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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


CINQUENTA TONS DE CINZA - P.2 / E. L. James
CINQUENTA TONS DE CINZA - P.2 / E. L. James

                                                                                                                                                   

                                                                                                                                                  

 

 

Biblioteca Virtual do Poeta Sem Limites

 

 

CINQUENTA TONS DE CINZA

Segunda Parte

 

Minha respiração muda de rasa a apressada, cheia de expectativa. Seus dedos estão em meu zíper. Dolorosamente lento, mais uma vez ele desce, enquanto seus lábios se movimentam, lambendo, beijando e chupando ao seu modo, através de meu outro ombro. Ele é tão provocadoramente bom nisso. Meu corpo ressoa e eu começo a torcer languidamente sob o seu toque.

— Você. Ainda. Está. Aprendendo. Como. Manter. — ele sussurrou, beijando-me ao redor minha nuca, entre cada palavra.

Ele puxa a presilha no pescoço, e o vestido cai formando uma piscina em meus pés.

— Nenhum sutiã, Senhorita Steele. Eu gosto disso.

Suas mãos alcançam meus seios, segurando-os como concha e meus mamilos enrugam ao seu toque.

— Erga seus braços e os coloque ao redor minha cabeça, — ele murmura contra meu pescoço.

Eu imediatamente obedeço e na subida, meus seios empurram contra as suas mãos, meus mamilos endureceram mais ainda. Meus dedos tecem em seu cabelo, muito suavemente eu acaricio seu cabelo suave, sensual. Eu rolo minha cabeça para um lado para dar a ele acesso mais fácil ao meu pescoço.

— Mmm… — ele murmura naquele espaço atrás de minha orelha, enquanto ele começa a estender meus mamilos com seus dedos longos, espelhando minhas mãos em seu cabelo.

Eu gemo como a sensação registra afiada e clara em minha virilha.

— Eu devo fazer você gozar desta maneira? — Ele sussurra.

Eu arqueio minhas costas para forçar meus seios em suas peritas mãos.

— Você gosta disto, não é, Senhorita Steele?

— Mmm…

— Diga-me. — Ele continua a lenta tortura sensual, puxando suavemente.

— Sim.

— Sim, o que.

— Sim… Senhor.

— Boa menina. — Ele me belisca duro, e meu corpo convulsiona contra sua frente.

Eu ofego no primoroso, agudo, prazer/dor. Eu o sinto contra mim. Eu gemo e minhas mãos apertam mais, puxando seu cabelo mais duro.

— Eu não penso que você está pronta para gozar ainda, — ele sussurra, acalmando as suas mãos, ele suavemente morde meu lóbulo da orelha e puxa-o. — Além disso, você me desagradou.

Oh… não, o que isto quererá dizer? Meu cérebro registra através da névoa de desejo necessitado à medida que eu gemo.

— Então talvez eu não deixe você gozar afinal. — Ele retorna a atenção de seus dedos para meus mamilos, puxando, torcendo, amassando. Eu empurrei duro o meu traseiro contra ele… movendo de um lado para o outro.

Eu sinto seu sorriso contra meu pescoço, enquanto movimenta as mãos até meus quadris. Ele engancha os dedos em minha calcinha por trás, estirando-as, ele empurra os polegares através do material, rasgando-a e jogando-a na minha frente para que eu possa ver… caramba. Suas mãos se movem, descendo para o meu sexo… e por detrás, ele lentamente insere o seu dedo.

— Oh, sim. Minha doce menina, você está pronta, — ele respira, enquanto me gira totalmente, de modo que eu fique de frente para ele. Sua respiração acelerou. Ele põe o dedo na sua boca. —Você tem um sabor tão bom, Senhorita Steele. — Ele suspira. — Dispa-me, — ele suavemente comanda, olhando fixamente para mim, com olhos semicerrados.

Tudo que eu estou vestindo são os meus sapatos, bem, os sapatos de salto alto de Kate. Eu estou surpreendida. Eu nunca despi um homem.

— Você pode fazer isto, — ele suavemente me bajula.

Oh meu Deus. Eu rapidamente pisco. Por onde começar? Eu agarro sua camiseta e ele agarra minhas mãos e agita sua cabeça, sorrindo astutamente em mim.

— Oh não. — Ele agita sua cabeça, sorrindo. — Não a camiseta, você pode precisar dela para tocar-me como eu planejei. — Seus olhos estão vivos com a excitação.

Oh… isto é novidade… eu posso tocar nas roupas. Ele pega uma de minhas mãos e a coloca contra sua ereção.

— Este é o efeito que você está causando em mim, Senhorita Steele.

Eu ofego e flexiono meus dedos ao redor de sua circunferência e ele sorri.

— Eu quero estar dentro de você. Tire a minha calça jeans. Você está no comando.

Caramba… estou no comando. Estou de boca aberta.

— O que você vai fazer comigo? — Ele provoca.

Oh as possibilidades… minha deusa ruge, de algum lugar, nascida da frustração, da necessidade. A coragem de Steele aparece, eu o empurro para a cama. Ele ri enquanto cai, eu olho para ele parecendo vitoriosa. Minha deusa vai explodir. Eu arranco seus sapatos, depressa, desajeitadamente e suas meias. Ele está olhando fixamente para mim, seus olhos brilhando de diversão e desejo. Ele parece… gloriosamente… meu. Eu rastejo para cima da cama e me sento montada nele para retirar a sua calça jeans, corro meus dedos debaixo do cós, sentindo o cabelo em seu caminho para a felicidade. Ele fecha seus olhos e empurra os seus quadris.

— Você terá que aprender a se manter quieto, — eu lhe repreendo e eu acaricio os pelos debaixo da sua cintura.

Ele puxa a respiração e sorri para mim.

— Sim, Senhorita Steele, — ele murmura com os olhos queimando e brilhando. —Em meu bolso, tem preservativo, — ele respira.

Eu procuro em seu bolso lentamente, olhando o seu rosto, enquanto sinto ao redor. Sua boca está aberta. Eu pego duas embalagens de preservativo e as coloco ao lado de seus quadris. Dois! Meus dedos ansiosos alcançam o botão de seu cós e o abrem, apalpando um pouco. Eu estou mais que excitada.

— Tão ávida, Senhorita Steele, — ele murmura, sua voz está atada com humor. Eu arrasto o zíper para baixo e agora eu estou enfrentado o problema de remover suas calças… hmm. Eu embaralho abaixo e puxo. O movimento é difícil. Eu franzo a testa. Como isto pode ser tão difícil?

— Eu não posso me manter quieto se você vai morder seu lábio, — ele adverte, então, ele arqueia sua pélvis para cima, fora da cama, assim eu posso arrastar sua calça para baixo e sua cueca ao mesmo tempo, whoa…

Livrando-se. Ele chuta suas roupas para o chão.

Santo Deus, ele é todo meu para tocar é como se fosse Natal.

— Agora o que você vai fazer? — Ele respira, com todo um rastro de humor nisso.

Eu alargo a mão e o acaricio, assistindo sua expressão à medida que eu faço. Sua boca está aberta em formato de “O”, enquanto ele respira forte. Sua pele é tão lisa e suave… e duro… hmm, que combinação deliciosa. Eu me debruço para frente, meu cabelo caindo ao redor de mim e ele está em minha boca. Eu o chupo, duro. Ele fecha seus olhos, sacudindo os seus quadris embaixo de mim.

— Puxa, Ana, continue, — ele geme.

Eu me sinto tão poderosa, é um sentimento tão arrojado, provocando e provando-o com minha boca e língua. Ele está tenso embaixo de mim, enquanto eu deslizo a minha boca nele, empurrando para a parte de trás de minha garganta, meus lábios apertando… de novo e novamente.

— Pare, Ana, pare. Eu não quero gozar.

Eu me sento em cima, piscando para ele, eu estou arquejando, assim como ele, mas confusa. Eu estava no comando, não é? Minha deusa interior parece com alguém que perdeu seu sorvete.

— Sua inocência e entusiasmo são muito cativantes, — ele ofega. — Você, em cima… é isso que nós precisamos fazer.

Oh.

— Aqui, coloque isto. — Ele me dá um pacote de preservativo.

Caramba. Como? Eu rasgo o pacote e abro, o preservativo de borracha é todo pegajoso em meus dedos.

— Aperte o topo e então abra isto. Você não quer qualquer ar no fim daquela ventosa, — ele fala meio que sem ar.

E muito lentamente, muito concentrada, eu faço como fui ensinada.

— Cristo, você é a morte para mim, Anastásia, — ele geme.

Eu admiro meu trabalho manual e ele. Ele realmente é um espécime boa de homem, olhar para ele é muito, muito excitante.

— Agora. Eu quero ser enterrado dentro de você, — ele murmura. Eu olho para ele assustada e ele senta-se, de repente, então nós estamos cara a cara.

— Assim, — ele respirou e ele serpenteou uma mão ao redor dos meus quadris, erguendo-me ligeiramente, com a outra ele se posicionou embaixo de mim e muito lentamente, facilitou-se dentro de mim.

Eu gemo conforme ele me estira e entra em mim, enchendo-me, minha boca se abre diante da surpresa doce, sublime, agonizante, o sentimento mais completo. Oh… por favor.

— Está certo, querida, sinta-me, sinta-me todo, — ele rosna e brevemente fecha seus olhos.

Ele está dentro de mim, embainhado até o talo, ele me segura no lugar, por segundos... minutos… eu não tenho nenhuma ideia, olhando fixamente, atentamente em meus olhos.

— Fundo deste jeito, — ele murmura. Ele flexiona e roda seus quadris, no mesmo movimento, eu gemo… oh meu deus – a sensação irradia ao longo de minha barriga… em todos os lugares. Porra!

— Novamente, — eu sussurro. Ele sorri um sorriso preguiçoso e repete.

Gemendo, eu jogo minha cabeça para trás, meu cabelo que cai em minhas costas e muito lentamente, ele afunda de volta para a cama.

— Você move, Anastásia, para cima e para baixo, como você quiser. Tome minhas mãos, — ele respira, sua voz está rouca , baixa e tão sensual.

Eu aperto suas mãos, como minha vida dependesse disso. Suavemente eu empurro-o e volto para baixo, oh meu Deus. Seus olhos estão queimando com antecipação selvagem. Sua respiração está entrecortada, combinando com a minha, ele ergue sua pélvis à medida que eu desço, saltando-me de volta para cima. Nós aumentamos o ritmo… para cima, para baixo, acima, abaixo… repetidas vezes… e parece tão… bom. Entre meu ofegar, a penetração é profunda e transbordante… A sensação ardente que me atravessa inteira e cresce através de mim, olho dentro dos seus olhos, e nossos olhos se encontram… e eu vejo admiração em seus olhos, admiração para mim.

Eu estou fodendo-o. Eu estou no comando. Ele é meu, eu sou sua. O pensamento me empurra, pesado como concreto, acima da borda e eu chego ao clímax ao redor dele… gritando incoerentemente.

Ele agarra meus quadris, fechando seus olhos, inclinado à cabeça para trás, sua mandíbula apertada, ele goza em silencio. Eu desmorono em seu peito, subjugada, em algum lugar, entre fantasia e realidade, um lugar onde não existe nenhum limite, duro ou suave.

        

Lentamente o mundo exterior invadiu os meus sentidos, e oh meu deus, que invasão. Eu estou flutuando, meus membros estão suaves e lânguidos, totalmente gastos. Eu estou deitada em cima dele, minha cabeça está em seu tórax e ele cheira divinamente: linho fresco, lavado e algum caro sabonete corporal, e o melhor perfume, mais sedutor do planeta... Christian. Eu não quero me mover, eu quero respirar este elixir pela eternidade. Eu me aninho, desejando que não tivesse a barreira de sua camiseta. E, quando a razão e o bom senso retornam ao resto de meu corpo, eu estico minha mão sobre o seu tórax. Esta é a primeira vez que eu o toquei aqui. Ele é firme… forte. Sua mão mergulha para cima e agarra a minha, mas ele suaviza o gesto puxando-a para sua boca e docemente beijando meus dedos.

Ele rola sobre mim e me olha.

— Não faça, — ele murmura e então me beija ligeiramente.

— Por que você não gosta de ser tocado? — Eu sussurro, olhando fixamente para seus olhos cinza suaves.

— Porque estou muito fodido, Anastásia. Tenho muito mais sombras que luz. Tenho Cinquentas sombras ruins!

Oh… sua honestidade me desarma completamente. Eu pisco para ele.

— Eu tive uma introdução muito dura na vida. Não quero carregar você com os detalhes. Só não faça. — Ele roçou seu nariz contra o meu, e então ele retira-se de mim e se senta.

— Acredito que já tivemos o básico. Como foi?

Ele parece completamente contente consigo mesmo e soa muito prosaico, ao mesmo tempo, ele está como se só tivesse marcado uma nova caixa de seleção em uma lista de verificação. Eu ainda estou sofrendo com o comentário sobre a sua dura introdução de vida. É tão frustrante e eu estou desesperada para saber mais. Mas ele não dirá nada para mim. Eu viro minha cabeça para um lado, como ele faz, e faço um esforço enorme para sorrir para ele.

— Se você acha que conseguiu me iludir que você me outorgou o controle, bem, você não levou em conta minhas boas notas. — Eu sorrio timidamente para ele. —Mas obrigada pela ilusão.

— Senhorita Steele, você não é só um rosto bonito. Você teve seis orgasmos até agora e todos eles pertencem a mim, — ele ostenta, brincalhão novamente.

Eu ruborizo e pisco ao mesmo tempo, enquanto ele olha fixamente para mim. Ele está fazendo uma contagem! Suas sobrancelhas apertaram.

— Você tem algo para me dizer? — Sua voz, de repente, era dura.

Eu faço uma careta. Droga.

— Eu tive um sonho esta manhã.

— Oh? — Ele olhou para mim.

Dupla droga. Eu estou em apuros?

— Eu gozei no meu sonho.— Eu lanço meu braço acima de meus olhos. Ele não diz nada. Eu o espio por debaixo de meu braço, e ele parece divertido.

— Em seu sonho?

— Despertou-me.

— Eu estou certo que fez. Com o que você estava sonhando?

Droga.

— Você.

— O que eu estava fazendo?

Eu lanço meu braço acima de meus olhos novamente. E como uma criança pequena, eu brevemente entretenho o pensado de que se eu não posso vê-lo, então ele não pode me ver.

— Anastásia, o que eu estava fazendo? Eu não perguntarei a você novamente.

— Você estava usando um chicote de montaria.

Ele moveu o meu braço.

— Realmente?

— Sim. — Eu estou vermelha.

— Existe esperança para você ainda, — ele murmura. — Eu tenho vários chicotes de montaria.

— Couro trançado marrom?

Ele ri.

— Não, mas eu estou certo que eu podia conseguir um. — Seus olhos cinza brilham de excitação.

Inclinando, ele me dá um breve beijo, então ele levanta e agarra as sua cueca, oh não… ele está indo. Eu olho rapidamente para o relógio, são apenas nove e quarenta. Eu saio da cama também e pego minha calça de moletom e um camiseta, então me sento de volta na cama, cruzo as pernas e fico assistindo-o. Eu não quero que ele vá. O que eu posso fazer?

— Quando é seu período? — Ele interrompe meus pensamentos.

O que!

— Eu odeio usar estas coisas, — ele murmura. Ele levanta o preservativo do chão, então desliza em sua calça jeans.

— Bem? — Ele inicia quando eu não respondo, ele olha para mim esperançosamente como se ele estivesse esperando por minha opinião sobre o tempo. Caramba… isto é coisa pessoal.

— Semana que vem. — Eu olho fixamente para minhas mãos.

— Você precisa fazer algum tipo de contracepção.

Ele é tão mandão. Eu olho fixamente para ele, inexpressivamente. Ele se senta de volta na cama, enquanto ele coloca suas meias e sapatos.

— Você tem um médico?

Eu agito minha cabeça. Nós voltamos para contratos e aquisições, outra mudança de humor do Christian de 180 graus.

Ele faz uma carranca.

— Eu posso pedir ao meu médico para vê-la em seu apartamento, domingo de manhã antes de você vir me ver. Ou ele pode ver você em minha casa. O que você prefere?

Sem pressão, sei. Apenas outra coisa que ele está pagando… mas, realmente, isto é para seu benefício.

— Em sua casa. — Com isso, estou garantido vê-lo no domingo.

— Certo. Eu informarei a hora.

— Você está partindo?

Não vá… fique comigo, por favor.

— Sim.

Por que?

— Como você voltará? — Eu sussurro.

— Taylor me levantará.

— Eu posso dirigir para você. Eu tenho um adorável carro novo.

Ele olha para mim, com uma expressão morna.

— Isto é mais para ele. Eu acho que você bebeu demais.

— Você me fez ficar alegre de propósito?

— Sim.

— Por quê?

— Porque você acha excesso em tudo, e você é reticente como o seu padrasto. Uma gota de vinho em você e você começa a falar, e eu preciso que você se comunique honestamente comigo. Caso contrário, você se cala, eu não tenho nenhuma ideia do que você está pensando. In vino veritas[1], Anastásia.

— E você pensa que é sempre honesto comigo?

— Eu me empenho para ser. — Ele olha para mim cautelosamente. — Isto só funcionará se nós formos honestos um com o outro.

— Eu gostaria que você ficasse e usasse isto. — Eu levanto o segundo preservativo.

Ele sorri e seus olhos brilharam com humor.

— Anastásia, eu cruzei tantas linhas aqui, esta noite. Eu tenho que ir. Eu verei você no domingo. Eu terei o contrato revisado e pronto para você, então nós podemos realmente começar a jogar.

— Jogar? — Caramba. Meu coração pulou em minha boca.

— Eu gostaria de fazer uma cena com você. Mas eu não vou, até que você assine, então eu sei que você estará pronta.

— Oh. Então eu poderia esticar isto, se eu não assinar?

Ele me olha, avaliando-me, então, seus lábios se contorcem em um sorriso.

— Bem, eu suponho que você poderia, mas eu posso rachar sob tensão.

— Rachar? Como? — Minha deusa interior despertou e está prestando atenção.

Ele movimenta a cabeça devagar, e então ele sorri, brincando.

— Podia ficar realmente feio.

Seu sorriso é infeccioso.

— Feio, como?

— Oh você sabe, explosões, perseguições de carro, sequestro, encarceramento.

— Você me sequestraria?

— Oh sim, — ele sorriu.

— Seguraria-me contra minha vontade? Puxa, isto é quente.

— Oh sim, — ele movimenta a cabeça. — E então nós estamos falando TPT 24/7.

— Perdi-me, — eu respiro, meu coração dispara… ele está falando sério?

—Troca do Poder Total – o tempo todo. — Seus olhos estão brilhando, e eu posso sentir sua excitação de onde eu estou sentada.

         Caramba.

— Então você não tem nenhuma escolha, — ele diz sarcasticamente.

— Claramente. — Eu não posso manter o sarcasmo fora de minha voz então eu olho para cima, meus olhos alcançando o céu.

— Oh, Anastásia Steele, você acabou de desviar seus olhos dos meus?

Caramba.

— Não, — eu grito.

— Eu penso que você fez. O que eu disse que faria com você se desviasse seus olhos de mim novamente?

Merda. Ele se senta na extremidade da cama.

— Venha aqui, — ele diz suavemente.

Eu empalideço. Puxa… ele está falando sério. Eu me sento olhando fixamente para ele completamente imóvel.

— Eu não assinei, — eu sussurro.

— Eu disse a você o que faria. Eu sou um homem de palavra. Eu vou espancar você e então vou foder você muito rápido e muito duro. Parece que nós precisaremos do preservativo afinal.

Sua voz está tão suave, ameaçadora, e é condenadamente quente. Minhas entranhas praticamente contorcem com o potente, necessitado, líquido, desejo. Ele olha para mim, esperando, com os olhos brilhando. Timidamente, eu descruzo as minhas pernas. Devo correr? Isto é, nosso relacionamento está em jogo, aqui, agora. Eu deixo que ele faça isto ou eu digo não, e então como será? Porque eu sei que vai ser mais se eu disser não. Faça isto! Minha deusa discuti comigo, meu subconsciente está tão paralisado como eu estou. — Eu estou esperando, — ele diz. — Eu não sou um homem paciente.

Oh pelo o amor de tudo que é santo. Eu estou ofegante, com medo, ligada. O sangue disparando dentro de meu corpo, minhas pernas estão como geleia. Lentamente, eu me arrasto para ele, até chegar ao seu lado.

— Boa menina, — ele murmura. — Agora levante-se.

Oh merda… ele só não pode simplesmente acabar com isso? Eu não estou certa se eu posso permanecer. Hesitante, eu levanto. Ele estende a sua mão e eu coloco o preservativo em sua palma. De repente ele me agarra, me inclinando sobre o seu colo. Com um movimento suave, ele ajeita o seu corpo, de modo que, o meu torso está descansando na cama ao lado dele. Ele joga a perna direita sobre as minhas duas e bota o seu antebraço esquerdo na parte de baixo das minhas costas, segurando-me para baixo, assim eu não posso me mover. Oh foda. — Ponha suas mãos, as duas, em ambos os lados de sua cabeça, — ele ordena.

Eu imediatamente obedeço.

— Por que eu estou fazendo isto, Anastásia? — Ele pergunta.

— Porque desviei meu olhar do seu, — eu posso apenas falar.

— Você pensa que isto é cortês?

— Não.

— Você fará isto novamente?

— Não.

— Eu espancarei você toda vez que você fizer isto, você entendeu?

Muito lentamente, ele retira a minha calça de moletom. Oh, como isto é humilhante, humilhante, assustador e quente. Ele está fazendo uma refeição disto. Meu coração está na boca. Eu mal posso respirar. Merda, será que vai doer?

Ele coloca sua mão em minha bunda nua, suavemente me afagando, acariciando ao redor, com sua palma plana. E então sua mão não está mais lá… e ele me bate, forte. Ow! Meus olhos se abrem em resposta à dor, eu tento sair dali, mas sua mão entre minhas omoplatas me mantém para baixo. Ele me acaricia novamente onde ele me bateu, sua respiração mudou, está mais alta, mais dura. Ele me bate novamente, rapidamente em sucessão.

Puta merda, isso dói. Eu não faço nenhum som, meu rosto paralisou com a dor. Eu tento me contorcer para fugir dos golpes, estimulada pela adrenalina subindo e correndo pelo meu corpo.

— Fique quieta, — ele rosna. — Ou eu espancarei você por mais tempo.

Ele está me esfregando agora, vem o golpe seguinte. Surge um padrão rítmico, acariciar, acariciar, bater duro. Eu tenho que me concentrar para lidar com esta dor. Meu mente se esvazia, enquanto me esforço para absorver a sensação cansativa. Ele não me bate no mesmo lugar duas vezes sucessivas, ele está espalhando a dor.

— Aargh! — Eu reclamo na décima palmada, sem perceber eu estava contando mentalmente as palmadas.

— Eu estou apenas esquentando.

Ele me bate novamente, então ele me acaricia suavemente. A combinação do duro golpe pungente e sua carícia suave é muito entorpecedora. Ele me bate novamente… isto está ficando mais duro de aguentar.

Meu rosto dói, estou muito contraída. Ele me acaricia gentilmente e então vem o golpe. Eu grito novamente.

— Ninguém pode ouvir você, querida, só eu.

E ele me bate novamente. Em algum lugar bem no fundo, eu quero implorar para ele parar. Mas eu não o faço. Eu não quero dar a ele a satisfação. Ele continua no ritmo inflexível. Eu gritei mais seis vezes. Dezoito golpes no total. Meu corpo está cantando, cantando de seu impiedoso assalto.

— Já chega, — ele fala com voz rouca. — Bem feito, Anastásia. Agora eu vou foder você. Ele acaricia meu traseiro suavemente, que queima com os golpes que ele me deu, então ele vai acariciando ao redor e descendo. De repente, ele insere dois dedos dentro de mim, deixando-me completamente surpresa. Eu suspiro, este novo ataque rompe a dormência ao redor do meu cérebro.

— Sinta isto. Veja quanto seu corpo gosta disto, Anastásia. Você vai ficar molhada só para mim.

Existe temor em sua voz. Ele move seus dedos, dentro e fora em sucessão rápida.

Eu gemo, não seguramente não, e então seus dedos se foram… e eu sou deixada querendo.

— Da próxima vez, eu vou fazer você contar. Agora onde está o preservativo?

Ele alcança o preservativo e gentilmente me ergue, empurrando-me de rosto sobre a cama. Eu ouço o som de seu zíper e o rasgar do invólucro. Ele arranca a minha calça de moletom fora e então me guia em uma posição de joelhos, gentilmente acariciando meu agora muito dolorido traseiro.

— Eu vou tomar você agora. Você pode gozar, — ele murmura.

O que? Como se eu tivesse uma escolha.

E ele está dentro de mim, me enchendo rapidamente, eu gemo alto. Ele se move, batendo em mim, um ritmo rápido e intenso contra meu dolorido traseiro. O sentimento está além de requintado, bruto e degradante, é de explodir a mente. Meus sentidos estão devastados, desconectados, apenas me concentrando no que ele está fazendo para mim. Como ele está fazendo-me sentir, essa força familiar no fundo da minha barriga, apertando, acelerando. NÃO… e meu corpo traidor explode em um intenso orgasmo, estremecendo.

— Oh, Ana! — Ele grita em voz alta enquanto ele encontra a sua liberação, segurando-me no lugar, ele derrama-se em mim. Ele cai, ofegante ao meu lado e ele me puxa em cima dele e enterra seu rosto em meu cabelo, segurando-me apertado.

— Oh, querida, — ele respira. — Bem-vinda ao meu mundo.

Ficamos deitados ali, ofegantes, juntos, esperando que nossa respiração diminuía a velocidade. Ele suavemente acaricia o meu cabelo. Eu estou em seu peito novamente. Mas desta vez, eu não tenho forças para erguer minha mão e senti-lo. Rapaz… eu sobrevivi. Isso não era tão ruim. Eu sou mais estoica do que pensava. Minha deusa interior está prostrada… bem pelo menos ela está quieta. Christian fuça meu cabelo novamente, inalando profundamente.

— Bem feito, querida — ele sussurra, com uma alegria calma em sua voz. Suas palavras enrolam ao redor de mim, como uma toalha fofa e suave do Hotel Heathman, eu estou tão contente que ele tenha sentido tanto prazer.

Ele pega na alça da minha camisola.

— É com isto que você dorme? — Ele pergunta suavemente.

— Sim, — eu respiro com sono.

— Você devia estar em sedas e cetins, você é uma menina bonita. Eu farei compras para você.

— Eu gosto de meu moletom, — eu murmuro, tentando e falhando, soar irritada.

Ele beija minha cabeça novamente.

— Nós veremos, — ele diz.

Nós ficamos por mais alguns minutos, horas, quem sabe, eu acho que eu cochilei.

— Eu tenho que ir, — ele diz, se inclinando ele beija minha testa suavemente. —Você está bem? — Sua voz é suave.

Eu penso sobre sua pergunta. Meu traseiro está dolorido. Bem, ardendo agora, e incrivelmente eu me sinto, fora a exaustão, radiante. A realização é humilhante, inesperada. Não estou entendendo. Puta merda.

— Eu estou bem, — eu sussurro. Eu não quero dizer mais que isto.

Ele levanta.

— Onde é seu banheiro?

— Ao longo do corredor à esquerda.

Ele pega o outro preservativo e sai do quarto. Eu levanto rigidamente e coloco minha calça de moletom. Ela irrita um pouco contra o meu sofrido traseiro. Eu estou tão confusa com a minha reação. Eu me lembro dele dizendo, não me lembro quando, que eu me sentiria muito melhor depois de uma boa surra. Como que pode ser isso? Eu realmente não entendo. Mas, estranhamente, eu estou. Eu não posso dizer que eu apreciei a experiência, de fato, eu ainda percorreria um caminho longo para evitar isto, mas agora… eu me sinto segura, estranha, banhada em fosforescência, saciada. Eu ponho minha cabeça em minhas mãos. Eu só não entendo.

Christian retorna ao quarto. Eu não posso olhá-lo nos olhos. Eu olho fixamente para minhas mãos.

— Eu achei um pouco de óleo de bebê. Deixe-me esfregar isto em seu traseiro.

O que?

— Não. Eu estou bem.

— Anastásia, — ele adverte e eu quero desviar meus olhos, mas depressa paro. Eu fico de frente para a cama. Sentando ao meu lado, ele puxa delicadamente a minha calça de moletom para baixo novamente. De cima a baixo como gavetas de puta, meu subconsciente comenta amargamente. Na minha cabeça, eu digo a ela para onde ir.

Christian espirra óleo de bebê em sua mão e então esfrega no meu traseiro com cuidadosa ternura - De removedor de maquilagem para bálsamo de traseiro espancado, quem teria pensado que era um líquido tão versátil.

— Eu gosto de por minhas mãos em você, — ele murmura, e eu tenho que concordar, eu também.

— Pronto, — ele diz quando termina e ele puxa minhas calças novamente.

Eu olho para o meu relógio. É dez e trinta.

— Eu estou saindo agora.

— Eu verei você sair. — Eu ainda não posso olhar para ele.

Tomando minha mão, ele me leva para a porta da frente. Felizmente, Kate ainda não está casa. Ela deve ainda estar jantando com seus pais e Ethan. Eu estou realmente contente por ela não estar ao redor e ouvir meu castigo.

— Você não tem que chamar o Taylor? — Eu pergunto, evitando o contato visual.

— Taylor está aqui desde as nove. Olhe para mim, — ele respira.

Eu me esforço para encontrar os seus olhos, mas quando eu faço, ele está olhando para em mim com admiração.

— Você não chorou, — ele murmura, então me agarra de repente e me beija fervorosamente. — Domingo, — ele sussurra contra meu lábios, e isso é ambas, uma promessa e uma ameaça.

Eu assisto ele caminhar pela calçada e subir no grande Audi preto. Ele não olha para trás. Eu fecho a porta e estou impotente na sala de estar de um apartamento que eu devo morar apenas outras duas noites. Um lugar que vivi feliz por quase quatro anos… ainda hoje, pela primeira vez, eu me sinto só e desconfortável aqui, infeliz com minha própria companhia. O quão me distancie do que sou? Eu sei que, debaixo de meu exterior entorpecido, está um poço de lágrimas. O que eu estou fazendo? A ironia é que eu não posso nem me sentar e desfrutar de um bom choro. Eu terei que permanecer em pé. Eu sei que é tarde, mas decido ligar para minha mãe.

— Meu doce, como você está? Como foi a graduação? — Ela se entusiasma no telefone. Sua voz é um bálsamo calmante.

— Desculpe por ligar tão tarde, — eu sussurro.

Ela pausa.

— Ana? O que está errado? — Ela é toda seriedade agora.

— Nada, Mãe, eu só queria ouvir sua voz.

Ela fica muda por um momento.

— Ana, o que é? Por favor, me diga. — Sua voz é suave e reconfortante, eu sei que ela se importa. Não convidadas, as minhas lágrimas começam a fluir. Eu chorei muito frequentemente nos últimos dias.

— Por favor, Ana — ela diz, sua angústia reflete a minha.

— Oh, Mãe, é um homem.

— O que ele fez para você? — Seu alarme é palpável.

— Não é assim. — Embora ele seja… Oh merda. Eu não a quero preocupar. Eu só quero outra pessoa para ser forte por mim, no momento.

— Ana, por favor, você está me preocupando.

Eu tomo uma grande respiração.

— Eu estou um tanto quanto apaixonada por este sujeito, ele é tão diferente de mim, eu não sei se nós devíamos ficar juntos.

— Oh, querida. Eu gostaria de estar aí com você. Eu sinto tanto por faltar a sua graduação. Você apaixonou-se por alguém, finalmente. Oh, docinho, homens, eles são tão enganadores. Eles são uma espécie diferente, querida. Quanto tempo você o conhece?

Christian é definitivamente uma espécie diferente… planeta diferente.

— Oh, quase três semanas eu acho.

— Ana, querida, isto não é nada mesmo. Como você pode conhecer alguém nesse período de tempo? Basta ter calma com ele e o mantê-lo no comprimento de um braço até que você decida se ele é digno de você.

Uau… é irritante quando minha mãe é tão perspicaz, mas infelizmente o conselho chega tarde.

Ele me merece? Este é um conceito interessante. Eu sempre me pergunto se eu sou merecedora dele.

— Querida, você soa tão infeliz. Volte para casa, venha nos visitar. Eu sinto saudade de você, querida. Bob adoraria ver você também. Você pode ter alguma distância e talvez alguma perspectiva. Você precisa de um tempo. Você tem trabalhado tão duro.

Oh menino, isto era tentador. Fugir para a Geórgia. Pegar algum raio de sol, alguns coquetéis.

O bom humor da minha mãe… seus braços amorosos.

— Eu tenho duas entrevistas de trabalho em Seattle na segunda-feira.

— Oh, isto é uma notícia maravilhosa.

A porta abre e Kate aparece, sorrindo para mim. Seu rosto cai quando ela vê que eu tinha chorado.

— Mãe, eu tenho que ir. Eu pensarei sobre uma visita. Obrigada.

— Querida, por favor, não deixe um homem entrar debaixo de sua pele. Você é extremamente jovem. Vá e se divirta.

— Sim, Mãe, amo você.

— Oh, Ana, eu amo você também, tanto. Fique segura, querida. — Eu desligo e enfrento Kate que olha para mim.

— Aquele obscenamente rico fudido chateou você novamente?

— Não… tipo de… err… sim.

— Mande-o passear, Ana. Desde que o conheceu você está muito transtornada. Eu nunca a vi assim antes.  

O mundo de Katherine Kavanagh é muito claro, muito preto e branco. Não os intangíveis, misteriosos, tons vagos de meu mundo cinza. Bem-vinda ao meu mundo.

— Se sente, deixe de conversa. Vamos beber algum vinho. Oh, você tomou champanhe. — Ela espiou a garrafa. — De boa marca também.

Eu sorrio ineficaz, olhando apreensivamente para o sofá. Eu abordo isto com precaução.

Hmm… sentando.

— Você está bem?

— Eu caí sobre meu traseiro.

Ela não pode questionar minha explicação, porque eu sou uma das mais descoordenadas pessoas no Estado de Washington. Eu nunca pensei que eu veria isso como uma bênção. Eu cuidadosamente sento-me, agradavelmente surpreendida por eu estar bem, volto a minha atenção para Kate, mas minha mente é puxada de volta para Heathman. –Bem, se fosse minha, depois do que fez ontem, não se sentaria durante uma semana. — Ele disse isto então. Mas naquele momento eu não pensava em mais nada, a não ser, ser dele. Todos os sinais de advertência estavam lá, eu só fui muito ignorante e demasiado apaixonada para notar.

Kate volta da sala de estar com uma garrafa de vinho tinto e lavou as xícaras.

— E lá vamos nós. — Ela me dá uma xícara de vinho. O sabor não é tão bom quanto o Bolly.

— Ana, se ele for um idiota com assuntos de compromisso, dispense-o. Embora eu realmente não entenda seus problemas de compromisso. Ele não conseguia tirar os olhos de você na marquise, olhava para você como um falcão. Eu diria que ele está completamente apaixonado, mas talvez ele tenha um modo engraçado de mostrar a isto.

Completamente apaixonado? Christian? Que forma curiosa de demonstra-lo? Eu diria.

— Kate, isso é complicado. Como foi sua noite? — Eu pergunto.

Eu não posso conversar sobre isto com Kate sem ser esclarecedora demais, mas uma pergunta sobre o seu dia e Kate esquece isto. É tão reconfortante se sentar e escutar sua conversa normal. A notícia quente é que Ethan pode vir morar conosco após as suas férias. Isso será divertido, Ethan é uma piada. Eu franzo a testa. Eu não acho que Christian aprovará. Bem… difícil. Ele só terá que absorver isto. Eu tomo umas xícaras de vinho e decido ligá-lo agora a noite. Foi um dia muito longo. Kate me abraça e então pega o telefone para ligar para Elliot.

Eu verifico o computador depois de escovar meus dentes. Tem um e-mail de Christian.

 

De: Christian Grey

Assunto: Você

Data: 26 de maio 2011 23:14

Para: Anastásia Steele

 

Querida Senhorita Steele

Você é simplesmente excelente. A mulher mais bela, inteligente, espirituosa e corajosa que eu já conheci. Tome um pouco de Advil[2], isto não é um pedido. E não dirija seu Fusca novamente. Eu saberei.

 

Christian Grey

CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

Oh, eu não posso dirigir meu carro novamente! Então, eu digito minha resposta.

 

         De: Anastásia Steele

         Assunto: Lisonja

         Data: 26 de maio 2011 23:20

         Para: Christian Grey

        

Querido Sr. Grey

 

Galanteios não levará você a lugar nenhuma, mas desde que você tem estado em todos os lugares, o ponto é discutível.

Eu precisarei dirigir meu Fusca para uma garagem para que eu possa vendê-lo, por isso não vou aceitar graciosamente qualquer um dos seus disparates sobre isso. O vinho tinto é sempre mais preferível que Advil.

        

Ana

PS: A surra é um limite DURO para mim.

 

         Eu teclo e envio.

 

De: Christian Grey

Assunto: As mulheres frustrantes que não podem receber elogios

Data: 26 de maio 2011 23:26

Para: Anastásia Steele

 

Querida Srta. Steele

        

Eu não estou lisonjeando você. Você devia ir para a cama.

Eu aceito sua adição para os limites duros.

Não beba demais.

Taylor dará fim a seu carro e conseguirá um bom preço por ele também.

 

Christian Grey

         CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc

 

De: Anastásia Steele

Assunto: Taylor – ele é o homem certo para o trabalho?

Data: 26 de maio 2011 23:40

Para: Christian Grey

 

Querido Senhor

 

Intrigada-me que você prefere deixar seu braço direito dirigir meu carro, mas não a mulher você fode ocasionalmente. Como vou saber que Taylor conseguirá o melhor preço para o meu carro? Eu, no passado, provavelmente antes de encontrar você, soube conduzir um negócio e arrumar uma pechincha por ele.

        

Ana

 

De: Christian Grey

Assunto: Cuidadoso!

Data: 26 de maio 2011 23:44

Para: Anastásia Steele

        

Querida Srta. Steele

 

Estou certo que o VINHO TINTO a fez falar dessa maneira, e que você teve um dia muito longo.

Entretanto, estou tentado em voltar até ai e me assegurar que você não se sente por uma semana, em vez de uma noite.

Taylor é ex-soldado e capaz de dirigir qualquer coisa de uma motocicleta até um Tanque Sherman.

Seu carro não apresenta um perigo para ele.

Agora, por favor, não se refira a você mesma como ‘uma mulher que eu fodo ocasionalmente' porque, francamente, me ENFURECE, e te asseguro que você realmente não gostaria de me ver zangado.

 

Christian Grey

CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

De: Anastásia Steele

Assunto: Cuidadoso você mesmo

Data: 26 de maio 2011 23:57

Para: Christian Grey

 

Querido Sr. Grey

        

Eu não estou certa se eu gosto de você, especialmente neste momento.

        

Srta. Steele

 

De: Christian Grey

Assunto: Cuidadoso você mesmo

Data: 27 de maio 2011 00:03

Para: Anastásia Steele

 

Por que você não gosta de mim?

        

Christian Grey

CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

De: Anastásia Steele

Assunto: Cuidadoso você mesmo

Data: 27 de maio 2011 00:09

Para: Christian Grey

 

Porque você nunca fica comigo.

 

Bem, isso vai dar a ele algo para pensar. Eu fechei o computador com indiferença, e rastejo para a minha cama. Eu desligo a minha luz lateral e olho fixo para o teto. Foi um longo dia, um arranco sentimental depois do outro. Foi emocionante passar algum tempo com Ray. Ele parecia bem, estranhamente ele aprovou Christian. Droga, Kate e sua boca gigantesca. Ouvindo Christian falar sobre ter passado fome. Que diabos foi isso tudo? Deus, e o carro. Eu nem sequer disse a Kate sobre o novo carro. No que Christian estava pensando?

E então hoje à noite, ele realmente me bateu. Eu nunca apanhei em minha vida. No que eu me meti? Muito lentamente, minhas lágrimas, interrompidas pela chegada de Kate, começam a deslizar para baixo, pelos lados de meu rosto e em meus ouvidos. Eu apaixonei-me por alguém que é tão emocionalmente desligado, só vou me machucar, no fundo eu sei disto, alguém que por sua própria admissão é completamente fudido. Por que ele é tão fodido? Deve ser horrível ser tão afetado como ele é, e o pensamento de que ele foi uma criança que sofreu alguma crueldade insuportável, me chorar mais. Talvez, se ele fosse mais normal, ele não gostaria de você, meu subconsciente contribui depreciativamente para meus devaneios… e no fundo do meu coração, eu sei que isto é verdade. Agarro-me ao meu travesseiro e as comportas se abriram… e pela primeira vez em anos, eu estou soluçando incontrolavelmente em meu travesseiro.

Estou distraída momentaneamente, na escuridão da minha alma, quando ouço Kate gritando.

— Que porra você acha que você está fazendo aqui?

— Que, pois não pode!

— Que merda você fez para ela agora?

— Desde que ela te conheceu ela chora o tempo todo.

— Você não pode entrar aqui!

Christian entra repentinamente em meu quarto e sem a menor cerimônia liga a luz de cima, fazendo-me piscar.

— Jesus, Ana, — ele murmurou. Ele desliga novamente e está ao meu lado em um momento.

— O que você está fazendo aqui? — Eu ofego entre soluços. Merda. Eu não consigo parar de chorar.

Ele liga a luz lateral, me fazendo piscar novamente. Kate chega e permanece na entrada.

— Você quer que eu expulse este idiota? — Ela pergunta, irradiando uma termo-nuclear hostilidade. Christian levanta as sobrancelhas para ela, sem dúvida, surpreendido por seu lisonjeiro epíteto e seu antagonismo feroz. Sacudo minha cabeça, e ela rola seus olhos para mim. Oh… eu não faria isso perto do Sr. G.

— É só gritar se você precisar de mim, — ela disse mais suavemente. — Grey, as suas cartas estão marcadas, — ela sussurra para ele. Ele acena para ela, e ela se vira e puxa a porta, mas não a fecha.

Christian olha para mim, sua expressão é um tumulo, seu rosto está pálido. Ele está vestindo seu casaco listrado, e do bolso, ele tira um lenço e o entrega para mim. Eu acho que ainda tenho um outro seu em algum lugar.

— O que está acontecendo? — Ele pergunta calmamente.

— Por que você está aqui? — Eu pergunto, ignorando sua pergunta. Minhas lágrimas milagrosamente cessaram, mas eu estou com náuseas.

— Parte de meu papel é para cuidar de suas necessidades. Você disse que queria que eu ficasse, então aqui estou. Eu ainda acho que você gosta disto. — Ele pisca para mim, verdadeiramente perplexo. — Tenho certeza de que sou responsável, mas eu não tenho nenhuma ideia do por que. Será que é porque eu bati em você?

Eu me puxo para cima, estremecendo por meu traseiro dolorido. Eu me sento e o enfrento.

— Você tomou um pouco de Advil?

Sacudo a cabeça. Ele estreita seus olhos e deixa o quarto. Eu o ouço conversando com Kate, mas não o que estão dizendo. Ele volta alguns momentos mais tarde com pílulas e uma xícara da água.

— Tome estes, — ele ordena suavemente enquanto se senta em minha cama, ao meu lado.

Eu faço como ele disse.

— Converse comigo, — ele sussurra. — Você me disse que estava bem. Eu nunca teria deixado você se eu pensasse que você estava assim.

Eu olho fixamente para minhas mãos. O que posso dizer que eu já não disse? Eu quero mais. Eu quero que ele fique porque ele quer ficar comigo, não porque eu sou uma bagunça chorona, e eu não quero que ele me bata, isto é tão irracional?

— Creio que quando você disse que estava bem, você não estava.

Eu corei.

— Eu pensei que estava bem.

— Anastásia, você não pode me dizer o que você pensa que eu quero ouvir. Isto não é muito honrado, — Ele me adverte. — Como posso confiar em qualquer coisa que você me disse?

Eu olhei para ele, e ele franziu a testa, com um olhar sombrio em seu rosto. Ele passou ambas as mãos por seu cabelo.

— Como você se sentiu enquanto eu estava batendo em você e depois?

— Eu não gostei disto. Eu prefiro que você não faça isto novamente.

— Isto não foi para você gostar.

— Por que você gosta disto? — Eu olho fixamente nele.

Minha pergunta o surpreende.

— Você realmente quer saber?

— Oh, confie em mim, eu estou fascinada.— E eu não posso manter o sarcasmo fora de minha voz.

Ele aperta seus olhos novamente.

— Cuidado, — ele adverte.

Eu empalideço.

— Você vai me bater novamente? — Eu desafio.

— Não, não hoje à noite.

Ufa... Meu subconsciente e eu, ambos, demos um suspiro mudo de alívio.

— Então, — eu inicio.

— Eu gosto do que o controle me traz, Anastásia. Eu quero que você se comporte de um modo particular, e se você não fizer isso, eu devo puni-la, e você aprenderá a se comportar da maneira que eu desejar. Eu aprecio castigar você. Eu quis espancar você desde que você me perguntou se eu era gay.

Eu corei com a lembrança. Droga, eu quis espancar a mim mesma depois daquela pergunta. Então Katherine Kavanagh é responsável por tudo isso, e se ela fosse para aquela entrevista e fizesse a pergunta sobre ele ser gay, ela estaria sentando aqui com o traseiro dolorido. Eu não gosto desse pensamento. Como isso é confuso?

— Então você não gosta do modo que eu sou.

Ele olha fixamente para mim, perplexo novamente.

— Eu acho que você é adorável do modo que você é.

— Então por que você está tentando me mudar?

— Eu não quero mudar você. Gostaria de ser cortês e seguir o conjunto de regras que eu dei a você e não me desafiar. Simples, — ele diz.

— Mas você quer me punir?

— Sim eu quero.

— Isso é o que eu não entendo.

Ele suspira e passa as mãos pelos cabelos novamente.

— É do jeito que eu sou feito, Anastásia. Eu preciso controlar você. Eu preciso que você se comporte de um certo modo, e se você não o fizer, gosto de ver sua bonita pele rosa de alabastro se aquecendo sob de minhas mãos. Excita-me.

Caramba. Agora nós estamos chegando a algum lugar.

— Então, não é a dor que você está me fazendo passar?

Ele engole em seco.

— Um pouco, para ver se você pode suportar isso, mas isto não é toda a razão. É o fato de que você é minha para fazer o que eu achar melhor, o controle total sobre outra pessoa. Isso me excita. Muitíssimo, Anastásia. Olhe, eu não estou me explicando muito bem… eu nunca tive que fazer isso antes. Eu não tinha realmente pensado sobre nisso em qualquer grande profundidade. Eu sempre estive com pessoas da mesma opinião, — ele encolheu os ombros se desculpando. — E você ainda não respondeu minha pergunta, como você se sentiu depois?

— Confusa.

— Você estava sexualmente excitada por isto, Anastásia, — ele fecha seus olhos brevemente, e quando ele abre e olha para mim, eles estão queimando brasas esfumaçadas.

Sua expressão puxa aquela parte escura de mim, enterrada nas profundezas de minha barriga, minha libido, acordou e domada por ele, mas até agora, insaciável.

— Não me olhe desse jeito, — ele murmura.

Eu franzi a testa. Droga o que eu fiz agora?

— Eu não tenho nenhum preservativo, Anastásia, e você sabe, você está chateada. Ao contrário do que sua companheira de quarto acredita, eu não sou um monstro degenerado. Então, você se sentiu confusa?

Eu encolho sob o seu olhar intenso.

— Você não tem nenhum problema em ser honesta comigo. Seus e-mails sempre dizem exatamente como você se sente. Por que você não pode fazer isso em uma conversa? Eu intimido tanto você?

Eu escolho em um ponto imaginário azul na colcha creme da minha mãe.

— Você me seduz, Christian. Subjuga-me completamente. Eu me sinto como Ícaro voando muito perto do Sol, — eu sussurro.

Ele suspira.

— Bem, eu penso que você vai da maneira errada por aí, — ele sussurra.

— O que?

— Oh, Anastásia, você me enfeitiçou. Não é óbvio?

Não, não para mim. Feiticeira… minha deusa está olhando de boca aberta. Até ela não acredita nisto.

— Você ainda não respondeu minha pergunta. Escreva para mim um e-mail, por favor. Mas agora, eu realmente gostaria de dormir. Eu posso ficar?

— Você quer ficar? — Eu não posso esconder a esperança em minha voz.

— Você me queria aqui.

— Você não respondeu minha pergunta.

— Vou escrever um e-mail para você, — ele murmurou com petulância.

Levantando, ele esvazia seus bolsos da calça jeans, BlackBerry, chaves, carteira e dinheiro. Caramba, os homens levam um monte de porcaria em seus bolsos. Ele retira seu relógio, sapatos, meias e a calça jeans, coloca sua jaqueta sobre a minha cadeira. Ele caminha em volta e para o outro lado da cama e desliza dentro.

— Deite-se, — ele ordena.

Eu deslizo devagar para debaixo das coberturas, estremecendo ligeiramente, olhando fixamente para ele. Caramba… ele está ficando. Eu acho que eu estou entorpecida com o choque exultante. Ele se debruça em um cotovelo e olha para mim.

— Se você vai chorar. Chore na minha frente. Eu preciso saber.

— Você quer me fazer chorar?

— Particularmente, não. Eu só quero saber como você está se sentindo. Eu não quero que você escorregue por entre meus dedos. Desligue a luz. Está tarde, e nós dois temos que trabalhar amanhã.

Então aqui… e ainda tão mandão, mas eu não posso reclamar, ele está em minha cama. Eu não entendo muito por que… talvez eu devesse chorar mais vezes na frente dele. Eu desligo a luz de cabeceira. — Deite-se de lado, de costas para mim, — ele murmura na escuridão.

Reviro os olhos no pleno conhecimento de que ele não pode me ver, mas eu faço como ele disse. Cautelosamente, ele passa por cima e coloca os braços ao redor de mim e me puxa para seu tórax… oh meu Deus.

— Durma, querida, — ele sussurra, e eu sinto seu nariz em meu cabelo, enquanto ele inala profundamente.

Puta merda. Christian Grey está dormindo comigo, e no conforto e consolo de seus braços, e eu caminho para um sono pacífico.

 

A chama da vela é demasiada quente. Ela treme e dança sobre a brisa morna, uma brisa que não traz nenhum alivio para o calor. Suave como asas de gaze elas batem de um lado para outro na escuridão, polvilhando escalas empoeiradas no círculo de luz. Eu estou lutando para resistir, mas estou atraída. E então é tão brilhante, eu estou voando muito perto do sol, deslumbrada pela luz, frita e derretendo do calor, cansada de meus empenhos para ficar no ar. Eu estou tão quente. O calor… é sufocante, insuportável. Ele me acorda.

Eu abro meus olhos e eu estou envolta em Christian Grey. Ele está embrulhado ao meu redor como uma bandeira da vitória. Ele está profundamente adormecido com sua cabeça em meu peito, seu braço sobre mim, segurando-me perto, uma de suas pernas está jogada e enganchada em torno das minhas. Ele está me sufocando com o calor de seu corpo, ele é pesado. Eu tomo um momento para absorver que ele está ainda em minha cama e dormindo, já tem luz lá fora, é de manhã. Ele passou a noite inteira comigo.

Meu braço direito está estendido, sem dúvida em busca de um lugar fresco, e como eu processo o fato que ele está ainda comigo, o pensamento ocorre que eu posso tocá-lo. Ele está adormecido. Timidamente, eu levanto a minha mão e corro as pontas de meus dedos sobre as suas costas. Profundo, em sua garganta, eu ouço um gemido fraco, angustiado e ele se mexe. Ele aninha em meu tórax, inalando profundamente enquanto ele desperta. Sonolento, piscando, os seus olhos cinza se encontram com os meus de baixo de seus cabelos despenteados.

— Bom dia, — ele murmura e franze a testa. — Jesus, até em meu sono eu estou atraído por você. — Ele se move devagar, descolou seus membros de mim enquanto ele se ajeita. Eu me tornei ciente de sua ereção contra meu quadril. Ele nota a minha reação em meus olhos, ele sorri um sorriso sensual e lento.

— Hmm… isso tem possibilidades, mas eu penso que nós deveremos esperar até domingo. — Ele se inclina e fuça minha orelha com seu nariz.

Eu ruborizo, entretanto eu sinto sete tons de escarlate do seu calor.

— Você é muito quente, — eu murmuro.

— Você não é tão ruim, — ele murmura e se aperta contra mim, sugestivamente.

Eu corei um pouco mais. Não foi isso que eu quis dizer. Ele se escora em cima em seu cotovelo e olha para mim, divertido. Ele inclina-se, e para minha surpresa, planta um beijo gentil em meus lábios.

— Dormiu bem? — Ele pergunta.

Eu concordo com a cabeça, olhando fixamente para ele, e eu percebo que eu dormi muito bem, exceto talvez pela última meia hora, quando eu estava com muito calor.

— Eu também. — Ele franze a testa. — Sim, muito bem. — Ele levanta suas sobrancelhas surpreso e confuso.

— Que horas são?

Eu olho para o meu relógio.

— É 7:30.

— 7:30… merda. — Ele saiu da cama e pegou a sua calça jeans.

Foi minha vez de olhar divertida, enquanto me sento. Christian Grey está atrasado e agitado. Isso é algo que eu nunca vi antes. Eu tardiamente percebo que meu traseiro não está mais dolorido.

— Você é uma péssima influência para mim. Eu tenho uma reunião. Eu tenho que ir, tenho que estar em Portland às oito. Você está sorrindo para mim?

— Sim.

Ele sorri.

— Eu estou atrasado. Eu não costumo me atrasar. Outra primeira vez, Senhorita Steele. — Ele puxa em seu casaco e em seguida se abaixa e agarra minha cabeça, com uma mão de cada lado.

— Domingo, — ele disse, e a palavra estava carregada com uma promessa não dita.

Minhas entranhas se contraem e então se descontraem em uma antecipação deliciosa. A sensação é esquisita. Que inferno, se minha cabeça estivesse à altura do meu corpo. Ele inclina-se e beija-me rapidamente. Ele pega as suas coisas na minha mesa de cabeceira e os sapatos, que ele não coloca.

— Taylor virá avaliar o seu Fusca. Eu estava falando sério. Não o dirija. Vejo você em minha casa no domingo. Vou enviar um e-mail para você mais tarde. — E como um vendaval, ele se foi.

Oh meu Deus, Christian Grey passou a noite comigo, e eu me sinto descansada. E não houve sexo, só carinho. Ele me disse que ele nunca dormiu com ninguém, mas ele é dormiu comigo três vezes.

Sorri e lentamente sai da minha cama. Eu me sinto mais otimista do que eu tenho pelo último dia ou assim. Dirijo-me à cozinha, precisando de uma xícara de chá.

Depois do café da manhã, tomo banho e me visto rapidamente para meu último dia em Clayton. É o fim de uma era, adeus para o Sr. & Sra. Clayton, WSU, Vancouver, o apartamento, meu Fusca. Olho para o relógio, é só 7:52. Eu tenho tempo.

 

De: Anastásia Steele

Assunto: Ataque e Espancamento: Os efeitos posteriores

Data: 27 de maio 2011 08:05

Para: Christian Grey

 

Querido Sr. Grey

 

Você queria saber por que eu me senti confusa depois que você, que eufemismo devemos aplicar, espancada, castigada, batida, atacada. Bem, durante todo o processo alarmante eu me senti humilhada, aviltada e abusada. E para minha grande mortificação, você está certo, eu estava excitada, o que foi inesperado. Como você bem sabe, todas as coisas sexuais são novas para mim, eu gostaria de ser mais experiente e, portanto, mais preparada. Fiquei chocada ao me sentir excitada.

O que realmente me preocupou foi como me senti depois. E isso é mais difícil de articular.

Fiquei feliz por que você estava feliz. Senti-me aliviada por não ser tão doloroso quanto eu pensei que seria. E quando eu estava deitada em seus braços, me senti saciada. Mas me sinto muito desconfortável, até culpada, me sentindo dessa forma. Não combina bem comigo, eu estou confusa como resultado. Isso responde a sua pergunta?

Espero que o mundo de Fusões e Aquisições seja tão estimulante como sempre… e que você não tenha se atrasado muito.

Obrigado por ficar comigo.

 

Ana

        

De: Christian Grey

Assunto: Livre Sua Mente

Data: 27 de maio 2011 08:24

Para: Anastásia Steele

 

Interessante… ligeiramente exagerada no titulo, Senhorita Steele.

Para responder aos seus pontos:

  • Eu vou continuar com as palmadas, assim como está.
  • Então você se sentiu humilhada, vil, abusada e agredida, você é muito Tess Durbeyfield. Creio que foi você quem decidiu pela degradação se bem me lembro. Você realmente sente assim ou você pensa que você deveria se sentir assim?

São duas coisas muito diferentes. Se é assim que você se sente, você acha que poderia tentar e abraçar estes sentimentos , lidar com eles, por mim? Isso é o que uma submissa faria.

  • Eu sou grato por sua inexperiência. Eu valorizo isso, e eu estou só começando a entender o que significa. Simplificando… isso significa que você é minha em todos os sentidos.
  • Sim, você ficou excitada, que por sua vez é muito excitante, não há nada de errado com isto.
  • Feliz nem sequer começa a definir o que senti. Alegria estática chega perto.
  • Surra de punição dói muito mais que surra sensual. De modo que, é quase tão difícil para quem dá quanto para quem recebe. A menos que, naturalmente, você cometa alguma transgressão grave, caso em que usarei alguns implementos para castigar você. Minha mão estava muito dolorida. Mas eu gosto disso.
  • Eu me senti muito saciado, muito mais do que você poderia saber.
  • Não desperdice sua energia em culpa, sentimentos de injustiça, etc. Nós somos adultos responsáveis e o que nós fazemos atrás de portas fechadas está entre nós mesmos. Você precisa liberar a sua mente e escutar o seu corpo.
  • O mundo de M&A não é quase tão estimulante quanto você é Senhorita Steele.

 

Christian Grey

CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

Caramba… minha em todos os sentidos. Minha respiração disparou.

