Biblio VT
Eu só queria me divertir um pouco, e ela não podia deixar-me tê-lo. Ela não podia ficar puta da vida por alguns minutos. Jesus, ela era mais problema do que eu tinha previsto. Seus cabelos escuros foram à primeira coisa que eu vi quando sai do bar. Ela estava de pé apenas alguns metros do bar.
Tinha os braços cruzados sobre o peito, e seus ombros levemente caídos. Como se estivesse com frio e tentando se manter aquecida. Isso não podia ser ela, porque estava quente pra caralho aqui fora.
“Lila!” Eu a chamei. Ela lentamente virou-se para olhar para mim e, em seguida, retomou sua postura quando me viu, mas não estava interessada em mim. Ou como ela estava chateada.
Tomei alguns passos para alcançá-la, pronto para saber o que diabos ela estava pensando vindo aqui sozinha. Mas quando cheguei perto, ela abaixou os braços e manteve o olhar sobre tudo e qualquer coisa, menos em mim. “Pronto para o próximo bar?” Ela perguntou.
Estava chateada. Senti em seu tom. “Por que você simplesmente saiu?” Perguntei frustrado por toda essa cena. Eu tinha começado a me divertir.
“Eu não gosto desse bar.”
O que? “Só porque não gosta de um lugar você simplesmente o deixa. Você não podia esperar para me dizer?”
“Você estava ocupado.” O sarcasmo escorrendo de sua voz não foi perdido.
“Eu estava apenas começando a me divertir. Jesus, Lila.”
Ela começou a se afastar então. Ela estava com raiva e queria ficar longe de mim. Eu não tinha feito nada de errado. “Então volte lá e se divirta. Se é isso que você quer fazer, não tenho nenhum problema com isso.” O tom de sua voz não soava como se ela não tivesse problema com isso.
Estendi a mão e agarrei seu braço, parando-a. “O que há com você? Você está chateada por eu ter bebido shots nos seios daquela garota? Isso é o que ela está lá para fazer. Alguns dos bares aqui têm muito mais do que isso. Foi tranquilo. Eu não estava machucando ninguém.”
Ela suspirou profundamente, e, finalmente, virou-se para olhar para mim. “Isso é o que você gosta?”
“Beber shots de uma mulher? Sim, assim como todos os homens heterossexuais sobre a porra do planeta.”
“Você não a conhece.”
“Não, mas isso realmente não importa.”
Ela me estudou por um momento. “Você já se apaixonou, Cruz?”
Que porra é essa? O que tinha a ver eu gostar de uísque entre os seios para estar apaixonado? “Não, mas o que diabos isso tem a ver com esta conversa?”
O jeito que ela estava me estudando me deixou desconfortável. Como ela podia ver mais do que eu queria. “Porque parece superficial.”
“É sexy, divertido. Não é suposto ser mais nada.”
Lila não respondeu a isso. Deixei-a puxar seu braço para fora do meu alcance. Ela finalmente concordou. “Ok.” Eu não tinha certeza do que ela queria dizer com “OK” e se esse era o seu jeito de acabar com essa conversa ridícula que estávamos tendo, tudo bem.
“Vamos encontrar coisas mais sensuais e divertidas para fazer,” disse ela quando começou a andar novamente.
Eu caminhei ao lado dela. Ela foi até o bar próximo e não esperou por mim para pedir uma bebida. Em vez disso, ela foi direto ao bar e pediu uma dose dupla de uísque para si mesma, bebeu em um gole, então pediu outra.
“A menos que você queira me ter segurando seus cabelos lá fora, na rua, você precisa ir mais devagar,” eu avisei. Ela me ignorou e bebeu a próxima exatamente da mesma maneira. Depois disso, ela me deixou pedir a minha própria bebida e saiu para a pista de dança. Fiz o pedido com o barman, em seguida, assisti em choque como Lila Kate deixou um homem tomar sua mão e colocá-la sobre uma mesa. O cara no palco gritou “O que você quer ouvir coisa doce?”
Ela lhe deu um grande sorriso atrevido que eu nunca tinha visto em Lila Kate antes. “Poison,” ela gritou.
Poison? Que porra ela está fazendo?
“Eu acho que está apaixonada!” O cara no palco gritou. Em seguida, a banda começou a tocar, e assim o fez Lila. Eu sabia tudo sobre ela dançando. Ela tinha feito em toda sua vida. Foi à faculdade que fez. Mas eu não sabia era que, além do ballet e outras merdas de fantasias que ela tinha aprendido, em algum momento ao longo do caminho, Lila Kate tinha aprendido a fazer algo que faria milhões se ela estivesse decidida a tirar a roupa e tomar-se uma dançarina de Pole dance. Filho da puta.
Depois que eu puxei meu queixo do chão, eu tive que lutar contra o desejo de levá-la para fora e longe de todos assobios e aplausos. Foi sexy como o inferno? Sim. Mais do que qualquer coisa que eu já tivesse visto. Voltei à coisa de Branca de Neve que tentei explicar a ela mais cedo. Mas não era Lila. Ela tinha classe. Ela não era o tipo de garota que fazia coisas como esta.
Eu me segurei até que algum bastardo bêbado estendeu a mão e passou em sua panturrilha. Então eu estava feito. Ela tinha feito qualquer ponto maldito que queria fazer e eu não precisava ver mais. Caminhei pela multidão, e depois de empurrar dois caras de volta, agarrei as pernas dela e joguei-a por cima do meu ombro.
Ela gritou.
“Ei! Coloque a mulher para baixo!” Um cara que estava admirando a vista, disse em pé no meu caminho.
“Ela está comigo. Estamos viajando juntos. Ela é minha,” eu respondi dando-lhe um olhar de advertência.
“Você está bem com ele levando você?” O cara no palco perguntou.
“Sim,” ela disse parecendo irritada.
“Deixe-o ir, rapazes,” disse o vocalista, e meu caminho foi inocentado. “Se ela fosse minha, eu teria tomado-a também.”
Dezenove
Lila Kate
SÓ PORQUE EU DEIXEI ele me transportar para fora de lá como um homem das cavernas não significava que eu não estivesse com raiva. Fiquei furiosa. Ele poderia ter um bom tempo, mas eu não podia. Havia regras que estava faltando. Ele gostava de meninas que mostrava seu corpo e ostentá-lo, mas eu não tinha permissão para exibir o meu.
Quando estávamos longe o suficiente do bar e ele não iria entrar em uma briga, eu bati em suas costas e comecei a me movimentar para ser liberta. “Deixe-me descer!”
Ele parou de andar e me colocou em meus pés. “Posso confiar em você que não estará indo saltar sobre um pole em algum lugar e tirar suas roupas?” Ele virou-se para mim.
Era isso. Eu não tinha pedido para sair de Sea Breeze. Eu tinha deixado por causa de algo que ele tinha dito. Ele foi à razão pela qual eu corri em primeiro lugar. Ele tinha me acusado de ser fria e gelada. E quando eu fiz o que ele, obviamente, gostava em mulheres, ele ficou com raiva. Eu não poderia ganhar. Não com ele.
“O que foi? Foi pura demais para você? Você prefere que eu vá lá e empurre o meu top par baixo e comece a distribuir shots nos meus seios?”
Sua expressão era de alguém mentalmente instável. “Foda-se, não!”
“Então o que é que você gosta Cruz? Você me chama de fria e diz que eu sou intocável. Quebrável. Eu venho para provar que não sou nenhuma dessas coisas. Então, quando eu começo a ser corajosa e me solto fazendo coisas como acabei de fazer, você age como se eu estivesse fazendo algo errado. Eu não entendo. Desejaria não me importar. Eu tentei me cuidar por tanto tempo que eu nem me lembro quando eu não fiz. Você. Sempre foi você. Eu odeio isso. Eu odeio que seja você. Por que não podia ser outra pessoa? Alguém que fosse... gostar... Eli! Alguém como ele. Por que não posso querer alguém como Eli? O que há de tão errado com a minha cabeça que eu sempre quis você?” As palavras foram saindo. Me ouvi, sabendo que eu deveria calar a boca. Que o que eu estava dizendo nunca poderia ser levado de volta. Mas era como se eu tivesse controle de mão da minha boca para outra pessoa, e ele estivesse falhando em seu trabalho.
“É como eu pareço? Eu não sou bonita o suficiente? Você prefere outro tipo? Talvez sejam meus seios, talvez porque eles não são tão grandes como o da menina no bar? É isso? E quanto a mim fazer você me tratar como uma professora? Por favor, diga-me para que eu possa corrigi-lo!”
As pessoas estavam nos ignorando. Eles passavam direto por nós, e quando eu percebi o que tinha feito, que tinha apenas gritado tudo isso para qualquer um em torno de nós ouvir. Alguém gritou: “Eu acho que você está fodidamente sexy, baby. Venha até aqui.”
Sintonizando isso. Esta rua estava cheia de bêbados. Eu era um deles, aparentemente, porque eu tinha acabado de dizer coisas que eu nunca quis dizer sóbria. Eu tinha muito orgulho. A bêbada Lila Kate não tinha orgulho. Eu gostaria de ter percebido isso mais cedo.
“Você não é barata. Você não é fácil. Você é como a porra de um diamante raro. Você me quer? Você quer a minha atenção? Por quê? Eu sou uma bagunça. Eu não posso ser o que você merece. Eu nem sei como. E se eu me deixar tocá-la, apreciar o que você fez lá, eu estarei arruinado. Você acha que me quer, mas se realmente me conhecesse iria mudar de ideia. Então eu teria tido um gosto de você e nada jamais iria se comparar a isso de novo. Você me aterroriza. Me assusta como nada jamais me assustou na minha vida.” Seus olhos estavam brilhantes e selvagens. Suas mãos tremiam quando eu deixei cair o meu olhar para olhar para ele, incapaz de manter nossos olhares juntos. Todo o resto dele parecia tenso. Rígido.
“Eu te conheço. Eu te assisti toda a minha vida. Eu vi você no seu pior e seu melhor.” Eu não gritei aquelas palavras. Eu apenas disse e deixei-as ficar lá enquanto eu continuava deixando suas palavras se aprofundar. Eu não esperava isso dele. Eu ainda não tinha certeza se eu estava sonhando. Eu poderia estar sobe o efeito da bebida em algum momento?
“Eu não tenho relacionamentos, Lila.”
Eu levantei meu olhar então. “Eu não estou pedindo por um.”
Ele parecia dividido. Seus olhos se estreitaram. “Então o que é que você quer de mim?”
Eu queria muitas coisas. E eu sabia que ele nunca iria dar o que eu queria. Nós nunca teríamos um felizes para sempre. Isso não era Cruz. Ele nunca tinha sido. “Agora. Agora mesmo. Nessa viagem. Nada mais.”
Ele não respondeu de imediato. Ele ficou lá olhando para mim como se não acreditasse em mim. Ele não deve, porque eu queria mais. Eu só sabia que nunca iria conseguir isso. Eu não era a garota para fazê-lo querer mais. Ele encontraria um dia e iria mudar de ideia. Ele seria capaz de ser aquele cara. O único que fez relacionamentos.
Eu tinha ouvido dos meus pais a história um milhão de vezes. Meu pai não tinha sido aquele cara. Minha mãe tinha sido a única a mudar sua mente. Foi o que aconteceu a todos eles eventualmente. Eu sabia que não era para Cruz e que eu deveria deixá-lo ir e ir embora. Mas eu não podia. Eu queria saber por apenas um momento. Como me sentiria estar com ele. Então havia uma chance de eu tirá-lo da minha cabeça e coração. Seguir em frente e encontrar alguém. Assim, Cruz Kerrington não estaria sempre em meus pensamentos.
“Nada além desta viagem?” Ele repetiu as minhas palavras como uma pergunta.
Eu balancei a cabeça.
“Você ouviu a parte sobre me arruinar?”
Eu dei de ombros. “Nós dois sabemos que isso não vai acontecer. Eu não sou única. Você ainda não encontrou alguém.”
Ele franziu a testa. “Única?”
“Sim. Única. A menina que você vai querer para sempre.”
Ele balançou sua cabeça. “Você está mexendo com a minha cabeça. Eu juro.”
“Você está atraído por mim?” Perguntei-lhe corajosamente. Eu poderia agradecer aqueles shots duplos de uísque por isso.
“Isso não é o ponto aqui. Eu não sei se eu posso... apenas ter um caso com você, Lila. Há sentimentos lá. Eu não gosto de sentimentos porra. Não com as mulheres. Eu não posso te machucar, e é isso que eu vou fazer.”
Dei um passo em sua direção, coloco uma mão em seu peito. Este era um jogo, mas eu estava brava agora. Eu não seria na parte da manhã. Eu tinha ido tão longe que eu precisava empurrar ainda mais. “Você não pode me machucar se eu conheço as regras. Nós desfrutamos disto. Ter um caso. Em seguida, passar como sempre fomos.”
Ele baixou o olhar para a minha mão. “E se você me arruinar?”
“Dê uma chance,” eu sussurrei.
“Foda-se,” ele murmurou em resposta. Em seguida, agarrou meu pulso, e me puxou contra seu corpo. Mal tive tempo para recuperar o fôlego antes de sua boca estar na minha. O sabor das nossas bebidas misturadas com o que eu tinha ganhado. Por agora, eu tinha isso. Foi minha decisão, e eu esperava que isso saísse do meu sistema para que eu pudesse, eventualmente, seguir em frente.
“Não há mais bares,” disse ele contra a minha boca. “Voltamos para o hotel. E não estamos hospedados em dois quartos de merda.”
Eu não discuti. Eu só dei um aceno de cabeça em concordância. Era isso. É melhor não ser um sonho.
Vinte
Cruz Kerrington
HAVIA DECISÕES inteligentes e decisões estúpidas. E então havia erros. Eu não tinha certeza de onde este pousou, mas com Lila em meus braços cheirando como o céu, e a imagem de sua dança naquela mesa foi tudo o que me preocupava, no momento.
Eu quebrei o beijo, agarrei seu cotovelo e me dirigi para o hotel. Nós estávamos em um hotel a poucos quarteirões à frente, na esquina da Canal e Bourbon. Percebi como tudo o que eu, mas queria sem falar, que no fundo eu estava preocupado que ela iria ficar sóbria e mudar de ideia. Se eu fosse metade da porra do homem que eu deveria ser, eu não iria deixá-la fazer isso esta noite, enquanto ela estava bêbada... enquanto eu estava bêbado.
Mas eu tentei dizer a ela a confusão que eu era. Ela parecia ver mais em mim do que estava lá. Eu queria que houvesse mais. Eu queria conhecer suas expectativas. Quando eu era criança, eu tinha visto o olhar em seus olhos, e eu sabia que ela me via de forma diferente do que via Nate. Eu amei isso. Eu era diferente. Isso me fez sentir importante. Então eu a tinha beijado, e ele tinha me assustado.
Eu sabia que Lila Kate não era para mim. Eu não era o tipo de cara que ela iria querer por muito tempo. Ela veria muitos eventualmente. Ele iria fazê-la mudar de ideia. E ela nunca mais olharia para mim com aquele olhar sonhador em seus olhos novamente. A ideia de poder perder que me levou a colocar uma parede lá. Uma construída para magoá-la. Ela tinha funcionado. Até agora. Até que eu ouvi que ela tinha deixado à cidade e eu corri atrás dela, porque eu não podia suportar a ideia de ter uma vida sem ela.
Quando entramos no hotel, fiz uma pausa e olhei para ela. A menina da minha infância. A menina que eu sempre assisti, mas nunca me permiti chegar perto. A que eu fingi que eu não sabia por que me evitava.
“Tem certeza?” Eu perguntei a ela.
“Sim.”
Eu esperei. Eu precisava que ela pensasse. Deixar tudo afundar. “Poderíamos dormir esta noite. Esperar até amanhã.”
Ela sorriu. Tão suave que fez seus olhos brilharem e me fez sentir mais como um homem do que devia. “Hoje à noite,” ela finalmente disse.
O caralho que eu poderia ignorar isso. Teríamos hoje à noite. Se ela se arrependesse amanhã, poderia me quebrar. Mas eu estava disposto a arriscar.
A viagem para o quarto foi curta, mas tantos pensamentos passaram pela minha mente que me senti passar muito mais tempo do que era. Ela tocou o cartão-chave para o desbloqueio e acendeu a luz verde. Era isso.
A porta se abriu. Entramos no interior. Meu quarto era idêntico a este. Logo ao lado. Eu tinha feito uma piada sobre isso quando chegamos. Eu não estava brincando agora. Eu deveria estar naquele quarto. Sozinho. Era a coisa certa a se fazer.
“Lila,” disse pensando que eu deveria parar com isso.
Ela deixou cair à pequena bolsa do ombro no chão, em seguida, tomou a parte inferior de sua camisa e puxou-a por cima da cabeça. O sutiã de renda branco era pequeno e a elevação de seus seios parecia que eles estavam prestes a derramar por cima expondo seus mamilos. Sua blusa caiu no chão ao lado dela, então ela chegou ao redor e desabotoou o sutiã. Eu assisti com fascínio quando as tiras escorregaram pelos seus braços finos até se juntar a sua blusa no chão. Seus mamilos escuros redondos duros do frio do quarto ou a partir de sua excitação chamando minha atenção.
Me movi, fechando o espaço entre nós. Incapaz de manter minhas mãos para mim eu cobri ambos os seios com as mãos. Embora minhas mãos fossem grandes elas não eram grandes o suficiente para levar cada seio completamente. O excesso me animando eu apertei deixando a suavidade provocar minhas mãos.
“Porra,” sua voz pegou quando ela disse as palavras. Aquelas não eram as palavras que eu imaginei vindo de seus lábios. Eles não se encaixavam com Lila Kate. Mas a forma como sua voz tremia quando ela disse. A maneira como ela se inclinou para mim e um gemido suave escapou simplesmente do meu toque fez tudo isso parecer certo. Como era para ser. Como nós deveríamos ser.
A restrição que eu tinha retido estalou. O lado impertinente de Lila foi demais para um homem tomar. Eu agarrei sua saia e puxei para baixo até que ela ficasse ali em nada além de suas calcinhas de renda preta. Elas fizeram pouco para cobri-la. Quase inútil a menos tentando seduzir um homem. E eu estava seduzido. Eu tirei minha própria camisa e joguei-a fora.
Minhas mãos em volta de sua cintura e a suspendi a levando até a mesa do quarto porque era mais perto que a cama. Sentei-a, em seguida, puxando sua calcinha memorizando a maneira que olhei quando ela deslizou fora de seu corpo.
Ela estremeceu e meu pau latejou. Essa era Lila Kate... doce, inocente, preciosa Lila Kate. Impertinente, selvagem, carente Lila Kate tinha tomado seu lugar essa noite, e eu tremia de antecipação. “O que você quer?” Eu perguntei a ela quando desabotoei minha calça jeans. “Diga-me exatamente o que você quer que eu faça.”
Seus olhos foram do meu peito nu e depois bloquearam em minhas calças quando eu comecei a soltá-la e empurrando-a pelos meus quadris e saindo dela. “Diga-me, Lila,” eu exigi. Eu não tinha certeza por isso que eu precisava dela para dizer, mas eu fiz. Eu queria que ela falasse sujo. Ouvir sua linda boca dizer coisas ruins. Fiquei muito provável que explodisse ao som, mas eu queria.
“Eu quero você,” ela sussurrou.
“Você vai ter que fazer melhor que isso. Conte-me.”
Ela engoliu em seco e ergueu o olhar de minha ereção pressionando através de minhas cuecas boxer aos meus olhos. “Eu te disse. Eu quero que você me foda, Cruz.”
Isso deve ser suficiente. Eu deveria estar feliz. Mas ela me transformou em um monstro enlouquecido pelo sexo. “Você quer isso gentil?” Perguntei empurrando minha cueca para baixo deixando meu pau grosso livre.
Ela balançou a cabeça lentamente. Os olhos arregalados quando ela olhou para mim. “Não,” sua voz era tão suave que eu quase não a ouvi.
“Diga-me,” eu disse enquanto empurrava suas coxas com as mãos e me coloquei entre elas. “Como você quer ser fodida?” Nessa última palavra, seus olhos brilharam com o mesmo desejo que sentia.
“Forte. Foda-me forte.”
Minhas mãos chegaram debaixo dela e agarrei sua bunda quando eu bati nela. Que com um impulso era como afundar em cetim apertado e quente. “Foda-se!” Eu gritei quando seu corpo reagiu à entrada súbita, apertando meu pau. Era melhor do que a minha imaginação.
Suas mãos pequenas agarraram meus braços, as unhas cravando em minha carne. O ardor que senti foi incrível. “AH!,” Ela gritou.
“Isso é o quão duro você quer?” Rosnei perto da orelha dela querendo bater nela uma e outra vez, mas estava fazendo tudo o que podia para me controlar.
“Sim. Mais,” ela ofegava.
Meus dedos entraram na carne da bunda dela quando eu puxei para trás e mergulhei mais fundo. Gemendo de prazer, eu mordi seu ombro, e ela começou a implorar. “Por favor, mais forte. Eu quero sentir você amanhã.”
Qualquer a sanidade que estava segurando saiu. Fui buscá-la afundando-a mais para o meu pênis rígido e levando-a até a cama onde eu caí para a suavidade com ela. Não querendo me afastar. Eu tive que puxar para fora em um movimento rápido e lançá-la em seu estômago. “Bunda no ar,” eu pedi.
Ela fez isso, sem dúvida. De quatro, era mais fácil e eu estava martelando dentro dela imediatamente. Seus gritos se tornaram mais frenéticos como a minha respiração. Eu bati na bunda tão forte quanto eu podia sem realmente me preocupar em machucá-la. Só para deixar arder.
“Oh Deus!” Ela gritou. “Estou gozando!” Seu corpo começou a tremer e seu clímax pulsava em meu pau ainda trancado dentro dela. Eu balancei com a necessidade de explodir. Foi uma porra tão incrível que eu não conseguia pensar. Pouco antes de perder a pequena quantidade de controle que eu tinha deixado, eu puxei para trás até que eu estivesse livre dela e gritei seu nome quando minha porra cobriu sua bunda virada para cima.
Seu corpo ainda estava tremendo, e minhas pernas estavam fracas. Fracas demais para se moverem. Ficamos lá. Sua cabeça agora repousava na cama. Tudo o que podia ser ouvido era nós ofegantes. Que tinha sido mais. Muito mais do que eu esperava. Tinha sido viciante. Eu poderia dizer-me que era muito perigoso fazer isso de novo, mas eu seria um tolo. Eu queria mais. Inferno, eu queria mais, logo que eu pudesse respirar fundo novamente.
Ela começou a abaixar seu corpo inteiro para a cama.
“Eu preciso limpar você,” eu disse a ela apreciando o olhar de meu sêmen em sua pele.
“Está bem,” ela disse suavemente, ainda afundando até que fosse pressionada completamente contra o colchão.
Sorrindo para a simples beleza, encontrei forças para ficar de pé e fui para o banheiro pegar uma toalha molhada. Limpei-a rapidamente, em seguida, cobri-a para cima. Ela levantou a cabeça e olhou para mim. “Você está vindo para a cama também?”
Os cabelos perfeitos de Lila estavam bagunçados. Seus olhos estavam pesados, os cílios se espalharam pelas bochechas. O rubor no rosto ainda estava lá, e nada parecia tão incrivelmente bonito na minha vida. “Sim. Eu vou.”
Subi ao seu lado e cobri nós dois puxando-a de volta contra o meu peito. Seria difícil em alguns malditos minutos, mas ela estaria dormindo cedo demais para perceber. Eu inalei o cheiro de seus cabelos e sua mão cobriu a minha.
Levou menos de dois minutos para a sua respiração se abrandar. Ela estava dormindo em meus braços, e eu sabia que nada seria o mesmo para mim. A ruína que eu temia era muito pior do que isso. Eu não estava preparado para ser capaz de deixá-la ir.
Vinte e Um
Lila Kate
RECONHEÇO SEU CHEIRO antes mesmo de abrir os olhos. O calor de seus braços me fez suspirar e afundar mais perto. Isto foi melhor do que sonhei. E sonhei com isso mais do que gostaria de admitir. Lembrar que é por um tempo curto, que não é para sempre causa uma forte dor então afasto o pensamento. Por agora, vou desfrutar do que tenho. Cada momento que passamos juntos, vou absorver tudo.
“Se continuar se contorcendo mais perto vamos foder antes de eu estar totalmente acordado,” sua voz sonolenta me assusta e eu rio. Nunca ri, mas o faço então. É bom. Na noite passada, o álcool me deu a coragem que precisava. Esta manhã não há arrependimentos. Não desejo que tivesse sido diferente. Porque depois de abrir-me para ele e caminhar de volta para o hotel fiquei sóbria o suficiente. Lembro-me de cada detalhe. Nunca esquecerei um só momento.
“Lila,” sua voz rouca e profunda é um alerta quando pressiono o corpo mais no dele. “Você deve estar dolorida,” diz ele enquanto beija meu ombro.
Eu estou. “É uma dor gostosa.”
Ele respira fundo, em seguida, rola para cima de mim. Seu corpo nu paira sobre mim. Os cabelos estão bagunçados e os olhos ainda pesados de sono. “Você encontrou sua boca impertinente e gosta dela, não é?” Ele pergunta com o joelho separando minhas coxas.
Balanço a cabeça.
Então, ele está dentro de mim. Tão rápido. Fecho os olhos com força, e engasgo da ternura e prazer.
“Dói?” Ele pergunta ao ficar completamente imóvel.
“Sim. Mas como disse, é uma dor boa,” digo a ele abrindo os olhos. “Faça doer mais.”
“Jesus, Lila. Você vai nos matar,” ele geme quando começa a se mover. Bombeando os quadris dentro e fora de mim. Sua boca beija ao longo da minha clavícula até o pescoço. Seu hálito quente em meu ouvido só aumenta a sensação. “Diga mais merda suja com esta boca bonita,” ele diz com um sussurro antes de mordiscar minha orelha.
Abro mais minhas pernas levantando os joelhos para prender seus quadris. “Quero te sentir gozar dentro de mim. Sentir o calor da sua porra escorrendo por minhas coxas,” digo e ele congela.
“Porra, Lila. Não fale esse tipo de merda, se não quer que eu goze.”
“Eu quero que você goze.”
Seus braços tremem enquanto ele se mantém completamente imóvel. “Você está tomando a pílula?”
Sorrio para ele. “Sim. Não quero ser mãe tão cedo.”
Ele move-se, a expressão feroz. “Estou limpo. Nunca tocaria em você sem camisinha se não tivesse certeza de estar completamente limpo.”
Confio nele. Ele é um monte de coisas, mas não me colocaria em perigo. Eu sei. “Então goze dentro de mim.”
Seus quadris começam a bater contra mim. Todos os outros pensamentos desaparecem. Tudo o que sinto é o aumento do meu próprio clímax. Posso ouvir sua respiração acelerar e seus palavrões murmurados. Abro os olhos e vejo seus braços flexionando com cada movimento.
Quando empurro contra ele e envolvo as pernas em sua cintura para segurá-lo, eu grito seu nome.
“Maldição, Lila,” ele pragueja e então sinto. Tudo isso enquanto ele me dá exatamente o que pedi. Quero que dure para sempre. Não irei pensar sobre o dia em que tudo terminará. Porque neste momento, eu tenho tudo.
Rolo de lado levando-me com ele. Nós dois estamos ofegantes e suados quando nossos corpos se grudam. Falar não é necessário ou sequer possível. Estou tentando recuperar o fôlego e voltar para a terra. Sexo nunca foi tão bom. Mas, então, minha experiência é limitada. Muito limitada. Mas não posso imaginar ser melhor do que isso.
A mão de Cruz começa casualmente a brincar com meus cabelos. Viro a cabeça para olhá-lo e seus olhos estão fechados. Sempre odiei que ele seja tão impressionantemente bonito. Ele faz meus sentimentos ainda mais difíceis de ignorar. Gostaria de vê-lo e ter vergonha de mim mesma por fazê-lo. A maneira como ele anda, se porta, o som de sua voz e esse sorriso. Tudo isso é impossível não notar. Todas as mulheres o notam.
“Vamos para o norte. O que acha de Memphis?” Diz ele com os olhos fechados.
“Memphis? O que tem em Memphis?” pergunto, desfrutando da liberdade de olhá-lo.
“A fodida Graceland está em Memphis,” ele sorri.
“Quer dizer que quer ver onde Elvis viveu?” Rio ao falar.
Ele inclina a cabeça para olhar para mim e abre um olho. “Claro que sim, eu quero. Essa merda deve ser brega. Quem quer perder isso?”
Não me importa aonde vamos. Estou bem com qualquer lugar. “OK. Memphis então.”
“Você ligou para seus pais?” A pergunta dele me surpreende.
“Não,” admito.
“É melhor,” ele suspira. “Tenho certeza que todos sabem que estamos juntos agora. Nate dirá a eles.”
“Provavelmente.”
Ele passa a mão sobre o rosto e geme. “Grant vai me matar.”
Eu não respondo. Porque essa é uma questão que enfrentarei quando isso acabar. Estou numa aventura para fugir com o cara que está na cama comigo. É diferente agora. Não estou tentando mudar ou encontrar um novo eu. Eu já fiz. A garota que sou nesse momento não é nada como a garota que era na noite que ele tinha me chamado de fria. Agora, só tenho que aproveitar enquanto durar. Porque isto acabará.
“Meu pai pode me matar antes do seu. De qualquer maneira, minha vida será curta.”
Isso me faz sorrir. “Isso é um pouco dramático,” digo a ele.
Ele dá de ombros. “Honestamente, vale a pena.” Sua mão corre pelo meu lado e aperta meu quadril. “Vale a pena completamente.”
Isso não é uma declaração de amor. Eu percebo. Mas é doce. Coloco a perna por cima dele quando viro até que metade do meu corpo esteja em cima dele. Ambos seus olhos abrem quando faço isso. “Somos crescidos,” lembro a ele. “Acho que você vai viver.”
Ele me olha com ternura. “Ou você vai me matar antes deles. Mas a morte por sexo soa como um bom caminho a percorrer.”
Eu rio. “Estou apenas começando. Não estou prestes a atacá-lo.”
Suas mãos agarram minha bunda e me puxa para cima dele. “Talvez, mas colocar este pequeno corpo quente num homem enquanto ele está nu e na cama é irresistível.”
Quando ele desliza para dentro de mim lentamente desta vez, gemo alto e gosto de ser preenchida mais uma vez antes do café da manhã.
Vinte e Dois
Cruz Kerrington
DIRIGIR QUASE SEIS HORAS para Memphis hoje não foi uma boa ideia. Vi Lila Kate esconder a careta quando montou na moto. Nós fodemos como maníacos e agora ela está dolorida. Ela alega não estar, mas vejo em seu rosto. Não deveria ter forçado as duas rodadas esta manhã, mas ela é tão gostosa. É uma necessidade por estar dentro dela novamente e fodê-la, não gosto de querer alguém tão forte. A experiência do passado me prova que uma boa transa tira a menina do meu sistema e sigo em frente. Mas com Lila Kate ainda tem que acontecer. Com as pernas dobradas atrás das minhas e seu corpo contra minhas costas já estou pensando em transar novamente. Jesus, ela é como crack para um viciado.
Vou em direção a Birmingham, Alabama. Podemos parar no meio e descansar. Encontrar algo para ver ou fazer, e depois pilotar o resto do caminho. É apenas uma hora mais perto de Memphis; ela pode visitar sua amiga, e ela ajudará a controlar minha necessidade de ter meu pau nela durante nossa parada. Preciso encontrar algum controle.
Depois de oitenta minutos na estrada, ela começa a se contorcer e acho uma saída que tem opções de restaurante e algumas compras. Passaremos um tempo aqui, então partiremos quando ela estiver pronta. Paro em um restaurante e estendo a mão para ajudá-la a descer. Ela estremece novamente.
“Acho melhor parar por hoje,” digo, me sentindo culpado por seu desconforto.
Ela franze a testa. “Por quê?”
Aprecio que ela tente ser forte, mas sei que está dolorida e não vou fazê-la sofrer mais. Pela primeira vez desejo não ter uma moto maldita. “Você está dolorida,” aponto o óbvio. “Vamos comer e andar um pouco. Fazer compras. Veja como você se sente mais tarde.”
“Vou ficar bem,” ela argumenta.
Ignoro isso. “Com fome?”
“Sim e este lugar cheira muito bem.”
Entramos e forço-me a não colocar as mãos sobre ela. Tocá-la o tempo todo não é bom. Isto é temporário. Não há necessidade de agir como se fosse mais do que isso. Nós dois estamos apreciando a viagem.
Seu telefone começa a tocar pouco depois de passarmos na porta e ela o tira do bolso. Quando levanta os olhos para mim, eles estão se desculpando quando ela coloca o telefone no ouvido. “Ei mãe.”
Disse para ligar para seus pais mais de uma vez. Ela não me escutou.
Sua mãe está falando e o rosto de Lila Kate empalidece antes dela sussurrar. “Ah não. Quando?”
Agora estou preocupado. Ela começa a morder o lábio. “Sim, ele está.”
“Não tenho certeza,” ela olha para mim. “Onde estamos?”
“Cerca de uma hora ao sul de Montgomery, Alabama,” digo.
Ela repete para a mãe. “Não... de moto,” Posso vê-la se encolher quando fala.
“Sim. Vamos dirigir até lá agora,” diz ela. “Vejo você mais tarde. E mãe, eu sinto muito.”
“Também te amo.”
Quando ela termina a chamada, lágrimas enchiam seus olhos. “Minha avó faleceu no meio da noite. Mamãe vai enviar o jato do meu avô para me pegar em Montgomery. Eles já estão na Califórnia. Meu avô chamou mamãe às três esta manhã para contar. Ela e meu pai pegaram um avião pouco depois.”
Esta é a última coisa que esperava que ela dissesse. “Deus, Lila, sinto muito.”
Ela assente com a cabeça. “Eu também. Por causa do meu avô. Ela nunca esteve lá sabe. Sua mente se foi há tantos anos. É um milagre ela viver tanto tempo. Mas Kiro passou toda a vida ao seu lado. Eles pararam a turnê, porque ele odiava estar longe. Toda sua história é apenas devastadora. Minha mãe nunca chegou a conhecê-la. Seu cérebro foi danificado quando ela era um bebê .”
Sei sua história. Foi manchete quando souberam que a mulher de Kiro Manning, Emily na verdade ainda estava viva. O mundo pensou que ela tinha morrido naquele acidente. Mas ele a manteve longe da mídia. Eles fizeram até um filme chamado “Emily Kiro” cerca de dez anos atrás, que foi um sucesso de bilheteria. Kiro não queria que o filme fosse feito no início, mas na entrevista que deu para a revista Rolling Stones disse ter mudado de ideia. Ele queria que o mundo conhecesse sua Emily. O que ela era. Quão surpreendente ela foi. Ela mereceu.
Levo Lila de volta para a moto e a ajudo a subir. Coloco o capacete em sua cabeça e desejo ter mais que eu possa fazer. Algo mais. Algo para ajudar. Temo que ela pegue aquele jato. Nosso tempo está terminando mais cedo do que esperava.
Ela segura-me com mais força do que antes. Minha garganta está grossa. Há uma porra de emoção lá que não entendo. Que não quero. Esta é uma maneira de protegê-la, tirá-la do meu sistema e seguir em frente. Para nós dois. Mas uma noite não foi suficiente. Eu sou egoísta. Sua avó acaba de falecer. Mas que droga.
A viagem para o aeroporto de Montgomery é muito rápida. Nosso tempo juntos está terminando. Esta pequena bolha que tivemos está prestes a estourar. Voltarei para casa e enfrentarei a ira do meu pai. Fazer o que diabos devo. Ela voltará e será como antes. Não vamos continuar de onde paramos. Isso será mais do que uma aventura. Isso fez com que o caroço de merda na minha garganta signifique algo.
Ferir Lila Kate é inevitável para mim. Se fizer isso mais tarde, doerá mais. Mais cedo é melhor. Mais cedo nos ajudará a seguir em frente. Nunca serei o cara que ela precisa. Mas droga, sei que isso me machucará também.
Paramos no aeroporto antes do jato particular chegar. Quero dizer algo que torne isso mais fácil. Algo que faça com que a dor em meu peito vá embora. Algo que faça com que seu olhar triste desapareça. Mas não tenho nada.
Ela desce da moto e pego suas coisas no alforje. Então viro para ela. “Não estava esperando que nossa jornada acabasse tão cedo,” digo tentando sorrir.
“Nem eu.”
Posso ver a questão lá. A incerteza. Ela quer saber se é o fim para nós. Mas ela não pergunta. E não posso dizer as palavras. Mesmo que precise, eu não posso.
“Diga a seus pais e avô que sinto muito por sua perda.” Seus olhos perdem a luz. Ela esperava mais do que condolências genéricas. Sinto-me um idiota gigante.
“Obrigada,” ela sussurra. “Por tudo.” Então ela pega sua bolsa e sai. Assisto a sua partida. Quero correr atrás dela e dizer algo mais. Para tentar fazê-la sorrir. Mas isso só piorará seu estado. Em vez disso, espero ela entrar no prédio. Então subo na moto e volto para o sul. Volto para Rosemary Beach.
Vinte e Três
Lila Kate
EU ESTAVA ENTORPECIDA. O voo para Los Angeles e a viagem para casa de meu avô, em Beverly Hills é um borrão. Quando a limusine que me pegou no aeroporto estaciona na frente de sua mansão, percebo que não me lembro de entrar nela.
Pego a única bolsa que tenho comigo e saio quando o motorista abre a porta. Não vejo Kiro a cerca de seis meses. Ele nos visitou, mas eu não estava. Quando era criança, visitei mais vezes. Fiquei uma semana com ele no verão. Tenho boas memórias deste lugar.
Minha mãe vem para a porta da frente e sai para me cumprimentar. Subo as escadas e espero que ela não esteja muito chateada com meu passeio de moto com Cruz. Ela tem seu pai para se preocupar. Não preciso aumentar seu stress. Sei que nunca andarei na moto de Cruz novamente.
Ele acaba de me deixar ir. Sem promessas. Nada. Ele acaba de terminar. Muito rápido. Meu peito dói e me sinto culpada. Meu avô está sofrendo. Eu deveria estar mais preocupada com ele.
“Como ele está?” Pergunto ao abraça-la.
Ela me aperta. “Ele está triste. Mamãe se foi há muito tempo. A mulher que ele conheceu. Mas agora até mesmo o pouco que ele tinha dela sumiu. Vai ser duro para ele.”
“Ela estava doente?”
“Não. Seu coração parou. Com o dano que seu cérebro sofreu, o médico diz que é um milagre ela ter vivido tanto. Mas papai fez com que ela tivesse o melhor atendimento. E ele está sempre aqui. Acho que ela viveu por ele.”
Sua história é tão trágica. Quando recuo, olho para ela. “Quão chateado está papai?”
“Sobre Cruz?”
Balanço a cabeça.
“Ele não está feliz,” diz ela com um pequeno dar de ombros. “Mas você é uma mulher adulta. O que ele pode fazer? Foi sua decisão para tomar.”
Concordo, mas não acho que papai concorde.
“Ele não vai falar ainda. Por enquanto, trata-se de Kiro e Emily.”
“Quem está aqui?”
“Neste momento, apenas Dean e nós. Nan, Cope, Mase, Reese, Rush e Blaire estão a caminho.”
Mamãe olha a mochila no meu ombro. “O que aconteceu com sua bagagem?”
“Deixei tudo com Nate.”
Ela suspirou. “Para fugir na moto de Cruz Kerrington.”
“Sim.”
Ela não fala mais nada. Mesmo não sendo uma semana, tudo o que aconteceu faz parecer como se fosse muito mais tempo.
“Posso dizer uma coisa?” pergunta mamãe.
“Claro.”
Ela estende a mão e toca minha bochecha. “Você é gentil, amorosa, generosa, paciente e linda. Você merece algo especial.”
“Mãe, você tem um conto de fadas. Nem todo mundo os vive.”
Ela inclina a cabeça para o lado e sorri. “Não, Lila Kate. Nem todo mundo é paciente o suficiente para esperar por ele.”
Ela beija meu rosto, em seguida, pega meu braço e sobe as escadas, entrando na casa. Quero refletir sobre o que ela disse mais tarde. Talvez ela esteja certa. Talvez eu encontre um conto de fadas. Só que o espero da pessoa errada.
A casa cheira a charutos. Foi assim toda minha vida. Ouvi Rush uma vez dizer que é melhor do que o cheiro de maconha que tinha em sua juventude. Caminhamos através da grande entrada pelo corredor esquerdo, onde Kiro tem a sala de jogos. Grandes sofás de couro preto, enormes telas planas em três lados, uma mesa de bilhar e um grande bar estão lá. Sentado no canto do sofá está meu avô, Kiro Manning. Ele está mais velho agora, mas ainda é uma lenda. Seu nome é bem conhecido. Ele tem um charuto numa mão e uma garrafa de uísque na outra. O corpo esguio é alto e coberto de tatuagens. Mesmo aposentado e sendo avô ele ainda se assemelha a uma estrela do rock.
Ele levanta os olhos avermelhados assim que entramos e sorri ao me ver. Ele chorou em algum momento. “Minha Lila Kate,” diz ele com a voz rouca de anos de drogas, cigarro e álcool.
“Hey,” digo ao caminhar até ele. Não é segredo que ficou furioso quando meu pai engravidou minha mãe. Minha mãe não é sua única filha, mas é a favorita. Porque foi a criança que Emily lhe deu. Meu nascimento poderia ter matado minha mãe. Isso o aterrorizou. Mas minha mãe sempre diz que passou a minha vida me esperando. Sei que ele me amava mais do que seus outros netos. Ele é muito franco sobre o assunto. Mas também sei que só sou parte de Emily.
Ele abre os braços também cheirando o álcool e charuto. Abaixo-me e abraço-o com força. “Eu te amo,” sussurro.
“Não tanto quanto eu te amo, menina bonita,” essa sempre foi sua resposta. “Ouvi dizer que esteve de moto com um Kerrington. Acho que tem um pouco do sangue selvagem do vovô depois de tudo.”
Fico tensa esperando que meu pai não tenha ouvido. “Hum, eu acho,” digo o mais baixo que posso.
Isso o fez rir. Estou feliz por ele poder rir, mas não é algo para rir. “Vamos dar a seu papai um pouco de dificuldade. Ele precisa.”
De todas as coisas para ele querer falar essa não é uma delas.
“Papai está tudo bem. Ela só está nervosa em falar com Grant sobre tudo isso,” Mamãe interrompeu.
Fecho os olhos e faço uma careta. Quando levanto Kiro pisca para mim. “Você é uma menina crescida. Tudo bem.”
Viro a cabeça lentamente para olhar meu pai que está em pé no bar com os braços cruzados sobre o peito e uma carranca no rosto. “Ela é melhor do que Cruz Kerrington,” diz meu pai.
“E minha Harlow é melhor do que Grant Carter. Minha menina doce foi varrida de seus pés por alguém que tinha a reputação como um jogador. Parece que acabou tudo bem,” Kiro diz antes de tragar seu charuto.
Papai só resmunga.
Tento pensar em algo para mudar de assunto quando passos soam no corredor. Então ouço vozes. Os outros dois filhos de Kiro chegam com seus cônjuges. Tenho certeza que ouvi a voz do meu tio Mase em algum lugar. E quando ele está discutindo com minha tia Nan parece uma reunião de família.
“Não ficarei no quarto azul, Mase. Enfie-o na sua bunda. Quero o outro perto do elevador. Sempre fico nele. Não discuta comigo,” Tia Nan diz em seu tom irritado agudo.
“Dê-me outra porra de garrafa. Vou precisar dela,” Kiro resmunga.
Ele e minha tia Nan não tem o melhor relacionamento, mas minha mãe disse que está melhor em comparação com o passado.
Quando os quatro entram na sala. Kiro ergue a garrafa. “Estou de luto porra. Não comece essa merda aqui.”
Nan parece envergonhada e Mase assente. “Desculpa. Estou apenas começando a te tirar do tédio.”
Kiro dá de ombros. “Entendido.”
“Sinto muito, Kiro,” Reese, a mulher do meu tio Mase diz quando se afasta dos outros. “Vá em frente, chore e vou manter estes dois na linha.”
“Ainda não descobri como diabos conseguiu essa menina,” Kiro diz apontando com a garrafa na direção de Reese enquanto olha Mase.
“Nem eu,” responde Mase, em seguida, joga-se no sofá em frente à Kiro. “Passe o uísque.”
Vinte e Quatro
Cruz Kerrington
O CHEIRO de flores. Odeio o cheiro tanto quanto odeio funerais. Elas me deprimem. Não deveria estar aqui. Não conheci Emily Manning. Claro, conheço Lila Kate, mas ela não esperava que viesse ao funeral de sua avó. Inferno, eu não iria se pudesse fugir. Uma vez que alguém estava morto, acabou. Porque ter um grande e deprimente funeral?
Quero que minhas cinzas sejam atiradas no Golfo. Sem músicas, flores e sem lágrimas de merda. Afrouxo a gola da camisa e suspiro. Meu pai foi inflexível sobre eu ir. Todos estão. Toda a família maldita está aqui. Como cada família em Rosemary Beach que somos próximos.
“Vamos por Grant, Harlow e Lila Kate!” Meu pai disse quando reclamei sobre não ver razão para ir a este funeral.
A verdade é que tentei tirar Lila da cabeça durante os últimos três dias e não funcionou. Tudo o que posso ver é Lila. Quando tive outra menina contra a parede do meu apartamento na noite passada, tive o rosto de Lila Kate na cabeça. Não quero vê-la tão cedo. Ainda estou tentando tira-la do meu sistema. Até digo a meu pai que eles podem fazer meu funeral uma vez que Grant Carter pôr as mãos em mim. Papai me disse que pedi por isso.
“Ali está Nate,” minha mãe sussurra. “Vá se desculpar.”
“Por quê?” Pergunto confuso. Não fiz nada para Nate.
Ela agarra meu braço como se eu ainda tivesse oito anos. “Por levar Lila Kate sem uma palavra. Isso é o que fez.”
Não vou me desculpar com ele por isso. “Não.”
Suas unhas afundam em minha pele. “Agora.”
Não vou me desculpar, mas vou até lá dizer algo a ele para fazê-la pensar que obedeci antes que ela me agarre pela orelha e me leve até ele.
“Tudo bem,” murmuro e sua mão me solta, logo que vou em sua direção.
Desculpar-me com Nate. Sério? Será que eles sequer conhecem Nate Finlay? Como se isso não fosse algo que ele faria. Jesus. Todos estão sendo dramáticos como o inferno. Não a sequestrei. Ela foi de bom grado.
Nate também usa um terno e Bliss está ao seu lado parecendo deslumbrante num vestido preto com os cabelos presos para cima dos ombros. “Hey,” digo quando eles se viram ao me ver chegando.
Nate inclina o queixo.
“Você viu Lila Kate?” pergunto.
“Sim. Por quê? Tem a moto com você?” Nate sorri quando fala.
“Não, espertinho. Eu só não a vi.”
“Ela foi pegar uma bebida. Já conversou com todos e sua boca ficou seca.”
Balanço a cabeça. Bom. Tenho tempo para ficar fora de vista antes dela voltar. “Estão aqui há muito tempo?”
“Chegamos ontem à noite. Ficamos no Dean. Dirigimos para cá de manhã,” Nate responde. Dean é seu avô. O melhor amigo de Kiro Manning.
“Vou sair assim que isso acabar,” digo. “É bom ver você de novo, Bliss. Acho que estive aqui tempo suficiente para que minha mãe pense que me desculpei o suficiente. Vou deixá-los.”
Nate sorri. “Pedir desculpas, né? Acho que eu gostaria disso.”
Bliss ri. “Nate pare. É bom vê-lo novamente, Cruz.” Ela começa a dizer mais, em seguida, faz uma pausa e sorri para algo sobre meu ombro. “Lá estão eles,” acrescenta.
Olho para trás sem pensar e meus olhos param em Lila Kate. Ela está impressionante. Os cabelos escuros enrolados frouxamente e tocando os ombros. O vestido azul da meia-noite que usa abraça suas curvas docemente. É difícil afastar o olhar.
“Devo buscá-lo? Ou acha que ela quer que ele fique?” Pergunta Bliss.
Buscar quem?
“Deixe. Ela parece querê-lo lá,” Nate responde.
Afasto meu olhar de Lila Kate para ver um cara alto e loiro com a mão possessivamente em suas costas. Sua expressão é séria ao ouvir algo que ela diz. Quem diabos é esse?
“Quem está com ela?” pergunto uma vez que eles obviamente sabem.
“É Eli, meu melhor amigo,” diz Bliss, com um sorriso satisfeito.
“Como ela o conhece?” Lila Kate não é de se relacionar com alguém rapidamente.
“Eles passaram algum tempo juntos antes que você aparecesse de moto e a levasse,” Nate responde. Ele está se divertindo. Ele sabe por que estou perguntando e está se divertindo para caralho.
“Ela quis ir comigo,” digo a ele virando para encarar sua expressão presunçosa.
Ele assente. “Sim, ela quis. Mas agora...” ele inclina o queixo na direção de Lila Kate. “Ela quer Eli. Lição aprendida rápido eu diria.”
“Que porra isso significa?” Rosno dando um passo em direção a ele.
Nate não recua. Mas, então, eu não espero que o faça. Ele dá um passo em minha direção. Sua expressão fica fria. Fechada. “Isso significa que Eli é um bom rapaz. O tipo que permanece. Isso é o que significa.” a voz de Nate é baixa quando fala.
“Ela mal o conhece,” argumento.
“Mas ela te conhece o suficiente agora,” ele responde.
Estamos num funeral. Isso deveria me parar e me fazer ir embora. Mas não vou. Porque Nate está certo. Ela me conhece. Podia pegar minha moto e sair. Isso é o que um bom rapaz faria. Mas eu a levei e depois abandonei. Quando penso sobre isso tenho que admitir que possa ter sido a coisa mais fria que já fiz. E fiz essa merda muito cruel. Volto o olhar para Lila Kate e Eli. Ele está sussurrando algo e ela sorri. O sorriso não é o radiante que conheço.
É triste. Seus olhos não brilham e iluminam a sala como sei que podem. Ela perdeu alguém e Eli está lá com ela. Esse é o tipo de cara que ela precisa. Deixei-a porque ela precisa seguir em frente sem mim. Só não esperava que essa porra acontecesse tão rápido.
“Ela merece muito mais. Você sabe. Deixe que ela tenha.” A voz de Nate me incomoda, simplesmente porque ele está certo. Não falo nada. Apenas vou embora. Volto para minha família. Gostaria de me afastar deste maldito funeral e sair em silêncio. Esquecer o que aconteceu com Lila e eu. Eventualmente.
No caminho para ir embora sinto seus olhos me seguirem. A melhor coisa a fazer seria ignorá-la, mas não posso. Encontro seu olhar. Ela não sorri. Apenas me olha com olhos tão cheios de decepção que queima meu estômago. Ela me arruinou. Assim como estive com medo que ela faria.
Vinte e Cinco
Lila Kate
ELI SEGURA MINHA MÃO enquanto observo o mausoléu privado que abriga todos os membros do Slacker Demons e sua família. Minha avó é a primeira a ser enterrada nele. Kiro comprou porque disse que não queria ser enterrado no chão e não queria que sua Emily fosse também. Então decidiu que a melhor maneira de descansar em paz eterna era um mausoléu com aqueles que mais amava.
“Nunca vi ninguém ser colocado para descansar num destes. Exceto enterros,” Eli diz baixinho ao meu lado.
“Nem eu. Parece mais fácil do que vê-los afundar no chão, não é?”
Ele assente. “Sim, acho que é.”
Concentro-me em meu avô e seus olhos injetados de sangue fitando a frente, onde Emily foi posta. Ele está bebendo uma garrafa de uísque. Estou preocupada que ele entre em coma alcoólico, mas minha mãe disse que ele tem anos de tolerância com estas coisas. Ele ficará bem. Seu terno cobre as tatuagens, mas ainda parece um roqueiro. É sua postura, rosto, a maneira como os cabelos ainda estão longos demais para um homem mais velho. Ele sempre será Kiro Manning. Mesmo aos setenta anos de idade.
“Obrigado por ficar comigo hoje,” digo a Eli. Eu precisava de alguém. Apoio, suporte. Todo mundo esteve aqui. Todos sabem que saí na moto de Cruz Kerrington e todos o viram completamente ignorar-me. Mas a dor do meu avô é mais importante do que meu desprezo evidente por Cruz. Consegui o que queria ao brincar com fogo.
“Estou feliz por ter vindo. Quase não o fiz. Nate pensou que eu deveria. Terei que lhe agradecer por isso.”
Nate esperava isso. Ele sabia que Cruz viria assim como eu. Estamos todos juntos. Preciso agradecer a Nate por trazer Eli. Não que eu vá usá-lo como rebote. Mas ele se tornou um bom amigo. Depois de hoje, espero continuar em contato. Gosto de sua companhia. Ele é forte. Confiável. O tipo de homem que sei que meus pais esperam que eu encontre um dia.
Quando meu coração finalmente se curar e seguir em frente, espero encontrar um conto de fadas com um cara como Eli. Sei que não será Eli porque seu coração já não está disponível. Simpatizo com ele. Amar alguém que nunca terá é doloroso.
Pelo menos ele não sofreu uma humilhação por causa disso. Ele mantém seus sentimentos em segredo. Nunca cometeu o erro de jogar a precaução ao vento e se aventurar.
“Vamos,” digo quando os outros começam a sair. Sei que meu avô ficará aqui por um tempo e quero que tenha seu tempo sozinho com ela.
Eli continua segurando minha mão quando nos afastamos. Sei que os Kerrington estão a minha esquerda. Posso ver Woods e Della pelo canto do olho. Mas não os cumprimento. Simplesmente não posso. Ando com a cabeça baixa. Eli leva-me para a limusine que está à espera da família.
“Onde vai?” Pergunto.
Ele aponta para a limusine atrás da minha. “Para o Dean com Nate e Bliss.”
Estar com Nate e Bliss não é fácil para ele. Sei disso sem perguntar. “Vem comigo,” digo.
Ele sorri como se entendesse por que e pudesse ler meus pensamentos. “Obrigado.”
Vou para o último assento. “Você me salvou hoje. Deveria te agradecer.”
Eli vem atrás de mim e senta com a coxa pressionando a minha. O calor de seu corpo e o cheiro de sua colônia me traz alivio. Que não estou sozinha. Lembro-me da nossa noite juntos. Sei agora a diferença entre um bom sexo bêbado sem amarras e sexo com o homem que seu coração deseja. São dois campos diferentes.
“Você está linda hoje. Ele é um idiota e pela maneira que observou cada movimento seu ele sabe disso.”
Levanto a cabeça e olho Eli. “O que?”
Ele me dá um meio sorriso. “Cruz Kerrington. Ele não tirou os olhos de você. Não o conheço nem fomos apresentados, mas tenho experiência com seu tipo. Posso identificá-los. Ele também é completamente óbvio. Ninguém lá olhou para mim como se quisesse rasgar meus membros do corpo.”
Isso não faz sentido. Balanço a cabeça. “Você entendeu mal. Ele foi forçado a vir. Conheço seus pais. Ele agiu assim porque está com raiva que o funeral diminui seu tempo de diversão.” O desgosto é óbvio em minha voz. Assim como a dor.
“Posso não ser um idiota. Mas sou um homem. Sei o que pensamos. Posso ler um. E esse cara não ficou feliz por você estar comigo. Ele também queria ficar a sós e ter as mãos em você. Honestamente, Lila, você é linda. Hoje esteve deslumbrante. Eu tive dificuldade em afastar os olhos de você.”
Era bom. Não, parecia mais do que bom ouvir um homem de boa aparência dizer isso para mim. Não me sinto bonita ou deslumbrante. “Obrigada,” digo sem ter outra forma de responder. Então digo o que estou pensando. “Eu queria... Gostaria de ter te conhecido em outro momento. Um em que nossos corações não estivessem tão confusos. Talvez tivéssemos uma chance.”
Sua mão desliza na minha e ele a aperta. “Quando saiu eu percebi uma coisa. Meu coração não está onde pensei. Bliss tornou-se um hábito. Tudo o que conheço. Ninguém teve impacto suficiente em mim para movê-la do meu coração. Mas você... você me fez esquecer. Mostrou que há mais. Que posso sentir algo por alguém,” ele faz uma pausa, em seguida, seus dedos entrelaçam os meus. “Meu coração está pronto, Lila. Só serei paciente até o seu estar.”
Uau... isto não é algo que esperava ouvir. “Na nossa última noite juntos estava chateado com ser o melhor homem,” lembro.
Ele dá de ombros. “Um hábito. Um hábito que me despertou e mostrou como meu coração mudou. Percebi que segui em frente quando descobri que tinha ido. Que... me despertou mais do que a merda do casamento fodido. Estive pensando nisso e completamente focado em você. Nem sequer sinto uma pontada quando os vejo se beijando. Você me curou. Gostaria de poder fazer o mesmo.”
Aqui está um homem maravilhoso me dizendo que quer mais. Ele está pronto para seguir em frente comigo. Ele quer estar comigo. Ele está disponível. E tão bonito como tudo soou, mas meu coração ainda dói por Cruz. Sou ou a mulher mais estúpida do planeta ou a mais azarada. Possivelmente ambos.
“Preciso de tempo,” digo a ele porque quero um conto de fadas. Acredito que Eli é esse tipo de cara. Ele é seguro, sólido, bonito. Todas as coisas que meu pai é, que Rush Finlay é e que meus tios Mase e Cope são. Quero um homem como eles.
“Sou muito paciente,” ele responde.
Até mesmo o tom de sua voz é suave. Não faz meu coração acelerar ou desperta borboletas no estômago, mas faz-me sentir segura. Descanso a cabeça em seu ombro. Seu braço me envolve e ficamos lá em silêncio enquanto esperamos o resto da família.
Vinte e Seis
Cruz Kerrington
“VOCÊ A FODEU?” Blaze, meu irmão de dezenove anos pergunta sentando na outra extremidade do sofá que minha mãe se refere como ‘cova dos meninos.’ Fica no piso inferior da nossa casa de três andares e tem tudo que um adolescente pode precisar. Até um miniginásio com pesos. Vim aqui logo que chegamos em casa para evitar o resto da família.
“Só a ignorei,” não respondo voltando minha atenção para o jogo de beisebol que estou assistindo.
Blaze ri. “Isso quer dizer sim. Porra! Ela é tão gostosa.”
Fúria me toma. “Se quer viver é melhor calar a boca,” aviso. Não quero que ninguém saiba o que fizemos, mas também não quero que meu irmão pense em Lila Kate e sexo na mesma frase.
“Qual é o seu negócio? Jesus, relaxe. Lila Kate é sexy. Eu daria minha bola esquerda para transar com ela.”
Movo-me. Rápido. Sem pensar. Prendo Blaze no sofá com a mão em torno de sua garganta. Ele é um centímetro, talvez dois mais alto que eu, mas é mais esguio. Seus músculos são pequenos. Sou mais pesado que ele. Também sou dois anos mais velho. “Cale sua boca porra. Você me entendeu merdinha estúpido?”
Ele assente incapaz de respirar, então solto meu aperto em seu pescoço. Em seguida, o olho uma última vez antes de voltar para meu lugar. “Vá embora,” digo ao sentar novamente.
Posso vê-lo esfregando o pescoço. Droga de drama. Ele finalmente levanta e estou tão aliviado que quase suspiro. Só quero ficar sozinho.
“Se você a ama, então não está fazendo um bom trabalho em demonstrar. Isso é tudo que estou dizendo.” Após as palavras saírem de sua boca, ele se vira e corre em direção as escadas.
“Eu não a amo,” disse a ninguém. Mas preciso dizer. Colocar para fora. “Eu não amo ninguém. Amor não é para mim.” Continuo falando para a sala vazia.
A imagem de Lila Kate em pé no funeral. Sua pele macia bronzeada tão perfeita e nua no vestido que ela usava fez meus dedos coçarem para tocá-la. Sentir a textura sedosa. Se Eli fodido Hardy a abraçasse, não seria responsável por minhas ações. Mas ele não fez. Ele é o cara bom. Ele não tocou em seu corpo. Só segurou sua mão.
Ela parecia precisar do apoio. Lutei contra o ciúme me comendo por ser a pessoa ao seu lado. Foi minha escolha foi não ser. Sofri por seu bem estar.
Passos na escada desta vez me alerta que estou prestes a ser interrompido novamente por um membro da família. Jogo a cabeça para trás e fecho os olhos ao suspirar com irritação. “Você não pode apenas me deixar em paz?” Rosno frustrado quando o próximo membro intrometido da minha família entra.
“É apenas um minuto. Preciso dizer uma coisa. Então não vou incomodá-lo novamente,” a voz de Lila Kate faz minha cabeça levantar. Que porra ela faz aqui?
Ela usa um vestido branco que mostra muita pele. Estou hipnotizado. A visão dela. Toda sua suavidade perfeita. Aqui na minha casa. Por quê?
“Blaze disse que estava aqui e que poderia vê-lo por um momento. Ele saiu com seus pais para o almoço no clube. Não queria incomodá-lo,” ela para e olha o jogo na televisão. “Vejo que você está ocupado assistindo algo. Serei rápida.”
Ela se aproxima parando a alguns passos de distância. “Eu não cometi um erro. Sabia o que estava fazendo. Eu esperava isso de você. Não esperava mais nada. Eu escolhi ir com você, dormir com você, permiti-me gostar de estar ao seu lado. Isso foi tudo para mim. Vou lidar com as memórias. O desgosto. Tudo isso porque pedi por ele. No início, pensei ser estúpida. Amaldiçoei minhas más decisões. Mas... estou grata por ter feito. Eu deixei você me machucar. Mas nós tivemos um momento. Agora sei como é. Como você... me faz sentir. Eu não me arrependo. Não me arrependo de você. Vou seguir em frente. Ir por outro caminho. Nunca o incomodarei novamente. A vida vai voltar ao que era antes.” Ela para e sorri. É um doce e triste sorriso. Ele deixa meus malditos joelhos fracos mesmo estando sentado.
“Faz menos de quarenta e oito horas, mas foi divertido. Emocionante. E sempre me alegrarei por ter feito. Obrigado, Cruz Kerrington,” diz ela quando fecha a distância entre nós e se inclina para dar um beijo em meus lábios. “Adeus,” ela sussurra contra eles. Então levanta e caminha em direção à escada.
Meus lábios ainda estão formigando de excitação por seu toque. Meu corpo anseia o cheiro de seu corpo. Deixá-la ir parece impossível. Estou fora do sofá e atrás dela tão rápido que não tenho tempo para pensar. Minhas mãos agarram sua cintura, e aperto-a contra a parede. Há um milhão de coisas que quero dizer. Mas não falo nenhuma.
Beija-la é a coisa certa. Sem a porra de um beijo doce. Eu reivindico sua boca. Provo sua doçura. Fico bêbado no néctar que é Lila Kate. Desejo isso desde que a deixei. Sonho com isso. Tentei tirá-la do meu sistema com outra mulher. Nada funcionou. Esta é a única maneira de curar meu desejo.
Suas mãos envolvem meus cabelos e minhas mãos sobem para sentir o peso de seus seios. Coloco a mão sobre seu coração e os batimentos fazem o meu disparar. Fiz isso com ela. Ela quer tanto quando eu. Somos a porra de explosivos. Nunca houve outra mulher que me fizesse reagir desta maneira. Por que não posso apenas fazê-lo durar mais tempo? Apreciar até que termine.
Quando suas mãos tocam meu peito e me empurram firmemente, estou atordoado.
“Isso é suficiente,” ela ofega e desliza para longe do meu corpo para libertar-se de onde a prendi.
“Nós estamos apenas começando,” respondo minha própria voz rouca por falta de oxigênio.
Ela balança a cabeça. “Não, Cruz. Meu beijo foi um adeus. Aquele beijo foi um encerramento.” Enquanto estou tentando entender o que falou ela vai embora. Deixa-me lá. Bem desse jeito. Sem lágrimas. Nada.
Eu me sentiria melhor se ela tivesse chorado? Não quero machucá-la. Quero me trancar num quarto com ela e nunca sair. Mas não quero machucá-la.
Ela me mostrou suas emoções antes. Na Bourbon Street eu vi. Tudo. Sei que seu coração é suave. Que as lágrimas caem facilmente. Então, isso significa que a mulher que acabou de sair daqui é algo... que eu provoquei. Ela não foi fria. Ela terminou. Mostrei o quanto posso machucá-la e ela viu que eu não valho a pena. Ela sabe que merece mais.
Seu cheiro se agarra a minha pele. Meu corpo dói com a perda dela em meus braços. Mas mais do que isso minha alma sabe que apenas afastei a única coisa que me despertou. Perdi a mulher que me mostrou como o fogo é.
Afundo na cadeira atrás de mim. Seguro a cabeça com as mãos. Está feito. Nós tivemos nosso pequeno momento. Queria dizer que mostrei como sou ruim para ela. Como posso arruiná-la. Que preservei a ambos. Mas no final, sou o único completamente arruinado.
Vinte e Sete
Lila Kate
O ESPAÇO ERA PERFEITO. Ele iria crescer comigo. Com minhas aulas de dança. Eu podia ver um futuro aqui. Eu tinha o dinheiro para começar. Eu compraria este lugar, todo o equipamento e começaria a anunciar. Claro, eu queria encontrar uma aventura duas semanas atrás, mas agora uma aventura sempre me lembra Cruz. Ele tinha sido a minha verdadeira aventura.
Eu quase tinha deixado a sua presença nesta cidade fazer-me correr. Quando admiti para mim mesma que eu estava olhando para estúdios de dança fora de Rosemary Beach, porque eu estava tentando evitar Cruz, tinha começado a minha pesquisa aqui. Só fazia sentido começar o meu primeiro estúdio em uma cidade onde eu conhecia todo mundo e avançar mais tarde para expandi-lo. Eu não tinha planos de ficar aqui para sempre. Mas, por agora, fazia sentido. Minha necessidade de aventura tinha sido sugada de mim. Tinha sido fugaz. Eu tive aventuras demais no período de uma semana que durariam alguns anos.
A porta se abriu atrás de mim, e Ophelia Finlay ficou ali parecendo tão glamorosa como sempre.
“Eu te liguei três vezes.” Ela me disse como se eu não tivesse visto as chamadas não atendidas no meu telefone.
“Eu estive ocupada.” Respondi.
Ela suspirou alto. “Você não vai mesmo considerar? Eu seria uma incrível companheira de quarto.”
Ophelia tinha ouvido falar, por sua mãe, que eu estava comprando um condomínio e começando meu próprio estúdio de dança. Palavras viajam rápido quando suas mães são melhores amigas. Ela estava tirando um ‘tempo’ da faculdade este ano, porque precisava de uma nova direção ou algo dessa natureza. Isso era muito Ophelia.
“Eu não estava considerando. Não duvido que você seja uma boa companheira de quarto. Eu só precisava ter certeza de que era isso que eu ia fazer,” Eu virei em um círculo olhando para o prédio. “Mas é isso mesmo. Este é o lugar.”
Ophelia assentiu. “Este será um bom estúdio. Excelente localização.”
Eu apontei para cima. “Meu apartamento será lá em cima. Estou comprando o prédio. Eu preciso poupar dinheiro, e ficar onde eu trabalho faz sentido.”
Ela fez uma careta. “Você vai morar aqui?”
Eu balancei a cabeça. “Sim.”
“Como se parece lá em cima?”
Dei de ombros. “É um grande loft, vigas expostas, muito abertas. Não é realmente o seu tipo de lugar.” Foi por isso que eu não tinha respondido suas ligações.
“Que horas serão as suas primeiras aulas?” Ela perguntou, ainda não parecendo satisfeita.
“Às oito da manhã.” Eu respondi.
Sua determinação para ser a minha nova companheira de quarto parecia que estava desaparecendo rapidamente. “Oh.”
Isso foi o que eu pensei. Este seria o meu mundo. Meu trabalho e meu loft. Eu não imaginava que iria atrair alguém.
“Posso vê-lo?” Perguntou ela, esperançosa.
“Certo, vamos.” Eu respondi. “Por este caminho.”
Eu abri o caminho para a porta de trás, que foi pintada de azul. Eu mudaria isso. Ela abria-se para as escadas que iam para o sótão. Havia exatamente vinte e cinco degraus. Quando chegamos ao topo, não havia porta. Gostaria de trabalhar com isso, também.
A área de quatro mil metros quadrados era quase completamente aberta. A única privacidade era um banheiro à esquerda e a escada em espiral que levava a mais uma área do loft que seria o meu quarto. A cozinha estava completa e era toda em aço inoxidável. Mesmo as bancadas eram inoxidáveis. Era tudo muito industrial.
“Existe um segundo quarto?” Perguntou ela observando a área.
“Não. O proprietário original era um homem. Mas se você está realmente interessada, há espaço suficiente. Nós podemos construir paredes nesse canto próximo ao banheiro, e você teria um quarto de tamanho suficiente. Mas teríamos que dividir o banheiro.”
Ela caminhou enquanto estudava toda a área de Rosemary. Era pequena e uma rua pitoresca com lojas. O exterior de todas as lojas era muito ‘costa do sul’, e me senti confortável com isso. Muito diferente da área onde tínhamos vivido quando crianças. Finalmente, ela se virou para mim e sorriu. “Vamos fazer isso.”
Se tivesse sido Phoenix Finlay, eu não teria dito absolutamente nada. Mas eu poderia viver com Ophelia. Além disso, o rendimento do aluguel pagaria os serviços públicos neste local. Fazia sentido ter este acordo.
“Eu vou falar com o papai para ele arrumar alguns trabalhadores aqui para construir um quarto assim que eu assinar a papelada deste lugar.”
Ela estava sorrindo brilhantemente. “Quanto tempo você acha que vai precisar?”
“Até o final dessa semana.”
Ela bateu palmas com entusiasmo. “Isto será muito divertido!”
Eu esperava que sim. “Você quer um emprego? Porque eu vou precisar de ajuda no escritório uma vez que abrir o estúdio.”
“Certo! Por que diabos não? Podemos apenas retirar o aluguel do meu salário?”
“Isso seria bom para mim.”
Conversamos um pouco mais antes de Ophelia sair para contar para a sua mãe sobre seus planos. Entrei e puxei-me para cima, para me sentar no bar da cozinha. Eu poderia fazer uma vida aqui. Não era na parte rica de Rosemary Beach, onde as grandes casas eram e o clube estava localizado. Ficava logo ao lado dele, mas parecia separado. Eu não estava deixando a cidade, mas eu estava começando uma nova vida nesta cidade.
Meu telefone tocou e ecoou no grande espaço vazio. Olhei para ele, era Eli. Sorrindo, eu respondi. “Olá.”
“Como parece o lugar?” Ele perguntou. Eu tinha lhe dito, por uma mensagem de texto que eu lhe enviei ontem à noite, que viria verificá-lo hoje.
“Perfeito. Eu acho que vai ser perfeito.”
“Droga. Eu estava esperando que você achasse que é ruim e viesse para Sea Breeze comprar algo por aqui.” Ele estava brincando, mas eu sabia que ele também ficaria contente se isso acontecesse.
“Você sempre pode vir a Rosemary Beach.” Eu respondi.
Ele ficou quieto por um momento. “Não me tente.”
Eu me perguntei se ele iria realmente fazer isso. Talvez um novo começo fosse o que ele precisava. “Eu não iria reclamar se você viesse.” Eu adicionei.
Ele riu e acrescentou, “É difícil dizer não para você também. Mas eu tenho um emprego, e não posso apenas largar tudo e fugir.”
Ele tinha um ponto. “Eu sei. Queria esclarecer que se você precisar de uma aventura eu ficaria feliz em ser o seu início.” Eu estava brincando, mas ele ficou quieto.
Mordi meu lábio nervosamente. Talvez eu não devesse ter dito isso. Nós não falamos muito sobre aquela noite. Eu não tinha certeza se ele se lembrava de me perguntar se ele foi o início da minha aventura. Esperei por ele dizer algo e me preocupei todo o tempo em que ele ficou em silêncio.
“Eu poderia considerar se pudéssemos ter outro sexo na praia. Eu penso muito sobre isso. Desejo a Deus que eu não tivesse estado tão malditamente bêbado.”
Após Cruz, eu não estava pronta para fazer sexo com ninguém. Eu queria estar um dia. Mas, por agora, eu simplesmente não podia. Em uma semana, eu tinha feito sexo com dois homens diferentes. Isso tinha sido um inferno de uma aventura.
“Um dia, se for à hora certa.” Eu disse suavemente enquanto imagens de Cruz e as coisas que tínhamos feito apareciam na minha cabeça. Meu coração doía junto com elas.
“Eu não quero ser apenas o começo de sua aventura Lila, eu quero ser o fim.”
Vinte e Oito
Cruz Kerrington
MINHA CABEÇA ESTAVA FODIDA. Eu estava no trabalho fazendo o que meu pai me pediu para fazer. Não porque ele pediu, mas porque eu estava tão fodido da cabeça que eu precisava de algo para me distrair. E as bucetas de outras mulheres não estavam funcionando.
“Cruz, você parece tanto com o seu pai em sua idade, que eu tive um flashback. Eu era uma garçonete novamente e lá estava o chefe. Você está bem aqui no Club Kerrington de polo. Eu sei que Woods está orgulhoso de tê-lo aqui com ele.” Blaire Finlay disse quando entrou na sala de jantar com minha mãe e Harlow Carter, a mãe de Lila.
“Ele é gêmeo de seu pai. Em tudo, incluindo a atitude.” Disse minha mãe com um sorriso.
“Não vou dizer a ele que você disse isso.” Eu disse, sabendo que ele não gostaria de ouvir que eu agia como ele.
Blaire riu, e as três passaram por mim. Minha mãe fez uma pausa para apertar meu braço gentilmente. Harlow estava quieta. Ela não falava alto como as outras ou chamava a atenção para si mesma. Ela era quieta, bonita, não parecia em nada que tinha a sua idade, e tudo que eu podia ver era Lila Kate vinte anos mais velha. O homem que a segurar será um sortudo filho da puta.
Irritado com minha linha de pensamento, eu andei pelo corredor em direção ao escritório do meu pai, para onde eu estava indo quando as três tinham chegado. Eu adorava vir a este escritório. Isso significava que veria meu pai. Ele me colocava em sua mesa e me deixava brincar com um brinquedo pequeno de golfe que estava sobre ela. Eu assistia a tela plana na parede e o observava enquanto ele trabalhava. Eu queria ser como ele.
Caramba, como os tempos haviam mudado.
A porta do escritório do meu pai abriu e ele saiu antes de eu chegar a ele. Seu olhar imediatamente parou em mim. “Bem, você chegou na hora. Eu terei um almoço com o Capitão, se lembra do irmão de Blaire Finlay? Sua filha Emmeline está com ele. Ela está sendo preparada para assumir a franquia de restaurante aqui em Rosemary Beach. Eu acho que ter você lá vai fazê-la se sentir mais confortável já que você está mais próximo da idade dela.”
Encontro de almoço. Fan-porra-tastico. “Eu conheço Emmeline, e a chamamos de Emmy. Ou pelo menos era assim há dois anos, quando eu falei com ela em um evento realizado aqui por uma coisa ou outra.”
Papai concordou. “Bom. Franny, a filha mais velha do Capitão supervisiona as franquias no Alabama e Tennessee. Emmeline está sendo treinada para assumir as franquias da Flórida e Geórgia. Ela não estará pronta até se formar na faculdade, mas o Capitão começa a prepará-las desde jovens. Como eu deveria ter feito com você. Empresário inteligente.” Meu pai disse enquanto andava e esperava que eu o acompanhasse.
“Vamos comer aqui?” Perguntei esperando a resposta negativa. Eu não estava no humor para lidar com a multidão lá dentro.
“Não. Vamos para o lugar do Capitão.”
“Por que exatamente estamos nos reunindo com ele?”
“Porque nós precisamos de outro restaurante no clube. O grill junto à piscina e o salão de jantar principal não são suficientes. Não mais. É hora de nós expandirmos.”
“Então você irá colocar um dos restaurantes do Capitão no clube?”
“Possivelmente. Parece ser uma boa ideia. Vamos ver o que se desenrola.”
O novo Dodge Ram do meu pai estava estacionado na frente e um manobrista já tinha começado a trazê-lo para nós. Subimos e nos dirigimos para a propriedade do clube, na parte de negócios de Rosemary Beach, onde fazem compras, comem, fazem mais compras e toda a merda turística estava localizada. Eu não disse muito, apenas observei a cidade passar. Perguntei-me sobre Lila Kate, porque esse era o meu novo hábito que eu não podia deixar.
“Conversou com Lila Kate ultimamente?” Papai perguntou como se ele pudesse ler minha mente.
Eu balancei a cabeça negativamente.
“Então você não sabe sobre ela comprar esse lugar?” disse ele, e meus ouvidos se animaram.
“O quê?”
Papai parou em um dos três semáforos na cidade e apontou para uma loja de dois andares na esquina da rua principal. “Aquele ali no fim. Grant disse que ela comprou. Ela está abrindo um estúdio de dança.”
Estudei o edifício azul pálido. Grandes janelas forradas, piso inferior e no segundo andar tinha os protetores contra furacões que eram tão populares por aqui. “Isso não pode ter sido barato.” Wu disse perguntando o que diabos ela estava pensando.
“Não foi. Mas ela tem um fundo fiduciário de Kiro. Ela tem uma boa cabeça para os negócios. Em vez de viver com o dinheiro, ela o está usando para fazer mais. Para construir alguma coisa.”
Eu podia ouvir a admiração em seu tom. Eu sabia que ela era especial. Ele não precisava reforçar isso. Eu entendi. Foi por isso que a afastei. Isso tinha sido o correto.
Papai puxou o caminhão na frente do lugar do Capitão em Rosemary Beach, e eu saí ainda olhando para o lugar que agora era de Lila. Ela não estava deixando a cidade. Isso era bom. Como se eu pudesse respirar melhor. Não que fosse importar onde ela vivia, mas eu a queria aqui. Isso era muito fodido.
“Ouça, preste atenção, e seja educado. Fale com Emmeline. Não aja como um idiota.”
Eu sorri. “Quando eu fui um idiota com uma mulher?”
“Inúmeras vezes, Cruz. Muitas vezes.”
Carrancudo, eu o segui e o cheiro de frutos do mar me bateu. Eu não tinha estado aqui há muito tempo, mas a comida era boa. Eu deveria sair mais vezes. Não iria me prejudicar andar por essa parte da cidade.
“Woods, Cruz, é bom ver vocês dois.” Capitão Kipling disse enquanto apertava a mão de papai, em seguida, a minha. “Quando você se transformou em um homem?” Ele brincou, e em seguida, me deu um tapa nas costas.
Emmy caminhou ao seu lado e sorriu para mim. Não era o tipo educado de sorriso de negócios que eu estava esperando. Ela estava mais velha e, nos últimos dois anos ela amadureceu. Ela também sabia disso. Seus longos cabelos loiros e olhos verdes brilhantes eram uma combinação impressionante contra o bronzeado deixado pelo sol em sua pele.
“Olá, Cruz.” Seus olhos brilhavam com malícia quando ela disse meu nome.
“Emmy,” eu respondi com um aceno. “Bom te ver.”
“Enquanto vocês se sentam, eu vou levar Cruz comigo para pegar o laptop que você precisa papai. Eu posso mostrar-lhe em volta também.”
Capitão e meu pai já estavam conversando socialmente, e ele apenas balançou a cabeça. Meu pai me deu um olhar de aviso antes de se afastar. Essa não parece ser uma boa ideia. Será que os dois não viram a forma como Emmy tinha olhado para mim? Eles eram tão cegos? Ela não estava pensando porra nenhuma em negócios.
“Meu pai me disse que você está sendo preparado para assumir o clube.” Disse ela andando tão perto de mim que o seu braço escovou contra mim.
“Sim.” eu respondi.
“Eu estarei na cidade mais vezes para conhecer este lugar. Durante o verão, estarei aqui para trabalhar. Até eu voltar para a Universidade UT, deveríamos fazer alguma coisa.” Sua voz caiu para um tom sensual. Merda.
“Não sei o que você está pensando, mas estaremos potencialmente trabalhando juntos. Não acho que temos que atravessar as linhas.”
Ela se aproximou, em seguida, deu um passo na minha frente para abrir a porta e me levou para dentro. Eu estava na sala e percebi que era um escritório antes dela fechar a porta. “O que há de errado em ter um pouco de diversão? Isso fará com que trabalhar juntos seja mais agradável.”
Sua mão tocou meu braço e me afastei quando ela se aproximou mais de mim. “Eu sempre tive uma queda por você. Mas eu acho que todas as meninas têm.”
Foda-me. O que diabos eu deveria fazer com isso? Normalmente, eu mergulharia neste convite, mas o tempo estava fora aqui. Minha cabeça estava desarrumada, e Emmy não era alguém que eu pudesse mexer sem que meu pai ficasse irritado.
“Olha, por mais tentador que seja, temos que trabalhar juntos. Eu tenho certeza que você está bem ciente da minha reputação. Eu não quero qualquer atrito entre nós.”
Ela riu, em seguida, e moveu-se para frente de mim. Seu peito quase tocou o meu. “Eu não estou à procura de um relacionamento, Cruz. Eu só quero um pouco de diversão.”
Se eu pudesse ver além do rosto de Lila Kate, eu poderia aceitar isso. Mas caramba, eu não poderia usar Emmy dessa forma. Eu teria que fechar os olhos e fingir. A última garota que eu estive nas duas noites anteriores, eu realmente a chamei de Lila. E aquilo não terminou bem.
Embora se alguém pudesse atrapalhar a minha obsessão por Lila, isso iria me salvar. “Eu vou ser honesto com você. Eu terminei com alguém há pouco tempo e estou trabalhando através disso. Superando tudo. Mas eu ainda não cheguei lá.”
Emmy mordeu o lábio inferior sedutoramente e então finalmente pressionou os seios contra o meu peito. “Eu posso te ajudar com isso.”
Por que essa merda sempre acontece comigo? “Não tenho certeza que seja uma boa ideia.” Argumentei, mas as minhas palavras não soaram muito convincentes. Ela era gostosa. Eu era um cara e eu estaria mentindo se dissesse que não gostei dela.
“Dê-me uma chance. Apenas um gosto e você vai ver...” ela sussurrou e, em seguida, sua mão deslizou até o interior da minha coxa e segurou meu pau. Puta merda!
“Você me deixa duro e eu vou ter que andar por aí com um tesão do caralho. Isso não será legal para qualquer um dos nossos pais.”
“Se eu te deixar com tesão, eu posso resolver isso pra você.”
Desta vez, eu ri. “Confie em mim, querida, não temos tempo para isso.”
Ela moveu a mão, enquanto eu já estava semiduro. “Quando você tiver tempo... Eu sou ótima em chupar um pau.”
Eu ainda estava preso em suas palavras quando ela se afastou e pegou um laptop fino. “Vamos chegar a essa reunião. Estou morrendo de fome.” Ela disse enquanto me lançou um sorriso malicioso, em seguida, balançou seus quadris quando saia pela porta.
Eu poderia fazer isso. Desfrutar dela. Divertir-me. Ela não era a boa menina que eu tinha assumido. Emmy Kipling era impertinente. Deve ser a coisa da garota da faculdade se tornando selvagem. Eu estava pensando nisso e relaxei um pouco quando nos juntamos aos nossos pais.
Emmy de repente tornou-se toda negócios e era encantadora e inteligente. Ela sabia muito sobre o lugar e fez os dois homens rirem quando falou sobre uma merda que era engraçada. Eu não falei tanto, mas me esforcei para manter o meu pai feliz.
Apenas quando aceitei isso, senti que ia ficar bem, pelo menos, não tão ruim quanto eu tinha pensado quando o meu pai disse que tínhamos que vir a esta reunião. Comecei a sorrir e há flertar um pouco, pisquei para Emmy quando nossos pais estavam ocupados discutindo outra coisa e ela me deu um sorriso que prometia algo mais tarde. Algo que eu estava me preparando para aceitar. Então eu senti. Um calor morno. Um formigamento. Levantando os olhos, eles bloquearam com os que não saia da minha cabeça.
Lila Kate estava lá, com um pedido em suas mãos. Seus olhos estavam em mim. A dor era óbvia e vê-la lá cortou meu peito.
Eu era um bastardo.
Vinte e Nove
Lila Kate
BAIXEI OS ALIMENTOS sobre o balcão da minha cozinha e gritei de frustração. Eu o odiava. Eu odiava Cruz Kerrington. Eu o odiava. Abrindo um armário, eu peguei um copo e o enchi com água gelada. Seu sorriso estúpido na minha cabeça enquanto ele piscou para Emmeline Kipling. Ela tinha o quê, dezenove? Deus, ele era um porco.
Se ela o deixar se aproximar, ela é estúpida. Estúpida como eu. Eu gemi com o pensamento e abri o saco para tirar a comida que já não parecia atraente. Havia outros lugares que eu poderia ter comido hoje. Por que eu tive que ir lá? Por que eu tinha que ver aquilo?
Sentei-me em uma das banquetas coloridas que chegaram ontem. O local era tão industrial que eu tinha adicionado toda a cor e arte que eu podia. Eu gostei da maneira como ele estava ficando. Os banquinhos foram pintados por um artista local e cada um tinha uma face louca artística diferente pintada nas costas.
Olhei para as patas de caranguejo na minha frente quando forcei um em minha boca. Eu tive que comer. Eu estava trabalhando no andar de baixo durante todo o dia e ainda faltava mais de um mês para abrir o local. Eu tomei um gole da minha água e, em seguida, olhei para o meu telefone. Eu não tinha falado com Eli em duas semanas. Ele sabia que eu tinha comprado o lugar, mas eu tinha estado tão ocupada me mudando que não tinha enviado nenhuma mensagem para ele.
Peguei meu telefone e decidi mudar isso. Nós não fomos feitos para ser mais do que amigos, mas eu gostava da sua amizade. Nós amamos pessoas que não nos amam de volta. Ele entendeu.
“Já me mudei. Quando você vem me visitar?” Então eu pressionei enviar.
Ophelia não veio ainda. O quarto dela estava quase concluído. Ela tinha ido para Los Angeles com Phoenix para visitar seu avô por uma semana. O lugar tinha estado tranquilo. Apenas eu e meu pai, juntamente com alguns de seus funcionários que vieram trabalhar no quarto nos últimos dias.
“Quando for convidado.” Foi sua resposta.
Eu senti falta dele. Eu perdi o cara de confiança que cumpria o que ele disse que ia fazer. Ele era honesto e não fazia coisas que poderiam ferir os outros. Eu queria que Eli tivesse sido o único a roubar o meu coração. Ver Cruz com outra pessoa seria mais fácil se ele estivesse aqui.
“Você está convidado. Considere este o seu convite oficial.”
Enviar textos para ele aliviou a dor que eu senti no meu coração e comecei a comer a minha comida e me divertir. Se eu pudesse voltar atrás e não implorar a Cruz pelo impossível naquela noite, na Bourbon Street, eu o faria. Eu pegaria tudo de volta. Desistiria das memórias. As pessoas que disseram que não trocaria isso, mesmo que doa, eram loucas. Eu desistiria em um piscar de olhos. Eu não queria pensar nele.
Eu queria esquecer tudo.
“Sexta-feira é cedo demais?” Eli mandou uma mensagem de volta.
“É perfeito.” Eu respondi.
Isso me dava dois dias para arrumar esse lugar. Eu gostaria de fazer alguns planos para nós e, em seguida, me divertir. Eu não penso sobre Cruz. Eu não ligo para o que ou quem ele estava fazendo suas coisas. Eu vivo minha vida.
“Vou começar a fazer a mala.”
Eu rio com o último texto e acabo de comer.
As coisas estavam se tornando diferentes do que eu tinha imaginado, mas elas não eram ruins. De modo nenhum. Eu estava animada. Logo eu possuiria um estúdio de dança. Eu ficaria para ensinar crianças, incentivá-las a encontrar o seu amor pela dança do jeito que eu tinha encontrado.
Eu limpei minha refeição e desci para voltar a pintar as paredes. Papai tinha se oferecido para fazer isso, mas eu queria saber que eu tinha feito algo. Este era o meu lugar. Eu gostava de ter a minha mão em torná-lo pronto para morar.
Quando passei pela porta, Cruz estava ali olhando ao redor. Suas mãos estavam nos bolsos do jeans, e com um olhar que eu não conseguia ler em seu rosto. Eu pensei em virar e correr de volta lá pra cima, mas eu não tinha doze anos. Eu era uma adulta e este era o meu estúdio.
“Posso ajudá-lo?” Perguntei.
Seu olhar voltou-se para mim. Ele não tinha me ouvido entrar. “Ei.”
Eu não respondi. Eu só continuei em silêncio olhando para ele.
“Sobre o que você viu,” ele começou e eu levantei a mão para detê-lo.
“Não faça isso. Por favor, não venha aqui e aja como se você tivesse que explicar alguma coisa para mim. Eu acho que eu fui clara em sua casa. Tivemos um encerramento. Está feito. Tenho que terminar de pintar. Se você me der licença.” Fui até a tinta e o rolo que eu tinha deixado quando saí mais cedo, e esperei que ele tivesse virado e saído.
“Se você teve a porra do seu encerramento, por que seus olhos pareciam tão incrivelmente magoados? Diga-me Lila. Diga-me por que seus olhos tomaram meu fôlego? Porque, com certeza, não foi um encerramento que eu vi neles, porra.”
Fiz uma pausa e respirei fundo. Ele estava certo. Mas eu não ia admitir isso. “Ainda é recente. Estarei bem em breve.”
“Porra, quando descobrir como superar isso você poderia me dizer como? Porque Deus sabe que eu preciso de ajuda.”
Eu não podia deixá-lo chegar a mim. Eu não podia deixar suas palavras me fazerem fraca ou acho que eu não poderia confiar nele. Que não poderíamos ter nada.
“Você estava indo muito bem.” Eu respondi e me dobrei para pegar o rolo e tirar a tampa da lata de tinta.
“Lila, olhe para mim. Jesus, só olhe para mim merda. Diga-me se isso se parece com um cara que não se importa? Você me viu flertar. Eu tenho flertado desde que eu consigo andar. Não significa nada. É apenas como eu reajo a mulheres que estão flertando comigo.”
Eu rio e então balanço a cabeça. “Tanto faz. Eu não me importo. Basta ir.”
Ele ficou lá. Não falou e não saiu. Tentei me concentrar na minha pintura, mas foi difícil com seus olhos me observando. Esperei que ele dissesse algo mais. Se ele simplesmente deixasse isso acabaria de uma vez. Tudo isso. Eu experimentei isso. Sabia como era e estava pronta para deixá-lo no passado.
“Se você não se importa então poderíamos sentar, conversar, tomar uma cerveja. Nós não podemos fazer isso, Lila. Então, sim, você se importa.”
Ele estava certo. Eu o odiava por estar certo. Se eu não me importasse não haveria emoção. Eu estaria bem com uma visita. Eu não estaria exigindo que ele saísse. Deixei minhas mãos cair ao meu lado e me virei para encará-lo.
“Você está certo. Eu me importo. Mas eu quero não me importar. Quero esquecer que tudo aconteceu. Quero esquecer você.” As palavras, embora fossem verdades, soaram muito mais frias e mais duras quando eu disse em voz alta. Eu quase as retraí, mas me contive. Ele me machucou. Se isso for machucá-lo, então, tudo bem.
“Eu não quero esquecer.” Sua voz era profunda e dolorosa.
Comecei a dizer algo para suavizar a situação, mas então ele fez como eu pedi. Ele se virou e saiu. Depois que a porta se fechou atrás dele, o lugar ficou em silêncio novamente. E eu estava sozinha mais uma vez.
Trinta
Eli Hardy
O CHEIRO DE TINTA FRESCA me pegou enquanto eu ia para dentro do prédio que seria o estúdio de dança de Lila. Era uma pálida sombra de azul, e o teto sem pintura logo parecia com o céu da manhã. Ela me contou sobre um artista que tinha vindo para pintá-lo. Ainda havia muito a ser feito, mas eu estava feliz por ela. Ela estava tão animada quando ela falou sobre seus planos. Eu a ouvi por mais de uma hora na noite passada. Quando ela percebeu quanto tempo estava falando comigo sobre isso, ela se desculpou. Tinha sido bonito.
Nenhuma vez na minha vida alguém tinha me feito esquecer Bliss. Havia sempre uma dor no meu peito quando eu pensava nela. Até agora. Aquilo tinha ido embora. Eu sabia o porquê. Lila havia se tornado importante para mim. Ela tinha sido tão adorável que eu não conseguia pensar em mais ninguém. Bliss era o que deveria ter sido sempre para mim, uma amiga. Uma grande amiga com quem eu me preocupava, mas eu poderia dizer honestamente que eu não amava a minha melhor amiga. Fiquei feliz por Bliss ter encontrado Nate e que a vida dela estava cheia de alegria.
Eu puxei minha mochila por cima do meu ombro e atravessei a sala em direção a uma porta na parte de trás. Ela tinha dito para entrar naquela porta e seguir em frente até as escadas. Esta noite ela estava cozinhando pela primeira vez em sua cozinha e não queria deixar a comida sem vigilância, de modo que ela tinha deixado as portas destravadas para mim.
O cheiro de tinta desapareceu quando a pesada porta se fechou atrás de mim. Eu comecei a subir as escadas. Podia sentir o cheiro de alho antes de eu ter andando a metade do caminho.
“Eli?” Lila gritou.
“Sim!” Respondi.
Eu ouvi o toque de seus pés enquanto caminhava em minha direção. Quando cheguei ao topo da escada, ela estava lá para me cumprimentar. Ela era de tirar o fôlego. Droga... era bom estar aqui.
“Você está aqui!” Ela disse sorrindo para mim como se eu não fosse aparecer. Então ela acenou com a mão e deu a volta. “É isso. O que você acha?”
O espaço parecia que pertencia a um homem solteiro. Lila tinha adicionado um monte de coisas suaves de mulher, tudo colorido para subjugar a masculinidade do lugar. No entanto, a aparência rústica industrial, com as vigas expostas, foi construída para um homem em mente. Nada chique. Apenas aberta e útil.
“Eu acho que gostaria de alugar aquele quarto se Ophelia desistir.” Eu disse, brincando.
“É ótimo, não é? Eu amo a vista e a sensação de que esse lugar é meu.”
Eu balancei a cabeça. “Sim, isso é ótimo.” Assim era o meu ponto de vista.
Lila usava uma saia branca curta e com um top azul sem mangas que mostrava seu bronzeado. Seus cabelos estavam presos no alto da cabeça em um nó confuso. Ela não estava usando maquiagem, mas não precisa disso.
“Eu não tenho uma cama no quarto de Ofélia ainda, mas o sofá tem uma bicama, e é uma boa. Eu tinha verificado antes de comprar.” Olhei para a sala de estar, ela tinha um sofá de couro que era luxuoso e largo. Duas cadeiras com listras vermelhas e marrons e um grande pufe retangular estava no meio. A tela plana era enorme, mas então ela poderia ser visto de qualquer lugar em todo o ambiente.
“Isso parece confortável o suficiente para dormir.”
“Pode ser. Mas você é alto.” Ressaltou.
Eu testarei mais tarde. “O que você está cozinhando tem um cheiro incrível. Posso ajudar com alguma coisa?”
“Sim, você pode cortar as abobrinhas. Eu odeio cortar legumes.” disse ela. “Coloque a sua mochila mais perto do sofá e me diga sobre todos os acontecimentos atuais em Sea Breeze. Eu monopolizei a conversa na noite passada. Eu nunca soube o que aconteceu com Jude e Micah sendo presos.”
Deixei a minha mochila cair ao lado do sofá enquanto ela caminhava de volta para a cozinha.
“Damon, o melhor amigo de Micah, correu e os pegou antes que eles chamassem seu pai. Micah pode ter vinte e cinco, mas Jude tem apenas vinte anos. O pai deles teria ficado furioso. Eles são ambos idiotas por fazerem qualquer coisa com Saffron. Ela está sempre à procura de problemas.”
“Saffron os havia convidado para ir nadar na casa de um amigo que ela supostamente estava cuidando. Havia garotas de topless lá. Elas eram amigas strippers de Saffron, embora Saffron não seja uma stripper. Micah e Jude apareceram, e então tinha um menor bebendo na festa. As coisas ficaram muito altas. Os policiais vieram. Micah disse a Saffron para se esconder porque seu pai era um filho de uma cadela e que ficaria puto.”
Eli continuou. “Saffron não estava realmente cuidando da casa. Todos eles estavam lá sem o conhecimento do proprietário. Era a casa de um ex-namorado de uma das stripper. O ex-namorado e sua esposa estavam de férias.”
“Será que o dono da casa vai prestar queixa?” Lila perguntou quando me entregou a abobrinha.
“Não. A stripper que ele teve um caso ameaçou contar tudo para a esposa dele.”
Lila riu então. “Uau. Ok, isso soa como um filme. Sea Breeze é mais animada do que Rosemary Beach. Raramente temos drama. Nada de interessante.”
“Isso é porque você não tem uma Saffron Corbin por aqui.”
Lila passou por mim duas vezes para obter algo da prateleira de temperos. Eu estava tentando não assumir que ela estava fazendo isso de propósito, mas quando ela se aproximou a terceira vez eu decidi que era um convite. Coloquei a faca para baixo e agarrei sua cintura para puxá-la contra mim.
“Eu espero que isso esteja bem.” Eu disse num sussurro antes de reivindicar sua boca com a minha própria. Ela congelou num primeiro momento, e então lentamente derreteu-se contra mim, seus braços indo ao redor do meu pescoço. Isto foi melhor do que eu me lembrava.
Eu ouvi o azeite na panela atrás de nós chiar. Eu sabia que tinha que deixá-la ir, mas a sensação dela em meus braços estava tão certo que era difícil. Quando ela se afastou, ela me deu um sorriso tímido. “As cebolas vão queimar.”
Eu a deixei ir com relutância, e ela correu para movê-las com uma espátula. “Você está pronta para a abobrinha?” Perguntei ainda um pouco entorpecido por aquele beijo.
Ela olhou para mim por cima do ombro e assentiu.
Eu usei isso como uma desculpa para chegar perto dela. Peguei os legumes, em seguida, e fiquei tão perto de suas costas que nossos corpos se tocaram. Baixei a cabeça e sussurrei em seu ouvido. “Vou colocá-los na panela, você mexe.”
Lila tremeu e depois assentiu. Satisfeito que eu estava afetando ela desta forma, eu comecei a derramar lentamente a abobrinha em fatias na frigideira. Ela estava respirando rapidamente, e eu podia ver seu pulso pulando na curva de seu pescoço. Eu dei um beijo lá, incapaz de me segurar.
Ela respirou profundamente e, em seguida, estremeceu novamente.
CONTINUA
Eu só queria me divertir um pouco, e ela não podia deixar-me tê-lo. Ela não podia ficar puta da vida por alguns minutos. Jesus, ela era mais problema do que eu tinha previsto. Seus cabelos escuros foram à primeira coisa que eu vi quando sai do bar. Ela estava de pé apenas alguns metros do bar.
Tinha os braços cruzados sobre o peito, e seus ombros levemente caídos. Como se estivesse com frio e tentando se manter aquecida. Isso não podia ser ela, porque estava quente pra caralho aqui fora.
“Lila!” Eu a chamei. Ela lentamente virou-se para olhar para mim e, em seguida, retomou sua postura quando me viu, mas não estava interessada em mim. Ou como ela estava chateada.
Tomei alguns passos para alcançá-la, pronto para saber o que diabos ela estava pensando vindo aqui sozinha. Mas quando cheguei perto, ela abaixou os braços e manteve o olhar sobre tudo e qualquer coisa, menos em mim. “Pronto para o próximo bar?” Ela perguntou.
Estava chateada. Senti em seu tom. “Por que você simplesmente saiu?” Perguntei frustrado por toda essa cena. Eu tinha começado a me divertir.
“Eu não gosto desse bar.”
O que? “Só porque não gosta de um lugar você simplesmente o deixa. Você não podia esperar para me dizer?”
“Você estava ocupado.” O sarcasmo escorrendo de sua voz não foi perdido.
“Eu estava apenas começando a me divertir. Jesus, Lila.”
Ela começou a se afastar então. Ela estava com raiva e queria ficar longe de mim. Eu não tinha feito nada de errado. “Então volte lá e se divirta. Se é isso que você quer fazer, não tenho nenhum problema com isso.” O tom de sua voz não soava como se ela não tivesse problema com isso.
Estendi a mão e agarrei seu braço, parando-a. “O que há com você? Você está chateada por eu ter bebido shots nos seios daquela garota? Isso é o que ela está lá para fazer. Alguns dos bares aqui têm muito mais do que isso. Foi tranquilo. Eu não estava machucando ninguém.”
Ela suspirou profundamente, e, finalmente, virou-se para olhar para mim. “Isso é o que você gosta?”
“Beber shots de uma mulher? Sim, assim como todos os homens heterossexuais sobre a porra do planeta.”
“Você não a conhece.”
“Não, mas isso realmente não importa.”
Ela me estudou por um momento. “Você já se apaixonou, Cruz?”
Que porra é essa? O que tinha a ver eu gostar de uísque entre os seios para estar apaixonado? “Não, mas o que diabos isso tem a ver com esta conversa?”
O jeito que ela estava me estudando me deixou desconfortável. Como ela podia ver mais do que eu queria. “Porque parece superficial.”
“É sexy, divertido. Não é suposto ser mais nada.”
Lila não respondeu a isso. Deixei-a puxar seu braço para fora do meu alcance. Ela finalmente concordou. “Ok.” Eu não tinha certeza do que ela queria dizer com “OK” e se esse era o seu jeito de acabar com essa conversa ridícula que estávamos tendo, tudo bem.
“Vamos encontrar coisas mais sensuais e divertidas para fazer,” disse ela quando começou a andar novamente.
Eu caminhei ao lado dela. Ela foi até o bar próximo e não esperou por mim para pedir uma bebida. Em vez disso, ela foi direto ao bar e pediu uma dose dupla de uísque para si mesma, bebeu em um gole, então pediu outra.
“A menos que você queira me ter segurando seus cabelos lá fora, na rua, você precisa ir mais devagar,” eu avisei. Ela me ignorou e bebeu a próxima exatamente da mesma maneira. Depois disso, ela me deixou pedir a minha própria bebida e saiu para a pista de dança. Fiz o pedido com o barman, em seguida, assisti em choque como Lila Kate deixou um homem tomar sua mão e colocá-la sobre uma mesa. O cara no palco gritou “O que você quer ouvir coisa doce?”
Ela lhe deu um grande sorriso atrevido que eu nunca tinha visto em Lila Kate antes. “Poison,” ela gritou.
Poison? Que porra ela está fazendo?
“Eu acho que está apaixonada!” O cara no palco gritou. Em seguida, a banda começou a tocar, e assim o fez Lila. Eu sabia tudo sobre ela dançando. Ela tinha feito em toda sua vida. Foi à faculdade que fez. Mas eu não sabia era que, além do ballet e outras merdas de fantasias que ela tinha aprendido, em algum momento ao longo do caminho, Lila Kate tinha aprendido a fazer algo que faria milhões se ela estivesse decidida a tirar a roupa e tomar-se uma dançarina de Pole dance. Filho da puta.
Depois que eu puxei meu queixo do chão, eu tive que lutar contra o desejo de levá-la para fora e longe de todos assobios e aplausos. Foi sexy como o inferno? Sim. Mais do que qualquer coisa que eu já tivesse visto. Voltei à coisa de Branca de Neve que tentei explicar a ela mais cedo. Mas não era Lila. Ela tinha classe. Ela não era o tipo de garota que fazia coisas como esta.
Eu me segurei até que algum bastardo bêbado estendeu a mão e passou em sua panturrilha. Então eu estava feito. Ela tinha feito qualquer ponto maldito que queria fazer e eu não precisava ver mais. Caminhei pela multidão, e depois de empurrar dois caras de volta, agarrei as pernas dela e joguei-a por cima do meu ombro.
Ela gritou.
“Ei! Coloque a mulher para baixo!” Um cara que estava admirando a vista, disse em pé no meu caminho.
“Ela está comigo. Estamos viajando juntos. Ela é minha,” eu respondi dando-lhe um olhar de advertência.
“Você está bem com ele levando você?” O cara no palco perguntou.
“Sim,” ela disse parecendo irritada.
“Deixe-o ir, rapazes,” disse o vocalista, e meu caminho foi inocentado. “Se ela fosse minha, eu teria tomado-a também.”
Dezenove
Lila Kate
SÓ PORQUE EU DEIXEI ele me transportar para fora de lá como um homem das cavernas não significava que eu não estivesse com raiva. Fiquei furiosa. Ele poderia ter um bom tempo, mas eu não podia. Havia regras que estava faltando. Ele gostava de meninas que mostrava seu corpo e ostentá-lo, mas eu não tinha permissão para exibir o meu.
Quando estávamos longe o suficiente do bar e ele não iria entrar em uma briga, eu bati em suas costas e comecei a me movimentar para ser liberta. “Deixe-me descer!”
Ele parou de andar e me colocou em meus pés. “Posso confiar em você que não estará indo saltar sobre um pole em algum lugar e tirar suas roupas?” Ele virou-se para mim.
Era isso. Eu não tinha pedido para sair de Sea Breeze. Eu tinha deixado por causa de algo que ele tinha dito. Ele foi à razão pela qual eu corri em primeiro lugar. Ele tinha me acusado de ser fria e gelada. E quando eu fiz o que ele, obviamente, gostava em mulheres, ele ficou com raiva. Eu não poderia ganhar. Não com ele.
“O que foi? Foi pura demais para você? Você prefere que eu vá lá e empurre o meu top par baixo e comece a distribuir shots nos meus seios?”
Sua expressão era de alguém mentalmente instável. “Foda-se, não!”
“Então o que é que você gosta Cruz? Você me chama de fria e diz que eu sou intocável. Quebrável. Eu venho para provar que não sou nenhuma dessas coisas. Então, quando eu começo a ser corajosa e me solto fazendo coisas como acabei de fazer, você age como se eu estivesse fazendo algo errado. Eu não entendo. Desejaria não me importar. Eu tentei me cuidar por tanto tempo que eu nem me lembro quando eu não fiz. Você. Sempre foi você. Eu odeio isso. Eu odeio que seja você. Por que não podia ser outra pessoa? Alguém que fosse... gostar... Eli! Alguém como ele. Por que não posso querer alguém como Eli? O que há de tão errado com a minha cabeça que eu sempre quis você?” As palavras foram saindo. Me ouvi, sabendo que eu deveria calar a boca. Que o que eu estava dizendo nunca poderia ser levado de volta. Mas era como se eu tivesse controle de mão da minha boca para outra pessoa, e ele estivesse falhando em seu trabalho.
“É como eu pareço? Eu não sou bonita o suficiente? Você prefere outro tipo? Talvez sejam meus seios, talvez porque eles não são tão grandes como o da menina no bar? É isso? E quanto a mim fazer você me tratar como uma professora? Por favor, diga-me para que eu possa corrigi-lo!”
As pessoas estavam nos ignorando. Eles passavam direto por nós, e quando eu percebi o que tinha feito, que tinha apenas gritado tudo isso para qualquer um em torno de nós ouvir. Alguém gritou: “Eu acho que você está fodidamente sexy, baby. Venha até aqui.”
Sintonizando isso. Esta rua estava cheia de bêbados. Eu era um deles, aparentemente, porque eu tinha acabado de dizer coisas que eu nunca quis dizer sóbria. Eu tinha muito orgulho. A bêbada Lila Kate não tinha orgulho. Eu gostaria de ter percebido isso mais cedo.
“Você não é barata. Você não é fácil. Você é como a porra de um diamante raro. Você me quer? Você quer a minha atenção? Por quê? Eu sou uma bagunça. Eu não posso ser o que você merece. Eu nem sei como. E se eu me deixar tocá-la, apreciar o que você fez lá, eu estarei arruinado. Você acha que me quer, mas se realmente me conhecesse iria mudar de ideia. Então eu teria tido um gosto de você e nada jamais iria se comparar a isso de novo. Você me aterroriza. Me assusta como nada jamais me assustou na minha vida.” Seus olhos estavam brilhantes e selvagens. Suas mãos tremiam quando eu deixei cair o meu olhar para olhar para ele, incapaz de manter nossos olhares juntos. Todo o resto dele parecia tenso. Rígido.
“Eu te conheço. Eu te assisti toda a minha vida. Eu vi você no seu pior e seu melhor.” Eu não gritei aquelas palavras. Eu apenas disse e deixei-as ficar lá enquanto eu continuava deixando suas palavras se aprofundar. Eu não esperava isso dele. Eu ainda não tinha certeza se eu estava sonhando. Eu poderia estar sobe o efeito da bebida em algum momento?
“Eu não tenho relacionamentos, Lila.”
Eu levantei meu olhar então. “Eu não estou pedindo por um.”
Ele parecia dividido. Seus olhos se estreitaram. “Então o que é que você quer de mim?”
Eu queria muitas coisas. E eu sabia que ele nunca iria dar o que eu queria. Nós nunca teríamos um felizes para sempre. Isso não era Cruz. Ele nunca tinha sido. “Agora. Agora mesmo. Nessa viagem. Nada mais.”
Ele não respondeu de imediato. Ele ficou lá olhando para mim como se não acreditasse em mim. Ele não deve, porque eu queria mais. Eu só sabia que nunca iria conseguir isso. Eu não era a garota para fazê-lo querer mais. Ele encontraria um dia e iria mudar de ideia. Ele seria capaz de ser aquele cara. O único que fez relacionamentos.
Eu tinha ouvido dos meus pais a história um milhão de vezes. Meu pai não tinha sido aquele cara. Minha mãe tinha sido a única a mudar sua mente. Foi o que aconteceu a todos eles eventualmente. Eu sabia que não era para Cruz e que eu deveria deixá-lo ir e ir embora. Mas eu não podia. Eu queria saber por apenas um momento. Como me sentiria estar com ele. Então havia uma chance de eu tirá-lo da minha cabeça e coração. Seguir em frente e encontrar alguém. Assim, Cruz Kerrington não estaria sempre em meus pensamentos.
“Nada além desta viagem?” Ele repetiu as minhas palavras como uma pergunta.
Eu balancei a cabeça.
“Você ouviu a parte sobre me arruinar?”
Eu dei de ombros. “Nós dois sabemos que isso não vai acontecer. Eu não sou única. Você ainda não encontrou alguém.”
Ele franziu a testa. “Única?”
“Sim. Única. A menina que você vai querer para sempre.”
Ele balançou sua cabeça. “Você está mexendo com a minha cabeça. Eu juro.”
“Você está atraído por mim?” Perguntei-lhe corajosamente. Eu poderia agradecer aqueles shots duplos de uísque por isso.
“Isso não é o ponto aqui. Eu não sei se eu posso... apenas ter um caso com você, Lila. Há sentimentos lá. Eu não gosto de sentimentos porra. Não com as mulheres. Eu não posso te machucar, e é isso que eu vou fazer.”
Dei um passo em sua direção, coloco uma mão em seu peito. Este era um jogo, mas eu estava brava agora. Eu não seria na parte da manhã. Eu tinha ido tão longe que eu precisava empurrar ainda mais. “Você não pode me machucar se eu conheço as regras. Nós desfrutamos disto. Ter um caso. Em seguida, passar como sempre fomos.”
Ele baixou o olhar para a minha mão. “E se você me arruinar?”
“Dê uma chance,” eu sussurrei.
“Foda-se,” ele murmurou em resposta. Em seguida, agarrou meu pulso, e me puxou contra seu corpo. Mal tive tempo para recuperar o fôlego antes de sua boca estar na minha. O sabor das nossas bebidas misturadas com o que eu tinha ganhado. Por agora, eu tinha isso. Foi minha decisão, e eu esperava que isso saísse do meu sistema para que eu pudesse, eventualmente, seguir em frente.
“Não há mais bares,” disse ele contra a minha boca. “Voltamos para o hotel. E não estamos hospedados em dois quartos de merda.”
Eu não discuti. Eu só dei um aceno de cabeça em concordância. Era isso. É melhor não ser um sonho.
Vinte
Cruz Kerrington
HAVIA DECISÕES inteligentes e decisões estúpidas. E então havia erros. Eu não tinha certeza de onde este pousou, mas com Lila em meus braços cheirando como o céu, e a imagem de sua dança naquela mesa foi tudo o que me preocupava, no momento.
Eu quebrei o beijo, agarrei seu cotovelo e me dirigi para o hotel. Nós estávamos em um hotel a poucos quarteirões à frente, na esquina da Canal e Bourbon. Percebi como tudo o que eu, mas queria sem falar, que no fundo eu estava preocupado que ela iria ficar sóbria e mudar de ideia. Se eu fosse metade da porra do homem que eu deveria ser, eu não iria deixá-la fazer isso esta noite, enquanto ela estava bêbada... enquanto eu estava bêbado.
Mas eu tentei dizer a ela a confusão que eu era. Ela parecia ver mais em mim do que estava lá. Eu queria que houvesse mais. Eu queria conhecer suas expectativas. Quando eu era criança, eu tinha visto o olhar em seus olhos, e eu sabia que ela me via de forma diferente do que via Nate. Eu amei isso. Eu era diferente. Isso me fez sentir importante. Então eu a tinha beijado, e ele tinha me assustado.
Eu sabia que Lila Kate não era para mim. Eu não era o tipo de cara que ela iria querer por muito tempo. Ela veria muitos eventualmente. Ele iria fazê-la mudar de ideia. E ela nunca mais olharia para mim com aquele olhar sonhador em seus olhos novamente. A ideia de poder perder que me levou a colocar uma parede lá. Uma construída para magoá-la. Ela tinha funcionado. Até agora. Até que eu ouvi que ela tinha deixado à cidade e eu corri atrás dela, porque eu não podia suportar a ideia de ter uma vida sem ela.
Quando entramos no hotel, fiz uma pausa e olhei para ela. A menina da minha infância. A menina que eu sempre assisti, mas nunca me permiti chegar perto. A que eu fingi que eu não sabia por que me evitava.
“Tem certeza?” Eu perguntei a ela.
“Sim.”
Eu esperei. Eu precisava que ela pensasse. Deixar tudo afundar. “Poderíamos dormir esta noite. Esperar até amanhã.”
Ela sorriu. Tão suave que fez seus olhos brilharem e me fez sentir mais como um homem do que devia. “Hoje à noite,” ela finalmente disse.
O caralho que eu poderia ignorar isso. Teríamos hoje à noite. Se ela se arrependesse amanhã, poderia me quebrar. Mas eu estava disposto a arriscar.
A viagem para o quarto foi curta, mas tantos pensamentos passaram pela minha mente que me senti passar muito mais tempo do que era. Ela tocou o cartão-chave para o desbloqueio e acendeu a luz verde. Era isso.
A porta se abriu. Entramos no interior. Meu quarto era idêntico a este. Logo ao lado. Eu tinha feito uma piada sobre isso quando chegamos. Eu não estava brincando agora. Eu deveria estar naquele quarto. Sozinho. Era a coisa certa a se fazer.
“Lila,” disse pensando que eu deveria parar com isso.
Ela deixou cair à pequena bolsa do ombro no chão, em seguida, tomou a parte inferior de sua camisa e puxou-a por cima da cabeça. O sutiã de renda branco era pequeno e a elevação de seus seios parecia que eles estavam prestes a derramar por cima expondo seus mamilos. Sua blusa caiu no chão ao lado dela, então ela chegou ao redor e desabotoou o sutiã. Eu assisti com fascínio quando as tiras escorregaram pelos seus braços finos até se juntar a sua blusa no chão. Seus mamilos escuros redondos duros do frio do quarto ou a partir de sua excitação chamando minha atenção.
Me movi, fechando o espaço entre nós. Incapaz de manter minhas mãos para mim eu cobri ambos os seios com as mãos. Embora minhas mãos fossem grandes elas não eram grandes o suficiente para levar cada seio completamente. O excesso me animando eu apertei deixando a suavidade provocar minhas mãos.
“Porra,” sua voz pegou quando ela disse as palavras. Aquelas não eram as palavras que eu imaginei vindo de seus lábios. Eles não se encaixavam com Lila Kate. Mas a forma como sua voz tremia quando ela disse. A maneira como ela se inclinou para mim e um gemido suave escapou simplesmente do meu toque fez tudo isso parecer certo. Como era para ser. Como nós deveríamos ser.
A restrição que eu tinha retido estalou. O lado impertinente de Lila foi demais para um homem tomar. Eu agarrei sua saia e puxei para baixo até que ela ficasse ali em nada além de suas calcinhas de renda preta. Elas fizeram pouco para cobri-la. Quase inútil a menos tentando seduzir um homem. E eu estava seduzido. Eu tirei minha própria camisa e joguei-a fora.
Minhas mãos em volta de sua cintura e a suspendi a levando até a mesa do quarto porque era mais perto que a cama. Sentei-a, em seguida, puxando sua calcinha memorizando a maneira que olhei quando ela deslizou fora de seu corpo.
Ela estremeceu e meu pau latejou. Essa era Lila Kate... doce, inocente, preciosa Lila Kate. Impertinente, selvagem, carente Lila Kate tinha tomado seu lugar essa noite, e eu tremia de antecipação. “O que você quer?” Eu perguntei a ela quando desabotoei minha calça jeans. “Diga-me exatamente o que você quer que eu faça.”
Seus olhos foram do meu peito nu e depois bloquearam em minhas calças quando eu comecei a soltá-la e empurrando-a pelos meus quadris e saindo dela. “Diga-me, Lila,” eu exigi. Eu não tinha certeza por isso que eu precisava dela para dizer, mas eu fiz. Eu queria que ela falasse sujo. Ouvir sua linda boca dizer coisas ruins. Fiquei muito provável que explodisse ao som, mas eu queria.
“Eu quero você,” ela sussurrou.
“Você vai ter que fazer melhor que isso. Conte-me.”
Ela engoliu em seco e ergueu o olhar de minha ereção pressionando através de minhas cuecas boxer aos meus olhos. “Eu te disse. Eu quero que você me foda, Cruz.”
Isso deve ser suficiente. Eu deveria estar feliz. Mas ela me transformou em um monstro enlouquecido pelo sexo. “Você quer isso gentil?” Perguntei empurrando minha cueca para baixo deixando meu pau grosso livre.
Ela balançou a cabeça lentamente. Os olhos arregalados quando ela olhou para mim. “Não,” sua voz era tão suave que eu quase não a ouvi.
“Diga-me,” eu disse enquanto empurrava suas coxas com as mãos e me coloquei entre elas. “Como você quer ser fodida?” Nessa última palavra, seus olhos brilharam com o mesmo desejo que sentia.
“Forte. Foda-me forte.”
Minhas mãos chegaram debaixo dela e agarrei sua bunda quando eu bati nela. Que com um impulso era como afundar em cetim apertado e quente. “Foda-se!” Eu gritei quando seu corpo reagiu à entrada súbita, apertando meu pau. Era melhor do que a minha imaginação.
Suas mãos pequenas agarraram meus braços, as unhas cravando em minha carne. O ardor que senti foi incrível. “AH!,” Ela gritou.
“Isso é o quão duro você quer?” Rosnei perto da orelha dela querendo bater nela uma e outra vez, mas estava fazendo tudo o que podia para me controlar.
“Sim. Mais,” ela ofegava.
Meus dedos entraram na carne da bunda dela quando eu puxei para trás e mergulhei mais fundo. Gemendo de prazer, eu mordi seu ombro, e ela começou a implorar. “Por favor, mais forte. Eu quero sentir você amanhã.”
Qualquer a sanidade que estava segurando saiu. Fui buscá-la afundando-a mais para o meu pênis rígido e levando-a até a cama onde eu caí para a suavidade com ela. Não querendo me afastar. Eu tive que puxar para fora em um movimento rápido e lançá-la em seu estômago. “Bunda no ar,” eu pedi.
Ela fez isso, sem dúvida. De quatro, era mais fácil e eu estava martelando dentro dela imediatamente. Seus gritos se tornaram mais frenéticos como a minha respiração. Eu bati na bunda tão forte quanto eu podia sem realmente me preocupar em machucá-la. Só para deixar arder.
“Oh Deus!” Ela gritou. “Estou gozando!” Seu corpo começou a tremer e seu clímax pulsava em meu pau ainda trancado dentro dela. Eu balancei com a necessidade de explodir. Foi uma porra tão incrível que eu não conseguia pensar. Pouco antes de perder a pequena quantidade de controle que eu tinha deixado, eu puxei para trás até que eu estivesse livre dela e gritei seu nome quando minha porra cobriu sua bunda virada para cima.
Seu corpo ainda estava tremendo, e minhas pernas estavam fracas. Fracas demais para se moverem. Ficamos lá. Sua cabeça agora repousava na cama. Tudo o que podia ser ouvido era nós ofegantes. Que tinha sido mais. Muito mais do que eu esperava. Tinha sido viciante. Eu poderia dizer-me que era muito perigoso fazer isso de novo, mas eu seria um tolo. Eu queria mais. Inferno, eu queria mais, logo que eu pudesse respirar fundo novamente.
Ela começou a abaixar seu corpo inteiro para a cama.
“Eu preciso limpar você,” eu disse a ela apreciando o olhar de meu sêmen em sua pele.
“Está bem,” ela disse suavemente, ainda afundando até que fosse pressionada completamente contra o colchão.
Sorrindo para a simples beleza, encontrei forças para ficar de pé e fui para o banheiro pegar uma toalha molhada. Limpei-a rapidamente, em seguida, cobri-a para cima. Ela levantou a cabeça e olhou para mim. “Você está vindo para a cama também?”
Os cabelos perfeitos de Lila estavam bagunçados. Seus olhos estavam pesados, os cílios se espalharam pelas bochechas. O rubor no rosto ainda estava lá, e nada parecia tão incrivelmente bonito na minha vida. “Sim. Eu vou.”
Subi ao seu lado e cobri nós dois puxando-a de volta contra o meu peito. Seria difícil em alguns malditos minutos, mas ela estaria dormindo cedo demais para perceber. Eu inalei o cheiro de seus cabelos e sua mão cobriu a minha.
Levou menos de dois minutos para a sua respiração se abrandar. Ela estava dormindo em meus braços, e eu sabia que nada seria o mesmo para mim. A ruína que eu temia era muito pior do que isso. Eu não estava preparado para ser capaz de deixá-la ir.
Vinte e Um
Lila Kate
RECONHEÇO SEU CHEIRO antes mesmo de abrir os olhos. O calor de seus braços me fez suspirar e afundar mais perto. Isto foi melhor do que sonhei. E sonhei com isso mais do que gostaria de admitir. Lembrar que é por um tempo curto, que não é para sempre causa uma forte dor então afasto o pensamento. Por agora, vou desfrutar do que tenho. Cada momento que passamos juntos, vou absorver tudo.
“Se continuar se contorcendo mais perto vamos foder antes de eu estar totalmente acordado,” sua voz sonolenta me assusta e eu rio. Nunca ri, mas o faço então. É bom. Na noite passada, o álcool me deu a coragem que precisava. Esta manhã não há arrependimentos. Não desejo que tivesse sido diferente. Porque depois de abrir-me para ele e caminhar de volta para o hotel fiquei sóbria o suficiente. Lembro-me de cada detalhe. Nunca esquecerei um só momento.
“Lila,” sua voz rouca e profunda é um alerta quando pressiono o corpo mais no dele. “Você deve estar dolorida,” diz ele enquanto beija meu ombro.
Eu estou. “É uma dor gostosa.”
Ele respira fundo, em seguida, rola para cima de mim. Seu corpo nu paira sobre mim. Os cabelos estão bagunçados e os olhos ainda pesados de sono. “Você encontrou sua boca impertinente e gosta dela, não é?” Ele pergunta com o joelho separando minhas coxas.
Balanço a cabeça.
Então, ele está dentro de mim. Tão rápido. Fecho os olhos com força, e engasgo da ternura e prazer.
“Dói?” Ele pergunta ao ficar completamente imóvel.
“Sim. Mas como disse, é uma dor boa,” digo a ele abrindo os olhos. “Faça doer mais.”
“Jesus, Lila. Você vai nos matar,” ele geme quando começa a se mover. Bombeando os quadris dentro e fora de mim. Sua boca beija ao longo da minha clavícula até o pescoço. Seu hálito quente em meu ouvido só aumenta a sensação. “Diga mais merda suja com esta boca bonita,” ele diz com um sussurro antes de mordiscar minha orelha.
Abro mais minhas pernas levantando os joelhos para prender seus quadris. “Quero te sentir gozar dentro de mim. Sentir o calor da sua porra escorrendo por minhas coxas,” digo e ele congela.
“Porra, Lila. Não fale esse tipo de merda, se não quer que eu goze.”
“Eu quero que você goze.”
Seus braços tremem enquanto ele se mantém completamente imóvel. “Você está tomando a pílula?”
Sorrio para ele. “Sim. Não quero ser mãe tão cedo.”
Ele move-se, a expressão feroz. “Estou limpo. Nunca tocaria em você sem camisinha se não tivesse certeza de estar completamente limpo.”
Confio nele. Ele é um monte de coisas, mas não me colocaria em perigo. Eu sei. “Então goze dentro de mim.”
Seus quadris começam a bater contra mim. Todos os outros pensamentos desaparecem. Tudo o que sinto é o aumento do meu próprio clímax. Posso ouvir sua respiração acelerar e seus palavrões murmurados. Abro os olhos e vejo seus braços flexionando com cada movimento.
Quando empurro contra ele e envolvo as pernas em sua cintura para segurá-lo, eu grito seu nome.
“Maldição, Lila,” ele pragueja e então sinto. Tudo isso enquanto ele me dá exatamente o que pedi. Quero que dure para sempre. Não irei pensar sobre o dia em que tudo terminará. Porque neste momento, eu tenho tudo.
Rolo de lado levando-me com ele. Nós dois estamos ofegantes e suados quando nossos corpos se grudam. Falar não é necessário ou sequer possível. Estou tentando recuperar o fôlego e voltar para a terra. Sexo nunca foi tão bom. Mas, então, minha experiência é limitada. Muito limitada. Mas não posso imaginar ser melhor do que isso.
A mão de Cruz começa casualmente a brincar com meus cabelos. Viro a cabeça para olhá-lo e seus olhos estão fechados. Sempre odiei que ele seja tão impressionantemente bonito. Ele faz meus sentimentos ainda mais difíceis de ignorar. Gostaria de vê-lo e ter vergonha de mim mesma por fazê-lo. A maneira como ele anda, se porta, o som de sua voz e esse sorriso. Tudo isso é impossível não notar. Todas as mulheres o notam.
“Vamos para o norte. O que acha de Memphis?” Diz ele com os olhos fechados.
“Memphis? O que tem em Memphis?” pergunto, desfrutando da liberdade de olhá-lo.
“A fodida Graceland está em Memphis,” ele sorri.
“Quer dizer que quer ver onde Elvis viveu?” Rio ao falar.
Ele inclina a cabeça para olhar para mim e abre um olho. “Claro que sim, eu quero. Essa merda deve ser brega. Quem quer perder isso?”
Não me importa aonde vamos. Estou bem com qualquer lugar. “OK. Memphis então.”
“Você ligou para seus pais?” A pergunta dele me surpreende.
“Não,” admito.
“É melhor,” ele suspira. “Tenho certeza que todos sabem que estamos juntos agora. Nate dirá a eles.”
“Provavelmente.”
Ele passa a mão sobre o rosto e geme. “Grant vai me matar.”
Eu não respondo. Porque essa é uma questão que enfrentarei quando isso acabar. Estou numa aventura para fugir com o cara que está na cama comigo. É diferente agora. Não estou tentando mudar ou encontrar um novo eu. Eu já fiz. A garota que sou nesse momento não é nada como a garota que era na noite que ele tinha me chamado de fria. Agora, só tenho que aproveitar enquanto durar. Porque isto acabará.
“Meu pai pode me matar antes do seu. De qualquer maneira, minha vida será curta.”
Isso me faz sorrir. “Isso é um pouco dramático,” digo a ele.
Ele dá de ombros. “Honestamente, vale a pena.” Sua mão corre pelo meu lado e aperta meu quadril. “Vale a pena completamente.”
Isso não é uma declaração de amor. Eu percebo. Mas é doce. Coloco a perna por cima dele quando viro até que metade do meu corpo esteja em cima dele. Ambos seus olhos abrem quando faço isso. “Somos crescidos,” lembro a ele. “Acho que você vai viver.”
Ele me olha com ternura. “Ou você vai me matar antes deles. Mas a morte por sexo soa como um bom caminho a percorrer.”
Eu rio. “Estou apenas começando. Não estou prestes a atacá-lo.”
Suas mãos agarram minha bunda e me puxa para cima dele. “Talvez, mas colocar este pequeno corpo quente num homem enquanto ele está nu e na cama é irresistível.”
Quando ele desliza para dentro de mim lentamente desta vez, gemo alto e gosto de ser preenchida mais uma vez antes do café da manhã.
Vinte e Dois
Cruz Kerrington
DIRIGIR QUASE SEIS HORAS para Memphis hoje não foi uma boa ideia. Vi Lila Kate esconder a careta quando montou na moto. Nós fodemos como maníacos e agora ela está dolorida. Ela alega não estar, mas vejo em seu rosto. Não deveria ter forçado as duas rodadas esta manhã, mas ela é tão gostosa. É uma necessidade por estar dentro dela novamente e fodê-la, não gosto de querer alguém tão forte. A experiência do passado me prova que uma boa transa tira a menina do meu sistema e sigo em frente. Mas com Lila Kate ainda tem que acontecer. Com as pernas dobradas atrás das minhas e seu corpo contra minhas costas já estou pensando em transar novamente. Jesus, ela é como crack para um viciado.
Vou em direção a Birmingham, Alabama. Podemos parar no meio e descansar. Encontrar algo para ver ou fazer, e depois pilotar o resto do caminho. É apenas uma hora mais perto de Memphis; ela pode visitar sua amiga, e ela ajudará a controlar minha necessidade de ter meu pau nela durante nossa parada. Preciso encontrar algum controle.
Depois de oitenta minutos na estrada, ela começa a se contorcer e acho uma saída que tem opções de restaurante e algumas compras. Passaremos um tempo aqui, então partiremos quando ela estiver pronta. Paro em um restaurante e estendo a mão para ajudá-la a descer. Ela estremece novamente.
“Acho melhor parar por hoje,” digo, me sentindo culpado por seu desconforto.
Ela franze a testa. “Por quê?”
Aprecio que ela tente ser forte, mas sei que está dolorida e não vou fazê-la sofrer mais. Pela primeira vez desejo não ter uma moto maldita. “Você está dolorida,” aponto o óbvio. “Vamos comer e andar um pouco. Fazer compras. Veja como você se sente mais tarde.”
“Vou ficar bem,” ela argumenta.
Ignoro isso. “Com fome?”
“Sim e este lugar cheira muito bem.”
Entramos e forço-me a não colocar as mãos sobre ela. Tocá-la o tempo todo não é bom. Isto é temporário. Não há necessidade de agir como se fosse mais do que isso. Nós dois estamos apreciando a viagem.
Seu telefone começa a tocar pouco depois de passarmos na porta e ela o tira do bolso. Quando levanta os olhos para mim, eles estão se desculpando quando ela coloca o telefone no ouvido. “Ei mãe.”
Disse para ligar para seus pais mais de uma vez. Ela não me escutou.
Sua mãe está falando e o rosto de Lila Kate empalidece antes dela sussurrar. “Ah não. Quando?”
Agora estou preocupado. Ela começa a morder o lábio. “Sim, ele está.”
“Não tenho certeza,” ela olha para mim. “Onde estamos?”
“Cerca de uma hora ao sul de Montgomery, Alabama,” digo.
Ela repete para a mãe. “Não... de moto,” Posso vê-la se encolher quando fala.
“Sim. Vamos dirigir até lá agora,” diz ela. “Vejo você mais tarde. E mãe, eu sinto muito.”
“Também te amo.”
Quando ela termina a chamada, lágrimas enchiam seus olhos. “Minha avó faleceu no meio da noite. Mamãe vai enviar o jato do meu avô para me pegar em Montgomery. Eles já estão na Califórnia. Meu avô chamou mamãe às três esta manhã para contar. Ela e meu pai pegaram um avião pouco depois.”
Esta é a última coisa que esperava que ela dissesse. “Deus, Lila, sinto muito.”
Ela assente com a cabeça. “Eu também. Por causa do meu avô. Ela nunca esteve lá sabe. Sua mente se foi há tantos anos. É um milagre ela viver tanto tempo. Mas Kiro passou toda a vida ao seu lado. Eles pararam a turnê, porque ele odiava estar longe. Toda sua história é apenas devastadora. Minha mãe nunca chegou a conhecê-la. Seu cérebro foi danificado quando ela era um bebê .”
Sei sua história. Foi manchete quando souberam que a mulher de Kiro Manning, Emily na verdade ainda estava viva. O mundo pensou que ela tinha morrido naquele acidente. Mas ele a manteve longe da mídia. Eles fizeram até um filme chamado “Emily Kiro” cerca de dez anos atrás, que foi um sucesso de bilheteria. Kiro não queria que o filme fosse feito no início, mas na entrevista que deu para a revista Rolling Stones disse ter mudado de ideia. Ele queria que o mundo conhecesse sua Emily. O que ela era. Quão surpreendente ela foi. Ela mereceu.
Levo Lila de volta para a moto e a ajudo a subir. Coloco o capacete em sua cabeça e desejo ter mais que eu possa fazer. Algo mais. Algo para ajudar. Temo que ela pegue aquele jato. Nosso tempo está terminando mais cedo do que esperava.
Ela segura-me com mais força do que antes. Minha garganta está grossa. Há uma porra de emoção lá que não entendo. Que não quero. Esta é uma maneira de protegê-la, tirá-la do meu sistema e seguir em frente. Para nós dois. Mas uma noite não foi suficiente. Eu sou egoísta. Sua avó acaba de falecer. Mas que droga.
A viagem para o aeroporto de Montgomery é muito rápida. Nosso tempo juntos está terminando. Esta pequena bolha que tivemos está prestes a estourar. Voltarei para casa e enfrentarei a ira do meu pai. Fazer o que diabos devo. Ela voltará e será como antes. Não vamos continuar de onde paramos. Isso será mais do que uma aventura. Isso fez com que o caroço de merda na minha garganta signifique algo.
Ferir Lila Kate é inevitável para mim. Se fizer isso mais tarde, doerá mais. Mais cedo é melhor. Mais cedo nos ajudará a seguir em frente. Nunca serei o cara que ela precisa. Mas droga, sei que isso me machucará também.
Paramos no aeroporto antes do jato particular chegar. Quero dizer algo que torne isso mais fácil. Algo que faça com que a dor em meu peito vá embora. Algo que faça com que seu olhar triste desapareça. Mas não tenho nada.
Ela desce da moto e pego suas coisas no alforje. Então viro para ela. “Não estava esperando que nossa jornada acabasse tão cedo,” digo tentando sorrir.
“Nem eu.”
Posso ver a questão lá. A incerteza. Ela quer saber se é o fim para nós. Mas ela não pergunta. E não posso dizer as palavras. Mesmo que precise, eu não posso.
“Diga a seus pais e avô que sinto muito por sua perda.” Seus olhos perdem a luz. Ela esperava mais do que condolências genéricas. Sinto-me um idiota gigante.
“Obrigada,” ela sussurra. “Por tudo.” Então ela pega sua bolsa e sai. Assisto a sua partida. Quero correr atrás dela e dizer algo mais. Para tentar fazê-la sorrir. Mas isso só piorará seu estado. Em vez disso, espero ela entrar no prédio. Então subo na moto e volto para o sul. Volto para Rosemary Beach.
Vinte e Três
Lila Kate
EU ESTAVA ENTORPECIDA. O voo para Los Angeles e a viagem para casa de meu avô, em Beverly Hills é um borrão. Quando a limusine que me pegou no aeroporto estaciona na frente de sua mansão, percebo que não me lembro de entrar nela.
Pego a única bolsa que tenho comigo e saio quando o motorista abre a porta. Não vejo Kiro a cerca de seis meses. Ele nos visitou, mas eu não estava. Quando era criança, visitei mais vezes. Fiquei uma semana com ele no verão. Tenho boas memórias deste lugar.
Minha mãe vem para a porta da frente e sai para me cumprimentar. Subo as escadas e espero que ela não esteja muito chateada com meu passeio de moto com Cruz. Ela tem seu pai para se preocupar. Não preciso aumentar seu stress. Sei que nunca andarei na moto de Cruz novamente.
Ele acaba de me deixar ir. Sem promessas. Nada. Ele acaba de terminar. Muito rápido. Meu peito dói e me sinto culpada. Meu avô está sofrendo. Eu deveria estar mais preocupada com ele.
“Como ele está?” Pergunto ao abraça-la.
Ela me aperta. “Ele está triste. Mamãe se foi há muito tempo. A mulher que ele conheceu. Mas agora até mesmo o pouco que ele tinha dela sumiu. Vai ser duro para ele.”
“Ela estava doente?”
“Não. Seu coração parou. Com o dano que seu cérebro sofreu, o médico diz que é um milagre ela ter vivido tanto. Mas papai fez com que ela tivesse o melhor atendimento. E ele está sempre aqui. Acho que ela viveu por ele.”
Sua história é tão trágica. Quando recuo, olho para ela. “Quão chateado está papai?”
“Sobre Cruz?”
Balanço a cabeça.
“Ele não está feliz,” diz ela com um pequeno dar de ombros. “Mas você é uma mulher adulta. O que ele pode fazer? Foi sua decisão para tomar.”
Concordo, mas não acho que papai concorde.
“Ele não vai falar ainda. Por enquanto, trata-se de Kiro e Emily.”
“Quem está aqui?”
“Neste momento, apenas Dean e nós. Nan, Cope, Mase, Reese, Rush e Blaire estão a caminho.”
Mamãe olha a mochila no meu ombro. “O que aconteceu com sua bagagem?”
“Deixei tudo com Nate.”
Ela suspirou. “Para fugir na moto de Cruz Kerrington.”
“Sim.”
Ela não fala mais nada. Mesmo não sendo uma semana, tudo o que aconteceu faz parecer como se fosse muito mais tempo.
“Posso dizer uma coisa?” pergunta mamãe.
“Claro.”
Ela estende a mão e toca minha bochecha. “Você é gentil, amorosa, generosa, paciente e linda. Você merece algo especial.”
“Mãe, você tem um conto de fadas. Nem todo mundo os vive.”
Ela inclina a cabeça para o lado e sorri. “Não, Lila Kate. Nem todo mundo é paciente o suficiente para esperar por ele.”
Ela beija meu rosto, em seguida, pega meu braço e sobe as escadas, entrando na casa. Quero refletir sobre o que ela disse mais tarde. Talvez ela esteja certa. Talvez eu encontre um conto de fadas. Só que o espero da pessoa errada.
A casa cheira a charutos. Foi assim toda minha vida. Ouvi Rush uma vez dizer que é melhor do que o cheiro de maconha que tinha em sua juventude. Caminhamos através da grande entrada pelo corredor esquerdo, onde Kiro tem a sala de jogos. Grandes sofás de couro preto, enormes telas planas em três lados, uma mesa de bilhar e um grande bar estão lá. Sentado no canto do sofá está meu avô, Kiro Manning. Ele está mais velho agora, mas ainda é uma lenda. Seu nome é bem conhecido. Ele tem um charuto numa mão e uma garrafa de uísque na outra. O corpo esguio é alto e coberto de tatuagens. Mesmo aposentado e sendo avô ele ainda se assemelha a uma estrela do rock.
Ele levanta os olhos avermelhados assim que entramos e sorri ao me ver. Ele chorou em algum momento. “Minha Lila Kate,” diz ele com a voz rouca de anos de drogas, cigarro e álcool.
“Hey,” digo ao caminhar até ele. Não é segredo que ficou furioso quando meu pai engravidou minha mãe. Minha mãe não é sua única filha, mas é a favorita. Porque foi a criança que Emily lhe deu. Meu nascimento poderia ter matado minha mãe. Isso o aterrorizou. Mas minha mãe sempre diz que passou a minha vida me esperando. Sei que ele me amava mais do que seus outros netos. Ele é muito franco sobre o assunto. Mas também sei que só sou parte de Emily.
Ele abre os braços também cheirando o álcool e charuto. Abaixo-me e abraço-o com força. “Eu te amo,” sussurro.
“Não tanto quanto eu te amo, menina bonita,” essa sempre foi sua resposta. “Ouvi dizer que esteve de moto com um Kerrington. Acho que tem um pouco do sangue selvagem do vovô depois de tudo.”
Fico tensa esperando que meu pai não tenha ouvido. “Hum, eu acho,” digo o mais baixo que posso.
Isso o fez rir. Estou feliz por ele poder rir, mas não é algo para rir. “Vamos dar a seu papai um pouco de dificuldade. Ele precisa.”
De todas as coisas para ele querer falar essa não é uma delas.
“Papai está tudo bem. Ela só está nervosa em falar com Grant sobre tudo isso,” Mamãe interrompeu.
Fecho os olhos e faço uma careta. Quando levanto Kiro pisca para mim. “Você é uma menina crescida. Tudo bem.”
Viro a cabeça lentamente para olhar meu pai que está em pé no bar com os braços cruzados sobre o peito e uma carranca no rosto. “Ela é melhor do que Cruz Kerrington,” diz meu pai.
“E minha Harlow é melhor do que Grant Carter. Minha menina doce foi varrida de seus pés por alguém que tinha a reputação como um jogador. Parece que acabou tudo bem,” Kiro diz antes de tragar seu charuto.
Papai só resmunga.
Tento pensar em algo para mudar de assunto quando passos soam no corredor. Então ouço vozes. Os outros dois filhos de Kiro chegam com seus cônjuges. Tenho certeza que ouvi a voz do meu tio Mase em algum lugar. E quando ele está discutindo com minha tia Nan parece uma reunião de família.
“Não ficarei no quarto azul, Mase. Enfie-o na sua bunda. Quero o outro perto do elevador. Sempre fico nele. Não discuta comigo,” Tia Nan diz em seu tom irritado agudo.
“Dê-me outra porra de garrafa. Vou precisar dela,” Kiro resmunga.
Ele e minha tia Nan não tem o melhor relacionamento, mas minha mãe disse que está melhor em comparação com o passado.
Quando os quatro entram na sala. Kiro ergue a garrafa. “Estou de luto porra. Não comece essa merda aqui.”
Nan parece envergonhada e Mase assente. “Desculpa. Estou apenas começando a te tirar do tédio.”
Kiro dá de ombros. “Entendido.”
“Sinto muito, Kiro,” Reese, a mulher do meu tio Mase diz quando se afasta dos outros. “Vá em frente, chore e vou manter estes dois na linha.”
“Ainda não descobri como diabos conseguiu essa menina,” Kiro diz apontando com a garrafa na direção de Reese enquanto olha Mase.
“Nem eu,” responde Mase, em seguida, joga-se no sofá em frente à Kiro. “Passe o uísque.”
Vinte e Quatro
Cruz Kerrington
O CHEIRO de flores. Odeio o cheiro tanto quanto odeio funerais. Elas me deprimem. Não deveria estar aqui. Não conheci Emily Manning. Claro, conheço Lila Kate, mas ela não esperava que viesse ao funeral de sua avó. Inferno, eu não iria se pudesse fugir. Uma vez que alguém estava morto, acabou. Porque ter um grande e deprimente funeral?
Quero que minhas cinzas sejam atiradas no Golfo. Sem músicas, flores e sem lágrimas de merda. Afrouxo a gola da camisa e suspiro. Meu pai foi inflexível sobre eu ir. Todos estão. Toda a família maldita está aqui. Como cada família em Rosemary Beach que somos próximos.
“Vamos por Grant, Harlow e Lila Kate!” Meu pai disse quando reclamei sobre não ver razão para ir a este funeral.
A verdade é que tentei tirar Lila da cabeça durante os últimos três dias e não funcionou. Tudo o que posso ver é Lila. Quando tive outra menina contra a parede do meu apartamento na noite passada, tive o rosto de Lila Kate na cabeça. Não quero vê-la tão cedo. Ainda estou tentando tira-la do meu sistema. Até digo a meu pai que eles podem fazer meu funeral uma vez que Grant Carter pôr as mãos em mim. Papai me disse que pedi por isso.
“Ali está Nate,” minha mãe sussurra. “Vá se desculpar.”
“Por quê?” Pergunto confuso. Não fiz nada para Nate.
Ela agarra meu braço como se eu ainda tivesse oito anos. “Por levar Lila Kate sem uma palavra. Isso é o que fez.”
Não vou me desculpar com ele por isso. “Não.”
Suas unhas afundam em minha pele. “Agora.”
Não vou me desculpar, mas vou até lá dizer algo a ele para fazê-la pensar que obedeci antes que ela me agarre pela orelha e me leve até ele.
“Tudo bem,” murmuro e sua mão me solta, logo que vou em sua direção.
Desculpar-me com Nate. Sério? Será que eles sequer conhecem Nate Finlay? Como se isso não fosse algo que ele faria. Jesus. Todos estão sendo dramáticos como o inferno. Não a sequestrei. Ela foi de bom grado.
Nate também usa um terno e Bliss está ao seu lado parecendo deslumbrante num vestido preto com os cabelos presos para cima dos ombros. “Hey,” digo quando eles se viram ao me ver chegando.
Nate inclina o queixo.
“Você viu Lila Kate?” pergunto.
“Sim. Por quê? Tem a moto com você?” Nate sorri quando fala.
“Não, espertinho. Eu só não a vi.”
“Ela foi pegar uma bebida. Já conversou com todos e sua boca ficou seca.”
Balanço a cabeça. Bom. Tenho tempo para ficar fora de vista antes dela voltar. “Estão aqui há muito tempo?”
“Chegamos ontem à noite. Ficamos no Dean. Dirigimos para cá de manhã,” Nate responde. Dean é seu avô. O melhor amigo de Kiro Manning.
“Vou sair assim que isso acabar,” digo. “É bom ver você de novo, Bliss. Acho que estive aqui tempo suficiente para que minha mãe pense que me desculpei o suficiente. Vou deixá-los.”
Nate sorri. “Pedir desculpas, né? Acho que eu gostaria disso.”
Bliss ri. “Nate pare. É bom vê-lo novamente, Cruz.” Ela começa a dizer mais, em seguida, faz uma pausa e sorri para algo sobre meu ombro. “Lá estão eles,” acrescenta.
Olho para trás sem pensar e meus olhos param em Lila Kate. Ela está impressionante. Os cabelos escuros enrolados frouxamente e tocando os ombros. O vestido azul da meia-noite que usa abraça suas curvas docemente. É difícil afastar o olhar.
“Devo buscá-lo? Ou acha que ela quer que ele fique?” Pergunta Bliss.
Buscar quem?
“Deixe. Ela parece querê-lo lá,” Nate responde.
Afasto meu olhar de Lila Kate para ver um cara alto e loiro com a mão possessivamente em suas costas. Sua expressão é séria ao ouvir algo que ela diz. Quem diabos é esse?
“Quem está com ela?” pergunto uma vez que eles obviamente sabem.
“É Eli, meu melhor amigo,” diz Bliss, com um sorriso satisfeito.
“Como ela o conhece?” Lila Kate não é de se relacionar com alguém rapidamente.
“Eles passaram algum tempo juntos antes que você aparecesse de moto e a levasse,” Nate responde. Ele está se divertindo. Ele sabe por que estou perguntando e está se divertindo para caralho.
“Ela quis ir comigo,” digo a ele virando para encarar sua expressão presunçosa.
Ele assente. “Sim, ela quis. Mas agora...” ele inclina o queixo na direção de Lila Kate. “Ela quer Eli. Lição aprendida rápido eu diria.”
“Que porra isso significa?” Rosno dando um passo em direção a ele.
Nate não recua. Mas, então, eu não espero que o faça. Ele dá um passo em minha direção. Sua expressão fica fria. Fechada. “Isso significa que Eli é um bom rapaz. O tipo que permanece. Isso é o que significa.” a voz de Nate é baixa quando fala.
“Ela mal o conhece,” argumento.
“Mas ela te conhece o suficiente agora,” ele responde.
Estamos num funeral. Isso deveria me parar e me fazer ir embora. Mas não vou. Porque Nate está certo. Ela me conhece. Podia pegar minha moto e sair. Isso é o que um bom rapaz faria. Mas eu a levei e depois abandonei. Quando penso sobre isso tenho que admitir que possa ter sido a coisa mais fria que já fiz. E fiz essa merda muito cruel. Volto o olhar para Lila Kate e Eli. Ele está sussurrando algo e ela sorri. O sorriso não é o radiante que conheço.
É triste. Seus olhos não brilham e iluminam a sala como sei que podem. Ela perdeu alguém e Eli está lá com ela. Esse é o tipo de cara que ela precisa. Deixei-a porque ela precisa seguir em frente sem mim. Só não esperava que essa porra acontecesse tão rápido.
“Ela merece muito mais. Você sabe. Deixe que ela tenha.” A voz de Nate me incomoda, simplesmente porque ele está certo. Não falo nada. Apenas vou embora. Volto para minha família. Gostaria de me afastar deste maldito funeral e sair em silêncio. Esquecer o que aconteceu com Lila e eu. Eventualmente.
No caminho para ir embora sinto seus olhos me seguirem. A melhor coisa a fazer seria ignorá-la, mas não posso. Encontro seu olhar. Ela não sorri. Apenas me olha com olhos tão cheios de decepção que queima meu estômago. Ela me arruinou. Assim como estive com medo que ela faria.
Vinte e Cinco
Lila Kate
ELI SEGURA MINHA MÃO enquanto observo o mausoléu privado que abriga todos os membros do Slacker Demons e sua família. Minha avó é a primeira a ser enterrada nele. Kiro comprou porque disse que não queria ser enterrado no chão e não queria que sua Emily fosse também. Então decidiu que a melhor maneira de descansar em paz eterna era um mausoléu com aqueles que mais amava.
“Nunca vi ninguém ser colocado para descansar num destes. Exceto enterros,” Eli diz baixinho ao meu lado.
“Nem eu. Parece mais fácil do que vê-los afundar no chão, não é?”
Ele assente. “Sim, acho que é.”
Concentro-me em meu avô e seus olhos injetados de sangue fitando a frente, onde Emily foi posta. Ele está bebendo uma garrafa de uísque. Estou preocupada que ele entre em coma alcoólico, mas minha mãe disse que ele tem anos de tolerância com estas coisas. Ele ficará bem. Seu terno cobre as tatuagens, mas ainda parece um roqueiro. É sua postura, rosto, a maneira como os cabelos ainda estão longos demais para um homem mais velho. Ele sempre será Kiro Manning. Mesmo aos setenta anos de idade.
“Obrigado por ficar comigo hoje,” digo a Eli. Eu precisava de alguém. Apoio, suporte. Todo mundo esteve aqui. Todos sabem que saí na moto de Cruz Kerrington e todos o viram completamente ignorar-me. Mas a dor do meu avô é mais importante do que meu desprezo evidente por Cruz. Consegui o que queria ao brincar com fogo.
“Estou feliz por ter vindo. Quase não o fiz. Nate pensou que eu deveria. Terei que lhe agradecer por isso.”
Nate esperava isso. Ele sabia que Cruz viria assim como eu. Estamos todos juntos. Preciso agradecer a Nate por trazer Eli. Não que eu vá usá-lo como rebote. Mas ele se tornou um bom amigo. Depois de hoje, espero continuar em contato. Gosto de sua companhia. Ele é forte. Confiável. O tipo de homem que sei que meus pais esperam que eu encontre um dia.
Quando meu coração finalmente se curar e seguir em frente, espero encontrar um conto de fadas com um cara como Eli. Sei que não será Eli porque seu coração já não está disponível. Simpatizo com ele. Amar alguém que nunca terá é doloroso.
Pelo menos ele não sofreu uma humilhação por causa disso. Ele mantém seus sentimentos em segredo. Nunca cometeu o erro de jogar a precaução ao vento e se aventurar.
“Vamos,” digo quando os outros começam a sair. Sei que meu avô ficará aqui por um tempo e quero que tenha seu tempo sozinho com ela.
Eli continua segurando minha mão quando nos afastamos. Sei que os Kerrington estão a minha esquerda. Posso ver Woods e Della pelo canto do olho. Mas não os cumprimento. Simplesmente não posso. Ando com a cabeça baixa. Eli leva-me para a limusine que está à espera da família.
“Onde vai?” Pergunto.
Ele aponta para a limusine atrás da minha. “Para o Dean com Nate e Bliss.”
Estar com Nate e Bliss não é fácil para ele. Sei disso sem perguntar. “Vem comigo,” digo.
Ele sorri como se entendesse por que e pudesse ler meus pensamentos. “Obrigado.”
Vou para o último assento. “Você me salvou hoje. Deveria te agradecer.”
Eli vem atrás de mim e senta com a coxa pressionando a minha. O calor de seu corpo e o cheiro de sua colônia me traz alivio. Que não estou sozinha. Lembro-me da nossa noite juntos. Sei agora a diferença entre um bom sexo bêbado sem amarras e sexo com o homem que seu coração deseja. São dois campos diferentes.
“Você está linda hoje. Ele é um idiota e pela maneira que observou cada movimento seu ele sabe disso.”
Levanto a cabeça e olho Eli. “O que?”
Ele me dá um meio sorriso. “Cruz Kerrington. Ele não tirou os olhos de você. Não o conheço nem fomos apresentados, mas tenho experiência com seu tipo. Posso identificá-los. Ele também é completamente óbvio. Ninguém lá olhou para mim como se quisesse rasgar meus membros do corpo.”
Isso não faz sentido. Balanço a cabeça. “Você entendeu mal. Ele foi forçado a vir. Conheço seus pais. Ele agiu assim porque está com raiva que o funeral diminui seu tempo de diversão.” O desgosto é óbvio em minha voz. Assim como a dor.
“Posso não ser um idiota. Mas sou um homem. Sei o que pensamos. Posso ler um. E esse cara não ficou feliz por você estar comigo. Ele também queria ficar a sós e ter as mãos em você. Honestamente, Lila, você é linda. Hoje esteve deslumbrante. Eu tive dificuldade em afastar os olhos de você.”
Era bom. Não, parecia mais do que bom ouvir um homem de boa aparência dizer isso para mim. Não me sinto bonita ou deslumbrante. “Obrigada,” digo sem ter outra forma de responder. Então digo o que estou pensando. “Eu queria... Gostaria de ter te conhecido em outro momento. Um em que nossos corações não estivessem tão confusos. Talvez tivéssemos uma chance.”
Sua mão desliza na minha e ele a aperta. “Quando saiu eu percebi uma coisa. Meu coração não está onde pensei. Bliss tornou-se um hábito. Tudo o que conheço. Ninguém teve impacto suficiente em mim para movê-la do meu coração. Mas você... você me fez esquecer. Mostrou que há mais. Que posso sentir algo por alguém,” ele faz uma pausa, em seguida, seus dedos entrelaçam os meus. “Meu coração está pronto, Lila. Só serei paciente até o seu estar.”
Uau... isto não é algo que esperava ouvir. “Na nossa última noite juntos estava chateado com ser o melhor homem,” lembro.
Ele dá de ombros. “Um hábito. Um hábito que me despertou e mostrou como meu coração mudou. Percebi que segui em frente quando descobri que tinha ido. Que... me despertou mais do que a merda do casamento fodido. Estive pensando nisso e completamente focado em você. Nem sequer sinto uma pontada quando os vejo se beijando. Você me curou. Gostaria de poder fazer o mesmo.”
Aqui está um homem maravilhoso me dizendo que quer mais. Ele está pronto para seguir em frente comigo. Ele quer estar comigo. Ele está disponível. E tão bonito como tudo soou, mas meu coração ainda dói por Cruz. Sou ou a mulher mais estúpida do planeta ou a mais azarada. Possivelmente ambos.
“Preciso de tempo,” digo a ele porque quero um conto de fadas. Acredito que Eli é esse tipo de cara. Ele é seguro, sólido, bonito. Todas as coisas que meu pai é, que Rush Finlay é e que meus tios Mase e Cope são. Quero um homem como eles.
“Sou muito paciente,” ele responde.
Até mesmo o tom de sua voz é suave. Não faz meu coração acelerar ou desperta borboletas no estômago, mas faz-me sentir segura. Descanso a cabeça em seu ombro. Seu braço me envolve e ficamos lá em silêncio enquanto esperamos o resto da família.
Vinte e Seis
Cruz Kerrington
“VOCÊ A FODEU?” Blaze, meu irmão de dezenove anos pergunta sentando na outra extremidade do sofá que minha mãe se refere como ‘cova dos meninos.’ Fica no piso inferior da nossa casa de três andares e tem tudo que um adolescente pode precisar. Até um miniginásio com pesos. Vim aqui logo que chegamos em casa para evitar o resto da família.
“Só a ignorei,” não respondo voltando minha atenção para o jogo de beisebol que estou assistindo.
Blaze ri. “Isso quer dizer sim. Porra! Ela é tão gostosa.”
Fúria me toma. “Se quer viver é melhor calar a boca,” aviso. Não quero que ninguém saiba o que fizemos, mas também não quero que meu irmão pense em Lila Kate e sexo na mesma frase.
“Qual é o seu negócio? Jesus, relaxe. Lila Kate é sexy. Eu daria minha bola esquerda para transar com ela.”
Movo-me. Rápido. Sem pensar. Prendo Blaze no sofá com a mão em torno de sua garganta. Ele é um centímetro, talvez dois mais alto que eu, mas é mais esguio. Seus músculos são pequenos. Sou mais pesado que ele. Também sou dois anos mais velho. “Cale sua boca porra. Você me entendeu merdinha estúpido?”
Ele assente incapaz de respirar, então solto meu aperto em seu pescoço. Em seguida, o olho uma última vez antes de voltar para meu lugar. “Vá embora,” digo ao sentar novamente.
Posso vê-lo esfregando o pescoço. Droga de drama. Ele finalmente levanta e estou tão aliviado que quase suspiro. Só quero ficar sozinho.
“Se você a ama, então não está fazendo um bom trabalho em demonstrar. Isso é tudo que estou dizendo.” Após as palavras saírem de sua boca, ele se vira e corre em direção as escadas.
“Eu não a amo,” disse a ninguém. Mas preciso dizer. Colocar para fora. “Eu não amo ninguém. Amor não é para mim.” Continuo falando para a sala vazia.
A imagem de Lila Kate em pé no funeral. Sua pele macia bronzeada tão perfeita e nua no vestido que ela usava fez meus dedos coçarem para tocá-la. Sentir a textura sedosa. Se Eli fodido Hardy a abraçasse, não seria responsável por minhas ações. Mas ele não fez. Ele é o cara bom. Ele não tocou em seu corpo. Só segurou sua mão.
Ela parecia precisar do apoio. Lutei contra o ciúme me comendo por ser a pessoa ao seu lado. Foi minha escolha foi não ser. Sofri por seu bem estar.
Passos na escada desta vez me alerta que estou prestes a ser interrompido novamente por um membro da família. Jogo a cabeça para trás e fecho os olhos ao suspirar com irritação. “Você não pode apenas me deixar em paz?” Rosno frustrado quando o próximo membro intrometido da minha família entra.
“É apenas um minuto. Preciso dizer uma coisa. Então não vou incomodá-lo novamente,” a voz de Lila Kate faz minha cabeça levantar. Que porra ela faz aqui?
Ela usa um vestido branco que mostra muita pele. Estou hipnotizado. A visão dela. Toda sua suavidade perfeita. Aqui na minha casa. Por quê?
“Blaze disse que estava aqui e que poderia vê-lo por um momento. Ele saiu com seus pais para o almoço no clube. Não queria incomodá-lo,” ela para e olha o jogo na televisão. “Vejo que você está ocupado assistindo algo. Serei rápida.”
Ela se aproxima parando a alguns passos de distância. “Eu não cometi um erro. Sabia o que estava fazendo. Eu esperava isso de você. Não esperava mais nada. Eu escolhi ir com você, dormir com você, permiti-me gostar de estar ao seu lado. Isso foi tudo para mim. Vou lidar com as memórias. O desgosto. Tudo isso porque pedi por ele. No início, pensei ser estúpida. Amaldiçoei minhas más decisões. Mas... estou grata por ter feito. Eu deixei você me machucar. Mas nós tivemos um momento. Agora sei como é. Como você... me faz sentir. Eu não me arrependo. Não me arrependo de você. Vou seguir em frente. Ir por outro caminho. Nunca o incomodarei novamente. A vida vai voltar ao que era antes.” Ela para e sorri. É um doce e triste sorriso. Ele deixa meus malditos joelhos fracos mesmo estando sentado.
“Faz menos de quarenta e oito horas, mas foi divertido. Emocionante. E sempre me alegrarei por ter feito. Obrigado, Cruz Kerrington,” diz ela quando fecha a distância entre nós e se inclina para dar um beijo em meus lábios. “Adeus,” ela sussurra contra eles. Então levanta e caminha em direção à escada.
Meus lábios ainda estão formigando de excitação por seu toque. Meu corpo anseia o cheiro de seu corpo. Deixá-la ir parece impossível. Estou fora do sofá e atrás dela tão rápido que não tenho tempo para pensar. Minhas mãos agarram sua cintura, e aperto-a contra a parede. Há um milhão de coisas que quero dizer. Mas não falo nenhuma.
Beija-la é a coisa certa. Sem a porra de um beijo doce. Eu reivindico sua boca. Provo sua doçura. Fico bêbado no néctar que é Lila Kate. Desejo isso desde que a deixei. Sonho com isso. Tentei tirá-la do meu sistema com outra mulher. Nada funcionou. Esta é a única maneira de curar meu desejo.
Suas mãos envolvem meus cabelos e minhas mãos sobem para sentir o peso de seus seios. Coloco a mão sobre seu coração e os batimentos fazem o meu disparar. Fiz isso com ela. Ela quer tanto quando eu. Somos a porra de explosivos. Nunca houve outra mulher que me fizesse reagir desta maneira. Por que não posso apenas fazê-lo durar mais tempo? Apreciar até que termine.
Quando suas mãos tocam meu peito e me empurram firmemente, estou atordoado.
“Isso é suficiente,” ela ofega e desliza para longe do meu corpo para libertar-se de onde a prendi.
“Nós estamos apenas começando,” respondo minha própria voz rouca por falta de oxigênio.
Ela balança a cabeça. “Não, Cruz. Meu beijo foi um adeus. Aquele beijo foi um encerramento.” Enquanto estou tentando entender o que falou ela vai embora. Deixa-me lá. Bem desse jeito. Sem lágrimas. Nada.
Eu me sentiria melhor se ela tivesse chorado? Não quero machucá-la. Quero me trancar num quarto com ela e nunca sair. Mas não quero machucá-la.
Ela me mostrou suas emoções antes. Na Bourbon Street eu vi. Tudo. Sei que seu coração é suave. Que as lágrimas caem facilmente. Então, isso significa que a mulher que acabou de sair daqui é algo... que eu provoquei. Ela não foi fria. Ela terminou. Mostrei o quanto posso machucá-la e ela viu que eu não valho a pena. Ela sabe que merece mais.
Seu cheiro se agarra a minha pele. Meu corpo dói com a perda dela em meus braços. Mas mais do que isso minha alma sabe que apenas afastei a única coisa que me despertou. Perdi a mulher que me mostrou como o fogo é.
Afundo na cadeira atrás de mim. Seguro a cabeça com as mãos. Está feito. Nós tivemos nosso pequeno momento. Queria dizer que mostrei como sou ruim para ela. Como posso arruiná-la. Que preservei a ambos. Mas no final, sou o único completamente arruinado.
Vinte e Sete
Lila Kate
O ESPAÇO ERA PERFEITO. Ele iria crescer comigo. Com minhas aulas de dança. Eu podia ver um futuro aqui. Eu tinha o dinheiro para começar. Eu compraria este lugar, todo o equipamento e começaria a anunciar. Claro, eu queria encontrar uma aventura duas semanas atrás, mas agora uma aventura sempre me lembra Cruz. Ele tinha sido a minha verdadeira aventura.
Eu quase tinha deixado a sua presença nesta cidade fazer-me correr. Quando admiti para mim mesma que eu estava olhando para estúdios de dança fora de Rosemary Beach, porque eu estava tentando evitar Cruz, tinha começado a minha pesquisa aqui. Só fazia sentido começar o meu primeiro estúdio em uma cidade onde eu conhecia todo mundo e avançar mais tarde para expandi-lo. Eu não tinha planos de ficar aqui para sempre. Mas, por agora, fazia sentido. Minha necessidade de aventura tinha sido sugada de mim. Tinha sido fugaz. Eu tive aventuras demais no período de uma semana que durariam alguns anos.
A porta se abriu atrás de mim, e Ophelia Finlay ficou ali parecendo tão glamorosa como sempre.
“Eu te liguei três vezes.” Ela me disse como se eu não tivesse visto as chamadas não atendidas no meu telefone.
“Eu estive ocupada.” Respondi.
Ela suspirou alto. “Você não vai mesmo considerar? Eu seria uma incrível companheira de quarto.”
Ophelia tinha ouvido falar, por sua mãe, que eu estava comprando um condomínio e começando meu próprio estúdio de dança. Palavras viajam rápido quando suas mães são melhores amigas. Ela estava tirando um ‘tempo’ da faculdade este ano, porque precisava de uma nova direção ou algo dessa natureza. Isso era muito Ophelia.
“Eu não estava considerando. Não duvido que você seja uma boa companheira de quarto. Eu só precisava ter certeza de que era isso que eu ia fazer,” Eu virei em um círculo olhando para o prédio. “Mas é isso mesmo. Este é o lugar.”
Ophelia assentiu. “Este será um bom estúdio. Excelente localização.”
Eu apontei para cima. “Meu apartamento será lá em cima. Estou comprando o prédio. Eu preciso poupar dinheiro, e ficar onde eu trabalho faz sentido.”
Ela fez uma careta. “Você vai morar aqui?”
Eu balancei a cabeça. “Sim.”
“Como se parece lá em cima?”
Dei de ombros. “É um grande loft, vigas expostas, muito abertas. Não é realmente o seu tipo de lugar.” Foi por isso que eu não tinha respondido suas ligações.
“Que horas serão as suas primeiras aulas?” Ela perguntou, ainda não parecendo satisfeita.
“Às oito da manhã.” Eu respondi.
Sua determinação para ser a minha nova companheira de quarto parecia que estava desaparecendo rapidamente. “Oh.”
Isso foi o que eu pensei. Este seria o meu mundo. Meu trabalho e meu loft. Eu não imaginava que iria atrair alguém.
“Posso vê-lo?” Perguntou ela, esperançosa.
“Certo, vamos.” Eu respondi. “Por este caminho.”
Eu abri o caminho para a porta de trás, que foi pintada de azul. Eu mudaria isso. Ela abria-se para as escadas que iam para o sótão. Havia exatamente vinte e cinco degraus. Quando chegamos ao topo, não havia porta. Gostaria de trabalhar com isso, também.
A área de quatro mil metros quadrados era quase completamente aberta. A única privacidade era um banheiro à esquerda e a escada em espiral que levava a mais uma área do loft que seria o meu quarto. A cozinha estava completa e era toda em aço inoxidável. Mesmo as bancadas eram inoxidáveis. Era tudo muito industrial.
“Existe um segundo quarto?” Perguntou ela observando a área.
“Não. O proprietário original era um homem. Mas se você está realmente interessada, há espaço suficiente. Nós podemos construir paredes nesse canto próximo ao banheiro, e você teria um quarto de tamanho suficiente. Mas teríamos que dividir o banheiro.”
Ela caminhou enquanto estudava toda a área de Rosemary. Era pequena e uma rua pitoresca com lojas. O exterior de todas as lojas era muito ‘costa do sul’, e me senti confortável com isso. Muito diferente da área onde tínhamos vivido quando crianças. Finalmente, ela se virou para mim e sorriu. “Vamos fazer isso.”
Se tivesse sido Phoenix Finlay, eu não teria dito absolutamente nada. Mas eu poderia viver com Ophelia. Além disso, o rendimento do aluguel pagaria os serviços públicos neste local. Fazia sentido ter este acordo.
“Eu vou falar com o papai para ele arrumar alguns trabalhadores aqui para construir um quarto assim que eu assinar a papelada deste lugar.”
Ela estava sorrindo brilhantemente. “Quanto tempo você acha que vai precisar?”
“Até o final dessa semana.”
Ela bateu palmas com entusiasmo. “Isto será muito divertido!”
Eu esperava que sim. “Você quer um emprego? Porque eu vou precisar de ajuda no escritório uma vez que abrir o estúdio.”
“Certo! Por que diabos não? Podemos apenas retirar o aluguel do meu salário?”
“Isso seria bom para mim.”
Conversamos um pouco mais antes de Ophelia sair para contar para a sua mãe sobre seus planos. Entrei e puxei-me para cima, para me sentar no bar da cozinha. Eu poderia fazer uma vida aqui. Não era na parte rica de Rosemary Beach, onde as grandes casas eram e o clube estava localizado. Ficava logo ao lado dele, mas parecia separado. Eu não estava deixando a cidade, mas eu estava começando uma nova vida nesta cidade.
Meu telefone tocou e ecoou no grande espaço vazio. Olhei para ele, era Eli. Sorrindo, eu respondi. “Olá.”
“Como parece o lugar?” Ele perguntou. Eu tinha lhe dito, por uma mensagem de texto que eu lhe enviei ontem à noite, que viria verificá-lo hoje.
“Perfeito. Eu acho que vai ser perfeito.”
“Droga. Eu estava esperando que você achasse que é ruim e viesse para Sea Breeze comprar algo por aqui.” Ele estava brincando, mas eu sabia que ele também ficaria contente se isso acontecesse.
“Você sempre pode vir a Rosemary Beach.” Eu respondi.
Ele ficou quieto por um momento. “Não me tente.”
Eu me perguntei se ele iria realmente fazer isso. Talvez um novo começo fosse o que ele precisava. “Eu não iria reclamar se você viesse.” Eu adicionei.
Ele riu e acrescentou, “É difícil dizer não para você também. Mas eu tenho um emprego, e não posso apenas largar tudo e fugir.”
Ele tinha um ponto. “Eu sei. Queria esclarecer que se você precisar de uma aventura eu ficaria feliz em ser o seu início.” Eu estava brincando, mas ele ficou quieto.
Mordi meu lábio nervosamente. Talvez eu não devesse ter dito isso. Nós não falamos muito sobre aquela noite. Eu não tinha certeza se ele se lembrava de me perguntar se ele foi o início da minha aventura. Esperei por ele dizer algo e me preocupei todo o tempo em que ele ficou em silêncio.
“Eu poderia considerar se pudéssemos ter outro sexo na praia. Eu penso muito sobre isso. Desejo a Deus que eu não tivesse estado tão malditamente bêbado.”
Após Cruz, eu não estava pronta para fazer sexo com ninguém. Eu queria estar um dia. Mas, por agora, eu simplesmente não podia. Em uma semana, eu tinha feito sexo com dois homens diferentes. Isso tinha sido um inferno de uma aventura.
“Um dia, se for à hora certa.” Eu disse suavemente enquanto imagens de Cruz e as coisas que tínhamos feito apareciam na minha cabeça. Meu coração doía junto com elas.
“Eu não quero ser apenas o começo de sua aventura Lila, eu quero ser o fim.”
Vinte e Oito
Cruz Kerrington
MINHA CABEÇA ESTAVA FODIDA. Eu estava no trabalho fazendo o que meu pai me pediu para fazer. Não porque ele pediu, mas porque eu estava tão fodido da cabeça que eu precisava de algo para me distrair. E as bucetas de outras mulheres não estavam funcionando.
“Cruz, você parece tanto com o seu pai em sua idade, que eu tive um flashback. Eu era uma garçonete novamente e lá estava o chefe. Você está bem aqui no Club Kerrington de polo. Eu sei que Woods está orgulhoso de tê-lo aqui com ele.” Blaire Finlay disse quando entrou na sala de jantar com minha mãe e Harlow Carter, a mãe de Lila.
“Ele é gêmeo de seu pai. Em tudo, incluindo a atitude.” Disse minha mãe com um sorriso.
“Não vou dizer a ele que você disse isso.” Eu disse, sabendo que ele não gostaria de ouvir que eu agia como ele.
Blaire riu, e as três passaram por mim. Minha mãe fez uma pausa para apertar meu braço gentilmente. Harlow estava quieta. Ela não falava alto como as outras ou chamava a atenção para si mesma. Ela era quieta, bonita, não parecia em nada que tinha a sua idade, e tudo que eu podia ver era Lila Kate vinte anos mais velha. O homem que a segurar será um sortudo filho da puta.
Irritado com minha linha de pensamento, eu andei pelo corredor em direção ao escritório do meu pai, para onde eu estava indo quando as três tinham chegado. Eu adorava vir a este escritório. Isso significava que veria meu pai. Ele me colocava em sua mesa e me deixava brincar com um brinquedo pequeno de golfe que estava sobre ela. Eu assistia a tela plana na parede e o observava enquanto ele trabalhava. Eu queria ser como ele.
Caramba, como os tempos haviam mudado.
A porta do escritório do meu pai abriu e ele saiu antes de eu chegar a ele. Seu olhar imediatamente parou em mim. “Bem, você chegou na hora. Eu terei um almoço com o Capitão, se lembra do irmão de Blaire Finlay? Sua filha Emmeline está com ele. Ela está sendo preparada para assumir a franquia de restaurante aqui em Rosemary Beach. Eu acho que ter você lá vai fazê-la se sentir mais confortável já que você está mais próximo da idade dela.”
Encontro de almoço. Fan-porra-tastico. “Eu conheço Emmeline, e a chamamos de Emmy. Ou pelo menos era assim há dois anos, quando eu falei com ela em um evento realizado aqui por uma coisa ou outra.”
Papai concordou. “Bom. Franny, a filha mais velha do Capitão supervisiona as franquias no Alabama e Tennessee. Emmeline está sendo treinada para assumir as franquias da Flórida e Geórgia. Ela não estará pronta até se formar na faculdade, mas o Capitão começa a prepará-las desde jovens. Como eu deveria ter feito com você. Empresário inteligente.” Meu pai disse enquanto andava e esperava que eu o acompanhasse.
“Vamos comer aqui?” Perguntei esperando a resposta negativa. Eu não estava no humor para lidar com a multidão lá dentro.
“Não. Vamos para o lugar do Capitão.”
“Por que exatamente estamos nos reunindo com ele?”
“Porque nós precisamos de outro restaurante no clube. O grill junto à piscina e o salão de jantar principal não são suficientes. Não mais. É hora de nós expandirmos.”
“Então você irá colocar um dos restaurantes do Capitão no clube?”
“Possivelmente. Parece ser uma boa ideia. Vamos ver o que se desenrola.”
O novo Dodge Ram do meu pai estava estacionado na frente e um manobrista já tinha começado a trazê-lo para nós. Subimos e nos dirigimos para a propriedade do clube, na parte de negócios de Rosemary Beach, onde fazem compras, comem, fazem mais compras e toda a merda turística estava localizada. Eu não disse muito, apenas observei a cidade passar. Perguntei-me sobre Lila Kate, porque esse era o meu novo hábito que eu não podia deixar.
“Conversou com Lila Kate ultimamente?” Papai perguntou como se ele pudesse ler minha mente.
Eu balancei a cabeça negativamente.
“Então você não sabe sobre ela comprar esse lugar?” disse ele, e meus ouvidos se animaram.
“O quê?”
Papai parou em um dos três semáforos na cidade e apontou para uma loja de dois andares na esquina da rua principal. “Aquele ali no fim. Grant disse que ela comprou. Ela está abrindo um estúdio de dança.”
Estudei o edifício azul pálido. Grandes janelas forradas, piso inferior e no segundo andar tinha os protetores contra furacões que eram tão populares por aqui. “Isso não pode ter sido barato.” Wu disse perguntando o que diabos ela estava pensando.
“Não foi. Mas ela tem um fundo fiduciário de Kiro. Ela tem uma boa cabeça para os negócios. Em vez de viver com o dinheiro, ela o está usando para fazer mais. Para construir alguma coisa.”
Eu podia ouvir a admiração em seu tom. Eu sabia que ela era especial. Ele não precisava reforçar isso. Eu entendi. Foi por isso que a afastei. Isso tinha sido o correto.
Papai puxou o caminhão na frente do lugar do Capitão em Rosemary Beach, e eu saí ainda olhando para o lugar que agora era de Lila. Ela não estava deixando a cidade. Isso era bom. Como se eu pudesse respirar melhor. Não que fosse importar onde ela vivia, mas eu a queria aqui. Isso era muito fodido.
“Ouça, preste atenção, e seja educado. Fale com Emmeline. Não aja como um idiota.”
Eu sorri. “Quando eu fui um idiota com uma mulher?”
“Inúmeras vezes, Cruz. Muitas vezes.”
Carrancudo, eu o segui e o cheiro de frutos do mar me bateu. Eu não tinha estado aqui há muito tempo, mas a comida era boa. Eu deveria sair mais vezes. Não iria me prejudicar andar por essa parte da cidade.
“Woods, Cruz, é bom ver vocês dois.” Capitão Kipling disse enquanto apertava a mão de papai, em seguida, a minha. “Quando você se transformou em um homem?” Ele brincou, e em seguida, me deu um tapa nas costas.
Emmy caminhou ao seu lado e sorriu para mim. Não era o tipo educado de sorriso de negócios que eu estava esperando. Ela estava mais velha e, nos últimos dois anos ela amadureceu. Ela também sabia disso. Seus longos cabelos loiros e olhos verdes brilhantes eram uma combinação impressionante contra o bronzeado deixado pelo sol em sua pele.
“Olá, Cruz.” Seus olhos brilhavam com malícia quando ela disse meu nome.
“Emmy,” eu respondi com um aceno. “Bom te ver.”
“Enquanto vocês se sentam, eu vou levar Cruz comigo para pegar o laptop que você precisa papai. Eu posso mostrar-lhe em volta também.”
Capitão e meu pai já estavam conversando socialmente, e ele apenas balançou a cabeça. Meu pai me deu um olhar de aviso antes de se afastar. Essa não parece ser uma boa ideia. Será que os dois não viram a forma como Emmy tinha olhado para mim? Eles eram tão cegos? Ela não estava pensando porra nenhuma em negócios.
“Meu pai me disse que você está sendo preparado para assumir o clube.” Disse ela andando tão perto de mim que o seu braço escovou contra mim.
“Sim.” eu respondi.
“Eu estarei na cidade mais vezes para conhecer este lugar. Durante o verão, estarei aqui para trabalhar. Até eu voltar para a Universidade UT, deveríamos fazer alguma coisa.” Sua voz caiu para um tom sensual. Merda.
“Não sei o que você está pensando, mas estaremos potencialmente trabalhando juntos. Não acho que temos que atravessar as linhas.”
Ela se aproximou, em seguida, deu um passo na minha frente para abrir a porta e me levou para dentro. Eu estava na sala e percebi que era um escritório antes dela fechar a porta. “O que há de errado em ter um pouco de diversão? Isso fará com que trabalhar juntos seja mais agradável.”
Sua mão tocou meu braço e me afastei quando ela se aproximou mais de mim. “Eu sempre tive uma queda por você. Mas eu acho que todas as meninas têm.”
Foda-me. O que diabos eu deveria fazer com isso? Normalmente, eu mergulharia neste convite, mas o tempo estava fora aqui. Minha cabeça estava desarrumada, e Emmy não era alguém que eu pudesse mexer sem que meu pai ficasse irritado.
“Olha, por mais tentador que seja, temos que trabalhar juntos. Eu tenho certeza que você está bem ciente da minha reputação. Eu não quero qualquer atrito entre nós.”
Ela riu, em seguida, e moveu-se para frente de mim. Seu peito quase tocou o meu. “Eu não estou à procura de um relacionamento, Cruz. Eu só quero um pouco de diversão.”
Se eu pudesse ver além do rosto de Lila Kate, eu poderia aceitar isso. Mas caramba, eu não poderia usar Emmy dessa forma. Eu teria que fechar os olhos e fingir. A última garota que eu estive nas duas noites anteriores, eu realmente a chamei de Lila. E aquilo não terminou bem.
Embora se alguém pudesse atrapalhar a minha obsessão por Lila, isso iria me salvar. “Eu vou ser honesto com você. Eu terminei com alguém há pouco tempo e estou trabalhando através disso. Superando tudo. Mas eu ainda não cheguei lá.”
Emmy mordeu o lábio inferior sedutoramente e então finalmente pressionou os seios contra o meu peito. “Eu posso te ajudar com isso.”
Por que essa merda sempre acontece comigo? “Não tenho certeza que seja uma boa ideia.” Argumentei, mas as minhas palavras não soaram muito convincentes. Ela era gostosa. Eu era um cara e eu estaria mentindo se dissesse que não gostei dela.
“Dê-me uma chance. Apenas um gosto e você vai ver...” ela sussurrou e, em seguida, sua mão deslizou até o interior da minha coxa e segurou meu pau. Puta merda!
“Você me deixa duro e eu vou ter que andar por aí com um tesão do caralho. Isso não será legal para qualquer um dos nossos pais.”
“Se eu te deixar com tesão, eu posso resolver isso pra você.”
Desta vez, eu ri. “Confie em mim, querida, não temos tempo para isso.”
Ela moveu a mão, enquanto eu já estava semiduro. “Quando você tiver tempo... Eu sou ótima em chupar um pau.”
Eu ainda estava preso em suas palavras quando ela se afastou e pegou um laptop fino. “Vamos chegar a essa reunião. Estou morrendo de fome.” Ela disse enquanto me lançou um sorriso malicioso, em seguida, balançou seus quadris quando saia pela porta.
Eu poderia fazer isso. Desfrutar dela. Divertir-me. Ela não era a boa menina que eu tinha assumido. Emmy Kipling era impertinente. Deve ser a coisa da garota da faculdade se tornando selvagem. Eu estava pensando nisso e relaxei um pouco quando nos juntamos aos nossos pais.
Emmy de repente tornou-se toda negócios e era encantadora e inteligente. Ela sabia muito sobre o lugar e fez os dois homens rirem quando falou sobre uma merda que era engraçada. Eu não falei tanto, mas me esforcei para manter o meu pai feliz.
Apenas quando aceitei isso, senti que ia ficar bem, pelo menos, não tão ruim quanto eu tinha pensado quando o meu pai disse que tínhamos que vir a esta reunião. Comecei a sorrir e há flertar um pouco, pisquei para Emmy quando nossos pais estavam ocupados discutindo outra coisa e ela me deu um sorriso que prometia algo mais tarde. Algo que eu estava me preparando para aceitar. Então eu senti. Um calor morno. Um formigamento. Levantando os olhos, eles bloquearam com os que não saia da minha cabeça.
Lila Kate estava lá, com um pedido em suas mãos. Seus olhos estavam em mim. A dor era óbvia e vê-la lá cortou meu peito.
Eu era um bastardo.
Vinte e Nove
Lila Kate
BAIXEI OS ALIMENTOS sobre o balcão da minha cozinha e gritei de frustração. Eu o odiava. Eu odiava Cruz Kerrington. Eu o odiava. Abrindo um armário, eu peguei um copo e o enchi com água gelada. Seu sorriso estúpido na minha cabeça enquanto ele piscou para Emmeline Kipling. Ela tinha o quê, dezenove? Deus, ele era um porco.
Se ela o deixar se aproximar, ela é estúpida. Estúpida como eu. Eu gemi com o pensamento e abri o saco para tirar a comida que já não parecia atraente. Havia outros lugares que eu poderia ter comido hoje. Por que eu tive que ir lá? Por que eu tinha que ver aquilo?
Sentei-me em uma das banquetas coloridas que chegaram ontem. O local era tão industrial que eu tinha adicionado toda a cor e arte que eu podia. Eu gostei da maneira como ele estava ficando. Os banquinhos foram pintados por um artista local e cada um tinha uma face louca artística diferente pintada nas costas.
Olhei para as patas de caranguejo na minha frente quando forcei um em minha boca. Eu tive que comer. Eu estava trabalhando no andar de baixo durante todo o dia e ainda faltava mais de um mês para abrir o local. Eu tomei um gole da minha água e, em seguida, olhei para o meu telefone. Eu não tinha falado com Eli em duas semanas. Ele sabia que eu tinha comprado o lugar, mas eu tinha estado tão ocupada me mudando que não tinha enviado nenhuma mensagem para ele.
Peguei meu telefone e decidi mudar isso. Nós não fomos feitos para ser mais do que amigos, mas eu gostava da sua amizade. Nós amamos pessoas que não nos amam de volta. Ele entendeu.
“Já me mudei. Quando você vem me visitar?” Então eu pressionei enviar.
Ophelia não veio ainda. O quarto dela estava quase concluído. Ela tinha ido para Los Angeles com Phoenix para visitar seu avô por uma semana. O lugar tinha estado tranquilo. Apenas eu e meu pai, juntamente com alguns de seus funcionários que vieram trabalhar no quarto nos últimos dias.
“Quando for convidado.” Foi sua resposta.
Eu senti falta dele. Eu perdi o cara de confiança que cumpria o que ele disse que ia fazer. Ele era honesto e não fazia coisas que poderiam ferir os outros. Eu queria que Eli tivesse sido o único a roubar o meu coração. Ver Cruz com outra pessoa seria mais fácil se ele estivesse aqui.
“Você está convidado. Considere este o seu convite oficial.”
Enviar textos para ele aliviou a dor que eu senti no meu coração e comecei a comer a minha comida e me divertir. Se eu pudesse voltar atrás e não implorar a Cruz pelo impossível naquela noite, na Bourbon Street, eu o faria. Eu pegaria tudo de volta. Desistiria das memórias. As pessoas que disseram que não trocaria isso, mesmo que doa, eram loucas. Eu desistiria em um piscar de olhos. Eu não queria pensar nele.
Eu queria esquecer tudo.
“Sexta-feira é cedo demais?” Eli mandou uma mensagem de volta.
“É perfeito.” Eu respondi.
Isso me dava dois dias para arrumar esse lugar. Eu gostaria de fazer alguns planos para nós e, em seguida, me divertir. Eu não penso sobre Cruz. Eu não ligo para o que ou quem ele estava fazendo suas coisas. Eu vivo minha vida.
“Vou começar a fazer a mala.”
Eu rio com o último texto e acabo de comer.
As coisas estavam se tornando diferentes do que eu tinha imaginado, mas elas não eram ruins. De modo nenhum. Eu estava animada. Logo eu possuiria um estúdio de dança. Eu ficaria para ensinar crianças, incentivá-las a encontrar o seu amor pela dança do jeito que eu tinha encontrado.
Eu limpei minha refeição e desci para voltar a pintar as paredes. Papai tinha se oferecido para fazer isso, mas eu queria saber que eu tinha feito algo. Este era o meu lugar. Eu gostava de ter a minha mão em torná-lo pronto para morar.
Quando passei pela porta, Cruz estava ali olhando ao redor. Suas mãos estavam nos bolsos do jeans, e com um olhar que eu não conseguia ler em seu rosto. Eu pensei em virar e correr de volta lá pra cima, mas eu não tinha doze anos. Eu era uma adulta e este era o meu estúdio.
“Posso ajudá-lo?” Perguntei.
Seu olhar voltou-se para mim. Ele não tinha me ouvido entrar. “Ei.”
Eu não respondi. Eu só continuei em silêncio olhando para ele.
“Sobre o que você viu,” ele começou e eu levantei a mão para detê-lo.
“Não faça isso. Por favor, não venha aqui e aja como se você tivesse que explicar alguma coisa para mim. Eu acho que eu fui clara em sua casa. Tivemos um encerramento. Está feito. Tenho que terminar de pintar. Se você me der licença.” Fui até a tinta e o rolo que eu tinha deixado quando saí mais cedo, e esperei que ele tivesse virado e saído.
“Se você teve a porra do seu encerramento, por que seus olhos pareciam tão incrivelmente magoados? Diga-me Lila. Diga-me por que seus olhos tomaram meu fôlego? Porque, com certeza, não foi um encerramento que eu vi neles, porra.”
Fiz uma pausa e respirei fundo. Ele estava certo. Mas eu não ia admitir isso. “Ainda é recente. Estarei bem em breve.”
“Porra, quando descobrir como superar isso você poderia me dizer como? Porque Deus sabe que eu preciso de ajuda.”
Eu não podia deixá-lo chegar a mim. Eu não podia deixar suas palavras me fazerem fraca ou acho que eu não poderia confiar nele. Que não poderíamos ter nada.
“Você estava indo muito bem.” Eu respondi e me dobrei para pegar o rolo e tirar a tampa da lata de tinta.
“Lila, olhe para mim. Jesus, só olhe para mim merda. Diga-me se isso se parece com um cara que não se importa? Você me viu flertar. Eu tenho flertado desde que eu consigo andar. Não significa nada. É apenas como eu reajo a mulheres que estão flertando comigo.”
Eu rio e então balanço a cabeça. “Tanto faz. Eu não me importo. Basta ir.”
Ele ficou lá. Não falou e não saiu. Tentei me concentrar na minha pintura, mas foi difícil com seus olhos me observando. Esperei que ele dissesse algo mais. Se ele simplesmente deixasse isso acabaria de uma vez. Tudo isso. Eu experimentei isso. Sabia como era e estava pronta para deixá-lo no passado.
“Se você não se importa então poderíamos sentar, conversar, tomar uma cerveja. Nós não podemos fazer isso, Lila. Então, sim, você se importa.”
Ele estava certo. Eu o odiava por estar certo. Se eu não me importasse não haveria emoção. Eu estaria bem com uma visita. Eu não estaria exigindo que ele saísse. Deixei minhas mãos cair ao meu lado e me virei para encará-lo.
“Você está certo. Eu me importo. Mas eu quero não me importar. Quero esquecer que tudo aconteceu. Quero esquecer você.” As palavras, embora fossem verdades, soaram muito mais frias e mais duras quando eu disse em voz alta. Eu quase as retraí, mas me contive. Ele me machucou. Se isso for machucá-lo, então, tudo bem.
“Eu não quero esquecer.” Sua voz era profunda e dolorosa.
Comecei a dizer algo para suavizar a situação, mas então ele fez como eu pedi. Ele se virou e saiu. Depois que a porta se fechou atrás dele, o lugar ficou em silêncio novamente. E eu estava sozinha mais uma vez.
Trinta
Eli Hardy
O CHEIRO DE TINTA FRESCA me pegou enquanto eu ia para dentro do prédio que seria o estúdio de dança de Lila. Era uma pálida sombra de azul, e o teto sem pintura logo parecia com o céu da manhã. Ela me contou sobre um artista que tinha vindo para pintá-lo. Ainda havia muito a ser feito, mas eu estava feliz por ela. Ela estava tão animada quando ela falou sobre seus planos. Eu a ouvi por mais de uma hora na noite passada. Quando ela percebeu quanto tempo estava falando comigo sobre isso, ela se desculpou. Tinha sido bonito.
Nenhuma vez na minha vida alguém tinha me feito esquecer Bliss. Havia sempre uma dor no meu peito quando eu pensava nela. Até agora. Aquilo tinha ido embora. Eu sabia o porquê. Lila havia se tornado importante para mim. Ela tinha sido tão adorável que eu não conseguia pensar em mais ninguém. Bliss era o que deveria ter sido sempre para mim, uma amiga. Uma grande amiga com quem eu me preocupava, mas eu poderia dizer honestamente que eu não amava a minha melhor amiga. Fiquei feliz por Bliss ter encontrado Nate e que a vida dela estava cheia de alegria.
Eu puxei minha mochila por cima do meu ombro e atravessei a sala em direção a uma porta na parte de trás. Ela tinha dito para entrar naquela porta e seguir em frente até as escadas. Esta noite ela estava cozinhando pela primeira vez em sua cozinha e não queria deixar a comida sem vigilância, de modo que ela tinha deixado as portas destravadas para mim.
O cheiro de tinta desapareceu quando a pesada porta se fechou atrás de mim. Eu comecei a subir as escadas. Podia sentir o cheiro de alho antes de eu ter andando a metade do caminho.
“Eli?” Lila gritou.
“Sim!” Respondi.
Eu ouvi o toque de seus pés enquanto caminhava em minha direção. Quando cheguei ao topo da escada, ela estava lá para me cumprimentar. Ela era de tirar o fôlego. Droga... era bom estar aqui.
“Você está aqui!” Ela disse sorrindo para mim como se eu não fosse aparecer. Então ela acenou com a mão e deu a volta. “É isso. O que você acha?”
O espaço parecia que pertencia a um homem solteiro. Lila tinha adicionado um monte de coisas suaves de mulher, tudo colorido para subjugar a masculinidade do lugar. No entanto, a aparência rústica industrial, com as vigas expostas, foi construída para um homem em mente. Nada chique. Apenas aberta e útil.
“Eu acho que gostaria de alugar aquele quarto se Ophelia desistir.” Eu disse, brincando.
“É ótimo, não é? Eu amo a vista e a sensação de que esse lugar é meu.”
Eu balancei a cabeça. “Sim, isso é ótimo.” Assim era o meu ponto de vista.
Lila usava uma saia branca curta e com um top azul sem mangas que mostrava seu bronzeado. Seus cabelos estavam presos no alto da cabeça em um nó confuso. Ela não estava usando maquiagem, mas não precisa disso.
“Eu não tenho uma cama no quarto de Ofélia ainda, mas o sofá tem uma bicama, e é uma boa. Eu tinha verificado antes de comprar.” Olhei para a sala de estar, ela tinha um sofá de couro que era luxuoso e largo. Duas cadeiras com listras vermelhas e marrons e um grande pufe retangular estava no meio. A tela plana era enorme, mas então ela poderia ser visto de qualquer lugar em todo o ambiente.
“Isso parece confortável o suficiente para dormir.”
“Pode ser. Mas você é alto.” Ressaltou.
Eu testarei mais tarde. “O que você está cozinhando tem um cheiro incrível. Posso ajudar com alguma coisa?”
“Sim, você pode cortar as abobrinhas. Eu odeio cortar legumes.” disse ela. “Coloque a sua mochila mais perto do sofá e me diga sobre todos os acontecimentos atuais em Sea Breeze. Eu monopolizei a conversa na noite passada. Eu nunca soube o que aconteceu com Jude e Micah sendo presos.”
Deixei a minha mochila cair ao lado do sofá enquanto ela caminhava de volta para a cozinha.
“Damon, o melhor amigo de Micah, correu e os pegou antes que eles chamassem seu pai. Micah pode ter vinte e cinco, mas Jude tem apenas vinte anos. O pai deles teria ficado furioso. Eles são ambos idiotas por fazerem qualquer coisa com Saffron. Ela está sempre à procura de problemas.”
“Saffron os havia convidado para ir nadar na casa de um amigo que ela supostamente estava cuidando. Havia garotas de topless lá. Elas eram amigas strippers de Saffron, embora Saffron não seja uma stripper. Micah e Jude apareceram, e então tinha um menor bebendo na festa. As coisas ficaram muito altas. Os policiais vieram. Micah disse a Saffron para se esconder porque seu pai era um filho de uma cadela e que ficaria puto.”
Eli continuou. “Saffron não estava realmente cuidando da casa. Todos eles estavam lá sem o conhecimento do proprietário. Era a casa de um ex-namorado de uma das stripper. O ex-namorado e sua esposa estavam de férias.”
“Será que o dono da casa vai prestar queixa?” Lila perguntou quando me entregou a abobrinha.
“Não. A stripper que ele teve um caso ameaçou contar tudo para a esposa dele.”
Lila riu então. “Uau. Ok, isso soa como um filme. Sea Breeze é mais animada do que Rosemary Beach. Raramente temos drama. Nada de interessante.”
“Isso é porque você não tem uma Saffron Corbin por aqui.”
Lila passou por mim duas vezes para obter algo da prateleira de temperos. Eu estava tentando não assumir que ela estava fazendo isso de propósito, mas quando ela se aproximou a terceira vez eu decidi que era um convite. Coloquei a faca para baixo e agarrei sua cintura para puxá-la contra mim.
“Eu espero que isso esteja bem.” Eu disse num sussurro antes de reivindicar sua boca com a minha própria. Ela congelou num primeiro momento, e então lentamente derreteu-se contra mim, seus braços indo ao redor do meu pescoço. Isto foi melhor do que eu me lembrava.
Eu ouvi o azeite na panela atrás de nós chiar. Eu sabia que tinha que deixá-la ir, mas a sensação dela em meus braços estava tão certo que era difícil. Quando ela se afastou, ela me deu um sorriso tímido. “As cebolas vão queimar.”
Eu a deixei ir com relutância, e ela correu para movê-las com uma espátula. “Você está pronta para a abobrinha?” Perguntei ainda um pouco entorpecido por aquele beijo.
Ela olhou para mim por cima do ombro e assentiu.
Eu usei isso como uma desculpa para chegar perto dela. Peguei os legumes, em seguida, e fiquei tão perto de suas costas que nossos corpos se tocaram. Baixei a cabeça e sussurrei em seu ouvido. “Vou colocá-los na panela, você mexe.”
Lila tremeu e depois assentiu. Satisfeito que eu estava afetando ela desta forma, eu comecei a derramar lentamente a abobrinha em fatias na frigideira. Ela estava respirando rapidamente, e eu podia ver seu pulso pulando na curva de seu pescoço. Eu dei um beijo lá, incapaz de me segurar.
Ela respirou profundamente e, em seguida, estremeceu novamente.
