eu fiquei assim, curvado, até ter certeza de que tinha saído tudo o que tinha em mim.

De pé, meu corpo sentiu-se fraco, vazio, perdido. Eu tinha deixado minha casa trinta minutos atrás completamente à vontade. E em um momento tudo mudou. Nunca mais seria aquele cara.

Quando olhei para a caminhonete do meu pai, ódio, raiva e descrença, todos bateram em meu peito. Eu queria entrar e dizer-lhe a merda inútil que ele era. Que eu esperava que ele apodrecesse no inferno por isso. Queria jogar pedras nas janelas de sua caminhonete e passar uma chave ao lado da pintura. Queria que ele fosse destruído como eu estava.

Imaginar o rosto de minha mãe me parou, eu me afundei no meu assento e coloquei a cabeça no volante. Isso a mataria. Ela adorava aquele homem. Ela fazia tudo por ele. Se ela descobrisse, ficaria tão esmagada, e não tinha certeza de que ela conseguiria. Eu a amava, mas ela não era tão forte.

Ligando minha caminhonete, fui para a casa e parei. Não podia encará-la.

Agora não. Não podia encarar ninguém. Eu precisava ficar sozinho. Então, virei minha caminhonete para o norte e dirigi. Era tudo o que eu podia fazer: afastar-me da falsa sensação de segurança em que vivi aqui.

O futebol já não parecia importante. A faculdade já não pesava em minha mente. Apenas o fato de minha família estar vivendo uma mentira e que meu pai estava prestes a destruir completamente tudo que eu conhecia. Eu nunca o perdoaria. Não podia reiniciar meu cérebro e apagar isso. Se pudesse eu faria. Tínhamos tudo. Ele tinha tudo, e ele estava jogando fora pelo quê? Alguma mulher que parecia sexy em uma minissaia?

Asa passou por mim e buzinou, mas nem consegui me acalmar. Eu não queria. Essa era a minha vida passada. Aquela em que eu queria fazer meu pai orgulhoso. Aquela em que me preocupava com meu futuro. Aquela em que minha mãe era amada e cuidada. Todos nesta cidade faziam parte dessa vida. Todos estavam vivendo uma mentira? Ninguém era real? A vida estava sendo uma grande encenação?

Eu dirigi olhando direto para frente, minha cabeça latejando com o poderoso vômito e a visão que não desaparecia repassando na minha cabeça. Parar significava que teria que voltar para lá. Eu nunca iria querer voltar para lá. Nunca mais iria querer ver aquele homem. Ele arruinou tudo. Para mim. Para minha mãe. Para o time de futebol. Para esta cidade.

Porque Brady Higgens estava quebrado. Eu não funcionaria corretamente agora. Simplesmente não me importava. Fiz o meu melhor para ser o filho de quem todos se orgulhavam. Eu jogava pelas regras e tinha sido bom.

Que bom isso me fez? Nada. Coisa alguma. Meu pai era um idiota traidor.

 

O conto de fadas da nossa infância se foi.

Capítulo 27

 


Riley


Era quase onze quando guardei meu telefone e subi na cama. Brady não havia chamado, e ele não havia chegado as nove, como ele disse. Eu poderia ter lhe mandado mensagens, mas era muito orgulhosa para isso. Ele foi o único que pediu para me encontrar esta noite. Eu não tinha pedido a ele.

A ideia de que algo poderia estar errado com ele rodopiou na minha cabeça. Eu finalmente a afastei. Se ele estivesse sofrendo, eu saberia agora. Toda a cidade saberia. Forcei meus olhos a fecharem e ouvi a respiração uniforme de Bryony. Ela estava aqui, e isso era tudo o que precisava.

Confiar em um cara, mesmo um como Brady, era estúpido. Todos eram iguais.

Ele teve uma opção melhor para esta noite e pegou. A partir dele, pelo menos, eu esperava mais. Como uma mensagem, explicando ou dizendo que não estaria aqui. O que era tão não-Brady em suas atitudes, que comecei a me preocupar novamente.

Meu telefone vibrou na minha mesa de cabeceira, e olhei para ele. Eu tinha esquecido de colocá-lo no silencioso. Era Brady. Ninguém mais tinha meu número e gostava de me enviar mensagens tão tarde. Eu ignoraria isso? Ou leria? Ele tinha duas horas de atraso. Mas conhecendo Brady, tinha que haver uma desculpa.

Abri a mensagem no telefone.


Você está acordada?


Sério? Esse é o texto dele depois de não aparecer como disse? Eu realmente deveria ignorá-lo. Comecei a fazer isso quando vi faróis pararem na minha entrada e depois desligar.

Ele realmente pensou que eu iria sair às onze?


Estou na cama.


Isso o Faria ir embora.

Comecei a desligar o telefone quando respondeu.


Estou do lado de fora.


Rolando meus olhos, respondi:


Eu sei. Mas estou na cama.


Esperei para ver se ele retornaria. Ele não fez. Ele continuou sentando lá. Se fosse outro homem, pensaria que ele estava assumindo que eu iria correr. Mas era Brady, ele sabia melhor e era mais respeitoso. Sensato.


O amor não é real. É uma merda. Eu odeio isso.


Eu li suas palavras e minha testa enrugou. O que? Ele não fazia sentido. Por que ele estava falando de amor? Nunca ouvi ele dizer isso antes?


Você acredita na merda e confia nas pessoas. Mas eles deixam você para baixo e fodem tudo. Eles são egoístas.


Seu texto mais recente finalmente me retirou da cama. Coloquei um par de chinelos e dirigi-me pelo corredor. A porta do quarto dos meus pais se abriu e minha mãe olhou para mim.

"O que você está fazendo?" Ela perguntou. Seus óculos ainda estavam empoleirados no nariz, o que significava que ela estava lendo.

"Brady está lá fora, e pelas suas mensagens ele parece realmente chateado com alguma coisa. Vou verificá-lo. Ele não soa como ele."

Mamãe assentiu. "OK. Vou olhar Bryony. "

"Obrigada."

Eu não ouvi um tenha cuidado ou Seja esperta que a maioria das garotas ouviriam. O que eu costumava ouvir quando comecei a namorar. Meus pais sabiam que estava bem ciente do que poderia acontecer. Eu vivi isso.

Abri a porta quando meu telefone vibrou na minha mão novamente. Não li dessa vez. Acabei indo para sua caminhonete. Quando abri a porta do lado do passageiro, o cheiro de cerveja me surpreendeu. Havia três garrafas vazias no chão e uma no porta-copos. O que estava acontecendo no mundo?

"O que há de errado?" Perguntei, fechando a porta atrás de mim.

"Tudo" ele diz. Quatro cervejas para a maioria dos caras não eram muito, mas para Brady, que nunca bebia, era muito. Eu podia ouvir o efeito em sua voz. Ele estava com a voz enrolada - pela primeira vez em sua vida, eu apostaria.

"Você está bebendo. E dirigindo. Deve ser ruim. "

Ele solta uma risada dura e coloca sua cabeça de volta no assento. "Ruim" ele repete, depois ri um pouco mais, mas não havia humor real nele. Havia amargura lá. E dor. Ele pega a cerveja, mas eu a tiro dele. "É o suficiente, eu acho. Por que você não me diz o que aconteceu?" Ele fecha bem os olhos como se estivesse bloqueando algo ruim. Algo que ele não queria lembrar. Sentei-me quieta, entendendo que ele precisava de tempo. Isso não era fácil. O que quer que tenha sido realmente fez um número nele.

"Eu queria usar a caminhonete do meu pai esta noite. Então, poderíamos dar uma volta sem sermos descobertos. As pessoas não iriam me procurar dessa maneira. Teríamos alguma privacidade nesta pequena cidade." Ele para e ri novamente. "Privacidade. Não me importo com a privacidade. Todos sabem agora! Todos! Vou colocá-lo em um maldito outdoor e eles podem se foder. Toda a maldita cidade. É só futebol. Apenas maldito futebol. Não significa nada. Não é o que importa na vida. O que importa é ter confiança. Uma família em quem confiar." Ele bate a mão no volante.

Então, isso era sobre família? A família dele? O que, seu pai não o deixou usar sua caminhonete? Certamente, não era tudo o que aconteceu.

"Brady, o que aconteceu?" Repito a minha pergunta.

Ele suspira e estremece. "Eu fui ao escritório dele. Ele estava trabalhando em um domingo. Quem diabos trabalha em um domingo? Aparentemente, meu pai faz. Mas ele não estava trabalhando." O olhar no rosto de Brady me deixou doente. Meu estomago ficou atado. Eu esperava que isso não estivesse indo onde eu temia.

"Brady, não." Sussurrei, já vendo a dor tão clara no seu rosto para saber que isso iria acabar mal. Terrivelmente.

"Ela era mais jovem, loira, nua e na mesa. Suas calças estavam abaixadas."

Ele parou e inalou bruscamente. Apenas dizer essas palavras tinha que ser como uma faca sendo empurrada em seu peito. Ele tinha pais como os meus. Aqueles que todos confiavam e acreditavam serem perfeitos.

Não sabia o que dizer. Se tivesse sido eu, havia algo que poderia ter sido dito para aliviar minha dor? Não. O sofrimento nunca terminaria. Isso me arruinaria. Mais do que Rhett tinha. Bryony tinha curado isso, mas alguma coisa poderia curar isso?

"Ele não me viu. Eles estavam muito ocupados." Ele diz a última palavra como um gosto azedo na boca. "E minha mãe estava em casa cozinhando seu jantar favorito. O bolo que ele ama tanto, estava cheirando no forno de casa.”

Meu coração estava quebrando. Por Brady e sua mãe. Isso nunca ficava em segredo. Sempre encontrava uma maneira de sair. Esta era uma cidade pequena, e Brady era o menino dourado. Sua família era o tipo de pedra sólida que todos respeitavam. Tudo iria cair.

"E a minha maior preocupação quando acordei esta manhã era um fodido jogo de futebol. Nunca tive um problema real. Nunca enfrentei algo que mudasse minha vida." Ele vira a cabeça e finalmente olha para mim. "Mas você sim. Você viveu o inferno e saiu bem. Como você sobreviveu?"

Eu queria abraçá-lo e dizer-lhe que tudo ficaria bem. Mas essa era uma mentira que você diria para crianças quando perdiam seu animal de estimação. Não era a verdade. Ninguém nunca me contou isso. Mas meu coração doía por ele, e lutar contra o desejo de consertá-lo era difícil. Não era o que ele precisava, no entanto. Eu sabia.

Meus sentimentos por Brady cresciam cada vez mais com força, e nunca percebi como ele me afetava. Até agora. Fiz o que tinha que fazer. Disse a ele a verdade. Ele tinha sido alimentado com mentiras suficientes sobre a vida.

"Você sobreviverá. Você lembrará que a vida é difícil. Merdas acontece e você tem que ser forte. O conto de fadas da nossa infância se foi. Viver nele nos torna fracos. Sua mãe vai precisar de você, e você terá que ser forte por ambos. "

"Não sei se posso.”

Entendi esse sentimento também. Eu tive isso naquela época. Quando achei que minha vida tinha acabado e nunca conseguiria fazer isso.

"Você pode. Você só precisa encontrá-la no fundo. Está lá. A força. Todos nós temos isso, mas fica inativa até que precisemos dela. Então nós temos que procurá-la e usá-la."

 

Eu espero que você tenha dormido bem.

Capítulo 28

 


Brady


Minha cabeça estava doendo quando abri meus olhos. Um par de grandes olhos azuis estavam olhando para mim. Assustado, pulei, mas ela continuou a olhar. Sua cabeça inclinada para o lado. Ela parecia muito com sua mãe naquele momento.

"Ei?" Ela sussurra, ainda muito perto do meu rosto.

Olhei para o meu corpo e vi que estava em um sofá da casa da avó de Riley, coberto por um cobertor amarelo e azul. Riley não me permitiu dirigir na noite passada, e fiquei feliz. Não porque concordasse que estava bêbado, mas porque não queria ir para casa. Não queria ver o meu pai. O nó doente retornou, e eu queria voltar a dormir, onde o ontem nunca aconteceu.

"Você viu Thomas?" Uma senhora mais velha me pergunta quando ela entra na sala de estar. Ela não está preocupada com o fato de eu estar no sofá.

"Não" Bryony responde, então olha para mim. "Thomas está com Jesus." Diz ela, ainda sussurrando.

Eu não consegui entender isso, então acenei com a cabeça. "Bom dia, Brady. Espero que você tenha dormido bem." Diz a Sra. Young ao entrar na sala. Sento-me no sofá e me pergunto se ela sabia que eu estava aqui. Era tarde quando entramos na noite passada.

"Uh, sim, senhora. Obrigado." Respondi.

"Não há motivo para se apressar. Acabei de acordar Riley. Ela estará aqui em um momento. Estou fazendo um café. Você quer um?" Parecia que Riley lhe disse que eu estava aqui na noite passada. Ela não estava surpresa.

"Não, obrigado. Não sou um fã de café." Respondi.

"Bom. Não se torne um. É o hábito mais difícil de quebrar. Eu bebo muito."

"Você viu Thomas?"

A mãe de Riley volta-se para sua própria mãe e acaricia suas costas.

"Não esta manhã. Por que não vamos começar o seu café da manhã. Ele vai aparecer em algum momento."

Bryony corre atrás delas. "Estou um pouco faminta." Ela grita.

A mãe de Riley para e se abaixa para pegá-la. "Aposto que você está." Ela responde.

Então todas saem da sala, e eu me levanto e começo a arrumar onde estive dormindo.

"Você vai para casa?" Pergunta Riley.

Eu me viro para vê-la com o suéter que ela usava na noite passada. Seus cabelos estão bagunçados do sono, mas ela parece despreocupada com isso. Gosto disso sobre ela.

"Sim. Tenho que tomar banho e trocar de roupa antes da escola. Já vou perder o treino matinal. Não me importa, mas meu pai se importará.”

Era um confronto que eu estava temendo. Olhar para ele iria me enfurecer. Não podia simplesmente dizer-lhe o que sabia. Eu tinha que decidir como dizer a minha mãe primeiro. Isso ia bagunçar seu mundo tanto quanto tinha atrapalhado o meu. Não, isso seria maior. Porque ele era a outra metade dela, o homem em quem confiava há vinte anos.

"Você vai contar a sua mãe?"

Eventualmente. "Ainda não. Preciso pensar sobre isso. Ela é delicada."

Riley me deu um sorriso triste. "Só porque ela cozinha suas refeições e cuida da casa não a deixa fraca. Ela o criou, trouxe uma garota para sua casa que enfrentou uma tragédia que não posso começar a compreender e foi uma mãe para ela. Ela é dura. Dê-lhe esse crédito."

Ela era amorosa. Mas isso a fazia forte?

"Ainda preciso de algum tempo.”

Riley assente. "OK. Estou aqui se você precisar de mim."

Eu queria abraçá-la. Beija-la não estava no topo da minha lista agora. Meu pai arruinou essa imagem para mim. Mas ter Riley em meus braços parecia bom. Com sua mãe, avó e filha na sala ao lado, decidi contra isso. "Obrigado por ontem à noite.”

"A qualquer momento."

Vou para a porta e olho para trás, pouco antes de sair para vê-la me olhando sair. Ela até acorda bonita. Não estava tentando ser falsa. Era apenas ela.

"Vou ligar para você." Eu digo.

Ela apenas assente.

Então vou para casa.


* * *


A caminhonete do meu pai ainda está na garagem quando entro. Ele normalmente já teria saído para trabalhar. O fato de não estar em casa quando ele acordou atrasou isso. Ele ficou me esperando. Pronto para me questionar e me corrigir. Desgraçado. Ele não tinha o direito de corrigir ninguém.

Ele poderia ir para o inferno por tudo o que importava.

Fechando a porta da caminhonete, toda a raiva de ontem ferve na superfície e, embora eu precisasse me acalmar antes de entrar naquela porta para encará-lo, não conseguia. Eu quero gritar com ele e deixá-lo ver o ódio nos meus olhos. Ele abre a porta antes de eu chegar lá, seu rosto uma máscara de desapontamento e fúria. Como se ele tivesse o direito de sentir isso. Dormi no sofá de uma amiga e chegaria tarde à escola. Nenhuma dessas coisas destruiria ninguém. Ele não podia dizer o mesmo pelo que tinha feito ontem.

"Onde você esteve?" Ele me pergunta.

"Nada que seja da merda da sua conta." Respondo enquanto tentava passar por ele.

Sua mão agarra meu braço para me parar, e a força em seu aperto não é agradável. "Quem diabos você pensa que é? Eu faço as regras nessa casa. Você não fala assim comigo e não fica fora a noite.”

Tento mexer meu braço livre. Apenas estar perto dele me fez encolher.

"Seja como for." Digo, resmungando para ele.

"Você cheira a cerveja." Ele responde com descrença no rosto." Está tentando jogar fora seu futuro? Você chegou tão perto e agora vai jogá-lo fora? Pelo quê? Uma menina que mente e dorme por aí?"

Ele não foi procurar por mim porque ele sabia onde eu estava. A mãe de Riley o avisou? Provavelmente. O idiota estava lançando acusações contra Riley, que não tinha feito nada de errado. Como ele ousa?

Com um rápido olhar para garantir que minha mãe não estava em pé perto de nós, eu me inclino para perto dele. "Pelo menos não sou casado e fodo uma mulher no meu escritório." Eu cuspi e empurro meu braço de seu controle livre desta vez. Seu rosto empalidece, e sei que ele entende o que estou dizendo.

Passo por ele e em direção às escadas, enquanto Maggie está descendo por elas. Ela tem uma expressão questionadora em seus olhos, mas não diz nada. Era outra pessoa que seria afetada por isso. Os pais dela estavam mortos, graças a seu pai, e essa família era sua única segurança. Papai tinha explodido seu mundo também.

"Nós não terminamos de falar." Diz papai no começo da escada.

"Quer apostar?" Respondo e bato a porta do banheiro atrás de mim.

 

Ele é uma coisa bonita, não é?

Capítulo 29

 


Riley


Minha campainha toca uma hora depois que Brady saiu. Ninguém foi atender. Eu estava esperando que não fosse Brady e que ele tivesse chegado à escola sem entrar em uma briga com seu pai.

Bryony corre para a porta, seu rosto iluminado de excitação. Ela também não estava acostumada, e isso seria o destaque de sua manhã. Além do fato de que Brady estava dormindo no sofá quando ela acordou.

Na verdade, eu não conhecia a linda morena na minha porta, mas sabia quem era. Ela era a prima de Brady. A menina que veio a Lawton não falando e agora era a razão pela qual West Ashby não era um idiota completo.

"Olá" digo, sabendo por que está aqui. O regresso de Brady para casa não foi bem essa manhã. Eram oito horas e ela deveria estar na escola.

"Oi, Riley?" Ela diz, certificando-se de que ela tinha a pessoa certa.

"Sim" respondi.

"Desculpe por ter vindo assim, mas sou Maggie, a prima de Brady. E sei que ele dormiu aqui na noite passada. Isso não é o meu negócio, mas a cena que presenciei nesta manhã me deixou preocupada com ele."

Dei um passo para trás e acenei uma mão para ela entrar. Bryony estava ao meu lado, em minha perna examinando-a.

"Entre." Digo a ela.

Ela entra e sorri para Bryony.

"Gosto do seu cabelo." Bryony diz timidamente.

"Obrigada. Eu gosto do seu também. Sempre quis cachos loiros. Os seus são bonitos.”

Bryony sorri para ela. Ela também amava seus cachos loiros. Geralmente sentava na frente ao espelho apenas para escová-los.

"Minha mãe disse que ligou e deixou a Sra. Higgens saber que Brady estava aqui na noite passada.”

Maggie assentiu. "Sim, mas ele nunca fez isso antes, e ele cheirava a cerveja. Tenho certeza de que ele nunca cheirou assim antes." Ela fez uma pausa e me entregou o que parecia um bolo que ela segurava. "Tia Coralee mandou isso. Ela disse que estava querendo trazer ela mesma."

Eu pego o bolo dela. Não podia dizer nada a ela. Isso era para Brady contar. Não eu. "Diga-lhe obrigada por mim." Respondo.

"Não estou aqui para pedir-lhe para me dizer o que está acontecendo. Só preciso saber se ele está bem." Diz Maggie.

Eu poderia responder a isso. "Não, ele não está."

Maggie franzi a testa. "Estou com medo disso. As coisas não foram boas entre ele e tio Boone. Mas nunca os vi assim. Eu simplesmente não sei como ajudar."

Ela não podia. Ninguém poderia.

"Confie em mim quando lhe digo que você não pode ajudá-lo. Ele deve fazer isso sozinho. Se ele precisar se abrir, ele irá; caso contrário, deixe ele livre."

Ela assentiu. "OK. Entendi. Melhor do que a maioria, acho. Mas eu precisava de alguém. West tornou-se meu alguém. Acho que todos precisam de alguém." Ela fez uma pausa e olha diretamente para mim. "Espero que você seja a dele.”

Espero também. "Se eu for, não vou decepcioná-lo.”

Ela sorri e olha para a porta. "Estou atrasada para a escola. Acho que preciso sair antes que meu tio também fique chateado comigo. Obrigada por falar. Foi bom finalmente conhecê-la." Ela diz, então volta sua atenção para Bryony.

"Foi um prazer conhecê-la também."

Bryony sorri brilhantemente para ela. Então se esconde atrás de minhas pernas.

Nós nos despedimos e fecho a porta atrás de Maggie. Ela era doce, linda e obviamente entende sobre a coisa 'não ser intrusiva.' Brady tem sorte em tê-la em sua casa com ele. Isso ajudaria quando ele estivesse pronto para se abrir.

"Você pode ir ao Miller e me trazer um quilo de açúcar? Acho que vou fazer um pouco de minha torta de cereja para Lyla." Diz Vovó, sorrindo para Bryony. Hoje, Bryony seria minha mãe quando criança novamente. Nós não tínhamos esses dias todos os dias, mas hoje vovó já a chamou de Lyla três vezes. Bryony sempre parecia confusa, mas parou de discutir com ela sobre o nome dela.

"Claro." Digo a ela. "Por que não vamos ver se o seu programa de auditório favorito está passando. Acho que é hora do Dr. Phil." Digo a ela.

"Preciso alimentar Thomas primeiro." Argumenta ela.

"Deixe Bryo..." faço uma pausa e corrijo-me. "Deixe Lyla fazer isso. Você sabe que ela gosta."

Vovó pensa por um minuto, depois assente. "Essa é uma boa ideia. Ela precisa de responsabilidade. Nunca faz mal a ninguém."

Eu pisco para Bryony dizendo que tínhamos que brincar de fingir com a Vovó.

Ela pisca forte com os dois olhos, porque ainda não sabe piscar. Sorrindo, ligo a televisão para Vovó e Bryony vai para a cozinha para fingir alimentar um gato que não existe.

"Eu quero maçã da Wywa." Ela diz calmamente quando chegamos à cozinha.

Nos dias em que ela a confunde com Lyla, Vovó sempre lhe dá torta de maçã. Tinha sido o lanche favorito da minha mãe quando bebê. Bryony descobriu isso.

"Tudo bem." Respondo, colocando a torta para baixo, então a levanto para a cadeira alta.

Minha mente estava em Brady, no entanto. Ele estava enfrentando a escola e amigos com a alma destruída. Manter um segredo assim era como sentir que o peso do mundo estava sobre ele. Eu não poderia ser forte para ele, no entanto. Ninguém poderia.

Ele tinha que resolver isso por si mesmo. Pelo menos ele não estava sozinho.

"Eu gosto do Dr. Phil?" Pergunta vovó da sala de estar.

Este seria um dia ruim. Alguns dias eram melhores que outros. Hoje, ela estava confusa com tudo. Caminho até a porta e olho para ela. "Sim. Ele é brilhante e terá muitas boas dicas para você.”

Ela assentiu com a cabeça e cobriu as pernas com a manta que mantínhamos no sofá para ela há anos. "Ele é bonito, não é?" Comenta.

Ela diz isso todos os dias quando o observa.

"Sim" concordo, sorrio, e volto para a cozinha para dar a Bryony torta de maça. Eu tinha certeza que seria mandada ir ao Miller's para Lyla mais tarde hoje.

"Vamos ao parque?" Bryony pergunta.

"Sim, iremos mais tarde hoje, depois da sua soneca." Asseguro-lhe. Estava ficando cada vez mais frio, e eu temia quando não pudéssemos mais ir ao parque.

Bryony precisava de um balanço aqui em casa, para que ela pudesse ir ao quintal e se divertir por períodos mais curtos. O frio mordaz que estava por vir nos impediria de caminhar até o parque. Ela odiaria isso.

 

Essa era a única arma que eu tinha.

 

CONTINUA

Capítulo 15

 


Riley


Com uma lista de compras em uma mão e a mão de Bryony na outra, entro na loja para pegar todas as coisas que precisávamos. Bryony queria ir ao parque hoje, mas choveu a maior parte da tarde, então ficou lamacento. Eu prometi seus biscoitos de animais se ela fosse uma boa garota no supermercado.

Foi um acordo, não um suborno. Ou, pelo menos, eu gostava de me dizer isso.

"Riley Young." Reconheço a voz. A maneira como meu sobrenome foi dito como se fosse desagradável em sua língua me fez tensa. Eu não entrei em contato com Serena desde que voltei. Esperava que nunca fizesse. Aparentemente, minha sorte acabara de acabar.

Seguro Bryony perto do meu lado como se ela pudesse machucá-la, o que era bobo, mas eu fiz isso de qualquer maneira. Virando, enfrento não apenas Serena, mas Kimmie também. Elas parecem versões mais antigas das meninas que eu lembrava. Ainda tentando superar uma a outra.

"Olá, Serena. Kimmie” respondo com um sorriso forçado.

"Você tem uma criança. O que aconteceu, você não usou proteção?" Kimmie diz com uma risadinha. Eu podia suportá-las me atacar. Mas elas não iriam trazer Bryony para isso.

"Posso ver que vocês duas estão tão encantadoras quanto lembro. Se vocês me desculpem, tenho compras para fazer" Respondo, querendo dar um bom exemplo para minha filha. Ela era nova, mas eu estava certa de que ela entendia coisas assim. Ou pelo menos deixava impressões sobre ela.

Passei por elas e coloquei Bryony em um carrinho.

"Não se esqueça de pegar alguns preservativos. Odiaria que isso acontecesse novamente." Serena diz com um tom doce. Eu tive a minha cota disso.

"Você é a única que precisa lembrar-se de seus preservativos. Você não gostaria de espalhar por aí as DSTs que teve depois de anos dormindo com qualquer pessoa que olhasse para o seu caminho.”

Com isso, eu saí. Talvez não tenha sido a minha melhor hora como mãe, mas sim, senti-me bem. Elas poderiam mexer com isso e ser cadela sobre mim na próxima semana.

"Ookies?" Bryony me pergunta, e posso ver o cenho preocupado em seu rosto. Ela não tinha entendido o que aconteceu, mas ela era inteligente o suficiente para saber que eu estava chateada.

"Sim, garota, vamos te dar biscoitos." Asseguro.

Minhas emoções estavam muito cruas do confronto de ontem à noite com Brady. Eu estava sendo uma pirralha completa sobre isso, mas não podia evitar. Eu confiei nele o suficiente para dizer sim a sua oferta, então ele a recusou. Entendi seus motivos, mas ainda dói. Isso não estava melhorando.

Minha vida aqui seria por um curto período de tempo mesmo. Eu me graduaria em breve, e então iria encontrar um emprego e encontrar para Bryony e eu um lugar só nosso. Não tinha tempo para meninos e amigos. Eu tinha uma vida para construir. Os meus anos de adolescência acabaram. Tinham acabado desde a noite em que pedi a Rhett para me dar uma carona para casa. Antes daquela noite eu tinha sido mais inteligente. Eu confiei em Brady, que já tinha sido um bom amigo. Alguém em quem poderia confiar.

 

Dois anos atrás...


Gunner estava bebendo novamente. Ser convidado para essas festas do campo era o nosso objetivo final desde que estávamos na escola primária. Graças ao irmão mais velho de Gunner e ao fato de que Gunner deveria ser uma futura estrela do time de futebol, juntamente com Brady e West nesse verão.

Em primeiro lugar, Gunner não tinha bebido com os outros. Brady nunca bebeu, mas West começou a provar a cerveja. Então Gunner. Agora era um festival cheio de bêbados. Brady foi o único que ficou sóbrio. Ele também era aquele com quem todos queriam conversar. Começou a chamar a atenção do treinador do ensino médio há dois anos, quando ele estava apenas na oitava série. Sua precisão com a bola o fez importante por aqui.

Sentei-me num velho pneu de trator perto do fogo, onde Gunner estava antes. Ele me deixou para beber mais e agora estava rindo com alguns jovens em voz alta e irritante. Gostava de ir às festas no início, mas não tinha tanta certeza de gostar agora. Chegar em casa esta noite seria complicado. Eu não poderia chamar minha mãe para vir me pegar porque Gunner estava bêbado. Ela veria isso.

Eu procurei na multidão por Rhett, que normalmente dava a Gunner e a mim uma carona para casa. Ele bebeu um pouco, mas raramente ficava completamente bêbado. Eu o observei e decidi que seria seguro ir com ele. Tive uma carona com a mãe de Brady mais de uma vez. O problema com isso foi, Brady ficava até tarde, e eu não estava com vontade de chegar atrasada. Serena estava tentando chamar a atenção de Rhett quando o encontrei no campo em torno da caminhonete. Ele parecia mais interessado em uma das garotas mais velhas lá. Embora Serena estivesse aqui por causa de Rhett, eu tinha certeza. Definitivamente, não pediria que ele me deixasse em casa esta noite. Eu acho que eu teria que sofrer até que Brady fosse embora. Ele tinha uma multidão ao seu redor, mas eu me levantei e fui até ele de qualquer jeito.

Gunner ia estar desmaiado logo, e eu precisava de uma carona para casa.

"Ei, linda." Alguém gritou com uma expressão óbvia na voz. Olhei para ver Ivan, um dos amigos de Rhett, caminhando em minha direção. O copo de plástico vermelho na mão era mais do que apenas cerveja, eu aposto. Ivan foi expulso da equipe no ano passado por festejar demais. Ele raramente aparecia para a aula e ia ser reprovado. Não pareceu estar preocupado com isso. Ainda estava pendurado com a mesma multidão, e eles o amavam.

Voltei minha atenção para o grupo de Brady e esperei que Ivan tropeçasse sobre seus pés bêbados. "Seu garoto ainda não consegue lidar com sua cerveja. Ele deixa você sozinha? Isso é uma vergonha. Venha aqui e podemos conversar.”

Não nesta vida.

"Não, obrigada." Respondi, ainda não olhando para ele.

Ele riu como se tivesse sido divertido. Antes que ele pudesse pensar em algo mais a dizer, eu estava perto o suficiente de Brady que me viu me dirigindo para ele. Ele parou de falar e se voltou para mim.

"Você está bem?" Ele pergunta, fazendo uma verificação rápida em Gunner, eu assumi.

"Sim. Só preciso de uma carona. Sua mãe está chegando?" Eu pergunto.

Ele assente com a cabeça, mas havia uma careta no rosto. "Gunner está bêbado de novo?"

"Sim."

Ele balança sua cabeça. "Eu tenho que corrigi-lo. Vou ligar para mamãe. Nós podemos sair em breve."

"Obrigada. Eu aprecio isso."

 

Você precisa chacoalhar.

Capítulo 16

 


Brady


Ivy tinha decorado meu armário e deixado brownies com glacê sobre eles dentro.

Ela ainda estava agindo como se fossemos um casal nos dias do jogo. Eu não queria dizer nada para machucar seus sentimentos, mas ela tinha que parar com isso. Nós não conversamos o resto da semana. Os brownies de sua mãe eram bons e tudo, mas eles não nos resolveriam. Nunca tivemos razão para começar.

Comi dois brownies e bebi um grande copo de leite antes de subir as escadas para pegar meu saco. Minha mãe tinha lavado meu uniforme e empacotado para eu pegar no ônibus. Esta noite era importante. Vitalmente. Se não ganhássemos esse jogo, estaríamos fora.

O estudo das fitas de jogos e todo o treino extra me fez sentir pronto. Eu achei que a equipe estava preparada. Não era o que estava pesando na minha cabeça. Em vez disso, era eu. O centro da equipe. O quarterback. Quem precisava de sua cabeça ajustada. Não consegui esquecer a visita de Riley na outra noite. Incomodou-me que ela estivesse magoada. Que eu tivesse sido o único a machucá-la.

Isso não era novo. Eu era o cara legal. Não porque tenha sido rotulado, mas porque era simplesmente quem eu era. Às vezes, odiava isso seriamente.

No entanto, essa coisa de Riley era diferente. Eu estava preocupado com ela mais do que jamais tinha me preocupado com Ivy e seus sentimentos. Ivy e eu voltamos a sair novamente por quase dois anos, mas nunca senti algo tão forte por ela quanto com Riley. A única razão pela qual eu poderia pensar nisso era pela menininha. Riley tinha sido entregue a um acordo bruto e fez seu melhor. Eu respeitava isso. Minha bolsa estava na minha cama, como esperava, tudo empacotado para mim. Mamãe ainda não estava em casa do trabalho, mas ela estaria no jogo junto com meu pai.

Eles trariam Maggie, e seria a noite de sexta feira normal. Exceto que hoje, minha cabeça não estava apenas no jogo como sempre esteve.

Frustrado, pego minha bolsa e volto para baixo. Eu tinha que lidar com isso agora. Nós deveríamos estar na casa de campo para embarcar no ônibus em uma hora. Antes de ir para lá, eu ia ver Riley. Se não conversasse com ela e aliviasse minha mente, eu não estaria seguro que pudesse ganhar essa noite. The Panthers também estavam invictos. Tínhamos um trabalho duro em nossas mãos, e eu tinha que estar 100 por cento.

"Você está saindo?" Perguntou Maggie enquanto passava pela porta do quarto.

Fiz uma pausa e olhei no quarto. Ela estava na cama sentada com as pernas cruzadas e um livro aberto no colo. A menina lia mais do que qualquer um que eu conhecia.

"Sim" Respondi.

"West foi para casa para tirar uma soneca antes de vocês terem que se encontrar para sair.”

"Eu preciso ir fazer uma coisa." Digo, sem lhe dar mais detalhes.

"Bem, boa sorte esta noite.”

"Obrigado. Preciso disso."

Ela inclina a cabeça para um lado e seus cabelos castanhos escuros caem sobre um ombro. "Nunca ouvi você dizer isso antes.”

Porque nunca senti isso antes. Eu sempre estive focado e confiante.

Agora não.

"Tenho muita coisa na minha cabeça é tudo.”

"Riley Young." Responde Maggie. Não era uma pergunta. Era uma declaração.

"Não sei o que você quer dizer." Digo, e começo a sair.

"Você saiu, depois que ela jogou a pedra na janela na outra noite. Você tomou a decisão errada e isso está assombrando você."

Não era algo que eu queria discutir. Só precisava corrigi-lo.

"Você não disse nada a West, não é? "

Ela balança a cabeça. "Não é minha informação para contar.”

Gostava muito da minha prima. Ela não era uma fofoqueira. Ela mantinha as coisas para si mesma. Nenhum drama ou coisa feminina para lidar com isso. Muito parecido com Riley, acho.

"Estou trabalhando no que é o certo. Não apenas para mim, mas para todos os envolvidos." Não fazia sentido, mas era tudo o que estava disposto a dizer. "Eu não a conheço. Mas gosto dela.”

"Por quê?" Pergunto curioso.

"Nenhuma garota já o chacoalhou assim. Nem mesmo Willa. Certamente, não Ivy. Você precisa chacoalhar."

Não, eu precisava estar nivelado e pronto para ganhar este jogo.

"Discordo."

Maggie pega seu livro de volta, como se estivesse ok com essa conversa. Era algo que eu gostava sobre ela. Ela não seguia e continuava sobre um tópico em que terminou de discutir.

"Descobri que as coisas que mais nos atraem são as que merecem mais sacrifícios.” Ela disse isso sem olhar para mim.

Droga. Isso atingiu uma corda.

"Você fez sacrifícios pelo West?" Pergunto, já conhecendo a resposta.

Desta vez, ela olha por cima de seu livro. "Eu falei Brady. Ouvi o som da minha própria voz.”

A razão pela qual isso foi um sacrifício não precisava ser explicada. Eu entendi.

Com um aceno de cabeça, deixei-a lá com o livro. Ela ganhou a vida novamente quando falou com West. Uma grande parte dela que faltava foi preenchida com novos motivos para ser feliz.

Não pensei que estivesse faltando nada. Eu tinha bons pais, tinha bons amigos e ia jogar futebol em uma faculdade do Texas no próximo ano. Minha vida não precisaria melhorar muito. Antes de ter Riley e Bryony na minha caminhonete no outro dia, não questionava nada disso. Sabia que era sólido. Eu estava pronto para o meu futuro.

Agora eu me perguntava se estava apenas vivendo a vida fácil. Não enfrentando desafios ou realmente fazendo uma marca em qualquer um. Maggie tinha sido a rocha de West através de um inferno que nunca quis imaginar. Mesmo tão quebrada como ela estava, ela ficou perto dele e se tornou seu centro. Ela tinha feito algo com sua vida que significava mais do que apenas sua felicidade. Ela encontrou felicidade ajudando alguém.

Eu era feliz? Esta vida que eu tinha... me deixou feliz? Jogar futebol e ser a estrela do Lawton High realmente me faz feliz?

Não. Não. Não em tudo.

Eu estava vazio. Sem sentido. Eu era um hospedeiro para ganhar jogos na minha escola.

As meninas gostavam de mim, e eu tinha minha escolha se quisesse. Minha caminhonete não era nova, mas era boa e me foi dada sem que tivesse que trabalhar para isso.

Não havia nada digno de mencionar que eu tivesse feito para qualquer um.

Jogando minha bolsa no banco do passageiro da minha caminhonete, decidi que havia acabado. Não estava mais me concentrando em Brady Higgens. Alguém precisava de mim.

Ela precisava de amizade, e ela tinha vindo até mim. Foda-se meus amigos enlouquecendo. Todos precisavam acordar e perceber que havia se passado dois anos e todos nós estávamos errados. Eu estava preocupado em ganhar um campeonato e havia uma mãe solteira que eu já tinha considerado uma amiga para conquistar. Não vou ignorar isso. Não por um maldito jogo.

 

Você tem um campeonato para ganhar.

Capítulo 17

 


Riley


Havia janelas de carros pintadas, bandeiras azuis com leões sobre elas e, claro, grandes sinais em cada quintal, exceto o nosso, com LIONS #1. Minha casa não estava preocupada com o jogo. Nós éramos os únicos na cidade sem um sinal dos Lions em seu quintal, e na próxima reunião da cidade eles poderiam votar para nos expulsar da cidade... novamente... porque não conseguimos ficar obcecados com o futebol.

Fiquei com aquele pensamento balançando na cabeça. Isso não aconteceria, é claro, mas a maneira como eles faziam por um jogo de futebol pensaria que era a eleição presidencial. Bryony apontou para outro carro que passou por nós deixando a cidade para o jogo. As janelas pintadas e as bandeiras voando eram fascinantes para ela. Pelo menos, elas eram boas para alguma coisa.

O próximo veículo que passou não era um carro pintado. Era a caminhonete de Brady Higgens. Meu peito apertou com a visão, e comecei a andar mais rápido. Chegar em casa não faria a lembrança da outra noite se afastar, mas eu poderia pelo menos me preocupar em fazer um lanche e arrumar meu armário ou algo assim. Qualquer coisa para não lembrar quão tola eu fui.

Bryony aplaude e acena para o próximo carro que passa. Eles tinham uma cabeça de leão no capô. Não tenho certeza de como eles estavam fazendo essa proeza, mas com certeza fez Bryony feliz. Provavelmente ela gostaria dos jogos. Todos os torcedores torcendo e o pessoal correndo no campo. Eu nunca poderia levá-la, no entanto. Essa era uma parte da minha vida que terminou.

Girei na entrada da minha avó enquanto a caminhonete de Brady chegou a uma parada paralela ao meu lado. Bryony estava acenando para ele como se ele fosse seu melhor amigo. Eu já tinha sido grosseira na frente da minha filha uma vez na semana passada. Não voltaria a fazê-lo.

"Você não tem um jogo para ir?" Pergunto a ele. Sua janela estava baixa, e ele parecia estar prestes a falar comigo.

"Tenho cerca de quarenta e cinco minutos. Você pode falar?"

Minha resposta deveria ter sido não. Não posso. Tchau.

Mas Brady tinha um jogo, e ele estava aqui por algum motivo. Para ele, tinha que ser importante. Olhei para ver se o carro do meu pai também estava em casa. As sextas-feiras, ele geralmente saia do trabalho cedo. O jogo provavelmente fez toda a cidade sair do trabalho cedo. Deixar Bryony dentro com meus pais não deve ser um problema.

"Deixe-me levá-la para dentro." Respondo.

Empurro o carrinho para a varanda da frente e me abaixo na frente dela para desabotoar o cinto de segurança. "Mamãe vai conversar com nosso amigo Brady, está bem? Estarei dentro para preparar um lanche em alguns minutos."

Ela assente como se tudo tivesse sentido. Muitas vezes eu me perguntava se isso acontecia, se ela entendia as coisas que ela respondia.

Abrindo a porta, vi papai no sofá com uma xícara de café e o jornal. "Ei, pai". Cumprimento. "Brady Higgens está aqui e quer falar comigo um minuto. Você pode manter um olho em Bryony para mim? Não vou demorar."

Papai franze a testa. "Brady? O menino não tem um jogo para ir?"

Meus sentimentos exatamente. Eu assenti. "Sim, então isso será rápido.”

"Claro, vou vê-la. Diga a ele que eu disse boa sorte. Estou torcendo por eles."

Não respondi. Eu não tinha certeza do que dizer. Meus pais estavam muito entusiasmados com Brady. Eu estava com medo de que eles estivessem prestes a ser abatidos. Coloco Bryony no chão para que ela possa correr em seus pés, então fecho a porta atrás de mim. Meu pai não era o tipo curioso, mas o que quer que fosse, não queria que ninguém nos ouvisse.

Brady saiu da sua caminhonete e estava encostado no lado do passageiro, esperando por mim. Viro-me para ele. Se ele fosse se desculpar novamente, eu poderia perder a paciência. Não queria suas desculpas. Queria fingir que nunca havia ido lá.

"Não tenho muito tempo." Digo a ele como se ele fosse me manter. Ambos sabíamos que ele tinha um jogo para vencer. "E se isso é outra desculpa, não faça. Apenas deixe ir."

Ele move os pés e parecia quase nervoso. "Eu quero ser seu amigo. Minha oferta original - ou pedido - ainda é válida."

O que?

"Por quê?"

Ele suspira e passa as mãos pelos seus cabelos escuros. "Porque quero ser seu amigo. Acredito em você. Eu me sinto como uma merda sobre o modo como te tratei quando você voltou para a cidade e o fato de ter afastado você há dois anos. Eu era jovem. Essa é a única desculpa que tenho. Mas sei melhor agora. Minha equipe não pode me dizer de quem eu escolho ser amigo."

Ele parecia tão determinado que eu me pergunto se ele estava tentando convencer-se de tudo isso. E por que ele sentiu a necessidade de vir me ver antes do seu jogo quando isso poderia esperar.

"Você tem um campeonato para vencer." Lembrei-lhe. Ele estava bastante certo na outra noite.

"Sim. Mas isso não deve me impedir de fazer o que é certo."

Então eu era o que não estava certo. Isso me fez sentir como um caso de caridade. A garota na mesa do almoço sem amigos. Algo que ele aprendeu na escola dominical quando criança. Seja gentil com aqueles que precisam. Bem, não precisava de nada. Eu estava perfeitamente bem.

"Não preciso de sua amizade por caridade. Sou melhor do que isso. Mas obrigada de qualquer maneira." Disse, então virei para voltar para dentro. Esta conversa terminou, tanto quanto eu estava preocupada.

"Espere. Não. Não é caridade" ele grita, mas eu sabia a verdade, mesmo que não o fizesse. "A verdade é que não consigo parar de pensar em você.”

Eu paro.

Bem, essa foi definitivamente uma coisa que não esperava.

"Desculpe?" Perguntei, olhando para ele.

Ele enfia as mãos nos bolsos dos jeans. "Eu acho que preciso de você. Uma amizade que não se baseie no meu desempenho no campo ou entrar na melhor festa. Estar sozinho. Isso significa algo."

Agora, isso seria difícil de discutir ou de se afastar. Eu estava vulnerável em sua casa na outra noite, e ele agora estava fazendo o mesmo comigo. Acabou de levar tempo para pensar.

"Porque agora? Por que não quando a temporada acabar?"

Posso dizer honestamente que eu estava preocupada com os outros caras e com este estúpido jogo de futebol agora. Não porque queria que eles ganhassem, mas porque queria que Brady ganhasse. Queria que ele conseguisse o futuro para o qual ele trabalhou tanto. Por que queria tudo isso? Deus, eu estava tendo sentimentos por ele. Toda essa porcaria em torno de nós, e eu estava começando a me preocupar com a felicidade de Brady Higgens.

"O futebol não pode tomar todas as decisões na minha vida. Se eu deixar isso, então não estou lutando pelo meu sonho. Estou deixando meu sonho me possuir. Eu deveria possuí-lo."

Fico em silêncio e deixo suas palavras se mexerem. Ele quis dizer isso. Eu o respeitava por isso. Mas ainda queria protegê-lo.

"Então deixe sua nova amiga tomar uma decisão por você. Espere. Dê tempo a esta temporada. Então poderemos tentar a coisa de amizade."

Ele balança sua cabeça. "Não quero esperar. Não posso."

Sua determinação era... fofa. Admirável, mas fofo.

"Então vamos ser amigos em segredo por mais algumas semanas." Sugeri.

Ele franziu a testa e parecia que iria discutir de novo.

"Basta pensar nisso. Vá ganhar o jogo da noite e deixe os prós e os contras jogarem na sua cabeça neste fim de semana. Se você ainda estiver interessado em surpreender a cidade, iremos ao Den e comeremos hambúrgueres na noite de segunda-feira. Mas se você ver a razão, assim como eu, vai dirigir por duas cidades e me levar para uma pizza."

Um sorriso lentamente se espalha por seu rosto. "Posso ter seu número, então?"

Como se uma garota pudesse dizer não a isso.

 

Por três Touchdowns.

Capítulo 18

 


Brady


Conseguir minha cabeça completamente no jogo era difícil, mas vendo os fãs que haviam dirigido até aqui nas arquibancadas, torcendo, segurando as bandeiras e os sonhos de suas canções, me lembrou da importância da noite. Eu não estava aqui preocupado com uma garota na qual não conseguia parar de pensar. Ela estava bem agora. Estávamos bem. E a ideia de um futuro para nós me animou em vez de me assustar. Estava pronto para ganhar este jogo agora. Este não era apenas o meu futuro pesando na balança. Era o nosso. Mesmo aqueles de nós que considerariam isso como nossa última lembrança do futebol. Isso significaria algo.

No meio do tempo, estávamos em um touchdown. The Panters eram difíceis, e mesmo com todo o trabalho de preparação, estávamos no nosso melhor jogo para acompanhá-los. West abriu o capacete na borda do campo enquanto soltava uma série de palavras que eu sabia que o treinador ignoraria. Nós não jogamos um jogo tão duro em toda a temporada.

Gunner bateu o punho nos velhos e espancados armários que estavam reservados para o time adversário The Panters. Ele não deixou uma série de maldições voarem de sua boca, mas ele continuou a bater no armário algumas vezes mais, antes de descansar sua testa sobre ele. Tínhamos dois tempos para alterar isso.

O treinador falou conosco e nos lembrou de quem nós éramos e para o que viemos aqui. Ele era bom em conversas de meio período. Eu poderia contar com ele para recuperar a cabeça da equipe e deixa-la pronta para lutar.

Havia rugidos e punhos no ar enquanto nos dirigimos de volta ao campo. Este não foi o primeiro meio tempo em que estivemos perdendo. Foi a primeira vez que fomos abatidos. A maneira como tínhamos jogado esta noite deveria ter tido um touchdown ou mais adiante. Não para trás.

"Onde está sua cabeça esta noite?" Gunner me pergunta quando se afasta do armário no qual ele estava apoiado.

Ele estava me culpando por isso? "Não sei o que você quer dizer com isso." Respondi, a raiva lentamente se construindo dentro de mim. A acusação no seu rosto era suficiente para me dizer que ele estava me apontando em vez de todos nós. "Esta é uma equipe. Onde está sua cabeça?" Eu recordo.

"Foda-se isso. Você tem a bola. Você dirige a equipe. E eu estive jogando bola com você desde que nós éramos crianças. Sua cabeça não está conosco lá fora. Então, onde diabos está isso? Porque precisamos dela nesse campo." Ele estava gritando agora.

"Volte, Gunner." Diz West, colocando-se entre nós. Nash e Asa também se aproximaram de nós. Como se uma luta estivesse prestes a começar e todos precisassem estar lá para acabar com isso.

"Não! Ele vai nos fazer perder esse jogo. Sua cabeça não está lá, e nós precisamos disso!" Grita Gunner. "Hunter é um maldito estudante de segundo ano e não está pronto para isso. Não podemos entregar o jogo para ele. Precisamos que Brady junte-se a nós antes de voltar para esse campo.”

Eu queria chegar em seu rosto e dizer-lhe exatamente onde poderia empurrar sua acusação. A ideia de bater meu punho em seu rosto também era atraente.

No entanto, ele estava certo. Minha cabeça não estava completamente lá. Gunner era o único com bolas o suficiente para apontá-lo.

"Vá beber um pouco de água e acalme-se." Diz Asa a Gunner. Todos pensaram que estávamos prestes a brigar. Em outro momento, eu apenas poderia fazê-lo. Mas esta noite Gunner estava certo. Era minha culpa. Admito que doeu, mas era verdade.

"O que está acontecendo aqui, garotos?" Pergunta o treinador quando entra na casa de campo. A mídia local o parou para uma entrevista em seu caminho para nós, então ele perdeu o confronto.

Todo mundo, exceto Gunner, se vira para olhar para o treinador enquanto os olhos de Gunner ficam colados em mim. Ele estava aguardando sua resposta. Ele não iria receber uma porque a verdade causaria mais do que apenas eu estragar o jogo. O inferno iria se abrir.

"Estou fora esta noite." Respondo à pergunta do treinador enquanto mantenho contato visual com Gunner. "Tudo isso é por minha causa.”

Essa foi a primeira vez que eu tive que fazer isso em um vestiário em todos os anos que estive jogando. Nunca fui eu. Sempre tinha sido outra pessoa com quem eu tinha que falar sobre qualquer coisa que eles estavam lidando. Isso era difícil. Foi como admitir que eu era um fracasso.

"Então vamos consertar isso. Você é o melhor quarterback sênior do Alabama, Brady. Ou você esqueceu disso?" O treinador pergunta.

Não tinha esquecido. Posso não concordar, mas não tinha esquecido que o título tinha sido dado a mim nas últimas estatísticas. Se perdesse isso, Riley se culparia.

Não era culpa dela. Era minha. Isso não era apenas para mim; era para toda essa equipe e nossa cidade.

"Estou pronto." Digo a ele.

O treinador assente com a cabeça e inicia seu plano para a próxima metade. Agora que vimos o jogo dos Panters e sua estratégia, tivemos que ajustar o nosso. Eu mergulhei e consegui colocar Riley Young fora da minha mente. Esta noite eu tinha muito a provar. Especialmente agora.

Quando corremos de volta ao campo, Gunner apareceu ao meu lado. "Nós vamos cuidar disso.”

Essa foi sua maneira de se desculpar. Certificar-se de que estávamos bem.

Assenti em concordância. Porque nós iriámos. Queremos ganhar o jogo esta noite.

Então iremos nos preparar para a próxima semana. Era quase um fim para nós e o futebol dos Lions. A graduação seria o nosso próximo passo.

Eu estava pronto para o futuro, mas o cheiro da grama fresca e a alegria na multidão enquanto os caras que aprenderam a jogar futebol comigo quando éramos crianças estavam todos amontoados ao meu redor - isso seria perdido.

Nunca receberíamos isso de volta.

Por causa disso, por causa dessa memória e de todos os outros que acompanharam isso, eu dei tudo o que tinha e mais um pouco que não sabia que tinha. Com cada peça chamada, eu me concentrei mais do que nunca. Afoguei o rugido dos fãs. Ignorei os tiros pop chamando por mim da outra equipe. Eu tinha uma missão. Uma unidade. Para ganhar este jogo.

E nós fizemos. Por três touchdowns.

 

Eu devo essa noite a você.

Capítulo 19

 


Riley


Se eu dissesse que fui para a cama sem ficar acordada para assistir as notícias, estaria mentindo. Estava nervosa. Nunca estive nervosa sobre um jogo de futebol em toda a minha vida. Mas estava agora. Quase não consegui jantar, mas me obriguei a fazê-lo, então minha mãe não me questionaria. Normalmente eu tinha um grande apetite.

Papai estava sentado em sua poltrona reclinada com os pés apoiados e um dos muitos cobertores que minha avó tinha tricotado jogado sobre suas pernas. Sua tigela de cereais estava em suas mãos enquanto observava as notícias locais. Nunca assisti a notícia com ele, então tentei muito casualmente entrar e sentar-me no sofá.

Mamãe era muito mais observadora, então fiquei agradecida que essa noite ela estava em um banho de imersão no momento e não por aí assistindo as notícias com ele. Ela me questionaria por estar aqui.

"Você ainda está acordada?" Ele pergunta como se eu estivesse na cama cedo todas as noites. Normalmente ia para meu quarto relativamente cedo, mas raramente para dormir. Eu jogava um jogo no meu telefone ou lia um livro. Esse tipo de coisa.

"Sim" Respondo, esperando que ele deixasse por isso mesmo. Normalmente, meu pai não era um grande falante. Mas quando ele tinha algo a dizer, sempre era importante. Ele não desperdiçava palavras. Era o que minha mãe sempre dizia sobre ele.

Felizmente, o repórter começou a falar sobre os preços do gás, e meu pai ficou em silêncio. Eu podia ouvi-lo comer os flocos crocantes em sua tigela e estava feliz por ele ter algo mais a fazer com a boca do que falar.

Depois de cobrirem os preços do gás, uma casa queimando em uma cidade vizinha e o novo plano de seguro do presidente, eles finalmente jogaram o clipe de um futebol pairando pelo ar, o que significava que a pontuação das equipes locais estava prestes a ser postadas.

"Os Lions Lawton ganharam novamente." Foram as primeiras palavras da boca da âncora da notícia, eu soltei um suspiro de alívio. A mulher falou que Brady Higgens lutou durante a primeira metade, mas ele voltou no segundo tempo e possuiu o jogo. Os Panters não estavam prontos para ele, ou pelo menos foi o que o treinador dos Panters disse quando o perguntaram. Ele parecia impressionado, e embora estivesse suando e cansado pelo jogo, ele concordou que Higgens era o melhor quarterback do estado. Ele agora vivenciou isso e aguarda com expectativa a carreira do garoto.

Um pouco de orgulho surgiu em mim, e isso foi bobo, mas era a verdade. Tínhamos sido amigos quando crianças, mas nada especial. Eu tinha sido amiga de todos eles. Brady sempre foi o líder, mesmo quando todos estávamos brincando juntos no balanço do parque.

Tinha sentido que ele fosse o líder agora. Eu me levantei para sair quando a recapitulação do jogo da noite mudou para outra coisa.

"Acho que você pode dormir agora sabendo que o menino teve um bom jogo." Diz papai enquanto estou saindo da sala.

Faço uma pausa e estremeço. Fui um pouco óbvia saindo logo após essa notícia. "Ele estava nervoso e é possivelmente o único amigo que tenho nesta cidade.”

Essa foi a melhor explicação que tive, e era verdade.

"Ele é um bom garoto. Atleta talentoso. Mas eu direi que estou mais orgulhoso dele por ignorar o resto e chegar a ser seu amigo de qualquer maneira. Ele tem uma coisa sobre ele, então, vê-lo tomar uma atitude como essa me dá esperança para esse grupo, afinal. Brady é o líder deles. Eles podem questioná-lo no início, mas eventualmente..." ele para.

Eu não pensava assim, nem ficaria muito esperançosa. Brady não conseguiria tirar todo o ódio que eu sentia pelo que aconteceu com Rhett. Muitas vezes me pergunto se seria melhor se eu tivesse deixado a cidade e não tivesse contado a ninguém? Eu nunca saberia a resposta para isso, e achei que estava bem. Não precisava saber. Minha vida havia acabado do jeito que deveria. Eu acreditava firmemente no destino. Até agora, o destino me deu Bryony e não podia me queixar. Ela era perfeita. Minha perfeita.

"Boa noite, pai." Falei antes de sair desta vez.

"Boa noite querida."

Caminho pelo corredor e abro lentamente a porta do quarto para não acordar minha princesa. Ela estava enrolada como uma bola com a maioria dos lençóis, e eu adorava vê-la assim. Ela estava segura e segura na vida que eu tinha dado a ela. Ela não sabia nada sobre como foi concebida ou a dor que a seguira. Não havia necessidade dela saber.

Debruçando-me, beijei o topo de sua cabeça e o doce cheiro de xampu de bebê encontrou meu nariz. Eu amava cheira-la. A casa cheirava assim - bebê - quando eu a levara para casa do hospital. Esse cheiro me lembrava as noites sem dormir, mas também dos primeiros sorrisos, primeiros beijos, primeiras palavras e primeiros passos. Adorava tudo sobre esse cheiro. Muitas vezes eu me perguntava se poderia convencê-la a continuar usando o mesmo xampu em seus anos de adolescência.

Eu duvidava, mas sempre havia esperança.

Meu telefone estava sobre a mesa de cabeceira. Embora estivesse em silêncio, a tela iluminou a sala. Nunca recebi mensagens ou ligações a menos que fossem de meus pais. A única pessoa que tinha meu número agora estava em um ônibus comemorando uma vitória.
Eu me estiquei na cama e o peguei.

O nome de Brady apareceu, então passei o dedo sobre a tela e li suas palavras.


Obrigado. Eu devo esta noite a você.


Isso não era verdade. Ele devia essa noite ao fato de que era uma estrela. Não tive nada a ver com isso.


Eu duvido seriamente disso, mas parabéns.


Respondi.

Ele ia sair da cidade neste verão. Sair para viver seus sonhos.

E eu estaria aqui com meus pais até conseguir um lugar meu em uma cidade onde pudesse começar de novo e ter uma vida.


Se você não tivesse falado comigo hoje, não teria conseguido me concentrar.


Ele respondeu.


Eu ter ido até a sua casa realmente o incomodou tanto?


Queria deixar as vibrações no meu estômago voarem livre e curtir isso, mas não podia. Eu não era uma garota no ensino médio que podia flertar e se divertir. Era uma mãe e uma filha com responsabilidades. Eu vivia uma vida que ele não entenderia e não esperava que ele se encaixasse.


"Aproveite sua vitória. Eu assisti as notícias. Você mereceu isso."


Não esperei que ele respondesse. Bloqueei o telefone e o coloquei na cabeceira.

As fantasias das jovens meninas não eram para mim.

 

Jogo divertido ontem à noite, hein?

Capítulo 20

 


Brady


No sábado depois de um jogo, eu deveria dormir. No entanto, o sono não veio facilmente ontem à noite, e o cheiro de bacon me acordou mais cedo do que teria gostado. Peguei meu telefone e verifiquei se Riley já havia respondido ao meu último texto. Ela não fez.

Colocando um short, desço as escadas para a cozinha para o café da manhã. Minha mãe estava empilhando panquecas com seu avental rosa e branco amarrado em torno de sua cintura. Eu tinha comprado para ela há cinco anos para o Dia das Mães com o dinheiro que fiz cortando grama. Ela o usava o tempo todo.

"Bom dia!" Digo quando vou até a geladeira para pegar o leite.

"Você acordou cedo. Eu esperava que você dormisse até o meio dia." Ela provoca.

Eu não dormia até o meio dia, bem... nunca. Ela sabia. "Senti o cheiro de bacon." Digo a ela. "Um homem não consegue dormir quando há bacon.”

Recebo um sorriso dela.

Mamãe sempre foi essa mãe. Aquela que fazia nossos almoços e nos preparava o café da manhã. A mãe que fazia biscoitos e me deixava ter a casa cheia de caras. Ela acreditava em mim e estava orgulhosa. Em troca, eu queria continuar a deixá-la orgulhosa. Eu tinha uma mãe que a maioria dos indivíduos não tinha sorte o suficiente para ter. Pelo menos não no meu grupo de amigos. Eu tive sorte pelo jeito. Muitas mães não eram tão perfeitas quanto a minha. Por exemplo, a mãe de Gunner. Eu nem tinha certeza de que ela merecia esse título. Ela não tinha feito muito por ele na vida.

"Você se machucou a noite passada?" Pergunta mamãe enquanto coloca um prato de panquecas e bacon na mesa para mim.

Eu tinha alguns hematomas, mas nada que valesse a pena mencionar. Eram de alguns encontrões da primeira metade, que eu merecia. Minha cabeça não estava onde precisava estar.

"Estou bem." Assegurei-lhe.

Ela sorri para mim e volta para as panquecas. "Eu vi os hits que você levou no segundo tempo. Você deve ter alguns pontos ruins."

Eu dou de ombros e pego o xarope para cobrir minhas panquecas. "Papai ainda está na cama?" Pergunto, mudando de assunto.

"Não, você conhece seu pai. Ele se levantou cedo e foi ao escritório. Disse que precisava fazer alguma coisa e nos veria no jantar. Tenho certeza de que ele estará pronto para falar de futebol até então."

Meu pai sempre tinha que estar fazendo alguma coisa. Ele trabalha muito, e ficar ocioso não estava no seu vocabulário. Ele era engraçado assim.

Começo a fazer uma piada sobre isso quando a tela do meu telefone acende. Pego e vejo o nome de Riley. Eu olho de volta para me certificar de que mamãe não estava olhando na minha direção antes de abrir o texto. Não que ela desaprovasse. Eu sabia que ela gostava de Riley. Mamãe era a pessoa menos julgadora que conhecia. Mas não queria que meus pais soubessem ainda. Não sobre minha amizade com Riley. Eu ainda estava segurando isso comigo. Só para mim.


Claro, se você precisa de alguém para viajar com você para Birmingham hoje, eu vou. Mamãe disse que podia olhar a Bryony. Por que iremos?


Acabei de jogar isso. Uma viagem de duas horas a Birmingham foi a única coisa que eu pude pensar. Era suficientemente longe de Lawton para que pudéssemos nos divertir com segurança sem encontrar alguém que conhecêssemos. Não tinha pensado em um motivo pelo qual eu precisasse ir. Acabei de dizer isso. Agora eu precisava de algo. Qualquer desculpa para que ela não soubesse que eu simplesmente estava indo lá para que pudéssemos sair. Sozinhos.

E por que eu estava fazendo isso?

Ela precisava de um amigo e queria ser seu amigo, mas havia mais do que isso. Na noite passada, quando estava distraído, queria acreditar que era porque estava preocupado com ela ou com algo inocente. Mas a verdade é que eu gosto dela.

Eu gostava de Riley Young. Ela era interessante. Ela era forte, era uma boa pessoa, e a respeitava por tudo isso. Queria estar ao seu lado. Longe do mesmo grupo de pessoas, que eu sempre estive perto. Talvez fosse por isso que gostei de Willa. Ela era diferente. Não é a mesma pessoa que faz as mesmas coisas.

Gostar dela mesmo sendo apenas como amigo, iria causar uma agitação eventualmente. O confronto com Gunner era o que mais me preocupava.

Mas, honestamente, era hora de encarar o fato de que o irmão dele tinha mentido. Afinal, eles passaram por isso ultimamente, não acho que seria muito difícil para ele acreditar na história de Riley agora. Nós não éramos mais crianças que deixavam os outros nos dizerem o que pensar mais.

Eu finalmente respondi.


Eu tenho algum dinheiro de aniversário ainda na minha conta de poupança, e queria um par de botas que estão esgotadas aqui. Birmingham tem melhores opções.


Eu duvidava que isso soasse convincente porque Nashville estava há uma hora de distância. Mas fui lá mesmo assim.

"Cheira maravilhoso nesta casa." Diz Maggie, entrando na cozinha. Seus cabelos ainda estavam bagunçados do sono, e ela estava usando calça de pijama e uma das camisas de West. Ele tinha certeza de que ela tinha várias delas. Era sua maneira de estar com ela o tempo todo. Eu costumava me divertir com isso, mas agora achava que fazia sentido. Não que dissesse isso a ele. Gostava da ideia de Riley vestindo minha camisa. O que também significava que meus sentimentos por ela estavam se transformando em algo mais do que amizade.

"Sente-se em um lugar e vou pegar um prato." Mamãe diz a ela.

Maggie ignora isso e caminha para pegar seu próprio prato. "Você ainda está cozinhando. Posso pegar o meu próprio prato. Obrigada mesmo assim."

Mamãe sorri como se Maggie fosse a filha perfeita que nunca teve. Elas eram boas uma para a outra. Mamãe era o tipo de mãe que precisava de uma filha, e Maggie havia perdido sua mãe de forma trágica. Elas não estavam tão perto quanto uma mãe e filha conseguiriam, mas eu esperava que ao longo do tempo elas preenchessem aquele buraco nas vidas uma da outra.

Maggie sentou-se em frente a mim e bocejou. Apenas alguns meses atrás, essa seria uma mesa muito silenciosa. Era legal que Maggie realmente falasse agora.

"Jogo divertido ontem à noite, hein? "

Seu comentário parecia inocente, mas eu sabia o que queria dizer. Ela era a única pessoa que sabia onde minha cabeça esteve naquele primeiro tempo. Olho para ela quando coloco um bocado de panqueca em minha boca. Não era divertido.

Mas o sorriso no rosto dela disse que era.

"Quase me deu um ataque cardíaco." Diz minha mãe com uma risada. "Senhor, nunca estive tão nervosa sobre um jogo em toda a minha vida.”

"Os jogos vão ficar mais difíceis. Ganhar o campeonato não vai ser fácil." Percebi que parecia irritado e desejei não ter dito isso. Maggie ergue uma sobrancelha como se quisesse dizer que sabia melhor. Por que ela não podia ter ficado no andar de cima na cama? Eu estava tendo um café da manhã perfeitamente tranquilo até que ela entrou e trouxe tudo isso.

"Oh eu sei. Percebi na noite passada que precisava me acalmar e me preparar para isso piorar." A voz de minha mãe ainda era suave e compreensiva.

"Tenho certeza de que é difícil manter seu foco com toda essa pressão." Acrescenta Maggie, depois sorri antes de comer um pedaço de bacon.

Eu ia parar de comer e sair da mesa com uma desculpa ou mudar o assunto. Mas não estava satisfeito e queria mais panquecas, então mudo do assunto. "Quer que eu leve algum café da manhã para o papai antes de ir para Birmingham?" Pergunto.

Maggie ri. Eu estava prestes a jogar minha última panqueca no seu rosto divertido.

 

Ela é o meu ponto de luz no pôr do sol na vida.

Capítulo 21

 


Riley


Meus pais não tinham realmente questionado Brady por me buscar para ir a Birmingham para o dia. Eu lhes disse a razão pela qual Brady precisava ir, mas eles parecem não ter acreditado. Perguntei-me se essa era realmente a razão. Achei que Nashville tinha tantas lojas quanto Birmingham. Eu poderia pensar que ele havia encontrado um par em Birmingham. No entanto, a ideia de que ele estava inventando essa desculpa para passar o dia comigo fez meu coração fazer coisas engraçadas. Gostei. Novamente, eu estava sentindo demais, e realmente precisava ser mais cautelosa.

Não deixei meu pai falar demais com Brady quando ele chegou. Ele, claro, disse a Brady que foi um bom jogo e que desejava ter visto isso. Eu o afastei da porta e escapei antes que papai pudesse falar demais. Eu nunca sabia o que ia sair de sua boca.

A caminhonete de Brady não era o que pensei como uma caminhonete de adolescente por dentro. Para começar, estava limpa. Sem lixo no chão, nada de roupas penduradas, e nem sequer estava empoeirada. Ele manteve-a muito bem.

"Você consegue manter sua caminhonete limpa com frequência?" Pergunto enquanto olho pela limpeza pela primeira vez. As duas últimas vezes que estive nessa caminhonete eu estava preocupada e não tinha realmente prestado atenção.

"Meu pai tiraria essa caminhonete de mim se eu pagasse a alguém para limpá-la" Diz Brady, parecendo divertido. "Ele também tiraria isso de mim se não a mantivesse limpa.”

Interessante. Ele era a estrela do futebol, mas isso não lhe deu tratamento especial de seus pais. Eu teria pensado o contrário. Especialmente nesta cidade. Imaginei que ele tivesse pessoas implorando para limpar sua caminhonete de graça.

"Parece meu pai. Ele espera que eu faça a minha parte. Não é que não faria de qualquer jeito, mas sei que se eu afrouxar, ele está lá para me lembrar de colocar minha bunda em marcha."

Brady ri. "Sim. Conheço esse sentimento."

Ficamos calados por alguns minutos. Não senti a necessidade de conversar apenas por conversar. Havia muitas coisas que eu poderia perguntar a ele. Como por que realmente estávamos indo para Birmingham? Mas por enquanto não iria fazer isso. Gostaria de aproveitar o passeio e estar fora de casa com alguém da minha idade. Passaram-se dois anos desde que fiz qualquer coisa assim.

Isso me fez sentir mais velha do que sou. Brady não me fazia sentir velha, no entanto.

Ele não estava tocando música e falando sobre si mesmo. Foi assim que me lembrei da minha idade. Mas então eu não estava acostumada com a idade. Minha única experiência era assistir a programas de televisão e filmes. Isso era muito mais agradável do que eu esperava.

Não queria aproveitar demais porque a chance de que tudo isso poderia terminar abruptamente estava lá. Pendurada a distância. Quando chegasse a isso, não esperava que Brady me escolhesse sobre Gunner. E esse seria o resultado quando Gunner descobrisse. Nossa cidade era pequena e, por algumas semanas, poderíamos manter nossa amizade escondida, mas isso aconteceria. Brady estava sendo otimista. Ele acreditava que tudo funcionaria.

Eu vivi o inferno. Sabia como tudo acabaria. Esperança e otimismo foram coisas das quais eu fugia enquanto cresci.

"Quando foi a última vez que esteve em Birmingham?" Pergunta.

Boa pergunta. Não tinha certeza. "Anos, eu acho. Nem consigo me lembrar."

"Você foi para a escola quando se mudou?"

Balanço a cabeça e olho pela janela. "Não. Depois que sai, não fui corajosa o suficiente para enfrentar mais adolescentes e seu julgamento sobre minha gravidez. Comecei a fazer aulas online então."

Ele não respondeu imediatamente, e desejei que não tivéssemos chegado a esse tópico. Era difícil para ele, eu acho. E não é algo sobre o qual eu gostava de falar.

"Não era muito solitário?"

Ele não fazia ideia. "Sim, mas então Bryony nasceu e mudou meu mundo.”

Essa foi à verdade. Antes do seu nascimento, estava deprimida. Meu mundo estava perdido, e pensei que nunca mais voltaria a sorrir. Estar grávida aos quinze era terrível. Mesmo se você tivesse o apoio de seus pais.

"Você é uma boa mãe. Faz com que pareça fácil, mesmo sabendo que não deve ser. " Bryony tornou mais fácil. Ela era um bebê tão bom. Era quase como se tivesse nascido sabendo que eu precisava de calma. No momento em que a colocaram no meu peito, comecei a chorar. Não que estivesse assustada ou triste, mas porque ela era minha. Perfeita, bonita e saudável. Eu trouxe uma vida para este mundo, e nada do que fizesse depois disso seria tão importante.

"Ela é o meu ponto de luz no pôr de sol na vida." Respondo. Por ela valia a pena perder cada momento da adolescência. Eu não iria trocá-la para conseguir nada disso de volta. Nunca sugeriria ser uma mãe adolescente para alguém, porque não era uma escolha de vida. Mas quando não há nenhuma opção e isso é colocado sobre você, então, aprenda a sobreviver e aproveitar ao máximo. Bryony definitivamente foi o melhor.

"Você vai apenas se formar em seus cursos on-line de educação em casa? Ou você pensa em voltar para a escola?"

Nunca pensei nisso. Eu também não poderia. "Tenho responsabilidades que não vão mudar. Meus pais precisam da minha ajuda com a minha avó, e depois há Bryony. Não a quero em uma creche. Ela precisa de mim."

"Eu me pergunto se algumas das meninas na escola pensariam da mesma forma que você faz. De alguma forma eu duvido disso." Ele responde. "Respeito isso.”

Eu não estava realmente atrás de seu respeito, mas não disse isso. Fazia isso pela minha família porque os amava. Não para receber uma palmadinha nas costas.

"Então, fale-me sobre essas botas e por que você as necessita tanto." Digo, mudando o assunto de mim. Finalmente, voltando minha atenção da estrada para a minha direita, olhei para ele. Ele tinha um pequeno sorriso no rosto. "Elas são apenas algo que eu quero.”

"OK... Bem, você não pode encomendá-las on-line ou ir a Nashville para encontrá-las?"

O sorriso dele ficou um pouco maior. "Eu poderia. Mas então, não teria razão para te distanciar de Lawton para que pudéssemos nos divertir durante o dia."

"Você está dizendo que esta viagem é para que possamos sair?" Pergunto, meu coração fazendo aquele pequeno aperto esquisito e flutuando.

Ele olha para mim. "Sim. Acho que sim."

Não pergunto nada mais. Isso foi o suficiente. O suficiente para me fazer esquecer que isso também acabaria. A maioria das coisas boas fazia.

 

Ela está comigo.

Capítulo 22

 


Brady


Nossa conversa tornou-se fácil, e as duas horas não pareceram tão longas. Quando Riley riu, queria mergulhar no seu sorriso. O som era... Bom. Não, foi muito bom. Eu implorei isso. Encontrei-me tentando arrancar uma risada dela. Qualquer coisa para ouvi-la e ver o rosto dela se acender.

Recebi algumas mensagens e ignorei cada uma. Gunner, West e Asa iriam esperar. A de Ivy não iria, mas eu ignoro a dela normalmente de qualquer maneira. Hoje eu não estava vivendo naquele mundo. Estava morando no mundo em que escolhi viver.

"Eu nunca tive um churrasco tão bom." Diz Riley enquanto limpa a boca com um guardanapo. Não conseguia pensar em uma garota que namorei que teria escolhido uma churrascaria para comer e então pedir costelas cobertas de molho. A maioria delas comiam coisas que não ficassem lambuzadas. Mas Riley estava gostando da comida. Ter molho em suas mãos e rosto não a incomodava.

Vê-la rir da bagunça que estava fazendo era lindo. Eu queria sentar aqui o dia todo e experimentar isso. Peguei outra asa quente e limpei o osso. Normalmente eu era um comedor mais limpo em um encontro, mas com Riley senti como se pudesse comer como se ela fosse um dos caras. Embora ela não parecesse nada como um dos caras.

Se as meninas percebessem o quão atraente era ser tão livre e feliz por algo tão simples como algumas costelas, elas aliviariam um pouco. Os caras da mesa ao longo de nós continuaram a verificar Riley, e embora fosse irritante que eles não parecessem ter a mínima ideia de que ela estava comigo, não poderia realmente culpá-los.

Eu estava tendo dificuldade em tirar meus olhos dela também.

"Vou ter que lavar meu rosto no banheiro depois disso." Ela diz com um sorriso. "Bryony ama costelas. Queria que ela estivesse aqui por isso."

Gostaria de levar algumas sobras conosco, mas ficariam ruins no momento em que terminássemos o nosso dia e levássemos as duas horas de volta.

"Eu poderia preparar algumas para ela algum dia. Todos poderiam vir jantar."

Riley para por um momento e uma mistura de emoções brilha em seus olhos. Ela coloca uma costela no prato e solta um pequeno suspiro. "Sim talvez."

Sobre o que era isso? Ela parecia quase chateada com a minha oferta, ou desapontada.

"Eu disse algo errado?"

Ela estava olhando para as costelas e ergueu os olhos para os meus. "Eu não vivo em um mundo de fantasia, Brady. Tive muita realidade para isso. A verdade é que, quando seus amigos descobrirem que você está passando tempo comigo, isso vai parar. Porque você terá que escolher. Eles vão te fazer escolher. E não espero que você me escolha."

O que diabos isso significa? Não teria que escolher ninguém. Sou dono de mim, droga, e se quisesse escolher meus amigos, eu poderia. Não precisava da permissão de ninguém.

"Não sou assim. Eu esperava que você já soubesse disso. Ninguém me faz fazer nada."

Ela encolhe os ombros e limpa as mãos em um guardanapo. "Não é uma coisa ruim. É só o que é. Aqui não temos julgamento, e gosto de estar com você. Gosto disso. Ter um amigo. Mas não sou delirante. Sei que todos em Lawton me odeiam e pensam que sou uma mentirosa. Bem, todos, exceto você."

Eu nunca tinha sido abertamente odiado. Perguntei-me como isso parecia. Quão doloroso e injusto deve ser. Minha raiva se levanta em todos eles. Todos que tinham falado mal dela. Todo mundo que a julgara ou foi cruel com ela. Então, admiti para mim a parte mais difícil: fui um desses. Talvez não agora, mas já estive lá uma vez. Eu não era melhor.

"Desculpe-me." Falei honestamente.

Ela sorri. "Por ser meu amigo?"

"Não. Por julgar você como fiz."

O sorriso no rosto dela desaparece. "Nós éramos jovens. Você pensou como todos pensaram. Além disso, eu corri para fora da cidade. Isso me fez parecer ainda mais culpada. Se tivesse ficado, a vida para minha família acabaria pior, mas o fato é que nós saímos. As pessoas sentem pena dos meus pais por minha causa. Mas essas pessoas sempre me odiarão. O bom é que eu nem sempre estarei lá. Vou sair e fazer o meu próprio caminho na vida em breve. Em uma cidade onde ninguém me conheça e poderei começar de novo. Eu e Bryony."

A imagem de Riley levando Bryony para uma cidade distante e construindo uma vida, conseguindo um emprego, pagando contas, criando sua filha, tudo enquanto eu estava fora jogando futebol e perseguindo meu sonho, parecia injusto. A maior parte de sua vida parecia injusta. Ela perdeu o ensino médio e sentiria falta da faculdade.

"Qual era o seu sonho, quando você era mais jovem?" Perguntei a ela. Eu não queria dizer antes de Bryony, porque isso parecia frio. Embora fosse o que queria saber.

"Você quer dizer antes de me tornar mãe?" Ela estava sorrindo como se tivesse lido minha mente. "Queria ser veterinária.”

"Então você ama os animais." Digo, sentindo o coração doente pela garota que não conseguiria perseguir seus sonhos do jeito que eu faria.

"Sim. Eu amo. Não posso cuidar de um agora porque não posso pagar por isso. Mas quando Bryony e eu tivermos nosso próprio lugar, teremos cães e gatos. Talvez até cabras se eu tiver terra suficiente."

"Você ainda pode ir para a faculdade para ser veterinária?"

Ela balança a cabeça. "Não, preciso de um emprego que pague o suficiente para me sustentar e a Bryony. Eu tenho planos. Quero fazer a diferença na vida das meninas como eu um dia. Um grupo de apoio para mães adolescentes me ajudou a passar por momentos difíceis. Meu sonho é fazer isso para as jovens. Mostrar-lhes que há felicidade em seu futuro. A vida não acabou."

Ela não disse isso com amargura ou raiva. Em vez disso, tomou um gole de seu chá doce e levantou. "Preciso ir me lavar." Explica antes de caminhar até a parte de trás do restaurante para os banheiros.

Por que eu queria que ela tivesse esse sonho? Ela parecia feliz o suficiente, e nunca quis resolver os problemas de ninguém tanto quanto queria consertar o dela. Ela me fez querer protegê-la e ficar de pé por ela. Mesmo que ela seja uma das pessoas mais difíceis que já conheci. Se soubesse o que eu estava pensando, ela me diria para parar. Ela tinha tudo sob controle.

Talvez fosse por isso que queria ajudá-la tanto. Porque ela não queria ajuda. Ela queria seguir seu próprio caminho. E eu sabia que podia.

"Ei, vocês são só amigos ou ela está com você?" Pergunta um dos caras da outra mesa.

Eu me viro para olhar para ele, e seu interesse óbvio me irrita. Claro, eu entendo, mas estou com ciúmes. Eu, com ciúmes. Não o tipo que senti com Gunner e Willa, mas o tipo que me fez querer fazer a minha reivindicação sobre ela e ameaçá-lo.

"Ela está comigo." Respondo com um tom frio.

O cara olha para baixo. "Droga" foi a resposta dele.

 

Eu não sabia que amigos beijavam assim.

Capítulo 23

 


Riley


Era depois das seis quando Brady entrou no caminho da minha casa. Eu mantive contato com minha mãe o dia todo, e Bryony estava bem. Tanto quanto eu sentia, esse pequeno refúgio tinha sido necessário. Agradeço que Brady tivesse pensado nisso.

