Del Rey Delgado – o rebelde das Castas conhecido como O Fantasma Coiote — conheceu Anya Krobin quando ela tinha apenas dezesseis anos. Durante seis anos, eles uniram forças para libertar um grupo de mulheres das Castas dos Coiotes que permaneciam encerradas no laboratório do pai de Anya. E enquanto Anya crescia e se transformava em mulher, Del Rey e ela aproximaram-se cada vez mais... até o dia em que ele quebrou sua promessa e atirou no pai dela.
Ele sabia que iria traí-la. Soube olhando-a nos olhos quando a conheceu.
Furiosa por essa traição, Anya descobre o desejo animal, fenômeno do emparelhamento, uma emoção que consome corpo e alma. E embora Del Rey também sofra com a mesma intensidade, Anya não sabe se consegue perdoá-lo e voltar a confiar nele. Mas continuam a luta para salvar as Castas, com a dúvida se sobreviveriam juntos.
Del Rey Delgado, o Fantasma Coiote, era o chefe alfa de uma equipe de vinte e oito soldados mercenários que se reuniram a seu redor de diversas partes das filas do Conselho.
Castas Coiote que havia resgatado. Homens que ele mesmo formara, endurecidos soldados de olhos frios, que o mundo subterrâneo conhecia apenas como Team Zero, a força de mercenários dispostos a assumir as missões mais suicidas.
Resgataram herdeiras, assassinaram déspotas e se colocaram como garantia de alguns dos maiores líderes no mundo. Homens que não sabiam que se tentava uma força obscura que fora criada em vez de nascer.
Algumas vezes, protegeram também aos membros do Conselho. Por algum tempo, o tempo suficiente para obter a informação que necessitavam e manter sua reputação intacta. Os dirigentes sempre morriam uma vez recebido o pagamento.
Como Del Rey disse a seus homens, a vingança se executa depois das faturas, e para apoiar aos planos tinham uma quantidade excessiva de dinheiro.
Planos tais como o resgate de outros coiotes que encontraram uma forma de contato com a força da sombra de Del Rey.
Agora, olhava dentro de atraentes olhos azuis e se perguntava se talvez o Conselho de Genética realmente não houvesse criado um ser sem alma quando o criou. Porque enquanto ele olhava a jovem mulher-menina nos olhos, sabia que acabaria traindo-a.
Dezesseis anos e tão formosa como o amanhecer. O longo cabelo vermelho brilhante fluía sobre seu ombro em uma trança de seda, quando ela entrou em um dos mais sujos e ruins bares na Rússia.
Maldição, realmente ela tinha coragem para vir aqui.
Um sopro de ar fresco, uma frágil chama de inocência entre os homens mais corruptos.
Ele golpeou suavemente as unhas contra o balcão como sinal para seu segundo comando, Brimstone, e olhou para a porta como se toda a sala estivesse tranqüila.
Embora cinco anos mais velho, tinha instinto suficiente para fugir desta situação. Mas esta garota não fugia. Levantou o queixo, entrou no estabelecimento e caminhou através da sala.
Ela estava à espera que uma violação em grupo acontecesse aqui. Filho da puta.
Ele fez sinal a seus homens e viu como saiam de suas mesas, dos cantos da sala escura, e se aproximavam dela, rodeando-a, enquanto Del Rey e Brim se moveram para a sala de trás que tinham selecionado para esta primeira reunião.
Quando ela empurrou a porta, ele estava esperando sentado na ponta da pequena mesa, uma perna no chão e balançando preguiçosamente a outra enquanto a olhava. Olhos arredondados, lábios separados de cor rosa, sua respiração dura. E um toque de medo nos olhos.
Ela devia ter conhecido o medo muito antes de fazer isto.
Usando o pé, ele empurrou a única cadeira para ela.
— Sente-se — ele grunhiu, deixando deliberadamente o animal retumbar em sua voz.
Mas ela correu?
Ela não correu. Andou lentamente para a cadeira, sentou-se e deu um sorriso frágil.
— Del Rey — sussurrou ela.
— É espanhol, já sabe, como o rei.
Suas sobrancelhas se arquearam. Era um rei em todos os sentidos, e por muitos anos traído e sofrido. Não tinha intenção de seguir os passos de seus antepassados genéticos.
Inclinando-se para frente, colocou seu cotovelo sobre o joelho e deixou correr lentamente seu olhar sobre ela. Muito lentamente. Olhando suas frágeis, jovens e femininas características. Uma maldita menina.
Diabos, aquele laboratório siberiano era verdadeiramente atroz, ou depravado, para enviar a uma menina.
— Vou matá-la antes de sair daqui — ele sussurrou, vendo seu sorriso vacilar.
— Matar-me? — Ela lambeu seus lábios nervosamente e olhou para trás com um toque de cautela. — Você me prometeu que eu estaria segura.
— E você acreditou? — Um sorriso tênue marcou seus lábios. — Você é uma tola?
— Mas você nunca quebra suas promessas. — Ela piscou com tal inocência, que ele quase riu.
Ele simplesmente arqueou sua sobrancelha, em uma advertência de que talvez sua informação não fosse totalmente exata.
Ela olhou suas mãos, enlaçou seus dedos, e levantou seu olhar uma vez mais.
— Há cinco mulheres no laboratório onde meu pai é oficial de segurança — Ela apertou seu lábio com preocupação antes de continuar. — Eles disseram que lhe enviaram uma mensagem, e você jurou que não maltrataria o contato enviado.
Inclinou a cabeça enquanto estreitava seus olhos.
— Não há mulheres Coiotes.
— Há cinco — disse ela.
— Sharone, contatou-se com você. Era ela que lhe enviava os correios eletrônicos seguros. Há outras quatro. As gêmeas, Emma e Ashley. Duas mais jovens, Marcy e Chanda. São as bebês do grupo.
Ele a olhava agora com curiosidade.
— Onde estão os machos de seu grupo? Os coiotes não deixam que as mulheres falem por eles, menina.
Ela engoliu de modo nervoso.
— Os machos são fortemente guardados.
— E os cientistas, eles gostam muito. Sou uma das poucas mulheres nos laboratórios a reunir-se com eles.
— Que interessante. — Ela estava mentindo, não havia outra opção.
Inferno, matar meninas é um dos poucos pecados que não tinha cometido em sua vida, mas esta menina conhecia seu rosto. Não podia correr o risco de ser identificado.
— Sharone disse que você as salvaria — ela o olhava de novo, seus olhos azuis obscurecidos e mais preocupados agora, havendo até um toque de raiva naquelas formosas profundidades. — Sabe os riscos que corremos para contatá-lo? Para vir a esta reunião?
Sim, isso era definitivamente ira. Ele a olhava francamente assombrado. Mesmo seus homens evitavam lhe falar de tal maneira. Certamente nenhum se atreveu, quando ele chegara à maturidade. Talvez inclusive antes.
— Arriscou-se muito — ele reconheceu. — Entretanto, eu avisei no e-mail que mataria a qualquer um que tentasse me enganar. Quem a meteu nesta trama, menina, terminou com sua vida.
Ela mostrou medo? Não.
Em vez disso, pouco a pouco, ela abriu sua jaqueta e retirou do interior várias fotos. Suas mãos estavam tremendo, quando as entregou. Seu rosto estava pálido, mas seus olhos ainda estavam cheios de ira.
Ele olhou as fotos, erguendo sua sobrancelha vendo as cinco mulheres jovens. Definitivamente mulheres coiotes com sorrisos forçados, que revelavam seus caninos curvos
— Elas poderiam ser falsas — ele jogou as fotos sobre a mesa.
Ela inalou bruscamente.
— Se eu não retornar, a mensagem de que o Fantasma Coiote me assassinou, será enviada à Casta Felina do Santuário Coiote. Vim até você sob os auspícios da recém formada Lei de Castas, a qual você alegou pertencer em seu correio eletrônico.
— Aquela mensagem indicava meu nome, minha idade, o laboratório do qual eu venho e uma mensagem: "A lei da Casta não sobreviverá para sempre. A dominação do amo sobre os testas-de-ferro, e, em voz baixa, os salários da morte."
Chocante. Del Rey olhava como sussurrou o código e a informação que, ele sabia, estabelecia cada grupo livre da Casta Felina. Talvez este não fosse um truque, afinal.
Ele não podia cheirar o engano. Mas seus sentidos podiam ser enganados.
Os Coiotes sabiam bem como enganar aos sentidos humanos e os da Casta igualmente. Um ser humano pode ser ensinado, se os humanos forem o suficientemente inteligentes.
Anya Kobrin era suficientemente inteligente. Dezesseis anos de idade e já trabalhava com a segurança e a administração do laboratório Siberia Chernov.
Ele sabia a localização, e conhecia muito do pessoal, mas a defesa das Castas seria muito mais difícil.
— Estas coisas não acontecem da noite para o dia — e deixou de lado o pensamento de sua morte.
— Pode levar anos. Não vou às cegas e não arrisco às crianças. — E estou seguro que no inferno não confiam em grandes olhos azuis e um rosto sincero. — Vá para casa. Contatarei você quando decidir tudo.
Ela o olhou, alarmada.
— Não pode esperar tanto tempo. Há mais de cinquenta Castas Coiotes ali. Eles morrem todos os dias. — Seu rosto se encheu de angústia. — Não pode deixá-los morrer.
— Conheço os Coiotes, garotinha – Ele grunhiu. — Sei de seu engano e sei com que facilidade eles podem enganar às moças bonitas. Esperaremos e observaremos.
— Entrarei em contato.
— Até esse momento, sua prioridade é manter seguras essas jovens mulheres — ele apontou com o dedo as fotos. — Você não tem outro trabalho, está claro?
— Os machos conhecem a música. Eles sabem que você está aqui?
Ela sacudiu a cabeça rapidamente.
— Só Sharone sabe. Nós não dissemos aos outros.
— Mantenha-se desta maneira — ele ordenou, apoiando-se mais próximo, olhando a seus amplos olhos azuis, dando-lhe um olhar que a maioria dos homens vira só segundos antes de sua morte.
— Traia-me, Anya Kobrin, e morre. Você morre, seu pai morre, e qualquer amigo ou familiar dele que eu encontre, vai morrer também. Acredita em mim?
Ela lambeu seus lábios e assentiu.
— Esperarei. Mas não vou traí-lo.
Ele assentiu bruscamente.
— Meus homens acompanham você à cidade. Retorne a sua casa e espere o contato.
— Será logo? — perguntou enquanto se levantava lentamente de sua cadeira. — Por favor, que seja logo. Até agora, as meninas não são maltratadas, sobretudo porque meu pai cuida delas. Mas vão ficar mais velhas — sussurrou ela. — As três mais velhas têm mais de dezoito anos. Ele não será capaz de protegê-las por muito tempo.
— Então é melhor que seja persuasiva com seu pai e seus amigos — ele grunhiu. — Porque eu não vou saltar através dos anéis e me arriscar e a meus homens tão facilmente como parece que acredita que eu deveria.
— As mulheres Coiotes são um risco que vale a pena.
— Os homens estão dispostos a fazer o que devem pela liberdade. Mas nunca duvide de que há espiões, e vou saber quem são eles, antes de entrar no jogo, encantadora Anya, seja você amiga ou inimiga. — Assegure-se de permanecer na parte amiga da equação. Não me importa matar a uma mulher se ela me trair.
Ela o olhou novamente, e logo levantou o queixo com determinação e arrogância feminina.
Diabos, esta deveria ser de sua Casta. Ela era atrevida. Que valente.
— Se uma dessas meninas morrerem antes de tomar sua decisão, — sussurrou ela com tremor na voz — então é melhor você tomar cuidado, Del Rey, seja quem diabo for você. Posso ser uma menina à seus olhos, mas eu seria uma péssima inimiga.
Ela o estava ameaçando?
Queria rir surpreso por sua grande audácia. Em vez disso, simplesmente riu baixo, golpeou a parede e esperou que Brim entrasse.
— Leve-a daqui rápido e silenciosamente — ordenou-lhe. — Leve-a à estação de trem. Ela vai de novo para sua agradável e pouco segura casa.
Brim olhou duramente à menina, assentiu com a cabeça e esperou para permitir a ela abandonar a sala.
Ela passou diante dele, logo se voltou e olhou fixamente a Del Rey.
— Você deveria sorrir — disse suavemente, surpreendendo-o outra vez. — Aposto como é muito lindo quando sorri.
Ele manteve o sorriso até que ela saiu, e então sacudiu a cabeça...
A pequena diabinha. Ele ia ser um problema em suas mãos, como notava. E também um desafio.
Dois anos mais tarde.
— Isto é uma loucura — Anya saltou da cadeira na parte traseira de outra suja sala, e olhou ao rosto do homem que entrou. — Tem que avançar mais rápido que isto.
— Del Rey.
Cabelo loiro escuro chegando até seus ombros, olhos negros tão profundos que às vezes se refletia neles um pequeno indício de azul.
Uma sobrancelha loiro-escura arqueada para o desgosto dela enquanto ele a olhava friamente.
Viu o mesmo que dois anos antes, quando ele a encontrara pela primeira vez. Na meia dúzia de vezes que ela o vira, ele não mudou nada em sua forma a tratá-la.
Mas algo mudara nela. Ela sonhava com ele muito frequentemente. Pensava nele com muita frequência.
— Eu disse que isto não aconteceria rapidamente — ele advertiu. — Os laboratórios não são de fácil acesso, querida. Estamos fazendo todo o possível. E se sua amiga Coiote é ardilosa como suspeito que é, então ela sabia que a espera seria longa.
— As Castas estão sendo resgatadas em todo o mundo — sustentou energicamente. — Penetraram-se em Laboratórios seguros.
— E muitas, muitas vidas se perderam — ele advertiu. — No momento, seus laboratórios estão a salvo das matanças que são assunto de todos os dias para as demais Castas. Eles não matam coiotes a menos que eles comecem a mostrar misericórdia. Até agora, os de seu grupo são muito jovens para estar em perigo.
— Já estão começando a transferir os mais velhos.
Seus punhos apertaram-se aos lados do corpo, recordando o grupo que tinha saído há um mês.
— Não podemos continuar esperando desta maneira.
— Seis foram transferidos, e uma vez limpas as fronteiras da Rússia, foram levados. Três morreram por avisar aos guardas que estavam sendo resgatados quando nós fizemos a tentativa — ele levantou a videocâmara do escritório e olhou o estabelecimento antes de acendê-la diante dela. Eu creio que eles sabiam.
Choque, a traição.
Os olhos de Anya se ampliaram enquanto ele iniciou a gravação.
Três dos coiotes que ela e Sharone protegeram inumeráveis vezes, traíram aos outros enquanto o grupo de resgate avançava. Tinham voltado suas armas para seus companheiros de Castas.
— Os outros três estão sãos e salvos no momento — ele prometeu quando o vídeo terminou.
— Faz sair às meninas dessa maneira — ela lançou olhar desesperado sobre ele. — Posso conseguir suas transferências.
Ele sacudiu a cabeça.
— Não está esquecendo algo, pequena Anya? — surpreendeu-a com a pergunta.
— O que quer dizer?
— Seu pai tem a guarda sobre as meninas. Creio que você recebeu uma oferta do próprio Conselho de Genética para liderar um escritório que coordene os deveres administrativos e de segurança implicados na manutenção de sua organização mais secreta.
Ela franziu o cenho. Tinha recebido tal oferta, mas como ele soubera?
— Os médicos Chernov e Sobolova pediram para cuidar do atual laboratório até que eu tenha vinte e dois — ela deixou aparecer um sorriso em seus lábios. — Eles ofereceram provas ao Conselho de Genética de que não sou tão competente nos novos programas, como eles desejariam que eu fosse.
Foi deliberado, é obvio. Seu pai a advertira que tal oferta podia chegar, e Anya fazia com que algumas falhas começassem a aparecer em determinadas zonas.
— Claro que sim — ele arrastou as palavras.
Ela suspeitou que existisse uma grande zombaria nessa frase. Mas este homem era frequentemente zombador, e sempre difícil. Mas, às vezes, ela via diversão e talvez um toque de suavidade.
— Claro que sim — ela fez girar seus olhos. — Qual é exatamente o ponto? Eu poderia arrumar para que as meninas sejam transferidas. Seria bastante simples.
— Não — sua voz era dura. Firme. — Aqui há três fotos. Conhece estes homens?
Ela franziu o cenho para as fotos e apontou um.
— Este é Aleski Dornovo, é um treinador de Casta, ex-membro da elite de choque russa. Foi das operações negras durante muitos anos — ela golpeou suavemente na próxima. — Graco, é um das Castas, o mais velho no laboratório. Muito tranquilo. Mais frio que os outros. Este é Cavalier. Morreu estando lá dentro — disse tristemente. — Ele veio de outro laboratório pouco antes dos resgates. Ouvi que era um laboratório brutal para estar nele.
— E não era o seu? — ela perguntou.
Sacudiu sua cabeça lentamente e levantou os olhos para ele, a sensação de dor encheu sua mente pensando como sofreram as Castas.
— Não. Os doutores Chernov e Solobova acreditam que a lealdade começa com lealdade. Começam o treinamento como recompensa por bom comportamento. Negam-se a realizar experimentos sobre as Castas que criaram, considerando que se iniciaria uma ruptura da lealdade. Eles estão em uma alta categoria dentro de seus campos. O Conselho poucas vezes nega o que eles pedem. Matam só como exemplo — ela sentia as lágrimas na borda de seus olhos. — Mas ainda, matam.
— É muito compassiva — ele riu.
— A morte acontece todos os dias.
— Este homem? – perguntou golpeando ligeiramente a foto de Cavalier. — Olhe-o de perto.
— É um inimigo? — ela o olhava, sentindo seu coração apertado.
Ela gostava de Cavalier. Nunca falou com ele, não se permitiam aos homens Coiotes, mas havia algo marcado e triste em seus olhos.
— Inimigo ou amigo, não me decidi ainda.
— Viu Sharone de perto? Ela interage com os machos das Castas mais do que você tem permitido. Correto?
— Correto — disse fortemente.
— Você não vem por eles, não é certo?
— Agora não — ele disse. — Eliminaremos a palha antes da colheita. Não há outra maneira de fazer isto, Anya. Não, se quiser manter sua segurança e a das fêmeas das Castas que está tentando tão dificilmente proteger.
Sharone advertira que fazer tudo certo poderia levar anos. Ela não acreditara. Acreditava agora.
— Graco é um espião — ele advertiu logo. — Temos provas disso. Tem que transferi-lo, se pode fazê-lo sem suspeitas.
Ela assentiu.
— Papai e os cientistas tomam essas decisões. Entretanto, eles normalmente seguem as recomendações de meu pai.
Seu pai era chefe de segurança e treinamento, e ouvia sua opinião, ele a tinha em conta. O fato de que ela o traía, a perseguia com frequência. O temor de que ele pudesse pagar com sua vida por suas ações era uma constante.
— Você não vai matar a meu pai, não é? — ela perguntou de novo. Ela perguntava cada vez que se reuniam. — Você não o mataria.
— Seu pai não morrerá – prometeu ele. — Eu prometi a você não machucar a sua família, Anya.
Ela inalou com força.
— Vou fazer com que Graco seja transferido. Aviso quando estiver organizado.
— Seja valente, Anya — surpreendeu-a com suas palavras, com a profundidade de sua voz. — Nada que vale a pena chega rapidamente.
Ela assentiu apaticamente.
— A liberdade vale a briga — sussurrou ela. — Vale a pena morrer por ela.
Suas amigas não eram animais. Os Coiotes criados nos laboratórios onde ela trabalhava e vivia foram criados para cumprir ordens, para ser frios, para ser duros, mas Anya tinha visto muito mais neles através dos anos. Ela orou para vê-los livres logo.
Quatro anos mais tarde.
Del Rey olhava a jovem de pé no outro lado da mesa, ele e seus primeiros-tenentes estudavam os esquemas que ela trouxera. Instalações elétricas, tubulações de água, túnel de acesso por debaixo dos laboratórios, as falhas de segurança; ela trouxera tudo o que eles necessitavam. Mas uma das chaves mais importante faltava, e ele não se atreveu a dizer-lhe. Um Ás.
Cada grande missão necessita um Ás. Uma carta que ele sabia que triunfaria sobre a oposição; aquele trunfo era a própria Anya.
Seu pai era chefe de segurança e treinamento. Seus primos eram os chefes de equipe em matéria de segurança. Vários familiares trabalhavam nos laboratórios. Ela fora bebê da família, querida pelo pai e os primos, e pelos coiotes que manteve no laboratório; ela era seu maior tesouro.
Morreriam por ela, morreriam com ela ou morreriam na tentativa de salvá-la. Não lhes importaria. Se ela disser "caminhem pelo inferno por mim", então aqueles homens e cinco mulheres dentro desse maldito laboratório entrariam de cabeça nas entranhas da terra com um sorriso.
Havia vinte a sua esquerda. Quando eles saíssem, somariam quarenta homens que se acumularam nos últimos anos. Todos machos Coiotes, moderados e frios como a morte.
Tinham só sua honra, que lhes ensinaram e com o que foram criados, e os princípios que tinham os uniram.
Seus homens eram mais numerosos que os de dentro, mas ele levava a melhor nas apostas quando tomou o Ás, as Castas daqueles laboratórios aplaudiriam. Ninguém estaria tranquilo deixando-a para trás.
Mas sabia do custo para a moça, que se transformou em uma parte integrante de sua vida durante os últimos seis anos. Tinha eliminado a palha, mas nada fez para que a lealdade das Castas se mantivesse. Ela tinha feito sua parte. Ele tinha concordado com seus termos, e ia romper o acordo antes que começasse e não saberia até que fosse muito tarde.
— Meu pai e meus primos Iván e Donan terão suas equipes aqui — apontei as áreas gerais das equipes de segurança que se consideravam fracas. — Eles não são conscientes dos túneis que conduzem aos laboratórios a partir da caverna — apontou a caverna. — Perguntei a meu pai se os cientistas não tinham acesso subterrâneo seguro, e me disse que não. Não há nenhum outro acesso. Mas eu mesma encontrei o túnel e o segui.
E estava condenadamente orgulhosa de si mesma. Diabos, ele se sentiu orgulhoso dela, e apesar de sua coragem, suas tripas tiveram cãibras com o pensamento do que poderia ter ocorrido se tivesse sido capturada.
— Temos que fazer isto logo – ela disse.
— Basta de desculpas, temos somente meses e o me Conselho mandará para San Petersburgo para administrar o treinamento nos escritórios da Federação das Forças Secretas. Se isso ocorrer, então todos estes anos foram em vão.
— E quando isso acontecer, então como será? — ele perguntou. — O que acontecerá com os humanos que trabalhavam em seu laboratório.
— Meu pai cuidará — disse-lhe ela com confiança. — Ele já está tentando reverter a decisão, junto com os cientistas dali. Se houver fuga de Castas, então as forças de segurança serão redesignadas. Encontrarão a falha e será programado em um novo sistema de segurança. Creio que meu treinador passará por cima de minha evidente incapacidade para parecer mais brilhante e o mesmo por ter uma protegida. Vi o que eles fazem quando isto ocorre. Eles caem sobre o treinador e o protegido, que então, tem sorte se trabalhar nas fábricas.
— Você irá para uma fábrica de trajes então? — ele perguntou curiosamente.
Um sorriso travesso e zombador marcou seus lábios.
— Vou falar com papai para ir para a América. É muito mais quente que a Sibéria.
Era suficiente, e ela seria levada para a América. Mas seu pai não viajaria junto com ela. Del Rey o faria. Ele tinha planos. Planos que já colocara em marcha, e Anya figurava em muitos deles. Uma vez feito o resgate, iriam para Colorado, pedindo às Castas de Lobos uma aliança e juntando-se à Sociedade das Castas.
Não seria fácil convencer aos lobos para lhes permitir uma aliança, mas havia provas de seu trabalho durante os últimos anos. Dez anos em que vivia nas sombras, não mais que uma fantasma, livre embora ainda preso pelos laços de ser obrigado a ocultar o que todos eram.
— Eu a contatarei em breve — disse.
Ele mentia e não era a primeira vez. Durante seis longos anos, mentira a esta formosa mulher-menina. Ele a tinha visto crescer de uma adolescente cheia de fogo e sede de liberdade por seus amigos. Ele a vira conspirar, planejar e executar suas ordens à distância.
Fora um maldito gênio em administração e pessoal. Intuitiva, ela podia dar um olhar a um grupo e amaldiçoá-los imediatamente. Ela já o fizera com seus homens, e ele tinha rangido seus dentes quando ela informou que vários de seus condenados homens eram muito preguiçosos. Diabos, eles eram Coiotes, eles necessitavam uns poucos enganos ou seriam comidos por Lobos.
Havia algo a respeito dela, entretanto, algo que ele nunca poderia tocar. Mesmo quando era muito jovem para divertir-se ou sair com ele, ainda, ela o chamara.
— Não quero ser contatada de repente, Del Rey — ela informou ferozmente. — Estou só a meses de meu aniversário. Isto não se pode postergar por mais tempo.
— Me colocarei em contato com você antes que seja transferida — disse-lhe firmemente. — O resgate acontecerá antes dessa data, eu lhe prometo. É o momento para confiar em mim, Anya.
Ela soltou fogo pelos olhos, confusa
— Mas eu confio em você. Sempre confiei em você e você sempre arrastou pelo chão seus calcanhares. Estou começando a me preocupar agora.
— Não há motivo de preocupação, nem um pouco — ele chegou antes que pudesse parar-se e tocou sua bochecha com a ponta dos dedos.
Isso o queimou. Aquela conexão, algo que ele sentira crescendo nos últimos anos. Ele olhou seus cílios, seus lábios mais cheios, mais sensuais. Um rubor encheu suas bochechas, e a excitação que invadia seu jovem corpo cada vez que se reuniam os queimou por completo, aquecendo a vida.
Ele era uma Casta. Ele podia cheirar sua umidade, a precipitação de seus doces sucos enchendo sua intimidade, a preparação de seu corpo para ele.
Ela não era mais uma criança. Tinha vinte e dois anos, idade suficiente. Suficientemente amadurecida, ele orava, porque ele era uma Casta e um homem muito duro. Era uma má combinação quando a luxúria estava comendo seu interior.
Quando ela passou os dentes sobre seu lábio inferior, os dele doeram por mordiscá-lo. Quando sua língua os umedeceu, ele quase gemeu com a ereção que encheu seu jeans.
— Diga a sua gente que espere — advertiu a ela. — Entrarei em contato e vamos organizar a data e a hora. De acordo?
Ela assentiu lentamente.
— E você não prejudicará a minha família, não é? — ela perguntou de novo. — Eles não acreditam no que está acontecendo aqui, Del Rey. Este é seu trabalho. São militares. Eles estão seguindo ordens, tal como seus homens. Prometa-me não irá machucá-los.
— Jurei isso, Anya — ele retirou seus dedos da seda lisa sobre sua bochecha. — Meus homens sabem que são as forças de sua família. Vamos saber onde estarão eles no momento do ataque. Estarão bem. Prometo-lhe.
E ele estava mentindo. Seu pai e primos eram soldados, mas teriam que ser responsáveis pelo que Anya fazia. Poderiam ter ajudado às Castas um milhão de vezes, mas não o fizeram. Eles tinham seguido ordens.
Todos os esforços seriam feitos para não matá-los, mas eles sofreriam por permitir que esta jovem mulher assumisse os riscos que assumiu para fazer o trabalho que fazia.
— Confia em mim — sussurrou de novo.
O aroma de sua excitação intensificou o cantarolar de sua suave voz. A necessidade que encheu seus olhos o fez arrepender-se da dor que lhe causaria.
— Eu confio em você — um sorriso tremeu em seus lábios. — Eu sempre confiei em você, Del Rey.
Infelizmente, ele sabia que logo se retrataria. Anya conhecia a feroz lealdade, mas ela também sabia odiar. Era uma mulher cujas paixões sempre eram profundas, não importa de que forma ocorressem. E em muito pouco tempo, ela saberia só odiar ao homem que olhava com tanta doçura agora.
Lamentável. Chamuscou dentro dele uma emoção que nunca tinha sentido em sua vida, e um sentimento que não gostou.
Anya estava onde se supunha que estaria, mas as coisas não aconteceram como o planejado. Nada foi como o previsto. Quando retornou ao laboratório aquela tarde, em poucas horas atacaram.
Não houve advertência. Não houve nenhuma chamada. Os alarmes de segurança soaram, as portas das celas se abriram, toda medida de segurança falhou e as fechaduras das salas de armas estavam desativadas.
Ela empurrou os cientistas atrás de uma parede segura, oculta, que tinha encontrado no mês anterior. Evidentemente, eles não estiveram aqui o tempo suficiente para conhecer todos os segredos dos laboratórios. Dez anos atrás, o Dr. Chernov tinha substituído aos cientistas e trouxe para junto dele a sua protegida, Sobolova, uma cientista muito mais jovem.
— Não saiam daí. Não se movam — ela lhes ordenou. — Permaneçam aqui até que vocês escutem só o silêncio.
Pálidos, agitados pelo choque, os dois cientistas fizeram o que lhes disse, apinharam-se na pequena sala enquanto Anya ultrapassava a porta de segurança fechada e se apressava a chegar até as saídas que levavam à fria e desolada terra da superfície.
— Anya, vamos sair daqui — Sofía Ivanova, uma das auxiliares administrativas, apoderou-se de seu braço e a arrastou para outra sala. — Vamos por aquele caminho — apontou as escadas. — Estão livres. Eu cobrirei você.
Cobrir a ela? Anya via por trás dela como os médicos corriam dos laboratórios, com as armas em punho. Eles estavam disparando contra o pessoal?
Um choque a percorreu, rompeu através de sua mente. Ela conhecia aqueles homens e mulheres. Conhecia-os muito bem. Por que estavam disparando contra o pessoal que tentava escapar?
— Corre, maldição! — Sofía a empurrou para a saída. — Vá daqui antes que eu tenha que disparar em você.
Anya correu. Enquanto ela corria, alimentou a fúria e o choque de adrenalina corria através de sua mente. Este era exatamente o plano que ela dera a Del Rey para o resgate. Ele não confiara nela?
Ele atacou algumas horas depois de sua volta, sem lhe dar tempo para assegurar que seu pai e primos não estivessem ali.
Não, tinha que ser outra coisa, ela decidiu em seu desespero, enquanto subia correndo as escadas. Ela segurou pelo braço a uma mulher mais velha, uma das secretárias, e a empurrou adiante dela.
— Rápido, Maria — Anya insistiu com a outra mulher enquanto ela soluçava e estava perto de cair. — Temos que nos apressar.
O resto do pessoal foi ultrapassando-as correndo, enquanto Anya segurava o braço de Maria e a arrastava com ela.
Maria tinha filhos e netos. O marido estava doente. Ela era necessária. E, além disso, ela comprava cookies[1] às Castas. Ela era amável e gentil.
A porta estava quebrada acima das dobradiças, deitada sobre um lado enquanto as forças de segurança estavam agitando ao pessoal, forçando-os a adiantarem-se, a apressarem-se. Os guardas cobriam com máscaras seu rosto para proteger do frio. Era um frio glacial lado de fora, e Maria não tinha casaco para vestir.
— Corre para os quartéis — disse à outra mulher. — Está quente e seguro lá. Vamos nos esconder lá.
Ela correu no frio, consciente dos disparos, os gritos, o enfrentamento das forças. Então, sentiu o duro braço envolto ao redor de sua cintura, puxando-a contra um amplo peito, e uma faca foi colocada contra sua garganta.
Pôde sentir o frio da lâmina pressionando sua pele, beliscando a carne, na realidade, quase a cortar sua pele.
— Kobrin, tenho a sua filha.
Forte, ecoando através do vale, ela reconheceu essa voz, sabia do grunhido que soava nela e sentiu o soluço que rasgou sua garganta.
Traição. Ele a tinha traído.
A agonia a rasgou com tal força que ela pôde somente ofegar diante a realidade.
O som de disparos de armas de fogo se desvaneceu. O pessoal já não se precipitava através das portas. Ela pôde ouvi-los na entrada, entretanto, sentiu a tensão que espessava o ar.
Del Rey. Ela sentiu cair a primeira lágrima. Oh Deus, ela tinha acreditado nele. Ela tinha acreditado tanto nele.
— Estamos baixando nossas armas — disse seu pai. — Tome às Castas. Vá embora. Nós não o perseguiremos, mas deixe Anya.
Ela olhava o rosto pálido de seu pai, seus primos se deslocavam com ele. Seus três primos estavam de guarda nesta noite suja. Seus amigos estavam aqui, aqueles que a tinham ajudado quando ela tinha lhes pedido, mas ela não os tinha ajudado.
Um disparo e seu primo-irmão caiu, agarrando a perna e gritando de dor. Dois disparos mais em rápida sucessão, e os outros dois ficaram retorcendo-se sobre o chão.
— Basta! — gritou ela, e suas mãos arranhavam o braço envolto ao redor de sua cintura. — Não. Não. Não faça isto.
A dor e a fúria se apoderaram dela. Ela olhava de novo a seu pai, miseravelmente, soluçando com vergonha pelo que tinha feito.
— O transporte aterrissará em sessenta segundos, chefe — era um dos que Del Rey chamava Brim. Às vezes, o chamavam de Brimstone.
Todos a tinham traído. A pequena equipe de homens que se transformara em amigos, em quem ela acreditara, a quem tinha confiado a vida de seu pai e seus primos.
— Como pode fazer isto? — ela soluçou. — Maldito seja, como pode fazer isto?
— Anya, continua tranquila, menina — gritou seu pai. — Recorda nosso controle, filha. Seus primos estão bem.
— Por enquanto — Del Rey falou de novo arrastando as palavras. — Diga-me, Kobrin, que fazia aqui enquanto a primeira Casta foi criada? Alguma vez pensou em ajudá-los?
— Eles estão vivos — respondeu seu pai. — Não matei a nenhum. Isto não era um matadouro
Del Rey riu por trás dela.
— Eu tenho a sua filha comigo, Kobrin. Certamente, creio eu você não notificará a força aérea russa, você não notificará a ninguém do que aconteceu aqui durante seis horas. Ou ela morrerá. Entendeu?
— Deixe-a aqui — seu pai pediu desesperadamente. — Juro que ninguém o seguirá
Del Rey riu.
— Não, não me seguirão. Tenho o prêmio do Conselho de Genética, as jovens protegidas. E sua filha, Kobrin. Não me faça matá-la.
Outro disparo e seu pai tropeçou, caindo enquanto Anya gritou por ele. Estendeu as mãos, seus dedos enroscados enquanto ela foi levantada de seus pés, e o som de um helicóptero chegando pôde ser ouvido.
Ela gritou por seu pai, arranhando e golpeando o braço que a prendia. Chutava, amaldiçoava e soluçava.
A raiva a consumia enquanto a traição enchia de calor sua mente. Ele mentira. Desde o início ele mentira, e ela nunca o perdoaria.
— Movam-se! — ordenou Del Rey enquanto corria à parte traseira do transporte, atrás dos outros homens que convergiram no enorme e negro artefato. — Cavalier, levanta este bode fora da terra.
Cavalier. Ela organizara seu transporte no ano anterior. Quantos outros estavam aqui? Quantos daqueles traíram sua confiança?
— Para de lutar contra mim, Anya — Del Rey a manteve em seu lugar enquanto se instalava no banco de metal, prendeu o cinto de segurança, e o transporte se elevou.
Ela não podia ver lá fora. Ela tinha perdido de vista a seu pai. Perdido de vista sua família.
— Desgraçado! — gritou ela, lutando duramente enquanto seus punhos golpearam de novo em seu rosto. — Filho de puta! Maldito bastardo. Como pôde? Como pôde?
— Como pude? — ele grunhiu, sacudindo-a para enfrentá-lo, seus olhos negros brilhando de fúria enquanto seus lábios mostravam seus caninos letais. — Como se atrevem eles a deixar uma menina resolver isto? Como se atrevem eles a pôr você em mais perigo do que eles estão? Eles têm uma bala em suas pernas em lugar de suas cabeças. Deveriam estar malditamente agradecidos.
Ela esbofeteou seu rosto. A mão golpeou em sua bochecha com a força suficiente para queimar sua palma, enquanto o esbofeteava de novo. Furiosa, gritos enfurecidos estrangulavam sua garganta, ele sacudia os braços a seu lado, sustentando-a em seu lugar enquanto um grunhido rasgou sua garganta.
Continuando, pressionou seus lábios nos dela. Ela tentou gritar de novo, mas ele aproveitou a oportunidade para empurrar sua língua para dentro. O sabor das especiarias encheu sua boca. Ela engoliu e soluçou no beijo, porque era bom. Porque seus lábios acariciaram os dela como ela sempre imaginara que faria. Porque sabia do calor e da paixão, e por lhe mentir. Ele a traíra. E agora estava lhe roubando a mente.
Ela ainda chorava enquanto ele levantava sua cabeça e os braços, apertando-a em seu peito. As mãos cobrindo sua cabeça, mantendo-a junto a ele enquanto os punhos apertavam e golpeavam seus ombros.
Ela o odiava. Ela o odiava. Oh Deus, ela o odiava. E ela o amava. E ela sentia como se sua alma se desmanchasse. Seu guerreiro Coiote a traíra. Tinha mentido, uma e outra vez, traiu todas as promessas que lhe fizera.
Ele roubou sua inocência antes de sequer beijá-la, e se perguntava se ela poderia perdoá-lo por isso.
Del Rey olhava sobre sua cabeça aos Coiotes que agora se uniram a ele. As Castas, seus olhares prudentes e duros, enquanto o olhavam. Eram uma ameaça que podia cheirar no ar, seus homens puderam senti-lo enquanto o rodeavam.
— Minha — disse a todos, sua voz fria, comandando. — Esta mulher é minha.
As cinco mulheres Coiotes retrocederam. Elas eram as mais perigosas, ele pensava, principalmente a mais velha, Sharone.
Seu olhar o chamuscou pela forma como Anya soluçava.
— Você se equivoca — disse ela categoricamente. — Deveria tê-la deixado com sua família.
— Colocaram-na em perigo. São afortunados por viverem.
— Não, meu amigo — ela sacudiu a cabeça. — Você será afortunado se viver. Você a traiu, e ela não esquecerá, nem perdoará. Vemos a sabedoria no que fez. A vingança que todos sentimos era necessária. Mas ficamos em nosso lado, porque ela era nossa também. Ela mostrava às Castas como sair das instalações subterrâneas. E o que lhe fez esta noite... ela fará você pagar, com certeza.
Deixar Anya? Ela se enfureceria, ela poderia odiá-lo por um tempo, mas deixara a sua família com vida. Ele a faria entender.
— Mantenha-se afastada de meu caminho — disse a ela, e pensou em todas elas. — Você jurou lealdade a minha manada. Não a esta garota. Quando se tratar dela, não interferirá.
— Então você se assegurará de que não seja prejudicada em modo algum — falou-lhe ferozmente Sharone. — Nós o seguiremos, Alpha, mas essa — ela apontou a Anya — é uma de nós. Maltrate-a, e maltratará a todas nós. Lembre-se disso.
Maltratá-la? Ele não tinha intenções de maltratá-la. Amá-la possivelmente. Enfrentando sua ira, sem dúvida. Fazendo-lhe amor até que eles gritassem de prazer, isso era um fato. Ela o perdoaria. Ele se asseguraria disso. Depois de tudo, não matou a seu pai ou seus primos. Eles viviam. Eles simplesmente estavam feridos. E era a dor que mereceram. Muito mais do que receberam.
Ele passou as mãos suavemente pelo cabelo solto de Anya. Sem a trança, deslizou por seus ombros. Ele tomou a parte de trás da cabeça para ele e inclinou a sua contra a parede do transporte.
Era consciente de seus próprios homens olhando-o, questionando sua decisão. Eles colocaram em dúvida a conveniência disto quando lhes disse o que planejava. Ele enviou a metade de seus homens, seis meses antes, ao Colorado, para guardar secretamente as cavernas escondidas Haven, o recinto da Casta de Lobo. Eles estavam preparando as coisas ali para sua chegada. Embora chegar em segredo fosse importante. Aquilo significava desfazer-se do transporte e ir em grupos pequenos, que fossem facilmente manejáveis.
Anya poderia não ser tão facilmente controlável, assim como ele estava descobrindo como lhe respondia, era menos fácil de manejar do que ele imaginara.
Desceu de novo sua cabeça, e seus lábios tocaram os dela. Sua língua estava queimando-se pelo gosto dela. Desesperando-se por outro daqueles beijos quentes e apaixonados, a sensação de sua boca sugando-o, reverenciando a estreiteza de sua língua.
Ele era consciente dos olhos que o olhavam, mas não podia retroceder.
— Eles deveriam tê-la protegido melhor, um pouco melhor — sussurrou contra seus exuberante lábios. — Eles mereciam minha vingança.
Levantou seus cílios. Seus olhos estavam obscurecidos com a miséria e a dor enquanto um esgotado soluço rasgou de sua garganta.
— Traiu-me. Mentiu para mim — ela gritou. — Eu nunca confiarei em você novamente, Del Rey. Nunca poderei confiar em você.
Ele roubou as palavras. Não pôde suportar escutá-las, não pôde suportar a dor ou a ira em seus olhos ou em sua voz. Tomou seus beijos. Seus lábios eram como parte dele. Ele pôde sentir sua luta contra a necessidade, sentindo-a nela inclusive quando ela gritou na entrega. E mesmo enquanto ele a beijava, percebia que havia algo que não era como foi da primeira vez dentro dele. Uma fome, uma necessidade, um inferno conduzindo-o à luxúria formada dentro dele que não tinha sentido, que desafiava à espécie.
Ele necessitava desta mulher para sobreviver. E Del Rey sempre se assegurou ter o que necessitava para sobreviver. Culpou ao lado Coiote de sua genética. O sangue o dirá e assim, evidentemente, seu DNA. Ao menos em alguma parte. Talvez culpasse à parte humana, ele pensou cansado. Anya poderia aceitá-lo mais fácil.
Três dias mais tarde
Três dias. Queimava-se. As chamas lambiam sobre sua carne. Fúria, confusão, traição e dor devoravam sua mente, enquanto a mais horrível excitação que nunca imaginara devorava seu corpo. Devia ser o sabor de seu beijo, pensava. Ela estava desejando-o. A necessidade daquele beijo a estava matando. E a estava forçando como se realmente ela quisesse seu beijo agora.
Ela ia e vinha pelo dormitório, estava encerrada, vestida com calças de algodão suave e uma camiseta que Sharone lhe trouxera mais cedo.
Suplicara a Sharone para que a ajudasse a escapar. Ela pensara em tudo. Tudo o que tinha que fazer era chegar a uma cidade e contatar com a embaixada, que se ocuparia de tudo. Eles contatariam a seu pai, e ela poderia ir para casa. Poderia esquecer-se de Del Rey Delgado como se ele nunca tivesse existido.
E Sharone estava a seu favor. Anya vira em seus olhos, até que Del Rey entrara furioso no quarto, e encontrou Sharone.
Agora, ela estava sozinha. Só para pensar, para preocupar-se. Deus, seu pai estava deitado na neve, sangrando, seus primos com ele. Seus primos tinham família, filhos. Quem os manteria agora? Os tempos não eram bons, na Rússia, a economia estava fraca em tudo. Eles perderiam suas casas. Estariam no frio. Seu pai.
Ela enxugou o nariz. Quem lhe daria sua vodca quando estava cansado e desgastado de tentar manipular o Conselho dos cientistas e os membros? Quem enfaixaria sua perna?
As lágrimas se desprenderam novamente de seus olhos. Ela deveria ter um maior controle que isto. Seu pai a admoestara por sua perda de controle. Mas isso foi algo que ele fez. Ela tinha o cabelo vermelho, dizia-lhe frequentemente, como sua mãe. E sua mãe tinha aprendido que dominar seu temperamento sempre ajudou a si mesma e a outros, mais do que a fez perder.
Ela não podia controlar suas emoções agora. Ela não tinha sido capaz, desde que os disparos aconteceram. Desde que Del Rey a beijara. Desde que seu mundo explodiu a seu redor. Desde que algo explodiu dentro dela.
Ela pressionou as mãos em seu estômago. Agitou seu abdômen e pôde sentir o pulsar da umidade entre suas coxas. Seus mamilos estavam tão sensíveis que o toque da camiseta era uma tortura. Seu clitóris estava repleto e dolorido. Mesmo quando ela havia se tocado, nunca sentira isso.
O que ele havia feito? Ele tinha que ter dado algo a ela. Não havia nenhuma outra explicação.
Ela ia e vinha pelo quarto, amaldiçoando. Enfurecia-se e logo chorava. Ela injuriava a Del Rey Delgado. — Del Rey — seu puto. Não havia nada real a respeito desse bastardo.
— O que você fez comigo? — ela gritou, pegando um dos poucos objetos do dormitório, uma tigela de madeira, e lançando-a à porta.
Não a destruiu. A tigela golpeou a porta com um sonoro bang e logo caiu no tapete, enquanto ela se jogava no extremo da cama, ondulando-se, gemendo com a necessidade murmurando através dela.
Seus olhos estavam fechados, e ela jurou que provou seu beijo, sentiu suas mãos sobre sua carne. Um toque, pensou. Poderia permitir um toque, só para acalmar a demanda furiosa de seu corpo. Talvez mais um beijo.
— Não! — ela tangeu seus dentes. Nem sequer um toque. Um toque daria lugar a outro e ela estaria mendigando. Deus a ajudasse se ele a beijasse. Ela não sobreviveria.
E ela não queria beijos mentirosos. Mentiras. Seis anos de mentiras. Promessas feitas diante dos outros, que ele rompera. Ela o advertira antes do resgate. Teria tempo para fazer com que seu pai e primos estivessem seguros. Teria tempo para assegurar que o pessoal pudesse sair com segurança em lugar de ser assassinado na correria por escapar.
Ela vira os médicos empunhando fuzis automáticos atirando contra os inocentes, pessoal de administração e técnicos do laboratório tentando escapar.
Ela orava para que os médicos estivessem mortos. Ela orava para que queimassem no inferno. Diferente de Del Rey. Oh, ela não o queria morto. Ela o queria vivo. Vivo e bem para poder matá-lo ela mesma.
Ela choramingou enquanto outro golpe da sensação golpeou seu estômago, a vagina, o clitóris. Foi como se um golpe de eletricidade entrasse de um empurrão dentro dela. Faiscou e queimou, e a deixou ofegando sua necessidade enquanto a porta do quarto se abria.
Ela girou nos pés, tropeçando, vendo o homem que a olhava com aqueles olhos negros do diabo.
— O que me fez? — seus punhos apertados ao lado do corpo.
— Não sei — ele sacudiu a cabeça, preocupado. — Seja o que for, fiz isso a mim mesmo também.
— Desgraçado!
Não restou nada para jogar. Jogara tudo o que pode encontrar nos últimos três dias e o objeto final, essa maldita tigela, agora jazia a seus pés.
— Está mentindo. Assim como mentiu durante todos estes anos, está mentindo agora.
— Não, Anya.
O som de seu nome em seus lábios era demais. Ela grunhiu, arranhando quando saltou sobre ele. Ela ia arranhar os olhos mentirosos de seu rosto. Ela ia fazer a ele o mesmo dano que lhe estava fazendo.
Agarrou suas mãos uma polegada antes de seu rosto.
— Pare com isso, Anya, não está ajudando.
— Pensa que não sei disso? — ela gritou, lutando contra ele, a mente e o corpo esmigalhado por conflitos de emoções e necessidades.
— Você me traiu, Del Rey. Mentiu.
— Eu sei, neném — ele segurou suas mãos com uma das suas, e a outra tocando sua bochecha, movendo o polegar sobre seus lábios.
— Vamos falar disso, prometo-lhe. Mas necessito seu beijo. Agora.
— Não — gemeu ela, um longo soluço de necessidade e desespero, enquanto pressionava a bochecha na palma de sua mão, provando um bocado de seu polegar.
Oh Deus, ele tinha um gosto tão bom. Tão bom. Sua língua lambeu mais da bochecha e seus cílios ondulavam.
— Um beijo mais — ele grunhiu. — Então colocaremos tudo para fora. Prometo-lhe.
— Um beijo mais — ela ofegou — Um mais.
Ela estava chegando a ele, necessitando dele. Seus lábios se abriram, aceitando sua língua e o sabor que ela implorava desesperadamente. Chupou-o em sua boca e escutou seu gemido de prazer. Ela se arqueava em seus braços e rogou em silêncio por mais.
Um beijo mais não era suficiente. Ela necessitava que ele a tocasse. Muito ruim. Tão ruim que se apoderou de sua mão e a empurrou sob sua camisa. Logo suas mãos estavam apalpando debaixo de sua camisa, tocando a quente e dura carne enquanto ela sentia sua mão tomar o inchado montículo de seu seio.
Oh, isso era bom. Ele esfregava polegar sobre seu mamilo e isso era melhor ainda. Levantou-a em seus braços, e um segundo depois ela estava estendida sobre a cama, enquanto ele tirava rapidamente sua camiseta por sobre a cabeça.
As mãos estavam enterradas em seu cabelo enquanto seus lábios cobriam o mamilo. Ela rasgou sua camisa, antes que ele levantasse a cabeça, arrancou-a e se moveu para seu outro mamilo.
Sua dura pele, com músculos como cabos. Flexionava-se sob suas palmas, suas unhas, enquanto ela sentia suas mãos puxando as calças de algodão que usava.
Estava desesperada. Podia sentir a luxúria enfurecida viajando entre eles, como se a eletricidade os conectasse, uma pessoa alimentando a outra até que ela queimasse por dentro, e sabia que não ia ter suficiente dele. Que necessitava mais dele.
Um segundo mais tarde, encontrou-se estendida sobre o estômago. Seus dedos entre mantas enquanto ela abria os olhos e olhava aturdida a confusão na cama. Seus quadris foram levantados para cima. Calosos dedos corriam através das dobras sensíveis entre as coxas, e ela estava molhada. Muito rápido, úmido e quente. E se sentiu tão deliciosa que se estendeu para as carícias.
— Diga-me que quer — ele grunhiu atrás dela.
— Quero você. — ela soluçou em resposta na cama, as lágrimas caindo de seus olhos de novo enquanto ela o sentia atrás de si. — Quero você.
Ampla, quente, a cabeça de seu membro arremeteu entre as dobras úmidas.
Eu não gosto disto. Pressionou a cabeça na cama. Eu não gosto disto, onde ela não podia agarrá-lo, onde ela não podia encontrar uma sensação de controle ou atenção.
Mas gosta disto?
Ele pressionou, entrando, e ela estava louca de prazer. Suas costas se arqueavam com a intensa paixão, um grito caiu de seus lábios, parte de protesto, parte de fome.
Ela sentiu um jorro de fluido quente enchendo-a, queimando-a mais. Sentia seu sexo flexível e ondulado e ajustou-se nele. Com cada quente impulso ela ficava mais sensível, faminta e necessitada.
Deveria dizer a ele que era virgem. Deveria lhe dizer que não tinha feito isto antes.
Um grito arrancado de sua garganta enquanto ele a penetrou com três duros golpes. Cada polegada. E ele era muito grosso, invadindo-a, estirando-a, lacrimejou por sua virgindade sem a dor que esperava, mas com mais impacto do que ela poderia ter imaginado.
Suas coxas mais separadas, seus quadris inclinados mais para trás e ele estava levantando-se sobre ela, seus poderosos braços apoiados ao lado de sua cabeça enquanto ele começou a gozar dentro dela. Seus lábios estavam em seu ombro. Marcando-a com pequenos beijos, quentes e ferozes justo debaixo de seu pescoço.
Ela se encheu com ele. Podia sentir cada pesada veia em seu pênis, cada pulso do sangue através dele, e a estava matando. Ela necessitava mais, queria mais.
E estava lhe dando mais. Crescendo em seu interior enquanto ela sentia como seu corpo apertava. Os músculos se estreitavam envoltos ao redor de sua ereção, seu clitóris palpitava, pulsando e, logo, tudo dentro dela explodiu em um cataclismo de luz e cor que a fez gritar seu nome.
Ela estremeceu por seu orgasmo, masturbando-se debaixo dele, enquanto ele seguiu impulsionando-se forte e rápido, ganhando velocidade, empurrando dentro dela enquanto ela sentia mais daqueles jorros de fluido quente.
Um segundo depois, ouviram-se grunhidos, e sentiu algo chocante. Algo que ela sabia não podia ser natural. Isto não podia ser real. Seu pênis cresceu em um só lugar. Fazendo-se maior, abrindo-a mais enquanto ela sentia como seu sêmen começou a jorrar em seu interior.
A genética animal, pensava a distância. Ele estava preso dentro dela. Agarrado firme e seguro no interior dos músculos de sua vagina, de repente grunhiu com ardor animal e sentiu seus dentes perfurarem a parte superior de seu ombro.
Ela deveria gritar de dor. Ela gritava de prazer. Outro orgasmo mais forte atravessou-a, sacudindo-a, confundindo seus sentidos e a deixou perdida. Estava tão perdida, com nada nem ninguém para agarrar-se. Jogados em um prazer tão violento, tão brutal, perguntava-se se poderia sobreviver a isso.
Atrás dela, Del Rey estava grunhindo. Seus dentes enfiados ainda em sua carne, seu membro ainda encerrado dentro dela. Ela soluçou seu nome. Ela mendigaria para que a subjugasse, mas os últimos farrapos de seu orgulho a seguraram.
Ele a tomou como seu presente, impessoal, e o fez por uma razão. Não lhe importava. O mesmo motivo pelo qual disparou em sua família, a mesma razão pela qual lhe mentiu por tantos anos. Porque Anya Kobrin, e o frágil amor que estivera construindo em seu interior por ele, não lhe importavam.
O que a deixava sozinha, à mercê de um homem que ela sabia, agora, não tinha piedade.
Ele cometera um grave engano tático e Del Rey sabia. A cólera que se inflamou dentro dele através dos anos passou por cima de todo o respeito à lealdade que Anya sentia por sua família e amigos. Del Rey era um homem que acreditava na retribuição. Ele fora esse tipo de homem toda sua vida, até que se sentou aqui e agora, olhando na escuridão de sua própria alma, e percebeu que tinha ferido um tesouro que não sabia possuir
Ele soube no momento em que a conheceu que ia traí-la. Era assim que o mundo funcionava. Não podia confiar plenamente. Nunca permitiu um controle completo ou a completa confiança de outra pessoa, fora Brim.
Igualmente, sabia que a retribuição trataria aos guardas dirigentes, como ele sempre tinha tratado. Antes sempre os matava. Ele traíra seus princípios por Anya. Ele não os tinha matado, só os tinha ferido. Seu pai e seus primos sabiam que foram tratados justamente. Eram homens da guerra. A guerra tinha matizes diferentes dos contos de fadas que viviam as mulheres jovens, tal como Anya vivera.
Finalmente, ela estava dormindo. Del Rey se sentou na cadeira ao lado de sua cama, vestiu-se, apoiou a cabeça entre as mãos enquanto seus cotovelos descansavam sobre os joelhos. Sentou-se ali no momento em que pôde retirar-se dela, logo que o nó que inchou em seu pênis diminuiu o suficiente para sair fora dela. Tinha puxado seu jeans até os quadris e se sentou para evitar que caíssem no chão.
E permaneceu ali, enquanto ela em silêncio, abraçada em si mesma, arrastou a manta sobre seus ombros e chorou em silêncio até que dormiu.
Ela não soluçou de novo. Ela não o amaldiçoou ou insultou. Recolheu-se dentro de si mesma, e ele não tinha idéia de como trazê-la de volta.
Desceu suas mãos e as olhou. Grandes mãos. As mãos de um guerreiro. Um assassino. Essas mãos a sustentaram debaixo dele. Seus dentes a sustentaram em seu lugar. Prendera seu apêndice duro e profundo em seu interior.
Nunca tinha feito isso. Em toda sua vida sexual, nunca tinha feito isso a uma mulher. Por que a esta mulher?
Levantou os pés e fechou seu jeans antes de vestir a camiseta. Podia ouvir Brim, seu segundo no comando, subindo as escadas até o segundo piso do dormitório. Del Rey abriu a porta enquanto o outro homem chegava.
Preocupado pela luz azul dos olhos que o olhavam.
— Os veículos estão aqui — informou Brim — Essas mulheres de baixo estão zangadas. Olhe suas costas.
Ele não as culpava. Inferno, alguém deveria disparar nele.
— Contatou a Haven?
— Enviamos a mensagem, não responderam — informou antes de respirar fundo, reduzindo seus olhos. — Algo não está bem, Del Rey. Você tomou à mulher?
Del Rey grunhiu. Anya não era negócio de ninguém. Brim sacudiu a cabeça.
— O aroma dela mudou, modificou-se, e o seu também. Algo está ocorrendo aqui.
Esse era o eufemismo do século. Voltou a olhar Anya.
— Preparem-se para sair — disse a seu segundo no comando. — Precisará enviar outra mensagem a Haven. Necessito de seu médico. Agora. Isto não pode voltar a ocorrer, Brim. Não sei que diabos aconteceu aqui, mas não pode voltar a ocorrer — fechou a porta e retornou à cama.
— Anya — sussurrou seu nome e ela se encolheu.
Era tão horrendo seu contato? O maior prazer que conhecera em sua vida, e agora ela se afastava dele.
— Se vista. Os veículos estão aqui e vamos sair. Agora. Não creio que queira correr o risco de deixar eu mesmo vesti-la — tentou fazê-la zangar-se. Não funcionou. Ela empurrou as mantas como se o esgotamento que se apoderara dela fosse doloroso. Olhou e encontrou sua roupa, e foi para o banheiro, fechando a porta atrás de si.
Ele não a escutava soluçar, não escutava seu pranto. Mas podia cheirá-la, e como rasgava seu peito. De algum jeito, tinha conseguido apagar as chamas do fogo que eram uma parte dela.
Neste momento, sua Anya cheirava a derrota. E Del Rey sentiu. Pela primeira vez em sua vida, conheceu o sabor da derrota.
Três semanas mais tarde
Se havia uma coisa da vida que Del Rey conhecia com toda segurança, era ele mesmo. Era Casta Coiote, e enquanto ele se informou no Gabinete do Governo das Castas, semanas mais tarde, admitiu possuir alguns dos piores traços da Casta.
Calculista, manipulador. A capacidade de ver uma situação e imediatamente medir o tamanho dos cortes na estrada, os perigos inerentes nela e encontrar uma forma de seguir. Ele não era um típico encarregado do tipo de combate. Era um animal fatiador de gargantas na escuridão, e ele o admitiu plenamente.
Durante dez anos tinha conspirado para assegurar que ele e sua gente fossem parte da reconhecida Sociedade de Castas. Ele era, depois de tudo, um homem que gostava de estar no lado vencedor. A liberdade das Castas estava no lado vencedor. Mas agora, as apostas aumentaram. Devido a sua companheira.
Demônios, nunca conseguira tanto como uma baforada de informação, a cerca do emparelhamento caloroso entre as Castas e seus amantes. Quem imaginaria que a genética da Casta se voltaria contra eles de tal maneira e torturaria suas mulheres como o fez?
É obvio, de que outra maneira uma Casta esperava ter a sua mulher que, uma vez conhecendo a natureza animal voltasse com o emparelhamento caloroso?
Ele considerava um negócio cancelado. Parecido aos ferimentos que ele ordenara para a família de Anya em represália pelos riscos que ela correra durante seis anos.
Se tivesse que voltar e deixar aos homens ilesos, então o Conselho de Genética teria que matá-los. É assim simples, quando um homem faz o correto.
O Fantasma Coiote não era homem misericordioso quando se tratava do inimigo. Se o Conselho suspeitasse que mostrara misericórdia a qualquer um, salvo à mulher que tinha seqüestrado, então instantaneamente eles suspeitariam que os homens participaram do complô para libertar as Castas da instalação.
Anya não quis escutar a explicação. Ela se negou a falar com ele, uma vez que o médico da Casta, Nikki Armani, a levara das cavernas. A pedido dela, ele tinha negado qualquer contato com ela.
Ele entendia melhor agora por que sua fúria aumentara diante do pensamento dos riscos que ela correra. Por que ele colocara dois homens de guarda nas instalações, a todo momento, com a segurança de que se o Conselho enviasse soldados para pegá-la, poderiam resgatá-la.
Foi muito protetor com ela, e reconheceu isto. Seus homens reconheceram isto. Eles tinham um rastro muito fino a seu redor aonde aquela menina foi uma preocupação por muitos anos. E o conhecimento do calor do emparelhamento explicou aqueles impulsos de Del Rey, que corria riscos como nunca em qualquer outro momento. Também explicou sua consciência, desde a primeira vez que a viu, que de algum modo, ele a trairia.
O cálculo e a manipulação, a astúcia e visão. Esses traços eram parte da maquiagem das Castas em geral, mas os Coiotes tinham deles em abundância. Assim como uma saudável dose de certa preguiça, mas as espécies não podiam ser perfeitas, disse a si mesmo. A preguiça não se estendia aos trabalhos, só à vida em geral, e ele aceitou aquilo em seus homens, como nele mesmo. Podiam vadiar em seu tempo livre, mas o trabalho precisava ser feito segundo suas exigentes especificações.
Agora havia uma missão muito mais importante à frente dele. A aquisição de sua companheira do Gabinete do Governo das Castas. Precisava estabelecer normas, disse a si mesmo. Anya necessitava de sua libra de carne ou ele nunca teria a oportunidade de tomá-la de novo.
Ele entendeu sua arrogância. Não entendia as emoções de uma mulher, mas as mulheres Coiote que guardara, informaram-lhe com ligeireza que é rápida a melhor forma de aprendizagem das emoções. Elas juraram lealdade, e a busca da aliança da manada com a Sociedade de Castas. Aquela lealdade era profunda. Elas não quebrariam sua palavra. Mas se ele tomasse sua liberdade de escolha desse momento em adiante, então fomentaria ressentimento. Tanto nas mulheres, como nas manadas que dirigia.
Era um pouco de seu orgulho. Era um pouco de sua ira. Durante três semanas fora separado de sua mulher, sabendo que estava no subsolo das instalações de investigação das Castas, analisando o emparelhamento de calor. Sabia dentro dele que esses experimentos a machucavam. Podia senti-lo, sabia isso em uma parte de sua alma cuja existência não conhecia. E que era incapaz de apressar seu caminho para ela.
As cinco mulheres Coiotes ficaram com ela. Elas eram a segurança de que se ela perguntasse por ele, ele saberia. Se ela quisesse livrar-se das experiências, então elas viriam buscá-lo. Informavam-lhe diariamente e cada dia diziam que ela não queria vê-lo ali. Ela não queria voltar. Mas ele via no fundo dos olhos das mulheres que ela sofria. Sua companheira sofria e ele ia ajudar a deter isto.
Agora, ele se sentou na sala de reuniões que estabeleceram para um tribunal de Castas, alguém lhe disse que nunca aconteceu nos onze anos de história do estabelecimento das Castas.
Um quadro de doze homens e mulheres escolhidos entre todas as espécies para ouvir as demandas de separação de sua companheira.
Ele sabia como terminaria isto. Ele sabia, e a dor que lhe produziu o surpreendeu. Aceitar a verdade e o mando de cada batalha nunca foi um assunto difícil para ele. Mas desta vez, vendo o caminho que se estendia diante dele e sabendo o que teria que fazer, sofreu.
O temperamento da genética animal que nunca vinha à superfície, irritou-o com quente fúria. A mesma fúria que viu brilhar nos formosos olhos de safira de sua companheira.
Ele amaldiçoou, enfureceu-se, e viu mudar sua vida diante de seus olhos.
Uma petição de separação de uma companheira nunca ocorrera, era a primeira vez nos onze anos desde que as Castas tinham conhecido o calor do emparelhamento, o calor e o sofrimento por ele.
Não até Anya Kobrin, que à três semanas, passou por experiências para completar a investigação que os médicos necessitavam para criar uma base de terapia hormonal, que controlaria os sintomas do calor.
Advertiram-na que não era a cura, mas uma mera ajuda. Disseram que nunca seria livre do homem que eles chamaram seu companheiro, mas ela teria o tempo que necessitava para averiguar que diabos acontecera com sua vida, e como foi ao inferno tão rápido.
Ela olhava ao Tribunal das Castas, sentada em uma mesa frente a eles. Nove homens e três mulheres procedentes de todas as espécies das Castas. Lobos, Felinos, Coiotes. Del Rey e Sharone estavam ali para representar aos Coiotes. Seu companheiro e uma de suas mais queridas amigas.
Seu companheiro; ela desejava que rissem do titulo como ela ria dele. Estava furiosa. Enfurecida. Desprezada. Em três semanas, não esquecera a única queixa que tinha contra ele.
Sua atenção se centrou em um homem e na moça a seu lado. Cassandra Sinclair, filha de um membro do tribunal, Dash Sinclair. Dezoito anos, Cassandra era magra, com cabelo negro longo e luminoso, olhos azuis quase pálidos. Ela tinha os traços perfeitos que todas as Castas tinham, embora fosse o que eles chamam de híbrido, uma menina nascida de esperma de Casta que fecundara um óvulo não modificado pela genética necessária para criar as Castas. Sua mãe fora inseminada artificialmente e Cassandra era o resultado.
Ela estava ali, ainda apesar das Castas. Sem dúvida olhando o aspecto mais longo de seus caninos em de sua boca.
— Senhoras e senhores do tribunal, — Cassandra anunciou. — Têm diante de vocês uma petição de separação entre a Casta Del Rey Delgado e sua companheira biológica, Anya Kobrin. Estou atuando em nome da Srta. Kobrin e oficialmente requeiro uma solicitude de ordem de separação e limitações a serem impostas à Casta Coiote do Alfa Del Rey Delgado e que se dê refugio em Haven enquanto o Alfa Delgado se encontre residindo na base da Casta Coiote que estabeleceu.
— Pedimos também que ao Alfa Delgado seja denegada sua petição de ter acesso a sua companheira, segundo seus desejos. Neste momento, Miss Kobrin está disposta a responder as perguntas do tribunal e jurou sobre os princípios da Lei das Castas que sua resposta será verdadeira e sem prejuízo de Alfa Delgado.
Houve um movimento na mesa a cada um dos membros, à exceção de Del Rey e Sharone, deram outra olhada nos papéis.
Cassandra se sentou, com composta expressão enquanto o tribunal se voltou para os dois.
— Temos só umas poucas perguntas, Srta. Kobrin. Simplesmente elucidações a sua declaração — Jonas Wyatt, o diretor do Escritório de Assuntos de Casta, iniciou o processo.
Misteriosos olhos prateados olharam a Anya, rodeado de exuberantes pestanas negras. Sua expressão era fria e imponente, e possivelmente sobre seus lábios havia um leve toque de cruel arrogância.
— Primeiramente, eu gostaria de esclarecer ao tribunal que, efetivamente, você trabalhou com um homem que conheceu primeiro como o Fantasma Coiote e, por último, por sua verdadeira identidade, Del Rey, durante um período de seis anos, para eliminar aos espiões da manada Coiote na instalação em que você encabeçava a administração e os assuntos internos de segurança.
Anya respirou lentamente. Ela jurou que podia cheirar a Del Rey. Um sutil toque picante, intensamente sexual e quente de macho. Pena que ele não estivesse disposto a compartilhar alguma destas qualidades com ela.
— É verdade — ela respondeu.
— Você contatou ao homem enviando a primeira mensagem? — perguntou-lhe Jonas.
— Foi — ela assentiu.
— E era consciente que o Coiote Fantasma tinha o costume de matar ao chefe das forças de segurança das instalações que atacava, ao longo dos anos? Bonificações que tomavam as Castas Lobos, Felinos e Coiotes que ele considerava aceitável pelos riscos do resgate?
— Eu era consciente disso — ela afirmou.
— E por que acredita que não fez mal a sua família, então? — perguntou, sua voz cada vez mais fria. — Seu pai dirigia os parâmetros de segurança e treinamento. Era consciente que a instalação e as leis internacionais estavam contra as instalações? O que fez com que o Fantasma Coiote não matasse a seu pai?
Porque ela acreditara em sua palavra. Ela acreditara nele. E durante os seis anos que trabalharam juntos, ela acreditara que algo mais que um trabalho os vinculava.
— Ele jurou antes que nos reuníssemos que minha família não sofreria — lhe disse. — Ele jurou durante seis anos enquanto eu fiz o que me pediu, arriscando a mim e a minha família se eu fosse capturada, que eles não seriam penalizados ou prejudicados, a menos que não houvesse outro recurso, mas os feriu para proteger aos seus. Tínhamos um acordo.
— Você tem nos correios eletrônicos seguros que foram recuperados, Diretor Wyatt, uma cópia da declaração da Srta. Kobrin — Cassandra interpôs.
Jonas a olhou levemente surpreso.
— Eu não necessitava provas de sua declaração, Sra. Sinclair — disse-lhe. — Eu simplesmente precisava esclarecer que ela era consciente dos riscos de contatar ao Alfa Delgado antes que o fizesse.
— Srta. Kobrin — Merinus Lyon, esposa e companheira do Alfa Lyon, o orgulhoso dirigente felino, falou então. — Você se sentiu, em qualquer momento, violada?
A questão tinha uma tensão mortal começando a encher o ar. Anya não previra essa pergunta.
— Nunca me senti violada — ela respondeu.
— Não, você não — Merinus acordou. — Você solicitou a este tribunal uma separação de um homem que, sabemos, de fato é seu companheiro biológico e, que nós suspeitamos, seu companheiro emocional. Os companheiros não fazem isto, não importa a ira ou os mal-entendidos. Como mulher, como parte deste tribunal, eu gostaria de entender por que você tomou esta postura.
— Eu não fui violada — ela sacudiu a cabeça. — Não por Del Rey. Senti-me violada pela loucura destas leis que sou obrigada a respeitar, e me sinto violada por um fenômeno hormonal do qual nem o Alfa Delgado nem eu mesma tínhamos o controle. Não tive mais remédio que aceitá-lo como um amante por causa da perda de controle que esta conexão biológica forçou. Incomoda-me que este tribunal considere que domino o que sinto quando está presente Alfa Delgado. E me incomoda que a escolha pudesse ser tirada de minhas mãos. Isto, primeira leoa, é o pior tipo de violação.
Merinus a olhou por longos momentos antes de inclinar sua cabeça em acordo.
— Obrigado, Srta. Kobrin, pela elucidação.
O silêncio encheu a sala de reuniões então, como se os homens e mulheres à frente do tribunal não esperassem sua resposta.
E ela podia sentir a Del Rey olhando-a. Pelo canto de seu olho, pôde ver a escuridão, a tristeza incubando em seu rosto.
— Diria você, Srta. Kobrin, que talvez você e Alfa Delgado foram forçados a uma situação que nenhum de vocês queria? — o Alfa Lyon lhe perguntou logo.
— Eu diria isso — disse ela.
O orgulho alfa voltou para seu descanso.
— Entretanto, você viu a exposição do Alfa Delgado, que sua intenção era levá-la para fora destas instalações e reclamá-la como sua amante. Você tinha dezesseis anos quando ele a conheceu. A partir desse momento, ele era consciente de que não havia possibilidades que a deixasse ali. Não havia chances que evitaram convencê-la a que você permaneça com ele.
Ela olhou ferozmente a Del Rey então.
— Então ele deveria ter sido cuidadoso com o pedido de que minha família não fosse ferida — afirmou. — Uma vez que cheguei aqui, ele não deveria me negar a solicitude de contatar a minha família.
— Mesmo se esse contato ameaçasse sua família? — perguntou-lhe o Alfa Lyon em seguida. — Srta. Kobrin, ficando em contato com sua família, você os poria na posição que o Conselho de Genética tivesse provas que eles podem usar contra eles. Seu principal objetivo neste ponto é raptar companheiros de Casta. Poderia seu pai ser usado para arrastá-la de Haven? Daria sua vida por sua família?
Seus lábios tremeram. Ela olhava a Cassandra. Ela não havia considerado isso. O Conselho não golpeava mais aos seres humanos, porque a propaganda contra eles era muito forte.
Cassandra a olhava com simpatia.
— Não — sussurrou ela finalmente. — Eu não sabia disto.
— Entretanto, foi enviada a declaração do Alfa Delgado, explicando seus motivos e suas ações, a qual lhe deu este tribunal — Callan declarou além disso. — Leu essa declaração?
Ela sacudiu a cabeça. Ela não lera. Ela não queria ler ou escutar suas razões.
— Não fariam diferença — finalmente claramente. — Mentiu-me, inumeráveis vezes. Destruiu minha confiança nele, e sabia durante seis anos que ia fazê-lo. Eu não confio nele, Alfa Lyon. Não cabe dúvida que esta petição da separação é sincera. Ela é.
— Srta. Kobrin — Gunnar Wolf, o lobo alfa da manada, falou então. — Você está apaixonada por ele?
Ela se sacudiu, surpreendida pela pergunta.
— Minhas emoções não entram nisto, Gunnar Alfa.
Ela o amava? Até ela estava dolorida com isto. Ela iria permitir controlar seu corpo e sua vida por causa disso? Não nesta vida.
Wolfe a olhou por longos momentos antes de assentir com a cabeça lentamente.
— Talvez tenha razão — finalmente aceitou.
— Possivelmente essa é a pergunta que deveríamos fazer ao Alfa Delgado — Cassandra propôs então, girando a cabeça para Del Rey enquanto Anya tomou fôlego com temor. Ela sabia a resposta.
— Alfa Delgado, você está apaixonado pela Srta. Kobrin?
Del Rey a olhou.
— Não posso dizer que estou apaixonado por ela — disse finalmente. — Sou um soldado, Sra. Sinclair, não um maldito poeta. Reclamo-a. Como resultado, ela é minha companheira. Ninguém mais deve interferir.
Anya desceu a cabeça e olhou suas mãos, a esperança diminuindo em seu interior, não mais de segundos depois que tinha queimado através de sua alma.
Se dissesse que sim, ela seguiria adiante com esta petição? Sabia que não. Ela não podia negar-se se ele jurasse que a amava, embora sabendo que sua palavra não vale a assinatura que estampou em suas declarações.
— Vejo — disse Cassandra fortemente, a cabeça levantada para olhar atrás às mulheres no tribunal. — E nos perguntamos a necessidade de uma jovem mulher de ser separada do homem que só a reclama — suspirou.
— Sra. Sinclair, queria fazer uma pergunta – pediu Del Rey, sua voz preguiçosa como sua posição agachada em sua cadeira.
— É obvio, Alfa Delgado — disse Cassandra com um toque de surpresa.
— Temos vários homens acoplados neste tribunal. Alfa Lyon, Alfa Gunnar, Jacob Enforcer Arlington, e Enforcer Aiden Chance. Digam-me, senhores, vocês amam a suas companheiras quando o calor do emparelhamento os reclama?
Cada homem gesticulou fortemente.
— Talvez simplesmente nós não soubéssemos que isso era amor — Alfa Lyon disse, finalmente, com diversão enquanto ele olhava a sua esposa a seu lado. — Mas sem dúvida, Alfa Delgado, aprendemos bastante rápido.
— Quem pode dizer que não posso aprender também? — Del Rey deu de ombros. — Ser um Coiote não me faz tolo, só menos disposto a reconhecer a emoção, creio. Pela separação dela de mim, minha companheira está roubando a oportunidade de ambos.
— Ele é muito hábil com as palavras — Cassandra murmurou sob sua respiração.
— Ele está nisso — Anya disse tristemente. — Ele é muito bom em torcer as palavras.
— Também me dava conta de que a Srta. Kobrin é decididamente menos honesta em sua resposta a esta mesma pergunta — apontou Del Rey logo.
— A Srta. Kobrin tem direito a solicitar que suas emoções não sejam questionadas — Cassandra sustentou. — O calor do emparelhamento e os efeitos psicológicos provados são bases que ela não será questionada em relação às emoções, que pode não ter bem claras neste momento.
Del Rey curvou risonhamente os lábios, seus olhos negros brilhavam com conhecimento enquanto Anya levantou a cabeça e o olhou de novo.
— Se eu não tivesse ferido a sua família e deixado claro minha intenção de machucá-los, então eles teriam morrido — disse então. — O Conselho os teria matado e eu sabia. Mas, vou admitir, inclusive sem esse risco, que eles sentiram minha ira. Eles a puseram em perigo desde sua infância até o dia de seu seqüestro. Foram castigados por sua falta de preocupação por seu bem-estar. Essa foi a decisão por trás de minhas ações, corretas ou incorretas. Se eu soubesse então o que sei agora, faria novamente? Tenho que dizer que sim — continuou. — Eu a reclamei e reclamo todos os direitos de vingança em seu nome. Suas emoções e a falta de entendimento dos homens de guerra, resulta-se evidente. Ela não tinha nem idéia quão pouco consideravam seu bem-estar aquelas pessoas que ela amava. — Com isto, inclinou-se para frente. — Ela quer uma petição de separação. Muito bem. Ela a tem. Serei condenado, se tomar uma companheira ou uma mulher que afirma que os vínculos entre nós não são mais que uma violação.
Ele se dirigiu para Jonas, a seu lado.
— Diretor Wyatt, aceito sua oferta como executor da Mesa, sob a condição de que enquanto estou arriscando meu traseiro por sua liberdade, uma vez mais, ela requer permanecer na Base e fiscalizar as Castas Coiote que a olham por apoio. Esses homens e mulheres que nós tiramos dali necessitam tempo para aclimar-se e ela é a força guia que eles olham.
As sobrancelhas do Jonas se arquearam.
— Quanto tempo você acredita que será necessária esta aclimatação? — perguntou.
— Estou seguro que a Srta. Kobrin gostaria de um bom tempo. Ela parece bastante talentosa no âmbito da fixação de limites.
— Um ano — declarou Del Rey. — Ela receberá o aviso de meu retorno de supervisionar os militares e os pacotes econômicos da manada entre as missões. Você declarou que necessitava mais homens para golpes rápidos que se realizam contra as instalações e os grupos inimigos — ele observou. — Parece que sou seu homem.
— Estas são missões perigosas — asseverou Jonas, enquanto olhava a Anya em estado de choque. — Os companheiros não têm essas missões.
Del Rey riu duro e frio enquanto se levantava.
— Parece que já não sou um companheiro, Diretor Wyatt. Eu só sou o pobre bastardo.
Com isso, moveu-se da mesa, espreitando a mesa onde Anya estava, seu porte de características selvagens, apertando com raiva, enquanto andava com passo majestoso para a grande porta dupla, levantou suas mãos e golpeou através deles.
O choque de metal contra o metal enquanto as portas ricocheteavam nas paredes teve um retrocesso violento enquanto ela o olhava.
— Está louco — ela sussurrou.
Cassandra riu.
— Sim. Ele é um Coiote para você. Nunca os acusamos de ser cordato.
— Ele pode fazer isto? — ela perguntou. — Ele aceitou a condição de companheiro. Isto se supõe está contra as normas ou algo assim, não?
Cassandra a olhou maliciosamente.
— Ou algo assim — suspirou. — Bom, olhe o lado bom, possivelmente não tenha que vê-lo de novo muito freqüentemente.
Ela agarrou o braço de Cassandra, evidentemente furiosa.
— Ele poderia ser assassinado.
— Podemos estar todos mortos, Anya — Cassandra lhe disse, com voz fria agora. — Somos Castas. Não se nos quer ser livres, recorda? Estamos todos em perigo. Ele foi justo aceitando um risco que outros machos emparelhados estão forçados a renunciar. A ordem de separação muda estas normas. Ele pode fazer o que diabos queira agora.
Inclusive arriscar sua vida. Anya se voltou e deixou seu olhar encontrar o de Sharone. Sua amiga estava perdida, ela podia vê-lo. Dividida entre a lealdade à manada e a amizade. Então, a expressão de Sharone se clareou e um pequeno sorriso tocou seus lábios enquanto ela a olhava. Uma de triunfo. Anya entendeu que ao menos ela entendia a decisão de Del Rey de partir.
Oito meses depois
Del Rey olhou a noite enquanto o heli—jet se aproximava de Haven. O céu estava claro, as estrelas semeavam o céu da meia-noite e uma vibrante lua cheia brilhava sobre a terra com raios dourados.
O anel de bosques próximo aos duzentos hectares de vale que agora a Casta de Lobo comandava, era bastante maior, que a dúzia de hectares que tiveram antes. Terras federais lhes tinham sido concedidas quando mais funcionários do governo dentro dos EUA demonstraram ser parte do Conselho de Genética de categorias inferiores
Obter arquivos secretos das seletas agências representou uma afluência de dinheiro através dos canais, assim como de armas e militares.
Duzentos hectares do Bosque Nacional Uncompahgre, até agora, tinham sido transferidos à Casta de Lobo. Outros quinhentos acres seriam cedidos no próximo ano.
O vale da Casta de Lobo reclamado como lar, estava dentro da vista do escarpado que as Castas de Coiote tinham invadido uns oito meses antes. Aquela única montanha dada aos coiotes pelo fato que representava uma ameaça para o vale e não era parte original da terra Haven. Era o lar de Del Rey e estava decidido a voltar.
Terminara a investigação em Produtos farmacêuticos Engalls e em uma divisão da companhia, Brandenmore Investigações. As duas empresas estão trabalhando secretamente em uma droga que controlaria a livre vontade das Castas. A investigação demorou mais do que acreditara originalmente. Não retornara à base por mais de dois meses.
Não cheirou a sua companheira por dois meses. Teve muito tempo para pensar e o maldito tempo para arrepender-se. E estava doente por estar fora da Base, por estar longe de sua companheira.
— Onde acredita que comandaremos a próxima? — Brim afogou um bocejo enquanto o piloto contatava a base Haven e se aproximava de seu espaço aéreo.
— Não vamos voltar — disse Del Rey, seu olhar ainda no céu noturno.
O silêncio foi muito longo.
— Você prometeu ao tribunal um ano — recordou-lhe Brim, tranquilamente.
— Sei o que disse — ele grunhiu. — Vamos sacanear na praia por umas semanas aqui e lá. Diabos, levaremos às meninas ao maldito Disneyland ou alguma merda. Eu tenho isto, Brim. Isto é uma merda. Minha companheira dirige minha maldita base melhor que eu, e ainda acima de mim — dirigiu-se a seu segundo no comando e guarda-costas
— Leu esse maldito relatório que Sharone finalmente nos enviou? Trata-se de um desastre anunciado.
Ia começar a suar de novo. Diabos, quando leu o relatório original, ele jurou que suas mãos tinham tremores. Sua companheira era malditamente muito esplêndida, audaz e valente, e as mulheres guarda-costas que ele permitira eram justo como um maldito mal.
Passou sua mão pelo rosto e sacudiu a cabeça. Oito meses. Um homem pode pensar, conspirar e planejar muito em oito meses. Quando retornou a ela, entretanto, sabia que chegara a seu limite. O limite de Del Rey chegou.
-seria bastante fácil pôr outra equipe em Engalls e Brandenmore com nossa informação — disse Brim. — Tudo o que eles necessitam agora é concluir a experiência.
— A melhor experiência virá logo — Del Rey grunhiu.
Brandenmore e Engalls, diretores gerais das duas empresas que estavam investigando, quase causaram várias mortes das Castas, assim como um bibliotecário no Estado da Virginia que ignorara suas intrigas. Ser forçado a libertá-los para obter informação, deixou um sabor ruim na boca de Del Rey. A informação chegara. A informação que salvaria a vida de uma jovem mulher, e os conhecimentos médicos suficientes para preparar uma análise no caso de outra Casta ser infectada com a droga. Mas maldito se ele não queria matar aos bastardos que ainda continuam caminhando pelas ruas. Presumidos, donos de si mesmos, Phillip Brandenmore e Horacio Engalls eram os piores que a humanidade pôde produzir. Eles chamavam às Castas de animais, ele riu em silêncio.
O negro heli—jet atracou, sigilosamente, e pousaram sobre a pista de aterrissagem em cima do tapete de entrada de boas-vindas às portas do recinto da Casta de Lobo, Haven. Comportas se abriram silenciosamente, e altas, escuras e silenciosas figuras, passaram com letal precisão sobre seus passos que os levaram a lado do edifício e da porta de entrada.
Del Rey e sua equipe não fizeram ruído enquanto entravam no edifício seguro, passaram através dos protocolos de segurança e, continuando, entraram no fechado recinto da Casta de Lobo por uma porta inferior.
-alfa Líder Delgado, temos um veículo esperando a você e a seus homens — uma escolta da Casta de Lobo deu um passo adiante na pouca luz que rodeava a parte exterior da estrutura. — Alfa Líder Gunnar e o Gabinete da Casta de Lobo se reuniram, como você requereu.
Del Rey deu uma suave cabeceada. Fez gestos a dois de seus homens para que viessem com ele, aos outros dois fez um sinal silencioso para voltar para sua própria base dentro dos escarpados que se elevavam acima do vale pacífico.
Brimstone e outro membro de sua equipe foram com ele, também eram parte de sua segurança como Alfa: Cavalier, o Casta que Anya ajudara a resgatar antes do resgate principal.
Ela nunca entendera por que ele tomou só uns poucos de uma vez. Isso era imprescindível para eliminar aos espiões, para mostrar a ela que aqueles que ela ajudava a trairiam. E quando chegassem à sua manada, ele queria a garantia da lealdade. Cavalier tinha a informação que necessitava e uma vista da instalação que inclusive Anya e Sharone não tinham percebido.
A viagem ao quartel general da manada no centro do recinto não era longo. Levou tempo, entretanto, para passar a segurança do edifício principal do quartel general. Uma viagem em elevador os levou até as vísceras da base, e logo eles tinham outra viagem através de aço e cimento até a base militar abandonada para a qual a Casta de Lobo lhes dera acesso.
Durante os últimos sete anos, desde que se estabeleceu em Haven, a maioria dos trabalhos foi para defesa da base de operações. Por cima deles, o vale sereno refletia uma história de amor da natureza, privado e cordial, se ignorassem os guardas armados ocultos nas montanhas e na proteção dos ramos das árvores.
Abaixo, estava o coração e a alma da segurança de Haven, e corria como uma máquina bem lubrificada.
— O gabinete está esperando na sala de reuniões número três no terceiro nível — o guarda da Casta de Lobo disse e inclinou a cabeça enquanto eles entraram no elevador. — Dash Sinclair e sua família chegaram logo depois de você.
Dash Sinclair subira rapidamente até as filas hierárquicas das Castas desde sua revelação da condição de Casta. Uma Casta com genética recessiva, que tinha escapado do laboratório aos dez anos. Ele esteve no sistema de lares de guarda da América, tinha sido educado e esteve no exército até que a carta de uma menina o trouxe de novo para a América e despertou o animal que estava reprimido dentro dele.
Sua filha, Cassandra, tinha ainda uma ferida com Del Rey, mas ele sabia que ela fora ferida durante vários meses antes, durante uma operação no meio da qual ela não deveria estar.
— Como está a recuperação da Sra. Sinclair? — perguntou. Odiava a lógica da mulher, sua capacidade para argumentar a favor de tudo o que ele que tinha rechaçado com cada parte de sua alma, mas ele viu o propósito, estava no olhar da compassiva mulher, no dia em questão que defendeu a liberdade de sua companheira.
— Ela está muito melhor – assentiu o guarda.
— Está aqui em Haven, atualmente sob o cuidado do Dra. Armani. Ainda não prendemos quem entrou em sua casa naquela noite.
Cassandra Sinclair teve um visitante, enquanto estava em um estado próximo do coma, rodeada de Lobo e guardas da Casta felina. Alguém conseguiu fazer um buraco em uma janela a mais de doze andares acima do chão, entrar em seu quarto e assustá-la provocando gritos de histeria.
A última coisa que Del Rey ouviu, é que ela não tinha idéia de quem ou o que esteve ali com ela.
Del Rey segurou sua mandíbula enquanto o Casta de Lobo o olhava na expectativa. Cada vez que chegava a Haven, sempre em segredo, sempre sob a cobertura da noite, o Casta de Lobo o olhava com a mesma expressão. Como se esperasse que ele perguntasse o que ele não tinha intenção de perguntar: Como estava sua companheira?
— Aqui estamos — o elevador estremeceu ao parar depositando-os em outro corredor de aço e cimento. Água, eletricidade e outras tubulações corriam ao longo das paredes. Os monitores mostravam os pedidos em geral e as Castas Lobo, Felinas e Coiotes se moviam junto a uma grande variedade de seres humanos que se alinharam com eles.
Alguns com porta-papéis, alguns conversando com companheiros, todos eles estavam fortemente armados e preparados.
Del Rey, Brimstone e Cavalier seguiam atrás de suas escoltas, até que chegaram a uma porta, da mesma cor cinza que o resto da base operativa.
Entrou sozinho, já que quando a porta se abriu, Del Rey indicou aos outros dois que esperassem por ele, enquanto ele enfrentava o Gabinete da Casta de Lobo que chegou ao mesmo tempo.
Havia seis deles. Assim como havia seis do Gabinete da Casta de Coiote, seis do Gabinete da Casta Felina. Dash Sinclair, o lobo alfa da Casta de Lobo Gunnar; Aiden, uma espécie de executor; Jacob, os cabeças da segurança de Haven; Faith, a esposa de Jacob e ligada com as demais manadas; Hope Gunnar, a esposa de Wolfe, e a Loba, segunda no comando de Haven.
— Del Rey, bem-vindo de novo — Wolfe e o resto deixaram a mesa, estendendo as mãos em saudação.
Uma vez que as preliminares da reunião e as boas vindas foram feitas, Del Rey sentou-se e arrastou o arquivo que trouxera com ele ao centro da mesa redonda, em frente de Wolfe.
A expressão do líder da manada mudou enquanto abria e lia a reportagem, Del Rey e seus homens a conseguiram com a ajuda do Escritório de Assuntos de Casta, o Gabinete Felino, e as investigações que ele e seus próprios homens tinham feito sobre o assunto.
O arquivo passou ao redor da mesa, cada membro o olhou com cuidado, suas expressões contando a mesma história. A incredulidade e a ira.
— Será capaz de parar? — murmurou Jacob, sua voz severamente baixa quando terminou a leitura da reportagem, enquanto sua esposa a lia sobre seu ombro. Ele devolveu e esperou.
Del Rey olhou Faith, tinha as mãos sobre os ombros de seu companheiro, a bochecha contra a parte superior de sua cabeça. A conexão, a união entre eles acendeu um ataque de raiva nele que ameaçava explodir, fora de controle. Estavam acoplados. O aroma de seus vínculos, suas emoções e a necessidade de outros era uma afronta a seus sentidos. Um insulto a tudo o que ele fora obrigado a abandonar.
Quando o último membro do gabinete, Dash Sinclair, fechou o relatório, Del Rey sentiu que a tensão, começou a aumentar na sala.
— Precisamos convocar o gabinete completo — disse Wolfe densamente. — Isto é um risco para todos nós.
O gabinete completo era algo que Del Rey nunca tinha visto. Cada espécie das Castas tinha seu próprio Gabinete. Os doze membros do tribunal que tinha enfrentado oito meses antes era uma mescla selecionada para fazer frente a pequenas questões que se referiam à sociedade em seu conjunto. Tal era o caso de Anya Kobrin, que pedira a separação de seu companheiro.