CONTINUA
Eu só queria me divertir um pouco, e ela não podia deixar-me tê-lo. Ela não podia ficar puta da vida por alguns minutos. Jesus, ela era mais problema do que eu tinha previsto. Seus cabelos escuros foram à primeira coisa que eu vi quando sai do bar. Ela estava de pé apenas alguns metros do bar.
Tinha os braços cruzados sobre o peito, e seus ombros levemente caídos. Como se estivesse com frio e tentando se manter aquecida. Isso não podia ser ela, porque estava quente pra caralho aqui fora.
“Lila!” Eu a chamei. Ela lentamente virou-se para olhar para mim e, em seguida, retomou sua postura quando me viu, mas não estava interessada em mim. Ou como ela estava chateada.
Tomei alguns passos para alcançá-la, pronto para saber o que diabos ela estava pensando vindo aqui sozinha. Mas quando cheguei perto, ela abaixou os braços e manteve o olhar sobre tudo e qualquer coisa, menos em mim. “Pronto para o próximo bar?” Ela perguntou.
Estava chateada. Senti em seu tom. “Por que você simplesmente saiu?” Perguntei frustrado por toda essa cena. Eu tinha começado a me divertir.
“Eu não gosto desse bar.”
O que? “Só porque não gosta de um lugar você simplesmente o deixa. Você não podia esperar para me dizer?”
“Você estava ocupado.” O sarcasmo escorrendo de sua voz não foi perdido.
“Eu estava apenas começando a me divertir. Jesus, Lila.”
Ela começou a se afastar então. Ela estava com raiva e queria ficar longe de mim. Eu não tinha feito nada de errado. “Então volte lá e se divirta. Se é isso que você quer fazer, não tenho nenhum problema com isso.” O tom de sua voz não soava como se ela não tivesse problema com isso.
Estendi a mão e agarrei seu braço, parando-a. “O que há com você? Você está chateada por eu ter bebido shots nos seios daquela garota? Isso é o que ela está lá para fazer. Alguns dos bares aqui têm muito mais do que isso. Foi tranquilo. Eu não estava machucando ninguém.”
Ela suspirou profundamente, e, finalmente, virou-se para olhar para mim. “Isso é o que você gosta?”
“Beber shots de uma mulher? Sim, assim como todos os homens heterossexuais sobre a porra do planeta.”
“Você não a conhece.”
“Não, mas isso realmente não importa.”
Ela me estudou por um momento. “Você já se apaixonou, Cruz?”
Que porra é essa? O que tinha a ver eu gostar de uísque entre os seios para estar apaixonado? “Não, mas o que diabos isso tem a ver com esta conversa?”
O jeito que ela estava me estudando me deixou desconfortável. Como ela podia ver mais do que eu queria. “Porque parece superficial.”
“É sexy, divertido. Não é suposto ser mais nada.”
Lila não respondeu a isso. Deixei-a puxar seu braço para fora do meu alcance. Ela finalmente concordou. “Ok.” Eu não tinha certeza do que ela queria dizer com “OK” e se esse era o seu jeito de acabar com essa conversa ridícula que estávamos tendo, tudo bem.
“Vamos encontrar coisas mais sensuais e divertidas para fazer,” disse ela quando começou a andar novamente.
Eu caminhei ao lado dela. Ela foi até o bar próximo e não esperou por mim para pedir uma bebida. Em vez disso, ela foi direto ao bar e pediu uma dose dupla de uísque para si mesma, bebeu em um gole, então pediu outra.
“A menos que você queira me ter segurando seus cabelos lá fora, na rua, você precisa ir mais devagar,” eu avisei. Ela me ignorou e bebeu a próxima exatamente da mesma maneira. Depois disso, ela me deixou pedir a minha própria bebida e saiu para a pista de dança. Fiz o pedido com o barman, em seguida, assisti em choque como Lila Kate deixou um homem tomar sua mão e colocá-la sobre uma mesa. O cara no palco gritou “O que você quer ouvir coisa doce?”
Ela lhe deu um grande sorriso atrevido que eu nunca tinha visto em Lila Kate antes. “Poison,” ela gritou.
Poison? Que porra ela está fazendo?
“Eu acho que está apaixonada!” O cara no palco gritou. Em seguida, a banda começou a tocar, e assim o fez Lila. Eu sabia tudo sobre ela dançando. Ela tinha feito em toda sua vida. Foi à faculdade que fez. Mas eu não sabia era que, além do ballet e outras merdas de fantasias que ela tinha aprendido, em algum momento ao longo do caminho, Lila Kate tinha aprendido a fazer algo que faria milhões se ela estivesse decidida a tirar a roupa e tomar-se uma dançarina de Pole dance. Filho da puta.
Depois que eu puxei meu queixo do chão, eu tive que lutar contra o desejo de levá-la para fora e longe de todos assobios e aplausos. Foi sexy como o inferno? Sim. Mais do que qualquer coisa que eu já tivesse visto. Voltei à coisa de Branca de Neve que tentei explicar a ela mais cedo. Mas não era Lila. Ela tinha classe. Ela não era o tipo de garota que fazia coisas como esta.
Eu me segurei até que algum bastardo bêbado estendeu a mão e passou em sua panturrilha. Então eu estava feito. Ela tinha feito qualquer ponto maldito que queria fazer e eu não precisava ver mais. Caminhei pela multidão, e depois de empurrar dois caras de volta, agarrei as pernas dela e joguei-a por cima do meu ombro.
Ela gritou.
“Ei! Coloque a mulher para baixo!” Um cara que estava admirando a vista, disse em pé no meu caminho.
“Ela está comigo. Estamos viajando juntos. Ela é minha,” eu respondi dando-lhe um olhar de advertência.
“Você está bem com ele levando você?” O cara no palco perguntou.
“Sim,” ela disse parecendo irritada.
“Deixe-o ir, rapazes,” disse o vocalista, e meu caminho foi inocentado. “Se ela fosse minha, eu teria tomado-a também.”
Dezenove
Lila Kate
SÓ PORQUE EU DEIXEI ele me transportar para fora de lá como um homem das cavernas não significava que eu não estivesse com raiva. Fiquei furiosa. Ele poderia ter um bom tempo, mas eu não podia. Havia regras que estava faltando. Ele gostava de meninas que mostrava seu corpo e ostentá-lo, mas eu não tinha permissão para exibir o meu.
Quando estávamos longe o suficiente do bar e ele não iria entrar em uma briga, eu bati em suas costas e comecei a me movimentar para ser liberta. “Deixe-me descer!”
Ele parou de andar e me colocou em meus pés. “Posso confiar em você que não estará indo saltar sobre um pole em algum lugar e tirar suas roupas?” Ele virou-se para mim.
Era isso. Eu não tinha pedido para sair de Sea Breeze. Eu tinha deixado por causa de algo que ele tinha dito. Ele foi à razão pela qual eu corri em primeiro lugar. Ele tinha me acusado de ser fria e gelada. E quando eu fiz o que ele, obviamente, gostava em mulheres, ele ficou com raiva. Eu não poderia ganhar. Não com ele.
“O que foi? Foi pura demais para você? Você prefere que eu vá lá e empurre o meu top par baixo e comece a distribuir shots nos meus seios?”
Sua expressão era de alguém mentalmente instável. “Foda-se, não!”
“Então o que é que você gosta Cruz? Você me chama de fria e diz que eu sou intocável. Quebrável. Eu venho para provar que não sou nenhuma dessas coisas. Então, quando eu começo a ser corajosa e me solto fazendo coisas como acabei de fazer, você age como se eu estivesse fazendo algo errado. Eu não entendo. Desejaria não me importar. Eu tentei me cuidar por tanto tempo que eu nem me lembro quando eu não fiz. Você. Sempre foi você. Eu odeio isso. Eu odeio que seja você. Por que não podia ser outra pessoa? Alguém que fosse... gostar... Eli! Alguém como ele. Por que não posso querer alguém como Eli? O que há de tão errado com a minha cabeça que eu sempre quis você?” As palavras foram saindo. Me ouvi, sabendo que eu deveria calar a boca. Que o que eu estava dizendo nunca poderia ser levado de volta. Mas era como se eu tivesse controle de mão da minha boca para outra pessoa, e ele estivesse falhando em seu trabalho.
“É como eu pareço? Eu não sou bonita o suficiente? Você prefere outro tipo? Talvez sejam meus seios, talvez porque eles não são tão grandes como o da menina no bar? É isso? E quanto a mim fazer você me tratar como uma professora? Por favor, diga-me para que eu possa corrigi-lo!”
As pessoas estavam nos ignorando. Eles passavam direto por nós, e quando eu percebi o que tinha feito, que tinha apenas gritado tudo isso para qualquer um em torno de nós ouvir. Alguém gritou: “Eu acho que você está fodidamente sexy, baby. Venha até aqui.”
Sintonizando isso. Esta rua estava cheia de bêbados. Eu era um deles, aparentemente, porque eu tinha acabado de dizer coisas que eu nunca quis dizer sóbria. Eu tinha muito orgulho. A bêbada Lila Kate não tinha orgulho. Eu gostaria de ter percebido isso mais cedo.
“Você não é barata. Você não é fácil. Você é como a porra de um diamante raro. Você me quer? Você quer a minha atenção? Por quê? Eu sou uma bagunça. Eu não posso ser o que você merece. Eu nem sei como. E se eu me deixar tocá-la, apreciar o que você fez lá, eu estarei arruinado. Você acha que me quer, mas se realmente me conhecesse iria mudar de ideia. Então eu teria tido um gosto de você e nada jamais iria se comparar a isso de novo. Você me aterroriza. Me assusta como nada jamais me assustou na minha vida.” Seus olhos estavam brilhantes e selvagens. Suas mãos tremiam quando eu deixei cair o meu olhar para olhar para ele, incapaz de manter nossos olhares juntos. Todo o resto dele parecia tenso. Rígido.
“Eu te conheço. Eu te assisti toda a minha vida. Eu vi você no seu pior e seu melhor.” Eu não gritei aquelas palavras. Eu apenas disse e deixei-as ficar lá enquanto eu continuava deixando suas palavras se aprofundar. Eu não esperava isso dele. Eu ainda não tinha certeza se eu estava sonhando. Eu poderia estar sobe o efeito da bebida em algum momento?
“Eu não tenho relacionamentos, Lila.”
Eu levantei meu olhar então. “Eu não estou pedindo por um.”
Ele parecia dividido. Seus olhos se estreitaram. “Então o que é que você quer de mim?”
Eu queria muitas coisas. E eu sabia que ele nunca iria dar o que eu queria. Nós nunca teríamos um felizes para sempre. Isso não era Cruz. Ele nunca tinha sido. “Agora. Agora mesmo. Nessa viagem. Nada mais.”
Ele não respondeu de imediato. Ele ficou lá olhando para mim como se não acreditasse em mim. Ele não deve, porque eu queria mais. Eu só sabia que nunca iria conseguir isso. Eu não era a garota para fazê-lo querer mais. Ele encontraria um dia e iria mudar de ideia. Ele seria capaz de ser aquele cara. O único que fez relacionamentos.
Eu tinha ouvido dos meus pais a história um milhão de vezes. Meu pai não tinha sido aquele cara. Minha mãe tinha sido a única a mudar sua mente. Foi o que aconteceu a todos eles eventualmente. Eu sabia que não era para Cruz e que eu deveria deixá-lo ir e ir embora. Mas eu não podia. Eu queria saber por apenas um momento. Como me sentiria estar com ele. Então havia uma chance de eu tirá-lo da minha cabeça e coração. Seguir em frente e encontrar alguém. Assim, Cruz Kerrington não estaria sempre em meus pensamentos.
“Nada além desta viagem?” Ele repetiu as minhas palavras como uma pergunta.
Eu balancei a cabeça.
“Você ouviu a parte sobre me arruinar?”
Eu dei de ombros. “Nós dois sabemos que isso não vai acontecer. Eu não sou única. Você ainda não encontrou alguém.”
Ele franziu a testa. “Única?”
“Sim. Única. A menina que você vai querer para sempre.”
Ele balançou sua cabeça. “Você está mexendo com a minha cabeça. Eu juro.”
“Você está atraído por mim?” Perguntei-lhe corajosamente. Eu poderia agradecer aqueles shots duplos de uísque por isso.
“Isso não é o ponto aqui. Eu não sei se eu posso... apenas ter um caso com você, Lila. Há sentimentos lá. Eu não gosto de sentimentos porra. Não com as mulheres. Eu não posso te machucar, e é isso que eu vou fazer.”
Dei um passo em sua direção, coloco uma mão em seu peito. Este era um jogo, mas eu estava brava agora. Eu não seria na parte da manhã. Eu tinha ido tão longe que eu precisava empurrar ainda mais. “Você não pode me machucar se eu conheço as regras. Nós desfrutamos disto. Ter um caso. Em seguida, passar como sempre fomos.”
Ele baixou o olhar para a minha mão. “E se você me arruinar?”
“Dê uma chance,” eu sussurrei.
“Foda-se,” ele murmurou em resposta. Em seguida, agarrou meu pulso, e me puxou contra seu corpo. Mal tive tempo para recuperar o fôlego antes de sua boca estar na minha. O sabor das nossas bebidas misturadas com o que eu tinha ganhado. Por agora, eu tinha isso. Foi minha decisão, e eu esperava que isso saísse do meu sistema para que eu pudesse, eventualmente, seguir em frente.
“Não há mais bares,” disse ele contra a minha boca. “Voltamos para o hotel. E não estamos hospedados em dois quartos de merda.”
Eu não discuti. Eu só dei um aceno de cabeça em concordância. Era isso. É melhor não ser um sonho.
Vinte
Cruz Kerrington
HAVIA DECISÕES inteligentes e decisões estúpidas. E então havia erros. Eu não tinha certeza de onde este pousou, mas com Lila em meus braços cheirando como o céu, e a imagem de sua dança naquela mesa foi tudo o que me preocupava, no momento.
Eu quebrei o beijo, agarrei seu cotovelo e me dirigi para o hotel. Nós estávamos em um hotel a poucos quarteirões à frente, na esquina da Canal e Bourbon. Percebi como tudo o que eu, mas queria sem falar, que no fundo eu estava preocupado que ela iria ficar sóbria e mudar de ideia. Se eu fosse metade da porra do homem que eu deveria ser, eu não iria deixá-la fazer isso esta noite, enquanto ela estava bêbada... enquanto eu estava bêbado.
Mas eu tentei dizer a ela a confusão que eu era. Ela parecia ver mais em mim do que estava lá. Eu queria que houvesse mais. Eu queria conhecer suas expectativas. Quando eu era criança, eu tinha visto o olhar em seus olhos, e eu sabia que ela me via de forma diferente do que via Nate. Eu amei isso. Eu era diferente. Isso me fez sentir importante. Então eu a tinha beijado, e ele tinha me assustado.
Eu sabia que Lila Kate não era para mim. Eu não era o tipo de cara que ela iria querer por muito tempo. Ela veria muitos eventualmente. Ele iria fazê-la mudar de ideia. E ela nunca mais olharia para mim com aquele olhar sonhador em seus olhos novamente. A ideia de poder perder que me levou a colocar uma parede lá. Uma construída para magoá-la. Ela tinha funcionado. Até agora. Até que eu ouvi que ela tinha deixado à cidade e eu corri atrás dela, porque eu não podia suportar a ideia de ter uma vida sem ela.
Quando entramos no hotel, fiz uma pausa e olhei para ela. A menina da minha infância. A menina que eu sempre assisti, mas nunca me permiti chegar perto. A que eu fingi que eu não sabia por que me evitava.
“Tem certeza?” Eu perguntei a ela.
“Sim.”
Eu esperei. Eu precisava que ela pensasse. Deixar tudo afundar. “Poderíamos dormir esta noite. Esperar até amanhã.”
Ela sorriu. Tão suave que fez seus olhos brilharem e me fez sentir mais como um homem do que devia. “Hoje à noite,” ela finalmente disse.
O caralho que eu poderia ignorar isso. Teríamos hoje à noite. Se ela se arrependesse amanhã, poderia me quebrar. Mas eu estava disposto a arriscar.
A viagem para o quarto foi curta, mas tantos pensamentos passaram pela minha mente que me senti passar muito mais tempo do que era. Ela tocou o cartão-chave para o desbloqueio e acendeu a luz verde. Era isso.
A porta se abriu. Entramos no interior. Meu quarto era idêntico a este. Logo ao lado. Eu tinha feito uma piada sobre isso quando chegamos. Eu não estava brincando agora. Eu deveria estar naquele quarto. Sozinho. Era a coisa certa a se fazer.
“Lila,” disse pensando que eu deveria parar com isso.
Ela deixou cair à pequena bolsa do ombro no chão, em seguida, tomou a parte inferior de sua camisa e puxou-a por cima da cabeça. O sutiã de renda branco era pequeno e a elevação de seus seios parecia que eles estavam prestes a derramar por cima expondo seus mamilos. Sua blusa caiu no chão ao lado dela, então ela chegou ao redor e desabotoou o sutiã. Eu assisti com fascínio quando as tiras escorregaram pelos seus braços finos até se juntar a sua blusa no chão. Seus mamilos escuros redondos duros do frio do quarto ou a partir de sua excitação chamando minha atenção.
Me movi, fechando o espaço entre nós. Incapaz de manter minhas mãos para mim eu cobri ambos os seios com as mãos. Embora minhas mãos fossem grandes elas não eram grandes o suficiente para levar cada seio completamente. O excesso me animando eu apertei deixando a suavidade provocar minhas mãos.
“Porra,” sua voz pegou quando ela disse as palavras. Aquelas não eram as palavras que eu imaginei vindo de seus lábios. Eles não se encaixavam com Lila Kate. Mas a forma como sua voz tremia quando ela disse. A maneira como ela se inclinou para mim e um gemido suave escapou simplesmente do meu toque fez tudo isso parecer certo. Como era para ser. Como nós deveríamos ser.
A restrição que eu tinha retido estalou. O lado impertinente de Lila foi demais para um homem tomar. Eu agarrei sua saia e puxei para baixo até que ela ficasse ali em nada além de suas calcinhas de renda preta. Elas fizeram pouco para cobri-la. Quase inútil a menos tentando seduzir um homem. E eu estava seduzido. Eu tirei minha própria camisa e joguei-a fora.
Minhas mãos em volta de sua cintura e a suspendi a levando até a mesa do quarto porque era mais perto que a cama. Sentei-a, em seguida, puxando sua calcinha memorizando a maneira que olhei quando ela deslizou fora de seu corpo.
Ela estremeceu e meu pau latejou. Essa era Lila Kate... doce, inocente, preciosa Lila Kate. Impertinente, selvagem, carente Lila Kate tinha tomado seu lugar essa noite, e eu tremia de antecipação. “O que você quer?” Eu perguntei a ela quando desabotoei minha calça jeans. “Diga-me exatamente o que você quer que eu faça.”
Seus olhos foram do meu peito nu e depois bloquearam em minhas calças quando eu comecei a soltá-la e empurrando-a pelos meus quadris e saindo dela. “Diga-me, Lila,” eu exigi. Eu não tinha certeza por isso que eu precisava dela para dizer, mas eu fiz. Eu queria que ela falasse sujo. Ouvir sua linda boca dizer coisas ruins. Fiquei muito provável que explodisse ao som, mas eu queria.
“Eu quero você,” ela sussurrou.
“Você vai ter que fazer melhor que isso. Conte-me.”
Ela engoliu em seco e ergueu o olhar de minha ereção pressionando através de minhas cuecas boxer aos meus olhos. “Eu te disse. Eu quero que você me foda, Cruz.”
Isso deve ser suficiente. Eu deveria estar feliz. Mas ela me transformou em um monstro enlouquecido pelo sexo. “Você quer isso gentil?” Perguntei empurrando minha cueca para baixo deixando meu pau grosso livre.
Ela balançou a cabeça lentamente. Os olhos arregalados quando ela olhou para mim. “Não,” sua voz era tão suave que eu quase não a ouvi.
“Diga-me,” eu disse enquanto empurrava suas coxas com as mãos e me coloquei entre elas. “Como você quer ser fodida?” Nessa última palavra, seus olhos brilharam com o mesmo desejo que sentia.
“Forte. Foda-me forte.”
Minhas mãos chegaram debaixo dela e agarrei sua bunda quando eu bati nela. Que com um impulso era como afundar em cetim apertado e quente. “Foda-se!” Eu gritei quando seu corpo reagiu à entrada súbita, apertando meu pau. Era melhor do que a minha imaginação.
Suas mãos pequenas agarraram meus braços, as unhas cravando em minha carne. O ardor que senti foi incrível. “AH!,” Ela gritou.
“Isso é o quão duro você quer?” Rosnei perto da orelha dela querendo bater nela uma e outra vez, mas estava fazendo tudo o que podia para me controlar.
“Sim. Mais,” ela ofegava.
Meus dedos entraram na carne da bunda dela quando eu puxei para trás e mergulhei mais fundo. Gemendo de prazer, eu mordi seu ombro, e ela começou a implorar. “Por favor, mais forte. Eu quero sentir você amanhã.”
Qualquer a sanidade que estava segurando saiu. Fui buscá-la afundando-a mais para o meu pênis rígido e levando-a até a cama onde eu caí para a suavidade com ela. Não querendo me afastar. Eu tive que puxar para fora em um movimento rápido e lançá-la em seu estômago. “Bunda no ar,” eu pedi.
Ela fez isso, sem dúvida. De quatro, era mais fácil e eu estava martelando dentro dela imediatamente. Seus gritos se tornaram mais frenéticos como a minha respiração. Eu bati na bunda tão forte quanto eu podia sem realmente me preocupar em machucá-la. Só para deixar arder.
“Oh Deus!” Ela gritou. “Estou gozando!” Seu corpo começou a tremer e seu clímax pulsava em meu pau ainda trancado dentro dela. Eu balancei com a necessidade de explodir. Foi uma porra tão incrível que eu não conseguia pensar. Pouco antes de perder a pequena quantidade de controle que eu tinha deixado, eu puxei para trás até que eu estivesse livre dela e gritei seu nome quando minha porra cobriu sua bunda virada para cima.
Seu corpo ainda estava tremendo, e minhas pernas estavam fracas. Fracas demais para se moverem. Ficamos lá. Sua cabeça agora repousava na cama. Tudo o que podia ser ouvido era nós ofegantes. Que tinha sido mais. Muito mais do que eu esperava. Tinha sido viciante. Eu poderia dizer-me que era muito perigoso fazer isso de novo, mas eu seria um tolo. Eu queria mais. Inferno, eu queria mais, logo que eu pudesse respirar fundo novamente.
Ela começou a abaixar seu corpo inteiro para a cama.
“Eu preciso limpar você,” eu disse a ela apreciando o olhar de meu sêmen em sua pele.
“Está bem,” ela disse suavemente, ainda afundando até que fosse pressionada completamente contra o colchão.
Sorrindo para a simples beleza, encontrei forças para ficar de pé e fui para o banheiro pegar uma toalha molhada. Limpei-a rapidamente, em seguida, cobri-a para cima. Ela levantou a cabeça e olhou para mim. “Você está vindo para a cama também?”
Os cabelos perfeitos de Lila estavam bagunçados. Seus olhos estavam pesados, os cílios se espalharam pelas bochechas. O rubor no rosto ainda estava lá, e nada parecia tão incrivelmente bonito na minha vida. “Sim. Eu vou.”
Subi ao seu lado e cobri nós dois puxando-a de volta contra o meu peito. Seria difícil em alguns malditos minutos, mas ela estaria dormindo cedo demais para perceber. Eu inalei o cheiro de seus cabelos e sua mão cobriu a minha.
Levou menos de dois minutos para a sua respiração se abrandar. Ela estava dormindo em meus braços, e eu sabia que nada seria o mesmo para mim. A ruína que eu temia era muito pior do que isso. Eu não estava preparado para ser capaz de deixá-la ir.
Vinte e Um
Lila Kate
RECONHEÇO SEU CHEIRO antes mesmo de abrir os olhos. O calor de seus braços me fez suspirar e afundar mais perto. Isto foi melhor do que sonhei. E sonhei com isso mais do que gostaria de admitir. Lembrar que é por um tempo curto, que não é para sempre causa uma forte dor então afasto o pensamento. Por agora, vou desfrutar do que tenho. Cada momento que passamos juntos, vou absorver tudo.
“Se continuar se contorcendo mais perto vamos foder antes de eu estar totalmente acordado,” sua voz sonolenta me assusta e eu rio. Nunca ri, mas o faço então. É bom. Na noite passada, o álcool me deu a coragem que precisava. Esta manhã não há arrependimentos. Não desejo que tivesse sido diferente. Porque depois de abrir-me para ele e caminhar de volta para o hotel fiquei sóbria o suficiente. Lembro-me de cada detalhe. Nunca esquecerei um só momento.
“Lila,” sua voz rouca e profunda é um alerta quando pressiono o corpo mais no dele. “Você deve estar dolorida,” diz ele enquanto beija meu ombro.
Eu estou. “É uma dor gostosa.”
Ele respira fundo, em seguida, rola para cima de mim. Seu corpo nu paira sobre mim. Os cabelos estão bagunçados e os olhos ainda pesados de sono. “Você encontrou sua boca impertinente e gosta dela, não é?” Ele pergunta com o joelho separando minhas coxas.
Balanço a cabeça.
Então, ele está dentro de mim. Tão rápido. Fecho os olhos com força, e engasgo da ternura e prazer.
“Dói?” Ele pergunta ao ficar completamente imóvel.
“Sim. Mas como disse, é uma dor boa,” digo a ele abrindo os olhos. “Faça doer mais.”
“Jesus, Lila. Você vai nos matar,” ele geme quando começa a se mover. Bombeando os quadris dentro e fora de mim. Sua boca beija ao longo da minha clavícula até o pescoço. Seu hálito quente em meu ouvido só aumenta a sensação. “Diga mais merda suja com esta boca bonita,” ele diz com um sussurro antes de mordiscar minha orelha.
Abro mais minhas pernas levantando os joelhos para prender seus quadris. “Quero te sentir gozar dentro de mim. Sentir o calor da sua porra escorrendo por minhas coxas,” digo e ele congela.
“Porra, Lila. Não fale esse tipo de merda, se não quer que eu goze.”
“Eu quero que você goze.”
Seus braços tremem enquanto ele se mantém completamente imóvel. “Você está tomando a pílula?”
Sorrio para ele. “Sim. Não quero ser mãe tão cedo.”
Ele move-se, a expressão feroz. “Estou limpo. Nunca tocaria em você sem camisinha se não tivesse certeza de estar completamente limpo.”
Confio nele. Ele é um monte de coisas, mas não me colocaria em perigo. Eu sei. “Então goze dentro de mim.”
Seus quadris começam a bater contra mim. Todos os outros pensamentos desaparecem. Tudo o que sinto é o aumento do meu próprio clímax. Posso ouvir sua respiração acelerar e seus palavrões murmurados. Abro os olhos e vejo seus braços flexionando com cada movimento.
Quando empurro contra ele e envolvo as pernas em sua cintura para segurá-lo, eu grito seu nome.
“Maldição, Lila,” ele pragueja e então sinto. Tudo isso enquanto ele me dá exatamente o que pedi. Quero que dure para sempre. Não irei pensar sobre o dia em que tudo terminará. Porque neste momento, eu tenho tudo.
Rolo de lado levando-me com ele. Nós dois estamos ofegantes e suados quando nossos corpos se grudam. Falar não é necessário ou sequer possível. Estou tentando recuperar o fôlego e voltar para a terra. Sexo nunca foi tão bom. Mas, então, minha experiência é limitada. Muito limitada. Mas não posso imaginar ser melhor do que isso.
A mão de Cruz começa casualmente a brincar com meus cabelos. Viro a cabeça para olhá-lo e seus olhos estão fechados. Sempre odiei que ele seja tão impressionantemente bonito. Ele faz meus sentimentos ainda mais difíceis de ignorar. Gostaria de vê-lo e ter vergonha de mim mesma por fazê-lo. A maneira como ele anda, se porta, o som de sua voz e esse sorriso. Tudo isso é impossível não notar. Todas as mulheres o notam.
“Vamos para o norte. O que acha de Memphis?” Diz ele com os olhos fechados.
“Memphis? O que tem em Memphis?” pergunto, desfrutando da liberdade de olhá-lo.
“A fodida Graceland está em Memphis,” ele sorri.
“Quer dizer que quer ver onde Elvis viveu?” Rio ao falar.
Ele inclina a cabeça para olhar para mim e abre um olho. “Claro que sim, eu quero. Essa merda deve ser brega. Quem quer perder isso?”
Não me importa aonde vamos. Estou bem com qualquer lugar. “OK. Memphis então.”
“Você ligou para seus pais?” A pergunta dele me surpreende.
“Não,” admito.
“É melhor,” ele suspira. “Tenho certeza que todos sabem que estamos juntos agora. Nate dirá a eles.”
“Provavelmente.”
Ele passa a mão sobre o rosto e geme. “Grant vai me matar.”
Eu não respondo. Porque essa é uma questão que enfrentarei quando isso acabar. Estou numa aventura para fugir com o cara que está na cama comigo. É diferente agora. Não estou tentando mudar ou encontrar um novo eu. Eu já fiz. A garota que sou nesse momento não é nada como a garota que era na noite que ele tinha me chamado de fria. Agora, só tenho que aproveitar enquanto durar. Porque isto acabará.
“Meu pai pode me matar antes do seu. De qualquer maneira, minha vida será curta.”
Isso me faz sorrir. “Isso é um pouco dramático,” digo a ele.
Ele dá de ombros. “Honestamente, vale a pena.” Sua mão corre pelo meu lado e aperta meu quadril. “Vale a pena completamente.”
Isso não é uma declaração de amor. Eu percebo. Mas é doce. Coloco a perna por cima dele quando viro até que metade do meu corpo esteja em cima dele. Ambos seus olhos abrem quando faço isso. “Somos crescidos,” lembro a ele. “Acho que você vai viver.”
Ele me olha com ternura. “Ou você vai me matar antes deles. Mas a morte por sexo soa como um bom caminho a percorrer.”
Eu rio. “Estou apenas começando. Não estou prestes a atacá-lo.”
Suas mãos agarram minha bunda e me puxa para cima dele. “Talvez, mas colocar este pequeno corpo quente num homem enquanto ele está nu e na cama é irresistível.”
Quando ele desliza para dentro de mim lentamente desta vez, gemo alto e gosto de ser preenchida mais uma vez antes do café da manhã.
Vinte e Dois
Cruz Kerrington
DIRIGIR QUASE SEIS HORAS para Memphis hoje não foi uma boa ideia. Vi Lila Kate esconder a careta quando montou na moto. Nós fodemos como maníacos e agora ela está dolorida. Ela alega não estar, mas vejo em seu rosto. Não deveria ter forçado as duas rodadas esta manhã, mas ela é tão gostosa. É uma necessidade por estar dentro dela novamente e fodê-la, não gosto de querer alguém tão forte. A experiência do passado me prova que uma boa transa tira a menina do meu sistema e sigo em frente. Mas com Lila Kate ainda tem que acontecer. Com as pernas dobradas atrás das minhas e seu corpo contra minhas costas já estou pensando em transar novamente. Jesus, ela é como crack para um viciado.
Vou em direção a Birmingham, Alabama. Podemos parar no meio e descansar. Encontrar algo para ver ou fazer, e depois pilotar o resto do caminho. É apenas uma hora mais perto de Memphis; ela pode visitar sua amiga, e ela ajudará a controlar minha necessidade de ter meu pau nela durante nossa parada. Preciso encontrar algum controle.
Depois de oitenta minutos na estrada, ela começa a se contorcer e acho uma saída que tem opções de restaurante e algumas compras. Passaremos um tempo aqui, então partiremos quando ela estiver pronta. Paro em um restaurante e estendo a mão para ajudá-la a descer. Ela estremece novamente.
“Acho melhor parar por hoje,” digo, me sentindo culpado por seu desconforto.
Ela franze a testa. “Por quê?”
Aprecio que ela tente ser forte, mas sei que está dolorida e não vou fazê-la sofrer mais. Pela primeira vez desejo não ter uma moto maldita. “Você está dolorida,” aponto o óbvio. “Vamos comer e andar um pouco. Fazer compras. Veja como você se sente mais tarde.”
“Vou ficar bem,” ela argumenta.
Ignoro isso. “Com fome?”
“Sim e este lugar cheira muito bem.”
Entramos e forço-me a não colocar as mãos sobre ela. Tocá-la o tempo todo não é bom. Isto é temporário. Não há necessidade de agir como se fosse mais do que isso. Nós dois estamos apreciando a viagem.
Seu telefone começa a tocar pouco depois de passarmos na porta e ela o tira do bolso. Quando levanta os olhos para mim, eles estão se desculpando quando ela coloca o telefone no ouvido. “Ei mãe.”
Disse para ligar para seus pais mais de uma vez. Ela não me escutou.
Sua mãe está falando e o rosto de Lila Kate empalidece antes dela sussurrar. “Ah não. Quando?”
Agora estou preocupado. Ela começa a morder o lábio. “Sim, ele está.”
“Não tenho certeza,” ela olha para mim. “Onde estamos?”
“Cerca de uma hora ao sul de Montgomery, Alabama,” digo.
Ela repete para a mãe. “Não... de moto,” Posso vê-la se encolher quando fala.
“Sim. Vamos dirigir até lá agora,” diz ela. “Vejo você mais tarde. E mãe, eu sinto muito.”
“Também te amo.”
Quando ela termina a chamada, lágrimas enchiam seus olhos. “Minha avó faleceu no meio da noite. Mamãe vai enviar o jato do meu avô para me pegar em Montgomery. Eles já estão na Califórnia. Meu avô chamou mamãe às três esta manhã para contar. Ela e meu pai pegaram um avião pouco depois.”
Esta é a última coisa que esperava que ela dissesse. “Deus, Lila, sinto muito.”
Ela assente com a cabeça. “Eu também. Por causa do meu avô. Ela nunca esteve lá sabe. Sua mente se foi há tantos anos. É um milagre ela viver tanto tempo. Mas Kiro passou toda a vida ao seu lado. Eles pararam a turnê, porque ele odiava estar longe. Toda sua história é apenas devastadora. Minha mãe nunca chegou a conhecê-la. Seu cérebro foi danificado quando ela era um bebê .”
Sei sua história. Foi manchete quando souberam que a mulher de Kiro Manning, Emily na verdade ainda estava viva. O mundo pensou que ela tinha morrido naquele acidente. Mas ele a manteve longe da mídia. Eles fizeram até um filme chamado “Emily Kiro” cerca de dez anos atrás, que foi um sucesso de bilheteria. Kiro não queria que o filme fosse feito no início, mas na entrevista que deu para a revista Rolling Stones disse ter mudado de ideia. Ele queria que o mundo conhecesse sua Emily. O que ela era. Quão surpreendente ela foi. Ela mereceu.
Levo Lila de volta para a moto e a ajudo a subir. Coloco o capacete em sua cabeça e desejo ter mais que eu possa fazer. Algo mais. Algo para ajudar. Temo que ela pegue aquele jato. Nosso tempo está terminando mais cedo do que esperava.
Ela segura-me com mais força do que antes. Minha garganta está grossa. Há uma porra de emoção lá que não entendo. Que não quero. Esta é uma maneira de protegê-la, tirá-la do meu sistema e seguir em frente. Para nós dois. Mas uma noite não foi suficiente. Eu sou egoísta. Sua avó acaba de falecer. Mas que droga.
A viagem para o aeroporto de Montgomery é muito rápida. Nosso tempo juntos está terminando. Esta pequena bolha que tivemos está prestes a estourar. Voltarei para casa e enfrentarei a ira do meu pai. Fazer o que diabos devo. Ela voltará e será como antes. Não vamos continuar de onde paramos. Isso será mais do que uma aventura. Isso fez com que o caroço de merda na minha garganta signifique algo.
Ferir Lila Kate é inevitável para mim. Se fizer isso mais tarde, doerá mais. Mais cedo é melhor. Mais cedo nos ajudará a seguir em frente. Nunca serei o cara que ela precisa. Mas droga, sei que isso me machucará também.
Paramos no aeroporto antes do jato particular chegar. Quero dizer algo que torne isso mais fácil. Algo que faça com que a dor em meu peito vá embora. Algo que faça com que seu olhar triste desapareça. Mas não tenho nada.
Ela desce da moto e pego suas coisas no alforje. Então viro para ela. “Não estava esperando que nossa jornada acabasse tão cedo,” digo tentando sorrir.
“Nem eu.”
Posso ver a questão lá. A incerteza. Ela quer saber se é o fim para nós. Mas ela não pergunta. E não posso dizer as palavras. Mesmo que precise, eu não posso.
“Diga a seus pais e avô que sinto muito por sua perda.” Seus olhos perdem a luz. Ela esperava mais do que condolências genéricas. Sinto-me um idiota gigante.
“Obrigada,” ela sussurra. “Por tudo.” Então ela pega sua bolsa e sai. Assisto a sua partida. Quero correr atrás dela e dizer algo mais. Para tentar fazê-la sorrir. Mas isso só piorará seu estado. Em vez disso, espero ela entrar no prédio. Então subo na moto e volto para o sul. Volto para Rosemary Beach.
Vinte e Três
Lila Kate
EU ESTAVA ENTORPECIDA. O voo para Los Angeles e a viagem para casa de meu avô, em Beverly Hills é um borrão. Quando a limusine que me pegou no aeroporto estaciona na frente de sua mansão, percebo que não me lembro de entrar nela.
Pego a única bolsa que tenho comigo e saio quando o motorista abre a porta. Não vejo Kiro a cerca de seis meses. Ele nos visitou, mas eu não estava. Quando era criança, visitei mais vezes. Fiquei uma semana com ele no verão. Tenho boas memórias deste lugar.
Minha mãe vem para a porta da frente e sai para me cumprimentar. Subo as escadas e espero que ela não esteja muito chateada com meu passeio de moto com Cruz. Ela tem seu pai para se preocupar. Não preciso aumentar seu stress. Sei que nunca andarei na moto de Cruz novamente.
Ele acaba de me deixar ir. Sem promessas. Nada. Ele acaba de terminar. Muito rápido. Meu peito dói e me sinto culpada. Meu avô está sofrendo. Eu deveria estar mais preocupada com ele.
“Como ele está?” Pergunto ao abraça-la.
Ela me aperta. “Ele está triste. Mamãe se foi há muito tempo. A mulher que ele conheceu. Mas agora até mesmo o pouco que ele tinha dela sumiu. Vai ser duro para ele.”
“Ela estava doente?”
“Não. Seu coração parou. Com o dano que seu cérebro sofreu, o médico diz que é um milagre ela ter vivido tanto. Mas papai fez com que ela tivesse o melhor atendimento. E ele está sempre aqui. Acho que ela viveu por ele.”
Sua história é tão trágica. Quando recuo, olho para ela. “Quão chateado está papai?”
“Sobre Cruz?”
Balanço a cabeça.
“Ele não está feliz,” diz ela com um pequeno dar de ombros. “Mas você é uma mulher adulta. O que ele pode fazer? Foi sua decisão para tomar.”
Concordo, mas não acho que papai concorde.
“Ele não vai falar ainda. Por enquanto, trata-se de Kiro e Emily.”
“Quem está aqui?”
“Neste momento, apenas Dean e nós. Nan, Cope, Mase, Reese, Rush e Blaire estão a caminho.”
Mamãe olha a mochila no meu ombro. “O que aconteceu com sua bagagem?”
“Deixei tudo com Nate.”
Ela suspirou. “Para fugir na moto de Cruz Kerrington.”
“Sim.”
Ela não fala mais nada. Mesmo não sendo uma semana, tudo o que aconteceu faz parecer como se fosse muito mais tempo.
“Posso dizer uma coisa?” pergunta mamãe.
“Claro.”
Ela estende a mão e toca minha bochecha. “Você é gentil, amorosa, generosa, paciente e linda. Você merece algo especial.”
“Mãe, você tem um conto de fadas. Nem todo mundo os vive.”
Ela inclina a cabeça para o lado e sorri. “Não, Lila Kate. Nem todo mundo é paciente o suficiente para esperar por ele.”
Ela beija meu rosto, em seguida, pega meu braço e sobe as escadas, entrando na casa. Quero refletir sobre o que ela disse mais tarde. Talvez ela esteja certa. Talvez eu encontre um conto de fadas. Só que o espero da pessoa errada.
A casa cheira a charutos. Foi assim toda minha vida. Ouvi Rush uma vez dizer que é melhor do que o cheiro de maconha que tinha em sua juventude. Caminhamos através da grande entrada pelo corredor esquerdo, onde Kiro tem a sala de jogos. Grandes sofás de couro preto, enormes telas planas em três lados, uma mesa de bilhar e um grande bar estão lá. Sentado no canto do sofá está meu avô, Kiro Manning. Ele está mais velho agora, mas ainda é uma lenda. Seu nome é bem conhecido. Ele tem um charuto numa mão e uma garrafa de uísque na outra. O corpo esguio é alto e coberto de tatuagens. Mesmo aposentado e sendo avô ele ainda se assemelha a uma estrela do rock.
Ele levanta os olhos avermelhados assim que entramos e sorri ao me ver. Ele chorou em algum momento. “Minha Lila Kate,” diz ele com a voz rouca de anos de drogas, cigarro e álcool.
“Hey,” digo ao caminhar até ele. Não é segredo que ficou furioso quando meu pai engravidou minha mãe. Minha mãe não é sua única filha, mas é a favorita. Porque foi a criança que Emily lhe deu. Meu nascimento poderia ter matado minha mãe. Isso o aterrorizou. Mas minha mãe sempre diz que passou a minha vida me esperando. Sei que ele me amava mais do que seus outros netos. Ele é muito franco sobre o assunto. Mas também sei que só sou parte de Emily.
Ele abre os braços também cheirando o álcool e charuto. Abaixo-me e abraço-o com força. “Eu te amo,” sussurro.
“Não tanto quanto eu te amo, menina bonita,” essa sempre foi sua resposta. “Ouvi dizer que esteve de moto com um Kerrington. Acho que tem um pouco do sangue selvagem do vovô depois de tudo.”
Fico tensa esperando que meu pai não tenha ouvido. “Hum, eu acho,” digo o mais baixo que posso.
Isso o fez rir. Estou feliz por ele poder rir, mas não é algo para rir. “Vamos dar a seu papai um pouco de dificuldade. Ele precisa.”
De todas as coisas para ele querer falar essa não é uma delas.
“Papai está tudo bem. Ela só está nervosa em falar com Grant sobre tudo isso,” Mamãe interrompeu.
Fecho os olhos e faço uma careta. Quando levanto Kiro pisca para mim. “Você é uma menina crescida. Tudo bem.”
Viro a cabeça lentamente para olhar meu pai que está em pé no bar com os braços cruzados sobre o peito e uma carranca no rosto. “Ela é melhor do que Cruz Kerrington,” diz meu pai.
“E minha Harlow é melhor do que Grant Carter. Minha menina doce foi varrida de seus pés por alguém que tinha a reputação como um jogador. Parece que acabou tudo bem,” Kiro diz antes de tragar seu charuto.
Papai só resmunga.
Tento pensar em algo para mudar de assunto quando passos soam no corredor. Então ouço vozes. Os outros dois filhos de Kiro chegam com seus cônjuges. Tenho certeza que ouvi a voz do meu tio Mase em algum lugar. E quando ele está discutindo com minha tia Nan parece uma reunião de família.
“Não ficarei no quarto azul, Mase. Enfie-o na sua bunda. Quero o outro perto do elevador. Sempre fico nele. Não discuta comigo,” Tia Nan diz em seu tom irritado agudo.
“Dê-me outra porra de garrafa. Vou precisar dela,” Kiro resmunga.
Ele e minha tia Nan não tem o melhor relacionamento, mas minha mãe disse que está melhor em comparação com o passado.
Quando os quatro entram na sala. Kiro ergue a garrafa. “Estou de luto porra. Não comece essa merda aqui.”
Nan parece envergonhada e Mase assente. “Desculpa. Estou apenas começando a te tirar do tédio.”
Kiro dá de ombros. “Entendido.”
“Sinto muito, Kiro,” Reese, a mulher do meu tio Mase diz quando se afasta dos outros. “Vá em frente, chore e vou manter estes dois na linha.”
“Ainda não descobri como diabos conseguiu essa menina,” Kiro diz apontando com a garrafa na direção de Reese enquanto olha Mase.
“Nem eu,” responde Mase, em seguida, joga-se no sofá em frente à Kiro. “Passe o uísque.”
Vinte e Quatro
Cruz Kerrington
O CHEIRO de flores. Odeio o cheiro tanto quanto odeio funerais. Elas me deprimem. Não deveria estar aqui. Não conheci Emily Manning. Claro, conheço Lila Kate, mas ela não esperava que viesse ao funeral de sua avó. Inferno, eu não iria se pudesse fugir. Uma vez que alguém estava morto, acabou. Porque ter um grande e deprimente funeral?
Quero que minhas cinzas sejam atiradas no Golfo. Sem músicas, flores e sem lágrimas de merda. Afrouxo a gola da camisa e suspiro. Meu pai foi inflexível sobre eu ir. Todos estão. Toda a família maldita está aqui. Como cada família em Rosemary Beach que somos próximos.
“Vamos por Grant, Harlow e Lila Kate!” Meu pai disse quando reclamei sobre não ver razão para ir a este funeral.
A verdade é que tentei tirar Lila da cabeça durante os últimos três dias e não funcionou. Tudo o que posso ver é Lila. Quando tive outra menina contra a parede do meu apartamento na noite passada, tive o rosto de Lila Kate na cabeça. Não quero vê-la tão cedo. Ainda estou tentando tira-la do meu sistema. Até digo a meu pai que eles podem fazer meu funeral uma vez que Grant Carter pôr as mãos em mim. Papai me disse que pedi por isso.
“Ali está Nate,” minha mãe sussurra. “Vá se desculpar.”
“Por quê?” Pergunto confuso. Não fiz nada para Nate.
Ela agarra meu braço como se eu ainda tivesse oito anos. “Por levar Lila Kate sem uma palavra. Isso é o que fez.”
Não vou me desculpar com ele por isso. “Não.”
Suas unhas afundam em minha pele. “Agora.”
Não vou me desculpar, mas vou até lá dizer algo a ele para fazê-la pensar que obedeci antes que ela me agarre pela orelha e me leve até ele.
“Tudo bem,” murmuro e sua mão me solta, logo que vou em sua direção.
Desculpar-me com Nate. Sério? Será que eles sequer conhecem Nate Finlay? Como se isso não fosse algo que ele faria. Jesus. Todos estão sendo dramáticos como o inferno. Não a sequestrei. Ela foi de bom grado.
Nate também usa um terno e Bliss está ao seu lado parecendo deslumbrante num vestido preto com os cabelos presos para cima dos ombros. “Hey,” digo quando eles se viram ao me ver chegando.
Nate inclina o queixo.
“Você viu Lila Kate?” pergunto.
“Sim. Por quê? Tem a moto com você?” Nate sorri quando fala.
“Não, espertinho. Eu só não a vi.”
“Ela foi pegar uma bebida. Já conversou com todos e sua boca ficou seca.”
Balanço a cabeça. Bom. Tenho tempo para ficar fora de vista antes dela voltar. “Estão aqui há muito tempo?”
“Chegamos ontem à noite. Ficamos no Dean. Dirigimos para cá de manhã,” Nate responde. Dean é seu avô. O melhor amigo de Kiro Manning.
“Vou sair assim que isso acabar,” digo. “É bom ver você de novo, Bliss. Acho que estive aqui tempo suficiente para que minha mãe pense que me desculpei o suficiente. Vou deixá-los.”
Nate sorri. “Pedir desculpas, né? Acho que eu gostaria disso.”
Bliss ri. “Nate pare. É bom vê-lo novamente, Cruz.” Ela começa a dizer mais, em seguida, faz uma pausa e sorri para algo sobre meu ombro. “Lá estão eles,” acrescenta.
Olho para trás sem pensar e meus olhos param em Lila Kate. Ela está impressionante. Os cabelos escuros enrolados frouxamente e tocando os ombros. O vestido azul da meia-noite que usa abraça suas curvas docemente. É difícil afastar o olhar.
“Devo buscá-lo? Ou acha que ela quer que ele fique?” Pergunta Bliss.
Buscar quem?
“Deixe. Ela parece querê-lo lá,” Nate responde.
Afasto meu olhar de Lila Kate para ver um cara alto e loiro com a mão possessivamente em suas costas. Sua expressão é séria ao ouvir algo que ela diz. Quem diabos é esse?
“Quem está com ela?” pergunto uma vez que eles obviamente sabem.
“É Eli, meu melhor amigo,” diz Bliss, com um sorriso satisfeito.
“Como ela o conhece?” Lila Kate não é de se relacionar com alguém rapidamente.
“Eles passaram algum tempo juntos antes que você aparecesse de moto e a levasse,” Nate responde. Ele está se divertindo. Ele sabe por que estou perguntando e está se divertindo para caralho.
“Ela quis ir comigo,” digo a ele virando para encarar sua expressão presunçosa.
Ele assente. “Sim, ela quis. Mas agora...” ele inclina o queixo na direção de Lila Kate. “Ela quer Eli. Lição aprendida rápido eu diria.”
“Que porra isso significa?” Rosno dando um passo em direção a ele.
Nate não recua. Mas, então, eu não espero que o faça. Ele dá um passo em minha direção. Sua expressão fica fria. Fechada. “Isso significa que Eli é um bom rapaz. O tipo que permanece. Isso é o que significa.” a voz de Nate é baixa quando fala.
“Ela mal o conhece,” argumento.
“Mas ela te conhece o suficiente agora,” ele responde.
Estamos num funeral. Isso deveria me parar e me fazer ir embora. Mas não vou. Porque Nate está certo. Ela me conhece. Podia pegar minha moto e sair. Isso é o que um bom rapaz faria. Mas eu a levei e depois abandonei. Quando penso sobre isso tenho que admitir que possa ter sido a coisa mais fria que já fiz. E fiz essa merda muito cruel. Volto o olhar para Lila Kate e Eli. Ele está sussurrando algo e ela sorri. O sorriso não é o radiante que conheço.
É triste. Seus olhos não brilham e iluminam a sala como sei que podem. Ela perdeu alguém e Eli está lá com ela. Esse é o tipo de cara que ela precisa. Deixei-a porque ela precisa seguir em frente sem mim. Só não esperava que essa porra acontecesse tão rápido.
“Ela merece muito mais. Você sabe. Deixe que ela tenha.” A voz de Nate me incomoda, simplesmente porque ele está certo. Não falo nada. Apenas vou embora. Volto para minha família. Gostaria de me afastar deste maldito funeral e sair em silêncio. Esquecer o que aconteceu com Lila e eu. Eventualmente.
No caminho para ir embora sinto seus olhos me seguirem. A melhor coisa a fazer seria ignorá-la, mas não posso. Encontro seu olhar. Ela não sorri. Apenas me olha com olhos tão cheios de decepção que queima meu estômago. Ela me arruinou. Assim como estive com medo que ela faria.
Vinte e Cinco
Lila Kate
ELI SEGURA MINHA MÃO enquanto observo o mausoléu privado que abriga todos os membros do Slacker Demons e sua família. Minha avó é a primeira a ser enterrada nele. Kiro comprou porque disse que não queria ser enterrado no chão e não queria que sua Emily fosse também. Então decidiu que a melhor maneira de descansar em paz eterna era um mausoléu com aqueles que mais amava.
“Nunca vi ninguém ser colocado para descansar num destes. Exceto enterros,” Eli diz baixinho ao meu lado.
“Nem eu. Parece mais fácil do que vê-los afundar no chão, não é?”
Ele assente. “Sim, acho que é.”
Concentro-me em meu avô e seus olhos injetados de sangue fitando a frente, onde Emily foi posta. Ele está bebendo uma garrafa de uísque. Estou preocupada que ele entre em coma alcoólico, mas minha mãe disse que ele tem anos de tolerância com estas coisas. Ele ficará bem. Seu terno cobre as tatuagens, mas ainda parece um roqueiro. É sua postura, rosto, a maneira como os cabelos ainda estão longos demais para um homem mais velho. Ele sempre será Kiro Manning. Mesmo aos setenta anos de idade.
“Obrigado por ficar comigo hoje,” digo a Eli. Eu precisava de alguém. Apoio, suporte. Todo mundo esteve aqui. Todos sabem que saí na moto de Cruz Kerrington e todos o viram completamente ignorar-me. Mas a dor do meu avô é mais importante do que meu desprezo evidente por Cruz. Consegui o que queria ao brincar com fogo.
“Estou feliz por ter vindo. Quase não o fiz. Nate pensou que eu deveria. Terei que lhe agradecer por isso.”
Nate esperava isso. Ele sabia que Cruz viria assim como eu. Estamos todos juntos. Preciso agradecer a Nate por trazer Eli. Não que eu vá usá-lo como rebote. Mas ele se tornou um bom amigo. Depois de hoje, espero continuar em contato. Gosto de sua companhia. Ele é forte. Confiável. O tipo de homem que sei que meus pais esperam que eu encontre um dia.
Quando meu coração finalmente se curar e seguir em frente, espero encontrar um conto de fadas com um cara como Eli. Sei que não será Eli porque seu coração já não está disponível. Simpatizo com ele. Amar alguém que nunca terá é doloroso.
Pelo menos ele não sofreu uma humilhação por causa disso. Ele mantém seus sentimentos em segredo. Nunca cometeu o erro de jogar a precaução ao vento e se aventurar.
“Vamos,” digo quando os outros começam a sair. Sei que meu avô ficará aqui por um tempo e quero que tenha seu tempo sozinho com ela.
Eli continua segurando minha mão quando nos afastamos. Sei que os Kerrington estão a minha esquerda. Posso ver Woods e Della pelo canto do olho. Mas não os cumprimento. Simplesmente não posso. Ando com a cabeça baixa. Eli leva-me para a limusine que está à espera da família.
“Onde vai?” Pergunto.
Ele aponta para a limusine atrás da minha. “Para o Dean com Nate e Bliss.”
Estar com Nate e Bliss não é fácil para ele. Sei disso sem perguntar. “Vem comigo,” digo.
Ele sorri como se entendesse por que e pudesse ler meus pensamentos. “Obrigado.”
Vou para o último assento. “Você me salvou hoje. Deveria te agradecer.”
Eli vem atrás de mim e senta com a coxa pressionando a minha. O calor de seu corpo e o cheiro de sua colônia me traz alivio. Que não estou sozinha. Lembro-me da nossa noite juntos. Sei agora a diferença entre um bom sexo bêbado sem amarras e sexo com o homem que seu coração deseja. São dois campos diferentes.
“Você está linda hoje. Ele é um idiota e pela maneira que observou cada movimento seu ele sabe disso.”
Levanto a cabeça e olho Eli. “O que?”
Ele me dá um meio sorriso. “Cruz Kerrington. Ele não tirou os olhos de você. Não o conheço nem fomos apresentados, mas tenho experiência com seu tipo. Posso identificá-los. Ele também é completamente óbvio. Ninguém lá olhou para mim como se quisesse rasgar meus membros do corpo.”
Isso não faz sentido. Balanço a cabeça. “Você entendeu mal. Ele foi forçado a vir. Conheço seus pais. Ele agiu assim porque está com raiva que o funeral diminui seu tempo de diversão.” O desgosto é óbvio em minha voz. Assim como a dor.
“Posso não ser um idiota. Mas sou um homem. Sei o que pensamos. Posso ler um. E esse cara não ficou feliz por você estar comigo. Ele também queria ficar a sós e ter as mãos em você. Honestamente, Lila, você é linda. Hoje esteve deslumbrante. Eu tive dificuldade em afastar os olhos de você.”
Era bom. Não, parecia mais do que bom ouvir um homem de boa aparência dizer isso para mim. Não me sinto bonita ou deslumbrante. “Obrigada,” digo sem ter outra forma de responder. Então digo o que estou pensando. “Eu queria... Gostaria de ter te conhecido em outro momento. Um em que nossos corações não estivessem tão confusos. Talvez tivéssemos uma chance.”
Sua mão desliza na minha e ele a aperta. “Quando saiu eu percebi uma coisa. Meu coração não está onde pensei. Bliss tornou-se um hábito. Tudo o que conheço. Ninguém teve impacto suficiente em mim para movê-la do meu coração. Mas você... você me fez esquecer. Mostrou que há mais. Que posso sentir algo por alguém,” ele faz uma pausa, em seguida, seus dedos entrelaçam os meus. “Meu coração está pronto, Lila. Só serei paciente até o seu estar.”
Uau... isto não é algo que esperava ouvir. “Na nossa última noite juntos estava chateado com ser o melhor homem,” lembro.
Ele dá de ombros. “Um hábito. Um hábito que me despertou e mostrou como meu coração mudou. Percebi que segui em frente quando descobri que tinha ido. Que... me despertou mais do que a merda do casamento fodido. Estive pensando nisso e completamente focado em você. Nem sequer sinto uma pontada quando os vejo se beijando. Você me curou. Gostaria de poder fazer o mesmo.”
Aqui está um homem maravilhoso me dizendo que quer mais. Ele está pronto para seguir em frente comigo. Ele quer estar comigo. Ele está disponível. E tão bonito como tudo soou, mas meu coração ainda dói por Cruz. Sou ou a mulher mais estúpida do planeta ou a mais azarada. Possivelmente ambos.
“Preciso de tempo,” digo a ele porque quero um conto de fadas. Acredito que Eli é esse tipo de cara. Ele é seguro, sólido, bonito. Todas as coisas que meu pai é, que Rush Finlay é e que meus tios Mase e Cope são. Quero um homem como eles.
“Sou muito paciente,” ele responde.
Até mesmo o tom de sua voz é suave. Não faz meu coração acelerar ou desperta borboletas no estômago, mas faz-me sentir segura. Descanso a cabeça em seu ombro. Seu braço me envolve e ficamos lá em silêncio enquanto esperamos o resto da família.
Vinte e Seis
Cruz Kerrington
“VOCÊ A FODEU?” Blaze, meu irmão de dezenove anos pergunta sentando na outra extremidade do sofá que minha mãe se refere como ‘cova dos meninos.’ Fica no piso inferior da nossa casa de três andares e tem tudo que um adolescente pode precisar. Até um miniginásio com pesos. Vim aqui logo que chegamos em casa para evitar o resto da família.
“Só a ignorei,” não respondo voltando minha atenção para o jogo de beisebol que estou assistindo.
Blaze ri. “Isso quer dizer sim. Porra! Ela é tão gostosa.”
Fúria me toma. “Se quer viver é melhor calar a boca,” aviso. Não quero que ninguém saiba o que fizemos, mas também não quero que meu irmão pense em Lila Kate e sexo na mesma frase.
“Qual é o seu negócio? Jesus, relaxe. Lila Kate é sexy. Eu daria minha bola esquerda para transar com ela.”
Movo-me. Rápido. Sem pensar. Prendo Blaze no sofá com a mão em torno de sua garganta. Ele é um centímetro, talvez dois mais alto que eu, mas é mais esguio. Seus músculos são pequenos. Sou mais pesado que ele. Também sou dois anos mais velho. “Cale sua boca porra. Você me entendeu merdinha estúpido?”
Ele assente incapaz de respirar, então solto meu aperto em seu pescoço. Em seguida, o olho uma última vez antes de voltar para meu lugar. “Vá embora,” digo ao sentar novamente.
Posso vê-lo esfregando o pescoço. Droga de drama. Ele finalmente levanta e estou tão aliviado que quase suspiro. Só quero ficar sozinho.
“Se você a ama, então não está fazendo um bom trabalho em demonstrar. Isso é tudo que estou dizendo.” Após as palavras saírem de sua boca, ele se vira e corre em direção as escadas.
“Eu não a amo,” disse a ninguém. Mas preciso dizer. Colocar para fora. “Eu não amo ninguém. Amor não é para mim.” Continuo falando para a sala vazia.
A imagem de Lila Kate em pé no funeral. Sua pele macia bronzeada tão perfeita e nua no vestido que ela usava fez meus dedos coçarem para tocá-la. Sentir a textura sedosa. Se Eli fodido Hardy a abraçasse, não seria responsável por minhas ações. Mas ele não fez. Ele é o cara bom. Ele não tocou em seu corpo. Só segurou sua mão.
Ela parecia precisar do apoio. Lutei contra o ciúme me comendo por ser a pessoa ao seu lado. Foi minha escolha foi não ser. Sofri por seu bem estar.
Passos na escada desta vez me alerta que estou prestes a ser interrompido novamente por um membro da família. Jogo a cabeça para trás e fecho os olhos ao suspirar com irritação. “Você não pode apenas me deixar em paz?” Rosno frustrado quando o próximo membro intrometido da minha família entra.
“É apenas um minuto. Preciso dizer uma coisa. Então não vou incomodá-lo novamente,” a voz de Lila Kate faz minha cabeça levantar. Que porra ela faz aqui?
Ela usa um vestido branco que mostra muita pele. Estou hipnotizado. A visão dela. Toda sua suavidade perfeita. Aqui na minha casa. Por quê?
“Blaze disse que estava aqui e que poderia vê-lo por um momento. Ele saiu com seus pais para o almoço no clube. Não queria incomodá-lo,” ela para e olha o jogo na televisão. “Vejo que você está ocupado assistindo algo. Serei rápida.”
Ela se aproxima parando a alguns passos de distância. “Eu não cometi um erro. Sabia o que estava fazendo. Eu esperava isso de você. Não esperava mais nada. Eu escolhi ir com você, dormir com você, permiti-me gostar de estar ao seu lado. Isso foi tudo para mim. Vou lidar com as memórias. O desgosto. Tudo isso porque pedi por ele. No início, pensei ser estúpida. Amaldiçoei minhas más decisões. Mas... estou grata por ter feito. Eu deixei você me machucar. Mas nós tivemos um momento. Agora sei como é. Como você... me faz sentir. Eu não me arrependo. Não me arrependo de você. Vou seguir em frente. Ir por outro caminho. Nunca o incomodarei novamente. A vida vai voltar ao que era antes.” Ela para e sorri. É um doce e triste sorriso. Ele deixa meus malditos joelhos fracos mesmo estando sentado.
“Faz menos de quarenta e oito horas, mas foi divertido. Emocionante. E sempre me alegrarei por ter feito. Obrigado, Cruz Kerrington,” diz ela quando fecha a distância entre nós e se inclina para dar um beijo em meus lábios. “Adeus,” ela sussurra contra eles. Então levanta e caminha em direção à escada.
Meus lábios ainda estão formigando de excitação por seu toque. Meu corpo anseia o cheiro de seu corpo. Deixá-la ir parece impossível. Estou fora do sofá e atrás dela tão rápido que não tenho tempo para pensar. Minhas mãos agarram sua cintura, e aperto-a contra a parede. Há um milhão de coisas que quero dizer. Mas não falo nenhuma.
Beija-la é a coisa certa. Sem a porra de um beijo doce. Eu reivindico sua boca. Provo sua doçura. Fico bêbado no néctar que é Lila Kate. Desejo isso desde que a deixei. Sonho com isso. Tentei tirá-la do meu sistema com outra mulher. Nada funcionou. Esta é a única maneira de curar meu desejo.
Suas mãos envolvem meus cabelos e minhas mãos sobem para sentir o peso de seus seios. Coloco a mão sobre seu coração e os batimentos fazem o meu disparar. Fiz isso com ela. Ela quer tanto quando eu. Somos a porra de explosivos. Nunca houve outra mulher que me fizesse reagir desta maneira. Por que não posso apenas fazê-lo durar mais tempo? Apreciar até que termine.
Quando suas mãos tocam meu peito e me empurram firmemente, estou atordoado.
“Isso é suficiente,” ela ofega e desliza para longe do meu corpo para libertar-se de onde a prendi.
“Nós estamos apenas começando,” respondo minha própria voz rouca por falta de oxigênio.
Ela balança a cabeça. “Não, Cruz. Meu beijo foi um adeus. Aquele beijo foi um encerramento.” Enquanto estou tentando entender o que falou ela vai embora. Deixa-me lá. Bem desse jeito. Sem lágrimas. Nada.
Eu me sentiria melhor se ela tivesse chorado? Não quero machucá-la. Quero me trancar num quarto com ela e nunca sair. Mas não quero machucá-la.
Ela me mostrou suas emoções antes. Na Bourbon Street eu vi. Tudo. Sei que seu coração é suave. Que as lágrimas caem facilmente. Então, isso significa que a mulher que acabou de sair daqui é algo... que eu provoquei. Ela não foi fria. Ela terminou. Mostrei o quanto posso machucá-la e ela viu que eu não valho a pena. Ela sabe que merece mais.
Seu cheiro se agarra a minha pele. Meu corpo dói com a perda dela em meus braços. Mas mais do que isso minha alma sabe que apenas afastei a única coisa que me despertou. Perdi a mulher que me mostrou como o fogo é.
Afundo na cadeira atrás de mim. Seguro a cabeça com as mãos. Está feito. Nós tivemos nosso pequeno momento. Queria dizer que mostrei como sou ruim para ela. Como posso arruiná-la. Que preservei a ambos. Mas no final, sou o único completamente arruinado.
Vinte e Sete
Lila Kate
O ESPAÇO ERA PERFEITO. Ele iria crescer comigo. Com minhas aulas de dança. Eu podia ver um futuro aqui. Eu tinha o dinheiro para começar. Eu compraria este lugar, todo o equipamento e começaria a anunciar. Claro, eu queria encontrar uma aventura duas semanas atrás, mas agora uma aventura sempre me lembra Cruz. Ele tinha sido a minha verdadeira aventura.
Eu quase tinha deixado a sua presença nesta cidade fazer-me correr. Quando admiti para mim mesma que eu estava olhando para estúdios de dança fora de Rosemary Beach, porque eu estava tentando evitar Cruz, tinha começado a minha pesquisa aqui. Só fazia sentido começar o meu primeiro estúdio em uma cidade onde eu conhecia todo mundo e avançar mais tarde para expandi-lo. Eu não tinha planos de ficar aqui para sempre. Mas, por agora, fazia sentido. Minha necessidade de aventura tinha sido sugada de mim. Tinha sido fugaz. Eu tive aventuras demais no período de uma semana que durariam alguns anos.
A porta se abriu atrás de mim, e Ophelia Finlay ficou ali parecendo tão glamorosa como sempre.
“Eu te liguei três vezes.” Ela me disse como se eu não tivesse visto as chamadas não atendidas no meu telefone.
“Eu estive ocupada.” Respondi.
Ela suspirou alto. “Você não vai mesmo considerar? Eu seria uma incrível companheira de quarto.”
Ophelia tinha ouvido falar, por sua mãe, que eu estava comprando um condomínio e começando meu próprio estúdio de dança. Palavras viajam rápido quando suas mães são melhores amigas. Ela estava tirando um ‘tempo’ da faculdade este ano, porque precisava de uma nova direção ou algo dessa natureza. Isso era muito Ophelia.
“Eu não estava considerando. Não duvido que você seja uma boa companheira de quarto. Eu só precisava ter certeza de que era isso que eu ia fazer,” Eu virei em um círculo olhando para o prédio. “Mas é isso mesmo. Este é o lugar.”
Ophelia assentiu. “Este será um bom estúdio. Excelente localização.”
Eu apontei para cima. “Meu apartamento será lá em cima. Estou comprando o prédio. Eu preciso poupar dinheiro, e ficar onde eu trabalho faz sentido.”
Ela fez uma careta. “Você vai morar aqui?”
Eu balancei a cabeça. “Sim.”
“Como se parece lá em cima?”
Dei de ombros. “É um grande loft, vigas expostas, muito abertas. Não é realmente o seu tipo de lugar.” Foi por isso que eu não tinha respondido suas ligações.
“Que horas serão as suas primeiras aulas?” Ela perguntou, ainda não parecendo satisfeita.
“Às oito da manhã.” Eu respondi.
Sua determinação para ser a minha nova companheira de quarto parecia que estava desaparecendo rapidamente. “Oh.”
Isso foi o que eu pensei. Este seria o meu mundo. Meu trabalho e meu loft. Eu não imaginava que iria atrair alguém.
“Posso vê-lo?” Perguntou ela, esperançosa.
“Certo, vamos.” Eu respondi. “Por este caminho.”
Eu abri o caminho para a porta de trás, que foi pintada de azul. Eu mudaria isso. Ela abria-se para as escadas que iam para o sótão. Havia exatamente vinte e cinco degraus. Quando chegamos ao topo, não havia porta. Gostaria de trabalhar com isso, também.
A área de quatro mil metros quadrados era quase completamente aberta. A única privacidade era um banheiro à esquerda e a escada em espiral que levava a mais uma área do loft que seria o meu quarto. A cozinha estava completa e era toda em aço inoxidável. Mesmo as bancadas eram inoxidáveis. Era tudo muito industrial.
“Existe um segundo quarto?” Perguntou ela observando a área.
“Não. O proprietário original era um homem. Mas se você está realmente interessada, há espaço suficiente. Nós podemos construir paredes nesse canto próximo ao banheiro, e você teria um quarto de tamanho suficiente. Mas teríamos que dividir o banheiro.”
Ela caminhou enquanto estudava toda a área de Rosemary. Era pequena e uma rua pitoresca com lojas. O exterior de todas as lojas era muito ‘costa do sul’, e me senti confortável com isso. Muito diferente da área onde tínhamos vivido quando crianças. Finalmente, ela se virou para mim e sorriu. “Vamos fazer isso.”
Se tivesse sido Phoenix Finlay, eu não teria dito absolutamente nada. Mas eu poderia viver com Ophelia. Além disso, o rendimento do aluguel pagaria os serviços públicos neste local. Fazia sentido ter este acordo.
“Eu vou falar com o papai para ele arrumar alguns trabalhadores aqui para construir um quarto assim que eu assinar a papelada deste lugar.”
Ela estava sorrindo brilhantemente. “Quanto tempo você acha que vai precisar?”
“Até o final dessa semana.”
Ela bateu palmas com entusiasmo. “Isto será muito divertido!”
Eu esperava que sim. “Você quer um emprego? Porque eu vou precisar de ajuda no escritório uma vez que abrir o estúdio.”
“Certo! Por que diabos não? Podemos apenas retirar o aluguel do meu salário?”
“Isso seria bom para mim.”
Conversamos um pouco mais antes de Ophelia sair para contar para a sua mãe sobre seus planos. Entrei e puxei-me para cima, para me sentar no bar da cozinha. Eu poderia fazer uma vida aqui. Não era na parte rica de Rosemary Beach, onde as grandes casas eram e o clube estava localizado. Ficava logo ao lado dele, mas parecia separado. Eu não estava deixando a cidade, mas eu estava começando uma nova vida nesta cidade.
Meu telefone tocou e ecoou no grande espaço vazio. Olhei para ele, era Eli. Sorrindo, eu respondi. “Olá.”
“Como parece o lugar?” Ele perguntou. Eu tinha lhe dito, por uma mensagem de texto que eu lhe enviei ontem à noite, que viria verificá-lo hoje.
“Perfeito. Eu acho que vai ser perfeito.”
“Droga. Eu estava esperando que você achasse que é ruim e viesse para Sea Breeze comprar algo por aqui.” Ele estava brincando, mas eu sabia que ele também ficaria contente se isso acontecesse.
“Você sempre pode vir a Rosemary Beach.” Eu respondi.
Ele ficou quieto por um momento. “Não me tente.”
Eu me perguntei se ele iria realmente fazer isso. Talvez um novo começo fosse o que ele precisava. “Eu não iria reclamar se você viesse.” Eu adicionei.
Ele riu e acrescentou, “É difícil dizer não para você também. Mas eu tenho um emprego, e não posso apenas largar tudo e fugir.”
Ele tinha um ponto. “Eu sei. Queria esclarecer que se você precisar de uma aventura eu ficaria feliz em ser o seu início.” Eu estava brincando, mas ele ficou quieto.
Mordi meu lábio nervosamente. Talvez eu não devesse ter dito isso. Nós não falamos muito sobre aquela noite. Eu não tinha certeza se ele se lembrava de me perguntar se ele foi o início da minha aventura. Esperei por ele dizer algo e me preocupei todo o tempo em que ele ficou em silêncio.
“Eu poderia considerar se pudéssemos ter outro sexo na praia. Eu penso muito sobre isso. Desejo a Deus que eu não tivesse estado tão malditamente bêbado.”
Após Cruz, eu não estava pronta para fazer sexo com ninguém. Eu queria estar um dia. Mas, por agora, eu simplesmente não podia. Em uma semana, eu tinha feito sexo com dois homens diferentes. Isso tinha sido um inferno de uma aventura.
“Um dia, se for à hora certa.” Eu disse suavemente enquanto imagens de Cruz e as coisas que tínhamos feito apareciam na minha cabeça. Meu coração doía junto com elas.
“Eu não quero ser apenas o começo de sua aventura Lila, eu quero ser o fim.”
Vinte e Oito
Cruz Kerrington
MINHA CABEÇA ESTAVA FODIDA. Eu estava no trabalho fazendo o que meu pai me pediu para fazer. Não porque ele pediu, mas porque eu estava tão fodido da cabeça que eu precisava de algo para me distrair. E as bucetas de outras mulheres não estavam funcionando.
“Cruz, você parece tanto com o seu pai em sua idade, que eu tive um flashback. Eu era uma garçonete novamente e lá estava o chefe. Você está bem aqui no Club Kerrington de polo. Eu sei que Woods está orgulhoso de tê-lo aqui com ele.” Blaire Finlay disse quando entrou na sala de jantar com minha mãe e Harlow Carter, a mãe de Lila.
“Ele é gêmeo de seu pai. Em tudo, incluindo a atitude.” Disse minha mãe com um sorriso.
“Não vou dizer a ele que você disse isso.” Eu disse, sabendo que ele não gostaria de ouvir que eu agia como ele.
Blaire riu, e as três passaram por mim. Minha mãe fez uma pausa para apertar meu braço gentilmente. Harlow estava quieta. Ela não falava alto como as outras ou chamava a atenção para si mesma. Ela era quieta, bonita, não parecia em nada que tinha a sua idade, e tudo que eu podia ver era Lila Kate vinte anos mais velha. O homem que a segurar será um sortudo filho da puta.
Irritado com minha linha de pensamento, eu andei pelo corredor em direção ao escritório do meu pai, para onde eu estava indo quando as três tinham chegado. Eu adorava vir a este escritório. Isso significava que veria meu pai. Ele me colocava em sua mesa e me deixava brincar com um brinquedo pequeno de golfe que estava sobre ela. Eu assistia a tela plana na parede e o observava enquanto ele trabalhava. Eu queria ser como ele.
Caramba, como os tempos haviam mudado.
A porta do escritório do meu pai abriu e ele saiu antes de eu chegar a ele. Seu olhar imediatamente parou em mim. “Bem, você chegou na hora. Eu terei um almoço com o Capitão, se lembra do irmão de Blaire Finlay? Sua filha Emmeline está com ele. Ela está sendo preparada para assumir a franquia de restaurante aqui em Rosemary Beach. Eu acho que ter você lá vai fazê-la se sentir mais confortável já que você está mais próximo da idade dela.”
Encontro de almoço. Fan-porra-tastico. “Eu conheço Emmeline, e a chamamos de Emmy. Ou pelo menos era assim há dois anos, quando eu falei com ela em um evento realizado aqui por uma coisa ou outra.”
Papai concordou. “Bom. Franny, a filha mais velha do Capitão supervisiona as franquias no Alabama e Tennessee. Emmeline está sendo treinada para assumir as franquias da Flórida e Geórgia. Ela não estará pronta até se formar na faculdade, mas o Capitão começa a prepará-las desde jovens. Como eu deveria ter feito com você. Empresário inteligente.” Meu pai disse enquanto andava e esperava que eu o acompanhasse.
“Vamos comer aqui?” Perguntei esperando a resposta negativa. Eu não estava no humor para lidar com a multidão lá dentro.
“Não. Vamos para o lugar do Capitão.”
“Por que exatamente estamos nos reunindo com ele?”
“Porque nós precisamos de outro restaurante no clube. O grill junto à piscina e o salão de jantar principal não são suficientes. Não mais. É hora de nós expandirmos.”
“Então você irá colocar um dos restaurantes do Capitão no clube?”
“Possivelmente. Parece ser uma boa ideia. Vamos ver o que se desenrola.”
O novo Dodge Ram do meu pai estava estacionado na frente e um manobrista já tinha começado a trazê-lo para nós. Subimos e nos dirigimos para a propriedade do clube, na parte de negócios de Rosemary Beach, onde fazem compras, comem, fazem mais compras e toda a merda turística estava localizada. Eu não disse muito, apenas observei a cidade passar. Perguntei-me sobre Lila Kate, porque esse era o meu novo hábito que eu não podia deixar.
“Conversou com Lila Kate ultimamente?” Papai perguntou como se ele pudesse ler minha mente.
Eu balancei a cabeça negativamente.
“Então você não sabe sobre ela comprar esse lugar?” disse ele, e meus ouvidos se animaram.
“O quê?”
Papai parou em um dos três semáforos na cidade e apontou para uma loja de dois andares na esquina da rua principal. “Aquele ali no fim. Grant disse que ela comprou. Ela está abrindo um estúdio de dança.”
Estudei o edifício azul pálido. Grandes janelas forradas, piso inferior e no segundo andar tinha os protetores contra furacões que eram tão populares por aqui. “Isso não pode ter sido barato.” Wu disse perguntando o que diabos ela estava pensando.
“Não foi. Mas ela tem um fundo fiduciário de Kiro. Ela tem uma boa cabeça para os negócios. Em vez de viver com o dinheiro, ela o está usando para fazer mais. Para construir alguma coisa.”
Eu podia ouvir a admiração em seu tom. Eu sabia que ela era especial. Ele não precisava reforçar isso. Eu entendi. Foi por isso que a afastei. Isso tinha sido o correto.
Papai puxou o caminhão na frente do lugar do Capitão em Rosemary Beach, e eu saí ainda olhando para o lugar que agora era de Lila. Ela não estava deixando a cidade. Isso era bom. Como se eu pudesse respirar melhor. Não que fosse importar onde ela vivia, mas eu a queria aqui. Isso era muito fodido.
“Ouça, preste atenção, e seja educado. Fale com Emmeline. Não aja como um idiota.”
Eu sorri. “Quando eu fui um idiota com uma mulher?”
“Inúmeras vezes, Cruz. Muitas vezes.”
Carrancudo, eu o segui e o cheiro de frutos do mar me bateu. Eu não tinha estado aqui há muito tempo, mas a comida era boa. Eu deveria sair mais vezes. Não iria me prejudicar andar por essa parte da cidade.
“Woods, Cruz, é bom ver vocês dois.” Capitão Kipling disse enquanto apertava a mão de papai, em seguida, a minha. “Quando você se transformou em um homem?” Ele brincou, e em seguida, me deu um tapa nas costas.
Emmy caminhou ao seu lado e sorriu para mim. Não era o tipo educado de sorriso de negócios que eu estava esperando. Ela estava mais velha e, nos últimos dois anos ela amadureceu. Ela também sabia disso. Seus longos cabelos loiros e olhos verdes brilhantes eram uma combinação impressionante contra o bronzeado deixado pelo sol em sua pele.
“Olá, Cruz.” Seus olhos brilhavam com malícia quando ela disse meu nome.
“Emmy,” eu respondi com um aceno. “Bom te ver.”
“Enquanto vocês se sentam, eu vou levar Cruz comigo para pegar o laptop que você precisa papai. Eu posso mostrar-lhe em volta também.”
Capitão e meu pai já estavam conversando socialmente, e ele apenas balançou a cabeça. Meu pai me deu um olhar de aviso antes de se afastar. Essa não parece ser uma boa ideia. Será que os dois não viram a forma como Emmy tinha olhado para mim? Eles eram tão cegos? Ela não estava pensando porra nenhuma em negócios.
“Meu pai me disse que você está sendo preparado para assumir o clube.” Disse ela andando tão perto de mim que o seu braço escovou contra mim.
“Sim.” eu respondi.
“Eu estarei na cidade mais vezes para conhecer este lugar. Durante o verão, estarei aqui para trabalhar. Até eu voltar para a Universidade UT, deveríamos fazer alguma coisa.” Sua voz caiu para um tom sensual. Merda.
“Não sei o que você está pensando, mas estaremos potencialmente trabalhando juntos. Não acho que temos que atravessar as linhas.”
Ela se aproximou, em seguida, deu um passo na minha frente para abrir a porta e me levou para dentro. Eu estava na sala e percebi que era um escritório antes dela fechar a porta. “O que há de errado em ter um pouco de diversão? Isso fará com que trabalhar juntos seja mais agradável.”
Sua mão tocou meu braço e me afastei quando ela se aproximou mais de mim. “Eu sempre tive uma queda por você. Mas eu acho que todas as meninas têm.”
Foda-me. O que diabos eu deveria fazer com isso? Normalmente, eu mergulharia neste convite, mas o tempo estava fora aqui. Minha cabeça estava desarrumada, e Emmy não era alguém que eu pudesse mexer sem que meu pai ficasse irritado.
“Olha, por mais tentador que seja, temos que trabalhar juntos. Eu tenho certeza que você está bem ciente da minha reputação. Eu não quero qualquer atrito entre nós.”
Ela riu, em seguida, e moveu-se para frente de mim. Seu peito quase tocou o meu. “Eu não estou à procura de um relacionamento, Cruz. Eu só quero um pouco de diversão.”
Se eu pudesse ver além do rosto de Lila Kate, eu poderia aceitar isso. Mas caramba, eu não poderia usar Emmy dessa forma. Eu teria que fechar os olhos e fingir. A última garota que eu estive nas duas noites anteriores, eu realmente a chamei de Lila. E aquilo não terminou bem.
Embora se alguém pudesse atrapalhar a minha obsessão por Lila, isso iria me salvar. “Eu vou ser honesto com você. Eu terminei com alguém há pouco tempo e estou trabalhando através disso. Superando tudo. Mas eu ainda não cheguei lá.”
Emmy mordeu o lábio inferior sedutoramente e então finalmente pressionou os seios contra o meu peito. “Eu posso te ajudar com isso.”
Por que essa merda sempre acontece comigo? “Não tenho certeza que seja uma boa ideia.” Argumentei, mas as minhas palavras não soaram muito convincentes. Ela era gostosa. Eu era um cara e eu estaria mentindo se dissesse que não gostei dela.
“Dê-me uma chance. Apenas um gosto e você vai ver...” ela sussurrou e, em seguida, sua mão deslizou até o interior da minha coxa e segurou meu pau. Puta merda!
“Você me deixa duro e eu vou ter que andar por aí com um tesão do caralho. Isso não será legal para qualquer um dos nossos pais.”
“Se eu te deixar com tesão, eu posso resolver isso pra você.”
Desta vez, eu ri. “Confie em mim, querida, não temos tempo para isso.”
Ela moveu a mão, enquanto eu já estava semiduro. “Quando você tiver tempo... Eu sou ótima em chupar um pau.”
Eu ainda estava preso em suas palavras quando ela se afastou e pegou um laptop fino. “Vamos chegar a essa reunião. Estou morrendo de fome.” Ela disse enquanto me lançou um sorriso malicioso, em seguida, balançou seus quadris quando saia pela porta.
Eu poderia fazer isso. Desfrutar dela. Divertir-me. Ela não era a boa menina que eu tinha assumido. Emmy Kipling era impertinente. Deve ser a coisa da garota da faculdade se tornando selvagem. Eu estava pensando nisso e relaxei um pouco quando nos juntamos aos nossos pais.
Emmy de repente tornou-se toda negócios e era encantadora e inteligente. Ela sabia muito sobre o lugar e fez os dois homens rirem quando falou sobre uma merda que era engraçada. Eu não falei tanto, mas me esforcei para manter o meu pai feliz.
Apenas quando aceitei isso, senti que ia ficar bem, pelo menos, não tão ruim quanto eu tinha pensado quando o meu pai disse que tínhamos que vir a esta reunião. Comecei a sorrir e há flertar um pouco, pisquei para Emmy quando nossos pais estavam ocupados discutindo outra coisa e ela me deu um sorriso que prometia algo mais tarde. Algo que eu estava me preparando para aceitar. Então eu senti. Um calor morno. Um formigamento. Levantando os olhos, eles bloquearam com os que não saia da minha cabeça.
Lila Kate estava lá, com um pedido em suas mãos. Seus olhos estavam em mim. A dor era óbvia e vê-la lá cortou meu peito.
Eu era um bastardo.
Vinte e Nove
Lila Kate
BAIXEI OS ALIMENTOS sobre o balcão da minha cozinha e gritei de frustração. Eu o odiava. Eu odiava Cruz Kerrington. Eu o odiava. Abrindo um armário, eu peguei um copo e o enchi com água gelada. Seu sorriso estúpido na minha cabeça enquanto ele piscou para Emmeline Kipling. Ela tinha o quê, dezenove? Deus, ele era um porco.
Se ela o deixar se aproximar, ela é estúpida. Estúpida como eu. Eu gemi com o pensamento e abri o saco para tirar a comida que já não parecia atraente. Havia outros lugares que eu poderia ter comido hoje. Por que eu tive que ir lá? Por que eu tinha que ver aquilo?
Sentei-me em uma das banquetas coloridas que chegaram ontem. O local era tão industrial que eu tinha adicionado toda a cor e arte que eu podia. Eu gostei da maneira como ele estava ficando. Os banquinhos foram pintados por um artista local e cada um tinha uma face louca artística diferente pintada nas costas.
Olhei para as patas de caranguejo na minha frente quando forcei um em minha boca. Eu tive que comer. Eu estava trabalhando no andar de baixo durante todo o dia e ainda faltava mais de um mês para abrir o local. Eu tomei um gole da minha água e, em seguida, olhei para o meu telefone. Eu não tinha falado com Eli em duas semanas. Ele sabia que eu tinha comprado o lugar, mas eu tinha estado tão ocupada me mudando que não tinha enviado nenhuma mensagem para ele.
Peguei meu telefone e decidi mudar isso. Nós não fomos feitos para ser mais do que amigos, mas eu gostava da sua amizade. Nós amamos pessoas que não nos amam de volta. Ele entendeu.
“Já me mudei. Quando você vem me visitar?” Então eu pressionei enviar.
Ophelia não veio ainda. O quarto dela estava quase concluído. Ela tinha ido para Los Angeles com Phoenix para visitar seu avô por uma semana. O lugar tinha estado tranquilo. Apenas eu e meu pai, juntamente com alguns de seus funcionários que vieram trabalhar no quarto nos últimos dias.
“Quando for convidado.” Foi sua resposta.
Eu senti falta dele. Eu perdi o cara de confiança que cumpria o que ele disse que ia fazer. Ele era honesto e não fazia coisas que poderiam ferir os outros. Eu queria que Eli tivesse sido o único a roubar o meu coração. Ver Cruz com outra pessoa seria mais fácil se ele estivesse aqui.
“Você está convidado. Considere este o seu convite oficial.”
Enviar textos para ele aliviou a dor que eu senti no meu coração e comecei a comer a minha comida e me divertir. Se eu pudesse voltar atrás e não implorar a Cruz pelo impossível naquela noite, na Bourbon Street, eu o faria. Eu pegaria tudo de volta. Desistiria das memórias. As pessoas que disseram que não trocaria isso, mesmo que doa, eram loucas. Eu desistiria em um piscar de olhos. Eu não queria pensar nele.
Eu queria esquecer tudo.
“Sexta-feira é cedo demais?” Eli mandou uma mensagem de volta.
“É perfeito.” Eu respondi.
Isso me dava dois dias para arrumar esse lugar. Eu gostaria de fazer alguns planos para nós e, em seguida, me divertir. Eu não penso sobre Cruz. Eu não ligo para o que ou quem ele estava fazendo suas coisas. Eu vivo minha vida.
“Vou começar a fazer a mala.”
Eu rio com o último texto e acabo de comer.
As coisas estavam se tornando diferentes do que eu tinha imaginado, mas elas não eram ruins. De modo nenhum. Eu estava animada. Logo eu possuiria um estúdio de dança. Eu ficaria para ensinar crianças, incentivá-las a encontrar o seu amor pela dança do jeito que eu tinha encontrado.
Eu limpei minha refeição e desci para voltar a pintar as paredes. Papai tinha se oferecido para fazer isso, mas eu queria saber que eu tinha feito algo. Este era o meu lugar. Eu gostava de ter a minha mão em torná-lo pronto para morar.
Quando passei pela porta, Cruz estava ali olhando ao redor. Suas mãos estavam nos bolsos do jeans, e com um olhar que eu não conseguia ler em seu rosto. Eu pensei em virar e correr de volta lá pra cima, mas eu não tinha doze anos. Eu era uma adulta e este era o meu estúdio.
“Posso ajudá-lo?” Perguntei.
Seu olhar voltou-se para mim. Ele não tinha me ouvido entrar. “Ei.”
Eu não respondi. Eu só continuei em silêncio olhando para ele.
“Sobre o que você viu,” ele começou e eu levantei a mão para detê-lo.
“Não faça isso. Por favor, não venha aqui e aja como se você tivesse que explicar alguma coisa para mim. Eu acho que eu fui clara em sua casa. Tivemos um encerramento. Está feito. Tenho que terminar de pintar. Se você me der licença.” Fui até a tinta e o rolo que eu tinha deixado quando saí mais cedo, e esperei que ele tivesse virado e saído.
“Se você teve a porra do seu encerramento, por que seus olhos pareciam tão incrivelmente magoados? Diga-me Lila. Diga-me por que seus olhos tomaram meu fôlego? Porque, com certeza, não foi um encerramento que eu vi neles, porra.”
Fiz uma pausa e respirei fundo. Ele estava certo. Mas eu não ia admitir isso. “Ainda é recente. Estarei bem em breve.”
“Porra, quando descobrir como superar isso você poderia me dizer como? Porque Deus sabe que eu preciso de ajuda.”
Eu não podia deixá-lo chegar a mim. Eu não podia deixar suas palavras me fazerem fraca ou acho que eu não poderia confiar nele. Que não poderíamos ter nada.
“Você estava indo muito bem.” Eu respondi e me dobrei para pegar o rolo e tirar a tampa da lata de tinta.
“Lila, olhe para mim. Jesus, só olhe para mim merda. Diga-me se isso se parece com um cara que não se importa? Você me viu flertar. Eu tenho flertado desde que eu consigo andar. Não significa nada. É apenas como eu reajo a mulheres que estão flertando comigo.”
Eu rio e então balanço a cabeça. “Tanto faz. Eu não me importo. Basta ir.”
Ele ficou lá. Não falou e não saiu. Tentei me concentrar na minha pintura, mas foi difícil com seus olhos me observando. Esperei que ele dissesse algo mais. Se ele simplesmente deixasse isso acabaria de uma vez. Tudo isso. Eu experimentei isso. Sabia como era e estava pronta para deixá-lo no passado.
“Se você não se importa então poderíamos sentar, conversar, tomar uma cerveja. Nós não podemos fazer isso, Lila. Então, sim, você se importa.”
Ele estava certo. Eu o odiava por estar certo. Se eu não me importasse não haveria emoção. Eu estaria bem com uma visita. Eu não estaria exigindo que ele saísse. Deixei minhas mãos cair ao meu lado e me virei para encará-lo.
“Você está certo. Eu me importo. Mas eu quero não me importar. Quero esquecer que tudo aconteceu. Quero esquecer você.” As palavras, embora fossem verdades, soaram muito mais frias e mais duras quando eu disse em voz alta. Eu quase as retraí, mas me contive. Ele me machucou. Se isso for machucá-lo, então, tudo bem.
“Eu não quero esquecer.” Sua voz era profunda e dolorosa.
Comecei a dizer algo para suavizar a situação, mas então ele fez como eu pedi. Ele se virou e saiu. Depois que a porta se fechou atrás dele, o lugar ficou em silêncio novamente. E eu estava sozinha mais uma vez.
Trinta
Eli Hardy
O CHEIRO DE TINTA FRESCA me pegou enquanto eu ia para dentro do prédio que seria o estúdio de dança de Lila. Era uma pálida sombra de azul, e o teto sem pintura logo parecia com o céu da manhã. Ela me contou sobre um artista que tinha vindo para pintá-lo. Ainda havia muito a ser feito, mas eu estava feliz por ela. Ela estava tão animada quando ela falou sobre seus planos. Eu a ouvi por mais de uma hora na noite passada. Quando ela percebeu quanto tempo estava falando comigo sobre isso, ela se desculpou. Tinha sido bonito.
Nenhuma vez na minha vida alguém tinha me feito esquecer Bliss. Havia sempre uma dor no meu peito quando eu pensava nela. Até agora. Aquilo tinha ido embora. Eu sabia o porquê. Lila havia se tornado importante para mim. Ela tinha sido tão adorável que eu não conseguia pensar em mais ninguém. Bliss era o que deveria ter sido sempre para mim, uma amiga. Uma grande amiga com quem eu me preocupava, mas eu poderia dizer honestamente que eu não amava a minha melhor amiga. Fiquei feliz por Bliss ter encontrado Nate e que a vida dela estava cheia de alegria.
Eu puxei minha mochila por cima do meu ombro e atravessei a sala em direção a uma porta na parte de trás. Ela tinha dito para entrar naquela porta e seguir em frente até as escadas. Esta noite ela estava cozinhando pela primeira vez em sua cozinha e não queria deixar a comida sem vigilância, de modo que ela tinha deixado as portas destravadas para mim.
O cheiro de tinta desapareceu quando a pesada porta se fechou atrás de mim. Eu comecei a subir as escadas. Podia sentir o cheiro de alho antes de eu ter andando a metade do caminho.
“Eli?” Lila gritou.
“Sim!” Respondi.
Eu ouvi o toque de seus pés enquanto caminhava em minha direção. Quando cheguei ao topo da escada, ela estava lá para me cumprimentar. Ela era de tirar o fôlego. Droga... era bom estar aqui.
“Você está aqui!” Ela disse sorrindo para mim como se eu não fosse aparecer. Então ela acenou com a mão e deu a volta. “É isso. O que você acha?”
O espaço parecia que pertencia a um homem solteiro. Lila tinha adicionado um monte de coisas suaves de mulher, tudo colorido para subjugar a masculinidade do lugar. No entanto, a aparência rústica industrial, com as vigas expostas, foi construída para um homem em mente. Nada chique. Apenas aberta e útil.
“Eu acho que gostaria de alugar aquele quarto se Ophelia desistir.” Eu disse, brincando.
“É ótimo, não é? Eu amo a vista e a sensação de que esse lugar é meu.”
Eu balancei a cabeça. “Sim, isso é ótimo.” Assim era o meu ponto de vista.
Lila usava uma saia branca curta e com um top azul sem mangas que mostrava seu bronzeado. Seus cabelos estavam presos no alto da cabeça em um nó confuso. Ela não estava usando maquiagem, mas não precisa disso.
“Eu não tenho uma cama no quarto de Ofélia ainda, mas o sofá tem uma bicama, e é uma boa. Eu tinha verificado antes de comprar.” Olhei para a sala de estar, ela tinha um sofá de couro que era luxuoso e largo. Duas cadeiras com listras vermelhas e marrons e um grande pufe retangular estava no meio. A tela plana era enorme, mas então ela poderia ser visto de qualquer lugar em todo o ambiente.
“Isso parece confortável o suficiente para dormir.”
“Pode ser. Mas você é alto.” Ressaltou.
Eu testarei mais tarde. “O que você está cozinhando tem um cheiro incrível. Posso ajudar com alguma coisa?”
“Sim, você pode cortar as abobrinhas. Eu odeio cortar legumes.” disse ela. “Coloque a sua mochila mais perto do sofá e me diga sobre todos os acontecimentos atuais em Sea Breeze. Eu monopolizei a conversa na noite passada. Eu nunca soube o que aconteceu com Jude e Micah sendo presos.”
Deixei a minha mochila cair ao lado do sofá enquanto ela caminhava de volta para a cozinha.
“Damon, o melhor amigo de Micah, correu e os pegou antes que eles chamassem seu pai. Micah pode ter vinte e cinco, mas Jude tem apenas vinte anos. O pai deles teria ficado furioso. Eles são ambos idiotas por fazerem qualquer coisa com Saffron. Ela está sempre à procura de problemas.”
“Saffron os havia convidado para ir nadar na casa de um amigo que ela supostamente estava cuidando. Havia garotas de topless lá. Elas eram amigas strippers de Saffron, embora Saffron não seja uma stripper. Micah e Jude apareceram, e então tinha um menor bebendo na festa. As coisas ficaram muito altas. Os policiais vieram. Micah disse a Saffron para se esconder porque seu pai era um filho de uma cadela e que ficaria puto.”
Eli continuou. “Saffron não estava realmente cuidando da casa. Todos eles estavam lá sem o conhecimento do proprietário. Era a casa de um ex-namorado de uma das stripper. O ex-namorado e sua esposa estavam de férias.”
“Será que o dono da casa vai prestar queixa?” Lila perguntou quando me entregou a abobrinha.
“Não. A stripper que ele teve um caso ameaçou contar tudo para a esposa dele.”
Lila riu então. “Uau. Ok, isso soa como um filme. Sea Breeze é mais animada do que Rosemary Beach. Raramente temos drama. Nada de interessante.”
“Isso é porque você não tem uma Saffron Corbin por aqui.”
Lila passou por mim duas vezes para obter algo da prateleira de temperos. Eu estava tentando não assumir que ela estava fazendo isso de propósito, mas quando ela se aproximou a terceira vez eu decidi que era um convite. Coloquei a faca para baixo e agarrei sua cintura para puxá-la contra mim.
“Eu espero que isso esteja bem.” Eu disse num sussurro antes de reivindicar sua boca com a minha própria. Ela congelou num primeiro momento, e então lentamente derreteu-se contra mim, seus braços indo ao redor do meu pescoço. Isto foi melhor do que eu me lembrava.
Eu ouvi o azeite na panela atrás de nós chiar. Eu sabia que tinha que deixá-la ir, mas a sensação dela em meus braços estava tão certo que era difícil. Quando ela se afastou, ela me deu um sorriso tímido. “As cebolas vão queimar.”
Eu a deixei ir com relutância, e ela correu para movê-las com uma espátula. “Você está pronta para a abobrinha?” Perguntei ainda um pouco entorpecido por aquele beijo.
Ela olhou para mim por cima do ombro e assentiu.
Eu usei isso como uma desculpa para chegar perto dela. Peguei os legumes, em seguida, e fiquei tão perto de suas costas que nossos corpos se tocaram. Baixei a cabeça e sussurrei em seu ouvido. “Vou colocá-los na panela, você mexe.”
Lila tremeu e depois assentiu. Satisfeito que eu estava afetando ela desta forma, eu comecei a derramar lentamente a abobrinha em fatias na frigideira. Ela estava respirando rapidamente, e eu podia ver seu pulso pulando na curva de seu pescoço. Eu dei um beijo lá, incapaz de me segurar.
Ela respirou profundamente e, em seguida, estremeceu novamente.
CONTINUA
Eu só queria me divertir um pouco, e ela não podia deixar-me tê-lo. Ela não podia ficar puta da vida por alguns minutos. Jesus, ela era mais problema do que eu tinha previsto. Seus cabelos escuros foram à primeira coisa que eu vi quando sai do bar. Ela estava de pé apenas alguns metros do bar.
Tinha os braços cruzados sobre o peito, e seus ombros levemente caídos. Como se estivesse com frio e tentando se manter aquecida. Isso não podia ser ela, porque estava quente pra caralho aqui fora.
“Lila!” Eu a chamei. Ela lentamente virou-se para olhar para mim e, em seguida, retomou sua postura quando me viu, mas não estava interessada em mim. Ou como ela estava chateada.
Tomei alguns passos para alcançá-la, pronto para saber o que diabos ela estava pensando vindo aqui sozinha. Mas quando cheguei perto, ela abaixou os braços e manteve o olhar sobre tudo e qualquer coisa, menos em mim. “Pronto para o próximo bar?” Ela perguntou.
Estava chateada. Senti em seu tom. “Por que você simplesmente saiu?” Perguntei frustrado por toda essa cena. Eu tinha começado a me divertir.
“Eu não gosto desse bar.”
O que? “Só porque não gosta de um lugar você simplesmente o deixa. Você não podia esperar para me dizer?”
“Você estava ocupado.” O sarcasmo escorrendo de sua voz não foi perdido.
“Eu estava apenas começando a me divertir. Jesus, Lila.”
Ela começou a se afastar então. Ela estava com raiva e queria ficar longe de mim. Eu não tinha feito nada de errado. “Então volte lá e se divirta. Se é isso que você quer fazer, não tenho nenhum problema com isso.” O tom de sua voz não soava como se ela não tivesse problema com isso.
Estendi a mão e agarrei seu braço, parando-a. “O que há com você? Você está chateada por eu ter bebido shots nos seios daquela garota? Isso é o que ela está lá para fazer. Alguns dos bares aqui têm muito mais do que isso. Foi tranquilo. Eu não estava machucando ninguém.”
Ela suspirou profundamente, e, finalmente, virou-se para olhar para mim. “Isso é o que você gosta?”
“Beber shots de uma mulher? Sim, assim como todos os homens heterossexuais sobre a porra do planeta.”
“Você não a conhece.”
“Não, mas isso realmente não importa.”
Ela me estudou por um momento. “Você já se apaixonou, Cruz?”
Que porra é essa? O que tinha a ver eu gostar de uísque entre os seios para estar apaixonado? “Não, mas o que diabos isso tem a ver com esta conversa?”
O jeito que ela estava me estudando me deixou desconfortável. Como ela podia ver mais do que eu queria. “Porque parece superficial.”
“É sexy, divertido. Não é suposto ser mais nada.”
Lila não respondeu a isso. Deixei-a puxar seu braço para fora do meu alcance. Ela finalmente concordou. “Ok.” Eu não tinha certeza do que ela queria dizer com “OK” e se esse era o seu jeito de acabar com essa conversa ridícula que estávamos tendo, tudo bem.
“Vamos encontrar coisas mais sensuais e divertidas para fazer,” disse ela quando começou a andar novamente.
Eu caminhei ao lado dela. Ela foi até o bar próximo e não esperou por mim para pedir uma bebida. Em vez disso, ela foi direto ao bar e pediu uma dose dupla de uísque para si mesma, bebeu em um gole, então pediu outra.
“A menos que você queira me ter segurando seus cabelos lá fora, na rua, você precisa ir mais devagar,” eu avisei. Ela me ignorou e bebeu a próxima exatamente da mesma maneira. Depois disso, ela me deixou pedir a minha própria bebida e saiu para a pista de dança. Fiz o pedido com o barman, em seguida, assisti em choque como Lila Kate deixou um homem tomar sua mão e colocá-la sobre uma mesa. O cara no palco gritou “O que você quer ouvir coisa doce?”
Ela lhe deu um grande sorriso atrevido que eu nunca tinha visto em Lila Kate antes. “Poison,” ela gritou.
Poison? Que porra ela está fazendo?
“Eu acho que está apaixonada!” O cara no palco gritou. Em seguida, a banda começou a tocar, e assim o fez Lila. Eu sabia tudo sobre ela dançando. Ela tinha feito em toda sua vida. Foi à faculdade que fez. Mas eu não sabia era que, além do ballet e outras merdas de fantasias que ela tinha aprendido, em algum momento ao longo do caminho, Lila Kate tinha aprendido a fazer algo que faria milhões se ela estivesse decidida a tirar a roupa e tomar-se uma dançarina de Pole dance. Filho da puta.
Depois que eu puxei meu queixo do chão, eu tive que lutar contra o desejo de levá-la para fora e longe de todos assobios e aplausos. Foi sexy como o inferno? Sim. Mais do que qualquer coisa que eu já tivesse visto. Voltei à coisa de Branca de Neve que tentei explicar a ela mais cedo. Mas não era Lila. Ela tinha classe. Ela não era o tipo de garota que fazia coisas como esta.
Eu me segurei até que algum bastardo bêbado estendeu a mão e passou em sua panturrilha. Então eu estava feito. Ela tinha feito qualquer ponto maldito que queria fazer e eu não precisava ver mais. Caminhei pela multidão, e depois de empurrar dois caras de volta, agarrei as pernas dela e joguei-a por cima do meu ombro.
Ela gritou.
“Ei! Coloque a mulher para baixo!” Um cara que estava admirando a vista, disse em pé no meu caminho.
“Ela está comigo. Estamos viajando juntos. Ela é minha,” eu respondi dando-lhe um olhar de advertência.
“Você está bem com ele levando você?” O cara no palco perguntou.
“Sim,” ela disse parecendo irritada.
“Deixe-o ir, rapazes,” disse o vocalista, e meu caminho foi inocentado. “Se ela fosse minha, eu teria tomado-a também.”
Dezenove
Lila Kate
SÓ PORQUE EU DEIXEI ele me transportar para fora de lá como um homem das cavernas não significava que eu não estivesse com raiva. Fiquei furiosa. Ele poderia ter um bom tempo, mas eu não podia. Havia regras que estava faltando. Ele gostava de meninas que mostrava seu corpo e ostentá-lo, mas eu não tinha permissão para exibir o meu.
Quando estávamos longe o suficiente do bar e ele não iria entrar em uma briga, eu bati em suas costas e comecei a me movimentar para ser liberta. “Deixe-me descer!”
Ele parou de andar e me colocou em meus pés. “Posso confiar em você que não estará indo saltar sobre um pole em algum lugar e tirar suas roupas?” Ele virou-se para mim.
Era isso. Eu não tinha pedido para sair de Sea Breeze. Eu tinha deixado por causa de algo que ele tinha dito. Ele foi à razão pela qual eu corri em primeiro lugar. Ele tinha me acusado de ser fria e gelada. E quando eu fiz o que ele, obviamente, gostava em mulheres, ele ficou com raiva. Eu não poderia ganhar. Não com ele.
“O que foi? Foi pura demais para você? Você prefere que eu vá lá e empurre o meu top par baixo e comece a distribuir shots nos meus seios?”
Sua expressão era de alguém mentalmente instável. “Foda-se, não!”
“Então o que é que você gosta Cruz? Você me chama de fria e diz que eu sou intocável. Quebrável. Eu venho para provar que não sou nenhuma dessas coisas. Então, quando eu começo a ser corajosa e me solto fazendo coisas como acabei de fazer, você age como se eu estivesse fazendo algo errado. Eu não entendo. Desejaria não me importar. Eu tentei me cuidar por tanto tempo que eu nem me lembro quando eu não fiz. Você. Sempre foi você. Eu odeio isso. Eu odeio que seja você. Por que não podia ser outra pessoa? Alguém que fosse... gostar... Eli! Alguém como ele. Por que não posso querer alguém como Eli? O que há de tão errado com a minha cabeça que eu sempre quis você?” As palavras foram saindo. Me ouvi, sabendo que eu deveria calar a boca. Que o que eu estava dizendo nunca poderia ser levado de volta. Mas era como se eu tivesse controle de mão da minha boca para outra pessoa, e ele estivesse falhando em seu trabalho.
“É como eu pareço? Eu não sou bonita o suficiente? Você prefere outro tipo? Talvez sejam meus seios, talvez porque eles não são tão grandes como o da menina no bar? É isso? E quanto a mim fazer você me tratar como uma professora? Por favor, diga-me para que eu possa corrigi-lo!”
As pessoas estavam nos ignorando. Eles passavam direto por nós, e quando eu percebi o que tinha feito, que tinha apenas gritado tudo isso para qualquer um em torno de nós ouvir. Alguém gritou: “Eu acho que você está fodidamente sexy, baby. Venha até aqui.”
Sintonizando isso. Esta rua estava cheia de bêbados. Eu era um deles, aparentemente, porque eu tinha acabado de dizer coisas que eu nunca quis dizer sóbria. Eu tinha muito orgulho. A bêbada Lila Kate não tinha orgulho. Eu gostaria de ter percebido isso mais cedo.
“Você não é barata. Você não é fácil. Você é como a porra de um diamante raro. Você me quer? Você quer a minha atenção? Por quê? Eu sou uma bagunça. Eu não posso ser o que você merece. Eu nem sei como. E se eu me deixar tocá-la, apreciar o que você fez lá, eu estarei arruinado. Você acha que me quer, mas se realmente me conhecesse iria mudar de ideia. Então eu teria tido um gosto de você e nada jamais iria se comparar a isso de novo. Você me aterroriza. Me assusta como nada jamais me assustou na minha vida.” Seus olhos estavam brilhantes e selvagens. Suas mãos tremiam quando eu deixei cair o meu olhar para olhar para ele, incapaz de manter nossos olhares juntos. Todo o resto dele parecia tenso. Rígido.
“Eu te conheço. Eu te assisti toda a minha vida. Eu vi você no seu pior e seu melhor.” Eu não gritei aquelas palavras. Eu apenas disse e deixei-as ficar lá enquanto eu continuava deixando suas palavras se aprofundar. Eu não esperava isso dele. Eu ainda não tinha certeza se eu estava sonhando. Eu poderia estar sobe o efeito da bebida em algum momento?
“Eu não tenho relacionamentos, Lila.”
Eu levantei meu olhar então. “Eu não estou pedindo por um.”
Ele parecia dividido. Seus olhos se estreitaram. “Então o que é que você quer de mim?”
Eu queria muitas coisas. E eu sabia que ele nunca iria dar o que eu queria. Nós nunca teríamos um felizes para sempre. Isso não era Cruz. Ele nunca tinha sido. “Agora. Agora mesmo. Nessa viagem. Nada mais.”
Ele não respondeu de imediato. Ele ficou lá olhando para mim como se não acreditasse em mim. Ele não deve, porque eu queria mais. Eu só sabia que nunca iria conseguir isso. Eu não era a garota para fazê-lo querer mais. Ele encontraria um dia e iria mudar de ideia. Ele seria capaz de ser aquele cara. O único que fez relacionamentos.
Eu tinha ouvido dos meus pais a história um milhão de vezes. Meu pai não tinha sido aquele cara. Minha mãe tinha sido a única a mudar sua mente. Foi o que aconteceu a todos eles eventualmente. Eu sabia que não era para Cruz e que eu deveria deixá-lo ir e ir embora. Mas eu não podia. Eu queria saber por apenas um momento. Como me sentiria estar com ele. Então havia uma chance de eu tirá-lo da minha cabeça e coração. Seguir em frente e encontrar alguém. Assim, Cruz Kerrington não estaria sempre em meus pensamentos.
“Nada além desta viagem?” Ele repetiu as minhas palavras como uma pergunta.
Eu balancei a cabeça.
“Você ouviu a parte sobre me arruinar?”
Eu dei de ombros. “Nós dois sabemos que isso não vai acontecer. Eu não sou única. Você ainda não encontrou alguém.”
Ele franziu a testa. “Única?”
“Sim. Única. A menina que você vai querer para sempre.”
Ele balançou sua cabeça. “Você está mexendo com a minha cabeça. Eu juro.”
“Você está atraído por mim?” Perguntei-lhe corajosamente. Eu poderia agradecer aqueles shots duplos de uísque por isso.
“Isso não é o ponto aqui. Eu não sei se eu posso... apenas ter um caso com você, Lila. Há sentimentos lá. Eu não gosto de sentimentos porra. Não com as mulheres. Eu não posso te machucar, e é isso que eu vou fazer.”
Dei um passo em sua direção, coloco uma mão em seu peito. Este era um jogo, mas eu estava brava agora. Eu não seria na parte da manhã. Eu tinha ido tão longe que eu precisava empurrar ainda mais. “Você não pode me machucar se eu conheço as regras. Nós desfrutamos disto. Ter um caso. Em seguida, passar como sempre fomos.”
Ele baixou o olhar para a minha mão. “E se você me arruinar?”
“Dê uma chance,” eu sussurrei.
“Foda-se,” ele murmurou em resposta. Em seguida, agarrou meu pulso, e me puxou contra seu corpo. Mal tive tempo para recuperar o fôlego antes de sua boca estar na minha. O sabor das nossas bebidas misturadas com o que eu tinha ganhado. Por agora, eu tinha isso. Foi minha decisão, e eu esperava que isso saísse do meu sistema para que eu pudesse, eventualmente, seguir em frente.
“Não há mais bares,” disse ele contra a minha boca. “Voltamos para o hotel. E não estamos hospedados em dois quartos de merda.”
Eu não discuti. Eu só dei um aceno de cabeça em concordância. Era isso. É melhor não ser um sonho.
Vinte
Cruz Kerrington
HAVIA DECISÕES inteligentes e decisões estúpidas. E então havia erros. Eu não tinha certeza de onde este pousou, mas com Lila em meus braços cheirando como o céu, e a imagem de sua dança naquela mesa foi tudo o que me preocupava, no momento.
Eu quebrei o beijo, agarrei seu cotovelo e me dirigi para o hotel. Nós estávamos em um hotel a poucos quarteirões à frente, na esquina da Canal e Bourbon. Percebi como tudo o que eu, mas queria sem falar, que no fundo eu estava preocupado que ela iria ficar sóbria e mudar de ideia. Se eu fosse metade da porra do homem que eu deveria ser, eu não iria deixá-la fazer isso esta noite, enquanto ela estava bêbada... enquanto eu estava bêbado.
Mas eu tentei dizer a ela a confusão que eu era. Ela parecia ver mais em mim do que estava lá. Eu queria que houvesse mais. Eu queria conhecer suas expectativas. Quando eu era criança, eu tinha visto o olhar em seus olhos, e eu sabia que ela me via de forma diferente do que via Nate. Eu amei isso. Eu era diferente. Isso me fez sentir importante. Então eu a tinha beijado, e ele tinha me assustado.
Eu sabia que Lila Kate não era para mim. Eu não era o tipo de cara que ela iria querer por muito tempo. Ela veria muitos eventualmente. Ele iria fazê-la mudar de ideia. E ela nunca mais olharia para mim com aquele olhar sonhador em seus olhos novamente. A ideia de poder perder que me levou a colocar uma parede lá. Uma construída para magoá-la. Ela tinha funcionado. Até agora. Até que eu ouvi que ela tinha deixado à cidade e eu corri atrás dela, porque eu não podia suportar a ideia de ter uma vida sem ela.
Quando entramos no hotel, fiz uma pausa e olhei para ela. A menina da minha infância. A menina que eu sempre assisti, mas nunca me permiti chegar perto. A que eu fingi que eu não sabia por que me evitava.
“Tem certeza?” Eu perguntei a ela.
“Sim.”
Eu esperei. Eu precisava que ela pensasse. Deixar tudo afundar. “Poderíamos dormir esta noite. Esperar até amanhã.”
Ela sorriu. Tão suave que fez seus olhos brilharem e me fez sentir mais como um homem do que devia. “Hoje à noite,” ela finalmente disse.
O caralho que eu poderia ignorar isso. Teríamos hoje à noite. Se ela se arrependesse amanhã, poderia me quebrar. Mas eu estava disposto a arriscar.
A viagem para o quarto foi curta, mas tantos pensamentos passaram pela minha mente que me senti passar muito mais tempo do que era. Ela tocou o cartão-chave para o desbloqueio e acendeu a luz verde. Era isso.
A porta se abriu. Entramos no interior. Meu quarto era idêntico a este. Logo ao lado. Eu tinha feito uma piada sobre isso quando chegamos. Eu não estava brincando agora. Eu deveria estar naquele quarto. Sozinho. Era a coisa certa a se fazer.
“Lila,” disse pensando que eu deveria parar com isso.
Ela deixou cair à pequena bolsa do ombro no chão, em seguida, tomou a parte inferior de sua camisa e puxou-a por cima da cabeça. O sutiã de renda branco era pequeno e a elevação de seus seios parecia que eles estavam prestes a derramar por cima expondo seus mamilos. Sua blusa caiu no chão ao lado dela, então ela chegou ao redor e desabotoou o sutiã. Eu assisti com fascínio quando as tiras escorregaram pelos seus braços finos até se juntar a sua blusa no chão. Seus mamilos escuros redondos duros do frio do quarto ou a partir de sua excitação chamando minha atenção.
Me movi, fechando o espaço entre nós. Incapaz de manter minhas mãos para mim eu cobri ambos os seios com as mãos. Embora minhas mãos fossem grandes elas não eram grandes o suficiente para levar cada seio completamente. O excesso me animando eu apertei deixando a suavidade provocar minhas mãos.
“Porra,” sua voz pegou quando ela disse as palavras. Aquelas não eram as palavras que eu imaginei vindo de seus lábios. Eles não se encaixavam com Lila Kate. Mas a forma como sua voz tremia quando ela disse. A maneira como ela se inclinou para mim e um gemido suave escapou simplesmente do meu toque fez tudo isso parecer certo. Como era para ser. Como nós deveríamos ser.
A restrição que eu tinha retido estalou. O lado impertinente de Lila foi demais para um homem tomar. Eu agarrei sua saia e puxei para baixo até que ela ficasse ali em nada além de suas calcinhas de renda preta. Elas fizeram pouco para cobri-la. Quase inútil a menos tentando seduzir um homem. E eu estava seduzido. Eu tirei minha própria camisa e joguei-a fora.
Minhas mãos em volta de sua cintura e a suspendi a levando até a mesa do quarto porque era mais perto que a cama. Sentei-a, em seguida, puxando sua calcinha memorizando a maneira que olhei quando ela deslizou fora de seu corpo.
Ela estremeceu e meu pau latejou. Essa era Lila Kate... doce, inocente, preciosa Lila Kate. Impertinente, selvagem, carente Lila Kate tinha tomado seu lugar essa noite, e eu tremia de antecipação. “O que você quer?” Eu perguntei a ela quando desabotoei minha calça jeans. “Diga-me exatamente o que você quer que eu faça.”
Seus olhos foram do meu peito nu e depois bloquearam em minhas calças quando eu comecei a soltá-la e empurrando-a pelos meus quadris e saindo dela. “Diga-me, Lila,” eu exigi. Eu não tinha certeza por isso que eu precisava dela para dizer, mas eu fiz. Eu queria que ela falasse sujo. Ouvir sua linda boca dizer coisas ruins. Fiquei muito provável que explodisse ao som, mas eu queria.
“Eu quero você,” ela sussurrou.
“Você vai ter que fazer melhor que isso. Conte-me.”
Ela engoliu em seco e ergueu o olhar de minha ereção pressionando através de minhas cuecas boxer aos meus olhos. “Eu te disse. Eu quero que você me foda, Cruz.”
Isso deve ser suficiente. Eu deveria estar feliz. Mas ela me transformou em um monstro enlouquecido pelo sexo. “Você quer isso gentil?” Perguntei empurrando minha cueca para baixo deixando meu pau grosso livre.
Ela balançou a cabeça lentamente. Os olhos arregalados quando ela olhou para mim. “Não,” sua voz era tão suave que eu quase não a ouvi.
“Diga-me,” eu disse enquanto empurrava suas coxas com as mãos e me coloquei entre elas. “Como você quer ser fodida?” Nessa última palavra, seus olhos brilharam com o mesmo desejo que sentia.
“Forte. Foda-me forte.”
Minhas mãos chegaram debaixo dela e agarrei sua bunda quando eu bati nela. Que com um impulso era como afundar em cetim apertado e quente. “Foda-se!” Eu gritei quando seu corpo reagiu à entrada súbita, apertando meu pau. Era melhor do que a minha imaginação.
Suas mãos pequenas agarraram meus braços, as unhas cravando em minha carne. O ardor que senti foi incrível. “AH!,” Ela gritou.
“Isso é o quão duro você quer?” Rosnei perto da orelha dela querendo bater nela uma e outra vez, mas estava fazendo tudo o que podia para me controlar.
“Sim. Mais,” ela ofegava.
Meus dedos entraram na carne da bunda dela quando eu puxei para trás e mergulhei mais fundo. Gemendo de prazer, eu mordi seu ombro, e ela começou a implorar. “Por favor, mais forte. Eu quero sentir você amanhã.”
Qualquer a sanidade que estava segurando saiu. Fui buscá-la afundando-a mais para o meu pênis rígido e levando-a até a cama onde eu caí para a suavidade com ela. Não querendo me afastar. Eu tive que puxar para fora em um movimento rápido e lançá-la em seu estômago. “Bunda no ar,” eu pedi.
Ela fez isso, sem dúvida. De quatro, era mais fácil e eu estava martelando dentro dela imediatamente. Seus gritos se tornaram mais frenéticos como a minha respiração. Eu bati na bunda tão forte quanto eu podia sem realmente me preocupar em machucá-la. Só para deixar arder.
“Oh Deus!” Ela gritou. “Estou gozando!” Seu corpo começou a tremer e seu clímax pulsava em meu pau ainda trancado dentro dela. Eu balancei com a necessidade de explodir. Foi uma porra tão incrível que eu não conseguia pensar. Pouco antes de perder a pequena quantidade de controle que eu tinha deixado, eu puxei para trás até que eu estivesse livre dela e gritei seu nome quando minha porra cobriu sua bunda virada para cima.
Seu corpo ainda estava tremendo, e minhas pernas estavam fracas. Fracas demais para se moverem. Ficamos lá. Sua cabeça agora repousava na cama. Tudo o que podia ser ouvido era nós ofegantes. Que tinha sido mais. Muito mais do que eu esperava. Tinha sido viciante. Eu poderia dizer-me que era muito perigoso fazer isso de novo, mas eu seria um tolo. Eu queria mais. Inferno, eu queria mais, logo que eu pudesse respirar fundo novamente.
Ela começou a abaixar seu corpo inteiro para a cama.
“Eu preciso limpar você,” eu disse a ela apreciando o olhar de meu sêmen em sua pele.
“Está bem,” ela disse suavemente, ainda afundando até que fosse pressionada completamente contra o colchão.
Sorrindo para a simples beleza, encontrei forças para ficar de pé e fui para o banheiro pegar uma toalha molhada. Limpei-a rapidamente, em seguida, cobri-a para cima. Ela levantou a cabeça e olhou para mim. “Você está vindo para a cama também?”
Os cabelos perfeitos de Lila estavam bagunçados. Seus olhos estavam pesados, os cílios se espalharam pelas bochechas. O rubor no rosto ainda estava lá, e nada parecia tão incrivelmente bonito na minha vida. “Sim. Eu vou.”
Subi ao seu lado e cobri nós dois puxando-a de volta contra o meu peito. Seria difícil em alguns malditos minutos, mas ela estaria dormindo cedo demais para perceber. Eu inalei o cheiro de seus cabelos e sua mão cobriu a minha.
Levou menos de dois minutos para a sua respiração se abrandar. Ela estava dormindo em meus braços, e eu sabia que nada seria o mesmo para mim. A ruína que eu temia era muito pior do que isso. Eu não estava preparado para ser capaz de deixá-la ir.
Vinte e Um
Lila Kate
RECONHEÇO SEU CHEIRO antes mesmo de abrir os olhos. O calor de seus braços me fez suspirar e afundar mais perto. Isto foi melhor do que sonhei. E sonhei com isso mais do que gostaria de admitir. Lembrar que é por um tempo curto, que não é para sempre causa uma forte dor então afasto o pensamento. Por agora, vou desfrutar do que tenho. Cada momento que passamos juntos, vou absorver tudo.
“Se continuar se contorcendo mais perto vamos foder antes de eu estar totalmente acordado,” sua voz sonolenta me assusta e eu rio. Nunca ri, mas o faço então. É bom. Na noite passada, o álcool me deu a coragem que precisava. Esta manhã não há arrependimentos. Não desejo que tivesse sido diferente. Porque depois de abrir-me para ele e caminhar de volta para o hotel fiquei sóbria o suficiente. Lembro-me de cada detalhe. Nunca esquecerei um só momento.
“Lila,” sua voz rouca e profunda é um alerta quando pressiono o corpo mais no dele. “Você deve estar dolorida,” diz ele enquanto beija meu ombro.
Eu estou. “É uma dor gostosa.”
Ele respira fundo, em seguida, rola para cima de mim. Seu corpo nu paira sobre mim. Os cabelos estão bagunçados e os olhos ainda pesados de sono. “Você encontrou sua boca impertinente e gosta dela, não é?” Ele pergunta com o joelho separando minhas coxas.
Balanço a cabeça.
Então, ele está dentro de mim. Tão rápido. Fecho os olhos com força, e engasgo da ternura e prazer.
“Dói?” Ele pergunta ao ficar completamente imóvel.
“Sim. Mas como disse, é uma dor boa,” digo a ele abrindo os olhos. “Faça doer mais.”
“Jesus, Lila. Você vai nos matar,” ele geme quando começa a se mover. Bombeando os quadris dentro e fora de mim. Sua boca beija ao longo da minha clavícula até o pescoço. Seu hálito quente em meu ouvido só aumenta a sensação. “Diga mais merda suja com esta boca bonita,” ele diz com um sussurro antes de mordiscar minha orelha.
Abro mais minhas pernas levantando os joelhos para prender seus quadris. “Quero te sentir gozar dentro de mim. Sentir o calor da sua porra escorrendo por minhas coxas,” digo e ele congela.
“Porra, Lila. Não fale esse tipo de merda, se não quer que eu goze.”
“Eu quero que você goze.”
Seus braços tremem enquanto ele se mantém completamente imóvel. “Você está tomando a pílula?”
Sorrio para ele. “Sim. Não quero ser mãe tão cedo.”
Ele move-se, a expressão feroz. “Estou limpo. Nunca tocaria em você sem camisinha se não tivesse certeza de estar completamente limpo.”
Confio nele. Ele é um monte de coisas, mas não me colocaria em perigo. Eu sei. “Então goze dentro de mim.”
Seus quadris começam a bater contra mim. Todos os outros pensamentos desaparecem. Tudo o que sinto é o aumento do meu próprio clímax. Posso ouvir sua respiração acelerar e seus palavrões murmurados. Abro os olhos e vejo seus braços flexionando com cada movimento.
Quando empurro contra ele e envolvo as pernas em sua cintura para segurá-lo, eu grito seu nome.
“Maldição, Lila,” ele pragueja e então sinto. Tudo isso enquanto ele me dá exatamente o que pedi. Quero que dure para sempre. Não irei pensar sobre o dia em que tudo terminará. Porque neste momento, eu tenho tudo.
Rolo de lado levando-me com ele. Nós dois estamos ofegantes e suados quando nossos corpos se grudam. Falar não é necessário ou sequer possível. Estou tentando recuperar o fôlego e voltar para a terra. Sexo nunca foi tão bom. Mas, então, minha experiência é limitada. Muito limitada. Mas não posso imaginar ser melhor do que isso.
A mão de Cruz começa casualmente a brincar com meus cabelos. Viro a cabeça para olhá-lo e seus olhos estão fechados. Sempre odiei que ele seja tão impressionantemente bonito. Ele faz meus sentimentos ainda mais difíceis de ignorar. Gostaria de vê-lo e ter vergonha de mim mesma por fazê-lo. A maneira como ele anda, se porta, o som de sua voz e esse sorriso. Tudo isso é impossível não notar. Todas as mulheres o notam.
“Vamos para o norte. O que acha de Memphis?” Diz ele com os olhos fechados.
“Memphis? O que tem em Memphis?” pergunto, desfrutando da liberdade de olhá-lo.
“A fodida Graceland está em Memphis,” ele sorri.
“Quer dizer que quer ver onde Elvis viveu?” Rio ao falar.
Ele inclina a cabeça para olhar para mim e abre um olho. “Claro que sim, eu quero. Essa merda deve ser brega. Quem quer perder isso?”
Não me importa aonde vamos. Estou bem com qualquer lugar. “OK. Memphis então.”
“Você ligou para seus pais?” A pergunta dele me surpreende.
“Não,” admito.
“É melhor,” ele suspira. “Tenho certeza que todos sabem que estamos juntos agora. Nate dirá a eles.”
“Provavelmente.”
Ele passa a mão sobre o rosto e geme. “Grant vai me matar.”
Eu não respondo. Porque essa é uma questão que enfrentarei quando isso acabar. Estou numa aventura para fugir com o cara que está na cama comigo. É diferente agora. Não estou tentando mudar ou encontrar um novo eu. Eu já fiz. A garota que sou nesse momento não é nada como a garota que era na noite que ele tinha me chamado de fria. Agora, só tenho que aproveitar enquanto durar. Porque isto acabará.
“Meu pai pode me matar antes do seu. De qualquer maneira, minha vida será curta.”
Isso me faz sorrir. “Isso é um pouco dramático,” digo a ele.
Ele dá de ombros. “Honestamente, vale a pena.” Sua mão corre pelo meu lado e aperta meu quadril. “Vale a pena completamente.”
Isso não é uma declaração de amor. Eu percebo. Mas é doce. Coloco a perna por cima dele quando viro até que metade do meu corpo esteja em cima dele. Ambos seus olhos abrem quando faço isso. “Somos crescidos,” lembro a ele. “Acho que você vai viver.”
Ele me olha com ternura. “Ou você vai me matar antes deles. Mas a morte por sexo soa como um bom caminho a percorrer.”
Eu rio. “Estou apenas começando. Não estou prestes a atacá-lo.”
Suas mãos agarram minha bunda e me puxa para cima dele. “Talvez, mas colocar este pequeno corpo quente num homem enquanto ele está nu e na cama é irresistível.”
Quando ele desliza para dentro de mim lentamente desta vez, gemo alto e gosto de ser preenchida mais uma vez antes do café da manhã.
Vinte e Dois
Cruz Kerrington
DIRIGIR QUASE SEIS HORAS para Memphis hoje não foi uma boa ideia. Vi Lila Kate esconder a careta quando montou na moto. Nós fodemos como maníacos e agora ela está dolorida. Ela alega não estar, mas vejo em seu rosto. Não deveria ter forçado as duas rodadas esta manhã, mas ela é tão gostosa. É uma necessidade por estar dentro dela novamente e fodê-la, não gosto de querer alguém tão forte. A experiência do passado me prova que uma boa transa tira a menina do meu sistema e sigo em frente. Mas com Lila Kate ainda tem que acontecer. Com as pernas dobradas atrás das minhas e seu corpo contra minhas costas já estou pensando em transar novamente. Jesus, ela é como crack para um viciado.
Vou em direção a Birmingham, Alabama. Podemos parar no meio e descansar. Encontrar algo para ver ou fazer, e depois pilotar o resto do caminho. É apenas uma hora mais perto de Memphis; ela pode visitar sua amiga, e ela ajudará a controlar minha necessidade de ter meu pau nela durante nossa parada. Preciso encontrar algum controle.
Depois de oitenta minutos na estrada, ela começa a se contorcer e acho uma saída que tem opções de restaurante e algumas compras. Passaremos um tempo aqui, então partiremos quando ela estiver pronta. Paro em um restaurante e estendo a mão para ajudá-la a descer. Ela estremece novamente.
“Acho melhor parar por hoje,” digo, me sentindo culpado por seu desconforto.
Ela franze a testa. “Por quê?”
Aprecio que ela tente ser forte, mas sei que está dolorida e não vou fazê-la sofrer mais. Pela primeira vez desejo não ter uma moto maldita. “Você está dolorida,” aponto o óbvio. “Vamos comer e andar um pouco. Fazer compras. Veja como você se sente mais tarde.”
“Vou ficar bem,” ela argumenta.
Ignoro isso. “Com fome?”
“Sim e este lugar cheira muito bem.”
Entramos e forço-me a não colocar as mãos sobre ela. Tocá-la o tempo todo não é bom. Isto é temporário. Não há necessidade de agir como se fosse mais do que isso. Nós dois estamos apreciando a viagem.
Seu telefone começa a tocar pouco depois de passarmos na porta e ela o tira do bolso. Quando levanta os olhos para mim, eles estão se desculpando quando ela coloca o telefone no ouvido. “Ei mãe.”
Disse para ligar para seus pais mais de uma vez. Ela não me escutou.
Sua mãe está falando e o rosto de Lila Kate empalidece antes dela sussurrar. “Ah não. Quando?”
Agora estou preocupado. Ela começa a morder o lábio. “Sim, ele está.”
“Não tenho certeza,” ela olha para mim. “Onde estamos?”
“Cerca de uma hora ao sul de Montgomery, Alabama,” digo.
Ela repete para a mãe. “Não... de moto,” Posso vê-la se encolher quando fala.
“Sim. Vamos dirigir até lá agora,” diz ela. “Vejo você mais tarde. E mãe, eu sinto muito.”
“Também te amo.”
Quando ela termina a chamada, lágrimas enchiam seus olhos. “Minha avó faleceu no meio da noite. Mamãe vai enviar o jato do meu avô para me pegar em Montgomery. Eles já estão na Califórnia. Meu avô chamou mamãe às três esta manhã para contar. Ela e meu pai pegaram um avião pouco depois.”
Esta é a última coisa que esperava que ela dissesse. “Deus, Lila, sinto muito.”
Ela assente com a cabeça. “Eu também. Por causa do meu avô. Ela nunca esteve lá sabe. Sua mente se foi há tantos anos. É um milagre ela viver tanto tempo. Mas Kiro passou toda a vida ao seu lado. Eles pararam a turnê, porque ele odiava estar longe. Toda sua história é apenas devastadora. Minha mãe nunca chegou a conhecê-la. Seu cérebro foi danificado quando ela era um bebê .”
Sei sua história. Foi manchete quando souberam que a mulher de Kiro Manning, Emily na verdade ainda estava viva. O mundo pensou que ela tinha morrido naquele acidente. Mas ele a manteve longe da mídia. Eles fizeram até um filme chamado “Emily Kiro” cerca de dez anos atrás, que foi um sucesso de bilheteria. Kiro não queria que o filme fosse feito no início, mas na entrevista que deu para a revista Rolling Stones disse ter mudado de ideia. Ele queria que o mundo conhecesse sua Emily. O que ela era. Quão surpreendente ela foi. Ela mereceu.
Levo Lila de volta para a moto e a ajudo a subir. Coloco o capacete em sua cabeça e desejo ter mais que eu possa fazer. Algo mais. Algo para ajudar. Temo que ela pegue aquele jato. Nosso tempo está terminando mais cedo do que esperava.
Ela segura-me com mais força do que antes. Minha garganta está grossa. Há uma porra de emoção lá que não entendo. Que não quero. Esta é uma maneira de protegê-la, tirá-la do meu sistema e seguir em frente. Para nós dois. Mas uma noite não foi suficiente. Eu sou egoísta. Sua avó acaba de falecer. Mas que droga.
A viagem para o aeroporto de Montgomery é muito rápida. Nosso tempo juntos está terminando. Esta pequena bolha que tivemos está prestes a estourar. Voltarei para casa e enfrentarei a ira do meu pai. Fazer o que diabos devo. Ela voltará e será como antes. Não vamos continuar de onde paramos. Isso será mais do que uma aventura. Isso fez com que o caroço de merda na minha garganta signifique algo.
Ferir Lila Kate é inevitável para mim. Se fizer isso mais tarde, doerá mais. Mais cedo é melhor. Mais cedo nos ajudará a seguir em frente. Nunca serei o cara que ela precisa. Mas droga, sei que isso me machucará também.
Paramos no aeroporto antes do jato particular chegar. Quero dizer algo que torne isso mais fácil. Algo que faça com que a dor em meu peito vá embora. Algo que faça com que seu olhar triste desapareça. Mas não tenho nada.
Ela desce da moto e pego suas coisas no alforje. Então viro para ela. “Não estava esperando que nossa jornada acabasse tão cedo,” digo tentando sorrir.
“Nem eu.”
Posso ver a questão lá. A incerteza. Ela quer saber se é o fim para nós. Mas ela não pergunta. E não posso dizer as palavras. Mesmo que precise, eu não posso.
“Diga a seus pais e avô que sinto muito por sua perda.” Seus olhos perdem a luz. Ela esperava mais do que condolências genéricas. Sinto-me um idiota gigante.
“Obrigada,” ela sussurra. “Por tudo.” Então ela pega sua bolsa e sai. Assisto a sua partida. Quero correr atrás dela e dizer algo mais. Para tentar fazê-la sorrir. Mas isso só piorará seu estado. Em vez disso, espero ela entrar no prédio. Então subo na moto e volto para o sul. Volto para Rosemary Beach.
Vinte e Três
Lila Kate
EU ESTAVA ENTORPECIDA. O voo para Los Angeles e a viagem para casa de meu avô, em Beverly Hills é um borrão. Quando a limusine que me pegou no aeroporto estaciona na frente de sua mansão, percebo que não me lembro de entrar nela.
Pego a única bolsa que tenho comigo e saio quando o motorista abre a porta. Não vejo Kiro a cerca de seis meses. Ele nos visitou, mas eu não estava. Quando era criança, visitei mais vezes. Fiquei uma semana com ele no verão. Tenho boas memórias deste lugar.
Minha mãe vem para a porta da frente e sai para me cumprimentar. Subo as escadas e espero que ela não esteja muito chateada com meu passeio de moto com Cruz. Ela tem seu pai para se preocupar. Não preciso aumentar seu stress. Sei que nunca andarei na moto de Cruz novamente.
Ele acaba de me deixar ir. Sem promessas. Nada. Ele acaba de terminar. Muito rápido. Meu peito dói e me sinto culpada. Meu avô está sofrendo. Eu deveria estar mais preocupada com ele.
“Como ele está?” Pergunto ao abraça-la.
Ela me aperta. “Ele está triste. Mamãe se foi há muito tempo. A mulher que ele conheceu. Mas agora até mesmo o pouco que ele tinha dela sumiu. Vai ser duro para ele.”
“Ela estava doente?”
“Não. Seu coração parou. Com o dano que seu cérebro sofreu, o médico diz que é um milagre ela ter vivido tanto. Mas papai fez com que ela tivesse o melhor atendimento. E ele está sempre aqui. Acho que ela viveu por ele.”
Sua história é tão trágica. Quando recuo, olho para ela. “Quão chateado está papai?”
“Sobre Cruz?”
Balanço a cabeça.
“Ele não está feliz,” diz ela com um pequeno dar de ombros. “Mas você é uma mulher adulta. O que ele pode fazer? Foi sua decisão para tomar.”
Concordo, mas não acho que papai concorde.
“Ele não vai falar ainda. Por enquanto, trata-se de Kiro e Emily.”
“Quem está aqui?”
“Neste momento, apenas Dean e nós. Nan, Cope, Mase, Reese, Rush e Blaire estão a caminho.”
Mamãe olha a mochila no meu ombro. “O que aconteceu com sua bagagem?”
“Deixei tudo com Nate.”
Ela suspirou. “Para fugir na moto de Cruz Kerrington.”
“Sim.”
Ela não fala mais nada. Mesmo não sendo uma semana, tudo o que aconteceu faz parecer como se fosse muito mais tempo.
“Posso dizer uma coisa?” pergunta mamãe.
“Claro.”
Ela estende a mão e toca minha bochecha. “Você é gentil, amorosa, generosa, paciente e linda. Você merece algo especial.”
“Mãe, você tem um conto de fadas. Nem todo mundo os vive.”
Ela inclina a cabeça para o lado e sorri. “Não, Lila Kate. Nem todo mundo é paciente o suficiente para esperar por ele.”
Ela beija meu rosto, em seguida, pega meu braço e sobe as escadas, entrando na casa. Quero refletir sobre o que ela disse mais tarde. Talvez ela esteja certa. Talvez eu encontre um conto de fadas. Só que o espero da pessoa errada.
A casa cheira a charutos. Foi assim toda minha vida. Ouvi Rush uma vez dizer que é melhor do que o cheiro de maconha que tinha em sua juventude. Caminhamos através da grande entrada pelo corredor esquerdo, onde Kiro tem a sala de jogos. Grandes sofás de couro preto, enormes telas planas em três lados, uma mesa de bilhar e um grande bar estão lá. Sentado no canto do sofá está meu avô, Kiro Manning. Ele está mais velho agora, mas ainda é uma lenda. Seu nome é bem conhecido. Ele tem um charuto numa mão e uma garrafa de uísque na outra. O corpo esguio é alto e coberto de tatuagens. Mesmo aposentado e sendo avô ele ainda se assemelha a uma estrela do rock.
Ele levanta os olhos avermelhados assim que entramos e sorri ao me ver. Ele chorou em algum momento. “Minha Lila Kate,” diz ele com a voz rouca de anos de drogas, cigarro e álcool.
“Hey,” digo ao caminhar até ele. Não é segredo que ficou furioso quando meu pai engravidou minha mãe. Minha mãe não é sua única filha, mas é a favorita. Porque foi a criança que Emily lhe deu. Meu nascimento poderia ter matado minha mãe. Isso o aterrorizou. Mas minha mãe sempre diz que passou a minha vida me esperando. Sei que ele me amava mais do que seus outros netos. Ele é muito franco sobre o assunto. Mas também sei que só sou parte de Emily.
Ele abre os braços também cheirando o álcool e charuto. Abaixo-me e abraço-o com força. “Eu te amo,” sussurro.
“Não tanto quanto eu te amo, menina bonita,” essa sempre foi sua resposta. “Ouvi dizer que esteve de moto com um Kerrington. Acho que tem um pouco do sangue selvagem do vovô depois de tudo.”
Fico tensa esperando que meu pai não tenha ouvido. “Hum, eu acho,” digo o mais baixo que posso.
Isso o fez rir. Estou feliz por ele poder rir, mas não é algo para rir. “Vamos dar a seu papai um pouco de dificuldade. Ele precisa.”
De todas as coisas para ele querer falar essa não é uma delas.
“Papai está tudo bem. Ela só está nervosa em falar com Grant sobre tudo isso,” Mamãe interrompeu.
Fecho os olhos e faço uma careta. Quando levanto Kiro pisca para mim. “Você é uma menina crescida. Tudo bem.”
Viro a cabeça lentamente para olhar meu pai que está em pé no bar com os braços cruzados sobre o peito e uma carranca no rosto. “Ela é melhor do que Cruz Kerrington,” diz meu pai.
“E minha Harlow é melhor do que Grant Carter. Minha menina doce foi varrida de seus pés por alguém que tinha a reputação como um jogador. Parece que acabou tudo bem,” Kiro diz antes de tragar seu charuto.
Papai só resmunga.
Tento pensar em algo para mudar de assunto quando passos soam no corredor. Então ouço vozes. Os outros dois filhos de Kiro chegam com seus cônjuges. Tenho certeza que ouvi a voz do meu tio Mase em algum lugar. E quando ele está discutindo com minha tia Nan parece uma reunião de família.
“Não ficarei no quarto azul, Mase. Enfie-o na sua bunda. Quero o outro perto do elevador. Sempre fico nele. Não discuta comigo,” Tia Nan diz em seu tom irritado agudo.
“Dê-me outra porra de garrafa. Vou precisar dela,” Kiro resmunga.
Ele e minha tia Nan não tem o melhor relacionamento, mas minha mãe disse que está melhor em comparação com o passado.
Quando os quatro entram na sala. Kiro ergue a garrafa. “Estou de luto porra. Não comece essa merda aqui.”
Nan parece envergonhada e Mase assente. “Desculpa. Estou apenas começando a te tirar do tédio.”
Kiro dá de ombros. “Entendido.”
“Sinto muito, Kiro,” Reese, a mulher do meu tio Mase diz quando se afasta dos outros. “Vá em frente, chore e vou manter estes dois na linha.”
“Ainda não descobri como diabos conseguiu essa menina,” Kiro diz apontando com a garrafa na direção de Reese enquanto olha Mase.
“Nem eu,” responde Mase, em seguida, joga-se no sofá em frente à Kiro. “Passe o uísque.”
Vinte e Quatro
Cruz Kerrington
O CHEIRO de flores. Odeio o cheiro tanto quanto odeio funerais. Elas me deprimem. Não deveria estar aqui. Não conheci Emily Manning. Claro, conheço Lila Kate, mas ela não esperava que viesse ao funeral de sua avó. Inferno, eu não iria se pudesse fugir. Uma vez que alguém estava morto, acabou. Porque ter um grande e deprimente funeral?
Quero que minhas cinzas sejam atiradas no Golfo. Sem músicas, flores e sem lágrimas de merda. Afrouxo a gola da camisa e suspiro. Meu pai foi inflexível sobre eu ir. Todos estão. Toda a família maldita está aqui. Como cada família em Rosemary Beach que somos próximos.
“Vamos por Grant, Harlow e Lila Kate!” Meu pai disse quando reclamei sobre não ver razão para ir a este funeral.
A verdade é que tentei tirar Lila da cabeça durante os últimos três dias e não funcionou. Tudo o que posso ver é Lila. Quando tive outra menina contra a parede do meu apartamento na noite passada, tive o rosto de Lila Kate na cabeça. Não quero vê-la tão cedo. Ainda estou tentando tira-la do meu sistema. Até digo a meu pai que eles podem fazer meu funeral uma vez que Grant Carter pôr as mãos em mim. Papai me disse que pedi por isso.
“Ali está Nate,” minha mãe sussurra. “Vá se desculpar.”
“Por quê?” Pergunto confuso. Não fiz nada para Nate.
Ela agarra meu braço como se eu ainda tivesse oito anos. “Por levar Lila Kate sem uma palavra. Isso é o que fez.”
Não vou me desculpar com ele por isso. “Não.”
Suas unhas afundam em minha pele. “Agora.”
Não vou me desculpar, mas vou até lá dizer algo a ele para fazê-la pensar que obedeci antes que ela me agarre pela orelha e me leve até ele.
“Tudo bem,” murmuro e sua mão me solta, logo que vou em sua direção.
Desculpar-me com Nate. Sério? Será que eles sequer conhecem Nate Finlay? Como se isso não fosse algo que ele faria. Jesus. Todos estão sendo dramáticos como o inferno. Não a sequestrei. Ela foi de bom grado.
Nate também usa um terno e Bliss está ao seu lado parecendo deslumbrante num vestido preto com os cabelos presos para cima dos ombros. “Hey,” digo quando eles se viram ao me ver chegando.
Nate inclina o queixo.
“Você viu Lila Kate?” pergunto.
“Sim. Por quê? Tem a moto com você?” Nate sorri quando fala.
“Não, espertinho. Eu só não a vi.”
“Ela foi pegar uma bebida. Já conversou com todos e sua boca ficou seca.”
Balanço a cabeça. Bom. Tenho tempo para ficar fora de vista antes dela voltar. “Estão aqui há muito tempo?”
“Chegamos ontem à noite. Ficamos no Dean. Dirigimos para cá de manhã,” Nate responde. Dean é seu avô. O melhor amigo de Kiro Manning.
“Vou sair assim que isso acabar,” digo. “É bom ver você de novo, Bliss. Acho que estive aqui tempo suficiente para que minha mãe pense que me desculpei o suficiente. Vou deixá-los.”
Nate sorri. “Pedir desculpas, né? Acho que eu gostaria disso.”
Bliss ri. “Nate pare. É bom vê-lo novamente, Cruz.” Ela começa a dizer mais, em seguida, faz uma pausa e sorri para algo sobre meu ombro. “Lá estão eles,” acrescenta.
Olho para trás sem pensar e meus olhos param em Lila Kate. Ela está impressionante. Os cabelos escuros enrolados frouxamente e tocando os ombros. O vestido azul da meia-noite que usa abraça suas curvas docemente. É difícil afastar o olhar.
“Devo buscá-lo? Ou acha que ela quer que ele fique?” Pergunta Bliss.
Buscar quem?
“Deixe. Ela parece querê-lo lá,” Nate responde.
Afasto meu olhar de Lila Kate para ver um cara alto e loiro com a mão possessivamente em suas costas. Sua expressão é séria ao ouvir algo que ela diz. Quem diabos é esse?
“Quem está com ela?” pergunto uma vez que eles obviamente sabem.
“É Eli, meu melhor amigo,” diz Bliss, com um sorriso satisfeito.
“Como ela o conhece?” Lila Kate não é de se relacionar com alguém rapidamente.
“Eles passaram algum tempo juntos antes que você aparecesse de moto e a levasse,” Nate responde. Ele está se divertindo. Ele sabe por que estou perguntando e está se divertindo para caralho.
“Ela quis ir comigo,” digo a ele virando para encarar sua expressão presunçosa.
Ele assente. “Sim, ela quis. Mas agora...” ele inclina o queixo na direção de Lila Kate. “Ela quer Eli. Lição aprendida rápido eu diria.”
“Que porra isso significa?” Rosno dando um passo em direção a ele.
Nate não recua. Mas, então, eu não espero que o faça. Ele dá um passo em minha direção. Sua expressão fica fria. Fechada. “Isso significa que Eli é um bom rapaz. O tipo que permanece. Isso é o que significa.” a voz de Nate é baixa quando fala.
“Ela mal o conhece,” argumento.
“Mas ela te conhece o suficiente agora,” ele responde.
Estamos num funeral. Isso deveria me parar e me fazer ir embora. Mas não vou. Porque Nate está certo. Ela me conhece. Podia pegar minha moto e sair. Isso é o que um bom rapaz faria. Mas eu a levei e depois abandonei. Quando penso sobre isso tenho que admitir que possa ter sido a coisa mais fria que já fiz. E fiz essa merda muito cruel. Volto o olhar para Lila Kate e Eli. Ele está sussurrando algo e ela sorri. O sorriso não é o radiante que conheço.
É triste. Seus olhos não brilham e iluminam a sala como sei que podem. Ela perdeu alguém e Eli está lá com ela. Esse é o tipo de cara que ela precisa. Deixei-a porque ela precisa seguir em frente sem mim. Só não esperava que essa porra acontecesse tão rápido.
“Ela merece muito mais. Você sabe. Deixe que ela tenha.” A voz de Nate me incomoda, simplesmente porque ele está certo. Não falo nada. Apenas vou embora. Volto para minha família. Gostaria de me afastar deste maldito funeral e sair em silêncio. Esquecer o que aconteceu com Lila e eu. Eventualmente.
No caminho para ir embora sinto seus olhos me seguirem. A melhor coisa a fazer seria ignorá-la, mas não posso. Encontro seu olhar. Ela não sorri. Apenas me olha com olhos tão cheios de decepção que queima meu estômago. Ela me arruinou. Assim como estive com medo que ela faria.
Vinte e Cinco
Lila Kate
ELI SEGURA MINHA MÃO enquanto observo o mausoléu privado que abriga todos os membros do Slacker Demons e sua família. Minha avó é a primeira a ser enterrada nele. Kiro comprou porque disse que não queria ser enterrado no chão e não queria que sua Emily fosse também. Então decidiu que a melhor maneira de descansar em paz eterna era um mausoléu com aqueles que mais amava.
“Nunca vi ninguém ser colocado para descansar num destes. Exceto enterros,” Eli diz baixinho ao meu lado.
“Nem eu. Parece mais fácil do que vê-los afundar no chão, não é?”
Ele assente. “Sim, acho que é.”
Concentro-me em meu avô e seus olhos injetados de sangue fitando a frente, onde Emily foi posta. Ele está bebendo uma garrafa de uísque. Estou preocupada que ele entre em coma alcoólico, mas minha mãe disse que ele tem anos de tolerância com estas coisas. Ele ficará bem. Seu terno cobre as tatuagens, mas ainda parece um roqueiro. É sua postura, rosto, a maneira como os cabelos ainda estão longos demais para um homem mais velho. Ele sempre será Kiro Manning. Mesmo aos setenta anos de idade.
“Obrigado por ficar comigo hoje,” digo a Eli. Eu precisava de alguém. Apoio, suporte. Todo mundo esteve aqui. Todos sabem que saí na moto de Cruz Kerrington e todos o viram completamente ignorar-me. Mas a dor do meu avô é mais importante do que meu desprezo evidente por Cruz. Consegui o que queria ao brincar com fogo.
“Estou feliz por ter vindo. Quase não o fiz. Nate pensou que eu deveria. Terei que lhe agradecer por isso.”
Nate esperava isso. Ele sabia que Cruz viria assim como eu. Estamos todos juntos. Preciso agradecer a Nate por trazer Eli. Não que eu vá usá-lo como rebote. Mas ele se tornou um bom amigo. Depois de hoje, espero continuar em contato. Gosto de sua companhia. Ele é forte. Confiável. O tipo de homem que sei que meus pais esperam que eu encontre um dia.
Quando meu coração finalmente se curar e seguir em frente, espero encontrar um conto de fadas com um cara como Eli. Sei que não será Eli porque seu coração já não está disponível. Simpatizo com ele. Amar alguém que nunca terá é doloroso.
Pelo menos ele não sofreu uma humilhação por causa disso. Ele mantém seus sentimentos em segredo. Nunca cometeu o erro de jogar a precaução ao vento e se aventurar.
“Vamos,” digo quando os outros começam a sair. Sei que meu avô ficará aqui por um tempo e quero que tenha seu tempo sozinho com ela.
Eli continua segurando minha mão quando nos afastamos. Sei que os Kerrington estão a minha esquerda. Posso ver Woods e Della pelo canto do olho. Mas não os cumprimento. Simplesmente não posso. Ando com a cabeça baixa. Eli leva-me para a limusine que está à espera da família.
“Onde vai?” Pergunto.
Ele aponta para a limusine atrás da minha. “Para o Dean com Nate e Bliss.”
Estar com Nate e Bliss não é fácil para ele. Sei disso sem perguntar. “Vem comigo,” digo.
Ele sorri como se entendesse por que e pudesse ler meus pensamentos. “Obrigado.”
Vou para o último assento. “Você me salvou hoje. Deveria te agradecer.”
Eli vem atrás de mim e senta com a coxa pressionando a minha. O calor de seu corpo e o cheiro de sua colônia me traz alivio. Que não estou sozinha. Lembro-me da nossa noite juntos. Sei agora a diferença entre um bom sexo bêbado sem amarras e sexo com o homem que seu coração deseja. São dois campos diferentes.
“Você está linda hoje. Ele é um idiota e pela maneira que observou cada movimento seu ele sabe disso.”
Levanto a cabeça e olho Eli. “O que?”
Ele me dá um meio sorriso. “Cruz Kerrington. Ele não tirou os olhos de você. Não o conheço nem fomos apresentados, mas tenho experiência com seu tipo. Posso identificá-los. Ele também é completamente óbvio. Ninguém lá olhou para mim como se quisesse rasgar meus membros do corpo.”
Isso não faz sentido. Balanço a cabeça. “Você entendeu mal. Ele foi forçado a vir. Conheço seus pais. Ele agiu assim porque está com raiva que o funeral diminui seu tempo de diversão.” O desgosto é óbvio em minha voz. Assim como a dor.
“Posso não ser um idiota. Mas sou um homem. Sei o que pensamos. Posso ler um. E esse cara não ficou feliz por você estar comigo. Ele também queria ficar a sós e ter as mãos em você. Honestamente, Lila, você é linda. Hoje esteve deslumbrante. Eu tive dificuldade em afastar os olhos de você.”
Era bom. Não, parecia mais do que bom ouvir um homem de boa aparência dizer isso para mim. Não me sinto bonita ou deslumbrante. “Obrigada,” digo sem ter outra forma de responder. Então digo o que estou pensando. “Eu queria... Gostaria de ter te conhecido em outro momento. Um em que nossos corações não estivessem tão confusos. Talvez tivéssemos uma chance.”
Sua mão desliza na minha e ele a aperta. “Quando saiu eu percebi uma coisa. Meu coração não está onde pensei. Bliss tornou-se um hábito. Tudo o que conheço. Ninguém teve impacto suficiente em mim para movê-la do meu coração. Mas você... você me fez esquecer. Mostrou que há mais. Que posso sentir algo por alguém,” ele faz uma pausa, em seguida, seus dedos entrelaçam os meus. “Meu coração está pronto, Lila. Só serei paciente até o seu estar.”
Uau... isto não é algo que esperava ouvir. “Na nossa última noite juntos estava chateado com ser o melhor homem,” lembro.
Ele dá de ombros. “Um hábito. Um hábito que me despertou e mostrou como meu coração mudou. Percebi que segui em frente quando descobri que tinha ido. Que... me despertou mais do que a merda do casamento fodido. Estive pensando nisso e completamente focado em você. Nem sequer sinto uma pontada quando os vejo se beijando. Você me curou. Gostaria de poder fazer o mesmo.”
Aqui está um homem maravilhoso me dizendo que quer mais. Ele está pronto para seguir em frente comigo. Ele quer estar comigo. Ele está disponível. E tão bonito como tudo soou, mas meu coração ainda dói por Cruz. Sou ou a mulher mais estúpida do planeta ou a mais azarada. Possivelmente ambos.
“Preciso de tempo,” digo a ele porque quero um conto de fadas. Acredito que Eli é esse tipo de cara. Ele é seguro, sólido, bonito. Todas as coisas que meu pai é, que Rush Finlay é e que meus tios Mase e Cope são. Quero um homem como eles.
“Sou muito paciente,” ele responde.
Até mesmo o tom de sua voz é suave. Não faz meu coração acelerar ou desperta borboletas no estômago, mas faz-me sentir segura. Descanso a cabeça em seu ombro. Seu braço me envolve e ficamos lá em silêncio enquanto esperamos o resto da família.
Vinte e Seis
Cruz Kerrington
“VOCÊ A FODEU?” Blaze, meu irmão de dezenove anos pergunta sentando na outra extremidade do sofá que minha mãe se refere como ‘cova dos meninos.’ Fica no piso inferior da nossa casa de três andares e tem tudo que um adolescente pode precisar. Até um miniginásio com pesos. Vim aqui logo que chegamos em casa para evitar o resto da família.
“Só a ignorei,” não respondo voltando minha atenção para o jogo de beisebol que estou assistindo.
Blaze ri. “Isso quer dizer sim. Porra! Ela é tão gostosa.”
Fúria me toma. “Se quer viver é melhor calar a boca,” aviso. Não quero que ninguém saiba o que fizemos, mas também não quero que meu irmão pense em Lila Kate e sexo na mesma frase.
“Qual é o seu negócio? Jesus, relaxe. Lila Kate é sexy. Eu daria minha bola esquerda para transar com ela.”
Movo-me. Rápido. Sem pensar. Prendo Blaze no sofá com a mão em torno de sua garganta. Ele é um centímetro, talvez dois mais alto que eu, mas é mais esguio. Seus músculos são pequenos. Sou mais pesado que ele. Também sou dois anos mais velho. “Cale sua boca porra. Você me entendeu merdinha estúpido?”
Ele assente incapaz de respirar, então solto meu aperto em seu pescoço. Em seguida, o olho uma última vez antes de voltar para meu lugar. “Vá embora,” digo ao sentar novamente.
Posso vê-lo esfregando o pescoço. Droga de drama. Ele finalmente levanta e estou tão aliviado que quase suspiro. Só quero ficar sozinho.
“Se você a ama, então não está fazendo um bom trabalho em demonstrar. Isso é tudo que estou dizendo.” Após as palavras saírem de sua boca, ele se vira e corre em direção as escadas.
“Eu não a amo,” disse a ninguém. Mas preciso dizer. Colocar para fora. “Eu não amo ninguém. Amor não é para mim.” Continuo falando para a sala vazia.
A imagem de Lila Kate em pé no funeral. Sua pele macia bronzeada tão perfeita e nua no vestido que ela usava fez meus dedos coçarem para tocá-la. Sentir a textura sedosa. Se Eli fodido Hardy a abraçasse, não seria responsável por minhas ações. Mas ele não fez. Ele é o cara bom. Ele não tocou em seu corpo. Só segurou sua mão.
Ela parecia precisar do apoio. Lutei contra o ciúme me comendo por ser a pessoa ao seu lado. Foi minha escolha foi não ser. Sofri por seu bem estar.
Passos na escada desta vez me alerta que estou prestes a ser interrompido novamente por um membro da família. Jogo a cabeça para trás e fecho os olhos ao suspirar com irritação. “Você não pode apenas me deixar em paz?” Rosno frustrado quando o próximo membro intrometido da minha família entra.
“É apenas um minuto. Preciso dizer uma coisa. Então não vou incomodá-lo novamente,” a voz de Lila Kate faz minha cabeça levantar. Que porra ela faz aqui?
Ela usa um vestido branco que mostra muita pele. Estou hipnotizado. A visão dela. Toda sua suavidade perfeita. Aqui na minha casa. Por quê?
“Blaze disse que estava aqui e que poderia vê-lo por um momento. Ele saiu com seus pais para o almoço no clube. Não queria incomodá-lo,” ela para e olha o jogo na televisão. “Vejo que você está ocupado assistindo algo. Serei rápida.”
Ela se aproxima parando a alguns passos de distância. “Eu não cometi um erro. Sabia o que estava fazendo. Eu esperava isso de você. Não esperava mais nada. Eu escolhi ir com você, dormir com você, permiti-me gostar de estar ao seu lado. Isso foi tudo para mim. Vou lidar com as memórias. O desgosto. Tudo isso porque pedi por ele. No início, pensei ser estúpida. Amaldiçoei minhas más decisões. Mas... estou grata por ter feito. Eu deixei você me machucar. Mas nós tivemos um momento. Agora sei como é. Como você... me faz sentir. Eu não me arrependo. Não me arrependo de você. Vou seguir em frente. Ir por outro caminho. Nunca o incomodarei novamente. A vida vai voltar ao que era antes.” Ela para e sorri. É um doce e triste sorriso. Ele deixa meus malditos joelhos fracos mesmo estando sentado.
“Faz menos de quarenta e oito horas, mas foi divertido. Emocionante. E sempre me alegrarei por ter feito. Obrigado, Cruz Kerrington,” diz ela quando fecha a distância entre nós e se inclina para dar um beijo em meus lábios. “Adeus,” ela sussurra contra eles. Então levanta e caminha em direção à escada.
Meus lábios ainda estão formigando de excitação por seu toque. Meu corpo anseia o cheiro de seu corpo. Deixá-la ir parece impossível. Estou fora do sofá e atrás dela tão rápido que não tenho tempo para pensar. Minhas mãos agarram sua cintura, e aperto-a contra a parede. Há um milhão de coisas que quero dizer. Mas não falo nenhuma.
Beija-la é a coisa certa. Sem a porra de um beijo doce. Eu reivindico sua boca. Provo sua doçura. Fico bêbado no néctar que é Lila Kate. Desejo isso desde que a deixei. Sonho com isso. Tentei tirá-la do meu sistema com outra mulher. Nada funcionou. Esta é a única maneira de curar meu desejo.
Suas mãos envolvem meus cabelos e minhas mãos sobem para sentir o peso de seus seios. Coloco a mão sobre seu coração e os batimentos fazem o meu disparar. Fiz isso com ela. Ela quer tanto quando eu. Somos a porra de explosivos. Nunca houve outra mulher que me fizesse reagir desta maneira. Por que não posso apenas fazê-lo durar mais tempo? Apreciar até que termine.
Quando suas mãos tocam meu peito e me empurram firmemente, estou atordoado.
“Isso é suficiente,” ela ofega e desliza para longe do meu corpo para libertar-se de onde a prendi.
“Nós estamos apenas começando,” respondo minha própria voz rouca por falta de oxigênio.
Ela balança a cabeça. “Não, Cruz. Meu beijo foi um adeus. Aquele beijo foi um encerramento.” Enquanto estou tentando entender o que falou ela vai embora. Deixa-me lá. Bem desse jeito. Sem lágrimas. Nada.
Eu me sentiria melhor se ela tivesse chorado? Não quero machucá-la. Quero me trancar num quarto com ela e nunca sair. Mas não quero machucá-la.
Ela me mostrou suas emoções antes. Na Bourbon Street eu vi. Tudo. Sei que seu coração é suave. Que as lágrimas caem facilmente. Então, isso significa que a mulher que acabou de sair daqui é algo... que eu provoquei. Ela não foi fria. Ela terminou. Mostrei o quanto posso machucá-la e ela viu que eu não valho a pena. Ela sabe que merece mais.
Seu cheiro se agarra a minha pele. Meu corpo dói com a perda dela em meus braços. Mas mais do que isso minha alma sabe que apenas afastei a única coisa que me despertou. Perdi a mulher que me mostrou como o fogo é.
Afundo na cadeira atrás de mim. Seguro a cabeça com as mãos. Está feito. Nós tivemos nosso pequeno momento. Queria dizer que mostrei como sou ruim para ela. Como posso arruiná-la. Que preservei a ambos. Mas no final, sou o único completamente arruinado.
Vinte e Sete
Lila Kate
O ESPAÇO ERA PERFEITO. Ele iria crescer comigo. Com minhas aulas de dança. Eu podia ver um futuro aqui. Eu tinha o dinheiro para começar. Eu compraria este lugar, todo o equipamento e começaria a anunciar. Claro, eu queria encontrar uma aventura duas semanas atrás, mas agora uma aventura sempre me lembra Cruz. Ele tinha sido a minha verdadeira aventura.
Eu quase tinha deixado a sua presença nesta cidade fazer-me correr. Quando admiti para mim mesma que eu estava olhando para estúdios de dança fora de Rosemary Beach, porque eu estava tentando evitar Cruz, tinha começado a minha pesquisa aqui. Só fazia sentido começar o meu primeiro estúdio em uma cidade onde eu conhecia todo mundo e avançar mais tarde para expandi-lo. Eu não tinha planos de ficar aqui para sempre. Mas, por agora, fazia sentido. Minha necessidade de aventura tinha sido sugada de mim. Tinha sido fugaz. Eu tive aventuras demais no período de uma semana que durariam alguns anos.
A porta se abriu atrás de mim, e Ophelia Finlay ficou ali parecendo tão glamorosa como sempre.
“Eu te liguei três vezes.” Ela me disse como se eu não tivesse visto as chamadas não atendidas no meu telefone.
“Eu estive ocupada.” Respondi.
Ela suspirou alto. “Você não vai mesmo considerar? Eu seria uma incrível companheira de quarto.”
Ophelia tinha ouvido falar, por sua mãe, que eu estava comprando um condomínio e começando meu próprio estúdio de dança. Palavras viajam rápido quando suas mães são melhores amigas. Ela estava tirando um ‘tempo’ da faculdade este ano, porque precisava de uma nova direção ou algo dessa natureza. Isso era muito Ophelia.
“Eu não estava considerando. Não duvido que você seja uma boa companheira de quarto. Eu só precisava ter certeza de que era isso que eu ia fazer,” Eu virei em um círculo olhando para o prédio. “Mas é isso mesmo. Este é o lugar.”
Ophelia assentiu. “Este será um bom estúdio. Excelente localização.”
Eu apontei para cima. “Meu apartamento será lá em cima. Estou comprando o prédio. Eu preciso poupar dinheiro, e ficar onde eu trabalho faz sentido.”
Ela fez uma careta. “Você vai morar aqui?”
Eu balancei a cabeça. “Sim.”
“Como se parece lá em cima?”
Dei de ombros. “É um grande loft, vigas expostas, muito abertas. Não é realmente o seu tipo de lugar.” Foi por isso que eu não tinha respondido suas ligações.
“Que horas serão as suas primeiras aulas?” Ela perguntou, ainda não parecendo satisfeita.
“Às oito da manhã.” Eu respondi.
Sua determinação para ser a minha nova companheira de quarto parecia que estava desaparecendo rapidamente. “Oh.”
Isso foi o que eu pensei. Este seria o meu mundo. Meu trabalho e meu loft. Eu não imaginava que iria atrair alguém.
“Posso vê-lo?” Perguntou ela, esperançosa.
“Certo, vamos.” Eu respondi. “Por este caminho.”
Eu abri o caminho para a porta de trás, que foi pintada de azul. Eu mudaria isso. Ela abria-se para as escadas que iam para o sótão. Havia exatamente vinte e cinco degraus. Quando chegamos ao topo, não havia porta. Gostaria de trabalhar com isso, também.
A área de quatro mil metros quadrados era quase completamente aberta. A única privacidade era um banheiro à esquerda e a escada em espiral que levava a mais uma área do loft que seria o meu quarto. A cozinha estava completa e era toda em aço inoxidável. Mesmo as bancadas eram inoxidáveis. Era tudo muito industrial.
“Existe um segundo quarto?” Perguntou ela observando a área.
“Não. O proprietário original era um homem. Mas se você está realmente interessada, há espaço suficiente. Nós podemos construir paredes nesse canto próximo ao banheiro, e você teria um quarto de tamanho suficiente. Mas teríamos que dividir o banheiro.”
Ela caminhou enquanto estudava toda a área de Rosemary. Era pequena e uma rua pitoresca com lojas. O exterior de todas as lojas era muito ‘costa do sul’, e me senti confortável com isso. Muito diferente da área onde tínhamos vivido quando crianças. Finalmente, ela se virou para mim e sorriu. “Vamos fazer isso.”
Se tivesse sido Phoenix Finlay, eu não teria dito absolutamente nada. Mas eu poderia viver com Ophelia. Além disso, o rendimento do aluguel pagaria os serviços públicos neste local. Fazia sentido ter este acordo.
“Eu vou falar com o papai para ele arrumar alguns trabalhadores aqui para construir um quarto assim que eu assinar a papelada deste lugar.”
Ela estava sorrindo brilhantemente. “Quanto tempo você acha que vai precisar?”
“Até o final dessa semana.”
Ela bateu palmas com entusiasmo. “Isto será muito divertido!”
Eu esperava que sim. “Você quer um emprego? Porque eu vou precisar de ajuda no escritório uma vez que abrir o estúdio.”
“Certo! Por que diabos não? Podemos apenas retirar o aluguel do meu salário?”
“Isso seria bom para mim.”
Conversamos um pouco mais antes de Ophelia sair para contar para a sua mãe sobre seus planos. Entrei e puxei-me para cima, para me sentar no bar da cozinha. Eu poderia fazer uma vida aqui. Não era na parte rica de Rosemary Beach, onde as grandes casas eram e o clube estava localizado. Ficava logo ao lado dele, mas parecia separado. Eu não estava deixando a cidade, mas eu estava começando uma nova vida nesta cidade.
Meu telefone tocou e ecoou no grande espaço vazio. Olhei para ele, era Eli. Sorrindo, eu respondi. “Olá.”
“Como parece o lugar?” Ele perguntou. Eu tinha lhe dito, por uma mensagem de texto que eu lhe enviei ontem à noite, que viria verificá-lo hoje.
“Perfeito. Eu acho que vai ser perfeito.”
“Droga. Eu estava esperando que você achasse que é ruim e viesse para Sea Breeze comprar algo por aqui.” Ele estava brincando, mas eu sabia que ele também ficaria contente se isso acontecesse.
“Você sempre pode vir a Rosemary Beach.” Eu respondi.
Ele ficou quieto por um momento. “Não me tente.”
Eu me perguntei se ele iria realmente fazer isso. Talvez um novo começo fosse o que ele precisava. “Eu não iria reclamar se você viesse.” Eu adicionei.
Ele riu e acrescentou, “É difícil dizer não para você também. Mas eu tenho um emprego, e não posso apenas largar tudo e fugir.”
Ele tinha um ponto. “Eu sei. Queria esclarecer que se você precisar de uma aventura eu ficaria feliz em ser o seu início.” Eu estava brincando, mas ele ficou quieto.
Mordi meu lábio nervosamente. Talvez eu não devesse ter dito isso. Nós não falamos muito sobre aquela noite. Eu não tinha certeza se ele se lembrava de me perguntar se ele foi o início da minha aventura. Esperei por ele dizer algo e me preocupei todo o tempo em que ele ficou em silêncio.
“Eu poderia considerar se pudéssemos ter outro sexo na praia. Eu penso muito sobre isso. Desejo a Deus que eu não tivesse estado tão malditamente bêbado.”
Após Cruz, eu não estava pronta para fazer sexo com ninguém. Eu queria estar um dia. Mas, por agora, eu simplesmente não podia. Em uma semana, eu tinha feito sexo com dois homens diferentes. Isso tinha sido um inferno de uma aventura.
“Um dia, se for à hora certa.” Eu disse suavemente enquanto imagens de Cruz e as coisas que tínhamos feito apareciam na minha cabeça. Meu coração doía junto com elas.
“Eu não quero ser apenas o começo de sua aventura Lila, eu quero ser o fim.”
Vinte e Oito
Cruz Kerrington
MINHA CABEÇA ESTAVA FODIDA. Eu estava no trabalho fazendo o que meu pai me pediu para fazer. Não porque ele pediu, mas porque eu estava tão fodido da cabeça que eu precisava de algo para me distrair. E as bucetas de outras mulheres não estavam funcionando.
“Cruz, você parece tanto com o seu pai em sua idade, que eu tive um flashback. Eu era uma garçonete novamente e lá estava o chefe. Você está bem aqui no Club Kerrington de polo. Eu sei que Woods está orgulhoso de tê-lo aqui com ele.” Blaire Finlay disse quando entrou na sala de jantar com minha mãe e Harlow Carter, a mãe de Lila.
“Ele é gêmeo de seu pai. Em tudo, incluindo a atitude.” Disse minha mãe com um sorriso.
“Não vou dizer a ele que você disse isso.” Eu disse, sabendo que ele não gostaria de ouvir que eu agia como ele.
Blaire riu, e as três passaram por mim. Minha mãe fez uma pausa para apertar meu braço gentilmente. Harlow estava quieta. Ela não falava alto como as outras ou chamava a atenção para si mesma. Ela era quieta, bonita, não parecia em nada que tinha a sua idade, e tudo que eu podia ver era Lila Kate vinte anos mais velha. O homem que a segurar será um sortudo filho da puta.
Irritado com minha linha de pensamento, eu andei pelo corredor em direção ao escritório do meu pai, para onde eu estava indo quando as três tinham chegado. Eu adorava vir a este escritório. Isso significava que veria meu pai. Ele me colocava em sua mesa e me deixava brincar com um brinquedo pequeno de golfe que estava sobre ela. Eu assistia a tela plana na parede e o observava enquanto ele trabalhava. Eu queria ser como ele.
Caramba, como os tempos haviam mudado.
A porta do escritório do meu pai abriu e ele saiu antes de eu chegar a ele. Seu olhar imediatamente parou em mim. “Bem, você chegou na hora. Eu terei um almoço com o Capitão, se lembra do irmão de Blaire Finlay? Sua filha Emmeline está com ele. Ela está sendo preparada para assumir a franquia de restaurante aqui em Rosemary Beach. Eu acho que ter você lá vai fazê-la se sentir mais confortável já que você está mais próximo da idade dela.”
Encontro de almoço. Fan-porra-tastico. “Eu conheço Emmeline, e a chamamos de Emmy. Ou pelo menos era assim há dois anos, quando eu falei com ela em um evento realizado aqui por uma coisa ou outra.”
Papai concordou. “Bom. Franny, a filha mais velha do Capitão supervisiona as franquias no Alabama e Tennessee. Emmeline está sendo treinada para assumir as franquias da Flórida e Geórgia. Ela não estará pronta até se formar na faculdade, mas o Capitão começa a prepará-las desde jovens. Como eu deveria ter feito com você. Empresário inteligente.” Meu pai disse enquanto andava e esperava que eu o acompanhasse.
“Vamos comer aqui?” Perguntei esperando a resposta negativa. Eu não estava no humor para lidar com a multidão lá dentro.
“Não. Vamos para o lugar do Capitão.”
“Por que exatamente estamos nos reunindo com ele?”
“Porque nós precisamos de outro restaurante no clube. O grill junto à piscina e o salão de jantar principal não são suficientes. Não mais. É hora de nós expandirmos.”
“Então você irá colocar um dos restaurantes do Capitão no clube?”
“Possivelmente. Parece ser uma boa ideia. Vamos ver o que se desenrola.”
O novo Dodge Ram do meu pai estava estacionado na frente e um manobrista já tinha começado a trazê-lo para nós. Subimos e nos dirigimos para a propriedade do clube, na parte de negócios de Rosemary Beach, onde fazem compras, comem, fazem mais compras e toda a merda turística estava localizada. Eu não disse muito, apenas observei a cidade passar. Perguntei-me sobre Lila Kate, porque esse era o meu novo hábito que eu não podia deixar.
“Conversou com Lila Kate ultimamente?” Papai perguntou como se ele pudesse ler minha mente.
Eu balancei a cabeça negativamente.
“Então você não sabe sobre ela comprar esse lugar?” disse ele, e meus ouvidos se animaram.
“O quê?”
Papai parou em um dos três semáforos na cidade e apontou para uma loja de dois andares na esquina da rua principal. “Aquele ali no fim. Grant disse que ela comprou. Ela está abrindo um estúdio de dança.”
Estudei o edifício azul pálido. Grandes janelas forradas, piso inferior e no segundo andar tinha os protetores contra furacões que eram tão populares por aqui. “Isso não pode ter sido barato.” Wu disse perguntando o que diabos ela estava pensando.
“Não foi. Mas ela tem um fundo fiduciário de Kiro. Ela tem uma boa cabeça para os negócios. Em vez de viver com o dinheiro, ela o está usando para fazer mais. Para construir alguma coisa.”
Eu podia ouvir a admiração em seu tom. Eu sabia que ela era especial. Ele não precisava reforçar isso. Eu entendi. Foi por isso que a afastei. Isso tinha sido o correto.
Papai puxou o caminhão na frente do lugar do Capitão em Rosemary Beach, e eu saí ainda olhando para o lugar que agora era de Lila. Ela não estava deixando a cidade. Isso era bom. Como se eu pudesse respirar melhor. Não que fosse importar onde ela vivia, mas eu a queria aqui. Isso era muito fodido.
“Ouça, preste atenção, e seja educado. Fale com Emmeline. Não aja como um idiota.”
Eu sorri. “Quando eu fui um idiota com uma mulher?”
“Inúmeras vezes, Cruz. Muitas vezes.”
Carrancudo, eu o segui e o cheiro de frutos do mar me bateu. Eu não tinha estado aqui há muito tempo, mas a comida era boa. Eu deveria sair mais vezes. Não iria me prejudicar andar por essa parte da cidade.
“Woods, Cruz, é bom ver vocês dois.” Capitão Kipling disse enquanto apertava a mão de papai, em seguida, a minha. “Quando você se transformou em um homem?” Ele brincou, e em seguida, me deu um tapa nas costas.
Emmy caminhou ao seu lado e sorriu para mim. Não era o tipo educado de sorriso de negócios que eu estava esperando. Ela estava mais velha e, nos últimos dois anos ela amadureceu. Ela também sabia disso. Seus longos cabelos loiros e olhos verdes brilhantes eram uma combinação impressionante contra o bronzeado deixado pelo sol em sua pele.
“Olá, Cruz.” Seus olhos brilhavam com malícia quando ela disse meu nome.
“Emmy,” eu respondi com um aceno. “Bom te ver.”
“Enquanto vocês se sentam, eu vou levar Cruz comigo para pegar o laptop que você precisa papai. Eu posso mostrar-lhe em volta também.”
Capitão e meu pai já estavam conversando socialmente, e ele apenas balançou a cabeça. Meu pai me deu um olhar de aviso antes de se afastar. Essa não parece ser uma boa ideia. Será que os dois não viram a forma como Emmy tinha olhado para mim? Eles eram tão cegos? Ela não estava pensando porra nenhuma em negócios.
“Meu pai me disse que você está sendo preparado para assumir o clube.” Disse ela andando tão perto de mim que o seu braço escovou contra mim.
“Sim.” eu respondi.
“Eu estarei na cidade mais vezes para conhecer este lugar. Durante o verão, estarei aqui para trabalhar. Até eu voltar para a Universidade UT, deveríamos fazer alguma coisa.” Sua voz caiu para um tom sensual. Merda.
“Não sei o que você está pensando, mas estaremos potencialmente trabalhando juntos. Não acho que temos que atravessar as linhas.”
Ela se aproximou, em seguida, deu um passo na minha frente para abrir a porta e me levou para dentro. Eu estava na sala e percebi que era um escritório antes dela fechar a porta. “O que há de errado em ter um pouco de diversão? Isso fará com que trabalhar juntos seja mais agradável.”
Sua mão tocou meu braço e me afastei quando ela se aproximou mais de mim. “Eu sempre tive uma queda por você. Mas eu acho que todas as meninas têm.”
Foda-me. O que diabos eu deveria fazer com isso? Normalmente, eu mergulharia neste convite, mas o tempo estava fora aqui. Minha cabeça estava desarrumada, e Emmy não era alguém que eu pudesse mexer sem que meu pai ficasse irritado.
“Olha, por mais tentador que seja, temos que trabalhar juntos. Eu tenho certeza que você está bem ciente da minha reputação. Eu não quero qualquer atrito entre nós.”
Ela riu, em seguida, e moveu-se para frente de mim. Seu peito quase tocou o meu. “Eu não estou à procura de um relacionamento, Cruz. Eu só quero um pouco de diversão.”
Se eu pudesse ver além do rosto de Lila Kate, eu poderia aceitar isso. Mas caramba, eu não poderia usar Emmy dessa forma. Eu teria que fechar os olhos e fingir. A última garota que eu estive nas duas noites anteriores, eu realmente a chamei de Lila. E aquilo não terminou bem.
Embora se alguém pudesse atrapalhar a minha obsessão por Lila, isso iria me salvar. “Eu vou ser honesto com você. Eu terminei com alguém há pouco tempo e estou trabalhando através disso. Superando tudo. Mas eu ainda não cheguei lá.”
Emmy mordeu o lábio inferior sedutoramente e então finalmente pressionou os seios contra o meu peito. “Eu posso te ajudar com isso.”
Por que essa merda sempre acontece comigo? “Não tenho certeza que seja uma boa ideia.” Argumentei, mas as minhas palavras não soaram muito convincentes. Ela era gostosa. Eu era um cara e eu estaria mentindo se dissesse que não gostei dela.
“Dê-me uma chance. Apenas um gosto e você vai ver...” ela sussurrou e, em seguida, sua mão deslizou até o interior da minha coxa e segurou meu pau. Puta merda!
“Você me deixa duro e eu vou ter que andar por aí com um tesão do caralho. Isso não será legal para qualquer um dos nossos pais.”
“Se eu te deixar com tesão, eu posso resolver isso pra você.”
Desta vez, eu ri. “Confie em mim, querida, não temos tempo para isso.”
Ela moveu a mão, enquanto eu já estava semiduro. “Quando você tiver tempo... Eu sou ótima em chupar um pau.”
Eu ainda estava preso em suas palavras quando ela se afastou e pegou um laptop fino. “Vamos chegar a essa reunião. Estou morrendo de fome.” Ela disse enquanto me lançou um sorriso malicioso, em seguida, balançou seus quadris quando saia pela porta.
Eu poderia fazer isso. Desfrutar dela. Divertir-me. Ela não era a boa menina que eu tinha assumido. Emmy Kipling era impertinente. Deve ser a coisa da garota da faculdade se tornando selvagem. Eu estava pensando nisso e relaxei um pouco quando nos juntamos aos nossos pais.
Emmy de repente tornou-se toda negócios e era encantadora e inteligente. Ela sabia muito sobre o lugar e fez os dois homens rirem quando falou sobre uma merda que era engraçada. Eu não falei tanto, mas me esforcei para manter o meu pai feliz.
Apenas quando aceitei isso, senti que ia ficar bem, pelo menos, não tão ruim quanto eu tinha pensado quando o meu pai disse que tínhamos que vir a esta reunião. Comecei a sorrir e há flertar um pouco, pisquei para Emmy quando nossos pais estavam ocupados discutindo outra coisa e ela me deu um sorriso que prometia algo mais tarde. Algo que eu estava me preparando para aceitar. Então eu senti. Um calor morno. Um formigamento. Levantando os olhos, eles bloquearam com os que não saia da minha cabeça.
Lila Kate estava lá, com um pedido em suas mãos. Seus olhos estavam em mim. A dor era óbvia e vê-la lá cortou meu peito.
Eu era um bastardo.
Vinte e Nove
Lila Kate
BAIXEI OS ALIMENTOS sobre o balcão da minha cozinha e gritei de frustração. Eu o odiava. Eu odiava Cruz Kerrington. Eu o odiava. Abrindo um armário, eu peguei um copo e o enchi com água gelada. Seu sorriso estúpido na minha cabeça enquanto ele piscou para Emmeline Kipling. Ela tinha o quê, dezenove? Deus, ele era um porco.
Se ela o deixar se aproximar, ela é estúpida. Estúpida como eu. Eu gemi com o pensamento e abri o saco para tirar a comida que já não parecia atraente. Havia outros lugares que eu poderia ter comido hoje. Por que eu tive que ir lá? Por que eu tinha que ver aquilo?
Sentei-me em uma das banquetas coloridas que chegaram ontem. O local era tão industrial que eu tinha adicionado toda a cor e arte que eu podia. Eu gostei da maneira como ele estava ficando. Os banquinhos foram pintados por um artista local e cada um tinha uma face louca artística diferente pintada nas costas.
Olhei para as patas de caranguejo na minha frente quando forcei um em minha boca. Eu tive que comer. Eu estava trabalhando no andar de baixo durante todo o dia e ainda faltava mais de um mês para abrir o local. Eu tomei um gole da minha água e, em seguida, olhei para o meu telefone. Eu não tinha falado com Eli em duas semanas. Ele sabia que eu tinha comprado o lugar, mas eu tinha estado tão ocupada me mudando que não tinha enviado nenhuma mensagem para ele.
Peguei meu telefone e decidi mudar isso. Nós não fomos feitos para ser mais do que amigos, mas eu gostava da sua amizade. Nós amamos pessoas que não nos amam de volta. Ele entendeu.
“Já me mudei. Quando você vem me visitar?” Então eu pressionei enviar.
Ophelia não veio ainda. O quarto dela estava quase concluído. Ela tinha ido para Los Angeles com Phoenix para visitar seu avô por uma semana. O lugar tinha estado tranquilo. Apenas eu e meu pai, juntamente com alguns de seus funcionários que vieram trabalhar no quarto nos últimos dias.
“Quando for convidado.” Foi sua resposta.
Eu senti falta dele. Eu perdi o cara de confiança que cumpria o que ele disse que ia fazer. Ele era honesto e não fazia coisas que poderiam ferir os outros. Eu queria que Eli tivesse sido o único a roubar o meu coração. Ver Cruz com outra pessoa seria mais fácil se ele estivesse aqui.
“Você está convidado. Considere este o seu convite oficial.”
Enviar textos para ele aliviou a dor que eu senti no meu coração e comecei a comer a minha comida e me divertir. Se eu pudesse voltar atrás e não implorar a Cruz pelo impossível naquela noite, na Bourbon Street, eu o faria. Eu pegaria tudo de volta. Desistiria das memórias. As pessoas que disseram que não trocaria isso, mesmo que doa, eram loucas. Eu desistiria em um piscar de olhos. Eu não queria pensar nele.
Eu queria esquecer tudo.
“Sexta-feira é cedo demais?” Eli mandou uma mensagem de volta.
“É perfeito.” Eu respondi.
Isso me dava dois dias para arrumar esse lugar. Eu gostaria de fazer alguns planos para nós e, em seguida, me divertir. Eu não penso sobre Cruz. Eu não ligo para o que ou quem ele estava fazendo suas coisas. Eu vivo minha vida.
“Vou começar a fazer a mala.”
Eu rio com o último texto e acabo de comer.
As coisas estavam se tornando diferentes do que eu tinha imaginado, mas elas não eram ruins. De modo nenhum. Eu estava animada. Logo eu possuiria um estúdio de dança. Eu ficaria para ensinar crianças, incentivá-las a encontrar o seu amor pela dança do jeito que eu tinha encontrado.
Eu limpei minha refeição e desci para voltar a pintar as paredes. Papai tinha se oferecido para fazer isso, mas eu queria saber que eu tinha feito algo. Este era o meu lugar. Eu gostava de ter a minha mão em torná-lo pronto para morar.
Quando passei pela porta, Cruz estava ali olhando ao redor. Suas mãos estavam nos bolsos do jeans, e com um olhar que eu não conseguia ler em seu rosto. Eu pensei em virar e correr de volta lá pra cima, mas eu não tinha doze anos. Eu era uma adulta e este era o meu estúdio.
“Posso ajudá-lo?” Perguntei.
Seu olhar voltou-se para mim. Ele não tinha me ouvido entrar. “Ei.”
Eu não respondi. Eu só continuei em silêncio olhando para ele.
“Sobre o que você viu,” ele começou e eu levantei a mão para detê-lo.
“Não faça isso. Por favor, não venha aqui e aja como se você tivesse que explicar alguma coisa para mim. Eu acho que eu fui clara em sua casa. Tivemos um encerramento. Está feito. Tenho que terminar de pintar. Se você me der licença.” Fui até a tinta e o rolo que eu tinha deixado quando saí mais cedo, e esperei que ele tivesse virado e saído.
“Se você teve a porra do seu encerramento, por que seus olhos pareciam tão incrivelmente magoados? Diga-me Lila. Diga-me por que seus olhos tomaram meu fôlego? Porque, com certeza, não foi um encerramento que eu vi neles, porra.”
Fiz uma pausa e respirei fundo. Ele estava certo. Mas eu não ia admitir isso. “Ainda é recente. Estarei bem em breve.”
“Porra, quando descobrir como superar isso você poderia me dizer como? Porque Deus sabe que eu preciso de ajuda.”
Eu não podia deixá-lo chegar a mim. Eu não podia deixar suas palavras me fazerem fraca ou acho que eu não poderia confiar nele. Que não poderíamos ter nada.
“Você estava indo muito bem.” Eu respondi e me dobrei para pegar o rolo e tirar a tampa da lata de tinta.
“Lila, olhe para mim. Jesus, só olhe para mim merda. Diga-me se isso se parece com um cara que não se importa? Você me viu flertar. Eu tenho flertado desde que eu consigo andar. Não significa nada. É apenas como eu reajo a mulheres que estão flertando comigo.”
Eu rio e então balanço a cabeça. “Tanto faz. Eu não me importo. Basta ir.”
Ele ficou lá. Não falou e não saiu. Tentei me concentrar na minha pintura, mas foi difícil com seus olhos me observando. Esperei que ele dissesse algo mais. Se ele simplesmente deixasse isso acabaria de uma vez. Tudo isso. Eu experimentei isso. Sabia como era e estava pronta para deixá-lo no passado.
“Se você não se importa então poderíamos sentar, conversar, tomar uma cerveja. Nós não podemos fazer isso, Lila. Então, sim, você se importa.”
Ele estava certo. Eu o odiava por estar certo. Se eu não me importasse não haveria emoção. Eu estaria bem com uma visita. Eu não estaria exigindo que ele saísse. Deixei minhas mãos cair ao meu lado e me virei para encará-lo.
“Você está certo. Eu me importo. Mas eu quero não me importar. Quero esquecer que tudo aconteceu. Quero esquecer você.” As palavras, embora fossem verdades, soaram muito mais frias e mais duras quando eu disse em voz alta. Eu quase as retraí, mas me contive. Ele me machucou. Se isso for machucá-lo, então, tudo bem.
“Eu não quero esquecer.” Sua voz era profunda e dolorosa.
Comecei a dizer algo para suavizar a situação, mas então ele fez como eu pedi. Ele se virou e saiu. Depois que a porta se fechou atrás dele, o lugar ficou em silêncio novamente. E eu estava sozinha mais uma vez.
Trinta
Eli Hardy
O CHEIRO DE TINTA FRESCA me pegou enquanto eu ia para dentro do prédio que seria o estúdio de dança de Lila. Era uma pálida sombra de azul, e o teto sem pintura logo parecia com o céu da manhã. Ela me contou sobre um artista que tinha vindo para pintá-lo. Ainda havia muito a ser feito, mas eu estava feliz por ela. Ela estava tão animada quando ela falou sobre seus planos. Eu a ouvi por mais de uma hora na noite passada. Quando ela percebeu quanto tempo estava falando comigo sobre isso, ela se desculpou. Tinha sido bonito.
Nenhuma vez na minha vida alguém tinha me feito esquecer Bliss. Havia sempre uma dor no meu peito quando eu pensava nela. Até agora. Aquilo tinha ido embora. Eu sabia o porquê. Lila havia se tornado importante para mim. Ela tinha sido tão adorável que eu não conseguia pensar em mais ninguém. Bliss era o que deveria ter sido sempre para mim, uma amiga. Uma grande amiga com quem eu me preocupava, mas eu poderia dizer honestamente que eu não amava a minha melhor amiga. Fiquei feliz por Bliss ter encontrado Nate e que a vida dela estava cheia de alegria.
Eu puxei minha mochila por cima do meu ombro e atravessei a sala em direção a uma porta na parte de trás. Ela tinha dito para entrar naquela porta e seguir em frente até as escadas. Esta noite ela estava cozinhando pela primeira vez em sua cozinha e não queria deixar a comida sem vigilância, de modo que ela tinha deixado as portas destravadas para mim.
O cheiro de tinta desapareceu quando a pesada porta se fechou atrás de mim. Eu comecei a subir as escadas. Podia sentir o cheiro de alho antes de eu ter andando a metade do caminho.
“Eli?” Lila gritou.
“Sim!” Respondi.
Eu ouvi o toque de seus pés enquanto caminhava em minha direção. Quando cheguei ao topo da escada, ela estava lá para me cumprimentar. Ela era de tirar o fôlego. Droga... era bom estar aqui.
“Você está aqui!” Ela disse sorrindo para mim como se eu não fosse aparecer. Então ela acenou com a mão e deu a volta. “É isso. O que você acha?”
O espaço parecia que pertencia a um homem solteiro. Lila tinha adicionado um monte de coisas suaves de mulher, tudo colorido para subjugar a masculinidade do lugar. No entanto, a aparência rústica industrial, com as vigas expostas, foi construída para um homem em mente. Nada chique. Apenas aberta e útil.
“Eu acho que gostaria de alugar aquele quarto se Ophelia desistir.” Eu disse, brincando.
“É ótimo, não é? Eu amo a vista e a sensação de que esse lugar é meu.”
Eu balancei a cabeça. “Sim, isso é ótimo.” Assim era o meu ponto de vista.
Lila usava uma saia branca curta e com um top azul sem mangas que mostrava seu bronzeado. Seus cabelos estavam presos no alto da cabeça em um nó confuso. Ela não estava usando maquiagem, mas não precisa disso.
“Eu não tenho uma cama no quarto de Ofélia ainda, mas o sofá tem uma bicama, e é uma boa. Eu tinha verificado antes de comprar.” Olhei para a sala de estar, ela tinha um sofá de couro que era luxuoso e largo. Duas cadeiras com listras vermelhas e marrons e um grande pufe retangular estava no meio. A tela plana era enorme, mas então ela poderia ser visto de qualquer lugar em todo o ambiente.
“Isso parece confortável o suficiente para dormir.”
“Pode ser. Mas você é alto.” Ressaltou.
Eu testarei mais tarde. “O que você está cozinhando tem um cheiro incrível. Posso ajudar com alguma coisa?”
“Sim, você pode cortar as abobrinhas. Eu odeio cortar legumes.” disse ela. “Coloque a sua mochila mais perto do sofá e me diga sobre todos os acontecimentos atuais em Sea Breeze. Eu monopolizei a conversa na noite passada. Eu nunca soube o que aconteceu com Jude e Micah sendo presos.”
Deixei a minha mochila cair ao lado do sofá enquanto ela caminhava de volta para a cozinha.
“Damon, o melhor amigo de Micah, correu e os pegou antes que eles chamassem seu pai. Micah pode ter vinte e cinco, mas Jude tem apenas vinte anos. O pai deles teria ficado furioso. Eles são ambos idiotas por fazerem qualquer coisa com Saffron. Ela está sempre à procura de problemas.”
“Saffron os havia convidado para ir nadar na casa de um amigo que ela supostamente estava cuidando. Havia garotas de topless lá. Elas eram amigas strippers de Saffron, embora Saffron não seja uma stripper. Micah e Jude apareceram, e então tinha um menor bebendo na festa. As coisas ficaram muito altas. Os policiais vieram. Micah disse a Saffron para se esconder porque seu pai era um filho de uma cadela e que ficaria puto.”
Eli continuou. “Saffron não estava realmente cuidando da casa. Todos eles estavam lá sem o conhecimento do proprietário. Era a casa de um ex-namorado de uma das stripper. O ex-namorado e sua esposa estavam de férias.”
“Será que o dono da casa vai prestar queixa?” Lila perguntou quando me entregou a abobrinha.
“Não. A stripper que ele teve um caso ameaçou contar tudo para a esposa dele.”
Lila riu então. “Uau. Ok, isso soa como um filme. Sea Breeze é mais animada do que Rosemary Beach. Raramente temos drama. Nada de interessante.”
“Isso é porque você não tem uma Saffron Corbin por aqui.”
Lila passou por mim duas vezes para obter algo da prateleira de temperos. Eu estava tentando não assumir que ela estava fazendo isso de propósito, mas quando ela se aproximou a terceira vez eu decidi que era um convite. Coloquei a faca para baixo e agarrei sua cintura para puxá-la contra mim.
“Eu espero que isso esteja bem.” Eu disse num sussurro antes de reivindicar sua boca com a minha própria. Ela congelou num primeiro momento, e então lentamente derreteu-se contra mim, seus braços indo ao redor do meu pescoço. Isto foi melhor do que eu me lembrava.
Eu ouvi o azeite na panela atrás de nós chiar. Eu sabia que tinha que deixá-la ir, mas a sensação dela em meus braços estava tão certo que era difícil. Quando ela se afastou, ela me deu um sorriso tímido. “As cebolas vão queimar.”
Eu a deixei ir com relutância, e ela correu para movê-las com uma espátula. “Você está pronta para a abobrinha?” Perguntei ainda um pouco entorpecido por aquele beijo.
Ela olhou para mim por cima do ombro e assentiu.
Eu usei isso como uma desculpa para chegar perto dela. Peguei os legumes, em seguida, e fiquei tão perto de suas costas que nossos corpos se tocaram. Baixei a cabeça e sussurrei em seu ouvido. “Vou colocá-los na panela, você mexe.”
Lila tremeu e depois assentiu. Satisfeito que eu estava afetando ela desta forma, eu comecei a derramar lentamente a abobrinha em fatias na frigideira. Ela estava respirando rapidamente, e eu podia ver seu pulso pulando na curva de seu pescoço. Eu dei um beijo lá, incapaz de me segurar.
Ela respirou profundamente e, em seguida, estremeceu novamente.
