Ellie fica horrorizada ao descobrir que a companhia farmacêutica em que trabalha está fazendo experimentos ilegais. Cientistas da empresa associam o DNA humano com o do animal, criando novas espécies exóticas. Uma tal "experiência" captura o coração dela e ela vai fazer tudo para salvá-lo, mesmo se ele a odiar por isso.
Fury nunca conheceu compaixão ou amor. Ele passou sua vida em uma cela, acorrentado e abusado por seres humanos. A única mulher que ele se permitiu confiar o traiu. Agora ele está livre e decidido a se vingar. Ele promete acabar com sua vida, mas quando ela está finalmente em suas mãos, prejudicá-la é a última coisa que ele quer fazer para a sexy humana.
Fury não consegue resistir à Ellie - o toque de suas mãos, a boca em sua pele, seu corpo envolvido em torno dele. Ele está obcecado com o cheiro dessa mulher. E Ellie quer Fury, sempre quis. Ela anseia por seu corpo grande, poderoso e quer curar o seu coração desolado.
Mas amar é uma coisa ... domesticá-lo é outra.
— Merda — Ellie murmurou baixinho, observando o homem contido contra a parede dentro do quarto ao lado. Toda vez que ela entrou na sala de visualização ficava deprimida, mas ela não podia ficar assim.
Ela sabia que ele não podia vê-la através do vidro duplo e, ainda assim ele parecia estar olhando diretamente para ela. Seu olhar fixo sobre seu peito nu e os músculos tensos de seu físico bem definido. Seus grandes bíceps saltaram, enquanto ele puxava as correntes, a raiva estava evidente em seu rosto enquanto lutava.
Simpatia e compaixão a fizeram sofrer por ele. Mostrava sua determinação, independentemente de como ele tinha sido privado de sua liberdade e dignidade. Ele tinha que saber a futilidade de suas ações, no entanto, ele ainda lutava. Sua mão levantada tocava a estrutura de madeira sob o vidro. Ela desejava poder acalmá-lo, mostrar-lhe que alguém se importava. Acima de tudo, ela queria tirá-lo da prisão infernal que continha nele. Ele merecia ser livre.
Um movimento no canto da sala atraiu sua atenção para longe do homem que assombrava seus pensamentos dia e noite. O medo fez seu coração disparar quando um técnico entrou na sala. Jacob Alter era um dos mais insensíveis monstros que já trabalhou para as Indústrias Mercile. O idiota realmente gostava de causar dor em suas "cobaias". Ele escolhera especialmente este como sua marca de crueldade. Um mês antes, o grande homem acorrentado contra a parede quebrou o nariz de Jacob, quando Jacob tinha chegado muito perto do cotovelo deste. Ellie sabia que tinha sido bem merecido. Os hematomas ainda sombreavam o rosto de Jacob quando ele deu um sorriso maligno em direção à sua vítima. Ele planejou fazer o mais doloroso tratamento nele.
— Olá, 416 — Jacob riu, um som desagradável. — Eu ouvi que você irritou Dr. Trent. Você sabe o que isso significa, certo? — Jacob colocou uma mochila do tamanho de um saco de boliche em cima da mesa de exame no canto. Ele fez um baque alto. — Isso significa que eu tenho de fazer algo que eu queria havia muito tempo. Você vai sofrer hoje. — Ele olhou para a câmera de segurança no canto e fez um gesto com a mão sobre sua garganta em um movimento de corte.
— Merda, merda, merda — Ellie falava baixinho quando o pânico tomou conta dela. Ela tinha ouvido falar de presos serem torturados quando eles realmente irritavam um dos médicos. Jacob, obviamente, não queria gravar qualquer coisa horrível que ele tinha planejado para 416. Tinha que ser muito ruim.
Jacob ergueu a cabeça, continuou a olhar para o canto de cima, e depois sorriu, antes de se virar para o 416.
— A câmera está desligada agora. Nenhum registro está sendo feito. O que Dr. Trent não sabe é que você vai ter um acidente horrível, aberração. Você não devia ter fodido comigo. Eu avisei que ia acabar com você. — Ele agarrou a bolsa que ele tinha trazido para o quarto. — Ninguém quebra o meu nariz e vive. Eu sabia que seria apenas uma questão de tempo antes que você fosse punido. Eu só esperei o meu tempo. — Ele pegou uma seringa. — Você vai morrer, seu bastardo!
Isso não pode estar acontecendo, pensou Ellie. Ela não tinha lutado todos os dias contra o pesadelo que a vida dela havia se tornado, nos últimos dois meses só para perder 416 agora. Ela vivia com um medo constante de ser descoberta como espiã, mas o desafio de observar 416 no complexo lhe deu a força para enfrentar cada dia. Por ele, ela se arriscou perigosamente para coletar evidências suficientes para libertá-lo e aos outros prisioneiros.
Na verdade, ela meio que esperava que os seguranças viessem atrás dela a qualquer segundo. Ela se tornou tão frenética em coletar uma prova real do que acontecia no centro de pesquisa que fez com que ela cometesse uma loucura meia hora antes. Ela havia roubado um dos emblemas de médico e se infiltrado no escritório da mulher para baixar arquivos do computador. Se a segurança examinasse as fitas de vigilância, ela seria pega com certeza. Eles iriam prendê-la imediatamente e tornar seu destino tão sombrio quanto o de 416. Ambos estariam mortos até o fim do dia.
Ela oscilou entre fazer algo incrivelmente estúpido para tentar salvá-lo ou seguir as ordens de seu chefe para nunca interferir. Ela finalmente obteve provas contundentes o suficiente para possivelmente libertar esses pobres coitados. Ela teria a oportunidade de escapar no final de seu turno, se ela só mantivesse a cabeça abaixada, a boca fechada, e não chamasse a atenção de ninguém. Isso significaria não fazer nada enquanto Jacob assassinava o homem preso à parede.
Ela olhou fixamente para o 416. De todos os prisioneiros, ele era o que ela mais queria libertar. Ele a mantinha acordada às noites desde que foi transferida para o centro de pesquisa de drogas ilegais das Indústrias Mercile. 416 tornou-se a última imagem que via antes que fosse dormir todas as noites. Às vezes, ela admitia, ele tinha se tornado protagonista em seus sonhos. Sua decisão rapidamente chegou a algum lugar. Seria inaceitável apenas ver isso acontecer. Isso partiria seu coração. Ela não poderia viver com isso se nem ao menos tentasse salvá-lo.
— Você não vai ser capaz de lutar comigo desta vez. Você vai estar indefeso. Eu quero que você saiba que vai morrer. — A voz de Jacob engrossou. — Mas não antes de eu te machucar, animal.
Ellie virou-se, nenhum plano em mente, mas agora desesperada para salvar 416. Ela saiu da sala, forçando-se a fazer movimentos lentos quando saiu para o corredor, estava mais do que ciente das câmeras de segurança localizadas lá, e parou na sala de suprimentos para pegar um kit de teste. Poderia levantar alguma suspeita se corresse para entrar na sala, sem uma razão válida. Puxou uma caixa do tamanho de recipiente plástico fora do armário onde eram guardados e tentou não parecer tão agitada quanto se sentia enquanto entrava no corredor novamente, mas sabia que precisava se apressar para a cela de 416 antes de Jacob ter tempo para fazer algo horrível.
— Ellie!
Ela congelou, seus olhos arregalados, e então lentamente se virou. Dr. Brennor, um homem alto, ruivo, saiu de um dos quartos segurando um gráfico.
— Sim?
— Você pegou o contonete bucal do 321?
— Peguei. — Respondeu, mesmo querendo se girar e fugir.
— Bom. Você o deixou no laboratório?
— Claro.
Ele estendeu a mão livre para esfregar a parte de trás de seu pescoço.
— Longo dia, não é? Você está desejando que já fosse o fim de semana? Eu estou.
Cale a boca, ela ordenou a ele silenciosamente, para que eu possa ir. Ela encolheu os ombros.
— Eu gosto de trabalhar. Falando nisso, eu preciso tirar uma amostra de sangue. É uma ordem de estatística.
— Okay. Com certeza. — Seu olhar caía sobre seu corpo. — Você quer sair para jantar comigo amanhã à noite?
Ele surpreendeu-a por uma fração de segundo ao convidá-la para um encontro.
— Eu tenho namorado — ela mentiu facilmente. A ideia de sair com qualquer um que trabalhasse para Mercile a fazia ficar com náuseas. — Mas obrigada por perguntar.
Sua boca ficou tensa e a luz amigável esfriou em seus olhos verdes.
— Sei. Tá certo. Pode ir. Eu tenho que atualizar os relatórios. — Virou a cabeça na direção oposta e afastou-se. — Também tenho um bocado de papelada — ele murmurou antes de desaparecer ao virar uma esquina.
Câmeras estão me observando. Ellie lembrou, resistindo à vontade de correr pelo corredor. Ela caminhou tranquilamente até a cela do 416 como se ela não estivesse apavorada. Pelo menos ela esperava que essa fosse a aparência que ela mostrava.
Querido Deus, ela orou em silêncio, deixe-me alcançá-lo a tempo! Seus dedos tremiam quando ela digitou o código da fechadura digital. A porta apitou quando aceitou seus números e as barras de aço fizeram um som distintivo enquanto deslizavam, permitindo-lhe abrir a porta. Ela entrou na sala rapidamente.
Forçou um sorriso que ela não sentia.
— Estou aqui para tirar uma amostra de sangue.
A porta automaticamente se fechou atrás dela, os pinos de travamento a trancaram dentro da cela, e um zumbido agudo, rápido e acentuado soou para ressaltar esse fato. Ela observou a cena e engasgou com o puro horror que ela presenciou.
416 não estava mais acorrentado à parede. Ele estava estirado no duro e frio chão de concreto, com o rosto virado para baixo. As correntes prendiam seus pulsos num dos pinos cimentados no chão, forçando os braços a ficarem acima da cabeça, enquanto suas pernas estavam acorrentados à parede. Jacob tinha removido as calças do homem contido, empilhando-as no chão. Ele estava de joelhos entre as coxas abertas de 416, que foram forçadas a se separar pela forma como ele tinha sido amarrado.
Levou apenas alguns segundos para perceber a terrível coisa que ela tinha interrompido. Jacob sentou-se sobre os calcanhares, congelado, atordoado também por seu aparecimento súbito, mas ele se recuperou o mais rápido que podia. Ele largou o instrumento de tortura, o que parecia ser um dos cassetetes dos guardas no piso de concreto, e tentou levantar. Ele agarrou as calças desabotoadas, tentando fechá-las, xingando. Ellie reagiu.
— Você, bastardo doente!
Ela entrou em ação antes de pensar, a dura maleta de plástico que estava agarrada com tanta força em seu punho cavou dolorosamente em sua palma, e bateu-lhe com toda a força que conseguiu ter. Chocando-se contra o rosto de Jacob. Ele cambaleou para trás, gritando, mas Ellie não parou enquanto caía ao chão. Ela acabou caindo sobre seu corpo, montou sobre sua barriga, seu corpo o mantendo no chão, e pegou o kit com as duas mãos. Pura raiva a levou a bater nele com o kit. Ele tentou defender seu rosto, mas depois de alguns golpes, suas mãos caíram no chão.
— Você é um monstro — ela ofegou, batendo-lhe novamente, e então percebeu o quanto o rosto dele estava ensanguentado. Ela parou, seu corpo todo tremia, e olhou com horror para o técnico.
Seu olhar foi do nariz e boca esmagados, para o kit. Manchas de sangue estavam por todos os lados onde ela bateu-lhe repetidamente. Ela caiu no chão, em choque, e saiu de cima do homem abatido. Seu peito não se movia.
— Oh Deus — engasgou. Ela estendeu a mão para sua garganta, um gemido rasgou seus lábios entreabertos, e procurou sentir o pulso. Ela não conseguia encontrar um. — Oh Deus, Oh Deus, Oh Deus, — ela murmurou, certa que ela o matou.
Ela se virou e olhou para o 416, tinha acabado de se lembrar dele. Ele a encarou, seus olhos estavam abertos, o rosto contra o concreto, e então piscou. Ele viu o que ela tinha feito. Suas mãos tremiam e ela as olhou.
Eu acabei de matar Jacob. Seu olhar se voltou para a visão terrível do monstro que havia atacado em um excesso de raiva pura. Ele merecia. Ela tentou acalmar sua mente que entrou em pânico. Pense. Eles virão aqui e o encontrão. Eles saberão que eu o matei. Eles vão me arrastar para longe, me torturar para descobrir por que eu interferi, e eles me matarão. A evidência nunca vai alcançar o meu chefe. Eliie, pense, droga!
Ela olhou para a câmera no alto. Normalmente uma luz vermelha piscava, mas não desta vez. Não estava ligada. O guarda tinha seguido as instruções de Jacob. Ninguém, além do 416 havia testemunhado o que realmente aconteceu. Ela não tinha ideia de quanto tempo as câmeras permaneceriam assim, mas ela presumiu que iriam até que Jacob lhes ordenasse para iniciar o monitoramento do preso novamente. Ela engoliu em seco e pôs-se de joelhos. Todo o foco dela se voltou para o homem que a observava tão atentamente, desamparado no chão.
— Vai ficar tudo bem — ela disse para ele.
As experiências eram perigosas. Ela tinha sido advertida umas centenas de vezes que, às vezes, as correntes que os continham quebravam. As Indústrias Mercile vinham alterando de forma ilegal a genética dos seres humanos com a dos animais de alguma forma, fazendo-os mais poderosos do que seres humanos normais, e até mesmo sua aparência havia sido mudada. Alguns assistentes e médicos foram mortos por aqueles que eles ajudaram a criar. Ela silenciosamente aplaudira ao ouvir essa notícia, pois, ela odiava a todos que trabalharam no interior da instalação secreta, realizando experimentos ilegais. As Indústrias Mercile era uma maldita empresa de pesquisa e desenvolvimento de drogas que faria qualquer coisa para fazer algum dinheiro.
Ela assistiu 416 cautelosamente enquanto ela permitia seu olhar vagar sobre seu corpo nu. As costas subiam e desciam com sua respiração, mas além de piscar, ele não se movia. Ela percebeu uma marca vermelha na lateral dele. Com os braços esticados para cima ela podia ver claramente. Ellie hesitou. Ele poderia matá-la se ele quebrasse uma corrente.
Ele vale a pena salvar. Ela repetia em silêncio algumas vezes enquanto tomava coragem de se aproximar mais perto de seu corpo caído. Ela já tinha decidido colocar sua vida em risco quando concordou em trabalhar disfarçada, compreendendo a real possibilidade de que ela poderia não sobreviver. Vidas foram muitas vezes tomadas em nome da ciência. Esta empresa só se preocupava com dinheiro e precisava ser impedida.
— Eu não vou te machucar — prometeu a ele. Encostou com sua mão ao lado da marca e a raiva o agitou. Jacob o havia espetado com força suficiente com uma agulha para lhe causar uma lesão do tamanho de uma moeda de dez centavos. Seu olhar se voltou para o rosto dele. — Ele te drogou?
O macho não respondeu, mas ela realmente não esperava que isso acontecesse. Ela sabia que ele podia falar, tinha ouvido alguns deles amaldiçoar e ameaçar funcionários quando ia tirar sangue, mas este nunca tinha falado com ela. Das vezes que entrou em sua cela, ele nem sequer rosnou para ela. Ele silenciosamente a olhava se aproximar, ocasionalmente, cheirando-a, mas seu olhar castanho escuro sempre fixo em cada movimento dela. Ela engoliu em seco novamente, tomando nota de sua pele quente, e se perguntava se ele estava doente. Parecia febril para ela.
— Vai ficar tudo bem. Ele está morto. Não pode mais te machucar.
Tirou sua mão dele e se arrastou um pouco para baixo, para mais próximo do seu corpo. Ela estremeceu ao ver o que Jacob tinha feito a ele. Sua bunda estava vermelha de pancadas do cassetete. Jacob tinha batido com isto em suas nádegas, coxas e as costas de suas pernas. Ela cerrou os dentes. Não tinha chegado a tempo de impedir esse outro horror também. A visão de sangue perto de seu reto lhe assegurou que Jacob estava fazendo exatamente o que ela tinha previsto. Ele abusou sexualmente do 416 usando o cacetete.
A raiva tomou conta dela novamente quando disparou um olhar assassino para o morto. As calças ainda estavam abertas e seu pau flácido aparecia, coberto por um preservativo. Ela não viu sangue nele. Um pequeno alívio, ter chegado antes que ele estuprasse a vítima, ajudou um pouco. Um rosnado emanava do 416.
— Calma — ela murmurou. — Você está sangrando. Deixe-me dar uma olhada. Eu sou enfermeira.
Ela não se incomodou em ir para o armário de canto para obter luvas. Ela não tinha certeza de quanto tempo restava. Com apenas uma ligeira hesitação, ela levantou a perna sobre a coxa do homem, grossa, para obter enxergar melhor, e olhou para baixo para ver uma bunda arredondada e musculosa. Suas mãos o tocaram suavemente, esticando as bochechas o suficiente para verificar os danos, mas pareciam mínimos, considerando-se.
— Sinto muito pelo o que fez. Não parece que ele tenha... — A voz dela morreu. Dizer que Jacob não havia o estuprado muito ou parecia não ter penetrado profundamente nele soou horrível até mesmo pensar. Isso não deveria ter acontecido. — Você vai ficar bem. Pelo menos fisicamente, ela completou. Suas mãos soltaram a bunda dele.
Ela mudou-se das coxas abertas dele, se arrastou e ficou ao lado de seu corpo e inclinou-se para estudar suas feições. Ele a olhou e ela não pode deixar de perceber seu olhar de raiva. Seus lábios entreabertos revelaram presas afiadas. Ele rosnou para ela, um pouco mais alto do que o rosnado leve que ele tinha dado à ela antes. Embora seu corpo não se mexeu.
Meu Deus, ele tem os caninos. Ela podia ver os dentes mais nítidos a curta distância. Como os de um cão ou talvez um vampiro. Ela adivinhou que provavelmente era de algum tipo de raça canina. Poderia explicar o terrível rosnado que saiu do fundo de sua garganta, que assustadoramente parecia um cão feroz. Ela hesitou, com medo que ele avançasse com seus dentes afiados, se chegasse perto demais.
— Calma — ela pediu novamente. — Eu não vou te machucar.
Um brilho nos seus olhos lhe disse algumas coisas. Suas pupilas estavam extraordinariamente grandes e ele parecia um pouco confuso. Jacob obviamente o havia drogado com algo muito forte, mas ela não tinha ideia do que ele tinha usado. O cara poderoso esparramado no chão, provavelmente, não conseguia se mover. Ele teria lutado de outra forma quando Jacob o agrediu. Ele se deitou ao lado dela humildemente, mas seus olhos estavam bem vivos e outro rosnado rasgou dos seus lábios entreabertos. Ela tentou não tremer com a visão de suas presas afiadas.
— Ele fez qualquer outra coisa para você? Ele mencionou que droga ele te deu?
416 parou de rosnar, mas não disse nada. Isso a fez pensar se ele poderia falar. A droga pode estar impedindo-o de fazer mais do que esses barulhos na garganta. Ellie sabia que teria de examiná-lo, fazê-lo rapidamente, e achar uma saída para a confusão que ela criou ao correr para a cela do 416. As câmeras de segurança teriam registrado a entrada dela no quarto.
Ela abriu o pino de metal cimentado no chão para liberar as correntes do braço que o segurava ao chão e resmungou quando ela empurrou o grande homem pelas costas. Ele era muito alto e tinha que pesar pelo menos uns 118 kg ou algo assim. Ela tentou dificilmente não se intimidar com seu peito largo ou o fato de que ele não usava roupa alguma.
Ellie tomou conhecimento do quão bronzeado ele era e determinou que tinha de ser o seu tom natural da pele, uma vez que o mantinham abaixo do solo e sua coloração nunca mudou. Com seu cabelo castanho-escuro e olhos de um profundo chocolate, ela pensou que ele ancestrava de uma boa parte dos nativos americanos. É claro que não poderia faltar o fato de que ele era bem maior do que qualquer nativo americano que já tinha visto. Ela presumiu que ele tinha alguma descendência alemã ou alguma outra ascendência, baseado na altura também.
Ele não era bonito, em qualquer sentido convencional, as maçãs do rosto eram tão evidentes que o fez parecer muito duro. Alguns podem não considerá-lo de boa aparência, mas era bastante exótico. Ela presumiu que a estrutura óssea pode ter sido causada por qualquer alteração genética que tenham feito nele. Ele parecia humano, mas não totalmente. Com seu olhar cheio de ódio e a mandíbula tensa, deu-lhe uma aparência rude, que ele realmente fez no momento que Ellie chegou mais perto. O rosnado profundo a fez pausar, coração batendo forte, e o medo a dominando. Ele fez um olhar intensamente masculino e duro, projetando o quão perigoso poderia ser. Perturbou-a o fato de tê-lo achado extremamente atraente. Ela não podia negar o quanto seu corpo musculoso e o puro magnetismo masculino a atraiu para ele.
Se ele recuperasse os movimentos ela morreria. Ela sabia disso e ele provavelmente queria poder colocar as mãos nela. Ela olhou através do quarto para a pintura branca rachada e descascada que corria o comprimento da sala no chão perto da porta. Os funcionários a chamavam de “a linha da morte”. Todas as cobaias eram algemadas por cada membro. Mesmo que elas fossem fortes o suficiente para quebrar as correntes, nenhuma jamais havia quebrado todas as quatro de uma vez. Elas só precisavam de um membro livre para matar. Ela sentou-se dentro da zona da morte, com um homem, enfurecido, enorme, cujos dois braços estavam acorrentados, mas eles não estavam ligados a nada. Essa percepção a fez querer correr para longe dele, mas resistiu ao impulso.
Ele vale a pena salvar. Ela balançou a cabeça. Ele precisa de ajuda. Examine-o, faça o que puder por ele, e ore para que ninguém entre aqui. Sim. Ela poderia só esperar que as drogas não parassem de agir imediatamente. Ele provavelmente quebraria seu pescoço antes mesmo que ela pudesse implorar por sua vida. Ele odiava todos os que trabalhavam para Mercile e tinha bons motivos para isso. Seu olhar pousou sobre o corpo morto de Jacob, seus dentes cerrados, e ela forçou o seu olhar a retornar para o 416. Veja como ele está ferido.
Marcas vermelhas marcavam seu estômago. Seus dedos traçaram a prova de que Jacob o havia batido naquela região. Sentiu sua caixa torácica onde as marcas apareciam. Não sentiu nenhum osso quebrado. Sua barriga tinha músculos firmes e rígidos, mesmo quando estava relaxado, mas não sentiu nada que pudesse sugerir uma hemorragia interna. Tentou ser profissional, mas as pontas dos seus dedos demoraram um pouco demais enquanto traçava o padrão de integração dos grupos musculares. Ela não podia negar que tocá-lo a afetava como mulher. Ele era proibido, perigoso... e sexy.
Seu olhar baixou para a região pélvica, incapaz de não olhar para o homem que ela achou tão atraente, e engasgou. Ela se moveu antes mesmo de pensar, agarrou seu pênis um pouco inchado, e tirou as bandas dolorosas que estavam para baixo do eixo. Ela tentou ser gentil, mas Jacob tinha embrulhado um pedaço grosso de borracha ao redor do pênis do homem algumas vezes. Ela conseguiu soltá-lo e jogou a coisa ofensiva assim que ela a tirou dele. Seus dedos suavemente massagearam a pele avermelhada antes que ela percebesse o quanto inadequado aquela ação foi. Seu olhar permanecia lá, percebeu que, mesmo sendo a maior parte macia, ele era impressionante. O fluxo de sangue havia sido dolorosamente apertado e impedido de chegar ao eixo.
— Aquele filho da puta — ela murmurou, amaldiçoando Jacob por fazer tal horrível coisa. Suas bochechas aqueceram quando percebeu o que tinha feito. Mais vergonha bateu quando percebeu como seu corpo respondeu ao tocá-lo, mesmo que foi apenas para remover o implemente ofensivo de tortura. Ela manuseou seu pênis.
416 rosnou. Seu olhar voltou-se para o seu rosto. Ele a olhou com olhos escuros, furiosos. Ela percebeu que ainda o segurava e soltou seu pênis rapidamente.
— Desculpe! Tive que removê-lo — Ela olhou para seu membro e viu onde a linha do elástico o tinha ferido e ainda estava vermelho e irritado. — Tenho certeza que ele ficará bem.
Bem, era o que ela esperava. Jacob fez isso, obviamente, para ferir 416. Se deixasse assim por muito tempo, a falta de fornecimento de sangue para o seu pênis teria feito graves danos, mas é claro que aquele bastardo planejou matá-lo. Seria um crime horrível desfigurar algo tão sexy. Esse pensamento a fez querer gemer e tornou-a mais consciente de que seu corpo respondia ao homem nu deitado em frente a ela. Ela sacudiu mentalmente essa linha de pensamento para longe, não podia se dar ao luxo de ir lá, e precisava parar de olhar seu corpo nu.
Ela mordeu o lábio, pensando muito sobre como tirá-los dessa confusão que se meteram. Precisava estar livre para deixar o trabalho após seu turno e obter os dados que ela roubou de seu treinador. Seu olhar se voltou para o cara morto mais uma vez. Ele estava lá, sangrando, no concreto, onde o deixou, a causa de sua morte, obviamente, foi o trauma causado por bater no nariz com o kit. Ela experimentou pura raiva para fazer tanto dano. Poderia ser confundido com danos causados por um punho. Seu intestino torceu.
— Merda. Só vejo uma saída para isso. — Encontrou-se com o olhar irritado do 416. — Sinto muito sobre isso. Eu não tenho escolha. — Ela hesitou, queria dizer-lhe quem realmente era, o por que teve de fazer algo horrível com ele, mas não se atreveu. E se ele disser a eles? Poderia. Ele não tem motivos para confiar em ninguém que trabalha aqui. Estou mais segura se só tenho ele para assumir o pior.
416 tinha certeza que Ellie nunca iria prejudicá-lo. O pânico foi da cabeça aos pés quando ela pediu desculpas por sua intenção. Ele tentou se mover, mas seu corpo se recusou a mexer. Ele podia mover os olhos, piscar, e engolir. Soltou alguns rosnados, mas não podia falar. Ela planeja me matar agora? Então por que ela matou o técnico que me atacou?
Ninguém, exceto ela, pensou 416 freneticamente, preocupado com o fato de poder morrer desamparado, no chão de sua cela. Ele inalou o limpo cheiro da mulher que nunca deixou de mexer com seu corpo. Ellie sempre chegou nele com doçura, o seu toque suave, e seu olhar doce quando tirava amostras dele. Ela tinha sido o único humano que já conhecera que lhe deu carinho, sorrisos honestos, e ele nem sequer olhava para a frente nas vezes que entrava em seu domínio. Ele confiava nela, sabia que não iria machucá-lo. Ela era a única pessoa que podia entrar em sua cela sem ele se sentir tenso, na expectativa de sentir medo, dor ou humilhação.
Ele viu o medo escondido em seu lindo olhar azul quando ela o olhou e seu coração doeu um pouco. Ele nunca a ameaçou ou propositadamente rosnou como fazia com os outros técnicos que se aproximaram dele. Até hoje. A ideia de assustá-la o fez sentir arrependimento. Isso faria acabar com os sorrisos que havia aprendido para apreciá-la quando ela começou a trabalhar lá. Eram sorrisos recentes. Ele não tinha noção de tempo, mas ela não fazia parte de sua vida até recentemente.
Seu corpo começou a reagir à sua presença quando seu pênis contraiu. Isso o fez sentir dor, de qualquer mal que o homem tenha feito a ele, mas o movimento que sentiu o fez esperar que o resto do seu corpo se recuperasse em breve. Ellie fazia coisas com ele, o fazia desejar tocar seu cabelo loiro e pressionar o nariz contra a sua garganta para inalar seu perfume maravilhoso. Às vezes ele sonhava com ela debaixo dele, nua, com ele livre das correntes. Ele desejava tocar e provar cada centímetro de seu corpo, ouvir sua voz e aprender tudo sobre a mulher que o fascinava em todos os sentidos.
O som de sua voz sempre foi música para seus ouvidos. Ele queria vê-la sorrir, aprender sua risada. Queria fazer centenas de perguntas a ela para saber mais sobre a mulher que havia capturado sua alma. Sua pele parecia incrivelmente macia e cheirava tão bem, bem demais. Mas agora ela havia decidido prejudicá-lo.
Esse foi o pior tipo de crueldade e traição que ele sentira. Também sentiu vergonha pelo que ela testemunhou. Ela o salvou de ser estuprado pelo homem morto, mas sabia de todo o sofrimento que ele havia passado, a indignidade da crueldade do ser humano. Doía-lhe saber que ela nunca olharia para ele de novo sem a imagem surgir de suas memórias. Doeu-lhe muito e o enfureceu. Eles até conseguiram tirar-lhe a fantasia dela de considerá-lo como um homem sexual.
Ele rosnou novamente em uma tentativa de assustá-la, impedi-la de fazer o que ela planejou. Seu corpo se recusou a trabalhar, seus membros não respondiam, mas ele sabia que não iria matá-la, mesmo se ele conseguisse se libertar. Ele iria jogá-la a uma distância segura para evitar a tentação de seguir seus instintos. Ele a queria de uma forma que sabia que não era possível entre um prisioneiro e seu apreensor.
Ele a viu ficar de pé e sair do seu campo de visão. Quando ela virou-o de costas, bloqueou sua visão do homem morto. Tentou virar a cabeça, mas não conseguiu. Ele a ouvia, a cheirava, e ouviu ruídos estranhos. O que ela está fazendo?
Não fazia ideia, mas a temia. Todos os seres humanos fossem cruéis. Eles não têm pena. Ainda o atordoava o fato de ela ter matado seu agressor por duas razões. Primeiro, ela tinha feito isso para parar seu ataque e, segundo, ela não era uma mulher grande. Ela matou um homem. Ele pode ter a subestimado. Ele acreditava que era suave, delicada, mas ela atacou um homem totalmente crescido em um ataque selvagem e brutal. Seu coração disparou. Tentou desesperadamente mover seus membros, mas eles permaneceram sem resposta.
— Você é um bastardo sem valor. Eu odeio você. Quero que saiba disso. — Ellie disse.
Sua mente aceitou suas palavras, a dor apoderou-se dele, mas isso não o surpreendeu. Ele conhecia todos os que trabalhavam no interior das instalações de testes, considerou-os nada mais do que abusivos. Achar que ela seria diferente foi um erro da parte dele.
Estúpido e imperdoável. Fúria apoderou-se dele e seus dedos se contraíram. Moveu sua boca, um rosnado silencioso preso dentro de sua garganta, e prometeu ficar quite com a mulher que o fez acreditar que era diferente.
— Você é um bastardo sem valor. Eu odeio você. Quero que saiba disso. — Ela só esperava que aonde quer que Jacob tenha ido depois da morte, que ele ainda pudesse ouvi-la. Queria que ele soubesse o que ela achava dele. Não estava arrependida de tê-lo matado. Isso mexeu com a mente dela, mas imaginou que ia superar isso em breve. Ele não merecia os seus sentimentos de culpa.
Ellie limpou o kit, estudou-o, e não deixou vestígios do sangue de Jacob no local. A maleta estava amassada, mas duvidava que alguém iria notar tão rapidamente. Escondeu os tecidos ensanguentados que usou para limpar o interior do kit. Ela teve que tocar em seu corpo e fez uma careta enquando puxava as calças para mais baixo para expor totalmente o preservativo que ele colocara para não deixar dúvidas de suas intenções.
Ellie tentou acalmar o pânico crescendo dentro dela. Seu olhar dirigiu-se para 416 no chão. Ele não moveu um centímetro, felizmente, e ela ainda respirava por causa disso. Só podia rezar para que seu plano funcionasse e que o que ela dissera era verdade. Ele era muito valioso para ser morto. Os médicos e funcionários abusavam dele, mas Jacob tinha planejado matar 416 contra as ordens do Dr Trent.
Ele vai ficar bem. Tenho que acreditar nisso.
Ela tirou outro tecido do kit e enxugou um pouco do sangue ainda fresco do chão. Virou-se para 416. Será que ele vai me odiar por isso? Provavelmente. Ela simplesmente não tinha escolha. Eles nunca permitiriam que ela deixasse a instalação subterrânea se suspeitassem que ela era responsável pela morte de Jacob. Nem sequer ousava dizer a 416 o que planejava fazer. Se ele contasse para alguém, eles a prenderiam, exigiriam respostas, e ela nunca chegaria à superfície. Precisava ser capaz de evitar qualquer suspeita para salvar a ele e a todos os outros.
Ela encontrou a agulha que Jacob tinha usado. Felizmente ele recolocou a proteção plástica depois de ter injetado em 416. Odiaria ter que arriscar 416 a contrair uma infecção, mas ela não teve escolha senão a reutilizar a agulha. Esperava que Jacob não a tivesse deixado tocar em nada antes de recolocá-la. Ellie hesitou. Uma vez feito, não haveria como voltar atrás.
Ela moveu-se rapidamente antes que pudesse mudar de ideia. Agachou-se perto de 416 e limpou o guardanapo ensanguentado sobre os nós dos dedos e nas mãos, manchando com o sangue de Jacob. Ela se recusou a olhar para seu rosto enquanto o incriminava pelo assassinato. Simplesmente não conseguia olhar.
Eles não iriam matá-lo. Esses caras mataram técnicos algumas vezes. Tinha ouvido falar muito nisso, mas eles ainda estavam vivos. Eles não matam as cobaias. Elas são muito valiosas. Ele vai ficar bem, dizia para si mesma.
Ela se levantou, jogou o último pedaço de evidência de sangue no kit e removeu a seringa de onde tinha colocado, e se virou. Odiava ter que feri-lo. Lágrimas encheram seus olhos. Ele estava ali indefeso. Queria abraçá-lo, mesmo se quisesse vê-la morta. Alguém deveria lhe mostrar compaixão, mas não poderia ser ela naquele momento. Alguém precisava assumir a culpa pela morte de Jacob para ter certeza que ela poderia sair sem ser molestada para obter os dados para seu treinador. Uma vez que ele recebesse uma prova suficiente, um juiz emitiria mandados de busca. O local de teste seria revistado, as experiências descobertas, e as Indústrias Mercile seriam expostas com todos os segredos sujos que escondeu do mundo.
Ela se agachou sobre 416. Seu olhar bonito e escuro, mas com raiva, focaram nela. Raiva queimando em seu brilho intenso. Ela engoliu a bile que subiu com o que ela tinha de fazer com ele em seguida.
— Sinto muito. Realmente. Eu tenho que fazer isso para você.
— Eu vou matar você — respondeu asperamente. Uma mão bateu no chão ao lado dela. — Eu juro isso! — Sua garganta funcionou. — Eu vou matar você com minhas próprias mãos.
O medo apoderou-se nela ao saber que ele faria exatamente isso, ele tinha, obviamente, começado a recuperar o controle de seu corpo. Ela olhou para baixo para encontrar o local de injeção que Jacob tinha usado. Ela espetou a agulha, o furo da injeção original já havia fechado, e depois balançou a seus pés, sem dar a 416 outro olhar, mesmo quando ele rosnou com a dor que ela acabara de infringi-lo.
Ela puxou o seu kit, correu para a parede ao lado da porta, e virou o rosto no último segundo antes de bater na porta. A dor se espalhou por sua face. Seus joelhos ameaçaram desabar e o gosto de sangue encheu sua boca. Não tinha um espelho, mas lembrou-se da sala de observação. E se alguém tinha pisado lá e testemunhado o que havia acontecido? Ela imaginou, se fosse esse o caso, a segurança já teria inundado a sala para prendê-la.
Ela esperava que seu rosto parecesse tão ruim quanto parecia. Seus dedos tremiam ao digitar o código para a porta. Apitou, as hastes de aço no interior da porta deslizaram, e a porta se abriu enquanto ela desesperadamente a empurrava. Ela tropeçou para fora da sala, a porta bateu automaticamente atrás dela, e o zumbido agudo confirmou que estava trancada. Ela caiu de joelhos no corredor, virou a cabeça para localizar a câmera de segurança, e gritou.
— Socorro! Oh Deus! Socorro!
Segundos se passaram e parecia aumentar, pelo menos, um minuto antes do som de botas atingiram seus ouvidos. Quatro guardas de segurança apareceram no corredor, vieram correndo. Os homens ofegaram quando reduziram a velocidade e olharam para ela confusos.
— Entrei no quarto para tirar uma amostra de sangue — ela soluçou. — Jacob estava abusando sexualmente da cobaia. Ele me atacou. — Sua mão subiu para seu rosto onde latejava. — Acho que desmaiei e quando acordei vi quando 416 quebrou as correntes de seu braço. Jacob o alfinetou com uma agulha, mas o que quer que seja que ele lhe deu não fez efeito rápido o suficiente. Acho que ele está morto! Acho que essa coisa o matou antes que ele caísse no chão.
Deus me perdoe, ela rezou silenciosamente como a boca fechada. Os seguranças agarraram suas armas de choque, um deles desastradamente digitou o código para as portas abrirem, e então correu para dentro da cela do 416. A porta fechou por trás deles. Outra equipe de segurança chegou, junto com alguns membros da equipe médica. Foi Dr. Brennor quem cuidou dela em um dos quartos dos empregados. Ele parecia com raiva enquanto limpava sua boca.
— Você vai ficar bem.
Ela balançou a cabeça.
— O que eles farão com o 416? Não posso acreditar que Jacob estava fazendo isso com ele. Isso é errado.
O médico ruivo apertou a boca de raiva enquanto franzia a testa.
— Eu sei. Nós criamos essas coisas para achar curas para doenças em que os animais são naturalmente imunes ou resistentes. E para prevenir doenças de uma vez por todas a partir do cruzamento de animais com humanos. Sabe quanto dinheiro nos custa para criá-los? O pessoal deve usar prostitutas se eles querem transar, não experiências caras.
Ellie travou a mandíbula e abaixou seu olhar para ele não ver o quão enojada ela estava, horrorizada, e se enfureceu com a maneira fria dele viver. Essas pessoas a faziam se sentir assim.
— Agora estamos fazendo com que eles testem as drogas que preparamos para melhorar a capacidade dos militares. — Ele virou-se para arrancar suas luvas. — Você viu como os fizemos grandes? Fortes? Nós os ensinamos a lutar apenas para mostrar o que é possível fazer com os seres humanos e quantos danos eles podem fazer com os implementos da medicina na cura rápida. Você sabe quantos bilhões de dólares em contratos estamos examinando? Quanto dinheiro já fizemos até agora? Eles são nossos protótipos. Mostrando o que eles podem fazer, o quão rápidos, fortes, e letais eles são será a pesquisa que derrotará nossos concorrentes. Cada indivíduo vai querer comprar o que nós criamos. Aquele maldito Jacob, poderia nos ter custado muitos prejuízos. Ele é valioso demais para correr riscos.