 

De: Anastásia Steele

Assunto: Consentindo Adultos!

Data: 27 de maio 2011 08:26

Para: Christian Grey

 

Você não está em uma reunião?

Eu estou muito contente por sua mão estar dolorida.

E se eu escutasse o meu corpo, eu estaria no Alasca agora.

 

Ana

PS: Eu pensarei sobre abraçar estes sentimentos.

 

De: Christian Grey

Assunto: Você não chamou a policia

Data: 27 de maio 2011 08:35

         Para: Anastásia Steele

 

Senhorita Steele

         Eu estou em uma reunião discutindo mercados futuros, se você estiver realmente interessada.

Para o registro: você permaneceu ao meu lado sabendo o que eu iria fazer.

Você não fez, em qualquer momento me pediu para parar, você não usou qualquer uma das palavras seguras.

Você é uma adulta e você tem escolhas.

Francamente, eu estou ansioso pela próxima vez que minha mão esteja a tocando com dor.

Você, obviamente não está escutando a parte certa de seu corpo.

O Alasca é muito frio e sem nenhum lugar para correr. Eu acharia você.

Eu posso controlar o seu telefone celular, lembrar?

Vá trabalhar.

 

         Christian Grey

         CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

Eu franzi a testa para a tela. Ele está certo, claro. É minha escolha. Hmm. Ele está falando sério sobre me achar, eu devia decidir fugir durante algum tempo? Minha mente voou brevemente para a oferta da minha mãe. Eu bato resposta.

 

De: Anastásia Steele

Assunto: Espreitador

Data: 27 de maio 2011 08:36

Para: Christian Grey

 

Você buscou terapia para suas propensões de assediador?

 

Ana

        

De: Christian Grey

Assunto: Espreitador? Eu?

Data: 27 de maio 2011 08:38

Para: Anastásia Steele

 

Eu pago ao eminente Dr. Flynn uma pequena fortuna para que ele se ocupe de minhas tendência de assédio e de outras propensões.

Vá trabalhar.

 

Christian Grey

CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

De: Anastásia Steele

Assunto: Charlatões caros

Data: 27 de maio 2011 08:40

Para: Christian Grey

 

Eu posso humildemente sugerir que você busque uma segunda opinião?

Eu não estou certa que esse Dr. Flynn é muito efetivo.

 

Senhorita Steele

 

De: Christian Grey

Assunto: Segundas Opiniões

Data: 27 de maio 2011 08:43

Para: Anastásia Steele

 

Não é da sua conta, humilde ou não, mas Dr. Flynn é a segunda opinião.

Você terá que acelerar em seu novo carro, pondo você mesma em risco desnecessário, penso que isto é contra as regras.

VÁ TRABALHAR.

 

Christian Grey

CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

De: Anastásia Steele

Assunto: ALTOS CAPITAIS        

Data: 27 de maio 2011 08:47

Para: Christian Grey

 

Como o objeto de suas propensões é espreitar, eu penso que é da minha conta realmente.

Eu não assinei ainda. Então não há limites de regras. E eu não começo até as 9:30.

Senhorita Steele

 

De: Christian Grey

Assunto: Linguística descritiva

Data: 27 de maio 2011 08:49

Para: Anastásia Steele

 

Sem limites? Não sei onde isso aparece no Dicionário Webster.

 

Christian Grey

CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

De: Anastásia Steele

Assunto: Linguística descritiva

Data: 27 de maio 2011 08:52

Para: Christian Grey

 

Está entre excesso de controle e perseguidor.

E linguística descritiva é um limite duro para mim.

Você vai parar de me aborrecer agora?

Eu gostaria de ir trabalhar em meu novo carro.

 

Ana

 

De: Christian Grey

Assunto: Jovem desafiadora, mas divertida

Data: 27 de maio 2011 08:56

Para: Anastásia Steele

A palma da minha mão está coçando.

Dirija com segurança, Senhorita Steele.

 

Christian Grey

CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

O Audi é uma alegria para dirigir. Tem direção hidráulica. Wanda, meu Fusca, não tem nenhum poder, de qualquer jeito, então meu treino diário, dirigindo meu Fusca, cessará. Oh, mas eu terei um instrutor de educação física particular para enfrentar, de acordo com as regras de Christian. Eu franzo a testa. Odeio me exercitar.

Enquanto eu estou dirigindo, eu tento analisar a nossa troca de e-mails. Ele é um paternalista filho da puta, às vezes. E então eu penso sobre Grace e eu me sinto culpada. Mas, claro, ela não era sua mãe biológica. Hmm isso é um mundo inteiro de dor desconhecida. Bem, paternalista filho da puta funciona bem, então. Sim. Eu sou uma adulta, obrigado por me lembrar, Christian Grey é a minha escolha. O problema é, eu só quero Christian, não toda sua… bagagem. E agora ele tem uma bagagem para encher um 747[3]. Eu não poderia simplesmente deitar-me e abraçá-lo? Como uma submissa? Eu disse que ia tentar. Isso é uma enorme pergunta.

Eu puxo o carro para o estacionamento de Clayton. Enquanto faço meu caminho, eu mal posso acreditar que é meu último dia. Felizmente, a loja está ocupada e o tempo passa depressa. Na hora do almoço, o Sr. Clayton me convoca parar ir ao almoxarifado. Ele está em pé ao lado de um motoboy.

— Senhorita Steele? — O motoboy pergunta. Eu franzo a testa interrogativamente para o Sr. Clayton, que encolhe os ombros, tão perplexo quanto eu. Meu coração afunda. O que Christian me enviou agora? Eu assino o pacote pequeno e abro imediatamente. É um BlackBerry. Meu coração afunda ainda mais. Eu o deixo ligado.

 

De: Christian Grey

Assunto: BlackBerry SOB EMPRÉSTIMO

Data: 27 de maio 2011 11:15

Para: Anastásia Steele

 

Eu preciso ser capaz de contatar você em todos os momentos, e uma vez que esta é sua forma mais honesta de comunicação, eu percebi que você precisava de um BlackBerry.

 

Christian Grey

CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

         De: Anastásia Steele

         Assunto: O consumismo Enlouquecido

         Data: 27 de maio 2011 13:22

         Para: Christian Grey

 

Eu penso que você precisa chamar o Dr. Flynn agora mesmo.

Suas tendências de perseguidor estão numa correria louca.

Eu estou no trabalho. Vou enviar um e-mail para você quando eu chegar em casa.

Obrigado por mais este dispositivo.

Eu não estava errada quando disse que você era um total consumista.

Por que você faz isto?

 

Ana

 

De: Christian Grey

Assunto: Sagacidade de uma jovem

Data: 27 de maio 2011 13:24

Para: Anastásia Steele

 

Direto no ponto, como sempre, Senhorita Steele.

Dr. Flynn está de férias.

E eu faço isto porque posso.

 

Christian Grey

CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

Eu coloquei a coisa em meu bolso de trás, já o odiando. Trocar e-mail com Christian é viciante, mas eu devo trabalhar. Ele vibra uma vez contra o meu traseiro… que hábil, eu ironicamente penso, mas convocando toda a minha força de vontade, eu o ignoro.

As quatro, o Sr. e Sra. Clayton reúnem todos os outros empregados na loja, e durante um discurso embaraçoso de enrolar o cabelo, presenteia-me com um cheque de trezentos dólares.

Naquele momento, vêm em minha mente os acontecimentos das três últimas semanas de exames, graduação, intensas fodidas com um bilionário, defloração, limites duros e suaves, salas de jogos sem consoles, passeios de helicóptero e o fato que eu me mudarei amanhã. Incrivelmente, eu me seguro. Meu subconsciente está com temor. Eu abraço os Claytons bem apertado. Eles foram gentis e generosos como empregadores, eu vou sentir falta deles.

Kate está saindo de seu carro quando eu chego em casa.

— O que é isto? — Ela diz acusadoramente, apontando para o Audi. Eu não posso resistir.

— É um carro, — eu satirizo. Ela estreita os olhos, e por um breve momento, eu me pergunto se ela vai me pôr através de seus joelhos também. — Meu presente de formatura. — Eu tento agir com indiferença. Sim, eu recebo carros caros, dados para mim todos os dias. Ela fica de boca aberta.

— Generoso, o bastardo acima de tudo, não é?

Concordo com a cabeça.

— Eu tentei não aceitá-lo, mas francamente, não vale apena a briga.

Kate aperta os lábios.

— Não admira que você esteja tão sobrecarregada. Eu notei que ele ficou.

— Sim. — Eu sorrio melancolicamente.

— Vamos terminar de empacotar?

Concordo com a cabeça e sigo-a para dentro. Eu verifico o e-mail de Christian.

 

De: Christian Grey

Assunto: Domingo

Data: 27 de maio 2011 13:40

Para: Anastásia Steele

 

Devo vê-la à 1 da tarde de domingo?

O médico estará em Escala para vê-la às 1:30.

Eu estou partindo para Seattle agora.

Espero que sua mudança seja ok, eu estou ansioso por domingo.

 

Christian Grey

CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

Droga, ele poderia estar discutindo o tempo. Eu decido enviar um e-mail assim que nós terminarmos a embalagem, ele pode ser um minuto tão divertido, e então ele pode ser tão formal e sufocante. É difícil de continuar. Honestamente, é como um e-mail para um empregado. Eu desvio meu olhar desafiadoramente e me junto a Kate para embalar.

Kate e eu estamos na cozinha quando ouvimos uma batida na porta. Taylor está na varanda, me olhando em seu terno impecável. Eu noto o rastro de ex-soldado em seu corte de cabelo curto, físico elegante, e seu olhar frio.

— Senhorita Steele, — ele diz. — Eu vim por seu carro.

— Oh sim, claro. Entre, eu vou pegar as chaves.

Seguramente isto está acima e além da chamada do dever. Eu pergunto-me novamente a descrição do trabalho de Taylor. Eu lhe entrego as chaves, e nós andamos em um silêncio desconfortável para mim, em direção ao meu Fusca azul claro. Abro a porta e removo a lanterna do porta-luvas. É isto aí.

Não tem mais nada de pessoal em Wanda. Adeus, Wanda. Obrigada. Eu acaricio seu teto enquanto fecho a porta do passageiro.

— Há quanto tempo você trabalha para o Sr. Grey? — Eu pergunto.

— Quatro anos, Senhorita Steele.

De repente, eu tenho um desejo irresistível de bombardeá-lo com perguntas. O que este homem deve saber sobre Christian, todos os seus segredos. Entretanto, ele provavelmente assinou um contrato de confidencialidade.

Eu olho nervosamente para ele. Ele tem a mesma expressão taciturna de Ray, e amorno com ele.

— Ele é um bom homem, Senhorita Steele, — ele diz, e ele sorri ligeiramente. Com isto, ele me dá um aceno de cabeça, sobe em meu carro e vai embora.

Apartamento, Fusca, Claytons, é tudo mudança agora. Eu agito minha cabeça enquanto eu vago de volta para dentro. E a maior mudança de todas é Christian Grey. Taylor pensa que ele é um bom homem.

Posso acreditar nele?

José junta-se nós com comida chinesa em caixas para viagem, às oito. Nós terminamos. Está tudo empacotado e pronto para mudar. Ele traz várias garrafas da cerveja, Kate e eu nos sentamos no sofá enquanto ele está de pernas cruzadas no chão, entre nós. Nós assistimos porcarias na TV, bebemos cerveja, e quando a noite avança, nós ternamente e em voz alta relembramos, enquanto a cerveja faz seu efeito. Foram quatro anos muito bons.

O clima entre José e eu voltou ao normal, o beijo tentado foi esquecido. Bem, ele foi varrido para debaixo do tapete que minha deusa está deitada em cima, comendo uvas e tocando seus dedos, a espera, não muito pacientemente, do domingo. Ouvimos uma batida na porta e meu coração pula até a minha garganta. Será?

Kate responde a porta e está quase pulando fora de seus pés por Elliot. Ele a segura num abraço de Hollywood, e rapidamente o abraço se transforma num apaixonado beijo no estilo europeu. Honestamente… consigam um quarto. José e eu olhamos fixamente um para o outro. Estou estarrecida com a falta de modéstia.

— Vamos caminhar até o bar? — Eu peço a José, que acena com a cabeça freneticamente. Nós estamos muito desconfortáveis com o desenrolar de sexo desenfreado diante de nós. Kate olha para mim, corada e com os olhos brilhantes.

— José e eu estamos saindo para uma bebida rápida. — Afasto meus olhos dos dela. Ha! Eu ainda posso afastar a vista quando eu quero.

— Certo, — ela sorri.

—Oi Elliot, adeus Elliot.

Ele pisca um grande olho azul para mim, e José e eu estamos fora da porta, dando uma risadinha, como adolescentes. Enquanto nós passeamos até o bar, eu ponho meu braço no de José. Deus, ele é tão descomplicado.

— Eu realmente não apreciei isto antes.

— Você ainda virá para a abertura de minha amostra, não é?

— Claro, José, quando é?

— 9 de junho.

— Que dia é? — De repente eu entrei em pânico.

— É uma quinta-feira.

— Sim, eu devo vir… e você nos visitará em Seattle?

— Tente me parar. — Ele sorri.

É tarde quando eu volto do bar. Kate e Elliot não estão em nenhum lugar para serem vistos, mas menino, eles podem ser ouvidos. Puta merda. Espero que eu não seja tão barulhenta. Eu sei que Christian não é. Eu ruborizo com o pensamento e fujo para o meu quarto. Depois de um abraço não de todo desajeitado, mas breve, José se foi. Eu não sei quando o verei novamente, provavelmente, na sua apresentação fotográfica, e mais uma vez, estou encantada por ele finalmente ter uma exposição. Vou sentir faltar e de seu charme de menino. Eu não pude contar-lhe sobre o Fusca, eu sei que ele vai pirar quando descobrir, mas só posso lidar com um homem de cada vez pirando a minha volta. Uma vez no meu quarto, eu verifico o computador, e claro, tem um e-mail de Christian.

 

De: Christian Grey

Assunto: Onde você está?

Data: 27 de maio 2011 22:14

Para: Anastásia Steele

 

‘Eu estou no trabalho. Vou enviar e-mail para você quando eu chegar em casa.’

Você está ainda no trabalho ou você empacotou o seu telefone, BlackBerry e MacBook?

Ligue-me, ou posso ser forçado a ligar para Elliot.

 

Christian Grey

CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

Droga… José… merda.

Eu agarro meu telefone. Cinco chamadas perdidas e uma mensagem de voz. Como tentativa, eu escuto a mensagem. É Christian.

‘Eu acho que você precisa aprender a administrar minhas expectativas. Eu não sou um homem paciente. Se você disser que vai entrar em contato comigo quando você terminar de trabalhar, então você deve ter a decência de fazê-lo. Caso contrário, eu me preocupo, e não é uma emoção que eu estou familiarizado, e eu não tolero isto muito bem. Ligue-me.’

Merda dupla. Será que ele vai me dar uma pausa? Eu olho de cara feia para o telefone. Ele está me sufocando. Com um medo profundo enrolando em meu estômago, eu procuro o seu número e aperto para ligar. Meu coração está em minha boca enquanto eu espero por ele responder. Ele provavelmente gostaria de bater sete sombras de demônios de mim. O pensamento está me deprimindo.

— Oi, — ele diz baixinho, e sua resposta me deixa fora de equilíbrio, porque eu estou esperando sua raiva, mas que qualquer coisa, ele parece aliviado.

— Oi, — eu murmuro.

— Eu estava preocupado com você.

— Eu sei. Eu sinto muito por não responder, mas eu estou bem.

Ele faz uma pausa.

— Você teve uma noite agradável? — Ele é decisivamente cortês.

— Sim. Nós terminamos de empacotar e Kate e eu compartilhamos comida chinesa com José. — Eu fecho meus olhos firmemente quando digo o nome de José. Christian não diz nada.

— E você? — Pergunto para preencher o abismo ensurdecedor do silêncio repentino. Eu não vou deixar que ele me faça sentir culpada sobre José.

         Eventualmente, ele suspira.

— Eu fui a um jantar para angariar fundos. Foi mortalmente maçante. Saí logo que pude.

Ele soava tão triste e resignado. Meu coração apertou. Fico imaginando-o em todas aquelas noites sentado atrás do piano em sua enorme sala de estar e a melancolia agridoce insuportável da música que ele estava tocando.

— Eu gostaria que você estivesse aqui, — eu sussurro, porque eu tenho vontade de segurá-lo. Acalmá-lo.

Embora ele não me permita. Eu quero sua proximidade.

— Gostaria? — Ele murmura suavemente. Maldição. Isto não soa como ele, e meu couro cabeludo parece ter espinhos brotando, de apreensão.

— Sim, — eu respiro. Depois de uma eternidade, ele suspira.

— Verei você domingo?

— Sim, domingo, — eu murmuro, e uma onda de excitação atravessa meu corpo.

— Boa noite.

— Boa noite, Senhor.

Minha continência o pega desprevenido, e eu ouvir seu suspiro.

— Boa sorte com sua mudança amanhã, Anastásia. — Sua voz é suave. E nós dois estamos pendurados no telefone como adolescentes, quando nenhum dos dois quer desligar.

— Você desliga, — eu sussurro. Finalmente, eu sinto seu sorriso.

— Não, você desliga. — E eu sei que ele está sorrindo.

— Eu não quero.

— Nem eu.

— Você estava muito bravo comigo?

— Sim.

— Você ainda está?

— Não.

— Então você não vai me castigar?

— Não. Eu sou um cara de age conforme o momento.         

— Eu notei.

— Você pode desligar agora, Senhorita Steele.

— Você realmente me quer, Senhor?

— Vá para a cama, Anastásia.

— Sim, Senhor.

Nós dois permanecemos na linha.

— Você sempre acha que vai ser capaz de fazer o que diz? — Ele está divertido e irritado ao mesmo tempo.

— Talvez. Vamos ver depois de domingo. — E eu aperto ‘fim' no telefone.

 

Elliot se levanta e admira sua obra. Ele re-conectou a nossa TV ao sistema de satélite no nosso apartamento da Pike Place Market. Kate e eu caímos no sofá dando uma risada, impressionadas com seu talento com uma furadeira. A tela plana parece estranha contra a convertida obra de alvenaria do armazém, mas sem dúvida eu me acostumarei a isto.

— Veja querida, fácil. — Ele sorriu um sorriso largo de dentes brancos, para Kate, e ela quase literalmente se dissolve no sofá.

Reviro meus olhos para o casal.

— Eu adoraria ficar, querida, mas minha irmã volta de Paris. É um jantar compulsório de família esta noite.

— Você pode vir depois? — Kate pede timidamente, toda suave e nem parecendo Kate.

Eu estou caminhando até a área da cozinha com a pretensão de desempacotar uma das caixas. Eles estão ficando muito pegajosos.

— Vou ver se consigo escapar, — ele promete.

— Eu descerei com você. — Kate sorri.

— Adeus, Ana. — Elliot sorri.

— Adeus, Elliot. Diga oi para Christian por mim.

— Só oi? — Suas sobrancelhas levantam sugestivamente.

— Sim. — Eu ruborizo. Ele pisca para mim, e eu fico carmesim enquanto ele segue Kate para fora do apartamento. Elliot é adorável, tão diferente de Christian. Ele é caloroso, aberto, físico, muito físico, muito físico, com Kate. Eles mal conseguem manter suas mãos longe um do outro, para ser honesta, é embaraçoso e eu estou verde ervilha de inveja.

Kate retornou mais ou menos vinte minutos mais tarde com pizza, nós nos sentamos cercadas por engradados, em nosso novo espaço aberto, comendo diretamente da caixa. O pai de Kate nos fez sentir orgulhosas. O apartamento não é grande, mas grande o suficiente, três quartos e um espaço grande com vista para Pike Place Market. É todo sólido, com piso de madeira e tijolos vermelhos, as bancadas da cozinha são de concreto liso, muito utilitário, muito agora. Nós duas adoramos estar no coração da cidade.

Às oito o interfone zumbe. Kate dá um salto e meu coração pula dentro da minha boca.

— Entrega para Senhorita Steele, Senhorita Kavanagh. — A decepção flui livremente e de forma inesperada por minhas veias. Não é Christian.

— Segundo andar, apartamento dois.

Kate sacode o entregador. Ele fica de boca aberta quando vê Kate, vestida com jeans apertado, camiseta, cabelo preso com algumas mechas escapando. Ela tem esse efeito sobre os homens. Ele segura uma garrafa de champanhe com um balão preso, ele tem forma de helicóptero. Ela dá a ele um sorriso deslumbrante para mandá-lo para seu caminho e continua a ler em voz alta o cartão para mim.

Senhoras, boa sorte em sua nova casa, Christian Grey.

Kate agita sua cabeça com desaprovação.

— Por que ele só não pode escrever ‘de Christian'? E por que este balão em forma de helicóptero?

— Charlie Tango.

— O que?

— Christian voou comigo para Seattle em seu helicóptero. — Eu encolhi os ombros.

Kate olha para mim de boca aberta. Eu tenho que dizer que, amo essas ocasiões – Katherine Kavanagh, muda e pavimentada, eles são tão raros. Eu dou um sumário do momento luxuoso para ela apreciar.

— Sim, ele tem um helicóptero, que ele próprio pilotou, — afirmo com orgulho.

— Claro que o bastardo é obscenamente rico e tem um helicóptero. Por que você não me contou? — Kate olha acusadoramente para mim, mas ela está sorrindo, balançando a cabeça em descrença.

— Eu estive de cabeça cheia ultimamente.

Ela franze a testa.

— Você vai ficar bem enquanto eu estiver fora?

— Claro. — Eu respondo tranquilizadora. Nova cidade, sem emprego... namorado dando trabalho.

— Você deu a ele nosso endereço?

— Não, mas o assédio é uma de suas especialidades. — Eu medito, na verdade disso.

A testa de Kate franze ainda mais.

— De alguma maneira eu não fico surpreendida. Ele me preocupa, Ana. Pelo menos ele manda um bom champanhe e está gelado.

Claro, só Christian enviaria champanhe gelado ou mandaria o seu secretário para fazer isto… ou talvez Taylor. Nós abrimos a champanhe, em seguida achamos as nossas xícaras, elas foram os últimos artigos a ser empacotados.

— Bollinger Grande Année Rosé 1999, uma vindima excelente. — Eu sorrio para Kate, nós tocamos as xícaras.

Eu acordo cedo para um domingo de manhã cinza, depois de uma noite de sono surpreendentemente refrescante e ficar acordada olhando para as minhas caixas. Você realmente deve desempacotá-los, acusou meu aborrecido subconsciente, apertando os lábios. Não… hoje é o dia. A minha deusa está fora de si, pulando de pé para pé. A antecipação trava pesado e solene sobre a minha cabeça como uma nuvem da tempestade tropical escura. Borboletas inundam a minha barriga, bem como uma mais escura, carnal, cativante dor que eu tento imaginar o que ele fará para mim… é claro, eu tenho que assinar aquele maldito contrato ou não? Eu ouço o sinal de correio eletrônico no computador no chão ao lado de minha cama.

 

De: Christian Grey

Assunto: Minha Vida em Números

Data: 29 de maio 2011 08:04

Para: Anastásia Steele

 

Se você vier dirigindo, vai precisar deste código de acesso para a garagem subterrânea na Escala: 146963

Estacione na vaga 5 – que é minha.

Codifique para o elevador: 1880

 

Christian Grey

CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

De: Anastásia Steele

Assunto: Uma Vindima excelente

Data: 29 de maio 2011 08:08

Para: Christian Grey

 

Sim Senhor. Compreendido.

Obrigado pelo champanhe e o balão Charlie Tango, que está agora amarrado na minha cama.

 

Ana

 

De: Christian Cinzento

Assunto: Inveja

Data: 29 de maio 2011 08:11

Para: Anastásia Steele

 

DE nada.

Não se atrase.

Charlie Tango é sortudo.

        

Christian Grey

CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

Reviro meus olhos com a sua prepotência, mas sua última linha me faz sorrir. Eu dirigir-me ao banheiro, perguntando-me se Elliot conseguiu voltar ontem à noite e me esforçando para conter os meus nervos.

Eu posso dirigir o Audi com sapatos de salto alto! Às 12:55 da tarde precisamente, eu entro na garagem do Escala e estaciono na vaga cinco. Quantas vagas ele possui? O Audi SUV está lá, o R8, e dois Audi SUVs menores… hmm. Eu verifico meu rímel, raramente usado, na luz de vaidade do espelho. Não tem um desses no Fusca.

Vá menina! Minha deusa interior tem os seus pom pons na mão, ela está agindo como líder de torcida.

No espelho infinito do elevador, eu verifico meu vestido cor de ameixa, bem, vestido ameixa de Kate.

A última vez que eu o vesti, ele queria tirá-lo de mim. Meu corpo aperta com o pensamento.

Oh meu, o sentimento é apenas requintado, e eu tento recuperar o fôlego. Eu estou vestindo a roupa íntima que Taylor comprou para mim. Eu corei com o pensamento, ele vagando pelos corredores da Agent Provocateur ou onde quer que tenha comprado isto, com seu cabelo de corte militar. As portas se abrem, e eu estou de frente para o hall com o número do apartamento.

Taylor espera nas portas duplas quando eu saio do elevador.

— Boa tarde, Senhorita Steele, — ele diz.

— Oh, por favor me chame de Ana.

— Ana, — ele sorri.

— O Sr. Grey está esperando por você.

Aposto que está.

Christian está sentado em seu sofá na sala de estar, lendo os jornais de domingo. Ele olha para cima enquanto Taylor me dirige para a sala de estar. A sala é exatamente como eu me lembro, já se passou uma semana inteira desde que estive aqui, mas parece que foi a mais tempo. Christian parece frio e calmo, na verdade, ele parece divino. Ele está com uma camisa branca de linho e calça jeans, sem sapato ou meias. Seu cabelo está desgrenhado e despenteado, seus olhos cinza brilham maliciosamente para mim. Ele é de cair o queixo de tão bonito. Ele levanta e caminha em minha direção, com um sorriso divertido nos seus belos lábios esculpidos.

Eu estou parada na entrada da sala, paralisada por sua beleza e a doce antecipação do que está por vir. A chama familiar entre nós está lá, provocando devagar na minha barriga, me chamando para ele.

— Hmm… esse vestido, — ele murmura com aprovação, enquanto olha para mim. — Bem-vinda de novo, Senhorita Steele, — ele sussurra, apertando meu queixo, ele se inclina e me dá um beijo gentil nos meus lábios. O toque de seus lábios nos meus reverbera em todo o meu corpo. Minha respiração falha.

— Oi, — eu sussurro enquanto ruborizo.

— Você está na hora certa. Eu gosto que seja pontual. Venha. — Ele toma minha mão e me leva para o sofá. — Eu queria te mostrar uma coisa, — ele diz enquanto nós nos sentamos. Ele me entrega o Seattle Times. Na página oito, há uma fotografia de nós dois juntos na cerimônia de formatura. Caramba. Eu estou no jornal. Eu verifico a legenda.

Christian Grey e amiga na cerimônia de formatura no em WSU Vancouver.

Eu rio.

— Então eu sou sua ‘amiga ' agora.

— É o que parece. E se está no jornal, então deve ser verdade. — Ele sorriu.

Sentando ao meu lado, todo o seu corpo está voltado para mim, uma de suas pernas dobrada debaixo da outra. Aproximando-se mais, ele dobra meu cabelo atrás de minha orelha com seu longo dedo indicador. Meu corpo ganha vida com o seu toque, esperando e necessitada.

— Então, Anastásia, você tem uma ideia muito melhor agora do que esta se metendo que a outra vez que vieste aqui.

— Sim. — Onde ele está querendo ir com isso?

— E ainda assim você voltou.

Concordo com a cabeça timidamente, seus olhos cinzentos brilham. Ele balança a cabeça ligeiramente como se ele estivesse lutando com a ideia.

— Você já comeu? — Ele pergunta inesperadamente.

Merda.

— Não.

— Você está com fome? — Ele está realmente tentando não parecer aborrecido.

— Não de comida, — eu sussurro, e suas narinas incendeiam um pouco em reação.

Ele se inclina e sussurra em meu ouvido.

— Você está tão ansiosa como sempre, Senhorita Steele, e só para contar-lhe um pequeno segredo, eu também. Mas o Dr. Greene é esperado aqui em breve. — Ele senta-se. — Eu gostaria que você comesse, — ele ligeiramente me ralha.

Meu sangue aquecido esfria. Caramba, o médico. Eu tinha esquecido.

— O que você pode-me dizer sobre Dr. Greene? — Eu peço para nos distrair, a ambos.

— Ela é o melhor em Obstetrícia/Ginecologia em Seattle. O que mais eu posso dizer? — Ele encolhe os ombros.

— Eu pensei que eu estaria vendo o seu médico, e não me diga que você é realmente uma mulher, porque eu não acreditarei em você.

Ele me dá um olhar de ‘deixe de ser ridícula’.

— Eu penso que é mais apropriado que você consulte um especialista. Não é? — Ele diz suavemente.

Eu concordo com a cabeça. Santo Deus, se ela é a melhor Obstetra/Ginecologista, ele está marcado ela para me ver num domingo, na hora do almoço! Eu não posso começar a imaginar quanto isso vai custar. Christian, de repente, franze a testa, como se recordando algo desagradável.

— Anastásia, minha mãe gostaria que você viesse para jantar hoje à noite. Acredito que Elliot está pedindo a Kate também. Eu não sei como você se sente sobre isso. Será estranho para mim apresentá-la para minha família.

Estranho? Por quê?

— Você tem vergonha de mim? — Eu não posso manter a dor fora da minha voz.

— Claro que não. — Ele revira seus olhos para mim.

— Por que é estranho?

— Porque eu nunca fiz isto antes.

— Por que você tem permissão para desviar a vista e eu não?

Ele pisca em mim.

— Eu não sabia que eu estava.

— Nem eu, normalmente, — eu respondo para ele.

Christian olha para mim, mudo. Taylor aparece na porta.

— Dr. Greene está aqui, Senhor.

— Mostre a ela o quarto da Senhorita Steele.

Quarto da senhorita Steele!

— Pronta para um pouco de contracepção? — Ele pergunta enquanto ele levanta e estende sua mão para mim.

— Você não virá comigo? — Eu suspiro, chocada.

Ele ri.

— Eu pagaria um bom dinheiro para assistir, acredite em mim, Anastásia, mas eu não penso que a boa doutor aprovaria.

Tomo a sua mão, e ele me puxa para os seus braços e beija-me profundamente. Eu enganchei em seus braços, tomada pela surpresa. Sua mão está em meu cabelo segurando minha cabeça, e ele me puxa contra ele, sua testa contra a minha.

— Eu estou tão feliz por você estar aqui, — ele sussurra. — Eu não posso esperar para deixá-la nua.

 

Dra. Greene é alta, loira e imaculada, vestido em um terno azul real. Lembro-me da mulher que trabalha no escritório de Christian. Ela tem o visual de modelo, outra loira Stepford[4]. Seu cabelo longo é varrido para cima em um coque elegante. Ela deve estar em seus quarenta e poucos anos.

— Sr. Grey. — Ela aperta a mão estendida de Christian.

— Obrigado por vir em um prazo tão curto, — diz Christian.

— Obrigada por fazer valer a pena, Sr. Grey. Senhorita Steele. — Ela sorri, seus olhos esfriam me avaliando.

Nós apertamos as mãos, e eu percebo que ela é uma daquelas mulheres que não tolera tolos de bom grado. Como Kate. Eu gosto dela imediatamente. Ela dá a Christian um olhar aguçado, e depois de uma batida desajeitada, ele toma a sua sugestão.

— Eu estarei no andar de baixo, — ele murmura, e ele deixa o que parece ser o meu quarto.

— Bem, Senhorita Steele. O Sr. Grey está me pagando uma pequena fortuna para lhe atender. O que eu posso fazer para você?

Depois de um exame completo e uma longa discussão, a Dra. Greene e eu decidimos pela mini-pílula. Ela escreve para mim uma receita pré-paga e me diz para buscá-las amanhã. Eu amo a sua atitude sem tolices, ela me instruiu até que estivesse tão azul quanto sua roupa, para tomá-la todos os dias no mesmo horário. E noto que ela esta morrendo de curiosidade a respeito da minha relação com Sr. Grey. Eu não dou nenhum detalhe sobre isso. De alguma maneira, eu acho que ela não pareceria tão calma se ela visse o Quarto Vermelho da Dor dele. Eu ruborizo quando nós passamos pela porta fechada e voltamos para o andar de baixo, para a galeria de arte que é a sala de estar de Christian.

Christian estava lendo, acomodado em seu sofá. Uma melodia empolgante estava tocando no aparelho de som, rodando em volta dele, segregando-o, enchendo o quarto com uma musica doce, de encher a alma.

Por um momento, ele parece sereno. Ele se vira e olha para nós quando entramos e sorri calorosamente em mim.

— Já acabou? — Ele pergunta como se estivesse genuinamente interessado. Ele aponta o controle remoto para uma elegante caixa branca embaixo da lareira que aloja seu iPod, e a melodia requintada diminui, mas continua no fundo. Levantando, ele caminha em nossa direção.

— Sim, Sr. Grey. Cuide dela, ela é uma mulher bonita, jovem e brilhante.

Christian está surpreendido, assim como eu. Que coisa imprópria para um médico dizer. Ela está dando a ele algum tipo de advertência não tão sutil? Christian se recupera.

— Esta é minha intenção, — ele murmurou, confuso.

Olhando para ele, eu encolho os ombros, envergonhada.

— Eu vou lhe enviar a minha conta, — ela diz decisivamente enquanto ela agita a sua mão.

— Bom dia e boa sorte para você, Ana. — Ela sorri, seus olhos enruga quando ela faz isso, enquanto nós apertamos as mãos.

Taylor aparece do nada para acompanhá-la através das portas duplas e para o elevador. Como ele faz isso? Onde ele se esconde?

— Como foi isso? — Christian pergunta.

— Muito bem, obrigada. Ela disse que eu tenho que me privar de toda atividade sexual pelas próximas quatro semanas.

Christian fica de boca aberta, em choque, eu não posso me manter séria e sorrio para ele como uma idiota.

— Te peguei!

Ele aperta os olhos, eu imediatamente paro de rir. Na verdade, ele parece bastante ameaçador. Oh merda. Meu subconscientes se esconde no canto, enquanto todo o sangue do meu rosto é drenado, eu o imagino me pondo através de seu joelho novamente.

— Te peguei! — Ele diz e sorri. Ele agarra-me pela minha cintura e me puxa contra ele. — Você é incorrigível, Senhorita Steele, — ele murmura, olhando em meus olhos enquanto ele tece seus dedos em meu cabelo, segurando-me firmemente no lugar. Ele me beija duro, e eu agarro os seus braços musculosos para apoio.

— Como eu gostaria de tomar você aqui, agora, você precisa comer e eu também. Não quero você desmaiando em mim mais tarde, — ele murmura contra meus lábios.

— Isto é tudo que você quer? O meu corpo. — Eu sussurro.

         — Essa sua boca esperta, — ele respira.

Ele me beija apaixonadamente de novo, e abruptamente me libera, tomando minha mão e me leva para a cozinha. Eu estou em choque. Num minuto estamos brincando e no outro… eu abano meu rosto aquecido. Ele é apenas sexo, e agora eu tenho que recuperar meu equilíbrio e comer algo. A melodia ainda está tocando no fundo.

— Que música é essa?

— Villa Lobos, uma ária das Bachianas Brasileiras. Bom, não é?

— Sim, — eu murmuro em total acordo.

A mesa do café da manhã está preparada para dois; Christian pega uma tigela de salada da geladeira.

— Galinha Caesar e salada, está bom para você?  

Oh graças a Deus, nada muito pesado.

— Sim, muito obrigado.

Eu vejo como ele se move graciosamente por sua cozinha. Ele está muito à vontade com seu corpo em um nível, entretanto ele não gosta de ser tocado… talvez por isso, no fundo, ele não está. Nenhum homem é uma ilha, eu penso, exceto, talvez, Christian Grey.

— O que você está pensando? — Ele pergunta, puxando-me de meu devaneio. Eu ruborizo.

— Eu estava só assistindo o modo como você se move.

Ele levanta uma sobrancelha, divertido.

— E? — Ele diz secamente.

Eu coro um pouco mais.

— Você é muito gracioso.

— Muito obrigado, Senhorita Steele, — ele murmura. Ele se senta ao meu lado, segurando uma garrafa de vinho. — Chablis?

— Por favor.

— Sirva você mesma a salada, — ele diz, sua voz é suave.

— Diga-me, que método você optou?

Eu estou momentaneamente confusa por sua pergunta, quando percebo que ele está conversando sobre a visita da Dra. Greene.

— Mini Pílula.

Ele franze a testa.

— E você vai se lembrar de tomá-la regularmente, na hora certa, todos os dias?

Droga… claro que vou. Como ele sabe? Eu coro com o pensamento, provavelmente de um ou mais das quinze.

— Eu estou certa que você lembrará por mim, — eu secamente murmuro.

Ele olha para mim com condescendência divertida.

— Eu vou colocar um alarme em meu calendário. — Ele sorri. — Coma.

A galinha Caesar está deliciosa. Para minha surpresa, eu estou morta de fome, e pela primeira vez, que desde que estou com ele, eu termino minha comida antes dele. O vinho é nítido, limpo, e frutado.

— Ansiosa como sempre, Senhorita Steele? — Ele sorri para meu prato vazio.

Eu olho para ele por debaixo de meus cílios.

— Sim, — eu sussurro.

Sua respiração muda. E como ele olha fixamente para mim, eu sinto que a atmosfera entre nós lentamente está mudando, evoluindo… carregando. Seu olhar vai de escuro até queimar sem chama, levando-me com ele.

Ele se levanta, diminuindo a distância entre nós, e me ergue e carrega-me para fora de meu banquinho do bar em seus braços.

— Você quer fazer isto? — Ele respira, olhando para mim atentamente.

— Eu não assinei nada.

— Eu sei — mas eu estou quebrando todas as regras neste dia.

— Você vai me bater?

— Sim, mas não será para machucar você. Eu não quero castigar você agora. Se você me pegasse ontem à noite, bem, isso teria sido uma história diferente.

Puta merda. Ele quer me machucar… como eu lido com isso? Eu não posso esconder o horror em meu rosto.

— Não deixe ninguém tentar e convencer você de outra coisa, Anastásia. Uma das razões para as pessoas como eu fazer isso é porque nós gostamos de dar ou receber dor. É muito simples. Assim não invista seu tempo em pensar o porquê disso.

Ele me puxa contra ele, e pressiona a ereção em minha barriga.   Eu devia correr, mas eu não posso. Estou atraída por ele em algum nível profundo, elementar, que eu não posso começar a entender.

— Você chegou a qualquer conclusão? — Eu sussurro.

— Não, e agora mesmo, eu só quero amarrar você e fodê-la sem sentido. Você está pronta para isso?

— Sim, — eu respiro, enquanto tudo em meu corpo aperta de uma vez… uau.

         — Bom. Venha. — Ele toma minha mão e, deixando todos os pratos sujos na mesa do café da manhã, nós seguimos para o andar de cima.

Meu coração começa a acelerar. É isso. Eu realmente vou fazer isso. Minha deusa está girando como uma bailarina de classe mundial, pirueta depois de pirueta. Ele abre a porta para sua sala de jogos, afastando para que eu possa entrar, eu estou mais uma vez no Quarto Vermelho da Dor. Ainda é o mesmo, o cheiro de couro, frutas cítricas, madeira escura polida, todo muito sensual. Meu sangue está correndo aquecido e assustado pela adrenalina misturada com luxúria e desejo em meu sistema. É um coquetel arrojado, potente. Christian mudou de postura completamente, sutilmente se alterou, está mais duro e mais cruel. Ele olha para mim e seus olhos estão aquecidos, lascivos… hipnóticos.

— Quando você está aqui, você é completamente minha, — ele respira, cada palavra é lenta e medida. — Para fazer como eu achar melhor. Você entende?

Seu olhar é tão intenso. Concordo com a cabeça, minha boca está seca, meu coração bate de tal forma que parece querer sair de meu peito.

— Tire os sapatos, — ele ordena suavemente.

Eu engulo, e bem desajeitada, tiro-os. Ele se inclina e paga-os e os deposita ao lado da porta.

— Ótimo. Não hesite quando eu lhe pedir para fazer alguma coisa. Agora eu vou tirar este vestido de você. Algo que eu queria fazer a alguns dias, se bem me lembro. Eu quero que você esteja confortável com seu corpo, Anastásia. Você tem um corpo bonito, e eu gosto de olhar para ele. É uma alegria para meus olhos. De fato, eu podia olhar você o dia todo, e eu não quero você embaraçada ou envergonhada com a sua nudez. Você entende?

— Sim.

— Sim, o que? — Ele se inclina para mim, olhando.

— Sim, Senhor.

— Você quer dizer isso? — Ele estala.

— Sim, Senhor.

— Bom. Erga seus braços acima de sua cabeça.

Eu faço conforme fui instruída, ele se abaixa e agarra a bainha do vestido. Lentamente, ele puxa meu vestido bem acima de minhas coxas, meus quadris, minha barriga, meus seios, meus ombros e acima de minha cabeça. Ele está me examinando novamente e distraidamente dobra meu vestido, sem tirar os olhos de mim.

Ele o coloca na caixa grande ao lado da porta. Alcançando-me, ele puxa o meu queixo, seu toque me queimando.

—Você está mordendo o lábio, — ele respira. — Você sabe o que isso faz para mim, — ele acrescenta sombriamente. — Vire-se.

Viro-me imediatamente, sem hesitação. Ele desabotoa meu sutiã e então toma ambas as alças, lentamente ele puxa para baixo de meus braços, roçando a minha pele com seus dedos e a ponta de suas unhas dos polegares, enquanto desliza meu sutiã. Seu toque envia calafrios pela minha espinha abaixo, despertando todas as terminações nervosas de meu corpo. Ele está de pé atrás de mim, tão perto que eu sinto o calor que irradia dele, aquecendo-me, aquecendo-me toda. Ele puxa meu cabelo que cai solto por minhas costas, pega um punhado em minha nuca, e angula minha cabeça para um lado. Ele corre seu nariz no meu pescoço exposto, inalando todo o caminho, então vai até minha orelha. Os músculos da minha barriga se apertam, carnal e querendo. Droga, ele mal me tocou, e eu o quero.

— Você cheira tão divino como sempre, Anastásia, — ele sussurra enquanto coloca um beijo suave em baixo de minha orelha.

Eu gemo.

— Quieta, — ele respira. — Não faça um som.

Puxando meu cabelo atrás de mim, para minha surpresa, ele começa a trançá-lo em uma trança grande, seus dedos rápidos e ágeis. Ele amarra isso com algo que não vejo e quando acaba dá um puxão rápido, assim sou forçada a voltar contra ele.

— Gosto de seu cabelo trançado assim, — ele sussurra.

Hmm… por quê?

Ele libera o meu cabelo.

— Vire-se, — ele ordena.

Eu faço como ele manda, minha respiração está difícil, medo e desejo misturados. É uma mistura intoxicante.

— Quando eu disser a você para entrar aqui, assim é como você deve estar vestida. Só de calcinha. Você entende?

— Sim.

— Sim, o que? — Ele franze a testa para mim.

— Sim, Senhor.

Um traço de um sorriso ergue o canto de sua boca.

— Boa menina. — Seus olhos queimam nos meus. — Quando eu disser a você para entrar aqui, eu espero que você se ajoelhe ali. — Ele aponta para um lugar ao lado da porta. — Faça isto agora.

Eu pisco, processando suas palavras, me viro e bastante desajeita me ajoelho-me como indicado.

— Você pode se sentar-se sobre os calcanhares.

Sento-me de volta.

— Coloque suas mãos e antebraços apoiados nas coxas. Bom. Agora separe os seus joelhos. Mais amplo. Mais amplo. Perfeito. Olhe abaixo no chão.

Ele caminha para mim, e eu posso ver seus pés e pernas em meu campo de vista. Pés descalços.

Eu devia estar tomando notas se ele quiser que eu me lembre. Ele se abaixa e pega minha trança novamente, então puxa minha cabeça para trás, assim eu estou olhando nele. É apenas não doloroso.

— Você vai se lembrar dessa posição, Anastásia?

— Sim, Senhor.

— Bom. Fique aqui, não se mova. — Ele deixa o quarto.

Eu estou de meus joelhos, esperando. Onde ele foi? O que ele vai fazer comigo? O tempo passa. Eu não tenho ideia de quanto tempo ele me deixou assim… alguns minutos, cinco, dez? Minha respiração fica mais rasa, a antecipação está me devorando de dentro para fora.

E, de repente, ele está de volta, subitamente eu estou mais calma e mais animada na mesma respiração. Eu poderia estar mais excitada? Eu posso ver seus pés. Ele trocou sua calça jeans. Esta é mais velha, rasgada, macia e super lavada. Caramba. Esta calça jeans é quente. Ele fecha a porta e trava algo na parte traseira.

— Boa garota, Anastásia. Você está linda assim. Bem feito. Levante-se.

Eu levanto, mas mantenho meu rosto abaixado.

— Você pode olhar para mim.

Eu olho para ele, e ele está me olhando atentamente, avaliando, mas seus olhos suavizam. Ele tira sua camisa. Oh meu… eu quero tocá-lo. O botão superior de sua calça jeans é desfeito.

— Eu vou acorrentar você agora, Anastásia. Dê-me sua mão direita.

Dou-lhe minha mão. Ele vira a palma para cima, e antes de eu perceba, ele esmaga o centro com um chicote, eu não o tinha notado em sua mão direita. Isso acontece tão rapidamente que a surpresa quase não registra. Ainda mais surpreendente, não machuca. Bem, não muito, apenas uma picada de dor ligeira.

— Como que sente? — Ele pergunta.

Eu pisco para ele, confusa.

— Responda-me.

— Ok. — Eu franzo a testa.

— Não franza a testa.

Eu pisco e tento ficar impassível. Eu tenho sucesso.

— Isso machucou?

— Não.

— Isto não vai machucar. Você entende?

— Sim. — Minha voz está incerta. Ele realmente não vai me machucar?

— Eu falo sério, — ele diz.

Droga, minha respiração é tão superficial. Será que ele sabe o que eu estou pensando? Ele me mostra o chicote. É de couro marrom trançado. Meus olhos disparam ao encontro dos seus, eles estão acesos como chamas e com um rastro de diversão.

— Nosso objetivo é agradar, Senhorita Steele, — ele murmura. — Venha. — Ele toma meu cotovelo e me move para em baixo da grade. Ele empurra para cima e para baixo algumas correntes com punhos de couro preto. — Esta grade é projetada para as correntes se moverem através da grade.

Olho para cima. Puta merda, é como um mapa do metrô.

— Nós vamos começar aqui, mas eu quero te foder em pé. Então nós vamos acabar naquela parede ali. — Ele aponta com o chicote para onde está um grande X de madeira na parede.

— Ponha suas mãos acima de sua cabeça.

Eu imediatamente obedeço, sentindo como se eu estivesse saindo do meu corpo, uma observadora casual dos acontecimentos à medida que se desenrolam em torno de mim. Isto está além de fascinante, além de erótico. É singularmente a coisa mais excitante e assustadora que eu já fiz. Eu estou confiando-me a um homem bonito que, por sua própria admissão, é cinquenta sombras ruins. Eu suprimo a excitação breve do medo. Kate e Elliot, eles sabem que eu estou aqui.

Ele está muito perto quando prende as algemas. Eu estou olhando para seu peito. Sua proximidade é divina. Ele cheira a corpo lavado e Christian, uma mistura inebriante, e que me arrasta de volta para o agora. Eu quero correr meu nariz e língua através desse punhado de cabelo no peito.

Eu poderia simplesmente me inclinar para frente…

Ele dá um passo para trás e olha para mim, sua expressão é coberta, lasciva, carnal, e eu sou impotente, minhas mãos amarradas, mas só olhando para seu rosto adorável, lendo sua necessidade e desejo por mim, eu posso sentir a umidade entre minhas pernas. Ele caminha lentamente em volta de mim.

— Você parece poderosa, mesmo amarrada assim, Senhorita Steele. E sua boca esperta, está quieta no momento. Assim que eu gosto.

Ficando em minha frente novamente, ele engancha seus dedos em minha calcinha, em um ritmo lento, retira-a pelas minhas pernas, sem pressa, dolorosamente devagar, de modo que ele acaba de joelhos diante de mim. Não tirando seus olhos dos meus, ele aperta a minha calcinha em sua mão, leva-a até seu nariz e inala profundamente. Puta merda. De verdade ele fez isso? Ele sorri maliciosamente para mim, dobra-a e a coloca no bolso de sua calça jeans.

Desenrolando-se, levanta-se preguiçosamente, como um gato selvagem, ele aponta o fim do chicote para o meu umbigo, vagarosamente circulando, atormentando-me. No toque do couro, eu tremo e suspiro. Ele anda em volta de mim novamente, arrastando o chicote em torno do meu corpo. Em seu segundo circuito, ele de repente sacode o chicote e bate no meu traseiro… contra meu sexo. Eu clamo de surpresa, enquanto todas as minhas terminações nervosas ficaram em alerta. Eu puxo contra as restrições. O choque corre através de mim, com o mais doce e mais estranho sentimento de prazer.

— Quieta, — ele sussurra enquanto caminha ao redor de mim novamente, o chicote ligeiramente mais alto, em torno do meio de meu corpo. Desta vez, quando ele sacode isso contra mim, no mesmo lugar, eu estou antecipando-o… oh meu Deus. Meu corpo convulsiona na mordida doce do ardor.

Enquanto ele faz seu caminho em torno de mim, ele sacode novamente, desta vez batendo em meu mamilo, e eu jogo minha cabeça para trás, enquanto as terminações nervosas cantam. Ele bate de novo… um breve, rápido, doce castigo. Meus mamilos endurecem e alongam com o ataque, eu ruidosamente gemo, puxando meus punhos de couro.

— Isso parece bom? — Ele respira.

— Sim.

Ele me bate novamente entre as nádegas. Desta vez me dói.

— Sim o que?

— Sim, Senhor, — eu choramingo.

Ele dá uma parada… mas eu não posso mais vê-lo. Meus olhos estão fechados enquanto eu tento absorver a miríade de sensações que circulam pelo meu corpo. Muito lentamente, ele chove pequenas lambidas do chicote abaixo, na minha barriga, indo para o sul. Eu sei onde isto está levando, e tento preparar-me para isso, mas quando ele bateu em meu clitóris, eu ruidosamente clamo.

— Oh… por favor! — Eu gemo.

— Quieta, — ele ordena e bate novamente em meu traseiro.

Eu não esperava que isso fosse assim… eu estou perdida. Perdida em um mar de sensações. E, de repente, ele está arrastando o chicote contra meu sexo, pelos meus pêlos pubianos, até a entrada da minha vagina.

— Veja como você está molhada, Anastásia. Abra seus olhos e sua boca.

Eu faço como ele ordena, completamente seduzida. Ele empurra a ponta do chicote em minha boca, como no meu sonho. Puta merda.

— Sinta o seu sabor. Chupe. Chupe duro, bebê.

Minha boca se fecha em torno do chicote, enquanto fixo os meus olhos nos dele. Eu posso saborear o couro rico e o salinidade de minha excitação. Seus olhos estão ardendo. Ele está em seu elemento.

Ele puxa a ponta de minha boca, enquanto fica na minha frente e me agarra e me beija duramente, sua língua invadindo minha boca. Envolvendo seus braços ao redor mim, ele me puxa contra ele. Seu peito esmaga o meu, e eu coço para tocá-lo, mas eu não posso, minhas mãos estão inúteis acima de mim.

— Oh, Anastásia, você tem um gosto tão bom, — ele respira. — Eu devo fazer você gozar?

— Por favor, — eu imploro.

O chicote morde minhas nádegas. Ow!

— Por favor, o que?

— Por favor, Senhor, — eu choramingo.

Ele sorri para mim, triunfante.

— Com isto? — Ele segura o chicote para que eu possa vê-lo.

— Sim, Senhor.

— Você tem certeza? — Ele olha fixamente para mim.

— Sim, por favor, Senhor.

— Feche seus olhos.

Eu fecho e o quarto está fora, ele está fora… o chicote fora. Ele começa com pequenas lambidas do chicote contra minha barriga mais uma vez. Descendo, pequenas lambidas suaves contra meu clitóris, uma vez, duas, três vezes, repetidas vezes, até que, finalmente, é isso, eu não posso aguentar mais e eu gozo, gloriosamente, ruidosamente, ficando fraca. Seus braços enrolam ao meu redor, enquanto minhas pernas viravam geleia. Eu dissolvo em seu abraço, minha cabeça contra seu tórax, estou choramingando e gemendo, enquanto os tremores de meu orgasmo me consomem. Ele me ergue, e de repente estamos nos movendo, meus braços ainda amarrados acima de minha cabeça, e eu posso sentir a madeira fresca da cruz polida em minhas costas, e ele está abrindo os botões em sua calça jeans. Ele me derruba contra a cruz brevemente, enquanto ele desliza um preservativo, e então suas mãos embrulham ao redor minhas coxas e ele me ergue novamente.

— Erga suas pernas, bebê, envolva-as em torno de mim.

Eu me sinto tão fraca, mas eu faço como ele pede e ele envolve minhas pernas ao redor de seus quadris e se posiciona abaixo de mim. Com um impulso, ele está dentro de mim, eu choro novamente, escutando seu gemido abafado em minha orelha. Meus braços estão descansando em seus ombros enquanto ele empurra dentro mim. Porra, é profundo deste modo. Ele empurra novamente e de novo, seu rosto em meu pescoço, sua respiração áspera em minha garganta. Eu sinto crescer novamente. Droga, não… não novamente… eu não penso que meu corpo vai aguentar mais outro momento da terra tremendo. Mas eu não tenho nenhuma escolha… e com uma inevitabilidade que está se tornando familiar, eu deixo ir e gozo novamente, é doce, angustiante e intenso.

Eu perco todo o sentido de mim mesma. Christian segue, gritando a sua liberação com os dentes cerrados e me segurando forte e mais perto.

Ele retira-se de mim rapidamente e me empurra contra a cruz, seu corpo se apoiando no meu. Desafivelando as algemas, ele livra minhas mãos, e ambos caímos no chão. Ele me puxa em seu colo, embalando-me, e eu inclino a minha cabeça contra seu tórax. Se eu tivesse força, eu o tocaria, mas eu não faço. Tardiamente, eu percebo que ele está ainda vestindo sua calça jeans.

— Bem feito, bebê, — ele murmura. — Isso machucou?

— Não, — eu respiro. Eu posso apenas manter meus olhos abertos. Por que eu estou tão cansada?

— Você esperava por isso? — Ele sussurra enquanto ele segura-me perto, seus dedos empurrando algumas mechas fugitivas de cabelo fora de meu rosto.

— Sim.

— Você vê, a maior parte de seu medo está em sua cabeça, Anastásia, — ele pausa. — Você faria isto novamente?

Eu penso por um momento, enquanto nuvens de fadiga atravessam meu cérebro… novamente?

— Sim. — Minha voz é tão suave.

Ele me abraça firmemente.

— Bom. Então, eu também, — ele murmura, então se inclina e suavemente beija o topo de minha cabeça. — E eu não terminei com você ainda.

Não terminou comigo ainda. Santo Deus. Não há nenhum modo que eu possa fazer mais nada. Eu estou totalmente gasta e lutando um desejo irresistível de dormir. Eu estou apoiada contra seu tórax, meus olhos estão fechados, e ele está embrulhado ao redor mim, braços e pernas e eu me sinto… segura, e oh tão confortável. Será que ele vai me deixar dormir, talvez sonhar? Minha boca aperta com o pensamento tolo e virando meu rosto para o peito de Christian, eu inalo seu odor sem igual e estremeço, mas imediatamente ele… oh merda. Abro meus olhos e olho para ele. Ele está olhando fixamente para mim.

— Não faça, — ele adverte.

Eu ruborizo e olho de volta para o seu peito com desejo. Eu quero correr minha língua pelo cabelo, beijá-lo e pela primeira vez, eu noto que ele tem algumas fortuitas pequenas cicatrizes redondas espalhadas ao redor de seu peito. Catapora? Sarampo? Eu penso distraidamente.

— Ajoelhe-se perto da porta, — ele ordena, enquanto se senta novamente, pondo suas mãos sobre os joelhos, efetivamente me liberando. Não mais morno, a temperatura de sua voz caiu vários graus.

Eu tropeço desajeitadamente para a posição ereta, levanto e vou me ajoelhar perto da porta e como instruída. Eu estou trêmula e muito, muito cansada, monumentalmente confusa. Quem teria pensado que eu poderia encontrar tal satisfação neste quarto. Quem podia ter pensado que seria tão desgastante? Meus membros são deliciosamente pesados, saciados. Minha deusa tem um sinal de ‘Não perturbe ' no lado de fora de seu quarto.

Christian está se movendo na periferia de minha vista. Meus olhos começam a fechar.

— Estou chateando você, Senhorita Steele?

Eu pulo, acordando e Christian está em pé na minha frente, com os braços cruzados, olhando para mim. Oh merda, pega de surpresa, isso não vai ser bom. Seus olhos suavizam quando eu olho para ele.

— Levante-se, — ele ordena.

Eu levanto cautelosamente. Ele olha para mim e sua boca aperta para cima.

— Você está quebrada, não é?

Concordo com a cabeça timidamente, corando.

— Fibra, Senhorita Steele. — Ele estreita seus olhos para mim. — Eu não tive minha dose de você ainda. Segure as mãos na frente como se você estivesse rezando.

Eu pisco para ele. Rezando! Rezando para você maneirar comigo. Eu faço como ele disse. Ele toma uma braçadeira e amarra em volta de meus pulsos, apertando o plástico. Santo Inferno. Meus olhos voam para os seus.

— Parece familiar, — ele pergunta, incapaz de esconder seu sorriso.

Merda… as braçadeiras de plástico. Ele estava se reabastecendo no Clayton! Tudo se torna claro. Eu engasgo quando picos de adrenalina passam por meu corpo novamente. Ok, agora você tem a minha atenção, eu estou acordada agora.

— Eu tenho uma tesoura aqui. — Ele a segura para que eu possa ver. — Eu posso cortar fora de você em um momento.

