Haley McQuire escondia-se numa extensão do Santuário, na biblioteca numa linda noite de festa de Ação de Graças. Ela não era muito chegada a festas, não gostava delas. Jonas Wyatt, Diretor de Assuntos de Raça, lhe deu permissão de ler a enorme coleção de clássicos de primeira edição, mas ele a avisou que se um dos seus agentes a pegassem lá, eles a arrastariam de volta para a festa.
Se fosse encontrada, ela esperava que não fosse por Noble Chavin. Ela sorriu um pouco daquele pensamento. Entretanto, Noble também adorava livros. Ele iria entender.
Ele estava sempre indo à biblioteca, escolhendo livros que ela nunca esperaria que ele lesse.
Livros de carpintaria, livros sobre história do mundo. Às vezes parecia que ele os devorava. Quando ele devolvia, ela fazia perguntas divertidas, e ele sempre sabia responder. Ele falava com ela sobre os livros. E ela gostava disto. Talvez até demais. Embora ele falasse com ela, duvidava que ele a deixasse ficar.
Assim quando a porta abriu, ela se escondeu depressa. Esperou a Raça entrar na sala e a cheirar imediatamente. Ela era humana e muito fácil para uma Raça detectar. Haley não entendia por que ela não era.
Maydene Brock era uma raça mais velha, enfermeira nos laboratórios. Com o cabelo marrom ficando acinzentado, e a expressão apertada. Haley nunca a viu realmente como uma profissional da área de saúde.
E talvez ela tivesse sentido o cheiro de Haley se os homens que a seguiam não tivessem inundado a sala com o cheiro de água-de-colônia.
Haley enrugou o nariz ao sentir o cheiro. Deslizando pela sala se escondeu atrás de uma estante baixa e espiou entre os livros, ela sentiu o cheiro desagradável.
- Você tem o pagamento pronto? - Maydene estalou.
- Nós precisamos do código. - Phillip Brackenmore, o presidente da Brackenmore Pesquisa Farmacêutica, informou perigosamente a enfermeira - Nenhum código, nenhum pagamento, Raça.
Maydene cheirou.
- Nós vamos encontrá-lo no hotel com o código. Enviaremos isto quando a Dra. Morrey chegar à festa. Todo mundo ficará ocupado com ela. - disse de modo convencido - Quando você transferir a ordem de pagamento, nós lhe daremos o código. Eu não confio em vocês dois, como vocês gostam de pensar que eu devo.
- Contanto que você esteja lá. - disse Horace Engalls, o presidente e diretor-executivo da Engalls Farmacêuticas - Não se preocupe tentando nos trair. Nós temos nossos próprios espiões observando você, Maydene.
Maydene rosnou a isso.
- Eu sei quem é sua putinha. Ela pode olhar até que o inferno congele. Tudo o que nos preocupa é o dinheiro.
- E tudo o que nos preocupa é a informação para completar nossa pesquisa. A prova, nas Raças que você sugeriu não está funcionando bem como esperávamos.
- Eu avisei. - a voz de Maydene era tão presunçosa que Haley sentiu um calafrio na espinha - Nem mesmo Morrey está respondendo como você esperava, não é? Eu te disse, você precisa de nós.
- Então faremos assim. - Brackenmore disse devagar - Nos encontraremos no hotel e transferiremos o dinheiro para sua conta, mas primeiro veremos pelo que estamos pagando. Entendido?
- Muito bem. - Maydene zombou - Volte agora à festa, antes que sintam sua falta.
Haley espiou por cima dos livros que cobriam a estante onde se escondia. Ela mal podia vê-los e quando a porta abriu, ela se abaixou cuidadosamente, certa que se Maydene olhasse para trás, ela a sentiria.
Ela esperou. Esperou por muito tempo. Sentiu os músculos tensos e o suor escorrendo por sua espinha, mas ainda sentia o perigo.
Olhou pela abertura entre os livros e inalou lentamente. Era por isso que Maydene não sentiu o seu cheiro? A passagem de ar puxava o ar para fora da biblioteca e o fazia circular, enquanto que uma outra passagem de ar trazia ar seco para a biblioteca, para proteger os livros raros. Esse mecanismo de renovação de ar somado ao cheiro da água-de-colônia dos homens esconderam o cheiro de Haley.
Mas Maydene deve ter suspeitado que havia alguém na sala. Quando Haley começou a considerar o risco de espiar novamente por cima dos livros, ela ouviu um movimento, uma maçaneta girando, uma maldição sendo murmurada.
Ela se arriscou e viu quando a raça entrou na biblioteca.
Só mais um momento, ela disse para si mesma. Se Maydene estivesse desconfiada, ela podia estar do lado de fora. Esperando por quem ela tinha sentido.
Meu Deus, sobre o que eles falavam? Drogas para Raças? Venda de informação? Ela tinha que encontrar Noble. O agente Raça saberia o que fazer - ele saberia como cuidar de tudo aquilo. Tinha que encontrá-lo antes que Maydene e seja lá quem fosse que a ajudava, fugissem escondidos da propriedade.
Cuidadosamente, ela saiu de trás da estante, agradecida que alguém tivesse feito o pequeno recanto reservado para leitura que Merinus lhe mostrou há algumas semanas atrás. Aquilo salvou sua vida.
Agora, sairia da biblioteca furtivamente e ir atrás de Noble.
Havia algo sobre a bibliotecária Haley McQuire que deixava louco o agente de Raça Jaguar Noble Chavin.
Ele deveria estar observando o salão de baile, mantendo seus olhos treinados nos dois homens que sabia que tentariam algo hoje à noite para conseguir a informação confidencial das Raças de uma fonte dentro do Santuário.
Raças que traiam Raças, por dinheiro. Por ganância. E humanos decididos a destruí-los. Já haviam matado várias raças no dia anterior e se aquela informação não parasse de sair do Santuário, então mais Raças morreriam.
Tinha que ser loucura, ele decidiu novamente, quando Haley entrou no salão de baile vindo da direção do corredor da sala das senhoras, porque nada mais podia descrever sua reação em como ela estava completamente deliciosa em seu vestido preto longo rodado de mangas e de corte simples . Ou como ela roubava sua atenção contra todos os seus melhores esforços.
O vestido arrastava no chão, a bainha flutuava a sua volta como um sonho sensual enquanto ele tentava afastar os olhos dela. Ele estava ali para aumentar a segurança, não para comer com olhar embevecido a pequena bibliotecária que parecia flutuar em vez de caminhar.
Mas seus olhos tinham vontade própria. Seu olhar varreu a saia cheia do vestido, erguendo o olhar pelos quadris curvilíneos, a cintura bem feita e ele engoliu em seco quando foi para onde o tecido caia dos ombros e apenas escondia a sugestão da curva dos doces seios. Ela acreditava que teve sucesso em esconder aquelas curvas com o tecido do vestido, mas ele lhe asseguraria que estava longe da verdade.
Ele devia ter parado por ali. Caramba, ele não tinha nada que olhar aquele negócio. Mas ele olhou de qualquer jeito. Ele deixou seus olhos acariciarem a pele lisa, cremosa sobre o tecido, a curva graciosa de sua garganta.
Um queixo teimoso. Havia fogo nela. Os lábios de botão de rosa suaves, um nariz atrevido, e olhos que hipnotizavam. Caramba aos diabos, ele não devia olhar, mas ele continuou lá, fitando os olhos que pareciam ir direto para ele. Mergulhou na cor cinza com leves raios azulados. Os cílios castanhos cheios cercavam seus olhos e o encararam como se fosse tão incapaz de deixar de encará-lo, assim como ele.
O impetuoso cabelo vermelho delicadamente esculpia seu rosto, acrescentando uma faísca de fogo em seus olhos, e só de olhar para ela fez seus dentes se trincarem firmemente lutando para se controlar e tentava sem sucesso afastar os olhos dela.
Olhou para os pés dela. Onde a ponta de um pequeno sapato preto aparecia por baixo do vestido. O vestido fluía em torno dela, flutuava e se movia como um sussurro delicado, importunando-o, tentando-o a pensar em suas pernas, queria conferir se eram tão brancas, e sua pele tão macia como ele sabia que ela tinha.
Caramba, se ela não deixasse logo de olhá-lo daquele jeito, com aquele fogo oculto, ele tinha certeza que se incendiaria e ia explodir de desejo.
Ele se forçou a afastar o olhar, para bem longe, para nem sequer ver os pés dela, mas deslizou o olhar para suas magras e graciosas mãos. Ela não usava anéis. Nenhum enfeite. Como se proclamasse ao mundo que não tinha vínculos e nenhum compromisso. Ela era tão livre quanto o vento, mas que retinha sua força dentro dela.
E ela caminhava em direção a ele.
Noble olhou seu rosto mais uma vez, viu sua testa franzida, sentiu um arrepio de apreensão em sua nuca ao ver seu rosto.
Talvez devesse ter prestado mais atenção ao seu rosto. Porque havia uma ponta de medo naqueles olhos cinza azulados e nos lábios apertados. Seu rosto estava pálido, mas o queixo dela estava erguido com determinação e objetividade.
Então, seu olhar fixo moveu-se em volta da sala Ela tinha saído da sala e entrado no salão de baile não mais do que minutos depois que Phillip Brackenmore e Horace Engalls tinham entrado, os dois farmacêuticos e magnatas da indústria de pesquisa farmacêutica.
- Noble. - ela quase sussurrou seu nome, e ele ouviu o som, com uma leve insinuação de desejo que ele se perguntou se ela sabia que tinha em sua voz, ao mesmo tempo em que ele olhou a entrada do salão de baile com sua visão periférica. Ele agarrou o braço dela e a puxou para trás dele, não ignorando seu pequeno grito quando as ordens de comando começaram a falar no clipfone de comunicações preso em sua orelha.
- Você fica! - ele a puxou para o canto e a empurrou no pequeno espaço vago entre as folhagens de várias plantas em vasos. Ele a empurrou ao chão e apontou o dedo diante do rosto pálida dela - Fique aqui até que eu volte para você. Entendeu?
Ela concordou com a cabeça rapidamente, mesmo quando ele se virou e começou a ditar ordens aos outros convidados, os separando depressa do confronto que iniciou na entrada do salão de baile e na sala de bufê.
Por que ele não tinha empurrado a pequena Senhorita Haley McQuire na sala mais segura, ele não pôde explicar. Era algo nos olhos dela, aquela ponta de medo e o fato dela ter entrado depois de Brackenmore e Engalls mais que qualquer outra coisa.
Ou poderia ter sido aquela ponta de loucura que ele tentou ignorar por meses.
- A bibliotecária Haley McQuire esta segura no canto esquerdo do salão de baile, deixem-na no lugar. - ele falou no pequeno mic curvo colado a sua face enquanto ele ajudava na segurança do salão de baile.
- Ela está em perigo no salão de baile. - ele ouviu Rule dizer com voz fria - Coloque-a junto com os outros.
- Negativo. - ele recusou a ordem - Algo não está certo nisso, Rule. Eu a quero separada dos outros para a própria segurança dela.
Ele ouviu a tensão na linha.
- Por enquanto. - Rule disse finalmente.
Momentos mais tarde, várias coisas aconteceram de uma só vez. Uma agente feminina distraiu a Dra. Ely Morrey e Jonas puxou a arma de Ely.
- Tire Brackenmore e Engalls. - Rule ordenou pelo clipfone - Proteja-os e prepare-se para levá-los para fora.
Noble se virou para os dois, olhando para os dois duramente, determinação brutal. Eles estavam envolvidos com tudo que estava acontecendo. Envolvidos em controlar e matar as Raças. Aqueles covardes tinham que morrer agora, não depois.
- Por favor, venham comigo, Sr. Brackenmore e Sr. Engalls. - ele pediu com a voz cuidadosamente sem expressão, sem emoção. Ele queria matá-los em vez de agir educadamente.
Aqueles malditos genes de animal. Ele podia sentir nitidamente a sede de sangue que o homem queria derramar, por esses representantes de Raça.
- O que diabos está acontecendo aqui? - Brackenmore perguntou, quando Noble agarrou seu braço e começou a guiá-lo, a sua esposa e Engalls para a entrada, esperando pelo sinal de avançar final de Rule para escoltá-los da propriedade.
- O Diretor Wyatt discutirá isto logo com você, eu tenho certeza. - Noble mostrou ameaçadoramente os caninos num sorriso apertado, duro enquanto via outra Raça na sala, mantendo uma barreira cuidadosa entre os convidados e a situação sob controle.
Felinos não eram os únicos presentes. Noble viu quando Gunnar Wolf, líder do Clã dos Lobos, juntamente com Del-Rey, líder de Clã dos Coiotes, dirigir suas próprias forças de segurança em acordo com os felinos.
A festa de Ação de Graças que o Santuário era anfitrião todos os anos nunca foi tão emocionante. Agora eles deviam se assegurar que manteriam os malditos jornalistas calados.
- Noble, entregue Brackenmore e os outros para Mordecai. Eu o quero protegendo sua bibliotecária e a leve para um local isolado. - Jonas disse no link momentos depois - Nós temos um relatório do serviço de vigilância que ela pode ter assistido uma reunião entre Brackenmore, Engalls e um dos assistentes de laboratório no corredor.
A cabeça de Noble virou na direção dela. Ele ainda podia ver a ponta de sua saia de onde ele a tinha posto.
A raça de Coiote, Mordecai, com o rosto cicatrizado, os olhos azuis frios dele cheios de morte, levou Brackenmore e os outros e Noble retornou depressa ao salão de baile.
Haley ainda estava encolhida lá e o encarou com os olhos dela arregalados cheios de coragem e medo. Ele ofereceu sua mão a ela, a viu erguer os dedos para ele, ela tremia quando ele agarrou sua mão.
- Eles são os monstros. - ela sussurrou baixinho, mas seus olhos estavam secos, cheios de tristeza -Noble, eles são os monstros.
Os pêlos curtos ao longo do corpo dele se ergueram num aviso, mas até pior, ainda pior, ele sentiu seus ombros começarem a formigar num mau pressentimento. Ela sabia de alguma coisa. Naquele momento ele soube, ela viu ou ouviu algo que poderia matá-la.
Três semanas depois
7 de Dezembro
“A tempestade de inverno se dirige rumo às montanhas na Virgínia que está coberta de camadas de neve. Nós estamos prevendo até vinte e cinco centímetros antes de anoitecer, com mais outros vinte e cinco até trinta e oito centímetros pelos próximos dois dias. A umidade que estamos localizando..."
Haley desligou a televisão e encarou a tela preta com satisfação se forçando a não sorrir de alegria ao pensar na neve.
Em vez disso, ela puxou os punhos das mangas justas da alegre blusa de algodão vermelha e se virou para sua assistente, Patrícia. Com quase cinquenta, mas ágil como uma mulher quinze anos mais jovem, Patrícia parecia descontente com as previsões meteorológicas. Vestida com calça marrom escuro e uma camisa combinando, Patrícia tinha um sorriso que sempre alegrava os tons mais escuros das roupas que usava.
- Eu nunca sairei dessa maldita pista que o município se recusa a pavimentar com aquele tipo de acumulação. - Patrícia fez beicinho, seus olhos castanhos tristes - Eu odeio ficar presa.
Haley franziu as sobrancelhas. O pequeno sedan de Patrícia nunca agüentaria uma tempestade de neve tão pesada, nem ao menos era equipado com sensores e pneus com tração quatro por quatro como a caminhonete que Haley tinha.
Vivendo na cidade, Haley não se preocupava tanto sobre a inconveniência de uma tempestade de neve. Não tinham tido uma tempestade como aquela havia anos, e a descarga dos flocos fofos e brancos quase que a fazia esfregar as mãos de pura alegria.
Mas conhecia Patrícia, sua amiga odiava neve, quase tanto quanto odiava o modo como ela era confinada em sua casa pequena fora de Búfalo Gap.
- Pegue minha caminhonete. - Haley foi até o arquivo em que ela e Patrícia trabalhavam e levantou sua bolsa do chão. Puxou as chaves do carro de dentro da bolsa e entregou a sua amiga.
- Você está falando sério? - Patrícia a olhou fixamente com surpresa.
- Eles terão as estradas da cidade limpas antes do meio-dia e o Santuário garantirá que a estrada principal esteja logo limpa. Tudo que você terá que se preocupar será em sair daquele pequeno buraco onde você vive. - Ela quase estremeceu. Patrícia vivia em uma pequena cabana numa das depressões que enchiam a montanha. O caminho era a quilômetros de distância entre a casa dela e a estrada principal, que era toda esburacada. E agora cheia de neve seria impossível a Patrícia guiar o carro pequeno.
- Você leva meu carro então? - Patrícia perguntou preocupada - Eu odiaria deixar meu carro abandonado no parque de estacionamento. Ela agarrou as chaves de Haley como uma corda de salvação.
- O seu carro ficará bem comigo até que eles limpem toda a neve da estrada para sua casa. Haley encolheu os ombros, então encarou Patrícia com preocupação - Mas, por favor, tenha cuidado. Eu comprei a caminhonete há pouco tempo e ela ainda não tem nenhum arranhão.
A caminhonete nova era como uma cereja fresca colhida da árvore, de cor vermelho vivo, era o carro dos seus sonhos, com pneus grandes, direção automática e esportiva, computador de bordo e todos os sofisticados e avançados comandos eletrônicos de última geração que eram o orgulho e a alegria de Haley.
- Não se preocupe, eu guiarei com cuidado o seu bebê. - Patrícia disse alegre ao pensar em dirigir a caminhonete de Haley com a tempestade de neve se aproximando.
Haley deu uma olhada ao redor da biblioteca quase deserta. Os dois andares do edifício de vidro e metal era inacreditavelmente bonito. Doado pelo esforço conjunto do Santuário e suas várias companhias beneficentes, o edifício tinha a fachada em linda madeira, sem custo algum ao Santuário. Até mesmo as estantes de metal e aço tinham boa aparência, alojando milhares de livros e lindos livros de capa dura bem encadernada.
Os livros eletrônicos foram instalados nos terminais principais e havia muitos leitores eletrônicos para aqueles que precisassem de acesso rápido e pudessem imprimir facilmente conforme o desejo do leitor. Mas era o toque no livro de papel que Haley apreciava. A história e a ponte entre o passado e o presente que sempre a atraíram.
A biblioteca hoje à noite estava deserta. O último estudante de faculdade deixou a sala a mais de uma hora e ninguém mais passou pelas pesadas portas de vidro.
- Por que você não vai para casa, antes da tempestade cair? - Sugeriu Haley - Falta só uma hora para fechar e eu posso cuidar de tudo.
- Ou aquele bonitão do Chavin Noble, se ele chegar antes de fechar. - Patrícia implicou com ela -Quando você acha que ele vai chegar finalmente ao ponto para fazer mais que seguir você até em casa todas as noites?
- Com Noble, quem sabe? - Haley se afastou da amiga, guardou as chaves do carro de Patrícia em sua bolsa e escondeu sua expressão dela.
Noble, era uma incógnita para os mais curiosos, não a cortejava de modo algum e ela sabia disso. Ele só a olhava, exatamente da mesma maneira que as outras raças do Santuário a olhavam freqüentemente. Somente para estar segura, disseram a ela depois que ela contou a Callan Lyons e Jonas Wyatt sobre a reunião que tinha acontecido na sala da biblioteca do Santuário no mês anterior.
Jonas prometeu a ela, era só uma precaução, mas aquela precaução ainda tinha o poder de deixar sua boca seca de medo.
- Eu acho que vou para casa mais cedo então. - Patrícia decidiu, indo até o arquivo e puxou o casaco dela. Ela sacudiu o cabelo castanho na altura dos ombros por cima do colarinho duro e encarou com angustia Haley - Você está certa que não se importa de eu pegar sua caminhonete?
- Contanto que você não arranhe. - Haley a lembrou, mas seu sorriso foi rápido. Patrícia tinha excessivo cuidado com tudo, não importava a quem pertencesse.
- Eu devo cobrir a caminhonete com uma colcha antes de eu ir para a cama? - Patrícia riu.
- Se você não se importar. E não se esqueça dos travesseiros para os pneus. - ela lembrou alegremente.
Patrícia rodou os olhos enquanto apanhava sua bolsa e ia para a porta.
– Eu me lembrarei de ambos. - a assistente brincou - Talvez eu deva estacionar onde ela possa assistir um pouco de televisão também.
Haley riu. Certo, sim ela amava sua caminhonete. Todo mundo brincava com ela sobre isso.
Quando Patrícia deixou a biblioteca, Haley foi até um móvel e pegou o controle remoto e ligou a TV para assistir ao jornal de notícias novamente. Havia todo aquele floco branco e fofo a caminho. Montes e montes de neve. Faria um boneco de neve em seu quintal, e poria luzes pisca-pisca de Natal ao redor da fachada da sua casa por conta disso, já ia ser o melhor Natal em anos.
Um sorriso curvava seus lábios quando o mundo explodiu ao seu redor. A explosão encheu o ar, quebrando vidros e uma grande onda de calor bateu sob seus pés e a atirou a vários metros na sala da biblioteca. Ela saltou em cima das estantes, gritou em choque e dolorida caindo ao chão enquanto uma nuvem vermelha parecia encher a biblioteca.
Sirenes estavam apitando. Algo vermelho estava brilhando, pegando fogo e o cheiro de papel queimado encheu o ar. Era o inferno na terra.
Haley se arrastou sobre seus joelhos, com a cabeça tremendo enquanto sentia o tremor no chão novamente, e outra onda de explosão no ar.
Ela gritou, cobrindo a cabeça com as mãos quando explodiu mais vidro, e o frio parecia lutar com uma onda de calor.
Ela se levantou em choque, descrença e horror a encheram quando percebeu que os livros estavam queimando. Montes de livros. Chamas lambiam eles, os consumindo. As mesas, os arquivos, e muitos objetos no interior da biblioteca eram de madeira e o fax, estava tudo se queimando.
Fumaça a envolvia, sufocando-a, tornando impossível enxergar enquanto lutava para conseguir se orientar. Ela tropeçou pelos escombros e o lixo, quase caindo quando outra explosão menor sacudia a terra.
O que estava acontecendo? Uma greve? Algum tipo de ataque? O Santuário não estava longe de Bufalo Gap e ela sabia que era propenso a ataques de várias sociedades racistas diferentes, mas ninguém nunca atacou Bufalo Gap.
Ela se sufocava e tropeçou novamente caindo de joelhos enquanto seus olhos queimavam e lutara por ar. Ela não ia sair dali. Lágrimas encheram seus olhos e o medo encheu sua mente quando tentou rastejar, lutando para descobrir uma forma de se mover e sair.
- Eu a peguei! - Alguém gritou, um segundo antes de braços fortes a envolverem e a levantarem.
Um momento depois ela foi atirada em cima de um ombro largo.
- Há mais alguém lá? - Outra voz perguntou.
- Ninguém. - ela disse sufocada. Ela não podia respirar, mesmo quando o ar frio a envolveu e ela tentou piscar o ardor de seus olhos, enquanto ainda lutava para respirar.
- Haley, onde está Patrícia? - Ela foi depositada sobre o capô de um carro enquanto alguém sacudia os ombros dela - E a Pat, ela está lá, Haley?
Haley negou com a cabeça, piscando quando o semblante feroz do xerife encheu a visão dela. Ela negou novamente.
- Ela foi embora. - ela tossiu - Ela saiu cedo.
- O carro dela ainda está aqui. - o Xerife Zane Taggart latiu na cara dela.
- Minha caminhonete. - ela tossiu novamente - Emprestei a ela a minha caminhonete.
Silêncio total ao contar essa informação. Ela tossiu novamente, piscando, olhando ao redor freneticamente até que os olhos dela encontraram onde a caminhonete esteve estacionada. Ali mesmo, em frente ao local que tinham as janelas grandes, onde um fogo ardente queimava no meio da calçada e derretia queimando os veículos deixados no estacionamento por vários trabalhadores da cidade que trabalhavam por perto.
A caminhonete dela. A caminhonete dela que tinha estacionado ali também. E a Patrícia estava na caminhonete dela...
- Não. - ela sussurrou, o terror a envolveu, queimando sua mente - Não! - ela gritou - Oh Deus, Patrícia.
Ela tentou se levantar e terminou no chão. As pernas dobradas em baixo dela enquanto o xerife tentava pegá-la.
As unhas dela se fincaram na terra congelada e ela encarou o veículo em chamas com descrença e aflição. Oh Deus, Patrícia estava em sua caminhonete.
O relatório saiu nas rádios segundos depois da explosão. Noble estava saindo do plantão de vinte e quatro horas e indo para o quartel quando crepitaram informações e ordens em seu de clipfone colado a sua face.
“- Todos os agentes executores disponíveis, estejam em alerta. Explosão na Biblioteca de Búfalo Gap. Uma morte e uma pessoa ferida. Oficiais a caminho. Xerife Taggart solicita o apoio de executores.”
Ele não esperou pela ordem. Ele ouviu os nomes chamados para a auxílio, os executores que foram chamados para ir a Búfalo Gap, e ele não se preocupou se o nome dele estava na lista ou não.
- Comando um, aqui é Chavin. - ele informou ao despachante - Eu estou na rota, me dirigindo a cidade e deixando o Santuário agora. - Ele saltou na motocicleta dele, acelerou o motor e foi para a rodovia próximo aos quartéis – Informe a um líder do primeiro comando através de quatro, nós temos um compromisso.