Com os olhos fechados, ela escondia as lágrimas de alívio. Eles não iriam matar 416. Ela fez a escolha certa. Ele pode odiá-la por incriminá-lo por assassinato, mas ele viverá. Agora ela só precisava sair depois de seu turno, guardar as provas que tinha roubado, e salvá-lo da única maneira que podia. Ela ajudaria levar as Indústrias Mercile à justiça.
— Hey — Dr Brennor suspirou. — Desculpe. Eu estou falando sobre dinheiro enquanto você sobreviveu a uma experiência traumática. Por que você não vai para casa? Você deve tirar o resto do dia de folga. Que seja, ligue amanhã dizendo que está doente.
Ela abriu os olhos e encontrou o olhar dele, escondendo o quão desesperadamente ela o odiava.
— Obrigada. — Sua voz tremeu. — Eu estava com medo.
Ele agarrou seu braço, esfregou-o e sorriu.
— Eu poderia te visitar mais tarde para ver como você está? — Seu olhar baixou para os seios. — Você não deve ficar sozinha.
— Eu tenho namorado — ela mentiu novamente.
Ele a soltou.
— Tudo bem. Vá. Vou dizer a segurança que eu estou te liberando mais cedo.
Ele girou, caminhou até o telefone, e Ellie o viu. Ela esperava que ele pegasse pena perpétua. Isto serviria exatamente para ele.
Sul da Califórnia
Onze meses depois
Ellie suspirou e ajeitou os fones de ouvido para uma posição mais confortável. Heavy metal tocava em seu MP3 player o qual deixou cair do bolso dianteiro da calça capri de algodão. A temperatura quente a fazia suar mesmo às onze horas da noite, apesar da brisa muito leve que ventilava sua pele. Ela olhou para as janelas abertas. O sistema de ar condicionado do dormitório tinha quebrado novamente. As equipes de manutenção ainda estavam consertando as falhas do prédio recém-construído.
Aproximou-se das portas da varanda que pretendia deixar aberta e saiu para desfrutar de uma brisa agradável para ajudar a resfriar o seu corpo superaquecido. Tomou um gole da água gelada da pequena garrafa de plástico que pegou do minibar, quando entrou em seu apartamento. Inclinou-se contra a grade para olhar para baixo de seu apartamento no terceiro andar. Tinha acabado de terminar sua malhação noturna. A brisa celeste bateu em sua pele. Sua atenção se desviou para as paredes de segurança cerca de 46 metros à frente.
Eles ergueram nove metros de altura e os guardas patrulhavam o perímetro em cima das passarelas. Abaixo dela se estendia um gramado e algumas árvores que fez cenário semelhante a de um parque entre o edifício do dormitório e a parede exterior. Um prédio chamado Homeland tinha acabado de ser concluído em um terreno de vinte mil metros quadrados e Ellie estava vivendo seu segundo dia lá. Ninguém passeava pela calçada que atravessava a grama e árvores abaixo.
O edifício, muito tranquilo, a perturbou um pouco, mas ela havia sido alertada sobre isso. A maioria das mulheres não tinham se mudado para o dormitório ainda, mas uma vez que fossem, Ellie esperava que tudo iria ocorrer sem problemas. Ela realmente queria ter a certeza que Homeland agiria de acordo com o plano. Seria a casa para os sobreviventes das Indústrias Mercile, um oásis do resto do mundo onde eles poderiam viver, e ter liberdade dentro de uma comunidade segura. Eles precisariam de um porto seguro.
Ela só sabia que as Indústrias Mercile tinham uma instalação de testes ilegais. Mas uma vez que fora invadida, mais três haviam sido descobertas. Ela fechou os olhos, ainda apavorada com o número de vítimas envolvidas, que foram notificadas pela cobertura de notícias nos últimos meses. As instalações de teste foram invadidas por agências governamentais e policiais, as vítimas agora estavam liberadas, mas nem todos sobreviveram tempo suficiente para serem resgatados. Centenas de indivíduos foram mortos e essas perdas partiram seu coração.
Ellie forçou os olhos a abrirem. Há dois anos, ela trabalhava no prédio administrativo Mercile quando foi abordada pelo oficial Victor Helio. Ele explicou que havia rumores sobre uma unidade de pesquisa secreta que forçava seres humanos a serem cobaias para o uso de drogas ilegais. A polícia tentou infiltrar agentes secretos na Mercile, mas eles se recusaram a contratar alguém de fora. Como uma funcionária existente, ela não levantaria suspeitas quando pedisse uma transferência para uma das instalações de pesquisa e testes de desenvolvimento. Estava tão horrorizada com a ideia de seres humanos estarem sofrendo daquela maneira que concordou espionar para eles. Levou seis meses para o pedido ser solicitado e mais meses para ter acesso aos pisos inferiores do edifício de investigação, mas depois conheceu 416 e outros que viviam aquela vida infernal. Ela se orgulhou de ter ajudado a derrubar as instalações de teste original. Arriscou sua vida para saquear aqueles arquivos, mas havia evidências suficientes para um juiz solicitar mandados de busca, que resultou em uma invasão na instalação.
Ela suspirou. Políticas de informações classificadas e de proteção às vítimas, foram os termos que ouvia todas as vezes que perguntava sobre ele. Sabia que algumas das cobaias não tinham sobrevivido ao resgate nas instalações de testes. Elas foram assassinadas antes mesmo das leis serem violadas nas áreas mais seguras das instalações, onde muitas das vítimas foram mantidas. Tudo que sabia era que 416 tinha morrido nas salas do subsolo, trancado dentro de sua cela, sem nunca saber que a ajuda tentou alcançá-lo. Seu coração partiu ao considerar essa possibilidade.
Ellie tirou os fones de seu ouvido, desligou seu MP3 player e o colocou sobre a mesa, lutando contra a angústia que sentia toda vez que pensava em 416. Queria estar lá quando os mandados fossem cumpridos, queria vigiar sua porta para protegê-lo. Devia-lhe isso e muito mais. Implorou ao Diretor Helio que permitisse a ida dela, mas ele recusou. Não era policial e lhe foi firmemente dito que não arriscariam uma informante que eles precisavam para depor contra Mercile.
—Merda — ela reclamou.
Não podia esquecer aqueles olhos escuros, o olhar no rosto do 416 quando o abandonou naquele dia dentro de sua cela, ou a forma como ele rosnou para ela. Ela só queria salvar sua vida, mas não tinha como ele saber o por que dela tê-lo incriminado pela morte do técnico. Ele deve ter pensado nela como uma pessoa monstruosa e cruel. Lágrimas quentes a cegaram, mas piscou rapidamente para não as deixou cair. Chorou rios de lágrima desde aquele dia terrível em que ela o deixou.
O telefone tocou, assustando-a. Seu telefone celular era seu único contato com o mundo exterior, mas ninguém ligava pra ele. Ela distanciou-se de seus amigos e familiares. Tudo em sua vida havia mudado enquanto trabalhou aqueles meses na instalação de testes. Não conseguia mais tolerar seus pais divorciados usando-a como uma arma um contra o outro ou enchendo seu saco falando sobre seu próprio divórcio. Havia problemas no mundo e seu tempo poderia ser gasto fazendo alguma real diferença. Agora seu foco ficou concentrado em ajudar as Novas Espécies e fazer o certo para concertar o errado lhe deu um senso de valor. Deu sentido à sua vida e era isso o que mais precisava. Atendeu o telefone no segundo toque.
— Ellie Brower.
— Srta. Brower, é Cody Parks da segurança. Estou ligando para informar que temos um transporte chegando com quatro mulheres. Elas estavam hospedadas no hotel e acabamos de receber a notificação que elas estão aqui.
— Estou indo até a porta agora. — Ela desligou.
Droga. A mídia deve ter de alguma forma descoberto que quatro das mulheres resgatadas estavam por aqui. O protocolo estabelecia que, se um voo chegasse depois do anoitecer, as vítimas deviam ser colocadas com guardas em um hotel para serem transferidas para Homeland durante o dia. A segurança considerou que assim seria mais fácil protegê-los durante esse tempo que estão em transição, mas, obviamente, esconder os sobreviventes em um hotel não foi tão inteligente como eles haviam pensado. Ela só podia esperar que as mulheres não estivessem muito traumatizadas com o que tinha acontecido. O mundo real pode ser assustador o suficiente para os pobres sobreviventes sem os urubus da mídia circulando com suas perguntas, gritos e flashs das câmeras.
Demorou meros segundos para calçar os sapatos e pegar seu cartão de segurança. Ellie saiu do quarto e propositadamente evitou o elevador. A coisa movia-se muito lentamente para a sua paciência. Ela desceu correndo as escadas em direção a entrada. As janelas eram claras, mas foram feitas de um tipo de vidro forte o suficiente para suportar o abuso do pior tipo. Do lado de fora viu quatro mulheres se aproximando da entrada com dois guardas vindo atrás, carregando quatro malas. Ela aumentou seu ritmo.
Cody Parks, o homem da segurança responsável pelo transporte das mulheres, a cumprimentou com um sorriso.
— Boa noite, Srta. Brower. Desculpe pela chegada tardia das nossas mais novas moradoras.
Ellie sorriu. Dirigiu seu foco para a mulher que parecia ter vindo da Amazônia. O menor das quatro tinha pelo menos um metro e oitenta de altura. Já havia dez mulheres vivendo no dormitório, todos elas eram altas, e musculosas também. Ellie se sentiu baixinha e pequena comparada a elas. O sorriso dela cresceu quando olhou para cada uma delas, mas nenhuma retornou o gesto. Pareciam cansadas, irritadas e com mau humor. Simpatia brotou dentro de Ellie.
— Bem-vindas ao seu novo lar. — Ellie falou baixinho. — Eu sei que vocês têm passado por muita coisa, mas estão seguras aqui. Sou Ellie, sua superiora.
Duas das mulheres franziram a testa. Uma mulher, a mais alta e mais assustadora do pequeno grupo, a olhou. A quarta, uma loira, falou.
— Nossa o quê?
— Sua superiora. É apenas um título — Ellie explicou rapidamente. —Eu realmente não estou aqui para mandar em vocês. Eu sou aquela que as ajudará quando estiverem com problemas, se vocês tiverem dúvidas ou se precisarem de algo. Estou aqui para ajudá-las de qualquer maneira possível. Vocês podem conversar comigo sobre qualquer coisa e eu sempre vou ouvir.
— Um médico-chefe — A menor, a mulher de cabelos escuros falou rápido.
— Não — Ellie corrigiu. — Tenho habilidades básicas de enfermagem, mas não sou médica. Sei que todas vocês tiveram que ver terapeutas. Eu tive que ver alguns deles e os odeio também. — Elas lhe deram uma expressão de compreensão. — Vou lhes mostrar seus quartos, um pouco do dormitório. Eu...
— Srta. Brower — Cody Parks interrompeu.
Ellie voltou sua atenção para ele, enquanto as mulheres caminhavam para a porta. Elas olhavam ao redor da entrada para a grande área da sala de estar. Ela sabia que elas precisavam de alguns minutos para se orientarem.
— Sim?
— Ha uma reunião para daqui vinte minutos. Pediram que você compareça já que é quem está no comando do alojamento feminino. O chefe do novo conselho exigiu ser totalmente informado sobre o que acontece em Homeland. Ele quer ter certeza de que elas não estão sendo maltratadas de forma alguma. Ele acabou de ser nomeado para o cargo e precisa dessa garantia.
Desânimo preencheu Ellie.
— Mas é tão tarde. Eu gostaria de levá-las para seus quartos e a reunião levará mais tempo do que isso.
— Eu entendo, mas ele apareceu com elas e afirmou que era importante. — O olhar do homem caiu sobre o olhar de Ellie. — É indispensável que eles saibam que estamos com eles nisso para tornar tudo mais fácil para transformar isso em um ambiente normal. Ele está preocupado.
Ela hesitou. As Novas Espécies foram separados, enviados para diferentes locais seguros depois que foram libertados, até que finalmente Homeland ficou pronta para aceitá-los como um grande grupo. Seria a sua casa permanente para um futuro previsível. O cara tinha razões válidas para se preocupar com a segurança e o bem-estar dessa gente.
— É claro. Deixe-me dar uma olhada nelas e logo estarei lá. A reunião será realizada dentro da sala de conferência no escritório principal?
Ele assentiu. Ellie fechou a porta entre eles. O alarme apitou de imediato, para garantir-lhe que a trava automática estava corretamente instalada. O lugar estava bem seguro, mas nunca poderia estar seguro o suficiente, não depois da maneira como a mídia estava lidando com os sobreviventes das instalações de testes. Eles estavam constantemente tentando violar o perímetro para obter imagens das vítimas, agora que elas tinham um local fixo onde alguns deles estariam.
O governo iniciou um processo de implementação de uma lei para proibir a mídia de revelar suas fotografias para proteger os Novas Espécies. Eles foram as vítimas e tiveram o direito de serem protegidos contra a imprensa. Havia também grupos que não acreditavam que os Novas Espécies deviam ser considerados seres humanos com direitos iguais, os opositores de Homeland se reuniram em frente aos portões para protestar.
Ela caminhou para frente, no piloto automático, enquanto dava um curto passeio pelo interior do dormitório. Lá tinha uma sala de conferências para reuniões, duas grandes salas de estar, uma cozinha espaçosa, uma área de refeições com capacidade para cinquenta pessoas, um grande banheiro com quatro cabines de box, e uma biblioteca completa. O segundo e terceiro andares abrigava mini apartamentos. Cada um deles continha um pequeno quarto, uma sala de estar, banheiro, privada e uma quitinete.
Ellie levou as mulheres para seus quartos, lado a lado e no segundo andar em frente um do outro. Ela aprendeu a fazer isso nos dois primeiros dias que já estava em contato com as mulheres. Elas tinham de estar assustadas, não que elas iriam admitir, mas queriam ficar perto uma da outra. Ellie sabia que as mulheres passaram por situações horríveis e agora eles as colocaram numa situação completamente diferente, algo totalmente estranho. Liberdade pode ser uma experiência aterrorizante depois de uma vida sendo cobaias.
— Se vocês tiverem fome, têm bebidas geladas e alimentos no interior da caixa de metal prateado ao lado da pia. — Ela não chamou de geladeira. Aprendeu desde cedo que eles não sabiam o que era aquilo. —Há dez outras mulheres aqui no segundo andar, então, se ouvirem ruídos, por favor, não se assustem. Elas são de diferentes lugares. — Instalações de testes, pensou ela. — Mas elas são como vocês. O edifício é seguro, então ninguém que não deveria estar aqui pode entrar. Vocês estão completamente seguras.
As mulheres que entraram no corredor a examinaram como se ela fosse um besouro. Ellie suspirou, já estava acostumada, infelizmente. Elas não confiavam nos que não eram como elas.
— Estarei no terceiro andar quando eu retornar da reunião que eu preciso comparecer. O número do meu quarto esta fixado na parede ao lado do elevador. Basta vir a mim quando precisarem de qualquer coisa ou se vocês tiverem alguma dúvida. Estou aqui para ajudar vocês e eu quero fazer isso. Vocês querem me perguntar alguma coisa antes de eu ir?
As quatro mulheres não falaram. A mais alta se girou para espiar um dos quartos que Ellie tinha acabado de lhes mostrar. As outras três a seguiram e fecharam a porta firmemente, deixando Ellie ali mesmo. Nenhuma das mulheres parecia querer alguma coisa com ela, mas esperava que isso mudasse com o tempo.
Ellie olhou para sua roupa, tênis preto, calças de algodão capri, e uma regata azul-claro. O cabelo dela estava preso em um rabo de cavalo. Ela sabia que provavelmente devia mudar para algo mais profissional, mas um olhar rápido para o relógio lhe assegurou que não havia tempo suficiente. Teve que correr para a reunião. Ellie correu para as escadas.
Os principais escritórios estavam localizados perto da frente de Homeland. Para cada dormitório e prédio haviam sido atribuídos carrinhos de golfe. Ellie dirigiu o dela para o estacionamento dianteiro e desligou o motor. Olhou para o relógio novamente e xingou um pouco, certa de que estaria atrasada. Cody não lhe deu um tempo exato, mas 20 minutos haviam se passado. Correu para frente das portas duplas. Desacelerou quando viu o guarda de segurança armado do edifício. Ela não o conhecia ainda.
— Olá. Sou Ellie Brower. Sou a superiora do dormitório feminino. Cody Parks disse que há uma reunião que eu deveria comparecer.
O homem ficou tenso e agarrou sua arma na cintura, enquanto ele a olhava. Ellie lentamente enfiou a mão no bolso da frente de sua calça para retirar seu cartão de segurança. Ele não só abria as portas como também tinha sua foto para identificá-la como funcionário. Ela se aproximou para mostra-lo.
O guarda pegou seu cartão, examinou-o cuidadosamente, e depois devolveu-o.
— Entre na sala de conferências à esquerda. Você está familiarizada com o local, Srta. Brower?
— Sim, eu estou. Obrigada.
Ellie avançou e entrou no escritório principal. Correu pelo longo corredor e se dirigiu para as portas duplas onde não havia nenhum guarda. Agarrou a maçaneta, deu-lhe um forte empurrão para abrir a pesada porta e entrou.
A escuridão do quarto a surpreendeu. As luzes do teto estavam apagadas e só as lâmpadas nas paredes estavam ligadas, porém mal iluminava a sala. Ela não conseguia ver bem, mas o som de muitas vozes assegurou-lhe que a sala estava cheia.
Dois seguranças viraram instantaneamente e agarraram suas armas. Ela respondeu para as suas expressões alarmadas com um sorriso calmo. Levantou suas mãos para o alto para mostrar-lhes que não continha nada além do seu cartão de segurança. A sala ficou completamente em silêncio. Não se atreveu voltar sua atenção para longe dos dois homens que seguravam suas armas.
— Sou Ellie Brower, superiora do dormitório feminino, e eu venho em paz.
Nenhum guarda sorriu da piada contada. Um dos guardas manteve a mão sobre a arma em sua cintura enquanto o outro homem se aproximava para pegar o cartão de sua mão. Ela não se mexeu, enquanto ele o examinou e então balançou a cabeça.
— Sente-se. Você está atrasada. — Ele devolveu o cartão.
Ellie pegou seu crachá e o colocou de volta no bolso. Ela teve que se desviar do guarda desde que decidiu permanecer parado, bloqueando seu caminho. Deu alguns passos além dele e olhou para as pessoas em pé dentro da sala.
Darren Artino, chefe da Segurança de Homeland, e o diretor Boris também estavam presentes. O diretor franziu a testa guando ele diminuiu a distância entre eles. Ela se encolheu quando ele olhou para sua roupa, em silêncio, comunicando sua desaprovação.
— Eu não tive tempo de mudar — explicou ela. —Eu tinha quatro mulheres para serem instaladas e menos de vinte minutos para fazer isso antes de chegar aqui. Nenhum aviso me foi dado de que elas estavam chegando até estarem na porta.
As linhas tensas em torno da boca Diretor Boris aliviaram.
— Tudo bem, Ellie. Da próxima vez, vista-se adequadamente. Você parece que acabou de sair da academia.
— Quase — admitiu. — Você gostaria que eu acendesse as luzes? Está escuro aqui dentro.
— Não — Diretor Boris sussurrou. — Alguns dos membros do conselho preferem assim.
Ellie instantaneamente compreendeu. Havia sido informada de que alguns dos sobreviventes passaram anos trancados dentro de celas escuras, resultando em hipersensibilidade à luz intensa. Ela equipou alguns dos apartamentos para as sobreviventes, ela mesma saiu para comprar óculos escuros para colocar dentro de seus quartos para que pudessem usá-los nas áreas comuns do dormitório, e interruptores foram adicionados a algumas salas para ajustar a iluminação. Ela passou muito tempo pensando no bem estar dos Novas Espécies e precisava ser boa em seu trabalho, e isso havia se tornado quase como uma obsessão para ela.
Ela reconheceu alguns rostos enquanto olhava ao redor da sala. Sorriu para Mike Torres, responsável pelo dormitório masculino, quando ele piscou para ela. Parecia ser um cara legal, tinha uma aparência de estar na casa dos trinta. Ele flertou com ela durante a primeira reunião, no primeiro dia dela. O funcionário que havia dado a Ellie o resumo de seus deveres como superiora do dormitório estava ao lado dele. Dominic Zort assentiu secamente. Seu trabalho, em geral, parecia ser em manter os departamentos cooperando e fez a maior parte da contratação.
Um movimento no canto do seu olho lhe chamou a atenção. Virou-se. Alguém moveu-se em sua direção do outro lado da sala, mas sendo a pessoa mais baixa cercada por um grupo de homens mais altos não ajudava a identificar quem se aproximava.
— Ellie? — Diretor Boris a fez voltar seu foco para ele. — Estamos sentados logo ali.
— Claro. — Ela deu um passo para seguir o Diretor Boris.
— Você — uma voz masculina rosnou atrás dela.
Ellie tentou ver a quem a voz pertencia, mas alguém a agarrou. Ela fez um som, uma mistura de um grunhido e um gemido, mas depois seu corpo levantou do chão. Braços fortes a girou no ar. A dor atravessou suas costas e ar foi arrancado de seus pulmões. Seus olhos se arregalaram quando olhou para o rosto de um enfurecido... 416.
416 rosnou para Ellie, revelando seus dentes caninos afiados, e percebeu que seus braços doíam onde ele os agarrou acima dos cotovelos. Ele bateu suas costas em cima de uma das mesas de conferência. Curvou-se sobre ela, seu rosto enfurecido centímetros acima do dela, e ira derramava de seu olhar escuro. Puro terror inundava Ellie.
Sua boca se abriu, mas nada saiu. Sugou ar. Ele rosnou mais alto, a apertou ainda mais.
— Que diabos? Deixe-a ir! — Diretor Boris engasgou.
Ellie viu movimento ao seu redor com sua visão lateral, mas não se atreveu a virar seu foco para longe do olhar escuro, furioso de 416. Ele parecia que estava pronto para rasgar sua garganta com seus dentes afiados, que pairavam centímetros dela. Seu coração batia tão forte que ela se perguntou se ele iria explodir. Ele sobreviveu e iria matá-la do jeito que prometeu, se alguma vez tivesse a oportunidade.
— Deixe-a ir — uma voz masculina pediu firmemente em um tom de aço.
— Que diabos está acontecendo? — Isso veio de um outro homem que parecia chocado e choroso.
— Fury, deixe-a ir — outro homem ordenou em uma voz extraordinariamente profunda.
Seu olhar domado pela raiva deslocou-se do olhar aterrorizado de Ellie quando virou cabeça para o lado. Rosnou para alguém atrás dele.
— Não. Isto é entre ela e eu. Recue.
Ellie passou a língua nos seus lábios secos, aliviada com o fato de poder respirar novamente. As mãos em seus braços faziam contusões e machucavam o suficiente para que lágrimas inundassem seus olhos. Fury olhava ameaçadoramente para alguém atrás dele que manteve seu foco nela. Apesar de estar numa sala cheia de homens, ela sabia que iria morrer na frente deles, quando sua atenção voltasse para ela.
— Deixe-a ir, Fury — A voz masculina ficou mais profunda, para se destacar do rosnado ameaçador. — Por favor.
— Ela é um deles — Fury rosnou. — Ela trabalhou como técnica nas instalações de testes. Recue agora. Tenho o direito de me vingar.
Um ruído conhecido cortou a sala e os olhos de Ellie se arregalaram. Ela reconheceu o som de uma espingarda sendo carregada. Engoliu o caroço que se formou em sua garganta, estava com medo deles o matarem para salvá-la. Droga. Não permitiria que isso acontecesse. Todo o terror se dissipou em sua preocupação com a vida dele. Ela o salvou uma vez e o salvaria de novo.
— Está tudo bem — Ela falou tão alto quanto podia. Sua voz falhou, mas conseguiu pronunciar as palavras. — Não o machuquem. Ninguém atire. Por favor.
— Ellie? — Diretor Boris se aproximou. — O que ele está falando?
Ellie suspirou quando seu tormento virou-se a cabeça para olhar para ela novamente. Um arrepio percorreu sua espinha com o olhar, frio, intenso e o conhecimento de que ele iria cumprir sua promessa. Ela não tinha dúvidas de que ele iria matá-la em cima da mesa na frente de todos os presentes.
— Fury — uma outra voz masculina falou. — Solte a mulher. Vamos resolver isso razoavelmente.
— Minha — rosnou Fury, obviamente com tanta raiva que não podia falar em um tom normal. Seus dedos apertaram ainda mais.
Lágrimas caíram de seus olhos e rolaram para o lado do seu rosto, mas não fazia nenhum som. Temia que iria aborrecer todos ao seu redor, especialmente quem tinha carregado a espingarda que ouvira.
— Ellie? — Dominic Zort falou perto. — Você era uma informante, não era?
Ela engoliu um gemido de dor. Fury rosnou suavemente e suas mãos apertavam brutalmente seus braços.
— Sim — ela engasgou. — Eu o conheço.
Um rosnado profundo saiu de dentro da garganta de Fury viciosamente.
— Fury! — Um homem gritou. — Solte esta mulher agora!
Fury aliviou, mas não deixou de apertá-la. Recuou alguns centímetros, mas não se afastou muito dela e seus lábios se apertaram para esconder os dentes caninos. Respirou fundo pelo nariz, mas não desviou o olhar de Ellie.
Fury. Sim, o novo nome se encaixava com o olhar em seus olhos.
— Ela estava na equipe médica do Mercile. Ela foi enviada como informante quando os rumores sobre a instalação de testes vieram à tona. Tentamos obter agentes secretos infiltrados no Mercile, mas nunca foram contratados. Acho que ela era enfermeira do escritório corporativo. Custou muito trabalho duro para ela ser transferida para aquele lugar infernal para descobrir se os rumores eram verdadeiros. Ela saqueou provas suficientes para obtermos os mandados que serviram para invadirmos a primeira instalação de teste. — Dominic Zort falava rapidamente. — Eu não sabia que ela tinha conhecido qualquer um dos seus, Justice. Eu não era seu treinador, mas Victor Helio não escreveu nada no arquivo que indicava que ela tenha prejudicado qualquer Nova Espécie ou tivera contato com eles. Eu nunca a teria contratado para trabalhar com vocês se eu achasse que qualquer um dos seus a conhecia pessoalmente. —A voz de Dominic Zort permaneceu calma e tranquila. — O nome dela é Ellie Brower e ela é a única que dirige o dormitório das mulheres. Ela arriscou sua vida todos os dias para espionar Mercile para nós, Justice. Ela sabia que iriam matá-la se eles percebessem que ela só trabalhou lá para conseguir provas do que eles estavam fazendo.
— Deixe-a ir. — O tom de Justice era suave, mas detinha a autoridade de uma ordem. — Acalme-se, Fury. Eu entendo. Você ouviu o que o homem disse? Ela trabalhou lá para ajudá-los a reunir as provas de nossa existência. Ela ajudou a salvar o nosso povo.
Fury não soltou Ellie e ele continuou a encará-la. Ela olhou para ele, certa de que ele não se importava com o por que dela ter estado lá. Sabia que ele a odiava por tê-lo incriminado pela morte de Jacob e não o culpava por isso. Ela tinha feito isso para salvar a sua vida, mas isso não aliviava a culpa do crime cometido contra ele.
— Ellie? — Diretor Boris falou. — Qual foi seu trabalho exatamente no centro de pesquisa e o que você fez com este homem?
Merda. Ellie engoliu em seco. Observava os olhos de Fury escurecer ainda mais, transformando-se de um castanho chocolate para quase preto.
— Só ajudei quando necessário — Explicou em voz baixa. — Eu reunia um monte de gráficos dos resultados dos testes das amostras de sangue e saliva quando me chamavam.
— Por que ele te odeia tanto? Você, pessoalmente, o feriu de alguma forma? — A voz do Diretor Boris se elevou em indignação. — Você o machucou?
Ellie encarou o rosto tenso de Fury. Se tivesse sido violentada sexualmente, não gostaria que falassem sobre isso. Ele era um homem orgulhoso e isso provavelmente não era algo que queria compartilhar com toda a sala. Teria de dizer a todos por que matou o técnico se admitisse que fez algo para Fury ter tanta raiva dela. Ela hesitou. Seus olhos se estreitaram quando o rugido estrondoso de seu peito tornou-se mais alto.
— Não — Fury ordenou.
— Fury? — Justice falou. O homem tinha uma voz estranhamente profunda. — O que ela fez para fazer você querer machucá-la tanto? Ela te forçou a tomar remédios?
— Ellie, diga-nos agora! — diretor Boris exigia.
— Eu tinha que fazer testes — ela mentiu. — Tinha de infligir dor a ele. — Essa parte foi verdadeira. Sabia que o que fez a ele lhe causou algum sofrimento emocional em cima do que Jacob lhe fez, enquanto ele estava impotente naquele chão de sua cela. — Ele também não gostava quando eu recolhia amostras dele
Ele rosnou para ela em resposta.
Não desviou seu olhar do dele nem mesmo uma vez, seu olhar ficou preso ao dele.
— Sinto muito, mas não tive escolha. Sabia que a ajuda viria se eu pudesse saquear as provas. Eu fiz o que tinha de fazer para salvá-lo. Você estava tão perto de conseguir sua liberdade. — Mais lágrimas derramaram pelo seu rosto. — Eu sinto muito mesmo. Só queria te salvar.
Fury tinha a mulher que o traiu ao seu alcance. Não podia acreditar que tinha encontrado Ellie novamente, ela trabalhava em Homeland, e suas mãos realmente a tocavam. Ele era livre agora, já não era mais impotente, e pensou bastante sobre o que deveria fazer com ela. Uma pequena parte dele queria arrancar seu pescoço, enquanto o resto dele queria puxá-la contra seu corpo e abraçá-la. De qualquer maneira, não queria soltá-la. Desgosto brotou de seu conflito emocional depois do que ela fez para ele dentro de sua cela. Ele nunca esqueceria aquele dia ou aqueles que se seguiram.
Justice exigiu novamente que ele a soltasse, mas suas mãos se recusaram a soltá-la. A ousadia de ela estar onde os Novas Espécies deveriam estar a salvo enfurecia-o. Ela foi a pior deles, com seus lindos olhos azuis que o atraíram para um sentimento de confiança de que ela nunca iria fazer-lhe mal. Seus dedos flexionaram em sua pele suave quando inalou o cheiro dela que o assombrou por muitas noites.
O seu olhar azul-claro parecia mais bonito do que se lembrava e se encolheu, enquanto assistia piscina de lágrimas em seus olhos deslizarem pelas laterais do rosto, sabendo que a estava machucando. Lutou com o conhecimento que tinha o direito de se vingar, mas, ao mesmo tempo odiava lhe causar dor. Quando ela falou a todos para não machucá-lo, o deixou mais confuso. Ellie era para ser sua inimiga, então por que tentava protegê-lo?
— Fury — sussurrou Justice. — Ela é uma mulher.
Ninguém precisava dizer-lhe o sexo dela. Seu cheiro doce de morangos e baunilha o fez querer gemer, enterrar seu nariz contra sua pele e investigar exatamente de onde o cheiro se originava. Perguntava-se se era seu cabelo ou os produtos de lavagem do corpo que exalavam esse cheiro tentador. O fato de querer descobrir de onde vinha seu cheiro o irritou ainda mais.
O surpreendeu saber que ela trabalhava a seu favor. Era importante para ele saber o motivo dela estar na instalação de testes, mas não pôde deixar de se sentir traído por ela o ter deixado na cela para enfrentar as consequências de suas ações.
Ela não percebia o que tinha feito e como ele havia sido prejudicado por isso? Mas não queria que ela dissesse a verdade sobre o motivo da raiva dele. Muitas perguntas seriam feitas. Ele tinha vergonha suficiente. Não queria que ninguém soubesse a humilhação que foi sentir-se desamparado todos aqueles anos que esteve trancado e os abusos que ele sofreu em sua vida.
Ele era um Nova Espécie, no controle de sua mente e corpo, embora tivesse sido um prisioneiro. Não poderia evitar os ataques do técnico, quando estava indefeso, e ainda traumatizado com o que fizeram com ele, seu corpo respondia a Ellie por estar tão perto dele. Ela o transformou, apesar da situação horrível. Não quis reagir a ela dessa forma. Isso só fez sua traição ficar ainda mais imperdoável. Baixou a guarda e, em seguida, ela tentou escapar. Reconheceu que tinha perdido o controle novamente quando agarrou-a sem pensar e agora se recusava a libertá-la.
A dor revelada por suas feições, finalmente o fez compreender o quão fortemente agarrou seus braços e isso o horrorizou, percebendo que havia machucado sua pele macia. Deveria querer matá-la, mas ao invés disso desejava massagear seus braços, ate mesmo se desculpar, e isso o enojou. Ele havia recebido a honra de trabalhar como o segundo responsável por comandar seu povo, um exemplo para sua espécie de como eles poderiam viver em paz com os humanos, ainda estando sobre uma pequena mulher aterrorizada que o perseguia desde a sua libertação.
Sempre se perguntava o que havia acontecido com ela. Ele mesmo usou de sua nova autoridade para ler a lista de funcionários presos da Mercile. Até mesmo havia fantasiado entrar em sua cela para vê-la, só para vê-la novamente. Um rosnado rompeu sua garganta e sabia que precisava fugir dela antes de perder o pouco do controle que havia recuperado.
Precisava pensar, saber o que estava errado dentro de sua mente quando se tratava de Ellie. Normalmente seguia a razão, se mantinha calmo, independentemente da situação, outros até o consideravam de boa índole. Seu povo dependia dele para permanecer dessa forma. Escolheu seu nome pelo o que sentia em seu coração, mas por fora sabia se controlar bem. Geralmente.
Ele olhou para Ellie e ordenou suas mãos que abrissem, mesmo que seus instintos gritassem para não soltá-la. Fury soltou o braço de Ellie, como se seu toque queimasse, então virou-se, empurrando as pessoas que estavam em seu caminho.
Ellie estava imóvel sobre a mesa até que alguém tocou sua perna. Ficou chocada que ele tê-la permitiu viver. Darren Artino aproximou-se dela, seu toque era suave enquanto a fazia sentar. Olhou de relance para o rosto atônito dos homens que a cercavam. Rapidamente enxugou as lágrimas, surpresa por estar viva. Procurou por Fury, mas ele desapareceu.
— Srta. Brower?
O homem que falou era quase tão alto quanto Fury. Ele tinha ombros largos e seus longos cabelos estavam presos em um rabo de cavalo. Seus olhos eram azul-escuros e de formato estranho, semelhante ao de um gato. Vestia um terno, mas nada conseguia esconder as vibrações perigosas que ele projetava, enquanto permanecia alguns centímetros longe dela.
— Peço desculpas por Fury ... — Fez uma pausa. — Por ter te atacado. Chamo-me Justice North e vou me certificar que Fury seja punido pelo o que fez aqui. Ele te machucou? — Seu olhar exótico, percorreu lentamente seu corpo.
— Estou bem — Ellie mentiu baixinho.
Seu coração se partiu em pedaços pelo fato do homem que havia sido uma obsessão para ela ter ido embora. Ela resistiu ao impulso de correr atrás de Fury, implorar-lhe para ouvi-la, e pedir desculpas novamente pelo o que tinha feito a ele. Ela queria tanto se resolver com ele que até doía. Percebeu que fazer isso seria impossível quando olhou para o homem grande que bloqueava seu caminho. Atualmente, ele representava uma ameaça a Fury e ela precisava lidar com a situação antes que se agravasse.
Ellie não se intimidou com o homem de boa aparência com olhos fascinantes.
— Por favor, não o castigue — Imploraria se fosse necessário. Era o mínimo que poderia fazer para garantir que Fury não tivesse qualquer tipo de problema. — Sua raiva é justificada. Confie em mim. Eu não o culparia se ele tivesse me matado.
O choque empalideceu o homem enquanto piscava para ela algumas vezes. Seus ombros largos pareceram relaxar.
— Talvez você devesse ser dispensada desta reunião. Você deve estar traumatizada e eu tenho certeza que alguém aqui poderia lhe explicar sobre o que será discutido, amanhã, depois que você tiver tempo para se recuperar.
O diretor Boris moveu-se para a frente.
— Vamos removê-la imediatamente de Homeland, Sr. North. Por favor, aceite nossas desculpas.
Pavor se espalhou por Ellie. Ela passou a ser uma parte do projeto de incrementar os Novas Espécies em uma vida normal, mas agora perderia o emprego. Não culparia o diretor Boris por demiti-la, considerando as circunstâncias. Homeland havia se tornado um porto seguro para os Nova Espécie para ser a partir do abuso que tinha sofrido. Tendo um lembrete andando nas instalações violaria esse conceito.
Justice franziu a testa quando olhava para o Diretor Boris.
— Demiti-la não será necessário. Ela salvou o nosso povo das instalações de testes e não vamos agradecê-la assim, levando-a para longe de algo que ajudou a tornar possível. Não é nossa maneira de trabalhar. Esta é a nossa Homeland, não é?
A boca do diretor Boris abriu em choque.
— Mas Fury a odeia e ele é o segundo no comando.
— Fury aprenderá a lidar com sua raiva. — Justice então olhou para Ellie. A expressão dura do seu rosto se aliviou um pouco. — Vá descansar, Srta. Brower. Seu trabalho está seguro. Você pode continuar a dirigir o dormitório feminino. Você tem sido bastante compreensiva, com sua sinceridade e agradecemos sua compreensão pelo comportamento de Fury.
Ellie sabia escapar quando dada a oportunidade. Desceu da mesa. Seus joelhos tremeram, mas equilibrou seu peso uma vez que estava em pé. Manteve a cabeça baixa, seu olhar no chão, e caminhou rapidamente em direção ao corredor vazio. Fez uma pausa, encostou-se à parede e depois cobriu o rosto. Seu corpo inteiro tremeu. Levou um minuto para recuperar suas emoções.
Ellie finalmente se moveu, deixou as mãos caírem ao seu lado, e saiu pela porta externa. 416 sobreviveu, mas agora se chamava Fury. Pior ainda, ele era o segundo no comando. Estremeceu quando saiu. O guarda armado franziu a testa para ela, mas não disse nada enquanto se movia em direção ao carrinho de golfe.
Justice dirigiu a Organização dos Novas Espécies. Seu povo tinha votado nele para liderá-los, para ser o rosto e a voz dos Novas Espécies como um todo, mas eles também nomearam membros do conselho para representar grupos de sobreviventes, desse modo, ajudá-lo a fazer seu trabalho. Um sobrevivente de cada uma das quatro instalações de testes tornou-se membro. O NOS, como eles se intitularam, haviam proclamado as ordens do seu próprio governo quando foram assegurados que os Estados Unidos não se meteriam e os deixariam terem total controle para estruturar sua independência.