Eu tento puxar os meus pulsos separadamente, testando minhas algemas, e quando faço, o plástico morde a minha carne, é dolorido, mas se eu relaxar meus pulsos, eles ficam bem, a algema não está cortando em minha pele.

— Venha. — Ele toma minhas mãos e me leva para a cama de dossel. Eu noto agora que tem lençóis vermelho escuro sobre ela e uma algema em cada canto.

— Eu quero mais, muito, muito mais, — ele se inclina e sussurra em meu ouvido.

Meu coração para e começa a bater novamente. Oh céus.

— Mas eu farei isto rápido. Você está cansada. Segure-se no poste, — ele diz.

Eu franzo a testa. Não na cama, então? Eu acho que eu posso separar minhas mãos enquanto pego o adorno esculpido do poste de madeira.

— Abaixe, — ele ordena. —B om. Não goze. Se o você fizer, eu espancarei você. Entendeu?

— Sim, Senhor.

         — Bom.

Ele permanece atrás de mim e aperta meus quadris, então, rapidamente levanta-me para trás assim que eu estou inclinada para frente, segurando o poste.

— Não goze Anastásia, — ele adverte. — Eu vou foder você duro, por detrás. Segure o poste para sustentar seu peso. Entendeu?

— Sim.

Ele bate o meu traseiro com sua mão. Ow… ardeu.

— Sim, Senhor, — eu murmúrio depressa.

—Separe suas pernas. — Ele põe sua perna entre as minhas, e segurando meus quadris, ele empurra minha perna direita para o lado.

— Assim é melhor. Depois disso, eu deixarei você dormir.

Dormir? Eu estou ofegante. Eu não estou pensando em dormir agora. Ele chega para cima e suavemente afaga as minhas costas.

— Você tem uma pele tão bonita, Anastásia, — ele respira enquanto se curva e beija ao longo da minha coluna, beijos suaves como penas, gentis. Ao mesmo tempo, suas mãos se movem para minha frente pegando os meus seios, e como ele faz isso, ele prende meus mamilos entre seus dedos e aperta-os gentilmente.

Eu abafo meu gemido quando sinto meu corpo inteiro responder, acordando mais uma vez para ele.

Ele suavemente morde e me chupa em minha cintura, puxando os meus mamilos, e minhas mãos apertam o poste perfeitamente esculpido. Suas mãos se soltam e eu ouço o agora familiar barulho da retirada de sua calça jeans.

— Você tem uma bunda tão cativante e sensual, Anastásia Steele. O que eu gostaria de fazer com ela.

Suas mãos alisam e modelam cada uma das minhas nádegas, então ele desliza os dedos para baixo e desliza dois dedos dentro de mim.

— Tão molhada. Você nunca decepciona, Senhorita Steele, — ele sussurra, e eu ouço a maravilha em sua voz. — Segure firme… isso vai ser rápido, bebê.

Ele agarra meus quadris e se posiciona, e me esforço para receber o seu assalto. Mas ele avança e agarra minha trança e enrola em torno de seu pulso até minha nuca, segurando minha cabeça no lugar. Muito lentamente ele entra em mim, puxando meu cabelo ao mesmo tempo… oh a plenitude. Ele sai de mim lentamente, sua outra mão agarra meu quadril, segurando apertado, e então ele investe novamente dentro de mim, empurando-me para frente.

— Segure, Anastásia! — Ele grita com os dentes cerrados.

Eu agarro o poste mais firme e empurro de volta contra ele, enquanto ele continua seu ataque implacável, uma e outra vez, seus dedos cavando em meu quadril. Meus braços estão doendo, minhas pernas se sentem inseguras, meu couro cabeludo está ficando dolorido de ser puxada pelo cabelo… e eu posso sentir um ajuntamento bem dentro de mim. Oh não… e pela primeira vez, eu temo meu orgasmo… se eu gozar…

Eu desmoronarei. Christian continua a se mover dentro e fora de mim, sua respiração é dura, gemendo, gemendo. Meu corpo está respondendo… como? Eu sinto um acelerar. Mas, de repente, Christian silencia, entrando em mim realmente fundo.

— Vamos lá, Ana, dê para mim, — ele geme, meu nome em seus lábios me envia sobre a borda que toma todo o meu corpo e a sensação de espiral e doce liberação, e, em seguida, completa e totalmente sem sentidos.

Quando retomo os sentidos, eu estou deitada sobre ele. Ele está no chão e eu estou deitada em cima dele, minhas costas sobre sua frente, e eu estou olhando para o teto, toda pós-coito, brilhante, quebrada. Oh… as algemas, eu penso distraidamente, eu tinha esquecido disso. Christian fuça o meu ouvido.

— Levante suas mãos, — ele diz suavemente.

Meus braços parecem feitos de chumbo, mas eu os levanto. Ele empunha a tesoura e passa uma lâmina sob o plástico.

— Eu a declaro livre Ana, — ele respira, e corta o plástico.

Eu dou uma risadinha e esfrego meus pulsos quando eles são liberados. Eu sinto seu sorriso.

— Este é um som tão adorável, — ele diz melancolicamente. Ele se senta, de repente, levando-me com ele de forma que eu estou mais uma vez sentado em seu colo.

— Isto é minha culpa, — ele diz e me ajeita de modo que ele pode esfregar meus ombros e braços.

Delicadamente ele massageia um pouco de volta a vida os meus membros.

O quê?

Olho para ele atrás de mim, tentando entender o que ele quer dizer.

— Que você não dá uma risadinha mais frequentemente.

— Eu não sou uma grande risonha, — eu murmuro sonolenta.

— Oh, mas quando isso acontece, Senhorita Steele, é uma maravilhosa alegria de se ver.

— Muito florido, Sr. Grey, — eu murmuro, tentando manter meus olhos abertos.

Seus olhos suavizam e ele sorri.

— Eu diria que você está completamente fodida e com necessidade de sono.

— Isso não era florido mesmo, — eu murmuro brincando.

Ele sorri e suavemente me ergue fora dele, ele permanece gloriosamente nu. Eu desejo estar momentaneamente mais desperta para realmente apreciá-lo. Pegando sua calça jeans, ele a veste.

— Não quero assustar Taylor, ou a Sra. Jones no que diz respeito a esse assunto, — ele resmunga.

Hmm… eles devem saber que grande bastardo ele é. O pensamento me preocupa.

Ele inclina-se para me ajudar a levantar e ir até a porta, atrás da qual pendura um roupão cinzento. Ele pacientemente me veste como se eu fosse uma criança pequena. Eu não tenho a força para erguer meus braços. Quando eu estou coberta e respeitável, ele se inclina e me beija suavemente, apertando a boca em um sorriso.

— Para cama, — ele diz.

Oh… não…

— Para dormir, — acrescenta tranquilizador quando vê minha expressão.

De repente, ele levanta-me e leva-me enrolada contra seu peito para o quarto ao longo do corredor onde, mais cedo hoje, a Dra. Greene me examinou. Minha cabeça cai contra o seu peito.

Estou exausta. Eu não me lembro de alguma vez ter estado mais cansada. Puxando para trás o edredom, ele me deita, e ainda mais surpreendente, sobe ao meu lado e me segura perto.

— Durma agora, menina linda, — ele sussurra, e beija o meu cabelo.

E antes de eu possa fazer um comentário jocoso, eu estou adormecida.

 

O roçar de lábios através de minha testa, deixando beijos ternos e doces em seu rastro, faz parte de mim girar e responder, mas principalmente eu quero ficar dormindo. Eu gemo e me refugio em meu travesseiro.

— Anastásia, acorde. — A voz de Christian é suave, bajulando.

— Não, — eu gemo.

— Nós temos que sair em meia hora para jantar com meus pais. — Ele está se divertindo.

Eu abro meus olhos relutantemente. É crepúsculo. Christian está debruçando sobre mim, olhando-me atentamente.

— Vamos dorminhoca. Levante-se. — Ele se inclina e me beija novamente.

— Eu comprei-lhe uma bebida. Eu estarei no andar de baixo. Não volte a dormir, ou você estará em apuros, — ele ameaça, mas seu tom é aprazível. Ele me beija brevemente e sai, deixando-me sonolenta, a piscar os meus olhos no quarto fresco.

Eu estou um pouco recuperada, mas de repente, nervosa. Caramba, eu vou conhecer a sua gente! Ele apenas me bateu com o chicote, me amarrou, usando uma algema que eu mesma lhe vendi, pelo amor de Deus, agora vou encontrar seus pais. Será a primeira vez de Kate encontrá-los também, pelo menos que ela estará lá para me dar suporte. Eu enrolo os meus ombros. Eles estão duros. Sua exigência por um instrutor particular de ginástica não parece tão estranha agora, de fato, parece obrigatório, se eu tiver qualquer pretensão de acompanhá-lo.

Saio lentamente da cama e noto que meu vestido está pendurado fora do guarda-roupa e meu sutiã está na cadeira. Onde está a minha calcinha? Eu verifico embaixo da cadeira. Nada. Então, lembro-me, que ele colocou-a no bolso de sua calça jeans. Eu ruborizo com a lembrança, depois dele, eu não posso mesmo pensar sobre isso, ele é tão bárbaro. Eu franzo a testa. Por que ele não me devolveu a minha calcinha?

Eu vou para o banheiro, perplexa com a minha falta de roupa íntima. Enquanto me enxugo, depois de minha agradável, mas extremamente breve chuveirada, eu percebo ele fez isso de propósito. Ele quer que eu me sinta envergonhada e peça a minha calcinha de volta, e ele pode dizer sim ou não. Minha deusa está rindo de mim. Inferno… dois podem jogar esse jogo em particular. Resolvendo não lhe perguntar por ela e não dar-lhe satisfação, eu decido encontrar seus pais sem calcinha. Anastásia Steele! Meu subconsciente me repreenda, mas eu não quero escutar, quase abraço a mim mesma com alegria porque eu sei que isso o deixará louco.

Volto ao quarto, coloco meu sutiã, deslizo em meu vestido e calço os meus sapatos. Eu removo a trança e apressadamente escovo meu cabelo, eu então olho para a bebida que ele deixou.

É cor-de-rosa de pálido. O que é isto? Cranberry e água com gás. Hmm… o sabor é delicioso e extingue minha sede.

Voltando ao banheiro, eu me verifico no espelho, olhos brilhantes, bochechas ligeiramente coradas, o olhar um pouco presunçoso por causa de meu plano sobre a calcinha, e saio para o andar de baixo. Quinze minutos. Não é ruim, Ana.

Christian aguarda ao lado da janela panorâmica, vestindo as calças de flanela cinza que eu amo, aquelas que penduram dessa forma incrivelmente sensual fora de seus quadris, e, claro, uma camisa de linho branco. Ele não tem alguma outra cor? Frank Sinatra canta suavemente nos alto-falantes de som surround.

Christian se vira e sorri quando eu entro. Ele olha para mim com expectativa.

— Oi, — eu digo baixinho, e meu sorriso de esfinge encontra o seu.

— Oi, — ele diz. — Como você está sentindo? — Seus olhos estão iluminados com diversão.

— Bem, obrigada. Você?

— Eu me sinto bem poderoso, Senhorita Steele.

Ele está tão à espera que eu diga alguma coisa.

— Frank. Eu nunca imaginei que você fosse um fã de Sinatra.

Ele levanta suas sobrancelhas para mim, seu olhar é especulativo.

— Gosto eclético, Senhorita Steele, — ele murmura, e ele dá alguns passos em minha direção, como uma pantera, até chegar na minha frente, seu olhar tão intenso que me tira o fôlego.

Frank começa a cantar… uma velha canção, uma das favoritas de Ray. “Witchcraft”. Christian passa vagarosamente a ponta do dedo pela minha bochecha, e eu sinto todo o caminho até lá embaixo.

— Dance comigo, — ele murmura, com voz rouca.

Tomando o controle remoto fora de seu bolso, ele aumenta o volume e mantém a sua mão para mim, seu olhar cinza cheio de promessas, desejo e humor. Ele é totalmente sedutor, e eu estou encantada. Eu coloco minha mão na sua. Ele sorri preguiçosamente para mim e me puxa em seu abraço, seu braço enrolando ao redor minha cintura, e ele começa a balançar.

Eu ponho minha mão livre em seu ombro e sorrio para ele, pego em seu humor, brincalhão, infeccioso. E ele começa a mover. Rapaz, ele sabe dançar. Nós cobrimos o chão, da janela até a cozinha e de volta novamente, girando e girando, no tempo da música. E ele faz isto tão fácil para mim.

Nós deslizamos em torno da mesa de jantar, para o piano, e de lá para cá na frente da parede de vidro, fora, Seattle piscava um mural escuro e mágico para nossa dança, e eu não posso evitar a minha risada despreocupada. Ele sorri para mim quando a música chega ao fim.

— Não existe nenhuma bruxa mais agradável que você, — ele murmura e então me beija docemente. — Bem, isso comprou um pouco de cor para suas bochechas, Senhorita Steele. Obrigado pela dança. Nós devemos ir e encontrar meus pais?

— De nada, e sim, eu não posso esperar para encontrar com eles, — eu respondo sem fôlego.

— Você tem tudo que você precisa?

— Oh, sim, — eu respondo docemente.

— Você tem certeza?

Concordo com a cabeça tão indiferente quanto eu posso administrar sob o seu escrutínio intenso, divertido. Seu rosto se divide em um sorriso enorme, ele balança a cabeça.

— Ok. Se esta é a maneira que você quer jogar, Senhorita Steele.

Ele agarra minha mão, recolhe a sua jaqueta que está pendurada em uma das banquetas, e me leva através da entrada para o elevador. Oh, as muitas faces de Christian Grey. Será que jamais serei capaz de compreender este homem volúvel?

Eu espio para ele no elevador. Ele está curtindo uma piada privada, um vestígio de um sorriso que flerta com sua boca bonita. Eu temo que seja a minha custa. O que eu estava pensando? Eu vou conhecer os seus pais e eu não estou vestindo qualquer roupa íntima. Meu subconsciente me dá um inútil aviso, eu te disse. Na segurança relativa de seu apartamento, parecia uma ideia divertida. Agora, eu estou quase fora de mim sem calcinha! Ele olha para mim, e está lá, a tensão aumentando entre nós. O olhar divertido desaparece de seu rosto e suas linhas de expressão, a escuridão de seus olhos… oh meu Deus.

As portas do elevador se abrem no andar térreo. Christian balança a cabeça ligeiramente como se para limpar seus pensamentos e gesticula para que eu saia antes dele, em gesto cavalheiresco.

Com quem ele está brincando? Ele não é nenhum cavalheiro. Ele tem minha calcinha.

Taylor dirige o Audi grande. Christian abra a porta traseira para mim, e eu entro, tão elegantemente quanto posso, considerando meu estado de nudez lasciva. Eu sou grata pelo vestido ameixa de Kate ser comprido até os joelhos.

Nós aceleramos pela I-5, nós estamos em silencio, sem dúvida inibidos pela presença de Taylor, na frente. O humor de Christian é quase tangível e parece mudar. O humor está se dissipando lentamente enquanto nos dirigimos para o norte. Ele está pensativo, olhando para fora da janela, e eu posso senti-lo deslizar para longe de mim. O que ele está pensando? Eu não posso perguntar a ele. O que eu posso dizer na frente de Taylor?

— Onde você aprendeu a dançar? — Eu pergunto como tentativa. Ele gira olhar em mim, seus olhos ilegíveis sob a luz intermitentes das lâmpadas das ruas no percurso.

— Você realmente quer saber? — Ele responde em voz baixa.

Meu coração afunda, e agora eu não quero, porque eu posso imaginar.

— Sim, — eu murmuro, relutantemente.

— A Sra. Robinson gostava de dançar.

Oh, minhas piores suspeitas confirmadas. Ela o ensinou bem, e o pensamento me deprime, não existe nada que eu possa lhe ensinar. Eu não tenho nenhuma habilidade especial.

— Ela deve ter sido uma boa professora.

— Ela era, — ele diz suavemente.

Meus couro cabeludo pinica. Será que ela teve o melhor dele? Antes dele se tornar tão fechado? Ou será que ela o trouxe para fora de si mesmo? Ele tem esse lado, divertido, brincalhão. Eu sorrio involuntariamente ao recordar de estar em seus braços enquanto ele girou comigo ao redor sua sala de estar, de forma inesperada, e ele tem minha calcinha, em algum lugar.

E depois há o Quarto Vermelho da Dor. Eu esfrego meus pulsos reflexivamente, as tiras finas de plástico fizeram o mesmo com outra menina. Ela lhe ensinou tudo ou o arruinou, dependendo do ponto de vista. Ou talvez ele teria encontrado o seu caminho de qualquer maneira, apesar da Sra. R.

Eu percebo, naquele momento, que eu a odeio. Eu espero nunca conhecê-la, porque eu não serei responsável por minhas ações se o fizer. Eu não posso me lembrar de sentir esta raiva sobre qualquer pessoa, especialmente alguém que eu nunca conheci. Olhando para fora da janela, eu medito sobre a minha raiva e ciúme irracional.

Minha mente voa de volta à tarde. Dado o que eu entendo de suas preferências, penso que ele tem pegado leve comigo. Eu faria isso novamente? Eu não posso fingir ter algum argumento contra isto. Claro que eu faria, se ele me pedisse, contanto que ele não me machucasse e se for à única maneira para estar com ele.

Essa é a linha divisória. Eu quero estar com ele. Minha deusa interior suspira aliviada. Chego à conclusão que ela raramente usa seu cérebro para pensar, mas outra parte vital de sua anatomia, e no momento, é uma parte bastante exposta.

— Não, — ele murmura.

Eu franzo a testa e viro para olhar para ele.

— Não faça o que? — Eu não o toquei.

— Não pense sobre as coisas, Anastásia. — Alcançando-me, ele pega minha mão, ergue-a até seus lábios, e beija meus dedos suavemente. — Eu tive uma tarde maravilhosa. Obrigado.

E ele está de volta comigo, novamente. Eu pisco para ele e sorrio timidamente. Ele está tão confuso. Posso fazer uma pergunta que está me incomodando.

— Por que você usou uma braçadeira?

Ele sorri para mim.

— É rápido, é fácil e é algo diferente para você sentir a experiência. Eu sei que elas são bastante brutais, como dispositivo de contenção. — Ele sorri ligeiramente para mim.

— Muito eficaz para mantê-lo em seu lugar.

Eu ruborizo e olho nervosamente para Taylor, que permanece impassível, com os olhos na estrada. O que eu deveria dizer sobre isso? Christian encolhe os ombros inocentemente.

— Tudo parte de meu mundo, Anastásia. — Ele aperta minha mão e lá estava, olhando para fora da janela novamente.

Seu mundo realmente, e eu quero pertencer a ele, mas em suas condições? Eu simplesmente não sei. Ele não mencionou aquele maldito contrato. Minhas reflexões internas não fazem nada para me alegrar. Olho pela janela e a paisagem mudou. Nós estamos cruzando uma das pontes, cercados pela escuridão. A noite sombria reflete meu estado de espírito introspectivo, fechando, sufocante.

Olho brevemente para Christian, e ele está olhando para mim.

— Um centavo por seus pensamentos? — Ele pergunta.

Eu suspiro com tristeza.

— Tão ruim, hein?

— Eu gostaria de saber o que você estava pensando.

Ele sorri para mim.

— Idem, bebê, — ele diz suavemente, enquanto Taylor acelera na noite em direção a Bellevue.

É um pouco antes das oito, quando o Audi entra na calçada de uma mansão de estilo colonial. É de tirar o fôlego, até mesmo as rosas em torno da porta. Um perfeito retrato de livro.

— Você está pronta para isso? — Christian pergunta, enquanto Taylor para o carro na frente da porta impressionante.

Concordo com a cabeça, ele dá a minha mão outro aperto tranquilizante.

— Primeira vez para mim também, — ele sussurra, então sorri maliciosamente. —Aposto que você gostaria de estar vestindo sua roupa íntima agora, — ele brinca.

Eu coro. Eu tinha já esquecido da minha calcinha. Felizmente, Taylor saiu do carro e está abrindo minha porta, assim ele não pode ouvir nossa troca de palavras. Eu faço uma careta para Christian, que sorri amplamente enquanto eu giro e saio do carro.

Dra. Grace Trevelyan-Grey está na porta esperando por nós. Ela parece elegantemente sofisticada em um vestido de seda azul claro, por trás dela está o Sr. Grey, eu presumo, alto, loiro, e tão bonito ao seu próprio modo como Christian.

— Anastásia, já conhece a minha mãe, Grace. Este é o meu pai, Carrick.

— Sr. Grey, que prazer conhece-lo. — Eu sorrio e agito sua mão estendida.

— O prazer é todo meu, Anastásia.

— Por favor, me chame de Ana.

Seus olhos azuis são suaves e gentis.

— Ana, o quão adorável vê-la novamente. — Grace me envolve em um abraço caloroso. — Entre, minha querida.

— Ela está aqui? — Eu ouço um grito alto de dentro a casa. Eu olho nervosamente para Christian.

— Esta é Mia, minha irmã caçula, — ele diz quase irritado, mas não completamente.

Existe uma subcorrente de afeto em suas palavras, a forma como sua voz cresce mais suave e seus olhos ondulam, quando ele menciona seu nome. Christian obviamente a adora. É uma revelação.

E ela vem correndo solta pelo salão, cabelos escuros, alta e curvilínea. Ela deve ter a minha idade.

— Anastásia! Eu ouvi tanto sobre você. — Ela me abraça apertado.

Caramba. Eu não posso deixar de sorrir com o seu entusiasmo ilimitado.

— Ana, por favor, — eu murmuro enquanto ela me arrasta pelo grande vestíbulo. O piso é todo de madeira escura, com tapetes antigos e uma escadaria para o segundo andar.

— Ele nunca trouxe uma garota para esta casa antes, — Mia diz, com seus olhos escuros brilhando de excitação.

Vislumbro Christian revirando os olhos, e eu levanto uma sobrancelha para ele. Ele estreita seus olhos para mim.

— Mia, acalme-se, — Grace aconselha suavemente. — Olá, querido, — ela diz enquanto beija Christian em ambas as faces. Ele sorri para ela calorosamente, e então aperta a mão de seu pai.

Todos nós entramos na sala de estar. Mia não soltou a minha mão. A sala é espaçosa, decorada com bom gosto em creme, marrom e azul claro, confortável, discreta e muito elegante. Kate e Elliot estão aconchegados juntos em um sofá, segurando taças de champanhe. Kate salta para me abraçar, e Mia finalmente solta a minha mão.

— Oi, Ana! — Ela sorri. — Christian. — Ela acena com a cabeça bruscamente para ele.

— Kate. — Ele é igualmente formal com ela.

Eu franzo a testa com essa troca. Elliot me pega em um abraço todo abrangente. O que é isto, a semana de abraçar Ana? Esta deslumbrante exibição de afeto, eu apenas não estou acostumada com isso. Christian está ao meu lado, envolvendo seu braço ao redor de mim, colocando sua mão em meu quadril, ele estende seus dedos e puxa-me para perto. Todos estão olhando para nós. É enervante.

— Bebidas? — O Sr. Grey parece se recuperar. — Prosecco?

— Por favor, — Christian e eu falamos em uníssono.

Oh… isso está além de estranho. Mia bate palmas.

— Vocês estão até falando ao mesmo tempo. Eu vou buscar. — Ela sai da sala.

Eu fiquei escarlate, e vendo Kate sentada com Elliot, ocorreu-me, de repente, que a única razão para Christian me convidar era porque Kate estaria aqui. Elliot, provavelmente, livre e alegremente pediu a Kate para conhecer seus pais. Christian estava preso, sabendo que eu descobriria via Kate. Eu fiz uma careta com o pensamento. Ele foi forçado ao convite. Uma compreensão triste e deprimente. Meu subconsciente acena com a cabeça sabiamente, um olhar ‘você finalmente entendeu sua estúpida’, apareceu em seu rosto.

— O jantar está quase pronto, — Grace diz, enquanto ela segue Mia fora da sala.

Christian franze a testa e olha para mim.

— Sente-se, — ele comanda, apontando para o sofá de pelúcia, e eu me sento, cuidadosamente cruzando minhas pernas. Ele se senta ao meu lado, mas não me toca.

— Nós estávamos falando sobre férias, Ana, — o Sr. Grey diz amavelmente. — Elliot decidiu seguir Kate e sua família para Barbados por uma semana.  

Olho para Kate, ela sorri, seus olhos estão grandes e brilhantes. Ela está encantada. Katherine Kavanagh, mostre alguma dignidade!

— Você está tomando uma pausa agora que você terminou a faculdade? — O Sr. Grey pergunta.

— Eu estou pensando sobre ir para Geórgia por alguns dias, — eu respondo.

Christian olha para mim, piscando um par de vezes, sua expressão é ilegível. Oh merda.

Eu não comentei isso com ele.

— Geórgia? — Ele murmura.

— Minha mãe vive lá, e eu não a vejo há algum tempo.

— Quando você estava pensando em ir? — Sua voz é baixa.

— Amanhã, final da noite.

Mia passeia em volta na sala abastecendo as taças de Prosecco rosa pálido.

— A sua boa saúde! — O Sr. Grey levanta a taça. Um brinde apropriado para um marido de uma médica, que me faz sorrir.

— Por quanto tempo? — Christian pergunta, com sua voz enganosamente suave.

Puta merda… ele está com raiva.

— Eu não sei ainda. Dependerá das minhas entrevistas, amanhã.

Sua mandíbula apertou, e Kate fica com aquele olhar interferindo em seu rosto. Ela sorri excessivamente doce.

— Ana merece uma pausa, — ela diz intencionalmente para Christian. Por que ela é tão antagônica em relação a ele? O que é o seu problema?

— Você tem entrevistas? — O Sr. Grey pergunta.

— Sim, para estágios em duas editoras, amanhã.

— Desejo-lhe boa sorte.

— O jantar está na mesa, — Grace anuncia.

Todos nós levantamos. Kate e Elliot seguem o Sr. Grey e Mia para fora da sala. Quando vou seguir, Christian agarra o meu cotovelo, trazendo-me para uma parada abrupta.

— Quando você ia dizer-me que estava partindo? — Ele pergunta com urgência. Seu tom é suave, mas ele está mascarando sua raiva.

— Eu não estou partindo, eu vou ver minha mãe, e eu estava só pensando sobre isto.

— Que tal o nosso acordo?

— Nós não temos um acordo ainda.

Ele aperta os olhos, depois parece lembrar-se. Soltando a minha mão, ele toma meu cotovelo e me leva para fora da sala.

— Essa conversa não terminou, — ele sussurra ameaçadoramente quando entramos na sala de jantar.

Ah, É. Não fique tão chateado e … e me devolva a minha calcinha. Eu olho para ele.

A sala de jantar me faz lembrar nosso jantar privado em Heathman. Um lustre de cristal pendurado sobre a mesa de madeira escura e há um espelho enorme e esculpido, na parede. A mesa está servida e coberta com uma toalha de mesa de linho branco, uma tigela de peônias rosas pálidas como o peça central. É impressionante.

Tomamos nossos lugares. O Sr. Grey está na cabeceira da mesa, enquanto eu me sento no seu lado direito, Christian está acomodado ao meu lado. O Sr. Grey agarra a garrafa aberta de vinho tinto e oferece um pouco para Kate. Mia toma sua cadeira ao lado de Christian e pega a sua mão, aperta firmemente. Christian sorri calorosamente para ela.

— Onde você conheceu Ana? — Mia pergunta a ele.

— Ela me entrevistou para a revista estudantil da WSU.

— A que Kate edita, — eu adiciono, na esperança de desviar a conversa para longe de mim.

Mia sorri para Kate, sentada em frente, ao lado de Elliot e eles começam a conversar sobre a revista dos alunos.

— Vinho, Ana? — O Sr. Grey pergunta.

— Por favor. — Eu sorrio para ele. O Sr. Grey levanta para encher o resto dos copos.

Eu olho para Christian. Ele se vira para olhar para mim, sua cabeça está inclinada para um lado.

— O que? — Ele pergunta.

— Por favor, não fique bravo comigo, — eu sussurro.

— Eu não estou bravo com você.

Eu fico olhando para ele. Ele suspira.

— Sim, eu estou louco com você. — Ele fecha seus olhos brevemente.

— Louco a ponto de dar palmadas? — Eu pergunto nervosamente.

— Sobre o que vocês dois estão cochichando? — Kate interrompe.

Eu coro e Christian olha para ela em um olhar ‘tire o seu rabo fora do caminho’ Kavanagh, de modo que até Kate murcha sob o seu olhar.

— Apenas sobre a minha viagem para a Geórgia, — eu digo docemente, com a esperança de encerrar a hostilidade mútua.

Kate sorri, com um brilho perverso em seu olhar.

— Como estava José quando você foi para o bar com ele na sexta-feira?

Puta merda, Kate. Eu arregalo meus olhos para ela. O que ela está fazendo? Ela arregala seus olhos para mim de volta, e eu percebo que ela está tentando deixar Christian ficar ciumento. Como ela sabe pouco. Eu pensei que tinha conseguido acabar com isso.

— Ele estava bem, — eu murmuro.

Christian se inclina.

— Louco de dar palmadas, — ele sussurra. —Especialmente agora. — Seu tom era calmo e mortal.

Oh não. Eu me contorço.

Grace reaparece carregando dois pratos, seguida por uma mulher muito jovem, com tranças loiras, vestida elegantemente de azul claro, carregando uma bandeja de pratos. Seus olhos imediatamente acham Christian na sala. Ela cora e olha para ele sob seu rímel nos longos cílios.

O que!

Em algum lugar na casa o telefone começa a tocar.

— Com licença, — O Sr. Grey levanta novamente e sai.

— Obrigado, Gretchen, — Grace diz suavemente, franzindo a testa com a saída do Sr. Grey. — Só deixe a bandeja no console. — Gretchen acena a cabeça, e com outro olhar furtivo para Christian, ela parte.

Então, os Greys tem empregadas, e a empregada está de olho em cima do meu pretende a Dominante. Pode esta noite conseguir ficar pior? Eu franzo a testa e olho para minhas mãos no meu colo.

O Sr. Grey retorna.

— Ligação para você, querida. É do hospital, — ele diz para Grace.

— Por favor, comece, todo mundo. — Grace sorri enquanto me dá um prato e parte.

Cheira delicioso, – chouriço e vieiras com pimentões vermelhos assados e cebolinhas, polvilhado com salsa. Apesar de ter meu estômago revolto com as ameaças veladas de Christian, os olhares sublinhar da bonita e pequena Senhorita Maria Chiquinha e a perda da minha roupa íntima, eu estou com fome. Eu coro quando percebo que o esforço físico desta tarde me deu tamanho apetite.

Momentos depois Grace retorna, com a sobrancelha franzida. O Sr. Grey vira a cabeça de um lado... como Christian.

— Tudo bem?

— Outro caso de sarampo, — Grace suspira.

— Oh não.

— Sim, uma criança. O quarto caso este mês. Se as pessoas vacinassem as suas crianças. — Ela agita sua cabeça tristemente, e então sorri. — Eu estou tão contente que nossos filhos nunca tiveram isso. Eles nunca pegaram qualquer coisa pior que catapora, ainda bem. Pobre Elliot, — ela diz enquanto ela senta-se, sorrindo com indulgencia para o filho. Elliot franze a testa e se torce desconfortavelmente. — Christian e Mia tiveram sorte. Eles tiveram isto tão suavemente, que dividiram apenas uma mancha entre eles.

Mia deu uma risadinha e Christian revirou os olhos.

— Então, você pegou o jogo dos Marinheiros, Pai? — Elliot claramente estava interessado a mudar de assunto.

Os aperitivos são deliciosos, eu me concentro em comer enquanto Elliot, o Sr. Grey e Christian conversam sobre beisebol. Christian parece relaxado e tranquilo conversando com sua família. Minha mente está trabalhando furiosamente. Porra Kate, que jogo ela está jogando? Ele vai me punir? Eu me acovardo com o pensamento. Não assinei aquele contrato ainda. Talvez eu não o faça. Talvez eu fique na Geórgia onde ele não pode me alcançar.

— Como você está se estabelecendo em seu novo apartamento querida? — Grace pergunta educadamente.

Sou grata por sua pergunta, distraindo-me de meus pensamentos discordantes, e eu conto a ela sobre nossa mudança.

Como nós terminamos nossos pratos iniciais, Gretchen aparece, e não pela primeira vez, eu queria me sentir capaz de pôr minhas mãos livremente em Christian só para a deixar saber que, ele pode ter cinquenta tons de ruim, mas ele é meu. Ela começa a limpar a mesa, escovando demasiado perto de Christian para o meu gosto. Felizmente, ele parece alheio a ela, mas minha deusa interior está queimando sem chama e não em um bom caminho.

Kate e Mia estão encerando líricos sobre Paris.

— Você esteve em Paris, Ana? — Mia pergunta inocentemente, distraindo-me de meu devaneio de ciúmes.

— Não, mas eu adoraria ir. — Eu sei que sou a única à mesa que nunca deixou os EUA.

— Nós fomos a Paris na lua de mel. — Grace sorriu para o Sr. Grey que devolveu o sorriso para ela.

É quase embaraçoso testemunhar. Eles obviamente se amam profundamente, e pergunto-me por um breve momento como deve ser crescer com ambos os pais.

— É uma bela cidade, — Mia concorda. — Apesar dos parisienses. Christian, você devia levar Ana para Paris, — Mia declara com firmeza.

— Eu penso que Anastásia prefere Londres, — Christian diz baixinho.

Oh… ele lembrou. Ele coloca sua mão em meu joelho, seus dedos que viajam até a minha coxa. Meu corpo inteiro aperta em resposta. Não… não aqui, não agora. Eu coro e endureço, tentando ficar longe dele. Sua mão em minha coxa me acalma. Eu procuro o meu vinho, em desespero.

A pequena senhorita Maria Chiquinha européia retorna, toda com olhares tímidos e balançando os quadris, com nossa reentrada, um Beff Wellington, eu acho. Felizmente, ela nos dá os pratos e então parte, embora ela demore dando a Christian o seu. Ele olha intrigada para mim enquanto eu assisto-a fechar a porta da sala de jantar.

— Então, o que havia de errado com os parisienses? — Elliot pergunta a sua irmã. — Eles não ligaram para suas maneiras encantadoras?

— Ugh, não eles não fizeram. E Monsieur Floubert, o ogro com quem eu estava trabalhando, ele era um tirano dominador.

Eu engasguei com meu vinho.

— Anastásia, você é bem? — Christian perguntou solicito, mantendo a sua mão em minha coxa.

O humor retornou a sua voz. Oh graças a Deus. Quando eu concordo com a cabeça, ele bate levemente em minhas costas suavemente, e só retira sua mão quando ele vê que eu me recuperei.

A carne estava deliciosa, servida com batatas doces assadas, cenouras, nabos e feijões verdes. E estavam mais saborosas desde que Christian conseguiu apresentou seu bom-humor para o resto da refeição. Eu suspeito que é porque eu estou comendo com tanto gosto. A conversa flui livremente entre o Greys, quentes e carinhosos, suavemente provocando uns aos outros. Durante a nossa sobremesa de limão syllabub, Mia nos presenteia com suas façanhas em Paris, passando a um ponto de falar em francês fluente. Todos nós olhamos para ela e ela olha de volta confusa, até Christian dizer a ela, também em francês fluente, o que ela tinha feito, então ela explode em um ataque de risos. Ela tem uma risada muito contagiante e logo todos estamos às gargalhadas.

Elliot fala sobre seu projeto de edifício mais recente, uma nova comunidade eco amigável ao norte de Seattle. Eu olho para Kate, e ela está pendurada em cada palavra que Elliot diz, seus olhos ardem com luxúria ou o amor. Eu ainda não descobri. Ele sorri para ela, e é como se uma promessa não dita passasse entre eles. Mais tarde, bebê, ele está dizendo, e é quente, assustadoramente quente. Eu coro só de assisti-los.

Eu suspiro e espio o Cinquenta Sombras. Ele é tão bonito, eu podia olhar para ele para sempre. Ele tem uma sombra de barba em seu queixo, e meus dedos coçam para arranhar isso e senti-la contra meu rosto, contra meus seios… entre minhas coxas. Eu coro com a direção de meus pensamentos. Ele olha para em mim e levanta sua mão para puxar meu queixo.

— Não morda seu lábio, — ele murmura com voz rouca. — Eu quero fazer isto.

Grace e Mia tiram as louças da sobremesa e seguem para a cozinha, enquanto o Sr. Grey, Kate, e Elliot discutem os méritos dos painéis solares no Estado de Washington. Christian, finge interesse na conversa, põe sua mão mais uma vez em meu joelho, e seus dedos viajam pela minha coxa. Minha respiração está aos trancos, e eu aperto minhas coxas juntas em uma tentativa para deter seu progresso. Posso vê-lo sorrir maliciosamente.

— Eu devo dar a você uma excursão pela propriedade? — Ele pergunta para mim bastante abertamente.

Eu sei que estou querendo dizer sim, mas eu não confio nele. Antes de eu poder responder, porém, ele está em pé e estendendo a sua mão para mim. Eu coloco minha mão na sua, e sinto todo o aperto dos músculos no fundo do meu ventre, respondendo aos seus escuros e famintos olhos cinza.

— Com licença, — eu digo para o Sr. Grey e sigo Christian para fora da sala de jantar.

Ele me leva pelo corredor e pela cozinha onde Mia e Grace estão empilhando os pratos na máquina de lavar. Maria Chiquinha européia não está em nenhum lugar visível.

— Eu vou mostrar a Anastásia o quintal, — Christian diz inocentemente para sua mãe.

Ela nos acena com um sorriso, enquanto Mia volta para a sala de jantar.

Nós saímos para uma área de pátio de laje cinzenta, iluminado por luzes embutidas.

Há uns arbustos em vasos de pedra cinzenta e uma mesa de metal e cadeiras chiques em um canto.

Christian passa para eles, em mais alguns passos, estamos sobre um vasto gramado que leva até a baía… oh meu, é lindo. Seattle cintila no horizonte, é fresca, brilhante, a lua de maio abre um caminho de prata cintilante através da água em direção a um cais onde dois barcos estão atracados. Ao lado do cais está uma casa de barcos. É tão pitoresco, tão pacífico. Eu olho e bocejo por um momento.

Christian me puxa atrás dele, e meus saltos afundam na grama macia.

— Pare, por favor. — Eu estou tropeçando em seu rastro.

Ele para e olha em mim, sua expressão é insondável.

— Meus saltos de sapatos. Eu preciso tirar meus sapatos.

— Não se preocupe, — ele diz, e ele se abaixa e coloca-me por cima de seu ombro. Eu grito ruidosamente com surpresa chocada, e ele me dá um tapa no traseiro.

— Mantenha sua voz, — ele rosna.

Oh não… isso não é bom, meu subconsciente está tremendo nos joelhos. Ele está louco sobre algo, poderia ser José, Geórgia, sem calcinha, mordendo lábio. Merda, ele é fácil irritar.

— A onde nós estamos indo? — Eu respiro.

— Casa de barcos, — ele estala.

Eu agarro-me em seus quadris, por que estou de cabeça para baixo, ele anda a passos largos de propósito, no luar, através do gramado.

— Por quê? — Eu sôo ofegante, saltando sobre seu ombro.

— Eu preciso estar só com você.

— Por quê?

— Porque eu vou espancar e então foder você.

— Por quê? — Eu suavemente choramingo.

— Você sabe por que, — ele silva.

— Eu pensei que você era um cara de age conforme o momento? — peço sem fôlego.

— Anastásia, eu estou sendo agindo conforme o momento, confie em mim.

Puta merda

 

Christian cruza como um ciclone a porta de madeira da casa de embarcação e pausa para acender algumas luzes. As luzes fluorescentes cintilam e zumbem em silêncio em sequência enquanto luzes fortes inundam o grande edifício de madeira. Da minha visão de cabeça para baixo, eu conseguia ver uma lancha motorizada na doca flutuando gentilmente na água escura, mas eu apenas tive uma breve visão antes que ele estivesse me carregando para as escadas de madeira indo para o quarto acima.

Ele pausa na entrada e liga outro interruptor... halogênios desta vez, elas eram mais suaves, mais difusas... e nós estávamos no sótão com teto inclinado. Ele está decorado com um tema náutico da Nova Inglaterra: azul marinho e creme com listras vermelhas. Os móveis são esparsos, apenas dois sofás é tudo o que eu posso ver.

Christian me coloca de pé no chão de madeira. Eu não tenho tempo para examinar ao meu redor – meus olhos não podem deixá-lo. Eu estou hipnotizada... assistindo-o como se ele fosse um daqueles predadores raros e perigosos, esperando pelo ataque dele. A respiração dele é forçada, mas ele acabou de atravessar o gramado e subir um lance de escadas. Olhos cinzentos queimando com raiva, necessidade, e luxúria pura e inalterada.

Puta merda. Eu poderia entrar em combustão apenas com o olhar dele.

— Por favor, não me bata, - eu sussurro, implorando.

Suas sobrancelhas se franzem, seus olhos se arregalam. Ele pisca duas vezes.

— Eu não quero que você me dê palmadas, não aqui, não agora. Por favor, não faça.

A boca dele se abre levemente pela surpresa, e além da coragem, eu tento esticar meu braço e correr meus dedos pela bochecha dele, ao longo de sua costeleta, até a barba rala em seu queixo.

É uma mistura curiosa de suavidade e espinhoso. Lentamente fechando seus olhos, ele inclina o rosto no meu toque, e sua respiração se prende em sua garganta. Esticando com a minha outra mão, eu corro meus dedos pelo cabelo dele. Eu amo o cabelo dele. Seu gemido suave é quase inaudível, e quando ele abre os olhos, o seu olhar é preocupado, como se ele não entendesse o que eu estava fazendo.

Dando um passo para frente fazendo com que eu estivesse grudada nele, eu puxei gentilmente o cabelo dele, trazendo sua boca para a minha, e eu o beijei, forçando minha língua entre os lábios dele e dentro de sua boca. Ele geme, e seus braços vêm ao meu redor, me puxando perto dele. Suas mãos encontram o seu caminho para o meu cabelo, e ele me beija de volta, com força e possessivamente. A língua dele e a minha se torcem e viram um, nos consumindo. Ele tem um gosto divino.

Ele se afasta repentinamente, as nossas respirações estão irregulares e misturadas. Minhas mãos caem para os braços dele e ele me olha feio.

— O que você está fazendo comigo? — ele sussurra confuso.

— Beijando você.

— Você disse não.

— O quê? Não para o quê?

— Na mesa de jantar, com as suas pernas.

Oh... então é sobre isso.

— Mas nós estávamos na mesa de jantar dos seus pais. — Eu olho para ele, completamente perdida.

— Ninguém nunca disse não para mim antes. E é tão... quente.

Seus olhos se abrem bastante com admiração e luxúria. É uma mistura inebriante. Eu engulo instintivamente. A mão dele se move para o meu traseiro. Ele me puxa com força contra ele, e eu posso sentir sua ereção.

Oh meu Deus...

— Você está bravo e excitado porque eu disse não? — Eu falo, atônita.

— Estou bravo porque você nunca falou de Georgia para mim. Estou bravo porque você foi beber com aquele cara que tentou te seduzir quando você estava bêbada e que te deixou quando você estava doente com um quase completo estranho. Que tipo de amigo faz isso? E estou bravo e excitado porque você fechou suas pernas para mim. — Seus olhos brilham perigosamente, e ele está lentamente alcançando a barra do meu vestido.

— Eu quero você, e eu te quero agora. E se você não vai me deixar te dar umas palmadas... que você merece... eu vou te foder neste sofá neste minuto, rapidamente, para o meu prazer, não seu.

Meu vestido mal está cobrindo o meu traseiro nu. Ele se move repentinamente para que suas mãos estejam apalpando o meu sexo, e um de seus dedos se afunda lentamente dentro de mim. Seu outro braço me segura firmemente no lugar ao redor da minha cintura. Eu seguro um gemido.

— Isso é meu, — ele sussurra agressivamente. — Tudo meu. Você entende? — Ele desliza seu dedo dentro e fora enquanto ele me olha, analisando a minha reação, seus olhos queimando.

— Sim, sua, — eu sussurro enquanto meu desejo, quente e pesado, surge através da minha corrente sanguínea, afetando... tudo. Minhas terminações nervosas, minha respiração, meu coração está batendo forte, tentando deixar o meu peito, o sangue vibrando nos meus ouvidos.

Abruptamente, ele se move, fazendo diversas coisas de uma vez. Retirando seus dedos, deixando-me querendo, abrindo sua braguilha, e me empurrando no sofá para que ele esteja deitado em cima de mim.

— Mãos na cabeça, — ele comanda através de dentes apertados enquanto ele se ajoelha, forçando as minhas pernas a se abrirem mais, e se esticando para alcançar o bolso interno de seu casaco. Ele tira um pacote de papel de alumínio, olhando para mim, sua expressão obscura, antes de retirar seu casaco e deixando-o cair no chão. Ele rola a camisinha pelo seu impressionante comprimento.

Eu coloco minhas mãos na cabeça, e eu sei que é para que eu não o toque. Eu estou tão excitada.

Eu sinto meus quadris se movendo para cima para encontrá-lo... querendo-o dentro de mim, desse jeito... áspero e duro. Oh... a antecipação.

— Nós não temos muito tempo. Isso será rápido, e é para mim, não você. Você entende? Não goze, ou eu vou te dar umas palmadas, — ele diz através de seus dentes cerrados.

Puta merda... como eu vou parar?

Com uma rápida estocada, ele está totalmente dentro de mim. Eu gemo alto, guturalmente, e me deleitando na plenitude de sua posse. Ele coloca as mãos em cimas das minhas, no topo da minha cabeça, seus cotovelos mantém meus braços abertos, e suas pernas me imobilizam por completo. Ele está em todo lugar, me sobrecarregando, quase sufocando. Mas é maravilhoso também, este é o meu poder, isso é que o eu faço com ele, e é uma sensação triunfante, hedonista. Ele se move rapidamente e furiosamente dentro de mim, sua respiração árdua em meu ouvido, e o meu corpo responde, se derretendo ao redor dele. Eu não devo gozar. Não. Mas eu estou encontrando-o em cada estocada, um contra-ponto perfeito. Abruptamente, e muito cedo, ele se enfia dentro de mim e quando ele encontra a sua liberação, o ar sibilando entre seus dentes.

Ele relaxa por um momento, então eu sinto o peso delicioso inteiro dele em mim. Eu não estou pronta para soltá-lo, meu corpo implorando alívio, mas ele é tão pesado, e naquele momento, eu não posso empurrá-lo. Muito de repente, ele se retira, deixando-me dolorida e faminta por mais. Ele me olha carrancudo.

 

— Não se toque. Eu quero você frustrada. É isso que você faz comigo ao não falar comigo, ao me negar o que é meu. — Seus olhos estão ardendo novamente, com raiva novamente.

Eu concordo, ofegante. Ele fica de pé e retira a camisinha, fazendo um nó na ponta, e a coloca no bolso de sua calça. Eu olho para ele, minha respiração ainda errática, e involuntariamente eu aperto minhas coxas juntas, tentando encontrar algum tipo de alívio. Christian fecha sua braguilha e corre sua mão pelo cabelo enquanto ele se abaixa para pegar seu casaco. Ele se vira para me olhar, sua expressão mais suave.

— É melhor voltarmos para a casa.

Eu me sento, um pouco instável, atordoada.

— Aqui. Você pode colocar de volta.

De dentro de seu bolso, ele retira minha calcinha. Eu não sorrio quando a pego dele, mas por dentro eu sei... eu recebi essa foda de punição mas ganhei uma pequena vitória com a calcinha. Minha deusa assente concordando, um sorriso de satisfação em seu rosto... você não teve que pedir por ela.

— CHRISTIAN! — Mia grita do andar inferior.

Ele se vira e ergue as sobrancelhas para mim.

— Bem na hora. Cristo, às vezes ela pode ser tão irritante.

Eu faço uma careta para ele, apressadamente eu recupero minha calcinha e a coloca no lugar certo, e fico de pé com o máximo de dignidade que eu consigo juntar no meu de estado recém-foda. Rapidamente, eu tento ajeitar o meu cabelo de recém-foda.

— Aqui em cima, Mia, — Ele chama. — Bem, Srta. Steele, eu me sinto melhor por isso... mas eu ainda quero te dar umas palmadas, — ele diz suavemente.

— Eu não acredito que eu mereço, Sr. Grey, especialmente depois de tolerar o seu ataque sem motivo.

— Sem motivo? Você me beijou.

Ele se esforça para parecer ofendido.

Eu aperto meus lábios.

— Foi um ataque como melhor forma de defesa.

— Defesa contra o quê?

— Você e sua mão inquieta.

Ele inclina a cabeça para um lado e sorri para mim enquanto Mia sobe a escada escandalosamente.

— Mas foi tolerável? — ele pergunta suavemente.

Eu fico vermelha.

— Por pouco, — eu sussurro, mas eu não consigo evitar o meu sorriso.

— Oh, aí estão vocês. — Ela sorri para nós.

— Eu estava mostrando o lugar para Anastásia. — Christian estica sua mão para mim, seus olhos cinzentos intensos.

Eu coloco a minha mão na dele, e ele a aperta suavemente.

— Kate e Elliot estão prestes a ir embora. Você pode acreditar naqueles dois? Eles não conseguem tirar a mão um do outro. — Mia finge estar enojada e olha para mim e para o Christian. — O que vocês dois estavam fazendo aqui?

Meu, ela é direta. Eu fico mais vermelha ainda.

— Mostrando a Anastásia a minha fileira de troféus, — Christian diz sem perder o passo, completamente com cara de paisagem. — Vamos dizer tchau para a Kate e o Elliot.

Fileira de troféus? Ele me empurra gentilmente na frente dele, e quando Mia se vira para sair, ele me dá um tapa no traseiro. Eu arquejo de surpresa.

— Eu vou fazer de novo, Anastásia, e logo, — ele ameaça baixinho perto do meu ouvido, então ele me puxa para um abraço, minhas costas para o peito dele, e beija o meu cabelo.

De volta na casa, Kate e Elliot estão se despedindo de Grace e do Sr. Grey. Kate me abraça forte.

— Eu preciso falar com você sobre antagonizar o Christian, — eu sibilo baixinho em seu ouvido enquanto ela me abraça.

— Ele precisa ser antagonizado, então você pode ver como realmente ele é. Tenha cuidado, Ana... ele é tão controlador, — ela sussurra. — Vejo você depois.

 

EU SEI COMO REALMENTE ELE É... VOCÊ NÃO!... eu grito com ela na minha cabeça.

 

Eu estou totalmente ciente que as ações dela vêm de um lugar bom, mas algumas vezes ela ultrapassa a linha, e nesse momento ela ultrapassa tanto até o estado vizinho. Eu faço uma careta para ela, e ela mostra a sua língua para mim, fazendo-me sorrir contra a minha vontade. Kate brincalhona é uma novidade, deve ser influência do Elliot. Nós acenamos para eles da porta, e Christian se vira para mim.

— Nós devemos ir também... você tem as entrevistas amanhã.

Mia me abraça carinhosamente quando nós nos despedimos.

— Nós nunca pensamos que ele encontraria alguém! — ela se emociona.

Eu fico vermelha, e Christian afasta seu olhar novamente. Eu aperto meus lábios. Porque ele pode fazer isso e eu não? Eu quero desviar meu olhar também, mas eu não ouso, não depois da ameaça dele no ancoradouro.

— Se cuide, Ana, querida, — Grace diz carinhosamente.

Christian, envergonhado ou frustrado pela ampla atenção que eu estou ganhando dos Greys, pega a minha mão e me puxa para o lado dele.

— Não vamos assustá-la ou estragá-la com muita atenção, — ele resmunga.

— Christian, pare de provocar. — Grace chama a atenção dele indulgentemente, seus olhos brilhando com amor e afeição por ele.

De alguma forma, eu não acho que ele esteja provocando. Eu sorrateiramente vejo a interação deles. É óbvio que a Grace o adora como um amor incondicional de mãe. Ele se abaixa e a beija duramente.

— Mãe, — ele diz, e há uma corrente inferior em sua voz... reverência talvez?

— Sr. Grey... obrigada e adeus. — Eu estico minha mão para ele, e ele me abraça também!

— Por favor, me chame de Carrick. Eu espero que nós a vejamos novamente, logo, Ana.

Com as nossas despedidas feitas, Christian me leva para o carro onde o Taylor está esperando. Meu, que dia. Eu estou exausta, fisicamente e emocionalmente. Depois de uma breve conversa com Taylor, Christian sobe no carro ao meu lado. Ele se vira para mim.

— Bem, parece que a minha família gosta de você também, — ele murmura.

Também? O pensamento depressivo de como eu fui convidada aparece sem ser solicitado e indesejado na minha cabeça. Taylor liga o carro e segue para longe do círculo de luz da entrada da garagem para a escuridão da rua. Eu olho para o Christian, e ele está me encarando.

— O quê? — ele pergunta, sua voz baixa.

Eu hesito momentaneamente. Nâo... eu vou contar para ele. Ele sempre está reclamando que eu não converso com ele.

— Eu acho que você se sentiu obrigado a me trazer para conhecer os seus pais. — Minha voz é suave e hesitante. — Se Elliot não tivesse chamado Kate, você nunca teria me chamado. — Eu não posso ver o rosto dele no escuro, mas ele inclina a cabeça, boquiaberto comigo.

— Anastásia, eu estou encantando que você tenha conhecido os meus pais. Por que você é tão cheia de insegurança? Isso nunca deixa de me surpreender. Você é uma jovem tão forte e independente, mas você tem pensamentos tão negativos a respeito de você. Se eu não quisesse que você os conhecesse, você não estaria aqui. É assim que você se sentiu no tempo inteiro que você esteve lá?

Oh! Ele me queria lá... e é uma revelação. Ele não parece desconfortável em me responder como ele estaria se ele estivesse escondendo a verdade. Ele parece genuinamente feliz que eu estou aqui... um brilho quente se espalha pelas minhas veias. Ele balança a cabeça e alcança a minha mão. Eu olho nervosamente para o Taylor.

— Não se preocupe com Taylor. Fale comigo.

Eu dou de ombros.

— Sim. Eu pensei nisso. E outra coisa. Eu apenas mencionei Georgia porque Kate estava falando sobre Barbados... eu ainda não me decidi.

— Você quer ir ver sua mãe?

— Sim.

Ele olha estranhamente para mim, como se ele estivesse tendo alguma luta interna.

— Eu posso ir com você? — ele pergunta eventualmente.

O quê?

— Hum... eu não acho que isso seja uma boa ideia.

— Por que não?

— Eu estava esperando dar um tempo em toda essa... intensidade e tentar pensar em algumas coisas.

Ele me encara.

— Eu sou muito intenso?

Eu caio na risada.

— Isso é para falar o mínimo!

Na luz dos postes de luz que passar, eu vejo os lábios dele se curvarem.

— Você está rindo de mim, Srta. Steele?

— Eu não ousaria, Sr. Grey, — eu respondo numa seriedade de mentira.

— Eu acho que você ousa, e eu acho que você ri de mim, frequentemente.

— Você é bem engraçado.

— Engraçado?

— Oh sim.

— Engraçado estranho ou engraçado Rá Rá?

— Oh... um monte de um e um pouco do outro.

— Qual que é qual?

— Eu vou deixar para você descobrir isso.

— Eu não tenho certeza se eu posso descobrir qualquer coisa ao seu redor, Anastásia, — ele diz sarcasticamente, e então continua baixinho, — Sobre o que você precisa pensar em Georgia?

— Nós, — eu sussurro.

Ele me encara, impassivo.

— Você disse que tentaria, — ele murmura.

— Eu sei.

— Você está reconsiderando?

— Possivelmente.

Ele se mexe como se estivesse desconfortável.

— Por quê?

Puta merda. Como isso se tornou uma conversa intensa e significativa? Foi jogado para cima de mim, como uma prova que eu não estou preparada para fazer. O que eu falo? Porque eu acho que te amo, e você apenas me vê como um brinquedo. Porque eu não posso te tocar, porque eu estou muito assustada para te mostrar qualquer tipo de afeição no caso de você recusar ou me dizer para ir embora ou pior... me bater? O que eu posso dizer?

Eu encaro por um momento para fora da janela. O carro está seguindo pela ponte. Nós dois estamos envolvidos na escuridão, mascarando nossos pensamentos e sentimentos, mas nós não precisamos da noite para isso.

— Por que, Anastásia? — Christian me pressiona por uma resposta.

Eu dou de ombros, presa. Eu não quero perdê-lo. Apesar de todas as suas exigências, sua necessidade de controle, seus vícios assustadores. Eu nunca me senti tão viva como eu me sinto agora. É uma emoção estar sentada ao lado dele. Ele é tão imprevisível, sexy, inteligente, e engraçado. Mas seus humores... oh... e ele quer me machucar. Ele diz que ele vai pensar sobre as minhas reservas, mas isso ainda me assusta. Eu fecho meus olhos. O que eu posso dizer? Bem lá no fundo eu apenas gostaria de mais, mais afeição, mais do Christian brincalhão, mais... amor.

Ele aperta minha mão.

— Fale comigo, Anastásia. Eu não quero te perder. Esta última semana... — Ele vai parando de falar.

Nós estamos chegando perto do fim da ponte, e a rua mais uma vez é banhada na luz neón das lâmpadas dos postes então seu rosto fica intermitentemente no escuro e no claro. E é uma metáfora tão apropriada. Este homem, que eu já pensei como sendo um herói romântico... um cavaleiro branco, ou um cavaleiro obscuro, como ele disse. Ele não é um herói, ele é um homem com falhas emocionais profundas, e ele está me arrastando para a escuridão. Será que eu consigo trazê-lo para a luz?

— Eu ainda quero mais, — eu sussurro.

— Eu sei, — ele diz. — Eu vou tentar.

Eu pisco para ele, e ele abandona a minha mão e puxa o meu queixo, liberando meu lábio preso.

— Por você, Anastásia, eu vou tentar. — Ele está radiando sinceridade.

E esse é o meu sinal. Eu solto o meu cinto de segurança, vou para o outro lado, e subo no colo dele, pegando-o totalmente de surpresa. Colocando meus braços ao redor da cabeça dele, eu o beijo, por um longo tempo e com força, e em um nanosegundo, ele está respondendo.