O gabinete completo era outra história. Seis membros de cada espécie. As manadas de Lobo e Coiotes assim como o orgulho felino. Adicionados aos seis membros do Conselho de Administração, selecionados dentro do Escritório de Assuntos de Castas, composto principalmente de humanos, exceto pelo diretor do escritório, Jonas Wyatt.
O gabinete completo era de vinte e quatro membros no total, e Del Rey tinha a sensação que suas reuniões não seriam sobre socialização e boa conduta, como chamavam às poucas reuniões da manada.
O risco de não convocar a todo o gabinete estava incrementando dia a dia.
— Não há prova suficientes para ajuizar à empresa farmacêutica ou à investigação e o braço que está realizando as experiências – disse Del Rey.
— Não há provas de que se utilizou Castas naquela investigação, seja voluntária ou involuntariamente.
Wolfe passou sua mão lentamente sobre seu rosto enquanto atirava o relatório para ele novamente e ele voltou a abrir. Del Rey sabia que eles encontrariam tudo ali. Nas últimas quatro semanas, a cientista da Casta Felina, Elyiana Morrey, quase morrera por causa das drogas que usara à força para tratar de destruir a uma Casta Leão que sabem têm uma anomalia em seu sangue, suspeito de induzir uma força e raiva primitivas conhecida como febre selvagem.
Mercury Warrant tinha desenvolvido febre selvagem nos laboratórios onde ele foi criado e treinado. No momento de seu resgate, os cientistas tinham desenvolvido uma terapia com medicamentos que, em essência, controlava-o, bloqueando o poder animal dentro dele que o obrigava a obedecer as ordens dadas por seus criadores e treinadores.
Uma variação dessa droga se utilizou na cientista. A falta do hormônio selvagem da droga adicionada em seu sangue produziu resultados quase fatais. Quase destruiu sua mente. Agora, havia provas que Castas desconhecidas para a comunidade de Casta estavam sendo capturadas ou de alguém convencido a participar das experiências com esta droga.
Três Castas encontraram-se só na última semana, seus cérebros fragmentados pela pressão que construíram dentro deles. Um quase matou a um humano, e mantê-lo oculto não foi fácil.
— Esta droga poderia transformar-se em nosso pesadelo — disse-lhes Del Rey. — Não só tem o poder de roubar nossa vontade, mas também tem o poder para nos tornar assassinos e algo mais. O Escritório estava trabalhando para obter mais informação, mas seu contato dentro das empresas tinha desaparecido. Suspeita-se que a pessoa não estaria viva.
— Eles encontraram a maneira de criar quantos assassinos quiserem — o sussurro horrorizado de Hope encheu a sala.
— Não é tudo — disse Del Rey. — Há sintomas quando os medicamentos são administrados à vítima. Nossa preocupação é o rumor de que a empresa de investigação conseguiu encontrar voluntários. Castas que foram levadas a acreditar que isto suspenderia a genética de sua Casta — inclinou-se lentamente para frente. — A Casta que quase causou a morte do agente de polícia era muito jovem, desconhecida e não estava registrada no Escritório de Assuntos de Casta. Sabemos que há ainda instalações retendo muitas Castas em cativeiro, e que se deslocam com freqüência. Ele poderia ser um deles, ou um voluntário. Quem quer que seja ele, temos um problema em nossas mãos.
Faith falou.
— O Dr. Morrey deu o medicamento a um assistente Casta em seu laboratório. O assistente não mostrou sinais de estar drogado. A avidez.
— Avidez — concordou Del Rey. — Nos últimos oito meses, eu e minha equipe perseguimos rumores que nos conduziu a isto: a empresa conseguiu efetivamente obter a droga no Santuário. Temos que parar com isto agora.
— E seria necessário pará-lo…? — perguntou Wolfe.
— Precisam dar total autorização a uma das equipes, – disse Del Rey, olhando friamente. — para subjugá-los de suas autoridades e obrigando-os a parar esta investigação, para que não obtenham as respostas que necessitam.
Dash se acomodou em sua cadeira e observou silenciosamente.
— Total autorização? — perguntou. — A pouquíssimas de nossas equipes se permite essa condição, Líder de Manada Del Rey, e nenhuma delas está disponível agora.
— Então é melhor fazer com que alguém esteja disponível — disse friamente Del Rey.
— Sua equipe esteve investigando desde o começo. — Disse Wolfe então. — Você teria ainda tempo para terminá-lo.
Del Ray franziu sua mandíbula.
— Dei-lhes toda a informação para concederem a uma equipe total autorização — disse-lhes e se levantou de sua cadeira. — Virem-se sobre o relatório. Também gostaria de apontar algo que, evidentemente, passou despercebido.
Wolfe franziu o cenho.
— E o que é?
— Um dos primeiros ensaios desta droga foi em um ser humano, em Haven, há oito meses. A droga foi administrada em sua comida e bebida durante as visitas a seus pais, na cidade vizinha. Foi considerado um fracasso porque ela finalmente não seguiu as ordens.
Estavam todos sentados com expressões sombrias e selvagens.
— Jessica — Wolfe grunhiu.
A jovem oficial de comunicações militares se encontrava na prisão há quase um ano; ela traíra à manada. Estava viva só porque o Casta de Lobo suspeito de ser seu companheiro impediu que fosse entregue à Lei de Casta.
Abandonara a prisão enquanto o Gabinete completo tomava uma decisão sobre se suas ações justificavam ou não a morte. A questão não se apresentou diante do mesmo, porque o Gabinete da Casta de Lobo ainda não decidira que medidas tomariam.
— Eles buscaram provas de que tivesse sido drogada — protestou Faith — Não encontraram nada.
— A droga tem um agente de ocultação — a voz do Dash era selvagem agora. – Não é fácil de detectar.
— Vou voltar para minha manada — informou-lhes Del Rey. — Há assuntos que precisam ser atendidos. Não serei que dirigirei a conclusão deste trabalho.
Voltou-se e caminhou para a porta.
— Del Rey, prometeu a sua companheira um ano — falou Faith então. — Foram só oito meses.
Ele se deteve, olhou sobre seu ombro lentamente, seus olhos se estreitando sobre a mulher enquanto seus lábios se curvavam.
— Você foi descuidada ao pôr esta disposição no acordo que assinei. Não há tempo determinado ali, e tenho meus deveres para com a manada, assim como o resto de vocês. Pode informar a minha Coya que estou de volta.
Deu uns passos pela sala de reuniões e sinalizou com a cabeça a seus homens antes de sair das salas subterrâneas. Manteve a força o duro sorriso que curvara seus lábios.
Durante aqueles meses, tivera tempo para aprender sobre o calor do emparelhamento. Na verdade o tinha feito, recebeu todos os informes do Dra. Armani sobre sua companheira e ele os estudou cuidadosamente. Não tinha dúvida em fazer perguntas.
Obter informes das bases de dados ou dados pessoais de Sharone não foi difícil, simplesmente porque ela sempre desejou falar a respeito de sua Coya. Diabos, maldito cada homem e mulher da base que pensava que o sol saía e brilhava sobre a bunda de sua Coya.
Foram os detalhes dos quais se inteirou por Sharone, sobre ela estar saindo, que o fez tomar sua decisão. Especialmente no mês anterior, quando Anya, Coya da manada Coiote, tinha convencido a sua segurança a levá-la a um bar, no pequeno povoado de Advert, quase a uma hora da base de Haven. Uma vez lá, envolveu-se de uma briga no bar que custou, a sua base, perto de mil dólares em danos e prejuízos.
Uma gota no copo em comparação com o preço de suas equipes expropriadas pela segurança privada e o trabalho do governo, mas ainda assim, sua companheira estivera ali, em uma briga, lutando como um homem e extravasando seu excesso de adrenalina sobre os incautos, em vez de extravasar sobre ele.
Maldita seja. Com que diabos ela sairia na próxima? Um amante, talvez? Tinha pesadelos a respeito de um. Pesadelos vívidos, salpicados de sangue, onde arrancava a cabeça de qualquer homem que se atrevesse a tocá-la, enquanto ela olhava com horror.
Era tempo de retornar a seu lugar como Alfa. Tempo de mostrar para sua perversa e pequena Coya seu lugar na vida. E não era somente para encarregar-se de sua base, pois enquanto que ele estivera fora, ela não fizera um maldito bom trabalho para manter as coisas unidas em sua ausência. Era um trabalho que faria de maneira mais eficaz se eles trabalhassem juntos. Ela não podia treinar a seus soldados. Ela não podia tomar decisões militares, e não podia ajudar aos líderes de sua manada na escolha dos homens que estariam na Mesa de Rotação. A cada seis meses, as equipes de Lobos, Felinos e Coiote rodavam entre as distintas bases de comando. Na atualidade, havia doze felinos e doze lobos na base. No Santuário, tanto Coiotes como Lobos, e Haven comandava o mesmo número de felinos e Coiotes.
Dois daqueles Coiotes atribuídos ao Santuário eram duas mulheres jovens que tinham saído do recinto com Anya. Eram adolescentes, e necessitavam da assinatura que Del Rey estando de acordo com o destino. Que diabos sabia ele sobre as mulheres jovens?
Ele conhecia os informes sobre as três mais velhas que elas, e estas o fizeram suar. Só o preço da roupa, da maquiagem e dos sapatos era suficiente para que um homem se acovardasse. Não que Anya não gastasse também. Não, ele precisara enviar “presentes” a Haven e, continuamente, forçá-la pela loba, Hope Gunnar.
Maldita mulher teimosa. Ela o deixava louco.
— A Coya ainda está na base — informou Brim, enquanto eles caminhavam para o jipe que os levaria ao longo da estrada elevada através da montanha à entrada da base. — Sharone diz que ela necessita uns poucos dias adicionais, já que você não informou de sua iminente volta e que ela considera isto manifestamente injusto — os lábios de Brim se crisparam enquanto dava a mensagem a Del Rey.
Del Rey grunhiu.
— Diga-lhe que é muito maldita e má. Estarei lá dentro de uma hora — logo ele sorriu. — Diga-lhe, por favor, que necessitarei do relatório aos dirigentes da manada que eu Comando quando chegar.
Brim grunhiu e transmitiu a mensagem, antes de desconectar o contato com a base que agora levava em sua orelha. O fone cilíndrico ampliado ajustava-se à orelha. Receptor e microfone incorporados tornava a comunicação entre a Base e Haven muito mais eficaz. Canais independentes se construíram, a interface, e a recepção era tão clara como a que eles utilizavam com os telefones por satélite.
— Você pode estar jogando um jogo perigoso com sua Coya, Del Rey — informou-lhe Brim. — Se ela se for, as pessoas que trouxe da Rússia podem ir com ela.
Del Rey sacudiu a cabeça.
— São Coiotes; conhecem o lado ganhador quando o vêem. Vou ganhar, Brim.
— Excesso de confiança, meu amigo? — Brim lhe perguntou. Só Brim poderia chegar tão longe com essa pergunta.
— É o desespero — resmungou Del Rey. — Espere, Brim. Quando passar quase um ano com uma dura ameaça a sua sanidade, então me pergunte sobre o excesso de confiança.
Anya se voltou para Sharone, encarando-a em silêncio por longos momentos depois que sua amiga e guarda-costas lhe transmitiu a mensagem de Brim.
— Ele disse o que fazer? — finalmente ela perguntou com suavidade.
— Chamar os dirigentes da manada do Comando; ele se reunirá com eles na sua chegada. — Sharone limpou sua garganta. — Ele se nega a esperar o tempo adicional que você solicitou para retornar a Haven.
Anya cruzou os braços sobre o suéter de cor cinza clara que usava, golpeando com o pé irritadamente contra o chão de pedra da sala de comunidade. A seu redor, os soldados fora de serviço caminhavam com os ombros cansados e olhavam a enorme tela de televisão montada na parede, ou comiam um sanduíche que tinham conseguido para o jantar.
Levaria uns dias apenas para averiguar que diabos tinha acontecido aos fornecimentos na área da cozinha. Ou comiam demais, ou alguém estava roubando fornecimentos de novo.
Tivera esse problema nos primeiros meses. Os soldados retiravam alimentos da cozinha, não importava de que tipo, e os ocultavam, só quando começaram a esgotar-se, suspeitou que fosse o Coiote mais jovem. A comida não era exatamente abundante na instalação onde se criou e treinou. Não podem acostumar-se ao feito de que este já não era o caso.
Ela exalou enquanto sua guarda-costas brigava por ocultar um sorriso satisfeito.
— Libera o sorriso e não vou ordenar sobremesa por um mês — advertiu-lhe Anya.
Vários grunhidos se voltaram para Sharone. Os Homens Coiotes que tinham estado escutando descaradamente.
Sharone rodou seus olhos.
— São piores que os malditos Styx quando se trata de seus doces.
— Não sei — Sharone encolheu os ombros. — O rumor do Santuário é que Del Rey disse a Jonas que queria um salto de vôo. Ele está retornando à base.
Base. Ela estava cansada de ouvir aquilo chamado de Base. Não era a maldita base. Era seu lar. Assim como Haven era o lar dos Lobos e o Santuário era o lar dos Felinos. Entretanto, os Coiotes chamavam a seu lar de Base. Os mesmo eram soldados em vez de homens.
— Ele não se atreveria. — Anya lançou um olhar irritado a Sharone, antes de ir à saída do túnel que levava a seus quartos. — Entre em contato com a equipe de líderes e façam saber que esperem a seu Comandante Alfa. Faça com que Emma e Ashley retornem, diga a elas que o tempo de jogo na cidade terminou. Seu Alfa retornou.
Ela não se perguntou por que estava seguindo suas ordens. Ela devia contatar a ele por si mesma e lhe falar sobre tomar um salto de vôo. Mas se ela o fizesse, então afetaria aos chefes de equipe e os soldados. Isso não aconteceria. Sua batalha pessoal com Del Rey não devia afetar aos homens, e às poucas mulheres, que trabalhavam dentro das covas e cavernas dos Coiotes.
Ela escutou Sharone irradiado suas ordens. Ela não podia sair ainda, faltava muito por fazer e não tinha tomado precauções. Se ela o deixasse sem preparação, então o lugar seria uma confusão quando ela retornasse semanas depois da chegada de Del Rey.
Ela ignorou o entusiasmo dentro de seu edifício, embora um calor suave queimasse sob o estômago ante a idéia de vê-lo de novo. Se não ignorou isto, viu-se obrigada a recordar tudo o que estava seguro que foi sua mijada fora do pote. Fez-lhe mal.
Ela não tinha conseguido esquecer o dano ainda. Seu pai e primos tinham cicatrizado sem complicações. Estavam de novo a pleno vigor, as feridas da carne tinham cicatrizado bem. Mas o coração de Anya não tinha sanado totalmente, e ela sabia. Ainda despertava no meio da noite chorando por ele, e ainda recordava a sensação de isolamento total enquanto o prazer de seu encontro sexual diminuiu com a distância.
Ela estava fria. Tão fria em sua alma, que às vezes se pergunta se alguma vez se esquentaria de novo. Em um tempo, tinha sabido que não. E ela nunca esqueceria a resposta dele ao Tribunal das Castas, quando Cassandra Sinclair lhe perguntou se amava a sua companheira.
Tinha sugerido que podia aprender a amá-la? Como se ela desejasse inteirar-se de algo.
Ela pisou forte entrando em seu quarto pessoal, jogando um olhar feroz à porta que conduziu ao de Del Rey. Ela tinha começado a mover-se em suas habitações, enquanto o Alfa da manada tinha chegado, negando-se a permitir que seja ordem de Del Rey.
Todas as coisas eram ordens de Del Rey. Pelo menos tudo o que pôde sair. Ela ainda não tinha visto seu pai, apesar de seu traslado aos Estados Unidos. Ele, seus primos e suas famílias viviam atualmente na Califórnia, depois de terem sido resgatados da Rússia por uma missão combinada de Lobos e Felinos.
Porque agora era a companheira de Del Rey, a família representava uma ameaça a seu bem-estar; se permanecesse nos laboratórios, o Conselho poderia chegar facilmente a eles.
Ela era Coya da manada Coiote. Segundo-comando quando Del Rey e seus segundos-senentes estavam bancando os heróis. Quando ele retornava, ela sempre se mudava para Haven, aonde ela ia e vinha, preocupava-se e sabia que todo o árduo trabalho que tinha feito na base estava sendo arruinado por Del Rey.
Os Coiotes tinham uma tendência a serem, deliberadamente, um pouco preguiçosos. Não tanto no trabalho. Podia-se contar com eles para realizar seu trabalho. Mas mantendo a ordem na cozinha, mantendo a sala da comunidade livre de refugos e que os informes fluíssem sem problemas não sempre era tão fácil de garantir. Porque Del Rey os deixava vadiar.
Sharone entrou.
— Possivelmente, teremos uma cerimônia oficial breve. Com o Alfa de novo aqui, poderia decidir que é hora de seduzir a sua Coya. Você sabe que não pode escapar muito mais tempo para aceitar oficialmente o título. Durma você com esse maldito asno Coiote ou não, a cerimônia é séria, merda. Inclusive os soldados que saíram da Rússia conosco o estão esperando.
A cerimônia. Isso é tudo o que escutou a respeito da condenada cerimônia. Eram umas bodas, pura e simples. Mas por alguma razão, era muito mais importante para a Casta da comunidade que para alguns seres humanos.
— Eu estaria satisfeita se ele tivesse aprendido a limpar a roupa suja fora de seu quarto enquanto eu estivesse fora — Anya bufou. — O homem é o rei da desordem.
— Ao menos ele se sobressai — Sharone riu.
— Isto não vai funcionar – disse, encarando Sharone enquanto ela fechava a porta detrás de si. — Não consegui arrumar a sujeira que me deixou o mês passado quando retornou. Não posso sair ainda.
Os olhos verdes de Sharone brilharam com diversão.
— Você vai permanecer aqui enquanto que o Alfa se encontra na residência? Ai, que valente Coya — ela se moveu. — E você está um dia atrasada com as injeções da terapia hormonal? Suponho que deveria ter ido ver o doutor ontem, não é?
Houve outro problema. O curandeiro da Casta de Lobo estava começando a pô-la nervosa. Havia algo errado com ela, não lhe importava o que o Dra. Armani dissesse. Os sonhos estavam retornando, brilhantes e infestados de sensações de sexo. O tipo de sexo onde Del Rey a abrigava, abrigando-a com todas as mentiras que as mulheres gostam de escutar e deixando-a dolorida pela liberação. Tinha que ser o calor do emparelhamento. Armani tinha que estar equivocado a respeito de seus níveis hormonais, não há outra opção.
— Contate ao Armani e diga que estarei lá na primeira hora da manhã. — Anya mordeu seu lábio inferior enquanto pensava. — Talvez eu possa convencê-lo para subir um pouco a dose com Del Rey aqui. — Ela encarou Sharone, questionando-a. — Caso funcionasse, então eu não teria que sair daqui cada vez que tem seu traseiro um cabelo selvagem e decide voltar.
— Del Rey? Ter em seu traseiro um cabelo selvagem? — Sharone riu — Nenhum órgão com cabelo recorda? — Sharone se burlava, sarcástica.
— Não me provoque, Sharone — ordenou-lhe ela. — Esta situação é bastante má, tal e como é com Del Rey de volta.
Suas emoções estavam sobrecarregadas. Emoção. Antecipação. Ela estava cansada de esconder-se de algo que não era sua culpa. Este tipo de lixo de calor do emparelhamento estava sob controle. Os níveis de hormônios do calor do emparelhamento estavam constantes. Havia períodos de excitação, mas Armani argumentava que eram normais. Tolices. O que ela sentia não era normal. Não podia ser. Do contrário, isto significava que ela estava realmente em falta do sarnento coiote, e ela se negava a aceitar isso.
— Então, Emma e Ashley devem preparar o refúgio em Haven? — Sharone perguntou.
Anya chiou seus dentes e olhou com feroz determinação à outra mulher.
— Não. Vamos ver quanto tempo pode ficar no lar com a Coya, em casa por assim dizê-lo. Aposto que se vai em um mês.
Sharone ria.
— Aposto que estará atada de novo em uma semana.
Elas não tinham a mesma opinião sobre o assunto. Anya não duvidava em sua mente que ia ganhar.
Ele tinha mudado.
À tarde seguinte, Anya caminhou até a sala aberta da comunidade, uma grande caverna que albergava a área recreativa da base, e se deteve.
Ela olhava ao homem em uma mesa do outro lado, sua manada de alfas igualmente relaxados, falando com as cervejas em suas mãos.
Del Rey parecia feliz. Havia um sorriso jogando sobre seus lábios, seu escuro rosto estava aumentado pela diversão, seus diabólicos olhos negros cheios de alegria enquanto um alfa da manada falava.
Seu cabelo loiro escuro estava mais curto. Antes, tinha caído sobre seus ombros, em longos e saudáveis fios. Agora estava cortado um pouco por cima do ombro e mais desgrenhado que antes, como se ele mesmo o tivesse cortado.
Uma perna estirada revestida de jeans, a outra dobrada. Sua mão descansava em seu joelho e tomava a cerveja pouco a pouco. A camisa que tinha fechada à frente estava enrugada, limpa, mas não exatamente elegante.
Em sua opinião, entretanto, se fosse elegante, ele seria um lobo em vez de um Coiote. Ela riu em silencio ante a idéia, enquanto o acariciava com seu olhar.
Ele estava tão formoso como sempre. Não um moço muito formoso, mas másculo e atraente. Fortes traços definidos em seu rosto; sobrancelhas arqueadas, uma frente alta. Seu corpo inteiro era de bronze dourado, como se estivesse perpetuamente bronzeado. Seus lábios eram sensuais, o lábio inferior um pouco muito abundante, talvez, para a paz mental de uma mulher. A curva tentando a imaginação a fez recordar como sentiu seus beijos.
Quentes. Destrutivos. Famintos.
Nesse momento, sua cabeça girou e seu olhar se reuniu com o dela. Como se tivesse sentido nele seus olhos, sentido a caricia que suas mãos picavam por lhe dar no meio da noite.
Ela tragou enquanto ele a olhava, sua mão em movimento enquanto trouxe a garrafa de cerveja aos lábios e se inclinou de novo. Sua respiração se fez mais profunda, mais difícil. Doce misericórdia, ela se estava sufocando em suor.
— Chame a essa maldita curandeira Armani e lhe diga que se vão à merda juntos — ordenou ao Sharone.
— Realmente — Sharone murmurou. — Maldição, Anya, está se esquentando.
— Cale-se — Anya lhe lançou um duro olhar ante de sair com passo majestoso da sala da comunidade e colocar a cabeça na cozinha.
Bom, o líder alfa estava na residência, poderia muito bem aprovar uma ajuda na cozinha. Ela necessitava um cozinheiro, assistentes e ajudantes de limpeza. E ela não queria Castas. As Castas eram militares treinados, era parte de sua genética, parte de sua formação. Os soldados Casta não fazem boa comida.
Entrou na cozinha e começou a enxaguar os pratos automaticamente e a carregar a lava-louça, quando entrou Sharone, Emma e Ashley e começaram a expor outros pontos de vista.
— Eu não fui criada para limpar a cozinha — informou Ashley a todas elas, enquanto dava volta a seu cabelo loiro até os ombros melhorado esteticamente e olhou suas unhas. — Não estou a fim de lavar caçarolas.
— Tem a primeira pilha — informou-lhe Anya — Vou pegar a segunda.
— É tão séria— riu Ashley.
Anya se voltou para a jovem mulher Casta. Ela e Emma poderiam ser as gêmeas, mas eram mundos à parte.
— Parece que estou brincando? — perguntou friamente à outra garota.
— Você está fazendo isso porque fiz minhas unhas ontem e você ficou aqui. — Ashley fez uma careta. — Isso não é justo, Coya.
— Depois te dou uma lista do que não é justo — disse-lhe Anya.
— Oh! Homens — Ashley assobiou — Alfa vindo.
Anya ficou rígida. Ela estava irritada com a Dra. Armani, com ela e com o fato de que a primeira coisa que a fizera ver, é que ela implorava pela calidez que tinha em seu corpo. Não só sua calidez. Seu tato. Ela queria esconder-se em seus braços, e era a única coisa que ela sabia que ele realmente não queria.
Ela jurou que o sentiu caminhar na habitação. A temperatura da grande área da cozinha disparou de maneira drástica, queimando debaixo de sua carne e deixando-a avermelhada.
— Veio limpar sua desordem? — perguntou-lhe como se ela o visse todos os dias e não só duas vezes nos últimos oito meses.
Ele parou e olhou ao redor da sala, suas sobrancelhas assinalaram com tristeza.
— Eu não fiz a confusão.
— Nem eu — lhe informou docemente enquanto punha um prato na máquina. — Alguém o fez.
Ele olhou a Sharone, Ashley e Emma, enquanto elas pareciam muito ocupadas. Realmente muito ocupadas. Pelo geral, renunciavam a seus deveres na cozinha.
— Como aconteceu isto? — finalmente lhes perguntou.
Anya se endireitou lentamente e lhe sorriu.
— Alguma vez leu os informes?
— Com diligência e muita atenção — ele grunhiu. — O que tem isto que ver com seus informes?
Ele se inclinou contra o marco da porta, encarando-a com curiosidade enquanto ela se endireitava e lutava para controlar seu temperamento. Maldito, ela nunca tivera problema para controlar seu temperamento antes de reunir-se com ele.
— Vou lhe dizer o que tem a ver — ela sorriu hermeticamente. — Limpe a cozinha, leia um de meus informes com um pouco de atenção e veja se não descobre.
Com isso, fechou a máquina de lavar pratos com um empurrão e caminhou fortemente à entrada da frente que a levou a um estreito túnel que passava detrás da sala de comunidade.
Seus guarda-costas se deslocavam rapidamente atrás dela, como se os obrigasse a seguir cada um de seus passos na Base. Estava tão segura aqui que era uma ofensa a sua necessidade de aventura. Aquela necessidade era ofensiva.
— Wow. Você abandonou ao Alfa — Ashley disse e assobiava detrás dela. — Ninguém abandona ao Alfa, Coya.
Anya girou os olhos. Ninguém briga com o alfa. Ninguém fala com descaramento ao Alfa. Ninguém desobedece às ordens do Alfa. A lista era quase sem fim e não falhava nunca para gerar um caos nos nervos de Anya. Ela não era a marionete do Alfa e não pretendia sê-lo.
— Talvez ele se zangue o suficiente para terminar de carregar a máquina de lavar pratos.
Sharone ria.
— Quer apostar?
— Dez dólares que não — disparou Anya.
— Dez dólares que o fará, e a cozinha estará brilha quando terminar. O Alfa não gosta da sujeira ao menos que ele a faça.
Bem, diabos, ela não tinha nada do que se preocupar então, porque era ele era a maior desordem ali.
Ela não estava muito melhor, a noite. A adrenalina estava correndo através de seu sistema e a Dra. Armani não a estava ajudando. Excitação natural, o rabo dela! Não há nada natural a respeito de sua reação a Del Rey, e ninguém ia convencê-la do contrário.
Ela esperou até que caiu a escuridão para verificar a cozinha e dar os dez dólares a Sharone e, continuando, ela e as outras três mulheres escaparam na noite.
Os guardas da ronda estavam acostumados as suas saídas, e nem sequer piscaram. Como de costume, quando Del Rey estava na base, havia uma estranha atmosfera relaxada. Deslizou-se na base um par de vezes enquanto ele estava ali, quando tinha se esquecido de algo que ela necessitava. Ela tinha notado a diferença. Havia mais que um ar de camaradagem, um calor que faltava quando ele estava em uma missão. Isso a fazia sentir-se curiosamente solitária, e consciente de que o lar Coiote não estava completo quando seu Alfa estava fora. Sua Coya só era um digno substituto.
Del Rey olhou a cozinha e aos jovens soldados que tinham terminado a limpeza da sujeira que tinham feito.
— Quanto tempo sua Coya teve deveres na cozinha? — perguntou a um deles; curiosamente, um dos homens de seu próprio grupo, não o grupo que vinha da instalação da Rússia.
O jovem da Casta encolheu os ombros, olhou a seus pés, e logo levantou seu olhar a Del Rey.
— Quando você não está aqui, Alfa — finalmente admitiu.
— Esta é a razão pela qual tenho a solicitação de pessoal de cozinha, em negrito, na lista de necessidades da Coya? — perguntou à Casta.
— Não sou só eu, Del Rey — o soldado exalou. — Às vezes, simplesmente nos esquecemos de fazer as coisas. Já sabe como somos. Se fôssemos perfeitos, seríamos os lobos, não é?
Suas próprias palavras devolvidas a ele. Ele grunhiu em alerta. O soldado limpou sua garganta e retornou, mas havia um brilho de diversão em seus olhos.
— Faça uma lista para os deveres da cozinha — disse ao outro homem. — Ponha o felino em primeiro lugar.
Ele quase riu da idéia. Maldição, já podia ver os felinos tendo ataques.
O soldado coiote assobiou ruidosamente.
— Alfa Lyon protestará.
Del Rey encolheu os ombros.
— Assim, eu terei direito de protesto da próxima vez que colocar nossa equipe Coiote aos cuidados de garotos. A última vez que estiveram fora tinham que fazer bolos de barro com os bebês.
— Sim, mas nós gostamos — o soldado ria. — Homem, os meninos felinos sabem como jogar uma bola de lodo.
— Sim, mas Alfa Lyon protestou — recordou-lhe Del Rey. — Assim, agora seus Felinos podem começar com seus deveres na cozinha.
Ambos riram enquanto Del Rey fazia seu caminho da cozinha, e se foi em busca de sua Coya. Ele encontrou seu aroma no Gabinete, na lavanderia. Ele encontrou seu aroma nos novos quartéis que estavam sendo construídos em uma das cavernas, e encontrou seu aroma em seu dormitório. Era mais forte ali. O zelo feminino e a deliciosa mulher.
Maldição, por que ele não tinha tomado tempo para ir sobre ela quando a tivera em sua cama? Para correr a língua entre as dobras de seu delicioso traseiro e em seu doce regaço? Chutara a si mesmo uma dúzia de vezes ao dia por perder isso.
Ele encontrou seu aroma maldito em todas as áreas perto da base, mas não encontrou Anya. Ativou o enlace de comunicações, marcou o canal de Brim e esperou enquanto chamava.
— Estou no Comando, que acontece? — Brim lhe respondeu.
— Tudo bem?
— Agarramos aos caçadores na parte oriental da Base. Temos uma equipe para cobri-los — respondeu Brim.
— Olhe nos monitores de segurança, veja se pode encontrar Anya.
— Perdeu sua companheira já? — havia riso na voz de Brim.
— Ria comigo mais tarde — Del Rey grunhiu — por agora, antes tenho que encontrá-la e chutar seu traseiro.
— Eu lhe deixarei saber quando encontrarmos a sua Coya, então — Brim prometeu.
A linha se desconectou enquanto Del Rey apoiava suas mãos sobre os quadris e franziu a vista com seu desaparecimento. Maldita seja, uma mulher não deveria ser tão difícil de seguir. Há monitores de segurança através de todas as áreas das condenadas cavernas.
Pôs o canal geral.
— Aqui é o Alfa Delgado, relatório sobre o paradeiro da Coya o mais rápido possível.
Ele poderia imaginar a risada de Brim. Para não falar da irritação de sua Coya, caso tenha se inteirado da mensagem.
Saiu de seu dormitório e se dirigiu de novo através dos túneis para a sala de comunidade, enquanto seu beeper soava.
— Sim?
— Del Rey, é Tomas, tenho o dever de custodiar a entrada esta noite. Sua Coya e seus três guarda-costas saíram da Base faz vinte minutos, para a sessão de treinamento noturno.
Apertou seus dentes. Desconectou o beeper com o enlace de Brim de sua orelha.
— Deixou a base faz vinte minutos e se dirigiram para oeste — a voz de Brim não era indolente agora. — Os caçadores estavam desaparecendo da vista e a equipe que enviei para realizar um seguimento deles não os pôde alcançar. Temos uma possível penetração no território da base.
— Quero uma equipe de três na entrada agora. — Del Rey gritou enquanto corria para a entrada. — Totalmente armado e em marcha. Também tenham a alguém com meus apetrechos. Consigam um heli-jato e o tenham preparado para partir, e quero uma equipe de seis em movimento para a retaguarda. E obtenha os malditos sensores de calor de merda que põem por aí. Quero encontrar a Anya e quero encontrá-la agora!
Ele correu através dos túneis enquanto passava pelo canal geral e escutou os informes enquanto se movia. Os dois homens da equipe enviados para realizar um seguimento dos caçadores não respondiam, o que significava que estavam mortos. Sua companheira estava fora com três guarda-costas, e só Deus sabia onde estava.
— A equipe de três e de seis estão prontas — informou Cavalier no enlace de comunicações, enquanto Del Rey corria através da sala da comunidade.
A caverna estava vazia agora, todos os soldados se moveram às funções atribuídas e se preparavam para sair.
Ele girou na curva de entrada à saída do túnel enquanto os doze homens ali o esperavam, ansiosos.
— Equipe de três, tirem seus traseiros daí. A prioridade é encontrar a sua Coya. Equipe de seis, cuidará da retaguarda e a outra equipe procurará a equipe que falta.
Ele tirou a jaqueta militar das mãos do Cavalier e a pôs sobre seus ombros rapidamente, controlou a munição extra em seus bolsos, facas e armas de reposto. Enquanto a primeira equipe se movimentava, ele estava apertando a correia da pistola em sua coxa, antes de agarrar a metralhadora PDW que lhe dava Cavalier e prendendo-a em sua jaqueta. O peso leve de armas de defesa pessoal carregado, assegurado e preparado para disparar.
— Movimentem-se! — ordenou enquanto pressionava a linha de segurança do enlace e esperou que Brim identificasse o sinal. Um assobio assinalou que Brim o tinha, e ele saiu.
Ele encontrou o leve toque de seu perfume logo que se moveu no matagal e nos pinheiros que rodeavam a entrada da base. O extremo oriental dos escarpados da montanha que chamavam de lar era menos íngreme, coberto de pinheiros, carvalhos e uma grande variedade de folhagem. A borda ocidental com vistas a Haven tinha muitas escarpas.
Ele se encontrou com a equipe de três em segundos, conduziu-os em uma nova direção e se dirigiu para o este. A mesma direção onde o aroma de sua companheira persistia.
Era sutil e pálido, e seria mais difícil para outros detectá-lo, já que mesclava muito bem com seu próprio perfume. O aroma de emparelhamento da fêmea faria mais difícil a pista, a menos que estivesse excitada ou ovulando. Seu corpo adaptava o aroma para que coincidisse com a mudança hormonal e a fragrância de emparelhamento do macho companheiro, antes que com o seu.
Camuflagem, possivelmente. Um amparo natural de algum tipo. A Natureza era estranha como o inferno quanto às Castas, por isso quem diabos o sabia. Sabia apenas que, agora, ele era a única pessoa que podia rastrear de maneira eficaz sua companheira e ao perigo que a espreitava.
— Estamos em problemas — sussurrou Sharone enquanto jaziam no piso de terra, apoderando-se das facas, observando as cinco figuras se moverem por debaixo delas, levando suas vozes a elas facilmente.
— A cadela está aqui — vaiou um dos homens. — Ela sai todas as noites para esta condenada área. Estivemos seguindo-a durante semanas.
Cadela. Bom, só havia quatro cadelas na chamada base, por isso tinha que ser uma delas. Anya apostava que era ela.
— Ela não tem habilitado seu enlace — replicou outra voz. — Tenho seu canal e sua linha de segurança. Ninguém esta vendo nada dela, ou de seu guarda-costas.
— Temos que conseguir atacar antes que o sujo Coiote Delgado venha — ordenou a outros a outra voz. — Quando ele se vai, as medidas de segurança param.
E como eles disso? Não, Del Rey era menos sutil com a segurança. Nos últimos meses, Anya tinha estado hipertensa e em busca de uma briga. Tinha deixado algumas zonas parecer lassas, embora ela soubesse que não o estavam. Ela tinha aprendido algumas lições com Del Rey nos últimos anos. Ela pôs à prova a força de segurança freqüentemente. Uma lástima que ela não estivesse no comando agora, seguindo estes bastardos. Em vez disso, ela estava ali, quase era a caça, mais que o caçador. E ela não podia ativar seu enlace de emergência ou os outros agora, não se estes homens tinham uma maneira de bloquear seus sinais.
Ela olhou para os cinco homens e logo mencionou a Sharone que precisavam retroceder e voltar para a Base. No momento, estavam adiante dos homens e contra o vento das Castas para poder ter ajuda. Algum maldito Coiote havia ajudado àqueles fanáticos, que ainda pensavam que podiam erradicar as Castas e roubar sua liberdade.
Enquanto permaneceram em silêncio e se movimentassem a favor do vento, tinham uma oportunidade. As únicas armas que elas tinham esta noite eram as facas de Sharone e as outras usadas para treinar Anya. Eram fortes, letais, mas não eram muito amparo contra uma arma de fogo.
Movendo-se em silêncio, embora não tão silenciosamente como seu guarda-costas, ela esperou até que as vozes se fizeram mais distantes antes de dar a ordem de sair.
Abaixadas, moviam-se tão rapidamente como era possível, que era mais lento do que podia mover-se Sharone e as demais, enquanto começaram a realizar cópias de segurança da montanha do débil rastro que os animais utilizaram para acessar à zona. Era íngreme aqui, embora não tão íngreme como a borda ocidental da montanha. Mas esta zona, em particular, estreitava-se. Parte do caminho de volta era particularmente escarpado. Seriam mais vulneráveis a seguir.
— Movam-se — vaiou. — Necessitamos mais velocidade, Sharone.
— Se uma Casta estiver com eles, então a velocidade vai fazer que nos capturem — Sharone replicou. — Porque você não está suficientemente tranqüila.
Essa era Sharone, contundente e direta. Não praticava suavidade com ninguém.
— Sente o cheiro de Castas? — Anya perguntou enquanto elas a rodeavam, guiando-a através das zonas mais tranqüilas à velocidade possível.
— Não significa nada — sussurrou Emma. — Eles aprenderam a dissimular seu aroma. Ensinou-nos isto nos laboratórios, recorda?
OH sim! Recordava isso agora. Que tinham encontrado uma maneira de dissimular o marcante aroma da Casta Coiote. Não foi fácil, e era irritante para os sentidos das Castas, mas eles podiam fazê-lo.
— É necessário entrar em contato com Del Rey — disse Sharone, em voz baixa. — Ashley, adiante-se. Corra como o diabo e consiga ajuda. Tenho uma sensação de merda que vai ficar feio se esses bastardos nos capturarem. Estamos escolhidas como seu alvo.
Ashley avançou e desapareceu. Em silêncio. Maldição, Anya desejava poder fazê-lo. Tinha treinado durante anos, inclusive antes que Del Rey a seqüestrasse, a ser tranqüila como o Coiote, para atravessar a noite sem fazer som, e não importa quão duro ela o tentou, ela ainda não o tinha obtido.
Ao menos, Ashley estava fora de perigo. Ela era a mais inocente de todas elas, às vezes pensava Anya. Suas pequenas Castas Coiote, com suas falsas unhas, maquiadas e tintas. Sua maquiagem, roupas e lingerie sexy. Era tudo o que desejavam, às vezes pensava Anya.
— Este caminho, Coya — Sharone a guiava através de um matagal de pinheiros, fora da vista e mais perto da pista. — Quando nos movermos, temos que agir rápido. Emma irá diante de nós e eu vou cobrir a parte de trás.
Anya sacudiu sua cabeça, lutando contra as lágrimas. Elas dariam sua vida por ela, e isso não era o que ela queria. Ela queria salvá-las, e se dava conta que sua incompetência só as colocara em perigo.
Tinham alcançado a base da pista quando escutou um disparo de fora do anel detrás delas. Anya girou, olhando na noite com amplos olhos.
— Eles não nos vêem — disse Sharone cuidadosamente.
— Ashley — sussurrou Anya. — OH Deus. OH Deus, não Ashley.
— Saia daí, Coya — a voz de Sharone era dura, carente de emoções. Uma clara indicação de que ela estava categoricamente irritada e preocupada. — Ponha-se em movimento. O tiro era mais acima e a nossa direita. O caminho está em sombras, e deveríamos ser capazes de chegar ao topo, e dali nos arrastar na espessura de zimbro para a direita. Não se preocupe por ir tranqüila até o caminho. Vamos ter tempo para chegar lá antes que estejam em condições de tirar uma foto.
Lançaram-se ao caminho e avançaram em ascensão. Anya podia sentir seu peito apertado com as lágrimas e a raiva ante a idéia de Ashley atingida. Deus a ajudasse se estivesse ferida, já que quando Del Rey os capturasse - e ela sabia que ele o faria -, demandaria justiça sua faca e cortaria suas gargantas. Era suficientemente competente para que aquilo, não havia erro.
Del Rey escutou o disparo, sacudiu a cabeça na direção do som, que atravessava o eco das montanhas. Assinalou a direção e enviou seis homens para lá, e seis com ele onde era o destino mais provável.
Eles corriam através da escuridão, consciente de que uma vez que o primeiro disparo fora despedido, o tempo era essencial. Um golpe. Anya tinha três guardas Coiote com ela. Não havia possibilidade de chegar a ela sem ter às demais.
Corria à parte superior de uma área particularmente elevada do escarpado, coberta com zimbros e acebos, pinhões e pinheiros, quando vislumbrou uma forma caída.
Caralho. Ashley.
Fez gestos a seus homens para que rodeasse o perímetro, as armas apontadas à montanha, e continuando, dirigiram-se à forma caída. Agarrou o ombro, carregou-a em suas costas e se encontrou com uma faca apoiada em sua garganta enquanto retornava.
— Ah! Del Rey — seu sorriso brilhou na escuridão. — Ouça, encontrou os que me dispararam? A Coya está vindo para cá agora. E desativem os vínculos de merda, eles têm nossos códigos.
Apagou o enlace e se dirigiu a passar a mensagem. Como diabos tinham conseguido os códigos de enlace?
— Está ferida? – Ele se agachou a seu lado, explorando na escuridão, e sua visão noturna recolheu o movimento no pinheiro.
— Não. Quebrei uma unha, entretanto. — Ela sussurrou. — Menos mal que me garantem quarenta e oito horas, porque esta vai ter que ser reparada. É possível que inclusive tenha que cortar a pele de minha cutícula.
Caralho. Que lhe teria passado se ele não tivesse cheirado a sua Coya movendo-se até o caminho.
Ele a empurrou, à espera que suas Castas se arrastassem por seu ventre, e olhava como as Castas arrastando-se se cobriam nas rochas a seu lado.
Deitado, indicou aos homens detrás dele fazer o mesmo ele fez. Havia zonas em que podiam agachar-se e fugir, mas chegar a elas era uma tortura.
— Cheiro o Alfa — Emma anunciou, enquanto Sharone empurrava as costas de Anya para obrigá-la a ir mais rápido até o caminho. — É estreito.
— Todos em seus estômagos — o grunhido de Del Rey cortou a noite, enfurecido, fazendo eco da fúria e enviando auxílio à Anya.
— Ventre — recordou-lhe Sharone, empurrando-a para baixo à medida que começou a rastrear rapidamente a voz.
— Ashley? — Anya sussurrou na noite — Encontrou-a?
— Encontrei-a — ele estava ali de repente, agarrou sua mão e a arrastou. — Fique abaixada. Vou cuidar de você.
— Ashley? — sussurrou-lhe de novo, aterrada.
— Ela quebrou uma unha de merda — ele disse. — Ela estará bem até que ponha minha mão sobre ela. Mova-se agora — ele a empurrou para as Castas, quem atirou dela ao redor da pedra.
Sharone seguiu, exalando agitada.
— Martín, Jax, Ryan e Cruz — Del Rey grunhiu — Façam com que as quatro retornem à Base e as tranquem até que eu entre em contato. A respeito de Brim, estamos em comunicação apagada. Fechem todo o lugar até que eu chegue.
Ninguém disse nada. Sharone se agachou, empurrando Anya na frente dela, enquanto se moviam com as quatro Castas que rodeavam a Del Rey. Os quatro tinham estado na instalação da Rússia. Eram duros e bem treinados, e sabiam muito bem como matar e como proteger-se.
— No momento que conseguirem chegar à base, gira a sua direita e voltem com seu Alfa — sussurrou Anya.
— Sinto muito, Coya — Ryan disse miseravelmente. — Ele não me disse para retornar; nós não podemos voltar. Poderíamos gerar uma confusão no terreno indo a ele, se não nos espera.
Anya cerrou os dentes enquanto corriam. Maldito fosse Ryan, supunha-se que ia obedecer a ela, não a Del Rey. Mas tinha sentido. Bem, isso tem sentido. Del Rey conhecia este território o suficientemente bem. Tinha apostado muito antes de chegar aqui.
Ela não podia deixar de preocupar-se. Ela sabia que se preocupava; uns poucos bastardos em busca da Coya Coiote, sua fêmea alfa, não tinham oportunidade contra Del Rey. Sabia isso. Mas algo dentro dela insistiu em preocupar-se. Enfermo. E temeroso. Porque o que tinha visto em seus olhos. Quando ele retornasse, ia ser um inferno pagar.
Anya ia e vinha pela Base através da noite. Ela ignorou as sugestões de Brim que devia retirar-se à cama, olhando-o ferozmente cada vez que o sugeria, apesar que tinha enviado seu guarda-costas à habitação horas antes.
Mascava a unha de seu polegar, grunhindo aos técnicos quando diziam uma e outra vez que não havia maneira de determinar a posição de seu Alfa sem voltar a conectar a comunicação em linha, e ela não estava disposta a arriscar-se tampouco.
Doía-lhe dos pés a cabeça, esgotada como uma cadela que lutou com unhas e dentes, e ela estava zangada com si mesma por não ter a mesma resistência que tinham as Castas Coiote. Ela era supostamente sua Coya, a mulher Alfa e, entretanto, não podia lidar com dois dias sem dormir? Eles podiam ficar assim por dias; tinha visto Sharone passar mais de uma semana com pouco mais de uma sesta de vinte minutos aqui e lá, enquanto Anya paralisava mais de uma vez e dormia como os mortos.
A luz do dia estava subindo sobre as montanhas, enquanto se desesperava pelo silêncio das comunicações técnicas, e esperava. Todas as comunicações estavam fechadas. Os soldados tinham sido enviados à Haven para lhes informar a situação e para garantir suas próprias comunicações. Os dispositivos de segurança entrariam em vigor assim que Del Rey e seus homens retornassem. Como ela havia há faz meses aos técnicos de comunicação, Del Rey já deveria ter posto os amparos por qualquer eventualidade. Eles responderam que ele não estava nunca na Base um tempo o suficientemente longo, e aqueles amparos requeriam não só sua permissão, mas também sua ajuda.
Não lhe tinha sido dito, mas ela o tinha visto no olhar de seus olhos. Era por sua culpa que ele nunca estava ali o tempo suficiente para cumprir seus próprios deveres.
Assim, agora ela estava olhando um silencioso tabuleiro de comando sem nenhuma maneira de saber se as Castas no campo estavam vivos ou mortos. Não havia forma de saber se Del Rey estava são ou ferido. Ela não pôde considerar qualquer outra coisa.
Os dois soldados desaparecidos tinham sido encontrados uma hora depois de sua volta, um pouco aturdidos e sangrando por várias feridas. Por falta de tecnologia médica, se viram obrigados a enviá-los à Haven, já que não tinham os fornecimentos ou a experiência para tratá-los.
Necessitavam seus próprios malditos médicos. E se Del Rey fosse ferido com gravidade? A Dra. Armani não sabia o suficiente sobre a genética do Coiote para fazer algo mais que suturá-los. E às vezes, como as Castas Lobo, as graves feridas causavam inexplicáveis infecções, febres, quase raivoso comportamento em alguns casos, se as feridas fossem suficientemente graves.
Se isso acontecesse com uma Casta coiote, então poderia morrer. Del Rey poderia morrer.
Tinham se passado quase oito horas desde que retornara, estimou, olhando o relógio de novo, possivelmente mais perto de dez. Elas tinham abandonado as cavernas tarde para ir fazer os exercícios de treinamento, mais tarde que o habitual. Por outro lado, os caçadores tinham conseguido escapar deles. Em geral, ficavam muito mais longe, próximos à base da montanha.
Alguém as tinha estado observando. Sabiam sobre os exercícios. De algum jeito, a segurança se penetrou o suficiente para que o inimigo quase os tivesse cegado.
— Indo e vindo, e olhando o tabuleiro de comando não vai fazer com que o tempo passe mais rápido — disse-lhe Brim, enquanto entrava de novo na sala de comando trazendo café. Duas xícaras. Deus benza seu coração. Tomou um deles. — Essa taça era para os técnicos de comunicações — assinalou.
— Os técnicos podem descer e conseguir a sua própria — murmurou ela enquanto provava a infusão de cafeína. É estranho que pudesse furtar o que realmente passava a seu guarda-costas. Eles sempre a dirigiam para que a derramasse ou encontravam uma forma de roubar a infusão.
Ashley várias vezes tinha encontrado uma maneira de cuspir nela enquanto se voltava travessamente sorrindo a Anya, conhecendo o dano que lhe faria bebê-lo.
Ela sorriu aos técnicos em comunicações antes que Brim puxasse sua cadeira e se dirigiu ao salão.
— Você pode ficar histérica como o inferno para todos, eu agüento. — Brim encolheu os ombros. — Não vai mudar nada. Ele vai entrar aqui rasgando rabos, e não será meu traseiro o destroçado nesse momento.
Ela baixou seus olhos sobre sua xícara de café. Seu espesso cabelo negro era curto, o suficientemente curto como para que às vezes se levantasse sobre sua cabeça. Brilhantes olhos de cor azul a olhavam friamente. Ele sempre a olhava friamente, desde a primeira vez que a tinha visto. Nada parecia tocar Brim. Nunca se preocupava, nunca tinha pressa, nunca se entusiasmava. Ele se deslizava pela vida.
— Ele não tem nenhuma razão para rasgar o rabo de ninguém aqui — replicou finalmente. — Não é culpa nossa se os bastardos encontraram a maneira de acessar os nossos códigos de comunicação.
— Você crê que essa é a razão pela que vai estar zangado? — Ele deixou em seus lábios como um capricho de diversão. Entretanto, nenhuma diversão existia em seus olhos. — Coya, estava aí fora, com os enlaces de comunicação desativados, e sem informar a Base que se encontravam fora das cavernas. Ele vai rasgar o rabo de cada soldado que te viu sair e não informou disso. Depois, passará a despir a seu guarda-costas até o osso. Ashley vai chorar lágrimas de crocodilo, e provavelmente ele seja mais suave com ela. Emma e Sharone vão ser tratadas como os soldados foram treinados para ser, e que só vão mijar fora porque ele odeia isso quando vão todos como estóicos soldados a ele. Continuando, e o momento que chegar em você… — um parque de diversões havia tocado seus olhos neste momento. — Bom, vamos dizer que provavelmente tenha sua máxima diversão quando você entrar na história. Você sabe que Del Rey ficou muito... incomodado com a ordem de separação. Talvez devesse começar a planejar a cerimônia oficial de aceitação. Você a necessitará uma vez que os dois cheguem por via aérea.
Estava rindo dela. Como se uma cerimônia de bodas faria algo mais que assegurar às Castas de todas as espécies que Del Rey a tinha aceitado como sua companheira e sua fêmea Alfa. Ela poderia negar-se a ele, como Hope lhe explicara, mas se ele a rejeitasse, então ela poderia converter-se em jogo quando aparecessem as mais selvagem qualidades que formavam parte da genética das Castas. O respeito se consegue de muitas formas. Um líder Alfa o merece. Uma mulher humana pode só casar-se na sociedade da Casta.
— Pobre bebê. — Ela expressou sarcasticamente. — Realmente, Brim, por que não só seguir adiante e ter uma alegria sobre ele? Estou seguro que todos amam nos unir. Mais tarde talvez.
Ele abandonou então.
— Ashley está limpando por você. Ou é você que lhe ensinou toda a merda a menina?
Seu nariz queimava enquanto se separava dele e sorvia o café. Nem Ashley, Emma Sharone estavam pressentem aqui para roubar sua xícara, então ia desfrutar dela.
Onde diabos estava Del Rey, de todos os modos?
— Crê que tudo está bem? — Voltou de novo para sua preocupação. — Se ele se machucou, nos avisarão, não é?
Ele a olhou com surpresa.
— Ele não está ferido, Coya.
— Como sabe? — Ela o seguiu quando se afastou dela e recolheu a mensagem da almofadinha que tinha estado na apresentação dos informes mais cedo.
Seu olhar se mudou de novo a ela.
— Se o alfa estivesse ferido, um vínculo comunicação se teria ativado com uma situação de emergência de socorro. Nós a teríamos recebido, e cada soldado na base e em Haven teria fluido ao longo das montanhas como as formigas assassinas. Satisfeita?
Respirou e o olhou retornar.
— Não gosta de mim, não é, Brim?
Piscou surpreso...
— Por que pensa isso? É minha Coya, assim como Del Rey é meu Alfa. Que me desgoste é contrário às normas.
Havia diversão em seus olhos? Não, ela tinha que estar equivocada, mas era evidente que não tinha intenção de brincar justo esta manhã. Ele e Del Rey estavam muito desgostosos para isso.
— Obrigado — sussurrou, antes girar e voltar para salão, onde se sentou no sofá comprido que estava no interior da habitação vidrada.
As cavernas estavam excessivamente tranqüilas a esta hora da manhã. Os Coiotes pareciam caminhar nas pontas dos pés pela zona enquanto se dirigiam às suas funções. As equipes não tinham sido chamadas a sair, mas isso não significava que as equipes não estavam dispostas a ir. Cada soldado na base estava armado até os dentes e preparado para mover-se, se era necessário. Estavam vestidos com seus uniformes militares, com as insígnias de Casta de Lobo no ombro.
Eles necessitavam suas próprias insígnias, que promovessem um sentimento de orgulho por seus próprios esforços. Muito freqüentemente os confundiam com os lobos, e ela sabia que eles, freqüentemente, comentavam o mesmo.
Havia uma deliberada preguiça a propósito dos homens que se originaram com Del Rey, dos que tinham sido recolhidos pelos outros. Depois de tudo, como Del Rey freqüentemente dizia, se fossem perfeitos, seríamos Lobos.
Terminou o café lentamente enquanto esperava. Quando o copo estava vazio, deixou-o sobre a mesa e caminhou a ritmo pela sala, suas mãos dentro dos bolsos das cômodas calças de algodão que se trocou depois da ducha na noite anterior. Uma larga camiseta caía sobre suas pernas e seu sutiã a estava tirando de gonzo.
Foi e veio pela habitação várias vezes antes de atirar-se na esquina do sofá e olhar de novo a sala de mando.
Brim estava sentado em sua cadeira. Era a cadeira dela quando ele e Del Rey estavam fora da base. Infelizmente, a ordem da separação deu a ele o mando dessa cadeira enquanto Del Rey estava na base, em lugar de lhe permitir mantê-lo. Brim deveria ter sido o segundo comandante dela quando Del Rey se ia. Ou fora daí, protegendo seus superiores Alfa, arrogante traseiro.
Ela apoiou seus cotovelos sobre os joelhos antes de empurrar, frustrada, seus dedos através de seu cabelo.
Bom, enquanto eles não estavam sendo capazes de escorrer-se e jogar seus jogos mais. Ao menos, não sem respaldo. Ela poderia dirigir isso. Ela estava acostumada à Base e as comunicações tinham garantido que ela considerasse a ameaça aceitável. Ela tinha cometido quase um mortal engano e esse engano era uma pesada carga sobre seus ombros.
Sharone, Emma e Ashley não só eram guarda-costas. Elas eram suas queridas amigas. Ela se tinha criado com elas, às vezes pensava que eram as irmãs que seus pais nunca lhe deram.
Moveu seus ombros que lhe doíam pelo esgotamento, logo tiritou de frio. Sentia frio todo o tempo, e o frio tinha crescido depois que Del Rey não tinha retornado. Quanto tempo tomava capturar de qualquer modo a cinco bastardos que procuravam matar? Um dos franco-atiradores do Coiote poderia fazê-lo facilmente.
Respirando irritada, dobrou na esquina do sofá e atirou sobre ela a pequena manta que descansava sobre o respaldo do sofá. Ela tinha muito frio. E muita preocupação. Se ele estava machucado, seria sua culpa. E não era justo, pensou com uma margem de auto-compaixão. Se alguém tinha que machucar-se, devia ser ela. Não estranhos que não a conheciam.
O problema era, pensou, que não queria machucá-lo. Ela estava muito preocupada para considerar danificá-lo. Ela só o queria em casa.
Uma vez mais, Del Rey se viu obrigado a seguir o aroma de sua companheira através das cavernas para encontrá-la. Sem comunicação. Não tinha chamado ao Brim para localizar a sua companheira que faltava novamente, e que estivera mijando fora.
Comprovou sua habitação em primeiro lugar, mas ela não estava ali. Ela não estava com seu guarda-costas e ela não estava na comunidade ou nas habitações. Ela não estava na cozinha, ou se tinha estado ali, tinha ido agora. Pensou talvez, quando capturou o aroma dela ali.
Por último, fez um alto no Comando, e enfrentou Brim.
— Onde está ela? — perguntou ao outro homem enquanto caminhava com os ombros cansados e se sentava na cadeira que estava na parte traseira e ao lado da habitação.
Brim o olhou da apresentação de informe, que estava completando em sua caderneta, com um olhar zombador em seu rosto.
— Você a perdeu outra vez?
A expressão carente de emoções, o frio em sua voz, advertiu Del Rey que ele e seu segundo comandante só poderia estar chegando a outro desacordo no que se referia à companheira de Del Rey.
Estava se convertendo em uma luta comum e permanente entre eles.
— Não me irrite, Brim — ele grunhiu enquanto outros homens instalados na plataforma ao lado da cadeira de mando olharam-nos.
Encarou ferozmente Brim, que poucas vezes o incomodava. Havia algumas vezes que o fizera. O bastardo. Del Rey freqüentemente se perguntava se seu amigo o desafiasse pela liderança da manada, quem sairia ganhador. Ou se qualquer deles seria. Eles se conheciam muito bem um a outro, todos os defeitos.
— É um pouco cedo para mastigar seu traseiro — respondeu finalmente Brim. — Ela foi e veio pela sala de comando toda a noite, preocupando-se com sua valiosa pele. Deixe-a dormir — sua resposta foi expressa em um tom baixo que não chegou mais longe que os dois, mas o deliberado insulto tinha atiçado o animal dentro de Del Rey, aumentando de seu temperamento.
— Ela não está em suas habitações dormindo, tenente — Del Rey lhe disse, com seu tom de advertência. — Agora, vou perguntar uma vez mais, onde está ela?
A ira de Brim se indicava no olhar.
— Ela está segura. Deixe-a dormir mais um pouco. — Tinha levado sua mão para a caderneta de novo, quando Del Rey deu um baixo e selvagem grunhido.
A mandíbula de Brim se apertou.
— Ela bebeu café não faz muito tempo. Você sabe o que faz nela; Sharone já lhe tinha informado isso. Um enfrentamento neste momento não é o que necessita. Ela precisa dormir.
Del Rey o olhou novamente, sem piscar.
— Deixou que bebesse café? — Del Rey vaiou. — Perdeu sua fodida memória?
A mandíbula de Brim estava apertada assim como a luz azul dos olhos cintilava de ira.
— Bom, eu não estava disposto a cuspir nele como Ashley faz — ele replicou burlonamente. — De algum jeito, me parecia grosseiro.
Como se Brim se importasse em parecer grosseiro.
— Supõe-se que ela não toma café. — Del Rey grunhiu. — Ela se parece com o maldito coelho do Energizer no inferno, e você sabe. É irritável e briguenta, e ameaça matar a qualquer que se interponha em seu caminho. Em geral, nos minutos que me vê.
O emparelhamento de calor e a cafeína não se mesclam bem absolutamente. A menos que o varão companheiro em questão estivesse em um pequeno BDSM e uma equipe completa para dentro de uma desafiante e mutável companheira.
— Ela não pode comer chocolate, ela não pode tomar café, ela não pode ver sua família, ela não pode passear na maldita noite. — Brim deixou sua cadeira e de novo encarou Del Rey, e então, deixando cair à impassível fachada. — Vocês tomam tudo de uma mulher que sempre teve liberdade e controle de sua vida, e esperam jogar com ela com estes jogos estúpidos que desenvolveram para deitá-la de costas em sua cama, e depois se perguntam por que ela não os informa o que está fazendo, cada vez que o está fazendo. Diabos, Del Rey, é uma maravilha que não tenha disparado em você.
— É uma maravilha que você não lhe tenha emprestado a arma — mofou-se Del Rey. — Estou farto de obter teus ataques sobre ela. Você não é seu irmão.
Os lábios de Brim se franziram.
— Acredito que necessita de um. Talvez vá solicitar ao tribunal sua adoção. Alguém tem que ver além de seus próprios desejos no que se refere a esta mulher.
Se não fosse pelo fato de que Del Rey estava certo de que Brim era absolutamente fraternal em relação à Anya, já o teria enfrentado há anos. Tinham estado brigando sobre Anya desde que se apresentou naquele maldito bar, e os enfrentamentos só foram mais freqüentes nos últimos oito meses.
— Estou perdendo a paciência com isto, Brim — ele advertiu.
— Trata de ser honesto com ela então — Brim cruzou seus braços sobre seu peito e olhou ferozmente a Del Rey. Era, possivelmente, o único homem no mundo que poderia sair-se com a sua. — Deveria ter sido honesto com ela desde o começo.
— OH sim, devia ter dito a uma virgem de dezesseis anos que tinha a intenção de fodê-la como o inferno quando ela crescesse, e que ia atirar em seu pai e primos porque lhe permitiram ficar em perigo. Agora, não queria que tivesse inspirado a confiança em mim? Conseguimos dirigir a ela e às Castas que resgatamos dessa instalação subterrânea, não Brim?
Este argumento o tinha acompanhado por quase sete anos. Por alguma razão, Brim tinha adotado Anya do momento em que a viu. Não houve paixão, houve preocupação. E Brim nunca se preocupava com outros, além de Del Rey. Estiveram lutando juntos desde que eram meninos. Tinham sido criados no mesmo laboratório e escaparam logo, quando primeiro entenderam que eram prisioneiros e esperavam para matar.
Cinco anos, Del Rey deu-se na conta. Brim tinha cinco anos e Del Rey dez quando começaram o planejamento. Brim tinha quinze e ele vinte, e ambos eram endurecidos assassinos, antes de pudessem dirigi-lo. Tinham estado juntos quase dezesseis anos, e até Anya, nunca Brim tinha questionado os planos e os projetos de Del Rey.
— Deveria ter avisado a respeito do que tinha que fazer, antes de disparar em seu pai. — Brim repetia sua velha mensagem. — Tudo o que tinha que fazer era lhe dizer que se não o fizesse, suas vidas ficariam em perigo. Teria entendido. Você não tinha que soquear sua carapaça.
— Bom, merda, só vai obter nossa pequena máquina do tempo e voltar atrás e solucioná-lo — Del Rey se mofou.
Brim fez careta.
— Onde caralho está minha companheira, tenente?
Brim suspirou.
— Ela está dormindo no salão. Ela foi dormir faz menos de uma hora, Del Rey. Ela estava doente de preocupação enquanto você estava lá fora. Parecia que não tinha dormido em meses. Deixa-a só por um momento, inferno.
Isso foi tudo.
As mãos de Del Rey se envolveram ao redor da garganta de Brim e aplicaram suficiente pressão para assegurar ao outro homem que estava fora de jogo.
O olhar de Brim vacilou.
— Não lutamos desde que tínhamos quinze anos e decidiu que podia levar em minha mochila a posição Alfa. Quer provar de novo?
Brim o olhou por muito tempo, momentos de tensão antes que ele suspirasse.
— Jurei-se lealdade. Não vou voltar atrás.
Del Rey estava debilitado.
— Não te coloque entre Anya e eu, Brim. Jurei, quando voltamos, tratá-la de maneira mais justa. Aceite, e vamos superar isto.
— Quando ela o aceitar. — Brim encolheu os ombros. — Até então, você está apanhado com merda.
Del Rey quase sorriu antes de sacudir a cabeça na confusão que tinha feito por si mesmo.
— Vou levar a minha Coya a sua habitação. Dirá a seu guarda-costas, informará a cada soldado nesta base, que qualquer ordem que ela dê que consiga acesso fora desta base é ir a contra mim. Está entendido?
Brim fez uma careta.
— Mau movimento.
— Está entendido? — repetiu.
— É obvio, Alfa Delgado — respondeu finalmente Brim, zombeteiramente. — Eu entendo inglês muito bem.
Ria, Coiote filho da puta, Del Rey pensou com carinho.
— Trouxemos um detento – disse ao Brim então. — Precisa ser transportado para Haven. Não terminamos a cela de detenção ainda aqui, e não quero correr o risco de que escape. Veja se pode encontrar alguma comunicação segura com Haven e lhes faça saber que estamos levando-o. Diga-lhes que quero participar do interrogatório.
Brim assentiu e se afastou, enquanto Del Rey se dirigiu para o salão. A porta estava fechada, o interior era à prova som para as reuniões quando fosse necessário; essa foi a razão pela qual não tinha capturado seu aroma quando entrou no Comando.
Ela estava dobrada na esquina do sofá, dormindo. Uma pequena manta estava envolta ao seu redor, e ela parecia friorenta. Perguntou-se se tinha frio como às vezes ele o tinha. Houve noites que o frio o impregnou até os ossos, a necessidade de envolver-se ao redor de calor o comeu por dentro.
Não era todo sexual. Tinha tido seis anos para formar o vínculo que tinha com esta mulher, deixá-la ir era impossível.
Ele deveria havê-lo sabido, assim que se deu conta que estava reclamando-a para si, que os jogos não queriam funcionar com ela. Ela era malditamente forte, muito facilmente afetada por eles. Ela não viu as ardilosas manipulações que fez. Ela não jogava esses jogos que outras mulheres apanhavam tão facilmente. Ela, simplesmente, era Anya. Diferente de qualquer outra mulher, diferente do que tinha conhecido em toda sua vida.
Dirigiu-se ao sofá e se agachou diante dela, olhando-a dormir. Diabos, ela parecia de dezesseis mais que vinte e dois. Seu aspecto não tinha trocado muito nos anos, desde que a conheceu a primeira vez. Ainda tinha inocência na curva de seus suaves lábios, e sobrancelhas vermelho ouro travessamente inclinadas.
Gostava de gracejar, e gostava de brincar. Sharone tinha enviado vídeo detrás vídeo de sua companheira durante os meses. Capturando uma bola de neve com Ashley, as gravações das três mulheres boxeando no ginásio, enquanto elas a treinavam para lutar. Ria com elas. Ela tentou acostumá-lo a rir.
Diabos, Brim deveria lhe ter disparado logo que se deu conta do que Del Rey estava fazendo. Teria sido merecido.
Movendo-se cuidadosamente, deslizou seus braços por debaixo de seus joelhos e levantou suas costas contra seu peito. Ela tinha tomado café; se despertasse, ia brigar com ele. Desejou que dormisse por um tempo mais longo. Um montão mais, se ele tinha sorte. Mas ela não devia dormir neste sofá na sala de comando. Tinha uma cama. Duas, em realidade: a sua e a dela. Se ela precisava dormir, então ela podia fazê-lo com comodidade.
Enquanto se dirigiu do salão, ela se abraçou mais perto, seu nariz frio enterrado contra seu pescoço enquanto um pequeno estremecimento trabalhou sobre ela.
Tinha frio. Uma onda de possessividade disparou através dele na compreensão. As cavernas não eram frias. Havia setenta e um cômodos graus quase todo o ano. Se por acaso alguma parte delas era mais fria, então havia calefação nas unidades do lugar para fazer-se cargo disso.
Agarrou-a intimamente enquanto caminhava através da pedra e o aço reforçado dos túneis de seus quartéis. Tinha sido rechaçado por ela em sua cama, ele sabia, mas maldito era, queria pô-la em sua própria cama.
Perguntava-se se era possível que ela dormisse com ele pondo-a em sua cama. Estava mais que disposto a tirar seu vestido, embora não era tão sacrificado quando se tentava sua própria roupa. Agasalhá-la contra seu corpo nu o tentava como o inferno.
Valia a pena tentá-lo. Melhor lutar com ela agora que tratar de seduzi-la dali uma semana ou algo assim. Talvez fosse necessário pôr seu pé um pouco. Nunca tinha feito isso com ela. Nunca pôs seus limites que não seja não permitir seu pai em Haven, sem sua presença.
Ela simplesmente tinha renunciado a ver sua família em lugar de fazê-lo diante dele.
Ele franziu o cenho escuro enquanto entrava em sua própria habitação.
Tinha renunciado a vê-los?
Ele a olhou. Maldita seja, tinha declarado que ela não podia vê-los em Haven ou na Base sem sua presença. Apostava dinheiro que os tinha visto em alguma outra parte. Por que diabos ele não havia considerara aquele pretexto? Anya não teria passado tanto tempo sem ver sua família, inclusive se significava tratar com ele.
Astúcia, conveniência, pequena diabinha. Como tinha estado tão equivocado a respeito dela? E ele sabia claramente que obviamente o estivera. Anya era teimosa como o inferno, mas amava a sua família com uma devoção que ele estava francamente ciumento.
Ele sabia claramente, na parte inferior de seu intestino, que ela se encontrou com eles em algum outro lugar. Sem dúvida, com a plena aprovação de seu guarda-costas. Ia ter que fazer algo com respeito às condenadas mulheres pisoteando-o em sua própria base. Sua Coya. Aquela brigona, pequena Ashley que tanto ama jogar à loira tola. A muito extravagante Sharone e a tranqüila e manipuladora da Emma. Diabos, esperava que os felinos obtivessem moderar algumas daquelas merda nas jovens gêmeas que eles estavam criando.
Sacudiu a cabeça, colocou a sua companheira cuidadosamente sobre sua própria cama e retirou a pequena manta que tinha tentado utilizar para esquentar-se enquanto ele a cobriu com o lençol e edredom. Não se incomodou com as luzes. Despojou-se de sua roupa, deslizou-se a seu lado e a tranqüilizou em seus braços.
Quase gemeu com o calor de seu corpo contra sua própria carne gelada. A forma em que se colocou contra ele, resmungando, resmungando um pouco com irritação encantadoramente feminina, até ficar o mais perto possível, o nariz enterrado contra seu ombro, o corpo arredondado em seu esconderijo, até que pôde sentir que seu calor se infiltrou nela.
Fechou os olhos enquanto a emoção o ameaçava. Merda, não negociava com emoções. Não era seu maldito traje forte. No laboratório, tinha sido criado e treinado sem ela, tinha aprendido a deixar que ninguém, salvo Brim, soubesse suas debilidades. Nada que o tocasse. Para não sentir pesar. Não conhecia a possessividade. Lições que lhe tinham ensinado no mais exigente dos modos. Lições que tinha adaptado com muita facilidade a uma idade muito jovem, supostamente devido a sua genética Coiote.
Elas o tinham assaltado a primeira vez que tinha visto esta frágil jovem mulher. Brandamente arredondada, ela não era exatamente magra. Era um bom molho para um homem. Algumas poderiam havê-la acusado de ser um pouco pesada. Mas ela era perfeita para ele. Com seu pequeno traseiro arredondado, seus gordinhos seios e sedosas coxas. Podia manter a Anya. Ela não era pele e ossos, nem era musculosa e dura. Era suave. Suave e cálida. E ela era sua.
Passou sua mão no cabelo liso com um ligeiro toque, enquanto ele fazia caso omisso do pesado, desesperado palpitar de seu membro. Ele tinha aprendido a deixar sair à dor durante os meses. Não foi fácil, mas tinha sido capaz de tomá-la, tinha sido capaz de esquentar o gelo que freqüentemente atormentava seu interior, havia valido a pena.
Pela primeira vez em mais de oito meses, Del Rey se sentiu quente. Ele não estava disposto a renunciar a isso. Sim, ia ter que pôr o pé para baixo. Dormiria aqui, ou ele dormiria em sua cama. Dormir. Sustentá-la. Não podia exigir nada mais. Não exigiria mais. Mas por Deus, estava decidido a reclamá-la.
Ela estava quente. Muito quente, sentia-se toda quente e relaxada. Bom, quase toda relaxada. Havia uma pequena excitação que, parecia, não podia desfazer-se nos últimos meses. A umidade entre suas coxas, a dor em seu clitóris, os mamilos duros.
E tinha deitado de sutiã na cama por alguma condenada razão. Odiava usar um sutiã na cama. Ela despertaria o suficiente para tirar, mas aquilo significaria tirar a bolsa de calor que tinha conseguido encontrar, e ela não estava disposta a fazê-lo.
Ela se meneou intimamente, e deu-se conta de que tinha que estar sonhando de novo. Porque isso não era um forno que ela estava abraçando, isso era um duro, claramente acordado corpo masculino.
Seus lábios se inclinaram nas esquinas. Ela tinha que estar sem dúvida desesperada para estar sonhando tão bem. Ela não tinha sonhado como isto, bom, possivelmente em dias. Mas ela nunca esteve morna nesses sonhos. Tinha estado fria e temerosa, confusa e mendigando sua ajuda para esquentá-la, enquanto ele a olhava confuso.
— Del Rey.
Ainda havia momentos quando ela estava surpreendida que tão incrível reação houvesse tocado a nada atraente, pequena gordinha Anya Kobrin. Seu pai sempre lhe disse que ela era material de mãe, e que um dia ela encontraria um bom homem que a apreciaria. Os homens, ela sabia, estão com as mulheres altas, magras e belas. Não as baixas e gordinhas como ela.
Mas no momento em que se reuniu pela primeira vez com Del Rey, quando estava ao seu redor, não se sentiu gorda ou sem atraente. Ela se sentiu excitada e cálida, formigando tudo. Aos dezesseis anos, tivera seu primeiro sonho sexual a sério, e não tinham parado.
Assim, este era definitivamente um sério sonho, já que Del Rey não a estaria tomando. Não a havia tocado depois que tinha tido relações sexuais com ela a primeira e única vez, e ele não se limitaria a tomá-la de novo para manter seu calor. Não com a ereção que podia sentir pressionando entre suas apertadas coxas.
Ele era tão grande como recordava, ela pensava em sonhos. Tão denso e pesado. Sentiu cada som de cada veia torcida daquele grosso eixo, enquanto empurrou dentro dela essa noite. O prazer / dor disso foi quase mais do que podia suportar. Os incríveis acontecimentos que viram depois, entretanto, quase a tinham levado a um choque catatônico.
Tinha sido grande, mas enquanto começou a liberação em seu interior, outro inchaço secundário, tinha crescido em meio desse quente e duro membro. Atou-se nela. A genética animal a tinha golpeado como a uma cadela, como a Dra. Armani o tinha explicado.
Era parte do calor do emparelhamento. Parte das mudanças que se produzem em homens e mulheres enquanto ocorre o emparelhamento. Era algo que o mundo não era consciente.
Ela se deixou tocar por ele. Ela estava dormindo, e este era seu sonho. Gostou deste sonho mais que a maioria, porque podia sentir o calor de seu corpo. Ela pôde mimá-lo como ela queria.
Sua mão passou brandamente sobre seu ombro, seus bíceps. Tímidos dedos tocavam os fortes músculos debaixo da carne dura. Ela acariciou seu braço para baixo, enquanto ele jazia sobre seus quadris. Ela deixava suas unhas raspar sobre sua pele, desfrutando da ondulação em resposta a seu toque.
Bem, isso era uma nova sensação em sua pequena paisagem de sonho. Ela não normalmente sentia isto.
Debaixo de seus lábios, flamejou mais calor. O sabor salgado de carne masculina se reuniu com sua língua enquanto ela lambeu um duro músculo peitoral. Uma resposta sussurrada ali, enquanto apertava por debaixo da língua. Gostou disso. Este sonho era incrivelmente mais satisfatório que qualquer outro.
Ela pensou que tinha escutado um gemido ou um grunhido, e o arquivou para pensar mais adiante. Grunhiria quando ela o tocasse? Duvidava disso. Não tinha querido antes seu toque, só seu beijo. Não tinha querido jogos prévios ou calidez, só o ato principal.
Ela fez uma careta com o pensamento. Em seu sonho o amante amaria aquela pequena dentada. E o fez. Definitivamente grunhiu. Um som áspero de prazer enquanto seus braços a apertavam a seu redor e seu membro se movia nervosamente entre suas coxas.
Aquela carne dura estava pressionando contra seu sexo, esquentando-a enquanto movia seus quadris, pressionando no corte de suas coxas. Ele não se incomodou com apenas pressionar contra seu ventre. Não, no sonho Del Rey era tão arrogante como o que conhecia quando estava acordado. Tinha ido de cabeça e empurrou entre suas pernas como se fosse seu direito.
Coiote arrogante.
Às vezes, gostava daquela arrogância. Não gostava de admiti-lo. Tinha a intenção de levar esse segredo à tumba com ela, porque não lhe importava a desculpa que desse a seu pai sobre as ações de Del Rey, ela não estava disposta a desculpar sua falta de confiança nela.
Ela tinha acreditado nele. Ele devia ter confiado nela.
E ele deveria tê-la acariciado ela depois de fodê-la, era assim simples, em lugar de montá-la como se a tivesse comprado na rua e não pudesse suportar olhá-la à cara.
Ela o mordiscaria novamente por ser tão malditamente desconsiderado. Seu sonho. Dentadas permitidas. Mas logo ela lambeu sobre a pequena dentada e gemeu com o gosto dele. Deus amava seu gosto. Queria provar todos os gostos dele, desde seus lábios a suas coxas e entre todas as partes.
Queria sentir o calor de sua pesada ereção entre seus lábios, ela queria lamber a grande cabeça, queria saborear a essência quente do homem. Ela o queria enquanto se estava queimando por isso.
Em um longínquo rincão de sua mente, foi advertida para tomar cuidado, que este sonho era muito intenso, muito rico em sensações. Mas ela não queria despertar ainda.
Suas mãos acariciavam seu braço, e logo viajaram a sua dura cintura e quadris. Estava tão malditamente todo duro e muito quente.
Ela deixou que suas coxas sujeitassem a ereção entre elas, criando uma fricção e pressão contra seu clitóris enquanto ela escutou murmurar uma maldição. Ela sorriu com o som. Sua voz era muito rouca, muito primitiva e profunda. Gostou. Ela queria ouvir mais dele.
Mais tarde.
Em primeiro lugar, queria seu beijo. Tinha desejado seu beijo durante tantos meses. Às vezes, ela jurava que quase podia sentir o sabor picante, quente e maldito em sua boca. Às vezes, ela jurava que estava ainda quente, embora a Dra. Armani assegurasse que seus hormônios estavam estáveis.
— Me beije — ordenou. Foi uma ordem. Ela queria ser beijada, e o queria agora. E ele teve o melhor cumprimento. Seu sonho. Seu beijo. Era o tempo oportuno para conseguir a sua Coya.
Del Rey sabia que estava morrendo. Que estava indo direito ao inferno em chamas naquela maldita cama, por todos os pecados que tinha cometido. E beijá-la o enviaria ali.
Arqueou seu pescoço, retrocedendo de seus pequenos lábios inquisidores. Nada de beijos. Mas que maldita aquela ordem dada lhe tinha enviado um golpe de luxúria em seu intestino. Tinha divulgado demandante, quente. Merda, era tão perverso. Podia ver sua pequena Coya selvagem montando-o escarranchada, de joelhos, pedindo seu membro. Em lugar de me beije, tinha ordenado foda-me.
Estava tão perto de ofegar que era malditamente patético.
Deixou uma mão no matagal de cachos vermelho ouro de seu cabelo enquanto a sustentava em seu lugar. O maldito modo a estava afastando dele, mas se a beijasse agora, possivelmente iria encontrar-se diante do Tribunal das Castas de novo.
Nada de beijos, a Dra. Armani lhe tinha advertido há meses. Não sem a permissão de Anya. E estava seguro que a boa doutora não daria sua aprovação para dormir com ela. Os hormônios afrodisíacos nas glândulas da língua eram malditamente eróticas TNT. Ele sabia. Estar ali, beijando-a e queimando-se nas chamas.
Beijá-la era apenas fazer isto pior.
Mas, Deus lhe ajude, ele sofreria por beijá-la. Por afundar sua língua nas águas profundas de sua quente boca e senti-la sugar aquele hormônio para si mesma. Então, queria seus lábios inferiores. Chupando seu membro com a mesma fome que estava alcançando por seu beijo agora.
Seguro como o inferno, não estava frio agora. Estava se queimando de dentro para fora, de maneira desesperada pelo gosto maldito dela e se perguntava se poderia agüentar.
— Me beije — sua voz se fez mais profunda, sexy e áspera, aquele toque de mando, fez que seus quadris empurrarem contra ela, enterrando seu membro mais profundo entre suas coxas.
— Anya — sua mão se apertou em seu cabelo — Não há beijos.
A astúcia, a manipulação, o cálculo. Ele era um coiote, era bom para isso.
Ele puxou sua cabeça para trás, olhando nas aturdidas características de sua cara, a sonolenta sensualidade. Ela gemeu um som pequeno perdido que rasgou sua alma.
— Um beijo — ela sussurrou.
— Anya, acorde — o grunhido de sua voz era tão duro que o surpreendeu. — Não vou a outro tribunal por te enganar novamente.
Seus cílios ondulados se abriram, seus olhos azuis estavam mais escuros, mais sexy. Ela estava desarrumada e pronta para ser fodida. Estava seguro como o inferno que estava preparado para fodê-la.
— Acorde, Anya — encarou-a ferozmente. — A próxima vez que te beijar, será porque conhece o que esta chegando. Não me pararia ante outro tribunal e ser esfolado por tomar o que é meu.
A consciência apareceu em seus olhos. Suas bochechas se ruborizaram, uma coloração rosa perfeita enquanto ele olhava a realização das transformações em seu rosto.
— OH meu Deus. Não é outro sonho — ela endureceu seus dedos curvados contra seus ombros, e Del Rey sabia o que vinha.
Anya saiu da cama tão rápido como pôde desenredar suas pernas e romper seu próprio agarre. Ela tropeçou a um lado da cama, lutando por conseguir que suas débeis pernas a sustentassem enquanto olhava a Del Rey com horror.
Ela estava em seu dormitório. Em sua cama.
— Como cheguei aqui? — ela escutou o chiado de sua voz enquanto ele a olhou prazerosamente e se levantou sobre um cotovelo.
— Sua concha está muito úmida e molhada — ele grunhiu. — Porra, Anya. Não posso vê-lo.
Explodiu dentro dela um horror indignado enquanto o olhava, vendo a menor das escuras impressões contra o tecido cinza onde tinha se esfregado contra suas calças perto de seu sexo. Não estava de calcinha. Por que ela não havia colocado a calcinha de novo? OH sim, elas lhe raspavam seu inchado clitóris e a irritava.
— Por que estou em seu quarto em vez do meu? — ela voltou de novo para ele.
Ele sussurrou lentamente.
— Sonambulismo? Minha Anya tentando me abordar em meu sonho? Deveria eu protestar por isso diante do tribunal?
Ela começou a tremer. Ela o tinha feito uma vez ou duas vezes, na atualidade. Foi dormir na sua cama e despertou na de Del Rey. Embora só um par de vezes. E nunca ele tinha estado nela.
Sacudiu a cabeça, sentindo-se pálida.
— Fiz isto? — sussurrou ela, estremecendo-se com o conhecimento que podia haver-se colocado como até o presente.
Suas sobrancelhas se levantaram enquanto sussurrou de novo.
— Em realidade, trouxe-se aqui do salão onde te escondeu de mim. Você dorme profundo, bebê. Eu poderia ter te fodido e atado antes que soubesse o que lhe acontecia.
OH merda.
Anya tragou tensamente. Ele a tinha levado do salão e a pôs em sua cama. E isto era o que tinha acontecido na primeira oportunidade que tinha se esquecido que ele era uma serpente mentirosa.
— Desgraçado!
— Sim? Sou? — ele sorriu satisfeito. — Estabelecemos este fato, não é certo? Vai começar a atirar as coisas agora?
Estava rindo dela. Atreveu-se a rir dela porque lhe tinha feito isto. Isto fez seu sonho com ele. Mas ela recordava seu sonho com claridade. Ela sabia quem tinha começado a tocar em primeiro lugar e quem tinha sido exigente. Não foi ele. Tinha se arrastado em todo ele como uma cadela em zelo.
Calor. O calor do emparelhamento. Lançou-lhe um olhar desdenhoso antes de apressar-se a atravessar o quarto e abrir a porta de seu próprio dormitório.
— Seguimos sem comunicação?
Tomou a linha de segurança a um lado de sua cama e apunhalou com seu dedo o botão para conectar ao mando.
— Sim, Coya? — Brim ainda estava ali.
— Há comunicação? — sua respiração era difícil, pesada. Sentia-se a beira do pânico. A ponto de precipitar-se de novo a ele e lhe exigir que lhe desse esse maldito beijo.
— Ainda não. Ainda estamos esperando a Del Rey e Jonas Wyatt do Escritório de Assuntos das Castas examinem o diagnóstico sobre os componentes eletrônicos que se encontraram com os caçadores. É algo mal?
— Preciso ver Armani — disse brandamente. – Agora.
O silêncio encheu a linha por compridos momentos.
— Está doente? — sua voz era tranqüila, fria. Típica de Brim.
— Eu. . . Eu tenho uma estranha reação à terapia hormonal — ela tragou apertadamente. — Há alguma forma de contatá-la?
Ele estava em silêncio novamente. Longo tempo.
— Posso ter uma equipe esperando para te levar para Haven assim que falar com Del Rey e receber a conformidade para fazê-lo. Gostaria de te pôr em contato com ele?
Contatar a Del Rey? Seus olhos se dirigiram a porta hermeticamente fechada, enquanto tragava asperamente.
— Não. Não — ela sacudiu a cabeça, porque estava perdendo sua mente. – Esquece-o.
Desconectou a linha antes de marcar o número de Sharone.
— Sim, Coya? —respondeu Sharone com cautela.
— Consegue um dos soldados — ordenou-lhe. — Preciso enviar uma mensagem a Armani que preciso vê-la. Rapidamente.
— Não posso — respondeu-lhe Sharone, infelizmente. — Brim me contatou mais cedo. Não posso tomar nenhuma de suas ordens que impliquem algo fora da base, sem passar pelo Alfa primeiro.
Anya se voltou lentamente enquanto se abria a porta e Del Rey parou nu, acordado, na soleira.
— Precisa ver Armani? — ele levantou sua fronte com diversão. — Me deixe saber quando estiver preparada, eu te levarei lá. Eu gostaria de discutir algumas questões com respeito a seus calores de emparelhamento com ela.
Anya pendurou o telefone e caminhou para ele.
OH Senhor. Sua ereção era enorme, pesada, venosa, a coroa acesa e úmida, e a vista dela teve a todo seu corpo debilitado durante preciosos segundos. Teve que forçar resistência em suas pernas. Teve que esforçar-se e endireitar seu olhar de seu membro a sua cara. E o bastardo desgraçado estava sorrindo satisfeito.
Parado aí, toda carne dura e bronzeada, um galo que lhe fez água a boca, e os sensuais lábios inclinados em um meio sorriso. Sentia seu sexo voltar-se mais quente, seus sucos juntando-se entre suas coxas.
— Isso não é seu negócio — informou-lhe através de dentes apertados. — E você não necessita falar com Armani sobre meu corpo.
— É obvio que necessito. — Disse ele, seu tom ligeiramente curioso. — É óbvio que necessita mais tratamentos hormonais para controlar o calor do emparelhamento. Estava jorrando sobre mim como o mel de um favo, Anya. Tenho um par de coisas que tenho que fazer em primeiro lugar, mas estarei preparado em três horas. Encontre-me na sala da comunidade.
Deu-lhe as costas e golpeou a porta ao fechá-la enquanto ela recolhia o peso de papel de madeira de sua mesa e o jogava na cabeça.
Devolveu-o a porta, e sabia, sabia, ela escutou sua risada fazendo-se eco na outra habitação.
Estar pronta o rabo. Ela não iria a nenhuma parte com aquele Coiote sarcástico, malicioso e muito sexy para seu maldito próprio bem.
Maldito seja. Deixá-lo ir a ele mesmo.
Ela empurrou suas mãos em seu cabelo com um grunhido de indignação ante de arrastá-los através das tranças. E isto se sentia muito parecido a aquele maldito sonho que não era um sonho. Os dedos de Del Rey em seu cabelo, puxando-o, enviando sensações de prazer forte, um pouco calor correndo através dele.
Ela se estremeceu com a lembrança. OH homem, estava em muitos problemas aqui. Ele tinha razão, ela precisava ver Armani, porque o calor se estava construindo de novo e tinha um pressentimento que desta vez não poderia controlá-lo.
Tinha mudado. Era insidioso, crescendo em pequenas medidas, queimava-a em seu interior quando ela menos esperava e a abandonava com seu tato, apesar de que sabia que a culminação de toque era fria, só o vazio.
Ela se sentou em sua cama e exalou um gemido pequeno e estrangulado. Não necessitava isto agora. De todas as coisas que ela não necessitava, era que regressasse o calor de emparelhamento.
Uma hora depois que Del Rey tinha escutado o golpe do peso de papel na porta de sua companheira, estava sentado em seu escritório ao lado do Comando e olhava através de seu escritório às três mulheres Coiote que tinham adotado em sua manada.
Tinha escurecido as janelas, enquanto reforçava o interior, assegurando-se que sua pequena companheira não podia passar dentro do Comando e vê-lo falando com seu guarda-costas.
Sharone Bryce parou direita como um militar maior; ela olhava à parede por cima de sua cabeça, com expressão composta. Nem sequer se tinha movido durante os minutos que havia estado parada ali. Seu cabelo moreno estava puxado atrás em uma trança delicada e pequena que caía debaixo de sua cabeça. Trança francesa, pensou que tinha ouvido que se chamava. Seus olhos verdes aveleira estavam frios, mas pôde detectar a piscada da desconfiança neles.
Emma Truing estava de pé de maneira similar. Imóvel e direita, seu luminoso cabelo curto marrom emoldurando sua cara bonita, tinha seu nariz levemente curvado onde a tinha quebrado em sua adolescência. Seus lábios firmes, os olhos cinza estáveis.
Ashley Truing era um jogo de bola completamente diferente. A Del Rey gostava de burlar-se dela, que era um verdadeiro Coiote: preguiçosa, indolente, muito encantada para seu próprio maldito bem, ardilosa como o inferno e cheia de diversão.