O fato de que o governo havia financiado, sem saber, as instalações de testes fez Tio Sam aceitar qualquer coisa que eles pediam. Eles usaram o dinheiro dos contribuintes para ajudar a criar novas espécies e continuar a pesquisas horríveis por décadas em nome do aperfeiçoamento de medicamentos e vacinas. Um monte de dinheiro trocou de mãos à custa do sofrimento dos Novas Espécies. A base militar recém-construída foi dada a eles para ser a Homeland, havia rumores desse ter sido um grande gesto do governo para salvar a própria imagem e obter o apoio da opinião pública em geral.
Ellie estacionou o carrinho de golfe em frente ao dormitório e saiu. Esfregou os braços doloridos e correu para as portas dianteiras. Tinha quase alcançado a porta quando seu cabelo da nuca arrepiou. Acalmou-se, depois tirou sua carteira de identidade e lentamente olhou por cima do ombro.
Um homem se escondia sob a sombra de uma árvore do outro lado da rua, apenas um fraco esboço de uma pessoa, mas Ellie o sentiu olhando para ela. Sabia que era Fury. Ela ficou ali olhando para ele. Ela ficou olhando para ela, mas nenhum deles se moveu.
Ellie mordeu o lábio, pensando se devia se aproximar dele. Poderia se desculpar novamente pelo o que fez a ele e talvez explicar com mais detalhes até que ele entendesse suas ações daquele dia em sua cela. A indecisão a manteve no lugar enquanto lutava com a necessidade de falar com ele e o medo dele não ter se acalmado ainda.
Ele não se moveu e ela não conseguia fazer suas pernas irem até ele. A memória de sua ira, de suas mãos apertando-lhe seus braços, a fez mudar de ideia sobre ir conversar com ele naquele momento. O medo a motivou a encarar a porta, passar seu cartão-chave, e se apressar para dentro do dormitório. Averiguou se a trava realmente tinha fechado antes de se dirigir para o elevador.
Um silêncio assustador dominava o dormitório tarde da noite. Entrou no elevador com a sensação de estar sendo observada. Com paredes de vidro, sabia que ele podia vê-la de onde estava. As portas se fecharam firmemente bloqueando a vista da rua e Ellie se jogou contra a parede. Será que ele se esqueceria disso? Não sabia, mas agora ele sabia onde ela morava. Ele também trabalhava para Homeland e provavelmente morava em uma das unidades habitacionais construídas a poucos quarteirões de distância do conselho e possuía um dos mais altos cargos dos Novas Espécies.
Droga.
O elevador soou quando abriu no terceiro andar, onde atualmente era a única residente. Uma vez que todas as mulheres fossem transferidas para o dormitório, os quartos encheriam até o prédio estar cheio de vida em todos os andares. De repente, se importou em estar sozinha nesse momento.
O prédio era seguro, lembrou a si mesma. As únicas pessoas que tinham acesso ao edifício eram as mulheres que viviam lá e os guardas de segurança. Nem mesmo os membro do conselho tinham acesso. Fury não seria capaz de entrar. Destrancou a porta.
Ela deixou as luzes do seu pequeno apartamento acesas e as portas da varanda ainda estavam escancaradas. Moveu-se rapidamente para fechar as portas e as trancou firmemente pela primeira vez. Ninguém poderia entrar pela varanda, mas não se importava com a lógica. Olhou para os braços depois que se despiu. Ambos estavam vermelhos e machucados das mãos de Fury e depois entrou no banheiro para tomar um banho.
Fury sobreviveu! Esse pensamento não saía de sua mente. Lágrimas quentes se derramaram pelo seu rosto. Se esse dia nunca tivesse acontecido ela não teria tido a chance de conhecê-lo. Ele talvez... Seus olhos fecharam-se de dor. O quê? Se apaixone por mim do jeito que eu me apaixonei por ele? Foi insano sequer considerar essa possibilidade. Eles realmente não conheciam um ao outro, mas queria mudar isso. Ele me odeia. Isso ele deixou claro quando me jogou sobre a mesa possuído pela raiva.
Ellie estendeu a mão e limpou as lágrimas. O que tinha feito com ele não poderia ter sido evitado. Só podia esperar que um dia ele perdoasse por deixá-lo dentro da cela para assumir a culpa pelo seu crime. Então, talvez...
— Droga, não faça isso consigo mesma — ela sussurrou em voz alta, sacudindo a cabeça.
Ellie olhou a mulher Nova Espécie com frustração. Sabia que fazer amizade com eles seria uma tarefa difícil, mas não fazia ideia de quando eles pretendiam tornar isso possível. Nenhuma delas foi amigável com ela. Era um grupo fechado, mas não com Ellie. Esperava poder esconder suas mágoas. Ajudá-las tornou-se sua missão na vida, seu único propósito, e elas se recusaram a permitir isso até agora.
— Será que alguma de vocês gostaria de aprender a cozinhar? Posso ensiná-las ou posso mostrar para vocês a tonelada de dvds de culinária que possuo. — Olhou de um rosto para outro. — Tenho certeza que algumas de vocês estão cansadas das refeições fornecidas pela cafeteria NE. Gosto de cozinhar. É bom aprender e todo mundo adora comida.
Ninguém das três dúzias de pares de olhos que a observava falou. Ellie suspirou.
— Eu juro, não sou o inimigo. Estou aqui para ajudar vocês a aprender habilidades de vida e para ajudá-las a se integrar na sociedade. Quero ajudar você em tudo o que vocês precisam. Eu realmente gostaria que vocês me permitissem fazer isso.
O silêncio desconfortável parecia não ter fim. Os ombros de Ellie caíram numa derrota momentânea.
— Tudo bem. Talvez vocês precisem de mais tempo para me conhecer. Se vocês precisarem de alguma coisa, por favor, me avisem. É para isso que estou aqui. Oh, eu fiz alguns bolos eu os coloquei dentro da geladeira, por favor, coma-os.
Ellie saiu da sala antes de permitirem ver sua depressão. Assim que ela saiu de vista ouviu vozes femininas, reforçando a vontade de chorar. Todo mundo ficou em silêncio quando entrou no quarto, mas voltaram a conversar logo após ela sair. Não podia ignorar a possibilidade de que poderiam odiá-la. Recusavam-se a falar com ela, exceto quando precisavam e não pareciam querer sua ajuda. Tinha que dar aulas obrigatórias apenas para ensinar-lhes conceitos básicos, tais como usar os aparelhos em casa. As perguntas foram poucas como de costume, mas percebeu que algumas delas tinham memórias incríveis. Elas reteriam a informação e, em seguida ajudariam as outras que tiverem dificuldade.
Pensava em se demitir, mas tinha sido assegurada por um dos membros do conselho que as mulheres rejeitariam qualquer um que aceitasse esse emprego. Não era uma delas, simples assim, e sendo apenas uma humana comum, fez com que os Novas Espécies não confiassem nela. Foi aconselhada a dar-lhes tempo e se lembrou de que fazia apenas duas semanas.
Duas semanas de inferno, resmungou em silêncio, e foi para seu apartamento. Se fosse embora, porém, não tinha para onde ir, não havia nenhuma vida para voltar, depois de cortar todos os laços com seu passado. A própria ideia de pedir a seus pais para viver com um deles até ela voltar a andar com seus próprios pés ameaçou dar-lhe uma enxaqueca.
Seus pais discutiam sobre tudo, mesmo vivendo separados, e depois, pedia-lhe para escolher um dos lados. Ambos foram radicalmente contra seu próprio divórcio, a única coisa que eles concordavam, e ainda permaneciam em contato com seu ex-marido. A faziam passar tempo com ele, com suas tentativas equivocadas e irritantes de uni-los. Preferia saltar em um poço com cobras do que voltar para a vida que um dia já teve. Não ligava para casa por uma razão e com certeza não queria para passar por tudo aquilo de novo. Os pais dela estavam irritados com ela, o que significava que, finalmente, lhe deram paz, algo que não faziam desde seu divórcio, quando tinha dez anos de idade.
Sua nova vida consistia em seguir em frente e ajudar as pessoas com problemas reais, coisas que queria fazer com os Novas Espécies. Eles eram importantes para ela e precisavam de pessoas que se importavam ao seu lado. Ela definitivamente se importava.
Ellie trocou de roupa rapidamente, colocou suas calcas, uma camiseta regata e tênis de corrida. Precisava de ar fresco e algum tempo fora do dormitório, certa de que não sentiriam sua falta. Tentou não sentir auto piedade. Ela assumiu o trabalho que a manteria ocupada e talvez fosse gratificante. Em vez disso, sentiu solidão e depressão. Enfiou o MP3 player na parte da frente do sutiã junto com sua carteira de identidade já que não tinha bolsos. Deixou o quarto e começou a se aquecer enquanto esperava o elevador.
Ellie olhou para o relógio quando deixou o prédio do dormitório e avaliou o céu escuro lá fora, com apenas algumas estrelas cintilantes. Virou-se e olhou as janelas para espiar as mulheres que estavam sentadas no sofá rindo juntas na sala de estar. Não conseguia ouvir o que diziam, mas a dez mulheres que espionou pareciam felizes.
Felizes por eu não estar lá, pensou sombriamente. Murmurou um xingamento quando virou de costas. Nunca foi uma corredora, até que se mudou para Homeland. Atividade física a ajudava a lidar com o seu tédio. Começou a correr devagar ao longo da calçada. A área do parque se estendia por uma boa distância ao longo das paredes protegidas pelos guardas.
Ellie procurou o MP3 no sutiã para aumentar o volume da música até estourar em seus ouvidos. Cantou junto com a música e, recentemente, vinha escutando heavy metal para combinar com seu humor. Correu ao longo do caminho até se afastar das paredes e foi em direção a um grande lago. Gostava de correr ao lado da água.
Ellie acelerou por um bloco inteiro, quando chegou na lagoa começou a cansar. Parou para se alongar, inclinou-se para tocar os dedos dos pés, e depois se esticou. Pelo canto do olho viu um movimento. Virou-se, na esperança de ver um outro corredor, mas não viu ninguém. Franziu a testa. Podia jurar que tinha visto alguém.
Ellie balançou a cabeça e deixou pra lá. Imaginou que o vento movendo as copas das árvores atraiu sua atenção. Estendeu os braços para cima e torceu o corpo em várias posições para soltar os músculos. Seu corpo doía quando corria, mas queria ficar em forma. Com vinte e nove anos parecia ser um bom momento para fazê-lo.
Ela sorriu, sabendo que seu ex-marido teria um ataque cardíaco se a visse agora. Já foi mais do que um pouco acima do peso. Tornou-se uma pessoa quase totalmente diferente depois do amargo divórcio causado por uma traição, um marido verbalmente abusivo que acreditava que era patética o suficiente para acreditar em tudo o que ele falava. Estava errado. Não era nenhum capacho, nunca ficaria com alguém que não soubesse amar, e terminara o casamento, apesar dos protestos de Jeff.
Transformou completamente a sua vida depois que ela testemunhou em primeira mão o sofrimento, enquanto trabalhava na instalação de teste. Dezenove quilos mais leve e livre do seu ex, estava muito mais bonita. Riu. Na verdade perdeu cento e dezenove quilos indesejados já que Jeff foi responsável pelos cem. Seu corte final de seu passado foi escapar de seus pais depois que tentaram lhe convencer a trazer Jeff de volta. O inferno ainda não congelou, ela pensou com um sorriso.
Os cabelos da nuca de repente arrepiaram. Seus membros congelaram enquanto olhava ao redor do parque. Paisagistas haviam plantado muitas árvores, transformando a área em uma mini floresta em torno da água. Uns poucos bancos de jardim tinha sido estrategicamente colocados e os edifícios foram localizados nas bordas exteriores do parque. Poderia apenas ver os topos deles de onde estava. Estudou a escuridão mais uma vez, a sensação de estar sendo observada crescia.
Ellie tirou seu MP3 player da blusa e apertou o botão "off". Tentou ouviu atentamente o barulho, mas não ouviu nada estranho. Colocou a música de volta, quando um grunhido suave a fez saltar. Um cão? Olhou por cima do ombro para verificar o ambiente novamente.
Havia alguns guardas patrulhando Homeland com cães, mas estavam sempre presos na coleira. Guardas de segurança estariam de olho, se uma das unidades caninas estivesse nas proximidades. Uma súbita vontade de voltar para o dormitório a possuiu.
Ellie deu alguns passos, mas ouviu outro rosnado, mais perto desta vez. Seu corpo ficou tenso. Examinou a área novamente para procurar a fonte do ruído, enquanto jogava para trás do pescoço os fones de ouvido e segurava o aparelho de música bem firme. Esperava que um dos cães não estivesse se soltado. Eles eram grandes, selvagens, e bem treinados para defender a propriedade. A tratariam como se fosse um intruso.
— Olá? — Sua voz se elevou. Esperava que um segurança respondesse. — Tem alguém aí?
Fury estava observando o dormitório das mulheres, onde Ellie vivia e a via através das janelas de vidro do primeiro piso. Trabalhava com as mulheres e estava orgulhoso delas quando não deram a mínima para ela, até que viu a tristeza no rosto dela. Doeu-lhe testemunhar sua dor. Não deveria se importar com isso, mas se importou.
Ficou surpreso quando a viu sair do edifício sozinha, afastando-se da segurança. Ela não percebia o perigo que ele representava? Que a estaria observando? Seus instintos de sobrevivência não gritavam dizendo que ele estaria perto?
Obviamente, até pouco tempo ele não a seguia e a observava tão facilmente ir lentamente para o parque, onde a área isolada quase o implorou para se aproximar. Então ela parou como se estivesse esperando por ele. Inalou seu perfume no vento e gemeu quando seu corpo reagiu. Queria estar mais perto dela, mais do que a sua respiração podia chegar e isso realmente o irritou. Ela era sua inimiga.
Ele rosnou, lutando contra a fera dentro de si suplicando pelo controle. Seu lado humano sabia que ela era limitada. Fora uma informante, ajudou o seu povo. Foi a razão pela qual ela estava na instalação de testes, mas seu lado animal queria se aproximar para tocá-la e reivindicar. Essa verdade o assustou.
Recusou-se a seguir seus instintos. Ela o havia traído depois dele ter confiado que nunca faria nada que pudesse prejudicá-lo. Independentemente de suas razões para trabalhar para Mercile, não justifica o que fez para ele, ou a raiva com que viveu, sabendo o preço que suas ações lhe custou.
Treinou seus homens para controlar seus instintos animais e precisava fazer o mesmo, dar o exemplo, e ficar no controle. Tinha responsabilidades para com os Espécies, mostrar-lhes que há vida fora das instalações de testes e que eles não eram apenas animais criados pela Mercile, que havia colocado insultos em suas cabeças durante toda a vida. Ellie era a prova viva disso, porém, ele tinha uma fraqueza – ela.
Ela olhou ao seu redor na escuridão, como se pudesse senti-lo. A fera em sua alma uivou para ir até ela, levá-la e tocá-la. Lutou contra o impulso, mas depois moveu-se até ela, independentemente da sua vontade. Mais uma vez perdeu o controle quando se tratava dela. Apenas não conseguia resistir ao seu cheiro, o forte desejo de olhar em seus olhos e ouvir sua voz.
Raiva fervente atravessava o seu lado humano, enquanto seu lado animal se revelava em pura luxúria ao som de sua voz doce e tentadora. Lutou contra si mesmo novamente quando inalou seu medo, queria protegê-la, mas também era necessário aterrorizá-la para mandá-la o mais longe dele possível.
Um movimento mais uma vez chamou a atenção de Ellie. Engasgou quando Fury saiu de trás de uma árvore a sete metros de distância. Seu corpo inteiro reagiu à visão do homem, alto, atraente, e a sensação de perigo que irradia dele. Engoliu em seco, a respiração aumentou e o medo a fez entrar em choque. Não ouviu um cão rosnando. Isso veio dele. Fury tinha feito aquele som assustador.
Seus longos cabelos sedosos caíam sobre seus ombros e peito, livre assim como ele parecia estar naquele momento. A roupa preta que usava abraçava seus ombros largos, braços musculosos impressionantes, e delineava sua cintura. Um ar de perigo emanava dele quando o seu olhar escuro parecia fixar nela, varrendo seu corpo inteiro devagar, e um grunhido suave saiu de dentro de sua garganta. Sua mandíbula ficou tensa, seus músculos se enrijeceram, aparecendo, mesmo sob a luz fraca.
Deu um passo a frente, mas como um movimento predatório do que como um homem se moveria, avançando lentamente para ela. Seu olhar baixou para suas coxas musculosas, bem desenhadas em sua calça preta apertada, por todo o caminho até seus sapatos pretos. Irradiava força e sexualidade e ela engoliu em seco. Seu coração acelerou, a respiração aumentou, e seu corpo tornou-se consciente de como era puramente másculo.
Ninguém nunca a afetou da forma como ele afetava. Avançou mais um passo, o movimento quase sedutor, e percebeu que se vestiu para se misturar na escuridão, como se tivesse a intenção de se esconder, mas lhe permitiu vê-lo aparecendo em luz suficiente para revelar sua presença para ela somente.
Fury considerou seu silêncio agora, seu olhar fixado em seu rosto, e enquanto o estudava, jurou que viu um olhar faminto em seus belos traços. Colocou para fora a ponta rosa de sua língua para molhar seu lábio inferior, olhando para ela como se fosse algo proibido, mas tentador, seus olhos escuros estreitaram como se ele pudesse ler sua mente. Queria beijá-lo, ansiava por saber como seria a sensação dele tocá-la novamente, mas não seria desta vez, não com raiva. Claro que isso não iria acontecer. Ele a odiava.
— Oh merda — sussurrou, mas depois falou mais alto. — Olá, ah, Fury. Boa noite para uma corrida, não é?
Ele não disse nada, mas deu mais um passo antes de parar. Seu terror cresceu. Eles estavam sozinhos e ele jurou matá-la. Não podia chamar os guardas da patrulha para ajudar, não estavam à vista.
Um rosnado baixo saiu de seus lábios separados quando deu mais um passo em sua direção. O desejo de fugir aumentava em Ellie, mas não saiu do lugar, tinha lido relatos de que os Novas Espécies eram muito rápidos. Seu DNA alterado, dependendo com qual animal foi combinado, era responsável por isso. Fury, obviamente, tinha sido misturado com os caninos e certamente poderia caçá-la se fugisse. Não tinha certeza se deveria gritar, poderia tentar conversar para sair dessa situação assustadora, ou só esperar que não a machucasse. Aproximou-se mais.
— Você sabe o que eles nos treinaram para fazer, a fim de nos mostrar para seus investidores? — Sua voz saiu dura, fria e assustadora.
Teve de limpar a garganta, que queria se fechar com o medo.
— Na verdade não. A maioria dos arquivos foram destruídos quando as instalações de testes das Indústrias Mercile foram invadidas. Eu não tinha permissão para acessar essas informações quando eu trabalhava lá.
— Caçar — ele rosnou. — Eu me destacava naquele treinamento. Era o melhor dos protótipos. Eles nos ensinaram como fazer as coisas para vender suas drogas, para mostrar exemplos vivos do que os seres humanos poderiam se tornar se eles comprassem seus estúpidos remédios e pílulas.
Ellie percebeu que seu futuro parecia questionável naquele momento. Fury a odiava e falava de uma maneira que ela sabia que poderia ser mortal. Não conseguia encontrar as palavras certas, não sabia como resolver a situação. Ele deu mais um passo na direção dela. Merda, merda dupla, ela pensou freneticamente. Iria alcançá-la com apenas mais alguns passos.
— Não tive escolha naquele dia — deixou escapar. — Eu matei Jacob para protegê-lo, mas se soubessem que fiz isso, não teriam me permitido sair. Só queria salvá-lo. Eu nem sequer queria matá-lo.
— Você contou a alguém o que ele fez comigo ou como você permitiu que eu sofresse por aquilo que você fez?
— Não — balançou a cabeça. Tinha muito medo de dizer ao seu responsável que interferiu, certo de que ficaria irritado, já que foi de encontro as ordens diretas de não fazer nada para tornar qualquer pessoa em Mercile suspeita. Matando um técnico para proteger um Nova Espécie teria feito isso definitivamente. Suas palavras se aprofundaram. Sofreu?
— Você estava muito envergonhada do que fez?
Ela hesitou.
— Você não tem ideia de quanto. Eu...
— Você disse aos guardas que eu o matei — ele rosnou, cortando-a. — Você manchou minhas mãos de sangue. Não tente negar.
Lágrimas quentes de arrependimento ameaçaram derramar, mas piscou rapidamente e elas voltaram.
— Eu... — engoliu em seco. — Não tive escolha. Não achava que eles iriam matá-lo ou nunca teria acusado você de ter matado Jacob. Você tem que acre...
— Acreditar em você? — Seu olhar escuro estreitou e um som perigoso emanou do fundo de sua garganta. — Te excitou me ver sofrer, saber o tipo de crueldade que você faria de mim.
Como ele sabia que eu estava excitada? Não se atreveu perguntar, mas não estava prestes a mentir para ele, considerando que lhe devia demais para fazer isso. Seus lábios selaram. Não sabia como explicar porque reagiu tão fortemente a ele, porque não poderia justificar. Foi errado seu corpo responder a um homem naquela circunstâncias.
— Não foi porque você sofreu ou por eu ter planejado espetá-lo com a agulha. Tinha que fazer parecer que ele morreu ao tentar injetar-lhe, tornar a estória acreditável. Sinto muito.
— Eu estou surpreso que você não está tentando menti.
Ellie ergueu o queixo para encontrar seu olhar irritado.
— Você está certo. Meu corpo reagiu ao estar tão perto de você. Não tenho nenhuma justificativa. Tudo o que posso fazer é pedir desculpas. Sei que foi imoral e me sinto muito culpada. Você é... — Ela hesitou, prestes a dizer-lhe o quão atraente o achava. — Você estava nu e não pude deixar de notar, apesar das circunstâncias horríveis. Sinto muito.
A mandíbula de Fury ficou tensa. Ela podia ver suas feições claramente agora que apenas alguns metros os separavam.
— Você estava trabalhando para as Indústrias Mercile. Você estava lá para encontrar provas incriminatórias? Você gostou do que o técnico fez a mim? — Ele rosnou para ela, mostrou os dentes afiados, e avançou para mais perto. — Você se excitou quando ele me machucou e planejava me estuprar? Você ganhou a confiança dos outros Espécies quando andava em suas celas até que eles não rosnassem para você também? Você se sentiu atraída pela aparecia não ameaçadora deles? Você permitiu que eles fossem culpados por coisas que você fez? — Sua narina estava queimando e ele rosnou no fundo do seu peito. — Quem mais você traiu?
Ellie recuou com suas acusações cruéis, como se a tivesse atingido fisicamente.
— Não! Você foi o único que tive que fazer isso. Tentei encontrar provas suficientes para um juiz emitir um mandado. Como se atreve! Eu coletava amostras, escrevia relatórios, mas não tinha acesso a qualquer um dos arquivos mais antigos que pudesse provar sua existência lá embaixo. Todos os dias nos revistavam antes de sermos autorizados a sair. Não conseguiria transportar uma câmera para provar o que diabos estavam fazendo a qualquer um de vocês ou que você não era apenas um boato. Você faz ideia de como era terrível para mim passar pela porta principal até o elevador a cada turno. Sempre me perguntei se eu nunca veria a luz do dia se descobrissem que eu espionava para a polícia. Eles teriam me matado. Os demais funcionários conversavam e avisavam-me o que aconteceria, se Mercile suspeitasse que alguém iria se voltar contra eles. Eles me alertaram que eu acabaria desaparecendo e meu corpo jamais seria encontrado.
— Se era assim, então como você escondeu as provas?
Calor floresceu em seu rosto.
— Você realmente quer saber?
— Quero. — Ele rosnou.
— Eu as engoli.
Suas feições clarearam por um segundo e, em seguida, franziu a testa.
— Não entendo.
— Tive que fazer amizade com alguns dos médicos, o que levou tempo. Não tinha acesso a qualquer coisa vital, mas eles tinham. Cuidadosamente ganhei sua confiança, tornei-me muito próxima de uma médica que se parecia a mim, e troquei jalecos com ela durante o almoço. Roubei seu cartão chave, comecei a usar meu cabelo do jeito que ela fazia, dobrava minha cabeça quando passava pelas câmeras de segurança e quando ia ao seu escritório. Vi seu código algumas vezes e gravei para ter acesso ao seu escritório. Tinha um mini pen driver para dados que meu responsável me deu para copiar arquivos. Eu o engoli. Tantas coisas poderiam ter dado errado.
Ele a olhou, franzindo a testa.
—Tinha certeza que iam me pegar se os guardas soubesse que estive no escritório e me matariam. Você não faz ideia de como me sentia aterrorizada saindo de lá e orando para que eu pudesse trocar os casacos de volta sem ela descobrir. Foi nesse dia também, sabe. — Fez uma pausa. — A última coisa que queria fazer era chamar a atenção com essa maldita coisa dentro do meu estômago, sabendo o quão importante era entregar ao meu responsável, mas ainda tentei te salvar, independentemente do risco para mim ou para as provas. Você quer ouvir como é doloroso ter que vomitar algo do tamanho de um polegar? Não foi fácil de engolir, em primeiro lugar. Estava disposta a permitir-lhes operar-me para recuperá-lo, se vomitar não funcionasse. Estavam com medo que os ácidos do meu estômago iriam destruir as evidências se demorassem muito tempo.
Continuou com uma cara feia por alguns segundos.
— Você me enganou também. Isso é o que você faz. — Sua boca pressionou em uma linha firme. — Você mentia para as pessoas e depois as trai. Você não é melhor do que os monstros que criaram e escravizaram meu povo.
Dor atravessou seu peito com as suas palavras duras, seguido rapidamente por raiva. Ela tinha matado alguém por ele e arriscado sua vida para libertar o seu povo. Que se dane.
— Não quis feri-lo de maneira alguma. — Fez uma pausa. — Mas vou te dizer uma coisa. Salvei sua pele Fury. Você ainda está vivo por causa do que fiz. Você estaria morto se eu não tivesse entrado em sua cela e parado aquele idiota. Você teria morrido acorrentado a um piso sendo abusado por aquele filho da puta apenas meros dias antes de ser libertado. Se isso é imperdoável para você, que pena. Mantê-lo vivo se tornou a minha principal prioridade.
— Você disse que me odiava. Você me chamou de bastardo inútil e queria que eu soubesse disso. Nunca esqueci o que disse.
Ellie ficou boquiaberta com ele.
— Não.
— Eu estava lá deitado de costas, indefeso e você se afastou de mim para tirar o sangue do técnico para esfregá-lo em meus dedos. Você sussurrou aquelas palavras odiosas para mim.
Começou a compreender e sabia que a cor voltava ao seu rosto.
— Eu não estava falando com você. Estava falando a Jacob! Eu o odiava e ele era um filho da puta pelo o que fez com você.
— O homem estava morto. Não minta para mim. Você falou essas palavras odiosas para mim.
— Não. — Balançou a cabeça freneticamente, seu olhar no dele. — Eu juro, eu estava falando com ele. Esperava que ele pudesse me ouvir no inferno, que é onde ele está por todas as suas más ações, que soubesse como eu me sentia a respeito dele.
Fury franziu o testa, estudou suas feições, e permaneceu em silêncio.
— Essa é a verdade.
— Quer saber a pior parte, quando você entrou na minha cela? — Sua voz profunda se tornou gelada. Seu corpo inteiro ficou tenso visivelmente.
Ela apenas balançou a cabeça e o medo voltou. Raiva emanava de seus olhos. Pareciam mais escuros do que se lembrava, mas estava pior no parque do que dentro da sala de conferências semanas antes.
— Ainda posso sentir seu toque em mim. Você me acalmava. Você me salvou e eu acreditei que não iria me causar qualquer dano. Na verdade, até gostava de sentir suas mãos no meu corpo. Fecho meus olhos e a memória de você está gravada lá. — Deu mais um passo. — Lembro de você fugindo depois do que fez, deixando-me confuso e com dor. A agulha que você enfiou na minha pele doía menos do que a dor em meu coração.
— Sinto muito. Não passa um dia sem que isso não me assombre. — Fez uma pausa. — Fiz isso para salvar sua vida. Você sabe o que Jacob pretendia fazer com você, mas eu o impedi. Tinha que encontrar uma maneira de sair com as evidências. Sinto muito. A última coisa que queria fazer era machucá-lo mais. Não queria te incriminar pelo assassinato ou espetá-lo com a agulha, mas tive que fazer parecer convincente o suficiente para eles me deixarem sair de lá.
Ele deu mais um passo.
— Nada disso importa — ele rosnou. —Tudo o que me lembro é o que você fez. É tudo o que importa. Eu jurei que se visse você novamente te mataria com minhas próprias mãos. — Quase a tocou quando parou centímetros de distância. — Corra, se tiver um cérebro em sua cabeça. Estou lutando para manter o controle e não tenho ideia de qual lado de mim vai ganhar. Nunca se esqueça que eu sou parte animal.
Fury esperava que ela seguisse seu conselho. Ele podia ver o medo de Ellie em suas expressivas feições delicadas. Odiava perceber as linhas perto da boca, mostrando que sorria com frequência. Questionou-se como seria ouvir a risada dela. Nunca teve motivo para sorrir até ganhar sua liberdade. Seu lábio inferior tremeu um pouco de preocupação, mais cheio do que o superior, e sentiu um desejo enorme de chupá-los.
Depois seu cabelo lhe chamou a atenção. Era tão diferente do dele, com sua aparência quase branca e cachos indisciplinados. Parecia ter uma textura macia, cheiro de morangos, emolduravam seu rosto, fazendo sua estrutura óssea parecer frágil.
Mulheres dos Novas Espécies são drasticamente diferentes da minha pequena humana. Ele congelou, percebendo que a chamou de sua. Ficou Indignado. Sempre pensava duas vezes em confiar em qualquer humano. Eles nos causaram dor sempre que tiveram chance. Especialmente ela. Tinha acabado de admitir ser uma mentirosa hábil. Por tudo o que sabia, tudo o que acabou de dizer pode ser só para ganhar sua simpatia.
Ele seria condenado se lhe desse a chance de traí-lo novamente. E ainda a ideia dela ser sua o confundiu. O intestino apertou, seus dedos coçavam para tocá-la e tinha o desejo louco de dizer algo para aliviar seu medo. Droga, percebeu com nojo, eu quero fazê-la rir só para ver seu sorriso. Foi insano e errado. Seus pensamentos e emoções ficavam em conflito quando se tratava dela e isso o fazia queimar de raiva. Ellie parecia ter se tornado uma grande manipuladora e ele não queria fazer parte disso novamente.
Fury tentou se concentrar no presente. Tinha seu inimigo na frente de seus olhos e tinha a oportunidade de finalmente dar o troco em pelo menos uma pessoa que o tinha machucado. Até agora não teve a oportunidade de virar o placar. Os piores criminosos não haviam sido presos para serem punidos por aquilo que fizeram, enquanto outros fugiram. E essa mulher estava diante dele como sua única saída.
Seu coração batia de forma irregular e a imagem da última vez que ela ficou com ele depois que o traiu enchia sua mente. Essa lembrança veio com tanta força que cambaleou para trás com o golpe das emoções que sentiu. Ela saiu tão apressada que deixou a porta aberta e se chocou contra a parede na pressa para vê-lo sendo punido pelo o que fez a ele.
O animal dentro dele gritou para agarrá-la. Correntes já não o detinham e as drogas já não deixavam seu corpo imóvel. Ficou tenso, cada músculo enrijeceu, e a viu voltar um passo. Inalou bruscamente - seu medo era tão forte que podia sentir o gosto. Isso fez seus instintos gritarem para cobri-la, protegê-la, mesmo que ela o enfurecesse por causa-lhe esse efeito. Rosnou, enquanto lutava contra suas emoções.
Ela era o inimigo, mas queria desesperadamente tocá-la. No segundo em que se virou e correu, ele saltou para frente, correndo atrás da mulher que ele mais queria do que qualquer outra coisa que já desejou em sua vida. Não havia nada que pudesse fazer para parar o seu animal interior.
Mais uma vez ele perdeu totalmente o controle.
Ellie sentiu-se empalidecer enquanto olhava as cruas emoções nas feições de Fury. A boa intenção que a fez ficar parada se dispersaram quando viu seu olhar feroz, ouviu o seu rosnado. Virou-se e correu para longe em pânico.
Fury fechou a distância entre eles. Terror a fez correr mais rápido. Seu MP3 player escorregou de seus dedos apavorados, caindo na calçada um segundo antes dele a agarrar por trás.
Ellie abriu a boca para gritar, mas caiu na grama antes que pudesse fazê-lo. Seu corpo pesado tirou o ar de seus pulmões. Jogou seus fones para longe. Conseguiu soltar-se. Ellie sugou o ar antes que ele a agarrasse de novo e seu peso aumentou em cima dela quando Fury a virou de costas.
Seu grande corpo a prendeu firmemente contra a grama úmida. Tentou empurrá-lo, mas ele não se moveu. Suas palmas das mãos inutilmente empurraram contra o peito de aço. Gemeu de medo quando se deparou com sua raiva furiosa. Dentes caninos brilharam centímetros acima de seu rosto na luz fraca.
Suas mãos suavizaram quando segurou seus braços, erguendo-os rapidamente por cima da cabeça, e prendeu seus pulsos com uma de suas mãos. Cerrou os dentes, ainda mostrando os dentes que pareciam presas caninas, e rosnou profundamente de dentro de seu peito. Vibrou contra seu corpo com o som aterrorizante que fez.
— Por favor, não me machuque — ela ofegou.
Moveu seu peito de cima um pouco, o suficiente para deixá-la respirar. Ellie aspirou mais ar. Seus olhos procuraram os dela por algum motivo e se perguntou o que ele queria ver. O que quer que tenha descoberto o fez xingar suavemente. Largou seus pulsos e de repente com um salto ficou de pé. Ellie ficou deitada na grama olhando para ele em choque por deixá-la ir. Sofria com seu tratamento grosso e seu coração disparou.
— Levante — ele ordenou severamente.
Ellie teve de lutar para se levantar. Não era graciosa, com certeza, mas levantou-se. Queria fugir de novo, mas não teve força.
— Eu te disse que sinto muito. O que mais você quer de mim? — Aproximou-se para olhar nos seus olhos estreitos. — Faço o que for preciso para me desculpar com você, basta dizer as palavras. Vou fazer de tudo para melhorar as coisas entre nós.
Fury observava enquanto ela se aproximava, mas permaneceu em silêncio e aguardando. Sua mão de repente agarrou suavemente seu pescoço. Dúvida se transformou em pânico quando Ellie percebeu que seu aperto não lhe causou dor, algo estranho estava acontecendo com ela. Suas duas mãos agarraram freneticamente o pulso dele. Ele usou sua mão livre para tirar os dedos dela da sua pele.
Os joelhos de Ellie entraram em colapso, mas Fury não permitiu que caísse, ao invés disso segurou-a com suas garras em sua garganta. Tentou gritar, mas nada saiu. Ele olhava em seus olhos enquanto ela silenciosamente o implorava para parar. Algo em seu olhar cintilou e de repente soltou seu dedos para envolver o braço em volta da sua cintura. Puxou-a com força contra o seu peito e abraçou-a enquanto sua cabeça abaixava ao seu ouvido.
— Não lute contra isso — respondeu asperamente.
Não lutar? Sua mente gritava em terror. Ela sabia que estava ficando azul. Sua visão ficou irregular e a voz dele parecia distante. Ellie empurrou contra seu peito, mas Fury nunca desviou o olhar de seus olhos assustados. A escuridão ameaçou possui-la, mas lutou, querendo viver.
Ele jurou que ia me matar e ele vai. Eu realmente não acreditei que ele realmente fosse fazê-lo.
Fury soltou sua garganta no instante em que o corpo de Ellie se agarrou contra o dele e puxou-a deixando mais apertado o contato entre eles. Agora que ele tinha parado de restringir o fornecimento de sangue para seu cérebro, ela relaxou nele, inconsciente e respirando com facilidade. Ele escolheu o método mais seguro, mais rápido de derrotá-la. Ela teria lutado mais e mais se ele tivesse feito outra coisa. Desta forma, não foi machucada, apenas dormia pacificamente contra ele. Inalou profundamente, esfregou o nariz na garganta dela e gemeu. Cheirava tão bem que queria despi-la, deixar ambos nus, e esfregar sua pele com a pele dela.
Um cão latiu longe e Fury levantou a cabeça. Seu olhar percorreu o parque, os instintos em alerta instantâneo. Patrulhas da Guarda estariam perto em breve. Sabia a rotina deles desde que manteve um olhar atento sobre os seres humanos que pensavam que estavam no controle total de Homeland. Eles não tinham ideia de que Fury e Justice secretamente conspiravam para acelerar o processo de assumir o comando de suas próprias vidas treinando seu povo para fazer os trabalhos dos seres humanos. Os humanos pensaram que seria necessário muito mais tempo para aprenderem a serem independentes, mas estavam errados.
Ele olhou para o topo da cabeça de Ellie, com o rosto pressionado contra o peito, e depois levantou-a suavemente em seus braços, e entrou na escuridão para se esconder. Seria um desafio levá-la para sua casa, mas estava determinado o suficiente para desistir.
Ele podia muito bem ser um assassino. As Indústrias Mercile o treinou para lutar, mas nunca foram capazes de controlá-los. Os Espécies se recusaram a prejudicar outros do mesmo, independentemente das ordens que lhes forem dadas. Mercile queria prova de sua competência usando como evidência o que as drogas de sangue poderiam fazer. Se tivesse a oportunidade de atacar seus captores, simplesmente os mataria, embora eles não devessem. Os guardas tinham sido cruéis, brutais e Fury havia atacado alguns deles quando relaxavam o suficiente para cometer um erro.
Mercile Industries associaram DNA animal aos seus genes e deram-lhes inúmeras drogas, mudando mais do que suas aparências. Seu olfato aumentou à medida que envelhecia, havia se tornado mais forte, seus reflexos são mais rápidos do que de um homem normal, e seus instintos, às vezes, comandava sua mente.
Foi difícil controlar a raiva que às vezes sentia, mas aprendeu a ter paciência ao longo dos anos, pelo menos, a maior parte. Olhou para Ellie e franziu a testa. Ouviu e escutou cada palavra falada entre os médicos e funcionários enquanto eles faziam os testes nele. Tudo o que ouviu lhe ensinou as diferenças entre os seres humanos e os Novas Espécies.
Os humanos não tinham os sentidos que os Espécies possuíam. Eles não podiam enxergar no escuro ou sentir o cheiro deles se estivesse contra o vento. Eles também não possuíam sua audição excepcional. Os humanos não possuem a sua velocidade ou força, a menos que eles recebam drogas.