CONTINUA
Eu só queria me divertir um pouco, e ela não podia deixar-me tê-lo. Ela não podia ficar puta da vida por alguns minutos. Jesus, ela era mais problema do que eu tinha previsto. Seus cabelos escuros foram à primeira coisa que eu vi quando sai do bar. Ela estava de pé apenas alguns metros do bar.
Tinha os braços cruzados sobre o peito, e seus ombros levemente caídos. Como se estivesse com frio e tentando se manter aquecida. Isso não podia ser ela, porque estava quente pra caralho aqui fora.
“Lila!” Eu a chamei. Ela lentamente virou-se para olhar para mim e, em seguida, retomou sua postura quando me viu, mas não estava interessada em mim. Ou como ela estava chateada.
Tomei alguns passos para alcançá-la, pronto para saber o que diabos ela estava pensando vindo aqui sozinha. Mas quando cheguei perto, ela abaixou os braços e manteve o olhar sobre tudo e qualquer coisa, menos em mim. “Pronto para o próximo bar?” Ela perguntou.
Estava chateada. Senti em seu tom. “Por que você simplesmente saiu?” Perguntei frustrado por toda essa cena. Eu tinha começado a me divertir.
“Eu não gosto desse bar.”
O que? “Só porque não gosta de um lugar você simplesmente o deixa. Você não podia esperar para me dizer?”
“Você estava ocupado.” O sarcasmo escorrendo de sua voz não foi perdido.
“Eu estava apenas começando a me divertir. Jesus, Lila.”
Ela começou a se afastar então. Ela estava com raiva e queria ficar longe de mim. Eu não tinha feito nada de errado. “Então volte lá e se divirta. Se é isso que você quer fazer, não tenho nenhum problema com isso.” O tom de sua voz não soava como se ela não tivesse problema com isso.
Estendi a mão e agarrei seu braço, parando-a. “O que há com você? Você está chateada por eu ter bebido shots nos seios daquela garota? Isso é o que ela está lá para fazer. Alguns dos bares aqui têm muito mais do que isso. Foi tranquilo. Eu não estava machucando ninguém.”
Ela suspirou profundamente, e, finalmente, virou-se para olhar para mim. “Isso é o que você gosta?”
“Beber shots de uma mulher? Sim, assim como todos os homens heterossexuais sobre a porra do planeta.”
“Você não a conhece.”
“Não, mas isso realmente não importa.”
Ela me estudou por um momento. “Você já se apaixonou, Cruz?”
Que porra é essa? O que tinha a ver eu gostar de uísque entre os seios para estar apaixonado? “Não, mas o que diabos isso tem a ver com esta conversa?”
O jeito que ela estava me estudando me deixou desconfortável. Como ela podia ver mais do que eu queria. “Porque parece superficial.”
“É sexy, divertido. Não é suposto ser mais nada.”
Lila não respondeu a isso. Deixei-a puxar seu braço para fora do meu alcance. Ela finalmente concordou. “Ok.” Eu não tinha certeza do que ela queria dizer com “OK” e se esse era o seu jeito de acabar com essa conversa ridícula que estávamos tendo, tudo bem.
“Vamos encontrar coisas mais sensuais e divertidas para fazer,” disse ela quando começou a andar novamente.
Eu caminhei ao lado dela. Ela foi até o bar próximo e não esperou por mim para pedir uma bebida. Em vez disso, ela foi direto ao bar e pediu uma dose dupla de uísque para si mesma, bebeu em um gole, então pediu outra.
“A menos que você queira me ter segurando seus cabelos lá fora, na rua, você precisa ir mais devagar,” eu avisei. Ela me ignorou e bebeu a próxima exatamente da mesma maneira. Depois disso, ela me deixou pedir a minha própria bebida e saiu para a pista de dança. Fiz o pedido com o barman, em seguida, assisti em choque como Lila Kate deixou um homem tomar sua mão e colocá-la sobre uma mesa. O cara no palco gritou “O que você quer ouvir coisa doce?”
Ela lhe deu um grande sorriso atrevido que eu nunca tinha visto em Lila Kate antes. “Poison,” ela gritou.
Poison? Que porra ela está fazendo?
“Eu acho que está apaixonada!” O cara no palco gritou. Em seguida, a banda começou a tocar, e assim o fez Lila. Eu sabia tudo sobre ela dançando. Ela tinha feito em toda sua vida. Foi à faculdade que fez. Mas eu não sabia era que, além do ballet e outras merdas de fantasias que ela tinha aprendido, em algum momento ao longo do caminho, Lila Kate tinha aprendido a fazer algo que faria milhões se ela estivesse decidida a tirar a roupa e tomar-se uma dançarina de Pole dance. Filho da puta.
Depois que eu puxei meu queixo do chão, eu tive que lutar contra o desejo de levá-la para fora e longe de todos assobios e aplausos. Foi sexy como o inferno? Sim. Mais do que qualquer coisa que eu já tivesse visto. Voltei à coisa de Branca de Neve que tentei explicar a ela mais cedo. Mas não era Lila. Ela tinha classe. Ela não era o tipo de garota que fazia coisas como esta.
Eu me segurei até que algum bastardo bêbado estendeu a mão e passou em sua panturrilha. Então eu estava feito. Ela tinha feito qualquer ponto maldito que queria fazer e eu não precisava ver mais. Caminhei pela multidão, e depois de empurrar dois caras de volta, agarrei as pernas dela e joguei-a por cima do meu ombro.
Ela gritou.
“Ei! Coloque a mulher para baixo!” Um cara que estava admirando a vista, disse em pé no meu caminho.
“Ela está comigo. Estamos viajando juntos. Ela é minha,” eu respondi dando-lhe um olhar de advertência.
“Você está bem com ele levando você?” O cara no palco perguntou.
“Sim,” ela disse parecendo irritada.
“Deixe-o ir, rapazes,” disse o vocalista, e meu caminho foi inocentado. “Se ela fosse minha, eu teria tomado-a também.”
Dezenove
Lila Kate
SÓ PORQUE EU DEIXEI ele me transportar para fora de lá como um homem das cavernas não significava que eu não estivesse com raiva. Fiquei furiosa. Ele poderia ter um bom tempo, mas eu não podia. Havia regras que estava faltando. Ele gostava de meninas que mostrava seu corpo e ostentá-lo, mas eu não tinha permissão para exibir o meu.
Quando estávamos longe o suficiente do bar e ele não iria entrar em uma briga, eu bati em suas costas e comecei a me movimentar para ser liberta. “Deixe-me descer!”
Ele parou de andar e me colocou em meus pés. “Posso confiar em você que não estará indo saltar sobre um pole em algum lugar e tirar suas roupas?” Ele virou-se para mim.
Era isso. Eu não tinha pedido para sair de Sea Breeze. Eu tinha deixado por causa de algo que ele tinha dito. Ele foi à razão pela qual eu corri em primeiro lugar. Ele tinha me acusado de ser fria e gelada. E quando eu fiz o que ele, obviamente, gostava em mulheres, ele ficou com raiva. Eu não poderia ganhar. Não com ele.
“O que foi? Foi pura demais para você? Você prefere que eu vá lá e empurre o meu top par baixo e comece a distribuir shots nos meus seios?”
Sua expressão era de alguém mentalmente instável. “Foda-se, não!”
“Então o que é que você gosta Cruz? Você me chama de fria e diz que eu sou intocável. Quebrável. Eu venho para provar que não sou nenhuma dessas coisas. Então, quando eu começo a ser corajosa e me solto fazendo coisas como acabei de fazer, você age como se eu estivesse fazendo algo errado. Eu não entendo. Desejaria não me importar. Eu tentei me cuidar por tanto tempo que eu nem me lembro quando eu não fiz. Você. Sempre foi você. Eu odeio isso. Eu odeio que seja você. Por que não podia ser outra pessoa? Alguém que fosse... gostar... Eli! Alguém como ele. Por que não posso querer alguém como Eli? O que há de tão errado com a minha cabeça que eu sempre quis você?” As palavras foram saindo. Me ouvi, sabendo que eu deveria calar a boca. Que o que eu estava dizendo nunca poderia ser levado de volta. Mas era como se eu tivesse controle de mão da minha boca para outra pessoa, e ele estivesse falhando em seu trabalho.
“É como eu pareço? Eu não sou bonita o suficiente? Você prefere outro tipo? Talvez sejam meus seios, talvez porque eles não são tão grandes como o da menina no bar? É isso? E quanto a mim fazer você me tratar como uma professora? Por favor, diga-me para que eu possa corrigi-lo!”
As pessoas estavam nos ignorando. Eles passavam direto por nós, e quando eu percebi o que tinha feito, que tinha apenas gritado tudo isso para qualquer um em torno de nós ouvir. Alguém gritou: “Eu acho que você está fodidamente sexy, baby. Venha até aqui.”
Sintonizando isso. Esta rua estava cheia de bêbados. Eu era um deles, aparentemente, porque eu tinha acabado de dizer coisas que eu nunca quis dizer sóbria. Eu tinha muito orgulho. A bêbada Lila Kate não tinha orgulho. Eu gostaria de ter percebido isso mais cedo.
“Você não é barata. Você não é fácil. Você é como a porra de um diamante raro. Você me quer? Você quer a minha atenção? Por quê? Eu sou uma bagunça. Eu não posso ser o que você merece. Eu nem sei como. E se eu me deixar tocá-la, apreciar o que você fez lá, eu estarei arruinado. Você acha que me quer, mas se realmente me conhecesse iria mudar de ideia. Então eu teria tido um gosto de você e nada jamais iria se comparar a isso de novo. Você me aterroriza. Me assusta como nada jamais me assustou na minha vida.” Seus olhos estavam brilhantes e selvagens. Suas mãos tremiam quando eu deixei cair o meu olhar para olhar para ele, incapaz de manter nossos olhares juntos. Todo o resto dele parecia tenso. Rígido.
“Eu te conheço. Eu te assisti toda a minha vida. Eu vi você no seu pior e seu melhor.” Eu não gritei aquelas palavras. Eu apenas disse e deixei-as ficar lá enquanto eu continuava deixando suas palavras se aprofundar. Eu não esperava isso dele. Eu ainda não tinha certeza se eu estava sonhando. Eu poderia estar sobe o efeito da bebida em algum momento?
“Eu não tenho relacionamentos, Lila.”
Eu levantei meu olhar então. “Eu não estou pedindo por um.”
Ele parecia dividido. Seus olhos se estreitaram. “Então o que é que você quer de mim?”
Eu queria muitas coisas. E eu sabia que ele nunca iria dar o que eu queria. Nós nunca teríamos um felizes para sempre. Isso não era Cruz. Ele nunca tinha sido. “Agora. Agora mesmo. Nessa viagem. Nada mais.”
Ele não respondeu de imediato. Ele ficou lá olhando para mim como se não acreditasse em mim. Ele não deve, porque eu queria mais. Eu só sabia que nunca iria conseguir isso. Eu não era a garota para fazê-lo querer mais. Ele encontraria um dia e iria mudar de ideia. Ele seria capaz de ser aquele cara. O único que fez relacionamentos.
Eu tinha ouvido dos meus pais a história um milhão de vezes. Meu pai não tinha sido aquele cara. Minha mãe tinha sido a única a mudar sua mente. Foi o que aconteceu a todos eles eventualmente. Eu sabia que não era para Cruz e que eu deveria deixá-lo ir e ir embora. Mas eu não podia. Eu queria saber por apenas um momento. Como me sentiria estar com ele. Então havia uma chance de eu tirá-lo da minha cabeça e coração. Seguir em frente e encontrar alguém. Assim, Cruz Kerrington não estaria sempre em meus pensamentos.
“Nada além desta viagem?” Ele repetiu as minhas palavras como uma pergunta.
Eu balancei a cabeça.
“Você ouviu a parte sobre me arruinar?”
Eu dei de ombros. “Nós dois sabemos que isso não vai acontecer. Eu não sou única. Você ainda não encontrou alguém.”
Ele franziu a testa. “Única?”
“Sim. Única. A menina que você vai querer para sempre.”
Ele balançou sua cabeça. “Você está mexendo com a minha cabeça. Eu juro.”
“Você está atraído por mim?” Perguntei-lhe corajosamente. Eu poderia agradecer aqueles shots duplos de uísque por isso.
“Isso não é o ponto aqui. Eu não sei se eu posso... apenas ter um caso com você, Lila. Há sentimentos lá. Eu não gosto de sentimentos porra. Não com as mulheres. Eu não posso te machucar, e é isso que eu vou fazer.”
Dei um passo em sua direção, coloco uma mão em seu peito. Este era um jogo, mas eu estava brava agora. Eu não seria na parte da manhã. Eu tinha ido tão longe que eu precisava empurrar ainda mais. “Você não pode me machucar se eu conheço as regras. Nós desfrutamos disto. Ter um caso. Em seguida, passar como sempre fomos.”
Ele baixou o olhar para a minha mão. “E se você me arruinar?”
“Dê uma chance,” eu sussurrei.
“Foda-se,” ele murmurou em resposta. Em seguida, agarrou meu pulso, e me puxou contra seu corpo. Mal tive tempo para recuperar o fôlego antes de sua boca estar na minha. O sabor das nossas bebidas misturadas com o que eu tinha ganhado. Por agora, eu tinha isso. Foi minha decisão, e eu esperava que isso saísse do meu sistema para que eu pudesse, eventualmente, seguir em frente.
“Não há mais bares,” disse ele contra a minha boca. “Voltamos para o hotel. E não estamos hospedados em dois quartos de merda.”
Eu não discuti. Eu só dei um aceno de cabeça em concordância. Era isso. É melhor não ser um sonho.
Vinte
Cruz Kerrington
HAVIA DECISÕES inteligentes e decisões estúpidas. E então havia erros. Eu não tinha certeza de onde este pousou, mas com Lila em meus braços cheirando como o céu, e a imagem de sua dança naquela mesa foi tudo o que me preocupava, no momento.
Eu quebrei o beijo, agarrei seu cotovelo e me dirigi para o hotel. Nós estávamos em um hotel a poucos quarteirões à frente, na esquina da Canal e Bourbon. Percebi como tudo o que eu, mas queria sem falar, que no fundo eu estava preocupado que ela iria ficar sóbria e mudar de ideia. Se eu fosse metade da porra do homem que eu deveria ser, eu não iria deixá-la fazer isso esta noite, enquanto ela estava bêbada... enquanto eu estava bêbado.
Mas eu tentei dizer a ela a confusão que eu era. Ela parecia ver mais em mim do que estava lá. Eu queria que houvesse mais. Eu queria conhecer suas expectativas. Quando eu era criança, eu tinha visto o olhar em seus olhos, e eu sabia que ela me via de forma diferente do que via Nate. Eu amei isso. Eu era diferente. Isso me fez sentir importante. Então eu a tinha beijado, e ele tinha me assustado.
Eu sabia que Lila Kate não era para mim. Eu não era o tipo de cara que ela iria querer por muito tempo. Ela veria muitos eventualmente. Ele iria fazê-la mudar de ideia. E ela nunca mais olharia para mim com aquele olhar sonhador em seus olhos novamente. A ideia de poder perder que me levou a colocar uma parede lá. Uma construída para magoá-la. Ela tinha funcionado. Até agora. Até que eu ouvi que ela tinha deixado à cidade e eu corri atrás dela, porque eu não podia suportar a ideia de ter uma vida sem ela.
Quando entramos no hotel, fiz uma pausa e olhei para ela. A menina da minha infância. A menina que eu sempre assisti, mas nunca me permiti chegar perto. A que eu fingi que eu não sabia por que me evitava.
“Tem certeza?” Eu perguntei a ela.
“Sim.”
Eu esperei. Eu precisava que ela pensasse. Deixar tudo afundar. “Poderíamos dormir esta noite. Esperar até amanhã.”
Ela sorriu. Tão suave que fez seus olhos brilharem e me fez sentir mais como um homem do que devia. “Hoje à noite,” ela finalmente disse.
O caralho que eu poderia ignorar isso. Teríamos hoje à noite. Se ela se arrependesse amanhã, poderia me quebrar. Mas eu estava disposto a arriscar.
A viagem para o quarto foi curta, mas tantos pensamentos passaram pela minha mente que me senti passar muito mais tempo do que era. Ela tocou o cartão-chave para o desbloqueio e acendeu a luz verde. Era isso.
A porta se abriu. Entramos no interior. Meu quarto era idêntico a este. Logo ao lado. Eu tinha feito uma piada sobre isso quando chegamos. Eu não estava brincando agora. Eu deveria estar naquele quarto. Sozinho. Era a coisa certa a se fazer.
“Lila,” disse pensando que eu deveria parar com isso.
Ela deixou cair à pequena bolsa do ombro no chão, em seguida, tomou a parte inferior de sua camisa e puxou-a por cima da cabeça. O sutiã de renda branco era pequeno e a elevação de seus seios parecia que eles estavam prestes a derramar por cima expondo seus mamilos. Sua blusa caiu no chão ao lado dela, então ela chegou ao redor e desabotoou o sutiã. Eu assisti com fascínio quando as tiras escorregaram pelos seus braços finos até se juntar a sua blusa no chão. Seus mamilos escuros redondos duros do frio do quarto ou a partir de sua excitação chamando minha atenção.
Me movi, fechando o espaço entre nós. Incapaz de manter minhas mãos para mim eu cobri ambos os seios com as mãos. Embora minhas mãos fossem grandes elas não eram grandes o suficiente para levar cada seio completamente. O excesso me animando eu apertei deixando a suavidade provocar minhas mãos.
“Porra,” sua voz pegou quando ela disse as palavras. Aquelas não eram as palavras que eu imaginei vindo de seus lábios. Eles não se encaixavam com Lila Kate. Mas a forma como sua voz tremia quando ela disse. A maneira como ela se inclinou para mim e um gemido suave escapou simplesmente do meu toque fez tudo isso parecer certo. Como era para ser. Como nós deveríamos ser.
A restrição que eu tinha retido estalou. O lado impertinente de Lila foi demais para um homem tomar. Eu agarrei sua saia e puxei para baixo até que ela ficasse ali em nada além de suas calcinhas de renda preta. Elas fizeram pouco para cobri-la. Quase inútil a menos tentando seduzir um homem. E eu estava seduzido. Eu tirei minha própria camisa e joguei-a fora.
Minhas mãos em volta de sua cintura e a suspendi a levando até a mesa do quarto porque era mais perto que a cama. Sentei-a, em seguida, puxando sua calcinha memorizando a maneira que olhei quando ela deslizou fora de seu corpo.
Ela estremeceu e meu pau latejou. Essa era Lila Kate... doce, inocente, preciosa Lila Kate. Impertinente, selvagem, carente Lila Kate tinha tomado seu lugar essa noite, e eu tremia de antecipação. “O que você quer?” Eu perguntei a ela quando desabotoei minha calça jeans. “Diga-me exatamente o que você quer que eu faça.”
Seus olhos foram do meu peito nu e depois bloquearam em minhas calças quando eu comecei a soltá-la e empurrando-a pelos meus quadris e saindo dela. “Diga-me, Lila,” eu exigi. Eu não tinha certeza por isso que eu precisava dela para dizer, mas eu fiz. Eu queria que ela falasse sujo. Ouvir sua linda boca dizer coisas ruins. Fiquei muito provável que explodisse ao som, mas eu queria.
“Eu quero você,” ela sussurrou.
“Você vai ter que fazer melhor que isso. Conte-me.”
Ela engoliu em seco e ergueu o olhar de minha ereção pressionando através de minhas cuecas boxer aos meus olhos. “Eu te disse. Eu quero que você me foda, Cruz.”
Isso deve ser suficiente. Eu deveria estar feliz. Mas ela me transformou em um monstro enlouquecido pelo sexo. “Você quer isso gentil?” Perguntei empurrando minha cueca para baixo deixando meu pau grosso livre.
Ela balançou a cabeça lentamente. Os olhos arregalados quando ela olhou para mim. “Não,” sua voz era tão suave que eu quase não a ouvi.
“Diga-me,” eu disse enquanto empurrava suas coxas com as mãos e me coloquei entre elas. “Como você quer ser fodida?” Nessa última palavra, seus olhos brilharam com o mesmo desejo que sentia.
“Forte. Foda-me forte.”
Minhas mãos chegaram debaixo dela e agarrei sua bunda quando eu bati nela. Que com um impulso era como afundar em cetim apertado e quente. “Foda-se!” Eu gritei quando seu corpo reagiu à entrada súbita, apertando meu pau. Era melhor do que a minha imaginação.
Suas mãos pequenas agarraram meus braços, as unhas cravando em minha carne. O ardor que senti foi incrível. “AH!,” Ela gritou.
“Isso é o quão duro você quer?” Rosnei perto da orelha dela querendo bater nela uma e outra vez, mas estava fazendo tudo o que podia para me controlar.
“Sim. Mais,” ela ofegava.
Meus dedos entraram na carne da bunda dela quando eu puxei para trás e mergulhei mais fundo. Gemendo de prazer, eu mordi seu ombro, e ela começou a implorar. “Por favor, mais forte. Eu quero sentir você amanhã.”
Qualquer a sanidade que estava segurando saiu. Fui buscá-la afundando-a mais para o meu pênis rígido e levando-a até a cama onde eu caí para a suavidade com ela. Não querendo me afastar. Eu tive que puxar para fora em um movimento rápido e lançá-la em seu estômago. “Bunda no ar,” eu pedi.
Ela fez isso, sem dúvida. De quatro, era mais fácil e eu estava martelando dentro dela imediatamente. Seus gritos se tornaram mais frenéticos como a minha respiração. Eu bati na bunda tão forte quanto eu podia sem realmente me preocupar em machucá-la. Só para deixar arder.
“Oh Deus!” Ela gritou. “Estou gozando!” Seu corpo começou a tremer e seu clímax pulsava em meu pau ainda trancado dentro dela. Eu balancei com a necessidade de explodir. Foi uma porra tão incrível que eu não conseguia pensar. Pouco antes de perder a pequena quantidade de controle que eu tinha deixado, eu puxei para trás até que eu estivesse livre dela e gritei seu nome quando minha porra cobriu sua bunda virada para cima.
Seu corpo ainda estava tremendo, e minhas pernas estavam fracas. Fracas demais para se moverem. Ficamos lá. Sua cabeça agora repousava na cama. Tudo o que podia ser ouvido era nós ofegantes. Que tinha sido mais. Muito mais do que eu esperava. Tinha sido viciante. Eu poderia dizer-me que era muito perigoso fazer isso de novo, mas eu seria um tolo. Eu queria mais. Inferno, eu queria mais, logo que eu pudesse respirar fundo novamente.
Ela começou a abaixar seu corpo inteiro para a cama.
“Eu preciso limpar você,” eu disse a ela apreciando o olhar de meu sêmen em sua pele.
“Está bem,” ela disse suavemente, ainda afundando até que fosse pressionada completamente contra o colchão.
Sorrindo para a simples beleza, encontrei forças para ficar de pé e fui para o banheiro pegar uma toalha molhada. Limpei-a rapidamente, em seguida, cobri-a para cima. Ela levantou a cabeça e olhou para mim. “Você está vindo para a cama também?”
Os cabelos perfeitos de Lila estavam bagunçados. Seus olhos estavam pesados, os cílios se espalharam pelas bochechas. O rubor no rosto ainda estava lá, e nada parecia tão incrivelmente bonito na minha vida. “Sim. Eu vou.”
Subi ao seu lado e cobri nós dois puxando-a de volta contra o meu peito. Seria difícil em alguns malditos minutos, mas ela estaria dormindo cedo demais para perceber. Eu inalei o cheiro de seus cabelos e sua mão cobriu a minha.
Levou menos de dois minutos para a sua respiração se abrandar. Ela estava dormindo em meus braços, e eu sabia que nada seria o mesmo para mim. A ruína que eu temia era muito pior do que isso. Eu não estava preparado para ser capaz de deixá-la ir.
Vinte e Um
Lila Kate
RECONHEÇO SEU CHEIRO antes mesmo de abrir os olhos. O calor de seus braços me fez suspirar e afundar mais perto. Isto foi melhor do que sonhei. E sonhei com isso mais do que gostaria de admitir. Lembrar que é por um tempo curto, que não é para sempre causa uma forte dor então afasto o pensamento. Por agora, vou desfrutar do que tenho. Cada momento que passamos juntos, vou absorver tudo.
“Se continuar se contorcendo mais perto vamos foder antes de eu estar totalmente acordado,” sua voz sonolenta me assusta e eu rio. Nunca ri, mas o faço então. É bom. Na noite passada, o álcool me deu a coragem que precisava. Esta manhã não há arrependimentos. Não desejo que tivesse sido diferente. Porque depois de abrir-me para ele e caminhar de volta para o hotel fiquei sóbria o suficiente. Lembro-me de cada detalhe. Nunca esquecerei um só momento.
“Lila,” sua voz rouca e profunda é um alerta quando pressiono o corpo mais no dele. “Você deve estar dolorida,” diz ele enquanto beija meu ombro.
Eu estou. “É uma dor gostosa.”
Ele respira fundo, em seguida, rola para cima de mim. Seu corpo nu paira sobre mim. Os cabelos estão bagunçados e os olhos ainda pesados de sono. “Você encontrou sua boca impertinente e gosta dela, não é?” Ele pergunta com o joelho separando minhas coxas.
Balanço a cabeça.
Então, ele está dentro de mim. Tão rápido. Fecho os olhos com força, e engasgo da ternura e prazer.
“Dói?” Ele pergunta ao ficar completamente imóvel.
“Sim. Mas como disse, é uma dor boa,” digo a ele abrindo os olhos. “Faça doer mais.”
“Jesus, Lila. Você vai nos matar,” ele geme quando começa a se mover. Bombeando os quadris dentro e fora de mim. Sua boca beija ao longo da minha clavícula até o pescoço. Seu hálito quente em meu ouvido só aumenta a sensação. “Diga mais merda suja com esta boca bonita,” ele diz com um sussurro antes de mordiscar minha orelha.
Abro mais minhas pernas levantando os joelhos para prender seus quadris. “Quero te sentir gozar dentro de mim. Sentir o calor da sua porra escorrendo por minhas coxas,” digo e ele congela.
“Porra, Lila. Não fale esse tipo de merda, se não quer que eu goze.”
“Eu quero que você goze.”
Seus braços tremem enquanto ele se mantém completamente imóvel. “Você está tomando a pílula?”
Sorrio para ele. “Sim. Não quero ser mãe tão cedo.”
Ele move-se, a expressão feroz. “Estou limpo. Nunca tocaria em você sem camisinha se não tivesse certeza de estar completamente limpo.”
Confio nele. Ele é um monte de coisas, mas não me colocaria em perigo. Eu sei. “Então goze dentro de mim.”
Seus quadris começam a bater contra mim. Todos os outros pensamentos desaparecem. Tudo o que sinto é o aumento do meu próprio clímax. Posso ouvir sua respiração acelerar e seus palavrões murmurados. Abro os olhos e vejo seus braços flexionando com cada movimento.
Quando empurro contra ele e envolvo as pernas em sua cintura para segurá-lo, eu grito seu nome.
“Maldição, Lila,” ele pragueja e então sinto. Tudo isso enquanto ele me dá exatamente o que pedi. Quero que dure para sempre. Não irei pensar sobre o dia em que tudo terminará. Porque neste momento, eu tenho tudo.
Rolo de lado levando-me com ele. Nós dois estamos ofegantes e suados quando nossos corpos se grudam. Falar não é necessário ou sequer possível. Estou tentando recuperar o fôlego e voltar para a terra. Sexo nunca foi tão bom. Mas, então, minha experiência é limitada. Muito limitada. Mas não posso imaginar ser melhor do que isso.
A mão de Cruz começa casualmente a brincar com meus cabelos. Viro a cabeça para olhá-lo e seus olhos estão fechados. Sempre odiei que ele seja tão impressionantemente bonito. Ele faz meus sentimentos ainda mais difíceis de ignorar. Gostaria de vê-lo e ter vergonha de mim mesma por fazê-lo. A maneira como ele anda, se porta, o som de sua voz e esse sorriso. Tudo isso é impossível não notar. Todas as mulheres o notam.
“Vamos para o norte. O que acha de Memphis?” Diz ele com os olhos fechados.
“Memphis? O que tem em Memphis?” pergunto, desfrutando da liberdade de olhá-lo.
“A fodida Graceland está em Memphis,” ele sorri.
“Quer dizer que quer ver onde Elvis viveu?” Rio ao falar.
Ele inclina a cabeça para olhar para mim e abre um olho. “Claro que sim, eu quero. Essa merda deve ser brega. Quem quer perder isso?”
Não me importa aonde vamos. Estou bem com qualquer lugar. “OK. Memphis então.”
“Você ligou para seus pais?” A pergunta dele me surpreende.
“Não,” admito.
“É melhor,” ele suspira. “Tenho certeza que todos sabem que estamos juntos agora. Nate dirá a eles.”
“Provavelmente.”
Ele passa a mão sobre o rosto e geme. “Grant vai me matar.”
Eu não respondo. Porque essa é uma questão que enfrentarei quando isso acabar. Estou numa aventura para fugir com o cara que está na cama comigo. É diferente agora. Não estou tentando mudar ou encontrar um novo eu. Eu já fiz. A garota que sou nesse momento não é nada como a garota que era na noite que ele tinha me chamado de fria. Agora, só tenho que aproveitar enquanto durar. Porque isto acabará.
“Meu pai pode me matar antes do seu. De qualquer maneira, minha vida será curta.”
Isso me faz sorrir. “Isso é um pouco dramático,” digo a ele.
Ele dá de ombros. “Honestamente, vale a pena.” Sua mão corre pelo meu lado e aperta meu quadril. “Vale a pena completamente.”
Isso não é uma declaração de amor. Eu percebo. Mas é doce. Coloco a perna por cima dele quando viro até que metade do meu corpo esteja em cima dele. Ambos seus olhos abrem quando faço isso. “Somos crescidos,” lembro a ele. “Acho que você vai viver.”
Ele me olha com ternura. “Ou você vai me matar antes deles. Mas a morte por sexo soa como um bom caminho a percorrer.”
Eu rio. “Estou apenas começando. Não estou prestes a atacá-lo.”
Suas mãos agarram minha bunda e me puxa para cima dele. “Talvez, mas colocar este pequeno corpo quente num homem enquanto ele está nu e na cama é irresistível.”
Quando ele desliza para dentro de mim lentamente desta vez, gemo alto e gosto de ser preenchida mais uma vez antes do café da manhã.
Vinte e Dois
Cruz Kerrington
DIRIGIR QUASE SEIS HORAS para Memphis hoje não foi uma boa ideia. Vi Lila Kate esconder a careta quando montou na moto. Nós fodemos como maníacos e agora ela está dolorida. Ela alega não estar, mas vejo em seu rosto. Não deveria ter forçado as duas rodadas esta manhã, mas ela é tão gostosa. É uma necessidade por estar dentro dela novamente e fodê-la, não gosto de querer alguém tão forte. A experiência do passado me prova que uma boa transa tira a menina do meu sistema e sigo em frente. Mas com Lila Kate ainda tem que acontecer. Com as pernas dobradas atrás das minhas e seu corpo contra minhas costas já estou pensando em transar novamente. Jesus, ela é como crack para um viciado.
Vou em direção a Birmingham, Alabama. Podemos parar no meio e descansar. Encontrar algo para ver ou fazer, e depois pilotar o resto do caminho. É apenas uma hora mais perto de Memphis; ela pode visitar sua amiga, e ela ajudará a controlar minha necessidade de ter meu pau nela durante nossa parada. Preciso encontrar algum controle.
Depois de oitenta minutos na estrada, ela começa a se contorcer e acho uma saída que tem opções de restaurante e algumas compras. Passaremos um tempo aqui, então partiremos quando ela estiver pronta. Paro em um restaurante e estendo a mão para ajudá-la a descer. Ela estremece novamente.
“Acho melhor parar por hoje,” digo, me sentindo culpado por seu desconforto.
Ela franze a testa. “Por quê?”
Aprecio que ela tente ser forte, mas sei que está dolorida e não vou fazê-la sofrer mais. Pela primeira vez desejo não ter uma moto maldita. “Você está dolorida,” aponto o óbvio. “Vamos comer e andar um pouco. Fazer compras. Veja como você se sente mais tarde.”
“Vou ficar bem,” ela argumenta.
Ignoro isso. “Com fome?”
“Sim e este lugar cheira muito bem.”
Entramos e forço-me a não colocar as mãos sobre ela. Tocá-la o tempo todo não é bom. Isto é temporário. Não há necessidade de agir como se fosse mais do que isso. Nós dois estamos apreciando a viagem.
Seu telefone começa a tocar pouco depois de passarmos na porta e ela o tira do bolso. Quando levanta os olhos para mim, eles estão se desculpando quando ela coloca o telefone no ouvido. “Ei mãe.”
Disse para ligar para seus pais mais de uma vez. Ela não me escutou.
Sua mãe está falando e o rosto de Lila Kate empalidece antes dela sussurrar. “Ah não. Quando?”
Agora estou preocupado. Ela começa a morder o lábio. “Sim, ele está.”
“Não tenho certeza,” ela olha para mim. “Onde estamos?”
“Cerca de uma hora ao sul de Montgomery, Alabama,” digo.
Ela repete para a mãe. “Não... de moto,” Posso vê-la se encolher quando fala.
“Sim. Vamos dirigir até lá agora,” diz ela. “Vejo você mais tarde. E mãe, eu sinto muito.”
“Também te amo.”
Quando ela termina a chamada, lágrimas enchiam seus olhos. “Minha avó faleceu no meio da noite. Mamãe vai enviar o jato do meu avô para me pegar em Montgomery. Eles já estão na Califórnia. Meu avô chamou mamãe às três esta manhã para contar. Ela e meu pai pegaram um avião pouco depois.”
Esta é a última coisa que esperava que ela dissesse. “Deus, Lila, sinto muito.”
Ela assente com a cabeça. “Eu também. Por causa do meu avô. Ela nunca esteve lá sabe. Sua mente se foi há tantos anos. É um milagre ela viver tanto tempo. Mas Kiro passou toda a vida ao seu lado. Eles pararam a turnê, porque ele odiava estar longe. Toda sua história é apenas devastadora. Minha mãe nunca chegou a conhecê-la. Seu cérebro foi danificado quando ela era um bebê .”
Sei sua história. Foi manchete quando souberam que a mulher de Kiro Manning, Emily na verdade ainda estava viva. O mundo pensou que ela tinha morrido naquele acidente. Mas ele a manteve longe da mídia. Eles fizeram até um filme chamado “Emily Kiro” cerca de dez anos atrás, que foi um sucesso de bilheteria. Kiro não queria que o filme fosse feito no início, mas na entrevista que deu para a revista Rolling Stones disse ter mudado de ideia. Ele queria que o mundo conhecesse sua Emily. O que ela era. Quão surpreendente ela foi. Ela mereceu.
Levo Lila de volta para a moto e a ajudo a subir. Coloco o capacete em sua cabeça e desejo ter mais que eu possa fazer. Algo mais. Algo para ajudar. Temo que ela pegue aquele jato. Nosso tempo está terminando mais cedo do que esperava.
Ela segura-me com mais força do que antes. Minha garganta está grossa. Há uma porra de emoção lá que não entendo. Que não quero. Esta é uma maneira de protegê-la, tirá-la do meu sistema e seguir em frente. Para nós dois. Mas uma noite não foi suficiente. Eu sou egoísta. Sua avó acaba de falecer. Mas que droga.
A viagem para o aeroporto de Montgomery é muito rápida. Nosso tempo juntos está terminando. Esta pequena bolha que tivemos está prestes a estourar. Voltarei para casa e enfrentarei a ira do meu pai. Fazer o que diabos devo. Ela voltará e será como antes. Não vamos continuar de onde paramos. Isso será mais do que uma aventura. Isso fez com que o caroço de merda na minha garganta signifique algo.
Ferir Lila Kate é inevitável para mim. Se fizer isso mais tarde, doerá mais. Mais cedo é melhor. Mais cedo nos ajudará a seguir em frente. Nunca serei o cara que ela precisa. Mas droga, sei que isso me machucará também.
Paramos no aeroporto antes do jato particular chegar. Quero dizer algo que torne isso mais fácil. Algo que faça com que a dor em meu peito vá embora. Algo que faça com que seu olhar triste desapareça. Mas não tenho nada.
Ela desce da moto e pego suas coisas no alforje. Então viro para ela. “Não estava esperando que nossa jornada acabasse tão cedo,” digo tentando sorrir.
“Nem eu.”
Posso ver a questão lá. A incerteza. Ela quer saber se é o fim para nós. Mas ela não pergunta. E não posso dizer as palavras. Mesmo que precise, eu não posso.
“Diga a seus pais e avô que sinto muito por sua perda.” Seus olhos perdem a luz. Ela esperava mais do que condolências genéricas. Sinto-me um idiota gigante.
“Obrigada,” ela sussurra. “Por tudo.” Então ela pega sua bolsa e sai. Assisto a sua partida. Quero correr atrás dela e dizer algo mais. Para tentar fazê-la sorrir. Mas isso só piorará seu estado. Em vez disso, espero ela entrar no prédio. Então subo na moto e volto para o sul. Volto para Rosemary Beach.
Vinte e Três
Lila Kate
EU ESTAVA ENTORPECIDA. O voo para Los Angeles e a viagem para casa de meu avô, em Beverly Hills é um borrão. Quando a limusine que me pegou no aeroporto estaciona na frente de sua mansão, percebo que não me lembro de entrar nela.
Pego a única bolsa que tenho comigo e saio quando o motorista abre a porta. Não vejo Kiro a cerca de seis meses. Ele nos visitou, mas eu não estava. Quando era criança, visitei mais vezes. Fiquei uma semana com ele no verão. Tenho boas memórias deste lugar.
Minha mãe vem para a porta da frente e sai para me cumprimentar. Subo as escadas e espero que ela não esteja muito chateada com meu passeio de moto com Cruz. Ela tem seu pai para se preocupar. Não preciso aumentar seu stress. Sei que nunca andarei na moto de Cruz novamente.
Ele acaba de me deixar ir. Sem promessas. Nada. Ele acaba de terminar. Muito rápido. Meu peito dói e me sinto culpada. Meu avô está sofrendo. Eu deveria estar mais preocupada com ele.
“Como ele está?” Pergunto ao abraça-la.
Ela me aperta. “Ele está triste. Mamãe se foi há muito tempo. A mulher que ele conheceu. Mas agora até mesmo o pouco que ele tinha dela sumiu. Vai ser duro para ele.”
“Ela estava doente?”
“Não. Seu coração parou. Com o dano que seu cérebro sofreu, o médico diz que é um milagre ela ter vivido tanto. Mas papai fez com que ela tivesse o melhor atendimento. E ele está sempre aqui. Acho que ela viveu por ele.”
Sua história é tão trágica. Quando recuo, olho para ela. “Quão chateado está papai?”
“Sobre Cruz?”
Balanço a cabeça.
“Ele não está feliz,” diz ela com um pequeno dar de ombros. “Mas você é uma mulher adulta. O que ele pode fazer? Foi sua decisão para tomar.”
Concordo, mas não acho que papai concorde.
“Ele não vai falar ainda. Por enquanto, trata-se de Kiro e Emily.”
“Quem está aqui?”
“Neste momento, apenas Dean e nós. Nan, Cope, Mase, Reese, Rush e Blaire estão a caminho.”
Mamãe olha a mochila no meu ombro. “O que aconteceu com sua bagagem?”
“Deixei tudo com Nate.”
Ela suspirou. “Para fugir na moto de Cruz Kerrington.”
“Sim.”
Ela não fala mais nada. Mesmo não sendo uma semana, tudo o que aconteceu faz parecer como se fosse muito mais tempo.
“Posso dizer uma coisa?” pergunta mamãe.
“Claro.”
Ela estende a mão e toca minha bochecha. “Você é gentil, amorosa, generosa, paciente e linda. Você merece algo especial.”
“Mãe, você tem um conto de fadas. Nem todo mundo os vive.”
Ela inclina a cabeça para o lado e sorri. “Não, Lila Kate. Nem todo mundo é paciente o suficiente para esperar por ele.”
Ela beija meu rosto, em seguida, pega meu braço e sobe as escadas, entrando na casa. Quero refletir sobre o que ela disse mais tarde. Talvez ela esteja certa. Talvez eu encontre um conto de fadas. Só que o espero da pessoa errada.
A casa cheira a charutos. Foi assim toda minha vida. Ouvi Rush uma vez dizer que é melhor do que o cheiro de maconha que tinha em sua juventude. Caminhamos através da grande entrada pelo corredor esquerdo, onde Kiro tem a sala de jogos. Grandes sofás de couro preto, enormes telas planas em três lados, uma mesa de bilhar e um grande bar estão lá. Sentado no canto do sofá está meu avô, Kiro Manning. Ele está mais velho agora, mas ainda é uma lenda. Seu nome é bem conhecido. Ele tem um charuto numa mão e uma garrafa de uísque na outra. O corpo esguio é alto e coberto de tatuagens. Mesmo aposentado e sendo avô ele ainda se assemelha a uma estrela do rock.
Ele levanta os olhos avermelhados assim que entramos e sorri ao me ver. Ele chorou em algum momento. “Minha Lila Kate,” diz ele com a voz rouca de anos de drogas, cigarro e álcool.
“Hey,” digo ao caminhar até ele. Não é segredo que ficou furioso quando meu pai engravidou minha mãe. Minha mãe não é sua única filha, mas é a favorita. Porque foi a criança que Emily lhe deu. Meu nascimento poderia ter matado minha mãe. Isso o aterrorizou. Mas minha mãe sempre diz que passou a minha vida me esperando. Sei que ele me amava mais do que seus outros netos. Ele é muito franco sobre o assunto. Mas também sei que só sou parte de Emily.
Ele abre os braços também cheirando o álcool e charuto. Abaixo-me e abraço-o com força. “Eu te amo,” sussurro.
“Não tanto quanto eu te amo, menina bonita,” essa sempre foi sua resposta. “Ouvi dizer que esteve de moto com um Kerrington. Acho que tem um pouco do sangue selvagem do vovô depois de tudo.”
Fico tensa esperando que meu pai não tenha ouvido. “Hum, eu acho,” digo o mais baixo que posso.
Isso o fez rir. Estou feliz por ele poder rir, mas não é algo para rir. “Vamos dar a seu papai um pouco de dificuldade. Ele precisa.”
De todas as coisas para ele querer falar essa não é uma delas.
“Papai está tudo bem. Ela só está nervosa em falar com Grant sobre tudo isso,” Mamãe interrompeu.
Fecho os olhos e faço uma careta. Quando levanto Kiro pisca para mim. “Você é uma menina crescida. Tudo bem.”
Viro a cabeça lentamente para olhar meu pai que está em pé no bar com os braços cruzados sobre o peito e uma carranca no rosto. “Ela é melhor do que Cruz Kerrington,” diz meu pai.
“E minha Harlow é melhor do que Grant Carter. Minha menina doce foi varrida de seus pés por alguém que tinha a reputação como um jogador. Parece que acabou tudo bem,” Kiro diz antes de tragar seu charuto.
Papai só resmunga.
Tento pensar em algo para mudar de assunto quando passos soam no corredor. Então ouço vozes. Os outros dois filhos de Kiro chegam com seus cônjuges. Tenho certeza que ouvi a voz do meu tio Mase em algum lugar. E quando ele está discutindo com minha tia Nan parece uma reunião de família.
“Não ficarei no quarto azul, Mase. Enfie-o na sua bunda. Quero o outro perto do elevador. Sempre fico nele. Não discuta comigo,” Tia Nan diz em seu tom irritado agudo.
“Dê-me outra porra de garrafa. Vou precisar dela,” Kiro resmunga.
Ele e minha tia Nan não tem o melhor relacionamento, mas minha mãe disse que está melhor em comparação com o passado.
Quando os quatro entram na sala. Kiro ergue a garrafa. “Estou de luto porra. Não comece essa merda aqui.”
Nan parece envergonhada e Mase assente. “Desculpa. Estou apenas começando a te tirar do tédio.”
Kiro dá de ombros. “Entendido.”
“Sinto muito, Kiro,” Reese, a mulher do meu tio Mase diz quando se afasta dos outros. “Vá em frente, chore e vou manter estes dois na linha.”
“Ainda não descobri como diabos conseguiu essa menina,” Kiro diz apontando com a garrafa na direção de Reese enquanto olha Mase.
“Nem eu,” responde Mase, em seguida, joga-se no sofá em frente à Kiro. “Passe o uísque.”
Vinte e Quatro
Cruz Kerrington
O CHEIRO de flores. Odeio o cheiro tanto quanto odeio funerais. Elas me deprimem. Não deveria estar aqui. Não conheci Emily Manning. Claro, conheço Lila Kate, mas ela não esperava que viesse ao funeral de sua avó. Inferno, eu não iria se pudesse fugir. Uma vez que alguém estava morto, acabou. Porque ter um grande e deprimente funeral?
Quero que minhas cinzas sejam atiradas no Golfo. Sem músicas, flores e sem lágrimas de merda. Afrouxo a gola da camisa e suspiro. Meu pai foi inflexível sobre eu ir. Todos estão. Toda a família maldita está aqui. Como cada família em Rosemary Beach que somos próximos.
“Vamos por Grant, Harlow e Lila Kate!” Meu pai disse quando reclamei sobre não ver razão para ir a este funeral.
A verdade é que tentei tirar Lila da cabeça durante os últimos três dias e não funcionou. Tudo o que posso ver é Lila. Quando tive outra menina contra a parede do meu apartamento na noite passada, tive o rosto de Lila Kate na cabeça. Não quero vê-la tão cedo. Ainda estou tentando tira-la do meu sistema. Até digo a meu pai que eles podem fazer meu funeral uma vez que Grant Carter pôr as mãos em mim. Papai me disse que pedi por isso.
“Ali está Nate,” minha mãe sussurra. “Vá se desculpar.”
“Por quê?” Pergunto confuso. Não fiz nada para Nate.
Ela agarra meu braço como se eu ainda tivesse oito anos. “Por levar Lila Kate sem uma palavra. Isso é o que fez.”
Não vou me desculpar com ele por isso. “Não.”
Suas unhas afundam em minha pele. “Agora.”
Não vou me desculpar, mas vou até lá dizer algo a ele para fazê-la pensar que obedeci antes que ela me agarre pela orelha e me leve até ele.
“Tudo bem,” murmuro e sua mão me solta, logo que vou em sua direção.
Desculpar-me com Nate. Sério? Será que eles sequer conhecem Nate Finlay? Como se isso não fosse algo que ele faria. Jesus. Todos estão sendo dramáticos como o inferno. Não a sequestrei. Ela foi de bom grado.
Nate também usa um terno e Bliss está ao seu lado parecendo deslumbrante num vestido preto com os cabelos presos para cima dos ombros. “Hey,” digo quando eles se viram ao me ver chegando.
Nate inclina o queixo.
“Você viu Lila Kate?” pergunto.
“Sim. Por quê? Tem a moto com você?” Nate sorri quando fala.
“Não, espertinho. Eu só não a vi.”
“Ela foi pegar uma bebida. Já conversou com todos e sua boca ficou seca.”
Balanço a cabeça. Bom. Tenho tempo para ficar fora de vista antes dela voltar. “Estão aqui há muito tempo?”
“Chegamos ontem à noite. Ficamos no Dean. Dirigimos para cá de manhã,” Nate responde. Dean é seu avô. O melhor amigo de Kiro Manning.
“Vou sair assim que isso acabar,” digo. “É bom ver você de novo, Bliss. Acho que estive aqui tempo suficiente para que minha mãe pense que me desculpei o suficiente. Vou deixá-los.”
Nate sorri. “Pedir desculpas, né? Acho que eu gostaria disso.”
Bliss ri. “Nate pare. É bom vê-lo novamente, Cruz.” Ela começa a dizer mais, em seguida, faz uma pausa e sorri para algo sobre meu ombro. “Lá estão eles,” acrescenta.
Olho para trás sem pensar e meus olhos param em Lila Kate. Ela está impressionante. Os cabelos escuros enrolados frouxamente e tocando os ombros. O vestido azul da meia-noite que usa abraça suas curvas docemente. É difícil afastar o olhar.
“Devo buscá-lo? Ou acha que ela quer que ele fique?” Pergunta Bliss.
Buscar quem?
“Deixe. Ela parece querê-lo lá,” Nate responde.
Afasto meu olhar de Lila Kate para ver um cara alto e loiro com a mão possessivamente em suas costas. Sua expressão é séria ao ouvir algo que ela diz. Quem diabos é esse?
“Quem está com ela?” pergunto uma vez que eles obviamente sabem.
“É Eli, meu melhor amigo,” diz Bliss, com um sorriso satisfeito.
“Como ela o conhece?” Lila Kate não é de se relacionar com alguém rapidamente.
“Eles passaram algum tempo juntos antes que você aparecesse de moto e a levasse,” Nate responde. Ele está se divertindo. Ele sabe por que estou perguntando e está se divertindo para caralho.
“Ela quis ir comigo,” digo a ele virando para encarar sua expressão presunçosa.
Ele assente. “Sim, ela quis. Mas agora...” ele inclina o queixo na direção de Lila Kate. “Ela quer Eli. Lição aprendida rápido eu diria.”
“Que porra isso significa?” Rosno dando um passo em direção a ele.
Nate não recua. Mas, então, eu não espero que o faça. Ele dá um passo em minha direção. Sua expressão fica fria. Fechada. “Isso significa que Eli é um bom rapaz. O tipo que permanece. Isso é o que significa.” a voz de Nate é baixa quando fala.
“Ela mal o conhece,” argumento.
“Mas ela te conhece o suficiente agora,” ele responde.
Estamos num funeral. Isso deveria me parar e me fazer ir embora. Mas não vou. Porque Nate está certo. Ela me conhece. Podia pegar minha moto e sair. Isso é o que um bom rapaz faria. Mas eu a levei e depois abandonei. Quando penso sobre isso tenho que admitir que possa ter sido a coisa mais fria que já fiz. E fiz essa merda muito cruel. Volto o olhar para Lila Kate e Eli. Ele está sussurrando algo e ela sorri. O sorriso não é o radiante que conheço.
É triste. Seus olhos não brilham e iluminam a sala como sei que podem. Ela perdeu alguém e Eli está lá com ela. Esse é o tipo de cara que ela precisa. Deixei-a porque ela precisa seguir em frente sem mim. Só não esperava que essa porra acontecesse tão rápido.
“Ela merece muito mais. Você sabe. Deixe que ela tenha.” A voz de Nate me incomoda, simplesmente porque ele está certo. Não falo nada. Apenas vou embora. Volto para minha família. Gostaria de me afastar deste maldito funeral e sair em silêncio. Esquecer o que aconteceu com Lila e eu. Eventualmente.
No caminho para ir embora sinto seus olhos me seguirem. A melhor coisa a fazer seria ignorá-la, mas não posso. Encontro seu olhar. Ela não sorri. Apenas me olha com olhos tão cheios de decepção que queima meu estômago. Ela me arruinou. Assim como estive com medo que ela faria.
Vinte e Cinco
Lila Kate
ELI SEGURA MINHA MÃO enquanto observo o mausoléu privado que abriga todos os membros do Slacker Demons e sua família. Minha avó é a primeira a ser enterrada nele. Kiro comprou porque disse que não queria ser enterrado no chão e não queria que sua Emily fosse também. Então decidiu que a melhor maneira de descansar em paz eterna era um mausoléu com aqueles que mais amava.
“Nunca vi ninguém ser colocado para descansar num destes. Exceto enterros,” Eli diz baixinho ao meu lado.
“Nem eu. Parece mais fácil do que vê-los afundar no chão, não é?”
Ele assente. “Sim, acho que é.”
Concentro-me em meu avô e seus olhos injetados de sangue fitando a frente, onde Emily foi posta. Ele está bebendo uma garrafa de uísque. Estou preocupada que ele entre em coma alcoólico, mas minha mãe disse que ele tem anos de tolerância com estas coisas. Ele ficará bem. Seu terno cobre as tatuagens, mas ainda parece um roqueiro. É sua postura, rosto, a maneira como os cabelos ainda estão longos demais para um homem mais velho. Ele sempre será Kiro Manning. Mesmo aos setenta anos de idade.
“Obrigado por ficar comigo hoje,” digo a Eli. Eu precisava de alguém. Apoio, suporte. Todo mundo esteve aqui. Todos sabem que saí na moto de Cruz Kerrington e todos o viram completamente ignorar-me. Mas a dor do meu avô é mais importante do que meu desprezo evidente por Cruz. Consegui o que queria ao brincar com fogo.
“Estou feliz por ter vindo. Quase não o fiz. Nate pensou que eu deveria. Terei que lhe agradecer por isso.”
Nate esperava isso. Ele sabia que Cruz viria assim como eu. Estamos todos juntos. Preciso agradecer a Nate por trazer Eli. Não que eu vá usá-lo como rebote. Mas ele se tornou um bom amigo. Depois de hoje, espero continuar em contato. Gosto de sua companhia. Ele é forte. Confiável. O tipo de homem que sei que meus pais esperam que eu encontre um dia.
Quando meu coração finalmente se curar e seguir em frente, espero encontrar um conto de fadas com um cara como Eli. Sei que não será Eli porque seu coração já não está disponível. Simpatizo com ele. Amar alguém que nunca terá é doloroso.
Pelo menos ele não sofreu uma humilhação por causa disso. Ele mantém seus sentimentos em segredo. Nunca cometeu o erro de jogar a precaução ao vento e se aventurar.
“Vamos,” digo quando os outros começam a sair. Sei que meu avô ficará aqui por um tempo e quero que tenha seu tempo sozinho com ela.
Eli continua segurando minha mão quando nos afastamos. Sei que os Kerrington estão a minha esquerda. Posso ver Woods e Della pelo canto do olho. Mas não os cumprimento. Simplesmente não posso. Ando com a cabeça baixa. Eli leva-me para a limusine que está à espera da família.
“Onde vai?” Pergunto.
Ele aponta para a limusine atrás da minha. “Para o Dean com Nate e Bliss.”
Estar com Nate e Bliss não é fácil para ele. Sei disso sem perguntar. “Vem comigo,” digo.
Ele sorri como se entendesse por que e pudesse ler meus pensamentos. “Obrigado.”
Vou para o último assento. “Você me salvou hoje. Deveria te agradecer.”
Eli vem atrás de mim e senta com a coxa pressionando a minha. O calor de seu corpo e o cheiro de sua colônia me traz alivio. Que não estou sozinha. Lembro-me da nossa noite juntos. Sei agora a diferença entre um bom sexo bêbado sem amarras e sexo com o homem que seu coração deseja. São dois campos diferentes.
“Você está linda hoje. Ele é um idiota e pela maneira que observou cada movimento seu ele sabe disso.”
Levanto a cabeça e olho Eli. “O que?”
Ele me dá um meio sorriso. “Cruz Kerrington. Ele não tirou os olhos de você. Não o conheço nem fomos apresentados, mas tenho experiência com seu tipo. Posso identificá-los. Ele também é completamente óbvio. Ninguém lá olhou para mim como se quisesse rasgar meus membros do corpo.”
Isso não faz sentido. Balanço a cabeça. “Você entendeu mal. Ele foi forçado a vir. Conheço seus pais. Ele agiu assim porque está com raiva que o funeral diminui seu tempo de diversão.” O desgosto é óbvio em minha voz. Assim como a dor.
“Posso não ser um idiota. Mas sou um homem. Sei o que pensamos. Posso ler um. E esse cara não ficou feliz por você estar comigo. Ele também queria ficar a sós e ter as mãos em você. Honestamente, Lila, você é linda. Hoje esteve deslumbrante. Eu tive dificuldade em afastar os olhos de você.”
Era bom. Não, parecia mais do que bom ouvir um homem de boa aparência dizer isso para mim. Não me sinto bonita ou deslumbrante. “Obrigada,” digo sem ter outra forma de responder. Então digo o que estou pensando. “Eu queria... Gostaria de ter te conhecido em outro momento. Um em que nossos corações não estivessem tão confusos. Talvez tivéssemos uma chance.”
Sua mão desliza na minha e ele a aperta. “Quando saiu eu percebi uma coisa. Meu coração não está onde pensei. Bliss tornou-se um hábito. Tudo o que conheço. Ninguém teve impacto suficiente em mim para movê-la do meu coração. Mas você... você me fez esquecer. Mostrou que há mais. Que posso sentir algo por alguém,” ele faz uma pausa, em seguida, seus dedos entrelaçam os meus. “Meu coração está pronto, Lila. Só serei paciente até o seu estar.”
Uau... isto não é algo que esperava ouvir. “Na nossa última noite juntos estava chateado com ser o melhor homem,” lembro.
Ele dá de ombros. “Um hábito. Um hábito que me despertou e mostrou como meu coração mudou. Percebi que segui em frente quando descobri que tinha ido. Que... me despertou mais do que a merda do casamento fodido. Estive pensando nisso e completamente focado em você. Nem sequer sinto uma pontada quando os vejo se beijando. Você me curou. Gostaria de poder fazer o mesmo.”
Aqui está um homem maravilhoso me dizendo que quer mais. Ele está pronto para seguir em frente comigo. Ele quer estar comigo. Ele está disponível. E tão bonito como tudo soou, mas meu coração ainda dói por Cruz. Sou ou a mulher mais estúpida do planeta ou a mais azarada. Possivelmente ambos.
“Preciso de tempo,” digo a ele porque quero um conto de fadas. Acredito que Eli é esse tipo de cara. Ele é seguro, sólido, bonito. Todas as coisas que meu pai é, que Rush Finlay é e que meus tios Mase e Cope são. Quero um homem como eles.
“Sou muito paciente,” ele responde.
Até mesmo o tom de sua voz é suave. Não faz meu coração acelerar ou desperta borboletas no estômago, mas faz-me sentir segura. Descanso a cabeça em seu ombro. Seu braço me envolve e ficamos lá em silêncio enquanto esperamos o resto da família.
Vinte e Seis
Cruz Kerrington
“VOCÊ A FODEU?” Blaze, meu irmão de dezenove anos pergunta sentando na outra extremidade do sofá que minha mãe se refere como ‘cova dos meninos.’ Fica no piso inferior da nossa casa de três andares e tem tudo que um adolescente pode precisar. Até um miniginásio com pesos. Vim aqui logo que chegamos em casa para evitar o resto da família.
“Só a ignorei,” não respondo voltando minha atenção para o jogo de beisebol que estou assistindo.
Blaze ri. “Isso quer dizer sim. Porra! Ela é tão gostosa.”
Fúria me toma. “Se quer viver é melhor calar a boca,” aviso. Não quero que ninguém saiba o que fizemos, mas também não quero que meu irmão pense em Lila Kate e sexo na mesma frase.
“Qual é o seu negócio? Jesus, relaxe. Lila Kate é sexy. Eu daria minha bola esquerda para transar com ela.”
Movo-me. Rápido. Sem pensar. Prendo Blaze no sofá com a mão em torno de sua garganta. Ele é um centímetro, talvez dois mais alto que eu, mas é mais esguio. Seus músculos são pequenos. Sou mais pesado que ele. Também sou dois anos mais velho. “Cale sua boca porra. Você me entendeu merdinha estúpido?”
Ele assente incapaz de respirar, então solto meu aperto em seu pescoço. Em seguida, o olho uma última vez antes de voltar para meu lugar. “Vá embora,” digo ao sentar novamente.
Posso vê-lo esfregando o pescoço. Droga de drama. Ele finalmente levanta e estou tão aliviado que quase suspiro. Só quero ficar sozinho.
“Se você a ama, então não está fazendo um bom trabalho em demonstrar. Isso é tudo que estou dizendo.” Após as palavras saírem de sua boca, ele se vira e corre em direção as escadas.
“Eu não a amo,” disse a ninguém. Mas preciso dizer. Colocar para fora. “Eu não amo ninguém. Amor não é para mim.” Continuo falando para a sala vazia.
A imagem de Lila Kate em pé no funeral. Sua pele macia bronzeada tão perfeita e nua no vestido que ela usava fez meus dedos coçarem para tocá-la. Sentir a textura sedosa. Se Eli fodido Hardy a abraçasse, não seria responsável por minhas ações. Mas ele não fez. Ele é o cara bom. Ele não tocou em seu corpo. Só segurou sua mão.
Ela parecia precisar do apoio. Lutei contra o ciúme me comendo por ser a pessoa ao seu lado. Foi minha escolha foi não ser. Sofri por seu bem estar.
Passos na escada desta vez me alerta que estou prestes a ser interrompido novamente por um membro da família. Jogo a cabeça para trás e fecho os olhos ao suspirar com irritação. “Você não pode apenas me deixar em paz?” Rosno frustrado quando o próximo membro intrometido da minha família entra.
“É apenas um minuto. Preciso dizer uma coisa. Então não vou incomodá-lo novamente,” a voz de Lila Kate faz minha cabeça levantar. Que porra ela faz aqui?
Ela usa um vestido branco que mostra muita pele. Estou hipnotizado. A visão dela. Toda sua suavidade perfeita. Aqui na minha casa. Por quê?
“Blaze disse que estava aqui e que poderia vê-lo por um momento. Ele saiu com seus pais para o almoço no clube. Não queria incomodá-lo,” ela para e olha o jogo na televisão. “Vejo que você está ocupado assistindo algo. Serei rápida.”
Ela se aproxima parando a alguns passos de distância. “Eu não cometi um erro. Sabia o que estava fazendo. Eu esperava isso de você. Não esperava mais nada. Eu escolhi ir com você, dormir com você, permiti-me gostar de estar ao seu lado. Isso foi tudo para mim. Vou lidar com as memórias. O desgosto. Tudo isso porque pedi por ele. No início, pensei ser estúpida. Amaldiçoei minhas más decisões. Mas... estou grata por ter feito. Eu deixei você me machucar. Mas nós tivemos um momento. Agora sei como é. Como você... me faz sentir. Eu não me arrependo. Não me arrependo de você. Vou seguir em frente. Ir por outro caminho. Nunca o incomodarei novamente. A vida vai voltar ao que era antes.” Ela para e sorri. É um doce e triste sorriso. Ele deixa meus malditos joelhos fracos mesmo estando sentado.
“Faz menos de quarenta e oito horas, mas foi divertido. Emocionante. E sempre me alegrarei por ter feito. Obrigado, Cruz Kerrington,” diz ela quando fecha a distância entre nós e se inclina para dar um beijo em meus lábios. “Adeus,” ela sussurra contra eles. Então levanta e caminha em direção à escada.
Meus lábios ainda estão formigando de excitação por seu toque. Meu corpo anseia o cheiro de seu corpo. Deixá-la ir parece impossível. Estou fora do sofá e atrás dela tão rápido que não tenho tempo para pensar. Minhas mãos agarram sua cintura, e aperto-a contra a parede. Há um milhão de coisas que quero dizer. Mas não falo nenhuma.
Beija-la é a coisa certa. Sem a porra de um beijo doce. Eu reivindico sua boca. Provo sua doçura. Fico bêbado no néctar que é Lila Kate. Desejo isso desde que a deixei. Sonho com isso. Tentei tirá-la do meu sistema com outra mulher. Nada funcionou. Esta é a única maneira de curar meu desejo.
Suas mãos envolvem meus cabelos e minhas mãos sobem para sentir o peso de seus seios. Coloco a mão sobre seu coração e os batimentos fazem o meu disparar. Fiz isso com ela. Ela quer tanto quando eu. Somos a porra de explosivos. Nunca houve outra mulher que me fizesse reagir desta maneira. Por que não posso apenas fazê-lo durar mais tempo? Apreciar até que termine.
Quando suas mãos tocam meu peito e me empurram firmemente, estou atordoado.
“Isso é suficiente,” ela ofega e desliza para longe do meu corpo para libertar-se de onde a prendi.
“Nós estamos apenas começando,” respondo minha própria voz rouca por falta de oxigênio.
Ela balança a cabeça. “Não, Cruz. Meu beijo foi um adeus. Aquele beijo foi um encerramento.” Enquanto estou tentando entender o que falou ela vai embora. Deixa-me lá. Bem desse jeito. Sem lágrimas. Nada.
Eu me sentiria melhor se ela tivesse chorado? Não quero machucá-la. Quero me trancar num quarto com ela e nunca sair. Mas não quero machucá-la.
Ela me mostrou suas emoções antes. Na Bourbon Street eu vi. Tudo. Sei que seu coração é suave. Que as lágrimas caem facilmente. Então, isso significa que a mulher que acabou de sair daqui é algo... que eu provoquei. Ela não foi fria. Ela terminou. Mostrei o quanto posso machucá-la e ela viu que eu não valho a pena. Ela sabe que merece mais.
Seu cheiro se agarra a minha pele. Meu corpo dói com a perda dela em meus braços. Mas mais do que isso minha alma sabe que apenas afastei a única coisa que me despertou. Perdi a mulher que me mostrou como o fogo é.
Afundo na cadeira atrás de mim. Seguro a cabeça com as mãos. Está feito. Nós tivemos nosso pequeno momento. Queria dizer que mostrei como sou ruim para ela. Como posso arruiná-la. Que preservei a ambos. Mas no final, sou o único completamente arruinado.
Vinte e Sete
Lila Kate
O ESPAÇO ERA PERFEITO. Ele iria crescer comigo. Com minhas aulas de dança. Eu podia ver um futuro aqui. Eu tinha o dinheiro para começar. Eu compraria este lugar, todo o equipamento e começaria a anunciar. Claro, eu queria encontrar uma aventura duas semanas atrás, mas agora uma aventura sempre me lembra Cruz. Ele tinha sido a minha verdadeira aventura.
Eu quase tinha deixado a sua presença nesta cidade fazer-me correr. Quando admiti para mim mesma que eu estava olhando para estúdios de dança fora de Rosemary Beach, porque eu estava tentando evitar Cruz, tinha começado a minha pesquisa aqui. Só fazia sentido começar o meu primeiro estúdio em uma cidade onde eu conhecia todo mundo e avançar mais tarde para expandi-lo. Eu não tinha planos de ficar aqui para sempre. Mas, por agora, fazia sentido. Minha necessidade de aventura tinha sido sugada de mim. Tinha sido fugaz. Eu tive aventuras demais no período de uma semana que durariam alguns anos.
A porta se abriu atrás de mim, e Ophelia Finlay ficou ali parecendo tão glamorosa como sempre.
“Eu te liguei três vezes.” Ela me disse como se eu não tivesse visto as chamadas não atendidas no meu telefone.
“Eu estive ocupada.” Respondi.
Ela suspirou alto. “Você não vai mesmo considerar? Eu seria uma incrível companheira de quarto.”
Ophelia tinha ouvido falar, por sua mãe, que eu estava comprando um condomínio e começando meu próprio estúdio de dança. Palavras viajam rápido quando suas mães são melhores amigas. Ela estava tirando um ‘tempo’ da faculdade este ano, porque precisava de uma nova direção ou algo dessa natureza. Isso era muito Ophelia.
“Eu não estava considerando. Não duvido que você seja uma boa companheira de quarto. Eu só precisava ter certeza de que era isso que eu ia fazer,” Eu virei em um círculo olhando para o prédio. “Mas é isso mesmo. Este é o lugar.”
Ophelia assentiu. “Este será um bom estúdio. Excelente localização.”
Eu apontei para cima. “Meu apartamento será lá em cima. Estou comprando o prédio. Eu preciso poupar dinheiro, e ficar onde eu trabalho faz sentido.”
Ela fez uma careta. “Você vai morar aqui?”
Eu balancei a cabeça. “Sim.”
“Como se parece lá em cima?”
Dei de ombros. “É um grande loft, vigas expostas, muito abertas. Não é realmente o seu tipo de lugar.” Foi por isso que eu não tinha respondido suas ligações.
“Que horas serão as suas primeiras aulas?” Ela perguntou, ainda não parecendo satisfeita.
“Às oito da manhã.” Eu respondi.
Sua determinação para ser a minha nova companheira de quarto parecia que estava desaparecendo rapidamente. “Oh.”
Isso foi o que eu pensei. Este seria o meu mundo. Meu trabalho e meu loft. Eu não imaginava que iria atrair alguém.
“Posso vê-lo?” Perguntou ela, esperançosa.
“Certo, vamos.” Eu respondi. “Por este caminho.”
Eu abri o caminho para a porta de trás, que foi pintada de azul. Eu mudaria isso. Ela abria-se para as escadas que iam para o sótão. Havia exatamente vinte e cinco degraus. Quando chegamos ao topo, não havia porta. Gostaria de trabalhar com isso, também.
A área de quatro mil metros quadrados era quase completamente aberta. A única privacidade era um banheiro à esquerda e a escada em espiral que levava a mais uma área do loft que seria o meu quarto. A cozinha estava completa e era toda em aço inoxidável. Mesmo as bancadas eram inoxidáveis. Era tudo muito industrial.
“Existe um segundo quarto?” Perguntou ela observando a área.
“Não. O proprietário original era um homem. Mas se você está realmente interessada, há espaço suficiente. Nós podemos construir paredes nesse canto próximo ao banheiro, e você teria um quarto de tamanho suficiente. Mas teríamos que dividir o banheiro.”
Ela caminhou enquanto estudava toda a área de Rosemary. Era pequena e uma rua pitoresca com lojas. O exterior de todas as lojas era muito ‘costa do sul’, e me senti confortável com isso. Muito diferente da área onde tínhamos vivido quando crianças. Finalmente, ela se virou para mim e sorriu. “Vamos fazer isso.”
Se tivesse sido Phoenix Finlay, eu não teria dito absolutamente nada. Mas eu poderia viver com Ophelia. Além disso, o rendimento do aluguel pagaria os serviços públicos neste local. Fazia sentido ter este acordo.
“Eu vou falar com o papai para ele arrumar alguns trabalhadores aqui para construir um quarto assim que eu assinar a papelada deste lugar.”
Ela estava sorrindo brilhantemente. “Quanto tempo você acha que vai precisar?”
“Até o final dessa semana.”
Ela bateu palmas com entusiasmo. “Isto será muito divertido!”
Eu esperava que sim. “Você quer um emprego? Porque eu vou precisar de ajuda no escritório uma vez que abrir o estúdio.”
“Certo! Por que diabos não? Podemos apenas retirar o aluguel do meu salário?”
“Isso seria bom para mim.”
Conversamos um pouco mais antes de Ophelia sair para contar para a sua mãe sobre seus planos. Entrei e puxei-me para cima, para me sentar no bar da cozinha. Eu poderia fazer uma vida aqui. Não era na parte rica de Rosemary Beach, onde as grandes casas eram e o clube estava localizado. Ficava logo ao lado dele, mas parecia separado. Eu não estava deixando a cidade, mas eu estava começando uma nova vida nesta cidade.
Meu telefone tocou e ecoou no grande espaço vazio. Olhei para ele, era Eli. Sorrindo, eu respondi. “Olá.”
“Como parece o lugar?” Ele perguntou. Eu tinha lhe dito, por uma mensagem de texto que eu lhe enviei ontem à noite, que viria verificá-lo hoje.
“Perfeito. Eu acho que vai ser perfeito.”
“Droga. Eu estava esperando que você achasse que é ruim e viesse para Sea Breeze comprar algo por aqui.” Ele estava brincando, mas eu sabia que ele também ficaria contente se isso acontecesse.
“Você sempre pode vir a Rosemary Beach.” Eu respondi.
Ele ficou quieto por um momento. “Não me tente.”
Eu me perguntei se ele iria realmente fazer isso. Talvez um novo começo fosse o que ele precisava. “Eu não iria reclamar se você viesse.” Eu adicionei.
Ele riu e acrescentou, “É difícil dizer não para você também. Mas eu tenho um emprego, e não posso apenas largar tudo e fugir.”
Ele tinha um ponto. “Eu sei. Queria esclarecer que se você precisar de uma aventura eu ficaria feliz em ser o seu início.” Eu estava brincando, mas ele ficou quieto.
Mordi meu lábio nervosamente. Talvez eu não devesse ter dito isso. Nós não falamos muito sobre aquela noite. Eu não tinha certeza se ele se lembrava de me perguntar se ele foi o início da minha aventura. Esperei por ele dizer algo e me preocupei todo o tempo em que ele ficou em silêncio.
“Eu poderia considerar se pudéssemos ter outro sexo na praia. Eu penso muito sobre isso. Desejo a Deus que eu não tivesse estado tão malditamente bêbado.”
Após Cruz, eu não estava pronta para fazer sexo com ninguém. Eu queria estar um dia. Mas, por agora, eu simplesmente não podia. Em uma semana, eu tinha feito sexo com dois homens diferentes. Isso tinha sido um inferno de uma aventura.
“Um dia, se for à hora certa.” Eu disse suavemente enquanto imagens de Cruz e as coisas que tínhamos feito apareciam na minha cabeça. Meu coração doía junto com elas.
“Eu não quero ser apenas o começo de sua aventura Lila, eu quero ser o fim.”
Vinte e Oito
Cruz Kerrington
MINHA CABEÇA ESTAVA FODIDA. Eu estava no trabalho fazendo o que meu pai me pediu para fazer. Não porque ele pediu, mas porque eu estava tão fodido da cabeça que eu precisava de algo para me distrair. E as bucetas de outras mulheres não estavam funcionando.
“Cruz, você parece tanto com o seu pai em sua idade, que eu tive um flashback. Eu era uma garçonete novamente e lá estava o chefe. Você está bem aqui no Club Kerrington de polo. Eu sei que Woods está orgulhoso de tê-lo aqui com ele.” Blaire Finlay disse quando entrou na sala de jantar com minha mãe e Harlow Carter, a mãe de Lila.
“Ele é gêmeo de seu pai. Em tudo, incluindo a atitude.” Disse minha mãe com um sorriso.
“Não vou dizer a ele que você disse isso.” Eu disse, sabendo que ele não gostaria de ouvir que eu agia como ele.
Blaire riu, e as três passaram por mim. Minha mãe fez uma pausa para apertar meu braço gentilmente. Harlow estava quieta. Ela não falava alto como as outras ou chamava a atenção para si mesma. Ela era quieta, bonita, não parecia em nada que tinha a sua idade, e tudo que eu podia ver era Lila Kate vinte anos mais velha. O homem que a segurar será um sortudo filho da puta.
Irritado com minha linha de pensamento, eu andei pelo corredor em direção ao escritório do meu pai, para onde eu estava indo quando as três tinham chegado. Eu adorava vir a este escritório. Isso significava que veria meu pai. Ele me colocava em sua mesa e me deixava brincar com um brinquedo pequeno de golfe que estava sobre ela. Eu assistia a tela plana na parede e o observava enquanto ele trabalhava. Eu queria ser como ele.
Caramba, como os tempos haviam mudado.
A porta do escritório do meu pai abriu e ele saiu antes de eu chegar a ele. Seu olhar imediatamente parou em mim. “Bem, você chegou na hora. Eu terei um almoço com o Capitão, se lembra do irmão de Blaire Finlay? Sua filha Emmeline está com ele. Ela está sendo preparada para assumir a franquia de restaurante aqui em Rosemary Beach. Eu acho que ter você lá vai fazê-la se sentir mais confortável já que você está mais próximo da idade dela.”
Encontro de almoço. Fan-porra-tastico. “Eu conheço Emmeline, e a chamamos de Emmy. Ou pelo menos era assim há dois anos, quando eu falei com ela em um evento realizado aqui por uma coisa ou outra.”
Papai concordou. “Bom. Franny, a filha mais velha do Capitão supervisiona as franquias no Alabama e Tennessee. Emmeline está sendo treinada para assumir as franquias da Flórida e Geórgia. Ela não estará pronta até se formar na faculdade, mas o Capitão começa a prepará-las desde jovens. Como eu deveria ter feito com você. Empresário inteligente.” Meu pai disse enquanto andava e esperava que eu o acompanhasse.
“Vamos comer aqui?” Perguntei esperando a resposta negativa. Eu não estava no humor para lidar com a multidão lá dentro.
“Não. Vamos para o lugar do Capitão.”
“Por que exatamente estamos nos reunindo com ele?”
“Porque nós precisamos de outro restaurante no clube. O grill junto à piscina e o salão de jantar principal não são suficientes. Não mais. É hora de nós expandirmos.”
“Então você irá colocar um dos restaurantes do Capitão no clube?”
“Possivelmente. Parece ser uma boa ideia. Vamos ver o que se desenrola.”
O novo Dodge Ram do meu pai estava estacionado na frente e um manobrista já tinha começado a trazê-lo para nós. Subimos e nos dirigimos para a propriedade do clube, na parte de negócios de Rosemary Beach, onde fazem compras, comem, fazem mais compras e toda a merda turística estava localizada. Eu não disse muito, apenas observei a cidade passar. Perguntei-me sobre Lila Kate, porque esse era o meu novo hábito que eu não podia deixar.
“Conversou com Lila Kate ultimamente?” Papai perguntou como se ele pudesse ler minha mente.
Eu balancei a cabeça negativamente.
“Então você não sabe sobre ela comprar esse lugar?” disse ele, e meus ouvidos se animaram.
“O quê?”
Papai parou em um dos três semáforos na cidade e apontou para uma loja de dois andares na esquina da rua principal. “Aquele ali no fim. Grant disse que ela comprou. Ela está abrindo um estúdio de dança.”
Estudei o edifício azul pálido. Grandes janelas forradas, piso inferior e no segundo andar tinha os protetores contra furacões que eram tão populares por aqui. “Isso não pode ter sido barato.” Wu disse perguntando o que diabos ela estava pensando.
“Não foi. Mas ela tem um fundo fiduciário de Kiro. Ela tem uma boa cabeça para os negócios. Em vez de viver com o dinheiro, ela o está usando para fazer mais. Para construir alguma coisa.”
Eu podia ouvir a admiração em seu tom. Eu sabia que ela era especial. Ele não precisava reforçar isso. Eu entendi. Foi por isso que a afastei. Isso tinha sido o correto.
Papai puxou o caminhão na frente do lugar do Capitão em Rosemary Beach, e eu saí ainda olhando para o lugar que agora era de Lila. Ela não estava deixando a cidade. Isso era bom. Como se eu pudesse respirar melhor. Não que fosse importar onde ela vivia, mas eu a queria aqui. Isso era muito fodido.
“Ouça, preste atenção, e seja educado. Fale com Emmeline. Não aja como um idiota.”
Eu sorri. “Quando eu fui um idiota com uma mulher?”
“Inúmeras vezes, Cruz. Muitas vezes.”
Carrancudo, eu o segui e o cheiro de frutos do mar me bateu. Eu não tinha estado aqui há muito tempo, mas a comida era boa. Eu deveria sair mais vezes. Não iria me prejudicar andar por essa parte da cidade.
“Woods, Cruz, é bom ver vocês dois.” Capitão Kipling disse enquanto apertava a mão de papai, em seguida, a minha. “Quando você se transformou em um homem?” Ele brincou, e em seguida, me deu um tapa nas costas.
Emmy caminhou ao seu lado e sorriu para mim. Não era o tipo educado de sorriso de negócios que eu estava esperando. Ela estava mais velha e, nos últimos dois anos ela amadureceu. Ela também sabia disso. Seus longos cabelos loiros e olhos verdes brilhantes eram uma combinação impressionante contra o bronzeado deixado pelo sol em sua pele.
“Olá, Cruz.” Seus olhos brilhavam com malícia quando ela disse meu nome.
“Emmy,” eu respondi com um aceno. “Bom te ver.”
“Enquanto vocês se sentam, eu vou levar Cruz comigo para pegar o laptop que você precisa papai. Eu posso mostrar-lhe em volta também.”
Capitão e meu pai já estavam conversando socialmente, e ele apenas balançou a cabeça. Meu pai me deu um olhar de aviso antes de se afastar. Essa não parece ser uma boa ideia. Será que os dois não viram a forma como Emmy tinha olhado para mim? Eles eram tão cegos? Ela não estava pensando porra nenhuma em negócios.
“Meu pai me disse que você está sendo preparado para assumir o clube.” Disse ela andando tão perto de mim que o seu braço escovou contra mim.
“Sim.” eu respondi.
“Eu estarei na cidade mais vezes para conhecer este lugar. Durante o verão, estarei aqui para trabalhar. Até eu voltar para a Universidade UT, deveríamos fazer alguma coisa.” Sua voz caiu para um tom sensual. Merda.
“Não sei o que você está pensando, mas estaremos potencialmente trabalhando juntos. Não acho que temos que atravessar as linhas.”
Ela se aproximou, em seguida, deu um passo na minha frente para abrir a porta e me levou para dentro. Eu estava na sala e percebi que era um escritório antes dela fechar a porta. “O que há de errado em ter um pouco de diversão? Isso fará com que trabalhar juntos seja mais agradável.”
Sua mão tocou meu braço e me afastei quando ela se aproximou mais de mim. “Eu sempre tive uma queda por você. Mas eu acho que todas as meninas têm.”
Foda-me. O que diabos eu deveria fazer com isso? Normalmente, eu mergulharia neste convite, mas o tempo estava fora aqui. Minha cabeça estava desarrumada, e Emmy não era alguém que eu pudesse mexer sem que meu pai ficasse irritado.
“Olha, por mais tentador que seja, temos que trabalhar juntos. Eu tenho certeza que você está bem ciente da minha reputação. Eu não quero qualquer atrito entre nós.”
Ela riu, em seguida, e moveu-se para frente de mim. Seu peito quase tocou o meu. “Eu não estou à procura de um relacionamento, Cruz. Eu só quero um pouco de diversão.”
Se eu pudesse ver além do rosto de Lila Kate, eu poderia aceitar isso. Mas caramba, eu não poderia usar Emmy dessa forma. Eu teria que fechar os olhos e fingir. A última garota que eu estive nas duas noites anteriores, eu realmente a chamei de Lila. E aquilo não terminou bem.
Embora se alguém pudesse atrapalhar a minha obsessão por Lila, isso iria me salvar. “Eu vou ser honesto com você. Eu terminei com alguém há pouco tempo e estou trabalhando através disso. Superando tudo. Mas eu ainda não cheguei lá.”
Emmy mordeu o lábio inferior sedutoramente e então finalmente pressionou os seios contra o meu peito. “Eu posso te ajudar com isso.”
Por que essa merda sempre acontece comigo? “Não tenho certeza que seja uma boa ideia.” Argumentei, mas as minhas palavras não soaram muito convincentes. Ela era gostosa. Eu era um cara e eu estaria mentindo se dissesse que não gostei dela.
“Dê-me uma chance. Apenas um gosto e você vai ver...” ela sussurrou e, em seguida, sua mão deslizou até o interior da minha coxa e segurou meu pau. Puta merda!
“Você me deixa duro e eu vou ter que andar por aí com um tesão do caralho. Isso não será legal para qualquer um dos nossos pais.”
“Se eu te deixar com tesão, eu posso resolver isso pra você.”
Desta vez, eu ri. “Confie em mim, querida, não temos tempo para isso.”
Ela moveu a mão, enquanto eu já estava semiduro. “Quando você tiver tempo... Eu sou ótima em chupar um pau.”
Eu ainda estava preso em suas palavras quando ela se afastou e pegou um laptop fino. “Vamos chegar a essa reunião. Estou morrendo de fome.” Ela disse enquanto me lançou um sorriso malicioso, em seguida, balançou seus quadris quando saia pela porta.
Eu poderia fazer isso. Desfrutar dela. Divertir-me. Ela não era a boa menina que eu tinha assumido. Emmy Kipling era impertinente. Deve ser a coisa da garota da faculdade se tornando selvagem. Eu estava pensando nisso e relaxei um pouco quando nos juntamos aos nossos pais.
Emmy de repente tornou-se toda negócios e era encantadora e inteligente. Ela sabia muito sobre o lugar e fez os dois homens rirem quando falou sobre uma merda que era engraçada. Eu não falei tanto, mas me esforcei para manter o meu pai feliz.
Apenas quando aceitei isso, senti que ia ficar bem, pelo menos, não tão ruim quanto eu tinha pensado quando o meu pai disse que tínhamos que vir a esta reunião. Comecei a sorrir e há flertar um pouco, pisquei para Emmy quando nossos pais estavam ocupados discutindo outra coisa e ela me deu um sorriso que prometia algo mais tarde. Algo que eu estava me preparando para aceitar. Então eu senti. Um calor morno. Um formigamento. Levantando os olhos, eles bloquearam com os que não saia da minha cabeça.
Lila Kate estava lá, com um pedido em suas mãos. Seus olhos estavam em mim. A dor era óbvia e vê-la lá cortou meu peito.
Eu era um bastardo.
Vinte e Nove
Lila Kate
BAIXEI OS ALIMENTOS sobre o balcão da minha cozinha e gritei de frustração. Eu o odiava. Eu odiava Cruz Kerrington. Eu o odiava. Abrindo um armário, eu peguei um copo e o enchi com água gelada. Seu sorriso estúpido na minha cabeça enquanto ele piscou para Emmeline Kipling. Ela tinha o quê, dezenove? Deus, ele era um porco.
Se ela o deixar se aproximar, ela é estúpida. Estúpida como eu. Eu gemi com o pensamento e abri o saco para tirar a comida que já não parecia atraente. Havia outros lugares que eu poderia ter comido hoje. Por que eu tive que ir lá? Por que eu tinha que ver aquilo?
Sentei-me em uma das banquetas coloridas que chegaram ontem. O local era tão industrial que eu tinha adicionado toda a cor e arte que eu podia. Eu gostei da maneira como ele estava ficando. Os banquinhos foram pintados por um artista local e cada um tinha uma face louca artística diferente pintada nas costas.
Olhei para as patas de caranguejo na minha frente quando forcei um em minha boca. Eu tive que comer. Eu estava trabalhando no andar de baixo durante todo o dia e ainda faltava mais de um mês para abrir o local. Eu tomei um gole da minha água e, em seguida, olhei para o meu telefone. Eu não tinha falado com Eli em duas semanas. Ele sabia que eu tinha comprado o lugar, mas eu tinha estado tão ocupada me mudando que não tinha enviado nenhuma mensagem para ele.
Peguei meu telefone e decidi mudar isso. Nós não fomos feitos para ser mais do que amigos, mas eu gostava da sua amizade. Nós amamos pessoas que não nos amam de volta. Ele entendeu.
“Já me mudei. Quando você vem me visitar?” Então eu pressionei enviar.
Ophelia não veio ainda. O quarto dela estava quase concluído. Ela tinha ido para Los Angeles com Phoenix para visitar seu avô por uma semana. O lugar tinha estado tranquilo. Apenas eu e meu pai, juntamente com alguns de seus funcionários que vieram trabalhar no quarto nos últimos dias.
“Quando for convidado.” Foi sua resposta.
Eu senti falta dele. Eu perdi o cara de confiança que cumpria o que ele disse que ia fazer. Ele era honesto e não fazia coisas que poderiam ferir os outros. Eu queria que Eli tivesse sido o único a roubar o meu coração. Ver Cruz com outra pessoa seria mais fácil se ele estivesse aqui.
“Você está convidado. Considere este o seu convite oficial.”
Enviar textos para ele aliviou a dor que eu senti no meu coração e comecei a comer a minha comida e me divertir. Se eu pudesse voltar atrás e não implorar a Cruz pelo impossível naquela noite, na Bourbon Street, eu o faria. Eu pegaria tudo de volta. Desistiria das memórias. As pessoas que disseram que não trocaria isso, mesmo que doa, eram loucas. Eu desistiria em um piscar de olhos. Eu não queria pensar nele.
Eu queria esquecer tudo.
“Sexta-feira é cedo demais?” Eli mandou uma mensagem de volta.
“É perfeito.” Eu respondi.
Isso me dava dois dias para arrumar esse lugar. Eu gostaria de fazer alguns planos para nós e, em seguida, me divertir. Eu não penso sobre Cruz. Eu não ligo para o que ou quem ele estava fazendo suas coisas. Eu vivo minha vida.
“Vou começar a fazer a mala.”
Eu rio com o último texto e acabo de comer.
As coisas estavam se tornando diferentes do que eu tinha imaginado, mas elas não eram ruins. De modo nenhum. Eu estava animada. Logo eu possuiria um estúdio de dança. Eu ficaria para ensinar crianças, incentivá-las a encontrar o seu amor pela dança do jeito que eu tinha encontrado.
Eu limpei minha refeição e desci para voltar a pintar as paredes. Papai tinha se oferecido para fazer isso, mas eu queria saber que eu tinha feito algo. Este era o meu lugar. Eu gostava de ter a minha mão em torná-lo pronto para morar.
Quando passei pela porta, Cruz estava ali olhando ao redor. Suas mãos estavam nos bolsos do jeans, e com um olhar que eu não conseguia ler em seu rosto. Eu pensei em virar e correr de volta lá pra cima, mas eu não tinha doze anos. Eu era uma adulta e este era o meu estúdio.
“Posso ajudá-lo?” Perguntei.
Seu olhar voltou-se para mim. Ele não tinha me ouvido entrar. “Ei.”
Eu não respondi. Eu só continuei em silêncio olhando para ele.
“Sobre o que você viu,” ele começou e eu levantei a mão para detê-lo.
“Não faça isso. Por favor, não venha aqui e aja como se você tivesse que explicar alguma coisa para mim. Eu acho que eu fui clara em sua casa. Tivemos um encerramento. Está feito. Tenho que terminar de pintar. Se você me der licença.” Fui até a tinta e o rolo que eu tinha deixado quando saí mais cedo, e esperei que ele tivesse virado e saído.
“Se você teve a porra do seu encerramento, por que seus olhos pareciam tão incrivelmente magoados? Diga-me Lila. Diga-me por que seus olhos tomaram meu fôlego? Porque, com certeza, não foi um encerramento que eu vi neles, porra.”
Fiz uma pausa e respirei fundo. Ele estava certo. Mas eu não ia admitir isso. “Ainda é recente. Estarei bem em breve.”
“Porra, quando descobrir como superar isso você poderia me dizer como? Porque Deus sabe que eu preciso de ajuda.”
Eu não podia deixá-lo chegar a mim. Eu não podia deixar suas palavras me fazerem fraca ou acho que eu não poderia confiar nele. Que não poderíamos ter nada.
“Você estava indo muito bem.” Eu respondi e me dobrei para pegar o rolo e tirar a tampa da lata de tinta.
“Lila, olhe para mim. Jesus, só olhe para mim merda. Diga-me se isso se parece com um cara que não se importa? Você me viu flertar. Eu tenho flertado desde que eu consigo andar. Não significa nada. É apenas como eu reajo a mulheres que estão flertando comigo.”
Eu rio e então balanço a cabeça. “Tanto faz. Eu não me importo. Basta ir.”
Ele ficou lá. Não falou e não saiu. Tentei me concentrar na minha pintura, mas foi difícil com seus olhos me observando. Esperei que ele dissesse algo mais. Se ele simplesmente deixasse isso acabaria de uma vez. Tudo isso. Eu experimentei isso. Sabia como era e estava pronta para deixá-lo no passado.
“Se você não se importa então poderíamos sentar, conversar, tomar uma cerveja. Nós não podemos fazer isso, Lila. Então, sim, você se importa.”
Ele estava certo. Eu o odiava por estar certo. Se eu não me importasse não haveria emoção. Eu estaria bem com uma visita. Eu não estaria exigindo que ele saísse. Deixei minhas mãos cair ao meu lado e me virei para encará-lo.
“Você está certo. Eu me importo. Mas eu quero não me importar. Quero esquecer que tudo aconteceu. Quero esquecer você.” As palavras, embora fossem verdades, soaram muito mais frias e mais duras quando eu disse em voz alta. Eu quase as retraí, mas me contive. Ele me machucou. Se isso for machucá-lo, então, tudo bem.
“Eu não quero esquecer.” Sua voz era profunda e dolorosa.
Comecei a dizer algo para suavizar a situação, mas então ele fez como eu pedi. Ele se virou e saiu. Depois que a porta se fechou atrás dele, o lugar ficou em silêncio novamente. E eu estava sozinha mais uma vez.
Trinta
Eli Hardy
O CHEIRO DE TINTA FRESCA me pegou enquanto eu ia para dentro do prédio que seria o estúdio de dança de Lila. Era uma pálida sombra de azul, e o teto sem pintura logo parecia com o céu da manhã. Ela me contou sobre um artista que tinha vindo para pintá-lo. Ainda havia muito a ser feito, mas eu estava feliz por ela. Ela estava tão animada quando ela falou sobre seus planos. Eu a ouvi por mais de uma hora na noite passada. Quando ela percebeu quanto tempo estava falando comigo sobre isso, ela se desculpou. Tinha sido bonito.
Nenhuma vez na minha vida alguém tinha me feito esquecer Bliss. Havia sempre uma dor no meu peito quando eu pensava nela. Até agora. Aquilo tinha ido embora. Eu sabia o porquê. Lila havia se tornado importante para mim. Ela tinha sido tão adorável que eu não conseguia pensar em mais ninguém. Bliss era o que deveria ter sido sempre para mim, uma amiga. Uma grande amiga com quem eu me preocupava, mas eu poderia dizer honestamente que eu não amava a minha melhor amiga. Fiquei feliz por Bliss ter encontrado Nate e que a vida dela estava cheia de alegria.
Eu puxei minha mochila por cima do meu ombro e atravessei a sala em direção a uma porta na parte de trás. Ela tinha dito para entrar naquela porta e seguir em frente até as escadas. Esta noite ela estava cozinhando pela primeira vez em sua cozinha e não queria deixar a comida sem vigilância, de modo que ela tinha deixado as portas destravadas para mim.
O cheiro de tinta desapareceu quando a pesada porta se fechou atrás de mim. Eu comecei a subir as escadas. Podia sentir o cheiro de alho antes de eu ter andando a metade do caminho.
“Eli?” Lila gritou.
“Sim!” Respondi.
Eu ouvi o toque de seus pés enquanto caminhava em minha direção. Quando cheguei ao topo da escada, ela estava lá para me cumprimentar. Ela era de tirar o fôlego. Droga... era bom estar aqui.
“Você está aqui!” Ela disse sorrindo para mim como se eu não fosse aparecer. Então ela acenou com a mão e deu a volta. “É isso. O que você acha?”
O espaço parecia que pertencia a um homem solteiro. Lila tinha adicionado um monte de coisas suaves de mulher, tudo colorido para subjugar a masculinidade do lugar. No entanto, a aparência rústica industrial, com as vigas expostas, foi construída para um homem em mente. Nada chique. Apenas aberta e útil.
“Eu acho que gostaria de alugar aquele quarto se Ophelia desistir.” Eu disse, brincando.
“É ótimo, não é? Eu amo a vista e a sensação de que esse lugar é meu.”
Eu balancei a cabeça. “Sim, isso é ótimo.” Assim era o meu ponto de vista.
Lila usava uma saia branca curta e com um top azul sem mangas que mostrava seu bronzeado. Seus cabelos estavam presos no alto da cabeça em um nó confuso. Ela não estava usando maquiagem, mas não precisa disso.
“Eu não tenho uma cama no quarto de Ofélia ainda, mas o sofá tem uma bicama, e é uma boa. Eu tinha verificado antes de comprar.” Olhei para a sala de estar, ela tinha um sofá de couro que era luxuoso e largo. Duas cadeiras com listras vermelhas e marrons e um grande pufe retangular estava no meio. A tela plana era enorme, mas então ela poderia ser visto de qualquer lugar em todo o ambiente.
“Isso parece confortável o suficiente para dormir.”
“Pode ser. Mas você é alto.” Ressaltou.
Eu testarei mais tarde. “O que você está cozinhando tem um cheiro incrível. Posso ajudar com alguma coisa?”
“Sim, você pode cortar as abobrinhas. Eu odeio cortar legumes.” disse ela. “Coloque a sua mochila mais perto do sofá e me diga sobre todos os acontecimentos atuais em Sea Breeze. Eu monopolizei a conversa na noite passada. Eu nunca soube o que aconteceu com Jude e Micah sendo presos.”
Deixei a minha mochila cair ao lado do sofá enquanto ela caminhava de volta para a cozinha.
“Damon, o melhor amigo de Micah, correu e os pegou antes que eles chamassem seu pai. Micah pode ter vinte e cinco, mas Jude tem apenas vinte anos. O pai deles teria ficado furioso. Eles são ambos idiotas por fazerem qualquer coisa com Saffron. Ela está sempre à procura de problemas.”
“Saffron os havia convidado para ir nadar na casa de um amigo que ela supostamente estava cuidando. Havia garotas de topless lá. Elas eram amigas strippers de Saffron, embora Saffron não seja uma stripper. Micah e Jude apareceram, e então tinha um menor bebendo na festa. As coisas ficaram muito altas. Os policiais vieram. Micah disse a Saffron para se esconder porque seu pai era um filho de uma cadela e que ficaria puto.”
Eli continuou. “Saffron não estava realmente cuidando da casa. Todos eles estavam lá sem o conhecimento do proprietário. Era a casa de um ex-namorado de uma das stripper. O ex-namorado e sua esposa estavam de férias.”
“Será que o dono da casa vai prestar queixa?” Lila perguntou quando me entregou a abobrinha.
“Não. A stripper que ele teve um caso ameaçou contar tudo para a esposa dele.”
Lila riu então. “Uau. Ok, isso soa como um filme. Sea Breeze é mais animada do que Rosemary Beach. Raramente temos drama. Nada de interessante.”
“Isso é porque você não tem uma Saffron Corbin por aqui.”
Lila passou por mim duas vezes para obter algo da prateleira de temperos. Eu estava tentando não assumir que ela estava fazendo isso de propósito, mas quando ela se aproximou a terceira vez eu decidi que era um convite. Coloquei a faca para baixo e agarrei sua cintura para puxá-la contra mim.
“Eu espero que isso esteja bem.” Eu disse num sussurro antes de reivindicar sua boca com a minha própria. Ela congelou num primeiro momento, e então lentamente derreteu-se contra mim, seus braços indo ao redor do meu pescoço. Isto foi melhor do que eu me lembrava.
Eu ouvi o azeite na panela atrás de nós chiar. Eu sabia que tinha que deixá-la ir, mas a sensação dela em meus braços estava tão certo que era difícil. Quando ela se afastou, ela me deu um sorriso tímido. “As cebolas vão queimar.”
Eu a deixei ir com relutância, e ela correu para movê-las com uma espátula. “Você está pronta para a abobrinha?” Perguntei ainda um pouco entorpecido por aquele beijo.
Ela olhou para mim por cima do ombro e assentiu.
Eu usei isso como uma desculpa para chegar perto dela. Peguei os legumes, em seguida, e fiquei tão perto de suas costas que nossos corpos se tocaram. Baixei a cabeça e sussurrei em seu ouvido. “Vou colocá-los na panela, você mexe.”
Lila tremeu e depois assentiu. Satisfeito que eu estava afetando ela desta forma, eu comecei a derramar lentamente a abobrinha em fatias na frigideira. Ela estava respirando rapidamente, e eu podia ver seu pulso pulando na curva de seu pescoço. Eu dei um beijo lá, incapaz de me segurar.
Ela respirou profundamente e, em seguida, estremeceu novamente.
CONTINUA
Eu só queria me divertir um pouco, e ela não podia deixar-me tê-lo. Ela não podia ficar puta da vida por alguns minutos. Jesus, ela era mais problema do que eu tinha previsto. Seus cabelos escuros foram à primeira coisa que eu vi quando sai do bar. Ela estava de pé apenas alguns metros do bar.
Tinha os braços cruzados sobre o peito, e seus ombros levemente caídos. Como se estivesse com frio e tentando se manter aquecida. Isso não podia ser ela, porque estava quente pra caralho aqui fora.
“Lila!” Eu a chamei. Ela lentamente virou-se para olhar para mim e, em seguida, retomou sua postura quando me viu, mas não estava interessada em mim. Ou como ela estava chateada.
Tomei alguns passos para alcançá-la, pronto para saber o que diabos ela estava pensando vindo aqui sozinha. Mas quando cheguei perto, ela abaixou os braços e manteve o olhar sobre tudo e qualquer coisa, menos em mim. “Pronto para o próximo bar?” Ela perguntou.
Estava chateada. Senti em seu tom. “Por que você simplesmente saiu?” Perguntei frustrado por toda essa cena. Eu tinha começado a me divertir.
“Eu não gosto desse bar.”
O que? “Só porque não gosta de um lugar você simplesmente o deixa. Você não podia esperar para me dizer?”
“Você estava ocupado.” O sarcasmo escorrendo de sua voz não foi perdido.
“Eu estava apenas começando a me divertir. Jesus, Lila.”
Ela começou a se afastar então. Ela estava com raiva e queria ficar longe de mim. Eu não tinha feito nada de errado. “Então volte lá e se divirta. Se é isso que você quer fazer, não tenho nenhum problema com isso.” O tom de sua voz não soava como se ela não tivesse problema com isso.
Estendi a mão e agarrei seu braço, parando-a. “O que há com você? Você está chateada por eu ter bebido shots nos seios daquela garota? Isso é o que ela está lá para fazer. Alguns dos bares aqui têm muito mais do que isso. Foi tranquilo. Eu não estava machucando ninguém.”
Ela suspirou profundamente, e, finalmente, virou-se para olhar para mim. “Isso é o que você gosta?”
“Beber shots de uma mulher? Sim, assim como todos os homens heterossexuais sobre a porra do planeta.”
“Você não a conhece.”
“Não, mas isso realmente não importa.”
Ela me estudou por um momento. “Você já se apaixonou, Cruz?”
Que porra é essa? O que tinha a ver eu gostar de uísque entre os seios para estar apaixonado? “Não, mas o que diabos isso tem a ver com esta conversa?”
O jeito que ela estava me estudando me deixou desconfortável. Como ela podia ver mais do que eu queria. “Porque parece superficial.”
“É sexy, divertido. Não é suposto ser mais nada.”
Lila não respondeu a isso. Deixei-a puxar seu braço para fora do meu alcance. Ela finalmente concordou. “Ok.” Eu não tinha certeza do que ela queria dizer com “OK” e se esse era o seu jeito de acabar com essa conversa ridícula que estávamos tendo, tudo bem.
“Vamos encontrar coisas mais sensuais e divertidas para fazer,” disse ela quando começou a andar novamente.
Eu caminhei ao lado dela. Ela foi até o bar próximo e não esperou por mim para pedir uma bebida. Em vez disso, ela foi direto ao bar e pediu uma dose dupla de uísque para si mesma, bebeu em um gole, então pediu outra.
“A menos que você queira me ter segurando seus cabelos lá fora, na rua, você precisa ir mais devagar,” eu avisei. Ela me ignorou e bebeu a próxima exatamente da mesma maneira. Depois disso, ela me deixou pedir a minha própria bebida e saiu para a pista de dança. Fiz o pedido com o barman, em seguida, assisti em choque como Lila Kate deixou um homem tomar sua mão e colocá-la sobre uma mesa. O cara no palco gritou “O que você quer ouvir coisa doce?”
Ela lhe deu um grande sorriso atrevido que eu nunca tinha visto em Lila Kate antes. “Poison,” ela gritou.
Poison? Que porra ela está fazendo?
“Eu acho que está apaixonada!” O cara no palco gritou. Em seguida, a banda começou a tocar, e assim o fez Lila. Eu sabia tudo sobre ela dançando. Ela tinha feito em toda sua vida. Foi à faculdade que fez. Mas eu não sabia era que, além do ballet e outras merdas de fantasias que ela tinha aprendido, em algum momento ao longo do caminho, Lila Kate tinha aprendido a fazer algo que faria milhões se ela estivesse decidida a tirar a roupa e tomar-se uma dançarina de Pole dance. Filho da puta.
Depois que eu puxei meu queixo do chão, eu tive que lutar contra o desejo de levá-la para fora e longe de todos assobios e aplausos. Foi sexy como o inferno? Sim. Mais do que qualquer coisa que eu já tivesse visto. Voltei à coisa de Branca de Neve que tentei explicar a ela mais cedo. Mas não era Lila. Ela tinha classe. Ela não era o tipo de garota que fazia coisas como esta.
Eu me segurei até que algum bastardo bêbado estendeu a mão e passou em sua panturrilha. Então eu estava feito. Ela tinha feito qualquer ponto maldito que queria fazer e eu não precisava ver mais. Caminhei pela multidão, e depois de empurrar dois caras de volta, agarrei as pernas dela e joguei-a por cima do meu ombro.
Ela gritou.
“Ei! Coloque a mulher para baixo!” Um cara que estava admirando a vista, disse em pé no meu caminho.
“Ela está comigo. Estamos viajando juntos. Ela é minha,” eu respondi dando-lhe um olhar de advertência.
“Você está bem com ele levando você?” O cara no palco perguntou.
“Sim,” ela disse parecendo irritada.
“Deixe-o ir, rapazes,” disse o vocalista, e meu caminho foi inocentado. “Se ela fosse minha, eu teria tomado-a também.”
Dezenove
Lila Kate
SÓ PORQUE EU DEIXEI ele me transportar para fora de lá como um homem das cavernas não significava que eu não estivesse com raiva. Fiquei furiosa. Ele poderia ter um bom tempo, mas eu não podia. Havia regras que estava faltando. Ele gostava de meninas que mostrava seu corpo e ostentá-lo, mas eu não tinha permissão para exibir o meu.
Quando estávamos longe o suficiente do bar e ele não iria entrar em uma briga, eu bati em suas costas e comecei a me movimentar para ser liberta. “Deixe-me descer!”
Ele parou de andar e me colocou em meus pés. “Posso confiar em você que não estará indo saltar sobre um pole em algum lugar e tirar suas roupas?” Ele virou-se para mim.
Era isso. Eu não tinha pedido para sair de Sea Breeze. Eu tinha deixado por causa de algo que ele tinha dito. Ele foi à razão pela qual eu corri em primeiro lugar. Ele tinha me acusado de ser fria e gelada. E quando eu fiz o que ele, obviamente, gostava em mulheres, ele ficou com raiva. Eu não poderia ganhar. Não com ele.
“O que foi? Foi pura demais para você? Você prefere que eu vá lá e empurre o meu top par baixo e comece a distribuir shots nos meus seios?”
Sua expressão era de alguém mentalmente instável. “Foda-se, não!”
“Então o que é que você gosta Cruz? Você me chama de fria e diz que eu sou intocável. Quebrável. Eu venho para provar que não sou nenhuma dessas coisas. Então, quando eu começo a ser corajosa e me solto fazendo coisas como acabei de fazer, você age como se eu estivesse fazendo algo errado. Eu não entendo. Desejaria não me importar. Eu tentei me cuidar por tanto tempo que eu nem me lembro quando eu não fiz. Você. Sempre foi você. Eu odeio isso. Eu odeio que seja você. Por que não podia ser outra pessoa? Alguém que fosse... gostar... Eli! Alguém como ele. Por que não posso querer alguém como Eli? O que há de tão errado com a minha cabeça que eu sempre quis você?” As palavras foram saindo. Me ouvi, sabendo que eu deveria calar a boca. Que o que eu estava dizendo nunca poderia ser levado de volta. Mas era como se eu tivesse controle de mão da minha boca para outra pessoa, e ele estivesse falhando em seu trabalho.
“É como eu pareço? Eu não sou bonita o suficiente? Você prefere outro tipo? Talvez sejam meus seios, talvez porque eles não são tão grandes como o da menina no bar? É isso? E quanto a mim fazer você me tratar como uma professora? Por favor, diga-me para que eu possa corrigi-lo!”
As pessoas estavam nos ignorando. Eles passavam direto por nós, e quando eu percebi o que tinha feito, que tinha apenas gritado tudo isso para qualquer um em torno de nós ouvir. Alguém gritou: “Eu acho que você está fodidamente sexy, baby. Venha até aqui.”
Sintonizando isso. Esta rua estava cheia de bêbados. Eu era um deles, aparentemente, porque eu tinha acabado de dizer coisas que eu nunca quis dizer sóbria. Eu tinha muito orgulho. A bêbada Lila Kate não tinha orgulho. Eu gostaria de ter percebido isso mais cedo.
“Você não é barata. Você não é fácil. Você é como a porra de um diamante raro. Você me quer? Você quer a minha atenção? Por quê? Eu sou uma bagunça. Eu não posso ser o que você merece. Eu nem sei como. E se eu me deixar tocá-la, apreciar o que você fez lá, eu estarei arruinado. Você acha que me quer, mas se realmente me conhecesse iria mudar de ideia. Então eu teria tido um gosto de você e nada jamais iria se comparar a isso de novo. Você me aterroriza. Me assusta como nada jamais me assustou na minha vida.” Seus olhos estavam brilhantes e selvagens. Suas mãos tremiam quando eu deixei cair o meu olhar para olhar para ele, incapaz de manter nossos olhares juntos. Todo o resto dele parecia tenso. Rígido.
“Eu te conheço. Eu te assisti toda a minha vida. Eu vi você no seu pior e seu melhor.” Eu não gritei aquelas palavras. Eu apenas disse e deixei-as ficar lá enquanto eu continuava deixando suas palavras se aprofundar. Eu não esperava isso dele. Eu ainda não tinha certeza se eu estava sonhando. Eu poderia estar sobe o efeito da bebida em algum momento?
“Eu não tenho relacionamentos, Lila.”
Eu levantei meu olhar então. “Eu não estou pedindo por um.”
Ele parecia dividido. Seus olhos se estreitaram. “Então o que é que você quer de mim?”
Eu queria muitas coisas. E eu sabia que ele nunca iria dar o que eu queria. Nós nunca teríamos um felizes para sempre. Isso não era Cruz. Ele nunca tinha sido. “Agora. Agora mesmo. Nessa viagem. Nada mais.”
Ele não respondeu de imediato. Ele ficou lá olhando para mim como se não acreditasse em mim. Ele não deve, porque eu queria mais. Eu só sabia que nunca iria conseguir isso. Eu não era a garota para fazê-lo querer mais. Ele encontraria um dia e iria mudar de ideia. Ele seria capaz de ser aquele cara. O único que fez relacionamentos.
Eu tinha ouvido dos meus pais a história um milhão de vezes. Meu pai não tinha sido aquele cara. Minha mãe tinha sido a única a mudar sua mente. Foi o que aconteceu a todos eles eventualmente. Eu sabia que não era para Cruz e que eu deveria deixá-lo ir e ir embora. Mas eu não podia. Eu queria saber por apenas um momento. Como me sentiria estar com ele. Então havia uma chance de eu tirá-lo da minha cabeça e coração. Seguir em frente e encontrar alguém. Assim, Cruz Kerrington não estaria sempre em meus pensamentos.
“Nada além desta viagem?” Ele repetiu as minhas palavras como uma pergunta.
Eu balancei a cabeça.
“Você ouviu a parte sobre me arruinar?”
Eu dei de ombros. “Nós dois sabemos que isso não vai acontecer. Eu não sou única. Você ainda não encontrou alguém.”
Ele franziu a testa. “Única?”
“Sim. Única. A menina que você vai querer para sempre.”
Ele balançou sua cabeça. “Você está mexendo com a minha cabeça. Eu juro.”
“Você está atraído por mim?” Perguntei-lhe corajosamente. Eu poderia agradecer aqueles shots duplos de uísque por isso.
“Isso não é o ponto aqui. Eu não sei se eu posso... apenas ter um caso com você, Lila. Há sentimentos lá. Eu não gosto de sentimentos porra. Não com as mulheres. Eu não posso te machucar, e é isso que eu vou fazer.”
Dei um passo em sua direção, coloco uma mão em seu peito. Este era um jogo, mas eu estava brava agora. Eu não seria na parte da manhã. Eu tinha ido tão longe que eu precisava empurrar ainda mais. “Você não pode me machucar se eu conheço as regras. Nós desfrutamos disto. Ter um caso. Em seguida, passar como sempre fomos.”
Ele baixou o olhar para a minha mão. “E se você me arruinar?”
“Dê uma chance,” eu sussurrei.
“Foda-se,” ele murmurou em resposta. Em seguida, agarrou meu pulso, e me puxou contra seu corpo. Mal tive tempo para recuperar o fôlego antes de sua boca estar na minha. O sabor das nossas bebidas misturadas com o que eu tinha ganhado. Por agora, eu tinha isso. Foi minha decisão, e eu esperava que isso saísse do meu sistema para que eu pudesse, eventualmente, seguir em frente.
“Não há mais bares,” disse ele contra a minha boca. “Voltamos para o hotel. E não estamos hospedados em dois quartos de merda.”
Eu não discuti. Eu só dei um aceno de cabeça em concordância. Era isso. É melhor não ser um sonho.
Vinte
Cruz Kerrington
HAVIA DECISÕES inteligentes e decisões estúpidas. E então havia erros. Eu não tinha certeza de onde este pousou, mas com Lila em meus braços cheirando como o céu, e a imagem de sua dança naquela mesa foi tudo o que me preocupava, no momento.
Eu quebrei o beijo, agarrei seu cotovelo e me dirigi para o hotel. Nós estávamos em um hotel a poucos quarteirões à frente, na esquina da Canal e Bourbon. Percebi como tudo o que eu, mas queria sem falar, que no fundo eu estava preocupado que ela iria ficar sóbria e mudar de ideia. Se eu fosse metade da porra do homem que eu deveria ser, eu não iria deixá-la fazer isso esta noite, enquanto ela estava bêbada... enquanto eu estava bêbado.
Mas eu tentei dizer a ela a confusão que eu era. Ela parecia ver mais em mim do que estava lá. Eu queria que houvesse mais. Eu queria conhecer suas expectativas. Quando eu era criança, eu tinha visto o olhar em seus olhos, e eu sabia que ela me via de forma diferente do que via Nate. Eu amei isso. Eu era diferente. Isso me fez sentir importante. Então eu a tinha beijado, e ele tinha me assustado.
Eu sabia que Lila Kate não era para mim. Eu não era o tipo de cara que ela iria querer por muito tempo. Ela veria muitos eventualmente. Ele iria fazê-la mudar de ideia. E ela nunca mais olharia para mim com aquele olhar sonhador em seus olhos novamente. A ideia de poder perder que me levou a colocar uma parede lá. Uma construída para magoá-la. Ela tinha funcionado. Até agora. Até que eu ouvi que ela tinha deixado à cidade e eu corri atrás dela, porque eu não podia suportar a ideia de ter uma vida sem ela.
Quando entramos no hotel, fiz uma pausa e olhei para ela. A menina da minha infância. A menina que eu sempre assisti, mas nunca me permiti chegar perto. A que eu fingi que eu não sabia por que me evitava.
“Tem certeza?” Eu perguntei a ela.
“Sim.”
Eu esperei. Eu precisava que ela pensasse. Deixar tudo afundar. “Poderíamos dormir esta noite. Esperar até amanhã.”
Ela sorriu. Tão suave que fez seus olhos brilharem e me fez sentir mais como um homem do que devia. “Hoje à noite,” ela finalmente disse.
O caralho que eu poderia ignorar isso. Teríamos hoje à noite. Se ela se arrependesse amanhã, poderia me quebrar. Mas eu estava disposto a arriscar.
A viagem para o quarto foi curta, mas tantos pensamentos passaram pela minha mente que me senti passar muito mais tempo do que era. Ela tocou o cartão-chave para o desbloqueio e acendeu a luz verde. Era isso.
A porta se abriu. Entramos no interior. Meu quarto era idêntico a este. Logo ao lado. Eu tinha feito uma piada sobre isso quando chegamos. Eu não estava brincando agora. Eu deveria estar naquele quarto. Sozinho. Era a coisa certa a se fazer.
“Lila,” disse pensando que eu deveria parar com isso.
Ela deixou cair à pequena bolsa do ombro no chão, em seguida, tomou a parte inferior de sua camisa e puxou-a por cima da cabeça. O sutiã de renda branco era pequeno e a elevação de seus seios parecia que eles estavam prestes a derramar por cima expondo seus mamilos. Sua blusa caiu no chão ao lado dela, então ela chegou ao redor e desabotoou o sutiã. Eu assisti com fascínio quando as tiras escorregaram pelos seus braços finos até se juntar a sua blusa no chão. Seus mamilos escuros redondos duros do frio do quarto ou a partir de sua excitação chamando minha atenção.
Me movi, fechando o espaço entre nós. Incapaz de manter minhas mãos para mim eu cobri ambos os seios com as mãos. Embora minhas mãos fossem grandes elas não eram grandes o suficiente para levar cada seio completamente. O excesso me animando eu apertei deixando a suavidade provocar minhas mãos.
“Porra,” sua voz pegou quando ela disse as palavras. Aquelas não eram as palavras que eu imaginei vindo de seus lábios. Eles não se encaixavam com Lila Kate. Mas a forma como sua voz tremia quando ela disse. A maneira como ela se inclinou para mim e um gemido suave escapou simplesmente do meu toque fez tudo isso parecer certo. Como era para ser. Como nós deveríamos ser.
A restrição que eu tinha retido estalou. O lado impertinente de Lila foi demais para um homem tomar. Eu agarrei sua saia e puxei para baixo até que ela ficasse ali em nada além de suas calcinhas de renda preta. Elas fizeram pouco para cobri-la. Quase inútil a menos tentando seduzir um homem. E eu estava seduzido. Eu tirei minha própria camisa e joguei-a fora.
Minhas mãos em volta de sua cintura e a suspendi a levando até a mesa do quarto porque era mais perto que a cama. Sentei-a, em seguida, puxando sua calcinha memorizando a maneira que olhei quando ela deslizou fora de seu corpo.
Ela estremeceu e meu pau latejou. Essa era Lila Kate... doce, inocente, preciosa Lila Kate. Impertinente, selvagem, carente Lila Kate tinha tomado seu lugar essa noite, e eu tremia de antecipação. “O que você quer?” Eu perguntei a ela quando desabotoei minha calça jeans. “Diga-me exatamente o que você quer que eu faça.”
Seus olhos foram do meu peito nu e depois bloquearam em minhas calças quando eu comecei a soltá-la e empurrando-a pelos meus quadris e saindo dela. “Diga-me, Lila,” eu exigi. Eu não tinha certeza por isso que eu precisava dela para dizer, mas eu fiz. Eu queria que ela falasse sujo. Ouvir sua linda boca dizer coisas ruins. Fiquei muito provável que explodisse ao som, mas eu queria.
“Eu quero você,” ela sussurrou.
“Você vai ter que fazer melhor que isso. Conte-me.”
Ela engoliu em seco e ergueu o olhar de minha ereção pressionando através de minhas cuecas boxer aos meus olhos. “Eu te disse. Eu quero que você me foda, Cruz.”
Isso deve ser suficiente. Eu deveria estar feliz. Mas ela me transformou em um monstro enlouquecido pelo sexo. “Você quer isso gentil?” Perguntei empurrando minha cueca para baixo deixando meu pau grosso livre.
Ela balançou a cabeça lentamente. Os olhos arregalados quando ela olhou para mim. “Não,” sua voz era tão suave que eu quase não a ouvi.
“Diga-me,” eu disse enquanto empurrava suas coxas com as mãos e me coloquei entre elas. “Como você quer ser fodida?” Nessa última palavra, seus olhos brilharam com o mesmo desejo que sentia.
“Forte. Foda-me forte.”
Minhas mãos chegaram debaixo dela e agarrei sua bunda quando eu bati nela. Que com um impulso era como afundar em cetim apertado e quente. “Foda-se!” Eu gritei quando seu corpo reagiu à entrada súbita, apertando meu pau. Era melhor do que a minha imaginação.
Suas mãos pequenas agarraram meus braços, as unhas cravando em minha carne. O ardor que senti foi incrível. “AH!,” Ela gritou.
“Isso é o quão duro você quer?” Rosnei perto da orelha dela querendo bater nela uma e outra vez, mas estava fazendo tudo o que podia para me controlar.
“Sim. Mais,” ela ofegava.
Meus dedos entraram na carne da bunda dela quando eu puxei para trás e mergulhei mais fundo. Gemendo de prazer, eu mordi seu ombro, e ela começou a implorar. “Por favor, mais forte. Eu quero sentir você amanhã.”
Qualquer a sanidade que estava segurando saiu. Fui buscá-la afundando-a mais para o meu pênis rígido e levando-a até a cama onde eu caí para a suavidade com ela. Não querendo me afastar. Eu tive que puxar para fora em um movimento rápido e lançá-la em seu estômago. “Bunda no ar,” eu pedi.
Ela fez isso, sem dúvida. De quatro, era mais fácil e eu estava martelando dentro dela imediatamente. Seus gritos se tornaram mais frenéticos como a minha respiração. Eu bati na bunda tão forte quanto eu podia sem realmente me preocupar em machucá-la. Só para deixar arder.
“Oh Deus!” Ela gritou. “Estou gozando!” Seu corpo começou a tremer e seu clímax pulsava em meu pau ainda trancado dentro dela. Eu balancei com a necessidade de explodir. Foi uma porra tão incrível que eu não conseguia pensar. Pouco antes de perder a pequena quantidade de controle que eu tinha deixado, eu puxei para trás até que eu estivesse livre dela e gritei seu nome quando minha porra cobriu sua bunda virada para cima.
Seu corpo ainda estava tremendo, e minhas pernas estavam fracas. Fracas demais para se moverem. Ficamos lá. Sua cabeça agora repousava na cama. Tudo o que podia ser ouvido era nós ofegantes. Que tinha sido mais. Muito mais do que eu esperava. Tinha sido viciante. Eu poderia dizer-me que era muito perigoso fazer isso de novo, mas eu seria um tolo. Eu queria mais. Inferno, eu queria mais, logo que eu pudesse respirar fundo novamente.
Ela começou a abaixar seu corpo inteiro para a cama.
“Eu preciso limpar você,” eu disse a ela apreciando o olhar de meu sêmen em sua pele.
“Está bem,” ela disse suavemente, ainda afundando até que fosse pressionada completamente contra o colchão.
Sorrindo para a simples beleza, encontrei forças para ficar de pé e fui para o banheiro pegar uma toalha molhada. Limpei-a rapidamente, em seguida, cobri-a para cima. Ela levantou a cabeça e olhou para mim. “Você está vindo para a cama também?”
Os cabelos perfeitos de Lila estavam bagunçados. Seus olhos estavam pesados, os cílios se espalharam pelas bochechas. O rubor no rosto ainda estava lá, e nada parecia tão incrivelmente bonito na minha vida. “Sim. Eu vou.”
Subi ao seu lado e cobri nós dois puxando-a de volta contra o meu peito. Seria difícil em alguns malditos minutos, mas ela estaria dormindo cedo demais para perceber. Eu inalei o cheiro de seus cabelos e sua mão cobriu a minha.
Levou menos de dois minutos para a sua respiração se abrandar. Ela estava dormindo em meus braços, e eu sabia que nada seria o mesmo para mim. A ruína que eu temia era muito pior do que isso. Eu não estava preparado para ser capaz de deixá-la ir.
Vinte e Um
Lila Kate
RECONHEÇO SEU CHEIRO antes mesmo de abrir os olhos. O calor de seus braços me fez suspirar e afundar mais perto. Isto foi melhor do que sonhei. E sonhei com isso mais do que gostaria de admitir. Lembrar que é por um tempo curto, que não é para sempre causa uma forte dor então afasto o pensamento. Por agora, vou desfrutar do que tenho. Cada momento que passamos juntos, vou absorver tudo.
“Se continuar se contorcendo mais perto vamos foder antes de eu estar totalmente acordado,” sua voz sonolenta me assusta e eu rio. Nunca ri, mas o faço então. É bom. Na noite passada, o álcool me deu a coragem que precisava. Esta manhã não há arrependimentos. Não desejo que tivesse sido diferente. Porque depois de abrir-me para ele e caminhar de volta para o hotel fiquei sóbria o suficiente. Lembro-me de cada detalhe. Nunca esquecerei um só momento.
“Lila,” sua voz rouca e profunda é um alerta quando pressiono o corpo mais no dele. “Você deve estar dolorida,” diz ele enquanto beija meu ombro.
Eu estou. “É uma dor gostosa.”
Ele respira fundo, em seguida, rola para cima de mim. Seu corpo nu paira sobre mim. Os cabelos estão bagunçados e os olhos ainda pesados de sono. “Você encontrou sua boca impertinente e gosta dela, não é?” Ele pergunta com o joelho separando minhas coxas.
Balanço a cabeça.
Então, ele está dentro de mim. Tão rápido. Fecho os olhos com força, e engasgo da ternura e prazer.
“Dói?” Ele pergunta ao ficar completamente imóvel.
“Sim. Mas como disse, é uma dor boa,” digo a ele abrindo os olhos. “Faça doer mais.”
“Jesus, Lila. Você vai nos matar,” ele geme quando começa a se mover. Bombeando os quadris dentro e fora de mim. Sua boca beija ao longo da minha clavícula até o pescoço. Seu hálito quente em meu ouvido só aumenta a sensação. “Diga mais merda suja com esta boca bonita,” ele diz com um sussurro antes de mordiscar minha orelha.
Abro mais minhas pernas levantando os joelhos para prender seus quadris. “Quero te sentir gozar dentro de mim. Sentir o calor da sua porra escorrendo por minhas coxas,” digo e ele congela.
“Porra, Lila. Não fale esse tipo de merda, se não quer que eu goze.”
“Eu quero que você goze.”
Seus braços tremem enquanto ele se mantém completamente imóvel. “Você está tomando a pílula?”
Sorrio para ele. “Sim. Não quero ser mãe tão cedo.”
Ele move-se, a expressão feroz. “Estou limpo. Nunca tocaria em você sem camisinha se não tivesse certeza de estar completamente limpo.”
Confio nele. Ele é um monte de coisas, mas não me colocaria em perigo. Eu sei. “Então goze dentro de mim.”
Seus quadris começam a bater contra mim. Todos os outros pensamentos desaparecem. Tudo o que sinto é o aumento do meu próprio clímax. Posso ouvir sua respiração acelerar e seus palavrões murmurados. Abro os olhos e vejo seus braços flexionando com cada movimento.
Quando empurro contra ele e envolvo as pernas em sua cintura para segurá-lo, eu grito seu nome.
“Maldição, Lila,” ele pragueja e então sinto. Tudo isso enquanto ele me dá exatamente o que pedi. Quero que dure para sempre. Não irei pensar sobre o dia em que tudo terminará. Porque neste momento, eu tenho tudo.
Rolo de lado levando-me com ele. Nós dois estamos ofegantes e suados quando nossos corpos se grudam. Falar não é necessário ou sequer possível. Estou tentando recuperar o fôlego e voltar para a terra. Sexo nunca foi tão bom. Mas, então, minha experiência é limitada. Muito limitada. Mas não posso imaginar ser melhor do que isso.
A mão de Cruz começa casualmente a brincar com meus cabelos. Viro a cabeça para olhá-lo e seus olhos estão fechados. Sempre odiei que ele seja tão impressionantemente bonito. Ele faz meus sentimentos ainda mais difíceis de ignorar. Gostaria de vê-lo e ter vergonha de mim mesma por fazê-lo. A maneira como ele anda, se porta, o som de sua voz e esse sorriso. Tudo isso é impossível não notar. Todas as mulheres o notam.
“Vamos para o norte. O que acha de Memphis?” Diz ele com os olhos fechados.
“Memphis? O que tem em Memphis?” pergunto, desfrutando da liberdade de olhá-lo.
“A fodida Graceland está em Memphis,” ele sorri.
“Quer dizer que quer ver onde Elvis viveu?” Rio ao falar.
Ele inclina a cabeça para olhar para mim e abre um olho. “Claro que sim, eu quero. Essa merda deve ser brega. Quem quer perder isso?”
Não me importa aonde vamos. Estou bem com qualquer lugar. “OK. Memphis então.”
“Você ligou para seus pais?” A pergunta dele me surpreende.
“Não,” admito.
“É melhor,” ele suspira. “Tenho certeza que todos sabem que estamos juntos agora. Nate dirá a eles.”
“Provavelmente.”
Ele passa a mão sobre o rosto e geme. “Grant vai me matar.”
Eu não respondo. Porque essa é uma questão que enfrentarei quando isso acabar. Estou numa aventura para fugir com o cara que está na cama comigo. É diferente agora. Não estou tentando mudar ou encontrar um novo eu. Eu já fiz. A garota que sou nesse momento não é nada como a garota que era na noite que ele tinha me chamado de fria. Agora, só tenho que aproveitar enquanto durar. Porque isto acabará.
“Meu pai pode me matar antes do seu. De qualquer maneira, minha vida será curta.”
Isso me faz sorrir. “Isso é um pouco dramático,” digo a ele.
Ele dá de ombros. “Honestamente, vale a pena.” Sua mão corre pelo meu lado e aperta meu quadril. “Vale a pena completamente.”
Isso não é uma declaração de amor. Eu percebo. Mas é doce. Coloco a perna por cima dele quando viro até que metade do meu corpo esteja em cima dele. Ambos seus olhos abrem quando faço isso. “Somos crescidos,” lembro a ele. “Acho que você vai viver.”
Ele me olha com ternura. “Ou você vai me matar antes deles. Mas a morte por sexo soa como um bom caminho a percorrer.”
Eu rio. “Estou apenas começando. Não estou prestes a atacá-lo.”
Suas mãos agarram minha bunda e me puxa para cima dele. “Talvez, mas colocar este pequeno corpo quente num homem enquanto ele está nu e na cama é irresistível.”
Quando ele desliza para dentro de mim lentamente desta vez, gemo alto e gosto de ser preenchida mais uma vez antes do café da manhã.
Vinte e Dois
Cruz Kerrington
DIRIGIR QUASE SEIS HORAS para Memphis hoje não foi uma boa ideia. Vi Lila Kate esconder a careta quando montou na moto. Nós fodemos como maníacos e agora ela está dolorida. Ela alega não estar, mas vejo em seu rosto. Não deveria ter forçado as duas rodadas esta manhã, mas ela é tão gostosa. É uma necessidade por estar dentro dela novamente e fodê-la, não gosto de querer alguém tão forte. A experiência do passado me prova que uma boa transa tira a menina do meu sistema e sigo em frente. Mas com Lila Kate ainda tem que acontecer. Com as pernas dobradas atrás das minhas e seu corpo contra minhas costas já estou pensando em transar novamente. Jesus, ela é como crack para um viciado.
Vou em direção a Birmingham, Alabama. Podemos parar no meio e descansar. Encontrar algo para ver ou fazer, e depois pilotar o resto do caminho. É apenas uma hora mais perto de Memphis; ela pode visitar sua amiga, e ela ajudará a controlar minha necessidade de ter meu pau nela durante nossa parada. Preciso encontrar algum controle.
Depois de oitenta minutos na estrada, ela começa a se contorcer e acho uma saída que tem opções de restaurante e algumas compras. Passaremos um tempo aqui, então partiremos quando ela estiver pronta. Paro em um restaurante e estendo a mão para ajudá-la a descer. Ela estremece novamente.
“Acho melhor parar por hoje,” digo, me sentindo culpado por seu desconforto.
Ela franze a testa. “Por quê?”
Aprecio que ela tente ser forte, mas sei que está dolorida e não vou fazê-la sofrer mais. Pela primeira vez desejo não ter uma moto maldita. “Você está dolorida,” aponto o óbvio. “Vamos comer e andar um pouco. Fazer compras. Veja como você se sente mais tarde.”
“Vou ficar bem,” ela argumenta.
Ignoro isso. “Com fome?”
“Sim e este lugar cheira muito bem.”
Entramos e forço-me a não colocar as mãos sobre ela. Tocá-la o tempo todo não é bom. Isto é temporário. Não há necessidade de agir como se fosse mais do que isso. Nós dois estamos apreciando a viagem.
Seu telefone começa a tocar pouco depois de passarmos na porta e ela o tira do bolso. Quando levanta os olhos para mim, eles estão se desculpando quando ela coloca o telefone no ouvido. “Ei mãe.”
Disse para ligar para seus pais mais de uma vez. Ela não me escutou.
Sua mãe está falando e o rosto de Lila Kate empalidece antes dela sussurrar. “Ah não. Quando?”
Agora estou preocupado. Ela começa a morder o lábio. “Sim, ele está.”
“Não tenho certeza,” ela olha para mim. “Onde estamos?”
“Cerca de uma hora ao sul de Montgomery, Alabama,” digo.
Ela repete para a mãe. “Não... de moto,” Posso vê-la se encolher quando fala.
“Sim. Vamos dirigir até lá agora,” diz ela. “Vejo você mais tarde. E mãe, eu sinto muito.”
“Também te amo.”
Quando ela termina a chamada, lágrimas enchiam seus olhos. “Minha avó faleceu no meio da noite. Mamãe vai enviar o jato do meu avô para me pegar em Montgomery. Eles já estão na Califórnia. Meu avô chamou mamãe às três esta manhã para contar. Ela e meu pai pegaram um avião pouco depois.”
Esta é a última coisa que esperava que ela dissesse. “Deus, Lila, sinto muito.”
Ela assente com a cabeça. “Eu também. Por causa do meu avô. Ela nunca esteve lá sabe. Sua mente se foi há tantos anos. É um milagre ela viver tanto tempo. Mas Kiro passou toda a vida ao seu lado. Eles pararam a turnê, porque ele odiava estar longe. Toda sua história é apenas devastadora. Minha mãe nunca chegou a conhecê-la. Seu cérebro foi danificado quando ela era um bebê .”
Sei sua história. Foi manchete quando souberam que a mulher de Kiro Manning, Emily na verdade ainda estava viva. O mundo pensou que ela tinha morrido naquele acidente. Mas ele a manteve longe da mídia. Eles fizeram até um filme chamado “Emily Kiro” cerca de dez anos atrás, que foi um sucesso de bilheteria. Kiro não queria que o filme fosse feito no início, mas na entrevista que deu para a revista Rolling Stones disse ter mudado de ideia. Ele queria que o mundo conhecesse sua Emily. O que ela era. Quão surpreendente ela foi. Ela mereceu.
Levo Lila de volta para a moto e a ajudo a subir. Coloco o capacete em sua cabeça e desejo ter mais que eu possa fazer. Algo mais. Algo para ajudar. Temo que ela pegue aquele jato. Nosso tempo está terminando mais cedo do que esperava.
Ela segura-me com mais força do que antes. Minha garganta está grossa. Há uma porra de emoção lá que não entendo. Que não quero. Esta é uma maneira de protegê-la, tirá-la do meu sistema e seguir em frente. Para nós dois. Mas uma noite não foi suficiente. Eu sou egoísta. Sua avó acaba de falecer. Mas que droga.
A viagem para o aeroporto de Montgomery é muito rápida. Nosso tempo juntos está terminando. Esta pequena bolha que tivemos está prestes a estourar. Voltarei para casa e enfrentarei a ira do meu pai. Fazer o que diabos devo. Ela voltará e será como antes. Não vamos continuar de onde paramos. Isso será mais do que uma aventura. Isso fez com que o caroço de merda na minha garganta signifique algo.
Ferir Lila Kate é inevitável para mim. Se fizer isso mais tarde, doerá mais. Mais cedo é melhor. Mais cedo nos ajudará a seguir em frente. Nunca serei o cara que ela precisa. Mas droga, sei que isso me machucará também.
Paramos no aeroporto antes do jato particular chegar. Quero dizer algo que torne isso mais fácil. Algo que faça com que a dor em meu peito vá embora. Algo que faça com que seu olhar triste desapareça. Mas não tenho nada.
Ela desce da moto e pego suas coisas no alforje. Então viro para ela. “Não estava esperando que nossa jornada acabasse tão cedo,” digo tentando sorrir.
“Nem eu.”
Posso ver a questão lá. A incerteza. Ela quer saber se é o fim para nós. Mas ela não pergunta. E não posso dizer as palavras. Mesmo que precise, eu não posso.
“Diga a seus pais e avô que sinto muito por sua perda.” Seus olhos perdem a luz. Ela esperava mais do que condolências genéricas. Sinto-me um idiota gigante.
“Obrigada,” ela sussurra. “Por tudo.” Então ela pega sua bolsa e sai. Assisto a sua partida. Quero correr atrás dela e dizer algo mais. Para tentar fazê-la sorrir. Mas isso só piorará seu estado. Em vez disso, espero ela entrar no prédio. Então subo na moto e volto para o sul. Volto para Rosemary Beach.
Vinte e Três
Lila Kate
EU ESTAVA ENTORPECIDA. O voo para Los Angeles e a viagem para casa de meu avô, em Beverly Hills é um borrão. Quando a limusine que me pegou no aeroporto estaciona na frente de sua mansão, percebo que não me lembro de entrar nela.
Pego a única bolsa que tenho comigo e saio quando o motorista abre a porta. Não vejo Kiro a cerca de seis meses. Ele nos visitou, mas eu não estava. Quando era criança, visitei mais vezes. Fiquei uma semana com ele no verão. Tenho boas memórias deste lugar.
Minha mãe vem para a porta da frente e sai para me cumprimentar. Subo as escadas e espero que ela não esteja muito chateada com meu passeio de moto com Cruz. Ela tem seu pai para se preocupar. Não preciso aumentar seu stress. Sei que nunca andarei na moto de Cruz novamente.
Ele acaba de me deixar ir. Sem promessas. Nada. Ele acaba de terminar. Muito rápido. Meu peito dói e me sinto culpada. Meu avô está sofrendo. Eu deveria estar mais preocupada com ele.
“Como ele está?” Pergunto ao abraça-la.
Ela me aperta. “Ele está triste. Mamãe se foi há muito tempo. A mulher que ele conheceu. Mas agora até mesmo o pouco que ele tinha dela sumiu. Vai ser duro para ele.”
“Ela estava doente?”
“Não. Seu coração parou. Com o dano que seu cérebro sofreu, o médico diz que é um milagre ela ter vivido tanto. Mas papai fez com que ela tivesse o melhor atendimento. E ele está sempre aqui. Acho que ela viveu por ele.”
Sua história é tão trágica. Quando recuo, olho para ela. “Quão chateado está papai?”
“Sobre Cruz?”
Balanço a cabeça.
“Ele não está feliz,” diz ela com um pequeno dar de ombros. “Mas você é uma mulher adulta. O que ele pode fazer? Foi sua decisão para tomar.”
Concordo, mas não acho que papai concorde.
“Ele não vai falar ainda. Por enquanto, trata-se de Kiro e Emily.”
“Quem está aqui?”
“Neste momento, apenas Dean e nós. Nan, Cope, Mase, Reese, Rush e Blaire estão a caminho.”
Mamãe olha a mochila no meu ombro. “O que aconteceu com sua bagagem?”
“Deixei tudo com Nate.”
Ela suspirou. “Para fugir na moto de Cruz Kerrington.”
“Sim.”
Ela não fala mais nada. Mesmo não sendo uma semana, tudo o que aconteceu faz parecer como se fosse muito mais tempo.
“Posso dizer uma coisa?” pergunta mamãe.
“Claro.”
Ela estende a mão e toca minha bochecha. “Você é gentil, amorosa, generosa, paciente e linda. Você merece algo especial.”
“Mãe, você tem um conto de fadas. Nem todo mundo os vive.”
Ela inclina a cabeça para o lado e sorri. “Não, Lila Kate. Nem todo mundo é paciente o suficiente para esperar por ele.”
Ela beija meu rosto, em seguida, pega meu braço e sobe as escadas, entrando na casa. Quero refletir sobre o que ela disse mais tarde. Talvez ela esteja certa. Talvez eu encontre um conto de fadas. Só que o espero da pessoa errada.
A casa cheira a charutos. Foi assim toda minha vida. Ouvi Rush uma vez dizer que é melhor do que o cheiro de maconha que tinha em sua juventude. Caminhamos através da grande entrada pelo corredor esquerdo, onde Kiro tem a sala de jogos. Grandes sofás de couro preto, enormes telas planas em três lados, uma mesa de bilhar e um grande bar estão lá. Sentado no canto do sofá está meu avô, Kiro Manning. Ele está mais velho agora, mas ainda é uma lenda. Seu nome é bem conhecido. Ele tem um charuto numa mão e uma garrafa de uísque na outra. O corpo esguio é alto e coberto de tatuagens. Mesmo aposentado e sendo avô ele ainda se assemelha a uma estrela do rock.
Ele levanta os olhos avermelhados assim que entramos e sorri ao me ver. Ele chorou em algum momento. “Minha Lila Kate,” diz ele com a voz rouca de anos de drogas, cigarro e álcool.
“Hey,” digo ao caminhar até ele. Não é segredo que ficou furioso quando meu pai engravidou minha mãe. Minha mãe não é sua única filha, mas é a favorita. Porque foi a criança que Emily lhe deu. Meu nascimento poderia ter matado minha mãe. Isso o aterrorizou. Mas minha mãe sempre diz que passou a minha vida me esperando. Sei que ele me amava mais do que seus outros netos. Ele é muito franco sobre o assunto. Mas também sei que só sou parte de Emily.
Ele abre os braços também cheirando o álcool e charuto. Abaixo-me e abraço-o com força. “Eu te amo,” sussurro.
“Não tanto quanto eu te amo, menina bonita,” essa sempre foi sua resposta. “Ouvi dizer que esteve de moto com um Kerrington. Acho que tem um pouco do sangue selvagem do vovô depois de tudo.”
Fico tensa esperando que meu pai não tenha ouvido. “Hum, eu acho,” digo o mais baixo que posso.
Isso o fez rir. Estou feliz por ele poder rir, mas não é algo para rir. “Vamos dar a seu papai um pouco de dificuldade. Ele precisa.”
De todas as coisas para ele querer falar essa não é uma delas.
“Papai está tudo bem. Ela só está nervosa em falar com Grant sobre tudo isso,” Mamãe interrompeu.
Fecho os olhos e faço uma careta. Quando levanto Kiro pisca para mim. “Você é uma menina crescida. Tudo bem.”
Viro a cabeça lentamente para olhar meu pai que está em pé no bar com os braços cruzados sobre o peito e uma carranca no rosto. “Ela é melhor do que Cruz Kerrington,” diz meu pai.
“E minha Harlow é melhor do que Grant Carter. Minha menina doce foi varrida de seus pés por alguém que tinha a reputação como um jogador. Parece que acabou tudo bem,” Kiro diz antes de tragar seu charuto.
Papai só resmunga.
Tento pensar em algo para mudar de assunto quando passos soam no corredor. Então ouço vozes. Os outros dois filhos de Kiro chegam com seus cônjuges. Tenho certeza que ouvi a voz do meu tio Mase em algum lugar. E quando ele está discutindo com minha tia Nan parece uma reunião de família.
“Não ficarei no quarto azul, Mase. Enfie-o na sua bunda. Quero o outro perto do elevador. Sempre fico nele. Não discuta comigo,” Tia Nan diz em seu tom irritado agudo.
“Dê-me outra porra de garrafa. Vou precisar dela,” Kiro resmunga.
Ele e minha tia Nan não tem o melhor relacionamento, mas minha mãe disse que está melhor em comparação com o passado.
Quando os quatro entram na sala. Kiro ergue a garrafa. “Estou de luto porra. Não comece essa merda aqui.”
Nan parece envergonhada e Mase assente. “Desculpa. Estou apenas começando a te tirar do tédio.”
Kiro dá de ombros. “Entendido.”
“Sinto muito, Kiro,” Reese, a mulher do meu tio Mase diz quando se afasta dos outros. “Vá em frente, chore e vou manter estes dois na linha.”
“Ainda não descobri como diabos conseguiu essa menina,” Kiro diz apontando com a garrafa na direção de Reese enquanto olha Mase.
“Nem eu,” responde Mase, em seguida, joga-se no sofá em frente à Kiro. “Passe o uísque.”
Vinte e Quatro
Cruz Kerrington
O CHEIRO de flores. Odeio o cheiro tanto quanto odeio funerais. Elas me deprimem. Não deveria estar aqui. Não conheci Emily Manning. Claro, conheço Lila Kate, mas ela não esperava que viesse ao funeral de sua avó. Inferno, eu não iria se pudesse fugir. Uma vez que alguém estava morto, acabou. Porque ter um grande e deprimente funeral?
Quero que minhas cinzas sejam atiradas no Golfo. Sem músicas, flores e sem lágrimas de merda. Afrouxo a gola da camisa e suspiro. Meu pai foi inflexível sobre eu ir. Todos estão. Toda a família maldita está aqui. Como cada família em Rosemary Beach que somos próximos.
“Vamos por Grant, Harlow e Lila Kate!” Meu pai disse quando reclamei sobre não ver razão para ir a este funeral.
A verdade é que tentei tirar Lila da cabeça durante os últimos três dias e não funcionou. Tudo o que posso ver é Lila. Quando tive outra menina contra a parede do meu apartamento na noite passada, tive o rosto de Lila Kate na cabeça. Não quero vê-la tão cedo. Ainda estou tentando tira-la do meu sistema. Até digo a meu pai que eles podem fazer meu funeral uma vez que Grant Carter pôr as mãos em mim. Papai me disse que pedi por isso.
“Ali está Nate,” minha mãe sussurra. “Vá se desculpar.”
“Por quê?” Pergunto confuso. Não fiz nada para Nate.
Ela agarra meu braço como se eu ainda tivesse oito anos. “Por levar Lila Kate sem uma palavra. Isso é o que fez.”
Não vou me desculpar com ele por isso. “Não.”
Suas unhas afundam em minha pele. “Agora.”
Não vou me desculpar, mas vou até lá dizer algo a ele para fazê-la pensar que obedeci antes que ela me agarre pela orelha e me leve até ele.
“Tudo bem,” murmuro e sua mão me solta, logo que vou em sua direção.
Desculpar-me com Nate. Sério? Será que eles sequer conhecem Nate Finlay? Como se isso não fosse algo que ele faria. Jesus. Todos estão sendo dramáticos como o inferno. Não a sequestrei. Ela foi de bom grado.
Nate também usa um terno e Bliss está ao seu lado parecendo deslumbrante num vestido preto com os cabelos presos para cima dos ombros. “Hey,” digo quando eles se viram ao me ver chegando.
Nate inclina o queixo.
“Você viu Lila Kate?” pergunto.
“Sim. Por quê? Tem a moto com você?” Nate sorri quando fala.
“Não, espertinho. Eu só não a vi.”
“Ela foi pegar uma bebida. Já conversou com todos e sua boca ficou seca.”
Balanço a cabeça. Bom. Tenho tempo para ficar fora de vista antes dela voltar. “Estão aqui há muito tempo?”
“Chegamos ontem à noite. Ficamos no Dean. Dirigimos para cá de manhã,” Nate responde. Dean é seu avô. O melhor amigo de Kiro Manning.
“Vou sair assim que isso acabar,” digo. “É bom ver você de novo, Bliss. Acho que estive aqui tempo suficiente para que minha mãe pense que me desculpei o suficiente. Vou deixá-los.”
Nate sorri. “Pedir desculpas, né? Acho que eu gostaria disso.”
Bliss ri. “Nate pare. É bom vê-lo novamente, Cruz.” Ela começa a dizer mais, em seguida, faz uma pausa e sorri para algo sobre meu ombro. “Lá estão eles,” acrescenta.
Olho para trás sem pensar e meus olhos param em Lila Kate. Ela está impressionante. Os cabelos escuros enrolados frouxamente e tocando os ombros. O vestido azul da meia-noite que usa abraça suas curvas docemente. É difícil afastar o olhar.
“Devo buscá-lo? Ou acha que ela quer que ele fique?” Pergunta Bliss.
Buscar quem?
“Deixe. Ela parece querê-lo lá,” Nate responde.
Afasto meu olhar de Lila Kate para ver um cara alto e loiro com a mão possessivamente em suas costas. Sua expressão é séria ao ouvir algo que ela diz. Quem diabos é esse?
“Quem está com ela?” pergunto uma vez que eles obviamente sabem.
“É Eli, meu melhor amigo,” diz Bliss, com um sorriso satisfeito.
“Como ela o conhece?” Lila Kate não é de se relacionar com alguém rapidamente.
“Eles passaram algum tempo juntos antes que você aparecesse de moto e a levasse,” Nate responde. Ele está se divertindo. Ele sabe por que estou perguntando e está se divertindo para caralho.
“Ela quis ir comigo,” digo a ele virando para encarar sua expressão presunçosa.
Ele assente. “Sim, ela quis. Mas agora...” ele inclina o queixo na direção de Lila Kate. “Ela quer Eli. Lição aprendida rápido eu diria.”
“Que porra isso significa?” Rosno dando um passo em direção a ele.
Nate não recua. Mas, então, eu não espero que o faça. Ele dá um passo em minha direção. Sua expressão fica fria. Fechada. “Isso significa que Eli é um bom rapaz. O tipo que permanece. Isso é o que significa.” a voz de Nate é baixa quando fala.
“Ela mal o conhece,” argumento.
“Mas ela te conhece o suficiente agora,” ele responde.
Estamos num funeral. Isso deveria me parar e me fazer ir embora. Mas não vou. Porque Nate está certo. Ela me conhece. Podia pegar minha moto e sair. Isso é o que um bom rapaz faria. Mas eu a levei e depois abandonei. Quando penso sobre isso tenho que admitir que possa ter sido a coisa mais fria que já fiz. E fiz essa merda muito cruel. Volto o olhar para Lila Kate e Eli. Ele está sussurrando algo e ela sorri. O sorriso não é o radiante que conheço.
É triste. Seus olhos não brilham e iluminam a sala como sei que podem. Ela perdeu alguém e Eli está lá com ela. Esse é o tipo de cara que ela precisa. Deixei-a porque ela precisa seguir em frente sem mim. Só não esperava que essa porra acontecesse tão rápido.
“Ela merece muito mais. Você sabe. Deixe que ela tenha.” A voz de Nate me incomoda, simplesmente porque ele está certo. Não falo nada. Apenas vou embora. Volto para minha família. Gostaria de me afastar deste maldito funeral e sair em silêncio. Esquecer o que aconteceu com Lila e eu. Eventualmente.
No caminho para ir embora sinto seus olhos me seguirem. A melhor coisa a fazer seria ignorá-la, mas não posso. Encontro seu olhar. Ela não sorri. Apenas me olha com olhos tão cheios de decepção que queima meu estômago. Ela me arruinou. Assim como estive com medo que ela faria.
Vinte e Cinco
Lila Kate
ELI SEGURA MINHA MÃO enquanto observo o mausoléu privado que abriga todos os membros do Slacker Demons e sua família. Minha avó é a primeira a ser enterrada nele. Kiro comprou porque disse que não queria ser enterrado no chão e não queria que sua Emily fosse também. Então decidiu que a melhor maneira de descansar em paz eterna era um mausoléu com aqueles que mais amava.
“Nunca vi ninguém ser colocado para descansar num destes. Exceto enterros,” Eli diz baixinho ao meu lado.
“Nem eu. Parece mais fácil do que vê-los afundar no chão, não é?”
Ele assente. “Sim, acho que é.”
Concentro-me em meu avô e seus olhos injetados de sangue fitando a frente, onde Emily foi posta. Ele está bebendo uma garrafa de uísque. Estou preocupada que ele entre em coma alcoólico, mas minha mãe disse que ele tem anos de tolerância com estas coisas. Ele ficará bem. Seu terno cobre as tatuagens, mas ainda parece um roqueiro. É sua postura, rosto, a maneira como os cabelos ainda estão longos demais para um homem mais velho. Ele sempre será Kiro Manning. Mesmo aos setenta anos de idade.
“Obrigado por ficar comigo hoje,” digo a Eli. Eu precisava de alguém. Apoio, suporte. Todo mundo esteve aqui. Todos sabem que saí na moto de Cruz Kerrington e todos o viram completamente ignorar-me. Mas a dor do meu avô é mais importante do que meu desprezo evidente por Cruz. Consegui o que queria ao brincar com fogo.
“Estou feliz por ter vindo. Quase não o fiz. Nate pensou que eu deveria. Terei que lhe agradecer por isso.”
Nate esperava isso. Ele sabia que Cruz viria assim como eu. Estamos todos juntos. Preciso agradecer a Nate por trazer Eli. Não que eu vá usá-lo como rebote. Mas ele se tornou um bom amigo. Depois de hoje, espero continuar em contato. Gosto de sua companhia. Ele é forte. Confiável. O tipo de homem que sei que meus pais esperam que eu encontre um dia.
Quando meu coração finalmente se curar e seguir em frente, espero encontrar um conto de fadas com um cara como Eli. Sei que não será Eli porque seu coração já não está disponível. Simpatizo com ele. Amar alguém que nunca terá é doloroso.
Pelo menos ele não sofreu uma humilhação por causa disso. Ele mantém seus sentimentos em segredo. Nunca cometeu o erro de jogar a precaução ao vento e se aventurar.
“Vamos,” digo quando os outros começam a sair. Sei que meu avô ficará aqui por um tempo e quero que tenha seu tempo sozinho com ela.
Eli continua segurando minha mão quando nos afastamos. Sei que os Kerrington estão a minha esquerda. Posso ver Woods e Della pelo canto do olho. Mas não os cumprimento. Simplesmente não posso. Ando com a cabeça baixa. Eli leva-me para a limusine que está à espera da família.
“Onde vai?” Pergunto.
Ele aponta para a limusine atrás da minha. “Para o Dean com Nate e Bliss.”
Estar com Nate e Bliss não é fácil para ele. Sei disso sem perguntar. “Vem comigo,” digo.
Ele sorri como se entendesse por que e pudesse ler meus pensamentos. “Obrigado.”
Vou para o último assento. “Você me salvou hoje. Deveria te agradecer.”
Eli vem atrás de mim e senta com a coxa pressionando a minha. O calor de seu corpo e o cheiro de sua colônia me traz alivio. Que não estou sozinha. Lembro-me da nossa noite juntos. Sei agora a diferença entre um bom sexo bêbado sem amarras e sexo com o homem que seu coração deseja. São dois campos diferentes.
“Você está linda hoje. Ele é um idiota e pela maneira que observou cada movimento seu ele sabe disso.”
Levanto a cabeça e olho Eli. “O que?”
Ele me dá um meio sorriso. “Cruz Kerrington. Ele não tirou os olhos de você. Não o conheço nem fomos apresentados, mas tenho experiência com seu tipo. Posso identificá-los. Ele também é completamente óbvio. Ninguém lá olhou para mim como se quisesse rasgar meus membros do corpo.”
Isso não faz sentido. Balanço a cabeça. “Você entendeu mal. Ele foi forçado a vir. Conheço seus pais. Ele agiu assim porque está com raiva que o funeral diminui seu tempo de diversão.” O desgosto é óbvio em minha voz. Assim como a dor.
“Posso não ser um idiota. Mas sou um homem. Sei o que pensamos. Posso ler um. E esse cara não ficou feliz por você estar comigo. Ele também queria ficar a sós e ter as mãos em você. Honestamente, Lila, você é linda. Hoje esteve deslumbrante. Eu tive dificuldade em afastar os olhos de você.”
Era bom. Não, parecia mais do que bom ouvir um homem de boa aparência dizer isso para mim. Não me sinto bonita ou deslumbrante. “Obrigada,” digo sem ter outra forma de responder. Então digo o que estou pensando. “Eu queria... Gostaria de ter te conhecido em outro momento. Um em que nossos corações não estivessem tão confusos. Talvez tivéssemos uma chance.”
Sua mão desliza na minha e ele a aperta. “Quando saiu eu percebi uma coisa. Meu coração não está onde pensei. Bliss tornou-se um hábito. Tudo o que conheço. Ninguém teve impacto suficiente em mim para movê-la do meu coração. Mas você... você me fez esquecer. Mostrou que há mais. Que posso sentir algo por alguém,” ele faz uma pausa, em seguida, seus dedos entrelaçam os meus. “Meu coração está pronto, Lila. Só serei paciente até o seu estar.”
Uau... isto não é algo que esperava ouvir. “Na nossa última noite juntos estava chateado com ser o melhor homem,” lembro.
Ele dá de ombros. “Um hábito. Um hábito que me despertou e mostrou como meu coração mudou. Percebi que segui em frente quando descobri que tinha ido. Que... me despertou mais do que a merda do casamento fodido. Estive pensando nisso e completamente focado em você. Nem sequer sinto uma pontada quando os vejo se beijando. Você me curou. Gostaria de poder fazer o mesmo.”
Aqui está um homem maravilhoso me dizendo que quer mais. Ele está pronto para seguir em frente comigo. Ele quer estar comigo. Ele está disponível. E tão bonito como tudo soou, mas meu coração ainda dói por Cruz. Sou ou a mulher mais estúpida do planeta ou a mais azarada. Possivelmente ambos.
“Preciso de tempo,” digo a ele porque quero um conto de fadas. Acredito que Eli é esse tipo de cara. Ele é seguro, sólido, bonito. Todas as coisas que meu pai é, que Rush Finlay é e que meus tios Mase e Cope são. Quero um homem como eles.
“Sou muito paciente,” ele responde.
Até mesmo o tom de sua voz é suave. Não faz meu coração acelerar ou desperta borboletas no estômago, mas faz-me sentir segura. Descanso a cabeça em seu ombro. Seu braço me envolve e ficamos lá em silêncio enquanto esperamos o resto da família.
Vinte e Seis
Cruz Kerrington
“VOCÊ A FODEU?” Blaze, meu irmão de dezenove anos pergunta sentando na outra extremidade do sofá que minha mãe se refere como ‘cova dos meninos.’ Fica no piso inferior da nossa casa de três andares e tem tudo que um adolescente pode precisar. Até um miniginásio com pesos. Vim aqui logo que chegamos em casa para evitar o resto da família.
“Só a ignorei,” não respondo voltando minha atenção para o jogo de beisebol que estou assistindo.
Blaze ri. “Isso quer dizer sim. Porra! Ela é tão gostosa.”
Fúria me toma. “Se quer viver é melhor calar a boca,” aviso. Não quero que ninguém saiba o que fizemos, mas também não quero que meu irmão pense em Lila Kate e sexo na mesma frase.
“Qual é o seu negócio? Jesus, relaxe. Lila Kate é sexy. Eu daria minha bola esquerda para transar com ela.”
Movo-me. Rápido. Sem pensar. Prendo Blaze no sofá com a mão em torno de sua garganta. Ele é um centímetro, talvez dois mais alto que eu, mas é mais esguio. Seus músculos são pequenos. Sou mais pesado que ele. Também sou dois anos mais velho. “Cale sua boca porra. Você me entendeu merdinha estúpido?”
Ele assente incapaz de respirar, então solto meu aperto em seu pescoço. Em seguida, o olho uma última vez antes de voltar para meu lugar. “Vá embora,” digo ao sentar novamente.
Posso vê-lo esfregando o pescoço. Droga de drama. Ele finalmente levanta e estou tão aliviado que quase suspiro. Só quero ficar sozinho.
“Se você a ama, então não está fazendo um bom trabalho em demonstrar. Isso é tudo que estou dizendo.” Após as palavras saírem de sua boca, ele se vira e corre em direção as escadas.
“Eu não a amo,” disse a ninguém. Mas preciso dizer. Colocar para fora. “Eu não amo ninguém. Amor não é para mim.” Continuo falando para a sala vazia.
A imagem de Lila Kate em pé no funeral. Sua pele macia bronzeada tão perfeita e nua no vestido que ela usava fez meus dedos coçarem para tocá-la. Sentir a textura sedosa. Se Eli fodido Hardy a abraçasse, não seria responsável por minhas ações. Mas ele não fez. Ele é o cara bom. Ele não tocou em seu corpo. Só segurou sua mão.
Ela parecia precisar do apoio. Lutei contra o ciúme me comendo por ser a pessoa ao seu lado. Foi minha escolha foi não ser. Sofri por seu bem estar.
Passos na escada desta vez me alerta que estou prestes a ser interrompido novamente por um membro da família. Jogo a cabeça para trás e fecho os olhos ao suspirar com irritação. “Você não pode apenas me deixar em paz?” Rosno frustrado quando o próximo membro intrometido da minha família entra.
“É apenas um minuto. Preciso dizer uma coisa. Então não vou incomodá-lo novamente,” a voz de Lila Kate faz minha cabeça levantar. Que porra ela faz aqui?
Ela usa um vestido branco que mostra muita pele. Estou hipnotizado. A visão dela. Toda sua suavidade perfeita. Aqui na minha casa. Por quê?
“Blaze disse que estava aqui e que poderia vê-lo por um momento. Ele saiu com seus pais para o almoço no clube. Não queria incomodá-lo,” ela para e olha o jogo na televisão. “Vejo que você está ocupado assistindo algo. Serei rápida.”
Ela se aproxima parando a alguns passos de distância. “Eu não cometi um erro. Sabia o que estava fazendo. Eu esperava isso de você. Não esperava mais nada. Eu escolhi ir com você, dormir com você, permiti-me gostar de estar ao seu lado. Isso foi tudo para mim. Vou lidar com as memórias. O desgosto. Tudo isso porque pedi por ele. No início, pensei ser estúpida. Amaldiçoei minhas más decisões. Mas... estou grata por ter feito. Eu deixei você me machucar. Mas nós tivemos um momento. Agora sei como é. Como você... me faz sentir. Eu não me arrependo. Não me arrependo de você. Vou seguir em frente. Ir por outro caminho. Nunca o incomodarei novamente. A vida vai voltar ao que era antes.” Ela para e sorri. É um doce e triste sorriso. Ele deixa meus malditos joelhos fracos mesmo estando sentado.
“Faz menos de quarenta e oito horas, mas foi divertido. Emocionante. E sempre me alegrarei por ter feito. Obrigado, Cruz Kerrington,” diz ela quando fecha a distância entre nós e se inclina para dar um beijo em meus lábios. “Adeus,” ela sussurra contra eles. Então levanta e caminha em direção à escada.
Meus lábios ainda estão formigando de excitação por seu toque. Meu corpo anseia o cheiro de seu corpo. Deixá-la ir parece impossível. Estou fora do sofá e atrás dela tão rápido que não tenho tempo para pensar. Minhas mãos agarram sua cintura, e aperto-a contra a parede. Há um milhão de coisas que quero dizer. Mas não falo nenhuma.
Beija-la é a coisa certa. Sem a porra de um beijo doce. Eu reivindico sua boca. Provo sua doçura. Fico bêbado no néctar que é Lila Kate. Desejo isso desde que a deixei. Sonho com isso. Tentei tirá-la do meu sistema com outra mulher. Nada funcionou. Esta é a única maneira de curar meu desejo.
Suas mãos envolvem meus cabelos e minhas mãos sobem para sentir o peso de seus seios. Coloco a mão sobre seu coração e os batimentos fazem o meu disparar. Fiz isso com ela. Ela quer tanto quando eu. Somos a porra de explosivos. Nunca houve outra mulher que me fizesse reagir desta maneira. Por que não posso apenas fazê-lo durar mais tempo? Apreciar até que termine.
Quando suas mãos tocam meu peito e me empurram firmemente, estou atordoado.
“Isso é suficiente,” ela ofega e desliza para longe do meu corpo para libertar-se de onde a prendi.
“Nós estamos apenas começando,” respondo minha própria voz rouca por falta de oxigênio.
Ela balança a cabeça. “Não, Cruz. Meu beijo foi um adeus. Aquele beijo foi um encerramento.” Enquanto estou tentando entender o que falou ela vai embora. Deixa-me lá. Bem desse jeito. Sem lágrimas. Nada.
Eu me sentiria melhor se ela tivesse chorado? Não quero machucá-la. Quero me trancar num quarto com ela e nunca sair. Mas não quero machucá-la.
Ela me mostrou suas emoções antes. Na Bourbon Street eu vi. Tudo. Sei que seu coração é suave. Que as lágrimas caem facilmente. Então, isso significa que a mulher que acabou de sair daqui é algo... que eu provoquei. Ela não foi fria. Ela terminou. Mostrei o quanto posso machucá-la e ela viu que eu não valho a pena. Ela sabe que merece mais.
Seu cheiro se agarra a minha pele. Meu corpo dói com a perda dela em meus braços. Mas mais do que isso minha alma sabe que apenas afastei a única coisa que me despertou. Perdi a mulher que me mostrou como o fogo é.
Afundo na cadeira atrás de mim. Seguro a cabeça com as mãos. Está feito. Nós tivemos nosso pequeno momento. Queria dizer que mostrei como sou ruim para ela. Como posso arruiná-la. Que preservei a ambos. Mas no final, sou o único completamente arruinado.
Vinte e Sete
Lila Kate
O ESPAÇO ERA PERFEITO. Ele iria crescer comigo. Com minhas aulas de dança. Eu podia ver um futuro aqui. Eu tinha o dinheiro para começar. Eu compraria este lugar, todo o equipamento e começaria a anunciar. Claro, eu queria encontrar uma aventura duas semanas atrás, mas agora uma aventura sempre me lembra Cruz. Ele tinha sido a minha verdadeira aventura.
Eu quase tinha deixado a sua presença nesta cidade fazer-me correr. Quando admiti para mim mesma que eu estava olhando para estúdios de dança fora de Rosemary Beach, porque eu estava tentando evitar Cruz, tinha começado a minha pesquisa aqui. Só fazia sentido começar o meu primeiro estúdio em uma cidade onde eu conhecia todo mundo e avançar mais tarde para expandi-lo. Eu não tinha planos de ficar aqui para sempre. Mas, por agora, fazia sentido. Minha necessidade de aventura tinha sido sugada de mim. Tinha sido fugaz. Eu tive aventuras demais no período de uma semana que durariam alguns anos.
A porta se abriu atrás de mim, e Ophelia Finlay ficou ali parecendo tão glamorosa como sempre.
“Eu te liguei três vezes.” Ela me disse como se eu não tivesse visto as chamadas não atendidas no meu telefone.
“Eu estive ocupada.” Respondi.
Ela suspirou alto. “Você não vai mesmo considerar? Eu seria uma incrível companheira de quarto.”
Ophelia tinha ouvido falar, por sua mãe, que eu estava comprando um condomínio e começando meu próprio estúdio de dança. Palavras viajam rápido quando suas mães são melhores amigas. Ela estava tirando um ‘tempo’ da faculdade este ano, porque precisava de uma nova direção ou algo dessa natureza. Isso era muito Ophelia.
“Eu não estava considerando. Não duvido que você seja uma boa companheira de quarto. Eu só precisava ter certeza de que era isso que eu ia fazer,” Eu virei em um círculo olhando para o prédio. “Mas é isso mesmo. Este é o lugar.”
Ophelia assentiu. “Este será um bom estúdio. Excelente localização.”
Eu apontei para cima. “Meu apartamento será lá em cima. Estou comprando o prédio. Eu preciso poupar dinheiro, e ficar onde eu trabalho faz sentido.”
Ela fez uma careta. “Você vai morar aqui?”
Eu balancei a cabeça. “Sim.”
“Como se parece lá em cima?”
Dei de ombros. “É um grande loft, vigas expostas, muito abertas. Não é realmente o seu tipo de lugar.” Foi por isso que eu não tinha respondido suas ligações.
“Que horas serão as suas primeiras aulas?” Ela perguntou, ainda não parecendo satisfeita.
“Às oito da manhã.” Eu respondi.
Sua determinação para ser a minha nova companheira de quarto parecia que estava desaparecendo rapidamente. “Oh.”
Isso foi o que eu pensei. Este seria o meu mundo. Meu trabalho e meu loft. Eu não imaginava que iria atrair alguém.
“Posso vê-lo?” Perguntou ela, esperançosa.
“Certo, vamos.” Eu respondi. “Por este caminho.”
Eu abri o caminho para a porta de trás, que foi pintada de azul. Eu mudaria isso. Ela abria-se para as escadas que iam para o sótão. Havia exatamente vinte e cinco degraus. Quando chegamos ao topo, não havia porta. Gostaria de trabalhar com isso, também.
A área de quatro mil metros quadrados era quase completamente aberta. A única privacidade era um banheiro à esquerda e a escada em espiral que levava a mais uma área do loft que seria o meu quarto. A cozinha estava completa e era toda em aço inoxidável. Mesmo as bancadas eram inoxidáveis. Era tudo muito industrial.
“Existe um segundo quarto?” Perguntou ela observando a área.
“Não. O proprietário original era um homem. Mas se você está realmente interessada, há espaço suficiente. Nós podemos construir paredes nesse canto próximo ao banheiro, e você teria um quarto de tamanho suficiente. Mas teríamos que dividir o banheiro.”
Ela caminhou enquanto estudava toda a área de Rosemary. Era pequena e uma rua pitoresca com lojas. O exterior de todas as lojas era muito ‘costa do sul’, e me senti confortável com isso. Muito diferente da área onde tínhamos vivido quando crianças. Finalmente, ela se virou para mim e sorriu. “Vamos fazer isso.”
Se tivesse sido Phoenix Finlay, eu não teria dito absolutamente nada. Mas eu poderia viver com Ophelia. Além disso, o rendimento do aluguel pagaria os serviços públicos neste local. Fazia sentido ter este acordo.
“Eu vou falar com o papai para ele arrumar alguns trabalhadores aqui para construir um quarto assim que eu assinar a papelada deste lugar.”
Ela estava sorrindo brilhantemente. “Quanto tempo você acha que vai precisar?”
“Até o final dessa semana.”
Ela bateu palmas com entusiasmo. “Isto será muito divertido!”
Eu esperava que sim. “Você quer um emprego? Porque eu vou precisar de ajuda no escritório uma vez que abrir o estúdio.”
“Certo! Por que diabos não? Podemos apenas retirar o aluguel do meu salário?”
“Isso seria bom para mim.”
Conversamos um pouco mais antes de Ophelia sair para contar para a sua mãe sobre seus planos. Entrei e puxei-me para cima, para me sentar no bar da cozinha. Eu poderia fazer uma vida aqui. Não era na parte rica de Rosemary Beach, onde as grandes casas eram e o clube estava localizado. Ficava logo ao lado dele, mas parecia separado. Eu não estava deixando a cidade, mas eu estava começando uma nova vida nesta cidade.
Meu telefone tocou e ecoou no grande espaço vazio. Olhei para ele, era Eli. Sorrindo, eu respondi. “Olá.”
“Como parece o lugar?” Ele perguntou. Eu tinha lhe dito, por uma mensagem de texto que eu lhe enviei ontem à noite, que viria verificá-lo hoje.
“Perfeito. Eu acho que vai ser perfeito.”
“Droga. Eu estava esperando que você achasse que é ruim e viesse para Sea Breeze comprar algo por aqui.” Ele estava brincando, mas eu sabia que ele também ficaria contente se isso acontecesse.
“Você sempre pode vir a Rosemary Beach.” Eu respondi.
Ele ficou quieto por um momento. “Não me tente.”
Eu me perguntei se ele iria realmente fazer isso. Talvez um novo começo fosse o que ele precisava. “Eu não iria reclamar se você viesse.” Eu adicionei.
Ele riu e acrescentou, “É difícil dizer não para você também. Mas eu tenho um emprego, e não posso apenas largar tudo e fugir.”
Ele tinha um ponto. “Eu sei. Queria esclarecer que se você precisar de uma aventura eu ficaria feliz em ser o seu início.” Eu estava brincando, mas ele ficou quieto.
Mordi meu lábio nervosamente. Talvez eu não devesse ter dito isso. Nós não falamos muito sobre aquela noite. Eu não tinha certeza se ele se lembrava de me perguntar se ele foi o início da minha aventura. Esperei por ele dizer algo e me preocupei todo o tempo em que ele ficou em silêncio.
“Eu poderia considerar se pudéssemos ter outro sexo na praia. Eu penso muito sobre isso. Desejo a Deus que eu não tivesse estado tão malditamente bêbado.”
Após Cruz, eu não estava pronta para fazer sexo com ninguém. Eu queria estar um dia. Mas, por agora, eu simplesmente não podia. Em uma semana, eu tinha feito sexo com dois homens diferentes. Isso tinha sido um inferno de uma aventura.
“Um dia, se for à hora certa.” Eu disse suavemente enquanto imagens de Cruz e as coisas que tínhamos feito apareciam na minha cabeça. Meu coração doía junto com elas.
“Eu não quero ser apenas o começo de sua aventura Lila, eu quero ser o fim.”
Vinte e Oito
Cruz Kerrington
MINHA CABEÇA ESTAVA FODIDA. Eu estava no trabalho fazendo o que meu pai me pediu para fazer. Não porque ele pediu, mas porque eu estava tão fodido da cabeça que eu precisava de algo para me distrair. E as bucetas de outras mulheres não estavam funcionando.
“Cruz, você parece tanto com o seu pai em sua idade, que eu tive um flashback. Eu era uma garçonete novamente e lá estava o chefe. Você está bem aqui no Club Kerrington de polo. Eu sei que Woods está orgulhoso de tê-lo aqui com ele.” Blaire Finlay disse quando entrou na sala de jantar com minha mãe e Harlow Carter, a mãe de Lila.
“Ele é gêmeo de seu pai. Em tudo, incluindo a atitude.” Disse minha mãe com um sorriso.
“Não vou dizer a ele que você disse isso.” Eu disse, sabendo que ele não gostaria de ouvir que eu agia como ele.
Blaire riu, e as três passaram por mim. Minha mãe fez uma pausa para apertar meu braço gentilmente. Harlow estava quieta. Ela não falava alto como as outras ou chamava a atenção para si mesma. Ela era quieta, bonita, não parecia em nada que tinha a sua idade, e tudo que eu podia ver era Lila Kate vinte anos mais velha. O homem que a segurar será um sortudo filho da puta.
Irritado com minha linha de pensamento, eu andei pelo corredor em direção ao escritório do meu pai, para onde eu estava indo quando as três tinham chegado. Eu adorava vir a este escritório. Isso significava que veria meu pai. Ele me colocava em sua mesa e me deixava brincar com um brinquedo pequeno de golfe que estava sobre ela. Eu assistia a tela plana na parede e o observava enquanto ele trabalhava. Eu queria ser como ele.
Caramba, como os tempos haviam mudado.
A porta do escritório do meu pai abriu e ele saiu antes de eu chegar a ele. Seu olhar imediatamente parou em mim. “Bem, você chegou na hora. Eu terei um almoço com o Capitão, se lembra do irmão de Blaire Finlay? Sua filha Emmeline está com ele. Ela está sendo preparada para assumir a franquia de restaurante aqui em Rosemary Beach. Eu acho que ter você lá vai fazê-la se sentir mais confortável já que você está mais próximo da idade dela.”
Encontro de almoço. Fan-porra-tastico. “Eu conheço Emmeline, e a chamamos de Emmy. Ou pelo menos era assim há dois anos, quando eu falei com ela em um evento realizado aqui por uma coisa ou outra.”
Papai concordou. “Bom. Franny, a filha mais velha do Capitão supervisiona as franquias no Alabama e Tennessee. Emmeline está sendo treinada para assumir as franquias da Flórida e Geórgia. Ela não estará pronta até se formar na faculdade, mas o Capitão começa a prepará-las desde jovens. Como eu deveria ter feito com você. Empresário inteligente.” Meu pai disse enquanto andava e esperava que eu o acompanhasse.
“Vamos comer aqui?” Perguntei esperando a resposta negativa. Eu não estava no humor para lidar com a multidão lá dentro.
“Não. Vamos para o lugar do Capitão.”
“Por que exatamente estamos nos reunindo com ele?”
“Porque nós precisamos de outro restaurante no clube. O grill junto à piscina e o salão de jantar principal não são suficientes. Não mais. É hora de nós expandirmos.”
“Então você irá colocar um dos restaurantes do Capitão no clube?”
“Possivelmente. Parece ser uma boa ideia. Vamos ver o que se desenrola.”
O novo Dodge Ram do meu pai estava estacionado na frente e um manobrista já tinha começado a trazê-lo para nós. Subimos e nos dirigimos para a propriedade do clube, na parte de negócios de Rosemary Beach, onde fazem compras, comem, fazem mais compras e toda a merda turística estava localizada. Eu não disse muito, apenas observei a cidade passar. Perguntei-me sobre Lila Kate, porque esse era o meu novo hábito que eu não podia deixar.
“Conversou com Lila Kate ultimamente?” Papai perguntou como se ele pudesse ler minha mente.
Eu balancei a cabeça negativamente.
“Então você não sabe sobre ela comprar esse lugar?” disse ele, e meus ouvidos se animaram.
“O quê?”
Papai parou em um dos três semáforos na cidade e apontou para uma loja de dois andares na esquina da rua principal. “Aquele ali no fim. Grant disse que ela comprou. Ela está abrindo um estúdio de dança.”
Estudei o edifício azul pálido. Grandes janelas forradas, piso inferior e no segundo andar tinha os protetores contra furacões que eram tão populares por aqui. “Isso não pode ter sido barato.” Wu disse perguntando o que diabos ela estava pensando.
“Não foi. Mas ela tem um fundo fiduciário de Kiro. Ela tem uma boa cabeça para os negócios. Em vez de viver com o dinheiro, ela o está usando para fazer mais. Para construir alguma coisa.”
Eu podia ouvir a admiração em seu tom. Eu sabia que ela era especial. Ele não precisava reforçar isso. Eu entendi. Foi por isso que a afastei. Isso tinha sido o correto.
Papai puxou o caminhão na frente do lugar do Capitão em Rosemary Beach, e eu saí ainda olhando para o lugar que agora era de Lila. Ela não estava deixando a cidade. Isso era bom. Como se eu pudesse respirar melhor. Não que fosse importar onde ela vivia, mas eu a queria aqui. Isso era muito fodido.
“Ouça, preste atenção, e seja educado. Fale com Emmeline. Não aja como um idiota.”
Eu sorri. “Quando eu fui um idiota com uma mulher?”
“Inúmeras vezes, Cruz. Muitas vezes.”
Carrancudo, eu o segui e o cheiro de frutos do mar me bateu. Eu não tinha estado aqui há muito tempo, mas a comida era boa. Eu deveria sair mais vezes. Não iria me prejudicar andar por essa parte da cidade.
“Woods, Cruz, é bom ver vocês dois.” Capitão Kipling disse enquanto apertava a mão de papai, em seguida, a minha. “Quando você se transformou em um homem?” Ele brincou, e em seguida, me deu um tapa nas costas.
Emmy caminhou ao seu lado e sorriu para mim. Não era o tipo educado de sorriso de negócios que eu estava esperando. Ela estava mais velha e, nos últimos dois anos ela amadureceu. Ela também sabia disso. Seus longos cabelos loiros e olhos verdes brilhantes eram uma combinação impressionante contra o bronzeado deixado pelo sol em sua pele.
“Olá, Cruz.” Seus olhos brilhavam com malícia quando ela disse meu nome.
“Emmy,” eu respondi com um aceno. “Bom te ver.”
“Enquanto vocês se sentam, eu vou levar Cruz comigo para pegar o laptop que você precisa papai. Eu posso mostrar-lhe em volta também.”
Capitão e meu pai já estavam conversando socialmente, e ele apenas balançou a cabeça. Meu pai me deu um olhar de aviso antes de se afastar. Essa não parece ser uma boa ideia. Será que os dois não viram a forma como Emmy tinha olhado para mim? Eles eram tão cegos? Ela não estava pensando porra nenhuma em negócios.
“Meu pai me disse que você está sendo preparado para assumir o clube.” Disse ela andando tão perto de mim que o seu braço escovou contra mim.
“Sim.” eu respondi.
“Eu estarei na cidade mais vezes para conhecer este lugar. Durante o verão, estarei aqui para trabalhar. Até eu voltar para a Universidade UT, deveríamos fazer alguma coisa.” Sua voz caiu para um tom sensual. Merda.
“Não sei o que você está pensando, mas estaremos potencialmente trabalhando juntos. Não acho que temos que atravessar as linhas.”
Ela se aproximou, em seguida, deu um passo na minha frente para abrir a porta e me levou para dentro. Eu estava na sala e percebi que era um escritório antes dela fechar a porta. “O que há de errado em ter um pouco de diversão? Isso fará com que trabalhar juntos seja mais agradável.”
Sua mão tocou meu braço e me afastei quando ela se aproximou mais de mim. “Eu sempre tive uma queda por você. Mas eu acho que todas as meninas têm.”
Foda-me. O que diabos eu deveria fazer com isso? Normalmente, eu mergulharia neste convite, mas o tempo estava fora aqui. Minha cabeça estava desarrumada, e Emmy não era alguém que eu pudesse mexer sem que meu pai ficasse irritado.
“Olha, por mais tentador que seja, temos que trabalhar juntos. Eu tenho certeza que você está bem ciente da minha reputação. Eu não quero qualquer atrito entre nós.”
Ela riu, em seguida, e moveu-se para frente de mim. Seu peito quase tocou o meu. “Eu não estou à procura de um relacionamento, Cruz. Eu só quero um pouco de diversão.”
Se eu pudesse ver além do rosto de Lila Kate, eu poderia aceitar isso. Mas caramba, eu não poderia usar Emmy dessa forma. Eu teria que fechar os olhos e fingir. A última garota que eu estive nas duas noites anteriores, eu realmente a chamei de Lila. E aquilo não terminou bem.
Embora se alguém pudesse atrapalhar a minha obsessão por Lila, isso iria me salvar. “Eu vou ser honesto com você. Eu terminei com alguém há pouco tempo e estou trabalhando através disso. Superando tudo. Mas eu ainda não cheguei lá.”
Emmy mordeu o lábio inferior sedutoramente e então finalmente pressionou os seios contra o meu peito. “Eu posso te ajudar com isso.”
Por que essa merda sempre acontece comigo? “Não tenho certeza que seja uma boa ideia.” Argumentei, mas as minhas palavras não soaram muito convincentes. Ela era gostosa. Eu era um cara e eu estaria mentindo se dissesse que não gostei dela.
“Dê-me uma chance. Apenas um gosto e você vai ver...” ela sussurrou e, em seguida, sua mão deslizou até o interior da minha coxa e segurou meu pau. Puta merda!
“Você me deixa duro e eu vou ter que andar por aí com um tesão do caralho. Isso não será legal para qualquer um dos nossos pais.”
“Se eu te deixar com tesão, eu posso resolver isso pra você.”
Desta vez, eu ri. “Confie em mim, querida, não temos tempo para isso.”
Ela moveu a mão, enquanto eu já estava semiduro. “Quando você tiver tempo... Eu sou ótima em chupar um pau.”
Eu ainda estava preso em suas palavras quando ela se afastou e pegou um laptop fino. “Vamos chegar a essa reunião. Estou morrendo de fome.” Ela disse enquanto me lançou um sorriso malicioso, em seguida, balançou seus quadris quando saia pela porta.
Eu poderia fazer isso. Desfrutar dela. Divertir-me. Ela não era a boa menina que eu tinha assumido. Emmy Kipling era impertinente. Deve ser a coisa da garota da faculdade se tornando selvagem. Eu estava pensando nisso e relaxei um pouco quando nos juntamos aos nossos pais.
Emmy de repente tornou-se toda negócios e era encantadora e inteligente. Ela sabia muito sobre o lugar e fez os dois homens rirem quando falou sobre uma merda que era engraçada. Eu não falei tanto, mas me esforcei para manter o meu pai feliz.
Apenas quando aceitei isso, senti que ia ficar bem, pelo menos, não tão ruim quanto eu tinha pensado quando o meu pai disse que tínhamos que vir a esta reunião. Comecei a sorrir e há flertar um pouco, pisquei para Emmy quando nossos pais estavam ocupados discutindo outra coisa e ela me deu um sorriso que prometia algo mais tarde. Algo que eu estava me preparando para aceitar. Então eu senti. Um calor morno. Um formigamento. Levantando os olhos, eles bloquearam com os que não saia da minha cabeça.
Lila Kate estava lá, com um pedido em suas mãos. Seus olhos estavam em mim. A dor era óbvia e vê-la lá cortou meu peito.
Eu era um bastardo.
Vinte e Nove
Lila Kate
BAIXEI OS ALIMENTOS sobre o balcão da minha cozinha e gritei de frustração. Eu o odiava. Eu odiava Cruz Kerrington. Eu o odiava. Abrindo um armário, eu peguei um copo e o enchi com água gelada. Seu sorriso estúpido na minha cabeça enquanto ele piscou para Emmeline Kipling. Ela tinha o quê, dezenove? Deus, ele era um porco.
Se ela o deixar se aproximar, ela é estúpida. Estúpida como eu. Eu gemi com o pensamento e abri o saco para tirar a comida que já não parecia atraente. Havia outros lugares que eu poderia ter comido hoje. Por que eu tive que ir lá? Por que eu tinha que ver aquilo?
Sentei-me em uma das banquetas coloridas que chegaram ontem. O local era tão industrial que eu tinha adicionado toda a cor e arte que eu podia. Eu gostei da maneira como ele estava ficando. Os banquinhos foram pintados por um artista local e cada um tinha uma face louca artística diferente pintada nas costas.
Olhei para as patas de caranguejo na minha frente quando forcei um em minha boca. Eu tive que comer. Eu estava trabalhando no andar de baixo durante todo o dia e ainda faltava mais de um mês para abrir o local. Eu tomei um gole da minha água e, em seguida, olhei para o meu telefone. Eu não tinha falado com Eli em duas semanas. Ele sabia que eu tinha comprado o lugar, mas eu tinha estado tão ocupada me mudando que não tinha enviado nenhuma mensagem para ele.
Peguei meu telefone e decidi mudar isso. Nós não fomos feitos para ser mais do que amigos, mas eu gostava da sua amizade. Nós amamos pessoas que não nos amam de volta. Ele entendeu.
“Já me mudei. Quando você vem me visitar?” Então eu pressionei enviar.
Ophelia não veio ainda. O quarto dela estava quase concluído. Ela tinha ido para Los Angeles com Phoenix para visitar seu avô por uma semana. O lugar tinha estado tranquilo. Apenas eu e meu pai, juntamente com alguns de seus funcionários que vieram trabalhar no quarto nos últimos dias.
“Quando for convidado.” Foi sua resposta.
Eu senti falta dele. Eu perdi o cara de confiança que cumpria o que ele disse que ia fazer. Ele era honesto e não fazia coisas que poderiam ferir os outros. Eu queria que Eli tivesse sido o único a roubar o meu coração. Ver Cruz com outra pessoa seria mais fácil se ele estivesse aqui.
“Você está convidado. Considere este o seu convite oficial.”
Enviar textos para ele aliviou a dor que eu senti no meu coração e comecei a comer a minha comida e me divertir. Se eu pudesse voltar atrás e não implorar a Cruz pelo impossível naquela noite, na Bourbon Street, eu o faria. Eu pegaria tudo de volta. Desistiria das memórias. As pessoas que disseram que não trocaria isso, mesmo que doa, eram loucas. Eu desistiria em um piscar de olhos. Eu não queria pensar nele.
Eu queria esquecer tudo.
“Sexta-feira é cedo demais?” Eli mandou uma mensagem de volta.
“É perfeito.” Eu respondi.
Isso me dava dois dias para arrumar esse lugar. Eu gostaria de fazer alguns planos para nós e, em seguida, me divertir. Eu não penso sobre Cruz. Eu não ligo para o que ou quem ele estava fazendo suas coisas. Eu vivo minha vida.
“Vou começar a fazer a mala.”
Eu rio com o último texto e acabo de comer.
As coisas estavam se tornando diferentes do que eu tinha imaginado, mas elas não eram ruins. De modo nenhum. Eu estava animada. Logo eu possuiria um estúdio de dança. Eu ficaria para ensinar crianças, incentivá-las a encontrar o seu amor pela dança do jeito que eu tinha encontrado.
Eu limpei minha refeição e desci para voltar a pintar as paredes. Papai tinha se oferecido para fazer isso, mas eu queria saber que eu tinha feito algo. Este era o meu lugar. Eu gostava de ter a minha mão em torná-lo pronto para morar.
Quando passei pela porta, Cruz estava ali olhando ao redor. Suas mãos estavam nos bolsos do jeans, e com um olhar que eu não conseguia ler em seu rosto. Eu pensei em virar e correr de volta lá pra cima, mas eu não tinha doze anos. Eu era uma adulta e este era o meu estúdio.
“Posso ajudá-lo?” Perguntei.
Seu olhar voltou-se para mim. Ele não tinha me ouvido entrar. “Ei.”
Eu não respondi. Eu só continuei em silêncio olhando para ele.
“Sobre o que você viu,” ele começou e eu levantei a mão para detê-lo.
“Não faça isso. Por favor, não venha aqui e aja como se você tivesse que explicar alguma coisa para mim. Eu acho que eu fui clara em sua casa. Tivemos um encerramento. Está feito. Tenho que terminar de pintar. Se você me der licença.” Fui até a tinta e o rolo que eu tinha deixado quando saí mais cedo, e esperei que ele tivesse virado e saído.
“Se você teve a porra do seu encerramento, por que seus olhos pareciam tão incrivelmente magoados? Diga-me Lila. Diga-me por que seus olhos tomaram meu fôlego? Porque, com certeza, não foi um encerramento que eu vi neles, porra.”
Fiz uma pausa e respirei fundo. Ele estava certo. Mas eu não ia admitir isso. “Ainda é recente. Estarei bem em breve.”
“Porra, quando descobrir como superar isso você poderia me dizer como? Porque Deus sabe que eu preciso de ajuda.”
Eu não podia deixá-lo chegar a mim. Eu não podia deixar suas palavras me fazerem fraca ou acho que eu não poderia confiar nele. Que não poderíamos ter nada.
“Você estava indo muito bem.” Eu respondi e me dobrei para pegar o rolo e tirar a tampa da lata de tinta.
“Lila, olhe para mim. Jesus, só olhe para mim merda. Diga-me se isso se parece com um cara que não se importa? Você me viu flertar. Eu tenho flertado desde que eu consigo andar. Não significa nada. É apenas como eu reajo a mulheres que estão flertando comigo.”
Eu rio e então balanço a cabeça. “Tanto faz. Eu não me importo. Basta ir.”
Ele ficou lá. Não falou e não saiu. Tentei me concentrar na minha pintura, mas foi difícil com seus olhos me observando. Esperei que ele dissesse algo mais. Se ele simplesmente deixasse isso acabaria de uma vez. Tudo isso. Eu experimentei isso. Sabia como era e estava pronta para deixá-lo no passado.
“Se você não se importa então poderíamos sentar, conversar, tomar uma cerveja. Nós não podemos fazer isso, Lila. Então, sim, você se importa.”
Ele estava certo. Eu o odiava por estar certo. Se eu não me importasse não haveria emoção. Eu estaria bem com uma visita. Eu não estaria exigindo que ele saísse. Deixei minhas mãos cair ao meu lado e me virei para encará-lo.
“Você está certo. Eu me importo. Mas eu quero não me importar. Quero esquecer que tudo aconteceu. Quero esquecer você.” As palavras, embora fossem verdades, soaram muito mais frias e mais duras quando eu disse em voz alta. Eu quase as retraí, mas me contive. Ele me machucou. Se isso for machucá-lo, então, tudo bem.
“Eu não quero esquecer.” Sua voz era profunda e dolorosa.
Comecei a dizer algo para suavizar a situação, mas então ele fez como eu pedi. Ele se virou e saiu. Depois que a porta se fechou atrás dele, o lugar ficou em silêncio novamente. E eu estava sozinha mais uma vez.
Trinta
Eli Hardy
O CHEIRO DE TINTA FRESCA me pegou enquanto eu ia para dentro do prédio que seria o estúdio de dança de Lila. Era uma pálida sombra de azul, e o teto sem pintura logo parecia com o céu da manhã. Ela me contou sobre um artista que tinha vindo para pintá-lo. Ainda havia muito a ser feito, mas eu estava feliz por ela. Ela estava tão animada quando ela falou sobre seus planos. Eu a ouvi por mais de uma hora na noite passada. Quando ela percebeu quanto tempo estava falando comigo sobre isso, ela se desculpou. Tinha sido bonito.
Nenhuma vez na minha vida alguém tinha me feito esquecer Bliss. Havia sempre uma dor no meu peito quando eu pensava nela. Até agora. Aquilo tinha ido embora. Eu sabia o porquê. Lila havia se tornado importante para mim. Ela tinha sido tão adorável que eu não conseguia pensar em mais ninguém. Bliss era o que deveria ter sido sempre para mim, uma amiga. Uma grande amiga com quem eu me preocupava, mas eu poderia dizer honestamente que eu não amava a minha melhor amiga. Fiquei feliz por Bliss ter encontrado Nate e que a vida dela estava cheia de alegria.
Eu puxei minha mochila por cima do meu ombro e atravessei a sala em direção a uma porta na parte de trás. Ela tinha dito para entrar naquela porta e seguir em frente até as escadas. Esta noite ela estava cozinhando pela primeira vez em sua cozinha e não queria deixar a comida sem vigilância, de modo que ela tinha deixado as portas destravadas para mim.
O cheiro de tinta desapareceu quando a pesada porta se fechou atrás de mim. Eu comecei a subir as escadas. Podia sentir o cheiro de alho antes de eu ter andando a metade do caminho.
“Eli?” Lila gritou.
“Sim!” Respondi.
Eu ouvi o toque de seus pés enquanto caminhava em minha direção. Quando cheguei ao topo da escada, ela estava lá para me cumprimentar. Ela era de tirar o fôlego. Droga... era bom estar aqui.
“Você está aqui!” Ela disse sorrindo para mim como se eu não fosse aparecer. Então ela acenou com a mão e deu a volta. “É isso. O que você acha?”
O espaço parecia que pertencia a um homem solteiro. Lila tinha adicionado um monte de coisas suaves de mulher, tudo colorido para subjugar a masculinidade do lugar. No entanto, a aparência rústica industrial, com as vigas expostas, foi construída para um homem em mente. Nada chique. Apenas aberta e útil.
“Eu acho que gostaria de alugar aquele quarto se Ophelia desistir.” Eu disse, brincando.
“É ótimo, não é? Eu amo a vista e a sensação de que esse lugar é meu.”
Eu balancei a cabeça. “Sim, isso é ótimo.” Assim era o meu ponto de vista.
Lila usava uma saia branca curta e com um top azul sem mangas que mostrava seu bronzeado. Seus cabelos estavam presos no alto da cabeça em um nó confuso. Ela não estava usando maquiagem, mas não precisa disso.
“Eu não tenho uma cama no quarto de Ofélia ainda, mas o sofá tem uma bicama, e é uma boa. Eu tinha verificado antes de comprar.” Olhei para a sala de estar, ela tinha um sofá de couro que era luxuoso e largo. Duas cadeiras com listras vermelhas e marrons e um grande pufe retangular estava no meio. A tela plana era enorme, mas então ela poderia ser visto de qualquer lugar em todo o ambiente.
“Isso parece confortável o suficiente para dormir.”
“Pode ser. Mas você é alto.” Ressaltou.
Eu testarei mais tarde. “O que você está cozinhando tem um cheiro incrível. Posso ajudar com alguma coisa?”
“Sim, você pode cortar as abobrinhas. Eu odeio cortar legumes.” disse ela. “Coloque a sua mochila mais perto do sofá e me diga sobre todos os acontecimentos atuais em Sea Breeze. Eu monopolizei a conversa na noite passada. Eu nunca soube o que aconteceu com Jude e Micah sendo presos.”
Deixei a minha mochila cair ao lado do sofá enquanto ela caminhava de volta para a cozinha.
“Damon, o melhor amigo de Micah, correu e os pegou antes que eles chamassem seu pai. Micah pode ter vinte e cinco, mas Jude tem apenas vinte anos. O pai deles teria ficado furioso. Eles são ambos idiotas por fazerem qualquer coisa com Saffron. Ela está sempre à procura de problemas.”
“Saffron os havia convidado para ir nadar na casa de um amigo que ela supostamente estava cuidando. Havia garotas de topless lá. Elas eram amigas strippers de Saffron, embora Saffron não seja uma stripper. Micah e Jude apareceram, e então tinha um menor bebendo na festa. As coisas ficaram muito altas. Os policiais vieram. Micah disse a Saffron para se esconder porque seu pai era um filho de uma cadela e que ficaria puto.”
Eli continuou. “Saffron não estava realmente cuidando da casa. Todos eles estavam lá sem o conhecimento do proprietário. Era a casa de um ex-namorado de uma das stripper. O ex-namorado e sua esposa estavam de férias.”
“Será que o dono da casa vai prestar queixa?” Lila perguntou quando me entregou a abobrinha.
“Não. A stripper que ele teve um caso ameaçou contar tudo para a esposa dele.”
Lila riu então. “Uau. Ok, isso soa como um filme. Sea Breeze é mais animada do que Rosemary Beach. Raramente temos drama. Nada de interessante.”
“Isso é porque você não tem uma Saffron Corbin por aqui.”
Lila passou por mim duas vezes para obter algo da prateleira de temperos. Eu estava tentando não assumir que ela estava fazendo isso de propósito, mas quando ela se aproximou a terceira vez eu decidi que era um convite. Coloquei a faca para baixo e agarrei sua cintura para puxá-la contra mim.
“Eu espero que isso esteja bem.” Eu disse num sussurro antes de reivindicar sua boca com a minha própria. Ela congelou num primeiro momento, e então lentamente derreteu-se contra mim, seus braços indo ao redor do meu pescoço. Isto foi melhor do que eu me lembrava.
Eu ouvi o azeite na panela atrás de nós chiar. Eu sabia que tinha que deixá-la ir, mas a sensação dela em meus braços estava tão certo que era difícil. Quando ela se afastou, ela me deu um sorriso tímido. “As cebolas vão queimar.”
Eu a deixei ir com relutância, e ela correu para movê-las com uma espátula. “Você está pronta para a abobrinha?” Perguntei ainda um pouco entorpecido por aquele beijo.
Ela olhou para mim por cima do ombro e assentiu.
Eu usei isso como uma desculpa para chegar perto dela. Peguei os legumes, em seguida, e fiquei tão perto de suas costas que nossos corpos se tocaram. Baixei a cabeça e sussurrei em seu ouvido. “Vou colocá-los na panela, você mexe.”
Lila tremeu e depois assentiu. Satisfeito que eu estava afetando ela desta forma, eu comecei a derramar lentamente a abobrinha em fatias na frigideira. Ela estava respirando rapidamente, e eu podia ver seu pulso pulando na curva de seu pescoço. Eu dei um beijo lá, incapaz de me segurar.
Ela respirou profundamente e, em seguida, estremeceu novamente.