Era um gênio. Um assassino frio de pedra, de pé diante dele com o cabelo esclarecido, quase loiro, seus olhos brilhantes de cor cinza voltados para ele, embora ele soubesse que podiam encher-se com lágrimas de crocodilo a qualquer momento. E ela nem sequer tentava ocultar o fato, estava mastigando borracha de mascar entre seus dentes perfeitos. Ela não estava parada direita, um dos quadris estava inclinado e olhava aborrecida.
— Bom, já mastigaram meu traseiro. Disse-lhes que hoje tenho que fixar minhas garras. E há festa para estes Jovens Líderes da América ou alguma está atirando merda. Vou chegar tarde, Alfa – fez uma careta. — Vamos, não foram totalmente más. Verdade? Conseguimo-la para você.
Sabia que Ashley o destroçaria primeiro. Emma se contraiu de dor. Sharone fechou seus olhos, irritada, durante um segundo breve. Teria que soltar a risada se a vida de sua companheira e destas três mulheres não fosse tão importante para ele.
— E se você não me tivesse conseguido isso, Ashley? — perguntou com um grunhido de advertência em sua garganta — Se vocês quatro tivessem morrido na montanha, então o que?
Seus olhos ampliados.
— Eles não tinham chance — ela se burlou. — Vamos, Alfa, sabia que você a estava procurando no minuto em que nós saímos sem comunicar. Pensei que nos agarraria antes do que fez. Quero dizer, vamos, está totalmente quente por ela. Ela não ia estar fora de sua vista todo esse tempo quando não soubesse exatamente onde estava.
Ardilosa, manipuladora, encantadora e muito intuitiva, porque era fodidamente direta.
— Esse não é o ponto. — Inclinou-se para frente em sua cadeira. — O que teria acontecido se essa bala na parte superior do rastro tivesse te matado?
Olhava-o inexpressivamente.
— Hum. A Coya choraria. Eu estaria morta. E se isso tivesse ocorrido, eu esperaria que me vestissem realmente bem e me dessem um daqueles frios funerais, sabe? Igual têm as pessoas reais. E rosas.
Ela estava absolutamente séria. Como gente real. Seu peito se rasgou com as palavras, como se pensasse em sua alma que não era 'gente real'.
— Os Coiotes teriam ido à guerra — afirmou claramente e poderosamente. — Nenhum dos caçadores teria escapado. Deixei-os ir, a todos menos a um ontem pela noite, Ashley, para realizar um seguimento de onde foram. Se você, sua irmã ou Sharone tivesse morrido na montanha, perto de uma centena de soldados Coiotes teriam quebrado a Lei das Castas, descendo sobre os caçadores com completa fúria de matar raivosamente.
Ela piscou, voltando-se para ele.
— Por quê? — ela olhou as caras de surpresa da Emma e Sharone. — Somos Coiotes, Alfa. Nascemos para morrer — disse aquilo sorrindo sem medo, deixando suas tripas atadas em nós.
— A atribuição se atirou pelas próximas quatro semanas. — Levantou-se de sua cadeira, suas mãos apoiadas na mesa enquanto as olhava, a fúria golpeando em sua têmpora. — Em quatro semanas, virão para mim e me dirão por que, Ashley, por que os Coiotes teriam que derramar aquela quantidade de sangue por suas vidas.
Verdadeiro perigo enchia seus olhos. Ele suspeitava lágrimas verdadeiras.
— Minha atribuição? — sussurrou ela com medo — OH, por favor, Del Rey, não é justo, golpear baixo. Não tome minha atribuição. — Ela estendeu seus dedos. — Olhe minhas malditas unhas. Necessito minha atribuição.
— Se alguma Casta Coiote, Felina ou Lobo pagar por estas malditas unhas — apontou com o dedo de sua mão — Então vou fazer a alguns condenados pagar por elas em formas que nem sequer quer imaginar. Está claro?
As lágrimas secaram; os lábios trementes e seu olhar de obstinada.
— Não sei o que é seu trato — sua voz estava perfeitamente composta. — Se a Coya estivesse ferida ou morta, tiraria minha garganta. Estupendo. Esperaria isso. Ela é minha maldita Coya também, assim realmente não tem que jogar qualquer lealdade aqui. E malditas unhas, necessito de sua atribuição.
Ele grunhiu baixo, um som letal que as fez retroceder.
— Quatro semanas — disse-lhes. — Mais uma mais inteligente observação de merda, e vamos para seis. Gostaria da oportunidade?
Elas cruzaram seus braços sobre seus seios, inclinaram os quadris e o olharam. Dirigiu-se a Emma.
— Por que iria eu à guerra por sua morte, Emma?
Ela esclareceu sua garganta.
— Somos sua manada? — sugeriu.
Ele a olhou.
— Espero que desfrutes dos deveres da cozinha pelas próximas duas semanas.
Ela ofegou.
— Duas semanas? — Ashley o provocou um pouco. — Você me castigaste por quatro.
— Seis — grunhiu ele em suas costas enquanto ela girava e o olhava, horrorizada.
— Sharone? — Era tudo menos gritos. Estava malditamente zangado, e dar-se conta disto só o fez enlouquecer. — Se você morresse? Por que maldito inferno você crê que iria a guerra?
Ela piscou rapidamente.
— Por que. . . — ela se engasgou — Nos amas, Alfa?
Ele se sentou em sua cadeira e exalou ruidosamente enquanto olhava às três mulheres.
– Vocês três, Marcy e Chanda, que estão atualmente no inferno encantador dos felinos, são as mulheres de nossa manada e são como irmãs para mim. É para mim mais que qualquer homem nesta base. — Podia sentir a ira agitando-o. — Porque te quero, eu teria ido à guerra. — Ele se dirigiu a Sharone. — O que teria feito se minha Coya tivesse sido capturada ou morta? Minha companheira, Sharone. A outra metade de tudo o que sou. O que teria feito?
Seus olhos estavam ampliados, enquanto sacudiu sua cabeça lentamente.
— Não posso imaginar nada pior, Alfa, que ir à guerra.
— Pior seria arrancar minha alma de meu corpo. — Disse-lhes. — Quem lhes disse que não temos alma? Encontrei a minha faz quase sete anos, quando uma menina caminhou no mais duro sujo e fedorento bar que eu conheço, para salvar a seus amigos. Se a perco, perdem quem e o que sou. — Ele se levantou ameaçadoramente de novo. — E se diz a sua Coya que isto aconteceu, continuando, as três, não importa quanto rasgue sua tripa, serão separadas dos detalhes da segurança da Coya por seis meses. Está claro?
Assentiram lentamente, com medo. Nunca tinham sido separadas de Anya. Elas quatro eram como os meninos juntos, aprendendo a ser livres, como jogar. Eram amigas, inclusive irmãs.
— Alfa — perguntou Ashley — Posso fazer uma pergunta?
— Vai me tirar do sério? — ele grunhiu
— Sim. Provavelmente.
Essa era sua Ashley. Ela não se rebelava. Sacudindo a cabeça, sentou-se de novo e a olhou.
— O que?
— Por que nos amas? Você não nos conhecia. Você nos conheceu só o tempo que você conheceu a sua Coya. Por que lhe importamos?
Esfregou-se sua mão sobre seu rosto cansado.
— Conheci-as durante quase sete anos, Ashley – suspirou — Sua Coya falava pouco, mas falava um pouco mais de cinco jovens que eram suas melhores amigas. Suas confidentes. Sua família. Nesses anos, ela me fez as amar ferozmente talvez como ela o faz. — Ele sacudiu a cabeça. — Vocês são Casta Coiote. Não são simplesmente Coiotes. Vocês não são insensíveis animais, e valem mais de um maldito funeral. Estamos claros nisso?
Ela torceu um pouco seu lábio.
— Posso ter minha atribuição de novo?
— Não!
Fez uma careta, mas ela não estava difícil, não tinha começado de novo em seu argumento para mostrar seu descontentamento.
— Vocês três garantam, daqui em diante, que se sua Coya inclusive pensar em abandonar estas cavernas sem mim a seu lado, serei notificado. Se quiser treinar, eu me encarregarei de fiscalizá-lo como sua equipe de segurança. Se ela quiser malditamente recolher flores, terá uma equipe de segurança que eu mesmo fiscalizarei. Se só quiser passear fora da maldita porta e respirar o ar de montanha, o que vão fazer?
— Notificar a você, Alfa — quebraram-se de uma vez.
— Emma, estará com os deveres de cozinha quando não estiver fora da Base com sua Coya. Ashley, espero que tenha guardado suficiente para poder arrumar essas unhas. Vêem-se como a merda. Sharone, está atribuída ao Brim por duas semanas quando não te necessitar sua Coya. Ele te comunicará o que necessita.
Poderia ter jurado que Sharone gemeu. Brim desfrutava do inferno das jovens e amaria cada oportunidade que tivesse de atormentá-las. Era seu hobby, sua diversão. Ao igual ao irmão maior que nunca tinha sido.
— Permitido ir-se. — Agitou o braço para a porta, esperou até que se fossem e a fechou detrás dele. Sorriu e sacudiu a cabeça. Maldição, se isto era a maneira de dar indicações dos homens humanos quando se tentava filhas, então estava condenadamente alegre de que era um Coiote.
Tinha seu tempo perfeitamente. Dez minutos depois que as garotas saíram de seu escritório, Anya chegou. Seus olhos azuis brilhavam com fúria, o cabelo vermelho dourado enredado ao redor de seu rosto, caindo sobre seus ombros em encantadora desordem que ele queria só desordená-lo ainda mais.
Ela açoitou a porta e se enfrentou a ele, cruzando seus braços sobre o suéter de cor branca, magro e ajustado que usava, enquanto o olhava furiosa.
— Como se atreve castigá-las? — Ela apontou um dedo da mão para ele. – Não tem direito.
Sentou-se em sua cadeira e se controlou.
— Não estou preparado para me dirigir à Haven ainda. Necessito uns quarenta minutos pelo menos. Poderia esperar para começar a me atirar coisas e me chamar nomes até então?
— Esperar? – burlou-se — Esperar para fazer o que? Idear mais formas de tortura para minhas amigas? Não tem direito. Agora, arruma o que você fez.
OH, estava malditamente formosa. Podia sentir seu membro com um endurecimento impossível. Estava tão malditamente disposto a foder aquela elegante boca que era quase impossível não saltar da mesa e tomar o que ele queria.
— O que crê que aconteceria, Anya? — Perguntou a sua vez, cuidadosamente. — Eu poderia ter sido muito mais duro com elas. Eu poderia tê-las enviado para Haven e as encerrar em uma cela, por pôr em perigo a vida de sua Coya. Em vez disso, fiz o que senti que lhes ensinaria rapidamente a não foder com suas vidas ou a sua.
— E crê que não aprendemos nossa lição a outra noite? — Ela gritou. — Confia em mim, Del Rey, fizemo-lo. Não tem que castigá-las severamente por isso. Agora maldito, arruma-o.
— Não – ele se endireitou e assegurou seus braços sobre o escritório para ver os arquivos na caderneta, metendo-se antes a ele. Não leu uma condenada palavra que estava ali. Era a impressão o que contava.
— Não pode fazer isto – ela argumentou.
— Sou o Alfa — ele encolheu os ombros. — Posso e farei isto. — Ele levantou sua cabeça — Por certo, posso te castigar da mesma maneira. Você gostaria de saber o que vem?
Seus olhos se arregalaram.
—Não me castigará, seu cérebro frouxo, turvo, engenhoso mestiço. Vou atirar em seu rabo com sua própria arma.
Deus a proteja. Ia fodê-la até que estivesse suplicando misericórdia. Ali em seu escritório, se ela não tomasse um maldito cuidado.
— Seu castigo é uma semana em minha cama, cada noite de oito horas, enquanto estou dormindo. A partir desta noite.
— Estou voltando para Haven, junto com minha força de segurança. — Sua voz estava estrangulada. — Não pode me ordenar.
— Cheque nosso acordo de separação — sugeriu à ligeira enquanto rabiscava sua assinatura no documento e o enviou ao Brim. — Enquanto estou aqui, só te permite que esteja fora desta base se sua segurança e a delas não estão em risco. Considerei ambas em perigo. Meu relatório foi apresentado não mais de uma hora aos membros do tribunal e foi devolvido com seus conforme. — Ele levantou sua cabeça. — Quanto a dormir em minha cama, sim, companheira, posso ordená-lo nas mesmas condições. Estou seguro que o consideraria seu castigo, muito mais que sua recompensa por sua gestão para sobreviver.
Empurrou sua caderneta a um lado e olhou seus seios pesados, seus mamilos agudos. Cafeína e ira. Era uma combinação destrutiva com o calor do emparelhamento e sabia. Mantendo-a zangada o suficiente, ele poderia obter uma oportunidade para beijá-la e estava morrendo por um beijo.
— Não é sério! — exclamou. Seus olhos azuis estavam surpresos. Sua cara estava sufocada.
OH, era sério. Tão sério como o duro membro em suas calças.
— Me dê quarenta minutos, cupcake – Sorriu-lhe. — E vou deixar ir cadela para a Lupina enquanto que o Dra. Armani está aumentando seus hormônios. Posso cheirar sua excitação. Eu gosto.
Seus dedos se curvaram a seus flancos.
— Perdeu sua cabeça.
— Não, não esta semana — riu a suas costas. — Estou realmente muito são para mim agora. Pergunte ao Brim, pode te dizer que, às vezes estou tentando divertir-me.
Anya o olhou de novo com indignado assombro. O homem idiota tomou um novo nível. Ele estava sentado ali sorrindo como se estivesse realmente divertido. Chamando-a seu Cupcake. Ela ia envenenar seu cupcake se ele não encontrava uma medida de inteligência nesse turvo crânio.
— Olhe — Tentou com calma. — Não pode tomar a atribuição de Ashley. Conseguir o acerto de suas unhas, a compra de seus sapatos e coisas femininas conserva sua razão. Emma romperá tudo na cozinha se a puser ali. E Sharone acabará disparando em Brim. Não o merece. Mas prefiro que ela não tenha que lutar com a culpa mais tarde.
Relaxou-se mais em sua cadeira, levantou aquelas largas, poderosas pernas e as apoiou na esquina de seu escritório enquanto a olhava a suas costas, seus cílios baixados sobre os olhos.
— Se Sharone lhe disparar, então ele terá o que merecia. — Ele encolheu os ombros. — Quanto a Emma, lhe informe que se romper algo vou acrescentar uma semana. E Ashley sobreviverá sem seus tratamentos de unhas por um tempo. Recordará a todos eles que o Alfa está por aqui.
Seu sorriso era todos dentes enquanto cruzava os braços sobre o peito e deixava que seu olhar percorresse seu corpo. E ela sentiu quase como se fosse um fantasma tocando-a.
— Não vou dormir contigo. Pode tirar isso de sua mente.
— Bem. Eu vou dormir em sua cama. — Ele encolheu os ombros. — De qualquer maneira, vai ser meu abraço de coelhinho por uma semana. Volta-se malditamente frio de noite por alguma razão, Coya. Você pode me esquentar.
Seu o que? Seu abraço coelhinho?
— OH, está muito enganado — disse mordazmente. – Esquenta seu rabo sobre um tijolo, porque não vai entrar em minha cama.
— Não é meu traseiro o que se esfria — riu ele. — Vamos, minha pequena Coya. Qual é o problema, temor a ter outro daqueles pequenos sonhos quente e me deixar obter uma amostra daquela pequena concha molhada? — Seu olhar se reduziu às coxas. – Assegurarei de despertar para isso. Sou um cavalheiro.
— É uma triste desculpa para uma Casta e uma desculpa para uma companheira. — grunhiu-lhe. — Como te atreve a ordenar dormir com você? Não me comprou na rua, idiota.
Suas sobrancelhas levantadas.
— Vou lavar sua boca com sabão. Seja cortês ou trataremos durante duas semanas.
— É um bastardo!
— Três?
Ela estava tremendo. Anya não podia recordar uma vez em sua vida que estivesse mais furiosa. Arrasou-a como uma onda, de repente dentro de seu interior, enviando calor por vitais segundos.
Ela estava perto de um ataque violento, quase ofegando enquanto alcançou seu ponto máximo em seu clitóris e enviou um disparo de dor através de seu sistema às carreiras.
— Anya! – a cadeira de Del Rey golpeou na parede enquanto saltou de seu assento e correu para ela, agarrando-a antes que ela golpeasse o chão. Seu rosto estava pálido de repente, sua frente brilhante de suor enquanto seus olhos azuis olhavam-no com marcada dor.
— Brim! — ele rompeu a porta aberta enquanto a sujeitava contra ele, elevou-a em seus braços.
Brim e Sharone correram do Comando enquanto Emma e Ashley se dirigiam da sala, o medo piscando no rosto das jovens.
— Necessito transporte — ele chamou. – Contata a Armani e lhe diga que me espere na porta.
Anya gemeu um som baixo e cheio de dor, enquanto tentava curvar-se contra ele. Doce Deus no céu. Que diabos estava errado? Correu até a saída da base enquanto Brim gritava ordens para que seu pessoal de segurança estivesse esperando. Detrás dele, as amigas de Anya o seguiam, as armas estavam atadas com correias enquanto elas corriam a preocupação enchendo o ar com um escuro, temeroso e viciado aroma.
Que diabos tinha ocorrido? Um minuto ela estava gritando com ele, e no momento seguinte estava dobrada de dor? Este não era o calor do emparelhamento. O calor do emparelhamento não fazia isto. Tinha investigado essa fodida maldição e simplesmente não fazia isto.
— Del Rey — sua voz era fraca enquanto ele intensificava os movimentos de balanço através das portas abertas por volta do ar da tarde noite. — O que está mal em mim?
O temor enchia sua voz enquanto seu corpo se esticava. Del Rey jurou que sentia a dor que rasgava seu pequeno corpo. Ela gemeu, pressionando sua frente em seu ombro enquanto um coiote abriu a porta do acompanhante do veículo todo terreno que utilizavam nos rudes atalhos que eles chamavam estradas.
Sharone, Emma e Ashley saltaram através da porta de acesso posterior e se abraçaram enquanto o soldado se moveu rapidamente detrás da roda e pôs o veículo em marcha.
— Rápido Martín — ele ordenou à Casta, furioso enquanto Anya gemia de novo. – Consegue chegar ao Haven tão rápido como pode fazê-lo através dos putos caminho.
Sustentou-a estreitamente, desejando poder tomar a dor, odiando o frio suor que brilhava em sua pálida cara enquanto ele a abraçava contra seu corpo pela viagem no vale.
Cada vez que ela se encolhia, apertava o estômago e gritava de dor, ele jurou que perdia uma parte de seu controle. Estava furioso, a fúria rugindo através de suas veias e, sim, o medo rompendo através de sua mente. Nada podia lhe acontecer. Deus, nada podia passar a ela, porque sabia que se algo lhe passava, ele se perderia
Anya nunca sentiu nada parecido à agonia ondulando em seu estômago. Ela jurou que sentia como se algo se arrancasse de seu corpo em pulsações feito ondas. Chicotadas de gelo nela, logo calor. Ela estava suando e estava congelando em todos os lados exceto onde Del Rey a estava tocando.
Que demônios tinha ocorrido? Recordava à ira correr através dela, o gosto em sua boca, procurando rasgar seus olhos. Então ela recordou a onda de calor que a alagou em um instante, antes que a dor começasse a rasgar através de seu sistema, e o passeio pela montanha a toda velocidade antes que Del Rey entrasse apressado à habitação de exame da Armani.
Ela estava respirando através de outra onda de dor quando as luvas da médica tocaram seu braço. Insuportável, uma dor incrível arrancou através dela, fazendo-a gritar enquanto ela lutou por sair.
Ouviu um grunhido cheio de fúria. Foi Ashley. Ela abriu seus olhos para ver as três mulheres à frente da cama, abraçando seus corpos enquanto o som de uma porta estrelando-se na habitação ecoou ao redor dela.
Del Rey tinha visto através da janela ao lado da habitação de exame enquanto Wolfe e Jonas esperavam com ele. Tudo o que acontecia com sua companheira de emparelhamento tinha o potencial de afetar aos outros.
Viu a Dra. Armani sujeitar o braço de Anya, uma seringa pronta para extrair o sangue, quando Anya gritou e lutava para afastar-se. Imediatamente, três mulheres Coiotes enfurecidas a estavam cobrindo, lançando a médica para trás, a morte ressonando em seus selvagens grunhidos enquanto Del Rey se estrelou na sala de exame.
Anya estava dobrada em si mesma, chorando de novo, seu pescoço arqueado e voltado enquanto apertava seu estômago atravessado pelos espasmos de dor.
— Eu necessito de sangue, Del Rey. — Armani estava frenética, seu escuro olhar cheio de preocupação, enquanto se enfrentava com as três mulheres dispostas a proteger a sua Coya. – Tira estes monstros selvagens fora de minha sala de exame! — ordenou-lhe.
Ashley se voltou para ele.
— Não vou deixá-la. Toma minha atribuição por toda vida. Deixa a essa cadela machucá-la de novo e vou rasgá-la a em partes.
Sharone estava grunhindo; Emma tinha tomado uma posição e observava à médica silenciosamente. Ela era a mais perigosa nestes momentos.
— Emma, embainha a faca — falou.
— Lamento-o, Alfa, tenho que rechaçar sua solicitude. — Sua voz era apenas levemente humana. — Ela não vai ferir a Anya com isto outra vez. — Ela se deu volta com os olhos enfurecidos. — Você deixou lhe fazer isto a primeira vez. Então jurei que não voltaria acontecer.
Del Rey se moveu à cama, sua mão alisava a carne de Anya enquanto ela de repente se dirigiu a ele, tremendo, tremendo como congelada.
Acomodou-se no colchão, lhe permitindo arrastar-se sobre ele, acomodando-se em seus braços enquanto ofegava por ar.
— O que está dizendo? — Olhou à doutora, às guarda-costas paradas muito furiosas sobre ela.
— Ordenou-nos permanecer quietas a primeira vez que gritava em sua agonia. Essas três semanas em eles lhe fizeram as provas para criar essa maldita droga que injetavam dentro dela cada semana. Não a machucarão de novo.
Del Rey olhou para a Anya antes de levantar a cabeça e olhar atrás da Armani, onde agora se situava aos pés da cama com o Wolfe e Jonas.
— Do que elas estão falando?
— Não — Anya se apoderou de sua camisa, sua voz carregada de dor. — Ordenei que não lhe dissessem isso. Foi minha culpa. — Ela soluçou. — Não os castigue. Foi minha culpa.
O olhar cinza de Wolfe era de cor cinza escura com pesar, a do Jonas era fria como sempre.
— As três semanas que ela se submeteu às provas — disse-lhe Jonas — Foram extremamente dolorosas. Embora não recordo que seja tão dolorosa como esta para ela. O aroma de sua agonia é agora mais forte.
Del Rey olhava friamente ao Wolfe
– Você permitiu que machucassem a minha companheira? — perguntou com cuidado.
Wolfe suspirou fortemente.
– Estávamos monitorando a cada segundo disso, Del Rey. Hope, Faith e suas guarda-costas lhe suplicaram para não as completar quando se encontrava pior. Ela se negou.
Tinha sido ferida assim? Nesta agonia e não haviam dito a ele?
— Sharone? — Era a guarda-costas líder de Anya, as outras seguiam a ela, não importa o que acontecesse.
Sharone o olhou.
— Eu não te conhecia. Tinha-a machucado. O dano de como você a tratou foi muito profundo, eu te teria talhado em rodelas antes de permitir que você te aproximasse dela. Segui as ordens de minha Coya até que te dei minha lealdade. E até sigo a minha Coya contra qualquer que se atreva a machucá-la de novo — havia uma advertência em sua voz.
Estas três mulheres não eram as mesmas que lhe tinham enfrentado mais cedo, submetendo-se a sua posição de liderança, aceitando seus termos de castigo. Elas inclusive lutariam com ele para protegê-la.
— Ninguém vai feri-la novamente — prometeu em silêncio, mantendo seu controle, pensando como afastar às jovens para que não ouvissem o som dos gritos estrangulados de Anya. — Emma, não confia em mim para proteger a sua Coya?
Ela o olhava de novo furiosa.
– Você não o fez antes.
— Conhece-me agora? — lhe perguntou brandamente.
Seus ombros se relaxaram só marginalmente.
— Deixe a sala, Emma — disse gentilmente. — Sharone, retira a sua equipe de volta. Vamos arrumar isto de uma maneira que não vai fazer machucar a sua Coya. Juro-o.
—Del Rey, tem que ser examinada — disse a Dra. Armani com urgência. — Crê que é fácil para as demais? Que não sofrem? Necessito o sangue para ver por que diabos está dolorida. Seus níveis hormonais se mantiveram normais. Ela não deveria estar sentindo isto.
Sustentou sua mão.
— Vou obter o sangue. Vou fazer o que se deve fazer, doutora. Eu sugiro, por nossa segurança, que o façamos desta maneira.
Wolfe e Jonas se voltaram enquanto Armani olhava às mulheres custodiando a Anya, e logo depois de novo a Del Rey.
— Sei como fazê-lo – prometeu a ela. -me dê à seringa.
Entregou a seringa a ele.
– Anya – retirou seu cabelo fora de sua cara de novo. — Necessito um pouco de sangue. Pode me deixar fazê-lo?
Ela estava tremendo, mas conseguiu cabecear lentamente.
— Boa garota — beijou sua frente, estirou seu braço e extraiu o primeiro vidro de sangue e, continuando, o segundo.
— Necessitamos amostras vaginais e orais — Armani se estava movendo rapidamente pelos fornecimentos enquanto Del Rey se acomodava na cama.
Odiava ouvir Anya chorar. Estava soluçando, tanto de dor como de vergonha enquanto ele se via forçado a tomar amostras da vagina. As orais foram mais fáceis. Acariciou-a enquanto tomava as amostras, correndo suas mãos ao longo de sua carne suada, continuando, deixou suas palmas em seu tremente estômago.
Ela suspirou. Estremecendo-se apenas um segundo antes que ele sentisse a opressão nos músculos com facilidade. O aroma de sua dor, o buraco triturando sua alma, suavizado o suficiente para que ele não estivesse preparado para jogar as paredes abaixo em sua fúria.
— Quero minha roupa — sussurrou-lhe brandamente, outra lágrima caindo de seus olhos. — Eu não gosto de estar nua aqui.
Ela não estava nua. Ela tinha o sutiã e o suéter, mas ele sabia o que queria dizer.
Entregou-lhe suas calcinhas, um pedaço de seda que cobria muito pouco. Ele a ajudou com suas calças jeans, deslizando-os sobre seus quadris enquanto ela soluçava e se esticava de novo.
Sua palma da mão pressionou em seu estômago, massageando os músculos enquanto ela voltou à cabeça longe dele e se estremeceu de novo.
— Aconteceu isto antes? — voltou-se para Sharone.
Sharone sacudiu a cabeça.
— Não a vi assim desde os primeiros ensaios. E a Dra. Armani tem razão. Nunca esteve tão mal. Muito incômoda, mas não estava agonizante. Não como isto. Eu lhe teria dito, Alfa. Não a teria deixado sofrer assim — ela cabeceou para o agitado corpo de Anya.
Deu um olhar de advertência às jovens, acariciando o estômago de Anya lentamente, com facilidade, quase se agitando com o temor de que as agonizantes contrações retornassem.
— Merda! Maldito! Merda! As Castas vão conduzir a uma morte prematura — Armani fechou de repente a sala de exame de seu laboratório uma meia hora mais tarde, sua cara escura aumentou seu cenho, um milhão de tranças bem tecidas ricocheteavam com seus movimentos.
Del Rey levantou a cabeça.
— Os níveis do hormônio são normais — deteve-se, olhando tanto a Anya como a Del Rey sentindo o temor arrastar-se através de seu ventre. — São normais, Del Rey. Isto não é o calor de emparelhamento.
— Então o que é? — perguntou perigosamente.
— Não sei — ela o olhou a beira das lágrimas — Eu corri cada prova. Tudo. Tenho o melhor maldito sistema de análise que se pode comprar, mendigar ou roubar. Eu rivalizo com o do maldito governo do EUA. E tudo está mostrando normalidade.
— Não é possível — ele grunhiu, cintilando seus caninos em advertência — Volte a executar suas provas. Ela está dolorida, Armani. Faça algo. Dê-lhe algo.
— Como o que? — exigiu-lhe – Maldito, Del Rey, a fisiologia Coiote é diferente, suficiente para me voltar louca. Seu DNA a afetou, o que significa que ela é diferente o suficiente para estar em perigo. Diga-me o que fazer e o faço.
— Ela estava zangada — murmurou-lhe. – Eu dormia com ela esta manhã, durante toda a manhã. Então castiguei a sua guarda-costas, porque ela tinha saído ontem de noite e esteve em perigo. — Lutou freneticamente para tratar de averiguar o que fazer. – Eu a toquei e adoeceu — ele grunhiu, mostrando a Armani como suas mãos descansavam em seu estômago. — Eu estava fora mim. Queria que se zangasse comigo. Ela estava furiosa, disposto a me atirar algo. Por um segundo pude cheirar sua excitação — ele sacudiu a cabeça. — Foi quente e brilhante, e logo isto — voltou-se de novo para a úmida cara de Anya. — Isto. O que aconteceu?
A expressão da Dra. Armani cresceu reflexiva.
—Ela tinha tomado café, noite passada — ele estava desesperado por respostas — Deus maldição, faça algo.
Ela reduziu seus olhos sobre a Anya antes de passar à cama, fazendo caso omisso dos grunhidos das guarda-costas.
— O café é um não, Anya – lhe disse brandamente.
— Ela estava excitada quando despertou esta manhã.
Anya sussurrou envergonhada.
— Maldito seja, Del Rey.
— Ela estava sonhando. Ela queria meu beijo — ele estava perto de perder sua mente.
— Anya? — Dra. Armani se aproximou. — Machucou-se como isto antes?
— Não – falou fracamente. — Eu teria vindo aqui.
— Merda — a médico sorriu com carinho. — Quero que deixe a Del Rey tomar outra prova de sangue. Tenho uma idéia – se dirigiu, recolheu a seringa e empurrou outro vidro antes de entregar-lhe a Del Rey. Rapidamente Del Rey extraiu o sangue, esticando-se enquanto sentia a dor aumentar com a perda da pressão da mão.
Armani saiu rapidamente de volta a seu laboratório enquanto Del Rey devolveu a mão a seu estômago.
— Companheira, você vai me dar um golpe — suspirou enquanto se aproximou dela e escovava o cabelo úmido, desde sua bochecha.
Um débil sorriso cruzou seus lábios pálidos.
— Eu deveria te tratar como uma boa garota, enquanto toma o sangue.
— Sim — sussurrou, sabendo o que lhe perguntaria. Perguntaria sobre ser relevada de sua cama fora de seus braços.
Ela suspirou.
– Consegue um tratamento para as malditas unhas da Ashley. Seus fricotes me deixam louca.
— Sempre que o necessite — ele acariciava seu cabelo e pôs seus lábios em sua têmpora – As unhas já não se incluem nos castigos.
Ela suspirou, relaxando-se um pouco; a tensão se aliviava, pouco a pouco, até que os músculos se relaxaram debaixo da palma da mão. O calor de sua mão e sua carne combinados. Ele jurou que suava cubos enquanto acariciava sua barriga arredondada.
Por último, ela respirou esgotada e girou sua cabeça para a Emma.
— Em. Necessito um pouco de água.
— Sim, Anya — Emma se apressou a sair da habitação enquanto Ashley e Sharone se situaram a seu lado.
— Anya — Del Rey estava aliviado.
Ela sacudiu a cabeça. Estava ainda pálida, mas ela não estava suando e a cor normal estava retornando as suas bochechas.
— A dor no rabo, Coiote – ela riu, mas havia um sorriso em sua voz débil. — Assusta-me, né?
— Aterroriza-se o diabo de mim, Coya — admitiu.
Não fazia caso beijá-la. Estava mantendo o hormônio nas glândulas para si mesmo, mas desejava beijá-la. Até o diabo a teria.
— Ouça, Casta – a voz decidida de Armani lhes fez levantar sua cabeça. — Abra — ela empurrou um cotonete na boca.
— O que? — Del Rey se sacudiu para trás.
— Cotonete oral. Agora — ela empurrou a maldita coisa na boca, deslizando-o ao longo de suas glândulas inflamadas antes de dar volta e voltar correndo a seu laboratório.
— Coya, sua água — Emma se mudou de novo à cama enquanto Del Rey a ajudou a sentar-se e desfrutar da água.
— Quero sair daqui — murmurou Anya depois que Del Rey entregou a taça de volta a Emma – Agora.
— Ainda não – havia uma oportunidade no inferno. — Fica quieta um pouco mais, Anya. Não irá a nenhuma lugar enquanto não descobrirmos isso.
— Viverei aqui então – replicou ela. — Quero meus próprios médicos. Necessitamos especialistas em Castas Coiotes.
Ele riu.
— Eu os matei a todos. Lembra?
Sua expressão se voltou rebelde.
— Confio na Dra. Armani. Ela conta com isso.
— Não sem um especialista em Castas Coiotes ela não contaria lixo fora — grunhiu. — O que acontece se isto ocorre a Ashley, Del Rey, ou uma das gêmeas mais jovens? Sharone ou Emma? Como vamos ajudá-las?
— Anya, não há especialistas em Coiotes, esquece-o. Os que ficaram que o Conselho não matou, tomei o cuidado de fazê-lo eu. Eram bastardos assassinos com um complexo de Deus. Armani terá que arrumar isto.
Ela se aconchegou na cama e lhe sorriu.
— Quero nosso próprio médico.
— Me encontre um logo — ele atirou suas mãos derrotado. — Se pode encontrar um em quem você e suas amigas confiem, faça isso. Têm algo. Mas estão todos mortos. Seis pés abaixo da terra e não podem nos ajudar.
Ela não ia encontrar um. Quando a instalação russa foi violada, os médicos que regressaram ao Conselho tinham desaparecido, seus corpos apareceram um por um durante meses. O Conselho tinha suspeitado de um deles de conspirar com o resgate, por isso tinham matado a todos.
Ao longo dos anos, Del Rey e seus homens tinham tomado cuidado de outros. Se os bastardos não estavam vivos, então não podiam criar mais. O processo não foi fácil. As Castas Coiote foram as mais difíceis de criar e manter viva até a idade de cinco anos. Ao parecer, suas companheiras foram difíceis em outros âmbitos.
— As companheiras de Castas Coiotes são só diferentes. — Armani retornou outra vez à sala de exame. — Amanda Bear, a companheira e esposa da Kiowa Bear, é a única casta Coiote que pudemos analisar. Os felinos se fizeram cargo disso, por desgraça — suspirou. — Mas eles não compartilham os resultados das provas comigo. Kiowa é mais ou menos um híbrido, concebido naturalmente, por isso sua genética é ligeiramente diferente, mas poderia haver algo aqui.
— Significado?
— Um hormônio que só aparece quando o sêmen se derramou no interior do útero. Há um hormônio provocado por um da língua que atua como um bloqueador para evitar a concepção. É literalmente uma barreira contra as formas viáveis de esperma. Agora ela a tem em seu sistema hormonal, já que a beijaste e teve relações sexuais.
— De uma classe – Anya pensou sarcasticamente enquanto ele olhava a médica.
— Faz oito meses — assinalou Anya. — Nunca estive ferida como isto antes, Dra. Armani.
— Porque não estiveste em contato com ele – afirmou. — Seus níveis hormonais estão mostrando constante. Mas eu não estava procurando aquele hormônio adicional, enquanto não estava tendo relações sexuais. Estava?
— Não — Del Rey grunhiu.
Anya o olhou, confusa. Talvez se comprasse um livro de instruções. Sem dúvida, ele poderia aprender mais se visse as fotos? É obvio, conhecendo o treinamento do macho da casta como ela o fez, ele provavelmente conhecia todos os movimentos. Ele não os tinha praticado nela.
—Bom então, este hormônio só deixou o radar, mas não se foi.
—Significado?
Armani suspirou como se se tratasse de menino confuso e engenhoso.
— Assim não há aditamento para sua terapia hormonal por isso. Você está ovulando, e aquele hormônio está edificando.
— E? — Anya perguntou de novo. — Quantos meses rastreaste a ovulação comigo, Dra. Armani? Nunca me machuquei como este.
— E nunca estava seu companheiro ao redor para te tentar ou despertar. Sigo tentando vencê-la em testes. O emparelhamento não é tudo a respeito da física. As emoções causam reações químicas e hormonais também. Amor, ódio, ira, irritação, satisfação, eles ativam todos os produtos químicos por separado no corpo.
— Assim que eu estava zangada — Anya assentiu.
— Zangada, quente, e talvez ovulando, Anya, não odeia a seu companheiro tão mais enquanto você primeiro convenceu do que fez. Bam. Aquele bloqueador hormonal está em seu lugar. Mas agregado a isto, outro hormônio se libera. Um que trata de obrigar à mulher a ter relações, para obter mais sementes, para romper essa barreira. As companheiras da Casta de Lobo compartilham a barreira química com as companheiras da Casta Coiote. Eu não tinha ajustado o hormônio para permitir qualquer mudança. Teus níveis hormonais estavam mostrando normais, porque leva mais de um teste vaginal ou sangue detectá-lo. A prova é muito mais profunda e dolorosa para as mulheres, requer penetrar no útero mesmo. Assim é como se encontrou a primeira vez. Dra. Serena Grace, ela estava ali antes do Ely Morrey, encontrou as diferenças químicas e as hormonais e a conta de como adaptar os tratamentos hormonais a isto. Mas não tínhamos podido obter uma quantidade suficiente de hormônios até que você submeteu a aqueles ensaios depois que chegou aqui.
— Não me doeu igual a isto — afirmou Anya. — Não tem sentido.
— As emoções são a diferença, Anya — disse sua voz suave. — Não é que seus hormônios estejam trocando, mas sim os produtos químicos liberados por suas emoções em um dado momento. Ajustei sua terapia hormonal para adicionar os químicos e os hormônios. Isto deveria evitar que a dor volte. — Ela entregou a seringa pressurizada a Del Rey. – Acima no braço direito, Del Rey.
Empurrou a manga de seu suéter sobre as costas, seus dedos foram sobre o ligeiro defeito sobre sua pele onde a seringa era utilizada com regularidade.
— No próximo mês, durante a ovulação, estaremos em guarda para isso. Até então, teremos que intensificar as injeções hormonais. Talvez a cada poucos dias - Armani suspirou profundamente. — Mas, maldita, não me assuste como esta vez de novo.
— Obtenha um especialista Coiote — disse-lhe Anya ferozmente. — Eles podem ter respostas que você não.
A Dra. Armani sacudiu a cabeça.
– Te examinei, Anya. Só há uns poucos que não apareceram mortos, mas se perderam. E provavelmente foram mortos. Estou fazendo o melhor. — Ela encolheu os ombros em grande medida.
Anya apertou seus lábios. Não, eles não estavam todos mortos, mas isso não significava que confiavam em Del Rey para entrar em contato com eles. Teria que fazê-lo ela mesma, devido à dor que era espantosa. E ainda mais temível, foi a hipótese da Dra. Armani de que eram mudanças emocionais que causavam essas dores. Porque Anya sabia que tudo que desejava era que pudesse odiá-lo.
CAPÍTULO 8
— Minhas unhas estão tão bonitas. — Ashley suspirou enquanto se atirava ao lado de Anya no sofá da sala da comunidade, e levantou as mãos para sua inspeção, três dias mais tarde.
Ponta francesa, uma brilhante linha percorrendo em diagonal através de cada uma delas, atravessando uma rica e brilhante cor de cobre. Eram muito bonitas.
— Lindo — disse Anya, folheando uma página da revista que estava pretendendo ler.
Ashley dobrou suas pernas debaixo dela e olhou Anya.
— Cortou o cabelo? — Anya lhe perguntou.
— Oh sim — Ashley balançou os lados mais curtos. — O Alfa sugeriu isto. Mas ainda estou sem sapatos novos, jogos de vídeo ou poder esbanjar dinheiro no centro comercial por seis semanas. Isso é uma droga. Estive-lhe pedindo a redução de semanas também. Recordo-se, entretanto, que não pode ter aquela cerimônia até depois do meu castigo. Quero estar realmente bonita nela.
Anya tinha pensado a respeito da cerimônia, embora Del Rey não a tivesse mencionado. Diabos, ela até tinha olhado seus vestidos, como se significasse algo para ela.
— Hmm – Anya murmurou enquanto passava a outra página.
— Está quente — sussurrou Ashley. — O Alfa te fará dormir com ele de noite?
Anya a olhou ferozmente.
— Tinha que estado fora de minha mente quando negociei suas unhas em lugar da minha cama.
Ashley sorriu, travessa.
— É porque me ama mais. Estive lavando muita louça. Sharone e Emma deixam tudo para mim.
— Emma não tem obrigações na cozinha — informou-lhe Anya. — Del Rey a pôs no escritório, em vez disso.
— Só porque ela pôs sua faca debaixo da garganta da Casta Felina quando ele queria um sanduíche — Ashley riu.
Anya fechou os olhos e pôs a cabeça para trás no sofá.
— Quero o pessoal da cozinha, Ashley. Um cozinheiro, alguém que possa cozinhar.
— Ohh, chocolate. Hummm — Ashley suspirou. — Comi um bolo de chocolate e café na cidade.
— Eu te odeio — murmurou Anya, desenroscando-se de seu assento e afastando-se. — Afaste-se de mim, sopro de chocolate, antes que eu te mate.
Não cafeína, não chocolate. Não masturbar-se. Não tudo para a má pequena companheira Coiote que não queria foder. Ela riu com o pensamento.
— Hey, deixe que o Alfa lhe dê uma pequena coisa, alguma coisa, e pode ter café e chocolate — Ashley a apanhou facilmente.
Anya parou para pensar.
– Ainda não estou tão desesperada. — Ela morria por ele. Tão excitada que estava com calor líquido, e a Dra. Armani estava arranhando-a cabeça sobre isto. Todos os níveis do hormônio estavam bons e maravilhosos. Simplesmente genial. Resposta emocional, a Dra. Armani havia dito e sorrido.
Emocional seu traseiro.
— Vamos, Anya, sabe que o quer — Ashley saltou a seu lado, seus lábios abrindo-se em um sorriso. – Poderia comer ele igual o chocolate, não pode?
— Vou atirar em você. — Murmurou Anya, dirigindo-se a seu quarto.
— Aonde vai? Não tem coisas a fazer? — Ashley lhe perguntou. — Ouvi Brim brigando com Sharone sobre seus relatórios.
— Possivelmente eles não tinham tido tempo. — afirmou Anya.
Ela morria pelo beijo de Del Rey. Estava comendo-a viva. Ela queria morder um pouco daquele lábio superior e lambê-lo bem. Então, desejava capturá-lo e lambê-lo todo.
— Não tem uma festa esta noite? — Anya perguntou. — Já comprei meu vestido. Graças a Deus, não esperei até o último minuto para fazê-lo.
— Sim, tem. Festa da Prefeitura. Acho que é seu festejo anual.
— Sim, agora Del Rey tem uma equipe fora indo ao lugar, em caso de franco-atiradores. Ele diz que seu pescoço está formigando. — Ashley a alcançou e arranhou seu pescoço. — Assim, me diga. Acredita que está brincando com minha mente?
Anya tinha que rir.
— Tingiram seu cabelo de novo, Ash? Carinho, aquela coisa está apodrecendo seu cérebro.
Ashley ficou séria.
— E que pensei que você me amava.
Anya sacudiu a cabeça quando abriu a porta de seu dormitório e parou em seco. Num instante, Ashley estava na sua frente.
— OH moço — Ashley chiou enquanto a mulher se empurrou longe dos braços de Del Rey. — OH diabos. Alfa, foda-se!
Del Rey viu como Anya entrava lentamente no quarto. Olhou-a cuidadosamente enquanto Sofía Ivanova saiu.
Diabos, agora estava em um monte de merda e condenado, mas não era o que parecia.
— Anya, sabe que isto não é o que parece — disse.
— Por que esta mulher está aqui? — Anya estava olhando furiosa a Sofía, seus brilhantes olhos de safira baixos entre as pestanas. — Este é o meu quarto.
— Sinto muito, Anya, é minha culpa. — O sorriso de Sofía era um sorriso em que não se podia confiar. — Vim para ver Del Rey. Estávamos discutindo e eu pretendia sair da sala. Estava alterada e utilizei a porta errada.
— Não me insultem com mentiras. — Ela se dirigiu a Del Rey, seu nariz queimando enquanto lutava para controlar a respiração.
Uma nuvem perfeita de formoso cabelo loiro emoldurava as feições aristocráticas da outra mulher. Era magra, alta, voluptuosa, e Anya nunca gostara dela.
— Por que Sofia está aqui?
Ele empurrou os dedos através de seu cabelo com uma careta.
— Ela é uma das nossas espiãs no seio do Conselho. Sempre foi. Trouxe uma informação e eu não queria que a vissem.
— No meu quarto? — Anya arrastou as palavras. — Acredita que minhas guarda-costas não saberiam que outra mulher tinha estado no meu quarto?
— Vai ser difícil explicar a respeito disto, não é? — Sofía sussurrou em voz alta. — Ela sempre foi uma pequena coisa temperamental.
— Ela assumiu que o quarto era meu escritório. Não tive tempo para informá-la do contrário.
Não a estava encarando, ao menos estava incômodo. Ainda estava vestido, sua enrugada camisa branca pendurava sobre seu gasto jeans. As botas estavam em seus pés. Sofía estava ainda vestida.
— Espero uma pequena confiança aqui, Coya — ele disse sombrio.
Anya bufou.
— Tire-a do meu quarto.
Seus punhos estavam apertados, seus dentes juntos.
— A próxima vez que precisar se reunir com alguém, encontre outro lugar que não seja meu quarto, se não se importar.
— Ciumenta? — Sofía riu brandamente. – Realmente, Del Rey, não me diga que ainda está dormindo com ela?
— Basta! — Del Rey explodiu, sua expressão cada vez mais lúgubre. – Te peço desculpas por isso, Anya.
— Fora! — Ala assinalou sua porta aberta e olhou enfurecida a Sofía. — Agora!
— OH querida — Sofía lhe piscou enquanto Ashley grunhia detrás dela. — Del Rey, talvez eu deva ir. Podemos falar disso depois.
— Penso que tenho tudo o que necessito. — Del Rey falou. — Ashley, leva Sofía para baixo por este túnel. Ela tem uma escolta que a espera ali. E estará bem.
— Estou sempre bem, Alfa. — O sorriso de Ashley era todo dente. — Venha, Sra. Ivanova, conheço o caminho. Nossa, quem fez seu cabelo ficar nesse estado? Mal trabalho de tintura?
Os lábios de Sofía estavam apertados, olhando o cabelo loiro de Ashley. Anya nem sequer se incomodou em avisar Del Rey que Ashley ia assegurar-se que Sofía sofresse antes que saísse do túnel. Mesmo que fosse só com palavras.
Olhando com receio ao guarda-costas, Sofía rodeou o quarto e saiu pela porta, deixando Del Rey e Anya sozinhos.
— Seus braços estavam ao redor dela. — Anya fechou a porta. – Dolorido para ter outra mulher que te toque, né?
— Igual a milhões de agulhas golpeando minha carne — disse ele. — Maldita seja, Anya, sabe que não a tocaria voluntariamente.
— E antes? — Ela o encarou, de novo furiosa. — Ela era um informante no seio do Conselho. Ela era parte de sua rede inclusive antes que eu chegasse a ti, não era?
Ela olhou sua mandíbula franzida.
— Sim.
— Já sabia a respeito da instalação, e ainda esperava?
—Sofía não estava em condições de fazer algo, mas obtém informação para mim. Não poderíamos ter roubado informação sem sua ajuda.
— Muito mal para mim — ela sorriu hermeticamente. Deus, aquela cadela tinha razão, estava ciumenta. Muitos ciúmes comendo seu interior. Ela queria empurrá-lo dentro do chuveiro e lavar o toque dessa mulher de sua carne.
— Porque realmente você não me jogaria uma maldição se eu estive fodendo com outra pessoa que não fosse você. Não é, Anya?
— Em meu caso? — ela replicou. — Sim, foi muito agradável. Montada, fodida e atada, depois abandonada para averiguar que diabos estava me passando. Estou realmente ansiosa para repetir a experiência. Não sabia?
Del Rey se acalmou.
Ele não podia acreditar nas palavras que vieram de seus lábios. Ela se tinha negado a discutir a única noite que tinham estado juntos. Não tinha falado com ele depois. Nos meses seguintes tinha lhe falado só quando não tinha outra opção.
Pôde sentir um rastro de vergonha em seu intestino.
— Não é sempre assim. — Ele a olhava, sentindo o látego em seu orgulho enquanto parecia consumir-se sob o olhar murcho e feroz dela.
Seria facilmente rejeitado. Del Rey tinha um orgulho incomensurável e sabia. Simplesmente sabia.
"Nunca mais será assim de novo, Anya", o maldito lhe assegurava.
— Crê mesmo que é suficiente para mim? Que isso era algo próximo ao que eu necessito?
Ela sorriu afetuosamente.
— Bom, foi o primeiro a me dar a volta em meu estômago e decidir sobre a posição. Aprendeu algo após isso?
Ele grunhiu em silencio.
— Companheira, está testando meu temperamento.
— Vamos, Del Rey — A umidade brilhava em seus olhos. — Diga-me, aqueles anos que Sofía te estava ajudando, alguma vez a fodeu?
Ele não ia falar com ela. Não podia falar com ela, não sobre isto. Algo sem importância, algo que ele teve porque sabia que ambos o queriam, mas que era diferente. Inofensivo. Isto não seria inofensivo.
— Em poucas palavras.
Ela levantou o queixo e ele pôde cheirar as lágrimas que brilhavam em seus olhos
— Gastou mais que uns poucos impulsos e grunhidos com ela? Ou era eu justamente a anormalidade?
— Anya.
— Responda-me, Del Rey — sua voz era tranqüila, embora atravessada pela dor. — Vamos, homem Coiote, me conte. Gastou horas ou minutos com ela?
— O que fiz contigo foi inaceitável — disse fortemente. —E o lamento, Anya, com cada fibra de meu ser.
— Isso não responde a minha pergunta. — Seus lábios tremeram antes que ela os firmasse rapidamente. — Horas ou minutos, Del Rey?
— Horas.
Ela estava respirando pesado. A dor emanava dela com um aroma que se mesclava com algo mais que orgulho.
— Bom, não posso te chamar de mentiroso agora, não?
— Anya. — Ele sacudiu a cabeça. — Daria minha vida para voltar atrás e fazer daquela noite o que deveria ter sido. Perdi o controle, e quando acabou, não tinha nem idéia de como lidar com isso, ou o que eu sentia procedente de ti. O calor do emparelhamento nos enganou, juntos. Tentei lhe explicar isso depois que cheguei aqui, que nunca seria dessa maneira outra vez.
Ela o encarava acusadoramente.
— Eu era virgem.
— Eu sei, neném. —E esse conhecimento lhe doía. Doía com um fogo e uma fúria que não pôde sufocar desde no momento que se deu conta do que tinha feito.
— Me deixe em paz.
Anya sabia que ia chorar. Ela nunca tinha imaginado que Del Rey tinha dormido com uma mulher que ela pudesse possivelmente conhecer, e muito menos que tivesse passado horas agradando seu corpo. Tocando-a. Acariciando-a.
— Anya, temos que falar disto — Ele empurrou seus dedos através de seu desordenado cabelo. — Ignorá-lo não está funcionando. Não vou deixá-la ir.
Ela estremeceu com o som de sua voz, parte grunhido, parte áspera de ira.
— Devia tomar cuidado! — exclamou ela. — Devia ter o cuidado suficiente para ao menos me abraçar quando tivesse terminado. Deixou-me, Del Rey. Fria e sozinha, e sofrendo aquele maldito calor, como se algo dentro de meu corpo se rasgasse em partes. Não pôde nem sequer me abraçar. — OH Deus, não me deixe chorar, pensou ela. Não deixe que veja como isso me machuca. — Seu maldito bastardo! — Seus punhos estavam apertados e não havia nada em que golpear. – Fodeu com ela? A puta da instalação Chernov? Passou horas fodendo-a? Ou só horas acariciando-a?
— Chega! — Ele cruzou a sala, apoderou-se de seus braços e lhe deu uma firme sacudida. E ela queria odiá-lo. Ela queria odiá-lo tão forte que isso comeu sua alma como ácido. Queria machucá-lo, porque era uma das poucas pessoas neste mundo que ela odiava saber que tinha transado com o homem que amava.
— Me escute, Anya, o que passou essa noite nunca, nunca voltará a acontecer. Juro-lhe isso. Da próxima vez que te tocar será com doçura. Horas, neném. — Uma mão segurava seu rosto enquanto sua expressão se retorceu.
Anya não pôde suportá-lo. Ela não queria ver doçura em seu rosto agora. Não lhe importava.
— Quebrou suas promessas, lembra-se, Del Rey? — sussurrou ela dolorosamente. — Quebrou suas promessas com Sofía?
—Eu não fiz promessas a Sofía — ele devolveu. — Por isso, chega!
Sua cabeça se sacudiu enquanto ela se obrigou a conter o aumento de dor em seu interior. Doía-lhe. Doía-lhe o fundo de sua alma por ver aquela mulher em seus braços, saber que tinha gozado com ela, passado horas fazendo-o, e não tinha merecido mais que o prelúdio de uns momentos.
— Serei mais que feliz de lhe pôr fim. — Sua respiração estava amarrada com a dor. — Sendo assim, saia de minha habitação. Tenho que conseguir estar pronto. Tenho uma festa, lembra?
— Não me pediu isso, companheira — ele grunhiu. — Não cometa o engano de acreditar que pode fazer
Anya olhou seus olhos, surpreendida, mostrando um toque de azul corvo enquanto sua expressão se estreitava, suas mãos flexionadas nos braços dela enquanto ela se sentia apoiada na parede.
— OH tão feroz, Del Rey — ela se quebrou. — Te pego com outra mulher em seus braços, uma mulher que passou horas fodendo, e eu não devo me sentir enganada? Não funciona dessa maneira. Enganou-me, e sabe, e agora espera que aceite que as coisas serão diferentes? Que pode me controlar? Vá ao inferno!
— Mantenha a boca funcionando, companheira, e veremos quão rápido o calor do emparelhamento pode voltar para seu sistema. Não me force a isto.
— Pois eu te desafio! — As palavras estavam fora de sua boca antes que pudesse se deter.
Cassandra a tinha advertido: nunca desafie um coiote. Tinha sido empurrada mais à frente do ponto de cuidado. Sofía tinha tido o que deveria ter sido dela. Horas de prazer. E ela deveria aceitá-lo com tranqüilidade?
— Que demônios disse?— Sua voz era mais profunda, áspera.
— Escutou-me, Alfa — ela se mofou. — Eu te desafio.
Foram as palavras erradas para dizer. Tinha lhe advertido há seus anos que nunca o desafiasse. Ele tomou a sério o desafio. Ambos os desafios foram ao coração da genética animal dentro dele, e em algumas situações, bem, nesta situação, não tinha intenção de retroceder.
Estalou uma mão sobre seu braço, apoiando em seu cabelo e trouxe sua cabeça de volta.
— Sua pequena bruxa — repreendeu-a. — Não está zangada por alguns dos esquecidos compridos romances com a Sofía. Está zangada porque achar que ela teve algo que você não teve.
— Ela teve muito que eu não tive — ela argumentou. — Teve um homem. Que demônios eu tive, Del Rey? Golpes, foder, atar-se, senhor? É uma mamada. E me mamou pelo desafio de me permitir caminhar dentro de meu próprio dormitório e ver a afronta à miserável desculpa para o sexo que me deu.
Suficiente era suficiente. Ele grunhiu baixo e duro, seus lábios caíram sobre ela, sua língua encalhou firme e profunda percorrendo suas curvas, enquanto ela respondeu a seu beijo e lhe deu o seu.
Suas unhas cravaram-se em seus bíceps durante muito tempo, segundos emocionados enquanto ele sentiu seus lábios fechar-se sobre sua língua e um faminto gemido encheu a habitação.
Ali estava. Caralho. Diabos. Controle. Prometera controle. Tinha jurado, durante oito meses, que a amaria lento e fácil se tivesse a oportunidade de novo, mas tudo o que podia fazer era devorar sua boca, seus lábios.
As glândulas na parte lateral da língua palpitaram, ferozes, enquanto lutava duro para fazer retroceder o animal dentro dele, tentando satisfazer-se. Quase nove meses sem ela. Muitos meses, muitas semanas ansiando-a. Ele podia contar as horas, conseguisse clarear sua mente.
Ela desenhou sobre sua língua, gemendo suave, feminina um pequeno som de fome que ele recordava só em seus sonhos.
Del Rey bombeou a língua entre seus lábios, fodendo sua boca com ela, enquanto ela chupava a dele. O hormônio do emparelhamento fluía livre agora, atraído pelo calor de sua boca e o sabor único de seu beijo.
Ele podia sentir o fogo juntar-se na base de sua coluna vertebral. Suas bolas atirando firme e duro por debaixo de seu sexo, seus músculos tensos enquanto ele lutava pelo controle. Lutava a favor de sua ardente e pequena companheira.
— Maldita seja. — Seus lábios a acariciavam, passando sobre sua mandíbula, mordiscando-a grosseiramente enquanto ela se arqueava em seus braços. — Vai me deixar louco.
Ele puxou o decote de seu suéter ajustado, empurrado ao longo de seu ombro e atacando com os lábios e a língua a marca que lhe tinha deixado entre o ombro e o pescoço. Ele a acariciou, chupou-a. Trabalhou sua língua sobre ela e a raspou com seus dentes, enquanto a outra mão se transladou de seus cabelos para a borda de seu suéter e o empurrou para abaixo.
Era dele. Sua companheira. Sua doce, pequena e tentadora Anya. Tão suave e desafiante. Uma provocação e um prazer. Era a companheira perfeita para ele, Era uma ardilosa faladora, a pequena vândala. Amava tudo a respeito dela. Deu-lhe essa faísca de desafio que necessitava e o tinha em seus malditos dedos.
Tinha a intenção de mantê-la sobre suas costas.
Elevou-a, um dos braços detrás de suas costas, o outros em seus quadris enquanto lavava e acariciava a delicada marca de emparelhamento.
Enquanto a levava de volta à cama, seus lábios capturaram os dela de novo. Não queria escutar objeções. Se ela se atrevia a empurrar a palavra não entre seus lábios, então podia perder qualquer tipo de controle que tivesse sobre a frágil correia de sua luxúria.
Apoiou suas costas na cama enquanto ele empurrou suas pernas, separando-as, colocando-se entre elas com um gemido de triunfo. Tinha-a onde ela pertencia. Debaixo dele, encerrada em seu abraço, seus lábios movendo-se sob ele, enquanto lhe empurrava seu suéter sobre seus seios e passou as mãos sobre as curvas cheias e exuberantes.
— Fora o sutiã. Fora. – Rompeu a frágil peça, mas seus seios estavam livres para ele, seus mamilos duros como pequenos bagos amadurecidos. Uma delicada, frágil rosa. Duro, rígido.
Grunhiu, um som demente animal, enquanto seus lábios cobriram um peito, sua língua lambendo e acariciando, estendendo aquele potente hormônio pelas vibrantes pontas.
OH, ele se atrevera, atrever-se-ia ela? Forçou-o para lhe que mostrasse quem era seu Alfa, forçaria ela? Ela aprenderia melhor aqui e agora, aqui mesmo em sua própria cama onde ela nunca esqueceria sua posse. Logo, a tomaria na cama dele. Se ainda podia caminhar.
Seus mamilos eram malditamente doces. Ela era muito doce. O sabor da combustão de suas chamas queimando em seus intestinos enquanto as glândulas em sua língua se voltaram sensíveis, inchando-se novamente.
Ele levantou a cabeça de seu peito, tirou-lhe o suéter, e começou a baixar então ela a cair em espanto. Ela era perfeita para ele. Bela. Muito docemente arredondada. Seios exuberantes, quadris curvos, coxas que poderiam manter um homem através da noite.
Afrouxou as mãos em sua cintura. Lento, lembrou a si mesmo. Lento e fácil. Seu amor. Tocá-la. Sentir cada centímetro de sua carne de seda.
Ele desabotoou suas calças jeans, vendo sua cara, seus olhos. Seus dedos baixaram o zíper.
— Tire os sapatos — ele grunhiu.
Esperava que ela objetasse, negasse-se a ele. Deus o ajudasse se ela se negasse.
Ela se moveu, empurrado as sapatilhas de seus pés enquanto ele empurrou sua mão por debaixo do material de seu jeans. Estava respirando com dificuldade, tão malditamente duro que lhe doía o peito. Deslizou os dedos sobre a parte baixa seu estômago, na banda de seda de suas calcinhas, e encontrou o paraíso.
Cachos saturados, manchados. Amava os cachos entre as coxas de uma mulher. As Castas não tinham pêlo corporal, embora nos últimos meses tivesse desenvolvido cabelos no peito, durante seu emparelhamento. Mas não havia nenhum em seus genitais. Ele estava fascinado com os cachos de fogo de sua companheira.
Deixou seus dedos acariciando os doces cachos, arranhando através deles, sentindo seu calor e a promessa de sua paixão enquanto seus quadris se arqueavam para sua mão.
Sua língua estava pulsando enquanto ele baixava a cabeça, seus lábios tomando os dela novamente, capturados em profundos beijos de língua. Ele a desejava.
Ela chupou sua língua dentro de sua boca, gemeu com o gosto dele, seus braços revolviam seu cabelo, apertando os fios e agarrando-o com ela. Deslizou seus dedos novamente através da palha úmida dos cachos, e logo os afundou profundamente na estreita abertura de seu sexo inchado.
— Merda! — Ele grunhiu a palavra contra seus lábios pela mais deliciosa carne suculenta, enchendo com seu doce xarope, a tentação enchendo seus sentidos, enquanto ela, de novo, levantou-se para ele. Ele estava afogando-se nela, e só queria afundar-se mais longe.
Os lábios de Anya se separaram por ar. Parecia que ela não podia extrair suficiente ar de seus pulmões, parecia não podia arrastar-se da quente bruma da fome e necessidade que a envolvia. As coxas mais separadas, permitindo privilégios a seus dedos que tinha jurado nunca lhes dar. Privilégios que lhe doíam agora.
— Mais — ela sussurrou, desesperada por seu tato.
Não era como a primeira vez. Aquele congelamento, queimação, dilaceradora agonia. Isto era só quente e desesperado prazer. Tanto prazer que puxou o cabelo dele, arrastando seus lábios de novo a ela; queria mais de seus beijos.
O gosto dele era aditivo; inclusive com a terapia hormonal em seu sistema, seu sabor era como uma droga que não podia obter suficiente. Era normal este calor de emparelhamento?
Era uma necessidade mais forte que a que tinha conhecido antes que ele a tivesse traído. Antes que tivesse mentido. Era a mesma necessidade intensa e possante. Mas o prazer. OH, o prazer era delicioso.
Horas. Podia manter isto durante horas?
Podia?
Ela se sacudiu debaixo dele, chupando sua língua em sua boca e saboreando o gosto picante do hormônio de calor que derramava.
Podia sentir seu corpo esticar-se, cada vez mais duro como o aço que manteve por cima dela. Suas mãos dirigiram de seu cabelo a sua camisa. Ela queria desabotoá-la, mas não podia. Seus dedos procuravam provas, deslizando-se. Ela se apoderou das bordas, um em cada mão e puxou, sentindo a explosão dos botões.
O grunhido que arrancou da garganta dele era primitivo, selvagem. Era puro animal faminto, e lhe enviou rajadas de energia elétrica, expandidas através de seu corpo. Ela as podia sentir, como pequenos dedos debaixo da carne enquanto sua mão raspava ao redor de seus clitóris.
— Me faz enlouquecer. — Ele arrancou seus lábios dos dela, seus dentes mordiscando em sua mandíbula, seu pescoço. — Vou gozar em meus putos jeans.
Ela afastou, de novo, sua camisa fora de seu amplo peito, saboreando a cálida atapeta de cabelo de seu peito debaixo de seus dedos. Que era tão sexy. A maioria das Castas não tinham pêlo corporal, tinha escutado.
Mas Del Rey tinha um tapete loiro estendendo-se sobre seu peito, do centro de seu corpo, baixando como uma flecha até justo debaixo de seu umbigo. E era sexy. E quente. E ela queria sua língua nele. Ela queria seus lábios nele. Ela queria lamber sua carne, saboreá-lo todo.
Levantou a cabeça, a língua golpeando forte através de um duro e plano mamilo masculino, enquanto seus lábios se dirigiam a seu ombro de novo. Ele se congelou.
Deixou seus lábios, a língua, jogar ao redor de um pouco de carne. Ela puxou com seus dentes e empurrou suas mãos debaixo de sua camisa, as aplanando sobre suas costas, saboreando o calor dele.
Agora ele a envolvia. Gostava de estar rodeada. Gostava tê-lo todo sobre ela até fundir-se debaixo dele.
— Digo que nós castraremos ao Alfa. OH merda! — A voz de Ashley surpreendida foi um jorro de água geada que não necessitava.
— Obteve a merda fora! — A voz de Del Rey era selvagem. — Maldita seja, Ashley!
Ele estava colocado em cima de Anya, a cabeça girada, grunhindo. Seus olhos negros brilhando com um toque de azul e sua expressão era dura, selvagem, faminta.
Ela levou um momento para dar-se conta exatamente do que tinha feito. O que estava fazendo. Estava manuseando-o, tão desesperada por ele que se atreveu. Ela viu aquela cena de novo – Del Rey agarrando em braços a outra mulher, suas mãos em seu peito, e sua cabeça levantada para ele como para um beijo. Fez com que desejasse matar.
Sacudiu a cabeça em primeiro lugar, logo seu dedo.
— Ciumenta, Coya? Ela poderia ter tido o gosto, mas tenho a intenção de te dar todo o banquete. Umas poucas horas nunca seriam suficientes. — Ele olhou seu corpo, o rubor tingindo seus maçãs do rosto. — Acredito que será fodida toda a maldita noite quando conseguir meu sexo dentro daquela pequena vagina de novo. Pensa a respeito disto. Porque eu o vou fazer.
Del Rey parou no bar e olhou para sua companheira. Ela não usava o vestido negro de seda que comprara e lhe enviara no mês anterior, embora tivesse escutado que ela o queria e deu obrigado amavelmente à Casta que o entregou.
Não, sua ardente companheira estava vestida de seda azul safira fazia com que cada uma das células em seu corpo doesse por sentir seu toque contra ele de novo. O sutiã tomava e sustentava seus seios como um amante, abraçava a elegante cintura e quadris antes de fluir ao redor das pernas.
Sua Coya estava deliciosa. Movimentou-se como uma chama, dançando com sua sensualidade como uma tentadora promessa fora de seu alcance.
Ele olhou para Brim, com quem Ashley estava paquerando escandalosamente. Quando tinham aprendido as fêmeas Castas a paquerar? Teria sacudido a cabeça, mas isso demonstraria sua confusão. Nunca mostrar debilidade, recordou a si mesmo, pegando seu uísque e uma taça de vinho para sua companheira.
Dando pernadas voltou para ela, escondendo seu sorriso. Ela o olhava, não importava para onde se dirigisse. Sua companheira estava ciumenta. Enfurecida com ele. Isto mostrava mais que uma superfície de luxúria, e desejava suas emoções tanto como desejava seu corpo.
— Para mim? — Ela se aproximou e tomou seu uísque. – Obrigado.
Ele a encarou, o membro palpitando, de repente seus sentidos intensificados enquanto ela provava o suave uísque sem uma careta. Diabos, deveria ter pensado melhor. Tinha bebido a vodca com o mesmo entusiasmo em várias de suas reuniões e riu dele a primeira vez que tinha mostrado sua surpresa.
Enquanto ela bebia, deixou seu olhar deslizar-se ao longo do lugar. Uma pista de dança estava localizada a um lado, e uma banda musical estava tocando uma melodia lenta e sedutora enquanto os garçons trabalhavam para limpar as mesas com os pratos do jantar.
Del Rey entregou a taça de vinho a um garçom próximo e se voltou para Anya, seus dedos cobrindo os dela, surpreendendo-a, surpreendendo-se. Ele puxou o copo que ela segurava para seus lábios, levantando-o e terminando-o por ela. Seus lábios cobriram o lugar em que tinham estado os dela, e ele jurou que podia prová-la sobre o cristal.
O doce sabor de sua vagina estava ainda em seus sentidos, tentando sua língua. A necessidade de tê-la de costas e lambê-la lenta e cuidadosamente era quase enlouquecedora. Zangada ou não, tinha lhe mostrado, demonstrado o prazer que poderia lhe dar. Mas tinha um objetivo: apagar a lembrança daquele primeiro tempo de sua mente e substituí-la com o êxtase que sabia os dominaria a ambos.
Sua sobrancelha levantou-se enquanto ele terminava sua bebida, os olhos azuis brilhando com a provocação. Então, lambeu seu lábio inferior lentamente.
— Muito prático – ela murmurou. — Quem te ensinou isso?
A suave e pequena brincadeira o cravou, mas ele se liberou bastante fácil.
—Tive que ser ensinado? – Perguntou ele, aproximando-se enquanto tomou o copo e o pôs sobre a mesa a seu lado.
— Imaginei que — ela arrastou as palavras — para aprender movimentos como esse, então alguém tem que ter ensinado.
Maldita fosse ela. Ele deveria saber que ela escolheria o pior lugar possível para tentá-lo. Sua mandíbula se apertou com a lembrança daquela tarde de prazer, e queimou a necessidade dentro dele como um rastro de pólvora.
— Isso não conta — assegurou ele, baixando a cabeça até sua orelha, deixando que sua bochecha se esfregasse contra ela. — Apenas porque perdi o controle não significa que o perderei agora.
— Uma perda de controle? – ela murmurou. – Uma desculpa interessante.
Ela girou, esfregando seus seios contra a frente de seu smoking enquanto falava.
— Eu não recordo os informes do treinamento sexual para a Casta Coiote. Talvez em realidade não conhecessem nada melhor.
Foi deliberadamente desafiante, e isso o encantou. Ela não ia perguntar-lhe nada. Estava empurrando-o, enfrentando-o sem dizer as palavras. Pressionando para ver se era digno dela. Maldição, ela estava invadindo sua alma.
— Um homem não necessita de treinamento para saber como tocar a sua mulher — disse-lhe finalmente, permitindo a sua mão descansar contra seu quadril, a seus sentidos inalar seu aroma. — Mas lembre-se, Companheira, que eu estive fora dos laboratórios por um infernal período de anos. Confie em mim, sei muito bem como te agradar.
Ela se endureceu com o aviso. Pôde sentir a sutil tensão irradiar através dela.
— Tirou vantagem disto, não é? – ela perguntou. — Talvez tenha sido aí onde cometi meu engano. Não tirei vantagem das oportunidades que tive. Possivelmente eu deveria ter ganhado a experiência que você não teve tempo para me mostrar.
Ele rangeu os dentes. Afrouxou-os para mordiscar sua orelha.
— Teria arrancado a garganta de qualquer bastardo que te tocasse.
— É mesmo? – A mão dela se apoiou em seu braço enquanto os dedos apertavam seu quadril. – Você não teria sabido.
— Saberia — sussurrou contra seu ouvido. – Eu teria sabido. E o teria matado.
—É bastante prático, nessa parte de assassinato. — Ela riu, zombando de novo dele, o azul profundo de seus olhos encarando-o às escondidas através de seus cílios. — Me diga, Del Rey, quantas vezes usou a liberdade da terapia hormonal para tocar a outra mulher?
— Este é o lugar errado para me provocar, Anya – advertiu. — Não cometa o engano de acreditar que um evento público me deteria para te atirar sobre meu ombro e te levar fora daqui. Farei isso. E uma vez que estejamos de volta na limusine, prometo que aprenderá a não me desafiar de tal forma de novo.
Ela retorceu seus lábios. Doce, pequenos lábios. Eles reluziram como se uma capa de orvalho caísse sobre eles. Estava tão malditamente faminto de seus beijos que as glândulas debaixo da língua estavam agora ao dobro de seu tamanho. Tudo o que queria era bombear entre os exuberantes lábios de novo, senti-la amamentando-se dele, respondendo e acariciando-o.
— Del Rey – ela murmurou, apertando seus dedos sobre o braço. — O que acha que conseguiria ganhar jantando comigo neste evento social? — Ela olhou ao redor da sala antes de retornar a seu olhar. — Acha que isto vai me manter em sua cama?
Deixou seus lábios curvar-se sugestivamente.
— Na realidade, eu estava mais preocupado em manter o bar seguro esta noite. Ouvi dizer que a última vez que visitou um, as contas nas arcas dos Coiotes baixaram drasticamente ao pagar pelos danos causados.
Ela piscou, e ele teve que aplaudir quão bem manteve sua expressão clara e composta.
— Um total mal-entendido — ela suspirou dramaticamente, enquanto agitava sua mão livre. — Eu não iniciei aquela briga. Apenas estava por ali.
Ele pôs sua fronte contra a sua, aproximando-se.
– Quebrou uma garrafa de uísque sobre a cabeça de um vaqueiro. Esteve no hospital durante vários dias. Acredito que Sharone fez a outro cantar uma nota alta quando ela apertou seu testículo, e Ashley arrancou uma franja de cabelo da cabeça de outra mulher. Coya, estive me divertindo com os contos das façanhas que as quatro obtiveram nos últimos oito meses. Só porque Sharone não me informou não significa que não ouvisse a respeito disto. Estou surpreso que não foram encerradas por sua própria segurança, para não falar da segurança do público em geral.
Ela rodou seus olhos nele. Olhos que estavam brilhantes, destacados pelos cosméticos, tentadores e misteriosos.
— Todo mundo sobreviveu intacto — ela encolheu os ombros.
— Não vai acontecer de novo. Greve em minha lista de normas a seguir – ele informou. — Sua segurança não corre risco, de maneira nenhuma.
Ela franziu o cenho, seus olhos brilhavam agora com irritação.
— Bem, diabos, Del Rey, por que você simplesmente não me encerra em um quarto acolchoado e me alimenta? – ela se quebrou — Não necessito de sua permissão mais do que você obviamente necessita a minha para trazer outra mulher a seu dormitório. Consideremos que é um equilíbrio para todas aquelas horas que desfrutou com Sofía em seu muito varonil corpo.
Com isso, ela o empurrou, movendo-se brandamente e com graça para o pequeno bar que se estabeleceu. Seus soldados a seguiram, incluída Ashley, que de alguma maneira abandonou o ato de loira burra que estava dando ao Brim por tempo suficiente para dar-se conta de que sua Coya já não estava com seu Alfa.
Del Rey exalou duramente enquanto seu tenente se dirigiu a ele lentamente.
— Poderíamos fazer as celas na parte baixa das cavernas – Brim disse cuidadosamente. – Poderíamos encerrar as quatro nelas.
Del Rey grunhiu com a observação.
— Encontrariam uma saída.
Anya pediu vodca e bebeu com uma expressão de prazer.
— Aprendeu algo durante as vastas horas aborrecidas nas quais a Junta da boa cidade dedicou-se a tentar demonstrar seu reconhecimento aos animais financiaram sua nova escola? — Del Rey perguntou.
Eles estavam ali por mais mantimentos e bebidas. Informantes que Del Rey tinha levado com ele vinculavam aquela droga para Castas com o Advert e uns quantos soldados tinham trabalhado em Haven faz um ano.
— Não muito — Brim sacudiu a cabeça. — Os outros não estão aprendendo muito, tampouco. Raines até está de duelo por sua filha. Ao que parece, ainda não há informação a respeito de por que desapareceu durante o ataque ocorrido oito meses antes.
Jessica Raines não tinha desaparecido, com exceção da vista. As células de segurança na montanha que se elevava por cima de Haven tinha sido seu novo lar desde o ataque em que tinha participado.
Del Rey deixou vagar seu olhar pela habitação de novo.
— Temos cinco dirigentes de manada aqui. Gunnar Wolf e sua companheira. Sanders Hawke. Dash Sinclair, sua esposa e sua filha. Eu e minha Coya. Jacob e sua companheira. Só Aiden e sua grávida companheira, Charity, não estão presentes. Tem quase o gabinete completo das Castas Lobo e Coyote e suas famílias na assistência, e muita pressão social para consegui-los aqui.
Os outros estavam conscientes de que está tudo bem. Cada Casta na habitação estava em máximo alerta, preparado para os problemas. Del Rey quase podia sentir os problemas fermentando, como um alívio na tormenta, tentando de escapar deles.
— As sentinelas estão reportando algo suspeito — murmurou Brim. — Posso sentir a tensão, Del Rey, mas não posso averiguar de onde demônios está vindo.
— Há informação do Santuário sobre a situação da droga? — Del Rey perguntou.
Brim sacudiu a cabeça.
— Nada novo até agora. Sabemos que a droga saiu destinada a indivíduos específicos, mas sem nomes. O Santuário tem seu próprio homem observando a empresa farmacêutica e de investigação em questão, mas não têm muito. Plena suspeita não é suficiente para ajuizar.
— Jonas Wyatt está à espera das provas? – Del Rey grunhiu. — Isso é novo.
—Ele tem uma nova secretária — explicou Brim. — Acredito que tem medo de confiar nela, até que esteja seguro que ela sabe manter sua boca fechada.
Em outras palavras, a nova secretária que Merinus Lyon tinha contratado tinha a certeza de saber que Jonas não podia incendiá-la ou matá-la. Del Rey estava apostando que Jonas fora seu amante. Os inimigos das Castas tinham o hábito de desaparecer, com prova ou sem prova. E Del Rey sabia que havia vários vulcões particulares que estiveram recebendo mais de sua cota justa de sacrifícios humanos através dos anos, nos quais Wyatt tinha obtido o cargo de diretor do Escritório de Assuntos das Castas.
— Jonas, diz a secretária de reboque, estará chegando em Haven de novo amanhã — declarou Del Rey. — Ela é Casta. Você pode cheirar o aroma da criança que está gerando. Não posso acreditar que Prima Lyons contratou uma mulher grávida para trabalhar para Wyatt. É certamente marcar a pobre criança, antes mesmo de nascer.
Brim assentiu.
— Diabos, ele deveria enviá-la ao Santuário. Uma cria fêmea não tem lugar ao redor de qualquer um de nós. Inclusive de nossas próprias mulheres. Nossas vidas são muito perigosas.
Com isso, Brim deu um passeio, movendo-se na sala uma vez mais, enquanto Del Rey checava a sensação das armas que levava debaixo de seu smoking. A prefeitura tinha pedido que viessem desarmados. Eles tinham ido com suas armas ocultas. Desarmado estava indefeso. Del Rey não ia a nenhum lugar indefeso. Especialmente onde sua Coya estava envolta.
Capturou o olho de Sharone, deu-lhe um sinal silencioso para assegurar-se que se mantivesse próxima a Anya e as três delas, então se dirigiu ao lugar onde o Prefeito Timothy Raines estava celebrando jogos de um lado a outro do salão de baile.
Raines era um homem que Del Rey podia ver através dele. Era um engano. Seus olhos cinza azulados quase que escondiam sua má intenção, mas não havia ocultação para os sentidos das Castas. Del Rey podia cheirá-lo, um sutil fedor acre que o adoecia.
— Ah, Líder de Manada Delgado .— Timothy lhe deu um pequeno sorriso torcido, e se dirigiu para o grupo. — Reúna-se a nós. Estávamos discutindo as desagradáveis historia de tablóide que estão fazendo ondas de novo. Realmente. As pessoas pensariam que se as Castas fossem tão animais, eles nunca teriam alcançado a condição humana. — Havia ironia na voz de Timothy.
Del Rey levantou sua sobrancelha.
— Eu não leio tablóides. O que estão dizendo agora? Estamos comendo nossa carne crua de novo? Uivando à lua?
— Atando suas mulheres — um dos homens disse, e riu dissimuladamente com ávida curiosidade. — Transformando-as em ninfomaníacas com algum tipo de liberação hormonal em um beijo.
Olhos ávidos se pegaram a ele, enquanto se arranhou a bochecha, como se estivesse confuso. As Castas não negavam o calor do emparelhamento, mas não o admitiam tampouco.
— Estão falando sobre isso? — ele sorriu. — O que tinha entendido era que havia vários de nossos homens de casta que se ofereceram como voluntários para demonstrar o contrário. Ainda acontece isto?
Del Rey sabia que sim. Algumas das castas masculinas mais jovens tinham chamado publicamente a vários jornalistas, oferecendo-se como amantes. Isso tinha parado os rumores por um tempo.
— Isso não detém a intriga. — O gerente de obras públicas, de cabelo cinza, soltou uma risada. — Sua genética é ainda um mistério para muitas pessoas, Delgado. Isso os torna um bom pasto para intrigas.
Del Rey encolheu os ombros.
— Seja o que seja, trabalham para isso. Entretanto, isso mantém as mulheres interessadas em nós. Estou seguro que muitos de nossos homens apreciam isto.
Os homens riram, e logo olharam a seu redor como se assegurando que nenhuma de suas mulheres estava escutando. Era divertido às vezes, e outras, ofensivo. Del Rey podia imaginar o furor que estalaria, se o mundo se inteirasse da verdade. Que só com algumas mulheres mostravam sua própria natureza animal, e quando o faziam, ao menos por enquanto, não havia escapatória para isso.
Del Rey capturou o olhar do prefeito uma vez mais.
— Prefeito Raines, quando você tiver uma oportunidade, eu gostaria de discutir a petição do mês passado, sobre incluir à Casta Coiote no Gabinete.
O olhar de Timothy se estreitou, muito, e Del Rey jurava que capturou o aroma da morte no homem. A solicitação era para atribuir vários homens Coiotes ao departamento de polícia local e como guardas de segurança da municipalidade.
A pequena cidade fora das fronteiras de Haven não era grande, não tinha alcançado a popularidade da vizinha cidade do Santuário, Buffalo Gap. Queria saber o que fazia o Prefeito Raines acreditar que eles necessitavam os avançados talentos da Casta Coyote para a segurança.
O olhar de Raines se moveu ao redor da sala antes que um sorriso se formasse em seus lábios.
— Não pretendi incomodá-lo com essa decisão, Alfa Delgado. — Ele se desculpou com a maior sinceridade. — Assumi que os membros inferiores do gabinete se encarregariam disso
— Não há membros inferiores no Gabinete Coiote. — Del Rey lhe informou. – Mas eu sou um dos seis dirigentes da manada, Prefeito. Cada um de nós preside o gabinete.
— Cada exército tem um general, Delgado — riu Raines. — Você é a cabeça, correto?
Como ele o fez, com força e vontade. Não o fez com nenhum dos outros por debaixo dele, eram seus iguais, simplesmente optaram por segui-lo.
— Incorreto, Prefeito, mas podemos discutir isto também quando você tiver um momento. Como está ocupado esta noite, acredito que poderíamos nos reunir na base Coiote esta semana, se assim o preferir. Eu gostaria de ver a proposta que prometeu ao Gabinete.
Algo brilhou no olhar de Raines. Algo triunfante, sem dúvida perigoso.
— Com certeza o farei — ele assentiu. – Chamarei em breve.
Igual ao diabo. Del Rey formulou suas desculpas e se retirou do grupo. Ele levantou sua mão e falou no pequeno microfone sob o punho da camisa de sua jaqueta de smoking.
— Vamos ter problemas. Sugiro uma fuga.
— Motivos? — Wolfe murmurou no auricular que Del Rey usava.
— Instintos; utilize os teus. Estou conseguindo que minha gente saia.
Ele assentiu ao Brim e se dirigiu ao balcão, onde Sharone e as outras mulheres rodeavam Anya, suas expressões cheias de perigosa tensão.
Ashley se moveu, ocultando o fato de que ela tinha chegado à capa atada ao interior de sua coxa e a pequena pistola que levava ali. Sharone estava bloqueando qualquer acesso aos lados e Emma estava cobrindo suas costas.
— Esta fica.
Del Rey escutou a voz do dono da cantina, escura, com uma feia ameaça às guarda-costas através dos enlaces de comunicação.
Emma se dirigiu a Del Rey, sua expressão de gelo, e falou exagerando os movimentos de sua boca.
— Arma sobre a Coya.
-Temos uma arma sobre minha Coya — anunciou no microfone. — Faça com que sua mulher saia desta merda.
Moveu-se para o balcão, consciente de Brim andando a pernadas para ela e uma jovem casta, Carlen, movendo-se para as mulheres. A Casta era Lobo. Ele não era Coiote, nem era um dos Lobos atribuído ao amparo de Anya, pequeno detalhe.
— Jacob, chame seu homem — Del Rey ordenou enquanto ouvia Jacob gritar através do enlace com Carlen. Movimentou-se mais rápido, irrompendo em uma carreira enquanto viu como o imbecil jovem de casta tirava uma arma do interior de sua jaqueta e tentava empurrar Sharone para chegar a Anya.
— Ela tem que morrer, Sharone. — Carlen grunhiu, seus olhos de cor cinza muito escura, muito dilatados. Merda, eles iriam perder outra de suas pessoas pela maldita droga. — Você sabe que ela tem que morrer.
Carlen conseguiu levantar o braço o suficiente para apontar.
A companheira de Del Rey ia morrer ante seus olhos.
Sharone empurrou Carlen por trás, lançando-o a vários pés através da habitação quando ele levantou a arma e disparou. Ao mesmo tempo, uma faca correu nua de sua mão e se enterrou em seu peito enquanto ele olhava para baixo, em estado de choque.
Emma estava cobrindo Anya, inclusive quando ela lutou; Ashley tinha saltado o balcão e tirado o dono da cantina. Ela martelou o gatilho do fuzil que lhe tinha arrancado e apontou sobre a habitação enquanto se dirigiu atrás do balcão.
— Sharone — a Casta de Lobo caiu joelhos enquanto Del Rey arrancava Anya da aglomeração sobre Emma.
Emma estava sobre seus pés, segurando uma Sharone que balançava ao redor de sua cintura enquanto o sangue escorria de seu ombro. Ambas olhavam ao jovem casta enquanto ele as olhava, confuso e medroso. Ele nem sequer sabia o que estivera a ponto de fazer. Del Rey conhecia os efeitos dessa maldita droga, e esta casta, ao que parecia, era vítima dela.
— Por que me machucou? — Ele soava como um menino.
Del Rey era consciente dos gritos, as ordens enchendo a sala. Os Lobos tinham rodeado a prefeitura, mas Del Rey estava vendo a morte de um jovem inocente ante seus olhos.
— O que fiz? — Carlen tossiu, cuspindo sangue sobre o vestido branco de Sharone enquanto um gemido saía de sua boca. — O que eu fiz?
Cambaleou-se mais, ainda tentando levantar a pistola, ainda tentando centrar-se em Anya enquanto seus olhos olhavam a morte.
— Consiga ajuda — Del Rey gritou, enquanto mais de seus próprios homens os rodeavam. — Agarrem ao Lobo no chão e levem-no aos laboratórios em Haven. Quero fazer uma análise completa de sangue. Os restos de vocês me rodeiam até que consiga levar a minha Coya à limusine. Emma, Ashley, consegue um transporte para a Sharone e leve-a à Base. Agora.
Eles se movimentavam rápido pelo salão de baile, consciente de que os Lobos se moviam de maneira igualmente eficaz. As Castas estavam cobrindo aos humanos, as armas desencapadas, olhos duros enquanto as companheiras e as famílias estavam movendo-se rapidamente pela habitação e saindo ao frio entardecer.
As limusines blindadas estavam arrancando, e logo saíram tão rápido como tinham chegado, enquanto as autoridades de Casta trabalhavam para conseguir que os dirigentes das manadas e as famílias estivessem fora de perigo. As autoridades e os soldados ficaram atrás, cobrindo-os, enquanto que outros tomavam os telhados, assegurando-se de que os franco-atiradores não estavam no lugar.
— Quero aquele garçom em custódia. – Del Rey disse ao Brim através do microfone enquanto empurrava Anya dentro da limusine que os esperava. — Quero-o preparado para ser interrogado plenamente no momento que alcancemos a Base.
— Está em custódia e rodando agora — gritou Brim de novo. – Consegue voltar seu traseiro à Base. Iván será seu condutor. Não há maneira de que ele possa estar comprometido por essa maldita droga, nós o analisamos depois de nossa volta.
— Tenho ao Iván. Quero você na Base — Del Rey lhe ordenou. — Não tenho possibilidades e não me preocupa esta maldita cidade. Tomarei cuidado deles eu mesmo.
Fechou a porta de repente enquanto se deslizava para dentro, e Iván acelerava fora da sala de banquete. Podia sentir a fúria enchendo-o agora. Nenhuma outra companheira tinha sido o alvo. Carlen tinha ido detrás de Anya. O garçom estivera preparado para agarrá-la. Por quê? Dirigiu-se a ela, seu olhar encontrando o dela e não vendo nem um pingo de medo.
— Eles pegaram minha carteira e meu xale — afirmou ela. — Idiota guardei minha pistola e facas. Se elas tivessem me deixado sozinha, Sharone não teria ficado ferida.
O choque ressonou através dele. Onde estava a ira, o terror, o grande temor que ela deveria ter mostrado? Sua companheira não deveria estar olhando-o furiosa, com brilhantes olhos azuis e uma determinação que, normalmente, só o sangue podia saciar. O sangue de outros.
— Sharone estará bem – ele disse. — Era uma ferida do ombro. O pior vai fazer é urinar fora dela.
— Estou mais que zangada – grunhiu ela. — Você não me disse que esperava problemas, Del Rey. Foi condenadamente injusto.
Injusto, ele? Como se ele a tivesse tirado de seu esporte? Sua companheira estava voltando-se cada vez mais agressiva do que ele tinha previsto. O pensamento o pôs duro.
— Se tivesse esperado problemas, seu traseiro não teria estado ali.
Antes que pudesse se conter, estava nariz a nariz com ela.
— Pensa por um momento que teria levado a minha companheira onde espero derramamento de sangue? Esperando um maldito enlouquecido garçom e uma Casta de Lobo lhe atirar um balaço?
Estava gritando. Anya o olhou, a adrenalina e a fúria bombeando através dela. Estava tremendo com isto, desesperada com o mesmo. Tinha lutado contra Emma enquanto a outra garota a cobria, lutava não para proteger-se a si mesma ou a seus soldados, mas para chegar a Del Rey.
Tinha sido o único pensamento em sua mente. Chegar a ele, protegê-lo. Como se necessitasse seu amparo. Realmente não necessitava nada além de sexo. Mas o conhecimento, súbito e rápido, tinha golpeado dentro dela. Necessitava-o, e bem diante de seus olhos, poderiam tê-lo roubado.
— Não sei o que fazer! — Ela gritou. — Minha guarda-costas está ferida e você poderia ter sido assassinado diante de meus olhos, Del Rey. Eu não sou uma pequena campista feliz agora.
Ela estava aterrorizada por ele. Ela estava tremendo, desesperada, precisava tocá-lo só para estar segura, como se apenas tocá-lo asseguraria que ele realmente estava ali com ela.
— E você pensa que eu o sou?