Eu me viro para lhe dizer obrigada e o quanto gostei do nosso dia, mas seu olhar já estava trancado em mim. O olhar em seus olhos era diferente, e reconheci isso. Ou pelo menos o meu corpo fez. Meu coração tinha acelerado o ritmo, e senti-me corada por antecipação.

Antes que pudesse ficar muito nervosa ou pensar nisso, ele se inclinou e sua mão direita segurou minha bochecha ao mesmo tempo em que ele inclinou a cabeça até que seus lábios tocassem os meus. Não era controlador ou possessivo. Não era como um adolescente com fome tentando me atacar. Foi doce. Como se ele quisesse saborear isso.

Mudei meu corpo para mais perto e abri minha boca sob a dele, esperando que não fosse cedo demais. Embora não fosse assim que esperava que este dia terminasse. Não que no fundo eu não quisesse. Porque queria. Eu sabia. Na verdade, ter acontecido era diferente. Foi emocionante e aterrorizante. A realidade tinha sido muito diferente na minha cabeça. Eu já estava me vendo dando-lhe um abraço antes, sem perceber que ele estava planejando sobre isso.

Sua língua tocou a minha, e soltei um som que esperava que parecesse tão satisfeito quanto eu estava. Um verdadeiro beijo. O tipo que significava algo novo para mim.

O que fiz antes, quando era mais jovem, estava aprendendo e experimentando. Nada mais. Com certeza não tinha feito meu coração vibrar e meu corpo se curvar.

Eu queria lembrar isso no caso de o nosso fim chegar mais cedo do que o esperado.

Embora Brady não fosse meu primeiro beijo, ele sempre seria meu primeiro beijo significativo. O primeiro que me afetou.

Lentamente, ele recua, terminando a conexão.

"Eu queria fazer isso o dia todo." Ele sussurra.

Eu não tinha percebido isso, mas estava corando pela sua admissão e agradecida pela escuridão.

"Não sabia que amigos beijavam assim." Respondi.

Ele pressiona um pequeno beijo no canto dos meus lábios. "Eles não beijam." Foi sua resposta.

"Oh" era tudo o que eu poderia dizer. Brady estava me dizendo que isso era mais. Não era só eu que sentia coisas além da amizade. Ele também estava sentindo isso.

"Posso ligar para você amanhã?" Ele pergunta, parecendo inseguro.

Pergunto-me se Brady Higgens nunca tinha sido inseguro sobre qualquer coisa.

"Sim."

Ele se afastou e saiu da caminhonete. Observei-o enquanto caminhava pela frente de sua caminhonete e abria minha porta. Ele estende a mão para me ajudar, e eu a pego. Não porque precisava, mas porque não tinha certeza de quão bem minhas pernas iriam trabalhar agora.

"Obrigada por hoje." Digo, querendo dizer mais, mas tão nervosa que não consegui encontrar as palavras.

"Foi o melhor dia que tive há muito tempo." Ele responde.

Eu sabia que ele não iria me dar um beijo aqui. Para o mundo ver. Mesmo agora, ele me levar até minha porta era perigoso. Se alguém passasse e visse, ele teria que mentir ou dizer a verdade. Eu queria que ele mentisse. Não estava pronta para que isso acabasse. Ainda não.

"Nós vamos encontrar algum tempo amanhã, então." Ele diz exatamente quando chegamos à porta.

Eu sabia que não poderia deixar Bryony o dia inteiro novamente, e não queria. "Sim, posso fugir por um momento. Talvez enquanto Bryony cochile."

"Ou podemos levá-la ao parque juntos.”

Gostei que ele dissesse isso, mas acreditar era difícil, então acenei com a cabeça.

"Boa noite." Ele diz se aproximando para apertar minha mão antes de se virar e me deixar lá.

Abro a porta da frente e entro, mesmo que quisesse vê-lo até ele se afastar. Eu não me permitiria isso.

"Parece que seu dia foi bom." Minha mãe diz com as sobrancelhas erguidas enquanto entro na sala de estar. Ela estava me espionando. Eu não esperava que ela fizesse isso.

"Não sei o que você quer dizer." Respondo, soprando isso.

Ela revira os olhos. "Pode estar escuro lá fora, mas, sob o farol, o interior de sua caminhonete ficou perfeitamente claro a partir daqui. Não me interprete mal - eu não estava espionando. Acabei de ouvir a caminhonete e decidi verificar para ver quem estava aqui. Então eu vi algo que não estava esperando."

Eu também.

"Não leia muito sobre isso." Respondo.

"Mamãe!" Bryony grita, correndo excitadamente para dentro da sala com a toalha de banho embrulhada em torno dela.

"Ei, garotinha." Falo, igualmente entusiasmada por vê-la.

"Banho!" Ela declara o óbvio.

"Então eu vou dar banho em você." Respondo.

"Barco.” Ela amava seu pequeno barco rosa que flutuava na água do banho. Brincar de barco era sua parte favorita do banho.

"Tudo bem, parece um plano.”

“Ookies” diz ela, apontando para a cozinha.

Ela assente com entusiasmo.

"Ele gosta de você. Confie nele." Grita mamãe enquanto sigo minha filha no corredor.

"Estou tentando." É minha única resposta. "Mas sei como isso acaba.”

"Você não o conhece. Esse menino é diferente. Ele sempre foi."

Lembrei-me dele virar-me as costas há dois anos. Ele não era diferente então. "Ele é melhor, mas no final ele não é tão diferente.”

Eu podia ouvir o suspiro da minha mãe, e continuei acompanhando Bryony para o banheiro. Passar o tempo com minha filha e me lembrar o que era importante na vida era o que precisava depois desse beijo. Eu não era uma garota normal e sentar-me e ficar com ele era inútil.

"Um dia você terá que confiar novamente." Responde mamãe, seguindo-nos para o banheiro. Ela não estava pronta para deixar isso ir.

Um dia eu estaria. Hoje não era esse dia.

"Você guardou alguns cookies?" Pergunto a ela.

"Claro. Bryony fez rosa para você."

Eu a ouvi, mas queria uma mudança de assunto. Isso funcionou.

"O que você fez hoje?" Pergunto a Bryony.

"Ookies." Ela me conta novamente.

Cozinhar qualquer coisa era o destaque de seu dia, além de ir ao parque. Especialmente, cozinhar coisas que ela gostava de comer.

"Você brincou fora?"

Ela assente. "Eu me sujei." Ela dirigiu-se para mim como se ficar suja fosse uma realização.

"Então você teve um dia perfeito." Lembrei-lhe.

Ela deixa cair a toalha e corre para a água do banho que minha mãe tinha preparado para ela. Estava cheia de brinquedos e bolhas.

Isso era o suficiente para mim.

 

Eu tenho isso sob controle.

Capítulo 24

 


BradY


West me acordou às nove horas desta manhã. Ele ia correr e queria que eu fosse com ele. Maggie recusou, então me levantei e fui. Foi bom exercitar a rigidez da noite de sexta-feira. Também deu à mamãe tempo para preparar o café da manhã.

A rota que ele estava nos levando era em frente à casa de Riley. Meu plano tinha sido enviar-lhe uma mensagem pela manhã e encontrar uma maneira de vê-la. Eu fiquei na cama por horas na noite passada pensando no nosso dia. Sua risada, seu sorriso, a sensação de seus lábios nos meus. Tudo isso. Queria vê-la novamente. Agora.

Olhando para a casa, perguntei se ela estava acordada e o que estava fazendo. Bryony a acordou cedo? Ela arrumou café da manhã em sua casa? Sua avó estava sendo difícil hoje? O que ela normalmente faz aos domingos? Eu tinha um milhão de perguntas. Queria saber tudo sobre ela. Só precisava de tempo e liberdade para correr até sua porta agora e vê-la.

"O que está acontecendo lá?" Pergunta West, e volta a chamar a atenção para a rua em que estávamos e o fato de eu não estar sozinho.

"O que você quer dizer?" Foi minha resposta. Embora soubesse exatamente o que ele queria dizer.

"Com Riley." Ele responde.

West não estaria do lado de Maggie sobre isso. Claro, ele se ofereceu para ajudar a encontrar sua avó, mas ele não estava para se tornar seu amigo.

"Estão vivendo aqui e cuidando de sua avó." Digo a ele, embora soubesse que ele já sabia disso.

"Não foi o que quis dizer e você sabe disso.”

Eu não disse nada para isso. Estávamos correndo, não falando. Ele precisava deixar de ser curioso e se concentrar em sua própria vida amorosa. A minha estava fora dos limites.

"Você age como se estivesse escondendo coisas. Vou saber." Ele finalmente diz quando não digo nada.

"Nada a esconder." Eu minto.

Ele ri. "Certo."

Pego velocidade na esperança de chegar em casa e me livrar de seu questionamento mais rápido.

"Gunner vai descobrir. Então todo o inferno vai cair. Pode me dizer agora o que você está pensando. Você é meu melhor amigo. Não vou virar as costas para você."

De todos, nunca esperei que West me virasse as costas. Ele estava mais perto de mim do que de Gunner. Havia também Maggie, que iria tomar meu lado nisso. E não havia jeito de West não estar ao lado de Maggie.

"No momento, não há nada a dizer. Depois de ganhar o campeonato, então as coisas podem mudar." Isso era tudo o que ele iria receber de mim.

"Você precisa fazer um trabalho melhor para esconder isso, então, porque, a essa velocidade, você revelará e terá Gunner para lidar. Precisamos dele para vencer."

Ele também teria seus seguidores. Pessoas que ficariam com ele e se virariam contra mim. Isso dividiria o time, e estaríamos acabados. Eu tinha jogado esse cenário na minha cabeça um milhão de vezes. Sabia como seria e como isso terminaria.

"Tenho isso sob controle." Asseguro-lhe.

"Do jeito que você estava olhando para a casa dela, não parecia assim.”

Ponto feito. Eu tinha que recuar por enquanto. Poderia conversar com Riley pelo telefone e vê-la quando pudéssemos sair da cidade nos fins de semana. Apenas nas próximas duas semanas. Então, eu seria livre.

"Fechado." Respondi. Por sorte, minha casa estava à vista e essa conversa poderia acabar.

Corremos até a calçada em silêncio e diminuímos quando chegamos à porta.

Pouco antes de minha mão tocar a maçaneta para entrar, West diz mais uma coisa. "Mesmo que Rhett não tivesse feito, ela tinha apenas quinze anos. Ele não deveria estar sozinho com ela.”

Fiz uma pausa. Sabia que Rhett tinha feito isso. Mas ele estava certo. Mesmo que não tivesse, a situação ainda era ruim. Rhett não tinha nada com ela, e todos sabiam que ele estava dormindo com outras garotas na nossa série. Serena, para ser exato. Não era como se ele estivesse acima disso.

"Sim. Eu sei. Mas ele fez." Foi tudo o que disse antes de entrar no cheiro de biscoitos e salsichas.

"Sua casa cheira sempre a comida. Eu amo isso aqui." West diz enquanto caminhávamos para a cozinha.

"Isso é porque você só vem nas refeições.”

"Quando não é hora de refeição, cheira a biscoitos.”

Eu ri quando entramos na cozinha para encontrar mamãe em seu avental e Maggie colocando manteiga nos biscoitos. Ela olha para cima e faz contato visual com West antes de sorrir.

"Cheira bem, mamãe." Digo a ela, ignorando os pombinhos e indo à geladeira para pegar leite.

"Vocês dois fedem." Ela respondeu. "Tiveram uma boa corrida?"

"Despertou-me." Eu digo.

West ri e senta-se. Não olho para ele, mas podia sentir Maggie nos estudando. Ela era boa com a linguagem corporal e teria respostas em breve.

"Ivy esteve aqui ontem. Esqueci de lhe dizer quando você chegou em casa na noite passada. Ela deixou para você alguns brownies de canela. Eu os coloquei na geladeira."

Minha mãe conhecia meus problemas com Ivy, mas ela me lembra de ser gentil com ela. A menina era difícil de afastar quando era gentil, no entanto.

"Ela precisa parar com isso." Digo com um resmungo irritado.

"Gosto dos brownies" Maggie responde, parecendo divertida.

"Bem, você pode comê-los." Digo a ela.

"Você vai dividir comigo?" Pergunta West.

"Claro. Não consigo comê-los todos."

Eu reviro meus olhos em sua tentativa de humor e pego meu prato antes que minha mãe pudesse. "Obrigado por cozinhar." Digo a ela, então sento-me para comer depois de queimar todas aquelas calorias.

"Você acha que ela iria gostar de um pouco desse bolo de caramelo que sua mãe faz?" West provoca.

Eu o ignoro.

"Não custa perguntar." Acrescenta Maggie.

"Tudo bem, vocês dois, deixe de perturbar Brady." Diz minha mãe com um sorriso na voz. Ela me dá um tapinha nas costas.

Duvidava que Riley me enviasse comida, e estava bem com isso.

 

Procure por Thomas.

Capítulo 25

 


Riley


Era depois do almoço quando meu telefone tocou. Eu estava prestes a levar Bryony para o parque. O nome de Brady acendeu a tela e um sorriso atravessou meu rosto. Só de ver o nome dele me fazia sorrir. Eu estava gostando demais dele. Isso poderia acabar mal, e eu poderia ser ferida.

"Olá" digo, afastando-me dos ouvidos da minha família.

"Ei, o que você está fazendo hoje?"

"Bem, Bryony e eu tivemos um piquenique no quintal e agora estamos nos preparando para a nossa saída ao parque. Eu também preciso comprar para a mamãe leite e ovos na mercearia."

Falar sobre minha rotina diária com ele era um pouco estranho. Tão casual quanto tentei fazer tudo isso soar, senti como se estivesse descrevendo algo tão estranho para ele, que ele não entenderia.

"Parece um dia cheio. Não está muito frio para um piquenique no sol, eu acho." Ele responde. Era o tipo de resposta quando não se sabe mais o que dizer. Ele não entendia nada sobre ter um filho para cuidar.

"O que você fez?" Pergunto, tentando mudar o assunto para outra coisa.

"West me acordou para correr esta manhã, depois tomamos café da manhã e assisti ao vídeo do jogo da noite de sexta-feira." Ele não me disse o que faria a seguir. Não que fosse da minha conta.

"Não corro pela manhã há dois anos." Respondi, lembrando de quando fui da equipe de atletismo. Gostava disso. Parte de mim sentia falta.

"Talvez uma manhã no próximo fim de semana você possa vir comigo. Isso é, se seus pais puderem olhar Bryony."

Ele não estava pensando no fato de sermos vistos. Ele esquecia isso com frequência.

"Nós talvez precisemos esperar algumas semanas. Quando não estivermos escondendo a coisa de amizade."

Ele fica em silêncio por um momento. Eu sempre me perguntei o que ele estava pensando quando fazia isso.

"Isso é o que somos?"

Que tipo de pergunta era essa?

"Não tenho certeza se entendi você." Respondi.

"Amigos."

Oh. Nós nos beijamos. Isso mudou tudo? O beijo tornou diferente? Estava enferrujada com os namoros. Os indivíduos me confundiam em geral.

"Não tenho certeza do que mais podemos ser. " Eu digo. Ele esqueceu a maior barreira que estava entre nós?

"Por quê?"

Aparentemente ele havia esquecido. Então eu indiquei o óbvio. "Sou uma mãe adolescente e você sai em seis meses para viver seu sonho na faculdade de sua escolha. Qualquer coisa a mais terminaria de qualquer maneira. Amigos é a coisa mais segura para nós." Ou para mim. Porque quando ele se for, serei a única lutando para fazer a vida funcionar. Ele nunca saberá nada disso.

"Podemos dizer que por enquanto vamos resolver as coisas à medida que elas venham? Porque gostei demais da noite passada. E o dia que passamos juntos foi o melhor momento que tive há muito tempo.”

Meu rosto cora e meu coração vibra. Brady Higgens gosta de mim. Ele queria me ver mais, e queria me beijar mais. Concordei com tudo isso. O problema era que ele só tinha a mim. Apenas eu. Não Bryony, e nós duas somos um pacote. Ela sempre vinha em primeiro.

"Talvez você devesse dar tempo antes de decidir isso. Você nunca namorou uma mãe adolescente antes, pelo que posso deduzir."

Ele não responde imediatamente, então dei-lhe tempo para processar. A vida de Brady era um conto de fada. Os problemas reais da vida real não se registravam facilmente com ele. Eu já estive da mesma forma. Então entendi.

"Dê-me uma chance de provar a você que isso pode ser diferente.”

Era Brady morando em sua terra de conto de fadas. Estar ao seu redor me fez sentir saudades disso. De não esperar nada de ruim acontecer. Mas eu tinha sido fraca. Não sou mais agora. A vida me tornou forte.

"Vamos levar um dia de cada vez. Sem promessas. Sem planos. Apenas viver." Se não fizesse isso, eu me arrependeria. Possivelmente para sempre. Brady era diferente, e estar com ele me fazia feliz. Eu queria mais de como ele me fazia sentir. O futuro iria doer, mas, por enquanto, eu iria gostar.

Ele suspira e sorrio. Não era isso que ele estava acostumado. Receber o que queria era fácil. Não estava sendo fácil. Talvez eu o endurecesse um pouco.

"Aceitarei tudo o que você está oferecendo." Ele responde. Ele parecia decepcionado que não lhe prometi a lua. Ele estava acostumado com a lua. Ele estava acostumado com garotas que o perseguiam, como Ivy. Eu tinha visto isso apenas assistindo da minha vida tranquila, livre de todos. Até algumas semanas atrás, Ivy sempre esteve com Brady. Não estava exatamente certa do que tinha acabado com isso, mas ele parecia pronto para seguir em frente.

"Bryony está pronta para o parque. Preciso ir." Digo a ele. Foi um lembrete para nós dois que eu tinha prioridades.

"Sim, tudo bem. De qualquer forma, você acha que pode sair hoje à noite?"

Pedir aos meus pais para cuidar de Bryony novamente era demais. Nunca fiz isso. "Coloco-a na cama às oito e meia. Depois que ela estiver dormindo, poderei pedir a meus pais para olharem ela."

"Estarei aí às nove." Ele responde.

Depois de desligar, não penso mais nisso. Porque eu só me lembraria de quão impossível nosso futuro seria. Ele era um amigo agora. Ou deveria ser. O beijo mudou definitivamente as coisas.

"Parque!" Exige Bryony, puxando a perna do meu short.

"Sim, é hora do parque." Concordo.

Ela bate palmas e corre pelo corredor em direção à porta da frente.

"Estamos indo para o parque." Aviso para os meus pais, que estavam na cozinha.

"Tudo bem, divirtam-se." Responde minha mãe.

"Você viu Thomas?" Pergunta vovó, entrando na sala de estar atrás de mim.

"Não, não hoje." Respondo. Ou nunca, pensei comigo mesma.

Ela franziu a testa. "Ele pegou meus chinelos. Ele gosta dos meus chinelos."

"Quais?" Pergunto, pensando que talvez eu pudesse encontrá-los.

"Os de coelhos cor de rosa e felpudos. Ele pegou aqueles."

Vovó não possuía um par de chinelos de coelhos rosa. Pelo menos não nesta década. Ou nas seis últimas. Este era outro item que ela se lembrava de sua infância. Ela havia perguntado sobre eles antes, e mamãe estava aqui para explicar. Eu não discuti, no entanto. "Vou manter meus olhos abertos por eles.”

"E Thomas. Procure por Thomas. Ele precisa comer."

"Sim, senhora." Respondi. "Farei isso."

 

Eu nunca mais seria aquele cara.

Capítulo 26

 


Brady


Vou pegar a caminhonete de papai esta noite. Era a melhor maneira de não termos de nos esconder. Ninguém me procuraria na caminhonete de papai.

Minha caminhonete, no entanto, chamaria a atenção. Mamãe disse que papai tinha ido ao escritório hoje para fazer algum trabalho, então fui assim que terminei minha conversa com Riley. Ela precisava de uma prova de que eu estava falando sério e entendi que não era como as outras garotas que conheci. Era uma mãe. Foram suas diferenças que me atraíram para ela. Ela não me aborrecia. Ela era real.

Conseguir que confie em mim, no entanto, era outra coisa para a qual eu precisava me preparar. Não seria fácil. Ela estava muito fechada e cuidadosa. Não fui capaz de pensar em nada além dela depois do nosso dia de ontem, mas ela parecia não ter se afetado. Completamente. Isso não era algo que eu sabia como lidar.

Parei no prédio do escritório de papai e peguei meu telefone no banco do passageiro e coloquei no bolso antes de sair da caminhonete. Explicar que precisava pegar sua caminhonete emprestada ficaria estranho. Eu não tinha certeza se ele estava bem com Riley, se ele acreditava em Rhett como todos os outros na cidade ou se pensava que ela poderia ter dito a verdade. Eu também sabia que ele não queria que me distraísse do futebol.

Se ele visse Riley como uma distração, então podíamos ter uma discussão. De qualquer forma, ele precisaria concordar com isso e estar bem. Nunca pedi sua opinião sobre coisas assim, e não estava prestes a começar. Eu o amava, mas essa era a minha vida. Minhas escolhas.

A porta da frente estava destrancada, e me dirigi para dentro e para a parte de trás do prédio, onde sabia que seu escritório era. Nenhum outro carro estava lá fora, então, quando ouvi vozes, desacelerei. Ele poderia estar em uma reunião, e não queria interrompê-lo. Eu poderia esperar até que acabasse.

O som de voz feminina que escorria pelo corredor me fez congelar. Não apenas o meu corpo, mas a minha respiração. Acho que até mesmo meu coração parou. O próximo som que se seguiu foi um gemido óbvio e a voz profunda de meu pai fez um som que ele não deveria estar fazendo em seu escritório.

Eu tinha que estar enganado. Esse não era meu pai. Ele não faria isso.

Forçando meus pés a caminhar para frente, fui em direção ao som, em direção ao escritório, eu sabia que era de papai, e a cada passo seus sons se tornavam mais altos e intensos. Meu estômago se virou e não tinha certeza se ia vomitar antes mesmo de chegar lá. Cada palavra e som que ele fazia apenas me provava que eu não estava errado. Era ele. Quem mais poderia ser?

Havia um espelho atrás da mesa do meu pai que minha mãe tinha pendurado quando decorou seu escritório. Este mesmo espelho agora mostrava meu pai claramente despido. Uma mulher com longos cabelos loiros estava sentada em sua mesa, e ele estava entre suas pernas. Movendo-se. Os saltos altos vermelhos em seus pés me enojaram, e o grito de seu nome nos seus lábios me deixou tão doente que tive que me virar e correr. Eu ia ficar doente.

Isso não estava acontecendo. Não era meu pai. Ele tinha minha mãe. Por que ele faria isso com ela? Com uma mulher com metade da sua idade? Eu não tinha visto seu rosto claramente sobre seu ombro, mas ela era definitivamente mais nova.

Nunca tive meu coração quebrado como estava agora. Nenhuma vez na minha vida senti realmente dor como essa. Pensei ter entendido como era ser machucado. Mas percebi quando saí daquele prédio e o ar fresco atingiu meu rosto que isso era como a dor real parecia. Rasgando. Queimando. Destruindo tudo o que você era e deixava você dobrado em um estacionamento, vomitando até que não restasse nada no seu estômago.

Eu fiquei assim, curvado, até ter certeza de que tinha saído tudo o que tinha em mim.

De pé, meu corpo sentiu-se fraco, vazio, perdido. Eu tinha deixado minha casa trinta minutos atrás completamente à vontade. E em um momento tudo mudou. Nunca mais seria aquele cara.

Quando olhei para a caminhonete do meu pai, ódio, raiva e descrença, todos bateram em meu peito. Eu queria entrar e dizer-lhe a merda inútil que ele era. Que eu esperava que ele apodrecesse no inferno por isso. Queria jogar pedras nas janelas de sua caminhonete e passar uma chave ao lado da pintura. Queria que ele fosse destruído como eu estava.

Imaginar o rosto de minha mãe me parou, eu me afundei no meu assento e coloquei a cabeça no volante. Isso a mataria. Ela adorava aquele homem. Ela fazia tudo por ele. Se ela descobrisse, ficaria tão esmagada, e não tinha certeza de que ela conseguiria. Eu a amava, mas ela não era tão forte.

Ligando minha caminhonete, fui para a casa e parei. Não podia encará-la.

Agora não. Não podia encarar ninguém. Eu precisava ficar sozinho. Então, virei minha caminhonete para o norte e dirigi. Era tudo o que eu podia fazer: afastar-me da falsa sensação de segurança em que vivi aqui.

O futebol já não parecia importante. A faculdade já não pesava em minha mente. Apenas o fato de minha família estar vivendo uma mentira e que meu pai estava prestes a destruir completamente tudo que eu conhecia. Eu nunca o perdoaria. Não podia reiniciar meu cérebro e apagar isso. Se pudesse eu faria. Tínhamos tudo. Ele tinha tudo, e ele estava jogando fora pelo quê? Alguma mulher que parecia sexy em uma minissaia?

Asa passou por mim e buzinou, mas nem consegui me acalmar. Eu não queria. Essa era a minha vida passada. Aquela em que eu queria fazer meu pai orgulhoso. Aquela em que me preocupava com meu futuro. Aquela em que minha mãe era amada e cuidada. Todos nesta cidade faziam parte dessa vida. Todos estavam vivendo uma mentira? Ninguém era real? A vida estava sendo uma grande encenação?

Eu dirigi olhando direto para frente, minha cabeça latejando com o poderoso vômito e a visão que não desaparecia repassando na minha cabeça. Parar significava que teria que voltar para lá. Eu nunca iria querer voltar para lá. Nunca mais iria querer ver aquele homem. Ele arruinou tudo. Para mim. Para minha mãe. Para o time de futebol. Para esta cidade.

Porque Brady Higgens estava quebrado. Eu não funcionaria corretamente agora. Simplesmente não me importava. Fiz o meu melhor para ser o filho de quem todos se orgulhavam. Eu jogava pelas regras e tinha sido bom.

Que bom isso me fez? Nada. Coisa alguma. Meu pai era um idiota traidor.

 

O conto de fadas da nossa infância se foi.

Capítulo 27

 


Riley


Era quase onze quando guardei meu telefone e subi na cama. Brady não havia chamado, e ele não havia chegado as nove, como ele disse. Eu poderia ter lhe mandado mensagens, mas era muito orgulhosa para isso. Ele foi o único que pediu para me encontrar esta noite. Eu não tinha pedido a ele.

A ideia de que algo poderia estar errado com ele rodopiou na minha cabeça. Eu finalmente a afastei. Se ele estivesse sofrendo, eu saberia agora. Toda a cidade saberia. Forcei meus olhos a fecharem e ouvi a respiração uniforme de Bryony. Ela estava aqui, e isso era tudo o que precisava.

Confiar em um cara, mesmo um como Brady, era estúpido. Todos eram iguais.

Ele teve uma opção melhor para esta noite e pegou. A partir dele, pelo menos, eu esperava mais. Como uma mensagem, explicando ou dizendo que não estaria aqui. O que era tão não-Brady em suas atitudes, que comecei a me preocupar novamente.

Meu telefone vibrou na minha mesa de cabeceira, e olhei para ele. Eu tinha esquecido de colocá-lo no silencioso. Era Brady. Ninguém mais tinha meu número e gostava de me enviar mensagens tão tarde. Eu ignoraria isso? Ou leria? Ele tinha duas horas de atraso. Mas conhecendo Brady, tinha que haver uma desculpa.

Abri a mensagem no telefone.


Você está acordada?


Sério? Esse é o texto dele depois de não aparecer como disse? Eu realmente deveria ignorá-lo. Comecei a fazer isso quando vi faróis pararem na minha entrada e depois desligar.

Ele realmente pensou que eu iria sair às onze?


Estou na cama.


Isso o Faria ir embora.

Comecei a desligar o telefone quando respondeu.


Estou do lado de fora.


Rolando meus olhos, respondi:


Eu sei. Mas estou na cama.


Esperei para ver se ele retornaria. Ele não fez. Ele continuou sentando lá. Se fosse outro homem, pensaria que ele estava assumindo que eu iria correr. Mas era Brady, ele sabia melhor e era mais respeitoso. Sensato.


O amor não é real. É uma merda. Eu odeio isso.


Eu li suas palavras e minha testa enrugou. O que? Ele não fazia sentido. Por que ele estava falando de amor? Nunca ouvi ele dizer isso antes?


Você acredita na merda e confia nas pessoas. Mas eles deixam você para baixo e fodem tudo. Eles são egoístas.


Seu texto mais recente finalmente me retirou da cama. Coloquei um par de chinelos e dirigi-me pelo corredor. A porta do quarto dos meus pais se abriu e minha mãe olhou para mim.

"O que você está fazendo?" Ela perguntou. Seus óculos ainda estavam empoleirados no nariz, o que significava que ela estava lendo.

"Brady está lá fora, e pelas suas mensagens ele parece realmente chateado com alguma coisa. Vou verificá-lo. Ele não soa como ele."

Mamãe assentiu. "OK. Vou olhar Bryony. "

"Obrigada."

Eu não ouvi um tenha cuidado ou Seja esperta que a maioria das garotas ouviriam. O que eu costumava ouvir quando comecei a namorar. Meus pais sabiam que estava bem ciente do que poderia acontecer. Eu vivi isso.

Abri a porta quando meu telefone vibrou na minha mão novamente. Não li dessa vez. Acabei indo para sua caminhonete. Quando abri a porta do lado do passageiro, o cheiro de cerveja me surpreendeu. Havia três garrafas vazias no chão e uma no porta-copos. O que estava acontecendo no mundo?

"O que há de errado?" Perguntei, fechando a porta atrás de mim.

"Tudo" ele diz. Quatro cervejas para a maioria dos caras não eram muito, mas para Brady, que nunca bebia, era muito. Eu podia ouvir o efeito em sua voz. Ele estava com a voz enrolada - pela primeira vez em sua vida, eu apostaria.

"Você está bebendo. E dirigindo. Deve ser ruim. "

Ele solta uma risada dura e coloca sua cabeça de volta no assento. "Ruim" ele repete, depois ri um pouco mais, mas não havia humor real nele. Havia amargura lá. E dor. Ele pega a cerveja, mas eu a tiro dele. "É o suficiente, eu acho. Por que você não me diz o que aconteceu?" Ele fecha bem os olhos como se estivesse bloqueando algo ruim. Algo que ele não queria lembrar. Sentei-me quieta, entendendo que ele precisava de tempo. Isso não era fácil. O que quer que tenha sido realmente fez um número nele.

"Eu queria usar a caminhonete do meu pai esta noite. Então, poderíamos dar uma volta sem sermos descobertos. As pessoas não iriam me procurar dessa maneira. Teríamos alguma privacidade nesta pequena cidade." Ele para e ri novamente. "Privacidade. Não me importo com a privacidade. Todos sabem agora! Todos! Vou colocá-lo em um maldito outdoor e eles podem se foder. Toda a maldita cidade. É só futebol. Apenas maldito futebol. Não significa nada. Não é o que importa na vida. O que importa é ter confiança. Uma família em quem confiar." Ele bate a mão no volante.

Então, isso era sobre família? A família dele? O que, seu pai não o deixou usar sua caminhonete? Certamente, não era tudo o que aconteceu.

"Brady, o que aconteceu?" Repito a minha pergunta.

Ele suspira e estremece. "Eu fui ao escritório dele. Ele estava trabalhando em um domingo. Quem diabos trabalha em um domingo? Aparentemente, meu pai faz. Mas ele não estava trabalhando." O olhar no rosto de Brady me deixou doente. Meu estomago ficou atado. Eu esperava que isso não estivesse indo onde eu temia.

"Brady, não." Sussurrei, já vendo a dor tão clara no seu rosto para saber que isso iria acabar mal. Terrivelmente.

"Ela era mais jovem, loira, nua e na mesa. Suas calças estavam abaixadas."

Ele parou e inalou bruscamente. Apenas dizer essas palavras tinha que ser como uma faca sendo empurrada em seu peito. Ele tinha pais como os meus. Aqueles que todos confiavam e acreditavam serem perfeitos.

Não sabia o que dizer. Se tivesse sido eu, havia algo que poderia ter sido dito para aliviar minha dor? Não. O sofrimento nunca terminaria. Isso me arruinaria. Mais do que Rhett tinha. Bryony tinha curado isso, mas alguma coisa poderia curar isso?

"Ele não me viu. Eles estavam muito ocupados." Ele diz a última palavra como um gosto azedo na boca. "E minha mãe estava em casa cozinhando seu jantar favorito. O bolo que ele ama tanto, estava cheirando no forno de casa.”

Meu coração estava quebrando. Por Brady e sua mãe. Isso nunca ficava em segredo. Sempre encontrava uma maneira de sair. Esta era uma cidade pequena, e Brady era o menino dourado. Sua família era o tipo de pedra sólida que todos respeitavam. Tudo iria cair.

"E a minha maior preocupação quando acordei esta manhã era um fodido jogo de futebol. Nunca tive um problema real. Nunca enfrentei algo que mudasse minha vida." Ele vira a cabeça e finalmente olha para mim. "Mas você sim. Você viveu o inferno e saiu bem. Como você sobreviveu?"

Eu queria abraçá-lo e dizer-lhe que tudo ficaria bem. Mas essa era uma mentira que você diria para crianças quando perdiam seu animal de estimação. Não era a verdade. Ninguém nunca me contou isso. Mas meu coração doía por ele, e lutar contra o desejo de consertá-lo era difícil. Não era o que ele precisava, no entanto. Eu sabia.

Meus sentimentos por Brady cresciam cada vez mais com força, e nunca percebi como ele me afetava. Até agora. Fiz o que tinha que fazer. Disse a ele a verdade. Ele tinha sido alimentado com mentiras suficientes sobre a vida.

"Você sobreviverá. Você lembrará que a vida é difícil. Merdas acontece e você tem que ser forte. O conto de fadas da nossa infância se foi. Viver nele nos torna fracos. Sua mãe vai precisar de você, e você terá que ser forte por ambos. "

"Não sei se posso.”

Entendi esse sentimento também. Eu tive isso naquela época. Quando achei que minha vida tinha acabado e nunca conseguiria fazer isso.

"Você pode. Você só precisa encontrá-la no fundo. Está lá. A força. Todos nós temos isso, mas fica inativa até que precisemos dela. Então nós temos que procurá-la e usá-la."

 

Eu espero que você tenha dormido bem.

Capítulo 28

 


Brady


Minha cabeça estava doendo quando abri meus olhos. Um par de grandes olhos azuis estavam olhando para mim. Assustado, pulei, mas ela continuou a olhar. Sua cabeça inclinada para o lado. Ela parecia muito com sua mãe naquele momento.

"Ei?" Ela sussurra, ainda muito perto do meu rosto.

Olhei para o meu corpo e vi que estava em um sofá da casa da avó de Riley, coberto por um cobertor amarelo e azul. Riley não me permitiu dirigir na noite passada, e fiquei feliz. Não porque concordasse que estava bêbado, mas porque não queria ir para casa. Não queria ver o meu pai. O nó doente retornou, e eu queria voltar a dormir, onde o ontem nunca aconteceu.

"Você viu Thomas?" Uma senhora mais velha me pergunta quando ela entra na sala de estar. Ela não está preocupada com o fato de eu estar no sofá.

"Não" Bryony responde, então olha para mim. "Thomas está com Jesus." Diz ela, ainda sussurrando.

Eu não consegui entender isso, então acenei com a cabeça. "Bom dia, Brady. Espero que você tenha dormido bem." Diz a Sra. Young ao entrar na sala. Sento-me no sofá e me pergunto se ela sabia que eu estava aqui. Era tarde quando entramos na noite passada.

"Uh, sim, senhora. Obrigado." Respondi.

"Não há motivo para se apressar. Acabei de acordar Riley. Ela estará aqui em um momento. Estou fazendo um café. Você quer um?" Parecia que Riley lhe disse que eu estava aqui na noite passada. Ela não estava surpresa.

"Não, obrigado. Não sou um fã de café." Respondi.

"Bom. Não se torne um. É o hábito mais difícil de quebrar. Eu bebo muito."

"Você viu Thomas?"

A mãe de Riley volta-se para sua própria mãe e acaricia suas costas.

"Não esta manhã. Por que não vamos começar o seu café da manhã. Ele vai aparecer em algum momento."

Bryony corre atrás delas. "Estou um pouco faminta." Ela grita.

A mãe de Riley para e se abaixa para pegá-la. "Aposto que você está." Ela responde.

Então todas saem da sala, e eu me levanto e começo a arrumar onde estive dormindo.

"Você vai para casa?" Pergunta Riley.

Eu me viro para vê-la com o suéter que ela usava na noite passada. Seus cabelos estão bagunçados do sono, mas ela parece despreocupada com isso. Gosto disso sobre ela.

"Sim. Tenho que tomar banho e trocar de roupa antes da escola. Já vou perder o treino matinal. Não me importa, mas meu pai se importará.”

Era um confronto que eu estava temendo. Olhar para ele iria me enfurecer. Não podia simplesmente dizer-lhe o que sabia. Eu tinha que decidir como dizer a minha mãe primeiro. Isso ia bagunçar seu mundo tanto quanto tinha atrapalhado o meu. Não, isso seria maior. Porque ele era a outra metade dela, o homem em quem confiava há vinte anos.

"Você vai contar a sua mãe?"

Eventualmente. "Ainda não. Preciso pensar sobre isso. Ela é delicada."

Riley me deu um sorriso triste. "Só porque ela cozinha suas refeições e cuida da casa não a deixa fraca. Ela o criou, trouxe uma garota para sua casa que enfrentou uma tragédia que não posso começar a compreender e foi uma mãe para ela. Ela é dura. Dê-lhe esse crédito."

Ela era amorosa. Mas isso a fazia forte?

"Ainda preciso de algum tempo.”

Riley assente. "OK. Estou aqui se você precisar de mim."

Eu queria abraçá-la. Beija-la não estava no topo da minha lista agora. Meu pai arruinou essa imagem para mim. Mas ter Riley em meus braços parecia bom. Com sua mãe, avó e filha na sala ao lado, decidi contra isso. "Obrigado por ontem à noite.”

"A qualquer momento."

Vou para a porta e olho para trás, pouco antes de sair para vê-la me olhando sair. Ela até acorda bonita. Não estava tentando ser falsa. Era apenas ela.

"Vou ligar para você." Eu digo.

Ela apenas assente.

Então vou para casa.


* * *


A caminhonete do meu pai ainda está na garagem quando entro. Ele normalmente já teria saído para trabalhar. O fato de não estar em casa quando ele acordou atrasou isso. Ele ficou me esperando. Pronto para me questionar e me corrigir. Desgraçado. Ele não tinha o direito de corrigir ninguém.

Ele poderia ir para o inferno por tudo o que importava.

Fechando a porta da caminhonete, toda a raiva de ontem ferve na superfície e, embora eu precisasse me acalmar antes de entrar naquela porta para encará-lo, não conseguia. Eu quero gritar com ele e deixá-lo ver o ódio nos meus olhos. Ele abre a porta antes de eu chegar lá, seu rosto uma máscara de desapontamento e fúria. Como se ele tivesse o direito de sentir isso. Dormi no sofá de uma amiga e chegaria tarde à escola. Nenhuma dessas coisas destruiria ninguém. Ele não podia dizer o mesmo pelo que tinha feito ontem.

"Onde você esteve?" Ele me pergunta.

"Nada que seja da merda da sua conta." Respondo enquanto tentava passar por ele.

Sua mão agarra meu braço para me parar, e a força em seu aperto não é agradável. "Quem diabos você pensa que é? Eu faço as regras nessa casa. Você não fala assim comigo e não fica fora a noite.”

Tento mexer meu braço livre. Apenas estar perto dele me fez encolher.

"Seja como for." Digo, resmungando para ele.

"Você cheira a cerveja." Ele responde com descrença no rosto." Está tentando jogar fora seu futuro? Você chegou tão perto e agora vai jogá-lo fora? Pelo quê? Uma menina que mente e dorme por aí?"

Ele não foi procurar por mim porque ele sabia onde eu estava. A mãe de Riley o avisou? Provavelmente. O idiota estava lançando acusações contra Riley, que não tinha feito nada de errado. Como ele ousa?

Com um rápido olhar para garantir que minha mãe não estava em pé perto de nós, eu me inclino para perto dele. "Pelo menos não sou casado e fodo uma mulher no meu escritório." Eu cuspi e empurro meu braço de seu controle livre desta vez. Seu rosto empalidece, e sei que ele entende o que estou dizendo.

Passo por ele e em direção às escadas, enquanto Maggie está descendo por elas. Ela tem uma expressão questionadora em seus olhos, mas não diz nada. Era outra pessoa que seria afetada por isso. Os pais dela estavam mortos, graças a seu pai, e essa família era sua única segurança. Papai tinha explodido seu mundo também.

"Nós não terminamos de falar." Diz papai no começo da escada.

"Quer apostar?" Respondo e bato a porta do banheiro atrás de mim.

 

Ele é uma coisa bonita, não é?

Capítulo 29

 


Riley


Minha campainha toca uma hora depois que Brady saiu. Ninguém foi atender. Eu estava esperando que não fosse Brady e que ele tivesse chegado à escola sem entrar em uma briga com seu pai.

Bryony corre para a porta, seu rosto iluminado de excitação. Ela também não estava acostumada, e isso seria o destaque de sua manhã. Além do fato de que Brady estava dormindo no sofá quando ela acordou.

Na verdade, eu não conhecia a linda morena na minha porta, mas sabia quem era. Ela era a prima de Brady. A menina que veio a Lawton não falando e agora era a razão pela qual West Ashby não era um idiota completo.

"Olá" digo, sabendo por que está aqui. O regresso de Brady para casa não foi bem essa manhã. Eram oito horas e ela deveria estar na escola.

"Oi, Riley?" Ela diz, certificando-se de que ela tinha a pessoa certa.

"Sim" respondi.

"Desculpe por ter vindo assim, mas sou Maggie, a prima de Brady. E sei que ele dormiu aqui na noite passada. Isso não é o meu negócio, mas a cena que presenciei nesta manhã me deixou preocupada com ele."

Dei um passo para trás e acenei uma mão para ela entrar. Bryony estava ao meu lado, em minha perna examinando-a.

"Entre." Digo a ela.

Ela entra e sorri para Bryony.

"Gosto do seu cabelo." Bryony diz timidamente.

"Obrigada. Eu gosto do seu também. Sempre quis cachos loiros. Os seus são bonitos.”

Bryony sorri para ela. Ela também amava seus cachos loiros. Geralmente sentava na frente ao espelho apenas para escová-los.

"Minha mãe disse que ligou e deixou a Sra. Higgens saber que Brady estava aqui na noite passada.”

Maggie assentiu. "Sim, mas ele nunca fez isso antes, e ele cheirava a cerveja. Tenho certeza de que ele nunca cheirou assim antes." Ela fez uma pausa e me entregou o que parecia um bolo que ela segurava. "Tia Coralee mandou isso. Ela disse que estava querendo trazer ela mesma."

Eu pego o bolo dela. Não podia dizer nada a ela. Isso era para Brady contar. Não eu. "Diga-lhe obrigada por mim." Respondo.

"Não estou aqui para pedir-lhe para me dizer o que está acontecendo. Só preciso saber se ele está bem." Diz Maggie.

Eu poderia responder a isso. "Não, ele não está."

Maggie franzi a testa. "Estou com medo disso. As coisas não foram boas entre ele e tio Boone. Mas nunca os vi assim. Eu simplesmente não sei como ajudar."

Ela não podia. Ninguém poderia.

"Confie em mim quando lhe digo que você não pode ajudá-lo. Ele deve fazer isso sozinho. Se ele precisar se abrir, ele irá; caso contrário, deixe ele livre."

Ela assentiu. "OK. Entendi. Melhor do que a maioria, acho. Mas eu precisava de alguém. West tornou-se meu alguém. Acho que todos precisam de alguém." Ela fez uma pausa e olha diretamente para mim. "Espero que você seja a dele.”

Espero também. "Se eu for, não vou decepcioná-lo.”

Ela sorri e olha para a porta. "Estou atrasada para a escola. Acho que preciso sair antes que meu tio também fique chateado comigo. Obrigada por falar. Foi bom finalmente conhecê-la." Ela diz, então volta sua atenção para Bryony.

"Foi um prazer conhecê-la também."

Bryony sorri brilhantemente para ela. Então se esconde atrás de minhas pernas.

Nós nos despedimos e fecho a porta atrás de Maggie. Ela era doce, linda e obviamente entende sobre a coisa 'não ser intrusiva.' Brady tem sorte em tê-la em sua casa com ele. Isso ajudaria quando ele estivesse pronto para se abrir.

"Você pode ir ao Miller e me trazer um quilo de açúcar? Acho que vou fazer um pouco de minha torta de cereja para Lyla." Diz Vovó, sorrindo para Bryony. Hoje, Bryony seria minha mãe quando criança novamente. Nós não tínhamos esses dias todos os dias, mas hoje vovó já a chamou de Lyla três vezes. Bryony sempre parecia confusa, mas parou de discutir com ela sobre o nome dela.

"Claro." Digo a ela. "Por que não vamos ver se o seu programa de auditório favorito está passando. Acho que é hora do Dr. Phil." Digo a ela.

"Preciso alimentar Thomas primeiro." Argumenta ela.

"Deixe Bryo..." faço uma pausa e corrijo-me. "Deixe Lyla fazer isso. Você sabe que ela gosta."

Vovó pensa por um minuto, depois assente. "Essa é uma boa ideia. Ela precisa de responsabilidade. Nunca faz mal a ninguém."

Eu pisco para Bryony dizendo que tínhamos que brincar de fingir com a Vovó.

Ela pisca forte com os dois olhos, porque ainda não sabe piscar. Sorrindo, ligo a televisão para Vovó e Bryony vai para a cozinha para fingir alimentar um gato que não existe.

"Eu quero maçã da Wywa." Ela diz calmamente quando chegamos à cozinha.

Nos dias em que ela a confunde com Lyla, Vovó sempre lhe dá torta de maçã. Tinha sido o lanche favorito da minha mãe quando bebê. Bryony descobriu isso.

"Tudo bem." Respondo, colocando a torta para baixo, então a levanto para a cadeira alta.

Minha mente estava em Brady, no entanto. Ele estava enfrentando a escola e amigos com a alma destruída. Manter um segredo assim era como sentir que o peso do mundo estava sobre ele. Eu não poderia ser forte para ele, no entanto. Ninguém poderia.

Ele tinha que resolver isso por si mesmo. Pelo menos ele não estava sozinho.

"Eu gosto do Dr. Phil?" Pergunta vovó da sala de estar.

Este seria um dia ruim. Alguns dias eram melhores que outros. Hoje, ela estava confusa com tudo. Caminho até a porta e olho para ela. "Sim. Ele é brilhante e terá muitas boas dicas para você.”

Ela assentiu com a cabeça e cobriu as pernas com a manta que mantínhamos no sofá para ela há anos. "Ele é bonito, não é?" Comenta.

Ela diz isso todos os dias quando o observa.

"Sim" concordo, sorrio, e volto para a cozinha para dar a Bryony torta de maça. Eu tinha certeza que seria mandada ir ao Miller's para Lyla mais tarde hoje.

"Vamos ao parque?" Bryony pergunta.

"Sim, iremos mais tarde hoje, depois da sua soneca." Asseguro-lhe. Estava ficando cada vez mais frio, e eu temia quando não pudéssemos mais ir ao parque.

Bryony precisava de um balanço aqui em casa, para que ela pudesse ir ao quintal e se divertir por períodos mais curtos. O frio mordaz que estava por vir nos impediria de caminhar até o parque. Ela odiaria isso.

 

Essa era a única arma que eu tinha.

 

CONTINUA

Capítulo 15

 


Riley


Com uma lista de compras em uma mão e a mão de Bryony na outra, entro na loja para pegar todas as coisas que precisávamos. Bryony queria ir ao parque hoje, mas choveu a maior parte da tarde, então ficou lamacento. Eu prometi seus biscoitos de animais se ela fosse uma boa garota no supermercado.

Foi um acordo, não um suborno. Ou, pelo menos, eu gostava de me dizer isso.

"Riley Young." Reconheço a voz. A maneira como meu sobrenome foi dito como se fosse desagradável em sua língua me fez tensa. Eu não entrei em contato com Serena desde que voltei. Esperava que nunca fizesse. Aparentemente, minha sorte acabara de acabar.

Seguro Bryony perto do meu lado como se ela pudesse machucá-la, o que era bobo, mas eu fiz isso de qualquer maneira. Virando, enfrento não apenas Serena, mas Kimmie também. Elas parecem versões mais antigas das meninas que eu lembrava. Ainda tentando superar uma a outra.

"Olá, Serena. Kimmie” respondo com um sorriso forçado.

"Você tem uma criança. O que aconteceu, você não usou proteção?" Kimmie diz com uma risadinha. Eu podia suportá-las me atacar. Mas elas não iriam trazer Bryony para isso.

"Posso ver que vocês duas estão tão encantadoras quanto lembro. Se vocês me desculpem, tenho compras para fazer" Respondo, querendo dar um bom exemplo para minha filha. Ela era nova, mas eu estava certa de que ela entendia coisas assim. Ou pelo menos deixava impressões sobre ela.

Passei por elas e coloquei Bryony em um carrinho.

"Não se esqueça de pegar alguns preservativos. Odiaria que isso acontecesse novamente." Serena diz com um tom doce. Eu tive a minha cota disso.

"Você é a única que precisa lembrar-se de seus preservativos. Você não gostaria de espalhar por aí as DSTs que teve depois de anos dormindo com qualquer pessoa que olhasse para o seu caminho.”

Com isso, eu saí. Talvez não tenha sido a minha melhor hora como mãe, mas sim, senti-me bem. Elas poderiam mexer com isso e ser cadela sobre mim na próxima semana.

"Ookies?" Bryony me pergunta, e posso ver o cenho preocupado em seu rosto. Ela não tinha entendido o que aconteceu, mas ela era inteligente o suficiente para saber que eu estava chateada.

"Sim, garota, vamos te dar biscoitos." Asseguro.

Minhas emoções estavam muito cruas do confronto de ontem à noite com Brady. Eu estava sendo uma pirralha completa sobre isso, mas não podia evitar. Eu confiei nele o suficiente para dizer sim a sua oferta, então ele a recusou. Entendi seus motivos, mas ainda dói. Isso não estava melhorando.

Minha vida aqui seria por um curto período de tempo mesmo. Eu me graduaria em breve, e então iria encontrar um emprego e encontrar para Bryony e eu um lugar só nosso. Não tinha tempo para meninos e amigos. Eu tinha uma vida para construir. Os meus anos de adolescência acabaram. Tinham acabado desde a noite em que pedi a Rhett para me dar uma carona para casa. Antes daquela noite eu tinha sido mais inteligente. Eu confiei em Brady, que já tinha sido um bom amigo. Alguém em quem poderia confiar.

 

Dois anos atrás...


Gunner estava bebendo novamente. Ser convidado para essas festas do campo era o nosso objetivo final desde que estávamos na escola primária. Graças ao irmão mais velho de Gunner e ao fato de que Gunner deveria ser uma futura estrela do time de futebol, juntamente com Brady e West nesse verão.

Em primeiro lugar, Gunner não tinha bebido com os outros. Brady nunca bebeu, mas West começou a provar a cerveja. Então Gunner. Agora era um festival cheio de bêbados. Brady foi o único que ficou sóbrio. Ele também era aquele com quem todos queriam conversar. Começou a chamar a atenção do treinador do ensino médio há dois anos, quando ele estava apenas na oitava série. Sua precisão com a bola o fez importante por aqui.

Sentei-me num velho pneu de trator perto do fogo, onde Gunner estava antes. Ele me deixou para beber mais e agora estava rindo com alguns jovens em voz alta e irritante. Gostava de ir às festas no início, mas não tinha tanta certeza de gostar agora. Chegar em casa esta noite seria complicado. Eu não poderia chamar minha mãe para vir me pegar porque Gunner estava bêbado. Ela veria isso.

Eu procurei na multidão por Rhett, que normalmente dava a Gunner e a mim uma carona para casa. Ele bebeu um pouco, mas raramente ficava completamente bêbado. Eu o observei e decidi que seria seguro ir com ele. Tive uma carona com a mãe de Brady mais de uma vez. O problema com isso foi, Brady ficava até tarde, e eu não estava com vontade de chegar atrasada. Serena estava tentando chamar a atenção de Rhett quando o encontrei no campo em torno da caminhonete. Ele parecia mais interessado em uma das garotas mais velhas lá. Embora Serena estivesse aqui por causa de Rhett, eu tinha certeza. Definitivamente, não pediria que ele me deixasse em casa esta noite. Eu acho que eu teria que sofrer até que Brady fosse embora. Ele tinha uma multidão ao seu redor, mas eu me levantei e fui até ele de qualquer jeito.

Gunner ia estar desmaiado logo, e eu precisava de uma carona para casa.

"Ei, linda." Alguém gritou com uma expressão óbvia na voz. Olhei para ver Ivan, um dos amigos de Rhett, caminhando em minha direção. O copo de plástico vermelho na mão era mais do que apenas cerveja, eu aposto. Ivan foi expulso da equipe no ano passado por festejar demais. Ele raramente aparecia para a aula e ia ser reprovado. Não pareceu estar preocupado com isso. Ainda estava pendurado com a mesma multidão, e eles o amavam.

Voltei minha atenção para o grupo de Brady e esperei que Ivan tropeçasse sobre seus pés bêbados. "Seu garoto ainda não consegue lidar com sua cerveja. Ele deixa você sozinha? Isso é uma vergonha. Venha aqui e podemos conversar.”

Não nesta vida.

"Não, obrigada." Respondi, ainda não olhando para ele.

Ele riu como se tivesse sido divertido. Antes que ele pudesse pensar em algo mais a dizer, eu estava perto o suficiente de Brady que me viu me dirigindo para ele. Ele parou de falar e se voltou para mim.

"Você está bem?" Ele pergunta, fazendo uma verificação rápida em Gunner, eu assumi.

"Sim. Só preciso de uma carona. Sua mãe está chegando?" Eu pergunto.

Ele assente com a cabeça, mas havia uma careta no rosto. "Gunner está bêbado de novo?"

"Sim."

Ele balança sua cabeça. "Eu tenho que corrigi-lo. Vou ligar para mamãe. Nós podemos sair em breve."

"Obrigada. Eu aprecio isso."

 

Você precisa chacoalhar.

Capítulo 16

 


Brady


Ivy tinha decorado meu armário e deixado brownies com glacê sobre eles dentro.

Ela ainda estava agindo como se fossemos um casal nos dias do jogo. Eu não queria dizer nada para machucar seus sentimentos, mas ela tinha que parar com isso. Nós não conversamos o resto da semana. Os brownies de sua mãe eram bons e tudo, mas eles não nos resolveriam. Nunca tivemos razão para começar.

Comi dois brownies e bebi um grande copo de leite antes de subir as escadas para pegar meu saco. Minha mãe tinha lavado meu uniforme e empacotado para eu pegar no ônibus. Esta noite era importante. Vitalmente. Se não ganhássemos esse jogo, estaríamos fora.

O estudo das fitas de jogos e todo o treino extra me fez sentir pronto. Eu achei que a equipe estava preparada. Não era o que estava pesando na minha cabeça. Em vez disso, era eu. O centro da equipe. O quarterback. Quem precisava de sua cabeça ajustada. Não consegui esquecer a visita de Riley na outra noite. Incomodou-me que ela estivesse magoada. Que eu tivesse sido o único a machucá-la.

Isso não era novo. Eu era o cara legal. Não porque tenha sido rotulado, mas porque era simplesmente quem eu era. Às vezes, odiava isso seriamente.

No entanto, essa coisa de Riley era diferente. Eu estava preocupado com ela mais do que jamais tinha me preocupado com Ivy e seus sentimentos. Ivy e eu voltamos a sair novamente por quase dois anos, mas nunca senti algo tão forte por ela quanto com Riley. A única razão pela qual eu poderia pensar nisso era pela menininha. Riley tinha sido entregue a um acordo bruto e fez seu melhor. Eu respeitava isso. Minha bolsa estava na minha cama, como esperava, tudo empacotado para mim. Mamãe ainda não estava em casa do trabalho, mas ela estaria no jogo junto com meu pai.

Eles trariam Maggie, e seria a noite de sexta feira normal. Exceto que hoje, minha cabeça não estava apenas no jogo como sempre esteve.

Frustrado, pego minha bolsa e volto para baixo. Eu tinha que lidar com isso agora. Nós deveríamos estar na casa de campo para embarcar no ônibus em uma hora. Antes de ir para lá, eu ia ver Riley. Se não conversasse com ela e aliviasse minha mente, eu não estaria seguro que pudesse ganhar essa noite. The Panthers também estavam invictos. Tínhamos um trabalho duro em nossas mãos, e eu tinha que estar 100 por cento.

"Você está saindo?" Perguntou Maggie enquanto passava pela porta do quarto.

Fiz uma pausa e olhei no quarto. Ela estava na cama sentada com as pernas cruzadas e um livro aberto no colo. A menina lia mais do que qualquer um que eu conhecia.

"Sim" Respondi.

"West foi para casa para tirar uma soneca antes de vocês terem que se encontrar para sair.”

"Eu preciso ir fazer uma coisa." Digo, sem lhe dar mais detalhes.

"Bem, boa sorte esta noite.”

"Obrigado. Preciso disso."

Ela inclina a cabeça para um lado e seus cabelos castanhos escuros caem sobre um ombro. "Nunca ouvi você dizer isso antes.”

Porque nunca senti isso antes. Eu sempre estive focado e confiante.

Agora não.

"Tenho muita coisa na minha cabeça é tudo.”

"Riley Young." Responde Maggie. Não era uma pergunta. Era uma declaração.

"Não sei o que você quer dizer." Digo, e começo a sair.

"Você saiu, depois que ela jogou a pedra na janela na outra noite. Você tomou a decisão errada e isso está assombrando você."

Não era algo que eu queria discutir. Só precisava corrigi-lo.

"Você não disse nada a West, não é? "

Ela balança a cabeça. "Não é minha informação para contar.”

Gostava muito da minha prima. Ela não era uma fofoqueira. Ela mantinha as coisas para si mesma. Nenhum drama ou coisa feminina para lidar com isso. Muito parecido com Riley, acho.

"Estou trabalhando no que é o certo. Não apenas para mim, mas para todos os envolvidos." Não fazia sentido, mas era tudo o que estava disposto a dizer. "Eu não a conheço. Mas gosto dela.”

"Por quê?" Pergunto curioso.

"Nenhuma garota já o chacoalhou assim. Nem mesmo Willa. Certamente, não Ivy. Você precisa chacoalhar."

Não, eu precisava estar nivelado e pronto para ganhar este jogo.

"Discordo."

Maggie pega seu livro de volta, como se estivesse ok com essa conversa. Era algo que eu gostava sobre ela. Ela não seguia e continuava sobre um tópico em que terminou de discutir.

"Descobri que as coisas que mais nos atraem são as que merecem mais sacrifícios.” Ela disse isso sem olhar para mim.

Droga. Isso atingiu uma corda.

"Você fez sacrifícios pelo West?" Pergunto, já conhecendo a resposta.

Desta vez, ela olha por cima de seu livro. "Eu falei Brady. Ouvi o som da minha própria voz.”

A razão pela qual isso foi um sacrifício não precisava ser explicada. Eu entendi.

Com um aceno de cabeça, deixei-a lá com o livro. Ela ganhou a vida novamente quando falou com West. Uma grande parte dela que faltava foi preenchida com novos motivos para ser feliz.

Não pensei que estivesse faltando nada. Eu tinha bons pais, tinha bons amigos e ia jogar futebol em uma faculdade do Texas no próximo ano. Minha vida não precisaria melhorar muito. Antes de ter Riley e Bryony na minha caminhonete no outro dia, não questionava nada disso. Sabia que era sólido. Eu estava pronto para o meu futuro.

Agora eu me perguntava se estava apenas vivendo a vida fácil. Não enfrentando desafios ou realmente fazendo uma marca em qualquer um. Maggie tinha sido a rocha de West através de um inferno que nunca quis imaginar. Mesmo tão quebrada como ela estava, ela ficou perto dele e se tornou seu centro. Ela tinha feito algo com sua vida que significava mais do que apenas sua felicidade. Ela encontrou felicidade ajudando alguém.

Eu era feliz? Esta vida que eu tinha... me deixou feliz? Jogar futebol e ser a estrela do Lawton High realmente me faz feliz?

Não. Não. Não em tudo.

Eu estava vazio. Sem sentido. Eu era um hospedeiro para ganhar jogos na minha escola.

As meninas gostavam de mim, e eu tinha minha escolha se quisesse. Minha caminhonete não era nova, mas era boa e me foi dada sem que tivesse que trabalhar para isso.

Não havia nada digno de mencionar que eu tivesse feito para qualquer um.

Jogando minha bolsa no banco do passageiro da minha caminhonete, decidi que havia acabado. Não estava mais me concentrando em Brady Higgens. Alguém precisava de mim.

Ela precisava de amizade, e ela tinha vindo até mim. Foda-se meus amigos enlouquecendo. Todos precisavam acordar e perceber que havia se passado dois anos e todos nós estávamos errados. Eu estava preocupado em ganhar um campeonato e havia uma mãe solteira que eu já tinha considerado uma amiga para conquistar. Não vou ignorar isso. Não por um maldito jogo.

 

Você tem um campeonato para ganhar.

Capítulo 17

 


Riley


Havia janelas de carros pintadas, bandeiras azuis com leões sobre elas e, claro, grandes sinais em cada quintal, exceto o nosso, com LIONS #1. Minha casa não estava preocupada com o jogo. Nós éramos os únicos na cidade sem um sinal dos Lions em seu quintal, e na próxima reunião da cidade eles poderiam votar para nos expulsar da cidade... novamente... porque não conseguimos ficar obcecados com o futebol.

Fiquei com aquele pensamento balançando na cabeça. Isso não aconteceria, é claro, mas a maneira como eles faziam por um jogo de futebol pensaria que era a eleição presidencial. Bryony apontou para outro carro que passou por nós deixando a cidade para o jogo. As janelas pintadas e as bandeiras voando eram fascinantes para ela. Pelo menos, elas eram boas para alguma coisa.

O próximo veículo que passou não era um carro pintado. Era a caminhonete de Brady Higgens. Meu peito apertou com a visão, e comecei a andar mais rápido. Chegar em casa não faria a lembrança da outra noite se afastar, mas eu poderia pelo menos me preocupar em fazer um lanche e arrumar meu armário ou algo assim. Qualquer coisa para não lembrar quão tola eu fui.

Bryony aplaude e acena para o próximo carro que passa. Eles tinham uma cabeça de leão no capô. Não tenho certeza de como eles estavam fazendo essa proeza, mas com certeza fez Bryony feliz. Provavelmente ela gostaria dos jogos. Todos os torcedores torcendo e o pessoal correndo no campo. Eu nunca poderia levá-la, no entanto. Essa era uma parte da minha vida que terminou.

Girei na entrada da minha avó enquanto a caminhonete de Brady chegou a uma parada paralela ao meu lado. Bryony estava acenando para ele como se ele fosse seu melhor amigo. Eu já tinha sido grosseira na frente da minha filha uma vez na semana passada. Não voltaria a fazê-lo.

"Você não tem um jogo para ir?" Pergunto a ele. Sua janela estava baixa, e ele parecia estar prestes a falar comigo.

"Tenho cerca de quarenta e cinco minutos. Você pode falar?"

Minha resposta deveria ter sido não. Não posso. Tchau.

Mas Brady tinha um jogo, e ele estava aqui por algum motivo. Para ele, tinha que ser importante. Olhei para ver se o carro do meu pai também estava em casa. As sextas-feiras, ele geralmente saia do trabalho cedo. O jogo provavelmente fez toda a cidade sair do trabalho cedo. Deixar Bryony dentro com meus pais não deve ser um problema.

"Deixe-me levá-la para dentro." Respondo.

Empurro o carrinho para a varanda da frente e me abaixo na frente dela para desabotoar o cinto de segurança. "Mamãe vai conversar com nosso amigo Brady, está bem? Estarei dentro para preparar um lanche em alguns minutos."

Ela assente como se tudo tivesse sentido. Muitas vezes eu me perguntava se isso acontecia, se ela entendia as coisas que ela respondia.

Abrindo a porta, vi papai no sofá com uma xícara de café e o jornal. "Ei, pai". Cumprimento. "Brady Higgens está aqui e quer falar comigo um minuto. Você pode manter um olho em Bryony para mim? Não vou demorar."

Papai franze a testa. "Brady? O menino não tem um jogo para ir?"

Meus sentimentos exatamente. Eu assenti. "Sim, então isso será rápido.”

"Claro, vou vê-la. Diga a ele que eu disse boa sorte. Estou torcendo por eles."

Não respondi. Eu não tinha certeza do que dizer. Meus pais estavam muito entusiasmados com Brady. Eu estava com medo de que eles estivessem prestes a ser abatidos. Coloco Bryony no chão para que ela possa correr em seus pés, então fecho a porta atrás de mim. Meu pai não era o tipo curioso, mas o que quer que fosse, não queria que ninguém nos ouvisse.

Brady saiu da sua caminhonete e estava encostado no lado do passageiro, esperando por mim. Viro-me para ele. Se ele fosse se desculpar novamente, eu poderia perder a paciência. Não queria suas desculpas. Queria fingir que nunca havia ido lá.

"Não tenho muito tempo." Digo a ele como se ele fosse me manter. Ambos sabíamos que ele tinha um jogo para vencer. "E se isso é outra desculpa, não faça. Apenas deixe ir."

Ele move os pés e parecia quase nervoso. "Eu quero ser seu amigo. Minha oferta original - ou pedido - ainda é válida."

O que?

"Por quê?"

Ele suspira e passa as mãos pelos seus cabelos escuros. "Porque quero ser seu amigo. Acredito em você. Eu me sinto como uma merda sobre o modo como te tratei quando você voltou para a cidade e o fato de ter afastado você há dois anos. Eu era jovem. Essa é a única desculpa que tenho. Mas sei melhor agora. Minha equipe não pode me dizer de quem eu escolho ser amigo."

Ele parecia tão determinado que eu me pergunto se ele estava tentando convencer-se de tudo isso. E por que ele sentiu a necessidade de vir me ver antes do seu jogo quando isso poderia esperar.

"Você tem um campeonato para vencer." Lembrei-lhe. Ele estava bastante certo na outra noite.

"Sim. Mas isso não deve me impedir de fazer o que é certo."

Então eu era o que não estava certo. Isso me fez sentir como um caso de caridade. A garota na mesa do almoço sem amigos. Algo que ele aprendeu na escola dominical quando criança. Seja gentil com aqueles que precisam. Bem, não precisava de nada. Eu estava perfeitamente bem.

"Não preciso de sua amizade por caridade. Sou melhor do que isso. Mas obrigada de qualquer maneira." Disse, então virei para voltar para dentro. Esta conversa terminou, tanto quanto eu estava preocupada.

"Espere. Não. Não é caridade" ele grita, mas eu sabia a verdade, mesmo que não o fizesse. "A verdade é que não consigo parar de pensar em você.”

Eu paro.

Bem, essa foi definitivamente uma coisa que não esperava.

"Desculpe?" Perguntei, olhando para ele.

Ele enfia as mãos nos bolsos dos jeans. "Eu acho que preciso de você. Uma amizade que não se baseie no meu desempenho no campo ou entrar na melhor festa. Estar sozinho. Isso significa algo."

Agora, isso seria difícil de discutir ou de se afastar. Eu estava vulnerável em sua casa na outra noite, e ele agora estava fazendo o mesmo comigo. Acabou de levar tempo para pensar.

"Porque agora? Por que não quando a temporada acabar?"

Posso dizer honestamente que eu estava preocupada com os outros caras e com este estúpido jogo de futebol agora. Não porque queria que eles ganhassem, mas porque queria que Brady ganhasse. Queria que ele conseguisse o futuro para o qual ele trabalhou tanto. Por que queria tudo isso? Deus, eu estava tendo sentimentos por ele. Toda essa porcaria em torno de nós, e eu estava começando a me preocupar com a felicidade de Brady Higgens.

"O futebol não pode tomar todas as decisões na minha vida. Se eu deixar isso, então não estou lutando pelo meu sonho. Estou deixando meu sonho me possuir. Eu deveria possuí-lo."

Fico em silêncio e deixo suas palavras se mexerem. Ele quis dizer isso. Eu o respeitava por isso. Mas ainda queria protegê-lo.

"Então deixe sua nova amiga tomar uma decisão por você. Espere. Dê tempo a esta temporada. Então poderemos tentar a coisa de amizade."

Ele balança sua cabeça. "Não quero esperar. Não posso."

Sua determinação era... fofa. Admirável, mas fofo.

"Então vamos ser amigos em segredo por mais algumas semanas." Sugeri.

Ele franziu a testa e parecia que iria discutir de novo.

"Basta pensar nisso. Vá ganhar o jogo da noite e deixe os prós e os contras jogarem na sua cabeça neste fim de semana. Se você ainda estiver interessado em surpreender a cidade, iremos ao Den e comeremos hambúrgueres na noite de segunda-feira. Mas se você ver a razão, assim como eu, vai dirigir por duas cidades e me levar para uma pizza."

Um sorriso lentamente se espalha por seu rosto. "Posso ter seu número, então?"

Como se uma garota pudesse dizer não a isso.

 

Por três Touchdowns.

Capítulo 18

 


Brady


Conseguir minha cabeça completamente no jogo era difícil, mas vendo os fãs que haviam dirigido até aqui nas arquibancadas, torcendo, segurando as bandeiras e os sonhos de suas canções, me lembrou da importância da noite. Eu não estava aqui preocupado com uma garota na qual não conseguia parar de pensar. Ela estava bem agora. Estávamos bem. E a ideia de um futuro para nós me animou em vez de me assustar. Estava pronto para ganhar este jogo agora. Este não era apenas o meu futuro pesando na balança. Era o nosso. Mesmo aqueles de nós que considerariam isso como nossa última lembrança do futebol. Isso significaria algo.

No meio do tempo, estávamos em um touchdown. The Panters eram difíceis, e mesmo com todo o trabalho de preparação, estávamos no nosso melhor jogo para acompanhá-los. West abriu o capacete na borda do campo enquanto soltava uma série de palavras que eu sabia que o treinador ignoraria. Nós não jogamos um jogo tão duro em toda a temporada.

Gunner bateu o punho nos velhos e espancados armários que estavam reservados para o time adversário The Panters. Ele não deixou uma série de maldições voarem de sua boca, mas ele continuou a bater no armário algumas vezes mais, antes de descansar sua testa sobre ele. Tínhamos dois tempos para alterar isso.

O treinador falou conosco e nos lembrou de quem nós éramos e para o que viemos aqui. Ele era bom em conversas de meio período. Eu poderia contar com ele para recuperar a cabeça da equipe e deixa-la pronta para lutar.

Havia rugidos e punhos no ar enquanto nos dirigimos de volta ao campo. Este não foi o primeiro meio tempo em que estivemos perdendo. Foi a primeira vez que fomos abatidos. A maneira como tínhamos jogado esta noite deveria ter tido um touchdown ou mais adiante. Não para trás.

"Onde está sua cabeça esta noite?" Gunner me pergunta quando se afasta do armário no qual ele estava apoiado.

Ele estava me culpando por isso? "Não sei o que você quer dizer com isso." Respondi, a raiva lentamente se construindo dentro de mim. A acusação no seu rosto era suficiente para me dizer que ele estava me apontando em vez de todos nós. "Esta é uma equipe. Onde está sua cabeça?" Eu recordo.

"Foda-se isso. Você tem a bola. Você dirige a equipe. E eu estive jogando bola com você desde que nós éramos crianças. Sua cabeça não está conosco lá fora. Então, onde diabos está isso? Porque precisamos dela nesse campo." Ele estava gritando agora.

"Volte, Gunner." Diz West, colocando-se entre nós. Nash e Asa também se aproximaram de nós. Como se uma luta estivesse prestes a começar e todos precisassem estar lá para acabar com isso.

"Não! Ele vai nos fazer perder esse jogo. Sua cabeça não está lá, e nós precisamos disso!" Grita Gunner. "Hunter é um maldito estudante de segundo ano e não está pronto para isso. Não podemos entregar o jogo para ele. Precisamos que Brady junte-se a nós antes de voltar para esse campo.”

Eu queria chegar em seu rosto e dizer-lhe exatamente onde poderia empurrar sua acusação. A ideia de bater meu punho em seu rosto também era atraente.

No entanto, ele estava certo. Minha cabeça não estava completamente lá. Gunner era o único com bolas o suficiente para apontá-lo.

"Vá beber um pouco de água e acalme-se." Diz Asa a Gunner. Todos pensaram que estávamos prestes a brigar. Em outro momento, eu apenas poderia fazê-lo. Mas esta noite Gunner estava certo. Era minha culpa. Admito que doeu, mas era verdade.

"O que está acontecendo aqui, garotos?" Pergunta o treinador quando entra na casa de campo. A mídia local o parou para uma entrevista em seu caminho para nós, então ele perdeu o confronto.

Todo mundo, exceto Gunner, se vira para olhar para o treinador enquanto os olhos de Gunner ficam colados em mim. Ele estava aguardando sua resposta. Ele não iria receber uma porque a verdade causaria mais do que apenas eu estragar o jogo. O inferno iria se abrir.

"Estou fora esta noite." Respondo à pergunta do treinador enquanto mantenho contato visual com Gunner. "Tudo isso é por minha causa.”

Essa foi a primeira vez que eu tive que fazer isso em um vestiário em todos os anos que estive jogando. Nunca fui eu. Sempre tinha sido outra pessoa com quem eu tinha que falar sobre qualquer coisa que eles estavam lidando. Isso era difícil. Foi como admitir que eu era um fracasso.

"Então vamos consertar isso. Você é o melhor quarterback sênior do Alabama, Brady. Ou você esqueceu disso?" O treinador pergunta.

Não tinha esquecido. Posso não concordar, mas não tinha esquecido que o título tinha sido dado a mim nas últimas estatísticas. Se perdesse isso, Riley se culparia.

Não era culpa dela. Era minha. Isso não era apenas para mim; era para toda essa equipe e nossa cidade.

"Estou pronto." Digo a ele.

O treinador assente com a cabeça e inicia seu plano para a próxima metade. Agora que vimos o jogo dos Panters e sua estratégia, tivemos que ajustar o nosso. Eu mergulhei e consegui colocar Riley Young fora da minha mente. Esta noite eu tinha muito a provar. Especialmente agora.

Quando corremos de volta ao campo, Gunner apareceu ao meu lado. "Nós vamos cuidar disso.”

Essa foi sua maneira de se desculpar. Certificar-se de que estávamos bem.

Assenti em concordância. Porque nós iriámos. Queremos ganhar o jogo esta noite.

Então iremos nos preparar para a próxima semana. Era quase um fim para nós e o futebol dos Lions. A graduação seria o nosso próximo passo.

Eu estava pronto para o futuro, mas o cheiro da grama fresca e a alegria na multidão enquanto os caras que aprenderam a jogar futebol comigo quando éramos crianças estavam todos amontoados ao meu redor - isso seria perdido.

Nunca receberíamos isso de volta.

Por causa disso, por causa dessa memória e de todos os outros que acompanharam isso, eu dei tudo o que tinha e mais um pouco que não sabia que tinha. Com cada peça chamada, eu me concentrei mais do que nunca. Afoguei o rugido dos fãs. Ignorei os tiros pop chamando por mim da outra equipe. Eu tinha uma missão. Uma unidade. Para ganhar este jogo.

E nós fizemos. Por três touchdowns.

 

Eu devo essa noite a você.

Capítulo 19

 


Riley


Se eu dissesse que fui para a cama sem ficar acordada para assistir as notícias, estaria mentindo. Estava nervosa. Nunca estive nervosa sobre um jogo de futebol em toda a minha vida. Mas estava agora. Quase não consegui jantar, mas me obriguei a fazê-lo, então minha mãe não me questionaria. Normalmente eu tinha um grande apetite.

Papai estava sentado em sua poltrona reclinada com os pés apoiados e um dos muitos cobertores que minha avó tinha tricotado jogado sobre suas pernas. Sua tigela de cereais estava em suas mãos enquanto observava as notícias locais. Nunca assisti a notícia com ele, então tentei muito casualmente entrar e sentar-me no sofá.

Mamãe era muito mais observadora, então fiquei agradecida que essa noite ela estava em um banho de imersão no momento e não por aí assistindo as notícias com ele. Ela me questionaria por estar aqui.

"Você ainda está acordada?" Ele pergunta como se eu estivesse na cama cedo todas as noites. Normalmente ia para meu quarto relativamente cedo, mas raramente para dormir. Eu jogava um jogo no meu telefone ou lia um livro. Esse tipo de coisa.

"Sim" Respondo, esperando que ele deixasse por isso mesmo. Normalmente, meu pai não era um grande falante. Mas quando ele tinha algo a dizer, sempre era importante. Ele não desperdiçava palavras. Era o que minha mãe sempre dizia sobre ele.

Felizmente, o repórter começou a falar sobre os preços do gás, e meu pai ficou em silêncio. Eu podia ouvi-lo comer os flocos crocantes em sua tigela e estava feliz por ele ter algo mais a fazer com a boca do que falar.

Depois de cobrirem os preços do gás, uma casa queimando em uma cidade vizinha e o novo plano de seguro do presidente, eles finalmente jogaram o clipe de um futebol pairando pelo ar, o que significava que a pontuação das equipes locais estava prestes a ser postadas.

"Os Lions Lawton ganharam novamente." Foram as primeiras palavras da boca da âncora da notícia, eu soltei um suspiro de alívio. A mulher falou que Brady Higgens lutou durante a primeira metade, mas ele voltou no segundo tempo e possuiu o jogo. Os Panters não estavam prontos para ele, ou pelo menos foi o que o treinador dos Panters disse quando o perguntaram. Ele parecia impressionado, e embora estivesse suando e cansado pelo jogo, ele concordou que Higgens era o melhor quarterback do estado. Ele agora vivenciou isso e aguarda com expectativa a carreira do garoto.

Um pouco de orgulho surgiu em mim, e isso foi bobo, mas era a verdade. Tínhamos sido amigos quando crianças, mas nada especial. Eu tinha sido amiga de todos eles. Brady sempre foi o líder, mesmo quando todos estávamos brincando juntos no balanço do parque.

Tinha sentido que ele fosse o líder agora. Eu me levantei para sair quando a recapitulação do jogo da noite mudou para outra coisa.

"Acho que você pode dormir agora sabendo que o menino teve um bom jogo." Diz papai enquanto estou saindo da sala.

Faço uma pausa e estremeço. Fui um pouco óbvia saindo logo após essa notícia. "Ele estava nervoso e é possivelmente o único amigo que tenho nesta cidade.”

Essa foi a melhor explicação que tive, e era verdade.

"Ele é um bom garoto. Atleta talentoso. Mas eu direi que estou mais orgulhoso dele por ignorar o resto e chegar a ser seu amigo de qualquer maneira. Ele tem uma coisa sobre ele, então, vê-lo tomar uma atitude como essa me dá esperança para esse grupo, afinal. Brady é o líder deles. Eles podem questioná-lo no início, mas eventualmente..." ele para.

Eu não pensava assim, nem ficaria muito esperançosa. Brady não conseguiria tirar todo o ódio que eu sentia pelo que aconteceu com Rhett. Muitas vezes me pergunto se seria melhor se eu tivesse deixado a cidade e não tivesse contado a ninguém? Eu nunca saberia a resposta para isso, e achei que estava bem. Não precisava saber. Minha vida havia acabado do jeito que deveria. Eu acreditava firmemente no destino. Até agora, o destino me deu Bryony e não podia me queixar. Ela era perfeita. Minha perfeita.

"Boa noite, pai." Falei antes de sair desta vez.

"Boa noite querida."

Caminho pelo corredor e abro lentamente a porta do quarto para não acordar minha princesa. Ela estava enrolada como uma bola com a maioria dos lençóis, e eu adorava vê-la assim. Ela estava segura e segura na vida que eu tinha dado a ela. Ela não sabia nada sobre como foi concebida ou a dor que a seguira. Não havia necessidade dela saber.

Debruçando-me, beijei o topo de sua cabeça e o doce cheiro de xampu de bebê encontrou meu nariz. Eu amava cheira-la. A casa cheirava assim - bebê - quando eu a levara para casa do hospital. Esse cheiro me lembrava as noites sem dormir, mas também dos primeiros sorrisos, primeiros beijos, primeiras palavras e primeiros passos. Adorava tudo sobre esse cheiro. Muitas vezes eu me perguntava se poderia convencê-la a continuar usando o mesmo xampu em seus anos de adolescência.

Eu duvidava, mas sempre havia esperança.

Meu telefone estava sobre a mesa de cabeceira. Embora estivesse em silêncio, a tela iluminou a sala. Nunca recebi mensagens ou ligações a menos que fossem de meus pais. A única pessoa que tinha meu número agora estava em um ônibus comemorando uma vitória.
Eu me estiquei na cama e o peguei.

O nome de Brady apareceu, então passei o dedo sobre a tela e li suas palavras.


Obrigado. Eu devo esta noite a você.


Isso não era verdade. Ele devia essa noite ao fato de que era uma estrela. Não tive nada a ver com isso.