- Executor Chavin, ordem recebida e sendo remetida. Você será conhecido pela Autorização dos executores, Savant e Crayven. Esteja ciente, o Diretor Wyatt será informado.
Os pesados portões de ferro do Santuário se abriram quando ele se aproximou, os faróis da motocicleta perfurando a escuridão e iluminando os rostos dos manifestantes já presentes.
Ele passou rápido pela abertura, acelerou e atravessou pelos jornalistas que ameaçavam ir para cima dele.
- O Heli-jato está sendo preparado e está a caminho. - o despachante informou.
- Alguma informação adicional sobre o acidente? - Ele gritou na ligação.
- Nenhum relatório até o momento. - ele foi informado.
Ele acelerou com uma mão, sentia embaixo dele a onda de poder, com o dedo polegar da outra mão dele, acionou o controle de tração integrado e protocolos de velocidade avançados antes de acionar o modo de direção para todo o tipo de terreno especialmente projetado para seus limites.
Gratamente, a estrada cheia de curvas da montanha estava mais ou menos livre de tráfego. O sistema da moto o alertou para trafegar e manter uma velocidade segura.
Quando ele acelerou rumo à cidade, tudo que ele podia ver era os olhos cinza cautelosos de Haley e seu rosto empalidecido, preocupada na noite que ela escutou os planos que Brackenmore e Engalls tinham discutido com a raça traidora que lhes vendia informação. Tudo que ele sentia era o eco do conhecimento que havia a chance que alguém além dele e o Gabinete de Raça descobrir o que ela tinha escutado antes da audiência em que ela deveria depor.
Ele desacelerou quando se aproximou dos limites de cidade, entretanto ele ainda acelerou um pouco mais rápido até a velocidade máxima permitida.
Haley, com seu cabelo vermelho brilhante, seu suave perfume de desejo. Ele sabia que nunca deveria ter deixado a proteção dela para qualquer outra raça. Algo o tinha alertado, algum pressentimento estranho lhe falou que a vida dela estaria em mais perigo do que um guarda-costas silencioso poderia defendê-la.
Maldito Jonas. Noble o alertou que eles não podiam mantê-la segura com aquilo. Ela precisava ser isolada, pelo menos afastada do Santuário até a audiência no próximo mês contra Brackenmore e Engalls.
Os covardes. O medicamento que eles criaram para tentar controlar as raças resultaram em duas mortes nas últimas semanas e eles quase perderam a Dra. Morrey também.
E agora, eles podiam ter perdido Haley.
Ele não podia imaginar o mundo sem Haley nele. Ele se recusava a pensar em tal coisa. Era impossível, não podia acontecer.
Ele ainda não a tinha beijado. Ele nem mesmo a havia tocado. Ele ainda não entendia por que ela o atraía como nenhuma outra mulher fez, entretanto na última semana, ele tinha começado a suspeitar exatamente por que.
Ele ainda não tinha tido uma chance de decidir se ele poderia se arriscar a tomá-la, fazendo-a sua ou se ele devia se forçar a deixar a situação como estava.
A fome que o comia vivo ainda era controlável. O desejo que corria por ele ainda podia ser enterrado em outra mulher. A luxúria quente ainda podia ser bombeada do corpo dele, e embora a saciedade nunca fosse completa, ele se satisfazia.
Ele ainda era um homem dono de si.
Por enquanto.
Quando ele soubesse que Haley estava segura, ele faria da vida dela o seu objetivo principal, ele já não poderia reivindicar aquela independência singular. E ele sabia disto.
Ele correu na cidade, reduzindo a velocidade da moto e andou devagar no tráfego urbano, abaixando o tórax nas curvas e engrenando quando ele olhou brevemente as chamas que brilhavam em volta da biblioteca.
Ele sentiu o rugido que ecoou do tórax ao ver o incêndio, a caminhonete retorcida, destruída e em chamas de Haley. Soltou um rugido selvagem e de raiva animalesca. Alguém ia pagar. Querido Deus, se ela estava naquele caminhão, se ela se foi para sempre, então sangue seria derramado.
Capítulo 2
Haley estremeceu no cobertor que Zane Taggart tinha embrulhado ao redor dela. O xerife estava ajoelhado diante dela que tinha se sentado no chão se apoiando contra a lateral da caminhonete dele, os pés dela no chão, o calor dos cobertores aqueciam seu tórax. Ainda assim, ela estremeceu de frio e medo.
Zane era um desses homens em Búfalo Gap que Haley conhecia desde o berço. Ele era alguns anos mais velho que ela, assim ele sempre foi um pouco protetor dela. Entretanto, Zane era o protetor de todas as mulheres. Ele não estava de uniforme, então devia estar de folga quando a explosão aconteceu. Ele estava vestido com calças jeans, uma camisa de flanela escura e um casaco acolchoado pesado.
Ele a encarava silenciosamente quando ela agarrou a xícara de café quente que ele tinha apertado em suas mãos, a expressão dele era preocupada.
- Você deveria deixar os paramédicos examinarem você, Haley. - Ele ergueu a mão e afastou o cabelo da testa dela suavemente.
- Eu estou bem. - Um soluço sufocou sua respiração, seu corpo estremeceu - Patrícia não está bem, Zane. Mais lágrimas derramaram de seus olhos.
Ela não pôde retê-las. Patrícia estava mal e ela era a culpada de tudo. Porque tinha emprestado a Patrícia sua caminhonete, tinha lhe dado as chaves porque ia nevar.
Flocos fofos preguiçosos já estavam vagueando pelo ar, mas agora eles não continham a aura de magia pela qual ela sempre foi atraída, como a algumas horas atrás.
Chamas ainda queimavam dentro da biblioteca. O fogo brilhava em volta do edifício e os veículos que pegaram fogo eram mais importantes que os livros dentro de um edifício que se consumia em suas próprias chamas.
- Não, Patrícia não está bem, Haley. - Zane suspirou e fitou pelo pára-brisa antes de voltar a ela -Você tem que me contar o que aconteceu, meu bem.
- Eu não sei. - Ela encarou Zane em pânico - Ia nevar. Você sabe como o carro de Patrícia era lamentável na neve. - Seus lábios tremeram. Como tudo aquilo era lamentável A explosão destruiu também vários veículos, e o da Patrícia foi um deles também.
Ela abaixou a cabeça, lutando com o choro que sacudiam seus ombros quando Zane bateu de leve no joelho dela.
- Vamos, Haley. - Ele ergueu seu pequeno queixo delicado até que olhou fixo nos olhos dela - Você deu para a Patrícia suas chaves, certo?
Ela concordou com a cabeça com insegurança.
- Assim ela poderia chegar a cidade depois da neve. Ela odeia quando neva.
- Sim, ela odeia isso. - Zane acenou com a cabeça - Continue.
- Isso é tudo. - ela sussurrou - Ela saiu da sala e foi embora. Eu voltei a ligar a televisão. Eu queria ver a neve na TV. - Os lábios dela tremeram - Eles estavam mostrando a neve em outros estados e eu queria ver aquilo de novo. E então... - Ela piscou e sacudiu a cabeça.
Ela tinha que parar de chorar. Ela tinha que lembrar daquilo que Jonas Wyatt e Noble tinham lhe falado. Ela não podia falar com ninguém sobre o que aconteceu no Santuário até a audiência. Mas ela sabia, oh Deus, ela sabia que a Patrícia tinha morrido por causa disto. De alguma maneira, de algum modo, os inimigos das Raças souberam o que ela tinha visto e ouvido. Ela sabia disto. Ela sentia isso formigando em sua pele, penetrando aquilo em sua mente.
- Haley. - Zane a encarou, os olhos azuis dele afiados, preocupado, mas conhecedor - Você tem que me contar o que está acontecendo aqui, meu bem. Alguém explodiu sua caminhonete. Isso não foi um acidente. Nós dois sabemos que não foi um acidente. Agora, você tem que me contar o porquê.
Ela assentiu com a cabeça. Ela não podia mentir para Zane. Ela era uma mentirosa horrível e sabia disso. Não podia olhá-lo nos olhos quando a encarava assim. Determinado e preocupado, com compaixão e dor brilhando nos olhos dele.
Ela olhou para sua caminhonete em chamas e o estômago doeu com os soluços e o medo que ela continha. Seu peito estava apertado e cheio com dor.
Não havia mais nada de Patrícia. Ela se foi, enquanto os flocos de neve flutuavam no ar, e as chamas ondulavam em volta deles.
Bombeiros trabalhavam para apagar as chamas, vários pedaços de lataria retorcida dos carros que agora eram nada mais que restos de esqueleto carbonizados do que foram.
- Nós achamos uma raça, Haley. - Zane lhe contou então.
A cabeça dela subiu depressa com pavor. Haley sentiu como se o resto de sangue em seu corpo sendo sugado por sanguessugas, angústia pura rasgava seu corpo agora.
- Não! - Lembrou das vezes que Noble entrou tarde na biblioteca, para devolver livros e a ajudando a trancar a biblioteca.
- Ele foi baleado atrás da biblioteca. Alguém o matou. Agora me diga o que diabos está acontecendo ou vou te prender para sua própria proteção.
- Quem? - A pergunta saiu sufocada do peito dela, o estômago embrulhado. Ela se balançava lentamente, de um lado para o outro, e não notou quando a xícara de café escorregou de sua mão e caiu ao chão.
Ela ia vomitar.
- Quem era a raça? - Ela quase derrubou Zane ao se levantar. A colcha caiu para trás dela - Onde ele está?
Ela tremia tão forte que teve que agarrar a porta aberta quando Zane agarrou seu ombro.
- Haley, caramba, me diga, o que está acontecendo aqui?
- Era Noble? - Ela gritou com ele – Diga-me droga. Quem era a raça?
Ela tentou chorar longe dele, o medo horripilante de Noble, perdido, morto. Não, não podia ser Noble.
Mas tinha dado tempo para Noble. Tinha dado. Ela esteve esperando por ele.
Ela fitou em volta e se afastou de repente de Zane.
- Onde ele está? - Ela chorou novamente, tropeçando na porta e agarrando o lado do carro quando tentou forçar as pernas a mover.
Ele disse atrás da biblioteca. Morto atrás da biblioteca. Ela não estava chorando agora. O medo e a dor eram muito profundas para lágrimas. Se Noble partiu, ela não ia agüentar. Não Patrícia e Noble. Não podia ser. Não isto. Não por causa dela.
Quando contornou a frente do veículo, ela ouviu um som tão selvagem, tão animalesco, a cabeça dela subiu. Era Noble. Ela sabia que era. Ela não podia aceitar qualquer outra coisa.
- Noble! - Ela gritou o nome dele e ouviu o som novamente.
Ele retumbou pela noite. Como os leões selvagens que patrulhavam a fronteira dos limites do Santuário. Se a noite estivesse quieta, às vezes, você poderia ouví-los. E agora, ressoou como se um imenso felino em carne e osso tivesse saltado dentro da cidade.
Sua cabeça girou em volta, olhando no parque de estacionamento, vendo como as chamas cintilavam em volta. Então ela o viu. Todo aquele cabelo preto selvagem soprado em seu rosto selvagem. Os lábios dele estavam repuxados em uma rosnadura quando ele empurrou um policial que tentava retê-lo ao lado.
Calça de couro preta e pesadas botas de motocicleta. Uma jaqueta de couro que ele estava abrindo quando encontrou os olhos dela. Ele mudou como o jaguar do qual foi criado, uma troca dura, graciosa de músculos, uma ondulação de perigo.
- Noble. - O nome dele rasgou os seus lábios quando ele rosnou. A visão e o som daquilo, deveria tê-la amedrontado. O flash dos caninos dele, o olhar negro, duro e selvagem dele, deveria ter apavorado a ele como fez com os oficiais de polícia e bombeiros e os espectadores curiosos.
Ela tentou fazer suas pernas se moverem. Tentou correr para ele, mas as pernas não funcionaram como deveriam. Ela tropeçou novamente e ouviu um rosnado estrangulado um segundo antes dele puxá-la para seus braços.
Calor a cobriu. Ela estava consciente apenas da jaqueta que ele pôs nos ombros dela, porque ele estava segurando, puxando-a contra o seu peito e a levantando do chão.
Ela envolveu com seus braços ao redor do pescoço dele e enterrou o rosto contra ele para bloquear os sons, a visão e o cheiro do fogo.
Ele cheirava como a noite. Como o inverno. Como a neve que flutuava em volta deles. Não havia nenhuma morte em volta dele. Não havia nada do pesadelo e caos em volta dela.
Pela primeira vez desde que a noite tinha se transformado num inferno, Haley se sentia finalmente segura.
- Chavin, informe sobre o pouso dos reforços. - a ligação no clipfone crepitou com a informação quando Noble enterrou o rosto no cabelo de Haley e se agarrou a ela. Os braços dele se apertaram em volta dela quando ele se apoiou contra o carro do xerife e se deixou inundar com o conhecimento que ela estava viva.
Quando a segurou, ele estava atento do Heli-jato da Raça que pousava do outro lado do parque de estacionamento, e do xerife que se aproximava deles.
A cabeça dele subiu quando o Xerife Taggart puxou a ponta da jaqueta de Noble em cima do ombro dela. Ele deu uma rosnadura feroz para ele, o pensamento do homem tocando nela o enviando para além dos seus limites do pequeno controle que ele sentia que possuía.
Taggart ergueu as duas mãos na mesma hora, as sobrancelhas arqueadas.
- Ela teve medo de que a Raça morta atrás da biblioteca fosse você. - o xerife lhe falou, os olhos azuis sabedores enquanto olhava Noble.
Noble se enrijeceu e afastou Haley só o bastante para ativar seu comunicador.
- Jonas?
- Eu estou com você. Estamos na cena de crime.
- Há uma Raça atrás da biblioteca, aparentemente morto. - Silêncio encheu a linha durante segundos longos
- Porra. Nós tínhamos Jason dando cobertura a ela.
Jason era jovem, mas completamente treinado. Não era inexperiente.
- Eu a quero fora de lugar aberto. Estou levando-a para o heli-jato.
- Negativo. Temos veículos nas proximidades e um helicóptero civil. Transfira-a para um furgão protegido.
Noble fez careta. Sem dúvida, Leo Primeiro estava no Heli-jato, a Raça que só alguns sabiam que era uma Raça, e um sacana intrometido no momento, tinha decidido conferir as coisas ele mesmo.
Isso significava que não havia nenhum jeito de transferir Haley para o Santuário. Não e preservar o segredo da identidade de Leo dela.
Ele escutou pelo link de comunicação quando Jonas enviou Mordecai Savant e Mercury Warrant para conferir o corpo e prepará-lo para a transferência.
- Vocês vão foder a minha investigação, em vez de me ajudar a proteger a cena de crime, não é verdade, Noble? - Zane fincou os dedos no cinto das calças jeans e bateu o pé no chão - Você sabe que isso não vai acontecer comigo. Certo?
- Fale com Jonas sobre isto. - ele estalou - Minha preocupação agora é com Haley, Taggart, e com o que ela está interessada, então sua melhor aposta é ficar fora da porra do meu caminho.
Ele se virou e a levou para os veículos que estavam nas extremidades externas do parque de estacionamento. A biblioteca estava quase perdida. Os livros alimentaram o fogo que tinham escapado pelas janelas fazendo-as explodirem. Era assombroso que ela ainda estivesse viva e relativamente ferida.
Relativamente. Ele sentia o cheiro do sangue dela, sua dor. Ele sentia o medo e o choque dela e aquilo o enfurecia.
Fixar um firme aperto no seu controle não era fácil. Quando a levou ao furgão e a pôs no assento traseiro mais próximo, sentia aquela raiva crescendo nele.
Alguém tinha ousado ferí-la. Tentaram matá-la? A tentativa foi contra ela; caso contrário, a jovem Raça de Leão, Jason, não estaria morto e a linda caminhonete que ela tanto amava não seria um pedaço retorcido de metal.
- Eles mataram Patrícia. - A cabeça dela se levantou do ombro dele quando a porta se fechou. Os olhos cinza rodeados de um anel azul no cinza e mais no fundo era de um azul mais escuro.
Ele viu a dor e as lágrimas nos olhos dela. Noble a manteve abraçada junto a ele por um longo tempo, foi quando ele viu Jonas andar a largos passos para o furgão. Ao lado dele, estava a figura mais alta e mais larga de Leo, mas apenas disfarçava sua grande estrutura física vestido com uma jaqueta, e junto a ele estava seu filho, Dane Vanderale. Evidentemente, nenhum deles ficaram satisfeitos em esperar no Heli-jato ou no Santuário.
Atrás deles, o xerife os seguia lentamente, seu rosto rude começando a virar uma carranca enquanto via as Raças se moverem entre eles. Aquele xerife maldito não ia se contentar em deixar as coisas seguirem em frente, ele pensou, quando os outros entraram e se sentaram no grande assento do furgão em frente a Noble e Haley e as portas se fecharam.
Os olhares fixos combinados dos três homens poderosos não incomodaram Noble, mas evidentemente, algo neles fez Haley ficar inibida.
Ela levantou a cabeça, a expressão brilhando com cautela.
- Alguém descobriu, não foi?
Haley encarou Jonas Wyatt, sabendo exatamente o que tinha acontecido. Brackenmore e Engalls souberam de algum jeito que ela testemunharia contra eles na audiência de janeiro.
- Nós não sabemos ainda, Srta. McQuire. - Jonas respondeu cuidadosamente sem nenhuma expressão.
Ela se moveu, saindo do colo de Noble e escorregando para o assento ao lado dele.
- Ela não foi examinada por um médico, Jonas.
O mais jovem de outros dois homens inclinou-se para frente. Ela conhecia-o. O vice-presidente das Indústrias Vanderale e junto dele era o presidente, o diretor executivo, o acionista principal, e qualquer outro título que alguém podia encontrar para ligar ao nome dele. Leo Vanderale.
E ela teve o pressentimento que sabia por que eles estavam ali.
Ela olhou para a janela dianteira para onde as chamas finalmente se apagavam dentro da biblioteca.
- Todos os livros estão arruinados. - ela sussurrou olhando para o Vanderale mais velho – O senhor foi tão amável, Sr. Vanderale, em nos ajudar e em doar todos aqueles livros adoráveis. - Ela respirou fundo - Eu sinto muito.
Ele inclinou a cabeça ligeiramente, os seus olhos dourados a fitando curiosamente.
- Por que você me pediria desculpas, Senhorita McQuire? - Ele perguntou.
Ela fungou suas lágrimas, consciente de Noble alisando seu cabelo para examinar a ferida profunda que ela sentia em sua testa.
- Porque foi minha culpa. Alguém matou Patrícia e destruiu a biblioteca por minha causa.
- Ridículo. - Dane Vanderale estalou, com a testa franzida.
- Minha querida, as escolhas que outros fazem por causa de sua bondade não é sua responsabilidade. - Leo suspirou - E Dane tem razão, você precisa ser examinada. Você está sangrando, minha querida. - Ele virou para Jonas - Leve-a para o Santuário.
- Isso não é possível. - Jonas negou com cabeça nitidamente.
- E por que isto não seria possível? - O tom de Leo era perigosamente macio.
- Leo, você sabe exatamente por que. - Jonas mordeu - Não vamos arejar nossas discordâncias em frente a Srta. McQuire e vejamos o que podemos fazer para ajudá-la aqui fora.
Havia tensão crescendo agora no veículo, envolvendo a ela, forçando seus nervos para além do limite.
- Ela obviamente está correndo perigo de vida por causa de sua coragem em procurar você sobre o que ela viu e ouviu. - Leo mostrou imperiosamente - Ela deveria ser levada para o Santuário.
- Ninguém está me perguntando. - Haley falou, vendo como os dois Vanderale olhavam com raiva para Jonas.
- Eu não acho que eles acreditem que você deveria ter uma opinião. - Dane se recostou no banco com um sorriso.
Haley o ignorou, em vez disso olhou para Noble enquanto ele falava no link de comunicação colada a sua face angulosa.
- Nós precisamos levá-la para um local seguro, de um jeito ou de outro. - Noble rosnou - Ela está sangrando e está com medo, Jonas. Sentar aqui discutindo sobre ela não está ajudando a situação.
- E você acha que levá-la para o Santuário vai?
- Não. - Noble estalou - A casa dela será mais fácil de controlar. Eu quero uma equipe sob o meu comando, homens da minha escolha. Eu quero a área declarada proibida para qualquer outra Raça e eu quero segurança total e protocolos de segurança em volta deste assunto.
Jonas o encarou com calma.
- Esses são muitos desejos para um executor. - Ele disse suavemente - Um que está muito abaixo na hierarquia, Noble. Você está dentro da hierarquia a apenas um ano.
- E eu fui convidado a entrar. - Noble o lembrou - Eu não era um executor.
Haley piscou quando Jonas rosnou. Ela estava tonta, insegura. Levantou sua mão até a testa onde a dor parecia piorar, e tocou de leve. Retirou a mão,e viu o próprio sangue.
- Escolha sua equipe. - Jonas repentinamente declarou – Nós daremos cobertura até que cheguem lá. - Ele puxou o link de comunicação de sua face - Lawe, Rule leve todo o mundo para a casa de Haley McQuire. Eu preciso de um paramédico e do xerife para acompanhá-la.
Imediatamente, três das Raças que estavam de pé do lado de fora entraram na frente do furgão. O motor ligou e o veículo arrancou enquanto a neve começava a cair mais rápido.
Haley encarou os dedos manchados de sangue antes de erguer os olhos para Noble.
- Eu estou sangrando. - ela sussurrou.
- Não está ruim. - Ele pôs um bloco de gaze dobrado que Dane havia lhe dado de uma caixa de pronto socorro que pegou sob um dos assentos e o pôs na ferida dela - Está tudo bem, Haley.
- Não está bem. - ela sussurrou, fitando seus olhos escuros e seu rosto selvagem - Não está tudo bem, Noble.
Capítulo 3
A pequena casa de tijolo de Haley estava decorada do lado de fora com luzes de Natal multicoloridas. Na área da frente havia dois cervos cobertos de luzes brancas. As duas árvores de sempre-viva cônicas de cada lado da frente da casa estavam bem iluminadas e havia uma grande guirlanda de natal na porta.
Dentro da grande sala de estar, em frente à lareira havia uma árvore de Natal de dois metros que brilhava com luzes que refletiam todas as cores do arco-íris. Um anjo se assentava no topo, onde uma pequena luz iluminava as mãos, as asas e a expressão serena do anjo.
A lareira estava cheia de madeira fresca e perfumada, pronta para ser acesa, quatro meias balançavam, duas em cada ponta da lareira.
Havia uma tela de televisão numa parede, uma mesa de centro entre a TV e o sofá, e duas poltronas postas ao lado.
Era uma sala grande, simples. Conduzia a uma cozinha grande e uma pequena sala de jantar. Havia dois quartos seguindo pelo corredor curto, cada com um banheiro, e um sótão espasmódico acima.
A casa parecia refletir a ela. Gentilmente bem-vinda, uma sensação de satisfação que continha emoção em todos aqueles enfeites de Natal. Como se alguém aqui verdadeiramente acreditasse naquela “tolice Santa”.
Noble estava na entrada da cozinha, seus olhos apertados enquanto a Raça feminina, Shiloh Gage, medicava as contusões de Haley, ambas sentadas na sala de estar. Shiloh era a coisa mais próxima que eles tinham de um médico fora dos laboratórios do Santuário. Mas com a Dra. Morrey ainda se recuperando da tentativa de destruí-la com as drogas que Brackenmore e Engalls tentaram desenvolver, agora só tinham o cientista do Conselho de Genética, Amburg que Jonas tinha seqüestrado meses atrás, para tratar das lesões. E Noble sabia que ele arrancaria a garganta de Amburg antes de permitir que aquele cretino tocasse em Haley. - Acho que estou bem. - Haley manteve a cabeça virada enquanto Shiloh tratava do corte profundo em sua testa.
A camisa branca que Haley usava estava rasgada e suja de sangue. Havia arranhões no braço, um dos quais parecia profundo. Suas mãos estavam vermelhas, quase com bolhas. A calça preta que usava estava na mesma condição de sua blusa. O brilhante cabelo vermelho estava em desordem em volta do rosto, que foi chamuscado em alguns lugares e sujo de sangue.
- Você está bem. - Shiloh bateu de leve no joelho dela amavelmente, o rosto redondo cheio de simpatia enquanto pegava um pedaço de gaze e o fixava com esparadrapo na testa de Haley - Vai ficar como nova em poucos dias.
Shiloh tirou as luvas cirúrgicas de suas mãos e as jogou no lixo ao seu lado. Levantando-se, ela ajeitou sua calça preta do uniforme de executora e se voltou para Noble.
Vestida em seu uniforme de agente-executora das Forças de Segurança das Raças Felinas, o cabelo ruivo escuro preso numa linda trança embutida, Shiloh parecia mais uma adolescente brincalhona que uma Raça letal, uma agente executora altamente treinada.
- Eu preciso de um banho. - Haley se levantou e Noble se conteve de saltar para ela.
Ela balançou um pouco e ele teve que se forçar a permanecer no lugar quando ela foi para o corredor.
