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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


CHARLIE FOXTROT / Lani Lynn Vale
CHARLIE FOXTROT / Lani Lynn Vale

                                                                                                                                                   

                                                                                                                                                  

 

 

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Foster fez uma promessa no seu leito de hospital, quando teve sua perna amputada, que ele iria voltar a cem por cento.
Com perna ou sem perna, ele se matou para voltar à equipe da SWAT.
E ele conseguiu voltar. Mas ele tem um problema. Ele não pode deixar o passado para trás.
A raiva queima profundamente, tornando suas emoções voláteis, em todos os momentos. Então ele conhece Blake, com sua atitude arrogante e incapacidade de distinguir a diferença entre um canivete e uma espada.
Pouco a pouco, ela o faz voltar a ser de novo o que era, uma piada de mau gosto de cada vez. Porém, ela não vê a vingança em seus olhos.
Não vê a raiva queimando profundamente.
A raiva tão pura e abrangente, que ele sabe que vai explodir.
É só uma questão de tempo.
O que Foster não percebe, porém, é que o amor que Blake tem por ele é suficiente para lutar contra seus demônios, um beijo de cada vez.
Foster nunca teve uma chance.

 

 

 


 

 

 


CAPÍTULO 1

Não sei por que as pessoas pensam que eu sou um babaca. Eu sou uma porra agradável de estar perto.

- Pensamentos secretos de Foster

FOSTER


"Preciso falar com o oficial que deu a meu avô uma multa. Agora,” Ouvi um estalo sobre o telefone.

Balancei a cabeça e levantei-me da cadeira.

"Eu estarei aí em um minuto, Pat," eu disse firmemente, controlando minha raiva o melhor que pude.

Pattie Hightower era a atendente da recepção que ficava sentada atrás da parede de vidro. A primeira pessoa que o público em geral via, assim que entrava no edifício.

Ela tinha um trabalho de merda, e não fazia o suficiente. Todos na delegacia eram culpados por abusar de sua gentileza, eu inclusive.

Mancando em torno da mesa, estremeci quando minha perna começou a queimar, a dor familiar que normalmente surge quando eu faço muito exercício com ela.

O que eu tinha feito.

Eu faço todos os dias, mas hoje fui novamente habilitado com a equipe da SWAT.

Corri o percurso de obstáculo que cada novo membro potencial da SWAT tinha que correr para ser aceito.

Eu estive anteriormente na equipe da SWAT, mas um incidente no último Dia dos Namorados com a cadela louca que tentou levar a vida de meu irmão, Miller, e de minha cunhada, Mercy, havia me afastado temporariamente.

Linda Moose, também conhecida como Cadela Louca, CL para abreviar, tentou passar seu carro diretamente através do rosto de Mercy.

Na época, Mercy estava grávida do meu sobrinho. Eu tinha visto seu pequeno corpo dobrar em meu irmão, e antes que eu percebesse, comecei a correr.

Direto na direção do para-choque da cadela estúpida.

CL tinha invertido a marcha, então eu mudei também.

E parei quando minhas costas atingiram a caixa de correios de tijolos. Infelizmente, Linda não parou.

Ela voltou direto para mim, prendendo minha perna esquerda entre o para-choque e a caixa de correios de tijolo do inferno.

Em seguida, ela tentou sair.

Ruim para ela que minha arma estava na minha mão antes que eu sequer conscientemente pensasse nisso.

Eu atirei nela através do vidro traseiro.

As duas primeiras balas passaram por seu ombro esquerdo, e a próxima arranhou o topo de sua cabeça.

Ela bateu após os meus últimos tiros atingirem seus pneus.

Foi inconclusivo se ela desmaiou ao bater na árvore, ou pela bala na cabeça.

Independentemente disso, eu tinha conseguido detê-la antes da minha perna finalmente perceber que não havia muito nela para se sustentar.

Eu caí no chão e prontamente desmaiei.

Então acordei numa cama de hospital dez horas depois, sem uma perna, e com um mau humor perpétuo.

"Você ressuscitou Crush," disse o chefe Rhodes, os olhos brilhando de tanto rir.

Não me preocupei em responder.

De alguma forma, me tornaria o motivo de piada da estação.

Eles pensaram que era engraçado me chamar de Crush1.

Eu, por outro lado, pensei que isso era fodidamente ruim.

Eu não precisava ser lembrado diariamente que sentia falta da minha perna. Bem, metade de uma perna.

Minha amputação foi abaixo do joelho.

O que foi melhor do que, digamos uma amputação acima do joelho. Independentemente disso, ainda era uma amputação e havia impactado muito a minha vida.

Eu testemunho o fato todas as manhãs quando olho para baixo. Todas as manhãs, quando encaixo a prótese em minha perna. Todas as manhãs, quando entro no trabalho.

Minha prótese parecia como a perna de qualquer pessoa quando eu estava usando jeans ou calças compridas. O problema era que todo mundo na força, bem como na comunidade, sabiam que eu não tinha uma perna. Conheciam a minha fraqueza.

"Não, eu só quero falar com ele. Não vai demorar mais de um minuto," ouvi uma voz de mulher dizer quando alcancei a entrada.

Empurrando a porta fechada atrás de mim, aproximei-me atrás da mulher, examinando-a.

Ela tinha cerca de vinte oito ou vinte nove anos. Figura cheia, quadris redondos, bunda perfeita. Pernas longas cobertas por jeans apertados.

Cabelos encaracolados loiro branco, quase no mesmo tom do meu, atingindo o meio das suas costas.

As extremidades pareciam que tinham sido mergulhadas em tinta roxa.

"Posso ajudá-la?" Perguntei a mulher.

Ela virou-se, estreitando os olhos em minha direção, em seguida, observando meu distintivo, arma, e postura antes de voltar os olhos para os meus.

Minha respiração ficou presa quando prestei atenção em seu rosto.

Ela era fodidamente bonita.

Seus olhos eram um tom quente de mel derretido.

Os lábios eram suculentos, e ela tinha a fenda no queixo mais bonita que já vi.

E isso queria dizer alguma coisa, já que meu sobrinho e minha sobrinha tinham uma fissura no queixo. Difícil competir com isso.

Eu queria tocá-la. Muito.

Mas então sua atitude mal humorada apagou aquela vontade imediatamente.

"Você é o oficial Spurlock? Crachá número 654?" Ela perguntou, cruzando os braços sobre os seios.

Levantei minhas sobrancelhas para ela.

Ela obviamente havia feito sua lição de casa sobre mim.

Olhando para o meu crachá, apontei para ele com um dedo. "Este sou eu."

Ela mudou-se para frente, fechando a distância que eu tinha deixado entre nós em segundos.

"Deixe-me dizer uma coisa, oficial Spurlock. O que você fez foi desprezível," ela assobiou.

Arqueei minha sobrancelha novamente. "E o que eu fiz exatamente?"

"Você deu ao meu avô, um veterano e um bom homem, uma multa por ter um canivete com ele," ela cuspiu.

Pisquei.

Que porra é essa?

"Você está falando sobre aquele velho louco que estava empunhando uma faca de açougueiro para mim? Aquilo era tudo menos um ‘canivete.’ Está mais perto de um facão do que um canivete," esclareci.

Seus olhos se estreitaram. "Era um canivete."

Rangi os dentes e puxei o telefone do meu bolso. Eu mostraria a ela o quanto aquilo não era um ‘canivete.’

Procurei em minhas imagens, passando as de meu irmão que pensava que seria divertido postar uma foto de sua bunda no meu celular, sobre a pilha de latas de cerveja que tinha usado para fazer uma torre, e, finalmente, parando no que estava procurando.

"Isso," eu disse, segurando meu telefone para mostrar a imagem a ela. "Parece um canivete, madame?"

Suas sobrancelhas baixaram em confusão. "N-não. Isso não foi o que ele me disse... desculpe-me.”

Com isso, ela passou por mim.

Surpreso com a reação, instintivamente coloquei o meu peso na minha perna ruim, e prontamente caí de cara no chão.

A mulher tinha ido embora antes que eu chegasse ao chão.

Fui capaz de me segurar antes de me causar danos importantes, mas não em tempo suficiente para evitar que toda a estação me visse cair.

Havia homens alinhados atrás do balcão, todos os olhos arregalados enquanto olhavam para mim, perguntando-se o que deveriam fazer.

Eu praticamente podia ouvir seus pensamentos.

Devemos ajudá-lo?

Ele pode levantar por si mesmo?

Meu Deus. Aquela mulher acabou de causar a queda do aleijado.

Estreitando os olhos neles, levantei-me, certificando-me que ninguém visse o quão difícil era ficar de pé e saí pela porta.

Quando alcancei os degraus da frente, cruzei os braços e observei a mulher gritar com seu avô. O velho que parecia o homem mais inocente do mundo.

O homem que puxou a faca para mim mais rápido do que pude piscar.

Ele teve sorte que tudo o que eu lhe dei foi uma advertência por porte de armas.

Eu poderia tê-lo prendido por ameaçar um policial com a intenção de ferir.

Quando ela me viu, começou a subir os degraus, parando dois abaixo de mim.

"Ele me disse que você está mentindo. Que não tinha nada mais do que o seu canivete,” ela disse segurando um em sua mão.

Estendi minha mão, e ela cautelosamente o colocou na minha palma aberta.

Agindo rapidamente, pressionei a alavanca, desengatando a lâmina e assustando a merda fora dela.

"Isto", eu disse, estendendo minha mão para ela, oferecendo-lhe o cabo da lâmina. "É uma lâmina. Não é um canivete. Também é ilegal, porque é dupla face."

Ela olhou para a faca agora em sua mão, em seguida, ofereceu-o de volta para mim.

"Basta mantê-lo."

Peguei a lâmina de suas mãos, fechando-a, e empurrando-a no meu bolso.

"Que porra, vovô! Isso é ilegal também!" Ouvi pouco antes dela cair dentro de seu Camaro modelo anos noventa e fechar a porta.

Não consegui segurar o sorriso que surgiu no meu rosto.

Pela primeira vez em meses, eu tinha algo para sorrir.


Capítulo 2


Espero que um pássaro defeque em seu carro.

-Blake Para Foster

Blake


"Muito bem, Blake!" Eu me felicitava. "Dê uma má impressão quando você está prestes a começar a trabalhar lá. Isso sim é uma boa ideia!"

Jesus Cristo.

Vovô, porra.

Eu deveria saber que ele mentiria sobre isso.

Ele era um merda assim às vezes.

Estourando pela porta da minha mãe com vovô no meu calcanhar, imediatamente gritei: "Mãe!"

Minha mãe estava na casa dos cinquenta e era a proverbial 'dona de casa.'

Ela ficava em casa enquanto meu pai trazia para a família o dinheiro do pão, afirmando que fazia isso para cuidar das crianças.

Até hoje, ele ainda trabalhava, e ela mantinha a casa em ordem.

Encontrei minha mãe na cozinha rolando massa de torta no balcão.

Minha boca salivou, e me distraí sobre o que ia dizer a ela.

"Que tipo de torta você está fazendo, mamãe?" Perguntei, inclinando-me por cima do ombro para olhar.

Pêssegos estavam cortados no balcão, e acho que me distraí por alguns segundos, porque só peguei a segunda metade do que ela falava.

“... a garagem. Você se importaria?"

"Sinto muito, o quê?" Perguntei, balançando a cabeça e afastando-me da comida.

Eu estava em uma dieta, e muito determinada a cumpri-la desta vez, não importa o quê.

"Perguntei se você poderia pegar as batatas na garagem. Você ficará para jantar hoje à noite?" Ela perguntou.

Fui para a garagem e peguei as batatas, dando a meu avô uma olhadela quando os seus olhos saltaram por cima de seu carro, que ele estava consertando.

"Hum, não. Não vou," disse a ela.

Se eu ficasse, estava bem certa de que não seria capaz de resistir à torta. Eu tinha força de vontade... tipo isso. Só que não muita.

"Oh, isso é triste. Você está saindo com David para o jantar?" Ela perguntou. "Ele ligou aqui a sua procura."

Cerrei os dentes, começando a me sentir realmente com raiva.

"Na verdade, mãe, não. Não estou pensando em jantar com David novamente nunca mais, se puder evitar. Em minha próxima vida seria breve demais." Eu disse a ela, virando as costas para seu rosto cheio de pena.

David era o meu ex-marido.

Ele era um policial no Departamento de Polícia de Kilgore, e nós estamos divorciados agora por quase um ano e meio.

"Não sei por que vocês tem que ser tão grosseiros um com o outro," minha mãe censurou.

O tique nervoso que só surgia quando eu pensava em David recomeçou.

David e eu tínhamos nos apaixonado quando éramos adolescentes.

Nós nos casamos quando ele tinha vinte e um, e recém-saído da academia de polícia, e eu estava com vinte anos.

Eu havia me tornado dona de casa, embora nós nunca tivéssemos tido filhos. Graças a Deus!

Eu pensei que tínhamos um relacionamento incrível, também.

Estava tão orgulhosa de ser conhecida como a esposa de um policial. A mulher que estava por trás de seu homem. Apoiando-o em todos os momentos.

Em seguida, ele começou a trabalhar ‘horas extras obrigatórias.’

A princípio era apenas aqui e ali, e lentamente se transformou em mais de dezoito a vinte horas extras por semana. No início, eu não suspeitei.

Então pequenas coisas começaram a se destacar.

Quando ele começou a trocar de roupa no trabalho e voltar para casa de banho tomado e barba feita.

Como passou a ser sorrateiro com seu telefone, colocando uma senha nele e esquecendo-se de me dizer o código.

Em seguida, houve compras aleatórias na nossa conta.

Trinta dólares aqui em uma loja de flores. Cento e cinquenta dólares lá em uma loja de joias.

Quando nós começamos nossa vida juntos, David tinha sido o encarregado das finanças.

Eu confiava nele para fazer o que necessitava ser feito, e nunca precisei verificar a nossa conta bancária.

Nós vivíamos modestamente na casa que seus pais nos forneceram quando nos casamos. Eu também ficava mais em casa durante o dia, raramente me aventurava a fazer outra coisa senão obter mantimentos ou o essencial.

A maioria das coisas que precisava eu esperava para David ver comigo.

Mas então ele começou a ficar muito mais tempo longe e comecei a ficar desconfiada.

Não sei que se ele achava que só porque eu era loira, e só tinha o ensino médio, era estúpida. Mas com toda a certeza eu não era.

Estive fazendo aulas online aqui e ali ao longo do nosso relacionamento. Além disso, antes de sequer me formar no colegial, havia obtido horas quase o suficiente para obter graduação técnica2.

Eu estava entre os dez melhores de nossa classe quando me formei, então eu não tinha certeza se ele estava apenas alheio as minhas capacidades, ou se ele achava que suas habilidades superiores de polícia me impediriam de ver o que estava acontecendo bem na minha cara.

Desnecessário dizer que, finalmente o peguei, dois anos depois de negar isso, e confrontei-o.

Um dos dias em que ele deveria estar no trabalho, eu o segui. Diretamente para os braços de sua ‘namorada de rota.’

A namorada de rota é alguém que você tem quando você está em patrulha.

Berri Aleo era essa mulher.

David a conheceu quando estava em patrulha, e a visitou quase todos os dias quando estava em serviço, e em suas ‘horas extras’, por dois anos antes que eu finalmente o confrontasse.

Ele ficou tão surpreso quando saí de casa, esvaziei a conta bancária, e pedi o divórcio, tudo em um dia, que ficou realmente em lágrimas.

Aparentemente, ele não amava a outra mulher e foi tudo um grande erro.

Qualquer merda que fosse eu não seria uma parte dela. Havia perdido todo o respeito por ele.

Nós estávamos separados por um ano e meio, e ‘oficialmente’ divorciados por seis meses.

Felizmente, o meu tio foi capaz de me arranjar um emprego no Departamento de Polícia como uma despachante. Algo que eu deveria começar amanhã de manhã.

Porém, estava esperando receber um telefonema dele a qualquer momento me dizendo que eu tinha perdido o trabalho antes mesmo que realmente o tivesse.

Não é como se eu quisesse lidar ou ouvir David no rádio da polícia durante todo o dia, mas eu faria isso se me desse dinheiro. Algo que estava precisando desesperadamente, graças a ele.

"Bem, sendo assim, tenho que ir. Você precisa falar com o vovô sobre o seu problema com a faca, no entanto. Ele mentiu para mim, o velho tolo. Eu ainda não posso acreditar que ele fez isso," falei olhando para meu avô trabalhando alegremente através da janela para a garagem.

"Seu avô foi um policial durante cinquenta anos. Ele ainda pode mentir para o melhor deles. E está sempre carregando sua faca ao redor. Não há como falar com ele sobre isso. É supostamente algo realmente especial,” minha mãe disse, colocando a massa em uma forma de torta e pressionando-a para os lados.

"Hmmm," eu quis saber. "Era especial, eu não sabia. Dei para o policial que lhe deu a multa. Ele disse que era ilegal."

"É," disse meu pai, entrando na cozinha. "Ele deveria saber disso."

Ele falou enquanto pendurava seu cinto para revólver atrás da porta, e o quepe ao lado dele.

Meu pai era um soldado estadual do Estado do Texas. Com cinquenta e nove anos, ele ainda parecia muito foda e intimidante em seu uniforme.

"De qualquer forma, verei vocês mais tarde, antes que o tio Darren chegue aqui... oh merda." Tio Darren parou seu carro de polícia, e eu me lancei para a porta de trás.

Correndo em torno da casa, fui pelo lado e esperei até o tio Darren subir os degraus da frente antes que eu acelerasse para o meu carro.

Felizmente, tio Darren não me bloqueou. Algo que ele faria se quisesse falar comigo.

No entanto, não havia nenhuma razão para ele estar aqui, a menos que ele estivesse querendo me ver.

Algo que eu definitivamente não queria fazer com ele neste exato momento.

"Tchau, querida!" Meu avô disse de dentro da garagem.

Acenei para ele e soprei-lhe um beijo antes de entrar no meu carro, batendo a porta atrás de mim.

Saí da garagem e me encolhi quando vi meu tio na varanda observando-me. Suas mãos estavam em seus quadris, e eu rezei para que não me seguisse.

Já me sentia estúpida o suficiente.

Eu pretendia ir nesta tarde com muito mais tato.

Então aquele homem com o seu sorriso incrível e belos olhos castanhos me olhou como se eu fosse a loira estúpida que todo mundo pensava que eu era, e eu me perdi.

Só esperava que eu não tivesse que vê-lo tão cedo.

Eu estaria mentindo, porém, que eu realmente acreditava nisso.


Capítulo 3


Eu gosto de grandes ... paus ... e eu não posso mentir.

- Pensamentos secretos de-Blake.

Foster


"Unidade 4. Possível 223 na 555 Wimberly Lane," o operador disse através de meu microfone.

Mesmo o rádio de merda não conseguia impedir meu pau de endurecer quando ouvi aquela voz através dos meus alto-falantes.

Porra.

Eu não sabia que ela era uma despachante.

Filha da puta. Ela era nova?

"10-4. Unidade 4 respondendo," falei, entrando no trânsito e indo para o lado oposto da cidade.

Normalmente, essa ronda teria sido de Luke, meu chefe e chefe da equipe SWAT. Hoje, porém, ele está amarrado em um esfaqueamento com um policial envolvido.

Embora tivéssemos todos respondido, Luke foi o primeiro na cena, e tinha sido o único a testemunhar o ato.

Chefe Rhodes o enviou para um dia de descanso em casa, o que significava que o resto dos policiais de plantão tiveram que cobrir a folga. Não que fosse difícil ou incômodo. Não era. Só me levaria mais tempo para chegar lá do que o habitual

"Filho da m...." Ouvi através do fone antes que o som fosse abruptamente cortado.

Sorri, pensando que a despachante sabia exatamente quem era que ela tinha acabado de orientar.

Cheguei ao local com pouco alarde, parando na casa em questão, e saindo do meu carro.

Mais uma vez, a minha perna levou alguns segundos para funcionar corretamente, mas eu estava indo muito bem, apesar de tudo.

Ouvi a discussão entre o casal que vivia ali logo após sair do meu carro.

Meus olhos percorreram a área, observando dois homens sob o toldo da varanda da frente duas portas abaixo da casa que eu estava respondendo. Bem como o casal de idosos nas janelas de sua própria casa diretamente atrás de mim.

Suspeitava que foram eles que chamaram à polícia. As pessoas mais velhas eram intrometidas assim.

A maioria dos observadores de crimes, eu tinha descoberto, eram velhos. Eles eram os únicos que estavam mais em casa. Certo, houve alguns poucos que eram jovens, mas, de longe, a maioria foram os idosos.

Principalmente porque eles queriam viver suas vidas em paz.

Algo que eles definitivamente não estavam recebendo agora devido ao ‘vadia fodida’ e o ‘chupadora de pau’, que vinham da casa na minha frente.

Caminhando até a porta, bati.

"Quem é?" O homem gritou.

"A polícia KPD, você pode vir aqui, por favor?"

Tentei soar severo e ameaçador, mas não tive certeza de quanto realmente consegui, bem, através da luta que acontecia por trás da porta.

Desta vez, quando bati, tive a certeza de colocar força no soco, sacudindo o batente da porta com a sua intensidade.

A luta cessou imediatamente, e ouvi passos altos e palpitantes seguindo até a porta.

Recuando, cruzei os braços sobre o peito e esperei.

O que não tive que fazer por muito tempo, pela forma como as botas aceleraram para a porta.

Um homem na casa dos trinta, vestido com roupas surradas que deveriam ter sido lavadas um mês atrás, abriu a porta.

Com olhos selvagens, ele perguntou: "O quê?"

"Recebi uma reclamação de uma briga acontecendo aqui. Onde está a mulher com quem você estava lutando?" Perguntei, olhando ao redor dele para a casa.

Estava uma bagunça. Mesas viradas. Lâmpadas no chão. Estatuetas de vidro quebradas em pedaços.

A mulher estava atrás do homem, espiando por trás de uma parede. À menção dela, seus olhos se arregalaram e ela começou a avançar.

"Renee, venha aqui para que ele possa ver que não estou te batendo," disse o homem.

'Renee' saiu lentamente, vindo em direção ao homem e à porta como se fosse a última coisa que ela queria fazer.

"Você pode me dizer o que está acontecendo aqui?" Perguntei, questionando aos dois.

"Sim, minha namorada," ele rosnou. "Chutou-me para fora de casa porque estou supostamente a traindo. Tenho vivido então em uma tenda no quintal. Então descobri que ela está vendo algum filho da puta por dois meses de merda, tendo sexo em nossa cama enquanto estou lá fora dormindo no chão duro. Não vai mais acontecer. Está aqui é minha casa, e ela vai ter que sair. Na verdade, estava prestes a ligar para vocês. Ela precisa ir embora."

"Vocês não estão casados?" Eu perguntei para esclarecimento.

O homem e a mulher, balançaram a cabeça.

"Qual nome está na escritura? Quanto tempo vocês dois estão juntos?" Perguntei.

"Seis meses. E seria o meu nome que está na escritura," disse o homem. "Precisa de uma prova?"

Concordei com a cabeça.