Eu duvido seriamente disso, mas parabéns.


Respondi.

Ele ia sair da cidade neste verão. Sair para viver seus sonhos.

E eu estaria aqui com meus pais até conseguir um lugar meu em uma cidade onde pudesse começar de novo e ter uma vida.


Se você não tivesse falado comigo hoje, não teria conseguido me concentrar.


Ele respondeu.


Eu ter ido até a sua casa realmente o incomodou tanto?


Queria deixar as vibrações no meu estômago voarem livre e curtir isso, mas não podia. Eu não era uma garota no ensino médio que podia flertar e se divertir. Era uma mãe e uma filha com responsabilidades. Eu vivia uma vida que ele não entenderia e não esperava que ele se encaixasse.


"Aproveite sua vitória. Eu assisti as notícias. Você mereceu isso."


Não esperei que ele respondesse. Bloqueei o telefone e o coloquei na cabeceira.

As fantasias das jovens meninas não eram para mim.

 

Jogo divertido ontem à noite, hein?

Capítulo 20

 


Brady


No sábado depois de um jogo, eu deveria dormir. No entanto, o sono não veio facilmente ontem à noite, e o cheiro de bacon me acordou mais cedo do que teria gostado. Peguei meu telefone e verifiquei se Riley já havia respondido ao meu último texto. Ela não fez.

Colocando um short, desço as escadas para a cozinha para o café da manhã. Minha mãe estava empilhando panquecas com seu avental rosa e branco amarrado em torno de sua cintura. Eu tinha comprado para ela há cinco anos para o Dia das Mães com o dinheiro que fiz cortando grama. Ela o usava o tempo todo.

"Bom dia!" Digo quando vou até a geladeira para pegar o leite.

"Você acordou cedo. Eu esperava que você dormisse até o meio dia." Ela provoca.

Eu não dormia até o meio dia, bem... nunca. Ela sabia. "Senti o cheiro de bacon." Digo a ela. "Um homem não consegue dormir quando há bacon.”

Recebo um sorriso dela.

Mamãe sempre foi essa mãe. Aquela que fazia nossos almoços e nos preparava o café da manhã. A mãe que fazia biscoitos e me deixava ter a casa cheia de caras. Ela acreditava em mim e estava orgulhosa. Em troca, eu queria continuar a deixá-la orgulhosa. Eu tinha uma mãe que a maioria dos indivíduos não tinha sorte o suficiente para ter. Pelo menos não no meu grupo de amigos. Eu tive sorte pelo jeito. Muitas mães não eram tão perfeitas quanto a minha. Por exemplo, a mãe de Gunner. Eu nem tinha certeza de que ela merecia esse título. Ela não tinha feito muito por ele na vida.

"Você se machucou a noite passada?" Pergunta mamãe enquanto coloca um prato de panquecas e bacon na mesa para mim.

Eu tinha alguns hematomas, mas nada que valesse a pena mencionar. Eram de alguns encontrões da primeira metade, que eu merecia. Minha cabeça não estava onde precisava estar.

"Estou bem." Assegurei-lhe.

Ela sorri para mim e volta para as panquecas. "Eu vi os hits que você levou no segundo tempo. Você deve ter alguns pontos ruins."

Eu dou de ombros e pego o xarope para cobrir minhas panquecas. "Papai ainda está na cama?" Pergunto, mudando de assunto.

"Não, você conhece seu pai. Ele se levantou cedo e foi ao escritório. Disse que precisava fazer alguma coisa e nos veria no jantar. Tenho certeza de que ele estará pronto para falar de futebol até então."

Meu pai sempre tinha que estar fazendo alguma coisa. Ele trabalha muito, e ficar ocioso não estava no seu vocabulário. Ele era engraçado assim.

Começo a fazer uma piada sobre isso quando a tela do meu telefone acende. Pego e vejo o nome de Riley. Eu olho de volta para me certificar de que mamãe não estava olhando na minha direção antes de abrir o texto. Não que ela desaprovasse. Eu sabia que ela gostava de Riley. Mamãe era a pessoa menos julgadora que conhecia. Mas não queria que meus pais soubessem ainda. Não sobre minha amizade com Riley. Eu ainda estava segurando isso comigo. Só para mim.


Claro, se você precisa de alguém para viajar com você para Birmingham hoje, eu vou. Mamãe disse que podia olhar a Bryony. Por que iremos?


Acabei de jogar isso. Uma viagem de duas horas a Birmingham foi a única coisa que eu pude pensar. Era suficientemente longe de Lawton para que pudéssemos nos divertir com segurança sem encontrar alguém que conhecêssemos. Não tinha pensado em um motivo pelo qual eu precisasse ir. Acabei de dizer isso. Agora eu precisava de algo. Qualquer desculpa para que ela não soubesse que eu simplesmente estava indo lá para que pudéssemos sair. Sozinhos.

E por que eu estava fazendo isso?

Ela precisava de um amigo e queria ser seu amigo, mas havia mais do que isso. Na noite passada, quando estava distraído, queria acreditar que era porque estava preocupado com ela ou com algo inocente. Mas a verdade é que eu gosto dela.

Eu gostava de Riley Young. Ela era interessante. Ela era forte, era uma boa pessoa, e a respeitava por tudo isso. Queria estar ao seu lado. Longe do mesmo grupo de pessoas, que eu sempre estive perto. Talvez fosse por isso que gostei de Willa. Ela era diferente. Não é a mesma pessoa que faz as mesmas coisas.

Gostar dela mesmo sendo apenas como amigo, iria causar uma agitação eventualmente. O confronto com Gunner era o que mais me preocupava.

Mas, honestamente, era hora de encarar o fato de que o irmão dele tinha mentido. Afinal, eles passaram por isso ultimamente, não acho que seria muito difícil para ele acreditar na história de Riley agora. Nós não éramos mais crianças que deixavam os outros nos dizerem o que pensar mais.

Eu finalmente respondi.


Eu tenho algum dinheiro de aniversário ainda na minha conta de poupança, e queria um par de botas que estão esgotadas aqui. Birmingham tem melhores opções.


Eu duvidava que isso soasse convincente porque Nashville estava há uma hora de distância. Mas fui lá mesmo assim.

"Cheira maravilhoso nesta casa." Diz Maggie, entrando na cozinha. Seus cabelos ainda estavam bagunçados do sono, e ela estava usando calça de pijama e uma das camisas de West. Ele tinha certeza de que ela tinha várias delas. Era sua maneira de estar com ela o tempo todo. Eu costumava me divertir com isso, mas agora achava que fazia sentido. Não que dissesse isso a ele. Gostava da ideia de Riley vestindo minha camisa. O que também significava que meus sentimentos por ela estavam se transformando em algo mais do que amizade.

"Sente-se em um lugar e vou pegar um prato." Mamãe diz a ela.

Maggie ignora isso e caminha para pegar seu próprio prato. "Você ainda está cozinhando. Posso pegar o meu próprio prato. Obrigada mesmo assim."

Mamãe sorri como se Maggie fosse a filha perfeita que nunca teve. Elas eram boas uma para a outra. Mamãe era o tipo de mãe que precisava de uma filha, e Maggie havia perdido sua mãe de forma trágica. Elas não estavam tão perto quanto uma mãe e filha conseguiriam, mas eu esperava que ao longo do tempo elas preenchessem aquele buraco nas vidas uma da outra.

Maggie sentou-se em frente a mim e bocejou. Apenas alguns meses atrás, essa seria uma mesa muito silenciosa. Era legal que Maggie realmente falasse agora.

"Jogo divertido ontem à noite, hein? "

Seu comentário parecia inocente, mas eu sabia o que queria dizer. Ela era a única pessoa que sabia onde minha cabeça esteve naquele primeiro tempo. Olho para ela quando coloco um bocado de panqueca em minha boca. Não era divertido.

Mas o sorriso no rosto dela disse que era.

"Quase me deu um ataque cardíaco." Diz minha mãe com uma risada. "Senhor, nunca estive tão nervosa sobre um jogo em toda a minha vida.”

"Os jogos vão ficar mais difíceis. Ganhar o campeonato não vai ser fácil." Percebi que parecia irritado e desejei não ter dito isso. Maggie ergue uma sobrancelha como se quisesse dizer que sabia melhor. Por que ela não podia ter ficado no andar de cima na cama? Eu estava tendo um café da manhã perfeitamente tranquilo até que ela entrou e trouxe tudo isso.

"Oh eu sei. Percebi na noite passada que precisava me acalmar e me preparar para isso piorar." A voz de minha mãe ainda era suave e compreensiva.

"Tenho certeza de que é difícil manter seu foco com toda essa pressão." Acrescenta Maggie, depois sorri antes de comer um pedaço de bacon.

Eu ia parar de comer e sair da mesa com uma desculpa ou mudar o assunto. Mas não estava satisfeito e queria mais panquecas, então mudo do assunto. "Quer que eu leve algum café da manhã para o papai antes de ir para Birmingham?" Pergunto.

Maggie ri. Eu estava prestes a jogar minha última panqueca no seu rosto divertido.

 

Ela é o meu ponto de luz no pôr do sol na vida.

Capítulo 21

 


Riley


Meus pais não tinham realmente questionado Brady por me buscar para ir a Birmingham para o dia. Eu lhes disse a razão pela qual Brady precisava ir, mas eles parecem não ter acreditado. Perguntei-me se essa era realmente a razão. Achei que Nashville tinha tantas lojas quanto Birmingham. Eu poderia pensar que ele havia encontrado um par em Birmingham. No entanto, a ideia de que ele estava inventando essa desculpa para passar o dia comigo fez meu coração fazer coisas engraçadas. Gostei. Novamente, eu estava sentindo demais, e realmente precisava ser mais cautelosa.

Não deixei meu pai falar demais com Brady quando ele chegou. Ele, claro, disse a Brady que foi um bom jogo e que desejava ter visto isso. Eu o afastei da porta e escapei antes que papai pudesse falar demais. Eu nunca sabia o que ia sair de sua boca.

A caminhonete de Brady não era o que pensei como uma caminhonete de adolescente por dentro. Para começar, estava limpa. Sem lixo no chão, nada de roupas penduradas, e nem sequer estava empoeirada. Ele manteve-a muito bem.

"Você consegue manter sua caminhonete limpa com frequência?" Pergunto enquanto olho pela limpeza pela primeira vez. As duas últimas vezes que estive nessa caminhonete eu estava preocupada e não tinha realmente prestado atenção.

"Meu pai tiraria essa caminhonete de mim se eu pagasse a alguém para limpá-la" Diz Brady, parecendo divertido. "Ele também tiraria isso de mim se não a mantivesse limpa.”

Interessante. Ele era a estrela do futebol, mas isso não lhe deu tratamento especial de seus pais. Eu teria pensado o contrário. Especialmente nesta cidade. Imaginei que ele tivesse pessoas implorando para limpar sua caminhonete de graça.

"Parece meu pai. Ele espera que eu faça a minha parte. Não é que não faria de qualquer jeito, mas sei que se eu afrouxar, ele está lá para me lembrar de colocar minha bunda em marcha."

Brady ri. "Sim. Conheço esse sentimento."

Ficamos calados por alguns minutos. Não senti a necessidade de conversar apenas por conversar. Havia muitas coisas que eu poderia perguntar a ele. Como por que realmente estávamos indo para Birmingham? Mas por enquanto não iria fazer isso. Gostaria de aproveitar o passeio e estar fora de casa com alguém da minha idade. Passaram-se dois anos desde que fiz qualquer coisa assim.

Isso me fez sentir mais velha do que sou. Brady não me fazia sentir velha, no entanto.

Ele não estava tocando música e falando sobre si mesmo. Foi assim que me lembrei da minha idade. Mas então eu não estava acostumada com a idade. Minha única experiência era assistir a programas de televisão e filmes. Isso era muito mais agradável do que eu esperava.

Não queria aproveitar demais porque a chance de que tudo isso poderia terminar abruptamente estava lá. Pendurada a distância. Quando chegasse a isso, não esperava que Brady me escolhesse sobre Gunner. E esse seria o resultado quando Gunner descobrisse. Nossa cidade era pequena e, por algumas semanas, poderíamos manter nossa amizade escondida, mas isso aconteceria. Brady estava sendo otimista. Ele acreditava que tudo funcionaria.

Eu vivi o inferno. Sabia como tudo acabaria. Esperança e otimismo foram coisas das quais eu fugia enquanto cresci.

"Quando foi a última vez que esteve em Birmingham?" Pergunta.

Boa pergunta. Não tinha certeza. "Anos, eu acho. Nem consigo me lembrar."

"Você foi para a escola quando se mudou?"

Balanço a cabeça e olho pela janela. "Não. Depois que sai, não fui corajosa o suficiente para enfrentar mais adolescentes e seu julgamento sobre minha gravidez. Comecei a fazer aulas online então."

Ele não respondeu imediatamente, e desejei que não tivéssemos chegado a esse tópico. Era difícil para ele, eu acho. E não é algo sobre o qual eu gostava de falar.

"Não era muito solitário?"

Ele não fazia ideia. "Sim, mas então Bryony nasceu e mudou meu mundo.”

Essa foi à verdade. Antes do seu nascimento, estava deprimida. Meu mundo estava perdido, e pensei que nunca mais voltaria a sorrir. Estar grávida aos quinze era terrível. Mesmo se você tivesse o apoio de seus pais.

"Você é uma boa mãe. Faz com que pareça fácil, mesmo sabendo que não deve ser. " Bryony tornou mais fácil. Ela era um bebê tão bom. Era quase como se tivesse nascido sabendo que eu precisava de calma. No momento em que a colocaram no meu peito, comecei a chorar. Não que estivesse assustada ou triste, mas porque ela era minha. Perfeita, bonita e saudável. Eu trouxe uma vida para este mundo, e nada do que fizesse depois disso seria tão importante.

"Ela é o meu ponto de luz no pôr de sol na vida." Respondo. Por ela valia a pena perder cada momento da adolescência. Eu não iria trocá-la para conseguir nada disso de volta. Nunca sugeriria ser uma mãe adolescente para alguém, porque não era uma escolha de vida. Mas quando não há nenhuma opção e isso é colocado sobre você, então, aprenda a sobreviver e aproveitar ao máximo. Bryony definitivamente foi o melhor.

"Você vai apenas se formar em seus cursos on-line de educação em casa? Ou você pensa em voltar para a escola?"

Nunca pensei nisso. Eu também não poderia. "Tenho responsabilidades que não vão mudar. Meus pais precisam da minha ajuda com a minha avó, e depois há Bryony. Não a quero em uma creche. Ela precisa de mim."

"Eu me pergunto se algumas das meninas na escola pensariam da mesma forma que você faz. De alguma forma eu duvido disso." Ele responde. "Respeito isso.”

Eu não estava realmente atrás de seu respeito, mas não disse isso. Fazia isso pela minha família porque os amava. Não para receber uma palmadinha nas costas.

"Então, fale-me sobre essas botas e por que você as necessita tanto." Digo, mudando o assunto de mim. Finalmente, voltando minha atenção da estrada para a minha direita, olhei para ele. Ele tinha um pequeno sorriso no rosto. "Elas são apenas algo que eu quero.”

"OK... Bem, você não pode encomendá-las on-line ou ir a Nashville para encontrá-las?"

O sorriso dele ficou um pouco maior. "Eu poderia. Mas então, não teria razão para te distanciar de Lawton para que pudéssemos nos divertir durante o dia."

"Você está dizendo que esta viagem é para que possamos sair?" Pergunto, meu coração fazendo aquele pequeno aperto esquisito e flutuando.

Ele olha para mim. "Sim. Acho que sim."

Não pergunto nada mais. Isso foi o suficiente. O suficiente para me fazer esquecer que isso também acabaria. A maioria das coisas boas fazia.

 

Ela está comigo.

Capítulo 22

 


Brady


Nossa conversa tornou-se fácil, e as duas horas não pareceram tão longas. Quando Riley riu, queria mergulhar no seu sorriso. O som era... Bom. Não, foi muito bom. Eu implorei isso. Encontrei-me tentando arrancar uma risada dela. Qualquer coisa para ouvi-la e ver o rosto dela se acender.

Recebi algumas mensagens e ignorei cada uma. Gunner, West e Asa iriam esperar. A de Ivy não iria, mas eu ignoro a dela normalmente de qualquer maneira. Hoje eu não estava vivendo naquele mundo. Estava morando no mundo em que escolhi viver.

"Eu nunca tive um churrasco tão bom." Diz Riley enquanto limpa a boca com um guardanapo. Não conseguia pensar em uma garota que namorei que teria escolhido uma churrascaria para comer e então pedir costelas cobertas de molho. A maioria delas comiam coisas que não ficassem lambuzadas. Mas Riley estava gostando da comida. Ter molho em suas mãos e rosto não a incomodava.

Vê-la rir da bagunça que estava fazendo era lindo. Eu queria sentar aqui o dia todo e experimentar isso. Peguei outra asa quente e limpei o osso. Normalmente eu era um comedor mais limpo em um encontro, mas com Riley senti como se pudesse comer como se ela fosse um dos caras. Embora ela não parecesse nada como um dos caras.

Se as meninas percebessem o quão atraente era ser tão livre e feliz por algo tão simples como algumas costelas, elas aliviariam um pouco. Os caras da mesa ao longo de nós continuaram a verificar Riley, e embora fosse irritante que eles não parecessem ter a mínima ideia de que ela estava comigo, não poderia realmente culpá-los.

Eu estava tendo dificuldade em tirar meus olhos dela também.

"Vou ter que lavar meu rosto no banheiro depois disso." Ela diz com um sorriso. "Bryony ama costelas. Queria que ela estivesse aqui por isso."

Gostaria de levar algumas sobras conosco, mas ficariam ruins no momento em que terminássemos o nosso dia e levássemos as duas horas de volta.

"Eu poderia preparar algumas para ela algum dia. Todos poderiam vir jantar."

Riley para por um momento e uma mistura de emoções brilha em seus olhos. Ela coloca uma costela no prato e solta um pequeno suspiro. "Sim talvez."

Sobre o que era isso? Ela parecia quase chateada com a minha oferta, ou desapontada.

"Eu disse algo errado?"

Ela estava olhando para as costelas e ergueu os olhos para os meus. "Eu não vivo em um mundo de fantasia, Brady. Tive muita realidade para isso. A verdade é que, quando seus amigos descobrirem que você está passando tempo comigo, isso vai parar. Porque você terá que escolher. Eles vão te fazer escolher. E não espero que você me escolha."

O que diabos isso significa? Não teria que escolher ninguém. Sou dono de mim, droga, e se quisesse escolher meus amigos, eu poderia. Não precisava da permissão de ninguém.

"Não sou assim. Eu esperava que você já soubesse disso. Ninguém me faz fazer nada."

Ela encolhe os ombros e limpa as mãos em um guardanapo. "Não é uma coisa ruim. É só o que é. Aqui não temos julgamento, e gosto de estar com você. Gosto disso. Ter um amigo. Mas não sou delirante. Sei que todos em Lawton me odeiam e pensam que sou uma mentirosa. Bem, todos, exceto você."

Eu nunca tinha sido abertamente odiado. Perguntei-me como isso parecia. Quão doloroso e injusto deve ser. Minha raiva se levanta em todos eles. Todos que tinham falado mal dela. Todo mundo que a julgara ou foi cruel com ela. Então, admiti para mim a parte mais difícil: fui um desses. Talvez não agora, mas já estive lá uma vez. Eu não era melhor.

"Desculpe-me." Falei honestamente.

Ela sorri. "Por ser meu amigo?"

"Não. Por julgar você como fiz."

O sorriso no rosto dela desaparece. "Nós éramos jovens. Você pensou como todos pensaram. Além disso, eu corri para fora da cidade. Isso me fez parecer ainda mais culpada. Se tivesse ficado, a vida para minha família acabaria pior, mas o fato é que nós saímos. As pessoas sentem pena dos meus pais por minha causa. Mas essas pessoas sempre me odiarão. O bom é que eu nem sempre estarei lá. Vou sair e fazer o meu próprio caminho na vida em breve. Em uma cidade onde ninguém me conheça e poderei começar de novo. Eu e Bryony."

A imagem de Riley levando Bryony para uma cidade distante e construindo uma vida, conseguindo um emprego, pagando contas, criando sua filha, tudo enquanto eu estava fora jogando futebol e perseguindo meu sonho, parecia injusto. A maior parte de sua vida parecia injusta. Ela perdeu o ensino médio e sentiria falta da faculdade.

"Qual era o seu sonho, quando você era mais jovem?" Perguntei a ela. Eu não queria dizer antes de Bryony, porque isso parecia frio. Embora fosse o que queria saber.

"Você quer dizer antes de me tornar mãe?" Ela estava sorrindo como se tivesse lido minha mente. "Queria ser veterinária.”

"Então você ama os animais." Digo, sentindo o coração doente pela garota que não conseguiria perseguir seus sonhos do jeito que eu faria.

"Sim. Eu amo. Não posso cuidar de um agora porque não posso pagar por isso. Mas quando Bryony e eu tivermos nosso próprio lugar, teremos cães e gatos. Talvez até cabras se eu tiver terra suficiente."

"Você ainda pode ir para a faculdade para ser veterinária?"

Ela balança a cabeça. "Não, preciso de um emprego que pague o suficiente para me sustentar e a Bryony. Eu tenho planos. Quero fazer a diferença na vida das meninas como eu um dia. Um grupo de apoio para mães adolescentes me ajudou a passar por momentos difíceis. Meu sonho é fazer isso para as jovens. Mostrar-lhes que há felicidade em seu futuro. A vida não acabou."

Ela não disse isso com amargura ou raiva. Em vez disso, tomou um gole de seu chá doce e levantou. "Preciso ir me lavar." Explica antes de caminhar até a parte de trás do restaurante para os banheiros.

Por que eu queria que ela tivesse esse sonho? Ela parecia feliz o suficiente, e nunca quis resolver os problemas de ninguém tanto quanto queria consertar o dela. Ela me fez querer protegê-la e ficar de pé por ela. Mesmo que ela seja uma das pessoas mais difíceis que já conheci. Se soubesse o que eu estava pensando, ela me diria para parar. Ela tinha tudo sob controle.

Talvez fosse por isso que queria ajudá-la tanto. Porque ela não queria ajuda. Ela queria seguir seu próprio caminho. E eu sabia que podia.

"Ei, vocês são só amigos ou ela está com você?" Pergunta um dos caras da outra mesa.

Eu me viro para olhar para ele, e seu interesse óbvio me irrita. Claro, eu entendo, mas estou com ciúmes. Eu, com ciúmes. Não o tipo que senti com Gunner e Willa, mas o tipo que me fez querer fazer a minha reivindicação sobre ela e ameaçá-lo.

"Ela está comigo." Respondo com um tom frio.

O cara olha para baixo. "Droga" foi a resposta dele.

 

Eu não sabia que amigos beijavam assim.

Capítulo 23

 


Riley


Era depois das seis quando Brady entrou no caminho da minha casa. Eu mantive contato com minha mãe o dia todo, e Bryony estava bem. Tanto quanto eu sentia, esse pequeno refúgio tinha sido necessário. Agradeço que Brady tivesse pensado nisso.

Eu me viro para lhe dizer obrigada e o quanto gostei do nosso dia, mas seu olhar já estava trancado em mim. O olhar em seus olhos era diferente, e reconheci isso. Ou pelo menos o meu corpo fez. Meu coração tinha acelerado o ritmo, e senti-me corada por antecipação.

Antes que pudesse ficar muito nervosa ou pensar nisso, ele se inclinou e sua mão direita segurou minha bochecha ao mesmo tempo em que ele inclinou a cabeça até que seus lábios tocassem os meus. Não era controlador ou possessivo. Não era como um adolescente com fome tentando me atacar. Foi doce. Como se ele quisesse saborear isso.

Mudei meu corpo para mais perto e abri minha boca sob a dele, esperando que não fosse cedo demais. Embora não fosse assim que esperava que este dia terminasse. Não que no fundo eu não quisesse. Porque queria. Eu sabia. Na verdade, ter acontecido era diferente. Foi emocionante e aterrorizante. A realidade tinha sido muito diferente na minha cabeça. Eu já estava me vendo dando-lhe um abraço antes, sem perceber que ele estava planejando sobre isso.

Sua língua tocou a minha, e soltei um som que esperava que parecesse tão satisfeito quanto eu estava. Um verdadeiro beijo. O tipo que significava algo novo para mim.

O que fiz antes, quando era mais jovem, estava aprendendo e experimentando. Nada mais. Com certeza não tinha feito meu coração vibrar e meu corpo se curvar.

Eu queria lembrar isso no caso de o nosso fim chegar mais cedo do que o esperado.

Embora Brady não fosse meu primeiro beijo, ele sempre seria meu primeiro beijo significativo. O primeiro que me afetou.

Lentamente, ele recua, terminando a conexão.

"Eu queria fazer isso o dia todo." Ele sussurra.

Eu não tinha percebido isso, mas estava corando pela sua admissão e agradecida pela escuridão.

"Não sabia que amigos beijavam assim." Respondi.

Ele pressiona um pequeno beijo no canto dos meus lábios. "Eles não beijam." Foi sua resposta.

"Oh" era tudo o que eu poderia dizer. Brady estava me dizendo que isso era mais. Não era só eu que sentia coisas além da amizade. Ele também estava sentindo isso.

"Posso ligar para você amanhã?" Ele pergunta, parecendo inseguro.

Pergunto-me se Brady Higgens nunca tinha sido inseguro sobre qualquer coisa.

"Sim."

Ele se afastou e saiu da caminhonete. Observei-o enquanto caminhava pela frente de sua caminhonete e abria minha porta. Ele estende a mão para me ajudar, e eu a pego. Não porque precisava, mas porque não tinha certeza de quão bem minhas pernas iriam trabalhar agora.

"Obrigada por hoje." Digo, querendo dizer mais, mas tão nervosa que não consegui encontrar as palavras.

"Foi o melhor dia que tive há muito tempo." Ele responde.

Eu sabia que ele não iria me dar um beijo aqui. Para o mundo ver. Mesmo agora, ele me levar até minha porta era perigoso. Se alguém passasse e visse, ele teria que mentir ou dizer a verdade. Eu queria que ele mentisse. Não estava pronta para que isso acabasse. Ainda não.

"Nós vamos encontrar algum tempo amanhã, então." Ele diz exatamente quando chegamos à porta.

Eu sabia que não poderia deixar Bryony o dia inteiro novamente, e não queria. "Sim, posso fugir por um momento. Talvez enquanto Bryony cochile."

"Ou podemos levá-la ao parque juntos.”

Gostei que ele dissesse isso, mas acreditar era difícil, então acenei com a cabeça.

"Boa noite." Ele diz se aproximando para apertar minha mão antes de se virar e me deixar lá.

Abro a porta da frente e entro, mesmo que quisesse vê-lo até ele se afastar. Eu não me permitiria isso.

"Parece que seu dia foi bom." Minha mãe diz com as sobrancelhas erguidas enquanto entro na sala de estar. Ela estava me espionando. Eu não esperava que ela fizesse isso.

"Não sei o que você quer dizer." Respondo, soprando isso.

Ela revira os olhos. "Pode estar escuro lá fora, mas, sob o farol, o interior de sua caminhonete ficou perfeitamente claro a partir daqui. Não me interprete mal - eu não estava espionando. Acabei de ouvir a caminhonete e decidi verificar para ver quem estava aqui. Então eu vi algo que não estava esperando."

Eu também.

"Não leia muito sobre isso." Respondo.

"Mamãe!" Bryony grita, correndo excitadamente para dentro da sala com a toalha de banho embrulhada em torno dela.

"Ei, garotinha." Falo, igualmente entusiasmada por vê-la.

"Banho!" Ela declara o óbvio.

"Então eu vou dar banho em você." Respondo.

"Barco.” Ela amava seu pequeno barco rosa que flutuava na água do banho. Brincar de barco era sua parte favorita do banho.

"Tudo bem, parece um plano.”

“Ookies” diz ela, apontando para a cozinha.

Ela assente com entusiasmo.

"Ele gosta de você. Confie nele." Grita mamãe enquanto sigo minha filha no corredor.

"Estou tentando." É minha única resposta. "Mas sei como isso acaba.”

"Você não o conhece. Esse menino é diferente. Ele sempre foi."

Lembrei-me dele virar-me as costas há dois anos. Ele não era diferente então. "Ele é melhor, mas no final ele não é tão diferente.”

Eu podia ouvir o suspiro da minha mãe, e continuei acompanhando Bryony para o banheiro. Passar o tempo com minha filha e me lembrar o que era importante na vida era o que precisava depois desse beijo. Eu não era uma garota normal e sentar-me e ficar com ele era inútil.

"Um dia você terá que confiar novamente." Responde mamãe, seguindo-nos para o banheiro. Ela não estava pronta para deixar isso ir.

Um dia eu estaria. Hoje não era esse dia.

"Você guardou alguns cookies?" Pergunto a ela.

"Claro. Bryony fez rosa para você."

Eu a ouvi, mas queria uma mudança de assunto. Isso funcionou.

"O que você fez hoje?" Pergunto a Bryony.

"Ookies." Ela me conta novamente.

Cozinhar qualquer coisa era o destaque de seu dia, além de ir ao parque. Especialmente, cozinhar coisas que ela gostava de comer.

"Você brincou fora?"

Ela assente. "Eu me sujei." Ela dirigiu-se para mim como se ficar suja fosse uma realização.

"Então você teve um dia perfeito." Lembrei-lhe.

Ela deixa cair a toalha e corre para a água do banho que minha mãe tinha preparado para ela. Estava cheia de brinquedos e bolhas.

Isso era o suficiente para mim.

 

Eu tenho isso sob controle.

Capítulo 24

 


BradY


West me acordou às nove horas desta manhã. Ele ia correr e queria que eu fosse com ele. Maggie recusou, então me levantei e fui. Foi bom exercitar a rigidez da noite de sexta-feira. Também deu à mamãe tempo para preparar o café da manhã.

A rota que ele estava nos levando era em frente à casa de Riley. Meu plano tinha sido enviar-lhe uma mensagem pela manhã e encontrar uma maneira de vê-la. Eu fiquei na cama por horas na noite passada pensando no nosso dia. Sua risada, seu sorriso, a sensação de seus lábios nos meus. Tudo isso. Queria vê-la novamente. Agora.

Olhando para a casa, perguntei se ela estava acordada e o que estava fazendo. Bryony a acordou cedo? Ela arrumou café da manhã em sua casa? Sua avó estava sendo difícil hoje? O que ela normalmente faz aos domingos? Eu tinha um milhão de perguntas. Queria saber tudo sobre ela. Só precisava de tempo e liberdade para correr até sua porta agora e vê-la.

"O que está acontecendo lá?" Pergunta West, e volta a chamar a atenção para a rua em que estávamos e o fato de eu não estar sozinho.

"O que você quer dizer?" Foi minha resposta. Embora soubesse exatamente o que ele queria dizer.

"Com Riley." Ele responde.

West não estaria do lado de Maggie sobre isso. Claro, ele se ofereceu para ajudar a encontrar sua avó, mas ele não estava para se tornar seu amigo.

"Estão vivendo aqui e cuidando de sua avó." Digo a ele, embora soubesse que ele já sabia disso.

"Não foi o que quis dizer e você sabe disso.”

Eu não disse nada para isso. Estávamos correndo, não falando. Ele precisava deixar de ser curioso e se concentrar em sua própria vida amorosa. A minha estava fora dos limites.

"Você age como se estivesse escondendo coisas. Vou saber." Ele finalmente diz quando não digo nada.

"Nada a esconder." Eu minto.

Ele ri. "Certo."

Pego velocidade na esperança de chegar em casa e me livrar de seu questionamento mais rápido.

"Gunner vai descobrir. Então todo o inferno vai cair. Pode me dizer agora o que você está pensando. Você é meu melhor amigo. Não vou virar as costas para você."

De todos, nunca esperei que West me virasse as costas. Ele estava mais perto de mim do que de Gunner. Havia também Maggie, que iria tomar meu lado nisso. E não havia jeito de West não estar ao lado de Maggie.

"No momento, não há nada a dizer. Depois de ganhar o campeonato, então as coisas podem mudar." Isso era tudo o que ele iria receber de mim.

"Você precisa fazer um trabalho melhor para esconder isso, então, porque, a essa velocidade, você revelará e terá Gunner para lidar. Precisamos dele para vencer."

Ele também teria seus seguidores. Pessoas que ficariam com ele e se virariam contra mim. Isso dividiria o time, e estaríamos acabados. Eu tinha jogado esse cenário na minha cabeça um milhão de vezes. Sabia como seria e como isso terminaria.

"Tenho isso sob controle." Asseguro-lhe.

"Do jeito que você estava olhando para a casa dela, não parecia assim.”

Ponto feito. Eu tinha que recuar por enquanto. Poderia conversar com Riley pelo telefone e vê-la quando pudéssemos sair da cidade nos fins de semana. Apenas nas próximas duas semanas. Então, eu seria livre.

"Fechado." Respondi. Por sorte, minha casa estava à vista e essa conversa poderia acabar.

Corremos até a calçada em silêncio e diminuímos quando chegamos à porta.

Pouco antes de minha mão tocar a maçaneta para entrar, West diz mais uma coisa. "Mesmo que Rhett não tivesse feito, ela tinha apenas quinze anos. Ele não deveria estar sozinho com ela.”

Fiz uma pausa. Sabia que Rhett tinha feito isso. Mas ele estava certo. Mesmo que não tivesse, a situação ainda era ruim. Rhett não tinha nada com ela, e todos sabiam que ele estava dormindo com outras garotas na nossa série. Serena, para ser exato. Não era como se ele estivesse acima disso.

"Sim. Eu sei. Mas ele fez." Foi tudo o que disse antes de entrar no cheiro de biscoitos e salsichas.

"Sua casa cheira sempre a comida. Eu amo isso aqui." West diz enquanto caminhávamos para a cozinha.

"Isso é porque você só vem nas refeições.”

"Quando não é hora de refeição, cheira a biscoitos.”

Eu ri quando entramos na cozinha para encontrar mamãe em seu avental e Maggie colocando manteiga nos biscoitos. Ela olha para cima e faz contato visual com West antes de sorrir.

"Cheira bem, mamãe." Digo a ela, ignorando os pombinhos e indo à geladeira para pegar leite.

"Vocês dois fedem." Ela respondeu. "Tiveram uma boa corrida?"

"Despertou-me." Eu digo.

West ri e senta-se. Não olho para ele, mas podia sentir Maggie nos estudando. Ela era boa com a linguagem corporal e teria respostas em breve.

"Ivy esteve aqui ontem. Esqueci de lhe dizer quando você chegou em casa na noite passada. Ela deixou para você alguns brownies de canela. Eu os coloquei na geladeira."

Minha mãe conhecia meus problemas com Ivy, mas ela me lembra de ser gentil com ela. A menina era difícil de afastar quando era gentil, no entanto.

"Ela precisa parar com isso." Digo com um resmungo irritado.

"Gosto dos brownies" Maggie responde, parecendo divertida.

"Bem, você pode comê-los." Digo a ela.

"Você vai dividir comigo?" Pergunta West.

"Claro. Não consigo comê-los todos."

Eu reviro meus olhos em sua tentativa de humor e pego meu prato antes que minha mãe pudesse. "Obrigado por cozinhar." Digo a ela, então sento-me para comer depois de queimar todas aquelas calorias.

"Você acha que ela iria gostar de um pouco desse bolo de caramelo que sua mãe faz?" West provoca.

Eu o ignoro.

"Não custa perguntar." Acrescenta Maggie.

"Tudo bem, vocês dois, deixe de perturbar Brady." Diz minha mãe com um sorriso na voz. Ela me dá um tapinha nas costas.

Duvidava que Riley me enviasse comida, e estava bem com isso.

 

Procure por Thomas.

Capítulo 25

 


Riley


Era depois do almoço quando meu telefone tocou. Eu estava prestes a levar Bryony para o parque. O nome de Brady acendeu a tela e um sorriso atravessou meu rosto. Só de ver o nome dele me fazia sorrir. Eu estava gostando demais dele. Isso poderia acabar mal, e eu poderia ser ferida.

"Olá" digo, afastando-me dos ouvidos da minha família.

"Ei, o que você está fazendo hoje?"

"Bem, Bryony e eu tivemos um piquenique no quintal e agora estamos nos preparando para a nossa saída ao parque. Eu também preciso comprar para a mamãe leite e ovos na mercearia."

Falar sobre minha rotina diária com ele era um pouco estranho. Tão casual quanto tentei fazer tudo isso soar, senti como se estivesse descrevendo algo tão estranho para ele, que ele não entenderia.

"Parece um dia cheio. Não está muito frio para um piquenique no sol, eu acho." Ele responde. Era o tipo de resposta quando não se sabe mais o que dizer. Ele não entendia nada sobre ter um filho para cuidar.

"O que você fez?" Pergunto, tentando mudar o assunto para outra coisa.

"West me acordou para correr esta manhã, depois tomamos café da manhã e assisti ao vídeo do jogo da noite de sexta-feira." Ele não me disse o que faria a seguir. Não que fosse da minha conta.

"Não corro pela manhã há dois anos." Respondi, lembrando de quando fui da equipe de atletismo. Gostava disso. Parte de mim sentia falta.

"Talvez uma manhã no próximo fim de semana você possa vir comigo. Isso é, se seus pais puderem olhar Bryony."

Ele não estava pensando no fato de sermos vistos. Ele esquecia isso com frequência.

"Nós talvez precisemos esperar algumas semanas. Quando não estivermos escondendo a coisa de amizade."

Ele fica em silêncio por um momento. Eu sempre me perguntei o que ele estava pensando quando fazia isso.

"Isso é o que somos?"

Que tipo de pergunta era essa?

"Não tenho certeza se entendi você." Respondi.

"Amigos."

Oh. Nós nos beijamos. Isso mudou tudo? O beijo tornou diferente? Estava enferrujada com os namoros. Os indivíduos me confundiam em geral.

"Não tenho certeza do que mais podemos ser. " Eu digo. Ele esqueceu a maior barreira que estava entre nós?

"Por quê?"

Aparentemente ele havia esquecido. Então eu indiquei o óbvio. "Sou uma mãe adolescente e você sai em seis meses para viver seu sonho na faculdade de sua escolha. Qualquer coisa a mais terminaria de qualquer maneira. Amigos é a coisa mais segura para nós." Ou para mim. Porque quando ele se for, serei a única lutando para fazer a vida funcionar. Ele nunca saberá nada disso.

"Podemos dizer que por enquanto vamos resolver as coisas à medida que elas venham? Porque gostei demais da noite passada. E o dia que passamos juntos foi o melhor momento que tive há muito tempo.”

Meu rosto cora e meu coração vibra. Brady Higgens gosta de mim. Ele queria me ver mais, e queria me beijar mais. Concordei com tudo isso. O problema era que ele só tinha a mim. Apenas eu. Não Bryony, e nós duas somos um pacote. Ela sempre vinha em primeiro.

"Talvez você devesse dar tempo antes de decidir isso. Você nunca namorou uma mãe adolescente antes, pelo que posso deduzir."

Ele não responde imediatamente, então dei-lhe tempo para processar. A vida de Brady era um conto de fada. Os problemas reais da vida real não se registravam facilmente com ele. Eu já estive da mesma forma. Então entendi.

"Dê-me uma chance de provar a você que isso pode ser diferente.”

Era Brady morando em sua terra de conto de fadas. Estar ao seu redor me fez sentir saudades disso. De não esperar nada de ruim acontecer. Mas eu tinha sido fraca. Não sou mais agora. A vida me tornou forte.

"Vamos levar um dia de cada vez. Sem promessas. Sem planos. Apenas viver." Se não fizesse isso, eu me arrependeria. Possivelmente para sempre. Brady era diferente, e estar com ele me fazia feliz. Eu queria mais de como ele me fazia sentir. O futuro iria doer, mas, por enquanto, eu iria gostar.

Ele suspira e sorrio. Não era isso que ele estava acostumado. Receber o que queria era fácil. Não estava sendo fácil. Talvez eu o endurecesse um pouco.

"Aceitarei tudo o que você está oferecendo." Ele responde. Ele parecia decepcionado que não lhe prometi a lua. Ele estava acostumado com a lua. Ele estava acostumado com garotas que o perseguiam, como Ivy. Eu tinha visto isso apenas assistindo da minha vida tranquila, livre de todos. Até algumas semanas atrás, Ivy sempre esteve com Brady. Não estava exatamente certa do que tinha acabado com isso, mas ele parecia pronto para seguir em frente.

"Bryony está pronta para o parque. Preciso ir." Digo a ele. Foi um lembrete para nós dois que eu tinha prioridades.

"Sim, tudo bem. De qualquer forma, você acha que pode sair hoje à noite?"

Pedir aos meus pais para cuidar de Bryony novamente era demais. Nunca fiz isso. "Coloco-a na cama às oito e meia. Depois que ela estiver dormindo, poderei pedir a meus pais para olharem ela."

"Estarei aí às nove." Ele responde.

Depois de desligar, não penso mais nisso. Porque eu só me lembraria de quão impossível nosso futuro seria. Ele era um amigo agora. Ou deveria ser. O beijo mudou definitivamente as coisas.

"Parque!" Exige Bryony, puxando a perna do meu short.

"Sim, é hora do parque." Concordo.

Ela bate palmas e corre pelo corredor em direção à porta da frente.

"Estamos indo para o parque." Aviso para os meus pais, que estavam na cozinha.

"Tudo bem, divirtam-se." Responde minha mãe.

"Você viu Thomas?" Pergunta vovó, entrando na sala de estar atrás de mim.

"Não, não hoje." Respondo. Ou nunca, pensei comigo mesma.

Ela franziu a testa. "Ele pegou meus chinelos. Ele gosta dos meus chinelos."

"Quais?" Pergunto, pensando que talvez eu pudesse encontrá-los.

"Os de coelhos cor de rosa e felpudos. Ele pegou aqueles."

Vovó não possuía um par de chinelos de coelhos rosa. Pelo menos não nesta década. Ou nas seis últimas. Este era outro item que ela se lembrava de sua infância. Ela havia perguntado sobre eles antes, e mamãe estava aqui para explicar. Eu não discuti, no entanto. "Vou manter meus olhos abertos por eles.”

"E Thomas. Procure por Thomas. Ele precisa comer."

"Sim, senhora." Respondi. "Farei isso."

 

Eu nunca mais seria aquele cara.

Capítulo 26

 


Brady


Vou pegar a caminhonete de papai esta noite. Era a melhor maneira de não termos de nos esconder. Ninguém me procuraria na caminhonete de papai.

Minha caminhonete, no entanto, chamaria a atenção. Mamãe disse que papai tinha ido ao escritório hoje para fazer algum trabalho, então fui assim que terminei minha conversa com Riley. Ela precisava de uma prova de que eu estava falando sério e entendi que não era como as outras garotas que conheci. Era uma mãe. Foram suas diferenças que me atraíram para ela. Ela não me aborrecia. Ela era real.

Conseguir que confie em mim, no entanto, era outra coisa para a qual eu precisava me preparar. Não seria fácil. Ela estava muito fechada e cuidadosa. Não fui capaz de pensar em nada além dela depois do nosso dia de ontem, mas ela parecia não ter se afetado. Completamente. Isso não era algo que eu sabia como lidar.

Parei no prédio do escritório de papai e peguei meu telefone no banco do passageiro e coloquei no bolso antes de sair da caminhonete. Explicar que precisava pegar sua caminhonete emprestada ficaria estranho. Eu não tinha certeza se ele estava bem com Riley, se ele acreditava em Rhett como todos os outros na cidade ou se pensava que ela poderia ter dito a verdade. Eu também sabia que ele não queria que me distraísse do futebol.

Se ele visse Riley como uma distração, então podíamos ter uma discussão. De qualquer forma, ele precisaria concordar com isso e estar bem. Nunca pedi sua opinião sobre coisas assim, e não estava prestes a começar. Eu o amava, mas essa era a minha vida. Minhas escolhas.

A porta da frente estava destrancada, e me dirigi para dentro e para a parte de trás do prédio, onde sabia que seu escritório era. Nenhum outro carro estava lá fora, então, quando ouvi vozes, desacelerei. Ele poderia estar em uma reunião, e não queria interrompê-lo. Eu poderia esperar até que acabasse.

O som de voz feminina que escorria pelo corredor me fez congelar. Não apenas o meu corpo, mas a minha respiração. Acho que até mesmo meu coração parou. O próximo som que se seguiu foi um gemido óbvio e a voz profunda de meu pai fez um som que ele não deveria estar fazendo em seu escritório.

Eu tinha que estar enganado. Esse não era meu pai. Ele não faria isso.

Forçando meus pés a caminhar para frente, fui em direção ao som, em direção ao escritório, eu sabia que era de papai, e a cada passo seus sons se tornavam mais altos e intensos. Meu estômago se virou e não tinha certeza se ia vomitar antes mesmo de chegar lá. Cada palavra e som que ele fazia apenas me provava que eu não estava errado. Era ele. Quem mais poderia ser?

Havia um espelho atrás da mesa do meu pai que minha mãe tinha pendurado quando decorou seu escritório. Este mesmo espelho agora mostrava meu pai claramente despido. Uma mulher com longos cabelos loiros estava sentada em sua mesa, e ele estava entre suas pernas. Movendo-se. Os saltos altos vermelhos em seus pés me enojaram, e o grito de seu nome nos seus lábios me deixou tão doente que tive que me virar e correr. Eu ia ficar doente.

Isso não estava acontecendo. Não era meu pai. Ele tinha minha mãe. Por que ele faria isso com ela? Com uma mulher com metade da sua idade? Eu não tinha visto seu rosto claramente sobre seu ombro, mas ela era definitivamente mais nova.

Nunca tive meu coração quebrado como estava agora. Nenhuma vez na minha vida senti realmente dor como essa. Pensei ter entendido como era ser machucado. Mas percebi quando saí daquele prédio e o ar fresco atingiu meu rosto que isso era como a dor real parecia. Rasgando. Queimando. Destruindo tudo o que você era e deixava você dobrado em um estacionamento, vomitando até que não restasse nada no seu estômago.

Eu fiquei assim, curvado, até ter certeza de que tinha saído tudo o que tinha em mim.

De pé, meu corpo sentiu-se fraco, vazio, perdido. Eu tinha deixado minha casa trinta minutos atrás completamente à vontade. E em um momento tudo mudou. Nunca mais seria aquele cara.

Quando olhei para a caminhonete do meu pai, ódio, raiva e descrença, todos bateram em meu peito. Eu queria entrar e dizer-lhe a merda inútil que ele era. Que eu esperava que ele apodrecesse no inferno por isso. Queria jogar pedras nas janelas de sua caminhonete e passar uma chave ao lado da pintura. Queria que ele fosse destruído como eu estava.

Imaginar o rosto de minha mãe me parou, eu me afundei no meu assento e coloquei a cabeça no volante. Isso a mataria. Ela adorava aquele homem. Ela fazia tudo por ele. Se ela descobrisse, ficaria tão esmagada, e não tinha certeza de que ela conseguiria. Eu a amava, mas ela não era tão forte.

Ligando minha caminhonete, fui para a casa e parei. Não podia encará-la.

Agora não. Não podia encarar ninguém. Eu precisava ficar sozinho. Então, virei minha caminhonete para o norte e dirigi. Era tudo o que eu podia fazer: afastar-me da falsa sensação de segurança em que vivi aqui.

O futebol já não parecia importante. A faculdade já não pesava em minha mente. Apenas o fato de minha família estar vivendo uma mentira e que meu pai estava prestes a destruir completamente tudo que eu conhecia. Eu nunca o perdoaria. Não podia reiniciar meu cérebro e apagar isso. Se pudesse eu faria. Tínhamos tudo. Ele tinha tudo, e ele estava jogando fora pelo quê? Alguma mulher que parecia sexy em uma minissaia?

Asa passou por mim e buzinou, mas nem consegui me acalmar. Eu não queria. Essa era a minha vida passada. Aquela em que eu queria fazer meu pai orgulhoso. Aquela em que me preocupava com meu futuro. Aquela em que minha mãe era amada e cuidada. Todos nesta cidade faziam parte dessa vida. Todos estavam vivendo uma mentira? Ninguém era real? A vida estava sendo uma grande encenação?

Eu dirigi olhando direto para frente, minha cabeça latejando com o poderoso vômito e a visão que não desaparecia repassando na minha cabeça. Parar significava que teria que voltar para lá. Eu nunca iria querer voltar para lá. Nunca mais iria querer ver aquele homem. Ele arruinou tudo. Para mim. Para minha mãe. Para o time de futebol. Para esta cidade.

Porque Brady Higgens estava quebrado. Eu não funcionaria corretamente agora. Simplesmente não me importava. Fiz o meu melhor para ser o filho de quem todos se orgulhavam. Eu jogava pelas regras e tinha sido bom.

Que bom isso me fez? Nada. Coisa alguma. Meu pai era um idiota traidor.

 

O conto de fadas da nossa infância se foi.

Capítulo 27

 


Riley


Era quase onze quando guardei meu telefone e subi na cama. Brady não havia chamado, e ele não havia chegado as nove, como ele disse. Eu poderia ter lhe mandado mensagens, mas era muito orgulhosa para isso. Ele foi o único que pediu para me encontrar esta noite. Eu não tinha pedido a ele.

A ideia de que algo poderia estar errado com ele rodopiou na minha cabeça. Eu finalmente a afastei. Se ele estivesse sofrendo, eu saberia agora. Toda a cidade saberia. Forcei meus olhos a fecharem e ouvi a respiração uniforme de Bryony. Ela estava aqui, e isso era tudo o que precisava.

Confiar em um cara, mesmo um como Brady, era estúpido. Todos eram iguais.

Ele teve uma opção melhor para esta noite e pegou. A partir dele, pelo menos, eu esperava mais. Como uma mensagem, explicando ou dizendo que não estaria aqui. O que era tão não-Brady em suas atitudes, que comecei a me preocupar novamente.

Meu telefone vibrou na minha mesa de cabeceira, e olhei para ele. Eu tinha esquecido de colocá-lo no silencioso. Era Brady. Ninguém mais tinha meu número e gostava de me enviar mensagens tão tarde. Eu ignoraria isso? Ou leria? Ele tinha duas horas de atraso. Mas conhecendo Brady, tinha que haver uma desculpa.

Abri a mensagem no telefone.


Você está acordada?


Sério? Esse é o texto dele depois de não aparecer como disse? Eu realmente deveria ignorá-lo. Comecei a fazer isso quando vi faróis pararem na minha entrada e depois desligar.

Ele realmente pensou que eu iria sair às onze?


Estou na cama.


Isso o Faria ir embora.

Comecei a desligar o telefone quando respondeu.


Estou do lado de fora.


Rolando meus olhos, respondi:


Eu sei. Mas estou na cama.


Esperei para ver se ele retornaria. Ele não fez. Ele continuou sentando lá. Se fosse outro homem, pensaria que ele estava assumindo que eu iria correr. Mas era Brady, ele sabia melhor e era mais respeitoso. Sensato.


O amor não é real. É uma merda. Eu odeio isso.


Eu li suas palavras e minha testa enrugou. O que? Ele não fazia sentido. Por que ele estava falando de amor? Nunca ouvi ele dizer isso antes?


Você acredita na merda e confia nas pessoas. Mas eles deixam você para baixo e fodem tudo. Eles são egoístas.


Seu texto mais recente finalmente me retirou da cama. Coloquei um par de chinelos e dirigi-me pelo corredor. A porta do quarto dos meus pais se abriu e minha mãe olhou para mim.

"O que você está fazendo?" Ela perguntou. Seus óculos ainda estavam empoleirados no nariz, o que significava que ela estava lendo.

"Brady está lá fora, e pelas suas mensagens ele parece realmente chateado com alguma coisa. Vou verificá-lo. Ele não soa como ele."

Mamãe assentiu. "OK. Vou olhar Bryony. "

"Obrigada."

Eu não ouvi um tenha cuidado ou Seja esperta que a maioria das garotas ouviriam. O que eu costumava ouvir quando comecei a namorar. Meus pais sabiam que estava bem ciente do que poderia acontecer. Eu vivi isso.

Abri a porta quando meu telefone vibrou na minha mão novamente. Não li dessa vez. Acabei indo para sua caminhonete. Quando abri a porta do lado do passageiro, o cheiro de cerveja me surpreendeu. Havia três garrafas vazias no chão e uma no porta-copos. O que estava acontecendo no mundo?

"O que há de errado?" Perguntei, fechando a porta atrás de mim.

"Tudo" ele diz. Quatro cervejas para a maioria dos caras não eram muito, mas para Brady, que nunca bebia, era muito. Eu podia ouvir o efeito em sua voz. Ele estava com a voz enrolada - pela primeira vez em sua vida, eu apostaria.

"Você está bebendo. E dirigindo. Deve ser ruim. "

Ele solta uma risada dura e coloca sua cabeça de volta no assento. "Ruim" ele repete, depois ri um pouco mais, mas não havia humor real nele. Havia amargura lá. E dor. Ele pega a cerveja, mas eu a tiro dele. "É o suficiente, eu acho. Por que você não me diz o que aconteceu?" Ele fecha bem os olhos como se estivesse bloqueando algo ruim. Algo que ele não queria lembrar. Sentei-me quieta, entendendo que ele precisava de tempo. Isso não era fácil. O que quer que tenha sido realmente fez um número nele.

"Eu queria usar a caminhonete do meu pai esta noite. Então, poderíamos dar uma volta sem sermos descobertos. As pessoas não iriam me procurar dessa maneira. Teríamos alguma privacidade nesta pequena cidade." Ele para e ri novamente. "Privacidade. Não me importo com a privacidade. Todos sabem agora! Todos! Vou colocá-lo em um maldito outdoor e eles podem se foder. Toda a maldita cidade. É só futebol. Apenas maldito futebol. Não significa nada. Não é o que importa na vida. O que importa é ter confiança. Uma família em quem confiar." Ele bate a mão no volante.

Então, isso era sobre família? A família dele? O que, seu pai não o deixou usar sua caminhonete? Certamente, não era tudo o que aconteceu.

"Brady, o que aconteceu?" Repito a minha pergunta.

Ele suspira e estremece. "Eu fui ao escritório dele. Ele estava trabalhando em um domingo. Quem diabos trabalha em um domingo? Aparentemente, meu pai faz. Mas ele não estava trabalhando." O olhar no rosto de Brady me deixou doente. Meu estomago ficou atado. Eu esperava que isso não estivesse indo onde eu temia.

"Brady, não." Sussurrei, já vendo a dor tão clara no seu rosto para saber que isso iria acabar mal. Terrivelmente.

"Ela era mais jovem, loira, nua e na mesa. Suas calças estavam abaixadas."

Ele parou e inalou bruscamente. Apenas dizer essas palavras tinha que ser como uma faca sendo empurrada em seu peito. Ele tinha pais como os meus. Aqueles que todos confiavam e acreditavam serem perfeitos.

Não sabia o que dizer. Se tivesse sido eu, havia algo que poderia ter sido dito para aliviar minha dor? Não. O sofrimento nunca terminaria. Isso me arruinaria. Mais do que Rhett tinha. Bryony tinha curado isso, mas alguma coisa poderia curar isso?

"Ele não me viu. Eles estavam muito ocupados." Ele diz a última palavra como um gosto azedo na boca. "E minha mãe estava em casa cozinhando seu jantar favorito. O bolo que ele ama tanto, estava cheirando no forno de casa.”

Meu coração estava quebrando. Por Brady e sua mãe. Isso nunca ficava em segredo. Sempre encontrava uma maneira de sair. Esta era uma cidade pequena, e Brady era o menino dourado. Sua família era o tipo de pedra sólida que todos respeitavam. Tudo iria cair.

"E a minha maior preocupação quando acordei esta manhã era um fodido jogo de futebol. Nunca tive um problema real. Nunca enfrentei algo que mudasse minha vida." Ele vira a cabeça e finalmente olha para mim. "Mas você sim. Você viveu o inferno e saiu bem. Como você sobreviveu?"

Eu queria abraçá-lo e dizer-lhe que tudo ficaria bem. Mas essa era uma mentira que você diria para crianças quando perdiam seu animal de estimação. Não era a verdade. Ninguém nunca me contou isso. Mas meu coração doía por ele, e lutar contra o desejo de consertá-lo era difícil. Não era o que ele precisava, no entanto. Eu sabia.

Meus sentimentos por Brady cresciam cada vez mais com força, e nunca percebi como ele me afetava. Até agora. Fiz o que tinha que fazer. Disse a ele a verdade. Ele tinha sido alimentado com mentiras suficientes sobre a vida.

"Você sobreviverá. Você lembrará que a vida é difícil. Merdas acontece e você tem que ser forte. O conto de fadas da nossa infância se foi. Viver nele nos torna fracos. Sua mãe vai precisar de você, e você terá que ser forte por ambos. "

"Não sei se posso.”

Entendi esse sentimento também. Eu tive isso naquela época. Quando achei que minha vida tinha acabado e nunca conseguiria fazer isso.

"Você pode. Você só precisa encontrá-la no fundo. Está lá. A força. Todos nós temos isso, mas fica inativa até que precisemos dela. Então nós temos que procurá-la e usá-la."

 

Eu espero que você tenha dormido bem.

Capítulo 28

 


Brady


Minha cabeça estava doendo quando abri meus olhos. Um par de grandes olhos azuis estavam olhando para mim. Assustado, pulei, mas ela continuou a olhar. Sua cabeça inclinada para o lado. Ela parecia muito com sua mãe naquele momento.

"Ei?" Ela sussurra, ainda muito perto do meu rosto.

Olhei para o meu corpo e vi que estava em um sofá da casa da avó de Riley, coberto por um cobertor amarelo e azul. Riley não me permitiu dirigir na noite passada, e fiquei feliz. Não porque concordasse que estava bêbado, mas porque não queria ir para casa. Não queria ver o meu pai. O nó doente retornou, e eu queria voltar a dormir, onde o ontem nunca aconteceu.

"Você viu Thomas?" Uma senhora mais velha me pergunta quando ela entra na sala de estar. Ela não está preocupada com o fato de eu estar no sofá.

"Não" Bryony responde, então olha para mim. "Thomas está com Jesus." Diz ela, ainda sussurrando.

Eu não consegui entender isso, então acenei com a cabeça. "Bom dia, Brady. Espero que você tenha dormido bem." Diz a Sra. Young ao entrar na sala. Sento-me no sofá e me pergunto se ela sabia que eu estava aqui. Era tarde quando entramos na noite passada.

"Uh, sim, senhora. Obrigado." Respondi.

"Não há motivo para se apressar. Acabei de acordar Riley. Ela estará aqui em um momento. Estou fazendo um café. Você quer um?" Parecia que Riley lhe disse que eu estava aqui na noite passada. Ela não estava surpresa.

"Não, obrigado. Não sou um fã de café." Respondi.

"Bom. Não se torne um. É o hábito mais difícil de quebrar. Eu bebo muito."

"Você viu Thomas?"

A mãe de Riley volta-se para sua própria mãe e acaricia suas costas.

"Não esta manhã. Por que não vamos começar o seu café da manhã. Ele vai aparecer em algum momento."

Bryony corre atrás delas. "Estou um pouco faminta." Ela grita.

A mãe de Riley para e se abaixa para pegá-la. "Aposto que você está." Ela responde.

Então todas saem da sala, e eu me levanto e começo a arrumar onde estive dormindo.

"Você vai para casa?" Pergunta Riley.

Eu me viro para vê-la com o suéter que ela usava na noite passada. Seus cabelos estão bagunçados do sono, mas ela parece despreocupada com isso. Gosto disso sobre ela.

"Sim. Tenho que tomar banho e trocar de roupa antes da escola. Já vou perder o treino matinal. Não me importa, mas meu pai se importará.”

Era um confronto que eu estava temendo. Olhar para ele iria me enfurecer. Não podia simplesmente dizer-lhe o que sabia. Eu tinha que decidir como dizer a minha mãe primeiro. Isso ia bagunçar seu mundo tanto quanto tinha atrapalhado o meu. Não, isso seria maior. Porque ele era a outra metade dela, o homem em quem confiava há vinte anos.

"Você vai contar a sua mãe?"

Eventualmente. "Ainda não. Preciso pensar sobre isso. Ela é delicada."

Riley me deu um sorriso triste. "Só porque ela cozinha suas refeições e cuida da casa não a deixa fraca. Ela o criou, trouxe uma garota para sua casa que enfrentou uma tragédia que não posso começar a compreender e foi uma mãe para ela. Ela é dura. Dê-lhe esse crédito."

Ela era amorosa. Mas isso a fazia forte?

"Ainda preciso de algum tempo.”

Riley assente. "OK. Estou aqui se você precisar de mim."

Eu queria abraçá-la. Beija-la não estava no topo da minha lista agora. Meu pai arruinou essa imagem para mim. Mas ter Riley em meus braços parecia bom. Com sua mãe, avó e filha na sala ao lado, decidi contra isso. "Obrigado por ontem à noite.”

"A qualquer momento."

Vou para a porta e olho para trás, pouco antes de sair para vê-la me olhando sair. Ela até acorda bonita. Não estava tentando ser falsa. Era apenas ela.

"Vou ligar para você." Eu digo.

Ela apenas assente.

Então vou para casa.


* * *


A caminhonete do meu pai ainda está na garagem quando entro. Ele normalmente já teria saído para trabalhar. O fato de não estar em casa quando ele acordou atrasou isso. Ele ficou me esperando. Pronto para me questionar e me corrigir. Desgraçado. Ele não tinha o direito de corrigir ninguém.

Ele poderia ir para o inferno por tudo o que importava.

Fechando a porta da caminhonete, toda a raiva de ontem ferve na superfície e, embora eu precisasse me acalmar antes de entrar naquela porta para encará-lo, não conseguia. Eu quero gritar com ele e deixá-lo ver o ódio nos meus olhos. Ele abre a porta antes de eu chegar lá, seu rosto uma máscara de desapontamento e fúria. Como se ele tivesse o direito de sentir isso. Dormi no sofá de uma amiga e chegaria tarde à escola. Nenhuma dessas coisas destruiria ninguém. Ele não podia dizer o mesmo pelo que tinha feito ontem.

"Onde você esteve?" Ele me pergunta.

"Nada que seja da merda da sua conta." Respondo enquanto tentava passar por ele.

Sua mão agarra meu braço para me parar, e a força em seu aperto não é agradável. "Quem diabos você pensa que é? Eu faço as regras nessa casa. Você não fala assim comigo e não fica fora a noite.”

Tento mexer meu braço livre. Apenas estar perto dele me fez encolher.

"Seja como for." Digo, resmungando para ele.

"Você cheira a cerveja." Ele responde com descrença no rosto." Está tentando jogar fora seu futuro? Você chegou tão perto e agora vai jogá-lo fora? Pelo quê? Uma menina que mente e dorme por aí?"

Ele não foi procurar por mim porque ele sabia onde eu estava. A mãe de Riley o avisou? Provavelmente. O idiota estava lançando acusações contra Riley, que não tinha feito nada de errado. Como ele ousa?

Com um rápido olhar para garantir que minha mãe não estava em pé perto de nós, eu me inclino para perto dele. "Pelo menos não sou casado e fodo uma mulher no meu escritório." Eu cuspi e empurro meu braço de seu controle livre desta vez. Seu rosto empalidece, e sei que ele entende o que estou dizendo.

Passo por ele e em direção às escadas, enquanto Maggie está descendo por elas. Ela tem uma expressão questionadora em seus olhos, mas não diz nada. Era outra pessoa que seria afetada por isso. Os pais dela estavam mortos, graças a seu pai, e essa família era sua única segurança. Papai tinha explodido seu mundo também.

"Nós não terminamos de falar." Diz papai no começo da escada.

"Quer apostar?" Respondo e bato a porta do banheiro atrás de mim.

 

Ele é uma coisa bonita, não é?

Capítulo 29

 


Riley


Minha campainha toca uma hora depois que Brady saiu. Ninguém foi atender. Eu estava esperando que não fosse Brady e que ele tivesse chegado à escola sem entrar em uma briga com seu pai.

Bryony corre para a porta, seu rosto iluminado de excitação. Ela também não estava acostumada, e isso seria o destaque de sua manhã. Além do fato de que Brady estava dormindo no sofá quando ela acordou.

Na verdade, eu não conhecia a linda morena na minha porta, mas sabia quem era. Ela era a prima de Brady. A menina que veio a Lawton não falando e agora era a razão pela qual West Ashby não era um idiota completo.

"Olá" digo, sabendo por que está aqui. O regresso de Brady para casa não foi bem essa manhã. Eram oito horas e ela deveria estar na escola.

"Oi, Riley?" Ela diz, certificando-se de que ela tinha a pessoa certa.

"Sim" respondi.

"Desculpe por ter vindo assim, mas sou Maggie, a prima de Brady. E sei que ele dormiu aqui na noite passada. Isso não é o meu negócio, mas a cena que presenciei nesta manhã me deixou preocupada com ele."

Dei um passo para trás e acenei uma mão para ela entrar. Bryony estava ao meu lado, em minha perna examinando-a.

"Entre." Digo a ela.

Ela entra e sorri para Bryony.

"Gosto do seu cabelo." Bryony diz timidamente.

"Obrigada. Eu gosto do seu também. Sempre quis cachos loiros. Os seus são bonitos.”

Bryony sorri para ela. Ela também amava seus cachos loiros. Geralmente sentava na frente ao espelho apenas para escová-los.

"Minha mãe disse que ligou e deixou a Sra. Higgens saber que Brady estava aqui na noite passada.”

Maggie assentiu. "Sim, mas ele nunca fez isso antes, e ele cheirava a cerveja. Tenho certeza de que ele nunca cheirou assim antes." Ela fez uma pausa e me entregou o que parecia um bolo que ela segurava. "Tia Coralee mandou isso. Ela disse que estava querendo trazer ela mesma."

Eu pego o bolo dela. Não podia dizer nada a ela. Isso era para Brady contar. Não eu. "Diga-lhe obrigada por mim." Respondo.

"Não estou aqui para pedir-lhe para me dizer o que está acontecendo. Só preciso saber se ele está bem." Diz Maggie.

Eu poderia responder a isso. "Não, ele não está."

Maggie franzi a testa. "Estou com medo disso. As coisas não foram boas entre ele e tio Boone. Mas nunca os vi assim. Eu simplesmente não sei como ajudar."

Ela não podia. Ninguém poderia.

"Confie em mim quando lhe digo que você não pode ajudá-lo. Ele deve fazer isso sozinho. Se ele precisar se abrir, ele irá; caso contrário, deixe ele livre."

Ela assentiu. "OK. Entendi. Melhor do que a maioria, acho. Mas eu precisava de alguém. West tornou-se meu alguém. Acho que todos precisam de alguém." Ela fez uma pausa e olha diretamente para mim. "Espero que você seja a dele.”

Espero também. "Se eu for, não vou decepcioná-lo.”

Ela sorri e olha para a porta. "Estou atrasada para a escola. Acho que preciso sair antes que meu tio também fique chateado comigo. Obrigada por falar. Foi bom finalmente conhecê-la." Ela diz, então volta sua atenção para Bryony.

"Foi um prazer conhecê-la também."

Bryony sorri brilhantemente para ela. Então se esconde atrás de minhas pernas.

Nós nos despedimos e fecho a porta atrás de Maggie. Ela era doce, linda e obviamente entende sobre a coisa 'não ser intrusiva.' Brady tem sorte em tê-la em sua casa com ele. Isso ajudaria quando ele estivesse pronto para se abrir.

"Você pode ir ao Miller e me trazer um quilo de açúcar? Acho que vou fazer um pouco de minha torta de cereja para Lyla." Diz Vovó, sorrindo para Bryony. Hoje, Bryony seria minha mãe quando criança novamente. Nós não tínhamos esses dias todos os dias, mas hoje vovó já a chamou de Lyla três vezes. Bryony sempre parecia confusa, mas parou de discutir com ela sobre o nome dela.

"Claro." Digo a ela. "Por que não vamos ver se o seu programa de auditório favorito está passando. Acho que é hora do Dr. Phil." Digo a ela.

"Preciso alimentar Thomas primeiro." Argumenta ela.

"Deixe Bryo..." faço uma pausa e corrijo-me. "Deixe Lyla fazer isso. Você sabe que ela gosta."

Vovó pensa por um minuto, depois assente. "Essa é uma boa ideia. Ela precisa de responsabilidade. Nunca faz mal a ninguém."

Eu pisco para Bryony dizendo que tínhamos que brincar de fingir com a Vovó.

Ela pisca forte com os dois olhos, porque ainda não sabe piscar. Sorrindo, ligo a televisão para Vovó e Bryony vai para a cozinha para fingir alimentar um gato que não existe.

"Eu quero maçã da Wywa." Ela diz calmamente quando chegamos à cozinha.

Nos dias em que ela a confunde com Lyla, Vovó sempre lhe dá torta de maçã. Tinha sido o lanche favorito da minha mãe quando bebê. Bryony descobriu isso.

"Tudo bem." Respondo, colocando a torta para baixo, então a levanto para a cadeira alta.

Minha mente estava em Brady, no entanto. Ele estava enfrentando a escola e amigos com a alma destruída. Manter um segredo assim era como sentir que o peso do mundo estava sobre ele. Eu não poderia ser forte para ele, no entanto. Ninguém poderia.

Ele tinha que resolver isso por si mesmo. Pelo menos ele não estava sozinho.

"Eu gosto do Dr. Phil?" Pergunta vovó da sala de estar.

Este seria um dia ruim. Alguns dias eram melhores que outros. Hoje, ela estava confusa com tudo. Caminho até a porta e olho para ela. "Sim. Ele é brilhante e terá muitas boas dicas para você.”

Ela assentiu com a cabeça e cobriu as pernas com a manta que mantínhamos no sofá para ela há anos. "Ele é bonito, não é?" Comenta.

Ela diz isso todos os dias quando o observa.

"Sim" concordo, sorrio, e volto para a cozinha para dar a Bryony torta de maça. Eu tinha certeza que seria mandada ir ao Miller's para Lyla mais tarde hoje.

"Vamos ao parque?" Bryony pergunta.

"Sim, iremos mais tarde hoje, depois da sua soneca." Asseguro-lhe. Estava ficando cada vez mais frio, e eu temia quando não pudéssemos mais ir ao parque.

Bryony precisava de um balanço aqui em casa, para que ela pudesse ir ao quintal e se divertir por períodos mais curtos. O frio mordaz que estava por vir nos impediria de caminhar até o parque. Ela odiaria isso.

 

Essa era a única arma que eu tinha.

 

CONTINUA

Capítulo 15

 


Riley


Com uma lista de compras em uma mão e a mão de Bryony na outra, entro na loja para pegar todas as coisas que precisávamos. Bryony queria ir ao parque hoje, mas choveu a maior parte da tarde, então ficou lamacento. Eu prometi seus biscoitos de animais se ela fosse uma boa garota no supermercado.

Foi um acordo, não um suborno. Ou, pelo menos, eu gostava de me dizer isso.

"Riley Young." Reconheço a voz. A maneira como meu sobrenome foi dito como se fosse desagradável em sua língua me fez tensa. Eu não entrei em contato com Serena desde que voltei. Esperava que nunca fizesse. Aparentemente, minha sorte acabara de acabar.

Seguro Bryony perto do meu lado como se ela pudesse machucá-la, o que era bobo, mas eu fiz isso de qualquer maneira. Virando, enfrento não apenas Serena, mas Kimmie também. Elas parecem versões mais antigas das meninas que eu lembrava. Ainda tentando superar uma a outra.

"Olá, Serena. Kimmie” respondo com um sorriso forçado.

"Você tem uma criança. O que aconteceu, você não usou proteção?" Kimmie diz com uma risadinha. Eu podia suportá-las me atacar. Mas elas não iriam trazer Bryony para isso.

"Posso ver que vocês duas estão tão encantadoras quanto lembro. Se vocês me desculpem, tenho compras para fazer" Respondo, querendo dar um bom exemplo para minha filha. Ela era nova, mas eu estava certa de que ela entendia coisas assim. Ou pelo menos deixava impressões sobre ela.

Passei por elas e coloquei Bryony em um carrinho.

"Não se esqueça de pegar alguns preservativos. Odiaria que isso acontecesse novamente." Serena diz com um tom doce. Eu tive a minha cota disso.

"Você é a única que precisa lembrar-se de seus preservativos. Você não gostaria de espalhar por aí as DSTs que teve depois de anos dormindo com qualquer pessoa que olhasse para o seu caminho.”

Com isso, eu saí. Talvez não tenha sido a minha melhor hora como mãe, mas sim, senti-me bem. Elas poderiam mexer com isso e ser cadela sobre mim na próxima semana.

"Ookies?" Bryony me pergunta, e posso ver o cenho preocupado em seu rosto. Ela não tinha entendido o que aconteceu, mas ela era inteligente o suficiente para saber que eu estava chateada.

"Sim, garota, vamos te dar biscoitos." Asseguro.

Minhas emoções estavam muito cruas do confronto de ontem à noite com Brady. Eu estava sendo uma pirralha completa sobre isso, mas não podia evitar. Eu confiei nele o suficiente para dizer sim a sua oferta, então ele a recusou. Entendi seus motivos, mas ainda dói. Isso não estava melhorando.

Minha vida aqui seria por um curto período de tempo mesmo. Eu me graduaria em breve, e então iria encontrar um emprego e encontrar para Bryony e eu um lugar só nosso. Não tinha tempo para meninos e amigos. Eu tinha uma vida para construir. Os meus anos de adolescência acabaram. Tinham acabado desde a noite em que pedi a Rhett para me dar uma carona para casa. Antes daquela noite eu tinha sido mais inteligente. Eu confiei em Brady, que já tinha sido um bom amigo. Alguém em quem poderia confiar.

 

Dois anos atrás...


Gunner estava bebendo novamente. Ser convidado para essas festas do campo era o nosso objetivo final desde que estávamos na escola primária. Graças ao irmão mais velho de Gunner e ao fato de que Gunner deveria ser uma futura estrela do time de futebol, juntamente com Brady e West nesse verão.

Em primeiro lugar, Gunner não tinha bebido com os outros. Brady nunca bebeu, mas West começou a provar a cerveja. Então Gunner. Agora era um festival cheio de bêbados. Brady foi o único que ficou sóbrio. Ele também era aquele com quem todos queriam conversar. Começou a chamar a atenção do treinador do ensino médio há dois anos, quando ele estava apenas na oitava série. Sua precisão com a bola o fez importante por aqui.

Sentei-me num velho pneu de trator perto do fogo, onde Gunner estava antes. Ele me deixou para beber mais e agora estava rindo com alguns jovens em voz alta e irritante. Gostava de ir às festas no início, mas não tinha tanta certeza de gostar agora. Chegar em casa esta noite seria complicado. Eu não poderia chamar minha mãe para vir me pegar porque Gunner estava bêbado. Ela veria isso.

Eu procurei na multidão por Rhett, que normalmente dava a Gunner e a mim uma carona para casa. Ele bebeu um pouco, mas raramente ficava completamente bêbado. Eu o observei e decidi que seria seguro ir com ele. Tive uma carona com a mãe de Brady mais de uma vez. O problema com isso foi, Brady ficava até tarde, e eu não estava com vontade de chegar atrasada. Serena estava tentando chamar a atenção de Rhett quando o encontrei no campo em torno da caminhonete. Ele parecia mais interessado em uma das garotas mais velhas lá. Embora Serena estivesse aqui por causa de Rhett, eu tinha certeza. Definitivamente, não pediria que ele me deixasse em casa esta noite. Eu acho que eu teria que sofrer até que Brady fosse embora. Ele tinha uma multidão ao seu redor, mas eu me levantei e fui até ele de qualquer jeito.

Gunner ia estar desmaiado logo, e eu precisava de uma carona para casa.

"Ei, linda." Alguém gritou com uma expressão óbvia na voz. Olhei para ver Ivan, um dos amigos de Rhett, caminhando em minha direção. O copo de plástico vermelho na mão era mais do que apenas cerveja, eu aposto. Ivan foi expulso da equipe no ano passado por festejar demais. Ele raramente aparecia para a aula e ia ser reprovado. Não pareceu estar preocupado com isso. Ainda estava pendurado com a mesma multidão, e eles o amavam.

Voltei minha atenção para o grupo de Brady e esperei que Ivan tropeçasse sobre seus pés bêbados. "Seu garoto ainda não consegue lidar com sua cerveja. Ele deixa você sozinha? Isso é uma vergonha. Venha aqui e podemos conversar.”

Não nesta vida.

"Não, obrigada." Respondi, ainda não olhando para ele.

Ele riu como se tivesse sido divertido. Antes que ele pudesse pensar em algo mais a dizer, eu estava perto o suficiente de Brady que me viu me dirigindo para ele. Ele parou de falar e se voltou para mim.

"Você está bem?" Ele pergunta, fazendo uma verificação rápida em Gunner, eu assumi.

"Sim. Só preciso de uma carona. Sua mãe está chegando?" Eu pergunto.

Ele assente com a cabeça, mas havia uma careta no rosto. "Gunner está bêbado de novo?"

"Sim."

Ele balança sua cabeça. "Eu tenho que corrigi-lo. Vou ligar para mamãe. Nós podemos sair em breve."

"Obrigada. Eu aprecio isso."

 

Você precisa chacoalhar.

Capítulo 16

 


Brady


Ivy tinha decorado meu armário e deixado brownies com glacê sobre eles dentro.

Ela ainda estava agindo como se fossemos um casal nos dias do jogo. Eu não queria dizer nada para machucar seus sentimentos, mas ela tinha que parar com isso. Nós não conversamos o resto da semana. Os brownies de sua mãe eram bons e tudo, mas eles não nos resolveriam. Nunca tivemos razão para começar.

Comi dois brownies e bebi um grande copo de leite antes de subir as escadas para pegar meu saco. Minha mãe tinha lavado meu uniforme e empacotado para eu pegar no ônibus. Esta noite era importante. Vitalmente. Se não ganhássemos esse jogo, estaríamos fora.

O estudo das fitas de jogos e todo o treino extra me fez sentir pronto. Eu achei que a equipe estava preparada. Não era o que estava pesando na minha cabeça. Em vez disso, era eu. O centro da equipe. O quarterback. Quem precisava de sua cabeça ajustada. Não consegui esquecer a visita de Riley na outra noite. Incomodou-me que ela estivesse magoada. Que eu tivesse sido o único a machucá-la.

Isso não era novo. Eu era o cara legal. Não porque tenha sido rotulado, mas porque era simplesmente quem eu era. Às vezes, odiava isso seriamente.

No entanto, essa coisa de Riley era diferente. Eu estava preocupado com ela mais do que jamais tinha me preocupado com Ivy e seus sentimentos. Ivy e eu voltamos a sair novamente por quase dois anos, mas nunca senti algo tão forte por ela quanto com Riley. A única razão pela qual eu poderia pensar nisso era pela menininha. Riley tinha sido entregue a um acordo bruto e fez seu melhor. Eu respeitava isso. Minha bolsa estava na minha cama, como esperava, tudo empacotado para mim. Mamãe ainda não estava em casa do trabalho, mas ela estaria no jogo junto com meu pai.

Eles trariam Maggie, e seria a noite de sexta feira normal. Exceto que hoje, minha cabeça não estava apenas no jogo como sempre esteve.

Frustrado, pego minha bolsa e volto para baixo. Eu tinha que lidar com isso agora. Nós deveríamos estar na casa de campo para embarcar no ônibus em uma hora. Antes de ir para lá, eu ia ver Riley. Se não conversasse com ela e aliviasse minha mente, eu não estaria seguro que pudesse ganhar essa noite. The Panthers também estavam invictos. Tínhamos um trabalho duro em nossas mãos, e eu tinha que estar 100 por cento.

"Você está saindo?" Perguntou Maggie enquanto passava pela porta do quarto.

Fiz uma pausa e olhei no quarto. Ela estava na cama sentada com as pernas cruzadas e um livro aberto no colo. A menina lia mais do que qualquer um que eu conhecia.

"Sim" Respondi.

"West foi para casa para tirar uma soneca antes de vocês terem que se encontrar para sair.”

"Eu preciso ir fazer uma coisa." Digo, sem lhe dar mais detalhes.

"Bem, boa sorte esta noite.”

"Obrigado. Preciso disso."

Ela inclina a cabeça para um lado e seus cabelos castanhos escuros caem sobre um ombro. "Nunca ouvi você dizer isso antes.”

Porque nunca senti isso antes. Eu sempre estive focado e confiante.

Agora não.

"Tenho muita coisa na minha cabeça é tudo.”

"Riley Young." Responde Maggie. Não era uma pergunta. Era uma declaração.

"Não sei o que você quer dizer." Digo, e começo a sair.

"Você saiu, depois que ela jogou a pedra na janela na outra noite. Você tomou a decisão errada e isso está assombrando você."

Não era algo que eu queria discutir. Só precisava corrigi-lo.

"Você não disse nada a West, não é? "

Ela balança a cabeça. "Não é minha informação para contar.”

Gostava muito da minha prima. Ela não era uma fofoqueira. Ela mantinha as coisas para si mesma. Nenhum drama ou coisa feminina para lidar com isso. Muito parecido com Riley, acho.