— Fique comigo esta noite, — ele sussurra. — Se você for embora, eu não te verei a semana inteira. Por favor.

— Sim, - eu cedo. — E eu vou tentar também. Eu vou assinar o seu contrato. — E é uma decisão feita no calor do momento.

Ele olha para mim.

— Assine depois de Georgia. Pense sobre isso. Pense bem, bebê.

— Eu vou. — E nós sentamos em silêncio por um quilômetro ou dois.

— Você realmente deveria usar o seu cinto de segurança, — Christian sussurra desaprovadoramente no meu cabelo, mas ele não faz nenhum movimento para me tirar do colo dele.

Eu me aconchego nele, olhos fechados, meu nariz está no pescoço dele, absorvendo a fragrância sexy de Christian: sexy-picante-almiscarado e loção de banho, minha cabeça está no ombro dele. Eu deixo a minha mente flutuar, e eu me permito fantasiar que ele me ama. Oh, e é tão real, quase tangível, e uma parte pequeníssima do meu subconsciente desagradável se comporta de forma usual e ousa ter esperança. Eu tomo cuidado para não tocar no peito dele, mas apenas me acomodo em seus braços enquanto ele me abraça apertado.

Logo, eu sou tirada do meu sonho impossível.

— Estamos em casa, — Christian murmura, e é uma fantasia tão provocadora, cheia de tanto potencial.

Em casa, com o Christian. Exceto que o apartamento dele é uma galeria de arte, não um lar.

Taylor abre a porta para nós, e eu o agradeço timidamente, consciente que ele estava ouvindo a nossa conversa, mas o sorriso gentil dele é confortante e não entrega nada. Quando saímos do carro, Christian me observa criticamente. Ah não... o que eu fiz agora?

— Porque você não está com um casaco? — ele franze para mim enquanto ele tira o dele e coloca por cima dos meus ombros.

Um alívio me inunda.

— Está no meu carro novo, — eu respondo sonolenta, bocejando.

Ele sorri para mim.

— Cansada, Srta. Steele?

— Sim, Sr. Grey. — Eu me sinto envergonhada sob o seu escrutínio provocante. No entanto, eu sinto que uma explicação está em ordem, — eu fui dominada hoje de uma maneira que eu nunca achei que fosse possível.

— Bem, você está com azar, porque vou te convencer a fazer umas coisinhas a mais, — ele promete enquanto ele pega a minha mão e me leva de volta para o prédio. Puta merda... De novo?!

Eu olho para ele no elevador. Eu presumo que ele gosta de dormir comigo, e então eu me lembro de que ele não dorme com ninguém, apesar de ele ter dormido comigo algumas vezes.

Eu faço uma careta, e abruptamente seu olhar escurece. Ele alcança e pego o meu queixo, liberando meu lábio do dente.

— Um ia, eu vou, te foder neste elevador, Anastásia, mas nesse momento você está cansada... então eu acho que nós devemos ficar com a cama mesmo.

Abaixando, ele prende seus dentes ao redor do meu lábio inferior e puxa gentilmente. Eu me derreto contra ele, e a minha respiração para, enquanto minhas entranhas se soltam de desejo. Eu respondo, acelerando meus dentes por cima do lábio superior dele, e ele geme. Quando as portas do elevador se abrem, ele pega a minha mão e me puxa para dentro da sala de estar, passa pelas portas duplas, e entra no corredor.

— Você precisa de uma bebida ou algo?

— Não.

— Bom. Vamos para a cama.

Eu ergo minhas sobrancelhas para ele.

— Você vai se contentar com baunilha?

Ele inclina a cabeça para um lado.

— Não tem nada de ruim sobre baunilha... é um sabor bem intrigante, — ele sussurra.

— Desde quando?

— Desde sábado passado. Por quê? Você estava esperando algo mais exótico?

Minha deusa ergue sua cabeça acima do parapeito.

— Ah não. Eu tive o bastante de exótico por um dia. — Minha deusa faz beicinho para mim, falhando miseravelmente em esconder o seu desapontamento.

— Certeza? Nós satisfazemos todos os gostos aqui... pelo menos trinta e um sabores. — Ele sorri para mim de maneira lasciva.

— Eu notei, — eu respondo secamente.

Ele balança a cabeça.

— Venha, Srta. Steele, você tem um grande dia amanhã. Quanto mais cedo você estiver na cama, mais cedo você será fodida, e mais cedo você poderá dormir.

— Sr. Grey, você é um romântico incurável.

— Srta. Steele, você tem uma boca esperta. Eu posso ter que dominá-la um dia. Venha. — Ele me leva pelo corredor para o seu quarto e chuta a porta para fechá-la.

— Mãos no ar, — ele comanda.

Eu faço o que ele pede, e em um movimento incrivelmente rápido, ele tira o meu vestido como um mágico, pegando-o na barra e puxando suavemente e rapidamente pela minha cabeça.

— Ta Da! — ele diz brincalhão.

Eu dou uma risadinha e aplaudo. Ele se curva graciosamente sorrindo. Como eu posso resisti-lo quando ele está assim? Ele coloca o meu vestido na cadeira solitária ao lado de sua cômoda.

— Qual é seu próximo truque? — eu encorajo, provocando.

— Ah minha querida, Srta. Steele. Venha para a minha cama, — ele rosna. — E eu te mostro.

— Você acha que pelo menos uma vez eu devo bancar a difícil? — eu pergunto coquetemente.

Seus olhos se arregalam com surpresa, e eu vejo um brilho de excitação.

— Bem... a porta está fechada. Não tenho certeza de como você pode me evitar, — ele diz sarcasticamente. — Eu acho que é um trato feito.

— Mas eu sou uma boa negociadora.

— Eu também. — Ele me encara, mas quando ele faz isso, sua expressão muda, confusa inunda-o, e a atmosfera no quarto muda repentinamente, ficando tensa. — Você não quer foder? — ele pergunta.

— Não, —eu sussurro.

— Oh. — ele faz uma careta.

Ok, lá vai... respire fundo.

— Eu quero que você faça amor comigo.

Ele fica parado e me encara sem expressão. Sua expressão escurece. Oh merda, isso não parece bom. Dê a ele um minuto! Meu subconsciente dá bronca.

— Ana, eu... — ele corre a mão pelo cabelo. Duas mãos. Meu, ele realmente está atordoado.

— Eu pensei que tínhamos feito? — ele diz eventualmente.

— Eu quero te tocar.

Ele dá um passo involuntário para trás, sua expressão parece amedrontada por um momento, e então ele se recompõe.

— Por favor, — eu sussurro.

Ele se recupera.

— Ah, não Srta. Steele, você teve o bastante de concessões de mim por uma noite. E eu estou dizendo não.

— Não?

— Não.

Ah... eu não posso argumentar com isso... posso?

— Olha, você está cansada, eu estou cansado. Vamos apenas ir para cama, — ele diz, me observando cuidadosamente.

— Então te tocar é um limite para você?

— Sim. Essa é velha.

— Por favor, me diga o por que.

— Ah, Anastásia, por favor. Só deixa quieto por enquanto, — ele murmurou exasperado.

— É importante para mim.

De novo ele passa as duas mãos pelo cabelo, e ele profere um juramento sob a sua respiração.

Virando o seu calcanhar, ele segue para a cômoda, puxa uma camiseta, e a joga para mim. Eu a pego, confusa.

— Coloque isso e vá para cama, — ele vocifera, irritado.

Eu faço uma careta e decido agradá-lo. Virando de costas, eu rapidamente removo o meu sutiã, colocando a camiseta o mais rápido possível para cobrir a minha nudez. Eu deixo a calcinha, eu não a usei em grande parte da noite.

— Eu preciso do banheiro. — Minha voz é um sussurro.

Ele faz uma careta, confuso.

— Agora você está pedindo permissão?

— Errr... não.

— Anastásia, você sabe onde é o banheiro. Hoje, nesse ponto em nosso estranho arranjo, você não precisa de permissão para usá-lo. — Ele não consegue esconder sua irritação. Ele tira a sua camiseta, enquanto eu corro para o banheiro.

Eu me encaro no espelho gigante, chocada que ainda pareço à mesma. Depois de tudo o que eu fiz hoje, ainda sou a mesma garota comum olhando boquiaberta de volta para mim. O que você esperava? Que nascessem chifres e um pequeno rabo pontudo, em você? O meu subconsciente vocifera para mim. Que acha que está fazendo? Tocar é um limite para ele. Isso está muito claro, sua imbecil. Ele precisa ter primeiro confiança, para depois falar. Meu subconsciente está furioso, parecendo à medusa em sua raiva, o cabelo voando, suas mãos apertando ao redor de seu rosto igual O Grito de Edvard Munch[5]. Eu o ignoro, mas ele não quer voltar para seu lugar. Você está deixando-o bravo – pense sobre o que ele disse, tudo o que ele concedeu. Eu faço uma careta para a minha reflexão. Eu preciso ser capaz de mostrar para ele afeição – então talvez ele possa retribuir.

Eu balanço minha cabeça resignada e pego a escova de dente de Christian. O meu subconsciente está certo, claro. Eu estou apressando-o. Ele não está pronto e nem eu também. Nós estamos equilibrados nessa delicada gangorra, que é o nosso estranho arranjo – em lados diferentes, vacilando, e vai e volta entre nós dois. Nós dois precisamos estar mais próximos do meio. Eu só espero que nenhum de nós caíssemos em nossas tentativas em fazer isso. Isso tudo é tão repentino. Talvez eu precise de um pouco de distância. Georgia parece mais atraente do que nunca. Quando eu começo a escovar os dentes, ele bate na porta.

— Entra, — eu falo com a boca cheia de pasta.

 

Christian fica parado no batente da porta, seu pijama largo nos quadris – daquele jeito que faz com que cada célula no meu corpo acorde e fique atenta. Ele está sem camiseta, e eu o bebo como se eu estivesse louca de sede e ele é uma fonte de água limpa e fria na montanha. Ele olha para mim impassível, então sorri e vem ficar ao meu lado. Nossos olhares se prendem no espelho, cinza para o azul. Eu termino de escovar, lavo a escova, e a entrego para ele, meu olhar nunca deixando o dele. Sem palavras, ele pega a minha escova de mim e a coloca na boca. Eu sorrio de volta para ele, e seus olhos estão de repente dançando com humor.

— Por favor, sinta-se a vontade para usar a minha escova. — O seu tom é de gentil escárnio.

— Obrigada, senhor, — eu sorrio docemente, e eu saio, seguindo de volta para cama.

Alguns minutos depois ele se junta a mim.

— Você sabe que não era bem assim que eu imaginava como seria essa noite, — ele murmura petulante.

— Imagine se eu dissesse para você que você não poderia me tocar.

Ele sobre na cama e senta de pernas cruzadas.

— Anastásia, eu te disse. Cinquenta Sombras. Eu tive um começo duro na vida... você não quer essa merda na sua cabeça. Por que você iria querer?

— Porque eu quero te conhecer melhor.

— Você me conhece o suficiente.

— Como você pode dizer? — Eu me esforço para ficar de joelhos, encarando-o.

Ele afasta seu olhar de mim, frustrado.

— Você está desviando seu olhar do meu. Da última vez que eu fiz isso, eu terminei em cima do seu joelho.

— Ah, eu gostaria de colocá-la lá de novo.

Inspiração veio a mim.

— Conte-me e você pode.

— O quê?

— Você me ouviu.

— Você está negociando comigo? — Sua voz ressoa com uma descrença espantada.

Eu assinto. Sim... é dessa forma.

— Negociando.

— Não funciona desse jeito, Anastásia.

— Ok. Conte-me, e eu viro meus olhos para você.

Ele ri, e eu recebo um raro vislumbre do Christian despreocupado. Eu não o vejo faz um tempo.

Ele fica sério.

— Sempre tão ansiosa e ávida por informação. — Seus olhos cinzas brilham com especulação.

Depois de um momento, ele graciosamente desce da cama. — Não vá embora, — ele diz e sai do quarto.

Lanças me perfuram, e eu me abraço. O que ele está fazendo? Será que ele tem algum tipo de plano maligno? Merda. Imagine se ele volta com uma vara, ou algum tipo de instrumento bizarro?

Puta merda, o que eu farei então? Quando ele volta, ele está segurando algo pequeno em suas mãos. Eu não consigo ver o que é, e eu estou queimando de curiosidade.

— Quando é a sua primeira entrevista amanhã? — Ele pergunta suavemente.

— Às duas.

Um sorriso perverso lento se espalha em seu rosto.

— Bom. — E perante os meus olhos, ele sutilmente muda. Ele está mais duro, rebelde... gostoso. Este é o Christian dominante.

— Saia da cama. Fique lá. — Ele aponta para o lado da cama, e eu me atrapalho para sair da cama rapidamente. Ele me encara atentamente, seus olhos cintilando com promessa.

— Confia em mim? — ele pergunta suavemente.

Eu assinto. Ele estende a mão, e em sua palma estão duas bolas prateadas redondas e brilhantes, ligadas por um grosso fio negro.

— Estas são novas, — ele diz enfaticamente.

Eu olho questionadoramente para ele.

— Eu vou colocar elas dentro de você, e então eu vou te dar umas palmadas, não para punir, mas para o seu prazer e meu. — ele pausa, observando os meus olhos arregalados.

Dentro de mim! Eu perco o fôlego, e todos os meus músculos lá dentro da barriga ficam tensos. Minha deusa está fazendo a dança dos sete véus.

— E então nós vamos foder, e se você ainda estiver acordada, eu vou repartir um pouco de informação a respeito dos meus anos de formação. Concorda?

Ele está pedindo minha permissão! Ofegante, eu aceno. Eu sou incapaz de falar.

— Boa menina. Abra sua boca.

Boca?

— Abra mais.

Muito gentilmente, ele coloca as bolas na minha boca.

— Elas precisam ser lubrificadas. Sugue, — ele ordena, sua voz suave.

As bolas são frias, suaves, surpreendentemente pesadas, e têm um gosto metálico. Minha boca seca se enche de saliva enquanto a minha língua explora os objetos estranhos. O olhar cinzento de Christian não deixa o meu. Infernos, isso está me excitando. Eu me contorço de leve.

— Fique parada, Anastásia, — ele avisa.

— Pare. — Ele as tira da minha boca. Se movendo para frente, ele joga a coberta para o lado e senta-se na beirada.

— Venha aqui.

Eu fico de pé na frente dele.

— Agora vire-se, abaixe-se, e agarre os seus tornozelos.

Eu pisco para ele, e sua expressão se escurece.

— Não hesite, — ele censura baixinho, um sobre tom em sua voz, e ele coloca as bolas em sua boca.

Porra, isso é mais sexy do que a escova de dente. Eu sigo as ordens dele imediatamente. Meu, eu posso tocar os meus tornozelos? Eu descubro que posso, com facilidade. A camiseta desliza pelas minhas costas, expondo meu traseiro. Graças aos céus eu fiquei de calcinha, mas eu suspeito que não será por muito tempo.

Ele coloca sua mão reverentemente no meu traseiro e muito suavemente acaricia com toda a sua mão. Com meus olhos abertos, eu posso ver as pernas dele através das minhas, nada mais. Eu fecho meus olhos com força enquanto ele gentilmente remove a calcinha para o lado e lentamente percorre seu dedo para cima e para baixo no meu sexo. Meu corpo se prepara em uma mistura inebriante de antecipação selvagem e excitação. Ele desliza um dedo dentro de mim, e ele circula-o deliciosamente devagar. Ah, que gostoso. Eu gemo.

A respiração dele para, e eu o escuto gemer enquanto ele repete o movimento. Ele retira seu dedo e muito lentamente insere os objetos, uma bola, lenta e deliciosa de cada vez. Oh uau.

Elas estão na temperatura do corpo, quentes por causa das nossas bocas. É uma sensação curiosa. Quando elas estão dentro de mim, eu não posso realmente senti-las... mas, no entanto, eu sei que elas estão lá.

Ele endireita a minha calcinha e se inclina para frente, e seus lábios beijam suavemente o meu traseiro.

— Fique de pé, — ele ordena, e trêmula eu fico de pé.

Ah! Agora eu posso senti-las... mais ou menos. Ele pega os meus quadris para me endireitar enquanto eu restabeleço o meu equilíbrio.

— Você está bem? — ele pergunta, sua voz preocupada.

— Sim. — Minha resposta está leve como uma pena.

— Vire-se. — Eu viro e o encaro.

As bolas puxam para baixo e involuntariamente eu aperto ao redor delas. A sensação me atordoa, mas não de uma maneira ruim

— Como é a sensação? — ele pergunta.

— Estranha.

— Estranho bom ou estranho ruim?

— Estranho bom, - eu confesso, ficando vermelha.

— Bom. — Há um traço de humor perambulando em seus olhos.

— Eu quero um copo de água. Vá e pegue um para mim, por favor.

Ah.

— E quando você voltar, eu devo te colocar no meu joelho. Pense sobre isso, Anastásia.

Água? Ele quer água – agora – por quê?

Quando eu saio do quarto, se torna abundantemente claro o motivo que ele quer que eu ande – enquanto eu faço isso, as bolas fazem um peso dentro de mim, me massageando internamente. É uma sensação tão estranha e não inteiramente desconfortável. Elas me deixam necessitada, necessitada por sexo.

Ele está me assistindo cuidadosamente quando eu retorno.

— Obrigado, — ele diz enquanto pega o copo de mim.

Lentamente, ele dá um gole e então coloca o copo ao lado da mesa de cabeceira. Há um pacote de papel alumínio, pronto e esperando, como eu. E eu sei que ele está fazendo isso para aumentar a antecipação. Meu coração aumentou o ritmo. Ele virou o seu olhar brilhante cinzento para o meu.

— Venha. Fique ao meu lado. Como da última vez.

Eu fico ao lado dele, meu sangue tamborilando pelo meu corpo, e desta vez... estou excitada.

Acesa.

— Pergunte para mim, — ele diz baixinho.

Eu faço uma careta. Pergunta a ele o quê?

— Pergunte para mim, — sua voz está uma pouco mais áspera.

O quê? Como está a sua água? O que ele quer?

— Pergunte-me, Anastásia. Eu não vou dizer de novo. — E há uma ameaça implícita em suas palavras, e eu me toco. Ele quer que eu peça para ele me bater.

Puta merda. Ele está me olhando ansiosamente, seus olhos ficando mais frios. Merda.

— Me bata, por favor... senhor. — eu sussurro.

Ele fecha seus olhos momentaneamente, saboreando as minhas palavras. Esticando a mão, ele pega a minha mão esquerda e ele me puxa para os joelhos dele. Eu caio instantaneamente, e ele me firma quando eu caio em seu colo.

Meu coração está na boca quando a mão dele gentilmente acaricia o meu traseiro. Eu estou posicionada em seu colo novamente para que o meu torso descanse na cama ao lado dele. Desta vez ele não joga a perna dele em cima da minha, mas acaricia o meu cabelo e o tira do meu rosto e o enfia atrás da orelha. Quando ele termina, ele pega o meu cabelo na nuca e me segura no lugar. Ele puxa gentilmente e a minha cabeça vai para trás.

— Eu quero ver o seu rosto enquanto eu te dou umas palmadas, Anastásia, — ele murmura o tempo inteiro enquanto ele está esfregando suavemente o meu traseiro.

A mão dele se move entre as minhas nádegas, e ele empurra contra o meu sexo, e a sensação é... eu gemo. Ah, a sensação é maravilhosa.

— Isso é para o seu prazer, Anastásia, meu e seu, — ele sussurra suavemente.

Ele ergue a mão e a traz para baixo em um tapa ressoante na junção das minhas coxas, meu traseiro e meu sexo. As bolas vão para frente dentro de mim, e estou perdida em um pântano de sensação. O ardor no meu traseiro, a plenitude das bolas dentro de mim, e o fato de que ele está me segurando. Eu contorço o meu rosto enquanto as minhas faculdades tentam absorver todos estes sentimentos estrangeiros. Eu noto que em algum lugar no meu cérebro ele não me bateu com tanta força como da última vez. Ele acaricia o meu traseiro de novo, trilhando sua palma pela minha pele e por cima da minha calcinha.

Por que ele não tirou a minha calcinha? Então sua palma desaparece, ele a traz para baixo novamente. Eu gemo quando a sensação se espalha. Ele começa um padrão: esquerda para direita e então para baixo.

As que vão para baixo são as melhores. Tudo se move para frente, dentro de mim... e entre cada palmada ele me acaricia, me massageia... para que eu possa ser massageada de dentro para fora. É uma sensação tão erótica e estimulante, e por alguma razão, porque isso é nos meus termos, eu não me importo com a dor.

Não é tão doloroso... bem é, mas não insuportável. De alguma forma manejável, e sim prazerosa... até. Eu gemo. Sim, eu posso fazer isso.

Ele pausa enquanto ele lentamente tira a minha calcinha pelas pernas. Eu me contorço nas pernas dele, não porque eu quero escapar os golpes, mas eu quero... mais, liberação, algo. O toque dele contra a minha pele sensível tudo era um formigamento sensual. Era irresistível, e ele começa de novo. Alguns tapas suaves novamente e então aumentando, esquerda para direita e para baixo. Ah, para baixo, eu gemo.

— Boa garota, Anastásia, — ele geme, e sua respiração está entrecortada.

Ele me dá mais dois tapas, e então ele puxa os pequenos fios presos nas bolas e as tira de dentro de mim repentinamente. Eu quase chego no clímax – a sensação é fora deste mundo. Movendo-se rapidamente, ele gentilmente me vira. Eu escuto ao invés de ver o rasgar do pacote de papel alumínio, e então ele está deitado ao meu lado. Ele pega as minhas mãos, erguendo-as acima da minha cabeça, e ele se aconchega em cima de mim, deslizando lentamente, me preenchendo onde os globos prateados estavam. Eu gemo alto.

— Ah, bebê, — ele sussurra enquanto ele se move para trás, para frente, em um ritmo lento e sensual, me saboreando, me sentindo.

Ele nunca havia sido tão gentil, e não demora nem um pouco para eu cair do precipício, espiralando em um orgasmo delicioso, violento e exaustivo. Enquanto eu aperto ao redor dele, isso incita sua própria liberação, e ele desliza dentro de mim, parando, falando meu nome de maneira ofegante com uma admiração desesperada.

— Ana!

Ele fica em silêncio e ofegante em cima de mim, suas mãos ainda interligando nas minhas acima da minha cabeça.

Finalmente, ele se inclina para trás e me encara.

— Eu gostei disso, — ele sussurra, e então me beija docemente.

Ele não se prolonga para mais doces beijos, mas se levanta, me cobre com a coberta, e desaparece dentro do banheiro. Na sua volta, ele está carregando uma garrafa de loção branca. Ele senta ao meu lado na cama.

— Vire-se, — ele ordena, e relutantemente eu me viro.

Honestamente, toda essa bagunça. Eu me sinto sonolenta.

— O seu traseiro está com uma cor gloriosa, — ele diz aprovadoramente, e ele carinhosamente massageia a loção refrescante no meu traseiro rosa.

— Abre o jogo, Grey, — eu bocejo.

— Srta. Steele, você sabe como estragar um momento.

— Nós temos um trato.

— Como você se sente?

— Sendo passada para trás.

Ele suspira, desliza ao meu lado, e me puxa para os seus braços. Com cuidado para não tocar o meu traseiro dolorido, nós estamos de conchinha novamente. Ele me beija bem suavemente ao lado da minha orelha.

— A mulher que me trouxe para este mundo era uma puta viciada em crack, Anastásia. Vá dormir.

Puta merda... o que isso significa?

— Era?

— Ela está morta.

— Há quanto tempo?

Ele suspira.

— Ela morreu quando eu tinha quatro anos. Eu realmente não me lembro dela. Carrick me deu alguns detalhes. Eu apenas me lembro de certas coisas. Por favor, vá dormir.

— Boa noite, Christian.

— Boa noite, Ana.

Enquanto eu deslizo para um sono exausto e confuso, sonhando com um garotinho de quatro anos de idade, com olhos cinzentos em uma casa escura, assustadora e miserável.

 

Há luz em toda parte. Quente, brilhante, uma luz penetrante, e eu me esforço para mantê-la de lado por mais alguns preciosos minutos. Eu quero me esconder, somente por mais alguns minutos. Mas o brilho é muito forte, e eu finalmente sucumbo à vigília. Uma manhã gloriosa em Seattle me cumprimenta, o sol se derramando através das janelas altas e inundando o quarto com uma luz clara demais. Por que nós não fechamos as persianas ontem à noite? Eu estou na cama vasta de Christian Grey, mas sem o Christian Grey.

Eu me deito por um momento encarando a vista sublime do horizonte de Seattle através das janelas altas. A vida nas nuvens realmente parecia irreal. Uma fantasia – um castelo no ar, à deriva do chão, seguro das realidades da vida – bem longe do abandono, fome, e as mães que se prostituem pelo crack. Eu estremeço ao pensar do que ele passou quando criança, e eu entendo o motivo para ele viver aqui, isolado, cercado, por lindas e preciosas obras de arte – tão distante de onde ele começou... uma declaração de intenções. Eu faço uma careta porque isso ainda não explica porque ele não me deixa tocá-lo.

Ironicamente, eu sinto o mesmo aqui na torre espaçosa dele. Estou neste apartamento fantástico, fazendo um sexo fantástico com o meu fantástico namorado. Quando a realidade sombria é que ele quer um arranjo especial, apesar dele ter dito que tentaria mais. O que isso realmente significa? É isso que eu preciso esclarecer entre nós para ver se nós ainda estamos de lado diferentes na gangorra ou se nós estamos nos aproximando.

Saiu da cama me sentindo dura, e por falta de uma melhor expressão, bem amassada. Sim, isso deve ser efeito de tanto sexo. Meu subconsciente aperta seus lábios em desaprovação. Eu reviro meus olhos para ela, grata que um certo controlador de mãos inquietas não está no quarto, e resolvo perguntar para ele sobre o treinador. Isso se eu assinar. Minha deusa olha de cara feia para mim desesperada. Claro que você vai assinar. Eu ignoro os dois, e depois de uma rápida ida ao banheiro, eu vou procurar Christian.

Ele não está na galera de arte, mas uma elegante mulher de meia idade está limpando a área da cozinha. A visão dela me para no meio do caminho. Ela tem cabelo loiro curto e olhos azuis claros; ela está vestindo uma camisa branca simples sob medida e uma saia reta azul marinho. Ela sorri amplamente quando me vê.

— Boa dia, Srta. Steele. Você gostaria de um café da manhã? — O tom dela é cálido, mas sério, e eu estou atordoada. Quem é essa atraente loira na cozinha de Christian?

Eu estou apenas usando a camisa de Christian. Eu me sinto autoconsciente e envergonhada pela minha falta de roupas.

— Eu sinto que nós nos conhecemos em desvantagem. — Minha voz está baixa, incapaz de esconder a ansiedade na minha voz.

— Ah, eu sinto muitíssimo, eu sou a Sra. Jones, sou a empregada do Sr. Grey.

Ah.

— Como você está? — eu consigo falar.

— Você gostaria de um café da manhã, senhora?

Senhora!

— Só um pouco de chá está ótimo, obrigada. Você sabe onde o Sr. Grey está?

— Em seu escritório.

— Obrigada.

Eu fugi para o escritório, mortificada. Por que o Christian só tem loiras atraentes trabalhando para ele? E um pensamento desagradável veio involuntariamente em minha mente – Todas elas são ex-subs? Eu me recuso a entreter essa ideia horrível. Eu enfio minha cabeça timidamente pela porta. Ele está no telefone, de frente para a janela, com calça preta e uma camisa branca. Seu cabelo ainda está molhado do banho, e eu estou completamente distraída dos meus pensamentos negativos.

— A menos que a companhia P&L melhore, eu não estou interessado, Ros. Nós não vamos carregar peso morto... eu não preciso de mais desculpas esfarrapadas... Fale para Marco me ligar, ou ele caga ou saía da moita... sim, diga para Barney que o protótipo parece bom, apesar de que eu não estou certo sobre a interface... não, está apenas faltando algo... eu quero encontrar com ele esta tarde para discutir... na verdade, ele e a equipe dele nós podemos trocar uma avalanche de ideias... ok. Transfira-me de volta para Andrea... — ele espera, encarando para fora da janela, mestre do universo, encarando as pequenas pessoas abaixo de seu castelo no céu. — Andrea...

Olhando para cima, ele me nota na porta. Um sorriso lento e sexy se espalha em seu lindo rosto, e eu estou sem palavras enquanto minhas entranhas se derretem. Ele é sem dúvidas o homem mais lindo do planeta, muito lindo para as pequenas pessoas lá em abaixo, muito lindo para mim.

Não, minha deusa faz uma careta para mim, não é muito lindo para mim. Ele é meio que meu, por enquanto.

A ideia cria uma excitação pelo meu sangue e dispersa a minha insegurança irracional.

Ele continua sua conversa, seus olhos nunca deixando os meus.

— Limpe a minha agenda esta manhã, mas fale para Bill me ligar. Eu estarei aí às duas. Eu preciso falar com Marco esta tarde, isso precisará de pelo menos meia hora... marque com Barney e a equipe dele depois do Marco ou talvez amanhã, e encontre tempo para eu ver Claude todos os dias esta semana... Diga para ele esperar... Oh... Não, eu não quero publicidade para Darfur... Diga para Sam lidar com isso... Não... Que evento? ... Neste sábado agora?... Espera.

— Quando você voltará da Georgia? — ele pergunta.

— Sexta-feira.

Ele continua sua conversa no telefone.

— Eu preciso de um convite extra porque eu tenho um encontro... sim, Andrea, é isso que eu disse, um encontro, Srta. Steele irá me acompanhar... isso é tudo. — Ele desliga. — Boa dia, Srta. Steele.

— Sr. Grey, — eu sorrio timidamente.

Ele dá a volta em sua mesa com a sua graça de sempre e para na minha frente. Ele tem um cheiro tão bom; limpo e recém-lavado, tão Christian. Ele gentilmente acaricia minha bochecha com as costas de seus dedos.

— Eu não queria te acordar, você parecia tão pacífica. Você dormiu bem?

— Eu estou muito bem descansada, obrigada. Eu apenas vim te dizer oi antes de eu tomar banho.

Eu olho para ele, bebendo-o inteiro. Ele se inclina para frente e me beija gentilmente, e eu não posso evitar. Eu jogo meus braços ao redor do pescoço dele e os meus dedos se contorcem em seu cabelo ainda molhado.

Empurrando o meu corpo contra o dele, eu o beijo de volta. Eu o quero. O meu ataque o toma de surpresa, mas depois de um segundo, ele responde, um gemido baixo em sua garganta. Suas mãos deslizam para o meu cabelo e pelas minhas costas para segurar o meu traseiro nu, sua língua explorando a minha boca. Ele se afasta, seus olhos semicerrados.

— Bem, dormir parece combinar com você, — ele murmura. — Eu sugiro que você vá e tome o seu banho, ou eu deitarei você na minha mesa, agora.

— Eu escolho a mesa, — eu sussurro imprudentemente enquanto o desejo me invade como adrenalina pelo meu sistema, acordando tudo em seu percurso.

Ele me olha atordoado por um milissegundo.

— Você realmente gostou disso, não é, Srta. Steele? Você está se tornando insaciável, — ele murmura.

— Eu só sou insaciável com você, — eu sussurro.

Seus olhos se arregalam e escurecem enquanto suas mãos acariciam o meu traseiro nu.

— Pode apostar, só eu, — ele rosna, e de repente com um movimento fluído, ele tira todos os seus projetos e documentos para fora da mesa e eles se dispersam pelo chão, ele me pega nos braços, e me deita na mesa na extremidade mais curta da mesa para que a minha cabeça esteja quase na beirada.

— Você tem, o que você quer, bebê, — ele murmura, o preservativo é sacodido do bolso de sua calça enquanto ele abre a braguilha de sua calça. Oh Sr. Escoteiro. Ele coloca a camisinha em sua ereção e olha para mim. — Eu espero que você esteja pronta, — ele sussurra, um sorriso malicioso em seu rosto. E em um momento, ele está me preenchendo, segurando meus pulsos com firmeza nas minhas laterais, e enterrando em mim profundamente.

Eu gemo... oh sim.

— Cristo, Ana. Você está tão pronta, — ele sussurra em veneração.

Colocando minhas pernas ao redor da cintura dele, eu o seguro da única maneira que eu consigo enquanto ele fica de pé, me encarando, olhos cinzentos brilhando, apaixonado e possessivo. Ele começa a se mover, realmente se mover. Isso não é fazer amor, isso é foder – e eu amo. Eu gemo. É tão cru, tão carnal, está me fazendo tão lasciva.

Ele retorce o quadril de um lado para o outro, e a sensação é incrível.

Oh meu Deus. Eu fecho meus olhos, sentindo a acumulação – aquela deliciosa, lenta subida.

Puxando-me mais para cima, mais alto no castelo no ar. Oh sim... a sua carícia aumentando uma fração. Eu gemo alto. Eu sou toda sensação... toda dele, aproveitando cada estocada, cada pressão. E ele pega o ritmo, enfiando mais rápido... com mais força... e o meu corpo inteiro está se movendo ao seu ritmo, e eu posso sentir a rigidez nas minhas pernas, e as minhas entranhas tremendo e se acelerando.

— Vamos lá, bebê, dê para mim, — me estimula atrás dos dentes cerrados – e a necessidade fervente em sua voz – a tensão – me manda por cima do abismo.

Eu grito um apelo sem palavras enquanto eu toco o sol e me queimo, caindo ao redor dele, caindo, sem fôlego de volta para um círculo brilhante de sol na terra. Ele enfia dentro de mim e para abruptamente enquanto ele alcança seu próprio clímax, puxando meus pulsos, e se afundando graciosamente e sem palavras ao meu lado.

Uau... isso foi inesperado. Eu lentamente me materializei de volta na terra.

— Que inferno você está fazendo comigo? — ele sussurra enquanto ele funga no mesmo pescoço. — Você me seduz totalmente, Ana. Você tece uma poderosa magia.

Ele libera meus pulsos, e eu passo meus dedos pelo cabelo, descendo do meu furor. Eu pressiono minhas pernas com mais força ao redor dele.

— Sou eu que estou seduzida, — eu sussurro.

Ele olha para cima, me observando, sua expressão está desconcertada, alarmada até. Colocando suas mãos em cada lado do meu rosto, ele segura minha cabeça no lugar.

— Você... É... Minha, — ele diz, cada palavra destacada. — Você entende?

Ele é tão sério, tão apaixonado, um fanático. A força de sua suplica me parece tão inesperada e me deixa desarmada. Eu me pergunto por que ele está se sentindo assim.

— Sim, sua, — eu sussurro, totalmente desconcertada com seu fevor.

— Você tem certeza que tem ir para a Geórgia?

Eu assinto lentamente. E naquele breve momento, eu posso ver a expressão dele mudar e as persianas se fecharem. Abruptamente ele se fecha, me fazendo estremecer.

— Você está dolorida? — ele pergunta, se inclinando em cima de mim.

— Um pouco, — eu confesso.

— Eu gosto que você esteja dolorida. — Seus olhos ardem. — Isso a faz lembrar onde eu estive aí, e somente eu.

Ele pega o meu queixo e me beija com força, então fica de pé e estica sua mão para me ajudar a levantar. Eu olho para o pacote de alumínio ao meu lado.

— Sempre preparado, — eu murmuro.

Ele olha para mim confuso enquanto ele fecha novamente a braguilha. Eu ergo o pacote vazio.

— Um homem pode esperar, Anastásia, até sonhar, e algumas vezes os sonhos dele se tornam realidade.

Ele soa tão estranho, seus olhos queimando. Eu apenas não entendo. O meu brilho pós-foda está sumindo rápido. Qual é o problema dele?

— Então, na sua mesa, isso foi um sonho? — eu pergunto secamente, tentando dar uma leveza de humor à atmosfera entre nós.

Ele sorri um sorriso enigmático que não alcança seus olhos, e eu sei imediatamente que esta não é a primeira vez que ele fez sexo nessa mesa. O pensamento não é bem vindo. Eu me mexo desconfortavelmente enquanto o meu brilho pós-foda evapora.

— É melhor eu ir tomar um banho. — Eu fico de pé e passo por ele.

Ele faz uma careta e passa a mão no cabelo.

— Eu tenho mais umas duas ligações para fazer. Eu me juntarei a você para o café da manhã quando você sair do chuveiro. Eu acho que a Sra. Jones lavou suas roupas de ontem. Elas estão no guarda-roupa.

O quê? Quando diabos ela fez isso? Eita, será que ela podia nos ouvir? Eu ruborizo.

— Obrigada, — eu murmuro.

— Não foi nada, — ele responde automaticamente, mas há um tom em sua voz.

Eu não vou agradecer por você ter-me fodido. Apesar de ter sido bom...

— O quê? — ele pergunta, e eu percebo que estou fazendo careta.

— O que está errado? — eu pergunto baixinho.

— O que você quer dizer?

— Bem... você está mais estranho do que o normal.

— Você me acha estranho? — ele tenta segurar um sorriso.

— Vamos apenas dizer que foi um momento inesperado.

— Nosso objetivo é agradar, Sr. Grey. — Eu inclino minha cabeça para um lado como ele frequentemente faz comigo e devolvo suas palavras.

— E você me agrada, — ele diz, mas ele parece desconfortável. — Eu pensei que você iria tomar um banho.

Oh, ele está me dispensando.

— Sim... hum, eu te vejo em um momento. — Eu corro para fora de seu escritório atordoada.

Ele parecia confuso. Por quê? Eu tenho que dizer que até onde eu sei de experiências, essa foi bem satisfatória. Mas emocionalmente... bem, estou aturdida pela reação dele, e isso foi tão emocionalmente enriquecedor quanto algodão doce é nutritivo.

Sra. Jones ainda está na cozinha.

— Você gostaria de um pouco de chá agora, Srta. Steele?

— Eu vou tomar banho primeiro, obrigada, — eu murmuro e levo meu rosto em brasas rapidamente para fora do cômodo.

No chuveiro, eu tento descobrir o que está acontecendo com o Christian. Ele é a pessoa mais complicada que eu conheço, e eu não consigo entender a mudança constante do seu humor. Ele parecia bem quando eu entrei em seu escritório. Nós fizemos sexo... e então ele não estava. Não, eu não entendo. Eu olho para o meu subconsciente. Ela está assoviando com suas mãos atrás das costas e olhando para todo lugar menos para mim. Ele não tem ideia, e a minha deusa ainda está se deleitando no brilho pós-foda remanescente. Não... nós todos estamos sem ideia.

Eu seco o cabelo com a toalha, e penteio meu cabelo com o único pente de Christian, e o amarro em um coque. O vestido cor de ameixa da Kate está lavado e passado no guarda-roupa juntamente com o meu sutiã e calcinha limpos. A Sra. Jones é uma maravilha. Colocando os sapatos da Kate, eu endireito o meu vestido, respiro fundo, e sigo de volta para a grande sala.

Christian ainda não está em nenhum lugar para ser visto, e a Sra. Jones está verificando o conteúdo da despensa.

— Chá agora, Srta. Steele? — ela pergunta.

— Por favor. — Eu sorrio para ela. Eu me sinto um pouco mais confiante agora que estou vestida.

— Você gostaria de algo para comer?

— Não, obrigada.

— Claro que você vai comer alguma coisa, — Christian vocifera, olhando de cara feia. — Ela gostaria de panquecas, bacon, e ovos, Sra. Jones.

— Sim, Sr. Grey. O que você gostaria, senhor?

— Omelete, por favor, e um pouco de fruta. — Ele não tira seus olhos de mim, sua expressão indecifrável. — Sente, — ele ordena, apontando para um dos bancos da mesa.

Eu aceito, e ele se senta ao meu lado enquanto a Sra. Jones se ocupa com o café da manhã. Deus, eu fico nervosa só de imaginar alguém ouvindo nossa conversa.

— Você já comprou a sua passagem aérea?

— Não, eu vou comprá-la quando eu chegar em casa... na internet.

Ele se inclina em um cotovelo, esfregando o seu queixo.

— Você tem dinheiro?

Ah não.

— Sim, — eu digo com uma paciência fingida como se eu tivesse falando com uma criança pequena.

Ele ergue uma sobrancelha severa para mim. Merda.

— Sim, eu tenho, obrigada, — eu emendo rapidamente.

— Eu tenho um jato. Não está programado para ser usado pelos próximos três dias, está a sua disposição.

Eu olho boquiaberta para ele. Claro que ele tem um jato, e eu tenho que resistir a natural tendência do meu corpo de desviar meus olhos dele. Eu quero rir. Mas eu não o faço, já que eu não consigo entender o humor dele.

— Nós já fizemos um sério mau uso da sua companhia de aviação. Eu não gostaria de fazê-lo novamente.

— É a minha companhia, é o meu jato. — Ele soa quase magoado. Ah, garotos e seus brinquedos!

— Obrigada pela oferta. Mas eu ficaria mais feliz em pegar um voo programado.

Ele parece como se quisesse discutir mais, mas decide não fazê-lo.

— Como desejar, — ele suspira. — Você tem muita preparação a fazer para sua entrevista?

— Não.

— Bom. Você ainda não vai me contar quais são as editoras?

— Não.

Seus lábios se curvam em um sorriso relutante.

— Eu sou um homem de meios, Srta. Steele.

— Estou bem ciente disso, Sr. Grey. Você irá monitorar o meu telefone? — eu pergunto inocentemente.

— Na verdade, eu estarei bem ocupado esta tarde, então eu terei que arrumar outra pessoa para fazê-lo.

Ele sorri.

Ele está brincando?

— Se pode colocar alguém para fazer isso, é porque está com excesso de pessoal.

— Eu mandarei um email para o chefe dos recursos humanos e falarei para ela verificar o número de funcionários. — Seus lábios se retorcem para esconder seu sorriso.

Ah, graças ao Senhor, ele recuperou o seu senso de humor.

A Sra. Jones nos serve o café da manhã e nós comemos em silêncio por alguns momentos. Depois de limpar as panelas, diplomaticamente, ela sai da sala. Eu olho para ele.

— O que foi, Anastásia?

— Sabe, você nunca me contou o motivo de você não gostar de ser tocado.

Ele empalidece e sua reação me faz sentir culpada por ter perguntado.

— Eu te contei coisas que eu jamais contei a alguém. — Sua voz está baixa enquanto ele me olha impassivamente.

E está claro para mim que ele nunca confidenciou nada para ninguém. Ele não tem amigos próximos? Talvez ele contou para a Sra. Robinson? Eu quero perguntar a ele, mas eu não posso... eu não posso forçar a invasão. Sacudo a cabeça na realização. Ele realmente é uma ilha.

— Você pensará sobre o nosso acordo enquanto você estiver fora? — ele pergunta.

— Sim.

— Você sentirá minha falta?

Eu olho para ele, surpresa por sua pergunta.

— Sim, — eu respondo honestamente.

Como ele pode significar tanto para mim em tão pouco tempo? Ele conseguiu ficar sob minha pele... literalmente. Ele sorri e seus olhos brilham.

— Eu sentirei sua falta também. Mais do que você imagina, — ele suspira.

Meu coração se aquece pelas suas palavras. Ele realmente está tentando, bastante. Ele gentilmente acaricia minha bochecha, se abaixa, e me beija suavemente.

 

Já é o final da tarde, e eu sento nervosa e inquieta no átrio à espera do Sr. J. Hyde da Editora Seattle Independent. Esta é a minha segunda entrevista hoje, e a aquela que eu estou mais ansiosa. Minha primeira entrevista foi boa, mas é um grande conglomerado com escritórios sediados em todos os EUA, e eu seria uma de muitas assistentes editoriais lá. Eu posso imaginar ser engolida e cuspida bem rapidamente em tal máquina corporativa.

A editora SIP é onde eu quero estar. É pequena e não convencional, defendendo os autores locais, e tem um elenco interessante e peculiar de clientes.

Ao meu redor o ambiente é pouco decorado, austero, mas eu acho que é declaração dos projetos da empresa que uma falta de recurso e desleixo. Eu estou sentada em um dos dois sofás chesterfield verde escuro de couro... não muito diferente do sofá que o Christian tem em seu quarto de jogos. Eu acaricio o couro apreciativamente e me pergunto à toa o que Christian faz naquele sofá. Minha mente vagueia enquanto eu penso nas possibilidades... não.... eu não preciso pensar nisso agora. Eu fico vermelha por conta dos meus pensamentos impertinentes e inadequados.

A recepcionista é uma mulher afro-americana com grandes brincos pratas e um longo cabelo liso. Ela tem uma aparência de boemia, o tipo de mulher que eu poderia virar amiga. O pensamento é confortante. A cada momento, ela olha para cima para mim, para longe de seu computador e sorri tranquilizadoramente. Eu timidamente retorno o sorriso.

O meu vôo está marcado; minha mãe está no sétimo céu que eu vou visitar; já arrumei as malas, e Kate concordou em me levar para o aeroporto. Christian exigiu que eu levasse o meu Blackberry e o Mac. Eu reviro meus olhos com a memória de sua prepotência arrogante, mas eu percebo agora que é somente a maneira que ele é. Ele gosta de controlar tudo, incluindo eu. No entanto, ele é tão imprevisível e surpreendentemente agradável também. Ele pode ser carinhoso, bem-humorado, até mesmo doce. E quando ele é, é tão estranho e inesperado. Ele insistiu em me acompanhar o caminho todo até o meu carro na garagem. Meu Deus, eu vou estar fora por apenas alguns dias, ele está agindo como eu fosse estar fora por semanas. Ele me mantém com o pé atrás permanentemente.

— Ana Steele? — Uma mulher com um cabelo longo, preto, parecendo de uma época pré-rafaelita[6] estava parada ao lado da mesa da recepção e me distrai da minha introspecção. Ela tem a mesma aparência boêmia e esvoaçante igual à recepcionista. Ela poderia estar no final dos trinta anos, talvez nos quarenta. É tão difícil dizer as idades de mulheres mais velhas.

— Sim, — eu respondo, me levantando desajeitadamente.

Ela me oferece um sorriso educado, seus frios olhos castanhos me avaliam. Eu estou vestindo um dos vestidos da Kate, um babador preto sobre uma camisa branca, e os meus saltos altos pretos. Toda entrevista, eu penso. Meu cabelo está preso em um rabo de cavalo, e pela primeira vez os fios estão se comportando... ela estica sua mão para mim.

— Olá, Ana, meu nome é Elizabeth Morgan. Eu sou a responsável pelo Recursos Humanos aqui na SIP. Como você está? — Eu balanço a mão dela. Ela parece bem casual para ser a chefe do RH.

— Por favor, me siga.

Atravessamos as portas duplas atrás da área da recepção, e entramos em um grande e plano escritório brilhantemente decorado, e de lá, para dentro de uma pequena sala de reunião. As paredes são de um verde-claro, forradas com imagens de capas de livros. À frente da mesa de bordo de conferência senta um jovem com o cabelo vermelho amarrado em um rabo de cavalo. Brincos pequenos, de argola, prateados, brilham em suas duas orelhas. Ele veste uma camisa azul-clara, sem gravata, e calças de flanela cinza. Ao me aproximar, ele se levanta e olha para mim com insondáveis olhos azuis escuros.

— Ana Steele, eu sou Jack Hyde, um dos editores-chefes da SIP, e eu estou muito contente em te conhecer.

Nós apertamos as mãos, e sua expressão escura é ilegível, apesar de ser amigável o bastante, eu acho.

— Você viajou de longe? — ele pergunta agradavelmente.

— Não, eu recentemente me mudei para Pike Street Market.

— Ah, não muito longe então. Por favor, sente-se.

Eu sento, e Elizabeth toma o seu lugar ao lado dele.

— Então por que você gostaria de fazer estágio aqui para nós na SIP, Ana? — ele pergunta.

Ele diz o meu nome suavemente e inclina a cabeça para um lado, como alguém que eu conheço... é enervante. Estou fazendo o meu melhor para ignorar a desconfiança irracional que ele me inspira, me lançando no meu discurso cuidadosamente preparado, consciente de que um rubor rosado está se espalhando pelo meu rosto. Eu olho para os dois, lembrando da palestra de Katherine Kavanagh sobre a Técnica de Entrevista de Sucesso... mantenha o contato com os olhos, Ana! Cara, esse mulher pode ser mandona também, às vezes. Jack e Elizabeth me escutam atentamente.

— Você possui uma média bem impressionante. Que atividades extracurriculares você desfrutou em fazer na WSU?

Desfrutar?! Eu pisco para ele. Que escolha estranha de palavra. Eu me lanço nos detalhes de quando trabalhei na biblioteca central do campus, e a minha única experiência entrevistando um homem obscenamente rico para a revista estudantil. Eu encubro a parte sobre a qual eu não realmente escrevi o artigo. Menciono duas sociedades literárias nas quais eu participei e concluo com o trabalho em Clayton e todo aquele conhecimento inútil que eu agora possuo sobre hardware e o faça-você-mesmo.

Os dois riem, que era a resposta que eu esperava. Lentamente, eu relaxo e começo a desfrutar.

Jack Hyde faz perguntas afiadas e inteligentes, mas eu não me derrubo...eu continuo, e quando nós discutimos as minhas preferências literárias e os meus livros favoritos, eu acho que consigo manter bem a conversação. Jack, por outro lado, parece apenas favorecer a literatura americana escrita depois de 1950. Nada mais.

Sem clássicos... nem mesmo Henry James ou Upton Sinclair ou F. Scott Fitzgerald. Elizabeth não diz nada, apenas assente ocasionalmente e toma notas. Jack, apesar de argumentativo, tem um charme próprio, e minha cautela inicial se dissipa ao longo da conversa.

— E onde você se vê em cinco anos? — ele pergunta.

Com Christian Grey, o pensamento vem involuntariamente na minha cabeça. A minha mente errante me faz franzir.

— Como editora talvez? Talvez uma agente literária, eu não tenho certeza. Estou aberta a oportunidades. — Ele sorri.

— Muito bom, Ana. Eu não tenho mais perguntas. Você tem? — ele direciona sua pergunta para mim.

— Quando você gostaria que a pessoa começasse? — eu pergunto.

— O quanto antes, — Elizabeth oferece. — Quando você pode começar?

— Estou disponível a partir da próxima semana.

— Isso é bom saber, — Jack diz.

— Se é isso que todos têm a dizer, — Elizabeth olha para nós dois, — eu acho que isso conclui a nossa entrevista. — Ela sorri gentilmente.

— Foi um prazer te conhecer, Ana, — Jack diz suavemente quando ele pega a minha mão. Ele a aperta gentilmente, para que eu olhe para ele enquanto eu digo adeus.

Eu me sinto inquieta enquanto eu faço o meu caminho para o carro, embora eu não saiba dizer o motivo. Eu acho que a entrevista foi boa, mas é tão difícil dizer. Entrevistas parecem ser situações tão artificiais, todos em seu melhor comportamento, tentando desesperadamente se esconder atrás de uma fachada profissional. Será que o meu rosto se encaixa? Terei de esperar para ver.

Eu subo no meu Audi A3 e sigo de volta para o apartamento, apesar de eu ir com calma. Estou no vôo da madrugada com uma parada em Atlanta, mas o meu vôo não sai até as 10:25 desta noite, então eu tenho bastante tempo.

Kate está desempacotando caixas na cozinha quando eu retorno.

— Como foi? — ela pergunta, excitada. Somente Kate fica linda em uma camiseta grande demais, jeans velho, e uma bandana azul escura.

— Bem, obrigada, Kate. Não tenho certeza se essa roupa era moderna o bastante para a segunda entrevista.

— Oh?

— Teria ido melhor com algo boêmio e elegante.

Kate ergue uma sobrancelha.

— Você e seu boêmio e elegante. — Ela inclina a cabeça para um lado — Aff! Porque todo mundo está me lembrando do meu favorito Cinquenta sombras? — Na verdade, Ana, você é uma das poucas pessoas que podem realmente usar esse tipo de modelo.

Eu sorrio.

— Eu realmente gostei da segunda entrevista. Eu acho que eu poderia me encaixar lá. O cara que me entrevistou me deixou nervosa, no entanto, — eu paro de falar... merda eu estou falando com a detetive Kavanagh aqui. Cala a boca Ana!

— Oh? — O radar Katherine Kavanagh detecta um fato interessante para entra em ação... um assunto que apenas irá surgir em algum momento inoportuno e vergonhoso, o que me lembra.

— Alías... por favor, você poderia parar de provocar o Christian? O seu comentário sobre o José no jantar ontem foi fora de linha. Ele é um cara ciumento. O que você fez, não foi legal.

— Olha, se ele não fosse irmão do Elliot eu teria dito coisa bem pior. Ele é realmente um maníaco por controle. Eu não sei como você aguenta. Eu estava tentando deixá-lo com ciúmes... dando a ele um pouco de ajuda com os seus problemas de relacionamento. — Ela ergue a mão defensivamente. — Mas... se você não quer que eu interfira, eu não vou, — ela diz rapidamente por causa da minha careta.

— Bom. A vida com Christian já é complicada o bastante, confie em mim.

Meu Deus, eu soo como ele.

— Ana, — ela pausa e me encara. — Você está bem, não está? Você não está correndo para a sua mãe para escapar?

Eu ruborizo.

— Não Kate. Foi você quem disse que eu precisava de um tempo.

Ela fecha a distância entre nós e pega a minha mão... um coisa não típica da Kate.

Ah não... lágrimas ameaçam.

— Você está, eu não sei... diferente. Eu espero que você esteja bem, e quaisquer que sejam os problemas que você está tendo com o Sr. Cheio da Grana, você pode falar comigo. E eu tentarei não incomodá-lo, apesar de que francamente me ser muito atraente a ideia, mas... Olha, Ana, se algo está errado, você irá me contar, eu não vou julgar. Eu tentarei entender.

Eu tento segurar as lágrimas.

— Ah, Kate. – Eu a abraço. — Eu acho que eu realmente me apaixonei por ele.

— Ana, qualquer um pode ver isso. E ele também se apaixonou por você. Ele está louco por você. Não consegue tirar os olhos de você.

Eu rio incerta.

— Você acha?

— Ele não te falou?

— Não em tantas palavras.

— Você contou para ele?

— Não em tantas palavras. — Eu dou de ombros apologeticamente.

— Ana! Alguém tem que dar o primeiro passo, senão vocês nunca chegarão em lugar algum.

O quê... dizer a ele como eu me sinto?

— Eu estou com medo de assustá-lo.

— E como você sabe se ele não está sentindo o mesmo?

— Christian, com medo? Eu não posso imaginá-lo com medo de nada.

Mas enquanto eu digo as palavras, eu o imagino como uma criança pequena. Talvez o medo fosse tudo o que ele conhecesse. Uma tristeza aperta e esmaga o meu coração com o pensamento.

Kate olha para mim com os lábios apertados e olhos estreitos, bem como o meu subconsciente... tudo que ela precisa é dos óculos meia-lua.

— Vocês dois precisam se sentar e conversar um com o outro.

— Nós não temos conversados ultimamente. — Eu ruborizo. Comunicação não-verbal não esta indo mal. Bem, muito mais do que bem.

Ela sorri.

— Isso seria sexo por mensagem! Se isso está indo bem, então isso é meia batalha ganha Ana. Eu vou pegar comida chinesa. Você quer um pouco?

— Eu estarei... nós não temos que sair por mais duas horas ainda.

— Não... eu te verei em vinte minutos. — Ela pega seu casaco e sai, esquecendo-se de fechar a porta. Eu a fecho atrás dela e sigo para o meu quarto pensando sobre suas palavras.

Christian está com medo dos seus sentimentos por mim? Ele tem sentimentos mesmo por mim? Ele parece bem veemente, diz que sou dele... mas isso só é parte do seu eu dominante eu-devo-possuir-e-ter-tudo-agora, maníaco-por-controle, certamente. Eu percebo que enquanto eu estiver fora eu terei que repassar por todas as nossas conversas novamente e ver se eu consigo descobrir algum sinal.

Eu sentirei sua falta também... mais do que você imagina...

Você me enfeitiçou completamente...

Eu balanço minha cabeça. Eu não quero pensar sobre isso agora. Eu estou carregando o BlackBerry, eu não estive com ele a tarde inteira. Eu me aproximo dele com cuidado, e estou desapontada que não há mensagens. Eu ligo o aparelho maligno, e não há mensagens também. O mesmo endereço de email Ana... o meu subconsciente revira seus olhos para mim, e pela primeira vez, eu entendo o porquê do Christian quer me dar uns tapas quando eu faço isso.

Ok. Bem, eu vou escrever um email para ele.

 

De: Anastásia Steele

Assunto: Entrevistas

Data: 30 de Maio de 2011 18:49

Para: Christian Grey

 

Querido Senhor

 

Minhas entrevistas foram boas hoje.

Pensei que você pudesse estar interessado.

Como foi o seu dia?

 

Ana

 

Eu sento e encaro a tela. As respostas de Christian normalmente são instantâneas. Eu espero... e espero, e finalmente eu ouço o som da minha caixa de entrada.

 

De: Christian Grey

Assunto: Meu dia

Data: 30 de Maio de 2011 16:03

Para: Anastásia Steele

 

Querida Srta. Steele

 

Tudo o que você faz me interessa, você é a mulher mais fascinante que eu conheço.

Estou feliz que as suas entrevistas foram boas.

Minha manhã foi além de todas as expectativas.

Minha tarde foi bem enfadonha em comparação.

 

Christian Grey

CEO, Grey Empreendimentos e Hodlings Ltda.

 

De: Anastásia Steele

Assunto: Ótima Manhã

Data: 30 de Maio de 2011 19:05

Para: Christian Grey

 

Querido Senhor

 

A minha manhã foi além das expectativas para mim também, apesar de você ter ficado meio que estranho depois do impecável sexo na mesa. Não pense que eu não notei.

Obrigada pelo café da manhã. Ou agradeça a Sra. Jones.

Eu gostaria de fazer perguntas sobre ela depois – sem você ficar estranho comigo de novo.

 

Ana

 

Meus dedos pairam sobre o botão de enviar, e eu fico mais corajosa em saber que eu estarei do outro lado do continente há esta hora amanhã.

 

De: Christian Grey

Assunto: Publicação e Você?