Aquele grunhido enviou um estremecimento em sua coluna vertebral. Enviou sensações estrelando-se contra a adrenalina liberada em sua corrente sangüínea, a luxúria e a emoção abraçando sua mente.
Ela poderia tê-lo perdido. Poderia ter sido ele levando uma bala em vez de Sharone. Apesar de que provavelmente teria fingido a maldita coisa nunca o tinha golpeado, apesar de todo o sangue que ele derramou.
Homem de aço. Inconquistável. Perfeito. OH Deus, ela o necessitava. Necessitava assegurar-se que ele estava vivo, que era dela. Que nada poderia levá-lo longe dela.
— Realmente não me preocupo se você estiver — ela empurrou contra seus ombros, tentando empurrá-lo, e ele não estava se movendo. Suas mãos estavam tensas no assento ao seu lado, o nariz quase tocando o seu, seus olhos negros olhando feroz nos dela.
— OH, sei o quanto não se preocupa — disse ele. – A melodia de oito meses. Sem minha companheira.
— OH sim, realmente posso ver como sofreu. – Agora ela tremia de emoção. Tantos meses de solidão, medo e inclusive, às vezes, a culpa que a assolava. — Pude ver quando entrei em meu dormitório e te encontrei fodendo a Sofía. Maldição, vá ao inferno — ela empurrou mais forte, e estava surpreendida ele se moveu, ainda mais surpreendida que ela o seguiu.
Ela estava em seu rosto. Nariz a nariz.
— Me deixe te tocar, bruxa.
— Não é como se tentasse me tocar.
Ele despiu seus dentes.
– Correu. Ao igual a menina que foi em lugar de enfrentar o que sabia não poderia ser trocado.
— Eu mudei. Eu sofri aquelas malditas provas e tenho o que necessitava para me assegurar que não poderá me controlar outra vez — ela o golpeou com uma mão em seu peito, logo a outra. Apoderou-se das lapelas e puxou.
Os botões voaram enquanto seu olhar refletia surpresa e, continuando, quente luxúria.
— E mudarei isto agora se quiser.
O desejo e a necessidade eram como um demônio em seu interior. Não como o calor de emparelhamento, mas igual a uma onda de luxúria pura e quente que não necessitava ajuda hormonal. Igual a tinha sido antes. Poderosa. Desesperada.
Estava indefesa pela emoção, apanhada em um apertão de temor por sua segurança, aterrada, consciente que em qualquer momento nos últimos meses poderia havê-lo perdido. O conhecimento que ela nunca poderia ter a possibilidade de tocá-lo de novo.
Noites de sacudidas e giros. Sonhos que não se detiveram. Uma dolorosa fome que não podia eliminar dela. E o medo. Em um surpreendente momento, podia ter perdido todos os sonhos. Ele podia ter morrido em frente a seus olhos porque ela não estava preparada, porque era uma carga. Tivera que ser protegida para seu bem, porque estava muito malditamente assustada para aceitar o lugar que lhe tinha dado. Como sua companheira. Como sua Coya.
Bom, ele tinha que ser protegido também. Porque era dela. Companheiro, amante, homem, o que seja. Ela não podia nomear a possessividade que cresceu em seu interior, ainda não.
Suas mãos pressionaram contra seu peito, sentindo as carreiras de seu coração debaixo de suas palmas, os músculos que agitou e ondulou em seu toque. Seus dedos frisados, as unhas arranhando todo seu corpo, e ela divertindo-se com o retumbo do grunhido que saiu de seu peito.
— Quer a Sofía depois de mim? — ela se agitou com a pergunta e, depois, com as ações que lhe seguiram. Ela mordiscou seu lábio inferior, e não era um gesto amoroso.
— Se preocupa? — sua voz era grave, áspera quase selvagem.
Preocupava-se? OH diabos sim, preocupava-se, mas ela teria sido condenada se lhe dava a satisfação de escutar de seus lábios.
— Importa-se se fodo a outro? — perguntou ela. — Talvez devesse ter encontrado a alguém mais.
Ela o estava desafiando e sabia. Atrever-se à Casta, parte homem, parte animal, para reclamar o que era dele. Para reclamar o que ela não sabia como lhe dar.
Ele enterrou a mão em seu cabelo e trouxe de volta sua cabeça enquanto grunhia em sua cara.
— Não cometa esse engano.
— Por quê? — Suas unhas o arranharam com força. Sentia o flexível poder nelas, ouviu o grunhido de fome que partiu seus lábios. — Por que se preocuparia?
Ele não respondeu a pergunta. Ele a empurrou de costas até que ficou debaixo dele, estendida nos assentos de couro, arqueando-se contra ele enquanto seus lábios a cobriam, a língua entrando em sua boca.
Fogo e raios chisparam a seu redor. Fome e necessidade chocando dentro dela. Seus braços envoltos ao redor do pescoço dele, seus dedos puxando seu cabelo enquanto se reuniu com o beijo, chupou sua língua dentro de sua boca e lhe deu o que tanto necessitavam.
Não havia fodido a Sofía desde que tinha tomado Anya. Ela podia senti-lo. Ela soube. A sensação dela. A parte feminina dela, a mulher que sabia quando alguém havia tocado o que lhe pertencia, assegurou-lhe disso. E ela ia assegurar-se que a maldita cadela nunca o tocasse de novo. O homem que tinha em seus braços lhe pertencia. E ela ia reclamar cada centímetro dele.
Seu bom-senso estava gritando, engano. Sua independência estava rasgando-se contra a necessidade fulminando através de seu sistema, porém algo mais forte, algo mais importante fez Anya puxar Del Rey para mais perto, agarrando-o estreitamente, seus lábios movendo-se por debaixo dos lábios dele, seu beijo tentando-a profundamente, mais quente e forte.
Beijava-a como se estivesse morrendo de fome por ela, como tinha feito mais cedo. E o beijava sabendo que morria de fome por ele. Não só pelo gosto do hormônio de emparelhamento, mas também pelo homem. O homem que enchia seus sentidos, inclusive quando ele não a estava tocando. O homem que poderia ter perdido para sempre.
Quando tinha começado a se importar?
Sempre tinha se importado.
Enquanto ela sentia a prega de seu vestido subindo por cima de suas meias, Anya admitiu para si mesma. Quando ouviu seu grunhido de fome, sentiu a mão na carne da coxa nua, ela sabia que sempre se importaria.
Retorcendo-se, arqueando-se debaixo dele, ela se agarrou a ele, seus lábios apanhados pelo prazer de seu beijo, pela tormenta dilaceradora através dela.
— Abra as pernas — sua voz era tão profunda, cheia de tal áspera fome, que ela gemeu; seus cílios elevados olhando fixo dentro do feroz olhar negro profundo.
— Nenhuma mulher teve importância para mim como você tem — ele disse, áspero, uma mão tomando sua bochecha, agarrando-a ainda enquanto seu dedo polegar se dobrou sob sua mandíbula. – Não tomei a nenhuma mulher desde que te toquei. Não desejei nenhuma mulher. Nada me agradou, só teu gosto, Anya.
Seu corpo debilitado, seu quadril encaixou-se entre suas coxas quando levantou sua perna e a pôs ao longo de seu quadril.
— Estou tão duro – mordiscou seu lábio inferior. Uma pequena picada em troca do prazer sensual que a assolava. — Sente como te necessitei, Coya. Seu tato e seu calor. Só os seus.
Ela lambeu seus próprios lábios, olhando-o enquanto lutava para extrair suficiente ar em seus pulmões só para respirar.
— A terapia hormonal — ela sabia que havia uma terapia para os homens também. Uma maneira de domesticar a furiosa necessidade que os queimava, embora dissessem que não era uma tortura para eles como o era para as fêmeas.
Ele sacudiu a cabeça.
— Acha que queria perder um só momento, conhecendo algo neste mundo que me pertence? – Ele perguntou, destroçando-a. — Uma coisa, Anya. — Seu polegar percorreu seus lábios e seus quadris, ondulando sobre o montículo de seu sexo. — Neste mundo, Deus me concedeu uma coisa pela honra de escolhê-lo antes que ao diabo que eu poderia ter seguido. Deu-me à mulher que eu vi como um projeto de família e filhos, e que desejava por sobre todas as coisas. Quando não tinha mais que dezesseis anos, mostrava tanta inocência que eu te reclamei. Não quero perder um momento de conhecimento, inclusive se você te afasta, porque há prova que não sou digno de algo que não está marcado pelo sangue.
Ela estremeceu, seu coração apertado enquanto as lágrimas enchiam seus olhos. Seu olhar era agora líquido negro, escuro, atormentado e afundando-se tão quente em seu interior que ela se perguntava se alguma vez seria livre.
— Não pode fundamentar aqueles méritos em mim — ela sussurrou finalmente, rasgada, doída por ele de um modo que ela não podia nomear.
— Apóio todos meus méritos em ti, Coya. Minha Anya.
Antes que ela pudesse protestar, seus lábios se apossaram de novo nela, separando-os, sua língua lambendo-a como uma promessa. Ela sentiu-se ofegar, sentiu o calor úmido que derramou-se entre suas coxas enquanto seus quadris se sacudiam contra os dela, acariciando seu clitóris, enviando uma sensação inimaginável, rasgando-a.
— Quero te tocar — ela estava empurrando a jaqueta que usava, os lados da camisa que tinha esmigalhado.
Sua carne era dura e quente por debaixo de suas palmas.
— Anya — ele se esticou enquanto pressionava contra seus ombros.
— Preciso te tocar. Você me tocou antes, Del Rey. Agora me deixe ter o que necessito. Necessito isto.
Ela necessitava seu controle.
Del Rey podia sentir a força da luxúria rasgando suas bolas, seus sentidos. Não podia permitir-se perder o controle de novo. Não desta vez. Não neste lugar. Ela queria tocá-lo. Ela queria lhe provocar um AVC.
Tranqüilizou-se, seguindo sua direção, seus dentes furiosamente apertados enquanto um grunhido ecoou em seu peito.
OH merda. Doce Deus, tenha piedade.
Seu ágil dedo vacilou só um pouco, puxou o botão de suas calças, e logo afrouxou o zíper sobre a devastadora ereção que cobria.
Del Rey podia sentir um grunhido construindo-se em seu peito enquanto os dedos se envolveram ao redor de sua carne inchada. Sua ereção era grossa, a cabeça repleta palpitando, derramando o pré-sêmen de ejaculação que os homens lobo e coiote produziam assim que o calor de emparelhamento começava.
— Ah diabos. Anya. Doce Anya.
Seus lábios tocaram a pesada coroa, escorregando sobre ela enquanto a língua dava leves golpes sobre a pequena abertura na ponta. Refrear-se estava matando-o. Ele sabia como a surpreendera, como a tinha assustado da primeira vez que a tivera. Não era isso que queria para ela agora. Ele queria que ela explorasse como o necessitara provar. Tocar.
Ele envolveu sua própria mão na base, sentindo uma delicada mordida em seu testículo que lhe advertia que a primeira ejaculação de pré-sêmen estava se preparando.
Sacudiu a cabeça, sentindo o riacho de suor que corria pelo peito tão intenso como ele sentia a pequena língua quente fazer círculos na cabeça de seu membro.
Olhando para baixo, estava atravessado pela vista dela, seus lábios brilhando, aqueles olhos azuis que o olhavam, depois seus lábios separados e cobrindo a palpitante cabeça, afundando-se sobre ela enquanto a língua golpeava brandamente sua sensível carne.
Quando ela começou a amamentar-se, suas bochechas cavando-se, fazendo uma deliciosa pressão ao longo de suas terminações nervosas, Del Rey sacudiu a cabeça. Ah Deus. Não podia reter muito mais tempo. Ele se apoderou da base de seu eixo, mas não pôde frear o impulso de pré-sêmen que arrojou de seu membro.
O sedoso líquido tinha sua própria finalidade, a Dra. Armani lhe tinha advertido. Os hormônios contidos nele excitavam as terminações nervosas da vagina, relaxando-a e permitindo que o inchaço que se produzia quando um homem Coiote derramasse sua semente plenamente.
Os olhos de Anya se ampliaram quando um segundo impulso encheu sua boca. Seus cílios baixaram e um pequeno gemido escapou de seus lábios, antes que ela continuasse chupando-o mais profundo, mais firme, enquanto ela implorava mais do sabor que ele derramou.
Não podia fazê-lo. Não tinha o controle disto. Queria estar em seu interior. Tinha que fodê-la, enchê-la, tomá-la. Agarrou seus quadris e amassou em seu interior até que as destrutivas ondas de fome foram acalmadas.
Os dedos de uma mão agarravam seu membro enquanto ele estendia os outros para tocar o rosto dela, seu polegar acariciando sobre seus lábios enquanto ela trabalhava com a boca sobre ele.
Necessidade. A necessidade era mais animal, a fome demoníaca rasgando em sua intensidade. Não podia esperar. Ia tomá-la aqui. Agora. Ele tinha que fazê-lo. Se não, perderia sua mente para sempre.
— Intrusos! — A voz do Iván gritou através do intercomunicador entre a parte dianteira e traseira. Um segundo depois, uma explosão sacudiu a limusine quando um morteiro golpeou na estrada, diante do automóvel.
Anya caiu enquanto Del Rey a empurrava para ele, fechando suas calças e enquanto golpeava o interruptor para baixar a janela entre o passageiro e o condutor.
Outra explosão os sacudiu enquanto os olhos de Del Rey se estreitaram sobre os veículos diante deles. Atrás dele, Anya estava brigando com o fechamento de seu vestido, assegurando-se que ela estava agora agachada no chão da limusine.
— Provém da montanha – Iván gritou enquanto outra rajada de fogo encheu o ar noturno. — Alguém vai ter êxito, Del Rey, temos muitos veículos juntos.
— Apoio aéreo? — ele golpeou.
— Está vindo. Nós tínhamos uma equipe de transporte aéreo do acampamento do exército na zona, mas não tive contato por rádio.
A explosão seguinte tirou uma parte da estrada, chovendo faíscas sobre a frente da limusine enquanto Iván se esquivava e seguiu avançando.
— Eles vão ter sorte — Del Rey estalou antes de alcançar a parte dianteira e sacudir o rádio com energia. — Brim, está aí?
— Me arrastando atrás no comboio — gritou de novo Brim. — O morteiro de fogo está vindo do norte, no topo da montanha. Bastardos baratos. Deveriam investir em foguetes que procura calor.
— Não lhes dê idéias — Del Rey grunhiu enquanto tirava o punho de sua jaqueta para revelar o microfone na mão. Enquanto ele deu volta, ao receptor ativado em sua orelha. —Wolfe, está à cabeça?
— Estamos à cabeça e o inferno está vindo sobre nós — Wolfe estava grunhindo.
Del Rey olhava adiante.
— Em dois estalos. Gira à direita, logo à esquerda ia saltar como o diabo. Ali o leito seco do arroio corre por três quilômetros e nos leva fora da linha de visão.
Wolfe repetiu as ordens de seu condutor.
— Iván, consegue o resto dos veículos – Del Rey ordenou antes de levantar o rádio e ouvir o Brim gritando. — Brim, tem armas?
— Suficientes — a resposta de Brim foi fria, furiosa. — Estão dirigidos aos veículos com o garçom e o corpo da Casta de Lobo, Del Rey. Tenho uma linha no lugar.
Del Rey se adiantou de novo, golpeou o teto e rompeu a jaqueta e a camisa de seus ombros. As roupas só o deteriam neste momento.
— Estou resgatando a limusine. Iván não pode frear a saída. Olhe a queda do corpo e recolhe as peças.
— Aqui —. Uma jaqueta de couro foi empurrada em seu rosto. — É para te proteger contra a queda. Aqui — Uma metralhadora leve foi empurrada em suas mãos enquanto ele via que o assento traseiro da limusine tinha sido levantado.
Outra explosão mais próxima sacudiu o carro, quase o inclinando enquanto Iván maldizia, passou a roda, logo se meteram no leito do caminho que utilizariam como uma estrada.
Del Rey rapidamente reacomodou a jaqueta, fechou o zíper, arremessou a arma ao lado de Anya, então iniciou a operação no teto do automóvel.
Enquanto ia saindo ao descoberto, seus olhos se reduziram sobre o escuro panorama, avaliando-o. Ele sabia o melhor lugar para saltar. Um só lugar coberto de erva e terra suave nivelada. O impacto seria reduzido, e as possibilidades de ser atropelado pelos veículos conduzidos a grande velocidade através do passo seriam inexistentes.
Esperou, preparado e lançou-se da limusine, enroscando e rodando enquanto golpeava no chão com um impacto suficiente para roubar seu fôlego e lhe assegurar que ele sentiria os malditos machucados durante várias semanas por vir.
Os bastardos. Del Rey sabia que tinha que esperar a emboscada. Inferno, outros provavelmente não sabiam. O único problema foi que só havia um caminho espaçoso na cidade e uma grande quantidade de montanhas que se elevam a seu redor.
Caminhando, apoderou-se das armas enquanto corria a todo terreno que Brim tinha movido ao lado do leito do caminho. Os veículos foram construídos altos e ligeiros, próprios para terreno montanhoso. Seus pneus suportavam sacudidas e um poderoso motor dava o ATV final necessário para efetivamente cortar através de algumas das mais difíceis passagens.
— Mova-se sobre eles — Del Rey gritou enquanto se acomodava dentro do assento do passageiro.
Atrás dele, dois de seus homens estavam atados nos suportes de ataque. Eles levavam um lança - míssil de mão e o outro se apoderou da metralhadora montada.
— Todos os veículos estão no passo — Jacob, o chefe da segurança de Haven, gritou no receptor à orelha de Del Rey — Boa sorte, Alfa Delgado.
— Mova-se! — Del Rey gritou a ordem ao Brim quando outra explosão enviou rochas e terra voando pelo ar.
Todo terreno se sacudiu e acelerou, subindo a passagem e correndo através da estrada enquanto uma explosão pulverizava partes de terra ao redor do veículo.
— Eles estarão esperando na linha de visão quando sairmos desta passagem – Brim sacudiu a roda e se dirigiu até a montanha.
— Lhe daremos um novo alvo – Del Rey ordenou severamente. — Que eles nos vejam vir. Afasta o fogo daquelas limusines, Brim. Se só uma dessas mulheres for ferida, vamos estar em guerra.
A paz entre humanos e castas sempre foi débil, no melhor dos casos. Eram conscientes que faltava apenas um movimento errado para trocar o equilíbrio da paz. A morte de uma companheira, sobretudo uma companheira de um líder alfa, criaria o caos.
A lealdade da casta à manada era tudo. Suas mulheres eram seu futuro, sua sobrevivência. A morte de apenas uma delas não podia tomar-se à ligeira, e o Conselho sabia. Eles sabiam que as castas descendiam de assassinos com uma fúria que os seres humanos do mundo, só eram capazes de imaginar.
Os olhos de Del Rey se reduziram com o passar do terreno. Sua visão noturna era perfeita, partindo da luz da lua mais acima, as sombras a seu redor, cada um dos detalhes relevantes.
— Temos um novo – Brim gritou – Reforços. Reforços.
Del Rey apertou seus dentes em uma careta de fúria enquanto todo terreno se sacudiu e acelerou ao longo da montanha. Ziguezagueando entre as árvores que encontravam a seu redor enquanto a explosão destroçava o bosque.
— Quando chegarmos a eles tirarei o diabo fora de meu caminho — Del Rey ordenou.
— Temos que interrogá-los — Brim grunhiu irritado.
Às vezes, Brim era muito lógico. Por esse motivo, Del Rey decidiu, que Brim não era líder da manada.
Ele sorriu duro e frio, enquanto evitava outro morteiro explosivo e correu para a localização dos emboscados. Em questão de minutos, os teriam.
Del Rey se dirigiu a Brim e grunhiu.
– Interroga seus fodidos fantasmas.
Um segundo depois, o mundo estalou em uma neblina de cor e som enquanto todo terreno voou no ar.
A limusine correu até a montanha da Base da Casta Coiote enquanto Anya, sentada em silêncio, olhava na distância as explosões na montanha.
Sabia que uma equipe de soldados da Casta de Lobo tinha seguido Del Rey e seus homens até ali. Um helicóptero estava sulcando o céu, era um dos sigilosos heli-jatos equipados com armas letais que as castas utilizavam.
Tinha escutado os informes que ressonavam na limusine e se encolheu, retendo apenas um grito quando se inteirou de que o veículo Coiote tinha sido golpeado.
Del Rey estava bem, assegurava a si mesma, sentindo as lágrimas que molhavam suas bochechas. Tinha tido o pior disto. Ele estava preparado. Ele estava lutando agora mesmo, seus dentes apertados, o sorriso de um assassino em seu rosto.
— Coya, estamos alcançando a entrada — Iván lhe disse ferozmente. — Os soldados estão esperando na entrada para te escoltar as cavernas.
— Encontra a seu Alfa, Iván, não se preocupe por mim — ordenou-lhe. — Que equipe está tomando?
Sacudiu a cabeça.
— Seu amparo.
— Tome duas equipes, os que conhecem melhor as montanhas por aqui. Nosso jato ainda está esperando aqui?
— Não estamos armados, Coya — afirmou.
— Consegue esse jato preparado para rodar e levar você e a suas duas equipes até seu Alfa — disse ferozmente. – Traga-o de volta aqui com vida, Iván, ou vou esfolar-se vivo. Entendeu?
— Sim, Coya — ele resmungou antes de recolher a rádio e ordenar às duas equipes separar-se dos detalhes de seu amparo e substituí-lo com outra equipe.
A Coya era a segunda comandante agora, e seu Alfa estava em perigo.
— Os médicos estão esperando por Sharone na entrada, e ela será levada diretamente a reconhecimento médico. Prepare-se, Coya, vai ser uma dura parada.
A limusine patinou, o extremo final deslizando-se lateralmente, enquanto ele a atirou a uma parada. Abriu-se a porta e os soldados atribuídos a estavam empurrando para fora.
— Você — era um de seus guardas, não tinha idéia qual. – Leve-me diretamente aos médicos.
— Coya, necessitamos que fique segura nos quartéis… — o soldado começou.
— Quer me ver irritada, soldado? — Anya se empertigou, consciente da outra limusine sacudindo-se para uma parada e o pessoal médico correndo para Sharone — Disse médicos e agora. A única forma que vai me fazer chegar aos supostos quartéis é se você me arrastar até lá. O que pensaria seu Alfa disto? – não lhe deu tempo para responder.
— Samuel, Mordecai — ela gritou aos responsáveis Coiotes – Obtenham seus pés no ar com o Iván e suas duas equipes — eram dois dos melhores homens de Del Rey. Eles se olharam e logo olharam a ela.
— Seu alfa está aqui? — ela lhes gritou de novo.
— Não, Coya — Samuel sacudiu sua escura cabeça rapidamente.
— Então vocês devem obedecer a sua Coya. Agora, vamos! — ela grunhiu — Agora!
Surpreendidos com ela, giraram e correram, alcançando ao Iván enquanto ele endireitava a limusine à cabeça do topo da montanha onde o heli-jato estava esperando.
Ela podia ouvir o zumbido no ar e, sobre ele, as explosões através da montanha. Levantando a prega de seu vestido, dirigiu-se às cavernas, seguindo a equipe médica que estava levando a uma mal-humorada Sharone através dos corredores de pedra ao nível inferior das habitações dos médicos.
Ao menos um ataque tinha sido realizado neste monte, enquanto Anya estivera ali. Um grupo tinha conseguido penetrar nas defesas aéreas das Castas e tinha golpeado a cova antibunker[2], com mísseis para penetrar montanhas, dentro da Base da Casta Coiote como também na base da montanha que protege Haven.
Anya tinha levado a seguir. Tinha sido sua primeira situação de mando.
Houvera danos, mas nenhuma casta tinha sido machucada. Produziram-se mais danos aos edifícios e casas de Haven, mas o rumor que a base da montanha que protegia o vale não se machucou. Vinte e quatro horas mais tarde, Del Rey tinha retornado e assumido o comando.
— Coya, Sharone está ameaçando deixar a Base e dirigir-se ao topo da montanha. — Emma se apressou a seu lado enquanto Ashley a flanqueava — Ela estava gerando uma tormenta, e nós mal pudemos fazê-la entrar na limusine.
— Digam aos médicos que lhe ponham uma injeção completa de sedativo se ela não pode manter seu pé na maca e fora de problemas. — Anya ordenou. — Ashley, vá ao Comando. Consiga-me uns auriculares que tenha algum dos soldados. Quero saber tudo o que está passando.
Ashley se afastou enquanto um dos homens castas tomou seu lugar.
— Você! — Ela se referiu a outro soldado, vendo seus olhos ampliar-se quase em pânico. — Encontre-me um pouco de informação e encontre agora. E te assegure que seu maldito Alfa está respirando ainda.
O soldado se apressou a sair enquanto Anya entrou nas cavernas médicas e se voltou, olhando como Sharone era examinada pelo pessoal médico da Casta Coiote.
Ela estava insultando, estava simplesmente possessa. Sharone podia permanecer em um inquietante silêncio se ela estivesse realmente ferida. Quase morta.
— Emma, consegue que um dos nossos agentes vá até Haven. Quero informação sobre o dono de cantina que trouxeram de volta e quero saber o que está dizendo. Consegue outro para o escritório da Dra. Armani e vê se está saindo dali, então contata a nosso soldado de segurança na Casta de Lobo e averigua o que tem. Quero intervir em tudo, através do melhor enlace que Ashley tenha para mim nos próximos segundos.
— Sim, Coya — Emma parou a um lado enquanto Anya envolveu seus braços ao redor dela, esfregando lentamente o frio que estava invadindo seu corpo.
— Coya, encontrei uma manta.
Um soldado deu um passo adiante, desenrolando um espesso manto cinza e a ajudou a pô-lo sobre seus ombros.
— Minha carteira e meu xale ainda se encontram no salão de baile – disse a ele — Meus pertences estão naquela carteira. Quando for mais seguro, quero uma equipe de volta na cidade e que todos nossos pertences sejam recolhidos. Obtenha uma lista. Se não conseguir todas nossas coisas de volta, então vamos romper algumas regra e começar a invadir as casas. Quem estava detrás disto não esperará que nós voltemos a recolher nada.
O soldado grunhiu.
— Eu gosto da forma em que pensa Coya. Vou obter a informação e terei tudo preparado.
— Prepara um plano – disse ela. — Quando seu Alfa retornar, apresentaremos suas idéias pela eventualidade que algo esteja errado. Porque certamente alguém está recolhendo nossas coisas e repartindo os bens agora.
Tinham solicitado a todas as mulheres que deixassem suas bolsas e casacos com o porteiro. Alguns eram deliciosas criações doadas por alguns dos melhores desenhistas de roupa do mundo, que viam uma oportunidade que as mulheres ou companheiras das Castas mostrarão suas criações e lhes dar o prestígio de que seus desenhos foram usados pela mulher escolhida pelas famosas Castas.
— Coya, sou um soldado de fila inferior — disse finalmente. — Não sou um dirigente. Queria aproveitar isto para me preparar como dirigente.
Ela se voltou para o homem, seu olhar sobre ele.
— Considerava-se defeituoso em seu laboratório, soldado?
— Não, Coya — sua voz endurecida, um grunhido mortal se refletiu nela. — Eu era considerado um especialista em sigilo e extermínio.
— Então aqui está sua oportunidade de ganhar seu galão como um dirigente – ela replicou. — Boa sorte esta noite, soldado.
— Sim, Coya — ele se endireitou. — Vou conseguir a informação agora.
—Emma, não tenho meu set de comunicações. — Anya recordou à outra mulher, enquanto voltava para a janela em que se via a sala médica.
— Estou chegando, Coya — Emma prometeu, e continuando, fez uma pausa. — Nosso Alfa está bem. Não importa o que aconteça.
— É obvio que está bem, e ele vai estar grunhindo e gritando e degustando do sangue quando pisar forte nesta montanha. Consiga o rádio, me consiga aquele set de comunicações agora. Diga aos técnicos em comunicações que é melhor estar prevenidos com cada fragmento de informação de que ele necessitará antes que chegue aqui. Se eu escutar novamente que a informação necessária para defender esta montanha não está disponível para ele no momento em que estiver preparado para isso, os chefes vão rodar.
Durante o último ataque, ela sabia, Del Rey tinha passado horas obtendo a informação tão necessária, porque as Comunicações e a Segurança estavam mais surpreendidos pelo ataque do que preocupados em averiguar o que estava se passando.
— Eu deveria estar nas Comunicações — ela decidiu. — Mantenha um soldado aqui. Quero informes enviados com a situação da Casta a cada cinco minutos. E se ela tentar se levantar, então tem que ser sedada.
Ela deu a volta e se dirigiu ao longo dos corredores, enquanto as demais Castas a observavam, avaliando-a. Esta era sua primeira vez como segundo - comandante, desde que Del Rey tinha retornado à Base.
A Casta Coiote tinha um conflito de amor e ódio com respeito a sua Coya, às vezes. Ela não residia em sua montanha, enquanto que seu Alfa estava ali. Sentiam-se abandonados por seu líder uma metade, e a equipe original de Del Rey sentia como se tivessem abandonado ao seu Alfa.
Agora Emma quase sorriu. Ela, Sharone e Ashley tinham trabalhado bem. Oito meses. Em apenas oito meses, Anya estava automaticamente tomando seu lugar como a segundo-comandante de Del Rey e sua companheira.
— Chame as comunicações e que eles tenham tudo preparado para ela. — Emma ordenou ao soldado. — Assegure-se de que tenha uma xícara de café, ou ela vai queimá-los pelo modo que está utilizando a adrenalina neste momento. Também quero o médico preparado para injeções hormonais, se for necessário. O choque de adrenalina às vezes restringe o calor.
E Anya podia sofrer se entrasse em calor, sem aviso prévio. Isso sem não mencionar o fato que Del Rey teria acabaria com todos seus chefes se Anya acabasse com aquela dor de novo.
O soldado assentiu e fez as chamadas enquanto entravam no elevador e desciam ao bem protegido centro de comunicações.
Ela encarou Anya. Os ombros de sua Coya estavam retos, a cabeça bem alta, os olhos de safira brilhando em seu rosto pálido. E pela primeira vez, Emma notou as poucas sardas orvalhadas no nariz de Anya.
— Ele está bem — ela murmurou de novo.
— É obvio que está bem — Anya se quebrou. – O serviço médico tem que estar preparado no caso de algum imprevisto. E me diga novamente por que diabos não temos nossas próprias salas de cirurgia e cirurgiões aqui em casa — ela se voltou e olhou furiosa a Emma.
Emma encolheu os ombros. Ela sabia a resposta; Anya sabia a resposta.
— A Dra. Armani era nossa especialista designada.
— É especialista da Casta de Lobo. — Anya queria morder a alguém. — Já tive suficiente disto.
— É difícil obter um cirurgião para realizar a cirurgia quando se está morto. — Emma lhe recordou.
Ela recordava. Assim como sabia que havia ao menos dois especialistas e peritos em cirurgia, genética e medicina geral da Casta Coiote que seriam capazes de tratá-los.
Anya puxou a manta mais apertada em volta de seus ombros e ficou a analisar à casta que a olhava curiosamente.
Eram assassinos endurecidos. Mas parados aí, estava-a olhando, como se ela representasse mais que uma cara bonita ou um singular título ao qual ela se negava a reconhecer, fora do mais elementar dos direitos.
Deixou seu olhar contatar com um dos soldados vestido de cor verde oliva. Seu olhar vacilou sobre o simples uniforme militar que usava. Lobos e Felinos tinham um uniforme para cada denominação de suas forças. Algo mais com o que Del Rey não tinha sido capaz tomar cuidado.
— Encontre-me alguma maldita calça. – Anya murmurou enquanto as comporta se abriam, e eles entraram na enorme rede de comunicações subterrâneas. — Este vestido me irrita.
Se havia um osso ou músculo que não doía em seu corpo, Del Rey não conseguia encontrá-lo. Brim fez um ponto de sutura áspero sobre a ferida no braço, depois de ter conseguido encaixar o ombro deslocado.
A fúria sangrenta se desencadeou quando o terreno se foi pelo ar. Desviando-se da explosão, eles se dirigiram sobre a posição dos homens que tentavam emboscar as Castas nas limusines.
Tinham se deslocado como ratos, mas os humanos não eram rivais para os sentidos noturnos das Castas e sua capacidade de caça. Tinham capturado a cinco dos bastardos, um tinha morrido enquanto disparava uma bala que conseguiu alcançar o outro ombro de Del Rey. Estavam tentando encontrar todos os pedaços de sua garganta depois que Del Rey havia conseguido arrancá-la.
Wolfe, seus chefes de segurança, Jacob e Aiden, assim como duas castas Lobo e duas equipes Coiotes estavam presentes. Agora, Del Rey ouvia o relato de Ivan, com incredulidade, que relatava como Anya tinha enviado o segundo grupo de soldados Coiotes com três de suas autoridades, Iván, Samuel e Mordecai no heli-jato para assegurar-se de que trouxessem seu Alfa respirando para casa.
Quis sacudir a cabeça. Aquela não era a Anya que ele conhecia, mas como ele tinha aprendido na última semana, a Anya que tinha conhecido crescera de modos que ele ainda não entendia plenamente.
— Ela tem o controle das comunicações — Brim cobriu o microfone de seu auricular de comunicações, e olhou divertido a Del Rey. — Ela não amaldiçoou ainda, mas está exigindo um relatório.
— Diga-lhe que estou respirando — ele grunhiu.
— Ela enviou uma equipe a Haven – Brim disse então. —E um dirigente para interrogar ao garçom que trouxemos de volta conosco. Ela esteve em contato com a Lupina, Hope, e elas estão coordenando um sistema de defesa.
Del Rey se contraiu de dor e olhou ao Wolfe, que não parecia preocupado em nada.
Finalmente, encolheu os ombros. Diabos, Hope, Faith e os guarda-costas de Anya a tinham preparado para isto. Neste ponto, não tinha mais remédio além confiar em suas habilidades.
— Jogou a Sofía fora da sala de Comunicações. Sabia que está dirigindo de novo a Base? — Brim perguntou. Del Rey fez um gesto de negativa, sacudindo a cabeça. — Enquanto os soldados lhe deram as costas e a cobriram, ela arrancou o seu vestido e o jogou de lado, e em segundos vestia calça jeans, uma camiseta e sapatilhas de esporte, e estava ladrando ordens o tempo todo. Nossos homens têm medo dela, Del Rey.
Del Rey riu ante a idéia. Seus homens não tinham medo de nada, e menos ainda de uma mulher que todos eles reverenciavam.
— Maldita seja, está dirigindo o lugar da mesma maneira que o lugar onde ela nasceu — Brim parecia preocupado. — Que diabos a está ensinando a dirigir o Comando dessa maneira?
Del Rey levantou a cabeça de onde estivera avaliando o terreno, processando a informação que Brim lhe estava dando. Deus, estava miseravelmente ferido.
— Ela vai fazer de nossa vida um inferno, e ao final a maioria de nós provavelmente vai dar graças a Deus isso por – disse finalmente a seu executor. – Faça com que o heli-jato esteja preparado para voar. Tenho que ir a Haven por assistência médica, antes de voltar para a Base. Nossos médicos não têm com experiência suficiente para lidar com minhas feridas.
Ele poderia ter uma costela quebrada. Examinou-a e amaldiçoou, esperando que não fosse muito grave. Tinha toda a intenção de aparear-se com sua pequena companheira na primeira oportunidade. E também tinha a sensação de que não ia acontecer esta noite.
— Ela está exigindo um relatório detalhado. — Brim vaiou de repente. — Baixa o último arranhão sobre aquele sarnento esconderijo de Coiote, enquanto ela está te chamando. Del Rey, eu não estou negociando.
— Então, negocie com ela quando voltarmos à Base — Del Rey suspirou. — O heli-jato está preparado?
— Merda! Se ela ficar sabendo que foi a Haven por um médico, vai estar ficar esperando a todos nós com uma pistola.
Havia algo mais grave que a irritação de sua Coya. Del Rey se obrigava a não balançar-se enquanto sentia o sangue escorrendo do braço que lhe tinham perfurado.
Definitivamente, perda de sangue. Possíveis danos internos. Enumerou as lesões em sua mente, em busca de qualquer outro tipo de problemas. Às vezes, a Dra. Armani necessitava ajuda no diagnóstico de problemas médicos do Coiote.
— Diabos! — repentinamente Brim o apanhou, a mão descobrindo o microfone em sua boca. — Deixem o heli-jato preparado! — gritou ele. — Temos Alfa três em perigo. Repito. Alfa três em perigo. Notifiquem a Armani que estamos voando para lá.
Deveria ter dito a Brim a respeito da perfuração, Del Rey pensou cautelosamente. O couro da jaqueta tinha ajudado, mas aquelas malditas lascas o tinham atravessado.
Sentiu a ajuda de mãos e as empurrou longe, avançando sobre seus pés e saudando seus homens no transporte. Ele ainda podia caminhar por seus próprios meios. Fora ferido pior e ficado inteiro novamente um montão de vezes; ele estava malditamente seguro de chegar em Haven agora.
Quando Anya se inteirou da ordem "Alfa três em perigo. Notificar a Armani", poderia ter jurado que sentiu o sangue abandonar sua cara.
— Bom, parece que conseguiu ferir a si mesmo. — Sofía arrastou as palavras com diversão da porta da sala.
Zombando e cheia de fria diversão, a outra mulher via os dedos de Anya curvados para se assegurar que não trataria de lhe arrancar os olhos.
— Vamos a Haven – ela ordenou a Emma, antes de passar a tenente ao cargo de comandante. — Você tem o comando. Mantenha-me atualizada a cada trinta minutos.
— A Base está sob bloqueio, Coya. – Os técnicos do computador a olhavam com preocupação. — Não se pode desbloquear sem a autorização do Alfa.
— Você o desbloqueará, ou lhe prometo que estará dormindo sobre a terra, do lado de fora da base, pelo próximo mês. — Anya se quebrou. – Obtenha uma porta aberta e me tire daqui.
— Estou segura de o Del Rey está bem. — Sofía estava apoiada na parede, inspecionando suas unhas. — Vi-o com uma bala no ventre há quatro meses. Esteve parado e em movimento horas depois que eles a tiraram, e amaldiçoando ordens de direita à esquerda. Ele é duro.
— Alfa três desmaiou — a voz vinha através dos alto-falantes.
Todos os Coiotes na habitação voltaram a cabeça ao monitor que mostrava ao heli-jato elevando-se.
— Temos uma profunda perfuração na parte esquerda, possível dano aos rins. Bala, ombro direito. Laceração no bíceps esquerdo, laceração na coxa esquerda. Possível fratura de costela.
Anya podia sentir suas pernas cedendo.
— Emma.
— Encontrei a saída – chamou Emma. – A equipe três está esperando, Haven já foi notificado de que está chegando. Armani está preparando a Cirurgia.
— Mova-se! — Anya se voltou, empurrando Emma para avançar mais rápido até que foram virtualmente correndo ao elevador. Os soldados Coiotes a rodearam enquanto ela, Emma e Ashley entravam no cubículo.
A subida foi rápida, embora cada segundo parecesse uma vida para Anya. Enquanto as portas se abriam, ela estava deslocando-se para segunda equipe, esperando em uma estreita porta de acesso principal através de um estreito túnel de pedra.
—Todos que estão fora nos terrenos estão esperando — um dos soldados lhe informou rapidamente. — Você deverá andar com seus dois guarda-costas pessoais, assim como mais três soldados. Dois veículos diante de você, dois atrás.
— Um por diante de mim, três por detrás – informou-lhe ela, encarando-o duramente. – Os mísseis geralmente vão ao veículo do centro e sabe.
— Uma emboscada armada iria primeiro aos dois primeiros veículos — argumentou o soldado. — Não sabemos com o que estamos tratando ainda.
Ela se deu a volta, reduziu seus olhos, a raiva agitando-se através dela.
— Demore um segundo mais e terei que te reportar ao Gabinete Coiote por uma admoestação. Não assuma, soldado, que não sou muito consciente de nossa segurança e protocolos de amparo, porque o sou. Agora, tire sua cabeça fora de seu próprio rabo egoísta e consiga que chegue ao Haven antes que Emma lhe dispare.
Emma sorriu e pôs sua mão sobre a culatra da arma atada a seu lado.
— Por que não posso lhe disparar? — Ashley perguntou — Emma obtém toda a diversão.
Ela os ignorou, agitando à equipe encabeçada por ela a proceder. Ela não era ignorante. Sabia como dirigir a Base, tinha estudado tudo sobre a Base Coiote que se podia estudar, e passava horas e horas de trabalho dirigindo simulações com os técnicos a cargo do centro de comando. Tinha prosperado no desafio da aprendizagem. Mas agora, estava aterrorizada que não conseguisse chegar a Del Rey a tempo.
Saindo das cavernas, dirigiu-se rapidamente ao veículo e saltou na parte de atrás, sabendo malditamente bem que ninguém ia deixar que viajasse no banco da frente. Emma e Ashley se sentaram uma a cada lado, enquanto os soldados Coiotes encheram a parte dianteira e traseira de armas.
Em alguns segundos, os cinco veículos corriam montanha abaixo, balançando-se em torno das curvas e entrando por uma passagem segura em Haven.
Minutos depois, estava saltando ao chão e deslocando-se rapidamente centro médico, passando através da zona restrita e baixando o pendente clandestinamente às áreas médicas e cirúrgicas.
— Brim – ela se moveu rapidamente para o guarda-costas pessoal de Del Rey e segundo-comando. — Como está?
Brim a olhou, hostil.
— Não deveria estar aqui, Coya – advertiu ele. – Está mais segura na Base.
Ela estava cansada de que todo mundo agissem como se ela não tivesse capacidade para estar nos lugares que queria estar.
Ela o encarou, feroz.
— Eu não pedi sua opinião, perguntei por seu relatório.
Ele o deu, e quando terminou, Anya sentia sua frustração aumentando. A Dra. Armani estava lutando contra uma genética que não entendia, mas Del Rey se estabilizou. O sangue guardado justamente para este tipo de situação foi utilizado para substituir o que tinha perdido, mas seu sistema se movia lentamente, aceitando os medicamentos que o médico tinha criado para tratar as feridas do Coiote, mas os medicamentos não eram tão eficazes como deveriam sê-lo.
Infelizmente, havia muito pouca informação sobre o tratamento das Castas Coiote nos laboratórios. Os Coiotes eram ligeiramente mais paranóicos que os Lobos e Felinos. Falar da destruição dos registros. Todos os registros. Nada tinha se salvado, pensando na possibilidade de que alguém encontrasse um ponto fraco que eles desconheciam.
Aquilo não podia continuar.
— Emma – murmurou ela quando Brim se afastou. — Necessito um contato.
— Não. Não me peça que faça isso — Emma suspirou. – Quase me pegaram da última vez, Anya. Estou te dizendo que romper a regra é tão errado que podia conseguir me matar.
Contatar a seu pai estava expressamente proibido, ao menos por telefone. Por duas vezes, Anya tinha conseguido escapar para visitá-lo no outro lado da cidade.
— Ele tem a informação de que necessito — ela grunhiu. — O que não tem, ele pode conseguir. Vamos terminar perdendo os homens se não tivermos um especialista Coiote aqui. Agora, consiga um contato!
— Eu te odeio, Coya — ela resmungou. — Del Rey chutará meu traseiro pessoalmente e cortará minha garganta.
— Ele ou eu, pode escolher. — Anya encolheu os ombros antes de dar a volta e caminhar para as portas da Cirurgia.
Ela não podia ver nada dali; percebera isso quando os médicos trataram Sharone. Foi excluída da cirurgia, lhe impediram de vê-lo.
— Anya? — Hope tocou seu braço.
Anya oscilou em torno da cara um pouco asiática, as deliciosas feições da Lupina da Casta de Lobo, a companheira do Alfa líder Wolfe Gunnar. A seu lado, estava a manada da casta e o orgulho da relação, Faith, uma Casta de Lobo.
— Obrigado por vir, Hope. — Ela sorriu de novo à outra mulher. — Wolfe está bem?
Hope assentiu.
— Uns poucos arranhões, nada mais. Está reunido na sala de reuniões com a balística do exército uma vez mais, sobre uma arma de navios que não saiu em tempo. Jonas Wyatt está em caminho junto com o orgulhoso Alfa e sua prima, Calam e Merinus Lyon. Estão pensando em um protesto contra a base militar. Teria que ter sido preparada. Estavam em estado de alerta ante qualquer problema esta noite, mas não respondeu.
— Típico — Anya suspirou.
—Wolfe envia suas saudações e diz que se necessitar algo, só nos faça saber.
Anya assentiu.
– A Base está segura e temos informação procedentes de lá. Eu gostaria de uma cópia de tudo o que têm, assim como a plena autorização ao executor de Del Rey, Brim, para interrogar a seu detento também.
Hope assentiu.
— Vou contatar Wolfe imediatamente. Ele mencionou que você poderia querer fazer isto, mas não estava seguro de suas prioridades.
O que tinha mudado nela? No momento que Del Rey tinha saltado daquela limusine, tudo o que tinha aprendido a respeito da Base e a manada a havia atingido. Como se ela tivesse nascido para permanecer ao lado de Del Rey, e fazer o que teria que fazer quando ele não pudesse.
Aquilo era o trabalho da fêmea Alfa. Hope sempre a tinha arrastado com ela quando Wolfe estava obrigado a liderar certas missões. O peso do comando parecia sentar-se comodamente nos ombros da outra mulher. Anya a tinha observado ao redor de Merinus Lyon, o orgulhoso líder Alfa, ou prima como eles a chamavam. Ambas as mulheres sabiam como conduzir, como passar de companheira a comandante em uma piscada de olho.
Algumas vezes, Anya o tinha feito sem pensar. Como se todo o tempo que tinha estado observando Hope a fizesse absorver a capacidade e os conhecimentos necessários para começar seu papel no rol da Coya, a fêmea Alfa, a outra metade do líder Alfa da manada Coiote.
Anya sempre tinha sido rápida para aprender algo que lhe interessasse, que captasse seu espírito curioso; isso era facilmente aprendido.
O Conselho já a tinha eleito para seus avanços administrativos e trabalhos de inteligência encoberta. Ela tinha sido programada para sair dos laboratórios nos dias prévios à fuga das Castas.
— Venha comigo por uns minutos, Anya. – Hope a instigou, afastando-a das portas a uma pequena sala de espera. — Está tudo indo bem contigo e Del Rey agora?
Anya girou, olhando à outra mulher intensamente.
– Nós ainda nos mordemos e grunhimos um ao outro.
Os lábios de Hope se moveram nervosamente enquanto ela alisava seu comprido cabelo negro.
– Procedendo como se esperava, então — afirmou.
Anya sacudiu a cabeça.
— Não o entendo. Eu quero, mas às vezes… — ela encolheu os ombros. — Ele me disse ontem à noite que sou o que o torna digno. — Ela franziu o cenho ante a idéia. — Não pode apoiar seu valor em outra pessoa, Hope.
A expressão da Hope se converteu gradualmente em um sorriso.
— Está falando de um homem que é consciente de que não é normal — disse ela brandamente. — Um homem que foi criado e treinado no conhecimento de que não era normal. Que a natureza ou Deus, ou a quem você lhe atribua o começo da vida, não fez respirar a vida nele. Agora, de repente, a natureza ou Deus lhe deu algo que está marcado unicamente para ele. Sua outra metade. Uma comodidade, um calor, alguém que facilita todas as perdas, só sonhos que não sabia que tinha. Essa é uma parte do ser dos homens casta. Baseiam quem são na aceitação que ganham de sua companheira, Anya. Não pode mudar isso.
E pode ser que aquela seja a parte que a aterrorizou quando Del Rey apareceu. Um conhecimento inato de que ela era a mulher que este homem tinha eleito, entre todas as mulheres que tinha conhecido, ou podia ter conhecido. Escolhera a ela. Seu corpo o fizera. Sua alma o fizera.
O que significava que pertencia a ele e tudo o que ele era. Ainda mais, ele lhe pertencia da mesma maneira.
— Jonas me mostrou seu arquivo. — Hope admitiu então. — Nosso diretor do Escritório de Assuntos de Castas é surpreendentemente eficaz. O arquivo enumerou seu coeficiente intelectual muito fora dos gráficos. Consta nos arquivos do Estado que tudo o que quer aprender, você se sobressai de forma rápida, e te vi fazer isso. Tomou seu lugar como a Coya de sua manada em questão de meses. Sabia dentro de si mesma que não podia escapar, Anya. Não queria escapar, de Del Rey. Não é?
— Naquele momento, eu tinha que fazê-lo. Isso não quer dizer que sei como ser a mulher que necessita, ou que velhas feridas são facilmente esquecidas – ela sussurrou. — Ser Coya está muito longe de chorar sendo uma companheira de uma casta, não?
Hope assentiu lentamente.
— Sim,está. Mas sendo a companheira de uma casta, pode converter-se rapidamente em algo mais importante, algo que nunca imaginou, Anya. Seu amante. Deixe que seja o homem que te ame. É o crescimento. Assim como cresceu nos últimos oito meses. Porque você desejava crescer. Estava em você fazê-lo, e o fez muito mais rápido do que qualquer um de nós esperava.
— Esteve trabalhando comigo – ela via isso agora. Oito meses que esteve trabalhando, lentamente, sem dúvida.
— Só no mais amoroso dos modos. Somos emanadas, Coya. Mantemo-nos juntos e ajudamos aos nossos. É a única forma em que sobreviveremos neste mundo louco em que estamos envoltos — Hope disse brandamente antes que seu olhar corresse por Anya.
Anya girou ao redor, vendo como a Dra. Armani se dirigiu da cirurgia, sua cara escura carrancuda enquanto ela empurrava a mascasse a sua cara e encontrava o olhar de Anya.
Anya estava sobre seus pés e se deslocava para ela, inclusive enquanto Brim parou entre elas.
— Situação — Brim vaiou.
Anya apoiou a mão sobre seu braço e se colocou na frente dele. Ela era consciente de sua irritação, a tensão em seu corpo enquanto se movia para um lado.
— Coya, necessito uma assistente Coiote — suspirou Armani. — Por que mataram a todos seus cientistas? Poderíamos ter utilizado um.
Porque os cientistas estavam loucos, e não por crueldade ou maldade, mas por sua busca do perfeito guerreiro insensível, que tinha sido implacável. Permitir que eles vivessem fora uma opção. Os dois que Anya tinha escondido eram a exceção.
— Algo está errado? — Anya perguntou, cuidadosamente.
—Ele já começou a cura. — A Dra. Armani gesticulou, sacudindo a cabeça. — A ferida estava curando em torno da bala, o que fez mais difícil extraí-la. Ele vai estar consciente em uma hora, credito, e de volta em seus pés dentro de uns dias, mas o osso foi profundamente machucado. Ele vai grunhir por um bom tempo.
— Ele grunhe de todos os modos — disse Anya. — Posso vê-lo?
— Preciso falar com ele primeiro — Brim protestou. — Ele vai ter perguntas que preciso responder. Ele terá ordens para manter a Base em movimento de maneira eficaz.
Anya se voltou para ele lentamente.
— Vou vê-lo primeiro. A Base está coberta no momento, com todos os protocolos de segurança promulgados até nova palavra de Del Rey, minha ou sua. Pode me permitir cinco minutos antes que se converta de novo no grande e mau Coiote.
— O grande e mau Coiote retorna no momento em que abrir os olhos – riu Armani. — Quero manter um olho sobre ele. Ele desembarcou com os órgãos vitais quase perfurados. Sua genética Coiote ainda não me são suficientemente familiares. A recontagem de glóbulos brancos, os níveis hormonais, mudanças nos hormônios do emparelhamento... — ela sacudiu a cabeça. — Mesmo a freqüência cardíaca e o pulso são diferentes da Casta de Lobo. Estou voando na escuridão com ele.
— Ele vai se curar – Brim a desafiou. — Ele sempre o faz.
Anya assentiu nas portas.
— Quero vê-lo agora.
— Anya, preciso estar lá em primeiro lugar — Brim contra-atacou de novo.
— Agora, Dra. Armani — Anya o ignorou.
— As companheiras vêm primeiro, Brim – disse a Dra. Armani. — Vamos, Coya, eu a levarei a seu companheiro. — Voltou-se de novo para ela, e atravessaram através das portas da cirurgia. — Enquanto está aqui, é tempo para sua injeção hormonal. Temos que fazê-lo antes de ir até ele. Não queremos que se esqueça.
Anya fez uma pausa. Ela olhava a médica enquanto deixou mentalmente explorar seu corpo e suas reações. Durante oito meses, uma parte dela havia se sentido quase morta por dentro. Ela o atribuiu ao hormônio, e se deu conta de que não queria senti-lo por mais tempo. Ela sabia o que tinha a intenção de fazer, não necessitava mais da injeção de hormônio. Del Rey garantiria que não sofresse, porque se garantiria que tomasse freqüentemente.
— Não mais injeções — disse brandamente enquanto Armani arqueava suas sobrancelhas.
— Sabe o que ocorrerá — ela disse. — Poderia acontecer em fases ou poderia fechar-se de repente em ti, te capturando inconsciente. Está segura, Anya?
— Estou segura.
Enquanto Anya entrava na sala de recuperação e via Del Rey estirado sobre a branca cama de hospital, afirmou a decisão. Ela estava disposta a tomar seu lugar, disposta a aceitar o que ela havia uma vez pensado nunca poderia aceitar.
Neste momento, ela teve momentos difíceis acreditando que ele estava ferido de qualquer modo.
O lençol o cobria, as cruéis raspaduras e arranhões na face e parte superior do torso estavam já se curando. Coiotes, seu pai lhe disse alguma vez, eram uma grande obra de arte. Sua genética era excepcional. Curavam mais rápido. Corriam mais rápido. Podiam processar informação mais rapidamente, e tomar decisões mais rapidamente que qualquer outra casta. Então ele sacudiu a cabeça e disse: "É uma lástima que sejam assassinos. Poderia ter sido um benefício para a humanidade em vez de seres sem almas criadas para matar."
Os cientistas, os soldados e os treinadores que fiscalizavam às Castas não os viram como possuidores de uma alma. Nem aos Lobos, Felinos, nem Coiotes. Acreditavam que os Coiotes eram inferiores a todos. Durante mais de um século, os cientistas humanos trabalharam para encontrar uma maneira de erradicar o que eles chamaram "a genética humana", que promove uma consciência. E pensaram que a tinham erradicado nos Coiotes. Os animais eram lixeiros, primitivos e brutais. E por um momento, pareceu como se as castas criadas por eles fossem também.
Ela tocou o braço de Del Rey, surpreendida pelo calor que irradiava. Levantou seu olhar ao médico.
– Está com febre.
A Dra. Armani sacudiu a cabeça.
— Não como você ou eu. O calor é parte da capacidade de cura. Estaria preocupada se não estivesse ali, embora seja superior ao normal. Suspeito que tem algo que ver com a saída de quadro dos hormônios de emparelhamento correndo carreiras através de seu sangue.
— Você não lhe deu nada para isto?
— Não. Ele já tem feito certas notas em seus arquivos. Em nenhum momento, ele deu a si mesmo os tratamentos hormonais. Ele se nega. Entretanto, as maiorias dos homens de casta o fazem.
— Prefere sofrer? — Ela mesma recordou a dor, a brutal dor da alma, que rouba o controle da mente e faz dela uma criatura de luxúria e pouco mais.
— É diferente para os varões que para as fêmeas Castas — disse-lhe Armani. — As mulheres sofrem a dor, a necessidade de um hormônio que não é natural ao seu corpo. Igual à retirada de um narcótico, só que pior. Os homens Castas são mais agressivos, mais territoriais. A constante luxúria não é tão dolorosa, mas não tem ciclos. As mulheres entram no calor do emparelhamento, então se facilita por períodos de tempo, só para retornar. Mas bem como a ovulação. Para os machos, nunca desaparece. Um dos homens me disse que é como ter uma adaga continuamente apunhalada em suas bolas, a necessidade da liberação é tão imprescindível. Masturbar-se só o faz pior. O aroma ou o sabor da luxúria de outra mulher são tão desagradáveis que não podem encontrar liberação ali.
— O contato de outra pessoa é insuportável para as fêmeas. — Anya recordava bem. — É o mesmo para os companheiros de sexo masculino?
— Não na mesma medida que o é para as mulheres. Nenhum companheiro macho das Castas, que eu saiba, nunca tentou ter relações sexuais fora de sua companheira. Alguns esperaram anos. Em alguns, o calor do emparelhamento finalmente é aliviado. É quase como se cada emparelhamento fosse individual, Anya. Entretanto, as reações físicas no varão das Castas não se conhecem bem, simplesmente porque a maioria deles se nega a debater ou permitir provas para seu controle. O calor do aparelhamento é sua afirmação, de algum jeito. Quem e o que eles são. — Ela encolheu os ombros, como se fosse incapaz de explicá-lo.
— Deu-me uma alma. – A voz de Del Rey, brusca e áspera, surpreendeu a ambas.
Anya o olhou, dando-se conta de que estivera acariciando seu braço.
— Teria que se machucar — ela teve que voltar à força de uma onda de emoção que ameaçava transbordar — tanto para te seduzir esta noite? Hein?
A surpresa se refletia em seus olhos.
— Se eu soubesse o que tinha planejado, teria ficado na limusine.
— Mentiroso — ela riu brandamente.
— Onde está Brim? — Perguntou então. — Preciso me assegurar que a Base está garantida e os bloqueios postos.
— Cuidado tomado.
Ele exalou pesadamente.
— Eu sabia que podia contar com ele.
Ela pressionou seus lábios juntos e apertou os dentes com o comentário.
— Consiga um transporte preparado — ele se dirigiu a Armani então. — Vou estar preparado para retornar à Base em uma hora.
— Odeio as Castas — murmurou Armani. — Tem que ficar sob observação. É a única maneira que posso obter qualquer condenada informação para trabalhar com vocês mais tarde, Del Rey. Não está me ajudando aqui.
— Tenho uma base para dirigir – disse a ela. — Prometo que o próximo soldado ferido, pode o ter durante uma semana.
Ela riu daquilo.
— Yeah. Aqueles desagradáveis? Não, obrigado.
Anya estava em silêncio. Estava dolorida por tocá-lo de novo. Por empurrar seu negro cabelo fora da fronte. Por envolver seus braços ao redor dele ou algo assim. Ela estava dolorida por fazer algo.
— Preciso ver Brim — disse a ela. — Poderia chamá-lo aqui?
Anya tragou hermeticamente e empurrou de novo a ferida.
O sedutor, o homem que a tinha beijado e afirmou seu valor atando-a, mostrava-lhe que não era necessária ali. Necessitava seu segundo-comando, que é o que deveria ter sido Anya. Ela era sua Coya, automaticamente seu segundo-comando. Até que ela se negou ao posto.
Ela retrocedeu lentamente.
— Claro. Vou buscá-lo.
A ira surgiu dentro dela. Medo. Ferir. Ela a empurrou de novo para baixo e a aprisionou. Lutou para manter sua expressão e suas emoções contidas, assim ele não teria muito quando o aroma da dor floresceu em seu interior.
Ela se tinha negado ao título de Coya enquanto ele estava na base. Ela não tinha nenhum direito, nenhum direito a estar ferida e enojada porque ele queira falar com Brim em vez de com ela. Era o líder Alfa. Havia coisas que tinha que fazer, garantias que necessitava para que a Base estivesse operativa e segura, enquanto ele estivesse fora e débil. Era essa maldita genética animal. Isso era tudo o que era. Segurança sobre a emoção. Todas aquelas coisas boas.
Ela empurrou através das portas; Brim se endireitou da parede e lhe deu um olhar penetrante.
— Ele te está esperando. — Seu sorriso era firme. — Estou voltando para a Base. Por favor, me faça saber quando retornar com ele. Emma! — Sua voz afiada enquanto se voltou para sua guarda-costas.
Emma e Ashley a olhavam, confusas.
— Estou voltando para a Base.
Ela se dirigiu à saída, caminhando a pernadas rápidas através dos corredores e até a inclinação na zona de entrada. Ela tinha sua cabeça alta, os ombros retos, e não chorou. Ela queria. Necessitava-o. Mas não deixou a primeira lágrima cair.
Del Rey olhou à porta, uma tristeza sutil em seu rosto, apenas perceptível o aroma da feminina ira e a dor permaneceu detrás de Anya. Agora, aquilo não tinha sentido.
Dirigiu-se a Dra. Armani. Seus braços estavam cruzados sobre seu peito, e estava olhando-o ferozmente.
— Odeio aos homens das castas – disse, os olhos se reduziram, feminina indignação enchia seu olhar.
— Que diabos está errado com cada maldita mulher no mundo este mês? — ele murmurou. — Que demônios eu fiz?
— Você não fez uma maldita coisa – disse-lhe, com dureza. – Nenhuma maldita coisa, Alfa Delgado. E pode ser que consiga suas bolas em um escorredor e seu rabo em um arnês. E quando isto acontecer, penso que quero vender entradas para o evento.
Com isso, ela saiu da sala, passando por Brim quando entrava. O outro homem olhava a Del Rey, perplexo.
— Que caralho? – questionou ao Alfa. – Liberando seu encanto?
Tão somente podia sacudir a cabeça. Que caralho só o descrevia.
A primeira pessoa que viu Anya quando entrou no salão principal da Base era nada menos que Sofía. Anya tomou nota mental para decidir que ela odiava a vodca, e ponto. Se a outra mulher desfrutava com o mesmo entusiasmo, então não havia nenhuma maldita possibilidade que Anya fosse beber outra gota de vodca.
Caminhando flexível e sedutoramente em volta de um dos tamboretes, onde se sentou em um banco, a russa estava bebendo vodca e vendo com olhos ávidos enquanto Anya caminhava dentro na sala de comunidade.
As Comunicações e Segurança tinham sido notificados que o Alfa estaria de retorno em uma hora, estiveram realizando os preparativos por vinte e quatro a setenta e duas horas, tempo que tomaria seu corpo para sanar completamente.
— O que faz aqui, Sofía? — Anya perguntou enquanto se dirigiu ao banco. – Del Rey disse que estava em contato secreto. Os contatos secretos não aparecem mostrando suas pérolas brancas e interferindo na Base.
Sofía sorriu com diversão superior.
— Não lhe disse que minha cobertura foi descoberta? Quase tinha retornado a meu apartamento quando a Casta atribuída a minha segurança detectou um assassino esperando por mim. Sou agora um risco de segurança. Estou, amavelmente, asilada aqui.
Não, ela não tinha sido informada.
Anya extraiu o cilíndrico enlace do bolso de suas calças jeans, pegou-o a sua orelha e chamou segurança.
— Sim, Coya – o Comando entrou em linha imediatamente.
— Sofía Ivanova tem as comunicações proibidas, a segurança e todas as áreas consideradas relacionadas a elas, até novo aviso de seu Alfa. Está claro?
— Entendido, Coya. Esta ordem está sendo codificada enquanto falamos.
Ela sorriu de novo a Sofía enquanto a outra mulher franzia o cenho.
— Del Rey não lhe agradecerá isso — ela franziu seus lábios, perturbada. — Ele considera que minha opinião deve valorar-se em todas as áreas.
— Então ele estará desconsiderando a ordem — Anya lhe prometeu.
Sofía sacudiu sua cabeça lentamente, enquanto um luminoso sorriso saiu de seus lábios.
— Além de confidente, eu era sua amante, você sabe. Faz vários anos, é obvio, mas permanecemos pertos.
Vários anos. Muito mais tempo que o Anya tinha suspeitado.
— Sofía, está perdendo o tempo aqui — informou-lhe Anya, decidida a não morder a isca.
Ela era a companheira de Del Rey. Pode ser que tivessem problemas de confiança. Pode ser que ela queria golpear sua cabeça contra uma parede. Mas era dele, tal como ela finalmente o estava aceitando, pertencia-lhe.
— Eu nunca perco meu tempo, querida. — Sofía sorriu. — Ele vai estar cansado de seu infantilismo logo. — Ela olhou a seu redor, a Emma e Ashley, que estavam preparadas, olhando-a com cuidado. — Eu quase criei a três de vocês, Anya — disse ela enquanto se dava volta. — Confia em mim, sou uma mulher, não uma menina. Del Rey entende isso.
—Wow, ela não sabe tudo a respeito desse completo compromisso, Coya? — Ashley falou inocentemente. — Disse-lhe que ele te fez Coya da manada?
Sofía parecia ter empalidecido.
— Sua pequena mentirosa. — Ela se moveu ao redor do Ashley outra vez. – Sempre foi uma mentirosa muito prática.
Ashley inflou sua borracha de mascar e franziu o cenho.
— Ela não sabe?
— Eu não o disse – disse.
— Faça isso então.
Anya endireitou-se enquanto a cara da Sofía se cobria de fúria.
— Sinto muito, Sofía, eu sou sua Coya. Sou Coya de toda esta Base. O que digo é lei. E seja muito cuidadosa, porque acredite em mim, se disser a Del Rey para chutar seu rabo à calçada, a calçada é aonde você vai.
— Ele não se atreveria! — Sofía estava tremendo agora. — Ele pode te haver feito Coya por agora, mas não terá esse título durante muito tempo, pequena cadela. Lembre-se, isto requer mais que o que esperas. Ele tem que lhe dar isso oficialmente.
Anya sorriu lentamente.
— Sinto muito, Sofía. Vou tomar o título para sempre. Espere por isso. E talvez até te envie um convite para a cerimônia.
O calor do emparelhamento não desaparecia. Era para sempre. E logo que seu companheiro estivesse são, ela o ia assegurar. Então, eles veriam a respeito da cerimônia.
Del Rey caminhou no estreito túnel de acesso, prestando especial atenção em quão os soldados estavam em alerta, seus olhares afiados, suas mãos sobre suas armas preparadas enquanto ele coxeava através do passadiço. Normalmente, eles eram afortunados se um só guarda não estivesse dormindo. O alerta vermelho estava garantido no interior da base, e do lado de fora os soldados raramente tinham problemas, e se os tivessem sempre havia um alerta avançado, por isso normalmente eles não estavam em máxima alerta aqui. Até agora.
Passando o túnel de acesso, esperou enquanto as portas principais reforçadas que se dirigiam dentro da Base se desbloqueavam e abriam. Do outro lado esperava um grupo de quatro homens, encabeçados por um jovem soldado, Dorian.
— Alfa, o técnico médico está esperando em seus quartéis. A Coya solicita que depois de ter descansado, você passe o relatório a seu executor quando estiver preparado para vê-la. Temos informes de comunicações e detalhes de segurança. – As informações eletrônicas foram empurradas em suas mãos enquanto ele olhava ao Brim, confuso.
Quando Brim tinha tido o tempo adicional necessário para lhes chutar o rabo? A Base era segura, mas a ética de trabalho em geral não estava em seu melhor momento nos últimos meses que estivera por aqui.
—Também temos o heli-jato na redução da baía com a ordem de estar preparado. Necessito sua assinatura, se não se importar, enquanto os técnicos conseguem partir. E temos todo terreno iniciando as reparações recomendadas. Assine ali também. – O soldado se referiu ao X sobre o arquivo eletrônico.
Del Rey estampou seu nome e seguiu coxeando para seus quartéis. Sua gente estava se movendo a um ritmo rápido através dos corredores, e a sala da comunidade estava vazia. Ninguém na mesa de bilhar ou diante das telas de televisão.
— Os encontros com nossos dirigentes de manada se programaram para uma hora depois que você tivesse curado. Enviam suas saudações e lhe pedem que lhes permita saber se forem necessários.
Os dirigentes de manada, além de Brim, normalmente estavam esperando nos corredores por ele, arpoando a respeito dos recursos para suas equipes para costear as peças de reposição de seus equipamentos. Onde diabos tinha ido a loucura? Diabos, estivera negociando por isso durante mais de uma semana.
— Está procurando um aumento, Brim? – Ele murmurou, enquanto se aproximavam de suas habitações. — Como diabos fez isso?
— Eu não fiz isso — Brim grunhiu. — Não sei que diabos ocorreu aqui. Teria a Dra. Armani que procurar um vírus?
— Ou algo assim — Del Rey disse enquanto ele abriu a porta a seu quarto e a trancou por dentro.
É obvio, os médicos estavam esperando por ele com todos seus pequenos instrumentos, e diversos dispositivos de tortura. Suportou-o, mas prestou muita atenção à sombria expressão dos médicos estavam realizando a verificação. Estavam atentos, sérios, como se sua própria vida dependesse da saúde dele. Era o melhor que ele tinha tido, desde a última vez que retornou ferido, apenas uma chamada superficial para assegurar-se se ele sentia que necessitava algo.
— Está curando bem. Aquele médico dos Lobos não parece te haver feito muito dano – o técnico soltou uma risada enquanto ele guardava seus equipamentos em sua pequena mala. — Nós necessitamos um especialista Coiote, entretanto, a Coya tem razão a respeito disso. Espero que ela esteja disposta a considerar outras equipes adicionais. Ela não ficou feliz, quando não tínhamos os sedativos para Sharone. Sabe como amaldiçoou e jogou coisas quando ela se zangou?
Del Rey levantou seu olhar ao técnico.
– Ela é conhecida por fazer isso — disse cuidadosamente.
O técnico assentiu sua cabeça de cor areia.
— Ficamos sem sedativos várias semanas atrás, quando três equipes estavam chegando com muitos feridos. A Coya golpeou o teto então, e chamou por rádio a Haven por reforços imediatamente, mas a oferta deles era escassa também. Estou esperando um novo lote. Deveríamos ter as novas máquinas de análise à maior brevidade.
Del Rey se dirigiu ao Brim, lhe dando um olhar. O outro homem fez uma rápida piscada e se dirigiu ao escritório mais próximo para começar a fazer chamadas. Anya era, de algum jeito, responsável por tudo isto? Em questão de meses, tinha dirigido com látego feroz a disciplina da Casta Coiote, que de algum jeito tinham perdido desde que Del Rey tinha saído para as missões em lugar de fiscalizar a Base e os outros dirigentes de sua manada? Vadiou que quando ele estava ali porque era algo ao que tinha tendência a fazer com o fim de descansar e preparar-se para a seguinte missão.
— Alegra-me que isso aconteça, Harding — Del Rey respondeu finalmente, enquanto o técnico se levantava.
Regam Harding não tinha sido treinado só para matar e derramar sangue. Foi treinado como técnico médico Coiote. Não um cirurgião ou especialista, mas tão perto como os Coiotes estavam para conseguir um.
— É bom te ver de novo, Alfa. — Assentiu com a cabeça Harding, antes de recolher seus fornecimentos e dirigir-se à porta.
Del Rey passou da cadeira à cama e se deitou com um gemido cansado. Maldição. Armani tinha razão, estava claramente ferido no osso e sempre tomava mais tempo em sanar que hematomas. Como se seu corpo os considerasse indignos dos esforços de uma rápida cura.
Estava esgotado, quase dormindo, sem comida e nem sexo. Diabos, a parte do sexo que ele não tinha tido em dois anos, até que tomou a Anya há oito meses. Tinha sido maldito se tivesse fodido a uma mulher com a imagem de Anya na cabeça. E desde o dia que havia feito vinte anos, era onde ela tinha ficado.
O hormônio de emparelhamento fazia sua língua inchada, apesar do beijo que tinha compartilhado com a Anya a noite anterior. Seu membro não estava tão duro como era normal, mas tinha tido importantes perdas de sangue, pensou. Dê-lhe tempo, sempre dirigiu um grande mastro em vez de um pequeno quando pensava em sua companheira.
Merda estava na base porque a tinha forçado aqui. Sem dúvida, no minuto em que o bloqueio fosse revertido, ela se deslocaria muito rápido de volta a sua cabine em Haven, agora que ele estava muito fraco para pará-la. Ela e as mulheres Coiotes que a seguiam como pequenos cachorrinhos fiéis.
Assim, onde estava ela, e por que não estava aqui o esperando? Ele fechou os olhos, cansado e dolorido na solidão que de repente o envolveu.
Recordou o impulso que quase tinha tido de roubar um último beijo, antes de saltar da limusine. Se o tivesse feito, poderia não ter sido capaz de separar-se.
Tocá-la era como uma droga. Diabos, bombeava uma droga diretamente em seu sistema, se a gente queria considerar o hormônio de emparelhamento. Ela o deixou duro e preparado para ela. Ficou em seus pensamentos, e permaneceu em torno dele como um sonho do que não pôde escapar. Que ele não queria escapar a menos que escapasse a seus braços.
Maldição, devia ter roubado o último beijo, ele pensou.
— Não vai acreditar nisto.
Seus olhos se abriram quando Brim entrou na habitação, sua expressão uma máscara de incredulidade, mas não de perigo.
— Diga – Del Rey disse e bocejou.
Brim se dirigiu à tela na parede, recolheu o controle remoto e o prendeu.
— As gravações de segurança – anunciou. — Veja isso.
Del Rey se levantou e olhou. E olhou. Uma sensação de triunfo, de satisfação, chispou dentro dele com o conhecimento de que a Coya tinha tomado seu lugar.
Do momento em que ela se apressou em voltar para a Base, tomou seu lugar como um general. Podia vê-la no círculo das castas, suas costas voltadas para ela enquanto tirava rapidamente seu vestido e colocou calças jeans.
Ela dirigiu as comunicações e a segurança como se tivesse nascido para isso. Que, em essência, talvez tivesse sido. Seu pai fora um mago nos laboratórios. Os rumores eram que Petrov Kobrin, assim como sua esposa, foram gênios em seu campo. Uma das razões pela que Del Rey tinha planejado sua fuga tão meticulosamente. E ainda lhe surpreendia que tantos deles tivessem escapado. Petrov tinha quase um sexto sentido para os intentos de fuga.
Enquanto ele olhava, viu ecos de seu pai, viu a inteligência em seus olhos, as características compostas e a confiança que ela parecia ter perdido nas semanas depois que ele a seqüestrou.
Ela não seria uma mulher-menina por mais tempo. Ela era uma mulher amadurecida, completa, e tomava seu lugar. Sua voz se quebrou, e as Castas Coiote lhe davam atenção. Ela não acossava ou arengava mas, bem, seu tom estava cheio de autoridade.
Aquilo acrescentado ao feito de que ela era a Coya, a Alfa a cargo quando ele estava fora, e ela o tinha feito, inclusive quando Brim não tinha podido fazê-lo, infundir um sentido de disciplina neles enquanto ele estava ausente.
Ela não era uma cadela, ela não estava confrontando, ela era confiável, assegurou. Ela sabia que o inferno era necessário e estava pondo-o em efeito.
E o pôs duro. Estava rígido como uma tabela, e podia sentir a febre trabalhando dentro dele, a necessidade que se estrelou em seu sistema e quase roubou seu fôlego enquanto a observava. Os brilhantes olhos frios e centrados, sua expressão composta, uma aura de mando apoiada sobre seus ombros como o tinha feito nos laboratórios quando dirigia a ala de administração como um jovem general.
— Filha da puta — Del Rey murmurou.
— Ela sabe que Sofía está aqui também. Proibiu-lhe o Comando, a Segurança e as áreas relacionadas.
Del Rey levantou a cabeça com um sentimento de apreensão.
— Ela sabe que estava dando asilo a Sofía?
— Ela sabe.
Arrojou-a fora? Haviam Emma ou Ashley matado a Sofía?
Certamente, a mulher que ele tinha considerado uma vez uma amiga estava convertendo-se irritante com sua determinação de voltar para sua cama.
— Diabos — ele inclinou sua cabeça para trás sobre o travesseiro e olhou o teto. — Onde está agora Anya?
Esperemos que muito longe dele, porque se a visse, se a cheirasse, ia fodê-la. Era simples assim.
— Parece que está em Comunicações, no momento — algo na voz de Brim lhe advertiu.
Del Rey levantou a cabeça de novo.
— Ela parece ter vários de seus dirigentes de manada em companhia sobre aquela questão que tratamos que resolver com a participação da equipe. – A diversão enchia seu tom. — Nossas equipes um e dois estão trabalhando igual a bons pequenos cachorrinhos. O resto, ao que parece, está sendo dirigido e ordenado como todo bom pequeno general os dirigiria e ordenaria. Assim, vai brincar com ela?
Del Rey riu.
— Vou dormir. Deixa seu jogo. Ela é malditamente boa nisso enquanto estou em missão. Talvez consiga descansar desta vez.
Se ela estava dirigindo a Base como ele sabia que ela podia, então ele poderia falar com Jonas para realizar missões de estado. E Del Rey e Brim poderiam tomar seu lugar no treinamento dos soldados de casta Coiote, de maneira mais eficaz e obter com eles prestigio de dirigente.
Aquilo era uma prioridade que tinha deixado a cargo dos dirigentes das outras manadas. Infelizmente, não foram tão bem treinados como eles poderiam havê-lo sido. Eram assassinos, não investigadores ou interrogadores. Fazer aquela mudança não era tão fácil como poderia ter sido se Del Rey e Brim estivessem na Base para treiná-los.
— Ela tem um soldado jovem trabalhando em uma proposta para cair na prefeitura e recolher as bolsas e artigos deixados ali, assim como para investigar os elementos faltantes, e realizar buscas encobertas nas casas dos principais membros da prefeitura para detectar se houverem dito que faltam artigos. Segundo a nota enviada só a mim, o soldado espera ter uma proposta preparada para amanhã pela tarde.
Del Rey piscou ao forro do teto.
— Considerou aquele ângulo? – perguntou então ao Brim.
— Estou seguro que um de nós o faria logo — respondeu laconicamente Brim.
Del Rey não estava tão seguro.
Suspirou enquanto o cansaço atirava dele e seu corpo ferido lhe exigiu dormir.
— Consegue tudo junto. Vamos repassar o que ela tem feito nas horas passadas e ver como afetou à Base em geral. Quero um relatório completo de todos os líderes de manada, e quero a entrada da Sofía naquele intelectual que se produziu na última noite, em relação às drogas que estamos tentando seguir. Diga-lhe que esteja preparada para dar seu relatório. Uma vez que eu esteja preparado, então verei de frente a minha companheira.
Ele não tinha intenção de estar mal preparado quando se encontrassem cara a cara uma vez mais. Queria-a em sua cama, e ele queria fazê-la a mão superior. Aquilo não ia passar se não tinham sua merda juntos.
Se seus sentimentos estavam feridos, teria que arrumar isso.
Somado a enfrentar a uma companheira que se deu conta que realmente não conhecia, estava também enfrentando o fato de que, por alguma razão, ela tinha dirigido o ataque ontem à noite. Não tinha sido só a fêmea. Carlen, o soldado da Casta de Lobo, tinha ido pela Anya, igual ao garçom. O evento completo tinha sido uma etapa de uma execução planejada. E Del Rey queria saber por que. Logo queria saber por quem, porque queria saber que garganta arrancar.
Haven era atacado freqüentemente, embora esta fosse a primeira vez que as Castas tinham sido atacadas no pequeno povo onde residem fora das terras que o governo tinha concedido à Casta de Lobo. E com cada chamado enviado à base do exército fora das terras da manada, provocaram-se atrasos.
Típico, pensou cansado. Tão típico. O prejuízo tinha encontrado um novo enfoque quando as Castas se revelaram. Os seres humanos que não os aceitaram tinham um bode expiatório para odiar, tinham encontrado a um com os novos seres misteriosos que se criaram sem seu conhecimento. Tinham encontrado algo para lutar em contra, outra coisa para temer. E Del Rey freqüentemente se perguntava se eles, no tempo, não encontrariam outra guerra para lutar em suas batalhas por destruir o que eles não entendiam.
Nenhuma deidade divina tinha dado vida às Castas, por isso, não podiam ter alma. Isso foi o que lhes ensinaram, e assim era como muitos os viam. As criações não tinham direitos. Não teriam que ter liberdade, e ali estavam aqueles que se tomavam todas as liberdades, cada direito que as castas tinham conseguido adquirir e roubar em virtude deles mesmos.
Essa era a batalha que enfrentavam, e Del Rey freqüentemente perguntava-se se havia um modo que as Castas pudessem triunfar.
Com esse pensamento em sua mente, se permitiu dormir. O processo de cura vem com seus inconvenientes. Vinte e quatro a setenta e duas horas de completa debilidade e cansaço. A necessidade de dormir. Aquela debilidade tinha obstaculizado ao Conselho da Genética em várias ocasiões em que tentou reparar o que consideravam um defeito na genética Coiote.
Del Rey havia, às vezes, considerado que era uma bênção. Era a única vez que dormia profundamente, a única vez que não despertava em busca da calidez e o doce socorro que só sua companheira podia lhe dar
— Ainda temos quatro líderes de manada que trabalhando uns contra os outros. — Anya refletiu enquanto lia as notas que tinha tomado durante as horas que Del Rey dormia. — As equipes um e dois, equipes pessoais de Del Rey e Brim, estão trabalhando de maneira eficiente, embora não em seu ponto mais alto, em Segurança e Comunicações. Ainda temos uma rivalidade com as equipes de três e quatro, a pesar que estão trabalhando juntos naquelas áreas. A equipe cinco parece ser a mais eficiente no momento, médicos e administrativos, com a equipe de trabalho seis se patrulha o perímetro. Muito poucos dos soldados obtiveram grau de dirigentes ainda.
Havia só seis líderes de manada, de um total de sessenta e quatro coiotes. Havia mais chegando, possivelmente dez a vinte que tinham conseguido escapar de um centro no Oriente Médio. O líder da manada tinha acordado em dar passos e assistir com sua equipe na integração com as manadas que já estavam estabelecidos aqui na Base.
Tocando a pluma eletrônica contra o lateral da e-pad[3], Anya torceu os lábios e considerou aquela informação. Com os anos, tinha tratado com vários administradores dos diversos laboratórios e instalações. Se ela não estava equivocada, nas instalações do Oriente Médio tinham sido treinados pessoal cientista e cirúrgico das Castas que mostraram uma predisposição aos conhecimentos médicos, em lugar de lhes dar morte, como fizeram em muitas outras instalações. Os Coiotes foram criados para matar, não para salvar vidas, inclusive as de sua própria espécie. O Conselho tinha temido que uma predisposição a tais talentos, fosse também uma disposição para a misericórdia. Que não era o que queriam ou necessitavam desta espécie.
Tomou nota para comprová-lo antes de ir a Del Rey com esta informação. Eles podiam usar qualquer pessoal médico que pudesse ser adquirido, ou inclusive seqüestrado neste momento.
— Coya, os líderes da manada prometeram um relatório completo sobre suas equipes, obrigações e queixas dentro das próximas setenta e duas horas. — Ashley se dirigiu a ela de onde estava, a suas costas, falando com líderes da manada através do enlace interno da Base. — São tão atraentes, mencionei-lhe isso?
— Acredito que o fez — sorriu Anya a Emma, que estava rodando os olhos.
— Enviou o técnico médico seu relatório sobre o estado de Del Rey? — voltou-se para a Sharone que trabalhava freneticamente em seu PDA.
— Sua condição é estável e curando — disse Sharone. — Brim informou que está dormindo como os mortos, e te promete o relatório de sua equipe uma vez que possa deixar ao Alfa e reatar suas obrigações ordinárias.
Ashley riu.
— Ela deveria estar ali velando por ele, não cobrindo a Base enquanto Brim se senta sobre seu rabo e ela faz seu trabalho. Por mais atraente que seja — ela oscilou suas sobrancelhas.
— Emma, tome nota para ver a tintura que vai no cabelo de Ashley na próxima vez que ela o pintar – ordenou Anya. – Penso que está começando a obstaculizar as capacidades cognitivas.
Ashley quis mostrar a língua a Anya antes de retornar ao trabalho.
— Ela está certa — Sharone vaiou furiosa, em voz baixa. – Você está presumindo de estar recolhendo informes, evitando ver o Alfa neste momento. Isto nos faz ficar mal.
Anya apertou seus dentes.
— Eu sei o que supõe que estou fazendo, Sharone – ela cortou. — Queria ao Brim com ele. Não vou mendigar.
— Quem diz pedir esmola? – disse-lhe Sharone. — Vá e seja a Coya. Maldição, perdemos tempo durante todos estes meses te ensinando como se fazer indispensável?
Perderam? Anya olhou o e-pad e considerou aquelas opções. Ela era consciente que os Coiotes no Comando lhe escapuliam o olhar. Era muito consciente que este era o trabalho de Brim, agora que se encontrava na base, não o seu. Entretanto, era um trabalho que precisava fazer, e Brim estava ocupado com as obrigações dela.
Também era consciente que seus próprios guarda-costas a olhavam seriamente. Elas tinham acreditado que a tinham treinado, embora ela não houvesse dado conta que estava capacitada.
Fechou o e-pad e percorreu com seu olhar o centro de mando.
— Vamos! – deu-se volta e se dirigiu ao centro eletrônico e começou a fazer seu percurso através dos túneis para os quartéis de Del Rey.
Tinha sido posta em marcha. Não tinha dormido na noite anterior, e seu próprio temperamento estava crispado. Ela estava fora de si, frustrada, e um lento fogo fermentava entre as coxas, incapacitando-a com a lembrança exata do que ela e Del Rey tinham estado fazendo antes dessa emboscada.
Seus lábios envoltos ao redor da cabeça de seu membro, degustando a essência de sua luxúria, enquanto se derramava entre seus lábios, sentindo-o, tenso e duro, sua garganta grunhiu ruidosamente quando o arrogante Alfa foi substituído pelo sedutor.
Agora, quase oito horas depois de sua volta à Base, o cansaço a estava arrastando e a necessidade de vê-lo a estava comendo viva. Inclusive se ele estava só dormindo.
Mas ele não tinha perguntado por ela. Ele não tinha enviado ninguém por ela.
Estava se curando, ela disse a si mesma. O processo de cura era exaustivo para os Coiotes, inclusive mais que para as outras castas.
Enquanto ela entrava na seção do Alfa na Base, fez um sinal com a cabeça à equipe de segurança que tinha posto no lugar. Eram membros da manada de Del Rey, que ela sabia, seriam mais leais a ele que outros.
— Devemos esperar aqui fora? — Ashley perguntou.
— Sim – respondeu Anya. — Não necessito amparo com seu Alfa. — Pelo menos, esperava que não. – De fato, as três podem voltar para os quartéis enquanto estou aqui. Obtenham um maldito sonho, Ash. Está conseguindo olheiras negras.
— Estas são palavras de guerra, Coya — ela grunhiu, com tom brincalhão.
— Treinaremos boxe mais tarde — Anya estendeu sua palma contra a placa que se instalou, e esperou para ver se ela era aceita.
Ela não foi. Fechou os olhos ante a dor.
Um segundo mais tarde a porta se abriu e Brim retrocedeu seu olhar distante, enquanto ela entrava na habitação. Ela golpeou a e-pad na mão dele.
Quase podia sentir sua desaprovação que ela estivesse ali, o fato que tivesse a autoridade, poderia inclusive lhe ordenar sair.
— Encontrará minhas notas, sem encriptar, aí – disse-lhe ela. — É necessário no Comando e Segurança. Enquanto estiver lá, tem que falar com seus líderes de manada sobre a cooperação nas zonas que você compartilha antes que precise golpear algumas cabeças juntas.
Ele olhava suas costas em silêncio.
— As manadas estiveram cooperando bem — disse friamente. — Estão trabalhando juntos quando eles nunca supuseram fazê-lo assim. Considero que é uma ocorrência espantosa em um bom dia.
Ela o olhava de novo com o mesmo olhar mesurado.
– Então não estão trabalhando juntos o suficientemente bem. É seu trabalho ver isso, e não o tem feito.
— Estive bastante ocupado — a brincadeira se deslizou livre. — Sou o guarda-costas de Del Rey, e agora parte da equipe atribuída ao Bureau. É bastante difícil estar em dois lugares de uma vez e ver minhas obrigações no Comando e Segurança, assim como ser o guarda-costas e supervisor geral.
— Deveria ter atribuído alguém em seu lugar— ela replicou com calma.
— Eu o fiz – informou sua voz baixa. — As coisas funcionaram bastante bem.
— Bastante bem não é suficiente — disse Anya. — E não é necessário como supervisor geral. Acredito que pode dirigir isso bastante bem.
— Coya, este não é um lugar para brincar — disse tranqüilamente. — Não pode entrar e tomar seu lugar durante uns poucos dias, e logo correr gritando quando as coisas começam a sair de seu controle quando o calor está envolto. Deixe isto assim até que Del Rey desperte e possa decidir como vamos dirigi-lo.
— Meu lugar é aqui — ela afirmou. – Agora que está na base, o teu é no Comando e Segurança. Está entendido?
Ela não ia discutir sobre onde pertencia. Pertencia aqui, e estaria aqui. Sua decisão tinha sido tomada; calor de emparelhamento ou não, tão arrogante como todos eles eram, já era hora de terminar isto, de uma maneira ou outra.
— Totalmente, Coya — ele inclinou a cabeça lentamente, embora nunca trocasse sua expressão. – Recolherei meu PDA e então irei onde eu pertenço.
— Dormiu? — Apoiou as mãos sobre a cintura enquanto ele a olhou de novo.
— Por várias horas — admitiu. — Há uma cadeira de dormir no escritório que usei.
Tomou seu E-pad e a sujeitou com uma mão e girou para sair.
– Quando acorda depois da cura, é um aguilhão. Não quero te ouvir chorar mais tarde, se ao final ferir seus sentimentos ou, pior ainda, encontrar-se de volta em sua cama.
Os Coiotes não golpeiam ao redor do arbusto, ela tinha que lhes dar crédito por isso.
— De acordo — ela assentiu bruscamente. – Deixei as notas onde necessito que sejam atualizadas, se não te importa. O código de meu PDS está cotado ali para que possa enviá-lo diretamente a mim.
Brim inclinou sua cabeça escura, a luz de seus olhos azuis mudando, como se a diversão ameaçasse tocar seu olhar, antes de ir e fechar a porta silenciosamente detrás dele.
Respirando pesadamente, Anya pisoteou na habitação, então sentiu, viu a neblina da fúria vermelha que começou a mover-se sobre ela. Ela sentia seus dedos curvados enquanto a necessidade de violência se apressava através de seu sistema. Ela queria matar. Ver correr sangue e chutar alguns malditos rabos russos femininos.
Sofía estava sentada ao lado de sua cama lhe dando as costas, um pano úmido na mão, uma terrina de água na cama enquanto Del Rey permanecia dormindo, estirado, todo nu ante o olhar da outra mulher. Seu Del Rey. Nu. Nada mais que coberto por um lençol, e outra mulher o estava tocando? Brim se tinha atrevido a permitir que outra mulher o tocasse?
Sofía levantou lentamente seus pés.
– Febre — ela esclareceu sua garganta, seu olhar verde avelã piscou por um momento. – Eu estava simplesmente ajudando Brim.
Simplesmente ajudando Brim? Brim tinha chamado a esta mulher, permitiu-lhe tocar a Del Rey, cuidá-lo quando deixou a Anya no Comando e Segurança?
A cabeça de Anya se levantou.
— Ele não vai fodê-la, pelo que ambas sabemos não tem a oportunidade de alcançar o estado da Coya nesta base, estamos de acordo?