- Você deveria descansar mais um pouco, Haley. - Shiloh a advertiu, seguindo-a.
Haley levantou uma mão acenando para trás.
- Não. Eu tenho que me limpar, Shiloh. Apenas... Apenas deixe eu me limpar.
A voz dela estava mais forte do que mais cedo. O choque estava passando. Ele podia ver a raiva em seus olhos diminuir quando Shiloh tinha terminado de cuidar dela.
Quando a executora o olhou, ele indicou com a cabeça para Haley, indicando que ela deveria segui-la e cobri-la até que Jonas, Leo e Dane acabassem com a reunião na cozinha. Só então Noble se juntou aos outros na cozinha.
O xerife não estava satisfeito com a informação que estava obtendo. Não gostou de ser excluído da investigação, e se Noble podia ler um homem e ele gostava de pensar que podia, então ele adivinhava que Zane Taggart não ia ser tão fácil de manipular como Jonas esperava.
- Wyatt, de longe você está me irritando. - Taggart replicou com a sugestão de Jonas que o xerife deixasse a investigação nas mãos deles - Uma amiga minha foi morta e você quer que eu simplesmente desista do caso?
- Sua outra amiga também perdeu uma amiga. - Jonas o lembrou - Não acrescentemos à conta. O adicional é você fica longe disto, aí será mais seguro para ela.
Houve um longo silêncio quando Noble voltou para a reunião a mesa da cozinha.
Jonas encarou o xerife friamente, enquanto Leo e Dane assistiram a confrontação silenciosamente. Leo não falou muito, nem sua expressão mostrava sua opinião sobre o modo como se seguia a reunião.
- Esqueça. - Taggart cruzou os braços sobre o peito poderoso e encarou Jonas com determinação de aço.
- O acordo entre Bufalo Gap e o Santuário exige você abandone a investigação. - Jonas o lembrou.
O xerife bufou a isso.
- Olhe aqui, Wyatt, nós dois conhecemos o Conselho Municipal. Eles vão falar bonito e sorrir bonito para nós dois. Eles falarão com você e dirão que me conterão e eu falarei com eles e me dirão que conterão vocês. Então vamos pular essa merda aqui e chegar a um entendimento. Esta é a minha cidade, quer você goste disso ou não, me odiando ou não. Eu sou o xerife da cidade, o que faz com que a cidade e as pessoas que vivem nela sejam minhas. E isso também inclui as Raças. Eu tenho dois dos meus, mortos nesta noite. Tudo parece que foi feito por um profissional. Seu agente foi baleado na nuca a queima roupa. O dispositivo explosivo era grande o suficiente para explodir um grande buraco no parque de estacionamento e incendiar a biblioteca em que levaram não mais que meia hora. Agora você vai me contar o que diabos está acontecendo aqui ou devo procurar as respostas sozinho?
- Você tem que deixar isto seguir, Zane. - Haley veio do banheiro e entrou na cozinha
Maldição, ele tinha se esquecido da porta que conduzia do banheiro dela para o outro banheiro e depois para a cozinha que ele encontrou mais cedo quando protegia a casa. Shiloh estava vindo pelo corredor do quarto de Haley, uma carranca na face dela.
- Senhorita McQuire, esta reunião pode ser conduzida sem você. - Jonas falou, carrancudo olhando feroz quando Noble foi até ela.
- Vá pro inferno. - ela lhe falou.
Ela tinha mudado de roupas, seu rosto e braços agora limpos. Ela vestia uma calça de algodão macia que parecia com uma calça de pijama e uma camiseta comprida. Ela parecia uma criança. Uma criança amedrontada, ferida e brava.
- Haley. - O xerife saiu de sua cadeira enquanto Noble passava por ele e lhe dava um olhar de advertência - Meu bem, você está pronta para falar comigo agora?
“Meu bem”? A cabeça de Noble subiu num arranque rápido, enquanto continha um rosnado resmungado apenas na sua garganta. O que inferno o xerife fazia ao chamar a “sua” Haley de “meu bem”? Ela não era o “bem” dele, fim.
- Eu estou obviamente em um pouco de dificuldade, Zane. - Os lábios dela tremeram por um segundo antes dela apertá-los, parecendo ignorar Noble quando ele se moveu atrás dela.
- Não me diga menina. - Zane suspirou - Venha e me fale sobre isto, assim eu posso resolver tudo.
- Você não pode resolver isto. - Ela negou com a cabeça - Eu quero que você faça o que Jonas sugere. Deixe-o lidar com isso. Eu não poderia agüentar se eu perdesse você também.
Noble sentiu seu maxilar apertar ao ouvir a emoção na voz dela, em sua declaração. Como se aquele maldito xerife fosse algo para ela. Ele não era. Noble a olhou, ele a conhecia Ela não estava namorando ninguém. Ela não estava dormindo com ninguém. Ela era livre. Ele sabia que ela era porque se outro homem tivesse transado com ela recentemente, ele teria cheirado o cheiro do desgraçado flutuando em volta dela, marcando a ela.
Noble olhou sobre a cabeça dela para o outro homem, seus lábios contraídos lutando para esconder sua raiva numa rosnadura silenciosa.
- Haley. - O Xerife Taggart negou com a cabeça - Você sabe que eu não vou fazer isso. E o que vai acontecer quando seus irmãos descobrem sobre isto? E seu papai? Os McQuires vão descer em Bufalo Gap como um destacamento de caça escocês, querida e eles provavelmente trarão reforços. Nós realmente queremos um final feliz para isso? Eles falarão primeiro comigo. Se eu tiver respostas, eles podem me escutar e ficar em casa.
Era uma chantagem e um aviso. Noble ouviu aquilo, mas não gostou. Ele sentiu a preocupação enchê-la. Ela precisava descansar. Ela precisava de alguma distância entre ela e os acontecimentos da noite, de modo que a deixasse lidar com a perda que tinha sofrido.
- Os rapazes ainda estão na Califórnia. - ela disse - E o papai vôou ontem à noite para a França para ajudar o corretor em uma transação com as linhas aéreas. Eu tenho alguns dias antes de ter que lidar com eles.
- E depois? - Zane perguntou.
- E depois, talvez Sr. Wyatt terá as respostas que você deseja. Mas eu não posso falar nada agora com você, Zane. Agora eles não têm respostas para me dar.
- Mas é sua vida para dar? - Zane estalou de repente, apesar de Noble o avisar com um resmungo ao tom da voz dele – Que droga, Haley, você quase foi morta. Não diga para mim que eles não têm informações para dar.
- Merda, Zane. - Ela estava frente a ele, cheia de raiva - Eu já perdi hoje à noite uma amiga. Você acha que desejo o pesadelo de perder outro? - Ela bateu contra os ombros dele, tão largos quanto os de uma Raças era, até mesmo apesar da altura, ele a esteve usando - Vá para casa. Eu não posso lidar com você.
- Vou chamar seu pai. - ele mordeu furiosamente àquele ponto.
- E arriscar a vida dele? Ou dos meus irmãos? Eu não acho que você vai, Zane. Mas você vai deixar isso de lado por enquanto. E você também. - Ela se virou para Noble – Diabos, saia da minha casa e da minha vida. Eu não preciso de você aqui.
Silêncio encheu a cozinha. Noble estava ciente de Jonas, Leo e Dane de pé e próximos a ele. A tensão cresceu forte e rápida, grosso o bastante para cortar com uma faca quando os olhos cinza-azulados dela furaram os seus.
Noble sorriu àquela exigência, a exclamação brava. Ele sabia que não era um sorriso bonito. Ele não era bom com sorrisos, a menos que eles fossem do tipo que vinha segundos antes dele matar.
- Você deve ter me confundido com alguém que obedece suas ordens. - ele disse suavemente -Desculpe sobre sua sorte lá, querida, mas isso não vai acontecer. Você está presa comigo, quer queira ou não.
Haley o encarou furiosamente antes de se virar para Jonas.
- Ele é seu executor. - Ela empurrou um dedo trêmulo na direção dele - Eu não o quero em minha casa, fim... Tirem-no daqui.
Jonas passou a mão no rosto e resmungou baixinho algo sobre as mulheres e calor que não fizeram absolutamente nenhum sentido para ela.
- Não é assim tão simples, Senhorita McQuire.
- Não me chame de “Senhorita McQuire”. - ela estalou para ele, ignorando Noble vem como Zane -Esta bagunça é sua, agora você tem que consertar tudo. E você pode consertar tudo sem ele aqui.
Ela não aguentava nem pensar em algo acontecendo a Noble. Por um minuto angustiante desta noite, ela sentiu uma dor insuportável ao acreditar que ele estava morto, por causa dela. Ela sentiu naquele minuto uma tristeza tão profunda, que parecia que tinha sido enviada a um deserto, submersa em ondas de profunda dor e de um vazio total e absoluto.
- Bem, parece que você também está sendo jogado na geladeira, bonitão. - A risada de Zane era de gozação - Nós podemos tomar uma cerveja juntos e discutir sobre a teimosia dela, então podemos encontrar a melhor maneira de protegê-la. - ele sugeriu.
- Pare de ser um jumento, Zane. - ela ordenou asperamente, mas com os olhos fixos em Jonas continuou - Eu ajudei você. - ela lembrou a Jonas - Você sabe que ajudei. Você me deve.
- Sim, senhora, eu te devo. - Ele concordou com a cabeça - Mas não te devo a chance de morrer por você. E Noble não sairá do comando aqui. Ele tem uma boa equipe e diabos ele sabe o que está fazendo. Ele é a sua melhor proteção.
- E a Raça que morreu hoje à noite. - ela gritou para ele - Ele sabia o que estava fazendo? Você tinha um homem despreparado me guardando, Jonas? Você enviou para um menino fazer o trabalho de um homem? - Ela sabia muito bem - Eu conhecia Jason Lincoln. Você sabe por que ele escolheu esse nome? Você sabe que ele escolheu o nome Lincoln por causa de um presidente que morreu antes de qualquer um de nós ter nascido? Você sabia que ela adorava ler revista em quadrinhos? Que ele estava paquerando uma das meninas da faculdade que vêm para a biblioteca? - Lágrimas encheram seus olhos - Você sabia que ele queria um presente de Natal? - Ela sussurrou dolorosamente - Eu comprei um presente de Natal para ele. - Ela se abraçou e se afastou deles.
Erguendo a mão, ela cobriu os lábios e sacudiu a cabeça.
- Patrícia tem um neto. Ele vinha para o Natal. Agora vem para enterrar a avó. - Ela quis gritar com a raiva que sentia - Tenho que ver dois amigos enterrados por minha causa. Ela se voltou para eles - Eu não verei mais nada. Eu não enterrarei mais amigos. Agora inferno, saiam da minha casa. Todos vocês.
Ela saiu da cozinha, sabendo que nenhum deles ouviria a ordem dela, o que só a deixava mais louca. A impotência cresceu nela como uma onda vermelha, fúria desolada. Quem desejava vê-la morta, sabia o que estava fazendo. Eles sabiam como chegar até ela. Como ferir seus amigos, como fazê-la sofrer.
Aquela bomba que matou Patrícia era para tê-la matado se tivesse entrado em sua própria caminhonete. Patrícia sempre estacionava o carro dela ao lado da caminhonete da Haley porque ela não gostava de entrar no carro dela sozinha no escuro. E Jason. Ela sacudiu a cabeça quando bateu a porta do quarto dela.
Jason Lincoln. E ele escolheu aquele nome porque admirava tudo que sabia sobre Abraham Lincoln.
Jason perguntou a ela uma vez se ela via as Raças como seres humanos. Haley respondeu que os via como os melhores seres humanos que um homem pôde executar com pleno sucesso, e também os melhores do mundo. Os olhos marrons dele se iluminaram de puro prazer quando concordou com ela, pegou os livros e foi embora da biblioteca.
E agora, ela não o veria novamente. Seu sorriso tímido nunca tocaria novamente o coração dela, da mesma maneira que a risada de Patrícia nunca encheria novamente o dia dela de alegria.
Ela não podia suportar a idéia de nunca mais ouvir Zane fazer algum comentário inteligente, ou de nunca mais ver Noble lendo outro livro de carpintaria ou lendo outro livro de "erros" como ele sempre os chamava. Porque a História estava cheia de erros, esse era o raciocínio dele. E ele queria aprender com eles.
Ela sentou-se em sua cama e olhou em volta do quarto limpo, bonito. A cama coberta, com suas cortinas grossas, pesadas em volta dela que ela poderia puxar quando estivesse realmente frio. O jogo de cama que seus avôs deram a ela. A escrivaninha de quarto que os avós por parte da mãe lhe deram. Pontes para o passado, da mesma maneira que seus preciosos livros eram.
O pensamento de morrer a aterrorizava. O pensamento de Noble morrer, especialmente para ela, a congelava de medo, uma angústia sombria.
Ela não suportaria aquilo. Ele teria que partir. Ela cuidaria para que todos eles partissemm. As Raças não tinham poder o suficiente para invadir sua casa ou sua vida sem a sua permissão. Se eles não saíssem de sua casa antes do amanhecer, ela chamaria a polícia estadual. Ela arrumaria as malas e deixaria a cidade. E então ela descobriria exatamente o que faria para sobreviver.
Porque morrer não estava nos planos dela. Pelo menos não por enquanto. Viver estava. E tinha de existir um jeito de viver sem arriscar a vida de todos que ela amava.
Noble encarou a porta do banheiro fechada e silenciosamente abriu uma fenda para se certificar que Haley não estava lá. Acenando para Shiloh, a enviou para olhar a pequena bibliotecária fogosa enquanto ele voltava e se juntava aos outros.
- Bem, isso foi interessante. - Dane comentou quando se virou para Noble - Ela dá ordens muito bem. Uma pena ela não ter nascido uma Raça.
Ele sorriu, um pequeno sorriso zombeteiro em desacordo com a fúria fria em seus olhos castanhos.
- Contate a polícia estadual. - Jonas advertiu Noble - Informe-os que temos um problema aqui. Eu quero Haley colocada sob a Agência de Comando de Pessoas de Interesse.
Pessoas de interesse, o que significava, que qualquer um, Raça ou humano que possa ter alguma informação relativa as Raças ou envolvendo um caso de Raça aberto para investigação.
- Isto vai pressionar aqui. - Jonas mostrou - Se ela nomear um advogado, pode rebater isso em quarenta e oito horas.
- Então não vamos contar nada disso. - Zane os advertiu antes de Noble poder falar - Ouçam meninos, deixem-me falar um pouco algo sobre Haley. Ela é mais teimosa que essas montanhas lá fora e está certa como o inferno que há mais coisa naquela explosão que apenas um incêndio que quase a matou esta noite. Você não vai intimidá-la tão facilmente quanto acham que pode.
- Não tenho nenhuma intenção de intimidar a ela. - Noble falou - Eu a protegerei. Com sua ajuda.
- Noble. - a voz de Jonas avisando.
- Você acha que pode mantê-lo fora de tudo isto? - Noble o encarou friamente - Você não vai. E você não vai impedi-lo de tentar protegê-la. Pelo menos vamos usá-lo sabiamente.
Humano ou Raça, às vezes cada um tinha que usar seu instinto, sua percepção natural. E seu Instinto o avisava que Zane Taggart andaria sobre o fogo por alguém que ele se preocupava e além de qualquer outra razão, ele via nitidamente que Zane gostava de Haley.
- Rapaz inteligente. - O sorriso de Zane foi duro.
- Jonas te dará os detalhes, você ficará fora do perímetro que ele mostrar a você. Esta casa está bem protegida. Não há nenhum vizinho demasiadamente próximo da casa, e nem uma razão para entrar na propriedade dela. Qualquer movimento dentro da linha de propriedade dela é um alvo legítimo. Estamos entendidos?
Instinto interior e confiança eram duas coisas diferentes. O xerife podia obter informação, mas não teria acesso aos protocolos de segurança que Noble pretendia montar.
A casa de Haley se situava no final de um bloco. Tinha um pouco mais de um acre, seus limites eram cercados e tinha a sua volta cheia de árvores. Na rua havia vários outros lotes, a rua ao lado da casa tinha um lote ocupado, incluído por uma cerca de privacidade. Atrás da propriedade dela tinha mais casas, mais próximas uma das outras.
Protegê-la poderia não ser fácil, mas pelo menos aqui ele saberia quais as Raças que devem estar em posição. No Santuário, no momento, havia muitos suspeitos e não tinha espaço suficiente para proteger qualquer Raça, mas esses em quem ele confiava estariam todos de olho nela.
- Nós teremos logo a informação que precisamos, Noble. - Jonas prometeu, a voz dele dura agora.
E eles teriam. Noble sabia que o número das pessoas com a informação da testemunha que ouviu aquela reunião era pequeno. Um deles contou a alguém ou ele mesmo matou pessoalmente. De qualquer modo, eles seriam encontrados.
- Você tem duas semanas. - Noble o advertiu - Depois disso, ela desaparece. - Ele encarou Jonas, sabendo que o diretor entendia exatamente o que Noble dizia.
- Isso não será tempo suficiente. - Jonas rosnou.
- Isso é todo o tempo que você tem. - Noble encolheu os ombros antes de virar para o xerife - A partir de hoje, telefone antes de vir aqui. Telefone antes que seus policiais venham aqui. Não tente me pegar de surpresa, Xerife Taggart, e não tente me enfurecer. Eu fico muito zangado quando sou irritado. E confie em mim quando digo que você não vai querer ver esse meu lado ruim.
O olhar do xerife se fechou no dele por um longo tempo antes de Noble rosnar baixinho e fazer uma careta. Ele entendeu o recado. Ele não estava lidando com uma Raça, estava lidando com um que não se importava em matar alguém por estupidez. Se o xerife fosse estúpido o bastante para tentar pegá-lo de surpresa, então ele morreria. Nada importava naquele momento, só proteger Haley. Não importa de quem ele tivesse de protegê-la.
Capítulo 4
A porta de quarto de Haley abriu lentamente e Noble entrou no quarto.
Ela o encarou de sua cama, vendo o modo que a luz fraca do abajur dela o seguia e admirando os traços angulosos e fortes do rosto dele.
O cabelo preto e grosso caia pelos ombros dele e moldava seus contornos duros, afiados da face dele. As maçãs do rosto altas, olhos profundos, ligeiramente inclinados e um nariz forte, afilado. Ele nunca poderia ser de chamado bonito, não de verdade. Noble era qualquer coisa menos um rapaz bonito. Ele era um homem, um homem em todos os sentidos, era forte, resistente, seguro de si e cheio de habilidades a ponto de aparecerem nitidamente nos olhos negros dele.
Ela então se lembrou, vários meses atrás, a informação que ele tinha se ferido em uma missão. Ele esteve longe do Santuário por várias semanas. Ela tinha esperado e se preocupado e se prometido que da próxima vez ela que o visse, ela mandaria a prudência para longe e faria algo sobre aquela "quase" relação que eles pareciam compartilhar.
No entanto, quando ele voltou, ela recuou novamente. Não era falta de confiança, ou até mesmo ousadia. Todo o mundo sabia que Haley podia ser ousada. Não, havia qualquer outra coisa que a tinha feito se conter, uma certeza, um conhecimento que qualquer mulher que namorasse Noble estaria assumindo muito mais que um namoro e se tornarem amantes. E sempre havia a chance que os boatos do “calor de acasalamento"e as histórias sensacionalistas de fofocas e nos jornais tivessem um fundo de muita verdade de que eles podiam ser perigosos. Haley acreditava muito na citação popular que dizia: “Onde há fumaça, há fogo”. E onde havia Noble, as coisas naturalmente ficavam quentes.
Ela estremeceu quando ele fechou a porta calmamente atrás dele, ainda a olhando, seu olhar frio e fechado.
- Você não deveria estar aqui. - ela lhe falou - Eu pedi que partisse.
- Você está ansiosa para morrer, Haley? - Ele se apoiou contra a porta e cruzou os braços sobre o tórax - Estranho, eu nunca a vi como uma molenga.
Os lábios dela se apertaram e o encarou silenciosamente.
- Você não pode fugir ou se esconder. Não disto. - Ela já tinha percebido aquilo. Isso não significava que era fácil de aceitar.
- Jonas pode nomear outra pessoa para me proteger então. - ela lhe falou - Eu não o quero aqui.
Ela o queria com um desejo tão grande que às vezes beirava a angústia. Desde a primeira vez que o viu há um ano, quando ele entrou na biblioteca, ela sentiu por ele um desejo tão forte e diferente de qualquer coisa que já tinha sentido por alguém.
E este seu desejo ia causar complicações, ela sentia isto. Ela se enganou antes ao ter um breve namoro com Zane até que ele percebeu que seu amor pelo seu trabalho era mais forte que a necessidade por uma mulher ao seu lado. Mas aquele relacionamento curto a ensinou como detectar um homem-problema. E Noble definitivamente era um homem-problema.
- Eu sou sua melhor aposta para continuar viva. - ele falou.
- E o que aconteceu com Jason? - Ela perguntou em tom penetrante - Você nem sequer me avisou que tinha alguém me vigiando. Ele morreu sem necessidade.
- Todas as Raças morrem desnecessariamente. - ele a informou rudemente - Lá fora há uma guerra, Haley, e você está no meio disto agora. Ponha isso na cabeça. Você não sobreviverá sozinha. Você não sobreviverá sem mim. Ponto final. Enquanto não descobrirmos o que aconteceu, você estará presa a mim.
Ela saltou da cama, a recusa enchendo-a.
- Ache outra pessoa. Eu já disse, não quero você aqui.
- E eu já falei, desculpe “você joga com a sorte”. - ele rosnou, fazendo brotar os caninos, caninos enormes que brotaram de repente nos lados de sua boca.
Haley às vezes fantasiou sobre aqueles dentes. Fantasiou em ver aqueles dentes enormes roçando seus seios, mordendo e os devorando. Às vezes ela sonhava com eles em seu pescoço, no ombro, mordendo-a, mantendo-a segura enquanto a possuía.
A natureza animalesca desses sonhos sempre despertava sua xoxota e por fim a deixava molhada e faminta por sexo por dias.
Enquanto o enfrentava, ela sentia aquela excitação, uma companheira constante a qualquer hora que ele estivesse por perto e se forçou a se afastar dele.
- Você age como se tudo que precisasse fazer fosse pôr uma distância entre nós para aliviar o doce cheiro de sua fome por mim. - ele disse espantando-a - Você acha que não posso cheirar seu desejo a quilômetros de distância?
Ela negou com a cabeça. Ela não podia enfrentar aquilo esta noite, não em cima do sangue e morte que a cercaram. Ela sentia como se seu corpo e alma estivessem pesados de culpa.
- Por isso você não pode ficar aqui. - ela sussurrou - Eu não sou estúpida, Noble. Eu o distrairei e você terminará morto.
Ele negou com a cabeça e se aproximou dela. Só alguns passos, só o bastante para contar a ela que não ouviria o que dizia.
- Nós definitivamente distrairemos um ao outro. - ele prometeu a ela, com voz baixa, vibrando com luxúria - Não haverá nenhuma ajuda para isto. E essa será a nossa vantagem.
Ela negou com a cabeça ferozmente.
- Não será uma vantagem. Você sabe melhor que isso.
Ela se afastou para mais longe dele, mas foi pega de surpresa quando foi posta de repente contra a parede atrás dela. Ela olhou, com a respiração forte, pesada quando ele chegou mais perto dela, a observando, sua expressão atenta, pesada de fome.
- Você é minha companheira, Haley. - ele disse a ela, sua voz pesada, sombria. E não soou como uma coisa boa. Também soou muito perto das histórias que foram devoradas nas revistas de fofoca que apresentavam as Raças com destaque, com histórias de luxúrias loucas e desejos famintos que desafiavam a capacidade de compreensão.
- Eu não posso tratar disso com você. - ela sussurrou, quando ele se aproximou, quase a tocando, o peito dele avançou lentamente dos seios agitados pela respiração rápida enquanto ela o olhava humildemente - Você não pode ver isto, Noble? Eu não posso lidar hoje à noite com contos de fadas, ou com você aqui.
- E eu não posso lidar com outro homem protegendo você. - Ele estendeu a mão e tocou o rosto dela, os nós dos dedos alisando sua pele.
Ele raramente a tocava. Desde o ano que ele apareceu na biblioteca, ela podia contar nos dedos quantas vezes a pele dele tocou a dela de verdade.
- Você sabe o que é um acasalamento, não é? - A cabeça dele abaixou até que seus lábios acariciaram a orelha dela.
Haley deixou o resto de seu corpo se apoiar contra a parede, sentindo o corpo fraco agora enquanto o sangue começava a bombear forte e pesado pelo corpo.
- Os tablóides. - ela sussurrou - Eles não dizem a verdade.
- Não precisamente. - Ele esfregou a bochecha dele contra ela.
O golpe curiosamente suave da bochecha dele contra a sua fez mais do que ela imaginou ser possível. Os cílios se fecharam, uma fraqueza sensual invadiu o corpo dela enquanto sua xoxota começou a aquecer, e comichar com desejo, se sentindo vazia.
- Não precisamente? - Ela sussurrou, ele levantou a cabeça e recuou lentamente - O que exatamente significa “não precisamente”?