Data: 30 de Maio de 2011 19:10

Para: Anastásia Steele

 

Anastásia

 

‘Ficar meio estranho’ não é um termo que deveria ser usado por alguém que quer fazer uma carreira em Publicação. Impecável? Comparado ao quê, por favor me conte? E o que você precisa me perguntar sobre a Sra. Jones? Estou intrigado.

 

Christian Grey

CEO, Grey Empreendimentos e Holdings Ltda.

 

De: Anastásia Steele

Data: 30 de Maio de 2011 19:17

Para: Christian Grey

Assunto: Você e a Senhora Jones

 

Querido Senhor

 

A linguagem evolui com o tempo e vai seguindo. É algo vivo. Não está presa numa torre de marfim, cheia de obras de arte caras e com uma visão panorâmica da maior parte de Seattle com um helicóptero em seu telhado.

Impecável – comparado às outras vezes que nós... qual é a sua palavra... ah, sim... fodemos. Na verdade, a foda tem sido bem impecável, ponto final, na minha humilde opinião – mas então como você sabe eu tenho uma experiência bem limitada.

 

A Sra. Jones é uma ex-sub sua?

 

Ana

 

Meus dedos pairam mais uma vez no botão de enviar, e eu pressiono.

 

De: Christian Grey

Assunto: Linguagem. Olha a boca!

Data: 30 de Maio 2011 19:22

Para: Anastásia Steele

 

Anastásia

 

A Sra. Jones é uma empregada valorizada. Eu nunca tive qualquer tipo de relacionamento com ela além do profissional. Eu não emprego ninguém com quem eu tive um relacionamento sexual. Estou chocado que você pense assim. A única pessoa que eu faria uma exceção a esta regra seria você – porque você é uma jovem brilhante com habilidades impressionantes de negociação.

No entanto, se você continuar usando essa linguagem, eu posso ter que reconsiderar em incorporá-la a minha planilha. Estou feliz que você tem experiência limitada. A sua experiência continuará sendo limitada – apenas comigo. Eu deverei considerar impecável como um elogio... apesar de que contigo, eu nunca tenho certeza se é isso que você quer dizer, ou se o seu senso de ironia está levando vantagem sobre você... como sempre.

 

Christian Grey

CEO, Grey Empreendimentos e Holdings Ltda. De sua Torre de Marfim

 

De: Anastásia Steele

Assunto: Nem por todo Chá na China

Data: 30 de Maio de 2011 19:27

Para: Christian Grey

 

Querido Sr. Grey

 

Eu acho que já expressei as minhas reservas sobre trabalhar em sua empresa. Minhas opiniões a respeito disso não mudaram, e não vão mudar, e nunca irão mudar. Eu devo te deixar agora já que Kate retornou com comida. O meu senso de ironia e eu, te damos boa noite.

Eu entrarei em contato quando estiver na Geórgia.

 

Ana

 

De: Christian Grey

Para: Nem Mesmo o Volúvel Chá Inglês do Café da Manhã?

Data: 30 de Maio 2011 19:29

Para: Anastásia Steele

 

Boa noite Anastásia.

 

Eu espero que você e o seu senso de ironia tenham um bom voo.

Christian Grey

 

CEO, Grey Empreendimentos e Holding Ltda.

 

Kate e eu paramos do lado de fora da área de embarque no terminal do Aeroporto Sea-Tac. Se inclinando, ela me abraça.

— Aproveite Barbados, Kate. Tenha um maravilhoso feriado.

 

— Eu te vejo quando voltar. Não deixe o velho saco de dinheiro te estressar.

— Eu não vou.

Nós nos abraçamos de novo – e então estou sozinha. Eu sigo até a área de check-in e fico na fila, esperando pela minha bagagem de mão. Eu não me incomodei com uma mala, só uma mochila prática que Ray me deu no meu último aniversário.

— Passagem, por favor? — O jovem entediado atrás da mesa estica a mão sem olhar para mim.

Espelhando o seu tédio, eu entrego a minha passagem e a minha carteira de motorista como documento. Estou esperando por um assento na janela se for possível.

— Ok, Srta. Steele. Você foi promovida para a primeira classe.

— O quê?

— Senhora, você gostaria de ir até a sala de espera da primeira classe e esperar pelo seu vôo lá. — Ele parece ter acordado e está sorrindo para mim como se eu fosse a Fada do Natal e o Coelhinho da Páscoa em um mesmo pacote.

— Claramente há algum erro.

— Não, não. — Ele verifica a tela de seu computador novamente. — Anastásia Steele – promovida. — Ele me oferece um sorriso afetado.

Aff. Eu estreito meus olhos. Ele me entrega um cartão de embarque, e eu sigo na direção da sala de embarque da primeira classe murmurando baixinho. Maldito Christian Grey, controlador louco e intrometido – ele apenas não consegue deixar as coisas quietas.

 

Fizeram minha unha, me massagearam, e eu tomei duas taças de champanhe. A Primeira classe tinha muitas características redentoras. Com cada gole de Moet, eu me sentia ligeiramente mais propensa a perdoar Christian e sua intervenção. Eu abro meu MacBook, esperando testar a teoria que isso funciona em qualquer lugar no planeta.

 

De: Anastásia Steele

Assunto: Gestos mais que Extravagante

Data: 30 de maio 2011 21:53

Para: Christian Grey

 

Querido Sr. Grey

 

O que realmente me preocupa é como você soube em que vôo eu estava.

Sua perseguição não conhece limite. Vamos esperar que Dr. Flynn tenha voltado de suas férias.

Fizeram minhas unhas, recebi massagem nas costas e tomei duas taças de champanhe – um começo muito bom para minhas férias.

Obrigada.

Ana

 

De: Christian Grey

Assunto: Você é Muito Bem-vinda

Data: 30 de maio 2011 21:59

Para: Anastásia Steele

 

Querida Senhorita Steele

 

Dr. Flynn está de volta, e eu tenho um encontro com ele esta semana.

Quem massageou suas costas?

 

Christian Grey

CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

Aha! Hora do troco. Nosso vôo foi anunciado assim eu devo responder o e-mail dele no avião. Será mais seguro. Eu quase abraço eu mesma com uma alegria maliciosa.

Existe tantos quartos na primeira classe. Com um coquetel de champanhe na mão, eu me sento em uma suntuosa cadeira de couro na janela enquanto a cabine lentamente se enchia. Eu ligo para Ray para dizer a ele onde eu estou – Um telefonema misericordiosamente breve, já que é tão tarde para ele.

— Amo você, Papai, — eu murmuro.

— Também te amo, Annie. Diga oi para sua mãe. Boa noite.

— Boa noite — Eu desligo.

Ray está em boa forma. Eu olho fixamente para meu Mac e com a mesma alegria infantil se construindo.

Abrindo meu notebook, eu abro meu e-mail.

 

De: Anastásia Steele

Assunto: Hábeis e fortes mãos

Data: 30 de maio 2011 22:22

Para: Christian Grey

 

Querido Senhor.

 

Um homem jovem e muito agradável massageou minhas costas. Sim. Realmente muito agradável. Eu não teria encontrado Jean-Paul na sala de embarque comum – então muito obrigada novamente por esse tratamento.

Eu não estou certa se terei permissão para responder seu próximo e-mail uma vez que nós decolarmos, e eu preciso de meu sonho de beleza desde que eu não tenho dormido tão bem recentemente.

Sonhos agradáveis Sr. Greys… pensando em você.

Ana

 

Oh, ele vai pirar – e eu estarei no ar e fora de seu alcance. Que lhe sirva de lição.

Se eu estivesse na sala de embarque comum Jean-Paul não teria conseguido colocar suas mãos em mim. Ele é um jovem muito agradável, loiro com um bronzeado permanente – honestamente, quem se bronzeia em Seattle? Que absurdo. Eu penso que ele é gay – mas eu manterei esse detalhe para mim mesmo. Eu olho fixamente para meu e-mail. Kate está certa. É como pescar em um aquário. Meu subconsciente me encarava fixamente com uma torção feia em sua boca – você realmente quer deixá-lo com raiva? O que ele fez é doce, você sabe! Ele se importa com você e quer que você viaje com estilo. Sim, mas ele podia ter perguntado ou dizer a mim. Não me fazer parecer como uma completa desajeitada no check-in. Eu aperto o enviar e espero, me sentindo como uma menina muito malcriada.

— Senhorita Steele, você precisará guardar seu notebook para a partida,— a assistente de vôo educadamente diz. Ela me faz salta. Minha consciência culpada estava trabalhando.

— Oh, desculpe.

Droga. Agora eu terei que esperar para saber se ele respondeu. Ela me deu um cobertor e travesseiro suave, mostrando seus dentes perfeitos. Eu coloco o cobertor acima de meus joelhos. É bom sentir mimada às vezes.

A cabine se enche, com exceção da cadeira ao lado da minha que está ainda desocupada. Oh não… um pensamento perturbador cruza minha mente. Talvez essa cadeira é de Christian. Oh droga…

Não… ele não faria isto. Não é? Eu disse a ele que não queria que ele viesse comigo. Eu olho ansiosamente em meu relógio e então a voz mecânica anuncia.

— Tripulação da cabine, coloquem o cinto é hora da verificação.

O que isso quer dizer? Eles estão fechando as portas? Meu couro cabeludo alfineta enquanto me sento com uma palpitante antecipação. A cadeira próxima a minha é a única desocupada na cabine de dezesseis cadeiras. O avião arranca com uma sacodida, e eu suspiro de alívio, mas também sinto uma picada lânguida de decepção… sem Christian durante quatro dias. Eu espio o visor do meu BlackBerry.

 

De: Christian Grey

Assunto: Aprecie isto Enquanto Você Pode

Data: 30 de maio 2011 22:25

Para: Anastásia Steele

 

Querida Senhorita Steele

 

Eu sei o que você está tentando fazer – e acredite – você conseguiu. Da próxima vez você irá no bagageiro, atada e amordaçada em um engradado. Acredite que me encarregar que você viaje nessas condições me dará mais prazer do que trocar a passagem por uma de primeira classe.

Eu espero ansiosamente seu retorno.

 

Christian Grey

CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

Meu Deus. Esse é o problema com o humor de Christian – eu nunca estou certa se ele foi engraçado ou se estava seriamente bravo. Eu suspeito que nesta ocasião ele esteja seriamente bravo. Disfarçadamente, para que o comissário de bordo não veja, eu digito uma resposta debaixo do cobertor.

 

De: Anastásia Steele

Assunto: Brincando?

Data: 30 de maio 2011 22:30

Para: Christian Grey

        

Veja – eu não tenho nenhuma ideia se você está brincando. Se você não estiver – então eu penso que eu ficarei na Geórgia. Os engradados são um limite para mim. Desculpe ter te deixado bravo. Diga-me que você me perdoa.

 

A.

 

De: Christian Grey

Assunto: Brincando

Data: 30 de maio 2011 22:31

Para: Anastásia Steele

Como é que você está mandando email? Você está arriscando a vida de todo mundo a bordo, inclusive de você mesma, usando seu BlackBerry? Eu penso que isto infringe uma das regras.

 

Christian Grey

CEO, com as duas mãos soltas se contraído, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

Duas mãos! Eu coloco no lugar meu BlackBerry, me reencosto no assento enquanto o avião taxia na pista, e retiro minha cópia esfarrapada de Tess – uma leitura leve para a viagem. Uma vez que estamos voando, eu inclino minha cadeira para trás, e logo eu estou flutuando para o sono.

O comissário de vôo me desperta quando começamos nossa descida em Atlanta. 5:45 da manhã, horário local, mas eu só tive umas quatro horas de sono … eu me sinto embriagada, mas agradeço o suco de laranja que a comissária me oferece. Eu olho nervosamente para o meu BlackBerry. Não existe nenhum e-mail adicional de Christian. Bem, é quase três de manhã em Seattle, e ele provavelmente quer evitar que eu sobrecarregue o sistema aéreo, ou quer evitar que deixe os celulares ligados quando estiver dentro dos aviões.

A espera em Atlanta é só de uma hora. E novamente eu estou deleitando-me na sala de embarque da primeira classe. Estou tentada a me enrolar e dormir em um dos macios e convidativos sofás que afundam suavemente debaixo de meu peso. Mas isso não é suficiente para me manter acordada, eu começo um interminável monólogo interior dirigido a Christian.

 

De: Anastásia Steele

Assunto: Você gosta de me assustar?

Data: 31 de maio 2011 06:52 EST

Para: Christian Grey

 

Você sabe o quanto me desagrada que você gaste dinheiro comigo. Sim, você é muito rico, mas isso me deixa desconfortável, é como se você me pagasse por sexo. Porém, eu gosto de viajar em primeira classe, é um tanto mais civilizado que classe econômica. Então obrigada. Eu quero dizer isto – e eu apreciei a massagem de Jean Paul. Ele era muito gay. Eu omiti esse pequeno detalhe no meu e-mail para te provocar, porque eu estava aborrecida com você, e sinto muito sobre isto.

Mas como sempre, você exagerou. Você não pode dizer coisas assim para mim (atada e amordaçada em uma caixa – Você estava falando sério ou era uma brincadeira?) Isso me assusta… você me assusta... eu estou completamente atada em seu feitiço, considerando seu estilo de vida que eu até então não sabia que existia até o último sábado, e então você escreve algo assim e eu quero sair correndo gritando. Eu não irei, claro, porque eu sentiria sua falta. Realmente sentiria sua falta. Eu quero que nós tentemos, mas eu tenho horror à profundidade dos sentimentos que eu tenho por você e o caminho escuro que você está me levando. O que você está oferecendo é erótico e sensual, e eu sou curiosa, mas eu também estou assustada que você me machuque – fisicamente e emocionalmente. Depois de três meses você pode dizer adeus, e como eu vou ficar depois disso? Entretanto eu suponho que esse risco está lá em qualquer relação. Isto só não é o tipo de relação que eu me imaginei tendo, especialmente como meu primeiro. É um pulo enorme de fé para mim.

Você estava certo, quando disse que eu não tenho um osso submisso em meu corpo… e eu concordo com você agora. Tendo dito isto, eu quero estar com você, e se é isso que tenho que fazer, eu gostaria de tentar, mas penso que se eu fosse fazer isso e acabaria com hematomas – e eu não aprecio essa ideia.

Eu estou tão feliz que você disse que você tentará mais. Eu só preciso pensar sobre o que o ‘Mais’ significa para mim, e isto é uma das razões por que eu quis alguma distância. Você me deslumbra tanto que eu acho muito difícil pensar claramente quando nós estamos juntos.

Eles estão chamando meu vôo. Eu tenho que ir.

Até mais tarde

Sua Ana

        

Eu aperto o enviar e faço meu caminho sonolento para o portão de partida para embarcar em um avião diferente.

Este aqui tem só seis cadeiras na primeira classe, e uma vez que nós estamos no ar, eu enrolo-me debaixo de meu cobertor suave e adormeço.

Muito cedo, eu sou despertada pelo comissário de vôo oferecendo a mim mais suco de laranja quando nós começamos a nossa descida para Savannah Internacional. Eu engulo lentamente, muito cansada, e permito a mim mesmo sentir um pouco de excitação. Eu vou ver minha mãe pela primeira vez em seis meses. Espio para a tela do meu BlackBerry, eu lembro vagamente que enviei um longo e-mail para Christian – mas não tinha nenhuma resposta. É cinco da manhã em Seattle – esperançosamente espero que ele esteja ainda dormindo e não esteja tocando lamentos tristes em seu piano.

O bom das mochilas de mão é que pode sair rápido do aeroporto sem ter que esperar eternamente pelas bagagens nos carrosséis. A beleza de viajar em primeira classe é que eles deixam você sair do avião primeiro.

Minha mãe está esperando com Bob, e é tão bom ver eles. Eu não sei se foi por causa de esgotamento, a jornada longa, ou toda a situação com Christian, mas assim que eu estou nos braços da minha mãe, eu entro repentinamente em lágrimas.

— Oh Ana, querida. Você deve estar tão cansada. — Ela olha ansiosamente para Bob.

— Não mãe, é só que ... Eu estou tão contente em ver você. — Eu firmemente a abraço.

Ela parece tão boa, acolhedora é como minha casa. Relutantemente, eu a solto, e Bob me dá um abraço desajeitado. Ele parece instável em seus pés, e eu lembro que ele machucou sua perna.

— Bem-vinda de volta, Ana. Por que você chorando? — Ele pergunta.

— Aw, Bob, eu só estou contente por ver você também. — Eu olho fixamente para cima, para seu bonito rosto com mandíbula quadrada, e seus brilhantes olhos azuis que olham para mim com carinho. Eu gosto deste marido, Mãe. Você pode ficar com ele. Ele toma minha mochila.

— Jesus, Ana, o que você tem aqui?

Será o Mac? Eles dois põem seus braços ao redor de mim enquanto nos dirigirmos ao estacionamento.

Eu sempre esqueço o quão insuportavelmente quente é Savannah. Deixando o fresco ar condicionado no salão de chegada, nós andamos pelo calor da Geórgia... Aff... É esgotador.

Eu tenho que sair do abraço de mamãe e Bob para eu tirar meu moletom. Eu estou tão feliz porque trouxe shorts. Eu sinto falta do calor seco de Vegas às vezes, onde eu vivi com mamãe e Bob quando eu tinha dezessete anos, mas este calor úmido, mesmo às 8:30 de manhã, leva algum tempo para se acostumar. Quando eu estou atrás de Bob, no maravilhoso ar-condicionado do Tahoe SUV, eu me sinto mole, e meu cabelo crespo começou a protestar pelo calor.

Atrás do SUV eu escrevo um rápido texto para Ray, Kate, e Christian:

*Cheguei sã e salva em Savannah.*

Meus pensamentos se perdem brevemente em José quando eu aperto enviar, em meio a minha fadiga, eu lembro que sua exposição é na semana que vem. Eu devia convidar Christian sabendo como ele se sente sobre José? Christian ainda quererá me ver depois daquele e-mail? Eu estremeço ante ao pensamento, e então apago isto. Eu lidarei com isso mais tarde. Agora mesmo eu vou apreciar a companhia da minha mãe.

— Querida, você deve estar cansada. Você gostaria de dormir quando nós chegamos em casa?

— Não, mãe. Eu gostaria de ir para a praia.

Eu estou com meu biquíni azul, bebendo uma Coca-Cola de Dieta, em uma espreguiçadeira enfrentando o Oceano Atlântico, e pensando que ontem eu estava encarando o Sound em direção ao Pacífico.

Minha mãe está deitada ao meu lado com um chapéu de sol ridiculamente grande e mole, estilo Jackie O, bebericando sua própria Coca-Cola. Nós estamos na Praia Tybee Island, só a três quarteirões de casa.

Ela segura minha mão. Minha fadiga diminuiu, e enquanto eu me embebedo do sol, eu me sinto confortável, segura, e morna. Pela primeira vez em muito tempo, eu começo a relaxar.

— Então Ana… diga-me sobre este homem que te deixa tão louca.

Louca! Como ela pode saber? O que vou dizer? Eu não posso conversar sobre Christian em grandes detalhes por causa do NDA, mas mesmo assim, eu conversaria com minha mãe sobre isto? Eu pisco ante ao pensamento.

— Bem? — Ela inicia e aperta minha mão.

— Seu nome é Christian. Ele é além de bonito. Ele é rico… muito rico. Ele é muito complicado e temperamental.

Sim – eu me sinto desordenadamente contente com meu resumo conciso e preciso. Eu viro para o lado, para encará-la, da mesma maneira ela faz o mesmo movimento. Ela olha para mim com seus olhos azuis cristalinos.

— Complicado e temperamental são os dois pedaços dessas informações que eu quero me concentrar, Ana.

Oh não…

— Oh, Mãe, suas mudanças de humor me deixam atordoada. Ele teve uma educação horrenda, então ele é muito fechado, difícil de entender.

— Você gosta dele?

— É mais que isso.

— Realmente?— Ela fica com a boca aberta.

— Sim, Mãe.

— Homens não são realmente complicados, Ana, querida. Eles são criaturas muito simples e literais. Eles normalmente querem dizer o que eles dizem. E nós gastamos horas tentando analisar o que eles disseram – Quando realmente é óbvio. Se eu fosse você, eu o levaria literalmente. Isso poderia ajudar.

Eu fico pasma com ela. Isto soa como um bom conselho. Tome Christian literalmente. Imediatamente algumas das coisas que ele me diz surgem em minha mente.

Eu não quero perder você…

Você me encantou…

Você me enfeitiçou completamente…

Eu sentirei sua falta também… mais do que você imagina...

Eu olho em minha mãe. Ela está em seu quarto casamento. Talvez ela soubesse algo sobre homens afinal.

— A maioria dos homens são mal-humorados, alguns um pouco mais do que outros. Tome seu pai por exemplo… — Seus olhos suavizam e entristecem sempre que ela pensa sobre meu papai. Meu papai real, este homem mítico que eu nunca conheci, tirado muito cruelmente de nós em um acidente de treinamento de combate quando ele era um marinheiro. Uma parte de mim pensa que minha mãe tem procurado por alguém igual ao meu papai todo esse tempo… talvez ela tenha finalmente achada o que ela procurando em Bob. Pena que ela não pode achar isto com Ray.

— Eu costumava pensar que seu pai era mal-humorado. Mas agora quando eu olho para trás, eu só penso que ele estava muito concentrado em seu trabalho e tentando construir uma vida para nós. — Ela suspira. — Ele era tão jovem, nós dois éramos. Talvez esse fosse o problema.

Hum.. Christian não é exatamente velho. Eu sorrio ternamente para ela. Ela pode se tornar muito emotiva quando pensa sobre meu pai, mas eu estou certa que ele não tinha nada parecido com os humores de Christian.

— Bob quer nos levar hoje à noite para jantar. No seu clube de golfe.

— Oh não! Bob começou a jogar golfe? — Eu ridicularizo em descrença.

— Nem me diga isso,— geme minha mãe, rolando seus olhos.

Depois de um leve almoço de volta na casa, eu começo a desempacotar. Eu vou me presentear com uma soneca. Minha mãe desapareceu para moldar algumas velas ou qualquer coisa do gênero, e Bob está no trabalho, então eu tenho tempo para dormir um pouco. Eu abro o Mac e o ligo.

         É duas da tarde na Geórgia, onze da manhã em Seattle. Pergunto-me se tenho uma resposta de Christian. Nervosamente, eu logo no programa de e-mail.

 

De: Christian Grey

Assunto: Finalmente!

Data: 31 de maio 2011 07:30

Para: Anastásia Steele

 

Anastásia

Aborrece-me que, quando coloca distância entre nós, você se comunica abertamente e honestamente comigo. Por que você não pode fazer isso quando nós estamos juntos?              

Sim, eu sou rico. Se acostume a isto. Por que eu não devia gastar dinheiro com você? Nós dissemos a seu pai que eu sou seu namorado, pelo amor de Deus. Isso não é o que os namorados fazem? Como seu Amo, eu esperaria que você aceitasse o que seja que eu gaste com você sem argumento. Por certo, diga a sua mãe também.

Eu não sei como responder seu comentário sobre sentir como uma prostituta. Eu sei que isso não foi o que você escreveu, mas é o que você implicou. Eu não sei o que eu posso dizer ou fazer para erradicar isto. Eu gostaria que você tivesse o melhor de tudo. Eu trabalho excepcionalmente duro, então eu posso gastar meu dinheiro como eu quero. Eu podia comprar para você, tudo o que deseja Anastásia, e eu quero fazê-lo. Chame isto redistribuição de riqueza se você quiser. Ou simplesmente saiba que eu não iria, não poderia pensar em você no modo que você descreveu, e eu estou bravo se é isso como você se vê. Para tal mulher brilhante, engenhosa, bonita e jovem você tem alguns problemas reais de auto-estima, e estou pensando em marcar uma consulta para você com Dr. Flynn.

Eu me desculpo por tê-la assustado. Eu acho o pensamento de incitar medo em você detestável. Você realmente pensa que eu deixaria você viajar desse modo? Eu ofereci a você meu jato privado, pelo amor de Deus. Sim foi uma piada, uma ruim obviamente. Porém, o fato é – o pensamento de você atada e amordaçada me excita (isto não é uma brincar – é verdade). Eu posso renunciar os engradados - os engradados não me atraem. Eu sei que você tem problemas com amordaçar, nós conversamos sobre isso e se/quando eu amordaçar você, nós discutiremos isto. O que você não percebeu é que em relações de Dominador/submisso é o submisso é que tem todo o poder. Isto é você. Eu repetirei isto – você tem o poder. Não eu. Na casa dos barcos você disse não. Eu não posso tocar em você se você disser não – é por isso que nós temos um acordo – o que você fará ou não. Se nós tentarmos coisas e você não gostar delas, nós podemos revisar o acordo. Depende de você – não de mim. E se você não quiser ser e amordaçada em um engradado, então não acontecerá.

Eu quero compartilhar meu estilo de vida com você. Eu nunca quis tanto uma coisa como essa. Francamente me admira que você uma jovem tão inocente, como você está disposta a tentar. Isso me diz mais do que você pode imaginar. Você não percebe que eu estou pego em seu feitiço, também, embora eu lhe disse isso a muito tempo. Eu não quero perder você. Eu estou nervoso que você voou três mil milhas para ficar longe de mim por alguns dias, porque você não pode pensar claramente ao meu redor. Acontece o mesmo comigo Anastásia. Minha razão desaparece quando nós estamos juntos – É muito intenso o que eu sinto por ti.

Eu entendo sua inquietude. Eu tentei ficar longe de você; Eu sabia que você era inexperiente, entretanto eu nunca teria procurado você se eu soubesse exatamente quão inocente você era – e ainda você consegue me desarmar completamente de um modo que ninguém fez antes. Seu e-mail por exemplo: Eu li e reli ele incontáveis vezes tentando entender seu ponto de vista. Três meses é uma quantia arbitrária de tempo. Nós podíamos fazer isto seis meses, um ano? Quanto tempo você quer que seja? O que faria você confortável?

Diga a mim.

Eu entendo que isto seja ato de fé enorme para ti. Eu tenho que ganhar sua confiança, mas justamente por isso, você tem que se comunicar comigo quando eu estiver falhando em fazer isto. Você parece tão forte e auto-suficiente, e então eu leio o que você escreveu aqui, e eu vejo o outro lado de você. Nós temos que guiar um ao outro Anastásia, e eu posso só tomar minhas sugestões de você. Você tem que ser honesta comigo, e nós temos que achar um caminho para fazer este acordo dar certo.

Você se preocupa sobre não ser submissa. Bem talvez isto seja verdade. Tendo dito isto, o único tempo você assume o comportamento de uma submissa é no playroom. Parece que esse é o lugar onde você me deixa exercitar o controle adequado sobre você, e o único lugar onde você faz como é dito. Exemplar é o termo que vem na minha cabeça. E eu nunca bateria em você para deixar hematomas. Eu aponto no rosa. Fora do playroom, eu gosto que você me desafie. É uma experiência muito inovadora e refrescante, e eu não quereria mudar isto. Então sim, diga a mim o que você quer em termos de mais. Eu vou me empenhar para manter uma mente aberta, e eu devo tentar e dar a você o espaço que você precisa e ficarei longe de você enquanto você está na Geórgia. Eu espero ansiosamente seu próximo e-mail.

Enquanto isso, se divirta. Mas não demais.

 

Christian Grey

CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

Merda. Ele escreveu uma redação como se estivéssemos na escola – e maior parte era verdade. Meu coração está em minha boca quando eu releio sua epístola, e eu me amonto na cama sobressalente praticamente abraçando meu Mac. Faça nosso acordo de um ano? Eu tenho o poder! Jesus, eu vou ter que pensar sobre isto. Considere o que ele fala literalmente, foi isso o que minha mãe diz. Ele não quer me perder.

Ele disse duas vezes! Ele quer fazer isto funcionar também. Oh Christian, eu também! Ele vai tentar e ficar longe! Isto significa que ele poderia falhar em ausentar-se? De repente, eu espero que sim. Eu quero vê-lo. Nós nos separamos em menos de vinte e quatro horas, e saber que eu não poderei vê-lo por quatro dias, eu percebo o quanto eu sinto sua falta. Quanto eu o amo.

— Ana, querida.— A voz é suave e morna, cheia de amor e memórias doces de tempos passados. O toque gentil de mão no meu rosto. Minha mãe me desperta, e eu estou embrulhado ao redor do meu notebook, abraçando ele para mim.

— Ana, coração — ela continua com sua suave voz enquanto eu superficialmente durmo, piscando na luz pálida e rosa do crepúsculo.

— Oi, Mãe. — Eu estico e sorriu.

— Nós estamos saindo para jantar em trinta minutos. Você ainda quer vir? — Ela amavelmente pergunta.

— Oh, sim, Mãe, claro.— Eu tento muito forte, mas falho em abafar meu bocejo.

— Agora, isto é um pedaço impressionante de tecnologia. — Ela aponta para meu notebook.

Oh droga.

         — Oh… isto? — Eu me esforço parecer indiferente e casual, surpreendida.

Mamãe notará? Ela parece estar mais astuta desde que eu adquiri um ‘namorado’.

— Christian emprestou isto para mim. Eu penso que eu podia pilotar o ônibus espacial com isto, mas eu só uso para e-mail e acesso de Internet.

Realmente não é nada. Olhando-me suspeitosamente, ela se senta na cama e dobra um cacho perdido de cabelo atrás da minha orelha.

— Ele tem mandado email para você?

Oh dupla droga.

— Sim. — Minha indiferença está se esgotando, e eu ficou ruborizada.

— Talvez ele esteja sentindo sua falta, huh?

— Eu espero, Mãe.

— O que ele diz?

Oh tripla droga. Eu freneticamente tento pensar sobre algo aceitável daquele e-mail que eu possa dizer à minha mãe. Eu estou certo que ela não quer ouvir sobre Dominadores e escravidão e amordaçamento, entretanto eu não posso dizer a ela porque existe o NDA.

— Ele me disse para me divertir, mas não demais.

— Soa razoável. Eu deixarei você se preparar, querida. — Inclinando, ela beija minha fronte. — Eu estou tão contente que você está aqui, Ana. É maravilhoso ver você. — E com aquela declaração amorosa, ela parte.

Hmm, Christian e razoável… dois conceitos que eu pensei ser completamente incompatível, mas depois de seu e-mail, talvez todas as coisas são possíveis. Eu agito minha cabeça. Eu precisarei de tempo para digerir suas palavras. Provavelmente depois do jantar – e eu poderei responder para ele então. Eu saio para fora da cama e depressa escapo de minha camiseta e calça, e vou para o chuveiro.

Eu trouxe o vestido cinza de Kate que eu vesti para minha graduação. É o único artigo vistoso que eu tenho. Uma boa coisa sobre o calor é que o amassado desapareceu, então eu penso que servirá para o clube de golfe. Enquanto eu visto, eu olho o notebook. Não existe nada de novo de Christian, e eu sinto uma punhalada de decepção. Muito depressa, eu digito um e-mail para ele.

 

De: Anastásia Steele

Assunto: Eloquente?

Data: 31 de maio 2011 19:08 EST

Para: Christian Grey

 

Senhor, você é um escritor bastante loquaz. Eu tenho que ir jantar no clube de golfe do Bob, e só para constar, eu estou rolando meus olhos com o pensamento. Mas você e sua inquieta mão estão muito longe de mim, então meu traseiro está salvo por enquanto. Eu amei seu e-mail. Responderei quando eu puder. Eu sinto sua falta já.

Aprecie sua tarde.

Sua Ana

 

De: Christian Grey

Assunto: Seu traseiro

Data: 31 de maio 2011 16:10

Para: Anastásia Steele

Querida Senhorita Steele

 

Eu estou distraído pelo título deste e-mail. Desnecessário dizer que está salvo – no momento.

Aprecie seu jantar, e eu sinto sua falta também, especialmente de seu traseiro e sua boca esperta.

Minha tarde será enfadonha, clareados só por pensamentos de você e seu olhar desviado. Eu penso que foi você que tão intencionalmente me fez ver que sofro horrível costume.

        

Christian Grey

CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

De: Anastásia Steele

Assunto: O olho Rolando

Data: 31 de maio 2011 19:14 EST

Para: Christian Grey

 

Querido Sr. Grey

Pare de me mandar email. Eu estou tentando me arrumar para jantar. Distrai-me muito, até mesmo quando você está no outro lado do país. E sim – quem espanca você quando você desvia seu olhar?

         Sua Ana

 

Eu aperto enviar, e imediatamente a imagem daquela bruxa do mal, Sra. Robinson entra em minha mente. Eu não quero nem imaginar. Christian sendo batido por alguém tão velho quanto minha mãe, é apenas tão errado. Novamente eu pergunto-me que dano ela fez. Minha boca aparece uma linha horrenda. Eu preciso de uma boneca para pregar alfinetes, talvez desse modo eu possa desabafar alguma da raiva que eu sinto por essa estranha.

 

De: Christian Grey

Assunto: Seu traseiro

Data: 31 de maio 2011 16:18

Para: Anastásia Steele

 

Querida Senhorita Steele

Eu gosto mais do meu assunto do que o seu, em muitos sentidos Por sorte sou o mestre de meu próprio destino e ninguém me castiga. Exceto minha mãe ocasionalmente e Dr. Flynn, claro. E você.

 

Christian Grey

CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

De: Anastásia Steele

Assunto: castigar ... eu ?

Data: 31 de maio 2011 19:22 EST

Para: Christian Grey

 

Querido Senhor

Quando eu tive coragem de castigar você, Sr. Grey? Eu penso que você está me confundindo com outra pessoa… o que é muito preocupante. Eu realmente tenho que me arrumar.

 

Sua Ana

 

De: Christian Grey

Assunto: Seu traseiro

Data: 31 de maio 2011 16:25

Para: Anastásia Steele

 

Querida Senhorita Steele

Você faz isso constantemente escrevendo. Eu posso fechar seu vestido?

 

Christian Grey

CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc

 

Por algum motivo, suas palavras saltam da pagina e me fazem engasgar. Oh… ele quer brincar.

 

De: Anastásia Steele

Assunto: NC-17

Data: 31 de maio 2011 19:28 EST

Para: Christian Grey

Eu prefiro você abrindo-o.

 

De: Christian Grey

Assunto: Cuidadoso com o que você deseja …

Data: 31 de maio 2011 16:31

Para: Anastásia Steele

 

Eu também.

 

Christian Grey

CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

De: Anastásia Steele

Assunto: Ofegante

Data: 31 de maio 2011 19:33 EST

Para: Christian Grey

 

         Lentamente…

 

De: Christian Grey

Assunto: Gemendo

Data: 31 de maio 2011 16:35

Para: Anastásia Steele

        

Queria estar ai.

        

Christian Grey

CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

 

De: Anastásia Steele

Assunto: Gemendo

Data: 31 de maio 2011 19:37 EST

Para: Christian Grey

        

Eu também

 

— Ana! — Minha mãe me chama, fazendo-me saltar. Droga. Por que eu me sinto tão culpada?

— Estou indo, Mãe.

 

De: Anastásia Steele

Assunto: Gemendo

Data: 31 de maio 2011 19:39 EST

Para: Christian Grey

 

Preciso ir.

Até logo, bebê.

 

         Eu entro correndo no corredor onde o Bob e minha mãe estão esperando. Minha mãe com uma careta.

— Querida... você está bem? Você parece um pouco corada.

— A mãe, eu estou bem.

— Você parece adorável, querida.

— Oh, é um vestido da Kate. Você gosta?

Franze o cenho ainda mais.

— Por que você está vestindo um vestido da Kate?

Oh… não.

— Porque eu gosto deste aqui e ela não,— eu improviso depressa.

Ela me considera astutamente enquanto Bob faz uma cara de morto de fome.

— Eu levarei você as compras amanhã,— ela diz.

— Oh, Mãe, você não precisa fazer isto. Eu tenho bastante roupas.

— Eu não posso fazer algo para minha própria filha? Vamos, Bob está morrendo de fome.

— Certo,— Bob geme, apertando seu estômago e assumindo uma falsa expressão aflita.

Eu dou uma risadinha quando ele desvia o olhar, e nós saímos de casa.

Mais tarde quando estava no chuveiro, esfriando debaixo da água morna, eu reflito em quanto minha mãe mudou. Vendo ela no jantar, ela estava em seu lugar, engraçada e glamorosa e entre muitos amigos no clube de golfe. Bob era morno e atento… eles parecem tão bons um para o outro. Eu estou realmente contente. Quer dizer que eu posso parar de me preocupar sobre ela e ficar questionando sobre suas decisões e pôr os dias escuros de Marido Número Três atrás de ambas. Bob é um guardião. E ela está dando a mim bons conselhos. Quando isso começou a acontecer?

        

Desde que eu conheci Christian. Por que disto?

 

Quando eu termino, eu me seco depressa, ansiosa por voltar para Christian. Existe um e-mail esperando por mim, enviado logo após eu sair para jantar algumas horas atrás.

 

De: Christian Grey

Assunto: Plágio

Data: 31 de maio 2011 16:41

Para: Anastásia Steele

 

Você roubou minha frase.

E me deixou na mão.

Aprecie seu jantar.

 

Christian Grey

CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

De: Anastásia Steele

Assunto: Olha quem fala?

Data: 31 de maio 2011 22:18 EST

Para: Christian Grey

 

Senhor, se me lembro bem a frase original era de Elliot.

Na mão como?

 

Sua Ana.

 

De: Christian Grey

Assunto: Negócios inacabados

Data: 31 de maio 2011 19:22

Para: Anastásia Steele

 

Senhorita Steele

 

Você voltou. Você saiu muito de repente - só quando as coisas estavam ficando interessantes.

Elliot não é muito original. Ele deve ter roubado aquela frase de alguém.

Como foi o jantar?

 

Christian Grey

CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

De: Anastásia Steele

Assunto: Negócios inacabados?

Data: 31 de maio 2011 22:26 EST

Para: Christian Grey

 

         O jantar estava demais – você ficará muito contente em ouvir que comi demais.

         Ficando interessante? Como?

 

De: Christian Grey

Assunto: Negócios inacabados - definitivamente

Data: 31 de maio 2011 19:30

Para: Anastásia Steele

 

Você está se fazendo de boba? Eu acho que você tinha acabado de me pedir para abrir seu vestido.

E eu estava esperando ansiosamente para fazer isto. Eu também estou contente por ouvir que você está comendo.

 

Christian Grey

CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

De: Anastásia Steele

Assunto: Bem… sempre existe o fim de semana

Data: 31 de maio 2011 22:36 EST

Para: Christian Grey

 

Claro que eu como… É só a incerteza que eu sinto ao redor de você que me tira o apetite.

E eu jamais me faria de boba, Sr. Grey.

Seguramente você se deu conta disso ;)

 

De: Christian Grey

Assunto: Não pode Esperar

Data: 31 de maio 2011 19:40

Para: Anastásia Steele

 

Eu devo lembrar disto, Senhorita Steele, e sem nenhuma dúvida usarei esse conhecimento para minha vantagem.

Eu sinto muito ouvir que eu tiro seu apetite. Eu pensei que tivesse um efeito mais sensual em você. Você tem um efeito assim em mim, além de ser muito prazeroso também.

Eu espero ansiosamente a próxima vez.

 

Christian Grey

CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

De: Anastásia Steele

Assunto: Linguística ginástica

Data: 31 de maio 2011 22:36 EST

Para: Christian Grey

 

Você tem brincando com o dicionário de sinônimos novamente?

 

De: Christian Grey

Assunto: Rugindo

Data: 31 de maio 2011 19:40

Para: Anastásia Steele

 

Você me conhece tão bem Senhorita Steele.

Eu estou jantando com um velho amigo agora assim eu estarei dirigindo.

 

Até mais, bebê©

 

Christian Grey

CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

Que o velho amigo? Eu não achava que Christian tivesse quaisquer velhos amigos, exceto… ela. Eu fiz uma careta para a tela. Por que ele tem ainda que vê-la? Sofro um repentino e agudo ataque de ciúme. Eu quero bater em algo, de preferência na Sra. Robinson. Fechando o notebook raivosamente, eu tombo na cama.

Eu devia realmente responder seu longo e-mail desta manhã, mas eu de repente estou muito brava. Por que ele não pode vê-la como ela é – uma molestadora de crianças? Eu desligo a luz, fervendo, olhando fixamente na escuridão. Como ela ousa? Como ela ousa censurar um adolescente vulnerável? Ela ainda está fazendo isto? Por que eles não param? Vários cenários flutuaram por minha mente: Ele tinha tido o suficiente, então por que ele ainda é amigo dela? Do mesmo modo – ela é casada? Divorciado? Jesus – ela tem crianças? Ela tem crianças de Christian? Meu subconsciente recria sua cabeça feia, olhando de soslaio, e eu estou chocada e enjoada com o pensamento. Dr. Flynn sabe sobre ela?

Eu luto para fora da cama e ligo máquina novamente. Eu estou em uma missão. Eu tamborilo meus dedos impacientemente esperando pela tela azul aparecer. Eu entro no Google imagens e escrevo ‘Christian Grey' na caixa de procura. A tela de repente surge com imagens de Christian: Com gravata preta, bem vestido, Deus – fotos de José do Heathman, em sua camisa e calça comprida de flanela branca. Como eles colocaram isso internet? Deus, ele parece bem.  

Eu movo depressa nas telas: Alguns com negócios de associação, então retrato após gloriosos retratos do homem mais fotogênico que eu conheço, intimamente. Intimamente? Eu conheço Christian intimamente? Eu conheço-o sexualmente, e eu imagino que existe muito mais para descobrir lá. Eu sei que ele é mal-humorado, difícil, engraçado, frio, morno… Jesus, o homem é uma massa andante de contradições. Eu clico para a próxima página. Ele está ainda sozinho em todas estas fotografias, e eu lembro de Kate mencionando que ela não podia achar quaisquer fotografias dele com uma companhia, o que levava a sua pergunta gay. Então, na terceira página, existe um retrato de mim, com ele, em minha graduação. Sua única foto com uma mulher, e sou eu.

Droga! Eu estou no Google! Eu olho fixamente para nós juntos. Eu pareço surpreendida pela máquina fotográfica, nervosa, fora do ambiente. Isto foi logo antes de eu concordar em tentar. Quanto a ele, Christian parecia impossivelmente bonito, calmo, e ele está vestindo aquele terno. Eu olho para ele, um rosto tão bonito, um rosto bonito que podia estar olhando fixamente para a maldita Sra. Robinson agora mesmo. Eu salvo o retrato em meus favoritos e clico por todas as dezoito telas… nada. Eu não achei Sra. Robinson no Google. Mas eu tenho que saber se ele estava com ela. Eu digito um e-mail rápido para Christian.

 

De: Anastásia Steele

Assunto: Companheiros de jantar apropriados

Data: 31 de maio 2011 23:58 EST

Para: Christian Grey

 

Eu espero que você e seu amigo tenham um jantar muito agradável.

 

Ana

Obs: Ele é a Sra. Robinson?

 

Eu aperto enviar e subo desapontadamente de volta na cama, resolvendo perguntar a Christian sobre sua relação com aquela mulher. Uma parte de mim está desesperada para saber mais, e outra parte quer esquecer que algum vez ele já lhe disse. E minha mestruação começou, então eu devo lembrar de tomar minha pílula de manhã. Eu depressa programo um alarme no calendário em meu BlackBerry. Deixando-o na mesa ao lado da cama, eu deitei-me e eventualmente cai em um sono intranquilo, desejando que nós estivéssemos na mesma cidade, não a 2 mil milhas separadamente.

Depois de uma manhã de compras e uma tarde na praia, minha mãe decretou que nós devíamos passar a noite em um bar. Abandonando Bob na TV, nós fomos ao bar do hotel mais exclusivo de Savannah. Eu estou em meu segundo Cosmopolitan[7]. Minha mãe está em seu terceiro. Ela está oferecendo mais percepções no frágil ego masculino. Isso é muito desconcertante.

— Você vê Ana, homens pensam que qualquer coisa que saia da boca da mulher é um problema para ser resolvido. Não entendem que gostamos de conversar sobre o assunto, trocar umas ideias e esquecer. Os homens preferem ação.

— Mãe, por que está me dizendo isso? — Eu pergunto, falhando em esconder minha exasperação. Ela tem estado assim o dia todo.

— Querida, você soa muito perdida. Você nunca trouxe um menino para casa. Você nem sequer teve um namorado quando nós estávamos em Vegas. Eu pensei que algo poderia acontecer com aquele sujeito que você se conheceu na faculdade, José.

— Mãe, José é só um amigo.

— Eu sei, amada. Mas algo surgiu, e eu não penso que você está me dizendo tudo.— Ela olha em mim, seu rosto cauterizado com preocupação maternal.

— Eu só precisava de alguma distância de Christian para arrumar meus pensamentos... isto é tudo. Ele tende a me subjugar.

— Subjugar?

— Sim. Embora eu sinta falta dele. — Eu franzo o cenho.

Eu não ouvi sobre Christian o dia todo. Nenhum e-mail, nada. Eu estou tentada a ligar para ele para ver se ele esta bem. Meu pior medo é que ele tenha sofrido um acidente de carro, meu segundo pior medo é que Sra. Robinson tenha posto suas garras do mal nele novamente. Eu sei que é irracional, mas onde ela estava envolvida, eu pareço perder toda a perspectiva.

— Querida, eu tenho que retocar a maquiagem.

A Breve ausência da minha mãe me permite a outra chance de verificar meu BlackBerry. Eu tenho tentado sorrateiramente verificar meus e-mails o dia todo. Finalmente – uma resposta de Christian!

 

De: Christian Grey

Assunto: Companheiros de jantar

Data: 1 de junho 2011 21:40 EST

Para: Anastásia Steele

 

Sim, eu jantei com a Sra. Robinson. Ela é só uma velha amiga, Anastásia.

Esperando ansiosamente ver você novamente. Eu sinto sua falta.

 

 

Christian Grey

CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

Ele estava jantando com ela. Meu couro cabeludo pinicou quando a adrenalina lançou-se furiosamente por meu corpo, todos meus piores medos se tornaram realidade, colidindo para mim. Como ele podia? Eu estou fora por dois dias, e ele corre para aquela cadela do mal.

 

De: Anastásia Steele

Assunto: Velhos COMPANHEIROS de JANTAR

Data: 1 de junho 2011 21:42 EST

Para: Christian Grey

 

Ela não é só uma velha amiga.

Ela achou outro menino adolescente para afundar seus dentes?

Você ficou muito velho para ela?

Esta não é a razão pela qual sua relação terminou?

 

Eu aperto enviar quando minha mãe retorna.

— Ana, você está tão pálida. O que aconteceu?

Eu agito minha cabeça.

— Nada. Vamos tomar outra bebida, — eu murmuro.

Suas sobrancelhas se unem, mas ela olhou para cima e atraiu a atenção de um dos garçons, apontando para nossos copos. Ele movimenta a cabeça. Ele entende o idioma universal de ‘o mesmo novamente, por favor.’ Enquanto ela faz isso, eu depressa olho em meu BlackBerry.

 

De: Christian Grey

Assunto: Cuidado…

Data: 1 de junho 2011 21:45 EST

Para: Anastásia Steele

 

Isto não é algo que eu desejo discutir via e-mail.

Quantos Cosmopolitan você vai beber?

        

Christian Grey

CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

Santo Deus, ele está aqui.

        

Eu olho nervosamente em torno do bar, mas não posso vê-lo.

— Ana, o que é? Você parece como se viu um fantasma.

— É Christian, ele está aqui.

— O que? Sério? — Ela olhar em torno do bar também.

Eu negligenciei mencionar as tendências de perseguidor de Christian para minha mãe.

Eu o vejo. Meu coração pula, começando uma batida frenética quando ele faz seu caminho em direção a nós. Ele realmente está aqui – por mim. Minha deusa interior se levanta como uma loca do seu chaise longue[8]. Movendo suavemente pela multidão, seu cabelo reflete cobre e vermelho debaixo do loiro. Seus olhos cinzas claro estão brilhando com – raiva? Tensão? Sua boca parece uma linha horrenda, a mandíbula tensa. Oh Merda… não. Eu estou tão brava com ele agora mesmo, e ele está aqui. Como eu posso estar brava com ele na frente da minha mãe?

Ele chega a nossa mesa, olhando para mim cautelosamente. Ele está vestido com camisa de linho e calça jeans branca habitual.

— Oi,— eu grito, incapaz de esconder meu choque e temor em vê-lo aqui em carne.

— Oi,— ele responde, e inclinado para abaixo, ele beija minha bochecha, pegando-me de surpresa.

— Christian, essa é minha mãe, Carla. — Meus modos inveterados assumem o comando.

Ele gira para saudar minha mãe.

— Sra. Adams, estou encantado em conhecê-la você.

Como ele sabia seu nome? Ele dá a ela seu sorriso Christian Grey, de parar o coração, sem poder de reação. Ela não tinha chance. A mandíbula da minha mãe praticamente bateu na mesa. Jesus, controle-se mãe. Ela toma sua mão oferecida e eles as agitaram. Minha mãe não respondeu. Oh, a completa mudez e atordoamento é algo genético – Eu não tinha nenhuma ideia.

— Christian, — ela administra finalmente, sem ar.

Ele sorri conscientemente para ela, seus olhos cinzas brilhando. Eu estreito meus olhos para ambos.

— O que você está fazendo aqui? — Minha pergunta soa mais frágil do que quero dizer, e seu sorriso desaparece, sua expressão agora cautelosa. Eu estou emocionada por vê-lo, mas estou completamente atordoada, minha raiva sobre Sra. Robinson ainda me faz ferver o sangue. Eu não sei se eu quero gritar com ele ou lançar em seus braços – mas eu não penso que ele gostaria de qualquer um – e eu quero saber quanto tempo ele tem nos observado. Eu também estou um pouco ansiosa sobre o e-mail que eu acabei de lhe mandar.

— Eu vim para ver você, claro. — Ele olha abaixo para mim impassível. Oh, o que ele está pensando? — Eu estou ficando neste hotel.

— Você está ficando aqui? — Eu sôo como uma estudante do segundo ano, muito estridente até para minhas próprias orelhas.

— Bem, ontem você disse que desejava que eu estivesse aqui.— Ele pausa tentando medir minha reação. — Nossa intenção é agradar, Senhorita Steele. — Sua voz está quieta sem rastro de humor.

Droga – ele está bravo? Talvez a Sra. Robinson comentou? Ou o fato que eu estou em meu terceiro, logo será o quarto Cosmo? Minha mãe está olhando ansiosamente nós dois.

— Porque você não se junta a nós para um bebida, Christian? — Ela acena para o garçom que está ao seu lado em um nano segundo.   

— Eu quero uma gim-tônica, — Christian diz. — Hendricks[9] se você tiver isto ou Bombay Sap-phire[10]. Pepino com o Hendricks, lima com a Bombay.

Inferno … só Christian podia fazer uma bebida parecer um prato elaborado.

— E mais dois Cosmo por favor, — eu adiciono, olhando ansiosamente para Christian. Eu estou bebendo com minha mãe – nenhuma razão para ele estar bravo sobre isto.

— Por favor puxe uma cadeira, Christian.

— Obrigado, Sra. Adams.

Christian puxou uma cadeira perto e se senta graciosamente ao meu lado.

— Então você está hospedado no hotel que estamos, só por coincidência? — Eu pergunto, tentando fortemente manter meu tom leve.

— Ou, você está bebendo neste hotel que eu estou hospedado só por coincidência, — Christian responde.

— Eu acabei de terminar de jantar, entrei aqui, e vi você. Eu estava distraído pensando sobre seu e-mail mais recente, e eu olhei para cima e você estava aí. Uma coincidência, neh? — Ele vira sua cabeça para um lado, e eu vejo um rastro de um sorriso. Agradeças aos céus – que nós podemos ser capazes de salvar a noite afinal.

— Minha mãe e eu fomos fazer compras esta manhã e fomos para praia esta tarde. Nós decidimos tomar alguns coquetéis hoje à noite, — eu murmúrio, sentindo que eu devo um tipo de explicação.

— Você comprou essa blusa? — Ele acena com a cabeça para minha nova seda verde, — A cor cai bem em você. E você pegou um pouco de sol. Você parece adorável.

Eu ruborizo, me movimento na cadeira com seu elogio.

— Bem, eu iria visitá-la amanhã. Mas aqui está você.

Ele levanta a mão, toma minha mão, e aperta suavemente, correndo seu dedo polegar através das minhas juntas e para… e eu sinto o familiar puxar. Aquela descarga elétrica correndo em baixo da minha pele sob a pressão gentil de seu dedo polegar, disparando meu fluxo de sangue e pulsando ao redor do meu corpo, aquecendo tudo em seu caminho. Faz dois dias desde que eu o vi.

Oh meu Deus... Eu o quero. Minha respiração se entrecorta. Eu pisco para ele, sorrindo bobamente, e vejo um sorriso tocar seus bonitos e esculpidos lábios.

— Eu pensei que eu surpreenderia você. Mas como sempre, Anastásia, você me surpreende estando aqui.

Eu olho depressa para mamãe, que está olhando fixamente para Christian… sim olhando fixamente! Pare com isto mãe. Como se ele fosse alguma criatura exótica, nunca vista antes. Eu quero dizer, eu reconheço que eu nunca tive um namorado, e Christian se qualifica com tal facilidade nesse referência – mas é tão incrível que eu podia atrair um homem? Este homem? Sim, olhe francamente para ele – meu subconsciente estala. Oh, cale a boca! Quem convidou você para a festa? Eu faço uma careta para minha mãe – mas ela não parece notar.

— Eu não quero interromper o tempo que você tem com sua mãe. Eu tomarei uma bebida rápida e então me retirarei. Eu tenho trabalho para fazer, — ele declara seriamente.

— Christian, é adorável encontrar você finalmente, — Mãe insere, finalmente achando a voz. — Ana falou muito ternamente de você.

Ele sorri para ela.

— Realmente? — Ele levanta uma sobrancelha para mim, uma expressão divertida em seu rosto, e eu ruborizo novamente.

O garçom chega com nossos bebidas.

— Hendricks, senhor — ele diz com um floreado triunfante.

— Obrigado,— Christian murmura em reconhecimento.

Eu dou um gole no meu Cosmo meio que nervosamente.

— Quanto tempo você ficará na Geórgia, Christian? — Mamãe pergunta.

— Até sexta-feira, Sra. Adams.

— Você jantará conosco amanhã à noite? E por favor, chame-me Carla.

— Eu teria muito prazer, Carla.

— Excelente. Se você dois me dão licença, eu preciso retocar a maquiagem.

Mãe… você acabou de ir lá. Eu olho para ela desesperadamente enquanto ela levanta e vai embora, deixando nós dois sozinhos juntos.

— Então, você está brava comigo por jantar com um velho amigo. — Christian vira seu quente e cauteloso olhar para mim, erguendo minha mão para seus lábios e beijando cada junta suavemente.

Jesuz, ele quer fazer isso agora?

— Sim, — eu murmuro enquanto meu sangue aquece.

— Nossa última relação sexual foi há um longo tempo, Anastásia,— ele sussurra. — Eu não quero ninguém exceto você. Você não percebeu isto já?

Eu pisco para ele.

— Eu penso sobre ela como uma molestadora de criança, Christian. — Eu seguro minha respiração e espero por sua reação.

Christian fica pálido.

— Isto é muito crítico de sua parte. Não era assim, — ele sussurra, chocado. Ele solta minha mão. Crítico?

— Oh, como era então? — Eu pergunto. Os Cosmos estão me fazendo valentes.

Ele faz uma careta para mim, confuso. Eu continuo.

— Ela aproveitou-se de um menino de quinze anos de idade vulnerável. Se você tivesse sido uma menina de quinze anos de idade e Sra. Robinson fosse um Sr. Robinson, iniciando você em um estilo de vida BDSM, isso teria sido certo? Se ele fosse Mia, diga?

Ele ofega e franze a testa para mim.

— Ana, não era assim.

Eu o encaro.

— Certo, isso não parece assim para mim, — ele quietamente continua. — Ela era uma força positiva. Eu precisava.

— Eu não entendo.— É minha vez de parecer confusa.

— Anastásia, sua mãe brevemente voltará. Eu não estou confortável conversando sobre isto agora. Mais tarde talvez. Se você não me quiser aqui, eu tenho um avião me aguardando no Hilton Head. Eu posso ir.

Ele está bravo comigo… não.

— Não ... não vai. Por favor. Eu estou feliz por que você está aqui. Eu estou só tentando fazer você entender. Eu estou brava porque assim que eu parti, você jantou com ela. Pense sobre como é quando eu chego em qualquer lugar próximo de José. José é um bom amigo. Eu nunca tive uma relação sexual com ele. Considerando que você e ela,— eu diminui, pouco disposta a adicional o que eu pensei.

— Você está com ciúme? — Ele olha fixamente para mim, confundido, e seus olhos ligeiramente suavizam, se aquecendo.

— Sim, e brava sobre com o que ela fez com você.

— Anastásia, ela me ajudou, isto é tudo que eu direi sobre isto. E quanto ao ciúme, ponha você mesmo em meu lugar. Eu não tive que justificar minhas ações para ninguém nos últimos sete anos. Nenhuma pessoa. Eu faço como eu quero, Anastásia. Eu gosto de minha autonomia. Eu não fui visitar Sra. Robinson para chatear você. Eu fui porque de vez em quando nós jantamos. Ela é uma amiga e uma companheira de negócios.

Companheira de negócios? Merda. Essa é nova.

Ele olha para mim, avaliando minha expressão.

— Sim, nós somos companheiros de negócios. O sexo acabou entre nós. Tem sido assim por anos.

— Por que sua relação terminou?

Sua boca estreitou, e seus olhos cintilam.

— Seu marido descobriu.

Merda!

— Nós podemos conversar sobre isto em outro tempo ... em algum lugar mais privado? — Ele rosna.

— Eu não acho que você me convencerá de que ela não seja algum tipo de pedofilia.

— Eu não penso sobre isso desse modo. Eu nunca pensei. Agora isto é suficiente! — Ele estala.

— Você a amou?

— Como você dois estão?— Minha mãe retornou, não visto por qualquer um de nós.

Eu engesso um sorriso de mentira em meu rosto quando ambos, Christian e eu debruçamos de volta apressadamente… culpavelmente.

Ela olha para mim.