As alterações dos Espécies eram permanentes, mas as drogas de Mercile não poderia manter os mesmos efeitos nos humanos, a longo prazo. Às vezes, as drogas matavam os voluntários humanos. Eles acidentalmente fizeram os Novas Espécies superiores, mas tratavam como inferiores.
Fury segurou o corpo inconsciente de Ellie em seus braços e levou-a delicadamente enquanto espreitava por entre as sombras. Não fazia ideia do que fazer com ela uma vez que chegasse em casa, mas seu animal interior parecia contente agora que ele a possuía. O homem dentro dele lutava por vingança. Ela disse que faria qualquer coisa para se desculpar a ele e várias possibilidades correram através de seus pensamentos. Realmente não iria machucá-la, não era capaz disso, mas ela poderia pelo menos aprender uma lição ou duas sobre o que ele sofreu pelo seu crime. Uma pequena parte dele esperava que algum tempo a sós com Ellie iria curá-lo da obsessão que ela havia se tornado.
Ellie acordou confusa no início, até as memórias voltarem com pressa. Sua garganta só estava um pouco dolorida. Estendeu as mãos para tocá-la, mas seus braços estavam presos em alguma coisa. Seus olhos se abriram para olhar um teto branco dentro de uma sala mal iluminada, desconhecida. Levantou a cabeça e olhou ao redor.
O quarto grande continha móveis escuros e um fogo ardia na lareira de canto, a fonte da luz. O barulho da descarga a assustou. Aos poucos ela descobriu que seus braços estavam esticados e afastados acima da sua cabeça, amarrada no pulso com material macio e preto que ligava os lados da cabeceira da cama.
Depois de um brevebarulho de água corrente soou, uma porta se abriu ao lado da sala. Fury saiu do banheiro. Ela olhou para seu peito nu e sua calça de moletom preta que usava. Seu medo aumentou, vendo seu estado meio despido. Estudou com cautela sua estrutura muscular. Desligou a luz por trás dele, fazendo com que a sala escurecesse novamente, escondendo todos os pequenos detalhes de seu corpo.
— Você está acordada. — Seu tom era suave. Parecia enganosamente calmo apesar das circunstâncias. Foi até a cama. — Bom.
Ele tinha coberto Ellie com um cobertor grosso, macio. Ela olhou para baixo e percebeu que a parte superior do seu peito estava nua e exposta. Moveu a perna contra sua... pele nua. Seu olhar atônito voltou a Fury.
Ele parou na beira da cama.
— Tirei a roupa. — Fez uma pausa. — Toda.
— Por quê? — Sua voz saiu rouca de sua garganta seca. Seu medo num maior nível. Por que ele iria trazê-la para sua casa e amarrá-la nua em sua cama? Tinha um sentimento muito ruim e não queria saber a resposta, com certeza seria aterrorizada ainda mais.
— Você sabe por quê. — Moveu-se para o criado-mudo. — Está com sede?
Assentiu com a cabeça. A cama mergulhou quando se sentou na beirada, pegou a garrafa de água, obviamente colocada ali para ela, e depois virou para encará-la. Ele estendeu uma mão para suavemente deslizá-la sob seu pescoço e levantava enquanto trazia a garrafa para seus lábios. Engoliu o máximo que pôde, sem engasgar. Ele se afastou dela, seu toque deixando-a quando colocou a água sobre o criado-mudo.
— Pensei muito sobre o que fazer com você — informou-lhe com a voz baixa. — De primeiro queria matá-la de imediato, mas isso foi antes de saber que você era uma espiã. Não entendia que você estava dentro daquele lugar infernal para salvar o meu povo. — Fez uma pausa enquanto se ajustava para sentar-se de lado e olhar para Ellie. — Agora decidi que você pode viver.
Sua frequência cardíaca diminuiu e um pouco do terror desapareceu.
— Por que estou aqui? Por que você me levou do parque?
Os olhos de Fury se estreitaram.
— Você disse que faria qualquer coisa para se redimir comigo. Eu decidi que você merece alguma punição. — Fez uma pausa. — Também não sei se acredito no que diz. Você é uma espiã, acostumada a mentir, dizendo às pessoas o que você acha que eles querem ouvir para evitar o perigo. Você feriu o meu orgulho, traiu minha confiança, e precisa pagar por isso. Você sabe que eles me fizeram pagar por ter matado o técnico?
Ela se abriu para ele.
— O quê? — Sua mente dava voltas com o que disse. Ah, não. Dor apertou seu coração.
— Eles estavam com raiva por eu ter matado aquele homem. Eles me puniram por aquilo que você fez.
Ellie viu a verdade em sua expressão sombria. Esperava que não punissem Fury pela morte de Jacob. O técnico o agrediu, planejou estuprá-lo, e o teria matado. Lágrimas encheram seus olhos e teve que piscá-las de volta.
— Eu não sabia. — Odiava perguntar, mas precisava saber. — O que eles fizeram para você?
Um rosnar macio soou e seus lábios se separaram.
— Você quer ouvir os detalhes para desfrutar do sofrimento que você me causou?
— Não! — A aterrorizava que ele a acusava disso. — Eu não achava que fariam algo para machucá-lo. Eu juro, Fury. Achavam que era muito valioso para ser morto, investiram muito dinheiro em vocês, e honestamente nunca me passou pela cabeça que alguém se preocuparia com a morte de Jacob depois do que aquele filho da puta tentou fazer com você.
— Eles fizeram. — Se inclinou um pouco para frente, olhando para ela. — Eles me torturaram em vingança pela morte dele. Eles me fizerem sofrer muito. Você tinha que saber disso. Você era uma espiã qualificada e evitou a punição pela morte dele.
— Eu só queria salvá-lo. Meu supervisor prometeu que poderia ser questão de apenas alguns dias antes deles tentarem salvá-los se eu conseguisse saquear os arquivos do computador. Arrisquei tudo ao entrar naquela sala para parar Jacob de matar você. Menti para todos nas instalações de testes, mas não estou mentindo para você. Não sou realmente uma espiã. Eu era uma enfermeira, Fury. — Fez uma pausa. — Trabalhava nas Indústrias Mercile no escritório corporativo distribuindo aspirinas, até que alguém se aproximou de mim para eu me disfarçar. Este agente compartilhou os rumores que circulavam sobre uma instalação de testes secreta que usavam seres vivos como cobaias, humanos, e me indignou saber que uma empresa pudesse fazer isso.
— Por quê? — Seu tom era áspero.
— É diferente quando alguém se oferece como voluntário e permite que uma empresa de pesquisa teste drogas neles. Eles sabem no que estão se metendo e acho que algumas pessoas não têm nada a perder se estão doentes o suficiente para correr esses riscos. E é inteiramente outra coisa quando as pessoas são forçadas contra a sua vontade a fazerem o que quiserem com eles. Os rumores diziam que trancavam as pessoas. Eu trabalhava para eles, o que significava que tinha me tornado acidentalmente parte do que eles faziam. Só queria consertar isso.
— Por que você se importaria com que acontecia comigo ou com meu povo? Por que você arriscaria sua vida para nos salvar?
Ellie cuidadosamente escolheu suas palavras.
— O vi de uma sala de observação que acidentalmente descobri dias depois que comecei a trabalhar lá. Todas as portas eram tão semelhantes que pensei que era uma sala de abastecimento. O espelho da sua cela era de mão dupla. E às vezes ia escondida lá para dar uma olhada em você. — Não mencionou que ia diariamente, não querendo que ele soubesse que estava quase obcecada com a saúde dele. — Respeitava sua coragem e você não lhes permitia quebrar seu espírito. O que fizeram foi um crime. Aconteceu de eu estar lá fazendo uma pausa quando Jacob entrou em sua cela e o ouvir dizer que planejava matá-lo. Eu simplesmente não podia ficar sem fazer nada.
Fury parecia considerar sua explicação.
— Você nunca parou qualquer uma das outras coisas que eles fizeram comigo. Você assistiu quando eles forçavam as mulheres a entrarem em minha cela e batiam nelas para fazerem sexo comigo? Será que você gostou de assistir isso?
O horror manteve Ellie em silêncio. Não fazia ideia de que os médicos estavam fazendo esses tipos de coisas. Talvez porque era novata e propositadamente a mantinham no escuro. Jacob não havia sido o único a atacar Fury sexualmente. Isso fez seu estômago doer. Perguntou-se se tentariam forçá-la a fazer sexo com qualquer uma das espécies do sexo masculino se não ajudasse com os testes.
— Eles fizeram você ter relações sexuais com as mulheres? Eu não sabia. Nunca vi nenhuma mulher dentro de sua cela quando estive lá. Foram a outras enfermeiras e técnicos? Nunca ouvi nada sobre isso, Fury. Eu juro.
— Elas eram Novas Espécies do sexo feminino. Eles tentaram por anos produzir mais de nós. Precisavam fazer mais de nós, mas não conseguiram repetir com sucesso os procedimentos que usaram para nos criar em primeiro lugar. Ouvi o suficiente para saber que o médico que havia com sucesso unido nossa genética com animais os deixou quando éramos jovens, levou suas pesquisas, destruindo o que tinham, e eles queriam mais de nós. Estávamos envelhecendo e temiam que morrêssemos. — Raiva mudou sua voz para um rosnado. — Uma criança ou um filhote? Essa foi uma das piadas que um desses médicos contava. Riu sobre o conceito de descobrir se as nossas mulheres ficariam grávidas. — A voz de Fury aprofundou-se em um rosnado. — Alguma vez você tentou salvar qualquer um deles de serem forçados a fazerem sexo?
Ele tinha tantos motivos para me odiar. Sua raiva, dirigida a ela, foi ainda mais incompreensível.
— Eu não sabia de nada disso. Nunca nem vi uma de suas mulheres. Eu era a técnico de nível mais baixo com muita limitações dentro da instalação. Fiquei em choque mais tarde, quando ouvi dizer que mulheres também foram presas. Só vi homens, Fury.
— Você não perguntou. As fêmeas eram às vezes estupradas pelos técnicos. Irrita-me que você interveio a mim, mas não a elas.
— Perguntei muitas vezes, mas me diziam que não era da minha conta. Recebi ordens de não forçar demais para a Mercile não suspeitar de mim. Meu supervisor pensou que iriam me matar se suspeitassem de alguma coisa por eu estar querendo saber exatamente o que eles estavam fazendo lá e ele estava certo.
Ellie piscou duro para segurar as lágrimas. Sabia que cometerem horrores em nome da ciência, mas as coisas feitas para Fury a deixaram horrorizada. Eles foram tratados como se fossem cobaias, ferramentas, e nada mais. Colher amostras de sangue, forçar drogas em seus sistemas, e mantê-los trancados era horrível, mas ouvir que os forçavam a ter relações sexuais, os usavam como procriadores, a enojou.
— Acreditei que você não iria me machucar. Você estava ciente disso? Quando eu não rosnava para você toda vez que entrava na minha cela. Não queria assustá-la. Você vinha com seus sorrisos e era carinhosa com suas agulhas. Quando você matou aquele técnico, num primeiro momento acreditei que fez isso para me impedir de sofrer. — Suas feições ficaram tensas e sua voz mais profunda, cada palavra pronunciada com cuidado. — Mas você me deixou lá para ser torturado pelos guardas pelo seu crime. Bateram-me e se revezavam para me baterem. Alguns deles eram seus amigos. Eles não foram autorizados a me matar, mas causaram um grande dano.
Lágrimas deslizaram pelos lados do seu rosto.
— Eu sinto muito. Eu... — Sabia que nada que dissesse apagaria seu ódio por ela, mas tinha de tentar. — Sinto muito. Não sabia que fariam isso. Pensei que só Jacob faria isso com você depois que você quebrou seu nariz. Sabia que o valorizavam muito para te matar. Nunca pensei que estavam fazendo experimentos de procriação também. Pensei que estaria seguro o suficiente até eu saquear as provas e até a ajuda chegar até você. Não diria a eles que você o matou, se soubesse que pagaria pelo que fiz.
Suas presas brilharam quando os lábios se separaram.
— Obrigado. É isso que está esperando ouvir? Você o impediu de me estuprar e de me matar. Deveria ser grato pelas horas que fui torturado?
— Não. — Talvez. Confusão a silenciou. — Você está vivo e ele não te estuprou. Isso não conta para alguma coisa? Não fiquei de braços cruzados enquanto isso acontecia. Arrisquei minha vida, indo dentro dessa cela para tentar salvá-lo. Tinha que fazê-los pensar que você o matou em legítima defesa e eu nunca quis mal a você. Tive que fazê-lo, Fury. Por favor, tente entender. Que a evidência que eu roubei acabou sendo o fator chave que fez o juiz emitir os mandados de busca que localizaram o seu povo. Se eu dissesse aos guardas de segurança que matei Jacob eles nunca teriam me permitido sair. Teria morrido e você ainda estaria trancado dentro de uma cela, juntamente com todo o seu povo. Isso não importa, afinal?
Ele respirou fundo. Quando falou, se acalmou um pouco, obviamente, desde que não rosnava mais.
— Desculpas não vai mudar o que aconteceu comigo, entende? Não desfaz o que fez a mim ou como me sinto traído. Confiei em você, mas paguei por suas ações. Não vou te matar, mas pretendo fazer você entender certas humilhações e desamparo.
Fury odiava ter sido estúpido em confiar em Ellie. Os guardas já zombaram dele sobre não rosnar para ela quando entrava em sua cela.
Suportou as palavras duras e acusações de que ele queria montar na fêmea humana, as provocações cruéis de que ela nunca iria querer foder com um animal, mas ela era sua fraqueza. O sentimento de traição se aprofundou depois daquele dia. Passou meses a odiando, revivendo a tortura que sofreu e culpando-a por isso. Ela o deixou no chão, enviou guardas para bater nele, e em seguida, voltou a ser acorrentado na parede onde o abuso continuou.
Os seres humanos eram falsos, criaturas cruéis. Já havia julgado Ellie mal uma vez. A memória dolorosa de suas ações fazia seu coração doer. Nunca permitiria que ela o enganasse novamente fazendo-o confiar nela.
Todo ser humano que acabava gostando o traíra. Memórias de sua infância apareceram. Pensava em Dra. Vela como uma mãe. Dera-lhe cookies, um deleite raro que adorava. Teria feito qualquer coisa para ela. Ela prometeu que poderia ganhar sua liberdade se se tornasse um lutador hábil. Eles até mesmo o gravaram um vídeo dele para mostrar como seus medicamentos trabalhavam em seu corpo.
Era uma mentira usada para manipulá-lo facilmente. Quando eles o levaram para outra unidade, ela riu dele por ter sido incrivelmente ingênuo e estúpido.
O inferno começou depois disso, quando o ensinaram a suportar a dor física. E a tortura continuou até a idade adulta. As surras que sofreu enquanto tentavam criar drogas que curariam os seres humanos mais rápido, as doenças e as dores que sofreu, que quase o mataram, todas essas memórias vieram à tona agora.
Havia uma guarda que prometeu ajudá-lo a escapar. Era jovem, liderada pela luxúria, e ainda experimentara a vergonha do quanto queria montar a mulher. O nome dela deixou um gosto amargo na boca. Mary tinha aberto suas correntes e a seguiu para fora de sua cela, por um longo corredor, direto para uma armadilha que fizeram para testar suas habilidades de luta contra uma dúzia de combatentes fortemente armados.
Eles o acertaram com pedaços de pau e atiraram nele com armas de choque, e Mary incentivava os guardas na lateral, enquanto lutava para sobreviver. Depois se agachou por seu corpo ensanguentado, sacudindo a cabeça. Suas palavras mataram algo vital dentro dele.
— Você realmente não achou que eu queria que me tocasse, não é? Você não passa de um animal, 416. — Ela sorriu para os homens ao seu redor e ficou de pé. — Pena que não é permitido matá-lo. Leve-o de volta para a cela. Você gravou tudo, Mike? Isso deve impressionar Dr. Trent com o quanto ele lutou antes de cair. Um dos médicos tem uma nova remessa de medicamentos que querem testar nele para ver se podem acelerar o processo de cicatrização. Bom trabalho, rapazes.
Perdeu a consciência depois, mas se tivesse acordado, teria tentado matá-la. Queria se vingar de todos que já o feriram, mentiram para ele, e o traíram.
Ellie olhou para ele com seus grandes, temerosos lindos olhos. Se ela não estivesse cara a cara com ele, será que iria rir do quão estúpido ele foi em confiar nela? Se foi uma fonte de divertimento por tê-la permitido entrar na cela dele sem rosnar para ela ou por lutar em suas correntes? Será que riu com o pessoal por o 416 não parecer odiá-la?
— Ficarei longe de você se me deixar ir. É isso o que você quer, certo? Vou me demitir e deixar Homeland. — Esperança surgiu em seus olhos azuis. — Você nunca terá de me ver novamente.
A raiva cresceu, quente e feroz, por todo o corpo de Fury. Se ela estivesse realmente arrependida de suas ações, ela tomaria qualquer punição que ele quisesse dá-la. Isso é o que pessoas honradas faziam. Ela lhe disse que estaria disposta a fazer qualquer coisa para fazer as coisas direito entre eles, mas agora ela pediu misericórdia. Um rosnado irrompeu de sua garganta.
Ellie viu as expressões do seu rosto mudarem com a raiva que queimava no seu olhar. Percebeu que pedir para ser libertada de alguma forma o aborreceu.
Moveu-se então, pegou o cobertor, e sacudiu. Num piscar de olhos jogou para longe da cama para expor a nudez de Ellie. Levantou-se e olhou para ela com uma expressão insensível.
— Você deve entender como é ficar pelada, incapaz de se mover, enquanto outra pessoa tem controle total sobre você. Isso é parte do que você fez comigo. Você viu cada centímetro de mim. Qual é a sensação de estar impotente, Ellie?
Constrangimento aquecia suas bochechas e tentou se mover, rolar para o lado, mas a amarrou com muita força. Só podia enrolar as pernas protetoramente enquanto tentava usá-los para cobrir os seios. Conhecia a humilhação sem ele fazer isso a ela, mas não disse isso em voz alta.
— Depois, tocar fazia parte do processo, farei isso com você também. Justo, não é? Você sabe como é ter as mãos de alguém deslizando ao longo de sua pele? Tocar a sua parte íntima? Entendo que você precisava remover aquela coisa dolorosa que ele colocou em mim, mas o seu toque foi demorado. Não pense que eu não percebi.
Ellie endureceu com o choque e pavor, mas então respirou rápido. Não foi fácil, mas lutou para acalmar o pânico que tentava possui-la. Entendia que ele precisava de vingança. Não podia se vingar de Jacob, porque ela o matou e deixou Fury para sofrer por ela. O encarou, tocou em seu corpo, em cada centímetro nu dele. Supunha que ela merecia. Disse que não a mataria. Poderia aguentar se a humilhar for o pior do que planejava. Foi espancado e torturado. Algum embaraço parecia inofensivo em comparação.
— Vá em frente e olhe. Eu entendo. — Abaixou as pernas apoiadas no colchão e ficou quieta. — Só, por favor, não me machuque.
Um olhar confuso marcou suas características quando seus olhares se chocaram. Ele olhou para ela enquanto subia na cama e se arrastou para cima dela de quatro.
— O quê? — Soou tão chocado quanto parecia.
— Eu entendo — ela sussurrou. — Faça.
Cerrou os dentes, mas depois baixou seu corpo sobre o dela até prendê-la sob ele. Se aterrorizá-la era seu plano, ele conseguiu. O silêncio se estendeu entre eles. Sua frequência cardíaca diminuiu.
— Psicologia reversa não funciona em mim, mas quero que saiba que não vou te machucar — sussurrou. — Nunca faria você sofrer o que sofri. Nunca poderia te machucar ou fazê-la sangrar. Acredito que pensei em algo mais apropriado. Vou tocá-la. Você sabe o que é pior do que ser torturado?
Não queria saber a resposta. Até agora, todas as respostas de Fury deram boas esperanças para ela. Esperou por uma resposta, embora não queria que sua raiva retornasse. Tinha que dizer alguma coisa.
— Não. Eu acho que dor é a pior coisa.
— É quando o seu próprio corpo te trai por querer algo que sabe que não deveria. Você aprende a esperar ser decepcionado pelos outros, mas nunca por si mesmo. É uma lição grande e humilde para aprender. Isso também irá nos dar a resposta para uma pergunta que está na minha mente neste momento.
O que isso significa? Franziu o cenho. Ele sorriu. Seu coração disparou quando seu olhar baixou para os seios. Com uma mão esfregava seu estômago tão levemente que fazia cócegas. A palma de sua mão deslizou mais para cima e agarrou um de seus seios com uma mão quente, grande. Alarme disparou em Ellie quando pressionou suavemente.
— Macio. Para uma mulher do seu tamanho, são maiores do que eu esperava. — Ele abaixou a cabeça quando largou seu seio.
Ellie suspirou quando sentiu seu hálito quente em seu seio um segundo antes de boca de Fury, quente e úmida se fechar em seu seio. Seus dentes rasparam a pele sensível enquanto passava a língua áspera sobre seu mamilo. Ellie estremeceu debaixo dele e apertou os olhos bem fechados.
Prazer correu de seu mamilo direto para sua barriga que tremia. Mordeu o lábio para silenciar um gemido, chocada por ter reagido tão fortemente a ele. Chupou mais forte, os puxões fortes de sua boca enviando choques pelo corpo inteiro de Ellie. Não a machucou, mas sabia que poderia. Um líquido quente umedeceu suas coxas e as apertou sob seu corpo, prova do quão excitada ela estava.
Isto é pior, ela pensou, quando seu corpo reagiu à sedução de Fury. A excitação que forçou-a sentir fez seu estômago apertar e com toda a força que ele puxava, jurou que podia sentir em seu clitóris. Os lábios implacáveis se recusaram a soltar seu seio, o prazer quase ficou doloroso, e seu corpo queimava. O que ele fez com ela foi a coisa mais incrivelmente erótica que já havia experimentado. Mordeu o lábio, mas foi incapaz de impedir o suave gemido que escapou.
Sua boca puxou seu seio de novo, deixando o mamilo tenso. Ellie engoliu em seco, enquanto olhava para um par de intensos olhos castanhos. Um grunhido suave veio do fundo de sua garganta. Ele desviou o seu olhar do dela para voltar a atenção para seu corpo mais uma vez.
— Veja, Ellie. — Falou com uma voz rouca, sexy. — Estou no controle de seu corpo. Você não pode me impedir por fazer você responder desse jeito agora. — Olhou para cima para cruzar olhares com ela. — Apesar do que Jacob fez comigo naquele dia, eu queria você, e esta é a vingança perfeita. Você fez meu pau endurecer depois que me tocou e o cheiro da sua excitação encheu a minha cela. Doeu-me mais do que o seu abandono. Agora você tem um gosto de conhecer o desejo não realizado colocados lá por alguém que tentou resistir.
Ela olhou em seus olhos enquanto ouvia as palavras. A vergonha da resposta do seu corpo pela irresistível sedução, a deixou sem palavras. Sua dignidade definitivamente ficou ferida. Foi traída por um formigamento no seu corpo com o toque de um homem que a odiava. Esperava que ele se sentisse melhor, achava que se estivessem quites, a deixaria ir. Relaxou sob ele. Sim, esta é definitivamente uma maneira perfeita para se vingar, ela concordou. Piscou para conter as lágrimas, esperou até que estivesse calma o suficiente para falar novamente.
— Será que estamos quites agora? — Odiou o jeito como falou em um sussurro sem fôlego.
Olhos escuros levantaram para olhar para ela.
— Quites? Ainda não. Eu disse a vingança perfeita.
— Mas você acabou de...
Ele rosnou em voz baixa.
— Eles me machucaram por horas. Poderia atormentá-la por horas com a minha boca e mãos. Há muitas maneiras de fazer alguém sofrer.
Ellie ficou boquiaberta com ele. Desceu mais para baixo e as mãos cercaram suas coxas para afastá-las. Seus braços deslizaram sob as pernas dela e os envolveram em torno delas para deixá-las abertas com os ombros pressionando contra a parte interna de suas coxas.
Ellie tentou juntar os joelhos após o choque inicial, mas o corpo dele estava no caminho. Ele desviou sua atenção de seu rosto para onde tinha sua vagina exibida abertamente sob seu queixo, parecia estudá-la, e depois sua cabeça abaixou. Choque, espanto, surpresa agarrou-a. Podia sentir seu hálito quente tocá-la nas dobras internas e no clitóris.
— Espere! — Ellie lutou, mexeu seus quadris, e tentou sair de seu poder, quando ele virou o rosto para lamber a parte interna de sua coxa. Ela o empurrou da cama, tentou se contorcer, mas se recusou a soltá-la. Mostrou sua força quando a apertou mais, até que não conseguisse se mover. Sua mandíbula esfregou em sua pele, na parte mais alta da coxa interna, indo para frente e para trás, acariciando suavemente.
— Será que você manteria suas pernas abertas para que eu possa tocá-la com minhas mãos? Liberarei seus pulsos da cabeceira da cama, se você fizer como eu digo.
— Eu não faço isso no primeiro ou no décimo quinto encontro. Não estou confortável com alguém lá embaixo. — Ela puxou freneticamente a fita que amarrava seus pulsos. Mexia seus quadris, mas não conseguia se livrar de seu abraço poderoso. — Me castigue de alguma outra forma, mas não assim. Eu irritei você, mas não propositadamente o envergonhei, certo? Você quer fazer o mesmo, mas eu não coloquei minha boca abaixo da sua cintura.
— Não achei que você concordou. Vou usar as minhas mãos para te segurar.
— Não assim — ela implorou.
Fury inclinou a cabeça.
— Assim?
— Não me toque apenas para se vingar.
— Oh, Ellie — respondeu asperamente. — Eu quero você. Não percebeu isso? Isto é muito além de algo tão simples como vingança. Diga-me sim para que eu possa nos dar o que precisamos.
Ellie viu paixão arder nos seus lindos olhos castanhos. Parecia incrivelmente sexy e seu corpo doía com a necessidade de ver seu belo rosto entre suas coxas, tão perto de onde ela o machucou mais, e ela relaxou. Assentiu com a cabeça, percebeu que provavelmente perdeu o juízo, mas a expressão de alívio de Fury valeu o seu acordo.
Ellie suspirou quando sua língua tocou o ponto mais sensível em seu corpo. Seus lábios selaram ao longo dos pequenos feixes de nervos e sua língua fazia pressão, provocando para cima e para baixo o clitóris. Ela congelou, ficou tensa, e as sensações de sucção espalharam por todo seu corpo.
Ele está realmente fazendo isso. Ele...Oh Deus. Isso é tão bom.
Sua língua tinha uma textura incomum e a resposta que ele tirou dela com cada lambida, cada chupada, quase doía, mas da melhor maneira possível. Manteve a pressão e sua língua se movia contra seu clitóris sem pausa, sem hesitação. Não conseguia parar de fazer parar os gemidos altos que encheram a sala, enquanto jogava a cabeça para trás, seus dedos apertando o material em torno de seus pulsos, apenas algo para se pendurar.
Ele vai me matar de qualquer jeito, pensou. Não ia estrangulá-la ou quebrar seu pescoço. Planejou lambe-la até a morte, fazer seu corpo doer de forma deliciosa, e chegar ao climax doía dolorosamente. Tentou pensar, tentou se lembrar que odiava os homens que desciam para aquela área, nunca havia gostado, mas um rugido de Fury mandou fortes vibrações contra a área inchada.
Perdeu a linha de pensamento, apenas era capaz de sentir só ele, Fury, e sua boca que a fez tremer e queimar com vontade.
O clímax bateu brutalmente, uma explosão de êxtase que a fez chorar em voz alta, uma vez que percorreu seu corpo trêmulo. Seus músculos tremeram, sacudiram, e sua mente desligou. Perdeu toda a capacidade de pensar, de formar palavras, apenas foi capaz de experimentar a névoa de prazer até sua boca a largar.
Ellie teve de recuperar o fôlego. Seu corpo super sensível estremeceu quando suas mãos liberaram suas pernas suavemente e a pele quente a esfregava, a parte inferior do estômago, e depois seus seios quando ele levantou de seu corpo até que estivessem cara a cara.
Se a matasse agora, nem se importaria. Parecia um marshmallow. Desossada. Droga, pensou, nunca me senti tão bem em toda minha vida. Abriu os olhos para olhar em seus belos olhos escuros.
— Eu deveria ir embora da sala, deixando-a aqui sem nem olhar para trás. Isso foi o que você fez comigo.
Não me importo mais se ela está mentindo para mim, Fury pensou, lambendo os lábios, o gosto doce de sua paixão conduzindo sua necessidade de possuí-la completamente com uma dor insuportável. Ela era tão doce, tão sensível, e não queria mais pensar o pior dela enquanto olhava os seus belos olhos. Ele queria acreditar, pelo menos pelo momento que esteve com ela, que cada palavra que ela pronunciou seria a verdade absoluta.
Patético, ele silenciosamente repreendeu sua linha de pensamento. Tinha perdido a cabeça por uma humana pequena e frágil. Jurou nunca permitir ficar muito perto dela, mas estava deitado, em uma cama com sua Ellie.
Não só perdeu seu temperamento, mas controlou seus impulsos animais e sua mente. Também perdeu seu coração para ela. Era humana, não era confiável, mas ainda a queria. Quando me tornei um masoquista?
Ellie abriu a boca para falar, mas não havia palavras para tirar a expressão amarga em seu rosto bonito. Ajudou a colocá-lo lá e nenhuma desculpa podia mudar o passado. Olhou para ele e fechou a boca. Fury focou em seu seio. A única leve hesitação até que levantou a mão para segurar seu seio novamente, segurou-a delicadamente, e ela jogou as costas para trás para pressionar mais o aperto contra a palma da mão. Seu olhar se voltou ao dela.
— Eu quero você. Odeio isso, mas quero estar dentro de você, para saber como seria a sensação de ter você me envolvendo, e o prazer que acho que poderia encontrar com você. Nunca quis uma mulher tanto. Diga-me que posso ter você ou me ajude a lembrar que eu não posso perdoar o que fez. Diga algo, qualquer coisa, para me lembrar porque não deveria estar com você tanto que fica difícil respirar.
O olhar em seus olhos quando olhavam um ao outro quase parou o coração de Ellie. Viu tantas emoções: desejo, ânsia, um pouco de medo e paixão crua. Colocou sua língua para fora para molhar os lábios. Um grunhido suave veio de Fury, mas não era um som de raiva, era mais um gemido. Ela entendeu. Ele a queria.
Ela assentiu com a cabeça lentamente. O queria tanto quanto ele a ela, sentiu desejo por ele desde o primeiro momento que o viu trancado dentro da cela. Ele era tão orgulhoso, apesar da situação, a pura beleza masculina de seu corpo tentou sua paixão, e sua presença poderosa fortemente a atraiu para ele.
— Diga — insistiu.
— Sim — ela sussurrou.
Os olhos fecharam-se durante longos segundos antes que ele olhasse para ela novamente.
—Envolva as pernas ao meu redor.
Ela hesitou por apenas um segundo antes que passasse as pernas e os calcanhares em volta da pele nua quente na parte de trás das coxas. Ele levantou mais, posicionando-se até que pressionou contra sua entrada com a ponta grossa de seu pênis. Seu corpo já estava molhado, quando empurrou contra sua entrada para penetrá-la. Deslizou facilmente através de suas dobras, mas errou o alvo.
Frustração apertaram suas feições. Apoiou o braço na cama, suspendeu o seu peso na parte superior do corpo com um braço e alcançou entre seus estômagos até que segurou o eixo de seu pênis para mantê-lo firme e os alinhou perfeitamente. Parou ali.
— Você é muito menor do que as nossas mulheres. Vou tentar não machucá-la.
Machucar-me? Estava ciente da diferença de tamanho entre eles, nunca se considerara pequena, mas naquele momento percebeu que era, em comparação a ele. Abriu a boca para perguntar o que quis dizer, mas ele baixou seu peso para permitir que a gravidade trabalhe ao seu favor antes que ela pudesse dizer uma palavra. Seus olhos se arregalaram com o choque, da espessura de seu pênis fortemente pressionado contra ela, entrando em seu canal, e forçou seu corpo a se esticar para aguentá-lo. Pânico tomou o controle, quando ele empurrou mais profundo para dentro da sua vagina.
— Você é muito grande — ela engasgou.
Ele congelou quando seus olhares se encontraram. Seus olhos se estreitaram quase em fendas e sua respiração ficou difícil.
— Você consegue me aguentar — ele rosnou. — Quero tanto você. Vou ser gentil.
Ele baixou mais sobre seu corpo, mergulhando mais profundo. Seus músculos esticaram para acomodar o seu eixo grosso quando continuou a penetrá-la, dando-lhe pouca escolha a não ser aguentá-lo. Não parou até que estava totalmente encaixado dentro de seu confortável canal. Fez uma pausa para permitir a ela se ajustar ao seu tamanho. Ellie respirava dificilmente, mas teve que admitir que a sensação de estar tão cheia era incrivelmente boa. Moveu-se, retirou-se alguns centímetros, lentamente, e depois empurrou para dentro.
Um gemido saltou de seus lábios. Ele era grande e amplo o suficiente para esfregar contra todos os nervos sensíveis que possuía. Não tinha nada a temer de Fury. Seu corpo gostou do ajuste apertado dos dois juntos. Ele ficou tenso e um gemido suave passou entre seus lábios entreabertos, enquanto seus olhares permaneceram um no outro.
— Sabia que seria tão incrível — afirmou com uma voz rouca. — Muito bom — Raiva apareceu em suas feições em seguida alguns instantes. — Maldita seja você por me afetar tão fortemente, Ellie.
Um rosnado rompeu dos seus lábios separados e depois moveu-se novamente, retirou um pouco antes de novamente deslizar profundo dentro de sua vagina. Ela gritou novamente com o prazer, seu pau incrivelmente rígido criando puro êxtase que tomou conta dela. Nunca havia experimentado esse nível de grandiosidade sexual. Movimentou-se novamente, repetiu o movimento de ir devagar depois mais forte. Ellie gritou de prazer pelo movimento e a forma como o seu eixo deslizou contra o seu clitóris inchado, os quadris se posicionavam em um ângulo de uma forma que o impediam de esmagá-la. Seu corpo ficou tão sexualmente ativado, sua vagina tão molhada, e o prazer tão intenso que a fez perceber que não duraria muito. Surpreendeu-a reagir desse jeito a um homem tão poderosamente. Nunca considerou a possibilidade de chegar ao clímax apenas com um homem a penetrando sem fazer um monte de outros estímulos, mas Fury não era apenas um homem qualquer.
Fury moveu-se mais rápido, aumentando o prazer intenso até que Ellie sabia que não conseguiria aguentar mais. Suas paredes vaginais apertaram em torno do seu eixo, jurou que seu pênis se tornou ainda mais duro dentro dela, e gritou, seu corpo em apreensão quando o clímax agarrou-a em ondas de prazer. Seus músculos se contraíram enquanto continuava a se mover dentro dela.
Ele saiu dela e virou o quadril para o lado, o que facilitou a saída do seu corpo. Rugiu em voz alta com sua própria libertação e seu rosto caiu sobre o peito dela. Dentes afiados arranharam suavemente seu seio, enquanto Fury tremia com jatos quente de seu sêmen amortecidos pela coxa dela quando chegou ao clímax. Havia propositadamente retirado no final.
Ellie admitiu estar um pouco desapontada quando não conseguia pensar novamente após a bem-aventurada névoa passar. Fury não gozar dentro dela havia deixado um sentimento vazio como se não quisesse compartilhar esse tipo de intimidade com ela. Abriu os olhos para olhar o topo de sua cabeça escura, seu rosto ainda pressionado contra seus seios, e sua respiração quente, pesada ventilando sua pele. Desejava poder envolver seus braços em volta dos seus ombros e segurá-lo firmemente.
Fury retirou dela antes que ejaculasse para não correr o risco de prejudicar ou horrorizá-la com as alterações feitas em seu corpo no interior das instalações de teste. Duvidou que ela conhecesse as diferenças sexuais entre sua espécie e a dela. O admirou ter conseguido manter controle suficiente para lembrar que não poderia ejacular dentro dela desde o segundo que entrou no corpo de Ellie e conheceu o paraíso puro pela primeira vez em sua vida. Tirar do seu corpo foi difícil, quase impossível. Queria preenchê-la com sua essência e marcá-la com seu cheiro.
Tocá-la, fazer amor com ela e degustá-la foi de longe muito melhor do que poderia ter imaginado. Droga, poderia ficar viciado nela. Talvez já estivesse, uma pequena parte de sua mente o advertiu.
Ela era humana, não verdadeiramente dele, e precisava se lembrar disso. Por mais que gostaria mantê-la amarrada a sua cama, fazer amor com ela até que estivesse cansada demais para tentar sair, sabia que não poderia fazê-lo. Em algum momento alguém iria procurá-la quando percebesse que havia desaparecido.
Sentia-se ressentida por estar sendo mantida em cativeiro, não importa quanto prazer lhe desse. Ele sabia tudo sobre ser preso e dominado. Podia ter feito isso com ela para colocá-la em sua cama, mas forçá-la a permanecer lá a longo prazo seria imperdoável. Passaria a odiá-lo. Ele não conseguiria suportar a ideia.
Frustração cresceu dentro do seu peito, mesmo quando sentiu outra onda de prazer. Marcou-a com a sua semente em sua coxa e droga, já pensava nela como sua. Ela pertencia a ele desde o momento em que entrou em sua cela, tocou-o, em seguida, matou Jacob para protegê-lo. Simplesmente não poderia mantê-la. Enfureceu-se em uma raiva cega, agora que acreditava que ela não tinha a intenção de ser cruel culpando-o pela morte dele.
Lutou e manteve o rosto contra a sua pele para esconder sua expressão. A raiva começou a diminuir e então sentiu o cheiro do seu sangue. Seus olhos abriram e lambeu os lábios, sentindo o gosto de sangue. Com horror percebeu o que tinha feito.
— Porra — rosnou ferozmente.
Isso é exatamente o que ele pensa que acabamos de fazer, pensou Ellie. Mas para mim significou mais do que apenas sexo. Sua cabeça levantou de seu peito, tornando mais fácil recuperar o fôlego. Seu pênis ainda rígido encostava contra a sua vagina e fez Ellie ficar ciente de que havia se tornado muito sensível nessa área. Fazia um longo tempo desde que não teve relações sexuais.
Fury levantou com as mãos o quadril e se agachou sobre ela, mantendo seu corpo preso entre os braços e as pernas enquanto ele pairava lá.
— Droga — ele suspirou. — Sinto muito. Nunca quis machucar você, Ellie.