O olhar da Sofía se obscureceu, quase com diversão, enquanto lambeu seus lábios lentamente.
— Estamos de acordo, o estado da Coya nunca será meu. Mas tampouco, aceitou-se oficialmente até o momento.
— Não jogue jogos de palavras comigo, Sofía – advertiu-lhe. — Não estou com humor para eles, ou para sua malícia. Vá ao diabo fora destes quartéis e, maldita, permanece fora de minha vista durante muito tempo. Ambas podemos lamentá-lo, se não o fizer.
— Possessiva, Anya? — perguntou ela. — Ouvi dizer que você realmente não amaldiçoa, e não amaldiçoaram em mais de oito meses. Por que começar agora?
— Reproduzindo intrigas, Sofía? – ela se mofou — Deve conhecer algo melhor a sua idade.
Os lábios da Sofía se frisaram em um sorriso zombador.
— Pobre diabo. Necessita uma amante que possa equilibrá-lo, que possa ser tão decidida como ele. Você foge dele.
— Quer morrer hoje? — Porque Anya definitivamente estava com ânimo para derramar sangue.
— Hoje é tão bom como qualquer outro dia. – Os magros ombros se encolheram expressivamente. — Mas,tenho a sensação de que não vai se passar ainda. Vou estar em meu caminho, Coya. Se necessitar ajuda, faça-me saber.
— OH, acredito que posso dirigir tudo — assegurou-lhe Anya, sua voz mais tranqüila do que tinha esperado.
— Estou segura de que pode – a risada baixa da Sofía chiou sobre seus nervos já forçados.
— Sofía — Anya a deteve enquanto passava.
— Sim, Coya? — perguntou com um sorriso zombador.
— Se te encontrar tocando-o de novo enquanto ele está inconsciente, certamente farei com que nunca mais entre nesta Base de novo.
Melhor ainda, se ela não conseguisse colocar um freio sobre sua raiva, certamente teria que assegurar-se não encontrar nenhum corpo.
A fronte da Sofía se levantou e seus olhos brilhavam divertidos.
— Não tem essa autoridade, Anya. Mas jogarei em longo prazo e prometo ser uma boa menina, enquanto ele esteja dormindo, certo?
— Não necessito suas promessas — informou-lhe Anya friamente. — Fora destas habitações, e não cometa o engano de entrar de novo a menos que eu esteja presente.
— Uma vez mais, não tem autoridade. — Sofía meneou seu dedo para ela. — Só uma companheira completa pode fazer essa demanda. – Ela fez uma pausa e olhou a forma de Del Rey dormindo antes de voltar-se para a Anya. — A ordem de separação. Lembra?
Anya ocultou sua comoção, embora soubesse que deveria ter esperado que Sofía conhecesse sobre o emparelhamento. Ela tinha trabalhado com Del Rey todos estes anos, sendo uma informante no Conselho. Estava aqui na Base, Del Rey não deveria ter permitido isso a menos que ele confiasse nela para manter a boca fechada.
Isso não significava que Anya gostasse. Seguro como o diabo não significava que gostasse da outra mulher.
Logo ela passeou enquanto disse:
– Precisa ser banhado com água fria enquanto dorme. O calor do emparelhamento e a cura não funcionam bem juntos, quando o calor não está sendo satisfeito. Pobre pequeno Coiote. Está sofrendo.
Momentos mais tarde, a porta se fechou detrás dela brandamente enquanto Anya lutou com os estremecimentos que corriam através de seu corpo. As mãos dessa mulher tinham estado nele. Acariciando-o.
Ela olhava a Del Rey, estirado, só um lençol cobrindo seus quadris, deixando as largas e poderosas pernas nuas, dando uma vista completa e tentadora de seu duro abdômen, de seu poderoso peito. Nu, era majestoso, acordado e dormido. O largo e duro membro pressionava, claramente, contra o lençol.
Brim ia pagar por isso. Era seu trabalho velar a Del Rey, a fim de garantir que estivesse protegido durante a fase de cura, quando estava ferido.
Sofía era sensual, sexual, teria se atrevido a fazer algo mais que simplesmente limpar o suor de seu corpo? Uma parte de Anya estava segura que a mulher era capaz de qualquer perversão, outra parte dela a conhecia melhor. Os conhecimentos conflituosos e as emoções estavam açoitando-a, lacrimejando através de sua mente enquanto se sentia sufocada, sentia emoções que tinha guardado cuidadosamente, aumentando dentro dela.
Ela conhecia a Sofía muito bem. Ela tinha conhecido à outra mulher toda sua vida, e ela sabia os jogos que jogava. Ela era tão calculista e manipuladora como qualquer Casta Coiote. Anya recordava a Sofía dirigindo-se para fora dos laboratórios, da direção em que tinha ido, que era na direção de Del Rey.
Sim, ela odiava a Sofía. Ela sempre o fez. Mas porque a outra mulher estava burlando com arrogância e ar de superioridade, mais que por qualquer outra razão.
Del Rey girou na cama. Onde tinha estado cômodo, encerrado em uma névoa escura de paz, de repente se deu conta de algo mais.
Em primeiro lugar, o calor. Perfurou através de seu membro enquanto ouvia Brim falando. Isto não era normal. O calor de emparelhamento sempre retrocedia quando a cura se fazia presente. Era a única vez que dormia em paz, a única vez que não doía como o animal bastardo que sabia que estava dentro dele.
O calor do emparelhamento apressava, encerrado dentro de sua mente. Escutou Anya, sentiu seu perfume. Jurou que quase podia sentir o calor de seu corpo contra ele. Necessitava-o, admitiu a si mesmo. Aqui, nesta nada escura, precisava deitá-la contra ele, para esquentar-se. Deus, às vezes o frio era absorvido nos ossos, esfriando-o até que temia nunca sentir calor de novo.
Girou na cama. Ele sabia que devia estar dormindo profundamente, pois o estado de quase inconsciência em que o punha a cura devia estar bloqueando o que se estava elevando dentro dele. Fome. Necessidade. Estava desejando a Anya como nunca.
O animal exigia que tomasse o que lhe pertencia. Que a roubasse, seqüestrando-a de novo. Queria jogar aqueles malditos tratamentos hormonais ao vento e forçá-la a sofrer como ele sofreu. Estava disposto a uivar pela fome dentro dele, pelo alívio que sabia que ambos estavam desesperados.
O homem sofria. O homem necessitava sua aceitação. O homem necessitava seu toque voluntário, sem a demanda do calor de emparelhamento que surgiu entre eles. O homem, arrogante e cheio de sua própria sensação de fome, implorava sua aceitação.
— Senti saudades.
Ele escutou sua voz, como a chuva do verão, lavando seus sentidos enquanto um toque fresco cobriu sua fronte. Não aliviou o calor que assola através de seu corpo, mas era melhor que nada. Ao menos neste torturado e demente pesadelo, estava falando em lugar de ofendendo-o, simplesmente fora de seu alcance, sempre evitando seu tato desesperado
— Brim é um coiote morto, Del Rey. Ele não deveria havê-la deixado aqui. Deixado que ela te tocasse.
Ela tinha que significar Sofía. Ele tinha advertido ao Brim que não permitisse nunca, que Anya soubesse que Sofía tinha banhado sua frente e o peito durante a cura da ferida de bala meses antes. Ele havia dito?
Tinha machucado a Anya. Ele não queria feri-la.
— Deus, só estar perto de ti me faz molhar.
Seu pequeno suspiro o tinha esticado de necessidade agora. Ela estava molhada? O que queria? Estava duro e disposto a dar. Mas ele sabia que melhor era abrir os olhos e rechaçá-la. Quando o fizesse, o sonho se teria ido, ao igual a seu toque. E ele necessitava seu toque tanto como a terra necessitava a chuva. Necessitava para empapar-se todo, senti-lo dentro dele suavizando-o, refrescando-o.
— Senti tanta saudade, Del Rey. Igual a antes que me seqüestrasse. Zombando de mim. O sorriso só em seus olhos, e eu queria seus lábios sorrindo também. Queria sentir que sorria em um beijo e saber que foi todo meu.
Queria lhe dar essa classe de beijo. Um beijo cheio das promessas que queria manter, a segurança que queria lhe dar.
Havia tão pouca segurança na vida de uma casta. Tão pouco em que poderia acreditar. Realmente eles não tinham nada em que acreditar exceto isto. Esta promessa de que a natureza lhes deu com o calor do emparelhamento. Que havia um lugar para eles. Que pelo menos na natureza, eram aceitos.
Del Rey se retorceu contra a cama, aquela agonia de necessidade que o assolava, suas mãos apertadas nos lençóis, ele podia sentir debaixo de seu corpo, a cama que tinha escolhido com Anya em mente. Grande para que pudessem rodar nela. Confortável e cálida, e agora se sentia como um leito de tijolos.
Seu corpo estava sobre fogo por ela. Só um toque mais. Queria sentir sua mão, algo que não fosse aquele toque frio. Ele queria sua carne. Carne de sua carne. Mas ele sabia que era melhor rechaçá-la.
— Anya — obrigou à palavra a passar por sua boca. – Me esquente.
Podia cheirá-la, tão cálida e doce. Ele queria envolver-se ao redor dela, só por um instante. Não podia arrastá-lo suficientemente longe da cura para acalmar o calor do emparelhamento.
Estava perdido nesta necessidade. Só a necessidade de sentir seu calidez. Havia dor por sua calidez. Que tinha impulsionado picos de agonia em sua alma durante meses, sem cessar, sempre aí, lhe recordando o que deveria ter sido seu e nunca lhe pertenceria.
— Está ardendo de febre – sua mão acariciou seu peito e algo dentro dele se desatou. Carne contra carne. Assim era como a necessitava.
— Me esquente, Anya — suspirou, desejando que pudesse tocar este sonho, senti-lo, só por um instante — Carne contra carne.
Então ela se foi. Queria uivar em agonia. O suave e gentil toque se foi. O calor se foi. Podia cheirar seu aroma, mas apenas isso. Só o suficiente para saber que tinha estado ali.
Anya olhava a Del Rey, a incerteza de por que estava tirando suas sapatilhas, tirando sua camiseta. Despindo a carne.
— Carne contra carne – ele tinha sussurrado enquanto seus dedos se enterravam no lençol e a febre causava estragos em seu corpo. Podia estar com frio. A febre o fazia sentir frio. Gelando até o osso. Recordava uma vez que realmente ela tinha estado doente, justo antes do resgate Coiote. Houve dor com o frio enquanto ela tinha febre.
Sentiu capturar seu fôlego em sua garganta enquanto ela desabotoou seu sutiã e empurrou suas calcinhas de seus quadris. Estava acordado. Ele poderia tomá-la inclusive quando dormia e não poderia culpá-lo se o fazia. Ela não o deteria se o fizesse.
Tempos depois se sentava a seu lado mais quente, parecia que tocar sua carne era quase como tocar uma chama. Estava estremecido e tiritando.
A cura era por si só terrível, e ela sabia que o calor do emparelhamento era um inferno. Ao menos, tinha-o sido para ela.
— Del Rey — ela sussurrou seu nome quando se dirigiu à cama, sentiu-o endurecer, continuando, grunhindo seu nome de novo.
Puxando do lençol sobre os dois, aproximou-se pouco a pouco a seu lado, tremendo de cautela, desejando saber mais a respeito deste homem que a natureza tinha decidido lhe pertencia. E aquilo era sua culpa. Ela tinha obrigado à separação, ele não.
Ela não tinha mais espaço detrás dele, e ele se moveu. Anya quase desistiu, com medo, enquanto ele a girava a seu lado e a moveu. Ele se deslocou, deslocou-a. puxou-a sobre ele, logo debaixo dele.
Confusa, ela seguiu a direção de seu murmúrio, dirigiu-se aqui e lá até que se deu conta que estavam no centro exato da enorme cama. Por último se instalou, cobrindo-a, sua cabeça escondida debaixo de seu queixo, as pernas jogadas sobre ela, seus braços envoltos ao redor dela, e então se tranqüilizou.
Ela pensava que, ao menos um músculo de uma vez, sentia que ele relaxava até que esteve lânguido, dobrado a seu redor, sua respiração agitando seu cabelo, o inferno que tinha acendido seu corpo de algum jeito parecia mais frio. E se ela não estava equivocada, poderia ter escutado uma suave e pequena queixa, quase um ronco escorregando de sua garganta enquanto a mão dele se curvava em volta de seu peito e seu corpulento peso a apanhou debaixo dele.
Deitou-se ali, tensa, em silêncio, com a incerteza do que ele faria depois. Quando nada veio, quando ele continuou dormindo, ela sentiu suas próprias pestanas fechando-se à deriva, sentiu seu próprio cansaço arrastando-a para baixo.
Ela decidiu que ser Coya era um maldito e duro trabalho. Dormiria aqui só por um momento. E talvez escapasse antes que despertasse e a encontrasse presa, plenamente consciente e completamente excitada com o calor do emparelhamento da Casta Coiote.
Mas ela não pôde evitar o fio de um sorriso em seus lábios quando seus olhos se fechavam. Ele era como um cachorrinho. Ladrando por aqui e por lá, enroscando-se e dando voltas e arrastando para adaptá-la a sua comodidade, até que dormiu pacificamente.
Era algo lindo.
Diabos, teve que admitir, Del Rey tinha uma cara encantadora que a tinha hipnotizado antes que o lixo do emparelhamento conseguiu espantar os demônios fora dela. Até que ela mesma se convenceu que ele tinha mentido deliberadamente, que tinha tomado suas promessas e seu coração e os tinha pisoteado.
Tinha pisoteado sua sensação de confiança em si mesmo quando seu corpo se tornou louco com o calor. Tinha-a tomado, perdido nos golpes de luxúria como tinham sido. Ela se convencera que devia ter tido o controle para fazê-lo mais fácil para ela. Que deveria ter assumido a responsabilidade de algo que nenhum deles tinha esperado. Que deveria ter sido a Casta Coiote encantador, controlado e brincalhão que a tinha estragado com o sorriso insinuado em seus olhos e suas promessas que cuidaria dela. Cuidá-la. Que faria todo o trabalho.
Tinha trabalhado. Tinha-a protegido. Certamente tinha feito o que ela necessitava, inclusive por cima do que ele necessitava. E como uma menina, ela o tinha culpado dos resultados.
Ainda era arrogante. Ele era definitivamente muito dominante. Mas ela tinha aprendido o que era um homem de casta. Era uma parte deles. Era inclusive uma parte dele que a voltava louca com seu toque, inclusive quando ela queria odiá-lo.
Ela não tinha visto uma só casta que seu emparelhamento fora fácil. Lutavam, gritavam, enfrentavam-se e desafiavam ao outro. E como Hope lhe tinha contado uma vez, uma vez que acabava, riam e se amavam e sabiam que se pertenciam. Não importa o que acontecia no mundo que os rodeavam, eles se pertenciam.
Ela poderia ter a sorte de encontrar aquilo com Del Rey?
Ainda havia problemas para resolver com ele, Anya sabia. Mas ela também sabia que até que se enfrentassem, lutassem e gritassem essas questões não se resolveriam e nunca teriam a oportunidade de rir, amar e pertencer.
Enquanto dormia, ela rogou não ter esperado muito tempo para tentar resolvê-lo.
Estava quente. A única vez que tinha estado quente foi quando Anya tinha dormido em sua cama.
Usualmente, despertava gelado até os ossos, úmido com seu próprio suor e sentindo-se igual a um animal que tinha residido em um deságüe por dois dias.
Ele girou, estirou-se e se precaveu, em um momento com o coração paralisado, em um instante de cognição, por que estava tão quente?
Abriu seus olhos e olhou uma cara dormindo. A cara de Anya. As pestanas vermelho ouro ressaltavam contra sua carne cremosa; seus lábios estavam abertos enquanto ela respirava, seu fôlego sussurrando sobre seu peito.
Suas pernas estavam enredadas juntas, uma ereção, feroz e repleta até o ponto de agonia, sobressaia com brutal insistência onde se encontrava, imprensada entre suas coxas, rodeado pela umidade, a cremosa essência de sua excitação.
Ela estava molhada, e seu calor úmido esquentava seu pênis e lhe recordou de que maneira muito mais quente era no mais profundo de seu corpo.
Que diabos estava ela fazendo aqui? Estava envolta ao redor dele como uma videira, agarrando-o, escondida contra ele, e ele estivera sonhando com isto por quanto tempo?
Então ela se moveu contra ele, passando seus quadris como se ela cavalgasse a espessa longitude de seu membro contra seu clitóris.
Maldição. Maldição.
Sentiu sua mão apertar o quadril, e logo relaxar-se. Desejava detê-la ou continuar? Encontraria ela seu prazer em seu sonho enquanto ele olhava?
Sua mão se suavizou sobre seu quadril e desceu pela curva do traseiro para sua coxa.
— Anya — ele tragou fortemente enquanto a sentia mover-se de novo contra ele.
Logo que recordava que despertou várias vezes, passando ao quarto de banho ou para obrigar-se a comer antes de derrubar-se de novo. Não a recordava tendo estado aqui naqueles tempos. Recordava o frio em seus ossos e a necessidade de dormir ou beber ou comer. Certamente teria sabido se ela tivesse estado em sua cama.
Ele olhou o relógio na parede. Quarenta e oito horas desde que tinha retornado à Base e se derrubou na cama.
Seus dentes apertados juntos, enquanto ela se movia de novo, difundindo sua umidade, sua nata quente ao longo do eixo repleto dolorosamente abraçado. Maldita ela. Maldito o calor. Maldita sua debilidade.
Sua coxa levantada com o passar do dele, o lado do joelho roçando seu quadril, enquanto ela se abria além dele e esfregava seus inchados e duros mamilos contra seu peito.
Inferno. Estava caso esperando que fosse controlar sua luxúria de cara a esta tentação, e combinado com o calor do emparelhamento? Estava caso que ele estava malditamente feito de aço?
Bom, exceto seu membro. Sentia-o duro como o aço e tão quente como o ferro recém fabricado.
— Anya, acorda — ele gemeu, ouvindo o grunhido em sua voz.
Ela se esfregou contra ele de novo, inclinando seus quadris até que o inchaço da ponta de seu clitóris esteve em contato direto e o furioso calor dele ameaçava com uma explosão.
Doce céu misericordioso. Agarrou seu quadril, mas foi o suficientemente inteligente para aliviar suas costas? Diabos não, ele estava se movendo com ela, incentivando-a a cavalgá-lo, a esfregar a brutal longitude de seu membro enquanto se dava prazer a si mesmo.
— Acorde — ele baixou sua cabeça e beliscou seu lábio. — Maldito seja, espera que eu seja o suficientemente forte para simplesmente deixá-la ir?
Sua língua aparecia, lambendo sobre a zona que tinha beliscado, enquanto seus cílios se levantaram, despertando, as gemas cor safira olhando-o.
— Olhe os dentes – ela murmurou enquanto seus cílios baixaram e uma expressão de sublime prazer encheu sua cara.
Seus quadris giraram de novo enquanto um pequeno gemido passou por seus lábios e a carne sedosa daquela perfeita concha pequena montou seu membro de novo.
— Anya. Mova-se – ele grunhiu.
E oh! Como se moveu. Com um lento e malicioso giro de seus quadris que tinha a cabeça de seu membro empurrando contra sua entrada antes que escorregasse em seus cremosos sucos e só o olhou.
Esta era a tortura. Era a agonia. Não, diabos, ele tinha sofrido podendo aproximar-se do inferno do começo e sabendo que não podia tomar o que esperava justo a seu alcance.
Estava suando. Del Rey podia sentir o suor sobre a base de sua carne, mas ele era muito fraco para se afastar longe dela. Se ela queria cavalgá-lo até sua própria liberação, e logo voltar a inundar-se no sonho, Deus sabia, ele teria tratado de dar-lhe. Mas ele sabia que não tinha o controle para sustentar a paciência contra a fome que o comeu como o ácido. Suas bolas amontoadas, seu abdômen. Ele jurou que estava saindo fogo de seu cérebro enquanto sentia o hormônio atribuído ao hormônio de emparelhamento varrer depressa através de seu sistema.
As glândulas debaixo da língua estavam tortuosamente inchadas; a necessidade de liberar o hormônio em seu sistema estava malditamente perto de matá-lo.
— Del Rey – Seus cílios se levantaram de novo. Gemas brilhantes, os olhos o encararam de novo — Se me atormentar uma vez mais, eu poderia ter que te matar.
— Te atormentar?— ele grunhiu.
— Me atormentou durante dois dias — ela girou uma vez mais, montou seu membro e logo fez uma pausa enquanto tinha a cabeça repleta alinhada contra a sua entrada.
— Como te atormentei? — ele murmurou.
— Seus lábios todo sobre mim, mas nunca o suficiente. Então você colocava seu membro entre minhas pernas e só dormia. Isso é tortura, Del Rey. A pior classe. Com certeza é castigo ou algo assim. Deveria tomar seu subsídio?
Fazia isto? Em seu sonho, sem tomá-la?
Del Rey sacudiu a cabeça.
— Me beije – ela sussurrou — É tarde para as malditas injeções de terapia hormonal. Está me matando.
— Não — ele não podia fazer isto. — Deveria ter chamado a Armani. Ela teria vindo aqui.
— Olhe a seu redor — ela se estirou contra ele. — Franco-atiradores nos bosques e todo tipo de coisas.
— Deveria ter dito ao Brim — ele grunhiu. —Ele teria te levado ao heli-jato. Maldita seja.
Ele não queria tomá-la de novo como aquela vez. Não em plena fúria do calor do emparelhamento, onde o aroma dela era como uma droga em si, açoitando o controle de sua mente.
— Brim se ofereceu — ela beliscou seu queixo, e logo o lambeu enquanto ele tentava encontrar a prudência. — Quero a forma natural que significa para mim que tome, Del Rey. Esta é a maneira em que se supõe que deve ser.
Ah merda. Ele estava morrendo. Seus quadris se moveram, a ponta de seu membro invadiu os cômodos limites de sua vagina, e sentiu chamas disparar em sua coluna vertebral.
Não como isto. Queria beijá-la, saboreá-la. Queria muito mais para ela que só o emparelhamento.
— Sabe que — sussurrou-lhe brandamente — quando se esfrega contra mim assim, e me enche com seu líquido pré-seminal, faz-me queimar? Mesmo antes que eu sentisse o calor de emparelhamento retornar, sentia isso. Estava escondido contra mim, e eu estava tão molhada, tão malditamente, que te deixe fazê-lo. E senti isto. E tudo o que queria era você dentro de mim.
Ele sabia o que o líquido pré-seminal das Castas Lobos e Coiote faziam a suas companheiras. Armani o tinha explicado em humilhantes detalhes. O sedoso líquido estava cheio de um hormônio que induz calor, assim como que relaxa a fechada carne que rodeia seu membro. Eleva a excitação das companheiras fêmeas, fazia-as mais sensíveis, maximizava o prazer enquanto seu corpo é preparado para sua liberação final e ao apertado inchaço posterior a metade de caminho no conduto enquanto seu sêmen se precipita. Bloqueá-lo-ia dentro dela, fazendo com que fosse impossível soltar-se enquanto suas sementes se disparavam nas acaloradas profundidades de seu útero. E a manteria com ele, a última vez, tinha estado bloqueado dentro dela durante mais de meia hora, sentindo seu clímax como se fosse o seu, enquanto lhe suplicava fazer que isto parasse.
Aquela lembrança lhe deu a força. Deus, ele nunca permitiria aquela vergonha de novo. Olhar dentro de seus lacrimejantes olhos, enquanto suplicava, lhe rogava fazer que isto parasse e não pôde fazer nada para detê-lo.
— Suficiente – ele saltou para atrás, empurrando-a longe antes de balançar-se e parar-se — Vou chamar Armani e lhe contar.
Congelou-se. Uma sensação de vertigem o percorreu enquanto ele a sentia a suas costas, os mamilos quente apunhalando-o enquanto seus dentes rastelavam seu pescoço.
– Chamar a Armani, e tomar minha injeção como uma Coya boa e pequena, e retornar a esse mundo pequeno e morto onde meus sonhos me atormentam, e minhas emoções eclipsam a verdade?
— Excitação honesta — ele grunhiu. — Me dê isso. Tomarei. Mas não como isto, onde não tem nenhum controle sobre sua necessidade.
Maldito. Não podia respirar. O aroma de sua concha estava lavando seus sentidos como um maremoto, como um estalo de calor branco e quente penetrando seu cérebro.
— Não quero outra coisa, além disso, me controlando também – ela sussurrou. — Quero tudo de ti, Del Rey. Não deseja tudo de mim? Calor de emparelhamento e tudo?
— Que desejas em sua cama depois, o animal? – ele se mofou.
— E o homem – ela sussurrou enquanto ele a olhava, sustentando-a abaixo, suas mãos prendendo as dela sobre o colchão, seus quadris pressionando contra os dela. — É ambos. Quero a ambos.
— Então, tem que fazer isso sem as injeções, para tomar a ambos?— Sua própria repugnância o rasgou.
— É isso o que pensa, Del Rey? — Ela o olhava de novo, seus olhos muitos brilhantes com a dolorosa excitação — Que tenho que me drogar pelo calor para permitir-lhe me tomar?não é por isso,
— Então, por quê?
— Por que as terapias hormonais que eles estavam me dando aliviam certas terminações nervosas e me provocam ira, frustração e o pior temor. Era a única maneira em que funcionava. Bloquearam-se os receptores das zonas que recebem a maior excitação, enquanto que aumentam outras emoções. Eu não quero nada morto ou artificialmente aumentado. Quero te sentir – ela sussurrou. – Tudo de ti. Isto é errado?
Ele sacudiu a cabeça. Achava que isso ia ter sentido agora? Quando a necessidade o estava fazendo pedaços com uma força que ele alguma vez tinha conhecido antes?
— Quero seu beijo, e quero prová-lo, senti-lo. Quero seu toque, e quero saber tudo do prazer. Quero-se dentro de mim, e quero sentir as emoções que hei sentido antes. Todas elas, Del Rey.
— Está mentindo — ele grunhiu. — Posso cheirar seu medo e as mentiras que caem de seus lábios — ele pressionou sua fronte contra a sua, suas bolas tinham cãibras com a necessidade rasgando através dele. — Deus, Anya. Por que nos está fazendo isto?
— Não posso estar um pouco medrosa? — as lágrimas brilhavam em seus olhos então. – Del Rey, não quero a terapia hormonal porque não quero enganar o que for que faz isto à nós. Se não me enfrentar agora, nunca vou saber.
Não, não era uma mentira, era coragem e medo. Ela estava vindo a ele, toda dele, e ela estava tentando.
— E o que faço quando me atar em ti? — ele grunhiu. — Quando me encher dentro de você e o temor a afligir e não lhe agradar? Quando me implorar para fazê-lo parar, Anya? O que faço então? Porque não há parada.
— Seja o que seja que precise fazer sempre me sustente Del Rey. Não me deixe sozinha. Não me deixe fria – ela respondeu finalmente. — Mas se tomar outra dessas injeções, então não vou voltar aqui até que se esgote de novo. Façamos isto corretamente, e ambos nos acostumaremos, ou não saberemos absolutamente.
Anya podia sentir o velho temor tentando elevar-se em seu interior, a necessidade frente à falta de familiaridade do corpo da Casta e o calor do emparelhamento. Ele a fez selvagem, e o controle sempre tinha sido seu foco. Ele a fez perder esse controle. Fazia desejar perdê-lo, fazia-a desejar ser perversa, e nunca tinha sabido que era a coisa mais aterradora de todas.
Agora, enquanto ela olhava dentro de seus olhos negros, sabia que era a oportunidade de tomar. Se não superava esses temores, se ela se perdia e o medo retornava, poderia danificar algo mais entre eles.
Ela nunca tinha considerado como se sentiu Del Rey quando o calor do emparelhamento os rasgou a ambos. Quando ela tinha chorado e lutado com ele, sentindo-o encerrado dentro dela, voltando-se histérica ante o prazer brutal que rasgou através dela. Tinha-lhe suplicado, rogado para detê-lo. E tinha chorado. Lágrimas histéricas que tinha umedecido seu travesseiro e a deixaram esgotada.
— Não vamos resolver isto nos ocultando detrás dos tratamentos hormonais — ela respirou zangada enquanto uma onda de furiosa necessidade varreu através dela. – Esta foi minha decisão, Del Rey. Não vou te culpar por nada.
— Anya – a agonia brilhava em seu olhar. — Sabe o que está fazendo conosco? Comigo?
— Não sou uma criança — disse a ele, sugestionando-o a acreditar nela. — Não sou a mulher que provavelmente esperava. Eu sou sua companheira, e me pode tomar como sua companheira, ou posso ir.
Um grunhido retumbou em seu peito. Era sexy, ela sempre tinha achado que o som era terrivelmente sexy. Enviou calafrios correndo até sua coluna vertebral, e inclusive antes que o emparelhamento a tivesse feito umedecer.
— Me grunha de novo — ela o tentou. — Me beije enquanto grunhe, Del Rey. Desafio a ti.
Nunca desafie a um coiote. Nunca. Era uma lei, inclusive o Conselho sabia que nunca se desafia a eles. Sempre aceitavam um desafio. Sempre triunfavam.
Em um instante seus lábios estavam sobre ela, sua língua afundando-se dentro dela, e Anya deu conta o que tinha perdido durante oito largos meses. Inclusive na última semana seu beijo não havia sido tão perfeito.
O sabor não tinha sido exato, por essa maldita terapia. Este era o beijo de Del Rey. Primitivo e primário. O hormônio que se derramava sobre sua língua era picante e aditivo. Não era nada doce, nada suave, era quente e sensual, e ela acariciou sua língua contra a dele, extraindo mais, necessitando mais.
Este era o sabor, o calor, a fome. Uniu-se e mesclou com o seu, avivou o fogo esperando dentro dela e a pôs ardente. Sem temor.
Esticou-se em seu agarre enquanto escutou o grunhido em sua garganta, que retumbava em seu beijo. Localizada entre suas fortes coxas, a sensação de seu membro palpitando contra a parte baixa de seu estômago, a fez arquear-se tentando aproximar-se. Ela não podia tocá-lo como ela queria como ela necessitava.
Ela separou seus lábios dele.
— Deixe-me te tocar.
Ele grunhiu mais duro, mais áspero, mas não lhe liberou as mãos. Ele olhava seus seios, enquanto eles aumentavam, e sentiu rapidamente a dura ponta dos mamilos rígidos e ruborizando-se sob seu olhar.
— Beijei-se aqui enquanto eu dormia? – lhe perguntou, levantando seu olhar ao dela.
— Só os beijou — admitiu. — Eu queria implorar por mais.
Sua expressão mudou, converteu-se em arrogante e dominante enquanto a tensão sexual endurecia seus rasgos.
— Queria mais?
— Estava dolorida por mais.
Baixou sua cabeça e ela quase gritou com a sensação. Seus mamilos sempre tinham sido incrivelmente sensíveis, até os tratamentos hormonais. Agora a sensibilidade tinha retornado, aumentada dez vezes. Ela jurou que ia ter um orgasmo com sua boca sugando-a, puxando uma ponta dura e estreita e golpeando-a com sua língua.
O prazer era delicioso. Ela se arqueava contra ele, afogando-se nisto agora, quando antes a tinha aterrorizado. Percorreu sua carne, raspou seu clitóris e produziu espasmos em seu ventre em um segundo quente enquanto ela sussurrava seu nome.
A visão dele sugando o mamilo lhe fez coisas que ela não podia descrever. O prazer era incrível, mas a sensação visual, seus olhos negros, suas pesadas pestanas, olhando-a, seus lábios movendo-se sobre os seus, seu escuro rosto devastado pela luxúria. Era a mais incrível visão de sua vida. Apertou suas coxas, forçou-a a criar fricções em seu clitóris enquanto o prazer invadiu cada célula de seu corpo.
— Não se detenha — ela gemeu quando ele levantou a cabeça.
Moveu-se a seu mamilo excitado, chupou-o dentro da boca e utilizou os dedos de sua mão livre para pressionar a ponta úmida que tinha abandonado.
Os fragmentos da sensação estavam rasgando-a agora. Ela o queria, e o queria agora. Esperar não parecia ser uma opção viável. Então, ele baixou os lábios. Beijou e mordiscou descendo por seu torso, por seu estômago, enquanto liberava suas mãos e afrouxava suas coxas sobre as pernas dela.
— O aroma de sua excitação me deixa faminto. — O grunhido em sua voz era mais profundo, mais escuro. — Queria te provar antes e não consegui. Jurei que me desse uma oportunidade de novo, então eu lamberia cada gota de nata de sua doce vagina.
Anya perdeu a capacidade de respirar por preciosos segundos. Quando finalmente conseguiu inalar, ele tinha suas pernas estendidas e baixou seus lábios.
Primeiro a beijou. Franziu seus lábios e beijou seu clitóris, muito gentil, enquanto a olhava.
Um intenso rubor cobria suas maçãs do rosto agora, e Anya podia sentir o mesmo calor ruborizando seu corpo. Ela não podia afastar seu olhar dos olhos dele, nem de seus lábios prometendo sensualidade e beijos quentes, quando as mãos dele empurraram suas coxas, separando-as mais, abrindo-a a seus lábios e língua.
— Muito doce.
Ela se sacudiu enquanto sua língua lambeu sua torcida fenda.
— Saboreia como néctar puro — sussurrou sua voz rouca, baixa — Doce e quente como mesmo sol.
Quem diria que seu Del Rey pudesse ser tão malditamente sedutor? Imaginara que o fosse, mas não com essa intensidade.
— Me saboreie de novo — ela ofegou. – Pode estar equivocado.
Olhava-o em expectativa enquanto ele sorria, mostrando aqueles maliciosos caninos curvos e lambeu-a outra vez.
Seus cílios ondeavam. Ela estava quase perdida. Estava se afundando em um torvelinho de sensações e não queria escapar.
— Apóie suas costas, minha Coya — ele a pressionou para trás até que seus ombros estavam contra o colchão, uma vez mais. — Deixe-me te mostrar como amo seu sabor. Como amo o doce calor que flui de seu corpo.
Sobreviveria? Ela não acreditava. As sensações que a percorriam eram distintas às destrutivas das primeiras vezes que Del Rey a tinha tomado. Isto era mais profundo, mais quente, estava tocando partes dela que nunca antes tinham sido tocadas.
Sua língua era como a seda lambendo da entrada de seu sexo e seu clitóris. Acariciando e envolvendo, vibrando pequenos grunhidos contra sua carne enquanto ela tentava aproximar-se tentava obter mais.
Ela queria gozar. Necessitava-o. Estava queimando em seu interior como um rastro de pólvora procurando escapar.
Anya abriu mais suas coxas, seus pés escavando na cama enquanto se arqueava para ele. Uma mão foi ao seu cabelo grosso e áspero, a outra a um dolorido mamilo. Agarrando-o entre os dedos, beliscou-os e lambeu a ponta, sua cabeça golpeando contra os lençóis enquanto o prazer a açoitava igual a uma gigantesca onda de calor.
— Maldição, sim — Del Rey grunhiu, lambendo-a com masculina gula, sua língua pressionando dentro da desesperada e apertada entrada de sua vagina, metendo-se nela enquanto Anya gritava seu nome e lhe rogava por alívio.
— Sim, carinho — ele grunhiu. — Me implore, me implore que te tome, que te toque.
Ele lambeu, acariciou, suas mãos pressionavam sob dela, agarrando seu traseiro e levantando-o para sua língua voraz. Ela o sentiu pressionar em seu interior uma vez mais, lento, esfregando brandamente antes de lamber seus sucos, aliviando-a e resmungando na carícia.
— Deus, eu sonhava com isto, orava por isso. — Ele beijou seu clitóris de novo, golpeando a língua sobre o botão violentamente sensível enquanto apertava seus próprios mamilos e tentava forçar seus lábios mais perto.
Estava tão perto da liberação. Há segundos dela, se ele a deixasse tê-la. Ela podia sentir a pressão dentro dele, apertando através dele. A necessidade lambeu sua carne, quase com os mesmos resultados destrutivos que sua língua lambendo seu sexo.
— Eu preciso — gritou-lhe roucamente, soltando o cabelo de Del Rey e agarrando com os dedos seu outro mamilo, para aumentar a fricção e as sensações de tortura. — Del Rey, eu necessito.
— Anya. — Ele beijou sua coxa, sua língua correu sobre a carne ali antes de retornar ao centro líquido de seu corpo. — Doce e quente. Minha Anya. Minha Coya.
Ela se arqueava quando seus lábios cobriram seu clitóris de novo, desta vez com a pressão quente que ela sabia a enviaria voando no esquecimento que ela rejeitara da primeira vez. Agora, ela correu para ele.
Aumentando a pressão sobre seus mamilos, sentiu seu fôlego preso enquanto ele chupava o botão dentro da boca, movendo-o nela sedutoramente, enquanto sua língua vacilava por cima, ao redor, esquentando-a, derramando o calor do emparelhamento e logo, enviando-a aos gritos ao orgasmo.
Sentiu seu corpo lançado para cima. Não era controlável. Suas mãos voaram, chegando a ele, um fino e entrecortado gemido abandonando seu corpo enquanto o prazer explodia através dela em uma corrente de energia.
E ele a capturou. Suas mãos se apoderaram dela, seu olhar capturou o dela, seus lábios sujeitaram o vibrante clitóris e sua língua eliminou cada dura explosão de sensação de seu corpo.
Podia escutar seus grunhidos. Podia senti-los. Ela se esticou em seus lábios, inclinando a cabeça de novo enquanto o mundo se precipitava a seu redor em um vertiginoso desdobramento de cor que a deixou estremecendo-se em conseqüência.
Del Rey facilitou sua volta à cama, as mãos acariciando sobre sua cintura, o estômago e as coxas, aliviando lentamente os violentos estremecimentos de seu corpo, e infelizmente liberou o inchado e palpitante pequeno botão de seu clitóris.
Ele podia provar o gosto de sua liberação em sua língua. Açúcar e fogo. Terra e ar. Ele lambeu seus lábios enquanto pressionava um beijo sobre seu quadril, logo beliscou a carne morna e suarenta com os dentes.
Não podia esperar. Sua cabeça estava cheia com o gosto dela, com o aroma dela. Chamava-o, zombava e tentava.
Movendo-se sobre ela, apoderou-se da base de seu palpitante membro com uma mão. Tinha derramado seu líquido pré-seminal na cama quando ela gozou debaixo dele. Estava surpreso que não tinha disparado cada onda de leite de seu corpo enquanto ela gritava seu nome.
— Estou me queimando — ela gemeu, girando a cabeça nos lençóis enquanto o olhava, sua respiração ofegante, a transpiração umedecendo sua frente, seu cabelo.
Seus olhos estavam sonolentos, brilhantes em sua cara ruborizada enquanto a massa de cachos ouro vermelho caía em cascata a seu redor.
— Vou aliviar-se — prometeu ele.
Aliviaria a ambos. A fome estava arranhando-o agora, brilhantes faíscas de necessidade vermelho vivo explodindo em sua coluna vertebral, viajando a suas torturadas bolas enquanto ele separou muito mais as pernas e se localizou nela.
Ele orou por controle. Sua ereção era mais grossa que a que ela teria conhecido com um amante humano. Os machos Coiotes e Lobos estavam malditos não só com o nó que os bloqueava dentro de suas companheiras, mas também com um pênis mais pesado e espesso. Como se eles não assustassem a suas companheiras o suficiente, para começar.
— Anya. Olhe-me, neném. Olhe-me.
Seus olhos se abriram de novo, brilhantes e escuros em sua cara ruborizada.
— Vamos tranqüilo, juro. — Ele grunhiu, permitindo que a cabeça pressionasse contra a tentadora abertura.
Seus dentes se apertaram enquanto o primeiro pulso de líquido quente brotou da ponta. Rico com o hormônio de emparelhamento, empurrou em seu interior, inclusive enquanto ele lutava para freá-lo.
— OH Deus, isso é tão bom. — Ela se arqueou mais perto, apertando-o mais profundo. — Igual a está me queimando, está me aliviando e me deixando louca por você. — Seu olhar era agoniado. —Eu não gosto da loucura, Del Rey. Eu gosto do controle. Sabe que eu gosto do controle.
Ela o fazia. Ele sabia disto.
Ele cavava sua bochecha com uma mão, sentindo seu peito apertado em agonia.
— Eu sei, pequeno amor. Você quer controle.
Não havia controle aqui, para nenhum deles. Entretanto, ele o recordava agora. Deveria tê-lo recordado há oito meses. Sua Anya estava sempre controlada. Inclusive com esse cabelo vermelho ouro brilhante e o ardente temperamento que iluminava seus olhos, ela sempre tinha mantido o controle. E não havia controle no meio do calor de emparelhamento.
Seu fôlego se foi enquanto outro pulso de seu fluido a enchia e um som, quase um soluço, escapou de sua garganta ao senti-lo.
Ela se estremeceu debaixo dele enquanto suas mãos se apoderaram em seus bíceps, as unhas se cravaram em sua carne quando ele entrou mais longe em seu interior, seus dentes chiando dentro do muito apertado punho de sua carne de seda.
— OH. OH, Del Rey — Ela se levantou para ele, seus cílios baixos enquanto ele a penetrava mais profundo e um grunhido saiu de sua garganta.
Ele sentia cada onda, cada convulsivo endurecimento de sua vagina ao redor da cabeça de seu membro. Era igual a cair no puro êxtase, o prazer era muito violento.
O pulsante líquido pré-seminal chegou mais rápido agora, cada jorro era outro fio quebrado na magra extensão de seu controle. Sua paciência estava desgastando-se, a necessidade de empurrar dentro dela estava corroendo todos seus sentidos.
— Anya — ele pôs a cabeça contra seu ombro, continuando seu próprio trabalho dentro dela, seus dentes apertando nos lençóis em lugar de morder o ombro dela, como exigiam seus instintos.
Lento e fácil. Repetiu o mantra na cabeça. Controle. Paciência. Não tomando. Não podia arrebatar este momento.
Sacudiu-se, levantando a cabeça quando um grunhido furioso de fome explodiu dentro dele. Seus quadris se sacudiram, conduzindo seu membro mais profundo dentro dela.
Era o êxtase. Era incrível. Era o prazer que o torturava em seus sonhos e em suas horas de vigília com a mesma força. A lembrança disto. De Anya, úmida e apertada, agarrada ao redor dele igual a um punho ordenhando-o.
— Sim. OH sim — Seus quadris movimentavam com os dele. — Mais. Agora, mais.
Levantou a cabeça enquanto lutava por respirar, olhando sua expressão arrebatada enquanto suas unhas se cravavam em seus braços. Seu pescoço arqueado, seus quadris empurrando debaixo dele, trabalhando-o quase na base de seu membro.
Não podia manter isto, ele sabia que não podia.
— Me olhe, Anya — ele grunhiu — Abre seus olhos.
Se ela não abrisse os olhos, ele nunca manteria o controle que necessitava. Tinha que vê-la. Teve que recordar a ele mesmo que era um homem, não um animal. Estava amando a sua Coya, a sua outra metade. Sua mulher.
Ele tinha jurado que se alguma vez tivesse a oportunidade de tocá-la de novo, agarrar-se-ia a seu controle. Mostrar-lhe-ia o prazer, não o medo.
— Me olhe, Anya — ele grunhiu de novo. — Me veja, maldita seja. Agarre-se a mim, e não haverá temor. Juro. Não mais medo.
Os olhos de Anya se abriram, aturdidos, quase sem ver enquanto tentava enfocar a Del Rey.
Agora estava perdida nas sensações açoitando através dele. A sensação dele, enorme, duro, afundando-se dentro dela enquanto os espessos impulsos de líquido pré-seminal continuavam jorrando em seu interior.
Faria isso até que estivesse completamente ajustado, ela sabia. E logo, só o mais brilhante prazer a queimaria. Esta foi a parte onde tinha começado o pesadelo da primeira vez. Esta furiosa necessidade, a forma em que ela se apertava ao redor da longitude de seu membro, movendo freneticamente seus quadris, desesperada por mais.
Mas desta vez, ele a estava encarando. Quando ele a tinha tomado antes, a tinha girado sobre o estômago e levantou seus quadris, não dando nada para agarrar-se. Ela não tinha tido sensação de calidez, nenhum sentimento do homem tomando-a como agora ela tinha.
— Anya — Sua respiração era ofegante, seu amplo peito movendo-se com ásperas respirações enquanto o suor corria por sua cara. — Não posso mais.
Sacudiu a cabeça, os olhos apertados antes de abri-los uma vez mais e centrá-los nos dela.
Sua mandíbula apertou-se enquanto seus quadris se sacudiram, empurrando aquele último centímetro de sua pesada ereção até o final. Anya sentia seu fôlego afrouxar seu corpo por preciosos segundos. Ela estava cheia, muito cheia. Ela estava queimando e tão desesperada por mais que se perguntava se sobreviveria.
Tragando apertadamente, lutou para olhar a seus olhos. Tão negros como a meia-noite, com um pingo de azul. Como se a cor se escondesse na escuridão, uma sombra de luz a agarrava para ele.
— Ah Diabos — Uma mão apertou seu quadril, a outra mais enterrada em seu cabelo enquanto ele assegurava seu cotovelo no ombro dela. — Não posso — ele tragou hermeticamente. — Não posso frear, neném.
— Não freie — ela ofegou. — Só me segure. — Sua voz se quebrou. — Somente me segure. Não me deixe me perder.
Seus olhos pareciam maiores, sua expressão se retorceu enquanto a luxúria transformava seus traços e ele começou a mover-se. Cada poderoso impulso penetrava mais profundo, até a apertada profundidade de sua vagina. A sensação a arranhava com insuportável e doloroso agrado. Acariciava-a ao longo das terminações nervosas, ocultas no profundo dela e queimava em sua alma.
Agarrou-se a Del Rey. Olhava-o, e sentiu o torvelinho juntando dentro dela, fechado sobre ela. Fome. Uma agônica necessidade tão profunda, tão desesperada que não podia lutar por mais tempo. Levantou seus quadris e suas pernas se envolveram ao redor dos quadris dele enquanto ela encontrava cada impulso, cada toque com um grito quebrado.
Estava cheia das cores da meia-noite, enquanto olhava em seus olhos e se agarrava a ele. Pestanas espessas e de cor loira escura, tão espessa que mais tarde estaria ciumenta. Sentiu os músculos de seus bíceps debaixo de seus dedos enquanto escavava neles, apertando-se a ele, ele se movia dentro dela, seus quadris empurrando forte agora, mais duro, mais rápido enquanto ela sentiu como nunca, estreitas espirais de prazer açoitando-a.
— Sim — sua voz era parte animal, parte homem. — Foda-me, Anya. Me leve, neném. Tudo de mim. Toma tudo de mim.
Ela sabia o que ia acontecer. Sentiu a construção de seu próprio orgasmo dentro dela, e sabia o que faria com ela, o que faria com ele.
Naqueles anos em que seu coração se fixara nesta casta, nunca tinha esperado por isto. Os cientistas e técnicos utilizavam às Castas como brinquedos sexuais, freqüentemente tomando-os como seus favoritos, chamando-os de "seus mascotes", e isto nunca tinha acontecido então. Não teve resultados animais daquelas aventuras sexuais.
Mas Anya sabia que ia acontecer agora. Ela sabia onde os lançaria o torvelinho, e lutou para não frear. Ainda não. Ela não queria que acontecesse ainda. Ela não queria o medo, não queria a perda total de si mesma que vinha com ele.
— Tenho-se — sua voz esfregando seus sentidos. — Agarre-se a mim, Anya. Tenho-se. Sempre.
Empurrou em seu interior, rápido, furioso, raiando com uma potência e um prazer que tomou aquele controle, tomou o último fio de força e rasgou seu entendimento.
Ela escutou seus próprios gritos de liberação. Ofegante, implorando, uma agonia de prazer rasgando através dela enquanto sentia a primeira erupção convulsiva despedaçar seus sentidos.
Então, sentiu a liberação dele. Sentiu o inchaço, a queimação do estiramento de seus músculos e malhas, o violento batimento do coração das pesadas veias golpeando forte nas terminações nervosas que gritavam pela intensidade adicional. Ela escutou seus gritos e, continuando, um som que era parte grunhido, parte uivo enquanto sua cabeça baixava e seus dentes perfuraram seu ombro.
Não era doloroso. Era muito intenso para ser prazer.
Anya estava encerrada em um mundo de sensações brutais, gritando seu nome enquanto sentia a primeira explosão de esperma em seu já muito sensível sexo, e a largura adicional bloqueando-o entre apertados músculos de sua vagina, liberando uma erupção mais dura, mais forte, que parecia aferrar-se em seu útero.
Ela se gozando duramente, cada gozo sacudindo seus músculos, apertando-os, até que ela gritou de medo e assombro. Porque ela não estava perdida. Ela podia sentir a Del Rey, seus grunhidos em seu ombro, seus ombros debaixo de suas unhas, suas coxas poderosas e flexíveis enquanto suas pernas os rodeavam
Ela não se perdeu sem ele, ela se tinha perdido dentro dele, apertados hermeticamente enquanto as chamas a arrasaram, o prazer rasgou através dela, e pela primeira vez em oito meses uma sensação de finalização a superou.
Quanto tempo durou, não sabia. Estremeceram-se juntos, sacudindo-se e gemendo, cada impulso posto em liberdade desencadeava outro menor dentro de sua explosão enquanto o nó de emparelhamento pulsava duro contra os sensíveis nervos e enviava outra corrente de elétrico prazer chispando através dela.
Ela era consciente de seus dentes enterrados em sua carne, mas desta vez, não houve dor. Houve a sensação da língua em contato com a ferida enquanto ele brandamente extraía os curvados caninos e lambeu mais da marca com gozo sensual. O tato de suas mãos, uma em seu cabelo, uma agarrando seu quadril com vigor, estava segura teria marcas roxas.
O nó pulsou uma vez mais e ela se estremeceu, um débil grito abandonando seus lábios enquanto outra correria de liberação se apoderou dela, causando espasmos através dele.
Era muito prazer. Muita sensação. Ela estava chorando. Podia sentir as lágrimas caindo de seus olhos, inclusive quando ela enterrou sua cara no ombro e o mordeu.
Mais tarde, ela estaria comovida, prometeu a si mesma enquanto sentia seus dentes apertados sobre o duro músculo de seu ombro. Mais tarde, ela debateria a conveniência da ação. No momento, ela escutou a exclamação de Del Rey emocionado, sentiu seus quadris rodarem em seu contrário, o inchaço dentro vibrar e um jorro de sêmen. Anya gemeu baixo e desordenado enquanto o sabor da carne masculina enchia sua boca e Del Rey pareceu encher sua alma.
Nada disto deveria ser bom, tórrido, enlouquecedor. Não este intenso prazer e todos os consumidores puderam sobreviver. Mas se não, então Anya temia que esta vez, ela estava perdida, não pôde aferrar-se a sua própria prudência.
Del Rey a agarrou. Era tudo o que lhe tinha pedido. Agarrá-la, não deixá-la ir. Sustentou-a contra seu peito até que o inchaço diminuiu e pôde retirar-se dela. Um gesto de prazer deformou sua expressão ao sentir, ainda, seu cômodo e bem quente agarre contra a muito sensível carne de seu membro. Outra pequena onda da sensação fluiu através de seus músculos antes que ela se relaxasse contra ele de novo, abraçada contra seu peito enquanto ele se derrubava a seu lado e a envolveu em seus braços.
Isto era o que tinha ansiado todos aqueles meses.
— Está bem? — Tentou manter sua voz baixa, esconder o grunhido nela. Não havia forma de deter a satisfação que o enchia.
Pela primeira vez em oito meses, não estava torturado pela necessidade. Estava semi-acordado, mas aquela desesperada palpitação de agonia já não estava presente.
— Hmm — ela murmurou contra seu peito.
Quase sorriu com o pequeno som resmungão e sonolento.
— Isso não é uma resposta, Companheira — disse ele, mantendo sua voz baixa quando a diversão penetrou através dele. — Devo avisar Wolfe que precisamos chamar a outro tribunal? — Um segundo mais tarde ele teve uma risada sufocada e um forte beliscão em sua cintura.
— Vá dormir — ordenou-lhe ela, mas sua voz era brandamente sexy e cheia com uma satisfação sonolenta. — Enquanto esteve vadiando os dois últimos dias, estive trabalhando. Estou cansada.
Ele sorriu de novo, recordando as gravações de segurança que Brim tinha lhe demonstrado antes que, literalmente, perdesse o conhecimento.
— Enquanto o Alfa está dormindo, a Coya está trabalhando? – Perguntou a ela.
— Ser sua Coya é um maldito e duro trabalho. — Ela se estirou enquanto falava, um sinuoso e quase felino movimento de graça que tinha feito retroceder a idéia de que Talvez pudesse fodê-la de novo. Possivelmente, mais lento e mais fácil.
Pregando o lençol sobre seus seios ela se sentou e o olhou, seu cabelo caindo ao redor de seu rosto, seu olhar sonolento e repleto de saciedade.
— Os Coiotes não são como os lobos — disse-lhe ela, dobrando os joelhos e apoiando o queixo sobre eles.
— Sim, sua ética de trabalho me aborrece às vezes — admitiu ele. — Estamos convertendo assassinos endurecidos em técnicos e pessoal de segurança. Só porque têm o conhecimento para fazê-lo, não significa que tenham o temperamento para isto.
Tinha reconhecido antes que se aproximaram dos Lobos por uma aliança. Seus planos eram enormes em comparação com as barreiras que ele enfrentava.
Então sua companheira sacudiu a cabeça.
— Este não é seu problema. — Ela o olhava, toda olhos. — Sua ética de trabalho é tão dedicada como os lobos ou os felinos. Eles só querem fingir o contrário. Estão trabalhando para criar algo, e isso significa muito um montão deles. Mas são muito solitários. Trabalho em equipe é seu problema.
Del Rey apoiou a cabeça em sua mão enquanto se apoiava sobre um flanco, olhando-a.
— Nós não fomos treinados para trabalhar juntos — disse a ela. — Teremos mais Coiotes chegando logo, líderes de manada que não têm problemas de retroceder no comando, quando sua quantidade de membros de manada seja menor a dez aos doze nossos. A maioria das equipes de dois homens. Atrasados que estão desertando do Conselho o mais rapidamente possível. Teremos outra dúzia ou mais logo, para acrescentar às dúzias procedentes do Oriente Médio via Bureau. Sua integração será mais difícil.
Viu como ela franzia o sobrecenho com a informação.
— Está retornando a realizar missões agora? — perguntou.
Del Rey a olhou cuidadosamente.
— Não estou voltando, Anya. Sou necessário aqui.
— Diz isto como se alguém estivesse em desacordo.
Ele suspirou ante isso.
— A ordem de separação está em desacordo — disse a ela. — Até que você informe ao tribunal que está aceitando o emparelhamento e seu estado de Coya, então estou obrigado por minha palavra, Anya. — Ele se aproximou e jogou com as pontas de seus cabelos de fogo. — Está aceitando seu lugar agora, ou simplesmente sentindo a sua maneira?
— Permitiria isso? – ela inclinou sua cabeça a um lado. — Tempo para mim, para sentir a minha maneira?
Ele e sua grande boca.
Del Rey olhou à suas costas e suspirou fortemente.
— Eu gostaria de te dar todo o tempo que necessitasse. — Ele encolheu os ombros. — Pode me escolher? Não quero te obrigar a estar em minha cama ou em seu lugar aqui. Não quero nada de ti que não seja dado livremente.
Ela assentiu lentamente
— Temos coisas a resolver. — disse ela. — Ambos. Notifique ao Tribunal que a ordem de separação é nula e sem valor, sem importar sua decisão no emparelhamento.
A satisfação surgiu dentro dele.
— Acredito que sabe minha decisão a respeito – lhe disse sobriamente. — É minha companheira, minha Coya. Não mudei minha opinião sobre isso. Nada pode mudar isso para mim.
Ela assentiu de novo, embora evidentemente houvesse mais em sua mente, e Del Rey duvidava se devia pressioná-la. Nesse sentido, sentia que era um terreno muito desconhecido. Ele havia dito uma vez que conhecia esta mulher e cada movimento, para se mostrar diferente do momento em que a tinha levado da Rússia.
Ela era mais forte do que ele tinha imaginado e definitivamente mais obstinada.
— Temos que voltar para Haven — disse finalmente, no silêncio. — Ao menos, precisa tomar os suplementos hormonais que permitem uma medida de liberdade dos sintomas mais extremos do calor. Não quero que sofra.
Ela sacudiu a cabeça.
— Esta é minha escolha — dirigiu-se a ele de novo. — Vou experimentar.
— Não é tão duro no varão, bebê — ele suspirou. — É suportável. Para as fêmeas, não é tão fácil.
Ela levantou os ombros em um encolhimento.
— Então, ficarei excitada. Só te arrastarei do que está fazendo e terá que fazer seus deveres de emparelhamento antes que qualquer outra coisa.
— Sério? — sua testa estava levantada. — E se me ponho quente?
Um travesso sorriso cruzou seus lábios.
— Não é tão difícil para os machos, lembra?
Que diabos era aquele repentino apertão no peito, aquela emoção que se apoderou de sua garganta e mantinha o olhar fixo nela, com uma necessidade nunca tê-la fora de sua vista? Sempre ver seus olhos faiscantes com alegria, aquele sorriso pequeno e franzido em sua cara?
Ela era, simplesmente, muito adorável. E ela era sua Coya. Não só sua companheira. Não só sua mulher. Ela era a outra metade de quem ou o que era ele em qualidade de Alfa de suas manadas.
Então ela suspirou.
— Acredito que, apoiada na informação que recebi durante os meses, que tenho várias horas antes que o teu apetitoso corpo vá se pôr a trabalhar outra vez. — Ela saltou da cama antes que pudesse chegar e detê-la. — Tenho que tomar banho e me vestir. Temos uma reunião em Haven logo que esteja preparado e um interrogatório para observar. Wolfe concordou atrasar o interrogatório do garçom até que pudesse estar presente. — Sua expressão endurecida enquanto retornava descaradamente nua, os peitos firmes e levantados com duros mamilos, cachos brilhantes de fogo entre as coxas. — Pretendeu te matar. Por que te escolheu como alvo?
Del Rey levantou a testa enquanto se levantava da cama, apesar da fúria que apertava sua tripa.
— Aquela escopeta não era para mim, carinho, era para você.
— Mas me matando, obteria tudo o que minha morte significaria para você — assinalou ela. — Muito poucos fora de Haven conhecem o acordo de separação. Para o mundo, segundo a imprensa, há vários meses somos o último grande casamento por amor das Castas. A seqüestrada administradora russa e o Coiote Alfa. As histórias eram muito românticas.
— Sério? — Ele franziu o cenho as suas costas. Não tinha mentido quando disse que não lera os malditos periódicos. — Como, românticas?
Reuniu sua roupa enquanto lhe disparou um olhar que não podia decifrar o bastante. Uma dessas olhadas femininas que freqüentemente ele tinha desejado quando viu outros homens conseguindo.
— Excessivamente romântica — ela riu enquanto comprovava seu enlace. — Ashley tem alguma informação que eu estava esperando; ela está aguardando por mim.
Jogou as roupas em um canto. Só então ele viu o estado de sujeira das roupas dela.
— Como aconteceu isto? — Ele perguntou enquanto ela desconectava o vínculo que tinha estabelecido com seu guarda-costas para pedir roupa limpa.
— Espeleología — ela se dirigiu ao banheiro.
Del Rey amaldiçoou enquanto a seguia.
— Exploração de cavernas? Que cavernas? Exploramos todas elas.
Ela rodou seus olhos enquanto entrava na ducha e ajustava a água.
— É obvio que fez. Só que não estamos as usando todas. Tem mais Castas vindo, lembra? Onde vai acomodá-los? Terão camas? Mantas? Toalhas?
Del Rey inclinou-se contra a entrada e a viu, amando os graciosos movimentos de seu corpo, a forma em que atirava a cabeça para trás, lavando seu cabelo, e ainda olhando a ele.
— Eles terão que encontrar o que necessitarem — ele franziu o cenho ante a idéia. — Está tentando abraçar todo o maldito lugar, Anya. Não há suficiente ao seu redor.
Ela riu disso.
— Não tenho tempo para abraçar. Mas tenho tempo para arrumar as habitações razoavelmente para eles. Gerará lealdade, Del Rey, e um sentimento de gratidão. Não há nada como uma comida quente e uma cama suave para recordar a um homem pelo que está lutando.
Não gostava de seu aparente conhecimento dos homens em geral. Ela só devia ser consciente de suas necessidades, pensou com um toque de orgulho ferido. Maldição, não o tinha abraçado ou cuidado de suas varonis necessidades nos últimos oito meses. Por que preocupar-se com outros? Estava abrindo seus lábios para lhe perguntar aquela pergunta.
— Hope e Faith estiveram me treinando ao longo de suas incursões no manejo de Haven — disse ela então. — Sei o que estou fazendo aqui.
Ele não tinha dúvida disso e que não era sua cadela. Em poucas palavras, não tinha desejo de compartilhar seu tempo ou sua atenção com o resto das manadas em seu conjunto.
Era egoísta dessa maneira, admitiu. Os Coiotes foram criados egoístas, entretanto, assegurou-se a si mesmo, tinha uma desculpa razoável.
Estava formando outro protesto quando ela começou a ensaboar-se, lavando seu corpo com rapidez, a espuma rodando sua carne de seda, brilhando contra a pele e capturando sua atenção, certamente mais do que se tivesse uma arma em sua cara.
Maldita. Tinha o intimidado. Seria maldito se soubesse como pôr o pé ali e incursionar a área, o que suas funções puderam ou não puderam ser. Abraçar outros Coiotes, inclusive impessoalmente, não ia ser uma de suas funções.
Infelizmente, antes que conseguisse obter um controle sobre sua língua ou suas perversas paixões, ela estava envolta em uma grossa toalha e a campainha suave soou. Alguém estava na porta.
— É Ashley. — Ela aparecia ao redor de seu ombro ao monitor que olhava na sala. — Entra na ducha, ela não precisa ver seu varonil traseiro. Ela já é suficiente perversa. Não necessito que seja pior.
Ele franziu o cenho as suas costas. Outra vez. Que merda tinha que fazer com a aparente falta de bom-senso de Ashley? Sacudindo a cabeça, dirigiu-se à ducha, entretanto, decidido a conseguir dirigir suas paixões enquanto pudesse conseguir dirigir a sua companheira. Estava começando a obter a sensação que se não o fizesse rapidamente, não haveria esperança disso.
Anya chiou seus dentes, enquanto puxava porta aberta e empurrou a Ashley no dormitório com firme puxão. Olhos grandes, seus lábios abertos em um pequeno gesto surpreso, a outra mulher olhava a Anya confusa, enquanto ela empurrava seu e-pad para a Anya.
— Só necessito que assine no X, Coya.
— Ele não tem lido as histórias dos tablóides a respeito daquela grande e maravilhosa história de amor que tivemos. Exatamente quantos pagaram as três àqueles periódicos para semear essas histórias?
Ashley olhou para as paredes por longos segundos antes de encarar Anya, franzindo seus lábios e movendo seus pés.
— Tiveram que lhes pagar por uma maldita coisa — ela murmurou. — Só sobre o orgasmo quando lhes deu. Como soube?
— Pode ser sutil, mas tive um montão de anos para decifra às três, não sou estúpida — ela inalou.
Ashley assentiu lentamente antes de jogar um olhar para a ducha.
— Estive um tempo sem ver o traseiro nu do Alfa. Posso jogar um olhar? É provavelmente meu aniversário. Seria um grande presente.
Os olhos de Anya se estreitaram.
— Ok — Ashley se estirou enquanto ela empurrava suas mãos nos bolsos traseiros de suas calças jeans e moveu os calcanhares das botas que usava. — Assim. partimos para Haven em um momento?
— Em um momento. — Anya a encerrou enquanto caminhava majestosamente para a cama e colocou a roupa sobre ela.
Secou-se rapidamente antes de colocar as calcinhas e o sutiã. Rapidamente, vestiu uma calça negra ajustada e um suéter cinza antes de sentar-se e calçar finas meias e empurrar seus pés no elegante par de botas negro.
— Hey, chefe — A voz de Ashley tinha um reconhecimento divertido. — Maldita seja, olhe os cabelos desse peito. Malditamente sexy. Dá a volta e me brilhe alguns bolos.
A cabeça de Anya girou para ver seu companheiro saindo a pernadas da ducha, com nada mais que uma toalha pregada em sua cintura.
— Olhe o descolorante na tintura de cabelo, Ash — ele sorriu. – Pode ser que devesse ver a Dra. Armani. Penso que a genética animal está retrocedendo a favor da humana no que a ti concerne.
Ashley rodou seus olhos.
— Só você me diz isso, isso é tudo — ela se dominou antes de passar a Anya. — Sharone, Emma e eu estaremos na sala da comunidade, se nos necessitar — voltou-se para sair.
— Não, não — Anya a parou. — Vai recolher a seus conspiradores e conseguir juntar o resto dos informes do dia para mim. Vou ler enquanto Del Rey e eu estivermos em Haven. Envie-os a meu PDA e esteja pronta para ir quando seu Alfa disser que nós estamos saindo.
— Talvez sua Coya possa dizer quando estaremos saindo — Del Rey disse igualmente. — Ela parece ter tudo planejado em seu dia.
— Ela está bem assim. Nós a ensinamos bem, né? — Ashley fez uma piscada de costas à ele antes de passar a Anya, uma vez mais. — Estou na rota, Coya. Arquivos para o PDA, preparação para a aventura em Haven. Pergunto-me se Styx tentará beliscar o traseiro de Emma de novo. Sempre é divertido vê-la tentar chutar seu feio traseiro.
Ashley se voltou e fez uma saída rápida enquanto Del Rey grunhiu baixo e com advertência. A porta de aço golpeou detrás dela, as fechaduras eletrônicas se travaram enquanto Anya se voltava para Del Rey lentamente.
— Brim estará aqui a qualquer minuto — disse. — Ele esteve esperando que despertasse.
— E terá todos os informes para mim? — Del Rey lhe perguntou sedosamente.
— Definitivamente, a maioria — prometeu. — E eu deveria sabê-lo, porque pus a maioria deles juntos. Se tiver alguma pergunta, entretanto, estou segura que pode responder a elas.
Ela viu como caiu a toalha e teve que tragar bem à vista de sua ereção. Os céus a ajudassem, ela o queria de novo. Podia sentir os músculos entre suas coxas flexionarem-se, sua calcinha molhar-se.
Ele a olhou por debaixo dos cílios, sua língua tocando seu grosso lábio inferior, a malvada luxúria enchendo sua expressão enquanto se aproximava dela.
— Vestiu-se muito rápido — sua voz profunda, seu corpo tenso.
Anya sacudiu a cabeça, sentindo sua respiração intensificar-se. Ela estava oferecendo-se e estava quente de novo para ele.
— Hum, acredito. . . — ela guardou o que ia dizer quando a alerta de segurança repicou de novo. — Acredito que seja Brim. Tem os informes. E essas coisas. — Ela se aproximou da porta enquanto ele ainda olhava-a com seu predador olhar de fome — Talvez devesse se vestir. — O alerta de segurança repicou de novo enquanto o monitor mostrava as feições impaciente de Brim — Olhe, ele está impaciente.
O grunhido de descontentamento de Del Rey retumbou, percorrendo até sua coluna vertebral enquanto ele se dirigia à cômoda e extraiu uma camisa branca antes de vestir os jeans, olhando-a intensamente, seu olhar nunca a abandonando até que abriu a porta.
Anya se deslizou, de novo, ao outro lado da habitação e exalou bruscamente enquanto Brim entrou a pernadas no curto corredor.
— Ela é aceita. Tem aos dirigentes das manadas ofegando sob seu polegar, e vou ser condenado se ela não está montando quartéis aqui, para a partida de Coiotes. Ela chegou a sugerir a contratação de um maldito cozinheiro, Del Rey.
Anya mordiscou seu lábio, olhou sobre seu companheiro e sorriu alegremente. Ela mostrou a cabeça, rodeando a borda da parede e saudou Brim.
— Ela está ainda aqui.
Ele se deteve. Olhou de Del Rey a Anya, inalou e sacudiu a cabeça preocupada.
— Diabos, ela cheira igual a você agora. Como diabos se supõem que vou estar em guarda por ela?
— Por que tem que estar em guarda por mim? — ela abriu os olhos inocentemente e olhava dele a Del Rey. — Está de guarda por uma ameaça, Brim, não por um amigo. — Ela suspirou com falsa dor. — E eu que pensei que poderíamos ser amigos.
Brim olhou a Del Rey com curiosa lástima enquanto sacudia sua cabeça para Anya.
— O que fez, deixou-a usar a tintura de cabelo da Ashley?
Os lábios de Del Rey se retorceram e Anya estava furiosa enquanto seus olhos se reduziram sobre os dois homens.
— Recordem-me de não fazer aos dois mais favores — ela murmurou.
— Tomarei nota para fazê-lo diariamente — Brim grunhiu antes de voltar-se para Del Rey. — Temos que falar. Sozinhos.
E Anya sentiu seu coração afundar-se. Ali estava. O final. Não tinha pisado nos dedos do pé de ninguém, mas ao parecer nos de Brim, e era o segundo-comando. Tinha o direito a objetar algo que ela tivesse feito. Fazê-la sair de qualquer reunião. Reduzi-la a não mais que guardião quando ele e o Alfa estavam ausentes.
— Não trabalhamos a sós agora, Brim. — Anya olhou a Del Rey, emocionada. — Ela não é só uma companheira, ela é minha Coya. Uma cujas responsabilidades e deveres serão discutidos quando o tempo o permitir. Até então, estará presente em todas as reuniões. Se ela não entender as decisões que precisam ser tomadas, ela não pode tomar as decisões que ela precisa tomar e acredito que ambos deverão estar incapacitados por um comprido período de tempo.
Manteve-se ao seu lado. Era um gesto simples, mas um que tinha seus olhos molhados quando ela se dirigiu para ele e colocou sua palma contra a sua. Ela era sua Coya. Tinha deixado claro sua posição, e aceitando sua mão, aceitou sua posição. E ao homem.
Era um passo, ela se disse. Um passo entre muitos.
Anya se sentou em silêncio e olhava através do espelho de dois corpos a sala do interrogatório, onde o garçom estava sendo interrogado. Seu nome era Rum Coley e tinha sido contratado fora de Dallas, Texas, para a festa que tinha sido pensada para converter-se em um massacre. Não sabia quem o tinha contratado, só que ia proporcionar uma distração enquanto o objetivo era assassinado por outro membro da festa. Tinha tido sua imagem, seu nome e nada mais.
— Quem contratou ao pessoal para a festa? – Del Rey perguntou ao líder alfa dos Lobos, Gunnar Wolfe.
— Um serviço de catering de Boulder — Wolfe murmurou. — Examinamos aos empregados. Ele está registrado como contrato trabalhista, mas seu nome e sua imagem não marcavam nenhuma bandeira vermelha.
Anya continuou para ver como Jonas Wyatt, chefe do Escritório de Assuntos de Raça, continuava, até o momento, interrogatório civil.
— O que há a respeito dos outros empregados? — Del Rey perguntou. — Foram detidos ou interrogados?
Wolfe fez um movimento com sua cabeça.
— Jonas tem vigilância no lugar dos empregados, mas foram despedidos depois do interrogatório oficial. A aplicação da lei no Condado de Boulder, assim como na cidade, estão exigindo respostas para sua detenção e a inclusão no interrogatório. Negou-lhes.
A lei das Castas deu-lhes autonomia em matéria de segurança e aplicação até um ponto. A chegada de Jonas fez a detenção oficial, e o interrogatório do garçom era simplesmente uma formalidade. A notícia de seu castigo, se era a morte ou a prisão, iria antes ao tribunal de Bureau uma vez que ele tinha concluído suas recomendações. O Tribunal era de doze membros, procedentes dos quatro comitês que conformam o organismo reitor da Sociedade das Castas.
— Jonas não vai obter a informação que necessitamos aqui — Del Rey murmurou, enquanto continuavam olhando. — O Conselho da cidade estava nisto, Wolfe.
— Sabemos — Wolfe assentiu enquanto Dash Sinclair se sentava do outro lado, os olhos se reduziram sobre o interrogatório.
De onde Anya se sentava, a um lado da pequena habitação, podia-se ver a expressão de cada homem. O líder alfa dos Felinos tinha permanecido em silêncio, mas seus olhos cinza brilhavam com ira enquanto observava.
— Não imagino que isto será passado por cima, Del Rey — Dash falou então, sua voz fria enquanto olhava o interrogatório. — Sua Coya não é menos importante que a Prima ou a Lupina. Não vamos permitir que isto continue.
Anya olhava à Casta de Lobo, pai da incrível moça que tinha advogado pela separação de Anya de seu companheiro. O pai de Cassandra Sinclair era forte, mas essa força estava suavizada com compaixão, embora ela pudesse sentir dentro dele uma consciência que, às vezes, o sangue devia ser derramado.
— Vamos ter que negociar com a cidade antes de ir muito mais longe — Del Rey disse. —Raines está exercendo sem nenhum controle. Nos últimos dias, têm atirado suficientes informação sobre cada homem para fritar a todos eles. Meus soldados encontraram evidências da droga que estávamos seguindo na casa de Raines, assim como nos lares de outros quatro membros do conselho municipal. O Gabinete Coiote está convocado esta noite para preparar uma proposta sobre como abordar esta questão.
Wolfe olhou a Anya.
— Ouvi que ordenou mover-se enquanto estávamos curando a sua Coya. Nenhum de nós considerou as carteiras e os xales das mulheres que ficaram ali, e nem o fato que os membros do conselho pudessem ter roubado estes elementos, sabendo que ninguém estaria ali para recolhê-los. Foi um engenhoso plano.
O olhar de Anya se centrou em Del Rey. O orgulho masculino era uma coisa tênue, ela deveria ter pensado nisso antes de propor qualquer plano militar. Como Brim lhe havia dito enquanto Del Rey dormia, deveria ter esperado, apresentado o plano ao Alfa, logo ao Gabinete em lugar de ordenar a um dos soldados preparar a proposta.
Os lábios de Del Rey se moveram com diversão enquanto a olhava.
— Ela dirigiu a Base com a mesma dedicação e compromisso que Hope e Faith lhe mostraram. Era seu dever quando ela esteve em Haven. Tenho que dar obrigado por autorizar a Hope brindar tempo a Anya.
Anya inalou com isto. Malditos manipuladores Lobos e Coiotes. Uma mulher não tinha uma oportunidade contra eles. Inclusive ensinavam a suas mulheres como intrigar e manipular. Deveria ser ilegal.
Voltou seu olhar de novo ao interrogatório, logo que contendo um bocejo enquanto Jonas Wyatt, o pior rabo do Escritório de Assuntos de Castas, perguntou ao dono de cantina outra vez quem era seu contato e como recebeu sua missão.
— Homem, olhe, já o disse — o garçom se burlou. — Eu não sou nenhum maldito assassino de Castas, e se eu o fosse, não ficaria preso.
— Você cheira a sangue, Sr. Coley — Jonas arrastou as palavras. — Tenho seu arquivo, conheço-o melhor que você mesmo agora. É um dos pequenos peões descartáveis. Mas mesmo os peões têm informação, e você me dirá o que quero saber.
— Ou o que, você arreganhará e grunhirá? — Rum se inclinou para frente, os braços agarrados sobre a mesa enquanto sua trapaceira cara se retorceu em linhas de asco. — Ou me vai morder?
Anya mal viu o impreciso movimento do braço de Wyatt. Mas um segundo depois, marcas de garra, profundas e sangrentas, sulcavam a cara do garçom, e ele chiava como um porco estripado, saltando para trás, tão longe como as cadeias lhe permitiram.
Olhava-se no espelho de dois corpos, ao ver o sangue gotejando por sua cara agora, as marcas que se estendiam sobre seu olho, logo por debaixo do olho e da bochecha até sua mandíbula.
Anya nunca tinha visto nada parecido.
— Maldição, Wyatt está conseguindo zangar-se. — O orgulhoso líder Alfa reforçou aproximando-se da janela. Eles não podiam ver a cara de Wyatt, só a de Coley e estava cheia de terror agora.
— Então, está preparado para responder a minhas perguntas, Sr. Coley? — A voz de Jonas era fria, imperturbável, quando o garçom começou a agitar-se.
O olhar caiu sob a mesa e parecia mais pálido.
— Isso não é possível — ele ofegou, fosse o que fosse que estava vendo.
— Me olhe, Sr. Coley.
O olhar de Coley retornou para a cara do Diretor do Bureau.
— Muito bem. Você permanecerá sobre o tema, ou certamente da próxima vez, farei com que chegue até o osso, talvez tome um olho. Isso não é uma experiência agradável para a vítima, e é bastante problemático quando tenho que fazê-lo. Prefiro não ter que recorrer a esses meios. Agora, está disposto a me dar a informação que pedi?
Coley tragou hermeticamente.
— Disseram matar para a garota. Ela era a esposa do Coiote, ou algo assim. Matá-la, e os Coiotes começarão a abandonar aquela base. Nós poderíamos inclusive ser capazes de obter que uns poucos retornassem ao Conselho. Eu ia receber ajuda. Ali supusemos ser seis de nós. Fomos matar primeiro as mulheres enquanto preparávamos nossa fuga do salão de baile. Tantas como pudéssemos, prestando especial atenção as companheiras ou amantes de mais alta fila. Matem a elas, disseram, e rompem as costas das Castas. Isso é tudo o que sei.
— Quem era seu contato?
Coley se estremeceu.
— Tenho uma filha — levantou seus olhos, o olhar torturado agora.
— Por que me preocuparia com sua filha? — Jonas perguntou friamente.
— Ela tem só treze anos. — Ele tragou hermeticamente. — Eu sei coisas que eles não sabiam, eu sei. Ouvi a respeito das Castas. Vocês não machucam crianças, não importa o que aconteça. Proteja a minha filha, e lhe darei informação que sei que não têm.
— Por exemplo? — Jonas lhe perguntou.
— Os nomes dos membros do conselho da cidade, aqui e na Virginia, perto do Santuário que está envolvido em um plano para tirar os líderes das Castas. E tenho mais. Tenho nomes de Castas que os ajudam. — Ainda estava olhando ao Jonas com horror. — Deus, homem, deixe de fazer essa merda, por favor. Darei-lhe o que quer, mas tem que proteger a minha menina. Acabo de fazer isto por dinheiro. Isso é tudo. Só para minha menina.
Anya olhava a sala, horrorizada. Seu olhar voltado para a cena baixo, os olhares frios e duros com que as Castas o olhavam também.
— Senhores? — Calam Lyon se dirigiu aos outros interrogantes.
— Sua filha é cega — disse Dash. — Treze anos de idade.
— Chame Wyatt aqui — Wolfe disse. — Sugiro que enviemos uma equipe para recolher a menina, e logo retomemos o interrogatório de Coley. Pediu asilo para sua filha por sua própria e livre vontade. Vejamos o que podemos conseguir.
Eles se giraram a Del Rey.
— É sua decisão o que fazer, Del Rey — disse-lhe Wolfe. — O ataque foi principalmente contra sua Coya.
Ele olhou na sala enquanto Anya o olhava, sabendo exatamente qual seria sua decisão. O conhecimento era aterrador; ela sabia, inclusive antes que ele falasse a postura que adotaria.
— A menina é a mais inocente em toda esta confusão — ele grunhiu. — Eu gostaria que Brim e sua equipe fossem atrás dela. Sugiro somente uma equipe de agentes, completamente qualificados para recuperar a menina. Ela estará observada. Eles sabem que temos ao garçom, podem até já levado a menina para assegurar seu silêncio.
Calam ativou o alto-falante na habitação.
— Recuperação de filha menor de idade aprovada e sancionada — afirmou. — Você tem a plena garantia de cada líder Alfa que sua segurança será nossa prioridade principal, Sr. Coley. Enquanto que você cooperar. — Calam remarcou a última frase, e a expressão no rosto de cada um dos Alfas asseguraram a Anya que, não importa o que Coley fizera, aquela menina nunca saberia de nada, mas estaria segura.
As crianças eram o ponto principal de cada Casta, Anya sabia disso. Não importava se era das Castas ou uma criança humana da rua. As Castas sempre foram conscientes que quando uma criança estava perto, eles estão sempre os protegendo.
Coley assentiu enquanto Jonas lhe entregou um lenço.
— Para seu rosto — declarou o diretor, embora Anya visse sangue em suas unhas. — Vamos conseguir um médico daqui para ver os arranhões. Não queremos assustar a sua filha quando ela o ver.
Coley inalou, quase com brincadeira.
— Ela é cega. Ela não pode vê-los.
Houve bufidos dos Alfas, o desprezo enchendo os sons.
— Pobre menina — suspirou Jonas. — Ela tem um pai que provavelmente não se dá conta dos talentos que possui. Por que lhe importa se ela está protegida, Coley?
Coley se voltou para ele, confuso.
— Ser cega não significa que não a amo — disse com dureza. — Ela é só uma criança. Vocês, moços, estão em guerra com o mundo e sabem disso. São adultos. Não quero danificá-la com isto. Ela parece pensar que os bastardos são frios ou uma merda.
Lástima que o pai não seguiu os instintos da filha, Anya pensou, enquanto se deslocou em sua cadeira, consciente da lenta construção de calor em seu estômago, assim como da confusão maciça que estava enchendo sua mente.
Como tinha sabido o que seria a resposta de Del Rey? Ninguém poderia culpá-lo por querer sangue em lugar de querer um compromisso de amparo a uma menina cujo pai tinha dirigido um ataque a seu cônjuge e a ele mesmo. Às vezes os Coiotes eram mais lógicos, menos emocionais que as outras Castas. Poderiam ser mais frios e menos sentimentais. Mas a voz de Del Rey tinha profundidade com suas reflexões sobre o amparo da menina.
Ela apertou seus dentes e se levantou enquanto Del Rey se dirigiu a seu lado, parando e olhando-a com seus olhos negros. Podia cheirar a excitação, ela sabia. Quando floresceu em seu interior, ele soube. Uma parte dela estava mais assustada sobre isto. Completamente aterrorizada de que nenhuma emoção, nenhum sentimento, nenhum indício do que estava fazendo ou pensando podia ser oculto a ele.
— Vou ao quarto das damas — Ela ingeriu hermeticamente. — Te encontrarei em alguma parte?
— Vou esperar aqui — finalmente lhe disse, brandamente. — Retornaremos à base logo.
Anya assentiu antes de sair rápido da escura habitação.
No vestíbulo, Sharone, Emma e Ashley a rodearam, suas expressões concentradas enquanto a olhavam.
— Wow, o calor está mau de novo, né? – Ashley disse.
— Cale-se, Ash — Emma vaiou.
— Bem, diabos, não é que ela não sabia que ia acontecer quando se negou a última injeção. — Replicou Ashley — Quero dizer, ela não vai ao tribunal de novo.
O silêncio seguiu a Anya, então.
— O que? — Ashley finalmente sussurrou, quase horrorizada, quando Anya levantou sua mão em um sinal para que os guarda-costas permanecessem fora enquanto ela entrava no banheiro de mulheres e se dirigia aos ralos.
Abriu a água fria, pôs seus pulsos debaixo do jorro e a cabeça contra o espelho frio.
Tinha tentado ignorar o calor construindo-se nela. Ela deveria ter tido um par de horas antes que este se convertesse em algo mal. Antes que seus seios se inchassem, seus mamilos voltando-se tão sensíveis que o sutiã era doloroso. Seu clitóris estava tão inchado, tão repleto, estava tocando a seda de suas calcinhas. Cada movimento que fazia era uma agonia agora.
Parte dela estava fria, fria até os ossos, e dolorida por que Del Rey envolvesse seus braços ao redor dela, e outra parte dela se negava a pedir, a rogar pelo que ela necessitava. Ela tinha feito o primeiro movimento. Ela tinha ignorado os insultos da Sofía para começar, logo, fizera o primeiro movimento e iniciara a aventura sexual que tinham tido. Ela estava obrigando a seu orgulho a retroceder, e tentando condenadamente compensar os últimos meses, mas não era fácil.
E enquanto juntava aquele gelo, também se queimava. Era aterrador. Quente e fria ao mesmo tempo. Não, não só quente e fria. Gelada e ardente. Estava afetando sua capacidade de pensar, de sustentar sua compostura e moderar-se.
A compostura era tudo. Se ela ia tomar seu lugar ao lado de Del Rey, então teria que demonstrar que era competente e capaz de tomar decisões quando fosse necessário. Se deixasse o calor de emparelhamento fazer isto com ela, então iria fracassar.
Quase choramingou com o pensamento. A forma em que se sentia agora não podia ajudá-lo a fazer nada, salvo rodar na cama. O que aconteceria se fossem atacados? O que aconteceria se a Base estivesse em perigo? Como poderia fazer o que deveria fazer, e saber que Del Rey tinha fé nela para fazê-lo, enquanto ele e os outros soldados Coiotes defendiam o interior das cavernas?
Não seria capaz de confiar nela. Ela seria uma responsabilidade de novo. Algo para foder. Essa seria a medida de seu valor para ele, e ela não podia suportar isso.
— Coya?
Endireitou-se rapidamente com o som da voz suave de Hope atrás dela. Maldita seja, deveria ocultar-se antes que mostrasse as furiosas emoções enchendo-a.
Fechou a água e tirou várias toalhas de papel para secar as mãos, enquanto se voltou a fazer frente à outra mulher.
— Lupina — ela sorriu de novo a sua amiga. — Alguma vez lhe faz sentir estranha como o inferno quando alguém te chama por seu nome?
Os lábios de Hope se inclinaram com encantadora diversão.
— É de acordo com a pessoa. Eu sou Hope para muitos, mas também sou a Lupina – ela encolheu os ombros. — Sou a mesma pessoa, não importa o nome que utilizam.
— Certo — Anya sorriu enquanto inalava devagar. — Vou sair daqui com você. — Ela se dirigiu à porta.
— Detive-me para te falar – a declaração de Hope a fez deter.
— Por quê?
— Brim informou a nosso chefe de segurança, Jacob, que você não continuava com o tratamento hormonal, apesar dos efeitos mais dolorosos do calor. Não tem que sofrer, Anya. A base da terapia hormonal controla a dor e a concepção até que esteja pronta para isso. O que estava tomando controlava o calor em si mesmo. Tem uma opção neste sentido.
Anya respirava mais pesadamente neste momento.
— Eu fiz minha eleição, Hope — sussurrou ela, olhando atrás da outra mulher intensamente — É justo. . . — ela tragou hermeticamente. — Me pegou com a guarda baixa.
Hope a olhou com incredulidade.
— O calor é aterrador — disse. — Eu sei bem quão mal pode ser. Até que a companheira de Kiowa e, logo você em maior medida, permitiram que nossos médicos e cientistas realizassem um seguimento de como funciona dentro de nossos corpos, sabíamos o horror de cada mês. Podíamos senti-lo vir antes de nosso ciclo, então, logo que tinha acabado, estávamos golpeadas com o ciclo do calor de emparelhamento. E que nem sequer contam aquele primeiro mês de emparelhamento, quando é como uma garra viciosa rompendo sua mente e seu corpo. Não tem que ser assim.
Anya olhava atrás da Lupina, a dor no peito era quase brutal, enquanto ela tragava suas lágrimas de novo.
— O que acontece — disse — se não estiver em condições de conseguir seu médico? Se a Base está bloqueada e estamos sob ataque? Se não souber como dirigi-lo, então como posso ajudar a Del Rey? O que devo fazer para evitar me converter em algo a ser protegido sobre todas as coisas, em vez de alguém que pode ajudar? Aprendeu como trabalhar; ouvi quão bem cuida de suas funções, inclusive no meio do calor do emparelhamento, enquanto Haven está sob ataque. Como trabalhou dentro das áreas protegidas para assegurar que estão funcionando corretamente enquanto Wolfe e outros se defenderam dos ataques. Como posso fazer isso, se eu não entender como controlar meu próprio corpo?
— E ser algo mais que uma amante é muito importante para você, não é, Anya? —Hope disse brandamente.
— Não é para você? — Anya perguntou, confusa. — Vocês o expuseram nos laboratórios de Wolfe. Vimos o que os espera se forem capturados, o que vem. O amparo de Del Rey significa tudo para mim.
— Não se sentia dessa maneira há oito meses — assinalou Hope.
Anya girou rapidamente longe dela enquanto sua mão passou sobre sua frente e apoiou a outra em seu quadril.
— Não podia pensar então — sussurrou ela antes de dar marcha atrás. — Tudo o que sabia era a ira e o medo que só cresceu dia a dia. Durante três semanas, vivi neste pequeno mundo horrível, onde não pode controlar um simples pensamento. — Ela sacudiu a cabeça enquanto empurrou suas mãos nos bolsos de sua calça e olhava ao redor da pequena sala feminina que levava aos banheiros. — Lutei desde minha puberdade para controlar meu temperamento. Uma vez que o obtive, de repente há algo pior que meu corpo e mente podem fazer que eu não possa controlar. — Ela piscou atrás de suas lágrimas enquanto olhava à Lupina. — E eu o culpei, quando não deveria fazê-lo. Eu não gosto disto, e estou condenadamente segura não vou permitir que volte a ocorrer. Mas também não vou permitir que esta reação que está passando entre nós se faça uma carga para ele.
Hope inclinou a cabeça e olhava a suas costas.
— Porque utilizava sua lógica, sua compostura, e a provocação que sabia apresentaria às Castas ao chamar sua atenção para si — ela adivinhou. — Agora está aterrorizada de lhe permitir ver a verdadeira Anya.
Anya se acovardou. Ela olhava para à Lupina miseravelmente.
— Eu arreganhei a meu guarda-costas por me manobrar na posição da Coya. Mas eu sabia o que estavam fazendo, de longe, de um lugar onde não tinha que admiti-lo a mim mesma. Eu sabia, por que utilizei a mesma astúcia para chamar a atenção dele, para que ele me quisesse, para que confiasse em mim. Ele pensava que estava escolhendo uma mulher que poderia lhe ajudar a estabelecer sua liberdade. Em vez disso, descobriu que se casou com uma menina que não podia aceitar as mudanças em sua vida. Não quero que se inteire que ela se converteu em uma mulher que nem sequer pode controlar seu corpo o tempo suficiente para tomar uma decisão racional.
Hope suspirou e sacudiu a cabeça.
— Posso entender suas razões. Mas não posso tolerar seu sofrimento, Anya. Há ajuda disponível.
— Mas não é ajuda que possa contar com ela — ela gritou, antes de tampar sua mão com sua boca. — Deus, me escute. Não posso nem sequer debater de maneira eficaz. Ganhei prêmios por minha capacidade de debater quando eu tinha dez anos, e agora me sinto como sentada no chão e chorando como um bebê.
Tinha sido pior oito meses antes. Umas mil vezes pior. Dez mil vezes. Ela apenas recordava as semanas, os temores impulsionando tão profundos na cabeça que não podia escapar deles. Também, ela tinha soluçado. Às vezes durante horas, apertando suas mãos sobre sua boca para que os médicos e seu guarda-costas não escutassem o nome de Del Rey em seu pranto.