"Estou trabalhando no que é o certo. Não apenas para mim, mas para todos os envolvidos." Não fazia sentido, mas era tudo o que estava disposto a dizer. "Eu não a conheço. Mas gosto dela.”

"Por quê?" Pergunto curioso.

"Nenhuma garota já o chacoalhou assim. Nem mesmo Willa. Certamente, não Ivy. Você precisa chacoalhar."

Não, eu precisava estar nivelado e pronto para ganhar este jogo.

"Discordo."

Maggie pega seu livro de volta, como se estivesse ok com essa conversa. Era algo que eu gostava sobre ela. Ela não seguia e continuava sobre um tópico em que terminou de discutir.

"Descobri que as coisas que mais nos atraem são as que merecem mais sacrifícios.” Ela disse isso sem olhar para mim.

Droga. Isso atingiu uma corda.

"Você fez sacrifícios pelo West?" Pergunto, já conhecendo a resposta.

Desta vez, ela olha por cima de seu livro. "Eu falei Brady. Ouvi o som da minha própria voz.”

A razão pela qual isso foi um sacrifício não precisava ser explicada. Eu entendi.

Com um aceno de cabeça, deixei-a lá com o livro. Ela ganhou a vida novamente quando falou com West. Uma grande parte dela que faltava foi preenchida com novos motivos para ser feliz.

Não pensei que estivesse faltando nada. Eu tinha bons pais, tinha bons amigos e ia jogar futebol em uma faculdade do Texas no próximo ano. Minha vida não precisaria melhorar muito. Antes de ter Riley e Bryony na minha caminhonete no outro dia, não questionava nada disso. Sabia que era sólido. Eu estava pronto para o meu futuro.

Agora eu me perguntava se estava apenas vivendo a vida fácil. Não enfrentando desafios ou realmente fazendo uma marca em qualquer um. Maggie tinha sido a rocha de West através de um inferno que nunca quis imaginar. Mesmo tão quebrada como ela estava, ela ficou perto dele e se tornou seu centro. Ela tinha feito algo com sua vida que significava mais do que apenas sua felicidade. Ela encontrou felicidade ajudando alguém.

Eu era feliz? Esta vida que eu tinha... me deixou feliz? Jogar futebol e ser a estrela do Lawton High realmente me faz feliz?

Não. Não. Não em tudo.

Eu estava vazio. Sem sentido. Eu era um hospedeiro para ganhar jogos na minha escola.

As meninas gostavam de mim, e eu tinha minha escolha se quisesse. Minha caminhonete não era nova, mas era boa e me foi dada sem que tivesse que trabalhar para isso.

Não havia nada digno de mencionar que eu tivesse feito para qualquer um.

Jogando minha bolsa no banco do passageiro da minha caminhonete, decidi que havia acabado. Não estava mais me concentrando em Brady Higgens. Alguém precisava de mim.

Ela precisava de amizade, e ela tinha vindo até mim. Foda-se meus amigos enlouquecendo. Todos precisavam acordar e perceber que havia se passado dois anos e todos nós estávamos errados. Eu estava preocupado em ganhar um campeonato e havia uma mãe solteira que eu já tinha considerado uma amiga para conquistar. Não vou ignorar isso. Não por um maldito jogo.

 

Você tem um campeonato para ganhar.

Capítulo 17

 


Riley


Havia janelas de carros pintadas, bandeiras azuis com leões sobre elas e, claro, grandes sinais em cada quintal, exceto o nosso, com LIONS #1. Minha casa não estava preocupada com o jogo. Nós éramos os únicos na cidade sem um sinal dos Lions em seu quintal, e na próxima reunião da cidade eles poderiam votar para nos expulsar da cidade... novamente... porque não conseguimos ficar obcecados com o futebol.

Fiquei com aquele pensamento balançando na cabeça. Isso não aconteceria, é claro, mas a maneira como eles faziam por um jogo de futebol pensaria que era a eleição presidencial. Bryony apontou para outro carro que passou por nós deixando a cidade para o jogo. As janelas pintadas e as bandeiras voando eram fascinantes para ela. Pelo menos, elas eram boas para alguma coisa.

O próximo veículo que passou não era um carro pintado. Era a caminhonete de Brady Higgens. Meu peito apertou com a visão, e comecei a andar mais rápido. Chegar em casa não faria a lembrança da outra noite se afastar, mas eu poderia pelo menos me preocupar em fazer um lanche e arrumar meu armário ou algo assim. Qualquer coisa para não lembrar quão tola eu fui.

Bryony aplaude e acena para o próximo carro que passa. Eles tinham uma cabeça de leão no capô. Não tenho certeza de como eles estavam fazendo essa proeza, mas com certeza fez Bryony feliz. Provavelmente ela gostaria dos jogos. Todos os torcedores torcendo e o pessoal correndo no campo. Eu nunca poderia levá-la, no entanto. Essa era uma parte da minha vida que terminou.

Girei na entrada da minha avó enquanto a caminhonete de Brady chegou a uma parada paralela ao meu lado. Bryony estava acenando para ele como se ele fosse seu melhor amigo. Eu já tinha sido grosseira na frente da minha filha uma vez na semana passada. Não voltaria a fazê-lo.

"Você não tem um jogo para ir?" Pergunto a ele. Sua janela estava baixa, e ele parecia estar prestes a falar comigo.

"Tenho cerca de quarenta e cinco minutos. Você pode falar?"

Minha resposta deveria ter sido não. Não posso. Tchau.

Mas Brady tinha um jogo, e ele estava aqui por algum motivo. Para ele, tinha que ser importante. Olhei para ver se o carro do meu pai também estava em casa. As sextas-feiras, ele geralmente saia do trabalho cedo. O jogo provavelmente fez toda a cidade sair do trabalho cedo. Deixar Bryony dentro com meus pais não deve ser um problema.

"Deixe-me levá-la para dentro." Respondo.

Empurro o carrinho para a varanda da frente e me abaixo na frente dela para desabotoar o cinto de segurança. "Mamãe vai conversar com nosso amigo Brady, está bem? Estarei dentro para preparar um lanche em alguns minutos."

Ela assente como se tudo tivesse sentido. Muitas vezes eu me perguntava se isso acontecia, se ela entendia as coisas que ela respondia.

Abrindo a porta, vi papai no sofá com uma xícara de café e o jornal. "Ei, pai". Cumprimento. "Brady Higgens está aqui e quer falar comigo um minuto. Você pode manter um olho em Bryony para mim? Não vou demorar."

Papai franze a testa. "Brady? O menino não tem um jogo para ir?"

Meus sentimentos exatamente. Eu assenti. "Sim, então isso será rápido.”

"Claro, vou vê-la. Diga a ele que eu disse boa sorte. Estou torcendo por eles."

Não respondi. Eu não tinha certeza do que dizer. Meus pais estavam muito entusiasmados com Brady. Eu estava com medo de que eles estivessem prestes a ser abatidos. Coloco Bryony no chão para que ela possa correr em seus pés, então fecho a porta atrás de mim. Meu pai não era o tipo curioso, mas o que quer que fosse, não queria que ninguém nos ouvisse.

Brady saiu da sua caminhonete e estava encostado no lado do passageiro, esperando por mim. Viro-me para ele. Se ele fosse se desculpar novamente, eu poderia perder a paciência. Não queria suas desculpas. Queria fingir que nunca havia ido lá.

"Não tenho muito tempo." Digo a ele como se ele fosse me manter. Ambos sabíamos que ele tinha um jogo para vencer. "E se isso é outra desculpa, não faça. Apenas deixe ir."

Ele move os pés e parecia quase nervoso. "Eu quero ser seu amigo. Minha oferta original - ou pedido - ainda é válida."

O que?

"Por quê?"

Ele suspira e passa as mãos pelos seus cabelos escuros. "Porque quero ser seu amigo. Acredito em você. Eu me sinto como uma merda sobre o modo como te tratei quando você voltou para a cidade e o fato de ter afastado você há dois anos. Eu era jovem. Essa é a única desculpa que tenho. Mas sei melhor agora. Minha equipe não pode me dizer de quem eu escolho ser amigo."

Ele parecia tão determinado que eu me pergunto se ele estava tentando convencer-se de tudo isso. E por que ele sentiu a necessidade de vir me ver antes do seu jogo quando isso poderia esperar.

"Você tem um campeonato para vencer." Lembrei-lhe. Ele estava bastante certo na outra noite.

"Sim. Mas isso não deve me impedir de fazer o que é certo."

Então eu era o que não estava certo. Isso me fez sentir como um caso de caridade. A garota na mesa do almoço sem amigos. Algo que ele aprendeu na escola dominical quando criança. Seja gentil com aqueles que precisam. Bem, não precisava de nada. Eu estava perfeitamente bem.

"Não preciso de sua amizade por caridade. Sou melhor do que isso. Mas obrigada de qualquer maneira." Disse, então virei para voltar para dentro. Esta conversa terminou, tanto quanto eu estava preocupada.

"Espere. Não. Não é caridade" ele grita, mas eu sabia a verdade, mesmo que não o fizesse. "A verdade é que não consigo parar de pensar em você.”

Eu paro.

Bem, essa foi definitivamente uma coisa que não esperava.

"Desculpe?" Perguntei, olhando para ele.

Ele enfia as mãos nos bolsos dos jeans. "Eu acho que preciso de você. Uma amizade que não se baseie no meu desempenho no campo ou entrar na melhor festa. Estar sozinho. Isso significa algo."

Agora, isso seria difícil de discutir ou de se afastar. Eu estava vulnerável em sua casa na outra noite, e ele agora estava fazendo o mesmo comigo. Acabou de levar tempo para pensar.

"Porque agora? Por que não quando a temporada acabar?"

Posso dizer honestamente que eu estava preocupada com os outros caras e com este estúpido jogo de futebol agora. Não porque queria que eles ganhassem, mas porque queria que Brady ganhasse. Queria que ele conseguisse o futuro para o qual ele trabalhou tanto. Por que queria tudo isso? Deus, eu estava tendo sentimentos por ele. Toda essa porcaria em torno de nós, e eu estava começando a me preocupar com a felicidade de Brady Higgens.

"O futebol não pode tomar todas as decisões na minha vida. Se eu deixar isso, então não estou lutando pelo meu sonho. Estou deixando meu sonho me possuir. Eu deveria possuí-lo."

Fico em silêncio e deixo suas palavras se mexerem. Ele quis dizer isso. Eu o respeitava por isso. Mas ainda queria protegê-lo.

"Então deixe sua nova amiga tomar uma decisão por você. Espere. Dê tempo a esta temporada. Então poderemos tentar a coisa de amizade."

Ele balança sua cabeça. "Não quero esperar. Não posso."

Sua determinação era... fofa. Admirável, mas fofo.

"Então vamos ser amigos em segredo por mais algumas semanas." Sugeri.

Ele franziu a testa e parecia que iria discutir de novo.

"Basta pensar nisso. Vá ganhar o jogo da noite e deixe os prós e os contras jogarem na sua cabeça neste fim de semana. Se você ainda estiver interessado em surpreender a cidade, iremos ao Den e comeremos hambúrgueres na noite de segunda-feira. Mas se você ver a razão, assim como eu, vai dirigir por duas cidades e me levar para uma pizza."

Um sorriso lentamente se espalha por seu rosto. "Posso ter seu número, então?"

Como se uma garota pudesse dizer não a isso.

 

Por três Touchdowns.

Capítulo 18

 


Brady


Conseguir minha cabeça completamente no jogo era difícil, mas vendo os fãs que haviam dirigido até aqui nas arquibancadas, torcendo, segurando as bandeiras e os sonhos de suas canções, me lembrou da importância da noite. Eu não estava aqui preocupado com uma garota na qual não conseguia parar de pensar. Ela estava bem agora. Estávamos bem. E a ideia de um futuro para nós me animou em vez de me assustar. Estava pronto para ganhar este jogo agora. Este não era apenas o meu futuro pesando na balança. Era o nosso. Mesmo aqueles de nós que considerariam isso como nossa última lembrança do futebol. Isso significaria algo.

No meio do tempo, estávamos em um touchdown. The Panters eram difíceis, e mesmo com todo o trabalho de preparação, estávamos no nosso melhor jogo para acompanhá-los. West abriu o capacete na borda do campo enquanto soltava uma série de palavras que eu sabia que o treinador ignoraria. Nós não jogamos um jogo tão duro em toda a temporada.

Gunner bateu o punho nos velhos e espancados armários que estavam reservados para o time adversário The Panters. Ele não deixou uma série de maldições voarem de sua boca, mas ele continuou a bater no armário algumas vezes mais, antes de descansar sua testa sobre ele. Tínhamos dois tempos para alterar isso.

O treinador falou conosco e nos lembrou de quem nós éramos e para o que viemos aqui. Ele era bom em conversas de meio período. Eu poderia contar com ele para recuperar a cabeça da equipe e deixa-la pronta para lutar.

Havia rugidos e punhos no ar enquanto nos dirigimos de volta ao campo. Este não foi o primeiro meio tempo em que estivemos perdendo. Foi a primeira vez que fomos abatidos. A maneira como tínhamos jogado esta noite deveria ter tido um touchdown ou mais adiante. Não para trás.

"Onde está sua cabeça esta noite?" Gunner me pergunta quando se afasta do armário no qual ele estava apoiado.

Ele estava me culpando por isso? "Não sei o que você quer dizer com isso." Respondi, a raiva lentamente se construindo dentro de mim. A acusação no seu rosto era suficiente para me dizer que ele estava me apontando em vez de todos nós. "Esta é uma equipe. Onde está sua cabeça?" Eu recordo.

"Foda-se isso. Você tem a bola. Você dirige a equipe. E eu estive jogando bola com você desde que nós éramos crianças. Sua cabeça não está conosco lá fora. Então, onde diabos está isso? Porque precisamos dela nesse campo." Ele estava gritando agora.

"Volte, Gunner." Diz West, colocando-se entre nós. Nash e Asa também se aproximaram de nós. Como se uma luta estivesse prestes a começar e todos precisassem estar lá para acabar com isso.

"Não! Ele vai nos fazer perder esse jogo. Sua cabeça não está lá, e nós precisamos disso!" Grita Gunner. "Hunter é um maldito estudante de segundo ano e não está pronto para isso. Não podemos entregar o jogo para ele. Precisamos que Brady junte-se a nós antes de voltar para esse campo.”

Eu queria chegar em seu rosto e dizer-lhe exatamente onde poderia empurrar sua acusação. A ideia de bater meu punho em seu rosto também era atraente.

No entanto, ele estava certo. Minha cabeça não estava completamente lá. Gunner era o único com bolas o suficiente para apontá-lo.

"Vá beber um pouco de água e acalme-se." Diz Asa a Gunner. Todos pensaram que estávamos prestes a brigar. Em outro momento, eu apenas poderia fazê-lo. Mas esta noite Gunner estava certo. Era minha culpa. Admito que doeu, mas era verdade.

"O que está acontecendo aqui, garotos?" Pergunta o treinador quando entra na casa de campo. A mídia local o parou para uma entrevista em seu caminho para nós, então ele perdeu o confronto.

Todo mundo, exceto Gunner, se vira para olhar para o treinador enquanto os olhos de Gunner ficam colados em mim. Ele estava aguardando sua resposta. Ele não iria receber uma porque a verdade causaria mais do que apenas eu estragar o jogo. O inferno iria se abrir.

"Estou fora esta noite." Respondo à pergunta do treinador enquanto mantenho contato visual com Gunner. "Tudo isso é por minha causa.”

Essa foi a primeira vez que eu tive que fazer isso em um vestiário em todos os anos que estive jogando. Nunca fui eu. Sempre tinha sido outra pessoa com quem eu tinha que falar sobre qualquer coisa que eles estavam lidando. Isso era difícil. Foi como admitir que eu era um fracasso.

"Então vamos consertar isso. Você é o melhor quarterback sênior do Alabama, Brady. Ou você esqueceu disso?" O treinador pergunta.

Não tinha esquecido. Posso não concordar, mas não tinha esquecido que o título tinha sido dado a mim nas últimas estatísticas. Se perdesse isso, Riley se culparia.

Não era culpa dela. Era minha. Isso não era apenas para mim; era para toda essa equipe e nossa cidade.

"Estou pronto." Digo a ele.

O treinador assente com a cabeça e inicia seu plano para a próxima metade. Agora que vimos o jogo dos Panters e sua estratégia, tivemos que ajustar o nosso. Eu mergulhei e consegui colocar Riley Young fora da minha mente. Esta noite eu tinha muito a provar. Especialmente agora.

Quando corremos de volta ao campo, Gunner apareceu ao meu lado. "Nós vamos cuidar disso.”

Essa foi sua maneira de se desculpar. Certificar-se de que estávamos bem.

Assenti em concordância. Porque nós iriámos. Queremos ganhar o jogo esta noite.

Então iremos nos preparar para a próxima semana. Era quase um fim para nós e o futebol dos Lions. A graduação seria o nosso próximo passo.

Eu estava pronto para o futuro, mas o cheiro da grama fresca e a alegria na multidão enquanto os caras que aprenderam a jogar futebol comigo quando éramos crianças estavam todos amontoados ao meu redor - isso seria perdido.

Nunca receberíamos isso de volta.

Por causa disso, por causa dessa memória e de todos os outros que acompanharam isso, eu dei tudo o que tinha e mais um pouco que não sabia que tinha. Com cada peça chamada, eu me concentrei mais do que nunca. Afoguei o rugido dos fãs. Ignorei os tiros pop chamando por mim da outra equipe. Eu tinha uma missão. Uma unidade. Para ganhar este jogo.

E nós fizemos. Por três touchdowns.

 

Eu devo essa noite a você.

Capítulo 19

 


Riley


Se eu dissesse que fui para a cama sem ficar acordada para assistir as notícias, estaria mentindo. Estava nervosa. Nunca estive nervosa sobre um jogo de futebol em toda a minha vida. Mas estava agora. Quase não consegui jantar, mas me obriguei a fazê-lo, então minha mãe não me questionaria. Normalmente eu tinha um grande apetite.

Papai estava sentado em sua poltrona reclinada com os pés apoiados e um dos muitos cobertores que minha avó tinha tricotado jogado sobre suas pernas. Sua tigela de cereais estava em suas mãos enquanto observava as notícias locais. Nunca assisti a notícia com ele, então tentei muito casualmente entrar e sentar-me no sofá.

Mamãe era muito mais observadora, então fiquei agradecida que essa noite ela estava em um banho de imersão no momento e não por aí assistindo as notícias com ele. Ela me questionaria por estar aqui.

"Você ainda está acordada?" Ele pergunta como se eu estivesse na cama cedo todas as noites. Normalmente ia para meu quarto relativamente cedo, mas raramente para dormir. Eu jogava um jogo no meu telefone ou lia um livro. Esse tipo de coisa.

"Sim" Respondo, esperando que ele deixasse por isso mesmo. Normalmente, meu pai não era um grande falante. Mas quando ele tinha algo a dizer, sempre era importante. Ele não desperdiçava palavras. Era o que minha mãe sempre dizia sobre ele.

Felizmente, o repórter começou a falar sobre os preços do gás, e meu pai ficou em silêncio. Eu podia ouvi-lo comer os flocos crocantes em sua tigela e estava feliz por ele ter algo mais a fazer com a boca do que falar.

Depois de cobrirem os preços do gás, uma casa queimando em uma cidade vizinha e o novo plano de seguro do presidente, eles finalmente jogaram o clipe de um futebol pairando pelo ar, o que significava que a pontuação das equipes locais estava prestes a ser postadas.

"Os Lions Lawton ganharam novamente." Foram as primeiras palavras da boca da âncora da notícia, eu soltei um suspiro de alívio. A mulher falou que Brady Higgens lutou durante a primeira metade, mas ele voltou no segundo tempo e possuiu o jogo. Os Panters não estavam prontos para ele, ou pelo menos foi o que o treinador dos Panters disse quando o perguntaram. Ele parecia impressionado, e embora estivesse suando e cansado pelo jogo, ele concordou que Higgens era o melhor quarterback do estado. Ele agora vivenciou isso e aguarda com expectativa a carreira do garoto.

Um pouco de orgulho surgiu em mim, e isso foi bobo, mas era a verdade. Tínhamos sido amigos quando crianças, mas nada especial. Eu tinha sido amiga de todos eles. Brady sempre foi o líder, mesmo quando todos estávamos brincando juntos no balanço do parque.

Tinha sentido que ele fosse o líder agora. Eu me levantei para sair quando a recapitulação do jogo da noite mudou para outra coisa.

"Acho que você pode dormir agora sabendo que o menino teve um bom jogo." Diz papai enquanto estou saindo da sala.

Faço uma pausa e estremeço. Fui um pouco óbvia saindo logo após essa notícia. "Ele estava nervoso e é possivelmente o único amigo que tenho nesta cidade.”

Essa foi a melhor explicação que tive, e era verdade.

"Ele é um bom garoto. Atleta talentoso. Mas eu direi que estou mais orgulhoso dele por ignorar o resto e chegar a ser seu amigo de qualquer maneira. Ele tem uma coisa sobre ele, então, vê-lo tomar uma atitude como essa me dá esperança para esse grupo, afinal. Brady é o líder deles. Eles podem questioná-lo no início, mas eventualmente..." ele para.

Eu não pensava assim, nem ficaria muito esperançosa. Brady não conseguiria tirar todo o ódio que eu sentia pelo que aconteceu com Rhett. Muitas vezes me pergunto se seria melhor se eu tivesse deixado a cidade e não tivesse contado a ninguém? Eu nunca saberia a resposta para isso, e achei que estava bem. Não precisava saber. Minha vida havia acabado do jeito que deveria. Eu acreditava firmemente no destino. Até agora, o destino me deu Bryony e não podia me queixar. Ela era perfeita. Minha perfeita.

"Boa noite, pai." Falei antes de sair desta vez.

"Boa noite querida."

Caminho pelo corredor e abro lentamente a porta do quarto para não acordar minha princesa. Ela estava enrolada como uma bola com a maioria dos lençóis, e eu adorava vê-la assim. Ela estava segura e segura na vida que eu tinha dado a ela. Ela não sabia nada sobre como foi concebida ou a dor que a seguira. Não havia necessidade dela saber.

Debruçando-me, beijei o topo de sua cabeça e o doce cheiro de xampu de bebê encontrou meu nariz. Eu amava cheira-la. A casa cheirava assim - bebê - quando eu a levara para casa do hospital. Esse cheiro me lembrava as noites sem dormir, mas também dos primeiros sorrisos, primeiros beijos, primeiras palavras e primeiros passos. Adorava tudo sobre esse cheiro. Muitas vezes eu me perguntava se poderia convencê-la a continuar usando o mesmo xampu em seus anos de adolescência.

Eu duvidava, mas sempre havia esperança.

Meu telefone estava sobre a mesa de cabeceira. Embora estivesse em silêncio, a tela iluminou a sala. Nunca recebi mensagens ou ligações a menos que fossem de meus pais. A única pessoa que tinha meu número agora estava em um ônibus comemorando uma vitória.
Eu me estiquei na cama e o peguei.

O nome de Brady apareceu, então passei o dedo sobre a tela e li suas palavras.


Obrigado. Eu devo esta noite a você.


Isso não era verdade. Ele devia essa noite ao fato de que era uma estrela. Não tive nada a ver com isso.


Eu duvido seriamente disso, mas parabéns.


Respondi.

Ele ia sair da cidade neste verão. Sair para viver seus sonhos.

E eu estaria aqui com meus pais até conseguir um lugar meu em uma cidade onde pudesse começar de novo e ter uma vida.


Se você não tivesse falado comigo hoje, não teria conseguido me concentrar.


Ele respondeu.


Eu ter ido até a sua casa realmente o incomodou tanto?


Queria deixar as vibrações no meu estômago voarem livre e curtir isso, mas não podia. Eu não era uma garota no ensino médio que podia flertar e se divertir. Era uma mãe e uma filha com responsabilidades. Eu vivia uma vida que ele não entenderia e não esperava que ele se encaixasse.


"Aproveite sua vitória. Eu assisti as notícias. Você mereceu isso."


Não esperei que ele respondesse. Bloqueei o telefone e o coloquei na cabeceira.

As fantasias das jovens meninas não eram para mim.

 

Jogo divertido ontem à noite, hein?

Capítulo 20

 


Brady


No sábado depois de um jogo, eu deveria dormir. No entanto, o sono não veio facilmente ontem à noite, e o cheiro de bacon me acordou mais cedo do que teria gostado. Peguei meu telefone e verifiquei se Riley já havia respondido ao meu último texto. Ela não fez.

Colocando um short, desço as escadas para a cozinha para o café da manhã. Minha mãe estava empilhando panquecas com seu avental rosa e branco amarrado em torno de sua cintura. Eu tinha comprado para ela há cinco anos para o Dia das Mães com o dinheiro que fiz cortando grama. Ela o usava o tempo todo.

"Bom dia!" Digo quando vou até a geladeira para pegar o leite.

"Você acordou cedo. Eu esperava que você dormisse até o meio dia." Ela provoca.

Eu não dormia até o meio dia, bem... nunca. Ela sabia. "Senti o cheiro de bacon." Digo a ela. "Um homem não consegue dormir quando há bacon.”

Recebo um sorriso dela.

Mamãe sempre foi essa mãe. Aquela que fazia nossos almoços e nos preparava o café da manhã. A mãe que fazia biscoitos e me deixava ter a casa cheia de caras. Ela acreditava em mim e estava orgulhosa. Em troca, eu queria continuar a deixá-la orgulhosa. Eu tinha uma mãe que a maioria dos indivíduos não tinha sorte o suficiente para ter. Pelo menos não no meu grupo de amigos. Eu tive sorte pelo jeito. Muitas mães não eram tão perfeitas quanto a minha. Por exemplo, a mãe de Gunner. Eu nem tinha certeza de que ela merecia esse título. Ela não tinha feito muito por ele na vida.

"Você se machucou a noite passada?" Pergunta mamãe enquanto coloca um prato de panquecas e bacon na mesa para mim.

Eu tinha alguns hematomas, mas nada que valesse a pena mencionar. Eram de alguns encontrões da primeira metade, que eu merecia. Minha cabeça não estava onde precisava estar.

"Estou bem." Assegurei-lhe.

Ela sorri para mim e volta para as panquecas. "Eu vi os hits que você levou no segundo tempo. Você deve ter alguns pontos ruins."

Eu dou de ombros e pego o xarope para cobrir minhas panquecas. "Papai ainda está na cama?" Pergunto, mudando de assunto.

"Não, você conhece seu pai. Ele se levantou cedo e foi ao escritório. Disse que precisava fazer alguma coisa e nos veria no jantar. Tenho certeza de que ele estará pronto para falar de futebol até então."

Meu pai sempre tinha que estar fazendo alguma coisa. Ele trabalha muito, e ficar ocioso não estava no seu vocabulário. Ele era engraçado assim.

Começo a fazer uma piada sobre isso quando a tela do meu telefone acende. Pego e vejo o nome de Riley. Eu olho de volta para me certificar de que mamãe não estava olhando na minha direção antes de abrir o texto. Não que ela desaprovasse. Eu sabia que ela gostava de Riley. Mamãe era a pessoa menos julgadora que conhecia. Mas não queria que meus pais soubessem ainda. Não sobre minha amizade com Riley. Eu ainda estava segurando isso comigo. Só para mim.


Claro, se você precisa de alguém para viajar com você para Birmingham hoje, eu vou. Mamãe disse que podia olhar a Bryony. Por que iremos?


Acabei de jogar isso. Uma viagem de duas horas a Birmingham foi a única coisa que eu pude pensar. Era suficientemente longe de Lawton para que pudéssemos nos divertir com segurança sem encontrar alguém que conhecêssemos. Não tinha pensado em um motivo pelo qual eu precisasse ir. Acabei de dizer isso. Agora eu precisava de algo. Qualquer desculpa para que ela não soubesse que eu simplesmente estava indo lá para que pudéssemos sair. Sozinhos.

E por que eu estava fazendo isso?

Ela precisava de um amigo e queria ser seu amigo, mas havia mais do que isso. Na noite passada, quando estava distraído, queria acreditar que era porque estava preocupado com ela ou com algo inocente. Mas a verdade é que eu gosto dela.

Eu gostava de Riley Young. Ela era interessante. Ela era forte, era uma boa pessoa, e a respeitava por tudo isso. Queria estar ao seu lado. Longe do mesmo grupo de pessoas, que eu sempre estive perto. Talvez fosse por isso que gostei de Willa. Ela era diferente. Não é a mesma pessoa que faz as mesmas coisas.

Gostar dela mesmo sendo apenas como amigo, iria causar uma agitação eventualmente. O confronto com Gunner era o que mais me preocupava.

Mas, honestamente, era hora de encarar o fato de que o irmão dele tinha mentido. Afinal, eles passaram por isso ultimamente, não acho que seria muito difícil para ele acreditar na história de Riley agora. Nós não éramos mais crianças que deixavam os outros nos dizerem o que pensar mais.

Eu finalmente respondi.


Eu tenho algum dinheiro de aniversário ainda na minha conta de poupança, e queria um par de botas que estão esgotadas aqui. Birmingham tem melhores opções.


Eu duvidava que isso soasse convincente porque Nashville estava há uma hora de distância. Mas fui lá mesmo assim.

"Cheira maravilhoso nesta casa." Diz Maggie, entrando na cozinha. Seus cabelos ainda estavam bagunçados do sono, e ela estava usando calça de pijama e uma das camisas de West. Ele tinha certeza de que ela tinha várias delas. Era sua maneira de estar com ela o tempo todo. Eu costumava me divertir com isso, mas agora achava que fazia sentido. Não que dissesse isso a ele. Gostava da ideia de Riley vestindo minha camisa. O que também significava que meus sentimentos por ela estavam se transformando em algo mais do que amizade.

"Sente-se em um lugar e vou pegar um prato." Mamãe diz a ela.

Maggie ignora isso e caminha para pegar seu próprio prato. "Você ainda está cozinhando. Posso pegar o meu próprio prato. Obrigada mesmo assim."

Mamãe sorri como se Maggie fosse a filha perfeita que nunca teve. Elas eram boas uma para a outra. Mamãe era o tipo de mãe que precisava de uma filha, e Maggie havia perdido sua mãe de forma trágica. Elas não estavam tão perto quanto uma mãe e filha conseguiriam, mas eu esperava que ao longo do tempo elas preenchessem aquele buraco nas vidas uma da outra.

Maggie sentou-se em frente a mim e bocejou. Apenas alguns meses atrás, essa seria uma mesa muito silenciosa. Era legal que Maggie realmente falasse agora.

"Jogo divertido ontem à noite, hein? "

Seu comentário parecia inocente, mas eu sabia o que queria dizer. Ela era a única pessoa que sabia onde minha cabeça esteve naquele primeiro tempo. Olho para ela quando coloco um bocado de panqueca em minha boca. Não era divertido.

Mas o sorriso no rosto dela disse que era.

"Quase me deu um ataque cardíaco." Diz minha mãe com uma risada. "Senhor, nunca estive tão nervosa sobre um jogo em toda a minha vida.”

"Os jogos vão ficar mais difíceis. Ganhar o campeonato não vai ser fácil." Percebi que parecia irritado e desejei não ter dito isso. Maggie ergue uma sobrancelha como se quisesse dizer que sabia melhor. Por que ela não podia ter ficado no andar de cima na cama? Eu estava tendo um café da manhã perfeitamente tranquilo até que ela entrou e trouxe tudo isso.

"Oh eu sei. Percebi na noite passada que precisava me acalmar e me preparar para isso piorar." A voz de minha mãe ainda era suave e compreensiva.

"Tenho certeza de que é difícil manter seu foco com toda essa pressão." Acrescenta Maggie, depois sorri antes de comer um pedaço de bacon.

Eu ia parar de comer e sair da mesa com uma desculpa ou mudar o assunto. Mas não estava satisfeito e queria mais panquecas, então mudo do assunto. "Quer que eu leve algum café da manhã para o papai antes de ir para Birmingham?" Pergunto.

Maggie ri. Eu estava prestes a jogar minha última panqueca no seu rosto divertido.

 

Ela é o meu ponto de luz no pôr do sol na vida.

Capítulo 21

 


Riley


Meus pais não tinham realmente questionado Brady por me buscar para ir a Birmingham para o dia. Eu lhes disse a razão pela qual Brady precisava ir, mas eles parecem não ter acreditado. Perguntei-me se essa era realmente a razão. Achei que Nashville tinha tantas lojas quanto Birmingham. Eu poderia pensar que ele havia encontrado um par em Birmingham. No entanto, a ideia de que ele estava inventando essa desculpa para passar o dia comigo fez meu coração fazer coisas engraçadas. Gostei. Novamente, eu estava sentindo demais, e realmente precisava ser mais cautelosa.

Não deixei meu pai falar demais com Brady quando ele chegou. Ele, claro, disse a Brady que foi um bom jogo e que desejava ter visto isso. Eu o afastei da porta e escapei antes que papai pudesse falar demais. Eu nunca sabia o que ia sair de sua boca.

A caminhonete de Brady não era o que pensei como uma caminhonete de adolescente por dentro. Para começar, estava limpa. Sem lixo no chão, nada de roupas penduradas, e nem sequer estava empoeirada. Ele manteve-a muito bem.

"Você consegue manter sua caminhonete limpa com frequência?" Pergunto enquanto olho pela limpeza pela primeira vez. As duas últimas vezes que estive nessa caminhonete eu estava preocupada e não tinha realmente prestado atenção.

"Meu pai tiraria essa caminhonete de mim se eu pagasse a alguém para limpá-la" Diz Brady, parecendo divertido. "Ele também tiraria isso de mim se não a mantivesse limpa.”

Interessante. Ele era a estrela do futebol, mas isso não lhe deu tratamento especial de seus pais. Eu teria pensado o contrário. Especialmente nesta cidade. Imaginei que ele tivesse pessoas implorando para limpar sua caminhonete de graça.

"Parece meu pai. Ele espera que eu faça a minha parte. Não é que não faria de qualquer jeito, mas sei que se eu afrouxar, ele está lá para me lembrar de colocar minha bunda em marcha."

Brady ri. "Sim. Conheço esse sentimento."

Ficamos calados por alguns minutos. Não senti a necessidade de conversar apenas por conversar. Havia muitas coisas que eu poderia perguntar a ele. Como por que realmente estávamos indo para Birmingham? Mas por enquanto não iria fazer isso. Gostaria de aproveitar o passeio e estar fora de casa com alguém da minha idade. Passaram-se dois anos desde que fiz qualquer coisa assim.

Isso me fez sentir mais velha do que sou. Brady não me fazia sentir velha, no entanto.

Ele não estava tocando música e falando sobre si mesmo. Foi assim que me lembrei da minha idade. Mas então eu não estava acostumada com a idade. Minha única experiência era assistir a programas de televisão e filmes. Isso era muito mais agradável do que eu esperava.

Não queria aproveitar demais porque a chance de que tudo isso poderia terminar abruptamente estava lá. Pendurada a distância. Quando chegasse a isso, não esperava que Brady me escolhesse sobre Gunner. E esse seria o resultado quando Gunner descobrisse. Nossa cidade era pequena e, por algumas semanas, poderíamos manter nossa amizade escondida, mas isso aconteceria. Brady estava sendo otimista. Ele acreditava que tudo funcionaria.

Eu vivi o inferno. Sabia como tudo acabaria. Esperança e otimismo foram coisas das quais eu fugia enquanto cresci.

"Quando foi a última vez que esteve em Birmingham?" Pergunta.

Boa pergunta. Não tinha certeza. "Anos, eu acho. Nem consigo me lembrar."

"Você foi para a escola quando se mudou?"

Balanço a cabeça e olho pela janela. "Não. Depois que sai, não fui corajosa o suficiente para enfrentar mais adolescentes e seu julgamento sobre minha gravidez. Comecei a fazer aulas online então."

Ele não respondeu imediatamente, e desejei que não tivéssemos chegado a esse tópico. Era difícil para ele, eu acho. E não é algo sobre o qual eu gostava de falar.

"Não era muito solitário?"

Ele não fazia ideia. "Sim, mas então Bryony nasceu e mudou meu mundo.”

Essa foi à verdade. Antes do seu nascimento, estava deprimida. Meu mundo estava perdido, e pensei que nunca mais voltaria a sorrir. Estar grávida aos quinze era terrível. Mesmo se você tivesse o apoio de seus pais.

"Você é uma boa mãe. Faz com que pareça fácil, mesmo sabendo que não deve ser. " Bryony tornou mais fácil. Ela era um bebê tão bom. Era quase como se tivesse nascido sabendo que eu precisava de calma. No momento em que a colocaram no meu peito, comecei a chorar. Não que estivesse assustada ou triste, mas porque ela era minha. Perfeita, bonita e saudável. Eu trouxe uma vida para este mundo, e nada do que fizesse depois disso seria tão importante.

"Ela é o meu ponto de luz no pôr de sol na vida." Respondo. Por ela valia a pena perder cada momento da adolescência. Eu não iria trocá-la para conseguir nada disso de volta. Nunca sugeriria ser uma mãe adolescente para alguém, porque não era uma escolha de vida. Mas quando não há nenhuma opção e isso é colocado sobre você, então, aprenda a sobreviver e aproveitar ao máximo. Bryony definitivamente foi o melhor.

"Você vai apenas se formar em seus cursos on-line de educação em casa? Ou você pensa em voltar para a escola?"

Nunca pensei nisso. Eu também não poderia. "Tenho responsabilidades que não vão mudar. Meus pais precisam da minha ajuda com a minha avó, e depois há Bryony. Não a quero em uma creche. Ela precisa de mim."

"Eu me pergunto se algumas das meninas na escola pensariam da mesma forma que você faz. De alguma forma eu duvido disso." Ele responde. "Respeito isso.”

Eu não estava realmente atrás de seu respeito, mas não disse isso. Fazia isso pela minha família porque os amava. Não para receber uma palmadinha nas costas.

"Então, fale-me sobre essas botas e por que você as necessita tanto." Digo, mudando o assunto de mim. Finalmente, voltando minha atenção da estrada para a minha direita, olhei para ele. Ele tinha um pequeno sorriso no rosto. "Elas são apenas algo que eu quero.”

"OK... Bem, você não pode encomendá-las on-line ou ir a Nashville para encontrá-las?"

O sorriso dele ficou um pouco maior. "Eu poderia. Mas então, não teria razão para te distanciar de Lawton para que pudéssemos nos divertir durante o dia."

"Você está dizendo que esta viagem é para que possamos sair?" Pergunto, meu coração fazendo aquele pequeno aperto esquisito e flutuando.

Ele olha para mim. "Sim. Acho que sim."

Não pergunto nada mais. Isso foi o suficiente. O suficiente para me fazer esquecer que isso também acabaria. A maioria das coisas boas fazia.

 

Ela está comigo.

Capítulo 22

 


Brady


Nossa conversa tornou-se fácil, e as duas horas não pareceram tão longas. Quando Riley riu, queria mergulhar no seu sorriso. O som era... Bom. Não, foi muito bom. Eu implorei isso. Encontrei-me tentando arrancar uma risada dela. Qualquer coisa para ouvi-la e ver o rosto dela se acender.

Recebi algumas mensagens e ignorei cada uma. Gunner, West e Asa iriam esperar. A de Ivy não iria, mas eu ignoro a dela normalmente de qualquer maneira. Hoje eu não estava vivendo naquele mundo. Estava morando no mundo em que escolhi viver.

"Eu nunca tive um churrasco tão bom." Diz Riley enquanto limpa a boca com um guardanapo. Não conseguia pensar em uma garota que namorei que teria escolhido uma churrascaria para comer e então pedir costelas cobertas de molho. A maioria delas comiam coisas que não ficassem lambuzadas. Mas Riley estava gostando da comida. Ter molho em suas mãos e rosto não a incomodava.

Vê-la rir da bagunça que estava fazendo era lindo. Eu queria sentar aqui o dia todo e experimentar isso. Peguei outra asa quente e limpei o osso. Normalmente eu era um comedor mais limpo em um encontro, mas com Riley senti como se pudesse comer como se ela fosse um dos caras. Embora ela não parecesse nada como um dos caras.

Se as meninas percebessem o quão atraente era ser tão livre e feliz por algo tão simples como algumas costelas, elas aliviariam um pouco. Os caras da mesa ao longo de nós continuaram a verificar Riley, e embora fosse irritante que eles não parecessem ter a mínima ideia de que ela estava comigo, não poderia realmente culpá-los.

Eu estava tendo dificuldade em tirar meus olhos dela também.

"Vou ter que lavar meu rosto no banheiro depois disso." Ela diz com um sorriso. "Bryony ama costelas. Queria que ela estivesse aqui por isso."

Gostaria de levar algumas sobras conosco, mas ficariam ruins no momento em que terminássemos o nosso dia e levássemos as duas horas de volta.

"Eu poderia preparar algumas para ela algum dia. Todos poderiam vir jantar."

Riley para por um momento e uma mistura de emoções brilha em seus olhos. Ela coloca uma costela no prato e solta um pequeno suspiro. "Sim talvez."

Sobre o que era isso? Ela parecia quase chateada com a minha oferta, ou desapontada.

"Eu disse algo errado?"

Ela estava olhando para as costelas e ergueu os olhos para os meus. "Eu não vivo em um mundo de fantasia, Brady. Tive muita realidade para isso. A verdade é que, quando seus amigos descobrirem que você está passando tempo comigo, isso vai parar. Porque você terá que escolher. Eles vão te fazer escolher. E não espero que você me escolha."

O que diabos isso significa? Não teria que escolher ninguém. Sou dono de mim, droga, e se quisesse escolher meus amigos, eu poderia. Não precisava da permissão de ninguém.

"Não sou assim. Eu esperava que você já soubesse disso. Ninguém me faz fazer nada."

Ela encolhe os ombros e limpa as mãos em um guardanapo. "Não é uma coisa ruim. É só o que é. Aqui não temos julgamento, e gosto de estar com você. Gosto disso. Ter um amigo. Mas não sou delirante. Sei que todos em Lawton me odeiam e pensam que sou uma mentirosa. Bem, todos, exceto você."

Eu nunca tinha sido abertamente odiado. Perguntei-me como isso parecia. Quão doloroso e injusto deve ser. Minha raiva se levanta em todos eles. Todos que tinham falado mal dela. Todo mundo que a julgara ou foi cruel com ela. Então, admiti para mim a parte mais difícil: fui um desses. Talvez não agora, mas já estive lá uma vez. Eu não era melhor.

"Desculpe-me." Falei honestamente.

Ela sorri. "Por ser meu amigo?"

"Não. Por julgar você como fiz."

O sorriso no rosto dela desaparece. "Nós éramos jovens. Você pensou como todos pensaram. Além disso, eu corri para fora da cidade. Isso me fez parecer ainda mais culpada. Se tivesse ficado, a vida para minha família acabaria pior, mas o fato é que nós saímos. As pessoas sentem pena dos meus pais por minha causa. Mas essas pessoas sempre me odiarão. O bom é que eu nem sempre estarei lá. Vou sair e fazer o meu próprio caminho na vida em breve. Em uma cidade onde ninguém me conheça e poderei começar de novo. Eu e Bryony."

A imagem de Riley levando Bryony para uma cidade distante e construindo uma vida, conseguindo um emprego, pagando contas, criando sua filha, tudo enquanto eu estava fora jogando futebol e perseguindo meu sonho, parecia injusto. A maior parte de sua vida parecia injusta. Ela perdeu o ensino médio e sentiria falta da faculdade.

"Qual era o seu sonho, quando você era mais jovem?" Perguntei a ela. Eu não queria dizer antes de Bryony, porque isso parecia frio. Embora fosse o que queria saber.

"Você quer dizer antes de me tornar mãe?" Ela estava sorrindo como se tivesse lido minha mente. "Queria ser veterinária.”

"Então você ama os animais." Digo, sentindo o coração doente pela garota que não conseguiria perseguir seus sonhos do jeito que eu faria.

"Sim. Eu amo. Não posso cuidar de um agora porque não posso pagar por isso. Mas quando Bryony e eu tivermos nosso próprio lugar, teremos cães e gatos. Talvez até cabras se eu tiver terra suficiente."

"Você ainda pode ir para a faculdade para ser veterinária?"

Ela balança a cabeça. "Não, preciso de um emprego que pague o suficiente para me sustentar e a Bryony. Eu tenho planos. Quero fazer a diferença na vida das meninas como eu um dia. Um grupo de apoio para mães adolescentes me ajudou a passar por momentos difíceis. Meu sonho é fazer isso para as jovens. Mostrar-lhes que há felicidade em seu futuro. A vida não acabou."

Ela não disse isso com amargura ou raiva. Em vez disso, tomou um gole de seu chá doce e levantou. "Preciso ir me lavar." Explica antes de caminhar até a parte de trás do restaurante para os banheiros.

Por que eu queria que ela tivesse esse sonho? Ela parecia feliz o suficiente, e nunca quis resolver os problemas de ninguém tanto quanto queria consertar o dela. Ela me fez querer protegê-la e ficar de pé por ela. Mesmo que ela seja uma das pessoas mais difíceis que já conheci. Se soubesse o que eu estava pensando, ela me diria para parar. Ela tinha tudo sob controle.

Talvez fosse por isso que queria ajudá-la tanto. Porque ela não queria ajuda. Ela queria seguir seu próprio caminho. E eu sabia que podia.

"Ei, vocês são só amigos ou ela está com você?" Pergunta um dos caras da outra mesa.

Eu me viro para olhar para ele, e seu interesse óbvio me irrita. Claro, eu entendo, mas estou com ciúmes. Eu, com ciúmes. Não o tipo que senti com Gunner e Willa, mas o tipo que me fez querer fazer a minha reivindicação sobre ela e ameaçá-lo.

"Ela está comigo." Respondo com um tom frio.

O cara olha para baixo. "Droga" foi a resposta dele.

 

Eu não sabia que amigos beijavam assim.

Capítulo 23

 


Riley


Era depois das seis quando Brady entrou no caminho da minha casa. Eu mantive contato com minha mãe o dia todo, e Bryony estava bem. Tanto quanto eu sentia, esse pequeno refúgio tinha sido necessário. Agradeço que Brady tivesse pensado nisso.

Eu me viro para lhe dizer obrigada e o quanto gostei do nosso dia, mas seu olhar já estava trancado em mim. O olhar em seus olhos era diferente, e reconheci isso. Ou pelo menos o meu corpo fez. Meu coração tinha acelerado o ritmo, e senti-me corada por antecipação.

Antes que pudesse ficar muito nervosa ou pensar nisso, ele se inclinou e sua mão direita segurou minha bochecha ao mesmo tempo em que ele inclinou a cabeça até que seus lábios tocassem os meus. Não era controlador ou possessivo. Não era como um adolescente com fome tentando me atacar. Foi doce. Como se ele quisesse saborear isso.

Mudei meu corpo para mais perto e abri minha boca sob a dele, esperando que não fosse cedo demais. Embora não fosse assim que esperava que este dia terminasse. Não que no fundo eu não quisesse. Porque queria. Eu sabia. Na verdade, ter acontecido era diferente. Foi emocionante e aterrorizante. A realidade tinha sido muito diferente na minha cabeça. Eu já estava me vendo dando-lhe um abraço antes, sem perceber que ele estava planejando sobre isso.

Sua língua tocou a minha, e soltei um som que esperava que parecesse tão satisfeito quanto eu estava. Um verdadeiro beijo. O tipo que significava algo novo para mim.

O que fiz antes, quando era mais jovem, estava aprendendo e experimentando. Nada mais. Com certeza não tinha feito meu coração vibrar e meu corpo se curvar.

Eu queria lembrar isso no caso de o nosso fim chegar mais cedo do que o esperado.

Embora Brady não fosse meu primeiro beijo, ele sempre seria meu primeiro beijo significativo. O primeiro que me afetou.

Lentamente, ele recua, terminando a conexão.

"Eu queria fazer isso o dia todo." Ele sussurra.

Eu não tinha percebido isso, mas estava corando pela sua admissão e agradecida pela escuridão.

"Não sabia que amigos beijavam assim." Respondi.

Ele pressiona um pequeno beijo no canto dos meus lábios. "Eles não beijam." Foi sua resposta.

"Oh" era tudo o que eu poderia dizer. Brady estava me dizendo que isso era mais. Não era só eu que sentia coisas além da amizade. Ele também estava sentindo isso.

"Posso ligar para você amanhã?" Ele pergunta, parecendo inseguro.

Pergunto-me se Brady Higgens nunca tinha sido inseguro sobre qualquer coisa.

"Sim."

Ele se afastou e saiu da caminhonete. Observei-o enquanto caminhava pela frente de sua caminhonete e abria minha porta. Ele estende a mão para me ajudar, e eu a pego. Não porque precisava, mas porque não tinha certeza de quão bem minhas pernas iriam trabalhar agora.

"Obrigada por hoje." Digo, querendo dizer mais, mas tão nervosa que não consegui encontrar as palavras.

"Foi o melhor dia que tive há muito tempo." Ele responde.

Eu sabia que ele não iria me dar um beijo aqui. Para o mundo ver. Mesmo agora, ele me levar até minha porta era perigoso. Se alguém passasse e visse, ele teria que mentir ou dizer a verdade. Eu queria que ele mentisse. Não estava pronta para que isso acabasse. Ainda não.

"Nós vamos encontrar algum tempo amanhã, então." Ele diz exatamente quando chegamos à porta.

Eu sabia que não poderia deixar Bryony o dia inteiro novamente, e não queria. "Sim, posso fugir por um momento. Talvez enquanto Bryony cochile."

"Ou podemos levá-la ao parque juntos.”

Gostei que ele dissesse isso, mas acreditar era difícil, então acenei com a cabeça.

"Boa noite." Ele diz se aproximando para apertar minha mão antes de se virar e me deixar lá.

Abro a porta da frente e entro, mesmo que quisesse vê-lo até ele se afastar. Eu não me permitiria isso.

"Parece que seu dia foi bom." Minha mãe diz com as sobrancelhas erguidas enquanto entro na sala de estar. Ela estava me espionando. Eu não esperava que ela fizesse isso.

"Não sei o que você quer dizer." Respondo, soprando isso.

Ela revira os olhos. "Pode estar escuro lá fora, mas, sob o farol, o interior de sua caminhonete ficou perfeitamente claro a partir daqui. Não me interprete mal - eu não estava espionando. Acabei de ouvir a caminhonete e decidi verificar para ver quem estava aqui. Então eu vi algo que não estava esperando."

Eu também.

"Não leia muito sobre isso." Respondo.

"Mamãe!" Bryony grita, correndo excitadamente para dentro da sala com a toalha de banho embrulhada em torno dela.

"Ei, garotinha." Falo, igualmente entusiasmada por vê-la.

"Banho!" Ela declara o óbvio.

"Então eu vou dar banho em você." Respondo.

"Barco.” Ela amava seu pequeno barco rosa que flutuava na água do banho. Brincar de barco era sua parte favorita do banho.

"Tudo bem, parece um plano.”

“Ookies” diz ela, apontando para a cozinha.

Ela assente com entusiasmo.

"Ele gosta de você. Confie nele." Grita mamãe enquanto sigo minha filha no corredor.

"Estou tentando." É minha única resposta. "Mas sei como isso acaba.”

"Você não o conhece. Esse menino é diferente. Ele sempre foi."

Lembrei-me dele virar-me as costas há dois anos. Ele não era diferente então. "Ele é melhor, mas no final ele não é tão diferente.”

Eu podia ouvir o suspiro da minha mãe, e continuei acompanhando Bryony para o banheiro. Passar o tempo com minha filha e me lembrar o que era importante na vida era o que precisava depois desse beijo. Eu não era uma garota normal e sentar-me e ficar com ele era inútil.

"Um dia você terá que confiar novamente." Responde mamãe, seguindo-nos para o banheiro. Ela não estava pronta para deixar isso ir.

Um dia eu estaria. Hoje não era esse dia.

"Você guardou alguns cookies?" Pergunto a ela.

"Claro. Bryony fez rosa para você."

Eu a ouvi, mas queria uma mudança de assunto. Isso funcionou.

"O que você fez hoje?" Pergunto a Bryony.

"Ookies." Ela me conta novamente.

Cozinhar qualquer coisa era o destaque de seu dia, além de ir ao parque. Especialmente, cozinhar coisas que ela gostava de comer.

"Você brincou fora?"

Ela assente. "Eu me sujei." Ela dirigiu-se para mim como se ficar suja fosse uma realização.

"Então você teve um dia perfeito." Lembrei-lhe.

Ela deixa cair a toalha e corre para a água do banho que minha mãe tinha preparado para ela. Estava cheia de brinquedos e bolhas.

Isso era o suficiente para mim.

 

Eu tenho isso sob controle.

Capítulo 24

 


BradY


West me acordou às nove horas desta manhã. Ele ia correr e queria que eu fosse com ele. Maggie recusou, então me levantei e fui. Foi bom exercitar a rigidez da noite de sexta-feira. Também deu à mamãe tempo para preparar o café da manhã.

A rota que ele estava nos levando era em frente à casa de Riley. Meu plano tinha sido enviar-lhe uma mensagem pela manhã e encontrar uma maneira de vê-la. Eu fiquei na cama por horas na noite passada pensando no nosso dia. Sua risada, seu sorriso, a sensação de seus lábios nos meus. Tudo isso. Queria vê-la novamente. Agora.

Olhando para a casa, perguntei se ela estava acordada e o que estava fazendo. Bryony a acordou cedo? Ela arrumou café da manhã em sua casa? Sua avó estava sendo difícil hoje? O que ela normalmente faz aos domingos? Eu tinha um milhão de perguntas. Queria saber tudo sobre ela. Só precisava de tempo e liberdade para correr até sua porta agora e vê-la.

"O que está acontecendo lá?" Pergunta West, e volta a chamar a atenção para a rua em que estávamos e o fato de eu não estar sozinho.

"O que você quer dizer?" Foi minha resposta. Embora soubesse exatamente o que ele queria dizer.

"Com Riley." Ele responde.

West não estaria do lado de Maggie sobre isso. Claro, ele se ofereceu para ajudar a encontrar sua avó, mas ele não estava para se tornar seu amigo.

"Estão vivendo aqui e cuidando de sua avó." Digo a ele, embora soubesse que ele já sabia disso.

"Não foi o que quis dizer e você sabe disso.”

Eu não disse nada para isso. Estávamos correndo, não falando. Ele precisava deixar de ser curioso e se concentrar em sua própria vida amorosa. A minha estava fora dos limites.

"Você age como se estivesse escondendo coisas. Vou saber." Ele finalmente diz quando não digo nada.

"Nada a esconder." Eu minto.

Ele ri. "Certo."

Pego velocidade na esperança de chegar em casa e me livrar de seu questionamento mais rápido.

"Gunner vai descobrir. Então todo o inferno vai cair. Pode me dizer agora o que você está pensando. Você é meu melhor amigo. Não vou virar as costas para você."

De todos, nunca esperei que West me virasse as costas. Ele estava mais perto de mim do que de Gunner. Havia também Maggie, que iria tomar meu lado nisso. E não havia jeito de West não estar ao lado de Maggie.

"No momento, não há nada a dizer. Depois de ganhar o campeonato, então as coisas podem mudar." Isso era tudo o que ele iria receber de mim.

"Você precisa fazer um trabalho melhor para esconder isso, então, porque, a essa velocidade, você revelará e terá Gunner para lidar. Precisamos dele para vencer."

Ele também teria seus seguidores. Pessoas que ficariam com ele e se virariam contra mim. Isso dividiria o time, e estaríamos acabados. Eu tinha jogado esse cenário na minha cabeça um milhão de vezes. Sabia como seria e como isso terminaria.

"Tenho isso sob controle." Asseguro-lhe.

"Do jeito que você estava olhando para a casa dela, não parecia assim.”

Ponto feito. Eu tinha que recuar por enquanto. Poderia conversar com Riley pelo telefone e vê-la quando pudéssemos sair da cidade nos fins de semana. Apenas nas próximas duas semanas. Então, eu seria livre.

"Fechado." Respondi. Por sorte, minha casa estava à vista e essa conversa poderia acabar.

Corremos até a calçada em silêncio e diminuímos quando chegamos à porta.

Pouco antes de minha mão tocar a maçaneta para entrar, West diz mais uma coisa. "Mesmo que Rhett não tivesse feito, ela tinha apenas quinze anos. Ele não deveria estar sozinho com ela.”

Fiz uma pausa. Sabia que Rhett tinha feito isso. Mas ele estava certo. Mesmo que não tivesse, a situação ainda era ruim. Rhett não tinha nada com ela, e todos sabiam que ele estava dormindo com outras garotas na nossa série. Serena, para ser exato. Não era como se ele estivesse acima disso.

"Sim. Eu sei. Mas ele fez." Foi tudo o que disse antes de entrar no cheiro de biscoitos e salsichas.

"Sua casa cheira sempre a comida. Eu amo isso aqui." West diz enquanto caminhávamos para a cozinha.

"Isso é porque você só vem nas refeições.”

"Quando não é hora de refeição, cheira a biscoitos.”

Eu ri quando entramos na cozinha para encontrar mamãe em seu avental e Maggie colocando manteiga nos biscoitos. Ela olha para cima e faz contato visual com West antes de sorrir.

"Cheira bem, mamãe." Digo a ela, ignorando os pombinhos e indo à geladeira para pegar leite.

"Vocês dois fedem." Ela respondeu. "Tiveram uma boa corrida?"

"Despertou-me." Eu digo.

West ri e senta-se. Não olho para ele, mas podia sentir Maggie nos estudando. Ela era boa com a linguagem corporal e teria respostas em breve.

"Ivy esteve aqui ontem. Esqueci de lhe dizer quando você chegou em casa na noite passada. Ela deixou para você alguns brownies de canela. Eu os coloquei na geladeira."

Minha mãe conhecia meus problemas com Ivy, mas ela me lembra de ser gentil com ela. A menina era difícil de afastar quando era gentil, no entanto.

"Ela precisa parar com isso." Digo com um resmungo irritado.

"Gosto dos brownies" Maggie responde, parecendo divertida.

"Bem, você pode comê-los." Digo a ela.

"Você vai dividir comigo?" Pergunta West.

"Claro. Não consigo comê-los todos."

Eu reviro meus olhos em sua tentativa de humor e pego meu prato antes que minha mãe pudesse. "Obrigado por cozinhar." Digo a ela, então sento-me para comer depois de queimar todas aquelas calorias.

"Você acha que ela iria gostar de um pouco desse bolo de caramelo que sua mãe faz?" West provoca.

Eu o ignoro.

"Não custa perguntar." Acrescenta Maggie.

"Tudo bem, vocês dois, deixe de perturbar Brady." Diz minha mãe com um sorriso na voz. Ela me dá um tapinha nas costas.

Duvidava que Riley me enviasse comida, e estava bem com isso.

 

Procure por Thomas.

Capítulo 25

 


Riley


Era depois do almoço quando meu telefone tocou. Eu estava prestes a levar Bryony para o parque. O nome de Brady acendeu a tela e um sorriso atravessou meu rosto. Só de ver o nome dele me fazia sorrir. Eu estava gostando demais dele. Isso poderia acabar mal, e eu poderia ser ferida.

"Olá" digo, afastando-me dos ouvidos da minha família.

"Ei, o que você está fazendo hoje?"

"Bem, Bryony e eu tivemos um piquenique no quintal e agora estamos nos preparando para a nossa saída ao parque. Eu também preciso comprar para a mamãe leite e ovos na mercearia."

Falar sobre minha rotina diária com ele era um pouco estranho. Tão casual quanto tentei fazer tudo isso soar, senti como se estivesse descrevendo algo tão estranho para ele, que ele não entenderia.

"Parece um dia cheio. Não está muito frio para um piquenique no sol, eu acho." Ele responde. Era o tipo de resposta quando não se sabe mais o que dizer. Ele não entendia nada sobre ter um filho para cuidar.

"O que você fez?" Pergunto, tentando mudar o assunto para outra coisa.

"West me acordou para correr esta manhã, depois tomamos café da manhã e assisti ao vídeo do jogo da noite de sexta-feira." Ele não me disse o que faria a seguir. Não que fosse da minha conta.

"Não corro pela manhã há dois anos." Respondi, lembrando de quando fui da equipe de atletismo. Gostava disso. Parte de mim sentia falta.

"Talvez uma manhã no próximo fim de semana você possa vir comigo. Isso é, se seus pais puderem olhar Bryony."

Ele não estava pensando no fato de sermos vistos. Ele esquecia isso com frequência.

"Nós talvez precisemos esperar algumas semanas. Quando não estivermos escondendo a coisa de amizade."

Ele fica em silêncio por um momento. Eu sempre me perguntei o que ele estava pensando quando fazia isso.

"Isso é o que somos?"

Que tipo de pergunta era essa?

"Não tenho certeza se entendi você." Respondi.

"Amigos."

Oh. Nós nos beijamos. Isso mudou tudo? O beijo tornou diferente? Estava enferrujada com os namoros. Os indivíduos me confundiam em geral.

"Não tenho certeza do que mais podemos ser. " Eu digo. Ele esqueceu a maior barreira que estava entre nós?

"Por quê?"

Aparentemente ele havia esquecido. Então eu indiquei o óbvio. "Sou uma mãe adolescente e você sai em seis meses para viver seu sonho na faculdade de sua escolha. Qualquer coisa a mais terminaria de qualquer maneira. Amigos é a coisa mais segura para nós." Ou para mim. Porque quando ele se for, serei a única lutando para fazer a vida funcionar. Ele nunca saberá nada disso.

"Podemos dizer que por enquanto vamos resolver as coisas à medida que elas venham? Porque gostei demais da noite passada. E o dia que passamos juntos foi o melhor momento que tive há muito tempo.”

Meu rosto cora e meu coração vibra. Brady Higgens gosta de mim. Ele queria me ver mais, e queria me beijar mais. Concordei com tudo isso. O problema era que ele só tinha a mim. Apenas eu. Não Bryony, e nós duas somos um pacote. Ela sempre vinha em primeiro.

"Talvez você devesse dar tempo antes de decidir isso. Você nunca namorou uma mãe adolescente antes, pelo que posso deduzir."

Ele não responde imediatamente, então dei-lhe tempo para processar. A vida de Brady era um conto de fada. Os problemas reais da vida real não se registravam facilmente com ele. Eu já estive da mesma forma. Então entendi.

"Dê-me uma chance de provar a você que isso pode ser diferente.”

Era Brady morando em sua terra de conto de fadas. Estar ao seu redor me fez sentir saudades disso. De não esperar nada de ruim acontecer. Mas eu tinha sido fraca. Não sou mais agora. A vida me tornou forte.

"Vamos levar um dia de cada vez. Sem promessas. Sem planos. Apenas viver." Se não fizesse isso, eu me arrependeria. Possivelmente para sempre. Brady era diferente, e estar com ele me fazia feliz. Eu queria mais de como ele me fazia sentir. O futuro iria doer, mas, por enquanto, eu iria gostar.

Ele suspira e sorrio. Não era isso que ele estava acostumado. Receber o que queria era fácil. Não estava sendo fácil. Talvez eu o endurecesse um pouco.

"Aceitarei tudo o que você está oferecendo." Ele responde. Ele parecia decepcionado que não lhe prometi a lua. Ele estava acostumado com a lua. Ele estava acostumado com garotas que o perseguiam, como Ivy. Eu tinha visto isso apenas assistindo da minha vida tranquila, livre de todos. Até algumas semanas atrás, Ivy sempre esteve com Brady. Não estava exatamente certa do que tinha acabado com isso, mas ele parecia pronto para seguir em frente.

"Bryony está pronta para o parque. Preciso ir." Digo a ele. Foi um lembrete para nós dois que eu tinha prioridades.

"Sim, tudo bem. De qualquer forma, você acha que pode sair hoje à noite?"

Pedir aos meus pais para cuidar de Bryony novamente era demais. Nunca fiz isso. "Coloco-a na cama às oito e meia. Depois que ela estiver dormindo, poderei pedir a meus pais para olharem ela."

"Estarei aí às nove." Ele responde.

Depois de desligar, não penso mais nisso. Porque eu só me lembraria de quão impossível nosso futuro seria. Ele era um amigo agora. Ou deveria ser. O beijo mudou definitivamente as coisas.

"Parque!" Exige Bryony, puxando a perna do meu short.

"Sim, é hora do parque." Concordo.

Ela bate palmas e corre pelo corredor em direção à porta da frente.

"Estamos indo para o parque." Aviso para os meus pais, que estavam na cozinha.

"Tudo bem, divirtam-se." Responde minha mãe.

"Você viu Thomas?" Pergunta vovó, entrando na sala de estar atrás de mim.

"Não, não hoje." Respondo. Ou nunca, pensei comigo mesma.

Ela franziu a testa. "Ele pegou meus chinelos. Ele gosta dos meus chinelos."

"Quais?" Pergunto, pensando que talvez eu pudesse encontrá-los.

"Os de coelhos cor de rosa e felpudos. Ele pegou aqueles."

Vovó não possuía um par de chinelos de coelhos rosa. Pelo menos não nesta década. Ou nas seis últimas. Este era outro item que ela se lembrava de sua infância. Ela havia perguntado sobre eles antes, e mamãe estava aqui para explicar. Eu não discuti, no entanto. "Vou manter meus olhos abertos por eles.”

"E Thomas. Procure por Thomas. Ele precisa comer."

"Sim, senhora." Respondi. "Farei isso."

 

Eu nunca mais seria aquele cara.

Capítulo 26

 


Brady


Vou pegar a caminhonete de papai esta noite. Era a melhor maneira de não termos de nos esconder. Ninguém me procuraria na caminhonete de papai.

Minha caminhonete, no entanto, chamaria a atenção. Mamãe disse que papai tinha ido ao escritório hoje para fazer algum trabalho, então fui assim que terminei minha conversa com Riley. Ela precisava de uma prova de que eu estava falando sério e entendi que não era como as outras garotas que conheci. Era uma mãe. Foram suas diferenças que me atraíram para ela. Ela não me aborrecia. Ela era real.

Conseguir que confie em mim, no entanto, era outra coisa para a qual eu precisava me preparar. Não seria fácil. Ela estava muito fechada e cuidadosa. Não fui capaz de pensar em nada além dela depois do nosso dia de ontem, mas ela parecia não ter se afetado. Completamente. Isso não era algo que eu sabia como lidar.

Parei no prédio do escritório de papai e peguei meu telefone no banco do passageiro e coloquei no bolso antes de sair da caminhonete. Explicar que precisava pegar sua caminhonete emprestada ficaria estranho. Eu não tinha certeza se ele estava bem com Riley, se ele acreditava em Rhett como todos os outros na cidade ou se pensava que ela poderia ter dito a verdade. Eu também sabia que ele não queria que me distraísse do futebol.

Se ele visse Riley como uma distração, então podíamos ter uma discussão. De qualquer forma, ele precisaria concordar com isso e estar bem. Nunca pedi sua opinião sobre coisas assim, e não estava prestes a começar. Eu o amava, mas essa era a minha vida. Minhas escolhas.

A porta da frente estava destrancada, e me dirigi para dentro e para a parte de trás do prédio, onde sabia que seu escritório era. Nenhum outro carro estava lá fora, então, quando ouvi vozes, desacelerei. Ele poderia estar em uma reunião, e não queria interrompê-lo. Eu poderia esperar até que acabasse.

O som de voz feminina que escorria pelo corredor me fez congelar. Não apenas o meu corpo, mas a minha respiração. Acho que até mesmo meu coração parou. O próximo som que se seguiu foi um gemido óbvio e a voz profunda de meu pai fez um som que ele não deveria estar fazendo em seu escritório.

Eu tinha que estar enganado. Esse não era meu pai. Ele não faria isso.

Forçando meus pés a caminhar para frente, fui em direção ao som, em direção ao escritório, eu sabia que era de papai, e a cada passo seus sons se tornavam mais altos e intensos. Meu estômago se virou e não tinha certeza se ia vomitar antes mesmo de chegar lá. Cada palavra e som que ele fazia apenas me provava que eu não estava errado. Era ele. Quem mais poderia ser?

Havia um espelho atrás da mesa do meu pai que minha mãe tinha pendurado quando decorou seu escritório. Este mesmo espelho agora mostrava meu pai claramente despido. Uma mulher com longos cabelos loiros estava sentada em sua mesa, e ele estava entre suas pernas. Movendo-se. Os saltos altos vermelhos em seus pés me enojaram, e o grito de seu nome nos seus lábios me deixou tão doente que tive que me virar e correr. Eu ia ficar doente.

Isso não estava acontecendo. Não era meu pai. Ele tinha minha mãe. Por que ele faria isso com ela? Com uma mulher com metade da sua idade? Eu não tinha visto seu rosto claramente sobre seu ombro, mas ela era definitivamente mais nova.

Nunca tive meu coração quebrado como estava agora. Nenhuma vez na minha vida senti realmente dor como essa. Pensei ter entendido como era ser machucado. Mas percebi quando saí daquele prédio e o ar fresco atingiu meu rosto que isso era como a dor real parecia. Rasgando. Queimando. Destruindo tudo o que você era e deixava você dobrado em um estacionamento, vomitando até que não restasse nada no seu estômago.

Eu fiquei assim, curvado, até ter certeza de que tinha saído tudo o que tinha em mim.

De pé, meu corpo sentiu-se fraco, vazio, perdido. Eu tinha deixado minha casa trinta minutos atrás completamente à vontade. E em um momento tudo mudou. Nunca mais seria aquele cara.

Quando olhei para a caminhonete do meu pai, ódio, raiva e descrença, todos bateram em meu peito. Eu queria entrar e dizer-lhe a merda inútil que ele era. Que eu esperava que ele apodrecesse no inferno por isso. Queria jogar pedras nas janelas de sua caminhonete e passar uma chave ao lado da pintura. Queria que ele fosse destruído como eu estava.

Imaginar o rosto de minha mãe me parou, eu me afundei no meu assento e coloquei a cabeça no volante. Isso a mataria. Ela adorava aquele homem. Ela fazia tudo por ele. Se ela descobrisse, ficaria tão esmagada, e não tinha certeza de que ela conseguiria. Eu a amava, mas ela não era tão forte.

Ligando minha caminhonete, fui para a casa e parei. Não podia encará-la.

Agora não. Não podia encarar ninguém. Eu precisava ficar sozinho. Então, virei minha caminhonete para o norte e dirigi. Era tudo o que eu podia fazer: afastar-me da falsa sensação de segurança em que vivi aqui.

O futebol já não parecia importante. A faculdade já não pesava em minha mente. Apenas o fato de minha família estar vivendo uma mentira e que meu pai estava prestes a destruir completamente tudo que eu conhecia. Eu nunca o perdoaria. Não podia reiniciar meu cérebro e apagar isso. Se pudesse eu faria. Tínhamos tudo. Ele tinha tudo, e ele estava jogando fora pelo quê? Alguma mulher que parecia sexy em uma minissaia?

Asa passou por mim e buzinou, mas nem consegui me acalmar. Eu não queria. Essa era a minha vida passada. Aquela em que eu queria fazer meu pai orgulhoso. Aquela em que me preocupava com meu futuro. Aquela em que minha mãe era amada e cuidada. Todos nesta cidade faziam parte dessa vida. Todos estavam vivendo uma mentira? Ninguém era real? A vida estava sendo uma grande encenação?

Eu dirigi olhando direto para frente, minha cabeça latejando com o poderoso vômito e a visão que não desaparecia repassando na minha cabeça. Parar significava que teria que voltar para lá. Eu nunca iria querer voltar para lá. Nunca mais iria querer ver aquele homem. Ele arruinou tudo. Para mim. Para minha mãe. Para o time de futebol. Para esta cidade.

Porque Brady Higgens estava quebrado. Eu não funcionaria corretamente agora. Simplesmente não me importava. Fiz o meu melhor para ser o filho de quem todos se orgulhavam. Eu jogava pelas regras e tinha sido bom.

Que bom isso me fez? Nada. Coisa alguma. Meu pai era um idiota traidor.

 

O conto de fadas da nossa infância se foi.

Capítulo 27

 


Riley


Era quase onze quando guardei meu telefone e subi na cama. Brady não havia chamado, e ele não havia chegado as nove, como ele disse. Eu poderia ter lhe mandado mensagens, mas era muito orgulhosa para isso. Ele foi o único que pediu para me encontrar esta noite. Eu não tinha pedido a ele.

A ideia de que algo poderia estar errado com ele rodopiou na minha cabeça. Eu finalmente a afastei. Se ele estivesse sofrendo, eu saberia agora. Toda a cidade saberia. Forcei meus olhos a fecharem e ouvi a respiração uniforme de Bryony. Ela estava aqui, e isso era tudo o que precisava.

Confiar em um cara, mesmo um como Brady, era estúpido. Todos eram iguais.

Ele teve uma opção melhor para esta noite e pegou. A partir dele, pelo menos, eu esperava mais. Como uma mensagem, explicando ou dizendo que não estaria aqui. O que era tão não-Brady em suas atitudes, que comecei a me preocupar novamente.

Meu telefone vibrou na minha mesa de cabeceira, e olhei para ele. Eu tinha esquecido de colocá-lo no silencioso. Era Brady. Ninguém mais tinha meu número e gostava de me enviar mensagens tão tarde. Eu ignoraria isso? Ou leria? Ele tinha duas horas de atraso. Mas conhecendo Brady, tinha que haver uma desculpa.

Abri a mensagem no telefone.


Você está acordada?


Sério? Esse é o texto dele depois de não aparecer como disse? Eu realmente deveria ignorá-lo. Comecei a fazer isso quando vi faróis pararem na minha entrada e depois desligar.

Ele realmente pensou que eu iria sair às onze?


Estou na cama.


Isso o Faria ir embora.

Comecei a desligar o telefone quando respondeu.


Estou do lado de fora.


Rolando meus olhos, respondi:


Eu sei. Mas estou na cama.


Esperei para ver se ele retornaria. Ele não fez. Ele continuou sentando lá. Se fosse outro homem, pensaria que ele estava assumindo que eu iria correr. Mas era Brady, ele sabia melhor e era mais respeitoso. Sensato.


O amor não é real. É uma merda. Eu odeio isso.


Eu li suas palavras e minha testa enrugou. O que? Ele não fazia sentido. Por que ele estava falando de amor? Nunca ouvi ele dizer isso antes?


Você acredita na merda e confia nas pessoas. Mas eles deixam você para baixo e fodem tudo. Eles são egoístas.


Seu texto mais recente finalmente me retirou da cama. Coloquei um par de chinelos e dirigi-me pelo corredor. A porta do quarto dos meus pais se abriu e minha mãe olhou para mim.

"O que você está fazendo?" Ela perguntou. Seus óculos ainda estavam empoleirados no nariz, o que significava que ela estava lendo.

"Brady está lá fora, e pelas suas mensagens ele parece realmente chateado com alguma coisa. Vou verificá-lo. Ele não soa como ele."

Mamãe assentiu. "OK. Vou olhar Bryony. "

"Obrigada."

Eu não ouvi um tenha cuidado ou Seja esperta que a maioria das garotas ouviriam. O que eu costumava ouvir quando comecei a namorar. Meus pais sabiam que estava bem ciente do que poderia acontecer. Eu vivi isso.

Abri a porta quando meu telefone vibrou na minha mão novamente. Não li dessa vez. Acabei indo para sua caminhonete. Quando abri a porta do lado do passageiro, o cheiro de cerveja me surpreendeu. Havia três garrafas vazias no chão e uma no porta-copos. O que estava acontecendo no mundo?

"O que há de errado?" Perguntei, fechando a porta atrás de mim.

"Tudo" ele diz. Quatro cervejas para a maioria dos caras não eram muito, mas para Brady, que nunca bebia, era muito. Eu podia ouvir o efeito em sua voz. Ele estava com a voz enrolada - pela primeira vez em sua vida, eu apostaria.

"Você está bebendo. E dirigindo. Deve ser ruim. "

Ele solta uma risada dura e coloca sua cabeça de volta no assento. "Ruim" ele repete, depois ri um pouco mais, mas não havia humor real nele. Havia amargura lá. E dor. Ele pega a cerveja, mas eu a tiro dele. "É o suficiente, eu acho. Por que você não me diz o que aconteceu?" Ele fecha bem os olhos como se estivesse bloqueando algo ruim. Algo que ele não queria lembrar. Sentei-me quieta, entendendo que ele precisava de tempo. Isso não era fácil. O que quer que tenha sido realmente fez um número nele.

"Eu queria usar a caminhonete do meu pai esta noite. Então, poderíamos dar uma volta sem sermos descobertos. As pessoas não iriam me procurar dessa maneira. Teríamos alguma privacidade nesta pequena cidade." Ele para e ri novamente. "Privacidade. Não me importo com a privacidade. Todos sabem agora! Todos! Vou colocá-lo em um maldito outdoor e eles podem se foder. Toda a maldita cidade. É só futebol. Apenas maldito futebol. Não significa nada. Não é o que importa na vida. O que importa é ter confiança. Uma família em quem confiar." Ele bate a mão no volante.

Então, isso era sobre família? A família dele? O que, seu pai não o deixou usar sua caminhonete? Certamente, não era tudo o que aconteceu.

"Brady, o que aconteceu?" Repito a minha pergunta.

Ele suspira e estremece. "Eu fui ao escritório dele. Ele estava trabalhando em um domingo. Quem diabos trabalha em um domingo? Aparentemente, meu pai faz. Mas ele não estava trabalhando." O olhar no rosto de Brady me deixou doente. Meu estomago ficou atado. Eu esperava que isso não estivesse indo onde eu temia.

"Brady, não." Sussurrei, já vendo a dor tão clara no seu rosto para saber que isso iria acabar mal. Terrivelmente.

"Ela era mais jovem, loira, nua e na mesa. Suas calças estavam abaixadas."

Ele parou e inalou bruscamente. Apenas dizer essas palavras tinha que ser como uma faca sendo empurrada em seu peito. Ele tinha pais como os meus. Aqueles que todos confiavam e acreditavam serem perfeitos.

Não sabia o que dizer. Se tivesse sido eu, havia algo que poderia ter sido dito para aliviar minha dor? Não. O sofrimento nunca terminaria. Isso me arruinaria. Mais do que Rhett tinha. Bryony tinha curado isso, mas alguma coisa poderia curar isso?

"Ele não me viu. Eles estavam muito ocupados." Ele diz a última palavra como um gosto azedo na boca. "E minha mãe estava em casa cozinhando seu jantar favorito. O bolo que ele ama tanto, estava cheirando no forno de casa.”

Meu coração estava quebrando. Por Brady e sua mãe. Isso nunca ficava em segredo. Sempre encontrava uma maneira de sair. Esta era uma cidade pequena, e Brady era o menino dourado. Sua família era o tipo de pedra sólida que todos respeitavam. Tudo iria cair.

"E a minha maior preocupação quando acordei esta manhã era um fodido jogo de futebol. Nunca tive um problema real. Nunca enfrentei algo que mudasse minha vida." Ele vira a cabeça e finalmente olha para mim. "Mas você sim. Você viveu o inferno e saiu bem. Como você sobreviveu?"

Eu queria abraçá-lo e dizer-lhe que tudo ficaria bem. Mas essa era uma mentira que você diria para crianças quando perdiam seu animal de estimação. Não era a verdade. Ninguém nunca me contou isso. Mas meu coração doía por ele, e lutar contra o desejo de consertá-lo era difícil. Não era o que ele precisava, no entanto. Eu sabia.

Meus sentimentos por Brady cresciam cada vez mais com força, e nunca percebi como ele me afetava. Até agora. Fiz o que tinha que fazer. Disse a ele a verdade. Ele tinha sido alimentado com mentiras suficientes sobre a vida.

"Você sobreviverá. Você lembrará que a vida é difícil. Merdas acontece e você tem que ser forte. O conto de fadas da nossa infância se foi. Viver nele nos torna fracos. Sua mãe vai precisar de você, e você terá que ser forte por ambos. "

"Não sei se posso.”

Entendi esse sentimento também. Eu tive isso naquela época. Quando achei que minha vida tinha acabado e nunca conseguiria fazer isso.

"Você pode. Você só precisa encontrá-la no fundo. Está lá. A força. Todos nós temos isso, mas fica inativa até que precisemos dela. Então nós temos que procurá-la e usá-la."

 

Eu espero que você tenha dormido bem.

Capítulo 28

 


Brady


Minha cabeça estava doendo quando abri meus olhos. Um par de grandes olhos azuis estavam olhando para mim. Assustado, pulei, mas ela continuou a olhar. Sua cabeça inclinada para o lado. Ela parecia muito com sua mãe naquele momento.

"Ei?" Ela sussurra, ainda muito perto do meu rosto.

Olhei para o meu corpo e vi que estava em um sofá da casa da avó de Riley, coberto por um cobertor amarelo e azul. Riley não me permitiu dirigir na noite passada, e fiquei feliz. Não porque concordasse que estava bêbado, mas porque não queria ir para casa. Não queria ver o meu pai. O nó doente retornou, e eu queria voltar a dormir, onde o ontem nunca aconteceu.

"Você viu Thomas?" Uma senhora mais velha me pergunta quando ela entra na sala de estar. Ela não está preocupada com o fato de eu estar no sofá.

"Não" Bryony responde, então olha para mim. "Thomas está com Jesus." Diz ela, ainda sussurrando.