- Significa, e em breve você descobrirá, não há como fugir de mim, Haley. E não há como fugir do fato que você precisará de mim. Em breve.
Ele se afastou mais.
- Você precisa descansar. Os próximos dias não serão fáceis para você e eu não quero complicar isso. Mas não há nenhuma necessidade de me forçar a sair daqui, não há mais nenhuma necessidade de fugir de mim por mais tempo. Nós veremos isto juntos.
Haley engoliu seus protestos. Ela foi educada por seu pai escocês e seus dois irmãos mais velhos, ela conhecia a determinação e a arrogância masculina, e se não estivesse enganada, então Noble tinha mais da cota justa dos dois.
Quando ele saiu do quarto, ela caiu contra a parede e respirou fundo, cansada. O medo parecia um animal enjaulado dentro dela, assim como sua aflição. E como o desejo que sentia por Noble, ela não teve nenhuma idéia de como controlar qualquer emoção.
Noble entrou na cozinha depois de horas mais tarde, depois que Haley andou silenciosamente pela casa, como um fantasma na longa camisola com robe branco que vestia, o cabelo vermelho macio era uma nuvem ardente envolta de seu rosto pálido.
Ele viu quando ela foi até a enorme árvore de Natal e lentamente, silenciosamente, pegou dois presentes reunidos que estavam embaixo e caminhou para o sofá.
Ele teve o cuidado de ficar dentro das sombras. Ele sabia de sua tristeza. As vezes uma pessoa precisava ficar sozinha com isto e às vezes uma mulher precisava ficar só com suas lágrimas.
Ela abriu o primeiro, que ele sabia que tinha sido para Patrícia. O embrulho finamente bem feito era uma mistura de cores vermelhas e douradas bem escura. Ele se lembrou que Patrícia gostava de cores mais escuras.
Haley levou o embrulho até o rosto, fechou os olhos e deixou as lágrimas caírem. Elas caíram no papel enquanto seus ombros sacudiam, e chorou sua tristeza contra o embrulho.
Longos minutos depois, ela alisou o embrulho sobre o colo e encarou o outro, o presente menor na frente do rádio. Pesar cortou o peito dele. Ele queria ir até ela. Precisava segurá-la pela dor que ela sentia. No entanto, uma parte dele sentia, sabia que para Haley sobreviver, ela tinha que dizer adeus na sua própria maneira. Ela alcançou a caixa e a pôs sobre seu joelho e a abriu lentamente. Ela ergueu a tampa da grande caixa preta de joalheria, encarou o que ela tinha desembrulhado por um longo momento, silenciosa.
- Eu sentirei falta de você, Jason Lincoln. - ela sussurrou - Eu sinto muito que nunca tenha descoberto que estava livre de verdade.
Então ela pôs a caixa na mesa, puxou o casaco ao redor dela e se enrolou sobre as almofadas do sofá. Ela encarou aquela caixa enquanto as lágrimas escorriam por sua face, e finalmente, um pouco antes do amanhecer espiar sobre o horizonte, Haley caiu no sono.
Noble entrou mais na sala, foi à mesa, e encarou o que ela tinha comprado para Jason Lincoln. Era um bracelete. Prata forjada e gravada com uma única palavra, liberdade. Ao lado da palavra estava um desenho de uma pata de leão.
Ela sabia que Jason queria um presente de Natal. Ele desejou saber se ela sabia que todas as mulheres do Santuário fizeram certo que toda Raça ganhasse um presente de Natal, quisessem ou não, se eles acreditassem ou não no feriado.
Ele se ajoelhou, descansando sobre os pés enquanto encarava o presente e à mulher. O lindo casaco de lã finíssima que ela tinha comprado de presente para Patrícia estava envolta dos ombros dela e restos de lágrimas ainda umedeciam o rosto dela.
Ele daria a ela um tempo para chorar a sua perda pois sabia que ela precisava disso. Se ele tirasse isso dela, com certeza ela nunca entraria nos braços dele quando ele precisasse dela. E ele precisava que ela fizesse isso. Vir para ele. Precisar dele. Sofrer como ele sofria e querer como ele a queria.
Sacudindo a cabeça ele se endireitou, tirou a manta clara da parte de trás do sofá e a cobriu antes de ir para a cadeira ao lado dela.
Ele precisava de algumas horas para repousar. Ele pegaria no sono como e quando pudesse, e como uma Raça, ele se adaptaria até que pegassem a pessoa que a feriu tão profundamente. E quando eles o pegassem, Noble se prometeu, ele se vingaria por ela.
Três dias depois, eles puseram Patrícia para descansar ao lado de seu marido e sua filha que já tinham falecido. Noble ficou atrás de Haley no serviço religioso e no enterro e quando a dor dela o envolveu, ele a puxou contra o seu peito consolando-a.
As lágrimas dela encharcaram sua camisa, marcou sua carne e quebrou o coração dele. Ele esfregou seu rosto contra o alto da cabeça dela, contra seus cabelos e pelo canto dos olhos ele viu o xerife. Noble estreitou os olhos ao ver o flash de ciúme e raiva no olhar do xerife quando encarou Noble.
Havia mais que amizade nos olhos daquele xerife quando ele encarava Haley. E talvez ódio quando ele olhou para Noble.
Mais tarde, quando assistiram o pequeno serviço religioso de Jason no Santuário, Noble estava carrancudo. O padre que presidiu o funeral foi cheio de compaixão, ele não julgou e ele falou do amor de Jason por livros e seu desejo de liberdade duradoura. O padre garantiu a eles que Jason agora estava livre.
Como eles se aproximaram do caixão, Noble viu quando Haley pôs a pulseira prateada ao lado da Raça e o coração dele se apertou.
Até o Santuário, as Raças nunca tinha tido um enterro. Eles eram incinerados nos laboratórios do Conselho, viravam pó e cinzas e esquecidos nas mentes de seus sombrios criadores.
Este ritual que os humanos praticavam fazia pouco sentido para ele, da mesma forma que o ritual de Natal ainda o confundia. Participação de Raças em qualquer ritual parecia quase que contra as leis da natureza para ele. Eles não eram humanos. Eles não nasceram e o Deus que deu fôlego de vida para os humanos não tinha dado vida para as Raças.
Se as vidas deles não foram ordenadas por Deus, como eles poderiam reivindicar a benevolência divina?
Noble sacudiu sua cabeça e seguiu Haley quando ela deixou a pequena capela. Ele manteve seu braço ao redor dela, a manteve contra o seu peito enquanto sua equipe os cercava e os conduzia para a SUV preta de luxo que a levaria de volta ao calor da casa que ela tinha feito para si.
A aflição dela estava diminuindo, mas ele sentia a determinação crescendo nela. Ela esteve quieta nos últimos dias, mas algo estava se fortalecendo dentro dela. Ele sentia aquilo. Sim, claro que sentia. E o seu lado animal se esticava em antecipação.
- Nós precisamos de mantimentos. - Haley declarou depois, quando eles se aproximaram dos arredores de Bufalo Gap.
Ela estava consciente das seis Raças que os acompanhavam, do silêncio deles, da vigilância deles. Da mesma forma que ela estava consciente da suspeita deles cada vez que eles verificavam se Zane Taggart ainda estava seguindo-os.
Zane não a deixaria ir fácil. Ele pensava que estava apaixonado antes e durante aquele breve caso, ele quase a enlouqueceu com o seu jeito protetor. Sempre foi muito sutil, muito afável, mas ele teria tentado envolvê-la em algodão se eles tivessem ficado juntos.
E apesar dela gostar muito de Zane, o resto não foi como ela esperou que seria. Como ele determinou que seria. O rompimento do namoro feriu a ambos e ela tentou se certificar que nunca mais se colocaria naquela situação.
- Você pode preencher uma lista quando chegarmos em casa. - Noble declarou - Alguém entregará os itens que você precisa.
Claro, por que ela não tinha pensado nisso?
Seus punhos se apertaram no colo dela. Ela nem mesmo podia se ariscar a ir ao supermercado.
- Jonas estará esperando por nós na casa. - ele continuou - Precisamos discutir o que ele descobriu nos últimos dias. Ele finalmente conseguiu reunir informações suficiente para nos dar uma idéia do que estamos enfrentando.
Ela o olhou com surpresa.
- Ele vai me dizer?
- Trata-se da sua vida. - Os lábios sensuais dele apertaram e os olhos pretos brilharam de raiva - Eu preciso que você me ajude a te proteger, Haley. Para fazer isto, você precisa da mesma informação que eu tenho.
- Pelo menos você não vai tentar me trancar numa cela. - Ela suspirou.
Os últimos três dias foram um inferno. Claro que seus irmãos assim como seu pai souberam que algo estava acontecendo. Vizinhos preocupados, cidadãos curiosos, alguém garantiu que eles conseguiriam acabar com eles.
O pai dela gritou no telefone na noite anterior enquanto os irmãos dela competiam para serem ouvidos por cima dele durante o telefonema de quatro canais.
Ela ainda estava com dor de cabeça e duvidava que a conversa de Noble com eles tivesse acalmado as preocupações deles ou as ameaças deles de ir direto para Buffalo Gap.
- Não faria nenhum bem te prender numa cela, não é? - Ele parecia levemente interessado na perspectiva, o suficiente para ela lhe dar um olhar brilhante de aviso.
- Eu sei arrombar fechaduras.
Ele sorriu.
- Ora, por que eu não adivinhei isso?
- Provavelmente porque você estava considerando a cela. - ela murmurou.
Ela ignorou a diversão nas Raças a sua frente.
Eles eram um grupo interessante. Os três na área do motorista e os três sentados em frente a eles. Eles tinham olhos frios, duros e fortes. Cabelos longos, muitas cicatrizes, e todos eles pareciam homens que poderiam seguir seu próprio caminho sozinho através de um exército.
E todos eles tinham posto suas vidas em risco por ela. Era um pensamento apavorante. Por essa razão ela se prometeu que tudo que Noble ordenasse, ela faria. Porque era evidente que ele não ia partir. Nem ele a deixaria partir. Isso não significava que ela tinha que gostar disso. E não significava que tinha de aceitar o convite muito sensual que ele lhe dava cada vez que seus olhos se encontravam.
- Uma cela nunca foi considerada. - ele admitiu finalmente - Nós descobriremos logo quem está por trás do bombardeio. Nós sabemos o motivo, nós temos apenas que identificar quem fez. Quando nós fizemos isso, você estará segura. E assim que você testemunhar na audiência contra Brackenmore e Engalls mês que vem, então eles já não terão uma razão para querê-la morta. Eles estarão muito ocupados em salvar suas próprias peles.
Ela não sabia se concordava com ele naquilo. Parecia-lhe que o ódio que Brackenmore e Engalls sentiriam por ela era argumento suficiente para matá-la. Felizmente para as Raças, ela não era a única testemunha que eles tinham contra os dois.
- Jonas chegou à casa. - Mordecai Savant, o executor da Raça Coiote que tinha chegado ao Santuário há seis meses, disse a Noble quando olhou ao PDA que ele tirou do bolso da calça do pesado uniforme -Está tudo limpo. Nenhum sinal de visitantes indesejados. Os leões investigaram a área e está tudo limpo.
- Os leões? - Ela olhou Noble - Você tem leões na minha casa?
- Os leões naturalmente sentem coisas que nós não sentimos. - ele explicou - Se eles hesitarem, então nós saberemos que há um problema. Eles são nossa melhor primeira defesa.
- Siga para dentro da casa. - Mordecai lhe falou - Jonas está esperando na cozinha.
Haley teve que morder a língua para impedir um comentário sobre aquilo. Não havia nenhuma dúvida que ele tinha sentido o cheiro do grande pote cheio de biscoitos amanteigados fresquinhos que tinha guardado no armário da cozinha. Ela teria que assar mais biscoitos mais tarde. Raças podiam achar seus deliciosos biscoitos mais rápido que os irmãos dela podiam.
- Ele está comendo todos os biscoitos? - Blade Travers nunca poderia, na imaginação de ninguém ter aquele olhar de menino. Mas a ansiedade nos olhos dele a fez lembrar de um menino ansioso. A preocupação de uma criança que não tinha a parte dele.
- Se houver biscoitos ao redor, então Jonas vai achá-los. - a Raça conhecida simplesmente como Crayven bufou do assento da frente - E eu aposto que Mercury, Lawe e Rule estão pegando mais que a parte deles também.
Sim, ela faria mais biscoitos em breve, ela pensou quando ouviu o suspiro de Noble, quase com saudade, ao lado dela.
- Eu sei assar mais. - ela finalmente disse entre dentes.
E por que ela estava quase louca, não podia pensar.
- Você assaria mais para nós? - Os olhos de Mordecai estreitaram sobre ela, como se suspeitasse que mentia.
Ela definitivamente ia ter que aumentar sua lista de supermercado.
- Eu sempre asso para o Natal. - E parecia que este ano, ela iria assar um inferno de muito mais que imaginou.
Raças. Por que ninguém a avisou que não era só seus dentes afiados, palavras mordidas ou fome de matar que ela tinha que estar atenta? Alguém devia te-la avisado para tomar cuidado com o desejo deles por doces.
Ela se perguntou se os quadris deles engordavam tão rápido quanto o dela engordava.
Ela olhou para cada um e fez uma careta. Ela não tinha aquela sorte.
Capítulo 5
Horas depois, Haley estava assando biscoitos em completo desespero. Biscoitos com pedaços de chocolate, biscoitos de aveia de chocolate e biscoitos de chocolate com açúcar cristalizado.
Haley cozinhava por prazer, para pensar, e se esconder. Naquela noite ela estava se escondendo.
Uriel. Ela ouviu aquele nome antes, ela tinha lido aquele nome antes. Um dos nomes associados com o deus da morte. O ceifeiro severo. O tomador de vida. Neste caso um assassino.
Segundo Jonas, o assassino era suspeito de ainda ser uma Raça sob o controle do Conselho de Genéticas que o criou.
A explosão tinha todas as suas assinaturas, mas a marca realmente reveladora era o e-mail não rastreavel enviado a Jonas no seu escritório em seu endereço de e-mail da Agência de Assuntos das Raças. Afirmava que ele realmente não queria matar mais Raças para pegar a ela, mas ele mataria se fosse obrigado. E estava assinado, Uriel.
Ela tinha um assassino profissional atrás dela para matá-la. E o que ela fazia? Ela estava cozinhando.
No momento que Jonas deu a Noble a informação, o comportamento das Raças que a protegiam mudou. Os seis homens sob o comando de Noble ficaram duros e frios.
Mordecai exigiu que Jonas trouxesse do Santuário o seu animal de estimação e o libertasse ali. Agora, um enorme coiote adulto, de olhos malignos estava agora solto na sua propriedade. Ótimo. Isso era tudo que precisava.
Não diziam que coiotes eram impossíveis de domesticar?
Noble mudou também e aquela mudança dele a fez ficar mais nervosa que os outros. O olhar que ele lhe deu continha uma promessa, uma sombria, quase proibida promessa, que a fez tremer por dentro.
Quando ele e Jonas foram para a sala de estar para discutir a segurança, Haley foi para a cozinha assar biscoitos. E tentar esquecer aquele olhar que viu nos olhos de Noble. Que lhe prometia que lhe daria espaço suficiente, mas que em breve, ele se aproximaria até ficar bem perto.
- Jonas está saindo, Haley. - Noble entrou na cozinha, seus olhos pretos encobertos quando a olhou por cima do grande tabuleiro de biscoitos que ela estava puxando do forno.
Haley acenou com a cabeça lentamente.
- Tudo bem.
Ela virou-se e ficou de frente para Jonas quando ele entrou na cozinha.
- Nós cuidaremos de tudo e terminaremos isso em breve. - Jonas prometeu a ela - Temos várias pistas. Uriel foi negligente desta vez. Uriel tem sido instável nos últimos anos, de qualquer modo, assim seus sucessos puderam ser contados por causa disto.
- Mas alguém ainda acabou morrendo, certo? - ela mostrou.
- Só porque as vítimas não sabiam que eram alvos. - Jonas declarou - Nós sabemos. Agora, eu a deixarei com Noble. Você tem seis homens que a protegem bem, assim como também aquele animal sanguinário de Mordecai e os leões, que percorrem em volta da propriedade com ele. Nada passa por nenhum deles.
Ele foi para a porta dos fundos, esticando os ombros cobertos pelo paletó do terno sobre a camisa branca e o coldre de ombro que ele usava. Quando ele usava terno, ele parecia como qualquer homem de negócios poderoso, até quando se olhava os olhos dele.
- Noble, eu te desejo sorte com a outra coisa. - Jonas se voltou de repente para eles, com olhar divertido, o rosto duro quase sorrindo - Mas eu tenho a sensação que você tem isso sob controle também.
Ele deixou a casa e Noble fechou logo a porta antes que Haley pudesse comentar.
- Qual é a outra coisa? - Ela perguntou quando ele ficou de frente para ela.
- Algo mais pessoal. - ele finalmente falou.
A voz dele estava diferente. Havia uma rouquidão nela, uma aspereza breve que enviou um arrepio pela espinha dela.
Ela esfregou as mãos juntas, ignorando formigamento quente que queimava suas palmas. As mãos dela formigavam toda vez que ele ficava perto dela. A necessidade, o desejo de tocá-lo, muitas vezes quase acabava com o bom senso dela. Ela concordou ao invés de perguntar sobre aquilo. Ela passou os biscoitos do tabuleiro para a uma grande tábua de metal por alguns minutos para esfriar.
- O que é algo mais pessoal? - Ela colocou a espátula ao lado da tábua e virou para ele.
Estar de frente para ele na distância da cozinha, ela se sentia de alguma forma mais valente que esteve em dias. Alguém tentava matá-la. Alguém que sabia matar. Perdoe-me por tomar um pouco de iniciativa aqui.
- Você está certa de que quer saber? - Conscientemente ele curvou os lábios com sensualidade.
- É sobre aquela besteira de acasalamento que você tentou pôr em mim na outra noite?
Ela não esqueceu. Esteve em sua mente, provocando-a, zombando dela, e seguindo ela nos sonhos quando conseguia dormir.
Ele subiu uma sobrancelha.
- Besteira de acasalamento?
Ela ergueu a mão, indicando que ele devia ficar onde estava, então ela foi ao seu quarto, pegou várias revistas de fofoca debaixo da mesa de cabeceira e voltou na cozinha e os espalhou sobre a mesa da cozinha.
CALOR DE ACASALAMENTO SE ESPALHA PELAS COMUNIDADES DAS RAÇAS.
RUMORES DE QUE O AFRODISÍACO DAS RAÇAS CAUSA LUXÚRIA INCONTROLÁVEL.
ELES SÃO MAIS ANIMAIS QUE NÓS IMAGINÁVAMOS?
HÁ RUMORES QUE CALOR DO ACASALAMENTO PRODUZ RESULTADOS ANIMALESCOS.
As manchetes eram ridículas, mas todos eles informavam quase o mesmo fenômeno.
- Você leu esse lixo? - Ele lhe perguntou, apontando para as revistas.
Ela cruzou os braços sobre os seios.
- Quanto disto é verdade?
Ele passou os olhos por uma das revistas. As sobrancelhas se arquearam várias vezes. Pura zombaria curvando os lábios dele antes de lançar um ultimo olhar e parar.
- Eu diria que noventa por cento disto é bastante preciso.
Ela piscou, então estreitou os olhos com suspeita.
- Você está mentindo para mim.
O sorriso dele era lento e não fez nada para acalmar o nervosismo que crescia nela.
- Sim, eu estou. - Ele encolheu os ombros - Provavelmente mais perto dos oitenta por cento.
Ele pôs a mão no bolso de sua calça jeans e tirou um frasco. Dentro havia várias pílulas estranhamente coloridas de rosa. Ele pôs o frasco sobre a mesa e disse.
- Um por dia, começando hoje a noite.
Ela o encarou, se perguntando se as raças estavam envenenadas.
- Para que é isso?
Ele andou na cozinha então, se aproximando devagar enquanto ela se recusava a recuar. Ele veio por trás dela, afastou o cabelo do ombro dela e a cabeça dele abaixou, os lábios dele acariciaram a orelha dela. - Quando eu te beijar, o gosto do meu beijo vai te deixar louca por mais. O hormônio nas pequenas glândulas em baixo da minha língua será lançado em sua corrente sanguínea e o hormônio de acasalamento começará a encher seus sentidos. Ele parece uma droga para sexo. Ele parece uma necessidade que só uma coisa aliviará e isso é o meu esperma bombeando dentro de você. Quando isso acontecer, uma extensão pequena, em forma de um dedo polegar ficará ereta em baixo da cabeça do meu pau. Me trancará dentro de você, derramará um outro hormônio em você, então, juntos, eles prepararão seu corpo para receber o esperma viável que poucas raças possuem. Essa pílula aliviará os efeitos desconfortáveis do calor. Pode até mesmo evitar uma possível gravidez. Às vezes demora um tempo para a fertilização, para gerar uma criança. Mas isso sempre acontece. E o calor nunca desaparece completamente. Cresce, dia após dia, ano após ano, até que os companheiros estejam completamente ligados, acasalados de tal maneira que a vida um sem o outro é inimaginável. - Raças só acasalam uma vez, Haley. Uma vez só. Uma raça tem uma chance e uma única oportunidade para reivindicar algo neste mundo que pertence a ele e somente para ele. E meu corpo está reivindicando o seu.
- Você está louco. - Ela se afastou dele, encarando-o com olhos arregalados e incredulamente chocada - Isso não é verdade.
- Por que você acha que eu mantive com tanto cuidado uma distância segura entre nós? - Ele lhe perguntou, sua expressão se impondo, seus olhos pretos cintilando, brilhando com fome - Por um ano. Eu contive o desejo louco de te beijar, de foder você, por um ano inteiro me contive. Eu tentei afogar minha luxúria, ignorá-la, combatê-la. Nada funcionou, Haley. Nada vai funcionar até que eu compartilhe isso. Com você.
Os olhos dela estavam arregalados, choque retumbava através dela. A expressão dele era torturada, quase agoniada, quase convincente.
- Por que você está fazendo isto? - Ela o encarou furiosamente - Eu gosto de você, Noble. Eu alguma vez fui cruel com você? Por que você faria isto comigo?
Ela estava ferida. Ela o encarou dolorosamente, se perguntando por que ele quereria brincar com ela de tal modo. Certo, ela acreditava nas revistas, podia ter uma ponta de verdade em algo daquilo. Mas o que ele dizia era irreal.
Noble se voltou para ela, seu maxilar apertando furiosamente, os músculos da lateral contraindo num ritmo retumbante de contenção.
- Você me quer. - ele rosnou - Eu posso cheirar isto. Mais do que você já quis a outro homem, Haley. Eu aposto isso.
Ela alisou o cabelo lutando contra a vergonha.
- Eu sei que você pode cheirar que eu o quero. - ela disse incomodada, sentindo o rubor que subia por seu pescoço até o rosto - Eu não espero nada de você, mas você não tem que mentir para mim.
A expressão dele apertou, a carne parecia esticada sobre os ossos e na face dele, dando-lhe mais uma aparência sombria, mais parecendo um animal.
- Venha aqui. - Ele estendeu a mão para ela.
Haley encarou a mão dele com suspeita. Era grande, bem bronzeada, forte. Os dedos dele eram poderosos e graciosos e ela não pôde ignorar o aperto em seu ventre ao pensar em ser tocada por ele.
- Dê-me a sua mão, Haley. - A voz dele estava endurecida.
Ela estendeu a mão para ele. Lentamente, ele levantou a ponta do dedo dela e levou até a boca dele. – Deixe-me mostrar para você.
Os lábios dele se abriram, o calor de sua boca envolveu a ponta do dedo dela e pareceu queimar a carne dela. Então a língua enrolou envolta do dedo e embaixo da língua, ela sentiu pequenas glândulas dele inchadas. Elas estavam duras, pulsando contra seu dedo, quente e áspera contra ela.
Os cílios cheios dele se fecharam, sensualidade e fome cobriram seu rosto. E tudo que ele fazia era chupar e lamber o dedo dela.
O dedo ficou quente e ela jurava que sentia um formigamento de algo mais que o simples movimento de prazer na sua pele. Quando ele retirou o dedo dela da boca, ela olhou a pele molhada, então para ele.
- Demora uma hora. - ele disse, com voz estrangulada - Não leva mais que isto para fazer um beijo ativar o hormônio para circular em você, Haley. Tudo tão simples. Ele indicou o dedo dela e na expressão dele ela viu o desejo por ela - Somente um beijo em seu pescoço. Um gosto suave de sua carne e o hormônio queimará dentro de você, acenderá seu desejo mais forte como nunca sentiu. E a doçura, o cheiro sensual de sua nata cremosa me deixará mais louco. - Os punhos dele se apertaram - Eu te quero. Eu te quero desde o momento em que pus os olhos em você há um ano. Quero tanto você que o meu desejo faz desaparecer tudo a minha volta. Por isso a equipe de segurança para você é tão grande. Por que você tem seis raças em vez de dois trabalhando para proteger você? Porque aqui, nesta casa, o mundo lá fora em breve não vai existir mais para nós dois. Em breve, nada mais vai existir, senão somente a fome de sexo.
Ela encarou seu dedo e depois ele. Ela lambeu nervosamente seus lábios, seu olhar pegando o modo como ele a olhava ao lamber os lábios.