"Sim, se você está determinado a retirá-la de sua propriedade," falei com cuidado.

Vinte minutos mais tarde, estava com a menina na parte de trás do meu carro de patrulha.

"Onde posso levar você?" Perguntei.

Eu teria que deixá-la encontrar seu próprio caminho, mas ela parecia tão porra lamentável andando pela rua com um saco de lixo cheio de roupas que parei e a peguei.

"Não tenho para onde ir," ela gritou.

Não senti pena dela. Ela fez sua cama; então precisava deitar nela.

Ela admitiu dormir com outro homem na cama de seu namorado. Não era de admirar que ele a tivesse expulsado.

Inferno, eu teria sido muito mais louco sobre toda a situação do que ele tinha sido.

Fazendo um retorno no próximo semáforo, eu a encaminhei diretamente para a missão.

Ela poderia ficar lá por algumas noites antes que fosse convidada a sair.

"Tudo bem, senhora. Aqui está," eu disse saindo e abrindo a porta de trás para ela.

Ela saiu com cautela, olhando para o edifício como se fosse uma cobra venenosa. "Eu não vou entrar lá."

Ela soou como uma cadela presa... Não que eu fosse lhe dizer isso.

"Atenção todas as unidades, temos um ALERTA procurando por um homem branco, em torno de quarenta anos, capuz preto e jeans azul. Tênis vermelho e branco da Nike. Ele é suspeito de um assalto a loja de conveniência na 3rd Street," meu novo operador favorito falou através do rádio.

Sem esperar por uma despedida, entrei na viatura e voltei às ruas, tudo sob o olhar cheio de ódio da mulher que eu tinha acabado de desembarcar na missão.


***

Blake


"Meu Deus. O primeiro chamado e eu digo um palavrão ao ar livre,” murmurei para o meu sanduíche.

"Está tudo bem, querida. Não será o último, também," Pauline, a mulher que estava me treinando, disse.

Pauline era quase dez anos mais velha que meus vinte e quatro, e vinha trabalhando como despachante no KPD por quinze anos.

Ela era a ‘melhor das melhores’ de acordo com todas as meninas na expedição, e eu estava meio que animada por estar trabalhando com ela.

Eu tive uma tonelada de diversão nas quatro horas que estive aqui, e não podia esperar para voltar.

Especialmente depois que ouvi o sexy rosnado de uma voz que descobri que foi apelidado de "The Crush."

"Ei," eu disse, pegando no meu sanduíche. "Você pode me dizer mais sobre esse cara? Foster?"

"Crush?" Pauline esclareceu, levantando as sobrancelhas para mim em questão.

Quando concordei com a cabeça, ela continuou. "Não há realmente muito para contar. Ele está na equipe da SWAT. Tenho certeza que você sabe que todos na equipe SWAT são fodões. Crush, porém, é mais do que a maioria. Há algo sobre ele desde o seu acidente que o torna tão... inacessível.”

"Seu acidente?" Perguntei preocupada. "Que acidente?"

Ela olhou para mim. "Todo mundo sabe sobre isso. Ele foi o policial que teve a perna amputada há pouco mais de um ano."

Meu queixo caiu.

"Isso aconteceu com ele?" Engoli em seco.

Uau. Ele realmente não parecia que tinha perdido uma perna.

Na verdade, eu me lembro claramente de estudar suas botas ontem, e havia duas delas.

"Ele perdeu uma perna?" Sussurrei em voz baixa.

Ela assentiu com a cabeça, e fiquei lá sentada, atordoada. Eu tinha ouvido sobre isso.

Inferno, todos em Kilgore tinham.

Aconteceu na frente de uma centena de policiais. Alguns deles de fora do estado. Alguns deles do Departamento de Polícia de Kilgore, alguns xerifes do condado. Alguns deles, como meu pai, eram do Departamento de Segurança Pública.

Inferno, ele foi o único a levar a senhora para baixo e viver para contar sobre isso.

"Uau," eu disse em voz baixa. "Isso é muito incrível. Eu não sabia que ele estava diferente do que ele costumava ser, no entanto."

Pauline assentiu. "Ele está muito diferente. Ele não joga mais. Ele é o principal da força em expedir multas. Ele pega horas extras que ninguém mais quer. Literalmente, ele é aquele tipo de policial que ninguém quer mexer. O que todo mundo conhece e se encolhe quando passa."

"Aww, pega leve com o garoto. Ele teve um ano difícil,” disse meu tio atrás de nós.

Engasguei com metade do meu sanduíche, quase sufocando até a morte, mas o meu tio estava lá. Sempre capaz e disposto a salvar o dia.

Ele bateu a palma da mão com força nas minhas costas, expulsando o pão da minha traqueia, bem como alguns dentes, imagino.

"Ok," gemi, afastando-me dele.

Foi só imaginação, ou ele estava batendo mais forte do que precisava?

"Oh, Chefe Rhodes!" Disse Pauline, de pé.

No processo, ela derrubou metade do seu almoço no chão, e eu mal contive a vontade de revirar meus olhos.

Tratavam meu tio como se ele fosse uma celebridade, por ser o chefe de polícia. No entanto, se eles soubessem que ele era um trapaceiro horrível no jogo Go Fish3, e o bêbado mais engraçado do mundo, eles nunca olhariam para ele diretamente nos olhos novamente.

"Tio Darren, o que está fazendo no trabalho hoje?" Perguntei, desconfiada.

Meu tio estreitou os olhos para mim. "Oh, apenas vendo como o seu dia estava indo até agora. Apenas certificando-me que todo mundo está te tratando bem."

Eu queria bater nele.

Ele sabia que eu não queria estar associada a ele.

Eu não queria que as pessoas me olhassem de forma diferente.

Eu queria ser eu, não a sobrinha do Chefe Rhodes.

Agora eles todos me tratariam de maneira diferente.

Na verdade, Pauline já estava olhando para mim como se eu fosse um aborrecimento que ela não queria estar perto.

Ótimo.

"Obrigada por aparecer. Você pode ir agora," eu disse com os dentes cerrados.

Ele sorriu para mim. Seriamente e verdadeiramente sorriu para mim.

Então ele saiu, deixando apenas danos no seu rastro.

Até o final do dia, todo mundo sabia que eu era a sobrinha do Chefe de Polícia.

Policiais. Recepcionistas. Operadores do 911. Criminosos.

Era fodidamente perfeito.


Capítulo 4


Juro solenemente que eu não vou me comportar.

-Blake antes de comer um pacote de Oreos.


Blake


"Desculpe-me," eu disse, mantendo minha cabeça abaixada para bloquear a chuva de penetrar no meu casaco com capuz e ensopar o meu cabelo.

Eu estava a caminho de casa, descendo os degraus da estação, quando ouvi.

"Desculpe querida," uma voz extremamente familiar disse para mim.

Arrepios, e não do tipo bom, arrastaram por minha espinha, enchendo meus pulmões, e apertando-os até que eu mal podia respirar.

"David," respondi, acenando para ele.

Eu poderia ter sido capaz de sair, mas havia outro homem ali com David, e era o mesmo que eu tinha feito papel de boba na sua frente apenas uma semana atrás.

Já fazia uma semana?

Esta, felizmente, tinha sido a primeira vez que me encontrei com os dois homens e estava grata por isso.

Eu amava o meu trabalho, mas não havia nenhuma maneira no inferno que iria continuar trabalhando lá se tivesse que ver David frequentemente.

Eu não tinha dinheiro de fiança suficiente para realizar esta façanha.

Eu ainda, todas as noites, pensava nele.

Lembrava-me de tudo o que achava que nós tínhamos.

Todo esse tempo perdi sendo leal a um homem que não estendeu a mesma cortesia para mim.

Em seguida, houve Foster.

Um grande copo cheio de água no meio de um verão quente no Texas.

Ele estava muito bonito.

Seu cabelo estava molhado da chuva, fazendo com que parecesse um loiro mais arenoso em vez de loiro branco. Todos aqueles belos cachos loiros grudados em sua cabeça quando ele me olhou.

Eles eram amigos?

Se assim fosse, eu nunca iria querer conhecer Foster melhor. Mesmo se eu tivesse uma queda incrível por ele estilo ensino médio.

Eu não poderia ser amiga de alguém que era amigo do meu ex. Eu não queria mais ter nada a ver com David, mesmo através de outra pessoa.

"Até logo oficial Spurlock, bom trabalho hoje," eu disse enquanto passava por eles e começava a descer os degraus.

Foster havia interrompido um roubo em andamento em um hotel, respondendo o alarme silencioso que a recepcionista tinha acionado no momento em que o drogado de crack lhe pediu o dinheiro.

"Obrigado," Foster respondeu, parecendo surpreso com o meu elogio.

Joguei-lhe um sorriso por cima do ombro, a chuva molhando meu rosto, e disse: "Isso não foi nada mais que um elogio, Oficial Spurlock. Não deixe que suba a sua cabeça."

A última coisa que vi antes que a chuva realmente começasse a cair foi David olhando furioso para Foster, e Foster olhando para mim com um sorriso nos lábios. Um que prometia mais coisas por vir.

Fui para casa debaixo da chuva torrencial, passando por minha antiga casa que agora tinha o carro de uma mulher diferente na entrada de automóveis, e estacionei na minha garagem que estava na próxima rua.

Eu procurei e procurei por uma casa que estivesse bem longe do local onde estava atualmente. Mas literalmente não consegui encontrar qualquer coisa em outro lugar.

O que recebi no acordo de divórcio foi o suficiente para comprar uma casa com um bom preço apenas duas ruas acima da minha antiga residência. E foi o que eu tive que fazer. Era isso, ou mudar para fora de Kilgore completamente, e eu não estava dando àquele idiota a real vantagem de me ver derrotada.

Na semana seguinte, o imbecil trouxe sua "namorada de rota” para minha casa, e passaram a viver abertamente.

Pelo menos eles não tinham se casado... Ainda.

Foi uma alegria começar a ver a outra mulher todos os dias, apesar de tudo.

Meu telefone tocou antes que eu pudesse sair do meu carro, e decidi esperar e atender antes de descer.

"Olá?" Cumprimentei minha mãe.

"Tio Darren quer que você encontre-o no jantar hoje à noite. Bodacious," minha mãe disse, emocionada.

"Por quê?" Perguntei confusa a respeito de porque o meu tio não teria me chamado ele mesmo.

"Ele enviou a seu pai uma mensagem em seu telefone celular. Ele está falando com o prefeito de Kilgore agora, e não pode interromper."

"É apenas ele, ou o quê?" Perguntei, estudando meu para-brisa quando começou a chover um pouco mais forte.

Eu odiava quando chovia.

Sério, odiava.

Quando eu tinha dezesseis anos, sofri com uma enchente durante uma tempestade.

Só quase quatro horas após o meu acidente que fui encontrada presa dentro do carro.

Mas aquelas quatro horas me assombrariam para sempre.

Quando bati com o carro, fui de bico diretamente para uma vala que estava cheia de água correndo rapidamente.

Então fui obrigada a passar o tempo todo observando o meu carro sendo arrastado mais e mais para dentro da vala, enquanto relâmpagos golpeavam tudo ao meu redor.

Eu não podia sair do meu carro por causa da pressão da água, que mantinha as portas fechadas, e não me permitia abrir uma única janela.

Fiquei morrendo de medo de morrer naquela noite, e desde então tinha fobia de tempestades.

Agora, como medida de precaução, carregava sinalizadores no meu carro, bem como um quebra vidro4 que iria me ajudar a sair se isso fosse necessário novamente.

Isso porém não era suficiente para neutralizar o medo que sentia cada vez que dirigia na chuva.

"Está chovendo," hesitei.

A voz de minha mãe tornou-se menos alegre. "Eu sei. Ele disse que iria enviar alguém para buscar você."

Balancei a cabeça, sabendo que não conseguiria escapar dessa agora.

Ele não enviaria alguém até mim se não fosse importante.

"Tudo bem," concordei. "Que horas?"

"Sete e meia. Sua carona estará lá por volta das sete e quinze," ela disse animada.

"OK. Você sabe quem é?" Perguntei.

"Não. Ele não disse isso ao seu pai," ela respondeu de forma evasiva.

Eu deveria ter percebido quando a camionete vermelha familiar que eu tinha ajudado a comprar estacionou no passeio uma hora e meia depois que isso não ia ser bom, mas decidi superar isso.

Fechando a porta da minha casa atrás de mim, e trancando-a, caminhei até a calçada com cuidado.

David saiu e abriu a porta do passageiro, obrigando-se a ser o cavalheiro que nós dois sabíamos que ele não era.

Deve ter alguém lá, caso contrário ele nunca teria se incomodado em descer.

Ele nunca fez.

Ignorei sua mão estendida e abri a porta traseira.

Fiquei surpresa ao encontrar dois homens lá atrás, um dos quais não conseguia tirar da minha cabeça não importa o quão duro eu tentasse.

Sem esperar que eles se movessem, subi sobre o colo de Foster, passando minha bunda por suas pernas antes de me sentar no assento do meio, ao lado dele.

Foster pareceu surpreso, enquanto o outro homem ao lado dele, que parecia assustadoramente semelhante a ele, sorriu.

"Ei, como vai?" Perguntei ao homem, sorrindo para ele.

Ele piscou. "Muito bem. Embora, eu tenha desistido do banco da frente para que você pudesse se sentar lá. Assim não se sentaria aqui esmagada entre nós dois”.

"Então volte para lá," eu disse, encolhendo os ombros e virando meu rosto pra frente.

A porta da frente bateu com força desnecessária, e não pude evitar o sorriso que surgiu no meu rosto.

Fodido de merda.

Ele merecia, no entanto.

Eu não podia acreditar que o meu tio me fez andar nesta camionete de merda. Aquela que tinha sido a minha camionete dos sonhos. Um carro em que empreguei todas as minhas economias como adiantamento. E que David lutou tão duramente para conseguir no divórcio.

Eu queria fazer xixi acidentalmente em seus malditos bancos de couro.

Eu ainda não podia acreditar que ele tinha ganhado.

Ele tinha uma porra de um Camaro 2010. Por que ele conseguiu ficar tanto com o carro como com a camionete?

A mim, é claro, foi permitido manter o Camaro 1995, que possuía desde o ensino médio porque foi isso que trouxe para ‘o relacionamento.’

O bônus foi que David permitiu que sua nova mulher dirigisse o Camaro, enquanto eu estava presa com um pedaço de merda que mal queria ligar em algumas manhãs.

Mas a cereja no topo do bolo, a melhor, a coisa mais impressionante, foi o que ele tinha pendurado no espelho retrovisor.

A mesma coisa que ele recusou fodidamente a permitir que eu fizesse.

Coisas penduradas no espelho retrovisor são uma distração. Ouvia sempre na voz queixosa de David.

Idiota do caralho.

A raiva ainda ardia furiosamente depois de todo esse tempo, e era uma boa coisa que eu não pudesse agir de acordo com meus pensamentos profundos.

"Então," eu disse para o homem ao meu lado. O mais velho, não aquele que faz minhas partes femininas formigarem. "O que estamos fazendo aqui hoje à noite? Sinto-me fora do circuito."

Ele ergueu as sobrancelhas para mim, e à luz das lâmpadas penduradas na estrada, pude ver o sorriso no rosto dele.

"Todo mundo que estava na chamada esta tarde está sendo convidado para um jantar pelo proprietário do hotel," o homem disse. "Meu nome é Miller Spurlock. Prazer em conhecê-la."

Ele me ofereceu sua mão, e eu aceitei, sacudindo-a como me ensinaram.

Eu não era o tipo de garota de aperto de mão leve. Quando eu apertava as mãos, seja de homem ou de mulher, fazia com vigor. Agarrei as mãos dele como se eu quisesse afirmar isso. Não que Miller pudesse perceber que eu estava apertando forte.

Examinei meu cérebro por alguns segundos e, finalmente, me veio um número. "Unidade número três."

Ele assentiu. "Este sou eu. Este é meu irmão."

Eu poderia dizer pela risada em sua voz que ele tinha testemunhado o meu desabafo contra seu irmão.

Ótimo.

Eles estavam rindo de mim agora.

"Nós estamos indo para o Bodacious, 42," acrescentou David.

Eu não me preocupei em responder-lhe.

Na verdade, eu estava dando-lhe o tratamento do silêncio por um ano e meio agora. Falando com ele apenas quando minha educação exigia.

E realmente parecia funcionar bem com ele, também.

Se eu soubesse que funcionava tão bem durante nosso casamento, teria utilizado muito mais.

"Quem é esse cara? E por que isso tem que ser esta noite?" Perguntei a Miller.

Eu podia sentir uma energia escura em minhas costas, e ela estava enviando arrepios excitantes para cima e para baixo nos meus braços e espinha.

Eu praticamente podia sentir seus olhos vagando sobre o meu corpo, me estudando, e absorvendo cada palavra minha.

"Ele é dono de cerca de setenta cadeias de hotéis em todo o Sul. Esse foi o primeiro que ele abriu," uma voz tranquila disse atrás da minha cabeça.

Apertei os olhos fechados, grata que a escuridão me impediu de demonstrar meus sentimentos para os homens na camionete.

Virei-me no meu lugar até que minhas costas estavam encostadas contra o banco de trás, permitindo-me mexer a cabeça e ver o homem que estava evitando olhar.

Eu sabia que a escuridão não ajudaria. Sabia que ele seria capaz de me ver assim que virasse o rosto para ele.

Preparando minhas defesas, e empurrando meus sentimentos, assim como o meu medo de tempestade para baixo profundamente, eu disse, "Muito interessante."

Muito. Interessante.

Diante da enorme quantidade de palavras que poderia ter dito, escolhi dizer a coisa mais juvenil que se possa imaginar.

Quatro pontos para Blake!

Não.

O engraçado era, que eu poderia dizer que ele estava se divertindo com as minhas palavras.

Algo que soou perto de um 'imbecil' foi murmurado do banco da frente, e os olhos de Foster desviaram de mim até o verdadeiro imbecil na parte da frente, e eu pude ver algo sendo trocado entre os dois antes dos olhos de Foster virarem para fora da janela.

Sentei-me em silêncio durante os próximos vinte minutos enquanto David dirigia através das estradas sinuosas que nos conduziu a nosso destino.

Se havia uma coisa que eu poderia dizer sobre David, era que ele tinha uma condução incrível na direção. Nenhuma vez ele me assustou enquanto estava dirigindo.

As luzes do restaurante para o qual estávamos indo me despertaram momentos mais tarde, enquanto eu pensava como David costumava atender às minhas necessidades. Nunca dirigindo na chuva quando nós não precisávamos. Nunca conduzindo acima do limite de velocidade, porque ele sabia que eu estava com medo.

Então ele teve que abrir a boca.

"Vamos terminar isto pois preciso ir para casa e ficar com Berri. Ela teve um mal estar matinal hoje," David disse enquanto saltava da camionete.

Eu congelei na hora de sair, meu coração murchando em uma pequena, irreparável, bagunça quebrada.

Oh, Deus, isso doeu.

Ele sabia que isso ia doer também.

Foi por isso que ele falou.

Os olhos de Foster, que observavam tudo, viram a dor que eu não conseguia esconder.

Ele me ofereceu sua mão, sem dizer uma palavra, e eu a peguei.

Agarrando-a como uma tábua de salvação.

"Vocês foram casados?" Foster perguntou enquanto me ajudava a descer da camionete.

Concordei com a cabeça.

"Por quase cinco anos," respondi calmamente. "Ele se recusou a ter filhos comigo."

"Foi por isso que você foi embora?" Ele perguntou em voz baixa, ficando para trás e permitindo um espaço entre David e eu.

Neguei com cabeça. "Descobri que ele estava me traindo. Durante quase dois anos e meio."

Sua mandíbula enrijeceu, como se o que ele ouviu o tivesse decepcionado.

"Eu não sabia," ele resmungou.

Dei de ombros. "Muitas pessoas não sabem. Nunca vi você por perto, então eu não sei por que você saberia."

Ele não disse nada enquanto caminhávamos para dentro.

A primeira pessoa que vi foi o meu tio Darren.

Ele olhou para mim com cautela, como se pensasse que eu perderia o controle.

Olhei para ele, sem sequer me incomodar em dar-lhe um abraço.

Ele efetivamente arruinou a minha noite, apenas com aquele ato minúsculo.

Mas então percebi que a minha mão ainda estava em Foster, e minhas palmas começaram a suar.

Será que deixo ele ir?

Seria estranho se eu continuasse segurando sua mão?

Uau, sua mão é grande.

Seus dedos eram delicados e longos, também.

Ele não estava usando uma aliança de casamento, e o seu relógio era incrível.

Gostaria de saber se os ponteiros brilhavam no escuro.

"Será que o seu relógio brilha no escuro?" Perguntei, minha mente deixando escapar antes que eu tivesse consciência de que disse algo.

Ele soltou a minha mão e meu coração de repente deu um salto.

Fiquei chateada que ele me soltou, mas, em seguida, sua mão foi para as minhas costas enquanto ele me guiava em direção à mesa do lado, onde ele ficaria com suas costas contra a parede.

Sentei primeiro, e ele me deixou presa.

No entanto, descobri que eu meio que gostei do sentimento.

Era uma sensação diferente.

Quando David e eu costumávamos sair, eu sempre ficava do lado de fora.

Algo sobre o fato de que eu estar sempre ‘precisando fazer xixi’ e ele não querer se levantar e sentar a cada cinco minutos.

"Então, como foi a sua primeira semana?" Foster perguntou, um tom estranho em sua voz que me fez olhar para ele.

Seus olhos estavam em David, duas mesas a frente, que estava olhando... de maneira evidente de volta para ele.

Era como se David estivesse aborrecido que Foster estivesse sentado ao meu lado, mas eu não tinha certeza se poderia dizer por que.

O homem foi o único a me foder, e não o contrário.

"Quem é o proprietário do hotel?" Perguntei para capturar a atenção de Foster.

Ele acenou com a cabeça na direção do homem de terno de três peças e gravata sentado em um canto paralelo a Davi. "Homem velho, 0300."

0300.

Hora militar.

"Todos os policiais usam a hora militar?" Perguntei.

Nunca consegui entender completamente a coisa de 2400 horas. Não importa quantas vezes tentei, isso simplesmente não funcionava para mim.

Foster deu de ombros, e sua indiferença me incomodou.

O cara legal de antes estava longe de ser visto, e, em seu lugar, estava o mesmo homem que havia me olhado como se eu fosse uma loira burra apenas alguns dias atrás.

Droga.

Eu estava destinada a ser para sempre conhecida como aquela menina.

"Eu estive na Marinha," ele falou assim que a garçonete nos serviu.

Pedi chá doce, enquanto Foster tinha pedido uma garrafa de cerveja. Uma Foster5, para ser exato.

"Você está bebendo uma cerveja com seu nome," eu disse de forma inteligente.

Seu irmão, que se sentou do outro lado da mesa na minha frente, entrou na conversa, "Fomos nomeados após as cervejas."

Abri a boca surpresa. "Isso é legal! Eu recebi o nome do cachorro da minha avó."

Os dois homens ficaram em silêncio por alguns momentos, processamento isso, e finalmente perguntaram: "Por quê?"