Eu não consegui entender isso, então acenei com a cabeça. "Bom dia, Brady. Espero que você tenha dormido bem." Diz a Sra. Young ao entrar na sala. Sento-me no sofá e me pergunto se ela sabia que eu estava aqui. Era tarde quando entramos na noite passada.

"Uh, sim, senhora. Obrigado." Respondi.

"Não há motivo para se apressar. Acabei de acordar Riley. Ela estará aqui em um momento. Estou fazendo um café. Você quer um?" Parecia que Riley lhe disse que eu estava aqui na noite passada. Ela não estava surpresa.

"Não, obrigado. Não sou um fã de café." Respondi.

"Bom. Não se torne um. É o hábito mais difícil de quebrar. Eu bebo muito."

"Você viu Thomas?"

A mãe de Riley volta-se para sua própria mãe e acaricia suas costas.

"Não esta manhã. Por que não vamos começar o seu café da manhã. Ele vai aparecer em algum momento."

Bryony corre atrás delas. "Estou um pouco faminta." Ela grita.

A mãe de Riley para e se abaixa para pegá-la. "Aposto que você está." Ela responde.

Então todas saem da sala, e eu me levanto e começo a arrumar onde estive dormindo.

"Você vai para casa?" Pergunta Riley.

Eu me viro para vê-la com o suéter que ela usava na noite passada. Seus cabelos estão bagunçados do sono, mas ela parece despreocupada com isso. Gosto disso sobre ela.

"Sim. Tenho que tomar banho e trocar de roupa antes da escola. Já vou perder o treino matinal. Não me importa, mas meu pai se importará.”

Era um confronto que eu estava temendo. Olhar para ele iria me enfurecer. Não podia simplesmente dizer-lhe o que sabia. Eu tinha que decidir como dizer a minha mãe primeiro. Isso ia bagunçar seu mundo tanto quanto tinha atrapalhado o meu. Não, isso seria maior. Porque ele era a outra metade dela, o homem em quem confiava há vinte anos.

"Você vai contar a sua mãe?"

Eventualmente. "Ainda não. Preciso pensar sobre isso. Ela é delicada."

Riley me deu um sorriso triste. "Só porque ela cozinha suas refeições e cuida da casa não a deixa fraca. Ela o criou, trouxe uma garota para sua casa que enfrentou uma tragédia que não posso começar a compreender e foi uma mãe para ela. Ela é dura. Dê-lhe esse crédito."

Ela era amorosa. Mas isso a fazia forte?

"Ainda preciso de algum tempo.”

Riley assente. "OK. Estou aqui se você precisar de mim."

Eu queria abraçá-la. Beija-la não estava no topo da minha lista agora. Meu pai arruinou essa imagem para mim. Mas ter Riley em meus braços parecia bom. Com sua mãe, avó e filha na sala ao lado, decidi contra isso. "Obrigado por ontem à noite.”

"A qualquer momento."

Vou para a porta e olho para trás, pouco antes de sair para vê-la me olhando sair. Ela até acorda bonita. Não estava tentando ser falsa. Era apenas ela.

"Vou ligar para você." Eu digo.

Ela apenas assente.

Então vou para casa.


* * *


A caminhonete do meu pai ainda está na garagem quando entro. Ele normalmente já teria saído para trabalhar. O fato de não estar em casa quando ele acordou atrasou isso. Ele ficou me esperando. Pronto para me questionar e me corrigir. Desgraçado. Ele não tinha o direito de corrigir ninguém.

Ele poderia ir para o inferno por tudo o que importava.

Fechando a porta da caminhonete, toda a raiva de ontem ferve na superfície e, embora eu precisasse me acalmar antes de entrar naquela porta para encará-lo, não conseguia. Eu quero gritar com ele e deixá-lo ver o ódio nos meus olhos. Ele abre a porta antes de eu chegar lá, seu rosto uma máscara de desapontamento e fúria. Como se ele tivesse o direito de sentir isso. Dormi no sofá de uma amiga e chegaria tarde à escola. Nenhuma dessas coisas destruiria ninguém. Ele não podia dizer o mesmo pelo que tinha feito ontem.

"Onde você esteve?" Ele me pergunta.

"Nada que seja da merda da sua conta." Respondo enquanto tentava passar por ele.

Sua mão agarra meu braço para me parar, e a força em seu aperto não é agradável. "Quem diabos você pensa que é? Eu faço as regras nessa casa. Você não fala assim comigo e não fica fora a noite.”

Tento mexer meu braço livre. Apenas estar perto dele me fez encolher.

"Seja como for." Digo, resmungando para ele.

"Você cheira a cerveja." Ele responde com descrença no rosto." Está tentando jogar fora seu futuro? Você chegou tão perto e agora vai jogá-lo fora? Pelo quê? Uma menina que mente e dorme por aí?"

Ele não foi procurar por mim porque ele sabia onde eu estava. A mãe de Riley o avisou? Provavelmente. O idiota estava lançando acusações contra Riley, que não tinha feito nada de errado. Como ele ousa?

Com um rápido olhar para garantir que minha mãe não estava em pé perto de nós, eu me inclino para perto dele. "Pelo menos não sou casado e fodo uma mulher no meu escritório." Eu cuspi e empurro meu braço de seu controle livre desta vez. Seu rosto empalidece, e sei que ele entende o que estou dizendo.

Passo por ele e em direção às escadas, enquanto Maggie está descendo por elas. Ela tem uma expressão questionadora em seus olhos, mas não diz nada. Era outra pessoa que seria afetada por isso. Os pais dela estavam mortos, graças a seu pai, e essa família era sua única segurança. Papai tinha explodido seu mundo também.

"Nós não terminamos de falar." Diz papai no começo da escada.

"Quer apostar?" Respondo e bato a porta do banheiro atrás de mim.

 

Ele é uma coisa bonita, não é?

Capítulo 29

 


Riley


Minha campainha toca uma hora depois que Brady saiu. Ninguém foi atender. Eu estava esperando que não fosse Brady e que ele tivesse chegado à escola sem entrar em uma briga com seu pai.

Bryony corre para a porta, seu rosto iluminado de excitação. Ela também não estava acostumada, e isso seria o destaque de sua manhã. Além do fato de que Brady estava dormindo no sofá quando ela acordou.

Na verdade, eu não conhecia a linda morena na minha porta, mas sabia quem era. Ela era a prima de Brady. A menina que veio a Lawton não falando e agora era a razão pela qual West Ashby não era um idiota completo.

"Olá" digo, sabendo por que está aqui. O regresso de Brady para casa não foi bem essa manhã. Eram oito horas e ela deveria estar na escola.

"Oi, Riley?" Ela diz, certificando-se de que ela tinha a pessoa certa.

"Sim" respondi.

"Desculpe por ter vindo assim, mas sou Maggie, a prima de Brady. E sei que ele dormiu aqui na noite passada. Isso não é o meu negócio, mas a cena que presenciei nesta manhã me deixou preocupada com ele."

Dei um passo para trás e acenei uma mão para ela entrar. Bryony estava ao meu lado, em minha perna examinando-a.

"Entre." Digo a ela.

Ela entra e sorri para Bryony.

"Gosto do seu cabelo." Bryony diz timidamente.

"Obrigada. Eu gosto do seu também. Sempre quis cachos loiros. Os seus são bonitos.”

Bryony sorri para ela. Ela também amava seus cachos loiros. Geralmente sentava na frente ao espelho apenas para escová-los.

"Minha mãe disse que ligou e deixou a Sra. Higgens saber que Brady estava aqui na noite passada.”

Maggie assentiu. "Sim, mas ele nunca fez isso antes, e ele cheirava a cerveja. Tenho certeza de que ele nunca cheirou assim antes." Ela fez uma pausa e me entregou o que parecia um bolo que ela segurava. "Tia Coralee mandou isso. Ela disse que estava querendo trazer ela mesma."

Eu pego o bolo dela. Não podia dizer nada a ela. Isso era para Brady contar. Não eu. "Diga-lhe obrigada por mim." Respondo.

"Não estou aqui para pedir-lhe para me dizer o que está acontecendo. Só preciso saber se ele está bem." Diz Maggie.

Eu poderia responder a isso. "Não, ele não está."

Maggie franzi a testa. "Estou com medo disso. As coisas não foram boas entre ele e tio Boone. Mas nunca os vi assim. Eu simplesmente não sei como ajudar."

Ela não podia. Ninguém poderia.

"Confie em mim quando lhe digo que você não pode ajudá-lo. Ele deve fazer isso sozinho. Se ele precisar se abrir, ele irá; caso contrário, deixe ele livre."

Ela assentiu. "OK. Entendi. Melhor do que a maioria, acho. Mas eu precisava de alguém. West tornou-se meu alguém. Acho que todos precisam de alguém." Ela fez uma pausa e olha diretamente para mim. "Espero que você seja a dele.”

Espero também. "Se eu for, não vou decepcioná-lo.”

Ela sorri e olha para a porta. "Estou atrasada para a escola. Acho que preciso sair antes que meu tio também fique chateado comigo. Obrigada por falar. Foi bom finalmente conhecê-la." Ela diz, então volta sua atenção para Bryony.

"Foi um prazer conhecê-la também."

Bryony sorri brilhantemente para ela. Então se esconde atrás de minhas pernas.

Nós nos despedimos e fecho a porta atrás de Maggie. Ela era doce, linda e obviamente entende sobre a coisa 'não ser intrusiva.' Brady tem sorte em tê-la em sua casa com ele. Isso ajudaria quando ele estivesse pronto para se abrir.

"Você pode ir ao Miller e me trazer um quilo de açúcar? Acho que vou fazer um pouco de minha torta de cereja para Lyla." Diz Vovó, sorrindo para Bryony. Hoje, Bryony seria minha mãe quando criança novamente. Nós não tínhamos esses dias todos os dias, mas hoje vovó já a chamou de Lyla três vezes. Bryony sempre parecia confusa, mas parou de discutir com ela sobre o nome dela.

"Claro." Digo a ela. "Por que não vamos ver se o seu programa de auditório favorito está passando. Acho que é hora do Dr. Phil." Digo a ela.

"Preciso alimentar Thomas primeiro." Argumenta ela.

"Deixe Bryo..." faço uma pausa e corrijo-me. "Deixe Lyla fazer isso. Você sabe que ela gosta."

Vovó pensa por um minuto, depois assente. "Essa é uma boa ideia. Ela precisa de responsabilidade. Nunca faz mal a ninguém."

Eu pisco para Bryony dizendo que tínhamos que brincar de fingir com a Vovó.

Ela pisca forte com os dois olhos, porque ainda não sabe piscar. Sorrindo, ligo a televisão para Vovó e Bryony vai para a cozinha para fingir alimentar um gato que não existe.

"Eu quero maçã da Wywa." Ela diz calmamente quando chegamos à cozinha.

Nos dias em que ela a confunde com Lyla, Vovó sempre lhe dá torta de maçã. Tinha sido o lanche favorito da minha mãe quando bebê. Bryony descobriu isso.

"Tudo bem." Respondo, colocando a torta para baixo, então a levanto para a cadeira alta.

Minha mente estava em Brady, no entanto. Ele estava enfrentando a escola e amigos com a alma destruída. Manter um segredo assim era como sentir que o peso do mundo estava sobre ele. Eu não poderia ser forte para ele, no entanto. Ninguém poderia.

Ele tinha que resolver isso por si mesmo. Pelo menos ele não estava sozinho.

"Eu gosto do Dr. Phil?" Pergunta vovó da sala de estar.

Este seria um dia ruim. Alguns dias eram melhores que outros. Hoje, ela estava confusa com tudo. Caminho até a porta e olho para ela. "Sim. Ele é brilhante e terá muitas boas dicas para você.”

Ela assentiu com a cabeça e cobriu as pernas com a manta que mantínhamos no sofá para ela há anos. "Ele é bonito, não é?" Comenta.

Ela diz isso todos os dias quando o observa.

"Sim" concordo, sorrio, e volto para a cozinha para dar a Bryony torta de maça. Eu tinha certeza que seria mandada ir ao Miller's para Lyla mais tarde hoje.

"Vamos ao parque?" Bryony pergunta.

"Sim, iremos mais tarde hoje, depois da sua soneca." Asseguro-lhe. Estava ficando cada vez mais frio, e eu temia quando não pudéssemos mais ir ao parque.

Bryony precisava de um balanço aqui em casa, para que ela pudesse ir ao quintal e se divertir por períodos mais curtos. O frio mordaz que estava por vir nos impediria de caminhar até o parque. Ela odiaria isso.

 

Essa era a única arma que eu tinha.

 

CONTINUA

Capítulo 15

 


Riley


Com uma lista de compras em uma mão e a mão de Bryony na outra, entro na loja para pegar todas as coisas que precisávamos. Bryony queria ir ao parque hoje, mas choveu a maior parte da tarde, então ficou lamacento. Eu prometi seus biscoitos de animais se ela fosse uma boa garota no supermercado.

Foi um acordo, não um suborno. Ou, pelo menos, eu gostava de me dizer isso.

"Riley Young." Reconheço a voz. A maneira como meu sobrenome foi dito como se fosse desagradável em sua língua me fez tensa. Eu não entrei em contato com Serena desde que voltei. Esperava que nunca fizesse. Aparentemente, minha sorte acabara de acabar.

Seguro Bryony perto do meu lado como se ela pudesse machucá-la, o que era bobo, mas eu fiz isso de qualquer maneira. Virando, enfrento não apenas Serena, mas Kimmie também. Elas parecem versões mais antigas das meninas que eu lembrava. Ainda tentando superar uma a outra.

"Olá, Serena. Kimmie” respondo com um sorriso forçado.

"Você tem uma criança. O que aconteceu, você não usou proteção?" Kimmie diz com uma risadinha. Eu podia suportá-las me atacar. Mas elas não iriam trazer Bryony para isso.

"Posso ver que vocês duas estão tão encantadoras quanto lembro. Se vocês me desculpem, tenho compras para fazer" Respondo, querendo dar um bom exemplo para minha filha. Ela era nova, mas eu estava certa de que ela entendia coisas assim. Ou pelo menos deixava impressões sobre ela.

Passei por elas e coloquei Bryony em um carrinho.

"Não se esqueça de pegar alguns preservativos. Odiaria que isso acontecesse novamente." Serena diz com um tom doce. Eu tive a minha cota disso.

"Você é a única que precisa lembrar-se de seus preservativos. Você não gostaria de espalhar por aí as DSTs que teve depois de anos dormindo com qualquer pessoa que olhasse para o seu caminho.”

Com isso, eu saí. Talvez não tenha sido a minha melhor hora como mãe, mas sim, senti-me bem. Elas poderiam mexer com isso e ser cadela sobre mim na próxima semana.

"Ookies?" Bryony me pergunta, e posso ver o cenho preocupado em seu rosto. Ela não tinha entendido o que aconteceu, mas ela era inteligente o suficiente para saber que eu estava chateada.

"Sim, garota, vamos te dar biscoitos." Asseguro.

Minhas emoções estavam muito cruas do confronto de ontem à noite com Brady. Eu estava sendo uma pirralha completa sobre isso, mas não podia evitar. Eu confiei nele o suficiente para dizer sim a sua oferta, então ele a recusou. Entendi seus motivos, mas ainda dói. Isso não estava melhorando.

Minha vida aqui seria por um curto período de tempo mesmo. Eu me graduaria em breve, e então iria encontrar um emprego e encontrar para Bryony e eu um lugar só nosso. Não tinha tempo para meninos e amigos. Eu tinha uma vida para construir. Os meus anos de adolescência acabaram. Tinham acabado desde a noite em que pedi a Rhett para me dar uma carona para casa. Antes daquela noite eu tinha sido mais inteligente. Eu confiei em Brady, que já tinha sido um bom amigo. Alguém em quem poderia confiar.

 

Dois anos atrás...


Gunner estava bebendo novamente. Ser convidado para essas festas do campo era o nosso objetivo final desde que estávamos na escola primária. Graças ao irmão mais velho de Gunner e ao fato de que Gunner deveria ser uma futura estrela do time de futebol, juntamente com Brady e West nesse verão.

Em primeiro lugar, Gunner não tinha bebido com os outros. Brady nunca bebeu, mas West começou a provar a cerveja. Então Gunner. Agora era um festival cheio de bêbados. Brady foi o único que ficou sóbrio. Ele também era aquele com quem todos queriam conversar. Começou a chamar a atenção do treinador do ensino médio há dois anos, quando ele estava apenas na oitava série. Sua precisão com a bola o fez importante por aqui.

Sentei-me num velho pneu de trator perto do fogo, onde Gunner estava antes. Ele me deixou para beber mais e agora estava rindo com alguns jovens em voz alta e irritante. Gostava de ir às festas no início, mas não tinha tanta certeza de gostar agora. Chegar em casa esta noite seria complicado. Eu não poderia chamar minha mãe para vir me pegar porque Gunner estava bêbado. Ela veria isso.

Eu procurei na multidão por Rhett, que normalmente dava a Gunner e a mim uma carona para casa. Ele bebeu um pouco, mas raramente ficava completamente bêbado. Eu o observei e decidi que seria seguro ir com ele. Tive uma carona com a mãe de Brady mais de uma vez. O problema com isso foi, Brady ficava até tarde, e eu não estava com vontade de chegar atrasada. Serena estava tentando chamar a atenção de Rhett quando o encontrei no campo em torno da caminhonete. Ele parecia mais interessado em uma das garotas mais velhas lá. Embora Serena estivesse aqui por causa de Rhett, eu tinha certeza. Definitivamente, não pediria que ele me deixasse em casa esta noite. Eu acho que eu teria que sofrer até que Brady fosse embora. Ele tinha uma multidão ao seu redor, mas eu me levantei e fui até ele de qualquer jeito.

Gunner ia estar desmaiado logo, e eu precisava de uma carona para casa.

"Ei, linda." Alguém gritou com uma expressão óbvia na voz. Olhei para ver Ivan, um dos amigos de Rhett, caminhando em minha direção. O copo de plástico vermelho na mão era mais do que apenas cerveja, eu aposto. Ivan foi expulso da equipe no ano passado por festejar demais. Ele raramente aparecia para a aula e ia ser reprovado. Não pareceu estar preocupado com isso. Ainda estava pendurado com a mesma multidão, e eles o amavam.

Voltei minha atenção para o grupo de Brady e esperei que Ivan tropeçasse sobre seus pés bêbados. "Seu garoto ainda não consegue lidar com sua cerveja. Ele deixa você sozinha? Isso é uma vergonha. Venha aqui e podemos conversar.”

Não nesta vida.

"Não, obrigada." Respondi, ainda não olhando para ele.

Ele riu como se tivesse sido divertido. Antes que ele pudesse pensar em algo mais a dizer, eu estava perto o suficiente de Brady que me viu me dirigindo para ele. Ele parou de falar e se voltou para mim.

"Você está bem?" Ele pergunta, fazendo uma verificação rápida em Gunner, eu assumi.

"Sim. Só preciso de uma carona. Sua mãe está chegando?" Eu pergunto.

Ele assente com a cabeça, mas havia uma careta no rosto. "Gunner está bêbado de novo?"

"Sim."

Ele balança sua cabeça. "Eu tenho que corrigi-lo. Vou ligar para mamãe. Nós podemos sair em breve."

"Obrigada. Eu aprecio isso."

 

Você precisa chacoalhar.

Capítulo 16

 


Brady


Ivy tinha decorado meu armário e deixado brownies com glacê sobre eles dentro.

Ela ainda estava agindo como se fossemos um casal nos dias do jogo. Eu não queria dizer nada para machucar seus sentimentos, mas ela tinha que parar com isso. Nós não conversamos o resto da semana. Os brownies de sua mãe eram bons e tudo, mas eles não nos resolveriam. Nunca tivemos razão para começar.

Comi dois brownies e bebi um grande copo de leite antes de subir as escadas para pegar meu saco. Minha mãe tinha lavado meu uniforme e empacotado para eu pegar no ônibus. Esta noite era importante. Vitalmente. Se não ganhássemos esse jogo, estaríamos fora.

O estudo das fitas de jogos e todo o treino extra me fez sentir pronto. Eu achei que a equipe estava preparada. Não era o que estava pesando na minha cabeça. Em vez disso, era eu. O centro da equipe. O quarterback. Quem precisava de sua cabeça ajustada. Não consegui esquecer a visita de Riley na outra noite. Incomodou-me que ela estivesse magoada. Que eu tivesse sido o único a machucá-la.

Isso não era novo. Eu era o cara legal. Não porque tenha sido rotulado, mas porque era simplesmente quem eu era. Às vezes, odiava isso seriamente.

No entanto, essa coisa de Riley era diferente. Eu estava preocupado com ela mais do que jamais tinha me preocupado com Ivy e seus sentimentos. Ivy e eu voltamos a sair novamente por quase dois anos, mas nunca senti algo tão forte por ela quanto com Riley. A única razão pela qual eu poderia pensar nisso era pela menininha. Riley tinha sido entregue a um acordo bruto e fez seu melhor. Eu respeitava isso. Minha bolsa estava na minha cama, como esperava, tudo empacotado para mim. Mamãe ainda não estava em casa do trabalho, mas ela estaria no jogo junto com meu pai.

Eles trariam Maggie, e seria a noite de sexta feira normal. Exceto que hoje, minha cabeça não estava apenas no jogo como sempre esteve.

Frustrado, pego minha bolsa e volto para baixo. Eu tinha que lidar com isso agora. Nós deveríamos estar na casa de campo para embarcar no ônibus em uma hora. Antes de ir para lá, eu ia ver Riley. Se não conversasse com ela e aliviasse minha mente, eu não estaria seguro que pudesse ganhar essa noite. The Panthers também estavam invictos. Tínhamos um trabalho duro em nossas mãos, e eu tinha que estar 100 por cento.

"Você está saindo?" Perguntou Maggie enquanto passava pela porta do quarto.

Fiz uma pausa e olhei no quarto. Ela estava na cama sentada com as pernas cruzadas e um livro aberto no colo. A menina lia mais do que qualquer um que eu conhecia.

"Sim" Respondi.

"West foi para casa para tirar uma soneca antes de vocês terem que se encontrar para sair.”

"Eu preciso ir fazer uma coisa." Digo, sem lhe dar mais detalhes.

"Bem, boa sorte esta noite.”

"Obrigado. Preciso disso."

Ela inclina a cabeça para um lado e seus cabelos castanhos escuros caem sobre um ombro. "Nunca ouvi você dizer isso antes.”

Porque nunca senti isso antes. Eu sempre estive focado e confiante.

Agora não.

"Tenho muita coisa na minha cabeça é tudo.”

"Riley Young." Responde Maggie. Não era uma pergunta. Era uma declaração.

"Não sei o que você quer dizer." Digo, e começo a sair.

"Você saiu, depois que ela jogou a pedra na janela na outra noite. Você tomou a decisão errada e isso está assombrando você."

Não era algo que eu queria discutir. Só precisava corrigi-lo.

"Você não disse nada a West, não é? "

Ela balança a cabeça. "Não é minha informação para contar.”

Gostava muito da minha prima. Ela não era uma fofoqueira. Ela mantinha as coisas para si mesma. Nenhum drama ou coisa feminina para lidar com isso. Muito parecido com Riley, acho.

"Estou trabalhando no que é o certo. Não apenas para mim, mas para todos os envolvidos." Não fazia sentido, mas era tudo o que estava disposto a dizer. "Eu não a conheço. Mas gosto dela.”

"Por quê?" Pergunto curioso.

"Nenhuma garota já o chacoalhou assim. Nem mesmo Willa. Certamente, não Ivy. Você precisa chacoalhar."

Não, eu precisava estar nivelado e pronto para ganhar este jogo.

"Discordo."

Maggie pega seu livro de volta, como se estivesse ok com essa conversa. Era algo que eu gostava sobre ela. Ela não seguia e continuava sobre um tópico em que terminou de discutir.

"Descobri que as coisas que mais nos atraem são as que merecem mais sacrifícios.” Ela disse isso sem olhar para mim.

Droga. Isso atingiu uma corda.

"Você fez sacrifícios pelo West?" Pergunto, já conhecendo a resposta.

Desta vez, ela olha por cima de seu livro. "Eu falei Brady. Ouvi o som da minha própria voz.”

A razão pela qual isso foi um sacrifício não precisava ser explicada. Eu entendi.

Com um aceno de cabeça, deixei-a lá com o livro. Ela ganhou a vida novamente quando falou com West. Uma grande parte dela que faltava foi preenchida com novos motivos para ser feliz.

Não pensei que estivesse faltando nada. Eu tinha bons pais, tinha bons amigos e ia jogar futebol em uma faculdade do Texas no próximo ano. Minha vida não precisaria melhorar muito. Antes de ter Riley e Bryony na minha caminhonete no outro dia, não questionava nada disso. Sabia que era sólido. Eu estava pronto para o meu futuro.

Agora eu me perguntava se estava apenas vivendo a vida fácil. Não enfrentando desafios ou realmente fazendo uma marca em qualquer um. Maggie tinha sido a rocha de West através de um inferno que nunca quis imaginar. Mesmo tão quebrada como ela estava, ela ficou perto dele e se tornou seu centro. Ela tinha feito algo com sua vida que significava mais do que apenas sua felicidade. Ela encontrou felicidade ajudando alguém.

Eu era feliz? Esta vida que eu tinha... me deixou feliz? Jogar futebol e ser a estrela do Lawton High realmente me faz feliz?

Não. Não. Não em tudo.

Eu estava vazio. Sem sentido. Eu era um hospedeiro para ganhar jogos na minha escola.

As meninas gostavam de mim, e eu tinha minha escolha se quisesse. Minha caminhonete não era nova, mas era boa e me foi dada sem que tivesse que trabalhar para isso.

Não havia nada digno de mencionar que eu tivesse feito para qualquer um.

Jogando minha bolsa no banco do passageiro da minha caminhonete, decidi que havia acabado. Não estava mais me concentrando em Brady Higgens. Alguém precisava de mim.

Ela precisava de amizade, e ela tinha vindo até mim. Foda-se meus amigos enlouquecendo. Todos precisavam acordar e perceber que havia se passado dois anos e todos nós estávamos errados. Eu estava preocupado em ganhar um campeonato e havia uma mãe solteira que eu já tinha considerado uma amiga para conquistar. Não vou ignorar isso. Não por um maldito jogo.

 

Você tem um campeonato para ganhar.

Capítulo 17

 


Riley


Havia janelas de carros pintadas, bandeiras azuis com leões sobre elas e, claro, grandes sinais em cada quintal, exceto o nosso, com LIONS #1. Minha casa não estava preocupada com o jogo. Nós éramos os únicos na cidade sem um sinal dos Lions em seu quintal, e na próxima reunião da cidade eles poderiam votar para nos expulsar da cidade... novamente... porque não conseguimos ficar obcecados com o futebol.

Fiquei com aquele pensamento balançando na cabeça. Isso não aconteceria, é claro, mas a maneira como eles faziam por um jogo de futebol pensaria que era a eleição presidencial. Bryony apontou para outro carro que passou por nós deixando a cidade para o jogo. As janelas pintadas e as bandeiras voando eram fascinantes para ela. Pelo menos, elas eram boas para alguma coisa.

O próximo veículo que passou não era um carro pintado. Era a caminhonete de Brady Higgens. Meu peito apertou com a visão, e comecei a andar mais rápido. Chegar em casa não faria a lembrança da outra noite se afastar, mas eu poderia pelo menos me preocupar em fazer um lanche e arrumar meu armário ou algo assim. Qualquer coisa para não lembrar quão tola eu fui.

Bryony aplaude e acena para o próximo carro que passa. Eles tinham uma cabeça de leão no capô. Não tenho certeza de como eles estavam fazendo essa proeza, mas com certeza fez Bryony feliz. Provavelmente ela gostaria dos jogos. Todos os torcedores torcendo e o pessoal correndo no campo. Eu nunca poderia levá-la, no entanto. Essa era uma parte da minha vida que terminou.

Girei na entrada da minha avó enquanto a caminhonete de Brady chegou a uma parada paralela ao meu lado. Bryony estava acenando para ele como se ele fosse seu melhor amigo. Eu já tinha sido grosseira na frente da minha filha uma vez na semana passada. Não voltaria a fazê-lo.

"Você não tem um jogo para ir?" Pergunto a ele. Sua janela estava baixa, e ele parecia estar prestes a falar comigo.

"Tenho cerca de quarenta e cinco minutos. Você pode falar?"

Minha resposta deveria ter sido não. Não posso. Tchau.

Mas Brady tinha um jogo, e ele estava aqui por algum motivo. Para ele, tinha que ser importante. Olhei para ver se o carro do meu pai também estava em casa. As sextas-feiras, ele geralmente saia do trabalho cedo. O jogo provavelmente fez toda a cidade sair do trabalho cedo. Deixar Bryony dentro com meus pais não deve ser um problema.

"Deixe-me levá-la para dentro." Respondo.

Empurro o carrinho para a varanda da frente e me abaixo na frente dela para desabotoar o cinto de segurança. "Mamãe vai conversar com nosso amigo Brady, está bem? Estarei dentro para preparar um lanche em alguns minutos."

Ela assente como se tudo tivesse sentido. Muitas vezes eu me perguntava se isso acontecia, se ela entendia as coisas que ela respondia.

Abrindo a porta, vi papai no sofá com uma xícara de café e o jornal. "Ei, pai". Cumprimento. "Brady Higgens está aqui e quer falar comigo um minuto. Você pode manter um olho em Bryony para mim? Não vou demorar."

Papai franze a testa. "Brady? O menino não tem um jogo para ir?"

Meus sentimentos exatamente. Eu assenti. "Sim, então isso será rápido.”

"Claro, vou vê-la. Diga a ele que eu disse boa sorte. Estou torcendo por eles."

Não respondi. Eu não tinha certeza do que dizer. Meus pais estavam muito entusiasmados com Brady. Eu estava com medo de que eles estivessem prestes a ser abatidos. Coloco Bryony no chão para que ela possa correr em seus pés, então fecho a porta atrás de mim. Meu pai não era o tipo curioso, mas o que quer que fosse, não queria que ninguém nos ouvisse.

Brady saiu da sua caminhonete e estava encostado no lado do passageiro, esperando por mim. Viro-me para ele. Se ele fosse se desculpar novamente, eu poderia perder a paciência. Não queria suas desculpas. Queria fingir que nunca havia ido lá.

"Não tenho muito tempo." Digo a ele como se ele fosse me manter. Ambos sabíamos que ele tinha um jogo para vencer. "E se isso é outra desculpa, não faça. Apenas deixe ir."

Ele move os pés e parecia quase nervoso. "Eu quero ser seu amigo. Minha oferta original - ou pedido - ainda é válida."

O que?

"Por quê?"

Ele suspira e passa as mãos pelos seus cabelos escuros. "Porque quero ser seu amigo. Acredito em você. Eu me sinto como uma merda sobre o modo como te tratei quando você voltou para a cidade e o fato de ter afastado você há dois anos. Eu era jovem. Essa é a única desculpa que tenho. Mas sei melhor agora. Minha equipe não pode me dizer de quem eu escolho ser amigo."

Ele parecia tão determinado que eu me pergunto se ele estava tentando convencer-se de tudo isso. E por que ele sentiu a necessidade de vir me ver antes do seu jogo quando isso poderia esperar.

"Você tem um campeonato para vencer." Lembrei-lhe. Ele estava bastante certo na outra noite.

"Sim. Mas isso não deve me impedir de fazer o que é certo."

Então eu era o que não estava certo. Isso me fez sentir como um caso de caridade. A garota na mesa do almoço sem amigos. Algo que ele aprendeu na escola dominical quando criança. Seja gentil com aqueles que precisam. Bem, não precisava de nada. Eu estava perfeitamente bem.

"Não preciso de sua amizade por caridade. Sou melhor do que isso. Mas obrigada de qualquer maneira." Disse, então virei para voltar para dentro. Esta conversa terminou, tanto quanto eu estava preocupada.

"Espere. Não. Não é caridade" ele grita, mas eu sabia a verdade, mesmo que não o fizesse. "A verdade é que não consigo parar de pensar em você.”

Eu paro.

Bem, essa foi definitivamente uma coisa que não esperava.

"Desculpe?" Perguntei, olhando para ele.

Ele enfia as mãos nos bolsos dos jeans. "Eu acho que preciso de você. Uma amizade que não se baseie no meu desempenho no campo ou entrar na melhor festa. Estar sozinho. Isso significa algo."

Agora, isso seria difícil de discutir ou de se afastar. Eu estava vulnerável em sua casa na outra noite, e ele agora estava fazendo o mesmo comigo. Acabou de levar tempo para pensar.

"Porque agora? Por que não quando a temporada acabar?"

Posso dizer honestamente que eu estava preocupada com os outros caras e com este estúpido jogo de futebol agora. Não porque queria que eles ganhassem, mas porque queria que Brady ganhasse. Queria que ele conseguisse o futuro para o qual ele trabalhou tanto. Por que queria tudo isso? Deus, eu estava tendo sentimentos por ele. Toda essa porcaria em torno de nós, e eu estava começando a me preocupar com a felicidade de Brady Higgens.

"O futebol não pode tomar todas as decisões na minha vida. Se eu deixar isso, então não estou lutando pelo meu sonho. Estou deixando meu sonho me possuir. Eu deveria possuí-lo."

Fico em silêncio e deixo suas palavras se mexerem. Ele quis dizer isso. Eu o respeitava por isso. Mas ainda queria protegê-lo.

"Então deixe sua nova amiga tomar uma decisão por você. Espere. Dê tempo a esta temporada. Então poderemos tentar a coisa de amizade."

Ele balança sua cabeça. "Não quero esperar. Não posso."

Sua determinação era... fofa. Admirável, mas fofo.

"Então vamos ser amigos em segredo por mais algumas semanas." Sugeri.

Ele franziu a testa e parecia que iria discutir de novo.

"Basta pensar nisso. Vá ganhar o jogo da noite e deixe os prós e os contras jogarem na sua cabeça neste fim de semana. Se você ainda estiver interessado em surpreender a cidade, iremos ao Den e comeremos hambúrgueres na noite de segunda-feira. Mas se você ver a razão, assim como eu, vai dirigir por duas cidades e me levar para uma pizza."

Um sorriso lentamente se espalha por seu rosto. "Posso ter seu número, então?"

Como se uma garota pudesse dizer não a isso.

 

Por três Touchdowns.

Capítulo 18

 


Brady


Conseguir minha cabeça completamente no jogo era difícil, mas vendo os fãs que haviam dirigido até aqui nas arquibancadas, torcendo, segurando as bandeiras e os sonhos de suas canções, me lembrou da importância da noite. Eu não estava aqui preocupado com uma garota na qual não conseguia parar de pensar. Ela estava bem agora. Estávamos bem. E a ideia de um futuro para nós me animou em vez de me assustar. Estava pronto para ganhar este jogo agora. Este não era apenas o meu futuro pesando na balança. Era o nosso. Mesmo aqueles de nós que considerariam isso como nossa última lembrança do futebol. Isso significaria algo.

No meio do tempo, estávamos em um touchdown. The Panters eram difíceis, e mesmo com todo o trabalho de preparação, estávamos no nosso melhor jogo para acompanhá-los. West abriu o capacete na borda do campo enquanto soltava uma série de palavras que eu sabia que o treinador ignoraria. Nós não jogamos um jogo tão duro em toda a temporada.

Gunner bateu o punho nos velhos e espancados armários que estavam reservados para o time adversário The Panters. Ele não deixou uma série de maldições voarem de sua boca, mas ele continuou a bater no armário algumas vezes mais, antes de descansar sua testa sobre ele. Tínhamos dois tempos para alterar isso.

O treinador falou conosco e nos lembrou de quem nós éramos e para o que viemos aqui. Ele era bom em conversas de meio período. Eu poderia contar com ele para recuperar a cabeça da equipe e deixa-la pronta para lutar.

Havia rugidos e punhos no ar enquanto nos dirigimos de volta ao campo. Este não foi o primeiro meio tempo em que estivemos perdendo. Foi a primeira vez que fomos abatidos. A maneira como tínhamos jogado esta noite deveria ter tido um touchdown ou mais adiante. Não para trás.

"Onde está sua cabeça esta noite?" Gunner me pergunta quando se afasta do armário no qual ele estava apoiado.

Ele estava me culpando por isso? "Não sei o que você quer dizer com isso." Respondi, a raiva lentamente se construindo dentro de mim. A acusação no seu rosto era suficiente para me dizer que ele estava me apontando em vez de todos nós. "Esta é uma equipe. Onde está sua cabeça?" Eu recordo.

"Foda-se isso. Você tem a bola. Você dirige a equipe. E eu estive jogando bola com você desde que nós éramos crianças. Sua cabeça não está conosco lá fora. Então, onde diabos está isso? Porque precisamos dela nesse campo." Ele estava gritando agora.

"Volte, Gunner." Diz West, colocando-se entre nós. Nash e Asa também se aproximaram de nós. Como se uma luta estivesse prestes a começar e todos precisassem estar lá para acabar com isso.

"Não! Ele vai nos fazer perder esse jogo. Sua cabeça não está lá, e nós precisamos disso!" Grita Gunner. "Hunter é um maldito estudante de segundo ano e não está pronto para isso. Não podemos entregar o jogo para ele. Precisamos que Brady junte-se a nós antes de voltar para esse campo.”

Eu queria chegar em seu rosto e dizer-lhe exatamente onde poderia empurrar sua acusação. A ideia de bater meu punho em seu rosto também era atraente.

No entanto, ele estava certo. Minha cabeça não estava completamente lá. Gunner era o único com bolas o suficiente para apontá-lo.

"Vá beber um pouco de água e acalme-se." Diz Asa a Gunner. Todos pensaram que estávamos prestes a brigar. Em outro momento, eu apenas poderia fazê-lo. Mas esta noite Gunner estava certo. Era minha culpa. Admito que doeu, mas era verdade.

"O que está acontecendo aqui, garotos?" Pergunta o treinador quando entra na casa de campo. A mídia local o parou para uma entrevista em seu caminho para nós, então ele perdeu o confronto.

Todo mundo, exceto Gunner, se vira para olhar para o treinador enquanto os olhos de Gunner ficam colados em mim. Ele estava aguardando sua resposta. Ele não iria receber uma porque a verdade causaria mais do que apenas eu estragar o jogo. O inferno iria se abrir.

"Estou fora esta noite." Respondo à pergunta do treinador enquanto mantenho contato visual com Gunner. "Tudo isso é por minha causa.”

Essa foi a primeira vez que eu tive que fazer isso em um vestiário em todos os anos que estive jogando. Nunca fui eu. Sempre tinha sido outra pessoa com quem eu tinha que falar sobre qualquer coisa que eles estavam lidando. Isso era difícil. Foi como admitir que eu era um fracasso.

"Então vamos consertar isso. Você é o melhor quarterback sênior do Alabama, Brady. Ou você esqueceu disso?" O treinador pergunta.

Não tinha esquecido. Posso não concordar, mas não tinha esquecido que o título tinha sido dado a mim nas últimas estatísticas. Se perdesse isso, Riley se culparia.

Não era culpa dela. Era minha. Isso não era apenas para mim; era para toda essa equipe e nossa cidade.

"Estou pronto." Digo a ele.

O treinador assente com a cabeça e inicia seu plano para a próxima metade. Agora que vimos o jogo dos Panters e sua estratégia, tivemos que ajustar o nosso. Eu mergulhei e consegui colocar Riley Young fora da minha mente. Esta noite eu tinha muito a provar. Especialmente agora.

Quando corremos de volta ao campo, Gunner apareceu ao meu lado. "Nós vamos cuidar disso.”

Essa foi sua maneira de se desculpar. Certificar-se de que estávamos bem.

Assenti em concordância. Porque nós iriámos. Queremos ganhar o jogo esta noite.

Então iremos nos preparar para a próxima semana. Era quase um fim para nós e o futebol dos Lions. A graduação seria o nosso próximo passo.

Eu estava pronto para o futuro, mas o cheiro da grama fresca e a alegria na multidão enquanto os caras que aprenderam a jogar futebol comigo quando éramos crianças estavam todos amontoados ao meu redor - isso seria perdido.

Nunca receberíamos isso de volta.

Por causa disso, por causa dessa memória e de todos os outros que acompanharam isso, eu dei tudo o que tinha e mais um pouco que não sabia que tinha. Com cada peça chamada, eu me concentrei mais do que nunca. Afoguei o rugido dos fãs. Ignorei os tiros pop chamando por mim da outra equipe. Eu tinha uma missão. Uma unidade. Para ganhar este jogo.

E nós fizemos. Por três touchdowns.

 

Eu devo essa noite a você.

Capítulo 19

 


Riley


Se eu dissesse que fui para a cama sem ficar acordada para assistir as notícias, estaria mentindo. Estava nervosa. Nunca estive nervosa sobre um jogo de futebol em toda a minha vida. Mas estava agora. Quase não consegui jantar, mas me obriguei a fazê-lo, então minha mãe não me questionaria. Normalmente eu tinha um grande apetite.

Papai estava sentado em sua poltrona reclinada com os pés apoiados e um dos muitos cobertores que minha avó tinha tricotado jogado sobre suas pernas. Sua tigela de cereais estava em suas mãos enquanto observava as notícias locais. Nunca assisti a notícia com ele, então tentei muito casualmente entrar e sentar-me no sofá.

Mamãe era muito mais observadora, então fiquei agradecida que essa noite ela estava em um banho de imersão no momento e não por aí assistindo as notícias com ele. Ela me questionaria por estar aqui.

"Você ainda está acordada?" Ele pergunta como se eu estivesse na cama cedo todas as noites. Normalmente ia para meu quarto relativamente cedo, mas raramente para dormir. Eu jogava um jogo no meu telefone ou lia um livro. Esse tipo de coisa.

"Sim" Respondo, esperando que ele deixasse por isso mesmo. Normalmente, meu pai não era um grande falante. Mas quando ele tinha algo a dizer, sempre era importante. Ele não desperdiçava palavras. Era o que minha mãe sempre dizia sobre ele.

Felizmente, o repórter começou a falar sobre os preços do gás, e meu pai ficou em silêncio. Eu podia ouvi-lo comer os flocos crocantes em sua tigela e estava feliz por ele ter algo mais a fazer com a boca do que falar.

Depois de cobrirem os preços do gás, uma casa queimando em uma cidade vizinha e o novo plano de seguro do presidente, eles finalmente jogaram o clipe de um futebol pairando pelo ar, o que significava que a pontuação das equipes locais estava prestes a ser postadas.

"Os Lions Lawton ganharam novamente." Foram as primeiras palavras da boca da âncora da notícia, eu soltei um suspiro de alívio. A mulher falou que Brady Higgens lutou durante a primeira metade, mas ele voltou no segundo tempo e possuiu o jogo. Os Panters não estavam prontos para ele, ou pelo menos foi o que o treinador dos Panters disse quando o perguntaram. Ele parecia impressionado, e embora estivesse suando e cansado pelo jogo, ele concordou que Higgens era o melhor quarterback do estado. Ele agora vivenciou isso e aguarda com expectativa a carreira do garoto.

Um pouco de orgulho surgiu em mim, e isso foi bobo, mas era a verdade. Tínhamos sido amigos quando crianças, mas nada especial. Eu tinha sido amiga de todos eles. Brady sempre foi o líder, mesmo quando todos estávamos brincando juntos no balanço do parque.

Tinha sentido que ele fosse o líder agora. Eu me levantei para sair quando a recapitulação do jogo da noite mudou para outra coisa.

"Acho que você pode dormir agora sabendo que o menino teve um bom jogo." Diz papai enquanto estou saindo da sala.

Faço uma pausa e estremeço. Fui um pouco óbvia saindo logo após essa notícia. "Ele estava nervoso e é possivelmente o único amigo que tenho nesta cidade.”

Essa foi a melhor explicação que tive, e era verdade.

"Ele é um bom garoto. Atleta talentoso. Mas eu direi que estou mais orgulhoso dele por ignorar o resto e chegar a ser seu amigo de qualquer maneira. Ele tem uma coisa sobre ele, então, vê-lo tomar uma atitude como essa me dá esperança para esse grupo, afinal. Brady é o líder deles. Eles podem questioná-lo no início, mas eventualmente..." ele para.

Eu não pensava assim, nem ficaria muito esperançosa. Brady não conseguiria tirar todo o ódio que eu sentia pelo que aconteceu com Rhett. Muitas vezes me pergunto se seria melhor se eu tivesse deixado a cidade e não tivesse contado a ninguém? Eu nunca saberia a resposta para isso, e achei que estava bem. Não precisava saber. Minha vida havia acabado do jeito que deveria. Eu acreditava firmemente no destino. Até agora, o destino me deu Bryony e não podia me queixar. Ela era perfeita. Minha perfeita.

"Boa noite, pai." Falei antes de sair desta vez.

"Boa noite querida."

Caminho pelo corredor e abro lentamente a porta do quarto para não acordar minha princesa. Ela estava enrolada como uma bola com a maioria dos lençóis, e eu adorava vê-la assim. Ela estava segura e segura na vida que eu tinha dado a ela. Ela não sabia nada sobre como foi concebida ou a dor que a seguira. Não havia necessidade dela saber.

Debruçando-me, beijei o topo de sua cabeça e o doce cheiro de xampu de bebê encontrou meu nariz. Eu amava cheira-la. A casa cheirava assim - bebê - quando eu a levara para casa do hospital. Esse cheiro me lembrava as noites sem dormir, mas também dos primeiros sorrisos, primeiros beijos, primeiras palavras e primeiros passos. Adorava tudo sobre esse cheiro. Muitas vezes eu me perguntava se poderia convencê-la a continuar usando o mesmo xampu em seus anos de adolescência.

Eu duvidava, mas sempre havia esperança.

Meu telefone estava sobre a mesa de cabeceira. Embora estivesse em silêncio, a tela iluminou a sala. Nunca recebi mensagens ou ligações a menos que fossem de meus pais. A única pessoa que tinha meu número agora estava em um ônibus comemorando uma vitória.
Eu me estiquei na cama e o peguei.

O nome de Brady apareceu, então passei o dedo sobre a tela e li suas palavras.


Obrigado. Eu devo esta noite a você.


Isso não era verdade. Ele devia essa noite ao fato de que era uma estrela. Não tive nada a ver com isso.


Eu duvido seriamente disso, mas parabéns.


Respondi.

Ele ia sair da cidade neste verão. Sair para viver seus sonhos.

E eu estaria aqui com meus pais até conseguir um lugar meu em uma cidade onde pudesse começar de novo e ter uma vida.


Se você não tivesse falado comigo hoje, não teria conseguido me concentrar.


Ele respondeu.


Eu ter ido até a sua casa realmente o incomodou tanto?


Queria deixar as vibrações no meu estômago voarem livre e curtir isso, mas não podia. Eu não era uma garota no ensino médio que podia flertar e se divertir. Era uma mãe e uma filha com responsabilidades. Eu vivia uma vida que ele não entenderia e não esperava que ele se encaixasse.


"Aproveite sua vitória. Eu assisti as notícias. Você mereceu isso."


Não esperei que ele respondesse. Bloqueei o telefone e o coloquei na cabeceira.

As fantasias das jovens meninas não eram para mim.

 

Jogo divertido ontem à noite, hein?

Capítulo 20

 


Brady


No sábado depois de um jogo, eu deveria dormir. No entanto, o sono não veio facilmente ontem à noite, e o cheiro de bacon me acordou mais cedo do que teria gostado. Peguei meu telefone e verifiquei se Riley já havia respondido ao meu último texto. Ela não fez.

Colocando um short, desço as escadas para a cozinha para o café da manhã. Minha mãe estava empilhando panquecas com seu avental rosa e branco amarrado em torno de sua cintura. Eu tinha comprado para ela há cinco anos para o Dia das Mães com o dinheiro que fiz cortando grama. Ela o usava o tempo todo.

"Bom dia!" Digo quando vou até a geladeira para pegar o leite.

"Você acordou cedo. Eu esperava que você dormisse até o meio dia." Ela provoca.

Eu não dormia até o meio dia, bem... nunca. Ela sabia. "Senti o cheiro de bacon." Digo a ela. "Um homem não consegue dormir quando há bacon.”

Recebo um sorriso dela.

Mamãe sempre foi essa mãe. Aquela que fazia nossos almoços e nos preparava o café da manhã. A mãe que fazia biscoitos e me deixava ter a casa cheia de caras. Ela acreditava em mim e estava orgulhosa. Em troca, eu queria continuar a deixá-la orgulhosa. Eu tinha uma mãe que a maioria dos indivíduos não tinha sorte o suficiente para ter. Pelo menos não no meu grupo de amigos. Eu tive sorte pelo jeito. Muitas mães não eram tão perfeitas quanto a minha. Por exemplo, a mãe de Gunner. Eu nem tinha certeza de que ela merecia esse título. Ela não tinha feito muito por ele na vida.

"Você se machucou a noite passada?" Pergunta mamãe enquanto coloca um prato de panquecas e bacon na mesa para mim.

Eu tinha alguns hematomas, mas nada que valesse a pena mencionar. Eram de alguns encontrões da primeira metade, que eu merecia. Minha cabeça não estava onde precisava estar.

"Estou bem." Assegurei-lhe.

Ela sorri para mim e volta para as panquecas. "Eu vi os hits que você levou no segundo tempo. Você deve ter alguns pontos ruins."

Eu dou de ombros e pego o xarope para cobrir minhas panquecas. "Papai ainda está na cama?" Pergunto, mudando de assunto.

"Não, você conhece seu pai. Ele se levantou cedo e foi ao escritório. Disse que precisava fazer alguma coisa e nos veria no jantar. Tenho certeza de que ele estará pronto para falar de futebol até então."

Meu pai sempre tinha que estar fazendo alguma coisa. Ele trabalha muito, e ficar ocioso não estava no seu vocabulário. Ele era engraçado assim.

Começo a fazer uma piada sobre isso quando a tela do meu telefone acende. Pego e vejo o nome de Riley. Eu olho de volta para me certificar de que mamãe não estava olhando na minha direção antes de abrir o texto. Não que ela desaprovasse. Eu sabia que ela gostava de Riley. Mamãe era a pessoa menos julgadora que conhecia. Mas não queria que meus pais soubessem ainda. Não sobre minha amizade com Riley. Eu ainda estava segurando isso comigo. Só para mim.


Claro, se você precisa de alguém para viajar com você para Birmingham hoje, eu vou. Mamãe disse que podia olhar a Bryony. Por que iremos?


Acabei de jogar isso. Uma viagem de duas horas a Birmingham foi a única coisa que eu pude pensar. Era suficientemente longe de Lawton para que pudéssemos nos divertir com segurança sem encontrar alguém que conhecêssemos. Não tinha pensado em um motivo pelo qual eu precisasse ir. Acabei de dizer isso. Agora eu precisava de algo. Qualquer desculpa para que ela não soubesse que eu simplesmente estava indo lá para que pudéssemos sair. Sozinhos.

E por que eu estava fazendo isso?

Ela precisava de um amigo e queria ser seu amigo, mas havia mais do que isso. Na noite passada, quando estava distraído, queria acreditar que era porque estava preocupado com ela ou com algo inocente. Mas a verdade é que eu gosto dela.

Eu gostava de Riley Young. Ela era interessante. Ela era forte, era uma boa pessoa, e a respeitava por tudo isso. Queria estar ao seu lado. Longe do mesmo grupo de pessoas, que eu sempre estive perto. Talvez fosse por isso que gostei de Willa. Ela era diferente. Não é a mesma pessoa que faz as mesmas coisas.

Gostar dela mesmo sendo apenas como amigo, iria causar uma agitação eventualmente. O confronto com Gunner era o que mais me preocupava.

Mas, honestamente, era hora de encarar o fato de que o irmão dele tinha mentido. Afinal, eles passaram por isso ultimamente, não acho que seria muito difícil para ele acreditar na história de Riley agora. Nós não éramos mais crianças que deixavam os outros nos dizerem o que pensar mais.

Eu finalmente respondi.


Eu tenho algum dinheiro de aniversário ainda na minha conta de poupança, e queria um par de botas que estão esgotadas aqui. Birmingham tem melhores opções.


Eu duvidava que isso soasse convincente porque Nashville estava há uma hora de distância. Mas fui lá mesmo assim.

"Cheira maravilhoso nesta casa." Diz Maggie, entrando na cozinha. Seus cabelos ainda estavam bagunçados do sono, e ela estava usando calça de pijama e uma das camisas de West. Ele tinha certeza de que ela tinha várias delas. Era sua maneira de estar com ela o tempo todo. Eu costumava me divertir com isso, mas agora achava que fazia sentido. Não que dissesse isso a ele. Gostava da ideia de Riley vestindo minha camisa. O que também significava que meus sentimentos por ela estavam se transformando em algo mais do que amizade.

"Sente-se em um lugar e vou pegar um prato." Mamãe diz a ela.

Maggie ignora isso e caminha para pegar seu próprio prato. "Você ainda está cozinhando. Posso pegar o meu próprio prato. Obrigada mesmo assim."

Mamãe sorri como se Maggie fosse a filha perfeita que nunca teve. Elas eram boas uma para a outra. Mamãe era o tipo de mãe que precisava de uma filha, e Maggie havia perdido sua mãe de forma trágica. Elas não estavam tão perto quanto uma mãe e filha conseguiriam, mas eu esperava que ao longo do tempo elas preenchessem aquele buraco nas vidas uma da outra.

Maggie sentou-se em frente a mim e bocejou. Apenas alguns meses atrás, essa seria uma mesa muito silenciosa. Era legal que Maggie realmente falasse agora.

"Jogo divertido ontem à noite, hein? "

Seu comentário parecia inocente, mas eu sabia o que queria dizer. Ela era a única pessoa que sabia onde minha cabeça esteve naquele primeiro tempo. Olho para ela quando coloco um bocado de panqueca em minha boca. Não era divertido.

Mas o sorriso no rosto dela disse que era.

"Quase me deu um ataque cardíaco." Diz minha mãe com uma risada. "Senhor, nunca estive tão nervosa sobre um jogo em toda a minha vida.”

"Os jogos vão ficar mais difíceis. Ganhar o campeonato não vai ser fácil." Percebi que parecia irritado e desejei não ter dito isso. Maggie ergue uma sobrancelha como se quisesse dizer que sabia melhor. Por que ela não podia ter ficado no andar de cima na cama? Eu estava tendo um café da manhã perfeitamente tranquilo até que ela entrou e trouxe tudo isso.

"Oh eu sei. Percebi na noite passada que precisava me acalmar e me preparar para isso piorar." A voz de minha mãe ainda era suave e compreensiva.

"Tenho certeza de que é difícil manter seu foco com toda essa pressão." Acrescenta Maggie, depois sorri antes de comer um pedaço de bacon.

Eu ia parar de comer e sair da mesa com uma desculpa ou mudar o assunto. Mas não estava satisfeito e queria mais panquecas, então mudo do assunto. "Quer que eu leve algum café da manhã para o papai antes de ir para Birmingham?" Pergunto.

Maggie ri. Eu estava prestes a jogar minha última panqueca no seu rosto divertido.

 

Ela é o meu ponto de luz no pôr do sol na vida.

Capítulo 21

 


Riley


Meus pais não tinham realmente questionado Brady por me buscar para ir a Birmingham para o dia. Eu lhes disse a razão pela qual Brady precisava ir, mas eles parecem não ter acreditado. Perguntei-me se essa era realmente a razão. Achei que Nashville tinha tantas lojas quanto Birmingham. Eu poderia pensar que ele havia encontrado um par em Birmingham. No entanto, a ideia de que ele estava inventando essa desculpa para passar o dia comigo fez meu coração fazer coisas engraçadas. Gostei. Novamente, eu estava sentindo demais, e realmente precisava ser mais cautelosa.

Não deixei meu pai falar demais com Brady quando ele chegou. Ele, claro, disse a Brady que foi um bom jogo e que desejava ter visto isso. Eu o afastei da porta e escapei antes que papai pudesse falar demais. Eu nunca sabia o que ia sair de sua boca.

A caminhonete de Brady não era o que pensei como uma caminhonete de adolescente por dentro. Para começar, estava limpa. Sem lixo no chão, nada de roupas penduradas, e nem sequer estava empoeirada. Ele manteve-a muito bem.

"Você consegue manter sua caminhonete limpa com frequência?" Pergunto enquanto olho pela limpeza pela primeira vez. As duas últimas vezes que estive nessa caminhonete eu estava preocupada e não tinha realmente prestado atenção.

"Meu pai tiraria essa caminhonete de mim se eu pagasse a alguém para limpá-la" Diz Brady, parecendo divertido. "Ele também tiraria isso de mim se não a mantivesse limpa.”

Interessante. Ele era a estrela do futebol, mas isso não lhe deu tratamento especial de seus pais. Eu teria pensado o contrário. Especialmente nesta cidade. Imaginei que ele tivesse pessoas implorando para limpar sua caminhonete de graça.

"Parece meu pai. Ele espera que eu faça a minha parte. Não é que não faria de qualquer jeito, mas sei que se eu afrouxar, ele está lá para me lembrar de colocar minha bunda em marcha."

Brady ri. "Sim. Conheço esse sentimento."

Ficamos calados por alguns minutos. Não senti a necessidade de conversar apenas por conversar. Havia muitas coisas que eu poderia perguntar a ele. Como por que realmente estávamos indo para Birmingham? Mas por enquanto não iria fazer isso. Gostaria de aproveitar o passeio e estar fora de casa com alguém da minha idade. Passaram-se dois anos desde que fiz qualquer coisa assim.

Isso me fez sentir mais velha do que sou. Brady não me fazia sentir velha, no entanto.

Ele não estava tocando música e falando sobre si mesmo. Foi assim que me lembrei da minha idade. Mas então eu não estava acostumada com a idade. Minha única experiência era assistir a programas de televisão e filmes. Isso era muito mais agradável do que eu esperava.

Não queria aproveitar demais porque a chance de que tudo isso poderia terminar abruptamente estava lá. Pendurada a distância. Quando chegasse a isso, não esperava que Brady me escolhesse sobre Gunner. E esse seria o resultado quando Gunner descobrisse. Nossa cidade era pequena e, por algumas semanas, poderíamos manter nossa amizade escondida, mas isso aconteceria. Brady estava sendo otimista. Ele acreditava que tudo funcionaria.

Eu vivi o inferno. Sabia como tudo acabaria. Esperança e otimismo foram coisas das quais eu fugia enquanto cresci.

"Quando foi a última vez que esteve em Birmingham?" Pergunta.

Boa pergunta. Não tinha certeza. "Anos, eu acho. Nem consigo me lembrar."

"Você foi para a escola quando se mudou?"

Balanço a cabeça e olho pela janela. "Não. Depois que sai, não fui corajosa o suficiente para enfrentar mais adolescentes e seu julgamento sobre minha gravidez. Comecei a fazer aulas online então."

Ele não respondeu imediatamente, e desejei que não tivéssemos chegado a esse tópico. Era difícil para ele, eu acho. E não é algo sobre o qual eu gostava de falar.

"Não era muito solitário?"

Ele não fazia ideia. "Sim, mas então Bryony nasceu e mudou meu mundo.”

Essa foi à verdade. Antes do seu nascimento, estava deprimida. Meu mundo estava perdido, e pensei que nunca mais voltaria a sorrir. Estar grávida aos quinze era terrível. Mesmo se você tivesse o apoio de seus pais.

"Você é uma boa mãe. Faz com que pareça fácil, mesmo sabendo que não deve ser. " Bryony tornou mais fácil. Ela era um bebê tão bom. Era quase como se tivesse nascido sabendo que eu precisava de calma. No momento em que a colocaram no meu peito, comecei a chorar. Não que estivesse assustada ou triste, mas porque ela era minha. Perfeita, bonita e saudável. Eu trouxe uma vida para este mundo, e nada do que fizesse depois disso seria tão importante.

"Ela é o meu ponto de luz no pôr de sol na vida." Respondo. Por ela valia a pena perder cada momento da adolescência. Eu não iria trocá-la para conseguir nada disso de volta. Nunca sugeriria ser uma mãe adolescente para alguém, porque não era uma escolha de vida. Mas quando não há nenhuma opção e isso é colocado sobre você, então, aprenda a sobreviver e aproveitar ao máximo. Bryony definitivamente foi o melhor.

"Você vai apenas se formar em seus cursos on-line de educação em casa? Ou você pensa em voltar para a escola?"

Nunca pensei nisso. Eu também não poderia. "Tenho responsabilidades que não vão mudar. Meus pais precisam da minha ajuda com a minha avó, e depois há Bryony. Não a quero em uma creche. Ela precisa de mim."

"Eu me pergunto se algumas das meninas na escola pensariam da mesma forma que você faz. De alguma forma eu duvido disso." Ele responde. "Respeito isso.”

Eu não estava realmente atrás de seu respeito, mas não disse isso. Fazia isso pela minha família porque os amava. Não para receber uma palmadinha nas costas.

"Então, fale-me sobre essas botas e por que você as necessita tanto." Digo, mudando o assunto de mim. Finalmente, voltando minha atenção da estrada para a minha direita, olhei para ele. Ele tinha um pequeno sorriso no rosto. "Elas são apenas algo que eu quero.”

"OK... Bem, você não pode encomendá-las on-line ou ir a Nashville para encontrá-las?"

O sorriso dele ficou um pouco maior. "Eu poderia. Mas então, não teria razão para te distanciar de Lawton para que pudéssemos nos divertir durante o dia."

"Você está dizendo que esta viagem é para que possamos sair?" Pergunto, meu coração fazendo aquele pequeno aperto esquisito e flutuando.

Ele olha para mim. "Sim. Acho que sim."

Não pergunto nada mais. Isso foi o suficiente. O suficiente para me fazer esquecer que isso também acabaria. A maioria das coisas boas fazia.

 

Ela está comigo.

Capítulo 22

 


Brady


Nossa conversa tornou-se fácil, e as duas horas não pareceram tão longas. Quando Riley riu, queria mergulhar no seu sorriso. O som era... Bom. Não, foi muito bom. Eu implorei isso. Encontrei-me tentando arrancar uma risada dela. Qualquer coisa para ouvi-la e ver o rosto dela se acender.

Recebi algumas mensagens e ignorei cada uma. Gunner, West e Asa iriam esperar. A de Ivy não iria, mas eu ignoro a dela normalmente de qualquer maneira. Hoje eu não estava vivendo naquele mundo. Estava morando no mundo em que escolhi viver.

"Eu nunca tive um churrasco tão bom." Diz Riley enquanto limpa a boca com um guardanapo. Não conseguia pensar em uma garota que namorei que teria escolhido uma churrascaria para comer e então pedir costelas cobertas de molho. A maioria delas comiam coisas que não ficassem lambuzadas. Mas Riley estava gostando da comida. Ter molho em suas mãos e rosto não a incomodava.

Vê-la rir da bagunça que estava fazendo era lindo. Eu queria sentar aqui o dia todo e experimentar isso. Peguei outra asa quente e limpei o osso. Normalmente eu era um comedor mais limpo em um encontro, mas com Riley senti como se pudesse comer como se ela fosse um dos caras. Embora ela não parecesse nada como um dos caras.

Se as meninas percebessem o quão atraente era ser tão livre e feliz por algo tão simples como algumas costelas, elas aliviariam um pouco. Os caras da mesa ao longo de nós continuaram a verificar Riley, e embora fosse irritante que eles não parecessem ter a mínima ideia de que ela estava comigo, não poderia realmente culpá-los.

Eu estava tendo dificuldade em tirar meus olhos dela também.

"Vou ter que lavar meu rosto no banheiro depois disso." Ela diz com um sorriso. "Bryony ama costelas. Queria que ela estivesse aqui por isso."

Gostaria de levar algumas sobras conosco, mas ficariam ruins no momento em que terminássemos o nosso dia e levássemos as duas horas de volta.

"Eu poderia preparar algumas para ela algum dia. Todos poderiam vir jantar."

Riley para por um momento e uma mistura de emoções brilha em seus olhos. Ela coloca uma costela no prato e solta um pequeno suspiro. "Sim talvez."

Sobre o que era isso? Ela parecia quase chateada com a minha oferta, ou desapontada.

"Eu disse algo errado?"

Ela estava olhando para as costelas e ergueu os olhos para os meus. "Eu não vivo em um mundo de fantasia, Brady. Tive muita realidade para isso. A verdade é que, quando seus amigos descobrirem que você está passando tempo comigo, isso vai parar. Porque você terá que escolher. Eles vão te fazer escolher. E não espero que você me escolha."

O que diabos isso significa? Não teria que escolher ninguém. Sou dono de mim, droga, e se quisesse escolher meus amigos, eu poderia. Não precisava da permissão de ninguém.

"Não sou assim. Eu esperava que você já soubesse disso. Ninguém me faz fazer nada."

Ela encolhe os ombros e limpa as mãos em um guardanapo. "Não é uma coisa ruim. É só o que é. Aqui não temos julgamento, e gosto de estar com você. Gosto disso. Ter um amigo. Mas não sou delirante. Sei que todos em Lawton me odeiam e pensam que sou uma mentirosa. Bem, todos, exceto você."

Eu nunca tinha sido abertamente odiado. Perguntei-me como isso parecia. Quão doloroso e injusto deve ser. Minha raiva se levanta em todos eles. Todos que tinham falado mal dela. Todo mundo que a julgara ou foi cruel com ela. Então, admiti para mim a parte mais difícil: fui um desses. Talvez não agora, mas já estive lá uma vez. Eu não era melhor.

"Desculpe-me." Falei honestamente.

Ela sorri. "Por ser meu amigo?"

"Não. Por julgar você como fiz."

O sorriso no rosto dela desaparece. "Nós éramos jovens. Você pensou como todos pensaram. Além disso, eu corri para fora da cidade. Isso me fez parecer ainda mais culpada. Se tivesse ficado, a vida para minha família acabaria pior, mas o fato é que nós saímos. As pessoas sentem pena dos meus pais por minha causa. Mas essas pessoas sempre me odiarão. O bom é que eu nem sempre estarei lá. Vou sair e fazer o meu próprio caminho na vida em breve. Em uma cidade onde ninguém me conheça e poderei começar de novo. Eu e Bryony."

A imagem de Riley levando Bryony para uma cidade distante e construindo uma vida, conseguindo um emprego, pagando contas, criando sua filha, tudo enquanto eu estava fora jogando futebol e perseguindo meu sonho, parecia injusto. A maior parte de sua vida parecia injusta. Ela perdeu o ensino médio e sentiria falta da faculdade.

"Qual era o seu sonho, quando você era mais jovem?" Perguntei a ela. Eu não queria dizer antes de Bryony, porque isso parecia frio. Embora fosse o que queria saber.

"Você quer dizer antes de me tornar mãe?" Ela estava sorrindo como se tivesse lido minha mente. "Queria ser veterinária.”

"Então você ama os animais." Digo, sentindo o coração doente pela garota que não conseguiria perseguir seus sonhos do jeito que eu faria.

"Sim. Eu amo. Não posso cuidar de um agora porque não posso pagar por isso. Mas quando Bryony e eu tivermos nosso próprio lugar, teremos cães e gatos. Talvez até cabras se eu tiver terra suficiente."

"Você ainda pode ir para a faculdade para ser veterinária?"

Ela balança a cabeça. "Não, preciso de um emprego que pague o suficiente para me sustentar e a Bryony. Eu tenho planos. Quero fazer a diferença na vida das meninas como eu um dia. Um grupo de apoio para mães adolescentes me ajudou a passar por momentos difíceis. Meu sonho é fazer isso para as jovens. Mostrar-lhes que há felicidade em seu futuro. A vida não acabou."

Ela não disse isso com amargura ou raiva. Em vez disso, tomou um gole de seu chá doce e levantou. "Preciso ir me lavar." Explica antes de caminhar até a parte de trás do restaurante para os banheiros.

Por que eu queria que ela tivesse esse sonho? Ela parecia feliz o suficiente, e nunca quis resolver os problemas de ninguém tanto quanto queria consertar o dela. Ela me fez querer protegê-la e ficar de pé por ela. Mesmo que ela seja uma das pessoas mais difíceis que já conheci. Se soubesse o que eu estava pensando, ela me diria para parar. Ela tinha tudo sob controle.

Talvez fosse por isso que queria ajudá-la tanto. Porque ela não queria ajuda. Ela queria seguir seu próprio caminho. E eu sabia que podia.

"Ei, vocês são só amigos ou ela está com você?" Pergunta um dos caras da outra mesa.

Eu me viro para olhar para ele, e seu interesse óbvio me irrita. Claro, eu entendo, mas estou com ciúmes. Eu, com ciúmes. Não o tipo que senti com Gunner e Willa, mas o tipo que me fez querer fazer a minha reivindicação sobre ela e ameaçá-lo.

"Ela está comigo." Respondo com um tom frio.

O cara olha para baixo. "Droga" foi a resposta dele.

 

Eu não sabia que amigos beijavam assim.

Capítulo 23

 


Riley


Era depois das seis quando Brady entrou no caminho da minha casa. Eu mantive contato com minha mãe o dia todo, e Bryony estava bem. Tanto quanto eu sentia, esse pequeno refúgio tinha sido necessário. Agradeço que Brady tivesse pensado nisso.

Eu me viro para lhe dizer obrigada e o quanto gostei do nosso dia, mas seu olhar já estava trancado em mim. O olhar em seus olhos era diferente, e reconheci isso. Ou pelo menos o meu corpo fez. Meu coração tinha acelerado o ritmo, e senti-me corada por antecipação.

Antes que pudesse ficar muito nervosa ou pensar nisso, ele se inclinou e sua mão direita segurou minha bochecha ao mesmo tempo em que ele inclinou a cabeça até que seus lábios tocassem os meus. Não era controlador ou possessivo. Não era como um adolescente com fome tentando me atacar. Foi doce. Como se ele quisesse saborear isso.

Mudei meu corpo para mais perto e abri minha boca sob a dele, esperando que não fosse cedo demais. Embora não fosse assim que esperava que este dia terminasse. Não que no fundo eu não quisesse. Porque queria. Eu sabia. Na verdade, ter acontecido era diferente. Foi emocionante e aterrorizante. A realidade tinha sido muito diferente na minha cabeça. Eu já estava me vendo dando-lhe um abraço antes, sem perceber que ele estava planejando sobre isso.

Sua língua tocou a minha, e soltei um som que esperava que parecesse tão satisfeito quanto eu estava. Um verdadeiro beijo. O tipo que significava algo novo para mim.

O que fiz antes, quando era mais jovem, estava aprendendo e experimentando. Nada mais. Com certeza não tinha feito meu coração vibrar e meu corpo se curvar.

Eu queria lembrar isso no caso de o nosso fim chegar mais cedo do que o esperado.

Embora Brady não fosse meu primeiro beijo, ele sempre seria meu primeiro beijo significativo. O primeiro que me afetou.

Lentamente, ele recua, terminando a conexão.

"Eu queria fazer isso o dia todo." Ele sussurra.

Eu não tinha percebido isso, mas estava corando pela sua admissão e agradecida pela escuridão.

"Não sabia que amigos beijavam assim." Respondi.

Ele pressiona um pequeno beijo no canto dos meus lábios. "Eles não beijam." Foi sua resposta.

"Oh" era tudo o que eu poderia dizer. Brady estava me dizendo que isso era mais. Não era só eu que sentia coisas além da amizade. Ele também estava sentindo isso.

"Posso ligar para você amanhã?" Ele pergunta, parecendo inseguro.

Pergunto-me se Brady Higgens nunca tinha sido inseguro sobre qualquer coisa.

"Sim."

Ele se afastou e saiu da caminhonete. Observei-o enquanto caminhava pela frente de sua caminhonete e abria minha porta. Ele estende a mão para me ajudar, e eu a pego. Não porque precisava, mas porque não tinha certeza de quão bem minhas pernas iriam trabalhar agora.

"Obrigada por hoje." Digo, querendo dizer mais, mas tão nervosa que não consegui encontrar as palavras.

"Foi o melhor dia que tive há muito tempo." Ele responde.

Eu sabia que ele não iria me dar um beijo aqui. Para o mundo ver. Mesmo agora, ele me levar até minha porta era perigoso. Se alguém passasse e visse, ele teria que mentir ou dizer a verdade. Eu queria que ele mentisse. Não estava pronta para que isso acabasse. Ainda não.

"Nós vamos encontrar algum tempo amanhã, então." Ele diz exatamente quando chegamos à porta.

Eu sabia que não poderia deixar Bryony o dia inteiro novamente, e não queria. "Sim, posso fugir por um momento. Talvez enquanto Bryony cochile."

"Ou podemos levá-la ao parque juntos.”

Gostei que ele dissesse isso, mas acreditar era difícil, então acenei com a cabeça.

"Boa noite." Ele diz se aproximando para apertar minha mão antes de se virar e me deixar lá.

Abro a porta da frente e entro, mesmo que quisesse vê-lo até ele se afastar. Eu não me permitiria isso.

"Parece que seu dia foi bom." Minha mãe diz com as sobrancelhas erguidas enquanto entro na sala de estar. Ela estava me espionando. Eu não esperava que ela fizesse isso.

"Não sei o que você quer dizer." Respondo, soprando isso.

Ela revira os olhos. "Pode estar escuro lá fora, mas, sob o farol, o interior de sua caminhonete ficou perfeitamente claro a partir daqui. Não me interprete mal - eu não estava espionando. Acabei de ouvir a caminhonete e decidi verificar para ver quem estava aqui. Então eu vi algo que não estava esperando."

Eu também.

"Não leia muito sobre isso." Respondo.

"Mamãe!" Bryony grita, correndo excitadamente para dentro da sala com a toalha de banho embrulhada em torno dela.

"Ei, garotinha." Falo, igualmente entusiasmada por vê-la.

"Banho!" Ela declara o óbvio.

"Então eu vou dar banho em você." Respondo.

"Barco.” Ela amava seu pequeno barco rosa que flutuava na água do banho. Brincar de barco era sua parte favorita do banho.

"Tudo bem, parece um plano.”

“Ookies” diz ela, apontando para a cozinha.

Ela assente com entusiasmo.

"Ele gosta de você. Confie nele." Grita mamãe enquanto sigo minha filha no corredor.

"Estou tentando." É minha única resposta. "Mas sei como isso acaba.”

"Você não o conhece. Esse menino é diferente. Ele sempre foi."

Lembrei-me dele virar-me as costas há dois anos. Ele não era diferente então. "Ele é melhor, mas no final ele não é tão diferente.”

Eu podia ouvir o suspiro da minha mãe, e continuei acompanhando Bryony para o banheiro. Passar o tempo com minha filha e me lembrar o que era importante na vida era o que precisava depois desse beijo. Eu não era uma garota normal e sentar-me e ficar com ele era inútil.

"Um dia você terá que confiar novamente." Responde mamãe, seguindo-nos para o banheiro. Ela não estava pronta para deixar isso ir.

Um dia eu estaria. Hoje não era esse dia.

"Você guardou alguns cookies?" Pergunto a ela.

"Claro. Bryony fez rosa para você."

Eu a ouvi, mas queria uma mudança de assunto. Isso funcionou.

"O que você fez hoje?" Pergunto a Bryony.

"Ookies." Ela me conta novamente.

Cozinhar qualquer coisa era o destaque de seu dia, além de ir ao parque. Especialmente, cozinhar coisas que ela gostava de comer.

"Você brincou fora?"

Ela assente. "Eu me sujei." Ela dirigiu-se para mim como se ficar suja fosse uma realização.

"Então você teve um dia perfeito." Lembrei-lhe.

Ela deixa cair a toalha e corre para a água do banho que minha mãe tinha preparado para ela. Estava cheia de brinquedos e bolhas.

Isso era o suficiente para mim.

 

Eu tenho isso sob controle.

Capítulo 24

 


BradY


West me acordou às nove horas desta manhã. Ele ia correr e queria que eu fosse com ele. Maggie recusou, então me levantei e fui. Foi bom exercitar a rigidez da noite de sexta-feira. Também deu à mamãe tempo para preparar o café da manhã.

A rota que ele estava nos levando era em frente à casa de Riley. Meu plano tinha sido enviar-lhe uma mensagem pela manhã e encontrar uma maneira de vê-la. Eu fiquei na cama por horas na noite passada pensando no nosso dia. Sua risada, seu sorriso, a sensação de seus lábios nos meus. Tudo isso. Queria vê-la novamente. Agora.

Olhando para a casa, perguntei se ela estava acordada e o que estava fazendo. Bryony a acordou cedo? Ela arrumou café da manhã em sua casa? Sua avó estava sendo difícil hoje? O que ela normalmente faz aos domingos? Eu tinha um milhão de perguntas. Queria saber tudo sobre ela. Só precisava de tempo e liberdade para correr até sua porta agora e vê-la.

"O que está acontecendo lá?" Pergunta West, e volta a chamar a atenção para a rua em que estávamos e o fato de eu não estar sozinho.

"O que você quer dizer?" Foi minha resposta. Embora soubesse exatamente o que ele queria dizer.

"Com Riley." Ele responde.

West não estaria do lado de Maggie sobre isso. Claro, ele se ofereceu para ajudar a encontrar sua avó, mas ele não estava para se tornar seu amigo.

"Estão vivendo aqui e cuidando de sua avó." Digo a ele, embora soubesse que ele já sabia disso.

"Não foi o que quis dizer e você sabe disso.”

Eu não disse nada para isso. Estávamos correndo, não falando. Ele precisava deixar de ser curioso e se concentrar em sua própria vida amorosa. A minha estava fora dos limites.

"Você age como se estivesse escondendo coisas. Vou saber." Ele finalmente diz quando não digo nada.

"Nada a esconder." Eu minto.

Ele ri. "Certo."

Pego velocidade na esperança de chegar em casa e me livrar de seu questionamento mais rápido.

"Gunner vai descobrir. Então todo o inferno vai cair. Pode me dizer agora o que você está pensando. Você é meu melhor amigo. Não vou virar as costas para você."

De todos, nunca esperei que West me virasse as costas. Ele estava mais perto de mim do que de Gunner. Havia também Maggie, que iria tomar meu lado nisso. E não havia jeito de West não estar ao lado de Maggie.

"No momento, não há nada a dizer. Depois de ganhar o campeonato, então as coisas podem mudar." Isso era tudo o que ele iria receber de mim.

"Você precisa fazer um trabalho melhor para esconder isso, então, porque, a essa velocidade, você revelará e terá Gunner para lidar. Precisamos dele para vencer."

Ele também teria seus seguidores. Pessoas que ficariam com ele e se virariam contra mim. Isso dividiria o time, e estaríamos acabados. Eu tinha jogado esse cenário na minha cabeça um milhão de vezes. Sabia como seria e como isso terminaria.

"Tenho isso sob controle." Asseguro-lhe.

"Do jeito que você estava olhando para a casa dela, não parecia assim.”

Ponto feito. Eu tinha que recuar por enquanto. Poderia conversar com Riley pelo telefone e vê-la quando pudéssemos sair da cidade nos fins de semana. Apenas nas próximas duas semanas. Então, eu seria livre.

"Fechado." Respondi. Por sorte, minha casa estava à vista e essa conversa poderia acabar.

Corremos até a calçada em silêncio e diminuímos quando chegamos à porta.

Pouco antes de minha mão tocar a maçaneta para entrar, West diz mais uma coisa. "Mesmo que Rhett não tivesse feito, ela tinha apenas quinze anos. Ele não deveria estar sozinho com ela.”

Fiz uma pausa. Sabia que Rhett tinha feito isso. Mas ele estava certo. Mesmo que não tivesse, a situação ainda era ruim. Rhett não tinha nada com ela, e todos sabiam que ele estava dormindo com outras garotas na nossa série. Serena, para ser exato. Não era como se ele estivesse acima disso.

"Sim. Eu sei. Mas ele fez." Foi tudo o que disse antes de entrar no cheiro de biscoitos e salsichas.

"Sua casa cheira sempre a comida. Eu amo isso aqui." West diz enquanto caminhávamos para a cozinha.

"Isso é porque você só vem nas refeições.”

"Quando não é hora de refeição, cheira a biscoitos.”

Eu ri quando entramos na cozinha para encontrar mamãe em seu avental e Maggie colocando manteiga nos biscoitos. Ela olha para cima e faz contato visual com West antes de sorrir.

"Cheira bem, mamãe." Digo a ela, ignorando os pombinhos e indo à geladeira para pegar leite.

"Vocês dois fedem." Ela respondeu. "Tiveram uma boa corrida?"

"Despertou-me." Eu digo.

West ri e senta-se. Não olho para ele, mas podia sentir Maggie nos estudando. Ela era boa com a linguagem corporal e teria respostas em breve.

"Ivy esteve aqui ontem. Esqueci de lhe dizer quando você chegou em casa na noite passada. Ela deixou para você alguns brownies de canela. Eu os coloquei na geladeira."

Minha mãe conhecia meus problemas com Ivy, mas ela me lembra de ser gentil com ela. A menina era difícil de afastar quando era gentil, no entanto.

"Ela precisa parar com isso." Digo com um resmungo irritado.

"Gosto dos brownies" Maggie responde, parecendo divertida.

"Bem, você pode comê-los." Digo a ela.

"Você vai dividir comigo?" Pergunta West.

"Claro. Não consigo comê-los todos."

Eu reviro meus olhos em sua tentativa de humor e pego meu prato antes que minha mãe pudesse. "Obrigado por cozinhar." Digo a ela, então sento-me para comer depois de queimar todas aquelas calorias.