CONTINUA
Eu só queria me divertir um pouco, e ela não podia deixar-me tê-lo. Ela não podia ficar puta da vida por alguns minutos. Jesus, ela era mais problema do que eu tinha previsto. Seus cabelos escuros foram à primeira coisa que eu vi quando sai do bar. Ela estava de pé apenas alguns metros do bar.
Tinha os braços cruzados sobre o peito, e seus ombros levemente caídos. Como se estivesse com frio e tentando se manter aquecida. Isso não podia ser ela, porque estava quente pra caralho aqui fora.
“Lila!” Eu a chamei. Ela lentamente virou-se para olhar para mim e, em seguida, retomou sua postura quando me viu, mas não estava interessada em mim. Ou como ela estava chateada.
Tomei alguns passos para alcançá-la, pronto para saber o que diabos ela estava pensando vindo aqui sozinha. Mas quando cheguei perto, ela abaixou os braços e manteve o olhar sobre tudo e qualquer coisa, menos em mim. “Pronto para o próximo bar?” Ela perguntou.
Estava chateada. Senti em seu tom. “Por que você simplesmente saiu?” Perguntei frustrado por toda essa cena. Eu tinha começado a me divertir.
“Eu não gosto desse bar.”
O que? “Só porque não gosta de um lugar você simplesmente o deixa. Você não podia esperar para me dizer?”
“Você estava ocupado.” O sarcasmo escorrendo de sua voz não foi perdido.
“Eu estava apenas começando a me divertir. Jesus, Lila.”
Ela começou a se afastar então. Ela estava com raiva e queria ficar longe de mim. Eu não tinha feito nada de errado. “Então volte lá e se divirta. Se é isso que você quer fazer, não tenho nenhum problema com isso.” O tom de sua voz não soava como se ela não tivesse problema com isso.
Estendi a mão e agarrei seu braço, parando-a. “O que há com você? Você está chateada por eu ter bebido shots nos seios daquela garota? Isso é o que ela está lá para fazer. Alguns dos bares aqui têm muito mais do que isso. Foi tranquilo. Eu não estava machucando ninguém.”
Ela suspirou profundamente, e, finalmente, virou-se para olhar para mim. “Isso é o que você gosta?”
“Beber shots de uma mulher? Sim, assim como todos os homens heterossexuais sobre a porra do planeta.”
“Você não a conhece.”
“Não, mas isso realmente não importa.”
Ela me estudou por um momento. “Você já se apaixonou, Cruz?”
Que porra é essa? O que tinha a ver eu gostar de uísque entre os seios para estar apaixonado? “Não, mas o que diabos isso tem a ver com esta conversa?”
O jeito que ela estava me estudando me deixou desconfortável. Como ela podia ver mais do que eu queria. “Porque parece superficial.”
“É sexy, divertido. Não é suposto ser mais nada.”
Lila não respondeu a isso. Deixei-a puxar seu braço para fora do meu alcance. Ela finalmente concordou. “Ok.” Eu não tinha certeza do que ela queria dizer com “OK” e se esse era o seu jeito de acabar com essa conversa ridícula que estávamos tendo, tudo bem.
“Vamos encontrar coisas mais sensuais e divertidas para fazer,” disse ela quando começou a andar novamente.
Eu caminhei ao lado dela. Ela foi até o bar próximo e não esperou por mim para pedir uma bebida. Em vez disso, ela foi direto ao bar e pediu uma dose dupla de uísque para si mesma, bebeu em um gole, então pediu outra.
“A menos que você queira me ter segurando seus cabelos lá fora, na rua, você precisa ir mais devagar,” eu avisei. Ela me ignorou e bebeu a próxima exatamente da mesma maneira. Depois disso, ela me deixou pedir a minha própria bebida e saiu para a pista de dança. Fiz o pedido com o barman, em seguida, assisti em choque como Lila Kate deixou um homem tomar sua mão e colocá-la sobre uma mesa. O cara no palco gritou “O que você quer ouvir coisa doce?”
Ela lhe deu um grande sorriso atrevido que eu nunca tinha visto em Lila Kate antes. “Poison,” ela gritou.
Poison? Que porra ela está fazendo?
“Eu acho que está apaixonada!” O cara no palco gritou. Em seguida, a banda começou a tocar, e assim o fez Lila. Eu sabia tudo sobre ela dançando. Ela tinha feito em toda sua vida. Foi à faculdade que fez. Mas eu não sabia era que, além do ballet e outras merdas de fantasias que ela tinha aprendido, em algum momento ao longo do caminho, Lila Kate tinha aprendido a fazer algo que faria milhões se ela estivesse decidida a tirar a roupa e tomar-se uma dançarina de Pole dance. Filho da puta.
Depois que eu puxei meu queixo do chão, eu tive que lutar contra o desejo de levá-la para fora e longe de todos assobios e aplausos. Foi sexy como o inferno? Sim. Mais do que qualquer coisa que eu já tivesse visto. Voltei à coisa de Branca de Neve que tentei explicar a ela mais cedo. Mas não era Lila. Ela tinha classe. Ela não era o tipo de garota que fazia coisas como esta.
Eu me segurei até que algum bastardo bêbado estendeu a mão e passou em sua panturrilha. Então eu estava feito. Ela tinha feito qualquer ponto maldito que queria fazer e eu não precisava ver mais. Caminhei pela multidão, e depois de empurrar dois caras de volta, agarrei as pernas dela e joguei-a por cima do meu ombro.
Ela gritou.
“Ei! Coloque a mulher para baixo!” Um cara que estava admirando a vista, disse em pé no meu caminho.
“Ela está comigo. Estamos viajando juntos. Ela é minha,” eu respondi dando-lhe um olhar de advertência.
“Você está bem com ele levando você?” O cara no palco perguntou.
“Sim,” ela disse parecendo irritada.
“Deixe-o ir, rapazes,” disse o vocalista, e meu caminho foi inocentado. “Se ela fosse minha, eu teria tomado-a também.”
Dezenove
Lila Kate
SÓ PORQUE EU DEIXEI ele me transportar para fora de lá como um homem das cavernas não significava que eu não estivesse com raiva. Fiquei furiosa. Ele poderia ter um bom tempo, mas eu não podia. Havia regras que estava faltando. Ele gostava de meninas que mostrava seu corpo e ostentá-lo, mas eu não tinha permissão para exibir o meu.
Quando estávamos longe o suficiente do bar e ele não iria entrar em uma briga, eu bati em suas costas e comecei a me movimentar para ser liberta. “Deixe-me descer!”
Ele parou de andar e me colocou em meus pés. “Posso confiar em você que não estará indo saltar sobre um pole em algum lugar e tirar suas roupas?” Ele virou-se para mim.
Era isso. Eu não tinha pedido para sair de Sea Breeze. Eu tinha deixado por causa de algo que ele tinha dito. Ele foi à razão pela qual eu corri em primeiro lugar. Ele tinha me acusado de ser fria e gelada. E quando eu fiz o que ele, obviamente, gostava em mulheres, ele ficou com raiva. Eu não poderia ganhar. Não com ele.
“O que foi? Foi pura demais para você? Você prefere que eu vá lá e empurre o meu top par baixo e comece a distribuir shots nos meus seios?”
Sua expressão era de alguém mentalmente instável. “Foda-se, não!”
“Então o que é que você gosta Cruz? Você me chama de fria e diz que eu sou intocável. Quebrável. Eu venho para provar que não sou nenhuma dessas coisas. Então, quando eu começo a ser corajosa e me solto fazendo coisas como acabei de fazer, você age como se eu estivesse fazendo algo errado. Eu não entendo. Desejaria não me importar. Eu tentei me cuidar por tanto tempo que eu nem me lembro quando eu não fiz. Você. Sempre foi você. Eu odeio isso. Eu odeio que seja você. Por que não podia ser outra pessoa? Alguém que fosse... gostar... Eli! Alguém como ele. Por que não posso querer alguém como Eli? O que há de tão errado com a minha cabeça que eu sempre quis você?” As palavras foram saindo. Me ouvi, sabendo que eu deveria calar a boca. Que o que eu estava dizendo nunca poderia ser levado de volta. Mas era como se eu tivesse controle de mão da minha boca para outra pessoa, e ele estivesse falhando em seu trabalho.
“É como eu pareço? Eu não sou bonita o suficiente? Você prefere outro tipo? Talvez sejam meus seios, talvez porque eles não são tão grandes como o da menina no bar? É isso? E quanto a mim fazer você me tratar como uma professora? Por favor, diga-me para que eu possa corrigi-lo!”
As pessoas estavam nos ignorando. Eles passavam direto por nós, e quando eu percebi o que tinha feito, que tinha apenas gritado tudo isso para qualquer um em torno de nós ouvir. Alguém gritou: “Eu acho que você está fodidamente sexy, baby. Venha até aqui.”
Sintonizando isso. Esta rua estava cheia de bêbados. Eu era um deles, aparentemente, porque eu tinha acabado de dizer coisas que eu nunca quis dizer sóbria. Eu tinha muito orgulho. A bêbada Lila Kate não tinha orgulho. Eu gostaria de ter percebido isso mais cedo.
“Você não é barata. Você não é fácil. Você é como a porra de um diamante raro. Você me quer? Você quer a minha atenção? Por quê? Eu sou uma bagunça. Eu não posso ser o que você merece. Eu nem sei como. E se eu me deixar tocá-la, apreciar o que você fez lá, eu estarei arruinado. Você acha que me quer, mas se realmente me conhecesse iria mudar de ideia. Então eu teria tido um gosto de você e nada jamais iria se comparar a isso de novo. Você me aterroriza. Me assusta como nada jamais me assustou na minha vida.” Seus olhos estavam brilhantes e selvagens. Suas mãos tremiam quando eu deixei cair o meu olhar para olhar para ele, incapaz de manter nossos olhares juntos. Todo o resto dele parecia tenso. Rígido.
“Eu te conheço. Eu te assisti toda a minha vida. Eu vi você no seu pior e seu melhor.” Eu não gritei aquelas palavras. Eu apenas disse e deixei-as ficar lá enquanto eu continuava deixando suas palavras se aprofundar. Eu não esperava isso dele. Eu ainda não tinha certeza se eu estava sonhando. Eu poderia estar sobe o efeito da bebida em algum momento?
“Eu não tenho relacionamentos, Lila.”
Eu levantei meu olhar então. “Eu não estou pedindo por um.”
Ele parecia dividido. Seus olhos se estreitaram. “Então o que é que você quer de mim?”
Eu queria muitas coisas. E eu sabia que ele nunca iria dar o que eu queria. Nós nunca teríamos um felizes para sempre. Isso não era Cruz. Ele nunca tinha sido. “Agora. Agora mesmo. Nessa viagem. Nada mais.”
Ele não respondeu de imediato. Ele ficou lá olhando para mim como se não acreditasse em mim. Ele não deve, porque eu queria mais. Eu só sabia que nunca iria conseguir isso. Eu não era a garota para fazê-lo querer mais. Ele encontraria um dia e iria mudar de ideia. Ele seria capaz de ser aquele cara. O único que fez relacionamentos.
Eu tinha ouvido dos meus pais a história um milhão de vezes. Meu pai não tinha sido aquele cara. Minha mãe tinha sido a única a mudar sua mente. Foi o que aconteceu a todos eles eventualmente. Eu sabia que não era para Cruz e que eu deveria deixá-lo ir e ir embora. Mas eu não podia. Eu queria saber por apenas um momento. Como me sentiria estar com ele. Então havia uma chance de eu tirá-lo da minha cabeça e coração. Seguir em frente e encontrar alguém. Assim, Cruz Kerrington não estaria sempre em meus pensamentos.
“Nada além desta viagem?” Ele repetiu as minhas palavras como uma pergunta.
Eu balancei a cabeça.
“Você ouviu a parte sobre me arruinar?”
Eu dei de ombros. “Nós dois sabemos que isso não vai acontecer. Eu não sou única. Você ainda não encontrou alguém.”
Ele franziu a testa. “Única?”
“Sim. Única. A menina que você vai querer para sempre.”
Ele balançou sua cabeça. “Você está mexendo com a minha cabeça. Eu juro.”
“Você está atraído por mim?” Perguntei-lhe corajosamente. Eu poderia agradecer aqueles shots duplos de uísque por isso.
“Isso não é o ponto aqui. Eu não sei se eu posso... apenas ter um caso com você, Lila. Há sentimentos lá. Eu não gosto de sentimentos porra. Não com as mulheres. Eu não posso te machucar, e é isso que eu vou fazer.”
Dei um passo em sua direção, coloco uma mão em seu peito. Este era um jogo, mas eu estava brava agora. Eu não seria na parte da manhã. Eu tinha ido tão longe que eu precisava empurrar ainda mais. “Você não pode me machucar se eu conheço as regras. Nós desfrutamos disto. Ter um caso. Em seguida, passar como sempre fomos.”
Ele baixou o olhar para a minha mão. “E se você me arruinar?”
“Dê uma chance,” eu sussurrei.
“Foda-se,” ele murmurou em resposta. Em seguida, agarrou meu pulso, e me puxou contra seu corpo. Mal tive tempo para recuperar o fôlego antes de sua boca estar na minha. O sabor das nossas bebidas misturadas com o que eu tinha ganhado. Por agora, eu tinha isso. Foi minha decisão, e eu esperava que isso saísse do meu sistema para que eu pudesse, eventualmente, seguir em frente.
“Não há mais bares,” disse ele contra a minha boca. “Voltamos para o hotel. E não estamos hospedados em dois quartos de merda.”
Eu não discuti. Eu só dei um aceno de cabeça em concordância. Era isso. É melhor não ser um sonho.
Vinte
Cruz Kerrington
HAVIA DECISÕES inteligentes e decisões estúpidas. E então havia erros. Eu não tinha certeza de onde este pousou, mas com Lila em meus braços cheirando como o céu, e a imagem de sua dança naquela mesa foi tudo o que me preocupava, no momento.
Eu quebrei o beijo, agarrei seu cotovelo e me dirigi para o hotel. Nós estávamos em um hotel a poucos quarteirões à frente, na esquina da Canal e Bourbon. Percebi como tudo o que eu, mas queria sem falar, que no fundo eu estava preocupado que ela iria ficar sóbria e mudar de ideia. Se eu fosse metade da porra do homem que eu deveria ser, eu não iria deixá-la fazer isso esta noite, enquanto ela estava bêbada... enquanto eu estava bêbado.
Mas eu tentei dizer a ela a confusão que eu era. Ela parecia ver mais em mim do que estava lá. Eu queria que houvesse mais. Eu queria conhecer suas expectativas. Quando eu era criança, eu tinha visto o olhar em seus olhos, e eu sabia que ela me via de forma diferente do que via Nate. Eu amei isso. Eu era diferente. Isso me fez sentir importante. Então eu a tinha beijado, e ele tinha me assustado.
Eu sabia que Lila Kate não era para mim. Eu não era o tipo de cara que ela iria querer por muito tempo. Ela veria muitos eventualmente. Ele iria fazê-la mudar de ideia. E ela nunca mais olharia para mim com aquele olhar sonhador em seus olhos novamente. A ideia de poder perder que me levou a colocar uma parede lá. Uma construída para magoá-la. Ela tinha funcionado. Até agora. Até que eu ouvi que ela tinha deixado à cidade e eu corri atrás dela, porque eu não podia suportar a ideia de ter uma vida sem ela.
Quando entramos no hotel, fiz uma pausa e olhei para ela. A menina da minha infância. A menina que eu sempre assisti, mas nunca me permiti chegar perto. A que eu fingi que eu não sabia por que me evitava.
“Tem certeza?” Eu perguntei a ela.
“Sim.”
Eu esperei. Eu precisava que ela pensasse. Deixar tudo afundar. “Poderíamos dormir esta noite. Esperar até amanhã.”
Ela sorriu. Tão suave que fez seus olhos brilharem e me fez sentir mais como um homem do que devia. “Hoje à noite,” ela finalmente disse.
O caralho que eu poderia ignorar isso. Teríamos hoje à noite. Se ela se arrependesse amanhã, poderia me quebrar. Mas eu estava disposto a arriscar.
A viagem para o quarto foi curta, mas tantos pensamentos passaram pela minha mente que me senti passar muito mais tempo do que era. Ela tocou o cartão-chave para o desbloqueio e acendeu a luz verde. Era isso.
A porta se abriu. Entramos no interior. Meu quarto era idêntico a este. Logo ao lado. Eu tinha feito uma piada sobre isso quando chegamos. Eu não estava brincando agora. Eu deveria estar naquele quarto. Sozinho. Era a coisa certa a se fazer.
“Lila,” disse pensando que eu deveria parar com isso.
Ela deixou cair à pequena bolsa do ombro no chão, em seguida, tomou a parte inferior de sua camisa e puxou-a por cima da cabeça. O sutiã de renda branco era pequeno e a elevação de seus seios parecia que eles estavam prestes a derramar por cima expondo seus mamilos. Sua blusa caiu no chão ao lado dela, então ela chegou ao redor e desabotoou o sutiã. Eu assisti com fascínio quando as tiras escorregaram pelos seus braços finos até se juntar a sua blusa no chão. Seus mamilos escuros redondos duros do frio do quarto ou a partir de sua excitação chamando minha atenção.
Me movi, fechando o espaço entre nós. Incapaz de manter minhas mãos para mim eu cobri ambos os seios com as mãos. Embora minhas mãos fossem grandes elas não eram grandes o suficiente para levar cada seio completamente. O excesso me animando eu apertei deixando a suavidade provocar minhas mãos.
“Porra,” sua voz pegou quando ela disse as palavras. Aquelas não eram as palavras que eu imaginei vindo de seus lábios. Eles não se encaixavam com Lila Kate. Mas a forma como sua voz tremia quando ela disse. A maneira como ela se inclinou para mim e um gemido suave escapou simplesmente do meu toque fez tudo isso parecer certo. Como era para ser. Como nós deveríamos ser.
A restrição que eu tinha retido estalou. O lado impertinente de Lila foi demais para um homem tomar. Eu agarrei sua saia e puxei para baixo até que ela ficasse ali em nada além de suas calcinhas de renda preta. Elas fizeram pouco para cobri-la. Quase inútil a menos tentando seduzir um homem. E eu estava seduzido. Eu tirei minha própria camisa e joguei-a fora.
Minhas mãos em volta de sua cintura e a suspendi a levando até a mesa do quarto porque era mais perto que a cama. Sentei-a, em seguida, puxando sua calcinha memorizando a maneira que olhei quando ela deslizou fora de seu corpo.
Ela estremeceu e meu pau latejou. Essa era Lila Kate... doce, inocente, preciosa Lila Kate. Impertinente, selvagem, carente Lila Kate tinha tomado seu lugar essa noite, e eu tremia de antecipação. “O que você quer?” Eu perguntei a ela quando desabotoei minha calça jeans. “Diga-me exatamente o que você quer que eu faça.”
Seus olhos foram do meu peito nu e depois bloquearam em minhas calças quando eu comecei a soltá-la e empurrando-a pelos meus quadris e saindo dela. “Diga-me, Lila,” eu exigi. Eu não tinha certeza por isso que eu precisava dela para dizer, mas eu fiz. Eu queria que ela falasse sujo. Ouvir sua linda boca dizer coisas ruins. Fiquei muito provável que explodisse ao som, mas eu queria.
“Eu quero você,” ela sussurrou.
“Você vai ter que fazer melhor que isso. Conte-me.”
Ela engoliu em seco e ergueu o olhar de minha ereção pressionando através de minhas cuecas boxer aos meus olhos. “Eu te disse. Eu quero que você me foda, Cruz.”
Isso deve ser suficiente. Eu deveria estar feliz. Mas ela me transformou em um monstro enlouquecido pelo sexo. “Você quer isso gentil?” Perguntei empurrando minha cueca para baixo deixando meu pau grosso livre.
Ela balançou a cabeça lentamente. Os olhos arregalados quando ela olhou para mim. “Não,” sua voz era tão suave que eu quase não a ouvi.
“Diga-me,” eu disse enquanto empurrava suas coxas com as mãos e me coloquei entre elas. “Como você quer ser fodida?” Nessa última palavra, seus olhos brilharam com o mesmo desejo que sentia.
“Forte. Foda-me forte.”
Minhas mãos chegaram debaixo dela e agarrei sua bunda quando eu bati nela. Que com um impulso era como afundar em cetim apertado e quente. “Foda-se!” Eu gritei quando seu corpo reagiu à entrada súbita, apertando meu pau. Era melhor do que a minha imaginação.
Suas mãos pequenas agarraram meus braços, as unhas cravando em minha carne. O ardor que senti foi incrível. “AH!,” Ela gritou.
“Isso é o quão duro você quer?” Rosnei perto da orelha dela querendo bater nela uma e outra vez, mas estava fazendo tudo o que podia para me controlar.
“Sim. Mais,” ela ofegava.
Meus dedos entraram na carne da bunda dela quando eu puxei para trás e mergulhei mais fundo. Gemendo de prazer, eu mordi seu ombro, e ela começou a implorar. “Por favor, mais forte. Eu quero sentir você amanhã.”
Qualquer a sanidade que estava segurando saiu. Fui buscá-la afundando-a mais para o meu pênis rígido e levando-a até a cama onde eu caí para a suavidade com ela. Não querendo me afastar. Eu tive que puxar para fora em um movimento rápido e lançá-la em seu estômago. “Bunda no ar,” eu pedi.
Ela fez isso, sem dúvida. De quatro, era mais fácil e eu estava martelando dentro dela imediatamente. Seus gritos se tornaram mais frenéticos como a minha respiração. Eu bati na bunda tão forte quanto eu podia sem realmente me preocupar em machucá-la. Só para deixar arder.
“Oh Deus!” Ela gritou. “Estou gozando!” Seu corpo começou a tremer e seu clímax pulsava em meu pau ainda trancado dentro dela. Eu balancei com a necessidade de explodir. Foi uma porra tão incrível que eu não conseguia pensar. Pouco antes de perder a pequena quantidade de controle que eu tinha deixado, eu puxei para trás até que eu estivesse livre dela e gritei seu nome quando minha porra cobriu sua bunda virada para cima.
Seu corpo ainda estava tremendo, e minhas pernas estavam fracas. Fracas demais para se moverem. Ficamos lá. Sua cabeça agora repousava na cama. Tudo o que podia ser ouvido era nós ofegantes. Que tinha sido mais. Muito mais do que eu esperava. Tinha sido viciante. Eu poderia dizer-me que era muito perigoso fazer isso de novo, mas eu seria um tolo. Eu queria mais. Inferno, eu queria mais, logo que eu pudesse respirar fundo novamente.
Ela começou a abaixar seu corpo inteiro para a cama.
“Eu preciso limpar você,” eu disse a ela apreciando o olhar de meu sêmen em sua pele.
“Está bem,” ela disse suavemente, ainda afundando até que fosse pressionada completamente contra o colchão.
Sorrindo para a simples beleza, encontrei forças para ficar de pé e fui para o banheiro pegar uma toalha molhada. Limpei-a rapidamente, em seguida, cobri-a para cima. Ela levantou a cabeça e olhou para mim. “Você está vindo para a cama também?”
Os cabelos perfeitos de Lila estavam bagunçados. Seus olhos estavam pesados, os cílios se espalharam pelas bochechas. O rubor no rosto ainda estava lá, e nada parecia tão incrivelmente bonito na minha vida. “Sim. Eu vou.”
Subi ao seu lado e cobri nós dois puxando-a de volta contra o meu peito. Seria difícil em alguns malditos minutos, mas ela estaria dormindo cedo demais para perceber. Eu inalei o cheiro de seus cabelos e sua mão cobriu a minha.
Levou menos de dois minutos para a sua respiração se abrandar. Ela estava dormindo em meus braços, e eu sabia que nada seria o mesmo para mim. A ruína que eu temia era muito pior do que isso. Eu não estava preparado para ser capaz de deixá-la ir.
Vinte e Um
Lila Kate
RECONHEÇO SEU CHEIRO antes mesmo de abrir os olhos. O calor de seus braços me fez suspirar e afundar mais perto. Isto foi melhor do que sonhei. E sonhei com isso mais do que gostaria de admitir. Lembrar que é por um tempo curto, que não é para sempre causa uma forte dor então afasto o pensamento. Por agora, vou desfrutar do que tenho. Cada momento que passamos juntos, vou absorver tudo.
“Se continuar se contorcendo mais perto vamos foder antes de eu estar totalmente acordado,” sua voz sonolenta me assusta e eu rio. Nunca ri, mas o faço então. É bom. Na noite passada, o álcool me deu a coragem que precisava. Esta manhã não há arrependimentos. Não desejo que tivesse sido diferente. Porque depois de abrir-me para ele e caminhar de volta para o hotel fiquei sóbria o suficiente. Lembro-me de cada detalhe. Nunca esquecerei um só momento.
“Lila,” sua voz rouca e profunda é um alerta quando pressiono o corpo mais no dele. “Você deve estar dolorida,” diz ele enquanto beija meu ombro.
Eu estou. “É uma dor gostosa.”
Ele respira fundo, em seguida, rola para cima de mim. Seu corpo nu paira sobre mim. Os cabelos estão bagunçados e os olhos ainda pesados de sono. “Você encontrou sua boca impertinente e gosta dela, não é?” Ele pergunta com o joelho separando minhas coxas.
Balanço a cabeça.
Então, ele está dentro de mim. Tão rápido. Fecho os olhos com força, e engasgo da ternura e prazer.
“Dói?” Ele pergunta ao ficar completamente imóvel.
“Sim. Mas como disse, é uma dor boa,” digo a ele abrindo os olhos. “Faça doer mais.”
“Jesus, Lila. Você vai nos matar,” ele geme quando começa a se mover. Bombeando os quadris dentro e fora de mim. Sua boca beija ao longo da minha clavícula até o pescoço. Seu hálito quente em meu ouvido só aumenta a sensação. “Diga mais merda suja com esta boca bonita,” ele diz com um sussurro antes de mordiscar minha orelha.
Abro mais minhas pernas levantando os joelhos para prender seus quadris. “Quero te sentir gozar dentro de mim. Sentir o calor da sua porra escorrendo por minhas coxas,” digo e ele congela.
“Porra, Lila. Não fale esse tipo de merda, se não quer que eu goze.”
“Eu quero que você goze.”
Seus braços tremem enquanto ele se mantém completamente imóvel. “Você está tomando a pílula?”
Sorrio para ele. “Sim. Não quero ser mãe tão cedo.”
Ele move-se, a expressão feroz. “Estou limpo. Nunca tocaria em você sem camisinha se não tivesse certeza de estar completamente limpo.”
Confio nele. Ele é um monte de coisas, mas não me colocaria em perigo. Eu sei. “Então goze dentro de mim.”
Seus quadris começam a bater contra mim. Todos os outros pensamentos desaparecem. Tudo o que sinto é o aumento do meu próprio clímax. Posso ouvir sua respiração acelerar e seus palavrões murmurados. Abro os olhos e vejo seus braços flexionando com cada movimento.
Quando empurro contra ele e envolvo as pernas em sua cintura para segurá-lo, eu grito seu nome.
“Maldição, Lila,” ele pragueja e então sinto. Tudo isso enquanto ele me dá exatamente o que pedi. Quero que dure para sempre. Não irei pensar sobre o dia em que tudo terminará. Porque neste momento, eu tenho tudo.
Rolo de lado levando-me com ele. Nós dois estamos ofegantes e suados quando nossos corpos se grudam. Falar não é necessário ou sequer possível. Estou tentando recuperar o fôlego e voltar para a terra. Sexo nunca foi tão bom. Mas, então, minha experiência é limitada. Muito limitada. Mas não posso imaginar ser melhor do que isso.
A mão de Cruz começa casualmente a brincar com meus cabelos. Viro a cabeça para olhá-lo e seus olhos estão fechados. Sempre odiei que ele seja tão impressionantemente bonito. Ele faz meus sentimentos ainda mais difíceis de ignorar. Gostaria de vê-lo e ter vergonha de mim mesma por fazê-lo. A maneira como ele anda, se porta, o som de sua voz e esse sorriso. Tudo isso é impossível não notar. Todas as mulheres o notam.
“Vamos para o norte. O que acha de Memphis?” Diz ele com os olhos fechados.
“Memphis? O que tem em Memphis?” pergunto, desfrutando da liberdade de olhá-lo.
“A fodida Graceland está em Memphis,” ele sorri.
“Quer dizer que quer ver onde Elvis viveu?” Rio ao falar.
Ele inclina a cabeça para olhar para mim e abre um olho. “Claro que sim, eu quero. Essa merda deve ser brega. Quem quer perder isso?”
Não me importa aonde vamos. Estou bem com qualquer lugar. “OK. Memphis então.”
“Você ligou para seus pais?” A pergunta dele me surpreende.
“Não,” admito.
“É melhor,” ele suspira. “Tenho certeza que todos sabem que estamos juntos agora. Nate dirá a eles.”
“Provavelmente.”
Ele passa a mão sobre o rosto e geme. “Grant vai me matar.”
Eu não respondo. Porque essa é uma questão que enfrentarei quando isso acabar. Estou numa aventura para fugir com o cara que está na cama comigo. É diferente agora. Não estou tentando mudar ou encontrar um novo eu. Eu já fiz. A garota que sou nesse momento não é nada como a garota que era na noite que ele tinha me chamado de fria. Agora, só tenho que aproveitar enquanto durar. Porque isto acabará.
“Meu pai pode me matar antes do seu. De qualquer maneira, minha vida será curta.”
Isso me faz sorrir. “Isso é um pouco dramático,” digo a ele.
Ele dá de ombros. “Honestamente, vale a pena.” Sua mão corre pelo meu lado e aperta meu quadril. “Vale a pena completamente.”
Isso não é uma declaração de amor. Eu percebo. Mas é doce. Coloco a perna por cima dele quando viro até que metade do meu corpo esteja em cima dele. Ambos seus olhos abrem quando faço isso. “Somos crescidos,” lembro a ele. “Acho que você vai viver.”
Ele me olha com ternura. “Ou você vai me matar antes deles. Mas a morte por sexo soa como um bom caminho a percorrer.”
Eu rio. “Estou apenas começando. Não estou prestes a atacá-lo.”
Suas mãos agarram minha bunda e me puxa para cima dele. “Talvez, mas colocar este pequeno corpo quente num homem enquanto ele está nu e na cama é irresistível.”
Quando ele desliza para dentro de mim lentamente desta vez, gemo alto e gosto de ser preenchida mais uma vez antes do café da manhã.
Vinte e Dois
Cruz Kerrington
DIRIGIR QUASE SEIS HORAS para Memphis hoje não foi uma boa ideia. Vi Lila Kate esconder a careta quando montou na moto. Nós fodemos como maníacos e agora ela está dolorida. Ela alega não estar, mas vejo em seu rosto. Não deveria ter forçado as duas rodadas esta manhã, mas ela é tão gostosa. É uma necessidade por estar dentro dela novamente e fodê-la, não gosto de querer alguém tão forte. A experiência do passado me prova que uma boa transa tira a menina do meu sistema e sigo em frente. Mas com Lila Kate ainda tem que acontecer. Com as pernas dobradas atrás das minhas e seu corpo contra minhas costas já estou pensando em transar novamente. Jesus, ela é como crack para um viciado.
Vou em direção a Birmingham, Alabama. Podemos parar no meio e descansar. Encontrar algo para ver ou fazer, e depois pilotar o resto do caminho. É apenas uma hora mais perto de Memphis; ela pode visitar sua amiga, e ela ajudará a controlar minha necessidade de ter meu pau nela durante nossa parada. Preciso encontrar algum controle.
Depois de oitenta minutos na estrada, ela começa a se contorcer e acho uma saída que tem opções de restaurante e algumas compras. Passaremos um tempo aqui, então partiremos quando ela estiver pronta. Paro em um restaurante e estendo a mão para ajudá-la a descer. Ela estremece novamente.
“Acho melhor parar por hoje,” digo, me sentindo culpado por seu desconforto.
Ela franze a testa. “Por quê?”
Aprecio que ela tente ser forte, mas sei que está dolorida e não vou fazê-la sofrer mais. Pela primeira vez desejo não ter uma moto maldita. “Você está dolorida,” aponto o óbvio. “Vamos comer e andar um pouco. Fazer compras. Veja como você se sente mais tarde.”
“Vou ficar bem,” ela argumenta.
Ignoro isso. “Com fome?”
“Sim e este lugar cheira muito bem.”
Entramos e forço-me a não colocar as mãos sobre ela. Tocá-la o tempo todo não é bom. Isto é temporário. Não há necessidade de agir como se fosse mais do que isso. Nós dois estamos apreciando a viagem.
Seu telefone começa a tocar pouco depois de passarmos na porta e ela o tira do bolso. Quando levanta os olhos para mim, eles estão se desculpando quando ela coloca o telefone no ouvido. “Ei mãe.”
Disse para ligar para seus pais mais de uma vez. Ela não me escutou.
Sua mãe está falando e o rosto de Lila Kate empalidece antes dela sussurrar. “Ah não. Quando?”
Agora estou preocupado. Ela começa a morder o lábio. “Sim, ele está.”
“Não tenho certeza,” ela olha para mim. “Onde estamos?”
“Cerca de uma hora ao sul de Montgomery, Alabama,” digo.
Ela repete para a mãe. “Não... de moto,” Posso vê-la se encolher quando fala.
“Sim. Vamos dirigir até lá agora,” diz ela. “Vejo você mais tarde. E mãe, eu sinto muito.”
“Também te amo.”
Quando ela termina a chamada, lágrimas enchiam seus olhos. “Minha avó faleceu no meio da noite. Mamãe vai enviar o jato do meu avô para me pegar em Montgomery. Eles já estão na Califórnia. Meu avô chamou mamãe às três esta manhã para contar. Ela e meu pai pegaram um avião pouco depois.”
Esta é a última coisa que esperava que ela dissesse. “Deus, Lila, sinto muito.”
Ela assente com a cabeça. “Eu também. Por causa do meu avô. Ela nunca esteve lá sabe. Sua mente se foi há tantos anos. É um milagre ela viver tanto tempo. Mas Kiro passou toda a vida ao seu lado. Eles pararam a turnê, porque ele odiava estar longe. Toda sua história é apenas devastadora. Minha mãe nunca chegou a conhecê-la. Seu cérebro foi danificado quando ela era um bebê .”
Sei sua história. Foi manchete quando souberam que a mulher de Kiro Manning, Emily na verdade ainda estava viva. O mundo pensou que ela tinha morrido naquele acidente. Mas ele a manteve longe da mídia. Eles fizeram até um filme chamado “Emily Kiro” cerca de dez anos atrás, que foi um sucesso de bilheteria. Kiro não queria que o filme fosse feito no início, mas na entrevista que deu para a revista Rolling Stones disse ter mudado de ideia. Ele queria que o mundo conhecesse sua Emily. O que ela era. Quão surpreendente ela foi. Ela mereceu.
Levo Lila de volta para a moto e a ajudo a subir. Coloco o capacete em sua cabeça e desejo ter mais que eu possa fazer. Algo mais. Algo para ajudar. Temo que ela pegue aquele jato. Nosso tempo está terminando mais cedo do que esperava.
Ela segura-me com mais força do que antes. Minha garganta está grossa. Há uma porra de emoção lá que não entendo. Que não quero. Esta é uma maneira de protegê-la, tirá-la do meu sistema e seguir em frente. Para nós dois. Mas uma noite não foi suficiente. Eu sou egoísta. Sua avó acaba de falecer. Mas que droga.
A viagem para o aeroporto de Montgomery é muito rápida. Nosso tempo juntos está terminando. Esta pequena bolha que tivemos está prestes a estourar. Voltarei para casa e enfrentarei a ira do meu pai. Fazer o que diabos devo. Ela voltará e será como antes. Não vamos continuar de onde paramos. Isso será mais do que uma aventura. Isso fez com que o caroço de merda na minha garganta signifique algo.
Ferir Lila Kate é inevitável para mim. Se fizer isso mais tarde, doerá mais. Mais cedo é melhor. Mais cedo nos ajudará a seguir em frente. Nunca serei o cara que ela precisa. Mas droga, sei que isso me machucará também.
Paramos no aeroporto antes do jato particular chegar. Quero dizer algo que torne isso mais fácil. Algo que faça com que a dor em meu peito vá embora. Algo que faça com que seu olhar triste desapareça. Mas não tenho nada.
Ela desce da moto e pego suas coisas no alforje. Então viro para ela. “Não estava esperando que nossa jornada acabasse tão cedo,” digo tentando sorrir.
“Nem eu.”
Posso ver a questão lá. A incerteza. Ela quer saber se é o fim para nós. Mas ela não pergunta. E não posso dizer as palavras. Mesmo que precise, eu não posso.
“Diga a seus pais e avô que sinto muito por sua perda.” Seus olhos perdem a luz. Ela esperava mais do que condolências genéricas. Sinto-me um idiota gigante.
“Obrigada,” ela sussurra. “Por tudo.” Então ela pega sua bolsa e sai. Assisto a sua partida. Quero correr atrás dela e dizer algo mais. Para tentar fazê-la sorrir. Mas isso só piorará seu estado. Em vez disso, espero ela entrar no prédio. Então subo na moto e volto para o sul. Volto para Rosemary Beach.
Vinte e Três
Lila Kate
EU ESTAVA ENTORPECIDA. O voo para Los Angeles e a viagem para casa de meu avô, em Beverly Hills é um borrão. Quando a limusine que me pegou no aeroporto estaciona na frente de sua mansão, percebo que não me lembro de entrar nela.
Pego a única bolsa que tenho comigo e saio quando o motorista abre a porta. Não vejo Kiro a cerca de seis meses. Ele nos visitou, mas eu não estava. Quando era criança, visitei mais vezes. Fiquei uma semana com ele no verão. Tenho boas memórias deste lugar.
Minha mãe vem para a porta da frente e sai para me cumprimentar. Subo as escadas e espero que ela não esteja muito chateada com meu passeio de moto com Cruz. Ela tem seu pai para se preocupar. Não preciso aumentar seu stress. Sei que nunca andarei na moto de Cruz novamente.
Ele acaba de me deixar ir. Sem promessas. Nada. Ele acaba de terminar. Muito rápido. Meu peito dói e me sinto culpada. Meu avô está sofrendo. Eu deveria estar mais preocupada com ele.
“Como ele está?” Pergunto ao abraça-la.
Ela me aperta. “Ele está triste. Mamãe se foi há muito tempo. A mulher que ele conheceu. Mas agora até mesmo o pouco que ele tinha dela sumiu. Vai ser duro para ele.”
“Ela estava doente?”
“Não. Seu coração parou. Com o dano que seu cérebro sofreu, o médico diz que é um milagre ela ter vivido tanto. Mas papai fez com que ela tivesse o melhor atendimento. E ele está sempre aqui. Acho que ela viveu por ele.”
Sua história é tão trágica. Quando recuo, olho para ela. “Quão chateado está papai?”
“Sobre Cruz?”
Balanço a cabeça.
“Ele não está feliz,” diz ela com um pequeno dar de ombros. “Mas você é uma mulher adulta. O que ele pode fazer? Foi sua decisão para tomar.”
Concordo, mas não acho que papai concorde.
“Ele não vai falar ainda. Por enquanto, trata-se de Kiro e Emily.”
“Quem está aqui?”
“Neste momento, apenas Dean e nós. Nan, Cope, Mase, Reese, Rush e Blaire estão a caminho.”
Mamãe olha a mochila no meu ombro. “O que aconteceu com sua bagagem?”
“Deixei tudo com Nate.”
Ela suspirou. “Para fugir na moto de Cruz Kerrington.”
“Sim.”
Ela não fala mais nada. Mesmo não sendo uma semana, tudo o que aconteceu faz parecer como se fosse muito mais tempo.
“Posso dizer uma coisa?” pergunta mamãe.
“Claro.”
Ela estende a mão e toca minha bochecha. “Você é gentil, amorosa, generosa, paciente e linda. Você merece algo especial.”
“Mãe, você tem um conto de fadas. Nem todo mundo os vive.”
Ela inclina a cabeça para o lado e sorri. “Não, Lila Kate. Nem todo mundo é paciente o suficiente para esperar por ele.”
Ela beija meu rosto, em seguida, pega meu braço e sobe as escadas, entrando na casa. Quero refletir sobre o que ela disse mais tarde. Talvez ela esteja certa. Talvez eu encontre um conto de fadas. Só que o espero da pessoa errada.
A casa cheira a charutos. Foi assim toda minha vida. Ouvi Rush uma vez dizer que é melhor do que o cheiro de maconha que tinha em sua juventude. Caminhamos através da grande entrada pelo corredor esquerdo, onde Kiro tem a sala de jogos. Grandes sofás de couro preto, enormes telas planas em três lados, uma mesa de bilhar e um grande bar estão lá. Sentado no canto do sofá está meu avô, Kiro Manning. Ele está mais velho agora, mas ainda é uma lenda. Seu nome é bem conhecido. Ele tem um charuto numa mão e uma garrafa de uísque na outra. O corpo esguio é alto e coberto de tatuagens. Mesmo aposentado e sendo avô ele ainda se assemelha a uma estrela do rock.
Ele levanta os olhos avermelhados assim que entramos e sorri ao me ver. Ele chorou em algum momento. “Minha Lila Kate,” diz ele com a voz rouca de anos de drogas, cigarro e álcool.
“Hey,” digo ao caminhar até ele. Não é segredo que ficou furioso quando meu pai engravidou minha mãe. Minha mãe não é sua única filha, mas é a favorita. Porque foi a criança que Emily lhe deu. Meu nascimento poderia ter matado minha mãe. Isso o aterrorizou. Mas minha mãe sempre diz que passou a minha vida me esperando. Sei que ele me amava mais do que seus outros netos. Ele é muito franco sobre o assunto. Mas também sei que só sou parte de Emily.
Ele abre os braços também cheirando o álcool e charuto. Abaixo-me e abraço-o com força. “Eu te amo,” sussurro.
“Não tanto quanto eu te amo, menina bonita,” essa sempre foi sua resposta. “Ouvi dizer que esteve de moto com um Kerrington. Acho que tem um pouco do sangue selvagem do vovô depois de tudo.”
Fico tensa esperando que meu pai não tenha ouvido. “Hum, eu acho,” digo o mais baixo que posso.
Isso o fez rir. Estou feliz por ele poder rir, mas não é algo para rir. “Vamos dar a seu papai um pouco de dificuldade. Ele precisa.”
De todas as coisas para ele querer falar essa não é uma delas.
“Papai está tudo bem. Ela só está nervosa em falar com Grant sobre tudo isso,” Mamãe interrompeu.
Fecho os olhos e faço uma careta. Quando levanto Kiro pisca para mim. “Você é uma menina crescida. Tudo bem.”
Viro a cabeça lentamente para olhar meu pai que está em pé no bar com os braços cruzados sobre o peito e uma carranca no rosto. “Ela é melhor do que Cruz Kerrington,” diz meu pai.
“E minha Harlow é melhor do que Grant Carter. Minha menina doce foi varrida de seus pés por alguém que tinha a reputação como um jogador. Parece que acabou tudo bem,” Kiro diz antes de tragar seu charuto.
Papai só resmunga.
Tento pensar em algo para mudar de assunto quando passos soam no corredor. Então ouço vozes. Os outros dois filhos de Kiro chegam com seus cônjuges. Tenho certeza que ouvi a voz do meu tio Mase em algum lugar. E quando ele está discutindo com minha tia Nan parece uma reunião de família.
“Não ficarei no quarto azul, Mase. Enfie-o na sua bunda. Quero o outro perto do elevador. Sempre fico nele. Não discuta comigo,” Tia Nan diz em seu tom irritado agudo.
“Dê-me outra porra de garrafa. Vou precisar dela,” Kiro resmunga.
Ele e minha tia Nan não tem o melhor relacionamento, mas minha mãe disse que está melhor em comparação com o passado.
Quando os quatro entram na sala. Kiro ergue a garrafa. “Estou de luto porra. Não comece essa merda aqui.”
Nan parece envergonhada e Mase assente. “Desculpa. Estou apenas começando a te tirar do tédio.”
Kiro dá de ombros. “Entendido.”
“Sinto muito, Kiro,” Reese, a mulher do meu tio Mase diz quando se afasta dos outros. “Vá em frente, chore e vou manter estes dois na linha.”
“Ainda não descobri como diabos conseguiu essa menina,” Kiro diz apontando com a garrafa na direção de Reese enquanto olha Mase.
“Nem eu,” responde Mase, em seguida, joga-se no sofá em frente à Kiro. “Passe o uísque.”
Vinte e Quatro
Cruz Kerrington
O CHEIRO de flores. Odeio o cheiro tanto quanto odeio funerais. Elas me deprimem. Não deveria estar aqui. Não conheci Emily Manning. Claro, conheço Lila Kate, mas ela não esperava que viesse ao funeral de sua avó. Inferno, eu não iria se pudesse fugir. Uma vez que alguém estava morto, acabou. Porque ter um grande e deprimente funeral?
Quero que minhas cinzas sejam atiradas no Golfo. Sem músicas, flores e sem lágrimas de merda. Afrouxo a gola da camisa e suspiro. Meu pai foi inflexível sobre eu ir. Todos estão. Toda a família maldita está aqui. Como cada família em Rosemary Beach que somos próximos.
“Vamos por Grant, Harlow e Lila Kate!” Meu pai disse quando reclamei sobre não ver razão para ir a este funeral.
A verdade é que tentei tirar Lila da cabeça durante os últimos três dias e não funcionou. Tudo o que posso ver é Lila. Quando tive outra menina contra a parede do meu apartamento na noite passada, tive o rosto de Lila Kate na cabeça. Não quero vê-la tão cedo. Ainda estou tentando tira-la do meu sistema. Até digo a meu pai que eles podem fazer meu funeral uma vez que Grant Carter pôr as mãos em mim. Papai me disse que pedi por isso.
“Ali está Nate,” minha mãe sussurra. “Vá se desculpar.”
“Por quê?” Pergunto confuso. Não fiz nada para Nate.
Ela agarra meu braço como se eu ainda tivesse oito anos. “Por levar Lila Kate sem uma palavra. Isso é o que fez.”
Não vou me desculpar com ele por isso. “Não.”
Suas unhas afundam em minha pele. “Agora.”
Não vou me desculpar, mas vou até lá dizer algo a ele para fazê-la pensar que obedeci antes que ela me agarre pela orelha e me leve até ele.
“Tudo bem,” murmuro e sua mão me solta, logo que vou em sua direção.
Desculpar-me com Nate. Sério? Será que eles sequer conhecem Nate Finlay? Como se isso não fosse algo que ele faria. Jesus. Todos estão sendo dramáticos como o inferno. Não a sequestrei. Ela foi de bom grado.
Nate também usa um terno e Bliss está ao seu lado parecendo deslumbrante num vestido preto com os cabelos presos para cima dos ombros. “Hey,” digo quando eles se viram ao me ver chegando.
Nate inclina o queixo.
“Você viu Lila Kate?” pergunto.
“Sim. Por quê? Tem a moto com você?” Nate sorri quando fala.
“Não, espertinho. Eu só não a vi.”
“Ela foi pegar uma bebida. Já conversou com todos e sua boca ficou seca.”
Balanço a cabeça. Bom. Tenho tempo para ficar fora de vista antes dela voltar. “Estão aqui há muito tempo?”
“Chegamos ontem à noite. Ficamos no Dean. Dirigimos para cá de manhã,” Nate responde. Dean é seu avô. O melhor amigo de Kiro Manning.
“Vou sair assim que isso acabar,” digo. “É bom ver você de novo, Bliss. Acho que estive aqui tempo suficiente para que minha mãe pense que me desculpei o suficiente. Vou deixá-los.”
Nate sorri. “Pedir desculpas, né? Acho que eu gostaria disso.”
Bliss ri. “Nate pare. É bom vê-lo novamente, Cruz.” Ela começa a dizer mais, em seguida, faz uma pausa e sorri para algo sobre meu ombro. “Lá estão eles,” acrescenta.
Olho para trás sem pensar e meus olhos param em Lila Kate. Ela está impressionante. Os cabelos escuros enrolados frouxamente e tocando os ombros. O vestido azul da meia-noite que usa abraça suas curvas docemente. É difícil afastar o olhar.
“Devo buscá-lo? Ou acha que ela quer que ele fique?” Pergunta Bliss.
Buscar quem?
“Deixe. Ela parece querê-lo lá,” Nate responde.
Afasto meu olhar de Lila Kate para ver um cara alto e loiro com a mão possessivamente em suas costas. Sua expressão é séria ao ouvir algo que ela diz. Quem diabos é esse?
“Quem está com ela?” pergunto uma vez que eles obviamente sabem.
“É Eli, meu melhor amigo,” diz Bliss, com um sorriso satisfeito.
“Como ela o conhece?” Lila Kate não é de se relacionar com alguém rapidamente.
“Eles passaram algum tempo juntos antes que você aparecesse de moto e a levasse,” Nate responde. Ele está se divertindo. Ele sabe por que estou perguntando e está se divertindo para caralho.
“Ela quis ir comigo,” digo a ele virando para encarar sua expressão presunçosa.
Ele assente. “Sim, ela quis. Mas agora...” ele inclina o queixo na direção de Lila Kate. “Ela quer Eli. Lição aprendida rápido eu diria.”
“Que porra isso significa?” Rosno dando um passo em direção a ele.
Nate não recua. Mas, então, eu não espero que o faça. Ele dá um passo em minha direção. Sua expressão fica fria. Fechada. “Isso significa que Eli é um bom rapaz. O tipo que permanece. Isso é o que significa.” a voz de Nate é baixa quando fala.
“Ela mal o conhece,” argumento.
“Mas ela te conhece o suficiente agora,” ele responde.
Estamos num funeral. Isso deveria me parar e me fazer ir embora. Mas não vou. Porque Nate está certo. Ela me conhece. Podia pegar minha moto e sair. Isso é o que um bom rapaz faria. Mas eu a levei e depois abandonei. Quando penso sobre isso tenho que admitir que possa ter sido a coisa mais fria que já fiz. E fiz essa merda muito cruel. Volto o olhar para Lila Kate e Eli. Ele está sussurrando algo e ela sorri. O sorriso não é o radiante que conheço.
É triste. Seus olhos não brilham e iluminam a sala como sei que podem. Ela perdeu alguém e Eli está lá com ela. Esse é o tipo de cara que ela precisa. Deixei-a porque ela precisa seguir em frente sem mim. Só não esperava que essa porra acontecesse tão rápido.
“Ela merece muito mais. Você sabe. Deixe que ela tenha.” A voz de Nate me incomoda, simplesmente porque ele está certo. Não falo nada. Apenas vou embora. Volto para minha família. Gostaria de me afastar deste maldito funeral e sair em silêncio. Esquecer o que aconteceu com Lila e eu. Eventualmente.
No caminho para ir embora sinto seus olhos me seguirem. A melhor coisa a fazer seria ignorá-la, mas não posso. Encontro seu olhar. Ela não sorri. Apenas me olha com olhos tão cheios de decepção que queima meu estômago. Ela me arruinou. Assim como estive com medo que ela faria.
Vinte e Cinco
Lila Kate
ELI SEGURA MINHA MÃO enquanto observo o mausoléu privado que abriga todos os membros do Slacker Demons e sua família. Minha avó é a primeira a ser enterrada nele. Kiro comprou porque disse que não queria ser enterrado no chão e não queria que sua Emily fosse também. Então decidiu que a melhor maneira de descansar em paz eterna era um mausoléu com aqueles que mais amava.
“Nunca vi ninguém ser colocado para descansar num destes. Exceto enterros,” Eli diz baixinho ao meu lado.
“Nem eu. Parece mais fácil do que vê-los afundar no chão, não é?”
Ele assente. “Sim, acho que é.”
Concentro-me em meu avô e seus olhos injetados de sangue fitando a frente, onde Emily foi posta. Ele está bebendo uma garrafa de uísque. Estou preocupada que ele entre em coma alcoólico, mas minha mãe disse que ele tem anos de tolerância com estas coisas. Ele ficará bem. Seu terno cobre as tatuagens, mas ainda parece um roqueiro. É sua postura, rosto, a maneira como os cabelos ainda estão longos demais para um homem mais velho. Ele sempre será Kiro Manning. Mesmo aos setenta anos de idade.
“Obrigado por ficar comigo hoje,” digo a Eli. Eu precisava de alguém. Apoio, suporte. Todo mundo esteve aqui. Todos sabem que saí na moto de Cruz Kerrington e todos o viram completamente ignorar-me. Mas a dor do meu avô é mais importante do que meu desprezo evidente por Cruz. Consegui o que queria ao brincar com fogo.
“Estou feliz por ter vindo. Quase não o fiz. Nate pensou que eu deveria. Terei que lhe agradecer por isso.”
Nate esperava isso. Ele sabia que Cruz viria assim como eu. Estamos todos juntos. Preciso agradecer a Nate por trazer Eli. Não que eu vá usá-lo como rebote. Mas ele se tornou um bom amigo. Depois de hoje, espero continuar em contato. Gosto de sua companhia. Ele é forte. Confiável. O tipo de homem que sei que meus pais esperam que eu encontre um dia.
Quando meu coração finalmente se curar e seguir em frente, espero encontrar um conto de fadas com um cara como Eli. Sei que não será Eli porque seu coração já não está disponível. Simpatizo com ele. Amar alguém que nunca terá é doloroso.
Pelo menos ele não sofreu uma humilhação por causa disso. Ele mantém seus sentimentos em segredo. Nunca cometeu o erro de jogar a precaução ao vento e se aventurar.
“Vamos,” digo quando os outros começam a sair. Sei que meu avô ficará aqui por um tempo e quero que tenha seu tempo sozinho com ela.
Eli continua segurando minha mão quando nos afastamos. Sei que os Kerrington estão a minha esquerda. Posso ver Woods e Della pelo canto do olho. Mas não os cumprimento. Simplesmente não posso. Ando com a cabeça baixa. Eli leva-me para a limusine que está à espera da família.
“Onde vai?” Pergunto.
Ele aponta para a limusine atrás da minha. “Para o Dean com Nate e Bliss.”
Estar com Nate e Bliss não é fácil para ele. Sei disso sem perguntar. “Vem comigo,” digo.
Ele sorri como se entendesse por que e pudesse ler meus pensamentos. “Obrigado.”
Vou para o último assento. “Você me salvou hoje. Deveria te agradecer.”
Eli vem atrás de mim e senta com a coxa pressionando a minha. O calor de seu corpo e o cheiro de sua colônia me traz alivio. Que não estou sozinha. Lembro-me da nossa noite juntos. Sei agora a diferença entre um bom sexo bêbado sem amarras e sexo com o homem que seu coração deseja. São dois campos diferentes.
“Você está linda hoje. Ele é um idiota e pela maneira que observou cada movimento seu ele sabe disso.”
Levanto a cabeça e olho Eli. “O que?”
Ele me dá um meio sorriso. “Cruz Kerrington. Ele não tirou os olhos de você. Não o conheço nem fomos apresentados, mas tenho experiência com seu tipo. Posso identificá-los. Ele também é completamente óbvio. Ninguém lá olhou para mim como se quisesse rasgar meus membros do corpo.”
Isso não faz sentido. Balanço a cabeça. “Você entendeu mal. Ele foi forçado a vir. Conheço seus pais. Ele agiu assim porque está com raiva que o funeral diminui seu tempo de diversão.” O desgosto é óbvio em minha voz. Assim como a dor.
“Posso não ser um idiota. Mas sou um homem. Sei o que pensamos. Posso ler um. E esse cara não ficou feliz por você estar comigo. Ele também queria ficar a sós e ter as mãos em você. Honestamente, Lila, você é linda. Hoje esteve deslumbrante. Eu tive dificuldade em afastar os olhos de você.”
Era bom. Não, parecia mais do que bom ouvir um homem de boa aparência dizer isso para mim. Não me sinto bonita ou deslumbrante. “Obrigada,” digo sem ter outra forma de responder. Então digo o que estou pensando. “Eu queria... Gostaria de ter te conhecido em outro momento. Um em que nossos corações não estivessem tão confusos. Talvez tivéssemos uma chance.”
Sua mão desliza na minha e ele a aperta. “Quando saiu eu percebi uma coisa. Meu coração não está onde pensei. Bliss tornou-se um hábito. Tudo o que conheço. Ninguém teve impacto suficiente em mim para movê-la do meu coração. Mas você... você me fez esquecer. Mostrou que há mais. Que posso sentir algo por alguém,” ele faz uma pausa, em seguida, seus dedos entrelaçam os meus. “Meu coração está pronto, Lila. Só serei paciente até o seu estar.”
Uau... isto não é algo que esperava ouvir. “Na nossa última noite juntos estava chateado com ser o melhor homem,” lembro.
Ele dá de ombros. “Um hábito. Um hábito que me despertou e mostrou como meu coração mudou. Percebi que segui em frente quando descobri que tinha ido. Que... me despertou mais do que a merda do casamento fodido. Estive pensando nisso e completamente focado em você. Nem sequer sinto uma pontada quando os vejo se beijando. Você me curou. Gostaria de poder fazer o mesmo.”
Aqui está um homem maravilhoso me dizendo que quer mais. Ele está pronto para seguir em frente comigo. Ele quer estar comigo. Ele está disponível. E tão bonito como tudo soou, mas meu coração ainda dói por Cruz. Sou ou a mulher mais estúpida do planeta ou a mais azarada. Possivelmente ambos.
“Preciso de tempo,” digo a ele porque quero um conto de fadas. Acredito que Eli é esse tipo de cara. Ele é seguro, sólido, bonito. Todas as coisas que meu pai é, que Rush Finlay é e que meus tios Mase e Cope são. Quero um homem como eles.
“Sou muito paciente,” ele responde.
Até mesmo o tom de sua voz é suave. Não faz meu coração acelerar ou desperta borboletas no estômago, mas faz-me sentir segura. Descanso a cabeça em seu ombro. Seu braço me envolve e ficamos lá em silêncio enquanto esperamos o resto da família.
Vinte e Seis
Cruz Kerrington
“VOCÊ A FODEU?” Blaze, meu irmão de dezenove anos pergunta sentando na outra extremidade do sofá que minha mãe se refere como ‘cova dos meninos.’ Fica no piso inferior da nossa casa de três andares e tem tudo que um adolescente pode precisar. Até um miniginásio com pesos. Vim aqui logo que chegamos em casa para evitar o resto da família.
“Só a ignorei,” não respondo voltando minha atenção para o jogo de beisebol que estou assistindo.
Blaze ri. “Isso quer dizer sim. Porra! Ela é tão gostosa.”
Fúria me toma. “Se quer viver é melhor calar a boca,” aviso. Não quero que ninguém saiba o que fizemos, mas também não quero que meu irmão pense em Lila Kate e sexo na mesma frase.
“Qual é o seu negócio? Jesus, relaxe. Lila Kate é sexy. Eu daria minha bola esquerda para transar com ela.”
Movo-me. Rápido. Sem pensar. Prendo Blaze no sofá com a mão em torno de sua garganta. Ele é um centímetro, talvez dois mais alto que eu, mas é mais esguio. Seus músculos são pequenos. Sou mais pesado que ele. Também sou dois anos mais velho. “Cale sua boca porra. Você me entendeu merdinha estúpido?”
Ele assente incapaz de respirar, então solto meu aperto em seu pescoço. Em seguida, o olho uma última vez antes de voltar para meu lugar. “Vá embora,” digo ao sentar novamente.
Posso vê-lo esfregando o pescoço. Droga de drama. Ele finalmente levanta e estou tão aliviado que quase suspiro. Só quero ficar sozinho.
“Se você a ama, então não está fazendo um bom trabalho em demonstrar. Isso é tudo que estou dizendo.” Após as palavras saírem de sua boca, ele se vira e corre em direção as escadas.
“Eu não a amo,” disse a ninguém. Mas preciso dizer. Colocar para fora. “Eu não amo ninguém. Amor não é para mim.” Continuo falando para a sala vazia.
A imagem de Lila Kate em pé no funeral. Sua pele macia bronzeada tão perfeita e nua no vestido que ela usava fez meus dedos coçarem para tocá-la. Sentir a textura sedosa. Se Eli fodido Hardy a abraçasse, não seria responsável por minhas ações. Mas ele não fez. Ele é o cara bom. Ele não tocou em seu corpo. Só segurou sua mão.
Ela parecia precisar do apoio. Lutei contra o ciúme me comendo por ser a pessoa ao seu lado. Foi minha escolha foi não ser. Sofri por seu bem estar.
Passos na escada desta vez me alerta que estou prestes a ser interrompido novamente por um membro da família. Jogo a cabeça para trás e fecho os olhos ao suspirar com irritação. “Você não pode apenas me deixar em paz?” Rosno frustrado quando o próximo membro intrometido da minha família entra.
“É apenas um minuto. Preciso dizer uma coisa. Então não vou incomodá-lo novamente,” a voz de Lila Kate faz minha cabeça levantar. Que porra ela faz aqui?
Ela usa um vestido branco que mostra muita pele. Estou hipnotizado. A visão dela. Toda sua suavidade perfeita. Aqui na minha casa. Por quê?
“Blaze disse que estava aqui e que poderia vê-lo por um momento. Ele saiu com seus pais para o almoço no clube. Não queria incomodá-lo,” ela para e olha o jogo na televisão. “Vejo que você está ocupado assistindo algo. Serei rápida.”
Ela se aproxima parando a alguns passos de distância. “Eu não cometi um erro. Sabia o que estava fazendo. Eu esperava isso de você. Não esperava mais nada. Eu escolhi ir com você, dormir com você, permiti-me gostar de estar ao seu lado. Isso foi tudo para mim. Vou lidar com as memórias. O desgosto. Tudo isso porque pedi por ele. No início, pensei ser estúpida. Amaldiçoei minhas más decisões. Mas... estou grata por ter feito. Eu deixei você me machucar. Mas nós tivemos um momento. Agora sei como é. Como você... me faz sentir. Eu não me arrependo. Não me arrependo de você. Vou seguir em frente. Ir por outro caminho. Nunca o incomodarei novamente. A vida vai voltar ao que era antes.” Ela para e sorri. É um doce e triste sorriso. Ele deixa meus malditos joelhos fracos mesmo estando sentado.
“Faz menos de quarenta e oito horas, mas foi divertido. Emocionante. E sempre me alegrarei por ter feito. Obrigado, Cruz Kerrington,” diz ela quando fecha a distância entre nós e se inclina para dar um beijo em meus lábios. “Adeus,” ela sussurra contra eles. Então levanta e caminha em direção à escada.
Meus lábios ainda estão formigando de excitação por seu toque. Meu corpo anseia o cheiro de seu corpo. Deixá-la ir parece impossível. Estou fora do sofá e atrás dela tão rápido que não tenho tempo para pensar. Minhas mãos agarram sua cintura, e aperto-a contra a parede. Há um milhão de coisas que quero dizer. Mas não falo nenhuma.
Beija-la é a coisa certa. Sem a porra de um beijo doce. Eu reivindico sua boca. Provo sua doçura. Fico bêbado no néctar que é Lila Kate. Desejo isso desde que a deixei. Sonho com isso. Tentei tirá-la do meu sistema com outra mulher. Nada funcionou. Esta é a única maneira de curar meu desejo.
Suas mãos envolvem meus cabelos e minhas mãos sobem para sentir o peso de seus seios. Coloco a mão sobre seu coração e os batimentos fazem o meu disparar. Fiz isso com ela. Ela quer tanto quando eu. Somos a porra de explosivos. Nunca houve outra mulher que me fizesse reagir desta maneira. Por que não posso apenas fazê-lo durar mais tempo? Apreciar até que termine.
Quando suas mãos tocam meu peito e me empurram firmemente, estou atordoado.
“Isso é suficiente,” ela ofega e desliza para longe do meu corpo para libertar-se de onde a prendi.
“Nós estamos apenas começando,” respondo minha própria voz rouca por falta de oxigênio.
Ela balança a cabeça. “Não, Cruz. Meu beijo foi um adeus. Aquele beijo foi um encerramento.” Enquanto estou tentando entender o que falou ela vai embora. Deixa-me lá. Bem desse jeito. Sem lágrimas. Nada.
Eu me sentiria melhor se ela tivesse chorado? Não quero machucá-la. Quero me trancar num quarto com ela e nunca sair. Mas não quero machucá-la.
Ela me mostrou suas emoções antes. Na Bourbon Street eu vi. Tudo. Sei que seu coração é suave. Que as lágrimas caem facilmente. Então, isso significa que a mulher que acabou de sair daqui é algo... que eu provoquei. Ela não foi fria. Ela terminou. Mostrei o quanto posso machucá-la e ela viu que eu não valho a pena. Ela sabe que merece mais.
Seu cheiro se agarra a minha pele. Meu corpo dói com a perda dela em meus braços. Mas mais do que isso minha alma sabe que apenas afastei a única coisa que me despertou. Perdi a mulher que me mostrou como o fogo é.
Afundo na cadeira atrás de mim. Seguro a cabeça com as mãos. Está feito. Nós tivemos nosso pequeno momento. Queria dizer que mostrei como sou ruim para ela. Como posso arruiná-la. Que preservei a ambos. Mas no final, sou o único completamente arruinado.
Vinte e Sete
Lila Kate
O ESPAÇO ERA PERFEITO. Ele iria crescer comigo. Com minhas aulas de dança. Eu podia ver um futuro aqui. Eu tinha o dinheiro para começar. Eu compraria este lugar, todo o equipamento e começaria a anunciar. Claro, eu queria encontrar uma aventura duas semanas atrás, mas agora uma aventura sempre me lembra Cruz. Ele tinha sido a minha verdadeira aventura.
Eu quase tinha deixado a sua presença nesta cidade fazer-me correr. Quando admiti para mim mesma que eu estava olhando para estúdios de dança fora de Rosemary Beach, porque eu estava tentando evitar Cruz, tinha começado a minha pesquisa aqui. Só fazia sentido começar o meu primeiro estúdio em uma cidade onde eu conhecia todo mundo e avançar mais tarde para expandi-lo. Eu não tinha planos de ficar aqui para sempre. Mas, por agora, fazia sentido. Minha necessidade de aventura tinha sido sugada de mim. Tinha sido fugaz. Eu tive aventuras demais no período de uma semana que durariam alguns anos.
A porta se abriu atrás de mim, e Ophelia Finlay ficou ali parecendo tão glamorosa como sempre.
“Eu te liguei três vezes.” Ela me disse como se eu não tivesse visto as chamadas não atendidas no meu telefone.
“Eu estive ocupada.” Respondi.
Ela suspirou alto. “Você não vai mesmo considerar? Eu seria uma incrível companheira de quarto.”
Ophelia tinha ouvido falar, por sua mãe, que eu estava comprando um condomínio e começando meu próprio estúdio de dança. Palavras viajam rápido quando suas mães são melhores amigas. Ela estava tirando um ‘tempo’ da faculdade este ano, porque precisava de uma nova direção ou algo dessa natureza. Isso era muito Ophelia.
“Eu não estava considerando. Não duvido que você seja uma boa companheira de quarto. Eu só precisava ter certeza de que era isso que eu ia fazer,” Eu virei em um círculo olhando para o prédio. “Mas é isso mesmo. Este é o lugar.”
Ophelia assentiu. “Este será um bom estúdio. Excelente localização.”
Eu apontei para cima. “Meu apartamento será lá em cima. Estou comprando o prédio. Eu preciso poupar dinheiro, e ficar onde eu trabalho faz sentido.”
Ela fez uma careta. “Você vai morar aqui?”
Eu balancei a cabeça. “Sim.”
“Como se parece lá em cima?”
Dei de ombros. “É um grande loft, vigas expostas, muito abertas. Não é realmente o seu tipo de lugar.” Foi por isso que eu não tinha respondido suas ligações.
“Que horas serão as suas primeiras aulas?” Ela perguntou, ainda não parecendo satisfeita.
“Às oito da manhã.” Eu respondi.
Sua determinação para ser a minha nova companheira de quarto parecia que estava desaparecendo rapidamente. “Oh.”
Isso foi o que eu pensei. Este seria o meu mundo. Meu trabalho e meu loft. Eu não imaginava que iria atrair alguém.
“Posso vê-lo?” Perguntou ela, esperançosa.
“Certo, vamos.” Eu respondi. “Por este caminho.”
Eu abri o caminho para a porta de trás, que foi pintada de azul. Eu mudaria isso. Ela abria-se para as escadas que iam para o sótão. Havia exatamente vinte e cinco degraus. Quando chegamos ao topo, não havia porta. Gostaria de trabalhar com isso, também.
A área de quatro mil metros quadrados era quase completamente aberta. A única privacidade era um banheiro à esquerda e a escada em espiral que levava a mais uma área do loft que seria o meu quarto. A cozinha estava completa e era toda em aço inoxidável. Mesmo as bancadas eram inoxidáveis. Era tudo muito industrial.
“Existe um segundo quarto?” Perguntou ela observando a área.
“Não. O proprietário original era um homem. Mas se você está realmente interessada, há espaço suficiente. Nós podemos construir paredes nesse canto próximo ao banheiro, e você teria um quarto de tamanho suficiente. Mas teríamos que dividir o banheiro.”
Ela caminhou enquanto estudava toda a área de Rosemary. Era pequena e uma rua pitoresca com lojas. O exterior de todas as lojas era muito ‘costa do sul’, e me senti confortável com isso. Muito diferente da área onde tínhamos vivido quando crianças. Finalmente, ela se virou para mim e sorriu. “Vamos fazer isso.”
Se tivesse sido Phoenix Finlay, eu não teria dito absolutamente nada. Mas eu poderia viver com Ophelia. Além disso, o rendimento do aluguel pagaria os serviços públicos neste local. Fazia sentido ter este acordo.
“Eu vou falar com o papai para ele arrumar alguns trabalhadores aqui para construir um quarto assim que eu assinar a papelada deste lugar.”
Ela estava sorrindo brilhantemente. “Quanto tempo você acha que vai precisar?”
“Até o final dessa semana.”
Ela bateu palmas com entusiasmo. “Isto será muito divertido!”
Eu esperava que sim. “Você quer um emprego? Porque eu vou precisar de ajuda no escritório uma vez que abrir o estúdio.”
“Certo! Por que diabos não? Podemos apenas retirar o aluguel do meu salário?”
“Isso seria bom para mim.”
Conversamos um pouco mais antes de Ophelia sair para contar para a sua mãe sobre seus planos. Entrei e puxei-me para cima, para me sentar no bar da cozinha. Eu poderia fazer uma vida aqui. Não era na parte rica de Rosemary Beach, onde as grandes casas eram e o clube estava localizado. Ficava logo ao lado dele, mas parecia separado. Eu não estava deixando a cidade, mas eu estava começando uma nova vida nesta cidade.
Meu telefone tocou e ecoou no grande espaço vazio. Olhei para ele, era Eli. Sorrindo, eu respondi. “Olá.”
“Como parece o lugar?” Ele perguntou. Eu tinha lhe dito, por uma mensagem de texto que eu lhe enviei ontem à noite, que viria verificá-lo hoje.
“Perfeito. Eu acho que vai ser perfeito.”
“Droga. Eu estava esperando que você achasse que é ruim e viesse para Sea Breeze comprar algo por aqui.” Ele estava brincando, mas eu sabia que ele também ficaria contente se isso acontecesse.
“Você sempre pode vir a Rosemary Beach.” Eu respondi.
Ele ficou quieto por um momento. “Não me tente.”
Eu me perguntei se ele iria realmente fazer isso. Talvez um novo começo fosse o que ele precisava. “Eu não iria reclamar se você viesse.” Eu adicionei.
Ele riu e acrescentou, “É difícil dizer não para você também. Mas eu tenho um emprego, e não posso apenas largar tudo e fugir.”
Ele tinha um ponto. “Eu sei. Queria esclarecer que se você precisar de uma aventura eu ficaria feliz em ser o seu início.” Eu estava brincando, mas ele ficou quieto.
Mordi meu lábio nervosamente. Talvez eu não devesse ter dito isso. Nós não falamos muito sobre aquela noite. Eu não tinha certeza se ele se lembrava de me perguntar se ele foi o início da minha aventura. Esperei por ele dizer algo e me preocupei todo o tempo em que ele ficou em silêncio.
“Eu poderia considerar se pudéssemos ter outro sexo na praia. Eu penso muito sobre isso. Desejo a Deus que eu não tivesse estado tão malditamente bêbado.”
Após Cruz, eu não estava pronta para fazer sexo com ninguém. Eu queria estar um dia. Mas, por agora, eu simplesmente não podia. Em uma semana, eu tinha feito sexo com dois homens diferentes. Isso tinha sido um inferno de uma aventura.
“Um dia, se for à hora certa.” Eu disse suavemente enquanto imagens de Cruz e as coisas que tínhamos feito apareciam na minha cabeça. Meu coração doía junto com elas.
“Eu não quero ser apenas o começo de sua aventura Lila, eu quero ser o fim.”
Vinte e Oito
Cruz Kerrington
MINHA CABEÇA ESTAVA FODIDA. Eu estava no trabalho fazendo o que meu pai me pediu para fazer. Não porque ele pediu, mas porque eu estava tão fodido da cabeça que eu precisava de algo para me distrair. E as bucetas de outras mulheres não estavam funcionando.
“Cruz, você parece tanto com o seu pai em sua idade, que eu tive um flashback. Eu era uma garçonete novamente e lá estava o chefe. Você está bem aqui no Club Kerrington de polo. Eu sei que Woods está orgulhoso de tê-lo aqui com ele.” Blaire Finlay disse quando entrou na sala de jantar com minha mãe e Harlow Carter, a mãe de Lila.
“Ele é gêmeo de seu pai. Em tudo, incluindo a atitude.” Disse minha mãe com um sorriso.
“Não vou dizer a ele que você disse isso.” Eu disse, sabendo que ele não gostaria de ouvir que eu agia como ele.
Blaire riu, e as três passaram por mim. Minha mãe fez uma pausa para apertar meu braço gentilmente. Harlow estava quieta. Ela não falava alto como as outras ou chamava a atenção para si mesma. Ela era quieta, bonita, não parecia em nada que tinha a sua idade, e tudo que eu podia ver era Lila Kate vinte anos mais velha. O homem que a segurar será um sortudo filho da puta.
Irritado com minha linha de pensamento, eu andei pelo corredor em direção ao escritório do meu pai, para onde eu estava indo quando as três tinham chegado. Eu adorava vir a este escritório. Isso significava que veria meu pai. Ele me colocava em sua mesa e me deixava brincar com um brinquedo pequeno de golfe que estava sobre ela. Eu assistia a tela plana na parede e o observava enquanto ele trabalhava. Eu queria ser como ele.
Caramba, como os tempos haviam mudado.
A porta do escritório do meu pai abriu e ele saiu antes de eu chegar a ele. Seu olhar imediatamente parou em mim. “Bem, você chegou na hora. Eu terei um almoço com o Capitão, se lembra do irmão de Blaire Finlay? Sua filha Emmeline está com ele. Ela está sendo preparada para assumir a franquia de restaurante aqui em Rosemary Beach. Eu acho que ter você lá vai fazê-la se sentir mais confortável já que você está mais próximo da idade dela.”
Encontro de almoço. Fan-porra-tastico. “Eu conheço Emmeline, e a chamamos de Emmy. Ou pelo menos era assim há dois anos, quando eu falei com ela em um evento realizado aqui por uma coisa ou outra.”
Papai concordou. “Bom. Franny, a filha mais velha do Capitão supervisiona as franquias no Alabama e Tennessee. Emmeline está sendo treinada para assumir as franquias da Flórida e Geórgia. Ela não estará pronta até se formar na faculdade, mas o Capitão começa a prepará-las desde jovens. Como eu deveria ter feito com você. Empresário inteligente.” Meu pai disse enquanto andava e esperava que eu o acompanhasse.
“Vamos comer aqui?” Perguntei esperando a resposta negativa. Eu não estava no humor para lidar com a multidão lá dentro.
“Não. Vamos para o lugar do Capitão.”
“Por que exatamente estamos nos reunindo com ele?”
“Porque nós precisamos de outro restaurante no clube. O grill junto à piscina e o salão de jantar principal não são suficientes. Não mais. É hora de nós expandirmos.”
“Então você irá colocar um dos restaurantes do Capitão no clube?”
“Possivelmente. Parece ser uma boa ideia. Vamos ver o que se desenrola.”
O novo Dodge Ram do meu pai estava estacionado na frente e um manobrista já tinha começado a trazê-lo para nós. Subimos e nos dirigimos para a propriedade do clube, na parte de negócios de Rosemary Beach, onde fazem compras, comem, fazem mais compras e toda a merda turística estava localizada. Eu não disse muito, apenas observei a cidade passar. Perguntei-me sobre Lila Kate, porque esse era o meu novo hábito que eu não podia deixar.
“Conversou com Lila Kate ultimamente?” Papai perguntou como se ele pudesse ler minha mente.
Eu balancei a cabeça negativamente.
“Então você não sabe sobre ela comprar esse lugar?” disse ele, e meus ouvidos se animaram.
“O quê?”
Papai parou em um dos três semáforos na cidade e apontou para uma loja de dois andares na esquina da rua principal. “Aquele ali no fim. Grant disse que ela comprou. Ela está abrindo um estúdio de dança.”
Estudei o edifício azul pálido. Grandes janelas forradas, piso inferior e no segundo andar tinha os protetores contra furacões que eram tão populares por aqui. “Isso não pode ter sido barato.” Wu disse perguntando o que diabos ela estava pensando.
“Não foi. Mas ela tem um fundo fiduciário de Kiro. Ela tem uma boa cabeça para os negócios. Em vez de viver com o dinheiro, ela o está usando para fazer mais. Para construir alguma coisa.”
Eu podia ouvir a admiração em seu tom. Eu sabia que ela era especial. Ele não precisava reforçar isso. Eu entendi. Foi por isso que a afastei. Isso tinha sido o correto.
Papai puxou o caminhão na frente do lugar do Capitão em Rosemary Beach, e eu saí ainda olhando para o lugar que agora era de Lila. Ela não estava deixando a cidade. Isso era bom. Como se eu pudesse respirar melhor. Não que fosse importar onde ela vivia, mas eu a queria aqui. Isso era muito fodido.
“Ouça, preste atenção, e seja educado. Fale com Emmeline. Não aja como um idiota.”
Eu sorri. “Quando eu fui um idiota com uma mulher?”
“Inúmeras vezes, Cruz. Muitas vezes.”
Carrancudo, eu o segui e o cheiro de frutos do mar me bateu. Eu não tinha estado aqui há muito tempo, mas a comida era boa. Eu deveria sair mais vezes. Não iria me prejudicar andar por essa parte da cidade.
“Woods, Cruz, é bom ver vocês dois.” Capitão Kipling disse enquanto apertava a mão de papai, em seguida, a minha. “Quando você se transformou em um homem?” Ele brincou, e em seguida, me deu um tapa nas costas.
Emmy caminhou ao seu lado e sorriu para mim. Não era o tipo educado de sorriso de negócios que eu estava esperando. Ela estava mais velha e, nos últimos dois anos ela amadureceu. Ela também sabia disso. Seus longos cabelos loiros e olhos verdes brilhantes eram uma combinação impressionante contra o bronzeado deixado pelo sol em sua pele.
“Olá, Cruz.” Seus olhos brilhavam com malícia quando ela disse meu nome.
“Emmy,” eu respondi com um aceno. “Bom te ver.”
“Enquanto vocês se sentam, eu vou levar Cruz comigo para pegar o laptop que você precisa papai. Eu posso mostrar-lhe em volta também.”
Capitão e meu pai já estavam conversando socialmente, e ele apenas balançou a cabeça. Meu pai me deu um olhar de aviso antes de se afastar. Essa não parece ser uma boa ideia. Será que os dois não viram a forma como Emmy tinha olhado para mim? Eles eram tão cegos? Ela não estava pensando porra nenhuma em negócios.
“Meu pai me disse que você está sendo preparado para assumir o clube.” Disse ela andando tão perto de mim que o seu braço escovou contra mim.
“Sim.” eu respondi.
“Eu estarei na cidade mais vezes para conhecer este lugar. Durante o verão, estarei aqui para trabalhar. Até eu voltar para a Universidade UT, deveríamos fazer alguma coisa.” Sua voz caiu para um tom sensual. Merda.
“Não sei o que você está pensando, mas estaremos potencialmente trabalhando juntos. Não acho que temos que atravessar as linhas.”
Ela se aproximou, em seguida, deu um passo na minha frente para abrir a porta e me levou para dentro. Eu estava na sala e percebi que era um escritório antes dela fechar a porta. “O que há de errado em ter um pouco de diversão? Isso fará com que trabalhar juntos seja mais agradável.”
Sua mão tocou meu braço e me afastei quando ela se aproximou mais de mim. “Eu sempre tive uma queda por você. Mas eu acho que todas as meninas têm.”
Foda-me. O que diabos eu deveria fazer com isso? Normalmente, eu mergulharia neste convite, mas o tempo estava fora aqui. Minha cabeça estava desarrumada, e Emmy não era alguém que eu pudesse mexer sem que meu pai ficasse irritado.
“Olha, por mais tentador que seja, temos que trabalhar juntos. Eu tenho certeza que você está bem ciente da minha reputação. Eu não quero qualquer atrito entre nós.”
Ela riu, em seguida, e moveu-se para frente de mim. Seu peito quase tocou o meu. “Eu não estou à procura de um relacionamento, Cruz. Eu só quero um pouco de diversão.”
Se eu pudesse ver além do rosto de Lila Kate, eu poderia aceitar isso. Mas caramba, eu não poderia usar Emmy dessa forma. Eu teria que fechar os olhos e fingir. A última garota que eu estive nas duas noites anteriores, eu realmente a chamei de Lila. E aquilo não terminou bem.
Embora se alguém pudesse atrapalhar a minha obsessão por Lila, isso iria me salvar. “Eu vou ser honesto com você. Eu terminei com alguém há pouco tempo e estou trabalhando através disso. Superando tudo. Mas eu ainda não cheguei lá.”
Emmy mordeu o lábio inferior sedutoramente e então finalmente pressionou os seios contra o meu peito. “Eu posso te ajudar com isso.”
Por que essa merda sempre acontece comigo? “Não tenho certeza que seja uma boa ideia.” Argumentei, mas as minhas palavras não soaram muito convincentes. Ela era gostosa. Eu era um cara e eu estaria mentindo se dissesse que não gostei dela.
“Dê-me uma chance. Apenas um gosto e você vai ver...” ela sussurrou e, em seguida, sua mão deslizou até o interior da minha coxa e segurou meu pau. Puta merda!
“Você me deixa duro e eu vou ter que andar por aí com um tesão do caralho. Isso não será legal para qualquer um dos nossos pais.”
“Se eu te deixar com tesão, eu posso resolver isso pra você.”
Desta vez, eu ri. “Confie em mim, querida, não temos tempo para isso.”
Ela moveu a mão, enquanto eu já estava semiduro. “Quando você tiver tempo... Eu sou ótima em chupar um pau.”
Eu ainda estava preso em suas palavras quando ela se afastou e pegou um laptop fino. “Vamos chegar a essa reunião. Estou morrendo de fome.” Ela disse enquanto me lançou um sorriso malicioso, em seguida, balançou seus quadris quando saia pela porta.
Eu poderia fazer isso. Desfrutar dela. Divertir-me. Ela não era a boa menina que eu tinha assumido. Emmy Kipling era impertinente. Deve ser a coisa da garota da faculdade se tornando selvagem. Eu estava pensando nisso e relaxei um pouco quando nos juntamos aos nossos pais.
Emmy de repente tornou-se toda negócios e era encantadora e inteligente. Ela sabia muito sobre o lugar e fez os dois homens rirem quando falou sobre uma merda que era engraçada. Eu não falei tanto, mas me esforcei para manter o meu pai feliz.
Apenas quando aceitei isso, senti que ia ficar bem, pelo menos, não tão ruim quanto eu tinha pensado quando o meu pai disse que tínhamos que vir a esta reunião. Comecei a sorrir e há flertar um pouco, pisquei para Emmy quando nossos pais estavam ocupados discutindo outra coisa e ela me deu um sorriso que prometia algo mais tarde. Algo que eu estava me preparando para aceitar. Então eu senti. Um calor morno. Um formigamento. Levantando os olhos, eles bloquearam com os que não saia da minha cabeça.
Lila Kate estava lá, com um pedido em suas mãos. Seus olhos estavam em mim. A dor era óbvia e vê-la lá cortou meu peito.
Eu era um bastardo.
Vinte e Nove
Lila Kate
BAIXEI OS ALIMENTOS sobre o balcão da minha cozinha e gritei de frustração. Eu o odiava. Eu odiava Cruz Kerrington. Eu o odiava. Abrindo um armário, eu peguei um copo e o enchi com água gelada. Seu sorriso estúpido na minha cabeça enquanto ele piscou para Emmeline Kipling. Ela tinha o quê, dezenove? Deus, ele era um porco.
Se ela o deixar se aproximar, ela é estúpida. Estúpida como eu. Eu gemi com o pensamento e abri o saco para tirar a comida que já não parecia atraente. Havia outros lugares que eu poderia ter comido hoje. Por que eu tive que ir lá? Por que eu tinha que ver aquilo?
Sentei-me em uma das banquetas coloridas que chegaram ontem. O local era tão industrial que eu tinha adicionado toda a cor e arte que eu podia. Eu gostei da maneira como ele estava ficando. Os banquinhos foram pintados por um artista local e cada um tinha uma face louca artística diferente pintada nas costas.
Olhei para as patas de caranguejo na minha frente quando forcei um em minha boca. Eu tive que comer. Eu estava trabalhando no andar de baixo durante todo o dia e ainda faltava mais de um mês para abrir o local. Eu tomei um gole da minha água e, em seguida, olhei para o meu telefone. Eu não tinha falado com Eli em duas semanas. Ele sabia que eu tinha comprado o lugar, mas eu tinha estado tão ocupada me mudando que não tinha enviado nenhuma mensagem para ele.
Peguei meu telefone e decidi mudar isso. Nós não fomos feitos para ser mais do que amigos, mas eu gostava da sua amizade. Nós amamos pessoas que não nos amam de volta. Ele entendeu.
“Já me mudei. Quando você vem me visitar?” Então eu pressionei enviar.
Ophelia não veio ainda. O quarto dela estava quase concluído. Ela tinha ido para Los Angeles com Phoenix para visitar seu avô por uma semana. O lugar tinha estado tranquilo. Apenas eu e meu pai, juntamente com alguns de seus funcionários que vieram trabalhar no quarto nos últimos dias.
“Quando for convidado.” Foi sua resposta.
Eu senti falta dele. Eu perdi o cara de confiança que cumpria o que ele disse que ia fazer. Ele era honesto e não fazia coisas que poderiam ferir os outros. Eu queria que Eli tivesse sido o único a roubar o meu coração. Ver Cruz com outra pessoa seria mais fácil se ele estivesse aqui.
“Você está convidado. Considere este o seu convite oficial.”
Enviar textos para ele aliviou a dor que eu senti no meu coração e comecei a comer a minha comida e me divertir. Se eu pudesse voltar atrás e não implorar a Cruz pelo impossível naquela noite, na Bourbon Street, eu o faria. Eu pegaria tudo de volta. Desistiria das memórias. As pessoas que disseram que não trocaria isso, mesmo que doa, eram loucas. Eu desistiria em um piscar de olhos. Eu não queria pensar nele.
Eu queria esquecer tudo.
“Sexta-feira é cedo demais?” Eli mandou uma mensagem de volta.
“É perfeito.” Eu respondi.
Isso me dava dois dias para arrumar esse lugar. Eu gostaria de fazer alguns planos para nós e, em seguida, me divertir. Eu não penso sobre Cruz. Eu não ligo para o que ou quem ele estava fazendo suas coisas. Eu vivo minha vida.
“Vou começar a fazer a mala.”
Eu rio com o último texto e acabo de comer.
As coisas estavam se tornando diferentes do que eu tinha imaginado, mas elas não eram ruins. De modo nenhum. Eu estava animada. Logo eu possuiria um estúdio de dança. Eu ficaria para ensinar crianças, incentivá-las a encontrar o seu amor pela dança do jeito que eu tinha encontrado.
Eu limpei minha refeição e desci para voltar a pintar as paredes. Papai tinha se oferecido para fazer isso, mas eu queria saber que eu tinha feito algo. Este era o meu lugar. Eu gostava de ter a minha mão em torná-lo pronto para morar.
Quando passei pela porta, Cruz estava ali olhando ao redor. Suas mãos estavam nos bolsos do jeans, e com um olhar que eu não conseguia ler em seu rosto. Eu pensei em virar e correr de volta lá pra cima, mas eu não tinha doze anos. Eu era uma adulta e este era o meu estúdio.
“Posso ajudá-lo?” Perguntei.
Seu olhar voltou-se para mim. Ele não tinha me ouvido entrar. “Ei.”
Eu não respondi. Eu só continuei em silêncio olhando para ele.
“Sobre o que você viu,” ele começou e eu levantei a mão para detê-lo.
“Não faça isso. Por favor, não venha aqui e aja como se você tivesse que explicar alguma coisa para mim. Eu acho que eu fui clara em sua casa. Tivemos um encerramento. Está feito. Tenho que terminar de pintar. Se você me der licença.” Fui até a tinta e o rolo que eu tinha deixado quando saí mais cedo, e esperei que ele tivesse virado e saído.
“Se você teve a porra do seu encerramento, por que seus olhos pareciam tão incrivelmente magoados? Diga-me Lila. Diga-me por que seus olhos tomaram meu fôlego? Porque, com certeza, não foi um encerramento que eu vi neles, porra.”
Fiz uma pausa e respirei fundo. Ele estava certo. Mas eu não ia admitir isso. “Ainda é recente. Estarei bem em breve.”
“Porra, quando descobrir como superar isso você poderia me dizer como? Porque Deus sabe que eu preciso de ajuda.”
Eu não podia deixá-lo chegar a mim. Eu não podia deixar suas palavras me fazerem fraca ou acho que eu não poderia confiar nele. Que não poderíamos ter nada.
“Você estava indo muito bem.” Eu respondi e me dobrei para pegar o rolo e tirar a tampa da lata de tinta.
“Lila, olhe para mim. Jesus, só olhe para mim merda. Diga-me se isso se parece com um cara que não se importa? Você me viu flertar. Eu tenho flertado desde que eu consigo andar. Não significa nada. É apenas como eu reajo a mulheres que estão flertando comigo.”
Eu rio e então balanço a cabeça. “Tanto faz. Eu não me importo. Basta ir.”
Ele ficou lá. Não falou e não saiu. Tentei me concentrar na minha pintura, mas foi difícil com seus olhos me observando. Esperei que ele dissesse algo mais. Se ele simplesmente deixasse isso acabaria de uma vez. Tudo isso. Eu experimentei isso. Sabia como era e estava pronta para deixá-lo no passado.
“Se você não se importa então poderíamos sentar, conversar, tomar uma cerveja. Nós não podemos fazer isso, Lila. Então, sim, você se importa.”
Ele estava certo. Eu o odiava por estar certo. Se eu não me importasse não haveria emoção. Eu estaria bem com uma visita. Eu não estaria exigindo que ele saísse. Deixei minhas mãos cair ao meu lado e me virei para encará-lo.
“Você está certo. Eu me importo. Mas eu quero não me importar. Quero esquecer que tudo aconteceu. Quero esquecer você.” As palavras, embora fossem verdades, soaram muito mais frias e mais duras quando eu disse em voz alta. Eu quase as retraí, mas me contive. Ele me machucou. Se isso for machucá-lo, então, tudo bem.
“Eu não quero esquecer.” Sua voz era profunda e dolorosa.
Comecei a dizer algo para suavizar a situação, mas então ele fez como eu pedi. Ele se virou e saiu. Depois que a porta se fechou atrás dele, o lugar ficou em silêncio novamente. E eu estava sozinha mais uma vez.
Trinta
Eli Hardy
O CHEIRO DE TINTA FRESCA me pegou enquanto eu ia para dentro do prédio que seria o estúdio de dança de Lila. Era uma pálida sombra de azul, e o teto sem pintura logo parecia com o céu da manhã. Ela me contou sobre um artista que tinha vindo para pintá-lo. Ainda havia muito a ser feito, mas eu estava feliz por ela. Ela estava tão animada quando ela falou sobre seus planos. Eu a ouvi por mais de uma hora na noite passada. Quando ela percebeu quanto tempo estava falando comigo sobre isso, ela se desculpou. Tinha sido bonito.
Nenhuma vez na minha vida alguém tinha me feito esquecer Bliss. Havia sempre uma dor no meu peito quando eu pensava nela. Até agora. Aquilo tinha ido embora. Eu sabia o porquê. Lila havia se tornado importante para mim. Ela tinha sido tão adorável que eu não conseguia pensar em mais ninguém. Bliss era o que deveria ter sido sempre para mim, uma amiga. Uma grande amiga com quem eu me preocupava, mas eu poderia dizer honestamente que eu não amava a minha melhor amiga. Fiquei feliz por Bliss ter encontrado Nate e que a vida dela estava cheia de alegria.
Eu puxei minha mochila por cima do meu ombro e atravessei a sala em direção a uma porta na parte de trás. Ela tinha dito para entrar naquela porta e seguir em frente até as escadas. Esta noite ela estava cozinhando pela primeira vez em sua cozinha e não queria deixar a comida sem vigilância, de modo que ela tinha deixado as portas destravadas para mim.
O cheiro de tinta desapareceu quando a pesada porta se fechou atrás de mim. Eu comecei a subir as escadas. Podia sentir o cheiro de alho antes de eu ter andando a metade do caminho.
“Eli?” Lila gritou.
“Sim!” Respondi.
Eu ouvi o toque de seus pés enquanto caminhava em minha direção. Quando cheguei ao topo da escada, ela estava lá para me cumprimentar. Ela era de tirar o fôlego. Droga... era bom estar aqui.
“Você está aqui!” Ela disse sorrindo para mim como se eu não fosse aparecer. Então ela acenou com a mão e deu a volta. “É isso. O que você acha?”
O espaço parecia que pertencia a um homem solteiro. Lila tinha adicionado um monte de coisas suaves de mulher, tudo colorido para subjugar a masculinidade do lugar. No entanto, a aparência rústica industrial, com as vigas expostas, foi construída para um homem em mente. Nada chique. Apenas aberta e útil.
“Eu acho que gostaria de alugar aquele quarto se Ophelia desistir.” Eu disse, brincando.
“É ótimo, não é? Eu amo a vista e a sensação de que esse lugar é meu.”
Eu balancei a cabeça. “Sim, isso é ótimo.” Assim era o meu ponto de vista.
Lila usava uma saia branca curta e com um top azul sem mangas que mostrava seu bronzeado. Seus cabelos estavam presos no alto da cabeça em um nó confuso. Ela não estava usando maquiagem, mas não precisa disso.
“Eu não tenho uma cama no quarto de Ofélia ainda, mas o sofá tem uma bicama, e é uma boa. Eu tinha verificado antes de comprar.” Olhei para a sala de estar, ela tinha um sofá de couro que era luxuoso e largo. Duas cadeiras com listras vermelhas e marrons e um grande pufe retangular estava no meio. A tela plana era enorme, mas então ela poderia ser visto de qualquer lugar em todo o ambiente.
“Isso parece confortável o suficiente para dormir.”
“Pode ser. Mas você é alto.” Ressaltou.
Eu testarei mais tarde. “O que você está cozinhando tem um cheiro incrível. Posso ajudar com alguma coisa?”
“Sim, você pode cortar as abobrinhas. Eu odeio cortar legumes.” disse ela. “Coloque a sua mochila mais perto do sofá e me diga sobre todos os acontecimentos atuais em Sea Breeze. Eu monopolizei a conversa na noite passada. Eu nunca soube o que aconteceu com Jude e Micah sendo presos.”
Deixei a minha mochila cair ao lado do sofá enquanto ela caminhava de volta para a cozinha.
“Damon, o melhor amigo de Micah, correu e os pegou antes que eles chamassem seu pai. Micah pode ter vinte e cinco, mas Jude tem apenas vinte anos. O pai deles teria ficado furioso. Eles são ambos idiotas por fazerem qualquer coisa com Saffron. Ela está sempre à procura de problemas.”
“Saffron os havia convidado para ir nadar na casa de um amigo que ela supostamente estava cuidando. Havia garotas de topless lá. Elas eram amigas strippers de Saffron, embora Saffron não seja uma stripper. Micah e Jude apareceram, e então tinha um menor bebendo na festa. As coisas ficaram muito altas. Os policiais vieram. Micah disse a Saffron para se esconder porque seu pai era um filho de uma cadela e que ficaria puto.”
Eli continuou. “Saffron não estava realmente cuidando da casa. Todos eles estavam lá sem o conhecimento do proprietário. Era a casa de um ex-namorado de uma das stripper. O ex-namorado e sua esposa estavam de férias.”
“Será que o dono da casa vai prestar queixa?” Lila perguntou quando me entregou a abobrinha.
“Não. A stripper que ele teve um caso ameaçou contar tudo para a esposa dele.”
Lila riu então. “Uau. Ok, isso soa como um filme. Sea Breeze é mais animada do que Rosemary Beach. Raramente temos drama. Nada de interessante.”
“Isso é porque você não tem uma Saffron Corbin por aqui.”
Lila passou por mim duas vezes para obter algo da prateleira de temperos. Eu estava tentando não assumir que ela estava fazendo isso de propósito, mas quando ela se aproximou a terceira vez eu decidi que era um convite. Coloquei a faca para baixo e agarrei sua cintura para puxá-la contra mim.
“Eu espero que isso esteja bem.” Eu disse num sussurro antes de reivindicar sua boca com a minha própria. Ela congelou num primeiro momento, e então lentamente derreteu-se contra mim, seus braços indo ao redor do meu pescoço. Isto foi melhor do que eu me lembrava.
Eu ouvi o azeite na panela atrás de nós chiar. Eu sabia que tinha que deixá-la ir, mas a sensação dela em meus braços estava tão certo que era difícil. Quando ela se afastou, ela me deu um sorriso tímido. “As cebolas vão queimar.”
Eu a deixei ir com relutância, e ela correu para movê-las com uma espátula. “Você está pronta para a abobrinha?” Perguntei ainda um pouco entorpecido por aquele beijo.
Ela olhou para mim por cima do ombro e assentiu.
Eu usei isso como uma desculpa para chegar perto dela. Peguei os legumes, em seguida, e fiquei tão perto de suas costas que nossos corpos se tocaram. Baixei a cabeça e sussurrei em seu ouvido. “Vou colocá-los na panela, você mexe.”
Lila tremeu e depois assentiu. Satisfeito que eu estava afetando ela desta forma, eu comecei a derramar lentamente a abobrinha em fatias na frigideira. Ela estava respirando rapidamente, e eu podia ver seu pulso pulando na curva de seu pescoço. Eu dei um beijo lá, incapaz de me segurar.
Ela respirou profundamente e, em seguida, estremeceu novamente.
CONTINUA
Eu só queria me divertir um pouco, e ela não podia deixar-me tê-lo. Ela não podia ficar puta da vida por alguns minutos. Jesus, ela era mais problema do que eu tinha previsto. Seus cabelos escuros foram à primeira coisa que eu vi quando sai do bar. Ela estava de pé apenas alguns metros do bar.
Tinha os braços cruzados sobre o peito, e seus ombros levemente caídos. Como se estivesse com frio e tentando se manter aquecida. Isso não podia ser ela, porque estava quente pra caralho aqui fora.
“Lila!” Eu a chamei. Ela lentamente virou-se para olhar para mim e, em seguida, retomou sua postura quando me viu, mas não estava interessada em mim. Ou como ela estava chateada.
Tomei alguns passos para alcançá-la, pronto para saber o que diabos ela estava pensando vindo aqui sozinha. Mas quando cheguei perto, ela abaixou os braços e manteve o olhar sobre tudo e qualquer coisa, menos em mim. “Pronto para o próximo bar?” Ela perguntou.
Estava chateada. Senti em seu tom. “Por que você simplesmente saiu?” Perguntei frustrado por toda essa cena. Eu tinha começado a me divertir.
“Eu não gosto desse bar.”
O que? “Só porque não gosta de um lugar você simplesmente o deixa. Você não podia esperar para me dizer?”
“Você estava ocupado.” O sarcasmo escorrendo de sua voz não foi perdido.
“Eu estava apenas começando a me divertir. Jesus, Lila.”
Ela começou a se afastar então. Ela estava com raiva e queria ficar longe de mim. Eu não tinha feito nada de errado. “Então volte lá e se divirta. Se é isso que você quer fazer, não tenho nenhum problema com isso.” O tom de sua voz não soava como se ela não tivesse problema com isso.
Estendi a mão e agarrei seu braço, parando-a. “O que há com você? Você está chateada por eu ter bebido shots nos seios daquela garota? Isso é o que ela está lá para fazer. Alguns dos bares aqui têm muito mais do que isso. Foi tranquilo. Eu não estava machucando ninguém.”
Ela suspirou profundamente, e, finalmente, virou-se para olhar para mim. “Isso é o que você gosta?”
“Beber shots de uma mulher? Sim, assim como todos os homens heterossexuais sobre a porra do planeta.”
“Você não a conhece.”
“Não, mas isso realmente não importa.”
Ela me estudou por um momento. “Você já se apaixonou, Cruz?”
Que porra é essa? O que tinha a ver eu gostar de uísque entre os seios para estar apaixonado? “Não, mas o que diabos isso tem a ver com esta conversa?”
O jeito que ela estava me estudando me deixou desconfortável. Como ela podia ver mais do que eu queria. “Porque parece superficial.”
“É sexy, divertido. Não é suposto ser mais nada.”
Lila não respondeu a isso. Deixei-a puxar seu braço para fora do meu alcance. Ela finalmente concordou. “Ok.” Eu não tinha certeza do que ela queria dizer com “OK” e se esse era o seu jeito de acabar com essa conversa ridícula que estávamos tendo, tudo bem.
“Vamos encontrar coisas mais sensuais e divertidas para fazer,” disse ela quando começou a andar novamente.
Eu caminhei ao lado dela. Ela foi até o bar próximo e não esperou por mim para pedir uma bebida. Em vez disso, ela foi direto ao bar e pediu uma dose dupla de uísque para si mesma, bebeu em um gole, então pediu outra.
“A menos que você queira me ter segurando seus cabelos lá fora, na rua, você precisa ir mais devagar,” eu avisei. Ela me ignorou e bebeu a próxima exatamente da mesma maneira. Depois disso, ela me deixou pedir a minha própria bebida e saiu para a pista de dança. Fiz o pedido com o barman, em seguida, assisti em choque como Lila Kate deixou um homem tomar sua mão e colocá-la sobre uma mesa. O cara no palco gritou “O que você quer ouvir coisa doce?”
Ela lhe deu um grande sorriso atrevido que eu nunca tinha visto em Lila Kate antes. “Poison,” ela gritou.
Poison? Que porra ela está fazendo?
“Eu acho que está apaixonada!” O cara no palco gritou. Em seguida, a banda começou a tocar, e assim o fez Lila. Eu sabia tudo sobre ela dançando. Ela tinha feito em toda sua vida. Foi à faculdade que fez. Mas eu não sabia era que, além do ballet e outras merdas de fantasias que ela tinha aprendido, em algum momento ao longo do caminho, Lila Kate tinha aprendido a fazer algo que faria milhões se ela estivesse decidida a tirar a roupa e tomar-se uma dançarina de Pole dance. Filho da puta.
Depois que eu puxei meu queixo do chão, eu tive que lutar contra o desejo de levá-la para fora e longe de todos assobios e aplausos. Foi sexy como o inferno? Sim. Mais do que qualquer coisa que eu já tivesse visto. Voltei à coisa de Branca de Neve que tentei explicar a ela mais cedo. Mas não era Lila. Ela tinha classe. Ela não era o tipo de garota que fazia coisas como esta.
Eu me segurei até que algum bastardo bêbado estendeu a mão e passou em sua panturrilha. Então eu estava feito. Ela tinha feito qualquer ponto maldito que queria fazer e eu não precisava ver mais. Caminhei pela multidão, e depois de empurrar dois caras de volta, agarrei as pernas dela e joguei-a por cima do meu ombro.
Ela gritou.
“Ei! Coloque a mulher para baixo!” Um cara que estava admirando a vista, disse em pé no meu caminho.
“Ela está comigo. Estamos viajando juntos. Ela é minha,” eu respondi dando-lhe um olhar de advertência.
“Você está bem com ele levando você?” O cara no palco perguntou.
“Sim,” ela disse parecendo irritada.
“Deixe-o ir, rapazes,” disse o vocalista, e meu caminho foi inocentado. “Se ela fosse minha, eu teria tomado-a também.”
Dezenove
Lila Kate
SÓ PORQUE EU DEIXEI ele me transportar para fora de lá como um homem das cavernas não significava que eu não estivesse com raiva. Fiquei furiosa. Ele poderia ter um bom tempo, mas eu não podia. Havia regras que estava faltando. Ele gostava de meninas que mostrava seu corpo e ostentá-lo, mas eu não tinha permissão para exibir o meu.
Quando estávamos longe o suficiente do bar e ele não iria entrar em uma briga, eu bati em suas costas e comecei a me movimentar para ser liberta. “Deixe-me descer!”
Ele parou de andar e me colocou em meus pés. “Posso confiar em você que não estará indo saltar sobre um pole em algum lugar e tirar suas roupas?” Ele virou-se para mim.
Era isso. Eu não tinha pedido para sair de Sea Breeze. Eu tinha deixado por causa de algo que ele tinha dito. Ele foi à razão pela qual eu corri em primeiro lugar. Ele tinha me acusado de ser fria e gelada. E quando eu fiz o que ele, obviamente, gostava em mulheres, ele ficou com raiva. Eu não poderia ganhar. Não com ele.
“O que foi? Foi pura demais para você? Você prefere que eu vá lá e empurre o meu top par baixo e comece a distribuir shots nos meus seios?”
Sua expressão era de alguém mentalmente instável. “Foda-se, não!”
“Então o que é que você gosta Cruz? Você me chama de fria e diz que eu sou intocável. Quebrável. Eu venho para provar que não sou nenhuma dessas coisas. Então, quando eu começo a ser corajosa e me solto fazendo coisas como acabei de fazer, você age como se eu estivesse fazendo algo errado. Eu não entendo. Desejaria não me importar. Eu tentei me cuidar por tanto tempo que eu nem me lembro quando eu não fiz. Você. Sempre foi você. Eu odeio isso. Eu odeio que seja você. Por que não podia ser outra pessoa? Alguém que fosse... gostar... Eli! Alguém como ele. Por que não posso querer alguém como Eli? O que há de tão errado com a minha cabeça que eu sempre quis você?” As palavras foram saindo. Me ouvi, sabendo que eu deveria calar a boca. Que o que eu estava dizendo nunca poderia ser levado de volta. Mas era como se eu tivesse controle de mão da minha boca para outra pessoa, e ele estivesse falhando em seu trabalho.
“É como eu pareço? Eu não sou bonita o suficiente? Você prefere outro tipo? Talvez sejam meus seios, talvez porque eles não são tão grandes como o da menina no bar? É isso? E quanto a mim fazer você me tratar como uma professora? Por favor, diga-me para que eu possa corrigi-lo!”
As pessoas estavam nos ignorando. Eles passavam direto por nós, e quando eu percebi o que tinha feito, que tinha apenas gritado tudo isso para qualquer um em torno de nós ouvir. Alguém gritou: “Eu acho que você está fodidamente sexy, baby. Venha até aqui.”
Sintonizando isso. Esta rua estava cheia de bêbados. Eu era um deles, aparentemente, porque eu tinha acabado de dizer coisas que eu nunca quis dizer sóbria. Eu tinha muito orgulho. A bêbada Lila Kate não tinha orgulho. Eu gostaria de ter percebido isso mais cedo.
“Você não é barata. Você não é fácil. Você é como a porra de um diamante raro. Você me quer? Você quer a minha atenção? Por quê? Eu sou uma bagunça. Eu não posso ser o que você merece. Eu nem sei como. E se eu me deixar tocá-la, apreciar o que você fez lá, eu estarei arruinado. Você acha que me quer, mas se realmente me conhecesse iria mudar de ideia. Então eu teria tido um gosto de você e nada jamais iria se comparar a isso de novo. Você me aterroriza. Me assusta como nada jamais me assustou na minha vida.” Seus olhos estavam brilhantes e selvagens. Suas mãos tremiam quando eu deixei cair o meu olhar para olhar para ele, incapaz de manter nossos olhares juntos. Todo o resto dele parecia tenso. Rígido.
“Eu te conheço. Eu te assisti toda a minha vida. Eu vi você no seu pior e seu melhor.” Eu não gritei aquelas palavras. Eu apenas disse e deixei-as ficar lá enquanto eu continuava deixando suas palavras se aprofundar. Eu não esperava isso dele. Eu ainda não tinha certeza se eu estava sonhando. Eu poderia estar sobe o efeito da bebida em algum momento?
“Eu não tenho relacionamentos, Lila.”
Eu levantei meu olhar então. “Eu não estou pedindo por um.”
Ele parecia dividido. Seus olhos se estreitaram. “Então o que é que você quer de mim?”
Eu queria muitas coisas. E eu sabia que ele nunca iria dar o que eu queria. Nós nunca teríamos um felizes para sempre. Isso não era Cruz. Ele nunca tinha sido. “Agora. Agora mesmo. Nessa viagem. Nada mais.”
Ele não respondeu de imediato. Ele ficou lá olhando para mim como se não acreditasse em mim. Ele não deve, porque eu queria mais. Eu só sabia que nunca iria conseguir isso. Eu não era a garota para fazê-lo querer mais. Ele encontraria um dia e iria mudar de ideia. Ele seria capaz de ser aquele cara. O único que fez relacionamentos.
Eu tinha ouvido dos meus pais a história um milhão de vezes. Meu pai não tinha sido aquele cara. Minha mãe tinha sido a única a mudar sua mente. Foi o que aconteceu a todos eles eventualmente. Eu sabia que não era para Cruz e que eu deveria deixá-lo ir e ir embora. Mas eu não podia. Eu queria saber por apenas um momento. Como me sentiria estar com ele. Então havia uma chance de eu tirá-lo da minha cabeça e coração. Seguir em frente e encontrar alguém. Assim, Cruz Kerrington não estaria sempre em meus pensamentos.
“Nada além desta viagem?” Ele repetiu as minhas palavras como uma pergunta.
Eu balancei a cabeça.
“Você ouviu a parte sobre me arruinar?”
Eu dei de ombros. “Nós dois sabemos que isso não vai acontecer. Eu não sou única. Você ainda não encontrou alguém.”
Ele franziu a testa. “Única?”
“Sim. Única. A menina que você vai querer para sempre.”
Ele balançou sua cabeça. “Você está mexendo com a minha cabeça. Eu juro.”
“Você está atraído por mim?” Perguntei-lhe corajosamente. Eu poderia agradecer aqueles shots duplos de uísque por isso.
“Isso não é o ponto aqui. Eu não sei se eu posso... apenas ter um caso com você, Lila. Há sentimentos lá. Eu não gosto de sentimentos porra. Não com as mulheres. Eu não posso te machucar, e é isso que eu vou fazer.”
Dei um passo em sua direção, coloco uma mão em seu peito. Este era um jogo, mas eu estava brava agora. Eu não seria na parte da manhã. Eu tinha ido tão longe que eu precisava empurrar ainda mais. “Você não pode me machucar se eu conheço as regras. Nós desfrutamos disto. Ter um caso. Em seguida, passar como sempre fomos.”
Ele baixou o olhar para a minha mão. “E se você me arruinar?”
“Dê uma chance,” eu sussurrei.
“Foda-se,” ele murmurou em resposta. Em seguida, agarrou meu pulso, e me puxou contra seu corpo. Mal tive tempo para recuperar o fôlego antes de sua boca estar na minha. O sabor das nossas bebidas misturadas com o que eu tinha ganhado. Por agora, eu tinha isso. Foi minha decisão, e eu esperava que isso saísse do meu sistema para que eu pudesse, eventualmente, seguir em frente.
“Não há mais bares,” disse ele contra a minha boca. “Voltamos para o hotel. E não estamos hospedados em dois quartos de merda.”
Eu não discuti. Eu só dei um aceno de cabeça em concordância. Era isso. É melhor não ser um sonho.
Vinte
Cruz Kerrington
HAVIA DECISÕES inteligentes e decisões estúpidas. E então havia erros. Eu não tinha certeza de onde este pousou, mas com Lila em meus braços cheirando como o céu, e a imagem de sua dança naquela mesa foi tudo o que me preocupava, no momento.
Eu quebrei o beijo, agarrei seu cotovelo e me dirigi para o hotel. Nós estávamos em um hotel a poucos quarteirões à frente, na esquina da Canal e Bourbon. Percebi como tudo o que eu, mas queria sem falar, que no fundo eu estava preocupado que ela iria ficar sóbria e mudar de ideia. Se eu fosse metade da porra do homem que eu deveria ser, eu não iria deixá-la fazer isso esta noite, enquanto ela estava bêbada... enquanto eu estava bêbado.
Mas eu tentei dizer a ela a confusão que eu era. Ela parecia ver mais em mim do que estava lá. Eu queria que houvesse mais. Eu queria conhecer suas expectativas. Quando eu era criança, eu tinha visto o olhar em seus olhos, e eu sabia que ela me via de forma diferente do que via Nate. Eu amei isso. Eu era diferente. Isso me fez sentir importante. Então eu a tinha beijado, e ele tinha me assustado.
Eu sabia que Lila Kate não era para mim. Eu não era o tipo de cara que ela iria querer por muito tempo. Ela veria muitos eventualmente. Ele iria fazê-la mudar de ideia. E ela nunca mais olharia para mim com aquele olhar sonhador em seus olhos novamente. A ideia de poder perder que me levou a colocar uma parede lá. Uma construída para magoá-la. Ela tinha funcionado. Até agora. Até que eu ouvi que ela tinha deixado à cidade e eu corri atrás dela, porque eu não podia suportar a ideia de ter uma vida sem ela.
Quando entramos no hotel, fiz uma pausa e olhei para ela. A menina da minha infância. A menina que eu sempre assisti, mas nunca me permiti chegar perto. A que eu fingi que eu não sabia por que me evitava.
“Tem certeza?” Eu perguntei a ela.
“Sim.”
Eu esperei. Eu precisava que ela pensasse. Deixar tudo afundar. “Poderíamos dormir esta noite. Esperar até amanhã.”
Ela sorriu. Tão suave que fez seus olhos brilharem e me fez sentir mais como um homem do que devia. “Hoje à noite,” ela finalmente disse.
O caralho que eu poderia ignorar isso. Teríamos hoje à noite. Se ela se arrependesse amanhã, poderia me quebrar. Mas eu estava disposto a arriscar.
A viagem para o quarto foi curta, mas tantos pensamentos passaram pela minha mente que me senti passar muito mais tempo do que era. Ela tocou o cartão-chave para o desbloqueio e acendeu a luz verde. Era isso.
A porta se abriu. Entramos no interior. Meu quarto era idêntico a este. Logo ao lado. Eu tinha feito uma piada sobre isso quando chegamos. Eu não estava brincando agora. Eu deveria estar naquele quarto. Sozinho. Era a coisa certa a se fazer.
“Lila,” disse pensando que eu deveria parar com isso.
Ela deixou cair à pequena bolsa do ombro no chão, em seguida, tomou a parte inferior de sua camisa e puxou-a por cima da cabeça. O sutiã de renda branco era pequeno e a elevação de seus seios parecia que eles estavam prestes a derramar por cima expondo seus mamilos. Sua blusa caiu no chão ao lado dela, então ela chegou ao redor e desabotoou o sutiã. Eu assisti com fascínio quando as tiras escorregaram pelos seus braços finos até se juntar a sua blusa no chão. Seus mamilos escuros redondos duros do frio do quarto ou a partir de sua excitação chamando minha atenção.
Me movi, fechando o espaço entre nós. Incapaz de manter minhas mãos para mim eu cobri ambos os seios com as mãos. Embora minhas mãos fossem grandes elas não eram grandes o suficiente para levar cada seio completamente. O excesso me animando eu apertei deixando a suavidade provocar minhas mãos.
“Porra,” sua voz pegou quando ela disse as palavras. Aquelas não eram as palavras que eu imaginei vindo de seus lábios. Eles não se encaixavam com Lila Kate. Mas a forma como sua voz tremia quando ela disse. A maneira como ela se inclinou para mim e um gemido suave escapou simplesmente do meu toque fez tudo isso parecer certo. Como era para ser. Como nós deveríamos ser.
A restrição que eu tinha retido estalou. O lado impertinente de Lila foi demais para um homem tomar. Eu agarrei sua saia e puxei para baixo até que ela ficasse ali em nada além de suas calcinhas de renda preta. Elas fizeram pouco para cobri-la. Quase inútil a menos tentando seduzir um homem. E eu estava seduzido. Eu tirei minha própria camisa e joguei-a fora.
Minhas mãos em volta de sua cintura e a suspendi a levando até a mesa do quarto porque era mais perto que a cama. Sentei-a, em seguida, puxando sua calcinha memorizando a maneira que olhei quando ela deslizou fora de seu corpo.
Ela estremeceu e meu pau latejou. Essa era Lila Kate... doce, inocente, preciosa Lila Kate. Impertinente, selvagem, carente Lila Kate tinha tomado seu lugar essa noite, e eu tremia de antecipação. “O que você quer?” Eu perguntei a ela quando desabotoei minha calça jeans. “Diga-me exatamente o que você quer que eu faça.”
Seus olhos foram do meu peito nu e depois bloquearam em minhas calças quando eu comecei a soltá-la e empurrando-a pelos meus quadris e saindo dela. “Diga-me, Lila,” eu exigi. Eu não tinha certeza por isso que eu precisava dela para dizer, mas eu fiz. Eu queria que ela falasse sujo. Ouvir sua linda boca dizer coisas ruins. Fiquei muito provável que explodisse ao som, mas eu queria.
“Eu quero você,” ela sussurrou.
“Você vai ter que fazer melhor que isso. Conte-me.”
Ela engoliu em seco e ergueu o olhar de minha ereção pressionando através de minhas cuecas boxer aos meus olhos. “Eu te disse. Eu quero que você me foda, Cruz.”
Isso deve ser suficiente. Eu deveria estar feliz. Mas ela me transformou em um monstro enlouquecido pelo sexo. “Você quer isso gentil?” Perguntei empurrando minha cueca para baixo deixando meu pau grosso livre.
Ela balançou a cabeça lentamente. Os olhos arregalados quando ela olhou para mim. “Não,” sua voz era tão suave que eu quase não a ouvi.
“Diga-me,” eu disse enquanto empurrava suas coxas com as mãos e me coloquei entre elas. “Como você quer ser fodida?” Nessa última palavra, seus olhos brilharam com o mesmo desejo que sentia.
“Forte. Foda-me forte.”
Minhas mãos chegaram debaixo dela e agarrei sua bunda quando eu bati nela. Que com um impulso era como afundar em cetim apertado e quente. “Foda-se!” Eu gritei quando seu corpo reagiu à entrada súbita, apertando meu pau. Era melhor do que a minha imaginação.
Suas mãos pequenas agarraram meus braços, as unhas cravando em minha carne. O ardor que senti foi incrível. “AH!,” Ela gritou.
“Isso é o quão duro você quer?” Rosnei perto da orelha dela querendo bater nela uma e outra vez, mas estava fazendo tudo o que podia para me controlar.
“Sim. Mais,” ela ofegava.
Meus dedos entraram na carne da bunda dela quando eu puxei para trás e mergulhei mais fundo. Gemendo de prazer, eu mordi seu ombro, e ela começou a implorar. “Por favor, mais forte. Eu quero sentir você amanhã.”
Qualquer a sanidade que estava segurando saiu. Fui buscá-la afundando-a mais para o meu pênis rígido e levando-a até a cama onde eu caí para a suavidade com ela. Não querendo me afastar. Eu tive que puxar para fora em um movimento rápido e lançá-la em seu estômago. “Bunda no ar,” eu pedi.
Ela fez isso, sem dúvida. De quatro, era mais fácil e eu estava martelando dentro dela imediatamente. Seus gritos se tornaram mais frenéticos como a minha respiração. Eu bati na bunda tão forte quanto eu podia sem realmente me preocupar em machucá-la. Só para deixar arder.
“Oh Deus!” Ela gritou. “Estou gozando!” Seu corpo começou a tremer e seu clímax pulsava em meu pau ainda trancado dentro dela. Eu balancei com a necessidade de explodir. Foi uma porra tão incrível que eu não conseguia pensar. Pouco antes de perder a pequena quantidade de controle que eu tinha deixado, eu puxei para trás até que eu estivesse livre dela e gritei seu nome quando minha porra cobriu sua bunda virada para cima.
Seu corpo ainda estava tremendo, e minhas pernas estavam fracas. Fracas demais para se moverem. Ficamos lá. Sua cabeça agora repousava na cama. Tudo o que podia ser ouvido era nós ofegantes. Que tinha sido mais. Muito mais do que eu esperava. Tinha sido viciante. Eu poderia dizer-me que era muito perigoso fazer isso de novo, mas eu seria um tolo. Eu queria mais. Inferno, eu queria mais, logo que eu pudesse respirar fundo novamente.
Ela começou a abaixar seu corpo inteiro para a cama.
“Eu preciso limpar você,” eu disse a ela apreciando o olhar de meu sêmen em sua pele.
“Está bem,” ela disse suavemente, ainda afundando até que fosse pressionada completamente contra o colchão.
Sorrindo para a simples beleza, encontrei forças para ficar de pé e fui para o banheiro pegar uma toalha molhada. Limpei-a rapidamente, em seguida, cobri-a para cima. Ela levantou a cabeça e olhou para mim. “Você está vindo para a cama também?”
Os cabelos perfeitos de Lila estavam bagunçados. Seus olhos estavam pesados, os cílios se espalharam pelas bochechas. O rubor no rosto ainda estava lá, e nada parecia tão incrivelmente bonito na minha vida. “Sim. Eu vou.”
Subi ao seu lado e cobri nós dois puxando-a de volta contra o meu peito. Seria difícil em alguns malditos minutos, mas ela estaria dormindo cedo demais para perceber. Eu inalei o cheiro de seus cabelos e sua mão cobriu a minha.
Levou menos de dois minutos para a sua respiração se abrandar. Ela estava dormindo em meus braços, e eu sabia que nada seria o mesmo para mim. A ruína que eu temia era muito pior do que isso. Eu não estava preparado para ser capaz de deixá-la ir.
Vinte e Um
Lila Kate
RECONHEÇO SEU CHEIRO antes mesmo de abrir os olhos. O calor de seus braços me fez suspirar e afundar mais perto. Isto foi melhor do que sonhei. E sonhei com isso mais do que gostaria de admitir. Lembrar que é por um tempo curto, que não é para sempre causa uma forte dor então afasto o pensamento. Por agora, vou desfrutar do que tenho. Cada momento que passamos juntos, vou absorver tudo.
“Se continuar se contorcendo mais perto vamos foder antes de eu estar totalmente acordado,” sua voz sonolenta me assusta e eu rio. Nunca ri, mas o faço então. É bom. Na noite passada, o álcool me deu a coragem que precisava. Esta manhã não há arrependimentos. Não desejo que tivesse sido diferente. Porque depois de abrir-me para ele e caminhar de volta para o hotel fiquei sóbria o suficiente. Lembro-me de cada detalhe. Nunca esquecerei um só momento.
“Lila,” sua voz rouca e profunda é um alerta quando pressiono o corpo mais no dele. “Você deve estar dolorida,” diz ele enquanto beija meu ombro.
Eu estou. “É uma dor gostosa.”
Ele respira fundo, em seguida, rola para cima de mim. Seu corpo nu paira sobre mim. Os cabelos estão bagunçados e os olhos ainda pesados de sono. “Você encontrou sua boca impertinente e gosta dela, não é?” Ele pergunta com o joelho separando minhas coxas.
Balanço a cabeça.
Então, ele está dentro de mim. Tão rápido. Fecho os olhos com força, e engasgo da ternura e prazer.
“Dói?” Ele pergunta ao ficar completamente imóvel.
“Sim. Mas como disse, é uma dor boa,” digo a ele abrindo os olhos. “Faça doer mais.”
“Jesus, Lila. Você vai nos matar,” ele geme quando começa a se mover. Bombeando os quadris dentro e fora de mim. Sua boca beija ao longo da minha clavícula até o pescoço. Seu hálito quente em meu ouvido só aumenta a sensação. “Diga mais merda suja com esta boca bonita,” ele diz com um sussurro antes de mordiscar minha orelha.
Abro mais minhas pernas levantando os joelhos para prender seus quadris. “Quero te sentir gozar dentro de mim. Sentir o calor da sua porra escorrendo por minhas coxas,” digo e ele congela.
“Porra, Lila. Não fale esse tipo de merda, se não quer que eu goze.”
“Eu quero que você goze.”
Seus braços tremem enquanto ele se mantém completamente imóvel. “Você está tomando a pílula?”
Sorrio para ele. “Sim. Não quero ser mãe tão cedo.”
Ele move-se, a expressão feroz. “Estou limpo. Nunca tocaria em você sem camisinha se não tivesse certeza de estar completamente limpo.”
Confio nele. Ele é um monte de coisas, mas não me colocaria em perigo. Eu sei. “Então goze dentro de mim.”
Seus quadris começam a bater contra mim. Todos os outros pensamentos desaparecem. Tudo o que sinto é o aumento do meu próprio clímax. Posso ouvir sua respiração acelerar e seus palavrões murmurados. Abro os olhos e vejo seus braços flexionando com cada movimento.
Quando empurro contra ele e envolvo as pernas em sua cintura para segurá-lo, eu grito seu nome.
“Maldição, Lila,” ele pragueja e então sinto. Tudo isso enquanto ele me dá exatamente o que pedi. Quero que dure para sempre. Não irei pensar sobre o dia em que tudo terminará. Porque neste momento, eu tenho tudo.
Rolo de lado levando-me com ele. Nós dois estamos ofegantes e suados quando nossos corpos se grudam. Falar não é necessário ou sequer possível. Estou tentando recuperar o fôlego e voltar para a terra. Sexo nunca foi tão bom. Mas, então, minha experiência é limitada. Muito limitada. Mas não posso imaginar ser melhor do que isso.
A mão de Cruz começa casualmente a brincar com meus cabelos. Viro a cabeça para olhá-lo e seus olhos estão fechados. Sempre odiei que ele seja tão impressionantemente bonito. Ele faz meus sentimentos ainda mais difíceis de ignorar. Gostaria de vê-lo e ter vergonha de mim mesma por fazê-lo. A maneira como ele anda, se porta, o som de sua voz e esse sorriso. Tudo isso é impossível não notar. Todas as mulheres o notam.
“Vamos para o norte. O que acha de Memphis?” Diz ele com os olhos fechados.
“Memphis? O que tem em Memphis?” pergunto, desfrutando da liberdade de olhá-lo.
“A fodida Graceland está em Memphis,” ele sorri.
“Quer dizer que quer ver onde Elvis viveu?” Rio ao falar.
Ele inclina a cabeça para olhar para mim e abre um olho. “Claro que sim, eu quero. Essa merda deve ser brega. Quem quer perder isso?”
Não me importa aonde vamos. Estou bem com qualquer lugar. “OK. Memphis então.”
“Você ligou para seus pais?” A pergunta dele me surpreende.
“Não,” admito.
“É melhor,” ele suspira. “Tenho certeza que todos sabem que estamos juntos agora. Nate dirá a eles.”
“Provavelmente.”
Ele passa a mão sobre o rosto e geme. “Grant vai me matar.”
Eu não respondo. Porque essa é uma questão que enfrentarei quando isso acabar. Estou numa aventura para fugir com o cara que está na cama comigo. É diferente agora. Não estou tentando mudar ou encontrar um novo eu. Eu já fiz. A garota que sou nesse momento não é nada como a garota que era na noite que ele tinha me chamado de fria. Agora, só tenho que aproveitar enquanto durar. Porque isto acabará.
“Meu pai pode me matar antes do seu. De qualquer maneira, minha vida será curta.”
Isso me faz sorrir. “Isso é um pouco dramático,” digo a ele.
Ele dá de ombros. “Honestamente, vale a pena.” Sua mão corre pelo meu lado e aperta meu quadril. “Vale a pena completamente.”
Isso não é uma declaração de amor. Eu percebo. Mas é doce. Coloco a perna por cima dele quando viro até que metade do meu corpo esteja em cima dele. Ambos seus olhos abrem quando faço isso. “Somos crescidos,” lembro a ele. “Acho que você vai viver.”
Ele me olha com ternura. “Ou você vai me matar antes deles. Mas a morte por sexo soa como um bom caminho a percorrer.”
Eu rio. “Estou apenas começando. Não estou prestes a atacá-lo.”
Suas mãos agarram minha bunda e me puxa para cima dele. “Talvez, mas colocar este pequeno corpo quente num homem enquanto ele está nu e na cama é irresistível.”
Quando ele desliza para dentro de mim lentamente desta vez, gemo alto e gosto de ser preenchida mais uma vez antes do café da manhã.
Vinte e Dois
Cruz Kerrington
DIRIGIR QUASE SEIS HORAS para Memphis hoje não foi uma boa ideia. Vi Lila Kate esconder a careta quando montou na moto. Nós fodemos como maníacos e agora ela está dolorida. Ela alega não estar, mas vejo em seu rosto. Não deveria ter forçado as duas rodadas esta manhã, mas ela é tão gostosa. É uma necessidade por estar dentro dela novamente e fodê-la, não gosto de querer alguém tão forte. A experiência do passado me prova que uma boa transa tira a menina do meu sistema e sigo em frente. Mas com Lila Kate ainda tem que acontecer. Com as pernas dobradas atrás das minhas e seu corpo contra minhas costas já estou pensando em transar novamente. Jesus, ela é como crack para um viciado.
Vou em direção a Birmingham, Alabama. Podemos parar no meio e descansar. Encontrar algo para ver ou fazer, e depois pilotar o resto do caminho. É apenas uma hora mais perto de Memphis; ela pode visitar sua amiga, e ela ajudará a controlar minha necessidade de ter meu pau nela durante nossa parada. Preciso encontrar algum controle.
Depois de oitenta minutos na estrada, ela começa a se contorcer e acho uma saída que tem opções de restaurante e algumas compras. Passaremos um tempo aqui, então partiremos quando ela estiver pronta. Paro em um restaurante e estendo a mão para ajudá-la a descer. Ela estremece novamente.
“Acho melhor parar por hoje,” digo, me sentindo culpado por seu desconforto.
Ela franze a testa. “Por quê?”
Aprecio que ela tente ser forte, mas sei que está dolorida e não vou fazê-la sofrer mais. Pela primeira vez desejo não ter uma moto maldita. “Você está dolorida,” aponto o óbvio. “Vamos comer e andar um pouco. Fazer compras. Veja como você se sente mais tarde.”
“Vou ficar bem,” ela argumenta.
Ignoro isso. “Com fome?”
“Sim e este lugar cheira muito bem.”
Entramos e forço-me a não colocar as mãos sobre ela. Tocá-la o tempo todo não é bom. Isto é temporário. Não há necessidade de agir como se fosse mais do que isso. Nós dois estamos apreciando a viagem.
Seu telefone começa a tocar pouco depois de passarmos na porta e ela o tira do bolso. Quando levanta os olhos para mim, eles estão se desculpando quando ela coloca o telefone no ouvido. “Ei mãe.”
Disse para ligar para seus pais mais de uma vez. Ela não me escutou.
Sua mãe está falando e o rosto de Lila Kate empalidece antes dela sussurrar. “Ah não. Quando?”
Agora estou preocupado. Ela começa a morder o lábio. “Sim, ele está.”
“Não tenho certeza,” ela olha para mim. “Onde estamos?”
“Cerca de uma hora ao sul de Montgomery, Alabama,” digo.
Ela repete para a mãe. “Não... de moto,” Posso vê-la se encolher quando fala.
“Sim. Vamos dirigir até lá agora,” diz ela. “Vejo você mais tarde. E mãe, eu sinto muito.”
“Também te amo.”
Quando ela termina a chamada, lágrimas enchiam seus olhos. “Minha avó faleceu no meio da noite. Mamãe vai enviar o jato do meu avô para me pegar em Montgomery. Eles já estão na Califórnia. Meu avô chamou mamãe às três esta manhã para contar. Ela e meu pai pegaram um avião pouco depois.”
Esta é a última coisa que esperava que ela dissesse. “Deus, Lila, sinto muito.”
Ela assente com a cabeça. “Eu também. Por causa do meu avô. Ela nunca esteve lá sabe. Sua mente se foi há tantos anos. É um milagre ela viver tanto tempo. Mas Kiro passou toda a vida ao seu lado. Eles pararam a turnê, porque ele odiava estar longe. Toda sua história é apenas devastadora. Minha mãe nunca chegou a conhecê-la. Seu cérebro foi danificado quando ela era um bebê .”
Sei sua história. Foi manchete quando souberam que a mulher de Kiro Manning, Emily na verdade ainda estava viva. O mundo pensou que ela tinha morrido naquele acidente. Mas ele a manteve longe da mídia. Eles fizeram até um filme chamado “Emily Kiro” cerca de dez anos atrás, que foi um sucesso de bilheteria. Kiro não queria que o filme fosse feito no início, mas na entrevista que deu para a revista Rolling Stones disse ter mudado de ideia. Ele queria que o mundo conhecesse sua Emily. O que ela era. Quão surpreendente ela foi. Ela mereceu.
Levo Lila de volta para a moto e a ajudo a subir. Coloco o capacete em sua cabeça e desejo ter mais que eu possa fazer. Algo mais. Algo para ajudar. Temo que ela pegue aquele jato. Nosso tempo está terminando mais cedo do que esperava.
Ela segura-me com mais força do que antes. Minha garganta está grossa. Há uma porra de emoção lá que não entendo. Que não quero. Esta é uma maneira de protegê-la, tirá-la do meu sistema e seguir em frente. Para nós dois. Mas uma noite não foi suficiente. Eu sou egoísta. Sua avó acaba de falecer. Mas que droga.
A viagem para o aeroporto de Montgomery é muito rápida. Nosso tempo juntos está terminando. Esta pequena bolha que tivemos está prestes a estourar. Voltarei para casa e enfrentarei a ira do meu pai. Fazer o que diabos devo. Ela voltará e será como antes. Não vamos continuar de onde paramos. Isso será mais do que uma aventura. Isso fez com que o caroço de merda na minha garganta signifique algo.
Ferir Lila Kate é inevitável para mim. Se fizer isso mais tarde, doerá mais. Mais cedo é melhor. Mais cedo nos ajudará a seguir em frente. Nunca serei o cara que ela precisa. Mas droga, sei que isso me machucará também.
Paramos no aeroporto antes do jato particular chegar. Quero dizer algo que torne isso mais fácil. Algo que faça com que a dor em meu peito vá embora. Algo que faça com que seu olhar triste desapareça. Mas não tenho nada.
Ela desce da moto e pego suas coisas no alforje. Então viro para ela. “Não estava esperando que nossa jornada acabasse tão cedo,” digo tentando sorrir.
“Nem eu.”
Posso ver a questão lá. A incerteza. Ela quer saber se é o fim para nós. Mas ela não pergunta. E não posso dizer as palavras. Mesmo que precise, eu não posso.
“Diga a seus pais e avô que sinto muito por sua perda.” Seus olhos perdem a luz. Ela esperava mais do que condolências genéricas. Sinto-me um idiota gigante.
“Obrigada,” ela sussurra. “Por tudo.” Então ela pega sua bolsa e sai. Assisto a sua partida. Quero correr atrás dela e dizer algo mais. Para tentar fazê-la sorrir. Mas isso só piorará seu estado. Em vez disso, espero ela entrar no prédio. Então subo na moto e volto para o sul. Volto para Rosemary Beach.
Vinte e Três
Lila Kate
EU ESTAVA ENTORPECIDA. O voo para Los Angeles e a viagem para casa de meu avô, em Beverly Hills é um borrão. Quando a limusine que me pegou no aeroporto estaciona na frente de sua mansão, percebo que não me lembro de entrar nela.
Pego a única bolsa que tenho comigo e saio quando o motorista abre a porta. Não vejo Kiro a cerca de seis meses. Ele nos visitou, mas eu não estava. Quando era criança, visitei mais vezes. Fiquei uma semana com ele no verão. Tenho boas memórias deste lugar.
Minha mãe vem para a porta da frente e sai para me cumprimentar. Subo as escadas e espero que ela não esteja muito chateada com meu passeio de moto com Cruz. Ela tem seu pai para se preocupar. Não preciso aumentar seu stress. Sei que nunca andarei na moto de Cruz novamente.
Ele acaba de me deixar ir. Sem promessas. Nada. Ele acaba de terminar. Muito rápido. Meu peito dói e me sinto culpada. Meu avô está sofrendo. Eu deveria estar mais preocupada com ele.
“Como ele está?” Pergunto ao abraça-la.
Ela me aperta. “Ele está triste. Mamãe se foi há muito tempo. A mulher que ele conheceu. Mas agora até mesmo o pouco que ele tinha dela sumiu. Vai ser duro para ele.”
“Ela estava doente?”
“Não. Seu coração parou. Com o dano que seu cérebro sofreu, o médico diz que é um milagre ela ter vivido tanto. Mas papai fez com que ela tivesse o melhor atendimento. E ele está sempre aqui. Acho que ela viveu por ele.”
Sua história é tão trágica. Quando recuo, olho para ela. “Quão chateado está papai?”
“Sobre Cruz?”
Balanço a cabeça.
“Ele não está feliz,” diz ela com um pequeno dar de ombros. “Mas você é uma mulher adulta. O que ele pode fazer? Foi sua decisão para tomar.”
Concordo, mas não acho que papai concorde.
“Ele não vai falar ainda. Por enquanto, trata-se de Kiro e Emily.”
“Quem está aqui?”
“Neste momento, apenas Dean e nós. Nan, Cope, Mase, Reese, Rush e Blaire estão a caminho.”
Mamãe olha a mochila no meu ombro. “O que aconteceu com sua bagagem?”
“Deixei tudo com Nate.”
Ela suspirou. “Para fugir na moto de Cruz Kerrington.”
“Sim.”
Ela não fala mais nada. Mesmo não sendo uma semana, tudo o que aconteceu faz parecer como se fosse muito mais tempo.
“Posso dizer uma coisa?” pergunta mamãe.
“Claro.”
Ela estende a mão e toca minha bochecha. “Você é gentil, amorosa, generosa, paciente e linda. Você merece algo especial.”
“Mãe, você tem um conto de fadas. Nem todo mundo os vive.”
Ela inclina a cabeça para o lado e sorri. “Não, Lila Kate. Nem todo mundo é paciente o suficiente para esperar por ele.”
Ela beija meu rosto, em seguida, pega meu braço e sobe as escadas, entrando na casa. Quero refletir sobre o que ela disse mais tarde. Talvez ela esteja certa. Talvez eu encontre um conto de fadas. Só que o espero da pessoa errada.
A casa cheira a charutos. Foi assim toda minha vida. Ouvi Rush uma vez dizer que é melhor do que o cheiro de maconha que tinha em sua juventude. Caminhamos através da grande entrada pelo corredor esquerdo, onde Kiro tem a sala de jogos. Grandes sofás de couro preto, enormes telas planas em três lados, uma mesa de bilhar e um grande bar estão lá. Sentado no canto do sofá está meu avô, Kiro Manning. Ele está mais velho agora, mas ainda é uma lenda. Seu nome é bem conhecido. Ele tem um charuto numa mão e uma garrafa de uísque na outra. O corpo esguio é alto e coberto de tatuagens. Mesmo aposentado e sendo avô ele ainda se assemelha a uma estrela do rock.
Ele levanta os olhos avermelhados assim que entramos e sorri ao me ver. Ele chorou em algum momento. “Minha Lila Kate,” diz ele com a voz rouca de anos de drogas, cigarro e álcool.
“Hey,” digo ao caminhar até ele. Não é segredo que ficou furioso quando meu pai engravidou minha mãe. Minha mãe não é sua única filha, mas é a favorita. Porque foi a criança que Emily lhe deu. Meu nascimento poderia ter matado minha mãe. Isso o aterrorizou. Mas minha mãe sempre diz que passou a minha vida me esperando. Sei que ele me amava mais do que seus outros netos. Ele é muito franco sobre o assunto. Mas também sei que só sou parte de Emily.
Ele abre os braços também cheirando o álcool e charuto. Abaixo-me e abraço-o com força. “Eu te amo,” sussurro.
“Não tanto quanto eu te amo, menina bonita,” essa sempre foi sua resposta. “Ouvi dizer que esteve de moto com um Kerrington. Acho que tem um pouco do sangue selvagem do vovô depois de tudo.”
Fico tensa esperando que meu pai não tenha ouvido. “Hum, eu acho,” digo o mais baixo que posso.
Isso o fez rir. Estou feliz por ele poder rir, mas não é algo para rir. “Vamos dar a seu papai um pouco de dificuldade. Ele precisa.”
De todas as coisas para ele querer falar essa não é uma delas.
“Papai está tudo bem. Ela só está nervosa em falar com Grant sobre tudo isso,” Mamãe interrompeu.
Fecho os olhos e faço uma careta. Quando levanto Kiro pisca para mim. “Você é uma menina crescida. Tudo bem.”
Viro a cabeça lentamente para olhar meu pai que está em pé no bar com os braços cruzados sobre o peito e uma carranca no rosto. “Ela é melhor do que Cruz Kerrington,” diz meu pai.
“E minha Harlow é melhor do que Grant Carter. Minha menina doce foi varrida de seus pés por alguém que tinha a reputação como um jogador. Parece que acabou tudo bem,” Kiro diz antes de tragar seu charuto.
Papai só resmunga.
Tento pensar em algo para mudar de assunto quando passos soam no corredor. Então ouço vozes. Os outros dois filhos de Kiro chegam com seus cônjuges. Tenho certeza que ouvi a voz do meu tio Mase em algum lugar. E quando ele está discutindo com minha tia Nan parece uma reunião de família.
“Não ficarei no quarto azul, Mase. Enfie-o na sua bunda. Quero o outro perto do elevador. Sempre fico nele. Não discuta comigo,” Tia Nan diz em seu tom irritado agudo.
“Dê-me outra porra de garrafa. Vou precisar dela,” Kiro resmunga.
Ele e minha tia Nan não tem o melhor relacionamento, mas minha mãe disse que está melhor em comparação com o passado.
Quando os quatro entram na sala. Kiro ergue a garrafa. “Estou de luto porra. Não comece essa merda aqui.”
Nan parece envergonhada e Mase assente. “Desculpa. Estou apenas começando a te tirar do tédio.”
Kiro dá de ombros. “Entendido.”
“Sinto muito, Kiro,” Reese, a mulher do meu tio Mase diz quando se afasta dos outros. “Vá em frente, chore e vou manter estes dois na linha.”
“Ainda não descobri como diabos conseguiu essa menina,” Kiro diz apontando com a garrafa na direção de Reese enquanto olha Mase.
“Nem eu,” responde Mase, em seguida, joga-se no sofá em frente à Kiro. “Passe o uísque.”
Vinte e Quatro
Cruz Kerrington
O CHEIRO de flores. Odeio o cheiro tanto quanto odeio funerais. Elas me deprimem. Não deveria estar aqui. Não conheci Emily Manning. Claro, conheço Lila Kate, mas ela não esperava que viesse ao funeral de sua avó. Inferno, eu não iria se pudesse fugir. Uma vez que alguém estava morto, acabou. Porque ter um grande e deprimente funeral?
Quero que minhas cinzas sejam atiradas no Golfo. Sem músicas, flores e sem lágrimas de merda. Afrouxo a gola da camisa e suspiro. Meu pai foi inflexível sobre eu ir. Todos estão. Toda a família maldita está aqui. Como cada família em Rosemary Beach que somos próximos.
“Vamos por Grant, Harlow e Lila Kate!” Meu pai disse quando reclamei sobre não ver razão para ir a este funeral.
A verdade é que tentei tirar Lila da cabeça durante os últimos três dias e não funcionou. Tudo o que posso ver é Lila. Quando tive outra menina contra a parede do meu apartamento na noite passada, tive o rosto de Lila Kate na cabeça. Não quero vê-la tão cedo. Ainda estou tentando tira-la do meu sistema. Até digo a meu pai que eles podem fazer meu funeral uma vez que Grant Carter pôr as mãos em mim. Papai me disse que pedi por isso.
“Ali está Nate,” minha mãe sussurra. “Vá se desculpar.”
“Por quê?” Pergunto confuso. Não fiz nada para Nate.
Ela agarra meu braço como se eu ainda tivesse oito anos. “Por levar Lila Kate sem uma palavra. Isso é o que fez.”
Não vou me desculpar com ele por isso. “Não.”
Suas unhas afundam em minha pele. “Agora.”
Não vou me desculpar, mas vou até lá dizer algo a ele para fazê-la pensar que obedeci antes que ela me agarre pela orelha e me leve até ele.
“Tudo bem,” murmuro e sua mão me solta, logo que vou em sua direção.
Desculpar-me com Nate. Sério? Será que eles sequer conhecem Nate Finlay? Como se isso não fosse algo que ele faria. Jesus. Todos estão sendo dramáticos como o inferno. Não a sequestrei. Ela foi de bom grado.
Nate também usa um terno e Bliss está ao seu lado parecendo deslumbrante num vestido preto com os cabelos presos para cima dos ombros. “Hey,” digo quando eles se viram ao me ver chegando.
Nate inclina o queixo.
“Você viu Lila Kate?” pergunto.
“Sim. Por quê? Tem a moto com você?” Nate sorri quando fala.
“Não, espertinho. Eu só não a vi.”
“Ela foi pegar uma bebida. Já conversou com todos e sua boca ficou seca.”
Balanço a cabeça. Bom. Tenho tempo para ficar fora de vista antes dela voltar. “Estão aqui há muito tempo?”
“Chegamos ontem à noite. Ficamos no Dean. Dirigimos para cá de manhã,” Nate responde. Dean é seu avô. O melhor amigo de Kiro Manning.
“Vou sair assim que isso acabar,” digo. “É bom ver você de novo, Bliss. Acho que estive aqui tempo suficiente para que minha mãe pense que me desculpei o suficiente. Vou deixá-los.”
Nate sorri. “Pedir desculpas, né? Acho que eu gostaria disso.”
Bliss ri. “Nate pare. É bom vê-lo novamente, Cruz.” Ela começa a dizer mais, em seguida, faz uma pausa e sorri para algo sobre meu ombro. “Lá estão eles,” acrescenta.
Olho para trás sem pensar e meus olhos param em Lila Kate. Ela está impressionante. Os cabelos escuros enrolados frouxamente e tocando os ombros. O vestido azul da meia-noite que usa abraça suas curvas docemente. É difícil afastar o olhar.
“Devo buscá-lo? Ou acha que ela quer que ele fique?” Pergunta Bliss.
Buscar quem?
“Deixe. Ela parece querê-lo lá,” Nate responde.
Afasto meu olhar de Lila Kate para ver um cara alto e loiro com a mão possessivamente em suas costas. Sua expressão é séria ao ouvir algo que ela diz. Quem diabos é esse?
“Quem está com ela?” pergunto uma vez que eles obviamente sabem.
“É Eli, meu melhor amigo,” diz Bliss, com um sorriso satisfeito.
“Como ela o conhece?” Lila Kate não é de se relacionar com alguém rapidamente.
“Eles passaram algum tempo juntos antes que você aparecesse de moto e a levasse,” Nate responde. Ele está se divertindo. Ele sabe por que estou perguntando e está se divertindo para caralho.
“Ela quis ir comigo,” digo a ele virando para encarar sua expressão presunçosa.
Ele assente. “Sim, ela quis. Mas agora...” ele inclina o queixo na direção de Lila Kate. “Ela quer Eli. Lição aprendida rápido eu diria.”
“Que porra isso significa?” Rosno dando um passo em direção a ele.
Nate não recua. Mas, então, eu não espero que o faça. Ele dá um passo em minha direção. Sua expressão fica fria. Fechada. “Isso significa que Eli é um bom rapaz. O tipo que permanece. Isso é o que significa.” a voz de Nate é baixa quando fala.
“Ela mal o conhece,” argumento.
“Mas ela te conhece o suficiente agora,” ele responde.
Estamos num funeral. Isso deveria me parar e me fazer ir embora. Mas não vou. Porque Nate está certo. Ela me conhece. Podia pegar minha moto e sair. Isso é o que um bom rapaz faria. Mas eu a levei e depois abandonei. Quando penso sobre isso tenho que admitir que possa ter sido a coisa mais fria que já fiz. E fiz essa merda muito cruel. Volto o olhar para Lila Kate e Eli. Ele está sussurrando algo e ela sorri. O sorriso não é o radiante que conheço.
É triste. Seus olhos não brilham e iluminam a sala como sei que podem. Ela perdeu alguém e Eli está lá com ela. Esse é o tipo de cara que ela precisa. Deixei-a porque ela precisa seguir em frente sem mim. Só não esperava que essa porra acontecesse tão rápido.
“Ela merece muito mais. Você sabe. Deixe que ela tenha.” A voz de Nate me incomoda, simplesmente porque ele está certo. Não falo nada. Apenas vou embora. Volto para minha família. Gostaria de me afastar deste maldito funeral e sair em silêncio. Esquecer o que aconteceu com Lila e eu. Eventualmente.
No caminho para ir embora sinto seus olhos me seguirem. A melhor coisa a fazer seria ignorá-la, mas não posso. Encontro seu olhar. Ela não sorri. Apenas me olha com olhos tão cheios de decepção que queima meu estômago. Ela me arruinou. Assim como estive com medo que ela faria.
Vinte e Cinco
Lila Kate
ELI SEGURA MINHA MÃO enquanto observo o mausoléu privado que abriga todos os membros do Slacker Demons e sua família. Minha avó é a primeira a ser enterrada nele. Kiro comprou porque disse que não queria ser enterrado no chão e não queria que sua Emily fosse também. Então decidiu que a melhor maneira de descansar em paz eterna era um mausoléu com aqueles que mais amava.
“Nunca vi ninguém ser colocado para descansar num destes. Exceto enterros,” Eli diz baixinho ao meu lado.
“Nem eu. Parece mais fácil do que vê-los afundar no chão, não é?”
Ele assente. “Sim, acho que é.”
Concentro-me em meu avô e seus olhos injetados de sangue fitando a frente, onde Emily foi posta. Ele está bebendo uma garrafa de uísque. Estou preocupada que ele entre em coma alcoólico, mas minha mãe disse que ele tem anos de tolerância com estas coisas. Ele ficará bem. Seu terno cobre as tatuagens, mas ainda parece um roqueiro. É sua postura, rosto, a maneira como os cabelos ainda estão longos demais para um homem mais velho. Ele sempre será Kiro Manning. Mesmo aos setenta anos de idade.
“Obrigado por ficar comigo hoje,” digo a Eli. Eu precisava de alguém. Apoio, suporte. Todo mundo esteve aqui. Todos sabem que saí na moto de Cruz Kerrington e todos o viram completamente ignorar-me. Mas a dor do meu avô é mais importante do que meu desprezo evidente por Cruz. Consegui o que queria ao brincar com fogo.
“Estou feliz por ter vindo. Quase não o fiz. Nate pensou que eu deveria. Terei que lhe agradecer por isso.”
Nate esperava isso. Ele sabia que Cruz viria assim como eu. Estamos todos juntos. Preciso agradecer a Nate por trazer Eli. Não que eu vá usá-lo como rebote. Mas ele se tornou um bom amigo. Depois de hoje, espero continuar em contato. Gosto de sua companhia. Ele é forte. Confiável. O tipo de homem que sei que meus pais esperam que eu encontre um dia.
Quando meu coração finalmente se curar e seguir em frente, espero encontrar um conto de fadas com um cara como Eli. Sei que não será Eli porque seu coração já não está disponível. Simpatizo com ele. Amar alguém que nunca terá é doloroso.
Pelo menos ele não sofreu uma humilhação por causa disso. Ele mantém seus sentimentos em segredo. Nunca cometeu o erro de jogar a precaução ao vento e se aventurar.
“Vamos,” digo quando os outros começam a sair. Sei que meu avô ficará aqui por um tempo e quero que tenha seu tempo sozinho com ela.
Eli continua segurando minha mão quando nos afastamos. Sei que os Kerrington estão a minha esquerda. Posso ver Woods e Della pelo canto do olho. Mas não os cumprimento. Simplesmente não posso. Ando com a cabeça baixa. Eli leva-me para a limusine que está à espera da família.
“Onde vai?” Pergunto.
Ele aponta para a limusine atrás da minha. “Para o Dean com Nate e Bliss.”
Estar com Nate e Bliss não é fácil para ele. Sei disso sem perguntar. “Vem comigo,” digo.
Ele sorri como se entendesse por que e pudesse ler meus pensamentos. “Obrigado.”
Vou para o último assento. “Você me salvou hoje. Deveria te agradecer.”
Eli vem atrás de mim e senta com a coxa pressionando a minha. O calor de seu corpo e o cheiro de sua colônia me traz alivio. Que não estou sozinha. Lembro-me da nossa noite juntos. Sei agora a diferença entre um bom sexo bêbado sem amarras e sexo com o homem que seu coração deseja. São dois campos diferentes.
“Você está linda hoje. Ele é um idiota e pela maneira que observou cada movimento seu ele sabe disso.”
Levanto a cabeça e olho Eli. “O que?”
Ele me dá um meio sorriso. “Cruz Kerrington. Ele não tirou os olhos de você. Não o conheço nem fomos apresentados, mas tenho experiência com seu tipo. Posso identificá-los. Ele também é completamente óbvio. Ninguém lá olhou para mim como se quisesse rasgar meus membros do corpo.”
Isso não faz sentido. Balanço a cabeça. “Você entendeu mal. Ele foi forçado a vir. Conheço seus pais. Ele agiu assim porque está com raiva que o funeral diminui seu tempo de diversão.” O desgosto é óbvio em minha voz. Assim como a dor.
“Posso não ser um idiota. Mas sou um homem. Sei o que pensamos. Posso ler um. E esse cara não ficou feliz por você estar comigo. Ele também queria ficar a sós e ter as mãos em você. Honestamente, Lila, você é linda. Hoje esteve deslumbrante. Eu tive dificuldade em afastar os olhos de você.”
Era bom. Não, parecia mais do que bom ouvir um homem de boa aparência dizer isso para mim. Não me sinto bonita ou deslumbrante. “Obrigada,” digo sem ter outra forma de responder. Então digo o que estou pensando. “Eu queria... Gostaria de ter te conhecido em outro momento. Um em que nossos corações não estivessem tão confusos. Talvez tivéssemos uma chance.”
Sua mão desliza na minha e ele a aperta. “Quando saiu eu percebi uma coisa. Meu coração não está onde pensei. Bliss tornou-se um hábito. Tudo o que conheço. Ninguém teve impacto suficiente em mim para movê-la do meu coração. Mas você... você me fez esquecer. Mostrou que há mais. Que posso sentir algo por alguém,” ele faz uma pausa, em seguida, seus dedos entrelaçam os meus. “Meu coração está pronto, Lila. Só serei paciente até o seu estar.”
Uau... isto não é algo que esperava ouvir. “Na nossa última noite juntos estava chateado com ser o melhor homem,” lembro.
Ele dá de ombros. “Um hábito. Um hábito que me despertou e mostrou como meu coração mudou. Percebi que segui em frente quando descobri que tinha ido. Que... me despertou mais do que a merda do casamento fodido. Estive pensando nisso e completamente focado em você. Nem sequer sinto uma pontada quando os vejo se beijando. Você me curou. Gostaria de poder fazer o mesmo.”
Aqui está um homem maravilhoso me dizendo que quer mais. Ele está pronto para seguir em frente comigo. Ele quer estar comigo. Ele está disponível. E tão bonito como tudo soou, mas meu coração ainda dói por Cruz. Sou ou a mulher mais estúpida do planeta ou a mais azarada. Possivelmente ambos.
“Preciso de tempo,” digo a ele porque quero um conto de fadas. Acredito que Eli é esse tipo de cara. Ele é seguro, sólido, bonito. Todas as coisas que meu pai é, que Rush Finlay é e que meus tios Mase e Cope são. Quero um homem como eles.
“Sou muito paciente,” ele responde.
Até mesmo o tom de sua voz é suave. Não faz meu coração acelerar ou desperta borboletas no estômago, mas faz-me sentir segura. Descanso a cabeça em seu ombro. Seu braço me envolve e ficamos lá em silêncio enquanto esperamos o resto da família.
Vinte e Seis
Cruz Kerrington
“VOCÊ A FODEU?” Blaze, meu irmão de dezenove anos pergunta sentando na outra extremidade do sofá que minha mãe se refere como ‘cova dos meninos.’ Fica no piso inferior da nossa casa de três andares e tem tudo que um adolescente pode precisar. Até um miniginásio com pesos. Vim aqui logo que chegamos em casa para evitar o resto da família.
“Só a ignorei,” não respondo voltando minha atenção para o jogo de beisebol que estou assistindo.
Blaze ri. “Isso quer dizer sim. Porra! Ela é tão gostosa.”
Fúria me toma. “Se quer viver é melhor calar a boca,” aviso. Não quero que ninguém saiba o que fizemos, mas também não quero que meu irmão pense em Lila Kate e sexo na mesma frase.
“Qual é o seu negócio? Jesus, relaxe. Lila Kate é sexy. Eu daria minha bola esquerda para transar com ela.”
Movo-me. Rápido. Sem pensar. Prendo Blaze no sofá com a mão em torno de sua garganta. Ele é um centímetro, talvez dois mais alto que eu, mas é mais esguio. Seus músculos são pequenos. Sou mais pesado que ele. Também sou dois anos mais velho. “Cale sua boca porra. Você me entendeu merdinha estúpido?”
Ele assente incapaz de respirar, então solto meu aperto em seu pescoço. Em seguida, o olho uma última vez antes de voltar para meu lugar. “Vá embora,” digo ao sentar novamente.
Posso vê-lo esfregando o pescoço. Droga de drama. Ele finalmente levanta e estou tão aliviado que quase suspiro. Só quero ficar sozinho.
“Se você a ama, então não está fazendo um bom trabalho em demonstrar. Isso é tudo que estou dizendo.” Após as palavras saírem de sua boca, ele se vira e corre em direção as escadas.
“Eu não a amo,” disse a ninguém. Mas preciso dizer. Colocar para fora. “Eu não amo ninguém. Amor não é para mim.” Continuo falando para a sala vazia.
A imagem de Lila Kate em pé no funeral. Sua pele macia bronzeada tão perfeita e nua no vestido que ela usava fez meus dedos coçarem para tocá-la. Sentir a textura sedosa. Se Eli fodido Hardy a abraçasse, não seria responsável por minhas ações. Mas ele não fez. Ele é o cara bom. Ele não tocou em seu corpo. Só segurou sua mão.
Ela parecia precisar do apoio. Lutei contra o ciúme me comendo por ser a pessoa ao seu lado. Foi minha escolha foi não ser. Sofri por seu bem estar.
Passos na escada desta vez me alerta que estou prestes a ser interrompido novamente por um membro da família. Jogo a cabeça para trás e fecho os olhos ao suspirar com irritação. “Você não pode apenas me deixar em paz?” Rosno frustrado quando o próximo membro intrometido da minha família entra.
“É apenas um minuto. Preciso dizer uma coisa. Então não vou incomodá-lo novamente,” a voz de Lila Kate faz minha cabeça levantar. Que porra ela faz aqui?
Ela usa um vestido branco que mostra muita pele. Estou hipnotizado. A visão dela. Toda sua suavidade perfeita. Aqui na minha casa. Por quê?
“Blaze disse que estava aqui e que poderia vê-lo por um momento. Ele saiu com seus pais para o almoço no clube. Não queria incomodá-lo,” ela para e olha o jogo na televisão. “Vejo que você está ocupado assistindo algo. Serei rápida.”
Ela se aproxima parando a alguns passos de distância. “Eu não cometi um erro. Sabia o que estava fazendo. Eu esperava isso de você. Não esperava mais nada. Eu escolhi ir com você, dormir com você, permiti-me gostar de estar ao seu lado. Isso foi tudo para mim. Vou lidar com as memórias. O desgosto. Tudo isso porque pedi por ele. No início, pensei ser estúpida. Amaldiçoei minhas más decisões. Mas... estou grata por ter feito. Eu deixei você me machucar. Mas nós tivemos um momento. Agora sei como é. Como você... me faz sentir. Eu não me arrependo. Não me arrependo de você. Vou seguir em frente. Ir por outro caminho. Nunca o incomodarei novamente. A vida vai voltar ao que era antes.” Ela para e sorri. É um doce e triste sorriso. Ele deixa meus malditos joelhos fracos mesmo estando sentado.
“Faz menos de quarenta e oito horas, mas foi divertido. Emocionante. E sempre me alegrarei por ter feito. Obrigado, Cruz Kerrington,” diz ela quando fecha a distância entre nós e se inclina para dar um beijo em meus lábios. “Adeus,” ela sussurra contra eles. Então levanta e caminha em direção à escada.
Meus lábios ainda estão formigando de excitação por seu toque. Meu corpo anseia o cheiro de seu corpo. Deixá-la ir parece impossível. Estou fora do sofá e atrás dela tão rápido que não tenho tempo para pensar. Minhas mãos agarram sua cintura, e aperto-a contra a parede. Há um milhão de coisas que quero dizer. Mas não falo nenhuma.
Beija-la é a coisa certa. Sem a porra de um beijo doce. Eu reivindico sua boca. Provo sua doçura. Fico bêbado no néctar que é Lila Kate. Desejo isso desde que a deixei. Sonho com isso. Tentei tirá-la do meu sistema com outra mulher. Nada funcionou. Esta é a única maneira de curar meu desejo.
Suas mãos envolvem meus cabelos e minhas mãos sobem para sentir o peso de seus seios. Coloco a mão sobre seu coração e os batimentos fazem o meu disparar. Fiz isso com ela. Ela quer tanto quando eu. Somos a porra de explosivos. Nunca houve outra mulher que me fizesse reagir desta maneira. Por que não posso apenas fazê-lo durar mais tempo? Apreciar até que termine.
Quando suas mãos tocam meu peito e me empurram firmemente, estou atordoado.
“Isso é suficiente,” ela ofega e desliza para longe do meu corpo para libertar-se de onde a prendi.
“Nós estamos apenas começando,” respondo minha própria voz rouca por falta de oxigênio.
Ela balança a cabeça. “Não, Cruz. Meu beijo foi um adeus. Aquele beijo foi um encerramento.” Enquanto estou tentando entender o que falou ela vai embora. Deixa-me lá. Bem desse jeito. Sem lágrimas. Nada.
Eu me sentiria melhor se ela tivesse chorado? Não quero machucá-la. Quero me trancar num quarto com ela e nunca sair. Mas não quero machucá-la.
Ela me mostrou suas emoções antes. Na Bourbon Street eu vi. Tudo. Sei que seu coração é suave. Que as lágrimas caem facilmente. Então, isso significa que a mulher que acabou de sair daqui é algo... que eu provoquei. Ela não foi fria. Ela terminou. Mostrei o quanto posso machucá-la e ela viu que eu não valho a pena. Ela sabe que merece mais.
Seu cheiro se agarra a minha pele. Meu corpo dói com a perda dela em meus braços. Mas mais do que isso minha alma sabe que apenas afastei a única coisa que me despertou. Perdi a mulher que me mostrou como o fogo é.
Afundo na cadeira atrás de mim. Seguro a cabeça com as mãos. Está feito. Nós tivemos nosso pequeno momento. Queria dizer que mostrei como sou ruim para ela. Como posso arruiná-la. Que preservei a ambos. Mas no final, sou o único completamente arruinado.
Vinte e Sete
Lila Kate
O ESPAÇO ERA PERFEITO. Ele iria crescer comigo. Com minhas aulas de dança. Eu podia ver um futuro aqui. Eu tinha o dinheiro para começar. Eu compraria este lugar, todo o equipamento e começaria a anunciar. Claro, eu queria encontrar uma aventura duas semanas atrás, mas agora uma aventura sempre me lembra Cruz. Ele tinha sido a minha verdadeira aventura.
Eu quase tinha deixado a sua presença nesta cidade fazer-me correr. Quando admiti para mim mesma que eu estava olhando para estúdios de dança fora de Rosemary Beach, porque eu estava tentando evitar Cruz, tinha começado a minha pesquisa aqui. Só fazia sentido começar o meu primeiro estúdio em uma cidade onde eu conhecia todo mundo e avançar mais tarde para expandi-lo. Eu não tinha planos de ficar aqui para sempre. Mas, por agora, fazia sentido. Minha necessidade de aventura tinha sido sugada de mim. Tinha sido fugaz. Eu tive aventuras demais no período de uma semana que durariam alguns anos.
A porta se abriu atrás de mim, e Ophelia Finlay ficou ali parecendo tão glamorosa como sempre.
“Eu te liguei três vezes.” Ela me disse como se eu não tivesse visto as chamadas não atendidas no meu telefone.
“Eu estive ocupada.” Respondi.
Ela suspirou alto. “Você não vai mesmo considerar? Eu seria uma incrível companheira de quarto.”
Ophelia tinha ouvido falar, por sua mãe, que eu estava comprando um condomínio e começando meu próprio estúdio de dança. Palavras viajam rápido quando suas mães são melhores amigas. Ela estava tirando um ‘tempo’ da faculdade este ano, porque precisava de uma nova direção ou algo dessa natureza. Isso era muito Ophelia.
“Eu não estava considerando. Não duvido que você seja uma boa companheira de quarto. Eu só precisava ter certeza de que era isso que eu ia fazer,” Eu virei em um círculo olhando para o prédio. “Mas é isso mesmo. Este é o lugar.”
Ophelia assentiu. “Este será um bom estúdio. Excelente localização.”
Eu apontei para cima. “Meu apartamento será lá em cima. Estou comprando o prédio. Eu preciso poupar dinheiro, e ficar onde eu trabalho faz sentido.”
Ela fez uma careta. “Você vai morar aqui?”
Eu balancei a cabeça. “Sim.”
“Como se parece lá em cima?”
Dei de ombros. “É um grande loft, vigas expostas, muito abertas. Não é realmente o seu tipo de lugar.” Foi por isso que eu não tinha respondido suas ligações.
“Que horas serão as suas primeiras aulas?” Ela perguntou, ainda não parecendo satisfeita.
“Às oito da manhã.” Eu respondi.
Sua determinação para ser a minha nova companheira de quarto parecia que estava desaparecendo rapidamente. “Oh.”
Isso foi o que eu pensei. Este seria o meu mundo. Meu trabalho e meu loft. Eu não imaginava que iria atrair alguém.
“Posso vê-lo?” Perguntou ela, esperançosa.
“Certo, vamos.” Eu respondi. “Por este caminho.”
Eu abri o caminho para a porta de trás, que foi pintada de azul. Eu mudaria isso. Ela abria-se para as escadas que iam para o sótão. Havia exatamente vinte e cinco degraus. Quando chegamos ao topo, não havia porta. Gostaria de trabalhar com isso, também.
A área de quatro mil metros quadrados era quase completamente aberta. A única privacidade era um banheiro à esquerda e a escada em espiral que levava a mais uma área do loft que seria o meu quarto. A cozinha estava completa e era toda em aço inoxidável. Mesmo as bancadas eram inoxidáveis. Era tudo muito industrial.
“Existe um segundo quarto?” Perguntou ela observando a área.
“Não. O proprietário original era um homem. Mas se você está realmente interessada, há espaço suficiente. Nós podemos construir paredes nesse canto próximo ao banheiro, e você teria um quarto de tamanho suficiente. Mas teríamos que dividir o banheiro.”
Ela caminhou enquanto estudava toda a área de Rosemary. Era pequena e uma rua pitoresca com lojas. O exterior de todas as lojas era muito ‘costa do sul’, e me senti confortável com isso. Muito diferente da área onde tínhamos vivido quando crianças. Finalmente, ela se virou para mim e sorriu. “Vamos fazer isso.”
Se tivesse sido Phoenix Finlay, eu não teria dito absolutamente nada. Mas eu poderia viver com Ophelia. Além disso, o rendimento do aluguel pagaria os serviços públicos neste local. Fazia sentido ter este acordo.
“Eu vou falar com o papai para ele arrumar alguns trabalhadores aqui para construir um quarto assim que eu assinar a papelada deste lugar.”
Ela estava sorrindo brilhantemente. “Quanto tempo você acha que vai precisar?”
“Até o final dessa semana.”
Ela bateu palmas com entusiasmo. “Isto será muito divertido!”
Eu esperava que sim. “Você quer um emprego? Porque eu vou precisar de ajuda no escritório uma vez que abrir o estúdio.”
“Certo! Por que diabos não? Podemos apenas retirar o aluguel do meu salário?”
“Isso seria bom para mim.”
Conversamos um pouco mais antes de Ophelia sair para contar para a sua mãe sobre seus planos. Entrei e puxei-me para cima, para me sentar no bar da cozinha. Eu poderia fazer uma vida aqui. Não era na parte rica de Rosemary Beach, onde as grandes casas eram e o clube estava localizado. Ficava logo ao lado dele, mas parecia separado. Eu não estava deixando a cidade, mas eu estava começando uma nova vida nesta cidade.
Meu telefone tocou e ecoou no grande espaço vazio. Olhei para ele, era Eli. Sorrindo, eu respondi. “Olá.”
“Como parece o lugar?” Ele perguntou. Eu tinha lhe dito, por uma mensagem de texto que eu lhe enviei ontem à noite, que viria verificá-lo hoje.
“Perfeito. Eu acho que vai ser perfeito.”
“Droga. Eu estava esperando que você achasse que é ruim e viesse para Sea Breeze comprar algo por aqui.” Ele estava brincando, mas eu sabia que ele também ficaria contente se isso acontecesse.
“Você sempre pode vir a Rosemary Beach.” Eu respondi.
Ele ficou quieto por um momento. “Não me tente.”
Eu me perguntei se ele iria realmente fazer isso. Talvez um novo começo fosse o que ele precisava. “Eu não iria reclamar se você viesse.” Eu adicionei.
Ele riu e acrescentou, “É difícil dizer não para você também. Mas eu tenho um emprego, e não posso apenas largar tudo e fugir.”
Ele tinha um ponto. “Eu sei. Queria esclarecer que se você precisar de uma aventura eu ficaria feliz em ser o seu início.” Eu estava brincando, mas ele ficou quieto.
Mordi meu lábio nervosamente. Talvez eu não devesse ter dito isso. Nós não falamos muito sobre aquela noite. Eu não tinha certeza se ele se lembrava de me perguntar se ele foi o início da minha aventura. Esperei por ele dizer algo e me preocupei todo o tempo em que ele ficou em silêncio.
“Eu poderia considerar se pudéssemos ter outro sexo na praia. Eu penso muito sobre isso. Desejo a Deus que eu não tivesse estado tão malditamente bêbado.”
Após Cruz, eu não estava pronta para fazer sexo com ninguém. Eu queria estar um dia. Mas, por agora, eu simplesmente não podia. Em uma semana, eu tinha feito sexo com dois homens diferentes. Isso tinha sido um inferno de uma aventura.
“Um dia, se for à hora certa.” Eu disse suavemente enquanto imagens de Cruz e as coisas que tínhamos feito apareciam na minha cabeça. Meu coração doía junto com elas.
“Eu não quero ser apenas o começo de sua aventura Lila, eu quero ser o fim.”
Vinte e Oito
Cruz Kerrington
MINHA CABEÇA ESTAVA FODIDA. Eu estava no trabalho fazendo o que meu pai me pediu para fazer. Não porque ele pediu, mas porque eu estava tão fodido da cabeça que eu precisava de algo para me distrair. E as bucetas de outras mulheres não estavam funcionando.
“Cruz, você parece tanto com o seu pai em sua idade, que eu tive um flashback. Eu era uma garçonete novamente e lá estava o chefe. Você está bem aqui no Club Kerrington de polo. Eu sei que Woods está orgulhoso de tê-lo aqui com ele.” Blaire Finlay disse quando entrou na sala de jantar com minha mãe e Harlow Carter, a mãe de Lila.
“Ele é gêmeo de seu pai. Em tudo, incluindo a atitude.” Disse minha mãe com um sorriso.
“Não vou dizer a ele que você disse isso.” Eu disse, sabendo que ele não gostaria de ouvir que eu agia como ele.
Blaire riu, e as três passaram por mim. Minha mãe fez uma pausa para apertar meu braço gentilmente. Harlow estava quieta. Ela não falava alto como as outras ou chamava a atenção para si mesma. Ela era quieta, bonita, não parecia em nada que tinha a sua idade, e tudo que eu podia ver era Lila Kate vinte anos mais velha. O homem que a segurar será um sortudo filho da puta.
Irritado com minha linha de pensamento, eu andei pelo corredor em direção ao escritório do meu pai, para onde eu estava indo quando as três tinham chegado. Eu adorava vir a este escritório. Isso significava que veria meu pai. Ele me colocava em sua mesa e me deixava brincar com um brinquedo pequeno de golfe que estava sobre ela. Eu assistia a tela plana na parede e o observava enquanto ele trabalhava. Eu queria ser como ele.
Caramba, como os tempos haviam mudado.
A porta do escritório do meu pai abriu e ele saiu antes de eu chegar a ele. Seu olhar imediatamente parou em mim. “Bem, você chegou na hora. Eu terei um almoço com o Capitão, se lembra do irmão de Blaire Finlay? Sua filha Emmeline está com ele. Ela está sendo preparada para assumir a franquia de restaurante aqui em Rosemary Beach. Eu acho que ter você lá vai fazê-la se sentir mais confortável já que você está mais próximo da idade dela.”
Encontro de almoço. Fan-porra-tastico. “Eu conheço Emmeline, e a chamamos de Emmy. Ou pelo menos era assim há dois anos, quando eu falei com ela em um evento realizado aqui por uma coisa ou outra.”
Papai concordou. “Bom. Franny, a filha mais velha do Capitão supervisiona as franquias no Alabama e Tennessee. Emmeline está sendo treinada para assumir as franquias da Flórida e Geórgia. Ela não estará pronta até se formar na faculdade, mas o Capitão começa a prepará-las desde jovens. Como eu deveria ter feito com você. Empresário inteligente.” Meu pai disse enquanto andava e esperava que eu o acompanhasse.
“Vamos comer aqui?” Perguntei esperando a resposta negativa. Eu não estava no humor para lidar com a multidão lá dentro.
“Não. Vamos para o lugar do Capitão.”
“Por que exatamente estamos nos reunindo com ele?”
“Porque nós precisamos de outro restaurante no clube. O grill junto à piscina e o salão de jantar principal não são suficientes. Não mais. É hora de nós expandirmos.”
“Então você irá colocar um dos restaurantes do Capitão no clube?”
“Possivelmente. Parece ser uma boa ideia. Vamos ver o que se desenrola.”
O novo Dodge Ram do meu pai estava estacionado na frente e um manobrista já tinha começado a trazê-lo para nós. Subimos e nos dirigimos para a propriedade do clube, na parte de negócios de Rosemary Beach, onde fazem compras, comem, fazem mais compras e toda a merda turística estava localizada. Eu não disse muito, apenas observei a cidade passar. Perguntei-me sobre Lila Kate, porque esse era o meu novo hábito que eu não podia deixar.
“Conversou com Lila Kate ultimamente?” Papai perguntou como se ele pudesse ler minha mente.
Eu balancei a cabeça negativamente.
“Então você não sabe sobre ela comprar esse lugar?” disse ele, e meus ouvidos se animaram.
“O quê?”
Papai parou em um dos três semáforos na cidade e apontou para uma loja de dois andares na esquina da rua principal. “Aquele ali no fim. Grant disse que ela comprou. Ela está abrindo um estúdio de dança.”
Estudei o edifício azul pálido. Grandes janelas forradas, piso inferior e no segundo andar tinha os protetores contra furacões que eram tão populares por aqui. “Isso não pode ter sido barato.” Wu disse perguntando o que diabos ela estava pensando.
“Não foi. Mas ela tem um fundo fiduciário de Kiro. Ela tem uma boa cabeça para os negócios. Em vez de viver com o dinheiro, ela o está usando para fazer mais. Para construir alguma coisa.”
Eu podia ouvir a admiração em seu tom. Eu sabia que ela era especial. Ele não precisava reforçar isso. Eu entendi. Foi por isso que a afastei. Isso tinha sido o correto.
Papai puxou o caminhão na frente do lugar do Capitão em Rosemary Beach, e eu saí ainda olhando para o lugar que agora era de Lila. Ela não estava deixando a cidade. Isso era bom. Como se eu pudesse respirar melhor. Não que fosse importar onde ela vivia, mas eu a queria aqui. Isso era muito fodido.
“Ouça, preste atenção, e seja educado. Fale com Emmeline. Não aja como um idiota.”
Eu sorri. “Quando eu fui um idiota com uma mulher?”
“Inúmeras vezes, Cruz. Muitas vezes.”
Carrancudo, eu o segui e o cheiro de frutos do mar me bateu. Eu não tinha estado aqui há muito tempo, mas a comida era boa. Eu deveria sair mais vezes. Não iria me prejudicar andar por essa parte da cidade.
“Woods, Cruz, é bom ver vocês dois.” Capitão Kipling disse enquanto apertava a mão de papai, em seguida, a minha. “Quando você se transformou em um homem?” Ele brincou, e em seguida, me deu um tapa nas costas.
Emmy caminhou ao seu lado e sorriu para mim. Não era o tipo educado de sorriso de negócios que eu estava esperando. Ela estava mais velha e, nos últimos dois anos ela amadureceu. Ela também sabia disso. Seus longos cabelos loiros e olhos verdes brilhantes eram uma combinação impressionante contra o bronzeado deixado pelo sol em sua pele.
“Olá, Cruz.” Seus olhos brilhavam com malícia quando ela disse meu nome.
“Emmy,” eu respondi com um aceno. “Bom te ver.”
“Enquanto vocês se sentam, eu vou levar Cruz comigo para pegar o laptop que você precisa papai. Eu posso mostrar-lhe em volta também.”
Capitão e meu pai já estavam conversando socialmente, e ele apenas balançou a cabeça. Meu pai me deu um olhar de aviso antes de se afastar. Essa não parece ser uma boa ideia. Será que os dois não viram a forma como Emmy tinha olhado para mim? Eles eram tão cegos? Ela não estava pensando porra nenhuma em negócios.
“Meu pai me disse que você está sendo preparado para assumir o clube.” Disse ela andando tão perto de mim que o seu braço escovou contra mim.
“Sim.” eu respondi.
“Eu estarei na cidade mais vezes para conhecer este lugar. Durante o verão, estarei aqui para trabalhar. Até eu voltar para a Universidade UT, deveríamos fazer alguma coisa.” Sua voz caiu para um tom sensual. Merda.
“Não sei o que você está pensando, mas estaremos potencialmente trabalhando juntos. Não acho que temos que atravessar as linhas.”
Ela se aproximou, em seguida, deu um passo na minha frente para abrir a porta e me levou para dentro. Eu estava na sala e percebi que era um escritório antes dela fechar a porta. “O que há de errado em ter um pouco de diversão? Isso fará com que trabalhar juntos seja mais agradável.”
Sua mão tocou meu braço e me afastei quando ela se aproximou mais de mim. “Eu sempre tive uma queda por você. Mas eu acho que todas as meninas têm.”
Foda-me. O que diabos eu deveria fazer com isso? Normalmente, eu mergulharia neste convite, mas o tempo estava fora aqui. Minha cabeça estava desarrumada, e Emmy não era alguém que eu pudesse mexer sem que meu pai ficasse irritado.
“Olha, por mais tentador que seja, temos que trabalhar juntos. Eu tenho certeza que você está bem ciente da minha reputação. Eu não quero qualquer atrito entre nós.”
Ela riu, em seguida, e moveu-se para frente de mim. Seu peito quase tocou o meu. “Eu não estou à procura de um relacionamento, Cruz. Eu só quero um pouco de diversão.”
Se eu pudesse ver além do rosto de Lila Kate, eu poderia aceitar isso. Mas caramba, eu não poderia usar Emmy dessa forma. Eu teria que fechar os olhos e fingir. A última garota que eu estive nas duas noites anteriores, eu realmente a chamei de Lila. E aquilo não terminou bem.
Embora se alguém pudesse atrapalhar a minha obsessão por Lila, isso iria me salvar. “Eu vou ser honesto com você. Eu terminei com alguém há pouco tempo e estou trabalhando através disso. Superando tudo. Mas eu ainda não cheguei lá.”
Emmy mordeu o lábio inferior sedutoramente e então finalmente pressionou os seios contra o meu peito. “Eu posso te ajudar com isso.”
Por que essa merda sempre acontece comigo? “Não tenho certeza que seja uma boa ideia.” Argumentei, mas as minhas palavras não soaram muito convincentes. Ela era gostosa. Eu era um cara e eu estaria mentindo se dissesse que não gostei dela.
“Dê-me uma chance. Apenas um gosto e você vai ver...” ela sussurrou e, em seguida, sua mão deslizou até o interior da minha coxa e segurou meu pau. Puta merda!
“Você me deixa duro e eu vou ter que andar por aí com um tesão do caralho. Isso não será legal para qualquer um dos nossos pais.”
“Se eu te deixar com tesão, eu posso resolver isso pra você.”
Desta vez, eu ri. “Confie em mim, querida, não temos tempo para isso.”
Ela moveu a mão, enquanto eu já estava semiduro. “Quando você tiver tempo... Eu sou ótima em chupar um pau.”
Eu ainda estava preso em suas palavras quando ela se afastou e pegou um laptop fino. “Vamos chegar a essa reunião. Estou morrendo de fome.” Ela disse enquanto me lançou um sorriso malicioso, em seguida, balançou seus quadris quando saia pela porta.
Eu poderia fazer isso. Desfrutar dela. Divertir-me. Ela não era a boa menina que eu tinha assumido. Emmy Kipling era impertinente. Deve ser a coisa da garota da faculdade se tornando selvagem. Eu estava pensando nisso e relaxei um pouco quando nos juntamos aos nossos pais.
Emmy de repente tornou-se toda negócios e era encantadora e inteligente. Ela sabia muito sobre o lugar e fez os dois homens rirem quando falou sobre uma merda que era engraçada. Eu não falei tanto, mas me esforcei para manter o meu pai feliz.
Apenas quando aceitei isso, senti que ia ficar bem, pelo menos, não tão ruim quanto eu tinha pensado quando o meu pai disse que tínhamos que vir a esta reunião. Comecei a sorrir e há flertar um pouco, pisquei para Emmy quando nossos pais estavam ocupados discutindo outra coisa e ela me deu um sorriso que prometia algo mais tarde. Algo que eu estava me preparando para aceitar. Então eu senti. Um calor morno. Um formigamento. Levantando os olhos, eles bloquearam com os que não saia da minha cabeça.
Lila Kate estava lá, com um pedido em suas mãos. Seus olhos estavam em mim. A dor era óbvia e vê-la lá cortou meu peito.
Eu era um bastardo.
Vinte e Nove
Lila Kate
BAIXEI OS ALIMENTOS sobre o balcão da minha cozinha e gritei de frustração. Eu o odiava. Eu odiava Cruz Kerrington. Eu o odiava. Abrindo um armário, eu peguei um copo e o enchi com água gelada. Seu sorriso estúpido na minha cabeça enquanto ele piscou para Emmeline Kipling. Ela tinha o quê, dezenove? Deus, ele era um porco.
Se ela o deixar se aproximar, ela é estúpida. Estúpida como eu. Eu gemi com o pensamento e abri o saco para tirar a comida que já não parecia atraente. Havia outros lugares que eu poderia ter comido hoje. Por que eu tive que ir lá? Por que eu tinha que ver aquilo?
Sentei-me em uma das banquetas coloridas que chegaram ontem. O local era tão industrial que eu tinha adicionado toda a cor e arte que eu podia. Eu gostei da maneira como ele estava ficando. Os banquinhos foram pintados por um artista local e cada um tinha uma face louca artística diferente pintada nas costas.
Olhei para as patas de caranguejo na minha frente quando forcei um em minha boca. Eu tive que comer. Eu estava trabalhando no andar de baixo durante todo o dia e ainda faltava mais de um mês para abrir o local. Eu tomei um gole da minha água e, em seguida, olhei para o meu telefone. Eu não tinha falado com Eli em duas semanas. Ele sabia que eu tinha comprado o lugar, mas eu tinha estado tão ocupada me mudando que não tinha enviado nenhuma mensagem para ele.
Peguei meu telefone e decidi mudar isso. Nós não fomos feitos para ser mais do que amigos, mas eu gostava da sua amizade. Nós amamos pessoas que não nos amam de volta. Ele entendeu.
“Já me mudei. Quando você vem me visitar?” Então eu pressionei enviar.
Ophelia não veio ainda. O quarto dela estava quase concluído. Ela tinha ido para Los Angeles com Phoenix para visitar seu avô por uma semana. O lugar tinha estado tranquilo. Apenas eu e meu pai, juntamente com alguns de seus funcionários que vieram trabalhar no quarto nos últimos dias.
“Quando for convidado.” Foi sua resposta.
Eu senti falta dele. Eu perdi o cara de confiança que cumpria o que ele disse que ia fazer. Ele era honesto e não fazia coisas que poderiam ferir os outros. Eu queria que Eli tivesse sido o único a roubar o meu coração. Ver Cruz com outra pessoa seria mais fácil se ele estivesse aqui.
“Você está convidado. Considere este o seu convite oficial.”
Enviar textos para ele aliviou a dor que eu senti no meu coração e comecei a comer a minha comida e me divertir. Se eu pudesse voltar atrás e não implorar a Cruz pelo impossível naquela noite, na Bourbon Street, eu o faria. Eu pegaria tudo de volta. Desistiria das memórias. As pessoas que disseram que não trocaria isso, mesmo que doa, eram loucas. Eu desistiria em um piscar de olhos. Eu não queria pensar nele.
Eu queria esquecer tudo.
“Sexta-feira é cedo demais?” Eli mandou uma mensagem de volta.
“É perfeito.” Eu respondi.
Isso me dava dois dias para arrumar esse lugar. Eu gostaria de fazer alguns planos para nós e, em seguida, me divertir. Eu não penso sobre Cruz. Eu não ligo para o que ou quem ele estava fazendo suas coisas. Eu vivo minha vida.
“Vou começar a fazer a mala.”
Eu rio com o último texto e acabo de comer.
As coisas estavam se tornando diferentes do que eu tinha imaginado, mas elas não eram ruins. De modo nenhum. Eu estava animada. Logo eu possuiria um estúdio de dança. Eu ficaria para ensinar crianças, incentivá-las a encontrar o seu amor pela dança do jeito que eu tinha encontrado.
Eu limpei minha refeição e desci para voltar a pintar as paredes. Papai tinha se oferecido para fazer isso, mas eu queria saber que eu tinha feito algo. Este era o meu lugar. Eu gostava de ter a minha mão em torná-lo pronto para morar.
Quando passei pela porta, Cruz estava ali olhando ao redor. Suas mãos estavam nos bolsos do jeans, e com um olhar que eu não conseguia ler em seu rosto. Eu pensei em virar e correr de volta lá pra cima, mas eu não tinha doze anos. Eu era uma adulta e este era o meu estúdio.
“Posso ajudá-lo?” Perguntei.
Seu olhar voltou-se para mim. Ele não tinha me ouvido entrar. “Ei.”
Eu não respondi. Eu só continuei em silêncio olhando para ele.
“Sobre o que você viu,” ele começou e eu levantei a mão para detê-lo.
“Não faça isso. Por favor, não venha aqui e aja como se você tivesse que explicar alguma coisa para mim. Eu acho que eu fui clara em sua casa. Tivemos um encerramento. Está feito. Tenho que terminar de pintar. Se você me der licença.” Fui até a tinta e o rolo que eu tinha deixado quando saí mais cedo, e esperei que ele tivesse virado e saído.
“Se você teve a porra do seu encerramento, por que seus olhos pareciam tão incrivelmente magoados? Diga-me Lila. Diga-me por que seus olhos tomaram meu fôlego? Porque, com certeza, não foi um encerramento que eu vi neles, porra.”
Fiz uma pausa e respirei fundo. Ele estava certo. Mas eu não ia admitir isso. “Ainda é recente. Estarei bem em breve.”
“Porra, quando descobrir como superar isso você poderia me dizer como? Porque Deus sabe que eu preciso de ajuda.”
Eu não podia deixá-lo chegar a mim. Eu não podia deixar suas palavras me fazerem fraca ou acho que eu não poderia confiar nele. Que não poderíamos ter nada.
“Você estava indo muito bem.” Eu respondi e me dobrei para pegar o rolo e tirar a tampa da lata de tinta.
“Lila, olhe para mim. Jesus, só olhe para mim merda. Diga-me se isso se parece com um cara que não se importa? Você me viu flertar. Eu tenho flertado desde que eu consigo andar. Não significa nada. É apenas como eu reajo a mulheres que estão flertando comigo.”
Eu rio e então balanço a cabeça. “Tanto faz. Eu não me importo. Basta ir.”
Ele ficou lá. Não falou e não saiu. Tentei me concentrar na minha pintura, mas foi difícil com seus olhos me observando. Esperei que ele dissesse algo mais. Se ele simplesmente deixasse isso acabaria de uma vez. Tudo isso. Eu experimentei isso. Sabia como era e estava pronta para deixá-lo no passado.
“Se você não se importa então poderíamos sentar, conversar, tomar uma cerveja. Nós não podemos fazer isso, Lila. Então, sim, você se importa.”
Ele estava certo. Eu o odiava por estar certo. Se eu não me importasse não haveria emoção. Eu estaria bem com uma visita. Eu não estaria exigindo que ele saísse. Deixei minhas mãos cair ao meu lado e me virei para encará-lo.
“Você está certo. Eu me importo. Mas eu quero não me importar. Quero esquecer que tudo aconteceu. Quero esquecer você.” As palavras, embora fossem verdades, soaram muito mais frias e mais duras quando eu disse em voz alta. Eu quase as retraí, mas me contive. Ele me machucou. Se isso for machucá-lo, então, tudo bem.
“Eu não quero esquecer.” Sua voz era profunda e dolorosa.
Comecei a dizer algo para suavizar a situação, mas então ele fez como eu pedi. Ele se virou e saiu. Depois que a porta se fechou atrás dele, o lugar ficou em silêncio novamente. E eu estava sozinha mais uma vez.
Trinta
Eli Hardy
O CHEIRO DE TINTA FRESCA me pegou enquanto eu ia para dentro do prédio que seria o estúdio de dança de Lila. Era uma pálida sombra de azul, e o teto sem pintura logo parecia com o céu da manhã. Ela me contou sobre um artista que tinha vindo para pintá-lo. Ainda havia muito a ser feito, mas eu estava feliz por ela. Ela estava tão animada quando ela falou sobre seus planos. Eu a ouvi por mais de uma hora na noite passada. Quando ela percebeu quanto tempo estava falando comigo sobre isso, ela se desculpou. Tinha sido bonito.
Nenhuma vez na minha vida alguém tinha me feito esquecer Bliss. Havia sempre uma dor no meu peito quando eu pensava nela. Até agora. Aquilo tinha ido embora. Eu sabia o porquê. Lila havia se tornado importante para mim. Ela tinha sido tão adorável que eu não conseguia pensar em mais ninguém. Bliss era o que deveria ter sido sempre para mim, uma amiga. Uma grande amiga com quem eu me preocupava, mas eu poderia dizer honestamente que eu não amava a minha melhor amiga. Fiquei feliz por Bliss ter encontrado Nate e que a vida dela estava cheia de alegria.
Eu puxei minha mochila por cima do meu ombro e atravessei a sala em direção a uma porta na parte de trás. Ela tinha dito para entrar naquela porta e seguir em frente até as escadas. Esta noite ela estava cozinhando pela primeira vez em sua cozinha e não queria deixar a comida sem vigilância, de modo que ela tinha deixado as portas destravadas para mim.
O cheiro de tinta desapareceu quando a pesada porta se fechou atrás de mim. Eu comecei a subir as escadas. Podia sentir o cheiro de alho antes de eu ter andando a metade do caminho.
“Eli?” Lila gritou.
“Sim!” Respondi.
Eu ouvi o toque de seus pés enquanto caminhava em minha direção. Quando cheguei ao topo da escada, ela estava lá para me cumprimentar. Ela era de tirar o fôlego. Droga... era bom estar aqui.
“Você está aqui!” Ela disse sorrindo para mim como se eu não fosse aparecer. Então ela acenou com a mão e deu a volta. “É isso. O que você acha?”
O espaço parecia que pertencia a um homem solteiro. Lila tinha adicionado um monte de coisas suaves de mulher, tudo colorido para subjugar a masculinidade do lugar. No entanto, a aparência rústica industrial, com as vigas expostas, foi construída para um homem em mente. Nada chique. Apenas aberta e útil.
“Eu acho que gostaria de alugar aquele quarto se Ophelia desistir.” Eu disse, brincando.
“É ótimo, não é? Eu amo a vista e a sensação de que esse lugar é meu.”
Eu balancei a cabeça. “Sim, isso é ótimo.” Assim era o meu ponto de vista.
Lila usava uma saia branca curta e com um top azul sem mangas que mostrava seu bronzeado. Seus cabelos estavam presos no alto da cabeça em um nó confuso. Ela não estava usando maquiagem, mas não precisa disso.
“Eu não tenho uma cama no quarto de Ofélia ainda, mas o sofá tem uma bicama, e é uma boa. Eu tinha verificado antes de comprar.” Olhei para a sala de estar, ela tinha um sofá de couro que era luxuoso e largo. Duas cadeiras com listras vermelhas e marrons e um grande pufe retangular estava no meio. A tela plana era enorme, mas então ela poderia ser visto de qualquer lugar em todo o ambiente.
“Isso parece confortável o suficiente para dormir.”
“Pode ser. Mas você é alto.” Ressaltou.
Eu testarei mais tarde. “O que você está cozinhando tem um cheiro incrível. Posso ajudar com alguma coisa?”
“Sim, você pode cortar as abobrinhas. Eu odeio cortar legumes.” disse ela. “Coloque a sua mochila mais perto do sofá e me diga sobre todos os acontecimentos atuais em Sea Breeze. Eu monopolizei a conversa na noite passada. Eu nunca soube o que aconteceu com Jude e Micah sendo presos.”
Deixei a minha mochila cair ao lado do sofá enquanto ela caminhava de volta para a cozinha.
“Damon, o melhor amigo de Micah, correu e os pegou antes que eles chamassem seu pai. Micah pode ter vinte e cinco, mas Jude tem apenas vinte anos. O pai deles teria ficado furioso. Eles são ambos idiotas por fazerem qualquer coisa com Saffron. Ela está sempre à procura de problemas.”
“Saffron os havia convidado para ir nadar na casa de um amigo que ela supostamente estava cuidando. Havia garotas de topless lá. Elas eram amigas strippers de Saffron, embora Saffron não seja uma stripper. Micah e Jude apareceram, e então tinha um menor bebendo na festa. As coisas ficaram muito altas. Os policiais vieram. Micah disse a Saffron para se esconder porque seu pai era um filho de uma cadela e que ficaria puto.”
Eli continuou. “Saffron não estava realmente cuidando da casa. Todos eles estavam lá sem o conhecimento do proprietário. Era a casa de um ex-namorado de uma das stripper. O ex-namorado e sua esposa estavam de férias.”
“Será que o dono da casa vai prestar queixa?” Lila perguntou quando me entregou a abobrinha.
“Não. A stripper que ele teve um caso ameaçou contar tudo para a esposa dele.”
Lila riu então. “Uau. Ok, isso soa como um filme. Sea Breeze é mais animada do que Rosemary Beach. Raramente temos drama. Nada de interessante.”
“Isso é porque você não tem uma Saffron Corbin por aqui.”
Lila passou por mim duas vezes para obter algo da prateleira de temperos. Eu estava tentando não assumir que ela estava fazendo isso de propósito, mas quando ela se aproximou a terceira vez eu decidi que era um convite. Coloquei a faca para baixo e agarrei sua cintura para puxá-la contra mim.
“Eu espero que isso esteja bem.” Eu disse num sussurro antes de reivindicar sua boca com a minha própria. Ela congelou num primeiro momento, e então lentamente derreteu-se contra mim, seus braços indo ao redor do meu pescoço. Isto foi melhor do que eu me lembrava.
Eu ouvi o azeite na panela atrás de nós chiar. Eu sabia que tinha que deixá-la ir, mas a sensação dela em meus braços estava tão certo que era difícil. Quando ela se afastou, ela me deu um sorriso tímido. “As cebolas vão queimar.”
Eu a deixei ir com relutância, e ela correu para movê-las com uma espátula. “Você está pronta para a abobrinha?” Perguntei ainda um pouco entorpecido por aquele beijo.
Ela olhou para mim por cima do ombro e assentiu.
Eu usei isso como uma desculpa para chegar perto dela. Peguei os legumes, em seguida, e fiquei tão perto de suas costas que nossos corpos se tocaram. Baixei a cabeça e sussurrei em seu ouvido. “Vou colocá-los na panela, você mexe.”
Lila tremeu e depois assentiu. Satisfeito que eu estava afetando ela desta forma, eu comecei a derramar lentamente a abobrinha em fatias na frigideira. Ela estava respirando rapidamente, e eu podia ver seu pulso pulando na curva de seu pescoço. Eu dei um beijo lá, incapaz de me segurar.
Ela respirou profundamente e, em seguida, estremeceu novamente.