- Eu quero lamber seus lábios, também. - A voz dele saiu trêmula da garganta dele - Eu quero lamber seus lábios, seus seios, seu doce sabor quente e molhado entre suas coxas. Eu quero te possuir até que você não possa negar a mim ou negar o desejo que cresce entre nós. E vai acontecer, Haley. Muito, muito em breve. A única pergunta é: você pode aceitar isto?
Ela podia aceitar isto?
Ela o encarou.
- Eu não estou apaixonada por você.
Ela o queria. Ela o desejou durante um ano. Ela estava fascinada por ele, sempre fantasiou sobre ele, mas aquilo não era amor.
- Então nós estamos num caminho pedregoso, Haley. - Ele suspirou pesarosamente - Mas é muito provável que eu esteja apaixonado por você. E eu nunca tive em minha vida nada nem ninguém que pertencesse a mim. Saber que você é minha companheira torna difícil te dar um aviso ou uma escolha. Mas eu estou tentando fazer isso. Eu quero que você se lembre disso nas próximas horas. Eu estou tentando e para mim, isso é uma danada de uma concessão.
Ele virou e se afastou dela, voltou para a sala de estar com seus enormes ombros eretos e de cabeça erguida.
Havia tanto orgulho em cada movimento de seu corpo. Força e determinação, confiança absoluta.
Haley caiu em uma das cadeiras de cozinha ao lado dela e encarou seu dedo.
Era um vírus? Era isso que aquela coisa de acasalamento era? Apenas um hormônio com certeza não poderia fazer o que ele disse que podia. Ela olhou o frasco de pílulas sobre a mesa. Não havia muito deles. Um por dia ele disse. Ajudar a minimizar os efeitos?
Havia tantas perguntas atravessando sua mente agora. E sentia tantas sensações. Não era o hormônio que ele lambeu sobre o dedo dela que acelerava seu coração. E não podia fazer suas coxas formigarem. Era um jogo mental. E ela não era tão ingênua para permitir que jogasse com ela tão facilmente.
Ela se levantou e foi depressa, rapidamente para a sala de estar. Ele não estava lá. A porta do quarto dele estava aberta e ela foi até lá, determinada a interrogá-lo, obter respostas que ela precisava. Ela entrou no quarto e depois parou de repente na entrada.
Por alguma razão, ele tinha tirado a camisa. Deus, por que ele tinha tirado a camisa? Antes que ele se virasse de frente, ela olhou brevemente as costas dele. Lá, pelos ombros dele, havia manchas. Não eram. Nem cicatrizes, mas um desenho diferente de anéis escuros, fascinante, parecido com as manchas do Jaguar cujo DNA ela sabia que ele tinha.
Ela deu um passo a frente. As mãos dela estavam formigando novamente, mais forte, o desejo de tocá-lo quase tirando seu juízo.
- Eu preciso de um banho. - Ele virou de frente e as manchas continuavam nos ombros e tórax poderosos. Elas eram umas manchas bem fracas com partes mais escuras em todo o peito e ombros e desciam sumindo sob a calça jeans dele.
Ela deu mais um passo e parou. Depois se moveu novamente. Ela tinha que tocá-lo.
Quando ela ficou bem perto, ela pode ver que eram mais que apenas manchas. Era um padrão de manchas, pêlos quase invisíveis que ela sabia que cobriam os corpos das Raças. Mas os pelos eram mais escuros em algumas áreas, criando um padrão de manchas.
Raças eram sem pêlo, com exceção das sobrancelhas e o cabelo em suas cabeças. De fato, de acordo com sua pesquisa eles eram cobertos por uma camada extremamente fina de pelos, quase que indetectável, até mesmo ao toque.
- Haley, você não vai querer me tocar agora. - ele falou suavemente.
Ela não podia ajudá-lo. Ela o tocou. Ela ergueu a mão, deixou sua palma alisar o peito dele e sentindo sua respiração presa enquanto ela sentia seu calor, os músculos duros contraindo sob a pele dele, e a sensação ultra suave contra a sua palma.
- É bonito. - ela sussurrou, erguendo o olhar para ele enquanto erguia a outra mão e o tocava mais.
- Não faça isso. Haley, por favor. - As mãos dele agarraram os pulsos dela, mas ele a segurou no lugar, ele não a retirou, não a afastou dele - Você não entende o que esse hormônio faz comigo. Você não sabe como eu queimo de desejo por você.
- Por que eu? - Ela sussurrou - Por que você me escolheu?
O olhar dele estava pesado, sombrio e mostrando turbulentas emoções. Eles brilhavam com vida, com fome, e com muito mais que apenas luxúria.
- Eu a vi. - ele disse - Um sorriso em seu rosto, seus lindos olhos iluminados com um sorriso, esperança e alegria. E você me fascinou, Haley. Você sempre me encanta. Me confunde. Me atrai. Não precisa de amor para o calor de acasalamento iniciar, mas se o amor existe de verdade, então eu sei que o senti desde a primeira vez que eu vi seu sorriso. Eu a reclamei, como nunca pretendi reclamar alguma coisa ou alguém que poderia ser tomado de mim. Eu te reclamei, Haley. Agora se você não se afastar de mim, diabos, toda a escolha que eu ainda posso te dar vai ser retirada de você.
Capítulo 6
Noble nunca teria acreditado que teve forças para controlar-se como ele fez. Não deixar que Haley o tocasse, apesar de agora prender os pulsos dela, ainda o acariciava.
Ela estava acariciando. Acariciando suas palmas sobre a pele dele, sentindo a leve aspereza dos pêlos curtos e escuros que desenhavam as manchas no peito dele e que desciam abaixo pelo abdômen até a parte superior das coxas.
Elas não eram manchas grandes. Algumas eram curiosamente desenhadas, algumas menores que outras. Eles não eram humanos, um lembrete constante do que ele realmente era. Meio animal. Criado do DNA do jaguar.
E no momento ele nunca se sentiu mais como um animal. O pau dele estava duro nas calças jeans, grosso e duro, pulsando com uma fome diferente de tudo que já sentiu antes do desejo animalesco que sentia por Haley.
Seus dedos envolveram os pulsos dela enquanto se forçava a olhá-la. Viu a sensualidade oculta na expressão dela quando o tocou. Ela estava sentindo prazer com isso. O tocando com total inocência, livre e alegre.
- Você é tão quente. - ela sussurrou.
- Haley, eu estou queimando. - ele a avisou asperamente.
Ele não queria que ela deixasse de tocá-lo. Ele queria que isto continuasse para sempre. Mas ele sabia que isso não era possível. Não ainda. Ele não podia deixar que ela tirasse seu controle, porque se ela fizesse, então ele tiraria a liberdade de escolha dela. Ele a acasalaria, mesmo sabendo que era possível que ela não o amasse.
Ela disse que não estava apaixonada. Mas ele podia cheirá-la. Ele sentia o cheiro de suas emoções, o feromônio que as Raças acasaladas criavam juntos e ele sentia o cheiro sutil dele sobre ela. O deixando louco ao cheirar aquilo, sabendo que não podia tê-la, que ela não queria o animal que ele era e que não podia forçá-la no acasalamento.
Contudo, o animal interior dele não se preocupava muito com aquilo. Ele a queria. Sofria com dor por ela. Rosnou implacavelmente para provar o gosto dela.
- Se você continuar me acariciando, você sabe o que vai acontecer. - ele lhe falou.
- Talvez eu não acredite em você. - Ela olhou para ele entre os cílios, os olhos cinzas quase azul e com o rosto corado de excitação
Com verdadeira, pura excitação. Não induzido pelo hormônio de acasalamento. Não era hormônio-induzido. Era desejo por ele. Puro e doce e enchendo os sentidos dele.
- Você acredita em mim, Haley. - Ele podia ver aquilo em seus olhos, em sua expressão. Ela não queria acreditar nele, mas ela acreditava sim - Você acha que vou me segurar. Que eu a deixarei me acariciar e te acariciar e manter o desejo por você sob controle. O que acontece quando eu quebrar? Quando eu tomar de você a sua liberdade de escolher?
Ele a queria tanto. Ele queria gozar as sensações luxuriosas das mãos dela na pele dele, tocando-o, o acariciando. Somente isto.
Ela o encarou.
- E isso é ruim? - A preocupação encheu os olhos dela e viu sua intenção de recuar, se afastar dele, de deixá-lo.
- Eu a avisarei quando ficar muito ruim. – Ai, inferno. Ele era louco. Ele passou aqueles minutos tentando detê-la e agora ele estava encorajando que ela seguisse em frente?
- Você tem certeza? - Agora ela estava hesitante e ele não a queria hesitando.
- Tenho certeza. - Ele era louco. Ele era exatamente isso, um louco. A necessidade pelo toque dela compensava tudo e o deixava louco em pensar que podia se controlar em sua resposta.
- Estive morrendo para tocá-lo. - ela sussurrou quando ele soltou as mãos dela e chegou até ele na borda da cama, agarrando a madeira firmemente com dedos desesperados.
Ele inclinou a cabeça para trás. Ele não ia ver. Ele não podia vê-la.
- Toque-me então. - Ele sentia o suor juntando em suas costas.
O toque dela era como prazer elétrico. Percorreu sua pele, fincando garras de puro desejo sob sua pele, que o deixou latejando, duro, dividido entre fazê-la parar e implorar a ela por mais. Era provável que ele acabaria implorando por mais, isso porque ele era um louco desgraçado, um verdadeiro guloso por castigo. Ou por prazer.
- Diga-me quando for demais. - ela sussurrou.
- Certo. - Ele acenou forte com a cabeça.
Já tinham feito muito... Era demais a sensação de suas bolas latejando dolorosamente e a cabeça do pau palpitando grosso e duro e pulsando como uma maldita ferida aberta.
Demais foi quando sentiu que os lábios dela tocavam seu peito e a pequena língua quente dela lambendo em cima de uma mancha. Isso sim era desgraçadamente demais.
Haley deixou de lado sua sensatez no desejo por tocá-lo só um pouco mais. Tocar devia ser certo, ela disse a si mesma. Não era um beijo, pelo menos não o beijo dele. Estava apenas tocando o corpo dele só essas pequenas manchas intrigantes, o suor da pele dele e o calor de sua pele.
O tocou lentamente, hesitante no desejo que nunca fizeram sentido para ela. No entanto, agora sem tocá-la, ele acabou tocando uma parte escondida dela, libertando-a e incitando-a a ser selvagem com ele.
Sem dizer uma palavra. Sem tocá-la, sem tentá-la com nada mais que um olhar ou o roçar dos lábios dele. Ele tentou aquele ser desconhecido dentro dela.
- Eu adoro como sinto você. - Ela tocou seu peito, alisando seu abdômen até o cós da calça jeans dele e parou.
Ela o provou. Ela beijou o tórax dele, lambeu em vários lugares, sentindo a maciez dos pelos minúsculos contra sua língua. Então, num movimento mais atrevido que ela já pensou, ela raspou os dentes sobre o mamilo endurecido dele.
Como se ela o tivesse queimado vivo, ele resmungou forte, o som primitivo rasgou do peito dele enquanto sua cabeça caia para trás arqueando o ventre contra ela e depois a encarou.
Os olhos dele pareciam veludo preto, com reflexos brilhantes mais escuros. Como alguma coisa podia ser mais escura que preto? Mas algo estava cintilando lá bem no fundo dos olhos dele, a cor ultrapassando a íris e lhe dando um olhar primitivo, selvagem.
Como se o animal estivesse tão perto da superfície que seria difícil dizer onde o homem e o jaguar se separaram. E ela o estava provocando. Sabia que estava.
- É muito? - Ela não queria torturá-lo. Ela só precisava tocá-lo.
- Não. - A palavra foi curta, a aspereza em sua voz foi profunda enquanto as mãos dele se moveram por ela - Mas se você pode me morder, então eu posso te tocar também.
Ela não contava com isso. Da mesma maneira que ela não contava com o rosnado palpitante em sua voz quando ele disse aquelas palavras.
- Como? - Ela precisava saber - Nenhum beijo.
- Sem beijo. Sem pequena mordida. - Ele mostrou os dentes e ela devia ter ficado com medo daqueles caninos que cintilavam dos lados de sua boca. Em vez disso, eles a intrigaram.
Como ela sentiria eles em sua carne? Raspando aquilo por cima, criando uma centelha de prazer e calor?
Ela engoliu firmemente quando ele agarrou a bainha da blusa dela.
- Deixe-me tirar isto.
A respiração ficou presa na garganta dela.
- Isso é uma boa idéia?
- E tudo isso é? - Ele puxou a bainha para cima - Tire isso ou vá embora daqui. Eu não posso ficar aqui e não te tocar também, Haley. Isso é pedir demais.
- Sem beijo? - Ela estava quase choramingando, mas de desejo por um beijo dele. Os lábios dela formigaram, a língua com vontade de entrelaçar com a dele.
- Sem nenhum beijo. - ele prometeu.
Ela tirou as mãos do peito dele e levantou os braços lentamente, permitindo que ele tirasse a blusa dela. Sensualidade flutuava pesadamente em volta deles, saturando o ar com volúpia e fome quando ele lançou o tecido para o lado e baixou o olhar para os seios.
Ela usava um tipo de camiseta de renda em vez de um sutiã, a cobrindo perfeitamente, sorte a dele.
- Isso me enganou. - Não havia nenhum sorriso, havia apenas desejo nos olhos dele para vê-la – Deixe-me tirar isso também.
Ela sentia seus mamilos roçarem contra o tecido, sentindo urgência para que ele fizesse logo aquilo. Ela lambeu os lábios nervosamente e ergueu os braços novamente para ele.
Ele puxou o top que a cobria, a caricia do tecido nos bicos dos seios arrancou um gemido rouco dela. Quando ele lançou o top ao lado, ele agarrou os pulsos dela, segurando-os bem para cima da cabeça dela enquanto ele olhava para baixo.
- Eu quero chupar seus mamilos. - Havia uma fome cega, descarada em suas palavras, que fizeram o fundo da xoxota dela se contrair latejando em resposta. Como se recebesse um soco forte dentro do seu ventre, incendiando sua xoxota e puro prazer contraiu todo o corpo dela.
Ela queria que ele chupasse seus mamilos. Os peitos dela queriam a boca dele sobre eles. Ela ansiava dolorida por isso. A carne entre as coxas dela queimavam de desejo por isso. Ela se sentia fraca, deslumbrada, excitação fluindo por cada célula e queimando a flor de sua pele.
- Se eu não fosse uma Raça. - ele disse - Se eu fosse apenas um homem, eu os pegaria e os provaria com minha boca. Eu chuparia seus lindos mamilos até que a cor rosa ficasse numa linda cor rosa escura. Então eu iria entre suas coxas e lamberia o mais doce creme e saberia que sua excitação é somente pelo prazer que eu posso te dar.
Haley viu o pesar que o encheu enquanto encarava os seios dela. Ele segurava seus pulsos facilmente em uma mão. Com a outra, ele acariciava o monte cheio e arredondado de um seio, a ponta de um dedo acariciava a ponta do mamilo ultra-sensível, endurecido.
Haley estremeceu. Ela apoiou a cabeça contra um dos braços dela enquanto ele segurava os dois braços dela sobre a cabeça e o encarou.
- Eu vou derreter no chão. - ela sussurrou - Nós temos que parar isto.
- Eu ainda tenho controle. - ele disparou.
- Mas talvez eu não tenha. - ela ofegou.
- Eu a manterei sob controle.
A mão dele abaixou do seio até o cós elástico da calça.
- Deixe-me. - Ele empurrou pelos quadris dela.
Haley olhou seu rosto. Nunca um homem a olhou com tanto desejo. Mesmo em plena hora do sexo, os poucos namorados que teve não a olharam daquele modo.
Ela estremeceu deixando-o puxar a calça dos quadris dela. Ela olhou o rosto dele quando viu a calcinha de renda branca que ela usava. A calcinha de corte francês, alta nos quadris faziam jogo com a camiseta e ela estava úmida, molhada com o desejo dela.
- Ah, Haley. - O tom dele era rouco quando ela viu chocada ele se ajoelhar na frente dela.
Ele tinha soltado as mãos dela, mas o que diabos ela ia fazer com elas? A cama. Ela se firmou quando as mãos dele agarraram os quadris dela. O rosto estava a apenas alguns centímetros dela, a carne dela coberta apenas pela fina calcinha de renda.
- Você não depila aqui? - Uma mão abaixou, a costa de uma mão acariciou por cima de sua concha.
- Não. - Choque enchia sua voz ao responder a pergunta dele.
Ela havia tentado isto, uma vez, e não tinha gostado da sensação.
- Bom. - Ele sussurrou, os dedos dele acariciando novamente em cima dela - Tão bom. Eu quero sentir seus cachos macios contra o meu rosto. Eu posso fazer isso, Haley? Eu posso sentir seus doces cachos úmidos contra meus lábios? Eu prometo, não vou te tocar com a língua.
E ela ficou de pé lá. Olhando para ele embaixo. E como uma mulher que gozava caminhando a beira da loucura, ela o deixou puxar para baixo suas calcinhas pelas pernas dela.
- Você tem manchas, também. - A voz dele era quase estrangulada quando a encarou. E ela tinha. Sardas no alto das coxas e quadris. Não muitas, só algumas aqui e ali. Mas bastante.
- Eu quero te lamber.
Ela viu o maxilar dele se apertar.
- Eu quero te provar.
Ele se inclinou e se aproximou, agarrou os quadris dela enquanto se aproximava dos cachos ruivos entre suas coxas. Haley tinha esquecido como respirar, estava certa disso. Por que se sentia tão tonta, tão fraca? Então acordou. Sentia como um fogo queimasse em baixo da carne, a queimando, incendiando, destruindo o juízo dela.
- Haley. - ele suspirou o nome dela contra os cachos úmidos, contra o botão inchado do clitóris, e ela se empurrou toda contra ele, exatamente como ele fez quando ela raspou os dentes no peito dele.
Ela conhecia esse prazer agora. Como um golpe de calor brilhante, pura incandescência se alastrava pelo corpo dela.
- Haley. - ele respirou novamente - Inferno, vá embora daqui.
Ela levou muito tempo, levando segundos para entender o que ele estava dizendo.
- O que?
- Vá. - ele rosnou com os olhos ainda grudados na xoxota dela enquanto ele lambia os pelos dos lábios vaginais, a língua dele apenas batendo de leve em cima deles - Se afaste de mim, Haley.
- Noble.
- Eu vou lamber esse creme de nata doce. Eu vou enterrar minha língua dentro da sua xoxota e que vá para o inferno com a sua raiva ou seu ódio por mim depois. Afaste essa porra de mim.
Ela estremeceu, tremendo com o desejo que ela parecia não poder controlar. Ela não podia se afastar. Como diabos ela achou que podia se afastar dele?
- Vá! - A voz dele endureceu.
O controle deliberado em seus movimentos quando tirou as mãos dos quadris dela a amedrontou. A expressão e os olhos dele sobre ela fizeram-na tropeçar alguns passos longe dele.
Havia luxúria e fome desvairada, e também havia o puro, desenfreado desespero no rosto dele. Ele faria aquilo. E ele estava perto, tão perto.
O que ela fez com ele?
Ela se afastou, ela se inclinou para apanhar suas roupas pelo chão quando ele se abaixou por cima delas, o olhar fixo transbordando de pura luxúria, cheio de intenção.
Naquele momento, Haley queria qualquer coisa menos sair do quarto dele. Quando ela olhou para trás na porta do quarto, ela quase mudou de idéia. Quase que se ajoelhou diante dele e aceitou tudo que ele tinha para lhe dar.
Em uma de suas mãos ele tinha sua calcinha e a levou até a boca e a cheirou profundamente, os olhos dele estavam fechados e sua expressão era de puro prazer perigoso.
Ela teve que se forçar a se afastar dele. Tinha que ir para seu próprio quarto. Tinha que se forçar a ficar longe dele. E ela teve um profundo pressentimento de que estava apenas retardando o inevitável. Ele ia acabar na cama dela. Logo ele estaria lá.
Capítulo 7
A noite foi um inferno. Na manhã seguinte foi um exercício dentro dos limites que Noble tinha sob o seu total controle. O dia estava cinza, encoberto por nuvens pesadas que despejava mais neve sobre as montanhas.
Havia mais de sessenta centímetros lá fora, e a cidade lutava para prosseguir enquanto mais neve estava prevista. O inverno estava sendo difícil e forte, ao contrário de qualquer coisa que tinham visto em anos. Os ventos gelados rodavam e lamentavam, enquanto o frio gelado tentava penetrar todas as frestas, ou fissuras da casa.
Haley acendeu a lareira pela manhã. Noble carregou para dentro a lenha do alpendre nos fundos da casa e observou quando ela acendeu com eficiência o fogo inicial num pedaço de graveto, fazendo uma cama de carvão com os pedaços menores antes de pôr os maiores.
Ela fez aquilo a moda antiga. Ela usou lenha sem tratamento, ela disse que preferia lenha natural, pois o cheiro da madeira era melhor e não se misturava com os produtos químicos.
E ao passar a tarde, ele a viu mais vezes na frente do fogo, com as pernas encolhidas junto ao corpo, sentada no grande tapete grosso na frente da lareira e apoiada contra uma grande e fofa almofada perto do sofá.
Ela olhava o fogo, como se ele tivesse as respostas para todas as perguntas que ela tinha perguntado.
Atrás dela, a árvore de Natal cintilava com um milhão de luzes, logo abaixo os presentes alegremente embrulhados se amontoavam reluzentes com cores brilhantes.
Ele nunca experimentou o Natal. Ele havia saído dos laboratórios há mais de dez anos, mas foram dez anos lutando para ajudar a sobrevivência da comunidade das Raças. O grande Composto das Raças Felinas, o Santuário, e também no Colorado no Composto das Raças de Lobo, O Porto.
Natal era apenas um outro dia para ele, até agora. Até que ele viu todo o planejamento cuidadoso e a alegria que teriam nisto pela Haley.
Decorações enchiam a cozinha e sala de estar como também fora da casa. Vários mantimentos foram entregues pela manhã, ele sabia que ela planejava cozinhar. Ele soube que ela rezava para que o perigo acabasse logo antes que a família dela chegasse no dia vinte e três. Ele sabia que havia mais presentes no quarto dela para ser embrulhado. Uma pilha deles. E sabia que ela estava lutando com as mesmas necessidades, o mesmo desejo que ele lutava.
Ele ficou no interior da sala de estar um pouco, logo após ter terminado uma chamada de Jonas. Eles estavam investigando e procurando a pessoa responsável pelo vazamento da identidade de Haley. A informação, eles localizaram pelos seus próprios servidores como também programas espiões que eles introduziram despercebidos nos computadores de Brackenmore e Engalls estava retornando com um pouco de informação interessante.
Informação que poderia acabar com aquilo mais cedo que qualquer um deles imaginou.
Havia uma razão para Uriel ter sido tão instável nos últimos anos. A razão pela qual Brackenmore e Engalls encontraram a informação sobre o calor do acasalamento e, em última instância, retardar o envelhecimento. O calor do acasalamento sempre diminuía o envelhecimento dos companheiros e companheiras. Porque Uriel era definitivamente uma Raça e, obviamente, no calor de acasalamento. Aquele maldito fenômeno era o suficiente para fazer qualquer Raça um pouco desconcentrada, mas para um assassino contratado, poderia ser mais perigoso do que para a maioria.
- Eles fizeram uma pausa na investigação. - Ele manteve a voz baixa, manteve uma cuidadosa distância entre eles - Jonas tem certeza que terá a identidade da pessoa por detrás disto dentro de alguns dias.
Ela se enrijeceu. O cheiro de sua excitação ardente pareceu aumentar quando ele falou com ela.
Quando ela virou, o cabelo caiu sobre o ombro, as chamas cintilando sobre ela, fazendo-a cintilar como que a incendiando, iluminando-a também. A visão dela era quase que hipnotizante. Deslumbrante.
- Dentro de alguns dias. - ela disse suavemente - Isso está indo rápido.
Jonas estava pressionando. Ele estava violando mandatos e leis e trabalhando silenciosamente para identificar Uriel, o assassino contratado que tinha tentado matá-la. Não que ele fosse pego, até mesmo que o software espião fosse eventualmente detectado.
- Jonas prometeu te proteger, Haley. Ele manterá a promessa.
Ela abaixou a cabeça, olhou seus dedos ao entrelaçá-los.
- E quando tudo acabar? - Ela levantou a cabeça e o olhou para ele sombriamente - O que vai acontecer?
- O Santuário e seus financiadores vão reconstruir e reabastecer a biblioteca e você volta para a sua vida. - ele respondeu a ela.
- Do jeito que era?
Ele inalou forte, olhando-a, incerto de como aliviar a dor que sabia que ela sentia.
- Isso depende de você. - ele finalmente disse.
A lembrança dela tocando-o, o queimou num flash de calor vivo, mais quente que as chamas que queimaram as glândulas em baixo da língua dele que ficaram mais inchadas e o deixou meio descontrolado. O hormônio estava aumentando cada vez com mais força, torturando a ele. A excitação estava crescendo dentro dele e soube que teria pouco tempo antes que fosse forçado a se afastar dela ou correr o risco de destruir a confiança dela nele.