Balancei minha cabeça. "Não tenho a menor ideia. Blake é nome de menino, mas fui chamada assim desde o nascimento. Não sei o que os meus pais estavam pensando."

"Eles estavam pensando," disse meu tio, sentando-se ao lado de Miller. "Que eles gostaram do nome, e significou alguma coisa para eles."

"Ele era o cão da minha avó. Aparentemente, ele salvou a minha mãe quando ela estava grávida de oito meses, alertando-a sobre um vazamento de gás na casa. O cão morreu cerca de duas semanas antes do meu nascimento quando foi atropelado por um carro, então eles escolheram o meu nome depois disso,” expliquei mais plenamente.

"Bem, isso é uma história de merda," Foster murmurou, tomando um grande gole de sua cerveja antes de colocá-la para baixo e pegar o seu menu, efetivamente nos dispensando.

Miller olhou para seu irmão, ou pelo menos tentou. O menu o bloqueava da vista de todos, menos de mim.

Seu rosto tinha um aparência envelhecida e cansada, e um pequeno tique nervoso surgiu no canto da sua boca.

Eu descreveria seu rosto como resistente.

Uma barba castanho-escuro cobria a metade inferior do rosto.

No entanto não era descuidada como algumas. Estava muito bem aparada, e as bordas precisas.

Ele tinha uma cicatriz ao longo de sua têmpora direita que se estendia até o seu cabelo, seguida por uma outra pequena atrás de sua orelha.

Mal podia se perceber também algo que deveria ser uma perfuração de piercing na orelha.

Que ele já não usava mais, mas era bom saber que ele costumava ser capaz de se soltar.

"Então, o que você quer?" Perguntou meu tio, as sobrancelhas levantadas em questionamento para mim.

Dei de ombros.

Essa era a pergunta de 83 milhões de dólares, não era?


capítulo 5


O que ela tem que eu não tenho? Uma vagina mágica que complementa o tamanho do seu micro pênis?

-Pensamentos secretos de Blake


Blake


Não me incomodei em agradecer pelo passeio.

Na verdade, eu tinha certeza que David tentou o seu pior para fazer o percurso tão horrível quanto possível.

Primeiro, ele havia deixado os outros dois primeiro, efetivamente deixando-me no carro com ele, presa e incapaz de ir a qualquer lugar, por dez minutos mais do que eu queria estar.

Então, ele dirigiu de maneira grosseira, batendo de propósito em enormes poças, e acelerando um pouco rápido demais.

Além de tudo isso, tinha começado a chover ainda mais forte do que estava no momento em que Foster não era mais o meu amortecedor, restando-me concentrar apenas nas duas coisas que eu mais odiava.

David e chuva.

"Não se preocupe com Spurlock. Ele é um idiota mulherengo,” disse David, irritadamente, assim que Foster caminhou para dentro de sua casa.

Não me preocupei em olhar para ele no espelho retrovisor. Não fazia sentido.

Isso era interessante vindo dele, mas não lhe daria a satisfação de permitir que ele pensasse que me conhecia.

Ele não me conhecia.

Ao contrário, o desafio só me estimulava mais, não me fazia correr para o outro lado.

Independente disso, eu o ignorei.

Isso não seria suficiente para quebrar o meu um ano e meio em evitá-lo.

"Tentei ligar para você neste fim de semana," David disse, limpando a garganta. "Queria saber se posso ficar com o berço. O que meu pai lhe deu antes de morrer."

Pisquei, virei-me para ele, e sorri.

O sorriso mais malvado que consegui.

Sim fodidamente certo.

Ele poderia ter isso sobre o meu corpo frio e morto.

Seu pai também era um oficial, e secretamente eu pensava que ele me amou mais do que seu próprio filho.

Eu admirava a bela madeira no berço cerca de um mês antes de David e eu nos casarmos e Cary percebeu.

Cary então o comprou para mim.

Ele então voltou três horas após apenas um dia e meio e o comprou.

E deu para mim como presente de casamento.

Para mim. Não David.

"Você não vai ser civilizada sobre isso, não é?" David perguntou, parando na entrada da minha casa.

Balancei minha cabeça.

Não, eu não seria.

Eu tinha amado Cary, e era a única coisa que me restava dele, exceto as minhas lembranças.

Essa foi a única coisa, além das minhas roupas, que levei comigo naquele dia em que deixei David.

Ele, é claro, não tinha notado isso até que precisou, mas isso não foi culpa minha.

Em vez de estacionar na garagem, permitindo-me chegar mais perto de casa, assim como fez quando me pegou, ele parou no meio da rua.

Eu saí.

No momento em que meus pés tocaram o chão e virei-me para pegar minha bolsa e o guarda-chuva, David acelerou em uma saraivada de água.

Felizmente, eu estava com minha mão ao redor da alça da bolsa, ou ele teria levado com ele.

"Seu estúpido filho da puta!" Gritei, a chuva encharcando-me até os ossos.

Relâmpagos cortaram o céu acima de mim, e meu coração começou a bater acelerado enquanto corri para a porta da frente, para meu refúgio.

Fiquei grata pela pequena cobertura que me protegeu da chuva, mas ainda estava encharcada até os ossos quando consegui abrir a porta da frente.

"Você está em casa! Você está em casa!" Minha arara, Boris, cantou no momento em que entrei.

Eu sorri.

Boris sempre esteve ao meu redor.

Um estrondo alto de um trovão sacudiu a casa, e me encolhi contra o sofá.

"Bum faz a dinamite," Boris continuou.

Boris não era uma fã de ruídos altos, trovões e explosões, inclusive da TV.

Consegui Boris quando me mudei para minha nova casa, e estava feliz por tê-la escolhido.

Ela era melhor do que um fodido cão de guarda.

Caminhando até a gaiola de Boris, peguei um Cheetos e ofereci a ela.

"Obrigada, Hot Mama," Boris gritou antes de esmagar o Cheetos em uma confusão de migalhas em seus pés.

Boris também gostava de me chamar de 'Hot Mama.’

Ela me chamava assim desde o momento em que ouviu a música Hot Mama no rádio durante o nosso caminho para casa.

Aparentemente, a viagem tinha sido memorável e meu título pegou.

Encobrindo sua gaiola depois de enviar-lhe um beijo no ar, entrei no meu quarto, tirei meu sutiã e calcinha, em seguida, fui para a cama.

Meu sono foi repleto de David roubando meu berço, e os olhos castanhos quentes irritados de Foster salvando-o para mim enquanto usava um kilt e segurava uma espada.

Ele foi um herói, mesmo nos meus sonhos.


***


Acordei e fui para uma corrida.

Minha mente estava em um nevoeiro todo o caminho.

Tanto assim, que acabei correndo direto para a casa de David.

Eu o vi no jardim da frente, indo para o seu turno.

Ele tinha os braços em volta dos ombros de Berri, abraçando-a enquanto a beijava vivamente.

Algo que ele costumava fazer comigo.

Corri mais rápido, fechando a minha mente, onde permaneceu somente eu e a estrada.

Empurrei minhas pernas duramente e acabei chegando em uma estrada rural antes mesmo de perceber que tinha ido mais longe do que pretendia.

Virei-me, mas em vez de correr, comecei a andar.

Foi quando percebi que estava na mesma estrada onde David deixou os dois homens ontem.

Parecia muito diferente à luz do dia, e sem água caindo dos céus, mas ninguém poderia confundir esses tremoços azuis6.

Eles eram tão bonitos que parei e olhei para o campo aberto.

Eu não tinha percebido que havia ganhado uma audiência até que ouvi a voz divertida de uma mulher atrás de mim.

"Eu ainda faço a mesma coisa todas as manhãs," a voz suave e melódica da mulher veio do meu lado.

Virei-me para encontrar a mulher que estava ali em seu roupão e um jornal matutino em sua mão.

"Sim, não sabia que tínhamos um lugar como este em nossa cidade," eu disse estupidamente.

A mulher era bonita, até mesmo em seu roupão de banho. Algo que eu nunca, nunca na minha vida, seria capaz de fazer.

Seus longos cabelos castanhos caíam em ondas em suas costas e ombros.

Ela tinha grandes olhos castanhos e um sorriso suave no rosto.

"Acabamos de nos mudar. Os antigos proprietários não gostavam de divulgar que isto existia por aqui, por isso muitos não sabem. Mesmo os que viveram aqui toda a sua vida," ela falou compreensiva.

Concordei com a cabeça. "Eu vivo aqui desde os cinco anos. Tenho certeza que perdi alguma coisa. Isso não acontece de um dia para o outro," falei, acenando com a mão para abranger a casa da mulher.

Ela balançou a cabeça em concordância. "Concordo. Você é bem-vinda para vir e conferir a partir do topo se você quiser."

Balancei a cabeça animadamente. "Não, eu tenho que voltar. Preciso ir trabalhar," falei olhando o meu relógio, olhos arregalados quando vi que tinha menos de uma hora para voltar, me trocar, e, em seguida, ir para o meu serviço.

"Merda. Estou atrasada. Obrigada por oferecer! Tenha um bom dia!"

Comecei em um ritmo acelerado, mas eventualmente tive que diminuir quando percebi que não voltaria de forma alguma se não moderasse meu ritmo.

Isso foi, é claro, quando o vi. Ele estava sem camisa, vestindo apenas uma calça preta.

Ele usava tênis de corrida verde néon, mas se eu estivesse sendo honesta, não foi o que me chamou a atenção.

Foi a parte superior do corpo do homem que me deixou de queixo caído.

Engoli em seco e mantive minha cabeça baixa, olhando clandestinamente para cima quando me aproximei dele.

Oh Deus. Seu abdômen é magnífico.

Juro que havia pelo menos dez gomos nele. Possivelmente até trinta e oito... mas quem estava contando?

Era isso mesmo possível?

E os seus ombros e braços eram enormes. Não gigante, talvez um treino pesado na academia três vezes por dia, mas um enorme agradável. O tipo que você consegue treinando duramente e apenas vivendo a vida.

Algo que eu não tinha percebido quando eles estavam escondidos sob aquelas camisetas que usavam.

Se fosse eu, e tivesse esse corpo quente, estaria vestindo camisas que os acentuassem, não tirassem a atenção deles.

Então, estive orado desde que tinha quatorze anos para seios um pouco maiores do que o tamanho B que atualmente usava, e eu ainda os via eventualmente.

Mantive meus olhos para baixo quando passei por ele, mas não precisei me preocupar. Ele sequer me reconheceu.

Nem mesmo uma olhada de lado.

O que só serviu para fazer o meu humor já deprimido ainda pior.

Foi quando decidi que talvez eu devesse parar de me importar.

Talvez eu estivesse destinada a ficar sozinha.

Talvez, apenas talvez, não houvesse ninguém lá fora para mim.

Com esse pensamento em minha mente, finalmente voltei para minha casa, a tempo.

Embora, quando abri a porta da frente, o que encontrei me atrasou, mais uma vez.

Eu poderia dizer que alguém tinha estado lá.

Quem, eu não sabia.

Nada era abertamente óbvio. Apenas pequenas coisas.

Um porta retrato aqui. Uma vela ali.

Meu computador estava ligado, quando claramente me lembrei de desligá-lo.

Depois, havia o álbum de fotos ausente.

O que encontrei-me olhando a noite passada, me torturando sobre o que eu costumava ter.

Então liguei para a única pessoa que eu sabia que estaria lá para mim quando eu precisasse.

Meu papai.


Capítulo 6


Paus e pedras podem quebrar meus ossos, mas as luzes e sirenes me excitam.

- Camiseta


Blake


Eles dizem que como operador você receberá chamadas que nunca saberá qual foi o resultado.

Eles também dizem que os operadores têm que ter um senso de humor distorcido por causa do que eles lidam em uma base diária. Tipo como policiais e bombeiros fazem.

Eles são os primeiros a fazer contato oficial com a vítima.

Eles não ganham cartas de elogio, nem prêmios por salvar uma criança de um prédio em chamas.

O que nós temos, porém, é uma irmandade.

Nosso departamento era composto ao todo por 15 mulheres, com idade variando dos meus vinte e quatro para a mais velha com setenta e um.

Todas me contaram suas histórias. Algumas boas, e algumas realmente, muito ruins.

Acho que nunca pensei que algo realmente ruim aconteceria com uma das pessoas que atenderia nas minhas chamadas.

Eu estava preparada para um acidente de carro, ou uma mulher em trabalho de parto.

Eu não tinha recebido muitas chamadas ‘verdadeiras’ no 9-1-1 ainda.

Havia recebido sim principalmente chamadas estúpidas.

Meu carro não pega. Minha luz acabou. Acho que minha esposa está dormindo com outro homem.

Por que as pessoas ligariam para o 911 por causa dessas coisas, eu não sei, mas elas faziam. Constantemente.

Assim, quando atendi minha linha, dez minutos depois da meia-noite, nunca em um milhão de anos pensaria que ouviria o que ouvi.

"911, qual é a sua emergência?" Respondi, rastreando a chamada assim que foi possível.

"Há alguém na minha casa," uma voz adolescente tremendo disse através da linha.

Imediatamente comecei a enviar uma unidade para seu endereço.

"Você pode me dizer o que está acontecendo, querida? Onde você está?” Perguntei.

Minha voz não tinha mostrado ainda nem um traço do medo que percorria as minhas veias. Eu era uma porra de uma rocha.

"Estou aqui sozinha com a minha irmãzinha e meu irmão mais velho. Meus pais estão fora pelo fim de semana," ela sussurrou. "Eu moro no apartamento 1B. Town Royal Apartamentos."

Pisquei, digitando as informações no meu computador e imediatamente deixando o oficial mais próximo saber o que estava acontecendo.

"Qual o seu nome, querida?" Perguntei.

"Amy Lynn," disse ela, trêmula. "Qual é o seu?”

Presumi que ela perguntava por educação, então, devolvendo a delicadeza, respondi a ela.

Digitando a informação que estava recebendo falei: "Meu nome é Blake. Agora, Amy Lynn, você pode me dizer o que você ouve?”

Ela não respondeu, e esperei, na esperança de que não estivesse acontecendo o que eu imaginava.

"Amy Lynn?" Perguntei, depois de mais alguns longos momentos de silêncio.

"Ninguém aqui," uma voz masculina profunda disse rispidamente. "Pensei que você disse que havia outra garota."

"Não há," disse a voz de um homem jovem. "Ela deve ter ido com os pais. Vamos apenas pegar as coisas e sair."

"Hmm," a voz rouca murmurou. "Encha seu saco."

Meus dedos estavam digitando furiosamente, deixando o oficial responsável saber o que estava acontecendo, como o número de assaltantes, e o que eu achava que seriam suas idades.

Como esta era a minha primeira chamada oficial sozinha, fui deixada na sala com quase ninguém próximo a mim.

Nossos turnos funcionavam em equipes de duas mulheres. Pauline e eu trabalhamos juntas. Das oito da noite as quatro da manhã.

Fui informada que nos feriados onde os dias eram mais agitados, teríamos mais uma pessoa trabalhando conosco. As chamadas no nosso turno eram as mais movimentadas. Era quando os loucos saíam para aprontar.

Como agora, por exemplo.

Duas pessoas invadindo uma casa enquanto as crianças estavam tremendo debaixo de suas camas. Completamente indefesas.

"Ohh," uma voz fria rosnou. "O que temos aqui?"

"Amy Lynn," sussurrei. "Amy Lynn!"

Em seguida, um gemido perfurante surge na linha, fazendo-me estremecer quando o som atinge meu tímpano.

"Me solta!" A garota gritou. "Tire as mãos sujas de cima de mim!"

Então, como se estivesse em um filme, ela começou a descrevê-los. Quase como a menina fez em Busca Implacável7, o filme. Exceto que a descrição detalhada de Amy Lynn era muito mais... colorida.

"Você é tão feio, com seu cabelo preto estúpido, e seus olhos castanhos feios. Você é feio pra caralho, e essa camisa verde é a pior que já vi. E onde você conseguiu esses estúpidos Khakis? Eles deveriam caber, não ceder em torno de seus joelhos, seu idiota!" Amy Lynn gritou.

Meu batimento cardíaco acelerou no ritmo dos meus dedos, enquanto comecei a surtar.

Por dentro me sentia assim. Por fora, minha aparência era fria, calma e contida. Na maior parte do tempo.

Mudei meu microfone para a frequência da polícia, imediatamente deixando os oficiais saberem o que estava acontecendo, sabendo que o tremor dos meus dedos não me permitiria digitar nada naquele momento.

"Precisamos de quaisquer unidades disponíveis para o apartamento 1B. Town Royal Apartamentos,” falei, a voz trêmula. "Eles encontraram a menina."

Então escutei quando a menina começou a ser espancada.

Após ouvir os sons das bofetadas, inclinei-me para frente fechando meus olhos.

Cada golpe distinto dos punhos no corpo de Amy fez meu estômago embrulhar, e as lágrimas inundarem os meus olhos.


***

Foster


"Operador, esta é a unidade 4. Estou na cena. A porta da frente está aberta, sem ninguém à vista. Vou entrar na residência," eu disse enquanto saía da minha viatura.

Minha arma estava na minha mão, segurando apontada para o chão, mas pronta, enquanto caminhava lentamente em direção à porta.

No momento em que entrei no apartamento, soube que os homens que invadiram haviam desaparecido.

O menino que se suspeitava estar ali, se encontrava no sofá.

Sua garganta cortada de orelha a orelha.

O sangue se infiltrava no sofá, enquanto suas mãos agarraram desesperadamente o pescoço.

"Operador, tenho um 217. Preciso do Corpo de Bombeiros. Prioridade um," falei com urgência, caindo de joelhos ao lado do garoto e pegando um cobertor que estava no chão ao lado do sofá.

Código 217 era assalto com intenção de matar. Se eu já tinha visto alguma coisa, isso era intenção de matar. Em grande escala.

"Segure isto na ferida," eu disse. "Vou checar a casa."

Normalmente, eu teria feito isso em primeiro lugar, mas o olhar assustado nos olhos do garoto me fez quebrar o protocolo naquele momento.

Toquei suavemente sua cabeça e caminhei lentamente para os quartos dos fundos.

O corredor da sala levava a dois caminhos que eu poderia escolher. Esquerda em direção a uma única porta no fim que estava fechada, e a direita levava a um banheiro que eu poderia ver claramente, e um a quarto com a porta aberta.

Pude ver então as pernas de uma menina, coberta com meias brilhantes rosa princesa no chão, e bílis subiu na minha garganta.

Oh Jesus.

Movi-me lentamente, pieing8 da esquina, indo até ele.

O termo ‘pieing’ é usado quando uma pessoa, como eu, recua até que ele possa ver ao redor do canto, mas a pessoa do outro lado não pode. Foi criado para oferecer proteção, bem como dar-lhe uma ideia do que estava do outro lado, sem expor sua cabeça ou deixar qualquer coisa vital a mostra.

Meus olhos percorreram o quarto em um arco rápido antes que eu caísse em um joelho ao lado da menina.

Fiquei tão aliviado em encontrar um batimento cardíaco que quase deixei cair a arma.

A única coisa que parecia errado com ela era o fato de que ela tinha um grande ovo de ganso em sua testa.

Foi quando vi a outra menina.

A adolescente que deve ter feito a ligação.

Ela foi espancada duramente.

Seu rosto, braços e pernas estavam completamente cheios de hematomas, destacando-se contra a camisola branca que cobria seu corpo.

Uma camisola que tinha sido levantada até a cintura.

Felizmente, porém, parecia que o ato havia sido interrompido, porque a calcinha da garota ainda estava no lugar.

Depois de verificar a pulsação da adolescente, peguei um cobertor da cama, e recolhi a menina do chão antes de colocá-la no canto do quarto ao lado da irmã. Em seguida, cobri ambas com o cobertor.

Depois fui para o último quarto. Felizmente, este estava limpo.

Voltei para a sala da frente, e verifiquei o garoto que ainda estava surpreendentemente acordado.

"Elas estão bem, garoto," falei para ele.

"Operador, a cena é segura. Mande os médicos. Serão necessários três," eu disse.

"10-4," uma Blake aliviada disse sobre a frequência do rádio.

Um clarão de verde chamou minha atenção, e percebi um homem usando uma roupa que correspondia quase exatamente com a descrição que a adolescente passou por telefone nem dez minutos atrás, estava correndo através do complexo de apartamentos.

"Atenção todas as unidades," falei rapidamente. "Um indivíduo do sexo masculino que encaixa na descrição do agressor acaba de correr para o leste através da floresta atrás do complexo Royal Oaks. Indo em direção a Main Street."

Uma hora depois, com a adrenalina ainda bombeando, ansioso por uma briga, entrei no Waffle House em uma pausa para comer alguma coisa.

Sentei-me no bar, pedindo uma refeição antes de reconhecer os bombeiros que tiveram o mesmo pensamento que eu.

"Como vai Tai?" Perguntei ao homem ao meu lado.

Tai foi um dos médicos que atenderam a chamada. Foi ele também quem me ligou para me informar que as três crianças iriam se recuperar. Os dois mais velhos teriam um caminho mais duro a percorrer do que a mais nova, mas todos ficariam bem.

"Estou chateado. Não posso acreditar que ele fugiu," disse Tai, balançando a cabeça em negação.

Eu fiz uma careta.

Conseguimos pegar um dos agressores. O que foi descrito pela adolescente, mas o outro ainda estava por aí.

Ainda lá fora, para fazer a mesma coisa com outra família inocente.

O filho da puta que pegamos, Bruce Brenton, se recusou a entregar o seu parceiro.

Também se recusou a falar sem o seu advogado, o que significava que não conseguimos merda nenhuma.

A coisa boa, porém, era que ele estaria recebendo uma sentença de prisão muito legal. Agredir uma criança era crime, e ele estaria passando muito tempo próximo aos seus companheiros pelos próximos trinta anos, se eu pudesse dizer alguma coisa sobre isso.

Eu conhecia um monte de gente, e ia ter a maldita certeza de que o homem nunca teria outro dia de paz em sua vida.

"Eu concordo," eu disse.

A comida de Tai foi colocada na frente dele, seguida pela minha, poucos minutos depois.

Os outros bombeiros sentaram-se três mesas atrás de nós, mas não participamos de suas conversas. Nossas mentes estavam sobre o que tínhamos visto e ouvido hoje.

Às vezes, o trabalho de um policial, bombeiro, e inferno, até mesmo de um operador, era uma pílula difícil de engolir. Muitas vezes o mocinho não ganha.

Muitas vezes, éramos os únicos a ficar com a parte ruim, o que não era um trabalho muito divertido.

Mas havia aqueles momentos em que as recompensas eram maiores do que a tragédia. Momentos em que os bons superavam os maus.

Esses momentos eram os que nos fazia continuar.

Nos mantinha firmes e felizes. Fazendo o trabalho que era tão gratificante quanto desgastante.

"Sua despachante. Ela fez bem," Tai disse depois que terminou de comer.

"Ela não é minha despachante," murmurei, sem me preocupar em desviar o olhar da minha comida.