CONTINUA
Eu só queria me divertir um pouco, e ela não podia deixar-me tê-lo. Ela não podia ficar puta da vida por alguns minutos. Jesus, ela era mais problema do que eu tinha previsto. Seus cabelos escuros foram à primeira coisa que eu vi quando sai do bar. Ela estava de pé apenas alguns metros do bar.
Tinha os braços cruzados sobre o peito, e seus ombros levemente caídos. Como se estivesse com frio e tentando se manter aquecida. Isso não podia ser ela, porque estava quente pra caralho aqui fora.
“Lila!” Eu a chamei. Ela lentamente virou-se para olhar para mim e, em seguida, retomou sua postura quando me viu, mas não estava interessada em mim. Ou como ela estava chateada.
Tomei alguns passos para alcançá-la, pronto para saber o que diabos ela estava pensando vindo aqui sozinha. Mas quando cheguei perto, ela abaixou os braços e manteve o olhar sobre tudo e qualquer coisa, menos em mim. “Pronto para o próximo bar?” Ela perguntou.
Estava chateada. Senti em seu tom. “Por que você simplesmente saiu?” Perguntei frustrado por toda essa cena. Eu tinha começado a me divertir.
“Eu não gosto desse bar.”
O que? “Só porque não gosta de um lugar você simplesmente o deixa. Você não podia esperar para me dizer?”
“Você estava ocupado.” O sarcasmo escorrendo de sua voz não foi perdido.
“Eu estava apenas começando a me divertir. Jesus, Lila.”
Ela começou a se afastar então. Ela estava com raiva e queria ficar longe de mim. Eu não tinha feito nada de errado. “Então volte lá e se divirta. Se é isso que você quer fazer, não tenho nenhum problema com isso.” O tom de sua voz não soava como se ela não tivesse problema com isso.
Estendi a mão e agarrei seu braço, parando-a. “O que há com você? Você está chateada por eu ter bebido shots nos seios daquela garota? Isso é o que ela está lá para fazer. Alguns dos bares aqui têm muito mais do que isso. Foi tranquilo. Eu não estava machucando ninguém.”
Ela suspirou profundamente, e, finalmente, virou-se para olhar para mim. “Isso é o que você gosta?”
“Beber shots de uma mulher? Sim, assim como todos os homens heterossexuais sobre a porra do planeta.”
“Você não a conhece.”
“Não, mas isso realmente não importa.”
Ela me estudou por um momento. “Você já se apaixonou, Cruz?”
Que porra é essa? O que tinha a ver eu gostar de uísque entre os seios para estar apaixonado? “Não, mas o que diabos isso tem a ver com esta conversa?”
O jeito que ela estava me estudando me deixou desconfortável. Como ela podia ver mais do que eu queria. “Porque parece superficial.”
“É sexy, divertido. Não é suposto ser mais nada.”
Lila não respondeu a isso. Deixei-a puxar seu braço para fora do meu alcance. Ela finalmente concordou. “Ok.” Eu não tinha certeza do que ela queria dizer com “OK” e se esse era o seu jeito de acabar com essa conversa ridícula que estávamos tendo, tudo bem.
“Vamos encontrar coisas mais sensuais e divertidas para fazer,” disse ela quando começou a andar novamente.
Eu caminhei ao lado dela. Ela foi até o bar próximo e não esperou por mim para pedir uma bebida. Em vez disso, ela foi direto ao bar e pediu uma dose dupla de uísque para si mesma, bebeu em um gole, então pediu outra.
“A menos que você queira me ter segurando seus cabelos lá fora, na rua, você precisa ir mais devagar,” eu avisei. Ela me ignorou e bebeu a próxima exatamente da mesma maneira. Depois disso, ela me deixou pedir a minha própria bebida e saiu para a pista de dança. Fiz o pedido com o barman, em seguida, assisti em choque como Lila Kate deixou um homem tomar sua mão e colocá-la sobre uma mesa. O cara no palco gritou “O que você quer ouvir coisa doce?”
Ela lhe deu um grande sorriso atrevido que eu nunca tinha visto em Lila Kate antes. “Poison,” ela gritou.
Poison? Que porra ela está fazendo?
“Eu acho que está apaixonada!” O cara no palco gritou. Em seguida, a banda começou a tocar, e assim o fez Lila. Eu sabia tudo sobre ela dançando. Ela tinha feito em toda sua vida. Foi à faculdade que fez. Mas eu não sabia era que, além do ballet e outras merdas de fantasias que ela tinha aprendido, em algum momento ao longo do caminho, Lila Kate tinha aprendido a fazer algo que faria milhões se ela estivesse decidida a tirar a roupa e tomar-se uma dançarina de Pole dance. Filho da puta.
Depois que eu puxei meu queixo do chão, eu tive que lutar contra o desejo de levá-la para fora e longe de todos assobios e aplausos. Foi sexy como o inferno? Sim. Mais do que qualquer coisa que eu já tivesse visto. Voltei à coisa de Branca de Neve que tentei explicar a ela mais cedo. Mas não era Lila. Ela tinha classe. Ela não era o tipo de garota que fazia coisas como esta.
Eu me segurei até que algum bastardo bêbado estendeu a mão e passou em sua panturrilha. Então eu estava feito. Ela tinha feito qualquer ponto maldito que queria fazer e eu não precisava ver mais. Caminhei pela multidão, e depois de empurrar dois caras de volta, agarrei as pernas dela e joguei-a por cima do meu ombro.
Ela gritou.
“Ei! Coloque a mulher para baixo!” Um cara que estava admirando a vista, disse em pé no meu caminho.
“Ela está comigo. Estamos viajando juntos. Ela é minha,” eu respondi dando-lhe um olhar de advertência.
“Você está bem com ele levando você?” O cara no palco perguntou.
“Sim,” ela disse parecendo irritada.
“Deixe-o ir, rapazes,” disse o vocalista, e meu caminho foi inocentado. “Se ela fosse minha, eu teria tomado-a também.”
Dezenove
Lila Kate
SÓ PORQUE EU DEIXEI ele me transportar para fora de lá como um homem das cavernas não significava que eu não estivesse com raiva. Fiquei furiosa. Ele poderia ter um bom tempo, mas eu não podia. Havia regras que estava faltando. Ele gostava de meninas que mostrava seu corpo e ostentá-lo, mas eu não tinha permissão para exibir o meu.
Quando estávamos longe o suficiente do bar e ele não iria entrar em uma briga, eu bati em suas costas e comecei a me movimentar para ser liberta. “Deixe-me descer!”
Ele parou de andar e me colocou em meus pés. “Posso confiar em você que não estará indo saltar sobre um pole em algum lugar e tirar suas roupas?” Ele virou-se para mim.
Era isso. Eu não tinha pedido para sair de Sea Breeze. Eu tinha deixado por causa de algo que ele tinha dito. Ele foi à razão pela qual eu corri em primeiro lugar. Ele tinha me acusado de ser fria e gelada. E quando eu fiz o que ele, obviamente, gostava em mulheres, ele ficou com raiva. Eu não poderia ganhar. Não com ele.
“O que foi? Foi pura demais para você? Você prefere que eu vá lá e empurre o meu top par baixo e comece a distribuir shots nos meus seios?”
Sua expressão era de alguém mentalmente instável. “Foda-se, não!”
“Então o que é que você gosta Cruz? Você me chama de fria e diz que eu sou intocável. Quebrável. Eu venho para provar que não sou nenhuma dessas coisas. Então, quando eu começo a ser corajosa e me solto fazendo coisas como acabei de fazer, você age como se eu estivesse fazendo algo errado. Eu não entendo. Desejaria não me importar. Eu tentei me cuidar por tanto tempo que eu nem me lembro quando eu não fiz. Você. Sempre foi você. Eu odeio isso. Eu odeio que seja você. Por que não podia ser outra pessoa? Alguém que fosse... gostar... Eli! Alguém como ele. Por que não posso querer alguém como Eli? O que há de tão errado com a minha cabeça que eu sempre quis você?” As palavras foram saindo. Me ouvi, sabendo que eu deveria calar a boca. Que o que eu estava dizendo nunca poderia ser levado de volta. Mas era como se eu tivesse controle de mão da minha boca para outra pessoa, e ele estivesse falhando em seu trabalho.
“É como eu pareço? Eu não sou bonita o suficiente? Você prefere outro tipo? Talvez sejam meus seios, talvez porque eles não são tão grandes como o da menina no bar? É isso? E quanto a mim fazer você me tratar como uma professora? Por favor, diga-me para que eu possa corrigi-lo!”
As pessoas estavam nos ignorando. Eles passavam direto por nós, e quando eu percebi o que tinha feito, que tinha apenas gritado tudo isso para qualquer um em torno de nós ouvir. Alguém gritou: “Eu acho que você está fodidamente sexy, baby. Venha até aqui.”
Sintonizando isso. Esta rua estava cheia de bêbados. Eu era um deles, aparentemente, porque eu tinha acabado de dizer coisas que eu nunca quis dizer sóbria. Eu tinha muito orgulho. A bêbada Lila Kate não tinha orgulho. Eu gostaria de ter percebido isso mais cedo.
“Você não é barata. Você não é fácil. Você é como a porra de um diamante raro. Você me quer? Você quer a minha atenção? Por quê? Eu sou uma bagunça. Eu não posso ser o que você merece. Eu nem sei como. E se eu me deixar tocá-la, apreciar o que você fez lá, eu estarei arruinado. Você acha que me quer, mas se realmente me conhecesse iria mudar de ideia. Então eu teria tido um gosto de você e nada jamais iria se comparar a isso de novo. Você me aterroriza. Me assusta como nada jamais me assustou na minha vida.” Seus olhos estavam brilhantes e selvagens. Suas mãos tremiam quando eu deixei cair o meu olhar para olhar para ele, incapaz de manter nossos olhares juntos. Todo o resto dele parecia tenso. Rígido.
“Eu te conheço. Eu te assisti toda a minha vida. Eu vi você no seu pior e seu melhor.” Eu não gritei aquelas palavras. Eu apenas disse e deixei-as ficar lá enquanto eu continuava deixando suas palavras se aprofundar. Eu não esperava isso dele. Eu ainda não tinha certeza se eu estava sonhando. Eu poderia estar sobe o efeito da bebida em algum momento?
“Eu não tenho relacionamentos, Lila.”
Eu levantei meu olhar então. “Eu não estou pedindo por um.”
Ele parecia dividido. Seus olhos se estreitaram. “Então o que é que você quer de mim?”
Eu queria muitas coisas. E eu sabia que ele nunca iria dar o que eu queria. Nós nunca teríamos um felizes para sempre. Isso não era Cruz. Ele nunca tinha sido. “Agora. Agora mesmo. Nessa viagem. Nada mais.”
Ele não respondeu de imediato. Ele ficou lá olhando para mim como se não acreditasse em mim. Ele não deve, porque eu queria mais. Eu só sabia que nunca iria conseguir isso. Eu não era a garota para fazê-lo querer mais. Ele encontraria um dia e iria mudar de ideia. Ele seria capaz de ser aquele cara. O único que fez relacionamentos.
Eu tinha ouvido dos meus pais a história um milhão de vezes. Meu pai não tinha sido aquele cara. Minha mãe tinha sido a única a mudar sua mente. Foi o que aconteceu a todos eles eventualmente. Eu sabia que não era para Cruz e que eu deveria deixá-lo ir e ir embora. Mas eu não podia. Eu queria saber por apenas um momento. Como me sentiria estar com ele. Então havia uma chance de eu tirá-lo da minha cabeça e coração. Seguir em frente e encontrar alguém. Assim, Cruz Kerrington não estaria sempre em meus pensamentos.
“Nada além desta viagem?” Ele repetiu as minhas palavras como uma pergunta.
Eu balancei a cabeça.
“Você ouviu a parte sobre me arruinar?”
Eu dei de ombros. “Nós dois sabemos que isso não vai acontecer. Eu não sou única. Você ainda não encontrou alguém.”
Ele franziu a testa. “Única?”
“Sim. Única. A menina que você vai querer para sempre.”
Ele balançou sua cabeça. “Você está mexendo com a minha cabeça. Eu juro.”
“Você está atraído por mim?” Perguntei-lhe corajosamente. Eu poderia agradecer aqueles shots duplos de uísque por isso.
“Isso não é o ponto aqui. Eu não sei se eu posso... apenas ter um caso com você, Lila. Há sentimentos lá. Eu não gosto de sentimentos porra. Não com as mulheres. Eu não posso te machucar, e é isso que eu vou fazer.”
Dei um passo em sua direção, coloco uma mão em seu peito. Este era um jogo, mas eu estava brava agora. Eu não seria na parte da manhã. Eu tinha ido tão longe que eu precisava empurrar ainda mais. “Você não pode me machucar se eu conheço as regras. Nós desfrutamos disto. Ter um caso. Em seguida, passar como sempre fomos.”
Ele baixou o olhar para a minha mão. “E se você me arruinar?”
“Dê uma chance,” eu sussurrei.
“Foda-se,” ele murmurou em resposta. Em seguida, agarrou meu pulso, e me puxou contra seu corpo. Mal tive tempo para recuperar o fôlego antes de sua boca estar na minha. O sabor das nossas bebidas misturadas com o que eu tinha ganhado. Por agora, eu tinha isso. Foi minha decisão, e eu esperava que isso saísse do meu sistema para que eu pudesse, eventualmente, seguir em frente.
“Não há mais bares,” disse ele contra a minha boca. “Voltamos para o hotel. E não estamos hospedados em dois quartos de merda.”
Eu não discuti. Eu só dei um aceno de cabeça em concordância. Era isso. É melhor não ser um sonho.
Vinte
Cruz Kerrington
HAVIA DECISÕES inteligentes e decisões estúpidas. E então havia erros. Eu não tinha certeza de onde este pousou, mas com Lila em meus braços cheirando como o céu, e a imagem de sua dança naquela mesa foi tudo o que me preocupava, no momento.
Eu quebrei o beijo, agarrei seu cotovelo e me dirigi para o hotel. Nós estávamos em um hotel a poucos quarteirões à frente, na esquina da Canal e Bourbon. Percebi como tudo o que eu, mas queria sem falar, que no fundo eu estava preocupado que ela iria ficar sóbria e mudar de ideia. Se eu fosse metade da porra do homem que eu deveria ser, eu não iria deixá-la fazer isso esta noite, enquanto ela estava bêbada... enquanto eu estava bêbado.
Mas eu tentei dizer a ela a confusão que eu era. Ela parecia ver mais em mim do que estava lá. Eu queria que houvesse mais. Eu queria conhecer suas expectativas. Quando eu era criança, eu tinha visto o olhar em seus olhos, e eu sabia que ela me via de forma diferente do que via Nate. Eu amei isso. Eu era diferente. Isso me fez sentir importante. Então eu a tinha beijado, e ele tinha me assustado.
Eu sabia que Lila Kate não era para mim. Eu não era o tipo de cara que ela iria querer por muito tempo. Ela veria muitos eventualmente. Ele iria fazê-la mudar de ideia. E ela nunca mais olharia para mim com aquele olhar sonhador em seus olhos novamente. A ideia de poder perder que me levou a colocar uma parede lá. Uma construída para magoá-la. Ela tinha funcionado. Até agora. Até que eu ouvi que ela tinha deixado à cidade e eu corri atrás dela, porque eu não podia suportar a ideia de ter uma vida sem ela.
Quando entramos no hotel, fiz uma pausa e olhei para ela. A menina da minha infância. A menina que eu sempre assisti, mas nunca me permiti chegar perto. A que eu fingi que eu não sabia por que me evitava.
“Tem certeza?” Eu perguntei a ela.
“Sim.”
Eu esperei. Eu precisava que ela pensasse. Deixar tudo afundar. “Poderíamos dormir esta noite. Esperar até amanhã.”
Ela sorriu. Tão suave que fez seus olhos brilharem e me fez sentir mais como um homem do que devia. “Hoje à noite,” ela finalmente disse.
O caralho que eu poderia ignorar isso. Teríamos hoje à noite. Se ela se arrependesse amanhã, poderia me quebrar. Mas eu estava disposto a arriscar.
A viagem para o quarto foi curta, mas tantos pensamentos passaram pela minha mente que me senti passar muito mais tempo do que era. Ela tocou o cartão-chave para o desbloqueio e acendeu a luz verde. Era isso.
A porta se abriu. Entramos no interior. Meu quarto era idêntico a este. Logo ao lado. Eu tinha feito uma piada sobre isso quando chegamos. Eu não estava brincando agora. Eu deveria estar naquele quarto. Sozinho. Era a coisa certa a se fazer.
“Lila,” disse pensando que eu deveria parar com isso.
Ela deixou cair à pequena bolsa do ombro no chão, em seguida, tomou a parte inferior de sua camisa e puxou-a por cima da cabeça. O sutiã de renda branco era pequeno e a elevação de seus seios parecia que eles estavam prestes a derramar por cima expondo seus mamilos. Sua blusa caiu no chão ao lado dela, então ela chegou ao redor e desabotoou o sutiã. Eu assisti com fascínio quando as tiras escorregaram pelos seus braços finos até se juntar a sua blusa no chão. Seus mamilos escuros redondos duros do frio do quarto ou a partir de sua excitação chamando minha atenção.
Me movi, fechando o espaço entre nós. Incapaz de manter minhas mãos para mim eu cobri ambos os seios com as mãos. Embora minhas mãos fossem grandes elas não eram grandes o suficiente para levar cada seio completamente. O excesso me animando eu apertei deixando a suavidade provocar minhas mãos.
“Porra,” sua voz pegou quando ela disse as palavras. Aquelas não eram as palavras que eu imaginei vindo de seus lábios. Eles não se encaixavam com Lila Kate. Mas a forma como sua voz tremia quando ela disse. A maneira como ela se inclinou para mim e um gemido suave escapou simplesmente do meu toque fez tudo isso parecer certo. Como era para ser. Como nós deveríamos ser.
A restrição que eu tinha retido estalou. O lado impertinente de Lila foi demais para um homem tomar. Eu agarrei sua saia e puxei para baixo até que ela ficasse ali em nada além de suas calcinhas de renda preta. Elas fizeram pouco para cobri-la. Quase inútil a menos tentando seduzir um homem. E eu estava seduzido. Eu tirei minha própria camisa e joguei-a fora.
Minhas mãos em volta de sua cintura e a suspendi a levando até a mesa do quarto porque era mais perto que a cama. Sentei-a, em seguida, puxando sua calcinha memorizando a maneira que olhei quando ela deslizou fora de seu corpo.
Ela estremeceu e meu pau latejou. Essa era Lila Kate... doce, inocente, preciosa Lila Kate. Impertinente, selvagem, carente Lila Kate tinha tomado seu lugar essa noite, e eu tremia de antecipação. “O que você quer?” Eu perguntei a ela quando desabotoei minha calça jeans. “Diga-me exatamente o que você quer que eu faça.”
Seus olhos foram do meu peito nu e depois bloquearam em minhas calças quando eu comecei a soltá-la e empurrando-a pelos meus quadris e saindo dela. “Diga-me, Lila,” eu exigi. Eu não tinha certeza por isso que eu precisava dela para dizer, mas eu fiz. Eu queria que ela falasse sujo. Ouvir sua linda boca dizer coisas ruins. Fiquei muito provável que explodisse ao som, mas eu queria.
“Eu quero você,” ela sussurrou.
“Você vai ter que fazer melhor que isso. Conte-me.”
Ela engoliu em seco e ergueu o olhar de minha ereção pressionando através de minhas cuecas boxer aos meus olhos. “Eu te disse. Eu quero que você me foda, Cruz.”
Isso deve ser suficiente. Eu deveria estar feliz. Mas ela me transformou em um monstro enlouquecido pelo sexo. “Você quer isso gentil?” Perguntei empurrando minha cueca para baixo deixando meu pau grosso livre.
Ela balançou a cabeça lentamente. Os olhos arregalados quando ela olhou para mim. “Não,” sua voz era tão suave que eu quase não a ouvi.
“Diga-me,” eu disse enquanto empurrava suas coxas com as mãos e me coloquei entre elas. “Como você quer ser fodida?” Nessa última palavra, seus olhos brilharam com o mesmo desejo que sentia.
“Forte. Foda-me forte.”
Minhas mãos chegaram debaixo dela e agarrei sua bunda quando eu bati nela. Que com um impulso era como afundar em cetim apertado e quente. “Foda-se!” Eu gritei quando seu corpo reagiu à entrada súbita, apertando meu pau. Era melhor do que a minha imaginação.
Suas mãos pequenas agarraram meus braços, as unhas cravando em minha carne. O ardor que senti foi incrível. “AH!,” Ela gritou.
“Isso é o quão duro você quer?” Rosnei perto da orelha dela querendo bater nela uma e outra vez, mas estava fazendo tudo o que podia para me controlar.
“Sim. Mais,” ela ofegava.
Meus dedos entraram na carne da bunda dela quando eu puxei para trás e mergulhei mais fundo. Gemendo de prazer, eu mordi seu ombro, e ela começou a implorar. “Por favor, mais forte. Eu quero sentir você amanhã.”
Qualquer a sanidade que estava segurando saiu. Fui buscá-la afundando-a mais para o meu pênis rígido e levando-a até a cama onde eu caí para a suavidade com ela. Não querendo me afastar. Eu tive que puxar para fora em um movimento rápido e lançá-la em seu estômago. “Bunda no ar,” eu pedi.
Ela fez isso, sem dúvida. De quatro, era mais fácil e eu estava martelando dentro dela imediatamente. Seus gritos se tornaram mais frenéticos como a minha respiração. Eu bati na bunda tão forte quanto eu podia sem realmente me preocupar em machucá-la. Só para deixar arder.
“Oh Deus!” Ela gritou. “Estou gozando!” Seu corpo começou a tremer e seu clímax pulsava em meu pau ainda trancado dentro dela. Eu balancei com a necessidade de explodir. Foi uma porra tão incrível que eu não conseguia pensar. Pouco antes de perder a pequena quantidade de controle que eu tinha deixado, eu puxei para trás até que eu estivesse livre dela e gritei seu nome quando minha porra cobriu sua bunda virada para cima.
Seu corpo ainda estava tremendo, e minhas pernas estavam fracas. Fracas demais para se moverem. Ficamos lá. Sua cabeça agora repousava na cama. Tudo o que podia ser ouvido era nós ofegantes. Que tinha sido mais. Muito mais do que eu esperava. Tinha sido viciante. Eu poderia dizer-me que era muito perigoso fazer isso de novo, mas eu seria um tolo. Eu queria mais. Inferno, eu queria mais, logo que eu pudesse respirar fundo novamente.
Ela começou a abaixar seu corpo inteiro para a cama.
“Eu preciso limpar você,” eu disse a ela apreciando o olhar de meu sêmen em sua pele.
“Está bem,” ela disse suavemente, ainda afundando até que fosse pressionada completamente contra o colchão.
Sorrindo para a simples beleza, encontrei forças para ficar de pé e fui para o banheiro pegar uma toalha molhada. Limpei-a rapidamente, em seguida, cobri-a para cima. Ela levantou a cabeça e olhou para mim. “Você está vindo para a cama também?”
Os cabelos perfeitos de Lila estavam bagunçados. Seus olhos estavam pesados, os cílios se espalharam pelas bochechas. O rubor no rosto ainda estava lá, e nada parecia tão incrivelmente bonito na minha vida. “Sim. Eu vou.”
Subi ao seu lado e cobri nós dois puxando-a de volta contra o meu peito. Seria difícil em alguns malditos minutos, mas ela estaria dormindo cedo demais para perceber. Eu inalei o cheiro de seus cabelos e sua mão cobriu a minha.
Levou menos de dois minutos para a sua respiração se abrandar. Ela estava dormindo em meus braços, e eu sabia que nada seria o mesmo para mim. A ruína que eu temia era muito pior do que isso. Eu não estava preparado para ser capaz de deixá-la ir.
Vinte e Um
Lila Kate
RECONHEÇO SEU CHEIRO antes mesmo de abrir os olhos. O calor de seus braços me fez suspirar e afundar mais perto. Isto foi melhor do que sonhei. E sonhei com isso mais do que gostaria de admitir. Lembrar que é por um tempo curto, que não é para sempre causa uma forte dor então afasto o pensamento. Por agora, vou desfrutar do que tenho. Cada momento que passamos juntos, vou absorver tudo.
“Se continuar se contorcendo mais perto vamos foder antes de eu estar totalmente acordado,” sua voz sonolenta me assusta e eu rio. Nunca ri, mas o faço então. É bom. Na noite passada, o álcool me deu a coragem que precisava. Esta manhã não há arrependimentos. Não desejo que tivesse sido diferente. Porque depois de abrir-me para ele e caminhar de volta para o hotel fiquei sóbria o suficiente. Lembro-me de cada detalhe. Nunca esquecerei um só momento.
“Lila,” sua voz rouca e profunda é um alerta quando pressiono o corpo mais no dele. “Você deve estar dolorida,” diz ele enquanto beija meu ombro.
Eu estou. “É uma dor gostosa.”
Ele respira fundo, em seguida, rola para cima de mim. Seu corpo nu paira sobre mim. Os cabelos estão bagunçados e os olhos ainda pesados de sono. “Você encontrou sua boca impertinente e gosta dela, não é?” Ele pergunta com o joelho separando minhas coxas.
Balanço a cabeça.
Então, ele está dentro de mim. Tão rápido. Fecho os olhos com força, e engasgo da ternura e prazer.
“Dói?” Ele pergunta ao ficar completamente imóvel.
“Sim. Mas como disse, é uma dor boa,” digo a ele abrindo os olhos. “Faça doer mais.”
“Jesus, Lila. Você vai nos matar,” ele geme quando começa a se mover. Bombeando os quadris dentro e fora de mim. Sua boca beija ao longo da minha clavícula até o pescoço. Seu hálito quente em meu ouvido só aumenta a sensação. “Diga mais merda suja com esta boca bonita,” ele diz com um sussurro antes de mordiscar minha orelha.
Abro mais minhas pernas levantando os joelhos para prender seus quadris. “Quero te sentir gozar dentro de mim. Sentir o calor da sua porra escorrendo por minhas coxas,” digo e ele congela.
“Porra, Lila. Não fale esse tipo de merda, se não quer que eu goze.”
“Eu quero que você goze.”
Seus braços tremem enquanto ele se mantém completamente imóvel. “Você está tomando a pílula?”
Sorrio para ele. “Sim. Não quero ser mãe tão cedo.”
Ele move-se, a expressão feroz. “Estou limpo. Nunca tocaria em você sem camisinha se não tivesse certeza de estar completamente limpo.”
Confio nele. Ele é um monte de coisas, mas não me colocaria em perigo. Eu sei. “Então goze dentro de mim.”
Seus quadris começam a bater contra mim. Todos os outros pensamentos desaparecem. Tudo o que sinto é o aumento do meu próprio clímax. Posso ouvir sua respiração acelerar e seus palavrões murmurados. Abro os olhos e vejo seus braços flexionando com cada movimento.
Quando empurro contra ele e envolvo as pernas em sua cintura para segurá-lo, eu grito seu nome.
“Maldição, Lila,” ele pragueja e então sinto. Tudo isso enquanto ele me dá exatamente o que pedi. Quero que dure para sempre. Não irei pensar sobre o dia em que tudo terminará. Porque neste momento, eu tenho tudo.
Rolo de lado levando-me com ele. Nós dois estamos ofegantes e suados quando nossos corpos se grudam. Falar não é necessário ou sequer possível. Estou tentando recuperar o fôlego e voltar para a terra. Sexo nunca foi tão bom. Mas, então, minha experiência é limitada. Muito limitada. Mas não posso imaginar ser melhor do que isso.
A mão de Cruz começa casualmente a brincar com meus cabelos. Viro a cabeça para olhá-lo e seus olhos estão fechados. Sempre odiei que ele seja tão impressionantemente bonito. Ele faz meus sentimentos ainda mais difíceis de ignorar. Gostaria de vê-lo e ter vergonha de mim mesma por fazê-lo. A maneira como ele anda, se porta, o som de sua voz e esse sorriso. Tudo isso é impossível não notar. Todas as mulheres o notam.
“Vamos para o norte. O que acha de Memphis?” Diz ele com os olhos fechados.
“Memphis? O que tem em Memphis?” pergunto, desfrutando da liberdade de olhá-lo.
“A fodida Graceland está em Memphis,” ele sorri.
“Quer dizer que quer ver onde Elvis viveu?” Rio ao falar.
Ele inclina a cabeça para olhar para mim e abre um olho. “Claro que sim, eu quero. Essa merda deve ser brega. Quem quer perder isso?”
Não me importa aonde vamos. Estou bem com qualquer lugar. “OK. Memphis então.”
“Você ligou para seus pais?” A pergunta dele me surpreende.
“Não,” admito.
“É melhor,” ele suspira. “Tenho certeza que todos sabem que estamos juntos agora. Nate dirá a eles.”
“Provavelmente.”
Ele passa a mão sobre o rosto e geme. “Grant vai me matar.”
Eu não respondo. Porque essa é uma questão que enfrentarei quando isso acabar. Estou numa aventura para fugir com o cara que está na cama comigo. É diferente agora. Não estou tentando mudar ou encontrar um novo eu. Eu já fiz. A garota que sou nesse momento não é nada como a garota que era na noite que ele tinha me chamado de fria. Agora, só tenho que aproveitar enquanto durar. Porque isto acabará.
“Meu pai pode me matar antes do seu. De qualquer maneira, minha vida será curta.”
Isso me faz sorrir. “Isso é um pouco dramático,” digo a ele.
Ele dá de ombros. “Honestamente, vale a pena.” Sua mão corre pelo meu lado e aperta meu quadril. “Vale a pena completamente.”
Isso não é uma declaração de amor. Eu percebo. Mas é doce. Coloco a perna por cima dele quando viro até que metade do meu corpo esteja em cima dele. Ambos seus olhos abrem quando faço isso. “Somos crescidos,” lembro a ele. “Acho que você vai viver.”
Ele me olha com ternura. “Ou você vai me matar antes deles. Mas a morte por sexo soa como um bom caminho a percorrer.”
Eu rio. “Estou apenas começando. Não estou prestes a atacá-lo.”
Suas mãos agarram minha bunda e me puxa para cima dele. “Talvez, mas colocar este pequeno corpo quente num homem enquanto ele está nu e na cama é irresistível.”
Quando ele desliza para dentro de mim lentamente desta vez, gemo alto e gosto de ser preenchida mais uma vez antes do café da manhã.
Vinte e Dois
Cruz Kerrington
DIRIGIR QUASE SEIS HORAS para Memphis hoje não foi uma boa ideia. Vi Lila Kate esconder a careta quando montou na moto. Nós fodemos como maníacos e agora ela está dolorida. Ela alega não estar, mas vejo em seu rosto. Não deveria ter forçado as duas rodadas esta manhã, mas ela é tão gostosa. É uma necessidade por estar dentro dela novamente e fodê-la, não gosto de querer alguém tão forte. A experiência do passado me prova que uma boa transa tira a menina do meu sistema e sigo em frente. Mas com Lila Kate ainda tem que acontecer. Com as pernas dobradas atrás das minhas e seu corpo contra minhas costas já estou pensando em transar novamente. Jesus, ela é como crack para um viciado.
Vou em direção a Birmingham, Alabama. Podemos parar no meio e descansar. Encontrar algo para ver ou fazer, e depois pilotar o resto do caminho. É apenas uma hora mais perto de Memphis; ela pode visitar sua amiga, e ela ajudará a controlar minha necessidade de ter meu pau nela durante nossa parada. Preciso encontrar algum controle.
Depois de oitenta minutos na estrada, ela começa a se contorcer e acho uma saída que tem opções de restaurante e algumas compras. Passaremos um tempo aqui, então partiremos quando ela estiver pronta. Paro em um restaurante e estendo a mão para ajudá-la a descer. Ela estremece novamente.
“Acho melhor parar por hoje,” digo, me sentindo culpado por seu desconforto.
Ela franze a testa. “Por quê?”
Aprecio que ela tente ser forte, mas sei que está dolorida e não vou fazê-la sofrer mais. Pela primeira vez desejo não ter uma moto maldita. “Você está dolorida,” aponto o óbvio. “Vamos comer e andar um pouco. Fazer compras. Veja como você se sente mais tarde.”
“Vou ficar bem,” ela argumenta.
Ignoro isso. “Com fome?”
“Sim e este lugar cheira muito bem.”
Entramos e forço-me a não colocar as mãos sobre ela. Tocá-la o tempo todo não é bom. Isto é temporário. Não há necessidade de agir como se fosse mais do que isso. Nós dois estamos apreciando a viagem.
Seu telefone começa a tocar pouco depois de passarmos na porta e ela o tira do bolso. Quando levanta os olhos para mim, eles estão se desculpando quando ela coloca o telefone no ouvido. “Ei mãe.”
Disse para ligar para seus pais mais de uma vez. Ela não me escutou.
Sua mãe está falando e o rosto de Lila Kate empalidece antes dela sussurrar. “Ah não. Quando?”
Agora estou preocupado. Ela começa a morder o lábio. “Sim, ele está.”
“Não tenho certeza,” ela olha para mim. “Onde estamos?”
“Cerca de uma hora ao sul de Montgomery, Alabama,” digo.
Ela repete para a mãe. “Não... de moto,” Posso vê-la se encolher quando fala.
“Sim. Vamos dirigir até lá agora,” diz ela. “Vejo você mais tarde. E mãe, eu sinto muito.”
“Também te amo.”
Quando ela termina a chamada, lágrimas enchiam seus olhos. “Minha avó faleceu no meio da noite. Mamãe vai enviar o jato do meu avô para me pegar em Montgomery. Eles já estão na Califórnia. Meu avô chamou mamãe às três esta manhã para contar. Ela e meu pai pegaram um avião pouco depois.”
Esta é a última coisa que esperava que ela dissesse. “Deus, Lila, sinto muito.”
Ela assente com a cabeça. “Eu também. Por causa do meu avô. Ela nunca esteve lá sabe. Sua mente se foi há tantos anos. É um milagre ela viver tanto tempo. Mas Kiro passou toda a vida ao seu lado. Eles pararam a turnê, porque ele odiava estar longe. Toda sua história é apenas devastadora. Minha mãe nunca chegou a conhecê-la. Seu cérebro foi danificado quando ela era um bebê .”
Sei sua história. Foi manchete quando souberam que a mulher de Kiro Manning, Emily na verdade ainda estava viva. O mundo pensou que ela tinha morrido naquele acidente. Mas ele a manteve longe da mídia. Eles fizeram até um filme chamado “Emily Kiro” cerca de dez anos atrás, que foi um sucesso de bilheteria. Kiro não queria que o filme fosse feito no início, mas na entrevista que deu para a revista Rolling Stones disse ter mudado de ideia. Ele queria que o mundo conhecesse sua Emily. O que ela era. Quão surpreendente ela foi. Ela mereceu.
Levo Lila de volta para a moto e a ajudo a subir. Coloco o capacete em sua cabeça e desejo ter mais que eu possa fazer. Algo mais. Algo para ajudar. Temo que ela pegue aquele jato. Nosso tempo está terminando mais cedo do que esperava.
Ela segura-me com mais força do que antes. Minha garganta está grossa. Há uma porra de emoção lá que não entendo. Que não quero. Esta é uma maneira de protegê-la, tirá-la do meu sistema e seguir em frente. Para nós dois. Mas uma noite não foi suficiente. Eu sou egoísta. Sua avó acaba de falecer. Mas que droga.
A viagem para o aeroporto de Montgomery é muito rápida. Nosso tempo juntos está terminando. Esta pequena bolha que tivemos está prestes a estourar. Voltarei para casa e enfrentarei a ira do meu pai. Fazer o que diabos devo. Ela voltará e será como antes. Não vamos continuar de onde paramos. Isso será mais do que uma aventura. Isso fez com que o caroço de merda na minha garganta signifique algo.
Ferir Lila Kate é inevitável para mim. Se fizer isso mais tarde, doerá mais. Mais cedo é melhor. Mais cedo nos ajudará a seguir em frente. Nunca serei o cara que ela precisa. Mas droga, sei que isso me machucará também.
Paramos no aeroporto antes do jato particular chegar. Quero dizer algo que torne isso mais fácil. Algo que faça com que a dor em meu peito vá embora. Algo que faça com que seu olhar triste desapareça. Mas não tenho nada.
Ela desce da moto e pego suas coisas no alforje. Então viro para ela. “Não estava esperando que nossa jornada acabasse tão cedo,” digo tentando sorrir.
“Nem eu.”
Posso ver a questão lá. A incerteza. Ela quer saber se é o fim para nós. Mas ela não pergunta. E não posso dizer as palavras. Mesmo que precise, eu não posso.
“Diga a seus pais e avô que sinto muito por sua perda.” Seus olhos perdem a luz. Ela esperava mais do que condolências genéricas. Sinto-me um idiota gigante.
“Obrigada,” ela sussurra. “Por tudo.” Então ela pega sua bolsa e sai. Assisto a sua partida. Quero correr atrás dela e dizer algo mais. Para tentar fazê-la sorrir. Mas isso só piorará seu estado. Em vez disso, espero ela entrar no prédio. Então subo na moto e volto para o sul. Volto para Rosemary Beach.
Vinte e Três
Lila Kate
EU ESTAVA ENTORPECIDA. O voo para Los Angeles e a viagem para casa de meu avô, em Beverly Hills é um borrão. Quando a limusine que me pegou no aeroporto estaciona na frente de sua mansão, percebo que não me lembro de entrar nela.
Pego a única bolsa que tenho comigo e saio quando o motorista abre a porta. Não vejo Kiro a cerca de seis meses. Ele nos visitou, mas eu não estava. Quando era criança, visitei mais vezes. Fiquei uma semana com ele no verão. Tenho boas memórias deste lugar.
Minha mãe vem para a porta da frente e sai para me cumprimentar. Subo as escadas e espero que ela não esteja muito chateada com meu passeio de moto com Cruz. Ela tem seu pai para se preocupar. Não preciso aumentar seu stress. Sei que nunca andarei na moto de Cruz novamente.
Ele acaba de me deixar ir. Sem promessas. Nada. Ele acaba de terminar. Muito rápido. Meu peito dói e me sinto culpada. Meu avô está sofrendo. Eu deveria estar mais preocupada com ele.
“Como ele está?” Pergunto ao abraça-la.
Ela me aperta. “Ele está triste. Mamãe se foi há muito tempo. A mulher que ele conheceu. Mas agora até mesmo o pouco que ele tinha dela sumiu. Vai ser duro para ele.”
“Ela estava doente?”
“Não. Seu coração parou. Com o dano que seu cérebro sofreu, o médico diz que é um milagre ela ter vivido tanto. Mas papai fez com que ela tivesse o melhor atendimento. E ele está sempre aqui. Acho que ela viveu por ele.”
Sua história é tão trágica. Quando recuo, olho para ela. “Quão chateado está papai?”
“Sobre Cruz?”
Balanço a cabeça.
“Ele não está feliz,” diz ela com um pequeno dar de ombros. “Mas você é uma mulher adulta. O que ele pode fazer? Foi sua decisão para tomar.”
Concordo, mas não acho que papai concorde.
“Ele não vai falar ainda. Por enquanto, trata-se de Kiro e Emily.”
“Quem está aqui?”
“Neste momento, apenas Dean e nós. Nan, Cope, Mase, Reese, Rush e Blaire estão a caminho.”
Mamãe olha a mochila no meu ombro. “O que aconteceu com sua bagagem?”
“Deixei tudo com Nate.”
Ela suspirou. “Para fugir na moto de Cruz Kerrington.”
“Sim.”
Ela não fala mais nada. Mesmo não sendo uma semana, tudo o que aconteceu faz parecer como se fosse muito mais tempo.
“Posso dizer uma coisa?” pergunta mamãe.
“Claro.”
Ela estende a mão e toca minha bochecha. “Você é gentil, amorosa, generosa, paciente e linda. Você merece algo especial.”
“Mãe, você tem um conto de fadas. Nem todo mundo os vive.”
Ela inclina a cabeça para o lado e sorri. “Não, Lila Kate. Nem todo mundo é paciente o suficiente para esperar por ele.”
Ela beija meu rosto, em seguida, pega meu braço e sobe as escadas, entrando na casa. Quero refletir sobre o que ela disse mais tarde. Talvez ela esteja certa. Talvez eu encontre um conto de fadas. Só que o espero da pessoa errada.
A casa cheira a charutos. Foi assim toda minha vida. Ouvi Rush uma vez dizer que é melhor do que o cheiro de maconha que tinha em sua juventude. Caminhamos através da grande entrada pelo corredor esquerdo, onde Kiro tem a sala de jogos. Grandes sofás de couro preto, enormes telas planas em três lados, uma mesa de bilhar e um grande bar estão lá. Sentado no canto do sofá está meu avô, Kiro Manning. Ele está mais velho agora, mas ainda é uma lenda. Seu nome é bem conhecido. Ele tem um charuto numa mão e uma garrafa de uísque na outra. O corpo esguio é alto e coberto de tatuagens. Mesmo aposentado e sendo avô ele ainda se assemelha a uma estrela do rock.
Ele levanta os olhos avermelhados assim que entramos e sorri ao me ver. Ele chorou em algum momento. “Minha Lila Kate,” diz ele com a voz rouca de anos de drogas, cigarro e álcool.
“Hey,” digo ao caminhar até ele. Não é segredo que ficou furioso quando meu pai engravidou minha mãe. Minha mãe não é sua única filha, mas é a favorita. Porque foi a criança que Emily lhe deu. Meu nascimento poderia ter matado minha mãe. Isso o aterrorizou. Mas minha mãe sempre diz que passou a minha vida me esperando. Sei que ele me amava mais do que seus outros netos. Ele é muito franco sobre o assunto. Mas também sei que só sou parte de Emily.
Ele abre os braços também cheirando o álcool e charuto. Abaixo-me e abraço-o com força. “Eu te amo,” sussurro.
“Não tanto quanto eu te amo, menina bonita,” essa sempre foi sua resposta. “Ouvi dizer que esteve de moto com um Kerrington. Acho que tem um pouco do sangue selvagem do vovô depois de tudo.”
Fico tensa esperando que meu pai não tenha ouvido. “Hum, eu acho,” digo o mais baixo que posso.
Isso o fez rir. Estou feliz por ele poder rir, mas não é algo para rir. “Vamos dar a seu papai um pouco de dificuldade. Ele precisa.”
De todas as coisas para ele querer falar essa não é uma delas.
“Papai está tudo bem. Ela só está nervosa em falar com Grant sobre tudo isso,” Mamãe interrompeu.
Fecho os olhos e faço uma careta. Quando levanto Kiro pisca para mim. “Você é uma menina crescida. Tudo bem.”
Viro a cabeça lentamente para olhar meu pai que está em pé no bar com os braços cruzados sobre o peito e uma carranca no rosto. “Ela é melhor do que Cruz Kerrington,” diz meu pai.
“E minha Harlow é melhor do que Grant Carter. Minha menina doce foi varrida de seus pés por alguém que tinha a reputação como um jogador. Parece que acabou tudo bem,” Kiro diz antes de tragar seu charuto.
Papai só resmunga.
Tento pensar em algo para mudar de assunto quando passos soam no corredor. Então ouço vozes. Os outros dois filhos de Kiro chegam com seus cônjuges. Tenho certeza que ouvi a voz do meu tio Mase em algum lugar. E quando ele está discutindo com minha tia Nan parece uma reunião de família.
“Não ficarei no quarto azul, Mase. Enfie-o na sua bunda. Quero o outro perto do elevador. Sempre fico nele. Não discuta comigo,” Tia Nan diz em seu tom irritado agudo.
“Dê-me outra porra de garrafa. Vou precisar dela,” Kiro resmunga.
Ele e minha tia Nan não tem o melhor relacionamento, mas minha mãe disse que está melhor em comparação com o passado.
Quando os quatro entram na sala. Kiro ergue a garrafa. “Estou de luto porra. Não comece essa merda aqui.”
Nan parece envergonhada e Mase assente. “Desculpa. Estou apenas começando a te tirar do tédio.”
Kiro dá de ombros. “Entendido.”
“Sinto muito, Kiro,” Reese, a mulher do meu tio Mase diz quando se afasta dos outros. “Vá em frente, chore e vou manter estes dois na linha.”
“Ainda não descobri como diabos conseguiu essa menina,” Kiro diz apontando com a garrafa na direção de Reese enquanto olha Mase.
“Nem eu,” responde Mase, em seguida, joga-se no sofá em frente à Kiro. “Passe o uísque.”
Vinte e Quatro
Cruz Kerrington
O CHEIRO de flores. Odeio o cheiro tanto quanto odeio funerais. Elas me deprimem. Não deveria estar aqui. Não conheci Emily Manning. Claro, conheço Lila Kate, mas ela não esperava que viesse ao funeral de sua avó. Inferno, eu não iria se pudesse fugir. Uma vez que alguém estava morto, acabou. Porque ter um grande e deprimente funeral?
Quero que minhas cinzas sejam atiradas no Golfo. Sem músicas, flores e sem lágrimas de merda. Afrouxo a gola da camisa e suspiro. Meu pai foi inflexível sobre eu ir. Todos estão. Toda a família maldita está aqui. Como cada família em Rosemary Beach que somos próximos.
“Vamos por Grant, Harlow e Lila Kate!” Meu pai disse quando reclamei sobre não ver razão para ir a este funeral.
A verdade é que tentei tirar Lila da cabeça durante os últimos três dias e não funcionou. Tudo o que posso ver é Lila. Quando tive outra menina contra a parede do meu apartamento na noite passada, tive o rosto de Lila Kate na cabeça. Não quero vê-la tão cedo. Ainda estou tentando tira-la do meu sistema. Até digo a meu pai que eles podem fazer meu funeral uma vez que Grant Carter pôr as mãos em mim. Papai me disse que pedi por isso.
“Ali está Nate,” minha mãe sussurra. “Vá se desculpar.”
“Por quê?” Pergunto confuso. Não fiz nada para Nate.
Ela agarra meu braço como se eu ainda tivesse oito anos. “Por levar Lila Kate sem uma palavra. Isso é o que fez.”
Não vou me desculpar com ele por isso. “Não.”
Suas unhas afundam em minha pele. “Agora.”
Não vou me desculpar, mas vou até lá dizer algo a ele para fazê-la pensar que obedeci antes que ela me agarre pela orelha e me leve até ele.
“Tudo bem,” murmuro e sua mão me solta, logo que vou em sua direção.
Desculpar-me com Nate. Sério? Será que eles sequer conhecem Nate Finlay? Como se isso não fosse algo que ele faria. Jesus. Todos estão sendo dramáticos como o inferno. Não a sequestrei. Ela foi de bom grado.
Nate também usa um terno e Bliss está ao seu lado parecendo deslumbrante num vestido preto com os cabelos presos para cima dos ombros. “Hey,” digo quando eles se viram ao me ver chegando.
Nate inclina o queixo.
“Você viu Lila Kate?” pergunto.
“Sim. Por quê? Tem a moto com você?” Nate sorri quando fala.
“Não, espertinho. Eu só não a vi.”
“Ela foi pegar uma bebida. Já conversou com todos e sua boca ficou seca.”
Balanço a cabeça. Bom. Tenho tempo para ficar fora de vista antes dela voltar. “Estão aqui há muito tempo?”
“Chegamos ontem à noite. Ficamos no Dean. Dirigimos para cá de manhã,” Nate responde. Dean é seu avô. O melhor amigo de Kiro Manning.
“Vou sair assim que isso acabar,” digo. “É bom ver você de novo, Bliss. Acho que estive aqui tempo suficiente para que minha mãe pense que me desculpei o suficiente. Vou deixá-los.”
Nate sorri. “Pedir desculpas, né? Acho que eu gostaria disso.”
Bliss ri. “Nate pare. É bom vê-lo novamente, Cruz.” Ela começa a dizer mais, em seguida, faz uma pausa e sorri para algo sobre meu ombro. “Lá estão eles,” acrescenta.
Olho para trás sem pensar e meus olhos param em Lila Kate. Ela está impressionante. Os cabelos escuros enrolados frouxamente e tocando os ombros. O vestido azul da meia-noite que usa abraça suas curvas docemente. É difícil afastar o olhar.
“Devo buscá-lo? Ou acha que ela quer que ele fique?” Pergunta Bliss.
Buscar quem?
“Deixe. Ela parece querê-lo lá,” Nate responde.
Afasto meu olhar de Lila Kate para ver um cara alto e loiro com a mão possessivamente em suas costas. Sua expressão é séria ao ouvir algo que ela diz. Quem diabos é esse?
“Quem está com ela?” pergunto uma vez que eles obviamente sabem.
“É Eli, meu melhor amigo,” diz Bliss, com um sorriso satisfeito.
“Como ela o conhece?” Lila Kate não é de se relacionar com alguém rapidamente.
“Eles passaram algum tempo juntos antes que você aparecesse de moto e a levasse,” Nate responde. Ele está se divertindo. Ele sabe por que estou perguntando e está se divertindo para caralho.
“Ela quis ir comigo,” digo a ele virando para encarar sua expressão presunçosa.
Ele assente. “Sim, ela quis. Mas agora...” ele inclina o queixo na direção de Lila Kate. “Ela quer Eli. Lição aprendida rápido eu diria.”
“Que porra isso significa?” Rosno dando um passo em direção a ele.
Nate não recua. Mas, então, eu não espero que o faça. Ele dá um passo em minha direção. Sua expressão fica fria. Fechada. “Isso significa que Eli é um bom rapaz. O tipo que permanece. Isso é o que significa.” a voz de Nate é baixa quando fala.
“Ela mal o conhece,” argumento.
“Mas ela te conhece o suficiente agora,” ele responde.
Estamos num funeral. Isso deveria me parar e me fazer ir embora. Mas não vou. Porque Nate está certo. Ela me conhece. Podia pegar minha moto e sair. Isso é o que um bom rapaz faria. Mas eu a levei e depois abandonei. Quando penso sobre isso tenho que admitir que possa ter sido a coisa mais fria que já fiz. E fiz essa merda muito cruel. Volto o olhar para Lila Kate e Eli. Ele está sussurrando algo e ela sorri. O sorriso não é o radiante que conheço.
É triste. Seus olhos não brilham e iluminam a sala como sei que podem. Ela perdeu alguém e Eli está lá com ela. Esse é o tipo de cara que ela precisa. Deixei-a porque ela precisa seguir em frente sem mim. Só não esperava que essa porra acontecesse tão rápido.
“Ela merece muito mais. Você sabe. Deixe que ela tenha.” A voz de Nate me incomoda, simplesmente porque ele está certo. Não falo nada. Apenas vou embora. Volto para minha família. Gostaria de me afastar deste maldito funeral e sair em silêncio. Esquecer o que aconteceu com Lila e eu. Eventualmente.
No caminho para ir embora sinto seus olhos me seguirem. A melhor coisa a fazer seria ignorá-la, mas não posso. Encontro seu olhar. Ela não sorri. Apenas me olha com olhos tão cheios de decepção que queima meu estômago. Ela me arruinou. Assim como estive com medo que ela faria.
Vinte e Cinco
Lila Kate
ELI SEGURA MINHA MÃO enquanto observo o mausoléu privado que abriga todos os membros do Slacker Demons e sua família. Minha avó é a primeira a ser enterrada nele. Kiro comprou porque disse que não queria ser enterrado no chão e não queria que sua Emily fosse também. Então decidiu que a melhor maneira de descansar em paz eterna era um mausoléu com aqueles que mais amava.
“Nunca vi ninguém ser colocado para descansar num destes. Exceto enterros,” Eli diz baixinho ao meu lado.
“Nem eu. Parece mais fácil do que vê-los afundar no chão, não é?”
Ele assente. “Sim, acho que é.”
Concentro-me em meu avô e seus olhos injetados de sangue fitando a frente, onde Emily foi posta. Ele está bebendo uma garrafa de uísque. Estou preocupada que ele entre em coma alcoólico, mas minha mãe disse que ele tem anos de tolerância com estas coisas. Ele ficará bem. Seu terno cobre as tatuagens, mas ainda parece um roqueiro. É sua postura, rosto, a maneira como os cabelos ainda estão longos demais para um homem mais velho. Ele sempre será Kiro Manning. Mesmo aos setenta anos de idade.
“Obrigado por ficar comigo hoje,” digo a Eli. Eu precisava de alguém. Apoio, suporte. Todo mundo esteve aqui. Todos sabem que saí na moto de Cruz Kerrington e todos o viram completamente ignorar-me. Mas a dor do meu avô é mais importante do que meu desprezo evidente por Cruz. Consegui o que queria ao brincar com fogo.
“Estou feliz por ter vindo. Quase não o fiz. Nate pensou que eu deveria. Terei que lhe agradecer por isso.”
Nate esperava isso. Ele sabia que Cruz viria assim como eu. Estamos todos juntos. Preciso agradecer a Nate por trazer Eli. Não que eu vá usá-lo como rebote. Mas ele se tornou um bom amigo. Depois de hoje, espero continuar em contato. Gosto de sua companhia. Ele é forte. Confiável. O tipo de homem que sei que meus pais esperam que eu encontre um dia.
Quando meu coração finalmente se curar e seguir em frente, espero encontrar um conto de fadas com um cara como Eli. Sei que não será Eli porque seu coração já não está disponível. Simpatizo com ele. Amar alguém que nunca terá é doloroso.
Pelo menos ele não sofreu uma humilhação por causa disso. Ele mantém seus sentimentos em segredo. Nunca cometeu o erro de jogar a precaução ao vento e se aventurar.
“Vamos,” digo quando os outros começam a sair. Sei que meu avô ficará aqui por um tempo e quero que tenha seu tempo sozinho com ela.
Eli continua segurando minha mão quando nos afastamos. Sei que os Kerrington estão a minha esquerda. Posso ver Woods e Della pelo canto do olho. Mas não os cumprimento. Simplesmente não posso. Ando com a cabeça baixa. Eli leva-me para a limusine que está à espera da família.
“Onde vai?” Pergunto.
Ele aponta para a limusine atrás da minha. “Para o Dean com Nate e Bliss.”
Estar com Nate e Bliss não é fácil para ele. Sei disso sem perguntar. “Vem comigo,” digo.
Ele sorri como se entendesse por que e pudesse ler meus pensamentos. “Obrigado.”
Vou para o último assento. “Você me salvou hoje. Deveria te agradecer.”
Eli vem atrás de mim e senta com a coxa pressionando a minha. O calor de seu corpo e o cheiro de sua colônia me traz alivio. Que não estou sozinha. Lembro-me da nossa noite juntos. Sei agora a diferença entre um bom sexo bêbado sem amarras e sexo com o homem que seu coração deseja. São dois campos diferentes.
“Você está linda hoje. Ele é um idiota e pela maneira que observou cada movimento seu ele sabe disso.”
Levanto a cabeça e olho Eli. “O que?”
Ele me dá um meio sorriso. “Cruz Kerrington. Ele não tirou os olhos de você. Não o conheço nem fomos apresentados, mas tenho experiência com seu tipo. Posso identificá-los. Ele também é completamente óbvio. Ninguém lá olhou para mim como se quisesse rasgar meus membros do corpo.”
Isso não faz sentido. Balanço a cabeça. “Você entendeu mal. Ele foi forçado a vir. Conheço seus pais. Ele agiu assim porque está com raiva que o funeral diminui seu tempo de diversão.” O desgosto é óbvio em minha voz. Assim como a dor.
“Posso não ser um idiota. Mas sou um homem. Sei o que pensamos. Posso ler um. E esse cara não ficou feliz por você estar comigo. Ele também queria ficar a sós e ter as mãos em você. Honestamente, Lila, você é linda. Hoje esteve deslumbrante. Eu tive dificuldade em afastar os olhos de você.”
Era bom. Não, parecia mais do que bom ouvir um homem de boa aparência dizer isso para mim. Não me sinto bonita ou deslumbrante. “Obrigada,” digo sem ter outra forma de responder. Então digo o que estou pensando. “Eu queria... Gostaria de ter te conhecido em outro momento. Um em que nossos corações não estivessem tão confusos. Talvez tivéssemos uma chance.”
Sua mão desliza na minha e ele a aperta. “Quando saiu eu percebi uma coisa. Meu coração não está onde pensei. Bliss tornou-se um hábito. Tudo o que conheço. Ninguém teve impacto suficiente em mim para movê-la do meu coração. Mas você... você me fez esquecer. Mostrou que há mais. Que posso sentir algo por alguém,” ele faz uma pausa, em seguida, seus dedos entrelaçam os meus. “Meu coração está pronto, Lila. Só serei paciente até o seu estar.”
Uau... isto não é algo que esperava ouvir. “Na nossa última noite juntos estava chateado com ser o melhor homem,” lembro.
Ele dá de ombros. “Um hábito. Um hábito que me despertou e mostrou como meu coração mudou. Percebi que segui em frente quando descobri que tinha ido. Que... me despertou mais do que a merda do casamento fodido. Estive pensando nisso e completamente focado em você. Nem sequer sinto uma pontada quando os vejo se beijando. Você me curou. Gostaria de poder fazer o mesmo.”
Aqui está um homem maravilhoso me dizendo que quer mais. Ele está pronto para seguir em frente comigo. Ele quer estar comigo. Ele está disponível. E tão bonito como tudo soou, mas meu coração ainda dói por Cruz. Sou ou a mulher mais estúpida do planeta ou a mais azarada. Possivelmente ambos.
“Preciso de tempo,” digo a ele porque quero um conto de fadas. Acredito que Eli é esse tipo de cara. Ele é seguro, sólido, bonito. Todas as coisas que meu pai é, que Rush Finlay é e que meus tios Mase e Cope são. Quero um homem como eles.
“Sou muito paciente,” ele responde.
Até mesmo o tom de sua voz é suave. Não faz meu coração acelerar ou desperta borboletas no estômago, mas faz-me sentir segura. Descanso a cabeça em seu ombro. Seu braço me envolve e ficamos lá em silêncio enquanto esperamos o resto da família.
Vinte e Seis
Cruz Kerrington
“VOCÊ A FODEU?” Blaze, meu irmão de dezenove anos pergunta sentando na outra extremidade do sofá que minha mãe se refere como ‘cova dos meninos.’ Fica no piso inferior da nossa casa de três andares e tem tudo que um adolescente pode precisar. Até um miniginásio com pesos. Vim aqui logo que chegamos em casa para evitar o resto da família.
“Só a ignorei,” não respondo voltando minha atenção para o jogo de beisebol que estou assistindo.
Blaze ri. “Isso quer dizer sim. Porra! Ela é tão gostosa.”
Fúria me toma. “Se quer viver é melhor calar a boca,” aviso. Não quero que ninguém saiba o que fizemos, mas também não quero que meu irmão pense em Lila Kate e sexo na mesma frase.
“Qual é o seu negócio? Jesus, relaxe. Lila Kate é sexy. Eu daria minha bola esquerda para transar com ela.”
Movo-me. Rápido. Sem pensar. Prendo Blaze no sofá com a mão em torno de sua garganta. Ele é um centímetro, talvez dois mais alto que eu, mas é mais esguio. Seus músculos são pequenos. Sou mais pesado que ele. Também sou dois anos mais velho. “Cale sua boca porra. Você me entendeu merdinha estúpido?”
Ele assente incapaz de respirar, então solto meu aperto em seu pescoço. Em seguida, o olho uma última vez antes de voltar para meu lugar. “Vá embora,” digo ao sentar novamente.
Posso vê-lo esfregando o pescoço. Droga de drama. Ele finalmente levanta e estou tão aliviado que quase suspiro. Só quero ficar sozinho.
“Se você a ama, então não está fazendo um bom trabalho em demonstrar. Isso é tudo que estou dizendo.” Após as palavras saírem de sua boca, ele se vira e corre em direção as escadas.
“Eu não a amo,” disse a ninguém. Mas preciso dizer. Colocar para fora. “Eu não amo ninguém. Amor não é para mim.” Continuo falando para a sala vazia.
A imagem de Lila Kate em pé no funeral. Sua pele macia bronzeada tão perfeita e nua no vestido que ela usava fez meus dedos coçarem para tocá-la. Sentir a textura sedosa. Se Eli fodido Hardy a abraçasse, não seria responsável por minhas ações. Mas ele não fez. Ele é o cara bom. Ele não tocou em seu corpo. Só segurou sua mão.
Ela parecia precisar do apoio. Lutei contra o ciúme me comendo por ser a pessoa ao seu lado. Foi minha escolha foi não ser. Sofri por seu bem estar.
Passos na escada desta vez me alerta que estou prestes a ser interrompido novamente por um membro da família. Jogo a cabeça para trás e fecho os olhos ao suspirar com irritação. “Você não pode apenas me deixar em paz?” Rosno frustrado quando o próximo membro intrometido da minha família entra.
“É apenas um minuto. Preciso dizer uma coisa. Então não vou incomodá-lo novamente,” a voz de Lila Kate faz minha cabeça levantar. Que porra ela faz aqui?
Ela usa um vestido branco que mostra muita pele. Estou hipnotizado. A visão dela. Toda sua suavidade perfeita. Aqui na minha casa. Por quê?
“Blaze disse que estava aqui e que poderia vê-lo por um momento. Ele saiu com seus pais para o almoço no clube. Não queria incomodá-lo,” ela para e olha o jogo na televisão. “Vejo que você está ocupado assistindo algo. Serei rápida.”
Ela se aproxima parando a alguns passos de distância. “Eu não cometi um erro. Sabia o que estava fazendo. Eu esperava isso de você. Não esperava mais nada. Eu escolhi ir com você, dormir com você, permiti-me gostar de estar ao seu lado. Isso foi tudo para mim. Vou lidar com as memórias. O desgosto. Tudo isso porque pedi por ele. No início, pensei ser estúpida. Amaldiçoei minhas más decisões. Mas... estou grata por ter feito. Eu deixei você me machucar. Mas nós tivemos um momento. Agora sei como é. Como você... me faz sentir. Eu não me arrependo. Não me arrependo de você. Vou seguir em frente. Ir por outro caminho. Nunca o incomodarei novamente. A vida vai voltar ao que era antes.” Ela para e sorri. É um doce e triste sorriso. Ele deixa meus malditos joelhos fracos mesmo estando sentado.
“Faz menos de quarenta e oito horas, mas foi divertido. Emocionante. E sempre me alegrarei por ter feito. Obrigado, Cruz Kerrington,” diz ela quando fecha a distância entre nós e se inclina para dar um beijo em meus lábios. “Adeus,” ela sussurra contra eles. Então levanta e caminha em direção à escada.
Meus lábios ainda estão formigando de excitação por seu toque. Meu corpo anseia o cheiro de seu corpo. Deixá-la ir parece impossível. Estou fora do sofá e atrás dela tão rápido que não tenho tempo para pensar. Minhas mãos agarram sua cintura, e aperto-a contra a parede. Há um milhão de coisas que quero dizer. Mas não falo nenhuma.
Beija-la é a coisa certa. Sem a porra de um beijo doce. Eu reivindico sua boca. Provo sua doçura. Fico bêbado no néctar que é Lila Kate. Desejo isso desde que a deixei. Sonho com isso. Tentei tirá-la do meu sistema com outra mulher. Nada funcionou. Esta é a única maneira de curar meu desejo.
Suas mãos envolvem meus cabelos e minhas mãos sobem para sentir o peso de seus seios. Coloco a mão sobre seu coração e os batimentos fazem o meu disparar. Fiz isso com ela. Ela quer tanto quando eu. Somos a porra de explosivos. Nunca houve outra mulher que me fizesse reagir desta maneira. Por que não posso apenas fazê-lo durar mais tempo? Apreciar até que termine.
Quando suas mãos tocam meu peito e me empurram firmemente, estou atordoado.
“Isso é suficiente,” ela ofega e desliza para longe do meu corpo para libertar-se de onde a prendi.
“Nós estamos apenas começando,” respondo minha própria voz rouca por falta de oxigênio.
Ela balança a cabeça. “Não, Cruz. Meu beijo foi um adeus. Aquele beijo foi um encerramento.” Enquanto estou tentando entender o que falou ela vai embora. Deixa-me lá. Bem desse jeito. Sem lágrimas. Nada.
Eu me sentiria melhor se ela tivesse chorado? Não quero machucá-la. Quero me trancar num quarto com ela e nunca sair. Mas não quero machucá-la.
Ela me mostrou suas emoções antes. Na Bourbon Street eu vi. Tudo. Sei que seu coração é suave. Que as lágrimas caem facilmente. Então, isso significa que a mulher que acabou de sair daqui é algo... que eu provoquei. Ela não foi fria. Ela terminou. Mostrei o quanto posso machucá-la e ela viu que eu não valho a pena. Ela sabe que merece mais.
Seu cheiro se agarra a minha pele. Meu corpo dói com a perda dela em meus braços. Mas mais do que isso minha alma sabe que apenas afastei a única coisa que me despertou. Perdi a mulher que me mostrou como o fogo é.
Afundo na cadeira atrás de mim. Seguro a cabeça com as mãos. Está feito. Nós tivemos nosso pequeno momento. Queria dizer que mostrei como sou ruim para ela. Como posso arruiná-la. Que preservei a ambos. Mas no final, sou o único completamente arruinado.
Vinte e Sete
Lila Kate
O ESPAÇO ERA PERFEITO. Ele iria crescer comigo. Com minhas aulas de dança. Eu podia ver um futuro aqui. Eu tinha o dinheiro para começar. Eu compraria este lugar, todo o equipamento e começaria a anunciar. Claro, eu queria encontrar uma aventura duas semanas atrás, mas agora uma aventura sempre me lembra Cruz. Ele tinha sido a minha verdadeira aventura.
Eu quase tinha deixado a sua presença nesta cidade fazer-me correr. Quando admiti para mim mesma que eu estava olhando para estúdios de dança fora de Rosemary Beach, porque eu estava tentando evitar Cruz, tinha começado a minha pesquisa aqui. Só fazia sentido começar o meu primeiro estúdio em uma cidade onde eu conhecia todo mundo e avançar mais tarde para expandi-lo. Eu não tinha planos de ficar aqui para sempre. Mas, por agora, fazia sentido. Minha necessidade de aventura tinha sido sugada de mim. Tinha sido fugaz. Eu tive aventuras demais no período de uma semana que durariam alguns anos.
A porta se abriu atrás de mim, e Ophelia Finlay ficou ali parecendo tão glamorosa como sempre.
“Eu te liguei três vezes.” Ela me disse como se eu não tivesse visto as chamadas não atendidas no meu telefone.
“Eu estive ocupada.” Respondi.
Ela suspirou alto. “Você não vai mesmo considerar? Eu seria uma incrível companheira de quarto.”
Ophelia tinha ouvido falar, por sua mãe, que eu estava comprando um condomínio e começando meu próprio estúdio de dança. Palavras viajam rápido quando suas mães são melhores amigas. Ela estava tirando um ‘tempo’ da faculdade este ano, porque precisava de uma nova direção ou algo dessa natureza. Isso era muito Ophelia.
“Eu não estava considerando. Não duvido que você seja uma boa companheira de quarto. Eu só precisava ter certeza de que era isso que eu ia fazer,” Eu virei em um círculo olhando para o prédio. “Mas é isso mesmo. Este é o lugar.”
Ophelia assentiu. “Este será um bom estúdio. Excelente localização.”
Eu apontei para cima. “Meu apartamento será lá em cima. Estou comprando o prédio. Eu preciso poupar dinheiro, e ficar onde eu trabalho faz sentido.”
Ela fez uma careta. “Você vai morar aqui?”
Eu balancei a cabeça. “Sim.”
“Como se parece lá em cima?”
Dei de ombros. “É um grande loft, vigas expostas, muito abertas. Não é realmente o seu tipo de lugar.” Foi por isso que eu não tinha respondido suas ligações.
“Que horas serão as suas primeiras aulas?” Ela perguntou, ainda não parecendo satisfeita.
“Às oito da manhã.” Eu respondi.
Sua determinação para ser a minha nova companheira de quarto parecia que estava desaparecendo rapidamente. “Oh.”
Isso foi o que eu pensei. Este seria o meu mundo. Meu trabalho e meu loft. Eu não imaginava que iria atrair alguém.
“Posso vê-lo?” Perguntou ela, esperançosa.
“Certo, vamos.” Eu respondi. “Por este caminho.”
Eu abri o caminho para a porta de trás, que foi pintada de azul. Eu mudaria isso. Ela abria-se para as escadas que iam para o sótão. Havia exatamente vinte e cinco degraus. Quando chegamos ao topo, não havia porta. Gostaria de trabalhar com isso, também.
A área de quatro mil metros quadrados era quase completamente aberta. A única privacidade era um banheiro à esquerda e a escada em espiral que levava a mais uma área do loft que seria o meu quarto. A cozinha estava completa e era toda em aço inoxidável. Mesmo as bancadas eram inoxidáveis. Era tudo muito industrial.
“Existe um segundo quarto?” Perguntou ela observando a área.
“Não. O proprietário original era um homem. Mas se você está realmente interessada, há espaço suficiente. Nós podemos construir paredes nesse canto próximo ao banheiro, e você teria um quarto de tamanho suficiente. Mas teríamos que dividir o banheiro.”
Ela caminhou enquanto estudava toda a área de Rosemary. Era pequena e uma rua pitoresca com lojas. O exterior de todas as lojas era muito ‘costa do sul’, e me senti confortável com isso. Muito diferente da área onde tínhamos vivido quando crianças. Finalmente, ela se virou para mim e sorriu. “Vamos fazer isso.”
Se tivesse sido Phoenix Finlay, eu não teria dito absolutamente nada. Mas eu poderia viver com Ophelia. Além disso, o rendimento do aluguel pagaria os serviços públicos neste local. Fazia sentido ter este acordo.
“Eu vou falar com o papai para ele arrumar alguns trabalhadores aqui para construir um quarto assim que eu assinar a papelada deste lugar.”
Ela estava sorrindo brilhantemente. “Quanto tempo você acha que vai precisar?”
“Até o final dessa semana.”
Ela bateu palmas com entusiasmo. “Isto será muito divertido!”
Eu esperava que sim. “Você quer um emprego? Porque eu vou precisar de ajuda no escritório uma vez que abrir o estúdio.”
“Certo! Por que diabos não? Podemos apenas retirar o aluguel do meu salário?”
“Isso seria bom para mim.”
Conversamos um pouco mais antes de Ophelia sair para contar para a sua mãe sobre seus planos. Entrei e puxei-me para cima, para me sentar no bar da cozinha. Eu poderia fazer uma vida aqui. Não era na parte rica de Rosemary Beach, onde as grandes casas eram e o clube estava localizado. Ficava logo ao lado dele, mas parecia separado. Eu não estava deixando a cidade, mas eu estava começando uma nova vida nesta cidade.
Meu telefone tocou e ecoou no grande espaço vazio. Olhei para ele, era Eli. Sorrindo, eu respondi. “Olá.”
“Como parece o lugar?” Ele perguntou. Eu tinha lhe dito, por uma mensagem de texto que eu lhe enviei ontem à noite, que viria verificá-lo hoje.
“Perfeito. Eu acho que vai ser perfeito.”
“Droga. Eu estava esperando que você achasse que é ruim e viesse para Sea Breeze comprar algo por aqui.” Ele estava brincando, mas eu sabia que ele também ficaria contente se isso acontecesse.
“Você sempre pode vir a Rosemary Beach.” Eu respondi.
Ele ficou quieto por um momento. “Não me tente.”
Eu me perguntei se ele iria realmente fazer isso. Talvez um novo começo fosse o que ele precisava. “Eu não iria reclamar se você viesse.” Eu adicionei.
Ele riu e acrescentou, “É difícil dizer não para você também. Mas eu tenho um emprego, e não posso apenas largar tudo e fugir.”
Ele tinha um ponto. “Eu sei. Queria esclarecer que se você precisar de uma aventura eu ficaria feliz em ser o seu início.” Eu estava brincando, mas ele ficou quieto.
Mordi meu lábio nervosamente. Talvez eu não devesse ter dito isso. Nós não falamos muito sobre aquela noite. Eu não tinha certeza se ele se lembrava de me perguntar se ele foi o início da minha aventura. Esperei por ele dizer algo e me preocupei todo o tempo em que ele ficou em silêncio.
“Eu poderia considerar se pudéssemos ter outro sexo na praia. Eu penso muito sobre isso. Desejo a Deus que eu não tivesse estado tão malditamente bêbado.”
Após Cruz, eu não estava pronta para fazer sexo com ninguém. Eu queria estar um dia. Mas, por agora, eu simplesmente não podia. Em uma semana, eu tinha feito sexo com dois homens diferentes. Isso tinha sido um inferno de uma aventura.
“Um dia, se for à hora certa.” Eu disse suavemente enquanto imagens de Cruz e as coisas que tínhamos feito apareciam na minha cabeça. Meu coração doía junto com elas.
“Eu não quero ser apenas o começo de sua aventura Lila, eu quero ser o fim.”
Vinte e Oito
Cruz Kerrington
MINHA CABEÇA ESTAVA FODIDA. Eu estava no trabalho fazendo o que meu pai me pediu para fazer. Não porque ele pediu, mas porque eu estava tão fodido da cabeça que eu precisava de algo para me distrair. E as bucetas de outras mulheres não estavam funcionando.
“Cruz, você parece tanto com o seu pai em sua idade, que eu tive um flashback. Eu era uma garçonete novamente e lá estava o chefe. Você está bem aqui no Club Kerrington de polo. Eu sei que Woods está orgulhoso de tê-lo aqui com ele.” Blaire Finlay disse quando entrou na sala de jantar com minha mãe e Harlow Carter, a mãe de Lila.
“Ele é gêmeo de seu pai. Em tudo, incluindo a atitude.” Disse minha mãe com um sorriso.
“Não vou dizer a ele que você disse isso.” Eu disse, sabendo que ele não gostaria de ouvir que eu agia como ele.
Blaire riu, e as três passaram por mim. Minha mãe fez uma pausa para apertar meu braço gentilmente. Harlow estava quieta. Ela não falava alto como as outras ou chamava a atenção para si mesma. Ela era quieta, bonita, não parecia em nada que tinha a sua idade, e tudo que eu podia ver era Lila Kate vinte anos mais velha. O homem que a segurar será um sortudo filho da puta.
Irritado com minha linha de pensamento, eu andei pelo corredor em direção ao escritório do meu pai, para onde eu estava indo quando as três tinham chegado. Eu adorava vir a este escritório. Isso significava que veria meu pai. Ele me colocava em sua mesa e me deixava brincar com um brinquedo pequeno de golfe que estava sobre ela. Eu assistia a tela plana na parede e o observava enquanto ele trabalhava. Eu queria ser como ele.
Caramba, como os tempos haviam mudado.
A porta do escritório do meu pai abriu e ele saiu antes de eu chegar a ele. Seu olhar imediatamente parou em mim. “Bem, você chegou na hora. Eu terei um almoço com o Capitão, se lembra do irmão de Blaire Finlay? Sua filha Emmeline está com ele. Ela está sendo preparada para assumir a franquia de restaurante aqui em Rosemary Beach. Eu acho que ter você lá vai fazê-la se sentir mais confortável já que você está mais próximo da idade dela.”
Encontro de almoço. Fan-porra-tastico. “Eu conheço Emmeline, e a chamamos de Emmy. Ou pelo menos era assim há dois anos, quando eu falei com ela em um evento realizado aqui por uma coisa ou outra.”
Papai concordou. “Bom. Franny, a filha mais velha do Capitão supervisiona as franquias no Alabama e Tennessee. Emmeline está sendo treinada para assumir as franquias da Flórida e Geórgia. Ela não estará pronta até se formar na faculdade, mas o Capitão começa a prepará-las desde jovens. Como eu deveria ter feito com você. Empresário inteligente.” Meu pai disse enquanto andava e esperava que eu o acompanhasse.
“Vamos comer aqui?” Perguntei esperando a resposta negativa. Eu não estava no humor para lidar com a multidão lá dentro.
“Não. Vamos para o lugar do Capitão.”
“Por que exatamente estamos nos reunindo com ele?”
“Porque nós precisamos de outro restaurante no clube. O grill junto à piscina e o salão de jantar principal não são suficientes. Não mais. É hora de nós expandirmos.”
“Então você irá colocar um dos restaurantes do Capitão no clube?”
“Possivelmente. Parece ser uma boa ideia. Vamos ver o que se desenrola.”
O novo Dodge Ram do meu pai estava estacionado na frente e um manobrista já tinha começado a trazê-lo para nós. Subimos e nos dirigimos para a propriedade do clube, na parte de negócios de Rosemary Beach, onde fazem compras, comem, fazem mais compras e toda a merda turística estava localizada. Eu não disse muito, apenas observei a cidade passar. Perguntei-me sobre Lila Kate, porque esse era o meu novo hábito que eu não podia deixar.
“Conversou com Lila Kate ultimamente?” Papai perguntou como se ele pudesse ler minha mente.
Eu balancei a cabeça negativamente.
“Então você não sabe sobre ela comprar esse lugar?” disse ele, e meus ouvidos se animaram.
“O quê?”
Papai parou em um dos três semáforos na cidade e apontou para uma loja de dois andares na esquina da rua principal. “Aquele ali no fim. Grant disse que ela comprou. Ela está abrindo um estúdio de dança.”
Estudei o edifício azul pálido. Grandes janelas forradas, piso inferior e no segundo andar tinha os protetores contra furacões que eram tão populares por aqui. “Isso não pode ter sido barato.” Wu disse perguntando o que diabos ela estava pensando.
“Não foi. Mas ela tem um fundo fiduciário de Kiro. Ela tem uma boa cabeça para os negócios. Em vez de viver com o dinheiro, ela o está usando para fazer mais. Para construir alguma coisa.”
Eu podia ouvir a admiração em seu tom. Eu sabia que ela era especial. Ele não precisava reforçar isso. Eu entendi. Foi por isso que a afastei. Isso tinha sido o correto.
Papai puxou o caminhão na frente do lugar do Capitão em Rosemary Beach, e eu saí ainda olhando para o lugar que agora era de Lila. Ela não estava deixando a cidade. Isso era bom. Como se eu pudesse respirar melhor. Não que fosse importar onde ela vivia, mas eu a queria aqui. Isso era muito fodido.
“Ouça, preste atenção, e seja educado. Fale com Emmeline. Não aja como um idiota.”
Eu sorri. “Quando eu fui um idiota com uma mulher?”
“Inúmeras vezes, Cruz. Muitas vezes.”
Carrancudo, eu o segui e o cheiro de frutos do mar me bateu. Eu não tinha estado aqui há muito tempo, mas a comida era boa. Eu deveria sair mais vezes. Não iria me prejudicar andar por essa parte da cidade.
“Woods, Cruz, é bom ver vocês dois.” Capitão Kipling disse enquanto apertava a mão de papai, em seguida, a minha. “Quando você se transformou em um homem?” Ele brincou, e em seguida, me deu um tapa nas costas.
Emmy caminhou ao seu lado e sorriu para mim. Não era o tipo educado de sorriso de negócios que eu estava esperando. Ela estava mais velha e, nos últimos dois anos ela amadureceu. Ela também sabia disso. Seus longos cabelos loiros e olhos verdes brilhantes eram uma combinação impressionante contra o bronzeado deixado pelo sol em sua pele.
“Olá, Cruz.” Seus olhos brilhavam com malícia quando ela disse meu nome.
“Emmy,” eu respondi com um aceno. “Bom te ver.”
“Enquanto vocês se sentam, eu vou levar Cruz comigo para pegar o laptop que você precisa papai. Eu posso mostrar-lhe em volta também.”
Capitão e meu pai já estavam conversando socialmente, e ele apenas balançou a cabeça. Meu pai me deu um olhar de aviso antes de se afastar. Essa não parece ser uma boa ideia. Será que os dois não viram a forma como Emmy tinha olhado para mim? Eles eram tão cegos? Ela não estava pensando porra nenhuma em negócios.
“Meu pai me disse que você está sendo preparado para assumir o clube.” Disse ela andando tão perto de mim que o seu braço escovou contra mim.
“Sim.” eu respondi.
“Eu estarei na cidade mais vezes para conhecer este lugar. Durante o verão, estarei aqui para trabalhar. Até eu voltar para a Universidade UT, deveríamos fazer alguma coisa.” Sua voz caiu para um tom sensual. Merda.
“Não sei o que você está pensando, mas estaremos potencialmente trabalhando juntos. Não acho que temos que atravessar as linhas.”
Ela se aproximou, em seguida, deu um passo na minha frente para abrir a porta e me levou para dentro. Eu estava na sala e percebi que era um escritório antes dela fechar a porta. “O que há de errado em ter um pouco de diversão? Isso fará com que trabalhar juntos seja mais agradável.”
Sua mão tocou meu braço e me afastei quando ela se aproximou mais de mim. “Eu sempre tive uma queda por você. Mas eu acho que todas as meninas têm.”
Foda-me. O que diabos eu deveria fazer com isso? Normalmente, eu mergulharia neste convite, mas o tempo estava fora aqui. Minha cabeça estava desarrumada, e Emmy não era alguém que eu pudesse mexer sem que meu pai ficasse irritado.
“Olha, por mais tentador que seja, temos que trabalhar juntos. Eu tenho certeza que você está bem ciente da minha reputação. Eu não quero qualquer atrito entre nós.”
Ela riu, em seguida, e moveu-se para frente de mim. Seu peito quase tocou o meu. “Eu não estou à procura de um relacionamento, Cruz. Eu só quero um pouco de diversão.”
Se eu pudesse ver além do rosto de Lila Kate, eu poderia aceitar isso. Mas caramba, eu não poderia usar Emmy dessa forma. Eu teria que fechar os olhos e fingir. A última garota que eu estive nas duas noites anteriores, eu realmente a chamei de Lila. E aquilo não terminou bem.
Embora se alguém pudesse atrapalhar a minha obsessão por Lila, isso iria me salvar. “Eu vou ser honesto com você. Eu terminei com alguém há pouco tempo e estou trabalhando através disso. Superando tudo. Mas eu ainda não cheguei lá.”
Emmy mordeu o lábio inferior sedutoramente e então finalmente pressionou os seios contra o meu peito. “Eu posso te ajudar com isso.”
Por que essa merda sempre acontece comigo? “Não tenho certeza que seja uma boa ideia.” Argumentei, mas as minhas palavras não soaram muito convincentes. Ela era gostosa. Eu era um cara e eu estaria mentindo se dissesse que não gostei dela.
“Dê-me uma chance. Apenas um gosto e você vai ver...” ela sussurrou e, em seguida, sua mão deslizou até o interior da minha coxa e segurou meu pau. Puta merda!
“Você me deixa duro e eu vou ter que andar por aí com um tesão do caralho. Isso não será legal para qualquer um dos nossos pais.”
“Se eu te deixar com tesão, eu posso resolver isso pra você.”
Desta vez, eu ri. “Confie em mim, querida, não temos tempo para isso.”
Ela moveu a mão, enquanto eu já estava semiduro. “Quando você tiver tempo... Eu sou ótima em chupar um pau.”
Eu ainda estava preso em suas palavras quando ela se afastou e pegou um laptop fino. “Vamos chegar a essa reunião. Estou morrendo de fome.” Ela disse enquanto me lançou um sorriso malicioso, em seguida, balançou seus quadris quando saia pela porta.
Eu poderia fazer isso. Desfrutar dela. Divertir-me. Ela não era a boa menina que eu tinha assumido. Emmy Kipling era impertinente. Deve ser a coisa da garota da faculdade se tornando selvagem. Eu estava pensando nisso e relaxei um pouco quando nos juntamos aos nossos pais.
Emmy de repente tornou-se toda negócios e era encantadora e inteligente. Ela sabia muito sobre o lugar e fez os dois homens rirem quando falou sobre uma merda que era engraçada. Eu não falei tanto, mas me esforcei para manter o meu pai feliz.
Apenas quando aceitei isso, senti que ia ficar bem, pelo menos, não tão ruim quanto eu tinha pensado quando o meu pai disse que tínhamos que vir a esta reunião. Comecei a sorrir e há flertar um pouco, pisquei para Emmy quando nossos pais estavam ocupados discutindo outra coisa e ela me deu um sorriso que prometia algo mais tarde. Algo que eu estava me preparando para aceitar. Então eu senti. Um calor morno. Um formigamento. Levantando os olhos, eles bloquearam com os que não saia da minha cabeça.
Lila Kate estava lá, com um pedido em suas mãos. Seus olhos estavam em mim. A dor era óbvia e vê-la lá cortou meu peito.
Eu era um bastardo.
Vinte e Nove
Lila Kate
BAIXEI OS ALIMENTOS sobre o balcão da minha cozinha e gritei de frustração. Eu o odiava. Eu odiava Cruz Kerrington. Eu o odiava. Abrindo um armário, eu peguei um copo e o enchi com água gelada. Seu sorriso estúpido na minha cabeça enquanto ele piscou para Emmeline Kipling. Ela tinha o quê, dezenove? Deus, ele era um porco.
Se ela o deixar se aproximar, ela é estúpida. Estúpida como eu. Eu gemi com o pensamento e abri o saco para tirar a comida que já não parecia atraente. Havia outros lugares que eu poderia ter comido hoje. Por que eu tive que ir lá? Por que eu tinha que ver aquilo?
Sentei-me em uma das banquetas coloridas que chegaram ontem. O local era tão industrial que eu tinha adicionado toda a cor e arte que eu podia. Eu gostei da maneira como ele estava ficando. Os banquinhos foram pintados por um artista local e cada um tinha uma face louca artística diferente pintada nas costas.
Olhei para as patas de caranguejo na minha frente quando forcei um em minha boca. Eu tive que comer. Eu estava trabalhando no andar de baixo durante todo o dia e ainda faltava mais de um mês para abrir o local. Eu tomei um gole da minha água e, em seguida, olhei para o meu telefone. Eu não tinha falado com Eli em duas semanas. Ele sabia que eu tinha comprado o lugar, mas eu tinha estado tão ocupada me mudando que não tinha enviado nenhuma mensagem para ele.
Peguei meu telefone e decidi mudar isso. Nós não fomos feitos para ser mais do que amigos, mas eu gostava da sua amizade. Nós amamos pessoas que não nos amam de volta. Ele entendeu.
“Já me mudei. Quando você vem me visitar?” Então eu pressionei enviar.
Ophelia não veio ainda. O quarto dela estava quase concluído. Ela tinha ido para Los Angeles com Phoenix para visitar seu avô por uma semana. O lugar tinha estado tranquilo. Apenas eu e meu pai, juntamente com alguns de seus funcionários que vieram trabalhar no quarto nos últimos dias.
“Quando for convidado.” Foi sua resposta.
Eu senti falta dele. Eu perdi o cara de confiança que cumpria o que ele disse que ia fazer. Ele era honesto e não fazia coisas que poderiam ferir os outros. Eu queria que Eli tivesse sido o único a roubar o meu coração. Ver Cruz com outra pessoa seria mais fácil se ele estivesse aqui.
“Você está convidado. Considere este o seu convite oficial.”
Enviar textos para ele aliviou a dor que eu senti no meu coração e comecei a comer a minha comida e me divertir. Se eu pudesse voltar atrás e não implorar a Cruz pelo impossível naquela noite, na Bourbon Street, eu o faria. Eu pegaria tudo de volta. Desistiria das memórias. As pessoas que disseram que não trocaria isso, mesmo que doa, eram loucas. Eu desistiria em um piscar de olhos. Eu não queria pensar nele.
Eu queria esquecer tudo.
“Sexta-feira é cedo demais?” Eli mandou uma mensagem de volta.
“É perfeito.” Eu respondi.
Isso me dava dois dias para arrumar esse lugar. Eu gostaria de fazer alguns planos para nós e, em seguida, me divertir. Eu não penso sobre Cruz. Eu não ligo para o que ou quem ele estava fazendo suas coisas. Eu vivo minha vida.
“Vou começar a fazer a mala.”
Eu rio com o último texto e acabo de comer.
As coisas estavam se tornando diferentes do que eu tinha imaginado, mas elas não eram ruins. De modo nenhum. Eu estava animada. Logo eu possuiria um estúdio de dança. Eu ficaria para ensinar crianças, incentivá-las a encontrar o seu amor pela dança do jeito que eu tinha encontrado.
Eu limpei minha refeição e desci para voltar a pintar as paredes. Papai tinha se oferecido para fazer isso, mas eu queria saber que eu tinha feito algo. Este era o meu lugar. Eu gostava de ter a minha mão em torná-lo pronto para morar.
Quando passei pela porta, Cruz estava ali olhando ao redor. Suas mãos estavam nos bolsos do jeans, e com um olhar que eu não conseguia ler em seu rosto. Eu pensei em virar e correr de volta lá pra cima, mas eu não tinha doze anos. Eu era uma adulta e este era o meu estúdio.
“Posso ajudá-lo?” Perguntei.
Seu olhar voltou-se para mim. Ele não tinha me ouvido entrar. “Ei.”
Eu não respondi. Eu só continuei em silêncio olhando para ele.
“Sobre o que você viu,” ele começou e eu levantei a mão para detê-lo.
“Não faça isso. Por favor, não venha aqui e aja como se você tivesse que explicar alguma coisa para mim. Eu acho que eu fui clara em sua casa. Tivemos um encerramento. Está feito. Tenho que terminar de pintar. Se você me der licença.” Fui até a tinta e o rolo que eu tinha deixado quando saí mais cedo, e esperei que ele tivesse virado e saído.
“Se você teve a porra do seu encerramento, por que seus olhos pareciam tão incrivelmente magoados? Diga-me Lila. Diga-me por que seus olhos tomaram meu fôlego? Porque, com certeza, não foi um encerramento que eu vi neles, porra.”
Fiz uma pausa e respirei fundo. Ele estava certo. Mas eu não ia admitir isso. “Ainda é recente. Estarei bem em breve.”
“Porra, quando descobrir como superar isso você poderia me dizer como? Porque Deus sabe que eu preciso de ajuda.”
Eu não podia deixá-lo chegar a mim. Eu não podia deixar suas palavras me fazerem fraca ou acho que eu não poderia confiar nele. Que não poderíamos ter nada.
“Você estava indo muito bem.” Eu respondi e me dobrei para pegar o rolo e tirar a tampa da lata de tinta.
“Lila, olhe para mim. Jesus, só olhe para mim merda. Diga-me se isso se parece com um cara que não se importa? Você me viu flertar. Eu tenho flertado desde que eu consigo andar. Não significa nada. É apenas como eu reajo a mulheres que estão flertando comigo.”
Eu rio e então balanço a cabeça. “Tanto faz. Eu não me importo. Basta ir.”
Ele ficou lá. Não falou e não saiu. Tentei me concentrar na minha pintura, mas foi difícil com seus olhos me observando. Esperei que ele dissesse algo mais. Se ele simplesmente deixasse isso acabaria de uma vez. Tudo isso. Eu experimentei isso. Sabia como era e estava pronta para deixá-lo no passado.
“Se você não se importa então poderíamos sentar, conversar, tomar uma cerveja. Nós não podemos fazer isso, Lila. Então, sim, você se importa.”
Ele estava certo. Eu o odiava por estar certo. Se eu não me importasse não haveria emoção. Eu estaria bem com uma visita. Eu não estaria exigindo que ele saísse. Deixei minhas mãos cair ao meu lado e me virei para encará-lo.
“Você está certo. Eu me importo. Mas eu quero não me importar. Quero esquecer que tudo aconteceu. Quero esquecer você.” As palavras, embora fossem verdades, soaram muito mais frias e mais duras quando eu disse em voz alta. Eu quase as retraí, mas me contive. Ele me machucou. Se isso for machucá-lo, então, tudo bem.
“Eu não quero esquecer.” Sua voz era profunda e dolorosa.
Comecei a dizer algo para suavizar a situação, mas então ele fez como eu pedi. Ele se virou e saiu. Depois que a porta se fechou atrás dele, o lugar ficou em silêncio novamente. E eu estava sozinha mais uma vez.
Trinta
Eli Hardy
O CHEIRO DE TINTA FRESCA me pegou enquanto eu ia para dentro do prédio que seria o estúdio de dança de Lila. Era uma pálida sombra de azul, e o teto sem pintura logo parecia com o céu da manhã. Ela me contou sobre um artista que tinha vindo para pintá-lo. Ainda havia muito a ser feito, mas eu estava feliz por ela. Ela estava tão animada quando ela falou sobre seus planos. Eu a ouvi por mais de uma hora na noite passada. Quando ela percebeu quanto tempo estava falando comigo sobre isso, ela se desculpou. Tinha sido bonito.
Nenhuma vez na minha vida alguém tinha me feito esquecer Bliss. Havia sempre uma dor no meu peito quando eu pensava nela. Até agora. Aquilo tinha ido embora. Eu sabia o porquê. Lila havia se tornado importante para mim. Ela tinha sido tão adorável que eu não conseguia pensar em mais ninguém. Bliss era o que deveria ter sido sempre para mim, uma amiga. Uma grande amiga com quem eu me preocupava, mas eu poderia dizer honestamente que eu não amava a minha melhor amiga. Fiquei feliz por Bliss ter encontrado Nate e que a vida dela estava cheia de alegria.
Eu puxei minha mochila por cima do meu ombro e atravessei a sala em direção a uma porta na parte de trás. Ela tinha dito para entrar naquela porta e seguir em frente até as escadas. Esta noite ela estava cozinhando pela primeira vez em sua cozinha e não queria deixar a comida sem vigilância, de modo que ela tinha deixado as portas destravadas para mim.
O cheiro de tinta desapareceu quando a pesada porta se fechou atrás de mim. Eu comecei a subir as escadas. Podia sentir o cheiro de alho antes de eu ter andando a metade do caminho.
“Eli?” Lila gritou.
“Sim!” Respondi.
Eu ouvi o toque de seus pés enquanto caminhava em minha direção. Quando cheguei ao topo da escada, ela estava lá para me cumprimentar. Ela era de tirar o fôlego. Droga... era bom estar aqui.
“Você está aqui!” Ela disse sorrindo para mim como se eu não fosse aparecer. Então ela acenou com a mão e deu a volta. “É isso. O que você acha?”
O espaço parecia que pertencia a um homem solteiro. Lila tinha adicionado um monte de coisas suaves de mulher, tudo colorido para subjugar a masculinidade do lugar. No entanto, a aparência rústica industrial, com as vigas expostas, foi construída para um homem em mente. Nada chique. Apenas aberta e útil.
“Eu acho que gostaria de alugar aquele quarto se Ophelia desistir.” Eu disse, brincando.
“É ótimo, não é? Eu amo a vista e a sensação de que esse lugar é meu.”
Eu balancei a cabeça. “Sim, isso é ótimo.” Assim era o meu ponto de vista.
Lila usava uma saia branca curta e com um top azul sem mangas que mostrava seu bronzeado. Seus cabelos estavam presos no alto da cabeça em um nó confuso. Ela não estava usando maquiagem, mas não precisa disso.
“Eu não tenho uma cama no quarto de Ofélia ainda, mas o sofá tem uma bicama, e é uma boa. Eu tinha verificado antes de comprar.” Olhei para a sala de estar, ela tinha um sofá de couro que era luxuoso e largo. Duas cadeiras com listras vermelhas e marrons e um grande pufe retangular estava no meio. A tela plana era enorme, mas então ela poderia ser visto de qualquer lugar em todo o ambiente.
“Isso parece confortável o suficiente para dormir.”
“Pode ser. Mas você é alto.” Ressaltou.
Eu testarei mais tarde. “O que você está cozinhando tem um cheiro incrível. Posso ajudar com alguma coisa?”
“Sim, você pode cortar as abobrinhas. Eu odeio cortar legumes.” disse ela. “Coloque a sua mochila mais perto do sofá e me diga sobre todos os acontecimentos atuais em Sea Breeze. Eu monopolizei a conversa na noite passada. Eu nunca soube o que aconteceu com Jude e Micah sendo presos.”
Deixei a minha mochila cair ao lado do sofá enquanto ela caminhava de volta para a cozinha.
“Damon, o melhor amigo de Micah, correu e os pegou antes que eles chamassem seu pai. Micah pode ter vinte e cinco, mas Jude tem apenas vinte anos. O pai deles teria ficado furioso. Eles são ambos idiotas por fazerem qualquer coisa com Saffron. Ela está sempre à procura de problemas.”
“Saffron os havia convidado para ir nadar na casa de um amigo que ela supostamente estava cuidando. Havia garotas de topless lá. Elas eram amigas strippers de Saffron, embora Saffron não seja uma stripper. Micah e Jude apareceram, e então tinha um menor bebendo na festa. As coisas ficaram muito altas. Os policiais vieram. Micah disse a Saffron para se esconder porque seu pai era um filho de uma cadela e que ficaria puto.”
Eli continuou. “Saffron não estava realmente cuidando da casa. Todos eles estavam lá sem o conhecimento do proprietário. Era a casa de um ex-namorado de uma das stripper. O ex-namorado e sua esposa estavam de férias.”
“Será que o dono da casa vai prestar queixa?” Lila perguntou quando me entregou a abobrinha.
“Não. A stripper que ele teve um caso ameaçou contar tudo para a esposa dele.”
Lila riu então. “Uau. Ok, isso soa como um filme. Sea Breeze é mais animada do que Rosemary Beach. Raramente temos drama. Nada de interessante.”
“Isso é porque você não tem uma Saffron Corbin por aqui.”
Lila passou por mim duas vezes para obter algo da prateleira de temperos. Eu estava tentando não assumir que ela estava fazendo isso de propósito, mas quando ela se aproximou a terceira vez eu decidi que era um convite. Coloquei a faca para baixo e agarrei sua cintura para puxá-la contra mim.
“Eu espero que isso esteja bem.” Eu disse num sussurro antes de reivindicar sua boca com a minha própria. Ela congelou num primeiro momento, e então lentamente derreteu-se contra mim, seus braços indo ao redor do meu pescoço. Isto foi melhor do que eu me lembrava.
Eu ouvi o azeite na panela atrás de nós chiar. Eu sabia que tinha que deixá-la ir, mas a sensação dela em meus braços estava tão certo que era difícil. Quando ela se afastou, ela me deu um sorriso tímido. “As cebolas vão queimar.”
Eu a deixei ir com relutância, e ela correu para movê-las com uma espátula. “Você está pronta para a abobrinha?” Perguntei ainda um pouco entorpecido por aquele beijo.
Ela olhou para mim por cima do ombro e assentiu.
Eu usei isso como uma desculpa para chegar perto dela. Peguei os legumes, em seguida, e fiquei tão perto de suas costas que nossos corpos se tocaram. Baixei a cabeça e sussurrei em seu ouvido. “Vou colocá-los na panela, você mexe.”
Lila tremeu e depois assentiu. Satisfeito que eu estava afetando ela desta forma, eu comecei a derramar lentamente a abobrinha em fatias na frigideira. Ela estava respirando rapidamente, e eu podia ver seu pulso pulando na curva de seu pescoço. Eu dei um beijo lá, incapaz de me segurar.
Ela respirou profundamente e, em seguida, estremeceu novamente.
CONTINUA
Eu só queria me divertir um pouco, e ela não podia deixar-me tê-lo. Ela não podia ficar puta da vida por alguns minutos. Jesus, ela era mais problema do que eu tinha previsto. Seus cabelos escuros foram à primeira coisa que eu vi quando sai do bar. Ela estava de pé apenas alguns metros do bar.
Tinha os braços cruzados sobre o peito, e seus ombros levemente caídos. Como se estivesse com frio e tentando se manter aquecida. Isso não podia ser ela, porque estava quente pra caralho aqui fora.
“Lila!” Eu a chamei. Ela lentamente virou-se para olhar para mim e, em seguida, retomou sua postura quando me viu, mas não estava interessada em mim. Ou como ela estava chateada.
Tomei alguns passos para alcançá-la, pronto para saber o que diabos ela estava pensando vindo aqui sozinha. Mas quando cheguei perto, ela abaixou os braços e manteve o olhar sobre tudo e qualquer coisa, menos em mim. “Pronto para o próximo bar?” Ela perguntou.
Estava chateada. Senti em seu tom. “Por que você simplesmente saiu?” Perguntei frustrado por toda essa cena. Eu tinha começado a me divertir.
“Eu não gosto desse bar.”
O que? “Só porque não gosta de um lugar você simplesmente o deixa. Você não podia esperar para me dizer?”
“Você estava ocupado.” O sarcasmo escorrendo de sua voz não foi perdido.
“Eu estava apenas começando a me divertir. Jesus, Lila.”
Ela começou a se afastar então. Ela estava com raiva e queria ficar longe de mim. Eu não tinha feito nada de errado. “Então volte lá e se divirta. Se é isso que você quer fazer, não tenho nenhum problema com isso.” O tom de sua voz não soava como se ela não tivesse problema com isso.
Estendi a mão e agarrei seu braço, parando-a. “O que há com você? Você está chateada por eu ter bebido shots nos seios daquela garota? Isso é o que ela está lá para fazer. Alguns dos bares aqui têm muito mais do que isso. Foi tranquilo. Eu não estava machucando ninguém.”
Ela suspirou profundamente, e, finalmente, virou-se para olhar para mim. “Isso é o que você gosta?”
“Beber shots de uma mulher? Sim, assim como todos os homens heterossexuais sobre a porra do planeta.”
“Você não a conhece.”
“Não, mas isso realmente não importa.”
Ela me estudou por um momento. “Você já se apaixonou, Cruz?”
Que porra é essa? O que tinha a ver eu gostar de uísque entre os seios para estar apaixonado? “Não, mas o que diabos isso tem a ver com esta conversa?”
O jeito que ela estava me estudando me deixou desconfortável. Como ela podia ver mais do que eu queria. “Porque parece superficial.”
“É sexy, divertido. Não é suposto ser mais nada.”
Lila não respondeu a isso. Deixei-a puxar seu braço para fora do meu alcance. Ela finalmente concordou. “Ok.” Eu não tinha certeza do que ela queria dizer com “OK” e se esse era o seu jeito de acabar com essa conversa ridícula que estávamos tendo, tudo bem.
“Vamos encontrar coisas mais sensuais e divertidas para fazer,” disse ela quando começou a andar novamente.
Eu caminhei ao lado dela. Ela foi até o bar próximo e não esperou por mim para pedir uma bebida. Em vez disso, ela foi direto ao bar e pediu uma dose dupla de uísque para si mesma, bebeu em um gole, então pediu outra.
“A menos que você queira me ter segurando seus cabelos lá fora, na rua, você precisa ir mais devagar,” eu avisei. Ela me ignorou e bebeu a próxima exatamente da mesma maneira. Depois disso, ela me deixou pedir a minha própria bebida e saiu para a pista de dança. Fiz o pedido com o barman, em seguida, assisti em choque como Lila Kate deixou um homem tomar sua mão e colocá-la sobre uma mesa. O cara no palco gritou “O que você quer ouvir coisa doce?”
Ela lhe deu um grande sorriso atrevido que eu nunca tinha visto em Lila Kate antes. “Poison,” ela gritou.
Poison? Que porra ela está fazendo?
“Eu acho que está apaixonada!” O cara no palco gritou. Em seguida, a banda começou a tocar, e assim o fez Lila. Eu sabia tudo sobre ela dançando. Ela tinha feito em toda sua vida. Foi à faculdade que fez. Mas eu não sabia era que, além do ballet e outras merdas de fantasias que ela tinha aprendido, em algum momento ao longo do caminho, Lila Kate tinha aprendido a fazer algo que faria milhões se ela estivesse decidida a tirar a roupa e tomar-se uma dançarina de Pole dance. Filho da puta.
Depois que eu puxei meu queixo do chão, eu tive que lutar contra o desejo de levá-la para fora e longe de todos assobios e aplausos. Foi sexy como o inferno? Sim. Mais do que qualquer coisa que eu já tivesse visto. Voltei à coisa de Branca de Neve que tentei explicar a ela mais cedo. Mas não era Lila. Ela tinha classe. Ela não era o tipo de garota que fazia coisas como esta.
Eu me segurei até que algum bastardo bêbado estendeu a mão e passou em sua panturrilha. Então eu estava feito. Ela tinha feito qualquer ponto maldito que queria fazer e eu não precisava ver mais. Caminhei pela multidão, e depois de empurrar dois caras de volta, agarrei as pernas dela e joguei-a por cima do meu ombro.
Ela gritou.
“Ei! Coloque a mulher para baixo!” Um cara que estava admirando a vista, disse em pé no meu caminho.
“Ela está comigo. Estamos viajando juntos. Ela é minha,” eu respondi dando-lhe um olhar de advertência.
“Você está bem com ele levando você?” O cara no palco perguntou.
“Sim,” ela disse parecendo irritada.
“Deixe-o ir, rapazes,” disse o vocalista, e meu caminho foi inocentado. “Se ela fosse minha, eu teria tomado-a também.”
Dezenove
Lila Kate
SÓ PORQUE EU DEIXEI ele me transportar para fora de lá como um homem das cavernas não significava que eu não estivesse com raiva. Fiquei furiosa. Ele poderia ter um bom tempo, mas eu não podia. Havia regras que estava faltando. Ele gostava de meninas que mostrava seu corpo e ostentá-lo, mas eu não tinha permissão para exibir o meu.
Quando estávamos longe o suficiente do bar e ele não iria entrar em uma briga, eu bati em suas costas e comecei a me movimentar para ser liberta. “Deixe-me descer!”
Ele parou de andar e me colocou em meus pés. “Posso confiar em você que não estará indo saltar sobre um pole em algum lugar e tirar suas roupas?” Ele virou-se para mim.
Era isso. Eu não tinha pedido para sair de Sea Breeze. Eu tinha deixado por causa de algo que ele tinha dito. Ele foi à razão pela qual eu corri em primeiro lugar. Ele tinha me acusado de ser fria e gelada. E quando eu fiz o que ele, obviamente, gostava em mulheres, ele ficou com raiva. Eu não poderia ganhar. Não com ele.
“O que foi? Foi pura demais para você? Você prefere que eu vá lá e empurre o meu top par baixo e comece a distribuir shots nos meus seios?”
Sua expressão era de alguém mentalmente instável. “Foda-se, não!”
“Então o que é que você gosta Cruz? Você me chama de fria e diz que eu sou intocável. Quebrável. Eu venho para provar que não sou nenhuma dessas coisas. Então, quando eu começo a ser corajosa e me solto fazendo coisas como acabei de fazer, você age como se eu estivesse fazendo algo errado. Eu não entendo. Desejaria não me importar. Eu tentei me cuidar por tanto tempo que eu nem me lembro quando eu não fiz. Você. Sempre foi você. Eu odeio isso. Eu odeio que seja você. Por que não podia ser outra pessoa? Alguém que fosse... gostar... Eli! Alguém como ele. Por que não posso querer alguém como Eli? O que há de tão errado com a minha cabeça que eu sempre quis você?” As palavras foram saindo. Me ouvi, sabendo que eu deveria calar a boca. Que o que eu estava dizendo nunca poderia ser levado de volta. Mas era como se eu tivesse controle de mão da minha boca para outra pessoa, e ele estivesse falhando em seu trabalho.
“É como eu pareço? Eu não sou bonita o suficiente? Você prefere outro tipo? Talvez sejam meus seios, talvez porque eles não são tão grandes como o da menina no bar? É isso? E quanto a mim fazer você me tratar como uma professora? Por favor, diga-me para que eu possa corrigi-lo!”
As pessoas estavam nos ignorando. Eles passavam direto por nós, e quando eu percebi o que tinha feito, que tinha apenas gritado tudo isso para qualquer um em torno de nós ouvir. Alguém gritou: “Eu acho que você está fodidamente sexy, baby. Venha até aqui.”
Sintonizando isso. Esta rua estava cheia de bêbados. Eu era um deles, aparentemente, porque eu tinha acabado de dizer coisas que eu nunca quis dizer sóbria. Eu tinha muito orgulho. A bêbada Lila Kate não tinha orgulho. Eu gostaria de ter percebido isso mais cedo.
“Você não é barata. Você não é fácil. Você é como a porra de um diamante raro. Você me quer? Você quer a minha atenção? Por quê? Eu sou uma bagunça. Eu não posso ser o que você merece. Eu nem sei como. E se eu me deixar tocá-la, apreciar o que você fez lá, eu estarei arruinado. Você acha que me quer, mas se realmente me conhecesse iria mudar de ideia. Então eu teria tido um gosto de você e nada jamais iria se comparar a isso de novo. Você me aterroriza. Me assusta como nada jamais me assustou na minha vida.” Seus olhos estavam brilhantes e selvagens. Suas mãos tremiam quando eu deixei cair o meu olhar para olhar para ele, incapaz de manter nossos olhares juntos. Todo o resto dele parecia tenso. Rígido.
“Eu te conheço. Eu te assisti toda a minha vida. Eu vi você no seu pior e seu melhor.” Eu não gritei aquelas palavras. Eu apenas disse e deixei-as ficar lá enquanto eu continuava deixando suas palavras se aprofundar. Eu não esperava isso dele. Eu ainda não tinha certeza se eu estava sonhando. Eu poderia estar sobe o efeito da bebida em algum momento?
“Eu não tenho relacionamentos, Lila.”
Eu levantei meu olhar então. “Eu não estou pedindo por um.”
Ele parecia dividido. Seus olhos se estreitaram. “Então o que é que você quer de mim?”
Eu queria muitas coisas. E eu sabia que ele nunca iria dar o que eu queria. Nós nunca teríamos um felizes para sempre. Isso não era Cruz. Ele nunca tinha sido. “Agora. Agora mesmo. Nessa viagem. Nada mais.”
Ele não respondeu de imediato. Ele ficou lá olhando para mim como se não acreditasse em mim. Ele não deve, porque eu queria mais. Eu só sabia que nunca iria conseguir isso. Eu não era a garota para fazê-lo querer mais. Ele encontraria um dia e iria mudar de ideia. Ele seria capaz de ser aquele cara. O único que fez relacionamentos.
Eu tinha ouvido dos meus pais a história um milhão de vezes. Meu pai não tinha sido aquele cara. Minha mãe tinha sido a única a mudar sua mente. Foi o que aconteceu a todos eles eventualmente. Eu sabia que não era para Cruz e que eu deveria deixá-lo ir e ir embora. Mas eu não podia. Eu queria saber por apenas um momento. Como me sentiria estar com ele. Então havia uma chance de eu tirá-lo da minha cabeça e coração. Seguir em frente e encontrar alguém. Assim, Cruz Kerrington não estaria sempre em meus pensamentos.
“Nada além desta viagem?” Ele repetiu as minhas palavras como uma pergunta.
Eu balancei a cabeça.
“Você ouviu a parte sobre me arruinar?”
Eu dei de ombros. “Nós dois sabemos que isso não vai acontecer. Eu não sou única. Você ainda não encontrou alguém.”
Ele franziu a testa. “Única?”
“Sim. Única. A menina que você vai querer para sempre.”
Ele balançou sua cabeça. “Você está mexendo com a minha cabeça. Eu juro.”
“Você está atraído por mim?” Perguntei-lhe corajosamente. Eu poderia agradecer aqueles shots duplos de uísque por isso.
“Isso não é o ponto aqui. Eu não sei se eu posso... apenas ter um caso com você, Lila. Há sentimentos lá. Eu não gosto de sentimentos porra. Não com as mulheres. Eu não posso te machucar, e é isso que eu vou fazer.”
Dei um passo em sua direção, coloco uma mão em seu peito. Este era um jogo, mas eu estava brava agora. Eu não seria na parte da manhã. Eu tinha ido tão longe que eu precisava empurrar ainda mais. “Você não pode me machucar se eu conheço as regras. Nós desfrutamos disto. Ter um caso. Em seguida, passar como sempre fomos.”
Ele baixou o olhar para a minha mão. “E se você me arruinar?”
“Dê uma chance,” eu sussurrei.
“Foda-se,” ele murmurou em resposta. Em seguida, agarrou meu pulso, e me puxou contra seu corpo. Mal tive tempo para recuperar o fôlego antes de sua boca estar na minha. O sabor das nossas bebidas misturadas com o que eu tinha ganhado. Por agora, eu tinha isso. Foi minha decisão, e eu esperava que isso saísse do meu sistema para que eu pudesse, eventualmente, seguir em frente.
“Não há mais bares,” disse ele contra a minha boca. “Voltamos para o hotel. E não estamos hospedados em dois quartos de merda.”
Eu não discuti. Eu só dei um aceno de cabeça em concordância. Era isso. É melhor não ser um sonho.
Vinte
Cruz Kerrington
HAVIA DECISÕES inteligentes e decisões estúpidas. E então havia erros. Eu não tinha certeza de onde este pousou, mas com Lila em meus braços cheirando como o céu, e a imagem de sua dança naquela mesa foi tudo o que me preocupava, no momento.
Eu quebrei o beijo, agarrei seu cotovelo e me dirigi para o hotel. Nós estávamos em um hotel a poucos quarteirões à frente, na esquina da Canal e Bourbon. Percebi como tudo o que eu, mas queria sem falar, que no fundo eu estava preocupado que ela iria ficar sóbria e mudar de ideia. Se eu fosse metade da porra do homem que eu deveria ser, eu não iria deixá-la fazer isso esta noite, enquanto ela estava bêbada... enquanto eu estava bêbado.
Mas eu tentei dizer a ela a confusão que eu era. Ela parecia ver mais em mim do que estava lá. Eu queria que houvesse mais. Eu queria conhecer suas expectativas. Quando eu era criança, eu tinha visto o olhar em seus olhos, e eu sabia que ela me via de forma diferente do que via Nate. Eu amei isso. Eu era diferente. Isso me fez sentir importante. Então eu a tinha beijado, e ele tinha me assustado.
Eu sabia que Lila Kate não era para mim. Eu não era o tipo de cara que ela iria querer por muito tempo. Ela veria muitos eventualmente. Ele iria fazê-la mudar de ideia. E ela nunca mais olharia para mim com aquele olhar sonhador em seus olhos novamente. A ideia de poder perder que me levou a colocar uma parede lá. Uma construída para magoá-la. Ela tinha funcionado. Até agora. Até que eu ouvi que ela tinha deixado à cidade e eu corri atrás dela, porque eu não podia suportar a ideia de ter uma vida sem ela.
Quando entramos no hotel, fiz uma pausa e olhei para ela. A menina da minha infância. A menina que eu sempre assisti, mas nunca me permiti chegar perto. A que eu fingi que eu não sabia por que me evitava.
“Tem certeza?” Eu perguntei a ela.
“Sim.”
Eu esperei. Eu precisava que ela pensasse. Deixar tudo afundar. “Poderíamos dormir esta noite. Esperar até amanhã.”
Ela sorriu. Tão suave que fez seus olhos brilharem e me fez sentir mais como um homem do que devia. “Hoje à noite,” ela finalmente disse.
O caralho que eu poderia ignorar isso. Teríamos hoje à noite. Se ela se arrependesse amanhã, poderia me quebrar. Mas eu estava disposto a arriscar.
A viagem para o quarto foi curta, mas tantos pensamentos passaram pela minha mente que me senti passar muito mais tempo do que era. Ela tocou o cartão-chave para o desbloqueio e acendeu a luz verde. Era isso.
A porta se abriu. Entramos no interior. Meu quarto era idêntico a este. Logo ao lado. Eu tinha feito uma piada sobre isso quando chegamos. Eu não estava brincando agora. Eu deveria estar naquele quarto. Sozinho. Era a coisa certa a se fazer.
“Lila,” disse pensando que eu deveria parar com isso.
Ela deixou cair à pequena bolsa do ombro no chão, em seguida, tomou a parte inferior de sua camisa e puxou-a por cima da cabeça. O sutiã de renda branco era pequeno e a elevação de seus seios parecia que eles estavam prestes a derramar por cima expondo seus mamilos. Sua blusa caiu no chão ao lado dela, então ela chegou ao redor e desabotoou o sutiã. Eu assisti com fascínio quando as tiras escorregaram pelos seus braços finos até se juntar a sua blusa no chão. Seus mamilos escuros redondos duros do frio do quarto ou a partir de sua excitação chamando minha atenção.
Me movi, fechando o espaço entre nós. Incapaz de manter minhas mãos para mim eu cobri ambos os seios com as mãos. Embora minhas mãos fossem grandes elas não eram grandes o suficiente para levar cada seio completamente. O excesso me animando eu apertei deixando a suavidade provocar minhas mãos.
“Porra,” sua voz pegou quando ela disse as palavras. Aquelas não eram as palavras que eu imaginei vindo de seus lábios. Eles não se encaixavam com Lila Kate. Mas a forma como sua voz tremia quando ela disse. A maneira como ela se inclinou para mim e um gemido suave escapou simplesmente do meu toque fez tudo isso parecer certo. Como era para ser. Como nós deveríamos ser.
A restrição que eu tinha retido estalou. O lado impertinente de Lila foi demais para um homem tomar. Eu agarrei sua saia e puxei para baixo até que ela ficasse ali em nada além de suas calcinhas de renda preta. Elas fizeram pouco para cobri-la. Quase inútil a menos tentando seduzir um homem. E eu estava seduzido. Eu tirei minha própria camisa e joguei-a fora.
Minhas mãos em volta de sua cintura e a suspendi a levando até a mesa do quarto porque era mais perto que a cama. Sentei-a, em seguida, puxando sua calcinha memorizando a maneira que olhei quando ela deslizou fora de seu corpo.
Ela estremeceu e meu pau latejou. Essa era Lila Kate... doce, inocente, preciosa Lila Kate. Impertinente, selvagem, carente Lila Kate tinha tomado seu lugar essa noite, e eu tremia de antecipação. “O que você quer?” Eu perguntei a ela quando desabotoei minha calça jeans. “Diga-me exatamente o que você quer que eu faça.”
Seus olhos foram do meu peito nu e depois bloquearam em minhas calças quando eu comecei a soltá-la e empurrando-a pelos meus quadris e saindo dela. “Diga-me, Lila,” eu exigi. Eu não tinha certeza por isso que eu precisava dela para dizer, mas eu fiz. Eu queria que ela falasse sujo. Ouvir sua linda boca dizer coisas ruins. Fiquei muito provável que explodisse ao som, mas eu queria.
“Eu quero você,” ela sussurrou.
“Você vai ter que fazer melhor que isso. Conte-me.”
Ela engoliu em seco e ergueu o olhar de minha ereção pressionando através de minhas cuecas boxer aos meus olhos. “Eu te disse. Eu quero que você me foda, Cruz.”
Isso deve ser suficiente. Eu deveria estar feliz. Mas ela me transformou em um monstro enlouquecido pelo sexo. “Você quer isso gentil?” Perguntei empurrando minha cueca para baixo deixando meu pau grosso livre.
Ela balançou a cabeça lentamente. Os olhos arregalados quando ela olhou para mim. “Não,” sua voz era tão suave que eu quase não a ouvi.
“Diga-me,” eu disse enquanto empurrava suas coxas com as mãos e me coloquei entre elas. “Como você quer ser fodida?” Nessa última palavra, seus olhos brilharam com o mesmo desejo que sentia.
“Forte. Foda-me forte.”
Minhas mãos chegaram debaixo dela e agarrei sua bunda quando eu bati nela. Que com um impulso era como afundar em cetim apertado e quente. “Foda-se!” Eu gritei quando seu corpo reagiu à entrada súbita, apertando meu pau. Era melhor do que a minha imaginação.
Suas mãos pequenas agarraram meus braços, as unhas cravando em minha carne. O ardor que senti foi incrível. “AH!,” Ela gritou.
“Isso é o quão duro você quer?” Rosnei perto da orelha dela querendo bater nela uma e outra vez, mas estava fazendo tudo o que podia para me controlar.
“Sim. Mais,” ela ofegava.
Meus dedos entraram na carne da bunda dela quando eu puxei para trás e mergulhei mais fundo. Gemendo de prazer, eu mordi seu ombro, e ela começou a implorar. “Por favor, mais forte. Eu quero sentir você amanhã.”
Qualquer a sanidade que estava segurando saiu. Fui buscá-la afundando-a mais para o meu pênis rígido e levando-a até a cama onde eu caí para a suavidade com ela. Não querendo me afastar. Eu tive que puxar para fora em um movimento rápido e lançá-la em seu estômago. “Bunda no ar,” eu pedi.
Ela fez isso, sem dúvida. De quatro, era mais fácil e eu estava martelando dentro dela imediatamente. Seus gritos se tornaram mais frenéticos como a minha respiração. Eu bati na bunda tão forte quanto eu podia sem realmente me preocupar em machucá-la. Só para deixar arder.
“Oh Deus!” Ela gritou. “Estou gozando!” Seu corpo começou a tremer e seu clímax pulsava em meu pau ainda trancado dentro dela. Eu balancei com a necessidade de explodir. Foi uma porra tão incrível que eu não conseguia pensar. Pouco antes de perder a pequena quantidade de controle que eu tinha deixado, eu puxei para trás até que eu estivesse livre dela e gritei seu nome quando minha porra cobriu sua bunda virada para cima.
Seu corpo ainda estava tremendo, e minhas pernas estavam fracas. Fracas demais para se moverem. Ficamos lá. Sua cabeça agora repousava na cama. Tudo o que podia ser ouvido era nós ofegantes. Que tinha sido mais. Muito mais do que eu esperava. Tinha sido viciante. Eu poderia dizer-me que era muito perigoso fazer isso de novo, mas eu seria um tolo. Eu queria mais. Inferno, eu queria mais, logo que eu pudesse respirar fundo novamente.
Ela começou a abaixar seu corpo inteiro para a cama.
“Eu preciso limpar você,” eu disse a ela apreciando o olhar de meu sêmen em sua pele.
“Está bem,” ela disse suavemente, ainda afundando até que fosse pressionada completamente contra o colchão.
Sorrindo para a simples beleza, encontrei forças para ficar de pé e fui para o banheiro pegar uma toalha molhada. Limpei-a rapidamente, em seguida, cobri-a para cima. Ela levantou a cabeça e olhou para mim. “Você está vindo para a cama também?”
Os cabelos perfeitos de Lila estavam bagunçados. Seus olhos estavam pesados, os cílios se espalharam pelas bochechas. O rubor no rosto ainda estava lá, e nada parecia tão incrivelmente bonito na minha vida. “Sim. Eu vou.”
Subi ao seu lado e cobri nós dois puxando-a de volta contra o meu peito. Seria difícil em alguns malditos minutos, mas ela estaria dormindo cedo demais para perceber. Eu inalei o cheiro de seus cabelos e sua mão cobriu a minha.
Levou menos de dois minutos para a sua respiração se abrandar. Ela estava dormindo em meus braços, e eu sabia que nada seria o mesmo para mim. A ruína que eu temia era muito pior do que isso. Eu não estava preparado para ser capaz de deixá-la ir.
Vinte e Um
Lila Kate
RECONHEÇO SEU CHEIRO antes mesmo de abrir os olhos. O calor de seus braços me fez suspirar e afundar mais perto. Isto foi melhor do que sonhei. E sonhei com isso mais do que gostaria de admitir. Lembrar que é por um tempo curto, que não é para sempre causa uma forte dor então afasto o pensamento. Por agora, vou desfrutar do que tenho. Cada momento que passamos juntos, vou absorver tudo.
“Se continuar se contorcendo mais perto vamos foder antes de eu estar totalmente acordado,” sua voz sonolenta me assusta e eu rio. Nunca ri, mas o faço então. É bom. Na noite passada, o álcool me deu a coragem que precisava. Esta manhã não há arrependimentos. Não desejo que tivesse sido diferente. Porque depois de abrir-me para ele e caminhar de volta para o hotel fiquei sóbria o suficiente. Lembro-me de cada detalhe. Nunca esquecerei um só momento.
“Lila,” sua voz rouca e profunda é um alerta quando pressiono o corpo mais no dele. “Você deve estar dolorida,” diz ele enquanto beija meu ombro.
Eu estou. “É uma dor gostosa.”
Ele respira fundo, em seguida, rola para cima de mim. Seu corpo nu paira sobre mim. Os cabelos estão bagunçados e os olhos ainda pesados de sono. “Você encontrou sua boca impertinente e gosta dela, não é?” Ele pergunta com o joelho separando minhas coxas.
Balanço a cabeça.
Então, ele está dentro de mim. Tão rápido. Fecho os olhos com força, e engasgo da ternura e prazer.
“Dói?” Ele pergunta ao ficar completamente imóvel.
“Sim. Mas como disse, é uma dor boa,” digo a ele abrindo os olhos. “Faça doer mais.”
“Jesus, Lila. Você vai nos matar,” ele geme quando começa a se mover. Bombeando os quadris dentro e fora de mim. Sua boca beija ao longo da minha clavícula até o pescoço. Seu hálito quente em meu ouvido só aumenta a sensação. “Diga mais merda suja com esta boca bonita,” ele diz com um sussurro antes de mordiscar minha orelha.
Abro mais minhas pernas levantando os joelhos para prender seus quadris. “Quero te sentir gozar dentro de mim. Sentir o calor da sua porra escorrendo por minhas coxas,” digo e ele congela.
“Porra, Lila. Não fale esse tipo de merda, se não quer que eu goze.”
“Eu quero que você goze.”
Seus braços tremem enquanto ele se mantém completamente imóvel. “Você está tomando a pílula?”
Sorrio para ele. “Sim. Não quero ser mãe tão cedo.”
Ele move-se, a expressão feroz. “Estou limpo. Nunca tocaria em você sem camisinha se não tivesse certeza de estar completamente limpo.”
Confio nele. Ele é um monte de coisas, mas não me colocaria em perigo. Eu sei. “Então goze dentro de mim.”
Seus quadris começam a bater contra mim. Todos os outros pensamentos desaparecem. Tudo o que sinto é o aumento do meu próprio clímax. Posso ouvir sua respiração acelerar e seus palavrões murmurados. Abro os olhos e vejo seus braços flexionando com cada movimento.
Quando empurro contra ele e envolvo as pernas em sua cintura para segurá-lo, eu grito seu nome.
“Maldição, Lila,” ele pragueja e então sinto. Tudo isso enquanto ele me dá exatamente o que pedi. Quero que dure para sempre. Não irei pensar sobre o dia em que tudo terminará. Porque neste momento, eu tenho tudo.
Rolo de lado levando-me com ele. Nós dois estamos ofegantes e suados quando nossos corpos se grudam. Falar não é necessário ou sequer possível. Estou tentando recuperar o fôlego e voltar para a terra. Sexo nunca foi tão bom. Mas, então, minha experiência é limitada. Muito limitada. Mas não posso imaginar ser melhor do que isso.
A mão de Cruz começa casualmente a brincar com meus cabelos. Viro a cabeça para olhá-lo e seus olhos estão fechados. Sempre odiei que ele seja tão impressionantemente bonito. Ele faz meus sentimentos ainda mais difíceis de ignorar. Gostaria de vê-lo e ter vergonha de mim mesma por fazê-lo. A maneira como ele anda, se porta, o som de sua voz e esse sorriso. Tudo isso é impossível não notar. Todas as mulheres o notam.
“Vamos para o norte. O que acha de Memphis?” Diz ele com os olhos fechados.
“Memphis? O que tem em Memphis?” pergunto, desfrutando da liberdade de olhá-lo.
“A fodida Graceland está em Memphis,” ele sorri.
“Quer dizer que quer ver onde Elvis viveu?” Rio ao falar.
Ele inclina a cabeça para olhar para mim e abre um olho. “Claro que sim, eu quero. Essa merda deve ser brega. Quem quer perder isso?”
Não me importa aonde vamos. Estou bem com qualquer lugar. “OK. Memphis então.”
“Você ligou para seus pais?” A pergunta dele me surpreende.
“Não,” admito.
“É melhor,” ele suspira. “Tenho certeza que todos sabem que estamos juntos agora. Nate dirá a eles.”
“Provavelmente.”
Ele passa a mão sobre o rosto e geme. “Grant vai me matar.”
Eu não respondo. Porque essa é uma questão que enfrentarei quando isso acabar. Estou numa aventura para fugir com o cara que está na cama comigo. É diferente agora. Não estou tentando mudar ou encontrar um novo eu. Eu já fiz. A garota que sou nesse momento não é nada como a garota que era na noite que ele tinha me chamado de fria. Agora, só tenho que aproveitar enquanto durar. Porque isto acabará.
“Meu pai pode me matar antes do seu. De qualquer maneira, minha vida será curta.”
Isso me faz sorrir. “Isso é um pouco dramático,” digo a ele.
Ele dá de ombros. “Honestamente, vale a pena.” Sua mão corre pelo meu lado e aperta meu quadril. “Vale a pena completamente.”
Isso não é uma declaração de amor. Eu percebo. Mas é doce. Coloco a perna por cima dele quando viro até que metade do meu corpo esteja em cima dele. Ambos seus olhos abrem quando faço isso. “Somos crescidos,” lembro a ele. “Acho que você vai viver.”
Ele me olha com ternura. “Ou você vai me matar antes deles. Mas a morte por sexo soa como um bom caminho a percorrer.”
Eu rio. “Estou apenas começando. Não estou prestes a atacá-lo.”
Suas mãos agarram minha bunda e me puxa para cima dele. “Talvez, mas colocar este pequeno corpo quente num homem enquanto ele está nu e na cama é irresistível.”
Quando ele desliza para dentro de mim lentamente desta vez, gemo alto e gosto de ser preenchida mais uma vez antes do café da manhã.
Vinte e Dois
Cruz Kerrington
DIRIGIR QUASE SEIS HORAS para Memphis hoje não foi uma boa ideia. Vi Lila Kate esconder a careta quando montou na moto. Nós fodemos como maníacos e agora ela está dolorida. Ela alega não estar, mas vejo em seu rosto. Não deveria ter forçado as duas rodadas esta manhã, mas ela é tão gostosa. É uma necessidade por estar dentro dela novamente e fodê-la, não gosto de querer alguém tão forte. A experiência do passado me prova que uma boa transa tira a menina do meu sistema e sigo em frente. Mas com Lila Kate ainda tem que acontecer. Com as pernas dobradas atrás das minhas e seu corpo contra minhas costas já estou pensando em transar novamente. Jesus, ela é como crack para um viciado.
Vou em direção a Birmingham, Alabama. Podemos parar no meio e descansar. Encontrar algo para ver ou fazer, e depois pilotar o resto do caminho. É apenas uma hora mais perto de Memphis; ela pode visitar sua amiga, e ela ajudará a controlar minha necessidade de ter meu pau nela durante nossa parada. Preciso encontrar algum controle.
Depois de oitenta minutos na estrada, ela começa a se contorcer e acho uma saída que tem opções de restaurante e algumas compras. Passaremos um tempo aqui, então partiremos quando ela estiver pronta. Paro em um restaurante e estendo a mão para ajudá-la a descer. Ela estremece novamente.
“Acho melhor parar por hoje,” digo, me sentindo culpado por seu desconforto.
Ela franze a testa. “Por quê?”
Aprecio que ela tente ser forte, mas sei que está dolorida e não vou fazê-la sofrer mais. Pela primeira vez desejo não ter uma moto maldita. “Você está dolorida,” aponto o óbvio. “Vamos comer e andar um pouco. Fazer compras. Veja como você se sente mais tarde.”
“Vou ficar bem,” ela argumenta.
Ignoro isso. “Com fome?”
“Sim e este lugar cheira muito bem.”
Entramos e forço-me a não colocar as mãos sobre ela. Tocá-la o tempo todo não é bom. Isto é temporário. Não há necessidade de agir como se fosse mais do que isso. Nós dois estamos apreciando a viagem.
Seu telefone começa a tocar pouco depois de passarmos na porta e ela o tira do bolso. Quando levanta os olhos para mim, eles estão se desculpando quando ela coloca o telefone no ouvido. “Ei mãe.”
Disse para ligar para seus pais mais de uma vez. Ela não me escutou.
Sua mãe está falando e o rosto de Lila Kate empalidece antes dela sussurrar. “Ah não. Quando?”
Agora estou preocupado. Ela começa a morder o lábio. “Sim, ele está.”
“Não tenho certeza,” ela olha para mim. “Onde estamos?”
“Cerca de uma hora ao sul de Montgomery, Alabama,” digo.
Ela repete para a mãe. “Não... de moto,” Posso vê-la se encolher quando fala.
“Sim. Vamos dirigir até lá agora,” diz ela. “Vejo você mais tarde. E mãe, eu sinto muito.”
“Também te amo.”
Quando ela termina a chamada, lágrimas enchiam seus olhos. “Minha avó faleceu no meio da noite. Mamãe vai enviar o jato do meu avô para me pegar em Montgomery. Eles já estão na Califórnia. Meu avô chamou mamãe às três esta manhã para contar. Ela e meu pai pegaram um avião pouco depois.”
Esta é a última coisa que esperava que ela dissesse. “Deus, Lila, sinto muito.”
Ela assente com a cabeça. “Eu também. Por causa do meu avô. Ela nunca esteve lá sabe. Sua mente se foi há tantos anos. É um milagre ela viver tanto tempo. Mas Kiro passou toda a vida ao seu lado. Eles pararam a turnê, porque ele odiava estar longe. Toda sua história é apenas devastadora. Minha mãe nunca chegou a conhecê-la. Seu cérebro foi danificado quando ela era um bebê .”
Sei sua história. Foi manchete quando souberam que a mulher de Kiro Manning, Emily na verdade ainda estava viva. O mundo pensou que ela tinha morrido naquele acidente. Mas ele a manteve longe da mídia. Eles fizeram até um filme chamado “Emily Kiro” cerca de dez anos atrás, que foi um sucesso de bilheteria. Kiro não queria que o filme fosse feito no início, mas na entrevista que deu para a revista Rolling Stones disse ter mudado de ideia. Ele queria que o mundo conhecesse sua Emily. O que ela era. Quão surpreendente ela foi. Ela mereceu.
Levo Lila de volta para a moto e a ajudo a subir. Coloco o capacete em sua cabeça e desejo ter mais que eu possa fazer. Algo mais. Algo para ajudar. Temo que ela pegue aquele jato. Nosso tempo está terminando mais cedo do que esperava.
Ela segura-me com mais força do que antes. Minha garganta está grossa. Há uma porra de emoção lá que não entendo. Que não quero. Esta é uma maneira de protegê-la, tirá-la do meu sistema e seguir em frente. Para nós dois. Mas uma noite não foi suficiente. Eu sou egoísta. Sua avó acaba de falecer. Mas que droga.
A viagem para o aeroporto de Montgomery é muito rápida. Nosso tempo juntos está terminando. Esta pequena bolha que tivemos está prestes a estourar. Voltarei para casa e enfrentarei a ira do meu pai. Fazer o que diabos devo. Ela voltará e será como antes. Não vamos continuar de onde paramos. Isso será mais do que uma aventura. Isso fez com que o caroço de merda na minha garganta signifique algo.
Ferir Lila Kate é inevitável para mim. Se fizer isso mais tarde, doerá mais. Mais cedo é melhor. Mais cedo nos ajudará a seguir em frente. Nunca serei o cara que ela precisa. Mas droga, sei que isso me machucará também.
Paramos no aeroporto antes do jato particular chegar. Quero dizer algo que torne isso mais fácil. Algo que faça com que a dor em meu peito vá embora. Algo que faça com que seu olhar triste desapareça. Mas não tenho nada.
Ela desce da moto e pego suas coisas no alforje. Então viro para ela. “Não estava esperando que nossa jornada acabasse tão cedo,” digo tentando sorrir.
“Nem eu.”
Posso ver a questão lá. A incerteza. Ela quer saber se é o fim para nós. Mas ela não pergunta. E não posso dizer as palavras. Mesmo que precise, eu não posso.
“Diga a seus pais e avô que sinto muito por sua perda.” Seus olhos perdem a luz. Ela esperava mais do que condolências genéricas. Sinto-me um idiota gigante.
“Obrigada,” ela sussurra. “Por tudo.” Então ela pega sua bolsa e sai. Assisto a sua partida. Quero correr atrás dela e dizer algo mais. Para tentar fazê-la sorrir. Mas isso só piorará seu estado. Em vez disso, espero ela entrar no prédio. Então subo na moto e volto para o sul. Volto para Rosemary Beach.
Vinte e Três
Lila Kate
EU ESTAVA ENTORPECIDA. O voo para Los Angeles e a viagem para casa de meu avô, em Beverly Hills é um borrão. Quando a limusine que me pegou no aeroporto estaciona na frente de sua mansão, percebo que não me lembro de entrar nela.
Pego a única bolsa que tenho comigo e saio quando o motorista abre a porta. Não vejo Kiro a cerca de seis meses. Ele nos visitou, mas eu não estava. Quando era criança, visitei mais vezes. Fiquei uma semana com ele no verão. Tenho boas memórias deste lugar.
Minha mãe vem para a porta da frente e sai para me cumprimentar. Subo as escadas e espero que ela não esteja muito chateada com meu passeio de moto com Cruz. Ela tem seu pai para se preocupar. Não preciso aumentar seu stress. Sei que nunca andarei na moto de Cruz novamente.
Ele acaba de me deixar ir. Sem promessas. Nada. Ele acaba de terminar. Muito rápido. Meu peito dói e me sinto culpada. Meu avô está sofrendo. Eu deveria estar mais preocupada com ele.
“Como ele está?” Pergunto ao abraça-la.
Ela me aperta. “Ele está triste. Mamãe se foi há muito tempo. A mulher que ele conheceu. Mas agora até mesmo o pouco que ele tinha dela sumiu. Vai ser duro para ele.”
“Ela estava doente?”
“Não. Seu coração parou. Com o dano que seu cérebro sofreu, o médico diz que é um milagre ela ter vivido tanto. Mas papai fez com que ela tivesse o melhor atendimento. E ele está sempre aqui. Acho que ela viveu por ele.”
Sua história é tão trágica. Quando recuo, olho para ela. “Quão chateado está papai?”
“Sobre Cruz?”
Balanço a cabeça.
“Ele não está feliz,” diz ela com um pequeno dar de ombros. “Mas você é uma mulher adulta. O que ele pode fazer? Foi sua decisão para tomar.”
Concordo, mas não acho que papai concorde.
“Ele não vai falar ainda. Por enquanto, trata-se de Kiro e Emily.”
“Quem está aqui?”
“Neste momento, apenas Dean e nós. Nan, Cope, Mase, Reese, Rush e Blaire estão a caminho.”
Mamãe olha a mochila no meu ombro. “O que aconteceu com sua bagagem?”
“Deixei tudo com Nate.”
Ela suspirou. “Para fugir na moto de Cruz Kerrington.”
“Sim.”
Ela não fala mais nada. Mesmo não sendo uma semana, tudo o que aconteceu faz parecer como se fosse muito mais tempo.
“Posso dizer uma coisa?” pergunta mamãe.
“Claro.”
Ela estende a mão e toca minha bochecha. “Você é gentil, amorosa, generosa, paciente e linda. Você merece algo especial.”
“Mãe, você tem um conto de fadas. Nem todo mundo os vive.”
Ela inclina a cabeça para o lado e sorri. “Não, Lila Kate. Nem todo mundo é paciente o suficiente para esperar por ele.”
Ela beija meu rosto, em seguida, pega meu braço e sobe as escadas, entrando na casa. Quero refletir sobre o que ela disse mais tarde. Talvez ela esteja certa. Talvez eu encontre um conto de fadas. Só que o espero da pessoa errada.
A casa cheira a charutos. Foi assim toda minha vida. Ouvi Rush uma vez dizer que é melhor do que o cheiro de maconha que tinha em sua juventude. Caminhamos através da grande entrada pelo corredor esquerdo, onde Kiro tem a sala de jogos. Grandes sofás de couro preto, enormes telas planas em três lados, uma mesa de bilhar e um grande bar estão lá. Sentado no canto do sofá está meu avô, Kiro Manning. Ele está mais velho agora, mas ainda é uma lenda. Seu nome é bem conhecido. Ele tem um charuto numa mão e uma garrafa de uísque na outra. O corpo esguio é alto e coberto de tatuagens. Mesmo aposentado e sendo avô ele ainda se assemelha a uma estrela do rock.
Ele levanta os olhos avermelhados assim que entramos e sorri ao me ver. Ele chorou em algum momento. “Minha Lila Kate,” diz ele com a voz rouca de anos de drogas, cigarro e álcool.
“Hey,” digo ao caminhar até ele. Não é segredo que ficou furioso quando meu pai engravidou minha mãe. Minha mãe não é sua única filha, mas é a favorita. Porque foi a criança que Emily lhe deu. Meu nascimento poderia ter matado minha mãe. Isso o aterrorizou. Mas minha mãe sempre diz que passou a minha vida me esperando. Sei que ele me amava mais do que seus outros netos. Ele é muito franco sobre o assunto. Mas também sei que só sou parte de Emily.
Ele abre os braços também cheirando o álcool e charuto. Abaixo-me e abraço-o com força. “Eu te amo,” sussurro.
“Não tanto quanto eu te amo, menina bonita,” essa sempre foi sua resposta. “Ouvi dizer que esteve de moto com um Kerrington. Acho que tem um pouco do sangue selvagem do vovô depois de tudo.”
Fico tensa esperando que meu pai não tenha ouvido. “Hum, eu acho,” digo o mais baixo que posso.
Isso o fez rir. Estou feliz por ele poder rir, mas não é algo para rir. “Vamos dar a seu papai um pouco de dificuldade. Ele precisa.”
De todas as coisas para ele querer falar essa não é uma delas.
“Papai está tudo bem. Ela só está nervosa em falar com Grant sobre tudo isso,” Mamãe interrompeu.
Fecho os olhos e faço uma careta. Quando levanto Kiro pisca para mim. “Você é uma menina crescida. Tudo bem.”
Viro a cabeça lentamente para olhar meu pai que está em pé no bar com os braços cruzados sobre o peito e uma carranca no rosto. “Ela é melhor do que Cruz Kerrington,” diz meu pai.
“E minha Harlow é melhor do que Grant Carter. Minha menina doce foi varrida de seus pés por alguém que tinha a reputação como um jogador. Parece que acabou tudo bem,” Kiro diz antes de tragar seu charuto.
Papai só resmunga.
Tento pensar em algo para mudar de assunto quando passos soam no corredor. Então ouço vozes. Os outros dois filhos de Kiro chegam com seus cônjuges. Tenho certeza que ouvi a voz do meu tio Mase em algum lugar. E quando ele está discutindo com minha tia Nan parece uma reunião de família.
“Não ficarei no quarto azul, Mase. Enfie-o na sua bunda. Quero o outro perto do elevador. Sempre fico nele. Não discuta comigo,” Tia Nan diz em seu tom irritado agudo.
“Dê-me outra porra de garrafa. Vou precisar dela,” Kiro resmunga.
Ele e minha tia Nan não tem o melhor relacionamento, mas minha mãe disse que está melhor em comparação com o passado.
Quando os quatro entram na sala. Kiro ergue a garrafa. “Estou de luto porra. Não comece essa merda aqui.”
Nan parece envergonhada e Mase assente. “Desculpa. Estou apenas começando a te tirar do tédio.”
Kiro dá de ombros. “Entendido.”
“Sinto muito, Kiro,” Reese, a mulher do meu tio Mase diz quando se afasta dos outros. “Vá em frente, chore e vou manter estes dois na linha.”
“Ainda não descobri como diabos conseguiu essa menina,” Kiro diz apontando com a garrafa na direção de Reese enquanto olha Mase.
“Nem eu,” responde Mase, em seguida, joga-se no sofá em frente à Kiro. “Passe o uísque.”
Vinte e Quatro
Cruz Kerrington
O CHEIRO de flores. Odeio o cheiro tanto quanto odeio funerais. Elas me deprimem. Não deveria estar aqui. Não conheci Emily Manning. Claro, conheço Lila Kate, mas ela não esperava que viesse ao funeral de sua avó. Inferno, eu não iria se pudesse fugir. Uma vez que alguém estava morto, acabou. Porque ter um grande e deprimente funeral?
Quero que minhas cinzas sejam atiradas no Golfo. Sem músicas, flores e sem lágrimas de merda. Afrouxo a gola da camisa e suspiro. Meu pai foi inflexível sobre eu ir. Todos estão. Toda a família maldita está aqui. Como cada família em Rosemary Beach que somos próximos.
“Vamos por Grant, Harlow e Lila Kate!” Meu pai disse quando reclamei sobre não ver razão para ir a este funeral.
A verdade é que tentei tirar Lila da cabeça durante os últimos três dias e não funcionou. Tudo o que posso ver é Lila. Quando tive outra menina contra a parede do meu apartamento na noite passada, tive o rosto de Lila Kate na cabeça. Não quero vê-la tão cedo. Ainda estou tentando tira-la do meu sistema. Até digo a meu pai que eles podem fazer meu funeral uma vez que Grant Carter pôr as mãos em mim. Papai me disse que pedi por isso.
“Ali está Nate,” minha mãe sussurra. “Vá se desculpar.”
“Por quê?” Pergunto confuso. Não fiz nada para Nate.
Ela agarra meu braço como se eu ainda tivesse oito anos. “Por levar Lila Kate sem uma palavra. Isso é o que fez.”
Não vou me desculpar com ele por isso. “Não.”
Suas unhas afundam em minha pele. “Agora.”
Não vou me desculpar, mas vou até lá dizer algo a ele para fazê-la pensar que obedeci antes que ela me agarre pela orelha e me leve até ele.
“Tudo bem,” murmuro e sua mão me solta, logo que vou em sua direção.
Desculpar-me com Nate. Sério? Será que eles sequer conhecem Nate Finlay? Como se isso não fosse algo que ele faria. Jesus. Todos estão sendo dramáticos como o inferno. Não a sequestrei. Ela foi de bom grado.
Nate também usa um terno e Bliss está ao seu lado parecendo deslumbrante num vestido preto com os cabelos presos para cima dos ombros. “Hey,” digo quando eles se viram ao me ver chegando.
Nate inclina o queixo.
“Você viu Lila Kate?” pergunto.
“Sim. Por quê? Tem a moto com você?” Nate sorri quando fala.
“Não, espertinho. Eu só não a vi.”
“Ela foi pegar uma bebida. Já conversou com todos e sua boca ficou seca.”
Balanço a cabeça. Bom. Tenho tempo para ficar fora de vista antes dela voltar. “Estão aqui há muito tempo?”
“Chegamos ontem à noite. Ficamos no Dean. Dirigimos para cá de manhã,” Nate responde. Dean é seu avô. O melhor amigo de Kiro Manning.
“Vou sair assim que isso acabar,” digo. “É bom ver você de novo, Bliss. Acho que estive aqui tempo suficiente para que minha mãe pense que me desculpei o suficiente. Vou deixá-los.”
Nate sorri. “Pedir desculpas, né? Acho que eu gostaria disso.”
Bliss ri. “Nate pare. É bom vê-lo novamente, Cruz.” Ela começa a dizer mais, em seguida, faz uma pausa e sorri para algo sobre meu ombro. “Lá estão eles,” acrescenta.
Olho para trás sem pensar e meus olhos param em Lila Kate. Ela está impressionante. Os cabelos escuros enrolados frouxamente e tocando os ombros. O vestido azul da meia-noite que usa abraça suas curvas docemente. É difícil afastar o olhar.
“Devo buscá-lo? Ou acha que ela quer que ele fique?” Pergunta Bliss.
Buscar quem?
“Deixe. Ela parece querê-lo lá,” Nate responde.
Afasto meu olhar de Lila Kate para ver um cara alto e loiro com a mão possessivamente em suas costas. Sua expressão é séria ao ouvir algo que ela diz. Quem diabos é esse?
“Quem está com ela?” pergunto uma vez que eles obviamente sabem.
“É Eli, meu melhor amigo,” diz Bliss, com um sorriso satisfeito.
“Como ela o conhece?” Lila Kate não é de se relacionar com alguém rapidamente.
“Eles passaram algum tempo juntos antes que você aparecesse de moto e a levasse,” Nate responde. Ele está se divertindo. Ele sabe por que estou perguntando e está se divertindo para caralho.
“Ela quis ir comigo,” digo a ele virando para encarar sua expressão presunçosa.
Ele assente. “Sim, ela quis. Mas agora...” ele inclina o queixo na direção de Lila Kate. “Ela quer Eli. Lição aprendida rápido eu diria.”
“Que porra isso significa?” Rosno dando um passo em direção a ele.
Nate não recua. Mas, então, eu não espero que o faça. Ele dá um passo em minha direção. Sua expressão fica fria. Fechada. “Isso significa que Eli é um bom rapaz. O tipo que permanece. Isso é o que significa.” a voz de Nate é baixa quando fala.
“Ela mal o conhece,” argumento.
“Mas ela te conhece o suficiente agora,” ele responde.
Estamos num funeral. Isso deveria me parar e me fazer ir embora. Mas não vou. Porque Nate está certo. Ela me conhece. Podia pegar minha moto e sair. Isso é o que um bom rapaz faria. Mas eu a levei e depois abandonei. Quando penso sobre isso tenho que admitir que possa ter sido a coisa mais fria que já fiz. E fiz essa merda muito cruel. Volto o olhar para Lila Kate e Eli. Ele está sussurrando algo e ela sorri. O sorriso não é o radiante que conheço.
É triste. Seus olhos não brilham e iluminam a sala como sei que podem. Ela perdeu alguém e Eli está lá com ela. Esse é o tipo de cara que ela precisa. Deixei-a porque ela precisa seguir em frente sem mim. Só não esperava que essa porra acontecesse tão rápido.
“Ela merece muito mais. Você sabe. Deixe que ela tenha.” A voz de Nate me incomoda, simplesmente porque ele está certo. Não falo nada. Apenas vou embora. Volto para minha família. Gostaria de me afastar deste maldito funeral e sair em silêncio. Esquecer o que aconteceu com Lila e eu. Eventualmente.
No caminho para ir embora sinto seus olhos me seguirem. A melhor coisa a fazer seria ignorá-la, mas não posso. Encontro seu olhar. Ela não sorri. Apenas me olha com olhos tão cheios de decepção que queima meu estômago. Ela me arruinou. Assim como estive com medo que ela faria.
Vinte e Cinco
Lila Kate
ELI SEGURA MINHA MÃO enquanto observo o mausoléu privado que abriga todos os membros do Slacker Demons e sua família. Minha avó é a primeira a ser enterrada nele. Kiro comprou porque disse que não queria ser enterrado no chão e não queria que sua Emily fosse também. Então decidiu que a melhor maneira de descansar em paz eterna era um mausoléu com aqueles que mais amava.
“Nunca vi ninguém ser colocado para descansar num destes. Exceto enterros,” Eli diz baixinho ao meu lado.
“Nem eu. Parece mais fácil do que vê-los afundar no chão, não é?”
Ele assente. “Sim, acho que é.”
Concentro-me em meu avô e seus olhos injetados de sangue fitando a frente, onde Emily foi posta. Ele está bebendo uma garrafa de uísque. Estou preocupada que ele entre em coma alcoólico, mas minha mãe disse que ele tem anos de tolerância com estas coisas. Ele ficará bem. Seu terno cobre as tatuagens, mas ainda parece um roqueiro. É sua postura, rosto, a maneira como os cabelos ainda estão longos demais para um homem mais velho. Ele sempre será Kiro Manning. Mesmo aos setenta anos de idade.
“Obrigado por ficar comigo hoje,” digo a Eli. Eu precisava de alguém. Apoio, suporte. Todo mundo esteve aqui. Todos sabem que saí na moto de Cruz Kerrington e todos o viram completamente ignorar-me. Mas a dor do meu avô é mais importante do que meu desprezo evidente por Cruz. Consegui o que queria ao brincar com fogo.
“Estou feliz por ter vindo. Quase não o fiz. Nate pensou que eu deveria. Terei que lhe agradecer por isso.”
Nate esperava isso. Ele sabia que Cruz viria assim como eu. Estamos todos juntos. Preciso agradecer a Nate por trazer Eli. Não que eu vá usá-lo como rebote. Mas ele se tornou um bom amigo. Depois de hoje, espero continuar em contato. Gosto de sua companhia. Ele é forte. Confiável. O tipo de homem que sei que meus pais esperam que eu encontre um dia.
Quando meu coração finalmente se curar e seguir em frente, espero encontrar um conto de fadas com um cara como Eli. Sei que não será Eli porque seu coração já não está disponível. Simpatizo com ele. Amar alguém que nunca terá é doloroso.
Pelo menos ele não sofreu uma humilhação por causa disso. Ele mantém seus sentimentos em segredo. Nunca cometeu o erro de jogar a precaução ao vento e se aventurar.
“Vamos,” digo quando os outros começam a sair. Sei que meu avô ficará aqui por um tempo e quero que tenha seu tempo sozinho com ela.
Eli continua segurando minha mão quando nos afastamos. Sei que os Kerrington estão a minha esquerda. Posso ver Woods e Della pelo canto do olho. Mas não os cumprimento. Simplesmente não posso. Ando com a cabeça baixa. Eli leva-me para a limusine que está à espera da família.
“Onde vai?” Pergunto.
Ele aponta para a limusine atrás da minha. “Para o Dean com Nate e Bliss.”
Estar com Nate e Bliss não é fácil para ele. Sei disso sem perguntar. “Vem comigo,” digo.
Ele sorri como se entendesse por que e pudesse ler meus pensamentos. “Obrigado.”
Vou para o último assento. “Você me salvou hoje. Deveria te agradecer.”
Eli vem atrás de mim e senta com a coxa pressionando a minha. O calor de seu corpo e o cheiro de sua colônia me traz alivio. Que não estou sozinha. Lembro-me da nossa noite juntos. Sei agora a diferença entre um bom sexo bêbado sem amarras e sexo com o homem que seu coração deseja. São dois campos diferentes.
“Você está linda hoje. Ele é um idiota e pela maneira que observou cada movimento seu ele sabe disso.”
Levanto a cabeça e olho Eli. “O que?”
Ele me dá um meio sorriso. “Cruz Kerrington. Ele não tirou os olhos de você. Não o conheço nem fomos apresentados, mas tenho experiência com seu tipo. Posso identificá-los. Ele também é completamente óbvio. Ninguém lá olhou para mim como se quisesse rasgar meus membros do corpo.”
Isso não faz sentido. Balanço a cabeça. “Você entendeu mal. Ele foi forçado a vir. Conheço seus pais. Ele agiu assim porque está com raiva que o funeral diminui seu tempo de diversão.” O desgosto é óbvio em minha voz. Assim como a dor.
“Posso não ser um idiota. Mas sou um homem. Sei o que pensamos. Posso ler um. E esse cara não ficou feliz por você estar comigo. Ele também queria ficar a sós e ter as mãos em você. Honestamente, Lila, você é linda. Hoje esteve deslumbrante. Eu tive dificuldade em afastar os olhos de você.”
Era bom. Não, parecia mais do que bom ouvir um homem de boa aparência dizer isso para mim. Não me sinto bonita ou deslumbrante. “Obrigada,” digo sem ter outra forma de responder. Então digo o que estou pensando. “Eu queria... Gostaria de ter te conhecido em outro momento. Um em que nossos corações não estivessem tão confusos. Talvez tivéssemos uma chance.”
Sua mão desliza na minha e ele a aperta. “Quando saiu eu percebi uma coisa. Meu coração não está onde pensei. Bliss tornou-se um hábito. Tudo o que conheço. Ninguém teve impacto suficiente em mim para movê-la do meu coração. Mas você... você me fez esquecer. Mostrou que há mais. Que posso sentir algo por alguém,” ele faz uma pausa, em seguida, seus dedos entrelaçam os meus. “Meu coração está pronto, Lila. Só serei paciente até o seu estar.”
Uau... isto não é algo que esperava ouvir. “Na nossa última noite juntos estava chateado com ser o melhor homem,” lembro.
Ele dá de ombros. “Um hábito. Um hábito que me despertou e mostrou como meu coração mudou. Percebi que segui em frente quando descobri que tinha ido. Que... me despertou mais do que a merda do casamento fodido. Estive pensando nisso e completamente focado em você. Nem sequer sinto uma pontada quando os vejo se beijando. Você me curou. Gostaria de poder fazer o mesmo.”
Aqui está um homem maravilhoso me dizendo que quer mais. Ele está pronto para seguir em frente comigo. Ele quer estar comigo. Ele está disponível. E tão bonito como tudo soou, mas meu coração ainda dói por Cruz. Sou ou a mulher mais estúpida do planeta ou a mais azarada. Possivelmente ambos.
“Preciso de tempo,” digo a ele porque quero um conto de fadas. Acredito que Eli é esse tipo de cara. Ele é seguro, sólido, bonito. Todas as coisas que meu pai é, que Rush Finlay é e que meus tios Mase e Cope são. Quero um homem como eles.
“Sou muito paciente,” ele responde.
Até mesmo o tom de sua voz é suave. Não faz meu coração acelerar ou desperta borboletas no estômago, mas faz-me sentir segura. Descanso a cabeça em seu ombro. Seu braço me envolve e ficamos lá em silêncio enquanto esperamos o resto da família.
Vinte e Seis
Cruz Kerrington
“VOCÊ A FODEU?” Blaze, meu irmão de dezenove anos pergunta sentando na outra extremidade do sofá que minha mãe se refere como ‘cova dos meninos.’ Fica no piso inferior da nossa casa de três andares e tem tudo que um adolescente pode precisar. Até um miniginásio com pesos. Vim aqui logo que chegamos em casa para evitar o resto da família.
“Só a ignorei,” não respondo voltando minha atenção para o jogo de beisebol que estou assistindo.
Blaze ri. “Isso quer dizer sim. Porra! Ela é tão gostosa.”
Fúria me toma. “Se quer viver é melhor calar a boca,” aviso. Não quero que ninguém saiba o que fizemos, mas também não quero que meu irmão pense em Lila Kate e sexo na mesma frase.
“Qual é o seu negócio? Jesus, relaxe. Lila Kate é sexy. Eu daria minha bola esquerda para transar com ela.”
Movo-me. Rápido. Sem pensar. Prendo Blaze no sofá com a mão em torno de sua garganta. Ele é um centímetro, talvez dois mais alto que eu, mas é mais esguio. Seus músculos são pequenos. Sou mais pesado que ele. Também sou dois anos mais velho. “Cale sua boca porra. Você me entendeu merdinha estúpido?”
Ele assente incapaz de respirar, então solto meu aperto em seu pescoço. Em seguida, o olho uma última vez antes de voltar para meu lugar. “Vá embora,” digo ao sentar novamente.
Posso vê-lo esfregando o pescoço. Droga de drama. Ele finalmente levanta e estou tão aliviado que quase suspiro. Só quero ficar sozinho.
“Se você a ama, então não está fazendo um bom trabalho em demonstrar. Isso é tudo que estou dizendo.” Após as palavras saírem de sua boca, ele se vira e corre em direção as escadas.
“Eu não a amo,” disse a ninguém. Mas preciso dizer. Colocar para fora. “Eu não amo ninguém. Amor não é para mim.” Continuo falando para a sala vazia.
A imagem de Lila Kate em pé no funeral. Sua pele macia bronzeada tão perfeita e nua no vestido que ela usava fez meus dedos coçarem para tocá-la. Sentir a textura sedosa. Se Eli fodido Hardy a abraçasse, não seria responsável por minhas ações. Mas ele não fez. Ele é o cara bom. Ele não tocou em seu corpo. Só segurou sua mão.
Ela parecia precisar do apoio. Lutei contra o ciúme me comendo por ser a pessoa ao seu lado. Foi minha escolha foi não ser. Sofri por seu bem estar.
Passos na escada desta vez me alerta que estou prestes a ser interrompido novamente por um membro da família. Jogo a cabeça para trás e fecho os olhos ao suspirar com irritação. “Você não pode apenas me deixar em paz?” Rosno frustrado quando o próximo membro intrometido da minha família entra.
“É apenas um minuto. Preciso dizer uma coisa. Então não vou incomodá-lo novamente,” a voz de Lila Kate faz minha cabeça levantar. Que porra ela faz aqui?
Ela usa um vestido branco que mostra muita pele. Estou hipnotizado. A visão dela. Toda sua suavidade perfeita. Aqui na minha casa. Por quê?
“Blaze disse que estava aqui e que poderia vê-lo por um momento. Ele saiu com seus pais para o almoço no clube. Não queria incomodá-lo,” ela para e olha o jogo na televisão. “Vejo que você está ocupado assistindo algo. Serei rápida.”
Ela se aproxima parando a alguns passos de distância. “Eu não cometi um erro. Sabia o que estava fazendo. Eu esperava isso de você. Não esperava mais nada. Eu escolhi ir com você, dormir com você, permiti-me gostar de estar ao seu lado. Isso foi tudo para mim. Vou lidar com as memórias. O desgosto. Tudo isso porque pedi por ele. No início, pensei ser estúpida. Amaldiçoei minhas más decisões. Mas... estou grata por ter feito. Eu deixei você me machucar. Mas nós tivemos um momento. Agora sei como é. Como você... me faz sentir. Eu não me arrependo. Não me arrependo de você. Vou seguir em frente. Ir por outro caminho. Nunca o incomodarei novamente. A vida vai voltar ao que era antes.” Ela para e sorri. É um doce e triste sorriso. Ele deixa meus malditos joelhos fracos mesmo estando sentado.
“Faz menos de quarenta e oito horas, mas foi divertido. Emocionante. E sempre me alegrarei por ter feito. Obrigado, Cruz Kerrington,” diz ela quando fecha a distância entre nós e se inclina para dar um beijo em meus lábios. “Adeus,” ela sussurra contra eles. Então levanta e caminha em direção à escada.
Meus lábios ainda estão formigando de excitação por seu toque. Meu corpo anseia o cheiro de seu corpo. Deixá-la ir parece impossível. Estou fora do sofá e atrás dela tão rápido que não tenho tempo para pensar. Minhas mãos agarram sua cintura, e aperto-a contra a parede. Há um milhão de coisas que quero dizer. Mas não falo nenhuma.
Beija-la é a coisa certa. Sem a porra de um beijo doce. Eu reivindico sua boca. Provo sua doçura. Fico bêbado no néctar que é Lila Kate. Desejo isso desde que a deixei. Sonho com isso. Tentei tirá-la do meu sistema com outra mulher. Nada funcionou. Esta é a única maneira de curar meu desejo.
Suas mãos envolvem meus cabelos e minhas mãos sobem para sentir o peso de seus seios. Coloco a mão sobre seu coração e os batimentos fazem o meu disparar. Fiz isso com ela. Ela quer tanto quando eu. Somos a porra de explosivos. Nunca houve outra mulher que me fizesse reagir desta maneira. Por que não posso apenas fazê-lo durar mais tempo? Apreciar até que termine.
Quando suas mãos tocam meu peito e me empurram firmemente, estou atordoado.
“Isso é suficiente,” ela ofega e desliza para longe do meu corpo para libertar-se de onde a prendi.
“Nós estamos apenas começando,” respondo minha própria voz rouca por falta de oxigênio.
Ela balança a cabeça. “Não, Cruz. Meu beijo foi um adeus. Aquele beijo foi um encerramento.” Enquanto estou tentando entender o que falou ela vai embora. Deixa-me lá. Bem desse jeito. Sem lágrimas. Nada.
Eu me sentiria melhor se ela tivesse chorado? Não quero machucá-la. Quero me trancar num quarto com ela e nunca sair. Mas não quero machucá-la.
Ela me mostrou suas emoções antes. Na Bourbon Street eu vi. Tudo. Sei que seu coração é suave. Que as lágrimas caem facilmente. Então, isso significa que a mulher que acabou de sair daqui é algo... que eu provoquei. Ela não foi fria. Ela terminou. Mostrei o quanto posso machucá-la e ela viu que eu não valho a pena. Ela sabe que merece mais.
Seu cheiro se agarra a minha pele. Meu corpo dói com a perda dela em meus braços. Mas mais do que isso minha alma sabe que apenas afastei a única coisa que me despertou. Perdi a mulher que me mostrou como o fogo é.
Afundo na cadeira atrás de mim. Seguro a cabeça com as mãos. Está feito. Nós tivemos nosso pequeno momento. Queria dizer que mostrei como sou ruim para ela. Como posso arruiná-la. Que preservei a ambos. Mas no final, sou o único completamente arruinado.
Vinte e Sete
Lila Kate
O ESPAÇO ERA PERFEITO. Ele iria crescer comigo. Com minhas aulas de dança. Eu podia ver um futuro aqui. Eu tinha o dinheiro para começar. Eu compraria este lugar, todo o equipamento e começaria a anunciar. Claro, eu queria encontrar uma aventura duas semanas atrás, mas agora uma aventura sempre me lembra Cruz. Ele tinha sido a minha verdadeira aventura.
Eu quase tinha deixado a sua presença nesta cidade fazer-me correr. Quando admiti para mim mesma que eu estava olhando para estúdios de dança fora de Rosemary Beach, porque eu estava tentando evitar Cruz, tinha começado a minha pesquisa aqui. Só fazia sentido começar o meu primeiro estúdio em uma cidade onde eu conhecia todo mundo e avançar mais tarde para expandi-lo. Eu não tinha planos de ficar aqui para sempre. Mas, por agora, fazia sentido. Minha necessidade de aventura tinha sido sugada de mim. Tinha sido fugaz. Eu tive aventuras demais no período de uma semana que durariam alguns anos.
A porta se abriu atrás de mim, e Ophelia Finlay ficou ali parecendo tão glamorosa como sempre.
“Eu te liguei três vezes.” Ela me disse como se eu não tivesse visto as chamadas não atendidas no meu telefone.
“Eu estive ocupada.” Respondi.
Ela suspirou alto. “Você não vai mesmo considerar? Eu seria uma incrível companheira de quarto.”
Ophelia tinha ouvido falar, por sua mãe, que eu estava comprando um condomínio e começando meu próprio estúdio de dança. Palavras viajam rápido quando suas mães são melhores amigas. Ela estava tirando um ‘tempo’ da faculdade este ano, porque precisava de uma nova direção ou algo dessa natureza. Isso era muito Ophelia.
“Eu não estava considerando. Não duvido que você seja uma boa companheira de quarto. Eu só precisava ter certeza de que era isso que eu ia fazer,” Eu virei em um círculo olhando para o prédio. “Mas é isso mesmo. Este é o lugar.”
Ophelia assentiu. “Este será um bom estúdio. Excelente localização.”
Eu apontei para cima. “Meu apartamento será lá em cima. Estou comprando o prédio. Eu preciso poupar dinheiro, e ficar onde eu trabalho faz sentido.”
Ela fez uma careta. “Você vai morar aqui?”
Eu balancei a cabeça. “Sim.”
“Como se parece lá em cima?”
Dei de ombros. “É um grande loft, vigas expostas, muito abertas. Não é realmente o seu tipo de lugar.” Foi por isso que eu não tinha respondido suas ligações.
“Que horas serão as suas primeiras aulas?” Ela perguntou, ainda não parecendo satisfeita.
“Às oito da manhã.” Eu respondi.
Sua determinação para ser a minha nova companheira de quarto parecia que estava desaparecendo rapidamente. “Oh.”
Isso foi o que eu pensei. Este seria o meu mundo. Meu trabalho e meu loft. Eu não imaginava que iria atrair alguém.
“Posso vê-lo?” Perguntou ela, esperançosa.
“Certo, vamos.” Eu respondi. “Por este caminho.”
Eu abri o caminho para a porta de trás, que foi pintada de azul. Eu mudaria isso. Ela abria-se para as escadas que iam para o sótão. Havia exatamente vinte e cinco degraus. Quando chegamos ao topo, não havia porta. Gostaria de trabalhar com isso, também.
A área de quatro mil metros quadrados era quase completamente aberta. A única privacidade era um banheiro à esquerda e a escada em espiral que levava a mais uma área do loft que seria o meu quarto. A cozinha estava completa e era toda em aço inoxidável. Mesmo as bancadas eram inoxidáveis. Era tudo muito industrial.
“Existe um segundo quarto?” Perguntou ela observando a área.
“Não. O proprietário original era um homem. Mas se você está realmente interessada, há espaço suficiente. Nós podemos construir paredes nesse canto próximo ao banheiro, e você teria um quarto de tamanho suficiente. Mas teríamos que dividir o banheiro.”
Ela caminhou enquanto estudava toda a área de Rosemary. Era pequena e uma rua pitoresca com lojas. O exterior de todas as lojas era muito ‘costa do sul’, e me senti confortável com isso. Muito diferente da área onde tínhamos vivido quando crianças. Finalmente, ela se virou para mim e sorriu. “Vamos fazer isso.”
Se tivesse sido Phoenix Finlay, eu não teria dito absolutamente nada. Mas eu poderia viver com Ophelia. Além disso, o rendimento do aluguel pagaria os serviços públicos neste local. Fazia sentido ter este acordo.
“Eu vou falar com o papai para ele arrumar alguns trabalhadores aqui para construir um quarto assim que eu assinar a papelada deste lugar.”
Ela estava sorrindo brilhantemente. “Quanto tempo você acha que vai precisar?”
“Até o final dessa semana.”
Ela bateu palmas com entusiasmo. “Isto será muito divertido!”
Eu esperava que sim. “Você quer um emprego? Porque eu vou precisar de ajuda no escritório uma vez que abrir o estúdio.”
“Certo! Por que diabos não? Podemos apenas retirar o aluguel do meu salário?”
“Isso seria bom para mim.”
Conversamos um pouco mais antes de Ophelia sair para contar para a sua mãe sobre seus planos. Entrei e puxei-me para cima, para me sentar no bar da cozinha. Eu poderia fazer uma vida aqui. Não era na parte rica de Rosemary Beach, onde as grandes casas eram e o clube estava localizado. Ficava logo ao lado dele, mas parecia separado. Eu não estava deixando a cidade, mas eu estava começando uma nova vida nesta cidade.
Meu telefone tocou e ecoou no grande espaço vazio. Olhei para ele, era Eli. Sorrindo, eu respondi. “Olá.”
“Como parece o lugar?” Ele perguntou. Eu tinha lhe dito, por uma mensagem de texto que eu lhe enviei ontem à noite, que viria verificá-lo hoje.
“Perfeito. Eu acho que vai ser perfeito.”
“Droga. Eu estava esperando que você achasse que é ruim e viesse para Sea Breeze comprar algo por aqui.” Ele estava brincando, mas eu sabia que ele também ficaria contente se isso acontecesse.
“Você sempre pode vir a Rosemary Beach.” Eu respondi.
Ele ficou quieto por um momento. “Não me tente.”
Eu me perguntei se ele iria realmente fazer isso. Talvez um novo começo fosse o que ele precisava. “Eu não iria reclamar se você viesse.” Eu adicionei.
Ele riu e acrescentou, “É difícil dizer não para você também. Mas eu tenho um emprego, e não posso apenas largar tudo e fugir.”
Ele tinha um ponto. “Eu sei. Queria esclarecer que se você precisar de uma aventura eu ficaria feliz em ser o seu início.” Eu estava brincando, mas ele ficou quieto.
Mordi meu lábio nervosamente. Talvez eu não devesse ter dito isso. Nós não falamos muito sobre aquela noite. Eu não tinha certeza se ele se lembrava de me perguntar se ele foi o início da minha aventura. Esperei por ele dizer algo e me preocupei todo o tempo em que ele ficou em silêncio.
“Eu poderia considerar se pudéssemos ter outro sexo na praia. Eu penso muito sobre isso. Desejo a Deus que eu não tivesse estado tão malditamente bêbado.”
Após Cruz, eu não estava pronta para fazer sexo com ninguém. Eu queria estar um dia. Mas, por agora, eu simplesmente não podia. Em uma semana, eu tinha feito sexo com dois homens diferentes. Isso tinha sido um inferno de uma aventura.
“Um dia, se for à hora certa.” Eu disse suavemente enquanto imagens de Cruz e as coisas que tínhamos feito apareciam na minha cabeça. Meu coração doía junto com elas.
“Eu não quero ser apenas o começo de sua aventura Lila, eu quero ser o fim.”
Vinte e Oito
Cruz Kerrington
MINHA CABEÇA ESTAVA FODIDA. Eu estava no trabalho fazendo o que meu pai me pediu para fazer. Não porque ele pediu, mas porque eu estava tão fodido da cabeça que eu precisava de algo para me distrair. E as bucetas de outras mulheres não estavam funcionando.
“Cruz, você parece tanto com o seu pai em sua idade, que eu tive um flashback. Eu era uma garçonete novamente e lá estava o chefe. Você está bem aqui no Club Kerrington de polo. Eu sei que Woods está orgulhoso de tê-lo aqui com ele.” Blaire Finlay disse quando entrou na sala de jantar com minha mãe e Harlow Carter, a mãe de Lila.
“Ele é gêmeo de seu pai. Em tudo, incluindo a atitude.” Disse minha mãe com um sorriso.
“Não vou dizer a ele que você disse isso.” Eu disse, sabendo que ele não gostaria de ouvir que eu agia como ele.
Blaire riu, e as três passaram por mim. Minha mãe fez uma pausa para apertar meu braço gentilmente. Harlow estava quieta. Ela não falava alto como as outras ou chamava a atenção para si mesma. Ela era quieta, bonita, não parecia em nada que tinha a sua idade, e tudo que eu podia ver era Lila Kate vinte anos mais velha. O homem que a segurar será um sortudo filho da puta.
Irritado com minha linha de pensamento, eu andei pelo corredor em direção ao escritório do meu pai, para onde eu estava indo quando as três tinham chegado. Eu adorava vir a este escritório. Isso significava que veria meu pai. Ele me colocava em sua mesa e me deixava brincar com um brinquedo pequeno de golfe que estava sobre ela. Eu assistia a tela plana na parede e o observava enquanto ele trabalhava. Eu queria ser como ele.
Caramba, como os tempos haviam mudado.
A porta do escritório do meu pai abriu e ele saiu antes de eu chegar a ele. Seu olhar imediatamente parou em mim. “Bem, você chegou na hora. Eu terei um almoço com o Capitão, se lembra do irmão de Blaire Finlay? Sua filha Emmeline está com ele. Ela está sendo preparada para assumir a franquia de restaurante aqui em Rosemary Beach. Eu acho que ter você lá vai fazê-la se sentir mais confortável já que você está mais próximo da idade dela.”
Encontro de almoço. Fan-porra-tastico. “Eu conheço Emmeline, e a chamamos de Emmy. Ou pelo menos era assim há dois anos, quando eu falei com ela em um evento realizado aqui por uma coisa ou outra.”
Papai concordou. “Bom. Franny, a filha mais velha do Capitão supervisiona as franquias no Alabama e Tennessee. Emmeline está sendo treinada para assumir as franquias da Flórida e Geórgia. Ela não estará pronta até se formar na faculdade, mas o Capitão começa a prepará-las desde jovens. Como eu deveria ter feito com você. Empresário inteligente.” Meu pai disse enquanto andava e esperava que eu o acompanhasse.
“Vamos comer aqui?” Perguntei esperando a resposta negativa. Eu não estava no humor para lidar com a multidão lá dentro.
“Não. Vamos para o lugar do Capitão.”
“Por que exatamente estamos nos reunindo com ele?”
“Porque nós precisamos de outro restaurante no clube. O grill junto à piscina e o salão de jantar principal não são suficientes. Não mais. É hora de nós expandirmos.”
“Então você irá colocar um dos restaurantes do Capitão no clube?”
“Possivelmente. Parece ser uma boa ideia. Vamos ver o que se desenrola.”
O novo Dodge Ram do meu pai estava estacionado na frente e um manobrista já tinha começado a trazê-lo para nós. Subimos e nos dirigimos para a propriedade do clube, na parte de negócios de Rosemary Beach, onde fazem compras, comem, fazem mais compras e toda a merda turística estava localizada. Eu não disse muito, apenas observei a cidade passar. Perguntei-me sobre Lila Kate, porque esse era o meu novo hábito que eu não podia deixar.
“Conversou com Lila Kate ultimamente?” Papai perguntou como se ele pudesse ler minha mente.
Eu balancei a cabeça negativamente.
“Então você não sabe sobre ela comprar esse lugar?” disse ele, e meus ouvidos se animaram.
“O quê?”
Papai parou em um dos três semáforos na cidade e apontou para uma loja de dois andares na esquina da rua principal. “Aquele ali no fim. Grant disse que ela comprou. Ela está abrindo um estúdio de dança.”
Estudei o edifício azul pálido. Grandes janelas forradas, piso inferior e no segundo andar tinha os protetores contra furacões que eram tão populares por aqui. “Isso não pode ter sido barato.” Wu disse perguntando o que diabos ela estava pensando.
“Não foi. Mas ela tem um fundo fiduciário de Kiro. Ela tem uma boa cabeça para os negócios. Em vez de viver com o dinheiro, ela o está usando para fazer mais. Para construir alguma coisa.”
Eu podia ouvir a admiração em seu tom. Eu sabia que ela era especial. Ele não precisava reforçar isso. Eu entendi. Foi por isso que a afastei. Isso tinha sido o correto.
Papai puxou o caminhão na frente do lugar do Capitão em Rosemary Beach, e eu saí ainda olhando para o lugar que agora era de Lila. Ela não estava deixando a cidade. Isso era bom. Como se eu pudesse respirar melhor. Não que fosse importar onde ela vivia, mas eu a queria aqui. Isso era muito fodido.
“Ouça, preste atenção, e seja educado. Fale com Emmeline. Não aja como um idiota.”
Eu sorri. “Quando eu fui um idiota com uma mulher?”
“Inúmeras vezes, Cruz. Muitas vezes.”
Carrancudo, eu o segui e o cheiro de frutos do mar me bateu. Eu não tinha estado aqui há muito tempo, mas a comida era boa. Eu deveria sair mais vezes. Não iria me prejudicar andar por essa parte da cidade.
“Woods, Cruz, é bom ver vocês dois.” Capitão Kipling disse enquanto apertava a mão de papai, em seguida, a minha. “Quando você se transformou em um homem?” Ele brincou, e em seguida, me deu um tapa nas costas.
Emmy caminhou ao seu lado e sorriu para mim. Não era o tipo educado de sorriso de negócios que eu estava esperando. Ela estava mais velha e, nos últimos dois anos ela amadureceu. Ela também sabia disso. Seus longos cabelos loiros e olhos verdes brilhantes eram uma combinação impressionante contra o bronzeado deixado pelo sol em sua pele.
“Olá, Cruz.” Seus olhos brilhavam com malícia quando ela disse meu nome.
“Emmy,” eu respondi com um aceno. “Bom te ver.”
“Enquanto vocês se sentam, eu vou levar Cruz comigo para pegar o laptop que você precisa papai. Eu posso mostrar-lhe em volta também.”
Capitão e meu pai já estavam conversando socialmente, e ele apenas balançou a cabeça. Meu pai me deu um olhar de aviso antes de se afastar. Essa não parece ser uma boa ideia. Será que os dois não viram a forma como Emmy tinha olhado para mim? Eles eram tão cegos? Ela não estava pensando porra nenhuma em negócios.
“Meu pai me disse que você está sendo preparado para assumir o clube.” Disse ela andando tão perto de mim que o seu braço escovou contra mim.
“Sim.” eu respondi.
“Eu estarei na cidade mais vezes para conhecer este lugar. Durante o verão, estarei aqui para trabalhar. Até eu voltar para a Universidade UT, deveríamos fazer alguma coisa.” Sua voz caiu para um tom sensual. Merda.
“Não sei o que você está pensando, mas estaremos potencialmente trabalhando juntos. Não acho que temos que atravessar as linhas.”
Ela se aproximou, em seguida, deu um passo na minha frente para abrir a porta e me levou para dentro. Eu estava na sala e percebi que era um escritório antes dela fechar a porta. “O que há de errado em ter um pouco de diversão? Isso fará com que trabalhar juntos seja mais agradável.”
Sua mão tocou meu braço e me afastei quando ela se aproximou mais de mim. “Eu sempre tive uma queda por você. Mas eu acho que todas as meninas têm.”
Foda-me. O que diabos eu deveria fazer com isso? Normalmente, eu mergulharia neste convite, mas o tempo estava fora aqui. Minha cabeça estava desarrumada, e Emmy não era alguém que eu pudesse mexer sem que meu pai ficasse irritado.
“Olha, por mais tentador que seja, temos que trabalhar juntos. Eu tenho certeza que você está bem ciente da minha reputação. Eu não quero qualquer atrito entre nós.”
Ela riu, em seguida, e moveu-se para frente de mim. Seu peito quase tocou o meu. “Eu não estou à procura de um relacionamento, Cruz. Eu só quero um pouco de diversão.”
Se eu pudesse ver além do rosto de Lila Kate, eu poderia aceitar isso. Mas caramba, eu não poderia usar Emmy dessa forma. Eu teria que fechar os olhos e fingir. A última garota que eu estive nas duas noites anteriores, eu realmente a chamei de Lila. E aquilo não terminou bem.
Embora se alguém pudesse atrapalhar a minha obsessão por Lila, isso iria me salvar. “Eu vou ser honesto com você. Eu terminei com alguém há pouco tempo e estou trabalhando através disso. Superando tudo. Mas eu ainda não cheguei lá.”
Emmy mordeu o lábio inferior sedutoramente e então finalmente pressionou os seios contra o meu peito. “Eu posso te ajudar com isso.”
Por que essa merda sempre acontece comigo? “Não tenho certeza que seja uma boa ideia.” Argumentei, mas as minhas palavras não soaram muito convincentes. Ela era gostosa. Eu era um cara e eu estaria mentindo se dissesse que não gostei dela.
“Dê-me uma chance. Apenas um gosto e você vai ver...” ela sussurrou e, em seguida, sua mão deslizou até o interior da minha coxa e segurou meu pau. Puta merda!
“Você me deixa duro e eu vou ter que andar por aí com um tesão do caralho. Isso não será legal para qualquer um dos nossos pais.”
“Se eu te deixar com tesão, eu posso resolver isso pra você.”
Desta vez, eu ri. “Confie em mim, querida, não temos tempo para isso.”
Ela moveu a mão, enquanto eu já estava semiduro. “Quando você tiver tempo... Eu sou ótima em chupar um pau.”
Eu ainda estava preso em suas palavras quando ela se afastou e pegou um laptop fino. “Vamos chegar a essa reunião. Estou morrendo de fome.” Ela disse enquanto me lançou um sorriso malicioso, em seguida, balançou seus quadris quando saia pela porta.
Eu poderia fazer isso. Desfrutar dela. Divertir-me. Ela não era a boa menina que eu tinha assumido. Emmy Kipling era impertinente. Deve ser a coisa da garota da faculdade se tornando selvagem. Eu estava pensando nisso e relaxei um pouco quando nos juntamos aos nossos pais.
Emmy de repente tornou-se toda negócios e era encantadora e inteligente. Ela sabia muito sobre o lugar e fez os dois homens rirem quando falou sobre uma merda que era engraçada. Eu não falei tanto, mas me esforcei para manter o meu pai feliz.
Apenas quando aceitei isso, senti que ia ficar bem, pelo menos, não tão ruim quanto eu tinha pensado quando o meu pai disse que tínhamos que vir a esta reunião. Comecei a sorrir e há flertar um pouco, pisquei para Emmy quando nossos pais estavam ocupados discutindo outra coisa e ela me deu um sorriso que prometia algo mais tarde. Algo que eu estava me preparando para aceitar. Então eu senti. Um calor morno. Um formigamento. Levantando os olhos, eles bloquearam com os que não saia da minha cabeça.
Lila Kate estava lá, com um pedido em suas mãos. Seus olhos estavam em mim. A dor era óbvia e vê-la lá cortou meu peito.
Eu era um bastardo.
Vinte e Nove
Lila Kate
BAIXEI OS ALIMENTOS sobre o balcão da minha cozinha e gritei de frustração. Eu o odiava. Eu odiava Cruz Kerrington. Eu o odiava. Abrindo um armário, eu peguei um copo e o enchi com água gelada. Seu sorriso estúpido na minha cabeça enquanto ele piscou para Emmeline Kipling. Ela tinha o quê, dezenove? Deus, ele era um porco.
Se ela o deixar se aproximar, ela é estúpida. Estúpida como eu. Eu gemi com o pensamento e abri o saco para tirar a comida que já não parecia atraente. Havia outros lugares que eu poderia ter comido hoje. Por que eu tive que ir lá? Por que eu tinha que ver aquilo?
Sentei-me em uma das banquetas coloridas que chegaram ontem. O local era tão industrial que eu tinha adicionado toda a cor e arte que eu podia. Eu gostei da maneira como ele estava ficando. Os banquinhos foram pintados por um artista local e cada um tinha uma face louca artística diferente pintada nas costas.
Olhei para as patas de caranguejo na minha frente quando forcei um em minha boca. Eu tive que comer. Eu estava trabalhando no andar de baixo durante todo o dia e ainda faltava mais de um mês para abrir o local. Eu tomei um gole da minha água e, em seguida, olhei para o meu telefone. Eu não tinha falado com Eli em duas semanas. Ele sabia que eu tinha comprado o lugar, mas eu tinha estado tão ocupada me mudando que não tinha enviado nenhuma mensagem para ele.
Peguei meu telefone e decidi mudar isso. Nós não fomos feitos para ser mais do que amigos, mas eu gostava da sua amizade. Nós amamos pessoas que não nos amam de volta. Ele entendeu.
“Já me mudei. Quando você vem me visitar?” Então eu pressionei enviar.
Ophelia não veio ainda. O quarto dela estava quase concluído. Ela tinha ido para Los Angeles com Phoenix para visitar seu avô por uma semana. O lugar tinha estado tranquilo. Apenas eu e meu pai, juntamente com alguns de seus funcionários que vieram trabalhar no quarto nos últimos dias.
“Quando for convidado.” Foi sua resposta.
Eu senti falta dele. Eu perdi o cara de confiança que cumpria o que ele disse que ia fazer. Ele era honesto e não fazia coisas que poderiam ferir os outros. Eu queria que Eli tivesse sido o único a roubar o meu coração. Ver Cruz com outra pessoa seria mais fácil se ele estivesse aqui.
“Você está convidado. Considere este o seu convite oficial.”
Enviar textos para ele aliviou a dor que eu senti no meu coração e comecei a comer a minha comida e me divertir. Se eu pudesse voltar atrás e não implorar a Cruz pelo impossível naquela noite, na Bourbon Street, eu o faria. Eu pegaria tudo de volta. Desistiria das memórias. As pessoas que disseram que não trocaria isso, mesmo que doa, eram loucas. Eu desistiria em um piscar de olhos. Eu não queria pensar nele.
Eu queria esquecer tudo.
“Sexta-feira é cedo demais?” Eli mandou uma mensagem de volta.
“É perfeito.” Eu respondi.
Isso me dava dois dias para arrumar esse lugar. Eu gostaria de fazer alguns planos para nós e, em seguida, me divertir. Eu não penso sobre Cruz. Eu não ligo para o que ou quem ele estava fazendo suas coisas. Eu vivo minha vida.
“Vou começar a fazer a mala.”
Eu rio com o último texto e acabo de comer.
As coisas estavam se tornando diferentes do que eu tinha imaginado, mas elas não eram ruins. De modo nenhum. Eu estava animada. Logo eu possuiria um estúdio de dança. Eu ficaria para ensinar crianças, incentivá-las a encontrar o seu amor pela dança do jeito que eu tinha encontrado.
Eu limpei minha refeição e desci para voltar a pintar as paredes. Papai tinha se oferecido para fazer isso, mas eu queria saber que eu tinha feito algo. Este era o meu lugar. Eu gostava de ter a minha mão em torná-lo pronto para morar.
Quando passei pela porta, Cruz estava ali olhando ao redor. Suas mãos estavam nos bolsos do jeans, e com um olhar que eu não conseguia ler em seu rosto. Eu pensei em virar e correr de volta lá pra cima, mas eu não tinha doze anos. Eu era uma adulta e este era o meu estúdio.
“Posso ajudá-lo?” Perguntei.
Seu olhar voltou-se para mim. Ele não tinha me ouvido entrar. “Ei.”
Eu não respondi. Eu só continuei em silêncio olhando para ele.
“Sobre o que você viu,” ele começou e eu levantei a mão para detê-lo.
“Não faça isso. Por favor, não venha aqui e aja como se você tivesse que explicar alguma coisa para mim. Eu acho que eu fui clara em sua casa. Tivemos um encerramento. Está feito. Tenho que terminar de pintar. Se você me der licença.” Fui até a tinta e o rolo que eu tinha deixado quando saí mais cedo, e esperei que ele tivesse virado e saído.
“Se você teve a porra do seu encerramento, por que seus olhos pareciam tão incrivelmente magoados? Diga-me Lila. Diga-me por que seus olhos tomaram meu fôlego? Porque, com certeza, não foi um encerramento que eu vi neles, porra.”
Fiz uma pausa e respirei fundo. Ele estava certo. Mas eu não ia admitir isso. “Ainda é recente. Estarei bem em breve.”
“Porra, quando descobrir como superar isso você poderia me dizer como? Porque Deus sabe que eu preciso de ajuda.”
Eu não podia deixá-lo chegar a mim. Eu não podia deixar suas palavras me fazerem fraca ou acho que eu não poderia confiar nele. Que não poderíamos ter nada.
“Você estava indo muito bem.” Eu respondi e me dobrei para pegar o rolo e tirar a tampa da lata de tinta.
“Lila, olhe para mim. Jesus, só olhe para mim merda. Diga-me se isso se parece com um cara que não se importa? Você me viu flertar. Eu tenho flertado desde que eu consigo andar. Não significa nada. É apenas como eu reajo a mulheres que estão flertando comigo.”
Eu rio e então balanço a cabeça. “Tanto faz. Eu não me importo. Basta ir.”
Ele ficou lá. Não falou e não saiu. Tentei me concentrar na minha pintura, mas foi difícil com seus olhos me observando. Esperei que ele dissesse algo mais. Se ele simplesmente deixasse isso acabaria de uma vez. Tudo isso. Eu experimentei isso. Sabia como era e estava pronta para deixá-lo no passado.
“Se você não se importa então poderíamos sentar, conversar, tomar uma cerveja. Nós não podemos fazer isso, Lila. Então, sim, você se importa.”
Ele estava certo. Eu o odiava por estar certo. Se eu não me importasse não haveria emoção. Eu estaria bem com uma visita. Eu não estaria exigindo que ele saísse. Deixei minhas mãos cair ao meu lado e me virei para encará-lo.
“Você está certo. Eu me importo. Mas eu quero não me importar. Quero esquecer que tudo aconteceu. Quero esquecer você.” As palavras, embora fossem verdades, soaram muito mais frias e mais duras quando eu disse em voz alta. Eu quase as retraí, mas me contive. Ele me machucou. Se isso for machucá-lo, então, tudo bem.
“Eu não quero esquecer.” Sua voz era profunda e dolorosa.
Comecei a dizer algo para suavizar a situação, mas então ele fez como eu pedi. Ele se virou e saiu. Depois que a porta se fechou atrás dele, o lugar ficou em silêncio novamente. E eu estava sozinha mais uma vez.
Trinta
Eli Hardy
O CHEIRO DE TINTA FRESCA me pegou enquanto eu ia para dentro do prédio que seria o estúdio de dança de Lila. Era uma pálida sombra de azul, e o teto sem pintura logo parecia com o céu da manhã. Ela me contou sobre um artista que tinha vindo para pintá-lo. Ainda havia muito a ser feito, mas eu estava feliz por ela. Ela estava tão animada quando ela falou sobre seus planos. Eu a ouvi por mais de uma hora na noite passada. Quando ela percebeu quanto tempo estava falando comigo sobre isso, ela se desculpou. Tinha sido bonito.
Nenhuma vez na minha vida alguém tinha me feito esquecer Bliss. Havia sempre uma dor no meu peito quando eu pensava nela. Até agora. Aquilo tinha ido embora. Eu sabia o porquê. Lila havia se tornado importante para mim. Ela tinha sido tão adorável que eu não conseguia pensar em mais ninguém. Bliss era o que deveria ter sido sempre para mim, uma amiga. Uma grande amiga com quem eu me preocupava, mas eu poderia dizer honestamente que eu não amava a minha melhor amiga. Fiquei feliz por Bliss ter encontrado Nate e que a vida dela estava cheia de alegria.
Eu puxei minha mochila por cima do meu ombro e atravessei a sala em direção a uma porta na parte de trás. Ela tinha dito para entrar naquela porta e seguir em frente até as escadas. Esta noite ela estava cozinhando pela primeira vez em sua cozinha e não queria deixar a comida sem vigilância, de modo que ela tinha deixado as portas destravadas para mim.
O cheiro de tinta desapareceu quando a pesada porta se fechou atrás de mim. Eu comecei a subir as escadas. Podia sentir o cheiro de alho antes de eu ter andando a metade do caminho.
“Eli?” Lila gritou.
“Sim!” Respondi.
Eu ouvi o toque de seus pés enquanto caminhava em minha direção. Quando cheguei ao topo da escada, ela estava lá para me cumprimentar. Ela era de tirar o fôlego. Droga... era bom estar aqui.
“Você está aqui!” Ela disse sorrindo para mim como se eu não fosse aparecer. Então ela acenou com a mão e deu a volta. “É isso. O que você acha?”
O espaço parecia que pertencia a um homem solteiro. Lila tinha adicionado um monte de coisas suaves de mulher, tudo colorido para subjugar a masculinidade do lugar. No entanto, a aparência rústica industrial, com as vigas expostas, foi construída para um homem em mente. Nada chique. Apenas aberta e útil.
“Eu acho que gostaria de alugar aquele quarto se Ophelia desistir.” Eu disse, brincando.
“É ótimo, não é? Eu amo a vista e a sensação de que esse lugar é meu.”
Eu balancei a cabeça. “Sim, isso é ótimo.” Assim era o meu ponto de vista.
Lila usava uma saia branca curta e com um top azul sem mangas que mostrava seu bronzeado. Seus cabelos estavam presos no alto da cabeça em um nó confuso. Ela não estava usando maquiagem, mas não precisa disso.
“Eu não tenho uma cama no quarto de Ofélia ainda, mas o sofá tem uma bicama, e é uma boa. Eu tinha verificado antes de comprar.” Olhei para a sala de estar, ela tinha um sofá de couro que era luxuoso e largo. Duas cadeiras com listras vermelhas e marrons e um grande pufe retangular estava no meio. A tela plana era enorme, mas então ela poderia ser visto de qualquer lugar em todo o ambiente.
“Isso parece confortável o suficiente para dormir.”
“Pode ser. Mas você é alto.” Ressaltou.
Eu testarei mais tarde. “O que você está cozinhando tem um cheiro incrível. Posso ajudar com alguma coisa?”
“Sim, você pode cortar as abobrinhas. Eu odeio cortar legumes.” disse ela. “Coloque a sua mochila mais perto do sofá e me diga sobre todos os acontecimentos atuais em Sea Breeze. Eu monopolizei a conversa na noite passada. Eu nunca soube o que aconteceu com Jude e Micah sendo presos.”
Deixei a minha mochila cair ao lado do sofá enquanto ela caminhava de volta para a cozinha.
“Damon, o melhor amigo de Micah, correu e os pegou antes que eles chamassem seu pai. Micah pode ter vinte e cinco, mas Jude tem apenas vinte anos. O pai deles teria ficado furioso. Eles são ambos idiotas por fazerem qualquer coisa com Saffron. Ela está sempre à procura de problemas.”
“Saffron os havia convidado para ir nadar na casa de um amigo que ela supostamente estava cuidando. Havia garotas de topless lá. Elas eram amigas strippers de Saffron, embora Saffron não seja uma stripper. Micah e Jude apareceram, e então tinha um menor bebendo na festa. As coisas ficaram muito altas. Os policiais vieram. Micah disse a Saffron para se esconder porque seu pai era um filho de uma cadela e que ficaria puto.”
Eli continuou. “Saffron não estava realmente cuidando da casa. Todos eles estavam lá sem o conhecimento do proprietário. Era a casa de um ex-namorado de uma das stripper. O ex-namorado e sua esposa estavam de férias.”
“Será que o dono da casa vai prestar queixa?” Lila perguntou quando me entregou a abobrinha.
“Não. A stripper que ele teve um caso ameaçou contar tudo para a esposa dele.”
Lila riu então. “Uau. Ok, isso soa como um filme. Sea Breeze é mais animada do que Rosemary Beach. Raramente temos drama. Nada de interessante.”
“Isso é porque você não tem uma Saffron Corbin por aqui.”
Lila passou por mim duas vezes para obter algo da prateleira de temperos. Eu estava tentando não assumir que ela estava fazendo isso de propósito, mas quando ela se aproximou a terceira vez eu decidi que era um convite. Coloquei a faca para baixo e agarrei sua cintura para puxá-la contra mim.
“Eu espero que isso esteja bem.” Eu disse num sussurro antes de reivindicar sua boca com a minha própria. Ela congelou num primeiro momento, e então lentamente derreteu-se contra mim, seus braços indo ao redor do meu pescoço. Isto foi melhor do que eu me lembrava.
Eu ouvi o azeite na panela atrás de nós chiar. Eu sabia que tinha que deixá-la ir, mas a sensação dela em meus braços estava tão certo que era difícil. Quando ela se afastou, ela me deu um sorriso tímido. “As cebolas vão queimar.”
Eu a deixei ir com relutância, e ela correu para movê-las com uma espátula. “Você está pronta para a abobrinha?” Perguntei ainda um pouco entorpecido por aquele beijo.
Ela olhou para mim por cima do ombro e assentiu.
Eu usei isso como uma desculpa para chegar perto dela. Peguei os legumes, em seguida, e fiquei tão perto de suas costas que nossos corpos se tocaram. Baixei a cabeça e sussurrei em seu ouvido. “Vou colocá-los na panela, você mexe.”
Lila tremeu e depois assentiu. Satisfeito que eu estava afetando ela desta forma, eu comecei a derramar lentamente a abobrinha em fatias na frigideira. Ela estava respirando rapidamente, e eu podia ver seu pulso pulando na curva de seu pescoço. Eu dei um beijo lá, incapaz de me segurar.
Ela respirou profundamente e, em seguida, estremeceu novamente.