Confiança era um artigo muito frágil, especialmente para uma mulher. Ele conheceu acasalamentos que tinham funcionado quando aquela escolha era afastada. O amor cresceu e floresceu e prosperou. Mas ele jurou que nunca tiraria a opção de escolha da mulher que ele escolheresse para ser sua companheira para sempre. Ele nunca tiraria aquela escolha de Haley. Mas o tempo estava correndo para ele.
A escolha foi tirada dele há um ano, quando viu o sorriso dela pela primeira vez. Quando ele a cheirou pela primeira vez, quando suas glândulas incharam sob a língua pela primeira vez assim que a viu e percebeu o que estava acontecendo. E ele não tinha partido. Ele ficou. Se ele tivesse partido, poderia ter tido uma escolha.
- Minha escolha. - ela sussurrou antes de sacudir a cabeça e baixá-la novamente - Você não facilita as coisas, tornando tudo mais difícil, Noble.
- Pensou que eu facilitaria? - Ele perguntou-lhe, sentindo a tensão crescer - Nenê... Você queria que eu tirasse a sua liberdade de escolha, Haley? Você me odiaria por isso?
Haley o fitou, sem nenhuma resposta. Tudo que ela sabia era o desejo que não ia embora, o conhecimento que ele nunca desapareceria. De alguma maneira ela sempre sentiu aquilo. Que Noble seria um homem que ela nunca seria capaz de esquecer, que nunca seria capaz de romper com ele se ela se apaixonasse por ele.
E foi o que a conteve.
- Eu não teria odiado você. - ela finalmente sussurrou - Mas de qualquer modo é tarde demais para isto. Eu sei. E saber tudo mudou as coisas.
- Nada mudou na noite passada. - ele retrucou - Você gostou de me tocar, Haley. De me sentir. Eu sei. Eu vi no seu rosto.
E ela viu o mesmo no rosto dele também. Prazer puro, a fome e a poderosa luxuria primitiva que o enchia. Uma parte dela estava atraída por ele. Uma parte dela estava com medo por sua atração por ele. Mas ela sabia que não podia se afastar dele novamente.
Ele alisou os cabelos e parou a mão na nuca e a encarou. Ela o olhava com olhos solenes, tempestuosos, ele via em seus olhos o mesmo tormento que o importunava. Não tão aparente, nem tão forte. Mas ela precisava dele, ela sofria por ele.
- Eu quero tanto você que eu até não sei mais como respirar. - ela sussurrou finalmente, sua voz com tanta dor que ele sentiu seu peito doer - E eu não sei o que fazer, Noble. Eu nunca esperei isso. E agora, eu não sei como lidar com isso.
- Não estou te pedindo para lidar com qualquer coisa. - ele afirmou duramente - Olha, não se preocupe. - Ele forçou um pequeno sorriso - Eu tenho vivido com isso há um ano e sobrevivi. Não vai me matar.
Talvez.
Ele se moveu pela sala para o quarto de hóspedes que ele usava. O equipamento de sensor e comunicações estavam fixados lá. Agraciadamente, a neve não interferia muito no funcionamento deles.
A imagem de satélite estava um pouco danificada, não muito nítida, mas ele ainda assim mostrava claramente a posição de sua equipe. Três raças em turnos de doze horas, três em descanso, mas preparados para apoio de emergência. O coiote Mordecai percorria as áreas limites de cobertura e não havia nada nas imediações da vizinhança para causar qualquer alarme.
Ainda mais, quem quer que fosse a Raça que tinha mirado Haley para Brackenmore e Engalls, eles não tinham nenhuma idéia que Jonas estava em movimento, a caça de informação e do assassino. Isto facilitaria. E ninguém além dele, Jonas e Callan, sabiam que havia uma força de seis homens na unidade permanente. As listas de missão foram feitas e Blake, Shiloh, e Sílex foram listados como operacional e fora do país. Mordecai foi listado como patrulheiro de Buffalo Gap, como ele às vezes fazia. E John Talon e Micah Jones só foram listados como Noble fora da equipe de segurança.
A cuidadosa simulação não duraria muito tempo, mas talvez o suficiente para o assassino se sentir seguro e confiante para deslocar-se e voltar a matar. Porque Noble também foi listado como "comprometido", um termo usado para uma raça que está entrando no calor do acasalamento.
O calor do acasalamento era conhecido por comprometer a capacidade de uma Raça de detectar os mais sutis aromas. Os sentidos estavam tão envolvidos com o cheiro, o gosto, e o desejo pelo companheiro ou companheira, que a maioria das Raças não era sequer operacional durante os primeiros meses do fenômeno. Somente após o calor do acasalamento estar em níveis mais estáveis, é que permitia a ambos os companheiros voltar ao seu funcionamento normal sem a necessidade constante de fazer sexo, assim Raças acasaladas retornavam ao estado operacional.
Eles estabeleceram a base e a oportunidade para o assassino aparecer. E ele ia aparecer, logo. Noble sentia isso. E quando o desgraçado fizesse o movimento, eles estariam prontos para ele.
- Quanto é ruim para você?
Ele enrijeceu quando ela entrou no quarto. Ele estava atento do movimento dela pela casa, seu cheiro, como verão nas montanhas, fluía para ele.
- Como eu disse, eu sobreviverei. - Ele encolheu os ombros.
- Eu posso te tocar então?
Agonia pura o cortou.
- Não. - Ele teve que forçar a palavra para fora - Ainda não, Haley.
- Se não for assim tão mal, então você podia agüentar eu te tocar. - ela sussurrou - Por que você está mentindo para mim, Noble? - Ele apertou a mandíbula quando ela chegou mais perto.
-Hora errada para me pressionar. - ele rosnou, se virando para ela e olhando-a.
Não havia nenhum medo nos olhos dela, embora ele soubesse que ele se parecia mais com um animal que o homem que tentou ser. A fome estava quase fora de controle. Contanto que ele mantivesse uma distância cuidadosa entre eles, então ele sobreviveria a isto, mas Haley não estava mantendo aquela distância.
Ela correu na direção dele, vestida com calça comprida e um suéter mais macio. Ela parecia um anjo que vinha para ele e ele a queria com uma força que não tinha nada a ver com inocência.
- Tempo errado para começar com isto? - Ela lhe perguntou então - Você está sofrendo, não é mesmo?
Ele ficou mais que dolorido na noite passada. Ele estava a ponto de explodir se ela o tocasse, se ela tomasse a iniciativa, ele ia possuí-la. E ele não ia parar até que todo o desejo preso dentro dele fosse saciado.
- Eu pareço estar sofrendo? - Ele a queria, não a piedade dela.
- Você parece tão arrogante e tão forte como você sempre foi. - ela lhe disse quando arrastou seus dedos pela beirada da cama e o fitou - Talvez eu esteja dolorida, e tenho de saber se isso é o mesmo para você.
Ele podia cheirar sua excitação. Ainda não era o aroma do calor de acasalamento, mas o cheiro dela mesma, um cheiro atraente, mostrando a ele seu desejo pelo corpo dele, uma tensão pulsante em seu corpo que o atraia chamando seu corpo, como uma armadilha cuidadosamente preparada para ele.
- Meus dentes doem de desejo de te tocar. - ele rosnou para ela - É isto que você quer ouvir? O meu pau dói parecendo que alguém o cortou fazendo uma ferida aberta, eu quero você dolorosamente. Isto é doloroso o bastante para você, Haley?
Os olhos tempestuosos escureceram, a respiração dela acelerou.
- Eu preciso... - Ela engoliu firme - Eu preciso de você, Noble, e esse desejo me apavora. Eu nunca sofri por ninguém assim. Eu nunca quis ninguém assim. E estou assustada. Eu estou apavorada de você ir embora, ir para longe ou depois decidir que não era isso que você queria apesar do que disse sobre o hormônio. Estou com medo de me aproximar de alguém que quer apenas me proteger, ou que pode se cansar de ter uma mulher mais fraca. Eu não sou uma Raça. - Ela sacudiu a cabeça com os olhos brilhando úmidos - Eu não sou forte como uma mulher Raça é e eu não sou tão corajosa ou de aventuras.
Ele a puxou para ele.
- Não é corajosa ou aventureira? - Ele rugiu - Que diabos você é então? Você arriscou sua vida pelo Santuário e agora você está parada aqui comigo, sabendo o que eu poderia fazer a você. O que é isso, Haley?
Os lábios dela tremeram.
- Loucura. E eu estou louca por você desde o momento que entrou na biblioteca e me encarou como se me conhecesse. Como se você sentisse o mesmo sentimento de reconhecimento que eu mesma sentia.
Ele a encarou surpreso.
- Eu nunca quis nada, nunca precisei de ninguém como eu preciso de você. - ela falou para ele, levantando seus dedos e tocando os lábios dele - Mostre para mim, Noble. Mostre para mim como posso ser sua companheira.
Ela tinha passado o dia inteiro repensando sobre aquilo. Pensou até a morte, raciocinou em volta daquilo, revendo em cada canto, cada detalhe tudo que pudesse raciocinar e no fim chegava a mesma conclusão ao finalizar seu pensamento. Se ela fosse embora, se ela o deixasse ir embora, ela nunca se perdoaria.
Como Noble, ela temeu por muito tempo que nunca encontraria o sentimento de ter algo só dela, alguém que pertencesse somente a ela. Que um coração batia por ela e o dela batesse por ele.
Durante um ano ela manteve distância, mas só porque Noble também se manteve distante. Ele teria levado pouco tempo para tomá-la em seus braços.
O calor de acasalamento era uma perspectiva assustadora. Se oitenta por cento das histórias dos jornais sensacionalistas fossem realmente verdadeira eram o suficiente para fazer qualquer mulher se deter. Mas pelo menos ela tinha uma idéia do que esperar, ela disse a si mesma enquanto o olhava. Pelo menos ela tinha uma chance de encontrar algo desconhecido que ela esteve esperando por tanto tempo.
- Isto não é como a noite passada, Haley. - ele a avisou - Não há como ir e voltar atrás. Você me entendeu? Quando eu te beijar, tudo começará. Eu juro a você, parar não é o que virá depois.
- Eu entendi isso. - Ela concordou com a cabeça. Ela disse e esperou. Mas ele ainda ficou lá, olhando para ela, sua expressão tensa, arrogante e rude.
Ela agarrou a bainha de seu suéter e enquanto ele a olhava puxou-o sobre sua cabeça e deixou cair ao chão. Ela não estava vestindo uma camiseta por baixo hoje. Ela nem sequer usava um sutiã. Seus seios estavam inchados de desejo, porém, os mamilos se destacavam duros e desesperados pelo toque dele.
Ela lambeu os lábios e agarrou a faixa elástica da calcinha de algodão.
- A calcinha não. - ele rosnou - Deixe-a.
O coração dela palpitou no peito quando se lembrou da noite passada, dele segurando sua calcinha junto ao rosto e a cheirou profundamente.
Agarrando a beira da cintura da calça, ela desceu pelas suas pernas e ficou em pé diante dele apenas com a calcinha de fina seda e rendas que ela usava.
Ela tremia como o vento uivando lá fora e também no interior, pois o quarto estava cheio de um fogo, luxúria erótica. Seus olhos pretos moveram-se por todo o corpo dela enquanto se sentava na cadeira ao lado lentamente e levantou um pé o pondo sobre o joelho.
Ele desabotoou as botas lentamente, olhando-a, simplesmente fitando-a, acariciando seu corpo com o olhar fixo enquanto ela sentia dificuldade na respiração.
Não, nenhum homem nunca a olhou como Noble a olhava agora.
As botas dele caíram ao chão.
- Você nunca se tocou? - Ele perguntou a ela enquanto começava a desabotoar a camisa, obviamente lutando para fazer a pequena tarefa lentamente.
Haley corou com a pergunta.
- Às vezes.
- Você pensa em mim?
Ela lambeu os lábios nervosamente.
- Sim.
- Você brinca com os seus mamilos?
Oh Senhor, ela ia se derreter no chão. Cada vez que ele falava, a sua voz era mais grossa, mais áspera.
- Faço. - ela sussurrou com um gemido.
- Suavemente ou bruscamente?
Nesse rítmo ela ia ficar muito vermelha de vergonha. Mas ela respondeu, ofegante.
- Os dois. - ela disse enchendo o quarto de outra camada de tensão sexual.
- Mostre para mim. - Ele escorregou a camisa pelos ombros e ela quis lamber as manchas em vez de tocá-las - Deixe-me te ver tocar seus seios, Haley.
Ela encarou o corpo dele enquanto ele se despia lentamente, ele assistia avidamente quando as mãos dela subiram lentamente até os seios cheios. Ela envolveu os seios imaginando que eram as mãos dele. Ela agitou os dedos nos mamilos, os esfregou, os beliscou ligeiramente enquanto ele soltava o cinto e abria os botões de metal das calças jeans.
Ela viu o pau dele antes de se esparramar para fora da calça. Abriu as abas das calças jeans dele, a carne era escura e cheia de veias grossas ao longo do cabo enorme que cresceu rapidamente e a cabeça pulsou ferozmente.
Ela beliscou os mamilos e gemeu. Sentia entre suas coxas a umidade crescendo, encharcando sua carne e molhando a calcinha.
Ela queria aquilo. O queria. Ela podia sentir a dor em seu sexo crescendo naquele momento, o calor e o desejo doloroso quando ele tirou a calça jeans e as meias depressa.
Outro gemido saiu dos lábios dela quando os dedos dele envolveram o pau e o acariciou, uma vez, duas vezes.
- Eu quero fazer isso. - Ela não pôde esconder as palavras ofegantes - Eu quero sentir ele em minhas mãos.
O desejo que subia dentro dela era diferente de tudo que ela já havia sentido antes. Ela nunca quis ninguém como ela queria sentir Noble agora dentro dela.
- No colchão. - Ele acenou com a cabeça à cama - Eu não vou te tomar agora, Haley. E se eu te toco antes de você chegar naquela cama, então isso é exatamente o que vai acontecer.
- Eu quero te tocar. - Ela foi até a cama, fitando-o enquanto se sentava no colchão - Só por um minuto, Noble. Eu preciso te tocar.
Ela tinha que estar brincando. Noble a encarou, sentindo a corrida de excitação incandescente que circulava no seu corpo e rezou a Deus para que ela não fosse uma virgem. Ele não podia mais controlar aquilo. Nesse momento, ele não seria exatamente o amante indicado para uma virgem.
- Você já teve um amante? - Ele perguntou se aproximando da cama.
Ela piscou para ele.
- Eu não sou uma virgem. Ela fez cara feia - Isso importa?
- Graças a Deus. - ele murmurou - Vá para o meio da cama.
- Você não vai apenas me possuir, vai? - Ela sussurrou embora fizesse o que ele falou.
- Esteja certa disso, Haley. - ele rosnou - Eu esperei um ano por isto. Você acha que não vou fazer nada, mas ainda levar horas amando o seu quente e delicioso corpo?
- Primeiro, eu quero te tocar. - Ela estendeu a mão para ele, suas mãos tocaram o abdômen duro dele, sentindo-os se contraírem dolorosamente contra as palmas dela. Quando ele se ajoelhou ao lado dela, ela correu os dedos pelas coxas dele e encarou o comprimento grosso e pesado do pau duro.
Só fez sentido que a carne escura, totalmente endurecida e pronta para ela, estava muito sensual assim. Ele era todo sensual. Ele só não podia se ajudar.
- Haley, estou perto, a beira de explodir. - ele a advertiu - Confie em mim, você quer que eu a ame antes que eu faça isso.
- Sim, eu quero. - ela murmurou distraidamente, sentada, suas mãos se ergueram para tocá-lo.
- Porra! Você não está me escutando. - A voz dele saiu sufocada. Ela não pôde respirar.
Ela olhou para ele, abriu os lábios e lambeu a cabeça enorme do pau grosso.
A resposta dele foi quase violenta. Jogou a cabeça para trás e soltou um rosnado primitivo enquanto suas mãos grandes se agarraram na cabeça dela, seus dedos se enfiaram entre os fios sedosos do cabelo dela.
Ela abriu mais os lábios, o chupou para dentro da boca e ele gemeu novamente. O gosto dele era viciante. Ele tinha o gosto de uma tempestade nas montanhas. E ela amava tempestades nas montanhas. Tal como o relâmpago que corre sobre a floresta e a carícia do vento sobre as árvores. Terroso e limpo, natural.
- Maldição. - Ele praguejou, sua voz áspera quando empurrou seus quadris. Ele enterrou a cabeça dura e grossa na boca dela enquanto ela o chupava, o provava, e amava cada segundo daquilo.
Ela lambeu e consumiu, chupou e mordiscou o pau dele e nunca conheceu um prazer tão grande. Enquanto ela o chupava, ela sentia, provava, as gotas de pré-sêmen que saia da cabeça grossa do pau. Ela os sorveu avidamente. Sentia como se cada prova era quente contra a língua dela, mas ela ignorou aquilo. Se após alguns minutos ela pudesse sentir o desejo dela mais forte, mais quente, então ela aceitaria aquilo. Tudo que o toque dele lhe desse, ela aceitaria.
- Se toque. - ele rosnou sobre ela.
Haley ergueu seus cílios e o encarou. Ele estava olhando-a, feroz e exigente.
- Deixe-me te ver. - ele gemeu asperamente - Dê algo para me conter agora, Haley, ou eu vou perder o controle.
A mão dela ergueu o seio.
- Não. - a palavra estalou de entre os dentes dele - Não seus peitos. Sua buceta. Abra suas pernas. Deixe eu ver você tocando sua buceta agora.
Ela nunca tinha feito isso. Nunca permitiu a um amante vê-la se tocar.
- Deite-se.
Ela não soltou o pau. Ela não queria deixar de o provar.
- Deite-se, Haley. Assim eu posso te ver. Eu prometo, eu não tomarei seu prazer.
A pele dele estava esticada de tensão e quando ela se deitou, ela percebeu que os travesseiros da cama acomodaram seus ombros e sua cabeça. Ela estava erguida o bastante para ela satisfazer o desejo dele e ainda o tocar e ele podia ver ela se tocar.
O erotismo de tudo aquilo era demais para ela. A mão dela foi para o tecido da calcinha, acariciou a seda macia e o elástico. Ela o encarou, presa na expressão dele, segurou firme o puxão que ele deu com os quadris contra ela, enterrando a cabeça do pau na boca dela.
- Sim. Acaricie. - ele rosnou seu rosto tenso de luxúria quando a viu avançar, quando ela acariciou com os dedos por cima da calcinha - Eu posso cheirar como isso te faz ficar quente. Você está molhada, Haley. Tão molhada e tão doce que eu posso quase provar no ar.
Ele prendeu a cabeça dela com uma mão, se movendo contra a boca dela, mas seus olhos presos nas mãos dela.
Ela agarrou o elástico e o correu pela coxa, puxou para o lado e tocou a própria carne. As pontas dos dedos correram sobre a buceta estreita enquanto afastava mais a calcinha para o lado para permitir os golpes circulares em volta do clitóris dela.
Foi demais. Noble quase rugiu com a onda de luxúria que correu pelo seu corpo. Ele se retirou da boca dela e afastando o pau de sua boca, a outra mão dele puxou os dedos dela de entre as coxas e puxou a buceta molhada para os lábios dele.
E ele provou. Nata macia, doce. A nata de Haley.
Ele puxou os travesseiros debaixo da cabeça dela e abaixou a cabeça enquanto empurrava os braços dela para o alto da cabeça. Os lábios dele cobriram os seus, a língua dele afundou na boca dela.
Ele ouviu o grito macio dela em uma parte distante do cérebro dele. O grito de uma mulher que sabe que não tem como fugir. O grito de uma mulher que imerge na fome que cresce em seu corpo.
Os lábios dela fecharam em cima da língua dele, como se o instinto a guiasse. A língua dela acariciou, se esfregou contra a sua, depois chupou macia, docemente enquanto o gosto do hormônio começava a encher a circulação e os sentidos dela.
Ele quase ejaculou pela farpa animal que pulsou selvagemente quando ela começou a chupar sua língua. Sentia suas bolas latejando dolorosamente e ele envolveu seus dedos apertando envolta do pau endurecido para se conter.
Não ainda. Ainda não estava na hora. Não até que ele pudesse se derramar todo dentro dela. Não até que pudesse sentir a farpa sair totalmente de dentro de seu pau e se trancar dentro dela, marcando-a, fazendo-a sua, somente sua. Não importa o que acontecesse depois desta noite, ela seria para sempre dele.
Haley fez uma pausa quando o sabor do beijo dele bateu em sua língua. Um gosto selvagem, cheio de luxúria, escuro e potente, picante e muito quente. E tentador. Tentando-a a saciar o seu desejo súbito por mais que ecoou pelos sentidos dela.
Ela puxou a língua dele, sentindo os lábios dele se inclinarem sobre os dela, os contornos duros do lábio superior se movendo sobre a boca dela. Ele há pouco tinha rasgado e puxado sua calcinha?
Tinha e ela gemeu ao sentir o erotismo absoluto.
Ele segurou as mãos dela sobre a cabeça quando a beijava se recusando a deixá-la tocá-lo. Mas tudo bem, o gosto dele a estava deixando louca. Ela não podia pensar em nada além do desejo de ter mais beijos dele.
Dizer que o hormônio que circulava no corpo dela era potente seria uma avaliação incompleta. Podia sentir aquilo a inundando, encravando garras de desejo dentro dela e alimentado as chamas da luxúria, de excitação além do ponto de combustão.
- Ai, Haley. - Quando ele se retirou de sua boca finalmente, ela se retorcia contra ele, suas pernas enganchadas em torno do joelho duro, que ele remexia contra as coxas dela, enquanto ela se esfregava contra ele - Eu posso sentir você agora queimando por mim.
- Eu sempre queimei por você. - ela choramingou - Por muito tempo, Noble.
E isso foi o fator decisivo na decisão dela. Noble a tinha fascinado, tinha atraído e prendido sua atenção por um ano. Cada dia, cada vez, que ele falou com ela e cada dia, cada hora que ela o viu, só fez a fascinação aumentar. Ela não pôde ir embora, não quando muito dela já estava envolvida com aquele homem.
Aquilo era amor? Naquele momento, ela suspeitou que se enganou na noite que disse a ele que não o amava. O que sentia por ele ia muito além do que sabia que era amor, só que ela não o reconheceu.
E a noite em que pensou que o tinha perdido? Alguma vez se sentiu tão agoniada em toda sua vida? Ela sabia que não.
Mas nada a preparou para a forte contração que a sacudiu inteira momentos depois. Seus olhos se arregalaram, fixando em Noble quando empurrou abrindo as coxas dela com sua perna e se movia ávido entre elas.
Ela lambeu os lábios lentamente, soltou um gemido áspero, seu corpo todo estremeceu e se contraiu de desejo. Sentia os sucos se derramando de sua xoxota. Sentia os mamilos doendo e pulsando, o clitóris contraindo e inchado, mais duro.
- Oh. Isto é diferente. - ela gemeu, se arqueando contra ele sentindo o tórax largo dele se abaixar e acariciar os mamilos dela.
- Diferente? - A voz dele ficou tensa, sua expressão contraída quando a encarou - Diferente como?
Os quadris dele se mexiam contra ela, o pau grosso apertando a xoxota dela, se esfregando contra o clitóris molhado. O pau enorme palpitava como um ferro duro, vivo e quente contra ela.
- É como... - Ela ofegou, arqueou novamente quando a sensação contraiu no fundo do útero dela - É como prazer e fome tudo junto. - Ela sentia o suor cobrindo seu corpo - É como ser... Como se tornar uma chama viva.
Ela se arqueou novamente, ofegante e sentia as contrações sensuais na vagina, apertando e aumentando dentro de seu útero quando Noble abaixou, ele gemeu rouco e desceu os lábios em seu pescoço.
Ela estremeceu com a sensação do beijo áspero dele. Ao sentir a mordida afiada dos dentes dele, ela se lembrou de como tinha especulado como seria sentir aquilo. A língua dele acariciou o arco de seu pescoço, a clavícula, depois apertou o corpo dele contra ela, movendo os lábios para baixo, os lábios dele acariciaram a elevação de um seio.
- Eu estive morrendo para chupar seus mamilos. - ele gemeu, sacudindo o cabelo dele para poder acariciar a pele dela com seus lábios.
Sedoso, pena-macia, o cabelo dele esbarrou na pele dela, puro prazer correu por ela ao sentir a boca dele cobrir a ponta dura do seio.
Ele a chupou. A língua raspava contra a ponta muito sensível e Haley se sentia flutuar numa onda de pura sensação. Prazer era uma neblina de agonia deliciosa e êxtase.
Correu por toda a pele dela, a encheu de calor e desejo e, depois algum tempo os lábios dele fizeram um caminho de beijos pelo estômago dela, e ela estava implorando a ele por mais.
- Deus, como eu queria te provar. - A voz dele era um rosnado ronronado, sombrio e áspero, enquanto abria mais as coxas dela e os beijos dele se tornaram mais profundos, queimando o corpo dela -Eu queria minha língua dentro de você, Haley. Lambendo toda sua doce nata. Amando você, provando você.
Ele esfregou seu rosto contra os cachos macios e ela quase gozou com a expressão de erotismo e luxúria selvagem no rosto dele.