E agora quase teve que morder sua língua para não gritar por ele. Simplesmente o queria para que a sustentasse. Só isso, nada mais que fizesse algo para aliviar o gelo em seu interior.
— Sou um desastre, Hope — sussurrou ela.
— OH, Anya — A expressão da outra mulher se cobriu de compaixão. — Precisa falar com ele. Seu corpo e sua mente sabem o que necessita, além disso, do sexo. Ele pode te ajudar.
Ela sacudiu a cabeça, enquanto sorvia suas lágrimas e inalou uma vez mais, determinada a conseguir dirigir isto.
— Vou estar bem — ela não ia choramingar a Hope sobre a relação que não era uma relação entre ela e seu companheiro. Era sua culpa. Tinha que encontrar uma maneira de arrumá-lo.
— Sim, estará — Hope disse brandamente. — Me diga que, quando sentir mais disto, me fará uma chamada. Prima Lyon e eu estávamos pensando que a primavera seria um grande momento para sua cerimônia oficial. Ela está oferecendo o parque do Santuário para os votos, ou Haven está disponível também. Eu adoraria utilizar Haven.
A cerimônia. Umas bodas. Perguntava-se se Del Rey estava procurando os anéis. É obvio, não mencionaria a ela se estivesse. Provavelmente, já tinha as malditas coisas e nem sequer estava dizendo.
— Eu adoraria Haven – Anya admitiu. —E a primavera soa maravilhoso. Quando Del Rey finalmente conseguir falar a respeito disso, falarei com você.
Hope assentiu. Enquanto ela separava seus lábios para falar, a porta se empurrou para dentro, deixando Del Rey de pé na entrada, detrás dele, Wolfe.
O olhar de Del Rey depositado nela, o cenho franzido antes que a agarrasse para tirá-la.
— Estamos retornando à Base — disse. — Os Alfas voltarão aqui esta noite para finalizar os planos que têm que ser feitos.
Por ela. Porque suas emoções estavam em tal caos que seu companheiro sabia que tinha que levá-la de volta à Base e fodê-la. Sua cara ruborizada com o conhecimento que todo mundo sabia também.
— Um problema temporário — ela respirava profundamente enquanto se dirigiu a ele. — Estou bem.
— Sei que está bem — afirmou ele. — Há uma informação que temos que recolher antes que possamos finalizar nossos planos. Estamos retornando à Base.
Anya tinha uma terrível sensação de que ele estava fabricando desculpas, mas ela não podia ignorar sua mão estendida. Deus, necessitava a calidez daquilo pelo menos.
Enquanto ele a guiava da sala, deu-lhe mais. Seu braço curvado ao redor de seus ombros, estendendo a calidez de seu corpo e fazendo retroceder o frio que ameaçava sacudi-la através de seu corpo e deixá-la tremendo de debilidade.
Anya manteve a cabeça alta, caminhou mesurada. Sua expressão controlada. Ela se inclinou para ele quando a aproximou, e queria fechar os olhos à calidez que lutava contra o gelo agora. Odiava a si mesmo por necessitá-lo. Odiava a si mesmo por não ter podido estar contra a necessidade do prazer que se construiu como uma agonizante fúria em seu interior.
Não tinha necessitado uma muleta em todos aqueles meses. Ele era forte, lutou contra aqueles que tinham destruído às Castas, e manteve sua lógica e sua capacidade para dirigir intacta.
Entretanto, ela não podia. Quanto poderia ser mais difícil para ela que para ele? A diferença não podia ser uma grande brecha, não importava o que os médicos lhe haviam dito. Os machos Castas não permitiram experimentos ou provas. E não tomavam hormônios para controlar o calor do emparelhamento. Como os médicos sabiam que era muito pior? Os machos Castas eram criados para a dor incrível. Dor que um homem normal não poderia sobreviver.
Enquanto eles entravam no ar da noite, um militar retirado levava uma limusine até a entrada do búnker subterrâneo. Cavalier, um dos guarda-costas pessoais de Del Rey, saltou da cabine de passageiros e abriu a porta enquanto Del Rey a empurrou ao interior.
E a seguiu empurrando até que estava sobre suas costas, a porta golpeando detrás deles enquanto ele veio sobre ela.
Seus lábios estavam sobre ela imediatamente, malvados, o sabor quente de seu beijo preparando seus sentidos, enchendo-a com o hormônio que tinha iniciado o calor do emparelhamento.
Seus braços envoltos ao redor do pescoço, sujeitando apertadamente enquanto suas pernas se abriram, lhe permitindo localizar-se entre elas. Estavam totalmente vestidos, mas a calidez de seu corpo filtrou através do material, trabalhou em sua carne, e se sentia o calor reunindo-se em lugar do gelo.
Podia sentir o calor queimando em seu interior, fazendo a excitação mais profunda, mais forte, mas tirando a dor.
A excitação que podia dirigir. A dor pela necessidade de seu contato, ela podia dirigi-lo. Mas à dor, o gelo, a confusão, não podia enfrentá-los. A perda completa de controle fora de seus braços? Aterrorizava-a.
A perda de controle aqui, ela podia dirigi-la. A forma que seu beijo a enchia, esfregando brandamente o prazer depois que o prazer atravessava seus lábios, enchia seus sentidos com o tato e o gosto dele enquanto ela se movia contra ele. Ela estava a salvo aqui. Ela não tinha que controlar isto.
Uma mão na cabeça, a outra a tocando, empurrado por debaixo de seu suéter, apoiando-se em seu estômago, e o calor ali, era incrível. Era como de fusão.
— Quanto necessitava seu toque — ele grunhiu contra seus lábios. — Cresceu gelo aqui primeiro — sua mão a pressionava mais estreita. — Frio até que senti que meus ossos se romperiam pela necessidade de seu calor.
Ela olhou a seus olhos escuros, vendo as sombras da dor e o frio que tinha padecido durante oito largos meses.
Ela sacudiu a cabeça, lutando contra a culpa que a consumia, a prova que o tinha deixado sofrer. Os machos Castas, ela tinha aprendido, tinham uma instintiva necessidade de proteger a suas companheiras. Para sustentá-las contra qualquer dor, para resguardá-las tanto como seja possível.
Beijou-a de novo, caindo nela, sua língua acariciando contra a dela enquanto ela gemia contra seus lábios com prazer. Ele acariciou seus lábios, lambeu-os. Cada contato estava cheio de ternura, com dolorosa calidez enquanto se ocupava dos efeitos do calor do emparelhamento que os tinha esmigalhado em sua separação.
Ele levantou a cabeça.
— Me olhe.
Seus cílios se levantaram até que estava olhando em sua decidida e arrogante expressão.
— Nunca faça isto de novo, Anya. Nenhuma vez. Quando o calor do emparelhamento crescer, se não pudermos satisfazê-lo nesse momento, então meu beijo te ajudará até que possamos. Não importa onde estejamos, não importa o que estejamos fazendo, meu beijo é teu. Meu carinho é teu. Entendeu?
Teve que lutar de novo contra suas lágrimas, sua culpa, o conhecimento do que tinha feito a ambos.
— Por quê? – ela sussurrou. — Oito meses, Del Rey, e eu permaneci longe. Por que o fiz sofrer tanto assim?
— E você acha que deveria te culpar? Que devo te desprezar? — perguntou enquanto empurrou com ternura, de novo, o cabelo fora de seu rosto. — Anya, acha que não sei quão aterrorizada estava o dia que tomei e disparei a sua família diante de seus olhos? Que eu não sabia que tinha mentido, traído a confiança que me deu tão livremente? Nunca te culparia, meu pequeno amor. A mim, sim. À minha própria impaciência e à luxúria, definitivamente mais. Mas nunca a você.
— Deveria me odiar. — Uma lágrima escorregou livre. — Você sofreu e sua base sofreu; seu povo sofreu porque você não estava ali. E não estava ali por minha culpa.
— Mas sofreu por minha causa – ele suspirou. — E agora nem sequer importa se há culpa para ser estabelecida. Está em meus braços. Minha companheira. Minha Coya. Nós lutaremos através disto, Anya. Juntos.
Seus lábios se apoiaram brandamente sobre os dela, separando-os, inclinou-se e tomou em um beijo, que roubou sua capacidade de debater, de argumentar, de estar de acordo ou em desacordo. Ela chupou sua língua em sua boca, zombando dele, tentando-o.
Levantou seus quadris, seu sexo esfregando-se duro contra a cabeça de seu membro, Seu clitóris desfrutando no calor correndo entre seus corpos agora.
Suas mãos se moveram, arrastando para baixo seus braços, empurrando debaixo eles para puxar a camisa fora de seu jeans e escavando debaixo das roupas até que tocasse dura e quente carne
OH Deus, amava a sensação dele. Ela o queria para envolver-se ao seu redor como uma manta e aferrar-se a seu calor para sempre. Chamuscando as palmas de sua mão enquanto seu beijo se infiltrava em sua alma e a deixava tremendo com as sensações construindo-se dentro dela.
Como tinha sofrido ao longo dos meses, e se negava a admiti-lo. Como tinha se preocupado, lutou com ela mesma, e lutou contra a necessidade que fluía entre eles, inclusive antes que ela tivesse conhecimento sobre o calor do emparelhamento. Era uma parte dela. E tinha sido parte dela do momento que seus olhos negros se encontraram com os seus quando ela não tinha tido mais de dezesseis anos.
Antes que se tocassem. Antes daquele primeiro beijo. Antes da ira e do medo, e da criação do mundo que ela estava ingressando quando entrou nos braços de Del Rey.
— Preciso te foder — ele grunhiu enquanto seus lábios se levantaram dos dela e viajaram a sua mandíbula, o pescoço. — Tenho que estar dentro de ti, Anya. Tão profunda, tão firme que não há você, nem eu. Só isso.
Seus dedos se apoiaram sobre o fechamento de suas calças, puxando o zíper.
— Sentei-me nesse maldito quarto escuro, cheirando sua necessidade de mim e pensei em que teria queimado meu controle antes que conseguisse te tocar. Imaginando como estava de úmida. Esteve sempre úmida para mim, Anya. Sempre. Antes do calor, antes que tivesse ainda a idade suficiente para me tocar, esteve molhada por mim.
Um grito rasgado saiu de seus lábios quando o dedo de Del Rey escovava os saturados cachos entre suas coxas.
— Assim molhada, sua vagina se adere à seda de suas calcinhas. — Ele mordiscou sua mandíbula, logo lambeu a pequena ferida. — Seus sucos se aderem a minha língua da mesma maneira. Amando meu toque. Ama meu toque, Anya?
— Eu adoro seu toque — ela suspirou, levantando os quadris para suas palmas enquanto as cobria. — OH Deus, Del Rey, sempre amei seu toque.
— Eu adoro seu tato — ele grunhiu. — Morro por ele, sonho com ele. Acordo suado, mas congelado pela necessidade de seu calor.
Dois dedos dobrados, separando as inchadas dobras entre suas coxas e penetrando lentamente, quase burlonamente, nas profundidades doloridas de seu corpo.
Era tão bom. Tão brutalmente bom que Anya se atirou contra ele, seu nome um grito em seus lábios enquanto sentia seus músculos interiores apertando ao redor de seus dedos. A calidez de seus quentes sucos fluiu ao redor de seus dedos, manchando-os, facilitando seu caminho enquanto empurravam lentamente em seu interior.
— Eu sofro por isso – ele sussurrou em seu ouvido e, continuando, escorregou seus dentes para baixo de seu pescoço – Seu tato, seu sabor. Seu doce sexo abrindo-se por meu membro, me agarrando e me puxando dentro, enquanto seus braços e seus beijos me sujeitam perto de ti. Teria morrido por uma só noite mais em seus braços, minha Coya.
— Não morrerá — ela gemeu. — Só me toque Del Rey. Não deixe de me tocar.
O controle de si mesmo não era importante aqui, em seus braços. Não era necessário lutar pela lucidez. O poderia pensar pelos dois aqui, porque Anya sabia que não tinha uma esperança de salvar um simples pensamento em sua cabeça.
Ela arqueou seu pescoço enquanto ele baixou o decote de seu suéter de um lado, encontrou a marca que tinha deixado em seu pescoço e logo, lambeu-a maravilhosamente. Sua língua lambeu com lentos e sensuais golpes sobre a ferida que se tornou tão incrivelmente sensível aos suaves golpes que sentia sua vagina palpitar e logo, agitar-se ao redor de seus dedos.
Isto não deveria ser possível. Não deveria ser tão sensual, tão erótico que ela queria nada mais que estar nua diante dele e senti-lo acariciando cada centímetro de sua carne.
— Não sei como dirigir isto — Ela se arqueou, estremeceu-se em seus braços. — Não sei como pensar, Del Rey.
— Não pense, carinho — ele grunhiu contra a marca que tinha deixado nela, antes de beijá-la brandamente. — Simplesmente sinta. Sinta-me. Isto é tudo o que precisa fazer. Cuidarei de todo o resto.
Tinha que confiar nele, porque não podia controlar isto. Ela não queria lutar contra ele, já não. Ela não deseja o tratamento hormonal bloqueando tanto uma simples sensação ou um segundo de necessidade. Ela queria tudo. Tinha aceitado tudo, sofrido por isso, dado sua liberdade e o tempo que ela tinha necessitado para dar-se conta do que ela queria, por isso ela sofria. Ela não podia fazer nada mais que deixar voar seus sentidos e dar-se a si mesmo ao cuidado do homem que tinha escolhido anos atrás como dela.
Ela se arqueou com o impulso de seus dedos, seus gritos destroçando o espaço ao seu redor, enquanto lutava para não lhe mendigar que tomasse agora, neste segundo.
Não podiam estar longe de Base. Ele teria que parar. Não podia durar muito mais tempo.
— Deus, me faz perder a cabeça — Ele exalou furiosamente, a cabeça levantada apesar de seus protestos, seu olhar reduzido na janela. — Venha, doce. — Sua mão se deslizou lentamente de sua carne saturada.
— Ainda não — ela sussurrou. — Não pare ainda.
— Só por um pouco — seus lábios baixaram aos dela, esfregando-os, e estava beijando-a de novo, lentamente, profundamente. Sua língua empurrou contra a dela, animando-a a mamar dela enquanto arrumava suas calças, seu suéter.
Ele retirou suas mãos de sua carne, agarrando-as por cima de sua cabeça com uma das suas enquanto a outra baixava brandamente por seu lado e se apoderou de seu quadril.
Quando ele levantou a cabeça, obrigou-a a abrir os olhos, a olhá-lo de novo.
— Quando necessitar de mim vem a mim, Anya. Não importa onde estou, não importa o que estou fazendo. Sofre em silêncio uma vez mais, e vou fazer certamente que entendas claramente que não está permitido.
Seus lábios se separaram surpreendidos ante o tom dominante de sua voz.
— Como de terríveis mandões, são vocês, homem Coiote? — Ela teve que curvar seus dedos contra o assento para conservar-se tranqüila a pesar que a arrastasse a sua vez de novo.
— Sou débil quando você está envolta, companheira — disse-lhe brandamente, mas o tom não disfarçava o poder puro debaixo dela — Mas não me tente em questões de sua segurança ou onde seu bem-estar está envolto. Sou tenaz, posso tratar com isso. Tome as rédeas nas áreas que são suas, que posso dirigir. Argumenta comigo quando o necessitar, grite comigo, se precisar. Mas não ponha em perigo a si mesma, ou algo que pode arrumar machucando a ti. Não tolerarei.
— Há um livro de regras? — ela riu enquanto ele a ajudou a sentar-se. — Ou consigo apenas andar ao redor de mim mesma e me desordenar todas às vezes?
— Desordenar sempre — Ele sorriu. — Eu gosto muito te mostrar o engano de seus caminhos.
O humor encantador e sedutor. Ela amou seu sorriso. A completa e perversa maldade nela, a calidez que sempre viu agora passando tarifa a seu calor.
— Estamos aqui — disse a ela enquanto a limusine parou na parte dianteira das cavernas.
— Vamos entrar na maior brevidade — advertiu. — Muito em breve.
Franziu o cenho em sua frente, embora assentisse sombrìamente.
— Sim, sei disto, Coya. Mas sei, que ainda quando estivermos brigando, é minha Coya. E me assegurarei, ainda se isto causar sua ira, que esteja sempre segura. Agora venha. — Ele se apoderou de sua mão enquanto as porta da limusine se abriam. — Vamos procurar nossa habitação. Tenho necessidade de seu tato e seu gosto. Não vou esperar mais para aliviar esta necessidade.
Não esperou. Anya foi arrastada dentro da base, os braços de Del Rey ainda envoltos ao seu redor, e puxou ela através dos túneis até que estiveram encerrados em sua habitação.
Encontrou a si mesma contra a parede em segundos, seus lábios sobre ela, a língua empurrando em sua boca de novo. A liberação hormonal das glândulas debaixo da língua parecia picante, mais aditiva que nunca.
Ela chupou o sabor, lambeu contra sua língua e ouviu seu grunhido retumbar enquanto ela rasgou os botões de sua camisa e empurrou o material fora de seus largos ombros.
— Eu adoro seu corpo – ofegou enquanto seus lábios rasgavam os dela e ele encolheu os ombros liberando-se da camiseta. — Tão duro e musculoso. — Ela percorreu as mãos em seus ombros e queria choramingar com o calor por debaixo de sua carne. — E tão quente. Sempre tão quente. Necessito seu calor, Del Rey.
Ela o necessitava. Como se tinha arrumado para manter-se afastada dele todos os meses? Negando a si mesmo o último prazer de tocá-lo só a ele, vendo-o mover-se, ou ouvindo sua escura e áspera voz.
— É seu — suas mãos empurravam debaixo de seu suéter, levantando o material até que encontrou o delicado encaixe de seu sutiã.
Parou. Anya sentia sua respiração enganchar-se enquanto suas mãos levantaram seus seios, seus dedos curvados ao redor dos montículos enquanto ele passava as mãos com deliciosa cobiça. O olhar em seu rosto enquanto a tocava era pura fome masculina. Parte luxúria, e em parte mais. Um pouco mais profundo, algo que tocava a parte feminina de sua alma e a fez mais débil, a fez estar dolorida por mais. Deu-lhe sua bem-vinda à enorme excitação que atormentava seu corpo, porque ela podia ver os orifícios de seu nariz flamejando, vê-lo respirando-a enquanto suas mãos se flexionavam sobre seus doloridos peitos.
— Deus, eu adoro o aroma de seu desejo — ele grunhiu, refletindo seus pensamentos enquanto seus lábios se reduziram aos montículos crescendo por cima das taças de encaixe
Anya se estremeceu quando os lambeu por cima delas. Sua língua raspou sua sensível carne, vindo incrivelmente perto da ponta de seus endurecidos mamilos.
— Vai me torturar — ela ofegou.
— Vou nos torturar a ambos. — Um rubor cobriu suas maçãs do rosto enquanto lambeu sobre o tecido que cobria seus mamilos. — Porque preciso te provar Anya. Preciso te sentir contra mim, tão doce e cálida. Elevando-se a mim, me necessitando, Anya. Só me necessitando.
E ela o necessitou. Ela não teve opção de culpar isso ao calor do emparelhamento. Ela o tinha querido antes que a beijasse. Ela o tinha querido depois que a terapia hormonal tinha controlado os espasmos dolorosos de necessidade. Não houve um tempo desde que tinha dezesseis anos que não o tinha querido.
Debaixo de suas mãos sua carne estava quente e sólida. Debaixo de seus lábios a sensação chispava contra sua carne.
— Toma isto — ele empurrou seu suéter enquanto sua língua viajou no vale entre seus seios.
Levantou seus braços para lhe permitir tirar o material sobre sua cabeça. Logo que caiu ao piso suas mãos estavam na cintura de suas calças, abrindo o fechamento e baixando o zíper.
Hipnotizado pelo prazer em seu rosto, pelo prazer voando através dela, não podia fazer nada mais que olhar sua expressão enquanto sua mão escorregou dentro do material, por debaixo de suas calcinhas e nos inchados e manchadas dobras de seu sexo.
Sua cabeça caiu à parede de pedra enquanto a respiração se bloqueava em sua garganta. Prazer, êxtase voando através de suas asas com tal sensual promessa que não tinha abandonado nada a não ser para manter-se nele, enquanto a acariciava. Cuidava-a.
— Necessito-te nua — ele grunhiu contra o volume de um seio, que lambeu sensualmente. — Pode tirar os pés fora das botas?
As botas? Ela sacudiu a cabeça confusa. Que botas? Ela não se preocupava com as malditas botas, não com seus dedos deslizando-se no doloroso e desesperado calor entre suas coxas.
Sua cabeça levantada, os dedos movendo-se lentamente, tão lentamente, acalmando-a por completo. Os quadris de Anya pressionavam em seu tato, arqueando-se entre suas palmas enquanto ela o olhava de novo em uma necessidade desesperada.
— Os pés fora das botas – um sorriso saiu de seus lábios enquanto as selvagens características de seu rosto se suavizavam com sensual diversão. — Vamos, neném. Um pé de cada vez.
Ela sussurrou, necessitada, seu pé chegando ao dele.
— Ah, bebê. As botas — ele grunhiu, seus lábios apoiando-se sobre os dela. — Os pés fora das botas.
OH sim. Suas botas.
Ela baixou uma mão, flexionando o joelho, os dedos encontrando o zíper na parte baixa de sua bota e empurrando um pé livre. Repetiu com o outro pé, até os pés se curvaram com o prazer de suas suaves carícias dentro das dobras que possuía.
Com a outra mão empurrou as calças sobre seus quadris, arrastando suas calcinhas com eles enquanto ele se ajoelhou ante ela.
— Del Rey, a cama — ela ofegou.
— Merda da cama. — Sua voz raspou ao longo de suas terminações nervosas enquanto agradavelmente tremeu através de seu corpo. — Necessito seu gosto agora, Anya. Minha língua em sua doce vagina. — Seus lábios se apoiaram brandamente sobre os cachos entre as coxas. — Tão doce e suave. Tão malditamente bom.
Suas coxas foram separadas sob a força de suas mãos. Seus dedos se curvaram nos espessos e grossos fios de seu cabelo loiro escuro, e ela olhava. Olhava como sua língua lambeu através da saturada fresta, correndo ao redor de Seu clitóris e chupou a última de toda possibilidade de controle de seu corpo infestado de sensações.
Del Rey lambeu, acariciou, provou. Sua língua assolou sua carne, deixando-a tremendo, estremecendo-se enquanto lutou para manter os joelhos fechados, seu corpo pressionado contra a parede.
— Vou cair — exclamou.
— Vou agarrar-te, neném – um grunhido sexy, malvado e inumanamente erótico soprou contra seu clitóris.
Ela quase chegou. Pulsos de extremo prazer se agitavam através de seu corpo à vista, o som e o tato.
— Tão perto – ele cantarolou em um tom grave e sensual. — Posso cheirar quão perto está, Anya. Vai gozar para mim, bebê?
Respirava pesadamente, seu fôlego assobiando entre os dentes enquanto sua língua fazia círculos em seu clitóris de novo, antes de escorregar e sugá-lo com deliberados e deliciosos puxões de sua boca.
Não podia haver maior prazer que isto. Sua delicada carne se agitou com agonizante sensibilidade. Podia senti-lo, correndo através de seu sangue, viajando através de suas terminações nervosas e ricocheteando em cada célula de seu corpo.
Só a partir da sucção da boca em seu clitóris. Suas mãos sobre seus quadris, sustentando-a em seu lugar. A sensação de seus cabelos por debaixo de seus dedos. Pulsos elétricos de prazer chispando através dela. Sentia-se forte. Sentia-se débil e feminina por debaixo de seu toque, debaixo da necessidade rasgando através dele.
— Mmm. Tão bom — ele cantarolou, lambendo de novo em lugar de sugar Seu clitóris ao orgasmo como ela necessitava.
Sua carne estava tão sensível que podia sentir o suor escorregando sobre a mesma. O pincel de seu cabelo contra seu estômago enquanto ele tomava seu clitóris na boca uma vez mais. E esta vez, ele estava sério.
Ele golpeava língua brandamente sobre a tentadora ponta, sua boca a chupou, até que ela se foi nas pontas dos pés em um cataclismo de prazer tão desesperado, tão profundo que nada surgiu quando abriu seus lábios em um grito silencioso.
Perdeu a força nas pernas, e ele a sustentou. Perdeu a vontade de manter-se de pé por sua própria conta. Sua cabeça se apoiou de novo, movendo seus quadris até que o explosivo pequeno broto estava mais profundo em sua boca, seus lábios roçando contra as delicadas dobras e o mundo dissolvendo-se ao seu redor.
— Meu – suas mãos escorregaram desde seu cabelo a seus ombros, sua parte superior do corpo paralisando sobre ele enquanto suas unhas rastelavam ao longo de suas costas.
Ele a agarrou, levantando-a em seus braços com um grunhido de triunfo, e a levou a cama.
Ela ricocheteou contra o colchão, rodando e ficando de joelhos. Enquanto ele se moveu para ir sobre ela, ela o estava esperando. Ela empurrou seus ombros.
— Minha vez.
Ela estava fraca pelos pulsos de êxtase percorrendo-a e, entretanto, a necessidade, a fome, que não tinha nada que ver com o calor do emparelhamento fluía através dela agora.
— Meu – ela repetiu perdida na emoção e na possessividade, perdida na grande perfeição de seu corpo, seu tato, e o aumento da progressão natural do que ela tinha sabido estava vindo desde que tinha dezesseis anos.
E ele deitou debaixo dela. Nua, embora ela não pudesse recordar quando ele a tinha despido, deitando-se sobre as costas, os malvados olhos negros olhando-a, o toque de azul mais forte agora, refletindo as luzes que cintilavam na parede.
Movendo-se sobre ele, seus lábios cobriram os lábios de Del Rey, e ele tomou o beijo que ela necessitava, sugando sua língua em sua boca para tomar o último sabor picante das glândulas de emparelhamento debaixo dela.
Ela se movia sobre ele, seus lábios em movimento, sua língua lambendo sobre sua carne, seus dentes mordiscando na grossa veia em sua garganta enquanto arqueava seu pescoço.
— Teu – o som animal a potencializava enviou uma carreira de adrenalina feroz e a sensação queimando através dela.
Porque ele era dela. Seu companheiro. Seu amante. Seu Del Rey.
Seus lábios foram em caminho aos ombros. Lambeu sobre sua clavícula, suas papilas gustativas voltando-se selvagens no sabor embriagador dele. O suor e a excitação masculina. Era rica, picante, terrosa. E ela era viciada.
Ela lambeu os planos e duros mamilos masculinos e o sentiu arquear-se para ela, sentiu suas mãos agarrarem os grossos fios de seu cabelo, ouviu o grunhido de impaciência e deixou que um sorriso curvasse seus lábios quando levantou os olhos e lambeu, baixando seu caminho para seu estômago.
— Coya — ele grunhiu — Minha Coya.
— Sua Coya — Era uma promessa, um voto.
Seus dentes apertados, os olhos selvagens, os caninos curvados a um lado de sua boca só intensificavam o prazer visual.
Ela lambeu, debilitada, tombou-se entre suas coxas e deixou que um faminto lamento saísse de seus lábios. Seu membro se estendia desde as coxas ao ventre, grosso e potente, repleto, ferro duro.
A pesada cabeça estava levantada, gotejando e molhada com líquido pré-seminal, à espera de sua língua. Ela lambeu sobre ela, e aprovou seu gosto com sons fortes de delicioso prazer. Ela lambeu o eixo, ignorando as mãos em seu cabelo, insistindo-a a voltar para a sensível cabeça. Ela lambeu baixando até o firme e palpitante saco por debaixo do eixo, onde ela jogava.
Correndo a língua sobre a carne calva e suave e ela a umedeceu, logo separou seus lábios e chupou delicadamente um lado, logo o outro. Seus gemidos, seus grunhidos baixos e graves, encheram a habitação.
— Meu Alfa – ela sussurrou enquanto se movia no grosso eixo. — Meu companheiro.
E ela aceitou. Não houve nenhuma fuga, porque em seu coração, ela não tinha nenhum desejo de escapar. Em seu coração, onde ela tinha escondido os sonhos, as lembranças, os desejos e a dor da perda, ele tinha sido sempre dele.
— Teu — ele grunhiu. — Agora foda-me. Perde seu controle, Anya, porque Deus nos ajude se eu perder o meu.
Ela sorriu, lambeu a cabeça de seu membro, logo a meteu em sua boca.
Sim, isso era o que queria. Nenhum controle. Não o seu, não o dela. Só eles, juntos, voando fora de controle e amando-se em cada minuto.
— Anya, não ponha a prova isto — ele ordenou, ao mando. Era tão bom com o tom de comando que ela se estremeceu com a promessa da retribuição que seu olhar lhe brindava.
Ela o chupou dentro de sua boca, aplanou sua língua e esfregou, aspirando, ordenhando o leite da sensível cabeça com sua boca. Ela levantou lentamente seus lábios, permitiu-lhe ver como sua língua rodeava a cabeça e olhou seus olhos. Ela viu o desenfreio enchê-los, sentiu encher os seus.
Ela tinha nascido para isto. Nascido para tocar a este homem, para roubar seu controle, para perder o seu. Nascido para ser sua companheira.
— Não, Anya — suas mãos puxavam seu cabelo com força. Quando isso não funcionou, pressionou debaixo de seus braços, levantando-a até que ela deixou seus dentes cravados na carne firme.
Ele parou, olhando para baixo, sua expressão agonizante.
— Será como a primeira vez — grunhiu. — Ouve-me? Igual ao animal que sou.
Não, igual ao homem que era, a gloriosa criatura de sexo masculino que encheu suas fantasias e enviou uma avalanche de necessidade através dela, não importavam as circunstâncias.
Deixou que seus lábios o agarrassem mais firme, e doloroso, mas em alerta, até que suas mãos se moveram e agarraram os lençóis debaixo dele em seu lugar. Seus olhos brilhavam com aceitação, e com preocupação. Sua expressão era selvagem, afiada, sufocada com luxúria.
Ela o chupou mais profundo, embora a largura de seu membro fizesse impossível aceitar muito mais que a cabeça brutalmente quente em sua boca.
Era delicioso. Um pequeno jorro de líquido pré-seminal encheu sua boca, e ela o saboreou. Minutos mais tarde, o pescoço de Del Rey se arqueou as veias se sobressaindo claramente nele, ao igual em seu membro.
Outro esforço, e ela teve só segundos para desfrutar do sabor antes que ele se movesse. Não houve possibilidade de reagir antes que ele a estivesse arrastando acima de seu corpo, começando a girar.
As coxas restringidas nas dele, seus quadris baixaram, as dobras úmidas e manchadas de seu sexo roçando contra o eixo endurecido enquanto ele se acalmou.
O grunhido de advertência que encheu o ar a fez sorrir enquanto pressionava as palmas contra seu peito plano, deslizou seus quadris até a ponta de seu membro, que estava posicionado na entrada das desesperadas, famintas profundidades de seu corpo.
— Tome – ela sussurrou. — Como meu companheiro.
Ela o espremeu abaixo, um gemido de êxtase saindo de sua garganta enquanto a cabeça pressionou dentro dela, estirou-a, abriu-a.
—Minha Coya! — Era um grunhido, uma demanda. Suas mãos se apoderaram de seus quadris, as coxas apertadas, e Anya gritou com prazer enquanto ele penetrava em seu interior. Pesadas, duras ondulações de seus quadris o tinham enterrado dentro si em três duros golpes, e ele não se deteve.
Isto supunha que ia ser seu rodeio, ela pensava confusa e ela estava cavalgando, sacudindo-se, retorcendo-se, enquanto ele perdia o controle e antes ela se havia sentido encadeada a ele e deu tudo de si mesmo. Não só cada dura polegada de seu membro, também seu controle, seu sentido de si mesmo, e o poder de sua fome.
As duras investidas escavavam suas golpeavam terminações nervosas tão violentamente sensíveis que sabia que não duraria muito tempo. Podia sentir o prazer apertando, construindo-se. Sacudiu-se contra ele enquanto empurrava dentro dela, penetrando-a com força, gemendo seu nome, suas mãos agarradas a ela enquanto ela atirava a cabeça para trás e gritava seu nome, e o arrebatamento explodiu em seu interior em uma brilhante força exterior que a apertou mais sobre ele.
Apenas se estava tranqüilizando quando Del Rey se endureceu debaixo dela e começou de novo. Entretanto, sentia a ele esta vez, o forte inchaço no centro de seu membro, pressionando a convulsiva estreiteza de seus músculos, revelando ainda mais terminações nervosas, e enviando-os ao êxtase com o feroz palpitar do nó que agora o ancorava dentro dela.
Com cada jorro de sêmen que a enchia, o grosso inchaço rasgava e vibrava contra ela, enviando sua agitação e estremecimento em ainda mais agradar. Nunca se terminava. Um orgasmo que só aliviou ao explorar de novo em seu interior, deixando-a tremendo, estremecendo-se, e derrubada sobre seu peito muito antes que terminasse.
Del Rey piscou olhando ao teto, largos minutos mais tarde, ainda lutando para respirar quando o último pulso de liberação rompeu em seu corpo e encheu as profundidades da muito cômoda e quente carne de seda envolta do seu membro. Sua vagina era arrebatamento puro. Era um prazer que ia mais à frente do prazer de modo que não havia maneira de pôr um nome a isso. E assim como fez a primeira vez que a tinha tomado, ele tinha perdido o controle dentro dela.
Havia sangue em seu ombro, onde ele a tinha mordido de novo. Ele baixou a cabeça e lambeu a ferida que sabia que nunca sanaria. Simplesmente porque não podia deixar de mordê-la quando a tomava, mas devido aos hormônios que sempre enchiam aquele pequeno sítio, mantinha-o sensível, e preparado para o prazer que lhe trariam seus lábios e a língua contra ele.
Enquanto a sustentou apertada contra seu peito, seus braços envoltos cômodos e quentes ao seu redor sentiram o feroz, secundário inchaço de seu membro pulsar de novo, estremecendo-se enquanto ela tremia em resposta e um gemido baixo e lastimoso saia de seus lábios.
Que diabos lhe fizera? Sem dúvida, algo que ele nunca tinha conhecido antes. Nunca, nem sequer essa primeira vez que a tinha tomado, tinha conhecido esta profundidade de saciedade, esta satisfação que parecia ecoar através de cada célula de seu corpo.
O inferno, um homem ou uma casta, nunca conheceria esta profundidade da alma sentindo que o pertencia. Porque era algo que sempre recordaria na batalha, algo que sempre saberia esperava para ser arrebatado de suas mãos pelo destino ou a crueldade do homem. Perder isto poderia destruí-lo. Ele não seria mais que um depósito de um homem quebrado, e sobreviver não seria possível.
Segui-la-ia até sua morte, Del Rey pensou. Não serviria de nada a seu povo se ele a perdesse, porque nada importava tanto a ele como esta mulher.
Amor. Burlava-se da palavra. Isto não era amor. Amor era sua alegria com um bom bife, um banho quente. Estar respirando o ar de montanha e olhando a noite no vale. O que ele sentiu por esta mulher em seus braços, isto não era amor. Era algo para o que ele não tinha um nome, ou uma forma de expressar. Ela era sua liberdade. Ela estava convertendo-se em uma extensão de sua alma.
— Tenho que me mover em algum momento deste ano — ela murmurou contra seu peito, úmida de suor e respirando com dificuldade ainda.
— Em um minuto – ele prometeu, ainda encerrado dentro dela, sentindo seu forte agarre e a resposta rasgada nos músculos que rodeavam seu membro.
— OK — ela murmurou sonolenta. — Pode mentir sobre seu traseiro todo o dia não está indo fazer nada.
Houve um ligeiro fio de diversão em sua voz, um sotaque de brincadeira que ele recordava freqüentemente enchia seus olhos com deliciosa malícia. Ela sempre zombou dele, paquerando, o que fez quase condenadamente impossível resistir a ela.
— Eu poderia me situar em seu traseiro por um tempo — ele sorriu enquanto sentia como o nó de ancoragem dentro dele finalmente começava a diminuir.
Fez caretas com a sensação, outro tardio prazer que não quis perder. Queria ficar assim para sempre, enterrado dentro de sua mulher, sua companheira, sabendo que ela estava sempre segura.
Um gemido comprido e baixo abandonou seus lábios enquanto o inchaço finalmente diminuiu, liberando-os do prazer que parecia nunca acabar.
Del Rey a levantou, apertando seu corpo enquanto seu membro semi-duro soltava seu cômodo e quente agarre, e ela se derrubou na cama a seu lado.
Permitir ir-se não era uma opção, ainda. Deu-se volta e a puxou ao seu peito, envolvendo seus braços ao redor dela e abraçando-a enquanto beijava a parte superior de sua cabeça.
— O calor diminuirá para ti logo? — perguntou-lhe, sabendo que para as companheiras Lobos e Felinas depois das quatro a seis semanas iniciais de duração do ciclo de calor, este diminuiria para voltar logo por só sete a dez dias por mês. Era quando as mulheres eram mais férteis e as possibilidades de concepção maiores.
Ela levantou seu ombro em um ligeiro encolhimento.
— Não sei — murmurou ela — Eu era diferente. Um pouco.
— Como diferente? — lhe perguntou enquanto se movia para olhar em sua sonolenta expressão.
Suas sobrancelhas pensativas.
— Faz vários anos, o Coiote, Kiowa Bear, casado com a filha do então presidente dos EUA eles aprenderam então porque os Lobos e Coiotes tomam tanto tempo para conceber. Há um hormônio adicional que os machos levam que continua o intento de bloquear a concepção, ainda enquanto os outros hormônios trabalham para a criação da concepção. Logo, com a companheira de Aiden, Charity, eles mal tinham sido capazes de averiguar por que ela concebeu, sobre a base dos experimentos científicos que o Conselho lhe fez nos laboratórios onde esteve retida durante vários anos. O hormônio trabalha para preparar aos ovários e a mudança dos ovos começando a preparar a queda, para garantir sua compatibilidade com o esperma do Lobo ou do Coiote. Complica-se, às vezes, a forma em que os hormônios trabalham. É por isso que cada terapia hormonal tem que ser diferente. A Dra. Armani começa com uma de base, uma terapia que seja compatível em todos os âmbitos e, continuando, tem que acrescentar a ela em função da fêmea e seu calor.
— Assim, cada emparelhamento é diferente? — perguntou enquanto ela se instalava comodamente contra ele.
— Muitíssimo — Anya assentiu. — Ela tem um montão de problemas de manutenção dentro de um limite aceitável. Para os primeiros meses, os hormônios que me estava dando desapareceram bastante freqüentemente todas as emoções, mas me manteve à beira do pânico. Eu não poderia funcionar. O mesmo hormônio não afetou a todas as companheiras Lobos. — Seu cenho se aprofundou. — Quando a Dra. Armani chegou às covas a primeira vez, ela disse que eu era a primeira companheira Coiote. Kiowa Bear é Coiote e, entretanto, ele estava emparelhando-se bem.
— Kiowa é o que eles chamam um híbrido. Sua mãe foi uma das mulheres seqüestradas e que o Conselho tentou utilizar para a inseminação artificial. Não deu resultado nela. Antes de sair desses laboratórios, um de seus guardas Coiote a emparelhou, e logo a liberou. Kiowa foi concebido e nasceu naturalmente, e enquanto eu o entendo, aquilo cria uma mudança no DNA que do contrário não se produz. Mas há outras anomalias com ele também. Sua genética é em realidade mais próxima ao Lobo que à Coiote.
— Aprendeu a Dra. Armani as diferenças em nosso emparelhamento? – lhe perguntou.
Anya riu disso enquanto ela se afastava dele e se levantou da cama.
— Não é difícil. Igual à com a reparação de seus órgãos feridos, a genética Lobo e Coiote estão o suficientemente diferentes para que seja perigoso — ela o olhou. – Necessitamos nosso próprio pessoal médico.
— Há alguns que ainda vivem? — ele perguntou, surpreso — Os que o Conselho não assassinou, estou seguro que nós o fizemos. Disse-lhe isso, encontra um e eu o considerarei. — Foi um motivo de orgulho durante anos destruir a aqueles que são capazes de criar mais Castas Coiotes. Se o Conselho deixou algum deles para matar.
— Se você pôde se ocultar do Conselho todos aqueles anos, então estou certa de que há médicos, assim como cientistas que conseguiram fazer o mesmo — lhe informou. —Vou encontrá-los.
Suas sobrancelhas arqueadas. O tom de sua voz era em si uma advertência.
— E como crê que fará isto? — lhe perguntou brandamente.
Estava intrigado. Ele conhecia Anya durante tempo suficiente para saber quando seu cérebro se estava convertendo em um problema, e trabalhando de uma maneira que ele estava seguro de estar em desacordo.
— Eu tenho meus próprios contatos — ela encolheu seus ombros enquanto levantou sua camisa do piso e empurrou seus braços através das mangas.
Por que isto lhe deu uma onda de satisfação, vê-la envolvendo sua própria roupa ao redor dela, de sua figura muito menor, não o podia dizer.
— Não estará fazendo contatos, Anya — disse ele com firmeza. — Não vou arriscar sua vida dessa maneira. Se houver algum médico escondido, então eles não são alguém em quem podem confiar de todos os modos.
— O que acontece com a Dra. Armani? — Ela apoiou suas mãos sobre seus quadris enquanto ela o olhava, a luz de batalha liberando em seus olhos. — Ela é humana e dedicou sua vida aos cuidados das Castas. O que passa com médicos que trabalham com ela? Poderiam estar no público em geral, provavelmente fazendo um inferno de muito mais dinheiro do que estão aqui. Mas estão aqui, e são leais.
— O que tem os dois assistentes, Castas, Anya que traíram o Santuário? – Lhe perguntou — Eles drogaram a Dra. Morrey, quase a mataram, e estavam tentando vender o segredo do calor do emparelhamento a uma instalação de investigação farmacêutica e investigando facilidades que inclusive agora tem médicos e cientistas que experimentam em Castas para criar uma droga que nos controle. Ou, Deus não o queira algo que pode ser utilizado em seres humanos. O que acontece com eles?
— O que tem com os Coiotes que têm um código de honra? – ela perguntou então. — O que tem uma alma, quando foram criados para não ter nenhuma? O que acontece com eles, Del Rey?
Ele franziu o cenho, sabendo de que estava falando de suas manadas, mas seu ponto evitava a ele.
— O que acontece com eles?—
— Outros tiveram uma oportunidade sobre ti. Há bons médicos, bons cientistas que escaparam do Conselho, que conhecem a fisiologia Coiote, e dariam seus olhos e dentes para aprender tudo o que pudessem dentro de limites normais. Para tratá-los, para saná-los, e para proteger suas fortalezas e debilidades. Encontre-os, escolhe alguns nos que tenha a melhor oportunidade de confiar, e utiliza-os. Mantenha o caminho pelo que estamos indo aqui, na Base, e finalmente, vamos perder nosso povo, porque a Dra. Armani não pode tratá-los de maneira adequada.
— Ou vamos perdê-los porque fomos traídos pela mesma gente que trouxemos para nos tratar — ele disse. — Isso não é aceitável para mim, Anya. A Dra. Armani encontrará algo a tempo.
— Se Nikki viver trezentos anos, ela não deixaria aos Lobos, abandonaria aos Coiotes – ela argumentou a suas costas — Tenho os contatos, Del Rey. Posso encontrar candidatos aceitáveis.
— Não.
Ela se distanciou dele. Sua expressão se deslocou de preguiçosa e plena satisfação a dominante negativa.
— O que quer dizer com « não »? Isto não é uma equação. É algo que não tem outra opção que considerar.
— Fiz uma equação não — informou com arrogância. — Os riscos são inaceitáveis.
— Temos que discuti-lo, Del Rey – lhe disse cuidadosamente – Você não pode só varrer o tema a um lado com uma pequena arrogante negativa.
— Isso é exatamente o que tenho feito — disse a ela enquanto se voltou e se dirigiu às duchas — Isto não é para um debate, e não é discutível. Não vou tomar esse risco com meus homens ou contigo. Armani aprenderá o suficiente.
— E se tivermos filhos? — ela arrojou uma pergunta que a tinha estado obcecando. — Um médico que não sabe nada sobre sua genética única será o suficientemente bom para o tratamento de nosso filho se estiver ferido ou enfermo? Suficientemente bom será suficiente para ti então?
Ele lhe deu um olhar fechado, dando volta e tirando roupa limpa da cômoda e caminhando a pernadas para a ducha sem uma resposta.
Anya amaldiçoou, olhando à porta e tentando imaginar-se um. Ela tinha visto nos meses as complicações que poderiam surgir em Haven, só com os lobos e seu DNA único. Febres do nada que a Dra. Armani tinha que rastrear e encontrar a maneira de tratar. Feridas que eram singelas e facilmente se complicaram, lutavam contra a genética do Lobo. Trata-se de um golpe de merda, Armani lhe havia dito, e a pressão adicional de tratar aos Coiotes, uma espécie o suficientemente diferentes para trocar todas as regras, estava conduzindo a médica a largas horas e menos e menos sonho.
Não podia continuar.
Mas parecia que a obtenção que Del Rey compreendesse os problemas que eles estavam enfrentando não ia ser fácil, tampouco.
— Pediu para me ver, Coya? — Brim entrou dando pernadas no escritório de Anya, anteriormente seu dormitório, três dias mais tarde, sua expressão suave, seu olhar azul cinzento zombador.
Anya parou ao lado de seu escritório e olhou à Casta mover-se com letal graça na sala. Qualquer um que se atrevesse a desafiar a este homem poderia ter um mundo de feridas, e ela sabia.
Considerava a melhor maneira de abordar o problema que estava enfrentando.
— Eu gostaria de me desculpar, Coya — ele disse de repente.
Anya o olhou piscando surpreendida.
—Por quê?
— Por não dizer a Del Rey que eu tinha permitido a Sofía entrar em sua habitação enquanto ele estava se curando. Teríamos brigado. A luta contra o Alfa nem sempre é sábia. — Seus lábios se rasgaram, como divertido por algum pensamento.
Ela inalou devagar.
— Chorar a Del Rey teria sido muito pouco útil — disse finalmente. — Isto é algo que você e eu precisamos discutir.
A arrogância era uma parte natural dele, e Anya era suficientemente inteligente, suficientemente intuitiva, para saber que, Coya ou não, ela não deveria estar ordenando a ele fazer nada.
— Estou de acordo — Brim assentiu. — Não é nada que tenha que preocupar-se de que volte a acontecer. Prometo-lhe.
Ela inclinou a cabeça para um lado e reduziu seus olhos sobre ele.
— Por que ocorreu para começar?
Seus lábios se rasgaram.
— Algo ou alguém o necessitava resolver para tomar o que era dele. Eu convenci a Del Rey para lhe dar asilo para obter esse fim.
Surpresa, surpresa. Outra Casta Coiote manipulando-a. Ela ia conseguir enojar-se logo.
— Brim, eu odiaria ter que te considerar meu inimigo – ela disse finalmente devagar, olhando-o com sombria determinação .— Mas me manipule uma vez mais, em qualquer assunto, e esse é o caminho que vamos tomar. Entendemo-nos?
Um toque de surpresa encheu os olhos de Brim.
— Não vai jogar-me algo então?
Ela sacudiu a cabeça, um sorriso tentando seus lábios.
— Reservo isso somente para seu Alfa.
Ele assentiu lentamente.
— Entendido, Coya. Nada mais de manipulações.
— E quando me encontrar com o calor do emparelhamento, fora de minha vista — informou-lhe com seriedade. — Ashley e eu temos um plano. Vamos te mostrar como manipular corretamente.
Um golpe de preocupação tocou seu olhar enquanto ele fez caretas hermeticamente.
— Acredito que prefiro lutar contra o Alfa.
— Uma lástima. Eu gosto de me cobrar muito mais. — Ela se mudou detrás de sua mesa. —Eu gostaria de sua avaliação sobre Sofía. Uma avaliação do risco.
As sobrancelhas dele se arquearam enquanto se aproximava das cadeiras, sentando-se em frente a sua mesa.
— De que maneira?
— Os ataques começaram quando ela chegou. Eu conheci Sofía nos laboratórios, meu primeiro pensamento é que ela não está por trás deles. Mas eu gostaria de saber o que pensa.
Ficou pensativo durante um longo momento.
— Eu não estou sentenciando a ninguém. Estou investigando o ataque contra você e seus guarda-costas ocorridos nas montanhas, assim como o atentado na cidade. Está claro que temos um espião. Estou convencido que Sofía não é esse espião.
— Porque ela te ajudou ao longo dos anos?
— Sim — ele concordou. — Mas há mais. Sofía sempre trabalhou duro para o resgate, e utilizou sua posição nas filas inferiores do Conselho para obter a máxima vantagem. Não posso vê-la nos traindo agora.
— Inclusive se ela estivesse perdendo algo que sempre considerou como dela?
— O Alfa? — Brim perguntou, agitando a cabeça. —Ela sempre soube. Não havia nada sério em qualquer um dos lados. São amigos.
Anya assentiu.
— Tem alguma idéia do por que, de repente, Del Rey foi o alvo?
— Resistência — Brim disse. — Nossa equipe esteve investigando as drogas, e alguém poderia ter tido conhecimento da investigação, ou do que encontramos. Também poderia ser algo tão simples como um intento de debilitar Haven. Fizemos uma divisão em sua segurança. Também verificamos menor presença na cidade. Nossos homens vão aos bares dali, enquanto os bonitos Lobos permanecem mais em suas próprias manadas. Estou olhando em várias áreas.
— Algum progresso?
— Teria sido uma dos primeiros em saber se eu tivesse algo — afirmou. — Trouxemos a filha de Coley ontem à noite, e ele será interrogado novamente em um dia mais ou menos. Espero que tenhamos mais informações.
Anya assentiu de novo.
— Aprecio que compartilhe esta informação comigo.
— Perguntou a Del Rey? — falou ele, então. — Estou seguro que ele te manterá informada da investigação se lhe perguntar.
— Perguntarei — ela admitiu. — Mas eu queria falar contigo sobre Sofía também.
— E preferiria não permitir que a emoção esteja envolta do debate — ele assentiu enquanto se levantava. — Entendo, Coya. Mas descanse tranqüila, que pode assentar a responsabilidade sobre meus ombros.
Ela olhou enquanto saía do escritório, fechando a porta, antes que ela se dirigisse ao monitor do computador e à pequena luz piscando no canto inferior.
Ela pressionou o botão oculto que revelou o teclado digital inserido na mesa, e teclou outro botão para abrir o quadro de conversação, introduzindo-o em um programa cifrado que seu pai a ajudara a criar.
Estamos preocupados com você, a mensagem dizia. Seu pai está bem?
Papai está bem, ela respondeu. E envia suas saudações.
Como nos encontrou? A pergunta veio rapidamente. Permanecemos bem ocultos.
Somos amigos, Anya falou. Utilizei o que sabia. Informação que eu conhecia, e outros não tinham.
Os doutores Chernov e Sobolova tinham se escondido bem. Mas Anya conhecia os foros das linhas em que eles participavam. Tomara-lhe uns poucos dias, mas finalmente conseguiu localizar suas identidades.
Como podemos te ajudar?
Anya considerou aquela pergunta cuidadosamente. Teria que tomar cuidado, pois se ela havia encontrado esta informação, então outros poderiam também, e se seu código estivesse quebrado, ela poderia colocar a todos em perigo.
Eu gostaria de encontrá-los, Anya respondeu.
Aqui ou aí?
Perto.
O cursor piscou ansiosamente durante vários segundos.
É o sinal de boas-vindas levantado, ou é a abertura da temporada de caça?
Infelizmente, ainda poderia estar aberta a temporada, sem as respostas que necessito primeiro. Peço-lhes que tomem cuidados, mas façam a viagem com toda velocidade.
Por você.
A resposta final a deixou momentaneamente aliviada. Esta linha nem sempre é segura, ela escreveu. Por favor, fique em contato com a fonte secundária, ela os guiará a partir de agora.
Agradecemos sua discrição no primeiro contato. Esperamos te ver logo. A mensagem terminou e a tela se desconectou quando Anya fechou o teclado e exalou ruidosamente.
Ela podia estar cometendo um engano. Ela podia estar arriscando-se à raiva de Del Rey, e sabia disso. Com sorte, não estaria arriscando a vida de seus amigos também.
O Dr. Chernov e o Dr. Sobolova eram dedicados cientistas e geneticistas. Seu trabalho nos laboratórios depois que eles assumiram, ouvira, foram alguns dos mais avançados na compreensão da genética do Coiote, e muitos dos pontos fortes e fracos das Castas.
Várias das Castas Coiote vindas do Oriente Médio tinham sido treinadas em segredo na psicologia dos Coiotes, assim como em medicamentos avançados. As instalações do laboratório se consideraram à cabeça nesses tempos. O treinamento ali, falava-se, que tinha despertado polêmicas entre os cientistas no Conselho de Genética.
Seria difícil para a Casta Coiote aceitar a qualquer cientista do Conselho na Base, mas a situação estava se tornando intolerável. A Dra. Armani não podia tratar de ambas as espécies. Não ia trabalhar. As Castas vindas não tinham os conhecimentos necessários para trabalhar de maneira independente de um cientista cursado nos âmbitos da fisiologia e estrutura genética das Castas.
Del Rey dissera que se pudesse encontrar alguém em quem confiasse como seus amigos, então ela poderia chamá-los. Depois, mudara de idéia e lhe proibiu isto.
Seus lábios se apertaram. A primeira promessa era a que contava, decidiu ela, assinando vários informes sobre o e-pad e os enviou aos respectivos líderes de manada que os esperavam.
Com isto terminado, levantou-se da mesa, colocou sua camisa de algodão dentro da cintura de suas calças jeans e inalou devagar. O calor tinha sido mais fácil hoje. Muito mais fácil. Mas então, Del Rey tinha passado os últimos três dias acreditando que a dose dos hormônios que precisava estava sendo dada na quantidade e qualidade corretas.
Ela se ruborizou e logo sorriu. Era um amante incrível, tanto se o calor estava presente ou não. E como tinha prometido, havia mais que compensado por aquela primeira vez em que a tinha tomado.
Enquanto se moveu à porta, e-pad em mão, o enlace em seu ouvido soou, um sinal distintivo que a fez sorrir enquanto entrava a pernadas na habitação.
— Sim? — Ela respondeu à chamada de seu Alfa com uma onda de emoção, enquanto seus guarda-costas se colocavam atrás dela com uma risada dissimulada, e Ashley murmurava: — Doente de amor.
— Está bem, companheira? – A voz de Del Rey era baixa, seu tom, como um sussurro de áspero veludo sobre seus sentidos.
— Estou — ela respondeu sua voz igual de baixa. — E você?
Ele soltou uma risada.
— Quão perto está Ashley atrás de você? Odiaria fazê-la ruborizar.
Ashley riu.
— O suficientemente perto — Anya respondeu com uma risada olhando seu e-pad. — Estou partindo para seu escritório, se estiver livre. Tenho que discutir alguns informes que obtive esta manhã sobre a construção na parte baixa das cavernas, assim como algumas mudanças nas obrigações que eu gostaria de fazer com algumas das equipes e o pessoal de cozinha, e os uniformes. — Ela não via nenhuma razão para fazer uma lista completa do arquivo de queixa que tinha a intenção de conversar com ele.
— Podemos discuti-lo esta noite — ele sugeriu.
— Isso foi o que disse ontem — retrucou ela. — E não conseguimos nos aproximar dessa discussão, se bem me recordo.
— Ah sim, outras coisas sem dúvida ocorreram. — Ele soltou uma risada.
E eles tiveram horas de completo prazer. Seu corpo ainda se estremecia.
— Estou indo — disse enquanto chegava às escadas que conduziam à parte superior das cavernas. — Não corra nem se esconda.
Ele riu disso.
— Vou estar aqui, Companheira. Talvez até com um tratamento para ti.
Ela tremeu com o pensamento. Tornara-se muito aficionada aos tratamentos da tarde de Del Rey. Os tratamentos onde ele a empurrava dentro de seu escritório ou entrava no dela, e lhe mostrava como estava faminto por ela.
Uma "rapidinha" no meio do dia soava bem. Mas talvez depois que recebesse sua aprovação nas coisas que necessitava, e lhe tivesse levantado as restrições sobre os limites de seu poder dentro da Base.
Comando e Segurança ela entendia; o dia a dia da base era outro assunto.
Depois de ser atrasada várias vezes por diferentes solicitudes, ela entrou em seu escritório perto de quinze minutos mais tarde, e parou bruscamente.
Aquele aroma. Quase tremia de nostalgia. Café. Real, com cafeína, café escuro e rico. Ela quase choramingou enquanto olhava Del Rey levantar uma taça a seus lábios e beber lentamente.
— Você me odeia — Suspirou ansiosa ,fazendo sua língua quase curvar-se. — Agora sei que me odeia.
Ele sorriu, voltando-se para ela, seus negros olhos dançando enquanto ele se inclinava em sua cadeira e levantava sua taça para ela.
— Quer um gole do meu?
Ela lambeu seus lábios. Queria-o mais que chocolate. Deu um passo adiante lentamente, os olhos fixos nos sorridentes lábios. Ela apostava que teria o sabor do maldito café. Café, calor sexual masculino e fome. Tentador. Muito, muito tentador.
Seus olhos se estreitaram. Ardiloso, maldito Coiote calculador.
Ela sorriu.
— Vou tomar meia xícara quando tiver terminado.
As sobrancelhas de Del Rey se levantaram. Ambos sabiam o que aquele café lhe faria dentro de horas.
— Poderia tomar um gole do meu agora — ofereceu.
Anya se sentou na cadeira diante de sua mesa e o encarou com um sorriso conhecedor.
— Cão mestiço.
Ele pôs sua mão sobre o coração, seus olhos aumentados apesar da risada malvada nas escuras profundidades.
— Coya, feriu-me.
— Vou te ferir — ela mal conseguiu se conter, girando os olhos. — Do que está tentando escapar, Coiote? De levantar as restrições sobre meu poder básico, ou as informações de nossos soldados?
Del Rey tomou outro gole de café e olhou a sua companheira sobre a borda da xícara. Ela era ardilosa, ele tinha que aceitá-lo. Tão forte como ela queria o café, e ela o desejava muito, não se permitia ser dissuadida.
Baixando a xícara, sentou-se ao lado de seu escritório e se inclinou para frente.
— Podemos incorporar uma rotação das obrigações da cozinha.
A mão dela se levantou enquanto sua expressão se estremeceu.
— Retira as restrições a meus deveres, Del Rey — disse-lhe com firmeza. – As obrigações da cozinha e nossas rotações não estão em seu departamento. Não te digo como dirigir o Comando e a Segurança, ou como treinar a seus homens. Espero o mesmo respeito.
— Não se trata de respeito, Anya — disse ele, finalmente. — Trata-se de manter o funcionamento da base militar aqui. Isto não é o Santuário, e não é Haven. Não temos ternas cabanas com bonitas camas a seu redor.
Recostou-se em sua cadeira, cruzou os braços e o encarou em silêncio. Diabos, ela ia começar a se zangar.
— Dirigi esta Base quando se foi. Aprendi como fazer, o que tem que fazer em um dado momento, e o faço com recursos tão limitados que são de dar risadas — disse com calma. — Não tem o direito, Del Rey, de manter um limite sobre minha autoridade.
E ele tinha considerado aquele fato. Durante dias. Infelizmente, ele e Anya diferiam em vários âmbitos com respeito à base. Áreas que conhecia mudariam se ela conseguisse a autorização para mudá-las. Ele não queria brigar contra ela. Tiveram muitos conflitos entre eles já. Gostava dela suave e sensual em seus braços, não zangada com ele.
— Anya, não quero seres humanos nesta base, nem quero pessoal sobre o qual não tenhamos controle. Os soldados Coiotes resgatados por Bureau vindo para cá vão sentir-se desconjurados se tiverem camas, mantas e travesseiros sem trabalhar por elas. Isto não é uma instalação do Conselho. É uma Base militar. Não posso levantar as restrições sobre os poderes que tem até que eu esteja seguro de que entende isto. Até então, minha assinatura será requerida em qualquer mudança que solicite.
Ele podia cheirar sua raiva pulsando agora. Baixa, feroz, mal contida. Mas sentia que a machucava, e isso apertou seu peito.
— É por isso que não assinou as solicitações que te enviei?
— Eu não acredito que as mudanças que está solicitando são para o bem da base — ele manteve seu tom suave, gentil. — Não é tão mal aqui, é? — Perguntou finalmente. — Um pouco duro, às vezes, admito, mas suas solicitações pessoais não são nunca restringidas.
Levantou-se lentamente, o queixo erguido com aquele excesso de orgulho que ele sabia que ela tinha.
— Haven e Santuário são lares para seus Alfas, assim como para suas companheiras e filhos. Se preferir uma base militar em vez de um lar, então essa é sua escolha. Desculpe-me por roubar seu tempo, Alfa Delgado. Talvez se encontrar tempo entre todas suas obrigações para foder esta noite, a gente se fale então.
— Anya — Saltou da cadeira enquanto ela se movia para a porta. — Maldição, isso estava errada.
Deteve-se e se voltou.
— Estava? — Ela perguntou, a dor em sua voz agora. — Tinha mais liberdade quando a ordem de separação estava intacta. Converti-me na única coisa que jurei que nunca seria, Del Rey. Sua mascote, nada mais.
— Isso não é verdade — ele grunhiu. — Anya, sabe que é mais que isso.
Ela sacudiu sua cabeça lentamente, seus olhos azul escuro e cheios de tristeza. Tristeza que o golpeou igual a um golpe físico.
— Só o demonstre, então. — disse brandamente. — Vou deixá-lo dirigir sua base agora.
Ela se precipitou fora da sala, a cabeça alta, os ombros retos, o sutil aroma de sua dor flutuando para ele quando caiu em sua cadeira e, cansado esfregou a mão sobre o rosto.
Ela o conhecia melhor, disse a si mesmo. Ela compreenderia a necessidade disso. Como uma mulher, queria fitas e laços em tudo. Os Coiotes não viviam bem com fitas e laços. Se o fizessem, caralho, eles se tornariam Lobos. Os Coiotes não eram fodidos Lobos.
Ele olhou ferozmente à porta quando um golpe firme soou.
— O que? — ele mordeu, sabendo quem estava no outro lado.
Brim entrou dando pernadas no escritório.
— Bom, como caralho lidou com ela? — Fechou a porta detrás dele enquanto sorria satisfeito às costas de Del Rey. — Não a deixou ter os edredons sobre as mantas para os barracos dos soldados?
— Neguei as solicitações através da junta — ele grunhiu de costas. — Sem um problema com isto? Desde quando os Coiotes pensam que não têm que trabalhar pelo que dormem? Quanto tempo nos levou encontrar uma cama própria? Apreciamo-la mais pelo fato que era a nossa.
A expressão de Brim estava em branco.
— Vejo — disse finalmente. — Muito bem. Vou deixar-lo com suas obrigações, Alfa — abriu a porta.
— Que merda, tem um pau metido no rabo? — Del Rey grunhiu. — Somos uma base militar, não um maldito hotel, com serviço completo de habitações.
Brim se voltou lentamente.
— Se isso for verdade, então possivelmente deveria retornar as fêmeas à Haven. Desta maneira, não recordaremos a nossos homens de tudo o que ainda não têm, e de tudo o que sabem que suas Coyas fariam para fazer suas vidas menos militares e mais normais. Eles recordariam que são animais, então, mais que os homens que querem ser. Deveria dispor que a Coya e seu destacamento sejam devolvidos?
Del Rey parou com um grunhido primitivo.
As sobrancelhas de Brim se arquearam.
— Seja um parvo com sua companheira se quer sê-lo, mas deixa de te desculpar. Não quer as mudanças porque as mudanças ameaçam a você, não à base, Alfa. E apesar de sua determinação de reclamar seu coração, simplesmente não está disposto a lhe dar o seu, ou sua confiança, na mesma medida. Pobre Coya. Talvez ela se converta no soldado que necessita, em vez a companheira que ela pensa que você deseja. Estaria feliz então?
Não deu a Del Rey a oportunidade de responder, porque saiu dando pernadas do escritório imediatamente e fechou a porta detrás dele em silêncio, deixando Del Rey a sós com o conhecimento que seu segundo-comando poderia ter razão. Se ela não fizesse da base um lar, então ele a perderia novamente, haveria menos para sofrer, menos para perder. Para todos eles.
— Necessito de uma escolta até o escritório da Dra. Armani — disse a Emma quando entravam na sala da comunidade, dirigindo-se de novo ao túnel que conduzia às habitações dela e Del Rey. — Pergunte se tem a terapia hormonal para acautelar o emparelhamento preparada, e se dispõe de uns minutos para falar comigo.
— Sim, Coya — disse Emma brandamente, utilizando a comunicação para acessar a linha externa.
— Ashley, quando é sua manutenção de unhas esta semana? — Anya perguntou.
— O Alfa não aprovou isso. — Ashley fez uma careta, sua voz era tranqüila, composta. Os reflexos de sua cabeça não estavam à vista.
— Só aprovou isto. Você me acompanhará à cidade, assim nós teremos um dia de mulheres. Temos nossa equipe de segurança aconselhado, e teremos em conta o detalhe de que esteja composto de, ao menos, alguns dos soldados que saíram da Rússia conosco, como são os homens de Del Rey? Assegure-se que a outra metade sejam homens que estiveram nisto conosco antes. Não quero complicações.
— Maldição — Sharone vaiou. — Agora não é o momento para isso, Coya.
— Não podemos esperar para sempre — ela disse. —Uma vez que nossa entrevista esteja fixa, eu preciso encontrar uma desculpa para ir à cidade, fazer o contato e lhes dar detalhes. Vou falar com Armani esta tarde.
— O hormônio da concepção é uma desculpa então? — Ashley perguntou.
Anya respirava ruidosamente.
— Fiz uma escolha — sussurrou. — É uma escolha, em minha opinião, para permitir este jogo sem os hormônios. Mas aquele sarnento Coiote tentou me manipular. Tentou jogar comigo. Vamos ver como gosta de jogar seu próprio jogo. — Ela se voltou para a Ashley então. — Quanto tempo crê que nos dará Brim?
O sorriso de Ashley era mortal.
— Vi sua cara quando fomos. Ele esperará até o último momento possível antes de dizer ao Alfa. Suponho que temos meia hora, sempre e quando ninguém leve a intriga.
— Nenhuma intriga sobre a Coya — Sharone grunhiu. — A equipe está em seu lugar. Temos cinco homens, todos são do grupo original do Alfa, preparado e esperando na saída sul. Eles têm todo um terreno preparado para rodar.
Anya mudou de direção. Não era necessário trocar de roupa antes de ir a Haven. Jeans, botas e camisas de manga longa era um traje padrão ali.
— Está nevando — Sharone informou. — Não poderemos voltar esta noite. Tudo o que temos são com tração, o heli-jato está ainda com reparações, um está emprestado aos militares.
Seria tão mal se o Alfa não tivesse seu pequeno brinquedo sexual para brincar esta noite, Anya pensou furiosa, enquanto dirigiam-se rapidamente à escolta que as esperava. Por que aquilo só pode romper seu coração?
Não.
Anya entrou na sala de exame e ficou cara a cara com a médica da Casta de Lobo durante compridos momentos em silêncio. A Dra. Armani estava esgotada. Havia sombras escuras debaixo de seus olhos marrons chocolate, e pela primeira vez, sua larga e sedosa juba de cabelo negro estava atada em um rabo-de-cavalo em lugar de trancado com todas essas pequenas tranças que normalmente cobriam sua cabeça.
Ela era uma mulher formosa. Como muitos dos especialistas das castas ainda viva, ela não era muito velha e era incrivelmente inteligente, com uma capacidade por cima de gênio em engenharia genética. O Conselho tinha passado anos tentando chantageá-la ou forçá-la para ingressar em suas filas. Ela tinha passado muitos anos na clandestinidade, tentando escapar deles.
— Vacina pronta — disse Armani rapidamente enquanto preparava a injeção. — O hormônio para evitar a concepção não é complicado e funciona rapidamente. Só precisamos fazer alguns exames para assegurar-se que não concebeste.
— Não necessito a prova, Nikki — disse tranqüilamente. — Preciso falar com você.
Nikki ergueu suas sobrancelhas, enrugando seu fronte.
— Há algum problema? Experimentando qualquer outro sintoma que não discutimos?
— Não — Anya se dirigiu lentamente através da sala e tomou assento ao final da mesa de exame. — Isto não tem nada que ver com o calor do emparelhamento.
Os olhos de Nikki se estreitaram.
— Com o que tem que a ver?
Ela lambeu seus lábios lentamente.
— Traição.
Nikki ficou gelada.
— Vai matar seu companheiro Coiote?
Anya deixou um sorriso na ponta de seus lábios.
— Não vim para isso ainda.
— Quão grave é isto, Anya? — Nikki aproximou seu tamborete e se sentou. — Assumo que é bastante grave para que arme uma desculpa para me ver.
—Quão desesperada está por especialistas na Casta Coiote?
Os olhos do Nikki se arregalaram.
— Eu daria meu couro agora mesmo por apenas umas poucas notas detalhadas. Não quer saber o que faria pelos especialistas. Mas por que os necessito se você os tem na Base?
Anya sacudiu a cabeça.
— O Conselho se nega a permitir especialistas treinados na Base. Eles fizeram uma profissão de matá-los, Nikki. Os que eles não mataram, o Conselho o fez. Com os psicólogos e médicos especialistas provenientes do Bureau, os especialistas de apoio poderiam fazer uma diferença na determinação de algumas das anomalias na Casta Coiote. Tenho razão?
Nikki assentiu lentamente.
— Poderia lhes dar asilo em Haven, sob as objeções do líder Alfa Coiote?
— Maldição! – A cabeça de Nikki se sacudiu com surpresa. — Têm alguns? Não só um?
— Dois. Estive em contato. Estão atualmente na clandestinidade, correndo por sua vida pelo lado do Conselho. Eram excepcionais, Nikki. Compassivos, dedicados. Sofreram quando foram obrigados a permitir que Coiotes da instalação russa morressem.
— OH, meu Deus — sussurrou Nikki. — Chernov e Sobolova estão vivos?
— Por enquanto — Anya assentiu. — Tentei falar disso com meu Alfa, mas se nega a aceitar que os Coiotes necessitam seus próprios especialistas. — Ou mantas e travesseiros, ou um sentimento de pertencer a algum lugar.
Nikki saltou do tamborete enquanto enroscou sua jaqueta ao seu redor, cruzando os braços debaixo de seus seios e olhando a Anya por segundos compridos.
— Tenho um tempo limitado antes que meu Alfa salte aqui exigindo respostas — suspirou Anya. — Necessito uma decisão logo, Nikki.
— Pode te conseguir um montão de problemas, Anya — Nikki sussurrou. — Se estas forem armadilhas do Conselho, poderia haver reação contra você.
Anya assentiu.
— Eu sei disso. Assim como Hope conhecia o problema que podia surgir quando entrou em contato com você, Nikki, e os Lobos lhe deram asilo.
A Dra. Armani fez uma careta com isso.
— E quer que Hope considere a possibilidade de dar a estes dois asilo também?
— Não posso falar disso com a Lupina — Anya se deslizou fora da mesa de exame. — Mas se você fosse dizer-lhe que um contato confidencial lhe informou da possibilidade, então não haveria reação contra ela, ou contra você, se fosse descoberto quem era seu contato. Sua designação médica a exime de muitas das leis que me impedem isso aqui.
Uma dessas leis? Ir contra as ordens diretas de um líder Alfa. Uma companheira poderia enfrentar graves cargos de seu Alfa se decidisse ir tão longe.
Del Rey o faria? Ela tinha que dizer, às vezes, que simplesmente não sabia. A confiança era um problema entre eles. Ela não podia estar segura de que maneira ele lidaria com isto. Ela desejava que aceitasse, que visse o valor do mesmo e, finalmente, confiasse em que ela estava fazendo o melhor para eles, e qualquer filho que eles concebessem.
— Por que está correndo o risco com isto? — Nikki lhe perguntou então.
Anya colocou sua mão contra seu estômago, sentindo as ferroadas que sabia esperava.
— Ainda estou ovulando — ela sussurrou. — Se concebermos agora, ou no futuro, então eu quero meu filho seguro, Nikki. Não quero correr o risco de perder um bebê de Del Rey, por deixar fora a possibilidade que a genética resolve voltar-se louca, ou algo imprevisto apareça. Ele é um adulto, um Alfa. Ele pode arriscar sua vida se isso for sua escolha. Não estou nem perto para aceitar que se arrisque a qualquer filho que tenhamos juntos.
— Posso entender isso — Nikki assentiu enquanto um golpe duro e forte tocou a porta da sala de exame.
Suas cabeças se sacudiram.
— Seu Alfa — disse Nikki. — Vou falar com a Lupina e me contatarei nas próximas vinte e quatro horas.
Anya baixou a cabeça, fechando os olhos brevemente quando Nikki chegou à porta e a destravou, antes de abri-la de um puxão.
Ele estava de pé ali, selvagem, irritado, Alfa. Era como um golpe de luxúria crescendo dentro dela sem a dor física. Ou era a emoção muito profunda neste momento para lhe permitir sentir a parte física?
Ela o olhava, vendo a desordem em seu comprido cabelo. Devia ter passado os dedos através dele mais de uma vez. Fazia isto quando estava frustrado ou conseguindo zangar-se. Seus olhos escuros se estreitaram, suas sobrancelhas loiras e espessas emoldurando os ímpios olhos negros.
— O que está errado? — Ele entrou na sala. — Por que decidiu que necessita as injeções de hormônios?
— Mudei de idéia — deu-lhe um brilhante sorriso, enquanto saltava da mesa de exame. — Acredito que só necessitava a alguém com quem falar.
Deteve-se no centro da sala, seu olhar se centrou intenso sobre ela agora.
— Tem a mim e seus guarda-costas para falar — ele grunhiu. — Por que necessitamos a alguém mais?
— As restrições impostas não me proíbem falar, Alfa. Só agir.
Ele franziu o cenho.
— Tenho um nome, Anya.
Ela se deteve e o encarou em silencio por longos momentos.
— E eu tenho um cérebro, Alfa Delgado, independentemente do que pense. Está preparado para sair?
Moveu-se, saindo da sala de exame e reunindo-se com os integrantes da segurança esperando-a fora da sala.
Ele se dirigiu a Nikki, olhando a suas costas enquanto pensava se lhe daria a confiança. Ela sacudiu sua cabeça, sua expressão sombria lhe dando mais para preocupar-se a respeito de encontrar tranqüilidade.
— Está cometendo um engano — suspirou ela. — Mas com os homens castas, aprendi que tudo o que podemos fazer é deixar que golpeiem sua cabeça contra uma parede. Quando lhes dói bastante ou o sangue flui o suficientemente espesso, param — ela encolheu os ombros.
— Que diabos significa isso?
— Significa que está tão cabeça dura que o resto deles — ela olhou à porta então. — Ela não é tão fácil de manipular como você acredita que é. E sua manipulação só vai fazer-lhe um dano pior. Se existir. — Mostrou-lhe um sorriso brilhante. — A assessoria era gratuita. Necessita algo enquanto está aqui? Uma injeção de bom-senso, talvez?
Ele apertou os dentes antes de girar seus pés, caminhado com passo majestoso fora da sala de exame e movendo-se para encontrar-se com sua Coya.
Ela caminhava, ombros retos, cabeça em alto, o orgulho cobrindo-a igual a um delicioso manto enquanto se dirigia através dos corredores subterrâneos de aço e concreto armado até a saída.
Não havia lixo ali como havia na Base. Era muito luminoso e funcional, ainda havia áreas verdes construídas nas paredes com luminosa vegetação. Um pequeno arvoredo de laranja crescia em um corredor, a atmosfera controlada em torno dele o mantinha saudável e em seu ciclo de crescimento natural.
As vinhas cresciam ao longo de uma parede. Havia solários de cristal com um complicado sistema de espelhos que se abriam ao longo de um grande túnel para permitir que os raios do sol entrem. A diferença das instalações da montanha que albergavam as comunicações dos laboratórios que estavam em rede, à instalação médica da Dra. Armam era cálida e amistosa. Podia entender por que Anya desejava visitá-la. Havia muitas coisas aqui que careciam na Base.
Mas esta não era uma instalação militar, disse a si mesmo. Os Coiotes não se preocupam com um pouco de lixo e sujeira e uns poucos inconvenientes. Tinha o bar, a cozinha, a televisão. Del Rey tinha sua companheira.
Sua companheira era humana.
Quase vacilou. Quando os outros Coiotes se acoplassem, suas companheiras, com toda probabilidade, seriam humanas também. Ele empurrou as portas de saída justo detrás de Anya e os integrantes de sua segurança, seu cenho escurecido.
Maldito, não confiava nos seres humanos. Confiava em Anya e Armani, e era bastante a extensão da lista. Era cauteloso, inclusive com a Lupina, Hope, e Merinus.
Não gostava dos seres humanos e não gostava deles em sua base. Exceto sua Coya.
Sim, aquilo ia bem.
Merda!
Podia sentir seu trabalho através dele agora, a maneira que a mulher desordenava sua mente, fazendo-o pensar, fazendo-o querer lhe dar nada e tudo o que desejava.
Cruzaria a ponte do problema da companheira humana quando o tivesse, decidiu. Até então, estava enfrentando-se com outro problema muito intrigante: averiguar exatamente no que sua companheira estava metida. Porque ele não tinha nenhuma dúvida que ela estava em algo.
Anya entrou no dormitório na frente de Del Rey quando ele abriu a porta traseira e esperou detrás dela para que entrasse. Sharone, Emma e Ashley fizeram completo silêncio durante a viagem no Heli-jato de volta à base. Sentaram-se em frente de Anya e Del Rey, e olhavam sobre seu ombro, como pequenos soldados Coiotes militarmente bem treinados.
Del Rey não tinha estado contente com ela, ela podia dizê-lo. Se ela não tivesse estado tão irritada, teria sido divertido.
Ouviu a porta fechar-se atrás dela enquanto atirava a jaqueta que a obrigara a colocar sobre seus ombros, e a pôs sobre a cadeira a um lado da habitação, antes de voltar para enfrentá-lo. Ela esfregou seus braços frios e lutou por ignorar a necessidade de seu tato.
Ela não deseja o caos que vinha com seu contato neste momento, precisava pensar, planejar. Tanto estava ocorrendo, e muitas coisas que tinha previsto acontecessem não estavam passando. E lhe doía.
— O que era tão importante que tinha que falar com Armani quando uma tormenta de neve estava caindo? — Finalmente grunhiu enquanto liberou de um puxão o enlace de comunicação de seu ouvido e o jogou na mesa a um lado da cama grande.
— Evidentemente, algo importante — ela encolheu os ombros. — Coisas de garotas.
Ela forçou seus braços para baixo, obrigou-se a parar de esfregar calor neles uma vez mais. Tinha estado fria antes, ela estava segura que o estaria de novo antes que tudo fosse dito e feito.
— Quer me dizer o que estava fazendo no escritório de Armani? — Perguntou a ela. — Ou deveria começar a interrogar a seus guarda-costas?
Suas sobrancelhas se levantaram enquanto um sorriso forçava seus lábios.
— Eu lhes pedi que programassem uma entrevista para mim, Del Rey. Estou segura que estarão mais que felizes de lhe poder dizer isso por si mesmos.
Não houve mentira ali. Uma cuidadosa manipulação dos fatos, nada mais.
Ele cruzou os braços sobre sua camisa enrugada. Parecia bem desalinhada, teve que admitir. Finalmente, exalou ruidosamente enquanto a olhava, seu olhar acariciando-a da cabeça aos pés.
— Posso cheirar sua dor — disse brandamente. — Posso senti-la. Sinto muito, Anya.
Ela esperou, mas nada mais veio.
— Mas não o sente o suficiente para trocar de opinião — ela disse tristemente.
Sua expressão era pesada, e seus olhos negros furiosos com emoções que ela não sabia como interpretar.
— Bem — ela encolheu os ombros. — O que acontece a nosso matrimônio? Ou a cerimônia do emparelhamento? Precisamos programá-la.
Ela estava arrastando-se a um buraco e estrangulando-se de dor. Olhava sua expressão trocar, voltar-se fechada. Ela acreditava que era o pior rechaço que tinha enfrentado jamais.
— Você não está me tomando oficialmente como sua Coya — ela afirmou com voz rouca.
As palavras da Sofía a rondavam agora. Não era oficial. Anya estava vivendo em um mundo de sonhos, e de algum jeito a outra mulher o tinha sabido.
— Anya, a cerimônia não importa — ele empurrou seus dedos através de seu cabelo enquanto a olhava. — É minha companheira. Isso te faz minha Coya. Tempo. Não pode obter nada mais oficial que o emparelhamento.
Ela o olhava de novo, obrigando-se a não chorar, a não gritar de agonia e raiva.
Finalmente, assentiu lentamente.
— Obrigado por me salvar dos preparativos para a celebração que vem mais tarde. Responderei as perguntas da Lupina Gunnar e Prima Lyon pela manhã, e lhes farei saber que não precisam preparar-se para ela.
A humilhação zumbia através de sua corrente sangüínea. Ela não ia chorar, prometeu a si mesma. Ela estava muito cansada para chorar, muito dolorida para querer fazer nada, mas se enroscava dentro de uma miserável bola de vergonha.
Hope e Merinus já estavam fazendo planos. Uma cerimônia da primavera, o vestido branco que Anya sempre tinha sonhado. Uma boda real, ao igual os seus companheiros lhes tinham dado. Um anel. O sonho de toda mulher, mas no mundo dentro do que ela vivia agora, isso teria sido ainda mais. Teria sido uma afirmação, e acabaria com toda segurança donde outras companheiras, quando a hierarquia da sociedade de castas estava envolta.
— Anya, maldição — ele grunhiu, seus olhos piscando com ira. — O que está acontecendo com você? É mais lógica que a dor que posso sentir vindo de ti. Está-me matando com isto.
Ela levantou seu queixo lentamente e tragou o vulto em sua garganta.
— Sinto muito. Provavelmente os hormônios — finalmente lhe sussurrou. — Se me desculpar, Del Rey, acredito que não estou me sentindo muito bem. Vou a meu escritório um momento. Boa noite.
— Ao diabo — seus dedos rodearam seu braço, não forte, não era seu punho apertado, e ainda assim, ela se encolheu. Era quase doloroso aquele toque, inclusive através de sua roupa.
Ele a liberou com rapidez, olhando-a entretanto, como confuso.
— Machuco-se — ele franziu o cenho, perplexo, olhando-a cuidadosamente. — O que está errado? É esta a razão pela qual foi à Dra. Armani? Meu toque de repente é doloroso para você?
Anya sacudiu a cabeça. Não tinha sido doloroso. Não tinha feridas, não físicas. Emocionais. A calidez que necessitava, a sensação dele que ela desejava fisicamente, não podia ocultar a dor que ela sentia por dentro.
— Estou bem — disse de novo. — Por favor, me perdoe Del Rey. Só necessito uma ducha. Talvez comer — lhe deu um falso sorriso e segurou à porta de seu escritório. — Boa noite.
Ela abriu a porta, deslizou-se no interior da pequena habitação e quase se afundou no chão enquanto a parte superior de seu corpo tinha espasmos pela necessidade de soluçar. Era sua companheira, não sua Coya. Sem a cerimônia, ela nunca seria verdadeiramente sua Coya, sua outra metade. Ela era só a mulher que fodia e nada mais.
O esgotamento a enchia, e pela primeira vez desde que Del Rey tinha retornado, o calor do emparelhamento não a atormentava. Recostou-se no sofá, apoiou a cabeça sobre o braço e olhou na escuridão até que dormiu.
Ela não estava consciente de Del Rey entrando em pernadas na habitação ou dele em cócoras junto a ela. Ela não sabia que ele chegou, tocou a lágrima em sua bochecha e se sentiu como soluçando o mesmo.
— Sinto muito, neném — sussurrou ele. — Esta é a melhor maneira. Para ambos.
Ele tocou a bochecha com o dorso de seus dedos, sentindo a carne sedosa e fria, quando percebeu um calafrio passando através dela. Estava fria, mas não despertou. Podia cheirar a dor irradiando dela em ondas, inclusive dormindo.
Suspirando pela brutalidade do que lhe tinha feito, dolorido com isto a uma profundidade de seu ser que ele não sabia que existia, Del Rey levantou sua frágil companheira nos braços e a levou para a cama deles.
Despi-la tomou um tempo. Moveu-se lentamente, com cuidado, não querendo despertá-la do esgotado sono em que parecia ter caído.
Quando ele a deixou aquela manhã, estava rindo feliz, zombando dele. Ela estava fazendo planos, e ele sabia. Ele sabia e não quisera perder a calidez de sua risada até que não tivesse outra opção.
Agora a tinha perdido, e se sentia como se tivesse perdido uma parte de si mesmo.
Despiu-se e se meteu na cama a seu lado, curvando-se em torno de seu corpo frio e lutou para lhe devolver o calor. Estava frio. Frio até a medula de seus ossos, e não podia explicar por que. O frio se iniciou quando ela tinha caminhado de seu escritório mais cedo. Tinha crescido depois que ela tinha abandonado a habitação deles por seu escritório.
Tinha que protegê-la. Hope e Merinus viveram com a ameaça de perigos maiores que Faith ou as outras companheiras das castas. Mais intentos foram feitos em suas vidas que na das demais sem a cerimônia, o mundo nunca saberia com segurança se era sua amante ou sua verdadeira Coya. Os Coiotes não eram Lobos, disse a si mesmo de novo. Não necessitavam uma cerimônia para fazer algo como isto oficial. E ela veria no tempo que isto lhe daria uma maior segurança, e isso era o que importava.
Estava ferida agora, mas mais tarde, mais tarde ela entenderia, ele prometeu a si mesmo. Ele encontraria as palavras para explicá-lo. Encontraria um modo de lhe fazer entender. Tinha que entender, porque sua segurança era mais importante para ele que um mal-entendido.
Tinha visto com o primeiro atentado contra sua vida nas montanhas que ia ter que pô-la sob seus pés. Tinha que ser responsável por sua subsistência por seu lado, mantendo-a segura e bem. Nada mais importava.
Del Rey despertou a manhã seguinte quando Anya saiu de seus braços e deixou a cama. Esperou, escutou, inalou seu aroma e ainda não detectou a excitação, não necessitava de seu toque.
Ele conteve sua preocupação. Os Coiotes eram diferentes, disse a si mesmo de novo. Poderia ser simplesmente um ciclo de descanso que os hormônios lhe estavam permitindo, nada mais.
Ele levantou os cílios o suficiente para vê-la levantar a roupa suja que ele tinha deixado no chão a noite anterior. Sua expressão era tranqüila, composta. Bom, ela estaria bem. A vívida essência de dor não estava dominando seus sentidos. Possivelmente tinha sido simplesmente hormônios.
Esperou, escutou quando ela tomou a roupa suja do banho. Possivelmente ele teria que juntar-se com ela na ducha.
Abriu as gavetas da cômoda enquanto recolheu roupa limpa, e logo ouviu a porta de seu escritório abrir-se, fechar-se. Travar-se. Ela estava usando a ducha na outra habitação e se assegurou que não seria seguida sem seu conhecimento.
Diabos. Não gostava disto. Esta distância que de repente parecia separá-los, este sentimento que o fazia frio e irritável, o fez perguntar-se que diabos estava fazendo quando sua companheira estava envolta.
Filho de puta, ele teria preferido dirigir uma briga de punhos antes que olhar em sua cara esta manhã, porque só Deus sabia o que faria se ele visse aquela dor em seus olhos de novo. Ele só podia chegar a chorar por ela.
Hope Bainesmith Gunnar olhava a mensagem em sua bandeja de entrada. O correio eletrônico era surpreendente, triste.
Lupina Gunnar. Prima Lyons. Decidiu-se que não há necessidade da cerimônia oficial de estado. Anya Kobrin, companheira do Alfa Delgado.
Tanto em tão simples correio eletrônico. Tanto dor e tal perda de sonhos. Hope sabia que esta cerimônia era uma coisa que Anya tinha esperado muito, já que aceitava seu lugar ao lado de Del Rey, mas esta decisão possivelmente não era de sentir saudades depois da discussão que tinham tido com a Dra. Armani pela manhã.
Hope não estava surpreendida quando o telefone via satélite que tinha colocado em seu escritório soou. O identificador de chamadas mostrou o número de Merinus.
— Recebeu o correio eletrônico – Hope suspirou enquanto respondia.
— Me diga que é uma brincadeira – Merinus disse tranqüilamente. — Inclusive Calam estava esperançado que esta cerimônia acontecesse logo e cimentasse a posição de Anya. Sem ela, sua posição destacada entre a gente de Del Rey estará debilitada. O respeito deles para ela se corroerá.
Hope sacudiu a cabeça.
— Temo que não é uma brincadeira.
— Wolf tem que falar com ele — insistiu Merinus. — Esta cerimônia é muito importante, Hope.
Hope pensou a respeito disso, considerou-o. Ela suspirou.
— Isto é algo que ele terá que ver por si mesmo, e é uma luta que Anya tem enfrentará sozinha. Podemos apoiá-la, se ela nos necessitar, Merinus, mas há poucas coisas que podemos fazer.
—Maldito obstinado Coiote — Merinus amaldiçoou – Dor de rabo.
— Para ambas de nós — disse tranqüilamente Hope. — Esperemos que possa chegar à base e falar com ela logo. Vou fazer-lhe saber o que aprendi.
Merinus suspirou.
— A chamarei logo. Aquele correio eletrônico rompeu meu coração. Ela necessita tempo antes de falar comigo.
Hope assentiu.
— Vou lhe dar um dia mais ou menos. Até então, rezaremos.
— E rezar — disse Merinus – Pobre Anya.
Pobre Anya.
Pobre Del Rey.
Porque Hope sabia que isto ia causar mais problemas para o Alfa do que ele poderia ter considerado. O emparelhamento de um Alfa era uma coisa, a aceitação dos homens que o seguiam era outra, como ela e Wolf tinham aprendido. Por alguma razão, a cerimônia de bodas que tanto significava no mundo humano significa o mesmo na sociedade das Castas, talvez mais, especialmente para um Alfa.
Se um Alfa não aceitava sua companheira, então seus homens não a aceitavam também. Os últimos oito meses, a ordem de separação e a negativa de Anya a aceitar a seu Alfa não tinham parecido incomodar aos soldados coiotes. Eles a tinham aceitado, apesar disto. Porque tinham acreditado que a decisão estava fora das mãos de Del Rey. Uma vez que isto fora conhecido, a posição de Anya na Base se corroeria, e os problemas que ela enfrentaria não seriam fáceis.
Não para a Anya. E definitivamente, não para Del Rey.
Hope enviou um correio eletrônico à única outra pessoa que pensava que poderia ajudar com este problema em particular. O único homem que podia ter suficiente influencia para convencer a seu Alfa do engano de seus caminhos.