CONTINUA
Eu só queria me divertir um pouco, e ela não podia deixar-me tê-lo. Ela não podia ficar puta da vida por alguns minutos. Jesus, ela era mais problema do que eu tinha previsto. Seus cabelos escuros foram à primeira coisa que eu vi quando sai do bar. Ela estava de pé apenas alguns metros do bar.
Tinha os braços cruzados sobre o peito, e seus ombros levemente caídos. Como se estivesse com frio e tentando se manter aquecida. Isso não podia ser ela, porque estava quente pra caralho aqui fora.
“Lila!” Eu a chamei. Ela lentamente virou-se para olhar para mim e, em seguida, retomou sua postura quando me viu, mas não estava interessada em mim. Ou como ela estava chateada.
Tomei alguns passos para alcançá-la, pronto para saber o que diabos ela estava pensando vindo aqui sozinha. Mas quando cheguei perto, ela abaixou os braços e manteve o olhar sobre tudo e qualquer coisa, menos em mim. “Pronto para o próximo bar?” Ela perguntou.
Estava chateada. Senti em seu tom. “Por que você simplesmente saiu?” Perguntei frustrado por toda essa cena. Eu tinha começado a me divertir.
“Eu não gosto desse bar.”
O que? “Só porque não gosta de um lugar você simplesmente o deixa. Você não podia esperar para me dizer?”
“Você estava ocupado.” O sarcasmo escorrendo de sua voz não foi perdido.
“Eu estava apenas começando a me divertir. Jesus, Lila.”
Ela começou a se afastar então. Ela estava com raiva e queria ficar longe de mim. Eu não tinha feito nada de errado. “Então volte lá e se divirta. Se é isso que você quer fazer, não tenho nenhum problema com isso.” O tom de sua voz não soava como se ela não tivesse problema com isso.
Estendi a mão e agarrei seu braço, parando-a. “O que há com você? Você está chateada por eu ter bebido shots nos seios daquela garota? Isso é o que ela está lá para fazer. Alguns dos bares aqui têm muito mais do que isso. Foi tranquilo. Eu não estava machucando ninguém.”
Ela suspirou profundamente, e, finalmente, virou-se para olhar para mim. “Isso é o que você gosta?”
“Beber shots de uma mulher? Sim, assim como todos os homens heterossexuais sobre a porra do planeta.”
“Você não a conhece.”
“Não, mas isso realmente não importa.”
Ela me estudou por um momento. “Você já se apaixonou, Cruz?”
Que porra é essa? O que tinha a ver eu gostar de uísque entre os seios para estar apaixonado? “Não, mas o que diabos isso tem a ver com esta conversa?”
O jeito que ela estava me estudando me deixou desconfortável. Como ela podia ver mais do que eu queria. “Porque parece superficial.”
“É sexy, divertido. Não é suposto ser mais nada.”
Lila não respondeu a isso. Deixei-a puxar seu braço para fora do meu alcance. Ela finalmente concordou. “Ok.” Eu não tinha certeza do que ela queria dizer com “OK” e se esse era o seu jeito de acabar com essa conversa ridícula que estávamos tendo, tudo bem.
“Vamos encontrar coisas mais sensuais e divertidas para fazer,” disse ela quando começou a andar novamente.
Eu caminhei ao lado dela. Ela foi até o bar próximo e não esperou por mim para pedir uma bebida. Em vez disso, ela foi direto ao bar e pediu uma dose dupla de uísque para si mesma, bebeu em um gole, então pediu outra.
“A menos que você queira me ter segurando seus cabelos lá fora, na rua, você precisa ir mais devagar,” eu avisei. Ela me ignorou e bebeu a próxima exatamente da mesma maneira. Depois disso, ela me deixou pedir a minha própria bebida e saiu para a pista de dança. Fiz o pedido com o barman, em seguida, assisti em choque como Lila Kate deixou um homem tomar sua mão e colocá-la sobre uma mesa. O cara no palco gritou “O que você quer ouvir coisa doce?”
Ela lhe deu um grande sorriso atrevido que eu nunca tinha visto em Lila Kate antes. “Poison,” ela gritou.
Poison? Que porra ela está fazendo?
“Eu acho que está apaixonada!” O cara no palco gritou. Em seguida, a banda começou a tocar, e assim o fez Lila. Eu sabia tudo sobre ela dançando. Ela tinha feito em toda sua vida. Foi à faculdade que fez. Mas eu não sabia era que, além do ballet e outras merdas de fantasias que ela tinha aprendido, em algum momento ao longo do caminho, Lila Kate tinha aprendido a fazer algo que faria milhões se ela estivesse decidida a tirar a roupa e tomar-se uma dançarina de Pole dance. Filho da puta.
Depois que eu puxei meu queixo do chão, eu tive que lutar contra o desejo de levá-la para fora e longe de todos assobios e aplausos. Foi sexy como o inferno? Sim. Mais do que qualquer coisa que eu já tivesse visto. Voltei à coisa de Branca de Neve que tentei explicar a ela mais cedo. Mas não era Lila. Ela tinha classe. Ela não era o tipo de garota que fazia coisas como esta.
Eu me segurei até que algum bastardo bêbado estendeu a mão e passou em sua panturrilha. Então eu estava feito. Ela tinha feito qualquer ponto maldito que queria fazer e eu não precisava ver mais. Caminhei pela multidão, e depois de empurrar dois caras de volta, agarrei as pernas dela e joguei-a por cima do meu ombro.
Ela gritou.
“Ei! Coloque a mulher para baixo!” Um cara que estava admirando a vista, disse em pé no meu caminho.
“Ela está comigo. Estamos viajando juntos. Ela é minha,” eu respondi dando-lhe um olhar de advertência.
“Você está bem com ele levando você?” O cara no palco perguntou.
“Sim,” ela disse parecendo irritada.
“Deixe-o ir, rapazes,” disse o vocalista, e meu caminho foi inocentado. “Se ela fosse minha, eu teria tomado-a também.”
Dezenove
Lila Kate
SÓ PORQUE EU DEIXEI ele me transportar para fora de lá como um homem das cavernas não significava que eu não estivesse com raiva. Fiquei furiosa. Ele poderia ter um bom tempo, mas eu não podia. Havia regras que estava faltando. Ele gostava de meninas que mostrava seu corpo e ostentá-lo, mas eu não tinha permissão para exibir o meu.
Quando estávamos longe o suficiente do bar e ele não iria entrar em uma briga, eu bati em suas costas e comecei a me movimentar para ser liberta. “Deixe-me descer!”
Ele parou de andar e me colocou em meus pés. “Posso confiar em você que não estará indo saltar sobre um pole em algum lugar e tirar suas roupas?” Ele virou-se para mim.
Era isso. Eu não tinha pedido para sair de Sea Breeze. Eu tinha deixado por causa de algo que ele tinha dito. Ele foi à razão pela qual eu corri em primeiro lugar. Ele tinha me acusado de ser fria e gelada. E quando eu fiz o que ele, obviamente, gostava em mulheres, ele ficou com raiva. Eu não poderia ganhar. Não com ele.
“O que foi? Foi pura demais para você? Você prefere que eu vá lá e empurre o meu top par baixo e comece a distribuir shots nos meus seios?”
Sua expressão era de alguém mentalmente instável. “Foda-se, não!”
“Então o que é que você gosta Cruz? Você me chama de fria e diz que eu sou intocável. Quebrável. Eu venho para provar que não sou nenhuma dessas coisas. Então, quando eu começo a ser corajosa e me solto fazendo coisas como acabei de fazer, você age como se eu estivesse fazendo algo errado. Eu não entendo. Desejaria não me importar. Eu tentei me cuidar por tanto tempo que eu nem me lembro quando eu não fiz. Você. Sempre foi você. Eu odeio isso. Eu odeio que seja você. Por que não podia ser outra pessoa? Alguém que fosse... gostar... Eli! Alguém como ele. Por que não posso querer alguém como Eli? O que há de tão errado com a minha cabeça que eu sempre quis você?” As palavras foram saindo. Me ouvi, sabendo que eu deveria calar a boca. Que o que eu estava dizendo nunca poderia ser levado de volta. Mas era como se eu tivesse controle de mão da minha boca para outra pessoa, e ele estivesse falhando em seu trabalho.
“É como eu pareço? Eu não sou bonita o suficiente? Você prefere outro tipo? Talvez sejam meus seios, talvez porque eles não são tão grandes como o da menina no bar? É isso? E quanto a mim fazer você me tratar como uma professora? Por favor, diga-me para que eu possa corrigi-lo!”
As pessoas estavam nos ignorando. Eles passavam direto por nós, e quando eu percebi o que tinha feito, que tinha apenas gritado tudo isso para qualquer um em torno de nós ouvir. Alguém gritou: “Eu acho que você está fodidamente sexy, baby. Venha até aqui.”
Sintonizando isso. Esta rua estava cheia de bêbados. Eu era um deles, aparentemente, porque eu tinha acabado de dizer coisas que eu nunca quis dizer sóbria. Eu tinha muito orgulho. A bêbada Lila Kate não tinha orgulho. Eu gostaria de ter percebido isso mais cedo.
“Você não é barata. Você não é fácil. Você é como a porra de um diamante raro. Você me quer? Você quer a minha atenção? Por quê? Eu sou uma bagunça. Eu não posso ser o que você merece. Eu nem sei como. E se eu me deixar tocá-la, apreciar o que você fez lá, eu estarei arruinado. Você acha que me quer, mas se realmente me conhecesse iria mudar de ideia. Então eu teria tido um gosto de você e nada jamais iria se comparar a isso de novo. Você me aterroriza. Me assusta como nada jamais me assustou na minha vida.” Seus olhos estavam brilhantes e selvagens. Suas mãos tremiam quando eu deixei cair o meu olhar para olhar para ele, incapaz de manter nossos olhares juntos. Todo o resto dele parecia tenso. Rígido.
“Eu te conheço. Eu te assisti toda a minha vida. Eu vi você no seu pior e seu melhor.” Eu não gritei aquelas palavras. Eu apenas disse e deixei-as ficar lá enquanto eu continuava deixando suas palavras se aprofundar. Eu não esperava isso dele. Eu ainda não tinha certeza se eu estava sonhando. Eu poderia estar sobe o efeito da bebida em algum momento?
“Eu não tenho relacionamentos, Lila.”
Eu levantei meu olhar então. “Eu não estou pedindo por um.”
Ele parecia dividido. Seus olhos se estreitaram. “Então o que é que você quer de mim?”
Eu queria muitas coisas. E eu sabia que ele nunca iria dar o que eu queria. Nós nunca teríamos um felizes para sempre. Isso não era Cruz. Ele nunca tinha sido. “Agora. Agora mesmo. Nessa viagem. Nada mais.”
Ele não respondeu de imediato. Ele ficou lá olhando para mim como se não acreditasse em mim. Ele não deve, porque eu queria mais. Eu só sabia que nunca iria conseguir isso. Eu não era a garota para fazê-lo querer mais. Ele encontraria um dia e iria mudar de ideia. Ele seria capaz de ser aquele cara. O único que fez relacionamentos.
Eu tinha ouvido dos meus pais a história um milhão de vezes. Meu pai não tinha sido aquele cara. Minha mãe tinha sido a única a mudar sua mente. Foi o que aconteceu a todos eles eventualmente. Eu sabia que não era para Cruz e que eu deveria deixá-lo ir e ir embora. Mas eu não podia. Eu queria saber por apenas um momento. Como me sentiria estar com ele. Então havia uma chance de eu tirá-lo da minha cabeça e coração. Seguir em frente e encontrar alguém. Assim, Cruz Kerrington não estaria sempre em meus pensamentos.
“Nada além desta viagem?” Ele repetiu as minhas palavras como uma pergunta.
Eu balancei a cabeça.
“Você ouviu a parte sobre me arruinar?”
Eu dei de ombros. “Nós dois sabemos que isso não vai acontecer. Eu não sou única. Você ainda não encontrou alguém.”
Ele franziu a testa. “Única?”
“Sim. Única. A menina que você vai querer para sempre.”
Ele balançou sua cabeça. “Você está mexendo com a minha cabeça. Eu juro.”
“Você está atraído por mim?” Perguntei-lhe corajosamente. Eu poderia agradecer aqueles shots duplos de uísque por isso.
“Isso não é o ponto aqui. Eu não sei se eu posso... apenas ter um caso com você, Lila. Há sentimentos lá. Eu não gosto de sentimentos porra. Não com as mulheres. Eu não posso te machucar, e é isso que eu vou fazer.”
Dei um passo em sua direção, coloco uma mão em seu peito. Este era um jogo, mas eu estava brava agora. Eu não seria na parte da manhã. Eu tinha ido tão longe que eu precisava empurrar ainda mais. “Você não pode me machucar se eu conheço as regras. Nós desfrutamos disto. Ter um caso. Em seguida, passar como sempre fomos.”
Ele baixou o olhar para a minha mão. “E se você me arruinar?”
“Dê uma chance,” eu sussurrei.
“Foda-se,” ele murmurou em resposta. Em seguida, agarrou meu pulso, e me puxou contra seu corpo. Mal tive tempo para recuperar o fôlego antes de sua boca estar na minha. O sabor das nossas bebidas misturadas com o que eu tinha ganhado. Por agora, eu tinha isso. Foi minha decisão, e eu esperava que isso saísse do meu sistema para que eu pudesse, eventualmente, seguir em frente.
“Não há mais bares,” disse ele contra a minha boca. “Voltamos para o hotel. E não estamos hospedados em dois quartos de merda.”
Eu não discuti. Eu só dei um aceno de cabeça em concordância. Era isso. É melhor não ser um sonho.
Vinte
Cruz Kerrington
HAVIA DECISÕES inteligentes e decisões estúpidas. E então havia erros. Eu não tinha certeza de onde este pousou, mas com Lila em meus braços cheirando como o céu, e a imagem de sua dança naquela mesa foi tudo o que me preocupava, no momento.
Eu quebrei o beijo, agarrei seu cotovelo e me dirigi para o hotel. Nós estávamos em um hotel a poucos quarteirões à frente, na esquina da Canal e Bourbon. Percebi como tudo o que eu, mas queria sem falar, que no fundo eu estava preocupado que ela iria ficar sóbria e mudar de ideia. Se eu fosse metade da porra do homem que eu deveria ser, eu não iria deixá-la fazer isso esta noite, enquanto ela estava bêbada... enquanto eu estava bêbado.
Mas eu tentei dizer a ela a confusão que eu era. Ela parecia ver mais em mim do que estava lá. Eu queria que houvesse mais. Eu queria conhecer suas expectativas. Quando eu era criança, eu tinha visto o olhar em seus olhos, e eu sabia que ela me via de forma diferente do que via Nate. Eu amei isso. Eu era diferente. Isso me fez sentir importante. Então eu a tinha beijado, e ele tinha me assustado.
Eu sabia que Lila Kate não era para mim. Eu não era o tipo de cara que ela iria querer por muito tempo. Ela veria muitos eventualmente. Ele iria fazê-la mudar de ideia. E ela nunca mais olharia para mim com aquele olhar sonhador em seus olhos novamente. A ideia de poder perder que me levou a colocar uma parede lá. Uma construída para magoá-la. Ela tinha funcionado. Até agora. Até que eu ouvi que ela tinha deixado à cidade e eu corri atrás dela, porque eu não podia suportar a ideia de ter uma vida sem ela.
Quando entramos no hotel, fiz uma pausa e olhei para ela. A menina da minha infância. A menina que eu sempre assisti, mas nunca me permiti chegar perto. A que eu fingi que eu não sabia por que me evitava.
“Tem certeza?” Eu perguntei a ela.
“Sim.”
Eu esperei. Eu precisava que ela pensasse. Deixar tudo afundar. “Poderíamos dormir esta noite. Esperar até amanhã.”
Ela sorriu. Tão suave que fez seus olhos brilharem e me fez sentir mais como um homem do que devia. “Hoje à noite,” ela finalmente disse.
O caralho que eu poderia ignorar isso. Teríamos hoje à noite. Se ela se arrependesse amanhã, poderia me quebrar. Mas eu estava disposto a arriscar.
A viagem para o quarto foi curta, mas tantos pensamentos passaram pela minha mente que me senti passar muito mais tempo do que era. Ela tocou o cartão-chave para o desbloqueio e acendeu a luz verde. Era isso.
A porta se abriu. Entramos no interior. Meu quarto era idêntico a este. Logo ao lado. Eu tinha feito uma piada sobre isso quando chegamos. Eu não estava brincando agora. Eu deveria estar naquele quarto. Sozinho. Era a coisa certa a se fazer.
“Lila,” disse pensando que eu deveria parar com isso.
Ela deixou cair à pequena bolsa do ombro no chão, em seguida, tomou a parte inferior de sua camisa e puxou-a por cima da cabeça. O sutiã de renda branco era pequeno e a elevação de seus seios parecia que eles estavam prestes a derramar por cima expondo seus mamilos. Sua blusa caiu no chão ao lado dela, então ela chegou ao redor e desabotoou o sutiã. Eu assisti com fascínio quando as tiras escorregaram pelos seus braços finos até se juntar a sua blusa no chão. Seus mamilos escuros redondos duros do frio do quarto ou a partir de sua excitação chamando minha atenção.
Me movi, fechando o espaço entre nós. Incapaz de manter minhas mãos para mim eu cobri ambos os seios com as mãos. Embora minhas mãos fossem grandes elas não eram grandes o suficiente para levar cada seio completamente. O excesso me animando eu apertei deixando a suavidade provocar minhas mãos.
“Porra,” sua voz pegou quando ela disse as palavras. Aquelas não eram as palavras que eu imaginei vindo de seus lábios. Eles não se encaixavam com Lila Kate. Mas a forma como sua voz tremia quando ela disse. A maneira como ela se inclinou para mim e um gemido suave escapou simplesmente do meu toque fez tudo isso parecer certo. Como era para ser. Como nós deveríamos ser.
A restrição que eu tinha retido estalou. O lado impertinente de Lila foi demais para um homem tomar. Eu agarrei sua saia e puxei para baixo até que ela ficasse ali em nada além de suas calcinhas de renda preta. Elas fizeram pouco para cobri-la. Quase inútil a menos tentando seduzir um homem. E eu estava seduzido. Eu tirei minha própria camisa e joguei-a fora.
Minhas mãos em volta de sua cintura e a suspendi a levando até a mesa do quarto porque era mais perto que a cama. Sentei-a, em seguida, puxando sua calcinha memorizando a maneira que olhei quando ela deslizou fora de seu corpo.
Ela estremeceu e meu pau latejou. Essa era Lila Kate... doce, inocente, preciosa Lila Kate. Impertinente, selvagem, carente Lila Kate tinha tomado seu lugar essa noite, e eu tremia de antecipação. “O que você quer?” Eu perguntei a ela quando desabotoei minha calça jeans. “Diga-me exatamente o que você quer que eu faça.”
Seus olhos foram do meu peito nu e depois bloquearam em minhas calças quando eu comecei a soltá-la e empurrando-a pelos meus quadris e saindo dela. “Diga-me, Lila,” eu exigi. Eu não tinha certeza por isso que eu precisava dela para dizer, mas eu fiz. Eu queria que ela falasse sujo. Ouvir sua linda boca dizer coisas ruins. Fiquei muito provável que explodisse ao som, mas eu queria.
“Eu quero você,” ela sussurrou.
“Você vai ter que fazer melhor que isso. Conte-me.”
Ela engoliu em seco e ergueu o olhar de minha ereção pressionando através de minhas cuecas boxer aos meus olhos. “Eu te disse. Eu quero que você me foda, Cruz.”
Isso deve ser suficiente. Eu deveria estar feliz. Mas ela me transformou em um monstro enlouquecido pelo sexo. “Você quer isso gentil?” Perguntei empurrando minha cueca para baixo deixando meu pau grosso livre.
Ela balançou a cabeça lentamente. Os olhos arregalados quando ela olhou para mim. “Não,” sua voz era tão suave que eu quase não a ouvi.
“Diga-me,” eu disse enquanto empurrava suas coxas com as mãos e me coloquei entre elas. “Como você quer ser fodida?” Nessa última palavra, seus olhos brilharam com o mesmo desejo que sentia.
“Forte. Foda-me forte.”
Minhas mãos chegaram debaixo dela e agarrei sua bunda quando eu bati nela. Que com um impulso era como afundar em cetim apertado e quente. “Foda-se!” Eu gritei quando seu corpo reagiu à entrada súbita, apertando meu pau. Era melhor do que a minha imaginação.
Suas mãos pequenas agarraram meus braços, as unhas cravando em minha carne. O ardor que senti foi incrível. “AH!,” Ela gritou.
“Isso é o quão duro você quer?” Rosnei perto da orelha dela querendo bater nela uma e outra vez, mas estava fazendo tudo o que podia para me controlar.
“Sim. Mais,” ela ofegava.
Meus dedos entraram na carne da bunda dela quando eu puxei para trás e mergulhei mais fundo. Gemendo de prazer, eu mordi seu ombro, e ela começou a implorar. “Por favor, mais forte. Eu quero sentir você amanhã.”
Qualquer a sanidade que estava segurando saiu. Fui buscá-la afundando-a mais para o meu pênis rígido e levando-a até a cama onde eu caí para a suavidade com ela. Não querendo me afastar. Eu tive que puxar para fora em um movimento rápido e lançá-la em seu estômago. “Bunda no ar,” eu pedi.
Ela fez isso, sem dúvida. De quatro, era mais fácil e eu estava martelando dentro dela imediatamente. Seus gritos se tornaram mais frenéticos como a minha respiração. Eu bati na bunda tão forte quanto eu podia sem realmente me preocupar em machucá-la. Só para deixar arder.
“Oh Deus!” Ela gritou. “Estou gozando!” Seu corpo começou a tremer e seu clímax pulsava em meu pau ainda trancado dentro dela. Eu balancei com a necessidade de explodir. Foi uma porra tão incrível que eu não conseguia pensar. Pouco antes de perder a pequena quantidade de controle que eu tinha deixado, eu puxei para trás até que eu estivesse livre dela e gritei seu nome quando minha porra cobriu sua bunda virada para cima.
Seu corpo ainda estava tremendo, e minhas pernas estavam fracas. Fracas demais para se moverem. Ficamos lá. Sua cabeça agora repousava na cama. Tudo o que podia ser ouvido era nós ofegantes. Que tinha sido mais. Muito mais do que eu esperava. Tinha sido viciante. Eu poderia dizer-me que era muito perigoso fazer isso de novo, mas eu seria um tolo. Eu queria mais. Inferno, eu queria mais, logo que eu pudesse respirar fundo novamente.
Ela começou a abaixar seu corpo inteiro para a cama.
“Eu preciso limpar você,” eu disse a ela apreciando o olhar de meu sêmen em sua pele.
“Está bem,” ela disse suavemente, ainda afundando até que fosse pressionada completamente contra o colchão.
Sorrindo para a simples beleza, encontrei forças para ficar de pé e fui para o banheiro pegar uma toalha molhada. Limpei-a rapidamente, em seguida, cobri-a para cima. Ela levantou a cabeça e olhou para mim. “Você está vindo para a cama também?”
Os cabelos perfeitos de Lila estavam bagunçados. Seus olhos estavam pesados, os cílios se espalharam pelas bochechas. O rubor no rosto ainda estava lá, e nada parecia tão incrivelmente bonito na minha vida. “Sim. Eu vou.”
Subi ao seu lado e cobri nós dois puxando-a de volta contra o meu peito. Seria difícil em alguns malditos minutos, mas ela estaria dormindo cedo demais para perceber. Eu inalei o cheiro de seus cabelos e sua mão cobriu a minha.
Levou menos de dois minutos para a sua respiração se abrandar. Ela estava dormindo em meus braços, e eu sabia que nada seria o mesmo para mim. A ruína que eu temia era muito pior do que isso. Eu não estava preparado para ser capaz de deixá-la ir.
Vinte e Um
Lila Kate
RECONHEÇO SEU CHEIRO antes mesmo de abrir os olhos. O calor de seus braços me fez suspirar e afundar mais perto. Isto foi melhor do que sonhei. E sonhei com isso mais do que gostaria de admitir. Lembrar que é por um tempo curto, que não é para sempre causa uma forte dor então afasto o pensamento. Por agora, vou desfrutar do que tenho. Cada momento que passamos juntos, vou absorver tudo.
“Se continuar se contorcendo mais perto vamos foder antes de eu estar totalmente acordado,” sua voz sonolenta me assusta e eu rio. Nunca ri, mas o faço então. É bom. Na noite passada, o álcool me deu a coragem que precisava. Esta manhã não há arrependimentos. Não desejo que tivesse sido diferente. Porque depois de abrir-me para ele e caminhar de volta para o hotel fiquei sóbria o suficiente. Lembro-me de cada detalhe. Nunca esquecerei um só momento.
“Lila,” sua voz rouca e profunda é um alerta quando pressiono o corpo mais no dele. “Você deve estar dolorida,” diz ele enquanto beija meu ombro.
Eu estou. “É uma dor gostosa.”
Ele respira fundo, em seguida, rola para cima de mim. Seu corpo nu paira sobre mim. Os cabelos estão bagunçados e os olhos ainda pesados de sono. “Você encontrou sua boca impertinente e gosta dela, não é?” Ele pergunta com o joelho separando minhas coxas.
Balanço a cabeça.
Então, ele está dentro de mim. Tão rápido. Fecho os olhos com força, e engasgo da ternura e prazer.
“Dói?” Ele pergunta ao ficar completamente imóvel.
“Sim. Mas como disse, é uma dor boa,” digo a ele abrindo os olhos. “Faça doer mais.”
“Jesus, Lila. Você vai nos matar,” ele geme quando começa a se mover. Bombeando os quadris dentro e fora de mim. Sua boca beija ao longo da minha clavícula até o pescoço. Seu hálito quente em meu ouvido só aumenta a sensação. “Diga mais merda suja com esta boca bonita,” ele diz com um sussurro antes de mordiscar minha orelha.
Abro mais minhas pernas levantando os joelhos para prender seus quadris. “Quero te sentir gozar dentro de mim. Sentir o calor da sua porra escorrendo por minhas coxas,” digo e ele congela.
“Porra, Lila. Não fale esse tipo de merda, se não quer que eu goze.”
“Eu quero que você goze.”
Seus braços tremem enquanto ele se mantém completamente imóvel. “Você está tomando a pílula?”
Sorrio para ele. “Sim. Não quero ser mãe tão cedo.”
Ele move-se, a expressão feroz. “Estou limpo. Nunca tocaria em você sem camisinha se não tivesse certeza de estar completamente limpo.”
Confio nele. Ele é um monte de coisas, mas não me colocaria em perigo. Eu sei. “Então goze dentro de mim.”
Seus quadris começam a bater contra mim. Todos os outros pensamentos desaparecem. Tudo o que sinto é o aumento do meu próprio clímax. Posso ouvir sua respiração acelerar e seus palavrões murmurados. Abro os olhos e vejo seus braços flexionando com cada movimento.
Quando empurro contra ele e envolvo as pernas em sua cintura para segurá-lo, eu grito seu nome.
“Maldição, Lila,” ele pragueja e então sinto. Tudo isso enquanto ele me dá exatamente o que pedi. Quero que dure para sempre. Não irei pensar sobre o dia em que tudo terminará. Porque neste momento, eu tenho tudo.
Rolo de lado levando-me com ele. Nós dois estamos ofegantes e suados quando nossos corpos se grudam. Falar não é necessário ou sequer possível. Estou tentando recuperar o fôlego e voltar para a terra. Sexo nunca foi tão bom. Mas, então, minha experiência é limitada. Muito limitada. Mas não posso imaginar ser melhor do que isso.
A mão de Cruz começa casualmente a brincar com meus cabelos. Viro a cabeça para olhá-lo e seus olhos estão fechados. Sempre odiei que ele seja tão impressionantemente bonito. Ele faz meus sentimentos ainda mais difíceis de ignorar. Gostaria de vê-lo e ter vergonha de mim mesma por fazê-lo. A maneira como ele anda, se porta, o som de sua voz e esse sorriso. Tudo isso é impossível não notar. Todas as mulheres o notam.
“Vamos para o norte. O que acha de Memphis?” Diz ele com os olhos fechados.
“Memphis? O que tem em Memphis?” pergunto, desfrutando da liberdade de olhá-lo.
“A fodida Graceland está em Memphis,” ele sorri.
“Quer dizer que quer ver onde Elvis viveu?” Rio ao falar.
Ele inclina a cabeça para olhar para mim e abre um olho. “Claro que sim, eu quero. Essa merda deve ser brega. Quem quer perder isso?”
Não me importa aonde vamos. Estou bem com qualquer lugar. “OK. Memphis então.”
“Você ligou para seus pais?” A pergunta dele me surpreende.
“Não,” admito.
“É melhor,” ele suspira. “Tenho certeza que todos sabem que estamos juntos agora. Nate dirá a eles.”
“Provavelmente.”
Ele passa a mão sobre o rosto e geme. “Grant vai me matar.”
Eu não respondo. Porque essa é uma questão que enfrentarei quando isso acabar. Estou numa aventura para fugir com o cara que está na cama comigo. É diferente agora. Não estou tentando mudar ou encontrar um novo eu. Eu já fiz. A garota que sou nesse momento não é nada como a garota que era na noite que ele tinha me chamado de fria. Agora, só tenho que aproveitar enquanto durar. Porque isto acabará.
“Meu pai pode me matar antes do seu. De qualquer maneira, minha vida será curta.”
Isso me faz sorrir. “Isso é um pouco dramático,” digo a ele.
Ele dá de ombros. “Honestamente, vale a pena.” Sua mão corre pelo meu lado e aperta meu quadril. “Vale a pena completamente.”
Isso não é uma declaração de amor. Eu percebo. Mas é doce. Coloco a perna por cima dele quando viro até que metade do meu corpo esteja em cima dele. Ambos seus olhos abrem quando faço isso. “Somos crescidos,” lembro a ele. “Acho que você vai viver.”
Ele me olha com ternura. “Ou você vai me matar antes deles. Mas a morte por sexo soa como um bom caminho a percorrer.”
Eu rio. “Estou apenas começando. Não estou prestes a atacá-lo.”
Suas mãos agarram minha bunda e me puxa para cima dele. “Talvez, mas colocar este pequeno corpo quente num homem enquanto ele está nu e na cama é irresistível.”
Quando ele desliza para dentro de mim lentamente desta vez, gemo alto e gosto de ser preenchida mais uma vez antes do café da manhã.
Vinte e Dois
Cruz Kerrington
DIRIGIR QUASE SEIS HORAS para Memphis hoje não foi uma boa ideia. Vi Lila Kate esconder a careta quando montou na moto. Nós fodemos como maníacos e agora ela está dolorida. Ela alega não estar, mas vejo em seu rosto. Não deveria ter forçado as duas rodadas esta manhã, mas ela é tão gostosa. É uma necessidade por estar dentro dela novamente e fodê-la, não gosto de querer alguém tão forte. A experiência do passado me prova que uma boa transa tira a menina do meu sistema e sigo em frente. Mas com Lila Kate ainda tem que acontecer. Com as pernas dobradas atrás das minhas e seu corpo contra minhas costas já estou pensando em transar novamente. Jesus, ela é como crack para um viciado.
Vou em direção a Birmingham, Alabama. Podemos parar no meio e descansar. Encontrar algo para ver ou fazer, e depois pilotar o resto do caminho. É apenas uma hora mais perto de Memphis; ela pode visitar sua amiga, e ela ajudará a controlar minha necessidade de ter meu pau nela durante nossa parada. Preciso encontrar algum controle.
Depois de oitenta minutos na estrada, ela começa a se contorcer e acho uma saída que tem opções de restaurante e algumas compras. Passaremos um tempo aqui, então partiremos quando ela estiver pronta. Paro em um restaurante e estendo a mão para ajudá-la a descer. Ela estremece novamente.
“Acho melhor parar por hoje,” digo, me sentindo culpado por seu desconforto.
Ela franze a testa. “Por quê?”
Aprecio que ela tente ser forte, mas sei que está dolorida e não vou fazê-la sofrer mais. Pela primeira vez desejo não ter uma moto maldita. “Você está dolorida,” aponto o óbvio. “Vamos comer e andar um pouco. Fazer compras. Veja como você se sente mais tarde.”
“Vou ficar bem,” ela argumenta.
Ignoro isso. “Com fome?”
“Sim e este lugar cheira muito bem.”
Entramos e forço-me a não colocar as mãos sobre ela. Tocá-la o tempo todo não é bom. Isto é temporário. Não há necessidade de agir como se fosse mais do que isso. Nós dois estamos apreciando a viagem.
Seu telefone começa a tocar pouco depois de passarmos na porta e ela o tira do bolso. Quando levanta os olhos para mim, eles estão se desculpando quando ela coloca o telefone no ouvido. “Ei mãe.”
Disse para ligar para seus pais mais de uma vez. Ela não me escutou.
Sua mãe está falando e o rosto de Lila Kate empalidece antes dela sussurrar. “Ah não. Quando?”
Agora estou preocupado. Ela começa a morder o lábio. “Sim, ele está.”
“Não tenho certeza,” ela olha para mim. “Onde estamos?”
“Cerca de uma hora ao sul de Montgomery, Alabama,” digo.
Ela repete para a mãe. “Não... de moto,” Posso vê-la se encolher quando fala.
“Sim. Vamos dirigir até lá agora,” diz ela. “Vejo você mais tarde. E mãe, eu sinto muito.”
“Também te amo.”
Quando ela termina a chamada, lágrimas enchiam seus olhos. “Minha avó faleceu no meio da noite. Mamãe vai enviar o jato do meu avô para me pegar em Montgomery. Eles já estão na Califórnia. Meu avô chamou mamãe às três esta manhã para contar. Ela e meu pai pegaram um avião pouco depois.”
Esta é a última coisa que esperava que ela dissesse. “Deus, Lila, sinto muito.”
Ela assente com a cabeça. “Eu também. Por causa do meu avô. Ela nunca esteve lá sabe. Sua mente se foi há tantos anos. É um milagre ela viver tanto tempo. Mas Kiro passou toda a vida ao seu lado. Eles pararam a turnê, porque ele odiava estar longe. Toda sua história é apenas devastadora. Minha mãe nunca chegou a conhecê-la. Seu cérebro foi danificado quando ela era um bebê .”
Sei sua história. Foi manchete quando souberam que a mulher de Kiro Manning, Emily na verdade ainda estava viva. O mundo pensou que ela tinha morrido naquele acidente. Mas ele a manteve longe da mídia. Eles fizeram até um filme chamado “Emily Kiro” cerca de dez anos atrás, que foi um sucesso de bilheteria. Kiro não queria que o filme fosse feito no início, mas na entrevista que deu para a revista Rolling Stones disse ter mudado de ideia. Ele queria que o mundo conhecesse sua Emily. O que ela era. Quão surpreendente ela foi. Ela mereceu.
Levo Lila de volta para a moto e a ajudo a subir. Coloco o capacete em sua cabeça e desejo ter mais que eu possa fazer. Algo mais. Algo para ajudar. Temo que ela pegue aquele jato. Nosso tempo está terminando mais cedo do que esperava.
Ela segura-me com mais força do que antes. Minha garganta está grossa. Há uma porra de emoção lá que não entendo. Que não quero. Esta é uma maneira de protegê-la, tirá-la do meu sistema e seguir em frente. Para nós dois. Mas uma noite não foi suficiente. Eu sou egoísta. Sua avó acaba de falecer. Mas que droga.
A viagem para o aeroporto de Montgomery é muito rápida. Nosso tempo juntos está terminando. Esta pequena bolha que tivemos está prestes a estourar. Voltarei para casa e enfrentarei a ira do meu pai. Fazer o que diabos devo. Ela voltará e será como antes. Não vamos continuar de onde paramos. Isso será mais do que uma aventura. Isso fez com que o caroço de merda na minha garganta signifique algo.
Ferir Lila Kate é inevitável para mim. Se fizer isso mais tarde, doerá mais. Mais cedo é melhor. Mais cedo nos ajudará a seguir em frente. Nunca serei o cara que ela precisa. Mas droga, sei que isso me machucará também.
Paramos no aeroporto antes do jato particular chegar. Quero dizer algo que torne isso mais fácil. Algo que faça com que a dor em meu peito vá embora. Algo que faça com que seu olhar triste desapareça. Mas não tenho nada.
Ela desce da moto e pego suas coisas no alforje. Então viro para ela. “Não estava esperando que nossa jornada acabasse tão cedo,” digo tentando sorrir.
“Nem eu.”
Posso ver a questão lá. A incerteza. Ela quer saber se é o fim para nós. Mas ela não pergunta. E não posso dizer as palavras. Mesmo que precise, eu não posso.
“Diga a seus pais e avô que sinto muito por sua perda.” Seus olhos perdem a luz. Ela esperava mais do que condolências genéricas. Sinto-me um idiota gigante.
“Obrigada,” ela sussurra. “Por tudo.” Então ela pega sua bolsa e sai. Assisto a sua partida. Quero correr atrás dela e dizer algo mais. Para tentar fazê-la sorrir. Mas isso só piorará seu estado. Em vez disso, espero ela entrar no prédio. Então subo na moto e volto para o sul. Volto para Rosemary Beach.
Vinte e Três
Lila Kate
EU ESTAVA ENTORPECIDA. O voo para Los Angeles e a viagem para casa de meu avô, em Beverly Hills é um borrão. Quando a limusine que me pegou no aeroporto estaciona na frente de sua mansão, percebo que não me lembro de entrar nela.
Pego a única bolsa que tenho comigo e saio quando o motorista abre a porta. Não vejo Kiro a cerca de seis meses. Ele nos visitou, mas eu não estava. Quando era criança, visitei mais vezes. Fiquei uma semana com ele no verão. Tenho boas memórias deste lugar.
Minha mãe vem para a porta da frente e sai para me cumprimentar. Subo as escadas e espero que ela não esteja muito chateada com meu passeio de moto com Cruz. Ela tem seu pai para se preocupar. Não preciso aumentar seu stress. Sei que nunca andarei na moto de Cruz novamente.
Ele acaba de me deixar ir. Sem promessas. Nada. Ele acaba de terminar. Muito rápido. Meu peito dói e me sinto culpada. Meu avô está sofrendo. Eu deveria estar mais preocupada com ele.
“Como ele está?” Pergunto ao abraça-la.
Ela me aperta. “Ele está triste. Mamãe se foi há muito tempo. A mulher que ele conheceu. Mas agora até mesmo o pouco que ele tinha dela sumiu. Vai ser duro para ele.”
“Ela estava doente?”
“Não. Seu coração parou. Com o dano que seu cérebro sofreu, o médico diz que é um milagre ela ter vivido tanto. Mas papai fez com que ela tivesse o melhor atendimento. E ele está sempre aqui. Acho que ela viveu por ele.”
Sua história é tão trágica. Quando recuo, olho para ela. “Quão chateado está papai?”
“Sobre Cruz?”
Balanço a cabeça.
“Ele não está feliz,” diz ela com um pequeno dar de ombros. “Mas você é uma mulher adulta. O que ele pode fazer? Foi sua decisão para tomar.”
Concordo, mas não acho que papai concorde.
“Ele não vai falar ainda. Por enquanto, trata-se de Kiro e Emily.”
“Quem está aqui?”
“Neste momento, apenas Dean e nós. Nan, Cope, Mase, Reese, Rush e Blaire estão a caminho.”
Mamãe olha a mochila no meu ombro. “O que aconteceu com sua bagagem?”
“Deixei tudo com Nate.”
Ela suspirou. “Para fugir na moto de Cruz Kerrington.”
“Sim.”
Ela não fala mais nada. Mesmo não sendo uma semana, tudo o que aconteceu faz parecer como se fosse muito mais tempo.
“Posso dizer uma coisa?” pergunta mamãe.
“Claro.”
Ela estende a mão e toca minha bochecha. “Você é gentil, amorosa, generosa, paciente e linda. Você merece algo especial.”
“Mãe, você tem um conto de fadas. Nem todo mundo os vive.”
Ela inclina a cabeça para o lado e sorri. “Não, Lila Kate. Nem todo mundo é paciente o suficiente para esperar por ele.”
Ela beija meu rosto, em seguida, pega meu braço e sobe as escadas, entrando na casa. Quero refletir sobre o que ela disse mais tarde. Talvez ela esteja certa. Talvez eu encontre um conto de fadas. Só que o espero da pessoa errada.
A casa cheira a charutos. Foi assim toda minha vida. Ouvi Rush uma vez dizer que é melhor do que o cheiro de maconha que tinha em sua juventude. Caminhamos através da grande entrada pelo corredor esquerdo, onde Kiro tem a sala de jogos. Grandes sofás de couro preto, enormes telas planas em três lados, uma mesa de bilhar e um grande bar estão lá. Sentado no canto do sofá está meu avô, Kiro Manning. Ele está mais velho agora, mas ainda é uma lenda. Seu nome é bem conhecido. Ele tem um charuto numa mão e uma garrafa de uísque na outra. O corpo esguio é alto e coberto de tatuagens. Mesmo aposentado e sendo avô ele ainda se assemelha a uma estrela do rock.
Ele levanta os olhos avermelhados assim que entramos e sorri ao me ver. Ele chorou em algum momento. “Minha Lila Kate,” diz ele com a voz rouca de anos de drogas, cigarro e álcool.
“Hey,” digo ao caminhar até ele. Não é segredo que ficou furioso quando meu pai engravidou minha mãe. Minha mãe não é sua única filha, mas é a favorita. Porque foi a criança que Emily lhe deu. Meu nascimento poderia ter matado minha mãe. Isso o aterrorizou. Mas minha mãe sempre diz que passou a minha vida me esperando. Sei que ele me amava mais do que seus outros netos. Ele é muito franco sobre o assunto. Mas também sei que só sou parte de Emily.
Ele abre os braços também cheirando o álcool e charuto. Abaixo-me e abraço-o com força. “Eu te amo,” sussurro.
“Não tanto quanto eu te amo, menina bonita,” essa sempre foi sua resposta. “Ouvi dizer que esteve de moto com um Kerrington. Acho que tem um pouco do sangue selvagem do vovô depois de tudo.”
Fico tensa esperando que meu pai não tenha ouvido. “Hum, eu acho,” digo o mais baixo que posso.
Isso o fez rir. Estou feliz por ele poder rir, mas não é algo para rir. “Vamos dar a seu papai um pouco de dificuldade. Ele precisa.”
De todas as coisas para ele querer falar essa não é uma delas.
“Papai está tudo bem. Ela só está nervosa em falar com Grant sobre tudo isso,” Mamãe interrompeu.
Fecho os olhos e faço uma careta. Quando levanto Kiro pisca para mim. “Você é uma menina crescida. Tudo bem.”
Viro a cabeça lentamente para olhar meu pai que está em pé no bar com os braços cruzados sobre o peito e uma carranca no rosto. “Ela é melhor do que Cruz Kerrington,” diz meu pai.
“E minha Harlow é melhor do que Grant Carter. Minha menina doce foi varrida de seus pés por alguém que tinha a reputação como um jogador. Parece que acabou tudo bem,” Kiro diz antes de tragar seu charuto.
Papai só resmunga.
Tento pensar em algo para mudar de assunto quando passos soam no corredor. Então ouço vozes. Os outros dois filhos de Kiro chegam com seus cônjuges. Tenho certeza que ouvi a voz do meu tio Mase em algum lugar. E quando ele está discutindo com minha tia Nan parece uma reunião de família.
“Não ficarei no quarto azul, Mase. Enfie-o na sua bunda. Quero o outro perto do elevador. Sempre fico nele. Não discuta comigo,” Tia Nan diz em seu tom irritado agudo.
“Dê-me outra porra de garrafa. Vou precisar dela,” Kiro resmunga.
Ele e minha tia Nan não tem o melhor relacionamento, mas minha mãe disse que está melhor em comparação com o passado.
Quando os quatro entram na sala. Kiro ergue a garrafa. “Estou de luto porra. Não comece essa merda aqui.”
Nan parece envergonhada e Mase assente. “Desculpa. Estou apenas começando a te tirar do tédio.”
Kiro dá de ombros. “Entendido.”
“Sinto muito, Kiro,” Reese, a mulher do meu tio Mase diz quando se afasta dos outros. “Vá em frente, chore e vou manter estes dois na linha.”
“Ainda não descobri como diabos conseguiu essa menina,” Kiro diz apontando com a garrafa na direção de Reese enquanto olha Mase.
“Nem eu,” responde Mase, em seguida, joga-se no sofá em frente à Kiro. “Passe o uísque.”
Vinte e Quatro
Cruz Kerrington
O CHEIRO de flores. Odeio o cheiro tanto quanto odeio funerais. Elas me deprimem. Não deveria estar aqui. Não conheci Emily Manning. Claro, conheço Lila Kate, mas ela não esperava que viesse ao funeral de sua avó. Inferno, eu não iria se pudesse fugir. Uma vez que alguém estava morto, acabou. Porque ter um grande e deprimente funeral?
Quero que minhas cinzas sejam atiradas no Golfo. Sem músicas, flores e sem lágrimas de merda. Afrouxo a gola da camisa e suspiro. Meu pai foi inflexível sobre eu ir. Todos estão. Toda a família maldita está aqui. Como cada família em Rosemary Beach que somos próximos.
“Vamos por Grant, Harlow e Lila Kate!” Meu pai disse quando reclamei sobre não ver razão para ir a este funeral.
A verdade é que tentei tirar Lila da cabeça durante os últimos três dias e não funcionou. Tudo o que posso ver é Lila. Quando tive outra menina contra a parede do meu apartamento na noite passada, tive o rosto de Lila Kate na cabeça. Não quero vê-la tão cedo. Ainda estou tentando tira-la do meu sistema. Até digo a meu pai que eles podem fazer meu funeral uma vez que Grant Carter pôr as mãos em mim. Papai me disse que pedi por isso.
“Ali está Nate,” minha mãe sussurra. “Vá se desculpar.”
“Por quê?” Pergunto confuso. Não fiz nada para Nate.
Ela agarra meu braço como se eu ainda tivesse oito anos. “Por levar Lila Kate sem uma palavra. Isso é o que fez.”
Não vou me desculpar com ele por isso. “Não.”
Suas unhas afundam em minha pele. “Agora.”
Não vou me desculpar, mas vou até lá dizer algo a ele para fazê-la pensar que obedeci antes que ela me agarre pela orelha e me leve até ele.
“Tudo bem,” murmuro e sua mão me solta, logo que vou em sua direção.
Desculpar-me com Nate. Sério? Será que eles sequer conhecem Nate Finlay? Como se isso não fosse algo que ele faria. Jesus. Todos estão sendo dramáticos como o inferno. Não a sequestrei. Ela foi de bom grado.
Nate também usa um terno e Bliss está ao seu lado parecendo deslumbrante num vestido preto com os cabelos presos para cima dos ombros. “Hey,” digo quando eles se viram ao me ver chegando.
Nate inclina o queixo.
“Você viu Lila Kate?” pergunto.
“Sim. Por quê? Tem a moto com você?” Nate sorri quando fala.
“Não, espertinho. Eu só não a vi.”
“Ela foi pegar uma bebida. Já conversou com todos e sua boca ficou seca.”
Balanço a cabeça. Bom. Tenho tempo para ficar fora de vista antes dela voltar. “Estão aqui há muito tempo?”
“Chegamos ontem à noite. Ficamos no Dean. Dirigimos para cá de manhã,” Nate responde. Dean é seu avô. O melhor amigo de Kiro Manning.
“Vou sair assim que isso acabar,” digo. “É bom ver você de novo, Bliss. Acho que estive aqui tempo suficiente para que minha mãe pense que me desculpei o suficiente. Vou deixá-los.”
Nate sorri. “Pedir desculpas, né? Acho que eu gostaria disso.”
Bliss ri. “Nate pare. É bom vê-lo novamente, Cruz.” Ela começa a dizer mais, em seguida, faz uma pausa e sorri para algo sobre meu ombro. “Lá estão eles,” acrescenta.
Olho para trás sem pensar e meus olhos param em Lila Kate. Ela está impressionante. Os cabelos escuros enrolados frouxamente e tocando os ombros. O vestido azul da meia-noite que usa abraça suas curvas docemente. É difícil afastar o olhar.
“Devo buscá-lo? Ou acha que ela quer que ele fique?” Pergunta Bliss.
Buscar quem?
“Deixe. Ela parece querê-lo lá,” Nate responde.
Afasto meu olhar de Lila Kate para ver um cara alto e loiro com a mão possessivamente em suas costas. Sua expressão é séria ao ouvir algo que ela diz. Quem diabos é esse?
“Quem está com ela?” pergunto uma vez que eles obviamente sabem.
“É Eli, meu melhor amigo,” diz Bliss, com um sorriso satisfeito.
“Como ela o conhece?” Lila Kate não é de se relacionar com alguém rapidamente.
“Eles passaram algum tempo juntos antes que você aparecesse de moto e a levasse,” Nate responde. Ele está se divertindo. Ele sabe por que estou perguntando e está se divertindo para caralho.
“Ela quis ir comigo,” digo a ele virando para encarar sua expressão presunçosa.
Ele assente. “Sim, ela quis. Mas agora...” ele inclina o queixo na direção de Lila Kate. “Ela quer Eli. Lição aprendida rápido eu diria.”
“Que porra isso significa?” Rosno dando um passo em direção a ele.
Nate não recua. Mas, então, eu não espero que o faça. Ele dá um passo em minha direção. Sua expressão fica fria. Fechada. “Isso significa que Eli é um bom rapaz. O tipo que permanece. Isso é o que significa.” a voz de Nate é baixa quando fala.
“Ela mal o conhece,” argumento.
“Mas ela te conhece o suficiente agora,” ele responde.
Estamos num funeral. Isso deveria me parar e me fazer ir embora. Mas não vou. Porque Nate está certo. Ela me conhece. Podia pegar minha moto e sair. Isso é o que um bom rapaz faria. Mas eu a levei e depois abandonei. Quando penso sobre isso tenho que admitir que possa ter sido a coisa mais fria que já fiz. E fiz essa merda muito cruel. Volto o olhar para Lila Kate e Eli. Ele está sussurrando algo e ela sorri. O sorriso não é o radiante que conheço.
É triste. Seus olhos não brilham e iluminam a sala como sei que podem. Ela perdeu alguém e Eli está lá com ela. Esse é o tipo de cara que ela precisa. Deixei-a porque ela precisa seguir em frente sem mim. Só não esperava que essa porra acontecesse tão rápido.
“Ela merece muito mais. Você sabe. Deixe que ela tenha.” A voz de Nate me incomoda, simplesmente porque ele está certo. Não falo nada. Apenas vou embora. Volto para minha família. Gostaria de me afastar deste maldito funeral e sair em silêncio. Esquecer o que aconteceu com Lila e eu. Eventualmente.
No caminho para ir embora sinto seus olhos me seguirem. A melhor coisa a fazer seria ignorá-la, mas não posso. Encontro seu olhar. Ela não sorri. Apenas me olha com olhos tão cheios de decepção que queima meu estômago. Ela me arruinou. Assim como estive com medo que ela faria.
Vinte e Cinco
Lila Kate
ELI SEGURA MINHA MÃO enquanto observo o mausoléu privado que abriga todos os membros do Slacker Demons e sua família. Minha avó é a primeira a ser enterrada nele. Kiro comprou porque disse que não queria ser enterrado no chão e não queria que sua Emily fosse também. Então decidiu que a melhor maneira de descansar em paz eterna era um mausoléu com aqueles que mais amava.
“Nunca vi ninguém ser colocado para descansar num destes. Exceto enterros,” Eli diz baixinho ao meu lado.
“Nem eu. Parece mais fácil do que vê-los afundar no chão, não é?”
Ele assente. “Sim, acho que é.”
Concentro-me em meu avô e seus olhos injetados de sangue fitando a frente, onde Emily foi posta. Ele está bebendo uma garrafa de uísque. Estou preocupada que ele entre em coma alcoólico, mas minha mãe disse que ele tem anos de tolerância com estas coisas. Ele ficará bem. Seu terno cobre as tatuagens, mas ainda parece um roqueiro. É sua postura, rosto, a maneira como os cabelos ainda estão longos demais para um homem mais velho. Ele sempre será Kiro Manning. Mesmo aos setenta anos de idade.
“Obrigado por ficar comigo hoje,” digo a Eli. Eu precisava de alguém. Apoio, suporte. Todo mundo esteve aqui. Todos sabem que saí na moto de Cruz Kerrington e todos o viram completamente ignorar-me. Mas a dor do meu avô é mais importante do que meu desprezo evidente por Cruz. Consegui o que queria ao brincar com fogo.
“Estou feliz por ter vindo. Quase não o fiz. Nate pensou que eu deveria. Terei que lhe agradecer por isso.”
Nate esperava isso. Ele sabia que Cruz viria assim como eu. Estamos todos juntos. Preciso agradecer a Nate por trazer Eli. Não que eu vá usá-lo como rebote. Mas ele se tornou um bom amigo. Depois de hoje, espero continuar em contato. Gosto de sua companhia. Ele é forte. Confiável. O tipo de homem que sei que meus pais esperam que eu encontre um dia.
Quando meu coração finalmente se curar e seguir em frente, espero encontrar um conto de fadas com um cara como Eli. Sei que não será Eli porque seu coração já não está disponível. Simpatizo com ele. Amar alguém que nunca terá é doloroso.
Pelo menos ele não sofreu uma humilhação por causa disso. Ele mantém seus sentimentos em segredo. Nunca cometeu o erro de jogar a precaução ao vento e se aventurar.
“Vamos,” digo quando os outros começam a sair. Sei que meu avô ficará aqui por um tempo e quero que tenha seu tempo sozinho com ela.
Eli continua segurando minha mão quando nos afastamos. Sei que os Kerrington estão a minha esquerda. Posso ver Woods e Della pelo canto do olho. Mas não os cumprimento. Simplesmente não posso. Ando com a cabeça baixa. Eli leva-me para a limusine que está à espera da família.
“Onde vai?” Pergunto.
Ele aponta para a limusine atrás da minha. “Para o Dean com Nate e Bliss.”
Estar com Nate e Bliss não é fácil para ele. Sei disso sem perguntar. “Vem comigo,” digo.
Ele sorri como se entendesse por que e pudesse ler meus pensamentos. “Obrigado.”
Vou para o último assento. “Você me salvou hoje. Deveria te agradecer.”
Eli vem atrás de mim e senta com a coxa pressionando a minha. O calor de seu corpo e o cheiro de sua colônia me traz alivio. Que não estou sozinha. Lembro-me da nossa noite juntos. Sei agora a diferença entre um bom sexo bêbado sem amarras e sexo com o homem que seu coração deseja. São dois campos diferentes.
“Você está linda hoje. Ele é um idiota e pela maneira que observou cada movimento seu ele sabe disso.”
Levanto a cabeça e olho Eli. “O que?”
Ele me dá um meio sorriso. “Cruz Kerrington. Ele não tirou os olhos de você. Não o conheço nem fomos apresentados, mas tenho experiência com seu tipo. Posso identificá-los. Ele também é completamente óbvio. Ninguém lá olhou para mim como se quisesse rasgar meus membros do corpo.”
Isso não faz sentido. Balanço a cabeça. “Você entendeu mal. Ele foi forçado a vir. Conheço seus pais. Ele agiu assim porque está com raiva que o funeral diminui seu tempo de diversão.” O desgosto é óbvio em minha voz. Assim como a dor.
“Posso não ser um idiota. Mas sou um homem. Sei o que pensamos. Posso ler um. E esse cara não ficou feliz por você estar comigo. Ele também queria ficar a sós e ter as mãos em você. Honestamente, Lila, você é linda. Hoje esteve deslumbrante. Eu tive dificuldade em afastar os olhos de você.”
Era bom. Não, parecia mais do que bom ouvir um homem de boa aparência dizer isso para mim. Não me sinto bonita ou deslumbrante. “Obrigada,” digo sem ter outra forma de responder. Então digo o que estou pensando. “Eu queria... Gostaria de ter te conhecido em outro momento. Um em que nossos corações não estivessem tão confusos. Talvez tivéssemos uma chance.”
Sua mão desliza na minha e ele a aperta. “Quando saiu eu percebi uma coisa. Meu coração não está onde pensei. Bliss tornou-se um hábito. Tudo o que conheço. Ninguém teve impacto suficiente em mim para movê-la do meu coração. Mas você... você me fez esquecer. Mostrou que há mais. Que posso sentir algo por alguém,” ele faz uma pausa, em seguida, seus dedos entrelaçam os meus. “Meu coração está pronto, Lila. Só serei paciente até o seu estar.”
Uau... isto não é algo que esperava ouvir. “Na nossa última noite juntos estava chateado com ser o melhor homem,” lembro.
Ele dá de ombros. “Um hábito. Um hábito que me despertou e mostrou como meu coração mudou. Percebi que segui em frente quando descobri que tinha ido. Que... me despertou mais do que a merda do casamento fodido. Estive pensando nisso e completamente focado em você. Nem sequer sinto uma pontada quando os vejo se beijando. Você me curou. Gostaria de poder fazer o mesmo.”
Aqui está um homem maravilhoso me dizendo que quer mais. Ele está pronto para seguir em frente comigo. Ele quer estar comigo. Ele está disponível. E tão bonito como tudo soou, mas meu coração ainda dói por Cruz. Sou ou a mulher mais estúpida do planeta ou a mais azarada. Possivelmente ambos.
“Preciso de tempo,” digo a ele porque quero um conto de fadas. Acredito que Eli é esse tipo de cara. Ele é seguro, sólido, bonito. Todas as coisas que meu pai é, que Rush Finlay é e que meus tios Mase e Cope são. Quero um homem como eles.
“Sou muito paciente,” ele responde.
Até mesmo o tom de sua voz é suave. Não faz meu coração acelerar ou desperta borboletas no estômago, mas faz-me sentir segura. Descanso a cabeça em seu ombro. Seu braço me envolve e ficamos lá em silêncio enquanto esperamos o resto da família.
Vinte e Seis
Cruz Kerrington
“VOCÊ A FODEU?” Blaze, meu irmão de dezenove anos pergunta sentando na outra extremidade do sofá que minha mãe se refere como ‘cova dos meninos.’ Fica no piso inferior da nossa casa de três andares e tem tudo que um adolescente pode precisar. Até um miniginásio com pesos. Vim aqui logo que chegamos em casa para evitar o resto da família.
“Só a ignorei,” não respondo voltando minha atenção para o jogo de beisebol que estou assistindo.
Blaze ri. “Isso quer dizer sim. Porra! Ela é tão gostosa.”
Fúria me toma. “Se quer viver é melhor calar a boca,” aviso. Não quero que ninguém saiba o que fizemos, mas também não quero que meu irmão pense em Lila Kate e sexo na mesma frase.
“Qual é o seu negócio? Jesus, relaxe. Lila Kate é sexy. Eu daria minha bola esquerda para transar com ela.”
Movo-me. Rápido. Sem pensar. Prendo Blaze no sofá com a mão em torno de sua garganta. Ele é um centímetro, talvez dois mais alto que eu, mas é mais esguio. Seus músculos são pequenos. Sou mais pesado que ele. Também sou dois anos mais velho. “Cale sua boca porra. Você me entendeu merdinha estúpido?”
Ele assente incapaz de respirar, então solto meu aperto em seu pescoço. Em seguida, o olho uma última vez antes de voltar para meu lugar. “Vá embora,” digo ao sentar novamente.
Posso vê-lo esfregando o pescoço. Droga de drama. Ele finalmente levanta e estou tão aliviado que quase suspiro. Só quero ficar sozinho.
“Se você a ama, então não está fazendo um bom trabalho em demonstrar. Isso é tudo que estou dizendo.” Após as palavras saírem de sua boca, ele se vira e corre em direção as escadas.
“Eu não a amo,” disse a ninguém. Mas preciso dizer. Colocar para fora. “Eu não amo ninguém. Amor não é para mim.” Continuo falando para a sala vazia.
A imagem de Lila Kate em pé no funeral. Sua pele macia bronzeada tão perfeita e nua no vestido que ela usava fez meus dedos coçarem para tocá-la. Sentir a textura sedosa. Se Eli fodido Hardy a abraçasse, não seria responsável por minhas ações. Mas ele não fez. Ele é o cara bom. Ele não tocou em seu corpo. Só segurou sua mão.
Ela parecia precisar do apoio. Lutei contra o ciúme me comendo por ser a pessoa ao seu lado. Foi minha escolha foi não ser. Sofri por seu bem estar.
Passos na escada desta vez me alerta que estou prestes a ser interrompido novamente por um membro da família. Jogo a cabeça para trás e fecho os olhos ao suspirar com irritação. “Você não pode apenas me deixar em paz?” Rosno frustrado quando o próximo membro intrometido da minha família entra.
“É apenas um minuto. Preciso dizer uma coisa. Então não vou incomodá-lo novamente,” a voz de Lila Kate faz minha cabeça levantar. Que porra ela faz aqui?
Ela usa um vestido branco que mostra muita pele. Estou hipnotizado. A visão dela. Toda sua suavidade perfeita. Aqui na minha casa. Por quê?
“Blaze disse que estava aqui e que poderia vê-lo por um momento. Ele saiu com seus pais para o almoço no clube. Não queria incomodá-lo,” ela para e olha o jogo na televisão. “Vejo que você está ocupado assistindo algo. Serei rápida.”
Ela se aproxima parando a alguns passos de distância. “Eu não cometi um erro. Sabia o que estava fazendo. Eu esperava isso de você. Não esperava mais nada. Eu escolhi ir com você, dormir com você, permiti-me gostar de estar ao seu lado. Isso foi tudo para mim. Vou lidar com as memórias. O desgosto. Tudo isso porque pedi por ele. No início, pensei ser estúpida. Amaldiçoei minhas más decisões. Mas... estou grata por ter feito. Eu deixei você me machucar. Mas nós tivemos um momento. Agora sei como é. Como você... me faz sentir. Eu não me arrependo. Não me arrependo de você. Vou seguir em frente. Ir por outro caminho. Nunca o incomodarei novamente. A vida vai voltar ao que era antes.” Ela para e sorri. É um doce e triste sorriso. Ele deixa meus malditos joelhos fracos mesmo estando sentado.
“Faz menos de quarenta e oito horas, mas foi divertido. Emocionante. E sempre me alegrarei por ter feito. Obrigado, Cruz Kerrington,” diz ela quando fecha a distância entre nós e se inclina para dar um beijo em meus lábios. “Adeus,” ela sussurra contra eles. Então levanta e caminha em direção à escada.
Meus lábios ainda estão formigando de excitação por seu toque. Meu corpo anseia o cheiro de seu corpo. Deixá-la ir parece impossível. Estou fora do sofá e atrás dela tão rápido que não tenho tempo para pensar. Minhas mãos agarram sua cintura, e aperto-a contra a parede. Há um milhão de coisas que quero dizer. Mas não falo nenhuma.
Beija-la é a coisa certa. Sem a porra de um beijo doce. Eu reivindico sua boca. Provo sua doçura. Fico bêbado no néctar que é Lila Kate. Desejo isso desde que a deixei. Sonho com isso. Tentei tirá-la do meu sistema com outra mulher. Nada funcionou. Esta é a única maneira de curar meu desejo.
Suas mãos envolvem meus cabelos e minhas mãos sobem para sentir o peso de seus seios. Coloco a mão sobre seu coração e os batimentos fazem o meu disparar. Fiz isso com ela. Ela quer tanto quando eu. Somos a porra de explosivos. Nunca houve outra mulher que me fizesse reagir desta maneira. Por que não posso apenas fazê-lo durar mais tempo? Apreciar até que termine.
Quando suas mãos tocam meu peito e me empurram firmemente, estou atordoado.
“Isso é suficiente,” ela ofega e desliza para longe do meu corpo para libertar-se de onde a prendi.
“Nós estamos apenas começando,” respondo minha própria voz rouca por falta de oxigênio.
Ela balança a cabeça. “Não, Cruz. Meu beijo foi um adeus. Aquele beijo foi um encerramento.” Enquanto estou tentando entender o que falou ela vai embora. Deixa-me lá. Bem desse jeito. Sem lágrimas. Nada.
Eu me sentiria melhor se ela tivesse chorado? Não quero machucá-la. Quero me trancar num quarto com ela e nunca sair. Mas não quero machucá-la.
Ela me mostrou suas emoções antes. Na Bourbon Street eu vi. Tudo. Sei que seu coração é suave. Que as lágrimas caem facilmente. Então, isso significa que a mulher que acabou de sair daqui é algo... que eu provoquei. Ela não foi fria. Ela terminou. Mostrei o quanto posso machucá-la e ela viu que eu não valho a pena. Ela sabe que merece mais.
Seu cheiro se agarra a minha pele. Meu corpo dói com a perda dela em meus braços. Mas mais do que isso minha alma sabe que apenas afastei a única coisa que me despertou. Perdi a mulher que me mostrou como o fogo é.
Afundo na cadeira atrás de mim. Seguro a cabeça com as mãos. Está feito. Nós tivemos nosso pequeno momento. Queria dizer que mostrei como sou ruim para ela. Como posso arruiná-la. Que preservei a ambos. Mas no final, sou o único completamente arruinado.
Vinte e Sete
Lila Kate
O ESPAÇO ERA PERFEITO. Ele iria crescer comigo. Com minhas aulas de dança. Eu podia ver um futuro aqui. Eu tinha o dinheiro para começar. Eu compraria este lugar, todo o equipamento e começaria a anunciar. Claro, eu queria encontrar uma aventura duas semanas atrás, mas agora uma aventura sempre me lembra Cruz. Ele tinha sido a minha verdadeira aventura.
Eu quase tinha deixado a sua presença nesta cidade fazer-me correr. Quando admiti para mim mesma que eu estava olhando para estúdios de dança fora de Rosemary Beach, porque eu estava tentando evitar Cruz, tinha começado a minha pesquisa aqui. Só fazia sentido começar o meu primeiro estúdio em uma cidade onde eu conhecia todo mundo e avançar mais tarde para expandi-lo. Eu não tinha planos de ficar aqui para sempre. Mas, por agora, fazia sentido. Minha necessidade de aventura tinha sido sugada de mim. Tinha sido fugaz. Eu tive aventuras demais no período de uma semana que durariam alguns anos.
A porta se abriu atrás de mim, e Ophelia Finlay ficou ali parecendo tão glamorosa como sempre.
“Eu te liguei três vezes.” Ela me disse como se eu não tivesse visto as chamadas não atendidas no meu telefone.
“Eu estive ocupada.” Respondi.
Ela suspirou alto. “Você não vai mesmo considerar? Eu seria uma incrível companheira de quarto.”
Ophelia tinha ouvido falar, por sua mãe, que eu estava comprando um condomínio e começando meu próprio estúdio de dança. Palavras viajam rápido quando suas mães são melhores amigas. Ela estava tirando um ‘tempo’ da faculdade este ano, porque precisava de uma nova direção ou algo dessa natureza. Isso era muito Ophelia.
“Eu não estava considerando. Não duvido que você seja uma boa companheira de quarto. Eu só precisava ter certeza de que era isso que eu ia fazer,” Eu virei em um círculo olhando para o prédio. “Mas é isso mesmo. Este é o lugar.”
Ophelia assentiu. “Este será um bom estúdio. Excelente localização.”
Eu apontei para cima. “Meu apartamento será lá em cima. Estou comprando o prédio. Eu preciso poupar dinheiro, e ficar onde eu trabalho faz sentido.”
Ela fez uma careta. “Você vai morar aqui?”
Eu balancei a cabeça. “Sim.”
“Como se parece lá em cima?”
Dei de ombros. “É um grande loft, vigas expostas, muito abertas. Não é realmente o seu tipo de lugar.” Foi por isso que eu não tinha respondido suas ligações.
“Que horas serão as suas primeiras aulas?” Ela perguntou, ainda não parecendo satisfeita.
“Às oito da manhã.” Eu respondi.
Sua determinação para ser a minha nova companheira de quarto parecia que estava desaparecendo rapidamente. “Oh.”
Isso foi o que eu pensei. Este seria o meu mundo. Meu trabalho e meu loft. Eu não imaginava que iria atrair alguém.
“Posso vê-lo?” Perguntou ela, esperançosa.
“Certo, vamos.” Eu respondi. “Por este caminho.”
Eu abri o caminho para a porta de trás, que foi pintada de azul. Eu mudaria isso. Ela abria-se para as escadas que iam para o sótão. Havia exatamente vinte e cinco degraus. Quando chegamos ao topo, não havia porta. Gostaria de trabalhar com isso, também.
A área de quatro mil metros quadrados era quase completamente aberta. A única privacidade era um banheiro à esquerda e a escada em espiral que levava a mais uma área do loft que seria o meu quarto. A cozinha estava completa e era toda em aço inoxidável. Mesmo as bancadas eram inoxidáveis. Era tudo muito industrial.
“Existe um segundo quarto?” Perguntou ela observando a área.
“Não. O proprietário original era um homem. Mas se você está realmente interessada, há espaço suficiente. Nós podemos construir paredes nesse canto próximo ao banheiro, e você teria um quarto de tamanho suficiente. Mas teríamos que dividir o banheiro.”
Ela caminhou enquanto estudava toda a área de Rosemary. Era pequena e uma rua pitoresca com lojas. O exterior de todas as lojas era muito ‘costa do sul’, e me senti confortável com isso. Muito diferente da área onde tínhamos vivido quando crianças. Finalmente, ela se virou para mim e sorriu. “Vamos fazer isso.”
Se tivesse sido Phoenix Finlay, eu não teria dito absolutamente nada. Mas eu poderia viver com Ophelia. Além disso, o rendimento do aluguel pagaria os serviços públicos neste local. Fazia sentido ter este acordo.
“Eu vou falar com o papai para ele arrumar alguns trabalhadores aqui para construir um quarto assim que eu assinar a papelada deste lugar.”
Ela estava sorrindo brilhantemente. “Quanto tempo você acha que vai precisar?”
“Até o final dessa semana.”
Ela bateu palmas com entusiasmo. “Isto será muito divertido!”
Eu esperava que sim. “Você quer um emprego? Porque eu vou precisar de ajuda no escritório uma vez que abrir o estúdio.”
“Certo! Por que diabos não? Podemos apenas retirar o aluguel do meu salário?”
“Isso seria bom para mim.”
Conversamos um pouco mais antes de Ophelia sair para contar para a sua mãe sobre seus planos. Entrei e puxei-me para cima, para me sentar no bar da cozinha. Eu poderia fazer uma vida aqui. Não era na parte rica de Rosemary Beach, onde as grandes casas eram e o clube estava localizado. Ficava logo ao lado dele, mas parecia separado. Eu não estava deixando a cidade, mas eu estava começando uma nova vida nesta cidade.
Meu telefone tocou e ecoou no grande espaço vazio. Olhei para ele, era Eli. Sorrindo, eu respondi. “Olá.”
“Como parece o lugar?” Ele perguntou. Eu tinha lhe dito, por uma mensagem de texto que eu lhe enviei ontem à noite, que viria verificá-lo hoje.
“Perfeito. Eu acho que vai ser perfeito.”
“Droga. Eu estava esperando que você achasse que é ruim e viesse para Sea Breeze comprar algo por aqui.” Ele estava brincando, mas eu sabia que ele também ficaria contente se isso acontecesse.
“Você sempre pode vir a Rosemary Beach.” Eu respondi.
Ele ficou quieto por um momento. “Não me tente.”
Eu me perguntei se ele iria realmente fazer isso. Talvez um novo começo fosse o que ele precisava. “Eu não iria reclamar se você viesse.” Eu adicionei.
Ele riu e acrescentou, “É difícil dizer não para você também. Mas eu tenho um emprego, e não posso apenas largar tudo e fugir.”
Ele tinha um ponto. “Eu sei. Queria esclarecer que se você precisar de uma aventura eu ficaria feliz em ser o seu início.” Eu estava brincando, mas ele ficou quieto.
Mordi meu lábio nervosamente. Talvez eu não devesse ter dito isso. Nós não falamos muito sobre aquela noite. Eu não tinha certeza se ele se lembrava de me perguntar se ele foi o início da minha aventura. Esperei por ele dizer algo e me preocupei todo o tempo em que ele ficou em silêncio.
“Eu poderia considerar se pudéssemos ter outro sexo na praia. Eu penso muito sobre isso. Desejo a Deus que eu não tivesse estado tão malditamente bêbado.”
Após Cruz, eu não estava pronta para fazer sexo com ninguém. Eu queria estar um dia. Mas, por agora, eu simplesmente não podia. Em uma semana, eu tinha feito sexo com dois homens diferentes. Isso tinha sido um inferno de uma aventura.
“Um dia, se for à hora certa.” Eu disse suavemente enquanto imagens de Cruz e as coisas que tínhamos feito apareciam na minha cabeça. Meu coração doía junto com elas.
“Eu não quero ser apenas o começo de sua aventura Lila, eu quero ser o fim.”
Vinte e Oito
Cruz Kerrington
MINHA CABEÇA ESTAVA FODIDA. Eu estava no trabalho fazendo o que meu pai me pediu para fazer. Não porque ele pediu, mas porque eu estava tão fodido da cabeça que eu precisava de algo para me distrair. E as bucetas de outras mulheres não estavam funcionando.
“Cruz, você parece tanto com o seu pai em sua idade, que eu tive um flashback. Eu era uma garçonete novamente e lá estava o chefe. Você está bem aqui no Club Kerrington de polo. Eu sei que Woods está orgulhoso de tê-lo aqui com ele.” Blaire Finlay disse quando entrou na sala de jantar com minha mãe e Harlow Carter, a mãe de Lila.
“Ele é gêmeo de seu pai. Em tudo, incluindo a atitude.” Disse minha mãe com um sorriso.
“Não vou dizer a ele que você disse isso.” Eu disse, sabendo que ele não gostaria de ouvir que eu agia como ele.
Blaire riu, e as três passaram por mim. Minha mãe fez uma pausa para apertar meu braço gentilmente. Harlow estava quieta. Ela não falava alto como as outras ou chamava a atenção para si mesma. Ela era quieta, bonita, não parecia em nada que tinha a sua idade, e tudo que eu podia ver era Lila Kate vinte anos mais velha. O homem que a segurar será um sortudo filho da puta.
Irritado com minha linha de pensamento, eu andei pelo corredor em direção ao escritório do meu pai, para onde eu estava indo quando as três tinham chegado. Eu adorava vir a este escritório. Isso significava que veria meu pai. Ele me colocava em sua mesa e me deixava brincar com um brinquedo pequeno de golfe que estava sobre ela. Eu assistia a tela plana na parede e o observava enquanto ele trabalhava. Eu queria ser como ele.
Caramba, como os tempos haviam mudado.
A porta do escritório do meu pai abriu e ele saiu antes de eu chegar a ele. Seu olhar imediatamente parou em mim. “Bem, você chegou na hora. Eu terei um almoço com o Capitão, se lembra do irmão de Blaire Finlay? Sua filha Emmeline está com ele. Ela está sendo preparada para assumir a franquia de restaurante aqui em Rosemary Beach. Eu acho que ter você lá vai fazê-la se sentir mais confortável já que você está mais próximo da idade dela.”
Encontro de almoço. Fan-porra-tastico. “Eu conheço Emmeline, e a chamamos de Emmy. Ou pelo menos era assim há dois anos, quando eu falei com ela em um evento realizado aqui por uma coisa ou outra.”
Papai concordou. “Bom. Franny, a filha mais velha do Capitão supervisiona as franquias no Alabama e Tennessee. Emmeline está sendo treinada para assumir as franquias da Flórida e Geórgia. Ela não estará pronta até se formar na faculdade, mas o Capitão começa a prepará-las desde jovens. Como eu deveria ter feito com você. Empresário inteligente.” Meu pai disse enquanto andava e esperava que eu o acompanhasse.
“Vamos comer aqui?” Perguntei esperando a resposta negativa. Eu não estava no humor para lidar com a multidão lá dentro.
“Não. Vamos para o lugar do Capitão.”
“Por que exatamente estamos nos reunindo com ele?”
“Porque nós precisamos de outro restaurante no clube. O grill junto à piscina e o salão de jantar principal não são suficientes. Não mais. É hora de nós expandirmos.”
“Então você irá colocar um dos restaurantes do Capitão no clube?”
“Possivelmente. Parece ser uma boa ideia. Vamos ver o que se desenrola.”
O novo Dodge Ram do meu pai estava estacionado na frente e um manobrista já tinha começado a trazê-lo para nós. Subimos e nos dirigimos para a propriedade do clube, na parte de negócios de Rosemary Beach, onde fazem compras, comem, fazem mais compras e toda a merda turística estava localizada. Eu não disse muito, apenas observei a cidade passar. Perguntei-me sobre Lila Kate, porque esse era o meu novo hábito que eu não podia deixar.
“Conversou com Lila Kate ultimamente?” Papai perguntou como se ele pudesse ler minha mente.
Eu balancei a cabeça negativamente.
“Então você não sabe sobre ela comprar esse lugar?” disse ele, e meus ouvidos se animaram.
“O quê?”
Papai parou em um dos três semáforos na cidade e apontou para uma loja de dois andares na esquina da rua principal. “Aquele ali no fim. Grant disse que ela comprou. Ela está abrindo um estúdio de dança.”
Estudei o edifício azul pálido. Grandes janelas forradas, piso inferior e no segundo andar tinha os protetores contra furacões que eram tão populares por aqui. “Isso não pode ter sido barato.” Wu disse perguntando o que diabos ela estava pensando.
“Não foi. Mas ela tem um fundo fiduciário de Kiro. Ela tem uma boa cabeça para os negócios. Em vez de viver com o dinheiro, ela o está usando para fazer mais. Para construir alguma coisa.”
Eu podia ouvir a admiração em seu tom. Eu sabia que ela era especial. Ele não precisava reforçar isso. Eu entendi. Foi por isso que a afastei. Isso tinha sido o correto.
Papai puxou o caminhão na frente do lugar do Capitão em Rosemary Beach, e eu saí ainda olhando para o lugar que agora era de Lila. Ela não estava deixando a cidade. Isso era bom. Como se eu pudesse respirar melhor. Não que fosse importar onde ela vivia, mas eu a queria aqui. Isso era muito fodido.
“Ouça, preste atenção, e seja educado. Fale com Emmeline. Não aja como um idiota.”
Eu sorri. “Quando eu fui um idiota com uma mulher?”
“Inúmeras vezes, Cruz. Muitas vezes.”
Carrancudo, eu o segui e o cheiro de frutos do mar me bateu. Eu não tinha estado aqui há muito tempo, mas a comida era boa. Eu deveria sair mais vezes. Não iria me prejudicar andar por essa parte da cidade.
“Woods, Cruz, é bom ver vocês dois.” Capitão Kipling disse enquanto apertava a mão de papai, em seguida, a minha. “Quando você se transformou em um homem?” Ele brincou, e em seguida, me deu um tapa nas costas.
Emmy caminhou ao seu lado e sorriu para mim. Não era o tipo educado de sorriso de negócios que eu estava esperando. Ela estava mais velha e, nos últimos dois anos ela amadureceu. Ela também sabia disso. Seus longos cabelos loiros e olhos verdes brilhantes eram uma combinação impressionante contra o bronzeado deixado pelo sol em sua pele.
“Olá, Cruz.” Seus olhos brilhavam com malícia quando ela disse meu nome.
“Emmy,” eu respondi com um aceno. “Bom te ver.”
“Enquanto vocês se sentam, eu vou levar Cruz comigo para pegar o laptop que você precisa papai. Eu posso mostrar-lhe em volta também.”
Capitão e meu pai já estavam conversando socialmente, e ele apenas balançou a cabeça. Meu pai me deu um olhar de aviso antes de se afastar. Essa não parece ser uma boa ideia. Será que os dois não viram a forma como Emmy tinha olhado para mim? Eles eram tão cegos? Ela não estava pensando porra nenhuma em negócios.
“Meu pai me disse que você está sendo preparado para assumir o clube.” Disse ela andando tão perto de mim que o seu braço escovou contra mim.
“Sim.” eu respondi.
“Eu estarei na cidade mais vezes para conhecer este lugar. Durante o verão, estarei aqui para trabalhar. Até eu voltar para a Universidade UT, deveríamos fazer alguma coisa.” Sua voz caiu para um tom sensual. Merda.
“Não sei o que você está pensando, mas estaremos potencialmente trabalhando juntos. Não acho que temos que atravessar as linhas.”
Ela se aproximou, em seguida, deu um passo na minha frente para abrir a porta e me levou para dentro. Eu estava na sala e percebi que era um escritório antes dela fechar a porta. “O que há de errado em ter um pouco de diversão? Isso fará com que trabalhar juntos seja mais agradável.”
Sua mão tocou meu braço e me afastei quando ela se aproximou mais de mim. “Eu sempre tive uma queda por você. Mas eu acho que todas as meninas têm.”
Foda-me. O que diabos eu deveria fazer com isso? Normalmente, eu mergulharia neste convite, mas o tempo estava fora aqui. Minha cabeça estava desarrumada, e Emmy não era alguém que eu pudesse mexer sem que meu pai ficasse irritado.
“Olha, por mais tentador que seja, temos que trabalhar juntos. Eu tenho certeza que você está bem ciente da minha reputação. Eu não quero qualquer atrito entre nós.”
Ela riu, em seguida, e moveu-se para frente de mim. Seu peito quase tocou o meu. “Eu não estou à procura de um relacionamento, Cruz. Eu só quero um pouco de diversão.”
Se eu pudesse ver além do rosto de Lila Kate, eu poderia aceitar isso. Mas caramba, eu não poderia usar Emmy dessa forma. Eu teria que fechar os olhos e fingir. A última garota que eu estive nas duas noites anteriores, eu realmente a chamei de Lila. E aquilo não terminou bem.
Embora se alguém pudesse atrapalhar a minha obsessão por Lila, isso iria me salvar. “Eu vou ser honesto com você. Eu terminei com alguém há pouco tempo e estou trabalhando através disso. Superando tudo. Mas eu ainda não cheguei lá.”
Emmy mordeu o lábio inferior sedutoramente e então finalmente pressionou os seios contra o meu peito. “Eu posso te ajudar com isso.”
Por que essa merda sempre acontece comigo? “Não tenho certeza que seja uma boa ideia.” Argumentei, mas as minhas palavras não soaram muito convincentes. Ela era gostosa. Eu era um cara e eu estaria mentindo se dissesse que não gostei dela.
“Dê-me uma chance. Apenas um gosto e você vai ver...” ela sussurrou e, em seguida, sua mão deslizou até o interior da minha coxa e segurou meu pau. Puta merda!
“Você me deixa duro e eu vou ter que andar por aí com um tesão do caralho. Isso não será legal para qualquer um dos nossos pais.”
“Se eu te deixar com tesão, eu posso resolver isso pra você.”
Desta vez, eu ri. “Confie em mim, querida, não temos tempo para isso.”
Ela moveu a mão, enquanto eu já estava semiduro. “Quando você tiver tempo... Eu sou ótima em chupar um pau.”
Eu ainda estava preso em suas palavras quando ela se afastou e pegou um laptop fino. “Vamos chegar a essa reunião. Estou morrendo de fome.” Ela disse enquanto me lançou um sorriso malicioso, em seguida, balançou seus quadris quando saia pela porta.
Eu poderia fazer isso. Desfrutar dela. Divertir-me. Ela não era a boa menina que eu tinha assumido. Emmy Kipling era impertinente. Deve ser a coisa da garota da faculdade se tornando selvagem. Eu estava pensando nisso e relaxei um pouco quando nos juntamos aos nossos pais.
Emmy de repente tornou-se toda negócios e era encantadora e inteligente. Ela sabia muito sobre o lugar e fez os dois homens rirem quando falou sobre uma merda que era engraçada. Eu não falei tanto, mas me esforcei para manter o meu pai feliz.
Apenas quando aceitei isso, senti que ia ficar bem, pelo menos, não tão ruim quanto eu tinha pensado quando o meu pai disse que tínhamos que vir a esta reunião. Comecei a sorrir e há flertar um pouco, pisquei para Emmy quando nossos pais estavam ocupados discutindo outra coisa e ela me deu um sorriso que prometia algo mais tarde. Algo que eu estava me preparando para aceitar. Então eu senti. Um calor morno. Um formigamento. Levantando os olhos, eles bloquearam com os que não saia da minha cabeça.
Lila Kate estava lá, com um pedido em suas mãos. Seus olhos estavam em mim. A dor era óbvia e vê-la lá cortou meu peito.
Eu era um bastardo.
Vinte e Nove
Lila Kate
BAIXEI OS ALIMENTOS sobre o balcão da minha cozinha e gritei de frustração. Eu o odiava. Eu odiava Cruz Kerrington. Eu o odiava. Abrindo um armário, eu peguei um copo e o enchi com água gelada. Seu sorriso estúpido na minha cabeça enquanto ele piscou para Emmeline Kipling. Ela tinha o quê, dezenove? Deus, ele era um porco.
Se ela o deixar se aproximar, ela é estúpida. Estúpida como eu. Eu gemi com o pensamento e abri o saco para tirar a comida que já não parecia atraente. Havia outros lugares que eu poderia ter comido hoje. Por que eu tive que ir lá? Por que eu tinha que ver aquilo?
Sentei-me em uma das banquetas coloridas que chegaram ontem. O local era tão industrial que eu tinha adicionado toda a cor e arte que eu podia. Eu gostei da maneira como ele estava ficando. Os banquinhos foram pintados por um artista local e cada um tinha uma face louca artística diferente pintada nas costas.
Olhei para as patas de caranguejo na minha frente quando forcei um em minha boca. Eu tive que comer. Eu estava trabalhando no andar de baixo durante todo o dia e ainda faltava mais de um mês para abrir o local. Eu tomei um gole da minha água e, em seguida, olhei para o meu telefone. Eu não tinha falado com Eli em duas semanas. Ele sabia que eu tinha comprado o lugar, mas eu tinha estado tão ocupada me mudando que não tinha enviado nenhuma mensagem para ele.
Peguei meu telefone e decidi mudar isso. Nós não fomos feitos para ser mais do que amigos, mas eu gostava da sua amizade. Nós amamos pessoas que não nos amam de volta. Ele entendeu.
“Já me mudei. Quando você vem me visitar?” Então eu pressionei enviar.
Ophelia não veio ainda. O quarto dela estava quase concluído. Ela tinha ido para Los Angeles com Phoenix para visitar seu avô por uma semana. O lugar tinha estado tranquilo. Apenas eu e meu pai, juntamente com alguns de seus funcionários que vieram trabalhar no quarto nos últimos dias.
“Quando for convidado.” Foi sua resposta.
Eu senti falta dele. Eu perdi o cara de confiança que cumpria o que ele disse que ia fazer. Ele era honesto e não fazia coisas que poderiam ferir os outros. Eu queria que Eli tivesse sido o único a roubar o meu coração. Ver Cruz com outra pessoa seria mais fácil se ele estivesse aqui.
“Você está convidado. Considere este o seu convite oficial.”
Enviar textos para ele aliviou a dor que eu senti no meu coração e comecei a comer a minha comida e me divertir. Se eu pudesse voltar atrás e não implorar a Cruz pelo impossível naquela noite, na Bourbon Street, eu o faria. Eu pegaria tudo de volta. Desistiria das memórias. As pessoas que disseram que não trocaria isso, mesmo que doa, eram loucas. Eu desistiria em um piscar de olhos. Eu não queria pensar nele.
Eu queria esquecer tudo.
“Sexta-feira é cedo demais?” Eli mandou uma mensagem de volta.
“É perfeito.” Eu respondi.
Isso me dava dois dias para arrumar esse lugar. Eu gostaria de fazer alguns planos para nós e, em seguida, me divertir. Eu não penso sobre Cruz. Eu não ligo para o que ou quem ele estava fazendo suas coisas. Eu vivo minha vida.
“Vou começar a fazer a mala.”
Eu rio com o último texto e acabo de comer.
As coisas estavam se tornando diferentes do que eu tinha imaginado, mas elas não eram ruins. De modo nenhum. Eu estava animada. Logo eu possuiria um estúdio de dança. Eu ficaria para ensinar crianças, incentivá-las a encontrar o seu amor pela dança do jeito que eu tinha encontrado.
Eu limpei minha refeição e desci para voltar a pintar as paredes. Papai tinha se oferecido para fazer isso, mas eu queria saber que eu tinha feito algo. Este era o meu lugar. Eu gostava de ter a minha mão em torná-lo pronto para morar.
Quando passei pela porta, Cruz estava ali olhando ao redor. Suas mãos estavam nos bolsos do jeans, e com um olhar que eu não conseguia ler em seu rosto. Eu pensei em virar e correr de volta lá pra cima, mas eu não tinha doze anos. Eu era uma adulta e este era o meu estúdio.
“Posso ajudá-lo?” Perguntei.
Seu olhar voltou-se para mim. Ele não tinha me ouvido entrar. “Ei.”
Eu não respondi. Eu só continuei em silêncio olhando para ele.
“Sobre o que você viu,” ele começou e eu levantei a mão para detê-lo.
“Não faça isso. Por favor, não venha aqui e aja como se você tivesse que explicar alguma coisa para mim. Eu acho que eu fui clara em sua casa. Tivemos um encerramento. Está feito. Tenho que terminar de pintar. Se você me der licença.” Fui até a tinta e o rolo que eu tinha deixado quando saí mais cedo, e esperei que ele tivesse virado e saído.
“Se você teve a porra do seu encerramento, por que seus olhos pareciam tão incrivelmente magoados? Diga-me Lila. Diga-me por que seus olhos tomaram meu fôlego? Porque, com certeza, não foi um encerramento que eu vi neles, porra.”
Fiz uma pausa e respirei fundo. Ele estava certo. Mas eu não ia admitir isso. “Ainda é recente. Estarei bem em breve.”
“Porra, quando descobrir como superar isso você poderia me dizer como? Porque Deus sabe que eu preciso de ajuda.”
Eu não podia deixá-lo chegar a mim. Eu não podia deixar suas palavras me fazerem fraca ou acho que eu não poderia confiar nele. Que não poderíamos ter nada.
“Você estava indo muito bem.” Eu respondi e me dobrei para pegar o rolo e tirar a tampa da lata de tinta.
“Lila, olhe para mim. Jesus, só olhe para mim merda. Diga-me se isso se parece com um cara que não se importa? Você me viu flertar. Eu tenho flertado desde que eu consigo andar. Não significa nada. É apenas como eu reajo a mulheres que estão flertando comigo.”
Eu rio e então balanço a cabeça. “Tanto faz. Eu não me importo. Basta ir.”
Ele ficou lá. Não falou e não saiu. Tentei me concentrar na minha pintura, mas foi difícil com seus olhos me observando. Esperei que ele dissesse algo mais. Se ele simplesmente deixasse isso acabaria de uma vez. Tudo isso. Eu experimentei isso. Sabia como era e estava pronta para deixá-lo no passado.
“Se você não se importa então poderíamos sentar, conversar, tomar uma cerveja. Nós não podemos fazer isso, Lila. Então, sim, você se importa.”
Ele estava certo. Eu o odiava por estar certo. Se eu não me importasse não haveria emoção. Eu estaria bem com uma visita. Eu não estaria exigindo que ele saísse. Deixei minhas mãos cair ao meu lado e me virei para encará-lo.
“Você está certo. Eu me importo. Mas eu quero não me importar. Quero esquecer que tudo aconteceu. Quero esquecer você.” As palavras, embora fossem verdades, soaram muito mais frias e mais duras quando eu disse em voz alta. Eu quase as retraí, mas me contive. Ele me machucou. Se isso for machucá-lo, então, tudo bem.
“Eu não quero esquecer.” Sua voz era profunda e dolorosa.
Comecei a dizer algo para suavizar a situação, mas então ele fez como eu pedi. Ele se virou e saiu. Depois que a porta se fechou atrás dele, o lugar ficou em silêncio novamente. E eu estava sozinha mais uma vez.
Trinta
Eli Hardy
O CHEIRO DE TINTA FRESCA me pegou enquanto eu ia para dentro do prédio que seria o estúdio de dança de Lila. Era uma pálida sombra de azul, e o teto sem pintura logo parecia com o céu da manhã. Ela me contou sobre um artista que tinha vindo para pintá-lo. Ainda havia muito a ser feito, mas eu estava feliz por ela. Ela estava tão animada quando ela falou sobre seus planos. Eu a ouvi por mais de uma hora na noite passada. Quando ela percebeu quanto tempo estava falando comigo sobre isso, ela se desculpou. Tinha sido bonito.
Nenhuma vez na minha vida alguém tinha me feito esquecer Bliss. Havia sempre uma dor no meu peito quando eu pensava nela. Até agora. Aquilo tinha ido embora. Eu sabia o porquê. Lila havia se tornado importante para mim. Ela tinha sido tão adorável que eu não conseguia pensar em mais ninguém. Bliss era o que deveria ter sido sempre para mim, uma amiga. Uma grande amiga com quem eu me preocupava, mas eu poderia dizer honestamente que eu não amava a minha melhor amiga. Fiquei feliz por Bliss ter encontrado Nate e que a vida dela estava cheia de alegria.
Eu puxei minha mochila por cima do meu ombro e atravessei a sala em direção a uma porta na parte de trás. Ela tinha dito para entrar naquela porta e seguir em frente até as escadas. Esta noite ela estava cozinhando pela primeira vez em sua cozinha e não queria deixar a comida sem vigilância, de modo que ela tinha deixado as portas destravadas para mim.
O cheiro de tinta desapareceu quando a pesada porta se fechou atrás de mim. Eu comecei a subir as escadas. Podia sentir o cheiro de alho antes de eu ter andando a metade do caminho.
“Eli?” Lila gritou.
“Sim!” Respondi.
Eu ouvi o toque de seus pés enquanto caminhava em minha direção. Quando cheguei ao topo da escada, ela estava lá para me cumprimentar. Ela era de tirar o fôlego. Droga... era bom estar aqui.
“Você está aqui!” Ela disse sorrindo para mim como se eu não fosse aparecer. Então ela acenou com a mão e deu a volta. “É isso. O que você acha?”
O espaço parecia que pertencia a um homem solteiro. Lila tinha adicionado um monte de coisas suaves de mulher, tudo colorido para subjugar a masculinidade do lugar. No entanto, a aparência rústica industrial, com as vigas expostas, foi construída para um homem em mente. Nada chique. Apenas aberta e útil.
“Eu acho que gostaria de alugar aquele quarto se Ophelia desistir.” Eu disse, brincando.
“É ótimo, não é? Eu amo a vista e a sensação de que esse lugar é meu.”
Eu balancei a cabeça. “Sim, isso é ótimo.” Assim era o meu ponto de vista.
Lila usava uma saia branca curta e com um top azul sem mangas que mostrava seu bronzeado. Seus cabelos estavam presos no alto da cabeça em um nó confuso. Ela não estava usando maquiagem, mas não precisa disso.
“Eu não tenho uma cama no quarto de Ofélia ainda, mas o sofá tem uma bicama, e é uma boa. Eu tinha verificado antes de comprar.” Olhei para a sala de estar, ela tinha um sofá de couro que era luxuoso e largo. Duas cadeiras com listras vermelhas e marrons e um grande pufe retangular estava no meio. A tela plana era enorme, mas então ela poderia ser visto de qualquer lugar em todo o ambiente.
“Isso parece confortável o suficiente para dormir.”
“Pode ser. Mas você é alto.” Ressaltou.
Eu testarei mais tarde. “O que você está cozinhando tem um cheiro incrível. Posso ajudar com alguma coisa?”
“Sim, você pode cortar as abobrinhas. Eu odeio cortar legumes.” disse ela. “Coloque a sua mochila mais perto do sofá e me diga sobre todos os acontecimentos atuais em Sea Breeze. Eu monopolizei a conversa na noite passada. Eu nunca soube o que aconteceu com Jude e Micah sendo presos.”
Deixei a minha mochila cair ao lado do sofá enquanto ela caminhava de volta para a cozinha.
“Damon, o melhor amigo de Micah, correu e os pegou antes que eles chamassem seu pai. Micah pode ter vinte e cinco, mas Jude tem apenas vinte anos. O pai deles teria ficado furioso. Eles são ambos idiotas por fazerem qualquer coisa com Saffron. Ela está sempre à procura de problemas.”
“Saffron os havia convidado para ir nadar na casa de um amigo que ela supostamente estava cuidando. Havia garotas de topless lá. Elas eram amigas strippers de Saffron, embora Saffron não seja uma stripper. Micah e Jude apareceram, e então tinha um menor bebendo na festa. As coisas ficaram muito altas. Os policiais vieram. Micah disse a Saffron para se esconder porque seu pai era um filho de uma cadela e que ficaria puto.”
Eli continuou. “Saffron não estava realmente cuidando da casa. Todos eles estavam lá sem o conhecimento do proprietário. Era a casa de um ex-namorado de uma das stripper. O ex-namorado e sua esposa estavam de férias.”
“Será que o dono da casa vai prestar queixa?” Lila perguntou quando me entregou a abobrinha.
“Não. A stripper que ele teve um caso ameaçou contar tudo para a esposa dele.”
Lila riu então. “Uau. Ok, isso soa como um filme. Sea Breeze é mais animada do que Rosemary Beach. Raramente temos drama. Nada de interessante.”
“Isso é porque você não tem uma Saffron Corbin por aqui.”
Lila passou por mim duas vezes para obter algo da prateleira de temperos. Eu estava tentando não assumir que ela estava fazendo isso de propósito, mas quando ela se aproximou a terceira vez eu decidi que era um convite. Coloquei a faca para baixo e agarrei sua cintura para puxá-la contra mim.
“Eu espero que isso esteja bem.” Eu disse num sussurro antes de reivindicar sua boca com a minha própria. Ela congelou num primeiro momento, e então lentamente derreteu-se contra mim, seus braços indo ao redor do meu pescoço. Isto foi melhor do que eu me lembrava.
Eu ouvi o azeite na panela atrás de nós chiar. Eu sabia que tinha que deixá-la ir, mas a sensação dela em meus braços estava tão certo que era difícil. Quando ela se afastou, ela me deu um sorriso tímido. “As cebolas vão queimar.”
Eu a deixei ir com relutância, e ela correu para movê-las com uma espátula. “Você está pronta para a abobrinha?” Perguntei ainda um pouco entorpecido por aquele beijo.
Ela olhou para mim por cima do ombro e assentiu.
Eu usei isso como uma desculpa para chegar perto dela. Peguei os legumes, em seguida, e fiquei tão perto de suas costas que nossos corpos se tocaram. Baixei a cabeça e sussurrei em seu ouvido. “Vou colocá-los na panela, você mexe.”
Lila tremeu e depois assentiu. Satisfeito que eu estava afetando ela desta forma, eu comecei a derramar lentamente a abobrinha em fatias na frigideira. Ela estava respirando rapidamente, e eu podia ver seu pulso pulando na curva de seu pescoço. Eu dei um beijo lá, incapaz de me segurar.
Ela respirou profundamente e, em seguida, estremeceu novamente.
CONTINUA
Eu só queria me divertir um pouco, e ela não podia deixar-me tê-lo. Ela não podia ficar puta da vida por alguns minutos. Jesus, ela era mais problema do que eu tinha previsto. Seus cabelos escuros foram à primeira coisa que eu vi quando sai do bar. Ela estava de pé apenas alguns metros do bar.
Tinha os braços cruzados sobre o peito, e seus ombros levemente caídos. Como se estivesse com frio e tentando se manter aquecida. Isso não podia ser ela, porque estava quente pra caralho aqui fora.
“Lila!” Eu a chamei. Ela lentamente virou-se para olhar para mim e, em seguida, retomou sua postura quando me viu, mas não estava interessada em mim. Ou como ela estava chateada.
Tomei alguns passos para alcançá-la, pronto para saber o que diabos ela estava pensando vindo aqui sozinha. Mas quando cheguei perto, ela abaixou os braços e manteve o olhar sobre tudo e qualquer coisa, menos em mim. “Pronto para o próximo bar?” Ela perguntou.
Estava chateada. Senti em seu tom. “Por que você simplesmente saiu?” Perguntei frustrado por toda essa cena. Eu tinha começado a me divertir.
“Eu não gosto desse bar.”
O que? “Só porque não gosta de um lugar você simplesmente o deixa. Você não podia esperar para me dizer?”
“Você estava ocupado.” O sarcasmo escorrendo de sua voz não foi perdido.
“Eu estava apenas começando a me divertir. Jesus, Lila.”
Ela começou a se afastar então. Ela estava com raiva e queria ficar longe de mim. Eu não tinha feito nada de errado. “Então volte lá e se divirta. Se é isso que você quer fazer, não tenho nenhum problema com isso.” O tom de sua voz não soava como se ela não tivesse problema com isso.
Estendi a mão e agarrei seu braço, parando-a. “O que há com você? Você está chateada por eu ter bebido shots nos seios daquela garota? Isso é o que ela está lá para fazer. Alguns dos bares aqui têm muito mais do que isso. Foi tranquilo. Eu não estava machucando ninguém.”
Ela suspirou profundamente, e, finalmente, virou-se para olhar para mim. “Isso é o que você gosta?”
“Beber shots de uma mulher? Sim, assim como todos os homens heterossexuais sobre a porra do planeta.”
“Você não a conhece.”
“Não, mas isso realmente não importa.”
Ela me estudou por um momento. “Você já se apaixonou, Cruz?”
Que porra é essa? O que tinha a ver eu gostar de uísque entre os seios para estar apaixonado? “Não, mas o que diabos isso tem a ver com esta conversa?”
O jeito que ela estava me estudando me deixou desconfortável. Como ela podia ver mais do que eu queria. “Porque parece superficial.”
“É sexy, divertido. Não é suposto ser mais nada.”
Lila não respondeu a isso. Deixei-a puxar seu braço para fora do meu alcance. Ela finalmente concordou. “Ok.” Eu não tinha certeza do que ela queria dizer com “OK” e se esse era o seu jeito de acabar com essa conversa ridícula que estávamos tendo, tudo bem.
“Vamos encontrar coisas mais sensuais e divertidas para fazer,” disse ela quando começou a andar novamente.
Eu caminhei ao lado dela. Ela foi até o bar próximo e não esperou por mim para pedir uma bebida. Em vez disso, ela foi direto ao bar e pediu uma dose dupla de uísque para si mesma, bebeu em um gole, então pediu outra.
“A menos que você queira me ter segurando seus cabelos lá fora, na rua, você precisa ir mais devagar,” eu avisei. Ela me ignorou e bebeu a próxima exatamente da mesma maneira. Depois disso, ela me deixou pedir a minha própria bebida e saiu para a pista de dança. Fiz o pedido com o barman, em seguida, assisti em choque como Lila Kate deixou um homem tomar sua mão e colocá-la sobre uma mesa. O cara no palco gritou “O que você quer ouvir coisa doce?”
Ela lhe deu um grande sorriso atrevido que eu nunca tinha visto em Lila Kate antes. “Poison,” ela gritou.
Poison? Que porra ela está fazendo?
“Eu acho que está apaixonada!” O cara no palco gritou. Em seguida, a banda começou a tocar, e assim o fez Lila. Eu sabia tudo sobre ela dançando. Ela tinha feito em toda sua vida. Foi à faculdade que fez. Mas eu não sabia era que, além do ballet e outras merdas de fantasias que ela tinha aprendido, em algum momento ao longo do caminho, Lila Kate tinha aprendido a fazer algo que faria milhões se ela estivesse decidida a tirar a roupa e tomar-se uma dançarina de Pole dance. Filho da puta.
Depois que eu puxei meu queixo do chão, eu tive que lutar contra o desejo de levá-la para fora e longe de todos assobios e aplausos. Foi sexy como o inferno? Sim. Mais do que qualquer coisa que eu já tivesse visto. Voltei à coisa de Branca de Neve que tentei explicar a ela mais cedo. Mas não era Lila. Ela tinha classe. Ela não era o tipo de garota que fazia coisas como esta.
Eu me segurei até que algum bastardo bêbado estendeu a mão e passou em sua panturrilha. Então eu estava feito. Ela tinha feito qualquer ponto maldito que queria fazer e eu não precisava ver mais. Caminhei pela multidão, e depois de empurrar dois caras de volta, agarrei as pernas dela e joguei-a por cima do meu ombro.
Ela gritou.
“Ei! Coloque a mulher para baixo!” Um cara que estava admirando a vista, disse em pé no meu caminho.
“Ela está comigo. Estamos viajando juntos. Ela é minha,” eu respondi dando-lhe um olhar de advertência.
“Você está bem com ele levando você?” O cara no palco perguntou.
“Sim,” ela disse parecendo irritada.
“Deixe-o ir, rapazes,” disse o vocalista, e meu caminho foi inocentado. “Se ela fosse minha, eu teria tomado-a também.”
Dezenove
Lila Kate
SÓ PORQUE EU DEIXEI ele me transportar para fora de lá como um homem das cavernas não significava que eu não estivesse com raiva. Fiquei furiosa. Ele poderia ter um bom tempo, mas eu não podia. Havia regras que estava faltando. Ele gostava de meninas que mostrava seu corpo e ostentá-lo, mas eu não tinha permissão para exibir o meu.
Quando estávamos longe o suficiente do bar e ele não iria entrar em uma briga, eu bati em suas costas e comecei a me movimentar para ser liberta. “Deixe-me descer!”
Ele parou de andar e me colocou em meus pés. “Posso confiar em você que não estará indo saltar sobre um pole em algum lugar e tirar suas roupas?” Ele virou-se para mim.
Era isso. Eu não tinha pedido para sair de Sea Breeze. Eu tinha deixado por causa de algo que ele tinha dito. Ele foi à razão pela qual eu corri em primeiro lugar. Ele tinha me acusado de ser fria e gelada. E quando eu fiz o que ele, obviamente, gostava em mulheres, ele ficou com raiva. Eu não poderia ganhar. Não com ele.
“O que foi? Foi pura demais para você? Você prefere que eu vá lá e empurre o meu top par baixo e comece a distribuir shots nos meus seios?”
Sua expressão era de alguém mentalmente instável. “Foda-se, não!”
“Então o que é que você gosta Cruz? Você me chama de fria e diz que eu sou intocável. Quebrável. Eu venho para provar que não sou nenhuma dessas coisas. Então, quando eu começo a ser corajosa e me solto fazendo coisas como acabei de fazer, você age como se eu estivesse fazendo algo errado. Eu não entendo. Desejaria não me importar. Eu tentei me cuidar por tanto tempo que eu nem me lembro quando eu não fiz. Você. Sempre foi você. Eu odeio isso. Eu odeio que seja você. Por que não podia ser outra pessoa? Alguém que fosse... gostar... Eli! Alguém como ele. Por que não posso querer alguém como Eli? O que há de tão errado com a minha cabeça que eu sempre quis você?” As palavras foram saindo. Me ouvi, sabendo que eu deveria calar a boca. Que o que eu estava dizendo nunca poderia ser levado de volta. Mas era como se eu tivesse controle de mão da minha boca para outra pessoa, e ele estivesse falhando em seu trabalho.
“É como eu pareço? Eu não sou bonita o suficiente? Você prefere outro tipo? Talvez sejam meus seios, talvez porque eles não são tão grandes como o da menina no bar? É isso? E quanto a mim fazer você me tratar como uma professora? Por favor, diga-me para que eu possa corrigi-lo!”
As pessoas estavam nos ignorando. Eles passavam direto por nós, e quando eu percebi o que tinha feito, que tinha apenas gritado tudo isso para qualquer um em torno de nós ouvir. Alguém gritou: “Eu acho que você está fodidamente sexy, baby. Venha até aqui.”
Sintonizando isso. Esta rua estava cheia de bêbados. Eu era um deles, aparentemente, porque eu tinha acabado de dizer coisas que eu nunca quis dizer sóbria. Eu tinha muito orgulho. A bêbada Lila Kate não tinha orgulho. Eu gostaria de ter percebido isso mais cedo.
“Você não é barata. Você não é fácil. Você é como a porra de um diamante raro. Você me quer? Você quer a minha atenção? Por quê? Eu sou uma bagunça. Eu não posso ser o que você merece. Eu nem sei como. E se eu me deixar tocá-la, apreciar o que você fez lá, eu estarei arruinado. Você acha que me quer, mas se realmente me conhecesse iria mudar de ideia. Então eu teria tido um gosto de você e nada jamais iria se comparar a isso de novo. Você me aterroriza. Me assusta como nada jamais me assustou na minha vida.” Seus olhos estavam brilhantes e selvagens. Suas mãos tremiam quando eu deixei cair o meu olhar para olhar para ele, incapaz de manter nossos olhares juntos. Todo o resto dele parecia tenso. Rígido.
“Eu te conheço. Eu te assisti toda a minha vida. Eu vi você no seu pior e seu melhor.” Eu não gritei aquelas palavras. Eu apenas disse e deixei-as ficar lá enquanto eu continuava deixando suas palavras se aprofundar. Eu não esperava isso dele. Eu ainda não tinha certeza se eu estava sonhando. Eu poderia estar sobe o efeito da bebida em algum momento?
“Eu não tenho relacionamentos, Lila.”
Eu levantei meu olhar então. “Eu não estou pedindo por um.”
Ele parecia dividido. Seus olhos se estreitaram. “Então o que é que você quer de mim?”
Eu queria muitas coisas. E eu sabia que ele nunca iria dar o que eu queria. Nós nunca teríamos um felizes para sempre. Isso não era Cruz. Ele nunca tinha sido. “Agora. Agora mesmo. Nessa viagem. Nada mais.”
Ele não respondeu de imediato. Ele ficou lá olhando para mim como se não acreditasse em mim. Ele não deve, porque eu queria mais. Eu só sabia que nunca iria conseguir isso. Eu não era a garota para fazê-lo querer mais. Ele encontraria um dia e iria mudar de ideia. Ele seria capaz de ser aquele cara. O único que fez relacionamentos.
Eu tinha ouvido dos meus pais a história um milhão de vezes. Meu pai não tinha sido aquele cara. Minha mãe tinha sido a única a mudar sua mente. Foi o que aconteceu a todos eles eventualmente. Eu sabia que não era para Cruz e que eu deveria deixá-lo ir e ir embora. Mas eu não podia. Eu queria saber por apenas um momento. Como me sentiria estar com ele. Então havia uma chance de eu tirá-lo da minha cabeça e coração. Seguir em frente e encontrar alguém. Assim, Cruz Kerrington não estaria sempre em meus pensamentos.
“Nada além desta viagem?” Ele repetiu as minhas palavras como uma pergunta.
Eu balancei a cabeça.
“Você ouviu a parte sobre me arruinar?”
Eu dei de ombros. “Nós dois sabemos que isso não vai acontecer. Eu não sou única. Você ainda não encontrou alguém.”
Ele franziu a testa. “Única?”
“Sim. Única. A menina que você vai querer para sempre.”
Ele balançou sua cabeça. “Você está mexendo com a minha cabeça. Eu juro.”
“Você está atraído por mim?” Perguntei-lhe corajosamente. Eu poderia agradecer aqueles shots duplos de uísque por isso.
“Isso não é o ponto aqui. Eu não sei se eu posso... apenas ter um caso com você, Lila. Há sentimentos lá. Eu não gosto de sentimentos porra. Não com as mulheres. Eu não posso te machucar, e é isso que eu vou fazer.”
Dei um passo em sua direção, coloco uma mão em seu peito. Este era um jogo, mas eu estava brava agora. Eu não seria na parte da manhã. Eu tinha ido tão longe que eu precisava empurrar ainda mais. “Você não pode me machucar se eu conheço as regras. Nós desfrutamos disto. Ter um caso. Em seguida, passar como sempre fomos.”
Ele baixou o olhar para a minha mão. “E se você me arruinar?”
“Dê uma chance,” eu sussurrei.
“Foda-se,” ele murmurou em resposta. Em seguida, agarrou meu pulso, e me puxou contra seu corpo. Mal tive tempo para recuperar o fôlego antes de sua boca estar na minha. O sabor das nossas bebidas misturadas com o que eu tinha ganhado. Por agora, eu tinha isso. Foi minha decisão, e eu esperava que isso saísse do meu sistema para que eu pudesse, eventualmente, seguir em frente.
“Não há mais bares,” disse ele contra a minha boca. “Voltamos para o hotel. E não estamos hospedados em dois quartos de merda.”
Eu não discuti. Eu só dei um aceno de cabeça em concordância. Era isso. É melhor não ser um sonho.
Vinte
Cruz Kerrington
HAVIA DECISÕES inteligentes e decisões estúpidas. E então havia erros. Eu não tinha certeza de onde este pousou, mas com Lila em meus braços cheirando como o céu, e a imagem de sua dança naquela mesa foi tudo o que me preocupava, no momento.
Eu quebrei o beijo, agarrei seu cotovelo e me dirigi para o hotel. Nós estávamos em um hotel a poucos quarteirões à frente, na esquina da Canal e Bourbon. Percebi como tudo o que eu, mas queria sem falar, que no fundo eu estava preocupado que ela iria ficar sóbria e mudar de ideia. Se eu fosse metade da porra do homem que eu deveria ser, eu não iria deixá-la fazer isso esta noite, enquanto ela estava bêbada... enquanto eu estava bêbado.
Mas eu tentei dizer a ela a confusão que eu era. Ela parecia ver mais em mim do que estava lá. Eu queria que houvesse mais. Eu queria conhecer suas expectativas. Quando eu era criança, eu tinha visto o olhar em seus olhos, e eu sabia que ela me via de forma diferente do que via Nate. Eu amei isso. Eu era diferente. Isso me fez sentir importante. Então eu a tinha beijado, e ele tinha me assustado.
Eu sabia que Lila Kate não era para mim. Eu não era o tipo de cara que ela iria querer por muito tempo. Ela veria muitos eventualmente. Ele iria fazê-la mudar de ideia. E ela nunca mais olharia para mim com aquele olhar sonhador em seus olhos novamente. A ideia de poder perder que me levou a colocar uma parede lá. Uma construída para magoá-la. Ela tinha funcionado. Até agora. Até que eu ouvi que ela tinha deixado à cidade e eu corri atrás dela, porque eu não podia suportar a ideia de ter uma vida sem ela.
Quando entramos no hotel, fiz uma pausa e olhei para ela. A menina da minha infância. A menina que eu sempre assisti, mas nunca me permiti chegar perto. A que eu fingi que eu não sabia por que me evitava.
“Tem certeza?” Eu perguntei a ela.
“Sim.”
Eu esperei. Eu precisava que ela pensasse. Deixar tudo afundar. “Poderíamos dormir esta noite. Esperar até amanhã.”
Ela sorriu. Tão suave que fez seus olhos brilharem e me fez sentir mais como um homem do que devia. “Hoje à noite,” ela finalmente disse.
O caralho que eu poderia ignorar isso. Teríamos hoje à noite. Se ela se arrependesse amanhã, poderia me quebrar. Mas eu estava disposto a arriscar.
A viagem para o quarto foi curta, mas tantos pensamentos passaram pela minha mente que me senti passar muito mais tempo do que era. Ela tocou o cartão-chave para o desbloqueio e acendeu a luz verde. Era isso.
A porta se abriu. Entramos no interior. Meu quarto era idêntico a este. Logo ao lado. Eu tinha feito uma piada sobre isso quando chegamos. Eu não estava brincando agora. Eu deveria estar naquele quarto. Sozinho. Era a coisa certa a se fazer.
“Lila,” disse pensando que eu deveria parar com isso.
Ela deixou cair à pequena bolsa do ombro no chão, em seguida, tomou a parte inferior de sua camisa e puxou-a por cima da cabeça. O sutiã de renda branco era pequeno e a elevação de seus seios parecia que eles estavam prestes a derramar por cima expondo seus mamilos. Sua blusa caiu no chão ao lado dela, então ela chegou ao redor e desabotoou o sutiã. Eu assisti com fascínio quando as tiras escorregaram pelos seus braços finos até se juntar a sua blusa no chão. Seus mamilos escuros redondos duros do frio do quarto ou a partir de sua excitação chamando minha atenção.
Me movi, fechando o espaço entre nós. Incapaz de manter minhas mãos para mim eu cobri ambos os seios com as mãos. Embora minhas mãos fossem grandes elas não eram grandes o suficiente para levar cada seio completamente. O excesso me animando eu apertei deixando a suavidade provocar minhas mãos.
“Porra,” sua voz pegou quando ela disse as palavras. Aquelas não eram as palavras que eu imaginei vindo de seus lábios. Eles não se encaixavam com Lila Kate. Mas a forma como sua voz tremia quando ela disse. A maneira como ela se inclinou para mim e um gemido suave escapou simplesmente do meu toque fez tudo isso parecer certo. Como era para ser. Como nós deveríamos ser.
A restrição que eu tinha retido estalou. O lado impertinente de Lila foi demais para um homem tomar. Eu agarrei sua saia e puxei para baixo até que ela ficasse ali em nada além de suas calcinhas de renda preta. Elas fizeram pouco para cobri-la. Quase inútil a menos tentando seduzir um homem. E eu estava seduzido. Eu tirei minha própria camisa e joguei-a fora.
Minhas mãos em volta de sua cintura e a suspendi a levando até a mesa do quarto porque era mais perto que a cama. Sentei-a, em seguida, puxando sua calcinha memorizando a maneira que olhei quando ela deslizou fora de seu corpo.
Ela estremeceu e meu pau latejou. Essa era Lila Kate... doce, inocente, preciosa Lila Kate. Impertinente, selvagem, carente Lila Kate tinha tomado seu lugar essa noite, e eu tremia de antecipação. “O que você quer?” Eu perguntei a ela quando desabotoei minha calça jeans. “Diga-me exatamente o que você quer que eu faça.”
Seus olhos foram do meu peito nu e depois bloquearam em minhas calças quando eu comecei a soltá-la e empurrando-a pelos meus quadris e saindo dela. “Diga-me, Lila,” eu exigi. Eu não tinha certeza por isso que eu precisava dela para dizer, mas eu fiz. Eu queria que ela falasse sujo. Ouvir sua linda boca dizer coisas ruins. Fiquei muito provável que explodisse ao som, mas eu queria.
“Eu quero você,” ela sussurrou.
“Você vai ter que fazer melhor que isso. Conte-me.”
Ela engoliu em seco e ergueu o olhar de minha ereção pressionando através de minhas cuecas boxer aos meus olhos. “Eu te disse. Eu quero que você me foda, Cruz.”
Isso deve ser suficiente. Eu deveria estar feliz. Mas ela me transformou em um monstro enlouquecido pelo sexo. “Você quer isso gentil?” Perguntei empurrando minha cueca para baixo deixando meu pau grosso livre.
Ela balançou a cabeça lentamente. Os olhos arregalados quando ela olhou para mim. “Não,” sua voz era tão suave que eu quase não a ouvi.
“Diga-me,” eu disse enquanto empurrava suas coxas com as mãos e me coloquei entre elas. “Como você quer ser fodida?” Nessa última palavra, seus olhos brilharam com o mesmo desejo que sentia.
“Forte. Foda-me forte.”
Minhas mãos chegaram debaixo dela e agarrei sua bunda quando eu bati nela. Que com um impulso era como afundar em cetim apertado e quente. “Foda-se!” Eu gritei quando seu corpo reagiu à entrada súbita, apertando meu pau. Era melhor do que a minha imaginação.
Suas mãos pequenas agarraram meus braços, as unhas cravando em minha carne. O ardor que senti foi incrível. “AH!,” Ela gritou.
“Isso é o quão duro você quer?” Rosnei perto da orelha dela querendo bater nela uma e outra vez, mas estava fazendo tudo o que podia para me controlar.
“Sim. Mais,” ela ofegava.
Meus dedos entraram na carne da bunda dela quando eu puxei para trás e mergulhei mais fundo. Gemendo de prazer, eu mordi seu ombro, e ela começou a implorar. “Por favor, mais forte. Eu quero sentir você amanhã.”
Qualquer a sanidade que estava segurando saiu. Fui buscá-la afundando-a mais para o meu pênis rígido e levando-a até a cama onde eu caí para a suavidade com ela. Não querendo me afastar. Eu tive que puxar para fora em um movimento rápido e lançá-la em seu estômago. “Bunda no ar,” eu pedi.
Ela fez isso, sem dúvida. De quatro, era mais fácil e eu estava martelando dentro dela imediatamente. Seus gritos se tornaram mais frenéticos como a minha respiração. Eu bati na bunda tão forte quanto eu podia sem realmente me preocupar em machucá-la. Só para deixar arder.
“Oh Deus!” Ela gritou. “Estou gozando!” Seu corpo começou a tremer e seu clímax pulsava em meu pau ainda trancado dentro dela. Eu balancei com a necessidade de explodir. Foi uma porra tão incrível que eu não conseguia pensar. Pouco antes de perder a pequena quantidade de controle que eu tinha deixado, eu puxei para trás até que eu estivesse livre dela e gritei seu nome quando minha porra cobriu sua bunda virada para cima.
Seu corpo ainda estava tremendo, e minhas pernas estavam fracas. Fracas demais para se moverem. Ficamos lá. Sua cabeça agora repousava na cama. Tudo o que podia ser ouvido era nós ofegantes. Que tinha sido mais. Muito mais do que eu esperava. Tinha sido viciante. Eu poderia dizer-me que era muito perigoso fazer isso de novo, mas eu seria um tolo. Eu queria mais. Inferno, eu queria mais, logo que eu pudesse respirar fundo novamente.
Ela começou a abaixar seu corpo inteiro para a cama.
“Eu preciso limpar você,” eu disse a ela apreciando o olhar de meu sêmen em sua pele.
“Está bem,” ela disse suavemente, ainda afundando até que fosse pressionada completamente contra o colchão.
Sorrindo para a simples beleza, encontrei forças para ficar de pé e fui para o banheiro pegar uma toalha molhada. Limpei-a rapidamente, em seguida, cobri-a para cima. Ela levantou a cabeça e olhou para mim. “Você está vindo para a cama também?”
Os cabelos perfeitos de Lila estavam bagunçados. Seus olhos estavam pesados, os cílios se espalharam pelas bochechas. O rubor no rosto ainda estava lá, e nada parecia tão incrivelmente bonito na minha vida. “Sim. Eu vou.”
Subi ao seu lado e cobri nós dois puxando-a de volta contra o meu peito. Seria difícil em alguns malditos minutos, mas ela estaria dormindo cedo demais para perceber. Eu inalei o cheiro de seus cabelos e sua mão cobriu a minha.
Levou menos de dois minutos para a sua respiração se abrandar. Ela estava dormindo em meus braços, e eu sabia que nada seria o mesmo para mim. A ruína que eu temia era muito pior do que isso. Eu não estava preparado para ser capaz de deixá-la ir.
Vinte e Um
Lila Kate
RECONHEÇO SEU CHEIRO antes mesmo de abrir os olhos. O calor de seus braços me fez suspirar e afundar mais perto. Isto foi melhor do que sonhei. E sonhei com isso mais do que gostaria de admitir. Lembrar que é por um tempo curto, que não é para sempre causa uma forte dor então afasto o pensamento. Por agora, vou desfrutar do que tenho. Cada momento que passamos juntos, vou absorver tudo.
“Se continuar se contorcendo mais perto vamos foder antes de eu estar totalmente acordado,” sua voz sonolenta me assusta e eu rio. Nunca ri, mas o faço então. É bom. Na noite passada, o álcool me deu a coragem que precisava. Esta manhã não há arrependimentos. Não desejo que tivesse sido diferente. Porque depois de abrir-me para ele e caminhar de volta para o hotel fiquei sóbria o suficiente. Lembro-me de cada detalhe. Nunca esquecerei um só momento.
“Lila,” sua voz rouca e profunda é um alerta quando pressiono o corpo mais no dele. “Você deve estar dolorida,” diz ele enquanto beija meu ombro.
Eu estou. “É uma dor gostosa.”
Ele respira fundo, em seguida, rola para cima de mim. Seu corpo nu paira sobre mim. Os cabelos estão bagunçados e os olhos ainda pesados de sono. “Você encontrou sua boca impertinente e gosta dela, não é?” Ele pergunta com o joelho separando minhas coxas.
Balanço a cabeça.
Então, ele está dentro de mim. Tão rápido. Fecho os olhos com força, e engasgo da ternura e prazer.
“Dói?” Ele pergunta ao ficar completamente imóvel.
“Sim. Mas como disse, é uma dor boa,” digo a ele abrindo os olhos. “Faça doer mais.”
“Jesus, Lila. Você vai nos matar,” ele geme quando começa a se mover. Bombeando os quadris dentro e fora de mim. Sua boca beija ao longo da minha clavícula até o pescoço. Seu hálito quente em meu ouvido só aumenta a sensação. “Diga mais merda suja com esta boca bonita,” ele diz com um sussurro antes de mordiscar minha orelha.
Abro mais minhas pernas levantando os joelhos para prender seus quadris. “Quero te sentir gozar dentro de mim. Sentir o calor da sua porra escorrendo por minhas coxas,” digo e ele congela.
“Porra, Lila. Não fale esse tipo de merda, se não quer que eu goze.”
“Eu quero que você goze.”
Seus braços tremem enquanto ele se mantém completamente imóvel. “Você está tomando a pílula?”
Sorrio para ele. “Sim. Não quero ser mãe tão cedo.”
Ele move-se, a expressão feroz. “Estou limpo. Nunca tocaria em você sem camisinha se não tivesse certeza de estar completamente limpo.”
Confio nele. Ele é um monte de coisas, mas não me colocaria em perigo. Eu sei. “Então goze dentro de mim.”
Seus quadris começam a bater contra mim. Todos os outros pensamentos desaparecem. Tudo o que sinto é o aumento do meu próprio clímax. Posso ouvir sua respiração acelerar e seus palavrões murmurados. Abro os olhos e vejo seus braços flexionando com cada movimento.
Quando empurro contra ele e envolvo as pernas em sua cintura para segurá-lo, eu grito seu nome.
“Maldição, Lila,” ele pragueja e então sinto. Tudo isso enquanto ele me dá exatamente o que pedi. Quero que dure para sempre. Não irei pensar sobre o dia em que tudo terminará. Porque neste momento, eu tenho tudo.
Rolo de lado levando-me com ele. Nós dois estamos ofegantes e suados quando nossos corpos se grudam. Falar não é necessário ou sequer possível. Estou tentando recuperar o fôlego e voltar para a terra. Sexo nunca foi tão bom. Mas, então, minha experiência é limitada. Muito limitada. Mas não posso imaginar ser melhor do que isso.
A mão de Cruz começa casualmente a brincar com meus cabelos. Viro a cabeça para olhá-lo e seus olhos estão fechados. Sempre odiei que ele seja tão impressionantemente bonito. Ele faz meus sentimentos ainda mais difíceis de ignorar. Gostaria de vê-lo e ter vergonha de mim mesma por fazê-lo. A maneira como ele anda, se porta, o som de sua voz e esse sorriso. Tudo isso é impossível não notar. Todas as mulheres o notam.
“Vamos para o norte. O que acha de Memphis?” Diz ele com os olhos fechados.
“Memphis? O que tem em Memphis?” pergunto, desfrutando da liberdade de olhá-lo.
“A fodida Graceland está em Memphis,” ele sorri.
“Quer dizer que quer ver onde Elvis viveu?” Rio ao falar.
Ele inclina a cabeça para olhar para mim e abre um olho. “Claro que sim, eu quero. Essa merda deve ser brega. Quem quer perder isso?”
Não me importa aonde vamos. Estou bem com qualquer lugar. “OK. Memphis então.”
“Você ligou para seus pais?” A pergunta dele me surpreende.
“Não,” admito.
“É melhor,” ele suspira. “Tenho certeza que todos sabem que estamos juntos agora. Nate dirá a eles.”
“Provavelmente.”
Ele passa a mão sobre o rosto e geme. “Grant vai me matar.”
Eu não respondo. Porque essa é uma questão que enfrentarei quando isso acabar. Estou numa aventura para fugir com o cara que está na cama comigo. É diferente agora. Não estou tentando mudar ou encontrar um novo eu. Eu já fiz. A garota que sou nesse momento não é nada como a garota que era na noite que ele tinha me chamado de fria. Agora, só tenho que aproveitar enquanto durar. Porque isto acabará.
“Meu pai pode me matar antes do seu. De qualquer maneira, minha vida será curta.”
Isso me faz sorrir. “Isso é um pouco dramático,” digo a ele.
Ele dá de ombros. “Honestamente, vale a pena.” Sua mão corre pelo meu lado e aperta meu quadril. “Vale a pena completamente.”
Isso não é uma declaração de amor. Eu percebo. Mas é doce. Coloco a perna por cima dele quando viro até que metade do meu corpo esteja em cima dele. Ambos seus olhos abrem quando faço isso. “Somos crescidos,” lembro a ele. “Acho que você vai viver.”
Ele me olha com ternura. “Ou você vai me matar antes deles. Mas a morte por sexo soa como um bom caminho a percorrer.”
Eu rio. “Estou apenas começando. Não estou prestes a atacá-lo.”
Suas mãos agarram minha bunda e me puxa para cima dele. “Talvez, mas colocar este pequeno corpo quente num homem enquanto ele está nu e na cama é irresistível.”
Quando ele desliza para dentro de mim lentamente desta vez, gemo alto e gosto de ser preenchida mais uma vez antes do café da manhã.
Vinte e Dois
Cruz Kerrington
DIRIGIR QUASE SEIS HORAS para Memphis hoje não foi uma boa ideia. Vi Lila Kate esconder a careta quando montou na moto. Nós fodemos como maníacos e agora ela está dolorida. Ela alega não estar, mas vejo em seu rosto. Não deveria ter forçado as duas rodadas esta manhã, mas ela é tão gostosa. É uma necessidade por estar dentro dela novamente e fodê-la, não gosto de querer alguém tão forte. A experiência do passado me prova que uma boa transa tira a menina do meu sistema e sigo em frente. Mas com Lila Kate ainda tem que acontecer. Com as pernas dobradas atrás das minhas e seu corpo contra minhas costas já estou pensando em transar novamente. Jesus, ela é como crack para um viciado.
Vou em direção a Birmingham, Alabama. Podemos parar no meio e descansar. Encontrar algo para ver ou fazer, e depois pilotar o resto do caminho. É apenas uma hora mais perto de Memphis; ela pode visitar sua amiga, e ela ajudará a controlar minha necessidade de ter meu pau nela durante nossa parada. Preciso encontrar algum controle.
Depois de oitenta minutos na estrada, ela começa a se contorcer e acho uma saída que tem opções de restaurante e algumas compras. Passaremos um tempo aqui, então partiremos quando ela estiver pronta. Paro em um restaurante e estendo a mão para ajudá-la a descer. Ela estremece novamente.
“Acho melhor parar por hoje,” digo, me sentindo culpado por seu desconforto.
Ela franze a testa. “Por quê?”
Aprecio que ela tente ser forte, mas sei que está dolorida e não vou fazê-la sofrer mais. Pela primeira vez desejo não ter uma moto maldita. “Você está dolorida,” aponto o óbvio. “Vamos comer e andar um pouco. Fazer compras. Veja como você se sente mais tarde.”
“Vou ficar bem,” ela argumenta.
Ignoro isso. “Com fome?”
“Sim e este lugar cheira muito bem.”
Entramos e forço-me a não colocar as mãos sobre ela. Tocá-la o tempo todo não é bom. Isto é temporário. Não há necessidade de agir como se fosse mais do que isso. Nós dois estamos apreciando a viagem.
Seu telefone começa a tocar pouco depois de passarmos na porta e ela o tira do bolso. Quando levanta os olhos para mim, eles estão se desculpando quando ela coloca o telefone no ouvido. “Ei mãe.”
Disse para ligar para seus pais mais de uma vez. Ela não me escutou.
Sua mãe está falando e o rosto de Lila Kate empalidece antes dela sussurrar. “Ah não. Quando?”
Agora estou preocupado. Ela começa a morder o lábio. “Sim, ele está.”
“Não tenho certeza,” ela olha para mim. “Onde estamos?”
“Cerca de uma hora ao sul de Montgomery, Alabama,” digo.
Ela repete para a mãe. “Não... de moto,” Posso vê-la se encolher quando fala.
“Sim. Vamos dirigir até lá agora,” diz ela. “Vejo você mais tarde. E mãe, eu sinto muito.”
“Também te amo.”
Quando ela termina a chamada, lágrimas enchiam seus olhos. “Minha avó faleceu no meio da noite. Mamãe vai enviar o jato do meu avô para me pegar em Montgomery. Eles já estão na Califórnia. Meu avô chamou mamãe às três esta manhã para contar. Ela e meu pai pegaram um avião pouco depois.”
Esta é a última coisa que esperava que ela dissesse. “Deus, Lila, sinto muito.”
Ela assente com a cabeça. “Eu também. Por causa do meu avô. Ela nunca esteve lá sabe. Sua mente se foi há tantos anos. É um milagre ela viver tanto tempo. Mas Kiro passou toda a vida ao seu lado. Eles pararam a turnê, porque ele odiava estar longe. Toda sua história é apenas devastadora. Minha mãe nunca chegou a conhecê-la. Seu cérebro foi danificado quando ela era um bebê .”
Sei sua história. Foi manchete quando souberam que a mulher de Kiro Manning, Emily na verdade ainda estava viva. O mundo pensou que ela tinha morrido naquele acidente. Mas ele a manteve longe da mídia. Eles fizeram até um filme chamado “Emily Kiro” cerca de dez anos atrás, que foi um sucesso de bilheteria. Kiro não queria que o filme fosse feito no início, mas na entrevista que deu para a revista Rolling Stones disse ter mudado de ideia. Ele queria que o mundo conhecesse sua Emily. O que ela era. Quão surpreendente ela foi. Ela mereceu.
Levo Lila de volta para a moto e a ajudo a subir. Coloco o capacete em sua cabeça e desejo ter mais que eu possa fazer. Algo mais. Algo para ajudar. Temo que ela pegue aquele jato. Nosso tempo está terminando mais cedo do que esperava.
Ela segura-me com mais força do que antes. Minha garganta está grossa. Há uma porra de emoção lá que não entendo. Que não quero. Esta é uma maneira de protegê-la, tirá-la do meu sistema e seguir em frente. Para nós dois. Mas uma noite não foi suficiente. Eu sou egoísta. Sua avó acaba de falecer. Mas que droga.
A viagem para o aeroporto de Montgomery é muito rápida. Nosso tempo juntos está terminando. Esta pequena bolha que tivemos está prestes a estourar. Voltarei para casa e enfrentarei a ira do meu pai. Fazer o que diabos devo. Ela voltará e será como antes. Não vamos continuar de onde paramos. Isso será mais do que uma aventura. Isso fez com que o caroço de merda na minha garganta signifique algo.
Ferir Lila Kate é inevitável para mim. Se fizer isso mais tarde, doerá mais. Mais cedo é melhor. Mais cedo nos ajudará a seguir em frente. Nunca serei o cara que ela precisa. Mas droga, sei que isso me machucará também.
Paramos no aeroporto antes do jato particular chegar. Quero dizer algo que torne isso mais fácil. Algo que faça com que a dor em meu peito vá embora. Algo que faça com que seu olhar triste desapareça. Mas não tenho nada.
Ela desce da moto e pego suas coisas no alforje. Então viro para ela. “Não estava esperando que nossa jornada acabasse tão cedo,” digo tentando sorrir.
“Nem eu.”
Posso ver a questão lá. A incerteza. Ela quer saber se é o fim para nós. Mas ela não pergunta. E não posso dizer as palavras. Mesmo que precise, eu não posso.
“Diga a seus pais e avô que sinto muito por sua perda.” Seus olhos perdem a luz. Ela esperava mais do que condolências genéricas. Sinto-me um idiota gigante.
“Obrigada,” ela sussurra. “Por tudo.” Então ela pega sua bolsa e sai. Assisto a sua partida. Quero correr atrás dela e dizer algo mais. Para tentar fazê-la sorrir. Mas isso só piorará seu estado. Em vez disso, espero ela entrar no prédio. Então subo na moto e volto para o sul. Volto para Rosemary Beach.
Vinte e Três
Lila Kate
EU ESTAVA ENTORPECIDA. O voo para Los Angeles e a viagem para casa de meu avô, em Beverly Hills é um borrão. Quando a limusine que me pegou no aeroporto estaciona na frente de sua mansão, percebo que não me lembro de entrar nela.
Pego a única bolsa que tenho comigo e saio quando o motorista abre a porta. Não vejo Kiro a cerca de seis meses. Ele nos visitou, mas eu não estava. Quando era criança, visitei mais vezes. Fiquei uma semana com ele no verão. Tenho boas memórias deste lugar.
Minha mãe vem para a porta da frente e sai para me cumprimentar. Subo as escadas e espero que ela não esteja muito chateada com meu passeio de moto com Cruz. Ela tem seu pai para se preocupar. Não preciso aumentar seu stress. Sei que nunca andarei na moto de Cruz novamente.
Ele acaba de me deixar ir. Sem promessas. Nada. Ele acaba de terminar. Muito rápido. Meu peito dói e me sinto culpada. Meu avô está sofrendo. Eu deveria estar mais preocupada com ele.
“Como ele está?” Pergunto ao abraça-la.
Ela me aperta. “Ele está triste. Mamãe se foi há muito tempo. A mulher que ele conheceu. Mas agora até mesmo o pouco que ele tinha dela sumiu. Vai ser duro para ele.”
“Ela estava doente?”
“Não. Seu coração parou. Com o dano que seu cérebro sofreu, o médico diz que é um milagre ela ter vivido tanto. Mas papai fez com que ela tivesse o melhor atendimento. E ele está sempre aqui. Acho que ela viveu por ele.”
Sua história é tão trágica. Quando recuo, olho para ela. “Quão chateado está papai?”
“Sobre Cruz?”
Balanço a cabeça.
“Ele não está feliz,” diz ela com um pequeno dar de ombros. “Mas você é uma mulher adulta. O que ele pode fazer? Foi sua decisão para tomar.”
Concordo, mas não acho que papai concorde.
“Ele não vai falar ainda. Por enquanto, trata-se de Kiro e Emily.”
“Quem está aqui?”
“Neste momento, apenas Dean e nós. Nan, Cope, Mase, Reese, Rush e Blaire estão a caminho.”
Mamãe olha a mochila no meu ombro. “O que aconteceu com sua bagagem?”
“Deixei tudo com Nate.”
Ela suspirou. “Para fugir na moto de Cruz Kerrington.”
“Sim.”
Ela não fala mais nada. Mesmo não sendo uma semana, tudo o que aconteceu faz parecer como se fosse muito mais tempo.
“Posso dizer uma coisa?” pergunta mamãe.
“Claro.”
Ela estende a mão e toca minha bochecha. “Você é gentil, amorosa, generosa, paciente e linda. Você merece algo especial.”
“Mãe, você tem um conto de fadas. Nem todo mundo os vive.”
Ela inclina a cabeça para o lado e sorri. “Não, Lila Kate. Nem todo mundo é paciente o suficiente para esperar por ele.”
Ela beija meu rosto, em seguida, pega meu braço e sobe as escadas, entrando na casa. Quero refletir sobre o que ela disse mais tarde. Talvez ela esteja certa. Talvez eu encontre um conto de fadas. Só que o espero da pessoa errada.
A casa cheira a charutos. Foi assim toda minha vida. Ouvi Rush uma vez dizer que é melhor do que o cheiro de maconha que tinha em sua juventude. Caminhamos através da grande entrada pelo corredor esquerdo, onde Kiro tem a sala de jogos. Grandes sofás de couro preto, enormes telas planas em três lados, uma mesa de bilhar e um grande bar estão lá. Sentado no canto do sofá está meu avô, Kiro Manning. Ele está mais velho agora, mas ainda é uma lenda. Seu nome é bem conhecido. Ele tem um charuto numa mão e uma garrafa de uísque na outra. O corpo esguio é alto e coberto de tatuagens. Mesmo aposentado e sendo avô ele ainda se assemelha a uma estrela do rock.
Ele levanta os olhos avermelhados assim que entramos e sorri ao me ver. Ele chorou em algum momento. “Minha Lila Kate,” diz ele com a voz rouca de anos de drogas, cigarro e álcool.
“Hey,” digo ao caminhar até ele. Não é segredo que ficou furioso quando meu pai engravidou minha mãe. Minha mãe não é sua única filha, mas é a favorita. Porque foi a criança que Emily lhe deu. Meu nascimento poderia ter matado minha mãe. Isso o aterrorizou. Mas minha mãe sempre diz que passou a minha vida me esperando. Sei que ele me amava mais do que seus outros netos. Ele é muito franco sobre o assunto. Mas também sei que só sou parte de Emily.
Ele abre os braços também cheirando o álcool e charuto. Abaixo-me e abraço-o com força. “Eu te amo,” sussurro.
“Não tanto quanto eu te amo, menina bonita,” essa sempre foi sua resposta. “Ouvi dizer que esteve de moto com um Kerrington. Acho que tem um pouco do sangue selvagem do vovô depois de tudo.”
Fico tensa esperando que meu pai não tenha ouvido. “Hum, eu acho,” digo o mais baixo que posso.
Isso o fez rir. Estou feliz por ele poder rir, mas não é algo para rir. “Vamos dar a seu papai um pouco de dificuldade. Ele precisa.”
De todas as coisas para ele querer falar essa não é uma delas.
“Papai está tudo bem. Ela só está nervosa em falar com Grant sobre tudo isso,” Mamãe interrompeu.
Fecho os olhos e faço uma careta. Quando levanto Kiro pisca para mim. “Você é uma menina crescida. Tudo bem.”
Viro a cabeça lentamente para olhar meu pai que está em pé no bar com os braços cruzados sobre o peito e uma carranca no rosto. “Ela é melhor do que Cruz Kerrington,” diz meu pai.
“E minha Harlow é melhor do que Grant Carter. Minha menina doce foi varrida de seus pés por alguém que tinha a reputação como um jogador. Parece que acabou tudo bem,” Kiro diz antes de tragar seu charuto.
Papai só resmunga.
Tento pensar em algo para mudar de assunto quando passos soam no corredor. Então ouço vozes. Os outros dois filhos de Kiro chegam com seus cônjuges. Tenho certeza que ouvi a voz do meu tio Mase em algum lugar. E quando ele está discutindo com minha tia Nan parece uma reunião de família.
“Não ficarei no quarto azul, Mase. Enfie-o na sua bunda. Quero o outro perto do elevador. Sempre fico nele. Não discuta comigo,” Tia Nan diz em seu tom irritado agudo.
“Dê-me outra porra de garrafa. Vou precisar dela,” Kiro resmunga.
Ele e minha tia Nan não tem o melhor relacionamento, mas minha mãe disse que está melhor em comparação com o passado.
Quando os quatro entram na sala. Kiro ergue a garrafa. “Estou de luto porra. Não comece essa merda aqui.”
Nan parece envergonhada e Mase assente. “Desculpa. Estou apenas começando a te tirar do tédio.”
Kiro dá de ombros. “Entendido.”
“Sinto muito, Kiro,” Reese, a mulher do meu tio Mase diz quando se afasta dos outros. “Vá em frente, chore e vou manter estes dois na linha.”
“Ainda não descobri como diabos conseguiu essa menina,” Kiro diz apontando com a garrafa na direção de Reese enquanto olha Mase.
“Nem eu,” responde Mase, em seguida, joga-se no sofá em frente à Kiro. “Passe o uísque.”
Vinte e Quatro
Cruz Kerrington
O CHEIRO de flores. Odeio o cheiro tanto quanto odeio funerais. Elas me deprimem. Não deveria estar aqui. Não conheci Emily Manning. Claro, conheço Lila Kate, mas ela não esperava que viesse ao funeral de sua avó. Inferno, eu não iria se pudesse fugir. Uma vez que alguém estava morto, acabou. Porque ter um grande e deprimente funeral?
Quero que minhas cinzas sejam atiradas no Golfo. Sem músicas, flores e sem lágrimas de merda. Afrouxo a gola da camisa e suspiro. Meu pai foi inflexível sobre eu ir. Todos estão. Toda a família maldita está aqui. Como cada família em Rosemary Beach que somos próximos.
“Vamos por Grant, Harlow e Lila Kate!” Meu pai disse quando reclamei sobre não ver razão para ir a este funeral.
A verdade é que tentei tirar Lila da cabeça durante os últimos três dias e não funcionou. Tudo o que posso ver é Lila. Quando tive outra menina contra a parede do meu apartamento na noite passada, tive o rosto de Lila Kate na cabeça. Não quero vê-la tão cedo. Ainda estou tentando tira-la do meu sistema. Até digo a meu pai que eles podem fazer meu funeral uma vez que Grant Carter pôr as mãos em mim. Papai me disse que pedi por isso.
“Ali está Nate,” minha mãe sussurra. “Vá se desculpar.”
“Por quê?” Pergunto confuso. Não fiz nada para Nate.
Ela agarra meu braço como se eu ainda tivesse oito anos. “Por levar Lila Kate sem uma palavra. Isso é o que fez.”
Não vou me desculpar com ele por isso. “Não.”
Suas unhas afundam em minha pele. “Agora.”
Não vou me desculpar, mas vou até lá dizer algo a ele para fazê-la pensar que obedeci antes que ela me agarre pela orelha e me leve até ele.
“Tudo bem,” murmuro e sua mão me solta, logo que vou em sua direção.
Desculpar-me com Nate. Sério? Será que eles sequer conhecem Nate Finlay? Como se isso não fosse algo que ele faria. Jesus. Todos estão sendo dramáticos como o inferno. Não a sequestrei. Ela foi de bom grado.
Nate também usa um terno e Bliss está ao seu lado parecendo deslumbrante num vestido preto com os cabelos presos para cima dos ombros. “Hey,” digo quando eles se viram ao me ver chegando.
Nate inclina o queixo.
“Você viu Lila Kate?” pergunto.
“Sim. Por quê? Tem a moto com você?” Nate sorri quando fala.
“Não, espertinho. Eu só não a vi.”
“Ela foi pegar uma bebida. Já conversou com todos e sua boca ficou seca.”
Balanço a cabeça. Bom. Tenho tempo para ficar fora de vista antes dela voltar. “Estão aqui há muito tempo?”
“Chegamos ontem à noite. Ficamos no Dean. Dirigimos para cá de manhã,” Nate responde. Dean é seu avô. O melhor amigo de Kiro Manning.
“Vou sair assim que isso acabar,” digo. “É bom ver você de novo, Bliss. Acho que estive aqui tempo suficiente para que minha mãe pense que me desculpei o suficiente. Vou deixá-los.”
Nate sorri. “Pedir desculpas, né? Acho que eu gostaria disso.”
Bliss ri. “Nate pare. É bom vê-lo novamente, Cruz.” Ela começa a dizer mais, em seguida, faz uma pausa e sorri para algo sobre meu ombro. “Lá estão eles,” acrescenta.
Olho para trás sem pensar e meus olhos param em Lila Kate. Ela está impressionante. Os cabelos escuros enrolados frouxamente e tocando os ombros. O vestido azul da meia-noite que usa abraça suas curvas docemente. É difícil afastar o olhar.
“Devo buscá-lo? Ou acha que ela quer que ele fique?” Pergunta Bliss.
Buscar quem?
“Deixe. Ela parece querê-lo lá,” Nate responde.
Afasto meu olhar de Lila Kate para ver um cara alto e loiro com a mão possessivamente em suas costas. Sua expressão é séria ao ouvir algo que ela diz. Quem diabos é esse?
“Quem está com ela?” pergunto uma vez que eles obviamente sabem.
“É Eli, meu melhor amigo,” diz Bliss, com um sorriso satisfeito.
“Como ela o conhece?” Lila Kate não é de se relacionar com alguém rapidamente.
“Eles passaram algum tempo juntos antes que você aparecesse de moto e a levasse,” Nate responde. Ele está se divertindo. Ele sabe por que estou perguntando e está se divertindo para caralho.
“Ela quis ir comigo,” digo a ele virando para encarar sua expressão presunçosa.
Ele assente. “Sim, ela quis. Mas agora...” ele inclina o queixo na direção de Lila Kate. “Ela quer Eli. Lição aprendida rápido eu diria.”
“Que porra isso significa?” Rosno dando um passo em direção a ele.
Nate não recua. Mas, então, eu não espero que o faça. Ele dá um passo em minha direção. Sua expressão fica fria. Fechada. “Isso significa que Eli é um bom rapaz. O tipo que permanece. Isso é o que significa.” a voz de Nate é baixa quando fala.
“Ela mal o conhece,” argumento.
“Mas ela te conhece o suficiente agora,” ele responde.
Estamos num funeral. Isso deveria me parar e me fazer ir embora. Mas não vou. Porque Nate está certo. Ela me conhece. Podia pegar minha moto e sair. Isso é o que um bom rapaz faria. Mas eu a levei e depois abandonei. Quando penso sobre isso tenho que admitir que possa ter sido a coisa mais fria que já fiz. E fiz essa merda muito cruel. Volto o olhar para Lila Kate e Eli. Ele está sussurrando algo e ela sorri. O sorriso não é o radiante que conheço.
É triste. Seus olhos não brilham e iluminam a sala como sei que podem. Ela perdeu alguém e Eli está lá com ela. Esse é o tipo de cara que ela precisa. Deixei-a porque ela precisa seguir em frente sem mim. Só não esperava que essa porra acontecesse tão rápido.
“Ela merece muito mais. Você sabe. Deixe que ela tenha.” A voz de Nate me incomoda, simplesmente porque ele está certo. Não falo nada. Apenas vou embora. Volto para minha família. Gostaria de me afastar deste maldito funeral e sair em silêncio. Esquecer o que aconteceu com Lila e eu. Eventualmente.
No caminho para ir embora sinto seus olhos me seguirem. A melhor coisa a fazer seria ignorá-la, mas não posso. Encontro seu olhar. Ela não sorri. Apenas me olha com olhos tão cheios de decepção que queima meu estômago. Ela me arruinou. Assim como estive com medo que ela faria.
Vinte e Cinco
Lila Kate
ELI SEGURA MINHA MÃO enquanto observo o mausoléu privado que abriga todos os membros do Slacker Demons e sua família. Minha avó é a primeira a ser enterrada nele. Kiro comprou porque disse que não queria ser enterrado no chão e não queria que sua Emily fosse também. Então decidiu que a melhor maneira de descansar em paz eterna era um mausoléu com aqueles que mais amava.
“Nunca vi ninguém ser colocado para descansar num destes. Exceto enterros,” Eli diz baixinho ao meu lado.
“Nem eu. Parece mais fácil do que vê-los afundar no chão, não é?”
Ele assente. “Sim, acho que é.”
Concentro-me em meu avô e seus olhos injetados de sangue fitando a frente, onde Emily foi posta. Ele está bebendo uma garrafa de uísque. Estou preocupada que ele entre em coma alcoólico, mas minha mãe disse que ele tem anos de tolerância com estas coisas. Ele ficará bem. Seu terno cobre as tatuagens, mas ainda parece um roqueiro. É sua postura, rosto, a maneira como os cabelos ainda estão longos demais para um homem mais velho. Ele sempre será Kiro Manning. Mesmo aos setenta anos de idade.
“Obrigado por ficar comigo hoje,” digo a Eli. Eu precisava de alguém. Apoio, suporte. Todo mundo esteve aqui. Todos sabem que saí na moto de Cruz Kerrington e todos o viram completamente ignorar-me. Mas a dor do meu avô é mais importante do que meu desprezo evidente por Cruz. Consegui o que queria ao brincar com fogo.
“Estou feliz por ter vindo. Quase não o fiz. Nate pensou que eu deveria. Terei que lhe agradecer por isso.”
Nate esperava isso. Ele sabia que Cruz viria assim como eu. Estamos todos juntos. Preciso agradecer a Nate por trazer Eli. Não que eu vá usá-lo como rebote. Mas ele se tornou um bom amigo. Depois de hoje, espero continuar em contato. Gosto de sua companhia. Ele é forte. Confiável. O tipo de homem que sei que meus pais esperam que eu encontre um dia.
Quando meu coração finalmente se curar e seguir em frente, espero encontrar um conto de fadas com um cara como Eli. Sei que não será Eli porque seu coração já não está disponível. Simpatizo com ele. Amar alguém que nunca terá é doloroso.
Pelo menos ele não sofreu uma humilhação por causa disso. Ele mantém seus sentimentos em segredo. Nunca cometeu o erro de jogar a precaução ao vento e se aventurar.
“Vamos,” digo quando os outros começam a sair. Sei que meu avô ficará aqui por um tempo e quero que tenha seu tempo sozinho com ela.
Eli continua segurando minha mão quando nos afastamos. Sei que os Kerrington estão a minha esquerda. Posso ver Woods e Della pelo canto do olho. Mas não os cumprimento. Simplesmente não posso. Ando com a cabeça baixa. Eli leva-me para a limusine que está à espera da família.
“Onde vai?” Pergunto.
Ele aponta para a limusine atrás da minha. “Para o Dean com Nate e Bliss.”
Estar com Nate e Bliss não é fácil para ele. Sei disso sem perguntar. “Vem comigo,” digo.
Ele sorri como se entendesse por que e pudesse ler meus pensamentos. “Obrigado.”
Vou para o último assento. “Você me salvou hoje. Deveria te agradecer.”
Eli vem atrás de mim e senta com a coxa pressionando a minha. O calor de seu corpo e o cheiro de sua colônia me traz alivio. Que não estou sozinha. Lembro-me da nossa noite juntos. Sei agora a diferença entre um bom sexo bêbado sem amarras e sexo com o homem que seu coração deseja. São dois campos diferentes.
“Você está linda hoje. Ele é um idiota e pela maneira que observou cada movimento seu ele sabe disso.”
Levanto a cabeça e olho Eli. “O que?”
Ele me dá um meio sorriso. “Cruz Kerrington. Ele não tirou os olhos de você. Não o conheço nem fomos apresentados, mas tenho experiência com seu tipo. Posso identificá-los. Ele também é completamente óbvio. Ninguém lá olhou para mim como se quisesse rasgar meus membros do corpo.”
Isso não faz sentido. Balanço a cabeça. “Você entendeu mal. Ele foi forçado a vir. Conheço seus pais. Ele agiu assim porque está com raiva que o funeral diminui seu tempo de diversão.” O desgosto é óbvio em minha voz. Assim como a dor.
“Posso não ser um idiota. Mas sou um homem. Sei o que pensamos. Posso ler um. E esse cara não ficou feliz por você estar comigo. Ele também queria ficar a sós e ter as mãos em você. Honestamente, Lila, você é linda. Hoje esteve deslumbrante. Eu tive dificuldade em afastar os olhos de você.”
Era bom. Não, parecia mais do que bom ouvir um homem de boa aparência dizer isso para mim. Não me sinto bonita ou deslumbrante. “Obrigada,” digo sem ter outra forma de responder. Então digo o que estou pensando. “Eu queria... Gostaria de ter te conhecido em outro momento. Um em que nossos corações não estivessem tão confusos. Talvez tivéssemos uma chance.”
Sua mão desliza na minha e ele a aperta. “Quando saiu eu percebi uma coisa. Meu coração não está onde pensei. Bliss tornou-se um hábito. Tudo o que conheço. Ninguém teve impacto suficiente em mim para movê-la do meu coração. Mas você... você me fez esquecer. Mostrou que há mais. Que posso sentir algo por alguém,” ele faz uma pausa, em seguida, seus dedos entrelaçam os meus. “Meu coração está pronto, Lila. Só serei paciente até o seu estar.”
Uau... isto não é algo que esperava ouvir. “Na nossa última noite juntos estava chateado com ser o melhor homem,” lembro.
Ele dá de ombros. “Um hábito. Um hábito que me despertou e mostrou como meu coração mudou. Percebi que segui em frente quando descobri que tinha ido. Que... me despertou mais do que a merda do casamento fodido. Estive pensando nisso e completamente focado em você. Nem sequer sinto uma pontada quando os vejo se beijando. Você me curou. Gostaria de poder fazer o mesmo.”
Aqui está um homem maravilhoso me dizendo que quer mais. Ele está pronto para seguir em frente comigo. Ele quer estar comigo. Ele está disponível. E tão bonito como tudo soou, mas meu coração ainda dói por Cruz. Sou ou a mulher mais estúpida do planeta ou a mais azarada. Possivelmente ambos.
“Preciso de tempo,” digo a ele porque quero um conto de fadas. Acredito que Eli é esse tipo de cara. Ele é seguro, sólido, bonito. Todas as coisas que meu pai é, que Rush Finlay é e que meus tios Mase e Cope são. Quero um homem como eles.
“Sou muito paciente,” ele responde.
Até mesmo o tom de sua voz é suave. Não faz meu coração acelerar ou desperta borboletas no estômago, mas faz-me sentir segura. Descanso a cabeça em seu ombro. Seu braço me envolve e ficamos lá em silêncio enquanto esperamos o resto da família.
Vinte e Seis
Cruz Kerrington
“VOCÊ A FODEU?” Blaze, meu irmão de dezenove anos pergunta sentando na outra extremidade do sofá que minha mãe se refere como ‘cova dos meninos.’ Fica no piso inferior da nossa casa de três andares e tem tudo que um adolescente pode precisar. Até um miniginásio com pesos. Vim aqui logo que chegamos em casa para evitar o resto da família.
“Só a ignorei,” não respondo voltando minha atenção para o jogo de beisebol que estou assistindo.
Blaze ri. “Isso quer dizer sim. Porra! Ela é tão gostosa.”
Fúria me toma. “Se quer viver é melhor calar a boca,” aviso. Não quero que ninguém saiba o que fizemos, mas também não quero que meu irmão pense em Lila Kate e sexo na mesma frase.
“Qual é o seu negócio? Jesus, relaxe. Lila Kate é sexy. Eu daria minha bola esquerda para transar com ela.”
Movo-me. Rápido. Sem pensar. Prendo Blaze no sofá com a mão em torno de sua garganta. Ele é um centímetro, talvez dois mais alto que eu, mas é mais esguio. Seus músculos são pequenos. Sou mais pesado que ele. Também sou dois anos mais velho. “Cale sua boca porra. Você me entendeu merdinha estúpido?”
Ele assente incapaz de respirar, então solto meu aperto em seu pescoço. Em seguida, o olho uma última vez antes de voltar para meu lugar. “Vá embora,” digo ao sentar novamente.
Posso vê-lo esfregando o pescoço. Droga de drama. Ele finalmente levanta e estou tão aliviado que quase suspiro. Só quero ficar sozinho.
“Se você a ama, então não está fazendo um bom trabalho em demonstrar. Isso é tudo que estou dizendo.” Após as palavras saírem de sua boca, ele se vira e corre em direção as escadas.
“Eu não a amo,” disse a ninguém. Mas preciso dizer. Colocar para fora. “Eu não amo ninguém. Amor não é para mim.” Continuo falando para a sala vazia.
A imagem de Lila Kate em pé no funeral. Sua pele macia bronzeada tão perfeita e nua no vestido que ela usava fez meus dedos coçarem para tocá-la. Sentir a textura sedosa. Se Eli fodido Hardy a abraçasse, não seria responsável por minhas ações. Mas ele não fez. Ele é o cara bom. Ele não tocou em seu corpo. Só segurou sua mão.
Ela parecia precisar do apoio. Lutei contra o ciúme me comendo por ser a pessoa ao seu lado. Foi minha escolha foi não ser. Sofri por seu bem estar.
Passos na escada desta vez me alerta que estou prestes a ser interrompido novamente por um membro da família. Jogo a cabeça para trás e fecho os olhos ao suspirar com irritação. “Você não pode apenas me deixar em paz?” Rosno frustrado quando o próximo membro intrometido da minha família entra.
“É apenas um minuto. Preciso dizer uma coisa. Então não vou incomodá-lo novamente,” a voz de Lila Kate faz minha cabeça levantar. Que porra ela faz aqui?
Ela usa um vestido branco que mostra muita pele. Estou hipnotizado. A visão dela. Toda sua suavidade perfeita. Aqui na minha casa. Por quê?
“Blaze disse que estava aqui e que poderia vê-lo por um momento. Ele saiu com seus pais para o almoço no clube. Não queria incomodá-lo,” ela para e olha o jogo na televisão. “Vejo que você está ocupado assistindo algo. Serei rápida.”
Ela se aproxima parando a alguns passos de distância. “Eu não cometi um erro. Sabia o que estava fazendo. Eu esperava isso de você. Não esperava mais nada. Eu escolhi ir com você, dormir com você, permiti-me gostar de estar ao seu lado. Isso foi tudo para mim. Vou lidar com as memórias. O desgosto. Tudo isso porque pedi por ele. No início, pensei ser estúpida. Amaldiçoei minhas más decisões. Mas... estou grata por ter feito. Eu deixei você me machucar. Mas nós tivemos um momento. Agora sei como é. Como você... me faz sentir. Eu não me arrependo. Não me arrependo de você. Vou seguir em frente. Ir por outro caminho. Nunca o incomodarei novamente. A vida vai voltar ao que era antes.” Ela para e sorri. É um doce e triste sorriso. Ele deixa meus malditos joelhos fracos mesmo estando sentado.
“Faz menos de quarenta e oito horas, mas foi divertido. Emocionante. E sempre me alegrarei por ter feito. Obrigado, Cruz Kerrington,” diz ela quando fecha a distância entre nós e se inclina para dar um beijo em meus lábios. “Adeus,” ela sussurra contra eles. Então levanta e caminha em direção à escada.
Meus lábios ainda estão formigando de excitação por seu toque. Meu corpo anseia o cheiro de seu corpo. Deixá-la ir parece impossível. Estou fora do sofá e atrás dela tão rápido que não tenho tempo para pensar. Minhas mãos agarram sua cintura, e aperto-a contra a parede. Há um milhão de coisas que quero dizer. Mas não falo nenhuma.
Beija-la é a coisa certa. Sem a porra de um beijo doce. Eu reivindico sua boca. Provo sua doçura. Fico bêbado no néctar que é Lila Kate. Desejo isso desde que a deixei. Sonho com isso. Tentei tirá-la do meu sistema com outra mulher. Nada funcionou. Esta é a única maneira de curar meu desejo.
Suas mãos envolvem meus cabelos e minhas mãos sobem para sentir o peso de seus seios. Coloco a mão sobre seu coração e os batimentos fazem o meu disparar. Fiz isso com ela. Ela quer tanto quando eu. Somos a porra de explosivos. Nunca houve outra mulher que me fizesse reagir desta maneira. Por que não posso apenas fazê-lo durar mais tempo? Apreciar até que termine.
Quando suas mãos tocam meu peito e me empurram firmemente, estou atordoado.
“Isso é suficiente,” ela ofega e desliza para longe do meu corpo para libertar-se de onde a prendi.
“Nós estamos apenas começando,” respondo minha própria voz rouca por falta de oxigênio.
Ela balança a cabeça. “Não, Cruz. Meu beijo foi um adeus. Aquele beijo foi um encerramento.” Enquanto estou tentando entender o que falou ela vai embora. Deixa-me lá. Bem desse jeito. Sem lágrimas. Nada.
Eu me sentiria melhor se ela tivesse chorado? Não quero machucá-la. Quero me trancar num quarto com ela e nunca sair. Mas não quero machucá-la.
Ela me mostrou suas emoções antes. Na Bourbon Street eu vi. Tudo. Sei que seu coração é suave. Que as lágrimas caem facilmente. Então, isso significa que a mulher que acabou de sair daqui é algo... que eu provoquei. Ela não foi fria. Ela terminou. Mostrei o quanto posso machucá-la e ela viu que eu não valho a pena. Ela sabe que merece mais.
Seu cheiro se agarra a minha pele. Meu corpo dói com a perda dela em meus braços. Mas mais do que isso minha alma sabe que apenas afastei a única coisa que me despertou. Perdi a mulher que me mostrou como o fogo é.
Afundo na cadeira atrás de mim. Seguro a cabeça com as mãos. Está feito. Nós tivemos nosso pequeno momento. Queria dizer que mostrei como sou ruim para ela. Como posso arruiná-la. Que preservei a ambos. Mas no final, sou o único completamente arruinado.
Vinte e Sete
Lila Kate
O ESPAÇO ERA PERFEITO. Ele iria crescer comigo. Com minhas aulas de dança. Eu podia ver um futuro aqui. Eu tinha o dinheiro para começar. Eu compraria este lugar, todo o equipamento e começaria a anunciar. Claro, eu queria encontrar uma aventura duas semanas atrás, mas agora uma aventura sempre me lembra Cruz. Ele tinha sido a minha verdadeira aventura.
Eu quase tinha deixado a sua presença nesta cidade fazer-me correr. Quando admiti para mim mesma que eu estava olhando para estúdios de dança fora de Rosemary Beach, porque eu estava tentando evitar Cruz, tinha começado a minha pesquisa aqui. Só fazia sentido começar o meu primeiro estúdio em uma cidade onde eu conhecia todo mundo e avançar mais tarde para expandi-lo. Eu não tinha planos de ficar aqui para sempre. Mas, por agora, fazia sentido. Minha necessidade de aventura tinha sido sugada de mim. Tinha sido fugaz. Eu tive aventuras demais no período de uma semana que durariam alguns anos.
A porta se abriu atrás de mim, e Ophelia Finlay ficou ali parecendo tão glamorosa como sempre.
“Eu te liguei três vezes.” Ela me disse como se eu não tivesse visto as chamadas não atendidas no meu telefone.
“Eu estive ocupada.” Respondi.
Ela suspirou alto. “Você não vai mesmo considerar? Eu seria uma incrível companheira de quarto.”
Ophelia tinha ouvido falar, por sua mãe, que eu estava comprando um condomínio e começando meu próprio estúdio de dança. Palavras viajam rápido quando suas mães são melhores amigas. Ela estava tirando um ‘tempo’ da faculdade este ano, porque precisava de uma nova direção ou algo dessa natureza. Isso era muito Ophelia.
“Eu não estava considerando. Não duvido que você seja uma boa companheira de quarto. Eu só precisava ter certeza de que era isso que eu ia fazer,” Eu virei em um círculo olhando para o prédio. “Mas é isso mesmo. Este é o lugar.”
Ophelia assentiu. “Este será um bom estúdio. Excelente localização.”
Eu apontei para cima. “Meu apartamento será lá em cima. Estou comprando o prédio. Eu preciso poupar dinheiro, e ficar onde eu trabalho faz sentido.”
Ela fez uma careta. “Você vai morar aqui?”
Eu balancei a cabeça. “Sim.”
“Como se parece lá em cima?”
Dei de ombros. “É um grande loft, vigas expostas, muito abertas. Não é realmente o seu tipo de lugar.” Foi por isso que eu não tinha respondido suas ligações.
“Que horas serão as suas primeiras aulas?” Ela perguntou, ainda não parecendo satisfeita.
“Às oito da manhã.” Eu respondi.
Sua determinação para ser a minha nova companheira de quarto parecia que estava desaparecendo rapidamente. “Oh.”
Isso foi o que eu pensei. Este seria o meu mundo. Meu trabalho e meu loft. Eu não imaginava que iria atrair alguém.
“Posso vê-lo?” Perguntou ela, esperançosa.
“Certo, vamos.” Eu respondi. “Por este caminho.”
Eu abri o caminho para a porta de trás, que foi pintada de azul. Eu mudaria isso. Ela abria-se para as escadas que iam para o sótão. Havia exatamente vinte e cinco degraus. Quando chegamos ao topo, não havia porta. Gostaria de trabalhar com isso, também.
A área de quatro mil metros quadrados era quase completamente aberta. A única privacidade era um banheiro à esquerda e a escada em espiral que levava a mais uma área do loft que seria o meu quarto. A cozinha estava completa e era toda em aço inoxidável. Mesmo as bancadas eram inoxidáveis. Era tudo muito industrial.
“Existe um segundo quarto?” Perguntou ela observando a área.
“Não. O proprietário original era um homem. Mas se você está realmente interessada, há espaço suficiente. Nós podemos construir paredes nesse canto próximo ao banheiro, e você teria um quarto de tamanho suficiente. Mas teríamos que dividir o banheiro.”
Ela caminhou enquanto estudava toda a área de Rosemary. Era pequena e uma rua pitoresca com lojas. O exterior de todas as lojas era muito ‘costa do sul’, e me senti confortável com isso. Muito diferente da área onde tínhamos vivido quando crianças. Finalmente, ela se virou para mim e sorriu. “Vamos fazer isso.”
Se tivesse sido Phoenix Finlay, eu não teria dito absolutamente nada. Mas eu poderia viver com Ophelia. Além disso, o rendimento do aluguel pagaria os serviços públicos neste local. Fazia sentido ter este acordo.
“Eu vou falar com o papai para ele arrumar alguns trabalhadores aqui para construir um quarto assim que eu assinar a papelada deste lugar.”
Ela estava sorrindo brilhantemente. “Quanto tempo você acha que vai precisar?”
“Até o final dessa semana.”
Ela bateu palmas com entusiasmo. “Isto será muito divertido!”
Eu esperava que sim. “Você quer um emprego? Porque eu vou precisar de ajuda no escritório uma vez que abrir o estúdio.”
“Certo! Por que diabos não? Podemos apenas retirar o aluguel do meu salário?”
“Isso seria bom para mim.”
Conversamos um pouco mais antes de Ophelia sair para contar para a sua mãe sobre seus planos. Entrei e puxei-me para cima, para me sentar no bar da cozinha. Eu poderia fazer uma vida aqui. Não era na parte rica de Rosemary Beach, onde as grandes casas eram e o clube estava localizado. Ficava logo ao lado dele, mas parecia separado. Eu não estava deixando a cidade, mas eu estava começando uma nova vida nesta cidade.
Meu telefone tocou e ecoou no grande espaço vazio. Olhei para ele, era Eli. Sorrindo, eu respondi. “Olá.”
“Como parece o lugar?” Ele perguntou. Eu tinha lhe dito, por uma mensagem de texto que eu lhe enviei ontem à noite, que viria verificá-lo hoje.
“Perfeito. Eu acho que vai ser perfeito.”
“Droga. Eu estava esperando que você achasse que é ruim e viesse para Sea Breeze comprar algo por aqui.” Ele estava brincando, mas eu sabia que ele também ficaria contente se isso acontecesse.
“Você sempre pode vir a Rosemary Beach.” Eu respondi.
Ele ficou quieto por um momento. “Não me tente.”
Eu me perguntei se ele iria realmente fazer isso. Talvez um novo começo fosse o que ele precisava. “Eu não iria reclamar se você viesse.” Eu adicionei.
Ele riu e acrescentou, “É difícil dizer não para você também. Mas eu tenho um emprego, e não posso apenas largar tudo e fugir.”
Ele tinha um ponto. “Eu sei. Queria esclarecer que se você precisar de uma aventura eu ficaria feliz em ser o seu início.” Eu estava brincando, mas ele ficou quieto.
Mordi meu lábio nervosamente. Talvez eu não devesse ter dito isso. Nós não falamos muito sobre aquela noite. Eu não tinha certeza se ele se lembrava de me perguntar se ele foi o início da minha aventura. Esperei por ele dizer algo e me preocupei todo o tempo em que ele ficou em silêncio.
“Eu poderia considerar se pudéssemos ter outro sexo na praia. Eu penso muito sobre isso. Desejo a Deus que eu não tivesse estado tão malditamente bêbado.”
Após Cruz, eu não estava pronta para fazer sexo com ninguém. Eu queria estar um dia. Mas, por agora, eu simplesmente não podia. Em uma semana, eu tinha feito sexo com dois homens diferentes. Isso tinha sido um inferno de uma aventura.
“Um dia, se for à hora certa.” Eu disse suavemente enquanto imagens de Cruz e as coisas que tínhamos feito apareciam na minha cabeça. Meu coração doía junto com elas.
“Eu não quero ser apenas o começo de sua aventura Lila, eu quero ser o fim.”
Vinte e Oito
Cruz Kerrington
MINHA CABEÇA ESTAVA FODIDA. Eu estava no trabalho fazendo o que meu pai me pediu para fazer. Não porque ele pediu, mas porque eu estava tão fodido da cabeça que eu precisava de algo para me distrair. E as bucetas de outras mulheres não estavam funcionando.
“Cruz, você parece tanto com o seu pai em sua idade, que eu tive um flashback. Eu era uma garçonete novamente e lá estava o chefe. Você está bem aqui no Club Kerrington de polo. Eu sei que Woods está orgulhoso de tê-lo aqui com ele.” Blaire Finlay disse quando entrou na sala de jantar com minha mãe e Harlow Carter, a mãe de Lila.
“Ele é gêmeo de seu pai. Em tudo, incluindo a atitude.” Disse minha mãe com um sorriso.
“Não vou dizer a ele que você disse isso.” Eu disse, sabendo que ele não gostaria de ouvir que eu agia como ele.
Blaire riu, e as três passaram por mim. Minha mãe fez uma pausa para apertar meu braço gentilmente. Harlow estava quieta. Ela não falava alto como as outras ou chamava a atenção para si mesma. Ela era quieta, bonita, não parecia em nada que tinha a sua idade, e tudo que eu podia ver era Lila Kate vinte anos mais velha. O homem que a segurar será um sortudo filho da puta.
Irritado com minha linha de pensamento, eu andei pelo corredor em direção ao escritório do meu pai, para onde eu estava indo quando as três tinham chegado. Eu adorava vir a este escritório. Isso significava que veria meu pai. Ele me colocava em sua mesa e me deixava brincar com um brinquedo pequeno de golfe que estava sobre ela. Eu assistia a tela plana na parede e o observava enquanto ele trabalhava. Eu queria ser como ele.
Caramba, como os tempos haviam mudado.
A porta do escritório do meu pai abriu e ele saiu antes de eu chegar a ele. Seu olhar imediatamente parou em mim. “Bem, você chegou na hora. Eu terei um almoço com o Capitão, se lembra do irmão de Blaire Finlay? Sua filha Emmeline está com ele. Ela está sendo preparada para assumir a franquia de restaurante aqui em Rosemary Beach. Eu acho que ter você lá vai fazê-la se sentir mais confortável já que você está mais próximo da idade dela.”
Encontro de almoço. Fan-porra-tastico. “Eu conheço Emmeline, e a chamamos de Emmy. Ou pelo menos era assim há dois anos, quando eu falei com ela em um evento realizado aqui por uma coisa ou outra.”
Papai concordou. “Bom. Franny, a filha mais velha do Capitão supervisiona as franquias no Alabama e Tennessee. Emmeline está sendo treinada para assumir as franquias da Flórida e Geórgia. Ela não estará pronta até se formar na faculdade, mas o Capitão começa a prepará-las desde jovens. Como eu deveria ter feito com você. Empresário inteligente.” Meu pai disse enquanto andava e esperava que eu o acompanhasse.
“Vamos comer aqui?” Perguntei esperando a resposta negativa. Eu não estava no humor para lidar com a multidão lá dentro.
“Não. Vamos para o lugar do Capitão.”
“Por que exatamente estamos nos reunindo com ele?”
“Porque nós precisamos de outro restaurante no clube. O grill junto à piscina e o salão de jantar principal não são suficientes. Não mais. É hora de nós expandirmos.”
“Então você irá colocar um dos restaurantes do Capitão no clube?”
“Possivelmente. Parece ser uma boa ideia. Vamos ver o que se desenrola.”
O novo Dodge Ram do meu pai estava estacionado na frente e um manobrista já tinha começado a trazê-lo para nós. Subimos e nos dirigimos para a propriedade do clube, na parte de negócios de Rosemary Beach, onde fazem compras, comem, fazem mais compras e toda a merda turística estava localizada. Eu não disse muito, apenas observei a cidade passar. Perguntei-me sobre Lila Kate, porque esse era o meu novo hábito que eu não podia deixar.
“Conversou com Lila Kate ultimamente?” Papai perguntou como se ele pudesse ler minha mente.
Eu balancei a cabeça negativamente.
“Então você não sabe sobre ela comprar esse lugar?” disse ele, e meus ouvidos se animaram.
“O quê?”
Papai parou em um dos três semáforos na cidade e apontou para uma loja de dois andares na esquina da rua principal. “Aquele ali no fim. Grant disse que ela comprou. Ela está abrindo um estúdio de dança.”
Estudei o edifício azul pálido. Grandes janelas forradas, piso inferior e no segundo andar tinha os protetores contra furacões que eram tão populares por aqui. “Isso não pode ter sido barato.” Wu disse perguntando o que diabos ela estava pensando.
“Não foi. Mas ela tem um fundo fiduciário de Kiro. Ela tem uma boa cabeça para os negócios. Em vez de viver com o dinheiro, ela o está usando para fazer mais. Para construir alguma coisa.”
Eu podia ouvir a admiração em seu tom. Eu sabia que ela era especial. Ele não precisava reforçar isso. Eu entendi. Foi por isso que a afastei. Isso tinha sido o correto.
Papai puxou o caminhão na frente do lugar do Capitão em Rosemary Beach, e eu saí ainda olhando para o lugar que agora era de Lila. Ela não estava deixando a cidade. Isso era bom. Como se eu pudesse respirar melhor. Não que fosse importar onde ela vivia, mas eu a queria aqui. Isso era muito fodido.
“Ouça, preste atenção, e seja educado. Fale com Emmeline. Não aja como um idiota.”
Eu sorri. “Quando eu fui um idiota com uma mulher?”
“Inúmeras vezes, Cruz. Muitas vezes.”
Carrancudo, eu o segui e o cheiro de frutos do mar me bateu. Eu não tinha estado aqui há muito tempo, mas a comida era boa. Eu deveria sair mais vezes. Não iria me prejudicar andar por essa parte da cidade.
“Woods, Cruz, é bom ver vocês dois.” Capitão Kipling disse enquanto apertava a mão de papai, em seguida, a minha. “Quando você se transformou em um homem?” Ele brincou, e em seguida, me deu um tapa nas costas.
Emmy caminhou ao seu lado e sorriu para mim. Não era o tipo educado de sorriso de negócios que eu estava esperando. Ela estava mais velha e, nos últimos dois anos ela amadureceu. Ela também sabia disso. Seus longos cabelos loiros e olhos verdes brilhantes eram uma combinação impressionante contra o bronzeado deixado pelo sol em sua pele.
“Olá, Cruz.” Seus olhos brilhavam com malícia quando ela disse meu nome.
“Emmy,” eu respondi com um aceno. “Bom te ver.”
“Enquanto vocês se sentam, eu vou levar Cruz comigo para pegar o laptop que você precisa papai. Eu posso mostrar-lhe em volta também.”
Capitão e meu pai já estavam conversando socialmente, e ele apenas balançou a cabeça. Meu pai me deu um olhar de aviso antes de se afastar. Essa não parece ser uma boa ideia. Será que os dois não viram a forma como Emmy tinha olhado para mim? Eles eram tão cegos? Ela não estava pensando porra nenhuma em negócios.
“Meu pai me disse que você está sendo preparado para assumir o clube.” Disse ela andando tão perto de mim que o seu braço escovou contra mim.
“Sim.” eu respondi.
“Eu estarei na cidade mais vezes para conhecer este lugar. Durante o verão, estarei aqui para trabalhar. Até eu voltar para a Universidade UT, deveríamos fazer alguma coisa.” Sua voz caiu para um tom sensual. Merda.
“Não sei o que você está pensando, mas estaremos potencialmente trabalhando juntos. Não acho que temos que atravessar as linhas.”
Ela se aproximou, em seguida, deu um passo na minha frente para abrir a porta e me levou para dentro. Eu estava na sala e percebi que era um escritório antes dela fechar a porta. “O que há de errado em ter um pouco de diversão? Isso fará com que trabalhar juntos seja mais agradável.”
Sua mão tocou meu braço e me afastei quando ela se aproximou mais de mim. “Eu sempre tive uma queda por você. Mas eu acho que todas as meninas têm.”
Foda-me. O que diabos eu deveria fazer com isso? Normalmente, eu mergulharia neste convite, mas o tempo estava fora aqui. Minha cabeça estava desarrumada, e Emmy não era alguém que eu pudesse mexer sem que meu pai ficasse irritado.
“Olha, por mais tentador que seja, temos que trabalhar juntos. Eu tenho certeza que você está bem ciente da minha reputação. Eu não quero qualquer atrito entre nós.”
Ela riu, em seguida, e moveu-se para frente de mim. Seu peito quase tocou o meu. “Eu não estou à procura de um relacionamento, Cruz. Eu só quero um pouco de diversão.”
Se eu pudesse ver além do rosto de Lila Kate, eu poderia aceitar isso. Mas caramba, eu não poderia usar Emmy dessa forma. Eu teria que fechar os olhos e fingir. A última garota que eu estive nas duas noites anteriores, eu realmente a chamei de Lila. E aquilo não terminou bem.
Embora se alguém pudesse atrapalhar a minha obsessão por Lila, isso iria me salvar. “Eu vou ser honesto com você. Eu terminei com alguém há pouco tempo e estou trabalhando através disso. Superando tudo. Mas eu ainda não cheguei lá.”
Emmy mordeu o lábio inferior sedutoramente e então finalmente pressionou os seios contra o meu peito. “Eu posso te ajudar com isso.”
Por que essa merda sempre acontece comigo? “Não tenho certeza que seja uma boa ideia.” Argumentei, mas as minhas palavras não soaram muito convincentes. Ela era gostosa. Eu era um cara e eu estaria mentindo se dissesse que não gostei dela.
“Dê-me uma chance. Apenas um gosto e você vai ver...” ela sussurrou e, em seguida, sua mão deslizou até o interior da minha coxa e segurou meu pau. Puta merda!
“Você me deixa duro e eu vou ter que andar por aí com um tesão do caralho. Isso não será legal para qualquer um dos nossos pais.”
“Se eu te deixar com tesão, eu posso resolver isso pra você.”
Desta vez, eu ri. “Confie em mim, querida, não temos tempo para isso.”
Ela moveu a mão, enquanto eu já estava semiduro. “Quando você tiver tempo... Eu sou ótima em chupar um pau.”
Eu ainda estava preso em suas palavras quando ela se afastou e pegou um laptop fino. “Vamos chegar a essa reunião. Estou morrendo de fome.” Ela disse enquanto me lançou um sorriso malicioso, em seguida, balançou seus quadris quando saia pela porta.
Eu poderia fazer isso. Desfrutar dela. Divertir-me. Ela não era a boa menina que eu tinha assumido. Emmy Kipling era impertinente. Deve ser a coisa da garota da faculdade se tornando selvagem. Eu estava pensando nisso e relaxei um pouco quando nos juntamos aos nossos pais.
Emmy de repente tornou-se toda negócios e era encantadora e inteligente. Ela sabia muito sobre o lugar e fez os dois homens rirem quando falou sobre uma merda que era engraçada. Eu não falei tanto, mas me esforcei para manter o meu pai feliz.
Apenas quando aceitei isso, senti que ia ficar bem, pelo menos, não tão ruim quanto eu tinha pensado quando o meu pai disse que tínhamos que vir a esta reunião. Comecei a sorrir e há flertar um pouco, pisquei para Emmy quando nossos pais estavam ocupados discutindo outra coisa e ela me deu um sorriso que prometia algo mais tarde. Algo que eu estava me preparando para aceitar. Então eu senti. Um calor morno. Um formigamento. Levantando os olhos, eles bloquearam com os que não saia da minha cabeça.
Lila Kate estava lá, com um pedido em suas mãos. Seus olhos estavam em mim. A dor era óbvia e vê-la lá cortou meu peito.
Eu era um bastardo.
Vinte e Nove
Lila Kate
BAIXEI OS ALIMENTOS sobre o balcão da minha cozinha e gritei de frustração. Eu o odiava. Eu odiava Cruz Kerrington. Eu o odiava. Abrindo um armário, eu peguei um copo e o enchi com água gelada. Seu sorriso estúpido na minha cabeça enquanto ele piscou para Emmeline Kipling. Ela tinha o quê, dezenove? Deus, ele era um porco.
Se ela o deixar se aproximar, ela é estúpida. Estúpida como eu. Eu gemi com o pensamento e abri o saco para tirar a comida que já não parecia atraente. Havia outros lugares que eu poderia ter comido hoje. Por que eu tive que ir lá? Por que eu tinha que ver aquilo?
Sentei-me em uma das banquetas coloridas que chegaram ontem. O local era tão industrial que eu tinha adicionado toda a cor e arte que eu podia. Eu gostei da maneira como ele estava ficando. Os banquinhos foram pintados por um artista local e cada um tinha uma face louca artística diferente pintada nas costas.
Olhei para as patas de caranguejo na minha frente quando forcei um em minha boca. Eu tive que comer. Eu estava trabalhando no andar de baixo durante todo o dia e ainda faltava mais de um mês para abrir o local. Eu tomei um gole da minha água e, em seguida, olhei para o meu telefone. Eu não tinha falado com Eli em duas semanas. Ele sabia que eu tinha comprado o lugar, mas eu tinha estado tão ocupada me mudando que não tinha enviado nenhuma mensagem para ele.
Peguei meu telefone e decidi mudar isso. Nós não fomos feitos para ser mais do que amigos, mas eu gostava da sua amizade. Nós amamos pessoas que não nos amam de volta. Ele entendeu.
“Já me mudei. Quando você vem me visitar?” Então eu pressionei enviar.
Ophelia não veio ainda. O quarto dela estava quase concluído. Ela tinha ido para Los Angeles com Phoenix para visitar seu avô por uma semana. O lugar tinha estado tranquilo. Apenas eu e meu pai, juntamente com alguns de seus funcionários que vieram trabalhar no quarto nos últimos dias.
“Quando for convidado.” Foi sua resposta.
Eu senti falta dele. Eu perdi o cara de confiança que cumpria o que ele disse que ia fazer. Ele era honesto e não fazia coisas que poderiam ferir os outros. Eu queria que Eli tivesse sido o único a roubar o meu coração. Ver Cruz com outra pessoa seria mais fácil se ele estivesse aqui.
“Você está convidado. Considere este o seu convite oficial.”
Enviar textos para ele aliviou a dor que eu senti no meu coração e comecei a comer a minha comida e me divertir. Se eu pudesse voltar atrás e não implorar a Cruz pelo impossível naquela noite, na Bourbon Street, eu o faria. Eu pegaria tudo de volta. Desistiria das memórias. As pessoas que disseram que não trocaria isso, mesmo que doa, eram loucas. Eu desistiria em um piscar de olhos. Eu não queria pensar nele.
Eu queria esquecer tudo.
“Sexta-feira é cedo demais?” Eli mandou uma mensagem de volta.
“É perfeito.” Eu respondi.
Isso me dava dois dias para arrumar esse lugar. Eu gostaria de fazer alguns planos para nós e, em seguida, me divertir. Eu não penso sobre Cruz. Eu não ligo para o que ou quem ele estava fazendo suas coisas. Eu vivo minha vida.
“Vou começar a fazer a mala.”
Eu rio com o último texto e acabo de comer.
As coisas estavam se tornando diferentes do que eu tinha imaginado, mas elas não eram ruins. De modo nenhum. Eu estava animada. Logo eu possuiria um estúdio de dança. Eu ficaria para ensinar crianças, incentivá-las a encontrar o seu amor pela dança do jeito que eu tinha encontrado.
Eu limpei minha refeição e desci para voltar a pintar as paredes. Papai tinha se oferecido para fazer isso, mas eu queria saber que eu tinha feito algo. Este era o meu lugar. Eu gostava de ter a minha mão em torná-lo pronto para morar.
Quando passei pela porta, Cruz estava ali olhando ao redor. Suas mãos estavam nos bolsos do jeans, e com um olhar que eu não conseguia ler em seu rosto. Eu pensei em virar e correr de volta lá pra cima, mas eu não tinha doze anos. Eu era uma adulta e este era o meu estúdio.
“Posso ajudá-lo?” Perguntei.
Seu olhar voltou-se para mim. Ele não tinha me ouvido entrar. “Ei.”
Eu não respondi. Eu só continuei em silêncio olhando para ele.
“Sobre o que você viu,” ele começou e eu levantei a mão para detê-lo.
“Não faça isso. Por favor, não venha aqui e aja como se você tivesse que explicar alguma coisa para mim. Eu acho que eu fui clara em sua casa. Tivemos um encerramento. Está feito. Tenho que terminar de pintar. Se você me der licença.” Fui até a tinta e o rolo que eu tinha deixado quando saí mais cedo, e esperei que ele tivesse virado e saído.
“Se você teve a porra do seu encerramento, por que seus olhos pareciam tão incrivelmente magoados? Diga-me Lila. Diga-me por que seus olhos tomaram meu fôlego? Porque, com certeza, não foi um encerramento que eu vi neles, porra.”
Fiz uma pausa e respirei fundo. Ele estava certo. Mas eu não ia admitir isso. “Ainda é recente. Estarei bem em breve.”
“Porra, quando descobrir como superar isso você poderia me dizer como? Porque Deus sabe que eu preciso de ajuda.”
Eu não podia deixá-lo chegar a mim. Eu não podia deixar suas palavras me fazerem fraca ou acho que eu não poderia confiar nele. Que não poderíamos ter nada.
“Você estava indo muito bem.” Eu respondi e me dobrei para pegar o rolo e tirar a tampa da lata de tinta.
“Lila, olhe para mim. Jesus, só olhe para mim merda. Diga-me se isso se parece com um cara que não se importa? Você me viu flertar. Eu tenho flertado desde que eu consigo andar. Não significa nada. É apenas como eu reajo a mulheres que estão flertando comigo.”
Eu rio e então balanço a cabeça. “Tanto faz. Eu não me importo. Basta ir.”
Ele ficou lá. Não falou e não saiu. Tentei me concentrar na minha pintura, mas foi difícil com seus olhos me observando. Esperei que ele dissesse algo mais. Se ele simplesmente deixasse isso acabaria de uma vez. Tudo isso. Eu experimentei isso. Sabia como era e estava pronta para deixá-lo no passado.
“Se você não se importa então poderíamos sentar, conversar, tomar uma cerveja. Nós não podemos fazer isso, Lila. Então, sim, você se importa.”
Ele estava certo. Eu o odiava por estar certo. Se eu não me importasse não haveria emoção. Eu estaria bem com uma visita. Eu não estaria exigindo que ele saísse. Deixei minhas mãos cair ao meu lado e me virei para encará-lo.
“Você está certo. Eu me importo. Mas eu quero não me importar. Quero esquecer que tudo aconteceu. Quero esquecer você.” As palavras, embora fossem verdades, soaram muito mais frias e mais duras quando eu disse em voz alta. Eu quase as retraí, mas me contive. Ele me machucou. Se isso for machucá-lo, então, tudo bem.
“Eu não quero esquecer.” Sua voz era profunda e dolorosa.
Comecei a dizer algo para suavizar a situação, mas então ele fez como eu pedi. Ele se virou e saiu. Depois que a porta se fechou atrás dele, o lugar ficou em silêncio novamente. E eu estava sozinha mais uma vez.
Trinta
Eli Hardy
O CHEIRO DE TINTA FRESCA me pegou enquanto eu ia para dentro do prédio que seria o estúdio de dança de Lila. Era uma pálida sombra de azul, e o teto sem pintura logo parecia com o céu da manhã. Ela me contou sobre um artista que tinha vindo para pintá-lo. Ainda havia muito a ser feito, mas eu estava feliz por ela. Ela estava tão animada quando ela falou sobre seus planos. Eu a ouvi por mais de uma hora na noite passada. Quando ela percebeu quanto tempo estava falando comigo sobre isso, ela se desculpou. Tinha sido bonito.
Nenhuma vez na minha vida alguém tinha me feito esquecer Bliss. Havia sempre uma dor no meu peito quando eu pensava nela. Até agora. Aquilo tinha ido embora. Eu sabia o porquê. Lila havia se tornado importante para mim. Ela tinha sido tão adorável que eu não conseguia pensar em mais ninguém. Bliss era o que deveria ter sido sempre para mim, uma amiga. Uma grande amiga com quem eu me preocupava, mas eu poderia dizer honestamente que eu não amava a minha melhor amiga. Fiquei feliz por Bliss ter encontrado Nate e que a vida dela estava cheia de alegria.
Eu puxei minha mochila por cima do meu ombro e atravessei a sala em direção a uma porta na parte de trás. Ela tinha dito para entrar naquela porta e seguir em frente até as escadas. Esta noite ela estava cozinhando pela primeira vez em sua cozinha e não queria deixar a comida sem vigilância, de modo que ela tinha deixado as portas destravadas para mim.
O cheiro de tinta desapareceu quando a pesada porta se fechou atrás de mim. Eu comecei a subir as escadas. Podia sentir o cheiro de alho antes de eu ter andando a metade do caminho.
“Eli?” Lila gritou.
“Sim!” Respondi.
Eu ouvi o toque de seus pés enquanto caminhava em minha direção. Quando cheguei ao topo da escada, ela estava lá para me cumprimentar. Ela era de tirar o fôlego. Droga... era bom estar aqui.
“Você está aqui!” Ela disse sorrindo para mim como se eu não fosse aparecer. Então ela acenou com a mão e deu a volta. “É isso. O que você acha?”
O espaço parecia que pertencia a um homem solteiro. Lila tinha adicionado um monte de coisas suaves de mulher, tudo colorido para subjugar a masculinidade do lugar. No entanto, a aparência rústica industrial, com as vigas expostas, foi construída para um homem em mente. Nada chique. Apenas aberta e útil.
“Eu acho que gostaria de alugar aquele quarto se Ophelia desistir.” Eu disse, brincando.
“É ótimo, não é? Eu amo a vista e a sensação de que esse lugar é meu.”
Eu balancei a cabeça. “Sim, isso é ótimo.” Assim era o meu ponto de vista.
Lila usava uma saia branca curta e com um top azul sem mangas que mostrava seu bronzeado. Seus cabelos estavam presos no alto da cabeça em um nó confuso. Ela não estava usando maquiagem, mas não precisa disso.
“Eu não tenho uma cama no quarto de Ofélia ainda, mas o sofá tem uma bicama, e é uma boa. Eu tinha verificado antes de comprar.” Olhei para a sala de estar, ela tinha um sofá de couro que era luxuoso e largo. Duas cadeiras com listras vermelhas e marrons e um grande pufe retangular estava no meio. A tela plana era enorme, mas então ela poderia ser visto de qualquer lugar em todo o ambiente.
“Isso parece confortável o suficiente para dormir.”
“Pode ser. Mas você é alto.” Ressaltou.
Eu testarei mais tarde. “O que você está cozinhando tem um cheiro incrível. Posso ajudar com alguma coisa?”
“Sim, você pode cortar as abobrinhas. Eu odeio cortar legumes.” disse ela. “Coloque a sua mochila mais perto do sofá e me diga sobre todos os acontecimentos atuais em Sea Breeze. Eu monopolizei a conversa na noite passada. Eu nunca soube o que aconteceu com Jude e Micah sendo presos.”
Deixei a minha mochila cair ao lado do sofá enquanto ela caminhava de volta para a cozinha.
“Damon, o melhor amigo de Micah, correu e os pegou antes que eles chamassem seu pai. Micah pode ter vinte e cinco, mas Jude tem apenas vinte anos. O pai deles teria ficado furioso. Eles são ambos idiotas por fazerem qualquer coisa com Saffron. Ela está sempre à procura de problemas.”
“Saffron os havia convidado para ir nadar na casa de um amigo que ela supostamente estava cuidando. Havia garotas de topless lá. Elas eram amigas strippers de Saffron, embora Saffron não seja uma stripper. Micah e Jude apareceram, e então tinha um menor bebendo na festa. As coisas ficaram muito altas. Os policiais vieram. Micah disse a Saffron para se esconder porque seu pai era um filho de uma cadela e que ficaria puto.”
Eli continuou. “Saffron não estava realmente cuidando da casa. Todos eles estavam lá sem o conhecimento do proprietário. Era a casa de um ex-namorado de uma das stripper. O ex-namorado e sua esposa estavam de férias.”
“Será que o dono da casa vai prestar queixa?” Lila perguntou quando me entregou a abobrinha.
“Não. A stripper que ele teve um caso ameaçou contar tudo para a esposa dele.”
Lila riu então. “Uau. Ok, isso soa como um filme. Sea Breeze é mais animada do que Rosemary Beach. Raramente temos drama. Nada de interessante.”
“Isso é porque você não tem uma Saffron Corbin por aqui.”
Lila passou por mim duas vezes para obter algo da prateleira de temperos. Eu estava tentando não assumir que ela estava fazendo isso de propósito, mas quando ela se aproximou a terceira vez eu decidi que era um convite. Coloquei a faca para baixo e agarrei sua cintura para puxá-la contra mim.
“Eu espero que isso esteja bem.” Eu disse num sussurro antes de reivindicar sua boca com a minha própria. Ela congelou num primeiro momento, e então lentamente derreteu-se contra mim, seus braços indo ao redor do meu pescoço. Isto foi melhor do que eu me lembrava.
Eu ouvi o azeite na panela atrás de nós chiar. Eu sabia que tinha que deixá-la ir, mas a sensação dela em meus braços estava tão certo que era difícil. Quando ela se afastou, ela me deu um sorriso tímido. “As cebolas vão queimar.”
Eu a deixei ir com relutância, e ela correu para movê-las com uma espátula. “Você está pronta para a abobrinha?” Perguntei ainda um pouco entorpecido por aquele beijo.
Ela olhou para mim por cima do ombro e assentiu.
Eu usei isso como uma desculpa para chegar perto dela. Peguei os legumes, em seguida, e fiquei tão perto de suas costas que nossos corpos se tocaram. Baixei a cabeça e sussurrei em seu ouvido. “Vou colocá-los na panela, você mexe.”
Lila tremeu e depois assentiu. Satisfeito que eu estava afetando ela desta forma, eu comecei a derramar lentamente a abobrinha em fatias na frigideira. Ela estava respirando rapidamente, e eu podia ver seu pulso pulando na curva de seu pescoço. Eu dei um beijo lá, incapaz de me segurar.
Ela respirou profundamente e, em seguida, estremeceu novamente.