— Bem, mãe.

Christian dá um gole em sua bebida, assistindo-me, sua expressão cautelosa. O que ele está pensando? Ele a amou? Eu penso que se ele amou, eu enlouquecerei, e muito.

— Senhoras, eu devo deixá-las por esta noite.

Não… não… ele não pode me deixar sufocada como isto.

— Por favor, ponha estas bebidas em minha conta, número do quarto 612. Eu ligarei para você de manhã, Anastásia. Até amanhã, Carla.

— Oh, é tão agradável ouvir alguém usar seu nome inteiro.

— Nome bonito para uma menina bonita,— Christian murmura, agitando suas mãos estendidas, e ela realmente ri.

Ah mamãe... Até tu? Traidora! Eu permaneço, olhando para ele, implorando para ele parar e responder minha pergunta, e ele beija minha bochecha, castamente.

— Até mais tarde, bebê,— ele sussurra em minha orelha. Então ele se foi.

Maldito bastardo controlador. Minha raiva retorna com completa força. Eu afundo em minha cadeira e viro para enfrentar minha mãe.

— Bem ele me deixou atordoada, Ana. Ele prende a atenção. Eu não sei o que está acontecendo entre você doisentretanto. Eu penso que vocês precisam conversar um com o outro. Nossa a tensão aqui é insuportável. — Ela se abana de modo teatral.

— MÃE!

— Vá conversar com ele.

— Eu não posso. Eu vim aqui para ver você.

— Ana, você veio aqui porque você está confusa sobre aquele cara. É óbvio você dois são loucos um pelo outro. Você precisa conversar com ele. Ele voou três mil milhas para ver você, pelo amor de Deus. E você sabe o quão terrível é para ele voar.

Eu ruborizo. Eu não disse a ela sobre seu avião privado.     

— O que? — Ela estala para mim.

— Ele tem seu próprio avião, — eu murmuro, envergonhada, e é só dois milhas e meia, Mãe.

Por que eu estou envergonhada? Suas sobrancelhas crescem rapidamente.

— Uau, — ela murmura. — Ana, existe algo acontecendo entre você dois. Eu tenho tentado sondar isso desde que você chegou aqui. Mas o único modo que você vai resolver o problema, qualquer que seja, é conversar sobre isto com ele. Você pode fazer pensar quanto quiser – mas até que você realmente converse, não vai chegar em qualquer lugar.

Eu franzo a testa para minha mãe.

— Ana, amor, você sempre teve uma propensão para analisar tudo. Siga seu instinto. O que isso diz a você, coração?

Eu olho fixamente para meus dedos.

— Eu penso que eu estou apaixonada por ele, — eu murmúrio.

— Eu sei. E ele por você.

— Não!

— Sim, Ana. Droga – o que você precisa? Um sinal de neon que relampeja em sua fronte?

Eu fico pasma e lágrimas picam o canto de meus olhos.

— Ana, amor. Não chore.

— Eu não penso que ele me ama.

— Eu não me importo o quão rico você é, você não larga tudo e entra em seu avião privado para cruzar um continente inteiro só para um chá da tarde. Vá atrás dele! Este é um local bonito, muito romântico. Também é um território neutro.

Eu me torço sobre o seu olhar. Eu quero ir, mas eu não faço.

— Querida, não sinta que você tem que voltar comigo. Eu quero você feliz – e agora mesmo eu penso que a chave para sua felicidade está ali em cima, no quarto 612. Se você precisar voltar para casa mais tarde, a chave está debaixo da planta de Yucca[11] na varanda dianteira. Se você ficar…bem... você é uma garota crescida agora. Só fique segura.

Eu ruborizo. Jesus, Mãe.

— Vamos terminar nosso Cosmo primeiro.

— Esta é minha menina, Ana. — Ela sorri.

Eu bato timidamente no quarto 612 e espero. Christian abre a porta. Ele está falando no celular. Ele pisca para mim com completa surpresa, então segura à porta aberta e acena para seu quarto.

— Todos os pacotes excedidos estão concluídos?... E o custo?... — Christian assobia entre seus dentes. — Puca… esse foi um caro engano… E Lucas? ...

Eu olho em torno do quarto. Ele está em um apartamento, como no Heathman. A mobília aqui é extremamente modernas, muito atual. Toda púrpura e dourada com motivos em bronze nas paredes. Christian anda para um unitário de madeira escura e abre uma porta para revelar um minibar. Ele indica que eu devia me servir, então anda pelo quarto.

Eu assumo que é isso, então eu não consigo mais ouvir sua conversa. Eu encolho os ombros. Ele não parou seu telefonema quando eu entrei em seu escritório daquela vez. Eu ouço a água correndo … ele está enchendo uma banheira. Eu me sirvo com suco de laranja. Ele anda relaxadamente de volta no quarto.

— Faça Andrea mandar para mim os diagramas. Barney disse que ele achou o problema…

Christian riu. — Não, sexta-feira… existe um lote de terra aqui que eu estou interessado … Sim, ligue para Bill… Não, amanhã… eu quero ver o que Geórgia oferecerá se nós mudarmos.

Christian não tirou seus olhos de mim. Dando-me um copo, ele aponta para um balde de gelo.

— Se seus incentivos forem atraentes o suficiente… eu penso que nós devíamos considerar isto, entretanto eu não estou certo sobre o maldito calor daqui…eu concordo que Detroit tem suas vantagens também, e ele é mais fresco… — Seu rosto momentaneamente escurece. Por quê? — Faça Bill ligar. Amanhã… Não muito cedo. — Ele desliga e olha fixamente para mim, seu rosto ilegível, e um extenso silêncio entre nós. Certo… minha vez de conversar.

— Você não respondeu minha pergunta, — eu murmuro.

— Não. Eu não fiz, — ele quietamente diz, seus olhos cinzas largos e cautelosos.

— Não, você não respondeu minha pergunta ou não você não a amou?

Ele dobra seus braços e se debruça contra a parede, e um pequeno sorriso brinca em seu lips.

— O que você está fazendo aqui, Anastásia?

— Eu acabei de dizer a você.

Ele respira fundo.

— Não. Eu não a amei. — Ele franze a testa para mim, divertido, mas ainda perplexo.

Eu não posso acreditar em que eu estou segurando minha respiração. Eu cedo como um saco de pano velho quando eu libero a respiração. Bem, agradeças aos céus por isto. Como eu me sentiria se ele realmente amasse a bruxa?

— Você realmente é a deusa de olhos verdes, Anastásia. Quem teria pensado?

— Você está rindo de mim, Sr. Grey?

— Eu não ousaria. — Ele agita sua cabeça solenemente, mas ele tem o mal cintilando em seu olho.

— Oh, eu penso que você ri, e eu penso que você frequentemente faz.

Ele sorri quando eu dou de volta as palavras que ele disse para mim antes. Seus olhos se escurecem.

— Por favor, pare de morder seu lábio. Você está em meu quarto, eu não fixei meus olhos em você por quase três dias, e eu voei um caminho longo para ver você. — Seu tom mudou para suave, sensual.

Seu BlackBerry zumbe, distraindo nós dois, e ele desliga isto sem olhar para ver quem que é. Eu puxo uma respiração. Eu sei onde isto está indo… mas nós deveríamos conversar.

Ele toma um passo para mim vestindo seu olhar predatório e sensual.

— Eu quero você, Anastásia. Agora. E você me quer. É por isso que você está aqui.

— Eu realmente queria saber, — eu sussurro em defesa.

— Bem, agora que você sabe, você vai ou fica?

Eu ruborizo quando ele para na minha frente.

— Fico,— eu murmuro, olhando ansiosamente para ele.

— Oh, eu esperava que sim.— Ele olha abaixo, para mim. — Você estava tão brava comigo, — ele respira.

— Sim.

— Eu não me lembro de ninguém, exceto minha família, estar bravo comigo. Eu gosto disto.

Ele corre as pontas de dedos abaixo pela minha bochecha. Oh Deus, sua proximidade, seu cheiro delicioso de Christian. Nós deveríamos estar conversando, mas meu coração está batendo, meu sangue cantando quando ele percorre meu corpo, desejo, aumentando, desdobrando… em todos os lugares. Christian se curva e corre seu nariz junto ao meu ombro e até a minha orelha, seus dedos deslizam em meu cabelo. — Nós devíamos conversar. — Eu sussurro.

— Mais tarde.

— Existe tanto que eu quero dizer.

— Eu também.

Ele planta um beijo suave debaixo do lóbulo da minha orelha enquanto seus dedos apertam em meu cabelo. Puxando meu pescoço para trás, ele expõe minha garganta para seus lábios. Seus dentes roçam rapidamente meu queixo, e ele beija minha garganta.

— Eu quero você, — ele respira.

Eu gemo e aperto seus braços.

— Você está mestruada?— Ele continua a me beijar.

Droga. Nada foge dele?

— Sim, — eu sussurro, envergonhada.

— Você está com cólicas?

— Não. — Eu ruborizo . Jesus...

Ele para e olha abaixo para mim.

— Você tomou sua pílula?

— Sim.— Quão mortificante é isto?

— Vamos tomar um banho.

Oh?

Ele toma minha mão e me leva no quarto. É dominado por uma super cama King-size com elaboradas cortinas. Mas nós não paramos lá. Ele me leva no banheiro que é duas vezes o quarto, todo aquamarine e pedras brancas. É enorme – No segundo quarto um banheira, grandes o suficiente para quatro pessoas com passos de pedra levando para ela, está vagarosamente enchendo com água. O vapor sobe suavemente acima da espuma, e eu noto um banco de pedra envolta de tudo.

Velas chamejam ao lado. Uau… ele fez tudo isso enquanto estava no telefone.

— Você tem um laço de cabelo?

Eu pisco para ele, pesquei em meu bolso da calça jeans, e retirei um elástico de cabelo.

— Prenda seu cabelo, — ele suavemente ordena. Eu faço como ele diz.

Faz um calor sufocante junto à banheira, e minha blusa começa a agarrar. Ele se agacha e fecha a torneira. Levando-me para trás, para a primeira parte do banheiro, ele permanece atrás de mim quando nós enfrentamos o espelho de parede acima das duas pias de vidro.

— Erga seus braços, — ele respira. Eu faço como sou informada, e ele ergue minha blusa acima de minha cabeça de forma que eu estou nua na frente dele. Não tirando seus olhos fora dos meus, ele alcança ao redor e desfaz o botão superior em minha calça jeans e o zíper.

— Eu vou ter você no banheiro, Anastásia.

Inclinando-se ele beija meu pescoço. Eu movo minha cabeça para um lado e dou a ele um acesso mais fácil. Afundando seus dedos em minha calça jeans, ele lentamente as desliza para abaixo das minhas pernas, abaixando-se atrás de mim ao mesmo tempo enquanto puxa minhas calças e minha calcinha para o chão.

— Saia de sua calça jeans.

Pegando a extremidade da pia, eu faço isto. Eu agora estou nua, olhando fixamente para eu mesma, e ele está se ajoelhando atrás de mim. Ele beija e então suavemente morde meu traseiro, fazendo-me engasgar. Ele para e olha fixamente para mim mais uma vez no espelho. Eu tento muito ficar quieta, ignorando minha tendência natural de me cobrir. Ele alarga sua mão através de minha barriga, a palma de sua mão quase alcançando de um lado ao outro do quadril.

— Olhe para você. Você é tão bonita,— ele murmura. — Sinta. — Ele aperta minhas mãos nas dele, suas palmas contra as partes de trás das minhas mãos, seus dedos entre os meus de forma que meus dedos são alargados. Ele coloca minhas mãos em minha barriga. — Sinta o quão suave sua pele é.

Sua voz é suave e baixa. Ele move minhas mãos em um círculo lento então para cima dos meus seios. — Sinta o quão cheios são seus seios.— Ele segura minhas mãos de forma que elas se encaixam em meus peitos.

Ele suavemente golpeia meus mamilos com seus dedos polegares repetidas vezes.

Eu gemo entre os lábios e arqueando minhas costas, assim meus seios enchem as palmas da minha mão. Ele aperta meus mamilos entre nossos dedos polegares, puxando suavemente de forma que eles se prolongam. Eu assisto com fascinação a criatura temerária contorcendo na minha frente. Oh isto parece bom. Eu gemo e fecho meus olhos, não mais querendo ver aquela mulher libidinosa no espelho que se quebra debaixo de suas próprias mãos… suas mãos… sentindo minha pele à medida que ele faria, experimentando como despertar é – só seu toque, e seu tranquilo, suave, comando.

— Está tudo bem, bebê, — ele murmura.

Ele guia minhas mãos para baixo, aos lados de meu corpo, passando da minha cintura para meus quadris, e através de meus pelos púbicos. Ele desliza sua perna entre a minha, empurrando meus pés separadamente, alargando minha posição, e corre minha mão para meu sexo, uma mão de cada vez, instalando um ritmo. É tão erótico. Verdadeiramente eu sou uma marionete e ele é o mestre ventríloquo.

— Olhe como você arde, Anastásia, — ele sussurra enquanto arrasta beijos e mordidas suaves junto ao meu ombro. Eu gemo. De repente ele me solta.

— Continue, — ele ordena, e está de volta assistindo-me.

Acariciar-me... Não... Eu o quero fazendo isto. Não parece o mesmo. Eu estou perdida sem ele. Ele puxa sua camisa acima de sua cabeça e depressa tira sua calça jeans.

— Você prefere que eu faça isto? — Seu cinza olhar abrasa o meu no espelho.

— Oh sim… por favor,— eu respiro.

Ele volta a me rodear com os braços e toma minhas mãos mais uma vez, continuando a carícia sensual através de meu sexo, acima de meu clitóris. Os pelos de seu tórax raspa contra mim, sua ereção pressionando contra mim. Oh logo… por favor. Ele morde a nuca de meu pescoço, e eu fecho meus olhos, apreciando o número infinito de sensações; Meu pescoço, minha virilha… o sentir dele atrás de mim.

Ele para abruptamente e me gira ao redor, circulando meus pulsos com uma mão, encarcerando minhas mãos atrás de mim, e puxando meu rabo-de-cavalo com o outro. Eu ruborizo contra ele, e ele me beija de modo selvagem, saqueando minha boca com a sua. Mantendo-me no lugar.

Sua respiração está desigual, comparada a minha.

— Quando começou sua mestruação, Anastásia? — Ele pergunta inesperadamente, olhando abaixo, para mim.

— Erre... Ontem,— eu murmuro em meu estado altamente excitado.

— Bom.— Ele me solta e me vira ao redor.

— Segure na pia, — ele ordena e puxa meus quadris para atrás novamente, como ele fez no playroom, então eu estou curvada para abaixo.

Ele alcança entre minhas pernas e puxa o fio azul… o que! E… um suavemente puxão, meu tampão está fora e ele lança isto no banheiro. Merda. Doce mãe… Jesus.

E então ele está dentro de mim… ah! pele contra pele… movendo lentamente a princípio… facilmente, testando-me, empurrando-me… oh meu Deus. Eu agarro a pia, arquejando, forçando eu mesma de volta nele, sentindo ele dentro de mim. Oh, doce agonia… suas mãos em meus quadris. Ele fixa um ritmo castigador – dentro, fora, e ele move sua mão para frente e acha meus clitóris, e o massageia ... oh jesus. Eu posso sentir eu mesma acelerando.

— Está bem, bebê, — ele diz com uma voz rouca enquanto entra fortemente em mim, angulando seus quadris, e é suficiente para me mandar voando, voando alto.

Uau… e eu gozo, ruidosamente, segurando fortemente na pia enquanto eu voo em meu orgasmo, tudo aperta e relaxa mais uma vez. Ele segue, apertando-me firmemente, sua frente em minhas costas quando ele goza e chama meu nome é como uma ladainha ou uma oração.

— Oh, Ana! — Sua respiração é desigual em minha orelha, em sinergia perfeita com a minha. — Oh, bebê, eu nunca conseguirei ter o suficiente de você? — Ele sussurra.

Sempre será assim? Tão opressivo, tão devorador, tão desnorteado e iludindo. Eu quis conversar, mas agora eu estou cansada e ofuscada de fazer amor e perguntando se eu conseguirei o suficiente dele?

Nós afundamos devagar para o chão, e ele embrulha seus braços ao meu redor, encarcerando-me. Eu estou enrolada em seu colo, minha cabeça contra seu tórax, enquanto nós dois nos acalmamos. Muito sutilmente, eu inalo seu doce, intoxicante aroma Christian. Eu não devo aninhar. Eu não devo aninhar. Eu repito o mantra em minha cabeça – entretanto eu estou tão tentada a fazer isso. Eu quero erguer minha mão e desenhar alguma coisa no pelo de seu tórax com minhas pontas dos dedos… mas eu resisto, sabendo que ele odiará isto se eu fizer. Nós estamos ambos quietos, perdidos em nossos pensamentos. Eu estou perdida nele… perdida para ele.

Eu lembro que eu estou mestruada.

— Eu estou sangrando, — eu murmuro.

— Não me incomodo, — ele respira.

— Eu notei. — Eu não posso manter a suavidade fora de minha voz.

Ele tenciona ligeiramente.

— Aborrece você? — Ele pergunta suavemente.

Aborrece-me? Talvez deveria… aborrece? Não. Eu me debruço de volta e olho para ele, e ele olha abaixo para mim, seus olhos uns suaves nublados cinzas.

— Não, absolutamente.

Ele sorri.

— Bom. Vamos tomar um banho.

Ele me libera e me coloca no chão enquanto ele levanta. Enquanto ele se move, eu noto novamente as cicatrizes pequenas, redondas, brancas em seu tórax. Eles não foram de catapora, eu medito distraidamente. Grace disse que ele dificilmente foi afetado. Santo Deus… eles devem ser queimaduras.

Queimaduras de que? Eu empalideço com a compreensão, choque e asco atravessam por mim.

De cigarros? Sra. Robinson, sua mãe de nascimento, quem? Quem fez isto para ele? Talvez exista uma explicação razoável, e eu estou exagerando – esperanças selvagens florescem em meu peito. Espero que eu esteja errada.

— O que é isto? — Os olhos de Christian se alargam em seu rosto em sinal de alarme. — Suas cicatrizes, — eu sussurro. — Eles não são de catapora.

Eu assisto enquanto em um segundo ele se fecha, sua posição muda de relaxado, tranquilo, e à vontade, para defensivo – bravo, até. Ele franziu o rosto para mim, seu rosto se escurece, e sua boca se aperta em uma linha fina e dura.

— Não, eles não são, — ele estala, mas não me dá informações adicionais. Ele permanece em pé, segurando sua mão para mim, e me ajuda a levantar.

— Não olhe para mim assim. — Sua voz está mais fria e repreensiva enquanto ele solta minha mão.

Eu ruborizo, castigada, e olho fixo para abaixo em meus dedos, e eu sei, eu sei que alguém apagou cigarros em Christian. Eu tenho náuseas.

— Ela fez isto? — Eu sussurro antes de poder me parar.

Ele não diz nada, então eu sou forçada a olhar para ele. Ele está olhado para mim.

— Ela? Sra. Robinson? Ela não é um animal, Anastásia. Claro que ela não fez. Eu não entendo por que você sente que tem que a demonizar.

Ele está de pé lá, desnudo, gloriosamente desnudo, com meu sangue nele… e nós estamos finalmente tendo esta conversa. E eu estou muito nua – nenhum de nós tem qualquer lugar para esconder, exceto talvez a banheira. Eu respiro fundo, movo passado por ele, e desço na água.

Está deliciosamente morna, calmante, e funda. Eu derreto na espuma e olho fixamente para ele, entre as bolhas.

— Eu só me pergunto como você seria se não tivesse a conhecido. Se ela não te apresentasse para seu… um, estilo de vida.

Ele suspira e desce no lado oposto da banheira, sua mandíbula apertada com tensão, seus olhos gelados. Quando ele graciosamente submerge seu corpo em baixo da água, ele é cuidadoso para não me tocar. Jesus – eu o deixei tão bravo?

 

Ele olha impassível para mim, seu rosto ilegível, não dizendo nada. Novamente os extensos silêncios entre nós, mas eu mantenho minha intenção. É sua vez Grey – eu não estou desistindo desta vez.

Meu subconsciente está nervoso, ansiosamente batendo suas unhas – isto podia terminar de dois modo. Christian e eu nos olhamos fixamente um para o outro, mas eu não volto atrás. Eventualmente, depois do que pareceu como um milênio, ele agita sua cabeça, e sorri.

— Eu provavelmente teria ido pelo caminho de minha mãe de nascimento, se não tivesse sido pela Sra. Robinson.

Oh! Eu pisco para ele. Viciado ou prostituta? Possivelmente ambos?

— Ela me amou de um modo que eu achei… aceitável, — ele adiciona com um encolher os ombros.

Que diabo isso quer dizer?

— Aceitável? — Eu sussurro.

— Sim. — Ele olha atentamente para mim. — Ela me distraiu do caminho destrutivo que eu estava seguindo. É muito duro crescer em uma família perfeita quando você não é perfeito.

Oh não. Minha boca secou enquanto eu digeria suas palavras. Seu olhar estava em mim, sua expressão insondável. Ele não vai dizer mais a mim. Que frustrante. Do lado de dentro, eu estou bobinando – ele soa tão cheio de autodepreciação. E Sra. Robinson o amou. Merda… ela ainda amava?

Eu sinto como eu contribuí o estômago.

— Ela ainda ama você?

— Eu acho que não, não assim.— Ele franze a testa como se ele não tivesse pensado sobre a ideia. — Eu continuo dizendo a você que foi há muito tempo atrás. Está no passado. Eu não posso mudar isto ainda que eu quisesse, o que eu não quero. Ela me salvou de mim mesmo. — Ele está irritado e corre uma mão molhada por seu cabelo. — Eu nunca discuti isto com ninguém. — Ele pausa, — Exceto Dr. Flynn, claro. E a única razão que eu estou conversando sobre isto agora, com você, é porque eu quero que você confie em mim.

— Eu confio em você, mas eu quero conhecer você melhor, e sempre que eu tento conversar, você me distrai. Existe tanto que eu quero saber.

— Oh pelo amor, Anastásia. O que você quer saber? O que eu tenho que fazer? — Seus olhos queimaram, e entretanto ele não levantou sua voz, eu sei que ele está tentando frear seu temperamento.

Eu olho depressa para abaixo, para minhas mãos, clara em baixo da água quando as bolhas começaram a dispersar.

— Eu estou só tentando entender, você é tal enigmático. Diferente de qualquer pessoa que eu encontrei antes. Eu estou contente que você está dizendo a mim o que eu quero saber.

Jesus – talvez seja os Cosmopolitan me deixando valente, mas de repente eu não posso aguentar a distância entre nós. Eu me movo pela água para sua lateral e me inclino para ele assim nós estamos nos tocando, pele com pele. Ele tenciona e seus olhos estão cautelosamente em mim, como se eu pudesse mordê-lo. Bem, isto é uma reviravolta. Minha deusa interna olha para ele em especulação quieta, surpreendida.

— Por favor, não fique bravo comigo,— eu sussurro.

— Eu não estou bravo com você, Anastásia. Eu só não estou acostumado a este tipo de conversar – este sondamento. Eu só tenho isto com Dr. Flynn e com... Ele para e faz uma carranca.

— Com ela. Sra. Robinson. Você conversa com ela? — Eu inicio, tentando frear meu próprio temperamento.

— Sim, eu faço.

— Como é?

Ele se muda dentro da banheira para me enfrentar, derrubando a água aos lados sobre o chão. Ele coloca seu braço ao redor dos meus ombros, descansando na borda da banheira.

— Persistente você não?— Ele murmura, um rastro de irritação em sua voz. — Vida, os negócios, o universo. Anastásia, faz tempo que a Sra. Robinson e eu nos conhecemos. Falamos sobre tudo.

— De mim?— Eu sussurro.

— Sim. — Os olhos cinzas assistem-me cuidadosamente.

Eu mordo meu lábio inferior, tentando restringir a pressa súbita de raiva que vem a superfície.

— Por que você conversa sobre mim? — Eu empenho para não soar chorona e petulante, mas eu não tenho sucesso. Eu sei que eu devia parar. Eu estou empurrando-o muito forte. Meu subconsciente surge com o rosto de Edvard Munch novamente.

— Eu nunca encontrei ninguém como você, Anastásia.

— O que isso quer dizer? Que nunca conheceu alguém que assinou o contrato sem questionar primeiro?

Ele agita sua cabeça.

— Eu preciso de conselho.

— E você toma conselho da Sra. Pedofila? — Eu estalo. Segurar meu temperamento é mais difícil do que eu pensei.

— Anastásia... suficiente, — ele estala de volta severamente, seus olhos se estreitando.

Eu estou patinando em gelo fino, e eu estou indo para om perigo.

— Ou eu porei você nos meus joelhos. Eu não tenho nenhum interesse sexual ou romântico de qualquer jeito. Ela é uma amiga querida, estimada e uma companheira de negócios. Isto é tudo. Nós temos um passado, uma história compartilhada, que era monumentalmente benéfica para mim, entretanto isso fodeu seu casamento... mas este lado da nossa relação está terminado.

Jesus – outra parte que eu não consigo entender. Ela era casada também. Como eles fizeram isto por tanto tempo?

— E seus pais nunca descobriram?

— Não, — ele rosna. — Eu já disse isso a você.

E eu sei isso. Eu não posso perguntar a ele quaisquer perguntas adicionais sobre ela porque ele enlouquecerá comigo.

— Você acabou? — Ele estala.

— Por agora.

Ele respira fundo e visivelmente relaxa na minha frente, como se um grande peso fosse erguido de seus ombros ou algo.

— Certo... minha vez, — ele murmúrios, e seu olhar feroz virou gélido, especulativo. — Você não respondeu meu e-mail.

Eu ruborizei. Oh, eu odeio refletores em mim, e parece que ele vai ficar bravo toda vez que nós temos uma discussão. Eu agito minha cabeça. Talvez isto é o que ele sente sobre minhas perguntas, ele não está acostumado a ser desafiado. O pensamento é revelador, me distrai, e enerva.

— Eu iria responder. Mas agora você está aqui.

— Você prefere que eu não estivesse? — Ele respira, sua expressão impassível novamente.

— Não, eu estou contente, — eu murmuro.

— Bom. — Ele dá para mim um sorriso genuíno de alivio. — Eu estou muito contente de estar aqui... apesar de seu interrogatório. Embora aceite que me fuzile de perguntas, você pensa que pode reivindicar algum tipo de imunidade diplomática só porque eu voei todo esse caminho para ver você? Eu não estou aceitando isto, Senhorita Steele. Eu quero saber como você se sente.

Oh não…

— Eu disse a você. Eu estou contente que você esteja aqui. Obrigada por vir, — eu digo debilmente.

— O prazer é todo meu, Senhorita Steele.— Seus olhos brilham quando ele se debruça para abaixo e me beija suavemente.

Eu sinto eu mesma automaticamente respondendo. A água está ainda morna, o banheiro quieto e vaporoso.

Ele para e se puxa de volta, olhando abaixo, para mim.

— Não. Eu penso que eu quero primeiro algumas respostas antes de nós fazermos mais.

Mais? Ai está essa palavra novamente. E ele quer respostas .... respostas para o que? Eu não tenho um passado secreto... eu não tenho uma infância horripilante. O que ele possivelmente podia querer saber sobre mim que ele já não saiba?

Eu suspiro, resignada.

— O que você quer saber.

— Bem, como você se sente sobre nosso acordo, para começar.

Eu pisco para ele. Hora de dizer a verdade. Meu subconsciente e a deusa interior olham nervosamente uma para o outro. Inferno, vamos com a verdade.

— Eu penso que eu não posso fazer isto por um período estendido de tempo. Um fim de semana inteiro sendo alguém que eu não sou. — Eu ruborizo e olho fixamente para as minhas mãos.

Ele levanta meu queixo, e ele está sorrindo para mim, divertido.

— Não, eu também penso que você não poderia.

E parte de mim se sente ligeiramente afrontada e desafiada.

— Você está rindo de mim?

— Sim, mas em um bom modo,— ele diz com um pequeno sorriso.

Ele se debruça e me beija suavemente, brevemente.

— Você não é uma grande submissa, — ele respira enquanto segura meu queixo, seus olhos dançam com humor.

Eu olho fixamente para ele chocada, então eu desato a rir – e ele se junta a mim.

— Talvez eu não tenha um bom professor.

Ele bufa.

— Talvez. Talvez eu deveria ser mais rígido com você. — Ele arma sua cabeça para um lado e dá a mim um sorriso astuto.

Eu trago. Jesus, não. Mas ao mesmo tempo, meus músculos apertam deliciosamente bem no fundo.

É seu modo de exibir o quanto ele se importa. Talvez o único modo que ele pode mostrar que se importa – eu percebo isto. Ele está olhando fixamente para mim, medindo minha reação.

— Foi tão ruim quando eu espanquei você a primeira vez?

Eu olho de volta para ele, piscando. Foi tão ruim? Eu lembro de parecer confusa com minha reação. Machuca, mas não tanto em retrospecto. Ele disse inúmeras vezes que está mais em minha cabeça. E a segunda vez… Bem, isso foi bem… quente.

— Não, para falar a verdade não, — eu sussurro.

— Foi mais a ideia disto? — Ele inicia.

— Eu suponho. Sentir prazer, quando supostamente não se é para ter.

— Eu lembro de sentir o mesmo. Leva um tempo para conseguir que sua cabeça trabalhe ao redor isto.

Santo inferno. Isto foi quando ele era uma criança.

— Você pode sempre usar uma palavra de segurança, Anastásia. Não esqueça isto. E, desde que você siga as regras, o que preenche uma profunda necessidade em mim pelo controle, você se mantém segura, então talvez nós podemos achar um modo.

— Por que você precisa me controlar?

— Porque isso satisfaz uma necessidade em mim que eu não encontrava em meus anos de formação.

— Então isso é uma forma de terapia?

— Eu nunca pensei sobre isso desse modo, mas sim, eu suponho que é.

Isto eu posso entender. Isto ajudará.

— Mas, aqui tem uma coisa... um momento você diz não me desafie, o próximo você diz que gosta de ser desafiado. Isto é uma linha muito fina para andar com sucesso.

Ele olha para por um momento, então franze o cenhos.

— Eu posso ver isto. Mas você parece estar se dando bem até agora.

— Mas a que custo pessoal? Você me deixou de braços e pernas atadas.

— Eu gosto disso, atar pernas e braços, — ele sorri.

— Não é isso que eu quis dizer! — Eu esguicho água em exasperação.

Ele olha para em mim, arqueando uma sobrancelha.

— Você acabou de espirrar água em mim?

— Sim.— Merda… esse olha.

— Oh, Senhorita Steele. — Ele me agarra e me puxa sobre seu colo, espirando água por toda parte do chão. — Eu penso que nós tivemos suficiente conversa no momento.

Ele aperta suas mãos, uma em cada lado da minha cabeça e me beija. Profundamente. Possuindo minha boca. Angulando minha cabeça… controlando-me. Eu gemo contra seus lábios. Isto é o que ele gosta. Isto é no que ele é tão bom. Tudo acende dentro de mim e meus dedos vão para seu cabelo, segurando ele para mim, e eu estou beijando-o de volta e dizendo que eu o quero muito, do único modo que eu sei como. Ele geme, e movendo assim eu estou montada nele, ajoelhando acima dele, sua ereção em baixo de mim. Ele se puxa de volta e olha para mim, seus olhos ardendo e luxurioso. Eu solto minhas mãos para agarrar a extremidade da banheira, mas ele agarra ambos meus pulsos e puxa minhas mãos atrás das minhas costas, segurando-os juntos com uma mão.

— Eu vou te ter agora,— ele sussurra e me ergue de forma que eu estou pairando acima dele.

— Pronta? — Ele respira.

— Sim, — eu sussurro, e ele me solta para ele, lentamente, perfeitamente lento… enchendo-me…Assistindo-me enquanto ele me toma.

Eu gemo, fechando meus olhos, e eu me divirto na sensação, o estirar do preenchimento. Ele dobra seus quadris, e eu ofego, debruçando adiante, descansando minha fronte contra a sua.

— Por favor, deixe minhas mãos soltas, — eu sussurro.

— Não me toque, — ele pleiteia, e solta meus pulsos, ele agarra meus quadris.

Apertando a borda da banheira, eu levanto e então abaixo lentamente, abrindo meus olhos para olhá-lo. Ele está assistindo-me. Sua boca ligeiramente aberta, sua respiração detida, formal – sua língua entre seus dentes. Ele parece tão… quente. Nós estamos molhados e escorregadios e movendo um contra o outro. Eu me debruço para baixo e o beijo. Ele fecha seus olhos. Tentativamente, eu trago minha mão para sua cabeça e corro meus dedos por seu cabelo, não me separando meus lábios de sua boca. Isto eu tenho permissão. Ele gosta disto. Eu gosto disto. E nós nos movemos junto. Eu puxo seu cabelo, inclinando sua cabeça e afundando o beijo, montando-o – mais rápido, aumentando o ritmo. Eu gemo contra sua boca. Ele começa a me erguer propositalmente mais rápido, mais rápido, segurando meus quadris. Beijando-me de volta. Nós somos bocas e línguas molhadas, cabelo emaranhado, e quadris se movendo. Toda sensação… tudo consumindo novamente.

Eu estou quase… eu estou começando a reconhecer esse delicioso aperto… acelerando. E a água… está rodando ao nosso redor, nosso próprio remoinho de água, um vórtice ativo quando nossos movimentos se tornam mais frenéticos… pulverizando água em todos os lugares, espelhando o que está acontecendo dentro de mim… e eu só não me importo.

Eu amo este homem. Eu amo sua paixão, o efeito que eu tenho nele. Eu amo que ele tenha voado até aqui para me ver. Eu amo que ele se importe comigo como ele se importa. É tão inesperado, tão realizadora.

Ele é meu, e eu sou seu.

— Isso mesmo, bebê, — ele respira.

E eu gozo, meu orgasmo se rasga por mim, turbulento, apaixonado, um apogeu que me devora inteiro. E de repente Christian me esmaga nele… seus braços embrulhados ao redor das minhas costas quando ele encontra sua liberação.

— Ana, bebê! — Ele grita, e isso prece uma selvagem invocação, ativa e tocando as profundezas de minha alma.

Nós deitamos olhando fixamente um para o outro, olhos cinzas em azuis, cara a cara, na cama super king-size, ambos segurando os travesseiros em nossas frentes. Nus. Sem tocar. Só olhando e admirando, cobertos por um lençol.

— Você quer dormir? — Christian pergunta, sua voz suave. Ele é bonito; A mistura de cores em seu cabelo vívido contra o algodão egípcio branco, olhos cinza, queimando sem chama, expressivo. Ele parece preocupado.

— Não. Eu não estou cansada. — Eu me sinto estranhamente energizada. Tem sido tão bom conversar – eu não quero parar.

— O que você quer fazer?— Ele pergunta.

— Conversar.

Ele sorri.

— Sobre que?

— Coisas.

— Que coisas?

—Você.

— O que tem eu?

— Qual seu filme favorito?

Ele sorri.

— Hoje, é ‘O Piano.’ [12]

Seu sorriso é contagiante.

— Claro. Bobagem minha. Tal triste, excitante nota, que sem nenhuma dúvida você pode tocar? Tantas realizações, Sr. Grey.

— E o maior é você, Senhorita Steele.

— Então eu sou número dezessete.

Ele franze a testa para mim não compreendendo.

— Dezessete?

— Número de mulheres você teve… fez sexo.

Seus lábios se curvam, seus olhos que brilham com incredulidade.

— Não exatamente.

— Você disse quinze,— Minha confusão é óbvia.

— Eu estava me referindo ao número de mulheres em meu quarto de jogos. Eu pensei que era isso que você quis dizer. Você não perguntou a mim quantas mulheres com que eu fiz sexo.

— Oh. — Merda… existe mais… Quantas? Eu pasmo. — Baunilha?

— Não. Você é minha conquista baunilha, — ele agita sua cabeça, ainda rindo para mim.

Por que ele acha isto engraçado? E por que eu estou rindo de volta para ele como uma idiota?

— Eu não posso dar a você um número. Eu não coloquei notas na minha cama ou qualquer coisa.         

— De quantas estamos falando... dezenas, milhares de centenas? — Meus olhos crescem mais selvagem quando os números ficam maiores.

— Dezenas. Nós estamos nas dezenas, pelo amor.

— Todas submissas?

— Sim.

— Pare de rir de mim, — Eu repreendo-o levemente, tentando e falhando em manter um rosto sério.

— Eu não posso. Você é engraçada.

— Engraçada no sentido bobona ou graciosa?

— Um pouco de ambos eu acho. — Suas palavras espelham as minhas.

— Isto é um maldito descaramento, vindo de você.

Ele se debruça e beija a ponta do meu nariz.

— Isto chocará você, Anastásia. Pronta?

Eu movimento a cabeça, alargo os olhos, ainda com o sorriso estúpido em meu rosto.

— Todas eram submissas em treinamento, quando eu estava treinando. Existem lugares ao redor de Seattle que se pode ir e praticar. Aprender a fazer o que eu faço, — ele diz.

O que?

— Oh. — Eu pisco para ele.

— Sim, eu paguei por sexo, Anastásia.

— Isto não é algo para orgulhar-se, — eu murmúrio altivamente — E você está certo… que eu estou profundamente chocada. E zangada que eu não posso chocá-lo.

— Você vestiu minha roupa íntima.

— Isso chocou você?

— Sim. — Minha deusa interior saltou com uma vara acima de uma barra de 4 metros e meio.

— Você não vestiu sua calcinha para encontrar meus pais.

— Isso chocou você?

— Sim.

Jesus, a barra moveu para 4 metros e 80.

— Parece que eu posso só chocá-lo no departamento de roupa íntima

— Você disse a mim que você era virgem. Isto é o maior choque que eu já tive.

— Sim, seu rosto era um retrato, um momento Kodak.— Eu dou uma risadinha.

— Você me deixou usar o chicote em você.

— Isso chocou você?

— Sim.

Eu sorri.

— Bem, eu posso deixar você fazer isto novamente.

— Oh, eu espero, Senhorita Steele. Neste fim de semana?

— Ok, — eu concordo, bobamente.

— Ok?

— Sim. Eu irei para o Quarto Vermelho da Dor novamente.

— Você dirá meu nome.

— Isso choca você?

— O fato de eu gostar disso me choca.

— Christian.

Ele sorri.

— Eu quero fazer algo amanhã. — Seus olhos brilharam com excitação.

— O que?

— Uma surpresa. Para você. — Sua voz é baixa e suave.

Eu levanto uma sobrancelha e abafo um bocejo ao mesmo tempo.

— Eu chateio você, Senhorita Steele? — Seu tom é sardônico.

— Nunca.

Ele se debruça através e me beija suavemente meus lábios.

— Durma, — ele comanda, então desliga a luz.

E neste quieto momento, enquanto eu fecho meus olhos, exaustos e saciados, eu penso que eu estou no olho da tempestade. E apesar de tudo que ele disse, e o que ele não disse, eu não acho que já estive tão feliz.

 

Christian está em uma jaula de aço. Vestindo jeans, seus macios e rasgados jeans, seu peito e seus pés que são de dar água na boca estão nus, e ele está olhando para mim. Sua piada privada faz com que ele tenha um sorriso em seu rosto bonito e seus olhos da cor de um cinza fundido. Em suas mãos ele segura uma taça de morangos.

Ele anda lentamente com uma graça atlética até a frente da jaula, olhando fixamente para mim. Segurando um morango gordo e maduro, ele estende a sua mão através das barras.

— Coma, — diz ele, sua língua acariciando a frente de sua boca, ele enfatiza o ‘a’.

Eu tento ir para ele, mas estou amarrada, travada por uma força invisível em volta dos meus pulsos, me segurando. Deixe-me ir.

— Venha e coma, — ele diz, sorrindo o seu delicioso sorriso torto.

Eu puxo e puxo... Deixe-me ir! Eu quero gritar e gritar, mas nenhum som emerge. Eu estou muda. Ele se estende um pouco mais, e encosta o morango em meus lábios.

— Coma, Anastásia. — Sua boca forma o meu nome, se demorando sensualmente em cada sílaba.

Eu abro minha boca e mordo, a gaiola desaparece e minhas mãos estão livres. Eu chego a tocá-lo, passo os meus dedos pelos cabelos de seu peito.

— Anastásia.

Não. Eu lamento.

— Vamos lá, querida.

Não. Eu quero tocar em você.

— Acorde.

Não. Por favor. Meus olhos piscam involuntariamente abertos por uma fração de segundo. Eu estou na cama e alguém está falando ao meu ouvido.

— Acorde, querida, — ele sussurra, e o efeito de sua voz quente é como caramelo derretido em minhas veias.

É Christian. Caramba, ainda está escuro, e as imagens dele no meu sonho ainda persistem, desconcertantes e atormentando em minha cabeça.

— Ah... não, — eu gemo. Eu queria estar de volta em seu peito, de volta ao meu sonho. Por que ele está me acordando?

É o meio da noite, ou assim parece. Puta merda. Será que ele quer sexo, agora?

— Hora de levantar, querida. Vou ligar a luz. — Sua voz é calma.

— Não, — eu gemo.

— Eu quero perseguir o amanhecer com você, — ele diz, beijando o meu rosto, minhas pálpebras, a ponta do meu nariz, minha boca, e eu abro os olhos. A luz está ligada. — Bom dia, linda, — ele murmura.

Eu gemo, e ele sorri.

— Você não uma pessoa da manhã, — ele murmura.

Através da neblina da luz, eu vejo Christian debruçado sobre mim, sorrindo. Divertido.

Sorrindo para mim. Vestido! Em preto.

— Eu pensei que você queria sexo, — eu resmungo.

— Anastásia, eu sempre quero sexo com você. É reconfortante saber que você sente o mesmo, — ele diz secamente.

Eu olho para ele enquanto os meus olhos se ajustam a luz, mas ele ainda parece divertido... agradeço aos céus.

— Claro que sim, mas não quando é tão tarde.

— Não é tarde, é cedo. Vamos lá, se você levantar. Nós vamos sair. E depois ter uma verificação da enxurrada de sexo.

— Eu estava tendo um sonho tão bom, — eu lamento.

— Sonhando com o quê? — Ele pede com paciência.

— Com você. — Eu coro.

— O que eu estava fazendo no momento?

— Tentando me alimentar com morangos.

Seus lábios se contorcem em um traço de sorriso.

— Dr. Flynn poderia ter um dia de campo com isso. Levanta e vá se vestir. Não se preocupe em tomar banho, nós podemos fazer isso mais tarde.

Nós!

Sento-me, e as piscinas de lençóis na minha cintura caem, revelando o meu corpo. Ele está me dando espaço, seus olhos escurecem.

— Que horas são?

— 5:30 da manhã.

— Parece 3:00 da manhã.

— Nós não temos muito tempo. Eu a deixei dormir o maior tempo possível. Venha.

— Não posso tomar um banho?

Ele suspira.

— Se você tomar um banho, eu vou querer tomar um com você, e você e eu sabemos o que vai acontecer em seguida, o dia só vai passar. Venha.

Ele está animado. Como um menino pequeno, ele brilha com antecipação e entusiasmo. Ele me faz sorrir.

— O que estamos fazendo?

— É uma surpresa. Eu disse a você.

Eu não posso deixar de sorrir para ele.

— Ok. — Eu escalo para fora da cama e procuro minhas roupas. É claro que elas estão bem dobradas na cadeira ao lado da minha cama. Um par de cuecas boxes Ralph Lauren é colocado para fora. Eu a coloco, e ele sorri para mim. Hmm, outra peça de roupa íntima de Christian Grey, um troféu para adicionar a minha coleção, junto com o carro, o BlackBerry, o Mac, o casaco preto e um conjunto de livros antigos de primeiras edições valiosas. Sacudo a cabeça, e franzo a testa quando uma cena de Tess passa pela minha cabeça: a cena dos morangos. Invoco meu sonho. Para o inferno com o Dr. Flynn, Freud teria um dia de campo, e, em seguida, ele provavelmente terminaria tentando lidar com as Cinquenta Sombras.

— Eu vou lhe dar algum espaço, agora que você se levantou. — Christian sai em direção à sala de estar e eu ando para o banheiro. Eu tenho necessidades para atender, e eu queria um banho rápido. Sete minutos depois, estou na sala de estar, limpa, escovada e vestida em jeans, meu corpete, e a roupa intima de Christian Grey. Olhei para Christian, o vendo sentado na mesa de jantar onde ele está tomava café da manhã. Café da manhã! Caramba, nesse momento.

— Coma, — diz ele.

Santo Moisés... meu sonho. Olho para ele de boca aberta, pensando em sua língua no céu da boca. Hmm, sua língua experiente.

— Anastásia, — ele diz com firmeza, me puxando para fora de meu devaneio.

É realmente muito cedo para mim. Como posso lidar com isso?

— Vou tomar um chá. Posso pegar um croissant para depois?

Ele me olha com desconfiança, e eu sorrio docemente.

— Não jogue água na minha festa, Anastásia, — adverte ele suavemente.

— Eu vou comer mais tarde quando meu estômago estiver acordado. Depois das 7:30 da manhã... Ok?

— Ok. — Ele olha para mim.

Honestamente. Tenho que me concentrar muito em não fazer uma careta para ele.

— Eu quero desviar meu olhar de você.

— Por todos os meios, faça, e você vai fazer o meu dia, — disse com firmeza.

Olho para o teto.

— Bem, uma surra me acordaria, eu suponho. — Pouso meus lábios em uma contemplação silenciosa.

A boca de Christian cai aberta.

— Por outro lado, eu não quero que você fique toda quente e desconfortável, o clima aqui é quente o suficiente. — Dou de ombros com indiferença.

Christian fecha a boca e se esforça muito para olhar indignado, mas não consegue totalmente.

Eu posso ver o humor escondido na parte de trás dos seus olhos.

— Está, como sempre, me desafiando, Senhorita Steele. Beba seu chá.

Eu observo o rótulo Twinings, e no interior, meu coração canta. Veja, ele se importa, com o meu paladar subconsciente. Eu sento e o enfrento, bebendo sua beleza. Será que vou ter o suficiente desse homem?

Quando sai da sala, Christian lança um moletom para mim.

— Você vai precisar disso.

Eu olho para ele, intrigada.

— Confie em mim. — Ele sorri, se inclina e me beija depressa nos lábios, em seguida, agarra minha mão e nos guia para fora.

Lá fora, no frio relativo à meia-luz anterior ao amanhecer, nas mãos de um manobrista estavam às chaves de Christian para um veloz carro esporte com uma capota. Levanto uma sobrancelha para Christian, que sorri para mim.

— Você sabe, às vezes é ótimo ser eu, — ele diz com um sorriso cúmplice, mas presunçoso que eu simplesmente não sei imitar. Ele é tão adorável quando é brincalhão e despreocupado. Ele abre a porta do carro com uma reverência exagerada, e eu escalo. Ele está em um humor tão bom.

— Aonde vamos?

— Você vai ver. — Ele sorri enquanto escorrega o carro na unidade, e sai em Savannah Parkway. Ele programa o GPS e pressiona um botão no volante e uma peça clássica orquestral enche o carro.

— O que é isso? — Eu pergunto, quando o doce, doce som de uma centena de cordas de um violino chegam até nós.

— É uma parte de La Traviata. Uma ópera de Verdi.

Oh, meu... é lindo.

— La Traviata? Eu tenho lembrança disso. Só não posso me lembrar de onde. O que significa?

Christian olha para mim e sorri.

— Bem, literalmente, a mulher caída. É baseada no livro de Alexandre Dumas, A Dama das Camélias.

— Ah. Eu li isso.

— Eu achei que você poderia ter lido.

— A cortesã condenada. — Contorço-me desconfortavelmente no assento de couro. Ele está tentando me dizer alguma coisa? — Hmm, é uma história deprimente, — murmuro.

— Muito deprimente? Você quer escolher alguma música? Está no meu iPod. — Christian tem um sorriso secreto novamente.

Eu não posso ver o seu iPod em lugar nenhum. Ele bate na tela do console entre nós, e eis que, há uma lista de reprodução.

— Você escolhe. — Seus lábios se contorcem em um sorriso, e eu sei que é um desafio.

O iPod de Christian Grey, deve ser interessante. Eu percorro a tela sensível ao toque, e encontro a música perfeita. Pressiono tocar. Eu não teria imaginado que ele era um fã de Britney. O clube mix, com batidas Techno, e Christian abaixa o volume. Talvez seja cedo demais para isso: Britney é a suma mais sensual.

— Tóxic, hein? — Sorri Christian.

— Eu não sei o que você quer dizer. — Finjo inocência.

Ele abaixa um pouco mais a música, e por dentro eu estou me abraçando. Minha deusa interior está de pé no pódio aguardando a sua medalha de ouro. Ele abaixa um pouco mais a música.

Vitória!

— Eu não coloquei essa música no meu iPod, — ele diz casualmente, e aperta o pé e acelera pela rodovia me jogando de volta para o meu acento.

O quê? Ele sabe o que está fazendo, o bastardo. Quem colocou? E tenho que escutar a Britney indo e indo. Quem... quem?

A música termina e o iPod se embaralha e começa a tocar uma música triste de Damien Rice. Quem? Quem? Olho para fora da janela, meu estômago revirando. Quem?

— Foi Leila, — ele respondeu meus pensamentos não ditos. Como ele faz isso?

— Leila?

— Uma ex que colocou a música no meu iPod.

Damien toca ao longe no fundo enquanto me sento atordoada. Uma ex... ex-submissa? Uma ex... — Uma das quinze? — eu pergunto.

— Sim.

— O que aconteceu com ela?

— Nós terminamos.

— Por quê?

Oh caramba. É muito cedo para esse tipo de conversa. Mas ele parece relaxado, feliz mesmo, e até mais falante.

— Ela queria mais. — Sua voz é baixa, introspectiva mesmo, e ele deixa a frase pendurada entre nós, terminando com essa palavra pouco poderosa novamente.

— E você não queria? — Perguntou antes que eu posso empregar meu cérebro para por um filtro em minha boca. Merda, eu quero saber?

Ele balança a cabeça.

— Eu nunca quis mais, até que conheci você.

Eu suspiro, cambaleando. Oh meu Deus. Não é isso que eu quero? Ele quer mais. Ele quer, também! Minha deusa interior capotou fora do pódio e está fazendo cambalhotas ao redor do estádio.

Não é só comigo.

— O que aconteceu com as outras catorze? — Pergunto.

Eita, tem que aproveitar que ele está falando.

— Você quer uma lista? Divorciada, decapitada, morta?

— Você não é Henry VIII.

— Ok. Em nenhuma ordem em particular, eu só tive relacionamentos de longo prazo com quatro mulheres, além de Elena.

— Elena?

— Sra. Robinson para você. — Ele dá aquele seu meio sorriso de uma piada secreta.

Elena! Puta merda. A maligna tem um nome e que soa estrangeiro. A visão de uma gloriosa sedutora de pele clara com cabelos negros e lábios vermelhos rubi vem à mente, e eu sei que ela é linda. Eu não devo permanecer. Eu não devo permanecer.

— O que aconteceu com as quatro? — Pergunto para me distrair.

— Então está tão curiosa e ávida por informação, senhorita Steele, — ele repreende de brincadeira.

— Oh, Sr. Quando É O Seu Período Fértil?

— Anastásia, um homem precisa saber dessas coisas.

— Será que precisa?

— Eu preciso.

— Por quê?

— Porque eu não quero que você engravide.

— Nem eu! Bem, ainda não por alguns anos.

Christian pisca assustado, então visivelmente relaxa. Ok. Christian não quer ter filhos.

Agora ou nunca? Estou sofrendo com o ataque repentino de sinceridade sem precedentes. Talvez seja o inicio da manhã? Algo na água da Geórgia? No ar da Geórgia? O que mais eu quero saber? Carpe Diem (Aproveite o dia).

— Então, as outras quatro, o que aconteceu? — Pergunto.

— Com uma, conheceu outra pessoa. E as outras três queriam, mais. Eu não estava no mercado para mais.

— E as outras? — Eu pressionei.

Ele olha para mim brevemente e apenas balança a cabeça.

— Só não deu certo.

Uau, um balde de carga de informações para processar. Olho no espelho lateral do carro, e percebo o crescimento suave de rosa e verde azulado no céu para trás. O amanhecer está nos seguindo.

— Onde estamos indo? — Eu pergunto perplexa, olhando para o I-95. Estamos indo para o sul, isso é tudo que eu sei.

— Um campo de pouso.

— Não estamos indo de volta para Seattle não é mesmo? — Eu suspiro, alarmada. Eu não disse adeus para a minha mãe. Caramba, ela vai estar nos esperando para jantar.

Ele ri.

— Não, Anastásia, vamos para o meu segundo passatempo favorito.

— Segundo? — Franzo a testa para ele.

— Sim. Eu te disse o meu favorito está manhã.

Olho para o seu perfil glorioso, franzindo a testa, quebrando a cabeça.

— Satisfazer você, Senhorita Steele é que tem que estar no topo da minha lista. Qualquer maneira que eu poder te pegar.

Oh,

— Bem, isso é bastante alto na minha lista de desvios, e prioridades excêntricas também. — Murmuro corando. — Tenho o prazer de ouvir, — ele resmunga secamente.

— Então, aeroporto?

Ele sorri para mim.

— Voando.

Sinos vagos começaram a soar. Ele tinha mencionado antes.

— Nós vamos perseguir o amanhecer, Anastásia. — Ele se vira e sorri para mim quando o GPS o incita a virar à direita no que parece ser um complexo industrial. Ele vira para o lado, onde um tem grande edifício branco onde se lê: Brunswick Soaring Association.

Planando! Vamos planar?

Ele desliga o motor.

— Você quer isso? — Pergunta ele.

— Você vai voar?

— Sim.

— Sim, por favor! — Não hesitei. Ele sorri, se inclina para frente e me beija.

— Primeira outra novidade, Senhorita Steele, — ele diz, enquanto sai do carro.

Primeira vez? Que tipo de primeira vez? Primeira vez pilotando um planador... merda! Não, ele disse que fez isso antes. Eu relaxo. Ele caminha em volta do carro e abre minha porta. O céu se transformou em um opala sutil, brilhando e brilhando suavemente atrás das nuvens. O amanhecer está sobre nós.

Pegando minha mão, Christian me leva ao redor do prédio para uma grande extensão de pista onde vários aviões estão estacionados. Esperando ao lado deles, um homem com a cabeça raspada e um olhar selvagem em seus olhos está acompanhado por Taylor.

Taylor! Christian não vai a um lugar sem aquele homem? Eu olho para ele, e ele sorri gentilmente para mim.

— Sr. Grey, este é seu piloto reboque, o Sr. Mark Benson, — diz Taylor. Christian e Benson apertam as mãos e iniciam uma conversa, que soa muita técnica sobre a velocidade do vento, as direções, e assim por diante.

— Olá, Taylor, — murmuro timidamente.

— Senhorita Steele. — Ele acena uma saudação para mim, e eu franzo a testa. — Ana, — ele se corrige.

— Ele tem sido um inferno na terra nos últimos dias. Ainda bem que estamos aqui, — ele diz conspirando.

Oh, esta é uma notícia. Por quê? Certamente não por minha causa! Revelações de quinta-feira! Deve ser algo na água Savannah que faz estes homens soltar umas poucas coisas.

— Anastásia, — Christian me convoca. — Venha. — Ele estende a mão.

— Vejo você depois. — Eu sorrio para Taylor, e dando-me uma saudação rápida, ele volta para o estacionamento.

— Sr. Benson, esta é a minha namorada Anastásia Steele.

— Prazer em conhecê-lo, — murmuro enquanto apertamos as mãos.

Benson me dá um sorriso deslumbrante.

— Igualmente, — ele diz, e eu posso dizer que pelo seu sotaque ele é britânico.

Quando pego a mão de Christian, há uma excitação crescente em minha barriga. Uau... planar! Seguimos Mark Benson por todo o caminho em direção a pista. Ele e Christian mantém uma conversa em execução. Eu pego a essência. Nós estaremos em um Blanik L-23, que aparentemente é melhor do que um L-13, embora esteja aberto ao debate. Benson vai pilotar um Piper Pawnee. Ele está voando a cerca de cinco anos. Tudo não significa nada para mim, mas olhando para Christian, tão animado, é um prazer vê-lo.

O avião em si é longo, elegante e branco com listras laranja. Ele tem uma cabine pequena com dois assentos um em frente ao outro. É preso por um longo cabo branco de um pequeno avião com uma única hélice convencional. Benson abre a grande cúpula de acrílico claro que emoldura a cabine, o que nos permite entrar.

— Primeiro precisamos colocar o cinto do seu paraquedas.

Paraquedas!

— Eu vou fazer isso, — interrompe Christian e toma o cinto de Benson, que sorri docilmente para ele.

— Eu vou buscar algum contrapeso, — diz Benson e vai em direção ao avião.

— Você gosta de me prender nas coisas. — Observo secamente.

— Senhorita Steele, você não tem ideia. Aqui, entre nessas tiras.

Eu faço como me disse, coloco o meu braço em seu ombro. Christian enrijece um pouco, mas não se move. Uma vez que meus pés estão nas alças, ele puxa o paraquedas para cima, e eu coloco meus braços nas alças. Habilmente, ele prende o cinto e aperta todas as correias.

— Pronto, esta prontas — ele diz levemente, mas seus olhos estão brilhando. — Você tem seu laço de cabelo de ontem?

Concordo com a cabeça.

— Você quer que eu coloque em meu cabelo?

— Sim.

Eu rapidamente faço o que ele pede.

— Pode se sentar, — Christian comanda. Ele é ainda tão mandão. Subo na parte traseira.

— Não, na frente. O piloto fica na parte de trás.

— Mas você não será capaz de ver.

— Verei o suficiente. — Ele sorri.

Eu não acho que já o vi tão feliz, mandão, mas feliz. Subo e me estabeleço no assento de couro. É surpreendentemente confortável. Christian se inclina, puxa o sinto sobre os meus ombros, pega o cinto menor entre as minhas pernas e as faixas horárias, e apoia todos no fecho que tem em minha barriga. Ele aperta as cintas de contenção.

— Hmm, duas vezes em uma manhã, eu sou um homem de sorte, — ele sussurra e me beija rapidamente.