Seu irmão.
Brim.
Brim olhava na direção do correio eletrônico, o texto enviado na mensagem da Lupina, e sentiu uma onda de ira desenvolver-se dentro dele. Filho da puta. Possivelmente, desta vez eles lutariam depois de tudo.
Del Rey controlou Anya depois que saiu de suas habitações. Um cenho franzia suas sobrancelhas quando soube que ela estava na área da cozinha. Dando pernadas através da base, moveu-se atravessando a sala de comunidade e entrou na cozinha.
Com apenas o som do movimento quatro mulheres trabalhavam em silêncio, o maldito lugar era terrível. Havia um ar pesado, de tensão, um sutil aroma de ira e dor, e um frio subjacente que não podia tocar.
Anya levantou a cabeça das terrinas e os ingredientes em que ela estava trabalhando. Seus olhos estavam escuros, e havia sombras debaixo deles.
— Procure na geladeira se necessitar um sanduíche – disse a ele. — Vou ter ovos e bolacha de carne sortida em uma hora, se quer esperar.
— Não tem obrigação de cozinhar — Ele endureceu sua voz.
— Ninguém tem obrigação de cozinhar — ela encolheu os ombros. — A limpeza está muito longe de fazer-se realidade, certamente. Atualmente temos mantimentos na Base e certos elementos preparados para comer quando suas equipes tenham fome, Del Rey. Há mais de sessenta soldados aqui, na última conta, com várias dezenas mais vindo. Alguém tem que fazer que determinadas prestações se mantenham.
— Acrescenta-os aos deveres com rotação – ordenou a ela.
Viu-a pôr leite em uma enorme tigela de farinha e começar a trabalhar nele. Sua cabeça estava baixa, sua expressão tranqüila e composta, quando ele sabia que ela estava algo menos isso.
— Não funciona dessa maneira — ela sacudiu a cabeça.
— Então, faça com que funcione – ele disse. — Temos coisas a discutir que requerem nossa atenção, não você parada com seus cotovelos colocados profundos em uma tigela de farinha.
Ela olhou o relógio na parede.
— Pode dispor seus debates por duas horas — ela decidiu. — Agenda-me em seus horários depois que queria saber em que tempo e onde nos encontramos.
— Assim agora nós estamos programando a fodida? – ele grunhiu, ignorando as outras mulheres.
Sua cabeça se sacudiu uma piscada de dor cruzando sua cara.
— Se essa for a discussão, então acredito que é o que estamos fazendo.
Ele se sentiu quase impotente. Recordou aquela sensação claramente de sua juventude. Tão claramente que golpeou como um murro dentro de seu cérebro e deixou um grunhido ruidoso em sua garganta. Com uma jaula de aço em torno dele, tinha visto, tantas vezes, como seus irmãos e irmãs foram assassinados ante seus olhos. Castas Coiotes que foram consideradas defeituosas, porque tiveram misericórdia, porque eles se aproximaram uns aos outros. Meninos não mais que bebes, que choravam por atenção ou pelos mantimentos quando não havia nada. Baixou seus olhos. E se ele tentasse lutar, se tentasse salvá-los, logo outros morreriam também. Não tinham sido tão amáveis de ir por diante e matá-lo e tira-lo de sua miséria.
Eles o golpearam. Açoitaram-no com um látego. Conectaram eletrodos a ele depois o encadeavam à parede, e o torturavam com a eletricidade que esfolava seu corpo.
Era um exemplo para outros, o mesmo eram os assassinatos. Pretendiam quebrá-lo, destruir a misericórdia que havia dentro dele e demonstrar que uma casta não tinha alma, honra ou princípios.
Tinham fracassado. Mas de algum jeito, tinham ganhado também.
— Desculpe-me, Alfa — Ashley se dirigiu a seu redor enquanto caminhava para o pequeno armário que tinha inumeráveis implementos de cozinha.
Ele olhou para baixo, viu suas unhas curtas e franziu o cenho.
— Não acabo de te enviar aos condenados salão? – ele grunhiu.
Seus olhos se aumentaram.
— Tive os pratos ontem à noite. Umas poucas quebraram.
— O que quer dizer que teve os pratos?
Ela se agitou diante dele e olhou a Anya.
— Era o turno da Ashley para carregar a lava-louça e limpar as panelas e frigideiras — respondeu Anya.
— Tenho uma maldita rotação para as obrigações da cozinha — sua voz era áspera, primitiva, causando que as três mulheres Coiotes retrocedessem.
Anya encolheu os ombros.
— Ao revisar o armário, os pratos não estavam bem limpos. Eles são soldados, Del Rey. Homens. Eles não entendem sobre pré-lavado em primeiro lugar, nem compreendem de limpeza. Sharone, Emma e Ashley passavam horas aqui arrumando isto. Sua rotação não está funcionando. — Sua cabeça levantada. — A menos que os felinos o façam. Eles parecem ter uma idéia. Mas imagino que Alfa Lyon não estaria contente se utilizarmos as castas Felinas só para as obrigações da cozinha.
Ela verteu sua farinha desordenada sobre o mostrador e começou a trabalhar em um pão-doce. Um enorme pão-doce. Ele a olhou.
— Não é uma faxineira — quebrou-se — Isto não é onde pertence.
Ela parou, olhou à massa e levantou sua cabeça. Seu olhar era fechado, mas Deus, o que sentiu vindo dela. As emoções estavam quase encerradas em seu interior, lhe dando só o menor indício da comoção, da imensa ira, do medo e a necessidade que se enroscavam em seus olhos azuis escuro.
— Estou ocupada, Del Rey — ela disse finalmente. — Programe um horário e vou estar lá. Até então, me permita terminar, se não se importa. Ou isto é outra coisa o que necessito sua permissão para terminar?
A fúria o esbofeteou. Podia sentir sua construção dentro dele. Aumentando a necessidade dentro dele para forçar sua submissão, para levá-la de volta a suas habitações e fodê-la até que ela não tivesse a energia para desafiá-lo. E outra parte, uma parte sã, a parte humana, parou enquanto sentiu mais que o animal queria ver.
Girou-se sobre seus calcanhares e deixou a cozinha. Lutariam contra isto mais tarde. Uma vez que suas ordens fossem cumpridas, ela não se encontraria na cozinha cozinhando para toda a maldita base de novo. Teria sido condenado se ela estava. Ela não era o maldito cozinheiro. Era sua companheira. Sua Coya. Ela podia esperar até que o inferno se congelasse, mas não era seu trabalho fazer o trabalho atual.
Fechou com um golpe a porta de seu escritório, andou com passos majestosos para seu escritório e se sentou. Olhou ao redor do escritório. O pó se estava acumulando. Os expedientes se empilham aqui e lá ao azar. Não tinha sido assim quando tinha chegado. Seu escritório tinha estado impecável. O aroma de sua companheira em todo lugar.
Correu seus dedos através de seu cabelo e soltou uma dura e áspera respiração quando o golpe de Brim soou na porta. Ele conhecia o golpe de seu segundo-comando e a ira subjacente.
— O que? — ele grunhiu.
A porta se abriu.
Militarmente reto e perfeito, Brim se dirigiu dentro da sala. Seu olhar estava gelado, seus modos rígidos.
— Que classe de pau foi empurrado em seu rabo? — Ele arreganhou seus dentes ao outro homem.
Brim entregou a mensagem sobre a e-pad.
— Necessito sua assinatura.
Del Rey tomou a e-pad com sua mão, olhou-a, então sentiu uma neblina de cor vermelha banhando-o com a mensagem que esperava sua aprovação.
Ré: Notificação oficial de reversão dos direitos de Anya Kobrin sobre Alfa Delgado. Estado Coya, revogado. Estado companheira, revogado. Toda oportuna autoridade revogada.
Olhou ao outro homem.
— Que diabos é isto?
— Pela ordem de separação, ela só retém seu título se você não o revogar.
— Ainda não o revoguei — informou ao Brim, seu tom gutural. —Que diabos é isto?
— Você devia ter lido o acordo de separação mais detalhadamente, talvez — disse Brim. — Anya enviou uma nota esta manhã a Lupina Gunnar e a Prima Lyons, assim como a seus Alfas. A decisão que a cerimônia de emparelhamento tentativamente programada para a primavera estava cancelada. Ela perdeu seu título quando a nota saiu. Isto está já se filtrando através da Base. Ela já não é Coya e, portanto, seus líderes de manada necessitam uma diretiva de você.
A nota era uma diretiva correta. Anulava todos os poderes que Anya teve, previamente, para comandar em sua ausência. Também punha seu estado por debaixo dos líderes, em lugar de por cima deles, como tinha tido uma vez.
Ele olhava a nota.
— Se ela for oficialmente minha Coya, pinto um alvo sobre suas costas para qualquer coiote que conseguiu nos enganar, ou nos traia no futuro. Eles a golpeariam primeiro.
Brim encolheu os ombros.
— Essa não é minha demanda, Alfa. Tudo o que preciso é a ordem assinada para que a Base funcione de maneira adequada. A estrutura militar deve cumprir-se.
A mandíbula de Del Rey se apertou.
Antes que Del Rey pudesse controlar o impulso, recolheu a e-pad e a atirou. Um feroz e selvagem movimento de seu braço, e se estrelou contra o muro de pedra a seu lado.
Brim olhou a destruição antes de passar seu olhar de novo a Del Rey.
— Uma cópia foi enviada o seu PDA. Pode assiná-la daí. Se você me desculpar agora — ele saudou Del Rey com o devido respeito militar.
Perfeito, suave e coordenado.
Del Rey se encontrava fora de sua cadeira antes que Brim pudesse passar através da sala. No próximo segundo, teve ao seu segundo-comando contra a parede, seu braço agarrava a garganta de Brim enquanto um grunhido se ecoou de sua garganta.
— Qual é seu maldito problema? — ele olhava aos olhos de Brim e não via nada naquelas feições frias e sem emoções.
— Eu não sabia que havia um — E não estava brigando.
Brim não era um homem que permitisse inclusive a seu alfa lançá-lo contra uma parede. Mas ali estava, relaxado e fresco. Del Rey sentia como se um vulcão estivesse preparado para explodir dentro de sua própria cabeça.
— Cancela essa maldita nota — Del Rey disse.
Podia imaginar a dor de Anya se ela a visse, uma vez que a leu. Quase podia sentir a perda que sabia esconderia dentro dela.
— Não posso fazer isso, Alfa — Brim disse. — Esta é uma base militar, e as normas têm que ser respeitadas, do contrário, nossos homens ficarão confusos e inseguros. Eles escolheriam o bando. A gente dela contra sua gente. Não podemos permitir isso.
Del Rey o liberou lentamente.
— Elimina a maldita nota ou o faço por ti — ordenou.
Brim encolheu os ombros.
— Já saiu a seus líderes de manada. O protocolo exige que se envie. Igual se enviou aos líderes das manadas Lobos e Felinos. Você estará mostrando debilidade ao negar-se a enviá-la você mesmo. Como Alfa, não pode permitir o luxo de mostrar debilidade neste momento. Uma separação da manadas poderia nos destruir, Alfa. As alianças se irão ao diabo e nos deixariam brigando na selva por mantimentos de novo. Isto não era tão divertido como pretendíamos que fora, não acredito.
— Fora de meu escritório — Del Rey lhe ordenou friamente. – Agora.
Deu as costas ao Brim, até que escutou ao outro homem caminhar à porta. Brim se parou logo e Del Rey se esticou ainda mais, sabendo como ao outro homem gostaria de partir o de um disparo.
— Eu sou seu irmão.
Del Rey se encolheu com o aviso.
— Perdemos nossas irmãs naquele inferno. Perdemos irmãos. Sabe Del Rey, até que recebi aquela nota esta manhã, incomodava-me que se negasse a reconhecer a relação entre nós — havia diversão em sua voz.
Del Rey se voltou para ele lentamente.
Brim encolheu os ombros ante o olhar que lhe dirigiu
— Decidi que realmente não era pessoal. Tampouco era o medo por seus irmãos vivos o que causou sua negação dos poucos de nós que ainda vivemos.
— E você decidiu isto apoiado no que? – Del Rey podia sentir a fúria construindo-se dentro dele, lacrimejando através dele.
A boca de Brim se torceu em um frio sorriso.
— Você acaba de rejeitar sua Coya, líder Alfa. Qualquer homem que pode fazer isto não tem uma alma. Ele não tem irmãos, tampouco irmãs. Acredito que simplesmente vou contar-me a mim mesmo a sorte que você tenha suficiente honra para que não matasse àquele de seu sangue enquanto éramos ainda cachorrinhos.
Com isso, Brim abriu a porta e saiu da habitação, fechando lentamente detrás dele, um segundo antes que o grunhido de Del Rey se ecoasse através da sala.
Merda com eles. Merda com todos eles. Tinha uma alma. Uma alma sumida no horror da memória, uma alma que se retorcia e sangrava na parte baixa de sua coragem ante a idéia de tudo o que tinha perdido ao longo dos anos. Uma alma que chorava por tudo o que não poderia ter.
Porque ter significava perder. E Deus ajuda a todos, se ele perdesse sua Coya.
Anya se sentou em seu computador horas mais tarde, o cansaço sobre ela enquanto tirou o teclado e ativou o monitor.
Uma mensagem de correio eletrônico. Privado e encriptado.
Ela o abriu, tomou nota da data e hora da reunião, confirmou, e logo o eliminou. Ela cobriu seu rosto com suas mãos enquanto descansava seus cotovelos sobre a mesa e forçou a retroceder as suas lágrimas, quando a necessidade começou a queimar em seu interior.
Tinha recebido sua cópia da nota de Brim pela manhã antes de ir à cozinha. Sentia-se tão perdida agora como se havia sentido então. Sentia-se como se a primavera se cancelou. Como se o calor que tinha esperado ter lhe tinha sido arrebatado para sempre.
— Coya? – a porta de seu escritório se abriu e Sharone, Emma e Ashley entraram.
Anya tragou hermeticamente enquanto baixava suas mãos e olhava às mulheres que eram como irmãs para elas. Tinham sido resignadas por seus líderes de manadas. Ela tinha recebido essa nota particular quando ingressou na cozinha desde sua habitação.
— Não — ela sussurrou, sacudindo sua cabeça. — Vocês não podem usar esse título mais, Sharone.
— Tem que fazer algo — exigiu Sharone ferozmente. — Crê que a falta do título vai salvar sua vida? Não pode ser tão louco para acreditar nisso.
Anya sacudiu a cabeça.
— Vocês foram resignadas. Vocês, entretanto têm horas programadas fora de minha solicitação. Vamos ter nosso último dia de garotas em uma semana. Faremos uma festa – lhes disse — Dra. Armani e oxalá a Lupina Gunnar se unirão a nós. Estejam preparadas para isso.
Os olhos de Sharone se ampliaram quando o significado das palavras de Anya ficou claro.
Ashley se apoiou contra a parede, enquanto que Emma se sentou no sofá, sua cabeça olhava para baixo ao piso do pequeno escritório.
— E depois o que? — Sharone perguntou. — Não podemos te deixar indefesa. Anya, as castas que saíram da Rússia conosco estão indignados. Eles estão murmurando sobre abandonar a aliança que construíram com o Alfa. Este é o pior insulto que ele poderia te haver feito.
Anya sacudiu a cabeça. Não, o pior insulto que lhe tinha feito foi quando a convencera a vir com ele, encantando-a, seduzindo-a com suas mentiras. Ela era sua Coya. Ela era sua vida. Ela reafirmava que ele tinha uma alma.
— Coya — sussurrou Ashley, sua voz pesada. — O que tem fez está errado.
Anya tomou sua mão lentamente.
— Por favor. Digam aos outros que é meu desejo que permaneçam com a aliança. Eles prometeram sua lealdade a Del Rey sob certas regras. Que eu seja sua Coya não era uma dessas regras. Não podem permitir o luxo de romper sua palavra neste mundo, Sharone — ela sacudiu a cabeça e teve que tragar suas lágrimas. — Por favor. Informem a seus líderes de manada quando eles perguntarem. Vou estar bem aqui.
Ashley se moveu. Ela sacudiu a porta aberta e a fechou de um golpe com uma força que teve a Anya retrocedendo. Emma se levantou de seu assento e saiu mais devagar, suas mãos metidas nos bolsos de suas calças jeans enquanto Sharone a olhou de novo com uma expressão carregada de dor.
— Diga a ele — disse Sharone brandamente. — Se você é prejudicada, fez inimigos, Anya. Mais do que podia imaginar.
Sharone se voltou e abandonou a sala enquanto Anya soltava seu fôlego de um puxão. Ia perdê-las. Eram mais que amigas, e sempre tinham estado juntas. Desde que era uma menina e encontrou pela primeira vez as celas onde cinco mulheres Coiote se encontravam detidas.
Ela, a princesa das instalações do Chernov, inclusive à idade de cinco anos, tinha retorcido aos cientistas e médicos ao redor de seu pequeno dedo até que as meninas com quem queria jogar tivessem certa liberdade. Elas a tiveram, então formaram um vínculo que nunca se tinha quebrado.
Nunca tinham sido separadas, até agora.
— Anya?
Ela ficou rígida com o som da voz de Del Rey ao seu lado. Girou sua cabeça, olhando-o, vendo a pena em sua expressão, uma pena refletida em seu coração.
— Você teria me ferido menos se tivesse utilizado aquela faca que pesou em minha garganta na Rússia – lhe disse, a respiração saindo ruidosa.
— Sou um Coiote — disse sua voz baixa. — O mais odiado e temido das provas, em todo mundo. Minha Coya viverá em constante perigo. Se o mundo perceber que não é mais que minha amante, se as outras castas perceberem que ela tem só meu corpo, então está segura. Se cometer um engano e permito entrar um traidor entre nós aqui na base, então está mais segura.
— Nosso filho estará mais seguro? — perguntou ela.
— A esposa de Kiowa ainda não concebeu — disse ele. — Ela não usa o hormônio para a concepção tampouco. Temos tempo para trabalhar isto.
Parecia que já tinha trabalhado nisto.
— Não pedi explicações — ela se levantou e desconectou o computador.
Não houve mensagens de correio eletrônico, não havia castas pedindo assessoramento ou assistência. Nenhuma das freqüentemente dezenas de solicitações que enchiam sua caixa de entrada. Tinha recebido uma só mensagem de correio eletrônico, nada mais.
Quão facilmente ela tinha sido deixada de lado.
— Anya – enquanto se moveu ao redor de seu escritório, ele a parou, movendo-se para ela e pressionando seu corpo contra o dela. — É todas as partes de minha alma. Não posso te arriscar.
Mantendo-se às suas costas, ela fechou seus olhos ante a dor em sua voz, dor que vibrava através de sua própria alma.
— Entendo-o — ela sussurrou finalmente, e talvez uma parte dela o entendesse. — Sou sua amante, nada mais.
— Só aos olhos dos outros — suas mãos escorregaram ao seu redor. — O que acontece conosco é entre nós, Anya. É minha companheira. Minha Coya. Não importa o que o mundo vê.
Mas ela não era sua Coya. Esse poder, esse privilégio, tinha sido roubado. Ela era sua companheira de cama. Aos olhos do mundo, e agora aos seus olhos também. Porque os benefícios que havia trazido para sua vida como algo mais tinham sido despojados dela com uma só nota.
Ela estava chorando por dentro enquanto seus lábios pressionavam contra seu pescoço. Chorando quando a conhecida necessidade começou a queimar em seu estômago, começou a curvá-la e a raiva atravessou suas terminações nervosas.
E ainda não podia negar-se a ele.
Quando seus dedos levantaram a prega de sua camisa, passando-a em cima de sua cabeça, não podia lhe negar o contato que procurava. Quando tomou em seus braços e apertou seus lábios aos seus, não pôde lhe negar o beijo que ela mesma necessitava. O gosto dele, aquele pequeno pedaço para manter-se nele. Uma parte de si mesma que ele não podia lhe roubar, simplesmente porque a natureza demandava que apenas ele tomasse satisfação dela.
Seus braços se juntaram ao redor de seu pescoço; a emoção abraçando seu interior. Este homem era sua vida, cada pedaço a pertencia, não importava quanto lhe doía. Ela se tinha dado conta disto nos últimos dois dias. Era seu dono. Ela, que tinha jurado que nunca seria propriedade de ninguém, era propriedade deste homem, desta casta.
— Deus sim – ele grunhiu quando ela se relaxou contra ele. — Me agarre, Anya. Fique perto, neném.
Sua carne parecia cálida contra ela, e se esquentava sob seu tato. Empurrou seus sapatos fora de seus pés enquanto ele a liberava de seu jeans e o arrastou através de seus quadris.
Cresceu a fome por seu beijo, desesperada por essa conexão. A única coisa que não podia lhe roubar, que não podia lhe tirar.
Ela estava afundando-se sob as ondas de prazer quando ele a empurrou para trás, girou-a e pressionando-a contra a parede do escritório até que seus dedos estavam curvados contra o amplo antebraço que ele deixou debaixo de sua cabeça.
Envolvia-a. Não como aquela primeira vez, quando ele tinha estado detrás dela. Enquanto ele a dobrava mais agora, envolvia-a. Seus lábios estavam em seu pescoço, lambendo, mordendo, enviando rojões de luzes de calor crescente entre suas coxas enquanto sentia a cabeça de seu membro arremeter contra ela.
— Necessito de você — ele queimava seu pescoço. – Te necessito até que não possa respirar pela necessidade. Até estar morrendo por estar dentro de você.
Seu peito estava apertado, dolorido com a emoção em sua voz, o tortura que os enchia agora, atava-os, mantinha-os juntos.
Uma mão se apoderou de seu quadril enquanto girava sua cabeça a ele, tomou seus lábios e acionou a longitude de seu grosso membro dentro dela. Lentos e constantes golpes enchiam sua carne. Ele a estirava, queimava-a até ela estava ofegando contra seus lábios, suas pernas mais abertas, seus lábios e língua movendo-se contra ele em um beijo que aprisionou seu espírito ao dele.
— Tão doce. Dando tanto — ele grunhiu dentro de seu beijo antes de tomar seus lábios em uma exploração faminta que imitou os firmes e profundos golpes de seu membro.
Ele acariciou suas terminações nervosas muito sensíveis pelos impulsos de seu líquido pré-seminal que a queimavam. Ele a tocou, por dentro e por fora, ela se agarrou a ele, seus quadris juntando-se, movendo-se, moendo nela enquanto as sensações espiraladas de necessidade começaram a rasgar as últimas barreiras de controle que possuía. As últimas barreiras contra as emoções enroscadas dentro dele.
— Me agarre, Anya — Ele separou os lábios dela, abraçando-a ferozmente enquanto fez a masculina demanda.
Seu membro cavando dentro dela, profundo, lançando estocadas que a tinham ofegando, desejando a liberação. Seus músculos apertados ao redor dele, ordenhando-o enquanto ela se sentia subindo mais alto sempre mais alto. Queimou-se em seus braços como pólvora e não pôde deter a força destrutiva daquilo dentro de sua mente.
Quebrou-se qualquer possibilidade de permanecer à margem, do homem ou do prazer. Ambos envoltos ao redor dela, estimulado sua própria fome.
Pressionou para trás, abriu-se e gritou seu nome enquanto sentia seus lábios, a língua, a raspadura dos dentes contra a marca que tinha deixado em sua carne.
Os calafrios trabalhavam através de seu corpo. Seus mamilos doloridos quando o encaixe de seu prendedor os raspava; seu clitóris estava queimando, palpitando sem sentido pela liberação enquanto ele golpeava dentro dela por detrás.
Agitando a necessidade, apoderou-se de seu braço enquanto ela sentia a outra mão mover-se entre suas coxas, como se ele sentisse, como se ele conhecesse que esta situação por si só não ia proporcionar-lhe o alívio que necessitava ali.
— Me ame de novo, Anya —pressionou a cabeça contra seu ombro. — Por favor, neném. Ame-me, só uma vez mais.
A palma de sua mão cobriu o duro botão e o encerrou contra ela. Trementes estremecimentos de resposta começaram a construir-se em seu interior. O calor a rodeava agora, cada parte dela. Moveu-se em seu interior, esquentou os frios anúncios e aliviou a agonia que ressonava através de sua alma.
Ela o amava. Ela o amou até que nada mais importava, até que estava perdida dentro dele e sabia que nunca escaparia totalmente.
— Me ame — ele sussurrou de novo.
O prazer se construiu dentro dele até que foi um torvelinho. Até que gozou através de seu sangue, centrado em seu clitóris, em sua vagina. Até que ela estava explodindo com uma força que a levantou em pontas de pé, e tinha seus dentes mordendo seu braço enquanto ele se afundou na curva de seu ombro, sua língua lambendo a marca de emparelhamento enquanto ela o sentia inchar-se dentro dela.
Agonizantes palpitações de prazer se rasgaram através dela. Umedecidos com o suor de ambos, e entre eles alvoroçadas chamas de liberação queimando suas terminações nervosas.
Estava tremendo em seus braços. Os estremecimentos pareciam ir ao osso através dela enquanto sentia os profundos jorros de seu esperma pulsando dentro dela. Enchendo-a. Completando-a até que sabia que viver sem ele não era possível. A existência sem ele não ia acontecer.
Anya se escutou gemer enquanto ele a levantou em seus braços e a levou a cama muitos, muitos minutos mais tarde. Terminou de despi-la, despiu-se a si mesmo, logo se moveu sobre ela.
— Necessito-se de novo.
Estava ainda ereto, ainda duro.
Suas coxas se separaram quando ela o sentiu mover-se dentro dela, trabalhando lentamente nos inflamados tecidos, enquanto ambos gritavam de prazer.
— Doce Anya – grunhiu quando a enchia.
Del Rey nunca tinha conhecido prazer tão doce, tão saboroso como fodê-la. Deslizando seu membro dentro dela, sentindo sua concha apertar e ajustar-se a seu redor, aqueles convulsivos, pequenos movimentos de sucção destruindo seu controle.
O doce aroma da nata feminina e a luxúria masculina enchiam o ar enquanto seus lábios se posavam brandamente sobre os dela, logo se dirigiram a seus apertados e duros mamilos.
Ela se arqueou para ele, quando ele chupou primeiro uma e logo a outra ponta dura dentro de sua boca. Percorreu as apertadas pontas, sentindo as unhas dela cravadas em seus ombros, suas pernas envolvendo seus quadris.
Isto era o que necessitava dela. Toda ela. Toda ela centrada aqui, em sua cama, tomando-o, necessitando-o. Amando-o.
Doce Deus, estava perdendo-se nela e não podia evitá-lo. Não podia freá-lo. Necessitava mais e mais, até que ele se afundou dentro dela com duras e famintas estocadas. Até que sentia sua explosão, ouviu-a gritar seu nome enquanto se travava dentro dela, derramando sua liberação e grunhindo seu nome como um animal que somente podia encontrar a prudência, em nenhum outro lugar, a não ser nos braços desta mulher.
Tinha-a machucado, ferido seu orgulho, sabia. Sua segurança era mais importante. A paz de sua mente estava mais segura sabendo que o risco de ser sua Coya já não era algo que precisava temer.
Em troca, só teria que temer aquele estranho e tranqüilo lugar dentro dela que ele podia sentir cada vez mais escuro. O animal sabia que estava ali. Sabia que sua companheira estava pondo-o de costas, agarrando-o. E, assim como o homem, exigiu tudo dela.
Teria tudo dela. Ou ele nunca sobreviveria.
Anya se dirigiu à sala da comunidade três dias mais tarde, parando para recolher os periódicos, revistas e diversos artigos de lixo que agora a sujavam.
Tinha sido relegada a ser uma maldita ama de chaves, parecia. Nada era recolhido, ninguém estava se opondo, e ela estava fazendo o mesmo. Ao menos quando Sharone, Emma e Ashley estavam com ela, havia mãos dispostas para ajudar com o processo.
Não havia nada disso agora. Ela não tinha visto as garotas em três dias, e ela sentia saudades.
— Jax, me dê suas garrafas vazias, por favor – ela pediu a um dos Coiotes atirado em um sofá enquanto olhava a enorme televisão montada à parede.
Jax se inclinou para o lado em lugar de olhá-la, e deixou a habitação para recolher as garrafas por si mesmo.
— Seria mais fácil se me entregasse isso — lhe disse com um bordo da diversão.
Seu olhar escorregou nela.
— Seria mais fácil para mim se você mesma as recolher.
Anya se congelou ante a deliberada falta de respeito e se endireitou, deixando as garrafas onde estavam sentados.
— Vamos, Anya, você está no maldito caminho — ele grunhiu. — Deixe-me ver a televisão.
Era deliberado, um aviso que não tinha direitos, inclusive por cima do mais baixo dos soldados neste momento. Ela já não era Coya; ainda não era uma companheira reconhecida. Era a amante de Del Rey, nada mais. Não havia homens dispostos a ficar de pé por ela, e aquilo a deixava à mercê das bestas que a empurrava, mofavam-se dela e finalmente a forçavam a permanecer fora de seus caminhos ou arriscar suas vidas se ela conversava com eles.
Eles a estavam provando e ela tinha sabido o que estava vindo, só não tinha esperado que viesse tão logo.
Deixou as garrafas sobre a mesa e saiu da habitação, deixando o resto da desordem como estava. Ela era consciente das outras castas olhando-a, olhos esgotados, alguns com desaprovação, alguns com curiosidade, quando se dirigiu à cozinha.
Mas havia um olhar que tinha a vergonha retorcendo seu estômago. Sofía. Ela ainda estava ali, e a outra mulher sabia.
Anya atirou o lixo que levava a cozinha, e logo olhou em torno dos pratos empilhados ao azar no grande ralo. Havia frigideiras sujas e panelas sobre as cozinhas e os armários. A porta de um dos fornos tinha ficado aberta.
A cozinha era um desastre.
— Quem tem a rotação desta semana? – perguntou ao Cavalier quando entrou na habitação desde outra porta.
Olhou ao redor da sala.
— Os Lobos e Felinos foram retirados da rotação. Um dos líderes de manada foi atribuído para manter a rotação daqui, mas não estou seguro quem é.
— Obrigado — disse firmemente enquanto ela se dirigiu a pilha e sentiu seus ombros afundar-se no desespero.
— Poderia parar isto — disse detrás dela. — Uma palavra é tudo o que precisaria.
— E que palavra seria? — ela sacudiu sua cabeça.
Ela se voltou para água quente, parando no lavabo e preparou os pratos antes de pô-los na máquina de lavar pratos.
— Juramos lealdade a ele por você — disse-lhe Cavalier. — Porque você estava ao seu lado e seu aroma nos assegurou que não importa os problemas que estavam tendo, ainda ele era leal a você. Ele já não está mostrando aquela lealdade.
Anya se voltou lentamente.
— Ele é um comandante capaz e Alfa – ela disse asperamente.
Seu escuro rosto era estóico, seus olhos ferozes enquanto um grosso, comprido, e brilhoso cabelo loiro escuro emolduravam seu rosto.
— Está certa nisto — ele assentiu. — Mas um homem não é julgado por sua capacidade para conduzir bem, Coya.
— Não me chame isso, Cavalier – ela sussurrou. — Eu já não sou sua Coya.
— Você é nossa Coya — afirmou, um ataque de ira enchendo sua voz agora. — Nós o seguimos, juramos nossa lealdade a ele, porque ele era seu. Não porque você pertencia a ele. Ele não faz a merda que nós reclamamos como nossa e ainda comanda aquela lealdade.
— Não — ela disse ferozmente — Simplesmente não entende suas razões. Deixe assim, Cavalier.
— Tudo o que precisamos é uma simples palavra, e nós estamos de pé – afirmou ele. — Se ele a está maltratando, nenhum de nós se manterá sob seu comando.
Como poderia ela alguma vez ter considerado esta casta morta por dentro? Quando se reuniu com ele pela primeira vez, ele tinha tido o mesmo olhar em seu rosto como o tinha agora. Inexpressivo, seus olhos frios, mas naqueles frios olhos cor âmbar estava mais do que tinha visto nunca.
Ela o viu agora. Uma fúria selvagem, uma completa e dedicada lealdade. Ela tinha lido seu expediente no outro laboratório. Ela tinha sabido que tinha sido marcado para morrer quando ela convenceu a seu pai que era um candidato para o programa de treinamento nos laboratórios Chernov.
Tinha quatorze anos. Nunca tinha rechaçado a ela ou qualquer outra pessoa, até agora.
— Ele não me maltrata — ela jurou.
Ele grunhiu ferozmente.
— Tampouco mostra respeito por você. Até que o faça, não há um só Coiote, exceto aqueles que a conheciam de antes, que lhe mostrará respeito. Haverá brigas — ele a olhou. — O sangue se derramará. Porque não há nenhum de nós que ficará de braços cruzados e permitirá isto.
Ele se afastou dela e saiu da habitação.
— Discórdia nas filas, que interessante — Sofía arrastou suas palavras da outra porta. — Saberia Del Rey a respeito disto?
Anya girou surpreendida e enfrentou à outra mulher. Grandioso. Perfeito. Justo o que diabos ela necessitava.
— O que você crê que precisa saber – disse antes de empurrar os pratos na água saponácea.
O silêncio encheu a sala.
— Ele não te está fazendo nenhum favor, Anya — disse então Sofía. — Del Rey pode ser malditamente estranho em um bom dia, e ele tem todas estas extravagantes pequenas idéias a respeito do amparo da gente pela que se preocupa. Ele não está te protegendo com isto. Ele apenas pensa que o faz.
A tranqüila reflexão na voz da outra mulher tinha levantado sua cabeça, seus olhos encontrando o olhar surpreendentemente sombrio da Sofía.
— Ele fará o que ele pensa que deveria.
— Ele conseguirá te matar — advertiu-lhe Sofía.
— Ele sabe o que está fazendo — Anya chiou.
Sofía sorriu. Em primeiro lugar, uma triste e melancólica curva de seus lábios e, continuando, uma das burlonas às que Anya estava mais acostumada.
— OH bem, se você morrer, acredito que averiguarei se realmente as castas podem aparear-se pela segunda vez. Ouvi que Mercury Warrant o fez. Talvez uma casta Coiote possa também.
Ela girou e saiu da cozinha então, volteando seu cabelo sobre seu ombro com um ar de interesse, como se estivesse decidida a encontrar de uma maneira ou de outra se ela tinha uma oportunidade de ser a Coya agora.
Anya olhava para baixo a água, piscou evitando suas lágrimas e empurrou atrás a dor. Sofrendo não ia arrumá-lo.
Durante as horas que passou com Del Rey em suas habitações, sabia que o homem queria algo que ela não podia aliviar, salvo o amor. Uma vez que essas portas estavam abertas e o Alfa emergia, encontrava-se com o comandante, o líder, que era um homem muito diferente.
Sua fila na base tinha trocado drasticamente com a nota informando que tinha havido uma mudança de planos na cerimônia oficial. A ordem de separação tinha ordenado sua fila, sempre e quando sua relação seguisse sem resolver. Foi um amparo para ela, os outros líderes Alfas tinham explicado. Ela nunca tinha imaginado que era uma ilusão que se dissolveria logo que a ordem de separação tinha sido dissolvida.
Entretanto, acontecera. A descida de um lugar de respeito a um de alerta desafiante roçava em seu orgulho. Mas, de novo, poucas castas de qualquer espécie davam o respeito onde seus alfas não o davam. Anya, um ser humano, mais fraco fisicamente e para todos os efeitos e propósitos, sem outra casta aceitando oficialmente a responsabilidade dela e de suas ações era menos que a imundície em seus pés.
Era a maneira do mundo no que agora existia, e ela não tinha nem idéia de como trocar a impressão que eles tinham estado dando.
Del Rey leu os informes da manhã, assinou as notas e bebeu seu café enquanto desaprovava a terminação de seus trabalhos administrativos do dia a dia. Tinha merda em sua caixa de entrada que nunca antes tinha tido. Queixa. Solicitações. Problemas nas equipes Felinas e Lobos. Ingratas mensagens de correio eletrônico que sempre terminavam com uma petição. Centenas deles.
Sentou-se em sua cadeira e olhou a tela de seu computador, antes de ativar o comunicador em sua orelha.
— Sim, Alfa? — a voz de Brim era calma. Muito calma. O mesmo tom que tinha utilizado durante três dias. Estava tirando ele do sério.
— Venha aqui — ordenou-lhe.
Quando abriu a porta, ele olhou ao outro homem enquanto agitou sua mão para a tela do computador.
— Que diabos é isto?
Isto. Duzentos e vinte e sete mensagens de correio eletrônico dos dirigentes das manadas, os soldados, castas Enforcers e outros que não tinha forma de identificar.
Brim se moveu em torno da mesa e olhou curiosamente a tela.
— Ah sim — disse finalmente. — A reversão dos direitos — ele encolheu os ombros.
— Que caralho, — Del Rey grunhiu — é isto?
Brim cruzou seus braços sobre seu peito antes que ele se inclinasse contra a parede ao lado da cadeira de Del Rey.
— A reversão dos direitos – Brim disse. — As responsabilidades da Coya, Del Rey. Já não há mais Coya. Sua direção de correio eletrônico foi revogada e todas as mensagens de correio eletrônico dirigidos a sua pessoa são devolvidos a seu proprietário correto. Ou seja, o Alfa.
— Você fez isto? — Del Rey grunhiu.
Os olhos de Brim se ampliaram.
— Eu, não — ele soltou uma risada. — Isso ocorreu em Haven quando a nota saiu. O servidor processa as mensagens de correio eletrônico. Quando a cerimônia oficial foi cancelada, Haven não teve mais remédio que cortar a direção de correio eletrônico. É parte dos estatutos da sociedade. Não os lê?
Não. Ele não tinha lido os putos estatutos, porque ele não era parte da sociedade. Protocolo de merda. Responsabilidades sociais. Eles estavam em uma base militar, não em um puto lar de Castas rebeldes.
— Atribui a alguém para responder a esta merda — ele agitou sua mão no computador. — Anya está provavelmente descansando ela não tem que lutar com isto nunca mais.
Brim estava em silêncio.
Del Rey olhava aos correios eletrônicos e exalou uma difícil respiração.
— Eu poderia atribuir a alguém — declarou finalmente Brim. — Sofía ainda estará passeando tranqüilamente pelos arredores, vou colocá-la para trabalhar.
Del Rey girou para ele lentamente, seus lábios elevados em um grunhido silencioso.
Brim encolheu os ombros.
— Como você disse, Anya está provavelmente encantada de desfazer-se da responsabilidade. Deixa-lhe mais tempo livre para passá-lo com você.
Del Rey girou e olhava a tela de novo, sem dizer nada.
— Devo atribuir esse direito a Sofía, Alfa Delgado?
— Não, — Del Rey se quebrou – Somente vá embora daqui.
Esperou até que a porta se fechou detrás de seu segundo-comando antes de ativar seu vínculo com uma linha exterior. Esperou até que Wolf Gunnar estava em linha.
— Como posso te ajudar, Alfa Delgado? — A voz do outro homem era fria.
Caralho, estava cansando disto.
— Fode-me, Wolf, e me vou vir abaixo e arrancarei seu pênis. Vamos ver quanto desfruta de sua Lupina então.
Houve ao menos uma risada antes que o som fosse suavizado.
—Isto não me diz o que você necessita.
O que necessitava? Além de Anya, além disso, que algo faltava dentro dele, que se sentiu tão maldito perdido que não pôde averiguar onde demônios encontrá-lo.
— O interrogatório do garçom. Por que não se reprogramou de novo, todavia?
— Temos nova inteligência que estamos esperando – lhe disse Wolf. — Isto foi remetido a sua direção de correio eletrônico ontem pela tarde. Deveria havê-lo recebido.
— Estou seguro que está naquela confusão em alguma parte — Del Rey grunhiu.
Wolf estava rindo, divertido.
— Sim, se não fosse pela Hope, encher-me-ia de denúncias e solicitudes. Suponho que está negociando bem com eles. Uma base militar é um inferno com um montão de inconveniente a mais que um lar, imagino. Eu não lhe invejo a massa de correios eletrônicos. Atribuiu um assistente?
Del Rey apertou a ponte de seu nariz.
— Só aumente a velocidade se não lhe importar.
— Estamos esperando mais inteligência que Cabal São Laurents, uma casta Rojão de luzes junto com o Santuário, estão estudando. Eu gostaria de ter essa inteligência, que implica a possibilidade que uma casta tenha planejado os ataques para começar. Se puder identificar à casta e o garçom pode confirmar a participação, então nos ajudaria a prender com Engalls e Brandenmore. Eu te ligo quando a informação chegar.
— obrigado, Alfa Gunnar — Del Rey disse. — Vou esperar a que chame.
Desconectou antes que Wolf pudesse lhe fazer outra brincadeira, e ativou uma linha pessoal.
— Sim? — A voz de Anya era desconfiada. Tinha estado desconfiada por dias cada vez que respondia a sua linha pessoal.
— Tenho café — tentou zombar dela. Deus, necessitava-a a seu lado neste momento.
— O café não seria muito bom para mim agora — ela respondeu. — Mas se me necessita, posso encontrá-lo em nossas habitações.
Se quisesse foder. Quase podia escutar o fundo dessa declaração.
— Necessito de você no maldito escritório — disse ele. — Se eu quisesse te encontrar em nossas habitações, então, ali é onde eu teria estado.
— Vou estar aí então.
A linha se desconectou enquanto grunhia furiosamente. Estava excitado, descontente, e teria sido condenado se soubesse como solucionar algo disto neste momento.
Ela não entendeu. Brim não entendeu. Perdê-la poderia matá-lo. Perdê-la o mataria. Estava garantindo sua segurança, isso era tudo. Os atentados foram feitos contra Hope e Merinus regularmente. Não podia imaginar o inferno que foi para seus companheiros.
Um pequeno golpe chamou a sua porta, momentos depois se havia tensionado podia cheirá-la. Doce, tão suave.
— Entre.
Entrou na habitação e fechou a porta. Estava vestida com calças jeans e um suéter. Botas. Seu cabelo era tão suave como sempre, sua cremosa carne parecia como seda. Mas havia algo diferente. Algo que ele não podia tocar. Como se algo dentro de sua preciosa Anya tinha sido apagado.
— Necessita-me?
— Fecha a porta — Estava de repente impossivelmente excitado.
Seu olhar brilhava com mortiça luz enquanto ela fechava a porta lentamente e ele obscureceu as janelas da habitação. Sua língua palpitava por beijá-la, por degustá-la. Nada importava a não ser a fome arrasando seu corpo e mente agora. A dor em seus braços por agarrá-la, o frio que parecia estender-se através de seu peito.
Tinha estado muito tempo sem ela. Muito tempo desde que a havia tocado. Amado. Levantou-se de seu escritório e tirou sua camiseta sobre sua cabeça, suas mãos foram ao seu cinturão.
— Dispa-se — ordenou desesperadamente. — Agora, Anya. Dê-me isso.
Ela lhe havia dado tudo, e ele queria mais. Anya se perguntou se tinha mais para dar depois do inferno que havia caminhado pesarosamente hoje.
Dar-se a ele.
Ela desabotoou suas botas e as escorregou de seus pés antes de despir-se lentamente. Amanhã. Amanhã seria o final de tudo. Ele aprenderia como ela tinha conspirado contra ele.
Voltar-se-ia em contra depois. Ele desprezava aos cientistas das castas. Tolerava à Dra. Armani porque ela tinha conseguido ocultar do Conselho de Genética, negou-se a eles através dos anos, também estava fazendo sua própria investigação sobre eles.
Ele nunca aceitaria Chernov e Sobolova. E ele a odiaria por tê-los levado à Haven. Por expor a sua gente a eles.
Nua, excitada, dirigiu-se onde ele estava parado, alto e dourado, poderoso em sua sexualidade e sua nudez. Uma grande mão estava envolta ao redor do tronco de seu membro, acariciando-o prazerosamente enquanto seu peito se moveu com fortes respirações.
Ela amava seu corpo. Ela amava ao homem. Ela entendeu o que não queria entender, e ela sofreu por ambos, porque ela sabia que isto ia arrebentar em seus rostos logo. Até então, ela queria a seu companheiro. Seu amante. Seu Alfa.
— Minha Coya — sussurrou quando ela veio a ele, rompendo seu coração com um título que nunca seria dela.
— Alfa — ela o aceitou por quem ele era, o que ele era, enquanto se movia contra dele, esfregando sua frente contra seu peito, deixando seus lábios à deriva sobre os duros músculos enquanto ela sentia sua palma curvada ao redor de seus quadris.
Ela o tocou, suavizado suas mãos sob seu peito, seu abdômen. Os dedos de uma mão se apoderaram de seu palpitante membro enquanto ela levantou a cabeça para seu beijo.
Era pura energia. Magia negra. Ele a beijava com uma fome que se afundou em seu interior quando sua língua empurrou entre seus lábios.
Embriagadoras especiarias encheram seus sentidos. O sabor do beijo de emparelhamento, suave e quente uísque. Envolvia-se ao redor de seus sentidos e lhe recordava as noites quentes do verão de Avermelhado quando tinha estado sozinha, pensando nele, sonhando com ele.
Mas isto não era sonho. Isto era Del Rey. Muito capitalista. Tanto dela e, sim, muito separado dela.
Ela se afastou, lacrimejando desde seu beijo para encontrar uma pausa. Seus lábios se dirigiram dos lábios de Del Rey a seu peito. Aquele fino manto de cabelo de seu peito a hipnotizava. Luminoso, mais claro que o loiro escuro de sua cabeça. Quase uma penugem dourado. Era suave ao tato, tentador e quente.
Ela esfregou sua bochecha contra ele e sentiu a pequena queixa em seu peito. Não um duro gemido, um áspero suspiro de prazer quando suas mãos se enroscaram em seu cabelo.
— Quero te tocar — ela sussurrou.
Precisava tocá-lo. Tudo estava fora de controle. Ele era a única coisa que tinha deixado para agarrar-se enquanto o mundo se desenredava ao seu redor. Ao redor dos dois.
— Me toque — ele suspirou. — Doce bebê. Minha Coya.
Sua Coya em privado. Sua puta para seus homens, nada mais. Quanto tempo mais ela poderia suportar isto?
Ela acariciava a dura longitude de seu membro com lentos e suaves golpes. Seus dedos se dirigiram da base à ponta, acariciou abaixo e se curvou ao redor do pesado saco de suas bolas. Ela lambeu seu peito, mordiscou-o, beijou-o.
Ela o amava da única forma que sabia. Com seu toque, com seu beijo. Movendo-se para baixo, seus joelhos dobrados enquanto ela se ajoelhou ante ele e lambeu a repleta crista.
Ela o olhava, chupava-o em sua boca e olhava como sua cabeça se inclinava para trás, seu cabelo comprido caindo sobre seus ombros. Os grandes planos e ângulos de seu rosto estavam suspensórios com a necessidade agora, seus lábios pesados com fome sensual.
— Deus, sua boca — ele grunhiu, olhando para baixo a ela de novo. — Me chupe Anya. Doce Coya. Tome em sua boca.
Sua Coya. Ela era sua Coya aqui, mas em nenhuma outra parte.
Seus lábios separados enquanto ela tomou a grossa cabeça dentro. Imediatamente um jorro de líquido pré-seminal encheu sua boca. Tão quente como xarope quente, tingido com relâmpagos e promessas masculinas. Amava o sabor dele. Amava o poder e a promessa de seu gosto, de seu tato.
Seus dedos em seu cabelo, a suave flexão de suas coxas, a palpitação das pesadas veias debaixo da sedosa carne de sua franga.
— Anya. Sim, maldita seja, eu poderia morrer em sua boca, é tão bom.
Seus quadris se moveram, pulsando dentro das quentes profundidades enquanto ela se abriu para ele, tomou tanto como podia e o chupou, açoitou a sensitiva parte inferior com sua língua. Outro jorro de quente fluido e ela estava selvagem, faminta. Outro, e ela estava desesperada, gemendo, culminando para ele.
E ele estava ali. Levantando-a em seus braços, deitando-a através de sua mesa. Seus lábios jogavam com seus mamilos, primeiro um, logo o outro. A fome os envolvia, rodeava-os, afundou-se em seus poros, enquanto lutavam por devorar-se um ao outro.
Seus lábios estavam em seu ombro, os dele em seu seio. Suas mãos acariciavam suas coxas, moviam-se entre eles. Calosos dedos raspavam através das dobras de seda enquanto sua cabeça se tornava para trás, um grito estrangulado deixando seus lábios, o prazer banhando-a.
— Preciso te degustar — Quentes, ásperos, seus lábios baixaram a seu estômago. — Toda aquela doce nata que posso cheirar. Tão quente e doce, Anya.
Seus lábios acariciaram, lamberam, beijaram suas coxas. Empurraram suas pernas mais abertas, dirigiu-se à dolorida carne ali, sua língua golpeando através do úmido centro enquanto ela gritava seu nome.
Ela se arqueou, suplicou. Suas pernas caíram sobre seus ombros, enquanto suas mãos apertaram seu traseiro, agarrou-a a ele, e a comeu com um prazer que ela não podia conter. Quentes, famintos lábios, sua língua um instrumento de prazer e luxúria. Ele lambeu e acariciou. Prazeres elétricos açoitavam através dela, deixando-a retorcer-se debaixo de cada carícia.
Seus dedos apertados em seu cabelo enquanto sua língua fazia círculos em seu clitóris, os lábios a rodeavam, e uma quente pressão começou a chamar o êxtase em sua culminação.
A explosão que a sacudiu a fez gritar seu nome. Ela encerrou seu sexo mais apertado contra seus famintos lábios, lutou por mais e logo se arqueou com as sensações quando elas a consumiram.
Úmida com o suor estava esperando-o quando ele levantou sua cabeça, suas mãos arrastando suas pernas ao redor de seus quadris enquanto a levantou ele.
Grossa e dura, sua ereção estava pressionando em seu interior enquanto ele se derrubou na cadeira detrás dele, pondo as pernas dela ao redor de suas costas enquanto começou a trabalhar em seu interior.
Anya se apoderou de seus ombros, olhava dentro dos olhos de seu amante e via todo o prazer desesperado, a dolorosa necessidade e a solidão que sentia dentro de si mesmo.
— Muito lento — ela gemeu. — Mais duro, Del Rey. Tome duro e rápido.
Suas mãos apertaram seu traseiro, um dedo afundando dentro da estreita fenda ali.
Anya apertou seus músculos ao redor da quente cabeça, enquanto estalava dentro dela. Um duro e quente jorro de líquido pré-seminal a teve sussurrando seu nome de novo. Outra a teve tentando capturá-lo em seu interior.
— Agora — ela ofegou. — Duro Del Rey. Tome duro. Dê-me isso tudo.
Seus olhos negros, com toques de azul, eram selvagens com a insaciável necessidade de derramar-se entre eles.
— Fode-me, homem selvagem.
Ele grunhiu, flexionando os quadris, seu membro entrando mais profundo, e ele não se deteve. Impulso detrás impulso até que ele a estava enchendo, e ele não se deteve.
Agarrando-se a ele, Anya se dirigiu com ele, seus braços abraçados ao redor de seu pescoço enquanto seus lábios tomaram seu beijo, asfixiando os gritos de ambos enquanto ela se moveu contra ele. Tomando-o, amando-o. Seu sexo chupava sua ereção dentro dela enquanto ela chupava sua língua dentro de sua boca.
Os profundos e penetrantes impulsos rastelavam e acariciavam suas expostas terminações nervosas. Podia sentir o prazer construindo-se, trincando com cada impulso, até que estava inconsciente com a necessidade ardendo através dela como fogo.
Ela o necessitava.
Ela assegurou seus pés na cadeira detrás dele enquanto se levantou e caiu com ele, suas mãos sobre seu traseiro, a ponta de seu dedo apertando sobre seu traseiro, pressionando nas sensíveis terminações nervosas ali. Seus lábios tomaram os seus, acariciando-os. Eles foram golpeados por uma tormenta de sensações que os agarrou com a guarda baixa, deixando-os brigando pela liberação, corcoveando e empurrando até que Anya atirou sua cabeça para trás e gritou em um perfeito e quente orgasmo que a enviou voando.
Sem sentido. Sem corpo. Ela era pura sensação, puro prazer queimando em seus braços quando ele empurrou dentro dela a longitude completa e aquele profundo e quente inchaço a enchia até que ela estava disparada para as estrelas e explorando em um branco e quente centro de prazer.
Ela era consciente dele seguindo-a. A forma em que grunhia seu nome atirou-a para ele e mordeu seu ombro de novo. Sujeitou-a em seu lugar, ela pensava confusa. Aquela mordida sujeitava seu corpo em seu lugar, onde ele a queria, em perfeito alinhamento com o seu, suas sementes acelerando-se dentro dela, enchendo-a muito profundo, com tais duros e queimantes jorros que sabia que nunca seria a mesma.
Ela se derrubou contra seu peito quando seus dentes finalmente a liberaram. Sua língua lambeu sobre a ferida, cada carícia enviando um calafrio percorrendo através dela enquanto se estremeceu em seus braços, seu membro ainda encerrado dentro dela.
— Preciso te agarrar — ele sussurrou seus lábios acariciando seu pescoço — Assim, Anya. Só em meus braços.
Sua cabeça descansou sobre seu ombro, separou-se dele, enquanto lutava contra suas lágrimas. Igual a isto, somente em seus braços, e separados em todas as partes.
Era como estar dividido em dois. Sempre no exterior, olhando o que fora ou o que poderia ter sido, e sabendo que isso era tudo que ele queria.
Del Rey olhava, uma hora mais tarde, como Anya se dirigiu ao quarto de banho privado anexo ao escritório, vestiu-se. Ela estava formosa, mas sua expressão era sombria.
Isto era o que estava perdendo, ele pensou: seu sorriso.
— Te vejo esta noite? — ela perguntou, brincando nervosamente com a prega de seu suéter, enquanto ela o empurrava sobre a cintura baixa de suas calças jeans.
— Esta noite — ele prometeu.
— Talvez pudéssemos tomar banho juntos? — havia algo perdido em sua voz, algo que o cortava até o osso.
— Você está bem? — dirigiu-se do escritório para tomar sua bochecha na palma de sua mão — Você me odeia, Anya?
Seus lábios tremeram.
— Eu te amo, Del Rey — ela sussurrou, o olhar nele com aqueles tristes olhos azuis. — Eu sempre te amei.
Deixou sua mão enquanto ela se moveu rapidamente fora dele e escapou, enquanto ele parou em estado de choque e surpresa. Sabia que ela o amava, podia senti-lo em cada toque. Ele o tinha sabido desde que tinha dezesseis anos, queimou-se por isso quando ela tinha vinte. Mas não tinha esperado que ela mesma o admitisse.
Seguindo-a à porta, abriu-a e a viu ir-se. Das sombras através da grande caverna que conduziam às comunicações, ele vislumbrou outra pessoa.
Ashley.
Estava de pé, os olhos esgotados nele, uma faca embainhada em sua coxa, o uniforme verde oliva que estranha vez lhe tinha visto, lhe dando uma visão dura e desumana enquanto ela voltou sua cabeça e o olhava com um olhar frio antes de mover-se para seguir a sua Coya.
Não gostou de ver Ashley no monótono verde oliva. Na próxima vez que a visse, teria que perguntar sobre isso. Ele preferia muito mais a Ashley coquete em cor e tropeçando ao redor de sua pretensão de suja diversão.
Esta Ashley, ele suspirou fortemente, igual à Anya, recordava-lhe tudo o que podia sentir que estava perdendo.
Anya tinha a esperança de adiar um enfrentamento por si mesmo ou entre as novas facções opositoras dos soldados Coiotes. Sentia-se como se ela e Del Rey estivessem no meio de uma guerra silenciosa. Os seus contrários aos dele. Ela podia sentir a determinação de todos, como a sua própria, para deixar ao Alfa fora disto. Não era sua luta. Era a dela.
Uma luta para manter as Castas Coiotes russas dentro da aliança que tinham formado e para sustentar a precária paz que ela podia sentir desembaraçando a seu redor. Uma paz que tinha trabalhado oito meses para conseguir. A batalha entre os dele e os dela. Os soldados Coiotes que tinham seguido a Del Rey durante tantos anos e os dela que tinham lutado incansavelmente para obter a liberdade.
Na medida em que tinha sido Coya, a paz tinha reinado. Agora, aqueles das manadas russas viram um insulto na reversão dos direitos e a diminuição de sua condição. Ela viu as razões de Del Rey, quase as entendeu, mas para fazê-las funcionar não havia maneira que as manadas pudessem as conhecer.
Aquilo os deixava em um ponto morto que temia não duraria muito mais tempo.
Era noite no momento que ela ordenava a cozinha. Tinha havido um intento de carregar a lava-louça. Era acidental no melhor dos casos.
A cozinha era o problema maior em toda a instalação. Nenhum deles queria limpar sua própria sujeira. Os soldados estavam sempre apurados, as equipes correndo para comer, e voltar. Alguns chegavam abatidos e cansados, comiam o que podiam, logo iam dormir, esgotados. Ela não podia culpá-los, mas não podia continuar com isso tampouco.
Pelo menos alguém tinha que tentá-lo.
Estava endireitando a lava-louça quando Jax entrou nas pernadas na cozinha. Alto, loiro claro, com mechas mais escuras e olhos azuis escuro. Ele era tão bonito como os outros. As Castas foram criadas para ser perfeitos em todos os sentidos.
Ele não era cruel com ela.. Mas ao igual aos outros soldados, ele empurrava e provava seus limites. Não a tinha provado enquanto era Coya, mas parecia que ele estava determinado a prová-la agora.
— Você não fez bolachas — disse enquanto se dirigiu ao refrigerador e tirou um prato com um sanduíche de carne em rodelas grossas. — Pela manhã as equipes as perderam.
— Eu estava ocupada esta manhã — suspirou, endireitando os pratos na máquina.
— Sim, Del Rey é um cão quente quando se levanta – ele riu dissimuladamente. — Lembro que há alguns anos, levou a três mulheres ao esgotamento e estava procurando a quarta antes que a noite tivesse chegado. Maldição, era divertido então.
Anya ficou rígida.
—TMI, Jax.
Ele riu daquilo.
— Vamos, Anya, sabe que ele está igual por você. Você comprovou sua reputação antes de ir a aquele bar, quando se reuniu com ele a primeira vez. Você era uma coisinha linda – ele comentou. — Eu não teria esperado tanto tempo, se fosse sido Del Rey. O teria feito com você essa noite.
Anya se endireitou lentamente e o encarou. Ele estava de pé detrás dela agora, sua expressão controlada, seu olhar frio.
— Não faça isto, Jax — disse brandamente.
—Por quê? Porque Cavalier gosta de advertir àqueles de nós que seguimos a Del Rey o anjinho que é? O que aconteceu, Anya? Como traiu o Alfa para obrigá-lo a reverter sua autoridade?
Ela sacudiu a cabeça.
— Pergunte a seu Alfa. Mas deixe ir esta noite, Jax.
— Você nos traiu de algum jeito, Anya — ele grunhiu. — Uma Casta não afasta a sua companheira por qualquer outra razão. Ele a despojou da fila. Por quê?
Ela tentou afastar-se dele. Não tinha previsto isto, e certamente Del Rey tampouco. Que as castas que o seguiram suspeitassem que tivesse feito algo para lhes fazer mal.
Podia sentir o medo agora obstruindo sua garganta. Jax não duvidaria em cortar sua garganta. A suspeita era tão boa como a prova para as Castas Coiotes. E Del Rey lhes tinha proporcionado um montão de suspeitas.
Estava quase na esquina da mesada, quase o suficientemente longe para escapar dele, quando ele agarrou sua mão e a trouxe de volta.
A agonia golpeou através dela com seu toque. Ela mal pôde soltar seu grito quando a trouxe de volta a seu lugar, e a liberou com a mesma rapidez. Seu quadril golpeou na mesada enquanto ela extraiu uma respiração dura e cheia de dor.
— Você não está gritando em agonia, Anya — ele assinalou. —É ainda sua companheira? O que aconteceu? Jogou com a culpa do Alfa e de algum jeito tentou convencê-lo que era sua companheira?
Não havia nenhuma mesquinharia, havia determinação. Jax estava convencido que era uma ameaça, e em seus olhos, ele estava fazendo o que precisava ser feito.
— Por favor, Jax — sussurrou. — Pergunte a seu Alfa. Não faça isto.
— Pensa que porque ainda gosta de fodê-la, pode convencê-lo para encobri-la? — Jax riu — Responda a maldita pergunta, cadela. O que fez?
Ela sacudiu a cabeça, e mal esperou até que ele se moveu e tentou correr.
Uma cozinha suja era uma cozinha perigosa. Havia uma fina capa de farinha ou de açúcar talvez, no chão. Seu pé escorregou enquanto ele a capturou pelos cabelos, ambos perdendo o equilíbrio. Encontrou-se presa de novo, desta vez contra a parede. Sua cabeça golpeou a pedra, sua mão dobrada dolorosamente enquanto ela gritava e tentava manter-se em pé.
As arrumou para encontrar seus pés, olhando ao redor só para parar, os olhos aumentados na vista do Cavalier e Ashley. A navalha de Cavalier estava contra a jugular de Jax, Ashley se situou a suas costas, uma comprida e maldita faca afiada em cada mão, enquanto se enfrentava contra três da equipe do Jax que tinham aparecido à cozinha também.
— Não. Cavalier. Pare! — Ela andou ao longo da habitação, quase caindo quando se deu conta que tinha obtido uma contusão em sua perna. Havia sangue em suas calças jeans, uma fatia com o passar do material.
Cavalier grunhiu na cara do Jax enquanto sua faca cortou um pouco o pescoço da outra casta.
— Coya, retorne as suas habitações — A voz do Cavalier era um eco de morte.
Anya inalou ruidosamente enquanto as outras castas se voltaram para ela, suas expressões duras, suspeitas, acusadoras. Ela não era Coya, entretanto, os Coiotes russos se negavam a aceitar as diretrizes do Alfa. Negavam a lealdade que juraram a ele.
— Retroceda, Brazon — Ashley grunhiu enquanto um dos líderes de manada tentava aproximar-se. — Sou o diabo com esta faca, deveria recordá-lo.
Brazon se deteve, seus olhos âmbar medindo suas possibilidades antes de dirigir-se a Anya.
— Cavalier – Anya sussurrou roucamente. — Você uma vez jurou que me devia sua vida.
Cavalier grunhiu furiosamente.
— Não.
— Deve-me a vida — sua respiração dolorida. — Jure por mim que o deixará ir. Abandonarei a habitação, mas me jure que não lhe fará mal — seu orgulho era feroz. Se ela o fizesse baixar enquanto ela estava ali, ele sofreria por isso. Seu orgulho, seu sentido da honra, sofreria.
— Ele golpeou contra sua Coya — grunhiu Cavalier.
— Eu não sou sua Coya — a primeira lágrima caiu. — Por favor, Cavalier. Jure-o.
Ela não podia manter-se parada. Ela não podia sustentar-se, e não houve maneira que pudesse deixar a Del Rey vê-la esta noite. Não como isto. Ele mataria ao Jax. Ela não podia lutar por mais tempo. Ela estava cansada, ela estava perdida, e por dentro se sentia quebrada.
— Não me peça isto — Cavalier disse. — Não importa seu título, não tinha o direito.
— Eles pensam que os traí – disse a ele — Ele pensará melhor. Jure-o, Cavalier, ou abandonarei esta base, e nunca retornarei. E os deixarei sozinhos.
Sem amigos ou segurança. Sem os homens e mulheres que tinham jurado viver com ela. Uma companheira indefesa. Cavalier nunca arriscaria isso.
— Não vou machucá-lo — sua voz era primitiva, enfurecida. — Desta vez. — Havia uma advertência ali que ela orou para que Jax prestasse atenção.
Ela se dirigiu aos outros.
— Vão a seu Alfa por explicações. Esta luta termina agora.
Olhavam-na em silencio a suas costas.
— Brazon — O líder da manada que uma vez tinha sido seu amigo. — Por favor.
Seu assentimento foi lento.
— Desta vez, Anya. Só desta vez.
Teria que ir-se. Não tinha escolha. Se não o fizesse, sangue seria derramado e a aliança Coiote e os sonhos de Del Rey se iriam para sempre.
A angústia revolveu seu estômago, dando-lhe náuseas enquanto coxeava da cozinha e se apressava através da sala de comunidade. Ela era consciente de Sofía observando tranqüilamente, outro açoite para seu orgulho. No momento em que chegou aos túneis, estava chorando com a dor. Estava lacrimejando, quebrando-se até que não soube se poderia sobreviver à agonia esfolando-a.
Cavalier esperou até que ela se fosse. Sua faca ainda na garganta do Jax olhava aos olhos dos outros homens.
— É seu irmão — disse brandamente, falando de Del Rey. — Cheiro o vínculo entre vocês e o parentesco. Ele não o reivindica a você, cachorrinho. Isto o faz um traidor?
Tomou só segundos para que os olhos do Jax se ampliassem horrorizados. Tempo suficiente para Cavalier retroceder e se localizar-se em uma posição defensiva. Tempo suficiente para Ashley para mover-se. Ela se moveu ao caminho equivocado.
Um grunhido de fúria, um uivo de angústia saiu de sua boca, enquanto se voltou, saltou o mostrador até que se equilibrou detrás de Jax, trouxe sua cabeça de volta e enviou a faca oscilando em um duro arco descendente.
Quando terminou, o sangue recobria o pescoço de Jax e faltava a metade de seu ouvido, enquanto Ashley saltou do mostrador e correu da cozinha. Cavalier a cobriu, olhando atrás às Castas em silêncio enquanto levantou sua mão e ativou um canal privado em seu enlace.
— Sim — Brim respondeu ao primeiro assobio.
— O primeiro sangue foi derramado – Cavalier lhe advertiu. — Acredito que um médico poderia ser necessário.
Anya tropeçava através das cavernas e túneis, sentindo a sua vez como os soluços a rasgavam e as lágrimas lavavam sua cara. Uma mão envolta ao redor de seu estômago enquanto a dor parecia castigá-la ali. Sentia o frio enquanto se aproximava de seu destino. Um frio que se filtrava em todos os poros e, entretanto, era mais quente que o gelo construindo-se em sua alma.
Ela paralisou na boca da pequena cova que dominava Haven. Coberta de neve, parecia tranqüila debaixo. Um quente resplendor parecia estender-se por todo o fechado vale, envolvendo-o, e zombando dela com a promessa de algo que nunca teria.
Empurrou os joelhos a seu peito e recostou sua cabeça contra elas, e chorou. Tudo estava perdido. Ela não podia lutar por mais tempo. Ela não podia suportar isto, a dor era muito agônica. Se ela não estava, então Del Rey rapidamente conseguiria dirigir as divisões que começavam a separar a base. Sem ela como uma distração, algo para assegurar, ele veria a confusão armada e juntaria a seus homens de novo.
E ela estaria sozinha. Muito sozinha.
Ela desejava poder uivar com a dor rasgando através dela. Com o pensamento de dormir sozinha, sempre fria, sempre procurando o que não estava ali.
Esta era sua culpa, e ela sabia. Se ela não se permitisse perder o controle quando Del Rey a tinha seqüestrado, então isto não teria acontecido. Esta divisão não se teria produzido se ela nunca tivesse sido Coya, enquanto Del Rey não estava.
Ela deveria ter visto a ilusão que era. As castas não abandonam a sua companheira, todo mundo sabe isso. O tribunal sabia isso. Seus inimigos sabiam isso. Nunca lhe teria permitido permanecer em Haven, enquanto estava na base, ele nunca teria deixado seu cuidado de outros. Tinha dependido disso e a percepção que ele não a tinha aceitado como sua companheira para protegê-la.
Sua própria arrogância acreditando que havia um lugar aqui tinha sido sua queda, sua última humilhação e a perda do homem que aprisionou sua alma.
Ela soluçou a perda, gritou por ela até que sentiu como se seu espírito estivesse rompendo-se.
— Está bem, Coya — a voz da Ashley teve sua cabeça levantada com vergonha, em estado de choque. Que estas mulheres a vissem tão quebrada, tão débil, enviou um dilacerador raio de agonia através de sua alma.
— Precisa estar quente — Sharone estendeu uma manta sobre ela, sua própria cara úmida com lágrimas.
Emma se agachou a seu lado, chorando também enquanto ela apoiava sua cabeça no muro de pedra ao lado de Anya.
— Anya. — Preciosa Ashley. Seu rosto estava pálido, seus lábios trementes, as lágrimas sulcando seu rosto quando ela se ajoelhou diante de Anya, continuando, curvou-se em uma pequena bola a seu lado, sua cabeça no regaço de Anya. — Eu não gosto disto — ela soluçou no joelho de Anya. — Eu não gosto disto. Que nos separem. Que lhe afastem de nós! – ela gritou — Eu não gosto disto, Anya.
Anya soluçou com ela.
— Não os deixe te afastar de nós — sussurrou Emma lamuriosamente. — Por favor, Coya. Sempre foi nossa Coya. Sempre foi nossa líder. Não deixe que eles nos levem.
Sua feroz e pícara pequena Ashley. Anya enterrou sua mão no cabelo da garota enquanto ela tinha sua cabeça contra a da Emma, então se estendeu e aproximou Sharone a elas.
Indomável, tão cheia de orgulho, e, entretanto, as lágrimas correram pelo rosto de Sharone quando ela tinha sua cabeça contra o ombro de Anya. E não pela primeira vez, gritavam juntas e choravam. Porque a liberdade era de supor significava que nunca se perderiam umas às outras. Que nunca mais poderia as separar uma ordem. E, entretanto, era exatamente o que as tinha esmigalhado. A ordem do homem que Anya amava.
Estava quase terminado. Amanhã, terminaria. Se ela podia manter o domínio, só um pouco mais de tempo, então estaria terminado. Ela seria o traidor e os coiotes que uma vez a tinham seguido uma vez mais seguirão a Del Rey.
E Anya finalmente e irrevogavelmente estaria sozinha.
Del Rey entrou na enfermaria lentamente. A raiva estava queimando um buraco em sua mente enquanto escutava os informes no vínculo de comunicação. Anya não tinha sido encontrada, e tampouco seus guarda-costas. Ela tinha entrado nas cavernas e simplesmente desaparecera.
Sentado em uma maca estava seu irmão, o mais jovem, que Del Rey tinha perdido a esperança de salvar quando o menino não era mais que um bebê. E agora, Del Rey queria matá-lo.
Jax se sentou na maca, enjoado, enquanto Regam costurava uma parte de sua orelha ao lugar onde pertencia. Cavalier estava ali, sob custódia, gostosamente.
Havia seis soldados Coiotes cobrindo-o, mas detrás deles estavam outros seis Coiotes russos e se viam furiosos.
Ele observava Jax enquanto o outro homem olhava ao chão, negando-se a levantar sua cabeça.
— Ashley cortou seu ouvido — informou Brim. — Cavalier abriu a pele sobre sua jugular.
Cavalier estava inclinado contra a parede, olhos esgotados, braços cruzados sobre seu poderoso peito.
Este era o homem que nunca passou a linha. Seguiu cada ordem, lutou como o diabo, e Del Rey sabia, ele lutava até a morte. Nunca o surpreendera tanto qualquer dos homens que tinham jurado lealdade a Del Rey.
— Que saiba — Cavalier falou em primeiro lugar, assinalando com a cabeça ao Jax. — A próxima oportunidade que consiga, vou cortar sua garganta. Quando o fizer, vou vê-lo sangrar como o asqueroso rato que é, Delgado.
Delgado. Não Alfa, não Del Rey. O sutil insulto era aceitável, mas incomodava.
— Onde está minha companheira? — isso era tudo o que lhe preocupa. Tinha que procurar a Anya, então arrumaria isto.
Cavalier riu com isso. Um som duro e áspero que tinha um grunhido proveniente de sua garganta.
— Pergunte ao pequeno cachorrinho do seu irmão o que fez a sua companheira. — Cavalier se mofou do título — Do que ele a chamou. Sua puta, acredito que era.
Jax se acovardou quando Del Rey se voltou para ele. Apoderou-se do cabelo de seu irmão, sacudindo sua cabeça para trás e olhando a seus olhos azuis. Olhos iguais à mulher que os pariu. Um azul profundo e escuro que nadavam com miséria.
— O que fez?
Jax era freqüentemente impulsivo, mas nunca era cruel. E era inteligente, muito inteligente para fazer algo para machucar a companheira de Del Rey. Deus o guarde Del Rey orou. Ele odiaria matar a seu próprio irmão.
— Não entendo — disse Jax, sem desculpas, com o conhecimento de sua própria morte enchendo seus olhos. — Pensei que nos tinha traído. Que você a tinha rejeitado porque ela era uma traidora.
Del Rey sentia cada osso, cada músculo apertado em seu corpo.
— O que fez?
— Ele a tocou — Cavalier grunhiu. — Ele causou sua queda quando se apoderou de seu braço para prendê-la no lugar. Quando ela saiu correndo dali, havia uma faca ferindo sua coxa. Penso que escutei sua mão quebrar-se e sei que ouvi sua cabeça golpear a parede. Aquele filho da puta machucou nossa Coya, filho da puta, e se for matar a alguém, ponha a pistola em sua cabeça primeiro.
Fúria sombria e desesperada castigava a Del Rey. Escutou o grunhido que saiu de sua garganta quando soltou a seu irmão para não matá-lo.
Cavalier riu.
— Não pode inclusive protegê-la contra seus próprios homens. Você a fez ficar e brincar de ser sua puta para que?
Ele saltou para o outro homem. Jax não teria sobrevivido a uma oração de sua fúria. Cavalier pode.
Escutou Brim amaldiçoar. De repente, havia corpos bloqueando-o, enfurecidos grunhidos e maldições quando seus homens o empurraram atrás, os homens do Cavalier trazendo-o de volta.
Os grunhidos enchiam a sala, primitivos, enfurecidos.
— Suficiente, maldição — Brim gritou por cima do estrondo. — Malditos vocês dois. – Se girou a Del Rey. — Que demônios esperava, estúpido bastardo? Insultou-a diante de vinte Coiotes fiéis a ela. Ela deu sua vida por eles, e esperava que tomassem isto tranqüilamente? Quando seu maldito estúpido irmão abusava dela?
Del Rey se soltou punhos voando, pés golpeando, em questão de segundos tinha tomado à Casta tentando aproximá-lo dele, ao igual à fez Cavalier.
Enfrentavam-se uns aos outros agora.
— Minha Coya é um objetivo — disse-lhe ao outro homem, lhe dando um brilho da visão do que tinha feito. — Posso ter sido imprudente, mas foi para proteger a minha companheira. Minha Coya.
Cavalier parou.
— Eu daria minha vida por ela.
Del Rey olhava aos olhos dos outros homens. Ele não lutaria, a menos que ele tivesse que fazê-lo. Ele nunca lutaria com o homem que se pararia e enfrentaria a morte para proteger à Coya, a companheira de Del Rey.
— Nós lhe juramos lealdade, por causa dela — informou-lhe Cavalier, e não era mais do que Del Rey já tinha conhecido. — Ela era nossa Coya antes que você a acoplasse.
Del Rey assentiu.
— Sei disso, Cavalier. Agora que está ferida, tenho que encontrá-la. Ajude-me a encontrá-la.
Cavalier riu disso.
— Se não tivesse tirado seus guarda-costas, você não teria que procurá-la.
Del Rey fechou os olhos, o medo piscando através dele.
— Seus guarda-costas não foram retirados.
Surpreso girou a ele. Os olhos de dois líderes de manada arregalados.
— Alfa, sua nota de rejeição tomou seus guarda-costas. Foram retirados desde que o estúpido saiu.
Del Rey girou para ele. Gelo, fúria assassina o enchia.
— Procurem-na — ele grunhiu. — Se não tiver a localização de minha Coya nos próximos vinte segundos, vocês pode tirar seus rabos fora da Base e obter uma merda. Vocês, estúpidos bastardos — gritou de novo a eles. — Pedi que fizessem isso? Disse-lhes para pôr em perigo minha maldita companheira?
— Não, Alfa — Brim respondeu, a brincadeira inconfundível em sua voz agora. — Você rescindiu sua condição, ao negar-se a aceitar seus votos oficiais, rechaçando-a. — Jogando um olhar ao seu próprio comunicador, começou a ladrar ordens enquanto a mandíbula de Del Rey se apertava furiosamente.
Diabos, tinha conseguido foder isto realmente. Ele olhava a cada homem na habitação agora.
— Nas próximas malditas horas, vocês receberão as notas — grunhiu. — Minha companheira, minha Coya, fará seus votos oficiais esta primavera. E peço a Deus que esteja viva para fazê-los, ou cada um de vocês malditos morrerá por ser estúpidos.
— E você, Alfa? — Cavalier grunhiu furiosamente. — Você lhe fez isto, aqueles de nós que temos que enfrentar agora. Você pôs a suspeita sobre seus ombros pelo rechaço dela. Seus homens só seguiram seu exemplo.
Del Rey o imobilizou com fúria primitiva.
— Vou estar morto já, Cavalier — lhe informou. — O homem não vive sem sua alma. Tire-me essa mulher, e isso é o que verá. Exatamente pelo que o Conselho se esforçou. Um Coiote sem alma.
Com isso saiu da enfermaria. Maldição com isto. Ele sabia como encontrar a sua companheira. Ele conhecia seu aroma mais do qualquer outra pessoa poderia conhecê-lo. Ele conhecia sua companheira, sua dor e suas lágrimas. E aquele era o aroma que seguiu.
Em vão. Antes que a noite acabasse, a cavernas ecoaram seus uivos de raiva. Os Coiotes estavam procurando na montanha, o heli-jato estava no ar, e as equipes foram enviadas ao Haven.
A companheira de Del Rey tinha desaparecido junto com três de suas mulheres Coiotes guarda-costas. E alguns temiam que tivesse desaparecido para sempre.
A Dra. Armani não deixou Anya na parte principal de Haven. Ela a encontrou com suas três guarda-costas quando desceram da montanha em uma cabana.
Sharone e Emma ajudavam a Anya no assento do passageiro antes que a doutora entrasse na parte de atrás com a Ashley e Emma, enquanto Sharone conduziu, sem as luzes, a uma entrada oculta do centro médico.
O corte da faca que tinha puxado da mesa e cortou a perna de Anya era mais profundo do que se acreditou em princípio. Sua mão estava quebrada e o lado da cabeça dolorido de seu impacto contra a parede.
Nikki estava silenciosa enquanto ela aplicava um adesivo sobre a pele da perna em lugar dos antiquados pontos utilizados para as lesões menores. A mão de Anya estava colocada em um duro gesso de plástico que a assegurava em seu lugar, antes que a doutora limpasse a contusão da cabeça e aplicasse cuidadosamente um filme de adesivo ali.
— Não posso acreditar que ele permitiu que isto ocorresse — A voz do Nikki era áspera com lágrimas escondidas. — Preciso trazer a Lupina aqui. Ela tem que ver isto. Não há maneira que o tribunal das Castas garanta sua completa segurança contra aqueles monstros, Anya.
Anya levantou a cabeça em estado de choque.
— Não foi sua culpa, Nikki, — ela sussurrou. — Eles pensam que os traí.
— Malditos! — A crua fúria era seguida por um duro agarre aos ombros de Anya, enquanto Nikki a sacudia furiosamente, uma lágrima se deslizava livre e corria por sua bochecha escura. — Olhe-se, Anya. Não importa por que. Jax pôs suas mãos sobre uma mulher. Uma mulher humana, mais fraca que ele, incapaz de defender-se, e deixou que fosse machucada. Isso não é uma Casta honorável, isso é um monstro.
Anya sacudiu a cabeça.
— Foi um acidente.
— Foi um fodido abuso — Nikki gritou em sua cara enquanto Sharone, Emma e Ashley passeavam a ritmo na habitação. — Abuso, Anya. Não há desculpa, não há perdão.
Ashley grunhiu quando ela puxou à médica atrás, seu rosto enfurecido, seu nariz contra o nariz da Nikki.
— Suas mãos a machucam. Mantenha-as longe dela ao menos que a esteja curando.
Nikki olhou a jovem moça, e Anya viu a tortura em sua cara.
— Ashley, estou bem, não dói, — Anya sussurrou. — Vem para cá, irmãzinha.
Ashley estava quebrada em partes sobre ela. O selvagem animal que ela lutou para manter oculto estava rompendo livre na raiva e a dor que a enchia. Anya não tinha sido a única traída. Estas jovens mulheres tinham desejado muito uma vida normal, pela liberdade e a risada, tinham sido traídas também.
As outras estavam feridas, mas Ashley, que tinha dependido muito da risada de Anya, seu apoio e afeto, tinha sofrido mais.
A jovem garota se afastou da médica depois de um último olhar de advertência, mas em vez de vir a Anya, caminhou a ritmo novamente. Como se seu corpo magro contivesse muita energia, muito poder para que ela o dominasse.
— Ashley, está tudo bem — Nikki admitiu docemente. — Eu não a tocaria. Não seria melhor que o que fez aquele maldito Coiote.
Nikki estava amaldiçoando. Era de supor que seria uma má coisa quando Nikki amaldiçoava.
— Os médicos Chernov e Sobolova estarão no SPA no Advert amanhã pela tarde. — Anya tragou suas lágrimas. — Del Rey vai estar vendo a televisão por nós. Temos que conseguir a Alfa Gunnar e a Lupina ali para esta reunião e obter o asilo solicitado — ela empurrou os dedos de uma mão através de seu úmido e desarrumado cabelo. — Jax desarrumou todos meus planos.
Ashley grunhiu viciosamente, um som primitivo e animal que causou a Anya contrações de dor.
— E Ashley precisa fazer suas unhas. Acaba raivosa quando elas se estilhaçam.
Pobre Ashley, as unhas estavam nuas e naturais, sem pintura, os preciosos desenhos pintados sobre elas tinham desaparecido. Tinham sido apresentados para adornar pequenas pontas que fossem o suficientemente fortes para deixar a carne aberta.
— Eu o teria matado em vez de cortar a parte de fora de sua orelha. — disse Ashley — Deveria ter feito o que Cavalier estava disposto a fazer e fatiar sua garganta.
— Isso não era o que eu queria Ashley — Anya sussurrou. — A aliança tem que permanecer. Estamos de acordo em que, é a única segurança para os coiotes.
— Anya, uma vez que Wolf veja isto, haverá uma inquisição — disse-lhe Nikki ferozmente. — Isto não passará. Se Del Rey não controlar aos seus homens, então Haven romperá a aliança. Sabe tão bem como eu.
Anya sacudiu a cabeça.
— Foi só um...
— Mentira! — Emma irrompeu com uma amostra incomum de selvagem desafio — Eram todos seus homens. Seus homens, não os nossos. Sabe o problema que temos com os chefes de equipe, para tentar cobri-la? Eles desobedecem inclusive a seus dirigentes de manada, e colocou aos Coiotes russos tão longe como é possível de você. Isto não era só uns poucos homens. Era toda sua maldita base de raivosos mestiços.
Anya baixou sua cabeça e a sacudiu, cansada. Inclusive seus guarda-costas não viram o que Anya tinha sabia.
— São soldados — sussurrou — Totalmente dedicados a seu Alfa, assim como as três de vocês estão para mim. Acreditavam que tinha traído a Del Rey e a base. Sua única segurança — ela levantou a cabeça e as olhou dolorida. — Jax não pensava me ferir. Escorregue e tudo se foi ao inferno a partir daí. Nunca teria acontecido se não tivessem estado convencidos que Del Rey estava me rechaçando em lugar de tentando me proteger.
— É um maldito coração sangrando — murmurou Nikki. — Teria morrido por qualquer desses malditos.
— Sim. Teria — suspirou Anya. — Sua liberdade é um valor para morrer, Nikki. Eu os conheço. Conheço Jax. Estava protegendo a Del Rey e as manadas. Nunca teria me prejudicado deliberadamente.
Tentou convencer-se disto. Queria, mas estivera aterrorizada quando o enfrentou.
— Qual é a hora daquela maldita puta reunião? — Nikki amaldiçoou de novo.
— As três — disse-lhe Anya – Os Coiotes estarão por todo o lugar logo. Vamos ter um inferno de tempo para conseguir sair de Haven.
— Então melhor lhe tiramos fora daqui antes que eles comecem a aparecer como moscas sobre os mortos – ela estalou, voltando-se para Sharone. — Há um veículo na parte posterior, consegue que esteja preparado para rodar. Há armas no armário da garagem, fáceis de encontrar. Tenho uma casa segura. Vou levá-las para lá, e logo volto aqui e falo com o Alfa e a Lupina.
Anya não queria estar para essa conversação. Ela capturou o braço da Nikki, olhando-a ferozmente.
— Isto foi um acidente, Nikki. Não lhe mentiria a respeito.
— Sim, faria-o — Nikki estalou. — Recorde, você o disse, Coya, pensa que vale a pena morrer por eles.
Anya a olhava intensamente.
— Me escute, Dra. Armani. Se você disser a Alfa Gunnar que fui maltratada, eu vou negar. Vou gritar não. Não minto, inclusive por meu povo. A liberdade não serve para mentir, e a liberdade de minha gente é mais importante que uma mentira para uma só casta que poderia arruinar tudo.
Os lábios de Nikki estavam apertados.
— Sharone, consegue aquele veículo preparado para rodar. Estou fazendo uma chamada. Três mulheres Lobos que conheço protegerão a Anya com sua vida. São nossos melhores agentes. Elas as tirarão daqui, e ninguém perguntará por elas ou pensará em segui-las.
Anya liberou sua mão.
— Alfa e Lupina Gunnar estarão nessa reunião, assim como cada Casta de Lobo pronta e capaz de rodar.
Anya assentiu enquanto se deslizou fora da mesa de exame.
— Del Rey estará aqui — sussurrou.
— Delgado pode foder-se — Nikki grunhiu. — Estou tão zangada com ele que poderia disparar àquele bastardo eu mesma. Malditos estúpidos homens. Odeio aos homens castas. Porra, os odeio.
Nikki caminhou ao mostrador, deslizou seu vínculo de comunicação sobre seu ouvido e fez sua chamada enquanto Anya envolveu seus braços sobre seu peito.
Estava fria de novo. Tão fria. A excitação não estava de volta, entretanto, e honestamente, o exame de Nikki não a tinha ferido. Evidentemente, o ciclo do calor de emparelhamento estava aliviado. Se tivesse sorte, teria conseguido chegar ao dia seguinte, sem muitas dificuldades.
— Os veículos e as armas estão preparados — Sharone retornou à habitação, sua dura expressão, composta enquanto olhava a Nikki. — Nossa Coya precisa comer. Ela não tomou nada desde a manhã.
— Há comida na casa de segurança — Nikki assentiu. — Satin ou uma de seus agentes podem vir para te tirar se o preferir.
Anya assentiu cansada. Ela não se preocupava com a comida. Estava esgotada. Queria dormir. Queria curvar-se nos braços de Del Rey e queria estar cálida, e isso nunca ia voltar a ocorrer de novo. Depois de amanhã, iria rejeitá-la de verdade por traí-lo.
Os cientistas das Castas Coiote tinham tentado despojá-los de sua humanidade em formas freqüentemente mais destrutiva que o que tinham feito às outras castas. Psicologicamente, suas cicatrizes eram muito profundas, muito sangrentas, Anya sabia que eles nunca alcançariam a tranqüila confiança que os Lobos e os Felinos tinham alcançado.
Os Coiotes sempre seriam ásperos, os piores dos meninos maus. Não só lutavam com os dois lados opostos de sua genética, animal e homem, mas sim também lutavam com a idéia de sua humanidade. Foram criados para serem animais, pensando, caminhando, falando como animais, enquanto as outras castas foram criadas para serem estrategistas, pensadores, assassinos e conspiradores.
O Coiote fora criado só para matar às outras castas. Para segui-los, para caçá-los, para torturá-los. Isso era tudo. Tinham criado desconfiança e orgulho entre as manadas antes que a aliança fosse formada. Um cargo de abuso de um daqueles Coiotes poderia dizimar essa aliança.
— Del Rey deveria te haver protegido — Emma vaiou, voltando-se para ela. — Ele não devia nos ter retirado de seu amparo.
Anya sacudiu a cabeça. Ela entendia suas razões. Nenhum deles tinha considerado a possibilidade de que um dos Coiotes acreditaria que ela era um traidor. Del Rey nunca a teria deixado indefesa se o tivesse pensado, ainda brevemente, que tal coisa aconteceria.
O resultado disto estava rompendo seu coração em dois. Estava abrindo feridas em sua alma, e lutando contra aquela dor que a estava matando. Ela queria gritar pela injustiça disto, a injustiça de tudo o que estava perdendo. E ela queria que Del Rey a agarrasse, tão somente uma vez mais. Só um último beijo. Algo para recordar.
Del Rey entrou na residência Alfa, parando no interior da porta enquanto Brim, Jax, Cavalier e outros seis castas coiotes nível agente se pararam detrás dele.
Alfa Gunnar o estava esperando, junto com o Jonas Wyatt e Dash Sinclair.
— Leve dois homens com você — os olhos cor âmbar do Wolf estavam gelados com desprezo e raiva. — E que alguém permaneça fora de meu lar. — Ele assinalou com o dedo na direção do Jax. — Sugiro que proteja a si mesmo em o todo terreno.
As mandíbulas de Del Rey se apertaram, mas assentiu e se dirigiu aos outros, deixando Brim e Cavalier a seu lado, os olhos de Wolf fixos no Coiote russo antes que ele assentiu em aprovação e se voltou, marcando o caminho a seu escritório.
Lupina Gunnar estava esperando na esquina detrás de seu escrito de companheira, de pé, braços cruzados sobre seus seios, seus olhos azuis olhando a Del Rey.
—Eu segui a minha Coya até o centro médico da Dra. Armani – Del Rey declarou quando a porta se fechou detrás deles. — Ela se nega a me informar onde foi Anya.
Wolf tomou assentiu enquanto Jonas e Dash pararam preparados a cada lado do escritório e Del Rey, e seus homens se enfrentaram a eles.
— Então, você quer ordenar que minha médica entregue informação sobre sua abusada Coya? — A voz do Wolf trovejou poder e fúria. — Logo você me insulta trazendo aquele homem dentro de meu lar onde minha companheira, minha Lupina, reside?
Del Rey podia sentir a vergonha e a fúria enroscando-se através dele. Havia-o fodido. Havia não só ferido a sua companheira, a tinha posto em perigo, deixou-a sem seu amparo ou o amparo das mulheres que teriam impedido isto. Em sua ignorância e sua crença que seus homens nunca a tratariam de forma diferente a como sempre foi, tinha-a posto em perigo.
— A culpa foi minha, Alfa Gunnar – disse no momento. —Tomo a responsabilidade disto e enfrentarei qualquer inquisição que venha depois de localizar a minha Coya. Ainda sim, insisto que você ordene a sua médica que me da localização onde ocultou a minha companheira – No momento que terminou, o grunhido de sua voz era primitivo.