Ele tinha soltado as mãos dela, mas ela ainda as mantinha sobre a cabeça, se esticando contra ele. Ela não podia tocá-lo ainda. Ela não ousava. Se o tocasse, imploraria. Ela mergulharia profundamente nas ondas do êxtase.
Mas seu corpo e seu desejo tinham vontade própria. Em segundos seus dedos se entranharam no cabelo dele, suas coxas se abriram mais elevando mais os quadris e apertou mais os lábios dele na sua xoxota.
- Oh sim! - Seu lamento arquejado encheu o quarto enquanto ele beijava seu clitóris. Beijou-a, como se beijasse sua boca. Macio, suave, chupando pequenos beijos que fizeram sua cabeça se revirar contra a cama e qualquer pensamento de controle ou contenção se dissolveram sob o prazer.
Eles eram selvagens juntos. Ela sentia isso, o prazer e o desejo deles se fundindo, criando algo que ela nunca imaginou quando ele começou a devorar sua carne.
Ele lambeu e acariciou com sua língua incrivelmente hábil. Friccionou a língua ao longo da entrada da xoxota macia, rodeou acariciando a entrada apertada do corpo dela, então mergulhou a língua dentro dela com resultados destruidores.
Ela tinha queimado antes. Mas agora, quando a língua dele lambeu e mergulhou fundo dentro dela, ela se incendiou, consumiu-se, arqueando e gritando na agonia deliciosa do prazer. Ele. Longo, apertado dentro dela e antes que ela pudesse tomar fôlego ou se preparar para isto, o gozo explodiu por seu corpo.
Haley sentiu o puxão de seus ombros da cama. Seus olhos abriram, arregalados, mas não via nada, seus sentidos estavam ofuscados, atordoados com os sentimentos mais tumultuosos e brilhantes que corriam por ela. Explosivo e vibrante, uma corrida de chamas líquidas, destruição incandescente e escuridão, puro prazer primitivo.
Noble rosnou enquanto sentia o orgasmo explodindo nela. Um ano. Ele esperou um ano. Ele não podia esperar mais. Ele se ajeitou entre as coxas abertas dela, fitou seu rosto ainda aturdido enquanto erguia mais os quadris dela, puxou fixando firmemente seus quadris em suas coxas e pressionou a cabeça do pau na minúscula e escorregadia entrada da xoxota dela.
Os cachos úmidos ardentes cercaram a cabeça grossa enquanto ele olhava, ainda segurando os quadris dela, determinado a ver aquilo. Ver o corpo dela engolindo-o, aberta para ele.
Os dentes dele se apertaram enquanto ele se pressionava para dentro dela. Suor correu por seu rosto, queimado os olhos dele e umedecendo ambos os corpos.
Ele tinha que se segurar só por mais alguns segundos. Bastava um pouco de controle. Ele tinha que ver. Ver enquanto ele movimentava o pau dele na fornalha fumegante da xoxota que se ondulava. E sentiu que seus sentidos iam incendiar com as sensações.
Ela apertou ao redor da cabeça do pau, tão apertado, tão quente que se perguntou se sobreviveria possuindo a ela. Ou se poderia reter seu próprio orgasmo até que ele sentisse ela gozar de novo.
Em baixo da cabeça do pau, ele sentiu a dor da farpa apertando embaixo da sua carne. Era igual a dor nas bolas dele quando se levantou quase retirando o pau, moveu-se mais para dentro dela, e então com um impulso involuntário, o prazer escureceu todo pensamento de controle, ele se empalou todo dentro dela até a raiz do pau.
O grito de prazer dela abalou sua alma. Foi falho, feminino, estrangulado. Como se ela mal conseguisse respirar para gritar.
Noble balançou sua cabeça e lutou. Ele tentou a lógica e o raciocínio, ele pensou em pescar e fazer limpeza na sua arma, mas os pensamentos desintegraram-se mesmo que ele tentasse se concentrar neles.
Ele se aproximou dela, sentindo as pernas dela cruzarem sobre seus quadris, e cedeu ao desejo de mover forte e duro sua ereção dolorosa enterrada dentro dela.
Nada importava, apenas isso. Ele tinha que fodê-la. Ele tinha que tomá-la. Duro e profundo. E ele a tomou duro e profundo. Seus braços deslizaram embaixo dos ombros dela, seus lábios cobriram os dela e seus quadris se levantaram contra ela enterrando seu pau com uma sucessão rápida de estocadas delirantes enquanto ela chupava a língua dele e gemia no beijo dele.
Suas unhas correram pelos ombros dele, mordendo sua língua e criando um êxtase ardente. Como uma gata, agarrando-o e exigindo mais dele. E ele deu mais. Ele deu a ela tudo que tinha enquanto sentia a explosão do orgasmo embaixo dele.
Enterrou forte dentro dela uma vez, duas vezes, e deixou o orgasmo fluir dele. Bombando duro nela, a porra dele jorrou quente e grossa enquanto a farpa ereta embaixo do pau, se trancava dentro dos músculos da xoxota dela e derramou ela própria, seu próprio gozo dentro dela.
Ele tremia com o prazer. Bombando contra ela enquanto afastava a cabeça do beijo dela e os lábios dele abaixaram no ombro dela e ante que pudesse conter seu desejo, os dentes se fincaram na carne macia.
Ele provou seu sangue e ouvia ela gritar. Ele não pôde recuar. Sua língua correu sobre a pequena ferida, enquanto lambia e derramava o hormônio na marca, chupando ela enquanto continuava a gozar e sentia as lágrimas de prazer, gozando de prazer.
Ele a marcou. Ele tinha se prometido que se seguraria, que ele não machucaria sua pele macia cremosa, que não deixaria nela aquela ferida animalesca reveladora. Mas mesmo lembrando-se da promessa, seus dentes permaneceram travados na carne dela. A violência do desejo bombava dentro dele, a possessividade primitiva rasgando dentro dele até que nada importasse, nada acalmasse aquilo, até que ele a tomasse novamente.
Capítulo 9
- O que aconteceu aqui?
Estava escuro, a luz fraca que caia no quarto vinha da luz do banheiro que Haley tinha deixado acesa mais cedo. Iluminava o suficiente para permitir que ela visse as manchas assombrosas no corpo dele e as cicatrizes.
As cicatrizes fizeram ela sofrer. Especialmente uma no peito dele. Não era muito velha, a pele curada ainda parecia macia ao toque.
- Bala. - Ele bocejou como se não fosse nada - Nós estávamos na propriedade de Lawrence alguns meses atrás e eu levei um tiro enquanto dava cobertura a um de nossos executores.
Ela se lembrou dos relatórios de notícias disso. Callan Lyons tinha se ferido e também Cassie Sinclair, uma das Raças de Lobo que estava freqüentemente no Santuário.
O aparecimento das Raças de Lobo e seu quartel general do Colorado aliando-se aos felinos em duas forças poderosas. Jornalistas sempre faziam reportagens sobre os compostos do Santuário (o quartel general das Raças Felinas) e o Porto (o quartel General das Raças de Lobo), as greves contra eles, e sua luta pela liberdade total das duas áreas.
- E aqui? - Havia uma cicatriz longa, muito recortada no lado dele.
- Faca. - O tom dele era preguiçoso, ainda despreocupado - Um soldado do Conselho quase conseguiu me destripar lá.
Ela vacilou.
Noble abriu um olho e a olhou.
- Eu sou mais cuidadoso agora do que costumava ser.
Ela o encarou com descrença.
- Por que eu não acredito em você? Você não mentiria para mim, não é, Noble?
- Claro que não. - Sua mão acariciou as costas macias, desceu a mão, os dedos brincaram contra as curvas arredondadas do traseiro enquanto sorria.
- Uh-huh. - Ela se afastou dele, atenta do olhar dele nela, de seu preguiçoso e esguio corpo nu, do pau longo e duro.
Ela olhou o relógio. Era quase meia-noite.
- Eu estou com fome. - Ela estava morrendo de fome - Há um assado no forno, se eu jogar em cima umas batatas e mais alguma coisa, nós poderíamos ter uma refeição dentro de uma hora.
- Deixe-me dar uma olhada na casa primeiro.
Ele estava fora da cama num salto. Sua pele lisa, morena e musculosa se contraiu ao se mover até o equipamento de vigilância. Ele conferiu as telas, então agarrou sua arma, saiu do quarto nu e circulou pela casa.
Haley pôs o vestido e o roupão que ele tinha tirado dela mais cedo para ela, quando ela pretendia terminar o jantar. Ele a distraiu naquela hora. Quando ele voltou, ela amarrava o roupão e estava calçando os pés nos chinelos quentes de casa.
- Eu vou tomar um banho. - Ele disse ao entrar no quarto quinze minutos depois.
Ela quase sorriu à declaração decisiva dele. Ela tomou banho mais cedo, logo que deixou que ele a convencesse de ficar junto dele para ficar mais um pouco de tempo com ela.
Enquanto ele a mimava no banho. Somente acariciou e tocou. Por enquanto o desejo tinha aliviado a cruciante necessidade que a tinha devorado, deixando-a quente e lânguida com um brilho incandescente de saciedade.
Outra sensação pouco conhecida, ela pensou enquanto ia para a cozinha e verificava o assado no forno. Abrindo a geladeira ela tirou uma vasilha de batatas e cenouras que tinha picado mais cedo. Esvaziou a água deles, enxaguou e os colocou na panela.
Meia hora, ela marcou, enquanto aumentava a chama na comida.
Ela foi para a sala de estar e reabasteceu as brasas incandescentes do fogo, vendo como os troncos maiores pegavam os troncos menores, e as chamas começaram a lamber sofregamente em cima deles.
Ela virou e fitou a brilhante árvore de Natal iluminada antes de se mover e rearranjar alguns dos presentes em baixo dela. A base da árvore estava rodeada por caixas alegremente embrulhadas. Havia uma grande sacola de Natal com motivos de Natal que segurava muito bem as sacolas menores para cada membro da família. Um anel de prata para sua mãe. Um colar para uma de suas cunhadas, uma pulseira para a outra. Havia brincos para várias estudantes da faculdade que ajudaram na biblioteca e quase sempre se juntavam a Haley e sua família por algumas horas na Véspera de Natal.
A casa sempre estava cheia em Véspera de Natal. Os pais dela, seus irmãos com suas esposas chegariam um dia ou dois antes e risada e alegria sempre enchiam o ar enquanto eles arrastavam colchões do sótão e arrumavam o lugar para dez pessoas extras na casa pequena.
Um sorriso inclinou os lábios dela ao pensar na reação de Noble para isso. Se ele estivesse até lá.
Ela endireitou uma das bolsas e franziu a testa naquele pensamento. As Raças não eram conhecidas por seu espírito de Natal, ela se perguntou se Noble seria ao menos paciente com seus amigos e familiares que se hospedariam em sua casa na semana do feriado.
- Em que você tanto pensa? - Os braços dele a envolveram, puxando-a contra o peito nu. Ele tinha vestido calça jeans, mas estava descalço e sensual, forte e duro.
- Natal. - Os dedos dela envolveram os pulsos dele - Eu comprei um presente para você, sabia?
Ela olhou para trás a tempo de ver sua cara surpresa.
- Por que você faria isso? - Ele perguntou, como se não soube realmente a razão.
- Porque me dá alegria e sempre me lembra que é Natal em todo o mundo.
- É tudo uma questão de dar presentes? - Ele perguntou apertando os olhos.
- Não, não se trata de dar presentes. Dando presentes me faz lembrar sobre o que é a estação de Natal.
- E o que é tudo isso para você? - Ele lhe perguntou, ainda encarando a árvore, os olhos apertados numa expressão pensativa.
- Vida. Comemoração das minhas crenças e as de minha família. Pensar nas ligações que nós não consideramos pelo resto do ano. E é sobre amor. Nosso amor por aqueles que enchem nossas vidas.
- Então você compra presentes?
- Ou faço. - Ela sorriu - Ou asso, ou cozinho para eles. Ou simplesmente parando para lhes desejar um feliz natal e mostrando cuidado. Para mim, é a alegria da doação, Noble. Para me lembrar de todas as alegrias que me deram ao longo do ano.
Ele estava estranhamente quieto. Ele encarou a árvore, e depois ela. O olhar dele brilhava.
- O que você fez para mim?
Ela quase riu. Por um leve momento, só um segundo, ela viu uma breve ansiedade juvenil no rosto dele.
- É uma surpresa. - ela sussurrou provocantemente.
Ele olhou para ela.
- Isto é para atormentar aqueles que recebem, não é, Haley? - Ele rosnou - Você tem alguma idéia de como um Felino pode ficar curioso?
- Se você espiar, então tudo que você ganhará é o carvão em sua meia.
A cabeça de Noble girou, um ato completamente involuntário para olhar a beirada da lareira. E havia outra meia. Aquela não estava lá no dia anterior.
Algo no seu peito se contraiu quando ele se voltou para ela.
- Por que você fez isso? - Ele perguntou então - Eu não comprei nada.
- Você me deu você mesmo. - Ela o olhou como se houvesse uma pergunta em sua afirmação.
Noble acenou com a cabeça lentamente.
- Cada parte de mim. - E cada parte dele se estendia para ela.
- Então não preciso de mais nada.
- Mas você me deu você também. - ele declarou confiante. Ele sabia que ela pertencia a ele. O acasalamento foi forte, ela já tinha o cheiro dele misturado com o dela, da mesma maneira que ele carregava o cheiro dela dentro dele. Eles estavam se unindo, talvez agora, só fisicamente, mas sabia que ela se uniria emocionalmente a ele, isso se ela já não tivesse.
Ele viu coisas nela. Em seus olhos, na expressão de seu rosto, em seu toque. Talvez sua pequena bibliotecária apenas não quisesse admitir o que sentia por ele. Mas ele sabia o que ela realmente sentia por ele.
- E eu adoro dar presentes. - O sorriso dela era suave e cheio de felicidade - Isso é parte da diversão, Noble. Saber que há um presente e se perguntando o que será.
Ele a encarou, um pouco confuso com aquilo.
- Raças nunca comemoram o Natal.
- Eu comemoro o Natal todos os anos. - ela sussurrou - E na Véspera de Natal, minha família inteira desce. Meus irmãos e suas famílias e meus pais, e na noite de feriado os amigos e os vizinhos sempre vem para a festa. Toda Véspera de Natal nós cantamos alegremente no parque e nós rimos e bebemos chocolate quente e congelamos nossos traseiros andando lá fora.
- E você faz isso por quê? - Ele lutou contra a sensação de confusão que sentiu.
Ela ficou quieta. As luzes de Natal cintilavam em seu rosto, multicolorido e dando ao rosto dela uma cor quase que sobrenatural.
- Porque eu adoro fazer isso. - ela disse finalmente, suspirando - Porque eu me sinto perto de minha família, meus amigos, e para minhas convicções.
Ele concordou com a cabeça lentamente.
- Você se sente mais próxima do seu Deus. - ele disse.
E ela sorriu.
- O jantar deve estar pronto. - Ela o puxou devagar, pegando sua mão e o levando para a cozinha - E nós temos todos estes biscoitos. Depois que nós comermos, eu tenho milhares de sacos de papel de Natal para começarmos a encher de biscoitos de chocolate.
- E esses são para quem? - Mas ele a seguiu, porque o sorriso dela era provocante, quente e cheio de alegria.
- Para as Raças do Santuário. Cassie Sinclair me disse uma vez que eles são loucos por biscoitos de nozes e chocolate. Assim Callan Lyons foi muito amável em me enviar o número exato de saquinhos que eu precisava e eu tenho enchido durante semanas.
Ele parou, ignorando o puxão na mão dele.
- Isso é, por alto, umas trezentas Raças até o momento, Haley.
- E basta pensar em mais de trezentos sorrisos quando eles provarem os meus deliciosos biscoitos. Eu faço biscoitos muito bons.
Ela realmente fazia. Ela fazia biscoitos que derretiam na boca e faziam uma Raça pensar em êxtase de chocolate. Mas Noble não estava certo se queria compartilhar esses biscoitos, e os sorrisos dela, com outras Raças. Mas uma coisa era certa, ele não estava a ponto de tirar o prazer que o pensamento daquilo trouxe aos olhos dela.
Enquanto dividiam o jantar, ela conseguiu convencê-lo, e como ela fez isso ele não tinha certeza, mas ela disse que era seu dever alimentar aos outros também.
Assim, um por um entraram, cada Raça comeu um prato enorme de assado com batatas e cenouras coradas e pão assado fresco. E ainda serviu para eles um punhado de biscoitos amanteigados.
Até mesmo aquele maldito mestiço coiote que era fugidio e desconfiado, Mordecai recebeu um prato fumegante e perfumado de assado. E ele encarou Haley com adoração enquanto baixava o nariz no prato dele e começou logo a comer.
Era quase quatro da manhã, quando ela ligou a máquina de lavar louça e Noble notou que as mãos dela tremiam. Ele sentiu o cheiro do calor dela crescer, surpreso por demorar tanto tempo. Normalmente, a segunda fase chegava mais rápida e queimava mais forte.
- Chega. - Ele fechou a lavadora e pegou o pano de prato que ela segurava.
Uma fina camada de suor pontilhava o lábio superior dela e a multidão de sardas brilhavam na ponta de seu nariz e seu rosto estava muito pálido.
- Eu acho que posso precisar de você. - Ela estava quase arquejando, seus mamilos estavam tão duros que estavam pontudos sob o tecido da blusa dela e um cheiro doce do desejo dela enchia o ar.
O desejo esteve adormecido nela por quase quatro horas, mas a tomou de um golpe em poucos minutos. O que era incomum.
- Você tomou as pílulas que eu te dei? - Ele empurrou o cabelo dela para trás da orelha.
Haley negou com a cabeça.
- O primeiro me fez sentir engraçada. Eu não gostei.
- Esquisita como?
Ela sacudiu a cabeça.
- Me deu uma dor de cabeça. E não gosto de dor de cabeça.
- Não deveria te dar dor de cabeça. - Ele franziu a testa.
- Podemos discutir isso depois. - Seu braço envolveu os ombros nus dele, seus lábios pressionara em sua pele - Estou cansada de esperar.
- Por que você esperou? - Ele olhou para ela - Você alimentou toda Raça na cidade em vez de cuidar de si mesma.
Ela o encarou sombriamente.
- Eu queria saber o que você sentiu no ano passado. Você era muito contido, mesmo depois que se mudou para cá. Eu precisava saber se sofria.
Noble a encarou surpreso.
- Haley, não é o mesmo para os homens, querida. - Ele gemeu, apertando o rosto dela com suas mãos - Os sintomas físicos não são tão fortes. Meu bem, por que você não disse nada?
As palavras de afeto saíram naturalmente. Ele mal percebeu que as tinha dito, estava preocupado, indo para além da luxúria quando a fitou, os olhos dela estavam quase azuis. A cor cinza quase tinha desaparecido e foi substituído por um azul acinzentado e aquilo o fascinou.
- Noble, me beije antes que eu tenha que matar você. - ela gemeu - Se você apenas me beijasse, eu estaria bem.
- É o beijo que faz isto queimar. - ele a lembrou, apertando seu rosto e ainda a segurando.
- Então faça queimar.
Ele tomou os lábios dela com um gemido. Ele lambeu em cima das curvas doces e a puxou para seus braços. Acalmar o desejo dela era seu maior prazer. Mas desta vez, não era na cama que ele queria acalmar aquele fogo.
Ainda a beijando, ele tropeçou no caminho para a sala de estar. Lá, em frente à luz do fogo, ele a deitou no grande tapete.
- O que você está fazendo? - Ela o olhou quando ele tirou as calças jeans, então se ajoelhou ao lado dela e tirou a roupa dos ombros dela.
- Eu quero te tomar na luz do fogo. - ele rosnou - Com a luz da árvore de natal e a luz da lareira brilhando sobre você. Eu quero ver aqui, me vendo enquanto eu te possuo.
Ela tocou os cabelos dele, enfiou os dedos neles os acariciou e depois acariciou a nuca.
Os braços dela se levantaram graciosamente depois quando ele puxou o vestido dela, então ela se deitou lá, nua, querendo a ele, o olhar lânguido e cheio de desejo.
- Eu costumava fantasiar sobre você aqui. - ela disse baixinho para ele, pulsando com a força de seu desejo por ele - Eu imaginava você me possuindo enquanto o fogo ardia ao nosso lado.
Ele se ajoelhou entre suas coxas, seu pau pressionou com uma batida desesperada de fome enquanto envolvia em taça os seios, os erguendo e baixou os lábios e a língua sobre eles, os lambendo.
As unhas dela se fincaram nos ombros dele e ele sentiu o ronronar fugir do próprio peito.
Ele nunca tinha ronronado em toda sua vida. Mas quando as unhas afiadas dela correram pelos seus ombros, o som explodiu dele.
E Haley estremeceu embaixo dele.
A cabeça Noble se ergueu, seus olhos apertados.
- Só mais um pouco. - ela arquejou, sentindo o prazer. Sim, apenas um pequeno, mas gozou só de ouvir o som do ronronado dele.
- Você gosta disso? - Ele apertou os seios juntos e abaixou a cabeça novamente sobre eles, lambendo os mamilos enquanto ela se arqueava contra ele.
- Um pouco, talvez. - ela respirou.
Ele puxou um mamilo duro novamente para sua boca, contendo um gemido e olhou para o rosto dela.
Ela vagava no seu prazer, entontecida por aquilo. Êxtase enchia o seu olhar. Esta era a sua mulher. Ela tinha a marca dele, seu cheiro, ela sentia desejo por ele. Só por ele.
Ele desceu pelo estômago dela com beijos molhados até chegar ao broto inchado do clitóris, e o sugou para sua boca. Ele chupou suavemente, docemente. Ele lambeu e chupou envolta do botão e ronronou novamente.
E ele a viu desabrochar para ele. A mais doce expressão que ele já viu em sua vida enchia o rosto dela. Ela o encarou, com olhos atordoados e cheios de emoção. A expressão era quase serena.
- Meu presente de Natal está aqui. - ele sussurrou. Ele beijou-a na coxa, levantou a mão e acariciou o rosto dela.
Então ela o surpreendeu. Abriu a boca e pegou o dedo dele, chupando e mordiscando, enquanto a olhava.
O prazer correu da ponta do dedo até a cabeça de seu pau. Uma carícia tão simples que nunca deveria tê-lo feito estremecer como fez. Ainda assim fez.
Firmando sobre os joelhos se ergueu um pouco e tirou o dedo e depois acariciou o dedo polegar sobre os lábios dela. Ele sorriu quando se moveu entre as coxas dela, veio por cima dela e sentiu as dobras de sua vagina, a carne macia que cercou a crista grossa do pau. - Veja. - Ele olhou para baixo, ao longo de seus corpos, segurando-a, deixando que ela visse.
Haley viu quando ele a possuiu. Ela não pôde ver na primeira vez, só sentiu. Ela queria ver agora. Viu quando ele separou as dobras sensíveis de sua xoxota, seu pau grosso penetrando nela.
Ela o via e sentia. Sentia o pau dele dividindo-a e queimando. Ela viu quando ele se moveu dento dela, a acariciando, prazer correu por ela ao sentir cada centímetro que ela tomava.
Ela não pôde respirar e ela precisava de ar. Precisava se concentrar, assistir a penetração, sentir ele possuindo-a.
- Eu sonhei com isto. - ela gemeu abrindo mais as coxas e levantando mais os quadris contra ele - Sonhei com você me possuindo assim, Noble.
- Eu também sonhei, Haley. - ele gemeu, os quadris dele movendo lentamente e suave, empalando centímetro por centímetro com devastação ardente.
Prazer puro percorreu o corpo dela. Queimou com uma intensidade incandescente, contraindo sua vagina, espasmos correram dentro de seu útero e a fez gritar o nome dele. Os quadris dela se ergueram mais, o enterrando mais fundo dentro dela, sentindo o prazer e algo mais profundo, algo que ligava e algo que consumava a união entre eles.
- Duro. - ela sussurrou olhando, vendo o brilho de seus sucos em sua ereção pesada quando ele se retirou, só para afundar profundamente mais uma vez dentro dela.
Em seus braços aquela mulher desinibida e selvagem que sempre sonhou ser lutava para se libertar.
- Me fode. - As palavras saíram de seus lábios, palavras que desejou sussurrar a um namorado e que nunca teve coragem - Forte, Noble. Me fode forte. Rápido.
Ele avançou rápido e duro dentro dela e ela gritou de prazer. Uma das mãos dele segurava firmemente o quadril dela enquanto ela via o pau enorme entrar e sair, penetrar mais e mais, duro e profundo dentro dela muitas vezes, criando um prazer enorme em sua xoxota com aquela fricção de vai-vem sem fim, ela não podia mais lutar.
- Oh, Deus, sim. - Ela se contorceu debaixo dele, o puxando mais fundo dentro dela, os lábios dela grudaram no pescoço dele e suas unhas fincaram nos ombros, o arranhando com seu desejo.