"Isso não foi o que ouvi você dizer a ela depois de levar as crianças para o hospital. ‘Eles vão ficar bem, baby' através do rádio isso grita 'MINHA!’ para mim," disse Tai.

Dei de ombros. "Tanto faz."

Eu não queria ter falado isso.

Isso só aconteceu, e tinha ouvido isso de todo mundo que estava de ronda na noite.

Foda-se, mas não sei por que minha boca diz as vezes o que ela quer.

Apenas senti que ela gostaria de ouvir isso.

Da próxima vez, contudo, farei questão de realmente ligar para ela em vez de dizer isso no rádio.


***


"Você já viu Premonição9?" Perguntou Blake enquanto eu estava a levando para casa mais tarde naquela noite.

Como tinha sido eu o único a acabar com ela no meu carro, eu não sabia. Mas era a última coisa que eu queria fazer. Especialmente com minha mente no estado em que se encontrava.

O que eu realmente queria fazer era ir para uma agradável e longa corrida. Uma corrida onde tentaria superar meus problemas.

Neguei com minha cabeça. "Não, por quê?"

Ela apontou para o caminhão com carregamento de madeira na frente de nós.

O homem estava tentando seu melhor para ficar na estrada, mas o vento da tempestade iminente estava realmente jogando-o para o lado.

"Isso," ela apontou. "Isso aí. Toda vez que vejo um caminhão, penso no filme. O ponto todo do filme é um casal de filhos tentando enganar a morte. Havia uma ordem para isso, e a morte segue essa ordem particular. Se não conseguia, o destino encontrava uma maneira de fazer isso acontecer. Esta cena em particular está mostrando um casal dirigindo com um caminhão carregado de madeira na frente deles. Ele segue observando as correntes que seguram as toras no lugar, e de repente elas só escapam."

Eu poderia dizer para onde ela iria com essa história antes mesmo que ela fizesse o gesto de agarrar com a mão.

"De qualquer forma, as toras começam a cair do caminhão, e é como uma reação em cadeia. Pessoa após pessoa morre. Uma morte horrível, brutal," ela sussurrou.

Meus olhos se moveram para o rosto dela rapidamente antes de voltar para o caminhão com carregamento de madeira.

"Eu não gosto de tempestades," ela disse depois de um tempo.

Já que eu não sabia o que dizer sobre isso, fiquei quieto.

Era por isso que ela tinha fobia de dirigir na chuva?

Quando fomos buscá-la no outro dia para jantar, achei estranho que o chefe pediu para irmos juntos. Agora, porém, eu sabia que era para o benefício de Blake, fazia um pouco mais de sentido.

David prontamente perguntou ao chefe se Blake precisava de uma carona, e ele rapidamente nos disse para irmos juntos buscá-la, assim ela não teria que ir sozinha com David, e não dirigiria na chuva.

O homem era atencioso, cuidava dela.

A curiosidade, porém, estava me matando.

"Por que você não gosta de tempestades?" Perguntei, finalmente, não sendo capaz de ficar sem saber mais.

Ela suspirou.

"Quando consegui a minha licença, eu estava dirigindo para casa, vindo da casa de um amigo durante uma tempestade muito ruim e bati o meu carro. Acabei caindo com a parte da frente diretamente em uma vala que estava cheia até a borda com água corrente, e fiquei presa nela por mais de seis horas," explicou ela. "Meu carro era da cor da água. Um profundo verde escuro. Eu me misturei, e estava em uma parte da cidade que ninguém podia ouvir os meus gritos. Uma quantidade absurda de relâmpagos caíam em torno de mim, e fiquei realmente assustada com medo deles baterem na água, viajarem me acertando por baixo. Essa foi a pior experiência da minha vida."

"PTSD10," falei suavemente. "Isso é o que parece."

Ela apertou os lábios. "Talvez. Mas isso não prejudica o meu dia a dia. Eu realmente não gosto de dirigir na chuva. Ou período de tempestades. Isso não significa que me encolho em uma bola quando um temporal se aproxima. Ainda vou dirigir em uma se precisar, só escolho não fazer isso se tiver opção.”

Balancei a cabeça. "Talvez seja isso."

Ela franziu o cenho para mim, mas seu rosto perdeu a tranquilidade inicial, pois o céu escolheu este momento para deixar as nuvens se abrirem.

A chuva caiu.

Grandes, gotas de chuva.

Começou a cair com tanta força que tive que desacelerar a camionete para permitir que os limpadores de para-brisas acompanhassem.

"Isso. Eu não gosto disso," disse ela, apontando para o para-brisa e o clima em geral.

"Hmm," murmurei, chegando na mesma rua que estive apenas 24 horas atrás.

Entrei na sua garagem, e encostei, o máximo que pude antes de parar.

"Você... você quer entrar?" Ela perguntou.

Sua voz soava tão esperançosa, e mesmo que minha mente estivesse gritando sim, eu sabia o que realmente precisava ser dito. "Não. Sinto muito. Tenho que ir a um lugar."


***


Blake


Fechei a porta da frente, as lágrimas ameaçando derramar sobre minhas pálpebras quando tranquei a porta.

Por que eu era tão indesejável para ele? Por que, com o convite de vir para dentro, ele tinha recuado como se eu tivesse lhe pedido para atirar no próprio pé?

O que havia de errado comigo que ninguém queria ficar perto de mim?

Nenhum dos meus amigos do colégio falava mais comigo.

Se David não tivesse sido tão controlador, teria sido melhor, ou mais divertido estar ao redor, eu não teria que escolhê-lo sobre os meus amigos. Eu teria alguém para compartilhar os meus medos, esperanças e sonhos. Ter uma amiga ou duas para sair, e reclamar sobre como o meu ex arruinou a minha vida.

Eu, é claro, tinha os meus pais.

Mas eles não eram os mesmos.

Eu apenas desejava... alguém.

Alguém que estaria lá para mim.

Alguém que me daria um abraço quando eu precisasse.

Como tipo agora porra. Eu precisava de um abraço da pior maneira.

Um trovão retumbou, e meu coração batia acelerado.

"Bum vai a dinamite!" Boris gritou.

Sabendo que não conseguiria dormir tão cedo, fui para o meu quarto, e fiz a única coisa que eu sabia que iria me ajudar a encontrar alívio.


Capítulo 7


Nunca, jamais, confie nos homens. Eles são todos iguais. Grandes idiotas estúpidos.

- Nota de Blake para si mesma


Foster


"Não posso acreditar que você está me fazendo fazer isso, tio Darren. Este é o trabalho de Missy. Sério, vou dar a cada um de sua equipe da SWAT uma intoxicação alimentar, e, então, o que você fará?" Disse a voz.

A voz que me deixou duro num instante.

A voz que esteve me provocando por semanas nas chamadas.

A voz que queria ouvir gritar meu nome comigo batendo nela até o esquecimento.

"Missy lhe deu instruções muito detalhadas. Tudo que você tem que fazer está aqui," disse o Chefe Rhodes para Blake.

Fico feliz por nunca ter feito nada com ela... ou para ela, isso teria trazido sua ira direto às minhas costas.

Era uma boa coisa para saber. Considerando que minha intenção era inteiramente seduzi-la... e possivelmente mantê-la.

"Tudo bem, eu tenho a maior panela que pude encontrar, fervendo com água. E agora?" Ela perguntou, passando o dedo sobre um pedaço de papel a seu lado.

Olhei para Chefe Rhodes e quase ri quando o vi folheando o que parecia ser uma revista Armas & Munição.

Ele não estava prestando a menor atenção a ela.

Encostado no batente da porta, continuei a assistir quando ela trouxe um grande saco de papel que tinha escrito 'Fisherman Cove' ao lado.

Espreitando para dentro do saco, ela guinchou e deu um passo para trás, deixando o saco cair no chão.

"Meu Deus! Elas estão por todo o chão, tio Darren!" Blake gritou.

O chefe nem sequer levantou os olhos de sua revista.

"Pegue-as," disse ele distraidamente.

As lagostas, quinze delas, começaram a rastejar no chão da cozinha.

"Tio Darren, seu grande bastardo!" Blake gritou.

O chefe sorriu. "Você já leu este artigo?"

"Qual deles? O do AR-15 calibre cinquenta?" Blake ofegou, dando um passo para o lado de um crustáceo rastejante.

"Esse. Você viu o quão longe o tiro o derruba de volta?" O chefe riu.

"Tanto quanto vou bater em você se não me ajudar," ela rosnou, dançando nas pontas dos dedos do pé e balançando a cabeça.

Examinei seu corpo, absorvendo tudo em um piscar de olhos.

Seu cabelo estava preso em um coque bagunçado no topo de sua cabeça, alguns fios desgarrados caindo para todos os lados.

Ela usava shorts jeans azuis que mal cobriam sua bunda, e uma camiseta branca que dizia, 'Eu faço a sujeira parecer sexy.'

Suas pernas eram longas e tonificadas.

Elas estavam profundamente bronzeadas, mas você poderia dizer que eram assim de estar ao ar livre, e não de bronzeamento artificial.

Havia uma marca de sol em seus tornozelos que pareciam de meias e sapatos.

Os dedos dos pés estavam pintados de um verde limão, e ela usava um anel no dedo mindinho.

A roupa era ultrajante, mas se encaixava perfeitamente na personalidade de Blake.

"Precisa de ajuda?" Perguntei da porta.

O chefe não olhou para cima, mas Blake sim.

E ela parecia atordoada.

"O que você está fazendo aqui tão cedo? O jantar não está pronto ainda," ela retrucou.

Segurei minhas mãos para cima.

"Estou aqui porque preciso deixar isso," eu disse, acenando com uma pilha de pastas em sua direção.

Meus olhos percorreram a frente dela, concentrando na forma como as alças de seu sutiã rosa e branco ficavam à mostra debaixo de sua regata.

Ela estreitou os olhos e, efetivamente, me dispensou virando as costas para mim.

Adivinhei, porém, que era porque ela estava escondendo o jeito que seus mamilos endureceram em reação ao meu olhar.

Bem, vou tomar isso como ela está feliz em me ver.

O chefe finalmente se levantou e caminhou até mim, passando por cima de uma lagosta quando se foi. "Você tem uma escapando pela cozinha," disse ele ao sair.

Segui-o, sorrindo para a maldição que ela atirou em suas costas.

"Você é mau," falei sorrindo.

O chefe olhou para mim e piscou. "Ela precisa ser desafiada às vezes. E ela é teimosa como o inferno. Se eu não tivesse lhe dado algo para fazer, ela acabaria ficando preocupada."

Ele nos levou à porta dos fundos, parando no deck.

"Preocupada com o quê?" Perguntei.

Ele suspirou e correu os dedos pelos cabelos. "Sua casa foi invadida ontem à noite. Eles levaram um par de coisas. Pouca coisa. Um vaso que era do seu casamento, e um álbum de fotos. Seu computador foi apagado."

Apertei os lábios, pensando no que ele disse. "Está relacionado com o ex?"

Ele encolheu os ombros. "David estava no turno da noite ontem, por isso sabemos que não foi ele. A namorada tinha um álibi. Não que eu os acusei de nada, mas ela fez questão de oferecer um."

Eu balancei a cabeça.

Meus olhos examinaram seu quintal.

Era legal.

Amplo.

Tudo o que eu não queria.

Eu queria espaço aberto. Eu não queria um lugar que estivesse confinado por uma cerca.

Eu queria ser capaz de sair no meu quintal, e não ver um vizinho à vista.

O que eu também queria era que meu irmão parasse de se preocupar comigo.

Eu estava vivendo com Miller e Mercy desde o meu acidente, e você pensaria que eu era o filho deles pela maneira como me tratavam.

Sempre se certificando que eu estivesse bem. Tendo certeza de que eu tinha todo o suporte que eles poderiam oferecer.

"Aqui," eu disse, entregando os arquivos para ele.

Ele os pegou, abrindo-os e olhando através deles.

"Obrigado," ele suspirou. "Esperava ficar longe do trabalho pelos próximos dois dias, mas eu tinha um palpite e estava curioso."

Levantei minha sobrancelha, me perguntando se ele iria fazer comentários adicionais sobre isso.

O que ele fez no segundo seguinte.

"A namorada de David parecia muito nervosa quando fui até eles no jantar, e algo sobre o que ela disse a respeito da invasão me fez pensar. Então fiz a minha secretária pesquisar o seu nome no banco de dados para mim. Obrigado por trazê-los, a propósito. Preciso ajudar Blake com as lagostas," disse ele, colocando a primeiro arquivo sobre a mesa antes de examiná-lo.

Com certeza parecia que ele estava fazendo de tudo para 'ajudar'.

Não que eu diria isso. Não com o chefe de polícia.

O homem era meu chefe, afinal. Eu não era estúpido.

"E o que ela disse que o fez interrogá-la?" Perguntei, mordendo a isca que ele estava me entregando.

Ele encolheu os ombros. "Ela estava tão inflexível que ‘não fez isso’ que comecei a desconfiar de sua palavra. Então fiz uma verificação sobre ela e o amigo, aquele que era o seu álibi."

"E?" Perguntei.

Ele balançou sua cabeça. "Nada. Nada pôde ser confirmado. É possível que eles estivessem juntos, mas também é possível que não estivessem, e que o amigo está apenas a cobrindo."

Acenei concordando. "O que mais temos aí?"

"O arquivo de Aleo tem algumas incidências menores. Três multas por excesso de velocidade. Uma ordem de restrição. É isso aí," ele disse, batendo o arquivo fechado e passando para o outro.

"E o álibi?" Perguntei.

Ele abriu.

"Ronaldo Aleo. O ex," disse ele. "Um par de contravenções. Nada mais, no entanto."

"Por que iriam os dois ex’s saírem juntos?" Perguntei, realmente interessado em saber a resposta.

Não conhecia um único casal que tinha se divorciado e que eram amigáveis um com o outro.

Ele balançou sua cabeça. "Eles estavam discutindo o sustento da criança ou algo nesse sentido. Ele estava na casa dela, e isso é tudo o que tenho por enquanto."

Acenei com a cabeça, mas antes que pudesse fazer mais perguntas, um grito estridente perfurou o ar e levou nós dois a correr para a cozinha.


Capítulo 8


A amizade é como mijar nas calças. Todos podem vê-lo, mas só você pode sentir o seu calor. Eu quero alguém para ser o xixi nas minhas calças.

- Pensamentos secretos de Blake


Foster


Encontramos Blake de pé no balcão com um par de pinças grades em suas mãos presas nas alças da panela, e uma lagosta pendurada nas pontas.

A garra frontal da lagosta estava presa em uma das ranhuras da pinça.

Blake tinha a lagosta suspensa sobre a grande panela de água fervente, e ela estava chorando.

"Não vai sair!" Blake gritou, apertando as pinças.

A cena era tão irreal que só havia uma coisa que eu podia fazer.

Rir.

Uma risada que eu precisava desesperadamente.

Avancei até ela depois que finalmente consegui recuperar o fôlego, e facilmente soltei a lagosta do gancho e a tirei fora de sua miséria.

Foi quando a gritaria começou.

"Oh, meu Deus!" Ela chorou, grossas lágrimas escorrendo de seus olhos. "Você está brincando comigo? Elas gritam?"

O chefe ficou no canto, segurando sua barriga enquanto tentava, em vão, colocar sua risada sob controle.

"Onde estão as outras?" Perguntei.

Ela apontou para o chão.

"Onde?" Perguntei novamente.

"Sob a Tupperware," ela respondeu, apontando para as tigelas de plástico espalhadas por todo o chão.

Inicialmente pensei que estavam assim por causa da batalha sobre o balcão. Agora eu sabia que não era verdade.

Inclinando-me, virei a tigela para cima e encontrei uma lagosta parecendo confusa.

Levando-a para cima, e a outras também, coloquei-as todas na água fervente, e cobri a panela.

"E agora?" Perguntei.

Seus olhos, no entanto, estavam focados na panela, enquanto as lagostas se debatiam descontroladamente enquanto eram cozidas vivas.

"Isso seria uma maneira tão horrível de morrer. Eu não acho que posso comê-las. Nunca mais," ela sussurrou entrecortada.

Dei de ombros e virei o rosto, o que me colocou em um lugar perfeito.

Meus olhos caíram em seus shorts curtos. Shorts que eu só tinha que inclinar minha cabeça um pouco para a direita e poderia dizer que ela estava usando algo roxo. Shorts que eram um presente de Deus ao homem.

"Tenho certeza que elas não sentem nada," falei, me afastando, sabendo que se eu não saísse de lá, e rápido, estaria esgueirando meus dedos para cima da sua perna, por baixo do short minúsculo e correndo meus dedos através dos lábios de seu sexo. Afundando meus dedos grossos profundamente dentro dela.

Tropecei, chamando a atenção de Blake de meu rosto, para as minhas pernas expostas.

Seus olhos se arregalaram quando ela finalmente viu a minha perna ausente.

Viu a prótese de grafite preto que era tão óbvia que eu não poderia fazer nada além de me encolher quando as pessoas encaravam.

Todos os pensamentos de fodê-la saíram pela maldita janela.

Quem diabos sabia se eu poderia mesmo foder normalmente de novo?

Quem diabos sabia o que estava reservado para mim.

Tudo, e eu quero dizer tudo, era diferente agora que estava faltando um pedaço de mim.

Andar. Dirigir. Sair da cama. Tomar um banho. Colocar as calças.

Não havia mais uma única coisa que eu poderia fazer facilmente.

Tudo devia ser premeditado.

Agora eu tinha que planejar minha manhã na noite anterior.

Costumava ser eu simplesmente saindo da cama quando quisesse.

Agora, quando acordava, esfregava a merda de uma loção. Algo que nunca fiz na minha vida inteira. Em seguida deslizar um forro sobre o que restou da minha perna, encaixar o pino na cavidade da minha prótese, então, ir para o meu dia.

Mas não era só isso.

Havia dias em que tinha que adicionar meias extras para a minha perna, porque ela encolhe. Então, há dias em que não tenho que usar nenhuma porque está inchada.

Nunca havia percebido o quanto as minhas pernas mudavam ao longo do dia até que tive que começar a encaixar uma delas em um pedaço de plástico que se recusava a curvar, mesmo um pouco.

Virei-me e saí, deixando o olhar preocupado de Blake nas minhas costas, passando pelo chefe que estava olhando para seus pés.

Eu teria escapado, também, como é o meu costume atualmente, mas no minuto em que abri a porta para sair, bati de frente com o meu exagerado irmão.

"O que há de errado?" Ele perguntou imediatamente.

Passei por ele. "Esqueci meu telefone no carro. Está tudo bem se eu for buscá-lo, mãe?"

Mercy, minha cunhada, riu baixinho.

Ela era minha parceira no crime, me ajudando a ficar longe do olhar preocupado de Miller, observando todos os meus movimentos.

Às vezes eu sentia que não conseguia respirar... como agora.

A última coisa que eu queria era que a menina por quem eu tinha tesão olhasse para mim como menos que um homem. Que foi o que Blake tinha feito. Independente se ela pretendia ou não.


***


"Isso é realmente bom de comer," disse Miller, gemendo com o sabor da lagosta que ele comia de forma descuidada.

Luke, o nosso capitão na equipe SWAT, bufou.

"Um pouco difícil comer frutos do mar, mas está muito bom. Missy fez um excelente trabalho," disse Luke, mergulhando o pedaço da cauda na manteiga com os dedos.

Reese, sua esposa, bateu nele. "Use seu garfo, seu Neandertal11."

Ele sorriu, pedaços de marisco preso aos seus dentes.

"Isso é desagradável," Geórgia disse, fazendo uma careta.

Geórgia era esposa de Nico, outro membro da equipe SWAT. Ela era uma coisinha doce que ainda me surpreendia, até hoje, por saber lidar com os gostos de seu marido.

Nico era um filho da puta escuro. Sempre temperamental e raramente falava; nunca parecia acessível.

Não que isso me incomodasse. Poderia manter uma conversa com ele, se eu quisesse. Eu sabia que ele iria ter minhas costas sempre, mas também sabia que ele não era muito falante, o que servia muito bem para mim. Eu não queria conversar, ultimamente.

"Blake fez isso," eu disse com a boca cheia de batatas fritas.

Luke olhou para mim bruscamente. "Blake?"

O chefe apontou para a varanda dos fundos, onde Blake dormia em uma rede.

"A minha sobrinha," disse ele.

Estava me perguntando por que ela não comia, mas não queria deixar transparecer que me importava.

Então fiquei em silêncio e mantive meus olhos sobre ela pelas últimas duas horas.

Depois que ela terminou de cozinhar, saiu pela porta dos fundos, e deitou na rede. Então prontamente adormeceu.

Meus olhos não haviam se desviado dela desde então.

Ela dormia pesado. Era quase como se ela não tivesse dormido nada desde o atendimento ruim que tinha pego três noites atrás.

Em seguida, teve sua casa invadida, então provavelmente não estava se sentindo segura para dormir bem em sua própria casa.

"O que ela está fazendo lá fora?" perguntou Downy, virando-se em seu assento para olhar pela janela. "Ela poderia ter comido com a gente."

"Ela tem enxaqueca," disse o chefe Rhodes. "O ar fresco parece ajudar."

Isso explicava o saco de gelo.

Isso também explicava por que ela estava sob um cobertor na sombra, em vez de no sol.

Li em algum lugar que o sol tende a piorar as enxaquecas.

"Ohh," disse Memphis. "Você deveria dizer a ela para procurar pontos de pressão no corpo. Esses costumam sempre me ajudar."

"Ela não tem mais enxaquecas. Posso atingir um ponto perfeito de pressão... Owww! Por que você fez isso?" Perguntou Downy a Memphis, esfregando a parte de trás do braço onde imagino que ela o beliscou.

Ela sequer encolheu com o olhar do grande homem.

"Não à mesa do jantar, seu grande merda," Memphis olhou furiosamente.

Suspirei, então terminei o meu almoço e me levantei. "Foi divertido."

"Você já está indo embora?" Miller perguntou surpreso.

Antes do meu acidente, eu tinha sido uma borboleta social.

Agora, porém, nem tanto. Eu preferia estar em minha própria companhia.

Eu literalmente tinha um lugar para ir, no entanto.

"Tenho que ir testar a nova prótese. A lâmina," respondi, terminando minha água e andando para a cozinha.

Um par de semanas atrás, fui preparado para a nova prótese, e hoje seria a primeira vez que iria usá-la.

Levando meu prato para a pia, eu o lavei e, em seguida, coloquei no lava louças.

Enquanto fazia isso, a porta dos fundos abriu.

Eu sabia que era ela, sem sequer me virar.

Ela cheirava.

Não de uma forma ruim.

Isso, pelo menos, tornaria muito mais fácil lidar com ela. Para tirá-la da minha cabeça.

Mas não. Ela tinha que cheirar como o maldito sol no meio de uma tempestade. As madressilvas que floresciam selvagens por todo o condado.

Jesus.

Os dedos pequenos esvaziaram na pia o saco de gelo que eu tinha visto mais cedo sobre seus olhos, então ela andou calmamente e o lançou em uma gaveta cheia com outros como ele.

"Como foi?" Ela perguntou suavemente.

Coloquei o garfo no lava louças e fechei a porta antes de me virar para ela. "Foi bom."