— Isso não vai demorar muito, vinte, trinta minutos no máximo. As massas de ar não são muito boas neste horário da manhã, mas é tão deslumbrante lá em cima a esta hora. Eu espero que você não esteja nervosa.

— Animada. — Eu o olhei.

Da onde é que esse sorriso ridículo vem? Na verdade, parte de mim está apavorada. Minha deusa interior, ela está debaixo de um cobertor atrás do sofá.

— Bom. — Ele sorri de volta, acariciando meu rosto, em seguida, desaparece de vista.

Eu ouço seus movimentos enquanto ele sobe atrás de mim. Claro que ele me amarrou com tanta força que não posso me mover ao redor para vê-lo... típico! Estamos muito baixo sobre o chão. Diante de mim, um painel de mostradores e alavancas e uma coisa grande como um porrete. Deixo-o quieto.

Mark Benson aparece com um sorriso alegre quando ele verifica as minhas tiras se inclina, e verifica o chão da cabine. Eu acho que é o contrapeso.

— Sim, isso é seguro. Primeira vez? — Ele me pergunta.

— Sim.

— Você vai adorar.

— Obrigada, Sr. Benson.

— Chamem-me de Mark. — Ele se vira para Christian. — Tudo bem?

— Sim. Vamos.

Estou tão feliz por não ter comido nada. Estou além de animada, e eu não acho que meu estômago apreciaria o alimento, a emoção, e sair do chão. Mais uma vez, estou me colocando nas mãos hábeis deste homem lindo. Mark fecha a tampa da cabine, passeia ao longo do caminho em frente, e sobe dentro.

A única hélice do Piper começa a rodar, e o nervosismo do meu estômago sobe para a minha garganta. Caramba... Eu estou realmente fazendo isso. Mark nos puxa lentamente pela pista, e quando o cabo leva a pressão, de repente sacudimos para frente. Estamos fora. Ouço conversas sobre o aparelho de rádio atrás de mim. Eu acho que é conversa de Mark com a torre - mas eu não posso dizer o que ele está falando.

O Piper pega velocidade, assim como nós. É muito irregular, e na frente de nós, o avião de uma única hélice ainda está no chão. Caramba, será que vamos levantar? E de repente, o nervosismo do meu estômago desaparece da minha garganta e gratuitamente sai através do meu corpo para o chão, estamos no ar.

— Aqui vamos nós, querida! — Christian grita atrás de mim. E nós estamos em nossa própria bolha, só nós dois. Tudo o que ouço é o som do vento rasgando e passando e o som distante que vem do zumbido do motor do Piper.

Estou segurando a borda do meu assento com as duas mãos, com tanta força que meus dedos estão brancos.

Nós seguimos para o oeste, para o interior, longe do sol nascente, ganhando altura, atravessando campos e florestas e casas e I-95. Oh meu Deus. Isto é surpreendente, acima de nós apenas o céu. A luz é extraordinária, difusa e quente no tom, e me lembro de José falar sobre a "hora mágica", um horário do dia em que os fotógrafos adoram, é isso... logo após o amanhecer, e eu estou nela, com Christian.

De repente, lembro-me da exposição de José. Hmm. Eu preciso dizer para Christian. Pergunto-me brevemente como ele vai reagir. Mas eu não vou me preocupar com isso, não agora, eu estou apreciando o passeio. Meus ouvidos estalam com o ganho de altura, e a terra desliza mais e mais longe. É tão pacífica.

Estou entendendo totalmente porque ele gosta de estar aqui. Fora de seu BlackBerry e todas as pressões de seu trabalho.

O rádio crepita a vida, e Mark menciona 3.000 pés. Caramba, isso parece alto. Eu verifico no chão, e não posso mais distinguir claramente nada lá em baixo.

— Relaxe, — Christian diz no rádio, e de repente o Piper desaparece, e a sensação de ser puxada fornecida pelo pequeno avião nos deixa. Estamos flutuando, flutuando sobre a Geórgia.

Puta merda, é excitante. O avião se transforma, e as asas mergulham, e nós vamos em espiral em direção ao sol. Ícaro. É isso. Eu estou voando perto do sol, mas ele está comigo, me levando. Eu engasgo com a realização. Nós rodamos e rodamos, e na minha opinião, nesta luz da manhã é espetacular.

— Segure-se firme! — Grita, e mergulhamos de novo, só que desta vez ele não para. De repente, eu estou de cabeça para baixo, olhando para o chão através do topo de vidro da cabine.

Eu grito alto, meus braços automaticamente avançam, minhas mãos ficam espalmadas sobre o vidro para me impedir de cair. Eu posso ouvi-lo rindo. Bastardo! Mas sua alegria é contagiante, e eu estou rindo muito enquanto ele endireita o avião.

— Estou contente por não ter tomado café da manhã! — Eu grito para ele.

— Sim, em retrospecto, é bom você não ter feito, porque eu vou fazer isso de novo.

Mergulha o avião mais uma vez, até que estamos de cabeça para baixo. Desta vez, estou preparada, e fico com a mão no cinto, mas isso me faz rir e sorrio como uma tola. Ele nivela o avião, mais uma vez.

— Lindo, não é? — Ele fala.

— Sim.

Voamos, mergulhando majestosamente no ar, ouvindo o vento e o silêncio, na luz da manhã. Quem poderia pedir mais?

— Vê o leme na sua frente? — Ele grita novamente.

Eu olho para o pau que está se movendo ligeiramente entre as minhas pernas. Oh não, onde ele está indo com isso?

— Agarre.

Oh merda. Ele vai me fazer pilotar o avião. Não!

— Vá em frente, Anastásia. Agarre-o, — ele insiste com mais veemência.

Timidamente, eu o agarro e sinto a altura e a guinada do que eu suponho que sejam os lemes e as pás ou o que mantém essa coisa no ar.

— Segure firme... mantenha-o estável. Vê o botão do meio em frente? Mantenha a agulha no centro. — Meu coração está na boca. Puta merda. Estou voando num planador... Eu estou subindo.

— Boa menina. — Christian parece encantado.

— Estou surpresa que você me deixe assumir o controle, — eu grito.

— Você ficaria espantada com o que eu deixaria você fazer, Senhorita Steele. Faça para mim agora.  

Eu sinto o movimento do leme de repente, e o deixo ir em espiral para baixo por vários pés, meus ouvidos começam a estalar novamente. O chão está se aproximando, e parece como se pudéssemos estar batendo nele em breve. Caramba, isso é assustador.

— BMA, este é BG N Papa Alpha 3, entrando na pista da esquerda a favor do vento sete para a grama, a BMA. — Christian soa com o seu tom autoritário habitual. A torre grita para ele no rádio, mas eu não entendo o que eles dizem. Nós voamos rodando novamente em um grande círculo, se afundando lentamente para o chão. Eu posso ver o aeroporto, as pistas de pouso, e nós estamos voando para trás sobre a I-95.

— Espere querida. Isto pode ficar instável.

Depois de outro círculo que mergulhei e, de repente estamos no chão com um baque breve, correndo ao longo da grama, puta merda. Meus dentes se batem quando nós colidimos a uma velocidade alarmante ao longo do chão, até que finalmente chegamos a uma parada. O avião oscila ligeiramente, em seguida, mergulha para a direita.

Tomo uma lufada profunda de ar, enquanto Christian se inclina e abre a tampa da cabine, escalando para fora e se alongando.

— Como foi isso? — Ele pergunta, e seus olhos estão brilhando, um cinza prata deslumbrante. Ele se inclina para me soltar.

— Foi extraordinário. Obrigada, — eu sussurro.

— Foi mais? — Pergunta ele, sua voz repleta de esperança.

— Muito mais, — eu respiro, e ele sorri.

— Venha. — Ele estende a mão para mim, e eu escalo para fora da cabine.

Assim que eu estou fora, ele me agarra e me abraça forte contra seu corpo. De repente, sua mão está no meu cabelo, puxando ele para trás, e sua outra mão desce até a base da minha espinha. Ele me beija, longo, duro, e apaixonadamente, sua língua na minha boca.

Sua respiração está pesada, o seu ardor... Caramba, sua ereção... estamos em um campo. Mas eu não me importo. Minhas mãos torcem em seu cabelo, agarrando-o para mim. Eu o quero, aqui, agora, no chão. Ele se afasta e olha para baixo, para mim, seus olhos agora escuros e luminosos na luz da manhã, cheios de matérias-primas, e uma sensualidade arrogante. Uau. Ele tira o meu fôlego.

— Café da manhã, — ele sussurra, fazendo soar deliciosamente erótico.

Como ele pode fazer bacon e ovos soar como um fruto proibido? É uma habilidade extraordinária. Ele se vira, apertando minha mão, e voltamos para o carro.

— E sobre o planador?

— Alguém vai cuidar disso, — ele diz com desdém. — Vamos comer agora. — Seu tom é inequívoco.

Comida! Ele está falando de alimentos, quando na verdade tudo que eu quero é ele.

— Venha. — Ele sorri.

Eu nunca o vi assim, e é uma alegria para os olhos. Eu me encontro caminhando ao lado dele, de mãos dadas, como uma estúpida, com sorriso bobo estampado em meu rosto. Isso me lembra de quando eu tinha dez anos e passei o dia na Disneylândia com Ray. Era um dia perfeito, e este está, com certeza, se moldando ao mesmo.

De volta ao carro, que voltamos ao longo de I-95 para Savannah, meu alarme do telefone acende. Ah, sim... minha pílula.

— O que é isso? — Christian pergunta, curioso, olhando para mim.

Eu procuro na minha bolsa pelo o pacote.

— Alarme para a minha pílula, — eu murmuro com minhas bochechas vermelhas.

Seus lábios se contraem.

— Bom, bem feito. Eu odeio camisinha.

Eu fico um pouco mais vermelha. Ele é tão paternalista como nunca foi.

— Gostei que você me apresentou a Mark como sua namorada, — murmuro.

— Não é o que você é? — Ele levanta uma sobrancelha.

— Eu sou? Eu pensei que você queria uma submissa.

— Assim como eu fiz, Anastásia, e faço. Mas eu já lhe disse, eu quero mais, também.

Oh meu Deus. Ele está chegando lá, e esperança surge através de mim, me deixando sem ar.

— Estou muito feliz que você quer mais, — eu sussurro.

— Nosso objetivo é agradar, Senhorita Steele. — Ele sorri enquanto vira para a International House of Pancakes.

— IHOP. — Eu sorrio de volta. Eu não acredito nisso. Quem teria pensado... Christian Grey na IHOP.

É 8:30 da manhã, mas está tudo calmo, no restaurante. Está com cheiro de massa doce, frituras e desinfetante. Hmm... não como um aroma sedutor. Christian me leva a uma mesa.

— Eu nunca teria imaginado que você viesse aqui, — eu digo enquanto deslizo na cabine.

— Meu pai costumava nos trazer a um desses sempre que minha mãe saia para uma conferencia médica. Era o nosso segredo. — Ele sorri para mim, os olhos cinzentos dançam, então pega um menu, passando a mão pelo cabelo rebelde enquanto olha para o cardápio.

Oh, eu quero correr minhas mãos por aquele cabelo. Eu pego um menu e o examino. Percebo que estou morrendo de fome.

— Eu sei o que quero, — ele respira, sua voz baixa e rouca.

Olho para ele, e ele está me olhando daquele jeito que aperta todos os meus músculos da barriga e me tira o meu fôlego, seus olhos escuros e latentes. Puta merda. Eu olho para ele, minha voz como o sangue em minhas veias, respondendo à sua chamada.

— Eu quero o que você quiser, — eu sussurro.

Ele inala drasticamente.

— Aqui? — Pergunta ele sugestivamente, levantando uma sobrancelha para mim, sorrindo maliciosamente, seus dentes prendendo a ponta de sua língua.

Oh meu Deus... sexo no IHOP. Suas mudanças de expressão, crescem mais obscuras.

— Não morda seu lábio, — ele ordena. — Não aqui, não agora. — Seus olhos endurecem momentaneamente, e por um momento, ele parece tão deliciosamente perigoso. — Se eu não puder tê-la aqui, não me tente.

—Olá, Meu nome é Leandra, o que posso fazer por vocês... er... gente... er... hoje, esta manhã...? — Sua voz se extingue, tropeçando em suas palavras, enquanto ela fica de olho no Sr. Belíssimo à minha frente.

Ela fica vermelha como tomate, e no fundo eu até que entendo-a, porque ele ainda tem esse efeito em mim. Sua presença me permite fugir rapidamente de seu olhar sensual.

— Anastásia? — Ele me pede, ignorando-a, e eu duvido que alguém pode pronunciar meu nome de forma mais carnal como ele neste momento.

Eu engulo, rezando para que eu não fique da mesma cor que a pobre Leandra.

— Eu te disse, eu quero o que você quiser. — Eu mantenho a minha voz suave, baixa, e ele olha para mim faminto. Caramba, minha deusa interior desmaia. Eu estou até aonde neste jogo?

Leandra olha de mim para ele e vice-versa. Ela está praticamente da mesma cor que seu cabelo vermelho brilhante.

— Devo lhes dar mais um minuto para decidir?

— Não. Sabemos o que queremos. — A boca de Christian se abre em um pequeno sorriso sexy.

— Queremos duas porções das panquecas originais com xarope e bacon ao lado, dois copos de suco de laranja, um café preto com leite desnatado, e um chá Inglês, se você tiver, — Christian diz, sem tirar os olhos de mim.

— Obrigada, senhor. Isso é tudo? — Sussurra Leandra, olhando para qualquer lugar, menos para nós dois. Nós dois por sua vez, olhamos para ela, e ela cora mais um pouquinho e se distancia.

— Você sabe que não é realmente justo. — Olho para a mesa de fórmica, traçando um padrão com o meu dedo indicador, tentando parecer indiferente.

— O que não é justo?

— O jeito que você desarma as pessoas. Mulheres. Eu.

— Eu te desarmo?

Eu bufo.

— O tempo todo.

— É só algo físico, Anastásia, — ele diz suavemente.

— Não, Christian, é muito mais do que isso.

Ele franze o cenho.

— Você me desarma totalmente, Senhorita Steele. Sua inocência. Que supera qualquer barreira.

— É por isso que você mudou de opinião?

— Mudei de opinião?

— Sim, sobre... err... nós?

Ele acaricia o queixo pensativo com seus dedos longos e hábeis.

— Eu não acho que mudei de opinião apenas por isso. Nós apenas precisamos redefinir nossos parâmetros, redesenhar as nossas linhas de batalha, se você quiser. Nós podemos fazer este trabalho, eu tenho certeza. Eu quero você submissa na minha sala de jogos. Eu vou te punir se você desviar das regras. Fora isso... bem, eu acho que tudo esta em discussão. Essas são as minhas necessidades, Senhorita Steele. O que você diria sobre isso?

— Então dormir com você? Na sua cama?

— É isso que você quer?

— Sim.

— Eu concordo em seguida. Além disso, eu durmo muito bem quando você está na minha cama. Eu não tinha ideia disso. — Sua testa aumenta enquanto diminui sua voz.

— Eu estava com medo de que você me deixaria se eu não concordasse com tudo isso, — sussurro.

— Eu não vou a lugar algum, Anastásia. Além disso ... — Ele se desliga, e depois de algum pensamento, acrescenta. — Estamos seguindo seu conselho, sua definição: compromisso. Você enviou para mim. E até agora, ela está funcionando para mim.

— Eu adoro que você queira mais, — murmuro timidamente.

— Eu sei.

— Como você sabe?

— Confie em mim. Apenas sei. — Ele sorri para mim. Ele está escondendo alguma coisa. O quê?

Naquele momento, Leandra chega com o café da manhã e nossa conversa cessa. Meu estômago ronca, me lembrando de como estou com fome. Christian me observa com uma aprovação irritante enquanto devoro tudo em meu prato.

— Posso te convidar? — Peço a Christian.

— Me convidar como?

— Pagando por esta refeição.

Christian bufa.

— Eu não penso assim. — Ele ridiculariza.

—Por favor. Eu quero.

Ele franze a testa para mim.

— Você está tentando me castrar completamente?

— Este é provavelmente o único lugar que eu vou ser capaz de pagar.

— Anastásia, eu aprecio o pensamento. Mas não.

Aperto meus lábios.

— Não faça uma cara feia, — ele ameaça, com os olhos brilhando ameaçadoramente.

Claro que ele não me pede o endereço da minha mãe. Ele sabe já sabe, perseguidor como ele é. Quando ele estaciona na frente da casa, eu não comento. Qual é o ponto?

— Você quer entrar? — Pergunto timidamente.

— Eu preciso trabalhar, Anastásia, mas eu vou estar de volta esta noite. Que horas?

Eu ignoro a facada indesejada de decepção. Por que eu quero passar cada minuto com este controlador deus do sexo? Oh sim, eu me apaixonei por ele, e por saber voar.

— Obrigada... por tudo.

— O prazer é meu, Anastásia. — Ele me beija, e eu inalo o cheiro sexy de Christian.

— Eu te vejo mais tarde.

— Tente me parar, — ele sussurra.

Eu aceno um adeus enquanto ele vai embora para o sol da Geórgia. Eu ainda estou vestindo sua camiseta e sua cueca, e estou muito quente.

Na cozinha, minha mãe está em um retalho completo. Não é todo dia que ela tem para entreter um multi-zilionário, e que a destaca.

— Como você está, querida? — Ela pergunta, e eu fico vermelha, porque com certeza ela deve saber o que eu estava fazendo na noite passada.

— Eu estou bem. Christian me levou para planar esta manhã. — Espero que a nova informação vá distraí-la.

— Planar? Como em um pequeno avião sem motor? Esse tipo de planar?

Concordo com a cabeça.

— Uau.

Ela está sem palavras, um novo conceito para a minha mãe. Ela fica de boca aberta, mas eventualmente se recupera e retoma sua linha original de questionamento.

— Como foi ontem à noite? Será que você falou sobre isso?

Eita. Eu fico num tom de vermelho brilhante.

— Nós conversamos, a noite passada e hoje. Está ficando melhor.

— Bom. — Ela vira a atenção para os quatro livros de culinária que ela tem aberto sobre a mesa da cozinha.

— Mamãe... se você quiser, eu cozinho esta noite.

— Oh, querida, isso é típico de você, mas quero fazê-lo.

— Ok. — Eu faço uma careta, sabendo muito bem que o tipo de comida que minha mãe faz ou é bom ou é ruim.

Talvez ela tenha melhorado desde que ela se mudou para Savannah com Bob. Houve um tempo que eu não iria submeter ninguém a sua comida... mesmo, que eu a odiasse? Ah, sim, a Sra. Robinson, Elena. Bem, talvez ela. Será que vou conhecer essa maldita mulher?

Eu decidi enviar um rápido agradecimento a Christian.

 

De: Anastásia Steele

Assunto: Voando em vez de ferida

Data: 02 de junho de 2011 10:20 EST

Para: Christian Grey

 

Às vezes, você realmente sabe como dar bons momentos a uma garota.

Obrigada

 

Ana, X

 

De: Christian Grey

Assunto: Voando vs ferida

Data: 02 de junho de 2011 10:24 EST

Para: Anastásia Steele

 

Prefiro qualquer coisas do que seu ronco. Eu tive um momento muito bom.

Mas eu sempre tenho quando estou com você.

  

Christian Grey

CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

De: Anastásia Steele

Assunto: O RONCO

Data: 02 de junho de 2011 10:26 EST

Para: Christian Grey

 

EU NÃO RONCO. E se eu fizer isso, é muito rude de sua parte apontar.

Você não é cavalheiro Sr. Grey! E você está no mesmo barco que eu!

 

Ana

 

De: Christian Grey

Assunto: Falar dormindo

Data: 02 de junho de 2011 10:28 EST

Para: Anastásia Steele

Eu nunca disse ser um cavalheiro, Anastásia, e eu acho que tenho demonstrações que apontam para isso em diversas ocasiões. E não estou intimidado pelas suas letras MAIÚSCULAS.

Mas vou confessar que foi mentirinha : Não - você não ronca, mas você fala. E é fascinante.

O que aconteceu com o meu beijo?

 

Christian Grey

CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

Puta merda. Eu sei que falo no meu sono. Kate me disse várias vezes. O que diabos eu disse? Ah, não.

 

De: Anastásia Steele

Assunto: Língua nos dentes

Data: 02 de junho de 2011 10:32 EST

Para: Christian Grey

 

Você é um canalha e um grosseirão, definitivamente, não é um cavalheiro.

Então, o que eu digo? Não há beijos para você, até você falar!

 

De: Christian Grey

Assunto: A Bela Adormecida Falando

Data: 02 de junho de 2011 10:35 EST

Para: Anastásia Steele

 

Seria mais uma grosseria minha dizer, e eu já fui castigado por isso.

Mas se você se comportar, eu posso lhe dizer esta noite. Eu tenho que ir a uma reunião agora.

Até depois, querida.

 

Christian Grey

CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

Certo! Vou manter o silêncio de rádio, até esta noite. Eu bufo. Eita. Supondo que eu já disse que eu o odeio, ou pior ainda, que eu o amo, no meu sono. Oh, eu espero que não. Eu não estou pronta para lhe dizer, e eu tenho certeza que ele não está pronto para ouvir, ou se ele quiser ouvir. Faço uma careta para o computador e decido que vou cozinhar, vou fazer o pão.

Minha mãe decidiu por uma sopa fria a base de tomates crus e um churrasco com bifes marinados em azeite de oliva, alho e limão. Christian gosta de carne, e é simples de fazer. Bob se ofereceu para ser o homem da churrasqueira. O que há sobre homens e fogo, eu penso enquanto sigo atrás da minha mãe, até o supermercado com o carrinho de compras?

Enquanto procuro o corredor de carne crua, meu telefone toca. Eu corro para ele, pensando que pode ser Christian. Eu não reconheço o número.

— Olá? — Eu respondo sem fôlego.

— Anastásia Steele?

— Sim.

— É Elizabeth Morgan do SIP.

— Oh. Oi.

— Estou ligando para oferecer-lhe o cargo de assistente do Sr. Jack Hyde. Gostaríamos que você começasse na segunda-feira.

— Uau. Isso é ótimo. Obrigada!

— Você conhece os detalhes do salário?

— Sim. Sim... é isso, eu quero dizer, eu aceito a sua oferta. Eu adoraria ir trabalhar para você.

— Excelente. Nos vemos na segunda às 8:30 da manhã?

— Vejo você depois. Tchau. E muito obrigada.

Eu olho para a minha mãe.

— Você tem um emprego?

Concordo com alegria, ela grita e me abraça no meio do supermercado Publix.

— Parabéns, querida! Temos que comprar um champanhe! — Ela está batendo palmas e pulando para cima e para baixo. Ela tem 42 anos ou 12 anos?

Eu olho para o meu telefone e franzo a testa, há uma chamada não atendida de Christian. Ele nunca me telefona. Eu ligo para ele em seguida.

— Anastásia, — ele responde imediatamente.

— Oi, — murmuro timidamente.

— Eu tenho que voltar para Seattle. Algo está fora de controle. Estou no caminho para Hilton Head agora. Por favor, peça desculpas à sua mãe — eu não posso ir ao jantar. — Ele soa muito profissional.

— Nada de grave, espero?

— Eu tenho uma situação que tenho que lidar. Eu vou te ver sexta-feira. Vou enviar Taylor para lhe pegar no aeroporto, se não puder ir eu mesmo. — Ele soa frio. Até mesmo irritado. Mas pela primeira vez, eu não acho que seja por minha causa.

— Ok. Eu espero que você resolva a sua situação. Tenha um bom voo.

— Você também, querida, — ele respira, e com essas palavras, o meu Christian está de volta brevemente. Em seguida, ele desliga.

Ah, não. A última "situação" que ele tinha era a minha virgindade. Caramba, espero que não seja nada assim.

Eu olho para minha mãe. Sua felicidade anterior se transformou em preocupação.

— É Christian, ele teve que voltar para Seattle. E ele pede desculpas.

— Oh! Isso é uma pena, querida. Mas nós ainda podemos ter o nosso churrasco, e agora temos algo para comemorar, o seu novo trabalho! Você tem que me contar tudo sobre ele.

É fim de tarde, eu e minha mãe estamos deitadas ao lado da piscina. Minha mãe relaxou a tal ponto que ela está, literalmente, na horizontal, agora que o Sr. Megasena não está chegando para jantar. Enquanto eu estou deitada ao sol, me esforçando para perder a cor pálida, eu penso sobre ontem à noite e o café da manhã hoje. Eu penso sobre Christian, e meu sorriso ridículo se recusa a diminuir. Ele se mantém rastejando pelo meu rosto, espontaneamente e desconcertante, se bem me lembro nossas diversas conversas e o que fizemos... o que ele fez.

Parece haver uma mudança na maré da atitude de Christian. Ele nega, mas, ele admite que está tentando ter mais. O que poderia ter mudado? O que mudou desde que ele me enviou o seu longo e-mail e quando eu o vi ontem? O que ele fez? Sento-me, de repente, quase derramando a minha Dr. Pepper. Ele jantou com... ela. Elena.

Puta Merda!

Meu couro cabeludo espinha com a realização. Ela disse algo a ele? Ah... queria ter sido uma mosca na parede durante o jantar. Eu poderia ter pousado em sua sopa ou em seu copo de vinho e sufocá-la.

— O que é isso, Ana, querida? — Mamãe pergunta, assustada.

— Eu estou apenas passando por um momento, mamãe. Que horas são?

— Cerca de 06:30 da tarde, querida.

Hmm... ele não posou ainda. Posso perguntar-lhe? Devo perguntar-lhe? Ou talvez ela não tem nada a ver com isso. Cruzo os dedos para isso. O que eu disse no meu sono? Porcaria... alguma desprotegida observação enquanto sonhava com ele, eu aposto? Seja lá o que é, ou foi, espero que a mudança venha de dentro dele e não por causa dela.

Estou sufocada neste calor danado. Eu preciso de outro mergulho na piscina.

Quando estou indo para a cama, ligo o meu computador. Não vi nada de Christian.

Nem mesmo uma palavra que ele chegou em segurança.

 

De: Anastásia Steele

Assunto: Chegou em segurança?

Data: 02 de junho de 2011 22:32 EST

Para: Christian Grey

 

Caro senhor

Por favor, me deixe saber se você chegou em segurança. Estou começando a me preocupar. Pensando em você.

 

Sua Ana, X

 

Três minutos depois, ouço o ping do e-mail que chega a minha caixa de entrada.

 

De: Christian Grey

Assunto: Desculpa

Data: 02 de junho de 2011 19:36

Para: Anastásia Steele

 

Querida Senhorita Steele

 

Eu cheguei em segurança, e por favor aceite minhas desculpas por não deixá-la saber. Eu não quero te causar nenhuma preocupação, é reconfortante saber que você se importa comigo. Eu estou pensando em você também e como sempre estou ansioso para vê-la amanhã.

 

Christian Grey

CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

Eu suspiro, Christian está de volta para a formalidade.

 

De: Anastásia Steele

Assunto: A Situação

Data: 02 de junho de 2011 22:40 EST

Para: Christian Grey

 

Caro Sr. Grey

 

Eu acho que é muito evidente que eu me importo com você, profundamente. Como você pode duvidar disso?

Espero que a sua "situação" esteja resolvida.

 

Sua Ana, X

PS: Você vai me dizer o que eu disse enquanto estava dormindo?

 

De: Christian Grey

Assunto: Quinta Petição

Data: 02 de junho de 2011 19:45

Para: Anastásia Steele

 

Querida Senhorita Steele

 

Eu gosto muito que você se importe comigo. A "situação" aqui ainda não está resolvida.

Com relação ao seu PS: A resposta é não.

Christian Grey

CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

De: Anastásia Steele

Assunto: Insana Petição

Data: 02 de junho de 2011 22:48 EST

Para: Christian Grey

 

Espero que tenha sido divertido. Mas você deve saber que não posso aceitar qualquer responsabilidade pelo que sai da minha boca enquanto eu estiver inconsciente. Na verdade, você provavelmente me entendeu mal.

Um homem com a sua idade avançada certamente deve ser um pouco surdo.

 

De: Christian Grey

Assunto: Se Declarar Culpado

Data: 02 de junho de 2011 19:52

Para: Anastásia Steele

 

Querida Senhorita Steele

 

Desculpe, você poderia falar mais alto? Eu não posso ouvi-la.

Christian Grey

CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

De: Anastásia Steele

Assunto: Insana Petição Novamente

Data: 02 de junho de 2011 22:54 EST

Para: Christian Grey

 

Você está me deixando louca.

 

De: Christian Grey

Assunto: Espero que sim...

Data: 02 de junho de 2011 19:59

Para: Anastásia Steele

 

Querida Senhorita Steele

 

Eu pretendo fazer exatamente isso na noite de sexta-feira. Esperando ansiosamente. ;)

 

Christian Grey

CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

De: Anastásia Steele

Assunto: Grrrrrr

Data: 02 de junho de 2011 23:02 EST

Para: Christian Grey

 

Estou oficialmente chateada com você.

Boa noite

 

Senhorita A. R. Steele

 

De: Christian Grey

Assunto: Gato Selvagem

Data: 02 de junho de 2011 20:05

Para: Anastásia Steele

 

Você está rosnando para mim senhorita Steele?

Eu possuo uma gata que rosna.

 

Christian Grey

CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

Ele tem uma gata? Eu nunca vi um gato em seu apartamento. Não, eu não vou respondê-lo.

Oh, ele pode ser tão irritante às vezes. Cinquenta Sombras de exasperação. Eu subo para a cama e deito olhando para o teto enquanto os meus olhos se ajustam ao escuro. Eu ouço outro ping do meu computador. Eu não vou olhar. Não, definitivamente não. Não, eu não vou olhar. Gah!

Como a tola que sou, não posso resistir à tentação das palavras de Christian Grey.

 

De: Christian Grey

Assunto: O que você disse enquanto dormia

Data: 02 de junho de 2011 20:20

Para: Anastásia Steele

 

Anastásia

 

Eu prefiro ouvir você dizer as palavras que pronunciou no seu sono enquanto você está inconsciente, é por isso que eu não vou te dizer. Vá dormir. Você precisará estar descansada para o que tenho em mente para você amanhã.

 

Christian Grey

CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

Ah, não... O que eu disse? É tão mau como eu penso, eu tenho certeza.

 

Minha mãe me abraça forte.

— Ouça seu coração, querida, e por favor, por favor, procure não dar demasiada importância às coisas. Relaxe e desfrute. É muito jovem, céus. Ainda tem muita vida pela frente, viva-a. Você merece o melhor.

Suas tristes palavras sussurradas ao meu ouvido me confortam. Ela Beija meu cabelo.

— Ai, mamãe.

Agarro-me em seu pescoço e, de repente, meus olhos se enchem de lágrimas.

— Carinho, já sabe o que dizem: terá que beijar muitos sapos para encontrar o príncipe encantado.

Dou-lhe um sorriso retorcido, agridoce.

— Parece que beijei um príncipe, mamãe. Espero que não se transforme em sapo.

Ela me brinda com seu sorriso mais terno, maternal e amoroso e enquanto nos abraçamos de novo, percebo o quanto amo esta mulher.

— Ana, estão chamando seu voo — Bob me avisa nervoso.

— Irá me visitar, mamãe?

— É obvio, querida... em breve. Amo você.

— Eu também.

Quando ela me solta, tem os olhos vermelhos das lágrimas contidas. Odeio ter que deixá-la. Abraço Bob, dou meia volta e me encaminho ao portão de embarque; hoje não tenho tempo para a sala VIP.Não quero olhar para trás, mas faço... e vejo Bob abraçando minha mamãe, que chora desconsolada com as lágrimas escorrendo pelas bochechas. Já não posso conter mais as minhas. Abaixo a cabeça e cruzo o portão de embarque, sem levantar os olhos do branco e resplandecente chão, turvado através de meus olhos empapados de lágrimas.

Uma vez a bordo, rodeada do luxo da primeira classe, me encolho no assento e tento me recompor. Sempre é difícil e doloroso me separar de minha mãe; ela é atrapalhada, desorganizada, mas também perspicaz, e me ama muito. Com um amor incondicional, que toda criança merece de seus pais. O rumo que tomam meus pensamentos me faz franzir o cenho, pego meu Black-Berry e o olho consternada.

O que sabe Christian de amor? Parece que não teve amor incondicional durante sua infância. Aperta-me o coração e, como um vento suave, me vem à cabeça as palavras de minha mãe: "Sim, Ana. Deus, o que mais precisa? Uma placa luminosa na sua testa?". Acredita que Christian me ama, mas, claro, ela é minha mãe, como não vai pensar assim? Para ela, mereço o melhor. Franzo o cenho. É verdade, e, em um instante de assombrosa lucidez, percebo. É muito simples: eu quero seu amor. Necessito que Christian Grey me ame. Por isso temo tanto nossa relação, porque, em um nível profundo e existencial, reconheço em meu interior um desejo incontrolável e profundamente enraizado de ser amada e protegida.

E, devido as suas Cinquenta sombras, me contenho. O sadismo era uma distração do verdadeiro problema. O sexo é alucinante, e ele é rico, e bonito, mas tudo isso não vale nada sem seu amor, e o mais desesperador é que não sei se ele é capaz de amar. Nem sequer se ama a si mesmo. Lembro o desprezo que sentia por si mesmo, e que o amor de sua mãe era a única manifestação de afeto que encontrava "aceitável". Castigar, açoitar, bater, e tudo o que poderia fazer para elevar sua relação, não se considerava digno de amor. Por que se sentia assim? Como podia se sentir assim? Suas palavras ressonam em minha cabeça: "É muito difícil crescer em uma família perfeita quando você não é perfeito".

Fecho os olhos, imagino sua dor, e não alcanço a compreensão. Estremeço ao pensar que possivelmente falei muito. O que eu teria confessado a Christian em sonhos? Que segredos eu revelei?

Olho fixamente meu Black-Berry com a vaga esperança de que ele me ofereça respostas. Como era de esperar, não se mostrava muito comunicativo. Ainda não iniciamos a decolagem, assim dava para mandar um email para minhas Cinquenta Sombras.

 

De: Anastásia Steele

Data: 3 de junho de 2011 12:53 EST

Para: Christian Grey

Assunto: indo para casa

 

Querido senhor Grey:

Já estou comodamente instalada na primeira classe, na qual te agradeço. Conto os minutos que faltam para vê-lo esta noite e possivelmente te torturar para te arrancar a verdade sobre minhas revelações noturnas.

 

Sua Ana x

 

De: Christian Grey

Data: 3 de junho de 2011 09:58

Para: Anastásia Steele

Assunto: indo para casa

Anastásia, desejo muito vê-la.

         Christian Grey

         CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

Sua resposta me faz franzir o cenho. Soa cortante e formal, não está escrita em seu habitual estilo sucinto, mas criativo.

 

De: Anastásia Steele

Data: 3 de junho de 2011 13:01 EST

Para: Christian Grey

Assunto: indo para casa

Queridíssimo senhor Grey:

 

Acredito que tudo vá bem com respeito ao "problema". O tom de seu email me parece preocupante.

 

Ana x

 

De: Christian Grey

Data: 3 de junho de 2011 10:04

Para: Anastásia Steele

Assunto: indo para casa

 

Anastásia:

O problema poderia estar melhor. Já embarcou? Se o estiver, não deveria estar me mandando e-mails. Esta se pondo em perigo e transgredindo diretamente as normas relativa a sua segurança pessoal. Sobre os castigos é sério.

 

         Christian Grey

         CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

Merda. Muito bem. Deus... O que esta acontecendo? Qual será "o problema"? Taylor pediu demissão, Christian perdeu uns milhões na Bolsa de Valores... então.

 

De: Anastásia Steele

Data: 3 de junho de 2011 13:06 EST

Para: Christian Grey

Assunto: Reação desmedida

 

Querido senhor casca-grossa:

 

As portas do avião ainda estão abertas. Estamos atrasados, mas decolamos em dez minutos. Meu bem-estar e dos passageiros que estão ao meu redor está assegurado. Pode guardar suas mãos por agora.

 

Senhorita Steele

 

De: Christian Grey

Data: 3 de junho de 2011 10:08

Para: Anastásia Steele

Assunto: Desculpas; mãos guardadas

 

Sinto sua falta e de sua língua afiada, senhorita Steele.

Quero que chegue em casa sã e salva.

 

         Christian Grey

         CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

De: Anastásia Steele

Data: 3 de junho de 2011 13:10 EST

Para: Christian Grey

Assunto: Desculpas aceitas

 

Estão fechando as portas. Você não vai ouvir o bip das minhas mensagens, ainda mais com a sua surdez.

Até mais tarde.

 

Ana x

 

Desligo o Black-Berry, incapaz de me liberar da angústia. Acontecia alguma coisa com Christian. Para que "o problema" tenha escapado de suas mãos. Encosto no assento, olhando o compartimento do bagageiro onde guardei minhas bolsas. Está manhã, com a ajuda de minha mãe, comprei para Christian um pequeno presente para lhe agradecer as viagens de primeira classe e os voos de planador. Sorrio ao lembrar da experiência do planador... Um autêntico gozador. Ainda não sei se darei a ele o brinquedo que comprei. Agora me parece infantil; ou, se estiver de humor estranho, talvez não.

Uma parte de mim esta desejando voltar, mas outra teme o que me espera no final da viagem. Enquanto repasso mentalmente as distintas possibilidades a respeito de qual pode ser "o problema", tenho em conta que, uma vez mais, o único lugar livre é o que está a meu lado. Meneio a cabeça ao pensar que possivelmente Christian pagou pela parte conjugada para que ela não falasse com ninguém. Descarto a ideia absurda: Pensando que não poderia haver ninguém tão controlador, tão ciumento. Quando o avião entra em pista, fecho os olhos.

Oito horas depois, saio do terminal de chegada de Sa-tac e encontro Taylor me esperando, segurando um letreiro que diz SENHORITA A. STEELE.

Que exagero! Mas me alegro ao vê-lo.

— Olá, Taylor!

— Senhorita Steele, me saúda com formalidade, mas detecto um traço risonho em seus intensos olhos marrons.

Tão impecável como sempre: num elegante traje cinza escuro, camisa branca e gravata também cinza.

— Já te conheço, Taylor, não precisava de cartaz. Além disso, agradeceria se me chamasse de Ana.

— Ana. Permita que eu leve sua bagagem?

— Não, eu mesma posso levar. Obrigada.

Apertou os lábios visivelmente.

— Mas se você ficar mais tranquilo levando-a... pegue-a.

— Obrigado. Ele pega a mochila e a mala recém comprada que minha mãe me deu de presente. Por aqui, senhora.

Suspiro. É tão educado... Recordo de algo que queria apagar da minha memória, que este homem comprou roupas intimas para mim. De fato e isso me inquieta, foi o único homem que me comprou roupa intimas. Nem sequer Ray teve que passar por esse apuro. Caminhamos em silencio até o Audi SUV negro que esperava lá fora, no estacionamento do aeroporto, ele abre a porta para mim. Enquanto subo, me pergunto se foi uma boa ideia ter colocado uma saia tão curta na minha volta a Seattle. Na Geórgia me parecia elegante e apropriada; aqui me sinto nua. Assim que Taylor colocou minha bagagem no porta-malas, saímos para o Escala.

Avançamos devagar, apanhados pela hora do rush o tráfego era intenso. Taylor não tirava os olhos da estrada. Descrevê-lo como taciturno seria muito pouco.

Não suportando mais o silêncio.

— Como vai Christian, Taylor?

— O senhor Grey está preocupado, senhorita Steele.

Sim, deve estar se referindo ao "problema". Achei uma fonte de ouro.

— Preocupado?

— Sim, senhora.

Olho carrancuda para Taylor e ele me devolve o olhar pelo retrovisor; nossos olhos se encontram. Não vai me contar mais. Droga, é tão fechado quanto o controlador obsessivo.

— Ele está bem?

— Acredito que sim, senhora.

— Se sente mais cômodo me chamando de senhorita Steele?

— Sim, senhora.

— Ah, bem.

Isso acaba por completo com a nossa conversa, assim seguimos em silêncio. Começo a pensar no recente deslize de Taylor, quando me disse que Christian estava de mau humor, foi uma distração. Ou melhor se envergonhava de ter comentado, ele se preocupava por ter sido desleal. O silêncio me deixava asfixiada.

— Poderia pôr música, por favor?

— Certamente, senhora. O que gosta de ouvir?

— Algo relaxante.

— Algo relaxante.

Vejo desenhar um sorriso nos lábios do Taylor quando nossos olhares voltam a se cruzar brevemente no retrovisor.

— Sim, senhora.

Aperta uns botões no painel e os suaves acordes do Canon do Pachelbel inundam o espaço que nos separa. OH, sim... era isso que me estava fazendo falta.

— Obrigada.

Encosto-me no assento enquanto entramos em Seattle, a um ritmo lento mas constante, pela interestadual 5.

Vinte e cinco minutos depois, estamos na frente da impressionante fachada do Escala.

— Vamos senhora — me diz, abrindo a porta. — Agora vou subir a bagagem.

Sua expressão era calma, cálida, afetuosa inclusive, como um tio querido.

Isso... Tio Taylor, boa ideia.

— Obrigada por ir me buscar.

— Um prazer, senhorita Steele.

Sorri, e eu entro no edifício. O porteiro me saúda com a cabeça e com a mão.

Enquanto subo para o trigésimo andar, sinto milhares de borboletas batendo suas asas e voando pelo meu estômago. Por que estou tão nervosa? Sei que é porque não tenho nem ideia de como esta o humor de Christian quando eu chegar. Minha deusa interior estava confiante para um tipo especifico de humor; meu subconsciente, como eu, parece um monte de nervos.

Abrem-se as portas do elevador e me encontro no vestíbulo. Parece-me tão estranho que Taylor não me receba. Está estacionando o carro, claro. No salão, vejo Christian falando no Black-Berry enquanto contempla a cidade de Seattle pela janela. Usa um traje cinza com o casaco desabotoado e está passando a mão pelo cabelo. Está inquieto, tenso inclusive. O que esta acontecendo? Inquieto ou não, é sempre um prazer olhá-lo. Como pode ser tão... irresistível?

— Nem um pouco... como... Sim.

Virou-se, e me vê, e sua atitude muda por completo. Passa da tensão ao alívio e logo a outra coisa: um olhar que chama a atenção diretamente da minha deusa interior, um olhar de sensual a carnal, em seus ardentes olhos cinza.

Minha boca seca e o desejo renasce dentro de mim ... ui.

— Me mantenha informado — ele fala decidido e autoritário enquanto avança com passos decididos para mim.

Espero paralisada que cubra a distância que nos separa, me devorando com o olhar. Minha nossa, algo esta acontecendo... A tensão de sua mandíbula, a angústia de seus olhos. Tira seu casaco, a gravata e, pelo caminho, os joga no sofá. Logo me envolve com seus braços e me aperta contra seu corpo, com força, rápido, me agarrando pelos ombros para levantar minha cabeça, e me beija como se desse a vida por isso.

Que diabos esta acontecendo aqui? Tira com violência o prendedor do meu cabelo, mas pouco me importa. Sua forma de me beijar me parece primária e desesperada. Por isso será que, neste momento me necessita tanto? Eu jamais me senti tão desejada. Parece escuro, sensual, alarmante, tudo de uma vez só. Devolvo o beijo com igual ardor, afundando os dedos em seus cabelos, retorcendo-os Nossas línguas se entrelaçam, a paixão e o ardor resplandece entre nós. Divino, ardente, sexy, e seu cheiro de gel de banho e de Christian me excitam muito. Separa sua boca da minha e fica me olhando, me prende em uma emoção inefável.

— O que aconteceu? — pergunto.

— Alegra-me muito que tenha voltado. Tome banho comigo. Agora.

Não sei se me pede isso ou me ordena isso.

— Sim — sussurro e, me agarrando pela mão, me tira do salão e me leva a seu dormitório, ao banheiro.

Uma vez lá, me solta e abre a torneira da banheira super espaçosa. Vira devagar e me olhe, excitado.

— Eu gosto de sua saia. É muito curta — diz com voz grave. —Tem pernas lindas.

Tira os sapatos e se abaixa para tirar também as meias três quartos, sem afastar os olhos de mim. Seu olhar voraz me deixa muda. Uau, eu desejo tanto este deus grego... Imito-o e tiro as sapatilhas negras. De repente, me agarra e me empurra contra a parede. Beija-me no rosto, o pescoço, os lábios... Agarra-me os cabelos.

Sinto os azulejos frios e suaves nas minhas costas quando se aproxima tanto de mim que me deixa emparedada entre seu calor e a fria porcelana. Timidamente, me prendo em seus braços e ele grunhe quando aperto com força.

— Quero fazer isso agora. Aqui, rápido, duro — Diz, e põe as mãos nas minhas coxas e sobe a saia. Ainda está menstruada?

— Não — respondo me ruborizando.

— Bom.

Desliza os dedos pelas calcinhas brancas de algodão e, de repente, se agacha para arrancá-la de uma vez só. Tenho a saia totalmente levantada e enrugada, dessa forma estou nua da cintura para baixo, ofegando, excitada. Agarra-me pelos quadris, me empurrando de novo contra a parede, e me beija no ponto onde se encontram minhas pernas. Agarrando-me pela parte superior de ambas as coxas, separa as minhas pernas. Grito com força ao notar que sua língua acaricia meu clitóris. Deus... Jogo a cabeça para trás sem querer e gemo, me agarrando a seu cabelo.

Sua língua é desumana, forte e persistente, me melando, dando voltas e voltas sem parar. É delicioso e a sensação é tão intensa que quase é dolorosa. Começa a acelerar; então, para. O que? Não! Ofego com a respiração entrecortada, e o olho impaciente. Pega meu rosto com ambas as mãos, me segura com firmeza e me beija com violência, colocando a língua na minha boca para que eu saboreie minha própria excitação. Logo abaixa sua cueca e libera sua ereção, me agarra pelas coxas por trás e me levanta.

— Enrosca as pernas em minha cintura, bebê — me ordena, tremendo, tenso.

Faço o que me diz e me penduro nele, e ele, com um movimento rápido e resolvido, me penetra até o fundo.

— Ah! — Gemo, grito. Agarra minha bunda, cravando os dedos na suave carne, e começa a se mover, devagar no começo, com um ritmo fixo, mas, assim que perde o controle, acelera, cada vez mais.

— Ahhh! — Jogo a cabeça para trás e me concentro nessas sensações invasoras, castigadoramente celestiais, que me empurra e me empurra para frente, cada vez mais alto e, quando já não posso mais aguentar, estralo ao redor de seu membro, entrando na espiral de um orgasmo intenso e devorador. Ele se deixa levar com um gemido profundo e afunda a cabeça em meu pescoço e afunda seu membro ainda mais em mim, grunhindo escandalosamente enquanto se deixa ir.

Logo que pode respirar, me beija com ternura, sem se mover, sem sair de mim, e eu o olho sentindo saudades, sem chegar a vê-lo. Quando por fim consigo olhá-lo, se retira devagar e me levanta com força para que possa pôr os pés no chão. O banheiro está cheio de vapor e faz muito calor. Estou com roupas de mais.

— Parece que você ficou alegre ao me ver, — murmuro com um sorriso tímido.

Contrai a boca, risonho.

— Sim, senhorita Steele, acredito que minha alegria é mais do que evidente. Veem, deixa que te leve a banheira.

Desabotoa os três botões seguinte camisa, solta os punhos, tira a camisa pela cabeça e a joga no chão. Logo tira as calças do traje e a boxer de algodão e os joga com o pé. Começa a desabotoar os botões da minha blusa branca enquanto o observo; anseio poder tocar seu peito, mas me contenho.

— Como foi sua viagem? — Pergunta calmo.

Parece muito mais tranquilo agora que desapareceu sua inquietação, ela se dissolveu em nossa transa.

— Bem, obrigada — murmuro, ainda sem fôlego. — Obrigada outra vez pelas passagens. É muito mais agradável viajar de primeira classe. — Sorrio para ele timidamente. — Tenho algo pra te contar acrescento nervosa.

— Sério?

Olha-me enquanto desabotoava o último botão, deslizou a blusa pelos braços e a atirou com o resto da roupa.

— Consegui um trabalho.

Ele ficou imóvel, logo sorri com ternura.

— Parabéns, senhorita Steele. Vai me dizer aonde agora? Provoca-me.

— Não sabe?

Nega com a cabeça, carrancudo.

— Por que deveria saber?

— Dada a sua tendência de perseguição, pensei que saberia...

Encolho-me ao ver que a expressão dele muda.

— Anastásia, jamais me ocorreria interferir em sua carreira profissional, salvo que me pedir isso, claro.

Parecia ofendido.

— Então, não tem nem ideia de que editora é?

— Não. Sei que há quatro editoras em Seattle, assim imagino que é uma dessas.

— SIP.

— Ah, a mais pequena, bem. Muito bem. Inclina-se e me beija a frente. Esta pronta? Quando começa?

— Na segunda-feira.

— Tão logo, não? Mais é certo que desfrute de ti enquanto posso. Vire-se.

Desconcerta-me a naturalidade que me ordena, mas faço o que me diz, e ele desabotoa o meu prendedor e abaixa a barra da saia. Abaixa-me e aproveita para me agarrar o traseiro e me beijar o ombro. Inclina-se sobre mim e me cheira os cabelos, inspirando fundo. Aperta minha bunda.

— Embriaga-me, senhorita Steele, e me acalma. Uma mistura interessante.

Beija-me meu cabelo. Logo me pega pela mão e me enfia na ducha.

— Ai.

A água está visivelmente fervendo. Christian sorri enquanto a água cai por cima dele.

— Esta um pouquinho quente.

E, no fundo, tem razão. Sinto as maravilhas de tirar de cima de mim o suor da calorosa Georgia e o do sexo que acabamos de fazer.

— Vire-se — me ordena, e eu obedeço e me ponho de cara para a parede. Quero te lavar — murmura.

Pega o gel e joga um pouco na mão.

— Tenho algo para te contar — sussurro enquanto me ensaboa os ombros.

— Ah, é? Diga.

Respiro fundo e me armo de coragem.

— A exposição fotográfica do meu amigo José será inaugurada na quinta-feira em Portland.

Suas mãos param e ficam suspensas sobre meus seios. Dei ênfase em especial à palavra "amigo".

— Sim, e o que acontece? — Pergunta muito sério.

— Disse a ele que iria. Quer vir comigo?

Depois do que me pareceu uma eternidade, pouco a pouco começa a me lavar outra vez.

— A que horas?

— A que horas?

— A inauguração é às sete e meia.

Beija-me a orelha.

— Certo.

Em meu interior, meu subconsciente relaxa, desaba e cai pesadamente no velho e maltratado cérebro.

— Estava nervosa porque tinha que me perguntar isso?

— Sim. Como sabe?

— Anastásia, acaba de relaxar o corpo inteiro — diz seco.

— Bom, parece que você é... um pouco ciumento.

— Sou sim, — diz ameaçador. — E te fará bem em lembrar. Mas obrigado por perguntar. Iremos no Charlie Tango.

Ah, no helicóptero, claro... Estou boba... Outro vôo... imagino! Sorrio.

— Posso te lavar? — pergunto.

— Parece que não — murmura, e me beija brandamente e me viro para recuperar a dor da negativa.

Faço companhia à parede enquanto ele acaricia as minhas costas com sabão.

— Me deixará te tocar algum dia? — Pergunto audazmente.

Voltou a parar, a mão cravada em meu traseiro.

— Apoie as mãos na parede, Anastásia. Vou te penetrar outra vez — sussurra ao ouvido me agarrando pelos quadris, e sei que a discussão terminou.

Mais tarde, estamos sentados na cozinha, eu de penhoar, depois de nós termos comido a deliciosa massa Alle Vongole da senhora Jones.

— Mais vinho? — pergunta Christian com um brilho em seus olhos cinzas.

— Um pouquinho, por favor.

O Sancerre é revigorante e delicioso. Christian me serve e logo se serve também.

— Como vai o "problema" que te trouxe para Seattle? — pergunto timidamente.

Franziu o cenho.

— Fora de controle — fala com amargura. Mas você não se preocupe com isso, Anastásia. Tenho planos para ti esta noite.

— Ah, é?

— Sim. Quero você no quarto de jogos dentro de quinze minutos.

Levanta-se e me olha.

— Pode se preparar em seu quarto. O guarda roupas agora está cheio de roupa para ti. Não admito discussão a respeito.

Espremendo os olhos, me desafiando para dizer qualquer coisa. Ao ver que não o faço, vai com passo rápidos a seu escritório.

Eu! Discutir? Contigo, Cinquenta Sombras? Pelo bem de meu traseiro, não. Fico sentada no banco, momentaneamente estupefata, tentando digerir esta última informação. Comprou roupas para mim. Olho o nada de forma exagerada, sabendo bem que não posso reclamar. Carro, móveis, motorista, roupas... Qual seria o próximo: um maldito apartamento, e então já serei sua querida em todas as regras.

Jesus! Meu subconsciente está em estado crítico. Ignoro e subo a meu quarto. Porque sigo tendo meu quarto. Por quê? Pensei que tinha mudado ao deixar dormir com ele. Suponho que não está acostumado a dividir seu espaço pessoal, claro que eu tampouco. Consola-me a ideia de ter ao menos um lugar onde posso me esconder dele.

Ao examinar a porta de minha habitação, descubro que tem fechadura, mas não chave. Digo a mim mesma que possivelmente a senhora Jones tenha uma cópia. Perguntarei a ela. Abro a porta do guarda roupas e volto a fechar rapidamente. Puta merda... gastou uma fortuna. Lembrei de Kate, com toda essa roupa perfeitamente alinhada e pendurada nas barras. No fundo, sei que tudo vai ficar bem, mas não tenho tempo para isso agora: esta noite tenho que ir até o quarto vermelho da... dor... ou do prazer, espero.

Estou só de calcinhas, encostada junto à porta. Tenho o coração na boca. Minha nossa, pensava que com o sexo no banho teria tido o bastante. Este homem é insaciável, ou possivelmente todos os homens o sejam. Não sei, não tenho com quem comparar. Fecho os olhos e procuro me acalmar, conectar com tudo que há em meu interior. Por lá, em alguma parte, escondida atrás da deusa que levo dentro de mim.

A espera faz borbulhar meu sangue pelas veias como um refresco efervescente. O que ele irá fazer comigo? Respiro fundo, devagar, mas não posso negar: estou nervosa, excitada e já estou molhada. Isto é tão... Quero pensar que é errado, mas de algum modo sei que não é assim. É certo com Christian. É o que ele quer e, depois destes últimos dias... depois de tudo o que tem feito, tenho que lhe dar valor e aceitar o que me diz que precisa, seja o que for.

Lembro seu olhar quando cheguei hoje, sua expressão ofegante, a forma resolvida que se dirigiu para mim, como se eu fosse um oásis no deserto.

Faria quase tudo para voltar a ver essa expressão. Aperto as coxas de prazer ao pensar nele, e isso me recorda que devo separar as pernas. Faço.

Quanto me fará esperar? A espera me está matando, me mata de desejo turvo e provocante. Dou uma olhada no quarto que esta iluminado: a cruz, a mesa, o sofá, o banco... a cama. Vejo-a imensa, e está coberta com lençóis vermelhos de cetim. Que objeto usará hoje?

A porta se abre e Christian entra como um sopro, me ignorando por completo. Abaixo a cabeça em seguida, olho as minhas mãos e separo com cuidado as pernas. Christian deixa algo sobre a enorme cômoda que existe junto à porta e se aproxima devagar na cama. Permito-me olhá-lo por um instante e quase para meu coração. Esta descalço, com o torso descoberto e com um desses jeans gastos com o botão superior desabotoado. Deus, está tão gotoso... Meu subconsciente se abana com desespero e a minha deusa interior se balança e convulsiona com um primitivo ritmo carnal. Vejo que esta muito disposta. Umedeço os lábios instintivamente. O sangue corre mais rápido por todo o meu corpo, densa e carregada de luxuria. O que vai fazer comigo?

Dá meia volta e se dirige tranquilamente até a cômoda. Abre uma das gavetas e começa a tirar coisas e às colocar em cima. Minha curiosidade me mata, mas resisto à imperiosa necessidade de dar uma olhada. Quando termina o que está fazendo, se coloca diante de mim. Vejo seus pés descalços e quero beijar até o último centímetro deles, passar a língua pela pele, chupar cada um dos seus dedos.

— Está linda, — diz.

Mantenho a cabeça abaixada, consciente de seu olhar fixo e de que estou visivelmente nua. Noto que o rubor se estende devagar pela face. Inclina-se e pega meu queixo, me obrigando a olhar para ele.

— É uma mulher linda, Anastásia. E é toda minha — murmura. Levanta-te — ordena em voz baixa, transbordando de promessas sensuais.

Tremendo, fico de pé.

— Olhe para mim, — diz, e elevo meus olhos a seus olhos ardentes.

É seu olhar de amo: frio, duro e sexy, com sombras de pecado inimaginável em um só olhar provocador. Seca minha boca e sei em seguida que vou fazer o que me pedir. Um sorriso quase cruel se desenha em seus lábios.

— Não assinamos o contrato, Anastásia, mas já falamos sobre os limites. Além disso, recordo que temos as palavras de segurança, certo?

Minha Nossa... o que terá planejado para que eu vá precisar das palavras de segurança?

— Quais são? — Pergunta de maneira autoritária.

Franzo um pouco o cenho para ouvir a pergunta e seu gesto se endurece visivelmente.

— Quais são as palavras de segurança, Anastásia? — Diz muito devagar.

— Amarelo, — murmuro.

— E? — insiste, apertando os lábios.

— Vermelho, — digo.

— Não as esqueça.

E não posso evitar... arqueio uma sobrancelha e estou a ponto de recordar a ele minha nota media, mas o repentino olhar gélido e cinzento me detém em seco.

— Cuidado com essa boquinha, senhorita Steele, se não quer que a corte em rodelas. Entendido?

Trago saliva instintivamente. Certo. Pisco muito rápida, arrependida. Na realidade, me intimida mais seu tom de voz que a ameaça em si.

— E bem?

— Sim, senhor — falo atropeladamente.

— Boa garota. — Fez uma pausa e me olha. — Não é que vai precisar das palavras de segurança porque vai doer em você, mas sim por que o que vou fazer vai ser intenso, muito intenso, e preciso que me guie. Entendido?