"Você acha que ela iria gostar de um pouco desse bolo de caramelo que sua mãe faz?" West provoca.

Eu o ignoro.

"Não custa perguntar." Acrescenta Maggie.

"Tudo bem, vocês dois, deixe de perturbar Brady." Diz minha mãe com um sorriso na voz. Ela me dá um tapinha nas costas.

Duvidava que Riley me enviasse comida, e estava bem com isso.

 

Procure por Thomas.

Capítulo 25

 


Riley


Era depois do almoço quando meu telefone tocou. Eu estava prestes a levar Bryony para o parque. O nome de Brady acendeu a tela e um sorriso atravessou meu rosto. Só de ver o nome dele me fazia sorrir. Eu estava gostando demais dele. Isso poderia acabar mal, e eu poderia ser ferida.

"Olá" digo, afastando-me dos ouvidos da minha família.

"Ei, o que você está fazendo hoje?"

"Bem, Bryony e eu tivemos um piquenique no quintal e agora estamos nos preparando para a nossa saída ao parque. Eu também preciso comprar para a mamãe leite e ovos na mercearia."

Falar sobre minha rotina diária com ele era um pouco estranho. Tão casual quanto tentei fazer tudo isso soar, senti como se estivesse descrevendo algo tão estranho para ele, que ele não entenderia.

"Parece um dia cheio. Não está muito frio para um piquenique no sol, eu acho." Ele responde. Era o tipo de resposta quando não se sabe mais o que dizer. Ele não entendia nada sobre ter um filho para cuidar.

"O que você fez?" Pergunto, tentando mudar o assunto para outra coisa.

"West me acordou para correr esta manhã, depois tomamos café da manhã e assisti ao vídeo do jogo da noite de sexta-feira." Ele não me disse o que faria a seguir. Não que fosse da minha conta.

"Não corro pela manhã há dois anos." Respondi, lembrando de quando fui da equipe de atletismo. Gostava disso. Parte de mim sentia falta.

"Talvez uma manhã no próximo fim de semana você possa vir comigo. Isso é, se seus pais puderem olhar Bryony."

Ele não estava pensando no fato de sermos vistos. Ele esquecia isso com frequência.

"Nós talvez precisemos esperar algumas semanas. Quando não estivermos escondendo a coisa de amizade."

Ele fica em silêncio por um momento. Eu sempre me perguntei o que ele estava pensando quando fazia isso.

"Isso é o que somos?"

Que tipo de pergunta era essa?

"Não tenho certeza se entendi você." Respondi.

"Amigos."

Oh. Nós nos beijamos. Isso mudou tudo? O beijo tornou diferente? Estava enferrujada com os namoros. Os indivíduos me confundiam em geral.

"Não tenho certeza do que mais podemos ser. " Eu digo. Ele esqueceu a maior barreira que estava entre nós?

"Por quê?"

Aparentemente ele havia esquecido. Então eu indiquei o óbvio. "Sou uma mãe adolescente e você sai em seis meses para viver seu sonho na faculdade de sua escolha. Qualquer coisa a mais terminaria de qualquer maneira. Amigos é a coisa mais segura para nós." Ou para mim. Porque quando ele se for, serei a única lutando para fazer a vida funcionar. Ele nunca saberá nada disso.

"Podemos dizer que por enquanto vamos resolver as coisas à medida que elas venham? Porque gostei demais da noite passada. E o dia que passamos juntos foi o melhor momento que tive há muito tempo.”

Meu rosto cora e meu coração vibra. Brady Higgens gosta de mim. Ele queria me ver mais, e queria me beijar mais. Concordei com tudo isso. O problema era que ele só tinha a mim. Apenas eu. Não Bryony, e nós duas somos um pacote. Ela sempre vinha em primeiro.

"Talvez você devesse dar tempo antes de decidir isso. Você nunca namorou uma mãe adolescente antes, pelo que posso deduzir."

Ele não responde imediatamente, então dei-lhe tempo para processar. A vida de Brady era um conto de fada. Os problemas reais da vida real não se registravam facilmente com ele. Eu já estive da mesma forma. Então entendi.

"Dê-me uma chance de provar a você que isso pode ser diferente.”

Era Brady morando em sua terra de conto de fadas. Estar ao seu redor me fez sentir saudades disso. De não esperar nada de ruim acontecer. Mas eu tinha sido fraca. Não sou mais agora. A vida me tornou forte.

"Vamos levar um dia de cada vez. Sem promessas. Sem planos. Apenas viver." Se não fizesse isso, eu me arrependeria. Possivelmente para sempre. Brady era diferente, e estar com ele me fazia feliz. Eu queria mais de como ele me fazia sentir. O futuro iria doer, mas, por enquanto, eu iria gostar.

Ele suspira e sorrio. Não era isso que ele estava acostumado. Receber o que queria era fácil. Não estava sendo fácil. Talvez eu o endurecesse um pouco.

"Aceitarei tudo o que você está oferecendo." Ele responde. Ele parecia decepcionado que não lhe prometi a lua. Ele estava acostumado com a lua. Ele estava acostumado com garotas que o perseguiam, como Ivy. Eu tinha visto isso apenas assistindo da minha vida tranquila, livre de todos. Até algumas semanas atrás, Ivy sempre esteve com Brady. Não estava exatamente certa do que tinha acabado com isso, mas ele parecia pronto para seguir em frente.

"Bryony está pronta para o parque. Preciso ir." Digo a ele. Foi um lembrete para nós dois que eu tinha prioridades.

"Sim, tudo bem. De qualquer forma, você acha que pode sair hoje à noite?"

Pedir aos meus pais para cuidar de Bryony novamente era demais. Nunca fiz isso. "Coloco-a na cama às oito e meia. Depois que ela estiver dormindo, poderei pedir a meus pais para olharem ela."

"Estarei aí às nove." Ele responde.

Depois de desligar, não penso mais nisso. Porque eu só me lembraria de quão impossível nosso futuro seria. Ele era um amigo agora. Ou deveria ser. O beijo mudou definitivamente as coisas.

"Parque!" Exige Bryony, puxando a perna do meu short.

"Sim, é hora do parque." Concordo.

Ela bate palmas e corre pelo corredor em direção à porta da frente.

"Estamos indo para o parque." Aviso para os meus pais, que estavam na cozinha.

"Tudo bem, divirtam-se." Responde minha mãe.

"Você viu Thomas?" Pergunta vovó, entrando na sala de estar atrás de mim.

"Não, não hoje." Respondo. Ou nunca, pensei comigo mesma.

Ela franziu a testa. "Ele pegou meus chinelos. Ele gosta dos meus chinelos."

"Quais?" Pergunto, pensando que talvez eu pudesse encontrá-los.

"Os de coelhos cor de rosa e felpudos. Ele pegou aqueles."

Vovó não possuía um par de chinelos de coelhos rosa. Pelo menos não nesta década. Ou nas seis últimas. Este era outro item que ela se lembrava de sua infância. Ela havia perguntado sobre eles antes, e mamãe estava aqui para explicar. Eu não discuti, no entanto. "Vou manter meus olhos abertos por eles.”

"E Thomas. Procure por Thomas. Ele precisa comer."

"Sim, senhora." Respondi. "Farei isso."

 

Eu nunca mais seria aquele cara.

Capítulo 26

 


Brady


Vou pegar a caminhonete de papai esta noite. Era a melhor maneira de não termos de nos esconder. Ninguém me procuraria na caminhonete de papai.

Minha caminhonete, no entanto, chamaria a atenção. Mamãe disse que papai tinha ido ao escritório hoje para fazer algum trabalho, então fui assim que terminei minha conversa com Riley. Ela precisava de uma prova de que eu estava falando sério e entendi que não era como as outras garotas que conheci. Era uma mãe. Foram suas diferenças que me atraíram para ela. Ela não me aborrecia. Ela era real.

Conseguir que confie em mim, no entanto, era outra coisa para a qual eu precisava me preparar. Não seria fácil. Ela estava muito fechada e cuidadosa. Não fui capaz de pensar em nada além dela depois do nosso dia de ontem, mas ela parecia não ter se afetado. Completamente. Isso não era algo que eu sabia como lidar.

Parei no prédio do escritório de papai e peguei meu telefone no banco do passageiro e coloquei no bolso antes de sair da caminhonete. Explicar que precisava pegar sua caminhonete emprestada ficaria estranho. Eu não tinha certeza se ele estava bem com Riley, se ele acreditava em Rhett como todos os outros na cidade ou se pensava que ela poderia ter dito a verdade. Eu também sabia que ele não queria que me distraísse do futebol.

Se ele visse Riley como uma distração, então podíamos ter uma discussão. De qualquer forma, ele precisaria concordar com isso e estar bem. Nunca pedi sua opinião sobre coisas assim, e não estava prestes a começar. Eu o amava, mas essa era a minha vida. Minhas escolhas.

A porta da frente estava destrancada, e me dirigi para dentro e para a parte de trás do prédio, onde sabia que seu escritório era. Nenhum outro carro estava lá fora, então, quando ouvi vozes, desacelerei. Ele poderia estar em uma reunião, e não queria interrompê-lo. Eu poderia esperar até que acabasse.

O som de voz feminina que escorria pelo corredor me fez congelar. Não apenas o meu corpo, mas a minha respiração. Acho que até mesmo meu coração parou. O próximo som que se seguiu foi um gemido óbvio e a voz profunda de meu pai fez um som que ele não deveria estar fazendo em seu escritório.

Eu tinha que estar enganado. Esse não era meu pai. Ele não faria isso.

Forçando meus pés a caminhar para frente, fui em direção ao som, em direção ao escritório, eu sabia que era de papai, e a cada passo seus sons se tornavam mais altos e intensos. Meu estômago se virou e não tinha certeza se ia vomitar antes mesmo de chegar lá. Cada palavra e som que ele fazia apenas me provava que eu não estava errado. Era ele. Quem mais poderia ser?

Havia um espelho atrás da mesa do meu pai que minha mãe tinha pendurado quando decorou seu escritório. Este mesmo espelho agora mostrava meu pai claramente despido. Uma mulher com longos cabelos loiros estava sentada em sua mesa, e ele estava entre suas pernas. Movendo-se. Os saltos altos vermelhos em seus pés me enojaram, e o grito de seu nome nos seus lábios me deixou tão doente que tive que me virar e correr. Eu ia ficar doente.

Isso não estava acontecendo. Não era meu pai. Ele tinha minha mãe. Por que ele faria isso com ela? Com uma mulher com metade da sua idade? Eu não tinha visto seu rosto claramente sobre seu ombro, mas ela era definitivamente mais nova.

Nunca tive meu coração quebrado como estava agora. Nenhuma vez na minha vida senti realmente dor como essa. Pensei ter entendido como era ser machucado. Mas percebi quando saí daquele prédio e o ar fresco atingiu meu rosto que isso era como a dor real parecia. Rasgando. Queimando. Destruindo tudo o que você era e deixava você dobrado em um estacionamento, vomitando até que não restasse nada no seu estômago.

Eu fiquei assim, curvado, até ter certeza de que tinha saído tudo o que tinha em mim.

De pé, meu corpo sentiu-se fraco, vazio, perdido. Eu tinha deixado minha casa trinta minutos atrás completamente à vontade. E em um momento tudo mudou. Nunca mais seria aquele cara.

Quando olhei para a caminhonete do meu pai, ódio, raiva e descrença, todos bateram em meu peito. Eu queria entrar e dizer-lhe a merda inútil que ele era. Que eu esperava que ele apodrecesse no inferno por isso. Queria jogar pedras nas janelas de sua caminhonete e passar uma chave ao lado da pintura. Queria que ele fosse destruído como eu estava.

Imaginar o rosto de minha mãe me parou, eu me afundei no meu assento e coloquei a cabeça no volante. Isso a mataria. Ela adorava aquele homem. Ela fazia tudo por ele. Se ela descobrisse, ficaria tão esmagada, e não tinha certeza de que ela conseguiria. Eu a amava, mas ela não era tão forte.

Ligando minha caminhonete, fui para a casa e parei. Não podia encará-la.

Agora não. Não podia encarar ninguém. Eu precisava ficar sozinho. Então, virei minha caminhonete para o norte e dirigi. Era tudo o que eu podia fazer: afastar-me da falsa sensação de segurança em que vivi aqui.

O futebol já não parecia importante. A faculdade já não pesava em minha mente. Apenas o fato de minha família estar vivendo uma mentira e que meu pai estava prestes a destruir completamente tudo que eu conhecia. Eu nunca o perdoaria. Não podia reiniciar meu cérebro e apagar isso. Se pudesse eu faria. Tínhamos tudo. Ele tinha tudo, e ele estava jogando fora pelo quê? Alguma mulher que parecia sexy em uma minissaia?

Asa passou por mim e buzinou, mas nem consegui me acalmar. Eu não queria. Essa era a minha vida passada. Aquela em que eu queria fazer meu pai orgulhoso. Aquela em que me preocupava com meu futuro. Aquela em que minha mãe era amada e cuidada. Todos nesta cidade faziam parte dessa vida. Todos estavam vivendo uma mentira? Ninguém era real? A vida estava sendo uma grande encenação?

Eu dirigi olhando direto para frente, minha cabeça latejando com o poderoso vômito e a visão que não desaparecia repassando na minha cabeça. Parar significava que teria que voltar para lá. Eu nunca iria querer voltar para lá. Nunca mais iria querer ver aquele homem. Ele arruinou tudo. Para mim. Para minha mãe. Para o time de futebol. Para esta cidade.

Porque Brady Higgens estava quebrado. Eu não funcionaria corretamente agora. Simplesmente não me importava. Fiz o meu melhor para ser o filho de quem todos se orgulhavam. Eu jogava pelas regras e tinha sido bom.

Que bom isso me fez? Nada. Coisa alguma. Meu pai era um idiota traidor.

 

O conto de fadas da nossa infância se foi.

Capítulo 27

 


Riley


Era quase onze quando guardei meu telefone e subi na cama. Brady não havia chamado, e ele não havia chegado as nove, como ele disse. Eu poderia ter lhe mandado mensagens, mas era muito orgulhosa para isso. Ele foi o único que pediu para me encontrar esta noite. Eu não tinha pedido a ele.

A ideia de que algo poderia estar errado com ele rodopiou na minha cabeça. Eu finalmente a afastei. Se ele estivesse sofrendo, eu saberia agora. Toda a cidade saberia. Forcei meus olhos a fecharem e ouvi a respiração uniforme de Bryony. Ela estava aqui, e isso era tudo o que precisava.

Confiar em um cara, mesmo um como Brady, era estúpido. Todos eram iguais.

Ele teve uma opção melhor para esta noite e pegou. A partir dele, pelo menos, eu esperava mais. Como uma mensagem, explicando ou dizendo que não estaria aqui. O que era tão não-Brady em suas atitudes, que comecei a me preocupar novamente.

Meu telefone vibrou na minha mesa de cabeceira, e olhei para ele. Eu tinha esquecido de colocá-lo no silencioso. Era Brady. Ninguém mais tinha meu número e gostava de me enviar mensagens tão tarde. Eu ignoraria isso? Ou leria? Ele tinha duas horas de atraso. Mas conhecendo Brady, tinha que haver uma desculpa.

Abri a mensagem no telefone.


Você está acordada?


Sério? Esse é o texto dele depois de não aparecer como disse? Eu realmente deveria ignorá-lo. Comecei a fazer isso quando vi faróis pararem na minha entrada e depois desligar.

Ele realmente pensou que eu iria sair às onze?


Estou na cama.


Isso o Faria ir embora.

Comecei a desligar o telefone quando respondeu.


Estou do lado de fora.


Rolando meus olhos, respondi:


Eu sei. Mas estou na cama.


Esperei para ver se ele retornaria. Ele não fez. Ele continuou sentando lá. Se fosse outro homem, pensaria que ele estava assumindo que eu iria correr. Mas era Brady, ele sabia melhor e era mais respeitoso. Sensato.


O amor não é real. É uma merda. Eu odeio isso.


Eu li suas palavras e minha testa enrugou. O que? Ele não fazia sentido. Por que ele estava falando de amor? Nunca ouvi ele dizer isso antes?


Você acredita na merda e confia nas pessoas. Mas eles deixam você para baixo e fodem tudo. Eles são egoístas.


Seu texto mais recente finalmente me retirou da cama. Coloquei um par de chinelos e dirigi-me pelo corredor. A porta do quarto dos meus pais se abriu e minha mãe olhou para mim.

"O que você está fazendo?" Ela perguntou. Seus óculos ainda estavam empoleirados no nariz, o que significava que ela estava lendo.

"Brady está lá fora, e pelas suas mensagens ele parece realmente chateado com alguma coisa. Vou verificá-lo. Ele não soa como ele."

Mamãe assentiu. "OK. Vou olhar Bryony. "

"Obrigada."

Eu não ouvi um tenha cuidado ou Seja esperta que a maioria das garotas ouviriam. O que eu costumava ouvir quando comecei a namorar. Meus pais sabiam que estava bem ciente do que poderia acontecer. Eu vivi isso.

Abri a porta quando meu telefone vibrou na minha mão novamente. Não li dessa vez. Acabei indo para sua caminhonete. Quando abri a porta do lado do passageiro, o cheiro de cerveja me surpreendeu. Havia três garrafas vazias no chão e uma no porta-copos. O que estava acontecendo no mundo?

"O que há de errado?" Perguntei, fechando a porta atrás de mim.

"Tudo" ele diz. Quatro cervejas para a maioria dos caras não eram muito, mas para Brady, que nunca bebia, era muito. Eu podia ouvir o efeito em sua voz. Ele estava com a voz enrolada - pela primeira vez em sua vida, eu apostaria.

"Você está bebendo. E dirigindo. Deve ser ruim. "

Ele solta uma risada dura e coloca sua cabeça de volta no assento. "Ruim" ele repete, depois ri um pouco mais, mas não havia humor real nele. Havia amargura lá. E dor. Ele pega a cerveja, mas eu a tiro dele. "É o suficiente, eu acho. Por que você não me diz o que aconteceu?" Ele fecha bem os olhos como se estivesse bloqueando algo ruim. Algo que ele não queria lembrar. Sentei-me quieta, entendendo que ele precisava de tempo. Isso não era fácil. O que quer que tenha sido realmente fez um número nele.

"Eu queria usar a caminhonete do meu pai esta noite. Então, poderíamos dar uma volta sem sermos descobertos. As pessoas não iriam me procurar dessa maneira. Teríamos alguma privacidade nesta pequena cidade." Ele para e ri novamente. "Privacidade. Não me importo com a privacidade. Todos sabem agora! Todos! Vou colocá-lo em um maldito outdoor e eles podem se foder. Toda a maldita cidade. É só futebol. Apenas maldito futebol. Não significa nada. Não é o que importa na vida. O que importa é ter confiança. Uma família em quem confiar." Ele bate a mão no volante.

Então, isso era sobre família? A família dele? O que, seu pai não o deixou usar sua caminhonete? Certamente, não era tudo o que aconteceu.

"Brady, o que aconteceu?" Repito a minha pergunta.

Ele suspira e estremece. "Eu fui ao escritório dele. Ele estava trabalhando em um domingo. Quem diabos trabalha em um domingo? Aparentemente, meu pai faz. Mas ele não estava trabalhando." O olhar no rosto de Brady me deixou doente. Meu estomago ficou atado. Eu esperava que isso não estivesse indo onde eu temia.

"Brady, não." Sussurrei, já vendo a dor tão clara no seu rosto para saber que isso iria acabar mal. Terrivelmente.

"Ela era mais jovem, loira, nua e na mesa. Suas calças estavam abaixadas."

Ele parou e inalou bruscamente. Apenas dizer essas palavras tinha que ser como uma faca sendo empurrada em seu peito. Ele tinha pais como os meus. Aqueles que todos confiavam e acreditavam serem perfeitos.

Não sabia o que dizer. Se tivesse sido eu, havia algo que poderia ter sido dito para aliviar minha dor? Não. O sofrimento nunca terminaria. Isso me arruinaria. Mais do que Rhett tinha. Bryony tinha curado isso, mas alguma coisa poderia curar isso?

"Ele não me viu. Eles estavam muito ocupados." Ele diz a última palavra como um gosto azedo na boca. "E minha mãe estava em casa cozinhando seu jantar favorito. O bolo que ele ama tanto, estava cheirando no forno de casa.”

Meu coração estava quebrando. Por Brady e sua mãe. Isso nunca ficava em segredo. Sempre encontrava uma maneira de sair. Esta era uma cidade pequena, e Brady era o menino dourado. Sua família era o tipo de pedra sólida que todos respeitavam. Tudo iria cair.

"E a minha maior preocupação quando acordei esta manhã era um fodido jogo de futebol. Nunca tive um problema real. Nunca enfrentei algo que mudasse minha vida." Ele vira a cabeça e finalmente olha para mim. "Mas você sim. Você viveu o inferno e saiu bem. Como você sobreviveu?"

Eu queria abraçá-lo e dizer-lhe que tudo ficaria bem. Mas essa era uma mentira que você diria para crianças quando perdiam seu animal de estimação. Não era a verdade. Ninguém nunca me contou isso. Mas meu coração doía por ele, e lutar contra o desejo de consertá-lo era difícil. Não era o que ele precisava, no entanto. Eu sabia.

Meus sentimentos por Brady cresciam cada vez mais com força, e nunca percebi como ele me afetava. Até agora. Fiz o que tinha que fazer. Disse a ele a verdade. Ele tinha sido alimentado com mentiras suficientes sobre a vida.

"Você sobreviverá. Você lembrará que a vida é difícil. Merdas acontece e você tem que ser forte. O conto de fadas da nossa infância se foi. Viver nele nos torna fracos. Sua mãe vai precisar de você, e você terá que ser forte por ambos. "

"Não sei se posso.”

Entendi esse sentimento também. Eu tive isso naquela época. Quando achei que minha vida tinha acabado e nunca conseguiria fazer isso.

"Você pode. Você só precisa encontrá-la no fundo. Está lá. A força. Todos nós temos isso, mas fica inativa até que precisemos dela. Então nós temos que procurá-la e usá-la."

 

Eu espero que você tenha dormido bem.

Capítulo 28

 


Brady


Minha cabeça estava doendo quando abri meus olhos. Um par de grandes olhos azuis estavam olhando para mim. Assustado, pulei, mas ela continuou a olhar. Sua cabeça inclinada para o lado. Ela parecia muito com sua mãe naquele momento.

"Ei?" Ela sussurra, ainda muito perto do meu rosto.

Olhei para o meu corpo e vi que estava em um sofá da casa da avó de Riley, coberto por um cobertor amarelo e azul. Riley não me permitiu dirigir na noite passada, e fiquei feliz. Não porque concordasse que estava bêbado, mas porque não queria ir para casa. Não queria ver o meu pai. O nó doente retornou, e eu queria voltar a dormir, onde o ontem nunca aconteceu.

"Você viu Thomas?" Uma senhora mais velha me pergunta quando ela entra na sala de estar. Ela não está preocupada com o fato de eu estar no sofá.

"Não" Bryony responde, então olha para mim. "Thomas está com Jesus." Diz ela, ainda sussurrando.

Eu não consegui entender isso, então acenei com a cabeça. "Bom dia, Brady. Espero que você tenha dormido bem." Diz a Sra. Young ao entrar na sala. Sento-me no sofá e me pergunto se ela sabia que eu estava aqui. Era tarde quando entramos na noite passada.

"Uh, sim, senhora. Obrigado." Respondi.

"Não há motivo para se apressar. Acabei de acordar Riley. Ela estará aqui em um momento. Estou fazendo um café. Você quer um?" Parecia que Riley lhe disse que eu estava aqui na noite passada. Ela não estava surpresa.

"Não, obrigado. Não sou um fã de café." Respondi.

"Bom. Não se torne um. É o hábito mais difícil de quebrar. Eu bebo muito."

"Você viu Thomas?"

A mãe de Riley volta-se para sua própria mãe e acaricia suas costas.

"Não esta manhã. Por que não vamos começar o seu café da manhã. Ele vai aparecer em algum momento."

Bryony corre atrás delas. "Estou um pouco faminta." Ela grita.

A mãe de Riley para e se abaixa para pegá-la. "Aposto que você está." Ela responde.

Então todas saem da sala, e eu me levanto e começo a arrumar onde estive dormindo.

"Você vai para casa?" Pergunta Riley.

Eu me viro para vê-la com o suéter que ela usava na noite passada. Seus cabelos estão bagunçados do sono, mas ela parece despreocupada com isso. Gosto disso sobre ela.

"Sim. Tenho que tomar banho e trocar de roupa antes da escola. Já vou perder o treino matinal. Não me importa, mas meu pai se importará.”

Era um confronto que eu estava temendo. Olhar para ele iria me enfurecer. Não podia simplesmente dizer-lhe o que sabia. Eu tinha que decidir como dizer a minha mãe primeiro. Isso ia bagunçar seu mundo tanto quanto tinha atrapalhado o meu. Não, isso seria maior. Porque ele era a outra metade dela, o homem em quem confiava há vinte anos.

"Você vai contar a sua mãe?"

Eventualmente. "Ainda não. Preciso pensar sobre isso. Ela é delicada."

Riley me deu um sorriso triste. "Só porque ela cozinha suas refeições e cuida da casa não a deixa fraca. Ela o criou, trouxe uma garota para sua casa que enfrentou uma tragédia que não posso começar a compreender e foi uma mãe para ela. Ela é dura. Dê-lhe esse crédito."

Ela era amorosa. Mas isso a fazia forte?

"Ainda preciso de algum tempo.”

Riley assente. "OK. Estou aqui se você precisar de mim."

Eu queria abraçá-la. Beija-la não estava no topo da minha lista agora. Meu pai arruinou essa imagem para mim. Mas ter Riley em meus braços parecia bom. Com sua mãe, avó e filha na sala ao lado, decidi contra isso. "Obrigado por ontem à noite.”

"A qualquer momento."

Vou para a porta e olho para trás, pouco antes de sair para vê-la me olhando sair. Ela até acorda bonita. Não estava tentando ser falsa. Era apenas ela.

"Vou ligar para você." Eu digo.

Ela apenas assente.

Então vou para casa.


* * *


A caminhonete do meu pai ainda está na garagem quando entro. Ele normalmente já teria saído para trabalhar. O fato de não estar em casa quando ele acordou atrasou isso. Ele ficou me esperando. Pronto para me questionar e me corrigir. Desgraçado. Ele não tinha o direito de corrigir ninguém.

Ele poderia ir para o inferno por tudo o que importava.

Fechando a porta da caminhonete, toda a raiva de ontem ferve na superfície e, embora eu precisasse me acalmar antes de entrar naquela porta para encará-lo, não conseguia. Eu quero gritar com ele e deixá-lo ver o ódio nos meus olhos. Ele abre a porta antes de eu chegar lá, seu rosto uma máscara de desapontamento e fúria. Como se ele tivesse o direito de sentir isso. Dormi no sofá de uma amiga e chegaria tarde à escola. Nenhuma dessas coisas destruiria ninguém. Ele não podia dizer o mesmo pelo que tinha feito ontem.

"Onde você esteve?" Ele me pergunta.

"Nada que seja da merda da sua conta." Respondo enquanto tentava passar por ele.

Sua mão agarra meu braço para me parar, e a força em seu aperto não é agradável. "Quem diabos você pensa que é? Eu faço as regras nessa casa. Você não fala assim comigo e não fica fora a noite.”

Tento mexer meu braço livre. Apenas estar perto dele me fez encolher.

"Seja como for." Digo, resmungando para ele.

"Você cheira a cerveja." Ele responde com descrença no rosto." Está tentando jogar fora seu futuro? Você chegou tão perto e agora vai jogá-lo fora? Pelo quê? Uma menina que mente e dorme por aí?"

Ele não foi procurar por mim porque ele sabia onde eu estava. A mãe de Riley o avisou? Provavelmente. O idiota estava lançando acusações contra Riley, que não tinha feito nada de errado. Como ele ousa?

Com um rápido olhar para garantir que minha mãe não estava em pé perto de nós, eu me inclino para perto dele. "Pelo menos não sou casado e fodo uma mulher no meu escritório." Eu cuspi e empurro meu braço de seu controle livre desta vez. Seu rosto empalidece, e sei que ele entende o que estou dizendo.

Passo por ele e em direção às escadas, enquanto Maggie está descendo por elas. Ela tem uma expressão questionadora em seus olhos, mas não diz nada. Era outra pessoa que seria afetada por isso. Os pais dela estavam mortos, graças a seu pai, e essa família era sua única segurança. Papai tinha explodido seu mundo também.

"Nós não terminamos de falar." Diz papai no começo da escada.

"Quer apostar?" Respondo e bato a porta do banheiro atrás de mim.

 

Ele é uma coisa bonita, não é?

Capítulo 29

 


Riley


Minha campainha toca uma hora depois que Brady saiu. Ninguém foi atender. Eu estava esperando que não fosse Brady e que ele tivesse chegado à escola sem entrar em uma briga com seu pai.

Bryony corre para a porta, seu rosto iluminado de excitação. Ela também não estava acostumada, e isso seria o destaque de sua manhã. Além do fato de que Brady estava dormindo no sofá quando ela acordou.

Na verdade, eu não conhecia a linda morena na minha porta, mas sabia quem era. Ela era a prima de Brady. A menina que veio a Lawton não falando e agora era a razão pela qual West Ashby não era um idiota completo.

"Olá" digo, sabendo por que está aqui. O regresso de Brady para casa não foi bem essa manhã. Eram oito horas e ela deveria estar na escola.

"Oi, Riley?" Ela diz, certificando-se de que ela tinha a pessoa certa.

"Sim" respondi.

"Desculpe por ter vindo assim, mas sou Maggie, a prima de Brady. E sei que ele dormiu aqui na noite passada. Isso não é o meu negócio, mas a cena que presenciei nesta manhã me deixou preocupada com ele."

Dei um passo para trás e acenei uma mão para ela entrar. Bryony estava ao meu lado, em minha perna examinando-a.

"Entre." Digo a ela.

Ela entra e sorri para Bryony.

"Gosto do seu cabelo." Bryony diz timidamente.

"Obrigada. Eu gosto do seu também. Sempre quis cachos loiros. Os seus são bonitos.”

Bryony sorri para ela. Ela também amava seus cachos loiros. Geralmente sentava na frente ao espelho apenas para escová-los.

"Minha mãe disse que ligou e deixou a Sra. Higgens saber que Brady estava aqui na noite passada.”

Maggie assentiu. "Sim, mas ele nunca fez isso antes, e ele cheirava a cerveja. Tenho certeza de que ele nunca cheirou assim antes." Ela fez uma pausa e me entregou o que parecia um bolo que ela segurava. "Tia Coralee mandou isso. Ela disse que estava querendo trazer ela mesma."

Eu pego o bolo dela. Não podia dizer nada a ela. Isso era para Brady contar. Não eu. "Diga-lhe obrigada por mim." Respondo.

"Não estou aqui para pedir-lhe para me dizer o que está acontecendo. Só preciso saber se ele está bem." Diz Maggie.

Eu poderia responder a isso. "Não, ele não está."

Maggie franzi a testa. "Estou com medo disso. As coisas não foram boas entre ele e tio Boone. Mas nunca os vi assim. Eu simplesmente não sei como ajudar."

Ela não podia. Ninguém poderia.

"Confie em mim quando lhe digo que você não pode ajudá-lo. Ele deve fazer isso sozinho. Se ele precisar se abrir, ele irá; caso contrário, deixe ele livre."

Ela assentiu. "OK. Entendi. Melhor do que a maioria, acho. Mas eu precisava de alguém. West tornou-se meu alguém. Acho que todos precisam de alguém." Ela fez uma pausa e olha diretamente para mim. "Espero que você seja a dele.”

Espero também. "Se eu for, não vou decepcioná-lo.”

Ela sorri e olha para a porta. "Estou atrasada para a escola. Acho que preciso sair antes que meu tio também fique chateado comigo. Obrigada por falar. Foi bom finalmente conhecê-la." Ela diz, então volta sua atenção para Bryony.

"Foi um prazer conhecê-la também."

Bryony sorri brilhantemente para ela. Então se esconde atrás de minhas pernas.

Nós nos despedimos e fecho a porta atrás de Maggie. Ela era doce, linda e obviamente entende sobre a coisa 'não ser intrusiva.' Brady tem sorte em tê-la em sua casa com ele. Isso ajudaria quando ele estivesse pronto para se abrir.

"Você pode ir ao Miller e me trazer um quilo de açúcar? Acho que vou fazer um pouco de minha torta de cereja para Lyla." Diz Vovó, sorrindo para Bryony. Hoje, Bryony seria minha mãe quando criança novamente. Nós não tínhamos esses dias todos os dias, mas hoje vovó já a chamou de Lyla três vezes. Bryony sempre parecia confusa, mas parou de discutir com ela sobre o nome dela.

"Claro." Digo a ela. "Por que não vamos ver se o seu programa de auditório favorito está passando. Acho que é hora do Dr. Phil." Digo a ela.

"Preciso alimentar Thomas primeiro." Argumenta ela.

"Deixe Bryo..." faço uma pausa e corrijo-me. "Deixe Lyla fazer isso. Você sabe que ela gosta."

Vovó pensa por um minuto, depois assente. "Essa é uma boa ideia. Ela precisa de responsabilidade. Nunca faz mal a ninguém."

Eu pisco para Bryony dizendo que tínhamos que brincar de fingir com a Vovó.

Ela pisca forte com os dois olhos, porque ainda não sabe piscar. Sorrindo, ligo a televisão para Vovó e Bryony vai para a cozinha para fingir alimentar um gato que não existe.

"Eu quero maçã da Wywa." Ela diz calmamente quando chegamos à cozinha.

Nos dias em que ela a confunde com Lyla, Vovó sempre lhe dá torta de maçã. Tinha sido o lanche favorito da minha mãe quando bebê. Bryony descobriu isso.

"Tudo bem." Respondo, colocando a torta para baixo, então a levanto para a cadeira alta.

Minha mente estava em Brady, no entanto. Ele estava enfrentando a escola e amigos com a alma destruída. Manter um segredo assim era como sentir que o peso do mundo estava sobre ele. Eu não poderia ser forte para ele, no entanto. Ninguém poderia.

Ele tinha que resolver isso por si mesmo. Pelo menos ele não estava sozinho.

"Eu gosto do Dr. Phil?" Pergunta vovó da sala de estar.

Este seria um dia ruim. Alguns dias eram melhores que outros. Hoje, ela estava confusa com tudo. Caminho até a porta e olho para ela. "Sim. Ele é brilhante e terá muitas boas dicas para você.”

Ela assentiu com a cabeça e cobriu as pernas com a manta que mantínhamos no sofá para ela há anos. "Ele é bonito, não é?" Comenta.

Ela diz isso todos os dias quando o observa.

"Sim" concordo, sorrio, e volto para a cozinha para dar a Bryony torta de maça. Eu tinha certeza que seria mandada ir ao Miller's para Lyla mais tarde hoje.

"Vamos ao parque?" Bryony pergunta.

"Sim, iremos mais tarde hoje, depois da sua soneca." Asseguro-lhe. Estava ficando cada vez mais frio, e eu temia quando não pudéssemos mais ir ao parque.

Bryony precisava de um balanço aqui em casa, para que ela pudesse ir ao quintal e se divertir por períodos mais curtos. O frio mordaz que estava por vir nos impediria de caminhar até o parque. Ela odiaria isso.

 

Essa era a única arma que eu tinha.

 

CONTINUA

Capítulo 15

 


Riley


Com uma lista de compras em uma mão e a mão de Bryony na outra, entro na loja para pegar todas as coisas que precisávamos. Bryony queria ir ao parque hoje, mas choveu a maior parte da tarde, então ficou lamacento. Eu prometi seus biscoitos de animais se ela fosse uma boa garota no supermercado.

Foi um acordo, não um suborno. Ou, pelo menos, eu gostava de me dizer isso.

"Riley Young." Reconheço a voz. A maneira como meu sobrenome foi dito como se fosse desagradável em sua língua me fez tensa. Eu não entrei em contato com Serena desde que voltei. Esperava que nunca fizesse. Aparentemente, minha sorte acabara de acabar.

Seguro Bryony perto do meu lado como se ela pudesse machucá-la, o que era bobo, mas eu fiz isso de qualquer maneira. Virando, enfrento não apenas Serena, mas Kimmie também. Elas parecem versões mais antigas das meninas que eu lembrava. Ainda tentando superar uma a outra.

"Olá, Serena. Kimmie” respondo com um sorriso forçado.

"Você tem uma criança. O que aconteceu, você não usou proteção?" Kimmie diz com uma risadinha. Eu podia suportá-las me atacar. Mas elas não iriam trazer Bryony para isso.

"Posso ver que vocês duas estão tão encantadoras quanto lembro. Se vocês me desculpem, tenho compras para fazer" Respondo, querendo dar um bom exemplo para minha filha. Ela era nova, mas eu estava certa de que ela entendia coisas assim. Ou pelo menos deixava impressões sobre ela.

Passei por elas e coloquei Bryony em um carrinho.

"Não se esqueça de pegar alguns preservativos. Odiaria que isso acontecesse novamente." Serena diz com um tom doce. Eu tive a minha cota disso.

"Você é a única que precisa lembrar-se de seus preservativos. Você não gostaria de espalhar por aí as DSTs que teve depois de anos dormindo com qualquer pessoa que olhasse para o seu caminho.”

Com isso, eu saí. Talvez não tenha sido a minha melhor hora como mãe, mas sim, senti-me bem. Elas poderiam mexer com isso e ser cadela sobre mim na próxima semana.

"Ookies?" Bryony me pergunta, e posso ver o cenho preocupado em seu rosto. Ela não tinha entendido o que aconteceu, mas ela era inteligente o suficiente para saber que eu estava chateada.

"Sim, garota, vamos te dar biscoitos." Asseguro.

Minhas emoções estavam muito cruas do confronto de ontem à noite com Brady. Eu estava sendo uma pirralha completa sobre isso, mas não podia evitar. Eu confiei nele o suficiente para dizer sim a sua oferta, então ele a recusou. Entendi seus motivos, mas ainda dói. Isso não estava melhorando.

Minha vida aqui seria por um curto período de tempo mesmo. Eu me graduaria em breve, e então iria encontrar um emprego e encontrar para Bryony e eu um lugar só nosso. Não tinha tempo para meninos e amigos. Eu tinha uma vida para construir. Os meus anos de adolescência acabaram. Tinham acabado desde a noite em que pedi a Rhett para me dar uma carona para casa. Antes daquela noite eu tinha sido mais inteligente. Eu confiei em Brady, que já tinha sido um bom amigo. Alguém em quem poderia confiar.

 

Dois anos atrás...


Gunner estava bebendo novamente. Ser convidado para essas festas do campo era o nosso objetivo final desde que estávamos na escola primária. Graças ao irmão mais velho de Gunner e ao fato de que Gunner deveria ser uma futura estrela do time de futebol, juntamente com Brady e West nesse verão.

Em primeiro lugar, Gunner não tinha bebido com os outros. Brady nunca bebeu, mas West começou a provar a cerveja. Então Gunner. Agora era um festival cheio de bêbados. Brady foi o único que ficou sóbrio. Ele também era aquele com quem todos queriam conversar. Começou a chamar a atenção do treinador do ensino médio há dois anos, quando ele estava apenas na oitava série. Sua precisão com a bola o fez importante por aqui.

Sentei-me num velho pneu de trator perto do fogo, onde Gunner estava antes. Ele me deixou para beber mais e agora estava rindo com alguns jovens em voz alta e irritante. Gostava de ir às festas no início, mas não tinha tanta certeza de gostar agora. Chegar em casa esta noite seria complicado. Eu não poderia chamar minha mãe para vir me pegar porque Gunner estava bêbado. Ela veria isso.

Eu procurei na multidão por Rhett, que normalmente dava a Gunner e a mim uma carona para casa. Ele bebeu um pouco, mas raramente ficava completamente bêbado. Eu o observei e decidi que seria seguro ir com ele. Tive uma carona com a mãe de Brady mais de uma vez. O problema com isso foi, Brady ficava até tarde, e eu não estava com vontade de chegar atrasada. Serena estava tentando chamar a atenção de Rhett quando o encontrei no campo em torno da caminhonete. Ele parecia mais interessado em uma das garotas mais velhas lá. Embora Serena estivesse aqui por causa de Rhett, eu tinha certeza. Definitivamente, não pediria que ele me deixasse em casa esta noite. Eu acho que eu teria que sofrer até que Brady fosse embora. Ele tinha uma multidão ao seu redor, mas eu me levantei e fui até ele de qualquer jeito.

Gunner ia estar desmaiado logo, e eu precisava de uma carona para casa.

"Ei, linda." Alguém gritou com uma expressão óbvia na voz. Olhei para ver Ivan, um dos amigos de Rhett, caminhando em minha direção. O copo de plástico vermelho na mão era mais do que apenas cerveja, eu aposto. Ivan foi expulso da equipe no ano passado por festejar demais. Ele raramente aparecia para a aula e ia ser reprovado. Não pareceu estar preocupado com isso. Ainda estava pendurado com a mesma multidão, e eles o amavam.

Voltei minha atenção para o grupo de Brady e esperei que Ivan tropeçasse sobre seus pés bêbados. "Seu garoto ainda não consegue lidar com sua cerveja. Ele deixa você sozinha? Isso é uma vergonha. Venha aqui e podemos conversar.”

Não nesta vida.

"Não, obrigada." Respondi, ainda não olhando para ele.

Ele riu como se tivesse sido divertido. Antes que ele pudesse pensar em algo mais a dizer, eu estava perto o suficiente de Brady que me viu me dirigindo para ele. Ele parou de falar e se voltou para mim.

"Você está bem?" Ele pergunta, fazendo uma verificação rápida em Gunner, eu assumi.

"Sim. Só preciso de uma carona. Sua mãe está chegando?" Eu pergunto.

Ele assente com a cabeça, mas havia uma careta no rosto. "Gunner está bêbado de novo?"

"Sim."

Ele balança sua cabeça. "Eu tenho que corrigi-lo. Vou ligar para mamãe. Nós podemos sair em breve."

"Obrigada. Eu aprecio isso."

 

Você precisa chacoalhar.

Capítulo 16

 


Brady


Ivy tinha decorado meu armário e deixado brownies com glacê sobre eles dentro.

Ela ainda estava agindo como se fossemos um casal nos dias do jogo. Eu não queria dizer nada para machucar seus sentimentos, mas ela tinha que parar com isso. Nós não conversamos o resto da semana. Os brownies de sua mãe eram bons e tudo, mas eles não nos resolveriam. Nunca tivemos razão para começar.

Comi dois brownies e bebi um grande copo de leite antes de subir as escadas para pegar meu saco. Minha mãe tinha lavado meu uniforme e empacotado para eu pegar no ônibus. Esta noite era importante. Vitalmente. Se não ganhássemos esse jogo, estaríamos fora.

O estudo das fitas de jogos e todo o treino extra me fez sentir pronto. Eu achei que a equipe estava preparada. Não era o que estava pesando na minha cabeça. Em vez disso, era eu. O centro da equipe. O quarterback. Quem precisava de sua cabeça ajustada. Não consegui esquecer a visita de Riley na outra noite. Incomodou-me que ela estivesse magoada. Que eu tivesse sido o único a machucá-la.

Isso não era novo. Eu era o cara legal. Não porque tenha sido rotulado, mas porque era simplesmente quem eu era. Às vezes, odiava isso seriamente.

No entanto, essa coisa de Riley era diferente. Eu estava preocupado com ela mais do que jamais tinha me preocupado com Ivy e seus sentimentos. Ivy e eu voltamos a sair novamente por quase dois anos, mas nunca senti algo tão forte por ela quanto com Riley. A única razão pela qual eu poderia pensar nisso era pela menininha. Riley tinha sido entregue a um acordo bruto e fez seu melhor. Eu respeitava isso. Minha bolsa estava na minha cama, como esperava, tudo empacotado para mim. Mamãe ainda não estava em casa do trabalho, mas ela estaria no jogo junto com meu pai.

Eles trariam Maggie, e seria a noite de sexta feira normal. Exceto que hoje, minha cabeça não estava apenas no jogo como sempre esteve.

Frustrado, pego minha bolsa e volto para baixo. Eu tinha que lidar com isso agora. Nós deveríamos estar na casa de campo para embarcar no ônibus em uma hora. Antes de ir para lá, eu ia ver Riley. Se não conversasse com ela e aliviasse minha mente, eu não estaria seguro que pudesse ganhar essa noite. The Panthers também estavam invictos. Tínhamos um trabalho duro em nossas mãos, e eu tinha que estar 100 por cento.

"Você está saindo?" Perguntou Maggie enquanto passava pela porta do quarto.

Fiz uma pausa e olhei no quarto. Ela estava na cama sentada com as pernas cruzadas e um livro aberto no colo. A menina lia mais do que qualquer um que eu conhecia.

"Sim" Respondi.

"West foi para casa para tirar uma soneca antes de vocês terem que se encontrar para sair.”

"Eu preciso ir fazer uma coisa." Digo, sem lhe dar mais detalhes.

"Bem, boa sorte esta noite.”

"Obrigado. Preciso disso."

Ela inclina a cabeça para um lado e seus cabelos castanhos escuros caem sobre um ombro. "Nunca ouvi você dizer isso antes.”

Porque nunca senti isso antes. Eu sempre estive focado e confiante.

Agora não.

"Tenho muita coisa na minha cabeça é tudo.”

"Riley Young." Responde Maggie. Não era uma pergunta. Era uma declaração.

"Não sei o que você quer dizer." Digo, e começo a sair.

"Você saiu, depois que ela jogou a pedra na janela na outra noite. Você tomou a decisão errada e isso está assombrando você."

Não era algo que eu queria discutir. Só precisava corrigi-lo.

"Você não disse nada a West, não é? "

Ela balança a cabeça. "Não é minha informação para contar.”

Gostava muito da minha prima. Ela não era uma fofoqueira. Ela mantinha as coisas para si mesma. Nenhum drama ou coisa feminina para lidar com isso. Muito parecido com Riley, acho.

"Estou trabalhando no que é o certo. Não apenas para mim, mas para todos os envolvidos." Não fazia sentido, mas era tudo o que estava disposto a dizer. "Eu não a conheço. Mas gosto dela.”

"Por quê?" Pergunto curioso.

"Nenhuma garota já o chacoalhou assim. Nem mesmo Willa. Certamente, não Ivy. Você precisa chacoalhar."

Não, eu precisava estar nivelado e pronto para ganhar este jogo.

"Discordo."

Maggie pega seu livro de volta, como se estivesse ok com essa conversa. Era algo que eu gostava sobre ela. Ela não seguia e continuava sobre um tópico em que terminou de discutir.

"Descobri que as coisas que mais nos atraem são as que merecem mais sacrifícios.” Ela disse isso sem olhar para mim.

Droga. Isso atingiu uma corda.

"Você fez sacrifícios pelo West?" Pergunto, já conhecendo a resposta.

Desta vez, ela olha por cima de seu livro. "Eu falei Brady. Ouvi o som da minha própria voz.”

A razão pela qual isso foi um sacrifício não precisava ser explicada. Eu entendi.

Com um aceno de cabeça, deixei-a lá com o livro. Ela ganhou a vida novamente quando falou com West. Uma grande parte dela que faltava foi preenchida com novos motivos para ser feliz.

Não pensei que estivesse faltando nada. Eu tinha bons pais, tinha bons amigos e ia jogar futebol em uma faculdade do Texas no próximo ano. Minha vida não precisaria melhorar muito. Antes de ter Riley e Bryony na minha caminhonete no outro dia, não questionava nada disso. Sabia que era sólido. Eu estava pronto para o meu futuro.

Agora eu me perguntava se estava apenas vivendo a vida fácil. Não enfrentando desafios ou realmente fazendo uma marca em qualquer um. Maggie tinha sido a rocha de West através de um inferno que nunca quis imaginar. Mesmo tão quebrada como ela estava, ela ficou perto dele e se tornou seu centro. Ela tinha feito algo com sua vida que significava mais do que apenas sua felicidade. Ela encontrou felicidade ajudando alguém.

Eu era feliz? Esta vida que eu tinha... me deixou feliz? Jogar futebol e ser a estrela do Lawton High realmente me faz feliz?

Não. Não. Não em tudo.

Eu estava vazio. Sem sentido. Eu era um hospedeiro para ganhar jogos na minha escola.

As meninas gostavam de mim, e eu tinha minha escolha se quisesse. Minha caminhonete não era nova, mas era boa e me foi dada sem que tivesse que trabalhar para isso.

Não havia nada digno de mencionar que eu tivesse feito para qualquer um.

Jogando minha bolsa no banco do passageiro da minha caminhonete, decidi que havia acabado. Não estava mais me concentrando em Brady Higgens. Alguém precisava de mim.

Ela precisava de amizade, e ela tinha vindo até mim. Foda-se meus amigos enlouquecendo. Todos precisavam acordar e perceber que havia se passado dois anos e todos nós estávamos errados. Eu estava preocupado em ganhar um campeonato e havia uma mãe solteira que eu já tinha considerado uma amiga para conquistar. Não vou ignorar isso. Não por um maldito jogo.

 

Você tem um campeonato para ganhar.

Capítulo 17

 


Riley


Havia janelas de carros pintadas, bandeiras azuis com leões sobre elas e, claro, grandes sinais em cada quintal, exceto o nosso, com LIONS #1. Minha casa não estava preocupada com o jogo. Nós éramos os únicos na cidade sem um sinal dos Lions em seu quintal, e na próxima reunião da cidade eles poderiam votar para nos expulsar da cidade... novamente... porque não conseguimos ficar obcecados com o futebol.

Fiquei com aquele pensamento balançando na cabeça. Isso não aconteceria, é claro, mas a maneira como eles faziam por um jogo de futebol pensaria que era a eleição presidencial. Bryony apontou para outro carro que passou por nós deixando a cidade para o jogo. As janelas pintadas e as bandeiras voando eram fascinantes para ela. Pelo menos, elas eram boas para alguma coisa.

O próximo veículo que passou não era um carro pintado. Era a caminhonete de Brady Higgens. Meu peito apertou com a visão, e comecei a andar mais rápido. Chegar em casa não faria a lembrança da outra noite se afastar, mas eu poderia pelo menos me preocupar em fazer um lanche e arrumar meu armário ou algo assim. Qualquer coisa para não lembrar quão tola eu fui.

Bryony aplaude e acena para o próximo carro que passa. Eles tinham uma cabeça de leão no capô. Não tenho certeza de como eles estavam fazendo essa proeza, mas com certeza fez Bryony feliz. Provavelmente ela gostaria dos jogos. Todos os torcedores torcendo e o pessoal correndo no campo. Eu nunca poderia levá-la, no entanto. Essa era uma parte da minha vida que terminou.

Girei na entrada da minha avó enquanto a caminhonete de Brady chegou a uma parada paralela ao meu lado. Bryony estava acenando para ele como se ele fosse seu melhor amigo. Eu já tinha sido grosseira na frente da minha filha uma vez na semana passada. Não voltaria a fazê-lo.

"Você não tem um jogo para ir?" Pergunto a ele. Sua janela estava baixa, e ele parecia estar prestes a falar comigo.

"Tenho cerca de quarenta e cinco minutos. Você pode falar?"

Minha resposta deveria ter sido não. Não posso. Tchau.

Mas Brady tinha um jogo, e ele estava aqui por algum motivo. Para ele, tinha que ser importante. Olhei para ver se o carro do meu pai também estava em casa. As sextas-feiras, ele geralmente saia do trabalho cedo. O jogo provavelmente fez toda a cidade sair do trabalho cedo. Deixar Bryony dentro com meus pais não deve ser um problema.

"Deixe-me levá-la para dentro." Respondo.

Empurro o carrinho para a varanda da frente e me abaixo na frente dela para desabotoar o cinto de segurança. "Mamãe vai conversar com nosso amigo Brady, está bem? Estarei dentro para preparar um lanche em alguns minutos."

Ela assente como se tudo tivesse sentido. Muitas vezes eu me perguntava se isso acontecia, se ela entendia as coisas que ela respondia.

Abrindo a porta, vi papai no sofá com uma xícara de café e o jornal. "Ei, pai". Cumprimento. "Brady Higgens está aqui e quer falar comigo um minuto. Você pode manter um olho em Bryony para mim? Não vou demorar."

Papai franze a testa. "Brady? O menino não tem um jogo para ir?"

Meus sentimentos exatamente. Eu assenti. "Sim, então isso será rápido.”

"Claro, vou vê-la. Diga a ele que eu disse boa sorte. Estou torcendo por eles."

Não respondi. Eu não tinha certeza do que dizer. Meus pais estavam muito entusiasmados com Brady. Eu estava com medo de que eles estivessem prestes a ser abatidos. Coloco Bryony no chão para que ela possa correr em seus pés, então fecho a porta atrás de mim. Meu pai não era o tipo curioso, mas o que quer que fosse, não queria que ninguém nos ouvisse.

Brady saiu da sua caminhonete e estava encostado no lado do passageiro, esperando por mim. Viro-me para ele. Se ele fosse se desculpar novamente, eu poderia perder a paciência. Não queria suas desculpas. Queria fingir que nunca havia ido lá.

"Não tenho muito tempo." Digo a ele como se ele fosse me manter. Ambos sabíamos que ele tinha um jogo para vencer. "E se isso é outra desculpa, não faça. Apenas deixe ir."

Ele move os pés e parecia quase nervoso. "Eu quero ser seu amigo. Minha oferta original - ou pedido - ainda é válida."

O que?

"Por quê?"

Ele suspira e passa as mãos pelos seus cabelos escuros. "Porque quero ser seu amigo. Acredito em você. Eu me sinto como uma merda sobre o modo como te tratei quando você voltou para a cidade e o fato de ter afastado você há dois anos. Eu era jovem. Essa é a única desculpa que tenho. Mas sei melhor agora. Minha equipe não pode me dizer de quem eu escolho ser amigo."

Ele parecia tão determinado que eu me pergunto se ele estava tentando convencer-se de tudo isso. E por que ele sentiu a necessidade de vir me ver antes do seu jogo quando isso poderia esperar.

"Você tem um campeonato para vencer." Lembrei-lhe. Ele estava bastante certo na outra noite.

"Sim. Mas isso não deve me impedir de fazer o que é certo."

Então eu era o que não estava certo. Isso me fez sentir como um caso de caridade. A garota na mesa do almoço sem amigos. Algo que ele aprendeu na escola dominical quando criança. Seja gentil com aqueles que precisam. Bem, não precisava de nada. Eu estava perfeitamente bem.

"Não preciso de sua amizade por caridade. Sou melhor do que isso. Mas obrigada de qualquer maneira." Disse, então virei para voltar para dentro. Esta conversa terminou, tanto quanto eu estava preocupada.

"Espere. Não. Não é caridade" ele grita, mas eu sabia a verdade, mesmo que não o fizesse. "A verdade é que não consigo parar de pensar em você.”

Eu paro.

Bem, essa foi definitivamente uma coisa que não esperava.

"Desculpe?" Perguntei, olhando para ele.

Ele enfia as mãos nos bolsos dos jeans. "Eu acho que preciso de você. Uma amizade que não se baseie no meu desempenho no campo ou entrar na melhor festa. Estar sozinho. Isso significa algo."

Agora, isso seria difícil de discutir ou de se afastar. Eu estava vulnerável em sua casa na outra noite, e ele agora estava fazendo o mesmo comigo. Acabou de levar tempo para pensar.

"Porque agora? Por que não quando a temporada acabar?"

Posso dizer honestamente que eu estava preocupada com os outros caras e com este estúpido jogo de futebol agora. Não porque queria que eles ganhassem, mas porque queria que Brady ganhasse. Queria que ele conseguisse o futuro para o qual ele trabalhou tanto. Por que queria tudo isso? Deus, eu estava tendo sentimentos por ele. Toda essa porcaria em torno de nós, e eu estava começando a me preocupar com a felicidade de Brady Higgens.

"O futebol não pode tomar todas as decisões na minha vida. Se eu deixar isso, então não estou lutando pelo meu sonho. Estou deixando meu sonho me possuir. Eu deveria possuí-lo."

Fico em silêncio e deixo suas palavras se mexerem. Ele quis dizer isso. Eu o respeitava por isso. Mas ainda queria protegê-lo.

"Então deixe sua nova amiga tomar uma decisão por você. Espere. Dê tempo a esta temporada. Então poderemos tentar a coisa de amizade."

Ele balança sua cabeça. "Não quero esperar. Não posso."

Sua determinação era... fofa. Admirável, mas fofo.

"Então vamos ser amigos em segredo por mais algumas semanas." Sugeri.

Ele franziu a testa e parecia que iria discutir de novo.

"Basta pensar nisso. Vá ganhar o jogo da noite e deixe os prós e os contras jogarem na sua cabeça neste fim de semana. Se você ainda estiver interessado em surpreender a cidade, iremos ao Den e comeremos hambúrgueres na noite de segunda-feira. Mas se você ver a razão, assim como eu, vai dirigir por duas cidades e me levar para uma pizza."

Um sorriso lentamente se espalha por seu rosto. "Posso ter seu número, então?"

Como se uma garota pudesse dizer não a isso.

 

Por três Touchdowns.

Capítulo 18

 


Brady


Conseguir minha cabeça completamente no jogo era difícil, mas vendo os fãs que haviam dirigido até aqui nas arquibancadas, torcendo, segurando as bandeiras e os sonhos de suas canções, me lembrou da importância da noite. Eu não estava aqui preocupado com uma garota na qual não conseguia parar de pensar. Ela estava bem agora. Estávamos bem. E a ideia de um futuro para nós me animou em vez de me assustar. Estava pronto para ganhar este jogo agora. Este não era apenas o meu futuro pesando na balança. Era o nosso. Mesmo aqueles de nós que considerariam isso como nossa última lembrança do futebol. Isso significaria algo.

No meio do tempo, estávamos em um touchdown. The Panters eram difíceis, e mesmo com todo o trabalho de preparação, estávamos no nosso melhor jogo para acompanhá-los. West abriu o capacete na borda do campo enquanto soltava uma série de palavras que eu sabia que o treinador ignoraria. Nós não jogamos um jogo tão duro em toda a temporada.

Gunner bateu o punho nos velhos e espancados armários que estavam reservados para o time adversário The Panters. Ele não deixou uma série de maldições voarem de sua boca, mas ele continuou a bater no armário algumas vezes mais, antes de descansar sua testa sobre ele. Tínhamos dois tempos para alterar isso.

O treinador falou conosco e nos lembrou de quem nós éramos e para o que viemos aqui. Ele era bom em conversas de meio período. Eu poderia contar com ele para recuperar a cabeça da equipe e deixa-la pronta para lutar.

Havia rugidos e punhos no ar enquanto nos dirigimos de volta ao campo. Este não foi o primeiro meio tempo em que estivemos perdendo. Foi a primeira vez que fomos abatidos. A maneira como tínhamos jogado esta noite deveria ter tido um touchdown ou mais adiante. Não para trás.

"Onde está sua cabeça esta noite?" Gunner me pergunta quando se afasta do armário no qual ele estava apoiado.

Ele estava me culpando por isso? "Não sei o que você quer dizer com isso." Respondi, a raiva lentamente se construindo dentro de mim. A acusação no seu rosto era suficiente para me dizer que ele estava me apontando em vez de todos nós. "Esta é uma equipe. Onde está sua cabeça?" Eu recordo.

"Foda-se isso. Você tem a bola. Você dirige a equipe. E eu estive jogando bola com você desde que nós éramos crianças. Sua cabeça não está conosco lá fora. Então, onde diabos está isso? Porque precisamos dela nesse campo." Ele estava gritando agora.

"Volte, Gunner." Diz West, colocando-se entre nós. Nash e Asa também se aproximaram de nós. Como se uma luta estivesse prestes a começar e todos precisassem estar lá para acabar com isso.

"Não! Ele vai nos fazer perder esse jogo. Sua cabeça não está lá, e nós precisamos disso!" Grita Gunner. "Hunter é um maldito estudante de segundo ano e não está pronto para isso. Não podemos entregar o jogo para ele. Precisamos que Brady junte-se a nós antes de voltar para esse campo.”

Eu queria chegar em seu rosto e dizer-lhe exatamente onde poderia empurrar sua acusação. A ideia de bater meu punho em seu rosto também era atraente.

No entanto, ele estava certo. Minha cabeça não estava completamente lá. Gunner era o único com bolas o suficiente para apontá-lo.

"Vá beber um pouco de água e acalme-se." Diz Asa a Gunner. Todos pensaram que estávamos prestes a brigar. Em outro momento, eu apenas poderia fazê-lo. Mas esta noite Gunner estava certo. Era minha culpa. Admito que doeu, mas era verdade.

"O que está acontecendo aqui, garotos?" Pergunta o treinador quando entra na casa de campo. A mídia local o parou para uma entrevista em seu caminho para nós, então ele perdeu o confronto.

Todo mundo, exceto Gunner, se vira para olhar para o treinador enquanto os olhos de Gunner ficam colados em mim. Ele estava aguardando sua resposta. Ele não iria receber uma porque a verdade causaria mais do que apenas eu estragar o jogo. O inferno iria se abrir.

"Estou fora esta noite." Respondo à pergunta do treinador enquanto mantenho contato visual com Gunner. "Tudo isso é por minha causa.”

Essa foi a primeira vez que eu tive que fazer isso em um vestiário em todos os anos que estive jogando. Nunca fui eu. Sempre tinha sido outra pessoa com quem eu tinha que falar sobre qualquer coisa que eles estavam lidando. Isso era difícil. Foi como admitir que eu era um fracasso.

"Então vamos consertar isso. Você é o melhor quarterback sênior do Alabama, Brady. Ou você esqueceu disso?" O treinador pergunta.

Não tinha esquecido. Posso não concordar, mas não tinha esquecido que o título tinha sido dado a mim nas últimas estatísticas. Se perdesse isso, Riley se culparia.

Não era culpa dela. Era minha. Isso não era apenas para mim; era para toda essa equipe e nossa cidade.

"Estou pronto." Digo a ele.

O treinador assente com a cabeça e inicia seu plano para a próxima metade. Agora que vimos o jogo dos Panters e sua estratégia, tivemos que ajustar o nosso. Eu mergulhei e consegui colocar Riley Young fora da minha mente. Esta noite eu tinha muito a provar. Especialmente agora.

Quando corremos de volta ao campo, Gunner apareceu ao meu lado. "Nós vamos cuidar disso.”

Essa foi sua maneira de se desculpar. Certificar-se de que estávamos bem.

Assenti em concordância. Porque nós iriámos. Queremos ganhar o jogo esta noite.

Então iremos nos preparar para a próxima semana. Era quase um fim para nós e o futebol dos Lions. A graduação seria o nosso próximo passo.

Eu estava pronto para o futuro, mas o cheiro da grama fresca e a alegria na multidão enquanto os caras que aprenderam a jogar futebol comigo quando éramos crianças estavam todos amontoados ao meu redor - isso seria perdido.

Nunca receberíamos isso de volta.

Por causa disso, por causa dessa memória e de todos os outros que acompanharam isso, eu dei tudo o que tinha e mais um pouco que não sabia que tinha. Com cada peça chamada, eu me concentrei mais do que nunca. Afoguei o rugido dos fãs. Ignorei os tiros pop chamando por mim da outra equipe. Eu tinha uma missão. Uma unidade. Para ganhar este jogo.

E nós fizemos. Por três touchdowns.

 

Eu devo essa noite a você.

Capítulo 19

 


Riley


Se eu dissesse que fui para a cama sem ficar acordada para assistir as notícias, estaria mentindo. Estava nervosa. Nunca estive nervosa sobre um jogo de futebol em toda a minha vida. Mas estava agora. Quase não consegui jantar, mas me obriguei a fazê-lo, então minha mãe não me questionaria. Normalmente eu tinha um grande apetite.

Papai estava sentado em sua poltrona reclinada com os pés apoiados e um dos muitos cobertores que minha avó tinha tricotado jogado sobre suas pernas. Sua tigela de cereais estava em suas mãos enquanto observava as notícias locais. Nunca assisti a notícia com ele, então tentei muito casualmente entrar e sentar-me no sofá.

Mamãe era muito mais observadora, então fiquei agradecida que essa noite ela estava em um banho de imersão no momento e não por aí assistindo as notícias com ele. Ela me questionaria por estar aqui.

"Você ainda está acordada?" Ele pergunta como se eu estivesse na cama cedo todas as noites. Normalmente ia para meu quarto relativamente cedo, mas raramente para dormir. Eu jogava um jogo no meu telefone ou lia um livro. Esse tipo de coisa.

"Sim" Respondo, esperando que ele deixasse por isso mesmo. Normalmente, meu pai não era um grande falante. Mas quando ele tinha algo a dizer, sempre era importante. Ele não desperdiçava palavras. Era o que minha mãe sempre dizia sobre ele.

Felizmente, o repórter começou a falar sobre os preços do gás, e meu pai ficou em silêncio. Eu podia ouvi-lo comer os flocos crocantes em sua tigela e estava feliz por ele ter algo mais a fazer com a boca do que falar.

Depois de cobrirem os preços do gás, uma casa queimando em uma cidade vizinha e o novo plano de seguro do presidente, eles finalmente jogaram o clipe de um futebol pairando pelo ar, o que significava que a pontuação das equipes locais estava prestes a ser postadas.

"Os Lions Lawton ganharam novamente." Foram as primeiras palavras da boca da âncora da notícia, eu soltei um suspiro de alívio. A mulher falou que Brady Higgens lutou durante a primeira metade, mas ele voltou no segundo tempo e possuiu o jogo. Os Panters não estavam prontos para ele, ou pelo menos foi o que o treinador dos Panters disse quando o perguntaram. Ele parecia impressionado, e embora estivesse suando e cansado pelo jogo, ele concordou que Higgens era o melhor quarterback do estado. Ele agora vivenciou isso e aguarda com expectativa a carreira do garoto.

Um pouco de orgulho surgiu em mim, e isso foi bobo, mas era a verdade. Tínhamos sido amigos quando crianças, mas nada especial. Eu tinha sido amiga de todos eles. Brady sempre foi o líder, mesmo quando todos estávamos brincando juntos no balanço do parque.

Tinha sentido que ele fosse o líder agora. Eu me levantei para sair quando a recapitulação do jogo da noite mudou para outra coisa.

"Acho que você pode dormir agora sabendo que o menino teve um bom jogo." Diz papai enquanto estou saindo da sala.

Faço uma pausa e estremeço. Fui um pouco óbvia saindo logo após essa notícia. "Ele estava nervoso e é possivelmente o único amigo que tenho nesta cidade.”

Essa foi a melhor explicação que tive, e era verdade.

"Ele é um bom garoto. Atleta talentoso. Mas eu direi que estou mais orgulhoso dele por ignorar o resto e chegar a ser seu amigo de qualquer maneira. Ele tem uma coisa sobre ele, então, vê-lo tomar uma atitude como essa me dá esperança para esse grupo, afinal. Brady é o líder deles. Eles podem questioná-lo no início, mas eventualmente..." ele para.

Eu não pensava assim, nem ficaria muito esperançosa. Brady não conseguiria tirar todo o ódio que eu sentia pelo que aconteceu com Rhett. Muitas vezes me pergunto se seria melhor se eu tivesse deixado a cidade e não tivesse contado a ninguém? Eu nunca saberia a resposta para isso, e achei que estava bem. Não precisava saber. Minha vida havia acabado do jeito que deveria. Eu acreditava firmemente no destino. Até agora, o destino me deu Bryony e não podia me queixar. Ela era perfeita. Minha perfeita.

"Boa noite, pai." Falei antes de sair desta vez.

"Boa noite querida."

Caminho pelo corredor e abro lentamente a porta do quarto para não acordar minha princesa. Ela estava enrolada como uma bola com a maioria dos lençóis, e eu adorava vê-la assim. Ela estava segura e segura na vida que eu tinha dado a ela. Ela não sabia nada sobre como foi concebida ou a dor que a seguira. Não havia necessidade dela saber.

Debruçando-me, beijei o topo de sua cabeça e o doce cheiro de xampu de bebê encontrou meu nariz. Eu amava cheira-la. A casa cheirava assim - bebê - quando eu a levara para casa do hospital. Esse cheiro me lembrava as noites sem dormir, mas também dos primeiros sorrisos, primeiros beijos, primeiras palavras e primeiros passos. Adorava tudo sobre esse cheiro. Muitas vezes eu me perguntava se poderia convencê-la a continuar usando o mesmo xampu em seus anos de adolescência.

Eu duvidava, mas sempre havia esperança.

Meu telefone estava sobre a mesa de cabeceira. Embora estivesse em silêncio, a tela iluminou a sala. Nunca recebi mensagens ou ligações a menos que fossem de meus pais. A única pessoa que tinha meu número agora estava em um ônibus comemorando uma vitória.
Eu me estiquei na cama e o peguei.

O nome de Brady apareceu, então passei o dedo sobre a tela e li suas palavras.


Obrigado. Eu devo esta noite a você.


Isso não era verdade. Ele devia essa noite ao fato de que era uma estrela. Não tive nada a ver com isso.


Eu duvido seriamente disso, mas parabéns.


Respondi.

Ele ia sair da cidade neste verão. Sair para viver seus sonhos.

E eu estaria aqui com meus pais até conseguir um lugar meu em uma cidade onde pudesse começar de novo e ter uma vida.


Se você não tivesse falado comigo hoje, não teria conseguido me concentrar.


Ele respondeu.


Eu ter ido até a sua casa realmente o incomodou tanto?


Queria deixar as vibrações no meu estômago voarem livre e curtir isso, mas não podia. Eu não era uma garota no ensino médio que podia flertar e se divertir. Era uma mãe e uma filha com responsabilidades. Eu vivia uma vida que ele não entenderia e não esperava que ele se encaixasse.


"Aproveite sua vitória. Eu assisti as notícias. Você mereceu isso."


Não esperei que ele respondesse. Bloqueei o telefone e o coloquei na cabeceira.

As fantasias das jovens meninas não eram para mim.

 

Jogo divertido ontem à noite, hein?

Capítulo 20

 


Brady


No sábado depois de um jogo, eu deveria dormir. No entanto, o sono não veio facilmente ontem à noite, e o cheiro de bacon me acordou mais cedo do que teria gostado. Peguei meu telefone e verifiquei se Riley já havia respondido ao meu último texto. Ela não fez.

Colocando um short, desço as escadas para a cozinha para o café da manhã. Minha mãe estava empilhando panquecas com seu avental rosa e branco amarrado em torno de sua cintura. Eu tinha comprado para ela há cinco anos para o Dia das Mães com o dinheiro que fiz cortando grama. Ela o usava o tempo todo.

"Bom dia!" Digo quando vou até a geladeira para pegar o leite.

"Você acordou cedo. Eu esperava que você dormisse até o meio dia." Ela provoca.

Eu não dormia até o meio dia, bem... nunca. Ela sabia. "Senti o cheiro de bacon." Digo a ela. "Um homem não consegue dormir quando há bacon.”

Recebo um sorriso dela.

Mamãe sempre foi essa mãe. Aquela que fazia nossos almoços e nos preparava o café da manhã. A mãe que fazia biscoitos e me deixava ter a casa cheia de caras. Ela acreditava em mim e estava orgulhosa. Em troca, eu queria continuar a deixá-la orgulhosa. Eu tinha uma mãe que a maioria dos indivíduos não tinha sorte o suficiente para ter. Pelo menos não no meu grupo de amigos. Eu tive sorte pelo jeito. Muitas mães não eram tão perfeitas quanto a minha. Por exemplo, a mãe de Gunner. Eu nem tinha certeza de que ela merecia esse título. Ela não tinha feito muito por ele na vida.

"Você se machucou a noite passada?" Pergunta mamãe enquanto coloca um prato de panquecas e bacon na mesa para mim.

Eu tinha alguns hematomas, mas nada que valesse a pena mencionar. Eram de alguns encontrões da primeira metade, que eu merecia. Minha cabeça não estava onde precisava estar.

"Estou bem." Assegurei-lhe.

Ela sorri para mim e volta para as panquecas. "Eu vi os hits que você levou no segundo tempo. Você deve ter alguns pontos ruins."

Eu dou de ombros e pego o xarope para cobrir minhas panquecas. "Papai ainda está na cama?" Pergunto, mudando de assunto.

"Não, você conhece seu pai. Ele se levantou cedo e foi ao escritório. Disse que precisava fazer alguma coisa e nos veria no jantar. Tenho certeza de que ele estará pronto para falar de futebol até então."

Meu pai sempre tinha que estar fazendo alguma coisa. Ele trabalha muito, e ficar ocioso não estava no seu vocabulário. Ele era engraçado assim.

Começo a fazer uma piada sobre isso quando a tela do meu telefone acende. Pego e vejo o nome de Riley. Eu olho de volta para me certificar de que mamãe não estava olhando na minha direção antes de abrir o texto. Não que ela desaprovasse. Eu sabia que ela gostava de Riley. Mamãe era a pessoa menos julgadora que conhecia. Mas não queria que meus pais soubessem ainda. Não sobre minha amizade com Riley. Eu ainda estava segurando isso comigo. Só para mim.


Claro, se você precisa de alguém para viajar com você para Birmingham hoje, eu vou. Mamãe disse que podia olhar a Bryony. Por que iremos?


Acabei de jogar isso. Uma viagem de duas horas a Birmingham foi a única coisa que eu pude pensar. Era suficientemente longe de Lawton para que pudéssemos nos divertir com segurança sem encontrar alguém que conhecêssemos. Não tinha pensado em um motivo pelo qual eu precisasse ir. Acabei de dizer isso. Agora eu precisava de algo. Qualquer desculpa para que ela não soubesse que eu simplesmente estava indo lá para que pudéssemos sair. Sozinhos.

E por que eu estava fazendo isso?

Ela precisava de um amigo e queria ser seu amigo, mas havia mais do que isso. Na noite passada, quando estava distraído, queria acreditar que era porque estava preocupado com ela ou com algo inocente. Mas a verdade é que eu gosto dela.

Eu gostava de Riley Young. Ela era interessante. Ela era forte, era uma boa pessoa, e a respeitava por tudo isso. Queria estar ao seu lado. Longe do mesmo grupo de pessoas, que eu sempre estive perto. Talvez fosse por isso que gostei de Willa. Ela era diferente. Não é a mesma pessoa que faz as mesmas coisas.

Gostar dela mesmo sendo apenas como amigo, iria causar uma agitação eventualmente. O confronto com Gunner era o que mais me preocupava.

Mas, honestamente, era hora de encarar o fato de que o irmão dele tinha mentido. Afinal, eles passaram por isso ultimamente, não acho que seria muito difícil para ele acreditar na história de Riley agora. Nós não éramos mais crianças que deixavam os outros nos dizerem o que pensar mais.

Eu finalmente respondi.


Eu tenho algum dinheiro de aniversário ainda na minha conta de poupança, e queria um par de botas que estão esgotadas aqui. Birmingham tem melhores opções.


Eu duvidava que isso soasse convincente porque Nashville estava há uma hora de distância. Mas fui lá mesmo assim.

"Cheira maravilhoso nesta casa." Diz Maggie, entrando na cozinha. Seus cabelos ainda estavam bagunçados do sono, e ela estava usando calça de pijama e uma das camisas de West. Ele tinha certeza de que ela tinha várias delas. Era sua maneira de estar com ela o tempo todo. Eu costumava me divertir com isso, mas agora achava que fazia sentido. Não que dissesse isso a ele. Gostava da ideia de Riley vestindo minha camisa. O que também significava que meus sentimentos por ela estavam se transformando em algo mais do que amizade.

"Sente-se em um lugar e vou pegar um prato." Mamãe diz a ela.

Maggie ignora isso e caminha para pegar seu próprio prato. "Você ainda está cozinhando. Posso pegar o meu próprio prato. Obrigada mesmo assim."

Mamãe sorri como se Maggie fosse a filha perfeita que nunca teve. Elas eram boas uma para a outra. Mamãe era o tipo de mãe que precisava de uma filha, e Maggie havia perdido sua mãe de forma trágica. Elas não estavam tão perto quanto uma mãe e filha conseguiriam, mas eu esperava que ao longo do tempo elas preenchessem aquele buraco nas vidas uma da outra.

Maggie sentou-se em frente a mim e bocejou. Apenas alguns meses atrás, essa seria uma mesa muito silenciosa. Era legal que Maggie realmente falasse agora.

"Jogo divertido ontem à noite, hein? "

Seu comentário parecia inocente, mas eu sabia o que queria dizer. Ela era a única pessoa que sabia onde minha cabeça esteve naquele primeiro tempo. Olho para ela quando coloco um bocado de panqueca em minha boca. Não era divertido.

Mas o sorriso no rosto dela disse que era.

"Quase me deu um ataque cardíaco." Diz minha mãe com uma risada. "Senhor, nunca estive tão nervosa sobre um jogo em toda a minha vida.”

"Os jogos vão ficar mais difíceis. Ganhar o campeonato não vai ser fácil." Percebi que parecia irritado e desejei não ter dito isso. Maggie ergue uma sobrancelha como se quisesse dizer que sabia melhor. Por que ela não podia ter ficado no andar de cima na cama? Eu estava tendo um café da manhã perfeitamente tranquilo até que ela entrou e trouxe tudo isso.

"Oh eu sei. Percebi na noite passada que precisava me acalmar e me preparar para isso piorar." A voz de minha mãe ainda era suave e compreensiva.

"Tenho certeza de que é difícil manter seu foco com toda essa pressão." Acrescenta Maggie, depois sorri antes de comer um pedaço de bacon.

Eu ia parar de comer e sair da mesa com uma desculpa ou mudar o assunto. Mas não estava satisfeito e queria mais panquecas, então mudo do assunto. "Quer que eu leve algum café da manhã para o papai antes de ir para Birmingham?" Pergunto.

Maggie ri. Eu estava prestes a jogar minha última panqueca no seu rosto divertido.

 

Ela é o meu ponto de luz no pôr do sol na vida.

Capítulo 21

 


Riley


Meus pais não tinham realmente questionado Brady por me buscar para ir a Birmingham para o dia. Eu lhes disse a razão pela qual Brady precisava ir, mas eles parecem não ter acreditado. Perguntei-me se essa era realmente a razão. Achei que Nashville tinha tantas lojas quanto Birmingham. Eu poderia pensar que ele havia encontrado um par em Birmingham. No entanto, a ideia de que ele estava inventando essa desculpa para passar o dia comigo fez meu coração fazer coisas engraçadas. Gostei. Novamente, eu estava sentindo demais, e realmente precisava ser mais cautelosa.

Não deixei meu pai falar demais com Brady quando ele chegou. Ele, claro, disse a Brady que foi um bom jogo e que desejava ter visto isso. Eu o afastei da porta e escapei antes que papai pudesse falar demais. Eu nunca sabia o que ia sair de sua boca.

A caminhonete de Brady não era o que pensei como uma caminhonete de adolescente por dentro. Para começar, estava limpa. Sem lixo no chão, nada de roupas penduradas, e nem sequer estava empoeirada. Ele manteve-a muito bem.

"Você consegue manter sua caminhonete limpa com frequência?" Pergunto enquanto olho pela limpeza pela primeira vez. As duas últimas vezes que estive nessa caminhonete eu estava preocupada e não tinha realmente prestado atenção.

"Meu pai tiraria essa caminhonete de mim se eu pagasse a alguém para limpá-la" Diz Brady, parecendo divertido. "Ele também tiraria isso de mim se não a mantivesse limpa.”

Interessante. Ele era a estrela do futebol, mas isso não lhe deu tratamento especial de seus pais. Eu teria pensado o contrário. Especialmente nesta cidade. Imaginei que ele tivesse pessoas implorando para limpar sua caminhonete de graça.

"Parece meu pai. Ele espera que eu faça a minha parte. Não é que não faria de qualquer jeito, mas sei que se eu afrouxar, ele está lá para me lembrar de colocar minha bunda em marcha."

Brady ri. "Sim. Conheço esse sentimento."

Ficamos calados por alguns minutos. Não senti a necessidade de conversar apenas por conversar. Havia muitas coisas que eu poderia perguntar a ele. Como por que realmente estávamos indo para Birmingham? Mas por enquanto não iria fazer isso. Gostaria de aproveitar o passeio e estar fora de casa com alguém da minha idade. Passaram-se dois anos desde que fiz qualquer coisa assim.

Isso me fez sentir mais velha do que sou. Brady não me fazia sentir velha, no entanto.

Ele não estava tocando música e falando sobre si mesmo. Foi assim que me lembrei da minha idade. Mas então eu não estava acostumada com a idade. Minha única experiência era assistir a programas de televisão e filmes. Isso era muito mais agradável do que eu esperava.

Não queria aproveitar demais porque a chance de que tudo isso poderia terminar abruptamente estava lá. Pendurada a distância. Quando chegasse a isso, não esperava que Brady me escolhesse sobre Gunner. E esse seria o resultado quando Gunner descobrisse. Nossa cidade era pequena e, por algumas semanas, poderíamos manter nossa amizade escondida, mas isso aconteceria. Brady estava sendo otimista. Ele acreditava que tudo funcionaria.

Eu vivi o inferno. Sabia como tudo acabaria. Esperança e otimismo foram coisas das quais eu fugia enquanto cresci.

"Quando foi a última vez que esteve em Birmingham?" Pergunta.