Ela assentiu com a cabeça, estremecendo ligeiramente.

"Bom," ela disse suavemente. "Vejo você mais tarde."

Com isso, ela saiu pela porta da garagem, para o que presumi, em direção ao seu carro.

Observei sua bunda por todo o caminho, também.

Depois de me despedir, saí pela porta da frente e atravessei o gramado do chefe para a minha camionete.

Eu tinha que passar pelo carro de Blake para chegar lá, entretanto, e foi aí quando eu a vi.

Ela estava sentada no banco da frente, chorando.

Balancei a cabeça e continuei andando.

Não consegui continuar, no entanto.

Eu tentei. Realmente tentei.

Valentemente, também.

Mas eu era um otário para choro de mulheres.

Basta perguntar a minha mãe e cunhada.

Voltando, caminhei para o carro e bati na janela lateral.

"Você está bem?" Perguntei cautelosamente.

Ela virou, abaixando sua janela, e as lágrimas em seus olhos quase rasgaram minhas entranhas.

"Sim," ela balançou a cabeça, enxugando as lágrimas. "É que recebi um telefonema que a minha casa foi invadida novamente."

Ela fungou e limpou o rosto com a mão, enxugando as lágrimas o melhor que podia, sem usar uma toalha.

Meu estômago se apertou. "Mais uma vez, como você sabe?"

Ela levantou seu telefone, e apertou o play com o polegar.

"Blake, aqui é Janet Bowers do DPK. Recebemos outra queixa que a porta da frente estava entreaberta, e o vizinho suspeitava que havia alguém lá dentro. Após a inspeção, encontramos o lugar saqueado. Nós gostaríamos que você viesse até a delegacia o mais cedo possível para que possamos apresentar um relatório. Nós trancamos sua casa novamente, mas como não conseguimos obter retorno seu, gostaríamos que você passasse aqui."

Porra.

"Saia, vamos," eu disse de repente, assustando-a.


Capítulo 9


Lembre-se, sou um agente da polícia. Esta história precisa ter desmembramento nela para eu ser surpreendido.

-Foster para o novato


Foster


Quando ela não se moveu rápido o suficiente, ofereci a minha mão.

Ela olhou para mim assustada, mas mesmo assim saiu do carro, colocando a mão macia dentro da minha áspera.

Minha mão engoliu a sua quando fechei os dedos em torno dela e comecei a arrastá-la para a minha camionete.

Ela era o meu orgulho e alegria.

Eu queria aquela camionete desde que tinha idade suficiente para sonhar com elas.

Era um Dodge a diesel cabine estendida azul meia noite com pneus de 99 cm e uma elevação de 20cm.

Soava como um grande gato ronronando quando o ligava, e ainda me deixava tonto como quando liguei pela primeira vez.

A parte cômica, porém, era assistir Blake tentando subir no lado do passageiro.

No final, ofereci ajuda para levantá-la.

Meu sangue começou a bombear com força para lugares que eu não queria que fossem quando minhas mãos tocaram na parte de trás de suas coxas, mas ignorei, e fui rapidamente para o meu lado.

Subir com uma prótese era diferente, mas o conceito ainda era o mesmo. Só teria que colocar todo meu peso sobre a perna inteira em vez da prótese. Algo que tive que aprender a adaptar-me.

"Para onde estamos indo?" Ela perguntou em voz baixa.

Liguei a camionete, o ronronar do motor fazendo meu corpo vibrar suavemente.

"Tenho que ir ajustar a minha lâmina; mas quando terminar, nós iremos para a estação," falei a ela.

"Sua lâmina? Como uma faca nova?" Ela perguntou preocupada.

Revirei os olhos, atirando-lhe um olhar irritado. "Não se deve medir uma pessoa por uma faca, querida. 'A Lâmina' é um tipo de prótese para correr. Estou me preparando para isso hoje. Na verdade, já estou apto. Estive me adaptando. Só espero que ela se encaixe. É desconfortável como o inferno correr com a outra."

Parei em frente ao consultório do Dr. Morton Stonewell vinte minutos depois, e fui logo encaminhado para dentro.

"Ahh," disse o Dr. Stonewell. "Se não é meu paciente favorito."

Fiz uma careta. "Não há razão para ser tão ranzinza."

Blake riu, cobrindo a boca com a mão para encobrir o sorriso.

Dr. Stonewell piscou para Blake e deu um tapinha na maca acolchoada com a mão. "Suba aqui, rapaz. Tire isso e vamos ver como se encaixa."

Dr. Stonewell entrou por outra porta em seu consultório e desapareceu. Sentei-me, tirei os dois sapatos, e depois fiquei de pé mais uma vez para tirar minhas calças.

"Eeek!" Disse Blake, virando-se rapidamente.

Sorri enquanto as empurrava até os joelhos, expondo minhas cuecas boxer. Sentando-me na maca acolchoada, comecei a retirar o restante da minha prótese.

Não importa o quão duro tentei, isso sempre acabava por ser mais difícil do que deveria.

Elas ficaram realmente presas na minha perna protética.

"Precisa de ajuda?" Ela perguntou suavemente.

Olhei e ela levantou as mãos.

"Nossa, isso parece mais fácil se você usar suas mãos em vez de chutar a perna para tirá-la," ela resmungou.

Mal consegui conter o sorriso que ameaçou surgir no meu rosto. Tão malditamente lógico.

Terminei de retirá-las no momento em que Dr. Stonewell retornou, com minha nova prótese nas mãos.

Os olhos de Blake se arregalaram quando ela viu.

"Isso parece um dispositivo de tortura," ela ofegou. "O que há de tão especial nela?"

"O Flex-Foot foi projetado para armazenar energia cinética. Quase como uma mola faz. Ele vai permitir que Foster faça tudo o que ele quer fazer. Correr, saltar, escalar arquibancadas, saltar com vara. Ele pode fazer o que quiser com esta lâmina em particular. O que ele sonhar, poderá fazer," Dr. Stonewell disse animadamente.

Apertei o botão na base do meu tornozelo falso e retirei a prótese velha. Depois as meias que preenchiam a prótese a nivelando.

Por fim, a malha que segurava o pino na minha perna, que era como um elástico de sucção.

Mantive um olho em Blake, observando sua reação enquanto o fiz.

Talvez se eu deixasse ela ver o que realmente teria se ficasse comigo, ela iria superar aquilo que vi em seus olhos ultimamente, quando eu estava por perto. Como se eu fosse a resposta às suas orações.

Eu não era e ela precisava saber.

"Uau," disse Blake, caindo e apoiando-se em seus calcanhares aos meus pés. "Posso tocá-lo?"

Ela parecia genuinamente interessada, então cautelosamente, assenti. "Claro."

Sentia-me estranho, com os dedos correndo sobre a minha cicatriz.

Eu não tinha muita sensibilidade na parte de baixo, onde a cicatriz estava, mas quando ela moveu os dedos para os lados, pude sentir muito mais de seu toque.

Por que eu ficava excitado com ela esfregando os dedos no meu toco, eu não sabia, mas fiquei.

O que foi muito estranho, pois eu estava atualmente sentado vestindo apenas cueca.

"Isso dói?" Ela perguntou.

Sim, meu pau doía. Estava latejando com a necessidade.

Movendo-me rapidamente, cobri minha virilha com a calça e comecei a divagar.

"Doía. Agora, não tanto, a menos que eu comece a ter dores fantasmas," falei rapidamente, tentando encobrir os pensamentos na minha cabeça.

"Tudo bem, rapaz. Vamos acabar com isso."


***


Uma hora mais tarde entravámos na delegacia de polícia, Blake ligeiramente na minha frente enquanto caminhávamos.

"Você se sente como se tivesse energia cinética armazenada no seu pé?" Ela sussurrou em voz alta.

Eu mal contive a vontade de bufar para sua pergunta.

Ela era engraçada e descobri que não me importo de tê-la ao redor tanto quanto pensei que iria.

Ela não me incomoda como meus irmãos. Ou meus pais. Ou meus amigos.

Eu sabia que eles estavam apenas preocupados comigo, mas eu estava bem. Não estava entrando em uma depressão profunda, e não sairia por aí perdendo o controle, porque estava faltando uma parte do meu corpo.

Claro, eu estava chateado, não me interpretem mal, mas eu não era estúpido.

Eu não estava feliz, isso é um fato, mas também não estava amargo.

Na maioria das vezes.

E Blake me tratou como se eu fosse normal. Ela não reagiu como pensei que faria.

Na verdade, ela agiu como se não fosse mesmo uma grande coisa. Ela não vacilou com a visão do meu toco. Ela não olhou para mim com pena. Na verdade, eu era apenas Foster para ela, e gostei disso.

Muito.

"Parece estranho. Vou ter que correr mais tarde para experimentá-lo," eu disse a ela. "Você quer ir?"

Ela olhou por cima do ombro para mim, franzindo a testa.

"Acho que não consigo manter o mesmo ritmo que o seu. Eu corro, mas é mais lento do que o melaço," ela brincou.

Eu pisquei. "Não se preocupe. Esse pode ser um daqueles dias em que corro assim também.”

Ela apertou os lábios e assentiu com a cabeça. "Tudo bem. Depois que terminarmos aqui verificaremos a minha casa contaminada, então podemos ir."

Estremeci com a forma como ela disse 'contaminada'.

Como se estivesse suja.

O que eu acho que estava. Pelo menos para ela.

"Onde você está me levando?" Ela perguntou.

Acenei a cabeça na direção das cabines. "A mesa do detetive Bowers é por ali."

Ela assentiu com a cabeça.

"Tudo bem," disse ela. "Você lidera o caminho." Ela sorriu. "Eu só quero olhar para o seu traseiro."

Pisquei para ela e disse: "É um bom traseiro. Você nunca será capaz de olhar para outro da mesma maneira novamente."

Quando eu disse isso, atraí a atenção de uma oficial feminina que estava no bebedouro enquanto passávamos.

Ela parecia assustada com a forma que brinquei com Blake.

Obviamente, eu estava sendo um pouco mal humorado ultimamente. Algo que provavelmente não mudaria tão cedo. A não ser que Blake estivesse por perto para puxar o lado bom de mim, de qualquer maneira.

Lancei um olhar para a jovem oficial quando passamos, fazendo-a olhar para o copo que estava enchendo.

Escondi o sorriso e continuei até a mesa de Bowers, parando a direita dela para Blake poder sentar na única cadeira.

Ela parou ao lado do meu ombro direito, escondendo-se um pouco atrás de mim.

"O que há Spurlock?" Perguntou Bowers.

Tentei pegar a mão de Blake, mas ela as escondeu atrás dela para que assim eu não pudesse agarrá-las.

Em vez disso, minhas mãos encontraram sua barriga, meus dedos roçando a pele macia de seu abdômen.

Agarrando o que pude, o que passou a ser o cós da calça, puxei-a até que ela se moveu com relutância para o meu lado.

Dei-lhe um olhar rápido, e ela não estava olhando para outra coisa senão a mulher na frente dela.

"Como você está Blake?" Perguntou a detetive Bowers, levantando-se rapidamente.

Detetive Bowers era uma veterana com 10 anos na força, e recentemente se casou com outro oficial da equipe.

Ela estava bem, eu acho, mas ela não era particularmente a minha pessoa favorita, no entanto.

Que também parecia ser o caso de Blake.

"Uhhh," Blake disse silenciosamente. "Oi, Janet. Como está indo?"

Ela sorriu. "Estou muito bem, obrigada por perguntar. E a vida, como está?"

Então Blake conhecia Janet. Interessante.

Fiz uma nota mental para perguntar a ela qual era o negócio quando saíssemos de lá.

"Oh, tem ido. Você me disse para vir até aqui que me apresentaria um relatório sobre a minha casa?" Blake perguntou com uma sobrancelha levantada.

"Ohh! Sim!" Disse Bowers, sentando-se. "Sinto muito, há tanto tempo que não vejo você. Esqueci que você está aqui oficialmente. Nossa, quanto tempo faz?"

Blake rangeu os dentes.

Eu podia ouvi-lo tão bem, na verdade, que tinha a sensação que Bowers também podia.

Movendo minha mão para cima, subi até descansar em seu quadril, então dei-lhe um aperto reconfortante, fazendo-a olhar para mim rapidamente.

Seus olhos estavam cheios de aborrecimento e tristeza, um duplo golpe de sentimentos que me fez realmente sentir por ela.

Fodido David. Ele realmente sabia como foder a merda.

Ele realmente não tinha ideia do que estava perdendo.

Ah bem. Sua perda foi o meu ganho, eu supunha.

"Tudo bem," disse Bowers, tirando algumas fotos. "Aqui está o que encontramos quando fomos lá. Havia alguns respingos de sangue perto de sua gaiola. Pegamos uma amostra, e enviaremos para os técnicos criminais avaliarem. Esperançosamente haverá uma combinação quando pesquisarmos através do sistema. O resto da casa foi revirado. Nada quebrado, mas tudo fora do lugar, pelo que pude perceber. A única outra coisa que vi que foi realmente ruim, foi o fato de terem quebrado o batente da porta. David se certificou de colocar uma placa para cobrir a sua porta, apesar de tudo."

Blake ficou tensa com a menção do nome de David, mas murmurou "Obrigada," apesar de tudo.

"Estou autorizada a ficar lá?" Ela perguntou em voz baixa.

Bowers assentiu. "É claro," disse ela, levantando-se. "Só preciso que você assine este relatório detalhando o que lhe falei, e adverti-la para o fato de que, uma vez que esta é a segunda incidência, poderá haver mais nessa história. E foi por isso que me foi dado o caso, em vez de simplesmente relatá-lo como o que aconteceu na última vez. Seu tio está ciente também."

Blake assentiu. "Obrigada."

"Ei, baby, você está quase pronta?" Ouvi o chamado em minhas costas.

Ambos, Blake e eu, viramos para ver a metade masculina da relação, Brandon Bowers, atrás de nós.

Brandon era o oficial da área de recursos escolar. Pelo que ouvi, ele e Janet estavam namorados há algum tempo antes de finalmente se casarem. O que também significava que eles não poderiam trabalhar em qualquer lugar perto um do outro. Por isso, o ex detetive mudou de departamento.

"Oh, ei! Não vejo você há algum tempo, Blake!” Disse Brandon, fazendo uma carícia em seu ombro.

Ele provavelmente teria ido para um abraço, mas Blake se colocou mais ainda ao meu lado.

"Brandon," ela o cumprimentou com a cabeça.

Brandon fez uma careta para ela, e se afastou. "Como está indo?"

"Oh, não muito ruim. Mas temos que ir. Obrigada por sua ajuda, Detetive Bowers," disse Blake apressadamente ao meu lado, curvando-se para rabiscar o seu nome no papel na frente dela.

"Oh," disse Janet. "Você mudou seu nome de volta. Não tinha percebido."

Blake sorriu tristemente. "Não, tenho certeza que você não fez."

Com isso, ela saiu, movendo-se rapidamente através da sala e saiu pela porta.

A última coisa que vi antes que ela saísse correndo foram as lágrimas em seus olhos.

"O que foi aquilo?" Perguntou Brandon, soando um pouco magoado.

Não me incomodei em responder, dando-lhe um olhar enquanto corria para fora atrás de Blake.

Encontrei-a encostada na minha caminhonete, com o rosto enterrado nas mãos, os ombros sacudindo enquanto ela soluçava.

Algo começou a doer no meu peito quando vi sua aflição.

"Blake," gaguejei suavemente quando a alcancei.

Colocando as duas mãos ao lado da cabeça dela, inclinei-me para baixo até que pudesse ouvir o que ela estava tentando dizer.

"Deixaram-me," ela sussurrou entrecortada através de seus soluços.

"Deixaram você?" Perguntei confuso.

Ela assentiu com a cabeça, virando-se me permitindo ver seu rosto.

Ela assentiu com a cabeça, apontando para a delegacia. "Aqueles dois. Inferno, tem mais. David me ferrou, e nenhum deles estava lá quando mais precisei de um amigo. Isso foi o que mais me machucou. David, eu poderia lidar com isso. Mas todos me deixaram, escolhendo-o sobre mim. Todos sabiam o que ele estava fazendo. Cada um deles. Eu podia ver em seus rostos no momento em que eles perceberam que eu sabia. Pena. Tristeza. Consciência. Eles pediram desculpas, mas o estrago estava feito. E nenhum deles me ajudou."

Eu a puxei para meus braços, incapaz de suportar mais as lágrimas. "Está tudo bem garota. Eles não valem seu tempo. Se eles não estiveram lá quando você precisou deles, eles nunca estiveram lá para começar. E posso lhe dizer agora que conheço cerca de oito homens da equipe da SWAT que estariam dispostos a chutar o traseiro de David para você."

Ela riu através das lágrimas e colocou os braços em torno do meu peito, aliviando a dor que se tronou um lar permanente desde que estive com ela.

"Obrigada, Foster. Você é uma pessoa boa. E eu gosto de sua lâmina cinética," ela disse suavemente.

"Isso soa... sujo."


Capítulo 10


Me desculpe, feri seus sentimentos. Mas não é minha culpa que você é estúpido.

-Fato da vida


Blake


"Ouvi dizer que você saiu com um membro da SWAT. Pensei que você havia dito que nunca mais iria sair com outro policial enquanto vivesse," minha mãe falou durante o almoço no dia seguinte. "Seu pai quer conhecê-lo."

Falei com ela para sairmos, em vez dela cozinhar algo em sua casa.

Amo a minha mãe, mas se eu fosse à sua casa, então teria que ficar mais tempo do que realmente queria.

Eu sabia que ela tinha boas intenções, mas eu simplesmente não conseguia lidar com essa merda agora.

Principalmente quando ela começava com toda a discussão sobre David.

Minha mãe era antiquada.

Ela tinha um lema que era ‘fique com o seu homem.’

Eu, por outro lado, não seguia o lema 'fique com o seu homem, mesmo quando ele a engana.'

Algo que ela não conseguia entender.

Ela ainda estava chateada por eu ter deixado David.

Ela foi criada para acreditar que as mulheres foram feitas para agradar seu homem, e se eles se desviarem, você deveria fechar os olhos. Algo que nunca fui capaz de fazer.

Ela estava realmente preocupada agora que eu estaria indo para o inferno também. Algo que ela fez questão de mencionar.

"Não saí em um encontro. Ele me ajudou. Isso é tudo," falei com a boca cheia de comida.

Minha mãe me deu um olhar de reprovação. "Não fale com a boca cheia."

Levantei minhas mãos, mastiguei e engoli antes de falar em seguida. "Desculpa."

"Você pode trazê-lo para jantar neste sábado. Seu tio e sua tia estarão lá," disse ela, dando uma mordida em sua própria salada.

Uhh. Soou como uma grande quantidade de diversão.

Não.

Eu amava a minha mãe e tudo, mas havia momentos em que a mulher me deixava insana.

Meu pai provavelmente também ficava assim apenas por ouvir a gente conversando a mesma conversa tantas vezes.

"Vou ver," eu disse antes de dar outra mordida. "Ele trabalha, você sabe. E ele não é meu namorado; ele não tem nenhuma obrigação de ir."

"Uh-huh. Vi David fazendo compras com sua noiva esta manhã. Você não me disse que eles estavam esperando um bebê," minha mãe reclamou.

A salada começou a revirar no meu estômago enquanto eu pensava sobre quanto, mais uma vez, David tinha me ferrado. Até minha mãe gostava mais dele. O que eu acho que estava tudo bem desde que o pai de David gostava mais de mim. Era justo.

Só que o pai de David estava morto, e minha mãe ainda estava muito viva. E ainda amava a David como se ele fosse dela.

Eu a ignorei, esperando que ela desistisse, mas não aconteceu. Ela nunca me deixaria em paz.

Ela era o fósforo para a minha gasolina. Ela sabia como me acender melhor do que ninguém, e provou isso com seu próximo comentário.

‘"Mal posso esperar para ver se é um menino ou uma menina. Tenho esperado tanto tempo por um neto," ela sussurrou alegremente.

Eu congelei com a salada na metade do caminho para minha boca, olhando-a com incredulidade. "Você está brincando comigo agora, não é?"

Ela inclinou a cabeça ligeiramente. "Brincando com você sobre o que?"

"Você não pode esperar para ter a porra de um neto?" Sussurrei enganosamente calma.

"Cuidado com a língua," disse ela em tom de censura, olhando para todas as pessoas ao nosso redor.

Eu não poderia dar menos do que uma foda para o que eles pensavam.

"Você tem consciência que David tinha a porra de uma amante por dois malditos anos?" Perguntei, levantando um pouco o meu tom de voz. "Ou para o fato que ele nunca me disse que estava transando com outra pessoa? O mínimo que ele poderia ter feito era usar um maldito preservativo no meio disso tudo. Mas não, não David porra Dewitt. Ele era muito especial. Ele não poderia causar mal nenhum. Mas você não sabe como é o sentimento porque o meu pai é o melhor dos melhores. Ele é tão fodidamente incrível que você nunca terá que experimentar como é esse sentimento. Eu, não tive tanta sorte. Agora me resta assistir enquanto uma puta tem a minha vida. Agora, pela primeira vez em quase três anos e meio estou começando a me sentir feliz novamente e você vem me atirar essa merda. Eu perdi tudo. Meus amigos. Meu marido. Minha mãe. Papai, tio Darren e tia Missy foram as únicas pessoas em minha vida que me ajudaram, até agora. Agora, eu apreciaria se você nunca trouxesse David novamente. Porque, vamos apenas dizer, o som de seu nome me faz querer vomitar os alimentos que comi nos últimos cinco anos em seu rosto."

Com isso, peguei uns amassados vinte dólares do meu bolso, joguei junto com o guardanapo sobre o meu prato, e saí do restaurante.

Meus olhos pousaram sobre David no canto, e um sorriso tocou meus lábios. Bom, o filho da puta merecia ouvir isso. Bem como sua noiva cabeça de merda.

Minha única esperança era que ela colocasse o bebê que eles estavam esperando para adoção. Aquele pobre garoto não merecia ter aqueles dois idiotas como pais.

Foi aí que eu o vi.

Foster.

Ele tinha um sorriso no canto dos lábios, e seus olhos se iluminaram com alegria enquanto me observava caminhar em direção a ele.

Ele estava perto de rir, de fato.

"Do que você está rindo?" Perguntei com raiva quando passei por ele.

Ele caminhou atrás de mim, deixando seu irmão e um gigante loiro para trás.

Os olhos dos dois estavam sobre nós, quando abri a porta para sair.

"Quem é o Viking?" Perguntei sobre o meu ombro.

Hoje, Foster usava seu uniforme de trabalho. E sua nova lâmina em vez da outra prótese, e ele parecia quase... mais feliz.

Seus olhos estavam enrugados nos cantos quando ele sorriu completamente para mim. O primeiro sorriso verdadeiro que já vi enfeitar seus lábios.

"Esse é Luke, meu chefe," disse ele, andando comigo.

Ele nem sequer manca mais.

"Parece que você tem uma mola em seus passos," falei com cautela.

Ele me deu um olhar divertido.

"Realmente, que original," ele disse secamente.