Ela tentou se conter, para não correr suas unhas nas costas dele. Deus sabia, ele tinha cicatrizes demais. Mas ele a marcou. A mordeu. Então ela podia arranhar. Ela podia gritar seu nome, e quando as ondas balançantes de prazer começaram a percorrer seu corpo, ela pôde se entregar aquilo, sabendo que ele estava ali. Segurando-a, acalmando o medo enquanto sentia a farpa se estender e ficar ereta, a lingueta das Raças masculinas que penetrou e se prendeu no fundo da vagina, a imobilizou e derramou um jato de sêmem fervente e lançou sensações explosivas dentro dela que a arremessou a um orgasmo explosivo e profundo, enquanto ele bombava nela, e os dentes dele se fincaram em seu ombro.
A primeira vez que ela viu seus olhos negros brilhando com uma ponta de confusão e diversão. O jeito que se sentia quando ele a olhava, a forma como ela o olhava a cada noite. O modo como seu coração doía quando temia que ele estava perdido para ela.
- Eu amo você. - ela sussurrou e sentiu lágrimas queimando seus olhos - Oh Deus, Noble, por favor não minta para mim sobre essa coisa de “pertencer” a você , porque o amo.
Ele se empurrou novamente contra ela, fazendo-a ficar sem ar quando a acariciou eroticamente com a farpa que tocava e se prendia no fundo do útero. Pequenas explosões de prazer correram por ela, pequenos orgasmos seguidos que a engolfavam até a medula. Nunca devia ter prazer assim. Prazer assim era viciante, podia ficar dependente.
- Minha. - ele rosnou em sua orelha - Sempre minha, Haley. Meu coração, meu amor, minha alma.
E aquilo era mais que amor, e ela não sabia o motivo de não ter percebido o que esteve diante dela durante o último ano.
- Meu. - ela sussurrou de volta.
Mais que amor.
Capítulo 10
- Hum, como é doce.
A fala arrastada e ameaçadora fez Noble ficar tenso enquanto se afastava de Haley, o ar de perigo e morte, encheu o quarto quando ele virou a cabeça e rosnou.
Alaiya Jennings estava encostada na porta entre a sala e a cozinha. Ela usava o uniforme negro de missão das Raças, que obviamente ela não tinha mudado, enquanto Jonas revogou a sua posição como Executora. O largo cinto com pistoleira e bolsos de utilidades preso ao quadril e atado em uma coxa. Ela estava vestida para matar. E ele sabia, tinha a intenção de matar Haley. Assim como a ele.
Noble sentiu as unhas de Haley furar do seu lado, sentiu o medo que começava a fluir dela, e raiva. Ela virou a cabeça e encarou a Raça que os observava.
Sorrindo, Alaiya ergueu um biscoito e comeu outro pedaço enquanto segurava com o outro braço um grande e imponente rifle de grosso calibre.
- Os biscoitos são realmente bons. - Ela ergueu as sobrancelhas - Que vergonha. Não são muitas pessoas que conseguem fazer biscoitos caseiros bons. E agora nós vamos perder outra boa dona de casa. - Ela estalou a língua dela e sacudiu a cabeça - Que pena.
- Como você conseguiu entrar na casa? - Ele rosnou.
Noble andou até ele sentar-se na frente de Haley, olhando atentamente o cano curto do poderoso rifle. Ele conhecia a marca daquela arma, mas ele só a via raramente. Quando explosivos não funcionavam, Uriel sempre achava uma saída e o buraco que aquela bala fazia não era para nenhum homem sobreviver.
- Nunca direi, Noble, isso seria revelar segredos comerciais. Assassinos nunca fazem isso.
- Uriel. - ele murmurou num tom cheio de nojo.
Alaiya sorriu.
- Meus homens ainda estão vivos?
- Vivos. Dormindo, mas vivos. Não sou um monstro total, você sabe. O Jason não teria morrido se ele não tivesse me visto. - Sua risadinha era maníaca - O som da risada da Raça foi na espinha de Noble e arrepiou os pêlos em sua nuca - Oh! O seu sistema de segurança. - Ela indicou a casa negligentemente - É tão bobinho, Noble. Você acha que qualquer assassino profissional não perceberia as câmeras escondidas? Realmente, querido. Pensei que você fosse melhor que isso.
Ele era melhor que isso. As câmeras de vigilância dentro da casa ainda estavam funcionando e naquele momento o sensor estava fazendo a leitura de movimento e calor e a informação seria enviada direto para o Santuário.
A cavalaria estava vindo, mas poderia ser muito tarde se ele não tomasse cuidado.
- Você não está dizendo nada. - Alaiya franziu a testa quando Noble pressionou a testa de Haley contra o ombro dele - Você deveria me congratular por eu ter conseguido enganá-lo.
- Sim, parabéns. - ele murmurou e ela riu de novo.
Noble sentia Haley em suas costas, tremendo. Medo a percorria, mas não entrou em pânico. Ela não se agarrava nele, mas estava sentada firme, ficando atrás dele, não o distraindo. E merda, ele sentiu a pressão de uma arma contra suas costas. Onde diabos ela conseguiu uma arma?
- O que você quer que eu diga, Alaiya? - Ele perguntou, mantendo as mãos a vista enquanto a olhava - Nós sabíamos que era uma Raça, só não tínhamos certeza sobre quem era.
- Pobre Jonas. - Ela suspirou - Ele esteve procurando em volta do Santuário, se esforçando para descobrir quem fez aquilo. Até o ajudei uma vez ou duas. - Diversão brilhou nos olhos marrons dela - Isso foi tão engraçado. Claro que eu banquei a companheira acasalada distraída. Muito irritada, muito entristecida por ter perdido o Mercury para aquela cadela da Ria. Claro que ele nunca descobriu que estava sendo manipulado.
- Ele descobrirá tudo. - Noble afirmou - Você descobriu quem é seu companheiro?
Supostamente, ela acreditava que a outra raça, Mercury, era o seu companheiro do passado.
Ela calmamente o encarou.
- Eu sempre soube quem era meu companheiro. A ação foi simplesmente isso, uma farsa para desequilibrar Jonas e seus executores. Para dissipar suspeitas, seria muito mais fácil entrar no Santuário fazendo a reclamação de um companheiro.
Ele sentiu Haley sussurrar “Eu te amo” contra suas costas.
Ele sentia o coração pular, palpitou forte no seu peito quando ela começou a se enrijecer.
- Agora venha, Noble, vamos terminar isso depressa. - Alaiya se endireitou na entrada, terminou o biscoito, então agarrou o rifle com as duas mãos - Eu quero que você saiba que não foi fácil para mim. Se a cadelinha tivesse acabado de tomar as pílulas, então ela estaria morta agora.
As pílulas. Noble enrijeceu.
- Você mexeu no suplemento hormonal?
- Claro que eu tive que mexer nele. - Ela sorriu - Ely Morrey fez vários lotes tóxicos para nós enquanto esteve sob a influência dessas drogas, você sabe. Foi fácil fazer a troca para o Amburg compensar sua companheira. - Ela fez careta - O açougueiro das Raças está determinado a se tornar o salvador das Raças. Eu acho que ele poderia apenas encontrar um jeito de ajudar em todas as coisas desagradáveis no acasalamento. - Seus lábios se apertaram ao pensar naquilo.
- Não gosta de ser uma companheira, Alaiya? Como é triste.
Ela fez uma careta.
- Essa é uma prática desagradável, essa merda de acasalamento. E dispor da gravidez é uma dor na bunda. Esses desgraçados híbridos não querem morrer e eu serei maldita se eu levarei um deles.
A maldade que verteu dela o fez se sentir doente.
- Você vai morrer com ela, você sabe. - Alaiya declarou então, o cano da arma em cima deles - E matar você será uma lembrança estimada, Noble. Nenhuma outra Raça me acompanhou tão bem.
Ele encarou a arma, cuidadoso para não se enrijecer e se mover.
Quando ele se moveu, o rifle explodiu. A explosão correu na lareira enquanto ele lançava Haley ao lado, puxando a arma de sua mão e atirou.
Não deu tempo de mirar. Ele bateu no braço de Alaiya quando ela levantou o rifle para recarregar, jogando-a para trás, fazendo-a perder o controle sobre a arma.
- Desgraçado! - Ela gritou, lançando-se sobre ele. Noble atirou de novo, e de novo, e de novo. Ele ouviu o coiote uivando quando Alaiya caiu ao chão, seu olhar surpreso - Isto não acabou. - ela ofegou.
- Para você, sim. - ele declarou, vendo a vida desaparecer de seus olhos um segundo antes de uma rosnadura enfurecida enchesse o ar.
O sótão. Como um morteiro o maldito entrou pelo sótão.
A escada quase caiu sobre a cabeça dele quando uma sombra caiu na abertura na sala de estar. Noble se jogou para o lado, terminando num agachamento, com um pé para frente, em posição de ataque perto de seu agressor.
Ele não estava lidando com uma Raça agora. Mas sabia com quem lidava. O companheiro de Alaiya. Um homem humano e, pelos movimentos dele, obviamente um ex-treinador do Conselho.
Noble se levantou, seus olhos estreitando quando viu Haley rastejando até a cozinha. De algum jeito, ela conseguiu se vestir e estava buscando segurança. Bom. Se ela pudesse simplesmente sair da casa. Apenas isso e estaria segura.
Olhos castanhos claros estavam fixos nele enquanto o homem se abaixava ao lado do corpo de sua mulher morta. Ele gritou novamente com muita raiva, loucura queimou nele quando puxou uma faca de sua coxa e saltou sobre Noble. O impetuoso golpe em sua coxa fez Noble praguejar, mas não parar. Seu punho bateu com força no ombro do treinador, seu braço bloqueando a faca enquanto recuava depressa.
Ele puxou uma roupa de Haley do chão, dobrou e usou para desviar a lâmina enquanto lutava por uma abertura na defesa do homem.
O treinador de Alaiya foi um dos melhores que o Conselho teve, ele se lembrava disso. O inglês Mark era ex-agente de operações militares, antes de o Conselho o recrutar. Ele era bem treinado e gostava de ver sangue.
- Você a matou. - Mark se levantou, olhando com raiva para Noble.
- Ela teria matado minha companheira. - Noble rosnou para ele - Entenda, inglês. Você morrerá esta noite também.
Inglês apressou-o. No próximo segundo, Noble puxou a faca e torcendo o braço a lançou contra a parede.
Um forte pontapé em seu estômago fez Noble voar para trás, então o som de uma explosão o fez gelar.
Ele viu o choque no rosto do outro homem, o buraco no peito dele, sangue salpicou a parede em volta dele enquanto caia lentamente ao chão.
Noble girou, esperando ver Mordecai, talvez até Shiloh.
Em vez disso, ele viu sua mulher. Seus olhos cinza estavam arregalados, o rosto branco. Ela segurava o rifle de cano curto em suas mãos e fitou o corpo do treinador que ela tinha matado sem piedade, depois voltou a olhar Noble.
Noble olhou para o inglês, depois para sua mulher. Filho da puta. Ela segurava aquela arma como uma profissional.
- Meu pai é um ex-soldado. - ela o lembrou.
Noble acenou com a cabeça. Inferno, ele tinha que ficar chocado.
- Ele me ensinou a atirar primeiro, e me preocupar com as conseqüências depois. Se você ficar encrencado, então pelo menos estará vivo.
Ela estava tremendo.
Noble foi até ela e pegou a arma.
- Podia tê-lo capturado.
Ela franziu a testa e olhou o corte na cintura, coxa, e braços dele.
- Sim, sem dúvida. - Ela respirou fundo - Mas ele estava te fazendo sangrar. Eu não gostei disso. Ele ia cortar algo importante. - Ela olhou para baixo com incredulidade - Por Deus, Noble, você realmente precisa pôr uma calça jeans. Eu não quero aquelas mulheres das Raças que logo estarão aqui vendo você assim, porque sei que logo vão gostar disso.
Ele olhou para baixo, e sorriu divertido. Ele agora estava semi-ereto. O calor de acasalamento podia ser um cão infernal.
Ele voltou para o sofá e agarrou as calças jeans, depois a vestiu. Foi apenas o tempo de logo ouvir o estrondo da porta da cozinha abrindo e todas aquelas raças que ela esteve falando invadiram a casa.
Ele puxou a roupa dela para cima. Um pouco de seu sangue estava nele e a embrulhou naquilo enquanto ela se apoiava nele.
Jonas não se incomodou fazendo perguntas. Ele encarou Alaiya, depois o inglês, e Noble viu o peso em sua expressão.
- Eu devia saber que era ela. - ele disse finalmente, suspirando - Ela conseguiu se afastar de mim. Simplesmente ficou fora de alcance. Mas eu devia ter sabido.
E Noble soube que ele devia ter suspeitado. Todos souberam que ela mentiu sobre ter acasalado uma Raça no mês antes dela chegar ao Santuário. Souberam que ela influenciou vários testes que indicaram que ela tinha acasalado uma Raça.
- Ela era boa. - Noble exalou enquanto segurava Haley mais perto, os nervos ainda tensos, ainda impressionado com a coragem que sua companheira tinha.
- Sim...
- Não me diga que não posso entrar aqui! - Uma voz estrondosa encheu a casa enquanto Haley se revirava nos braços Noble - Filho, você quer sair de meu caminho antes que nós arranquemos sua cabeça de seus ombros e seus intestinos pela sua garganta.
- Oh, Deus. É o papai.
Noble a encarou, depois a cozinha. Cabelos flamejantes, olhos cinza escuros de raiva e seguido por mais dois iguais a ele, parece que McQuires finalmente tinha voltado para Buffalo Gap. Todos de um metro e noventa ou mais, poderosos, ruivos, com olhos ardentes e expressões furiosas. Os três guerreiros estavam de pé, fitando como ele apertava os braços envolta dela.
Haley se virou nos braços dele e ficou de frente para seu pai quando ele abriu caminho passando pelas Raças que enchiam a cozinha. Ele parou na porta, encarou a carnificina, depois sua filha.
A expressão dele se torceu de dor antes de suavizar.
- Será que haverá consequencias? - Ele perguntou a Haley, quando ela se virou para ele.
Noble a olhou, esperando que ela o deixasse e corresse para os braços de seu pai, o homem que a olhava com tanto amor paternal que por um momento, Noble se perguntou o quanto custava para aquele homem deixar sua filha longe de seus olhos.
Haley suspirou.
- Noble me pegou, papai. - ela disse então, surpreendendo Noble, assim como seu pai e irmãos - Não se preocupe. Noble me pegou.
Natal com Haley era... Diferente. Para uma Raça que nunca experimentou o Natal, que era francamente assustador. Uma Raça apavorada.
Ele foi perfeito com todas as visitas, com os presentes de Natal, dando biscoitos, e mais comida do que ele já viu em toda sua vida.
Eles foram naquela manhã ao Santuário e entregaram biscoitos. Outras Raças sorriram com malícia quando ele ajudou a entregar. Isso não o aborreceu. Raças sempre zombavam maliciosamente. Até que eles acasalavam.
Eles trocaram presentes com Callan e Merinus e Haley ainda deu um presente para Jonas. Afinal de contas, ela disse, Jonas garantiu a ela que os planos para reconstruir a biblioteca se encaminhava bem rápido.
Eles visitaram o asilo, o hospital infantil. Não só ele e Haley. Ele poderia lidar com isso. Não, foi o maldito clã McQuire inteiro, com o pai encarando a ele e os irmãos dela dando indiretas sugerindo cerimônia de casamento e datas.
Até mesmo aquele maldito xerife ganhou um presente e deu sua própria versão de um aviso.
Noble disse aos três homens McQuire: a data, hora e local seria decisão dela. Ela era dele. Nenhuma cerimônia podia fazer ou quebrar sua reivindicação. E então o irmão mais velho tinha arqueado a sobrancelha e perguntou pelo anel de noivado. Pequenas coisas, o irmão zombou, como pedir a mão da mulher em casamento.
Inferno, ele tinha ouvido falar disso. Ele só não tinha pensado naquilo. Se afastar dela o bastante para encontrar uma joalheria foi um inferno. O acasalamento de uma não-Raça era complicado, ele decidiu. Tinha suas alegrias. Claro, sua parte alegre estava sendo severamente limitada e bloqueada pela família. Graças a Deus que os novos tratamentos hormonais que trouxe para Haley tornavam suportável aquilo para ela. Suportável para ele era outra história.
Mas quando ela perguntou, ela não exigiu, ela perguntou se ele ia a igreja com ela, ele quase desistiu da idéia.
-“Eu celebro o Natal por causa de minhas convicções". - ele se lembrou da declaração dela - "Eu dou presentes em memória”.
Aquela era a vida dela. Era isso que fazia Haley ser a Haley, e ele queria saber tudo dela. Assim ele foi. Uma Raça, com as mãos sujas de sangue, sua alma em dúvida e ele entrou em uma igreja e achou uma beleza que não esperava.
O clã dos McQuire inteiro celebrou. Véspera de Natal e dia de Natal. Eles comeram e riram, visitaram e choraram e a pequenina mãe de Haley se apressou em servir a todo mundo com um sorriso e bebidas.
E no Dia de Natal, eles partiram. Todos olhando para ele. Os avisos aumentaram. Inferno, ele enfrentou visões mais assustadoras que três soldados escoceses ruivos em sua vida. Eles não o assustaram. Ainda.
E finalmente, a meia-noite chegou.
A árvore agora estava sem presentes, mas ainda brilhava alegremente. O fogo na lareira ardia com júbilo, e Noble pensou se ainda tinha forças depois de testar várias daquela aguardente artesanal que os McQuires tinham comprado.
Havia um calor claro e nítido aquecendo seu interior. E quando ele olhou para Haley, enrolada no sofá o olhando, aquele calor só enfureceu.
Ela segurava um pequeno presente em seu colo, alegremente embrulhado. O presente que sabia que era dele.
Na mão dele, segurava o dele.
Ele engoliu com dificuldade quando atravessou a sala e se ajoelhando diante dela lhe deu a pequena bolsa onde o joalheiro tinha posto a caixa do anel dentro.
- Você comprou um presente para mim? - Alegria iluminou seus olhos quando pegou a bolsa.
Nobre jurava que sentia seus nervos tremendo dentro dele, mas nunca disseram que Raças Felinas eram nervosas. Não podia ser nervos.
- Abra o meu primeiro. - Os olhos dela estavam brilhantes de excitação - Eu quero que você veja isto. Estive morrendo de ansiedade.
Ele pegou o presente dela. Ele a viu desembrulhar vários presentes ao longo de todo o dia. Ela fazia aquilo lentamente, saboreando tudo aquilo.
Ele desembrulhou o presente dele lentamente e se deliciou com a excitação dela.
A grande caixa de joalheria o pegou de surpresa. Quando ele ergueu a tampa, ele teve que piscar por causa da surpreendente ponta de umidade em seus olhos.
Havia poucas coisas religiosas que ele conhecia ou entendia. Mas aquilo, ele conhecia. O treinador dele, surpreendentemente, era um homem religioso. Ele tinha lhes falado uma vez sobre São Miguel. Que se eles fossem guerreiros honrados e bons soldados, então o santo olharia com bondade para eles. Não importava que não tivessem alma, o treinador parecia pensar.
Dentro da caixa havia uma corrente de prata com medalhão. São Miguel, o padroeiro dos guerreiros. Usar seu medalhão era invocar sua benevolência.
Ele lambeu os lábios nervosamente quando ela levantou a corrente de sua cama de veludo e abriu a presilha. Ele se curvou, se apoiando contra o peito dela e deixou que ela prendesse o cordão envolta do seu pescoço, depois ele ergueu e virou o medalhão.
“COM TODO AMOR, HALEY”. O coração dele quase explodiu com as palavras, sua garganta estava apertada quando a encarou.
- Abra o seu. - ele sussurrou.
Ela abriu a bolsa e congelou. Seus olhos se ergueram para ele e ele viu a esperança que os enchia.
Ela tirou a pequena caixa com as mãos tremendo e a abriu lentamente.
Uma única lágrima rolou de um olho dela.
- Você quer se casar comigo, Haley?
Ela cobriu a boca com uma das mãos quando ele tirou o solitário de diamante da caixa, ergueu a sua mão esquerda e empurrou o anel sobre o dedo. O ajuste estava perfeito. O diamante brilhava com uma cascata rica de cores, assim como a árvore de natal.
- Você tem certeza? - ela sussurrou finalmente - Você quer se casar comigo?
- Haley, você é minha. - ele falou suavemente - Meu coração, minha alma. Sua risada, suas lágrimas, sua tristeza e alegria. E suas convicções. Eu quero todo laço que eu possa pôr em volta de nós, assim todo mundo saberá que você sempre será só minha.
Ela o beijou. Um beijo forte, choroso antes dela saltar do sofá e correr para o quarto dela.
Nobre piscou com surpresa. Ele se levantou e a seguiu, entrou no quarto e seguiu até a porta aberta do banheiro.
Ela procurava por uma pequena caixa de papelão. Lágrimas molhavam seu rosto o preocupando, até que ela achou exatamente o que estava olhando.
Ela virou e os ofereceu para ele.
Alianças de casamento. Uma aliança maior de ouro pesado. A outra era menor.
- Meus avós. - Ela olhou insegura para ele - Nós podemos usá-las?
Ele tocou as alianças e a olhou antes de suspirar.
- Haley, você poderia pôr uma coleira em mim que eu usaria a maldita coisa com orgulho. Isto, meu bem? Isto eu vou usar com alegria.
Ela pôs com cuidado as alianças de volta no lugar, fechou a caixa e se voltou para ele.
- Eu te amo.
E nada jamais soou mais doce.
Ele tocou seu rosto, abaixou seus lábios sobre os dela e se abandonou ao beijo dela, ao amor, a aceitação, e a alegria que ela achou nele. A alegria que ele achou nela.
Haley abriu os lábios para ele, lambeu a dele, pressionou até que ele lhe deu o que ela precisava. O que ela desejava. O calor de acasalamento era uma chama contínua dentro dela, mas o beijo dele, o gosto dele era algo que ela sempre desejaria. O gosto selvagem, quente dele alimentava seus sentidos suas emoções. As carícias dele quando tirou o vestido dela alimentaram sua luxúria. O desejo dele por ela alimenta o seu amor por ele.
Ela empurrou a camisa de seus ombros, abriu o cinto, os botões e zíper da calça jeans até libertar o pesado pau na mão dela.
Pulsou feroz e orgulhoso, quando o acariciou. A cabeça endurecida latejava com seu toque e o gemido dele alimentou o desejo dela por ele.
- A cama. - ela sussurrou.
- Não se mova. - Ele mordeu os lábios dela - Eu esperei muito tempo desejando para te foder agora.
Ele a virou e Haley se viu fitando no espelho, vendo o rosto dele enquanto se movia atrás dela. Ele a dobrou sobre o gabinete, segurando seus quadris, dobrou os joelhos dele e enfiou ferozmente a cabeça dura do pau entre as coxas dela.
Ele tinha baixado as suas calças só até as coxas, ela sentia o tecido roçando a parte de trás de suas coxas. Ela fitou no espelho, viu o brilho do medalhão que ela havia dado a ele contra um das manchas escuras no peito dele.
Então seu olhar se levantou para ele e ela travou, se ligou e se prendeu na armadilha dentro das profundidades quentes de seus olhos negros. Lá, a emoção circulava. Amor, ternura, às vezes confusão, e mais que tudo isso era a possessividade.
Ela arqueou as costas quando ele se moveu dentro dela. Movimentos lentos e curtos, estocadas suaves, abrindo passagem nos músculos internos dela, queimando-a, acariciava os músculos sensíveis e minúsculos dentro de sua vagina com prazer intenso.
As mãos dele deslizaram dos quadris para seus seios, os acariciou, beliscando e apertando seus mamilos enquanto se olhavam um ao outro, se amando.
Haley levantou os braços para trás e se agarrou no pescoço dele e inclinado a cabeça, descobrindo seu ombro. Sabia que o ele precisava quando a olhava daquele jeito. Quando o prazer crescia entre eles como uma fome voraz, rasgando seus sentidos e tirando todo controle deles.
- Haley. - Ele gemeu seu nome, baixando a cabeça sua língua acariciou a pequena marca no ombro dela. A língua lambeu a pele, seus lábios acariciando a marca.
As marteladas do pau dentro dela ficaram mais duras, mais profundas, bombando na carne, os gemidos de prazer que encheram o banheiro aumentaram de volume até que Haley gozou e se sentiu viva nos braços dele.
Aquilo não era uma pequena morte, como os franceses diziam. Era vida. Explodiu dentro dela. iluminou seus sentidos de cores multicoloridas e brilhantes que rivalizariam com a árvore de natal mais luminosa e a encheu de um prazer que ela sabia que não poderia mais viver sem.
Ele a completava.
E quando a lingueta se trancou dentro dela e a porra do gozo dele se derramou nela, gozou num círculo de fogos de artifício, foi tão forte que não dava para se comparar à comemoração de Quatro de Julho.
Quando ela voltou a enxergar e pensar de novo, foi para ver o rosto dele se levantar de seu ombro, seu rosto estava relaxado e cheio de prazer.
- Feliz Natal, Noble. - ela sussurrou, tocando sua face, seus olhos se encontrando no espelho mais uma vez.
- Feliz Natal, Haley. - ele sussurrou de volta - E agradeço a você.
- Por quê?
- Por ser o presente mais precioso que uma Raça poderia receber.
Lora Leigh
O melhor da literatura para todos os gostos e idades