— Alfa Delgado — Dash falou tranqüilamente — As feridas de Anya não eram miúdas. Um corte em sua coxa feito por uma faca. Uma mão quebrada. Uma possível contusão. Lesões levadas a cabo por seu homem, em resposta ao seu rechaço da condição dela como Coya. Esta é uma sociedade animal. Você rechaçou a sua companheira, o que pensou você que seus homens acreditariam?
— Não somos só animais — ele grunhiu. — Jax se dá conta do que fez e as medidas punitivas se tomarão de acordo à Lei das Castas. Eu permaneço com a aliança que assinamos. A não ser que vocês me neguem o acesso, de novo, à minha companheira.
Jonas se sentou lentamente na ponta da mesa, seu olhar ia a Cavalier.
— Você foi testemunha do que aconteceu?
— Entrei quando ele a agarrou — Cavalier assentiu. — Ela caiu, causando que uma faca que tinha sido deixada ao lado da mesa fatiasse sua perna. Jax tropeçou e quando tentou endireitar-se, mais ou menos a atirou ao outro lado da habitação. Reconheço-o, foi um acidente. Não havia uma clara intenção de danificar, só de assustar.
Um grunhido retumbou na garganta de Del Rey.
— E isso é ainda inaceitável – ele se quebrou. – Nenhum homem em minha base tem permissão para tocar a uma mulher de qualquer maneira, não importa a razão. Jax sabia isto, e ele sabe o castigo por isso. Ele será castigado.
— E você o tem com você em sua busca por sua Coya — assinalou Wolf, sua voz geada.
— Porque ele é o melhor rastreador de merda que tenho — Del Rey falou. — Ele a encontrou. Um veículo abandonou a casa e deixou os terrenos de Haven. Quero saber onde está minha Coya.
— Segura — Hope falou. — De você e de seus homens, até o momento, quando ela considerar lhe enfrentar de novo. Retorne à Base, Del Rey — disse mordazmente. —Talvez sua ausência faça com que seu coração desenvolva mais afeição.
Ele a olhava em silêncio, o tempo suficiente para que o homem casta diante dele começasse a arrepiar-se. Seus dedos doloridos por curvar-se dentro dos punhos debaixo das luvas de couro, e podia sentir seu cabelo arrepiando-se enquanto enfrentava com os outros homens depois.
— Você sabe onde está minha Coya? — perguntou uma última vez.
Romper a aliança não era algo que queria fazer, mas se teria condenado se estas castas fossem regulamentar sua vida.
Wolf o olhou sem piscadas.
— Você seqüestrou a sua companheira — Del Rey grunhiu. — Ouvi os contos, Wolf. Atou-a na sua cama e a manteve ali até que matou ao demônio de sua mãe diante de seus olhos. Leria o que eu quero? Decidiria que violou a sua companheira e a obrigou a agradá-lo? Não se esqueça, Alfa Gunnar, conheço bem a maneira de torcer as palavras e os fatos para satisfazer meus próprios desejos. Não jogue este jogo comigo e não se considere mais que meu igual neste jogo que estamos jogando dentro da aliança. Você não me controla simplesmente porque você pensa que controla minha companheira. — Jonas e Dash e se dirigiram ao Wolf enquanto ele olhava incansavelmente a Del Rey. Finalmente, a Casta de Lobo Alfa suspirou. — Nikki não disse ainda a Hope, onde ela está alojada. Tudo o que sabemos é que está segura e protegida, fora de Haven. Onde você não pode chegar a ela.
— Onde eu não posso chegar a ela — Del Rey repetiu, olhando atrás aos outros homens com uma brincadeira. — Ao caralho, três de vocês. A meu conhecimento de toda esta maldita sociedade. Dash Sinclair é a única casta que tratou a sua companheira com alguma honra uma vez que entrou em contato com ela. Fiz minha investigação. Você pode me atropelar com um trem como o desejar. Anya e eu transitaremos a nosso modo através deste emparelhamento do mesmo jeito vocês que tiveram essa oportunidade. A menos que sua maldita médica consiga matá-la primeiro.
Wolf se contraiu de dor e olhou a sua esposa. Hope estava ainda olhando a Del Rey, furiosa.
— Ela veio a nós ferida, e pediu nossa ajuda — Hope grunhiu. — Você espera simplesmente que a envie de volta a você?
— Eu esperava que me permitisse ver que minha maldita companheira está segura! — Ele tremeu com os dementes gritos que construiu em sua garganta. — Eu esperava a oportunidade de limpar minha base e solucionar este problema. O mesmo seria dado a qualquer líder Lobo. Você não tem direito de fazer isto.
— Ela necessita atenção médica — Hope encolheu os ombros como se não se preocupasse, embora pudesse cheirar-se sua preocupação. Era grossa, forte. — Você não tem médicos naquela Base que tratariam com segurança a uma companheira em calor de emparelhamento. Seu guarda-costas a trouxe para um médico que a possa tratar. Ela solicitou amparo por um período de vinte e quatro horas. — Seu sorriso era zombador. — Sou a Lupina. Confiança. Minha igualdade alfa onde minhas responsabilidades estão envoltas. Tenho a autoridade para conceder o amparo durante um curto período de tempo. — Ela inclinou sua cabeça a um lado inquisitivamente. — Sua Coya teve suficiente autoridade para ordenar as mãos de seu homem fora dela?
Não, não, por causa de sua estupidez, por causa de sua falta de conhecimentos no que tinha feito por despojá-la de sua condição em seu intento de protegê-la.
— No segundo que me inteirei de seu enfrentamento com Jax, sua condição foi reintegrada.
— Ele grunhiu. — No mesmo segundo, Lupina. Quem é o traidor que estive seguindo em minha base? Ele está agora consciente de sua importância para mim. Dois intentos já foram feitos contra sua vida. Ela estava segura sempre e quando não tivesse outra condição, fora de meu amante. Está segura agora que está ao seu cuidado?
Wolf alcançou e capturou a mão de sua esposa. Seus dedos enlaçados com os dela enquanto seus lábios se juntaram, e ele voltou seu olhar a Del Rey.
— No momento, sua Coya está segura, não tenho nenhuma dúvida — suspirou. — Mas tem razão, Alfa Delgado, você tem o direito de certificar-se. Falarei com a Dra. Armani e verei se podemos saber sua localização. Iremos juntos.
Os lábios de Del Rey se torceram burlonamente.
— Tenho quarenta Coiotes partindo para o Advert. Tenha a amabilidade suficiente para avisar aos seguranças Lobos de minha companheira a ordem de não lhes disparar quando os vir. — Sua expressão era endurecida. — Ouvi Satin e seus agentes dizer que o único bom Coiote é um Coiote morto. Odiaria ver um de meus homens mortos por causa de seus pequenos dedos gatilho feliz.
— Se você soube onde está e quem está com ela, então por que veio aqui? – Wolf perguntou.
— Os estatutos da aliança assim o exigem — Del Rey lhe informou. — Esta aliança significa tudo para mim e para minha companheira, assim como para nossa gente. Você foi informado, Alfa Gunnar, vou encontrar a minha companheira.
Deu a volta e saiu do escritório, Brim e Cavalier o seguiram em silêncio, enquanto abandonavam a casa.
Jonas se voltou para o Wolf.
— Sabe você onde está ela?
Wolf agitou a cabeça.
— Nikki não está dizendo. Temos uma reunião prevista para esta tarde, mas ela não deu ainda a localização.
— Ela é uma rebelde — disse Jonas. — Ela deve ser freada.
Wolf riu disso.
— Claro, Wyatt, deve ir freá-la. Permita-me saber como funciona para você.
— Temos nossos próprios homens no Advert — declarou então Dash. – O temor de Cassie é que isto vai terminar em derramamento de sangue. Ela está indo e vindo, Wolf.
Wolf fez uma careta. Cassie, ou Cassandra, Sinclair sabia coisas que não deveria saber. Via coisas que não deveria ver, e se ela tinha medo, então havia um inferno de risco.
— Quero a todos os agentes disponíveis — disse Jonas. — Felinos, lobos, coiotes, não dou uma merda. Tenha a todos preparados. Quero enviar a metade ao Advert e a outra metade preparada para voar conosco. Qualquer que seja o inferno que está passando, precisamos estar preparados.
— Os médicos — sussurrou Hope.
Wolf a olhou com tristeza.
— Ela está reunindo-se com dois cientistas de Conselho que ajudou a esconder na Rússia. Os mesmos dois que Nikki esteve procurando para trazer para Haven. Chernov e Sobolova. Seu pai os está levando ao Advert. Ela solicitou asilo para eles.
— Concedeu-o? — perguntou Wolf cuidadosamente.
Hope sacudiu a cabeça.
— Nikki só me disse antes que Del Rey aparecesse. Mas é a razão pela que correu Anya. Ela teme que Del Rey os mate. Proibiu-lhe expressamente contatá-los. Ela está rompendo a Lei das Castas, e ela sabe. Entrou em contato com os cientistas do Conselho sem a permissão rápida de um dos alfas do gabinete de decisão.
Jonas amaldiçoou, Dash exalou ruidosamente, e Wolf deixou que um suspiro de lamento passasse por seus lábios. Não tinham mais remédio que dar asilo aos médicos. Dar asilo a Anya não seria tão fácil.
— Tinha minha permissão — Jonas encolheu os ombros, como se estivesse surpreso. —Não olhou aquele estúpido?
A cabeça do Wolf se sacudiu. Só um Alfa tinha sido contatado. Logo, era responsabilidade daquele alfa entrar em contato com outros.
— Tivemos problemas no servidor — disse Wolf brandamente. — Terei que fechar tudo.
— Ah — os olhos do Jonas se aumentaram enquanto estendia suas mãos. —Bom isso o explica. Considerem-se informados.
— Você informou ao Alfa Delgado? — perguntou Wolf.
— A mesma nota — Jonas sorriu.
Wolf suspirou.
— Manipulador bastardo — Dash o acusou com um sorriso. – Recorde-me ver vocês dos mais cuidadosamente no futuro.
— Hmm, — Hope murmurava — Dash está irritado. Não recebeu sua nota ainda.
As risadas masculinas encheram a sala, mas havia um toque de preocupação ali. A aliança Coiote era importante para a Sociedade das Castas como um todo, mas mais que isso, Del Rey e Anya eram seus amigos. Seu futuro era muito importante para eles.
— Vamos fazê-lo juntos — disse Wolf momentos mais tarde. — Averigua onde Satin e suas mulheres estão retendo a Coya e lhe mande uma mensagem. Vamos ver se podemos fazer isto sem matar a ninguém.
— Vamos orar para podermos obter este fato, sem que nenhum de nós perca a vida – Jonas suspirou enquanto se dirigiu à porta — Seria fodidamente mau ao Bureau se tivermos que sair com dificuldade de uma guerra no Advert.
E isto deixaria fora Jonas, porque a guerra era a última coisa que as Castas necessitavam agora.
A luz do dia estava amanhecendo na montanha enquanto se dirigiu às estradas, seguindo a imagem via satélite das cabanas ocultas que poderiam ser possivelmente as casas seguras das Castas. Havia muitas nos arredores do Advert, Del Rey sabia, embora não sabia a localização de cada uma como ele deveria saber.
Gostava de dizer que os Coiotes eram preguiçosos e vagos, que eram mais pícaros que os guerreiros, do contrário, eles seriam Lobos. Não era certo. Gostavam de jogar o jogo. Gostavam de convencer ao mundo que eram inofensivos, mas a verdade era que eram exigentes em sua deliberada negligência.
— Equipe um — O enlace geral abriu sua comunicação. — Alfa, rastreamos este lado da montanha — reportou Brazon. — Encontramos duas cabanas vazias. Uma com uma família de férias. As imagens térmicas nos davam uma só mulher adulta, um homem adulto e dois menores de idade. Isso é tudo.
— Gire ao norte — ordenou — Há cinco cabanas na ladeira. O seguimento térmico recolheu fumaça em duas delas.
— Rumo ao norte – Brazon reconheceu enquanto Del Rey apoiou seu cotovelo sobre o lado da porta e percorreu mais que preocupado sua mandíbula com a mão.
Deus, onde estava ela? Estava ela tão fria como ele estava?
Olhava no espesso e pesado manto de neve que cobria as montanhas a seu redor, e por um momento esteve de retorno no tempo. Ele tinha dez anos, olhando fora das barras das janelas quando viu os soldados encadear ao Brim com um colar ao redor do pescoço, em meio de uma tormenta de neve.
Tinha estado em um canil amontoado. Não havia calor. Aos cinco anos de idade, Brim estava nu e dependendo de Del Rey para salvá-lo. Porque Del Rey tinha jurado que não deixaria que o menino morresse.
Brim estava azul no momento que os soldados o arrastaram ao calor das celas. Sacudiu-se e tremeu durante horas, enquanto Del Rey coordenava aos Coiotes na cela de modo que houvesse dois para esquentá-lo e outros para ocultá-lo.
Tinha lhe tomado quase seis horas para manipular aos guardas e os cientistas na decisão de lhe dar calor. Tinha havido muitos outros que não tinha podido salvar.
O que aconteceria se não pudesse salvar a sua companheira agora? Depois dos anos em que tinha tentado proteger a sua gente, o destino ria em sua cara e o permitia falhar com sua companheira?
Deus, onde estava ela?
— Equipe seis — falou no enlace de comunicação. — Algum sinal?
— Negativo — informou o chefe de equipe. — Temos quatro e cinco trabalhando uma rede através da cidade, mas nada mostraram. A Prefeitura parece ter reunião hoje. Estranho para um domingo, não lhe parece?
O líder refletiu.
— Mantenha seus olhos abertos, cubra a parte de atrás das estradas de saída da cidade também. Quero encontrá-la.
— Vamos encontrá-la, Alfa — jurou o chefe da equipe. — Não vamos permitir que nossa Coya vá desprotegida.
Mas eles temiam, e isto tinha sido sua culpa. Ele deveria ter pensado. A genética animal estava muito perto da superfície. Tinha pensado que os coiotes o conheciam, confiavam nele, veriam o que não lhes disse. Que estava protegendo a sua Coya como protegeu a seus irmãos, ao negá-la. Em vez disso, tinham visto suspeita e desconfiança. Ela era um ser humano, não um coiote, e ele a tinha rechaçado apesar de que ela era sua companheira.
— Alfa Delgado, esta é a Base – O supervisor de comunicações falou. —Trocar a privado.
Del Rey volteou o enlace a um canal privado, incluindo o Brim na transmissão.
— Delgado aqui.
— Alfa, encontramos uma transmissão apagada. Pude fazer um seguimento na comunicação da Coya.
— E?
— Alfa, a transmissão se originou a partir de seu computador privado a um foro público e localizado na França. A transmissão era do Dr. Jekyll e Mr. Hyde. Identidades separadas. Outra transmissão seguida da Áustria a linha da Coya, em um chat privado organizando uma reunião e logo confirmando a reunião para o dia de hoje. Encontrei as identidades. Os doutores Chernov e Sobolova da instalação da Rússia. Ela contatou com os cientistas. Estava você consciente disso?
Deus amado. Ele fechou os olhos, lutando contra seus medos por ela. Sua manobra para proteger aos Coiotes ia obter seu assassinato.
Pensou rapidamente.
— Você não sabia disto? – O amparo dela era sua principal importância.
— Não, Alfa, os líderes de manada não receberam suas notas em relação a isto — declarou o chefe da equipe sombriamente. — Mas houve aquela comunicação apagada.
— Isso o explica – Del Rey sentia a garganta apertada, com a emoção. — Sua Coya estava contatando aos médicos porque pensava que ajudaria a nossa genética única.
— Então, por que reunir-se com eles sozinhos? — perguntou o líder de manada.
— Não sei, porque foi malditamente atacada em seu próprio lar? — Del Rey grunhiu. — Pare de fazer malditas perguntas e encontre-a. Quero a localização dessa reunião.
— Houve referência a um segundo contato, Alfa — disse. — A única pessoa com quem fala por telefone ou enlace é sua família.
Os olhos de Del Rey se fecharam.
— Segue a seu pai e os três inúteis primos dela. Averigua se estiverem onde se supõe que estão, e se não, averigua onde foram.
—Eu o farei. — O vínculo se desconectou enquanto Del Rey amaldiçoou viciosamente.
— Direito à cidade — ele ordenou ao Brim. — Ela está na cidade ou perto. Ela não se arriscaria a encontrar-se com aqueles médicos em uma cabana. Não seria o suficientemente seguro.
— Ela é inteligente — Brim aceitou. — É uma estrategista esperta. Escolheria um lugar que sinta que conhece, um que pense que pode controlar.
OH sim, isso ajudava muito. Teria sido maldito se soubesse onde Anya ficava quando ia à cidade.
— Equipe três — O contatou com a equipe que se desempenhou como sua principal segurança fora da base. — Lista de lugares conhecidos de sua Coya nas viagens à cidade.
A lista era igual a um maldito mapa da cidade.
— Que demônios estiveram fazendo em cada bar no maldito condado? — ele grunhiu, olhando ao Brim.
Brim encolheu os ombros.
— Eu estava contigo. Não foi minha culpa. Alfa Gunnar se supunha ia fiscalizar isso.
Ele arou com suas mãos através de seu cabelo enquanto o veículo surgiu através da neve que tinha começado a cair novamente, e se dirigiu à cidade fora de Haven.
Podia sentir a tensão apertando em seu interior, uma sensação de medo agarrando-o cada vez que pensava nela por aí sozinha, arrumando reuniões com os cientistas do Conselho sem seu amparo.
Por que não tinha prestado mais atenção a sua insistência, seu temor pela gente que chamava dela? Sua arrogância e o orgulho ignorante estavam cortando-o agora. Ele não deveria tê-la despojado de seu título, sua autoridade. Deveria tê-la escutado.
Inferno, tinha contatado a um fantasma quando tinha dezesseis anos, e entrou em um bar cheio das piores pessoas que a humanidade tinha para oferecer. Ela o tinha feito com valentia, com confiança e coragem, e enfrentou a ele inclusive depois que lhe informou que ia matá-la.
Ele deveria ter sabido que a coragem não se extinguiu. Teria que ter visto sua determinação para garantir uma vida estável para os Coiotes. Para ele e seus filhos.
— Encontraremo-la, Del Rey — Brim repetiu. — Pode arrumar o que foi ferido.
— Posso? – perguntou a seu irmão então. — Há alguma forma de reparar o que tenho feito com ela, Brim? Não só a despojei de sua condição. Despojei-a de seu orgulho.
— E ainda chegava a ti cada noite — Brim encolheu os ombros. — Recorda isto, na próxima vez que esteja acima do cavalo de sua própria arrogância, e retrocede rápido. Ela te perdoará.
Era uma boa coisa que o perdão não estivesse ligado diretamente a se o perdão era merecido ou não. Porque Del Rey sabia que ele, menos de todos merecia-o.
— Estamos entrando na cidade – Del Rey anunciou no vínculo enquanto pensava em outra coisa — Chefe de Equipe Quatro, ponha dois homens nessa reunião do conselho da cidade. Aquilo tem meu cabelo arrepiado por alguma razão.
Não podia entender por que. Dirigiu-se ao Brim.
— Informa a Alfa Gunnar deste pequeno encontro. É domingo, pelo amor de Deus. Desde quando eles iniciavam sessão antes da luz do dia em um domingo pela manhã?
— Bom momento para fazê-lo — disse Brim. — Não são muito numerosos para notá-lo. Não patrulhamos a cidade, só a zona ao redor de Haven.
Possivelmente aquilo deveria trocar. Talvez algo do dinheiro que os Coiotes tinham em suas arcas deveria ir para os políticos amigáveis com as castas nesta cidade.
Ele suspirou, lutando contra sua impaciência, seus temores. Tinha que encontrar a Anya, disse-se a si mesmo. Ele tinha que fazê-lo. Não havia outra resposta aceitável; não havia nada mais para que pudesse viver.
O frio se filtrou em seus ossos. Anya se sentou no pequeno porão da casa segura, amontoada em uma calorosa manta, e apagava suas lágrimas enquanto olhava o relógio uma vez mais.
Três horas antes, elas fizeram o trajeto de Haven a casa. Del Rey estava sem dúvida procurando-a agora. Que preço tinha pagado Jax pela confrontação na cozinha? Estava Cavalier bem? Estava Del Rey quente?
Estremeceu-se com as perguntas que a tinham atormentado toda a noite.
Tinham escutado aos heli-jatos movendo sobre suas cabeças durante horas daquela manhã. Satin Belle e seus agentes femininos Casta de Lobo recordavam muito Ashley. Brincavam, riam, faziam suas unhas e comparavam roupas. Entretanto, Ashley não se somou.
A jovem mulher Coiote estava em silêncio, seus olhos cinza duros, enquanto limpava suas armas. Sharone e Emma tinham seguido seu exemplo, controlando suas armas, repassando seu plano e olhando de perto às mulheres Lobos.
Satin, o líder óbvio, era descarada. Era forte, com língua afiada, engenhosa e, como todas as mulheres castas, tão formosa que quase doía olhá-la.
— Temos confirmação que Alfa e Lupina Gunnar estão em seu lugar e preparados para a reunião — declarou Satin enquanto terminava de secar suas unhas, depois de escutar atentamente tudo o que estava passando através de seu vínculo de comunicação – Temos ao Diretor Wyatt na cidade, Alfa Lyon e Alfa Delgado. — As sobrancelhas de Satin levantadas quando se voltou para a Anya. — Ele soa sofrido e enviou uma mensagem.
Anya a olhava.
— Ele manda dizer a sua Coya que cometeu um engano. Que retificará no momento que ela retorne.
Anya sacudiu a cabeça. Era muito tarde, tinha ido muito longe para dar marcha atrás agora, e ele nunca permitiria isto.
— Responde a sua mensagem — disse tristemente. — Diga, ‘“Não há nada para retificar.”
Satin a olhava sobriamente durante compridos momentos antes de assentir e enviar a mensagem. Um segundo mais tarde ampliou seus olhos, contraiu-se de dor e, continuando, cortou o vínculo.
— Wow, os Coiotes sabem uivar — afirmou com temor. — Era uma boa.
Anya se encolheu. Os Coiotes uivavam somente de raiva nessa medida e ela sabia.
— Deixa-o uivar — Ashley grunhiu — Isto é sua culpa. Deixa-o sofrer.
— Ashley — Anya endureceu sua expressão. — Isto não é sua culpa. Queria me proteger.
— Contra o que? – ela se mofou. — Sua própria arrogância? O que havia na base para te proteger, exceto sua estupidez?
Ela sacudiu a cabeça .
— Esta noite, responderei essa pergunta. Quando isto terminar, quero que as três retornem aqui e permaneçam seguras até que eu saiba o castigo por isso. Não terei que sofrer mais.
— Oh sim, vamos colocar nossas pequenas caudas e nos ocultar sob nossas camas enquanto nossa Coya enfrenta o perigo de novo — Ashley riu. – Fala sério!
— Isto é uma ordem, Ashley — disse com firmeza.
Ashley inclinou as costas.
— Não recebi a nota fazendo-a Coya de novo. Tecnicamente, essa ordem não vale uma merda, Anya. E inclusive se tivesse chegado uma nota, pode esquecê-lo. Aonde você vá, eu vou.
Anya inalou ruidosamente antes de voltar-se para a Sharone por ajuda.
— Eu não iria por esse lado de novo, Coya — declarou Sharone. —Tampouco Emma. Falamos disto e estamos de acordo. Qualquer que seja seu castigo, vamos compartilhá-lo.
Ela teria sentido falta? Anya sabia que não, mas lhe doía saber que de noite, ela poderia compartilhar espaço com elas em uma cela.
— Ouça, tem que ser dura para ser uma mulher vaqueira, Coya — declarou Satin. — Prepara seu cavalo para andar. Quero estar no lugar antes de tempo.
Anya esfregou seus braços. Ela tinha recebido mais cedo à mensagem de seu pai que ele, seus primos e os dois cientistas estavam no lugar e esperando começar sua reunião.
O SPA no domingo era o lugar perfeito para reunir-se. Não estava amontoado de gente, mas assinalou uma inumerável exposição das cidades dos arredores. Os jardins foram fechados e isolados para privacidade e relaxação. Festas de chá se celebraram ali, assim como almoços privados no tempo que esteve por ali.
Elas se deslizariam dentro dos jardins e no terreno que tinham escolhido para esta reunião. Alfa Gunnar lhes daria a localização uma vez que chegassem, e ele moveria seus agentes.
Ela se desembrulhou da manta e lutou para colocar seus sapatos.
— Coya, me deixe te ajudar — Emma estava ali, tomando seus sapatos antes de ajudar a Anya a deslizá-los sobre seus pés.
Seu corpo inteiro gritou em protesto por cada movimento. Os machucados de sua queda, a mão quebrada e a ferida em sua coxa eram pequenas quando se comparavam com a dor de cabeça que abria seu crânio.
— Por Deus — sussurrou ela estremecida. — Estou cansada, Emma.
Emma olhava na cara branca de Anya e sentiu o medo apertar em seu estômago. Era uma casta que nunca tinha conhecido o medo até estes últimos dias, mas ela o conhecia agora. Sua Coya estava machucada, congelada de frio, com febre. Emma podia sentir sua dor, e podia cheirar algo mais que não podia tocar algo que fazia que seus instintos gritassem, avisando.
— São médicos — disse, tragando brandamente. — Eles lhe ajudarão.
— Pode-se arrumar um coração quebrado? — perguntou Anya, sua mão estirada para tocar sua palma contra a bochecha da Emma.
Anya fazia isso faz muito tempo, quando eram meninas, quando ela tinha encontrado às meninas, sujas, dormindo em trapos, nuas. Tinha acariciado a cara da Emma e lhe prometeu uma cama. Ela tinha prometido a Ashley roupa bonita. Ela tinha prometido a Sharone que um dia, ela sorriria. Anya tinha mantido suas promessas, inclusive ao pior custo para ela mesma.
Emma levantou sua mão e tocou a cara de sua Coya. Sua amiga. Sua protetora.
— Um dia, sorrirá de novo. — prometeu-lhe.
A curva dos lábios de Anya era triste, quase quebrada.
— Espero que tenha razão. Muito — ela respirava ruidosamente, rompendo o coração da Emma, enquanto juntava sua coragem. — Cavalgamos, minhas amigas?
Satin Belle olhava à pequena humana que lutava por colocar os sapatos, apesar de seu esgotamento. Ela inalou devagar, certamente seus sentidos não lhe estavam mentindo, logo fez outra chamada a seu alfa.
— Sim? — Gunnar ficou em linha enquanto Satin entrava na outra habitação.
— A Coya está grávida — Satin disse brandamente. — O advirto contra isto. Deveríamos juntar as equipes, e levá-la ao Haven e tê-la aos cuidados de nós mesmos.
Gunnar esteve em silencio durante compridos momentos.
— Qual é sua condição?
— Febril, débil, extremamente pálida. Posso cheirar a concepção, Alfa. Não sei como seus guarda-costas estão omitindo-o, e isto esta a esgotando com rapidez. Nunca vi nada como isto.
— Equipes três, oito e dez estão convergindo em sua localização. Ela disse onde é a reunião com os médicos?
— Ainda não. Contatar-me-ei com você quando a tivermos e nos movamos. Não podemos esperar muito mais tempo, ela vai paralisar… — fez uma pausa.
— Satin? — Wolf a voz se quebrou no enlace.
Satin se dirigiu à porta, entrou na habitação principal e amaldiçoou a vista de suas duas agentes castas Lobo inconsciente no chão.
— Filhos da puta – ela amaldiçoou. — Elas voaram. Minhas meninas estão abaixo, Repito, minhas meninas estão abaixo e as outras voaram do galinheiro. Obtêm essas equipes aqui agora.
— Eu sabia que era melhor não confiar nas cadelas — Ashley grunhiu enquanto ajudou a Anya a sentar-se em seu assento, pondo-a em posição vertical quando Sharone manobrou o carro que tinha roubado a noite anterior no estacionamento. – Malditas.
Anya tentou sacudir a consciência em sua cabeça. Algo andava mal, podia senti-lo. Necessitava a Del Rey. Ela estava tão fria que seus dentes estavam batendo. Estava desequilibrada e febril.
Ela não podia acreditar no que ela escutou. Que Wolf e Hope as tinham traído. Que as agentes Lobo tinham sido enviadas para estar prontas a devolvê-la às equipes de segurança rapidamente.
Armani ia estar zangada.
— Algo está mal com ela — Emma se preocupou. — Ela está muito fraca.
— Vamos encontrar-nos com os malditos médicos Coiote – Sharone amaldiçoou. — Eles saberão o que está errado.
Anya esperava que eles soubessem. Sentia-se desequilibrada, aturdida. Necessitava o toque de Del Rey, mas a intensidade das relações sexuais do calor do emparelhamento tinha desaparecido. Ela podia sentir-se dentro, gritando por ele.
— Chama-o – ela sussurrou.
— O que? — a voz do Ashley era frenética. — Anya tem que sentar-se. Não pode estar doente. Diga-me o que está mau.
Obrigou-se a abrir os olhos.
— Chama a meu companheiro. Chama-o, Ashley.
Seus olhos se ampliaram perigosamente.
— Coya, não tenho um vínculo — sussurrou ela – Não trago comunicador.
Ela sacudiu a cabeça.
— Quando chegarmos ao SPA ,leva-me a meu pai e chamam a meu companheiro. Necessito a meu companheiro. Agora.
— Precisamos encontrar a Del Rey — insistiu Sharone. — A reunião está só a uma hora de distância, temos tempo suficiente para chegar ao lugar.
— Há castas patrulhando a cidade — Emma vaiou. — Me deixem sair. Vou encontrar uma equipe e chamarei Del Rey. O que está mal com ela?
Anya podia sentir o medo patinando sobre ela agora. Ela se estremeceu, sacudiu-se com ele. Necessitava desesperadamente seu toque. Sentia-se como se ela fosse morrer sem ele.
Ela inalou ruidosamente.
– O SPA — disse de novo. Deus, certamente poderia fazê-lo. – Leve-me para lá. Chama-o de lá. Necessito a Del Rey.
— Estamos chegando ao SPA, Coya — respondeu Sharone, a voz engrossada de preocupação. — Vamos chamá-lo ali, juro-o.
Del Rey perdeu o controle com a mensagem de Satin. Sua companheira estava grávida e estava sem ele. Ela estava doente, com febre, reagindo com os mesmos sintomas que um coiote ferido com perigo de vida.
— Encontre-a — voltou-se para Brim — Encontre-a agora.
Brim estava olhando ao redor da rua e sua expressão era intensa, furiosa.
— Ela poderia ir a qualquer lugar que ela pensasse que é seguro — murmurou Brim. — Um lugar que poderia sentir-se cômoda e protegida sem sua força de segurança.
— Onde? — Del Rey grunhiu.
— O SPA – eles se voltaram para Jax, sentado no assento traseiro com o Cavalier.
— O que?
Jax tragou hermeticamente.
— Suas forças de segurança só podem rodear o SPA. Não poderiam ir mulheres sozinhas. Fora é uma grande zona ajardinada. Pequenos lugares preparados para almoços e coisas, todo tipo de verdes e grutas abrigadas. Elas foram muito ali. Todas as excursões de um dia.
— Ao final da cidade — Brim acelerou de repente — Esse maldito SPA. Tivemos uma dúzia de informes dos chefes de equipe de sua força de segurança relativas a sua incapacidade para protegê-la adequadamente ali.
— Ela é uma maldita mulher. As mulheres adoram os SPA — Del Rey grunhiu. — Tinha-o na lista para desaprová-lo quando Wolf chamou rindo de mim, e perguntando sobre as flores para meu funeral. Gostam de ser femininas. Não podem ser femininas com um homem revoando sobre elas. — Repetiu as palavras do Wolf.
— Me leve para lá — Del Rey ordenou. – Consegue chegar agora. Os membros da prefeitura conseguiram passar aos dois homens que nós tínhamos com eles. Meu maldito pescoço está picando, Brim.
— Alfa, isto é de comunicações — gritou uma voz em seu ouvido. — Sofía tem a identidade de nosso problema, mas perdeu de vista. Sujeito de interesse está faltando. Data estimada de vôo uma hora e meia. Sofía está tentando segui-lo, mas tememos que se dirigisse a sua localização. Sinto muito, Alfa, perdemo-lo na confusão aqui.
Caralho. Caralho. Finalmente, Sofía tinha encontrado o espião na Base, só que escapou. Endurecer-se à dor em presença de Anya havia sido bastante mau. Sofía era temerária, zangada com Anya que o tinha negado oito meses antes, mas ela tinha sido sua única oportunidade para identificar a esse traidor. Tinha desempenhado o papel de amante rechaçada e descontente, quando nada tinha estado mais longe da verdade. Ela tinha jogado muito longe e agora estava pagando o preço.
— Encontra-os — ele grunhiu. – Encontra-os agora.
Olhou ao Brim, o medo erodindo seu controle ainda mais.
— A Prefeitura está indo detrás dela. Eles sabem onde é a reunião, não se incomodarão com seu seqüestro, eles a matarão.
A velocidade do veículo aumentou enquanto Brim amaldiçoava.
Del Rey apertava seus dedos ao redor da arma que levava e apertava seus dentes com raiva. Tinha sabido que havia um traidor na Base. O ataque a Anya aquela noite nas montanhas tinha começado suas suspeitas. Só um membro da base teria conhecido seu calendário, seus hábitos. E só um que trabalhava em Comunicações teria sido capaz de dar a localização de códigos dos enlaces de comunicação.
Tinha sido traído de dentro. Tomando cuidado, astúcia, tirar a palha da colheita não tinha funcionado neste caso. Tinha escolhido a casta equivocada e a pôs na equipe equivocada. Uma vez mais, tinha falhado com sua companheira.
Correu sua mão sobre seu rosto, secou o suor e jurou que podia sentir-se sangrar no interior. Anya estava em sofrimento, doente e levando o menino que sabia ela tinha sofrido para lhe dar, uma vez que tinha deixado a terapia hormonal.
Como se esse filho significava mais para ele que ela. Ela não podia saber que nada significava mais para ele que ela, porque não o tinha demonstrado. Não o tinha demonstrado com seu amor. E agora ela não confiava nele o suficiente para tê-lo a seu lado.
Anya conseguiu encontrar forças para seguir a seu guarda-costas nos retirados jardins do SPA. Para proteger a privacidade tinha reservado a gruta sob uma falsa identidade.
Seu pai estava ali, seus primos e os dois médicos nervosos.
— Anya — seu pai se dirigiu rapidamente para ela, suas feições escarpadas torcendo-se em uma angustiada tristeza, seus olhos azuis cheios de preocupação enquanto a puxou para ele — Minha menina. Está doente.
Manteve seu acento russo por obstinação, ela sabia. Seu pai poderia soar tão americano como a gente nascido aqui, mas ainda se negava.
Um choque de cabelo vermelho escuro caiu sobre sua frente quando sua grande mão cavava a parte de atrás de sua cabeça e a agarrava a seu peito.
— Papai – Se agarrou firme a ele. Tinham sido meses desde que tinha podido vê-lo.
Sua constante força a impulsionava, sua coragem e valentia. Tantos anos tinha trabalhado com ela, lhe dizendo, sutilmente, como resgatar a seus amigos, assinalando os pontos débeis, as fortalezas em sua força, lhe ensinando a ver além das pessoas, mas também dos recursos e da coragem.
Ele tinha sido sua rocha depois da morte de sua mãe. Tinha sido seu herói até Del Rey, e inclusive agora, era o homem que ela sabia acalmaria todas suas feridas se fosse possível.
— Menina – Tão da Rússia, sua voz era um sussurro de sua infância — Olhe para você, tão pálida e doente. É bom, né, que traga para seus amigos.
Ela se empurrou fora dele, incapaz de suportar seu contato por muito tempo. Ashley estava ali para ela enquanto se voltava para Dr. Alexi Chernov, e sua sobrinha, Kátia Sobolova. Eram jovens, protegidos do avô de Alexi, e tão malditamente inteligentes que davam medo.
— Kátia — Anya agarrou as mãos de sua amiga.
Kátia não era muito mais velha que Anya; tinha apenas trinta. Sua clara e transparente expressão estava apertada com preocupação, quando seus muitos perceptivos olhos topázio passaram à cara de Anya.
— Anya, estou de acordo com seu pai, que não está bem — disse vacilante, uma tristeza desfigurava sua frente.
— Estarei bem logo – lhe prometeu Anya. — Alfa Gunnar está em caminho a esta reunião. O asilo se concede a você e a seu tio, mas sob regras muito estritas. Terão pouca liberdade.
Alexi sacudiu a cabeça. Seu cabelo castanho estava mais comprido que quando tinha estado nos laboratório das instalações, seus olhos verdes preocupados.
— Não teremos liberdade agora, Anya. Corremos temerosos de nossas vidas. As Castas Coiotes eram nossas vidas, não só nossa investigação. Trabalhar com eles de novo… — ele encolheu os ombros filosoficamente. – Do que seu pai diz, vamos ter mais liberdades das que tivemos com o Conselho, sim?
—Bom, não morrerá pela intensidade daqueles charutos que você gosta muito — prometeu-lhe Anya – Pensa que pode valer a empresa.
Os olhos do Alexi se enrugaram com humor. Com a chegada dele e da Kátia às instalações e seu controle da mesma, as condições tinham trocado drasticamente. Eles tinham feito o resgate muito mais fácil com sua ajuda.
— Sente-se, Anya — seu pai a respirou. — Seus primos estão à espera de seu Alfa Gunnar. Por que está doente, filha? Nunca está doente.
— As vacinas que lhe demos quando menina deveriam te haver feito imune a quase todos os vírus conhecidos para os seres humanos — disse Kátia, olhando-a cuidadosamente.
— Eu estava inoculada? — Anya piscou. — Com o que?
— Todos o estávamos — confirmou Kátia. — Alexi e eu desenvolvemos as imunizações antes de chegar aos laboratórios. Terminamo-las ali. As castas são imunes a todos os vírus conhecidos. Utilizamos aquela inoculação em nós mesmos, assim como em ti, sua família e Sofía. Não havia perigo envolto. Fazíamos provas de laboratório em animais por anos. Isto nos permitiu nunca estar doentes. Inclusive seu pai não conheceu a enfermidade. Deveria estar bem.
Anya sacudiu a cabeça. Ela pensaria nisso mais tarde. Deu-se volta a Ashley.
— Emma, fez esse chamado? — Deus, necessitava a Del Rey.
— Nós a deixamos antes de vir aqui, Coya, recorda? — Ashley lhe recordou gentilmente.
Recordava. Ela tragou bem e se centrou em seu pai e seus amigos de novo.
— Isto se levará a cabo com escolta armada.
— Irá conosco — disse Kátia com um bordo de medo. — Você não gostaria?
Anya sacudiu a cabeça e se dirigiu a seu pai.
— Você e os primos devem sair agora, papai, antes que Del Rey chegue.
— Por que, disparará de novo a minha perna? — Petrov Kobrin perguntou com uma bufada — Não te deixarei enquanto está doente, Anya. Retornarei contigo ou essas Castas que você protege aprenderão a ira de um pai. Ficarei até que esteja bem.
— Temos uma raça Felina chegando, antecipação de explorador — Sharone lhes disse. — Ele vem armado.
Anya assentiu e se obrigou a não gritar. Del Rey tinha permitido uma antecipação de explorador em lugar de vir ele mesmo.
— Coya — O temor atava na voz de Ashley um segundo antes que houvesse um sussurro de verdor, uma briga, e de repente, estavam rodeados.
Ela olhava as armas apoiadas sobre a cabeça de seu pai, e da Ashley. A raça Felina entrou em pernadas na gruta.
— Douglas — Anya sussurrou
O soldado categoria júnior que ainda não se tinha feito agente. Era jovem, menor que Anya. Cabelo escuro, olhos marrons. Estava vestido com um uniforme de agente. Um uniforme de agente da Casta de Lobo.
Ele sorriu, mostrando seus caninos quando levantou a culatra de sua arma e golpeou forte na parte posterior da cabeça da Ashley.
— Ashley — exclamou Anya enquanto se dirigiu para ajoelhar-se ao lado da garota.
— Vêem aqui, cadela — Duros dedos envolveram-se ao redor de sua mão e atravessada pela cegadora dor, viu o golpe deliberado a seu pai.
Onde estava Sharone? Anya olhou a seu redor desesperadamente, sentindo-se aturdida, confusa. Sharone deveria estar aqui. Em troca, só viu membros da prefeitura e dos Felinos.
Sete seres humanos e uma casta e o líder era o prefeito, Timothy Raines.
— Ouvi que está de cria — ele se mofou enquanto dois dos outros atavam as mãos dos médicos e punham cintas sobre suas bocas — Só ia te matar. Acredito que darei àquele desagradável Coiote que nos ofereceu um maldito pedaço da fortuna de um companheiro Casta. Só as companheiras podem engravidar, não é?
Casta? Ele pensava que estava grávida?
Ela sacudiu a cabeça.
— Alguém mentiu a você.
Ele soltou uma risada.
— Não acredito. Mas conseguiremos o que queríamos de todos os modos. Seu maldito tipo fora de nosso condado. Rompemos as costas Coiotes, e logo cairá Haven. Isto é a única coisa que os salva agora. — Bastardos. — A aliança nunca seguirá quando uma Casta de Lobo é visto escoltando a companheira Coiote fora deste SPA, justo antes que desapareça para sempre. Vamos ganhar. Perderá.
Sharone e Emma. Onde estavam? Onde estava Del Rey? Uma sensação de vertigem se apoderou de Anya enquanto ela se balançou.
— A cadela está doente — um deles amaldiçoou. — Ela poderia ser contagiosa.
— Agarra-a, Douglas. Vamos encontrar seu maldito Coiote e obter nosso pagamento.
Os dedos que se envolveram ao redor de seu braço foram iguala uma onda de agonia, agulhas entrando em sua carne. Caiu sobre seus joelhos com um grito, e ela jurou que o inferno se abriu e soltou os demônios que uivaram de fúria.
— Coya, venha comigo. Agora.
Jax. Ela levantou a cabeça, olhando ao Coiote arrastando-se na terra, sua expressão atormentada enquanto a levantava, levou-a enquanto o fogo estalou a seu redor.
— Coya, está segura — ele grunhiu.
— Papai...
— Cavalier tem a seu pai e os médicos. Mova-se. Temos que nos mover — ele a empurrou através da neve que cobria os pastos que rodeavam a gruta próxima, arrastando-a através deles, atirando dela do som dos disparos.
— Ashley...
— Cuidado, maldição — ele grunhiu. — Rápido, Coya. Se você conseguir tão mais que zero, o alfa estará abrindo minha garganta. Quer isso?
Manteve-a firme enquanto ela tentou arrastar-se, entorpecida pela mão quebrada e sua própria debilidade.
— Levante-se — ele se quebrou, seu braço ao redor de sua cintura. — Vamos. Temos os agentes esperando por você.
Ele se levantou, e antes que pudessem mover-se, encontraram-se frente ao que Anya sabia não eram bons Coiotes. Ela jurou que podia cheirá-los. Um aroma como sangue e morte, enquanto eles sorriram friamente.
— Bom, é o principesco cachorrinho — um deles se mofou. — Afaste-se dela.
Jax a empurrou detrás dele. Anya tropeçou contra a cerca antes de agarrar-se à parte de atrás de seu casaco.
— Deixem-no ir — gritou-lhes. — Deixem-no em paz.
Ela não podia deixar que Jax fosse ferido. Pela razão que seja, a jovem casta era mais importante para Del Rey que os outros. Fazia Del Rey rir. Não podia deixar que o tomassem.
Ela se empurrou a um lado, avançando furtivamente, sabendo que os Coiotes a seguiriam. Ela podia ouvir os gritos, os rugidos e uivos de raiva agora enchendo os jardins.
— Coya, não — Jax agarrou sua mão, tentando empurrá-la a suas costas. — Maldita seja, Del Rey cortará minha fodida garganta.
— Se houver uma garganta que cortar — O Coiote levantou sua arma. — Adeus, pequeno príncipe.
Anya saltou, empurrando ao Jax enquanto o disparo saiu e sentiu as chamas que de repente envolveram seu corpo.
Jax gritou. Uivos de raiva enchiam sua mente enquanto se sentia cair de joelhos e o gelo em seu interior parecia encher suas veias.
— Anya! — ela escutou o grito de Del Rey quando o olhou.
Os dois coiotes do Conselho estavam no chão, sangrando, mortos. Del Rey se lançou a ela, deslizando-se detrás dela sobre seus joelhos, suas mãos chegaram a ela, enquanto ela olhava para baixo, a seu lado e o sangue empapando sua camisa.
— Del Rey? — ela piscou voltando-se para ele, chorando, desesperada quando viu o horror puro que encheu sua assustada cara. — Sorria para mim — sussurrou-lhe enquanto a letargia começou a varrer sobre ela. — Uma vez mais, sorria para mim.
Del Rey a agarrou. Sua cabeça zonza enquanto a agonia verteu um vicioso e horrível uivo desde sua garganta. Se sacudiu com dor e raiva enquanto a levantava, apenas consciente de Jax gritando pelos médicos. Apenas consciente de nada, salvo do aroma do sangue de sua companheira.
Uniu seus uivos aos uivos Coiote, rasgando através dos jardins, ecoando através das montanhas enquanto tropeçava com seus pés, sustentando-a em seu peito, e procurado desesperadamente ao médico que tinha vindo com eles.
— Armani — gritou quando entrou rapidamente ao interior do SPA.
Ela estava ali. Tinham-na deixado no amparo do edifício.
— Del Rey — a médica estava ali, correndo a seu lado — O heli-jato está na rua, vá depressa.
Ao seu lado estavam os dois médicos Coiote. Estavam falando atropeladamente sobre vacinas, a perda de sangue e febres quando saltou dentro do jato.
— Ponha-a aqui — Um transporte se estendeu a seus pés. — Temos que chegá-la ao centro médico. Tenho que deter a hemorragia.
Sua camisa foi rasgada e Del Rey sentiu o temor que rasgou através dele.
— Mova-se, Fantasma — Alexi Chernov o empurrou para um lado. –Permitam-me. A coagulação do sangue irá rápido — falou para Armani quando Del Rey retrocedeu. — As vacinas salvaram nossas vidas quando o Conselho quase nos agarrou. O estimulo de imunidade resultou em pequenas surpresas extras.
— O fluxo de sangue não é tão duro como deveria ser. Não sabemos se a bala golpeou um órgão. Saiu pela parte de atrás?
Os três doutores estavam gritando-se uns aos outros enquanto eles a rodeavam. O heli-jato estava levantando, inclinado e disparou através do céu para o Haven enquanto Del Rey limpou seu rosto com a mão e encontrou lágrimas em suas bochechas.
Sua companheira, seu coração. Ela estava sangrando, ferida. Sua carne era igual a tocar fogo, seus lábios quase azuis. Como Brim tinha estado uma vez. Tão frio.
Ficou a um lado enquanto ele foi a sua cabeça, inclinou-se e pôs seus lábios em sua fronte.
— Eu te amo, Coya — sussurrou — Vive para mim, bebê. Vive para mim. Porque não posso viver sem você.
Ficou assim. Não podia esquentá-la de outro modo. Manteve sua cabeça estável, seus lábios pressionados em sua fronte, e disse a si mesmo que era a umidade do suor que gotejava da fronte dela em lugar de suas lágrimas.
Nikki Armani estava de retorno na sala cirúrgica do centro médico em Haven e olhava Chernov e Sobolova trabalhar constantemente para estabilizar Anya Kobrin.
De Rey sentado ao seu lado, seu braço estirado, uma transfusão de seu sangue se deslocava lentamente de sua forte mão a de sua companheira. Sua cabeça descansava junto a ela e, às vezes, ela jurou que escutou aos grandes e ásperos Coiotes orando.
Jonas, Wolf, Calam, Hope, Dash Sinclair, seu cônjuge e filha esperavam na sala de observação, olhando em silêncio, suas expressões sombrias.
— As flutuações hormonais são muito graves — disse Kátia Sobolova. — Não se pode dar este tipo de hormônios durante a febre. Temos que rebatê-las.
— Ela concebeu — argumentou logo Nikki. — Não podemos nos permitir confusões com os hormônios poderiam prejudicar ao bebê.
— Não dar hormônios aos Coiotes em calor — disse Kátia – Resulta no embaraço todo o tempo. Isto é o que não desejávamos que o Conselho soubesse. Desde a criação do primeiro Coiote, nossos avôs sabiam que eram excepcionais. Diferentes em todos os aspectos. Seu verdadeiro potencial estava sempre oculto. Essa foi a razão para a prática de matar seus criadores. Esta diretiva foi dada a eles, ainda quando meninos. Seus escapamentos resultaram na morte dos criadores. Destruição de todos os registros. Havia muito poucos que podiam manipular aquela genética.
Nikki olhava à outra mulher em estado de choque.
— Por isso o Conselho esteve procurando-a.
Kátia sorriu.
— Somos dois dos poucos cientistas Coiotes deixados com vida. Não se conhecem registros dos Coiotes agora. Normalmente, os Coiotes mesmos se fizeram cargo de nos matar. Se não os Coiotes, então os médicos atribuídos a nós. Sabiam seu dever — ela olhou com carinho a cara de Anya. — Ela nos ocultou durante esse resgate. Os médicos nos buscaram, mas ficamos onde ela nos havia escondido por dias, e finalmente encontramos outra saída oculta da sala.
— Se os geneticistas que trabalhavam sobre os Coiotes estavam no Conselho, por que fazer essa diretiva? — Nikki sacudiu a cabeça em confusão.
— As gerações anteriores, nossos pais e avós, eles, igual a nós, não podiam dizer não ao Conselho. Eles matariam as famílias dos cientistas também. Nossos avôs destruíram os registros e colocaram falsos em seu lugar. Informou-se que foram os Coiotes, como queria o Conselho. Sem alma, sem misericórdia. Eles são sem piedade, sem dúvida, mas sempre era fácil saber aqueles que matam sem reparo e aqueles que matam só quando é necessário. Tão poucos Coiotes foram criados em comparação com outras castas, que fomos capazes de trabalhar juntos, ajudar aqueles que sabíamos eram dignos para determinados laboratórios donde só teriam uma oportunidade de vida. — Ela encolheu os ombros. — Alguns de nós tivemos êxito, outros não. Na Rússia e no Oriente Médio, conseguimo-lo. Espero que salve ao cientista responsável de lá — ela olhou a Nikki. — Simplesmente é incrível. Ela foi a mais brilhante em nosso campo para sua jovem idade. Como se o Todo-Poderoso aproximasse sua mão e abrisse sua mente a esta área de uma maneira que nenhuma mente tinha sido aberta. Incrível.
— Não há informes que ela sobreviveu — disse Nikki.
— Ah — Kátia sacudiu a cabeça — Isto é muito mau. Ela era um anjo enviado, ou seja, coisas que o resto de nós só tem perguntas. Estávamos tentando contatar com ela quando Anya nos encontrou.
— O sangramento está contido — disse Chernov brandamente, assentindo com a cabeça a Del Rey. — Solta o ar.
Nikki fechou a válvula e tirou as agulhas de ambos os braços. Del Rey se negou a tirar seus olhos de sua companheira.
— Dê-lhe um par de horas para estabilizar-se — Chernov ordenou enquanto aplicou o adesivo sobre a pele ferida. — Necessitaremos amostras de sangue então. Várias. Se você não lhe conseguir aqueles hormônios, ela irá direito para trás no calor logo que este bebê nasça. Você não quer isso.
— Teremos outro Coiote acoplado — disse Nikki. — Sua esposa não concebeu.
Chernov riu.
— Ela não foi inoculada como esta foi com a imunização criada do sangue Coiote. Os Coiotes fêmeas se reproduzirão, Dra. Armani. Sempre soubemos disto. Isto é por que há tão poucas mulheres. Não podíamos correr o risco.
— Por que as meninas na Rússia? — Nikki perguntou.
Chernov suspirou.
— Meu avô adorava esta menina — ele acariciou o braço de Anya. — Perdemos a minha irmã quando ela não era a não ser um neném. Viu a Anya e perdeu seu velho e cínico coração. Acredito que talvez todos o fizemos. Ela tinha uma forma de ser que conseguia o que queria, e ela queria às meninas como suas amigas. Nós informamos sua morte e se mantiveram vivas. — sua cabeça levantada – Nós fomos monstros, Armani, não o duvide. Estávamos mortos quando fomos ordenados. Investigamos com práticas demoníacas quando o tínhamos que fazer. Entretanto, cada médico no laboratório sabia o que era nosso verdadeiro objetivo. A sobrevivência daqueles que tínhamos arrumado ter para nós. Aquelas cinco meninas são o futuro destas criações. São incríveis.
— Criadas para casta — disse Nikki, no horror.
— Não. Não — Chernov sacudiu violentamente a cabeça. — Criadas para ser natural. A incapacidade para conceber estava codificada na genética da casta. Os registros da forma em que eles fizeram isto estavam perdidos de maneira que as gerações futuras não podem desfazê-lo. Meu avô e vários outros aprenderam o segredo com as Castas Coiote. Conseguiram aproveitar esta antinatural codificação. Como funcionará? — Ele encolheu os ombros — Não sabemos se pode ajudar às demais castas, não o podemos dizer. Mas os Coiotes são naturais. Homem natural. Animal natural. Ainda temos que ver o que isto obterá.
— Um milagre — Nikki respirava. — Se nós pudermos averiguar isto, poder-se-ia averiguar o calor de emparelhamento. Vivemos com o temor do público tomando as historietas dos jornais a sério. A opinião mundial podia ir ao inferno se averiguarem que é certo.
— Certo. Gente — Chernov chamou e gentilmente desligou a solução salina que tinha gotejado no outro braço do Anya. — São volúveis. As Castas sempre viverão com medo disto.
Ele suspirou fortemente.
— Ela deve descansar. Necessitamos pacotes de calor ao redor dela. Sua febre é alta, mas isto é natural. O frio é o que me preocupa.
— Ela me necessita — a voz de Del Rey era áspera, primitiva. — Quero estar com ela. Ela precisa estar quente. Eu a esquentarei.
Chernov encolheu os ombros.
— Enquanto ela descanse o máximo permitido, na próxima semana, a ferida deveria estar bem. Nada extenuante – Os olhos do Del Rey se enfraqueceram. — Ela deve ser tratada como se se rompesse com um sopro, Fantasma.
— Del Rey — grunhiu.
Chernov grunhiu.
— Como se eu não soubesse a respeito das transmissões que esta menina te enviou. Seis anos te esperando, embora dissesse a Sofía inumeráveis vezes ela devia te dizer a verdade de quem era. Palha da colheita — O médico franziu o cenho e se voltou para ele. — Como se não estivéssemos fazendo isto. Você não investigou como deveria.
Havia muitas coisas que ele não tinha feito como deveria, Del Rey admitiu a si mesmo.
— Ela necessita uma cama — disse Chernov. — Necessita comodidade e atenção agora. Há uma habitação disponível aqui? Não quero transportá-la por dois dias ao menos. Aonde for, temos que ir também. Com o menino que leva, seu estado é muito delicado. Temos que observá-la de perto.
O Dr. Sobolova tocou brandamente o cabelo de Anya.
— Acredito que minhas meninas Sharone, Emma e Ashley estão nos esperando agora — disse – Eu as perdi. Queria fazer algo para que estejam bem e não sofrem por suas lesões.
— Petrov Kobrin está exigindo ver sua filha, Dra. Armani, — Wolf anunciou através da intercomunicação. — Quando ela esteja o suficientemente estável, poderia reunir-se com ele? Tenho quatro loucos russos que consomem vodca no centro comunitário, e Castas unindo-se a eles. Vamos ter uma confusão logo se não fizermos algo.
Nikki assentiu.
— Temos uma habitação privada na mesma sala. Transferiremo-la ali e veremos se seu casal pode esquentá-la — ela olhou a Del Rey com um pequeno sorriso frio. — Tenho um vestido que pode usar.
Del Rey não picou a isca de peixe. Ele assentiu, levantou foi à cabeceira enquanto eles a faziam sair à habitação.
Nikki retirou as mantas sobre a cama de matrimônio, enquanto eles a manobravam dentro da habitação.
— Muito brandamente, Fantasma — Chernov informou com preocupação quando ele levantou a manta sobre a que Anya descansava. — Vamos seguir sua infecção, embora não espero que tal coisa se desenvolva.
Eles a colocaram na cama, então empurraram a maca fora da habitação enquanto Nikki ajudou a Del Rey a vestir a sua companheira dentro da suave bata de algodão que tinha agarrado de um vestidor.
— Dormirá por um tempo — Nikki acariciou o ombro enquanto se dirigiu à porta. — Se me necessitar há um telefone na cabeceira. Descansa, Del Rey.
Descansar.
Despiu-se e entrou na cama por seu lado ileso, enrolando-se a seu redor enquanto jogou as mantas sobre eles.
Tremia com a sensação de sua carne fria e esfregou seu ombro, seu braço, brandamente.
Ela estava respirando lento e fácil, mas seus lábios eram ainda azuis. Ela estava fria, muito fria. Colocou suas pernas entre as suas, seu braço debaixo de sua cabeça, todo ele a rodeou. Se não conseguia sua calidez, não seria capaz de guardar o nó de sua garganta obstruindo-o em uma infernal asfixia.
— Retorna a mim, bebê — sussurrou em sua orelha. – Esquente-me Anya. Estou frio, amor. Tão frio.
Tão frio por dentro como sua carne estava no exterior. Beijou sua frente de novo e, logo, apoiou sua cabeça em seu ombro antes de beijar brandamente a pequena ferida que tinha deixado ali.
— Eu te amo — sussurrou — Minha doce Anya. Como te amo!
Ela estava quente. Como pão quente dos pés a cabeça. Podia sentir o calor envolto a seu redor, como um pedaço de carne, como Del Rey.
Isso se parecia com Del Rey. Isto não se parecia com a morte. Ela não se sentia febril. Não sentia o frio e a dor. Não se sentia débil e adormecida.
Em realidade, estava condenadamente faminta.
Abriu os olhos quando um grunhido retumbante de fome causou um rubor que esquentou suas bochechas. Quanto tempo tinha passado desde que tinha comido?
Uma cálida e ampla palma acariciou seu estômago. Sentia uma vendagem sobre seu lado e a firme sensação de carne colada. A memória a assaltou então. A reunião, o ataque. Ashley e as meninas.
Seus olhos se abriram para encontrar um olhar negro e suave olhando-a.
— Já era tempo.
Ela olhava seu rosto. Havia um áspero, e progressivo crescimento da barba na parte inferior de sua cara. Seus cílios estavam pesados como se tivesse despertado recentemente. Os largos ombros abatiam-se sobre seu lado enquanto seus dedos levantavam sua bochecha, seu dedo polegar acariciou seus lábios.
— Não te mova muito rápido — disse brandamente. — O tiro não alcançou órgãos vitais, mas sangrou muito. Os médicos querem tomar cuidado que não experimente mais choque s— Sua expressão retorcida. — O bebê está seguro.
Ela piscou surpreendida.
— Bebê?
— Aqueles médicos pelos que expôs sua vida — ele esclareceu sua garganta. — Eles sabiam tanto que nós não, Anya. Tanto. — Ele sacudiu sua cabeça. — Vou deixar que Nikki te explique tudo mais tarde. Mas tem que tomar cuidado ao menos até que nosso filho nasça.
Seus lábios curvados em um sorriso.
— Eles sabiam muito que nós não. Tinha razão, Coya, necessitávamo-los. Tinha razão a respeito de tantas coisas e me neguei a escutar — ele sacudiu a cabeça. — Mais tarde. Precisa comer agora.
Ela observava, em silêncio, a incerteza de até onde permitir a seus pensamentos aterrissar enquanto ele se deslizou da cama e a tampou com as mantas cuidadosamente.
— Ashley? — sussurrou ela — Jax?
Ele girou enquanto pegava um par de calças de pijama de algodão da cadeira e os arrastou através de suas poderosas coxas.
— Jax está atualmente sentado na sala, seu proverbial rabo escondido entre as pernas enquanto cuida de nossa porta. Ashley está bem. Um golpe na cabeça para que coincida com a Sharone. Elas estavam confusas por sua enfermidade. Não puderam reagir ao ataque — ele franziu o cenho ligeiramente. — Essa é a razão pela que exigia uma força de segurança quando saiu de Haven, companheira.
Ela o olhava.
— Você levou as minhas garotas — sussurrou.
Ele sacudiu a cabeça.
— Os lideres de manada cometeram um engano com aquela nota sem assinar que Brim enviou. Um engano que nunca voltará a acontecer. Uma nota assinada saiu à segunda vez quando me inteirei do que aconteceu nessa cozinha, Anya, reinstalando sua situação e programando nossa cerimônia para a primavera. Infelizmente, tinha-se ido e a casta felino que traiu a todos nós foi capaz de sair da base. — ele sacudiu sua cabeça — Teria te falado de minhas suspeitas, mas não queria que se preocupasse.
— Traiu-nos? — ela lambeu seus lábios secos, confusa. — Que diabos se passou enquanto eu estava fora, Del Rey?
— Tudo foi um puto inferno — de repente grunhiu com masculina irritação. – Todo meu fodida apoio se veio abaixo ao redor de meus malditos ouvidos. Sou um general, Coya, não uma maldita babá. Necessito que esteja bem para cuidar de suas queixa e reclamações antes que comece a golpear suas fodidas cabeças juntas. Dormiu durante dois dias. Passei este tempo naquela cama — assinalou ao seu lado — com um computador portátil, respondendo um milhão de malditas histéricas mensagens de correio eletrônico das castas Coiote, que parece que não podem tomar uma fodida decisão eles mesmos.
Seus lábios se moveram.
— Tudo o que precisa é uma ocasional palavra especial, Del Rey. São realmente muito receptivos a um pequeno tapinha emocional de vez em quando.
Ele a olhou ferozmente, sem calor. Um toque de humor iluminava seus olhos.
— Prova-o Coya.
— Me alimente primeiro — exigiu-lhe. — E Deus, preciso usar o banheiro.
Ele a ajudou primeiro com o banheiro. Ele a levou apesar de seus protestos esperou fora da porta, e logo a levou de volta à cama quando terminou.
Ela tinha conseguido lavar sua cara e escovar seus dentes. Sentia-se quase humana outra vez enquanto ele a colocava debaixo das cálidas mantas.
— As garotas estão trazendo sua comida — ele se sentou a seu lado cautelosamente, tocou a cara de novo. – Quase te perdi.
— Tentei te contatar antes da reunião — ela suspirou. – Eu os fiz deixar atrás seus vínculos. Quando Sharone pediu emprestado um a agente Satin, ela ouviu Satin falando com Wolf a respeito de nos parar. Corremos, mas perdeu o comunicador no vôo. Não podia parar, Del Rey — ela o olhava desesperadamente. — Não podia parar. Tínhamos que ter aqueles médicos.
— Shh. Os doutores estão aqui, seguros e fazendo listas das equipes necessárias para a Base. São nossos médicos. Eles nos conhecem, Anya — disse brandamente. — Nunca vi tantas coisas. Nunca suspeitei que um cientista pudesse ser mais que um monstro. Eles me mostraram diferenças. Eles me mostraram o que somos, e o que significa ser Coiotes. Mas isso não teria importância. Salvaram sua vida. Nikki não poderia havê-lo feito. Ela te teria matado tentando te salvar, e eu era muito maldito arrogante para entender isto.
Ela sacudiu a cabeça .
— Muito preocupado por sua gente — suspirou. — Isto não é um jogo de culpa, Del Rey. Sobrevivemos, não? Jax, Brim, as garotas? Todo mundo?
— Vários feridos, nenhum de nossa gente está morta, embora sete membros do conselho e um traidor de raça felina estão mortos — ele sacudiu a cabeça com isso. — Douglas foi morto por minha mão. Ele nem sequer foi drogado, só odiava os Coiotes. Nada importava a não ser aquele ódio.
Ela logo que sabia quem era Douglas. Tinha permanecido fora da vista em sua maior parte. Agora sabia por que.
— Tem muito que me explicar, não?
— Bastante — ele sorriu quando um suave golpe soou na porta. — Ashley está negando-se a me deixar pagar por suas unhas até que ela te veja. Sharone ainda está me olhando feroz, e Emma está jogando com suas facas cada vez que vem a mim ou ao Jax. Acredito que deveria tranqüilizá-las.
— Essa cerimônia — ela o deteve. — Por quê?
— Porque eu te amo — disse simplesmente. — É a minha Coya, Anya. Não vou negar por mais tempo. Negando-o, estou matando a ambos, e gerando uma rixa entre nossa gente. E te recordo, enviei uma nota a tal efeito antes que abandonasse a Base — lhe franziu o cenho. — Não porque estava ferida ou por nosso filho. Porque é minha, e eu já não vou negar o que é meu.
Com isso se levantou, abriu a porta e deixou entrar as garotas. Entraram na habitação. Seus rostos estavam machucados, Emma estava coxeando um pouco.
—Em? O que aconteceu?
— Um estúpido Lobo me derrubou quando tratei de chegar rapidamente a você. — ela grunhiu, seus olhos cinza piscando. — O bastardo me arrastou por meu tornozelo e me reteve abaixo até que o tiroteio se deteve.
— O oficial filho da puta se deslizou sobre mim enquanto eu estava tentando escapulir nos arbustos, e queimar a cabeça do maldito Douglas — Sharone se quebrou. — Golpeou-me em frio enquanto o diabo do Douglas quase ao mesmo tempo capturou a Ashley por surpresa. — Uma bandeja se apoiou na cama junto à Anya, o aroma dos mantimentos debaixo do prato de metal que os cobria fez água sua boca.
— Leite — Ashley grunhiu. — O doutor diz que necessita o cálcio para o pequeno diabinho que concebeu. Jesus Anya, não sabe sobre controle de natalidade? Sabe que o menino vai ser igual a ele? — Ela olhou a Del Rey enquanto ele se inclinava contra a parede, e viu o show da mulher Coiote com algo parecido a terror masculino. — Diabos, ele provavelmente não sabe como criar bem meninas.
Del Rey se contraiu de dor e levantou seu olhar ao teto como se estivesse rezando.
Ela comeu e escutou as garotas. Entre os bocados de sopa de frango, batata assada, um bife perfeitamente assado e sorvete de leite, escorregou seu olhar para seu companheiro. Ele escutava e observava com medo e masculina fascinação, enquanto elas falavam.
— Bom, ao menos Jax, o arrogante cachorrinho, conhece seu lugar – disse finalmente Ashley. — Eu deveria ter guardado o lóbulo de sua orelha como troféu.
Anya quase derrubou seu copo de leite com aquilo. Del Rey se contraiu novamente de dor
— E por cima de tudo, eles trouxeram aqueles dois médicos completamente tensos da Rússia. Kátia se nega a ir ao SPA conosco, e Alexi está tão mal-humorado como ele nunca foi – Emma acrescentou.
— Sim, mas o homem Petrov é um lindo maldito como sempre foi. Os quarenta e dois anos se vêem bem nele, Anya. – para todas Sharone ronronou.
Anya se contraiu de dor. Sharone tinha tido uma coisa por seu pai que ela nunca tinha conseguido de entender.
— Vou disparar-te se sonhar com meu papai – advertiu Anya.
Sharone só riu seus olhos brilhando de uma maneira que fez a Anya jogar em Del Rey um olhar desesperado. Desde quando diabos ele deixou a seu pai em Haven? Por quê? Por que agora? Não estava escutando nada mais das fantasias perversas de Sharone a respeito de seu pai. Isso não ia passar. Anya tinha sofrido bastante depois que Del Rey havia disparado em seu pai. Sharone lhe tinha consolado durante meses.
Ela terminou sua comida, seus olhos cada vez mais pesados enquanto as garotas conversavam sobre a cerimônia, cores e sapatos. Encontrou a si mesma à deriva, pensando no vestido branco que tinha desejado, caminhando pelo corredor do braço de seu pai. Seus primos e seus familiares ali.
Sentia-se quente. Calidamente molhada e muito feliz. Pela primeira vez em muito tempo, os sonhos retornavam. Seduzindo ao Fantasma. Amando-o. Tocando-o. Compartilhando coisas com ele que sempre tinha desejado compartilhar. O amanhecer e o entardecer. Um doce de maçã. As brigas, os gritos, o amor. E não havia ali nada sobre sexo ao que Lobos e Coiote se afeiçoavam?
Ela abriu seus olhos e o olhou, imaginando-o, sentindo um formigamento de calor onde sabia que não devia. Algo muito malvado, muito proibido.
Seu olhar escorregou a suas coxas quando as garotas finalmente deixaram de falar. Queria-o, quando ela estaria bem de saúde? Perguntou-se. Seria seguro?
— Garotas, hora de ir-se — sua voz era rouca, áspera agora enquanto se moveu da parede — Ashley, leva a bandeja, por favor.
— OH homem, aqui eles vão, ficando brincalhões e quentes — disse Ashley e fez uma careta. — Vou dizer a Armani sobre eles. Ela vai frear seu rabo.
— Não é seu maldito problema — Emma riu dissimuladamente quando elas se moveram da cama.
— Noite, Coya — ela estava surpreendida pelo rápido beijo da Ashley na bochecha. – Chuta seu rabo antes de lhe dar algo. Foi tão casta macho.
— Sim — Anya sorriu com deleite — Ele é, não é?
Ashley rodou seus olhos enquanto as garotas saíram rindo. Estavam rindo. Eram felizes. E sua companheira estava feliz.
Dirigiu-se à cama ao lado dela, apoiou seus lábios amorosamente sobre os dela, sussurrando.
— Sem sexo durante três semanas – lhe disse — Ordens do doutor.
Ela fez uma careta.
— Eu não agüentarei três semanas.
— Três semanas — repetiu.
Mas inclinou seus lábios sobre os ela, sua língua os tocava, deslizava-se entre eles. O gosto do hormônio de emparelhamento não estava ali, mas o calor, a fome e a necessidade ainda a enchiam.
Este era seu Coiote. Seu companheiro. Seu amante. Ele seria seu marido. Mas primeiro, maldição, três semanas. Ela não poderia sobreviver a isso.
— Quatro semanas estavam desconjurada — Anya estava zangada quando entrou na habitação dela e Del Rey.
Ela atirou seu PDA em uma cadeira e o enfrentou.
— O que fez a ela esta vez? O que lhe fez Brim? Quatro semanas, Del Rey. Ela me fez esperar quatro semanas.
— Só te tire sua maldita roupa — Del Rey grunhiu enquanto tirava suas botas. Os negros olhos a olhavam famintos. — Tire isso ou vou rasgá-las. — Ele grunhiu em um masculino e completa entrega à excitação que havia os tornado loucos durante semanas.
Ela puxou seu suéter sobre sua cabeça.
— Brim esteve te perseguindo de novo, não é certo?
— Diabos se me importa — Del Rey grunhiu enquanto arrancava os botões de sua camisa, em seu desespero por tirá-la. – Basta de conversa e te prepare para começar a foder.
O broche de seu sutiã se rompeu quando ela o puxou. Fazendo caretas, lançou a peça de encaixe ao longo da habitação antes de tirar os sapatos de seus pés.
Maldição, Del Rey a estava derrotando. Suas calças quase estavam fora. Ela rompeu o fechamento dos dela e os empurrou, junto com suas calcinhas, ao longo de suas coxas. Estava logo que saindo deles quando se encontrou elevada, brandamente, e transladada à cama. Sobre suas costas.
Jogou os jeans fora de suas pernas e os jogou detrás dele. Deteve-se então e a olhou.
Seus dedos se aproximaram e tocaram a pequena cicatriz rosa a seu lado.
— Não comece, homem coiote — ordenou-lhe ferozmente. Del Rey podia ficar bastante exagerado sobre a cicatriz. — Estamos aqui para foder, não para estressar-nos com algo que não aconteceu.
— Posso me estressar mais tarde? — Ele levantou seu olhar ao dela. — Eu nunca esquecerei Anya, então nunca deixarei que minha arrogância vá das mãos de novo. Quero recordar sempre que quase te perdi.
— Mais tarde. Muito bem — ela esmurrou suas mãos sobre o colchão, logo as levantou ao seu cabelo. — Me beije em primeiro lugar. Então há aquela coisa malvada e travessa que te fez ruborizar no consultório do médico.
Ele se ruborizou de novo, seus olhos negro ficando selvagens enquanto estavam no escritório, quando a médica tinha escorregado aquele pequeno olhar a sua maneira. Um que era partes iguais de diversão e curiosidade.
— Burla-se — ele grunhiu. — Vocês não eram sérias.
Sua ereção lhe assegurou que estava muito seriamente interessado.
— Vai girar-me? – burlava-se dele.
— Ah Deus. Ponha o traseiro acima para mim e o fodo – ele grunhiu, deslizando seus lábios sobre ela. – Muito maldita fodida.
Encantou-lhe. Tinha ouvido disso. Hope e Faith tinham rido dissimuladamente sobre isto uma ou duas vezes. Elas não tinham idéia que o provocou. Desafiá-los podia consegui-lo. Elas discutiram, elas chiaram, elas obtiveram seus caminhos na forma de seus companheiros de voltar-se super dominantes e lhes mostrar quem era o chefe.
Nikki Armani tinha estado confusa por isso. Ela o chamou uma coisa de casta. Algo sobre submissão, sedução e dominação. O proibido. Tinha sacudido sua cabeça e encolheu os ombros.
Anya não tinha provado aquilo com Del Rey ainda. Eles gritaram, eles discutiram, mas ela tinha evitado a coisa desafiante para mais tarde. Talvez depois que o bebê tenha nascido. Mas, não queria esperar mais para este tipo de intimidade.
Ela o queria, entretanto, queria aquilo. Ela queria isso tanto que tinha tentado cada fantasia que tinha tido durante quatro semanas. Cada uma. Até o ponto que tinha despertado seus profundos gemidos enquanto ele dava voltas na cama com o aroma de sua excitação. Negando-se a tomá-la, negando-se, até que o médico assinasse sua alta.
Bem, o médico tinha assinado sua alta.
— Me beije, homem selvagem — ela grunhiu. — Duro e profundo. Convença-me.
Ele riu com um som sexy e áspero
– Preciso te convencer?
— Nunca se sabe — ela gemeu, chegando a ele, arrastando seus lábios aos seus – Satisfaça-me companheiro, como nunca me tem satisfez antes.
Seus lábios roubaram os seus como a primeira vez. Um profundo beijo de língua que a tinha gemendo, arqueando-se, seus sucos aliviando seu sexo, preparando-a para mais tarde. Definitivamente mais tarde.
— Me permita te saborear — ele grunhiu, passando seus lábios a seus mamilos.
Estavam sensíveis, tão sensíveis que quase teve um orgasmo quando sua língua os lambia, seus lábios mamando-os brandamente.
Seus beijos vagavam por seu estômago. Beijou sua cicatriz, beijou seu ventre, apoiou sua bochecha contra ela por muito tempo, ofegantes momentos antes que abrisse suas coxas mais amplas e a tocasse com sua língua.
— Del Rey! — ela gritou seu nome enquanto se arqueava para ele, sentindo sua língua empurrando duro e profundo em seu interior.
Perversas navalhadas de prazer percorreram através de seu sexo, até seu clitóris. Ela se retorcia debaixo dele, sentindo-o degustá-la, lambendo-a. Sua língua era voraz, seus gemidos alimentando seu desejo enquanto ela sentiu seus dedos movendo-se mais abaixo.
Separou as bochechas de seu traseiro, tentando-a ali. Ele acariciou e massageou o pequeno orifício franzido de seu ânus.
OH, gostava. Ela se arqueou no pico de prazer, o formigamento de incrível calor quando ele o suavizava com seus sucos e a ponta de seu dedo o transpassou lentamente.
Ela se levantou, gemeu por mais.
— Ah inferno, vai me dar um ataque — ele grunhiu contra as dobras úmidas que estava devorando.
— As Castas não têm ataques — ela particularizou. — Bons corações. Recorda?
— Serei o primeiro — ele exalou bruscamente. — Ah caralho.
Ela gritou quando seu dedo escorregou em seu interior.
— Ah diabos. Bebê. Anya. Isto é a causa do ciclo de calor?
— Não. Por agora — ela se retorceu contra ele enquanto sua língua fazia círculos em seu clitóris. — OH sim, isso é tão bom.
Um segundo dedo a perfurou e ela se perguntou se podia suportar o prazer. Sentia-se estirada, relaxada. Ansiosa. OH, ela estava muito ansiosa por isso.
—Deveria te surrar as nádegas — ele grunhiu.
—Sim, açoita minhas nádegas — suas mãos se apoderaram de seu cabelo, enquanto ela montava seus lábios. – Faça-o. Eu o desafio.
Não se desafia a um coiote. Deveria estar sobre uma placa em cada parede da Base: Nunca desafie a um Coiote.
Sua mão livre aterrissou sobre seu traseiro.
Anya se congelou, sentindo um calor formigando e soltando um baixo e prolongado gemido.
— Se atreva a fazê-lo de novo — ela ofegou.
Antes que pudesse fazer mais que gritar, encontrou-se apoiada sobre seu estômago. Seus quadris levantados. Sua mão aterrissou sobre seu traseiro e se sentia melhor que o calor de emparelhamento.
OH maldição, isto era perverso e o amou.
Uma mão se movia entre suas coxas, dando palmadas a sua carne úmida, seus dedos acariciando seu clitóris enquanto a mantinha em seu lugar e deu outra pequena palmada a seu traseiro. Não era doloroso; era quente. Era sexy e malvado, e queria mais.
Ela rodou seus quadris, gritou seu nome e perdeu a conta das pesadas carícias. Entretanto, não perdeu a conta da queimadura. Estava percorrendo através de sua corrente sangüínea, sensibilizando cada nervo de seu corpo. OH sim. Amava isto. Morria por ele. Queria mais e mais e queria afundar-se sob a investida de prazer/dor que podia sentir estava vindo.
— Não posso esperar — Seus dedos escorregaram fora de seu traseiro.
Um dedo entrando e saindo. Dois pressionavam em seu interior, estirando-a. Ele reuniu seus sucos, arrastou-os atrás, burlava-se dela com pequenas carícias que não eram realmente carícias. Só estirando, simplesmente aliviando-a.
— Não espere — gritou — OH Deus, Del Rey, por favor. — Quanto tempo se supunha que suportaria este tortura? Ela necessitava. Tinha-o necessitado por quatro semanas.
— Estou pronta, maldição. OH Deus, faz algo.
Ela estava morrendo por ele. Suas coxas estavam manchadas com sua úmida necessidade. Estava quente, muito molhada quando ele juntava mais e a aliviou atrás, foi capaz de pressionar três dedos dentro dela enquanto ela gritava seu nome.
— OH sim — ela gritou — Estou tão perto. Tão perto.
Seus dedos saíram. Um segundo depois sentiu a contundente, ampla ponta de seu membro pressionar contra ela no mesmo lugar.
Imediatamente, um jorro de líquido pré-seminal se disparou de seu membro contra a pequena entrada. Sentiu-o queimar mais vivo. Suas costas arqueadas enquanto o formigamento em seu traseiro se voltou mais quente, mais profundo.
— Diabos — Del Rey grunhiu quando se aliviou contra ela, pressionando lento e fácil. Muito lento. Muito fácil.
Seu membro se sacudiu quando se derramou de novo, atirando na abertura que tinha criado. O formigamento se converteu em algo mais. Algo que doía e queimava, e aliviava seu caminho quando a essência criava uma lubrificação que a fez inclusive mais escorregadia, mais fácil de penetrar.
Outro. Outro.
Ela estava gritando seu nome enquanto ele a estirava pressionava em seu interior. Suas mãos estavam firmes em seus quadris, retendo-a ainda quando suas musculosas pernas pressionavam as suas.
— Maldição. Que diabos fez comigo? — ele grunhiu quando o fluido se derramou dentro dela de novo.
Estremeceu-se detrás dela, seu membro sacudindo-se, e enchendo-a mais. Estava deslizando-se suave e fácil dentro dela agora, estendendo-a até que ela jurou que ia gozar do prazer/dor daquilo somente.
Era delicioso. Era mais prazer, mais intensidade, uma travessa e emocionante sensação de submissão, de ser dominada. De total confiança. A necessidade de um prazer tão extremo que a fronteira entre o prazer e a dor estava dissolvida.
Ela estava mendigando no momento em que a enchia. Apertando sobre ele, levando seu leite mais profundo dentro dela, para absorver todos os prazeres do ato que podia suportar.
— Bebê — ele subiu sobre ela quando a encheu, seus braços capturando seu peso, seus lábios indo a seu pescoço.
A sensação a rasgou quando seus lábios encontraram a marca de emparelhamento, acariciaram-na. A sensibilidade ali era quase muito para suportá-la. Ele lavou com sua língua, a chupou e lentamente começou a empurrar fodendo dentro de seu traseiro com profundos e lentos impulsos.
Ela odiava o lento. Ela agrupou as mantas em seu punho e gritou com a necessidade.
— Mais rápido — gritou-lhe. — Mais forte.
Necessitava-o mais rápido e mais forte. OH Deus, necessitava-o para gozar. Ela ia gozar, se ele somente se movesse.
— Anya, neném – ele beijou a marca, enquanto ela olhava sua expressão hermética e fechada. — Deus. Estou chegando aqui. Resiste ainda, carinho.
Resiste ainda? Era brincadeira?
Seus quadris se retorceram debaixo dele. Era uma agonia, era um prazer. Eram muitas sensações que não estava segura que fosse sobreviver.
— Agora, maldição – ela gritou. — Por favor, Del Rey. Agora. Tudo de ti, agora.
Ele se atirou para trás. Queria ir lento. Del Rey ordenou a si mesmo ir lento. Lento e fácil. Mas ela o estava matando. Apertando-o.
Ele fixou seus lábios sobre a marca, lambeu-a e chupou quando começou a mover-se. Podia sentir os jorros de líquido pré-seminal, os fluidos de emparelhamento que normalmente ajudavam a seu cômodo e quente concha, mas agora estavam vertendo-se em seu traseiro, ajudando-a ali. Ela se estava queimando apertada ao redor de seu pênis, ordenhando-o, destruindo-o. Uma mão se apoderou de seu quadril, a outra encontrou sua mão.
Amarrando-a, a fodeu. Profundos e poderosos impulsos que enviavam uma agonia de prazer chiando por sua coluna vertebral. Não duraria muito. Ia tomar até que encontrasse sua liberação. Ele não ia encontrar sua própria liberação aqui. O inchaço do nó de emparelhamento era grosso e duro. Não ia machucá-la. Nunca mais. Seu companheiro nunca a machucaria de novo.
Trabalhou em seu interior, brigando por empurrá-la sobre o final enquanto ele se balançava sobre o mesmo. Seus quadris empurrando, conduzindo seu membro no interior do ajustado canal, sentindo-a apertada, os gritos de sua garganta crescendo mais intensos. Estava apertando, convulsionando, gritando seu orgasmo, endurecendo-o a ele enquanto ele brigava por retirar-se.
Muito perto. Muito perto.
— Ah caralho!
Seus dentes perfuraram seu pescoço. Ele golpeou duro e sentiu derramar seu sêmen, o inchaço adicional se bloqueou em seu interior, alargando-a mais até que ele jurou que não só enchia seu traseiro, mas também apertava a pequena concha também.
Anya perdeu a consciência. Ela o sentiu acelerando dentro dela, sua liberação a agarrou com a guarda baixo. Sentiu-o inchar-se, travar-se dentro dela e surpreendente e incrivelmente, sentia que o inchaço pressionava contra a fina membrana entre seu traseiro e a vagina. Sentia-se cheia por ele. Cheia de um extremo ao outro enquanto outra explosão a rasgou, destroçando sua mente quando cada terminação nervosa em seu corpo vibrou em resposta.
Ela tentou gritar seu nome, mas só pode articular estrangulados gemidos. Seus dedos fechados com os dele, seus dentes mordendo seu antebraço, e outra explosão sacudindo-a.
Estava perdida dentro deste prazer, perdida onde precisava estar rodeada por ele, sustentada e ancorada por ele enquanto ela voava livre como o vento, e destroçada em um exausto montão baixo ele.
— Meu amor — ele sussurrou.
— Hm. Meu amor — ela beijou seu braço, voltou sua cabeça por um beijo suave que lhe tinha dado em suas costas e lhe sorriu sensual — Te atreva a fazê-lo de novo mais tarde.
Ele riu entre dentes.
— Vamos começar a limitar seus atrevimentos – advertiu a ela. – Consegue seu caminho com muita freqüência.
Ela o tinha desafiado a comprar as camas e os edredons para os novos coiotes que tinham chegado. Eles a olhavam como o sol e a lua juntos. Ela o desafiou a encontrar um bom cozinheiro que pudesse tolerar. Ele terminou com uma equipe de cozinha completo. Seres humanos. Estremeceu ante a idéia, mas eram bons malditos cozinheiros e nunca teve que preocupar-se com encontrar a sua Coya carregando a maldita lava-louça.
Ela não fez nada mais extenuante que levar seu PDA ou e-pad. As garotas fizeram certamente o mesmo. Ela distraiu seus pensamentos, quando se estendeu debaixo dele, fazendo um gemido para rasgá-lo agradando com o calor ainda envolvendo-o.
Finalmente, largos minutos mais tarde, ele se retirou.
— Mover-me-ei mais tarde — ela murmurou — depois de dormir.
Ele sorriu. Ela o fez sorrir. Ela o punha quente. Ela o fez feliz e o fazia olhar por volta de diante cada dia, as surpresas que tinha guardadas para ele.
Sacudindo sua cabeça, dirigiu-se ao banho, lavou-se e levou um pano úmido e uma toalha à habitação. Apesar de seus queixa, ele limpou sua semente, beijou uma pálida nádega, logo acariciou brandamente seu traseiro antes de arrastar-se à cama a seu lado.
Imediatamente, ela se enroscou nele. Eles se menearam e lutaram por compridos minutos, até que finalmente ele estava curvado ao seu redor, a cabeça dela apoiada em seu braço, sua bochecha contra seu cabelo.
O sonho chegou facilmente. Veio com uma sensação de segurança. Veio com calor.
— Amo-te, Del Rey — sussurrou ela sonolenta — Com toda minha alma.
— Amo-te, Anya — disse —Você é minha alma.
A noiva levava um vestido comprido e encaixe branco com os tradicionais cem botões de pérolas descendo pelas costas. Parecia uma princesa de conto de fadas enquanto caminhava pelo corredor semeado de rosas.
O noivo estava vestido de negro. Fazia jogo com ele.
O pai da noiva, alto, orgulhoso, ainda largo e forte em seus quarenta e dois anos, usava o negro tão bem, um bom contraste com seu cabelo vermelho escuro, quase castanho avermelhado.
Uma primaveril tormenta de neve não pôde cancelar esta cerimônia, os heli-jatos equipados para o clima estavam estacionados a milhas fora de Haven, e as instalações esportivas de Haven estavam cheias de castas e humanos igualmente, que estavam ali para presenciar a união do Coiote Alfa e sua companheira.
Os votos foram ditos. Aqueles eram importantes. Intercambiaram-se os anéis. Disse-se que o noivo, ou Alfa, tinha tido os anéis feitos especialmente por um professor joalheiro na Rússia. Disse-se que havia uma inscrição dentro de cada um: O passado não se esquece. As lições não são em vão.
Foram as bodas do ano. Jornalistas de todo o mundo estiveram pressente, e quando chegou o momento para a noiva de ajoelhar-se e jurar sua lealdade ao Alfa da manada com quem se acabava de casar, o Alfa os emocionou a todos.
Ajoelhou-se. Suas mãos entrelaçadas às dela.
— Provou sua lealdade, inumeráveis vezes. Quando menina brigando pela liberdade de seus amigos. Quando mulher lutando pelo coração de seu companheiro. Como Coya lutando pela paz que todos nós sonhamos. Eu, Alfa Del Rey me comprometo, a minha companheira, minha esposa, minha Coya, Anya Kobrin Delgado. De fazer o possível para que nosso futuro esteja cheio de promessas e seu sorriso ilumine sempre meu caminho.
Não havia olho seco na casa, enquanto uma repórter, Cassa Hawkins, constantemente controlava para estar segura. Bom, possivelmente havia um olho seco na casa, além do dele. A grande casta que estava nas sombras da habitação. Seus olhos estavam como os seus, esquadrinhando a multidão, olhando, como se ele estivesse esperando, caçando.
O que, meu formoso rojão de luzes, está você caçando?
Infelizmente, apesar de suas fantasias perversas e malvadas, tinha um sentimento que ele não a estava caçando. Muito mal. Ela ouviu que era um homem selvagem na cama, ela nunca teve um homem selvagem na cama.
Quase riu com esse pensamento. Tinha sido um maldito comprido tempo desde que tinha tido algum homem em sua cama.
Sua atenção se centrou de novo na cerimônia quando rugidos e uivos, risadas e desejos de boa vontade se repetiam através da praça subterrânea.
Del Rey e Anya tinham girado suas mãos entrelaçadas, para fazer frente à multidão olhando-os enquanto o sacerdote que oficiava a cerimônia os declarava marido e mulher.
Realmente, era um formoso acontecimento.
O que fez apertar o coração da Cassa, entretanto, foi quando Del Rey girou sua noiva para ele, baixou sua cabeça e tomou seus lábios em um beijo que parecia mais como uma promessa.
Enquanto Anya Delgado se arqueou em seus braços, as sobrancelhas da Cassa se levantaram um pouco, quando um arredondado montículo de sua barriga se fez visível. Era isso possível? Estava sua companheira grávida? Ela o olhava intimamente.
— Você não quer pôr isto em seu pequeno artigo.
Ela se sacudiu, seus olhos ampliados com a voz em seu ouvido. Sua cabeça se inclinou. Cabelos com singulares raios ouro e negros encontrou em sua bochecha. Crescia comprido ao redor de seu rosto, sedoso, tentando a tocar. Seus olhos eram verdes, selva verde salpicada com ouro. Seu aroma a envolveu, picante e masculino, e a tentou a lamber seus lábios.
— Significado? – ela arrastou as palavras enquanto sentia sua mão tocar seu quadril, sua cabeça movendo-se intimamente até que seus lábios estavam em sua orelha.
— A suspeita que vejo nestes bonitos olhos cinza — ele murmurou. — Qualquer anúncio adicional virá quando chegar o momento. Você pode ser parte do grupo permitido a entrar nesse anúncio, ou pode ser estranhamente não convidada, assim como muitos outros.
Ela suspirou. OK, não falaria sobre o intrigante pequeno vulto.
— Quero uma exclusiva – exigiu. — Alguém de outro modo me dará uma surra. Você me deve isso.
Sua risada acariciou seus sentidos.
— Você poderia obter mais do que o negociado.
Seus lábios se crisparam.
— E você possivelmente está mordendo mais do que pode mastigar.
O casal recém casado girou suas mãos enlaçadas, olhando um dentro dos olhos do outro. Olhos negros se encontraram com olhos azuis perfeitos, e Del Rey sabia que nesta mulher tinha encontrado a paz.
Agora, se só a paz pode ser assegurada no mundo, eles estavam brigando para estar entre seus membros.
Lora Leigh
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