Mostrei a língua para ele. "De verdade, porém. Você parece melhor do que nunca."

Ele encolheu os ombros. "Sempre me deixa feliz ver uma mulher apunhalar seu ex. Algo que você realmente fez. Acho que você não sabe disso, mas toda a equipe da SWAT, bem como os grandes chefões, e alguns membros da SWAT das outras cidades estavam sentados naquele restaurante logo atrás de você. Eu tinha saído para mostrar ao resto de nós, onde estávamos."

Meu queixo caiu. "Você está brincando comigo."

Ele balançou sua cabeça. “Não. E confie em mim, cada um deles ouviu. Seus olhos já estavam em você desde o início. Eles ouviram cada palavra".

Parei e me virei para ele. Ele não parou, no entanto, e trombou em mim.

"Merda," disse ele, segurando-me antes que eu pudesse cair por causa da sua força.

Nossos corpos foram pressionados um contra o outro, do peito até a coxa e, antes que eu percebesse, sua boca estava na minha.

Estávamos muito mais perto do meu carro do que percebi, porque de repente minhas costas estavam pressionadas contra o metal quente, com o enorme corpo de Foster grudado em mim.

Gemi em sua boca, ofegando enquanto ele empurrava algo enorme em meu osso púbico.

Sua língua se enroscou com a minha e suas mãos encontraram meu cabelo enquanto ele pressionava seu corpo ao meu, girando seus quadris enquanto fazia isso.

Quando ele finalmente soltou sua boca da minha, olhei para ele com uma expressão aturdida. Seus olhos castanhos olhando cheios de necessidade. "Eu gosto de você, Blake."

Pisquei. "Também gosto de você."

"Você não está sozinha. Estou aqui. Mesmo que eu não seja uma pessoa muito agradável para conversar o tempo todo, estou aqui."

Acenei com a cabeça. "Tudo bem."

"Só não se esqueça disso, certo?"

Concordei novamente. "Sim, tudo bem."

Enquanto eu entrava no meu pequeno carro e saía do estacionamento, olhei de novo para ele de pé lá.

Seus olhos me observavam. Como se ele estivesse perseguindo sua presa. Inspecionando-me para se certificar de que fiz o que ele esperava que eu fizesse.

Devo ter feito isso, também, porque ele sorriu. Amplamente. Completamente. Abrangendo tudo.

E os meus lábios não eram mais a única coisa formigando.


Capítulo 11


Você quer o resto do meu bolo?

-Ninguém nunca disse


Blake


"Sim?" Perguntei aos dois homens na minha porta da frente.

Eles eram enormes. E quando eu digo enormes, quero dizer gigantes. Fodidamente grandes.

Mais do que enormes.

Musculosos. Fortes. Altos. Essas eram apenas algumas das palavras que usaria para descrevê-los.

Oh, e eles eram quentes, também.

Um tinha cabelos escuros, pele bronzeada, e se eu tivesse que adivinhar, com algum traço de Porto Rico. Eu costumava ter um amigo com o mesmo cabelo escuro e pele bonita.

Seus olhos eram de um profundo tom de marrom, e parecia quase negro em seu rosto.

O outro homem era igualmente grande, mas o cabelo era cor de caramelo e os olhos verdes. O que realmente o fazia único, porém, era a cicatriz que corria pelo seu rosto.

Eles também montavam motocicletas. Ouvi o barulho antes deles baterem.

O que me permitiu ver enquanto eles desmontavam e, em seguida, caminhavam até a minha calçada da frente conversando.

Eu não estava com medo, embora.

Foster havia me avisado com uma nota grudada na minha porta da frente, depois que voltei da minha corrida, que eles estariam aqui.

Se eu não tivesse sido avisada teria sido uma história diferente.

"Estamos aqui para configurar um alarme para você," o mais escuro dos dois explicou.

Engoli em seco. "Eu não pedi um alarme."

Não tinha visto isso na nota. Ele dizia que dois amigos mais próximos viriam no final do dia para dar uma olhada em minhas fechaduras. Não disse nada sobre um alarme.

Aquele bastardo insolente. Ele certamente sabia que não teria permitido que eles viessem e fizessem isso.

Coisas assim custam dinheiro. Dinheiro que eu não tinha sobrando por aí.

Fiz o suficiente na semana apenas para cobrir minhas contas, mantimentos, e algumas coisas frívolas. Não algo caro, como um sistema de alarme.

"Não tenho o dinheiro para pagar por isso. Lamento que tenham perdido a sua viagem," disse a eles honestamente.

Eles trocaram olhares entre si.

Foi o sorriso em ambos os lábios, que fizeram os pelos de minhas costas eriçarem.

"Foster falou que você diria isso. Você precisa apenas deixar-nos fazer o nosso trabalho. Aparentemente, foi financiado pelo departamento de polícia," disse Scarface. "Meu nome é Max."

Ele estendeu a mão para mim, e eu peguei, sacudindo-a.

Devo tê-lo surpreendido com a força que coloquei nisso, porque ele apertou minha mão um pouco mais antes de me soltar.

"Gabe," o alto, escuro e perigoso, disse, oferecendo-me sua mão.

Peguei a sua também, e dei um passo para fora da porta, permitindo-lhes entrar.

"Bem," eu realmente não sabia o que dizer. "Vocês precisam de mim para alguma coisa?"

"Só o acesso à casa. Que você já deu. Mais tarde, vamos precisar lhe passar orientação sobre o código. Portanto, vá pensando em algo fácil que você deseje usar. Um número de seis dígitos é o melhor. Nada consecutivo," Max me disse.

Concordei com a cabeça e os convidei a entrar.

Mas os parei antes que eles pudessem dar mais do que dois passos.

"Algum de vocês tem o número de Foster?" Perguntei esperançosa.

Eles sorriram.

"Não, senhora bonita. Nós não temos."

Com esse comentário, eles entraram.

Homens teimosos.

Malditamente certo que eles tinham o número.

Eles tinham que ter.

Foster lhes pediu para não me dar, no entanto.

Eu sabia disso tão bem quanto sabia que o departamento de polícia não estava pagando por isso, ele estava.

Um sorriso surgiu no canto do meu lábio, e fechei os olhos.

Qual era o sentimento no meu peito?

Depois de uma hora assistindo The price rigth12, decidi que eu sabia o que era.

Excitação. Eu estava realmente ansiosa por algo pela primeira vez em muito tempo.

E era uma luta.

Esperemos que fosse uma luta que levaria a algo... mais.


***


Eu estava pintando os dedos dos pés, quando o que parecia ser o barulho de um filme começou a soar ruidosamente.

Parecia um filme de ação. A parte em que uma saraivada de tiros começa a ressoar em todo lugar e as pessoas se escondem atrás de carros e milagrosamente não são atingidas.

Levantei minha cabeça da posição debruçada sobre os dedos dos pés, e examinei a área.

Eu sequer tinha ouvido eles se moverem.

Era como se eles tivessem sido treinados na arte ninja ou algo assim.

Um segundo eles estavam longe de serem vistos, e no próximo eu estava sendo puxada para trás.

Derramei o meu esmalte no processo, e toda a minha concentração, quando o antebraço musculoso e tatuado pertencente a Max me arrastou para trás, e o esmalte derramado se assemelhava a uma poça de sangue.

"O que diabos?" Max gritou em frustração quando viu meu quarto lateral.

Eles não tiveram a oportunidade de chegar a esse quarto, obviamente.

Ele estava cheio até a borda com livros.

Todas as quatro paredes estavam lotadas até quase três metros de altura de livros em todos os formatos.

No entanto, Max derrubou-nos no chão e me cobriu com seu corpo.

Isto não era tão erótico quanto eu imaginava.

Em primeiro lugar, em meus livros, a heroína sempre estava apaixonada por quem a protegia.

Em segundo lugar, o homem nas minhas costas era casado, e eu não poderia me sentir assim sobre alguém que era casado.

Ele esteve falando sobre sua esposa, Peyton, por pelo menos uma hora e meia, e francamente eu fiquei um pouco ciumenta.

Eu queria o que ela tinha.

Mas também fiquei feliz por ela. Era bom que alguém tivesse a devoção de um homem como Max.

Alguém que iria protegê-la da maneira como ele estava fazendo por mim, com sua vida.

Claro, ele faria isso por um estranho, também, como ele estava mostrando agora. Mas não seria a devoção cega que ele teria com sua esposa.

O tiroteio, que tinha continuado durante todo esse tempo, de repente parou.

Meus ouvidos zumbiam no silêncio, e finalmente voltei a respirar depois de três minutos.

Bem, provavelmente mantive a minha respiração, mas não tinha percebido. Essas foram respirações de pânico.

O corpo pesado de Max não se mexeu, e eu fiquei lá, me perguntando quando ele faria.

"Você vai sair de mim?" Perguntei depois de um tempo.

"Shh," ele assobiou.

Foi quando notei que o outro homem, Gabe, não estava conosco.

E se o homem morreu?

Ele tinha uma esposa.

E filhos.

Oh, meu Deus. Seria tudo minha culpa!

O som da voz de Gabe de algum lugar me fez soltar um suspiro de alívio.

Max finalmente me libertou, e me levantou sem esforço de pé.

Então me puxou com ele para a sala, me permitindo dar a primeira boa olhada em minha casa. E então percebi o quão perto cheguei.

"Bem," falei sem fôlego. "Acredito que não tem mais sentido instalar esse alarme."

Falei isso, no entanto, devido ao fato que a minha parede da sala se parecia com queijo suíço.

"Jesus," sussurrei.

Então virei minha cabeça e vi quando Gabe entrou na sala, o sangue escorrendo por seu braço.

"Você foi baleado!" Lamentei em desespero.


***

"Gabe!" A voz frenética de uma mulher gemeu da porta.

Virei-me para ver uma bela loira arremessar-se do outro lado da sala, e atirar-se nos braços de Gabe.

Levantei-me em silêncio, saindo da sala enquanto o casal se abraçava.

Tínhamos chegado ao hospital menos de vinte minutos atrás, e eu estava sentada com Gabe, enquanto um médico olhava o buraco de bala em seu braço. Algo que chamou de 'arranhão.'

Eu chamava de buraco de bala, mas quem diabos era eu para dizer de forma diferente?

"Blake!" A voz do meu ex-marido chamou alto da entrada.

Olhei para ele e o encarei.

Por que ele estava aqui?

"Você está bem?" Perguntou David, correndo até mim.

Acenei com a cabeça.

"O que está acontecendo?" David perguntou, dando um passo para frente como se para me puxar para seus braços.

Encolhi para longe dele, saindo para longe de seu alcance.

Ele não tem mais o privilégio de me tocar. Não mais.

"Blake!" Uma voz profunda e frenética disse antes de um corpo duro me agarrar.

Meus olhos começaram a lacrimejar, e passei meus braços firmemente em torno do peito musculoso de Foster.

Seu coração batia freneticamente contra mim, e as lágrimas que estive segurando nos olhos por pura força de vontade finalmente se libertaram.

E eu chorei em sua camisa. Muito.

Eu não era uma pessoa muito atraente chorando.

Meus olhos ficam inchados e vermelhos, meu nariz escorre, e meu rosto se transforma em uma massa trêmula de gosma.

Foster no entanto não se importava como me parecia.

Ele ainda continuou me segurando firme contra o peito, me balançando para frente e para trás.

Seus dedos enroscaram no nó que eu tinha feito no topo da minha cabeça, soltando o meu cabelo.

Então enfiou os dedos por ele, e segurou minha cabeça na palma das suas mãos.

"Você está bem?" Ele perguntou depois de um tempo.

Balancei a cabeça. "Eu estou bem."

"Seu ex-marido parece querer me castrar," ele rugiu.

"Meu ex-marido é um filho da puta,” eu disse a ele honestamente.

Ele bufou. "Possivelmente."

"Como sabia que eu estava aqui?" Perguntei, inclinando a cabeça para trás e olhando em seu rosto.

Ele ergueu a sobrancelha como se perguntasse, ‘realmente? '

Eu sorri.

Esclarecendo, falei: "O que eu quis dizer é que pensei que você estaria fora da cidade hoje. Isso é o que dizia a sua nota."

Ele piscou. "Entendi o que você quis dizer. Porém, eu não estava longe da cidade. Apenas fazendo um curso. Eles ficaram mais do que dispostos a me liberar quando souberam que a minha garota teve sua casa alvejada como uma lata na prática de tiro ao alvo.”

Olhei para ele com minha boca aberta.

"Sua garota?" Perguntei ofegante.

Ele levantou aquela sobrancelha irritante novamente.

"Sim, eu decidi," ele confirmou.

"Você decidiu?" Perguntei, indignação começando a vazar para a minha voz.

Eu, é claro, não estava tão chateada com a sua prepotência.

Fiquei surpresa, no entanto.

Ele sequer tinha me dado um indício de que estava mesmo interessado até o beijo na noite passada.

Então, de repente, eu era sua garota?

"Se eu te desse uma escolha, você iria parar para analisar sobre isso. E eu não queria que a sua mente começasse a pensar, então eu mesmo decidi,” ele falou sem rodeios.

Apenas balancei a cabeça, sem saber o que dizer.

Eu estava animada, apesar de tudo.

Senti como se borboletas começassem a agitar na minha barriga enquanto falei, "Vamos ver."

Ele balançou a cabeça. "Não, não vamos."

"Sim, nós vamos."

"Não vamos."

"Vamos!"

Ele levantou sua sobrancelha estúpida de novo, e me puxou para perto novamente, antes de colocar um beijo suave na minha bochecha.

"Não vamos."

"Blake?" A voz preocupada de meu pai chamou atrás de mim.

Virei-me nos braços de Foster, e ele deixou-me ir, permitindo me afastar dele um pouco para ver o rosto preocupado de meu pai.

"Papai," sussurrei, caminhando em direção a ele.

Ele me abraçou, deixando cair o queixo no topo da minha cabeça, quando falou, "Você me assustou bastante, garota.”

Apertei-o com força, sentindo a sensação familiar de seu colete de Kevlar13 cavando em meu rosto quando o fiz.

"Eu estou bem."

Seu corpo tremia quando ele começou a chorar e me senti horrível.

Meu pai era um grande homem. Um homem mau pra caralho.

Mas eu também era sua filhinha. Sua única filha. Seu orgulho e alegria.

Provavelmente rasgou-o em pedaços ouvir que a minha casa tinha sido alvejada por vários tiros. Comigo lá dentro.

"Quem é o homem?" Ele perguntou.

Virei-me para ver Foster do outro lado da sala, conversando em voz baixa com o meu tio, Gabe e Max.

Meu tio tinha sido o primeiro a chegar.

Eu também recebi a mesma recepção dele.

"Esse é...." Foster? Isso não parecia suficiente para descrevê-lo. Herói. O homem por quem estou me apaixonando. O homem mais sexy em Kilgore, Texas. Isso soaria melhor, mas eu sabia que meu pai provavelmente não acharia a mesma graça. "Esse é Foster."

"O homem por quem sua mãe e você entraram numa briga?" Ele perguntou, esfregando toda a sua barba na parte superior da minha cabeça.

Eu sorri. "Foi ela que começou, mas sim."

"Hmm," ele murmurou. "Ele vem para jantar hoje à noite?"

Olhei para Foster, vendo seus olhos em mim, e sorri. "Por que você não pergunta a ele?"

Na verdade, fiquei um pouco assustada quando ele fez exatamente isso, caminhando até Foster, e oferecendo-lhe a sua mão.

"Foi você que colocou homens na casa dela hoje?" Papai perguntou sem rodeios.

Foster assentiu com a cabeça. "Este é Max," ele gesticulou com a mão. Em seguida, disse, "E este é Gabe. Eles estão com a Free."

Meu pai apertou as mãos dos dois homens, e disse: "Venha para o jantar. Vocês dois, também. Tragam suas famílias."

Com isso, ele olhou para o meu tio, e começou a se afastar.

Tio Darren o seguiu, atirando-me um olhar exasperado.

Papai era mais velho do que o tio Darren por cinco anos.

Ele era um cara fodão, e todo mundo conhecia o meu pai. Tio Darren era, e sempre seria, o irmão de Shank.

O nome verdadeiro do meu pai era Louis, mas quando ele começou, trabalhava em dois turnos. Um como soldado, e outro como guarda de prisão na Penitenciária do Estado de Huntsville.

Quando ele estava no serviço em Huntsville, um preso fez uma haste14 com uma escova de dentes, afiando o final até um ponto letal.

Em seguida, fez uma flecha com isso, envolvendo jornal molhado e quem sabe o que mais nisso, aprimorando-o em uma arma letal.

Então, em uma noite que meu pai fazia sua ronda, o prisioneiro usou um elástico de seu calção, amarrou-o às barras, e em seguida, lançou a arma em direção ao meu pai.

Ela bateu na garganta dele perdendo por pouco a sua artéria carótida por uns escassos milímetros.

Papai foi levado a enfermaria para cuidar do ferimento, e em seguida, terminou o seu turno.

Só quando terminou seu horário de trabalho é que foi até o seu médico, que lhe disse que ele era um homem de muita sorte, e que, desde que mantivesse a ferida limpa, poderia voltar ao trabalho.

Embora doloroso, não era nada além de uma ferida pequena, que poderia ter sido mortal.

Então ele voltou ao trabalho, nunca deixando que aquilo o afetasse.

Assim o apelido pegou, e tio Darren sempre será conhecido como o irmãozinho de Shank, não importando os elogios que ele receba.

"Esse era Shank Rhodes?" Gabe sussurrou em voz alta. "Você é parente de Shank Rhodes?"

Pisquei, voltando a olhar para Gabe. "Sim, por quê?"

"Oh, porra," Max e Foster disseram ao mesmo tempo.

Então realmente comecei a ficar confusa.

"O quê?" Perguntei, levantando a voz.

O que chamou a atenção da esposa de Gabe, Ember, que estava falando com uma enfermeira da emergência. Ela se aproximou e colocou os braços ao redor de Gabe por trás, desviando a cabeça para ver em torno de seu braço grande.

Gabe passou o braço bom em torno de Ember, abraçando-a enquanto dizia, "Alguém acabou de alvejar a casa da filha de Shank. Oh, meu Deus."

Foster arregalou os olhos, e envolveu-me em um abraço.

"Puta merda," ele suspirou.

Ember, que estava em silêncio desde que chegara, olhou para mim, observando a postura de Foster, e estendeu sua mão.

"Meu nome é Ember, é um prazer conhecê-la," ela falou agradavelmente.

Peguei a mão dela e apertei. "É um prazer conhecê-la, também. Meu nome é Blake Rhodes."

"Você é filha do oficial Shank?" Ela perguntou, os olhos arregalando ligeiramente.

Joguei minhas mãos para cima em aborrecimento. "Qual é o grande negócio com isso?"

Todos começaram a falar ao mesmo tempo, como se fossem todos crianças pequenas e assustadas com o valentão malvado do pátio da escola.

"Ele é durão."

"Você não mexe com Shank."

"Shank é uma porra de uma lenda."

"Eu ouvi sobre ele, enquanto estava em Las Vegas."

Eu apenas balancei a cabeça. "Então, eu deveria perguntar a ele sobre isso, ou vocês vão me dar os detalhes que eu preciso para tomar uma decisão informada?"

Eles ficaram em silêncio.

Obviamente, eles preferem ficar em silêncio.

Perfeito.


CAPÍTULO 12


9 em cada 10 crianças tem a grandiosidade de seu pai.

-Fato comprovado

Foster


"Olhe para a porra da casa dela," disse Luke, balançando a cabeça em silêncio espantado.

Era ruim.

Realmente ruim.

A casa foi completamente arruinada.

A parede da frente, onde uma vez tinha tijolo, não era mais que uma confusão de escombros.

Em alguns lugares, você podia ver através das paredes por um grande buraco com cerca de três metros.

"Cara, você está namorando a filha de Shank?" Downy gritou, anunciando sua chegada com sua incrível boca grande.

Virei-me, acertando meu pé bom em um tijolo de rua, e tropecei.

"Foda-se," falei, me segurando.

"Ei, isso ficou muito legal, Downy disse, olhando para a minha lâmina.

Descobri que eu gostei.

Não parecia nem remotamente com um pé, como o outro, mas era funcional... pelo menos para mim.

Todo mundo sabia que eu era um amputado de qualquer maneira, então qual serio o objetivo de esconder esse fato?

"Sim," eu disse, saltando levemente na lâmina. "É muito legal. Quanto a ter alguma coisa com a filha de Shank, não vou falar com você, ou com qualquer um, sobre isso."

"Bom," disse uma voz escura e ameaçadora por trás de mim.

Virei-me para ver o oficial Shank, o próprio, inspecionando a casa por trás de nós.

Gabe e Max ainda estavam conosco, e tinham se reunido com o resto da equipe da SWAT: Downy, Luke, Nico, Bennett, Michael, Miller, John e James.

Quando algo acontece com um, acontece a todos. E, embora eu não tivesse começado nada ‘oficial’ com Blake, eles sabiam que ela era minha.

E Shank também sabia disso. E foi por isso que ele me convidou para jantar.

Downy, que tinha sido o único a fazer o comentário sobre Blake, corou.

Corou fodidamente.

Downy era um falador. Ele nunca sabia quando calar a boca, mas qualquer pessoa com um pouco de bom senso sabia que deveria manter a boca fechada sobre Shank. Até mesmo Downy.

"Senhor," eu falei oferecendo minha mão.

Ele a apertou, em seguida, me surpreendeu me puxando para um abraço.

"Eu sei que você não estava aqui, mas você os colocou aqui. Se você alguma vez, e quero dizer sempre, precisar de qualquer coisa, me ligue. Eu estarei aqui. Você salvou a vida da minha menina,” ele disse humilde, com um tom alto o suficiente somente para eu ouvir. "Ah, e me chame de Lou. Essa merda de Shank está ficando velha."

Engoli em seco e lhe dei um tapa nas costas antes dele me soltar.

Eu realmente me sentia um pouco sufocado.

Conseguir um favor devido por Shank, Lou, era grande. Fodidamente monumental.

"Vocês todos podem vir para o jantar," Lou disse antes de acenar para nós, e, em seguida, descer a rua.

"Puta merda," Downy suspirou.

Ergui a sobrancelha para eles. "Eu sou o homem-esmagador."

Todos eles bufaram. Cada um deles.

"E você está namorando a filha dele. Se você alguma vez foder com isso, está morto," Miller anunciou.

Isso era algo que tinha passado pela minha cabeça. Mais do que uma vez, na verdade.

Já era ruim o suficiente ela ser a sobrinha do chefe de Polícia. Agora, ela tinha que ser filha do Shank, também.

Saber que o pai de Blake era o Shank não iria mudar minha mente sobre ela.

"Você sabe que ele tem o recorde de mais detenções relacionadas com droga no estado?" Luke perguntou ao grupo como um todo.

"Ele também tem a arma mais rápida," retruquei.

"O policial mais envolvido em tiroteios," Max retumbou.

Eu estremeci.

"O mais ..."

Ignorei o resto dos comentários, saindo para caminhar ao redor do resto da casa.

Assim que analisei o lado de fora, caminhei para dentro, observando a destruição.