Na verdade não. Intenso? Uau.

— Isso é sobre tato, Anastásia. Não vais poder reclamar nem me ouvir, mas poderá me sentir.

Franzindo o cenho. Não vou te ouvir? E como isso vai funcionar? Se vira. Em cima da cômoda há uma caixa brilhosa plana de cor preta. Quando passou a mão por cima, a caixa se dividiu em dois, abrindo duas portas e ficou à vista um Cd player com um monte de botões. Christian aperta vários em sequência. Não acontece nada, mas ele parece satisfeito. Eu estou desconcertada. Quando se vira de novo para me olhar, vejo aquele seu sorrisinho de "Tenho um segredo".

— Vou te amarrar na cama, Anastásia, mas primeiro vou vendar seus olhos e não vai poder me ouvir. Colocou o iPod que levava nas mãos. A única coisa que vai ouvir é a música que vou pôr para você.

Certo. Um interlúdio musical. Não é precisamente o que esperava. Alguma vez fez o que eu esperava?

Deus, espero que não seja rap.

— Vem.

Pega-me pela mão e me leva a antiga cama de dossel. Há correntes nos quatro cantos: uns cadeados metálicos e finos com pulseiras de couro brilhando sobre o cetim vermelho.

Uf, meu coração vai sair do peito. Derreto de dentro para fora; o desejo percorre o meu corpo inteiro. Poderia eu estar mais excitada?

— Fique aqui de pé.

Estou olhando para a cama. Inclina-se para frente e me sussurra ao ouvido:

— Espera aqui. Não tire os olhos da cama. Imagine-se aí deitada, amarrada e completamente a minha mercê.

Minha Nossa.

Ele se afasta por um momento e o ouço pegar algo perto da porta. Tenho todos os sentidos hiper-alertas; a audição a mais aguçada. Pegando algo do rack de chicotes e palmatórias que estavam junto à porta. Minha nossa. O que vai fazer comigo?

Noto que ele esta nas minhas costas. Pega-me pelos meus cabelos, faz um montinho e começa a trançar eles.

— Embora eu goste de suas trancinhas, Anastásia, estou impaciente para te ter, você vai ter que se conforma só com uma, — diz com voz grave e suave.

Roça as minhas costas de vez em quando com seus dedos hábeis enquanto me faz a trança, e cada carícia acidental é como uma doce descarga elétrica em minha pele.

Ele prende o final com um elástico de cabelo, então delicadamente puxa a trança de forma que me vejo obrigada a me inclinar para seu corpo. Puxa de novo, desta vez para um lado, e eu inclino a cabeça e lhe dou acesso a meu pescoço. Inclina-se e me enche de pequenos beijos, percorrendo a base da orelha até o ombro com os dentes e a língua. Cantarola em voz baixa enquanto o faz e o som ressona em mim por dentro. Justo lá... lá embaixo, em minhas vísceras. Gemo brandamente sem poder evitar.

— Bom, — diz respirando contra minha pele.

Levanta as mãos diante de mim; seus braços acariciam os meus. Na mão direita leva um chicote de tiras. Lembro-me de minha primeira visita a este quarto.

— Toque-o, — sussurra, e me soa como o próprio diabo.

Meu corpo se incendeia em resposta. Timidamente, abro os braço e roço as largas franjas do chicote. Tem muitas faixas largas, todas suave e com pequenas contas nas pontas.

— Vou usar ele. Não vai doer, mas fará que corra o sangue pela superfície da pele e fique sensível.

Oh, ele diz que não vai doer.

— Quais são as palavras de segurança, Anastásia?

— Tá... "amarelo" e "vermelho", senhor — sussurro.

— Boa garota.

Deixou o chicote sobre a cama e põe as mãos na minha cintura.

— Não vai precisar, sussurra.

Então pega minha calcinha e a baixa de uma vez só. As tiro pelos pés torpemente, me apoiando no poste da cama.

— Fique quieta — ordena, logo me beija o traseiro e me dá dois beliscões; Fico tensa. Deite-se de barriga para cima acrescenta, me dando uma palmada forte no traseiro que me faz pular.

Apresso-me a subir ao colchão duro e rígido e me deito, olhando Christian. Sinto na pele o cetim suave e frio do lençol. Vejo-o impassível, salvo pelo olhar: em seus olhos brilha uma emoção contida.

— As mãos por cima da cabeça— ordena, e eu obedeço.

Deus... meu corpo está sedento dele. Já o desejo.

— Vire-se, — e pelo canto do olho, vejo ele se dirigir de novo à cômoda e voltar com o iPod e o que parece uma máscara para dormir, similar ao que usei em meu voo a Atlanta. Ao lembrar, me da vontade de rir, mas não consigo que meus lábios respondam. A impaciência me consome. Sei que meu rosto está completamente imóvel e que o olho com os olhos arregalados.

Sentou na borda da cama e coloca em mim o iPod. Tem conectados uns pontos auriculares e tem uma estranha antena. Que estranho... Carrancuda, tento averiguar para que serve.

— Isto vai transmitir ao iPod o que quero que você ouça — diz, dando umas batidinhas na pequena antena e respondendo assim a minha pergunta não formulada. — Eu vou ouvir o mesmo que você, e tenho um comando a distancia para controlar.

Dizia seu habitual sorriso de "Eu sei de algo que você não sabe" e me mostra um pequeno dispositivo plano que parece uma calculadora muito moderna. Inclina-se sobre mim, coloca com cuidado os pontos auriculares nos ouvidos e deixa o iPod sobre a cama por cima de minha cabeça.

— Levanta a cabeça, — ordena, e o faço imediatamente.

Devagar, põe e mim a máscara, passando o elástico pela nuca. Já não vejo. O elástico da máscara segura os pontos auriculares. Ouço ele levantar da cama, mas o som é apagado. Ensurdece-me minha própria respiração, entrecortada e errática, reflexo de meu nervosismo. Christian me agarra pelo braço esquerdo, estica-o com cuidado até o canto esquerdo da cama e me prende na pulseira de couro. Quando termina, acaricia-me o braço inteiro com seus largos dedos. OH! A carícia me produz uma deliciosa sensação entre o calafrio e cosquinhas. Ouço-o circular a cama devagar até o outro lado, onde pega meu braço direito para me prender. De novo passeia seus dedos largos por ele. Minha nossa, estou a ponto de estalar. Por que isso é tão erótico? Vão ate os pés da cama e pega ambos os tornozelos.

— Levanta a cabeça — outra vez e ordena.

Obedeço, e me puxa de forma que os braços ficam completamente esticados e quase suspensos pelas pulseiras. Deus... não posso mover os braços.

Um calafrio de inquietação misturado com uma tentadora excitação percorre meu corpo inteiro e me põe ainda mais molhada. Grunhi. Separando as pernas, prende primeiro o tornozelo direito e logo o esquerdo, de modo que fico bem preso, de braços e pernas abertas, e completamente a sua mercê. Desconcerta-me não poder vê-lo. Escuto com atenção... o que faz? Não ouço nada, apenas a minha respiração e os fortes batimentos do meu coração, que bombeia o sangue com fúria contra meus tímpanos.

De repente, um suave assobio do iPod aparece. Desde dentro de minha cabeça, uma voz angelical canta sem acompanhamento uma nota longa e doce, a que se une imediatamente outra voz e logo mais, minha nossa, um coro celestial, cantando a capela de um hinário antigo. Como se chama isto? Jamais ouvi nada semelhante. Algo quase insuportavelmente suave passeia por meu pescoço, deslizando devagar pela clavícula, pelos peitos, me acariciando, me endurecendo os mamilos... é muito suave, inesperado. Isso é pelo!

Uma luva de pelos?

Christian passeia a mão, sem pressa e deliberadamente, por meu ventre, riscando círculos ao redor de meu umbigo, logo depois de quadril a quadril, e eu trato de adivinhar aonde irá depois, mas a música metida em minha cabeça me transporta. Segue a linha dos meus pelos pubianos, passa entre minhas pernas, por minhas coxas; desce por um, sobe pelo outro, e quase me faz cosquinhas. Unem-se mais vozes ao coro celestial, cada uma com fragmentos distintos, se fundindo gostoso e docemente em uma melodia mais harmoniosa que eu tenha ouvido antes. Eu pego uma palavra "Deus"- e me dou conta de que cantam em latim.

A luva de pelos segue me baixando pelos braços, me acariciando a cintura, subindo de novo pelos peitos. Seu roce me endurece os mamilos e ofego, me perguntando aonde irá sua mão depois. De repente, a luva de pelos desaparece e noto que as faixas do chicote de tiras fluem por minha pele, seguindo o mesmo caminho que a luva, e me resulta muito difícil me concentrar com a música que soa em minha cabeça: é como um tilintar de vozes cantando, tecendo uma tapeçaria etérea de ouro e prata, delicioso e sedoso, que se mistura com o tato do suave em minha pele, me percorrendo... minha nossa. Subitamente, desaparece. Logo, de repente, uma chicotada seca no ventre.

— Aaaggghhh! —grito.

Pega-me de surpresa. Não dói exatamente; mas bem me produz um forte formigamento por todo o corpo. E então volta a me açoitar. Mais forte.

— Aaahhh!

 

— Aaahhh!

Quero me mover, me retorcer, escapar, ou desfrutar de cada golpe, não sei... acaba sendo tão irresistível... Não posso mexer os braços, tenho as pernas presas, estou bem presa. Volta a me açoitar, desta vez nos peitos. Grito. É uma doce agonia, suportável... prazerosa; não, não de forma imediata, mas, com cada novo golpe, minha pele canta em perfeito ritmo com a música que soa na cabeça, e me vejo arrastada a uma parte muito escuro de minha psique que se rende a esta sensação tão erótica. Sim... já entendi. Açoita-me no quadril, logo sobe com golpes rápidos pelo pelos pubiano, segue pelas coxas, pela parte interna, sobe de novo, pelos quadris. Continua enquanto a música alcança um clímax e então, de repente, para de soar. E ele também para. Logo começa o canto outra vez, vai crescendo, e ele me orvalha de golpes e eu grito e me retorço. De novo para, e não se ouve nada, salvo minha respiração entrecortada e meus ofegos descontrolados. Não... o que acontece? O que vai fazer agora? A excitação é quase insuportável. Entrei em uma zona muito escura, muito carnal.

Noto que a cama se move e que ele se coloca por cima de mim, e o hino volta a começar. Será que ele vai repetir tudo. Desta vez são seu nariz e seus lábios os que me acariciam... passeiam por meu pescoço e minha clavícula, me beijando, me chupando... descendo para meus peitos... Ah! Sai de um mamilo para o outro, passeando a língua ao redor de um enquanto belisca sem piedade o outro com os dedos... Gemo, muito forte, acredito, embora não ouço. Estou perdida, perdida nele... perdida nessas vozes astrais e angélicos... perdida em todas estas sensações das que não posso escapar... completamente a mercê de suas peritas mãos.

Descende até o ventre, riscando círculos com a língua ao redor do umbigo, seguindo o caminho do chicote e da luva. Gemo. Beija-Me, me chupa, me mordisca... segue abaixo... e de repente tenho sua língua ali, no clitóris. Jogo a cabeça para trás e grito, a ponto de desmaiar, a beira do orgasmo... E então ele para.

Não! A cama se move e Christian se ajeita entre minhas pernas. Inclina-se para um poste e, de repente, a corrente do tornozelo desaparece. Subo a perna até o centro da cama, a apoio contra ele. inclina-se para o outro lado e liberta a outra perna. Esfrega ambas as pernas, as espremendo, as massageando, as reavivando.

Logo me pega pelos quadris e me levanta de forma que já não tenho as costas encostadas na cama; estou arqueada e apoiada só nos ombros. O que? Coloca-se entre minhas pernas... e com uma rápida e certeira investida me penetra... OH, Deus... e volto a gritar. Iniciam as convulsões de meu orgasmo iminente, e então para. Cessam as convulsões... OH, não... vai continuar me torturando.

— Por favor! choramingo.

Pega em mim com mais força... para me advertir? Não sei. Crava os dedos no meu traseiro enquanto eu ofego, assim me manda ficar quieta. Muito lentamente, começa a se mexer outra vez: sai, entra... angustiantemente devagar. Minha nossa... por favor! Grito por dentro e, conforme aumenta o número de vozes do coral, vai aumentando ele seu ritmo, de forma infinitamente controlada, completamente ao som da música. Já não aguento mais.

— Por favor — suplico a ele, e com um só movimento rápido volta a me deixar na cama e se deita sobre mim, com as mãos nos lados de meus seios, aguentando seu próprio peso, e empurra.

Quando a música chega a seu clímax, me precipito... Em queda livre... ao orgasmo mais intenso e angustiante que jamais tive, e Christian me segue, investindo forte três vezes mais... até que finalmente fica imóvel e cai sobre mim.

Quando recupera a consciência e volta de qualquer lugar que tenha estado, Christian sai de mim. A música cessou e noto como ele se estira sobre meu corpo para soltar a pulseira direita. Grunhi ao sentir por fim a mão livre. Em seguida solta a outra, retira com cuidado a máscara de meus olhos e tira os pontos auriculares dos ouvidos. Pisco à luz tênue do quarto e levanto os olhos para seu intenso olhar de olhos cinzas.

— Olá, — murmura.

— Olá, respondo timidamente.

Em seus lábios se desenha um sorriso. Inclina-se e me beija brandamente.

— Muito bem, — sussurra. — Vire-se.

Minha Nossa... o que me vai fazer agora? Seu olhar se enternece.

— Só vou te dar uma massagem nos ombros.

— Ah, certo.

Viro, tensa, de barriga para baixo. Estou exausta. Christian se senta escarranchado sobre minha cintura e começa a massagear meus ombros. Gemo forte; tem uns dedos fortes e experientes. Inclina-se e beija minha cabeça.

— Que música era essa? — Consigo balbuciar.

— É o coral a quarenta vozes de Thomas Talis, titulado Spem in alium.

— Foi... impressionante.

— Sempre quis fazer ao ritmo dessa peça.

— Não me diga que também foi a sua primeira vez?

— Com certeza, senhorita Steele.

Volto a gemer enquanto seus dedos fazem sua magia em meus ombros.

— Bom, também é a primeira vez que eu transo com essa música, — murmuro sonolenta.

— Mmm... você e eu estamos estreando juntos em muitas coisas, — diz com total naturalidade.

— O que te hei dito em sonhos, Chris... err... senhor?

Interrompe um momento a massagem.

— Disse-me um montão de coisas, Anastásia. Falou de jaulas e morangos, me disse que queria mais e que sentia minha falta.

Ah, graças a Deus.

— Só isso? — Pergunto com evidente alívio.

Christian conclui sua esplêndida massagem e se deita a meu lado, fincando o cotovelo na cama para levantar a cabeça. Olha-me carrancudo.

— O que pensava que tinha dito?

OH, merda.

— Que eu tinha dito que você era feio e arrogante, e que era um desastre na cama.

Franzido ainda mais o cenho

— Certo, está claro que tudo isso é verdade, mas agora me deixou intrigado de verdade. O que é o que me esconde, senhorita Steele?

Pisco com ar inocente.

— Não te escondo nada.

— Anastásia, — lembra.

— Pensava que fosse me fazer rir depois do sexo.

— Pois por aí vamos mal. — Esboça um sorriso. — Não sei contar piadas.

— Senhor Grey! Ha alguma coisa que não sabe fazer? — Digo sorrindo, e ele me sorri também.

— Não, aparentemente contar piadas.

Adota um ar tão digno que me faz rir.

— Eu também não os conto.

—Eu adoro te ouvir rir, — murmura, se inclina e me beija. — Esconde-me alguma coisa, Anastásia? Vou ter que te torturar para surrupiar isso de você, Sei que algo te preocupa.

 

Eu acordo com um solavanco. Eu acho que tinha apenas caído alguns degraus em um sonho, e eu fiquei ereta, momentaneamente desorientada. Está escuro, e eu estou na cama de Christian sozinha. Alguma coisa tinha me acordado, algum pensamento incômodo. Eu olho para seu despertador no criado-mudo. São cinco da manhã, mas me sinto descansada. Porque disso? Oh, é a diferença do horário, seria oito da manhã na Georgia. Puta merda... eu preciso tomar minha pílula. Eu saio da cama, agradecida pelo o que quer que tenha me acordado. Eu posso ouvir notas fracas do piano. Christian está tocando. Isso eu preciso ver. Eu amo assisti-lo tocar. Nua, agarrei meu roupão da cadeira e vagueei calmamente pelo corredor, deslizando pelo roupão e ouvindo o som mágico do lamento melódico que estava vindo da sala grande.

Coberto pela escuridão, Christian está sentado em uma bolha de luz enquanto toca, e seu cabelo brilha com os realces de cobre. Ele parece nu, embora eu sei que ele está usando sua calça de pijama. Ele está concentrando, tocando lindamente, perdido na melancolia da música. Eu hesito, observando das sombras, sem querer interrompe-lo. Eu quero segurá-lo.

Ele parece perdido, até mesmo triste, e dolorosamente solitário, ou talvez seja apenas a música que é tão cheia de tristeza pungente. Ele termina a peça, pausa por uma fração de segundo, então começa a tocar de novo.

Eu me movo cuidadosamente em direção a ele, atraída como uma mariposa pelas chamas... A ideia me faz sorrir.

Ele olha para cima, para mim e franze a testa antes que seu olhar retorne para suas mãos, e oh merda, ele está irritado porque estou perturbando-o?

— Você deveria estar dormindo, — ele me repreende suavemente.

Eu posso dizer que ele está pré-ocupado com alguma coisa.

— E você também, — eu replico, não tão suavemente.

Ele olha para cima novamente, seus lábios se contorcendo com um vestígio de sorriso.

— Você está me repreendendo, Senhoria Steele?

— Sim, Senhor Grey, eu estou.

— Bem, eu não consigo dormir. — Ele franze o cenho mais uma vez quando um traço de irritação ou raiva brilha através de seu rosto. Comigo? Certamente que não.

Eu ignoro sua expressão facial e muito corajosamente sento ao lado dele no banco do piano, colocando minha cabeça em seu ombro nu para assistir seus dedos hábeis e ágeis, acariciarem as teclas. Ele faz uma pausa fracionada, e então continua até o final da peça.

— O que foi isso? — eu perguntei baixinho.

— Chopin[13]. Opus 28, número 4. Em E menor, se você está interessada, — ele murmurou.

— Estou sempre interessada no que você faz.

Ele se vira e pressiona suavemente seus lábios contra meu cabelo.

— Eu não quis acordar você.

— Você não acordou. Toca outra.

— Outra?

— A peça de Bach que você tocou na primeira noite que eu fiquei.

— Oh, o Marcello.

Ele começa a tocar vagarosamente e deliberadamente. Eu sinto o movimento de suas mãos em seus ombros enquanto eu me inclino contra ele e fecho os olhos. As notas tristes e emotivas fazem um redemoinho lento e melancólico ao nosso redor, ecoando pelas paredes. É uma peça assombrosamente bela, mais triste ainda que a de Chopin, e eu me perco na beleza do lamento. De certa forma, ela reflete como eu me sinto. O profundo desejo pungente que eu tenho de conhecer esse extraordinário homem melhor, tentar e compreender sua tristeza. Cedo demais, a peça está no final.

— Porque você só toca música tão triste?

Eu sento ereta e olho para cima para ele enquanto ele encolhe os ombros em resposta para minha pergunta, sua expressão desconfiada.

— Então você só tinha seis anos quando começou a tocar? — eu pergunto.

Ele assente, seu olhar desconfiado se intensificando. Depois de um momento ele se voluntaria.

— Eu me atirei para aprender piano para agradar a minha nova mãe.

— Para caber em uma família perfeita?

— Sim, por assim dizer, — ele diz evasivamente. — Porque você está acordada? Você não precisa se recuperar dos esforços de ontem?

— São oito da manhã para mim. E eu preciso tomar minha pílula.

Ele levantou as sobrancelhas em surpresa.

— Bem lembrado, — murmurou, e eu posso dizer que ele estava impressionado. Seus lábios capricharam em um meio sorriso. — Só você começaria um tratamento específico de anticoncepcionais em um fuso horário diferente. Talvez você devesse esperar meia hora e então outra meia hora amanhã de manhã. Assim eventualmente você pode tomá-las em um tempo razoável.

— Bom plano, — eu respiro. — Então o que nós devemos fazer por meia hora? — pisco inocentemente para ele.

— Eu posso pensar em algumas coisas, — ele sorri, olhos cinzas brilhantes. Eu olho para trás impassível enquanto minhas entranhas apertam e derretem sob seu olhar conhecedor.

— Por outro lado, nós poderíamos conversar, — eu sugeri calmamente.

Ele franze a testa.

— Eu prefiro o que eu tenho em mente. — Ele me coloca em seu colo.

— Você sempre prefere fazer sexo do que conversar, — eu ri, me equilibrando segurando em seus braços.

— Verdade. Especialmente com você. — Ele fuça meu cabelo e começa uma trilha contínua de beijos da minha orelha até minha garganta. — Talvez no meu piano, — ele sussurra.

Oh meu Deus. Todo o meu corpo se aperta ao pensamento. Piano. Uau.

— Eu quero esclarecer uma coisa, — eu sussurro enquanto meu pulso começa a acelerar, e minha deusa interior fecha os olhos, deleitando-se na sensação de seus lábios em mim.

Ele pausa momentaneamente antes de continuar seu ataque sensual.

— Sempre tão ansiosa por informação, Senhorita Steele. O que precisa ser esclarecido? — ele respira contra a minha pele na base do meu pescoço, continuando seus suaves beijos gentis.

— Nós, — eu sussurro enquanto fecho os olhos.

— Humm. O que sobre nós? — ele pausa sua trilha de beijos ao longo do meu ombro.

— O contrato.

Ele levanta a cabeça para olhar para mim, uma pitada de diversão em seus olhos, e suspiros. Ele acaricia os dedos na minha bochecha.

— Bem, eu acho que o contrato ficou obsoleto, você não acha? — sua voz esta baixa e rouca, seus olhos suaves.

— Obsoleto?

— Obsoleto. — Ele sorri. Eu olho de boca aberta para ele, intrigada.

— Mas você estava tão interessado no contrato.

— Bem, isso foi antes. De qualquer forma, as regras ainda seguem de pé. — Sua expressão endureceu um pouco.

— Antes? Antes do que?

— Antes... — ele pausa e a expressão cautelosa está de volta, — Antes que houvesse “mais.” Ele encolhe os ombros.

— Oh.

— Além do mais, nós estivemos na sala de jogos duas vezes agora, e você não fugiu gritando espantada.

— Você espera que eu faça isso?

— Nada do que você faz é esperado, Anastásia, — ele diz secamente.

— Então, deixe-me ser clara. Você só quer que eu siga as regras do contrato todo o tempo, mas ignore o resto estipulado?

— Exceto na sala de jogos. Eu quero que você siga o espírito do contrato na sala de jogos, e sim, eu quero que você siga as regras, todo o tempo. Então eu sei que você estará segura, e eu serei capaz de ter você a qualquer momento que eu queira.

— E se eu quebro uma das regras?

— Então eu vou puni-la.

— Mas você não vai precisar da minha permissão?

— Sim, irei.

— E se eu digo não?

Ele me olha por um momento, com uma expressão confusa.

— Se você disser não, você vai dizer não. Eu terei que encontrar uma maneira de persuadi-la.

Eu me afasto dele e fico em pé. Preciso de alguma distância. Ele franze a testa quando eu olho para baixo para ele. Ele parece intrigado e cauteloso de novo.

— Então, o aspecto da punição permanece.

— Sim, mas só se você quebra as regras.

— Eu vou precisar relê-las, — eu digo, tentando lembrar dos detalhes.

— Eu vou buscá-las pra você. — Seu tom está de repente profissional.

Uau. Isso ficou sério tão rapidamente. Ele se levanta do piano e anda agilmente para sua sala de estudo. Meu couro cabeludo fica arrepiado. Caramba, eu preciso de um pouco de chá. O futuro do nosso então chamado relacionamento está sendo discutido as cinco e quarenta e cinco da manhã quando ele está pré-ocupado com outra coisa, isso é sábio? Eu me dirijo para a cozinha que ainda está envolta das sombras. Onde estão os interruptores? Eu os encontro, ligo-os, e despejo água em uma chaleira. Minha pílula! Eu reviro minha bolsa que deixei na mesa de café e as encontro rapidamente. Um gole, e estou pronta. No momento que eu termino, Christian está de volta, sentando em um dos bancos do bar, me observando atentamente.

— Aqui está. — Ele empurra um pedaço de papel digitado na minha direção, e eu percebo que ele mexeu em algumas coisas.

 

REGRAS

Obediência:

A Submissa irá obedecer qualquer instrução dada pelo Dominante imediatamente sem hesitação ou reserva e de uma forma eficiente. A Submissa irá concordar com qualquer atividade sexual considerada apta e prazerosa pelo Dominante exceto aquelas atividade que são indicadas em duros limites.

(Anexo A). Ela fará tão avidamente e sem hesitação.

 

Sono:

A Submissa garantirá que consiga um mínimo de oito ou sete horas de sono por noite quando ela não está com o Dominante.

 

Comida:

A Submissa comerá regularmente para manter sua saúde e bem-estar de uma lista prescritas de alimentos (Anexo 4). A Submissa não terá lanche entre as refeições, com a exceção de frutas.

 

Roupas:

Enquanto estiver com o Dominante, A Submissa apenas vestirá roupas aprovadas pelo Dominante. O Dominante irá fornecer um orçamento para roupas da Submissa, a qual a Submissa deve utilizar. O Dominante deverá acompanhar A Submissa nas compras das roupas desse caráter.

 

Exercícios:

O Dominante deverá fornecer a Submissa um treinador pessoal quatro vezes por semana em sessões de uma hora de duração em horários a ser mutuamente acordados entre o treinador e a Submissa. O treinador informará ao Dominante o progresso da Submissa.

 

Higiene Pessoal / Beleza:

A Submissa irá manter-se limpa e raspada e/ou depilada em todos os momentos. A Submissa visitará um salão de beleza de escolha do Dominante em momentos a ser decididos pelo Dominante, e passará por qualquer tratamento que o Dominante julgar conveniente.

 

Segurança Pessoal:

A Submissa não vai beber em excesso, fumar, usar drogas ilícitas ou colocar-se em qualquer perigo desnecessário.

 

Qualidades Pessoais:

A Submissa não entrará em quaisquer relações sexuais com alguém que não seja o Dominante. A Submissa se comportará respeitosa e de forma modesta em todos os momentos. Ela deve reconhecer que seu comportamento é um reflexo direto sobre o Dominante. Ela deve ser responsabilizada por quaisquer malefícios, erros cometidos e mau comportamento cometidos quando não estiver na presença do Dominante.

O não cumprimento de qualquer regra acima resultará em punição imediata, cuja natureza deverá ser determinada pelo Dominante.

 

— Então a coisa da obediência ainda está em pé?

— Oh, sim. — Ele sorri.

Eu balanço a cabeça divertida, e antes que eu perceba, desvio meu olhar do dele.

— Você acabou de revirar os olhos para mim, Anastásia? — ele respira.

Oh porra.

— Possivelmente, depende de qual é a sua reação.

— O mesmo de sempre, — ele diz, balança a cabeça ligeiramente, seus olhos abertos com excitação.

Eu engulo instintivamente e um arrepio de satisfação corre através de mim.

— Então... — Puta merda. O que eu vou fazer?

— Sim? — ele lambe o lábio inferior.

— Você quer me espancar agora.

— Sim. E eu farei.

— Oh, mesmo, Senhor Grey? — eu desafio, sorrindo de volta para ele. Dois podem jogar esse jogo.

— Você vai me impedir?

— Você vai ter que me pegar primeiro.

Seus olhos se arregalam em uma fração de segundo, e ele sorri, lentamente ficando em pé.

— Oh, mesmo, Senhorita Steele?

A mesa de café está entre nós. Eu nunca estive tão grata pela sua existência do que nesse momento.

— E você está mordendo o lábio, — ele respira, se movendo lentamente para sua esquerda quando eu me movo para a minha.

— Você não faria, — eu provoco. — Afinal, você desvia seu olhar também. — Eu tento argumentar com ele. Ele continua a se mover em direção a sua esquerda, assim como eu.

— Sim, mas com esse joginho você acaba de subir o nível de excitação. — Seus olhos incendeiam, e antecipação selvagem emana dele.

— Eu sou bastante rápida, você sabe. — Eu tento com indiferença.

— Eu também.

Ele está me perseguindo, em sua própria cozinha.

— Você vai vir sem resistir? — ele pergunta.

— Alguma vez eu já fui?

— Senhorita Steele, o que você quer dizer? — ele sorri. — Será pior para você se eu tiver que ir e pegá-la.

— Isso apenas se você me pegar, Christian. E nesse momento, eu não tenho nenhuma intenção de deixá-lo me pegar.

— Anastásia, você pode cair e se machucar. O que a colocará em violação direta a regra número sete.

— Desde que te conheci Senhor Grey, estou em perigo permanente, com regras ou sem.

— Sim você esta. — Ele pausa, e sua testa enruga ligeiramente.

De repente, ele dá o bote em mim, me fazendo gritar e correr para a mesa de jantar. Eu consigo escapar, colocando a mesa entre nós. Meu coração está martelando e a adrenalina disparou pelo meu corpo... cara... isso é tão excitante. Eu sou uma criança de novo, embora isso não esteja certo. Eu o observo cuidadosamente, enquanto ele caminha deliberadamente em minha direção. Eu dou uns centímetros de distância.

— Você certamente sabe como distrair um homem, Anastásia.

— Nosso objetivo é agradar, Senhor Grey. Distraí-lo do que?

— Vida. O universo. — Ele balança a mão vagamente.

— Você realmente parecia muito preocupado enquanto estava tocando.

Ele para e cruza os braços, sua expressão divertida.

— Nós podemos fazer isso durante o dia todo, querida, mas eu vou pegá-la, e só será pior para você quando eu fizer.

— Não, você não vai. — Eu não devo ser excessivamente confiante. Eu repito isso como um mantra. Meu subconsciente vestiu seu Nike, e ele está sobre os tacos de partida.

— Qualquer um poderia pensar que você não quer que eu te pegue.

— Eu não quero. Esse é o ponto. Para mim o castigo é como o toque para ti.

Toda a sua atitude muda em um segundo. Foi-se o Christian brincalhão, e ele fica me olhando como se eu tivesse lhe dado um tapa. Ele está pálido.

— É assim que você se sente? — ele sussurra.

Aquelas cinco palavras, e a forma como ele as pronuncia, me falam muito. Ah não. Elas me dizem muito mais sobre ele e como ele sente. Elas me dizem sobre seu medo e ódio. Eu franzo a testa.

Não, eu não me sinto assim tão mal. De jeito nenhum. Eu sinto?

— Não, não me afeta tanto quanto isso, mas isso te dá uma ideia, — eu murmuro, olhando ansiosamente para ele.

— Ah, — ele diz.

Merda. Ele parece completa e totalmente perdido, como se eu tivesse puxado o tapete debaixo dos seus pés.

Tomando uma respiração profunda, eu me movo ao redor da mesa até que estou em pé na frente dele, olhando para seus olhos apreensivos.

— Você odeia isso tanto assim? — ele respira, seus olhos cheios com horror.

— Bem... não, — eu o tranquilizo. Caramba – é assim que ele se sente sobre as pessoas o tocarem?

— Não. Eu me sinto ambígua sobre isso. Eu não gosto, mas não odeio.

— Mas na noite passada, na sala de jogos, você... — ele diminuiu.

— Eu faço isso para você, Christian, porque você precisa disso. Eu não. Você não me machucou na noite passada. Aquilo foi em um contexto diferente, e eu posso racionalizar aquilo internamente, e eu confio em você. Mas quando você quer me punir, eu me preocupo se você vai me machucar.

Seus olhos cinzentos brilham como uma tempestade turbulenta. O tempo passa, e se expande e esvai antes dele responder em voz baixa.

— Eu quero machucar você. Mas não quero provocar uma dor maior que não seja capaz de suportar.

Porra!

— Por quê?

Ele passa a mão pelo cabelo, e encolhe os ombros.

— Eu apenas preciso disso. — Ele pausa, me olhando com angústia, e fecha os olhos e balança a cabeça. — Eu não posso dizer a você, o porque — ele sussurra.

— Não pode ou não vai?

— Não vou.

— Então você sabe o por que.

— Sim.

— Mas você não vai me dizer.

— Se eu digo, você irá sair correndo gritando dessa sala, e nunca vai querer retornar. — Ele me olha com cautela. — Eu não posso correr esse risco, Anastásia.

— Você quer que eu fique.

— Mais do que você pode imaginar. Eu não suportaria perder você.

Oh meu Deus.

Ele olha para baixo para mim, e repentinamente, me puxa para seus braços e está me beijando, beijando-me apaixonadamente. Isso me pega completamente de surpresa, e eu sinto seu pânico e necessidade desesperada em seu beijo.

— Não me deixe. Você me disse em sonhos que nuca me deixaria, e implorou para eu não deixá-la, — ele murmura contra meus lábios.

Oh... minhas confissões noturnas.

— Eu não quero ir. — E me coração fica apertado, como se ficasse do avesso.

Esse é um homem com necessidade. Seu medo é nu e óbvio, mas ele está perdido... em algum lugar em sua escuridão. Seus olhos arregalados, desolados e torturados. Eu posso acalmá-lo. Acompanho-o brevemente na escuridão para trazê-lo para a luz.

— Me mostra, — eu sussurro.

— Mostrar a você?

— Me mostre o quanto isso pode machucar.

— O que?

— Me punir. Eu quero sabe o quão ruim isso pode ficar.

Christian dá um passo para longe de mim, completamente confuso.

— Você tentaria?

— Sim. Eu disse que faria. — Mas eu tenho uma segunda intenção. Se eu faço isso por ele, talvez ele me deixasse tocá-lo.

Ele pisca para mim.

— Ana, você é tão confusa.

— Estou confusa demais. Estou tentando trabalhar nisso. E você e eu vamos saber, de uma vez por todas, se eu posso fazer isso. Se eu posso lidar com isso, então talvez você... — minha palavras me faltaram, e ele me olha espantado. Ele sabe que estou me referindo à coisa do toque. Por um momento, ele parece consternado, mas de repente seu rosto ganha um ar de determinação, e ele aperta os olhos, olhando para mim especulativamente como se ponderasse as alternativas.

Abruptamente, ele agarra meu braço em um aperto firme e se vira, me tirando da sala grande, para cima dos degraus, e para a sala de jogos. Prazer e dor, recompensa e castigo, as palavras dele de há muito tempo ecoam em minha mente.

— Eu vou mostrar a você o quão ruim pode ser, e você pode decidir o que fazer. — Ele pausa na porta. —Você está pronta para isso?

Eu balanço a cabeça, decidida, me sinto um pouco tonta e fraca enquanto fico pálida. Ele abre a porta, e ainda apertando meu braço, agarra o que parece ser um cinto da prateleira ao lado da porta, então me leva até o banco de couro vermelho no canto afastado do quarto.

— Se dobre sobre o banco, — ele murmura baixinho.

Ok. Eu posso fazer isso. Eu me dobro sobre o couro liso e macio. Ele me deixou com o roupão. Em uma parte tranquila do meu cérebro, estou vagamente surpresa que ele não tenha me feito tirá-lo. Puta merda isso vai doer... eu sei. Meu subconsciente desmaiou, e minha deusa interior está se esforçando para parecer corajosa.

— Nós estamos aqui porque você disse sim, Anastásia. E você correu de mim. Eu vou bater em você seis vezes, e você vai contar comigo.

Porque diabos ele apenas não vai em frente? Ele sempre faz uma boa refeição para me punir. Eu reviro meus olhos, sabendo muito bem que ele não pode me ver.

Ele levanta a barra do meu roupão, e por alguma razão, isso parece mais íntimo do que estando nua. Ele acaricia gentilmente meu traseiro, correndo sua mão quente pelas duas nádegas e então para o alto das minhas coxas.

— Estou fazendo isso para que se recorde de não correr de mim, por mais excitante que isso seja, eu não quero que você corra de mim, — ele sussurra.

Sou consciente da ironia. Eu estava correndo para evitar isso. Se ele tivesse aberto seus braços, eu teria corrido para ele, e não para longe dele.

— E você afastou seu olhar de mim. Você sabe como eu me sinto sobre isso. — De repente, se foi aquele medo irritado e nervoso em sua voz. Ele está de volta de onde quer que ele tenha estado. Eu ouço isso eu seu tom, na forma como ele coloca seus dedos nas minhas costas, me segurando e a atmosfera muda no quarto.

Eu fecho meus olhos, preparando-me para o golpe. Ele vem duro, estapeando toda a minha parte traseira, e a batida do cinto é tudo o que eu temia. Eu grito alto involuntariamente, e respiro profundamente.

— Conte, Anastásia! — ele ordena.

— Um! — eu grito com ele, e soa como um palavrão.

Ele me bate de novo, e a dor pulsa e ecoa ao longo da cintura. Caralho... isso dói.

— Dois! — eu grito. É tão bom gritar.

A respiração dele está irregular e áspera. Considerando que a minha é quase inexistente, enquanto eu busco desesperadamente em minha psique alguma força interna. O cinto atravessa minha carne novamente.

— Três! — Lágrimas indesejáveis surgem nos meus olhos. Caramba, isso é mais duro do que pensei, muito mais duro do que a surra. Ele não está maneirando em nada.

— Quatro! — eu grito quando o cinto me açoita novamente, e agora as lágrimas estão escorrendo pelo meu rosto. Eu não quero chorar. Irrita-me que eu esteja chorando. Ele me bate de novo.

— Cinco. — Minha voz é mais um soluço, embargado e sufocado, e nesse momento, eu acho que o odeio. Mais um. Eu posso fazer mais um. Minhas costas parecem estar em fogo.

— Seis, — eu sussurro enquanto a dor escaldante corta através de mim novamente, e eu o ouço derrubar o cinto atrás de mim, e ele está me puxando para seus braços, sem fôlego e compassivo... e eu não quero nada dele.

— Deixe-me ir... não... — e eu me encontro lutando para fora de seu alcance, empurrando-o para longe. Lutando contra ele.

— Não me toque! — Eu digo enfurecida.

Eu me endireito e olho para ele, e ele está me observando como se eu pudesse estar louca, seus olhos cinzentos largos, confusos. Eu jogo as lágrimas com raiva para fora dos meus olhos com as costas das minhas mãos, olhando para ele.

— Isso é o que você realmente gosta? Eu, assim? — eu uso a manga do roupão para enxugar meu nariz. Ele me olha com cautela.

— Bem, você é um fodido filho da puta.

— Ana, — ele implora, chocado.

— Não se atreva a me chamar de Ana! Você precisa resolver essa merda, Grey! — e com isso, eu me viro com firmeza, e saio da sala de jogos, fechando a porta silenciosamente atrás de mim.

Eu aperto a maçaneta da porta atrás de mim e brevemente me encosto contra a porta. Onde ir? Eu corro? Fico? Estou tão brava, lágrimas correm pelo meu rosto, e eu as limpo com raiva. Eu só quero me enrolar. Enrolar-me e me recuperar de alguma forma. Curar a minha fé abalada. Como eu pude ter sido tão estúpida? Claro que isso dói.

Timidamente, eu esfrego o meu traseiro. Aah! Está ferido. Para onde ir? Não o quarto dele. Meu quarto, ou o quarto que seria meu, não, é meu... era meu. É por isso que ele queria que eu o mantivesse. Ele sabia que eu precisaria de distância dele.

Eu me lancei rigidamente naquela direção, consciente de que Christian pode me seguir. Ainda está escuro no quarto, a madrugada apenas um sussurro no horizonte. Eu subo desajeitadamente na cama, tomando cuidado para não sentar no meu traseiro dolorido e sensível. Eu mantenho o roupão, enrolando-o ao meu redor, e me enrolo em uma bola e realmente deixo ir, soluçando duro em meu travesseiro.

No que eu estava pensando? Porque eu o deixei fazer aquilo comigo? Eu queria a escuridão, para explorar o quão ruim ela poderia ser, mas é muito escuro para mim. Eu não posso fazer isso. Sim, é isso o que ele quer, é isso que o excita de verdade.

Isso sim é um despertar de verdade, e que jeito... E para ser justa com ele, ele me avisou e avisou, uma e outra vez. Ele não é normal. Ele tem necessidade que eu não posso cumprir. Percebo isso agora.

Eu não quero que ele me bata assim novamente, nunca mais. Eu penso nas duas vezes que ele me bateu, e o quão suave ele foi comigo em comparação a isso. Isso é o suficiente para ele? Eu soluço mais duro no travesseiro. Eu vou perdê-lo. Ele não vai querer ficar comigo se eu não posso dar isso a ele.

Porque, porque, porque eu me apaixonei pelas Cinquenta Sombras? Por que? Porque eu não posso amar o José, ou Paul, ou Clayton, ou alguém como eu?

Oh, seu olhar desesperado quando eu saí. Eu fui tão cruel, estava tão chocada com a selvageria... ele vai me perdoar... eu vou perdoá-lo? Meus pensamentos estão todos descontrolados e desordenados, ecoando e quicando no interior do meu crânio. Meu subconsciente está balançando a cabeça tristemente, e minha deusa interior não está em nenhum lugar para ser vista.

Oh, essa é uma manhã escura da alma para mim. Estou tão sozinha. Eu quero a minha mãe. Eu me lembro das suas palavras de despedida no aeroporto, Siga o seu coração, querida, e por favor, por favor, tente não pensar demais sobre as coisas. Relaxe e aproveite. Você é tão jovem querida, você tem tanto para experimentar, apenas deixe acontecer.

Você merece o melhor de tudo.

Eu realmente segui meu coração, e eu tenho uma bunda dolorida e um espírito angustiado e quebrado para mostrar. Eu tenho que ir. É isso... eu tenho que ir embora. Ele não é bom para mim, e eu não sou boa para ele.    Como nós podemos possivelmente fazer isso funcionar? E o pensamento de não vê-lo novamente praticamente me sufoca... meu Cinquenta Sombras.

Eu ouço a porta abrir. Oh no – ele está aqui. Ele coloca alguma coisa no criado mudo, e a cama muda embaixo do seu peso quando ele sobe atrás de mim.

— Silêncio, — ele respira, e eu quero me afastar dele, me mover para o outro lado da cama, mas eu estou paralisada. Eu não posso me mover e me deito rigidamente, não cedendo nem um pouco.

— Não brigue comigo, Ana, por favor, — ele sussurra. Gentilmente, ele me puxa para seus braços, enterrando o nariz no meu cabelo, beijando meu pescoço.

— Não me odeie, — ele respira suavemente contra a minha pele, sua voz dolorosamente triste. Meu coração aperta de novo e libera uma nova onda de choro e soluços silenciosos.

Ele continua me beijando suavemente, com ternura, mas eu permaneço distante e desconfiada.

Ficamos deitados juntos assim, sem diz qualquer coisa por muito tempo. Ele apenas me segura, e muito gradativamente, eu relaxo e paro de chorar. O amanhecer vai e vem, e a luz suave fica mais brilhante conforme a manhã se move, e ainda nós deitamos quietamente.

— Eu trouxe para você um pouco de Advil e creme de arnica, — ele diz depois de muito tempo.

Eu me viro muito lentamente em seus braços então eu posso encará-lo. Estou descansando minha cabeça em seu braço. Seus olhos estão um cinza de pedra e protegidos.

Eu olho para seu rosto lindo. Ele não está mostrando nada, mas ele mantêm seus olhos nos meus, mal piscando. Oh, ele é tão incrivelmente lindo. Em tão pouco tempo, ele se tornou tão, tão querido para mim. Esticando minha mão, eu acaricio sua bochecha e corro a ponta dos dedos por sua barba. Ele fecha os olhos e exala levemente.

— Desculpe, — eu sussurro.

Ele abre os olhos e me olha intrigado.

— Pelo o que?

— Pelo o que eu disse.

— Você não me disse nada que eu não soubesse. — E seus olhos suavizam com alívio. — Desculpe-me, eu machuquei você.

Eu dou os ombro.

— Eu pedi por isso. — E agora eu sei. Eu engulo. Aqui vai. Eu preciso dizer o que sinto. — Eu não acho que posso ser tudo o que você quer que eu seja, — eu sussurro. Seus olhos se arregalam um pouco, e ele pisca, sua expressão temerosa retornando.

— Você é tudo o que eu quero que seja.

O que?

— Eu não entendo. Eu não sou obediente, e você pode estar certo como o inferno que eu não vou deixar você fazer aquilo comigo de novo. E é isso o que você precisa, você me disse.

Ele fecha os olhos novamente, e eu posso ver uma infinidade de emoções cruzar seu rosto. Quando ele os reabre, sua expressão está desolada.

Oh não.

— Você está certa. Eu deveria deixar você ir. Eu não sou bom para você.

Meu couro cabeludo se arrepia quando cada fio de cabelo em meu corpo está atento, e meu mundo desaba, deixando um amplo abismo aberto para eu cair dentro.

Oh no.

— Eu não quero ir, — eu sussurro. Foda-se, é isso. Pagar ou jogar. As lágrimas nadam em meus olhos mais uma vez.

— Eu não quero você vá também, — ele sussurra, sua voz crua. Ele estica a mão e gentilmente acaricia meu rosto e enxuga uma lágrima caindo com o polegar.

— Eu vim para a vida desde que conheci você. — Seu polegar traça o contorno do meu lábio inferior.

— Eu também, — eu sussurro, — Eu me apaixonei por você, Christian.

Seus olhos arregalam novamente, mas dessa vez, com medo puro e indissolúvel.

— Não, — ele respira como se eu o tivesse socado e tivesse deixado-o sem ar.

Oh não.

— Você não pode me amar, Ana. Não... isso é errado. — Ele está horrorizado.

— Errado? Porque é errado?

— Bem, olhe para você. Eu não posso fazê-la feliz. — Sua voz está angustiada.

— Mas você me faz feliz. — Eu franzo a testa.

— -Não nesse momento, não fazendo o que eu quero fazer.

Puta merda. É realmente isso. Isso é o que ferve para baixo, incompatibilidade, e todas aquelas pobres legendas veem a mente.

— Nós nunca conseguiremos superar isso, não é? — eu sussurro, meu couro cabeludo pinicando com medo.

Ele balança a cabeça tristemente. Eu fecho os olhos. Não suporto olhar para ele.

— Bem... é melhor eu ir, então, — eu murmuro, estremecendo quando me sento.

— Não, não vá. — Ele soa em pânico.

— Não há nenhuma razão para eu ficar. — De repente, eu me sinto cansada, realmente muito cansada, e eu quero ir agora. Eu saio da cama, e Christian me segue.

— Eu vou me vestir. Gostaria de um pouco de privacidade, — eu digo, minha voz plana e vazia enquanto o deixo em pé no quarto.

Dirigindo-me para o andar de baixo, eu olho para a sala grande, pensando em como apenas algumas horas antes eu tinha descansado minha cabeça no ombro dele enquanto ele tocava o piano. Tanta coisa tinha acontecido desde então.

Eu tive meus olhos abertos e vislumbrei a extensão da sua depravação, e agora eu sei que ele não é capaz de amar, de dar e receber amor. Meus piores medos tinham sido realizados. E estranhamente, é muito libertador.

A dor é tanta que eu recuso tomar conhecimento disso. Eu me sinto entorpecida. Eu de alguma forma escapei do meu corpo e sou agora uma observadora casual do desenrolar dessa tragédia. Eu me banho rápida e metodicamente, pensando somente em cada segundo na minha frente. Agora aperte o frasco para lavar o corpo. Coloque o frasco de volta na prateleira. Esfregue a bucha no rosto, no corpo... indo, todas as ações simples e metódicas, exigindo simples pensamentos mecânicos.

Eu termino meu banho, e como eu não lavei meu cabelo, eu posso me secar rapidamente. Eu me visto no banheiro, tirando o jeans e camiseta da minha mala pequena. Minha calça jeans irrita meu traseiro, mas francamente, é uma dor que eu dou boas-vindas como distrai minha mente do que está acontecendo com o meu estilhaçado e quebrado coração.

Eu me curvo para fechar a mala, e a sacola contendo o presente para Christian me chama a atenção, um kit de modelagem de Blahnik L23 planador, algo para ele construir. As lágrimas ameaçam. Oh não... tempos mais felizes, quando havia esperança de mais. Eu a tiro da bolsa, sabendo que eu preciso dar isso a ele.

Rapidamente, um rasgo um pedaço de papel do meu caderno, rabiscando apressadamente uma nota para ele, e a deixo no topo da caixa.

 

Lembrança de um tempo feliz.

Obrigada.

Ana

Eu me olho no espelho. Um assombrado fantasma pálido me olha de volta. Eu escovo meu cabelo em um rabo de cavalo e ignoro como as minhas pálpebras estão inchadas de chorar. Meu subconsciente concorda em aprovação. Mesmo ela sabe que não deve ser sarcástica agora. Eu não posso acreditar que meu mundo está desmoronando ao meu redor em uma pilha de cinzas estéreis, todas as minhas esperanças e sonhos cruelmente frustradas. Não, não pense sobre isso. Não agora, não ainda. Respirando fundo, eu pego minha bolsa, e depois de colocar o kit planador e minha nota em seu travesseiro, eu me dirijo para a grande sala.

Christian está no telefone. Ele está vestido com calças pretas e camiseta. Seus pés descalços.

— Ele disse o que! — ele grita, me fazendo pular. — Bem, ele poderia ter nos dito a porra da verdade. Qual é o número dele, eu preciso ligar para ele... caralho, isso está realmente fodido. — Ele olha para cima e não tira seus olhos escuros e taciturnos de mim. — Encontre-a, — ele estala e pressiona o telefone.

Eu ando até o sofá e pego minha mochila, fazendo o meu melhor para ignorá-lo. Eu tiro o Mac para fora e ando de volta em direção a cozinha, colocando-o cuidadosamente na mesa do bar, junto com o BlackBerry e a chave do carro. Quando eu me viro para encará-lo, ele está me olhando, estupefato, com horror.

— Eu preciso do dinheiro que Taylor deu pelo meu fusca. — Minha voz está clara e calma, desprovida de emoção... extraordinário.

— Ana, eu não quero essas coisas, elas são suas, — ele diz incrédulo. —Por favor, leve-as.

— Não Christian, eu só as aceitei sob resignação, e eu não as quero mais.

— Ana, seja razoável, — ele me censura, mesmo agora.

— Eu não quero nada que me lembre de você. Eu só preciso do dinheiro que Taylor deu pelo meu carro. — Minha voz está muito monótona.

Ele suspira.

— Você esta realmente tentando me ferir?

— Não. — Eu franzo a testa olhando para ele. Claro que não... eu amo você. — Eu não estou. Estou tentando me proteger, — eu sussurro. Porque você não me quer da forma que eu quero você.

— Por favor, Ana, leve essas coisas.

— Christian, eu não quero brigar, eu só preciso do dinheiro.

Ele aperta os olhos, mas eu não estou mais intimidada por ele. Bem, só um pouco. Eu olho impassivelmente de volta, sem piscar ou recuar.

— Você vai levar um cheque? — ele diz acidamente.

— Sim. Eu acho está bom.

Ele não sorri, ele só se vira e anda em direção a sua sala de estudos. Eu dou uma última olhada prolongada ao redor de seu apartamento, para as artes nas paredes, todas abstratas, serenas, legais... frias, mesmo. Encaixadas, eu penso distraidamente. Meus olhos desviam para o piano.

Caramba, se eu tivesse mantido a minha boca fechada, nós teríamos feito amor no piano. Não, fodido, nós teríamos fodido no piano.

Bem, eu teria feito amor. O pensamento fica pesado e triste em minha mente. Ele nunca fez amor comigo, fez? Sempre foi uma foda para ele.

Christian retorna e me entrega um envelope.

— Taylor pagou um bom preço. É um carro clássico. Você pode perguntar para ele. Ele levará você para casa.

Ele acena na direção sobre meu ombro. Eu me viro, e Taylor está parado na porta, vestindo seu terno, tão impecável como sempre.

— Está tudo bem, eu posso ir sozinha para casa, obrigada.

Eu me viro para olhar para Christian, e eu vejo a fúria mal contida em seus olhos.

— Você vai me desafiar a cada momento?

— Porque mudar um hábito de uma vida? — me desculpo com um pequeno encolher de ombros.

Ele fecha seus olhos com frustração e corre a mão pelo cabelo.

— Por favor, Ana, deixe Taylor levar você para casa.

— Eu vou pegar o carro, Senhorita Steele, — Taylor anuncia autoritariamente. Christian acena para ele, e quando eu olho ao redor, Taylor tinha ido.

Eu me viro de volta para encarar Christian. Nós estamos a quatro metros de distância. Ele dá um passo para frente, e instintivamente eu dou um passo para trás. Ele para, e a angústia em sua expressão é palpável, seus olhos cinza, queimando.

— Eu não quero que você vá, — ele murmura, sua voz cheia de saudade.

— Eu não posso ficar. Eu sei o que quero e você não pode me dar isso, e eu não posso dar a você o que você precisa.

Ele dá um outro passo a frente, e eu levanto minhas mãos.

— Não, por favor. — Eu recuo dele. De jeito nenhum eu posso tolerar seu toque agora, me mataria.

— Eu não posso fazer isso.

Agarrando a minha mala e minha mochila, eu me dirijo para o corredor de entrada. Ele me segue, mantendo uma distância cautelosa. Ele pressiona o botão do elevador, e a porta abre. Eu entro.

— Adeus, Christian, — eu murmuro.

— Ana, adeus, — ele diz suavemente, e ele parece completamente, totalmente quebrado, um homem em uma dor agonizante, refletindo como eu me sinto por dentro. Eu desvio o meu olhar para longe dele antes que eu mude de ideia e tente confortá-lo.

As portas do elevador fecham, e me leva rapidamente para o térreo e para o meu inferno pessoal.

Taylor segura à porta aberta para mim, e eu entro no banco traseiro do carro. Eu evito contato visual. Constrangimento e vergonha me lavam. Eu sou um completo fracasso. Eu tinha a esperança de arrastar meu Cinquenta Sombras para a luz, mas provou ser uma tarefa além das minhas pobres habilidades. Desesperadamente, eu tento manter as emoções depositadas em um compartimento. Quando no dirigimos em direção a 4th Avenida, eu olho fixamente para fora da janela, e a enormidade do que eu tinha feito lentamente me lava. Merda, eu o deixei. O único homem que eu amei. O único homem com quem eu já dormi.

Eu suspiro e as barragens estouram. As lágrimas escorrem espontaneamente e indesejáveis pelas minhas bochechas, e eu as enxugo apressadamente com meus dedos, lutando com a minha mala pelos meus óculos de sol. Quando nós paramos em algum semáforo, Taylor segura um lenço de linho para mim. Ele não diz nada e não olha na minha direção, e eu tomo isso com gratidão.

— Obrigada, — eu resmungo, e esse pequeno ato discreto de bondade é a minha ruína. Eu sento de volta no assento luxuoso de couro e choro.

O apartamento está dolorosamente vazio e desconhecido. Eu não vivi aqui por tempo suficiente para me sentir como em casa. Eu me dirijo diretamente para meu quarto, e lá, pendurado frouxamente no final da minha cama, está um balão de helicóptero muito triste e murcho. Charlie Tango, parecendo e sentindo exatamente como eu. Eu o agarro com raiva e tiro da minha cama, tirando a gravata e abrançando-o. Oh, o que eu fiz?

Eu caio na minha cama, de sapato e tudo, e uivo. A dor é indescritível... física, mental... metafísica... está por toda parte, penetrando na medula óssea. Luto.

Isso é luto, e eu o trouxe para mim. Bem no fundo, um pensamento desagradável e sem ser solicitado vem da minha deusa interior, seu lábio enrolado com um rosnado... a dor física da mordida de um cinto não é nada, nada comparado com essa devastação. Eu me enrolo, desesperadamente agarrando o balão de alumínio e o lenço de Taylor, e me entrego a minha dor.

 

 

[1] In Vino Veritas - No vinho está a verdade, afirmavam os antigos romanos. Com isso eles queriam dizer que a embriaguez soltava a língua e fazia a verdade vir á tona.

[2] analgésicos

[3] O Boeing 747 é um avião wide-body comercial e aviões de transporte de carga

[4] The Stepford Wives (Mulheres Perfeitas ou As Possuídas, disponível no mercado literário brasileiro com ambos os títulos) é um romance de 1972 escrito por Ira Levin, baseados no qual foram lançados dois filmes homônimos: em 1975 e em 2004.

[5] Edvard Munch  foi um pintor norueguês, um dos precursores do expressionismo alemão.  O Grito (no original Skrik) é uma série de quatro pinturas, a mais célebre das quais datada de 1893.

[6] Na Inglaterra de 1848, um grupo de jovens artistas forma uma irmandade chamada “Os Pré-Rafaelitas”. Um importante movimento artístico que mudou os rumos da estética da arte, em uma época que os artistas tinham voz, coragem e, sobretudo, ideal. Estes artistas eram jovens destemidos que lutaram pelo que acreditavam ser a forma ideal de se fazer arte.

[7] Um cosmopolita, ou informalmente cosmo, é um cocktail feito com vodka, , suco de cranberry e suco de limão espremido ou suco de limão adoçado.

[8] Um chaise longue é um sofá estofados na forma de uma cadeira. Às vezes, é escrito incorretamente como "espreguiçadeira".

[9] Um gin incomum e selecionado com produção limitada, combinado com pepino é a combinação perfeita.

[10] Bombay Sapphire é uma marca de gin distribuído pela Bacardi que foi lançado em 1987.

[11] Yucca é um género de arbustos e árvores perenes da família Asparagaceae, subfamília Agavoideae. http://en.wikipedia.org/wiki/Yucca

[12] O Piano (em inglês The Piano) é um filme áustralo-franco-neozelandês de 1993, do gênero drama e escrito e dirigido pela neozelandesa Jane Campion.

[13] Frédéric François Chopin foi um pianista francês nascido a Polonia e compositor para piano da era romântica. É amplamente conhecido como um dos maiores compositores para piano e um dos pianistas mais importantes da história.

 

                                                                                E. L. James  

 

 

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