CONTINUA
Eu só queria me divertir um pouco, e ela não podia deixar-me tê-lo. Ela não podia ficar puta da vida por alguns minutos. Jesus, ela era mais problema do que eu tinha previsto. Seus cabelos escuros foram à primeira coisa que eu vi quando sai do bar. Ela estava de pé apenas alguns metros do bar.
Tinha os braços cruzados sobre o peito, e seus ombros levemente caídos. Como se estivesse com frio e tentando se manter aquecida. Isso não podia ser ela, porque estava quente pra caralho aqui fora.
“Lila!” Eu a chamei. Ela lentamente virou-se para olhar para mim e, em seguida, retomou sua postura quando me viu, mas não estava interessada em mim. Ou como ela estava chateada.
Tomei alguns passos para alcançá-la, pronto para saber o que diabos ela estava pensando vindo aqui sozinha. Mas quando cheguei perto, ela abaixou os braços e manteve o olhar sobre tudo e qualquer coisa, menos em mim. “Pronto para o próximo bar?” Ela perguntou.
Estava chateada. Senti em seu tom. “Por que você simplesmente saiu?” Perguntei frustrado por toda essa cena. Eu tinha começado a me divertir.
“Eu não gosto desse bar.”
O que? “Só porque não gosta de um lugar você simplesmente o deixa. Você não podia esperar para me dizer?”
“Você estava ocupado.” O sarcasmo escorrendo de sua voz não foi perdido.
“Eu estava apenas começando a me divertir. Jesus, Lila.”
Ela começou a se afastar então. Ela estava com raiva e queria ficar longe de mim. Eu não tinha feito nada de errado. “Então volte lá e se divirta. Se é isso que você quer fazer, não tenho nenhum problema com isso.” O tom de sua voz não soava como se ela não tivesse problema com isso.
Estendi a mão e agarrei seu braço, parando-a. “O que há com você? Você está chateada por eu ter bebido shots nos seios daquela garota? Isso é o que ela está lá para fazer. Alguns dos bares aqui têm muito mais do que isso. Foi tranquilo. Eu não estava machucando ninguém.”
Ela suspirou profundamente, e, finalmente, virou-se para olhar para mim. “Isso é o que você gosta?”
“Beber shots de uma mulher? Sim, assim como todos os homens heterossexuais sobre a porra do planeta.”
“Você não a conhece.”
“Não, mas isso realmente não importa.”
Ela me estudou por um momento. “Você já se apaixonou, Cruz?”
Que porra é essa? O que tinha a ver eu gostar de uísque entre os seios para estar apaixonado? “Não, mas o que diabos isso tem a ver com esta conversa?”
O jeito que ela estava me estudando me deixou desconfortável. Como ela podia ver mais do que eu queria. “Porque parece superficial.”
“É sexy, divertido. Não é suposto ser mais nada.”
Lila não respondeu a isso. Deixei-a puxar seu braço para fora do meu alcance. Ela finalmente concordou. “Ok.” Eu não tinha certeza do que ela queria dizer com “OK” e se esse era o seu jeito de acabar com essa conversa ridícula que estávamos tendo, tudo bem.
“Vamos encontrar coisas mais sensuais e divertidas para fazer,” disse ela quando começou a andar novamente.
Eu caminhei ao lado dela. Ela foi até o bar próximo e não esperou por mim para pedir uma bebida. Em vez disso, ela foi direto ao bar e pediu uma dose dupla de uísque para si mesma, bebeu em um gole, então pediu outra.
“A menos que você queira me ter segurando seus cabelos lá fora, na rua, você precisa ir mais devagar,” eu avisei. Ela me ignorou e bebeu a próxima exatamente da mesma maneira. Depois disso, ela me deixou pedir a minha própria bebida e saiu para a pista de dança. Fiz o pedido com o barman, em seguida, assisti em choque como Lila Kate deixou um homem tomar sua mão e colocá-la sobre uma mesa. O cara no palco gritou “O que você quer ouvir coisa doce?”
Ela lhe deu um grande sorriso atrevido que eu nunca tinha visto em Lila Kate antes. “Poison,” ela gritou.
Poison? Que porra ela está fazendo?
“Eu acho que está apaixonada!” O cara no palco gritou. Em seguida, a banda começou a tocar, e assim o fez Lila. Eu sabia tudo sobre ela dançando. Ela tinha feito em toda sua vida. Foi à faculdade que fez. Mas eu não sabia era que, além do ballet e outras merdas de fantasias que ela tinha aprendido, em algum momento ao longo do caminho, Lila Kate tinha aprendido a fazer algo que faria milhões se ela estivesse decidida a tirar a roupa e tomar-se uma dançarina de Pole dance. Filho da puta.
Depois que eu puxei meu queixo do chão, eu tive que lutar contra o desejo de levá-la para fora e longe de todos assobios e aplausos. Foi sexy como o inferno? Sim. Mais do que qualquer coisa que eu já tivesse visto. Voltei à coisa de Branca de Neve que tentei explicar a ela mais cedo. Mas não era Lila. Ela tinha classe. Ela não era o tipo de garota que fazia coisas como esta.
Eu me segurei até que algum bastardo bêbado estendeu a mão e passou em sua panturrilha. Então eu estava feito. Ela tinha feito qualquer ponto maldito que queria fazer e eu não precisava ver mais. Caminhei pela multidão, e depois de empurrar dois caras de volta, agarrei as pernas dela e joguei-a por cima do meu ombro.
Ela gritou.
“Ei! Coloque a mulher para baixo!” Um cara que estava admirando a vista, disse em pé no meu caminho.
“Ela está comigo. Estamos viajando juntos. Ela é minha,” eu respondi dando-lhe um olhar de advertência.
“Você está bem com ele levando você?” O cara no palco perguntou.
“Sim,” ela disse parecendo irritada.
“Deixe-o ir, rapazes,” disse o vocalista, e meu caminho foi inocentado. “Se ela fosse minha, eu teria tomado-a também.”
Dezenove
Lila Kate
SÓ PORQUE EU DEIXEI ele me transportar para fora de lá como um homem das cavernas não significava que eu não estivesse com raiva. Fiquei furiosa. Ele poderia ter um bom tempo, mas eu não podia. Havia regras que estava faltando. Ele gostava de meninas que mostrava seu corpo e ostentá-lo, mas eu não tinha permissão para exibir o meu.
Quando estávamos longe o suficiente do bar e ele não iria entrar em uma briga, eu bati em suas costas e comecei a me movimentar para ser liberta. “Deixe-me descer!”
Ele parou de andar e me colocou em meus pés. “Posso confiar em você que não estará indo saltar sobre um pole em algum lugar e tirar suas roupas?” Ele virou-se para mim.
Era isso. Eu não tinha pedido para sair de Sea Breeze. Eu tinha deixado por causa de algo que ele tinha dito. Ele foi à razão pela qual eu corri em primeiro lugar. Ele tinha me acusado de ser fria e gelada. E quando eu fiz o que ele, obviamente, gostava em mulheres, ele ficou com raiva. Eu não poderia ganhar. Não com ele.
“O que foi? Foi pura demais para você? Você prefere que eu vá lá e empurre o meu top par baixo e comece a distribuir shots nos meus seios?”
Sua expressão era de alguém mentalmente instável. “Foda-se, não!”
“Então o que é que você gosta Cruz? Você me chama de fria e diz que eu sou intocável. Quebrável. Eu venho para provar que não sou nenhuma dessas coisas. Então, quando eu começo a ser corajosa e me solto fazendo coisas como acabei de fazer, você age como se eu estivesse fazendo algo errado. Eu não entendo. Desejaria não me importar. Eu tentei me cuidar por tanto tempo que eu nem me lembro quando eu não fiz. Você. Sempre foi você. Eu odeio isso. Eu odeio que seja você. Por que não podia ser outra pessoa? Alguém que fosse... gostar... Eli! Alguém como ele. Por que não posso querer alguém como Eli? O que há de tão errado com a minha cabeça que eu sempre quis você?” As palavras foram saindo. Me ouvi, sabendo que eu deveria calar a boca. Que o que eu estava dizendo nunca poderia ser levado de volta. Mas era como se eu tivesse controle de mão da minha boca para outra pessoa, e ele estivesse falhando em seu trabalho.
“É como eu pareço? Eu não sou bonita o suficiente? Você prefere outro tipo? Talvez sejam meus seios, talvez porque eles não são tão grandes como o da menina no bar? É isso? E quanto a mim fazer você me tratar como uma professora? Por favor, diga-me para que eu possa corrigi-lo!”
As pessoas estavam nos ignorando. Eles passavam direto por nós, e quando eu percebi o que tinha feito, que tinha apenas gritado tudo isso para qualquer um em torno de nós ouvir. Alguém gritou: “Eu acho que você está fodidamente sexy, baby. Venha até aqui.”
Sintonizando isso. Esta rua estava cheia de bêbados. Eu era um deles, aparentemente, porque eu tinha acabado de dizer coisas que eu nunca quis dizer sóbria. Eu tinha muito orgulho. A bêbada Lila Kate não tinha orgulho. Eu gostaria de ter percebido isso mais cedo.
“Você não é barata. Você não é fácil. Você é como a porra de um diamante raro. Você me quer? Você quer a minha atenção? Por quê? Eu sou uma bagunça. Eu não posso ser o que você merece. Eu nem sei como. E se eu me deixar tocá-la, apreciar o que você fez lá, eu estarei arruinado. Você acha que me quer, mas se realmente me conhecesse iria mudar de ideia. Então eu teria tido um gosto de você e nada jamais iria se comparar a isso de novo. Você me aterroriza. Me assusta como nada jamais me assustou na minha vida.” Seus olhos estavam brilhantes e selvagens. Suas mãos tremiam quando eu deixei cair o meu olhar para olhar para ele, incapaz de manter nossos olhares juntos. Todo o resto dele parecia tenso. Rígido.
“Eu te conheço. Eu te assisti toda a minha vida. Eu vi você no seu pior e seu melhor.” Eu não gritei aquelas palavras. Eu apenas disse e deixei-as ficar lá enquanto eu continuava deixando suas palavras se aprofundar. Eu não esperava isso dele. Eu ainda não tinha certeza se eu estava sonhando. Eu poderia estar sobe o efeito da bebida em algum momento?
“Eu não tenho relacionamentos, Lila.”
Eu levantei meu olhar então. “Eu não estou pedindo por um.”
Ele parecia dividido. Seus olhos se estreitaram. “Então o que é que você quer de mim?”
Eu queria muitas coisas. E eu sabia que ele nunca iria dar o que eu queria. Nós nunca teríamos um felizes para sempre. Isso não era Cruz. Ele nunca tinha sido. “Agora. Agora mesmo. Nessa viagem. Nada mais.”
Ele não respondeu de imediato. Ele ficou lá olhando para mim como se não acreditasse em mim. Ele não deve, porque eu queria mais. Eu só sabia que nunca iria conseguir isso. Eu não era a garota para fazê-lo querer mais. Ele encontraria um dia e iria mudar de ideia. Ele seria capaz de ser aquele cara. O único que fez relacionamentos.
Eu tinha ouvido dos meus pais a história um milhão de vezes. Meu pai não tinha sido aquele cara. Minha mãe tinha sido a única a mudar sua mente. Foi o que aconteceu a todos eles eventualmente. Eu sabia que não era para Cruz e que eu deveria deixá-lo ir e ir embora. Mas eu não podia. Eu queria saber por apenas um momento. Como me sentiria estar com ele. Então havia uma chance de eu tirá-lo da minha cabeça e coração. Seguir em frente e encontrar alguém. Assim, Cruz Kerrington não estaria sempre em meus pensamentos.
“Nada além desta viagem?” Ele repetiu as minhas palavras como uma pergunta.
Eu balancei a cabeça.
“Você ouviu a parte sobre me arruinar?”
Eu dei de ombros. “Nós dois sabemos que isso não vai acontecer. Eu não sou única. Você ainda não encontrou alguém.”
Ele franziu a testa. “Única?”
“Sim. Única. A menina que você vai querer para sempre.”
Ele balançou sua cabeça. “Você está mexendo com a minha cabeça. Eu juro.”
“Você está atraído por mim?” Perguntei-lhe corajosamente. Eu poderia agradecer aqueles shots duplos de uísque por isso.
“Isso não é o ponto aqui. Eu não sei se eu posso... apenas ter um caso com você, Lila. Há sentimentos lá. Eu não gosto de sentimentos porra. Não com as mulheres. Eu não posso te machucar, e é isso que eu vou fazer.”
Dei um passo em sua direção, coloco uma mão em seu peito. Este era um jogo, mas eu estava brava agora. Eu não seria na parte da manhã. Eu tinha ido tão longe que eu precisava empurrar ainda mais. “Você não pode me machucar se eu conheço as regras. Nós desfrutamos disto. Ter um caso. Em seguida, passar como sempre fomos.”
Ele baixou o olhar para a minha mão. “E se você me arruinar?”
“Dê uma chance,” eu sussurrei.
“Foda-se,” ele murmurou em resposta. Em seguida, agarrou meu pulso, e me puxou contra seu corpo. Mal tive tempo para recuperar o fôlego antes de sua boca estar na minha. O sabor das nossas bebidas misturadas com o que eu tinha ganhado. Por agora, eu tinha isso. Foi minha decisão, e eu esperava que isso saísse do meu sistema para que eu pudesse, eventualmente, seguir em frente.
“Não há mais bares,” disse ele contra a minha boca. “Voltamos para o hotel. E não estamos hospedados em dois quartos de merda.”
Eu não discuti. Eu só dei um aceno de cabeça em concordância. Era isso. É melhor não ser um sonho.
Vinte
Cruz Kerrington
HAVIA DECISÕES inteligentes e decisões estúpidas. E então havia erros. Eu não tinha certeza de onde este pousou, mas com Lila em meus braços cheirando como o céu, e a imagem de sua dança naquela mesa foi tudo o que me preocupava, no momento.
Eu quebrei o beijo, agarrei seu cotovelo e me dirigi para o hotel. Nós estávamos em um hotel a poucos quarteirões à frente, na esquina da Canal e Bourbon. Percebi como tudo o que eu, mas queria sem falar, que no fundo eu estava preocupado que ela iria ficar sóbria e mudar de ideia. Se eu fosse metade da porra do homem que eu deveria ser, eu não iria deixá-la fazer isso esta noite, enquanto ela estava bêbada... enquanto eu estava bêbado.
Mas eu tentei dizer a ela a confusão que eu era. Ela parecia ver mais em mim do que estava lá. Eu queria que houvesse mais. Eu queria conhecer suas expectativas. Quando eu era criança, eu tinha visto o olhar em seus olhos, e eu sabia que ela me via de forma diferente do que via Nate. Eu amei isso. Eu era diferente. Isso me fez sentir importante. Então eu a tinha beijado, e ele tinha me assustado.
Eu sabia que Lila Kate não era para mim. Eu não era o tipo de cara que ela iria querer por muito tempo. Ela veria muitos eventualmente. Ele iria fazê-la mudar de ideia. E ela nunca mais olharia para mim com aquele olhar sonhador em seus olhos novamente. A ideia de poder perder que me levou a colocar uma parede lá. Uma construída para magoá-la. Ela tinha funcionado. Até agora. Até que eu ouvi que ela tinha deixado à cidade e eu corri atrás dela, porque eu não podia suportar a ideia de ter uma vida sem ela.
Quando entramos no hotel, fiz uma pausa e olhei para ela. A menina da minha infância. A menina que eu sempre assisti, mas nunca me permiti chegar perto. A que eu fingi que eu não sabia por que me evitava.
“Tem certeza?” Eu perguntei a ela.
“Sim.”
Eu esperei. Eu precisava que ela pensasse. Deixar tudo afundar. “Poderíamos dormir esta noite. Esperar até amanhã.”
Ela sorriu. Tão suave que fez seus olhos brilharem e me fez sentir mais como um homem do que devia. “Hoje à noite,” ela finalmente disse.
O caralho que eu poderia ignorar isso. Teríamos hoje à noite. Se ela se arrependesse amanhã, poderia me quebrar. Mas eu estava disposto a arriscar.
A viagem para o quarto foi curta, mas tantos pensamentos passaram pela minha mente que me senti passar muito mais tempo do que era. Ela tocou o cartão-chave para o desbloqueio e acendeu a luz verde. Era isso.
A porta se abriu. Entramos no interior. Meu quarto era idêntico a este. Logo ao lado. Eu tinha feito uma piada sobre isso quando chegamos. Eu não estava brincando agora. Eu deveria estar naquele quarto. Sozinho. Era a coisa certa a se fazer.
“Lila,” disse pensando que eu deveria parar com isso.
Ela deixou cair à pequena bolsa do ombro no chão, em seguida, tomou a parte inferior de sua camisa e puxou-a por cima da cabeça. O sutiã de renda branco era pequeno e a elevação de seus seios parecia que eles estavam prestes a derramar por cima expondo seus mamilos. Sua blusa caiu no chão ao lado dela, então ela chegou ao redor e desabotoou o sutiã. Eu assisti com fascínio quando as tiras escorregaram pelos seus braços finos até se juntar a sua blusa no chão. Seus mamilos escuros redondos duros do frio do quarto ou a partir de sua excitação chamando minha atenção.
Me movi, fechando o espaço entre nós. Incapaz de manter minhas mãos para mim eu cobri ambos os seios com as mãos. Embora minhas mãos fossem grandes elas não eram grandes o suficiente para levar cada seio completamente. O excesso me animando eu apertei deixando a suavidade provocar minhas mãos.
“Porra,” sua voz pegou quando ela disse as palavras. Aquelas não eram as palavras que eu imaginei vindo de seus lábios. Eles não se encaixavam com Lila Kate. Mas a forma como sua voz tremia quando ela disse. A maneira como ela se inclinou para mim e um gemido suave escapou simplesmente do meu toque fez tudo isso parecer certo. Como era para ser. Como nós deveríamos ser.
A restrição que eu tinha retido estalou. O lado impertinente de Lila foi demais para um homem tomar. Eu agarrei sua saia e puxei para baixo até que ela ficasse ali em nada além de suas calcinhas de renda preta. Elas fizeram pouco para cobri-la. Quase inútil a menos tentando seduzir um homem. E eu estava seduzido. Eu tirei minha própria camisa e joguei-a fora.
Minhas mãos em volta de sua cintura e a suspendi a levando até a mesa do quarto porque era mais perto que a cama. Sentei-a, em seguida, puxando sua calcinha memorizando a maneira que olhei quando ela deslizou fora de seu corpo.
Ela estremeceu e meu pau latejou. Essa era Lila Kate... doce, inocente, preciosa Lila Kate. Impertinente, selvagem, carente Lila Kate tinha tomado seu lugar essa noite, e eu tremia de antecipação. “O que você quer?” Eu perguntei a ela quando desabotoei minha calça jeans. “Diga-me exatamente o que você quer que eu faça.”
Seus olhos foram do meu peito nu e depois bloquearam em minhas calças quando eu comecei a soltá-la e empurrando-a pelos meus quadris e saindo dela. “Diga-me, Lila,” eu exigi. Eu não tinha certeza por isso que eu precisava dela para dizer, mas eu fiz. Eu queria que ela falasse sujo. Ouvir sua linda boca dizer coisas ruins. Fiquei muito provável que explodisse ao som, mas eu queria.
“Eu quero você,” ela sussurrou.
“Você vai ter que fazer melhor que isso. Conte-me.”
Ela engoliu em seco e ergueu o olhar de minha ereção pressionando através de minhas cuecas boxer aos meus olhos. “Eu te disse. Eu quero que você me foda, Cruz.”
Isso deve ser suficiente. Eu deveria estar feliz. Mas ela me transformou em um monstro enlouquecido pelo sexo. “Você quer isso gentil?” Perguntei empurrando minha cueca para baixo deixando meu pau grosso livre.
Ela balançou a cabeça lentamente. Os olhos arregalados quando ela olhou para mim. “Não,” sua voz era tão suave que eu quase não a ouvi.
“Diga-me,” eu disse enquanto empurrava suas coxas com as mãos e me coloquei entre elas. “Como você quer ser fodida?” Nessa última palavra, seus olhos brilharam com o mesmo desejo que sentia.
“Forte. Foda-me forte.”
Minhas mãos chegaram debaixo dela e agarrei sua bunda quando eu bati nela. Que com um impulso era como afundar em cetim apertado e quente. “Foda-se!” Eu gritei quando seu corpo reagiu à entrada súbita, apertando meu pau. Era melhor do que a minha imaginação.
Suas mãos pequenas agarraram meus braços, as unhas cravando em minha carne. O ardor que senti foi incrível. “AH!,” Ela gritou.
“Isso é o quão duro você quer?” Rosnei perto da orelha dela querendo bater nela uma e outra vez, mas estava fazendo tudo o que podia para me controlar.
“Sim. Mais,” ela ofegava.
Meus dedos entraram na carne da bunda dela quando eu puxei para trás e mergulhei mais fundo. Gemendo de prazer, eu mordi seu ombro, e ela começou a implorar. “Por favor, mais forte. Eu quero sentir você amanhã.”
Qualquer a sanidade que estava segurando saiu. Fui buscá-la afundando-a mais para o meu pênis rígido e levando-a até a cama onde eu caí para a suavidade com ela. Não querendo me afastar. Eu tive que puxar para fora em um movimento rápido e lançá-la em seu estômago. “Bunda no ar,” eu pedi.
Ela fez isso, sem dúvida. De quatro, era mais fácil e eu estava martelando dentro dela imediatamente. Seus gritos se tornaram mais frenéticos como a minha respiração. Eu bati na bunda tão forte quanto eu podia sem realmente me preocupar em machucá-la. Só para deixar arder.
“Oh Deus!” Ela gritou. “Estou gozando!” Seu corpo começou a tremer e seu clímax pulsava em meu pau ainda trancado dentro dela. Eu balancei com a necessidade de explodir. Foi uma porra tão incrível que eu não conseguia pensar. Pouco antes de perder a pequena quantidade de controle que eu tinha deixado, eu puxei para trás até que eu estivesse livre dela e gritei seu nome quando minha porra cobriu sua bunda virada para cima.
Seu corpo ainda estava tremendo, e minhas pernas estavam fracas. Fracas demais para se moverem. Ficamos lá. Sua cabeça agora repousava na cama. Tudo o que podia ser ouvido era nós ofegantes. Que tinha sido mais. Muito mais do que eu esperava. Tinha sido viciante. Eu poderia dizer-me que era muito perigoso fazer isso de novo, mas eu seria um tolo. Eu queria mais. Inferno, eu queria mais, logo que eu pudesse respirar fundo novamente.
Ela começou a abaixar seu corpo inteiro para a cama.
“Eu preciso limpar você,” eu disse a ela apreciando o olhar de meu sêmen em sua pele.
“Está bem,” ela disse suavemente, ainda afundando até que fosse pressionada completamente contra o colchão.
Sorrindo para a simples beleza, encontrei forças para ficar de pé e fui para o banheiro pegar uma toalha molhada. Limpei-a rapidamente, em seguida, cobri-a para cima. Ela levantou a cabeça e olhou para mim. “Você está vindo para a cama também?”
Os cabelos perfeitos de Lila estavam bagunçados. Seus olhos estavam pesados, os cílios se espalharam pelas bochechas. O rubor no rosto ainda estava lá, e nada parecia tão incrivelmente bonito na minha vida. “Sim. Eu vou.”
Subi ao seu lado e cobri nós dois puxando-a de volta contra o meu peito. Seria difícil em alguns malditos minutos, mas ela estaria dormindo cedo demais para perceber. Eu inalei o cheiro de seus cabelos e sua mão cobriu a minha.
Levou menos de dois minutos para a sua respiração se abrandar. Ela estava dormindo em meus braços, e eu sabia que nada seria o mesmo para mim. A ruína que eu temia era muito pior do que isso. Eu não estava preparado para ser capaz de deixá-la ir.
Vinte e Um
Lila Kate
RECONHEÇO SEU CHEIRO antes mesmo de abrir os olhos. O calor de seus braços me fez suspirar e afundar mais perto. Isto foi melhor do que sonhei. E sonhei com isso mais do que gostaria de admitir. Lembrar que é por um tempo curto, que não é para sempre causa uma forte dor então afasto o pensamento. Por agora, vou desfrutar do que tenho. Cada momento que passamos juntos, vou absorver tudo.
“Se continuar se contorcendo mais perto vamos foder antes de eu estar totalmente acordado,” sua voz sonolenta me assusta e eu rio. Nunca ri, mas o faço então. É bom. Na noite passada, o álcool me deu a coragem que precisava. Esta manhã não há arrependimentos. Não desejo que tivesse sido diferente. Porque depois de abrir-me para ele e caminhar de volta para o hotel fiquei sóbria o suficiente. Lembro-me de cada detalhe. Nunca esquecerei um só momento.
“Lila,” sua voz rouca e profunda é um alerta quando pressiono o corpo mais no dele. “Você deve estar dolorida,” diz ele enquanto beija meu ombro.
Eu estou. “É uma dor gostosa.”
Ele respira fundo, em seguida, rola para cima de mim. Seu corpo nu paira sobre mim. Os cabelos estão bagunçados e os olhos ainda pesados de sono. “Você encontrou sua boca impertinente e gosta dela, não é?” Ele pergunta com o joelho separando minhas coxas.
Balanço a cabeça.
Então, ele está dentro de mim. Tão rápido. Fecho os olhos com força, e engasgo da ternura e prazer.
“Dói?” Ele pergunta ao ficar completamente imóvel.
“Sim. Mas como disse, é uma dor boa,” digo a ele abrindo os olhos. “Faça doer mais.”
“Jesus, Lila. Você vai nos matar,” ele geme quando começa a se mover. Bombeando os quadris dentro e fora de mim. Sua boca beija ao longo da minha clavícula até o pescoço. Seu hálito quente em meu ouvido só aumenta a sensação. “Diga mais merda suja com esta boca bonita,” ele diz com um sussurro antes de mordiscar minha orelha.
Abro mais minhas pernas levantando os joelhos para prender seus quadris. “Quero te sentir gozar dentro de mim. Sentir o calor da sua porra escorrendo por minhas coxas,” digo e ele congela.
“Porra, Lila. Não fale esse tipo de merda, se não quer que eu goze.”
“Eu quero que você goze.”
Seus braços tremem enquanto ele se mantém completamente imóvel. “Você está tomando a pílula?”
Sorrio para ele. “Sim. Não quero ser mãe tão cedo.”
Ele move-se, a expressão feroz. “Estou limpo. Nunca tocaria em você sem camisinha se não tivesse certeza de estar completamente limpo.”
Confio nele. Ele é um monte de coisas, mas não me colocaria em perigo. Eu sei. “Então goze dentro de mim.”
Seus quadris começam a bater contra mim. Todos os outros pensamentos desaparecem. Tudo o que sinto é o aumento do meu próprio clímax. Posso ouvir sua respiração acelerar e seus palavrões murmurados. Abro os olhos e vejo seus braços flexionando com cada movimento.
Quando empurro contra ele e envolvo as pernas em sua cintura para segurá-lo, eu grito seu nome.
“Maldição, Lila,” ele pragueja e então sinto. Tudo isso enquanto ele me dá exatamente o que pedi. Quero que dure para sempre. Não irei pensar sobre o dia em que tudo terminará. Porque neste momento, eu tenho tudo.
Rolo de lado levando-me com ele. Nós dois estamos ofegantes e suados quando nossos corpos se grudam. Falar não é necessário ou sequer possível. Estou tentando recuperar o fôlego e voltar para a terra. Sexo nunca foi tão bom. Mas, então, minha experiência é limitada. Muito limitada. Mas não posso imaginar ser melhor do que isso.
A mão de Cruz começa casualmente a brincar com meus cabelos. Viro a cabeça para olhá-lo e seus olhos estão fechados. Sempre odiei que ele seja tão impressionantemente bonito. Ele faz meus sentimentos ainda mais difíceis de ignorar. Gostaria de vê-lo e ter vergonha de mim mesma por fazê-lo. A maneira como ele anda, se porta, o som de sua voz e esse sorriso. Tudo isso é impossível não notar. Todas as mulheres o notam.
“Vamos para o norte. O que acha de Memphis?” Diz ele com os olhos fechados.
“Memphis? O que tem em Memphis?” pergunto, desfrutando da liberdade de olhá-lo.
“A fodida Graceland está em Memphis,” ele sorri.
“Quer dizer que quer ver onde Elvis viveu?” Rio ao falar.
Ele inclina a cabeça para olhar para mim e abre um olho. “Claro que sim, eu quero. Essa merda deve ser brega. Quem quer perder isso?”
Não me importa aonde vamos. Estou bem com qualquer lugar. “OK. Memphis então.”
“Você ligou para seus pais?” A pergunta dele me surpreende.
“Não,” admito.
“É melhor,” ele suspira. “Tenho certeza que todos sabem que estamos juntos agora. Nate dirá a eles.”
“Provavelmente.”
Ele passa a mão sobre o rosto e geme. “Grant vai me matar.”
Eu não respondo. Porque essa é uma questão que enfrentarei quando isso acabar. Estou numa aventura para fugir com o cara que está na cama comigo. É diferente agora. Não estou tentando mudar ou encontrar um novo eu. Eu já fiz. A garota que sou nesse momento não é nada como a garota que era na noite que ele tinha me chamado de fria. Agora, só tenho que aproveitar enquanto durar. Porque isto acabará.
“Meu pai pode me matar antes do seu. De qualquer maneira, minha vida será curta.”
Isso me faz sorrir. “Isso é um pouco dramático,” digo a ele.
Ele dá de ombros. “Honestamente, vale a pena.” Sua mão corre pelo meu lado e aperta meu quadril. “Vale a pena completamente.”
Isso não é uma declaração de amor. Eu percebo. Mas é doce. Coloco a perna por cima dele quando viro até que metade do meu corpo esteja em cima dele. Ambos seus olhos abrem quando faço isso. “Somos crescidos,” lembro a ele. “Acho que você vai viver.”
Ele me olha com ternura. “Ou você vai me matar antes deles. Mas a morte por sexo soa como um bom caminho a percorrer.”
Eu rio. “Estou apenas começando. Não estou prestes a atacá-lo.”
Suas mãos agarram minha bunda e me puxa para cima dele. “Talvez, mas colocar este pequeno corpo quente num homem enquanto ele está nu e na cama é irresistível.”
Quando ele desliza para dentro de mim lentamente desta vez, gemo alto e gosto de ser preenchida mais uma vez antes do café da manhã.
Vinte e Dois
Cruz Kerrington
DIRIGIR QUASE SEIS HORAS para Memphis hoje não foi uma boa ideia. Vi Lila Kate esconder a careta quando montou na moto. Nós fodemos como maníacos e agora ela está dolorida. Ela alega não estar, mas vejo em seu rosto. Não deveria ter forçado as duas rodadas esta manhã, mas ela é tão gostosa. É uma necessidade por estar dentro dela novamente e fodê-la, não gosto de querer alguém tão forte. A experiência do passado me prova que uma boa transa tira a menina do meu sistema e sigo em frente. Mas com Lila Kate ainda tem que acontecer. Com as pernas dobradas atrás das minhas e seu corpo contra minhas costas já estou pensando em transar novamente. Jesus, ela é como crack para um viciado.
Vou em direção a Birmingham, Alabama. Podemos parar no meio e descansar. Encontrar algo para ver ou fazer, e depois pilotar o resto do caminho. É apenas uma hora mais perto de Memphis; ela pode visitar sua amiga, e ela ajudará a controlar minha necessidade de ter meu pau nela durante nossa parada. Preciso encontrar algum controle.
Depois de oitenta minutos na estrada, ela começa a se contorcer e acho uma saída que tem opções de restaurante e algumas compras. Passaremos um tempo aqui, então partiremos quando ela estiver pronta. Paro em um restaurante e estendo a mão para ajudá-la a descer. Ela estremece novamente.
“Acho melhor parar por hoje,” digo, me sentindo culpado por seu desconforto.
Ela franze a testa. “Por quê?”
Aprecio que ela tente ser forte, mas sei que está dolorida e não vou fazê-la sofrer mais. Pela primeira vez desejo não ter uma moto maldita. “Você está dolorida,” aponto o óbvio. “Vamos comer e andar um pouco. Fazer compras. Veja como você se sente mais tarde.”
“Vou ficar bem,” ela argumenta.
Ignoro isso. “Com fome?”
“Sim e este lugar cheira muito bem.”
Entramos e forço-me a não colocar as mãos sobre ela. Tocá-la o tempo todo não é bom. Isto é temporário. Não há necessidade de agir como se fosse mais do que isso. Nós dois estamos apreciando a viagem.
Seu telefone começa a tocar pouco depois de passarmos na porta e ela o tira do bolso. Quando levanta os olhos para mim, eles estão se desculpando quando ela coloca o telefone no ouvido. “Ei mãe.”
Disse para ligar para seus pais mais de uma vez. Ela não me escutou.
Sua mãe está falando e o rosto de Lila Kate empalidece antes dela sussurrar. “Ah não. Quando?”
Agora estou preocupado. Ela começa a morder o lábio. “Sim, ele está.”
“Não tenho certeza,” ela olha para mim. “Onde estamos?”
“Cerca de uma hora ao sul de Montgomery, Alabama,” digo.
Ela repete para a mãe. “Não... de moto,” Posso vê-la se encolher quando fala.
“Sim. Vamos dirigir até lá agora,” diz ela. “Vejo você mais tarde. E mãe, eu sinto muito.”
“Também te amo.”
Quando ela termina a chamada, lágrimas enchiam seus olhos. “Minha avó faleceu no meio da noite. Mamãe vai enviar o jato do meu avô para me pegar em Montgomery. Eles já estão na Califórnia. Meu avô chamou mamãe às três esta manhã para contar. Ela e meu pai pegaram um avião pouco depois.”
Esta é a última coisa que esperava que ela dissesse. “Deus, Lila, sinto muito.”
Ela assente com a cabeça. “Eu também. Por causa do meu avô. Ela nunca esteve lá sabe. Sua mente se foi há tantos anos. É um milagre ela viver tanto tempo. Mas Kiro passou toda a vida ao seu lado. Eles pararam a turnê, porque ele odiava estar longe. Toda sua história é apenas devastadora. Minha mãe nunca chegou a conhecê-la. Seu cérebro foi danificado quando ela era um bebê .”
Sei sua história. Foi manchete quando souberam que a mulher de Kiro Manning, Emily na verdade ainda estava viva. O mundo pensou que ela tinha morrido naquele acidente. Mas ele a manteve longe da mídia. Eles fizeram até um filme chamado “Emily Kiro” cerca de dez anos atrás, que foi um sucesso de bilheteria. Kiro não queria que o filme fosse feito no início, mas na entrevista que deu para a revista Rolling Stones disse ter mudado de ideia. Ele queria que o mundo conhecesse sua Emily. O que ela era. Quão surpreendente ela foi. Ela mereceu.
Levo Lila de volta para a moto e a ajudo a subir. Coloco o capacete em sua cabeça e desejo ter mais que eu possa fazer. Algo mais. Algo para ajudar. Temo que ela pegue aquele jato. Nosso tempo está terminando mais cedo do que esperava.
Ela segura-me com mais força do que antes. Minha garganta está grossa. Há uma porra de emoção lá que não entendo. Que não quero. Esta é uma maneira de protegê-la, tirá-la do meu sistema e seguir em frente. Para nós dois. Mas uma noite não foi suficiente. Eu sou egoísta. Sua avó acaba de falecer. Mas que droga.
A viagem para o aeroporto de Montgomery é muito rápida. Nosso tempo juntos está terminando. Esta pequena bolha que tivemos está prestes a estourar. Voltarei para casa e enfrentarei a ira do meu pai. Fazer o que diabos devo. Ela voltará e será como antes. Não vamos continuar de onde paramos. Isso será mais do que uma aventura. Isso fez com que o caroço de merda na minha garganta signifique algo.
Ferir Lila Kate é inevitável para mim. Se fizer isso mais tarde, doerá mais. Mais cedo é melhor. Mais cedo nos ajudará a seguir em frente. Nunca serei o cara que ela precisa. Mas droga, sei que isso me machucará também.
Paramos no aeroporto antes do jato particular chegar. Quero dizer algo que torne isso mais fácil. Algo que faça com que a dor em meu peito vá embora. Algo que faça com que seu olhar triste desapareça. Mas não tenho nada.
Ela desce da moto e pego suas coisas no alforje. Então viro para ela. “Não estava esperando que nossa jornada acabasse tão cedo,” digo tentando sorrir.
“Nem eu.”
Posso ver a questão lá. A incerteza. Ela quer saber se é o fim para nós. Mas ela não pergunta. E não posso dizer as palavras. Mesmo que precise, eu não posso.
“Diga a seus pais e avô que sinto muito por sua perda.” Seus olhos perdem a luz. Ela esperava mais do que condolências genéricas. Sinto-me um idiota gigante.
“Obrigada,” ela sussurra. “Por tudo.” Então ela pega sua bolsa e sai. Assisto a sua partida. Quero correr atrás dela e dizer algo mais. Para tentar fazê-la sorrir. Mas isso só piorará seu estado. Em vez disso, espero ela entrar no prédio. Então subo na moto e volto para o sul. Volto para Rosemary Beach.
Vinte e Três
Lila Kate
EU ESTAVA ENTORPECIDA. O voo para Los Angeles e a viagem para casa de meu avô, em Beverly Hills é um borrão. Quando a limusine que me pegou no aeroporto estaciona na frente de sua mansão, percebo que não me lembro de entrar nela.
Pego a única bolsa que tenho comigo e saio quando o motorista abre a porta. Não vejo Kiro a cerca de seis meses. Ele nos visitou, mas eu não estava. Quando era criança, visitei mais vezes. Fiquei uma semana com ele no verão. Tenho boas memórias deste lugar.
Minha mãe vem para a porta da frente e sai para me cumprimentar. Subo as escadas e espero que ela não esteja muito chateada com meu passeio de moto com Cruz. Ela tem seu pai para se preocupar. Não preciso aumentar seu stress. Sei que nunca andarei na moto de Cruz novamente.
Ele acaba de me deixar ir. Sem promessas. Nada. Ele acaba de terminar. Muito rápido. Meu peito dói e me sinto culpada. Meu avô está sofrendo. Eu deveria estar mais preocupada com ele.
“Como ele está?” Pergunto ao abraça-la.
Ela me aperta. “Ele está triste. Mamãe se foi há muito tempo. A mulher que ele conheceu. Mas agora até mesmo o pouco que ele tinha dela sumiu. Vai ser duro para ele.”
“Ela estava doente?”
“Não. Seu coração parou. Com o dano que seu cérebro sofreu, o médico diz que é um milagre ela ter vivido tanto. Mas papai fez com que ela tivesse o melhor atendimento. E ele está sempre aqui. Acho que ela viveu por ele.”
Sua história é tão trágica. Quando recuo, olho para ela. “Quão chateado está papai?”
“Sobre Cruz?”
Balanço a cabeça.
“Ele não está feliz,” diz ela com um pequeno dar de ombros. “Mas você é uma mulher adulta. O que ele pode fazer? Foi sua decisão para tomar.”
Concordo, mas não acho que papai concorde.
“Ele não vai falar ainda. Por enquanto, trata-se de Kiro e Emily.”
“Quem está aqui?”
“Neste momento, apenas Dean e nós. Nan, Cope, Mase, Reese, Rush e Blaire estão a caminho.”
Mamãe olha a mochila no meu ombro. “O que aconteceu com sua bagagem?”
“Deixei tudo com Nate.”
Ela suspirou. “Para fugir na moto de Cruz Kerrington.”
“Sim.”
Ela não fala mais nada. Mesmo não sendo uma semana, tudo o que aconteceu faz parecer como se fosse muito mais tempo.
“Posso dizer uma coisa?” pergunta mamãe.
“Claro.”
Ela estende a mão e toca minha bochecha. “Você é gentil, amorosa, generosa, paciente e linda. Você merece algo especial.”
“Mãe, você tem um conto de fadas. Nem todo mundo os vive.”
Ela inclina a cabeça para o lado e sorri. “Não, Lila Kate. Nem todo mundo é paciente o suficiente para esperar por ele.”
Ela beija meu rosto, em seguida, pega meu braço e sobe as escadas, entrando na casa. Quero refletir sobre o que ela disse mais tarde. Talvez ela esteja certa. Talvez eu encontre um conto de fadas. Só que o espero da pessoa errada.
A casa cheira a charutos. Foi assim toda minha vida. Ouvi Rush uma vez dizer que é melhor do que o cheiro de maconha que tinha em sua juventude. Caminhamos através da grande entrada pelo corredor esquerdo, onde Kiro tem a sala de jogos. Grandes sofás de couro preto, enormes telas planas em três lados, uma mesa de bilhar e um grande bar estão lá. Sentado no canto do sofá está meu avô, Kiro Manning. Ele está mais velho agora, mas ainda é uma lenda. Seu nome é bem conhecido. Ele tem um charuto numa mão e uma garrafa de uísque na outra. O corpo esguio é alto e coberto de tatuagens. Mesmo aposentado e sendo avô ele ainda se assemelha a uma estrela do rock.
Ele levanta os olhos avermelhados assim que entramos e sorri ao me ver. Ele chorou em algum momento. “Minha Lila Kate,” diz ele com a voz rouca de anos de drogas, cigarro e álcool.
“Hey,” digo ao caminhar até ele. Não é segredo que ficou furioso quando meu pai engravidou minha mãe. Minha mãe não é sua única filha, mas é a favorita. Porque foi a criança que Emily lhe deu. Meu nascimento poderia ter matado minha mãe. Isso o aterrorizou. Mas minha mãe sempre diz que passou a minha vida me esperando. Sei que ele me amava mais do que seus outros netos. Ele é muito franco sobre o assunto. Mas também sei que só sou parte de Emily.
Ele abre os braços também cheirando o álcool e charuto. Abaixo-me e abraço-o com força. “Eu te amo,” sussurro.
“Não tanto quanto eu te amo, menina bonita,” essa sempre foi sua resposta. “Ouvi dizer que esteve de moto com um Kerrington. Acho que tem um pouco do sangue selvagem do vovô depois de tudo.”
Fico tensa esperando que meu pai não tenha ouvido. “Hum, eu acho,” digo o mais baixo que posso.
Isso o fez rir. Estou feliz por ele poder rir, mas não é algo para rir. “Vamos dar a seu papai um pouco de dificuldade. Ele precisa.”
De todas as coisas para ele querer falar essa não é uma delas.
“Papai está tudo bem. Ela só está nervosa em falar com Grant sobre tudo isso,” Mamãe interrompeu.
Fecho os olhos e faço uma careta. Quando levanto Kiro pisca para mim. “Você é uma menina crescida. Tudo bem.”
Viro a cabeça lentamente para olhar meu pai que está em pé no bar com os braços cruzados sobre o peito e uma carranca no rosto. “Ela é melhor do que Cruz Kerrington,” diz meu pai.
“E minha Harlow é melhor do que Grant Carter. Minha menina doce foi varrida de seus pés por alguém que tinha a reputação como um jogador. Parece que acabou tudo bem,” Kiro diz antes de tragar seu charuto.
Papai só resmunga.
Tento pensar em algo para mudar de assunto quando passos soam no corredor. Então ouço vozes. Os outros dois filhos de Kiro chegam com seus cônjuges. Tenho certeza que ouvi a voz do meu tio Mase em algum lugar. E quando ele está discutindo com minha tia Nan parece uma reunião de família.
“Não ficarei no quarto azul, Mase. Enfie-o na sua bunda. Quero o outro perto do elevador. Sempre fico nele. Não discuta comigo,” Tia Nan diz em seu tom irritado agudo.
“Dê-me outra porra de garrafa. Vou precisar dela,” Kiro resmunga.
Ele e minha tia Nan não tem o melhor relacionamento, mas minha mãe disse que está melhor em comparação com o passado.
Quando os quatro entram na sala. Kiro ergue a garrafa. “Estou de luto porra. Não comece essa merda aqui.”
Nan parece envergonhada e Mase assente. “Desculpa. Estou apenas começando a te tirar do tédio.”
Kiro dá de ombros. “Entendido.”
“Sinto muito, Kiro,” Reese, a mulher do meu tio Mase diz quando se afasta dos outros. “Vá em frente, chore e vou manter estes dois na linha.”
“Ainda não descobri como diabos conseguiu essa menina,” Kiro diz apontando com a garrafa na direção de Reese enquanto olha Mase.
“Nem eu,” responde Mase, em seguida, joga-se no sofá em frente à Kiro. “Passe o uísque.”
Vinte e Quatro
Cruz Kerrington
O CHEIRO de flores. Odeio o cheiro tanto quanto odeio funerais. Elas me deprimem. Não deveria estar aqui. Não conheci Emily Manning. Claro, conheço Lila Kate, mas ela não esperava que viesse ao funeral de sua avó. Inferno, eu não iria se pudesse fugir. Uma vez que alguém estava morto, acabou. Porque ter um grande e deprimente funeral?
Quero que minhas cinzas sejam atiradas no Golfo. Sem músicas, flores e sem lágrimas de merda. Afrouxo a gola da camisa e suspiro. Meu pai foi inflexível sobre eu ir. Todos estão. Toda a família maldita está aqui. Como cada família em Rosemary Beach que somos próximos.
“Vamos por Grant, Harlow e Lila Kate!” Meu pai disse quando reclamei sobre não ver razão para ir a este funeral.
A verdade é que tentei tirar Lila da cabeça durante os últimos três dias e não funcionou. Tudo o que posso ver é Lila. Quando tive outra menina contra a parede do meu apartamento na noite passada, tive o rosto de Lila Kate na cabeça. Não quero vê-la tão cedo. Ainda estou tentando tira-la do meu sistema. Até digo a meu pai que eles podem fazer meu funeral uma vez que Grant Carter pôr as mãos em mim. Papai me disse que pedi por isso.
“Ali está Nate,” minha mãe sussurra. “Vá se desculpar.”
“Por quê?” Pergunto confuso. Não fiz nada para Nate.
Ela agarra meu braço como se eu ainda tivesse oito anos. “Por levar Lila Kate sem uma palavra. Isso é o que fez.”
Não vou me desculpar com ele por isso. “Não.”
Suas unhas afundam em minha pele. “Agora.”
Não vou me desculpar, mas vou até lá dizer algo a ele para fazê-la pensar que obedeci antes que ela me agarre pela orelha e me leve até ele.
“Tudo bem,” murmuro e sua mão me solta, logo que vou em sua direção.
Desculpar-me com Nate. Sério? Será que eles sequer conhecem Nate Finlay? Como se isso não fosse algo que ele faria. Jesus. Todos estão sendo dramáticos como o inferno. Não a sequestrei. Ela foi de bom grado.
Nate também usa um terno e Bliss está ao seu lado parecendo deslumbrante num vestido preto com os cabelos presos para cima dos ombros. “Hey,” digo quando eles se viram ao me ver chegando.
Nate inclina o queixo.
“Você viu Lila Kate?” pergunto.
“Sim. Por quê? Tem a moto com você?” Nate sorri quando fala.
“Não, espertinho. Eu só não a vi.”
“Ela foi pegar uma bebida. Já conversou com todos e sua boca ficou seca.”
Balanço a cabeça. Bom. Tenho tempo para ficar fora de vista antes dela voltar. “Estão aqui há muito tempo?”
“Chegamos ontem à noite. Ficamos no Dean. Dirigimos para cá de manhã,” Nate responde. Dean é seu avô. O melhor amigo de Kiro Manning.
“Vou sair assim que isso acabar,” digo. “É bom ver você de novo, Bliss. Acho que estive aqui tempo suficiente para que minha mãe pense que me desculpei o suficiente. Vou deixá-los.”
Nate sorri. “Pedir desculpas, né? Acho que eu gostaria disso.”
Bliss ri. “Nate pare. É bom vê-lo novamente, Cruz.” Ela começa a dizer mais, em seguida, faz uma pausa e sorri para algo sobre meu ombro. “Lá estão eles,” acrescenta.
Olho para trás sem pensar e meus olhos param em Lila Kate. Ela está impressionante. Os cabelos escuros enrolados frouxamente e tocando os ombros. O vestido azul da meia-noite que usa abraça suas curvas docemente. É difícil afastar o olhar.
“Devo buscá-lo? Ou acha que ela quer que ele fique?” Pergunta Bliss.
Buscar quem?
“Deixe. Ela parece querê-lo lá,” Nate responde.
Afasto meu olhar de Lila Kate para ver um cara alto e loiro com a mão possessivamente em suas costas. Sua expressão é séria ao ouvir algo que ela diz. Quem diabos é esse?
“Quem está com ela?” pergunto uma vez que eles obviamente sabem.
“É Eli, meu melhor amigo,” diz Bliss, com um sorriso satisfeito.
“Como ela o conhece?” Lila Kate não é de se relacionar com alguém rapidamente.
“Eles passaram algum tempo juntos antes que você aparecesse de moto e a levasse,” Nate responde. Ele está se divertindo. Ele sabe por que estou perguntando e está se divertindo para caralho.
“Ela quis ir comigo,” digo a ele virando para encarar sua expressão presunçosa.
Ele assente. “Sim, ela quis. Mas agora...” ele inclina o queixo na direção de Lila Kate. “Ela quer Eli. Lição aprendida rápido eu diria.”
“Que porra isso significa?” Rosno dando um passo em direção a ele.
Nate não recua. Mas, então, eu não espero que o faça. Ele dá um passo em minha direção. Sua expressão fica fria. Fechada. “Isso significa que Eli é um bom rapaz. O tipo que permanece. Isso é o que significa.” a voz de Nate é baixa quando fala.
“Ela mal o conhece,” argumento.
“Mas ela te conhece o suficiente agora,” ele responde.
Estamos num funeral. Isso deveria me parar e me fazer ir embora. Mas não vou. Porque Nate está certo. Ela me conhece. Podia pegar minha moto e sair. Isso é o que um bom rapaz faria. Mas eu a levei e depois abandonei. Quando penso sobre isso tenho que admitir que possa ter sido a coisa mais fria que já fiz. E fiz essa merda muito cruel. Volto o olhar para Lila Kate e Eli. Ele está sussurrando algo e ela sorri. O sorriso não é o radiante que conheço.
É triste. Seus olhos não brilham e iluminam a sala como sei que podem. Ela perdeu alguém e Eli está lá com ela. Esse é o tipo de cara que ela precisa. Deixei-a porque ela precisa seguir em frente sem mim. Só não esperava que essa porra acontecesse tão rápido.
“Ela merece muito mais. Você sabe. Deixe que ela tenha.” A voz de Nate me incomoda, simplesmente porque ele está certo. Não falo nada. Apenas vou embora. Volto para minha família. Gostaria de me afastar deste maldito funeral e sair em silêncio. Esquecer o que aconteceu com Lila e eu. Eventualmente.
No caminho para ir embora sinto seus olhos me seguirem. A melhor coisa a fazer seria ignorá-la, mas não posso. Encontro seu olhar. Ela não sorri. Apenas me olha com olhos tão cheios de decepção que queima meu estômago. Ela me arruinou. Assim como estive com medo que ela faria.
Vinte e Cinco
Lila Kate
ELI SEGURA MINHA MÃO enquanto observo o mausoléu privado que abriga todos os membros do Slacker Demons e sua família. Minha avó é a primeira a ser enterrada nele. Kiro comprou porque disse que não queria ser enterrado no chão e não queria que sua Emily fosse também. Então decidiu que a melhor maneira de descansar em paz eterna era um mausoléu com aqueles que mais amava.
“Nunca vi ninguém ser colocado para descansar num destes. Exceto enterros,” Eli diz baixinho ao meu lado.
“Nem eu. Parece mais fácil do que vê-los afundar no chão, não é?”
Ele assente. “Sim, acho que é.”
Concentro-me em meu avô e seus olhos injetados de sangue fitando a frente, onde Emily foi posta. Ele está bebendo uma garrafa de uísque. Estou preocupada que ele entre em coma alcoólico, mas minha mãe disse que ele tem anos de tolerância com estas coisas. Ele ficará bem. Seu terno cobre as tatuagens, mas ainda parece um roqueiro. É sua postura, rosto, a maneira como os cabelos ainda estão longos demais para um homem mais velho. Ele sempre será Kiro Manning. Mesmo aos setenta anos de idade.
“Obrigado por ficar comigo hoje,” digo a Eli. Eu precisava de alguém. Apoio, suporte. Todo mundo esteve aqui. Todos sabem que saí na moto de Cruz Kerrington e todos o viram completamente ignorar-me. Mas a dor do meu avô é mais importante do que meu desprezo evidente por Cruz. Consegui o que queria ao brincar com fogo.
“Estou feliz por ter vindo. Quase não o fiz. Nate pensou que eu deveria. Terei que lhe agradecer por isso.”
Nate esperava isso. Ele sabia que Cruz viria assim como eu. Estamos todos juntos. Preciso agradecer a Nate por trazer Eli. Não que eu vá usá-lo como rebote. Mas ele se tornou um bom amigo. Depois de hoje, espero continuar em contato. Gosto de sua companhia. Ele é forte. Confiável. O tipo de homem que sei que meus pais esperam que eu encontre um dia.
Quando meu coração finalmente se curar e seguir em frente, espero encontrar um conto de fadas com um cara como Eli. Sei que não será Eli porque seu coração já não está disponível. Simpatizo com ele. Amar alguém que nunca terá é doloroso.
Pelo menos ele não sofreu uma humilhação por causa disso. Ele mantém seus sentimentos em segredo. Nunca cometeu o erro de jogar a precaução ao vento e se aventurar.
“Vamos,” digo quando os outros começam a sair. Sei que meu avô ficará aqui por um tempo e quero que tenha seu tempo sozinho com ela.
Eli continua segurando minha mão quando nos afastamos. Sei que os Kerrington estão a minha esquerda. Posso ver Woods e Della pelo canto do olho. Mas não os cumprimento. Simplesmente não posso. Ando com a cabeça baixa. Eli leva-me para a limusine que está à espera da família.
“Onde vai?” Pergunto.
Ele aponta para a limusine atrás da minha. “Para o Dean com Nate e Bliss.”
Estar com Nate e Bliss não é fácil para ele. Sei disso sem perguntar. “Vem comigo,” digo.
Ele sorri como se entendesse por que e pudesse ler meus pensamentos. “Obrigado.”
Vou para o último assento. “Você me salvou hoje. Deveria te agradecer.”
Eli vem atrás de mim e senta com a coxa pressionando a minha. O calor de seu corpo e o cheiro de sua colônia me traz alivio. Que não estou sozinha. Lembro-me da nossa noite juntos. Sei agora a diferença entre um bom sexo bêbado sem amarras e sexo com o homem que seu coração deseja. São dois campos diferentes.
“Você está linda hoje. Ele é um idiota e pela maneira que observou cada movimento seu ele sabe disso.”
Levanto a cabeça e olho Eli. “O que?”
Ele me dá um meio sorriso. “Cruz Kerrington. Ele não tirou os olhos de você. Não o conheço nem fomos apresentados, mas tenho experiência com seu tipo. Posso identificá-los. Ele também é completamente óbvio. Ninguém lá olhou para mim como se quisesse rasgar meus membros do corpo.”
Isso não faz sentido. Balanço a cabeça. “Você entendeu mal. Ele foi forçado a vir. Conheço seus pais. Ele agiu assim porque está com raiva que o funeral diminui seu tempo de diversão.” O desgosto é óbvio em minha voz. Assim como a dor.
“Posso não ser um idiota. Mas sou um homem. Sei o que pensamos. Posso ler um. E esse cara não ficou feliz por você estar comigo. Ele também queria ficar a sós e ter as mãos em você. Honestamente, Lila, você é linda. Hoje esteve deslumbrante. Eu tive dificuldade em afastar os olhos de você.”
Era bom. Não, parecia mais do que bom ouvir um homem de boa aparência dizer isso para mim. Não me sinto bonita ou deslumbrante. “Obrigada,” digo sem ter outra forma de responder. Então digo o que estou pensando. “Eu queria... Gostaria de ter te conhecido em outro momento. Um em que nossos corações não estivessem tão confusos. Talvez tivéssemos uma chance.”
Sua mão desliza na minha e ele a aperta. “Quando saiu eu percebi uma coisa. Meu coração não está onde pensei. Bliss tornou-se um hábito. Tudo o que conheço. Ninguém teve impacto suficiente em mim para movê-la do meu coração. Mas você... você me fez esquecer. Mostrou que há mais. Que posso sentir algo por alguém,” ele faz uma pausa, em seguida, seus dedos entrelaçam os meus. “Meu coração está pronto, Lila. Só serei paciente até o seu estar.”
Uau... isto não é algo que esperava ouvir. “Na nossa última noite juntos estava chateado com ser o melhor homem,” lembro.
Ele dá de ombros. “Um hábito. Um hábito que me despertou e mostrou como meu coração mudou. Percebi que segui em frente quando descobri que tinha ido. Que... me despertou mais do que a merda do casamento fodido. Estive pensando nisso e completamente focado em você. Nem sequer sinto uma pontada quando os vejo se beijando. Você me curou. Gostaria de poder fazer o mesmo.”
Aqui está um homem maravilhoso me dizendo que quer mais. Ele está pronto para seguir em frente comigo. Ele quer estar comigo. Ele está disponível. E tão bonito como tudo soou, mas meu coração ainda dói por Cruz. Sou ou a mulher mais estúpida do planeta ou a mais azarada. Possivelmente ambos.
“Preciso de tempo,” digo a ele porque quero um conto de fadas. Acredito que Eli é esse tipo de cara. Ele é seguro, sólido, bonito. Todas as coisas que meu pai é, que Rush Finlay é e que meus tios Mase e Cope são. Quero um homem como eles.
“Sou muito paciente,” ele responde.
Até mesmo o tom de sua voz é suave. Não faz meu coração acelerar ou desperta borboletas no estômago, mas faz-me sentir segura. Descanso a cabeça em seu ombro. Seu braço me envolve e ficamos lá em silêncio enquanto esperamos o resto da família.
Vinte e Seis
Cruz Kerrington
“VOCÊ A FODEU?” Blaze, meu irmão de dezenove anos pergunta sentando na outra extremidade do sofá que minha mãe se refere como ‘cova dos meninos.’ Fica no piso inferior da nossa casa de três andares e tem tudo que um adolescente pode precisar. Até um miniginásio com pesos. Vim aqui logo que chegamos em casa para evitar o resto da família.
“Só a ignorei,” não respondo voltando minha atenção para o jogo de beisebol que estou assistindo.
Blaze ri. “Isso quer dizer sim. Porra! Ela é tão gostosa.”
Fúria me toma. “Se quer viver é melhor calar a boca,” aviso. Não quero que ninguém saiba o que fizemos, mas também não quero que meu irmão pense em Lila Kate e sexo na mesma frase.
“Qual é o seu negócio? Jesus, relaxe. Lila Kate é sexy. Eu daria minha bola esquerda para transar com ela.”
Movo-me. Rápido. Sem pensar. Prendo Blaze no sofá com a mão em torno de sua garganta. Ele é um centímetro, talvez dois mais alto que eu, mas é mais esguio. Seus músculos são pequenos. Sou mais pesado que ele. Também sou dois anos mais velho. “Cale sua boca porra. Você me entendeu merdinha estúpido?”
Ele assente incapaz de respirar, então solto meu aperto em seu pescoço. Em seguida, o olho uma última vez antes de voltar para meu lugar. “Vá embora,” digo ao sentar novamente.
Posso vê-lo esfregando o pescoço. Droga de drama. Ele finalmente levanta e estou tão aliviado que quase suspiro. Só quero ficar sozinho.
“Se você a ama, então não está fazendo um bom trabalho em demonstrar. Isso é tudo que estou dizendo.” Após as palavras saírem de sua boca, ele se vira e corre em direção as escadas.
“Eu não a amo,” disse a ninguém. Mas preciso dizer. Colocar para fora. “Eu não amo ninguém. Amor não é para mim.” Continuo falando para a sala vazia.
A imagem de Lila Kate em pé no funeral. Sua pele macia bronzeada tão perfeita e nua no vestido que ela usava fez meus dedos coçarem para tocá-la. Sentir a textura sedosa. Se Eli fodido Hardy a abraçasse, não seria responsável por minhas ações. Mas ele não fez. Ele é o cara bom. Ele não tocou em seu corpo. Só segurou sua mão.
Ela parecia precisar do apoio. Lutei contra o ciúme me comendo por ser a pessoa ao seu lado. Foi minha escolha foi não ser. Sofri por seu bem estar.
Passos na escada desta vez me alerta que estou prestes a ser interrompido novamente por um membro da família. Jogo a cabeça para trás e fecho os olhos ao suspirar com irritação. “Você não pode apenas me deixar em paz?” Rosno frustrado quando o próximo membro intrometido da minha família entra.
“É apenas um minuto. Preciso dizer uma coisa. Então não vou incomodá-lo novamente,” a voz de Lila Kate faz minha cabeça levantar. Que porra ela faz aqui?
Ela usa um vestido branco que mostra muita pele. Estou hipnotizado. A visão dela. Toda sua suavidade perfeita. Aqui na minha casa. Por quê?
“Blaze disse que estava aqui e que poderia vê-lo por um momento. Ele saiu com seus pais para o almoço no clube. Não queria incomodá-lo,” ela para e olha o jogo na televisão. “Vejo que você está ocupado assistindo algo. Serei rápida.”
Ela se aproxima parando a alguns passos de distância. “Eu não cometi um erro. Sabia o que estava fazendo. Eu esperava isso de você. Não esperava mais nada. Eu escolhi ir com você, dormir com você, permiti-me gostar de estar ao seu lado. Isso foi tudo para mim. Vou lidar com as memórias. O desgosto. Tudo isso porque pedi por ele. No início, pensei ser estúpida. Amaldiçoei minhas más decisões. Mas... estou grata por ter feito. Eu deixei você me machucar. Mas nós tivemos um momento. Agora sei como é. Como você... me faz sentir. Eu não me arrependo. Não me arrependo de você. Vou seguir em frente. Ir por outro caminho. Nunca o incomodarei novamente. A vida vai voltar ao que era antes.” Ela para e sorri. É um doce e triste sorriso. Ele deixa meus malditos joelhos fracos mesmo estando sentado.
“Faz menos de quarenta e oito horas, mas foi divertido. Emocionante. E sempre me alegrarei por ter feito. Obrigado, Cruz Kerrington,” diz ela quando fecha a distância entre nós e se inclina para dar um beijo em meus lábios. “Adeus,” ela sussurra contra eles. Então levanta e caminha em direção à escada.
Meus lábios ainda estão formigando de excitação por seu toque. Meu corpo anseia o cheiro de seu corpo. Deixá-la ir parece impossível. Estou fora do sofá e atrás dela tão rápido que não tenho tempo para pensar. Minhas mãos agarram sua cintura, e aperto-a contra a parede. Há um milhão de coisas que quero dizer. Mas não falo nenhuma.
Beija-la é a coisa certa. Sem a porra de um beijo doce. Eu reivindico sua boca. Provo sua doçura. Fico bêbado no néctar que é Lila Kate. Desejo isso desde que a deixei. Sonho com isso. Tentei tirá-la do meu sistema com outra mulher. Nada funcionou. Esta é a única maneira de curar meu desejo.
Suas mãos envolvem meus cabelos e minhas mãos sobem para sentir o peso de seus seios. Coloco a mão sobre seu coração e os batimentos fazem o meu disparar. Fiz isso com ela. Ela quer tanto quando eu. Somos a porra de explosivos. Nunca houve outra mulher que me fizesse reagir desta maneira. Por que não posso apenas fazê-lo durar mais tempo? Apreciar até que termine.
Quando suas mãos tocam meu peito e me empurram firmemente, estou atordoado.
“Isso é suficiente,” ela ofega e desliza para longe do meu corpo para libertar-se de onde a prendi.
“Nós estamos apenas começando,” respondo minha própria voz rouca por falta de oxigênio.
Ela balança a cabeça. “Não, Cruz. Meu beijo foi um adeus. Aquele beijo foi um encerramento.” Enquanto estou tentando entender o que falou ela vai embora. Deixa-me lá. Bem desse jeito. Sem lágrimas. Nada.
Eu me sentiria melhor se ela tivesse chorado? Não quero machucá-la. Quero me trancar num quarto com ela e nunca sair. Mas não quero machucá-la.
Ela me mostrou suas emoções antes. Na Bourbon Street eu vi. Tudo. Sei que seu coração é suave. Que as lágrimas caem facilmente. Então, isso significa que a mulher que acabou de sair daqui é algo... que eu provoquei. Ela não foi fria. Ela terminou. Mostrei o quanto posso machucá-la e ela viu que eu não valho a pena. Ela sabe que merece mais.
Seu cheiro se agarra a minha pele. Meu corpo dói com a perda dela em meus braços. Mas mais do que isso minha alma sabe que apenas afastei a única coisa que me despertou. Perdi a mulher que me mostrou como o fogo é.
Afundo na cadeira atrás de mim. Seguro a cabeça com as mãos. Está feito. Nós tivemos nosso pequeno momento. Queria dizer que mostrei como sou ruim para ela. Como posso arruiná-la. Que preservei a ambos. Mas no final, sou o único completamente arruinado.
Vinte e Sete
Lila Kate
O ESPAÇO ERA PERFEITO. Ele iria crescer comigo. Com minhas aulas de dança. Eu podia ver um futuro aqui. Eu tinha o dinheiro para começar. Eu compraria este lugar, todo o equipamento e começaria a anunciar. Claro, eu queria encontrar uma aventura duas semanas atrás, mas agora uma aventura sempre me lembra Cruz. Ele tinha sido a minha verdadeira aventura.
Eu quase tinha deixado a sua presença nesta cidade fazer-me correr. Quando admiti para mim mesma que eu estava olhando para estúdios de dança fora de Rosemary Beach, porque eu estava tentando evitar Cruz, tinha começado a minha pesquisa aqui. Só fazia sentido começar o meu primeiro estúdio em uma cidade onde eu conhecia todo mundo e avançar mais tarde para expandi-lo. Eu não tinha planos de ficar aqui para sempre. Mas, por agora, fazia sentido. Minha necessidade de aventura tinha sido sugada de mim. Tinha sido fugaz. Eu tive aventuras demais no período de uma semana que durariam alguns anos.
A porta se abriu atrás de mim, e Ophelia Finlay ficou ali parecendo tão glamorosa como sempre.
“Eu te liguei três vezes.” Ela me disse como se eu não tivesse visto as chamadas não atendidas no meu telefone.
“Eu estive ocupada.” Respondi.
Ela suspirou alto. “Você não vai mesmo considerar? Eu seria uma incrível companheira de quarto.”
Ophelia tinha ouvido falar, por sua mãe, que eu estava comprando um condomínio e começando meu próprio estúdio de dança. Palavras viajam rápido quando suas mães são melhores amigas. Ela estava tirando um ‘tempo’ da faculdade este ano, porque precisava de uma nova direção ou algo dessa natureza. Isso era muito Ophelia.
“Eu não estava considerando. Não duvido que você seja uma boa companheira de quarto. Eu só precisava ter certeza de que era isso que eu ia fazer,” Eu virei em um círculo olhando para o prédio. “Mas é isso mesmo. Este é o lugar.”
Ophelia assentiu. “Este será um bom estúdio. Excelente localização.”
Eu apontei para cima. “Meu apartamento será lá em cima. Estou comprando o prédio. Eu preciso poupar dinheiro, e ficar onde eu trabalho faz sentido.”
Ela fez uma careta. “Você vai morar aqui?”
Eu balancei a cabeça. “Sim.”
“Como se parece lá em cima?”
Dei de ombros. “É um grande loft, vigas expostas, muito abertas. Não é realmente o seu tipo de lugar.” Foi por isso que eu não tinha respondido suas ligações.
“Que horas serão as suas primeiras aulas?” Ela perguntou, ainda não parecendo satisfeita.
“Às oito da manhã.” Eu respondi.
Sua determinação para ser a minha nova companheira de quarto parecia que estava desaparecendo rapidamente. “Oh.”
Isso foi o que eu pensei. Este seria o meu mundo. Meu trabalho e meu loft. Eu não imaginava que iria atrair alguém.
“Posso vê-lo?” Perguntou ela, esperançosa.
“Certo, vamos.” Eu respondi. “Por este caminho.”
Eu abri o caminho para a porta de trás, que foi pintada de azul. Eu mudaria isso. Ela abria-se para as escadas que iam para o sótão. Havia exatamente vinte e cinco degraus. Quando chegamos ao topo, não havia porta. Gostaria de trabalhar com isso, também.
A área de quatro mil metros quadrados era quase completamente aberta. A única privacidade era um banheiro à esquerda e a escada em espiral que levava a mais uma área do loft que seria o meu quarto. A cozinha estava completa e era toda em aço inoxidável. Mesmo as bancadas eram inoxidáveis. Era tudo muito industrial.
“Existe um segundo quarto?” Perguntou ela observando a área.
“Não. O proprietário original era um homem. Mas se você está realmente interessada, há espaço suficiente. Nós podemos construir paredes nesse canto próximo ao banheiro, e você teria um quarto de tamanho suficiente. Mas teríamos que dividir o banheiro.”
Ela caminhou enquanto estudava toda a área de Rosemary. Era pequena e uma rua pitoresca com lojas. O exterior de todas as lojas era muito ‘costa do sul’, e me senti confortável com isso. Muito diferente da área onde tínhamos vivido quando crianças. Finalmente, ela se virou para mim e sorriu. “Vamos fazer isso.”
Se tivesse sido Phoenix Finlay, eu não teria dito absolutamente nada. Mas eu poderia viver com Ophelia. Além disso, o rendimento do aluguel pagaria os serviços públicos neste local. Fazia sentido ter este acordo.
“Eu vou falar com o papai para ele arrumar alguns trabalhadores aqui para construir um quarto assim que eu assinar a papelada deste lugar.”
Ela estava sorrindo brilhantemente. “Quanto tempo você acha que vai precisar?”
“Até o final dessa semana.”
Ela bateu palmas com entusiasmo. “Isto será muito divertido!”
Eu esperava que sim. “Você quer um emprego? Porque eu vou precisar de ajuda no escritório uma vez que abrir o estúdio.”
“Certo! Por que diabos não? Podemos apenas retirar o aluguel do meu salário?”
“Isso seria bom para mim.”
Conversamos um pouco mais antes de Ophelia sair para contar para a sua mãe sobre seus planos. Entrei e puxei-me para cima, para me sentar no bar da cozinha. Eu poderia fazer uma vida aqui. Não era na parte rica de Rosemary Beach, onde as grandes casas eram e o clube estava localizado. Ficava logo ao lado dele, mas parecia separado. Eu não estava deixando a cidade, mas eu estava começando uma nova vida nesta cidade.
Meu telefone tocou e ecoou no grande espaço vazio. Olhei para ele, era Eli. Sorrindo, eu respondi. “Olá.”
“Como parece o lugar?” Ele perguntou. Eu tinha lhe dito, por uma mensagem de texto que eu lhe enviei ontem à noite, que viria verificá-lo hoje.
“Perfeito. Eu acho que vai ser perfeito.”
“Droga. Eu estava esperando que você achasse que é ruim e viesse para Sea Breeze comprar algo por aqui.” Ele estava brincando, mas eu sabia que ele também ficaria contente se isso acontecesse.
“Você sempre pode vir a Rosemary Beach.” Eu respondi.
Ele ficou quieto por um momento. “Não me tente.”
Eu me perguntei se ele iria realmente fazer isso. Talvez um novo começo fosse o que ele precisava. “Eu não iria reclamar se você viesse.” Eu adicionei.
Ele riu e acrescentou, “É difícil dizer não para você também. Mas eu tenho um emprego, e não posso apenas largar tudo e fugir.”
Ele tinha um ponto. “Eu sei. Queria esclarecer que se você precisar de uma aventura eu ficaria feliz em ser o seu início.” Eu estava brincando, mas ele ficou quieto.
Mordi meu lábio nervosamente. Talvez eu não devesse ter dito isso. Nós não falamos muito sobre aquela noite. Eu não tinha certeza se ele se lembrava de me perguntar se ele foi o início da minha aventura. Esperei por ele dizer algo e me preocupei todo o tempo em que ele ficou em silêncio.
“Eu poderia considerar se pudéssemos ter outro sexo na praia. Eu penso muito sobre isso. Desejo a Deus que eu não tivesse estado tão malditamente bêbado.”
Após Cruz, eu não estava pronta para fazer sexo com ninguém. Eu queria estar um dia. Mas, por agora, eu simplesmente não podia. Em uma semana, eu tinha feito sexo com dois homens diferentes. Isso tinha sido um inferno de uma aventura.
“Um dia, se for à hora certa.” Eu disse suavemente enquanto imagens de Cruz e as coisas que tínhamos feito apareciam na minha cabeça. Meu coração doía junto com elas.
“Eu não quero ser apenas o começo de sua aventura Lila, eu quero ser o fim.”
Vinte e Oito
Cruz Kerrington
MINHA CABEÇA ESTAVA FODIDA. Eu estava no trabalho fazendo o que meu pai me pediu para fazer. Não porque ele pediu, mas porque eu estava tão fodido da cabeça que eu precisava de algo para me distrair. E as bucetas de outras mulheres não estavam funcionando.
“Cruz, você parece tanto com o seu pai em sua idade, que eu tive um flashback. Eu era uma garçonete novamente e lá estava o chefe. Você está bem aqui no Club Kerrington de polo. Eu sei que Woods está orgulhoso de tê-lo aqui com ele.” Blaire Finlay disse quando entrou na sala de jantar com minha mãe e Harlow Carter, a mãe de Lila.
“Ele é gêmeo de seu pai. Em tudo, incluindo a atitude.” Disse minha mãe com um sorriso.
“Não vou dizer a ele que você disse isso.” Eu disse, sabendo que ele não gostaria de ouvir que eu agia como ele.
Blaire riu, e as três passaram por mim. Minha mãe fez uma pausa para apertar meu braço gentilmente. Harlow estava quieta. Ela não falava alto como as outras ou chamava a atenção para si mesma. Ela era quieta, bonita, não parecia em nada que tinha a sua idade, e tudo que eu podia ver era Lila Kate vinte anos mais velha. O homem que a segurar será um sortudo filho da puta.
Irritado com minha linha de pensamento, eu andei pelo corredor em direção ao escritório do meu pai, para onde eu estava indo quando as três tinham chegado. Eu adorava vir a este escritório. Isso significava que veria meu pai. Ele me colocava em sua mesa e me deixava brincar com um brinquedo pequeno de golfe que estava sobre ela. Eu assistia a tela plana na parede e o observava enquanto ele trabalhava. Eu queria ser como ele.
Caramba, como os tempos haviam mudado.
A porta do escritório do meu pai abriu e ele saiu antes de eu chegar a ele. Seu olhar imediatamente parou em mim. “Bem, você chegou na hora. Eu terei um almoço com o Capitão, se lembra do irmão de Blaire Finlay? Sua filha Emmeline está com ele. Ela está sendo preparada para assumir a franquia de restaurante aqui em Rosemary Beach. Eu acho que ter você lá vai fazê-la se sentir mais confortável já que você está mais próximo da idade dela.”
Encontro de almoço. Fan-porra-tastico. “Eu conheço Emmeline, e a chamamos de Emmy. Ou pelo menos era assim há dois anos, quando eu falei com ela em um evento realizado aqui por uma coisa ou outra.”
Papai concordou. “Bom. Franny, a filha mais velha do Capitão supervisiona as franquias no Alabama e Tennessee. Emmeline está sendo treinada para assumir as franquias da Flórida e Geórgia. Ela não estará pronta até se formar na faculdade, mas o Capitão começa a prepará-las desde jovens. Como eu deveria ter feito com você. Empresário inteligente.” Meu pai disse enquanto andava e esperava que eu o acompanhasse.
“Vamos comer aqui?” Perguntei esperando a resposta negativa. Eu não estava no humor para lidar com a multidão lá dentro.
“Não. Vamos para o lugar do Capitão.”
“Por que exatamente estamos nos reunindo com ele?”
“Porque nós precisamos de outro restaurante no clube. O grill junto à piscina e o salão de jantar principal não são suficientes. Não mais. É hora de nós expandirmos.”
“Então você irá colocar um dos restaurantes do Capitão no clube?”
“Possivelmente. Parece ser uma boa ideia. Vamos ver o que se desenrola.”
O novo Dodge Ram do meu pai estava estacionado na frente e um manobrista já tinha começado a trazê-lo para nós. Subimos e nos dirigimos para a propriedade do clube, na parte de negócios de Rosemary Beach, onde fazem compras, comem, fazem mais compras e toda a merda turística estava localizada. Eu não disse muito, apenas observei a cidade passar. Perguntei-me sobre Lila Kate, porque esse era o meu novo hábito que eu não podia deixar.
“Conversou com Lila Kate ultimamente?” Papai perguntou como se ele pudesse ler minha mente.
Eu balancei a cabeça negativamente.
“Então você não sabe sobre ela comprar esse lugar?” disse ele, e meus ouvidos se animaram.
“O quê?”
Papai parou em um dos três semáforos na cidade e apontou para uma loja de dois andares na esquina da rua principal. “Aquele ali no fim. Grant disse que ela comprou. Ela está abrindo um estúdio de dança.”
Estudei o edifício azul pálido. Grandes janelas forradas, piso inferior e no segundo andar tinha os protetores contra furacões que eram tão populares por aqui. “Isso não pode ter sido barato.” Wu disse perguntando o que diabos ela estava pensando.
“Não foi. Mas ela tem um fundo fiduciário de Kiro. Ela tem uma boa cabeça para os negócios. Em vez de viver com o dinheiro, ela o está usando para fazer mais. Para construir alguma coisa.”
Eu podia ouvir a admiração em seu tom. Eu sabia que ela era especial. Ele não precisava reforçar isso. Eu entendi. Foi por isso que a afastei. Isso tinha sido o correto.
Papai puxou o caminhão na frente do lugar do Capitão em Rosemary Beach, e eu saí ainda olhando para o lugar que agora era de Lila. Ela não estava deixando a cidade. Isso era bom. Como se eu pudesse respirar melhor. Não que fosse importar onde ela vivia, mas eu a queria aqui. Isso era muito fodido.
“Ouça, preste atenção, e seja educado. Fale com Emmeline. Não aja como um idiota.”
Eu sorri. “Quando eu fui um idiota com uma mulher?”
“Inúmeras vezes, Cruz. Muitas vezes.”
Carrancudo, eu o segui e o cheiro de frutos do mar me bateu. Eu não tinha estado aqui há muito tempo, mas a comida era boa. Eu deveria sair mais vezes. Não iria me prejudicar andar por essa parte da cidade.
“Woods, Cruz, é bom ver vocês dois.” Capitão Kipling disse enquanto apertava a mão de papai, em seguida, a minha. “Quando você se transformou em um homem?” Ele brincou, e em seguida, me deu um tapa nas costas.
Emmy caminhou ao seu lado e sorriu para mim. Não era o tipo educado de sorriso de negócios que eu estava esperando. Ela estava mais velha e, nos últimos dois anos ela amadureceu. Ela também sabia disso. Seus longos cabelos loiros e olhos verdes brilhantes eram uma combinação impressionante contra o bronzeado deixado pelo sol em sua pele.
“Olá, Cruz.” Seus olhos brilhavam com malícia quando ela disse meu nome.
“Emmy,” eu respondi com um aceno. “Bom te ver.”
“Enquanto vocês se sentam, eu vou levar Cruz comigo para pegar o laptop que você precisa papai. Eu posso mostrar-lhe em volta também.”
Capitão e meu pai já estavam conversando socialmente, e ele apenas balançou a cabeça. Meu pai me deu um olhar de aviso antes de se afastar. Essa não parece ser uma boa ideia. Será que os dois não viram a forma como Emmy tinha olhado para mim? Eles eram tão cegos? Ela não estava pensando porra nenhuma em negócios.
“Meu pai me disse que você está sendo preparado para assumir o clube.” Disse ela andando tão perto de mim que o seu braço escovou contra mim.
“Sim.” eu respondi.
“Eu estarei na cidade mais vezes para conhecer este lugar. Durante o verão, estarei aqui para trabalhar. Até eu voltar para a Universidade UT, deveríamos fazer alguma coisa.” Sua voz caiu para um tom sensual. Merda.
“Não sei o que você está pensando, mas estaremos potencialmente trabalhando juntos. Não acho que temos que atravessar as linhas.”
Ela se aproximou, em seguida, deu um passo na minha frente para abrir a porta e me levou para dentro. Eu estava na sala e percebi que era um escritório antes dela fechar a porta. “O que há de errado em ter um pouco de diversão? Isso fará com que trabalhar juntos seja mais agradável.”
Sua mão tocou meu braço e me afastei quando ela se aproximou mais de mim. “Eu sempre tive uma queda por você. Mas eu acho que todas as meninas têm.”
Foda-me. O que diabos eu deveria fazer com isso? Normalmente, eu mergulharia neste convite, mas o tempo estava fora aqui. Minha cabeça estava desarrumada, e Emmy não era alguém que eu pudesse mexer sem que meu pai ficasse irritado.
“Olha, por mais tentador que seja, temos que trabalhar juntos. Eu tenho certeza que você está bem ciente da minha reputação. Eu não quero qualquer atrito entre nós.”
Ela riu, em seguida, e moveu-se para frente de mim. Seu peito quase tocou o meu. “Eu não estou à procura de um relacionamento, Cruz. Eu só quero um pouco de diversão.”
Se eu pudesse ver além do rosto de Lila Kate, eu poderia aceitar isso. Mas caramba, eu não poderia usar Emmy dessa forma. Eu teria que fechar os olhos e fingir. A última garota que eu estive nas duas noites anteriores, eu realmente a chamei de Lila. E aquilo não terminou bem.
Embora se alguém pudesse atrapalhar a minha obsessão por Lila, isso iria me salvar. “Eu vou ser honesto com você. Eu terminei com alguém há pouco tempo e estou trabalhando através disso. Superando tudo. Mas eu ainda não cheguei lá.”
Emmy mordeu o lábio inferior sedutoramente e então finalmente pressionou os seios contra o meu peito. “Eu posso te ajudar com isso.”
Por que essa merda sempre acontece comigo? “Não tenho certeza que seja uma boa ideia.” Argumentei, mas as minhas palavras não soaram muito convincentes. Ela era gostosa. Eu era um cara e eu estaria mentindo se dissesse que não gostei dela.
“Dê-me uma chance. Apenas um gosto e você vai ver...” ela sussurrou e, em seguida, sua mão deslizou até o interior da minha coxa e segurou meu pau. Puta merda!
“Você me deixa duro e eu vou ter que andar por aí com um tesão do caralho. Isso não será legal para qualquer um dos nossos pais.”
“Se eu te deixar com tesão, eu posso resolver isso pra você.”
Desta vez, eu ri. “Confie em mim, querida, não temos tempo para isso.”
Ela moveu a mão, enquanto eu já estava semiduro. “Quando você tiver tempo... Eu sou ótima em chupar um pau.”
Eu ainda estava preso em suas palavras quando ela se afastou e pegou um laptop fino. “Vamos chegar a essa reunião. Estou morrendo de fome.” Ela disse enquanto me lançou um sorriso malicioso, em seguida, balançou seus quadris quando saia pela porta.
Eu poderia fazer isso. Desfrutar dela. Divertir-me. Ela não era a boa menina que eu tinha assumido. Emmy Kipling era impertinente. Deve ser a coisa da garota da faculdade se tornando selvagem. Eu estava pensando nisso e relaxei um pouco quando nos juntamos aos nossos pais.
Emmy de repente tornou-se toda negócios e era encantadora e inteligente. Ela sabia muito sobre o lugar e fez os dois homens rirem quando falou sobre uma merda que era engraçada. Eu não falei tanto, mas me esforcei para manter o meu pai feliz.
Apenas quando aceitei isso, senti que ia ficar bem, pelo menos, não tão ruim quanto eu tinha pensado quando o meu pai disse que tínhamos que vir a esta reunião. Comecei a sorrir e há flertar um pouco, pisquei para Emmy quando nossos pais estavam ocupados discutindo outra coisa e ela me deu um sorriso que prometia algo mais tarde. Algo que eu estava me preparando para aceitar. Então eu senti. Um calor morno. Um formigamento. Levantando os olhos, eles bloquearam com os que não saia da minha cabeça.
Lila Kate estava lá, com um pedido em suas mãos. Seus olhos estavam em mim. A dor era óbvia e vê-la lá cortou meu peito.
Eu era um bastardo.
Vinte e Nove
Lila Kate
BAIXEI OS ALIMENTOS sobre o balcão da minha cozinha e gritei de frustração. Eu o odiava. Eu odiava Cruz Kerrington. Eu o odiava. Abrindo um armário, eu peguei um copo e o enchi com água gelada. Seu sorriso estúpido na minha cabeça enquanto ele piscou para Emmeline Kipling. Ela tinha o quê, dezenove? Deus, ele era um porco.
Se ela o deixar se aproximar, ela é estúpida. Estúpida como eu. Eu gemi com o pensamento e abri o saco para tirar a comida que já não parecia atraente. Havia outros lugares que eu poderia ter comido hoje. Por que eu tive que ir lá? Por que eu tinha que ver aquilo?
Sentei-me em uma das banquetas coloridas que chegaram ontem. O local era tão industrial que eu tinha adicionado toda a cor e arte que eu podia. Eu gostei da maneira como ele estava ficando. Os banquinhos foram pintados por um artista local e cada um tinha uma face louca artística diferente pintada nas costas.
Olhei para as patas de caranguejo na minha frente quando forcei um em minha boca. Eu tive que comer. Eu estava trabalhando no andar de baixo durante todo o dia e ainda faltava mais de um mês para abrir o local. Eu tomei um gole da minha água e, em seguida, olhei para o meu telefone. Eu não tinha falado com Eli em duas semanas. Ele sabia que eu tinha comprado o lugar, mas eu tinha estado tão ocupada me mudando que não tinha enviado nenhuma mensagem para ele.
Peguei meu telefone e decidi mudar isso. Nós não fomos feitos para ser mais do que amigos, mas eu gostava da sua amizade. Nós amamos pessoas que não nos amam de volta. Ele entendeu.
“Já me mudei. Quando você vem me visitar?” Então eu pressionei enviar.
Ophelia não veio ainda. O quarto dela estava quase concluído. Ela tinha ido para Los Angeles com Phoenix para visitar seu avô por uma semana. O lugar tinha estado tranquilo. Apenas eu e meu pai, juntamente com alguns de seus funcionários que vieram trabalhar no quarto nos últimos dias.
“Quando for convidado.” Foi sua resposta.
Eu senti falta dele. Eu perdi o cara de confiança que cumpria o que ele disse que ia fazer. Ele era honesto e não fazia coisas que poderiam ferir os outros. Eu queria que Eli tivesse sido o único a roubar o meu coração. Ver Cruz com outra pessoa seria mais fácil se ele estivesse aqui.
“Você está convidado. Considere este o seu convite oficial.”
Enviar textos para ele aliviou a dor que eu senti no meu coração e comecei a comer a minha comida e me divertir. Se eu pudesse voltar atrás e não implorar a Cruz pelo impossível naquela noite, na Bourbon Street, eu o faria. Eu pegaria tudo de volta. Desistiria das memórias. As pessoas que disseram que não trocaria isso, mesmo que doa, eram loucas. Eu desistiria em um piscar de olhos. Eu não queria pensar nele.
Eu queria esquecer tudo.
“Sexta-feira é cedo demais?” Eli mandou uma mensagem de volta.
“É perfeito.” Eu respondi.
Isso me dava dois dias para arrumar esse lugar. Eu gostaria de fazer alguns planos para nós e, em seguida, me divertir. Eu não penso sobre Cruz. Eu não ligo para o que ou quem ele estava fazendo suas coisas. Eu vivo minha vida.
“Vou começar a fazer a mala.”
Eu rio com o último texto e acabo de comer.
As coisas estavam se tornando diferentes do que eu tinha imaginado, mas elas não eram ruins. De modo nenhum. Eu estava animada. Logo eu possuiria um estúdio de dança. Eu ficaria para ensinar crianças, incentivá-las a encontrar o seu amor pela dança do jeito que eu tinha encontrado.
Eu limpei minha refeição e desci para voltar a pintar as paredes. Papai tinha se oferecido para fazer isso, mas eu queria saber que eu tinha feito algo. Este era o meu lugar. Eu gostava de ter a minha mão em torná-lo pronto para morar.
Quando passei pela porta, Cruz estava ali olhando ao redor. Suas mãos estavam nos bolsos do jeans, e com um olhar que eu não conseguia ler em seu rosto. Eu pensei em virar e correr de volta lá pra cima, mas eu não tinha doze anos. Eu era uma adulta e este era o meu estúdio.
“Posso ajudá-lo?” Perguntei.
Seu olhar voltou-se para mim. Ele não tinha me ouvido entrar. “Ei.”
Eu não respondi. Eu só continuei em silêncio olhando para ele.
“Sobre o que você viu,” ele começou e eu levantei a mão para detê-lo.
“Não faça isso. Por favor, não venha aqui e aja como se você tivesse que explicar alguma coisa para mim. Eu acho que eu fui clara em sua casa. Tivemos um encerramento. Está feito. Tenho que terminar de pintar. Se você me der licença.” Fui até a tinta e o rolo que eu tinha deixado quando saí mais cedo, e esperei que ele tivesse virado e saído.
“Se você teve a porra do seu encerramento, por que seus olhos pareciam tão incrivelmente magoados? Diga-me Lila. Diga-me por que seus olhos tomaram meu fôlego? Porque, com certeza, não foi um encerramento que eu vi neles, porra.”
Fiz uma pausa e respirei fundo. Ele estava certo. Mas eu não ia admitir isso. “Ainda é recente. Estarei bem em breve.”
“Porra, quando descobrir como superar isso você poderia me dizer como? Porque Deus sabe que eu preciso de ajuda.”
Eu não podia deixá-lo chegar a mim. Eu não podia deixar suas palavras me fazerem fraca ou acho que eu não poderia confiar nele. Que não poderíamos ter nada.
“Você estava indo muito bem.” Eu respondi e me dobrei para pegar o rolo e tirar a tampa da lata de tinta.
“Lila, olhe para mim. Jesus, só olhe para mim merda. Diga-me se isso se parece com um cara que não se importa? Você me viu flertar. Eu tenho flertado desde que eu consigo andar. Não significa nada. É apenas como eu reajo a mulheres que estão flertando comigo.”
Eu rio e então balanço a cabeça. “Tanto faz. Eu não me importo. Basta ir.”
Ele ficou lá. Não falou e não saiu. Tentei me concentrar na minha pintura, mas foi difícil com seus olhos me observando. Esperei que ele dissesse algo mais. Se ele simplesmente deixasse isso acabaria de uma vez. Tudo isso. Eu experimentei isso. Sabia como era e estava pronta para deixá-lo no passado.
“Se você não se importa então poderíamos sentar, conversar, tomar uma cerveja. Nós não podemos fazer isso, Lila. Então, sim, você se importa.”
Ele estava certo. Eu o odiava por estar certo. Se eu não me importasse não haveria emoção. Eu estaria bem com uma visita. Eu não estaria exigindo que ele saísse. Deixei minhas mãos cair ao meu lado e me virei para encará-lo.
“Você está certo. Eu me importo. Mas eu quero não me importar. Quero esquecer que tudo aconteceu. Quero esquecer você.” As palavras, embora fossem verdades, soaram muito mais frias e mais duras quando eu disse em voz alta. Eu quase as retraí, mas me contive. Ele me machucou. Se isso for machucá-lo, então, tudo bem.
“Eu não quero esquecer.” Sua voz era profunda e dolorosa.
Comecei a dizer algo para suavizar a situação, mas então ele fez como eu pedi. Ele se virou e saiu. Depois que a porta se fechou atrás dele, o lugar ficou em silêncio novamente. E eu estava sozinha mais uma vez.
Trinta
Eli Hardy
O CHEIRO DE TINTA FRESCA me pegou enquanto eu ia para dentro do prédio que seria o estúdio de dança de Lila. Era uma pálida sombra de azul, e o teto sem pintura logo parecia com o céu da manhã. Ela me contou sobre um artista que tinha vindo para pintá-lo. Ainda havia muito a ser feito, mas eu estava feliz por ela. Ela estava tão animada quando ela falou sobre seus planos. Eu a ouvi por mais de uma hora na noite passada. Quando ela percebeu quanto tempo estava falando comigo sobre isso, ela se desculpou. Tinha sido bonito.
Nenhuma vez na minha vida alguém tinha me feito esquecer Bliss. Havia sempre uma dor no meu peito quando eu pensava nela. Até agora. Aquilo tinha ido embora. Eu sabia o porquê. Lila havia se tornado importante para mim. Ela tinha sido tão adorável que eu não conseguia pensar em mais ninguém. Bliss era o que deveria ter sido sempre para mim, uma amiga. Uma grande amiga com quem eu me preocupava, mas eu poderia dizer honestamente que eu não amava a minha melhor amiga. Fiquei feliz por Bliss ter encontrado Nate e que a vida dela estava cheia de alegria.
Eu puxei minha mochila por cima do meu ombro e atravessei a sala em direção a uma porta na parte de trás. Ela tinha dito para entrar naquela porta e seguir em frente até as escadas. Esta noite ela estava cozinhando pela primeira vez em sua cozinha e não queria deixar a comida sem vigilância, de modo que ela tinha deixado as portas destravadas para mim.
O cheiro de tinta desapareceu quando a pesada porta se fechou atrás de mim. Eu comecei a subir as escadas. Podia sentir o cheiro de alho antes de eu ter andando a metade do caminho.
“Eli?” Lila gritou.
“Sim!” Respondi.
Eu ouvi o toque de seus pés enquanto caminhava em minha direção. Quando cheguei ao topo da escada, ela estava lá para me cumprimentar. Ela era de tirar o fôlego. Droga... era bom estar aqui.
“Você está aqui!” Ela disse sorrindo para mim como se eu não fosse aparecer. Então ela acenou com a mão e deu a volta. “É isso. O que você acha?”
O espaço parecia que pertencia a um homem solteiro. Lila tinha adicionado um monte de coisas suaves de mulher, tudo colorido para subjugar a masculinidade do lugar. No entanto, a aparência rústica industrial, com as vigas expostas, foi construída para um homem em mente. Nada chique. Apenas aberta e útil.
“Eu acho que gostaria de alugar aquele quarto se Ophelia desistir.” Eu disse, brincando.
“É ótimo, não é? Eu amo a vista e a sensação de que esse lugar é meu.”
Eu balancei a cabeça. “Sim, isso é ótimo.” Assim era o meu ponto de vista.
Lila usava uma saia branca curta e com um top azul sem mangas que mostrava seu bronzeado. Seus cabelos estavam presos no alto da cabeça em um nó confuso. Ela não estava usando maquiagem, mas não precisa disso.
“Eu não tenho uma cama no quarto de Ofélia ainda, mas o sofá tem uma bicama, e é uma boa. Eu tinha verificado antes de comprar.” Olhei para a sala de estar, ela tinha um sofá de couro que era luxuoso e largo. Duas cadeiras com listras vermelhas e marrons e um grande pufe retangular estava no meio. A tela plana era enorme, mas então ela poderia ser visto de qualquer lugar em todo o ambiente.
“Isso parece confortável o suficiente para dormir.”
“Pode ser. Mas você é alto.” Ressaltou.
Eu testarei mais tarde. “O que você está cozinhando tem um cheiro incrível. Posso ajudar com alguma coisa?”
“Sim, você pode cortar as abobrinhas. Eu odeio cortar legumes.” disse ela. “Coloque a sua mochila mais perto do sofá e me diga sobre todos os acontecimentos atuais em Sea Breeze. Eu monopolizei a conversa na noite passada. Eu nunca soube o que aconteceu com Jude e Micah sendo presos.”
Deixei a minha mochila cair ao lado do sofá enquanto ela caminhava de volta para a cozinha.
“Damon, o melhor amigo de Micah, correu e os pegou antes que eles chamassem seu pai. Micah pode ter vinte e cinco, mas Jude tem apenas vinte anos. O pai deles teria ficado furioso. Eles são ambos idiotas por fazerem qualquer coisa com Saffron. Ela está sempre à procura de problemas.”
“Saffron os havia convidado para ir nadar na casa de um amigo que ela supostamente estava cuidando. Havia garotas de topless lá. Elas eram amigas strippers de Saffron, embora Saffron não seja uma stripper. Micah e Jude apareceram, e então tinha um menor bebendo na festa. As coisas ficaram muito altas. Os policiais vieram. Micah disse a Saffron para se esconder porque seu pai era um filho de uma cadela e que ficaria puto.”
Eli continuou. “Saffron não estava realmente cuidando da casa. Todos eles estavam lá sem o conhecimento do proprietário. Era a casa de um ex-namorado de uma das stripper. O ex-namorado e sua esposa estavam de férias.”
“Será que o dono da casa vai prestar queixa?” Lila perguntou quando me entregou a abobrinha.
“Não. A stripper que ele teve um caso ameaçou contar tudo para a esposa dele.”
Lila riu então. “Uau. Ok, isso soa como um filme. Sea Breeze é mais animada do que Rosemary Beach. Raramente temos drama. Nada de interessante.”
“Isso é porque você não tem uma Saffron Corbin por aqui.”
Lila passou por mim duas vezes para obter algo da prateleira de temperos. Eu estava tentando não assumir que ela estava fazendo isso de propósito, mas quando ela se aproximou a terceira vez eu decidi que era um convite. Coloquei a faca para baixo e agarrei sua cintura para puxá-la contra mim.
“Eu espero que isso esteja bem.” Eu disse num sussurro antes de reivindicar sua boca com a minha própria. Ela congelou num primeiro momento, e então lentamente derreteu-se contra mim, seus braços indo ao redor do meu pescoço. Isto foi melhor do que eu me lembrava.
Eu ouvi o azeite na panela atrás de nós chiar. Eu sabia que tinha que deixá-la ir, mas a sensação dela em meus braços estava tão certo que era difícil. Quando ela se afastou, ela me deu um sorriso tímido. “As cebolas vão queimar.”
Eu a deixei ir com relutância, e ela correu para movê-las com uma espátula. “Você está pronta para a abobrinha?” Perguntei ainda um pouco entorpecido por aquele beijo.
Ela olhou para mim por cima do ombro e assentiu.
Eu usei isso como uma desculpa para chegar perto dela. Peguei os legumes, em seguida, e fiquei tão perto de suas costas que nossos corpos se tocaram. Baixei a cabeça e sussurrei em seu ouvido. “Vou colocá-los na panela, você mexe.”
Lila tremeu e depois assentiu. Satisfeito que eu estava afetando ela desta forma, eu comecei a derramar lentamente a abobrinha em fatias na frigideira. Ela estava respirando rapidamente, e eu podia ver seu pulso pulando na curva de seu pescoço. Eu dei um beijo lá, incapaz de me segurar.
Ela respirou profundamente e, em seguida, estremeceu novamente.
CONTINUA
Eu só queria me divertir um pouco, e ela não podia deixar-me tê-lo. Ela não podia ficar puta da vida por alguns minutos. Jesus, ela era mais problema do que eu tinha previsto. Seus cabelos escuros foram à primeira coisa que eu vi quando sai do bar. Ela estava de pé apenas alguns metros do bar.
Tinha os braços cruzados sobre o peito, e seus ombros levemente caídos. Como se estivesse com frio e tentando se manter aquecida. Isso não podia ser ela, porque estava quente pra caralho aqui fora.
“Lila!” Eu a chamei. Ela lentamente virou-se para olhar para mim e, em seguida, retomou sua postura quando me viu, mas não estava interessada em mim. Ou como ela estava chateada.
Tomei alguns passos para alcançá-la, pronto para saber o que diabos ela estava pensando vindo aqui sozinha. Mas quando cheguei perto, ela abaixou os braços e manteve o olhar sobre tudo e qualquer coisa, menos em mim. “Pronto para o próximo bar?” Ela perguntou.
Estava chateada. Senti em seu tom. “Por que você simplesmente saiu?” Perguntei frustrado por toda essa cena. Eu tinha começado a me divertir.
“Eu não gosto desse bar.”
O que? “Só porque não gosta de um lugar você simplesmente o deixa. Você não podia esperar para me dizer?”
“Você estava ocupado.” O sarcasmo escorrendo de sua voz não foi perdido.
“Eu estava apenas começando a me divertir. Jesus, Lila.”
Ela começou a se afastar então. Ela estava com raiva e queria ficar longe de mim. Eu não tinha feito nada de errado. “Então volte lá e se divirta. Se é isso que você quer fazer, não tenho nenhum problema com isso.” O tom de sua voz não soava como se ela não tivesse problema com isso.
Estendi a mão e agarrei seu braço, parando-a. “O que há com você? Você está chateada por eu ter bebido shots nos seios daquela garota? Isso é o que ela está lá para fazer. Alguns dos bares aqui têm muito mais do que isso. Foi tranquilo. Eu não estava machucando ninguém.”
Ela suspirou profundamente, e, finalmente, virou-se para olhar para mim. “Isso é o que você gosta?”
“Beber shots de uma mulher? Sim, assim como todos os homens heterossexuais sobre a porra do planeta.”
“Você não a conhece.”
“Não, mas isso realmente não importa.”
Ela me estudou por um momento. “Você já se apaixonou, Cruz?”
Que porra é essa? O que tinha a ver eu gostar de uísque entre os seios para estar apaixonado? “Não, mas o que diabos isso tem a ver com esta conversa?”
O jeito que ela estava me estudando me deixou desconfortável. Como ela podia ver mais do que eu queria. “Porque parece superficial.”
“É sexy, divertido. Não é suposto ser mais nada.”
Lila não respondeu a isso. Deixei-a puxar seu braço para fora do meu alcance. Ela finalmente concordou. “Ok.” Eu não tinha certeza do que ela queria dizer com “OK” e se esse era o seu jeito de acabar com essa conversa ridícula que estávamos tendo, tudo bem.
“Vamos encontrar coisas mais sensuais e divertidas para fazer,” disse ela quando começou a andar novamente.
Eu caminhei ao lado dela. Ela foi até o bar próximo e não esperou por mim para pedir uma bebida. Em vez disso, ela foi direto ao bar e pediu uma dose dupla de uísque para si mesma, bebeu em um gole, então pediu outra.
“A menos que você queira me ter segurando seus cabelos lá fora, na rua, você precisa ir mais devagar,” eu avisei. Ela me ignorou e bebeu a próxima exatamente da mesma maneira. Depois disso, ela me deixou pedir a minha própria bebida e saiu para a pista de dança. Fiz o pedido com o barman, em seguida, assisti em choque como Lila Kate deixou um homem tomar sua mão e colocá-la sobre uma mesa. O cara no palco gritou “O que você quer ouvir coisa doce?”
Ela lhe deu um grande sorriso atrevido que eu nunca tinha visto em Lila Kate antes. “Poison,” ela gritou.
Poison? Que porra ela está fazendo?
“Eu acho que está apaixonada!” O cara no palco gritou. Em seguida, a banda começou a tocar, e assim o fez Lila. Eu sabia tudo sobre ela dançando. Ela tinha feito em toda sua vida. Foi à faculdade que fez. Mas eu não sabia era que, além do ballet e outras merdas de fantasias que ela tinha aprendido, em algum momento ao longo do caminho, Lila Kate tinha aprendido a fazer algo que faria milhões se ela estivesse decidida a tirar a roupa e tomar-se uma dançarina de Pole dance. Filho da puta.
Depois que eu puxei meu queixo do chão, eu tive que lutar contra o desejo de levá-la para fora e longe de todos assobios e aplausos. Foi sexy como o inferno? Sim. Mais do que qualquer coisa que eu já tivesse visto. Voltei à coisa de Branca de Neve que tentei explicar a ela mais cedo. Mas não era Lila. Ela tinha classe. Ela não era o tipo de garota que fazia coisas como esta.
Eu me segurei até que algum bastardo bêbado estendeu a mão e passou em sua panturrilha. Então eu estava feito. Ela tinha feito qualquer ponto maldito que queria fazer e eu não precisava ver mais. Caminhei pela multidão, e depois de empurrar dois caras de volta, agarrei as pernas dela e joguei-a por cima do meu ombro.
Ela gritou.
“Ei! Coloque a mulher para baixo!” Um cara que estava admirando a vista, disse em pé no meu caminho.
“Ela está comigo. Estamos viajando juntos. Ela é minha,” eu respondi dando-lhe um olhar de advertência.
“Você está bem com ele levando você?” O cara no palco perguntou.
“Sim,” ela disse parecendo irritada.
“Deixe-o ir, rapazes,” disse o vocalista, e meu caminho foi inocentado. “Se ela fosse minha, eu teria tomado-a também.”
Dezenove
Lila Kate
SÓ PORQUE EU DEIXEI ele me transportar para fora de lá como um homem das cavernas não significava que eu não estivesse com raiva. Fiquei furiosa. Ele poderia ter um bom tempo, mas eu não podia. Havia regras que estava faltando. Ele gostava de meninas que mostrava seu corpo e ostentá-lo, mas eu não tinha permissão para exibir o meu.
Quando estávamos longe o suficiente do bar e ele não iria entrar em uma briga, eu bati em suas costas e comecei a me movimentar para ser liberta. “Deixe-me descer!”
Ele parou de andar e me colocou em meus pés. “Posso confiar em você que não estará indo saltar sobre um pole em algum lugar e tirar suas roupas?” Ele virou-se para mim.
Era isso. Eu não tinha pedido para sair de Sea Breeze. Eu tinha deixado por causa de algo que ele tinha dito. Ele foi à razão pela qual eu corri em primeiro lugar. Ele tinha me acusado de ser fria e gelada. E quando eu fiz o que ele, obviamente, gostava em mulheres, ele ficou com raiva. Eu não poderia ganhar. Não com ele.
“O que foi? Foi pura demais para você? Você prefere que eu vá lá e empurre o meu top par baixo e comece a distribuir shots nos meus seios?”
Sua expressão era de alguém mentalmente instável. “Foda-se, não!”
“Então o que é que você gosta Cruz? Você me chama de fria e diz que eu sou intocável. Quebrável. Eu venho para provar que não sou nenhuma dessas coisas. Então, quando eu começo a ser corajosa e me solto fazendo coisas como acabei de fazer, você age como se eu estivesse fazendo algo errado. Eu não entendo. Desejaria não me importar. Eu tentei me cuidar por tanto tempo que eu nem me lembro quando eu não fiz. Você. Sempre foi você. Eu odeio isso. Eu odeio que seja você. Por que não podia ser outra pessoa? Alguém que fosse... gostar... Eli! Alguém como ele. Por que não posso querer alguém como Eli? O que há de tão errado com a minha cabeça que eu sempre quis você?” As palavras foram saindo. Me ouvi, sabendo que eu deveria calar a boca. Que o que eu estava dizendo nunca poderia ser levado de volta. Mas era como se eu tivesse controle de mão da minha boca para outra pessoa, e ele estivesse falhando em seu trabalho.
“É como eu pareço? Eu não sou bonita o suficiente? Você prefere outro tipo? Talvez sejam meus seios, talvez porque eles não são tão grandes como o da menina no bar? É isso? E quanto a mim fazer você me tratar como uma professora? Por favor, diga-me para que eu possa corrigi-lo!”
As pessoas estavam nos ignorando. Eles passavam direto por nós, e quando eu percebi o que tinha feito, que tinha apenas gritado tudo isso para qualquer um em torno de nós ouvir. Alguém gritou: “Eu acho que você está fodidamente sexy, baby. Venha até aqui.”
Sintonizando isso. Esta rua estava cheia de bêbados. Eu era um deles, aparentemente, porque eu tinha acabado de dizer coisas que eu nunca quis dizer sóbria. Eu tinha muito orgulho. A bêbada Lila Kate não tinha orgulho. Eu gostaria de ter percebido isso mais cedo.
“Você não é barata. Você não é fácil. Você é como a porra de um diamante raro. Você me quer? Você quer a minha atenção? Por quê? Eu sou uma bagunça. Eu não posso ser o que você merece. Eu nem sei como. E se eu me deixar tocá-la, apreciar o que você fez lá, eu estarei arruinado. Você acha que me quer, mas se realmente me conhecesse iria mudar de ideia. Então eu teria tido um gosto de você e nada jamais iria se comparar a isso de novo. Você me aterroriza. Me assusta como nada jamais me assustou na minha vida.” Seus olhos estavam brilhantes e selvagens. Suas mãos tremiam quando eu deixei cair o meu olhar para olhar para ele, incapaz de manter nossos olhares juntos. Todo o resto dele parecia tenso. Rígido.
“Eu te conheço. Eu te assisti toda a minha vida. Eu vi você no seu pior e seu melhor.” Eu não gritei aquelas palavras. Eu apenas disse e deixei-as ficar lá enquanto eu continuava deixando suas palavras se aprofundar. Eu não esperava isso dele. Eu ainda não tinha certeza se eu estava sonhando. Eu poderia estar sobe o efeito da bebida em algum momento?
“Eu não tenho relacionamentos, Lila.”
Eu levantei meu olhar então. “Eu não estou pedindo por um.”
Ele parecia dividido. Seus olhos se estreitaram. “Então o que é que você quer de mim?”
Eu queria muitas coisas. E eu sabia que ele nunca iria dar o que eu queria. Nós nunca teríamos um felizes para sempre. Isso não era Cruz. Ele nunca tinha sido. “Agora. Agora mesmo. Nessa viagem. Nada mais.”
Ele não respondeu de imediato. Ele ficou lá olhando para mim como se não acreditasse em mim. Ele não deve, porque eu queria mais. Eu só sabia que nunca iria conseguir isso. Eu não era a garota para fazê-lo querer mais. Ele encontraria um dia e iria mudar de ideia. Ele seria capaz de ser aquele cara. O único que fez relacionamentos.
Eu tinha ouvido dos meus pais a história um milhão de vezes. Meu pai não tinha sido aquele cara. Minha mãe tinha sido a única a mudar sua mente. Foi o que aconteceu a todos eles eventualmente. Eu sabia que não era para Cruz e que eu deveria deixá-lo ir e ir embora. Mas eu não podia. Eu queria saber por apenas um momento. Como me sentiria estar com ele. Então havia uma chance de eu tirá-lo da minha cabeça e coração. Seguir em frente e encontrar alguém. Assim, Cruz Kerrington não estaria sempre em meus pensamentos.
“Nada além desta viagem?” Ele repetiu as minhas palavras como uma pergunta.
Eu balancei a cabeça.
“Você ouviu a parte sobre me arruinar?”
Eu dei de ombros. “Nós dois sabemos que isso não vai acontecer. Eu não sou única. Você ainda não encontrou alguém.”
Ele franziu a testa. “Única?”
“Sim. Única. A menina que você vai querer para sempre.”
Ele balançou sua cabeça. “Você está mexendo com a minha cabeça. Eu juro.”
“Você está atraído por mim?” Perguntei-lhe corajosamente. Eu poderia agradecer aqueles shots duplos de uísque por isso.
“Isso não é o ponto aqui. Eu não sei se eu posso... apenas ter um caso com você, Lila. Há sentimentos lá. Eu não gosto de sentimentos porra. Não com as mulheres. Eu não posso te machucar, e é isso que eu vou fazer.”
Dei um passo em sua direção, coloco uma mão em seu peito. Este era um jogo, mas eu estava brava agora. Eu não seria na parte da manhã. Eu tinha ido tão longe que eu precisava empurrar ainda mais. “Você não pode me machucar se eu conheço as regras. Nós desfrutamos disto. Ter um caso. Em seguida, passar como sempre fomos.”
Ele baixou o olhar para a minha mão. “E se você me arruinar?”
“Dê uma chance,” eu sussurrei.
“Foda-se,” ele murmurou em resposta. Em seguida, agarrou meu pulso, e me puxou contra seu corpo. Mal tive tempo para recuperar o fôlego antes de sua boca estar na minha. O sabor das nossas bebidas misturadas com o que eu tinha ganhado. Por agora, eu tinha isso. Foi minha decisão, e eu esperava que isso saísse do meu sistema para que eu pudesse, eventualmente, seguir em frente.
“Não há mais bares,” disse ele contra a minha boca. “Voltamos para o hotel. E não estamos hospedados em dois quartos de merda.”
Eu não discuti. Eu só dei um aceno de cabeça em concordância. Era isso. É melhor não ser um sonho.
Vinte
Cruz Kerrington
HAVIA DECISÕES inteligentes e decisões estúpidas. E então havia erros. Eu não tinha certeza de onde este pousou, mas com Lila em meus braços cheirando como o céu, e a imagem de sua dança naquela mesa foi tudo o que me preocupava, no momento.
Eu quebrei o beijo, agarrei seu cotovelo e me dirigi para o hotel. Nós estávamos em um hotel a poucos quarteirões à frente, na esquina da Canal e Bourbon. Percebi como tudo o que eu, mas queria sem falar, que no fundo eu estava preocupado que ela iria ficar sóbria e mudar de ideia. Se eu fosse metade da porra do homem que eu deveria ser, eu não iria deixá-la fazer isso esta noite, enquanto ela estava bêbada... enquanto eu estava bêbado.
Mas eu tentei dizer a ela a confusão que eu era. Ela parecia ver mais em mim do que estava lá. Eu queria que houvesse mais. Eu queria conhecer suas expectativas. Quando eu era criança, eu tinha visto o olhar em seus olhos, e eu sabia que ela me via de forma diferente do que via Nate. Eu amei isso. Eu era diferente. Isso me fez sentir importante. Então eu a tinha beijado, e ele tinha me assustado.
Eu sabia que Lila Kate não era para mim. Eu não era o tipo de cara que ela iria querer por muito tempo. Ela veria muitos eventualmente. Ele iria fazê-la mudar de ideia. E ela nunca mais olharia para mim com aquele olhar sonhador em seus olhos novamente. A ideia de poder perder que me levou a colocar uma parede lá. Uma construída para magoá-la. Ela tinha funcionado. Até agora. Até que eu ouvi que ela tinha deixado à cidade e eu corri atrás dela, porque eu não podia suportar a ideia de ter uma vida sem ela.
Quando entramos no hotel, fiz uma pausa e olhei para ela. A menina da minha infância. A menina que eu sempre assisti, mas nunca me permiti chegar perto. A que eu fingi que eu não sabia por que me evitava.
“Tem certeza?” Eu perguntei a ela.
“Sim.”
Eu esperei. Eu precisava que ela pensasse. Deixar tudo afundar. “Poderíamos dormir esta noite. Esperar até amanhã.”
Ela sorriu. Tão suave que fez seus olhos brilharem e me fez sentir mais como um homem do que devia. “Hoje à noite,” ela finalmente disse.
O caralho que eu poderia ignorar isso. Teríamos hoje à noite. Se ela se arrependesse amanhã, poderia me quebrar. Mas eu estava disposto a arriscar.
A viagem para o quarto foi curta, mas tantos pensamentos passaram pela minha mente que me senti passar muito mais tempo do que era. Ela tocou o cartão-chave para o desbloqueio e acendeu a luz verde. Era isso.
A porta se abriu. Entramos no interior. Meu quarto era idêntico a este. Logo ao lado. Eu tinha feito uma piada sobre isso quando chegamos. Eu não estava brincando agora. Eu deveria estar naquele quarto. Sozinho. Era a coisa certa a se fazer.
“Lila,” disse pensando que eu deveria parar com isso.
Ela deixou cair à pequena bolsa do ombro no chão, em seguida, tomou a parte inferior de sua camisa e puxou-a por cima da cabeça. O sutiã de renda branco era pequeno e a elevação de seus seios parecia que eles estavam prestes a derramar por cima expondo seus mamilos. Sua blusa caiu no chão ao lado dela, então ela chegou ao redor e desabotoou o sutiã. Eu assisti com fascínio quando as tiras escorregaram pelos seus braços finos até se juntar a sua blusa no chão. Seus mamilos escuros redondos duros do frio do quarto ou a partir de sua excitação chamando minha atenção.
Me movi, fechando o espaço entre nós. Incapaz de manter minhas mãos para mim eu cobri ambos os seios com as mãos. Embora minhas mãos fossem grandes elas não eram grandes o suficiente para levar cada seio completamente. O excesso me animando eu apertei deixando a suavidade provocar minhas mãos.
“Porra,” sua voz pegou quando ela disse as palavras. Aquelas não eram as palavras que eu imaginei vindo de seus lábios. Eles não se encaixavam com Lila Kate. Mas a forma como sua voz tremia quando ela disse. A maneira como ela se inclinou para mim e um gemido suave escapou simplesmente do meu toque fez tudo isso parecer certo. Como era para ser. Como nós deveríamos ser.
A restrição que eu tinha retido estalou. O lado impertinente de Lila foi demais para um homem tomar. Eu agarrei sua saia e puxei para baixo até que ela ficasse ali em nada além de suas calcinhas de renda preta. Elas fizeram pouco para cobri-la. Quase inútil a menos tentando seduzir um homem. E eu estava seduzido. Eu tirei minha própria camisa e joguei-a fora.
Minhas mãos em volta de sua cintura e a suspendi a levando até a mesa do quarto porque era mais perto que a cama. Sentei-a, em seguida, puxando sua calcinha memorizando a maneira que olhei quando ela deslizou fora de seu corpo.
Ela estremeceu e meu pau latejou. Essa era Lila Kate... doce, inocente, preciosa Lila Kate. Impertinente, selvagem, carente Lila Kate tinha tomado seu lugar essa noite, e eu tremia de antecipação. “O que você quer?” Eu perguntei a ela quando desabotoei minha calça jeans. “Diga-me exatamente o que você quer que eu faça.”
Seus olhos foram do meu peito nu e depois bloquearam em minhas calças quando eu comecei a soltá-la e empurrando-a pelos meus quadris e saindo dela. “Diga-me, Lila,” eu exigi. Eu não tinha certeza por isso que eu precisava dela para dizer, mas eu fiz. Eu queria que ela falasse sujo. Ouvir sua linda boca dizer coisas ruins. Fiquei muito provável que explodisse ao som, mas eu queria.
“Eu quero você,” ela sussurrou.
“Você vai ter que fazer melhor que isso. Conte-me.”
Ela engoliu em seco e ergueu o olhar de minha ereção pressionando através de minhas cuecas boxer aos meus olhos. “Eu te disse. Eu quero que você me foda, Cruz.”
Isso deve ser suficiente. Eu deveria estar feliz. Mas ela me transformou em um monstro enlouquecido pelo sexo. “Você quer isso gentil?” Perguntei empurrando minha cueca para baixo deixando meu pau grosso livre.
Ela balançou a cabeça lentamente. Os olhos arregalados quando ela olhou para mim. “Não,” sua voz era tão suave que eu quase não a ouvi.
“Diga-me,” eu disse enquanto empurrava suas coxas com as mãos e me coloquei entre elas. “Como você quer ser fodida?” Nessa última palavra, seus olhos brilharam com o mesmo desejo que sentia.
“Forte. Foda-me forte.”
Minhas mãos chegaram debaixo dela e agarrei sua bunda quando eu bati nela. Que com um impulso era como afundar em cetim apertado e quente. “Foda-se!” Eu gritei quando seu corpo reagiu à entrada súbita, apertando meu pau. Era melhor do que a minha imaginação.
Suas mãos pequenas agarraram meus braços, as unhas cravando em minha carne. O ardor que senti foi incrível. “AH!,” Ela gritou.
“Isso é o quão duro você quer?” Rosnei perto da orelha dela querendo bater nela uma e outra vez, mas estava fazendo tudo o que podia para me controlar.
“Sim. Mais,” ela ofegava.
Meus dedos entraram na carne da bunda dela quando eu puxei para trás e mergulhei mais fundo. Gemendo de prazer, eu mordi seu ombro, e ela começou a implorar. “Por favor, mais forte. Eu quero sentir você amanhã.”
Qualquer a sanidade que estava segurando saiu. Fui buscá-la afundando-a mais para o meu pênis rígido e levando-a até a cama onde eu caí para a suavidade com ela. Não querendo me afastar. Eu tive que puxar para fora em um movimento rápido e lançá-la em seu estômago. “Bunda no ar,” eu pedi.
Ela fez isso, sem dúvida. De quatro, era mais fácil e eu estava martelando dentro dela imediatamente. Seus gritos se tornaram mais frenéticos como a minha respiração. Eu bati na bunda tão forte quanto eu podia sem realmente me preocupar em machucá-la. Só para deixar arder.
“Oh Deus!” Ela gritou. “Estou gozando!” Seu corpo começou a tremer e seu clímax pulsava em meu pau ainda trancado dentro dela. Eu balancei com a necessidade de explodir. Foi uma porra tão incrível que eu não conseguia pensar. Pouco antes de perder a pequena quantidade de controle que eu tinha deixado, eu puxei para trás até que eu estivesse livre dela e gritei seu nome quando minha porra cobriu sua bunda virada para cima.
Seu corpo ainda estava tremendo, e minhas pernas estavam fracas. Fracas demais para se moverem. Ficamos lá. Sua cabeça agora repousava na cama. Tudo o que podia ser ouvido era nós ofegantes. Que tinha sido mais. Muito mais do que eu esperava. Tinha sido viciante. Eu poderia dizer-me que era muito perigoso fazer isso de novo, mas eu seria um tolo. Eu queria mais. Inferno, eu queria mais, logo que eu pudesse respirar fundo novamente.
Ela começou a abaixar seu corpo inteiro para a cama.
“Eu preciso limpar você,” eu disse a ela apreciando o olhar de meu sêmen em sua pele.
“Está bem,” ela disse suavemente, ainda afundando até que fosse pressionada completamente contra o colchão.
Sorrindo para a simples beleza, encontrei forças para ficar de pé e fui para o banheiro pegar uma toalha molhada. Limpei-a rapidamente, em seguida, cobri-a para cima. Ela levantou a cabeça e olhou para mim. “Você está vindo para a cama também?”
Os cabelos perfeitos de Lila estavam bagunçados. Seus olhos estavam pesados, os cílios se espalharam pelas bochechas. O rubor no rosto ainda estava lá, e nada parecia tão incrivelmente bonito na minha vida. “Sim. Eu vou.”
Subi ao seu lado e cobri nós dois puxando-a de volta contra o meu peito. Seria difícil em alguns malditos minutos, mas ela estaria dormindo cedo demais para perceber. Eu inalei o cheiro de seus cabelos e sua mão cobriu a minha.
Levou menos de dois minutos para a sua respiração se abrandar. Ela estava dormindo em meus braços, e eu sabia que nada seria o mesmo para mim. A ruína que eu temia era muito pior do que isso. Eu não estava preparado para ser capaz de deixá-la ir.
Vinte e Um
Lila Kate
RECONHEÇO SEU CHEIRO antes mesmo de abrir os olhos. O calor de seus braços me fez suspirar e afundar mais perto. Isto foi melhor do que sonhei. E sonhei com isso mais do que gostaria de admitir. Lembrar que é por um tempo curto, que não é para sempre causa uma forte dor então afasto o pensamento. Por agora, vou desfrutar do que tenho. Cada momento que passamos juntos, vou absorver tudo.
“Se continuar se contorcendo mais perto vamos foder antes de eu estar totalmente acordado,” sua voz sonolenta me assusta e eu rio. Nunca ri, mas o faço então. É bom. Na noite passada, o álcool me deu a coragem que precisava. Esta manhã não há arrependimentos. Não desejo que tivesse sido diferente. Porque depois de abrir-me para ele e caminhar de volta para o hotel fiquei sóbria o suficiente. Lembro-me de cada detalhe. Nunca esquecerei um só momento.
“Lila,” sua voz rouca e profunda é um alerta quando pressiono o corpo mais no dele. “Você deve estar dolorida,” diz ele enquanto beija meu ombro.
Eu estou. “É uma dor gostosa.”
Ele respira fundo, em seguida, rola para cima de mim. Seu corpo nu paira sobre mim. Os cabelos estão bagunçados e os olhos ainda pesados de sono. “Você encontrou sua boca impertinente e gosta dela, não é?” Ele pergunta com o joelho separando minhas coxas.
Balanço a cabeça.
Então, ele está dentro de mim. Tão rápido. Fecho os olhos com força, e engasgo da ternura e prazer.
“Dói?” Ele pergunta ao ficar completamente imóvel.
“Sim. Mas como disse, é uma dor boa,” digo a ele abrindo os olhos. “Faça doer mais.”
“Jesus, Lila. Você vai nos matar,” ele geme quando começa a se mover. Bombeando os quadris dentro e fora de mim. Sua boca beija ao longo da minha clavícula até o pescoço. Seu hálito quente em meu ouvido só aumenta a sensação. “Diga mais merda suja com esta boca bonita,” ele diz com um sussurro antes de mordiscar minha orelha.
Abro mais minhas pernas levantando os joelhos para prender seus quadris. “Quero te sentir gozar dentro de mim. Sentir o calor da sua porra escorrendo por minhas coxas,” digo e ele congela.
“Porra, Lila. Não fale esse tipo de merda, se não quer que eu goze.”
“Eu quero que você goze.”
Seus braços tremem enquanto ele se mantém completamente imóvel. “Você está tomando a pílula?”
Sorrio para ele. “Sim. Não quero ser mãe tão cedo.”
Ele move-se, a expressão feroz. “Estou limpo. Nunca tocaria em você sem camisinha se não tivesse certeza de estar completamente limpo.”
Confio nele. Ele é um monte de coisas, mas não me colocaria em perigo. Eu sei. “Então goze dentro de mim.”
Seus quadris começam a bater contra mim. Todos os outros pensamentos desaparecem. Tudo o que sinto é o aumento do meu próprio clímax. Posso ouvir sua respiração acelerar e seus palavrões murmurados. Abro os olhos e vejo seus braços flexionando com cada movimento.
Quando empurro contra ele e envolvo as pernas em sua cintura para segurá-lo, eu grito seu nome.
“Maldição, Lila,” ele pragueja e então sinto. Tudo isso enquanto ele me dá exatamente o que pedi. Quero que dure para sempre. Não irei pensar sobre o dia em que tudo terminará. Porque neste momento, eu tenho tudo.
Rolo de lado levando-me com ele. Nós dois estamos ofegantes e suados quando nossos corpos se grudam. Falar não é necessário ou sequer possível. Estou tentando recuperar o fôlego e voltar para a terra. Sexo nunca foi tão bom. Mas, então, minha experiência é limitada. Muito limitada. Mas não posso imaginar ser melhor do que isso.
A mão de Cruz começa casualmente a brincar com meus cabelos. Viro a cabeça para olhá-lo e seus olhos estão fechados. Sempre odiei que ele seja tão impressionantemente bonito. Ele faz meus sentimentos ainda mais difíceis de ignorar. Gostaria de vê-lo e ter vergonha de mim mesma por fazê-lo. A maneira como ele anda, se porta, o som de sua voz e esse sorriso. Tudo isso é impossível não notar. Todas as mulheres o notam.
“Vamos para o norte. O que acha de Memphis?” Diz ele com os olhos fechados.
“Memphis? O que tem em Memphis?” pergunto, desfrutando da liberdade de olhá-lo.
“A fodida Graceland está em Memphis,” ele sorri.
“Quer dizer que quer ver onde Elvis viveu?” Rio ao falar.
Ele inclina a cabeça para olhar para mim e abre um olho. “Claro que sim, eu quero. Essa merda deve ser brega. Quem quer perder isso?”
Não me importa aonde vamos. Estou bem com qualquer lugar. “OK. Memphis então.”
“Você ligou para seus pais?” A pergunta dele me surpreende.
“Não,” admito.
“É melhor,” ele suspira. “Tenho certeza que todos sabem que estamos juntos agora. Nate dirá a eles.”
“Provavelmente.”
Ele passa a mão sobre o rosto e geme. “Grant vai me matar.”
Eu não respondo. Porque essa é uma questão que enfrentarei quando isso acabar. Estou numa aventura para fugir com o cara que está na cama comigo. É diferente agora. Não estou tentando mudar ou encontrar um novo eu. Eu já fiz. A garota que sou nesse momento não é nada como a garota que era na noite que ele tinha me chamado de fria. Agora, só tenho que aproveitar enquanto durar. Porque isto acabará.
“Meu pai pode me matar antes do seu. De qualquer maneira, minha vida será curta.”
Isso me faz sorrir. “Isso é um pouco dramático,” digo a ele.
Ele dá de ombros. “Honestamente, vale a pena.” Sua mão corre pelo meu lado e aperta meu quadril. “Vale a pena completamente.”
Isso não é uma declaração de amor. Eu percebo. Mas é doce. Coloco a perna por cima dele quando viro até que metade do meu corpo esteja em cima dele. Ambos seus olhos abrem quando faço isso. “Somos crescidos,” lembro a ele. “Acho que você vai viver.”
Ele me olha com ternura. “Ou você vai me matar antes deles. Mas a morte por sexo soa como um bom caminho a percorrer.”
Eu rio. “Estou apenas começando. Não estou prestes a atacá-lo.”
Suas mãos agarram minha bunda e me puxa para cima dele. “Talvez, mas colocar este pequeno corpo quente num homem enquanto ele está nu e na cama é irresistível.”
Quando ele desliza para dentro de mim lentamente desta vez, gemo alto e gosto de ser preenchida mais uma vez antes do café da manhã.
Vinte e Dois
Cruz Kerrington
DIRIGIR QUASE SEIS HORAS para Memphis hoje não foi uma boa ideia. Vi Lila Kate esconder a careta quando montou na moto. Nós fodemos como maníacos e agora ela está dolorida. Ela alega não estar, mas vejo em seu rosto. Não deveria ter forçado as duas rodadas esta manhã, mas ela é tão gostosa. É uma necessidade por estar dentro dela novamente e fodê-la, não gosto de querer alguém tão forte. A experiência do passado me prova que uma boa transa tira a menina do meu sistema e sigo em frente. Mas com Lila Kate ainda tem que acontecer. Com as pernas dobradas atrás das minhas e seu corpo contra minhas costas já estou pensando em transar novamente. Jesus, ela é como crack para um viciado.
Vou em direção a Birmingham, Alabama. Podemos parar no meio e descansar. Encontrar algo para ver ou fazer, e depois pilotar o resto do caminho. É apenas uma hora mais perto de Memphis; ela pode visitar sua amiga, e ela ajudará a controlar minha necessidade de ter meu pau nela durante nossa parada. Preciso encontrar algum controle.
Depois de oitenta minutos na estrada, ela começa a se contorcer e acho uma saída que tem opções de restaurante e algumas compras. Passaremos um tempo aqui, então partiremos quando ela estiver pronta. Paro em um restaurante e estendo a mão para ajudá-la a descer. Ela estremece novamente.
“Acho melhor parar por hoje,” digo, me sentindo culpado por seu desconforto.
Ela franze a testa. “Por quê?”
Aprecio que ela tente ser forte, mas sei que está dolorida e não vou fazê-la sofrer mais. Pela primeira vez desejo não ter uma moto maldita. “Você está dolorida,” aponto o óbvio. “Vamos comer e andar um pouco. Fazer compras. Veja como você se sente mais tarde.”
“Vou ficar bem,” ela argumenta.
Ignoro isso. “Com fome?”
“Sim e este lugar cheira muito bem.”
Entramos e forço-me a não colocar as mãos sobre ela. Tocá-la o tempo todo não é bom. Isto é temporário. Não há necessidade de agir como se fosse mais do que isso. Nós dois estamos apreciando a viagem.
Seu telefone começa a tocar pouco depois de passarmos na porta e ela o tira do bolso. Quando levanta os olhos para mim, eles estão se desculpando quando ela coloca o telefone no ouvido. “Ei mãe.”
Disse para ligar para seus pais mais de uma vez. Ela não me escutou.
Sua mãe está falando e o rosto de Lila Kate empalidece antes dela sussurrar. “Ah não. Quando?”
Agora estou preocupado. Ela começa a morder o lábio. “Sim, ele está.”
“Não tenho certeza,” ela olha para mim. “Onde estamos?”
“Cerca de uma hora ao sul de Montgomery, Alabama,” digo.
Ela repete para a mãe. “Não... de moto,” Posso vê-la se encolher quando fala.
“Sim. Vamos dirigir até lá agora,” diz ela. “Vejo você mais tarde. E mãe, eu sinto muito.”
“Também te amo.”
Quando ela termina a chamada, lágrimas enchiam seus olhos. “Minha avó faleceu no meio da noite. Mamãe vai enviar o jato do meu avô para me pegar em Montgomery. Eles já estão na Califórnia. Meu avô chamou mamãe às três esta manhã para contar. Ela e meu pai pegaram um avião pouco depois.”
Esta é a última coisa que esperava que ela dissesse. “Deus, Lila, sinto muito.”
Ela assente com a cabeça. “Eu também. Por causa do meu avô. Ela nunca esteve lá sabe. Sua mente se foi há tantos anos. É um milagre ela viver tanto tempo. Mas Kiro passou toda a vida ao seu lado. Eles pararam a turnê, porque ele odiava estar longe. Toda sua história é apenas devastadora. Minha mãe nunca chegou a conhecê-la. Seu cérebro foi danificado quando ela era um bebê .”
Sei sua história. Foi manchete quando souberam que a mulher de Kiro Manning, Emily na verdade ainda estava viva. O mundo pensou que ela tinha morrido naquele acidente. Mas ele a manteve longe da mídia. Eles fizeram até um filme chamado “Emily Kiro” cerca de dez anos atrás, que foi um sucesso de bilheteria. Kiro não queria que o filme fosse feito no início, mas na entrevista que deu para a revista Rolling Stones disse ter mudado de ideia. Ele queria que o mundo conhecesse sua Emily. O que ela era. Quão surpreendente ela foi. Ela mereceu.
Levo Lila de volta para a moto e a ajudo a subir. Coloco o capacete em sua cabeça e desejo ter mais que eu possa fazer. Algo mais. Algo para ajudar. Temo que ela pegue aquele jato. Nosso tempo está terminando mais cedo do que esperava.
Ela segura-me com mais força do que antes. Minha garganta está grossa. Há uma porra de emoção lá que não entendo. Que não quero. Esta é uma maneira de protegê-la, tirá-la do meu sistema e seguir em frente. Para nós dois. Mas uma noite não foi suficiente. Eu sou egoísta. Sua avó acaba de falecer. Mas que droga.
A viagem para o aeroporto de Montgomery é muito rápida. Nosso tempo juntos está terminando. Esta pequena bolha que tivemos está prestes a estourar. Voltarei para casa e enfrentarei a ira do meu pai. Fazer o que diabos devo. Ela voltará e será como antes. Não vamos continuar de onde paramos. Isso será mais do que uma aventura. Isso fez com que o caroço de merda na minha garganta signifique algo.
Ferir Lila Kate é inevitável para mim. Se fizer isso mais tarde, doerá mais. Mais cedo é melhor. Mais cedo nos ajudará a seguir em frente. Nunca serei o cara que ela precisa. Mas droga, sei que isso me machucará também.
Paramos no aeroporto antes do jato particular chegar. Quero dizer algo que torne isso mais fácil. Algo que faça com que a dor em meu peito vá embora. Algo que faça com que seu olhar triste desapareça. Mas não tenho nada.
Ela desce da moto e pego suas coisas no alforje. Então viro para ela. “Não estava esperando que nossa jornada acabasse tão cedo,” digo tentando sorrir.
“Nem eu.”
Posso ver a questão lá. A incerteza. Ela quer saber se é o fim para nós. Mas ela não pergunta. E não posso dizer as palavras. Mesmo que precise, eu não posso.
“Diga a seus pais e avô que sinto muito por sua perda.” Seus olhos perdem a luz. Ela esperava mais do que condolências genéricas. Sinto-me um idiota gigante.
“Obrigada,” ela sussurra. “Por tudo.” Então ela pega sua bolsa e sai. Assisto a sua partida. Quero correr atrás dela e dizer algo mais. Para tentar fazê-la sorrir. Mas isso só piorará seu estado. Em vez disso, espero ela entrar no prédio. Então subo na moto e volto para o sul. Volto para Rosemary Beach.
Vinte e Três
Lila Kate
EU ESTAVA ENTORPECIDA. O voo para Los Angeles e a viagem para casa de meu avô, em Beverly Hills é um borrão. Quando a limusine que me pegou no aeroporto estaciona na frente de sua mansão, percebo que não me lembro de entrar nela.
Pego a única bolsa que tenho comigo e saio quando o motorista abre a porta. Não vejo Kiro a cerca de seis meses. Ele nos visitou, mas eu não estava. Quando era criança, visitei mais vezes. Fiquei uma semana com ele no verão. Tenho boas memórias deste lugar.
Minha mãe vem para a porta da frente e sai para me cumprimentar. Subo as escadas e espero que ela não esteja muito chateada com meu passeio de moto com Cruz. Ela tem seu pai para se preocupar. Não preciso aumentar seu stress. Sei que nunca andarei na moto de Cruz novamente.
Ele acaba de me deixar ir. Sem promessas. Nada. Ele acaba de terminar. Muito rápido. Meu peito dói e me sinto culpada. Meu avô está sofrendo. Eu deveria estar mais preocupada com ele.
“Como ele está?” Pergunto ao abraça-la.
Ela me aperta. “Ele está triste. Mamãe se foi há muito tempo. A mulher que ele conheceu. Mas agora até mesmo o pouco que ele tinha dela sumiu. Vai ser duro para ele.”
“Ela estava doente?”
“Não. Seu coração parou. Com o dano que seu cérebro sofreu, o médico diz que é um milagre ela ter vivido tanto. Mas papai fez com que ela tivesse o melhor atendimento. E ele está sempre aqui. Acho que ela viveu por ele.”
Sua história é tão trágica. Quando recuo, olho para ela. “Quão chateado está papai?”
“Sobre Cruz?”
Balanço a cabeça.
“Ele não está feliz,” diz ela com um pequeno dar de ombros. “Mas você é uma mulher adulta. O que ele pode fazer? Foi sua decisão para tomar.”
Concordo, mas não acho que papai concorde.
“Ele não vai falar ainda. Por enquanto, trata-se de Kiro e Emily.”
“Quem está aqui?”
“Neste momento, apenas Dean e nós. Nan, Cope, Mase, Reese, Rush e Blaire estão a caminho.”
Mamãe olha a mochila no meu ombro. “O que aconteceu com sua bagagem?”
“Deixei tudo com Nate.”
Ela suspirou. “Para fugir na moto de Cruz Kerrington.”
“Sim.”
Ela não fala mais nada. Mesmo não sendo uma semana, tudo o que aconteceu faz parecer como se fosse muito mais tempo.
“Posso dizer uma coisa?” pergunta mamãe.
“Claro.”
Ela estende a mão e toca minha bochecha. “Você é gentil, amorosa, generosa, paciente e linda. Você merece algo especial.”
“Mãe, você tem um conto de fadas. Nem todo mundo os vive.”
Ela inclina a cabeça para o lado e sorri. “Não, Lila Kate. Nem todo mundo é paciente o suficiente para esperar por ele.”
Ela beija meu rosto, em seguida, pega meu braço e sobe as escadas, entrando na casa. Quero refletir sobre o que ela disse mais tarde. Talvez ela esteja certa. Talvez eu encontre um conto de fadas. Só que o espero da pessoa errada.
A casa cheira a charutos. Foi assim toda minha vida. Ouvi Rush uma vez dizer que é melhor do que o cheiro de maconha que tinha em sua juventude. Caminhamos através da grande entrada pelo corredor esquerdo, onde Kiro tem a sala de jogos. Grandes sofás de couro preto, enormes telas planas em três lados, uma mesa de bilhar e um grande bar estão lá. Sentado no canto do sofá está meu avô, Kiro Manning. Ele está mais velho agora, mas ainda é uma lenda. Seu nome é bem conhecido. Ele tem um charuto numa mão e uma garrafa de uísque na outra. O corpo esguio é alto e coberto de tatuagens. Mesmo aposentado e sendo avô ele ainda se assemelha a uma estrela do rock.
Ele levanta os olhos avermelhados assim que entramos e sorri ao me ver. Ele chorou em algum momento. “Minha Lila Kate,” diz ele com a voz rouca de anos de drogas, cigarro e álcool.
“Hey,” digo ao caminhar até ele. Não é segredo que ficou furioso quando meu pai engravidou minha mãe. Minha mãe não é sua única filha, mas é a favorita. Porque foi a criança que Emily lhe deu. Meu nascimento poderia ter matado minha mãe. Isso o aterrorizou. Mas minha mãe sempre diz que passou a minha vida me esperando. Sei que ele me amava mais do que seus outros netos. Ele é muito franco sobre o assunto. Mas também sei que só sou parte de Emily.
Ele abre os braços também cheirando o álcool e charuto. Abaixo-me e abraço-o com força. “Eu te amo,” sussurro.
“Não tanto quanto eu te amo, menina bonita,” essa sempre foi sua resposta. “Ouvi dizer que esteve de moto com um Kerrington. Acho que tem um pouco do sangue selvagem do vovô depois de tudo.”
Fico tensa esperando que meu pai não tenha ouvido. “Hum, eu acho,” digo o mais baixo que posso.
Isso o fez rir. Estou feliz por ele poder rir, mas não é algo para rir. “Vamos dar a seu papai um pouco de dificuldade. Ele precisa.”
De todas as coisas para ele querer falar essa não é uma delas.
“Papai está tudo bem. Ela só está nervosa em falar com Grant sobre tudo isso,” Mamãe interrompeu.
Fecho os olhos e faço uma careta. Quando levanto Kiro pisca para mim. “Você é uma menina crescida. Tudo bem.”
Viro a cabeça lentamente para olhar meu pai que está em pé no bar com os braços cruzados sobre o peito e uma carranca no rosto. “Ela é melhor do que Cruz Kerrington,” diz meu pai.
“E minha Harlow é melhor do que Grant Carter. Minha menina doce foi varrida de seus pés por alguém que tinha a reputação como um jogador. Parece que acabou tudo bem,” Kiro diz antes de tragar seu charuto.
Papai só resmunga.
Tento pensar em algo para mudar de assunto quando passos soam no corredor. Então ouço vozes. Os outros dois filhos de Kiro chegam com seus cônjuges. Tenho certeza que ouvi a voz do meu tio Mase em algum lugar. E quando ele está discutindo com minha tia Nan parece uma reunião de família.
“Não ficarei no quarto azul, Mase. Enfie-o na sua bunda. Quero o outro perto do elevador. Sempre fico nele. Não discuta comigo,” Tia Nan diz em seu tom irritado agudo.
“Dê-me outra porra de garrafa. Vou precisar dela,” Kiro resmunga.
Ele e minha tia Nan não tem o melhor relacionamento, mas minha mãe disse que está melhor em comparação com o passado.
Quando os quatro entram na sala. Kiro ergue a garrafa. “Estou de luto porra. Não comece essa merda aqui.”
Nan parece envergonhada e Mase assente. “Desculpa. Estou apenas começando a te tirar do tédio.”
Kiro dá de ombros. “Entendido.”
“Sinto muito, Kiro,” Reese, a mulher do meu tio Mase diz quando se afasta dos outros. “Vá em frente, chore e vou manter estes dois na linha.”
“Ainda não descobri como diabos conseguiu essa menina,” Kiro diz apontando com a garrafa na direção de Reese enquanto olha Mase.
“Nem eu,” responde Mase, em seguida, joga-se no sofá em frente à Kiro. “Passe o uísque.”
Vinte e Quatro
Cruz Kerrington
O CHEIRO de flores. Odeio o cheiro tanto quanto odeio funerais. Elas me deprimem. Não deveria estar aqui. Não conheci Emily Manning. Claro, conheço Lila Kate, mas ela não esperava que viesse ao funeral de sua avó. Inferno, eu não iria se pudesse fugir. Uma vez que alguém estava morto, acabou. Porque ter um grande e deprimente funeral?
Quero que minhas cinzas sejam atiradas no Golfo. Sem músicas, flores e sem lágrimas de merda. Afrouxo a gola da camisa e suspiro. Meu pai foi inflexível sobre eu ir. Todos estão. Toda a família maldita está aqui. Como cada família em Rosemary Beach que somos próximos.
“Vamos por Grant, Harlow e Lila Kate!” Meu pai disse quando reclamei sobre não ver razão para ir a este funeral.
A verdade é que tentei tirar Lila da cabeça durante os últimos três dias e não funcionou. Tudo o que posso ver é Lila. Quando tive outra menina contra a parede do meu apartamento na noite passada, tive o rosto de Lila Kate na cabeça. Não quero vê-la tão cedo. Ainda estou tentando tira-la do meu sistema. Até digo a meu pai que eles podem fazer meu funeral uma vez que Grant Carter pôr as mãos em mim. Papai me disse que pedi por isso.
“Ali está Nate,” minha mãe sussurra. “Vá se desculpar.”
“Por quê?” Pergunto confuso. Não fiz nada para Nate.
Ela agarra meu braço como se eu ainda tivesse oito anos. “Por levar Lila Kate sem uma palavra. Isso é o que fez.”
Não vou me desculpar com ele por isso. “Não.”
Suas unhas afundam em minha pele. “Agora.”
Não vou me desculpar, mas vou até lá dizer algo a ele para fazê-la pensar que obedeci antes que ela me agarre pela orelha e me leve até ele.
“Tudo bem,” murmuro e sua mão me solta, logo que vou em sua direção.
Desculpar-me com Nate. Sério? Será que eles sequer conhecem Nate Finlay? Como se isso não fosse algo que ele faria. Jesus. Todos estão sendo dramáticos como o inferno. Não a sequestrei. Ela foi de bom grado.
Nate também usa um terno e Bliss está ao seu lado parecendo deslumbrante num vestido preto com os cabelos presos para cima dos ombros. “Hey,” digo quando eles se viram ao me ver chegando.
Nate inclina o queixo.
“Você viu Lila Kate?” pergunto.
“Sim. Por quê? Tem a moto com você?” Nate sorri quando fala.
“Não, espertinho. Eu só não a vi.”
“Ela foi pegar uma bebida. Já conversou com todos e sua boca ficou seca.”
Balanço a cabeça. Bom. Tenho tempo para ficar fora de vista antes dela voltar. “Estão aqui há muito tempo?”
“Chegamos ontem à noite. Ficamos no Dean. Dirigimos para cá de manhã,” Nate responde. Dean é seu avô. O melhor amigo de Kiro Manning.
“Vou sair assim que isso acabar,” digo. “É bom ver você de novo, Bliss. Acho que estive aqui tempo suficiente para que minha mãe pense que me desculpei o suficiente. Vou deixá-los.”
Nate sorri. “Pedir desculpas, né? Acho que eu gostaria disso.”
Bliss ri. “Nate pare. É bom vê-lo novamente, Cruz.” Ela começa a dizer mais, em seguida, faz uma pausa e sorri para algo sobre meu ombro. “Lá estão eles,” acrescenta.
Olho para trás sem pensar e meus olhos param em Lila Kate. Ela está impressionante. Os cabelos escuros enrolados frouxamente e tocando os ombros. O vestido azul da meia-noite que usa abraça suas curvas docemente. É difícil afastar o olhar.
“Devo buscá-lo? Ou acha que ela quer que ele fique?” Pergunta Bliss.
Buscar quem?
“Deixe. Ela parece querê-lo lá,” Nate responde.
Afasto meu olhar de Lila Kate para ver um cara alto e loiro com a mão possessivamente em suas costas. Sua expressão é séria ao ouvir algo que ela diz. Quem diabos é esse?
“Quem está com ela?” pergunto uma vez que eles obviamente sabem.
“É Eli, meu melhor amigo,” diz Bliss, com um sorriso satisfeito.
“Como ela o conhece?” Lila Kate não é de se relacionar com alguém rapidamente.
“Eles passaram algum tempo juntos antes que você aparecesse de moto e a levasse,” Nate responde. Ele está se divertindo. Ele sabe por que estou perguntando e está se divertindo para caralho.
“Ela quis ir comigo,” digo a ele virando para encarar sua expressão presunçosa.
Ele assente. “Sim, ela quis. Mas agora...” ele inclina o queixo na direção de Lila Kate. “Ela quer Eli. Lição aprendida rápido eu diria.”
“Que porra isso significa?” Rosno dando um passo em direção a ele.
Nate não recua. Mas, então, eu não espero que o faça. Ele dá um passo em minha direção. Sua expressão fica fria. Fechada. “Isso significa que Eli é um bom rapaz. O tipo que permanece. Isso é o que significa.” a voz de Nate é baixa quando fala.
“Ela mal o conhece,” argumento.
“Mas ela te conhece o suficiente agora,” ele responde.
Estamos num funeral. Isso deveria me parar e me fazer ir embora. Mas não vou. Porque Nate está certo. Ela me conhece. Podia pegar minha moto e sair. Isso é o que um bom rapaz faria. Mas eu a levei e depois abandonei. Quando penso sobre isso tenho que admitir que possa ter sido a coisa mais fria que já fiz. E fiz essa merda muito cruel. Volto o olhar para Lila Kate e Eli. Ele está sussurrando algo e ela sorri. O sorriso não é o radiante que conheço.
É triste. Seus olhos não brilham e iluminam a sala como sei que podem. Ela perdeu alguém e Eli está lá com ela. Esse é o tipo de cara que ela precisa. Deixei-a porque ela precisa seguir em frente sem mim. Só não esperava que essa porra acontecesse tão rápido.
“Ela merece muito mais. Você sabe. Deixe que ela tenha.” A voz de Nate me incomoda, simplesmente porque ele está certo. Não falo nada. Apenas vou embora. Volto para minha família. Gostaria de me afastar deste maldito funeral e sair em silêncio. Esquecer o que aconteceu com Lila e eu. Eventualmente.
No caminho para ir embora sinto seus olhos me seguirem. A melhor coisa a fazer seria ignorá-la, mas não posso. Encontro seu olhar. Ela não sorri. Apenas me olha com olhos tão cheios de decepção que queima meu estômago. Ela me arruinou. Assim como estive com medo que ela faria.
Vinte e Cinco
Lila Kate
ELI SEGURA MINHA MÃO enquanto observo o mausoléu privado que abriga todos os membros do Slacker Demons e sua família. Minha avó é a primeira a ser enterrada nele. Kiro comprou porque disse que não queria ser enterrado no chão e não queria que sua Emily fosse também. Então decidiu que a melhor maneira de descansar em paz eterna era um mausoléu com aqueles que mais amava.
“Nunca vi ninguém ser colocado para descansar num destes. Exceto enterros,” Eli diz baixinho ao meu lado.
“Nem eu. Parece mais fácil do que vê-los afundar no chão, não é?”
Ele assente. “Sim, acho que é.”
Concentro-me em meu avô e seus olhos injetados de sangue fitando a frente, onde Emily foi posta. Ele está bebendo uma garrafa de uísque. Estou preocupada que ele entre em coma alcoólico, mas minha mãe disse que ele tem anos de tolerância com estas coisas. Ele ficará bem. Seu terno cobre as tatuagens, mas ainda parece um roqueiro. É sua postura, rosto, a maneira como os cabelos ainda estão longos demais para um homem mais velho. Ele sempre será Kiro Manning. Mesmo aos setenta anos de idade.
“Obrigado por ficar comigo hoje,” digo a Eli. Eu precisava de alguém. Apoio, suporte. Todo mundo esteve aqui. Todos sabem que saí na moto de Cruz Kerrington e todos o viram completamente ignorar-me. Mas a dor do meu avô é mais importante do que meu desprezo evidente por Cruz. Consegui o que queria ao brincar com fogo.
“Estou feliz por ter vindo. Quase não o fiz. Nate pensou que eu deveria. Terei que lhe agradecer por isso.”
Nate esperava isso. Ele sabia que Cruz viria assim como eu. Estamos todos juntos. Preciso agradecer a Nate por trazer Eli. Não que eu vá usá-lo como rebote. Mas ele se tornou um bom amigo. Depois de hoje, espero continuar em contato. Gosto de sua companhia. Ele é forte. Confiável. O tipo de homem que sei que meus pais esperam que eu encontre um dia.
Quando meu coração finalmente se curar e seguir em frente, espero encontrar um conto de fadas com um cara como Eli. Sei que não será Eli porque seu coração já não está disponível. Simpatizo com ele. Amar alguém que nunca terá é doloroso.
Pelo menos ele não sofreu uma humilhação por causa disso. Ele mantém seus sentimentos em segredo. Nunca cometeu o erro de jogar a precaução ao vento e se aventurar.
“Vamos,” digo quando os outros começam a sair. Sei que meu avô ficará aqui por um tempo e quero que tenha seu tempo sozinho com ela.
Eli continua segurando minha mão quando nos afastamos. Sei que os Kerrington estão a minha esquerda. Posso ver Woods e Della pelo canto do olho. Mas não os cumprimento. Simplesmente não posso. Ando com a cabeça baixa. Eli leva-me para a limusine que está à espera da família.
“Onde vai?” Pergunto.
Ele aponta para a limusine atrás da minha. “Para o Dean com Nate e Bliss.”
Estar com Nate e Bliss não é fácil para ele. Sei disso sem perguntar. “Vem comigo,” digo.
Ele sorri como se entendesse por que e pudesse ler meus pensamentos. “Obrigado.”
Vou para o último assento. “Você me salvou hoje. Deveria te agradecer.”
Eli vem atrás de mim e senta com a coxa pressionando a minha. O calor de seu corpo e o cheiro de sua colônia me traz alivio. Que não estou sozinha. Lembro-me da nossa noite juntos. Sei agora a diferença entre um bom sexo bêbado sem amarras e sexo com o homem que seu coração deseja. São dois campos diferentes.
“Você está linda hoje. Ele é um idiota e pela maneira que observou cada movimento seu ele sabe disso.”
Levanto a cabeça e olho Eli. “O que?”
Ele me dá um meio sorriso. “Cruz Kerrington. Ele não tirou os olhos de você. Não o conheço nem fomos apresentados, mas tenho experiência com seu tipo. Posso identificá-los. Ele também é completamente óbvio. Ninguém lá olhou para mim como se quisesse rasgar meus membros do corpo.”
Isso não faz sentido. Balanço a cabeça. “Você entendeu mal. Ele foi forçado a vir. Conheço seus pais. Ele agiu assim porque está com raiva que o funeral diminui seu tempo de diversão.” O desgosto é óbvio em minha voz. Assim como a dor.
“Posso não ser um idiota. Mas sou um homem. Sei o que pensamos. Posso ler um. E esse cara não ficou feliz por você estar comigo. Ele também queria ficar a sós e ter as mãos em você. Honestamente, Lila, você é linda. Hoje esteve deslumbrante. Eu tive dificuldade em afastar os olhos de você.”
Era bom. Não, parecia mais do que bom ouvir um homem de boa aparência dizer isso para mim. Não me sinto bonita ou deslumbrante. “Obrigada,” digo sem ter outra forma de responder. Então digo o que estou pensando. “Eu queria... Gostaria de ter te conhecido em outro momento. Um em que nossos corações não estivessem tão confusos. Talvez tivéssemos uma chance.”
Sua mão desliza na minha e ele a aperta. “Quando saiu eu percebi uma coisa. Meu coração não está onde pensei. Bliss tornou-se um hábito. Tudo o que conheço. Ninguém teve impacto suficiente em mim para movê-la do meu coração. Mas você... você me fez esquecer. Mostrou que há mais. Que posso sentir algo por alguém,” ele faz uma pausa, em seguida, seus dedos entrelaçam os meus. “Meu coração está pronto, Lila. Só serei paciente até o seu estar.”
Uau... isto não é algo que esperava ouvir. “Na nossa última noite juntos estava chateado com ser o melhor homem,” lembro.
Ele dá de ombros. “Um hábito. Um hábito que me despertou e mostrou como meu coração mudou. Percebi que segui em frente quando descobri que tinha ido. Que... me despertou mais do que a merda do casamento fodido. Estive pensando nisso e completamente focado em você. Nem sequer sinto uma pontada quando os vejo se beijando. Você me curou. Gostaria de poder fazer o mesmo.”
Aqui está um homem maravilhoso me dizendo que quer mais. Ele está pronto para seguir em frente comigo. Ele quer estar comigo. Ele está disponível. E tão bonito como tudo soou, mas meu coração ainda dói por Cruz. Sou ou a mulher mais estúpida do planeta ou a mais azarada. Possivelmente ambos.
“Preciso de tempo,” digo a ele porque quero um conto de fadas. Acredito que Eli é esse tipo de cara. Ele é seguro, sólido, bonito. Todas as coisas que meu pai é, que Rush Finlay é e que meus tios Mase e Cope são. Quero um homem como eles.
“Sou muito paciente,” ele responde.
Até mesmo o tom de sua voz é suave. Não faz meu coração acelerar ou desperta borboletas no estômago, mas faz-me sentir segura. Descanso a cabeça em seu ombro. Seu braço me envolve e ficamos lá em silêncio enquanto esperamos o resto da família.
Vinte e Seis
Cruz Kerrington
“VOCÊ A FODEU?” Blaze, meu irmão de dezenove anos pergunta sentando na outra extremidade do sofá que minha mãe se refere como ‘cova dos meninos.’ Fica no piso inferior da nossa casa de três andares e tem tudo que um adolescente pode precisar. Até um miniginásio com pesos. Vim aqui logo que chegamos em casa para evitar o resto da família.
“Só a ignorei,” não respondo voltando minha atenção para o jogo de beisebol que estou assistindo.
Blaze ri. “Isso quer dizer sim. Porra! Ela é tão gostosa.”
Fúria me toma. “Se quer viver é melhor calar a boca,” aviso. Não quero que ninguém saiba o que fizemos, mas também não quero que meu irmão pense em Lila Kate e sexo na mesma frase.
“Qual é o seu negócio? Jesus, relaxe. Lila Kate é sexy. Eu daria minha bola esquerda para transar com ela.”
Movo-me. Rápido. Sem pensar. Prendo Blaze no sofá com a mão em torno de sua garganta. Ele é um centímetro, talvez dois mais alto que eu, mas é mais esguio. Seus músculos são pequenos. Sou mais pesado que ele. Também sou dois anos mais velho. “Cale sua boca porra. Você me entendeu merdinha estúpido?”
Ele assente incapaz de respirar, então solto meu aperto em seu pescoço. Em seguida, o olho uma última vez antes de voltar para meu lugar. “Vá embora,” digo ao sentar novamente.
Posso vê-lo esfregando o pescoço. Droga de drama. Ele finalmente levanta e estou tão aliviado que quase suspiro. Só quero ficar sozinho.
“Se você a ama, então não está fazendo um bom trabalho em demonstrar. Isso é tudo que estou dizendo.” Após as palavras saírem de sua boca, ele se vira e corre em direção as escadas.
“Eu não a amo,” disse a ninguém. Mas preciso dizer. Colocar para fora. “Eu não amo ninguém. Amor não é para mim.” Continuo falando para a sala vazia.
A imagem de Lila Kate em pé no funeral. Sua pele macia bronzeada tão perfeita e nua no vestido que ela usava fez meus dedos coçarem para tocá-la. Sentir a textura sedosa. Se Eli fodido Hardy a abraçasse, não seria responsável por minhas ações. Mas ele não fez. Ele é o cara bom. Ele não tocou em seu corpo. Só segurou sua mão.
Ela parecia precisar do apoio. Lutei contra o ciúme me comendo por ser a pessoa ao seu lado. Foi minha escolha foi não ser. Sofri por seu bem estar.
Passos na escada desta vez me alerta que estou prestes a ser interrompido novamente por um membro da família. Jogo a cabeça para trás e fecho os olhos ao suspirar com irritação. “Você não pode apenas me deixar em paz?” Rosno frustrado quando o próximo membro intrometido da minha família entra.
“É apenas um minuto. Preciso dizer uma coisa. Então não vou incomodá-lo novamente,” a voz de Lila Kate faz minha cabeça levantar. Que porra ela faz aqui?
Ela usa um vestido branco que mostra muita pele. Estou hipnotizado. A visão dela. Toda sua suavidade perfeita. Aqui na minha casa. Por quê?
“Blaze disse que estava aqui e que poderia vê-lo por um momento. Ele saiu com seus pais para o almoço no clube. Não queria incomodá-lo,” ela para e olha o jogo na televisão. “Vejo que você está ocupado assistindo algo. Serei rápida.”
Ela se aproxima parando a alguns passos de distância. “Eu não cometi um erro. Sabia o que estava fazendo. Eu esperava isso de você. Não esperava mais nada. Eu escolhi ir com você, dormir com você, permiti-me gostar de estar ao seu lado. Isso foi tudo para mim. Vou lidar com as memórias. O desgosto. Tudo isso porque pedi por ele. No início, pensei ser estúpida. Amaldiçoei minhas más decisões. Mas... estou grata por ter feito. Eu deixei você me machucar. Mas nós tivemos um momento. Agora sei como é. Como você... me faz sentir. Eu não me arrependo. Não me arrependo de você. Vou seguir em frente. Ir por outro caminho. Nunca o incomodarei novamente. A vida vai voltar ao que era antes.” Ela para e sorri. É um doce e triste sorriso. Ele deixa meus malditos joelhos fracos mesmo estando sentado.
“Faz menos de quarenta e oito horas, mas foi divertido. Emocionante. E sempre me alegrarei por ter feito. Obrigado, Cruz Kerrington,” diz ela quando fecha a distância entre nós e se inclina para dar um beijo em meus lábios. “Adeus,” ela sussurra contra eles. Então levanta e caminha em direção à escada.
Meus lábios ainda estão formigando de excitação por seu toque. Meu corpo anseia o cheiro de seu corpo. Deixá-la ir parece impossível. Estou fora do sofá e atrás dela tão rápido que não tenho tempo para pensar. Minhas mãos agarram sua cintura, e aperto-a contra a parede. Há um milhão de coisas que quero dizer. Mas não falo nenhuma.
Beija-la é a coisa certa. Sem a porra de um beijo doce. Eu reivindico sua boca. Provo sua doçura. Fico bêbado no néctar que é Lila Kate. Desejo isso desde que a deixei. Sonho com isso. Tentei tirá-la do meu sistema com outra mulher. Nada funcionou. Esta é a única maneira de curar meu desejo.
Suas mãos envolvem meus cabelos e minhas mãos sobem para sentir o peso de seus seios. Coloco a mão sobre seu coração e os batimentos fazem o meu disparar. Fiz isso com ela. Ela quer tanto quando eu. Somos a porra de explosivos. Nunca houve outra mulher que me fizesse reagir desta maneira. Por que não posso apenas fazê-lo durar mais tempo? Apreciar até que termine.
Quando suas mãos tocam meu peito e me empurram firmemente, estou atordoado.
“Isso é suficiente,” ela ofega e desliza para longe do meu corpo para libertar-se de onde a prendi.
“Nós estamos apenas começando,” respondo minha própria voz rouca por falta de oxigênio.
Ela balança a cabeça. “Não, Cruz. Meu beijo foi um adeus. Aquele beijo foi um encerramento.” Enquanto estou tentando entender o que falou ela vai embora. Deixa-me lá. Bem desse jeito. Sem lágrimas. Nada.
Eu me sentiria melhor se ela tivesse chorado? Não quero machucá-la. Quero me trancar num quarto com ela e nunca sair. Mas não quero machucá-la.
Ela me mostrou suas emoções antes. Na Bourbon Street eu vi. Tudo. Sei que seu coração é suave. Que as lágrimas caem facilmente. Então, isso significa que a mulher que acabou de sair daqui é algo... que eu provoquei. Ela não foi fria. Ela terminou. Mostrei o quanto posso machucá-la e ela viu que eu não valho a pena. Ela sabe que merece mais.
Seu cheiro se agarra a minha pele. Meu corpo dói com a perda dela em meus braços. Mas mais do que isso minha alma sabe que apenas afastei a única coisa que me despertou. Perdi a mulher que me mostrou como o fogo é.
Afundo na cadeira atrás de mim. Seguro a cabeça com as mãos. Está feito. Nós tivemos nosso pequeno momento. Queria dizer que mostrei como sou ruim para ela. Como posso arruiná-la. Que preservei a ambos. Mas no final, sou o único completamente arruinado.
Vinte e Sete
Lila Kate
O ESPAÇO ERA PERFEITO. Ele iria crescer comigo. Com minhas aulas de dança. Eu podia ver um futuro aqui. Eu tinha o dinheiro para começar. Eu compraria este lugar, todo o equipamento e começaria a anunciar. Claro, eu queria encontrar uma aventura duas semanas atrás, mas agora uma aventura sempre me lembra Cruz. Ele tinha sido a minha verdadeira aventura.
Eu quase tinha deixado a sua presença nesta cidade fazer-me correr. Quando admiti para mim mesma que eu estava olhando para estúdios de dança fora de Rosemary Beach, porque eu estava tentando evitar Cruz, tinha começado a minha pesquisa aqui. Só fazia sentido começar o meu primeiro estúdio em uma cidade onde eu conhecia todo mundo e avançar mais tarde para expandi-lo. Eu não tinha planos de ficar aqui para sempre. Mas, por agora, fazia sentido. Minha necessidade de aventura tinha sido sugada de mim. Tinha sido fugaz. Eu tive aventuras demais no período de uma semana que durariam alguns anos.
A porta se abriu atrás de mim, e Ophelia Finlay ficou ali parecendo tão glamorosa como sempre.
“Eu te liguei três vezes.” Ela me disse como se eu não tivesse visto as chamadas não atendidas no meu telefone.
“Eu estive ocupada.” Respondi.
Ela suspirou alto. “Você não vai mesmo considerar? Eu seria uma incrível companheira de quarto.”
Ophelia tinha ouvido falar, por sua mãe, que eu estava comprando um condomínio e começando meu próprio estúdio de dança. Palavras viajam rápido quando suas mães são melhores amigas. Ela estava tirando um ‘tempo’ da faculdade este ano, porque precisava de uma nova direção ou algo dessa natureza. Isso era muito Ophelia.
“Eu não estava considerando. Não duvido que você seja uma boa companheira de quarto. Eu só precisava ter certeza de que era isso que eu ia fazer,” Eu virei em um círculo olhando para o prédio. “Mas é isso mesmo. Este é o lugar.”
Ophelia assentiu. “Este será um bom estúdio. Excelente localização.”
Eu apontei para cima. “Meu apartamento será lá em cima. Estou comprando o prédio. Eu preciso poupar dinheiro, e ficar onde eu trabalho faz sentido.”
Ela fez uma careta. “Você vai morar aqui?”
Eu balancei a cabeça. “Sim.”
“Como se parece lá em cima?”
Dei de ombros. “É um grande loft, vigas expostas, muito abertas. Não é realmente o seu tipo de lugar.” Foi por isso que eu não tinha respondido suas ligações.
“Que horas serão as suas primeiras aulas?” Ela perguntou, ainda não parecendo satisfeita.
“Às oito da manhã.” Eu respondi.
Sua determinação para ser a minha nova companheira de quarto parecia que estava desaparecendo rapidamente. “Oh.”
Isso foi o que eu pensei. Este seria o meu mundo. Meu trabalho e meu loft. Eu não imaginava que iria atrair alguém.
“Posso vê-lo?” Perguntou ela, esperançosa.
“Certo, vamos.” Eu respondi. “Por este caminho.”
Eu abri o caminho para a porta de trás, que foi pintada de azul. Eu mudaria isso. Ela abria-se para as escadas que iam para o sótão. Havia exatamente vinte e cinco degraus. Quando chegamos ao topo, não havia porta. Gostaria de trabalhar com isso, também.
A área de quatro mil metros quadrados era quase completamente aberta. A única privacidade era um banheiro à esquerda e a escada em espiral que levava a mais uma área do loft que seria o meu quarto. A cozinha estava completa e era toda em aço inoxidável. Mesmo as bancadas eram inoxidáveis. Era tudo muito industrial.
“Existe um segundo quarto?” Perguntou ela observando a área.
“Não. O proprietário original era um homem. Mas se você está realmente interessada, há espaço suficiente. Nós podemos construir paredes nesse canto próximo ao banheiro, e você teria um quarto de tamanho suficiente. Mas teríamos que dividir o banheiro.”
Ela caminhou enquanto estudava toda a área de Rosemary. Era pequena e uma rua pitoresca com lojas. O exterior de todas as lojas era muito ‘costa do sul’, e me senti confortável com isso. Muito diferente da área onde tínhamos vivido quando crianças. Finalmente, ela se virou para mim e sorriu. “Vamos fazer isso.”
Se tivesse sido Phoenix Finlay, eu não teria dito absolutamente nada. Mas eu poderia viver com Ophelia. Além disso, o rendimento do aluguel pagaria os serviços públicos neste local. Fazia sentido ter este acordo.
“Eu vou falar com o papai para ele arrumar alguns trabalhadores aqui para construir um quarto assim que eu assinar a papelada deste lugar.”
Ela estava sorrindo brilhantemente. “Quanto tempo você acha que vai precisar?”
“Até o final dessa semana.”
Ela bateu palmas com entusiasmo. “Isto será muito divertido!”
Eu esperava que sim. “Você quer um emprego? Porque eu vou precisar de ajuda no escritório uma vez que abrir o estúdio.”
“Certo! Por que diabos não? Podemos apenas retirar o aluguel do meu salário?”
“Isso seria bom para mim.”
Conversamos um pouco mais antes de Ophelia sair para contar para a sua mãe sobre seus planos. Entrei e puxei-me para cima, para me sentar no bar da cozinha. Eu poderia fazer uma vida aqui. Não era na parte rica de Rosemary Beach, onde as grandes casas eram e o clube estava localizado. Ficava logo ao lado dele, mas parecia separado. Eu não estava deixando a cidade, mas eu estava começando uma nova vida nesta cidade.
Meu telefone tocou e ecoou no grande espaço vazio. Olhei para ele, era Eli. Sorrindo, eu respondi. “Olá.”
“Como parece o lugar?” Ele perguntou. Eu tinha lhe dito, por uma mensagem de texto que eu lhe enviei ontem à noite, que viria verificá-lo hoje.
“Perfeito. Eu acho que vai ser perfeito.”
“Droga. Eu estava esperando que você achasse que é ruim e viesse para Sea Breeze comprar algo por aqui.” Ele estava brincando, mas eu sabia que ele também ficaria contente se isso acontecesse.
“Você sempre pode vir a Rosemary Beach.” Eu respondi.
Ele ficou quieto por um momento. “Não me tente.”
Eu me perguntei se ele iria realmente fazer isso. Talvez um novo começo fosse o que ele precisava. “Eu não iria reclamar se você viesse.” Eu adicionei.
Ele riu e acrescentou, “É difícil dizer não para você também. Mas eu tenho um emprego, e não posso apenas largar tudo e fugir.”
Ele tinha um ponto. “Eu sei. Queria esclarecer que se você precisar de uma aventura eu ficaria feliz em ser o seu início.” Eu estava brincando, mas ele ficou quieto.
Mordi meu lábio nervosamente. Talvez eu não devesse ter dito isso. Nós não falamos muito sobre aquela noite. Eu não tinha certeza se ele se lembrava de me perguntar se ele foi o início da minha aventura. Esperei por ele dizer algo e me preocupei todo o tempo em que ele ficou em silêncio.
“Eu poderia considerar se pudéssemos ter outro sexo na praia. Eu penso muito sobre isso. Desejo a Deus que eu não tivesse estado tão malditamente bêbado.”
Após Cruz, eu não estava pronta para fazer sexo com ninguém. Eu queria estar um dia. Mas, por agora, eu simplesmente não podia. Em uma semana, eu tinha feito sexo com dois homens diferentes. Isso tinha sido um inferno de uma aventura.
“Um dia, se for à hora certa.” Eu disse suavemente enquanto imagens de Cruz e as coisas que tínhamos feito apareciam na minha cabeça. Meu coração doía junto com elas.
“Eu não quero ser apenas o começo de sua aventura Lila, eu quero ser o fim.”
Vinte e Oito
Cruz Kerrington
MINHA CABEÇA ESTAVA FODIDA. Eu estava no trabalho fazendo o que meu pai me pediu para fazer. Não porque ele pediu, mas porque eu estava tão fodido da cabeça que eu precisava de algo para me distrair. E as bucetas de outras mulheres não estavam funcionando.
“Cruz, você parece tanto com o seu pai em sua idade, que eu tive um flashback. Eu era uma garçonete novamente e lá estava o chefe. Você está bem aqui no Club Kerrington de polo. Eu sei que Woods está orgulhoso de tê-lo aqui com ele.” Blaire Finlay disse quando entrou na sala de jantar com minha mãe e Harlow Carter, a mãe de Lila.
“Ele é gêmeo de seu pai. Em tudo, incluindo a atitude.” Disse minha mãe com um sorriso.
“Não vou dizer a ele que você disse isso.” Eu disse, sabendo que ele não gostaria de ouvir que eu agia como ele.
Blaire riu, e as três passaram por mim. Minha mãe fez uma pausa para apertar meu braço gentilmente. Harlow estava quieta. Ela não falava alto como as outras ou chamava a atenção para si mesma. Ela era quieta, bonita, não parecia em nada que tinha a sua idade, e tudo que eu podia ver era Lila Kate vinte anos mais velha. O homem que a segurar será um sortudo filho da puta.
Irritado com minha linha de pensamento, eu andei pelo corredor em direção ao escritório do meu pai, para onde eu estava indo quando as três tinham chegado. Eu adorava vir a este escritório. Isso significava que veria meu pai. Ele me colocava em sua mesa e me deixava brincar com um brinquedo pequeno de golfe que estava sobre ela. Eu assistia a tela plana na parede e o observava enquanto ele trabalhava. Eu queria ser como ele.
Caramba, como os tempos haviam mudado.
A porta do escritório do meu pai abriu e ele saiu antes de eu chegar a ele. Seu olhar imediatamente parou em mim. “Bem, você chegou na hora. Eu terei um almoço com o Capitão, se lembra do irmão de Blaire Finlay? Sua filha Emmeline está com ele. Ela está sendo preparada para assumir a franquia de restaurante aqui em Rosemary Beach. Eu acho que ter você lá vai fazê-la se sentir mais confortável já que você está mais próximo da idade dela.”
Encontro de almoço. Fan-porra-tastico. “Eu conheço Emmeline, e a chamamos de Emmy. Ou pelo menos era assim há dois anos, quando eu falei com ela em um evento realizado aqui por uma coisa ou outra.”
Papai concordou. “Bom. Franny, a filha mais velha do Capitão supervisiona as franquias no Alabama e Tennessee. Emmeline está sendo treinada para assumir as franquias da Flórida e Geórgia. Ela não estará pronta até se formar na faculdade, mas o Capitão começa a prepará-las desde jovens. Como eu deveria ter feito com você. Empresário inteligente.” Meu pai disse enquanto andava e esperava que eu o acompanhasse.
“Vamos comer aqui?” Perguntei esperando a resposta negativa. Eu não estava no humor para lidar com a multidão lá dentro.
“Não. Vamos para o lugar do Capitão.”
“Por que exatamente estamos nos reunindo com ele?”
“Porque nós precisamos de outro restaurante no clube. O grill junto à piscina e o salão de jantar principal não são suficientes. Não mais. É hora de nós expandirmos.”
“Então você irá colocar um dos restaurantes do Capitão no clube?”
“Possivelmente. Parece ser uma boa ideia. Vamos ver o que se desenrola.”
O novo Dodge Ram do meu pai estava estacionado na frente e um manobrista já tinha começado a trazê-lo para nós. Subimos e nos dirigimos para a propriedade do clube, na parte de negócios de Rosemary Beach, onde fazem compras, comem, fazem mais compras e toda a merda turística estava localizada. Eu não disse muito, apenas observei a cidade passar. Perguntei-me sobre Lila Kate, porque esse era o meu novo hábito que eu não podia deixar.
“Conversou com Lila Kate ultimamente?” Papai perguntou como se ele pudesse ler minha mente.
Eu balancei a cabeça negativamente.
“Então você não sabe sobre ela comprar esse lugar?” disse ele, e meus ouvidos se animaram.
“O quê?”
Papai parou em um dos três semáforos na cidade e apontou para uma loja de dois andares na esquina da rua principal. “Aquele ali no fim. Grant disse que ela comprou. Ela está abrindo um estúdio de dança.”
Estudei o edifício azul pálido. Grandes janelas forradas, piso inferior e no segundo andar tinha os protetores contra furacões que eram tão populares por aqui. “Isso não pode ter sido barato.” Wu disse perguntando o que diabos ela estava pensando.
“Não foi. Mas ela tem um fundo fiduciário de Kiro. Ela tem uma boa cabeça para os negócios. Em vez de viver com o dinheiro, ela o está usando para fazer mais. Para construir alguma coisa.”
Eu podia ouvir a admiração em seu tom. Eu sabia que ela era especial. Ele não precisava reforçar isso. Eu entendi. Foi por isso que a afastei. Isso tinha sido o correto.
Papai puxou o caminhão na frente do lugar do Capitão em Rosemary Beach, e eu saí ainda olhando para o lugar que agora era de Lila. Ela não estava deixando a cidade. Isso era bom. Como se eu pudesse respirar melhor. Não que fosse importar onde ela vivia, mas eu a queria aqui. Isso era muito fodido.
“Ouça, preste atenção, e seja educado. Fale com Emmeline. Não aja como um idiota.”
Eu sorri. “Quando eu fui um idiota com uma mulher?”
“Inúmeras vezes, Cruz. Muitas vezes.”
Carrancudo, eu o segui e o cheiro de frutos do mar me bateu. Eu não tinha estado aqui há muito tempo, mas a comida era boa. Eu deveria sair mais vezes. Não iria me prejudicar andar por essa parte da cidade.
“Woods, Cruz, é bom ver vocês dois.” Capitão Kipling disse enquanto apertava a mão de papai, em seguida, a minha. “Quando você se transformou em um homem?” Ele brincou, e em seguida, me deu um tapa nas costas.
Emmy caminhou ao seu lado e sorriu para mim. Não era o tipo educado de sorriso de negócios que eu estava esperando. Ela estava mais velha e, nos últimos dois anos ela amadureceu. Ela também sabia disso. Seus longos cabelos loiros e olhos verdes brilhantes eram uma combinação impressionante contra o bronzeado deixado pelo sol em sua pele.
“Olá, Cruz.” Seus olhos brilhavam com malícia quando ela disse meu nome.
“Emmy,” eu respondi com um aceno. “Bom te ver.”
“Enquanto vocês se sentam, eu vou levar Cruz comigo para pegar o laptop que você precisa papai. Eu posso mostrar-lhe em volta também.”
Capitão e meu pai já estavam conversando socialmente, e ele apenas balançou a cabeça. Meu pai me deu um olhar de aviso antes de se afastar. Essa não parece ser uma boa ideia. Será que os dois não viram a forma como Emmy tinha olhado para mim? Eles eram tão cegos? Ela não estava pensando porra nenhuma em negócios.
“Meu pai me disse que você está sendo preparado para assumir o clube.” Disse ela andando tão perto de mim que o seu braço escovou contra mim.
“Sim.” eu respondi.
“Eu estarei na cidade mais vezes para conhecer este lugar. Durante o verão, estarei aqui para trabalhar. Até eu voltar para a Universidade UT, deveríamos fazer alguma coisa.” Sua voz caiu para um tom sensual. Merda.
“Não sei o que você está pensando, mas estaremos potencialmente trabalhando juntos. Não acho que temos que atravessar as linhas.”
Ela se aproximou, em seguida, deu um passo na minha frente para abrir a porta e me levou para dentro. Eu estava na sala e percebi que era um escritório antes dela fechar a porta. “O que há de errado em ter um pouco de diversão? Isso fará com que trabalhar juntos seja mais agradável.”
Sua mão tocou meu braço e me afastei quando ela se aproximou mais de mim. “Eu sempre tive uma queda por você. Mas eu acho que todas as meninas têm.”
Foda-me. O que diabos eu deveria fazer com isso? Normalmente, eu mergulharia neste convite, mas o tempo estava fora aqui. Minha cabeça estava desarrumada, e Emmy não era alguém que eu pudesse mexer sem que meu pai ficasse irritado.
“Olha, por mais tentador que seja, temos que trabalhar juntos. Eu tenho certeza que você está bem ciente da minha reputação. Eu não quero qualquer atrito entre nós.”
Ela riu, em seguida, e moveu-se para frente de mim. Seu peito quase tocou o meu. “Eu não estou à procura de um relacionamento, Cruz. Eu só quero um pouco de diversão.”
Se eu pudesse ver além do rosto de Lila Kate, eu poderia aceitar isso. Mas caramba, eu não poderia usar Emmy dessa forma. Eu teria que fechar os olhos e fingir. A última garota que eu estive nas duas noites anteriores, eu realmente a chamei de Lila. E aquilo não terminou bem.
Embora se alguém pudesse atrapalhar a minha obsessão por Lila, isso iria me salvar. “Eu vou ser honesto com você. Eu terminei com alguém há pouco tempo e estou trabalhando através disso. Superando tudo. Mas eu ainda não cheguei lá.”
Emmy mordeu o lábio inferior sedutoramente e então finalmente pressionou os seios contra o meu peito. “Eu posso te ajudar com isso.”
Por que essa merda sempre acontece comigo? “Não tenho certeza que seja uma boa ideia.” Argumentei, mas as minhas palavras não soaram muito convincentes. Ela era gostosa. Eu era um cara e eu estaria mentindo se dissesse que não gostei dela.
“Dê-me uma chance. Apenas um gosto e você vai ver...” ela sussurrou e, em seguida, sua mão deslizou até o interior da minha coxa e segurou meu pau. Puta merda!
“Você me deixa duro e eu vou ter que andar por aí com um tesão do caralho. Isso não será legal para qualquer um dos nossos pais.”
“Se eu te deixar com tesão, eu posso resolver isso pra você.”
Desta vez, eu ri. “Confie em mim, querida, não temos tempo para isso.”
Ela moveu a mão, enquanto eu já estava semiduro. “Quando você tiver tempo... Eu sou ótima em chupar um pau.”
Eu ainda estava preso em suas palavras quando ela se afastou e pegou um laptop fino. “Vamos chegar a essa reunião. Estou morrendo de fome.” Ela disse enquanto me lançou um sorriso malicioso, em seguida, balançou seus quadris quando saia pela porta.
Eu poderia fazer isso. Desfrutar dela. Divertir-me. Ela não era a boa menina que eu tinha assumido. Emmy Kipling era impertinente. Deve ser a coisa da garota da faculdade se tornando selvagem. Eu estava pensando nisso e relaxei um pouco quando nos juntamos aos nossos pais.
Emmy de repente tornou-se toda negócios e era encantadora e inteligente. Ela sabia muito sobre o lugar e fez os dois homens rirem quando falou sobre uma merda que era engraçada. Eu não falei tanto, mas me esforcei para manter o meu pai feliz.
Apenas quando aceitei isso, senti que ia ficar bem, pelo menos, não tão ruim quanto eu tinha pensado quando o meu pai disse que tínhamos que vir a esta reunião. Comecei a sorrir e há flertar um pouco, pisquei para Emmy quando nossos pais estavam ocupados discutindo outra coisa e ela me deu um sorriso que prometia algo mais tarde. Algo que eu estava me preparando para aceitar. Então eu senti. Um calor morno. Um formigamento. Levantando os olhos, eles bloquearam com os que não saia da minha cabeça.
Lila Kate estava lá, com um pedido em suas mãos. Seus olhos estavam em mim. A dor era óbvia e vê-la lá cortou meu peito.
Eu era um bastardo.
Vinte e Nove
Lila Kate
BAIXEI OS ALIMENTOS sobre o balcão da minha cozinha e gritei de frustração. Eu o odiava. Eu odiava Cruz Kerrington. Eu o odiava. Abrindo um armário, eu peguei um copo e o enchi com água gelada. Seu sorriso estúpido na minha cabeça enquanto ele piscou para Emmeline Kipling. Ela tinha o quê, dezenove? Deus, ele era um porco.
Se ela o deixar se aproximar, ela é estúpida. Estúpida como eu. Eu gemi com o pensamento e abri o saco para tirar a comida que já não parecia atraente. Havia outros lugares que eu poderia ter comido hoje. Por que eu tive que ir lá? Por que eu tinha que ver aquilo?
Sentei-me em uma das banquetas coloridas que chegaram ontem. O local era tão industrial que eu tinha adicionado toda a cor e arte que eu podia. Eu gostei da maneira como ele estava ficando. Os banquinhos foram pintados por um artista local e cada um tinha uma face louca artística diferente pintada nas costas.
Olhei para as patas de caranguejo na minha frente quando forcei um em minha boca. Eu tive que comer. Eu estava trabalhando no andar de baixo durante todo o dia e ainda faltava mais de um mês para abrir o local. Eu tomei um gole da minha água e, em seguida, olhei para o meu telefone. Eu não tinha falado com Eli em duas semanas. Ele sabia que eu tinha comprado o lugar, mas eu tinha estado tão ocupada me mudando que não tinha enviado nenhuma mensagem para ele.
Peguei meu telefone e decidi mudar isso. Nós não fomos feitos para ser mais do que amigos, mas eu gostava da sua amizade. Nós amamos pessoas que não nos amam de volta. Ele entendeu.
“Já me mudei. Quando você vem me visitar?” Então eu pressionei enviar.
Ophelia não veio ainda. O quarto dela estava quase concluído. Ela tinha ido para Los Angeles com Phoenix para visitar seu avô por uma semana. O lugar tinha estado tranquilo. Apenas eu e meu pai, juntamente com alguns de seus funcionários que vieram trabalhar no quarto nos últimos dias.
“Quando for convidado.” Foi sua resposta.
Eu senti falta dele. Eu perdi o cara de confiança que cumpria o que ele disse que ia fazer. Ele era honesto e não fazia coisas que poderiam ferir os outros. Eu queria que Eli tivesse sido o único a roubar o meu coração. Ver Cruz com outra pessoa seria mais fácil se ele estivesse aqui.
“Você está convidado. Considere este o seu convite oficial.”
Enviar textos para ele aliviou a dor que eu senti no meu coração e comecei a comer a minha comida e me divertir. Se eu pudesse voltar atrás e não implorar a Cruz pelo impossível naquela noite, na Bourbon Street, eu o faria. Eu pegaria tudo de volta. Desistiria das memórias. As pessoas que disseram que não trocaria isso, mesmo que doa, eram loucas. Eu desistiria em um piscar de olhos. Eu não queria pensar nele.
Eu queria esquecer tudo.
“Sexta-feira é cedo demais?” Eli mandou uma mensagem de volta.
“É perfeito.” Eu respondi.
Isso me dava dois dias para arrumar esse lugar. Eu gostaria de fazer alguns planos para nós e, em seguida, me divertir. Eu não penso sobre Cruz. Eu não ligo para o que ou quem ele estava fazendo suas coisas. Eu vivo minha vida.
“Vou começar a fazer a mala.”
Eu rio com o último texto e acabo de comer.
As coisas estavam se tornando diferentes do que eu tinha imaginado, mas elas não eram ruins. De modo nenhum. Eu estava animada. Logo eu possuiria um estúdio de dança. Eu ficaria para ensinar crianças, incentivá-las a encontrar o seu amor pela dança do jeito que eu tinha encontrado.
Eu limpei minha refeição e desci para voltar a pintar as paredes. Papai tinha se oferecido para fazer isso, mas eu queria saber que eu tinha feito algo. Este era o meu lugar. Eu gostava de ter a minha mão em torná-lo pronto para morar.
Quando passei pela porta, Cruz estava ali olhando ao redor. Suas mãos estavam nos bolsos do jeans, e com um olhar que eu não conseguia ler em seu rosto. Eu pensei em virar e correr de volta lá pra cima, mas eu não tinha doze anos. Eu era uma adulta e este era o meu estúdio.
“Posso ajudá-lo?” Perguntei.
Seu olhar voltou-se para mim. Ele não tinha me ouvido entrar. “Ei.”
Eu não respondi. Eu só continuei em silêncio olhando para ele.
“Sobre o que você viu,” ele começou e eu levantei a mão para detê-lo.
“Não faça isso. Por favor, não venha aqui e aja como se você tivesse que explicar alguma coisa para mim. Eu acho que eu fui clara em sua casa. Tivemos um encerramento. Está feito. Tenho que terminar de pintar. Se você me der licença.” Fui até a tinta e o rolo que eu tinha deixado quando saí mais cedo, e esperei que ele tivesse virado e saído.
“Se você teve a porra do seu encerramento, por que seus olhos pareciam tão incrivelmente magoados? Diga-me Lila. Diga-me por que seus olhos tomaram meu fôlego? Porque, com certeza, não foi um encerramento que eu vi neles, porra.”
Fiz uma pausa e respirei fundo. Ele estava certo. Mas eu não ia admitir isso. “Ainda é recente. Estarei bem em breve.”
“Porra, quando descobrir como superar isso você poderia me dizer como? Porque Deus sabe que eu preciso de ajuda.”
Eu não podia deixá-lo chegar a mim. Eu não podia deixar suas palavras me fazerem fraca ou acho que eu não poderia confiar nele. Que não poderíamos ter nada.
“Você estava indo muito bem.” Eu respondi e me dobrei para pegar o rolo e tirar a tampa da lata de tinta.
“Lila, olhe para mim. Jesus, só olhe para mim merda. Diga-me se isso se parece com um cara que não se importa? Você me viu flertar. Eu tenho flertado desde que eu consigo andar. Não significa nada. É apenas como eu reajo a mulheres que estão flertando comigo.”
Eu rio e então balanço a cabeça. “Tanto faz. Eu não me importo. Basta ir.”
Ele ficou lá. Não falou e não saiu. Tentei me concentrar na minha pintura, mas foi difícil com seus olhos me observando. Esperei que ele dissesse algo mais. Se ele simplesmente deixasse isso acabaria de uma vez. Tudo isso. Eu experimentei isso. Sabia como era e estava pronta para deixá-lo no passado.
“Se você não se importa então poderíamos sentar, conversar, tomar uma cerveja. Nós não podemos fazer isso, Lila. Então, sim, você se importa.”
Ele estava certo. Eu o odiava por estar certo. Se eu não me importasse não haveria emoção. Eu estaria bem com uma visita. Eu não estaria exigindo que ele saísse. Deixei minhas mãos cair ao meu lado e me virei para encará-lo.
“Você está certo. Eu me importo. Mas eu quero não me importar. Quero esquecer que tudo aconteceu. Quero esquecer você.” As palavras, embora fossem verdades, soaram muito mais frias e mais duras quando eu disse em voz alta. Eu quase as retraí, mas me contive. Ele me machucou. Se isso for machucá-lo, então, tudo bem.
“Eu não quero esquecer.” Sua voz era profunda e dolorosa.
Comecei a dizer algo para suavizar a situação, mas então ele fez como eu pedi. Ele se virou e saiu. Depois que a porta se fechou atrás dele, o lugar ficou em silêncio novamente. E eu estava sozinha mais uma vez.
Trinta
Eli Hardy
O CHEIRO DE TINTA FRESCA me pegou enquanto eu ia para dentro do prédio que seria o estúdio de dança de Lila. Era uma pálida sombra de azul, e o teto sem pintura logo parecia com o céu da manhã. Ela me contou sobre um artista que tinha vindo para pintá-lo. Ainda havia muito a ser feito, mas eu estava feliz por ela. Ela estava tão animada quando ela falou sobre seus planos. Eu a ouvi por mais de uma hora na noite passada. Quando ela percebeu quanto tempo estava falando comigo sobre isso, ela se desculpou. Tinha sido bonito.
Nenhuma vez na minha vida alguém tinha me feito esquecer Bliss. Havia sempre uma dor no meu peito quando eu pensava nela. Até agora. Aquilo tinha ido embora. Eu sabia o porquê. Lila havia se tornado importante para mim. Ela tinha sido tão adorável que eu não conseguia pensar em mais ninguém. Bliss era o que deveria ter sido sempre para mim, uma amiga. Uma grande amiga com quem eu me preocupava, mas eu poderia dizer honestamente que eu não amava a minha melhor amiga. Fiquei feliz por Bliss ter encontrado Nate e que a vida dela estava cheia de alegria.
Eu puxei minha mochila por cima do meu ombro e atravessei a sala em direção a uma porta na parte de trás. Ela tinha dito para entrar naquela porta e seguir em frente até as escadas. Esta noite ela estava cozinhando pela primeira vez em sua cozinha e não queria deixar a comida sem vigilância, de modo que ela tinha deixado as portas destravadas para mim.
O cheiro de tinta desapareceu quando a pesada porta se fechou atrás de mim. Eu comecei a subir as escadas. Podia sentir o cheiro de alho antes de eu ter andando a metade do caminho.
“Eli?” Lila gritou.
“Sim!” Respondi.
Eu ouvi o toque de seus pés enquanto caminhava em minha direção. Quando cheguei ao topo da escada, ela estava lá para me cumprimentar. Ela era de tirar o fôlego. Droga... era bom estar aqui.
“Você está aqui!” Ela disse sorrindo para mim como se eu não fosse aparecer. Então ela acenou com a mão e deu a volta. “É isso. O que você acha?”
O espaço parecia que pertencia a um homem solteiro. Lila tinha adicionado um monte de coisas suaves de mulher, tudo colorido para subjugar a masculinidade do lugar. No entanto, a aparência rústica industrial, com as vigas expostas, foi construída para um homem em mente. Nada chique. Apenas aberta e útil.
“Eu acho que gostaria de alugar aquele quarto se Ophelia desistir.” Eu disse, brincando.
“É ótimo, não é? Eu amo a vista e a sensação de que esse lugar é meu.”
Eu balancei a cabeça. “Sim, isso é ótimo.” Assim era o meu ponto de vista.
Lila usava uma saia branca curta e com um top azul sem mangas que mostrava seu bronzeado. Seus cabelos estavam presos no alto da cabeça em um nó confuso. Ela não estava usando maquiagem, mas não precisa disso.
“Eu não tenho uma cama no quarto de Ofélia ainda, mas o sofá tem uma bicama, e é uma boa. Eu tinha verificado antes de comprar.” Olhei para a sala de estar, ela tinha um sofá de couro que era luxuoso e largo. Duas cadeiras com listras vermelhas e marrons e um grande pufe retangular estava no meio. A tela plana era enorme, mas então ela poderia ser visto de qualquer lugar em todo o ambiente.
“Isso parece confortável o suficiente para dormir.”
“Pode ser. Mas você é alto.” Ressaltou.
Eu testarei mais tarde. “O que você está cozinhando tem um cheiro incrível. Posso ajudar com alguma coisa?”
“Sim, você pode cortar as abobrinhas. Eu odeio cortar legumes.” disse ela. “Coloque a sua mochila mais perto do sofá e me diga sobre todos os acontecimentos atuais em Sea Breeze. Eu monopolizei a conversa na noite passada. Eu nunca soube o que aconteceu com Jude e Micah sendo presos.”
Deixei a minha mochila cair ao lado do sofá enquanto ela caminhava de volta para a cozinha.
“Damon, o melhor amigo de Micah, correu e os pegou antes que eles chamassem seu pai. Micah pode ter vinte e cinco, mas Jude tem apenas vinte anos. O pai deles teria ficado furioso. Eles são ambos idiotas por fazerem qualquer coisa com Saffron. Ela está sempre à procura de problemas.”
“Saffron os havia convidado para ir nadar na casa de um amigo que ela supostamente estava cuidando. Havia garotas de topless lá. Elas eram amigas strippers de Saffron, embora Saffron não seja uma stripper. Micah e Jude apareceram, e então tinha um menor bebendo na festa. As coisas ficaram muito altas. Os policiais vieram. Micah disse a Saffron para se esconder porque seu pai era um filho de uma cadela e que ficaria puto.”
Eli continuou. “Saffron não estava realmente cuidando da casa. Todos eles estavam lá sem o conhecimento do proprietário. Era a casa de um ex-namorado de uma das stripper. O ex-namorado e sua esposa estavam de férias.”
“Será que o dono da casa vai prestar queixa?” Lila perguntou quando me entregou a abobrinha.
“Não. A stripper que ele teve um caso ameaçou contar tudo para a esposa dele.”
Lila riu então. “Uau. Ok, isso soa como um filme. Sea Breeze é mais animada do que Rosemary Beach. Raramente temos drama. Nada de interessante.”
“Isso é porque você não tem uma Saffron Corbin por aqui.”
Lila passou por mim duas vezes para obter algo da prateleira de temperos. Eu estava tentando não assumir que ela estava fazendo isso de propósito, mas quando ela se aproximou a terceira vez eu decidi que era um convite. Coloquei a faca para baixo e agarrei sua cintura para puxá-la contra mim.
“Eu espero que isso esteja bem.” Eu disse num sussurro antes de reivindicar sua boca com a minha própria. Ela congelou num primeiro momento, e então lentamente derreteu-se contra mim, seus braços indo ao redor do meu pescoço. Isto foi melhor do que eu me lembrava.
Eu ouvi o azeite na panela atrás de nós chiar. Eu sabia que tinha que deixá-la ir, mas a sensação dela em meus braços estava tão certo que era difícil. Quando ela se afastou, ela me deu um sorriso tímido. “As cebolas vão queimar.”
Eu a deixei ir com relutância, e ela correu para movê-las com uma espátula. “Você está pronta para a abobrinha?” Perguntei ainda um pouco entorpecido por aquele beijo.
Ela olhou para mim por cima do ombro e assentiu.
Eu usei isso como uma desculpa para chegar perto dela. Peguei os legumes, em seguida, e fiquei tão perto de suas costas que nossos corpos se tocaram. Baixei a cabeça e sussurrei em seu ouvido. “Vou colocá-los na panela, você mexe.”
Lila tremeu e depois assentiu. Satisfeito que eu estava afetando ela desta forma, eu comecei a derramar lentamente a abobrinha em fatias na frigideira. Ela estava respirando rapidamente, e eu podia ver seu pulso pulando na curva de seu pescoço. Eu dei um beijo lá, incapaz de me segurar.
Ela respirou profundamente e, em seguida, estremeceu novamente.