Boa pergunta. Não tinha certeza. "Anos, eu acho. Nem consigo me lembrar."

"Você foi para a escola quando se mudou?"

Balanço a cabeça e olho pela janela. "Não. Depois que sai, não fui corajosa o suficiente para enfrentar mais adolescentes e seu julgamento sobre minha gravidez. Comecei a fazer aulas online então."

Ele não respondeu imediatamente, e desejei que não tivéssemos chegado a esse tópico. Era difícil para ele, eu acho. E não é algo sobre o qual eu gostava de falar.

"Não era muito solitário?"

Ele não fazia ideia. "Sim, mas então Bryony nasceu e mudou meu mundo.”

Essa foi à verdade. Antes do seu nascimento, estava deprimida. Meu mundo estava perdido, e pensei que nunca mais voltaria a sorrir. Estar grávida aos quinze era terrível. Mesmo se você tivesse o apoio de seus pais.

"Você é uma boa mãe. Faz com que pareça fácil, mesmo sabendo que não deve ser. " Bryony tornou mais fácil. Ela era um bebê tão bom. Era quase como se tivesse nascido sabendo que eu precisava de calma. No momento em que a colocaram no meu peito, comecei a chorar. Não que estivesse assustada ou triste, mas porque ela era minha. Perfeita, bonita e saudável. Eu trouxe uma vida para este mundo, e nada do que fizesse depois disso seria tão importante.

"Ela é o meu ponto de luz no pôr de sol na vida." Respondo. Por ela valia a pena perder cada momento da adolescência. Eu não iria trocá-la para conseguir nada disso de volta. Nunca sugeriria ser uma mãe adolescente para alguém, porque não era uma escolha de vida. Mas quando não há nenhuma opção e isso é colocado sobre você, então, aprenda a sobreviver e aproveitar ao máximo. Bryony definitivamente foi o melhor.

"Você vai apenas se formar em seus cursos on-line de educação em casa? Ou você pensa em voltar para a escola?"

Nunca pensei nisso. Eu também não poderia. "Tenho responsabilidades que não vão mudar. Meus pais precisam da minha ajuda com a minha avó, e depois há Bryony. Não a quero em uma creche. Ela precisa de mim."

"Eu me pergunto se algumas das meninas na escola pensariam da mesma forma que você faz. De alguma forma eu duvido disso." Ele responde. "Respeito isso.”

Eu não estava realmente atrás de seu respeito, mas não disse isso. Fazia isso pela minha família porque os amava. Não para receber uma palmadinha nas costas.

"Então, fale-me sobre essas botas e por que você as necessita tanto." Digo, mudando o assunto de mim. Finalmente, voltando minha atenção da estrada para a minha direita, olhei para ele. Ele tinha um pequeno sorriso no rosto. "Elas são apenas algo que eu quero.”

"OK... Bem, você não pode encomendá-las on-line ou ir a Nashville para encontrá-las?"

O sorriso dele ficou um pouco maior. "Eu poderia. Mas então, não teria razão para te distanciar de Lawton para que pudéssemos nos divertir durante o dia."

"Você está dizendo que esta viagem é para que possamos sair?" Pergunto, meu coração fazendo aquele pequeno aperto esquisito e flutuando.

Ele olha para mim. "Sim. Acho que sim."

Não pergunto nada mais. Isso foi o suficiente. O suficiente para me fazer esquecer que isso também acabaria. A maioria das coisas boas fazia.

 

Ela está comigo.

Capítulo 22

 


Brady


Nossa conversa tornou-se fácil, e as duas horas não pareceram tão longas. Quando Riley riu, queria mergulhar no seu sorriso. O som era... Bom. Não, foi muito bom. Eu implorei isso. Encontrei-me tentando arrancar uma risada dela. Qualquer coisa para ouvi-la e ver o rosto dela se acender.

Recebi algumas mensagens e ignorei cada uma. Gunner, West e Asa iriam esperar. A de Ivy não iria, mas eu ignoro a dela normalmente de qualquer maneira. Hoje eu não estava vivendo naquele mundo. Estava morando no mundo em que escolhi viver.

"Eu nunca tive um churrasco tão bom." Diz Riley enquanto limpa a boca com um guardanapo. Não conseguia pensar em uma garota que namorei que teria escolhido uma churrascaria para comer e então pedir costelas cobertas de molho. A maioria delas comiam coisas que não ficassem lambuzadas. Mas Riley estava gostando da comida. Ter molho em suas mãos e rosto não a incomodava.

Vê-la rir da bagunça que estava fazendo era lindo. Eu queria sentar aqui o dia todo e experimentar isso. Peguei outra asa quente e limpei o osso. Normalmente eu era um comedor mais limpo em um encontro, mas com Riley senti como se pudesse comer como se ela fosse um dos caras. Embora ela não parecesse nada como um dos caras.

Se as meninas percebessem o quão atraente era ser tão livre e feliz por algo tão simples como algumas costelas, elas aliviariam um pouco. Os caras da mesa ao longo de nós continuaram a verificar Riley, e embora fosse irritante que eles não parecessem ter a mínima ideia de que ela estava comigo, não poderia realmente culpá-los.

Eu estava tendo dificuldade em tirar meus olhos dela também.

"Vou ter que lavar meu rosto no banheiro depois disso." Ela diz com um sorriso. "Bryony ama costelas. Queria que ela estivesse aqui por isso."

Gostaria de levar algumas sobras conosco, mas ficariam ruins no momento em que terminássemos o nosso dia e levássemos as duas horas de volta.

"Eu poderia preparar algumas para ela algum dia. Todos poderiam vir jantar."

Riley para por um momento e uma mistura de emoções brilha em seus olhos. Ela coloca uma costela no prato e solta um pequeno suspiro. "Sim talvez."

Sobre o que era isso? Ela parecia quase chateada com a minha oferta, ou desapontada.

"Eu disse algo errado?"

Ela estava olhando para as costelas e ergueu os olhos para os meus. "Eu não vivo em um mundo de fantasia, Brady. Tive muita realidade para isso. A verdade é que, quando seus amigos descobrirem que você está passando tempo comigo, isso vai parar. Porque você terá que escolher. Eles vão te fazer escolher. E não espero que você me escolha."

O que diabos isso significa? Não teria que escolher ninguém. Sou dono de mim, droga, e se quisesse escolher meus amigos, eu poderia. Não precisava da permissão de ninguém.

"Não sou assim. Eu esperava que você já soubesse disso. Ninguém me faz fazer nada."

Ela encolhe os ombros e limpa as mãos em um guardanapo. "Não é uma coisa ruim. É só o que é. Aqui não temos julgamento, e gosto de estar com você. Gosto disso. Ter um amigo. Mas não sou delirante. Sei que todos em Lawton me odeiam e pensam que sou uma mentirosa. Bem, todos, exceto você."

Eu nunca tinha sido abertamente odiado. Perguntei-me como isso parecia. Quão doloroso e injusto deve ser. Minha raiva se levanta em todos eles. Todos que tinham falado mal dela. Todo mundo que a julgara ou foi cruel com ela. Então, admiti para mim a parte mais difícil: fui um desses. Talvez não agora, mas já estive lá uma vez. Eu não era melhor.

"Desculpe-me." Falei honestamente.

Ela sorri. "Por ser meu amigo?"

"Não. Por julgar você como fiz."

O sorriso no rosto dela desaparece. "Nós éramos jovens. Você pensou como todos pensaram. Além disso, eu corri para fora da cidade. Isso me fez parecer ainda mais culpada. Se tivesse ficado, a vida para minha família acabaria pior, mas o fato é que nós saímos. As pessoas sentem pena dos meus pais por minha causa. Mas essas pessoas sempre me odiarão. O bom é que eu nem sempre estarei lá. Vou sair e fazer o meu próprio caminho na vida em breve. Em uma cidade onde ninguém me conheça e poderei começar de novo. Eu e Bryony."

A imagem de Riley levando Bryony para uma cidade distante e construindo uma vida, conseguindo um emprego, pagando contas, criando sua filha, tudo enquanto eu estava fora jogando futebol e perseguindo meu sonho, parecia injusto. A maior parte de sua vida parecia injusta. Ela perdeu o ensino médio e sentiria falta da faculdade.

"Qual era o seu sonho, quando você era mais jovem?" Perguntei a ela. Eu não queria dizer antes de Bryony, porque isso parecia frio. Embora fosse o que queria saber.

"Você quer dizer antes de me tornar mãe?" Ela estava sorrindo como se tivesse lido minha mente. "Queria ser veterinária.”

"Então você ama os animais." Digo, sentindo o coração doente pela garota que não conseguiria perseguir seus sonhos do jeito que eu faria.

"Sim. Eu amo. Não posso cuidar de um agora porque não posso pagar por isso. Mas quando Bryony e eu tivermos nosso próprio lugar, teremos cães e gatos. Talvez até cabras se eu tiver terra suficiente."

"Você ainda pode ir para a faculdade para ser veterinária?"

Ela balança a cabeça. "Não, preciso de um emprego que pague o suficiente para me sustentar e a Bryony. Eu tenho planos. Quero fazer a diferença na vida das meninas como eu um dia. Um grupo de apoio para mães adolescentes me ajudou a passar por momentos difíceis. Meu sonho é fazer isso para as jovens. Mostrar-lhes que há felicidade em seu futuro. A vida não acabou."

Ela não disse isso com amargura ou raiva. Em vez disso, tomou um gole de seu chá doce e levantou. "Preciso ir me lavar." Explica antes de caminhar até a parte de trás do restaurante para os banheiros.

Por que eu queria que ela tivesse esse sonho? Ela parecia feliz o suficiente, e nunca quis resolver os problemas de ninguém tanto quanto queria consertar o dela. Ela me fez querer protegê-la e ficar de pé por ela. Mesmo que ela seja uma das pessoas mais difíceis que já conheci. Se soubesse o que eu estava pensando, ela me diria para parar. Ela tinha tudo sob controle.

Talvez fosse por isso que queria ajudá-la tanto. Porque ela não queria ajuda. Ela queria seguir seu próprio caminho. E eu sabia que podia.

"Ei, vocês são só amigos ou ela está com você?" Pergunta um dos caras da outra mesa.

Eu me viro para olhar para ele, e seu interesse óbvio me irrita. Claro, eu entendo, mas estou com ciúmes. Eu, com ciúmes. Não o tipo que senti com Gunner e Willa, mas o tipo que me fez querer fazer a minha reivindicação sobre ela e ameaçá-lo.

"Ela está comigo." Respondo com um tom frio.

O cara olha para baixo. "Droga" foi a resposta dele.

 

Eu não sabia que amigos beijavam assim.

Capítulo 23

 


Riley


Era depois das seis quando Brady entrou no caminho da minha casa. Eu mantive contato com minha mãe o dia todo, e Bryony estava bem. Tanto quanto eu sentia, esse pequeno refúgio tinha sido necessário. Agradeço que Brady tivesse pensado nisso.

Eu me viro para lhe dizer obrigada e o quanto gostei do nosso dia, mas seu olhar já estava trancado em mim. O olhar em seus olhos era diferente, e reconheci isso. Ou pelo menos o meu corpo fez. Meu coração tinha acelerado o ritmo, e senti-me corada por antecipação.

Antes que pudesse ficar muito nervosa ou pensar nisso, ele se inclinou e sua mão direita segurou minha bochecha ao mesmo tempo em que ele inclinou a cabeça até que seus lábios tocassem os meus. Não era controlador ou possessivo. Não era como um adolescente com fome tentando me atacar. Foi doce. Como se ele quisesse saborear isso.

Mudei meu corpo para mais perto e abri minha boca sob a dele, esperando que não fosse cedo demais. Embora não fosse assim que esperava que este dia terminasse. Não que no fundo eu não quisesse. Porque queria. Eu sabia. Na verdade, ter acontecido era diferente. Foi emocionante e aterrorizante. A realidade tinha sido muito diferente na minha cabeça. Eu já estava me vendo dando-lhe um abraço antes, sem perceber que ele estava planejando sobre isso.

Sua língua tocou a minha, e soltei um som que esperava que parecesse tão satisfeito quanto eu estava. Um verdadeiro beijo. O tipo que significava algo novo para mim.

O que fiz antes, quando era mais jovem, estava aprendendo e experimentando. Nada mais. Com certeza não tinha feito meu coração vibrar e meu corpo se curvar.

Eu queria lembrar isso no caso de o nosso fim chegar mais cedo do que o esperado.

Embora Brady não fosse meu primeiro beijo, ele sempre seria meu primeiro beijo significativo. O primeiro que me afetou.

Lentamente, ele recua, terminando a conexão.

"Eu queria fazer isso o dia todo." Ele sussurra.

Eu não tinha percebido isso, mas estava corando pela sua admissão e agradecida pela escuridão.

"Não sabia que amigos beijavam assim." Respondi.

Ele pressiona um pequeno beijo no canto dos meus lábios. "Eles não beijam." Foi sua resposta.

"Oh" era tudo o que eu poderia dizer. Brady estava me dizendo que isso era mais. Não era só eu que sentia coisas além da amizade. Ele também estava sentindo isso.

"Posso ligar para você amanhã?" Ele pergunta, parecendo inseguro.

Pergunto-me se Brady Higgens nunca tinha sido inseguro sobre qualquer coisa.

"Sim."

Ele se afastou e saiu da caminhonete. Observei-o enquanto caminhava pela frente de sua caminhonete e abria minha porta. Ele estende a mão para me ajudar, e eu a pego. Não porque precisava, mas porque não tinha certeza de quão bem minhas pernas iriam trabalhar agora.

"Obrigada por hoje." Digo, querendo dizer mais, mas tão nervosa que não consegui encontrar as palavras.

"Foi o melhor dia que tive há muito tempo." Ele responde.

Eu sabia que ele não iria me dar um beijo aqui. Para o mundo ver. Mesmo agora, ele me levar até minha porta era perigoso. Se alguém passasse e visse, ele teria que mentir ou dizer a verdade. Eu queria que ele mentisse. Não estava pronta para que isso acabasse. Ainda não.

"Nós vamos encontrar algum tempo amanhã, então." Ele diz exatamente quando chegamos à porta.

Eu sabia que não poderia deixar Bryony o dia inteiro novamente, e não queria. "Sim, posso fugir por um momento. Talvez enquanto Bryony cochile."

"Ou podemos levá-la ao parque juntos.”

Gostei que ele dissesse isso, mas acreditar era difícil, então acenei com a cabeça.

"Boa noite." Ele diz se aproximando para apertar minha mão antes de se virar e me deixar lá.

Abro a porta da frente e entro, mesmo que quisesse vê-lo até ele se afastar. Eu não me permitiria isso.

"Parece que seu dia foi bom." Minha mãe diz com as sobrancelhas erguidas enquanto entro na sala de estar. Ela estava me espionando. Eu não esperava que ela fizesse isso.

"Não sei o que você quer dizer." Respondo, soprando isso.

Ela revira os olhos. "Pode estar escuro lá fora, mas, sob o farol, o interior de sua caminhonete ficou perfeitamente claro a partir daqui. Não me interprete mal - eu não estava espionando. Acabei de ouvir a caminhonete e decidi verificar para ver quem estava aqui. Então eu vi algo que não estava esperando."

Eu também.

"Não leia muito sobre isso." Respondo.

"Mamãe!" Bryony grita, correndo excitadamente para dentro da sala com a toalha de banho embrulhada em torno dela.

"Ei, garotinha." Falo, igualmente entusiasmada por vê-la.

"Banho!" Ela declara o óbvio.

"Então eu vou dar banho em você." Respondo.

"Barco.” Ela amava seu pequeno barco rosa que flutuava na água do banho. Brincar de barco era sua parte favorita do banho.

"Tudo bem, parece um plano.”

“Ookies” diz ela, apontando para a cozinha.

Ela assente com entusiasmo.

"Ele gosta de você. Confie nele." Grita mamãe enquanto sigo minha filha no corredor.

"Estou tentando." É minha única resposta. "Mas sei como isso acaba.”

"Você não o conhece. Esse menino é diferente. Ele sempre foi."

Lembrei-me dele virar-me as costas há dois anos. Ele não era diferente então. "Ele é melhor, mas no final ele não é tão diferente.”

Eu podia ouvir o suspiro da minha mãe, e continuei acompanhando Bryony para o banheiro. Passar o tempo com minha filha e me lembrar o que era importante na vida era o que precisava depois desse beijo. Eu não era uma garota normal e sentar-me e ficar com ele era inútil.

"Um dia você terá que confiar novamente." Responde mamãe, seguindo-nos para o banheiro. Ela não estava pronta para deixar isso ir.

Um dia eu estaria. Hoje não era esse dia.

"Você guardou alguns cookies?" Pergunto a ela.

"Claro. Bryony fez rosa para você."

Eu a ouvi, mas queria uma mudança de assunto. Isso funcionou.

"O que você fez hoje?" Pergunto a Bryony.

"Ookies." Ela me conta novamente.

Cozinhar qualquer coisa era o destaque de seu dia, além de ir ao parque. Especialmente, cozinhar coisas que ela gostava de comer.

"Você brincou fora?"

Ela assente. "Eu me sujei." Ela dirigiu-se para mim como se ficar suja fosse uma realização.

"Então você teve um dia perfeito." Lembrei-lhe.

Ela deixa cair a toalha e corre para a água do banho que minha mãe tinha preparado para ela. Estava cheia de brinquedos e bolhas.

Isso era o suficiente para mim.

 

Eu tenho isso sob controle.

Capítulo 24

 


BradY


West me acordou às nove horas desta manhã. Ele ia correr e queria que eu fosse com ele. Maggie recusou, então me levantei e fui. Foi bom exercitar a rigidez da noite de sexta-feira. Também deu à mamãe tempo para preparar o café da manhã.

A rota que ele estava nos levando era em frente à casa de Riley. Meu plano tinha sido enviar-lhe uma mensagem pela manhã e encontrar uma maneira de vê-la. Eu fiquei na cama por horas na noite passada pensando no nosso dia. Sua risada, seu sorriso, a sensação de seus lábios nos meus. Tudo isso. Queria vê-la novamente. Agora.

Olhando para a casa, perguntei se ela estava acordada e o que estava fazendo. Bryony a acordou cedo? Ela arrumou café da manhã em sua casa? Sua avó estava sendo difícil hoje? O que ela normalmente faz aos domingos? Eu tinha um milhão de perguntas. Queria saber tudo sobre ela. Só precisava de tempo e liberdade para correr até sua porta agora e vê-la.

"O que está acontecendo lá?" Pergunta West, e volta a chamar a atenção para a rua em que estávamos e o fato de eu não estar sozinho.

"O que você quer dizer?" Foi minha resposta. Embora soubesse exatamente o que ele queria dizer.

"Com Riley." Ele responde.

West não estaria do lado de Maggie sobre isso. Claro, ele se ofereceu para ajudar a encontrar sua avó, mas ele não estava para se tornar seu amigo.

"Estão vivendo aqui e cuidando de sua avó." Digo a ele, embora soubesse que ele já sabia disso.

"Não foi o que quis dizer e você sabe disso.”

Eu não disse nada para isso. Estávamos correndo, não falando. Ele precisava deixar de ser curioso e se concentrar em sua própria vida amorosa. A minha estava fora dos limites.

"Você age como se estivesse escondendo coisas. Vou saber." Ele finalmente diz quando não digo nada.

"Nada a esconder." Eu minto.

Ele ri. "Certo."

Pego velocidade na esperança de chegar em casa e me livrar de seu questionamento mais rápido.

"Gunner vai descobrir. Então todo o inferno vai cair. Pode me dizer agora o que você está pensando. Você é meu melhor amigo. Não vou virar as costas para você."

De todos, nunca esperei que West me virasse as costas. Ele estava mais perto de mim do que de Gunner. Havia também Maggie, que iria tomar meu lado nisso. E não havia jeito de West não estar ao lado de Maggie.

"No momento, não há nada a dizer. Depois de ganhar o campeonato, então as coisas podem mudar." Isso era tudo o que ele iria receber de mim.

"Você precisa fazer um trabalho melhor para esconder isso, então, porque, a essa velocidade, você revelará e terá Gunner para lidar. Precisamos dele para vencer."

Ele também teria seus seguidores. Pessoas que ficariam com ele e se virariam contra mim. Isso dividiria o time, e estaríamos acabados. Eu tinha jogado esse cenário na minha cabeça um milhão de vezes. Sabia como seria e como isso terminaria.

"Tenho isso sob controle." Asseguro-lhe.

"Do jeito que você estava olhando para a casa dela, não parecia assim.”

Ponto feito. Eu tinha que recuar por enquanto. Poderia conversar com Riley pelo telefone e vê-la quando pudéssemos sair da cidade nos fins de semana. Apenas nas próximas duas semanas. Então, eu seria livre.

"Fechado." Respondi. Por sorte, minha casa estava à vista e essa conversa poderia acabar.

Corremos até a calçada em silêncio e diminuímos quando chegamos à porta.

Pouco antes de minha mão tocar a maçaneta para entrar, West diz mais uma coisa. "Mesmo que Rhett não tivesse feito, ela tinha apenas quinze anos. Ele não deveria estar sozinho com ela.”

Fiz uma pausa. Sabia que Rhett tinha feito isso. Mas ele estava certo. Mesmo que não tivesse, a situação ainda era ruim. Rhett não tinha nada com ela, e todos sabiam que ele estava dormindo com outras garotas na nossa série. Serena, para ser exato. Não era como se ele estivesse acima disso.

"Sim. Eu sei. Mas ele fez." Foi tudo o que disse antes de entrar no cheiro de biscoitos e salsichas.

"Sua casa cheira sempre a comida. Eu amo isso aqui." West diz enquanto caminhávamos para a cozinha.

"Isso é porque você só vem nas refeições.”

"Quando não é hora de refeição, cheira a biscoitos.”

Eu ri quando entramos na cozinha para encontrar mamãe em seu avental e Maggie colocando manteiga nos biscoitos. Ela olha para cima e faz contato visual com West antes de sorrir.

"Cheira bem, mamãe." Digo a ela, ignorando os pombinhos e indo à geladeira para pegar leite.

"Vocês dois fedem." Ela respondeu. "Tiveram uma boa corrida?"

"Despertou-me." Eu digo.

West ri e senta-se. Não olho para ele, mas podia sentir Maggie nos estudando. Ela era boa com a linguagem corporal e teria respostas em breve.

"Ivy esteve aqui ontem. Esqueci de lhe dizer quando você chegou em casa na noite passada. Ela deixou para você alguns brownies de canela. Eu os coloquei na geladeira."

Minha mãe conhecia meus problemas com Ivy, mas ela me lembra de ser gentil com ela. A menina era difícil de afastar quando era gentil, no entanto.

"Ela precisa parar com isso." Digo com um resmungo irritado.

"Gosto dos brownies" Maggie responde, parecendo divertida.

"Bem, você pode comê-los." Digo a ela.

"Você vai dividir comigo?" Pergunta West.

"Claro. Não consigo comê-los todos."

Eu reviro meus olhos em sua tentativa de humor e pego meu prato antes que minha mãe pudesse. "Obrigado por cozinhar." Digo a ela, então sento-me para comer depois de queimar todas aquelas calorias.

"Você acha que ela iria gostar de um pouco desse bolo de caramelo que sua mãe faz?" West provoca.

Eu o ignoro.

"Não custa perguntar." Acrescenta Maggie.

"Tudo bem, vocês dois, deixe de perturbar Brady." Diz minha mãe com um sorriso na voz. Ela me dá um tapinha nas costas.

Duvidava que Riley me enviasse comida, e estava bem com isso.

 

Procure por Thomas.

Capítulo 25

 


Riley


Era depois do almoço quando meu telefone tocou. Eu estava prestes a levar Bryony para o parque. O nome de Brady acendeu a tela e um sorriso atravessou meu rosto. Só de ver o nome dele me fazia sorrir. Eu estava gostando demais dele. Isso poderia acabar mal, e eu poderia ser ferida.

"Olá" digo, afastando-me dos ouvidos da minha família.

"Ei, o que você está fazendo hoje?"

"Bem, Bryony e eu tivemos um piquenique no quintal e agora estamos nos preparando para a nossa saída ao parque. Eu também preciso comprar para a mamãe leite e ovos na mercearia."

Falar sobre minha rotina diária com ele era um pouco estranho. Tão casual quanto tentei fazer tudo isso soar, senti como se estivesse descrevendo algo tão estranho para ele, que ele não entenderia.

"Parece um dia cheio. Não está muito frio para um piquenique no sol, eu acho." Ele responde. Era o tipo de resposta quando não se sabe mais o que dizer. Ele não entendia nada sobre ter um filho para cuidar.

"O que você fez?" Pergunto, tentando mudar o assunto para outra coisa.

"West me acordou para correr esta manhã, depois tomamos café da manhã e assisti ao vídeo do jogo da noite de sexta-feira." Ele não me disse o que faria a seguir. Não que fosse da minha conta.

"Não corro pela manhã há dois anos." Respondi, lembrando de quando fui da equipe de atletismo. Gostava disso. Parte de mim sentia falta.

"Talvez uma manhã no próximo fim de semana você possa vir comigo. Isso é, se seus pais puderem olhar Bryony."

Ele não estava pensando no fato de sermos vistos. Ele esquecia isso com frequência.

"Nós talvez precisemos esperar algumas semanas. Quando não estivermos escondendo a coisa de amizade."

Ele fica em silêncio por um momento. Eu sempre me perguntei o que ele estava pensando quando fazia isso.

"Isso é o que somos?"

Que tipo de pergunta era essa?

"Não tenho certeza se entendi você." Respondi.

"Amigos."

Oh. Nós nos beijamos. Isso mudou tudo? O beijo tornou diferente? Estava enferrujada com os namoros. Os indivíduos me confundiam em geral.

"Não tenho certeza do que mais podemos ser. " Eu digo. Ele esqueceu a maior barreira que estava entre nós?

"Por quê?"

Aparentemente ele havia esquecido. Então eu indiquei o óbvio. "Sou uma mãe adolescente e você sai em seis meses para viver seu sonho na faculdade de sua escolha. Qualquer coisa a mais terminaria de qualquer maneira. Amigos é a coisa mais segura para nós." Ou para mim. Porque quando ele se for, serei a única lutando para fazer a vida funcionar. Ele nunca saberá nada disso.

"Podemos dizer que por enquanto vamos resolver as coisas à medida que elas venham? Porque gostei demais da noite passada. E o dia que passamos juntos foi o melhor momento que tive há muito tempo.”

Meu rosto cora e meu coração vibra. Brady Higgens gosta de mim. Ele queria me ver mais, e queria me beijar mais. Concordei com tudo isso. O problema era que ele só tinha a mim. Apenas eu. Não Bryony, e nós duas somos um pacote. Ela sempre vinha em primeiro.

"Talvez você devesse dar tempo antes de decidir isso. Você nunca namorou uma mãe adolescente antes, pelo que posso deduzir."

Ele não responde imediatamente, então dei-lhe tempo para processar. A vida de Brady era um conto de fada. Os problemas reais da vida real não se registravam facilmente com ele. Eu já estive da mesma forma. Então entendi.

"Dê-me uma chance de provar a você que isso pode ser diferente.”

Era Brady morando em sua terra de conto de fadas. Estar ao seu redor me fez sentir saudades disso. De não esperar nada de ruim acontecer. Mas eu tinha sido fraca. Não sou mais agora. A vida me tornou forte.

"Vamos levar um dia de cada vez. Sem promessas. Sem planos. Apenas viver." Se não fizesse isso, eu me arrependeria. Possivelmente para sempre. Brady era diferente, e estar com ele me fazia feliz. Eu queria mais de como ele me fazia sentir. O futuro iria doer, mas, por enquanto, eu iria gostar.

Ele suspira e sorrio. Não era isso que ele estava acostumado. Receber o que queria era fácil. Não estava sendo fácil. Talvez eu o endurecesse um pouco.

"Aceitarei tudo o que você está oferecendo." Ele responde. Ele parecia decepcionado que não lhe prometi a lua. Ele estava acostumado com a lua. Ele estava acostumado com garotas que o perseguiam, como Ivy. Eu tinha visto isso apenas assistindo da minha vida tranquila, livre de todos. Até algumas semanas atrás, Ivy sempre esteve com Brady. Não estava exatamente certa do que tinha acabado com isso, mas ele parecia pronto para seguir em frente.

"Bryony está pronta para o parque. Preciso ir." Digo a ele. Foi um lembrete para nós dois que eu tinha prioridades.

"Sim, tudo bem. De qualquer forma, você acha que pode sair hoje à noite?"

Pedir aos meus pais para cuidar de Bryony novamente era demais. Nunca fiz isso. "Coloco-a na cama às oito e meia. Depois que ela estiver dormindo, poderei pedir a meus pais para olharem ela."

"Estarei aí às nove." Ele responde.

Depois de desligar, não penso mais nisso. Porque eu só me lembraria de quão impossível nosso futuro seria. Ele era um amigo agora. Ou deveria ser. O beijo mudou definitivamente as coisas.

"Parque!" Exige Bryony, puxando a perna do meu short.

"Sim, é hora do parque." Concordo.

Ela bate palmas e corre pelo corredor em direção à porta da frente.

"Estamos indo para o parque." Aviso para os meus pais, que estavam na cozinha.

"Tudo bem, divirtam-se." Responde minha mãe.

"Você viu Thomas?" Pergunta vovó, entrando na sala de estar atrás de mim.

"Não, não hoje." Respondo. Ou nunca, pensei comigo mesma.

Ela franziu a testa. "Ele pegou meus chinelos. Ele gosta dos meus chinelos."

"Quais?" Pergunto, pensando que talvez eu pudesse encontrá-los.

"Os de coelhos cor de rosa e felpudos. Ele pegou aqueles."

Vovó não possuía um par de chinelos de coelhos rosa. Pelo menos não nesta década. Ou nas seis últimas. Este era outro item que ela se lembrava de sua infância. Ela havia perguntado sobre eles antes, e mamãe estava aqui para explicar. Eu não discuti, no entanto. "Vou manter meus olhos abertos por eles.”

"E Thomas. Procure por Thomas. Ele precisa comer."

"Sim, senhora." Respondi. "Farei isso."

 

Eu nunca mais seria aquele cara.

Capítulo 26

 


Brady


Vou pegar a caminhonete de papai esta noite. Era a melhor maneira de não termos de nos esconder. Ninguém me procuraria na caminhonete de papai.

Minha caminhonete, no entanto, chamaria a atenção. Mamãe disse que papai tinha ido ao escritório hoje para fazer algum trabalho, então fui assim que terminei minha conversa com Riley. Ela precisava de uma prova de que eu estava falando sério e entendi que não era como as outras garotas que conheci. Era uma mãe. Foram suas diferenças que me atraíram para ela. Ela não me aborrecia. Ela era real.

Conseguir que confie em mim, no entanto, era outra coisa para a qual eu precisava me preparar. Não seria fácil. Ela estava muito fechada e cuidadosa. Não fui capaz de pensar em nada além dela depois do nosso dia de ontem, mas ela parecia não ter se afetado. Completamente. Isso não era algo que eu sabia como lidar.

Parei no prédio do escritório de papai e peguei meu telefone no banco do passageiro e coloquei no bolso antes de sair da caminhonete. Explicar que precisava pegar sua caminhonete emprestada ficaria estranho. Eu não tinha certeza se ele estava bem com Riley, se ele acreditava em Rhett como todos os outros na cidade ou se pensava que ela poderia ter dito a verdade. Eu também sabia que ele não queria que me distraísse do futebol.

Se ele visse Riley como uma distração, então podíamos ter uma discussão. De qualquer forma, ele precisaria concordar com isso e estar bem. Nunca pedi sua opinião sobre coisas assim, e não estava prestes a começar. Eu o amava, mas essa era a minha vida. Minhas escolhas.

A porta da frente estava destrancada, e me dirigi para dentro e para a parte de trás do prédio, onde sabia que seu escritório era. Nenhum outro carro estava lá fora, então, quando ouvi vozes, desacelerei. Ele poderia estar em uma reunião, e não queria interrompê-lo. Eu poderia esperar até que acabasse.

O som de voz feminina que escorria pelo corredor me fez congelar. Não apenas o meu corpo, mas a minha respiração. Acho que até mesmo meu coração parou. O próximo som que se seguiu foi um gemido óbvio e a voz profunda de meu pai fez um som que ele não deveria estar fazendo em seu escritório.

Eu tinha que estar enganado. Esse não era meu pai. Ele não faria isso.

Forçando meus pés a caminhar para frente, fui em direção ao som, em direção ao escritório, eu sabia que era de papai, e a cada passo seus sons se tornavam mais altos e intensos. Meu estômago se virou e não tinha certeza se ia vomitar antes mesmo de chegar lá. Cada palavra e som que ele fazia apenas me provava que eu não estava errado. Era ele. Quem mais poderia ser?

Havia um espelho atrás da mesa do meu pai que minha mãe tinha pendurado quando decorou seu escritório. Este mesmo espelho agora mostrava meu pai claramente despido. Uma mulher com longos cabelos loiros estava sentada em sua mesa, e ele estava entre suas pernas. Movendo-se. Os saltos altos vermelhos em seus pés me enojaram, e o grito de seu nome nos seus lábios me deixou tão doente que tive que me virar e correr. Eu ia ficar doente.

Isso não estava acontecendo. Não era meu pai. Ele tinha minha mãe. Por que ele faria isso com ela? Com uma mulher com metade da sua idade? Eu não tinha visto seu rosto claramente sobre seu ombro, mas ela era definitivamente mais nova.

Nunca tive meu coração quebrado como estava agora. Nenhuma vez na minha vida senti realmente dor como essa. Pensei ter entendido como era ser machucado. Mas percebi quando saí daquele prédio e o ar fresco atingiu meu rosto que isso era como a dor real parecia. Rasgando. Queimando. Destruindo tudo o que você era e deixava você dobrado em um estacionamento, vomitando até que não restasse nada no seu estômago.

Eu fiquei assim, curvado, até ter certeza de que tinha saído tudo o que tinha em mim.

De pé, meu corpo sentiu-se fraco, vazio, perdido. Eu tinha deixado minha casa trinta minutos atrás completamente à vontade. E em um momento tudo mudou. Nunca mais seria aquele cara.

Quando olhei para a caminhonete do meu pai, ódio, raiva e descrença, todos bateram em meu peito. Eu queria entrar e dizer-lhe a merda inútil que ele era. Que eu esperava que ele apodrecesse no inferno por isso. Queria jogar pedras nas janelas de sua caminhonete e passar uma chave ao lado da pintura. Queria que ele fosse destruído como eu estava.

Imaginar o rosto de minha mãe me parou, eu me afundei no meu assento e coloquei a cabeça no volante. Isso a mataria. Ela adorava aquele homem. Ela fazia tudo por ele. Se ela descobrisse, ficaria tão esmagada, e não tinha certeza de que ela conseguiria. Eu a amava, mas ela não era tão forte.

Ligando minha caminhonete, fui para a casa e parei. Não podia encará-la.

Agora não. Não podia encarar ninguém. Eu precisava ficar sozinho. Então, virei minha caminhonete para o norte e dirigi. Era tudo o que eu podia fazer: afastar-me da falsa sensação de segurança em que vivi aqui.

O futebol já não parecia importante. A faculdade já não pesava em minha mente. Apenas o fato de minha família estar vivendo uma mentira e que meu pai estava prestes a destruir completamente tudo que eu conhecia. Eu nunca o perdoaria. Não podia reiniciar meu cérebro e apagar isso. Se pudesse eu faria. Tínhamos tudo. Ele tinha tudo, e ele estava jogando fora pelo quê? Alguma mulher que parecia sexy em uma minissaia?

Asa passou por mim e buzinou, mas nem consegui me acalmar. Eu não queria. Essa era a minha vida passada. Aquela em que eu queria fazer meu pai orgulhoso. Aquela em que me preocupava com meu futuro. Aquela em que minha mãe era amada e cuidada. Todos nesta cidade faziam parte dessa vida. Todos estavam vivendo uma mentira? Ninguém era real? A vida estava sendo uma grande encenação?

Eu dirigi olhando direto para frente, minha cabeça latejando com o poderoso vômito e a visão que não desaparecia repassando na minha cabeça. Parar significava que teria que voltar para lá. Eu nunca iria querer voltar para lá. Nunca mais iria querer ver aquele homem. Ele arruinou tudo. Para mim. Para minha mãe. Para o time de futebol. Para esta cidade.

Porque Brady Higgens estava quebrado. Eu não funcionaria corretamente agora. Simplesmente não me importava. Fiz o meu melhor para ser o filho de quem todos se orgulhavam. Eu jogava pelas regras e tinha sido bom.

Que bom isso me fez? Nada. Coisa alguma. Meu pai era um idiota traidor.

 

O conto de fadas da nossa infância se foi.

Capítulo 27

 


Riley


Era quase onze quando guardei meu telefone e subi na cama. Brady não havia chamado, e ele não havia chegado as nove, como ele disse. Eu poderia ter lhe mandado mensagens, mas era muito orgulhosa para isso. Ele foi o único que pediu para me encontrar esta noite. Eu não tinha pedido a ele.

A ideia de que algo poderia estar errado com ele rodopiou na minha cabeça. Eu finalmente a afastei. Se ele estivesse sofrendo, eu saberia agora. Toda a cidade saberia. Forcei meus olhos a fecharem e ouvi a respiração uniforme de Bryony. Ela estava aqui, e isso era tudo o que precisava.

Confiar em um cara, mesmo um como Brady, era estúpido. Todos eram iguais.

Ele teve uma opção melhor para esta noite e pegou. A partir dele, pelo menos, eu esperava mais. Como uma mensagem, explicando ou dizendo que não estaria aqui. O que era tão não-Brady em suas atitudes, que comecei a me preocupar novamente.

Meu telefone vibrou na minha mesa de cabeceira, e olhei para ele. Eu tinha esquecido de colocá-lo no silencioso. Era Brady. Ninguém mais tinha meu número e gostava de me enviar mensagens tão tarde. Eu ignoraria isso? Ou leria? Ele tinha duas horas de atraso. Mas conhecendo Brady, tinha que haver uma desculpa.

Abri a mensagem no telefone.


Você está acordada?


Sério? Esse é o texto dele depois de não aparecer como disse? Eu realmente deveria ignorá-lo. Comecei a fazer isso quando vi faróis pararem na minha entrada e depois desligar.

Ele realmente pensou que eu iria sair às onze?


Estou na cama.


Isso o Faria ir embora.

Comecei a desligar o telefone quando respondeu.


Estou do lado de fora.


Rolando meus olhos, respondi:


Eu sei. Mas estou na cama.


Esperei para ver se ele retornaria. Ele não fez. Ele continuou sentando lá. Se fosse outro homem, pensaria que ele estava assumindo que eu iria correr. Mas era Brady, ele sabia melhor e era mais respeitoso. Sensato.


O amor não é real. É uma merda. Eu odeio isso.


Eu li suas palavras e minha testa enrugou. O que? Ele não fazia sentido. Por que ele estava falando de amor? Nunca ouvi ele dizer isso antes?


Você acredita na merda e confia nas pessoas. Mas eles deixam você para baixo e fodem tudo. Eles são egoístas.


Seu texto mais recente finalmente me retirou da cama. Coloquei um par de chinelos e dirigi-me pelo corredor. A porta do quarto dos meus pais se abriu e minha mãe olhou para mim.

"O que você está fazendo?" Ela perguntou. Seus óculos ainda estavam empoleirados no nariz, o que significava que ela estava lendo.

"Brady está lá fora, e pelas suas mensagens ele parece realmente chateado com alguma coisa. Vou verificá-lo. Ele não soa como ele."

Mamãe assentiu. "OK. Vou olhar Bryony. "

"Obrigada."

Eu não ouvi um tenha cuidado ou Seja esperta que a maioria das garotas ouviriam. O que eu costumava ouvir quando comecei a namorar. Meus pais sabiam que estava bem ciente do que poderia acontecer. Eu vivi isso.

Abri a porta quando meu telefone vibrou na minha mão novamente. Não li dessa vez. Acabei indo para sua caminhonete. Quando abri a porta do lado do passageiro, o cheiro de cerveja me surpreendeu. Havia três garrafas vazias no chão e uma no porta-copos. O que estava acontecendo no mundo?

"O que há de errado?" Perguntei, fechando a porta atrás de mim.

"Tudo" ele diz. Quatro cervejas para a maioria dos caras não eram muito, mas para Brady, que nunca bebia, era muito. Eu podia ouvir o efeito em sua voz. Ele estava com a voz enrolada - pela primeira vez em sua vida, eu apostaria.

"Você está bebendo. E dirigindo. Deve ser ruim. "

Ele solta uma risada dura e coloca sua cabeça de volta no assento. "Ruim" ele repete, depois ri um pouco mais, mas não havia humor real nele. Havia amargura lá. E dor. Ele pega a cerveja, mas eu a tiro dele. "É o suficiente, eu acho. Por que você não me diz o que aconteceu?" Ele fecha bem os olhos como se estivesse bloqueando algo ruim. Algo que ele não queria lembrar. Sentei-me quieta, entendendo que ele precisava de tempo. Isso não era fácil. O que quer que tenha sido realmente fez um número nele.

"Eu queria usar a caminhonete do meu pai esta noite. Então, poderíamos dar uma volta sem sermos descobertos. As pessoas não iriam me procurar dessa maneira. Teríamos alguma privacidade nesta pequena cidade." Ele para e ri novamente. "Privacidade. Não me importo com a privacidade. Todos sabem agora! Todos! Vou colocá-lo em um maldito outdoor e eles podem se foder. Toda a maldita cidade. É só futebol. Apenas maldito futebol. Não significa nada. Não é o que importa na vida. O que importa é ter confiança. Uma família em quem confiar." Ele bate a mão no volante.

Então, isso era sobre família? A família dele? O que, seu pai não o deixou usar sua caminhonete? Certamente, não era tudo o que aconteceu.

"Brady, o que aconteceu?" Repito a minha pergunta.

Ele suspira e estremece. "Eu fui ao escritório dele. Ele estava trabalhando em um domingo. Quem diabos trabalha em um domingo? Aparentemente, meu pai faz. Mas ele não estava trabalhando." O olhar no rosto de Brady me deixou doente. Meu estomago ficou atado. Eu esperava que isso não estivesse indo onde eu temia.

"Brady, não." Sussurrei, já vendo a dor tão clara no seu rosto para saber que isso iria acabar mal. Terrivelmente.

"Ela era mais jovem, loira, nua e na mesa. Suas calças estavam abaixadas."

Ele parou e inalou bruscamente. Apenas dizer essas palavras tinha que ser como uma faca sendo empurrada em seu peito. Ele tinha pais como os meus. Aqueles que todos confiavam e acreditavam serem perfeitos.

Não sabia o que dizer. Se tivesse sido eu, havia algo que poderia ter sido dito para aliviar minha dor? Não. O sofrimento nunca terminaria. Isso me arruinaria. Mais do que Rhett tinha. Bryony tinha curado isso, mas alguma coisa poderia curar isso?

"Ele não me viu. Eles estavam muito ocupados." Ele diz a última palavra como um gosto azedo na boca. "E minha mãe estava em casa cozinhando seu jantar favorito. O bolo que ele ama tanto, estava cheirando no forno de casa.”

Meu coração estava quebrando. Por Brady e sua mãe. Isso nunca ficava em segredo. Sempre encontrava uma maneira de sair. Esta era uma cidade pequena, e Brady era o menino dourado. Sua família era o tipo de pedra sólida que todos respeitavam. Tudo iria cair.

"E a minha maior preocupação quando acordei esta manhã era um fodido jogo de futebol. Nunca tive um problema real. Nunca enfrentei algo que mudasse minha vida." Ele vira a cabeça e finalmente olha para mim. "Mas você sim. Você viveu o inferno e saiu bem. Como você sobreviveu?"

Eu queria abraçá-lo e dizer-lhe que tudo ficaria bem. Mas essa era uma mentira que você diria para crianças quando perdiam seu animal de estimação. Não era a verdade. Ninguém nunca me contou isso. Mas meu coração doía por ele, e lutar contra o desejo de consertá-lo era difícil. Não era o que ele precisava, no entanto. Eu sabia.

Meus sentimentos por Brady cresciam cada vez mais com força, e nunca percebi como ele me afetava. Até agora. Fiz o que tinha que fazer. Disse a ele a verdade. Ele tinha sido alimentado com mentiras suficientes sobre a vida.

"Você sobreviverá. Você lembrará que a vida é difícil. Merdas acontece e você tem que ser forte. O conto de fadas da nossa infância se foi. Viver nele nos torna fracos. Sua mãe vai precisar de você, e você terá que ser forte por ambos. "

"Não sei se posso.”

Entendi esse sentimento também. Eu tive isso naquela época. Quando achei que minha vida tinha acabado e nunca conseguiria fazer isso.

"Você pode. Você só precisa encontrá-la no fundo. Está lá. A força. Todos nós temos isso, mas fica inativa até que precisemos dela. Então nós temos que procurá-la e usá-la."

 

Eu espero que você tenha dormido bem.

Capítulo 28

 


Brady


Minha cabeça estava doendo quando abri meus olhos. Um par de grandes olhos azuis estavam olhando para mim. Assustado, pulei, mas ela continuou a olhar. Sua cabeça inclinada para o lado. Ela parecia muito com sua mãe naquele momento.

"Ei?" Ela sussurra, ainda muito perto do meu rosto.

Olhei para o meu corpo e vi que estava em um sofá da casa da avó de Riley, coberto por um cobertor amarelo e azul. Riley não me permitiu dirigir na noite passada, e fiquei feliz. Não porque concordasse que estava bêbado, mas porque não queria ir para casa. Não queria ver o meu pai. O nó doente retornou, e eu queria voltar a dormir, onde o ontem nunca aconteceu.

"Você viu Thomas?" Uma senhora mais velha me pergunta quando ela entra na sala de estar. Ela não está preocupada com o fato de eu estar no sofá.

"Não" Bryony responde, então olha para mim. "Thomas está com Jesus." Diz ela, ainda sussurrando.

Eu não consegui entender isso, então acenei com a cabeça. "Bom dia, Brady. Espero que você tenha dormido bem." Diz a Sra. Young ao entrar na sala. Sento-me no sofá e me pergunto se ela sabia que eu estava aqui. Era tarde quando entramos na noite passada.

"Uh, sim, senhora. Obrigado." Respondi.

"Não há motivo para se apressar. Acabei de acordar Riley. Ela estará aqui em um momento. Estou fazendo um café. Você quer um?" Parecia que Riley lhe disse que eu estava aqui na noite passada. Ela não estava surpresa.

"Não, obrigado. Não sou um fã de café." Respondi.

"Bom. Não se torne um. É o hábito mais difícil de quebrar. Eu bebo muito."

"Você viu Thomas?"

A mãe de Riley volta-se para sua própria mãe e acaricia suas costas.

"Não esta manhã. Por que não vamos começar o seu café da manhã. Ele vai aparecer em algum momento."

Bryony corre atrás delas. "Estou um pouco faminta." Ela grita.

A mãe de Riley para e se abaixa para pegá-la. "Aposto que você está." Ela responde.

Então todas saem da sala, e eu me levanto e começo a arrumar onde estive dormindo.

"Você vai para casa?" Pergunta Riley.

Eu me viro para vê-la com o suéter que ela usava na noite passada. Seus cabelos estão bagunçados do sono, mas ela parece despreocupada com isso. Gosto disso sobre ela.

"Sim. Tenho que tomar banho e trocar de roupa antes da escola. Já vou perder o treino matinal. Não me importa, mas meu pai se importará.”

Era um confronto que eu estava temendo. Olhar para ele iria me enfurecer. Não podia simplesmente dizer-lhe o que sabia. Eu tinha que decidir como dizer a minha mãe primeiro. Isso ia bagunçar seu mundo tanto quanto tinha atrapalhado o meu. Não, isso seria maior. Porque ele era a outra metade dela, o homem em quem confiava há vinte anos.

"Você vai contar a sua mãe?"

Eventualmente. "Ainda não. Preciso pensar sobre isso. Ela é delicada."

Riley me deu um sorriso triste. "Só porque ela cozinha suas refeições e cuida da casa não a deixa fraca. Ela o criou, trouxe uma garota para sua casa que enfrentou uma tragédia que não posso começar a compreender e foi uma mãe para ela. Ela é dura. Dê-lhe esse crédito."

Ela era amorosa. Mas isso a fazia forte?

"Ainda preciso de algum tempo.”

Riley assente. "OK. Estou aqui se você precisar de mim."

Eu queria abraçá-la. Beija-la não estava no topo da minha lista agora. Meu pai arruinou essa imagem para mim. Mas ter Riley em meus braços parecia bom. Com sua mãe, avó e filha na sala ao lado, decidi contra isso. "Obrigado por ontem à noite.”

"A qualquer momento."

Vou para a porta e olho para trás, pouco antes de sair para vê-la me olhando sair. Ela até acorda bonita. Não estava tentando ser falsa. Era apenas ela.

"Vou ligar para você." Eu digo.

Ela apenas assente.

Então vou para casa.


* * *


A caminhonete do meu pai ainda está na garagem quando entro. Ele normalmente já teria saído para trabalhar. O fato de não estar em casa quando ele acordou atrasou isso. Ele ficou me esperando. Pronto para me questionar e me corrigir. Desgraçado. Ele não tinha o direito de corrigir ninguém.

Ele poderia ir para o inferno por tudo o que importava.

Fechando a porta da caminhonete, toda a raiva de ontem ferve na superfície e, embora eu precisasse me acalmar antes de entrar naquela porta para encará-lo, não conseguia. Eu quero gritar com ele e deixá-lo ver o ódio nos meus olhos. Ele abre a porta antes de eu chegar lá, seu rosto uma máscara de desapontamento e fúria. Como se ele tivesse o direito de sentir isso. Dormi no sofá de uma amiga e chegaria tarde à escola. Nenhuma dessas coisas destruiria ninguém. Ele não podia dizer o mesmo pelo que tinha feito ontem.

"Onde você esteve?" Ele me pergunta.

"Nada que seja da merda da sua conta." Respondo enquanto tentava passar por ele.

Sua mão agarra meu braço para me parar, e a força em seu aperto não é agradável. "Quem diabos você pensa que é? Eu faço as regras nessa casa. Você não fala assim comigo e não fica fora a noite.”

Tento mexer meu braço livre. Apenas estar perto dele me fez encolher.

"Seja como for." Digo, resmungando para ele.

"Você cheira a cerveja." Ele responde com descrença no rosto." Está tentando jogar fora seu futuro? Você chegou tão perto e agora vai jogá-lo fora? Pelo quê? Uma menina que mente e dorme por aí?"

Ele não foi procurar por mim porque ele sabia onde eu estava. A mãe de Riley o avisou? Provavelmente. O idiota estava lançando acusações contra Riley, que não tinha feito nada de errado. Como ele ousa?

Com um rápido olhar para garantir que minha mãe não estava em pé perto de nós, eu me inclino para perto dele. "Pelo menos não sou casado e fodo uma mulher no meu escritório." Eu cuspi e empurro meu braço de seu controle livre desta vez. Seu rosto empalidece, e sei que ele entende o que estou dizendo.

Passo por ele e em direção às escadas, enquanto Maggie está descendo por elas. Ela tem uma expressão questionadora em seus olhos, mas não diz nada. Era outra pessoa que seria afetada por isso. Os pais dela estavam mortos, graças a seu pai, e essa família era sua única segurança. Papai tinha explodido seu mundo também.

"Nós não terminamos de falar." Diz papai no começo da escada.

"Quer apostar?" Respondo e bato a porta do banheiro atrás de mim.

 

Ele é uma coisa bonita, não é?

Capítulo 29

 


Riley


Minha campainha toca uma hora depois que Brady saiu. Ninguém foi atender. Eu estava esperando que não fosse Brady e que ele tivesse chegado à escola sem entrar em uma briga com seu pai.

Bryony corre para a porta, seu rosto iluminado de excitação. Ela também não estava acostumada, e isso seria o destaque de sua manhã. Além do fato de que Brady estava dormindo no sofá quando ela acordou.

Na verdade, eu não conhecia a linda morena na minha porta, mas sabia quem era. Ela era a prima de Brady. A menina que veio a Lawton não falando e agora era a razão pela qual West Ashby não era um idiota completo.

"Olá" digo, sabendo por que está aqui. O regresso de Brady para casa não foi bem essa manhã. Eram oito horas e ela deveria estar na escola.

"Oi, Riley?" Ela diz, certificando-se de que ela tinha a pessoa certa.

"Sim" respondi.

"Desculpe por ter vindo assim, mas sou Maggie, a prima de Brady. E sei que ele dormiu aqui na noite passada. Isso não é o meu negócio, mas a cena que presenciei nesta manhã me deixou preocupada com ele."

Dei um passo para trás e acenei uma mão para ela entrar. Bryony estava ao meu lado, em minha perna examinando-a.

"Entre." Digo a ela.

Ela entra e sorri para Bryony.

"Gosto do seu cabelo." Bryony diz timidamente.

"Obrigada. Eu gosto do seu também. Sempre quis cachos loiros. Os seus são bonitos.”

Bryony sorri para ela. Ela também amava seus cachos loiros. Geralmente sentava na frente ao espelho apenas para escová-los.

"Minha mãe disse que ligou e deixou a Sra. Higgens saber que Brady estava aqui na noite passada.”

Maggie assentiu. "Sim, mas ele nunca fez isso antes, e ele cheirava a cerveja. Tenho certeza de que ele nunca cheirou assim antes." Ela fez uma pausa e me entregou o que parecia um bolo que ela segurava. "Tia Coralee mandou isso. Ela disse que estava querendo trazer ela mesma."

Eu pego o bolo dela. Não podia dizer nada a ela. Isso era para Brady contar. Não eu. "Diga-lhe obrigada por mim." Respondo.

"Não estou aqui para pedir-lhe para me dizer o que está acontecendo. Só preciso saber se ele está bem." Diz Maggie.

Eu poderia responder a isso. "Não, ele não está."

Maggie franzi a testa. "Estou com medo disso. As coisas não foram boas entre ele e tio Boone. Mas nunca os vi assim. Eu simplesmente não sei como ajudar."

Ela não podia. Ninguém poderia.

"Confie em mim quando lhe digo que você não pode ajudá-lo. Ele deve fazer isso sozinho. Se ele precisar se abrir, ele irá; caso contrário, deixe ele livre."

Ela assentiu. "OK. Entendi. Melhor do que a maioria, acho. Mas eu precisava de alguém. West tornou-se meu alguém. Acho que todos precisam de alguém." Ela fez uma pausa e olha diretamente para mim. "Espero que você seja a dele.”

Espero também. "Se eu for, não vou decepcioná-lo.”

Ela sorri e olha para a porta. "Estou atrasada para a escola. Acho que preciso sair antes que meu tio também fique chateado comigo. Obrigada por falar. Foi bom finalmente conhecê-la." Ela diz, então volta sua atenção para Bryony.

"Foi um prazer conhecê-la também."

Bryony sorri brilhantemente para ela. Então se esconde atrás de minhas pernas.

Nós nos despedimos e fecho a porta atrás de Maggie. Ela era doce, linda e obviamente entende sobre a coisa 'não ser intrusiva.' Brady tem sorte em tê-la em sua casa com ele. Isso ajudaria quando ele estivesse pronto para se abrir.

"Você pode ir ao Miller e me trazer um quilo de açúcar? Acho que vou fazer um pouco de minha torta de cereja para Lyla." Diz Vovó, sorrindo para Bryony. Hoje, Bryony seria minha mãe quando criança novamente. Nós não tínhamos esses dias todos os dias, mas hoje vovó já a chamou de Lyla três vezes. Bryony sempre parecia confusa, mas parou de discutir com ela sobre o nome dela.

"Claro." Digo a ela. "Por que não vamos ver se o seu programa de auditório favorito está passando. Acho que é hora do Dr. Phil." Digo a ela.

"Preciso alimentar Thomas primeiro." Argumenta ela.

"Deixe Bryo..." faço uma pausa e corrijo-me. "Deixe Lyla fazer isso. Você sabe que ela gosta."

Vovó pensa por um minuto, depois assente. "Essa é uma boa ideia. Ela precisa de responsabilidade. Nunca faz mal a ninguém."

Eu pisco para Bryony dizendo que tínhamos que brincar de fingir com a Vovó.

Ela pisca forte com os dois olhos, porque ainda não sabe piscar. Sorrindo, ligo a televisão para Vovó e Bryony vai para a cozinha para fingir alimentar um gato que não existe.

"Eu quero maçã da Wywa." Ela diz calmamente quando chegamos à cozinha.

Nos dias em que ela a confunde com Lyla, Vovó sempre lhe dá torta de maçã. Tinha sido o lanche favorito da minha mãe quando bebê. Bryony descobriu isso.

"Tudo bem." Respondo, colocando a torta para baixo, então a levanto para a cadeira alta.

Minha mente estava em Brady, no entanto. Ele estava enfrentando a escola e amigos com a alma destruída. Manter um segredo assim era como sentir que o peso do mundo estava sobre ele. Eu não poderia ser forte para ele, no entanto. Ninguém poderia.

Ele tinha que resolver isso por si mesmo. Pelo menos ele não estava sozinho.

"Eu gosto do Dr. Phil?" Pergunta vovó da sala de estar.

Este seria um dia ruim. Alguns dias eram melhores que outros. Hoje, ela estava confusa com tudo. Caminho até a porta e olho para ela. "Sim. Ele é brilhante e terá muitas boas dicas para você.”

Ela assentiu com a cabeça e cobriu as pernas com a manta que mantínhamos no sofá para ela há anos. "Ele é bonito, não é?" Comenta.

Ela diz isso todos os dias quando o observa.

"Sim" concordo, sorrio, e volto para a cozinha para dar a Bryony torta de maça. Eu tinha certeza que seria mandada ir ao Miller's para Lyla mais tarde hoje.

"Vamos ao parque?" Bryony pergunta.

"Sim, iremos mais tarde hoje, depois da sua soneca." Asseguro-lhe. Estava ficando cada vez mais frio, e eu temia quando não pudéssemos mais ir ao parque.

Bryony precisava de um balanço aqui em casa, para que ela pudesse ir ao quintal e se divertir por períodos mais curtos. O frio mordaz que estava por vir nos impediria de caminhar até o parque. Ela odiaria isso.

 

Essa era a única arma que eu tinha.

 

CONTINUA

Capítulo 15

 


Riley


Com uma lista de compras em uma mão e a mão de Bryony na outra, entro na loja para pegar todas as coisas que precisávamos. Bryony queria ir ao parque hoje, mas choveu a maior parte da tarde, então ficou lamacento. Eu prometi seus biscoitos de animais se ela fosse uma boa garota no supermercado.

Foi um acordo, não um suborno. Ou, pelo menos, eu gostava de me dizer isso.

"Riley Young." Reconheço a voz. A maneira como meu sobrenome foi dito como se fosse desagradável em sua língua me fez tensa. Eu não entrei em contato com Serena desde que voltei. Esperava que nunca fizesse. Aparentemente, minha sorte acabara de acabar.

Seguro Bryony perto do meu lado como se ela pudesse machucá-la, o que era bobo, mas eu fiz isso de qualquer maneira. Virando, enfrento não apenas Serena, mas Kimmie também. Elas parecem versões mais antigas das meninas que eu lembrava. Ainda tentando superar uma a outra.

"Olá, Serena. Kimmie” respondo com um sorriso forçado.

"Você tem uma criança. O que aconteceu, você não usou proteção?" Kimmie diz com uma risadinha. Eu podia suportá-las me atacar. Mas elas não iriam trazer Bryony para isso.

"Posso ver que vocês duas estão tão encantadoras quanto lembro. Se vocês me desculpem, tenho compras para fazer" Respondo, querendo dar um bom exemplo para minha filha. Ela era nova, mas eu estava certa de que ela entendia coisas assim. Ou pelo menos deixava impressões sobre ela.

Passei por elas e coloquei Bryony em um carrinho.

"Não se esqueça de pegar alguns preservativos. Odiaria que isso acontecesse novamente." Serena diz com um tom doce. Eu tive a minha cota disso.

"Você é a única que precisa lembrar-se de seus preservativos. Você não gostaria de espalhar por aí as DSTs que teve depois de anos dormindo com qualquer pessoa que olhasse para o seu caminho.”

Com isso, eu saí. Talvez não tenha sido a minha melhor hora como mãe, mas sim, senti-me bem. Elas poderiam mexer com isso e ser cadela sobre mim na próxima semana.

"Ookies?" Bryony me pergunta, e posso ver o cenho preocupado em seu rosto. Ela não tinha entendido o que aconteceu, mas ela era inteligente o suficiente para saber que eu estava chateada.

"Sim, garota, vamos te dar biscoitos." Asseguro.

Minhas emoções estavam muito cruas do confronto de ontem à noite com Brady. Eu estava sendo uma pirralha completa sobre isso, mas não podia evitar. Eu confiei nele o suficiente para dizer sim a sua oferta, então ele a recusou. Entendi seus motivos, mas ainda dói. Isso não estava melhorando.

Minha vida aqui seria por um curto período de tempo mesmo. Eu me graduaria em breve, e então iria encontrar um emprego e encontrar para Bryony e eu um lugar só nosso. Não tinha tempo para meninos e amigos. Eu tinha uma vida para construir. Os meus anos de adolescência acabaram. Tinham acabado desde a noite em que pedi a Rhett para me dar uma carona para casa. Antes daquela noite eu tinha sido mais inteligente. Eu confiei em Brady, que já tinha sido um bom amigo. Alguém em quem poderia confiar.

 

Dois anos atrás...


Gunner estava bebendo novamente. Ser convidado para essas festas do campo era o nosso objetivo final desde que estávamos na escola primária. Graças ao irmão mais velho de Gunner e ao fato de que Gunner deveria ser uma futura estrela do time de futebol, juntamente com Brady e West nesse verão.

Em primeiro lugar, Gunner não tinha bebido com os outros. Brady nunca bebeu, mas West começou a provar a cerveja. Então Gunner. Agora era um festival cheio de bêbados. Brady foi o único que ficou sóbrio. Ele também era aquele com quem todos queriam conversar. Começou a chamar a atenção do treinador do ensino médio há dois anos, quando ele estava apenas na oitava série. Sua precisão com a bola o fez importante por aqui.

Sentei-me num velho pneu de trator perto do fogo, onde Gunner estava antes. Ele me deixou para beber mais e agora estava rindo com alguns jovens em voz alta e irritante. Gostava de ir às festas no início, mas não tinha tanta certeza de gostar agora. Chegar em casa esta noite seria complicado. Eu não poderia chamar minha mãe para vir me pegar porque Gunner estava bêbado. Ela veria isso.

Eu procurei na multidão por Rhett, que normalmente dava a Gunner e a mim uma carona para casa. Ele bebeu um pouco, mas raramente ficava completamente bêbado. Eu o observei e decidi que seria seguro ir com ele. Tive uma carona com a mãe de Brady mais de uma vez. O problema com isso foi, Brady ficava até tarde, e eu não estava com vontade de chegar atrasada. Serena estava tentando chamar a atenção de Rhett quando o encontrei no campo em torno da caminhonete. Ele parecia mais interessado em uma das garotas mais velhas lá. Embora Serena estivesse aqui por causa de Rhett, eu tinha certeza. Definitivamente, não pediria que ele me deixasse em casa esta noite. Eu acho que eu teria que sofrer até que Brady fosse embora. Ele tinha uma multidão ao seu redor, mas eu me levantei e fui até ele de qualquer jeito.

Gunner ia estar desmaiado logo, e eu precisava de uma carona para casa.

"Ei, linda." Alguém gritou com uma expressão óbvia na voz. Olhei para ver Ivan, um dos amigos de Rhett, caminhando em minha direção. O copo de plástico vermelho na mão era mais do que apenas cerveja, eu aposto. Ivan foi expulso da equipe no ano passado por festejar demais. Ele raramente aparecia para a aula e ia ser reprovado. Não pareceu estar preocupado com isso. Ainda estava pendurado com a mesma multidão, e eles o amavam.

Voltei minha atenção para o grupo de Brady e esperei que Ivan tropeçasse sobre seus pés bêbados. "Seu garoto ainda não consegue lidar com sua cerveja. Ele deixa você sozinha? Isso é uma vergonha. Venha aqui e podemos conversar.”

Não nesta vida.

"Não, obrigada." Respondi, ainda não olhando para ele.

Ele riu como se tivesse sido divertido. Antes que ele pudesse pensar em algo mais a dizer, eu estava perto o suficiente de Brady que me viu me dirigindo para ele. Ele parou de falar e se voltou para mim.

"Você está bem?" Ele pergunta, fazendo uma verificação rápida em Gunner, eu assumi.

"Sim. Só preciso de uma carona. Sua mãe está chegando?" Eu pergunto.

Ele assente com a cabeça, mas havia uma careta no rosto. "Gunner está bêbado de novo?"

"Sim."

Ele balança sua cabeça. "Eu tenho que corrigi-lo. Vou ligar para mamãe. Nós podemos sair em breve."

"Obrigada. Eu aprecio isso."

 

Você precisa chacoalhar.

Capítulo 16

 


Brady


Ivy tinha decorado meu armário e deixado brownies com glacê sobre eles dentro.

Ela ainda estava agindo como se fossemos um casal nos dias do jogo. Eu não queria dizer nada para machucar seus sentimentos, mas ela tinha que parar com isso. Nós não conversamos o resto da semana. Os brownies de sua mãe eram bons e tudo, mas eles não nos resolveriam. Nunca tivemos razão para começar.

Comi dois brownies e bebi um grande copo de leite antes de subir as escadas para pegar meu saco. Minha mãe tinha lavado meu uniforme e empacotado para eu pegar no ônibus. Esta noite era importante. Vitalmente. Se não ganhássemos esse jogo, estaríamos fora.

O estudo das fitas de jogos e todo o treino extra me fez sentir pronto. Eu achei que a equipe estava preparada. Não era o que estava pesando na minha cabeça. Em vez disso, era eu. O centro da equipe. O quarterback. Quem precisava de sua cabeça ajustada. Não consegui esquecer a visita de Riley na outra noite. Incomodou-me que ela estivesse magoada. Que eu tivesse sido o único a machucá-la.

Isso não era novo. Eu era o cara legal. Não porque tenha sido rotulado, mas porque era simplesmente quem eu era. Às vezes, odiava isso seriamente.

No entanto, essa coisa de Riley era diferente. Eu estava preocupado com ela mais do que jamais tinha me preocupado com Ivy e seus sentimentos. Ivy e eu voltamos a sair novamente por quase dois anos, mas nunca senti algo tão forte por ela quanto com Riley. A única razão pela qual eu poderia pensar nisso era pela menininha. Riley tinha sido entregue a um acordo bruto e fez seu melhor. Eu respeitava isso. Minha bolsa estava na minha cama, como esperava, tudo empacotado para mim. Mamãe ainda não estava em casa do trabalho, mas ela estaria no jogo junto com meu pai.

Eles trariam Maggie, e seria a noite de sexta feira normal. Exceto que hoje, minha cabeça não estava apenas no jogo como sempre esteve.

Frustrado, pego minha bolsa e volto para baixo. Eu tinha que lidar com isso agora. Nós deveríamos estar na casa de campo para embarcar no ônibus em uma hora. Antes de ir para lá, eu ia ver Riley. Se não conversasse com ela e aliviasse minha mente, eu não estaria seguro que pudesse ganhar essa noite. The Panthers também estavam invictos. Tínhamos um trabalho duro em nossas mãos, e eu tinha que estar 100 por cento.

"Você está saindo?" Perguntou Maggie enquanto passava pela porta do quarto.

Fiz uma pausa e olhei no quarto. Ela estava na cama sentada com as pernas cruzadas e um livro aberto no colo. A menina lia mais do que qualquer um que eu conhecia.

"Sim" Respondi.

"West foi para casa para tirar uma soneca antes de vocês terem que se encontrar para sair.”

"Eu preciso ir fazer uma coisa." Digo, sem lhe dar mais detalhes.

"Bem, boa sorte esta noite.”

"Obrigado. Preciso disso."

Ela inclina a cabeça para um lado e seus cabelos castanhos escuros caem sobre um ombro. "Nunca ouvi você dizer isso antes.”

Porque nunca senti isso antes. Eu sempre estive focado e confiante.

Agora não.

"Tenho muita coisa na minha cabeça é tudo.”

"Riley Young." Responde Maggie. Não era uma pergunta. Era uma declaração.

"Não sei o que você quer dizer." Digo, e começo a sair.

"Você saiu, depois que ela jogou a pedra na janela na outra noite. Você tomou a decisão errada e isso está assombrando você."

Não era algo que eu queria discutir. Só precisava corrigi-lo.

"Você não disse nada a West, não é? "

Ela balança a cabeça. "Não é minha informação para contar.”

Gostava muito da minha prima. Ela não era uma fofoqueira. Ela mantinha as coisas para si mesma. Nenhum drama ou coisa feminina para lidar com isso. Muito parecido com Riley, acho.

"Estou trabalhando no que é o certo. Não apenas para mim, mas para todos os envolvidos." Não fazia sentido, mas era tudo o que estava disposto a dizer. "Eu não a conheço. Mas gosto dela.”

"Por quê?" Pergunto curioso.

"Nenhuma garota já o chacoalhou assim. Nem mesmo Willa. Certamente, não Ivy. Você precisa chacoalhar."

Não, eu precisava estar nivelado e pronto para ganhar este jogo.

"Discordo."

Maggie pega seu livro de volta, como se estivesse ok com essa conversa. Era algo que eu gostava sobre ela. Ela não seguia e continuava sobre um tópico em que terminou de discutir.

"Descobri que as coisas que mais nos atraem são as que merecem mais sacrifícios.” Ela disse isso sem olhar para mim.

Droga. Isso atingiu uma corda.

"Você fez sacrifícios pelo West?" Pergunto, já conhecendo a resposta.

Desta vez, ela olha por cima de seu livro. "Eu falei Brady. Ouvi o som da minha própria voz.”

A razão pela qual isso foi um sacrifício não precisava ser explicada. Eu entendi.

Com um aceno de cabeça, deixei-a lá com o livro. Ela ganhou a vida novamente quando falou com West. Uma grande parte dela que faltava foi preenchida com novos motivos para ser feliz.

Não pensei que estivesse faltando nada. Eu tinha bons pais, tinha bons amigos e ia jogar futebol em uma faculdade do Texas no próximo ano. Minha vida não precisaria melhorar muito. Antes de ter Riley e Bryony na minha caminhonete no outro dia, não questionava nada disso. Sabia que era sólido. Eu estava pronto para o meu futuro.

Agora eu me perguntava se estava apenas vivendo a vida fácil. Não enfrentando desafios ou realmente fazendo uma marca em qualquer um. Maggie tinha sido a rocha de West através de um inferno que nunca quis imaginar. Mesmo tão quebrada como ela estava, ela ficou perto dele e se tornou seu centro. Ela tinha feito algo com sua vida que significava mais do que apenas sua felicidade. Ela encontrou felicidade ajudando alguém.

Eu era feliz? Esta vida que eu tinha... me deixou feliz? Jogar futebol e ser a estrela do Lawton High realmente me faz feliz?

Não. Não. Não em tudo.

Eu estava vazio. Sem sentido. Eu era um hospedeiro para ganhar jogos na minha escola.

As meninas gostavam de mim, e eu tinha minha escolha se quisesse. Minha caminhonete não era nova, mas era boa e me foi dada sem que tivesse que trabalhar para isso.

Não havia nada digno de mencionar que eu tivesse feito para qualquer um.

Jogando minha bolsa no banco do passageiro da minha caminhonete, decidi que havia acabado. Não estava mais me concentrando em Brady Higgens. Alguém precisava de mim.

Ela precisava de amizade, e ela tinha vindo até mim. Foda-se meus amigos enlouquecendo. Todos precisavam acordar e perceber que havia se passado dois anos e todos nós estávamos errados. Eu estava preocupado em ganhar um campeonato e havia uma mãe solteira que eu já tinha considerado uma amiga para conquistar. Não vou ignorar isso. Não por um maldito jogo.

 

Você tem um campeonato para ganhar.

Capítulo 17

 


Riley


Havia janelas de carros pintadas, bandeiras azuis com leões sobre elas e, claro, grandes sinais em cada quintal, exceto o nosso, com LIONS #1. Minha casa não estava preocupada com o jogo. Nós éramos os únicos na cidade sem um sinal dos Lions em seu quintal, e na próxima reunião da cidade eles poderiam votar para nos expulsar da cidade... novamente... porque não conseguimos ficar obcecados com o futebol.

Fiquei com aquele pensamento balançando na cabeça. Isso não aconteceria, é claro, mas a maneira como eles faziam por um jogo de futebol pensaria que era a eleição presidencial. Bryony apontou para outro carro que passou por nós deixando a cidade para o jogo. As janelas pintadas e as bandeiras voando eram fascinantes para ela. Pelo menos, elas eram boas para alguma coisa.

O próximo veículo que passou não era um carro pintado. Era a caminhonete de Brady Higgens. Meu peito apertou com a visão, e comecei a andar mais rápido. Chegar em casa não faria a lembrança da outra noite se afastar, mas eu poderia pelo menos me preocupar em fazer um lanche e arrumar meu armário ou algo assim. Qualquer coisa para não lembrar quão tola eu fui.

Bryony aplaude e acena para o próximo carro que passa. Eles tinham uma cabeça de leão no capô. Não tenho certeza de como eles estavam fazendo essa proeza, mas com certeza fez Bryony feliz. Provavelmente ela gostaria dos jogos. Todos os torcedores torcendo e o pessoal correndo no campo. Eu nunca poderia levá-la, no entanto. Essa era uma parte da minha vida que terminou.

Girei na entrada da minha avó enquanto a caminhonete de Brady chegou a uma parada paralela ao meu lado. Bryony estava acenando para ele como se ele fosse seu melhor amigo. Eu já tinha sido grosseira na frente da minha filha uma vez na semana passada. Não voltaria a fazê-lo.

"Você não tem um jogo para ir?" Pergunto a ele. Sua janela estava baixa, e ele parecia estar prestes a falar comigo.

"Tenho cerca de quarenta e cinco minutos. Você pode falar?"

Minha resposta deveria ter sido não. Não posso. Tchau.

Mas Brady tinha um jogo, e ele estava aqui por algum motivo. Para ele, tinha que ser importante. Olhei para ver se o carro do meu pai também estava em casa. As sextas-feiras, ele geralmente saia do trabalho cedo. O jogo provavelmente fez toda a cidade sair do trabalho cedo. Deixar Bryony dentro com meus pais não deve ser um problema.

"Deixe-me levá-la para dentro." Respondo.

Empurro o carrinho para a varanda da frente e me abaixo na frente dela para desabotoar o cinto de segurança. "Mamãe vai conversar com nosso amigo Brady, está bem? Estarei dentro para preparar um lanche em alguns minutos."

Ela assente como se tudo tivesse sentido. Muitas vezes eu me perguntava se isso acontecia, se ela entendia as coisas que ela respondia.

Abrindo a porta, vi papai no sofá com uma xícara de café e o jornal. "Ei, pai". Cumprimento. "Brady Higgens está aqui e quer falar comigo um minuto. Você pode manter um olho em Bryony para mim? Não vou demorar."

Papai franze a testa. "Brady? O menino não tem um jogo para ir?"

Meus sentimentos exatamente. Eu assenti. "Sim, então isso será rápido.”

"Claro, vou vê-la. Diga a ele que eu disse boa sorte. Estou torcendo por eles."

Não respondi. Eu não tinha certeza do que dizer. Meus pais estavam muito entusiasmados com Brady. Eu estava com medo de que eles estivessem prestes a ser abatidos. Coloco Bryony no chão para que ela possa correr em seus pés, então fecho a porta atrás de mim. Meu pai não era o tipo curioso, mas o que quer que fosse, não queria que ninguém nos ouvisse.

Brady saiu da sua caminhonete e estava encostado no lado do passageiro, esperando por mim. Viro-me para ele. Se ele fosse se desculpar novamente, eu poderia perder a paciência. Não queria suas desculpas. Queria fingir que nunca havia ido lá.

"Não tenho muito tempo." Digo a ele como se ele fosse me manter. Ambos sabíamos que ele tinha um jogo para vencer. "E se isso é outra desculpa, não faça. Apenas deixe ir."

Ele move os pés e parecia quase nervoso. "Eu quero ser seu amigo. Minha oferta original - ou pedido - ainda é válida."

O que?

"Por quê?"

Ele suspira e passa as mãos pelos seus cabelos escuros. "Porque quero ser seu amigo. Acredito em você. Eu me sinto como uma merda sobre o modo como te tratei quando você voltou para a cidade e o fato de ter afastado você há dois anos. Eu era jovem. Essa é a única desculpa que tenho. Mas sei melhor agora. Minha equipe não pode me dizer de quem eu escolho ser amigo."

Ele parecia tão determinado que eu me pergunto se ele estava tentando convencer-se de tudo isso. E por que ele sentiu a necessidade de vir me ver antes do seu jogo quando isso poderia esperar.

"Você tem um campeonato para vencer." Lembrei-lhe. Ele estava bastante certo na outra noite.

"Sim. Mas isso não deve me impedir de fazer o que é certo."

Então eu era o que não estava certo. Isso me fez sentir como um caso de caridade. A garota na mesa do almoço sem amigos. Algo que ele aprendeu na escola dominical quando criança. Seja gentil com aqueles que precisam. Bem, não precisava de nada. Eu estava perfeitamente bem.

"Não preciso de sua amizade por caridade. Sou melhor do que isso. Mas obrigada de qualquer maneira." Disse, então virei para voltar para dentro. Esta conversa terminou, tanto quanto eu estava preocupada.

"Espere. Não. Não é caridade" ele grita, mas eu sabia a verdade, mesmo que não o fizesse. "A verdade é que não consigo parar de pensar em você.”

Eu paro.

Bem, essa foi definitivamente uma coisa que não esperava.

"Desculpe?" Perguntei, olhando para ele.

Ele enfia as mãos nos bolsos dos jeans. "Eu acho que preciso de você. Uma amizade que não se baseie no meu desempenho no campo ou entrar na melhor festa. Estar sozinho. Isso significa algo."

Agora, isso seria difícil de discutir ou de se afastar. Eu estava vulnerável em sua casa na outra noite, e ele agora estava fazendo o mesmo comigo. Acabou de levar tempo para pensar.

"Porque agora? Por que não quando a temporada acabar?"

Posso dizer honestamente que eu estava preocupada com os outros caras e com este estúpido jogo de futebol agora. Não porque queria que eles ganhassem, mas porque queria que Brady ganhasse. Queria que ele conseguisse o futuro para o qual ele trabalhou tanto. Por que queria tudo isso? Deus, eu estava tendo sentimentos por ele. Toda essa porcaria em torno de nós, e eu estava começando a me preocupar com a felicidade de Brady Higgens.

"O futebol não pode tomar todas as decisões na minha vida. Se eu deixar isso, então não estou lutando pelo meu sonho. Estou deixando meu sonho me possuir. Eu deveria possuí-lo."

Fico em silêncio e deixo suas palavras se mexerem. Ele quis dizer isso. Eu o respeitava por isso. Mas ainda queria protegê-lo.

"Então deixe sua nova amiga tomar uma decisão por você. Espere. Dê tempo a esta temporada. Então poderemos tentar a coisa de amizade."

Ele balança sua cabeça. "Não quero esperar. Não posso."

Sua determinação era... fofa. Admirável, mas fofo.

"Então vamos ser amigos em segredo por mais algumas semanas." Sugeri.

Ele franziu a testa e parecia que iria discutir de novo.

"Basta pensar nisso. Vá ganhar o jogo da noite e deixe os prós e os contras jogarem na sua cabeça neste fim de semana. Se você ainda estiver interessado em surpreender a cidade, iremos ao Den e comeremos hambúrgueres na noite de segunda-feira. Mas se você ver a razão, assim como eu, vai dirigir por duas cidades e me levar para uma pizza."

Um sorriso lentamente se espalha por seu rosto. "Posso ter seu número, então?"

Como se uma garota pudesse dizer não a isso.

 

Por três Touchdowns.

Capítulo 18

 


Brady


Conseguir minha cabeça completamente no jogo era difícil, mas vendo os fãs que haviam dirigido até aqui nas arquibancadas, torcendo, segurando as bandeiras e os sonhos de suas canções, me lembrou da importância da noite. Eu não estava aqui preocupado com uma garota na qual não conseguia parar de pensar. Ela estava bem agora. Estávamos bem. E a ideia de um futuro para nós me animou em vez de me assustar. Estava pronto para ganhar este jogo agora. Este não era apenas o meu futuro pesando na balança. Era o nosso. Mesmo aqueles de nós que considerariam isso como nossa última lembrança do futebol. Isso significaria algo.

No meio do tempo, estávamos em um touchdown. The Panters eram difíceis, e mesmo com todo o trabalho de preparação, estávamos no nosso melhor jogo para acompanhá-los. West abriu o capacete na borda do campo enquanto soltava uma série de palavras que eu sabia que o treinador ignoraria. Nós não jogamos um jogo tão duro em toda a temporada.

Gunner bateu o punho nos velhos e espancados armários que estavam reservados para o time adversário The Panters. Ele não deixou uma série de maldições voarem de sua boca, mas ele continuou a bater no armário algumas vezes mais, antes de descansar sua testa sobre ele. Tínhamos dois tempos para alterar isso.