Machucar-me? Isso a confundiu. O que haviam compartilhado foi incrível. Impressionante, clímax extremo, a mais forte ejaculação da sua vida. Seguiu o caminho do seu olhar para encontrá-lo com o olhar fixo em seu seio direito. Teve de levantar a cabeça para ver melhor e ficou surpresa quando viu uma pequena quantidade de sangue espalhado sobre o lado de seu seio direito e escorrendo para o vale entre eles. Seu olhar voou para o dele e viu o arrependimento em seu belo rosto. Perguntou-se o que tinha causado o sangramento.
Ele abriu a boca, mas nada saiu. Apertou os lábios, uma expressão furiosa delineou sua face, e depois quase pulou da cama rapidamente para o banheiro. Ficou momentaneamente cega pela luz brilhante quando ele ligou a luz, o viu desaparecer dentro do outro quarto.
Cuidadosamente fechou as pernas. Sim, vou ficar sensível por um tempo, admitiu em silêncio, sentiu seu sexo um pouco inchado e sensível a qualquer movimento. Ele era maior que a média e estava sem sexo desde o divórcio, tendo jurado ficar sem mais homens depois desse pesadelo.
Ficou ligeiramente envergonhada pelo fato de que ficou tão facilmente excitada por Fury, mas o queria desde que pôs os olhos nele dentro daquela instalação de testes. Nunca imaginou a possibilidade de estar com ele, amarrado a uma cama, em um lugar diferente. Não é o tipo de término após um sexo quente que esperava, se alguma vez ficassem juntos. Que desastre. O som de água corrente veio do outro quarto, puxando-a de seus pensamentos.
Fury reapareceu em segundos e se sentiu orgulhosa de ter permanecido tão calma apesar das circunstâncias estranhas e estressantes. Recusou-se a olhar para seu rosto, concentrando-se em seu seio. Possuía uma toalha de mão molhada quando sentou na beira da cama.
— Permita-me cuidar de você. Realmente não tive a intenção de lhe causar dor.
— Não estou ferida. — Falou baixinho, mas sabia que ele ouviu. — Só me solte.
— Vou te limpar. — Suspirou. — Você está sangrando. A cortei com meus dentes, mas não te mordi. É apenas um arranhão, mas profundo o suficiente para sangrar.
Ótimo. Meu sangue. Pelo menos não doeu.
— Apenas me deixe ir e eu vou cuidar disso.
— Não. — Limpou cuidadosamente a pele apenas sob seu seio direito, o secando. Hesitou e depois limpou sua coxa, onde deixou sua marca sexual, lavando seu sêmen.
Sexo quente se transformou em uma calamidade. Sua paixão esfriou para deixar um sabor amargo. Fury não a segurou depois do sexo, sem palavras gentis, ao menos um pedido de desculpas por fazê-la sangrar. E lavou a evidência da paixão que ele tinha deixado nela, tão frio quanto o pano molhado que usou. De repente, ela queria sair o mais rápido possível e esquecer o que tinha acontecido entre eles.
Tentou esconder o quão envergonhada a fez sentir por ter se desmanchado sob ele quando Fury provavelmente ainda a odiava. Tudo foi apenas um ato de vingança, embora para ela significou muito mais. Queria ficar longe dele antes de desabar em lágrimas. Isso iria acontecer em breve. Esperava que ele houvesse encontrado o tipo de justiça que estava procurando.
— Estamos entendidos agora, certo? — Lutou contra a onda de lágrimas que ameaçavam. Não chore, droga. Ficava repetindo isso algumas vezes. Suas emoções estavam muito perto da superfície e se sentia vulnerável. Também não queria que ele se sentisse pior com o arranhão que fez nela. Poderia confundir as lágrimas com dor física. Uma expressão de remorso marcava seu rosto sombrio. Eles se desentenderam o suficiente para durar uma vida inteira. Não queria adicionar mais.
Seu olhar escuro levantou para dela. Estudou-a por um longo momento e uma emoção que não conseguiu ler cintilou em seus olhos escuros. Abriu a boca para dizer algo, mas nunca conseguiu pronunciar as palavras. Um soco forte, de repente quebrou o silêncio.
— Droga — Fury rosnou.
Levantou-se da cama e correu em direção a porta do banheiro. A rapidez com que conseguia se mover a chocou. Jogou a toalha de mão molhada pela porta do banheiro aberta. Girou, voltou para a cama, e estendeu a mão para pegar o cobertor que havia removido no início. Estendeu sobre ela mais uma vez para cobri-la do peito aos pés. Segundos depois, vestiu suas calças, antes que se lançasse para fora da sala. A porta do quarto bateu atrás dele.
Ellie estava ali querendo saber se devia gritar por socorro. Se chamasse atenção eles e encontrariam nua amarrada à cama com o machucado de seus dentes. Pareceria muito ruim. Provavelmente assumiriam que a agredira sexualmente. Não queria que ninguém o prendesse por um crime que não cometera.
Ele já pagou caro por um crime que não cometeu. Nunca sofreu nada por matado Jacob. Permaneceu em silêncio para que quem tivesse chegado a sua casa não ouvi-la. Preferia enfrentar o que mais Fury tivesse planejado do que colocá-lo em qualquer tipo de problema. Temos de estar quites agora, pensou. Ele vai me libertar depois que sua companhia sair.
A porta da sala foi subitamente aberta. O sangue drenou do rosto de Ellie e se encheu de pavor, quando Justice entrou no quarto. Usava uma camiseta amarela e calça jeans e seu longo cabelo foi puxado para trás em um rabo de cavalo para não esconder suas feições. Ela não poderia deixar de notar o choque e horror que os transformou. Ellie teve a certeza de que ele fez todos os tipos de suposições erradas. Depois de um momento atordoado se moveu para frente, rosnou e parou ao lado da cama. Fury entrou pela porta do quarto, pálido e silencioso. Não lhe dirigiu seu olhar, mas abaixou seu rosto, olhando para o carpete.
Justice agarrou o cobertor e puxou-o. Ellie ficou horrorizada, assustada por ter seu corpo totalmente exposto a um estranho. Outro rosnado irrompeu da garganta de Justice. Ele jogou o cobertor sobre Ellie para proteger a sua nudez antes de cair para se sentar na borda da cama. Seu olhar fixo em Fury indignado enquanto estendeu a mão para o braço dela. Arrancou os laços de seu pulso, liberando-a quando quebrou o material da cabeceira da cama.
— Como você pôde fazer isso? — Justice rosnou com uma voz muito dura.
Levantou-se, contornou a cama e libertou o outro braço de Ellie. Colocou seu corpo entre ela e Fury, de costas para ela. Ellie sentou-se, esfregou os pulsos, e cuidadosamente manteve o cobertor protegendo seu corpo. Não podia ver Fury com o homem grande entre eles.
— Como pôde fazer isso, Fury? Como? Ela nos salvou. Colocou sua vida em risco para nos ajudar. Você está vivo, independentemente do que ela fez com você. Você está respirando! Estamos tentando provar para os humanos que somos mais do que animais e você a pegou à força? Você a estuprou em sua cama, como se você fosse um cão raivoso? Droga! Eles vão te prender por isso. Acho que não posso protegê-lo e eu não sei se quero neste momento. Como pôde fazer isso? Você sabe o que está em jogo. Nosso povo precisa de orientação e proteção! Você é o meu segundo no comando. Se eu cair, você lidera. —A voz de Justice baixou, acalmando. — Você está partindo meu coração. Você feriu a mulher. Eu sinto o cheiro do sangue dela, e porque você a feriu, isso vai causar problemas incalculáveis para nós. O que diabos você acha que estava fazendo? Você perdeu o juízo? Isso só reforça a crença de que somos animais irracionais, perigoso demais para corrermos livremente.
Vergonha queimou Fury, enquanto olhava chocado para Justice. Sabia que ia decepcionar seu povo quando sequestrou Ellie. Ele se responsabilizou pela liderança ainda assim, permitiu que seus sentimentos pela mulher o deixassem fazer coisas que sabia que estava errado. Escolheu-a em vez deles, algo que jurou que nunca faria quando aceitou o trabalho como segundo no comando de Justice.
— Me desculpe. — Fury sussurrou.
Justice suavemente rosnou.
— Qual é o seu problema? Você enlouqueceu? Alguma coisa te fez perder a razão? Não posso e não vou permitir que você se safe dessa. Você deve ser disciplinado para dar o exemplo.
— Não espero nada menos. — Fury respirou fundo. Sabia que seria punido antes mesmo de ter tocado Ellie, e aceitaria quaisquer consequências que viesse pelos seus atos. Queria Ellie mais do que a coisa mais importante em sua vida - seu povo.
Quando os Novas Espécies foram libertados, um monte deles queriam travar uma guerra com todos os humanos, mas Justice foi a voz da razão. Para sobreviver precisavam trabalhar com os humanos que os libertaram. Quando foram informados que receberiam Homeland, um lugar para viver em paz, um lugar onde pudessem reconstruir suas vidas, Justice foi até Fury e pediu para ajudá-lo a guiá-los em sua nova forma de vida. Fury concordou rapidamente, disposto a assumir qualquer fardo que entrasse em seu caminho enquanto pudesse ajudar.
Ele assumiu a formação de suas equipes de segurança e os ensinou como controlar suas feras interior. A ironia permaneceu com ele. Não praticou o que pregou. Foi atrás de algo que sabia que não podia ter - Ellie. A trouxe para sua casa e a seduziu independentemente do custo.
Não conseguiria se arrepender de suas ação. Mesmo uma pequena quantidade de tempo com ela valeu a pena a dor que suportou. Ele a havia provado, a tocado, e soube como é maravilhoso estar assim tão perto dela. Se o prendesse, a imagem dela lhe faria companhia, sua voz estaria na memória para sempre, seus belos olhos gravado em sua alma. Poderia sempre fechar os olhos e ouvi-la, imaginá-la.
— Você está bem? — Justice olhou para Ellie.
— Sim. — Limpou sua garganta.
A atenção de Justice se voltou de volta para ele. Fury se deparou com seu olhar severo com uma firme determinação. Tinha certeza que todos sabiam que a culpa repousava somente sobre seus ombros. Distanciou-se dos Novas Espécies, esperando que os seres humanos não culpassem os outros por suas ações, e aceitaria qualquer punição que fosse dada a ele sem queixas ou desculpas.
O desapontamento e choque de Justice o feriram profundamente. Conhecia seu comportamento. Desapontou seu povo, seu melhor amigo, e a si próprio.
— Não posso fazer isso sozinho Fury — Justice o informou suavemente com um olhar triste no rosto. — Precisava de você para nos recompor. O diretor Boris vem lutando contra mim a cada passo do caminho para não nos dar o controle de Homeland. Ele está tentando dizer ao presidente que não somos capazes de comandar nossas próprias vidas. Ele acredita honestamente que somos mais animais do que humanos, pouco mais do que treinados para falar e imitá-los. Ele não foi direto ao dizer isso, mas seu desprezo é tão forte que é impossível de ignorar.
— Sinto muito.
— Isso serviu apenas para justificar suas acusações. Temos que trabalhar o dobro para mostrar-lhes que são somos iguais e somos uma raça de pessoas inteligentes e responsáveis. Você não poderia ter perdido totalmente a cabeça em um momento pior.
— Sei que isso terá reflexos negativos no NE. Vou assumir total responsabilidade, asseguro-lhes que eu sou a única falha, e você terá que pressioná-los a lidarem comigo severamente.
Justice estudou seu amigo.
— Você não foi você mesmo. Por quê?
A atenção de Fury se dirigiu para a cama, mas ainda não conseguia ver Ellie ao redor do corpo grande de Justice. Encontrou o olhar curioso de seu amigo.
— Acho que você sabe o porquê. Há algo nela que não consigo ignorar. Não é só raiva. Há mais do que isso.
Alguns poucos Espécies machos experimentaram uma urgência irresistível de se acasalar com certas fêmeas, mantê-las muito próximos, torná-las deles, mas nenhum deles se renderam aos instintos. Não que nunca os tivessem dada oportunidade, enquanto estavam presos. Foram mantidos separados, exceto para aqueles momentos em que as fêmeas eram trazidas a eles para reprodução.
Estavam conscientes do problema embora só havia acontecido algumas vezes no interior das instalações de testes, mas discutiram o problema real se mais Espécies sofrerem com o que consideraram uma necessidade para acasalar. Eu tenho essa necessidade, Fury admitiu. Estava certo que o acasalamento era para a vida toda também por causa de quão fortemente Ellie o afetou. Não conseguia se ver querendo deixá-la ir.
Justice o olhou com preocupação e a sensação de compreensão moldaram sua face.
— Quão ruim é?
— Avassaladora, obviamente. Estive lutando com unhas e dentes.— Seus ombros caídos. — Sinto muito pelos problemas que causei, mas... — Deixou o resto não dito.
Ainda não se arrependeu, mesmo sabendo o quão profundo foi o buraco que cavou. Olhou para cima para tentar ver Ellie de novo, mas Justice continuou a bloquear sua vista. A teve uma vez. Nunca seria suficiente, mas pelo menos teria a memória para saborear.
Ellie viu suas roupas no chão ao lado da cama. Fury deve tê-la despido e apenas as deixou jogadas lá. Sua carteira de identidade e seus sapatos estavam lá também. Moveu-se lentamente, definitivamente sensível entre as coxas causado pelo sexo quente, e deslizou sua bunda para a borda da cama. Manteve o cobertor em volta dela. Pegou suas roupas e freneticamente começou a colocá-las. Os homens pareciam estar em um concurso de quem encara mais.
— Os guardas da segurança humana estão procurando em todo lugar por essa mulher. — Justice fez uma pausa. — Encontraram seu equipamento eletrônico quebrado pela lagoa e suspeitaram que algo aconteceu com ela. No segundo que tomei conhecimento de sua identidade vim aqui, esperando que você não tivesse feito algo estúpido. Precisamos informá-los que ela está aqui. Ela vai precisar de cuidados médicos e você vai precisar enfrentar a pena pelo seu crime. Ela não é uma de nós. Acho que vão fazer você encarar a punição da lei deles. Não sei quais são, mas você tem de se entregar para ele por todos nós. Não lute, se prendê-lo. Eu sei que a vontade será forte, mas não piore as coisas.
— Não vou lutar — Fury jurou suavemente. — Vou chamá-los agora.
Ellie terminou de se vestir. Calçou os sapatos e se levantou. O movimento a fez ficar consciente do desconforto da ferida quando esfregou a camisa no peito dolorido. Não teve tempo para verificar o quão ruim o arranhão de seus dentes estava, prometendo fazer isso mais tarde depois que chegasse em casa. Deu passos em direção à porta.
— Com licença. — Limpou a garganta.
Justice virou a cabeça para encontrar o seu olhar, as feições ferozes torcendo seus lábios cheios.
Ellie tentou não olhar para Fury.
— Vou voltar para o dormitório agora, então, por favor não chame ninguém. Vou dizer a eles que fui visitar um amigo. Não coloque os seguranças envolvidos neste processo. Fury e eu estamos resolvidos agora. Não haverá mais nenhum problema entre nós. — Se forçou a olhar para Fury então, vendo o choque em seu belo rosto. — Será que estamos entendidos agora?
Ele balançou a cabeça, franzindo a testa.
Balançou os pés em choque. Os joelhos desabaram, mas Justice a pegou antes dela bater no chão. Suas mãos fortes seguraram sua cintura para firmá-la até que ela recuperou o controle e endireitou-se. A soltou instantaneamente quando empurrou suas mãos. Ficou boquiaberta com Fury.
— Não? O que mais você quer de mim? — As lágrimas escorriam livremente pelo rosto. Não era mais capaz de segurá-las. — Sinto muito! Pensei que estaria seguro, caramba. Estou lhe dizendo a verdade. Não tive outra escolha. Fiz tudo que podia por você. Não pude dizer o que ia fazer porque não achei que confiaria em mim. Não podia arriscar e repetir tudo o que eu disse para você.
Fury piscou. O olhar em seus olhos apareceu definitivamente doloroso.
— Não estamos quites porque agora estou em dívida com você. Não queria te machucar com os dentes.
Ellie usou as costas de suas mãos para enxugar as lágrimas. Estava com seu cartão-chave fixado na palma da mão. Fury nunca deixou de surpreendê-la.
— Eu sei e eu acredito em você. O arranhão não é grande coisa. Estamos entendidos, mesmo assim, Fury. Você nunca me deveu nada. Tenho de ir. — Ela mordeu o lábio. — Por favor, saia do meu caminho.
Fury afastou-se da porta. Ellie correu para frente no segundo que soube que não a tocaria. Ela quase cambaleou para fora de seu quarto, no corredor, e através de uma ampla sala de estar. Viu a porta da frente e foi direto para ela. Ergueu a cabeça quando a abriu. Ar fresco da noite soprou em seu rosto úmido.
Olhou para baixo, onde o relógio deveria estar para ver quanto tempo havia passado. O pulso dela nu a fez estremecer. Não ia voltar para o quarto de Fury e procurar por ele. De jeito nenhum. Cambaleou para frente, olhou ao redor, e identificou a sua localização. Seus sapatos escorregavam um pouco na grama úmida, até que ela chegou à calçada que a levaria para os dormitórios.
Uma mão de repente agarrou seu ombro e a girou em volta de si. Ellie olhou para Justice North com medo. Ele seguiu-a até em casa.
— Por que você não quer que ele seja preso? Que diabos há entre vocês dois? — O aperto de Justice suavizou, mas a sua confusão era evidente no modo como a encarava.
Ellie estudou seus bonitos olhos parecidos com os dos gatos. Sua estrutura facial não era completamente humana, os ossos do rosto muito pronunciados com maçãs do rosto musculosas, e seu nariz era mais largo e mais plano do que um nariz humano. Suas feições eram... diferentes, como as de Fury, exceto pelos seus traços serem felino. Deu um passo para trás se livrando das mãos dele. Suas mãos caíram para seu lado.
— Preciso voltar para o dormitório e avisar a segurança que estou bem, assim eles vão cancelar a busca. O que aconteceu lá dentro não é o que você pensa. Ele não me estuprou ou me machucou de forma alguma.
— O que aconteceu entre você e Fury na instalação de teste? Diga-me agora. — Exigiu.
Ela olhou em volta dele só para ver as janelas escuras e a porta da frente fechada com firmeza da casa de Fury. Fury não estava à vista. Seu olhar voltou a Justice.
— Porra — ele rosnou — Você permitiu que ele a machucasse do jeito que ele quis e não quer vingança? Diga-me ou eu mesmo arrancarei dele. Ele se recusa a compartilhar qualquer coisa da sua história. Você é a única coisa que ele não vai discutir.
Ellie piscou para conter as lágrimas, odiava a ideia de que Fury sofresse se ela não admitisse seu crime.
— Essa história é ele que deve contar, não eu.
— Ele não irá me contar. Sou seu melhor amigo. Ele está agindo loucamente. Faça-me entender ou vou ter de prendê-lo, avaliá-lo, e forçá-lo a me contar o que aconteceu. Terá de ser enjaulado também. Se você se preocupa com ele, vai me dizer o que ele não vai.
Ela hesitou, odiava ser colocada no meio disso, mas não queria que Fury sofresse mais pelo o que aconteceu no último dia que o viu dentro de sua cela. Olhou para camisa de Justice.
— Você não vai usar isso contra ele? — Seu olhar levantou. — Jure para mim.
— Eu o amo como um irmão. Família é tudo para mim. Prefiro cortar minha própria mão a prejudicá-lo.
Acreditava na sinceridade que viu naqueles olhos exóticos.
— Havia esse técnico horrível chamado Jacob. Ele gostava de ferir os Novas Espécies, mas Fury, um dia deu uma cotovelada na cara dele. Quebrou o nariz. O cara foi atrás de Fury no último dia que eu trabalhei na Mercile. Tinha acabado de roubar alguns arquivos do computador de uma médica e o engoli para tentar passar pela segurança. Costumava verificar Fury, hum, havia uma sala de observação, e ouvi Jacob dizendo que ia matá-lo. Ele desligou a câmera de dentro da cela. Cheguei lá o mais depressa que pude. — Ela hesitou.
— Continue.
Seu olhar baixou para sua camisa, incapaz de olhar nos olhos do homem quando disse-lhe o resto.
— Ele drogou Fury e o esticou acorrentado, de bruços. Começou a fazer coisas vis a ele. Eu ataquei Jacob e ele morreu. — Sua voz quebrou.
— Fury devia ser grato por isso. — Justice estendeu a mão e segurou seu queixo, forçando-a a encontrar seu olhar. — O que você não está me dizendo? Por que ele acha que o que fez estava errado, se você o salvou desse destino?
Limpou a garganta.
— Tinha provas suficientes no pen drive dentro do meu estômago para fazer um juiz finalmente emitir um mandado de busca na Indústria Mercile. Se alguém percebesse que matei o técnico, não teriam me permitido sair depois que meu turno terminasse. Incriminei Fury por matar o técnico. Manchei com o sangue daquele maldito as mãos de Fury, enquanto estava indefeso no chão, incapaz de se mover, coloquei a agulha de volta nele como se tivesse acabado de ser drogado para explicar como foi capaz de se mover a tempo suficiente para fazê-lo, e estava com muito medo de lhe dizer por que fiz isso.
Esperou que o cara ficasse com raiva, enquanto olhava para ela com seus olhos estreitos e inteligentes.
— Há mais alguma coisa que você não está me contando? Muitas vezes assumimos a culpa pelas coisas. Isso é muito pessoal para Fury.
Cerrou os dentes.
— Entrei para encontrar aquele filho da puta batendo e perto de estuprá-lo, ok? — Piscou para conter as lágrimas e baixou os olhos para sua camisa novamente. — Ele já havia feito coisas horríveis com ele, começou a estuprá-lo com um bastão, e hã, foi traumático, ok? Fury pensou que eu nunca iria machucá-lo, mas em vez disso, o incriminei por homicídio. Disse-me que o torturaram depois pela morte dele. Eles o espancaram e o machucam por causa do que fiz. Tem razões para estar com raiva de mim. Só queria um pouco de revanche e conseguiu.
Justice não disse nada. A brisa agitava. Ela não se atreveu a olhar para o rosto dele, com medo de que visse uma cara de nojo ou pior, de raiva. Acabou de admitir de fazer uma coisa horrível com o seu amigo.
— Ele me levou do parque para me dar um gostinho do que havia experimentado - estar contido, impotente, enquanto alguém faz tudo o que quiser com o seu corpo. Ele sofreu isso e muito mais pela morte do técnico. — Fez uma pausa. — Ele não me forçou a fazer sexo com ele. Não me bateu, nem nada. Ele decidiu que, me seduzindo seria mais adequado para obter o seu ponto de vista. Eu consenti. Fury e eu estamos entendidos agora, ele teve sua vingança, e eu preciso ir.
— E o cheiro de sangue que senti? Você concordou em ele machucar você?
— Ele me pegou acidentalmente com os dentes. Não é nada, só um arranhão.
Justice suspirou alto.
— Sei. — Largou seu rosto e deu um passo para trás.
Ellie girou e fugiu pela calçada. Não se atreveu olhar por cima do ombro para verificar se Justice estiva vindo atrás dela novamente. Não parou até que um guarda de segurança correu para ela poucos quarteirões depois. Mentiu, jurou que visitou alguém, e assegurou-lhe que nada de ruim aconteceu a ela. Recusou-se a dar-lhe um nome, mas deu a entender que era de natureza sexual para explicar seu estado, que ele não poderia deixar de perceber.
Não pôde deixar de notar o sorriso do guarda e a maneira como ele olhou para seus seios quando ligava para os outros para informá-los que estava segura. A partir do momento que entrou no edifício do dormitório queria entrar em colapso do inferno emocional que sofrera.
Quatro mulheres Novas Especies estavam assistindo televisão quando Ellie passou pela sala de estar para chegar ao elevador. Fez uma pausa para esperá-lo abrir e as estudou apenas para perceber que a olhavam de volta. A mulher sentada próxima a ela, de repente parou. Seu nariz largo cheirou o ar e franziu a testa.
— Você está bem?
Ellie surpreendeu-se, nenhuma delas se preocupou com seu estado emocional.
— Estou bem, mas obrigado por perguntar. Boa noite. — Encarou as portas do elevador para quebrar o contato visual.
O elevador demorou muito tempo para chegar ao térreo. Ellie fechou os olhos e abraçou o peito. Tentou ignorar a sensibilidade, onde suas calças esfregavam contra seu sexo e onde a parte inferior de seu peito levemente queimava. Precisava de um banho, uma bebida forte, e talvez uma choradeira à moda antiga.
O elevador tocou e as portas se abriram. Ellie abriu os olhos quando entrou, virou-se para apertar o botão do seu andar, e engasgou. As quatro mulheres Novas Espécies entraram no pequeno espaço e todos os quatro pares de olhos se estreitaram sobre ela. Elas inalaram, seus olhares corriam de cima e para baixo de seu corpo, e avançaram para mais perto. Ellie encostou-se no canto.
O interesse repentino no seu bem-estar a alarmou. Eram todas altas, musculosas, e mais forte do que as mulheres humanas. Acabou encurralada quando as mulheres a empurraram para o canto. Uma delas virou a cabeça e apertou o botão do terceiro andar. Ellie se esforçou para lembrar seus nomes. A mulher com o cabelo vermelho aparecia ter sido alterada com genes de gato, pela forma de seus olhos. Ela calmamente virou o seu olhar quase preto em Ellie.
—Nós sentimos seu cheiro. De sangue, medo, e sexo. Tudo tem um aroma.
— E nós sentimos o aroma de um dos nossos em você também — a mulher do lado esquerdo de Ellie declarou. Era uma mulher de aparência estranha que aparecia parte leopardo com os seus cabelos multicoloridos e feições felinas. Cheirou de novo. — Espécie de cão, eu acho. Nosso olfato não é tão bom como dos nossos homens. Nossos homens poderiam cheirar você e identificar quem a machucou instantaneamente. Nós temos mais dificuldade em identificar aromas.
— Não nos chame assim — a ruiva retrucou, os olhos amarelados demonstraram raiva. — Não sou um cão. Sou parte canina.
A mulher de aparência felina encolheu os ombros e seu olhar estreitou em Ellie.
— Você foi atacada. — Ela cheirou.
— Estou bem. — Ellie engoliu seco. — Obrigada por sua preocupação.
As quatro mulheres olharam para ela silenciosamente. O elevador tocou quando atingiu o terceiro andar. Ellie tentou passar em torno delas, mas as mulheres continuaram a bloquear seu caminho. Mordeu o lábio com força e olhou para cada uma delas.
— Gostaria de ir para o meu quarto agora.
Elas se separaram para permitir-lhe passar para fora do pequeno espaço. Ellie espremeu-se entre as mulheres, com cuidado para não tocá-las, e correu para o corredor. Elas tinham medo dela. Não sabia que seus olfatos eram fortes o suficiente para capturar tanto ou que podiam sentir o cheiro das emoções. Percorreu os últimos passos para o seu quarto e pegou o cartão-chave. A luz mudou para verde e ela segurou forte na maçaneta da porta, empurrando-a. Entrou e fechou a porta. Alguém a empurrou, e as quatro mulheres entraram no apartamento de Ellie. Medo brotou dentro de Ellie com suas expressões sombrias. Apoiou-se lentamente, alarmada com o rumo dos acontecimentos. A porta fechou firmemente por trás delas.
— Kit, por favor, vá preparar um banho. — A mais alta, a mulher de cabelos escuros assumiu o comando.
Kit moveu-se em direção ao banheiro sem uma palavra.
— Sou Breeze — a mais alta informou-lhe em voz baixa. — Há um monte de nós e não sei se você sabe os nossos nomes. Kit está no banheiro. — Ela, então, apontou para a ruiva. — Esta é Rusty e a silenciosa é Sunshine. Sunshine, vá encontrar algo confortável para ela vestir após o banho.
Sunshine foi para armário de Ellie. Ellie olhou para Breeze em estado de choque enquanto a mulher franziu o cenho para ela.
— Eu cheiro sangue, sexo e seus pulsos estão vermelhos por estar amarrada. Fomos forçadas muitas vezes a estar com os homens em nossos anos de cativeiro. — Seus olhos escureceram. —Os humanos homens gostavam de nos machucar ocasionalmente. Nossos homens tiveram sempre o cuidado de nunca nos machucar quando fomos forçados a cruzar com eles. — Fez uma pausa. — Éramos punidas ou forçadas a vê-los penalizarem outro se não cumpríssemos, quando queriam que nós tivéssemos relações sexuais. Nossos homens são incapazes de forçar uma mulher, mas um deles a conteve e a machucou. Por quê?
Muda, Ellie olhou para Breeze, sentindo-se horrorizada com a descrição do que aconteceu com elas. Silenciosamente amaldiçoou os responsáveis por fazerem isso a elas e os mandou para um inferno muito doloroso.
— Estou bem — jurou. — Ninguém me obrigou.
Breeze rosnou, mostrando seus traços caninos.
— Não minta. Quem fez isso com você? Nós vamos fazer com que ele sofra muito por isso. Não há nenhuma razão para um homem forçar um cruzamento com uma mulher. Somos livres agora. Quem fez isso com você deve pagar. Ele te machucou e isso é imperdoável.
Sunshine colocou as roupas sobre a cama e moveu-se para trás de Ellie. Ela virou sua cabeça a tempo para ver a mulher curvar-se para farejar em suas costas. Sunshine, de repente agarrou a camisa de Ellie. Ficou congelada em silêncio e atordoada com o nariz da mulher esfregando ao longo de suas costas nuas enquanto inalava profundamente. A camisa caiu quando a mulher se endireitou mostrando sua altura, mais de um metro e oitenta.
— Não reconheço o cheiro dele. É fraco o suficiente, mas não acredito que ele a montou. Deve tê-la pegado da maneira humana.
Ellie tentou passar por entre as duas mulheres, se sentia presa entre elas, mas Breeze, de repente agarrou-a pela frente de sua camisa. Agachou-se para os joelhos e puxou a camisa de Ellie até um pouco abaixo dos seus seios. Breeze empurrou seu rosto contra o estômago dela para farejar antes que pudesse protestar. A outra mulher levantou a cabeça com uma expressão sombria.
—Como um humano, ele suou sobre ela durante o ataque. Não sei de quem é este perfume também. — Franziu a testa para Ellie quando levantou-se. — Por que o está protegendo? Você sabe o nome dele? Descreva-o para nós, iremos encontrá-lo e fazê-lo pagar. Você é nossa e ele deve saber que não podia te tocar.
Ficou de boca aberta. Forçou sua mente a trabalhar. O último minuto foi um grande choque um após o outro entre o farejar e suas palavras. Elas podiam sentir o cheiro do suor de Fury em seu estômago só dele encostar nela? Fechou a boca e apertou suas coxas. Não sabia o que fariam se cheirassem seu sêmen. Em seguida, a última frase foi dita.
— Sou de vocês? Pensei que vocês me odiavam.
Kit saiu do banheiro.
— Nós não te odiamos. Você é o nosso animal de estimação.
— Kit! — Rusty balançou a cabeça. — Não diga isso. Você vai ofendê-la.
Kit encolheu os ombros.
— Ela é. É tão pequena e bonita. Ela ao nosso redor tentando nos agradar como... como eles são chamados? Um Yorkie?
Rusty suspirou.
— Decidimos que é mais parecida com um poodle pequeno, bonito com seu longo cabelo loiro. — Ela deu um sorriso a Ellie. — Não se ofenda, por favor. Gostamos de ter você por perto e você nos diverte sem parar. Sabemos que se preocupa conosco pela maneira como tenta nos agradar.
— Preciso sentar — murmurou Ellie, atordoada, e tentou entender a ideia que pensavam nela como um animal de estimação. Moveu-se mais e se jogou na beira da cama. Engasgou quando se sentou tão fortemente, um lembrete do sexo que fizera. — Droga — Fechou os olhos. Elas pensam em mim como um animal de estimação. A comparação com um poodle a fez estremecer.
— Você a deixou mais triste — Breeze rosnou. —Se desculpe agora.
— Desculpe — disse Kit instantaneamente. — É um carinho. Nós gostamos de você. Eu mencionei isso, não foi? Ser um animal de estimação é uma coisa ruim? As pessoas os amam. Estamos muito apaixonadas por você.
Ellie abriu os olhos e forçou um sorriso.
— Bom, isso leva algum tempo para se acostumar, mas obrigada. Estou feliz por gostarem de mim. Essa é a parte importante.
— Nós gostamos — Rusty assegurou-lhe. — Agora nos diga qual dos nossos homens a feriu e vamos acabar com a raça dele. Podemos identificar a diferença entre homens e mulheres com nossos narizes, mesmo que sejam primatas, felinos, ou caninos, mas dizer a diferença entre os indivíduos é mais difícil de determinar. Você precisa nos dizer tudo o que puder sobre o homem que a machucou, para que possamos descobrir quem foi.
Breeze estalou os dedos.
— Vamos permitir que você assista. Vai fazer você se sentir melhor vê-lo sangrar. — Olhou para as outras. — Embora não possamos matá-lo. Mas vamos bater nele severamente para se certificar de que fique com dor por pelo menos uma semana.
Ellie olhou para cada uma das mulheres. Não tinha certeza se deveria ser grata por fazerem isso para obter justiça por ela ou profundamente perturbada pela mesma razão.
— Agradeço a preocupação. Vocês não tem ideia do quanto isso significa para mim. Quase poderia chorar de tão tocada, mas não é o que vocês pensam. Ele não me forçou.
— Explique por que a segurança chegou aqui verificando os quartos depois de nos informarem que estava desaparecida? Afirmaram que havia sinais de luta no parque. — Breeze estudou Ellie com um olhar calculado. — Somos inteligentes, não nos insulte. Você entrou com cheiro de sexo, medo e sangue. Os pulsos estão vermelhos, o que nos diz que esteve amarrada. Sei que é uma brincadeira pervertida dos humanos que lemos, mas você teve relações sexuais com um homem dos Novas Espécies. Nós não usamos esse tipo de jogo sexual e nunca amarramos ninguém, uma vez que nos lembra das instalações de testes, mas um dos nossos homens amarrou você. Diga-nos o seu nome, ou nos diga como ele se parece caso não o conheça. Vamos puni-lo e nos certificar de que está segura. Você é o nosso animal de estimação e não deixaremos que ninguém abuse de você nunca mais.
Esta foi a mais estranha conversa que Ellie já teve. Pensavam nela como o animal de estimação, um poodle, não como a superiora da casa. Resistiu para não vacilar. Sempre odiou seu cabelo selvagem e encaracolado, mas poodles têm terríveis problemas com frizz. Talvez algum shampoo anti-frizz poderia entrar em sua lista de compras.
Estavam sendo protetoras, o que significou o mundo para ela. Tinha certeza que cada mulher que vive no dormitório a odiava. Este poderia ser o primeiro passo para chegar à conhecê-las melhor e, talvez, ensinar-lhes o que podia. Tinha que ser uma coisa boa, na opinião dela.
— Estou bem. Por favor, deixem pra lá. É um assunto privado. Não estou ferida e o sangue que cheiraram é de um arranhão acidental.
Kit aproximou-se para inspecionar Ellie.
— Está com muito medo mencioná-lo. — Se abaixou, pegou a camisa de Ellie, e empurrou o nariz contra o estômago de Ellie. Farejou e depois se afastou. Horror atravessou suas feições e fez um som suave.
— Fury — ela suspirou. Cambaleou para trás. — Não Fury. Ele — Ficou em silêncio.
Rusty soltou um xingamento. Saltou em direção a Ellie, a agarrou e a empurrou em cima da cama. O medo bateu em Ellie tão forte como um golpe de tijolo quando a mulher puxou sua camisa violentamente para cima dos seios dela e empurrou seu nariz apertado contra sua pele. Sons de fungados foram seguidos por um rosnado. Rusty se jogou para trás e girou se afastando. Caminhou até o canto e suas mãos bateram contra a parede com força suficiente para fazer Ellie recuar.
— Fury — Rusty confirmou com uma voz trêmula. — Foi definitivamente ele.
Breeze parecia ser a única que manteve a calma. Ela considerava Rusty e Kit severas.
— Pensei que você disse que ele é um protetor? Você não disse que, de todos os seus homens, ele levou o maior castigo para nos proteger contra a dor e o sofrimento? Tem certeza que é o seu perfume?
Rusty acenou com a cabeça enquanto fungava. Virou-se de repente para revelar as lágrimas sulcando seu rosto enquanto olhou para Ellie confusa.
— Por que ele faria isso com você? Por quê?
— Não estamos culpando você — Kit acrescentou rapidamente. Ela parecia acabada, como se estivesse prestes a chorar também. — Estamos tentando entender por que ele faria isso. Sempre teve o maior cuidado para se certificar de que não sofrer
íamos nenhuma dor quando nos mandavam fazer sexo. Quando uma de nós se recusava a ter relações sexuais com ele, apanhava e não nos tocava. Sofreu para não sofrermos. Teria morrido se derramasse sangue de uma de nós ou nos prejudicado de alguma forma. Estamos apenas tentando entender.
Ellie se segurou na cama para se levantar.
— Por favor, não é o que ninguém pensa. Sei que ele não queria me machucar e é apenas um arranhão. É um assunto privado. Nós, uh... droga. Não sei como explicar isso. Ele não quer que ninguém saiba e eu já tive que contar a Justice North hoje a noite quando me encontrou na casa de Fury. Eles fizeram isso com vocês nas instalações de teste? Deus. — Ellie sentou-se novamente, esqueceu da sua sensibilidade, e estremeceu.
— Não vai sair desta sala — Breeze jurou suavemente. — Você tem a nossa palavra, nós nunca repetiremos o que foi dito aqui. Elas estão preocupadas por este homem ter te machucado quando ele significa muito para elas. Você precisa nos contar o que aconteceu. Vamos protegê-la dele.
Ellie gemeu. Estudou cada mulher, notou que Breeze olhava com severidade para ela, os braços cruzados, esperando-a desabafar toda a história. Kit e Rusty estavam pálidas, agitadas, e pareciam prontas para chorar. De dor. Essa é a expressão adequada. Sunshine apenas olhava curiosa.
Não podia permitir-lhes pensar o pior de Fury. Duas delas, obviamente, o conhecia muito bem. Ellie odiava o ciúme que viera à tona com o pensamento de que ele provavelmente teve relações sexuais com duas dessas mulheres. Elas poderiam não ter tido escolha. Isso ajudou um pouco. Respirou fundo e começou desde o início. Acabou dizendo-lhes tudo até o momento que ele a seguiu até seu quarto. Enxugou algumas lágrimas quando estudou cada mulher. Temia que poderiam odiá-la agora que tinha confessado o que fez.
Kit e Rusty resolveram sentar no chão, enquanto Ellie compartilhava sua história. Breeze ficou perto da porta e Sunshine sentou na cama perto de Ellie. Ellie encontrou os olhos de Breeze.