As balas perfuraram as duas primeiras paredes.

Havia até mesmo algumas na cozinha.

Percebi o esmalte vermelho derramado sobre a mesa do centro.

Balas crivadas no chão, sofá e uma área em torno dele.

O esmalte foi derramado descuidadamente por todo o chão, a visão vermelha brilhante fazendo a bile subir na minha garganta.

Isso poderia muito bem ter sido seu sangue.

Ela poderia ter morrido.

Ela teria morrido se Max e Gabe não estivessem aqui.

"Você conseguiu os números da placa?" Perguntei a Gabe.

Eu o ouvi entrar atrás de mim, observando a destruição ao meu lado.

"Sim, as placas foram roubadas. Tenho Jack fazendo o que pode a partir do computador, no entanto," Gabe disse impotente.

Jack era outro membro do Free, e um assistente de computador.

Ele era extremamente inteligente, e pelo o que tinha ouvido, sua esposa era ainda mais esperta.

Os dois juntos eram um maldito sonho molhado no mundo dos hackers.

E fiquei feliz em saber que eles estavam do meu lado nisso.

"Obrigado," agradeci suavemente.

"Havia dois deles. Pelo que sei,” Gabe falou.

Assenti em silêncio. "Eu deveria ter pedido para vocês virem antes de ontem. Maldição, então nós teríamos as câmeras ligadas."

"Não," meu irmão disse da porta. "Então você teria Blake morta. Claro, assim você saberia, talvez, quem era, mas você não teria qualquer razão para saber mais, com exceção de vingança."

Meu irmão mais velho e sua maldita lógica, por vezes, fazia muito sentido.

"Sim," concordei. "Não tenho certeza se há qualquer razão para colocar câmeras mais. Mas vamos de qualquer maneira. E eu preciso dos homens de Mercy aqui para começar a reformar sua casa."

Miller assentiu. "Mercy já começou a lidar com isso."

Eu disse que realmente amava a minha cunhada?

"Obrigado," eu disse, continuando a andar pela sala até a área onde Max a protegeu durante o tiroteio.

E pisquei surpreso quando vi a quantidade enorme de livros revestindo as paredes.

Devia haver ali uma pequena fortuna.

"Então, ela é uma leitora?" Perguntou Miller, pegando um livro que tinha caído da sua prateleira.

Peguei o livro das mãos dele, sorrindo quando vi um escocês na capa vestindo nada além de um kilt.

"Parece que sim," falei. "Nada melhor que fantasiar, eu suponho. Colecionar livros sobre todos os homens que ela gostaria que o ex-marido fosse."

"Falando de ex," disse Michael, da porta. "Ele está aqui."

Eu gostava de Michael, embora não o conhecesse bem como os outros.

Eu estava na equipe da SWAT por um pouco mais de dois anos agora, e sentia que sabia sobre ele agora quase tanto quanto comecei a trabalhar com ele.

Eu sabia que posso contar com ele sempre que precisar de ajuda, mas além da nossa relação de trabalho, não sabia muito mais sobre ele.

Eu tinha quase certeza, porém, que as tatuagens cobrindo seu corpo contariam algum tipo de história.

E seriam muitas pela quantidade enorme delas que ele tinha.

"Obrigado," falei, dando-lhe um tapinha no ombro quando passei por ele.

Ele resmungou.

Encontrei David no gramado da frente, estudando a destruição.

“E aí?" Murmurei.

Eu realmente não me preocupava com David antes, mas agora eu realmente não me importava com ele.

Ele era um idiota, e saber que ele tratou Blake como merda só acentuou o fato de que ele era um imbecil.

"Eu queria vir e oferecer a Blake um lugar para ficar, mas o tatuado disse que ela não estava aqui,” disse David, os olhos vagando por sobre a pilha de escombros.

Eu bufei. "Com quem? Sua nova mulher? Ou outra mulher?"

Ele olhou. "Sim, e o que você tem a ver com isso?"

Eu sorri. "Tenho certeza de que ela preferiria ter morrido no atentado hoje a ficar naquela casa com você e a mulher com quem você a traiu. Vou ter a certeza de mencionar isso mais tarde, quando ela estiver na minha casa, que você ofereceu, no entanto."

Ele começou a avançar, mas deteve-se com apenas um passo em minha direção. "Você precisa ficar longe dela."

Levantei uma sobrancelha para ele, dando-lhe um sorriso zombeteiro. "Ah, é? E quem é você para me questionar?"

Ele levantou o lábio em um grunhido. "Você não é nada além um manco fracassado que não pode mais fazer porra nenhuma, mas recebe tratamento especial, porque foi um dos poucos eleitos na equipe da SWAT. Você só está lá ainda porque eles não podem legalmente demiti-lo."

Ouvi um rosnado atrás de mim, mas não me virei.

"É isso que você acha?" Perguntei lentamente.

Ele deu de ombros. "Eu não acho. Eu sei."

"Você acha que pode entrar na equipe da SWAT? Fazer o que fazemos?" Zombei dele.

"Sei que posso. Eu só tenho uma esposa em casa para se preocupar," ele respondeu.

Então eu sorri.

"A esposa com quem você traiu sua esposa original?" Blake sibilou. "Você é um idiota. Devo dizer a eles que você usa um cinturão de merda sob seu uniforme para segurar seu intestino?"

Virei-me para vê-la andando pela rua em direção a nós.

Senti falta dela. Até mesmo daquele desprezo que foi atualmente dirigido a seu ex.

Ela disse que iria passar por aqui, mas esperei que ela viesse dirigindo, não andando.

Aparentemente, eu precisava prestar um pouco mais de atenção e explicar-lhe que ela não poderia mais estar fazendo isso.

Eu não queria que ela andasse por aí sem algum tipo de proteção. Inferno, ela não devia estar do lado de fora agora, ponto.

"Saia da minha casa, David", ela explodiu.

"Eu paguei por essa casa!" David rosnou.

"Sim, você fez, não é? Mas você sabe o quê? Eu também. Lembra quando nos casamos e você disse que o que era seu era meu? Bem, é isso aí. Eu merecia a porra do dinheiro para comprar esta casa. E também mereço a parte do acordo que recebi,” ela cuspiu. "Foda-se sobre isso."

"Bem, é só por mais seis meses. Espero que você tenha sua merda em ordem, porque depois desse dia, você não vai ver mais a porra de um centavo de mim,” ele gritou, antes de virar as costas e pisar de volta para sua camionete.

"Eu odeio esse homem," ela rosnou enquanto o observava se afastar.

Virei-me para ela, puxando-a para meus braços. "Eu também."

Ela sorriu, inclinando a cabeça para trás e olhando para mim. "Isso me tem totalmente quente, ver você o insultando-o."

Eu sorri. "Quão quente?"

Ela piscou, todos os sinais de provocação desaparecendo. "Quente o suficiente para que se estivéssemos sozinhos agora, eu te mostraria."

"Maldição," Downy gritou. "Preciso chegar em casa para minha esposa! Vejo vocês no jantar!"

O rosto de Blake corou enquanto observava Downy se afastar.

"Isso foi embaraçoso," admitiu ela, enterrando o rosto no meu ombro.

Eu sorri, mas algo prateado chamou minha atenção quando Downy saiu com seu carro.

Uma mulher sentada em seu carro do outro lado da rua.

Ela estava escondida pela enorme camionete de Downy, mas agora que ele se foi, eu podia vê-la claramente sentada ali.

Ela olhou para mim por longos segundos antes de ligar seu carro e ir embora.

"O quê?" Perguntou Blake, me assustando.

Memorizei o número da placa, antes de responder. "Nada. Não foi nada. E não deixe Downy envergonhá-la. Ele tem uma boca grande, mas não sairá espalhando qualquer coisa que acontece entre nós."

Ela sorriu, parecendo aliviada, e disse, "Bom."

"Agora," eu disse, levando-a para a minha camionete. "Sobre estarmos sozinhos..."


CAPÍTULO 13


Todo mundo gosta da minha comida. Mesmo o alarme de fumaça me anima.

- Placa de Cozinha


Blake


"Tem certeza de que quer que eu fique aqui?" Perguntei, olhando em volta para o apartamento.

"Há semanas que não fico aqui, desde isso," Foster falou, apontando para sua perna. "Mas tem lençóis limpos, graças a Mercy. E vou ficar aqui com você até nós descobrirmos por que tem pessoas invadindo e atirando em sua casa," Foster respondeu enquanto jogava as chaves sobre a mesa no centro da sala.

"Ele estava vazio?" Perguntei, olhando em volta para o apartamento de solteiro.

Não havia muito para ver. Pelo que pude perceber, havia dois quartos. Um estava vazio, exceto por uma cama e uma cômoda, o outro tinha apenas uma cama.

A sala de estar estava do mesmo jeito, somente com uma TV velha, dois sofás que pareciam ter sido comprados de uma venda de quintal, e uma mesa entre a cozinha e a sala de estar, sem cadeiras.

"Há alguma coisa que você precisa ou quer de casa... algo que você não pode viver sem?" Foster perguntou. "Eles irão substituir a parede frontal até o final da semana, e o resto será consertado no máximo em três semanas. Não deve demorar muito para você voltar para lá... se é isso que você quer.”

Abri a boca, hesitando em dizer isso. "Umm, é pesado."

"O que é?" Ele perguntou, soltando o braço cheio de sacos em cima da mesa e voltando-se para mim.

Prendi meu lábio entre os dentes, e decidi apenas dizer.

"Minha roda de cerâmica."

Ele piscou. "Roda de cerâmica?"

Acenei com a cabeça. "Sim, minha roda de cerâmica. Eu a retirei do depósito quando deixei David, e bem... eu gosto dela. Me ajuda a dormir.”

"É como uma dessas coisas que você pode transformar um monte de barro em uma tigela?" Ele perguntou, as sobrancelhas curvando em concentração.

Concordei com a cabeça. "Argila. Mas sim, é a mesma coisa."

"Não é algo meio sujo?" Ele perguntou, entrando na cozinha e puxando uma cerveja da geladeira.

A casa estava completamente vazia, exceto pela cerveja na geladeira. Aquele era realmente um apartamento de solteiro.

"Pode ser sujo, sim. Mas tenho plástico embaixo dela em minha casa. Só esfrego o chão quando termino," eu disse. "Meu forno está do lado de fora da minha casa. Não vou precisar usar até que eu tenha cerca de dez potes prontos para o fogo, então não preciso disso aqui.”

Ele assentiu. "Onde seria melhor para você colocá-la?"

Fui para os quartos.

Percebendo que o quarto extra não tinha banheiro, falei, "Posso colocá-la naquele quarto, acabaria sendo mais fácil se eu estiver perto de uma fonte de água. ”

Ele balançou a cabeça. "Qual o tamanho?"

Abri meus braços o mais largo que pude. "Deste tamanho."

Ele balançou a cabeça. "Vou medir. Nós vamos dar um jeito. Parece-me que seria mais fácil deixar aqui mesmo."

Ele apontou para o canto da sala de estar, que estava mais próximo do banheiro.

"Os quartos são muito pequenos para caber muito mais do que uma cômoda e uma cama. Se você colocá-la lá dentro seu espaço ficará muito restrito. Pelo menos aqui você poderá transitar sem que ela fique em seu caminho,” ele observou, inclinando a cerveja aos lábios.

"Obrigada," eu disse seriamente. "Isso realmente significa muito para mim."

Ele deu de ombros. "Contanto que você não se importe que eu durma com a TV ligada, nós estaremos bem. Não suporto o silêncio constante."

Concordei com a cabeça.

"Tudo bem," respondi, o nervosismo tomando conta quando percebi que ficaremos na mesma casa por mais de três semanas.

Três semanas ao lado de um homem que pôs fogo no meu sangue, e agitou coisas em mim que não tinham sido agitadas por muito, muito tempo.

"Pegaremos a roda após o jantar. Você está pronta? Precisa se trocar?" Ele perguntou esperançosamente.

Olhei para o meu short de brim azul, chinelos amarelos e blusinha verde limão. "O que está errado com o que estou usando?"

Ele engoliu em seco. "Seus seios. Eu posso vê-los."

Olhei para baixo, e com certeza, eu poderia vê-los também. "Qual é o problema?"

"Estou tentando ignorar o fato de que seus mamilos podem ser vistos através da blusa," disse ele, andando para frente lentamente, como se para não me assustar. "Mas não estou conseguindo."

Mal sabia ele que precisaria de muito mais para me assustar. Tal como um maldito temporal, e tenho certeza de que Foster não era nada mais do que um pouco de nuvens e trovoadas.

Percebia-se nele algo parecido a um pequeno estrondo de trovão com sua constante necessidade de proteger e servir, independentemente de quem era, mas nunca seria nada mais do que isso.

Porém, as tempestades eram a última coisa em minha mente quando seu dedo longo e afiado, circundou a ponta do meu mamilo.

Engasguei quando o sentimento disparou direto para os meus dedos.

Meus seios sempre foram sensíveis. Algo que David nunca tentou explorar.

Eu pedi a ele, várias vezes, para tocar meus seios, chupá-los, mas ele sempre os evitou.

Pensei que havia algo de errado com eles, mas de repente eu sabia que estava enganada.

Especialmente quando Foster puxou minha camisa para o lado, permitindo que o meu seio saltasse livre da armação do sutiã e pulasse em sua exuberância.

Ele inclinou-se para baixo, e rudemente capturou meu mamilo em sua boca, sugando com força.

Tão forte que senti meu coração acelerando fortemente. Minha buceta se contraiu, desesperada para que algo estivesse dentro dela.

Qualquer coisa!

Ele me leu como um livro aberto, no entanto.

Então, esgueirou sua mão na parte de trás do meu short curto, e deslizou dois dedos longos para dentro, cada vez mais fundo. Escorregou por baixo do elástico da minha tanga e mergulhou entre as minhas dobras em questão de segundos.

Meus olhos se fecharam por vontade própria, e foi por isso que fiquei surpresa quando ele mordiscou meu mamilo, fazendo-me ofegar de excitação.

Então, finalmente, seus dedos encontraram minha buceta e mergulharam.

Enchendo-me completamente... com apenas dois dedos.

Mais do que já tinha sido preenchida antes, e eu nem sequer tive a coisa real ainda.

"Deus," suspirei, meus olhos abrindo em surpresa quando ele sugou duramente meu mamilo novamente.

Olhei para baixo, observando sua mandíbula forte e áspera trabalhando enquanto ele sugava poderosamente, puxando meu mamilo profundamente em sua boca.

Minha mão desceu para segurar a parte de trás de sua cabeça enquanto fiquei na ponta dos pés e circulei meus quadris, buscando alguma coisa.

Provavelmente um pouco mais de fricção.

Mais uma vez, porém, ele sabia o que eu queria.

Friccionando os dedos dentro de mim em um ritmo furioso, ele se curvou para trabalhar naquele lugar especial dentro de mim.

Então sua voz, sua maldita voz, foi o que me fez explodir.

Aquele barítono sexy e profundo, sussurrando todas as coisas sujas que ele estava querendo fazer comigo desde que me conheceu, me fez gozar. E gozei tão forte que gritei.

Levei alguns longos segundos para recuperar meus sentidos, mas quando o fiz, e abri os olhos, foi para encontrar os seus intensos olhos em mim.

"Você é tão fodidamente sexy," disse ele, puxando os dedos de minha buceta, e logo sugando-os e limpando com a boca.

Olhei para ele, atordoada em como ele poderia ir de zero a noventa em três segundos.

Soltando-me com cuidado, ele recuou e reajustou a si mesmo. Eu sorri, estendendo a mão para o seu cinto, mas ele me parou.

Meu coração, que estava batendo freneticamente no meu peito, congelou por alguns instantes.

"Não há tempo suficiente no mundo para fazer o que quero fazer com você," disse ele, suavizando o golpe.

Quando acenei com a cabeça e virei-me para ir ao banheiro limpar a inundação entre minhas pernas, ele segurou minhas mãos e me parou.

"Não," ele disse simplesmente.

Levantei minhas sobrancelhas para ele. "Por quê?"

Ele sorriu quando respondeu, "Você vai precisar disso mais tarde. E não será a última vez que farei isso hoje à noite antes de realmente chegar ao evento principal. O acúmulo vai te deixar maluca, mas prometo que valerá a pena."

Com esse último comentário, ele deu um tapa na minha bunda, me conduzindo para fora.

***

Eu estava nervosa.

Eu sabia que esta noite seria a noite.

A noite em que faria sexo com a segunda pessoa na minha vida.

A segunda pessoa que poderia reparar ou quebrar o que eu pensava o que sexo poderia ser.

Com David, sempre foi sem graça.

No fim do nosso relacionamento, se transformou no tipo de coisa de todas as quintas-feiras.

Com Foster, porém, eu tinha a sensação que seria espontâneo. E quente.

Realmente quente.

"Por que você está mordendo as unhas?" Foster perguntou.

"Você está prestes a conhecer minha mãe," menti.

Ele bufou. "Você precisa ter cuidado quando você mente. Você tem um aviso," ele sorriu.

Pisquei, e virei-me na cadeira para encará-lo.

"Que aviso?" Perguntei-lhe.

Ele apontou para o meu lábio que eu estava no momento mordendo com os meus dentes, e estremeci. Sim, eu realmente faço isso. Frequentemente.

Era um hábito nervoso. Algo que eu fazia muito, tenho que admitir.

"Vou ver o que posso fazer para remediar isso," eu provoquei.

Ele piscou e saiu da camionete com um salto que não tinha nada a ver com a energia cinética armazenada em sua prótese.

Ele se moveu em torno do carro, caminhou até a porta e a abriu.

Oferecendo-me sua mão, ele me ajudou a descer e esperou antes de fechar a porta atrás de mim.

Caminhei com ele, em silêncio, até a entrada.

Paramos quando chegamos a porta da frente.

Isso foi porque ouvimos uma discussão.

Bem, minha mãe estava gritando, e meu pai fez o que ele sabia fazer de melhor, ignorou.

Eu não tinha certeza se meus pais se amavam.

Na verdade, tem dias que tenho certeza de que eles se odeiam.

A única coisa que penso que os mantinham juntos era o fato de estarem há tanto tempo na companhia um do outro que não sabiam fazer de outra forma.

Perguntei a meu pai por que ele não se divorciou, e ele disse que não era o ‘o seu jeito.’

Ele nunca deixaria minha mãe.

Fim da história.

Mas quando estava ali nos degraus da frente da casa dos meus pais, eu soube que eles tinham acabado.

"Escolha!" Minha mãe gritou.

A profunda e calma voz do meu pai disse. "Não me faça fazer isso. Você sabe o que vou escolher."

A voz de minha mãe tornou-se estridente. "Você tem que escolher! Não vou permitir que você deixe que ela me trate assim! Você está evitando isso por dias. Se você não disser a sua escolha, agora, então vou assumir que sei o que você está escolhendo e vou agir em conformidade."

"Se você sair por essa porta, não vou deixar você voltar."

Então, ela fez exatamente isso.

Abriu a porta lateral, entrou em sua minivan e saiu correndo da garagem, por pouco não acertando a camionete de Foster por questão de milímetros.

Entrei pela porta da frente, vendo meu pai e meu avô no sofá, ambos com uma cerveja na mão.

Meu pai parecia chateado, e meu avô cansado.

"Então..." Eu disse, chamando a atenção deles. "Vamos pedir uma pizza?"

Eu não poderia dizer que estava chateada com a saída da minha mãe.

Nós nunca realmente tínhamos nos dado bem.

Ela tentava até hoje, me moldar em uma dona de casa perfeita. Algo que eu realmente, realmente não queria ser.

Ela odiava que eu gostasse de cerâmica.

Ela odiava eu ter deixado David.

Ela odiava eu não usar meu cabelo solto, ou que não colocasse vestidos que favorecessem meu corpo.

Pessoalmente, eu não poderia dar a mínima para tudo isso. Eu queria fazer o que eu amava, e ser a ‘dona de casa perfeita' como ela era.

E me surpreendeu ela ter dado esse ultimato ao meu pai.

Isso era algo que nunca pensei que ouviria dos seus lábios.

"Você pode terminar de fazer o jantar que sua mãe deixou cozinhando no fogão," vovô disse, os olhos nunca deixando a TV.

Estava passando um programa de pesca.

Ele amava programas de pesca.

Eu também os amava, e foi por isso que anotei mentalmente o canal antes de seguir para a cozinha.

Então liguei e fogão e terminei de fazer o jantar.

Minha mãe tinha escolhido frango frito, purê de batatas e pães frescos assados.

Eu estava bem com os dois primeiros, mas o último não ficava do jeito que eu queria.

Nunca falhava. Meu pão sempre ficava muito grosso. Muito parecido com um tijolo.

Máquina de pão. Feito à mão e assado no forno. Receita velha, receita testada e experimentada, receita nova. Nada. Eles sempre ficavam iguais, não importa o quão duro eu tentasse.

Felizmente, eles já estavam prontos, e agora tudo o que eu tinha a fazer era tirá-los do forno quando terminassem de assar.

Um ponto para mim.

Então, enquanto me ocupava com o frango frito e em amassar as batatas, pensei em tudo o que aconteceu hoje.

Minha bela casa não existia mais. Em seu lugar havia agora uma concha do que era antes.

Mas então consegui sorrir quando me lembrei que Foster já tinha cuidado dessa parte.

Ela estaria de volta ao seu antigo eu em algum momento.


CAPÍTULO 14


Sinto muito pelas coisas que disse quando você me acordou. Da próxima vez apenas me traga café e corra. Rápido.

-Sinceramente, uma pessoa não matinal.


Blake


"Bem, esse foi o jantar mais estranho de todos os tempos. Você acha que seus amigos notaram algo de errado?" Perguntei a Foster, caindo de frente em sua cama e batendo meu rosto em um travesseiro.

Foster seguiu-me para o quarto, parando no fim da cama e disse: "Não.”

Seus dedos começaram a soltar meu tênis, desamarrando-os quando eu teria apenas chutado, e depois colocando-os no chão.

Meus shorts foram a próxima coisa a sair, e de repente todo o sono que estava sentindo foi embora em um piscar de olhos. Em seu lugar surgiram pensamentos quentes e sensuais do homem atualmente puxando minha calcinha sobre a minha bunda.

Ele parou quando ela estava no meio das minhas coxas, e beijou cada bochecha da minha bunda antes de morder levemente.

Pulei, pressionando meus quadris na cama enquanto olhava para ele por cima do meu ombro.

"O que," eu disse, virando.

Então seus olhos, que estavam no meu rosto, encontraram meu monte.

Corei.

Meu rosto estava em chamas.

Felizmente, eu tinha adquirido o hábito de estar totalmente raspada lá embaixo desde que deixei David.

Não sei por quê. Isso era algo que ele odiava que eu fizesse, agora eu a mantinha raspada por despeito.

Foster engoliu em seco, finalmente, afastando os olhos de minha buceta e olhando para mim.

"Eu não fiz sexo desde o meu acidente," admitiu ele, lambendo os lábios nervosamente. "Na verdade, já fazia quase quatro meses antes do meu acidente. Então tem sido... um tempo.”

Eu sorri, sentando-me.