CONTINUA
Eu só queria me divertir um pouco, e ela não podia deixar-me tê-lo. Ela não podia ficar puta da vida por alguns minutos. Jesus, ela era mais problema do que eu tinha previsto. Seus cabelos escuros foram à primeira coisa que eu vi quando sai do bar. Ela estava de pé apenas alguns metros do bar.
Tinha os braços cruzados sobre o peito, e seus ombros levemente caídos. Como se estivesse com frio e tentando se manter aquecida. Isso não podia ser ela, porque estava quente pra caralho aqui fora.
“Lila!” Eu a chamei. Ela lentamente virou-se para olhar para mim e, em seguida, retomou sua postura quando me viu, mas não estava interessada em mim. Ou como ela estava chateada.
Tomei alguns passos para alcançá-la, pronto para saber o que diabos ela estava pensando vindo aqui sozinha. Mas quando cheguei perto, ela abaixou os braços e manteve o olhar sobre tudo e qualquer coisa, menos em mim. “Pronto para o próximo bar?” Ela perguntou.
Estava chateada. Senti em seu tom. “Por que você simplesmente saiu?” Perguntei frustrado por toda essa cena. Eu tinha começado a me divertir.
“Eu não gosto desse bar.”
O que? “Só porque não gosta de um lugar você simplesmente o deixa. Você não podia esperar para me dizer?”
“Você estava ocupado.” O sarcasmo escorrendo de sua voz não foi perdido.
“Eu estava apenas começando a me divertir. Jesus, Lila.”
Ela começou a se afastar então. Ela estava com raiva e queria ficar longe de mim. Eu não tinha feito nada de errado. “Então volte lá e se divirta. Se é isso que você quer fazer, não tenho nenhum problema com isso.” O tom de sua voz não soava como se ela não tivesse problema com isso.
Estendi a mão e agarrei seu braço, parando-a. “O que há com você? Você está chateada por eu ter bebido shots nos seios daquela garota? Isso é o que ela está lá para fazer. Alguns dos bares aqui têm muito mais do que isso. Foi tranquilo. Eu não estava machucando ninguém.”
Ela suspirou profundamente, e, finalmente, virou-se para olhar para mim. “Isso é o que você gosta?”
“Beber shots de uma mulher? Sim, assim como todos os homens heterossexuais sobre a porra do planeta.”
“Você não a conhece.”
“Não, mas isso realmente não importa.”
Ela me estudou por um momento. “Você já se apaixonou, Cruz?”
Que porra é essa? O que tinha a ver eu gostar de uísque entre os seios para estar apaixonado? “Não, mas o que diabos isso tem a ver com esta conversa?”
O jeito que ela estava me estudando me deixou desconfortável. Como ela podia ver mais do que eu queria. “Porque parece superficial.”
“É sexy, divertido. Não é suposto ser mais nada.”
Lila não respondeu a isso. Deixei-a puxar seu braço para fora do meu alcance. Ela finalmente concordou. “Ok.” Eu não tinha certeza do que ela queria dizer com “OK” e se esse era o seu jeito de acabar com essa conversa ridícula que estávamos tendo, tudo bem.
“Vamos encontrar coisas mais sensuais e divertidas para fazer,” disse ela quando começou a andar novamente.
Eu caminhei ao lado dela. Ela foi até o bar próximo e não esperou por mim para pedir uma bebida. Em vez disso, ela foi direto ao bar e pediu uma dose dupla de uísque para si mesma, bebeu em um gole, então pediu outra.
“A menos que você queira me ter segurando seus cabelos lá fora, na rua, você precisa ir mais devagar,” eu avisei. Ela me ignorou e bebeu a próxima exatamente da mesma maneira. Depois disso, ela me deixou pedir a minha própria bebida e saiu para a pista de dança. Fiz o pedido com o barman, em seguida, assisti em choque como Lila Kate deixou um homem tomar sua mão e colocá-la sobre uma mesa. O cara no palco gritou “O que você quer ouvir coisa doce?”
Ela lhe deu um grande sorriso atrevido que eu nunca tinha visto em Lila Kate antes. “Poison,” ela gritou.
Poison? Que porra ela está fazendo?
“Eu acho que está apaixonada!” O cara no palco gritou. Em seguida, a banda começou a tocar, e assim o fez Lila. Eu sabia tudo sobre ela dançando. Ela tinha feito em toda sua vida. Foi à faculdade que fez. Mas eu não sabia era que, além do ballet e outras merdas de fantasias que ela tinha aprendido, em algum momento ao longo do caminho, Lila Kate tinha aprendido a fazer algo que faria milhões se ela estivesse decidida a tirar a roupa e tomar-se uma dançarina de Pole dance. Filho da puta.
Depois que eu puxei meu queixo do chão, eu tive que lutar contra o desejo de levá-la para fora e longe de todos assobios e aplausos. Foi sexy como o inferno? Sim. Mais do que qualquer coisa que eu já tivesse visto. Voltei à coisa de Branca de Neve que tentei explicar a ela mais cedo. Mas não era Lila. Ela tinha classe. Ela não era o tipo de garota que fazia coisas como esta.
Eu me segurei até que algum bastardo bêbado estendeu a mão e passou em sua panturrilha. Então eu estava feito. Ela tinha feito qualquer ponto maldito que queria fazer e eu não precisava ver mais. Caminhei pela multidão, e depois de empurrar dois caras de volta, agarrei as pernas dela e joguei-a por cima do meu ombro.
Ela gritou.
“Ei! Coloque a mulher para baixo!” Um cara que estava admirando a vista, disse em pé no meu caminho.
“Ela está comigo. Estamos viajando juntos. Ela é minha,” eu respondi dando-lhe um olhar de advertência.
“Você está bem com ele levando você?” O cara no palco perguntou.
“Sim,” ela disse parecendo irritada.
“Deixe-o ir, rapazes,” disse o vocalista, e meu caminho foi inocentado. “Se ela fosse minha, eu teria tomado-a também.”
Dezenove
Lila Kate
SÓ PORQUE EU DEIXEI ele me transportar para fora de lá como um homem das cavernas não significava que eu não estivesse com raiva. Fiquei furiosa. Ele poderia ter um bom tempo, mas eu não podia. Havia regras que estava faltando. Ele gostava de meninas que mostrava seu corpo e ostentá-lo, mas eu não tinha permissão para exibir o meu.
Quando estávamos longe o suficiente do bar e ele não iria entrar em uma briga, eu bati em suas costas e comecei a me movimentar para ser liberta. “Deixe-me descer!”
Ele parou de andar e me colocou em meus pés. “Posso confiar em você que não estará indo saltar sobre um pole em algum lugar e tirar suas roupas?” Ele virou-se para mim.
Era isso. Eu não tinha pedido para sair de Sea Breeze. Eu tinha deixado por causa de algo que ele tinha dito. Ele foi à razão pela qual eu corri em primeiro lugar. Ele tinha me acusado de ser fria e gelada. E quando eu fiz o que ele, obviamente, gostava em mulheres, ele ficou com raiva. Eu não poderia ganhar. Não com ele.
“O que foi? Foi pura demais para você? Você prefere que eu vá lá e empurre o meu top par baixo e comece a distribuir shots nos meus seios?”
Sua expressão era de alguém mentalmente instável. “Foda-se, não!”
“Então o que é que você gosta Cruz? Você me chama de fria e diz que eu sou intocável. Quebrável. Eu venho para provar que não sou nenhuma dessas coisas. Então, quando eu começo a ser corajosa e me solto fazendo coisas como acabei de fazer, você age como se eu estivesse fazendo algo errado. Eu não entendo. Desejaria não me importar. Eu tentei me cuidar por tanto tempo que eu nem me lembro quando eu não fiz. Você. Sempre foi você. Eu odeio isso. Eu odeio que seja você. Por que não podia ser outra pessoa? Alguém que fosse... gostar... Eli! Alguém como ele. Por que não posso querer alguém como Eli? O que há de tão errado com a minha cabeça que eu sempre quis você?” As palavras foram saindo. Me ouvi, sabendo que eu deveria calar a boca. Que o que eu estava dizendo nunca poderia ser levado de volta. Mas era como se eu tivesse controle de mão da minha boca para outra pessoa, e ele estivesse falhando em seu trabalho.
“É como eu pareço? Eu não sou bonita o suficiente? Você prefere outro tipo? Talvez sejam meus seios, talvez porque eles não são tão grandes como o da menina no bar? É isso? E quanto a mim fazer você me tratar como uma professora? Por favor, diga-me para que eu possa corrigi-lo!”
As pessoas estavam nos ignorando. Eles passavam direto por nós, e quando eu percebi o que tinha feito, que tinha apenas gritado tudo isso para qualquer um em torno de nós ouvir. Alguém gritou: “Eu acho que você está fodidamente sexy, baby. Venha até aqui.”
Sintonizando isso. Esta rua estava cheia de bêbados. Eu era um deles, aparentemente, porque eu tinha acabado de dizer coisas que eu nunca quis dizer sóbria. Eu tinha muito orgulho. A bêbada Lila Kate não tinha orgulho. Eu gostaria de ter percebido isso mais cedo.
“Você não é barata. Você não é fácil. Você é como a porra de um diamante raro. Você me quer? Você quer a minha atenção? Por quê? Eu sou uma bagunça. Eu não posso ser o que você merece. Eu nem sei como. E se eu me deixar tocá-la, apreciar o que você fez lá, eu estarei arruinado. Você acha que me quer, mas se realmente me conhecesse iria mudar de ideia. Então eu teria tido um gosto de você e nada jamais iria se comparar a isso de novo. Você me aterroriza. Me assusta como nada jamais me assustou na minha vida.” Seus olhos estavam brilhantes e selvagens. Suas mãos tremiam quando eu deixei cair o meu olhar para olhar para ele, incapaz de manter nossos olhares juntos. Todo o resto dele parecia tenso. Rígido.
“Eu te conheço. Eu te assisti toda a minha vida. Eu vi você no seu pior e seu melhor.” Eu não gritei aquelas palavras. Eu apenas disse e deixei-as ficar lá enquanto eu continuava deixando suas palavras se aprofundar. Eu não esperava isso dele. Eu ainda não tinha certeza se eu estava sonhando. Eu poderia estar sobe o efeito da bebida em algum momento?
“Eu não tenho relacionamentos, Lila.”
Eu levantei meu olhar então. “Eu não estou pedindo por um.”
Ele parecia dividido. Seus olhos se estreitaram. “Então o que é que você quer de mim?”
Eu queria muitas coisas. E eu sabia que ele nunca iria dar o que eu queria. Nós nunca teríamos um felizes para sempre. Isso não era Cruz. Ele nunca tinha sido. “Agora. Agora mesmo. Nessa viagem. Nada mais.”
Ele não respondeu de imediato. Ele ficou lá olhando para mim como se não acreditasse em mim. Ele não deve, porque eu queria mais. Eu só sabia que nunca iria conseguir isso. Eu não era a garota para fazê-lo querer mais. Ele encontraria um dia e iria mudar de ideia. Ele seria capaz de ser aquele cara. O único que fez relacionamentos.
Eu tinha ouvido dos meus pais a história um milhão de vezes. Meu pai não tinha sido aquele cara. Minha mãe tinha sido a única a mudar sua mente. Foi o que aconteceu a todos eles eventualmente. Eu sabia que não era para Cruz e que eu deveria deixá-lo ir e ir embora. Mas eu não podia. Eu queria saber por apenas um momento. Como me sentiria estar com ele. Então havia uma chance de eu tirá-lo da minha cabeça e coração. Seguir em frente e encontrar alguém. Assim, Cruz Kerrington não estaria sempre em meus pensamentos.
“Nada além desta viagem?” Ele repetiu as minhas palavras como uma pergunta.
Eu balancei a cabeça.
“Você ouviu a parte sobre me arruinar?”
Eu dei de ombros. “Nós dois sabemos que isso não vai acontecer. Eu não sou única. Você ainda não encontrou alguém.”
Ele franziu a testa. “Única?”
“Sim. Única. A menina que você vai querer para sempre.”
Ele balançou sua cabeça. “Você está mexendo com a minha cabeça. Eu juro.”
“Você está atraído por mim?” Perguntei-lhe corajosamente. Eu poderia agradecer aqueles shots duplos de uísque por isso.
“Isso não é o ponto aqui. Eu não sei se eu posso... apenas ter um caso com você, Lila. Há sentimentos lá. Eu não gosto de sentimentos porra. Não com as mulheres. Eu não posso te machucar, e é isso que eu vou fazer.”
Dei um passo em sua direção, coloco uma mão em seu peito. Este era um jogo, mas eu estava brava agora. Eu não seria na parte da manhã. Eu tinha ido tão longe que eu precisava empurrar ainda mais. “Você não pode me machucar se eu conheço as regras. Nós desfrutamos disto. Ter um caso. Em seguida, passar como sempre fomos.”
Ele baixou o olhar para a minha mão. “E se você me arruinar?”
“Dê uma chance,” eu sussurrei.
“Foda-se,” ele murmurou em resposta. Em seguida, agarrou meu pulso, e me puxou contra seu corpo. Mal tive tempo para recuperar o fôlego antes de sua boca estar na minha. O sabor das nossas bebidas misturadas com o que eu tinha ganhado. Por agora, eu tinha isso. Foi minha decisão, e eu esperava que isso saísse do meu sistema para que eu pudesse, eventualmente, seguir em frente.
“Não há mais bares,” disse ele contra a minha boca. “Voltamos para o hotel. E não estamos hospedados em dois quartos de merda.”
Eu não discuti. Eu só dei um aceno de cabeça em concordância. Era isso. É melhor não ser um sonho.
Vinte
Cruz Kerrington
HAVIA DECISÕES inteligentes e decisões estúpidas. E então havia erros. Eu não tinha certeza de onde este pousou, mas com Lila em meus braços cheirando como o céu, e a imagem de sua dança naquela mesa foi tudo o que me preocupava, no momento.
Eu quebrei o beijo, agarrei seu cotovelo e me dirigi para o hotel. Nós estávamos em um hotel a poucos quarteirões à frente, na esquina da Canal e Bourbon. Percebi como tudo o que eu, mas queria sem falar, que no fundo eu estava preocupado que ela iria ficar sóbria e mudar de ideia. Se eu fosse metade da porra do homem que eu deveria ser, eu não iria deixá-la fazer isso esta noite, enquanto ela estava bêbada... enquanto eu estava bêbado.
Mas eu tentei dizer a ela a confusão que eu era. Ela parecia ver mais em mim do que estava lá. Eu queria que houvesse mais. Eu queria conhecer suas expectativas. Quando eu era criança, eu tinha visto o olhar em seus olhos, e eu sabia que ela me via de forma diferente do que via Nate. Eu amei isso. Eu era diferente. Isso me fez sentir importante. Então eu a tinha beijado, e ele tinha me assustado.
Eu sabia que Lila Kate não era para mim. Eu não era o tipo de cara que ela iria querer por muito tempo. Ela veria muitos eventualmente. Ele iria fazê-la mudar de ideia. E ela nunca mais olharia para mim com aquele olhar sonhador em seus olhos novamente. A ideia de poder perder que me levou a colocar uma parede lá. Uma construída para magoá-la. Ela tinha funcionado. Até agora. Até que eu ouvi que ela tinha deixado à cidade e eu corri atrás dela, porque eu não podia suportar a ideia de ter uma vida sem ela.
Quando entramos no hotel, fiz uma pausa e olhei para ela. A menina da minha infância. A menina que eu sempre assisti, mas nunca me permiti chegar perto. A que eu fingi que eu não sabia por que me evitava.
“Tem certeza?” Eu perguntei a ela.
“Sim.”
Eu esperei. Eu precisava que ela pensasse. Deixar tudo afundar. “Poderíamos dormir esta noite. Esperar até amanhã.”
Ela sorriu. Tão suave que fez seus olhos brilharem e me fez sentir mais como um homem do que devia. “Hoje à noite,” ela finalmente disse.
O caralho que eu poderia ignorar isso. Teríamos hoje à noite. Se ela se arrependesse amanhã, poderia me quebrar. Mas eu estava disposto a arriscar.
A viagem para o quarto foi curta, mas tantos pensamentos passaram pela minha mente que me senti passar muito mais tempo do que era. Ela tocou o cartão-chave para o desbloqueio e acendeu a luz verde. Era isso.
A porta se abriu. Entramos no interior. Meu quarto era idêntico a este. Logo ao lado. Eu tinha feito uma piada sobre isso quando chegamos. Eu não estava brincando agora. Eu deveria estar naquele quarto. Sozinho. Era a coisa certa a se fazer.
“Lila,” disse pensando que eu deveria parar com isso.
Ela deixou cair à pequena bolsa do ombro no chão, em seguida, tomou a parte inferior de sua camisa e puxou-a por cima da cabeça. O sutiã de renda branco era pequeno e a elevação de seus seios parecia que eles estavam prestes a derramar por cima expondo seus mamilos. Sua blusa caiu no chão ao lado dela, então ela chegou ao redor e desabotoou o sutiã. Eu assisti com fascínio quando as tiras escorregaram pelos seus braços finos até se juntar a sua blusa no chão. Seus mamilos escuros redondos duros do frio do quarto ou a partir de sua excitação chamando minha atenção.
Me movi, fechando o espaço entre nós. Incapaz de manter minhas mãos para mim eu cobri ambos os seios com as mãos. Embora minhas mãos fossem grandes elas não eram grandes o suficiente para levar cada seio completamente. O excesso me animando eu apertei deixando a suavidade provocar minhas mãos.
“Porra,” sua voz pegou quando ela disse as palavras. Aquelas não eram as palavras que eu imaginei vindo de seus lábios. Eles não se encaixavam com Lila Kate. Mas a forma como sua voz tremia quando ela disse. A maneira como ela se inclinou para mim e um gemido suave escapou simplesmente do meu toque fez tudo isso parecer certo. Como era para ser. Como nós deveríamos ser.
A restrição que eu tinha retido estalou. O lado impertinente de Lila foi demais para um homem tomar. Eu agarrei sua saia e puxei para baixo até que ela ficasse ali em nada além de suas calcinhas de renda preta. Elas fizeram pouco para cobri-la. Quase inútil a menos tentando seduzir um homem. E eu estava seduzido. Eu tirei minha própria camisa e joguei-a fora.
Minhas mãos em volta de sua cintura e a suspendi a levando até a mesa do quarto porque era mais perto que a cama. Sentei-a, em seguida, puxando sua calcinha memorizando a maneira que olhei quando ela deslizou fora de seu corpo.
Ela estremeceu e meu pau latejou. Essa era Lila Kate... doce, inocente, preciosa Lila Kate. Impertinente, selvagem, carente Lila Kate tinha tomado seu lugar essa noite, e eu tremia de antecipação. “O que você quer?” Eu perguntei a ela quando desabotoei minha calça jeans. “Diga-me exatamente o que você quer que eu faça.”
Seus olhos foram do meu peito nu e depois bloquearam em minhas calças quando eu comecei a soltá-la e empurrando-a pelos meus quadris e saindo dela. “Diga-me, Lila,” eu exigi. Eu não tinha certeza por isso que eu precisava dela para dizer, mas eu fiz. Eu queria que ela falasse sujo. Ouvir sua linda boca dizer coisas ruins. Fiquei muito provável que explodisse ao som, mas eu queria.
“Eu quero você,” ela sussurrou.
“Você vai ter que fazer melhor que isso. Conte-me.”
Ela engoliu em seco e ergueu o olhar de minha ereção pressionando através de minhas cuecas boxer aos meus olhos. “Eu te disse. Eu quero que você me foda, Cruz.”
Isso deve ser suficiente. Eu deveria estar feliz. Mas ela me transformou em um monstro enlouquecido pelo sexo. “Você quer isso gentil?” Perguntei empurrando minha cueca para baixo deixando meu pau grosso livre.
Ela balançou a cabeça lentamente. Os olhos arregalados quando ela olhou para mim. “Não,” sua voz era tão suave que eu quase não a ouvi.
“Diga-me,” eu disse enquanto empurrava suas coxas com as mãos e me coloquei entre elas. “Como você quer ser fodida?” Nessa última palavra, seus olhos brilharam com o mesmo desejo que sentia.
“Forte. Foda-me forte.”
Minhas mãos chegaram debaixo dela e agarrei sua bunda quando eu bati nela. Que com um impulso era como afundar em cetim apertado e quente. “Foda-se!” Eu gritei quando seu corpo reagiu à entrada súbita, apertando meu pau. Era melhor do que a minha imaginação.
Suas mãos pequenas agarraram meus braços, as unhas cravando em minha carne. O ardor que senti foi incrível. “AH!,” Ela gritou.
“Isso é o quão duro você quer?” Rosnei perto da orelha dela querendo bater nela uma e outra vez, mas estava fazendo tudo o que podia para me controlar.
“Sim. Mais,” ela ofegava.
Meus dedos entraram na carne da bunda dela quando eu puxei para trás e mergulhei mais fundo. Gemendo de prazer, eu mordi seu ombro, e ela começou a implorar. “Por favor, mais forte. Eu quero sentir você amanhã.”
Qualquer a sanidade que estava segurando saiu. Fui buscá-la afundando-a mais para o meu pênis rígido e levando-a até a cama onde eu caí para a suavidade com ela. Não querendo me afastar. Eu tive que puxar para fora em um movimento rápido e lançá-la em seu estômago. “Bunda no ar,” eu pedi.
Ela fez isso, sem dúvida. De quatro, era mais fácil e eu estava martelando dentro dela imediatamente. Seus gritos se tornaram mais frenéticos como a minha respiração. Eu bati na bunda tão forte quanto eu podia sem realmente me preocupar em machucá-la. Só para deixar arder.
“Oh Deus!” Ela gritou. “Estou gozando!” Seu corpo começou a tremer e seu clímax pulsava em meu pau ainda trancado dentro dela. Eu balancei com a necessidade de explodir. Foi uma porra tão incrível que eu não conseguia pensar. Pouco antes de perder a pequena quantidade de controle que eu tinha deixado, eu puxei para trás até que eu estivesse livre dela e gritei seu nome quando minha porra cobriu sua bunda virada para cima.
Seu corpo ainda estava tremendo, e minhas pernas estavam fracas. Fracas demais para se moverem. Ficamos lá. Sua cabeça agora repousava na cama. Tudo o que podia ser ouvido era nós ofegantes. Que tinha sido mais. Muito mais do que eu esperava. Tinha sido viciante. Eu poderia dizer-me que era muito perigoso fazer isso de novo, mas eu seria um tolo. Eu queria mais. Inferno, eu queria mais, logo que eu pudesse respirar fundo novamente.
Ela começou a abaixar seu corpo inteiro para a cama.
“Eu preciso limpar você,” eu disse a ela apreciando o olhar de meu sêmen em sua pele.
“Está bem,” ela disse suavemente, ainda afundando até que fosse pressionada completamente contra o colchão.
Sorrindo para a simples beleza, encontrei forças para ficar de pé e fui para o banheiro pegar uma toalha molhada. Limpei-a rapidamente, em seguida, cobri-a para cima. Ela levantou a cabeça e olhou para mim. “Você está vindo para a cama também?”
Os cabelos perfeitos de Lila estavam bagunçados. Seus olhos estavam pesados, os cílios se espalharam pelas bochechas. O rubor no rosto ainda estava lá, e nada parecia tão incrivelmente bonito na minha vida. “Sim. Eu vou.”
Subi ao seu lado e cobri nós dois puxando-a de volta contra o meu peito. Seria difícil em alguns malditos minutos, mas ela estaria dormindo cedo demais para perceber. Eu inalei o cheiro de seus cabelos e sua mão cobriu a minha.
Levou menos de dois minutos para a sua respiração se abrandar. Ela estava dormindo em meus braços, e eu sabia que nada seria o mesmo para mim. A ruína que eu temia era muito pior do que isso. Eu não estava preparado para ser capaz de deixá-la ir.
Vinte e Um
Lila Kate
RECONHEÇO SEU CHEIRO antes mesmo de abrir os olhos. O calor de seus braços me fez suspirar e afundar mais perto. Isto foi melhor do que sonhei. E sonhei com isso mais do que gostaria de admitir. Lembrar que é por um tempo curto, que não é para sempre causa uma forte dor então afasto o pensamento. Por agora, vou desfrutar do que tenho. Cada momento que passamos juntos, vou absorver tudo.
“Se continuar se contorcendo mais perto vamos foder antes de eu estar totalmente acordado,” sua voz sonolenta me assusta e eu rio. Nunca ri, mas o faço então. É bom. Na noite passada, o álcool me deu a coragem que precisava. Esta manhã não há arrependimentos. Não desejo que tivesse sido diferente. Porque depois de abrir-me para ele e caminhar de volta para o hotel fiquei sóbria o suficiente. Lembro-me de cada detalhe. Nunca esquecerei um só momento.
“Lila,” sua voz rouca e profunda é um alerta quando pressiono o corpo mais no dele. “Você deve estar dolorida,” diz ele enquanto beija meu ombro.
Eu estou. “É uma dor gostosa.”
Ele respira fundo, em seguida, rola para cima de mim. Seu corpo nu paira sobre mim. Os cabelos estão bagunçados e os olhos ainda pesados de sono. “Você encontrou sua boca impertinente e gosta dela, não é?” Ele pergunta com o joelho separando minhas coxas.
Balanço a cabeça.
Então, ele está dentro de mim. Tão rápido. Fecho os olhos com força, e engasgo da ternura e prazer.
“Dói?” Ele pergunta ao ficar completamente imóvel.
“Sim. Mas como disse, é uma dor boa,” digo a ele abrindo os olhos. “Faça doer mais.”
“Jesus, Lila. Você vai nos matar,” ele geme quando começa a se mover. Bombeando os quadris dentro e fora de mim. Sua boca beija ao longo da minha clavícula até o pescoço. Seu hálito quente em meu ouvido só aumenta a sensação. “Diga mais merda suja com esta boca bonita,” ele diz com um sussurro antes de mordiscar minha orelha.
Abro mais minhas pernas levantando os joelhos para prender seus quadris. “Quero te sentir gozar dentro de mim. Sentir o calor da sua porra escorrendo por minhas coxas,” digo e ele congela.
“Porra, Lila. Não fale esse tipo de merda, se não quer que eu goze.”
“Eu quero que você goze.”
Seus braços tremem enquanto ele se mantém completamente imóvel. “Você está tomando a pílula?”
Sorrio para ele. “Sim. Não quero ser mãe tão cedo.”
Ele move-se, a expressão feroz. “Estou limpo. Nunca tocaria em você sem camisinha se não tivesse certeza de estar completamente limpo.”
Confio nele. Ele é um monte de coisas, mas não me colocaria em perigo. Eu sei. “Então goze dentro de mim.”
Seus quadris começam a bater contra mim. Todos os outros pensamentos desaparecem. Tudo o que sinto é o aumento do meu próprio clímax. Posso ouvir sua respiração acelerar e seus palavrões murmurados. Abro os olhos e vejo seus braços flexionando com cada movimento.
Quando empurro contra ele e envolvo as pernas em sua cintura para segurá-lo, eu grito seu nome.
“Maldição, Lila,” ele pragueja e então sinto. Tudo isso enquanto ele me dá exatamente o que pedi. Quero que dure para sempre. Não irei pensar sobre o dia em que tudo terminará. Porque neste momento, eu tenho tudo.
Rolo de lado levando-me com ele. Nós dois estamos ofegantes e suados quando nossos corpos se grudam. Falar não é necessário ou sequer possível. Estou tentando recuperar o fôlego e voltar para a terra. Sexo nunca foi tão bom. Mas, então, minha experiência é limitada. Muito limitada. Mas não posso imaginar ser melhor do que isso.
A mão de Cruz começa casualmente a brincar com meus cabelos. Viro a cabeça para olhá-lo e seus olhos estão fechados. Sempre odiei que ele seja tão impressionantemente bonito. Ele faz meus sentimentos ainda mais difíceis de ignorar. Gostaria de vê-lo e ter vergonha de mim mesma por fazê-lo. A maneira como ele anda, se porta, o som de sua voz e esse sorriso. Tudo isso é impossível não notar. Todas as mulheres o notam.
“Vamos para o norte. O que acha de Memphis?” Diz ele com os olhos fechados.
“Memphis? O que tem em Memphis?” pergunto, desfrutando da liberdade de olhá-lo.
“A fodida Graceland está em Memphis,” ele sorri.
“Quer dizer que quer ver onde Elvis viveu?” Rio ao falar.
Ele inclina a cabeça para olhar para mim e abre um olho. “Claro que sim, eu quero. Essa merda deve ser brega. Quem quer perder isso?”
Não me importa aonde vamos. Estou bem com qualquer lugar. “OK. Memphis então.”
“Você ligou para seus pais?” A pergunta dele me surpreende.
“Não,” admito.
“É melhor,” ele suspira. “Tenho certeza que todos sabem que estamos juntos agora. Nate dirá a eles.”
“Provavelmente.”
Ele passa a mão sobre o rosto e geme. “Grant vai me matar.”
Eu não respondo. Porque essa é uma questão que enfrentarei quando isso acabar. Estou numa aventura para fugir com o cara que está na cama comigo. É diferente agora. Não estou tentando mudar ou encontrar um novo eu. Eu já fiz. A garota que sou nesse momento não é nada como a garota que era na noite que ele tinha me chamado de fria. Agora, só tenho que aproveitar enquanto durar. Porque isto acabará.
“Meu pai pode me matar antes do seu. De qualquer maneira, minha vida será curta.”
Isso me faz sorrir. “Isso é um pouco dramático,” digo a ele.
Ele dá de ombros. “Honestamente, vale a pena.” Sua mão corre pelo meu lado e aperta meu quadril. “Vale a pena completamente.”
Isso não é uma declaração de amor. Eu percebo. Mas é doce. Coloco a perna por cima dele quando viro até que metade do meu corpo esteja em cima dele. Ambos seus olhos abrem quando faço isso. “Somos crescidos,” lembro a ele. “Acho que você vai viver.”
Ele me olha com ternura. “Ou você vai me matar antes deles. Mas a morte por sexo soa como um bom caminho a percorrer.”
Eu rio. “Estou apenas começando. Não estou prestes a atacá-lo.”
Suas mãos agarram minha bunda e me puxa para cima dele. “Talvez, mas colocar este pequeno corpo quente num homem enquanto ele está nu e na cama é irresistível.”
Quando ele desliza para dentro de mim lentamente desta vez, gemo alto e gosto de ser preenchida mais uma vez antes do café da manhã.
Vinte e Dois
Cruz Kerrington
DIRIGIR QUASE SEIS HORAS para Memphis hoje não foi uma boa ideia. Vi Lila Kate esconder a careta quando montou na moto. Nós fodemos como maníacos e agora ela está dolorida. Ela alega não estar, mas vejo em seu rosto. Não deveria ter forçado as duas rodadas esta manhã, mas ela é tão gostosa. É uma necessidade por estar dentro dela novamente e fodê-la, não gosto de querer alguém tão forte. A experiência do passado me prova que uma boa transa tira a menina do meu sistema e sigo em frente. Mas com Lila Kate ainda tem que acontecer. Com as pernas dobradas atrás das minhas e seu corpo contra minhas costas já estou pensando em transar novamente. Jesus, ela é como crack para um viciado.
Vou em direção a Birmingham, Alabama. Podemos parar no meio e descansar. Encontrar algo para ver ou fazer, e depois pilotar o resto do caminho. É apenas uma hora mais perto de Memphis; ela pode visitar sua amiga, e ela ajudará a controlar minha necessidade de ter meu pau nela durante nossa parada. Preciso encontrar algum controle.
Depois de oitenta minutos na estrada, ela começa a se contorcer e acho uma saída que tem opções de restaurante e algumas compras. Passaremos um tempo aqui, então partiremos quando ela estiver pronta. Paro em um restaurante e estendo a mão para ajudá-la a descer. Ela estremece novamente.
“Acho melhor parar por hoje,” digo, me sentindo culpado por seu desconforto.
Ela franze a testa. “Por quê?”
Aprecio que ela tente ser forte, mas sei que está dolorida e não vou fazê-la sofrer mais. Pela primeira vez desejo não ter uma moto maldita. “Você está dolorida,” aponto o óbvio. “Vamos comer e andar um pouco. Fazer compras. Veja como você se sente mais tarde.”
“Vou ficar bem,” ela argumenta.
Ignoro isso. “Com fome?”
“Sim e este lugar cheira muito bem.”
Entramos e forço-me a não colocar as mãos sobre ela. Tocá-la o tempo todo não é bom. Isto é temporário. Não há necessidade de agir como se fosse mais do que isso. Nós dois estamos apreciando a viagem.
Seu telefone começa a tocar pouco depois de passarmos na porta e ela o tira do bolso. Quando levanta os olhos para mim, eles estão se desculpando quando ela coloca o telefone no ouvido. “Ei mãe.”
Disse para ligar para seus pais mais de uma vez. Ela não me escutou.
Sua mãe está falando e o rosto de Lila Kate empalidece antes dela sussurrar. “Ah não. Quando?”
Agora estou preocupado. Ela começa a morder o lábio. “Sim, ele está.”
“Não tenho certeza,” ela olha para mim. “Onde estamos?”
“Cerca de uma hora ao sul de Montgomery, Alabama,” digo.
Ela repete para a mãe. “Não... de moto,” Posso vê-la se encolher quando fala.
“Sim. Vamos dirigir até lá agora,” diz ela. “Vejo você mais tarde. E mãe, eu sinto muito.”
“Também te amo.”
Quando ela termina a chamada, lágrimas enchiam seus olhos. “Minha avó faleceu no meio da noite. Mamãe vai enviar o jato do meu avô para me pegar em Montgomery. Eles já estão na Califórnia. Meu avô chamou mamãe às três esta manhã para contar. Ela e meu pai pegaram um avião pouco depois.”
Esta é a última coisa que esperava que ela dissesse. “Deus, Lila, sinto muito.”
Ela assente com a cabeça. “Eu também. Por causa do meu avô. Ela nunca esteve lá sabe. Sua mente se foi há tantos anos. É um milagre ela viver tanto tempo. Mas Kiro passou toda a vida ao seu lado. Eles pararam a turnê, porque ele odiava estar longe. Toda sua história é apenas devastadora. Minha mãe nunca chegou a conhecê-la. Seu cérebro foi danificado quando ela era um bebê .”
Sei sua história. Foi manchete quando souberam que a mulher de Kiro Manning, Emily na verdade ainda estava viva. O mundo pensou que ela tinha morrido naquele acidente. Mas ele a manteve longe da mídia. Eles fizeram até um filme chamado “Emily Kiro” cerca de dez anos atrás, que foi um sucesso de bilheteria. Kiro não queria que o filme fosse feito no início, mas na entrevista que deu para a revista Rolling Stones disse ter mudado de ideia. Ele queria que o mundo conhecesse sua Emily. O que ela era. Quão surpreendente ela foi. Ela mereceu.
Levo Lila de volta para a moto e a ajudo a subir. Coloco o capacete em sua cabeça e desejo ter mais que eu possa fazer. Algo mais. Algo para ajudar. Temo que ela pegue aquele jato. Nosso tempo está terminando mais cedo do que esperava.
Ela segura-me com mais força do que antes. Minha garganta está grossa. Há uma porra de emoção lá que não entendo. Que não quero. Esta é uma maneira de protegê-la, tirá-la do meu sistema e seguir em frente. Para nós dois. Mas uma noite não foi suficiente. Eu sou egoísta. Sua avó acaba de falecer. Mas que droga.
A viagem para o aeroporto de Montgomery é muito rápida. Nosso tempo juntos está terminando. Esta pequena bolha que tivemos está prestes a estourar. Voltarei para casa e enfrentarei a ira do meu pai. Fazer o que diabos devo. Ela voltará e será como antes. Não vamos continuar de onde paramos. Isso será mais do que uma aventura. Isso fez com que o caroço de merda na minha garganta signifique algo.
Ferir Lila Kate é inevitável para mim. Se fizer isso mais tarde, doerá mais. Mais cedo é melhor. Mais cedo nos ajudará a seguir em frente. Nunca serei o cara que ela precisa. Mas droga, sei que isso me machucará também.
Paramos no aeroporto antes do jato particular chegar. Quero dizer algo que torne isso mais fácil. Algo que faça com que a dor em meu peito vá embora. Algo que faça com que seu olhar triste desapareça. Mas não tenho nada.
Ela desce da moto e pego suas coisas no alforje. Então viro para ela. “Não estava esperando que nossa jornada acabasse tão cedo,” digo tentando sorrir.
“Nem eu.”
Posso ver a questão lá. A incerteza. Ela quer saber se é o fim para nós. Mas ela não pergunta. E não posso dizer as palavras. Mesmo que precise, eu não posso.
“Diga a seus pais e avô que sinto muito por sua perda.” Seus olhos perdem a luz. Ela esperava mais do que condolências genéricas. Sinto-me um idiota gigante.
“Obrigada,” ela sussurra. “Por tudo.” Então ela pega sua bolsa e sai. Assisto a sua partida. Quero correr atrás dela e dizer algo mais. Para tentar fazê-la sorrir. Mas isso só piorará seu estado. Em vez disso, espero ela entrar no prédio. Então subo na moto e volto para o sul. Volto para Rosemary Beach.
Vinte e Três
Lila Kate
EU ESTAVA ENTORPECIDA. O voo para Los Angeles e a viagem para casa de meu avô, em Beverly Hills é um borrão. Quando a limusine que me pegou no aeroporto estaciona na frente de sua mansão, percebo que não me lembro de entrar nela.
Pego a única bolsa que tenho comigo e saio quando o motorista abre a porta. Não vejo Kiro a cerca de seis meses. Ele nos visitou, mas eu não estava. Quando era criança, visitei mais vezes. Fiquei uma semana com ele no verão. Tenho boas memórias deste lugar.
Minha mãe vem para a porta da frente e sai para me cumprimentar. Subo as escadas e espero que ela não esteja muito chateada com meu passeio de moto com Cruz. Ela tem seu pai para se preocupar. Não preciso aumentar seu stress. Sei que nunca andarei na moto de Cruz novamente.
Ele acaba de me deixar ir. Sem promessas. Nada. Ele acaba de terminar. Muito rápido. Meu peito dói e me sinto culpada. Meu avô está sofrendo. Eu deveria estar mais preocupada com ele.
“Como ele está?” Pergunto ao abraça-la.
Ela me aperta. “Ele está triste. Mamãe se foi há muito tempo. A mulher que ele conheceu. Mas agora até mesmo o pouco que ele tinha dela sumiu. Vai ser duro para ele.”
“Ela estava doente?”
“Não. Seu coração parou. Com o dano que seu cérebro sofreu, o médico diz que é um milagre ela ter vivido tanto. Mas papai fez com que ela tivesse o melhor atendimento. E ele está sempre aqui. Acho que ela viveu por ele.”
Sua história é tão trágica. Quando recuo, olho para ela. “Quão chateado está papai?”
“Sobre Cruz?”
Balanço a cabeça.
“Ele não está feliz,” diz ela com um pequeno dar de ombros. “Mas você é uma mulher adulta. O que ele pode fazer? Foi sua decisão para tomar.”
Concordo, mas não acho que papai concorde.
“Ele não vai falar ainda. Por enquanto, trata-se de Kiro e Emily.”
“Quem está aqui?”
“Neste momento, apenas Dean e nós. Nan, Cope, Mase, Reese, Rush e Blaire estão a caminho.”
Mamãe olha a mochila no meu ombro. “O que aconteceu com sua bagagem?”
“Deixei tudo com Nate.”
Ela suspirou. “Para fugir na moto de Cruz Kerrington.”
“Sim.”
Ela não fala mais nada. Mesmo não sendo uma semana, tudo o que aconteceu faz parecer como se fosse muito mais tempo.
“Posso dizer uma coisa?” pergunta mamãe.
“Claro.”
Ela estende a mão e toca minha bochecha. “Você é gentil, amorosa, generosa, paciente e linda. Você merece algo especial.”
“Mãe, você tem um conto de fadas. Nem todo mundo os vive.”
Ela inclina a cabeça para o lado e sorri. “Não, Lila Kate. Nem todo mundo é paciente o suficiente para esperar por ele.”
Ela beija meu rosto, em seguida, pega meu braço e sobe as escadas, entrando na casa. Quero refletir sobre o que ela disse mais tarde. Talvez ela esteja certa. Talvez eu encontre um conto de fadas. Só que o espero da pessoa errada.
A casa cheira a charutos. Foi assim toda minha vida. Ouvi Rush uma vez dizer que é melhor do que o cheiro de maconha que tinha em sua juventude. Caminhamos através da grande entrada pelo corredor esquerdo, onde Kiro tem a sala de jogos. Grandes sofás de couro preto, enormes telas planas em três lados, uma mesa de bilhar e um grande bar estão lá. Sentado no canto do sofá está meu avô, Kiro Manning. Ele está mais velho agora, mas ainda é uma lenda. Seu nome é bem conhecido. Ele tem um charuto numa mão e uma garrafa de uísque na outra. O corpo esguio é alto e coberto de tatuagens. Mesmo aposentado e sendo avô ele ainda se assemelha a uma estrela do rock.
Ele levanta os olhos avermelhados assim que entramos e sorri ao me ver. Ele chorou em algum momento. “Minha Lila Kate,” diz ele com a voz rouca de anos de drogas, cigarro e álcool.
“Hey,” digo ao caminhar até ele. Não é segredo que ficou furioso quando meu pai engravidou minha mãe. Minha mãe não é sua única filha, mas é a favorita. Porque foi a criança que Emily lhe deu. Meu nascimento poderia ter matado minha mãe. Isso o aterrorizou. Mas minha mãe sempre diz que passou a minha vida me esperando. Sei que ele me amava mais do que seus outros netos. Ele é muito franco sobre o assunto. Mas também sei que só sou parte de Emily.
Ele abre os braços também cheirando o álcool e charuto. Abaixo-me e abraço-o com força. “Eu te amo,” sussurro.
“Não tanto quanto eu te amo, menina bonita,” essa sempre foi sua resposta. “Ouvi dizer que esteve de moto com um Kerrington. Acho que tem um pouco do sangue selvagem do vovô depois de tudo.”
Fico tensa esperando que meu pai não tenha ouvido. “Hum, eu acho,” digo o mais baixo que posso.
Isso o fez rir. Estou feliz por ele poder rir, mas não é algo para rir. “Vamos dar a seu papai um pouco de dificuldade. Ele precisa.”
De todas as coisas para ele querer falar essa não é uma delas.
“Papai está tudo bem. Ela só está nervosa em falar com Grant sobre tudo isso,” Mamãe interrompeu.
Fecho os olhos e faço uma careta. Quando levanto Kiro pisca para mim. “Você é uma menina crescida. Tudo bem.”
Viro a cabeça lentamente para olhar meu pai que está em pé no bar com os braços cruzados sobre o peito e uma carranca no rosto. “Ela é melhor do que Cruz Kerrington,” diz meu pai.
“E minha Harlow é melhor do que Grant Carter. Minha menina doce foi varrida de seus pés por alguém que tinha a reputação como um jogador. Parece que acabou tudo bem,” Kiro diz antes de tragar seu charuto.
Papai só resmunga.
Tento pensar em algo para mudar de assunto quando passos soam no corredor. Então ouço vozes. Os outros dois filhos de Kiro chegam com seus cônjuges. Tenho certeza que ouvi a voz do meu tio Mase em algum lugar. E quando ele está discutindo com minha tia Nan parece uma reunião de família.
“Não ficarei no quarto azul, Mase. Enfie-o na sua bunda. Quero o outro perto do elevador. Sempre fico nele. Não discuta comigo,” Tia Nan diz em seu tom irritado agudo.
“Dê-me outra porra de garrafa. Vou precisar dela,” Kiro resmunga.
Ele e minha tia Nan não tem o melhor relacionamento, mas minha mãe disse que está melhor em comparação com o passado.
Quando os quatro entram na sala. Kiro ergue a garrafa. “Estou de luto porra. Não comece essa merda aqui.”
Nan parece envergonhada e Mase assente. “Desculpa. Estou apenas começando a te tirar do tédio.”
Kiro dá de ombros. “Entendido.”
“Sinto muito, Kiro,” Reese, a mulher do meu tio Mase diz quando se afasta dos outros. “Vá em frente, chore e vou manter estes dois na linha.”
“Ainda não descobri como diabos conseguiu essa menina,” Kiro diz apontando com a garrafa na direção de Reese enquanto olha Mase.
“Nem eu,” responde Mase, em seguida, joga-se no sofá em frente à Kiro. “Passe o uísque.”
Vinte e Quatro
Cruz Kerrington
O CHEIRO de flores. Odeio o cheiro tanto quanto odeio funerais. Elas me deprimem. Não deveria estar aqui. Não conheci Emily Manning. Claro, conheço Lila Kate, mas ela não esperava que viesse ao funeral de sua avó. Inferno, eu não iria se pudesse fugir. Uma vez que alguém estava morto, acabou. Porque ter um grande e deprimente funeral?
Quero que minhas cinzas sejam atiradas no Golfo. Sem músicas, flores e sem lágrimas de merda. Afrouxo a gola da camisa e suspiro. Meu pai foi inflexível sobre eu ir. Todos estão. Toda a família maldita está aqui. Como cada família em Rosemary Beach que somos próximos.
“Vamos por Grant, Harlow e Lila Kate!” Meu pai disse quando reclamei sobre não ver razão para ir a este funeral.
A verdade é que tentei tirar Lila da cabeça durante os últimos três dias e não funcionou. Tudo o que posso ver é Lila. Quando tive outra menina contra a parede do meu apartamento na noite passada, tive o rosto de Lila Kate na cabeça. Não quero vê-la tão cedo. Ainda estou tentando tira-la do meu sistema. Até digo a meu pai que eles podem fazer meu funeral uma vez que Grant Carter pôr as mãos em mim. Papai me disse que pedi por isso.
“Ali está Nate,” minha mãe sussurra. “Vá se desculpar.”
“Por quê?” Pergunto confuso. Não fiz nada para Nate.
Ela agarra meu braço como se eu ainda tivesse oito anos. “Por levar Lila Kate sem uma palavra. Isso é o que fez.”
Não vou me desculpar com ele por isso. “Não.”
Suas unhas afundam em minha pele. “Agora.”
Não vou me desculpar, mas vou até lá dizer algo a ele para fazê-la pensar que obedeci antes que ela me agarre pela orelha e me leve até ele.
“Tudo bem,” murmuro e sua mão me solta, logo que vou em sua direção.
Desculpar-me com Nate. Sério? Será que eles sequer conhecem Nate Finlay? Como se isso não fosse algo que ele faria. Jesus. Todos estão sendo dramáticos como o inferno. Não a sequestrei. Ela foi de bom grado.
Nate também usa um terno e Bliss está ao seu lado parecendo deslumbrante num vestido preto com os cabelos presos para cima dos ombros. “Hey,” digo quando eles se viram ao me ver chegando.
Nate inclina o queixo.
“Você viu Lila Kate?” pergunto.
“Sim. Por quê? Tem a moto com você?” Nate sorri quando fala.
“Não, espertinho. Eu só não a vi.”
“Ela foi pegar uma bebida. Já conversou com todos e sua boca ficou seca.”
Balanço a cabeça. Bom. Tenho tempo para ficar fora de vista antes dela voltar. “Estão aqui há muito tempo?”
“Chegamos ontem à noite. Ficamos no Dean. Dirigimos para cá de manhã,” Nate responde. Dean é seu avô. O melhor amigo de Kiro Manning.
“Vou sair assim que isso acabar,” digo. “É bom ver você de novo, Bliss. Acho que estive aqui tempo suficiente para que minha mãe pense que me desculpei o suficiente. Vou deixá-los.”
Nate sorri. “Pedir desculpas, né? Acho que eu gostaria disso.”
Bliss ri. “Nate pare. É bom vê-lo novamente, Cruz.” Ela começa a dizer mais, em seguida, faz uma pausa e sorri para algo sobre meu ombro. “Lá estão eles,” acrescenta.
Olho para trás sem pensar e meus olhos param em Lila Kate. Ela está impressionante. Os cabelos escuros enrolados frouxamente e tocando os ombros. O vestido azul da meia-noite que usa abraça suas curvas docemente. É difícil afastar o olhar.
“Devo buscá-lo? Ou acha que ela quer que ele fique?” Pergunta Bliss.
Buscar quem?
“Deixe. Ela parece querê-lo lá,” Nate responde.
Afasto meu olhar de Lila Kate para ver um cara alto e loiro com a mão possessivamente em suas costas. Sua expressão é séria ao ouvir algo que ela diz. Quem diabos é esse?
“Quem está com ela?” pergunto uma vez que eles obviamente sabem.
“É Eli, meu melhor amigo,” diz Bliss, com um sorriso satisfeito.
“Como ela o conhece?” Lila Kate não é de se relacionar com alguém rapidamente.
“Eles passaram algum tempo juntos antes que você aparecesse de moto e a levasse,” Nate responde. Ele está se divertindo. Ele sabe por que estou perguntando e está se divertindo para caralho.
“Ela quis ir comigo,” digo a ele virando para encarar sua expressão presunçosa.
Ele assente. “Sim, ela quis. Mas agora...” ele inclina o queixo na direção de Lila Kate. “Ela quer Eli. Lição aprendida rápido eu diria.”
“Que porra isso significa?” Rosno dando um passo em direção a ele.
Nate não recua. Mas, então, eu não espero que o faça. Ele dá um passo em minha direção. Sua expressão fica fria. Fechada. “Isso significa que Eli é um bom rapaz. O tipo que permanece. Isso é o que significa.” a voz de Nate é baixa quando fala.
“Ela mal o conhece,” argumento.
“Mas ela te conhece o suficiente agora,” ele responde.
Estamos num funeral. Isso deveria me parar e me fazer ir embora. Mas não vou. Porque Nate está certo. Ela me conhece. Podia pegar minha moto e sair. Isso é o que um bom rapaz faria. Mas eu a levei e depois abandonei. Quando penso sobre isso tenho que admitir que possa ter sido a coisa mais fria que já fiz. E fiz essa merda muito cruel. Volto o olhar para Lila Kate e Eli. Ele está sussurrando algo e ela sorri. O sorriso não é o radiante que conheço.
É triste. Seus olhos não brilham e iluminam a sala como sei que podem. Ela perdeu alguém e Eli está lá com ela. Esse é o tipo de cara que ela precisa. Deixei-a porque ela precisa seguir em frente sem mim. Só não esperava que essa porra acontecesse tão rápido.
“Ela merece muito mais. Você sabe. Deixe que ela tenha.” A voz de Nate me incomoda, simplesmente porque ele está certo. Não falo nada. Apenas vou embora. Volto para minha família. Gostaria de me afastar deste maldito funeral e sair em silêncio. Esquecer o que aconteceu com Lila e eu. Eventualmente.
No caminho para ir embora sinto seus olhos me seguirem. A melhor coisa a fazer seria ignorá-la, mas não posso. Encontro seu olhar. Ela não sorri. Apenas me olha com olhos tão cheios de decepção que queima meu estômago. Ela me arruinou. Assim como estive com medo que ela faria.
Vinte e Cinco
Lila Kate
ELI SEGURA MINHA MÃO enquanto observo o mausoléu privado que abriga todos os membros do Slacker Demons e sua família. Minha avó é a primeira a ser enterrada nele. Kiro comprou porque disse que não queria ser enterrado no chão e não queria que sua Emily fosse também. Então decidiu que a melhor maneira de descansar em paz eterna era um mausoléu com aqueles que mais amava.
“Nunca vi ninguém ser colocado para descansar num destes. Exceto enterros,” Eli diz baixinho ao meu lado.
“Nem eu. Parece mais fácil do que vê-los afundar no chão, não é?”
Ele assente. “Sim, acho que é.”
Concentro-me em meu avô e seus olhos injetados de sangue fitando a frente, onde Emily foi posta. Ele está bebendo uma garrafa de uísque. Estou preocupada que ele entre em coma alcoólico, mas minha mãe disse que ele tem anos de tolerância com estas coisas. Ele ficará bem. Seu terno cobre as tatuagens, mas ainda parece um roqueiro. É sua postura, rosto, a maneira como os cabelos ainda estão longos demais para um homem mais velho. Ele sempre será Kiro Manning. Mesmo aos setenta anos de idade.
“Obrigado por ficar comigo hoje,” digo a Eli. Eu precisava de alguém. Apoio, suporte. Todo mundo esteve aqui. Todos sabem que saí na moto de Cruz Kerrington e todos o viram completamente ignorar-me. Mas a dor do meu avô é mais importante do que meu desprezo evidente por Cruz. Consegui o que queria ao brincar com fogo.
“Estou feliz por ter vindo. Quase não o fiz. Nate pensou que eu deveria. Terei que lhe agradecer por isso.”
Nate esperava isso. Ele sabia que Cruz viria assim como eu. Estamos todos juntos. Preciso agradecer a Nate por trazer Eli. Não que eu vá usá-lo como rebote. Mas ele se tornou um bom amigo. Depois de hoje, espero continuar em contato. Gosto de sua companhia. Ele é forte. Confiável. O tipo de homem que sei que meus pais esperam que eu encontre um dia.
Quando meu coração finalmente se curar e seguir em frente, espero encontrar um conto de fadas com um cara como Eli. Sei que não será Eli porque seu coração já não está disponível. Simpatizo com ele. Amar alguém que nunca terá é doloroso.
Pelo menos ele não sofreu uma humilhação por causa disso. Ele mantém seus sentimentos em segredo. Nunca cometeu o erro de jogar a precaução ao vento e se aventurar.
“Vamos,” digo quando os outros começam a sair. Sei que meu avô ficará aqui por um tempo e quero que tenha seu tempo sozinho com ela.
Eli continua segurando minha mão quando nos afastamos. Sei que os Kerrington estão a minha esquerda. Posso ver Woods e Della pelo canto do olho. Mas não os cumprimento. Simplesmente não posso. Ando com a cabeça baixa. Eli leva-me para a limusine que está à espera da família.
“Onde vai?” Pergunto.
Ele aponta para a limusine atrás da minha. “Para o Dean com Nate e Bliss.”
Estar com Nate e Bliss não é fácil para ele. Sei disso sem perguntar. “Vem comigo,” digo.
Ele sorri como se entendesse por que e pudesse ler meus pensamentos. “Obrigado.”
Vou para o último assento. “Você me salvou hoje. Deveria te agradecer.”
Eli vem atrás de mim e senta com a coxa pressionando a minha. O calor de seu corpo e o cheiro de sua colônia me traz alivio. Que não estou sozinha. Lembro-me da nossa noite juntos. Sei agora a diferença entre um bom sexo bêbado sem amarras e sexo com o homem que seu coração deseja. São dois campos diferentes.
“Você está linda hoje. Ele é um idiota e pela maneira que observou cada movimento seu ele sabe disso.”
Levanto a cabeça e olho Eli. “O que?”
Ele me dá um meio sorriso. “Cruz Kerrington. Ele não tirou os olhos de você. Não o conheço nem fomos apresentados, mas tenho experiência com seu tipo. Posso identificá-los. Ele também é completamente óbvio. Ninguém lá olhou para mim como se quisesse rasgar meus membros do corpo.”
Isso não faz sentido. Balanço a cabeça. “Você entendeu mal. Ele foi forçado a vir. Conheço seus pais. Ele agiu assim porque está com raiva que o funeral diminui seu tempo de diversão.” O desgosto é óbvio em minha voz. Assim como a dor.
“Posso não ser um idiota. Mas sou um homem. Sei o que pensamos. Posso ler um. E esse cara não ficou feliz por você estar comigo. Ele também queria ficar a sós e ter as mãos em você. Honestamente, Lila, você é linda. Hoje esteve deslumbrante. Eu tive dificuldade em afastar os olhos de você.”
Era bom. Não, parecia mais do que bom ouvir um homem de boa aparência dizer isso para mim. Não me sinto bonita ou deslumbrante. “Obrigada,” digo sem ter outra forma de responder. Então digo o que estou pensando. “Eu queria... Gostaria de ter te conhecido em outro momento. Um em que nossos corações não estivessem tão confusos. Talvez tivéssemos uma chance.”
Sua mão desliza na minha e ele a aperta. “Quando saiu eu percebi uma coisa. Meu coração não está onde pensei. Bliss tornou-se um hábito. Tudo o que conheço. Ninguém teve impacto suficiente em mim para movê-la do meu coração. Mas você... você me fez esquecer. Mostrou que há mais. Que posso sentir algo por alguém,” ele faz uma pausa, em seguida, seus dedos entrelaçam os meus. “Meu coração está pronto, Lila. Só serei paciente até o seu estar.”
Uau... isto não é algo que esperava ouvir. “Na nossa última noite juntos estava chateado com ser o melhor homem,” lembro.
Ele dá de ombros. “Um hábito. Um hábito que me despertou e mostrou como meu coração mudou. Percebi que segui em frente quando descobri que tinha ido. Que... me despertou mais do que a merda do casamento fodido. Estive pensando nisso e completamente focado em você. Nem sequer sinto uma pontada quando os vejo se beijando. Você me curou. Gostaria de poder fazer o mesmo.”
Aqui está um homem maravilhoso me dizendo que quer mais. Ele está pronto para seguir em frente comigo. Ele quer estar comigo. Ele está disponível. E tão bonito como tudo soou, mas meu coração ainda dói por Cruz. Sou ou a mulher mais estúpida do planeta ou a mais azarada. Possivelmente ambos.
“Preciso de tempo,” digo a ele porque quero um conto de fadas. Acredito que Eli é esse tipo de cara. Ele é seguro, sólido, bonito. Todas as coisas que meu pai é, que Rush Finlay é e que meus tios Mase e Cope são. Quero um homem como eles.
“Sou muito paciente,” ele responde.
Até mesmo o tom de sua voz é suave. Não faz meu coração acelerar ou desperta borboletas no estômago, mas faz-me sentir segura. Descanso a cabeça em seu ombro. Seu braço me envolve e ficamos lá em silêncio enquanto esperamos o resto da família.
Vinte e Seis
Cruz Kerrington
“VOCÊ A FODEU?” Blaze, meu irmão de dezenove anos pergunta sentando na outra extremidade do sofá que minha mãe se refere como ‘cova dos meninos.’ Fica no piso inferior da nossa casa de três andares e tem tudo que um adolescente pode precisar. Até um miniginásio com pesos. Vim aqui logo que chegamos em casa para evitar o resto da família.
“Só a ignorei,” não respondo voltando minha atenção para o jogo de beisebol que estou assistindo.
Blaze ri. “Isso quer dizer sim. Porra! Ela é tão gostosa.”
Fúria me toma. “Se quer viver é melhor calar a boca,” aviso. Não quero que ninguém saiba o que fizemos, mas também não quero que meu irmão pense em Lila Kate e sexo na mesma frase.
“Qual é o seu negócio? Jesus, relaxe. Lila Kate é sexy. Eu daria minha bola esquerda para transar com ela.”
Movo-me. Rápido. Sem pensar. Prendo Blaze no sofá com a mão em torno de sua garganta. Ele é um centímetro, talvez dois mais alto que eu, mas é mais esguio. Seus músculos são pequenos. Sou mais pesado que ele. Também sou dois anos mais velho. “Cale sua boca porra. Você me entendeu merdinha estúpido?”
Ele assente incapaz de respirar, então solto meu aperto em seu pescoço. Em seguida, o olho uma última vez antes de voltar para meu lugar. “Vá embora,” digo ao sentar novamente.
Posso vê-lo esfregando o pescoço. Droga de drama. Ele finalmente levanta e estou tão aliviado que quase suspiro. Só quero ficar sozinho.
“Se você a ama, então não está fazendo um bom trabalho em demonstrar. Isso é tudo que estou dizendo.” Após as palavras saírem de sua boca, ele se vira e corre em direção as escadas.
“Eu não a amo,” disse a ninguém. Mas preciso dizer. Colocar para fora. “Eu não amo ninguém. Amor não é para mim.” Continuo falando para a sala vazia.
A imagem de Lila Kate em pé no funeral. Sua pele macia bronzeada tão perfeita e nua no vestido que ela usava fez meus dedos coçarem para tocá-la. Sentir a textura sedosa. Se Eli fodido Hardy a abraçasse, não seria responsável por minhas ações. Mas ele não fez. Ele é o cara bom. Ele não tocou em seu corpo. Só segurou sua mão.
Ela parecia precisar do apoio. Lutei contra o ciúme me comendo por ser a pessoa ao seu lado. Foi minha escolha foi não ser. Sofri por seu bem estar.
Passos na escada desta vez me alerta que estou prestes a ser interrompido novamente por um membro da família. Jogo a cabeça para trás e fecho os olhos ao suspirar com irritação. “Você não pode apenas me deixar em paz?” Rosno frustrado quando o próximo membro intrometido da minha família entra.
“É apenas um minuto. Preciso dizer uma coisa. Então não vou incomodá-lo novamente,” a voz de Lila Kate faz minha cabeça levantar. Que porra ela faz aqui?
Ela usa um vestido branco que mostra muita pele. Estou hipnotizado. A visão dela. Toda sua suavidade perfeita. Aqui na minha casa. Por quê?
“Blaze disse que estava aqui e que poderia vê-lo por um momento. Ele saiu com seus pais para o almoço no clube. Não queria incomodá-lo,” ela para e olha o jogo na televisão. “Vejo que você está ocupado assistindo algo. Serei rápida.”
Ela se aproxima parando a alguns passos de distância. “Eu não cometi um erro. Sabia o que estava fazendo. Eu esperava isso de você. Não esperava mais nada. Eu escolhi ir com você, dormir com você, permiti-me gostar de estar ao seu lado. Isso foi tudo para mim. Vou lidar com as memórias. O desgosto. Tudo isso porque pedi por ele. No início, pensei ser estúpida. Amaldiçoei minhas más decisões. Mas... estou grata por ter feito. Eu deixei você me machucar. Mas nós tivemos um momento. Agora sei como é. Como você... me faz sentir. Eu não me arrependo. Não me arrependo de você. Vou seguir em frente. Ir por outro caminho. Nunca o incomodarei novamente. A vida vai voltar ao que era antes.” Ela para e sorri. É um doce e triste sorriso. Ele deixa meus malditos joelhos fracos mesmo estando sentado.
“Faz menos de quarenta e oito horas, mas foi divertido. Emocionante. E sempre me alegrarei por ter feito. Obrigado, Cruz Kerrington,” diz ela quando fecha a distância entre nós e se inclina para dar um beijo em meus lábios. “Adeus,” ela sussurra contra eles. Então levanta e caminha em direção à escada.
Meus lábios ainda estão formigando de excitação por seu toque. Meu corpo anseia o cheiro de seu corpo. Deixá-la ir parece impossível. Estou fora do sofá e atrás dela tão rápido que não tenho tempo para pensar. Minhas mãos agarram sua cintura, e aperto-a contra a parede. Há um milhão de coisas que quero dizer. Mas não falo nenhuma.
Beija-la é a coisa certa. Sem a porra de um beijo doce. Eu reivindico sua boca. Provo sua doçura. Fico bêbado no néctar que é Lila Kate. Desejo isso desde que a deixei. Sonho com isso. Tentei tirá-la do meu sistema com outra mulher. Nada funcionou. Esta é a única maneira de curar meu desejo.
Suas mãos envolvem meus cabelos e minhas mãos sobem para sentir o peso de seus seios. Coloco a mão sobre seu coração e os batimentos fazem o meu disparar. Fiz isso com ela. Ela quer tanto quando eu. Somos a porra de explosivos. Nunca houve outra mulher que me fizesse reagir desta maneira. Por que não posso apenas fazê-lo durar mais tempo? Apreciar até que termine.
Quando suas mãos tocam meu peito e me empurram firmemente, estou atordoado.
“Isso é suficiente,” ela ofega e desliza para longe do meu corpo para libertar-se de onde a prendi.
“Nós estamos apenas começando,” respondo minha própria voz rouca por falta de oxigênio.
Ela balança a cabeça. “Não, Cruz. Meu beijo foi um adeus. Aquele beijo foi um encerramento.” Enquanto estou tentando entender o que falou ela vai embora. Deixa-me lá. Bem desse jeito. Sem lágrimas. Nada.
Eu me sentiria melhor se ela tivesse chorado? Não quero machucá-la. Quero me trancar num quarto com ela e nunca sair. Mas não quero machucá-la.
Ela me mostrou suas emoções antes. Na Bourbon Street eu vi. Tudo. Sei que seu coração é suave. Que as lágrimas caem facilmente. Então, isso significa que a mulher que acabou de sair daqui é algo... que eu provoquei. Ela não foi fria. Ela terminou. Mostrei o quanto posso machucá-la e ela viu que eu não valho a pena. Ela sabe que merece mais.
Seu cheiro se agarra a minha pele. Meu corpo dói com a perda dela em meus braços. Mas mais do que isso minha alma sabe que apenas afastei a única coisa que me despertou. Perdi a mulher que me mostrou como o fogo é.
Afundo na cadeira atrás de mim. Seguro a cabeça com as mãos. Está feito. Nós tivemos nosso pequeno momento. Queria dizer que mostrei como sou ruim para ela. Como posso arruiná-la. Que preservei a ambos. Mas no final, sou o único completamente arruinado.
Vinte e Sete
Lila Kate
O ESPAÇO ERA PERFEITO. Ele iria crescer comigo. Com minhas aulas de dança. Eu podia ver um futuro aqui. Eu tinha o dinheiro para começar. Eu compraria este lugar, todo o equipamento e começaria a anunciar. Claro, eu queria encontrar uma aventura duas semanas atrás, mas agora uma aventura sempre me lembra Cruz. Ele tinha sido a minha verdadeira aventura.
Eu quase tinha deixado a sua presença nesta cidade fazer-me correr. Quando admiti para mim mesma que eu estava olhando para estúdios de dança fora de Rosemary Beach, porque eu estava tentando evitar Cruz, tinha começado a minha pesquisa aqui. Só fazia sentido começar o meu primeiro estúdio em uma cidade onde eu conhecia todo mundo e avançar mais tarde para expandi-lo. Eu não tinha planos de ficar aqui para sempre. Mas, por agora, fazia sentido. Minha necessidade de aventura tinha sido sugada de mim. Tinha sido fugaz. Eu tive aventuras demais no período de uma semana que durariam alguns anos.
A porta se abriu atrás de mim, e Ophelia Finlay ficou ali parecendo tão glamorosa como sempre.
“Eu te liguei três vezes.” Ela me disse como se eu não tivesse visto as chamadas não atendidas no meu telefone.
“Eu estive ocupada.” Respondi.
Ela suspirou alto. “Você não vai mesmo considerar? Eu seria uma incrível companheira de quarto.”
Ophelia tinha ouvido falar, por sua mãe, que eu estava comprando um condomínio e começando meu próprio estúdio de dança. Palavras viajam rápido quando suas mães são melhores amigas. Ela estava tirando um ‘tempo’ da faculdade este ano, porque precisava de uma nova direção ou algo dessa natureza. Isso era muito Ophelia.
“Eu não estava considerando. Não duvido que você seja uma boa companheira de quarto. Eu só precisava ter certeza de que era isso que eu ia fazer,” Eu virei em um círculo olhando para o prédio. “Mas é isso mesmo. Este é o lugar.”
Ophelia assentiu. “Este será um bom estúdio. Excelente localização.”
Eu apontei para cima. “Meu apartamento será lá em cima. Estou comprando o prédio. Eu preciso poupar dinheiro, e ficar onde eu trabalho faz sentido.”
Ela fez uma careta. “Você vai morar aqui?”
Eu balancei a cabeça. “Sim.”
“Como se parece lá em cima?”
Dei de ombros. “É um grande loft, vigas expostas, muito abertas. Não é realmente o seu tipo de lugar.” Foi por isso que eu não tinha respondido suas ligações.
“Que horas serão as suas primeiras aulas?” Ela perguntou, ainda não parecendo satisfeita.
“Às oito da manhã.” Eu respondi.
Sua determinação para ser a minha nova companheira de quarto parecia que estava desaparecendo rapidamente. “Oh.”
Isso foi o que eu pensei. Este seria o meu mundo. Meu trabalho e meu loft. Eu não imaginava que iria atrair alguém.
“Posso vê-lo?” Perguntou ela, esperançosa.
“Certo, vamos.” Eu respondi. “Por este caminho.”
Eu abri o caminho para a porta de trás, que foi pintada de azul. Eu mudaria isso. Ela abria-se para as escadas que iam para o sótão. Havia exatamente vinte e cinco degraus. Quando chegamos ao topo, não havia porta. Gostaria de trabalhar com isso, também.
A área de quatro mil metros quadrados era quase completamente aberta. A única privacidade era um banheiro à esquerda e a escada em espiral que levava a mais uma área do loft que seria o meu quarto. A cozinha estava completa e era toda em aço inoxidável. Mesmo as bancadas eram inoxidáveis. Era tudo muito industrial.
“Existe um segundo quarto?” Perguntou ela observando a área.
“Não. O proprietário original era um homem. Mas se você está realmente interessada, há espaço suficiente. Nós podemos construir paredes nesse canto próximo ao banheiro, e você teria um quarto de tamanho suficiente. Mas teríamos que dividir o banheiro.”
Ela caminhou enquanto estudava toda a área de Rosemary. Era pequena e uma rua pitoresca com lojas. O exterior de todas as lojas era muito ‘costa do sul’, e me senti confortável com isso. Muito diferente da área onde tínhamos vivido quando crianças. Finalmente, ela se virou para mim e sorriu. “Vamos fazer isso.”
Se tivesse sido Phoenix Finlay, eu não teria dito absolutamente nada. Mas eu poderia viver com Ophelia. Além disso, o rendimento do aluguel pagaria os serviços públicos neste local. Fazia sentido ter este acordo.
“Eu vou falar com o papai para ele arrumar alguns trabalhadores aqui para construir um quarto assim que eu assinar a papelada deste lugar.”
Ela estava sorrindo brilhantemente. “Quanto tempo você acha que vai precisar?”
“Até o final dessa semana.”
Ela bateu palmas com entusiasmo. “Isto será muito divertido!”
Eu esperava que sim. “Você quer um emprego? Porque eu vou precisar de ajuda no escritório uma vez que abrir o estúdio.”
“Certo! Por que diabos não? Podemos apenas retirar o aluguel do meu salário?”
“Isso seria bom para mim.”
Conversamos um pouco mais antes de Ophelia sair para contar para a sua mãe sobre seus planos. Entrei e puxei-me para cima, para me sentar no bar da cozinha. Eu poderia fazer uma vida aqui. Não era na parte rica de Rosemary Beach, onde as grandes casas eram e o clube estava localizado. Ficava logo ao lado dele, mas parecia separado. Eu não estava deixando a cidade, mas eu estava começando uma nova vida nesta cidade.
Meu telefone tocou e ecoou no grande espaço vazio. Olhei para ele, era Eli. Sorrindo, eu respondi. “Olá.”
“Como parece o lugar?” Ele perguntou. Eu tinha lhe dito, por uma mensagem de texto que eu lhe enviei ontem à noite, que viria verificá-lo hoje.
“Perfeito. Eu acho que vai ser perfeito.”
“Droga. Eu estava esperando que você achasse que é ruim e viesse para Sea Breeze comprar algo por aqui.” Ele estava brincando, mas eu sabia que ele também ficaria contente se isso acontecesse.
“Você sempre pode vir a Rosemary Beach.” Eu respondi.
Ele ficou quieto por um momento. “Não me tente.”
Eu me perguntei se ele iria realmente fazer isso. Talvez um novo começo fosse o que ele precisava. “Eu não iria reclamar se você viesse.” Eu adicionei.
Ele riu e acrescentou, “É difícil dizer não para você também. Mas eu tenho um emprego, e não posso apenas largar tudo e fugir.”
Ele tinha um ponto. “Eu sei. Queria esclarecer que se você precisar de uma aventura eu ficaria feliz em ser o seu início.” Eu estava brincando, mas ele ficou quieto.
Mordi meu lábio nervosamente. Talvez eu não devesse ter dito isso. Nós não falamos muito sobre aquela noite. Eu não tinha certeza se ele se lembrava de me perguntar se ele foi o início da minha aventura. Esperei por ele dizer algo e me preocupei todo o tempo em que ele ficou em silêncio.
“Eu poderia considerar se pudéssemos ter outro sexo na praia. Eu penso muito sobre isso. Desejo a Deus que eu não tivesse estado tão malditamente bêbado.”
Após Cruz, eu não estava pronta para fazer sexo com ninguém. Eu queria estar um dia. Mas, por agora, eu simplesmente não podia. Em uma semana, eu tinha feito sexo com dois homens diferentes. Isso tinha sido um inferno de uma aventura.
“Um dia, se for à hora certa.” Eu disse suavemente enquanto imagens de Cruz e as coisas que tínhamos feito apareciam na minha cabeça. Meu coração doía junto com elas.
“Eu não quero ser apenas o começo de sua aventura Lila, eu quero ser o fim.”
Vinte e Oito
Cruz Kerrington
MINHA CABEÇA ESTAVA FODIDA. Eu estava no trabalho fazendo o que meu pai me pediu para fazer. Não porque ele pediu, mas porque eu estava tão fodido da cabeça que eu precisava de algo para me distrair. E as bucetas de outras mulheres não estavam funcionando.
“Cruz, você parece tanto com o seu pai em sua idade, que eu tive um flashback. Eu era uma garçonete novamente e lá estava o chefe. Você está bem aqui no Club Kerrington de polo. Eu sei que Woods está orgulhoso de tê-lo aqui com ele.” Blaire Finlay disse quando entrou na sala de jantar com minha mãe e Harlow Carter, a mãe de Lila.
“Ele é gêmeo de seu pai. Em tudo, incluindo a atitude.” Disse minha mãe com um sorriso.
“Não vou dizer a ele que você disse isso.” Eu disse, sabendo que ele não gostaria de ouvir que eu agia como ele.
Blaire riu, e as três passaram por mim. Minha mãe fez uma pausa para apertar meu braço gentilmente. Harlow estava quieta. Ela não falava alto como as outras ou chamava a atenção para si mesma. Ela era quieta, bonita, não parecia em nada que tinha a sua idade, e tudo que eu podia ver era Lila Kate vinte anos mais velha. O homem que a segurar será um sortudo filho da puta.
Irritado com minha linha de pensamento, eu andei pelo corredor em direção ao escritório do meu pai, para onde eu estava indo quando as três tinham chegado. Eu adorava vir a este escritório. Isso significava que veria meu pai. Ele me colocava em sua mesa e me deixava brincar com um brinquedo pequeno de golfe que estava sobre ela. Eu assistia a tela plana na parede e o observava enquanto ele trabalhava. Eu queria ser como ele.
Caramba, como os tempos haviam mudado.
A porta do escritório do meu pai abriu e ele saiu antes de eu chegar a ele. Seu olhar imediatamente parou em mim. “Bem, você chegou na hora. Eu terei um almoço com o Capitão, se lembra do irmão de Blaire Finlay? Sua filha Emmeline está com ele. Ela está sendo preparada para assumir a franquia de restaurante aqui em Rosemary Beach. Eu acho que ter você lá vai fazê-la se sentir mais confortável já que você está mais próximo da idade dela.”
Encontro de almoço. Fan-porra-tastico. “Eu conheço Emmeline, e a chamamos de Emmy. Ou pelo menos era assim há dois anos, quando eu falei com ela em um evento realizado aqui por uma coisa ou outra.”
Papai concordou. “Bom. Franny, a filha mais velha do Capitão supervisiona as franquias no Alabama e Tennessee. Emmeline está sendo treinada para assumir as franquias da Flórida e Geórgia. Ela não estará pronta até se formar na faculdade, mas o Capitão começa a prepará-las desde jovens. Como eu deveria ter feito com você. Empresário inteligente.” Meu pai disse enquanto andava e esperava que eu o acompanhasse.
“Vamos comer aqui?” Perguntei esperando a resposta negativa. Eu não estava no humor para lidar com a multidão lá dentro.
“Não. Vamos para o lugar do Capitão.”
“Por que exatamente estamos nos reunindo com ele?”
“Porque nós precisamos de outro restaurante no clube. O grill junto à piscina e o salão de jantar principal não são suficientes. Não mais. É hora de nós expandirmos.”
“Então você irá colocar um dos restaurantes do Capitão no clube?”
“Possivelmente. Parece ser uma boa ideia. Vamos ver o que se desenrola.”
O novo Dodge Ram do meu pai estava estacionado na frente e um manobrista já tinha começado a trazê-lo para nós. Subimos e nos dirigimos para a propriedade do clube, na parte de negócios de Rosemary Beach, onde fazem compras, comem, fazem mais compras e toda a merda turística estava localizada. Eu não disse muito, apenas observei a cidade passar. Perguntei-me sobre Lila Kate, porque esse era o meu novo hábito que eu não podia deixar.
“Conversou com Lila Kate ultimamente?” Papai perguntou como se ele pudesse ler minha mente.
Eu balancei a cabeça negativamente.
“Então você não sabe sobre ela comprar esse lugar?” disse ele, e meus ouvidos se animaram.
“O quê?”
Papai parou em um dos três semáforos na cidade e apontou para uma loja de dois andares na esquina da rua principal. “Aquele ali no fim. Grant disse que ela comprou. Ela está abrindo um estúdio de dança.”
Estudei o edifício azul pálido. Grandes janelas forradas, piso inferior e no segundo andar tinha os protetores contra furacões que eram tão populares por aqui. “Isso não pode ter sido barato.” Wu disse perguntando o que diabos ela estava pensando.
“Não foi. Mas ela tem um fundo fiduciário de Kiro. Ela tem uma boa cabeça para os negócios. Em vez de viver com o dinheiro, ela o está usando para fazer mais. Para construir alguma coisa.”
Eu podia ouvir a admiração em seu tom. Eu sabia que ela era especial. Ele não precisava reforçar isso. Eu entendi. Foi por isso que a afastei. Isso tinha sido o correto.
Papai puxou o caminhão na frente do lugar do Capitão em Rosemary Beach, e eu saí ainda olhando para o lugar que agora era de Lila. Ela não estava deixando a cidade. Isso era bom. Como se eu pudesse respirar melhor. Não que fosse importar onde ela vivia, mas eu a queria aqui. Isso era muito fodido.
“Ouça, preste atenção, e seja educado. Fale com Emmeline. Não aja como um idiota.”
Eu sorri. “Quando eu fui um idiota com uma mulher?”
“Inúmeras vezes, Cruz. Muitas vezes.”
Carrancudo, eu o segui e o cheiro de frutos do mar me bateu. Eu não tinha estado aqui há muito tempo, mas a comida era boa. Eu deveria sair mais vezes. Não iria me prejudicar andar por essa parte da cidade.
“Woods, Cruz, é bom ver vocês dois.” Capitão Kipling disse enquanto apertava a mão de papai, em seguida, a minha. “Quando você se transformou em um homem?” Ele brincou, e em seguida, me deu um tapa nas costas.
Emmy caminhou ao seu lado e sorriu para mim. Não era o tipo educado de sorriso de negócios que eu estava esperando. Ela estava mais velha e, nos últimos dois anos ela amadureceu. Ela também sabia disso. Seus longos cabelos loiros e olhos verdes brilhantes eram uma combinação impressionante contra o bronzeado deixado pelo sol em sua pele.
“Olá, Cruz.” Seus olhos brilhavam com malícia quando ela disse meu nome.
“Emmy,” eu respondi com um aceno. “Bom te ver.”
“Enquanto vocês se sentam, eu vou levar Cruz comigo para pegar o laptop que você precisa papai. Eu posso mostrar-lhe em volta também.”
Capitão e meu pai já estavam conversando socialmente, e ele apenas balançou a cabeça. Meu pai me deu um olhar de aviso antes de se afastar. Essa não parece ser uma boa ideia. Será que os dois não viram a forma como Emmy tinha olhado para mim? Eles eram tão cegos? Ela não estava pensando porra nenhuma em negócios.
“Meu pai me disse que você está sendo preparado para assumir o clube.” Disse ela andando tão perto de mim que o seu braço escovou contra mim.
“Sim.” eu respondi.
“Eu estarei na cidade mais vezes para conhecer este lugar. Durante o verão, estarei aqui para trabalhar. Até eu voltar para a Universidade UT, deveríamos fazer alguma coisa.” Sua voz caiu para um tom sensual. Merda.
“Não sei o que você está pensando, mas estaremos potencialmente trabalhando juntos. Não acho que temos que atravessar as linhas.”
Ela se aproximou, em seguida, deu um passo na minha frente para abrir a porta e me levou para dentro. Eu estava na sala e percebi que era um escritório antes dela fechar a porta. “O que há de errado em ter um pouco de diversão? Isso fará com que trabalhar juntos seja mais agradável.”
Sua mão tocou meu braço e me afastei quando ela se aproximou mais de mim. “Eu sempre tive uma queda por você. Mas eu acho que todas as meninas têm.”
Foda-me. O que diabos eu deveria fazer com isso? Normalmente, eu mergulharia neste convite, mas o tempo estava fora aqui. Minha cabeça estava desarrumada, e Emmy não era alguém que eu pudesse mexer sem que meu pai ficasse irritado.
“Olha, por mais tentador que seja, temos que trabalhar juntos. Eu tenho certeza que você está bem ciente da minha reputação. Eu não quero qualquer atrito entre nós.”
Ela riu, em seguida, e moveu-se para frente de mim. Seu peito quase tocou o meu. “Eu não estou à procura de um relacionamento, Cruz. Eu só quero um pouco de diversão.”
Se eu pudesse ver além do rosto de Lila Kate, eu poderia aceitar isso. Mas caramba, eu não poderia usar Emmy dessa forma. Eu teria que fechar os olhos e fingir. A última garota que eu estive nas duas noites anteriores, eu realmente a chamei de Lila. E aquilo não terminou bem.
Embora se alguém pudesse atrapalhar a minha obsessão por Lila, isso iria me salvar. “Eu vou ser honesto com você. Eu terminei com alguém há pouco tempo e estou trabalhando através disso. Superando tudo. Mas eu ainda não cheguei lá.”
Emmy mordeu o lábio inferior sedutoramente e então finalmente pressionou os seios contra o meu peito. “Eu posso te ajudar com isso.”
Por que essa merda sempre acontece comigo? “Não tenho certeza que seja uma boa ideia.” Argumentei, mas as minhas palavras não soaram muito convincentes. Ela era gostosa. Eu era um cara e eu estaria mentindo se dissesse que não gostei dela.
“Dê-me uma chance. Apenas um gosto e você vai ver...” ela sussurrou e, em seguida, sua mão deslizou até o interior da minha coxa e segurou meu pau. Puta merda!
“Você me deixa duro e eu vou ter que andar por aí com um tesão do caralho. Isso não será legal para qualquer um dos nossos pais.”
“Se eu te deixar com tesão, eu posso resolver isso pra você.”
Desta vez, eu ri. “Confie em mim, querida, não temos tempo para isso.”
Ela moveu a mão, enquanto eu já estava semiduro. “Quando você tiver tempo... Eu sou ótima em chupar um pau.”
Eu ainda estava preso em suas palavras quando ela se afastou e pegou um laptop fino. “Vamos chegar a essa reunião. Estou morrendo de fome.” Ela disse enquanto me lançou um sorriso malicioso, em seguida, balançou seus quadris quando saia pela porta.
Eu poderia fazer isso. Desfrutar dela. Divertir-me. Ela não era a boa menina que eu tinha assumido. Emmy Kipling era impertinente. Deve ser a coisa da garota da faculdade se tornando selvagem. Eu estava pensando nisso e relaxei um pouco quando nos juntamos aos nossos pais.
Emmy de repente tornou-se toda negócios e era encantadora e inteligente. Ela sabia muito sobre o lugar e fez os dois homens rirem quando falou sobre uma merda que era engraçada. Eu não falei tanto, mas me esforcei para manter o meu pai feliz.
Apenas quando aceitei isso, senti que ia ficar bem, pelo menos, não tão ruim quanto eu tinha pensado quando o meu pai disse que tínhamos que vir a esta reunião. Comecei a sorrir e há flertar um pouco, pisquei para Emmy quando nossos pais estavam ocupados discutindo outra coisa e ela me deu um sorriso que prometia algo mais tarde. Algo que eu estava me preparando para aceitar. Então eu senti. Um calor morno. Um formigamento. Levantando os olhos, eles bloquearam com os que não saia da minha cabeça.
Lila Kate estava lá, com um pedido em suas mãos. Seus olhos estavam em mim. A dor era óbvia e vê-la lá cortou meu peito.
Eu era um bastardo.
Vinte e Nove
Lila Kate
BAIXEI OS ALIMENTOS sobre o balcão da minha cozinha e gritei de frustração. Eu o odiava. Eu odiava Cruz Kerrington. Eu o odiava. Abrindo um armário, eu peguei um copo e o enchi com água gelada. Seu sorriso estúpido na minha cabeça enquanto ele piscou para Emmeline Kipling. Ela tinha o quê, dezenove? Deus, ele era um porco.
Se ela o deixar se aproximar, ela é estúpida. Estúpida como eu. Eu gemi com o pensamento e abri o saco para tirar a comida que já não parecia atraente. Havia outros lugares que eu poderia ter comido hoje. Por que eu tive que ir lá? Por que eu tinha que ver aquilo?
Sentei-me em uma das banquetas coloridas que chegaram ontem. O local era tão industrial que eu tinha adicionado toda a cor e arte que eu podia. Eu gostei da maneira como ele estava ficando. Os banquinhos foram pintados por um artista local e cada um tinha uma face louca artística diferente pintada nas costas.
Olhei para as patas de caranguejo na minha frente quando forcei um em minha boca. Eu tive que comer. Eu estava trabalhando no andar de baixo durante todo o dia e ainda faltava mais de um mês para abrir o local. Eu tomei um gole da minha água e, em seguida, olhei para o meu telefone. Eu não tinha falado com Eli em duas semanas. Ele sabia que eu tinha comprado o lugar, mas eu tinha estado tão ocupada me mudando que não tinha enviado nenhuma mensagem para ele.
Peguei meu telefone e decidi mudar isso. Nós não fomos feitos para ser mais do que amigos, mas eu gostava da sua amizade. Nós amamos pessoas que não nos amam de volta. Ele entendeu.
“Já me mudei. Quando você vem me visitar?” Então eu pressionei enviar.
Ophelia não veio ainda. O quarto dela estava quase concluído. Ela tinha ido para Los Angeles com Phoenix para visitar seu avô por uma semana. O lugar tinha estado tranquilo. Apenas eu e meu pai, juntamente com alguns de seus funcionários que vieram trabalhar no quarto nos últimos dias.
“Quando for convidado.” Foi sua resposta.
Eu senti falta dele. Eu perdi o cara de confiança que cumpria o que ele disse que ia fazer. Ele era honesto e não fazia coisas que poderiam ferir os outros. Eu queria que Eli tivesse sido o único a roubar o meu coração. Ver Cruz com outra pessoa seria mais fácil se ele estivesse aqui.
“Você está convidado. Considere este o seu convite oficial.”
Enviar textos para ele aliviou a dor que eu senti no meu coração e comecei a comer a minha comida e me divertir. Se eu pudesse voltar atrás e não implorar a Cruz pelo impossível naquela noite, na Bourbon Street, eu o faria. Eu pegaria tudo de volta. Desistiria das memórias. As pessoas que disseram que não trocaria isso, mesmo que doa, eram loucas. Eu desistiria em um piscar de olhos. Eu não queria pensar nele.
Eu queria esquecer tudo.
“Sexta-feira é cedo demais?” Eli mandou uma mensagem de volta.
“É perfeito.” Eu respondi.
Isso me dava dois dias para arrumar esse lugar. Eu gostaria de fazer alguns planos para nós e, em seguida, me divertir. Eu não penso sobre Cruz. Eu não ligo para o que ou quem ele estava fazendo suas coisas. Eu vivo minha vida.
“Vou começar a fazer a mala.”
Eu rio com o último texto e acabo de comer.
As coisas estavam se tornando diferentes do que eu tinha imaginado, mas elas não eram ruins. De modo nenhum. Eu estava animada. Logo eu possuiria um estúdio de dança. Eu ficaria para ensinar crianças, incentivá-las a encontrar o seu amor pela dança do jeito que eu tinha encontrado.
Eu limpei minha refeição e desci para voltar a pintar as paredes. Papai tinha se oferecido para fazer isso, mas eu queria saber que eu tinha feito algo. Este era o meu lugar. Eu gostava de ter a minha mão em torná-lo pronto para morar.
Quando passei pela porta, Cruz estava ali olhando ao redor. Suas mãos estavam nos bolsos do jeans, e com um olhar que eu não conseguia ler em seu rosto. Eu pensei em virar e correr de volta lá pra cima, mas eu não tinha doze anos. Eu era uma adulta e este era o meu estúdio.
“Posso ajudá-lo?” Perguntei.
Seu olhar voltou-se para mim. Ele não tinha me ouvido entrar. “Ei.”
Eu não respondi. Eu só continuei em silêncio olhando para ele.
“Sobre o que você viu,” ele começou e eu levantei a mão para detê-lo.
“Não faça isso. Por favor, não venha aqui e aja como se você tivesse que explicar alguma coisa para mim. Eu acho que eu fui clara em sua casa. Tivemos um encerramento. Está feito. Tenho que terminar de pintar. Se você me der licença.” Fui até a tinta e o rolo que eu tinha deixado quando saí mais cedo, e esperei que ele tivesse virado e saído.
“Se você teve a porra do seu encerramento, por que seus olhos pareciam tão incrivelmente magoados? Diga-me Lila. Diga-me por que seus olhos tomaram meu fôlego? Porque, com certeza, não foi um encerramento que eu vi neles, porra.”
Fiz uma pausa e respirei fundo. Ele estava certo. Mas eu não ia admitir isso. “Ainda é recente. Estarei bem em breve.”
“Porra, quando descobrir como superar isso você poderia me dizer como? Porque Deus sabe que eu preciso de ajuda.”
Eu não podia deixá-lo chegar a mim. Eu não podia deixar suas palavras me fazerem fraca ou acho que eu não poderia confiar nele. Que não poderíamos ter nada.
“Você estava indo muito bem.” Eu respondi e me dobrei para pegar o rolo e tirar a tampa da lata de tinta.
“Lila, olhe para mim. Jesus, só olhe para mim merda. Diga-me se isso se parece com um cara que não se importa? Você me viu flertar. Eu tenho flertado desde que eu consigo andar. Não significa nada. É apenas como eu reajo a mulheres que estão flertando comigo.”
Eu rio e então balanço a cabeça. “Tanto faz. Eu não me importo. Basta ir.”
Ele ficou lá. Não falou e não saiu. Tentei me concentrar na minha pintura, mas foi difícil com seus olhos me observando. Esperei que ele dissesse algo mais. Se ele simplesmente deixasse isso acabaria de uma vez. Tudo isso. Eu experimentei isso. Sabia como era e estava pronta para deixá-lo no passado.
“Se você não se importa então poderíamos sentar, conversar, tomar uma cerveja. Nós não podemos fazer isso, Lila. Então, sim, você se importa.”
Ele estava certo. Eu o odiava por estar certo. Se eu não me importasse não haveria emoção. Eu estaria bem com uma visita. Eu não estaria exigindo que ele saísse. Deixei minhas mãos cair ao meu lado e me virei para encará-lo.
“Você está certo. Eu me importo. Mas eu quero não me importar. Quero esquecer que tudo aconteceu. Quero esquecer você.” As palavras, embora fossem verdades, soaram muito mais frias e mais duras quando eu disse em voz alta. Eu quase as retraí, mas me contive. Ele me machucou. Se isso for machucá-lo, então, tudo bem.
“Eu não quero esquecer.” Sua voz era profunda e dolorosa.
Comecei a dizer algo para suavizar a situação, mas então ele fez como eu pedi. Ele se virou e saiu. Depois que a porta se fechou atrás dele, o lugar ficou em silêncio novamente. E eu estava sozinha mais uma vez.
Trinta
Eli Hardy
O CHEIRO DE TINTA FRESCA me pegou enquanto eu ia para dentro do prédio que seria o estúdio de dança de Lila. Era uma pálida sombra de azul, e o teto sem pintura logo parecia com o céu da manhã. Ela me contou sobre um artista que tinha vindo para pintá-lo. Ainda havia muito a ser feito, mas eu estava feliz por ela. Ela estava tão animada quando ela falou sobre seus planos. Eu a ouvi por mais de uma hora na noite passada. Quando ela percebeu quanto tempo estava falando comigo sobre isso, ela se desculpou. Tinha sido bonito.
Nenhuma vez na minha vida alguém tinha me feito esquecer Bliss. Havia sempre uma dor no meu peito quando eu pensava nela. Até agora. Aquilo tinha ido embora. Eu sabia o porquê. Lila havia se tornado importante para mim. Ela tinha sido tão adorável que eu não conseguia pensar em mais ninguém. Bliss era o que deveria ter sido sempre para mim, uma amiga. Uma grande amiga com quem eu me preocupava, mas eu poderia dizer honestamente que eu não amava a minha melhor amiga. Fiquei feliz por Bliss ter encontrado Nate e que a vida dela estava cheia de alegria.
Eu puxei minha mochila por cima do meu ombro e atravessei a sala em direção a uma porta na parte de trás. Ela tinha dito para entrar naquela porta e seguir em frente até as escadas. Esta noite ela estava cozinhando pela primeira vez em sua cozinha e não queria deixar a comida sem vigilância, de modo que ela tinha deixado as portas destravadas para mim.
O cheiro de tinta desapareceu quando a pesada porta se fechou atrás de mim. Eu comecei a subir as escadas. Podia sentir o cheiro de alho antes de eu ter andando a metade do caminho.
“Eli?” Lila gritou.
“Sim!” Respondi.
Eu ouvi o toque de seus pés enquanto caminhava em minha direção. Quando cheguei ao topo da escada, ela estava lá para me cumprimentar. Ela era de tirar o fôlego. Droga... era bom estar aqui.
“Você está aqui!” Ela disse sorrindo para mim como se eu não fosse aparecer. Então ela acenou com a mão e deu a volta. “É isso. O que você acha?”
O espaço parecia que pertencia a um homem solteiro. Lila tinha adicionado um monte de coisas suaves de mulher, tudo colorido para subjugar a masculinidade do lugar. No entanto, a aparência rústica industrial, com as vigas expostas, foi construída para um homem em mente. Nada chique. Apenas aberta e útil.
“Eu acho que gostaria de alugar aquele quarto se Ophelia desistir.” Eu disse, brincando.
“É ótimo, não é? Eu amo a vista e a sensação de que esse lugar é meu.”
Eu balancei a cabeça. “Sim, isso é ótimo.” Assim era o meu ponto de vista.
Lila usava uma saia branca curta e com um top azul sem mangas que mostrava seu bronzeado. Seus cabelos estavam presos no alto da cabeça em um nó confuso. Ela não estava usando maquiagem, mas não precisa disso.
“Eu não tenho uma cama no quarto de Ofélia ainda, mas o sofá tem uma bicama, e é uma boa. Eu tinha verificado antes de comprar.” Olhei para a sala de estar, ela tinha um sofá de couro que era luxuoso e largo. Duas cadeiras com listras vermelhas e marrons e um grande pufe retangular estava no meio. A tela plana era enorme, mas então ela poderia ser visto de qualquer lugar em todo o ambiente.
“Isso parece confortável o suficiente para dormir.”
“Pode ser. Mas você é alto.” Ressaltou.
Eu testarei mais tarde. “O que você está cozinhando tem um cheiro incrível. Posso ajudar com alguma coisa?”
“Sim, você pode cortar as abobrinhas. Eu odeio cortar legumes.” disse ela. “Coloque a sua mochila mais perto do sofá e me diga sobre todos os acontecimentos atuais em Sea Breeze. Eu monopolizei a conversa na noite passada. Eu nunca soube o que aconteceu com Jude e Micah sendo presos.”
Deixei a minha mochila cair ao lado do sofá enquanto ela caminhava de volta para a cozinha.
“Damon, o melhor amigo de Micah, correu e os pegou antes que eles chamassem seu pai. Micah pode ter vinte e cinco, mas Jude tem apenas vinte anos. O pai deles teria ficado furioso. Eles são ambos idiotas por fazerem qualquer coisa com Saffron. Ela está sempre à procura de problemas.”
“Saffron os havia convidado para ir nadar na casa de um amigo que ela supostamente estava cuidando. Havia garotas de topless lá. Elas eram amigas strippers de Saffron, embora Saffron não seja uma stripper. Micah e Jude apareceram, e então tinha um menor bebendo na festa. As coisas ficaram muito altas. Os policiais vieram. Micah disse a Saffron para se esconder porque seu pai era um filho de uma cadela e que ficaria puto.”
Eli continuou. “Saffron não estava realmente cuidando da casa. Todos eles estavam lá sem o conhecimento do proprietário. Era a casa de um ex-namorado de uma das stripper. O ex-namorado e sua esposa estavam de férias.”
“Será que o dono da casa vai prestar queixa?” Lila perguntou quando me entregou a abobrinha.
“Não. A stripper que ele teve um caso ameaçou contar tudo para a esposa dele.”
Lila riu então. “Uau. Ok, isso soa como um filme. Sea Breeze é mais animada do que Rosemary Beach. Raramente temos drama. Nada de interessante.”
“Isso é porque você não tem uma Saffron Corbin por aqui.”
Lila passou por mim duas vezes para obter algo da prateleira de temperos. Eu estava tentando não assumir que ela estava fazendo isso de propósito, mas quando ela se aproximou a terceira vez eu decidi que era um convite. Coloquei a faca para baixo e agarrei sua cintura para puxá-la contra mim.
“Eu espero que isso esteja bem.” Eu disse num sussurro antes de reivindicar sua boca com a minha própria. Ela congelou num primeiro momento, e então lentamente derreteu-se contra mim, seus braços indo ao redor do meu pescoço. Isto foi melhor do que eu me lembrava.
Eu ouvi o azeite na panela atrás de nós chiar. Eu sabia que tinha que deixá-la ir, mas a sensação dela em meus braços estava tão certo que era difícil. Quando ela se afastou, ela me deu um sorriso tímido. “As cebolas vão queimar.”
Eu a deixei ir com relutância, e ela correu para movê-las com uma espátula. “Você está pronta para a abobrinha?” Perguntei ainda um pouco entorpecido por aquele beijo.
Ela olhou para mim por cima do ombro e assentiu.
Eu usei isso como uma desculpa para chegar perto dela. Peguei os legumes, em seguida, e fiquei tão perto de suas costas que nossos corpos se tocaram. Baixei a cabeça e sussurrei em seu ouvido. “Vou colocá-los na panela, você mexe.”
Lila tremeu e depois assentiu. Satisfeito que eu estava afetando ela desta forma, eu comecei a derramar lentamente a abobrinha em fatias na frigideira. Ela estava respirando rapidamente, e eu podia ver seu pulso pulando na curva de seu pescoço. Eu dei um beijo lá, incapaz de me segurar.
Ela respirou profundamente e, em seguida, estremeceu novamente.
CONTINUA
Eu só queria me divertir um pouco, e ela não podia deixar-me tê-lo. Ela não podia ficar puta da vida por alguns minutos. Jesus, ela era mais problema do que eu tinha previsto. Seus cabelos escuros foram à primeira coisa que eu vi quando sai do bar. Ela estava de pé apenas alguns metros do bar.
Tinha os braços cruzados sobre o peito, e seus ombros levemente caídos. Como se estivesse com frio e tentando se manter aquecida. Isso não podia ser ela, porque estava quente pra caralho aqui fora.
“Lila!” Eu a chamei. Ela lentamente virou-se para olhar para mim e, em seguida, retomou sua postura quando me viu, mas não estava interessada em mim. Ou como ela estava chateada.
Tomei alguns passos para alcançá-la, pronto para saber o que diabos ela estava pensando vindo aqui sozinha. Mas quando cheguei perto, ela abaixou os braços e manteve o olhar sobre tudo e qualquer coisa, menos em mim. “Pronto para o próximo bar?” Ela perguntou.
Estava chateada. Senti em seu tom. “Por que você simplesmente saiu?” Perguntei frustrado por toda essa cena. Eu tinha começado a me divertir.
“Eu não gosto desse bar.”
O que? “Só porque não gosta de um lugar você simplesmente o deixa. Você não podia esperar para me dizer?”
“Você estava ocupado.” O sarcasmo escorrendo de sua voz não foi perdido.
“Eu estava apenas começando a me divertir. Jesus, Lila.”
Ela começou a se afastar então. Ela estava com raiva e queria ficar longe de mim. Eu não tinha feito nada de errado. “Então volte lá e se divirta. Se é isso que você quer fazer, não tenho nenhum problema com isso.” O tom de sua voz não soava como se ela não tivesse problema com isso.
Estendi a mão e agarrei seu braço, parando-a. “O que há com você? Você está chateada por eu ter bebido shots nos seios daquela garota? Isso é o que ela está lá para fazer. Alguns dos bares aqui têm muito mais do que isso. Foi tranquilo. Eu não estava machucando ninguém.”
Ela suspirou profundamente, e, finalmente, virou-se para olhar para mim. “Isso é o que você gosta?”
“Beber shots de uma mulher? Sim, assim como todos os homens heterossexuais sobre a porra do planeta.”
“Você não a conhece.”
“Não, mas isso realmente não importa.”
Ela me estudou por um momento. “Você já se apaixonou, Cruz?”
Que porra é essa? O que tinha a ver eu gostar de uísque entre os seios para estar apaixonado? “Não, mas o que diabos isso tem a ver com esta conversa?”
O jeito que ela estava me estudando me deixou desconfortável. Como ela podia ver mais do que eu queria. “Porque parece superficial.”
“É sexy, divertido. Não é suposto ser mais nada.”
Lila não respondeu a isso. Deixei-a puxar seu braço para fora do meu alcance. Ela finalmente concordou. “Ok.” Eu não tinha certeza do que ela queria dizer com “OK” e se esse era o seu jeito de acabar com essa conversa ridícula que estávamos tendo, tudo bem.
“Vamos encontrar coisas mais sensuais e divertidas para fazer,” disse ela quando começou a andar novamente.
Eu caminhei ao lado dela. Ela foi até o bar próximo e não esperou por mim para pedir uma bebida. Em vez disso, ela foi direto ao bar e pediu uma dose dupla de uísque para si mesma, bebeu em um gole, então pediu outra.
“A menos que você queira me ter segurando seus cabelos lá fora, na rua, você precisa ir mais devagar,” eu avisei. Ela me ignorou e bebeu a próxima exatamente da mesma maneira. Depois disso, ela me deixou pedir a minha própria bebida e saiu para a pista de dança. Fiz o pedido com o barman, em seguida, assisti em choque como Lila Kate deixou um homem tomar sua mão e colocá-la sobre uma mesa. O cara no palco gritou “O que você quer ouvir coisa doce?”
Ela lhe deu um grande sorriso atrevido que eu nunca tinha visto em Lila Kate antes. “Poison,” ela gritou.
Poison? Que porra ela está fazendo?
“Eu acho que está apaixonada!” O cara no palco gritou. Em seguida, a banda começou a tocar, e assim o fez Lila. Eu sabia tudo sobre ela dançando. Ela tinha feito em toda sua vida. Foi à faculdade que fez. Mas eu não sabia era que, além do ballet e outras merdas de fantasias que ela tinha aprendido, em algum momento ao longo do caminho, Lila Kate tinha aprendido a fazer algo que faria milhões se ela estivesse decidida a tirar a roupa e tomar-se uma dançarina de Pole dance. Filho da puta.
Depois que eu puxei meu queixo do chão, eu tive que lutar contra o desejo de levá-la para fora e longe de todos assobios e aplausos. Foi sexy como o inferno? Sim. Mais do que qualquer coisa que eu já tivesse visto. Voltei à coisa de Branca de Neve que tentei explicar a ela mais cedo. Mas não era Lila. Ela tinha classe. Ela não era o tipo de garota que fazia coisas como esta.
Eu me segurei até que algum bastardo bêbado estendeu a mão e passou em sua panturrilha. Então eu estava feito. Ela tinha feito qualquer ponto maldito que queria fazer e eu não precisava ver mais. Caminhei pela multidão, e depois de empurrar dois caras de volta, agarrei as pernas dela e joguei-a por cima do meu ombro.
Ela gritou.
“Ei! Coloque a mulher para baixo!” Um cara que estava admirando a vista, disse em pé no meu caminho.
“Ela está comigo. Estamos viajando juntos. Ela é minha,” eu respondi dando-lhe um olhar de advertência.
“Você está bem com ele levando você?” O cara no palco perguntou.
“Sim,” ela disse parecendo irritada.
“Deixe-o ir, rapazes,” disse o vocalista, e meu caminho foi inocentado. “Se ela fosse minha, eu teria tomado-a também.”
Dezenove
Lila Kate
SÓ PORQUE EU DEIXEI ele me transportar para fora de lá como um homem das cavernas não significava que eu não estivesse com raiva. Fiquei furiosa. Ele poderia ter um bom tempo, mas eu não podia. Havia regras que estava faltando. Ele gostava de meninas que mostrava seu corpo e ostentá-lo, mas eu não tinha permissão para exibir o meu.
Quando estávamos longe o suficiente do bar e ele não iria entrar em uma briga, eu bati em suas costas e comecei a me movimentar para ser liberta. “Deixe-me descer!”
Ele parou de andar e me colocou em meus pés. “Posso confiar em você que não estará indo saltar sobre um pole em algum lugar e tirar suas roupas?” Ele virou-se para mim.
Era isso. Eu não tinha pedido para sair de Sea Breeze. Eu tinha deixado por causa de algo que ele tinha dito. Ele foi à razão pela qual eu corri em primeiro lugar. Ele tinha me acusado de ser fria e gelada. E quando eu fiz o que ele, obviamente, gostava em mulheres, ele ficou com raiva. Eu não poderia ganhar. Não com ele.
“O que foi? Foi pura demais para você? Você prefere que eu vá lá e empurre o meu top par baixo e comece a distribuir shots nos meus seios?”
Sua expressão era de alguém mentalmente instável. “Foda-se, não!”
“Então o que é que você gosta Cruz? Você me chama de fria e diz que eu sou intocável. Quebrável. Eu venho para provar que não sou nenhuma dessas coisas. Então, quando eu começo a ser corajosa e me solto fazendo coisas como acabei de fazer, você age como se eu estivesse fazendo algo errado. Eu não entendo. Desejaria não me importar. Eu tentei me cuidar por tanto tempo que eu nem me lembro quando eu não fiz. Você. Sempre foi você. Eu odeio isso. Eu odeio que seja você. Por que não podia ser outra pessoa? Alguém que fosse... gostar... Eli! Alguém como ele. Por que não posso querer alguém como Eli? O que há de tão errado com a minha cabeça que eu sempre quis você?” As palavras foram saindo. Me ouvi, sabendo que eu deveria calar a boca. Que o que eu estava dizendo nunca poderia ser levado de volta. Mas era como se eu tivesse controle de mão da minha boca para outra pessoa, e ele estivesse falhando em seu trabalho.
“É como eu pareço? Eu não sou bonita o suficiente? Você prefere outro tipo? Talvez sejam meus seios, talvez porque eles não são tão grandes como o da menina no bar? É isso? E quanto a mim fazer você me tratar como uma professora? Por favor, diga-me para que eu possa corrigi-lo!”
As pessoas estavam nos ignorando. Eles passavam direto por nós, e quando eu percebi o que tinha feito, que tinha apenas gritado tudo isso para qualquer um em torno de nós ouvir. Alguém gritou: “Eu acho que você está fodidamente sexy, baby. Venha até aqui.”
Sintonizando isso. Esta rua estava cheia de bêbados. Eu era um deles, aparentemente, porque eu tinha acabado de dizer coisas que eu nunca quis dizer sóbria. Eu tinha muito orgulho. A bêbada Lila Kate não tinha orgulho. Eu gostaria de ter percebido isso mais cedo.
“Você não é barata. Você não é fácil. Você é como a porra de um diamante raro. Você me quer? Você quer a minha atenção? Por quê? Eu sou uma bagunça. Eu não posso ser o que você merece. Eu nem sei como. E se eu me deixar tocá-la, apreciar o que você fez lá, eu estarei arruinado. Você acha que me quer, mas se realmente me conhecesse iria mudar de ideia. Então eu teria tido um gosto de você e nada jamais iria se comparar a isso de novo. Você me aterroriza. Me assusta como nada jamais me assustou na minha vida.” Seus olhos estavam brilhantes e selvagens. Suas mãos tremiam quando eu deixei cair o meu olhar para olhar para ele, incapaz de manter nossos olhares juntos. Todo o resto dele parecia tenso. Rígido.
“Eu te conheço. Eu te assisti toda a minha vida. Eu vi você no seu pior e seu melhor.” Eu não gritei aquelas palavras. Eu apenas disse e deixei-as ficar lá enquanto eu continuava deixando suas palavras se aprofundar. Eu não esperava isso dele. Eu ainda não tinha certeza se eu estava sonhando. Eu poderia estar sobe o efeito da bebida em algum momento?
“Eu não tenho relacionamentos, Lila.”
Eu levantei meu olhar então. “Eu não estou pedindo por um.”
Ele parecia dividido. Seus olhos se estreitaram. “Então o que é que você quer de mim?”
Eu queria muitas coisas. E eu sabia que ele nunca iria dar o que eu queria. Nós nunca teríamos um felizes para sempre. Isso não era Cruz. Ele nunca tinha sido. “Agora. Agora mesmo. Nessa viagem. Nada mais.”
Ele não respondeu de imediato. Ele ficou lá olhando para mim como se não acreditasse em mim. Ele não deve, porque eu queria mais. Eu só sabia que nunca iria conseguir isso. Eu não era a garota para fazê-lo querer mais. Ele encontraria um dia e iria mudar de ideia. Ele seria capaz de ser aquele cara. O único que fez relacionamentos.
Eu tinha ouvido dos meus pais a história um milhão de vezes. Meu pai não tinha sido aquele cara. Minha mãe tinha sido a única a mudar sua mente. Foi o que aconteceu a todos eles eventualmente. Eu sabia que não era para Cruz e que eu deveria deixá-lo ir e ir embora. Mas eu não podia. Eu queria saber por apenas um momento. Como me sentiria estar com ele. Então havia uma chance de eu tirá-lo da minha cabeça e coração. Seguir em frente e encontrar alguém. Assim, Cruz Kerrington não estaria sempre em meus pensamentos.
“Nada além desta viagem?” Ele repetiu as minhas palavras como uma pergunta.
Eu balancei a cabeça.
“Você ouviu a parte sobre me arruinar?”
Eu dei de ombros. “Nós dois sabemos que isso não vai acontecer. Eu não sou única. Você ainda não encontrou alguém.”
Ele franziu a testa. “Única?”
“Sim. Única. A menina que você vai querer para sempre.”
Ele balançou sua cabeça. “Você está mexendo com a minha cabeça. Eu juro.”
“Você está atraído por mim?” Perguntei-lhe corajosamente. Eu poderia agradecer aqueles shots duplos de uísque por isso.
“Isso não é o ponto aqui. Eu não sei se eu posso... apenas ter um caso com você, Lila. Há sentimentos lá. Eu não gosto de sentimentos porra. Não com as mulheres. Eu não posso te machucar, e é isso que eu vou fazer.”
Dei um passo em sua direção, coloco uma mão em seu peito. Este era um jogo, mas eu estava brava agora. Eu não seria na parte da manhã. Eu tinha ido tão longe que eu precisava empurrar ainda mais. “Você não pode me machucar se eu conheço as regras. Nós desfrutamos disto. Ter um caso. Em seguida, passar como sempre fomos.”
Ele baixou o olhar para a minha mão. “E se você me arruinar?”
“Dê uma chance,” eu sussurrei.
“Foda-se,” ele murmurou em resposta. Em seguida, agarrou meu pulso, e me puxou contra seu corpo. Mal tive tempo para recuperar o fôlego antes de sua boca estar na minha. O sabor das nossas bebidas misturadas com o que eu tinha ganhado. Por agora, eu tinha isso. Foi minha decisão, e eu esperava que isso saísse do meu sistema para que eu pudesse, eventualmente, seguir em frente.
“Não há mais bares,” disse ele contra a minha boca. “Voltamos para o hotel. E não estamos hospedados em dois quartos de merda.”
Eu não discuti. Eu só dei um aceno de cabeça em concordância. Era isso. É melhor não ser um sonho.
Vinte
Cruz Kerrington
HAVIA DECISÕES inteligentes e decisões estúpidas. E então havia erros. Eu não tinha certeza de onde este pousou, mas com Lila em meus braços cheirando como o céu, e a imagem de sua dança naquela mesa foi tudo o que me preocupava, no momento.
Eu quebrei o beijo, agarrei seu cotovelo e me dirigi para o hotel. Nós estávamos em um hotel a poucos quarteirões à frente, na esquina da Canal e Bourbon. Percebi como tudo o que eu, mas queria sem falar, que no fundo eu estava preocupado que ela iria ficar sóbria e mudar de ideia. Se eu fosse metade da porra do homem que eu deveria ser, eu não iria deixá-la fazer isso esta noite, enquanto ela estava bêbada... enquanto eu estava bêbado.
Mas eu tentei dizer a ela a confusão que eu era. Ela parecia ver mais em mim do que estava lá. Eu queria que houvesse mais. Eu queria conhecer suas expectativas. Quando eu era criança, eu tinha visto o olhar em seus olhos, e eu sabia que ela me via de forma diferente do que via Nate. Eu amei isso. Eu era diferente. Isso me fez sentir importante. Então eu a tinha beijado, e ele tinha me assustado.
Eu sabia que Lila Kate não era para mim. Eu não era o tipo de cara que ela iria querer por muito tempo. Ela veria muitos eventualmente. Ele iria fazê-la mudar de ideia. E ela nunca mais olharia para mim com aquele olhar sonhador em seus olhos novamente. A ideia de poder perder que me levou a colocar uma parede lá. Uma construída para magoá-la. Ela tinha funcionado. Até agora. Até que eu ouvi que ela tinha deixado à cidade e eu corri atrás dela, porque eu não podia suportar a ideia de ter uma vida sem ela.
Quando entramos no hotel, fiz uma pausa e olhei para ela. A menina da minha infância. A menina que eu sempre assisti, mas nunca me permiti chegar perto. A que eu fingi que eu não sabia por que me evitava.
“Tem certeza?” Eu perguntei a ela.
“Sim.”
Eu esperei. Eu precisava que ela pensasse. Deixar tudo afundar. “Poderíamos dormir esta noite. Esperar até amanhã.”
Ela sorriu. Tão suave que fez seus olhos brilharem e me fez sentir mais como um homem do que devia. “Hoje à noite,” ela finalmente disse.
O caralho que eu poderia ignorar isso. Teríamos hoje à noite. Se ela se arrependesse amanhã, poderia me quebrar. Mas eu estava disposto a arriscar.
A viagem para o quarto foi curta, mas tantos pensamentos passaram pela minha mente que me senti passar muito mais tempo do que era. Ela tocou o cartão-chave para o desbloqueio e acendeu a luz verde. Era isso.
A porta se abriu. Entramos no interior. Meu quarto era idêntico a este. Logo ao lado. Eu tinha feito uma piada sobre isso quando chegamos. Eu não estava brincando agora. Eu deveria estar naquele quarto. Sozinho. Era a coisa certa a se fazer.
“Lila,” disse pensando que eu deveria parar com isso.
Ela deixou cair à pequena bolsa do ombro no chão, em seguida, tomou a parte inferior de sua camisa e puxou-a por cima da cabeça. O sutiã de renda branco era pequeno e a elevação de seus seios parecia que eles estavam prestes a derramar por cima expondo seus mamilos. Sua blusa caiu no chão ao lado dela, então ela chegou ao redor e desabotoou o sutiã. Eu assisti com fascínio quando as tiras escorregaram pelos seus braços finos até se juntar a sua blusa no chão. Seus mamilos escuros redondos duros do frio do quarto ou a partir de sua excitação chamando minha atenção.
Me movi, fechando o espaço entre nós. Incapaz de manter minhas mãos para mim eu cobri ambos os seios com as mãos. Embora minhas mãos fossem grandes elas não eram grandes o suficiente para levar cada seio completamente. O excesso me animando eu apertei deixando a suavidade provocar minhas mãos.
“Porra,” sua voz pegou quando ela disse as palavras. Aquelas não eram as palavras que eu imaginei vindo de seus lábios. Eles não se encaixavam com Lila Kate. Mas a forma como sua voz tremia quando ela disse. A maneira como ela se inclinou para mim e um gemido suave escapou simplesmente do meu toque fez tudo isso parecer certo. Como era para ser. Como nós deveríamos ser.
A restrição que eu tinha retido estalou. O lado impertinente de Lila foi demais para um homem tomar. Eu agarrei sua saia e puxei para baixo até que ela ficasse ali em nada além de suas calcinhas de renda preta. Elas fizeram pouco para cobri-la. Quase inútil a menos tentando seduzir um homem. E eu estava seduzido. Eu tirei minha própria camisa e joguei-a fora.
Minhas mãos em volta de sua cintura e a suspendi a levando até a mesa do quarto porque era mais perto que a cama. Sentei-a, em seguida, puxando sua calcinha memorizando a maneira que olhei quando ela deslizou fora de seu corpo.
Ela estremeceu e meu pau latejou. Essa era Lila Kate... doce, inocente, preciosa Lila Kate. Impertinente, selvagem, carente Lila Kate tinha tomado seu lugar essa noite, e eu tremia de antecipação. “O que você quer?” Eu perguntei a ela quando desabotoei minha calça jeans. “Diga-me exatamente o que você quer que eu faça.”
Seus olhos foram do meu peito nu e depois bloquearam em minhas calças quando eu comecei a soltá-la e empurrando-a pelos meus quadris e saindo dela. “Diga-me, Lila,” eu exigi. Eu não tinha certeza por isso que eu precisava dela para dizer, mas eu fiz. Eu queria que ela falasse sujo. Ouvir sua linda boca dizer coisas ruins. Fiquei muito provável que explodisse ao som, mas eu queria.
“Eu quero você,” ela sussurrou.
“Você vai ter que fazer melhor que isso. Conte-me.”
Ela engoliu em seco e ergueu o olhar de minha ereção pressionando através de minhas cuecas boxer aos meus olhos. “Eu te disse. Eu quero que você me foda, Cruz.”
Isso deve ser suficiente. Eu deveria estar feliz. Mas ela me transformou em um monstro enlouquecido pelo sexo. “Você quer isso gentil?” Perguntei empurrando minha cueca para baixo deixando meu pau grosso livre.
Ela balançou a cabeça lentamente. Os olhos arregalados quando ela olhou para mim. “Não,” sua voz era tão suave que eu quase não a ouvi.
“Diga-me,” eu disse enquanto empurrava suas coxas com as mãos e me coloquei entre elas. “Como você quer ser fodida?” Nessa última palavra, seus olhos brilharam com o mesmo desejo que sentia.
“Forte. Foda-me forte.”
Minhas mãos chegaram debaixo dela e agarrei sua bunda quando eu bati nela. Que com um impulso era como afundar em cetim apertado e quente. “Foda-se!” Eu gritei quando seu corpo reagiu à entrada súbita, apertando meu pau. Era melhor do que a minha imaginação.
Suas mãos pequenas agarraram meus braços, as unhas cravando em minha carne. O ardor que senti foi incrível. “AH!,” Ela gritou.
“Isso é o quão duro você quer?” Rosnei perto da orelha dela querendo bater nela uma e outra vez, mas estava fazendo tudo o que podia para me controlar.
“Sim. Mais,” ela ofegava.
Meus dedos entraram na carne da bunda dela quando eu puxei para trás e mergulhei mais fundo. Gemendo de prazer, eu mordi seu ombro, e ela começou a implorar. “Por favor, mais forte. Eu quero sentir você amanhã.”
Qualquer a sanidade que estava segurando saiu. Fui buscá-la afundando-a mais para o meu pênis rígido e levando-a até a cama onde eu caí para a suavidade com ela. Não querendo me afastar. Eu tive que puxar para fora em um movimento rápido e lançá-la em seu estômago. “Bunda no ar,” eu pedi.
Ela fez isso, sem dúvida. De quatro, era mais fácil e eu estava martelando dentro dela imediatamente. Seus gritos se tornaram mais frenéticos como a minha respiração. Eu bati na bunda tão forte quanto eu podia sem realmente me preocupar em machucá-la. Só para deixar arder.
“Oh Deus!” Ela gritou. “Estou gozando!” Seu corpo começou a tremer e seu clímax pulsava em meu pau ainda trancado dentro dela. Eu balancei com a necessidade de explodir. Foi uma porra tão incrível que eu não conseguia pensar. Pouco antes de perder a pequena quantidade de controle que eu tinha deixado, eu puxei para trás até que eu estivesse livre dela e gritei seu nome quando minha porra cobriu sua bunda virada para cima.
Seu corpo ainda estava tremendo, e minhas pernas estavam fracas. Fracas demais para se moverem. Ficamos lá. Sua cabeça agora repousava na cama. Tudo o que podia ser ouvido era nós ofegantes. Que tinha sido mais. Muito mais do que eu esperava. Tinha sido viciante. Eu poderia dizer-me que era muito perigoso fazer isso de novo, mas eu seria um tolo. Eu queria mais. Inferno, eu queria mais, logo que eu pudesse respirar fundo novamente.
Ela começou a abaixar seu corpo inteiro para a cama.
“Eu preciso limpar você,” eu disse a ela apreciando o olhar de meu sêmen em sua pele.
“Está bem,” ela disse suavemente, ainda afundando até que fosse pressionada completamente contra o colchão.
Sorrindo para a simples beleza, encontrei forças para ficar de pé e fui para o banheiro pegar uma toalha molhada. Limpei-a rapidamente, em seguida, cobri-a para cima. Ela levantou a cabeça e olhou para mim. “Você está vindo para a cama também?”
Os cabelos perfeitos de Lila estavam bagunçados. Seus olhos estavam pesados, os cílios se espalharam pelas bochechas. O rubor no rosto ainda estava lá, e nada parecia tão incrivelmente bonito na minha vida. “Sim. Eu vou.”
Subi ao seu lado e cobri nós dois puxando-a de volta contra o meu peito. Seria difícil em alguns malditos minutos, mas ela estaria dormindo cedo demais para perceber. Eu inalei o cheiro de seus cabelos e sua mão cobriu a minha.
Levou menos de dois minutos para a sua respiração se abrandar. Ela estava dormindo em meus braços, e eu sabia que nada seria o mesmo para mim. A ruína que eu temia era muito pior do que isso. Eu não estava preparado para ser capaz de deixá-la ir.
Vinte e Um
Lila Kate
RECONHEÇO SEU CHEIRO antes mesmo de abrir os olhos. O calor de seus braços me fez suspirar e afundar mais perto. Isto foi melhor do que sonhei. E sonhei com isso mais do que gostaria de admitir. Lembrar que é por um tempo curto, que não é para sempre causa uma forte dor então afasto o pensamento. Por agora, vou desfrutar do que tenho. Cada momento que passamos juntos, vou absorver tudo.
“Se continuar se contorcendo mais perto vamos foder antes de eu estar totalmente acordado,” sua voz sonolenta me assusta e eu rio. Nunca ri, mas o faço então. É bom. Na noite passada, o álcool me deu a coragem que precisava. Esta manhã não há arrependimentos. Não desejo que tivesse sido diferente. Porque depois de abrir-me para ele e caminhar de volta para o hotel fiquei sóbria o suficiente. Lembro-me de cada detalhe. Nunca esquecerei um só momento.
“Lila,” sua voz rouca e profunda é um alerta quando pressiono o corpo mais no dele. “Você deve estar dolorida,” diz ele enquanto beija meu ombro.
Eu estou. “É uma dor gostosa.”
Ele respira fundo, em seguida, rola para cima de mim. Seu corpo nu paira sobre mim. Os cabelos estão bagunçados e os olhos ainda pesados de sono. “Você encontrou sua boca impertinente e gosta dela, não é?” Ele pergunta com o joelho separando minhas coxas.
Balanço a cabeça.
Então, ele está dentro de mim. Tão rápido. Fecho os olhos com força, e engasgo da ternura e prazer.
“Dói?” Ele pergunta ao ficar completamente imóvel.
“Sim. Mas como disse, é uma dor boa,” digo a ele abrindo os olhos. “Faça doer mais.”
“Jesus, Lila. Você vai nos matar,” ele geme quando começa a se mover. Bombeando os quadris dentro e fora de mim. Sua boca beija ao longo da minha clavícula até o pescoço. Seu hálito quente em meu ouvido só aumenta a sensação. “Diga mais merda suja com esta boca bonita,” ele diz com um sussurro antes de mordiscar minha orelha.
Abro mais minhas pernas levantando os joelhos para prender seus quadris. “Quero te sentir gozar dentro de mim. Sentir o calor da sua porra escorrendo por minhas coxas,” digo e ele congela.
“Porra, Lila. Não fale esse tipo de merda, se não quer que eu goze.”
“Eu quero que você goze.”
Seus braços tremem enquanto ele se mantém completamente imóvel. “Você está tomando a pílula?”
Sorrio para ele. “Sim. Não quero ser mãe tão cedo.”
Ele move-se, a expressão feroz. “Estou limpo. Nunca tocaria em você sem camisinha se não tivesse certeza de estar completamente limpo.”
Confio nele. Ele é um monte de coisas, mas não me colocaria em perigo. Eu sei. “Então goze dentro de mim.”
Seus quadris começam a bater contra mim. Todos os outros pensamentos desaparecem. Tudo o que sinto é o aumento do meu próprio clímax. Posso ouvir sua respiração acelerar e seus palavrões murmurados. Abro os olhos e vejo seus braços flexionando com cada movimento.
Quando empurro contra ele e envolvo as pernas em sua cintura para segurá-lo, eu grito seu nome.
“Maldição, Lila,” ele pragueja e então sinto. Tudo isso enquanto ele me dá exatamente o que pedi. Quero que dure para sempre. Não irei pensar sobre o dia em que tudo terminará. Porque neste momento, eu tenho tudo.
Rolo de lado levando-me com ele. Nós dois estamos ofegantes e suados quando nossos corpos se grudam. Falar não é necessário ou sequer possível. Estou tentando recuperar o fôlego e voltar para a terra. Sexo nunca foi tão bom. Mas, então, minha experiência é limitada. Muito limitada. Mas não posso imaginar ser melhor do que isso.
A mão de Cruz começa casualmente a brincar com meus cabelos. Viro a cabeça para olhá-lo e seus olhos estão fechados. Sempre odiei que ele seja tão impressionantemente bonito. Ele faz meus sentimentos ainda mais difíceis de ignorar. Gostaria de vê-lo e ter vergonha de mim mesma por fazê-lo. A maneira como ele anda, se porta, o som de sua voz e esse sorriso. Tudo isso é impossível não notar. Todas as mulheres o notam.
“Vamos para o norte. O que acha de Memphis?” Diz ele com os olhos fechados.
“Memphis? O que tem em Memphis?” pergunto, desfrutando da liberdade de olhá-lo.
“A fodida Graceland está em Memphis,” ele sorri.
“Quer dizer que quer ver onde Elvis viveu?” Rio ao falar.
Ele inclina a cabeça para olhar para mim e abre um olho. “Claro que sim, eu quero. Essa merda deve ser brega. Quem quer perder isso?”
Não me importa aonde vamos. Estou bem com qualquer lugar. “OK. Memphis então.”
“Você ligou para seus pais?” A pergunta dele me surpreende.
“Não,” admito.
“É melhor,” ele suspira. “Tenho certeza que todos sabem que estamos juntos agora. Nate dirá a eles.”
“Provavelmente.”
Ele passa a mão sobre o rosto e geme. “Grant vai me matar.”
Eu não respondo. Porque essa é uma questão que enfrentarei quando isso acabar. Estou numa aventura para fugir com o cara que está na cama comigo. É diferente agora. Não estou tentando mudar ou encontrar um novo eu. Eu já fiz. A garota que sou nesse momento não é nada como a garota que era na noite que ele tinha me chamado de fria. Agora, só tenho que aproveitar enquanto durar. Porque isto acabará.
“Meu pai pode me matar antes do seu. De qualquer maneira, minha vida será curta.”
Isso me faz sorrir. “Isso é um pouco dramático,” digo a ele.
Ele dá de ombros. “Honestamente, vale a pena.” Sua mão corre pelo meu lado e aperta meu quadril. “Vale a pena completamente.”
Isso não é uma declaração de amor. Eu percebo. Mas é doce. Coloco a perna por cima dele quando viro até que metade do meu corpo esteja em cima dele. Ambos seus olhos abrem quando faço isso. “Somos crescidos,” lembro a ele. “Acho que você vai viver.”
Ele me olha com ternura. “Ou você vai me matar antes deles. Mas a morte por sexo soa como um bom caminho a percorrer.”
Eu rio. “Estou apenas começando. Não estou prestes a atacá-lo.”
Suas mãos agarram minha bunda e me puxa para cima dele. “Talvez, mas colocar este pequeno corpo quente num homem enquanto ele está nu e na cama é irresistível.”
Quando ele desliza para dentro de mim lentamente desta vez, gemo alto e gosto de ser preenchida mais uma vez antes do café da manhã.
Vinte e Dois
Cruz Kerrington
DIRIGIR QUASE SEIS HORAS para Memphis hoje não foi uma boa ideia. Vi Lila Kate esconder a careta quando montou na moto. Nós fodemos como maníacos e agora ela está dolorida. Ela alega não estar, mas vejo em seu rosto. Não deveria ter forçado as duas rodadas esta manhã, mas ela é tão gostosa. É uma necessidade por estar dentro dela novamente e fodê-la, não gosto de querer alguém tão forte. A experiência do passado me prova que uma boa transa tira a menina do meu sistema e sigo em frente. Mas com Lila Kate ainda tem que acontecer. Com as pernas dobradas atrás das minhas e seu corpo contra minhas costas já estou pensando em transar novamente. Jesus, ela é como crack para um viciado.
Vou em direção a Birmingham, Alabama. Podemos parar no meio e descansar. Encontrar algo para ver ou fazer, e depois pilotar o resto do caminho. É apenas uma hora mais perto de Memphis; ela pode visitar sua amiga, e ela ajudará a controlar minha necessidade de ter meu pau nela durante nossa parada. Preciso encontrar algum controle.
Depois de oitenta minutos na estrada, ela começa a se contorcer e acho uma saída que tem opções de restaurante e algumas compras. Passaremos um tempo aqui, então partiremos quando ela estiver pronta. Paro em um restaurante e estendo a mão para ajudá-la a descer. Ela estremece novamente.
“Acho melhor parar por hoje,” digo, me sentindo culpado por seu desconforto.
Ela franze a testa. “Por quê?”
Aprecio que ela tente ser forte, mas sei que está dolorida e não vou fazê-la sofrer mais. Pela primeira vez desejo não ter uma moto maldita. “Você está dolorida,” aponto o óbvio. “Vamos comer e andar um pouco. Fazer compras. Veja como você se sente mais tarde.”
“Vou ficar bem,” ela argumenta.
Ignoro isso. “Com fome?”
“Sim e este lugar cheira muito bem.”
Entramos e forço-me a não colocar as mãos sobre ela. Tocá-la o tempo todo não é bom. Isto é temporário. Não há necessidade de agir como se fosse mais do que isso. Nós dois estamos apreciando a viagem.
Seu telefone começa a tocar pouco depois de passarmos na porta e ela o tira do bolso. Quando levanta os olhos para mim, eles estão se desculpando quando ela coloca o telefone no ouvido. “Ei mãe.”
Disse para ligar para seus pais mais de uma vez. Ela não me escutou.
Sua mãe está falando e o rosto de Lila Kate empalidece antes dela sussurrar. “Ah não. Quando?”
Agora estou preocupado. Ela começa a morder o lábio. “Sim, ele está.”
“Não tenho certeza,” ela olha para mim. “Onde estamos?”
“Cerca de uma hora ao sul de Montgomery, Alabama,” digo.
Ela repete para a mãe. “Não... de moto,” Posso vê-la se encolher quando fala.
“Sim. Vamos dirigir até lá agora,” diz ela. “Vejo você mais tarde. E mãe, eu sinto muito.”
“Também te amo.”
Quando ela termina a chamada, lágrimas enchiam seus olhos. “Minha avó faleceu no meio da noite. Mamãe vai enviar o jato do meu avô para me pegar em Montgomery. Eles já estão na Califórnia. Meu avô chamou mamãe às três esta manhã para contar. Ela e meu pai pegaram um avião pouco depois.”
Esta é a última coisa que esperava que ela dissesse. “Deus, Lila, sinto muito.”
Ela assente com a cabeça. “Eu também. Por causa do meu avô. Ela nunca esteve lá sabe. Sua mente se foi há tantos anos. É um milagre ela viver tanto tempo. Mas Kiro passou toda a vida ao seu lado. Eles pararam a turnê, porque ele odiava estar longe. Toda sua história é apenas devastadora. Minha mãe nunca chegou a conhecê-la. Seu cérebro foi danificado quando ela era um bebê .”
Sei sua história. Foi manchete quando souberam que a mulher de Kiro Manning, Emily na verdade ainda estava viva. O mundo pensou que ela tinha morrido naquele acidente. Mas ele a manteve longe da mídia. Eles fizeram até um filme chamado “Emily Kiro” cerca de dez anos atrás, que foi um sucesso de bilheteria. Kiro não queria que o filme fosse feito no início, mas na entrevista que deu para a revista Rolling Stones disse ter mudado de ideia. Ele queria que o mundo conhecesse sua Emily. O que ela era. Quão surpreendente ela foi. Ela mereceu.
Levo Lila de volta para a moto e a ajudo a subir. Coloco o capacete em sua cabeça e desejo ter mais que eu possa fazer. Algo mais. Algo para ajudar. Temo que ela pegue aquele jato. Nosso tempo está terminando mais cedo do que esperava.
Ela segura-me com mais força do que antes. Minha garganta está grossa. Há uma porra de emoção lá que não entendo. Que não quero. Esta é uma maneira de protegê-la, tirá-la do meu sistema e seguir em frente. Para nós dois. Mas uma noite não foi suficiente. Eu sou egoísta. Sua avó acaba de falecer. Mas que droga.
A viagem para o aeroporto de Montgomery é muito rápida. Nosso tempo juntos está terminando. Esta pequena bolha que tivemos está prestes a estourar. Voltarei para casa e enfrentarei a ira do meu pai. Fazer o que diabos devo. Ela voltará e será como antes. Não vamos continuar de onde paramos. Isso será mais do que uma aventura. Isso fez com que o caroço de merda na minha garganta signifique algo.
Ferir Lila Kate é inevitável para mim. Se fizer isso mais tarde, doerá mais. Mais cedo é melhor. Mais cedo nos ajudará a seguir em frente. Nunca serei o cara que ela precisa. Mas droga, sei que isso me machucará também.
Paramos no aeroporto antes do jato particular chegar. Quero dizer algo que torne isso mais fácil. Algo que faça com que a dor em meu peito vá embora. Algo que faça com que seu olhar triste desapareça. Mas não tenho nada.
Ela desce da moto e pego suas coisas no alforje. Então viro para ela. “Não estava esperando que nossa jornada acabasse tão cedo,” digo tentando sorrir.
“Nem eu.”
Posso ver a questão lá. A incerteza. Ela quer saber se é o fim para nós. Mas ela não pergunta. E não posso dizer as palavras. Mesmo que precise, eu não posso.
“Diga a seus pais e avô que sinto muito por sua perda.” Seus olhos perdem a luz. Ela esperava mais do que condolências genéricas. Sinto-me um idiota gigante.
“Obrigada,” ela sussurra. “Por tudo.” Então ela pega sua bolsa e sai. Assisto a sua partida. Quero correr atrás dela e dizer algo mais. Para tentar fazê-la sorrir. Mas isso só piorará seu estado. Em vez disso, espero ela entrar no prédio. Então subo na moto e volto para o sul. Volto para Rosemary Beach.
Vinte e Três
Lila Kate
EU ESTAVA ENTORPECIDA. O voo para Los Angeles e a viagem para casa de meu avô, em Beverly Hills é um borrão. Quando a limusine que me pegou no aeroporto estaciona na frente de sua mansão, percebo que não me lembro de entrar nela.
Pego a única bolsa que tenho comigo e saio quando o motorista abre a porta. Não vejo Kiro a cerca de seis meses. Ele nos visitou, mas eu não estava. Quando era criança, visitei mais vezes. Fiquei uma semana com ele no verão. Tenho boas memórias deste lugar.
Minha mãe vem para a porta da frente e sai para me cumprimentar. Subo as escadas e espero que ela não esteja muito chateada com meu passeio de moto com Cruz. Ela tem seu pai para se preocupar. Não preciso aumentar seu stress. Sei que nunca andarei na moto de Cruz novamente.
Ele acaba de me deixar ir. Sem promessas. Nada. Ele acaba de terminar. Muito rápido. Meu peito dói e me sinto culpada. Meu avô está sofrendo. Eu deveria estar mais preocupada com ele.
“Como ele está?” Pergunto ao abraça-la.
Ela me aperta. “Ele está triste. Mamãe se foi há muito tempo. A mulher que ele conheceu. Mas agora até mesmo o pouco que ele tinha dela sumiu. Vai ser duro para ele.”
“Ela estava doente?”
“Não. Seu coração parou. Com o dano que seu cérebro sofreu, o médico diz que é um milagre ela ter vivido tanto. Mas papai fez com que ela tivesse o melhor atendimento. E ele está sempre aqui. Acho que ela viveu por ele.”
Sua história é tão trágica. Quando recuo, olho para ela. “Quão chateado está papai?”
“Sobre Cruz?”
Balanço a cabeça.
“Ele não está feliz,” diz ela com um pequeno dar de ombros. “Mas você é uma mulher adulta. O que ele pode fazer? Foi sua decisão para tomar.”
Concordo, mas não acho que papai concorde.
“Ele não vai falar ainda. Por enquanto, trata-se de Kiro e Emily.”
“Quem está aqui?”
“Neste momento, apenas Dean e nós. Nan, Cope, Mase, Reese, Rush e Blaire estão a caminho.”
Mamãe olha a mochila no meu ombro. “O que aconteceu com sua bagagem?”
“Deixei tudo com Nate.”
Ela suspirou. “Para fugir na moto de Cruz Kerrington.”
“Sim.”
Ela não fala mais nada. Mesmo não sendo uma semana, tudo o que aconteceu faz parecer como se fosse muito mais tempo.
“Posso dizer uma coisa?” pergunta mamãe.
“Claro.”
Ela estende a mão e toca minha bochecha. “Você é gentil, amorosa, generosa, paciente e linda. Você merece algo especial.”
“Mãe, você tem um conto de fadas. Nem todo mundo os vive.”
Ela inclina a cabeça para o lado e sorri. “Não, Lila Kate. Nem todo mundo é paciente o suficiente para esperar por ele.”
Ela beija meu rosto, em seguida, pega meu braço e sobe as escadas, entrando na casa. Quero refletir sobre o que ela disse mais tarde. Talvez ela esteja certa. Talvez eu encontre um conto de fadas. Só que o espero da pessoa errada.
A casa cheira a charutos. Foi assim toda minha vida. Ouvi Rush uma vez dizer que é melhor do que o cheiro de maconha que tinha em sua juventude. Caminhamos através da grande entrada pelo corredor esquerdo, onde Kiro tem a sala de jogos. Grandes sofás de couro preto, enormes telas planas em três lados, uma mesa de bilhar e um grande bar estão lá. Sentado no canto do sofá está meu avô, Kiro Manning. Ele está mais velho agora, mas ainda é uma lenda. Seu nome é bem conhecido. Ele tem um charuto numa mão e uma garrafa de uísque na outra. O corpo esguio é alto e coberto de tatuagens. Mesmo aposentado e sendo avô ele ainda se assemelha a uma estrela do rock.
Ele levanta os olhos avermelhados assim que entramos e sorri ao me ver. Ele chorou em algum momento. “Minha Lila Kate,” diz ele com a voz rouca de anos de drogas, cigarro e álcool.
“Hey,” digo ao caminhar até ele. Não é segredo que ficou furioso quando meu pai engravidou minha mãe. Minha mãe não é sua única filha, mas é a favorita. Porque foi a criança que Emily lhe deu. Meu nascimento poderia ter matado minha mãe. Isso o aterrorizou. Mas minha mãe sempre diz que passou a minha vida me esperando. Sei que ele me amava mais do que seus outros netos. Ele é muito franco sobre o assunto. Mas também sei que só sou parte de Emily.
Ele abre os braços também cheirando o álcool e charuto. Abaixo-me e abraço-o com força. “Eu te amo,” sussurro.
“Não tanto quanto eu te amo, menina bonita,” essa sempre foi sua resposta. “Ouvi dizer que esteve de moto com um Kerrington. Acho que tem um pouco do sangue selvagem do vovô depois de tudo.”
Fico tensa esperando que meu pai não tenha ouvido. “Hum, eu acho,” digo o mais baixo que posso.
Isso o fez rir. Estou feliz por ele poder rir, mas não é algo para rir. “Vamos dar a seu papai um pouco de dificuldade. Ele precisa.”
De todas as coisas para ele querer falar essa não é uma delas.
“Papai está tudo bem. Ela só está nervosa em falar com Grant sobre tudo isso,” Mamãe interrompeu.
Fecho os olhos e faço uma careta. Quando levanto Kiro pisca para mim. “Você é uma menina crescida. Tudo bem.”
Viro a cabeça lentamente para olhar meu pai que está em pé no bar com os braços cruzados sobre o peito e uma carranca no rosto. “Ela é melhor do que Cruz Kerrington,” diz meu pai.
“E minha Harlow é melhor do que Grant Carter. Minha menina doce foi varrida de seus pés por alguém que tinha a reputação como um jogador. Parece que acabou tudo bem,” Kiro diz antes de tragar seu charuto.
Papai só resmunga.
Tento pensar em algo para mudar de assunto quando passos soam no corredor. Então ouço vozes. Os outros dois filhos de Kiro chegam com seus cônjuges. Tenho certeza que ouvi a voz do meu tio Mase em algum lugar. E quando ele está discutindo com minha tia Nan parece uma reunião de família.
“Não ficarei no quarto azul, Mase. Enfie-o na sua bunda. Quero o outro perto do elevador. Sempre fico nele. Não discuta comigo,” Tia Nan diz em seu tom irritado agudo.
“Dê-me outra porra de garrafa. Vou precisar dela,” Kiro resmunga.
Ele e minha tia Nan não tem o melhor relacionamento, mas minha mãe disse que está melhor em comparação com o passado.
Quando os quatro entram na sala. Kiro ergue a garrafa. “Estou de luto porra. Não comece essa merda aqui.”
Nan parece envergonhada e Mase assente. “Desculpa. Estou apenas começando a te tirar do tédio.”
Kiro dá de ombros. “Entendido.”
“Sinto muito, Kiro,” Reese, a mulher do meu tio Mase diz quando se afasta dos outros. “Vá em frente, chore e vou manter estes dois na linha.”
“Ainda não descobri como diabos conseguiu essa menina,” Kiro diz apontando com a garrafa na direção de Reese enquanto olha Mase.
“Nem eu,” responde Mase, em seguida, joga-se no sofá em frente à Kiro. “Passe o uísque.”
Vinte e Quatro
Cruz Kerrington
O CHEIRO de flores. Odeio o cheiro tanto quanto odeio funerais. Elas me deprimem. Não deveria estar aqui. Não conheci Emily Manning. Claro, conheço Lila Kate, mas ela não esperava que viesse ao funeral de sua avó. Inferno, eu não iria se pudesse fugir. Uma vez que alguém estava morto, acabou. Porque ter um grande e deprimente funeral?
Quero que minhas cinzas sejam atiradas no Golfo. Sem músicas, flores e sem lágrimas de merda. Afrouxo a gola da camisa e suspiro. Meu pai foi inflexível sobre eu ir. Todos estão. Toda a família maldita está aqui. Como cada família em Rosemary Beach que somos próximos.
“Vamos por Grant, Harlow e Lila Kate!” Meu pai disse quando reclamei sobre não ver razão para ir a este funeral.
A verdade é que tentei tirar Lila da cabeça durante os últimos três dias e não funcionou. Tudo o que posso ver é Lila. Quando tive outra menina contra a parede do meu apartamento na noite passada, tive o rosto de Lila Kate na cabeça. Não quero vê-la tão cedo. Ainda estou tentando tira-la do meu sistema. Até digo a meu pai que eles podem fazer meu funeral uma vez que Grant Carter pôr as mãos em mim. Papai me disse que pedi por isso.
“Ali está Nate,” minha mãe sussurra. “Vá se desculpar.”
“Por quê?” Pergunto confuso. Não fiz nada para Nate.
Ela agarra meu braço como se eu ainda tivesse oito anos. “Por levar Lila Kate sem uma palavra. Isso é o que fez.”
Não vou me desculpar com ele por isso. “Não.”
Suas unhas afundam em minha pele. “Agora.”
Não vou me desculpar, mas vou até lá dizer algo a ele para fazê-la pensar que obedeci antes que ela me agarre pela orelha e me leve até ele.
“Tudo bem,” murmuro e sua mão me solta, logo que vou em sua direção.
Desculpar-me com Nate. Sério? Será que eles sequer conhecem Nate Finlay? Como se isso não fosse algo que ele faria. Jesus. Todos estão sendo dramáticos como o inferno. Não a sequestrei. Ela foi de bom grado.
Nate também usa um terno e Bliss está ao seu lado parecendo deslumbrante num vestido preto com os cabelos presos para cima dos ombros. “Hey,” digo quando eles se viram ao me ver chegando.
Nate inclina o queixo.
“Você viu Lila Kate?” pergunto.
“Sim. Por quê? Tem a moto com você?” Nate sorri quando fala.
“Não, espertinho. Eu só não a vi.”
“Ela foi pegar uma bebida. Já conversou com todos e sua boca ficou seca.”
Balanço a cabeça. Bom. Tenho tempo para ficar fora de vista antes dela voltar. “Estão aqui há muito tempo?”
“Chegamos ontem à noite. Ficamos no Dean. Dirigimos para cá de manhã,” Nate responde. Dean é seu avô. O melhor amigo de Kiro Manning.
“Vou sair assim que isso acabar,” digo. “É bom ver você de novo, Bliss. Acho que estive aqui tempo suficiente para que minha mãe pense que me desculpei o suficiente. Vou deixá-los.”
Nate sorri. “Pedir desculpas, né? Acho que eu gostaria disso.”
Bliss ri. “Nate pare. É bom vê-lo novamente, Cruz.” Ela começa a dizer mais, em seguida, faz uma pausa e sorri para algo sobre meu ombro. “Lá estão eles,” acrescenta.
Olho para trás sem pensar e meus olhos param em Lila Kate. Ela está impressionante. Os cabelos escuros enrolados frouxamente e tocando os ombros. O vestido azul da meia-noite que usa abraça suas curvas docemente. É difícil afastar o olhar.
“Devo buscá-lo? Ou acha que ela quer que ele fique?” Pergunta Bliss.
Buscar quem?
“Deixe. Ela parece querê-lo lá,” Nate responde.
Afasto meu olhar de Lila Kate para ver um cara alto e loiro com a mão possessivamente em suas costas. Sua expressão é séria ao ouvir algo que ela diz. Quem diabos é esse?
“Quem está com ela?” pergunto uma vez que eles obviamente sabem.
“É Eli, meu melhor amigo,” diz Bliss, com um sorriso satisfeito.
“Como ela o conhece?” Lila Kate não é de se relacionar com alguém rapidamente.
“Eles passaram algum tempo juntos antes que você aparecesse de moto e a levasse,” Nate responde. Ele está se divertindo. Ele sabe por que estou perguntando e está se divertindo para caralho.
“Ela quis ir comigo,” digo a ele virando para encarar sua expressão presunçosa.
Ele assente. “Sim, ela quis. Mas agora...” ele inclina o queixo na direção de Lila Kate. “Ela quer Eli. Lição aprendida rápido eu diria.”
“Que porra isso significa?” Rosno dando um passo em direção a ele.
Nate não recua. Mas, então, eu não espero que o faça. Ele dá um passo em minha direção. Sua expressão fica fria. Fechada. “Isso significa que Eli é um bom rapaz. O tipo que permanece. Isso é o que significa.” a voz de Nate é baixa quando fala.
“Ela mal o conhece,” argumento.
“Mas ela te conhece o suficiente agora,” ele responde.
Estamos num funeral. Isso deveria me parar e me fazer ir embora. Mas não vou. Porque Nate está certo. Ela me conhece. Podia pegar minha moto e sair. Isso é o que um bom rapaz faria. Mas eu a levei e depois abandonei. Quando penso sobre isso tenho que admitir que possa ter sido a coisa mais fria que já fiz. E fiz essa merda muito cruel. Volto o olhar para Lila Kate e Eli. Ele está sussurrando algo e ela sorri. O sorriso não é o radiante que conheço.
É triste. Seus olhos não brilham e iluminam a sala como sei que podem. Ela perdeu alguém e Eli está lá com ela. Esse é o tipo de cara que ela precisa. Deixei-a porque ela precisa seguir em frente sem mim. Só não esperava que essa porra acontecesse tão rápido.
“Ela merece muito mais. Você sabe. Deixe que ela tenha.” A voz de Nate me incomoda, simplesmente porque ele está certo. Não falo nada. Apenas vou embora. Volto para minha família. Gostaria de me afastar deste maldito funeral e sair em silêncio. Esquecer o que aconteceu com Lila e eu. Eventualmente.
No caminho para ir embora sinto seus olhos me seguirem. A melhor coisa a fazer seria ignorá-la, mas não posso. Encontro seu olhar. Ela não sorri. Apenas me olha com olhos tão cheios de decepção que queima meu estômago. Ela me arruinou. Assim como estive com medo que ela faria.
Vinte e Cinco
Lila Kate
ELI SEGURA MINHA MÃO enquanto observo o mausoléu privado que abriga todos os membros do Slacker Demons e sua família. Minha avó é a primeira a ser enterrada nele. Kiro comprou porque disse que não queria ser enterrado no chão e não queria que sua Emily fosse também. Então decidiu que a melhor maneira de descansar em paz eterna era um mausoléu com aqueles que mais amava.
“Nunca vi ninguém ser colocado para descansar num destes. Exceto enterros,” Eli diz baixinho ao meu lado.
“Nem eu. Parece mais fácil do que vê-los afundar no chão, não é?”
Ele assente. “Sim, acho que é.”
Concentro-me em meu avô e seus olhos injetados de sangue fitando a frente, onde Emily foi posta. Ele está bebendo uma garrafa de uísque. Estou preocupada que ele entre em coma alcoólico, mas minha mãe disse que ele tem anos de tolerância com estas coisas. Ele ficará bem. Seu terno cobre as tatuagens, mas ainda parece um roqueiro. É sua postura, rosto, a maneira como os cabelos ainda estão longos demais para um homem mais velho. Ele sempre será Kiro Manning. Mesmo aos setenta anos de idade.
“Obrigado por ficar comigo hoje,” digo a Eli. Eu precisava de alguém. Apoio, suporte. Todo mundo esteve aqui. Todos sabem que saí na moto de Cruz Kerrington e todos o viram completamente ignorar-me. Mas a dor do meu avô é mais importante do que meu desprezo evidente por Cruz. Consegui o que queria ao brincar com fogo.
“Estou feliz por ter vindo. Quase não o fiz. Nate pensou que eu deveria. Terei que lhe agradecer por isso.”
Nate esperava isso. Ele sabia que Cruz viria assim como eu. Estamos todos juntos. Preciso agradecer a Nate por trazer Eli. Não que eu vá usá-lo como rebote. Mas ele se tornou um bom amigo. Depois de hoje, espero continuar em contato. Gosto de sua companhia. Ele é forte. Confiável. O tipo de homem que sei que meus pais esperam que eu encontre um dia.
Quando meu coração finalmente se curar e seguir em frente, espero encontrar um conto de fadas com um cara como Eli. Sei que não será Eli porque seu coração já não está disponível. Simpatizo com ele. Amar alguém que nunca terá é doloroso.
Pelo menos ele não sofreu uma humilhação por causa disso. Ele mantém seus sentimentos em segredo. Nunca cometeu o erro de jogar a precaução ao vento e se aventurar.
“Vamos,” digo quando os outros começam a sair. Sei que meu avô ficará aqui por um tempo e quero que tenha seu tempo sozinho com ela.
Eli continua segurando minha mão quando nos afastamos. Sei que os Kerrington estão a minha esquerda. Posso ver Woods e Della pelo canto do olho. Mas não os cumprimento. Simplesmente não posso. Ando com a cabeça baixa. Eli leva-me para a limusine que está à espera da família.
“Onde vai?” Pergunto.
Ele aponta para a limusine atrás da minha. “Para o Dean com Nate e Bliss.”
Estar com Nate e Bliss não é fácil para ele. Sei disso sem perguntar. “Vem comigo,” digo.
Ele sorri como se entendesse por que e pudesse ler meus pensamentos. “Obrigado.”
Vou para o último assento. “Você me salvou hoje. Deveria te agradecer.”
Eli vem atrás de mim e senta com a coxa pressionando a minha. O calor de seu corpo e o cheiro de sua colônia me traz alivio. Que não estou sozinha. Lembro-me da nossa noite juntos. Sei agora a diferença entre um bom sexo bêbado sem amarras e sexo com o homem que seu coração deseja. São dois campos diferentes.
“Você está linda hoje. Ele é um idiota e pela maneira que observou cada movimento seu ele sabe disso.”
Levanto a cabeça e olho Eli. “O que?”
Ele me dá um meio sorriso. “Cruz Kerrington. Ele não tirou os olhos de você. Não o conheço nem fomos apresentados, mas tenho experiência com seu tipo. Posso identificá-los. Ele também é completamente óbvio. Ninguém lá olhou para mim como se quisesse rasgar meus membros do corpo.”
Isso não faz sentido. Balanço a cabeça. “Você entendeu mal. Ele foi forçado a vir. Conheço seus pais. Ele agiu assim porque está com raiva que o funeral diminui seu tempo de diversão.” O desgosto é óbvio em minha voz. Assim como a dor.
“Posso não ser um idiota. Mas sou um homem. Sei o que pensamos. Posso ler um. E esse cara não ficou feliz por você estar comigo. Ele também queria ficar a sós e ter as mãos em você. Honestamente, Lila, você é linda. Hoje esteve deslumbrante. Eu tive dificuldade em afastar os olhos de você.”
Era bom. Não, parecia mais do que bom ouvir um homem de boa aparência dizer isso para mim. Não me sinto bonita ou deslumbrante. “Obrigada,” digo sem ter outra forma de responder. Então digo o que estou pensando. “Eu queria... Gostaria de ter te conhecido em outro momento. Um em que nossos corações não estivessem tão confusos. Talvez tivéssemos uma chance.”
Sua mão desliza na minha e ele a aperta. “Quando saiu eu percebi uma coisa. Meu coração não está onde pensei. Bliss tornou-se um hábito. Tudo o que conheço. Ninguém teve impacto suficiente em mim para movê-la do meu coração. Mas você... você me fez esquecer. Mostrou que há mais. Que posso sentir algo por alguém,” ele faz uma pausa, em seguida, seus dedos entrelaçam os meus. “Meu coração está pronto, Lila. Só serei paciente até o seu estar.”
Uau... isto não é algo que esperava ouvir. “Na nossa última noite juntos estava chateado com ser o melhor homem,” lembro.
Ele dá de ombros. “Um hábito. Um hábito que me despertou e mostrou como meu coração mudou. Percebi que segui em frente quando descobri que tinha ido. Que... me despertou mais do que a merda do casamento fodido. Estive pensando nisso e completamente focado em você. Nem sequer sinto uma pontada quando os vejo se beijando. Você me curou. Gostaria de poder fazer o mesmo.”
Aqui está um homem maravilhoso me dizendo que quer mais. Ele está pronto para seguir em frente comigo. Ele quer estar comigo. Ele está disponível. E tão bonito como tudo soou, mas meu coração ainda dói por Cruz. Sou ou a mulher mais estúpida do planeta ou a mais azarada. Possivelmente ambos.
“Preciso de tempo,” digo a ele porque quero um conto de fadas. Acredito que Eli é esse tipo de cara. Ele é seguro, sólido, bonito. Todas as coisas que meu pai é, que Rush Finlay é e que meus tios Mase e Cope são. Quero um homem como eles.
“Sou muito paciente,” ele responde.
Até mesmo o tom de sua voz é suave. Não faz meu coração acelerar ou desperta borboletas no estômago, mas faz-me sentir segura. Descanso a cabeça em seu ombro. Seu braço me envolve e ficamos lá em silêncio enquanto esperamos o resto da família.
Vinte e Seis
Cruz Kerrington
“VOCÊ A FODEU?” Blaze, meu irmão de dezenove anos pergunta sentando na outra extremidade do sofá que minha mãe se refere como ‘cova dos meninos.’ Fica no piso inferior da nossa casa de três andares e tem tudo que um adolescente pode precisar. Até um miniginásio com pesos. Vim aqui logo que chegamos em casa para evitar o resto da família.
“Só a ignorei,” não respondo voltando minha atenção para o jogo de beisebol que estou assistindo.
Blaze ri. “Isso quer dizer sim. Porra! Ela é tão gostosa.”
Fúria me toma. “Se quer viver é melhor calar a boca,” aviso. Não quero que ninguém saiba o que fizemos, mas também não quero que meu irmão pense em Lila Kate e sexo na mesma frase.
“Qual é o seu negócio? Jesus, relaxe. Lila Kate é sexy. Eu daria minha bola esquerda para transar com ela.”
Movo-me. Rápido. Sem pensar. Prendo Blaze no sofá com a mão em torno de sua garganta. Ele é um centímetro, talvez dois mais alto que eu, mas é mais esguio. Seus músculos são pequenos. Sou mais pesado que ele. Também sou dois anos mais velho. “Cale sua boca porra. Você me entendeu merdinha estúpido?”
Ele assente incapaz de respirar, então solto meu aperto em seu pescoço. Em seguida, o olho uma última vez antes de voltar para meu lugar. “Vá embora,” digo ao sentar novamente.
Posso vê-lo esfregando o pescoço. Droga de drama. Ele finalmente levanta e estou tão aliviado que quase suspiro. Só quero ficar sozinho.
“Se você a ama, então não está fazendo um bom trabalho em demonstrar. Isso é tudo que estou dizendo.” Após as palavras saírem de sua boca, ele se vira e corre em direção as escadas.
“Eu não a amo,” disse a ninguém. Mas preciso dizer. Colocar para fora. “Eu não amo ninguém. Amor não é para mim.” Continuo falando para a sala vazia.
A imagem de Lila Kate em pé no funeral. Sua pele macia bronzeada tão perfeita e nua no vestido que ela usava fez meus dedos coçarem para tocá-la. Sentir a textura sedosa. Se Eli fodido Hardy a abraçasse, não seria responsável por minhas ações. Mas ele não fez. Ele é o cara bom. Ele não tocou em seu corpo. Só segurou sua mão.
Ela parecia precisar do apoio. Lutei contra o ciúme me comendo por ser a pessoa ao seu lado. Foi minha escolha foi não ser. Sofri por seu bem estar.
Passos na escada desta vez me alerta que estou prestes a ser interrompido novamente por um membro da família. Jogo a cabeça para trás e fecho os olhos ao suspirar com irritação. “Você não pode apenas me deixar em paz?” Rosno frustrado quando o próximo membro intrometido da minha família entra.
“É apenas um minuto. Preciso dizer uma coisa. Então não vou incomodá-lo novamente,” a voz de Lila Kate faz minha cabeça levantar. Que porra ela faz aqui?
Ela usa um vestido branco que mostra muita pele. Estou hipnotizado. A visão dela. Toda sua suavidade perfeita. Aqui na minha casa. Por quê?
“Blaze disse que estava aqui e que poderia vê-lo por um momento. Ele saiu com seus pais para o almoço no clube. Não queria incomodá-lo,” ela para e olha o jogo na televisão. “Vejo que você está ocupado assistindo algo. Serei rápida.”
Ela se aproxima parando a alguns passos de distância. “Eu não cometi um erro. Sabia o que estava fazendo. Eu esperava isso de você. Não esperava mais nada. Eu escolhi ir com você, dormir com você, permiti-me gostar de estar ao seu lado. Isso foi tudo para mim. Vou lidar com as memórias. O desgosto. Tudo isso porque pedi por ele. No início, pensei ser estúpida. Amaldiçoei minhas más decisões. Mas... estou grata por ter feito. Eu deixei você me machucar. Mas nós tivemos um momento. Agora sei como é. Como você... me faz sentir. Eu não me arrependo. Não me arrependo de você. Vou seguir em frente. Ir por outro caminho. Nunca o incomodarei novamente. A vida vai voltar ao que era antes.” Ela para e sorri. É um doce e triste sorriso. Ele deixa meus malditos joelhos fracos mesmo estando sentado.
“Faz menos de quarenta e oito horas, mas foi divertido. Emocionante. E sempre me alegrarei por ter feito. Obrigado, Cruz Kerrington,” diz ela quando fecha a distância entre nós e se inclina para dar um beijo em meus lábios. “Adeus,” ela sussurra contra eles. Então levanta e caminha em direção à escada.
Meus lábios ainda estão formigando de excitação por seu toque. Meu corpo anseia o cheiro de seu corpo. Deixá-la ir parece impossível. Estou fora do sofá e atrás dela tão rápido que não tenho tempo para pensar. Minhas mãos agarram sua cintura, e aperto-a contra a parede. Há um milhão de coisas que quero dizer. Mas não falo nenhuma.
Beija-la é a coisa certa. Sem a porra de um beijo doce. Eu reivindico sua boca. Provo sua doçura. Fico bêbado no néctar que é Lila Kate. Desejo isso desde que a deixei. Sonho com isso. Tentei tirá-la do meu sistema com outra mulher. Nada funcionou. Esta é a única maneira de curar meu desejo.
Suas mãos envolvem meus cabelos e minhas mãos sobem para sentir o peso de seus seios. Coloco a mão sobre seu coração e os batimentos fazem o meu disparar. Fiz isso com ela. Ela quer tanto quando eu. Somos a porra de explosivos. Nunca houve outra mulher que me fizesse reagir desta maneira. Por que não posso apenas fazê-lo durar mais tempo? Apreciar até que termine.
Quando suas mãos tocam meu peito e me empurram firmemente, estou atordoado.
“Isso é suficiente,” ela ofega e desliza para longe do meu corpo para libertar-se de onde a prendi.
“Nós estamos apenas começando,” respondo minha própria voz rouca por falta de oxigênio.
Ela balança a cabeça. “Não, Cruz. Meu beijo foi um adeus. Aquele beijo foi um encerramento.” Enquanto estou tentando entender o que falou ela vai embora. Deixa-me lá. Bem desse jeito. Sem lágrimas. Nada.
Eu me sentiria melhor se ela tivesse chorado? Não quero machucá-la. Quero me trancar num quarto com ela e nunca sair. Mas não quero machucá-la.
Ela me mostrou suas emoções antes. Na Bourbon Street eu vi. Tudo. Sei que seu coração é suave. Que as lágrimas caem facilmente. Então, isso significa que a mulher que acabou de sair daqui é algo... que eu provoquei. Ela não foi fria. Ela terminou. Mostrei o quanto posso machucá-la e ela viu que eu não valho a pena. Ela sabe que merece mais.
Seu cheiro se agarra a minha pele. Meu corpo dói com a perda dela em meus braços. Mas mais do que isso minha alma sabe que apenas afastei a única coisa que me despertou. Perdi a mulher que me mostrou como o fogo é.
Afundo na cadeira atrás de mim. Seguro a cabeça com as mãos. Está feito. Nós tivemos nosso pequeno momento. Queria dizer que mostrei como sou ruim para ela. Como posso arruiná-la. Que preservei a ambos. Mas no final, sou o único completamente arruinado.
Vinte e Sete
Lila Kate
O ESPAÇO ERA PERFEITO. Ele iria crescer comigo. Com minhas aulas de dança. Eu podia ver um futuro aqui. Eu tinha o dinheiro para começar. Eu compraria este lugar, todo o equipamento e começaria a anunciar. Claro, eu queria encontrar uma aventura duas semanas atrás, mas agora uma aventura sempre me lembra Cruz. Ele tinha sido a minha verdadeira aventura.
Eu quase tinha deixado a sua presença nesta cidade fazer-me correr. Quando admiti para mim mesma que eu estava olhando para estúdios de dança fora de Rosemary Beach, porque eu estava tentando evitar Cruz, tinha começado a minha pesquisa aqui. Só fazia sentido começar o meu primeiro estúdio em uma cidade onde eu conhecia todo mundo e avançar mais tarde para expandi-lo. Eu não tinha planos de ficar aqui para sempre. Mas, por agora, fazia sentido. Minha necessidade de aventura tinha sido sugada de mim. Tinha sido fugaz. Eu tive aventuras demais no período de uma semana que durariam alguns anos.
A porta se abriu atrás de mim, e Ophelia Finlay ficou ali parecendo tão glamorosa como sempre.
“Eu te liguei três vezes.” Ela me disse como se eu não tivesse visto as chamadas não atendidas no meu telefone.
“Eu estive ocupada.” Respondi.
Ela suspirou alto. “Você não vai mesmo considerar? Eu seria uma incrível companheira de quarto.”
Ophelia tinha ouvido falar, por sua mãe, que eu estava comprando um condomínio e começando meu próprio estúdio de dança. Palavras viajam rápido quando suas mães são melhores amigas. Ela estava tirando um ‘tempo’ da faculdade este ano, porque precisava de uma nova direção ou algo dessa natureza. Isso era muito Ophelia.
“Eu não estava considerando. Não duvido que você seja uma boa companheira de quarto. Eu só precisava ter certeza de que era isso que eu ia fazer,” Eu virei em um círculo olhando para o prédio. “Mas é isso mesmo. Este é o lugar.”
Ophelia assentiu. “Este será um bom estúdio. Excelente localização.”
Eu apontei para cima. “Meu apartamento será lá em cima. Estou comprando o prédio. Eu preciso poupar dinheiro, e ficar onde eu trabalho faz sentido.”
Ela fez uma careta. “Você vai morar aqui?”
Eu balancei a cabeça. “Sim.”
“Como se parece lá em cima?”
Dei de ombros. “É um grande loft, vigas expostas, muito abertas. Não é realmente o seu tipo de lugar.” Foi por isso que eu não tinha respondido suas ligações.
“Que horas serão as suas primeiras aulas?” Ela perguntou, ainda não parecendo satisfeita.
“Às oito da manhã.” Eu respondi.
Sua determinação para ser a minha nova companheira de quarto parecia que estava desaparecendo rapidamente. “Oh.”
Isso foi o que eu pensei. Este seria o meu mundo. Meu trabalho e meu loft. Eu não imaginava que iria atrair alguém.
“Posso vê-lo?” Perguntou ela, esperançosa.
“Certo, vamos.” Eu respondi. “Por este caminho.”
Eu abri o caminho para a porta de trás, que foi pintada de azul. Eu mudaria isso. Ela abria-se para as escadas que iam para o sótão. Havia exatamente vinte e cinco degraus. Quando chegamos ao topo, não havia porta. Gostaria de trabalhar com isso, também.
A área de quatro mil metros quadrados era quase completamente aberta. A única privacidade era um banheiro à esquerda e a escada em espiral que levava a mais uma área do loft que seria o meu quarto. A cozinha estava completa e era toda em aço inoxidável. Mesmo as bancadas eram inoxidáveis. Era tudo muito industrial.
“Existe um segundo quarto?” Perguntou ela observando a área.
“Não. O proprietário original era um homem. Mas se você está realmente interessada, há espaço suficiente. Nós podemos construir paredes nesse canto próximo ao banheiro, e você teria um quarto de tamanho suficiente. Mas teríamos que dividir o banheiro.”
Ela caminhou enquanto estudava toda a área de Rosemary. Era pequena e uma rua pitoresca com lojas. O exterior de todas as lojas era muito ‘costa do sul’, e me senti confortável com isso. Muito diferente da área onde tínhamos vivido quando crianças. Finalmente, ela se virou para mim e sorriu. “Vamos fazer isso.”
Se tivesse sido Phoenix Finlay, eu não teria dito absolutamente nada. Mas eu poderia viver com Ophelia. Além disso, o rendimento do aluguel pagaria os serviços públicos neste local. Fazia sentido ter este acordo.
“Eu vou falar com o papai para ele arrumar alguns trabalhadores aqui para construir um quarto assim que eu assinar a papelada deste lugar.”
Ela estava sorrindo brilhantemente. “Quanto tempo você acha que vai precisar?”
“Até o final dessa semana.”
Ela bateu palmas com entusiasmo. “Isto será muito divertido!”
Eu esperava que sim. “Você quer um emprego? Porque eu vou precisar de ajuda no escritório uma vez que abrir o estúdio.”
“Certo! Por que diabos não? Podemos apenas retirar o aluguel do meu salário?”
“Isso seria bom para mim.”
Conversamos um pouco mais antes de Ophelia sair para contar para a sua mãe sobre seus planos. Entrei e puxei-me para cima, para me sentar no bar da cozinha. Eu poderia fazer uma vida aqui. Não era na parte rica de Rosemary Beach, onde as grandes casas eram e o clube estava localizado. Ficava logo ao lado dele, mas parecia separado. Eu não estava deixando a cidade, mas eu estava começando uma nova vida nesta cidade.
Meu telefone tocou e ecoou no grande espaço vazio. Olhei para ele, era Eli. Sorrindo, eu respondi. “Olá.”
“Como parece o lugar?” Ele perguntou. Eu tinha lhe dito, por uma mensagem de texto que eu lhe enviei ontem à noite, que viria verificá-lo hoje.
“Perfeito. Eu acho que vai ser perfeito.”
“Droga. Eu estava esperando que você achasse que é ruim e viesse para Sea Breeze comprar algo por aqui.” Ele estava brincando, mas eu sabia que ele também ficaria contente se isso acontecesse.
“Você sempre pode vir a Rosemary Beach.” Eu respondi.
Ele ficou quieto por um momento. “Não me tente.”
Eu me perguntei se ele iria realmente fazer isso. Talvez um novo começo fosse o que ele precisava. “Eu não iria reclamar se você viesse.” Eu adicionei.
Ele riu e acrescentou, “É difícil dizer não para você também. Mas eu tenho um emprego, e não posso apenas largar tudo e fugir.”
Ele tinha um ponto. “Eu sei. Queria esclarecer que se você precisar de uma aventura eu ficaria feliz em ser o seu início.” Eu estava brincando, mas ele ficou quieto.
Mordi meu lábio nervosamente. Talvez eu não devesse ter dito isso. Nós não falamos muito sobre aquela noite. Eu não tinha certeza se ele se lembrava de me perguntar se ele foi o início da minha aventura. Esperei por ele dizer algo e me preocupei todo o tempo em que ele ficou em silêncio.
“Eu poderia considerar se pudéssemos ter outro sexo na praia. Eu penso muito sobre isso. Desejo a Deus que eu não tivesse estado tão malditamente bêbado.”
Após Cruz, eu não estava pronta para fazer sexo com ninguém. Eu queria estar um dia. Mas, por agora, eu simplesmente não podia. Em uma semana, eu tinha feito sexo com dois homens diferentes. Isso tinha sido um inferno de uma aventura.
“Um dia, se for à hora certa.” Eu disse suavemente enquanto imagens de Cruz e as coisas que tínhamos feito apareciam na minha cabeça. Meu coração doía junto com elas.
“Eu não quero ser apenas o começo de sua aventura Lila, eu quero ser o fim.”
Vinte e Oito
Cruz Kerrington
MINHA CABEÇA ESTAVA FODIDA. Eu estava no trabalho fazendo o que meu pai me pediu para fazer. Não porque ele pediu, mas porque eu estava tão fodido da cabeça que eu precisava de algo para me distrair. E as bucetas de outras mulheres não estavam funcionando.
“Cruz, você parece tanto com o seu pai em sua idade, que eu tive um flashback. Eu era uma garçonete novamente e lá estava o chefe. Você está bem aqui no Club Kerrington de polo. Eu sei que Woods está orgulhoso de tê-lo aqui com ele.” Blaire Finlay disse quando entrou na sala de jantar com minha mãe e Harlow Carter, a mãe de Lila.
“Ele é gêmeo de seu pai. Em tudo, incluindo a atitude.” Disse minha mãe com um sorriso.
“Não vou dizer a ele que você disse isso.” Eu disse, sabendo que ele não gostaria de ouvir que eu agia como ele.
Blaire riu, e as três passaram por mim. Minha mãe fez uma pausa para apertar meu braço gentilmente. Harlow estava quieta. Ela não falava alto como as outras ou chamava a atenção para si mesma. Ela era quieta, bonita, não parecia em nada que tinha a sua idade, e tudo que eu podia ver era Lila Kate vinte anos mais velha. O homem que a segurar será um sortudo filho da puta.
Irritado com minha linha de pensamento, eu andei pelo corredor em direção ao escritório do meu pai, para onde eu estava indo quando as três tinham chegado. Eu adorava vir a este escritório. Isso significava que veria meu pai. Ele me colocava em sua mesa e me deixava brincar com um brinquedo pequeno de golfe que estava sobre ela. Eu assistia a tela plana na parede e o observava enquanto ele trabalhava. Eu queria ser como ele.
Caramba, como os tempos haviam mudado.
A porta do escritório do meu pai abriu e ele saiu antes de eu chegar a ele. Seu olhar imediatamente parou em mim. “Bem, você chegou na hora. Eu terei um almoço com o Capitão, se lembra do irmão de Blaire Finlay? Sua filha Emmeline está com ele. Ela está sendo preparada para assumir a franquia de restaurante aqui em Rosemary Beach. Eu acho que ter você lá vai fazê-la se sentir mais confortável já que você está mais próximo da idade dela.”
Encontro de almoço. Fan-porra-tastico. “Eu conheço Emmeline, e a chamamos de Emmy. Ou pelo menos era assim há dois anos, quando eu falei com ela em um evento realizado aqui por uma coisa ou outra.”
Papai concordou. “Bom. Franny, a filha mais velha do Capitão supervisiona as franquias no Alabama e Tennessee. Emmeline está sendo treinada para assumir as franquias da Flórida e Geórgia. Ela não estará pronta até se formar na faculdade, mas o Capitão começa a prepará-las desde jovens. Como eu deveria ter feito com você. Empresário inteligente.” Meu pai disse enquanto andava e esperava que eu o acompanhasse.
“Vamos comer aqui?” Perguntei esperando a resposta negativa. Eu não estava no humor para lidar com a multidão lá dentro.
“Não. Vamos para o lugar do Capitão.”
“Por que exatamente estamos nos reunindo com ele?”
“Porque nós precisamos de outro restaurante no clube. O grill junto à piscina e o salão de jantar principal não são suficientes. Não mais. É hora de nós expandirmos.”
“Então você irá colocar um dos restaurantes do Capitão no clube?”
“Possivelmente. Parece ser uma boa ideia. Vamos ver o que se desenrola.”
O novo Dodge Ram do meu pai estava estacionado na frente e um manobrista já tinha começado a trazê-lo para nós. Subimos e nos dirigimos para a propriedade do clube, na parte de negócios de Rosemary Beach, onde fazem compras, comem, fazem mais compras e toda a merda turística estava localizada. Eu não disse muito, apenas observei a cidade passar. Perguntei-me sobre Lila Kate, porque esse era o meu novo hábito que eu não podia deixar.
“Conversou com Lila Kate ultimamente?” Papai perguntou como se ele pudesse ler minha mente.
Eu balancei a cabeça negativamente.
“Então você não sabe sobre ela comprar esse lugar?” disse ele, e meus ouvidos se animaram.
“O quê?”
Papai parou em um dos três semáforos na cidade e apontou para uma loja de dois andares na esquina da rua principal. “Aquele ali no fim. Grant disse que ela comprou. Ela está abrindo um estúdio de dança.”
Estudei o edifício azul pálido. Grandes janelas forradas, piso inferior e no segundo andar tinha os protetores contra furacões que eram tão populares por aqui. “Isso não pode ter sido barato.” Wu disse perguntando o que diabos ela estava pensando.
“Não foi. Mas ela tem um fundo fiduciário de Kiro. Ela tem uma boa cabeça para os negócios. Em vez de viver com o dinheiro, ela o está usando para fazer mais. Para construir alguma coisa.”
Eu podia ouvir a admiração em seu tom. Eu sabia que ela era especial. Ele não precisava reforçar isso. Eu entendi. Foi por isso que a afastei. Isso tinha sido o correto.
Papai puxou o caminhão na frente do lugar do Capitão em Rosemary Beach, e eu saí ainda olhando para o lugar que agora era de Lila. Ela não estava deixando a cidade. Isso era bom. Como se eu pudesse respirar melhor. Não que fosse importar onde ela vivia, mas eu a queria aqui. Isso era muito fodido.
“Ouça, preste atenção, e seja educado. Fale com Emmeline. Não aja como um idiota.”
Eu sorri. “Quando eu fui um idiota com uma mulher?”
“Inúmeras vezes, Cruz. Muitas vezes.”
Carrancudo, eu o segui e o cheiro de frutos do mar me bateu. Eu não tinha estado aqui há muito tempo, mas a comida era boa. Eu deveria sair mais vezes. Não iria me prejudicar andar por essa parte da cidade.
“Woods, Cruz, é bom ver vocês dois.” Capitão Kipling disse enquanto apertava a mão de papai, em seguida, a minha. “Quando você se transformou em um homem?” Ele brincou, e em seguida, me deu um tapa nas costas.
Emmy caminhou ao seu lado e sorriu para mim. Não era o tipo educado de sorriso de negócios que eu estava esperando. Ela estava mais velha e, nos últimos dois anos ela amadureceu. Ela também sabia disso. Seus longos cabelos loiros e olhos verdes brilhantes eram uma combinação impressionante contra o bronzeado deixado pelo sol em sua pele.
“Olá, Cruz.” Seus olhos brilhavam com malícia quando ela disse meu nome.
“Emmy,” eu respondi com um aceno. “Bom te ver.”
“Enquanto vocês se sentam, eu vou levar Cruz comigo para pegar o laptop que você precisa papai. Eu posso mostrar-lhe em volta também.”
Capitão e meu pai já estavam conversando socialmente, e ele apenas balançou a cabeça. Meu pai me deu um olhar de aviso antes de se afastar. Essa não parece ser uma boa ideia. Será que os dois não viram a forma como Emmy tinha olhado para mim? Eles eram tão cegos? Ela não estava pensando porra nenhuma em negócios.
“Meu pai me disse que você está sendo preparado para assumir o clube.” Disse ela andando tão perto de mim que o seu braço escovou contra mim.
“Sim.” eu respondi.
“Eu estarei na cidade mais vezes para conhecer este lugar. Durante o verão, estarei aqui para trabalhar. Até eu voltar para a Universidade UT, deveríamos fazer alguma coisa.” Sua voz caiu para um tom sensual. Merda.
“Não sei o que você está pensando, mas estaremos potencialmente trabalhando juntos. Não acho que temos que atravessar as linhas.”
Ela se aproximou, em seguida, deu um passo na minha frente para abrir a porta e me levou para dentro. Eu estava na sala e percebi que era um escritório antes dela fechar a porta. “O que há de errado em ter um pouco de diversão? Isso fará com que trabalhar juntos seja mais agradável.”
Sua mão tocou meu braço e me afastei quando ela se aproximou mais de mim. “Eu sempre tive uma queda por você. Mas eu acho que todas as meninas têm.”
Foda-me. O que diabos eu deveria fazer com isso? Normalmente, eu mergulharia neste convite, mas o tempo estava fora aqui. Minha cabeça estava desarrumada, e Emmy não era alguém que eu pudesse mexer sem que meu pai ficasse irritado.
“Olha, por mais tentador que seja, temos que trabalhar juntos. Eu tenho certeza que você está bem ciente da minha reputação. Eu não quero qualquer atrito entre nós.”
Ela riu, em seguida, e moveu-se para frente de mim. Seu peito quase tocou o meu. “Eu não estou à procura de um relacionamento, Cruz. Eu só quero um pouco de diversão.”
Se eu pudesse ver além do rosto de Lila Kate, eu poderia aceitar isso. Mas caramba, eu não poderia usar Emmy dessa forma. Eu teria que fechar os olhos e fingir. A última garota que eu estive nas duas noites anteriores, eu realmente a chamei de Lila. E aquilo não terminou bem.
Embora se alguém pudesse atrapalhar a minha obsessão por Lila, isso iria me salvar. “Eu vou ser honesto com você. Eu terminei com alguém há pouco tempo e estou trabalhando através disso. Superando tudo. Mas eu ainda não cheguei lá.”
Emmy mordeu o lábio inferior sedutoramente e então finalmente pressionou os seios contra o meu peito. “Eu posso te ajudar com isso.”
Por que essa merda sempre acontece comigo? “Não tenho certeza que seja uma boa ideia.” Argumentei, mas as minhas palavras não soaram muito convincentes. Ela era gostosa. Eu era um cara e eu estaria mentindo se dissesse que não gostei dela.
“Dê-me uma chance. Apenas um gosto e você vai ver...” ela sussurrou e, em seguida, sua mão deslizou até o interior da minha coxa e segurou meu pau. Puta merda!
“Você me deixa duro e eu vou ter que andar por aí com um tesão do caralho. Isso não será legal para qualquer um dos nossos pais.”
“Se eu te deixar com tesão, eu posso resolver isso pra você.”
Desta vez, eu ri. “Confie em mim, querida, não temos tempo para isso.”
Ela moveu a mão, enquanto eu já estava semiduro. “Quando você tiver tempo... Eu sou ótima em chupar um pau.”
Eu ainda estava preso em suas palavras quando ela se afastou e pegou um laptop fino. “Vamos chegar a essa reunião. Estou morrendo de fome.” Ela disse enquanto me lançou um sorriso malicioso, em seguida, balançou seus quadris quando saia pela porta.
Eu poderia fazer isso. Desfrutar dela. Divertir-me. Ela não era a boa menina que eu tinha assumido. Emmy Kipling era impertinente. Deve ser a coisa da garota da faculdade se tornando selvagem. Eu estava pensando nisso e relaxei um pouco quando nos juntamos aos nossos pais.
Emmy de repente tornou-se toda negócios e era encantadora e inteligente. Ela sabia muito sobre o lugar e fez os dois homens rirem quando falou sobre uma merda que era engraçada. Eu não falei tanto, mas me esforcei para manter o meu pai feliz.
Apenas quando aceitei isso, senti que ia ficar bem, pelo menos, não tão ruim quanto eu tinha pensado quando o meu pai disse que tínhamos que vir a esta reunião. Comecei a sorrir e há flertar um pouco, pisquei para Emmy quando nossos pais estavam ocupados discutindo outra coisa e ela me deu um sorriso que prometia algo mais tarde. Algo que eu estava me preparando para aceitar. Então eu senti. Um calor morno. Um formigamento. Levantando os olhos, eles bloquearam com os que não saia da minha cabeça.
Lila Kate estava lá, com um pedido em suas mãos. Seus olhos estavam em mim. A dor era óbvia e vê-la lá cortou meu peito.
Eu era um bastardo.
Vinte e Nove
Lila Kate
BAIXEI OS ALIMENTOS sobre o balcão da minha cozinha e gritei de frustração. Eu o odiava. Eu odiava Cruz Kerrington. Eu o odiava. Abrindo um armário, eu peguei um copo e o enchi com água gelada. Seu sorriso estúpido na minha cabeça enquanto ele piscou para Emmeline Kipling. Ela tinha o quê, dezenove? Deus, ele era um porco.
Se ela o deixar se aproximar, ela é estúpida. Estúpida como eu. Eu gemi com o pensamento e abri o saco para tirar a comida que já não parecia atraente. Havia outros lugares que eu poderia ter comido hoje. Por que eu tive que ir lá? Por que eu tinha que ver aquilo?
Sentei-me em uma das banquetas coloridas que chegaram ontem. O local era tão industrial que eu tinha adicionado toda a cor e arte que eu podia. Eu gostei da maneira como ele estava ficando. Os banquinhos foram pintados por um artista local e cada um tinha uma face louca artística diferente pintada nas costas.
Olhei para as patas de caranguejo na minha frente quando forcei um em minha boca. Eu tive que comer. Eu estava trabalhando no andar de baixo durante todo o dia e ainda faltava mais de um mês para abrir o local. Eu tomei um gole da minha água e, em seguida, olhei para o meu telefone. Eu não tinha falado com Eli em duas semanas. Ele sabia que eu tinha comprado o lugar, mas eu tinha estado tão ocupada me mudando que não tinha enviado nenhuma mensagem para ele.
Peguei meu telefone e decidi mudar isso. Nós não fomos feitos para ser mais do que amigos, mas eu gostava da sua amizade. Nós amamos pessoas que não nos amam de volta. Ele entendeu.
“Já me mudei. Quando você vem me visitar?” Então eu pressionei enviar.
Ophelia não veio ainda. O quarto dela estava quase concluído. Ela tinha ido para Los Angeles com Phoenix para visitar seu avô por uma semana. O lugar tinha estado tranquilo. Apenas eu e meu pai, juntamente com alguns de seus funcionários que vieram trabalhar no quarto nos últimos dias.
“Quando for convidado.” Foi sua resposta.
Eu senti falta dele. Eu perdi o cara de confiança que cumpria o que ele disse que ia fazer. Ele era honesto e não fazia coisas que poderiam ferir os outros. Eu queria que Eli tivesse sido o único a roubar o meu coração. Ver Cruz com outra pessoa seria mais fácil se ele estivesse aqui.
“Você está convidado. Considere este o seu convite oficial.”
Enviar textos para ele aliviou a dor que eu senti no meu coração e comecei a comer a minha comida e me divertir. Se eu pudesse voltar atrás e não implorar a Cruz pelo impossível naquela noite, na Bourbon Street, eu o faria. Eu pegaria tudo de volta. Desistiria das memórias. As pessoas que disseram que não trocaria isso, mesmo que doa, eram loucas. Eu desistiria em um piscar de olhos. Eu não queria pensar nele.
Eu queria esquecer tudo.
“Sexta-feira é cedo demais?” Eli mandou uma mensagem de volta.
“É perfeito.” Eu respondi.
Isso me dava dois dias para arrumar esse lugar. Eu gostaria de fazer alguns planos para nós e, em seguida, me divertir. Eu não penso sobre Cruz. Eu não ligo para o que ou quem ele estava fazendo suas coisas. Eu vivo minha vida.
“Vou começar a fazer a mala.”
Eu rio com o último texto e acabo de comer.
As coisas estavam se tornando diferentes do que eu tinha imaginado, mas elas não eram ruins. De modo nenhum. Eu estava animada. Logo eu possuiria um estúdio de dança. Eu ficaria para ensinar crianças, incentivá-las a encontrar o seu amor pela dança do jeito que eu tinha encontrado.
Eu limpei minha refeição e desci para voltar a pintar as paredes. Papai tinha se oferecido para fazer isso, mas eu queria saber que eu tinha feito algo. Este era o meu lugar. Eu gostava de ter a minha mão em torná-lo pronto para morar.
Quando passei pela porta, Cruz estava ali olhando ao redor. Suas mãos estavam nos bolsos do jeans, e com um olhar que eu não conseguia ler em seu rosto. Eu pensei em virar e correr de volta lá pra cima, mas eu não tinha doze anos. Eu era uma adulta e este era o meu estúdio.
“Posso ajudá-lo?” Perguntei.
Seu olhar voltou-se para mim. Ele não tinha me ouvido entrar. “Ei.”
Eu não respondi. Eu só continuei em silêncio olhando para ele.
“Sobre o que você viu,” ele começou e eu levantei a mão para detê-lo.
“Não faça isso. Por favor, não venha aqui e aja como se você tivesse que explicar alguma coisa para mim. Eu acho que eu fui clara em sua casa. Tivemos um encerramento. Está feito. Tenho que terminar de pintar. Se você me der licença.” Fui até a tinta e o rolo que eu tinha deixado quando saí mais cedo, e esperei que ele tivesse virado e saído.
“Se você teve a porra do seu encerramento, por que seus olhos pareciam tão incrivelmente magoados? Diga-me Lila. Diga-me por que seus olhos tomaram meu fôlego? Porque, com certeza, não foi um encerramento que eu vi neles, porra.”
Fiz uma pausa e respirei fundo. Ele estava certo. Mas eu não ia admitir isso. “Ainda é recente. Estarei bem em breve.”
“Porra, quando descobrir como superar isso você poderia me dizer como? Porque Deus sabe que eu preciso de ajuda.”
Eu não podia deixá-lo chegar a mim. Eu não podia deixar suas palavras me fazerem fraca ou acho que eu não poderia confiar nele. Que não poderíamos ter nada.
“Você estava indo muito bem.” Eu respondi e me dobrei para pegar o rolo e tirar a tampa da lata de tinta.
“Lila, olhe para mim. Jesus, só olhe para mim merda. Diga-me se isso se parece com um cara que não se importa? Você me viu flertar. Eu tenho flertado desde que eu consigo andar. Não significa nada. É apenas como eu reajo a mulheres que estão flertando comigo.”
Eu rio e então balanço a cabeça. “Tanto faz. Eu não me importo. Basta ir.”
Ele ficou lá. Não falou e não saiu. Tentei me concentrar na minha pintura, mas foi difícil com seus olhos me observando. Esperei que ele dissesse algo mais. Se ele simplesmente deixasse isso acabaria de uma vez. Tudo isso. Eu experimentei isso. Sabia como era e estava pronta para deixá-lo no passado.
“Se você não se importa então poderíamos sentar, conversar, tomar uma cerveja. Nós não podemos fazer isso, Lila. Então, sim, você se importa.”
Ele estava certo. Eu o odiava por estar certo. Se eu não me importasse não haveria emoção. Eu estaria bem com uma visita. Eu não estaria exigindo que ele saísse. Deixei minhas mãos cair ao meu lado e me virei para encará-lo.
“Você está certo. Eu me importo. Mas eu quero não me importar. Quero esquecer que tudo aconteceu. Quero esquecer você.” As palavras, embora fossem verdades, soaram muito mais frias e mais duras quando eu disse em voz alta. Eu quase as retraí, mas me contive. Ele me machucou. Se isso for machucá-lo, então, tudo bem.
“Eu não quero esquecer.” Sua voz era profunda e dolorosa.
Comecei a dizer algo para suavizar a situação, mas então ele fez como eu pedi. Ele se virou e saiu. Depois que a porta se fechou atrás dele, o lugar ficou em silêncio novamente. E eu estava sozinha mais uma vez.
Trinta
Eli Hardy
O CHEIRO DE TINTA FRESCA me pegou enquanto eu ia para dentro do prédio que seria o estúdio de dança de Lila. Era uma pálida sombra de azul, e o teto sem pintura logo parecia com o céu da manhã. Ela me contou sobre um artista que tinha vindo para pintá-lo. Ainda havia muito a ser feito, mas eu estava feliz por ela. Ela estava tão animada quando ela falou sobre seus planos. Eu a ouvi por mais de uma hora na noite passada. Quando ela percebeu quanto tempo estava falando comigo sobre isso, ela se desculpou. Tinha sido bonito.
Nenhuma vez na minha vida alguém tinha me feito esquecer Bliss. Havia sempre uma dor no meu peito quando eu pensava nela. Até agora. Aquilo tinha ido embora. Eu sabia o porquê. Lila havia se tornado importante para mim. Ela tinha sido tão adorável que eu não conseguia pensar em mais ninguém. Bliss era o que deveria ter sido sempre para mim, uma amiga. Uma grande amiga com quem eu me preocupava, mas eu poderia dizer honestamente que eu não amava a minha melhor amiga. Fiquei feliz por Bliss ter encontrado Nate e que a vida dela estava cheia de alegria.
Eu puxei minha mochila por cima do meu ombro e atravessei a sala em direção a uma porta na parte de trás. Ela tinha dito para entrar naquela porta e seguir em frente até as escadas. Esta noite ela estava cozinhando pela primeira vez em sua cozinha e não queria deixar a comida sem vigilância, de modo que ela tinha deixado as portas destravadas para mim.
O cheiro de tinta desapareceu quando a pesada porta se fechou atrás de mim. Eu comecei a subir as escadas. Podia sentir o cheiro de alho antes de eu ter andando a metade do caminho.
“Eli?” Lila gritou.
“Sim!” Respondi.
Eu ouvi o toque de seus pés enquanto caminhava em minha direção. Quando cheguei ao topo da escada, ela estava lá para me cumprimentar. Ela era de tirar o fôlego. Droga... era bom estar aqui.
“Você está aqui!” Ela disse sorrindo para mim como se eu não fosse aparecer. Então ela acenou com a mão e deu a volta. “É isso. O que você acha?”
O espaço parecia que pertencia a um homem solteiro. Lila tinha adicionado um monte de coisas suaves de mulher, tudo colorido para subjugar a masculinidade do lugar. No entanto, a aparência rústica industrial, com as vigas expostas, foi construída para um homem em mente. Nada chique. Apenas aberta e útil.
“Eu acho que gostaria de alugar aquele quarto se Ophelia desistir.” Eu disse, brincando.
“É ótimo, não é? Eu amo a vista e a sensação de que esse lugar é meu.”
Eu balancei a cabeça. “Sim, isso é ótimo.” Assim era o meu ponto de vista.
Lila usava uma saia branca curta e com um top azul sem mangas que mostrava seu bronzeado. Seus cabelos estavam presos no alto da cabeça em um nó confuso. Ela não estava usando maquiagem, mas não precisa disso.
“Eu não tenho uma cama no quarto de Ofélia ainda, mas o sofá tem uma bicama, e é uma boa. Eu tinha verificado antes de comprar.” Olhei para a sala de estar, ela tinha um sofá de couro que era luxuoso e largo. Duas cadeiras com listras vermelhas e marrons e um grande pufe retangular estava no meio. A tela plana era enorme, mas então ela poderia ser visto de qualquer lugar em todo o ambiente.
“Isso parece confortável o suficiente para dormir.”
“Pode ser. Mas você é alto.” Ressaltou.
Eu testarei mais tarde. “O que você está cozinhando tem um cheiro incrível. Posso ajudar com alguma coisa?”
“Sim, você pode cortar as abobrinhas. Eu odeio cortar legumes.” disse ela. “Coloque a sua mochila mais perto do sofá e me diga sobre todos os acontecimentos atuais em Sea Breeze. Eu monopolizei a conversa na noite passada. Eu nunca soube o que aconteceu com Jude e Micah sendo presos.”
Deixei a minha mochila cair ao lado do sofá enquanto ela caminhava de volta para a cozinha.
“Damon, o melhor amigo de Micah, correu e os pegou antes que eles chamassem seu pai. Micah pode ter vinte e cinco, mas Jude tem apenas vinte anos. O pai deles teria ficado furioso. Eles são ambos idiotas por fazerem qualquer coisa com Saffron. Ela está sempre à procura de problemas.”
“Saffron os havia convidado para ir nadar na casa de um amigo que ela supostamente estava cuidando. Havia garotas de topless lá. Elas eram amigas strippers de Saffron, embora Saffron não seja uma stripper. Micah e Jude apareceram, e então tinha um menor bebendo na festa. As coisas ficaram muito altas. Os policiais vieram. Micah disse a Saffron para se esconder porque seu pai era um filho de uma cadela e que ficaria puto.”
Eli continuou. “Saffron não estava realmente cuidando da casa. Todos eles estavam lá sem o conhecimento do proprietário. Era a casa de um ex-namorado de uma das stripper. O ex-namorado e sua esposa estavam de férias.”
“Será que o dono da casa vai prestar queixa?” Lila perguntou quando me entregou a abobrinha.
“Não. A stripper que ele teve um caso ameaçou contar tudo para a esposa dele.”
Lila riu então. “Uau. Ok, isso soa como um filme. Sea Breeze é mais animada do que Rosemary Beach. Raramente temos drama. Nada de interessante.”
“Isso é porque você não tem uma Saffron Corbin por aqui.”
Lila passou por mim duas vezes para obter algo da prateleira de temperos. Eu estava tentando não assumir que ela estava fazendo isso de propósito, mas quando ela se aproximou a terceira vez eu decidi que era um convite. Coloquei a faca para baixo e agarrei sua cintura para puxá-la contra mim.
“Eu espero que isso esteja bem.” Eu disse num sussurro antes de reivindicar sua boca com a minha própria. Ela congelou num primeiro momento, e então lentamente derreteu-se contra mim, seus braços indo ao redor do meu pescoço. Isto foi melhor do que eu me lembrava.
Eu ouvi o azeite na panela atrás de nós chiar. Eu sabia que tinha que deixá-la ir, mas a sensação dela em meus braços estava tão certo que era difícil. Quando ela se afastou, ela me deu um sorriso tímido. “As cebolas vão queimar.”
Eu a deixei ir com relutância, e ela correu para movê-las com uma espátula. “Você está pronta para a abobrinha?” Perguntei ainda um pouco entorpecido por aquele beijo.
Ela olhou para mim por cima do ombro e assentiu.
Eu usei isso como uma desculpa para chegar perto dela. Peguei os legumes, em seguida, e fiquei tão perto de suas costas que nossos corpos se tocaram. Baixei a cabeça e sussurrei em seu ouvido. “Vou colocá-los na panela, você mexe.”
Lila tremeu e depois assentiu. Satisfeito que eu estava afetando ela desta forma, eu comecei a derramar lentamente a abobrinha em fatias na frigideira. Ela estava respirando rapidamente, e eu podia ver seu pulso pulando na curva de seu pescoço. Eu dei um beijo lá, incapaz de me segurar.
Ela respirou profundamente e, em seguida, estremeceu novamente.