— Só quero tomar um banho, ir para a cama, e nunca mais falar sobre isso novamente, ok? Ele não me forçou e não quis me morder com os dentes.
Breeze balançou a cabeça, dando a Ellie um sorriso triste.
— Você é uma mulher generosa, Ellie. A maioria das mulheres não entenderiam sua necessidade de vingança levando-a hoje à noite. Elas teriam... — Suspirou. — Teriam mentido, dito que as feriram sem o seu consentimento. Você não merece a sua ira. Você sabe disso, não é? Você salvou sua vida. É coisa do sexo masculino querer vingança. Ele estava errado. Sinto sua vergonha com o que teve de fazer, permitindo Mercile a acreditar que ele matou o técnico, mas entendo a razão. Teria feito o mesmo. — Respirou fundo. — Ele não vai chegar perto de você novamente. Vamos revezar protegendo você.
— Isso não é necessário. Estamos entendidos agora e ele não vai chegar perto de mim novamente. — Ellie disse. — Obrigada pelo carinho e pela compreensão. Temia que vocês me odiassem pelo o que fiz. Só queria salvá-lo de Jacob e precisava obter as provas para o meu supervisor. Nunca pensei que iriam puni-lo por isso. Estou muito bem e me sentirei mil vezes melhor amanhã. Só quero deixar isso no passado.
— Vá tomar seu banho e jogue suas roupas para nós. Vamos limpá-las para remover o cheiro dele — Sunshine ofereceu suavemente. — Você fez o que teve de fazer. Coisas horríveis aconteceram conosco, essa foi a mais agradável que ouvi. Em vez disso você poderia ter sido morta pelo técnico.
— Sei que isso não significa muito, mas Fury é um bom homem. — Kit deu-lhe um sorriso triste. — Sei que não pretendia machucá-la de qualquer maneira. Sempre foi muito cuidadoso com a gente.
Ellie assentiu com a cabeça, seu palpite sobre o histórico sexual de Fury com as duas mulheres se confirmou, e tentou não deixar o ciúme a possuir. Entrou no banheiro, mas deixou a porta aberta. A banheira cheia de água morna a esperava. Despiu-se, entregou-lhe a roupa através da porta, e deslizou para o banho. Estremeceu quando se sentou e a água a deixou ciente da parte inferior do seu peito. Levantou-o, inclinando a cabeça, e viu dois arranhões dos dentes afiados. Poxa.
Fechou os olhos, relaxando. Pelo menos não teria que temer Fury em colocar as mãos nela novamente. É claro que agora que fez sexo, possuía memórias eróticas deles juntos para viver. Duvidava que um dia se esquecesse dele.
Seu ex-marido a machucou o suficiente para fazê-la jurar nunca amar alguém novamente. Prometeu nunca permitir que alguém fosse tão importante a ponto de encher seus pensamentos constantemente, mas então viu Fury pela primeira vez. Algo que julgava morto dentro dela rugiu para a vida. Ele havia se tornado uma obsessão. Primeiro fez de tudo para salvá-lo, depois o deixou se vingar dela pelo que fez a ele. Decidiu ajudar seu povo desde que não soubesse o que aconteceu com ele.
Fury importava mais para ela do que seu ex-marido já importou. Tinha certeza sobre uma coisa desde que conheceu o amor, nada jamais poderia machucá-la do jeito que seu casamento destruído machucou, quando ficou ciente que se casou com um bastardo traidor. Mas estava errada. Seus sentimentos por seu ex não se comparavam em nada de como Fury a fez sentir.
Absolutamente nada. O toque de Fury iria persegui-la pelo resto de sua vida. Desejava que tivesse uma real chance de ficarem juntos. Assumiria o risco de partir seu coração novamente para ele, mas...
— Droga — Ellie murmurou em voz alta. — Desejaria que todas as coisas fossem diferentes, mas simplesmente não era para ser.
— Fury?
Assustou-se um pouco ao ouvir seu nome sendo pronunciado suavemente, sem saber que alguém o estava espionando, e se certificou o quanto ficou obcecado por Ellie a observando do dormitório. Ele virou a cabeça apenas o suficiente para olhar para Slade.
— O quê?
— Sua obsessão por essa humana está começando a me assustar. Preciso comentar isso a Justice?
— Não. — O olhar de Fury voltou para dormitório das mulheres, Ellie estava sentada em um sofá com algumas das mulheres. Ela sorriu com algo dito e desejava saber o que a fez sorrir. — Só estou verificando como ela está.
— Você precisa deixa isso pra lá. Foi-nos dito o porquê que ela trabalhou para Mercile. Entendo a sua necessidade de buscar vingança, mas ela não é nossa inimiga.
Fury segurou sua língua. Era melhor se seu amigo acreditasse que essa era a razão pela qual se escondia atrás de uma árvore do outro lado da rua observando a mulher que o fascinava e se recusava a deixar seus pensamentos. Não conseguia pensar em nada, a não ser ela. Os sons de seus gemidos, o doce sabor de seu desejo e a memória de seu corpo maravilhoso amarrado enquanto reproduzia essas imagens dentro de sua mente.
Seu pau endureceu dolorosamente com a memória de quando a possuiu. Estragou tudo, tirou-lhe sangue, e não fazia ideai de como corrigi-lo. Recebeu ordens de ficar longe dela, não ter nenhuma interação, mas isso não significava que não poderia vê-la à distância. Ela não estava ciente daquilo e, portanto, não poderia se sentir ameaçada pela sua presença.
— Você me ouviu? — Slade se aproximou.
— Sim. — Seu foco permaneceu em Ellie. Sua mão levantou para jogar os cabelos para trás de seu rosto e desejou poder sentir a ponta dos dedos deslizar o seu rosto. — Ouvi.
— Você é um perigo para ela? Seja honesto comigo. Nós somos amigos.
Isso atraiu seu olhar para longe dela.
— Não vou machucá-la.
Eles olharam um para o outro por um longo momento e depois Slade suspirou, olhando para o dormitório das mulheres e quebrando o contato visual. — Nossas mulheres parecem gostar dela.
Também gosto dela, Fury admitiu. Sou obcecado por ela e não consigo parar de pensar nela. É só com ela que sonho quando consigo dormir.
— Você vai ficar longe dela, não vai? — Slade olhou para ele esperando uma confirmação.
— Sim — Fury concordou, esperando que a intenção fosse o mesmo que dizer a verdade.
— Vou deixá-lo, então — Slade girou nos calcanhares e retirou-se para a escuridão.
O olhar de Fury voltou para Ellie. Sabia que precisava parar de se atormentar a espionando todas as noites depois de seu turno, mas simplesmente não conseguia. Ele mesmo se aproximou para mais perto do edifício, tentando encontrar falhas no sistema de segurança que lhe permitisse subir ao terceiro andar, onde ela dormia, só para ter uma visão melhor de onde ela morava. Queria saber tudo sobre ela.
Fechou os olhos e respirou fundo. Daria qualquer coisa para segurá-la, para inalar seu perfume feminino e tocá-la. Um grunhido suave arrancou de seus lábios separados, seu pau doía mais, e sabia que essa ia ser outra noite difícil de passar. Não tinha como esquecer Ellie.
Ellie riu.
— Vamos, Monarch. Você com certeza pode fazer isso.
Monarch, uma mulher loira e um pouco menos de um metro e oitenta de altura, examinou o aspirador com desgosto.
— É muito alto e eu tenho medo que vai sugar meus dedos.
Ellie ergueu a mão para cobrir a boca, tentando esconder a sua diversão.
— Todos nós pensamos isso. Confie em mim. Prometo, porém, se apontar para longe de você, isso não vai acontecer. Você já domina a máquina de lavar e suas habilidades de cozinhar com micro-ondas são maravilhosas. Você pode lidar com essa fera.
Monarch suspirou.
— Tudo bem, mas doem meus ouvidos.
Destiny, uma mulher de cabelos negros, aplaudiu-a. Monarch ligou o aspirador e empurrou-o por todo o carpete da sala, sem causar lesão alguma. Ellie sorriu. Seja qual for a causa, nas as últimas três semanas as mulheres a haviam aceitado. Elas lhe permitiram falar com elas, rir com elas e ensinar-lhes educação familiar.
— Ellie?
Ellie virou para Breeze com um sorriso. Ela realmente vinha sendo útil para Ellie com as outras mulheres. Breeze foi nomeada líder dentro do dormitório das mulheres. Ela e algumas das outras mulheres estavam indo às aulas durante o dia para obter educação básica que haviam negado. Acabaram de chegar de volta ao dormitório.
— O que foi?
Breeze parecia sombria.
— Precisamos conversar em particular.
— Oh — Ellie teve um momento de confusão. —Claro.
Sabia que algo estava errado. Breeze levou-a para o banheiro, o que a deixou mais perplexa. Rusty e Kit esperaram na porta. Breeze deixou a porta aberta e Ellie a seguiu para dentro. Sunshine verificou as cabines para se certificar de que não estavam em uso.
— Tudo vazio — Sunshine anunciado. — Estamos a sós.
Ellie olhou por cima do ombro para a porta fechada e encontrou Rusty e Kit bloqueando a saída. Ellie mudou sua atenção para Breeze.
— O que está acontecendo?
Breeze suspirou.
— Você não pode deixar o dormitório sem que uma de nós esteja com você. Quero que você durma dentro do meu quarto ou uma de nós vai ficar no seu. Você não pode ficar sem uma de nós perto de você.
— Um... por quê? — Ellie arqueou as sobrancelhas quando ela olhou para cada mulher.
Breeze prendeu a atenção com um franzido na testa.
— Fury está lá fora novamente. Não queríamos assustá-la, mas já o vimos examinando o prédio em muitas ocasiões. Na noite passada ele chegou mais perto e suspeitamos que ele está testando a segurança para encontrar uma maneira de entrar.
Choque envolveu Ellie.
— Por que ele faria isso?
Um alarme alto, de repente começou a soltar avisos, assustando todas as cinco mulheres. Ellie sabia que não era o alarme de incêndio, o tom era muito alto. Era o sinal de bloqueio. Moveu-se rápido, fugindo do banheiro. Kit e Rusty estavam à frente dela quando correu para a porta da frente, mas não havia ninguém ali tentando invadir. Ellie virou e viu uma dúzia de mulheres Novas Espécies correrem em sua direção.
— Cuidado — Ellie gritou. — Vão.
Ellie correu e pegou o telefone de emergência na parede. Tocou uma vez antes que alguém no prédio de segurança respondesse.
— Aqui é Ellie Brower do dormitório das mulheres. O que está acontecendo? — Ela fez questão que a porta tivesse bloqueio automático, dando-lhe um puxão.
— Temos um invasor — o segurança gritou ao telefone, com medo aparente. — Um desses grupos ativistas quebraram o portão principal. Mandamos policiais até ai, mas certifique-se que suas mulheres estejam seguras e as portas fechadas.
— Filhos da puta — Ellie gritou. Bateu o telefone e virou-se para descobrir que algumas das mulheres ainda estavam lá.
— São esses idiotas malucos que têm protestado diante dos portões. —Apertou os lábios, não encontrando maneira educada de terminar a frase. — Vão e tranquem-se nos quartos, por favor. O portão principal foi invadido, mas a segurança está a caminho. Nós estaremos absolutamente seguras dentro.
Breeze xingou.
— São os humanos que pensam que devemos ser mortas, não é?
Ellie não pôde negar, então não tentou.
— Eles são estúpidos. Deviam ir para casa e esperar por suas naves alienígenas virem buscar os seus traseiros porque não os vejo como humanos. Eles deviam voltar para seus próprios mundos e deixar o nosso em paz.
Sunshine bufou enquanto passeava à distância.
— Vou estar no meu quarto, então.
Breeze mostrou sua raiva franzindo o nariz.
— Vamos esperar aqui com você.
Ellie balançou a cabeça.
— Você sabe que faz parte do protocolo irem para seus quartos. Vou ficar bem. Preciso ficar aqui na porta no caso de algumas de nossas mulheres precisem serem deixadas aqui dentro. Algumas ainda estão lá fora, no caminho de volta da escola. Aqueles idiotas passaram pelo portão principal e podem ter armas. Quero você segura. Meu trabalho é ficar aqui e o seu é ir lá para cima.
Breeze hesitou.
— Por favor? Estou bem — Ellie jurou.
Breeze sacudiu a cabeça para as mulheres que ainda estavam ali, indicando que deviam subir. Ellie respirou fundo, aliviada, enquanto observava-as irem pelas escadas. Evitavam os elevadores que não iria funcionar com os alarmes acionados. Encarou a porta para olhar para fora, notando nada fora do comum.
Odiava os ativistas que protestavam contra a Organização dos Novas Espécies. Desde que os jornais contaram a história sobre os sobreviventes nas instalações de pesquisa, alguns grupos de ódio surgirão, alegando que as vítimas eram nada além de animais, esses acreditavam que não tinham direitos e deviam ser destruídos. Ellie apertou os dentes. Os únicos animais que precisavam ser presos, em sua opinião, eram os que ameaçavam o bem-estar dos Novas Espécies.
Ellie ficou tensa quando ouviu um som de motor na rua. Viu um dos carros de segurança da unidade virarem uma curva muito rápida, um outro veículo que o seguiu, uma picape grande que parecia quase tanque. No lado do caminhão a palavra "Caçadores" tinha sido pintada de spray infantilmente de vermelho brilhante. Ellie observou horrorizado quando o caminhão bateu no carro do segurança muito menor, fazendo-o perder o controle e capotar. Os pneus do veículo menor bateram na calçada, chegou repentinamente em frente do edifício, e o caminhão preso atrás dele. Ellie ficou boquiaberta com a visão de armas de fogo, quando dois homens vestindo jeans saltaram da parte traseira do caminhão. Pior, ela viu a porta de trás do veículo de segurança abertas e duas mulheres correndo em sua direção.
Os dois seguranças que saíram do carro pararam com suas armas e atiraram. Os homens do caminhão mergulharam atrás dele e revidaram, dando tempo para as mulheres correrem para o dormitório. As mãos de Ellie tremiam muito quando segurou a porta e orou duramente para as meninas, Blue e Sky, alcançá-la com segurança. Ellie jogou seu peso contra a porta que abriu e pressionou seu corpo contra o vidro para sair do caminho das duas mulheres grandes que entraram pela porta aberta.
— Vão para seus quartos — ordenou-lhes Ellie. Fechou a porta, e sacudiu para ter certeza que os bloqueios automáticos estavam funcionando. Quando a porta não se moveu, correu para o telefone na parede.
Estava quebrado. Merda. Mais tiros lá fora chamaram a atenção de Ellie. Horrorizada, ela testemunhou um dos guardas de segurança ser atingido por uma bala. Ele voou para trás, esparramado em cima do capô do carro de segurança, em seguida, seu corpo caiu na rua. Não se levantou ou moveu. O segundo guarda de segurança continuou atirando, mas estava em desvantagem numérica. Um grito de angústia veio de Ellie quando balas rasgaram através do guarda de segurança. Seu corpo girou com os impactos, o sangue esparramou no rosto e no peito antes de cair atrás do carro.
Ellie cambaleou, horrorizada. Os intrusos riram e dois deles bateram as mãos no alto uns dos outros. Eles observaram a entrada do edifício e se aproximaram, vindo direto para ela. Merda. Ellie pegou a barra de emergência e a pressionou, havia sido adicionada como um bloqueio extra se os cartões de segurança fossem roubados ou se alguém conseguisse arrancar o código de um dos guardas. Teriam mais dificuldade em contornar as medidas de segurança de bloqueio para obter acesso.
— Ela não se parece com nenhum animal — um dos homens declarou em voz alta, olhando para ela.
Outro homem, o maior dos quatro, apontou a arma diretamente para Ellie e gritou:
— Abra.
Ellie sabia que o vidro aguentaria. O prédio foi projetado para resistir a uma invasão. Ergueu o dedo médio enquanto pressionava o botão com a outra mão para dar-lhes a capacidade de ouvi-la claramente.
— Fodam-se. É a prova de balas.
— Seu animal fodido — um deles gritou. Ele puxou uma arma, mirou em Ellie e disparou.
Encolheu-se, mas o vidro não quebrou. Deixou uma marca pequena, mas nem sequer rachou.
— Este é apenas um edifício de reuniões e vocês não podem entrar — explicou ela. — Podem bater em seu peito agora, seus macacos estúpidos.
Sabia que os pressionava, mas enquanto permanecessem onde estavam, fazendo ameaças, não poderiam ferir ninguém preso lá fora. Esperava que a segurança aparecesse logo para prendê-los antes que perceberem que só queria distraí-los.
— Também não sou um animal. Vocês deviam se olhar no espelho, se quiserem ver um animal. — Ellie deu para todos os quatro deles um olhar sujo. — Vocês são um zoo ambulante, rapazes.
Aquele com a espingarda disparou a arma. Ellie estremeceu e se encolheu com cada explosão. Soltou o botão abaixando um pouco o barulho enquanto o homem continuou atirando. Uma das poucas marcas apareceram, mas o vidro permaneceu. Odiava o fato de estar testando a eficiência do vidro a prova de balas tão de perto. O imbecil com a espingarda parou de atirar.
Ellie lembrou-se da câmera de segurança sem fio e deu alguns passos para trás. A câmera estava pendurada no alto da parede e apontava para a entrada. Manteve sua atenção na câmera enquanto acenava freneticamente para chamar a atenção de alguém. Ergueu os quatro dedos e, em seguida, imitou uma arma com os dedos, movendo o dedo para indicar tiros. Apontou para o relógio para indicar que estava acontecendo naquele momento. Esperava que alguém no gabinete de segurança que assistia a câmera tivesse entendendo os movimentos desde que as câmeras não tinham fio para som. Tocou o braço mostrando onde eram os ferimentos nos guardas e fez um sinal de corte com os dedos sobre o pescoço para dizer-lhes que dois guardas foram mortos, na esperança de que entendessem tudo isso.
Os homens abriram fogo novamente nas janelas, desta vez em união, talvez pensando que múltiplas armas iria quebrá-lo. Ellie tapou os ouvidos para protegê-los dos ruídos altos. Recuou mais longe das janelas e tentou novamente retransmitir o que os intrusos estavam fazendo para a câmera.
O tiroteio parou de repente. Ellie virou a cabeça e viu os homens formando um amontoado. Um deles correu na direção dos veículos. Perguntou-se por que ele foi para os carros dos guardas de segurança e sentou no banco do motorista. Se achava que roubar um dos cartões de identificação dos funcionários iria ajudá-los a entrar, ficaria decepcionado.
Ellie tinha um mau pressentimento quando sorrisos dividiam as faces dos homens. Pareciam totalmente alegres quando saíram do caminho. O homem atrás do volante do carro de segurança posicionou o carro na rua para apontar para o dormitório. Seu estômago revirou, uma sensação de mal estar surgindo. Sabia o que planejava fazer naquele momento. O motorista pisou no acelerador. O carro saltou para frente, subiu na calçada que levava direito às portas duplas de vidro.
— Merda! — Ellie gritou quando tropeçou para trás.
O som feriu os ouvidos quando o carro colidiu contra as portas. Ela acabou caindo de bunda no chão. Ela viu fumaça subindo do capô do carro, o motor morreu. As portas de vidro aguentaram, mas quando o seu olhar ergueu para cima, para seu espanto, percebeu que o impacto criou uma lacuna de dez centímetros, rachado no topo.
— Oh Deus. — Ellie murmurou, atordoada.
As janelas não quebraram, mas o edifício os manteve do lado de fora. Continuou sentada até que os três homens puxaram seu amigo para fora do carro destruído. Parecia tonto, mas o airbag o salvou de lesões graves. Os quatro homens estudaram os danos na moldura da porta, sorriram, e então começaram a empurrar os destroços para longe do dormitório. Eles manobraram o carro para fora da calçada e na grama, abrindo caminho para outra invasão.
Ellie esforçou-se para ficar em pé e correu para o sistema de interfone da casa. Sabia que aqueles homens estavam prestes a usar o caminhão para empurrar as portas até derrubarem para conseguirem entrar. Apertou o botão. Seu coração ameaçava explodir de terror, mas tentou manter a voz calma.
— Bloqueando portas de emergência — afirmou claramente. — Repito, tranquem as portas de emergência. Obter segurança agora! — ela ordenou às mulheres. — Vão para o terceiro andar. Todas corram, caramba. Eles estão invadindo o prédio. Não vou fechar a portas de emergência secundárias até o último minuto, mas movam-se.
Largou o botão e preparou para abrir a caixa de painel de emergência sob o sistema. No segundo e terceiro andares tinha portas de aço para as escadarias, o elevador, e havia também persianas de aço, que cobria as janelas. Era uma solução de emergência de última hora, caso o piso inferior tivesse sido invadido após bloqueio. As portas interiores que dividiam os níveis eram de vinte cinco centímetros de espessura, pesavam milhares de quilos, e as persianas exteriores eram a prova de bomba. Eles também selaram os andares de dentro do elevador.
Ellie torceu o corpo o suficiente para ver a seção de parede danificada ao longo das portas dianteiras, mas ainda podia chegar ao painel. Um dos homens subiu na picape grande, confirmando seu pior medo. Os homens riam enquanto conversavam, tendo um bom tempo tramando como matá-la. Fez uma careta e esperava que tivesse um pouco mais de tempo, enquanto as mulheres mudavam-se para um andar superior. Sabia que o tempo acabou quando a porta do motorista fechou, o motor do caminhão rugia, e passou direito sobre o corpo de um dos guardas de segurança mortos. O motorista manobrou o caminhão para alinhar com as portas. Droga.
— Ellie? — A voz de Breeze veio do alto-falante. — Estamos todas juntas, no terceiro andar. Venha para aqui agora.
Alívio preencheu Ellie.
— Tem certeza de que estão todas aí? Você tem certeza? Blue e sky e foram as últimas.
— Elas estão aqui — assegurou-lhe Breeze. — Suba aqui com a gente ou vou até aí pegar você.
— Protejam-se. Estou segura — Ellie mentiu.
Desejava que pudesse ir lá pra cima com Breeze, mas alguém tinha que ativar as portas de emergência do painel onde ela estava. Quem tinha projetado o edifício, cometeu uma falha, na opinião dela, como ela estava lá sabendo o quão vulnerável ele a deixou. Eles deviam ter instalados painéis para as portas de emergência em todos os andares.
Digitou o código de três dígitos no painel de emergência e girou a chave. Uma sirene alta explodiu por toda a casa em estouros rápidos. Sabia que as portas de aço e persianas bloquearam os pisos superiores do edifício. As mulheres estariam seguras no segundo andar, mas as queria mais acima e mais difíceis de atingir, apenas no caso dos homens encontraram uma forma de entrar na porta interior. Não pensou que o dormitório poderia ser invadido, mas estava errada. Não queria correr nenhum risco fazendo suposições incorretas.
Ellie bateu o painel de emergência. Sabia que o centro de segurança devia estar recebendo o sinal do que ela tinha feito. Esse sistema funcionava com uma conexão sem fio com as câmeras. Foi um backup de segurança em caso dos telefones não estiverem funcionando e a eletricidade caísse de modo que pudessem monitorar os sistemas de emergência. Isso a tranquilizou, pensando que a segurança tinha que saber que ela acabara de acionar o último protocolo de proteção, o que significava que o dormitório foi violado. Eles viriam mais rápido para salvá-la.
Espero. Por favor, mandem-nos alguma ajuda agora.
A raiva tomou conta de Justice. Ele se encontrou trancado dentro da sala principal de controle de segurança observando as telas cheias de imagens do redor de Homeland. Quinze caminhões entraram no campo depois que bombardearam o portão da frente. Tiros estavam sendo disparados, as pessoas estavam morrendo e ele foi preso dentro de uma caixa de aço para tudo desabar. Seu povo estava em perigo e queria ajudá-los.
— Calma — Darren Artino exigia. — A equipe da SWAT e a equipe policial local estão a caminho. Os edifícios foram bloqueados, todos estão cientes que há um problema, e seu conselho foi colocado dentro de uma sala de segurança. Você vai assistir a tudo do jeito que nós estamos. É apenas a minha força de segurança que esta senda morta lá fora. O seu povo esta seguro.
— Sr. — uma mulher gritou. — Uh, há um grande problema.
— O que — Darren Artino murmurou. — Temos uma centena deles agora.
— É a mulher no dormitório das mulheres. Ela parou de tentar chamar a nossa atenção e acabou de colocar o código do último protocolo. Acabou de desencadear as portas Hail Mary.
—As portas do que!? — Justice rosnou as palavras. Perguntou-se se saiu vapor de suas orelhas. Prometeu nunca se sentir impotente novamente depois que começou sua nova vida, mas estava naquele momento. Isso o enfureceu.
— Arranjem-me as imagens das câmeras do prédio — Darren Artino gritou. — A mulher não está preparada e aposto que ela só entrou em pânico. Vou demiti-la quando isso acabar.
— Tenho a câmera da entrada leste on-line — um homem gritou. — Tela quatorze.
Darren Artino apontou para a tela da direita e sabia que Justice respirava em seu pescoço. Todos os homens concentraram sua atenção na tela. Assistiram um caminhão acelerar em direção à entrada principal do dormitório das mulheres.
— Filhos da puta — Darren cuspiu.
— O que são portas Hail Mary? — Justice Darren agarrou o pelo braço e o girou sobre si mesmo.
Darren respirou fundo quando encontrou um par de olhos de gato bem irritados.
— Ave Maria é uma oração. É, “oh inferno, é ruim". Portas reforçadas foram ativadas dentro do dormitório e cortaram seções inteiras do edifício. — Puxou o braço para se libertar das garras da Justice. — Arranje cada câmera que temos dentro do dormitório na tela e quero sensores de calor sendo acompanhados em cada andar, agora mesmo! Uma prioridade para todas as telas frontal.
Justice estendeu a mão para seu telefone celular para fazer uma chamada.
— O dormitório das mulheres está sob ataque pesado. — Desligou o telefone.
— Trinta e quatro ondas de calor estão no terceiro andar. As portas Ave Maria estão abaixadas e seguras — uma mulher gritou. — Uma onda de calor esta no primeiro andar e se move rápido.
— Há 35 mulheres vivendo nos dormitórios, de acordo com nossos registros — um homem gritou. — Todos as contabilizados.
As câmeras normalmente inativas dentro do dormitório foram ligadas. Uma tela exibia mulheres que estavam sentados ou encostados nas paredes no interior do corredor do terceiro andar.
— Essas são as minhas mulheres. — Justice disse tenso. — Elas estão seguras onde estão?
Darren assentiu.
— Muito. Nada pode chegar até elas. As portas de aço são quase da espessura de um pé. Nem mesmo uma bomba poderia adentrá-los. Eu disse que elas estariam a salvo.
— Temos as portas da frente na tela dez — gritou um homem.
Justice e Darren olharam para aquela visão de câmera e Darren xingou. As portas de vidro caíram no chão. O dano na parte superior da parede onde estava ancorada havia sido torcido para dentro.
— Filhos da puta! O vidro se manteve, mas o edifício não — Alguém dizia o óbvio.
— Temos movimento, quatro ondas de calor novas — uma mulher gritou. — Estamos acompanhando a onda de calor original. Está dentro da cozinha. Tenho todas as câmeras on-line agora.
Ellie correu para a cozinha. Ouviu as portas caírem com um estrondo e sabia que estava presa. Poderia se esconder enquanto rezava para que a ajuda chegasse a ela antes que os homens a encontrassem ou teria de lutar. Suas chances de enfrentar e vencer os quatro homens armados não eram boas. Sua principal preocupação eram a mulheres Novas Espécies e a confortava saber que estavam a salvo. Entendia que seria um trabalho perigoso, quando aceitou esse cargo, mas nunca pensou que algo ruim como isso poderia acontecer.
Abriu a gaveta e pegou a maior faca que poderia encontrar enquanto via a porta abrir por cima do ombro. Tentou controlar o pânico, sabendo que precisava de uma cabeça clara. Eu preciso de um lugar para me esconder.
Seu foco imediatamente se direcionou para o balcão da cozinha e moveu-se para ele, abaixou-se e saiu da vista. Abriu um dos armários e começou a mudar itens de lugar, fazendo o mais silenciosamente possível.
— Aqui, gatinho, gatinho — uma voz masculina gritou.
Você está brincando comigo? Ellie balançou a cabeça. Não sabem nem mesmo dizer a diferença entre um humano e uma Nova Espécie. Os idiotas não sabem mesmo no que atirar. Caçadores, minha bunda, ela irritou-se, lembrando a palavra pintada na lateral do seu caminhão.
— Saia, gatinha.
A voz soava mais perto. O coração de Ellie acelerou enquanto se espremia no pequeno espaço. Não havia muito espaço, mas conseguiu se esconder sob o balcão e entrar na porta do armário fechando-a. Os joelhos estavam pressionados contra seu corpo e sua cabeça inclinada em uma posição fetal na escuridão. Tentou controlar a respiração para impedi-los de ouvi-la. Suas orelhas captavam os menores ruídos. Tudo que podia fazer naquele momento era rezar para que não a encontrassem até a ajuda chegar.
— Não vou matá-la. Só quero conversar.
Ellie apertou os dentes. O cara, obviamente, acreditava que fosse uma completa imbecil, se pensou que iria acreditar nele por um segundo. De jeito nenhum tentaria falar com aqueles idiotas insanos sem um vidro à prova de balas separando-os. Permitir que se aproximassem dela seria a maneira mais rápida de morrer e ela queria viver.
Justice continuou a olhar para telas diferentes para observar o que acontecia dentro do dormitório das mulheres. Pegou seu telefone e discou rápido. Tinha acabado de ver Ellie Brower se esconder dentro de um armário sob o balcão da cozinha. Seu olhar acompanhou os quatro intrusos que vasculhavam a secção inferior da casa. Perceberam que os elevadores estavam desativados e lhes foram bloqueado o acesso ao segundo andar por uma grande porta de aço que bloqueou as escadas. Os homens se separaram e se moviam de sala em sala no primeiro andar do dormitório, em busca de Ellie.
— Nossas mulheres estão seguras no terceiro andar, mas a fêmea humana está se escondendo dentro da cozinha. É apenas uma questão de tempo antes de a encontrarem. Ela está presa. Há quatro homens fortemente armados dentro e eles conseguiram entrar quebrando as portas da frente. — Desligou o telefone.
Darren Artino girou franzindo a testa para Justice.
— Com quem estava falando?
— Minha equipe de segurança está a caminho.
Darren abriu a boca e depois fechou.
— Segurança é o meu trabalho. As comunicações ainda estão cortadas. Não posso chamar meus seguranças e ordená-los para dar permissão a qualquer um entrar em Homeland. Eles bloquearam os portões da frente, usando carros como barricada para impedir que qualquer outra pessoa entre.
— Eles já estão aqui — resmungou Justice. — Eles são meus homens, meu povo.
Darren ficou vermelho de raiva.
— Meu trabalho é proteger os Novas Espécies, e não tirá-los da segurança de onde estão para enfrentar esses bastardos loucos. Estamos quase os controlando. Chame-os de volta e os mande voltar para a segurança.
— Quase não vai salvar a fêmea. — Justice apontou o queixo em direção à tela mostrando a cozinha. Ele suavemente xingou. Um dos invasores tinha acabado de entrar na cozinha.
— Gatinha, gatinha, gatinha — uma voz masculina gritou, como se ela fosse um gato. Começou a abrir os armários do outro lado da cozinha.
O corpo inteiro de Ellie tremeu e sua mão agarrou a faca com força suficiente para a madeira cravar na palma da mão. Fechou os olhos e o ouviu bater nas coisas. De repente, algo bateu no balcão acima dela. Mordeu de volta um gemido de terror. Talvez ele não pense em olhar dentro dos armários inferiores, orou fervorosamente.
Sua sorte acabou quando a porta do armário abriu ao lado dela. Checou dentro e agarrou seu braço esquerdo. Um aperto brutal a arrastou para fora de seu esconderijo com um puxão rígido.
— Te achei, sua pequena gata vadia.
— Não sou uma gata — Informou-lhe com uma voz trêmula. — Sou tão humana quanto você é.
Puxou-a dolorosamente em pé e olhou para ela. Parecia estar em seus vinte anos, tinha cerca de um metro e setenta, com uma aparência robusta. Uma tatuagem apareceu no colarinho da sua camisa.
— Não ligo para o que você é, cadela. Agora você está morta. Este é o nosso país e esses malditos animais de duas pernas precisam morrer. — Checou por trás dele até a cintura da calça jeans para retirar um revólver.
Ellie viu a arma e entendeu que planejava matá-la, apenas dar um tiro nela. Puro terror passou por ela quando mergulhou a faca em seu peito. Olhou em seus olhos quando a lâmina o atingiu, deslizou pela camisa, na pele, e viu seu olhar verde ampliar com o choque. Ele tropeçou para trás, arrastou-a pelo braço, e ela cortou a mão com o cabo da faca embutida no fundo do seu peito. Sangue derramou na frente dele e nela. Seu braço com a arma levantou quando tentou fazer um último esforço para matá-la. Ellie agarrou seu pulso com as duas mãos e se esforçou para impedi-lo de apontá-la para ela.
Seu toque no braço dela apertou, causando-lhe dor, mas depois diminuiu quando ele enfraqueceu. Seus joelhos cederam e ele caiu sobre os azulejos do chão da cozinha. Um horrível gemido, juntamente com o sangue vermelho brilhante, derramou de sua boca. Ellie gemeu horrorizada do olhar do homem travado com o dela, sua dor, terror e raiva claramente exibidos lá. Soltou seu braço. Também soltou a arma, que caiu no chão um segundo antes dele cair para trás.
Ellie olhou para ele em silêncio. Estava deitado de costas com a suas pernas torcidas sob suas coxas numa posição estranha. Seus olhos estavam abertos, o sangue acumulou formando poças sobre o azulejo branco e fez alguns suspiros irregulares. Um leve ruído borbulhante atingiu seus ouvidos. As mãos dele estremeceram, contraíram, e piscou antes de dar seu último suspiro. O cabo da faca se projetava em seu peito e atingiu seu coração por onde o esfaqueou. Ela engoliu a bile que subiu quando o som de um vidro quebrou nas proximidades. O som veio da outra sala, tirando sua atenção do cara morto a seus pés.
Seus instintos assumiram. Pegou a arma do chão. Agarrou com as duas mãos, a arma fria e pesada, e ajoelhou-se por trás do balcão da cozinha, espiando por cima do balcão as entradas apenas para a cozinha. O vão de entrada da sala de estar e da sala de jantar eram suas únicas rotas de fuga. Usou o balcão para proteger seu corpo e apontou a arma entre as duas aberturas. Planejava atirar em tudo que se movia.
Não teve de esperar muito tempo até que alguém fez um barulho na sala de jantar quando bateram em uma cadeira. Apontou a arma nesse sentido, certificou-se se seu corpo permanecia por trás do balcão, e usou a parte de cima do balcão para se segurar e suas mãos seguravam firme a arma. Tremia assustada, e tinha acabado de esfaquear um homem até a morte. Tirou esse fato da sua mente, sabendo que entraria em pânico se pensasse. Não teve tempo para pensar nas repercussões do que tinha de fazer para sobreviver.
O cara com a arma entrou na cozinha, rodopiando para dentro da sala como se não tivesse nem aí pro mundo. Isso mudou instantaneamente quando a viu com a arma apontada para ele. Abriu a boca, seus olhos se arregalaram e então reagiu. Parecia se mover em câmera lenta quando começou a baixar o cano da espingarda na direção dela. Sua boca comprimiu em uma linha apertada de determinação para atirar, mas Ellie puxou o gatilho primeiro. O som ensurdecedor quando a arma disparou.
Ele se jogou para a sala de jantar e desapareceu de vista. A espingarda estava apontada para a parede e disparou, mas acabou acertando o teto em algum lugar atrás de Ellie. Algo macio que lembrava neve choveu sobre sua cabeça. Gritou como reação e disparou contra a parede onde ele se escondeu, ao lado do balcão.
Não tinha certeza se atingiu o imbecil ou não, mas esperava que sim. Percebeu que não deve ter o machucado quando o cano de espingarda estendeu-se novamente. Ele apontou cegamente em sua direção quando puxou o gatilho. O armário perto de Ellie explodiu em pedaços. Ela jogou seu corpo no chão, quase em cima do cara morto.
Escorregou no sangue, grosso, úmido quando tentou empurrá-lo para longe. Seus joelhos patinaram na substância lisa, engasgou, e suas mãos caíram debaixo dela. Bateu em seu estômago com um grunhido. Teve de rolar para fugir do sangue manchando o chão.
Viu um movimento a partir do canto do olho e se virou a favor do movimento. O cara com a espingarda correu para perto dela, correu em volta do balcão. Ela apontou a arma e disparou, enquanto deitava de lado. Ele se escondeu atrás do outro lado do balcão e se chocou contra os armários fazendo um estalo alto da madeira fina com o impacto de seu corpo.
— Largue a arma, sua vadia — Exigiu. — E não vou torturá-la antes de explodir sua cabeça.
O olhar aterrorizado de Ellie fixou no gabinete que ele bateu com sua explosão de balas, prova de sua força destrutiva. A madeira tinha um buraco do tamanho de punhos e pedaços que explodiram com o impacto se espalhando por todo o piso. Respirou fundo, percebendo que sair dali e encontrar um lugar novo para se esconder. O que realmente precisava, decidiu, era parar o filho de uma cadela com a espingarda.
— Ellie? Ouvimos tiros. Você está bem?
Merda. Tinha esquecido de desligar o sistema de som. A voz de Breeze soou preocupada, mas Ellie não podia responder. Confortou-se ao saber que Breeze e as outras mulheres estavam trancadas em segurança dois andares acima. Só o chefe da segurança e o diretor sabiam os códigos para abrir as portas de aço, uma vez que fossem ativadas. Ellie nem sequer tinha esse tipo de acesso. Os homens poderiam torturá-la, mas não tinha as informações que precisavam para alcançar as mulheres.
— Ellie? — Ele riu por trás do balcão, mas acabou mostrando sua localização. — Que tipo de nome estúpido para um animal?
Ellie facilmente abriu a porta do armário. Ele tinha que estar logo atrás dela do outro lado. Olhou para dentro e mirou.
— Vou matar você, porra, pelo o que fez com Eddie.
Ellie apertou o gatilho e disparou em sua direção, até a arma fazer um clik, vazia, após algumas balas disparadas através da madeira. Ellie girou se afastando em caso dele revidar e se arrastou para o lado esquerdo. A arma seria inútil exceto como algo para jogar nele.
Só ouvia silêncio enquanto se esforçava para ouvir nada. Hesitou no canto a espreitar em volta do balcão, seu coração batendo forte. Um gemido soou do outro lado do balcão.