Minhas mãos foram até o seu cinto, enganchando meus dedos no cós da calça jeans e puxando-o para perto de mim.

"Tire sua camisa," eu pedi. "Agora."

"Sim, senhora," ele concordou, arrancando a camisa de dentro de seu jeans, e puxando-a rapidamente com uma mão na parte de trás do colarinho.

Ele a jogou pelo quarto, apontando para a cômoda, mas não conseguindo alcançá-la.

Porém, conseguiu foi derrubar nossas bebidas que tínhamos pegado a caminho de casa.

Nenhum de nós se preocupou em limpar. Não importava.

Lidaremos com a bagunça. Mais tarde.

Retirei o cinto de suas calças, deixando-o na cama ao lado de meus quadris, antes de começar a soltar o botão.

Seus olhos observavam meus movimentos, reparando em tudo com sentidos afiados.

Ele permitiu-me fazer o que eu queria fazer, e eu estava grata.

Eu queria isso com tanta intensidade que doía.

Eu queria Foster desde o momento em que o vi no saguão da delegacia de polícia.

Lambi meus lábios enquanto puxava o zíper para baixo sobre sua ereção protuberante, parando antes que fosse longe demais.

"Preservativos," eu disse. "Acho que precisamos de alguns."

Ele suspirou, mas virou-se e foi para o banheiro, atirando-me um olhar por cima do ombro.

Mordi meus lábios ao ver as calças penduradas tão baixas em seus quadris que eu podia ver o topo da sua bunda bem definida.

Ele voltou momentos depois com um punhado de preservativos na mão, jogando sobre a cama ao lado de seu cinto.

Ele colocou um joelho na cama aos meus pés, e parou, esperando o próximo movimento.

Eu gostei que ele estivesse se entregando a mim.

Pelo menos dessa vez.

Eu suspeitava que ele não seria tão complacente no futuro.

Minhas mãos trêmulas e suadas foram para o cós da sua cueca boxer preta e a baixaram.

A primeira coisa que vi foi que ele tinha uma tatuagem.

Isso me fez congelar enquanto eu lia as palavras.

"Isso... isso quer dizer o que eu acho que diz?" Perguntei, a gargalhada querendo brotar em minha garganta.

Olhando para ele em confirmação, não consegui segurar a risada que explodiu em mim, e um sorrido tímido surgiu no rosto dele.

"Meus irmãos são uns idiotas," ele falou. "Fiquei bêbado e então eles me levaram para o estúdio de tatuagem mais próximo onde consegui isso."

Eu tenho um pequeno pênis foi tatuado em negrito com letras garrafais logo acima da base de seu pênis.

E o ditado não poderia estar mais longe da verdade.

O que eu o deixei saber no momento em que vi seu pênis de perto e intimamente.

Ele era enorme.

Maior do que qualquer outro que eu já tinha visto que, presumidamente, não era muitos, mas ele também era maior que meu vibrador roxo de 20 centímetros que comprei depois do meu divórcio.

Facilmente.

"Oh, meu," falei, colocando minha mão pequena em seu pau duro.

Era grosso. Tão grosso que minhas mãos mal podiam caber em torno dele.

Também era suave. A pele parecia seda enrolada em um vigoroso poste de aço.

Seu pênis era lindo.

Nunca tinha pensado em outro formato além da aparência de torneiras antes, mas o de Foster era apenas isso.

Longo, grosso, com uma cabeça em forma de cogumelo mais escura.

Veias saltavam ao longo de seu eixo, e uma outra longa e grossa corria do lado de baixo.

Ela até pulsava com a batida do seu coração.

"Jesus," ele sibilou quando minhas mãos o apertaram firmemente.

Eu sorri para ele quando inclinei-me para frente, apertando a cabeça para ordenhar uma gota branca pérola de pré sêmen.

Ele rosnou e seus dedos se enterraram em meus cabelos, sem interferir em meus movimentos. Era como se ele procurasse alguma coisa para se apoiar.

Passei a ponta da minha língua em torno da ponta, circulando a cabeça bulbosa com a parte da frente e a de trás antes de seguir para baixo em seu eixo.

"Vou gozar em sua boca," sussurrou, de repente, se afastando de mim.

Fiz beicinho para ele.

"Eu nem tinha conseguido um bom gosto ainda," provoquei.

Ele torceu o nariz para mim.

"Tudo bem," ele murmurou, avançando novamente. "É a sua vez agora."

Ele me perseguiu.

Enquanto se movia para frente, fui para trás, colocando mais espaço entre nós.

Fiz isso com um sorriso no rosto, no entanto, o deixando saber que eu estava jogando, e não com medo.

"Tem certeza de que quer jogar dessa maneira?" Ele perguntou cuidadosamente.

Pisquei, e então me levantei e fiquei de joelhos antes de me virar de costas para ele.

Lentamente, retirei minha blusa do corpo, revelando minhas costas nuas para o seu olhar.

E me curvei na altura dos quadris, balançando minha bunda para ele.

"Bem, garotão. Você me disse que tinha grandes planos, mas ainda não o vi colocando-os em ação," provoquei.

Então ele se inclinou para frente, agarrou meus quadris e me puxou de volta até que eu estava na beira da cama.

"Desta vez," ele murmurou contra a pele das minhas costas. "Vou deixá-la jogar seus jogos. Mas você arruinou o meu controle."

Então ouvi a embalagem do preservativo rasgando e olhei por cima do ombro a tempo de vê-lo colocar o látex sobre seu pênis impressionante.

Lambi meus lábios antes de me abaixar e deixar todo o meu peso nos meus ombros.

Minhas mãos esticaram para frente, agarrando o travesseiro no topo da cama.

Sua palma áspera alisou minhas costas, começando no topo da minha espinha, e descendo até embaixo, vindo a descansar um pouco acima do topo da minha bunda.

E, como em um sonho, ele levantou a mão e deu um tapa na minha bunda.

Eu ofeguei, afastando-me ligeiramente dele, mas suas mãos foram mais rápidas.

Elas agarraram minha cintura e me puxaram de volta para a posição.

"Opss," ele brincou.

Mordi o lábio tentando segurar um gemido de antecipação que estava pronto a estourar livremente.

Então ele alinhou a cabeça de seu pau grosso com a minha entrada e, lentamente, começou a afundá-lo em mim.

Eu me senti completa.

Na verdade, eu me sentia completa antes que ele chegasse até a metade.

Então, quando chegou a três quartos do caminho, eu já estava gozando.

Ele congelou, deixando o espasmo pulsante da minha buceta apertar e afrouxar ao redor dele por longos momentos antes que começasse a afundar lentamente o resto do caminho.

Eu estava ofegante quando ele colocou todo o seu comprimento dentro de mim. Tão cheia que eu mal conseguia puxar uma respiração completa.

Eu juro que podia senti-lo no meu umbigo.

Mas isso era impossível... certo?

Ele no entanto, não me deu muito mais tempo para pensar sobre isso.

Ele começou a puxar totalmente e afundar novamente, fazendo isso lentamente.

"Sinto como se estivesse no céu agora, e eu não estou nem mesmo nu dentro de você. Jesus, este preservativo é a única coisa que me impede de gozar cedo demais," ele sussurrou com os dentes cerrados.

Eu não poderia responder-lhe. Estava muito focada em mim e em como me sentia bem.

"Sim! Deus, sim Foster," eu gritei, jogando a cabeça para trás em delírio.

"Sim, Foster. Sim!" Boris ecoou da sala de estar, fazendo-nos congelar.

Eu com a cabeça jogada para trás, e Foster com seu pau meio dentro, meio fora da minha buceta.

"Não pare," implorei a ele.

Ele começou a avançar lentamente de novo, empurrando em mim devagar no início, antes que pegasse a velocidade de volta.

Logo meus gemidos estavam de volta, acima da média, e Foster retomou o seu ritmo.

Meus olhos estavam fechados, e eu estava muito ocupada focando no modo que a cabeça do pênis enorme esfregava aquele ponto dentro de mim que me fazia querer gritar em êxtase para pensar em qualquer outra coisa.

Suas mãos seguravam meus quadris quando ele começou a empurrar mais rápido. Mais forte.

Suas bolas começaram a bater contra mim, atingindo meu clitóris com cada impulso de seus quadris, causando o orgasmo que pensei que não chegaria mas que surgia em uma velocidade vertiginosa.

Lambi meus lábios quando comecei a empurrá-lo de volta, buscando meu clitóris entre as minhas pernas e o pressionando com meu dedo, trabalhando-o em movimentos lentos e circulares.

Em seguida, seus dedos começaram a esfregar meu períneo, e eu explodi.

Literalmente explodi.

Eu vi estrelas quando minha buceta apertou com força sobre o intruso dentro de mim.

Ele gemeu quando ele, também, começou a gozar.

"Vá, Foster! Mais forte, Foster!" Boris cantava.

Seu pênis empurrando dentro de mim, enquanto ele entrava e saía em golpes lentos e curtos.

Minha buceta ainda estava pulsando enquanto trabalhava seu pau habilmente, atingindo o lugar certo que prolongou meu orgasmo um pouco mais.

Mas, tão repentinamente quanto veio, me deixou.

Ofegante e suando.

"Esse pássaro..." Foster falou desmoronado ao meu lado.

Seu pênis estava apontando para o teto, e sua libertação recolhida na ponta do preservativo.

Ele não parecia preocupado, no entanto.

Então, eu também não disse nada.

"O pássaro é estranho," eu disse finalmente.

Ele bufou. "Você pode dizer isso de novo."

"Explode a dinamite!" Boris cantava.

Filho da puta.

CAPÍTULO 15


Um verdadeiro melhor amigo faz sua família questionar sua sexualidade.

-Fato da vida


FOSTER


"Pelo menos você não perdeu seu pênis no acidente, também," Blake disse, brincando.

Olhei para ela e a encarei.

Ela riu e sentou-se antes de começar a retirar minhas calças.

"É mais fácil se você tirar a lâmina primeiro," disse a ela.

Então ela fez.

Ela realmente tinha prestado atenção no outro dia na hora do encaixe. Observou, aprendeu e compreendeu tudo o que foi dito e feito.

"Como você toma banho?" Ela perguntou. "Com ela ligada ou desligada?"

Apontei para um par de muletas no canto. "Desligada. E uso as muletas."

Ela começou a remover a prótese, e antes que eu percebesse, estava nu diante dela.

"Você sabe," disse ela, traçando a cicatriz ao longo da minha perna. "Ela não é tão pequena quanto pensei que seria. Você a exercita como você faz com a outra perna?"

Acenei com a cabeça. "Sim. Se você não usá-la, você a perde, como meu terapeuta diz."

Ela assentiu e levantou-se da cama. "Então... que tal um sanduíche? Depois eu quero jogar um pote."

Pisquei. "Por que você quer jogar um pote? É algo que você normalmente faz depois de fazer um sanduíche?"

Ela sorriu. "Não. Não é nada do que você está pensando."

Vinte minutos depois, assisti em êxtase quando Blake 'jogou um pote’, enquanto colocava minha perna de volta na prótese.

No entanto, isso não era realmente 'jogar' um pote. Era fazer um.

"Está tudo nas mãos." Ela demonstrou, colocando toda a parte superior do corpo para dar forma ao quadrado de barro.

Ela mergulhou as mãos na água e voltou para ele, alisando cada vez mais até que transformou o quadrado de argila em uma... coisa.

Meus olhos permaneceram colados à roda e a argila, enquanto giravam.

Era do tamanho de uma lata grande de café, e enquanto eu observava, ela mergulhou seu polegar na parte de cima, cavando um buraco.

"Tudo bem," disse ela. "Puxe uma cadeira e venha sentar-se atrás de mim. Você pode fazer a partir daqui."

Fiz o que ela pediu, colocando a cadeira da cozinha diretamente atrás de seu banco e inclinei-me para a frente.

"Mergulhe as mãos na água e, em seguida, coloque-as diretamente em cima das minhas," ela explicou.

Eu fiz.

A argila estava surpreendentemente fria sob minhas mãos.

Ela também parecia incrivelmente estranha, mas ao mesmo tempo muito legal fria.

"É exatamente como aquela cena em Ghost," eu disse, rindo.

Ela bufou. "Exceto que estamos muito bagunçados, e de maneira nenhuma vou fazer sexo com você com toda essa lama em cima de mim."

Inclinei-me para frente e mordi o pescoço dela, fazendo-a saltar, deixando a tigela torta.

"Porra, isso estava muito bom," fiz uma careta.

Ela fez algo com os dedos, puxando o pote um pouco para fora, reparando-o quase imediatamente. "Pronto. Consertado."

Soltei minhas mãos das dela enquanto ela aprofundava o pote, espantado em como ela o fez ficar tão alto.

"Nunca pensei que você poderia fazer algo assim com suas mãos," falei pensativo, deixando minha barba raspar contra a pele suave de seu ombro.

Ela estremeceu.

"É preciso prática," disse ela sem fôlego. "Confie em mim, não fiquei boa assim da noite para o dia."

"Não, não acho que você ficou. Mas você tem talento, realmente. Não vi desses potes em sua casa, contudo. O que você fez com a cerâmica pronta?" Perguntei a ela, desenhando na lama cobrindo seu braço.

Ela riu. "Na casa dos meus pais. Bem, em sua garagem, em particular. Tenho uma prateleira inteira completamente cheia com a minha cerâmica. Levei-os para lá depois que terminei com David, e nunca trouxe de volta para a minha casa."

"Fale-me sobre ele," pedi suavemente.

Ela encolheu os ombros, o corpo ficando tenso.

"Ele arruinou a minha vida. Deu-me esperança e, depois me tirou tudo," ela sussurrou, tirando as mãos do pote e ficando de pé.

O que colocou sua bunda no meu rosto.

Não que eu estivesse reclamando.

Ela estava vestindo apenas uma camiseta e calcinha.

O que significava que não havia nada impedindo minha visão, porque a camiseta parou logo acima do seu traseiro.

Sua calcinha também era bonitinha.

Lacinhos rosa decorando os lados, e rendas alinhando nas bordas.

Eram aquelas atrevidas que deixam metade das bochechas expostas, o que inevitavelmente chamou a minha atenção.

Minhas mãos seguraram sua bunda, ignorando completamente o fato de que eu estava lambuzando de argila suas pernas e o bumbum.

"Ei!" Ela retrucou. "Pare com isso."

Eu não consegui me conter.

Realmente não consegui.

"Quanto tempo mais você vai jogar com esse pote?" Perguntei, meu pau de repente impressionantemente duro.

Ela riu.

"Mais alguns minutos, seu menino sujo... então você pode me ter", ela riu, curvando-se para que ela pudesse atingir toda a parte de dentro do pote. "Só não se mova e me assuste. Esta é a parte mais difícil."

Fiz o que me pediu, as mãos segurando suas coxas enquanto esperava que ela terminasse.

O tempo todo, porém, eu sabia que estávamos prestes a ficar sujos.

Eu lhe daria os minutos que levaria para terminar. Mas, uma vez que terminasse, penso que certamente estaríamos no chão, junto com os respingos de barro.

E eu estava certo.

***

Eu nunca tinha dormido na mesma cama com uma mulher.

Não por uma noite inteira, de qualquer maneira.

Eu não era o tipo de cara que faz isso.

Eu não perdi tempo fodendo por aí.

Quando eu estava com uma mulher, eu me divertia rapidamente, e então partia com a mesma rapidez.

Com Blake, porém, encontrei-me animado para fazer todas essas coisas que tinha anteriormente me recusado a fazer com outras mulheres.

Eu sabia no minuto que abri meus olhos que Blake estava debaixo de mim.

Parcialmente, de qualquer maneira.

Minha mão estava cobrindo um peito, e minha boca estava descansando perto do topo de sua cabeça, compartilhando seu travesseiro.

Meu outro braço estava esticado debaixo de nós dois, e estava apenas à beira do insuportável.

Meu braço estava dormente e parecia estar assim há algum tempo, se a sensação de formigamento fosse algum indicação.

Relutantemente, me virei, retirando meu braço o mais cuidadosamente que pude. Embora não tenha sido tão cuidadoso, já que ele estava dormente.

Eu a acordei.

Ela também se virou, dando-me as costas.

"Gosto de ser a colher grande," ela disse suavemente.

Tão suavemente que eu não tinha certeza se ela estava acordada ou não.

"Você está acordada?" Perguntei a ela.

"Mm-hmm. Há alguns minutos. Preciso fazer xixi e não quero me levantar."

Apenas balancei a cabeça, enterrando meu rosto no travesseiro.

"Você sabe onde é o banheiro," eu disse, fechando os olhos quando a exaustão me alcançou.

Ela saiu da cama com uma risadinha, fazendo pouco barulho.

Tão pouco, na verdade, que eu estava quase dormindo de novo quando ela voltou.

E enfiou seus pés frios do caralho diretamente nas minhas coxas.

"Droga," eu resmunguei e rolei, imobilizando-a na cama. "Você está morta."

Seus olhos se arregalaram, e os meus braços se moveram até que minhas mãos estavam no local perfeito, e ataquei.

"Ahhhh!" Blake gritou, rindo e se contorcendo para fugir de mim.

No entanto, eu estava firme.

Montei em sua cintura, a mantendo praticamente imóvel enquanto fazia cócegas em suas costelas.

Ela riu e se debateu, ofegando buscando o ar enquanto gritava: "Pare!"

"O que você me daria se eu parasse?" Perguntei.

Ela falou através de suas risadas. "Qualquer coisa."

"Qualquer coisa?" Perguntei, transformando as cócegas em beliscões, concentrando-os em seus mamilos.

Ela ofegou, seus quadris empurrando para cima enquanto dizia, "Por favor."

Eu sorri e segurei seus quadris.

Sua camisa tinha levantado até logo abaixo dos seios, e foi aí que notei que ela não estava usando calcinha.

"Sem calcinha, sua garota safada?" Perguntei.

Ela corou. "Eu não gosto de usá-las. Elas entram na minha bunda quando durmo."

Eu bufei e me abaixei, respirando profundamente, sentindo o cheiro que vinha sua vagina.

"Cheira a café da manhã," eu falei, pouco antes de inclinar-me e lamber a costura de seu sexo.

Ela raspou todos os pelos lá embaixo, tornando a experiência muito diferente do habitual.... As outras não eram assim.

De todas as mulheres com quem estive, Blake foi a primeira a se depilar completamente.

E descobri que gostei.

Muito.

Gemendo, ela abriu completamente as pernas enquanto dizia, "Café da manhã dos campeões."

Enquanto ela se movia, os lábios de seu sexo se espalharam, revelando todos os pedaços pequenos e atraentes de si mesma e eu mal podia esperar para me enterrar profundamente.

Inclinei-me para baixo, passando minha barba pelo interior de suas pernas por um momento antes de chupar seu pequeno clitóris para dentro da minha boca.

"Mmmm," rosnei quando seu gosto explodiu em minha língua.

Mel doce penetrou meu paladar enquanto eu corria minha língua em círculos em torno de seu clitóris antes de ir para baixo, mergulhando dentro de sua buceta.

As mãos dela tentaram agarrar meu cabelo, mas eu as agarrei antes que ela pudesse tocá-lo, forçando-as para a cama enquanto me movia, empurrando suas pernas com os meus ombros.

"Segure suas pernas," Eu exigi, soltando os braços.

Ela fez o que pedi, como a boa garota que era, e puxou as pernas para trás até que tocavam suas costelas.

Meus dedos, agora livres, começaram a trabalhar até que os da minha mão esquerda tocaram sua abertura, abrindo-a completamente.

E outros entraram na sua buceta, dois dedos de espessura.

Os dedos da mão direita passearam no seu cu, provocando aquela contração atraente em resposta.

Quando ela não se afastou, fiz de novo, fazendo-a gemer e mover para baixo, permitindo que meus dedos enterrassem mais profundamente dentro dela.

Sabendo que exploraria essa opção mais tarde, retirei os dedos e a boca, e subi para o seu corpo.

Meu pau repousou contra os lábios de sua buceta superaquecida e comecei a torturá-la, correndo a ponta pelo seu sexo quando me abaixei e tomei sua boca.

Ela gemeu e colocou os braços em volta dos meus ombros, movendo-se junto comigo.

Cada vez que meu pau batia em seu clitóris, ela pulava, fazendo com que seus mamilos salientes raspassem deliciosamente sobre o meu peito.

Erguendo-me, agarrei seus joelhos e os empurrei juntos, criando um túnel improvisado com os lábios de seu sexo e suas coxas.

Meus movimentos tornaram-se mais rápidos quando a pressão se tornou extrema.

Sua vagina estava praticamente jorrando, cobrindo-me com sua excitação a cada impulso.

Seus olhos estavam vidrados, enquanto observava eu me mexendo.

Estendendo a mão, empurrei sua camiseta por cima dos seus seios e belisquei seus mamilos, fazendo com que ela saltasse e seus quadris me escalassem.

O que, por sua vez, fez o meu pau entrar em algo completamente diferente do que o túnel que eu tinha criado com suas pernas e os lábios de sua buceta.

E deixe-me dizer uma coisa, isto foi cinquenta mil vezes melhor.

As paredes de sua vagina rodearam meu pau como se ela tivesse sido feita para se encaixar em mim.

Eu nunca, em toda a minha vida, estive dentro de alguém completamente nu.

E agora, com Blake, parecia apenas... certo.

Seus olhos estavam atordoados quando comecei a me mover dentro dela, tão surpresa quanto eu.

"Você é fodidamente perfeita," eu grunhi, movendo-me mais rápido.

Minhas bolas começaram a bater em sua bunda, e finalmente perdi o controle.

Todos os meus sentidos estavam sobrecarregados quando comecei a bater dentro dela.

"Oh, Deus," ela disse, levantando as mãos para brincar com seus mamilos, dedilhando e beliscando. "Mais forte."

Segurando as pernas dela pela parte de trás dos joelhos, empurrei até que eu tinha o controle perfeito de sua vagina. Dando-lhe exatamente o que ela queria.

O novo ângulo deve ter me permitido bater em algum lugar dentro dela que realmente funcionava, porque não se passaram nem dez segundos e ela começou a gozar.

"Foda-se!" Ela gritou, arqueando de volta, da melhor maneira que pôde.

"Oh, Deus, sim, Foster!" Boris gritou.

Eu o ignorei.

Principalmente porque suas paredes começaram a pulsar, fazendo com que meus olhos rolassem de prazer.

Rasgando-me de seu núcleo suculento abruptamente, eu comecei a gozar no momento em que meu pau encontrou o ar fresco.

O jato quente saltou da ponta do meu pau, jorrando para todos os lados, em seus seios nus, em seguida, no seu umbigo antes que eu pudesse controlar meu pau o suficiente para empurrá-lo novamente dentro da sua vagina nua.

"Maldita seja," eu gemi, resmungando depois de gozar. "Você tem uma buceta vodu que me faz agir de maneira estúpida."

Ela riu, levando um dedo e passando na minha liberação enfeitando seu estômago, antes de leva-lo até sua boca o chupando.

"Foda-se."

Ela piscou para a minha declaração. "Eu já fiz."

 

 

 


C  O  N  T  I  N  U  A