O treinador falou conosco e nos lembrou de quem nós éramos e para o que viemos aqui. Ele era bom em conversas de meio período. Eu poderia contar com ele para recuperar a cabeça da equipe e deixa-la pronta para lutar.

Havia rugidos e punhos no ar enquanto nos dirigimos de volta ao campo. Este não foi o primeiro meio tempo em que estivemos perdendo. Foi a primeira vez que fomos abatidos. A maneira como tínhamos jogado esta noite deveria ter tido um touchdown ou mais adiante. Não para trás.

"Onde está sua cabeça esta noite?" Gunner me pergunta quando se afasta do armário no qual ele estava apoiado.

Ele estava me culpando por isso? "Não sei o que você quer dizer com isso." Respondi, a raiva lentamente se construindo dentro de mim. A acusação no seu rosto era suficiente para me dizer que ele estava me apontando em vez de todos nós. "Esta é uma equipe. Onde está sua cabeça?" Eu recordo.

"Foda-se isso. Você tem a bola. Você dirige a equipe. E eu estive jogando bola com você desde que nós éramos crianças. Sua cabeça não está conosco lá fora. Então, onde diabos está isso? Porque precisamos dela nesse campo." Ele estava gritando agora.

"Volte, Gunner." Diz West, colocando-se entre nós. Nash e Asa também se aproximaram de nós. Como se uma luta estivesse prestes a começar e todos precisassem estar lá para acabar com isso.

"Não! Ele vai nos fazer perder esse jogo. Sua cabeça não está lá, e nós precisamos disso!" Grita Gunner. "Hunter é um maldito estudante de segundo ano e não está pronto para isso. Não podemos entregar o jogo para ele. Precisamos que Brady junte-se a nós antes de voltar para esse campo.”

Eu queria chegar em seu rosto e dizer-lhe exatamente onde poderia empurrar sua acusação. A ideia de bater meu punho em seu rosto também era atraente.

No entanto, ele estava certo. Minha cabeça não estava completamente lá. Gunner era o único com bolas o suficiente para apontá-lo.

"Vá beber um pouco de água e acalme-se." Diz Asa a Gunner. Todos pensaram que estávamos prestes a brigar. Em outro momento, eu apenas poderia fazê-lo. Mas esta noite Gunner estava certo. Era minha culpa. Admito que doeu, mas era verdade.

"O que está acontecendo aqui, garotos?" Pergunta o treinador quando entra na casa de campo. A mídia local o parou para uma entrevista em seu caminho para nós, então ele perdeu o confronto.

Todo mundo, exceto Gunner, se vira para olhar para o treinador enquanto os olhos de Gunner ficam colados em mim. Ele estava aguardando sua resposta. Ele não iria receber uma porque a verdade causaria mais do que apenas eu estragar o jogo. O inferno iria se abrir.

"Estou fora esta noite." Respondo à pergunta do treinador enquanto mantenho contato visual com Gunner. "Tudo isso é por minha causa.”

Essa foi a primeira vez que eu tive que fazer isso em um vestiário em todos os anos que estive jogando. Nunca fui eu. Sempre tinha sido outra pessoa com quem eu tinha que falar sobre qualquer coisa que eles estavam lidando. Isso era difícil. Foi como admitir que eu era um fracasso.

"Então vamos consertar isso. Você é o melhor quarterback sênior do Alabama, Brady. Ou você esqueceu disso?" O treinador pergunta.

Não tinha esquecido. Posso não concordar, mas não tinha esquecido que o título tinha sido dado a mim nas últimas estatísticas. Se perdesse isso, Riley se culparia.

Não era culpa dela. Era minha. Isso não era apenas para mim; era para toda essa equipe e nossa cidade.

"Estou pronto." Digo a ele.

O treinador assente com a cabeça e inicia seu plano para a próxima metade. Agora que vimos o jogo dos Panters e sua estratégia, tivemos que ajustar o nosso. Eu mergulhei e consegui colocar Riley Young fora da minha mente. Esta noite eu tinha muito a provar. Especialmente agora.

Quando corremos de volta ao campo, Gunner apareceu ao meu lado. "Nós vamos cuidar disso.”

Essa foi sua maneira de se desculpar. Certificar-se de que estávamos bem.

Assenti em concordância. Porque nós iriámos. Queremos ganhar o jogo esta noite.

Então iremos nos preparar para a próxima semana. Era quase um fim para nós e o futebol dos Lions. A graduação seria o nosso próximo passo.

Eu estava pronto para o futuro, mas o cheiro da grama fresca e a alegria na multidão enquanto os caras que aprenderam a jogar futebol comigo quando éramos crianças estavam todos amontoados ao meu redor - isso seria perdido.

Nunca receberíamos isso de volta.

Por causa disso, por causa dessa memória e de todos os outros que acompanharam isso, eu dei tudo o que tinha e mais um pouco que não sabia que tinha. Com cada peça chamada, eu me concentrei mais do que nunca. Afoguei o rugido dos fãs. Ignorei os tiros pop chamando por mim da outra equipe. Eu tinha uma missão. Uma unidade. Para ganhar este jogo.

E nós fizemos. Por três touchdowns.

 

Eu devo essa noite a você.

Capítulo 19

 


Riley


Se eu dissesse que fui para a cama sem ficar acordada para assistir as notícias, estaria mentindo. Estava nervosa. Nunca estive nervosa sobre um jogo de futebol em toda a minha vida. Mas estava agora. Quase não consegui jantar, mas me obriguei a fazê-lo, então minha mãe não me questionaria. Normalmente eu tinha um grande apetite.

Papai estava sentado em sua poltrona reclinada com os pés apoiados e um dos muitos cobertores que minha avó tinha tricotado jogado sobre suas pernas. Sua tigela de cereais estava em suas mãos enquanto observava as notícias locais. Nunca assisti a notícia com ele, então tentei muito casualmente entrar e sentar-me no sofá.

Mamãe era muito mais observadora, então fiquei agradecida que essa noite ela estava em um banho de imersão no momento e não por aí assistindo as notícias com ele. Ela me questionaria por estar aqui.

"Você ainda está acordada?" Ele pergunta como se eu estivesse na cama cedo todas as noites. Normalmente ia para meu quarto relativamente cedo, mas raramente para dormir. Eu jogava um jogo no meu telefone ou lia um livro. Esse tipo de coisa.

"Sim" Respondo, esperando que ele deixasse por isso mesmo. Normalmente, meu pai não era um grande falante. Mas quando ele tinha algo a dizer, sempre era importante. Ele não desperdiçava palavras. Era o que minha mãe sempre dizia sobre ele.

Felizmente, o repórter começou a falar sobre os preços do gás, e meu pai ficou em silêncio. Eu podia ouvi-lo comer os flocos crocantes em sua tigela e estava feliz por ele ter algo mais a fazer com a boca do que falar.

Depois de cobrirem os preços do gás, uma casa queimando em uma cidade vizinha e o novo plano de seguro do presidente, eles finalmente jogaram o clipe de um futebol pairando pelo ar, o que significava que a pontuação das equipes locais estava prestes a ser postadas.

"Os Lions Lawton ganharam novamente." Foram as primeiras palavras da boca da âncora da notícia, eu soltei um suspiro de alívio. A mulher falou que Brady Higgens lutou durante a primeira metade, mas ele voltou no segundo tempo e possuiu o jogo. Os Panters não estavam prontos para ele, ou pelo menos foi o que o treinador dos Panters disse quando o perguntaram. Ele parecia impressionado, e embora estivesse suando e cansado pelo jogo, ele concordou que Higgens era o melhor quarterback do estado. Ele agora vivenciou isso e aguarda com expectativa a carreira do garoto.

Um pouco de orgulho surgiu em mim, e isso foi bobo, mas era a verdade. Tínhamos sido amigos quando crianças, mas nada especial. Eu tinha sido amiga de todos eles. Brady sempre foi o líder, mesmo quando todos estávamos brincando juntos no balanço do parque.

Tinha sentido que ele fosse o líder agora. Eu me levantei para sair quando a recapitulação do jogo da noite mudou para outra coisa.

"Acho que você pode dormir agora sabendo que o menino teve um bom jogo." Diz papai enquanto estou saindo da sala.

Faço uma pausa e estremeço. Fui um pouco óbvia saindo logo após essa notícia. "Ele estava nervoso e é possivelmente o único amigo que tenho nesta cidade.”

Essa foi a melhor explicação que tive, e era verdade.

"Ele é um bom garoto. Atleta talentoso. Mas eu direi que estou mais orgulhoso dele por ignorar o resto e chegar a ser seu amigo de qualquer maneira. Ele tem uma coisa sobre ele, então, vê-lo tomar uma atitude como essa me dá esperança para esse grupo, afinal. Brady é o líder deles. Eles podem questioná-lo no início, mas eventualmente..." ele para.

Eu não pensava assim, nem ficaria muito esperançosa. Brady não conseguiria tirar todo o ódio que eu sentia pelo que aconteceu com Rhett. Muitas vezes me pergunto se seria melhor se eu tivesse deixado a cidade e não tivesse contado a ninguém? Eu nunca saberia a resposta para isso, e achei que estava bem. Não precisava saber. Minha vida havia acabado do jeito que deveria. Eu acreditava firmemente no destino. Até agora, o destino me deu Bryony e não podia me queixar. Ela era perfeita. Minha perfeita.

"Boa noite, pai." Falei antes de sair desta vez.

"Boa noite querida."

Caminho pelo corredor e abro lentamente a porta do quarto para não acordar minha princesa. Ela estava enrolada como uma bola com a maioria dos lençóis, e eu adorava vê-la assim. Ela estava segura e segura na vida que eu tinha dado a ela. Ela não sabia nada sobre como foi concebida ou a dor que a seguira. Não havia necessidade dela saber.

Debruçando-me, beijei o topo de sua cabeça e o doce cheiro de xampu de bebê encontrou meu nariz. Eu amava cheira-la. A casa cheirava assim - bebê - quando eu a levara para casa do hospital. Esse cheiro me lembrava as noites sem dormir, mas também dos primeiros sorrisos, primeiros beijos, primeiras palavras e primeiros passos. Adorava tudo sobre esse cheiro. Muitas vezes eu me perguntava se poderia convencê-la a continuar usando o mesmo xampu em seus anos de adolescência.

Eu duvidava, mas sempre havia esperança.

Meu telefone estava sobre a mesa de cabeceira. Embora estivesse em silêncio, a tela iluminou a sala. Nunca recebi mensagens ou ligações a menos que fossem de meus pais. A única pessoa que tinha meu número agora estava em um ônibus comemorando uma vitória.
Eu me estiquei na cama e o peguei.

O nome de Brady apareceu, então passei o dedo sobre a tela e li suas palavras.


Obrigado. Eu devo esta noite a você.


Isso não era verdade. Ele devia essa noite ao fato de que era uma estrela. Não tive nada a ver com isso.


Eu duvido seriamente disso, mas parabéns.


Respondi.

Ele ia sair da cidade neste verão. Sair para viver seus sonhos.

E eu estaria aqui com meus pais até conseguir um lugar meu em uma cidade onde pudesse começar de novo e ter uma vida.


Se você não tivesse falado comigo hoje, não teria conseguido me concentrar.


Ele respondeu.


Eu ter ido até a sua casa realmente o incomodou tanto?


Queria deixar as vibrações no meu estômago voarem livre e curtir isso, mas não podia. Eu não era uma garota no ensino médio que podia flertar e se divertir. Era uma mãe e uma filha com responsabilidades. Eu vivia uma vida que ele não entenderia e não esperava que ele se encaixasse.


"Aproveite sua vitória. Eu assisti as notícias. Você mereceu isso."


Não esperei que ele respondesse. Bloqueei o telefone e o coloquei na cabeceira.

As fantasias das jovens meninas não eram para mim.

 

Jogo divertido ontem à noite, hein?

Capítulo 20

 


Brady


No sábado depois de um jogo, eu deveria dormir. No entanto, o sono não veio facilmente ontem à noite, e o cheiro de bacon me acordou mais cedo do que teria gostado. Peguei meu telefone e verifiquei se Riley já havia respondido ao meu último texto. Ela não fez.

Colocando um short, desço as escadas para a cozinha para o café da manhã. Minha mãe estava empilhando panquecas com seu avental rosa e branco amarrado em torno de sua cintura. Eu tinha comprado para ela há cinco anos para o Dia das Mães com o dinheiro que fiz cortando grama. Ela o usava o tempo todo.

"Bom dia!" Digo quando vou até a geladeira para pegar o leite.

"Você acordou cedo. Eu esperava que você dormisse até o meio dia." Ela provoca.

Eu não dormia até o meio dia, bem... nunca. Ela sabia. "Senti o cheiro de bacon." Digo a ela. "Um homem não consegue dormir quando há bacon.”

Recebo um sorriso dela.

Mamãe sempre foi essa mãe. Aquela que fazia nossos almoços e nos preparava o café da manhã. A mãe que fazia biscoitos e me deixava ter a casa cheia de caras. Ela acreditava em mim e estava orgulhosa. Em troca, eu queria continuar a deixá-la orgulhosa. Eu tinha uma mãe que a maioria dos indivíduos não tinha sorte o suficiente para ter. Pelo menos não no meu grupo de amigos. Eu tive sorte pelo jeito. Muitas mães não eram tão perfeitas quanto a minha. Por exemplo, a mãe de Gunner. Eu nem tinha certeza de que ela merecia esse título. Ela não tinha feito muito por ele na vida.

"Você se machucou a noite passada?" Pergunta mamãe enquanto coloca um prato de panquecas e bacon na mesa para mim.

Eu tinha alguns hematomas, mas nada que valesse a pena mencionar. Eram de alguns encontrões da primeira metade, que eu merecia. Minha cabeça não estava onde precisava estar.

"Estou bem." Assegurei-lhe.

Ela sorri para mim e volta para as panquecas. "Eu vi os hits que você levou no segundo tempo. Você deve ter alguns pontos ruins."

Eu dou de ombros e pego o xarope para cobrir minhas panquecas. "Papai ainda está na cama?" Pergunto, mudando de assunto.

"Não, você conhece seu pai. Ele se levantou cedo e foi ao escritório. Disse que precisava fazer alguma coisa e nos veria no jantar. Tenho certeza de que ele estará pronto para falar de futebol até então."

Meu pai sempre tinha que estar fazendo alguma coisa. Ele trabalha muito, e ficar ocioso não estava no seu vocabulário. Ele era engraçado assim.

Começo a fazer uma piada sobre isso quando a tela do meu telefone acende. Pego e vejo o nome de Riley. Eu olho de volta para me certificar de que mamãe não estava olhando na minha direção antes de abrir o texto. Não que ela desaprovasse. Eu sabia que ela gostava de Riley. Mamãe era a pessoa menos julgadora que conhecia. Mas não queria que meus pais soubessem ainda. Não sobre minha amizade com Riley. Eu ainda estava segurando isso comigo. Só para mim.


Claro, se você precisa de alguém para viajar com você para Birmingham hoje, eu vou. Mamãe disse que podia olhar a Bryony. Por que iremos?


Acabei de jogar isso. Uma viagem de duas horas a Birmingham foi a única coisa que eu pude pensar. Era suficientemente longe de Lawton para que pudéssemos nos divertir com segurança sem encontrar alguém que conhecêssemos. Não tinha pensado em um motivo pelo qual eu precisasse ir. Acabei de dizer isso. Agora eu precisava de algo. Qualquer desculpa para que ela não soubesse que eu simplesmente estava indo lá para que pudéssemos sair. Sozinhos.

E por que eu estava fazendo isso?

Ela precisava de um amigo e queria ser seu amigo, mas havia mais do que isso. Na noite passada, quando estava distraído, queria acreditar que era porque estava preocupado com ela ou com algo inocente. Mas a verdade é que eu gosto dela.

Eu gostava de Riley Young. Ela era interessante. Ela era forte, era uma boa pessoa, e a respeitava por tudo isso. Queria estar ao seu lado. Longe do mesmo grupo de pessoas, que eu sempre estive perto. Talvez fosse por isso que gostei de Willa. Ela era diferente. Não é a mesma pessoa que faz as mesmas coisas.

Gostar dela mesmo sendo apenas como amigo, iria causar uma agitação eventualmente. O confronto com Gunner era o que mais me preocupava.

Mas, honestamente, era hora de encarar o fato de que o irmão dele tinha mentido. Afinal, eles passaram por isso ultimamente, não acho que seria muito difícil para ele acreditar na história de Riley agora. Nós não éramos mais crianças que deixavam os outros nos dizerem o que pensar mais.

Eu finalmente respondi.


Eu tenho algum dinheiro de aniversário ainda na minha conta de poupança, e queria um par de botas que estão esgotadas aqui. Birmingham tem melhores opções.


Eu duvidava que isso soasse convincente porque Nashville estava há uma hora de distância. Mas fui lá mesmo assim.

"Cheira maravilhoso nesta casa." Diz Maggie, entrando na cozinha. Seus cabelos ainda estavam bagunçados do sono, e ela estava usando calça de pijama e uma das camisas de West. Ele tinha certeza de que ela tinha várias delas. Era sua maneira de estar com ela o tempo todo. Eu costumava me divertir com isso, mas agora achava que fazia sentido. Não que dissesse isso a ele. Gostava da ideia de Riley vestindo minha camisa. O que também significava que meus sentimentos por ela estavam se transformando em algo mais do que amizade.

"Sente-se em um lugar e vou pegar um prato." Mamãe diz a ela.

Maggie ignora isso e caminha para pegar seu próprio prato. "Você ainda está cozinhando. Posso pegar o meu próprio prato. Obrigada mesmo assim."

Mamãe sorri como se Maggie fosse a filha perfeita que nunca teve. Elas eram boas uma para a outra. Mamãe era o tipo de mãe que precisava de uma filha, e Maggie havia perdido sua mãe de forma trágica. Elas não estavam tão perto quanto uma mãe e filha conseguiriam, mas eu esperava que ao longo do tempo elas preenchessem aquele buraco nas vidas uma da outra.

Maggie sentou-se em frente a mim e bocejou. Apenas alguns meses atrás, essa seria uma mesa muito silenciosa. Era legal que Maggie realmente falasse agora.

"Jogo divertido ontem à noite, hein? "

Seu comentário parecia inocente, mas eu sabia o que queria dizer. Ela era a única pessoa que sabia onde minha cabeça esteve naquele primeiro tempo. Olho para ela quando coloco um bocado de panqueca em minha boca. Não era divertido.

Mas o sorriso no rosto dela disse que era.

"Quase me deu um ataque cardíaco." Diz minha mãe com uma risada. "Senhor, nunca estive tão nervosa sobre um jogo em toda a minha vida.”

"Os jogos vão ficar mais difíceis. Ganhar o campeonato não vai ser fácil." Percebi que parecia irritado e desejei não ter dito isso. Maggie ergue uma sobrancelha como se quisesse dizer que sabia melhor. Por que ela não podia ter ficado no andar de cima na cama? Eu estava tendo um café da manhã perfeitamente tranquilo até que ela entrou e trouxe tudo isso.

"Oh eu sei. Percebi na noite passada que precisava me acalmar e me preparar para isso piorar." A voz de minha mãe ainda era suave e compreensiva.

"Tenho certeza de que é difícil manter seu foco com toda essa pressão." Acrescenta Maggie, depois sorri antes de comer um pedaço de bacon.

Eu ia parar de comer e sair da mesa com uma desculpa ou mudar o assunto. Mas não estava satisfeito e queria mais panquecas, então mudo do assunto. "Quer que eu leve algum café da manhã para o papai antes de ir para Birmingham?" Pergunto.

Maggie ri. Eu estava prestes a jogar minha última panqueca no seu rosto divertido.

 

Ela é o meu ponto de luz no pôr do sol na vida.

Capítulo 21

 


Riley


Meus pais não tinham realmente questionado Brady por me buscar para ir a Birmingham para o dia. Eu lhes disse a razão pela qual Brady precisava ir, mas eles parecem não ter acreditado. Perguntei-me se essa era realmente a razão. Achei que Nashville tinha tantas lojas quanto Birmingham. Eu poderia pensar que ele havia encontrado um par em Birmingham. No entanto, a ideia de que ele estava inventando essa desculpa para passar o dia comigo fez meu coração fazer coisas engraçadas. Gostei. Novamente, eu estava sentindo demais, e realmente precisava ser mais cautelosa.

Não deixei meu pai falar demais com Brady quando ele chegou. Ele, claro, disse a Brady que foi um bom jogo e que desejava ter visto isso. Eu o afastei da porta e escapei antes que papai pudesse falar demais. Eu nunca sabia o que ia sair de sua boca.

A caminhonete de Brady não era o que pensei como uma caminhonete de adolescente por dentro. Para começar, estava limpa. Sem lixo no chão, nada de roupas penduradas, e nem sequer estava empoeirada. Ele manteve-a muito bem.

"Você consegue manter sua caminhonete limpa com frequência?" Pergunto enquanto olho pela limpeza pela primeira vez. As duas últimas vezes que estive nessa caminhonete eu estava preocupada e não tinha realmente prestado atenção.

"Meu pai tiraria essa caminhonete de mim se eu pagasse a alguém para limpá-la" Diz Brady, parecendo divertido. "Ele também tiraria isso de mim se não a mantivesse limpa.”

Interessante. Ele era a estrela do futebol, mas isso não lhe deu tratamento especial de seus pais. Eu teria pensado o contrário. Especialmente nesta cidade. Imaginei que ele tivesse pessoas implorando para limpar sua caminhonete de graça.

"Parece meu pai. Ele espera que eu faça a minha parte. Não é que não faria de qualquer jeito, mas sei que se eu afrouxar, ele está lá para me lembrar de colocar minha bunda em marcha."

Brady ri. "Sim. Conheço esse sentimento."

Ficamos calados por alguns minutos. Não senti a necessidade de conversar apenas por conversar. Havia muitas coisas que eu poderia perguntar a ele. Como por que realmente estávamos indo para Birmingham? Mas por enquanto não iria fazer isso. Gostaria de aproveitar o passeio e estar fora de casa com alguém da minha idade. Passaram-se dois anos desde que fiz qualquer coisa assim.

Isso me fez sentir mais velha do que sou. Brady não me fazia sentir velha, no entanto.

Ele não estava tocando música e falando sobre si mesmo. Foi assim que me lembrei da minha idade. Mas então eu não estava acostumada com a idade. Minha única experiência era assistir a programas de televisão e filmes. Isso era muito mais agradável do que eu esperava.

Não queria aproveitar demais porque a chance de que tudo isso poderia terminar abruptamente estava lá. Pendurada a distância. Quando chegasse a isso, não esperava que Brady me escolhesse sobre Gunner. E esse seria o resultado quando Gunner descobrisse. Nossa cidade era pequena e, por algumas semanas, poderíamos manter nossa amizade escondida, mas isso aconteceria. Brady estava sendo otimista. Ele acreditava que tudo funcionaria.

Eu vivi o inferno. Sabia como tudo acabaria. Esperança e otimismo foram coisas das quais eu fugia enquanto cresci.

"Quando foi a última vez que esteve em Birmingham?" Pergunta.

Boa pergunta. Não tinha certeza. "Anos, eu acho. Nem consigo me lembrar."

"Você foi para a escola quando se mudou?"

Balanço a cabeça e olho pela janela. "Não. Depois que sai, não fui corajosa o suficiente para enfrentar mais adolescentes e seu julgamento sobre minha gravidez. Comecei a fazer aulas online então."

Ele não respondeu imediatamente, e desejei que não tivéssemos chegado a esse tópico. Era difícil para ele, eu acho. E não é algo sobre o qual eu gostava de falar.

"Não era muito solitário?"

Ele não fazia ideia. "Sim, mas então Bryony nasceu e mudou meu mundo.”

Essa foi à verdade. Antes do seu nascimento, estava deprimida. Meu mundo estava perdido, e pensei que nunca mais voltaria a sorrir. Estar grávida aos quinze era terrível. Mesmo se você tivesse o apoio de seus pais.

"Você é uma boa mãe. Faz com que pareça fácil, mesmo sabendo que não deve ser. " Bryony tornou mais fácil. Ela era um bebê tão bom. Era quase como se tivesse nascido sabendo que eu precisava de calma. No momento em que a colocaram no meu peito, comecei a chorar. Não que estivesse assustada ou triste, mas porque ela era minha. Perfeita, bonita e saudável. Eu trouxe uma vida para este mundo, e nada do que fizesse depois disso seria tão importante.

"Ela é o meu ponto de luz no pôr de sol na vida." Respondo. Por ela valia a pena perder cada momento da adolescência. Eu não iria trocá-la para conseguir nada disso de volta. Nunca sugeriria ser uma mãe adolescente para alguém, porque não era uma escolha de vida. Mas quando não há nenhuma opção e isso é colocado sobre você, então, aprenda a sobreviver e aproveitar ao máximo. Bryony definitivamente foi o melhor.

"Você vai apenas se formar em seus cursos on-line de educação em casa? Ou você pensa em voltar para a escola?"

Nunca pensei nisso. Eu também não poderia. "Tenho responsabilidades que não vão mudar. Meus pais precisam da minha ajuda com a minha avó, e depois há Bryony. Não a quero em uma creche. Ela precisa de mim."

"Eu me pergunto se algumas das meninas na escola pensariam da mesma forma que você faz. De alguma forma eu duvido disso." Ele responde. "Respeito isso.”

Eu não estava realmente atrás de seu respeito, mas não disse isso. Fazia isso pela minha família porque os amava. Não para receber uma palmadinha nas costas.

"Então, fale-me sobre essas botas e por que você as necessita tanto." Digo, mudando o assunto de mim. Finalmente, voltando minha atenção da estrada para a minha direita, olhei para ele. Ele tinha um pequeno sorriso no rosto. "Elas são apenas algo que eu quero.”

"OK... Bem, você não pode encomendá-las on-line ou ir a Nashville para encontrá-las?"

O sorriso dele ficou um pouco maior. "Eu poderia. Mas então, não teria razão para te distanciar de Lawton para que pudéssemos nos divertir durante o dia."

"Você está dizendo que esta viagem é para que possamos sair?" Pergunto, meu coração fazendo aquele pequeno aperto esquisito e flutuando.

Ele olha para mim. "Sim. Acho que sim."

Não pergunto nada mais. Isso foi o suficiente. O suficiente para me fazer esquecer que isso também acabaria. A maioria das coisas boas fazia.

 

Ela está comigo.

Capítulo 22

 


Brady


Nossa conversa tornou-se fácil, e as duas horas não pareceram tão longas. Quando Riley riu, queria mergulhar no seu sorriso. O som era... Bom. Não, foi muito bom. Eu implorei isso. Encontrei-me tentando arrancar uma risada dela. Qualquer coisa para ouvi-la e ver o rosto dela se acender.

Recebi algumas mensagens e ignorei cada uma. Gunner, West e Asa iriam esperar. A de Ivy não iria, mas eu ignoro a dela normalmente de qualquer maneira. Hoje eu não estava vivendo naquele mundo. Estava morando no mundo em que escolhi viver.

"Eu nunca tive um churrasco tão bom." Diz Riley enquanto limpa a boca com um guardanapo. Não conseguia pensar em uma garota que namorei que teria escolhido uma churrascaria para comer e então pedir costelas cobertas de molho. A maioria delas comiam coisas que não ficassem lambuzadas. Mas Riley estava gostando da comida. Ter molho em suas mãos e rosto não a incomodava.

Vê-la rir da bagunça que estava fazendo era lindo. Eu queria sentar aqui o dia todo e experimentar isso. Peguei outra asa quente e limpei o osso. Normalmente eu era um comedor mais limpo em um encontro, mas com Riley senti como se pudesse comer como se ela fosse um dos caras. Embora ela não parecesse nada como um dos caras.

Se as meninas percebessem o quão atraente era ser tão livre e feliz por algo tão simples como algumas costelas, elas aliviariam um pouco. Os caras da mesa ao longo de nós continuaram a verificar Riley, e embora fosse irritante que eles não parecessem ter a mínima ideia de que ela estava comigo, não poderia realmente culpá-los.

Eu estava tendo dificuldade em tirar meus olhos dela também.

"Vou ter que lavar meu rosto no banheiro depois disso." Ela diz com um sorriso. "Bryony ama costelas. Queria que ela estivesse aqui por isso."

Gostaria de levar algumas sobras conosco, mas ficariam ruins no momento em que terminássemos o nosso dia e levássemos as duas horas de volta.

"Eu poderia preparar algumas para ela algum dia. Todos poderiam vir jantar."

Riley para por um momento e uma mistura de emoções brilha em seus olhos. Ela coloca uma costela no prato e solta um pequeno suspiro. "Sim talvez."

Sobre o que era isso? Ela parecia quase chateada com a minha oferta, ou desapontada.

"Eu disse algo errado?"

Ela estava olhando para as costelas e ergueu os olhos para os meus. "Eu não vivo em um mundo de fantasia, Brady. Tive muita realidade para isso. A verdade é que, quando seus amigos descobrirem que você está passando tempo comigo, isso vai parar. Porque você terá que escolher. Eles vão te fazer escolher. E não espero que você me escolha."

O que diabos isso significa? Não teria que escolher ninguém. Sou dono de mim, droga, e se quisesse escolher meus amigos, eu poderia. Não precisava da permissão de ninguém.

"Não sou assim. Eu esperava que você já soubesse disso. Ninguém me faz fazer nada."

Ela encolhe os ombros e limpa as mãos em um guardanapo. "Não é uma coisa ruim. É só o que é. Aqui não temos julgamento, e gosto de estar com você. Gosto disso. Ter um amigo. Mas não sou delirante. Sei que todos em Lawton me odeiam e pensam que sou uma mentirosa. Bem, todos, exceto você."

Eu nunca tinha sido abertamente odiado. Perguntei-me como isso parecia. Quão doloroso e injusto deve ser. Minha raiva se levanta em todos eles. Todos que tinham falado mal dela. Todo mundo que a julgara ou foi cruel com ela. Então, admiti para mim a parte mais difícil: fui um desses. Talvez não agora, mas já estive lá uma vez. Eu não era melhor.

"Desculpe-me." Falei honestamente.

Ela sorri. "Por ser meu amigo?"

"Não. Por julgar você como fiz."

O sorriso no rosto dela desaparece. "Nós éramos jovens. Você pensou como todos pensaram. Além disso, eu corri para fora da cidade. Isso me fez parecer ainda mais culpada. Se tivesse ficado, a vida para minha família acabaria pior, mas o fato é que nós saímos. As pessoas sentem pena dos meus pais por minha causa. Mas essas pessoas sempre me odiarão. O bom é que eu nem sempre estarei lá. Vou sair e fazer o meu próprio caminho na vida em breve. Em uma cidade onde ninguém me conheça e poderei começar de novo. Eu e Bryony."

A imagem de Riley levando Bryony para uma cidade distante e construindo uma vida, conseguindo um emprego, pagando contas, criando sua filha, tudo enquanto eu estava fora jogando futebol e perseguindo meu sonho, parecia injusto. A maior parte de sua vida parecia injusta. Ela perdeu o ensino médio e sentiria falta da faculdade.

"Qual era o seu sonho, quando você era mais jovem?" Perguntei a ela. Eu não queria dizer antes de Bryony, porque isso parecia frio. Embora fosse o que queria saber.

"Você quer dizer antes de me tornar mãe?" Ela estava sorrindo como se tivesse lido minha mente. "Queria ser veterinária.”

"Então você ama os animais." Digo, sentindo o coração doente pela garota que não conseguiria perseguir seus sonhos do jeito que eu faria.

"Sim. Eu amo. Não posso cuidar de um agora porque não posso pagar por isso. Mas quando Bryony e eu tivermos nosso próprio lugar, teremos cães e gatos. Talvez até cabras se eu tiver terra suficiente."

"Você ainda pode ir para a faculdade para ser veterinária?"

Ela balança a cabeça. "Não, preciso de um emprego que pague o suficiente para me sustentar e a Bryony. Eu tenho planos. Quero fazer a diferença na vida das meninas como eu um dia. Um grupo de apoio para mães adolescentes me ajudou a passar por momentos difíceis. Meu sonho é fazer isso para as jovens. Mostrar-lhes que há felicidade em seu futuro. A vida não acabou."

Ela não disse isso com amargura ou raiva. Em vez disso, tomou um gole de seu chá doce e levantou. "Preciso ir me lavar." Explica antes de caminhar até a parte de trás do restaurante para os banheiros.

Por que eu queria que ela tivesse esse sonho? Ela parecia feliz o suficiente, e nunca quis resolver os problemas de ninguém tanto quanto queria consertar o dela. Ela me fez querer protegê-la e ficar de pé por ela. Mesmo que ela seja uma das pessoas mais difíceis que já conheci. Se soubesse o que eu estava pensando, ela me diria para parar. Ela tinha tudo sob controle.

Talvez fosse por isso que queria ajudá-la tanto. Porque ela não queria ajuda. Ela queria seguir seu próprio caminho. E eu sabia que podia.

"Ei, vocês são só amigos ou ela está com você?" Pergunta um dos caras da outra mesa.

Eu me viro para olhar para ele, e seu interesse óbvio me irrita. Claro, eu entendo, mas estou com ciúmes. Eu, com ciúmes. Não o tipo que senti com Gunner e Willa, mas o tipo que me fez querer fazer a minha reivindicação sobre ela e ameaçá-lo.

"Ela está comigo." Respondo com um tom frio.

O cara olha para baixo. "Droga" foi a resposta dele.

 

Eu não sabia que amigos beijavam assim.

Capítulo 23

 


Riley


Era depois das seis quando Brady entrou no caminho da minha casa. Eu mantive contato com minha mãe o dia todo, e Bryony estava bem. Tanto quanto eu sentia, esse pequeno refúgio tinha sido necessário. Agradeço que Brady tivesse pensado nisso.

Eu me viro para lhe dizer obrigada e o quanto gostei do nosso dia, mas seu olhar já estava trancado em mim. O olhar em seus olhos era diferente, e reconheci isso. Ou pelo menos o meu corpo fez. Meu coração tinha acelerado o ritmo, e senti-me corada por antecipação.

Antes que pudesse ficar muito nervosa ou pensar nisso, ele se inclinou e sua mão direita segurou minha bochecha ao mesmo tempo em que ele inclinou a cabeça até que seus lábios tocassem os meus. Não era controlador ou possessivo. Não era como um adolescente com fome tentando me atacar. Foi doce. Como se ele quisesse saborear isso.

Mudei meu corpo para mais perto e abri minha boca sob a dele, esperando que não fosse cedo demais. Embora não fosse assim que esperava que este dia terminasse. Não que no fundo eu não quisesse. Porque queria. Eu sabia. Na verdade, ter acontecido era diferente. Foi emocionante e aterrorizante. A realidade tinha sido muito diferente na minha cabeça. Eu já estava me vendo dando-lhe um abraço antes, sem perceber que ele estava planejando sobre isso.

Sua língua tocou a minha, e soltei um som que esperava que parecesse tão satisfeito quanto eu estava. Um verdadeiro beijo. O tipo que significava algo novo para mim.

O que fiz antes, quando era mais jovem, estava aprendendo e experimentando. Nada mais. Com certeza não tinha feito meu coração vibrar e meu corpo se curvar.

Eu queria lembrar isso no caso de o nosso fim chegar mais cedo do que o esperado.

Embora Brady não fosse meu primeiro beijo, ele sempre seria meu primeiro beijo significativo. O primeiro que me afetou.

Lentamente, ele recua, terminando a conexão.

"Eu queria fazer isso o dia todo." Ele sussurra.

Eu não tinha percebido isso, mas estava corando pela sua admissão e agradecida pela escuridão.

"Não sabia que amigos beijavam assim." Respondi.

Ele pressiona um pequeno beijo no canto dos meus lábios. "Eles não beijam." Foi sua resposta.

"Oh" era tudo o que eu poderia dizer. Brady estava me dizendo que isso era mais. Não era só eu que sentia coisas além da amizade. Ele também estava sentindo isso.

"Posso ligar para você amanhã?" Ele pergunta, parecendo inseguro.

Pergunto-me se Brady Higgens nunca tinha sido inseguro sobre qualquer coisa.

"Sim."

Ele se afastou e saiu da caminhonete. Observei-o enquanto caminhava pela frente de sua caminhonete e abria minha porta. Ele estende a mão para me ajudar, e eu a pego. Não porque precisava, mas porque não tinha certeza de quão bem minhas pernas iriam trabalhar agora.

"Obrigada por hoje." Digo, querendo dizer mais, mas tão nervosa que não consegui encontrar as palavras.

"Foi o melhor dia que tive há muito tempo." Ele responde.

Eu sabia que ele não iria me dar um beijo aqui. Para o mundo ver. Mesmo agora, ele me levar até minha porta era perigoso. Se alguém passasse e visse, ele teria que mentir ou dizer a verdade. Eu queria que ele mentisse. Não estava pronta para que isso acabasse. Ainda não.

"Nós vamos encontrar algum tempo amanhã, então." Ele diz exatamente quando chegamos à porta.

Eu sabia que não poderia deixar Bryony o dia inteiro novamente, e não queria. "Sim, posso fugir por um momento. Talvez enquanto Bryony cochile."

"Ou podemos levá-la ao parque juntos.”

Gostei que ele dissesse isso, mas acreditar era difícil, então acenei com a cabeça.

"Boa noite." Ele diz se aproximando para apertar minha mão antes de se virar e me deixar lá.

Abro a porta da frente e entro, mesmo que quisesse vê-lo até ele se afastar. Eu não me permitiria isso.

"Parece que seu dia foi bom." Minha mãe diz com as sobrancelhas erguidas enquanto entro na sala de estar. Ela estava me espionando. Eu não esperava que ela fizesse isso.

"Não sei o que você quer dizer." Respondo, soprando isso.

Ela revira os olhos. "Pode estar escuro lá fora, mas, sob o farol, o interior de sua caminhonete ficou perfeitamente claro a partir daqui. Não me interprete mal - eu não estava espionando. Acabei de ouvir a caminhonete e decidi verificar para ver quem estava aqui. Então eu vi algo que não estava esperando."

Eu também.

"Não leia muito sobre isso." Respondo.

"Mamãe!" Bryony grita, correndo excitadamente para dentro da sala com a toalha de banho embrulhada em torno dela.

"Ei, garotinha." Falo, igualmente entusiasmada por vê-la.

"Banho!" Ela declara o óbvio.

"Então eu vou dar banho em você." Respondo.

"Barco.” Ela amava seu pequeno barco rosa que flutuava na água do banho. Brincar de barco era sua parte favorita do banho.

"Tudo bem, parece um plano.”

“Ookies” diz ela, apontando para a cozinha.

Ela assente com entusiasmo.

"Ele gosta de você. Confie nele." Grita mamãe enquanto sigo minha filha no corredor.

"Estou tentando." É minha única resposta. "Mas sei como isso acaba.”

"Você não o conhece. Esse menino é diferente. Ele sempre foi."

Lembrei-me dele virar-me as costas há dois anos. Ele não era diferente então. "Ele é melhor, mas no final ele não é tão diferente.”

Eu podia ouvir o suspiro da minha mãe, e continuei acompanhando Bryony para o banheiro. Passar o tempo com minha filha e me lembrar o que era importante na vida era o que precisava depois desse beijo. Eu não era uma garota normal e sentar-me e ficar com ele era inútil.

"Um dia você terá que confiar novamente." Responde mamãe, seguindo-nos para o banheiro. Ela não estava pronta para deixar isso ir.

Um dia eu estaria. Hoje não era esse dia.

"Você guardou alguns cookies?" Pergunto a ela.

"Claro. Bryony fez rosa para você."

Eu a ouvi, mas queria uma mudança de assunto. Isso funcionou.

"O que você fez hoje?" Pergunto a Bryony.

"Ookies." Ela me conta novamente.

Cozinhar qualquer coisa era o destaque de seu dia, além de ir ao parque. Especialmente, cozinhar coisas que ela gostava de comer.

"Você brincou fora?"

Ela assente. "Eu me sujei." Ela dirigiu-se para mim como se ficar suja fosse uma realização.

"Então você teve um dia perfeito." Lembrei-lhe.

Ela deixa cair a toalha e corre para a água do banho que minha mãe tinha preparado para ela. Estava cheia de brinquedos e bolhas.

Isso era o suficiente para mim.

 

Eu tenho isso sob controle.

Capítulo 24

 


BradY


West me acordou às nove horas desta manhã. Ele ia correr e queria que eu fosse com ele. Maggie recusou, então me levantei e fui. Foi bom exercitar a rigidez da noite de sexta-feira. Também deu à mamãe tempo para preparar o café da manhã.

A rota que ele estava nos levando era em frente à casa de Riley. Meu plano tinha sido enviar-lhe uma mensagem pela manhã e encontrar uma maneira de vê-la. Eu fiquei na cama por horas na noite passada pensando no nosso dia. Sua risada, seu sorriso, a sensação de seus lábios nos meus. Tudo isso. Queria vê-la novamente. Agora.

Olhando para a casa, perguntei se ela estava acordada e o que estava fazendo. Bryony a acordou cedo? Ela arrumou café da manhã em sua casa? Sua avó estava sendo difícil hoje? O que ela normalmente faz aos domingos? Eu tinha um milhão de perguntas. Queria saber tudo sobre ela. Só precisava de tempo e liberdade para correr até sua porta agora e vê-la.

"O que está acontecendo lá?" Pergunta West, e volta a chamar a atenção para a rua em que estávamos e o fato de eu não estar sozinho.

"O que você quer dizer?" Foi minha resposta. Embora soubesse exatamente o que ele queria dizer.

"Com Riley." Ele responde.

West não estaria do lado de Maggie sobre isso. Claro, ele se ofereceu para ajudar a encontrar sua avó, mas ele não estava para se tornar seu amigo.

"Estão vivendo aqui e cuidando de sua avó." Digo a ele, embora soubesse que ele já sabia disso.

"Não foi o que quis dizer e você sabe disso.”

Eu não disse nada para isso. Estávamos correndo, não falando. Ele precisava deixar de ser curioso e se concentrar em sua própria vida amorosa. A minha estava fora dos limites.

"Você age como se estivesse escondendo coisas. Vou saber." Ele finalmente diz quando não digo nada.

"Nada a esconder." Eu minto.

Ele ri. "Certo."

Pego velocidade na esperança de chegar em casa e me livrar de seu questionamento mais rápido.

"Gunner vai descobrir. Então todo o inferno vai cair. Pode me dizer agora o que você está pensando. Você é meu melhor amigo. Não vou virar as costas para você."

De todos, nunca esperei que West me virasse as costas. Ele estava mais perto de mim do que de Gunner. Havia também Maggie, que iria tomar meu lado nisso. E não havia jeito de West não estar ao lado de Maggie.

"No momento, não há nada a dizer. Depois de ganhar o campeonato, então as coisas podem mudar." Isso era tudo o que ele iria receber de mim.

"Você precisa fazer um trabalho melhor para esconder isso, então, porque, a essa velocidade, você revelará e terá Gunner para lidar. Precisamos dele para vencer."

Ele também teria seus seguidores. Pessoas que ficariam com ele e se virariam contra mim. Isso dividiria o time, e estaríamos acabados. Eu tinha jogado esse cenário na minha cabeça um milhão de vezes. Sabia como seria e como isso terminaria.

"Tenho isso sob controle." Asseguro-lhe.

"Do jeito que você estava olhando para a casa dela, não parecia assim.”

Ponto feito. Eu tinha que recuar por enquanto. Poderia conversar com Riley pelo telefone e vê-la quando pudéssemos sair da cidade nos fins de semana. Apenas nas próximas duas semanas. Então, eu seria livre.

"Fechado." Respondi. Por sorte, minha casa estava à vista e essa conversa poderia acabar.

Corremos até a calçada em silêncio e diminuímos quando chegamos à porta.

Pouco antes de minha mão tocar a maçaneta para entrar, West diz mais uma coisa. "Mesmo que Rhett não tivesse feito, ela tinha apenas quinze anos. Ele não deveria estar sozinho com ela.”

Fiz uma pausa. Sabia que Rhett tinha feito isso. Mas ele estava certo. Mesmo que não tivesse, a situação ainda era ruim. Rhett não tinha nada com ela, e todos sabiam que ele estava dormindo com outras garotas na nossa série. Serena, para ser exato. Não era como se ele estivesse acima disso.

"Sim. Eu sei. Mas ele fez." Foi tudo o que disse antes de entrar no cheiro de biscoitos e salsichas.

"Sua casa cheira sempre a comida. Eu amo isso aqui." West diz enquanto caminhávamos para a cozinha.

"Isso é porque você só vem nas refeições.”

"Quando não é hora de refeição, cheira a biscoitos.”

Eu ri quando entramos na cozinha para encontrar mamãe em seu avental e Maggie colocando manteiga nos biscoitos. Ela olha para cima e faz contato visual com West antes de sorrir.

"Cheira bem, mamãe." Digo a ela, ignorando os pombinhos e indo à geladeira para pegar leite.

"Vocês dois fedem." Ela respondeu. "Tiveram uma boa corrida?"

"Despertou-me." Eu digo.

West ri e senta-se. Não olho para ele, mas podia sentir Maggie nos estudando. Ela era boa com a linguagem corporal e teria respostas em breve.

"Ivy esteve aqui ontem. Esqueci de lhe dizer quando você chegou em casa na noite passada. Ela deixou para você alguns brownies de canela. Eu os coloquei na geladeira."

Minha mãe conhecia meus problemas com Ivy, mas ela me lembra de ser gentil com ela. A menina era difícil de afastar quando era gentil, no entanto.

"Ela precisa parar com isso." Digo com um resmungo irritado.

"Gosto dos brownies" Maggie responde, parecendo divertida.

"Bem, você pode comê-los." Digo a ela.

"Você vai dividir comigo?" Pergunta West.

"Claro. Não consigo comê-los todos."

Eu reviro meus olhos em sua tentativa de humor e pego meu prato antes que minha mãe pudesse. "Obrigado por cozinhar." Digo a ela, então sento-me para comer depois de queimar todas aquelas calorias.

"Você acha que ela iria gostar de um pouco desse bolo de caramelo que sua mãe faz?" West provoca.

Eu o ignoro.

"Não custa perguntar." Acrescenta Maggie.

"Tudo bem, vocês dois, deixe de perturbar Brady." Diz minha mãe com um sorriso na voz. Ela me dá um tapinha nas costas.

Duvidava que Riley me enviasse comida, e estava bem com isso.

 

Procure por Thomas.

Capítulo 25

 


Riley


Era depois do almoço quando meu telefone tocou. Eu estava prestes a levar Bryony para o parque. O nome de Brady acendeu a tela e um sorriso atravessou meu rosto. Só de ver o nome dele me fazia sorrir. Eu estava gostando demais dele. Isso poderia acabar mal, e eu poderia ser ferida.

"Olá" digo, afastando-me dos ouvidos da minha família.

"Ei, o que você está fazendo hoje?"

"Bem, Bryony e eu tivemos um piquenique no quintal e agora estamos nos preparando para a nossa saída ao parque. Eu também preciso comprar para a mamãe leite e ovos na mercearia."

Falar sobre minha rotina diária com ele era um pouco estranho. Tão casual quanto tentei fazer tudo isso soar, senti como se estivesse descrevendo algo tão estranho para ele, que ele não entenderia.

"Parece um dia cheio. Não está muito frio para um piquenique no sol, eu acho." Ele responde. Era o tipo de resposta quando não se sabe mais o que dizer. Ele não entendia nada sobre ter um filho para cuidar.

"O que você fez?" Pergunto, tentando mudar o assunto para outra coisa.

"West me acordou para correr esta manhã, depois tomamos café da manhã e assisti ao vídeo do jogo da noite de sexta-feira." Ele não me disse o que faria a seguir. Não que fosse da minha conta.

"Não corro pela manhã há dois anos." Respondi, lembrando de quando fui da equipe de atletismo. Gostava disso. Parte de mim sentia falta.

"Talvez uma manhã no próximo fim de semana você possa vir comigo. Isso é, se seus pais puderem olhar Bryony."

Ele não estava pensando no fato de sermos vistos. Ele esquecia isso com frequência.

"Nós talvez precisemos esperar algumas semanas. Quando não estivermos escondendo a coisa de amizade."

Ele fica em silêncio por um momento. Eu sempre me perguntei o que ele estava pensando quando fazia isso.

"Isso é o que somos?"

Que tipo de pergunta era essa?

"Não tenho certeza se entendi você." Respondi.

"Amigos."

Oh. Nós nos beijamos. Isso mudou tudo? O beijo tornou diferente? Estava enferrujada com os namoros. Os indivíduos me confundiam em geral.

"Não tenho certeza do que mais podemos ser. " Eu digo. Ele esqueceu a maior barreira que estava entre nós?

"Por quê?"

Aparentemente ele havia esquecido. Então eu indiquei o óbvio. "Sou uma mãe adolescente e você sai em seis meses para viver seu sonho na faculdade de sua escolha. Qualquer coisa a mais terminaria de qualquer maneira. Amigos é a coisa mais segura para nós." Ou para mim. Porque quando ele se for, serei a única lutando para fazer a vida funcionar. Ele nunca saberá nada disso.

"Podemos dizer que por enquanto vamos resolver as coisas à medida que elas venham? Porque gostei demais da noite passada. E o dia que passamos juntos foi o melhor momento que tive há muito tempo.”

Meu rosto cora e meu coração vibra. Brady Higgens gosta de mim. Ele queria me ver mais, e queria me beijar mais. Concordei com tudo isso. O problema era que ele só tinha a mim. Apenas eu. Não Bryony, e nós duas somos um pacote. Ela sempre vinha em primeiro.

"Talvez você devesse dar tempo antes de decidir isso. Você nunca namorou uma mãe adolescente antes, pelo que posso deduzir."

Ele não responde imediatamente, então dei-lhe tempo para processar. A vida de Brady era um conto de fada. Os problemas reais da vida real não se registravam facilmente com ele. Eu já estive da mesma forma. Então entendi.

"Dê-me uma chance de provar a você que isso pode ser diferente.”

Era Brady morando em sua terra de conto de fadas. Estar ao seu redor me fez sentir saudades disso. De não esperar nada de ruim acontecer. Mas eu tinha sido fraca. Não sou mais agora. A vida me tornou forte.

"Vamos levar um dia de cada vez. Sem promessas. Sem planos. Apenas viver." Se não fizesse isso, eu me arrependeria. Possivelmente para sempre. Brady era diferente, e estar com ele me fazia feliz. Eu queria mais de como ele me fazia sentir. O futuro iria doer, mas, por enquanto, eu iria gostar.

Ele suspira e sorrio. Não era isso que ele estava acostumado. Receber o que queria era fácil. Não estava sendo fácil. Talvez eu o endurecesse um pouco.

"Aceitarei tudo o que você está oferecendo." Ele responde. Ele parecia decepcionado que não lhe prometi a lua. Ele estava acostumado com a lua. Ele estava acostumado com garotas que o perseguiam, como Ivy. Eu tinha visto isso apenas assistindo da minha vida tranquila, livre de todos. Até algumas semanas atrás, Ivy sempre esteve com Brady. Não estava exatamente certa do que tinha acabado com isso, mas ele parecia pronto para seguir em frente.

"Bryony está pronta para o parque. Preciso ir." Digo a ele. Foi um lembrete para nós dois que eu tinha prioridades.

"Sim, tudo bem. De qualquer forma, você acha que pode sair hoje à noite?"

Pedir aos meus pais para cuidar de Bryony novamente era demais. Nunca fiz isso. "Coloco-a na cama às oito e meia. Depois que ela estiver dormindo, poderei pedir a meus pais para olharem ela."

"Estarei aí às nove." Ele responde.

Depois de desligar, não penso mais nisso. Porque eu só me lembraria de quão impossível nosso futuro seria. Ele era um amigo agora. Ou deveria ser. O beijo mudou definitivamente as coisas.

"Parque!" Exige Bryony, puxando a perna do meu short.

"Sim, é hora do parque." Concordo.

Ela bate palmas e corre pelo corredor em direção à porta da frente.

"Estamos indo para o parque." Aviso para os meus pais, que estavam na cozinha.

"Tudo bem, divirtam-se." Responde minha mãe.

"Você viu Thomas?" Pergunta vovó, entrando na sala de estar atrás de mim.

"Não, não hoje." Respondo. Ou nunca, pensei comigo mesma.

Ela franziu a testa. "Ele pegou meus chinelos. Ele gosta dos meus chinelos."

"Quais?" Pergunto, pensando que talvez eu pudesse encontrá-los.

"Os de coelhos cor de rosa e felpudos. Ele pegou aqueles."

Vovó não possuía um par de chinelos de coelhos rosa. Pelo menos não nesta década. Ou nas seis últimas. Este era outro item que ela se lembrava de sua infância. Ela havia perguntado sobre eles antes, e mamãe estava aqui para explicar. Eu não discuti, no entanto. "Vou manter meus olhos abertos por eles.”

"E Thomas. Procure por Thomas. Ele precisa comer."

"Sim, senhora." Respondi. "Farei isso."

 

Eu nunca mais seria aquele cara.

Capítulo 26

 


Brady


Vou pegar a caminhonete de papai esta noite. Era a melhor maneira de não termos de nos esconder. Ninguém me procuraria na caminhonete de papai.

Minha caminhonete, no entanto, chamaria a atenção. Mamãe disse que papai tinha ido ao escritório hoje para fazer algum trabalho, então fui assim que terminei minha conversa com Riley. Ela precisava de uma prova de que eu estava falando sério e entendi que não era como as outras garotas que conheci. Era uma mãe. Foram suas diferenças que me atraíram para ela. Ela não me aborrecia. Ela era real.

Conseguir que confie em mim, no entanto, era outra coisa para a qual eu precisava me preparar. Não seria fácil. Ela estava muito fechada e cuidadosa. Não fui capaz de pensar em nada além dela depois do nosso dia de ontem, mas ela parecia não ter se afetado. Completamente. Isso não era algo que eu sabia como lidar.

Parei no prédio do escritório de papai e peguei meu telefone no banco do passageiro e coloquei no bolso antes de sair da caminhonete. Explicar que precisava pegar sua caminhonete emprestada ficaria estranho. Eu não tinha certeza se ele estava bem com Riley, se ele acreditava em Rhett como todos os outros na cidade ou se pensava que ela poderia ter dito a verdade. Eu também sabia que ele não queria que me distraísse do futebol.

Se ele visse Riley como uma distração, então podíamos ter uma discussão. De qualquer forma, ele precisaria concordar com isso e estar bem. Nunca pedi sua opinião sobre coisas assim, e não estava prestes a começar. Eu o amava, mas essa era a minha vida. Minhas escolhas.

A porta da frente estava destrancada, e me dirigi para dentro e para a parte de trás do prédio, onde sabia que seu escritório era. Nenhum outro carro estava lá fora, então, quando ouvi vozes, desacelerei. Ele poderia estar em uma reunião, e não queria interrompê-lo. Eu poderia esperar até que acabasse.

O som de voz feminina que escorria pelo corredor me fez congelar. Não apenas o meu corpo, mas a minha respiração. Acho que até mesmo meu coração parou. O próximo som que se seguiu foi um gemido óbvio e a voz profunda de meu pai fez um som que ele não deveria estar fazendo em seu escritório.

Eu tinha que estar enganado. Esse não era meu pai. Ele não faria isso.

Forçando meus pés a caminhar para frente, fui em direção ao som, em direção ao escritório, eu sabia que era de papai, e a cada passo seus sons se tornavam mais altos e intensos. Meu estômago se virou e não tinha certeza se ia vomitar antes mesmo de chegar lá. Cada palavra e som que ele fazia apenas me provava que eu não estava errado. Era ele. Quem mais poderia ser?

Havia um espelho atrás da mesa do meu pai que minha mãe tinha pendurado quando decorou seu escritório. Este mesmo espelho agora mostrava meu pai claramente despido. Uma mulher com longos cabelos loiros estava sentada em sua mesa, e ele estava entre suas pernas. Movendo-se. Os saltos altos vermelhos em seus pés me enojaram, e o grito de seu nome nos seus lábios me deixou tão doente que tive que me virar e correr. Eu ia ficar doente.

Isso não estava acontecendo. Não era meu pai. Ele tinha minha mãe. Por que ele faria isso com ela? Com uma mulher com metade da sua idade? Eu não tinha visto seu rosto claramente sobre seu ombro, mas ela era definitivamente mais nova.

Nunca tive meu coração quebrado como estava agora. Nenhuma vez na minha vida senti realmente dor como essa. Pensei ter entendido como era ser machucado. Mas percebi quando saí daquele prédio e o ar fresco atingiu meu rosto que isso era como a dor real parecia. Rasgando. Queimando. Destruindo tudo o que você era e deixava você dobrado em um estacionamento, vomitando até que não restasse nada no seu estômago.

Eu fiquei assim, curvado, até ter certeza de que tinha saído tudo o que tinha em mim.

De pé, meu corpo sentiu-se fraco, vazio, perdido. Eu tinha deixado minha casa trinta minutos atrás completamente à vontade. E em um momento tudo mudou. Nunca mais seria aquele cara.

Quando olhei para a caminhonete do meu pai, ódio, raiva e descrença, todos bateram em meu peito. Eu queria entrar e dizer-lhe a merda inútil que ele era. Que eu esperava que ele apodrecesse no inferno por isso. Queria jogar pedras nas janelas de sua caminhonete e passar uma chave ao lado da pintura. Queria que ele fosse destruído como eu estava.

Imaginar o rosto de minha mãe me parou, eu me afundei no meu assento e coloquei a cabeça no volante. Isso a mataria. Ela adorava aquele homem. Ela fazia tudo por ele. Se ela descobrisse, ficaria tão esmagada, e não tinha certeza de que ela conseguiria. Eu a amava, mas ela não era tão forte.

Ligando minha caminhonete, fui para a casa e parei. Não podia encará-la.

Agora não. Não podia encarar ninguém. Eu precisava ficar sozinho. Então, virei minha caminhonete para o norte e dirigi. Era tudo o que eu podia fazer: afastar-me da falsa sensação de segurança em que vivi aqui.

O futebol já não parecia importante. A faculdade já não pesava em minha mente. Apenas o fato de minha família estar vivendo uma mentira e que meu pai estava prestes a destruir completamente tudo que eu conhecia. Eu nunca o perdoaria. Não podia reiniciar meu cérebro e apagar isso. Se pudesse eu faria. Tínhamos tudo. Ele tinha tudo, e ele estava jogando fora pelo quê? Alguma mulher que parecia sexy em uma minissaia?

Asa passou por mim e buzinou, mas nem consegui me acalmar. Eu não queria. Essa era a minha vida passada. Aquela em que eu queria fazer meu pai orgulhoso. Aquela em que me preocupava com meu futuro. Aquela em que minha mãe era amada e cuidada. Todos nesta cidade faziam parte dessa vida. Todos estavam vivendo uma mentira? Ninguém era real? A vida estava sendo uma grande encenação?

Eu dirigi olhando direto para frente, minha cabeça latejando com o poderoso vômito e a visão que não desaparecia repassando na minha cabeça. Parar significava que teria que voltar para lá. Eu nunca iria querer voltar para lá. Nunca mais iria querer ver aquele homem. Ele arruinou tudo. Para mim. Para minha mãe. Para o time de futebol. Para esta cidade.

Porque Brady Higgens estava quebrado. Eu não funcionaria corretamente agora. Simplesmente não me importava. Fiz o meu melhor para ser o filho de quem todos se orgulhavam. Eu jogava pelas regras e tinha sido bom.

Que bom isso me fez? Nada. Coisa alguma. Meu pai era um idiota traidor.

 

O conto de fadas da nossa infância se foi.

Capítulo 27

 


Riley


Era quase onze quando guardei meu telefone e subi na cama. Brady não havia chamado, e ele não havia chegado as nove, como ele disse. Eu poderia ter lhe mandado mensagens, mas era muito orgulhosa para isso. Ele foi o único que pediu para me encontrar esta noite. Eu não tinha pedido a ele.

A ideia de que algo poderia estar errado com ele rodopiou na minha cabeça. Eu finalmente a afastei. Se ele estivesse sofrendo, eu saberia agora. Toda a cidade saberia. Forcei meus olhos a fecharem e ouvi a respiração uniforme de Bryony. Ela estava aqui, e isso era tudo o que precisava.

Confiar em um cara, mesmo um como Brady, era estúpido. Todos eram iguais.

Ele teve uma opção melhor para esta noite e pegou. A partir dele, pelo menos, eu esperava mais. Como uma mensagem, explicando ou dizendo que não estaria aqui. O que era tão não-Brady em suas atitudes, que comecei a me preocupar novamente.

Meu telefone vibrou na minha mesa de cabeceira, e olhei para ele. Eu tinha esquecido de colocá-lo no silencioso. Era Brady. Ninguém mais tinha meu número e gostava de me enviar mensagens tão tarde. Eu ignoraria isso? Ou leria? Ele tinha duas horas de atraso. Mas conhecendo Brady, tinha que haver uma desculpa.

Abri a mensagem no telefone.


Você está acordada?


Sério? Esse é o texto dele depois de não aparecer como disse? Eu realmente deveria ignorá-lo. Comecei a fazer isso quando vi faróis pararem na minha entrada e depois desligar.

Ele realmente pensou que eu iria sair às onze?


Estou na cama.


Isso o Faria ir embora.

Comecei a desligar o telefone quando respondeu.


Estou do lado de fora.


Rolando meus olhos, respondi:


Eu sei. Mas estou na cama.


Esperei para ver se ele retornaria. Ele não fez. Ele continuou sentando lá. Se fosse outro homem, pensaria que ele estava assumindo que eu iria correr. Mas era Brady, ele sabia melhor e era mais respeitoso. Sensato.


O amor não é real. É uma merda. Eu odeio isso.


Eu li suas palavras e minha testa enrugou. O que? Ele não fazia sentido. Por que ele estava falando de amor? Nunca ouvi ele dizer isso antes?


Você acredita na merda e confia nas pessoas. Mas eles deixam você para baixo e fodem tudo. Eles são egoístas.


Seu texto mais recente finalmente me retirou da cama. Coloquei um par de chinelos e dirigi-me pelo corredor. A porta do quarto dos meus pais se abriu e minha mãe olhou para mim.

"O que você está fazendo?" Ela perguntou. Seus óculos ainda estavam empoleirados no nariz, o que significava que ela estava lendo.

"Brady está lá fora, e pelas suas mensagens ele parece realmente chateado com alguma coisa. Vou verificá-lo. Ele não soa como ele."

Mamãe assentiu. "OK. Vou olhar Bryony. "

"Obrigada."

Eu não ouvi um tenha cuidado ou Seja esperta que a maioria das garotas ouviriam. O que eu costumava ouvir quando comecei a namorar. Meus pais sabiam que estava bem ciente do que poderia acontecer. Eu vivi isso.

Abri a porta quando meu telefone vibrou na minha mão novamente. Não li dessa vez. Acabei indo para sua caminhonete. Quando abri a porta do lado do passageiro, o cheiro de cerveja me surpreendeu. Havia três garrafas vazias no chão e uma no porta-copos. O que estava acontecendo no mundo?

"O que há de errado?" Perguntei, fechando a porta atrás de mim.

"Tudo" ele diz. Quatro cervejas para a maioria dos caras não eram muito, mas para Brady, que nunca bebia, era muito. Eu podia ouvir o efeito em sua voz. Ele estava com a voz enrolada - pela primeira vez em sua vida, eu apostaria.

"Você está bebendo. E dirigindo. Deve ser ruim. "

Ele solta uma risada dura e coloca sua cabeça de volta no assento. "Ruim" ele repete, depois ri um pouco mais, mas não havia humor real nele. Havia amargura lá. E dor. Ele pega a cerveja, mas eu a tiro dele. "É o suficiente, eu acho. Por que você não me diz o que aconteceu?" Ele fecha bem os olhos como se estivesse bloqueando algo ruim. Algo que ele não queria lembrar. Sentei-me quieta, entendendo que ele precisava de tempo. Isso não era fácil. O que quer que tenha sido realmente fez um número nele.

"Eu queria usar a caminhonete do meu pai esta noite. Então, poderíamos dar uma volta sem sermos descobertos. As pessoas não iriam me procurar dessa maneira. Teríamos alguma privacidade nesta pequena cidade." Ele para e ri novamente. "Privacidade. Não me importo com a privacidade. Todos sabem agora! Todos! Vou colocá-lo em um maldito outdoor e eles podem se foder. Toda a maldita cidade. É só futebol. Apenas maldito futebol. Não significa nada. Não é o que importa na vida. O que importa é ter confiança. Uma família em quem confiar." Ele bate a mão no volante.

Então, isso era sobre família? A família dele? O que, seu pai não o deixou usar sua caminhonete? Certamente, não era tudo o que aconteceu.

"Brady, o que aconteceu?" Repito a minha pergunta.

Ele suspira e estremece. "Eu fui ao escritório dele. Ele estava trabalhando em um domingo. Quem diabos trabalha em um domingo? Aparentemente, meu pai faz. Mas ele não estava trabalhando." O olhar no rosto de Brady me deixou doente. Meu estomago ficou atado. Eu esperava que isso não estivesse indo onde eu temia.

"Brady, não." Sussurrei, já vendo a dor tão clara no seu rosto para saber que isso iria acabar mal. Terrivelmente.

"Ela era mais jovem, loira, nua e na mesa. Suas calças estavam abaixadas."

Ele parou e inalou bruscamente. Apenas dizer essas palavras tinha que ser como uma faca sendo empurrada em seu peito. Ele tinha pais como os meus. Aqueles que todos confiavam e acreditavam serem perfeitos.

Não sabia o que dizer. Se tivesse sido eu, havia algo que poderia ter sido dito para aliviar minha dor? Não. O sofrimento nunca terminaria. Isso me arruinaria. Mais do que Rhett tinha. Bryony tinha curado isso, mas alguma coisa poderia curar isso?

"Ele não me viu. Eles estavam muito ocupados." Ele diz a última palavra como um gosto azedo na boca. "E minha mãe estava em casa cozinhando seu jantar favorito. O bolo que ele ama tanto, estava cheirando no forno de casa.”

Meu coração estava quebrando. Por Brady e sua mãe. Isso nunca ficava em segredo. Sempre encontrava uma maneira de sair. Esta era uma cidade pequena, e Brady era o menino dourado. Sua família era o tipo de pedra sólida que todos respeitavam. Tudo iria cair.

"E a minha maior preocupação quando acordei esta manhã era um fodido jogo de futebol. Nunca tive um problema real. Nunca enfrentei algo que mudasse minha vida." Ele vira a cabeça e finalmente olha para mim. "Mas você sim. Você viveu o inferno e saiu bem. Como você sobreviveu?"

Eu queria abraçá-lo e dizer-lhe que tudo ficaria bem. Mas essa era uma mentira que você diria para crianças quando perdiam seu animal de estimação. Não era a verdade. Ninguém nunca me contou isso. Mas meu coração doía por ele, e lutar contra o desejo de consertá-lo era difícil. Não era o que ele precisava, no entanto. Eu sabia.

Meus sentimentos por Brady cresciam cada vez mais com força, e nunca percebi como ele me afetava. Até agora. Fiz o que tinha que fazer. Disse a ele a verdade. Ele tinha sido alimentado com mentiras suficientes sobre a vida.

"Você sobreviverá. Você lembrará que a vida é difícil. Merdas acontece e você tem que ser forte. O conto de fadas da nossa infância se foi. Viver nele nos torna fracos. Sua mãe vai precisar de você, e você terá que ser forte por ambos. "

"Não sei se posso.”

Entendi esse sentimento também. Eu tive isso naquela época. Quando achei que minha vida tinha acabado e nunca conseguiria fazer isso.

"Você pode. Você só precisa encontrá-la no fundo. Está lá. A força. Todos nós temos isso, mas fica inativa até que precisemos dela. Então nós temos que procurá-la e usá-la."

 

Eu espero que você tenha dormido bem.

Capítulo 28

 


Brady


Minha cabeça estava doendo quando abri meus olhos. Um par de grandes olhos azuis estavam olhando para mim. Assustado, pulei, mas ela continuou a olhar. Sua cabeça inclinada para o lado. Ela parecia muito com sua mãe naquele momento.

"Ei?" Ela sussurra, ainda muito perto do meu rosto.

Olhei para o meu corpo e vi que estava em um sofá da casa da avó de Riley, coberto por um cobertor amarelo e azul. Riley não me permitiu dirigir na noite passada, e fiquei feliz. Não porque concordasse que estava bêbado, mas porque não queria ir para casa. Não queria ver o meu pai. O nó doente retornou, e eu queria voltar a dormir, onde o ontem nunca aconteceu.

"Você viu Thomas?" Uma senhora mais velha me pergunta quando ela entra na sala de estar. Ela não está preocupada com o fato de eu estar no sofá.

"Não" Bryony responde, então olha para mim. "Thomas está com Jesus." Diz ela, ainda sussurrando.

Eu não consegui entender isso, então acenei com a cabeça. "Bom dia, Brady. Espero que você tenha dormido bem." Diz a Sra. Young ao entrar na sala. Sento-me no sofá e me pergunto se ela sabia que eu estava aqui. Era tarde quando entramos na noite passada.

"Uh, sim, senhora. Obrigado." Respondi.

"Não há motivo para se apressar. Acabei de acordar Riley. Ela estará aqui em um momento. Estou fazendo um café. Você quer um?" Parecia que Riley lhe disse que eu estava aqui na noite passada. Ela não estava surpresa.

"Não, obrigado. Não sou um fã de café." Respondi.

"Bom. Não se torne um. É o hábito mais difícil de quebrar. Eu bebo muito."

"Você viu Thomas?"

A mãe de Riley volta-se para sua própria mãe e acaricia suas costas.

"Não esta manhã. Por que não vamos começar o seu café da manhã. Ele vai aparecer em algum momento."

Bryony corre atrás delas. "Estou um pouco faminta." Ela grita.

A mãe de Riley para e se abaixa para pegá-la. "Aposto que você está." Ela responde.

Então todas saem da sala, e eu me levanto e começo a arrumar onde estive dormindo.

"Você vai para casa?" Pergunta Riley.

Eu me viro para vê-la com o suéter que ela usava na noite passada. Seus cabelos estão bagunçados do sono, mas ela parece despreocupada com isso. Gosto disso sobre ela.

"Sim. Tenho que tomar banho e trocar de roupa antes da escola. Já vou perder o treino matinal. Não me importa, mas meu pai se importará.”

Era um confronto que eu estava temendo. Olhar para ele iria me enfurecer. Não podia simplesmente dizer-lhe o que sabia. Eu tinha que decidir como dizer a minha mãe primeiro. Isso ia bagunçar seu mundo tanto quanto tinha atrapalhado o meu. Não, isso seria maior. Porque ele era a outra metade dela, o homem em quem confiava há vinte anos.

"Você vai contar a sua mãe?"

Eventualmente. "Ainda não. Preciso pensar sobre isso. Ela é delicada."

Riley me deu um sorriso triste. "Só porque ela cozinha suas refeições e cuida da casa não a deixa fraca. Ela o criou, trouxe uma garota para sua casa que enfrentou uma tragédia que não posso começar a compreender e foi uma mãe para ela. Ela é dura. Dê-lhe esse crédito."

Ela era amorosa. Mas isso a fazia forte?

"Ainda preciso de algum tempo.”

Riley assente. "OK. Estou aqui se você precisar de mim."

Eu queria abraçá-la. Beija-la não estava no topo da minha lista agora. Meu pai arruinou essa imagem para mim. Mas ter Riley em meus braços parecia bom. Com sua mãe, avó e filha na sala ao lado, decidi contra isso. "Obrigado por ontem à noite.”

"A qualquer momento."

Vou para a porta e olho para trás, pouco antes de sair para vê-la me olhando sair. Ela até acorda bonita. Não estava tentando ser falsa. Era apenas ela.

"Vou ligar para você." Eu digo.

Ela apenas assente.

Então vou para casa.


* * *


A caminhonete do meu pai ainda está na garagem quando entro. Ele normalmente já teria saído para trabalhar. O fato de não estar em casa quando ele acordou atrasou isso. Ele ficou me esperando. Pronto para me questionar e me corrigir. Desgraçado. Ele não tinha o direito de corrigir ninguém.

Ele poderia ir para o inferno por tudo o que importava.

Fechando a porta da caminhonete, toda a raiva de ontem ferve na superfície e, embora eu precisasse me acalmar antes de entrar naquela porta para encará-lo, não conseguia. Eu quero gritar com ele e deixá-lo ver o ódio nos meus olhos. Ele abre a porta antes de eu chegar lá, seu rosto uma máscara de desapontamento e fúria. Como se ele tivesse o direito de sentir isso. Dormi no sofá de uma amiga e chegaria tarde à escola. Nenhuma dessas coisas destruiria ninguém. Ele não podia dizer o mesmo pelo que tinha feito ontem.

"Onde você esteve?" Ele me pergunta.

"Nada que seja da merda da sua conta." Respondo enquanto tentava passar por ele.

Sua mão agarra meu braço para me parar, e a força em seu aperto não é agradável. "Quem diabos você pensa que é? Eu faço as regras nessa casa. Você não fala assim comigo e não fica fora a noite.”

Tento mexer meu braço livre. Apenas estar perto dele me fez encolher.

"Seja como for." Digo, resmungando para ele.

"Você cheira a cerveja." Ele responde com descrença no rosto." Está tentando jogar fora seu futuro? Você chegou tão perto e agora vai jogá-lo fora? Pelo quê? Uma menina que mente e dorme por aí?"

Ele não foi procurar por mim porque ele sabia onde eu estava. A mãe de Riley o avisou? Provavelmente. O idiota estava lançando acusações contra Riley, que não tinha feito nada de errado. Como ele ousa?

Com um rápido olhar para garantir que minha mãe não estava em pé perto de nós, eu me inclino para perto dele. "Pelo menos não sou casado e fodo uma mulher no meu escritório." Eu cuspi e empurro meu braço de seu controle livre desta vez. Seu rosto empalidece, e sei que ele entende o que estou dizendo.

Passo por ele e em direção às escadas, enquanto Maggie está descendo por elas. Ela tem uma expressão questionadora em seus olhos, mas não diz nada. Era outra pessoa que seria afetada por isso. Os pais dela estavam mortos, graças a seu pai, e essa família era sua única segurança. Papai tinha explodido seu mundo também.

"Nós não terminamos de falar." Diz papai no começo da escada.

"Quer apostar?" Respondo e bato a porta do banheiro atrás de mim.

 

Ele é uma coisa bonita, não é?

Capítulo 29

 


Riley


Minha campainha toca uma hora depois que Brady saiu. Ninguém foi atender. Eu estava esperando que não fosse Brady e que ele tivesse chegado à escola sem entrar em uma briga com seu pai.

Bryony corre para a porta, seu rosto iluminado de excitação. Ela também não estava acostumada, e isso seria o destaque de sua manhã. Além do fato de que Brady estava dormindo no sofá quando ela acordou.

Na verdade, eu não conhecia a linda morena na minha porta, mas sabia quem era. Ela era a prima de Brady. A menina que veio a Lawton não falando e agora era a razão pela qual West Ashby não era um idiota completo.

"Olá" digo, sabendo por que está aqui. O regresso de Brady para casa não foi bem essa manhã. Eram oito horas e ela deveria estar na escola.

"Oi, Riley?" Ela diz, certificando-se de que ela tinha a pessoa certa.

"Sim" respondi.

"Desculpe por ter vindo assim, mas sou Maggie, a prima de Brady. E sei que ele dormiu aqui na noite passada. Isso não é o meu negócio, mas a cena que presenciei nesta manhã me deixou preocupada com ele."

Dei um passo para trás e acenei uma mão para ela entrar. Bryony estava ao meu lado, em minha perna examinando-a.

"Entre." Digo a ela.

Ela entra e sorri para Bryony.

"Gosto do seu cabelo." Bryony diz timidamente.

"Obrigada. Eu gosto do seu também. Sempre quis cachos loiros. Os seus são bonitos.”

Bryony sorri para ela. Ela também amava seus cachos loiros. Geralmente sentava na frente ao espelho apenas para escová-los.

"Minha mãe disse que ligou e deixou a Sra. Higgens saber que Brady estava aqui na noite passada.”

Maggie assentiu. "Sim, mas ele nunca fez isso antes, e ele cheirava a cerveja. Tenho certeza de que ele nunca cheirou assim antes." Ela fez uma pausa e me entregou o que parecia um bolo que ela segurava. "Tia Coralee mandou isso. Ela disse que estava querendo trazer ela mesma."

Eu pego o bolo dela. Não podia dizer nada a ela. Isso era para Brady contar. Não eu. "Diga-lhe obrigada por mim." Respondo.

"Não estou aqui para pedir-lhe para me dizer o que está acontecendo. Só preciso saber se ele está bem." Diz Maggie.

Eu poderia responder a isso. "Não, ele não está."

Maggie franzi a testa. "Estou com medo disso. As coisas não foram boas entre ele e tio Boone. Mas nunca os vi assim. Eu simplesmente não sei como ajudar."

Ela não podia. Ninguém poderia.

"Confie em mim quando lhe digo que você não pode ajudá-lo. Ele deve fazer isso sozinho. Se ele precisar se abrir, ele irá; caso contrário, deixe ele livre."

Ela assentiu. "OK. Entendi. Melhor do que a maioria, acho. Mas eu precisava de alguém. West tornou-se meu alguém. Acho que todos precisam de alguém." Ela fez uma pausa e olha diretamente para mim. "Espero que você seja a dele.”

Espero também. "Se eu for, não vou decepcioná-lo.”

Ela sorri e olha para a porta. "Estou atrasada para a escola. Acho que preciso sair antes que meu tio também fique chateado comigo. Obrigada por falar. Foi bom finalmente conhecê-la." Ela diz, então volta sua atenção para Bryony.

"Foi um prazer conhecê-la também."

Bryony sorri brilhantemente para ela. Então se esconde atrás de minhas pernas.

Nós nos despedimos e fecho a porta atrás de Maggie. Ela era doce, linda e obviamente entende sobre a coisa 'não ser intrusiva.' Brady tem sorte em tê-la em sua casa com ele. Isso ajudaria quando ele estivesse pronto para se abrir.

"Você pode ir ao Miller e me trazer um quilo de açúcar? Acho que vou fazer um pouco de minha torta de cereja para Lyla." Diz Vovó, sorrindo para Bryony. Hoje, Bryony seria minha mãe quando criança novamente. Nós não tínhamos esses dias todos os dias, mas hoje vovó já a chamou de Lyla três vezes. Bryony sempre parecia confusa, mas parou de discutir com ela sobre o nome dela.

"Claro." Digo a ela. "Por que não vamos ver se o seu programa de auditório favorito está passando. Acho que é hora do Dr. Phil." Digo a ela.

"Preciso alimentar Thomas primeiro." Argumenta ela.

"Deixe Bryo..." faço uma pausa e corrijo-me. "Deixe Lyla fazer isso. Você sabe que ela gosta."

Vovó pensa por um minuto, depois assente. "Essa é uma boa ideia. Ela precisa de responsabilidade. Nunca faz mal a ninguém."

Eu pisco para Bryony dizendo que tínhamos que brincar de fingir com a Vovó.

Ela pisca forte com os dois olhos, porque ainda não sabe piscar. Sorrindo, ligo a televisão para Vovó e Bryony vai para a cozinha para fingir alimentar um gato que não existe.

"Eu quero maçã da Wywa." Ela diz calmamente quando chegamos à cozinha.

Nos dias em que ela a confunde com Lyla, Vovó sempre lhe dá torta de maçã. Tinha sido o lanche favorito da minha mãe quando bebê. Bryony descobriu isso.

"Tudo bem." Respondo, colocando a torta para baixo, então a levanto para a cadeira alta.

Minha mente estava em Brady, no entanto. Ele estava enfrentando a escola e amigos com a alma destruída. Manter um segredo assim era como sentir que o peso do mundo estava sobre ele. Eu não poderia ser forte para ele, no entanto. Ninguém poderia.

Ele tinha que resolver isso por si mesmo. Pelo menos ele não estava sozinho.

"Eu gosto do Dr. Phil?" Pergunta vovó da sala de estar.

Este seria um dia ruim. Alguns dias eram melhores que outros. Hoje, ela estava confusa com tudo. Caminho até a porta e olho para ela. "Sim. Ele é brilhante e terá muitas boas dicas para você.”

Ela assentiu com a cabeça e cobriu as pernas com a manta que mantínhamos no sofá para ela há anos. "Ele é bonito, não é?" Comenta.

Ela diz isso todos os dias quando o observa.

"Sim" concordo, sorrio, e volto para a cozinha para dar a Bryony torta de maça. Eu tinha certeza que seria mandada ir ao Miller's para Lyla mais tarde hoje.

"Vamos ao parque?" Bryony pergunta.

"Sim, iremos mais tarde hoje, depois da sua soneca." Asseguro-lhe. Estava ficando cada vez mais frio, e eu temia quando não pudéssemos mais ir ao parque.

Bryony precisava de um balanço aqui em casa, para que ela pudesse ir ao quintal e se divertir por períodos mais curtos. O frio mordaz que estava por vir nos impediria de caminhar até o parque. Ela odiaria isso.

 

Essa era a única arma que eu tinha.

 

 

                                CONTINUA