Ela o acertou? Não podia ser tão sortuda. Arrastou-se para frente com as mãos e joelhos. O sangue pegajoso do homem morto cobria suas mãos, tornando esta uma ação escorregadia. Avançou para frente, apavorada, mas sabia que havia outros dois homens que poderiam aparecer a qualquer momento, atraídos pelos tiros. Se ficasse parada ali definitivamente a matariam.
O cara com a espingarda só podia está tirando onda com ela, talvez se fingindo de ferido para levá-la a enfiar a cabeça para fora do balcão para que pudesse matá-la. Estava com um sentimento ruim, até que viu sangue escorrendo pelo chão ao longo da linha de argamassa do piso.
Ellie prendeu a respiração e depois aproveitou para enfiar a cabeça para fora e olhar para o lado do balcão. Seu corpo permanecia encostado nele. A espingarda estava no chão ao lado de suas pernas enquanto olhava para frente em direção à sala de jantar. Piscou. Coberto de sangue no peito e escorrendo pelo seu braço esquerdo, revelando que conseguiu acertá-lo pelo menos uma vez. Continuou a observá-lo.
— Buck? — A voz de um homem vinha da sala de estar. —Eddie?
Pôs-se de pé e correu para a sala de jantar. Se Buck era o cara com a espingarda, orou para que não tivesse o tempo ou a habilidade, com seus ferimentos, para pegar sua arma para atirar nela enquanto corria para longe. Conseguiu sair da cozinha sem levar um tiro nas costas.
O lugar mais seguro seria a biblioteca. Se conseguisse chegar lá sem ser pega teria a chance de se esconder lá dentro. Móveis pesados enchiam a sala grande. Poderia arrastá-los do lugar e bloquear as portas duplas. Com esse novo plano em mente, correu como uma louca. Um homem fazia juramentos enquanto passava correndo por uma porta aberta para um dos quartos. Sabia que a viram e correu mais rápido. Todos os quartos no térreo eram muito abertos ou tinham formas limitadas para vedar seções.
Ellie chegou à biblioteca e fechou a porta. Encostou-se à madeira, ouviu o cara seguir seus passos. Não teve tempo para pegar móveis depois de tudo. Ofegou, totalmente sem fôlego, olhou para baixo e fez uma careta ao ver suas mãos, braços e camisa cobertos de sangue.
— Por aqui — um homem gritou. — Ela está aqui.
— Buck e Eddie estão mortos — outro homem gritou. — Ela os matou. A cadela matou os dois.
Um dos homens tentou abrir a porta. Ellie gritou e empurrou para trás com toda a força que tinha. Ouviu um xingamento e, em seguida, alguém bateu com força suficiente para que o impacto a empurrasse poucos centímetros da superfície dura pressionada com tanta força contra suas costas. Agitada, procurou por algo que pudesse alcançar com o pé para ajudar a bloquear a porta, mas não teve tanta sorte.
Preciso de uma arma. A grande sala continha alguns sofás, alguns quadros e cadeiras confortáveis. A lareira ficava do outro lado da sala. Livros alinhados por todas as prateleiras ao redor da sala. Sua atenção desesperada voltou de volta para a lareira e o conjunto de ferramentas ao lado dele. Seu foco ampliou sobre o bastão de fogo.
Os homens bateram com seu peso combinado contra a porta. O impacto foi forte o suficiente para jogar Ellie para longe. Ela atingiu um dos sofás, deslizou para o lado e caiu no chão atrás dele. Ela se arrastou freneticamente no tapete para tentar voltar a seus pés.
— Pegue essa vadia — Um dos homens gritou.
Ellie agarrou o bastão de fogo e girou para enfrentar seus atacantes. Atingiu o homem mais próximo a ela usando a haste de metal como se fosse um taco de beisebol. Dor correu pelas suas mãos de tão forte que o impacto foi quando fez contato com o corpo do homem. Ele gritou de dor e saltou para trás, mas olhou para a camisa rasgada onde sangue aparecia no material danificado.
O homem olhou para Ellie.
— Você vai pagar por isso — ele sussurrou.
O outro homem retirou uma faca de caça de sua cintura quando os dois homens se separaram. Ellie manteve-se de costas para a lareira e acenava com o bastão de fogo entre os homens, tentando mantê-los distantes. Eles se afastaram para tornar mais difícil para Ellie manter os olhos nos dois. Ambos correram para ela. Ela atacou. Conseguiu acertar um deles bem antes do segundo atingi-la. Bateu no chão duro, com um peso a esmagando. Engasgou, tentou gritar, mas não conseguia nem respirar.
— Sua vadia — gritou. — Acho que ela quebrou minha mão, porra. Você pega ela, Roy?
O homem em cima dela agarrou seu cabelo na base do pescoço e esmagou sua face contra o tapete. Tentou lutar, mas não conseguia ficar longe dele. A empurrou com mais força contra o tapete e com o joelho cavou dolorosamente contra as costas de sua perna.
— Peguei a cadela raivosa, Chuck.
Ele a ajustou o suficiente para virar sua cabeça. Ellie inalou o ar e imediatamente se arrependeu. O homem tinha um hálito podre. Manteve sua cabeça presa no lugar com seu punho agarrando seu cabelo. Não podia sair debaixo do homem pesado. Devia pesar uns cento e quarenta quilos.
— Deixe-me cortar a cadela — Chuck choramingou. — Acho que ela realmente quebrou minha mão. Dói pra caramba.
Roy resmungou. A contorceu e Ellie gritou de dor quando pressionou seu corpo contra o dela, empurrando mais forte contra ela até que ameaçou quebrar suas costelas. Algo espetou em sua bunda. O outro cara arrancou o bastão de fogo de sua mão.
— Ajude-me a levantá-la — Roy cuspiu. — Sei como mostrar a essa puta qual é o seu lugar na sociedade e então vou deixar você fatiar sua maldita garganta como se fosse um coelho. Vamos vê-la se contorcer, até todo o sangue sair.
Ellie só conseguia dar pinotes e se contorcer quando tentava lutar. O objeto pressionado contra sua bunda não era mais um mistério. Roy estava excitado. Tinha uma ideia horrível do que planejava fazer com ela para mostrar-lhe o seu lugar na sua ideia confusa de sociedade. Ovelhas, coelhos, adivinhou que qualquer coisa respirando os excitava.
Mãos agarraram seus tornozelos e um segundo depois Roy tirou seu peso de cima dela e soltou seu cabelo para pegar seus pulsos. Seguraram-na pelos braços e pernas, levando-a entre eles, alguns centímetros acima do chão. Ellie gritava e lutava, tentando chutar o homem que segurava suas pernas, mas não a deixaram. Chuck, com certeza, parecia não ter problemas segurando os tornozelos em uma pressão esmagadora, para um cara com uma suspeita mão quebrada.
— Jogue-a sobre o sofá. Em seguida, passe para o outro lado dela para agarrar seu cabelo. — Roy falava, sem fôlego por contê-la, enquanto lutava.
Eles balançaram o corpo de Ellie, jogando-a, e atingiu uma mesa de café. Dor aguda explodiu em seu lado. Perguntava-se se quebraram sua costela, pois doía respirar. Os homens balançaram-na novamente, desta vez caiu no sofá, e torceram-lhe o corpo com mãos brutais. Roy segurava os braços e Chuck largou as pernas.
Tentou chutar Roy quando inclinou suas costas sobre o sofá. Roy jogou seu corpo sobre o dela, esmagando-a sob ele novamente e a prendeu com força no sofá. Ela gritou contra uma almofada quando as mãos agarraram seu cabelo e esfregou o rosto mais forte no material. Puro pânico correu por ela quando percebeu que não conseguia respirar. Eles a estavam sufocando.
— Dê-me a faca. — Roy parecia animado e sem fôlego.
Uma das mãos soltou os cabelos de Ellie. Virou o rosto, ofegando por ar para seus pulmões famintos, e gritou quando exalou. Roy pegou as costas de sua camisa e deslizou a faca ao longo de sua espinha. Paralisada pelo terror, não sabia se ele a cortou também. Tentou chutá-lo, mas não conseguia fazer qualquer força por causa dele.
Estendeu a mão cegamente, tentando ferir Chuck. Uma mão brutal agarrou seu cabelo novamente, mas arranhou seu braço. Cravou suas unhas na pele quando ele empurrou seu rosto de volta para a almofada, tentando sufocá-la novamente. Ouviu seu xingamento selvagem e Ellie sugou um grande suspiro de ar, quando arranhou sua mão parando de infligir-lhe dor.
Suas calças foram empurradas para baixo de suas pernas, não deixando dúvidas de que planejavam estuprá-la. Ellie lutou mais, gritou, e então de repente o peso foi arrancado de cima dela. Afastou seu corpo para longe do sofá no segundo em que o corpo de Roy foi removido. Tropeçou e caiu de bunda no chão. Respirou o precioso ar, enquanto encarava os homens ao seu redor. Ela instintivamente puxou as calças de volta.
Roy estava deitado de bruços no chão com uma arma apontada para a parte traseira de sua cabeça. Chuck estava com as mãos para cima e parecia absolutamente aterrorizado. Quatro homens vestidos com roupas estilo SWAT pretas com NE impressa com letras brancas em seus coletes olhavam para ela. Seus rostos não eram totalmente humanos e os identificou imediatamente como os Novas Espécies. Eles mantiveram as armas apontadas e tinham grandes facas amarradas contra suas coxas. Ouviu um movimento por trás dela e empurrou sua cabeça em direção ao barulho. Fury estava ali, um olhar cheio de raiva muito mais escuro que a roupa preta que ele e os outros homens usavam.
Algo feio dentro de Fury torcia. Empurrou seus homens para alcançaram o dormitório das mulheres no segundo em que Justice havia chamado a equipe e afirmado que Ellie estava em perigo. Estava aterrorizado em chegar tarde demais e quase estava. Quando correu para o quarto e viu a cena diante dele; os homens prontos para fazerem coisas horríveis a sua Ellie, um impulso assassino o possuiu. Levou tudo o que ele não tinha para rugir com ira e matá-los. Seu animal interior queria vê-los sangrar e morrer.
Estava difícil de respirar, seu olhar fixo no seu rosto enquanto ela engasgava por ar durante a tentativa para endireitar sua calça. Seu cabelo caía em torno de seu rosto machucado, sua camisa estava cortada na parte de trás, e podia ver os hematomas se formando em sua pele pálida e delicada. O cheiro de seu terror se agarrou no ar, tornando mais difícil para ele ganhar o controle de seus impulsos de rasgar seus atacantes com as próprias mãos.
Lançou um olhar para as câmeras e sua presença ajudou a manter a compostura. Sabia que, se elas não estivessem lá, teria assassinado os homens sem pensar duas vezes por se atreverem tocar Ellie. Mesmo agora, estava tentado, as consequências que se danem. Foram atrás da sua mulher e a machucaram.
Deu um passo ameaçador na direção a um dos homens, mas depois Ellie suavemente gemeu. Seu olhar voltou instantaneamente para ela e forçou-o a repensar sua decisão. Cuidar dela se tornou sua primeira prioridade. Poderia matar aqueles bastardos depois que cuidasse de suas lesões.
Respirou pela boca para ajudar a diminuir o cheiro aterrorizado dela e lutou para controlar seu animal interior. Ele olhou para cada um dos seus homens, reconhecendo sua raiva também, e sabia que estavam olhando para ele para obter orientação sobre como lidar com a situação. Que o ajudou, bem como para se acalmar quando forçou seus punhos se abrirem. Deu sinais de mão para seus homens segurarem aos idiotas responsáveis pelo ataque. Não confiava em sua voz.
Fury tentou com grande dificuldade parecer composto, algo que definitivamente não estava, quando se aproximou de Ellie. Queria cair no chão e cobri-la em seus braços e dar-lhe conforto. Assegurou-se que havia chegado lá a tempo, mas depois sentiu os cheiros dos homens humanos misturados ao dela.
Isso o enfureceu, cheirá-los nela. Ela era sua, caramba, e ele lutou muito para manter-se bem longe dela depois de aviso de Justice. Obedeceu, com exceção de algumas viagens noturnas para vislumbra-la de longe, e agora ela quase morreu. As ordens que se danem, ia tocá-la agora. Moveu-se com cuidado para não assustá-la. Precisava ter certeza de que estava realmente bem, mesmo que tivesse que tocá-la para inspecionar cada centímetro. Não iria se contentar com menos.
Fury sabia que tinha de manter a cabeça fria. Ellie havia de estar desconfiada dele depois do incidente na casa dele e não queria mostrar-lhe o quanto ela significava para ele. A última coisa que precisava seria Ellie compreender o quão mal ela poderia machucá-lo.
Mantenha-se calmo, ordenou a si mesmo. Agir como se conseguisse se controlar em sua presença. Esperava que pudesse de qualquer forma. Ela estaria a salvo e ele permaneceria com ela, pois estava traumatizada. Para tê-la preocupada de que a jogasse por cima do ombro, levá-la de volta para sua casa, e amarrá-la em sua cama de novo não era algo que precisava naquele momento. Não importa o quanto isso era exatamente o que queria fazer. Ele a manteria segura, mesmo que isso significasse que ele a protegeria o dia todo. Sabia que realmente não poderia fazer isso, mas acalmou o seu animal interior, pelo menos pensar em fazer exatamente isso.
Precisava estar com ela agora, falar com ela, ficar perto dela até que não tivesse dúvidas de que estaria bem. Caso contrário, passaria do limite da insanidade por saber o quão perto ela passou da morte e como poderia tê-la perdido para sempre.
Ellie olhou para o olhar de Fury, escuro e intenso, quando se agachou na frente dela. Hesitou um segundo antes de por seu dedo indicador sob o queixo. Ele usava luvas pretas de couro e a sensação delas suavizou seu toque, quando a examinou. Virou sua cabeça para examinar seu pescoço e face. Soltou seu queixo. Sem qualquer aviso ou palavra, agarrou os braços de Ellie pelos cotovelos, e gentilmente a puxou para cima, para ficar de pé.
Percebeu que as costas de sua camisa se separaram e exibiam sua pele. Fury a segurou apertado quando quase desabou quando as pernas cambalearam. Um grunhido suave veio do fundo de sua garganta e raiva, mais uma vez segurou suas feições. Isso a assustava, se perguntando por que ele fez aquele barulho assustador dirigido a ela. Suas mãos facilitaram seu domínio em seus braços, mas num piscar de olhos se inclinou, agarrou por trás de suas pernas e a ergueu. A segurou nos braços com força contra seu peito para protegê-la. Não olhava para ela.
— Vou limpá-la e verificar se há mais lesões. Fique com eles lá fora. — Fury rosnou as palavras. — Ninguém entra no dormitório.
Um homem de aspecto feroz, com longos cabelos negros acenou com a cabeça. — Entendido.
Fury avançou. Ellie hesitou um segundo antes de envolver seus braços em volta de seu pescoço. Estava cansada, machucada, e muito traumatizada para observar para onde a levava. Descansou a bochecha em seu ombro e fechou os olhos. Por alguma razão, ele e seus homens vieram para salvá-la de uma morte horrível nas mãos dos dois atacantes. Mais alguns minutos... estremeceu com o pensamento do que teria acontecido a ela. Abraçou-se com mais força contra Fury e percebeu quando seu corpo ficou tenso. Embora continuasse andando.
Ellie abriu os olhos quando ele parou e chutou algo. Abriu a porta para levá-la para dentro do banheiro feminino. Franziu a testa, olhou ao redor, e então andou para o longo balcão de pias. Gentilmente a colocou para que se sentasse na borda, de frente para ele. Teve que deixá-lo ir quando ele se afastou lentamente.
Fury virou e olhou ao redor da sala. Ela seguiu onde ele procurava e percebeu que olhava para os cantos. Soube imediatamente o que procurava.
— Não há câmeras aqui — Ellie informou-o suavemente. — Os seguranças queriam instalá-las, mas argumentei sobre a privacidade das mulheres.
Fury assentiu e voltou sua atenção para a pia ao lado dela. Tirou as luvas e jogou-as no balcão. Dirigiu as mãos para a torneira, ligando-as. Quando a água começou a fluir, lavou as mãos, em seguida, se moveu para um dispensador de papel. Ellie observou-o com as sobrancelhas levantadas quando arrancou punhados de toalhas de papel marrom e as empilhou ao seu lado no balcão. Esvaziou completamente o distribuidor e se moveu para o próximo.
— Acho que isso é suficiente.
Fury franziu o cenho para ela. Colocou o resto dos papéis na pia em direção a ela de uma maneira graciosa que a lembrou de um gato prestes a atacar.
— Tire a roupa agora.
Um suspiro arrancou de seus lábios e teve de fechar a boca escancarada do choque de seu comando.
— Não vou.
Rosnou baixinho para ela.
— Você está coberta do fedor e sangue deles. Não consigo dizer qual é o seu e qual é o deles. Vou lavá-la e encontrar mais ferimentos. Se você não puder se despir vou fazer isso por você.
Ellie relaxou, entendendo porque ele fazias essas exigências insanas agora.
— Você quer me limpar para tratar dos meus ferimentos? Isso é tudo?
Seus olhos se estreitaram.
— Você prefere que eu envie um dos meus homens aqui dentro para despi-la? Sua segurança ainda está tentando manter a ordem. — Ele bufou.
— Poderíamos ficar aqui por um tempo. Um de nós vai remover suas roupas e limpá-la para ver se está mais ferida e quão feio está. Decida agora se vai ser eu ou um dos meus homens. Não quero perder tempo e é isso que você está fazendo.
Ellie apertou os dentes. Poderia ser um idiota rude às vezes. Acabou de passar o pior trauma de sua vida e não precisava ser tão bruto.
— Acho que posso cuidar disso.
— Peguei você antes que você caísse. Não pode nem andar.
— Acabei de matar dois homens, poderia ter sido brutalmente estuprada, e iam me matar. Desculpe-me por estar um pouco fraca.
Aproximou-se dela.
— Você matou dois? Não vasculhei a casa desde que ouvi você lutando e sabia onde encontrá-la. Apenas corri para seu lado.
— Eles não se enganaram e mataram uns aos outros. — Ela tremia ainda. A realidade do que ela tinha feito para sobreviver drenou o sangue de seu rosto e uma onda de tontura a fez balançar onde se sentava — Eu os matei... Eu realmente os matei.
Fury rosnou um xingamento leve.
— Foi em legítima defesa. Não pense assim, doçura. Você não teve outra escolha e eles vieram te matar. Você fez um favor ao mundo, os apagando. Teriam matado você sem pensar duas vezes. — Fechou a distância entre eles restando apenas alguns centímetros os separando. Ele agarrou a frente de sua camisa e puxou-a até que se soltou de seu corpo. Foi mais fácil para ele fazer isso com as costas já cortadas. — Entende? Eles não valem a pena esse olhar assombrado em seus olhos. Discuta comigo, fale comigo, mas pense em outra coisa. Não desmorone porque não aguento ver suas lágrimas. Chame-me por nomes feios em vez de ficar com raiva de si mesma.
Piscou para conter as lágrimas. Ele estava sendo gentil, o que só serviu para levar suas emoções para mais perto da superfície. Ele tinha os olhos mais bonitos do mundo. O desejo de se jogar em seus braços e se agarrar a ele tornou-se quase irresistível. Ele afastou o seu olhar do dela antes que ela pudesse agir.
— Preciso te limpar agora. Realmente não suporto cheirar esse mau cheiro em você. É uma coisa dos Novas Espécies, mas isso me faz ter que lutar contra a minha raiva. — Fez uma pausa, olhando para ela. — Tenho instintos que são um efeito colateral do que fizeram comigo e às vezes tenho de lutar contra esses impulsos. É pior quando eu estou irritado, agitado, ou com medo. Se esse fedor não sair de você em breve vou ser obrigado a ir lá fora, para arrancar suas cabeças.
— Tudo bem. — Balançou a cabeça. — Por mais que eu não iria protestar contra alguém fazer isso com aqueles idiotas, não quero que seja você. Você iria entrar em apuros.
Ellie percebeu que seu sutiã estava cortado juntamente com as costas de sua camisa e tentou cobrir com ambas as mãos para cobrir os seios nus. Fury agarrou os pulsos antes que pudesse esconder-se dele e deixou os braços abertos. Não olhava para seu seio, mas sim inspecionava as mãos cobertas de sangue.
— Não se toque com esse sangue. Desça e fique de frente à pia. Vou limpar você.
O tom macio e rouco de Fury a fez relaxar e não brigar com ele quando seus olhares se encontraram novamente. Saltou da borda da pia, não querendo discutir com ele. Tentou distraí-la da dor da realidade e percebeu que era quase doce. Também não deixou de perceber o fato de que foi carinhoso por chamá-la de "doçura". Aquecendo-a um pouco do choque que sofreu.
Seus pés tocaram o chão e as pernas cambalearam. Fury a virou até que pairou em suas costas e soltou seus braços. Chegou em torno de sua cintura e dirigiu as mãos para a torneira, abrindo-a novamente. Agarrou seus pulsos delicadamente e colocou-os sob a água fria. Ellie olhou para baixo para ver como a água mudava para cor de sangue vinda de seus pulsos e mãos. Fechou os olhos com força para lutar contra o enjoo que tomou conta dela ao ver a água ficar vermelha.
— Por que diabos não têm chuveiro aqui embaixo? — Fury rosnou.
— Nós temos nossos próprios banheiros privados com chuveiros dentro de nossos apartamentos. Ninguém nunca pensou que o dormitório pudesse ser invadido.
Ele suspirou.
— Bem, agora você precisa de um e tudo o que tenho são essas pias.
Ellie manteve os olhos fechados, grata por ele ter mantido sua mente ocupada fazendo perguntas. Fury tocou suas costas nuas, suas roupas um pouco ásperas, esfregou os braços ao lado de suas costelas, enquanto limpava o sangue de sua pele. Ele ordenou que se inclinasse para frente e ela não hesitou. Continuou a limpeza, jogando água para cima dos braços e todo o caminho até os ombros. Água escorria de seu corpo e molhou suas calças. Não havia nada a ser feito sobre isso, nem importava, já que suas roupas já estavam encharcadas de sangue.
— Tire os sapatos. — Sua voz sussurrou perto de seu ouvido.
Ellie concordou, tirando os sapatos que eram brancos, mas agora estavam manchados de sangue. Escorregou no sangue na cozinha, rastejou nele, e sabia que os sapatos estavam destruídos. Forçou os pensamentos irem embora. As mãos de Fury abaixaram sua calça de algodão alguns centímetros para baixo, mas depois hesitou.
— Estou apenas limpando você. Seja forte por apenas um tempo. Você está a salvo e ninguém vai te machucar, Ellie. Não vou permitir isso. Eles teriam de passar por mim para chegar até você e isso não iria acontecer.
Ela acreditou nele.
— Ok.
Manteve os olhos fechados para evitar ver se Fury olhava para seu corpo. Suas mãos eram suaves, quando puxou sua calça o resto do caminho e segurou sua calcinha com os polegares para removê-la também. Levantou uma perna e depois a outra para ajudá-lo quando percebeu que ele a queria totalmente fora de seu corpo até que estivesse nua. Fury ligou a água novamente e jogou sobre seu corpo com as mãos em concha. Quando cada centímetro de seu pescoço para baixo pingava com a água, ele usou as toalhas de papel para esfregar suavemente em sua pele, enquanto Ellie respirava anormalmente ainda.
— É o melhor que posso fazer — Fury disse em uma voz profunda e tensa. — Você vai precisar de um banho, mas não vejo mais sangue. Você conseguiu não sujar seu cabelo de sangue até onde posso ver e cheirar.
Ellie finalmente abriu os olhos quando ele não a tocou novamente. Seu olhar encontrou imediatamente a sua imagem refletida no espelho e sua boca abriu em choque. Fury estava de costas para ela, enquanto tirava o colete e desabotoava a camisa para tirá-la e revelar seus ombros largos.
— O que você está fazendo? — Surpresa soou em sua voz, e ela odiou.
— Você precisa de algo seco e limpo para vestir. Pensei em lhe dar minha camisa e cueca. — Olhou por cima do ombro e encontrou o seu olhar no espelho. — Você quer sair deste banheiro pelada? — Olhos escuros se estreitaram. — Eu não vou permitir isso e nem sequer pense nisso. Se você tivesse me dito para enviar outro homem para te ajudar a tirar sua roupa isso também não teria ocorrido.
Ela balançou a cabeça e cruzou os braços sobre os seios para escondê-los de sua vista.
— Por favor, empreste-me a camisa e sua cueca. Eu agradeço.
Ele virou a cabeça para longe.
— Você não tem que prestar atenção enquanto tiro a roupa.
Ellie percebeu que olhava enquanto ele desabotoava a camisa e a removia para expor umas costas, bronzeada e musculosa. Apertou os olhos fechados, sua única opção uma vez que encarou um espelho e se vira apenas encarando-o. Ouviu quando ele se despiu e pareceu uma eternidade antes dele terminar e falar.
— Estou decente. Aqui.
Ellie abriu os olhos para encontrar Fury mais perto, quase tocando-a nas costas. Afastou-se e deu sua camisa e uma cueca boxer azul por cima do ombro em direção a ela. Ellie virou-se e estendeu a mão para pegá-los. Percebeu novamente o quanto ele era mais alto do que ela.
— Obrigada.
— Estava lhe devendo essa. — Rosnou as palavras.
Raiva queimou de seu sarcasmo rude sobre seu tenso relacionamento. Cerrou os dentes para evitar dar uma resposta rude. Não precisava ser lembrada disso agora. Vestiu-se rapidamente em seu lugar. A cueca boxer era de algodão macio, ainda quente de seu corpo, e ficou folgada, abaixo nos quadris. Eu pareço uma mosca agora. Ela sorriu para o pensamento enquanto colocava sua camisa. Cheirava a ele, lembrando a sua cordialidade, e ela estava feliz por estar vestida.
— Pode virar-se agora. — Ela terminou de abotoar a camisa emprestada.
Ele lentamente se virou para ela. Parecia sexy com apenas o colete e calça. Seus braços estavam totalmente expostos, grandes músculos grossos aparecendo pelo colete apertado que parecia pequeno demais para seu corpo impressionante. Desviou seu olhar para longe dos bíceps e arregaçou as mangas da camisa até que não passavam de suas mãos. Fury se adiantou para ajudá-la, afastando os dedos para fazer a tarefa. Olhou para seu colete, onde NE havia sido impresso em letras grandes por ela toda.
— Não sabia que vocês tinham a sua própria equipe de segurança.
Ele inalou profundamente.
— Sim, bem, não podemos confiar totalmente nos humanos para nos protegerem. Temos treinado em segredo e ninguém do seu povo sabia até agora. Veja que trabalho incompetente fizeram hoje. Mercile nos deu força, reflexos e a capacidade de levar uma surra, mas continuamos lutando para além da resistência normal. Alguns de nós com todas as habilidades estão ensinando os outros. Aprendemos rápido.
— Por que fazer isso em segredo? Homeland é de vocês. Vocês podem fazer o que quiserem.
— Diga isso ao seu povo. — Hesitou. — Eles negaram os nossos pedidos quando pedimos um espaço para treinar apenas para tal finalidade ou ter seus instrutores treinados com nossos homens em habilidades de combate. Agora fazemos nós mesmos no dormitório dos homens fora de sua vista. Nós removemos todas as câmeras internas. Nós rejeitamos quando a segurança se recusou a cumprir.
Franziu a testa.
— Mike não conta sobre vocês para o diretor?
— O supervisor do dormitório? — Fury balançou a cabeça. — Ele bebe álcool malcheiroso todas as noites. Depois das nove, uma bomba pode explodir dentro de seu apartamento e ele não se moveria. Não faz ideia do que fazemos à noite.
— Sinto muito que tenham que fazer isso. — Não sabia mais o que dizer. — Se uma mulher quiser treinar aqui, não vou contar nada. Elas não terão que esconder isso de mim.
Ele encolheu os ombros.
— Nós contornarmos os obstáculos que jogaram no nosso caminho, mas obrigado pela oferta para as mulheres. Vou passá-la adiante. De uma forma ou de outra, vamos nos tornar autossuficientes.
— Sei que vocês vão.
Ele estendeu a mão, mas depois congelou no ar, seus dedos a centímetros de seu rosto.
Ellie não pode resistir e se aproximou até que as pontas de seus dedos roçaram seu rosto. Os dedos se enroscaram em torno da curva do rosto, deslizando para os cabelos, e apertou o rosto contra a sua palma. Seu toque a acalmava. Não diria isso em voz alta, mas estava feliz em vê-lo, mesmo em circunstâncias horríveis.
Ellie levantou seu olhar ao dele.
— Obrigada por me salvar.
Seus olhos escuros eram bonitos e alguma emoção desconhecida cintilou dentro deles por um segundo.
— Disse que não quero mais você morta. — Acariciou seu rosto. — Estava preocupado com você.
Ela hesitou.
— Ouvi de algumas das mulheres que viram você lá fora observando o dormitório. Por que você estava lá fora?
Suas bochechas coraram como se envergonhasse, mas depois suas feições ficaram pálidas. Sua mão se afastou, caindo para seu lado.
— Gosto de saber onde estão os meus inimigos. — rosnou. — O sangue não era seu. Você tem alguns hematomas e arranhões, mas vai viver. Tenho um trabalho a fazer. Preciso ver o que está acontecendo.
Foi como se ele lhe desse um tapa na cara com suas palavras duras vindo do nada, deixando-a saber que não eram nem mesmo amigos. Desviou o seu olhar do dele.
— Vou colocar os sapatos.
— Não. Eles estão manchados de sangue e acabei de te limpar. Não posso fazer isso de novo. Não sou tão forte. — ele murmurou.
O que significa isso? Ellie não tinha certeza enquanto caminhava em direção a porta do banheiro. Fury ficou ao seu lado, mas não a tocou quando deslizava suas luvas novamente quando atravessaram a sala. Abriu a porta do banheiro para ela e depois se afastou, deixando-a segui-lo. Olhou para a parte de trás de sua cabeça, imaginando o que estava pensando. Foi gentil com ela até o comentário sobre o inimigo.
Os quatro oficiais NE guardavam a entrada danificada. Darren Artino e uma dúzia de seus seguranças esperaram. Olhou para Fury.
— Seus homens não me permitiram entrar.
Fury deu um sorriso que não atingiu seus olhos. Mostrou presas caninas afiadas.
— Você pode entrar agora.
Artino proferiu um xingamento e acenou para seus homens entrarem no dormitório. Seu olhar zangado viajou pelo corpo de Ellie e visivelmente ficou tenso. Seu foco ampliou na cueca de homem que usava, depois para a camisa que usava, e sua boca se abriu. Virou para olhar Fury.
Fury deu de ombros.
— Ela precisava de roupas. Você devia colocar chuveiros e toalhas dentro do banheiro no piso inferior, se você tem uma segurança de merda. Quando as pessoas que não consegue proteger necessitam limpar o sangue que foi derramado, podem fazê-lo com conforto depois de salvarem suas próprias bundas. Toalhas de papel não cobrirão sua modéstia, mas minha roupa de baixo era muito mais preferível do que andar nua.
Ellie colocou a mão sobre a boca para esconder um sorriso. O rosto de Artino ficou vermelho com as palavras profundas. Para o chefe de segurança ele era um hipócrita, às vezes, gostou de o ver levando um bom pontapé verbal. Deixou cair a mão enquanto olhava Fury acenar com a cabeça para seus homens. Saíram do dormitório das mulheres sem olhar para trás.
Artino a encarou.
— Você pode acreditar que ele disse isso para mim? — Ele olhou para Ellie em indignação.
Ela hesitou, escolhendo as palavras com cuidado. Não estava em posição de dizer-lhe que sua segurança falhou nesse momento.
— Você realmente devia colocar pelo menos um chuveiro e toalhas no banheiro do primeiro andar. Teria vindo a calhar.
Ellie desviou seu olhar de sua expressão atordoada para um dos sofás. Caiu no material macio. Exausta e a necessidade de um bom choro cairia bem. Ou uma bebida forte. Talvez ambos.
Fury fez uma pausa do lado de fora da calçada para encarar seus homens e olhar por cima dos ombros para ver Ellie. Ela se sentou no sofá cansada e pálida de sua traumática experiência. Tinha tomado toda a sua força de vontade para deixá-la quando o que realmente queria era envolver seus braços em volta dela para dar-lhe conforto. Se explodisse em lágrimas, sabia que iria voltar para dentro, independentemente do quão estúpido seria para cuidar dela até seu medo diminuir.
Seu telefone tocou e ele atendeu.
— Sim, Justice?
— O que você fez com a fêmea humana enquanto estava dentro do banheiro? As câmeras o seguiram quando você levou-a para lá, mas não há filmagens de dentro. Está tudo bem?
— Sim. — Fury respondeu tenso.
— Você deveria ter enviado um dos nossos homens com ela se ela precisasse de ajuda. Tivemos longas conversas sobre ela, meu amigo. Você está bem?
Ele baixou a voz.
— Eles a tocaram e a feriram, mas mantive a calma.
— Ótimo. — Justice fez uma pausa. — Você fez um trabalho muito bom Fury. Estou orgulhoso de você. Os humanos estão um pouco chateados por nossa equipe ter salvado a mulher. Não ficaram felizes quando perceberam que temos a nossa própria segurança agora.
— Homeland é nossa. Fomos informados pelo presidente dos Estados Unidos que esta é a nossa casa e, quando formos capazes, poderemos dirigi-la nós mesmos.
— Eu sei. Sentem-se culpados por financiar as Indústrias Mercile sem saberem exatamente ao que pagavam. Queriam fazer o certo com a gente e seria uma publicidade muito ruim se todo o mundo apontasse o dedo para eles. Precisamos ir lentamente até que estejamos em posição de governar por nós mesmos. A conversa com Darren Artino parecia hostil. O que foi dito?
— Ele não estava feliz que conseguimos e sua segurança falhou. Desagradou-lhe que eu pedi a minha equipe que não permitisse que ninguém entrasse no dormitório até que tivesse certeza da segurança de Ellie e seu bem-estar.
Justice hesitou.
— Você está no controle? Preciso que esteja. Nosso povo precisa de liderança e orientação ainda mais agora, enquanto nós aprendemos a prosperar no mundo fora do cativeiro. Escolhi você para ser meu segundo no comando porque é respeitado, costuma manter suas emoções sob rígido controle, e você quer o que é melhor para o nosso povo tanto quanto eu.
— Você não tem nada com o que se preocupar — Fury jurou, seu olhar ainda em Ellie. — Sei que não posso tê-la.
— Desejaria que pudesse. — Justice suspirou baixinho. — Você merece a felicidade. Volte para o dormitório masculino. Estarei lá em breve para tratar com nossos homens.
O diretor Boris olhava furioso para Ellie.
— Quero uma explicação para a sua rejeição neste momento.
Olhou de volta para ele, furiosa, pronta para falar com o homem de uma forma rude.
— O que tem para explicar? Não me faça passar por isso outra vez. Já disse uma centena de vezes e nada vai mudar o fato de que tem um problema com eles tendo seus próprios agentes de segurança. O oficial Fury me ajudou a me limpar dentro daquele banheiro. Mal conseguia andar de tão triste. Tive que matar dois homens, não sou militar, e não tenho esse tipo de preparo.
— Sei disso — ele retrucou.
— Estava abalada naquele dia quando aqueles malucos invadiram Homeland e não conseguia nem andar. Se você viu os vídeos do que aconteceu, então sabe que Fury teve que me carregar. Minhas roupas estavam ensanguentadas e ele apenas me emprestou sua cueca e uma camisa. Ele fez esse tipo de coisa decente. Qual é o seu problema? — Se levantou e resistiu ao impulso de bater na cara dele.
— Ele tocou-a de forma inadequada e quero uma queixa formal apresentada até as seis horas de hoje. Precisamos mostrar a eles que não podem fazer o que diabos eles quiserem. Eles não tinham autorização para fazer o que fizeram.
Inacreditável. Ellie ficou boquiaberta.
— Não vou fazer isso. Ele não me tocou de forma inadequada. Se quiser fazer um concurso de quem mija mais longe com alguém para mostrar quem está no controle, não me meta nisso. Nem sequer tenho o equipamento certo.
Ele ignorou o comentário sarcástico.
— Aquele homem te carregou para um banheiro onde a despiu na frente dele e ele se despiu na sua frente, obviamente, para dar-lhe seu maldito boxer. Isso é totalmente inaceitável. Escreva esse relatório agora. Isso é uma ordem.
— Não há câmeras dentro daquele banheiro. Você não sabe o que se passou lá dentro! — Ellie gritou, furiosa.
— Posso adivinhar. É isso, Srta. Brower? Você tem tesão pelo oficial Fury? Será que vocês dois fizeram mais do que trocar de roupas? Ele te fodeu?
Ela deu um passo para trás, as mãos em punhos cerrados. Queria o espancar tanto que teve que lutar para controlar seu temperamento. Não podia. Ele foi longe demais.
— Você é um idiota de mente suja, diretor Boris. Aquele homem e sua equipe salvaram minha vida. Onde diabos estava a sua equipe de segurança quando aqueles homens estavam usando veículos para destruíram as portas da frente do dormitório? Onde estavam quando me perseguiram pelo primeiro andar e fui obrigada a matar dois homens? Onde estavam quando aqueles idiotas me maltrataram e planejava me estuprar brutalmente na frente de suas câmeras antes de me matarem? Deixe-me dizer-lhe onde estavam. Eles estavam assistindo tudo de sua sala de controle de segurança. Os oficiais NE de segurança salvaram a minha vida e o oficial Fury, para sua informação, estava de costas enquanto eu limpava a mim mesma, manteve-se de costas para mim o tempo todo, e com os olhos fechados. Ele nunca me viu nua. — mentiu. — E não vi um centímetro de sua pele, exceto os braços — mentiu novamente. — Não me diga para cometer perjúrio escrevendo algum relatório falso, porque está irritado que salvaram o dia quando sua equipe de segurança de merda estava de brincadeira.
O diretor Boris levantou-se.
— Você está demitida. Pegue a sua merda e saia imediatamente de Homeland. Eu pessoalmente te prenderei por invasão de propriedade dentro de uma hora se você ainda estiver por aqui e deixarei a minha segurança de merda tirar seu rabo para fora dos portões da frente. Terei a polícia local à espera para lhe dar um novo lar dentro da cadeia da cidade.
Ela balançou a cabeça.
— Você é um canalha covarde. — Se virou e saiu do escritório.
Ellie engasgou com as lágrimas enquanto se dirigia para a porta externa. Só tinha uma hora para reunir tudo o que tinha e deixar o único lar que tinha. Teria de chamar a segurança para pedir-lhes para trazerem seu carro para o dormitório para carregar seus pertences. Todos os veículos pessoais foram armazenados dentro de um estacionamento seguro na parte de trás de Homeland. Foi uma medida de segurança padrão para impedir que os carros fossem destruídos por qualquer um. Não tinha mais casa, apenas alguns milhares de dólares em sua poupança, e sem emprego. O que doía mais seria a saudade que sentiria das mulheres, pois criou muito carinho por elas. Chegou ao guarda de segurança na porta de chumbo que de repente se moveu para bloquear seu caminho com um comportamento sombrio.
— O diretor Boris ordenou-me para tomar o seu cartão de segurança e levá-la diretamente para fora de Homeland. Declarou que seus bens pessoais serão colocados em seu veículo e trazidos a você dentro de uma hora no portão da frente.
Choque rasgou através dela, que nem sequer a permitiram dizer adeus para as mulheres ou empacotar suas próprias coisas. Meu comentário picante provavelmente impulsionou ao Diretor Boris a um novo nível de idiotismo. Merda. Seu próximo pensamento estava centrado em Fury. Nunca mais irei vê-lo novamente. Dor correu através dela. Poderia não ser sua pessoa favorita, mas nunca colocar os olhos nele novamente a deixou se sentindo miserável.
Ela balançou a cabeça tristemente quando o guarda de segurança colocou a mão em sua arma, caso argumentasse. Isso iria apenas tornar a situação impossível pior ainda. Soltou seu cartão de segurança para entregá-lo. Soltou sua arma, mas agarrou seu braço.
— Posso caminhar sozinha, obrigada. — Puxou o braço de sua aderência, mas não a soltou.
— Me foi dito que se você resistir de qualquer forma posso prendê-la e transferi-la para os policiais civis, quando chegarmos ao portão.
Não lutou, mas queria. Levantou o queixo no lugar. Lutou para conter as lágrimas mais enquanto o homem puxou seu braço com força e levou-a em direção ao sol brilhante. Mais dois guardas de segurança esperavam lá fora, um deles arrebatou seu cartão de segurança de sua mão.
O diretor Boris realmente estendeu o tapete vermelho de raiva dela, parecia, desde que foram atribuídos três guardas de segurança. Idiota. Os dois novos homens assumiram posições na frente e atrás, enquanto o guarda que ainda segurando o braço dela entrou um dos carros de segurança. Praticamente a empurrou para o banco traseiro. Fechou os olhos quando o carro se moveu, sabendo que a levaria até o portão, e ficaria fora da vida de Fury para sempre.
Ellie foi empurrada para o lado de fora do portão onde havia um grupo de manifestantes. Nervosismo a possuiu enquanto estava ali esperando o carro dela. Olhou para o grupo anti-Novas Espécies e desviou o olhar rapidamente quando percebeu olhares ameaçadores destinados a ela. Os manifestantes não sabiam sua associação com os Novas Espécies, mas viram o segurança acompanhá-la para fora. Aproximou-se mais das portas quando alguns dos manifestantes se aproximaram.
— Afaste-se — um dos guardas disse, estendendo a mão para sua arma.
Ellie congelou.
— Estou esperando o meu carro. Eles não gostam de mim. — Jogou a cabeça para as pessoas por trás dela. — Não posso esperar aqui até que o meu carro venha? É pedir muito?
O segurança sorriu.
— Mova-se de volta para a linha agora ou vou te fazer voltar.
Parecia totalmente sincero. Voltou e moveu-se três metros de volta para a linha pintada no chão. Alguns dos manifestantes estavam bem pertos a ela agora. Um dos homens olhou para ela e se aproximou. Ele era um tipo corpulento, com tatuagens mal feitas em seus braços nus e parecia ter saído da prisão.
— Quem é você? Você veio de dentro. Você é um daqueles amantes de animais de coração mole?
Ela engoliu em seco.
— Por favor, deixe-me em paz.
Uma manifestante mulher olhou para ela e virou o rosto para um dos guardas.
— Quem é essa mulher?
O guarda nem sequer olhou para Ellie.
— Ela trabalhava lá dentro, mas acabou de ser expulsa.
Ellie ficou boquiaberta com o guarda anunciá-la e imediatamente sentiu a hostilidade que veio do povo ao seu redor. Aproximou-se novamente à porta, com medo. Alguns deles pertenciam ao mesmo grupo que havia invadido Homeland. O guarda com a espingarda balançou a cabeça para ela.
— Te ordenei que voltasse.
— Sim — um dos manifestantes gritou para Ellie. — Por que você não vem até aqui, sua vaca? Adoraríamos ter uma conversa com você.
Ellie estudou a multidão. Não estavam mais andando, carregando cartazes de ódio. A observavam e aproximam-se, ao estilo da máfia. Seguravam seus cartazes como se fossem tacos de beisebol e o terror encheu Ellie. Olhou os portões novamente e pegou nas barras.
— Vou processar cada um de vocês se os deixarem me machucar e você será preso juntamente comigo.
— Então, saia — um dos guardas de segurança bufou para ela. — Eles não podem atacá-la se você não estiver aqui.
— Não posso. Meu carro e meus pertences pessoais estão sendo trazidos para o portão. Nem sequer tenho minha bolsa.
Ele deu de ombros e sorriu friamente.
— Não é nosso trabalho protegê-la mais. Você é uma ex-funcionária, cuide de si mesma e se afaste antes que tenhamos de te tirar a força. — Fez uma pausa. — E te espancar seria meu prazer. Ouvimos dizer que quer que todos sejamos demitidos, assim aquelas Novas Espécies possam tomar nossos empregos.
— O que está acontecendo aqui? — Uma voz irada masculina veio de cima, a partir da passarela.
Ellie olhou para cima. Não conhecia os Novas Espécies por nome ou rosto. Embora suas feições revelassem que fosse um, e também usava uma roupa tipo SWAT preta com as letras NE impressas em seu peito.
— Nada — o guarda de segurança respondeu.
O Nova Espécie franziu a testa quando encontrou o olhar de Ellie.
— Sou um oficial NE e estou no comando. Por que você está ai fora?
— Fui demitida. — Ellie olhou por cima do ombro para a multidão atrás dela. — Tenho que esperar o meu carro ser trazido para mim antes que eu possa sair. O segurança se recusa a me permitir esperar lá dentro e estou realmente em uma espécie de um congestionamento aqui. — Olhou para trás para ele. — Realmente gostaria de ficar segura, enquanto espero.
Alguém jogou alguma coisa e bateu no lado do braço de Ellie. Estremeceu e virou-se para ver o que a atingiu. Uma lata de refrigerante estava no chão e líquido escuro borrifou de onde havia rompido. Ellie se afastou dos manifestantes, avançou ao longo da porta quando alguém jogou alguma outra coisa. Mal desviou do caminho quando uma garrafa de água cheia ricocheteou na barra de metal ao lado de sua cabeça.
— Coloque-a para dentro — o oficial NE ordenou. — Agora!
— Ela foi demitida. — Explicou o guarda de segurança. — Ela não é mais nosso problema.
— Estou ordenando-lhe fazer isso agora. — Disse o oficial NE e rosnou. — Deixe-a segura. Não me faça repetir.
Alívio inundou Ellie quando um dos guardas de segurança olhou para ela, mas apontou para a seção de entrada da porta. Outra coisa voou e atingiu seu ombro. Não viu o objeto, mas doeu. O portão abriu, enquanto a multidão lançava outra coisa, mas dessa vez não acertou o alvo, quando se lançou para chegar do outro lado da cerca. Esfregou o ombro onde foi atingido e olhou para cima, com a intenção de agradecer ao oficial NE, mas desapareceu.
— Fique no portão. — O segurança mais próximo ordenou.
Balançou a cabeça. Estava feliz por esperar o carro lá, enquanto observava os manifestantes. Olhavam para ela e ainda não haviam retomado seus protestos. Idiotas, pensou, e virou as costas para eles. Desejou que pudesse se sentar no chão, mas não apelaria a isso. Fechou os olhos, abraçou seu corpo, e esperava que não tivesse que esperar tanto.
— Sta. Brower?
Ellie abriu os olhos, surpresa ao ver Fury se aproximando com o oficial NE que ordenou aos seguranças deixá-la voltar para dentro do portão. Fury usava jeans, uma camisa preta de mangas longas, e um par de botas. Seu cabelo foi puxado para trás em um rabo de cavalo e olhava furioso. Seu coração começou de imediato a acelerar na simples visão dele. Apesar de sua expressão, com muita raiva, parecia sexy em sua roupa casual que exibia seus ombros largos e cintura bem formada. Parou cerca de um metro e meio a frente dela com o oficial NE imediatamente à sua direita.
— O que está acontecendo? Slade me informou o que aconteceu lá fora. — Seu olhar percorreu seu corpo de cima a baixo, para examiná-la. — Você foi ferida por algo que jogaram em você?
Balançou a cabeça, decidindo não mencionar seu ombro latejante. Forçou seu olhar para longe de Fury para olhar Slade. O oficial NE que a salvou, que apenas a olhava com curiosidade.
— Obrigada por me permitir esperar aqui pelo meu carro. Estava ficando feio lá fora.
Ele assentiu. Ellie voltou a atenção para Fury. Mordeu o lábio, indecisa por alguns segundos, e então tomou uma decisão. Precisava ser avisado e ela queria que soubesse o que aconteceu dentro do escritório do diretor. Também queria dizer adeus a ele.
— Podemos falar em particular? — Olhou para o guarda de segurança em pé próximo a eles que, obviamente, ouvia cada palavra.
Fury franziu a testa, mas assentiu.
— Este é um assunto particular entre você e eu ou Slade pode ser incluído?
Ellie sorriu para Slade.
— Ele é mais que bem-vindo para fazer parte desta conversa.
Fury virou.
— Siga-me.
O guarda de segurança ao lado de Ellie, de repente agarrou o braço dela.
— Ela fica bem aqui. Estou sob ordens do diretor Boris de que ela deve ser mantida do lado de fora. Já estou violando essas instruções, permitindo que fique deste lado do perímetro. Ela não vai mais longe.
Fury girou de volta.
— Tire as mãos dela. — Fury rosnou as palavras. Mostrando sua irritação. — Eu dou as ordens acima de seu diretor. A mulher caminha conosco e você fique parado. Entendeu? Não a toque novamente.
O segurança olhou atordoado, mas soltou Ellie e deu um passo atrás. Fury acenou-a a andar na frente dele e Slade. Deu cerca de vinte passos antes de enfrentar os dois homens que estavam bem atrás dela. Lançou um olhar ao redor da área para ter certeza que nenhum guarda estava perto o suficiente para escutar.
— O que você quis dizer em privado? — O olhar de Fury encontrou o dela, amolecido, e sua tensão irritada relaxou.
— Queria avisá-lo que o Diretor Boris tem algo contra suas equipes de segurança. Tentou me obrigar a fazer uma queixa falsa hoje contra você e seus homens. Tenho certeza que se fez isso comigo, vai tentar fazer com outras pessoas. Ele está realmente puto por vocês estarem tentando tomar o controle de sua própria comunidade. Só queria que vocês soubessem. — Fez uma pausa. — Vocês me salvaram outro dia e acho que vocês são melhores do que a segurança presente. Acredito que estejam certos que ele vai tentar manter o comando de Homeland. Só queria deixar vocês informados.
Fury estudou-a, mas acenou com a cabeça depois de alguns momentos de estudo. A expressão de Slade virou pedra. Não revelou o que pensava. Ela podia muito bem ter falado sobre o tempo. Fury respirou fundo.
— Que tipo de relatório ele queria que você escrevesse contra a minha equipe?
O chão de repente parecia muito interessante para Ellie. Foi incapaz de olhar para ele.
— Ele tentou fazer um alarde sobre você ter ajudado a me limpar no banheiro do dormitório. Ele inventou algumas coisas bem erradas. — Olhou para ele antes de se concentrar no chão novamente. — Recusei-me a escrever a reclamação e disse que não poderia me fazer cometer perjúrio. Só queria avisá-lo do que aconteceu.
Podia sentir Fury olhá-la com um silêncio esticado. Finalmente olhou para ele para ver umas linhas de expressão ao redor de sua boca.
— Foi por isso que foi demitida? Acabei de ser informado de que aconteceu.
Notícias ruins realmente chegam rápido.
— Isso e pode ter tido algo a ver comigo chamando-o de alguns nomes não tão bonitos quando ficou muito bravo com a minha recusa. — Sorriu tristemente. — Ele provavelmente teria me deixado arrumar meus próprios pertences antes que o insultei.
Os lábios de Fury se contraíram, mas não sorriu. — Entendo. — Fez uma pausa. — Preciso de seu endereço e seu número de telefone residencial, no caso de Justice querer falar com você. Apenas me diga e vou lembrar da informação.
Os ombros de Ellie caíram, odiando admitir sua situação para ele.
— Estou indo achar um quarto de motel na cidade e ir a procura de emprego. Mudei-me de outro estado quando vim trabalhar aqui. Estou sem casa agora. Posso dar o meu número de telefone celular se estiver empacotado com as minhas coisas. Caso contrário, poderia ligar para o escritório para deixar o número do motel para Justice, se você realmente acha que ele vai querer falar comigo. Não tenho ideia de qual motel vou ficar ainda.
Fury piscou os olhos escuros e sua boca apertou em uma linha firme. Olhou para ela, parecia estar estudando-a por algum motivo que não conseguia entender. Forçou o seu olhar em Fury quando Slade falou.
— Tenho certeza de que vai ficar bem, Sta. Brower. Por favor, não esqueça de ligar para o escritório com suas informações de contato.
Ellie balançou a cabeça.
— Bem, mais uma vez, obrigada por fazê-los me deixar voltar para dentro. — Seu olhar voltou a Fury. Percebeu que seria a última vez que falaria com ele e se encheu de tristeza por isso. Olhava para ela silenciosamente. Queria dizer tanta coisa para ele, mas só conseguia pensar em uma coisa que resumia tudo.
— Por favor, seja feliz e agradeço por decidir que não deveria morrer. — Ela lhe deu um sorriso triste antes de voltar para o guarda de segurança à espera junto à porta. Ela sentiu seu olhar sobre ela por todo o caminho, mas continuou de costas. Não queria vê-lo ir embora pela última vez. Obteve sua liberdade e agora estavam quites.
Meia hora depois o carro chegou ao portão. Pegou as chaves, percebeu que tinham colocado a bolsa no banco da frente, e entrou. Depressão a preenchia fortemente. Nunca voltaria a Homeland ou a Fury. Não fazia ideia para onde ia ou o que fazer com sua vida naquele momento.
Os guardas abriram os portões e empurraram os manifestantes para lhe darem acesso à rua. Alguém jogou alguma coisa e bateu no lado de seu carro. Encolheu-se, mas foi embora sem verificar se havia causado algum dano. Aquele era o menor dos seus problemas.
— Você fez a coisa certa. — Justice pôs a mão no ombro de Fury. Olhava para a porta que seu amigo estava observando por quase quarenta minutos. — Sei que foi difícil para você deixá-la ir.
Fury lutou contra suas emoções, uma coisa complexa de se fazer, e encontrou o olhar preocupado de seu amigo quando virou a cabeça para acabar com sua vigília.
— Fiz como você pediu quando me informou que tinha sido demitida. Permiti-lhe ir embora. Ela vai ficar mais segura agora que não está em Homeland, no caso de outros idiotas nos atacar.
— Nossos inimigos poderiam tê-la matado. — lembrou Justice. — Sei que isto é difícil para você.
— Não posso imaginar nunca mais vê-la novamente. — Fury admitiu. — Sinto dor.
Arrependimento correu nas feições de Justice e apertou seu ombro mais uma vez.
— Não sabia que era tão forte.
— É.
— Sinto muito.
— Percebo que ela está melhor no seu mundo do que aqui. Embora dissesse que não tinha casa. O que ela vai fazer? Talvez devesse ter pedido a ela para ficar. Poderíamos ter forçado o diretor a mantê-la no dormitório.
— Não podemos fazer nada agora, Fury. Há hora e lugar para tudo. Você fez o melhor para o nosso povo. Sinto muito que venha com um preço tão alto já que ela significa tanto para você. A única coisa que posso dizer é que você pode oferecer-lhe um emprego aqui de novo quando estivermos totalmente prontos para assumir o controle de Homeland.
Um pouco da dor aliviou dentro do peito de Fury.
— Quero que ela volte. — Precisava dela. Nunca vê-la sorrir novamente ou ouvir sua voz - esse conceito deixou um gosto amargo na boca. Um futuro sombrio pairava na sua mente. — Acredito que foi demitida por nos defender. Não me se sinto bem por não fazer o mesmo por ela.
— Então, definitivamente, ofereça o trabalho a ela, logo que você estiver capaz. Não será por muito mais tempo. Só precisamos aprender o suficiente para fazer as coisas direito. Há muito, o que embora nós não sabemos ainda. Cada dia é um passo mais perto de controlar nosso próprio destino.
— E se ela não quiser o trabalho? E se nunca quiser voltar? Ela poderia encontrar outro emprego em seu mundo. — Um flash de dor cortou Fury. — Nunca poderia vê-la novamente.
— Então você terá de esquecê-la, Fury. Terá de superar seus sentimentos.
Fury não disse nada, mas a dor que queimava dentro de seu peito era forte. Não queria deixar Ellie ir e com certeza não acreditava que pudesse superar as emoções que experimentou quando se tratava dela. Estava em seu sangue, era uma parte dele, mas agora já não seria uma parte de sua vida.
— Venha — Justice pediu suavemente. — Vamos dar um passeio juntos. Você não deve ficar sozinho agora.
Fury hesitou, olhando para a porta, mas sabia que ela não estaria de volta. Ele balançou a cabeça.
— Obrigado.
Ellie xingou violentamente, enquanto olhava para o trabalho de vandalismo com tinta em seu carro, sabendo que um dos manifestantes devia tê-la seguido até o motel. Olhou para trás, mas não avistou nenhum depois que deixou Homeland quatro horas antes. Aqueles idiotas são grudentos, merda. E obcecados. Eles sabiam o motel que ela deu entrada e seu carro foi vandalizado por causa de sua associação com os Novas Espécies. Realmente odiava aqueles idiotas fanáticos.
Ellie caminhou para seu quarto, com raiva que teria de chamar a polícia, escrever um relatório e contatar o seu portador de seguro. Com certeza não poderia dirigir um carro pela cidade com os palavrões escritos em letras grandes ao longo de todo o lado. Daria uma impressão muito ruim quando aparecesse em entrevistas de empregos. Bufou e agarrou mais apertado o saco de comida quando procurou pela chave do quarto no bolso do jeans.
Ellie puxou a chave do bolso e tentou empurrá-la na fechadura, mas algo a impedia de inseri-la. Curvou-se a altura do buraco da fechadura de pequeno porte, seus olhos se estreitaram quando examinou o que parecia ser um chiclete verde abarrotada onde o buraco devia estar, e se perguntou que tipo de garoto problemático iria estragar as portas desse jeito. A porta ao lado de seu quarto de repente se abriu.
Virou a cabeça a tempo de ver os três grandes homens de aparência má, olhando para ela. O medo bateu quando percebeu que estavam totalmente focados nela. Largou a maçaneta de sua porta e tropeçou para trás. Três metros a separavam do quarto dela do quarto ao lado, não longe o suficiente, na opinião dela, para esses caras, e isso foi confirmado quando o líder principal saltou rápido.
— Te pegamos — Suspirou e pegou Ellie quando tentou correr.
— Arraste-a até aqui, Bernie — um dos homens murmurou com urgência.
— Qual diabos é o seu problema? — Ellie agarrou o corrimão com ambas as mãos, o pânico tomando conta dela enquanto as mãos cruéis agarravam seus quadris. — Deixe-me ir!
— Meu problema... — o homem assobiou contra seu ouvido quando deslizava o braço em volta da sua cintura e a puxou, tentando arrancá-la do corrimão — É que temos provas de que você está envolvida com aqueles animais e viemos para te salvar. Você teve uma lavagem cerebral.
Salvar-me? Pelo menos não estavam tentando matá-la. Isso é algo, pensou. Os idiotas achavam que iam forçá-la a mudar sua maneira de pensar. Ela gritou e chutou forte contra o grande homem. Seu olhar freneticamente disparou ao redor, em busca de ajuda. Viu algumas pessoas no estacionamento abaixo e ficaram olhando para ela. Alguém gritou de longe para o cara soltá-la.
— Droga — um homem gritou ao lado. — As pessoas estão vendo! — Ele parecia em pânico. — Corra.
O braço em torno de Ellie subitamente liberou sua cintura. Todos os três correram para caminhos opostos. Ofegou, esgotada da luta, e cedeu contra a grade. O grande imbecil que a agrediu era forte. Torceu a cabeça e assistiu enquanto os três homens chegavam ao corredor agora, quase caindo da escada com pressa, e fugiram do estacionamento, desaparecendo ao redor do prédio. Quase caiu da passarela, mas conseguiu firmar os joelhos para manter-se de pé. Tremia toda. Uma porta se abriu e girou em direção ao barulho, esperando outra ameaça. Uma mulher segurando um bebê estava ali olhando pálida.
— Eram assaltantes?
Ellie relaxou.
— Não.
— A polícia está a caminho — um homem gritou do estacionamento. — Você está bem?
Ellie teve que limpar a garganta.
— Estou bem. Obrigada! — Viu sua bolsa de compras no chão onde deixou cair quando agarrou o corrimão. Inclinou-se para pegá-la e estremeceu com a dor do movimento causado em torno de braço dolorido. Xingou em voz baixa, esperando que o imbecil não havia deixado hematomas com seu pequeno cabo de guerra com seu corpo, e cambaleou de volta para as escadas. Sentou-se rígida, percebendo olhares das pessoas em volta, e notou uma multidão reunida para observá-la. Seu coração bateu ainda de tão assustada, mas estava segura e com fome. Pegou o saco de comida. Poderia muito bem comer enquanto esperava pela polícia.
Ellie mastigou ruidosamente seu hambúrguer e torceu a tampa de sua água saborosa, feliz de não ter comprado um refrigerante, uma vez que não teria sobrevivido a queda. Mexeu os dedos em sua bolsa para cavar seu celular. Deixou uma mensagem apenas uma hora atrás para Justice para informá-lo do seu número de celular, mas sua secretária havia insistido em deixar um endereço também. Não podia mais ficar no motel desde que aqueles malucos sabiam onde havia alugado um quarto. Ligou para o escritório de Justice. Queria falar com alguém antes de partir pela noite e seu relógio confirmava que só faltavam alguns minutos para as cinco horas.
— Alô — disse Ellie, após finalmente conseguir ser atendida por uma mulher que dizia ser secretária de Justice. — Acho que falamos antes. Sou Ellie Brower. Deixei minhas informações do motel em que me hospedei no caso do Sr. North quisesse entrar em contato comigo, mas estou com medo de que o local não é mais seguro. Tenho que mudar de motel. Acho que vou ligar amanhã de manhã com as novas informações. Você tem meu número de celular para que possa me localizar, certo?
A mulher do outro lado da linha ficou em silêncio por um momento.
— Por que você tem que mudar de motel?
— Uh... — Ellie avistou um carro da polícia no estacionamento. — Tive alguns problemas. Prometo que vou ligar de manhã com o meu novo endereço. Realmente preciso desligar agora. A polícia chegou e preciso fazer as malas rapidamente para conseguir uma escolta segura para quando sair daqui. Falo com você amanhã. — Ellie desligou.
Fury passeava em seu escritório. Ellie não voltaria nunca mais, nunca a veria de novo, precisava dar um jeito de controlar um pouco essa dolorosa realidade. Uma batida soou na porta. Respirou fundo, ajeitando suas feições, e limpou a garganta.
— Entre.
Brass, seu amigo, e o homem que havia colocado no comando do agendamento das aulas para os Novas Espécies aprenderem diferentes habilidades, entrou, fechou a porta atrás dele e encostou-se na madeira.
— Temos um problema.
— O que há de novo? O que é desta vez?
— Alguns dos guardas humanos foram vistos flertando com nossas fêmeas. Nossos homens estão muito protetores com elas.
A boca de Fury fez curvas de um sorriso.
— Nossas mulheres podem lidar com um humano. Ainda não encontrei um humano que pudesse derrubar um Espécie, macho ou fêmea, quando estão com raiva. — O sorriso morreu. — É assédio ou apenas típico flerte?
— Típicos flertes, mas nossos homens podem começar a brigar por isso. Nenhuma das mulheres se sentem ameaçada ou fizeram alguma queixa. Gostaria de evitar conflitos entre os humanos e nós. Se os nossos homens começarem a estourar a cabeça com humanos que piscam para nossas mulheres pode causar muita tensão.
— Vou falar com eles. Convoque uma reunião. — Olhou para o relógio. — Vamos dizer... em duas horas?
— Parece bom. — Brass deu um sorriso. — Você percebe que se tornou uma figura paterna para todos. Você dá conselhos e lida com ameaças severas quando se comportam mal. Justice é a nossa figura materna - nos protege, nos dar carinho, e alimentação para tornar a nossa nova Homeland um lar.
Fury levantou sua mão com seu dedo médio estendido.
—Essa é a sua lição de hoje, filho.
Uma onda de gargalhadas encheu a sala.
— Dispenso se for uma oferta. Você não faz meu tipo.
— Ninguém faz. — Fury riu. — Nossas mulheres são muito inteligentes para escolherem fazer par com você.
Brass se afastou da parede e deu alguns passos mais perto, seu sorriso desaparecendo. Seus olhos se estreitaram enquanto estudava Fury.
— Falando em mulheres, ouvi que a pequena humana que você salvou deixou Homeland.
Todo o humor acabou. Fury balançou a cabeça.
— O diretor a demitiu e Justice pediu-me para não me envolver. Queria ultrapassar a autoridade do diretor, dar-lhe o emprego de volta, e mantê-la aqui. Vi o perigo que se encontrava por estar associada com a gente depois do ataque que sofremos. Justice me fez entender que teria uma vida melhor sem mim.
— Se você tivesse feito isso, o babaca impotente iria perceber que estamos cientes do poder que temos.
— Isso foi o que Justice disse. Sinto-me em conflito, Brass. Não queria que ela fosse, mas tenho responsabilidades para com o nosso povo também. Estou partido ao meio. A única maneira de manter a sua estadia aqui era enfrentando o diretor. E essa ação teria prejudicado o nosso plano para a nossa comunidade.
— Você realmente se preocupa com esta mulher? — Suas sobrancelhas se arquearam. — A vi muitas vezes e ela é muito diferente de nossas mulheres. Ela é pequena.
— Estou consciente da nossa diferença de tamanho.
— E ela é humana. — Brass franziu o cenho. — Ela também trabalhou para Mercile. Estou ciente do por que ela trabalhou lá, todo mundo foi informado de que trabalhou lá disfarçada para reunir provas, mas também ouvi dizer que você tinha um problema pessoal com ela. Estava na sala de conferências, Fury. Temia que você fosse matá-la na frente de uma sala cheia de humanos.
Fury se sentou na dura ponta de sua mesa, cruzou os braços sobre o peito, e suspirou alto.
— Algo aconteceu entre nós e me senti traído por ela. Perdi completamente meu controle.
— Sério. Nunca te vi tão selvagem. O que ela fez para você?
Fez uma pausa.
— Ela é a aquela que te falei, quando fomos libertados e levados para aqueles motéis enquanto esperávamos sermos trazidos pra cá. Ela é a humano que entrou em minha cela e matou Jacob.
— Merda — Brass murmurou, em uma falta de mais palavras.
— Nunca reagi a ninguém tão forte como reagi por ela. Estou... — Procurou uma forma de expressar suas emoções. — Estou obcecado por ela. Ela sorri e eu derreto. Quero ouvir sua voz e apenas estar perto dela.
— Merda — Brass repetiu.
— A quero de volta. Não podia estar com ela, mas ia ao dormitório à noite e, pelo menos, podia vê-la interagir com nossas mulheres à distância. Agora eu nem tenho isso. É... isso dói!
O silêncio se estendeu. Brass finalmente falou.
— Quando tomarmos poder sobre Homeland você poderia convidá-la para cá. Você estará no controle da segurança. Não teremos que nos preocupar com a reação dos humanos. Consegue esperar até então?
— Não sei — admitiu. — Só a quero de volta. Quero-a perto de mim. — Fez uma pausa. — Preciso dela perto, mesmo que não possa realmente estar com ela. Tudo o que posso pensar é o que está fazendo agora, para aonde vai, e... — Sua voz se aprofundou em um rosnado. — Se os machos humanos estão tentando tocar no que é meu.
As sobrancelhas de Brass arquearam.
— Seu?
— Minha. — Fury assentiu. — É como me sinto quando penso nela.
— Aguente firme. Nosso povo aprenderá rapidamente e vamos ser capazes de controlar completamente Homeland em breve. Você será capaz de convidá-la para cá. Espero pelo seu bem que ela aceite sua oferta.
— Também. — Fury ficou em pé. — Faça essas ligações e confirme a reunião. Vou falar com nossos homens e agendar sessões de treinamento extras para dar-lhes uma saída para a sua raiva. Os seres humanos dentro de nossas paredes não são nossos inimigos, na maioria das vezes.
Ellie terminou de fazer as malas após o balconista do motel ter arrombado a porta para permitir que recuperasse suas coisas. Estava agradecida de não ter descompactado ainda. Estudou o policial em sua porta, observando cada movimento seu.
— Obrigada. Estou pronta para ir agora. Agradeço por tomar conta de mim.
O policial deu de ombros.
— É o meu trabalho.
Ellie agarrou sua bolsa e sua mala. O policial saiu do seu caminho e fechou a porta para ela. Desceu as escadas, tentando não perceber que alguns dos convidados do motel ainda estavam lá fora, olhavam espantados para ela como se fosse o entretenimento da noite. Suspirou. Não gostava de ser a principal fonte de divertimento para estranhos.
Estremeceu com as palavras em seu carro. O policial fez um relatório dos danos, tirou fotos, e deu a ela um cartão com o número do relatório policial. O policial desbloqueou seu bagageiro enquanto levantava sua mala. Fechou-o e forçou um sorriso quando ele entregava as chaves de volta.
— Gostaria de um conselho?
Ela balançou a cabeça.
— Claro.
Ele olhou para o carro e depois para ela.
— Consiga carro alugado e deixe esse dentro do estacionamento da empresa de aluguel. Essa é uma pequena cidade. Se esses idiotas estão decididos a atormentá-la tudo o que têm de fazer é dirigir em torno de motéis e hotéis procurando por isso. Você ficaria muito fácil de encontrar, até sua companhia de seguros cuidar disso.
Ótimo, pensou Ellie. Suas finanças apertariam até encontrar outro emprego. Quase podia ver mentalmente o dinheiro queimando, mas fez um ponto válido.
— Obrigada. Acho que é um grande plano e vou fazer isso.
— Não posso esperar para que estes idiotas deixem esta área. Desde que os manifestantes apareceram tem sido assim. Os moradores locais ficaram felizes em aceitar Homeland, na sua maior parte, e aquelas pobres pessoas lá sempre serão bem vindas na nossa comunidade. Era chato ter uma base militar, como vizinha. Vivia ao lado de uma quando era criança e eles sempre faziam confusão na cidade quando bebiam em suas horas de folga. Os Novas Espécies não fazem isso. Em seguida, esses Puros Humanos, idiotas, apareceram em cena. Você não acha que eles deveriam ter algo melhor para fazer?
Ellie lhe deu um sorriso agradecida, aliviando a tensão de seu corpo. Foi bom ouvir alguém concordar com suas opiniões depois de sua experiência.
— Sim. Os Novas Espécies sofrem o suficiente sem esses idiotas racistas.
— Vou dirigir atrás de você por algumas quadras para me certificar de que não está sendo seguida.
— Obrigada.
Ellie deu um passo para a porta do motorista do seu carro, mas parou quando uma grande SUV preta arrancou para dentro do estacionamento. Congelou, olhando. Parecia muito com um dos carros usados em Homeland, com todos os vidros fumês pretos. Parou logo atrás do carro de Ellie. Ficou tensa quando o policial ao lado dela pegou sua arma com uma mão, e o rádio na outra.
A porta do motorista se abriu e Ellie olhou desconfiada para o homem que circulava em torno da frente do SUV. Usava um terno e óculos escuros. Ele parou, com a cabeça voltada para o policial, e, em seguida, parecia estar olhando para Ellie pela maneira como seu rosto abaixou em sua direção. Suas mãos estavam abertas ao seu lado e abriu os dedos, movendo suas mãos para longe de seu corpo para mostrar ao policial que não estava armado.
— Srta. Brower? Sou Dean Hoskins. Sr. Fury me enviou. Você ligou para o escritório do Sr. North, e ele tomou conhecimento de que você estava tendo algum tipo de problema.
Fury? Ellie relaxou.
— Está tudo bem — ela garantiu ao policial.
Dean Hoskins deixou suas mãos caírem logo que o policial liberou a coronha de sua arma. Estendeu a mão, tirou seus óculos escuros, e revelou que tinha olhos verdes num rosto bonito.
—O Sr. Fury me pediu para recolher você e suas coisas. Fui enviado para dar-lhe uma mensagem. Não sei o que significa, mas o Sr. Fury me garantiu que entenderia. Pediu-me para dizer-lhe que depois de salvar sua vida, você deve a ele agora. Pediu que você me seguisse de volta à Homeland para falar com ele pessoalmente. Ele teria vindo por si mesmo, mas infelizmente, por causa da situação fora de Homeland, não seria aconselhável ele vir.
Sem brincadeira, pensou Ellie. Fury queria falar com ela. Perguntou-se o que ele queria discutir. Pode ser que tenha se arrependido de não ter dito adeus. Pode até querer dizer que a perdoou pelo o que fez a ele. Claro que poderia só querer saber o que tinha acontecido. Não queria ter esperanças por ele só querer vê-la novamente. Nunca saberia a menos que falasse com ele. Iria incomodá-la, se não fosse.
Assentiu para Hoskins. Não tinha dúvida de que ele estava no nível. Fury só iria falar sobre quem devia a quem.
— Tudo bem.
Colocou seus óculos de sol de volta em seu rosto. Ellie virou-se para o policial.
— Muito obrigada por tudo. Vou passar na empresa de aluguel de automóveis, logo após o meu encontro com o Sr. Fury.
Ellie subiu em seu carro e esperou enquanto Hoskins virou o grande SUV por dentro do estacionamento. Ellie se afastou do espaço para seguir o SUV de volta à Homeland. Odiava os olhares que recebeu dos outros motoristas e temia, quanto aos manifestantes terem uma carga extra do que foi pintado com spray em seu carro.
As palavras de ódio a humilhavam e envergonhavam. O guarda que a escoltou até o portão olhava para ela com as sobrancelhas levantadas. Ellie suavemente xingou e resistiu não falar alto. Não tinha escolha a não ser dirigir com o veículo vandalizado. Seguiu o SUV preto até o escritório central e estacionou ao lado dele na seção de visitante.
Ellie agarrou sua bolsa quando saia do carro. Não estava prestes a deixá-la longe de seu alcance depois de já ter sido mandada embora de Homeland. Precisava ter opções se a chutassem para fora outra vez sem um carro. Dean Hoskins estudou seu veículo com uma careta.
— Foi este o problema que você enfrentou?
— Em parte. Parece que alguns idiotas pensaram que fizeram uma lavagem cerebral em mim e três deles foram na tentativa de supostamente me salvar. Só Deus sabe o que achavam que iam fazer se tivessem conseguido me sequestrar. —Balançou a cabeça. — Alguns deles são simplesmente insanos.
Futy aumentou seu ritmo enquanto Justice o observava de perto, estudando-o, e isso o irritava. Parou, atirando um olhar a Justice.
— O quê? Ela estava em apuros. Ela mencionou a polícia à sua secretária e precisou de uma escolta até lá. Você tem um problema comigo por enviar Dean para buscá-la? Ele trabalha para nós. Qual é o lado bom de ter alguns humanos nos ajudando se não fazem nada?
— Não estou discutindo o seu raciocínio. Acreditava que estaria mais segura em seu mundo, mas devo admitir quando estou errado, se já teve problemas tão cedo. Só estou me perguntando se você vai explodir quando ela chegar. Você parece prestes a perder totalmente o controle de novo.
Fury rosnou, lutou contra sua raiva, e encontrou o olhar preocupado de seu amigo.
— Todos os instintos de proteção dentro de mim estão lutando. Meu primeiro impulso era de saltar dentro de um jipe e ir lá para procurar por ela. Estou no controle desde que enviei Dean.
— Bom saber. — Justice avançou para mais perto. — Se isso significa tanto para você, pode mantê-la aqui. Vou acalmar as coisas de alguma forma com o diretor e se isso não funcionar, vou obrigá-lo completamente a permitir que ela fique. Sob as circunstâncias, pode não despertar muitas suspeitas ir sobre sua cabeça. Ele é muito paranoico sobre quanto poder nós temos e está tentando manter o comando absoluto de Homeland. Está sendo um idiota tratando-nos como se fôssemos crianças, mas o importante é que ele trabalha para nós. Tenho certeza de que há uma habitação disponível na seção de visitantes-humanos. Vou fazer algumas ligações.
Os olhos de Fury se estreitaram.
— E ter o diretor agindo pelas nossas costas novamente? Você me colocou no comando da segurança. Não vou permiti-la longe da minha vista.
A boca de Justice caiu aberta.
— Onde você vai hospedá-la, então?
— Tenho dois quartos. Ela estará segura dentro da minha casa. Ninguém seria estúpido o suficiente para ir atrás dela lá, e posso guardá-la.
— Você quer dizer protegê-la.
— É a mesma coisa.
— É uma má ideia. — Justice deu de ombros. — Mas você está no comando. Tenho dores de cabeça o suficiente tentando descobrir o lado comercial de Homeland, como dar ao luxo de pagar por tudo e onde encontrar mais recursos para usarmos depois que começarmos a executá-lo nós mesmos. Enquanto o presidente é generoso, estamos utilizando um monte de dinheiro com os custos de construção de todas as medidas extras de prevenção, que precisamos para o local após o ataque. Não se esqueça que você tem uma reunião pela manhã com o arquiteto. Quero que vá de acordo com o plano cuidadosamente e a decisão é sua sobre o que é melhor para evitar outra violação às nossas portas da frente.
— Vou estar lá.
Justice avançou, agarrou o ombro de Fury, e olhou profundamente em seus olhos.
— Sei que você vai fazer o seu trabalho. Estou mais preocupado com seu estado emocional quando se trata dessa mulher. É a única rachadura em sua armadura que já vi. Emoções podem ser muito perigosas na nossa espécie.
— Posso separar as minhas responsabilidades com nosso povo dos meus assuntos pessoais.
— Sei que pode. — Justice o soltou. — Boa sorte com sua humana. — Um sorriso dividiu seus lábios. — Não te invejo. Claro, elas têm que ser mais fáceis do que tentar lidar com nossas mulheres.
Fury bufou.
— Na verdade não. Ela é muito difícil de entender, já que viemos de dois mundos diferentes. — Hesitou. — Sinto raiva por ela talvez estar machucada.
— Tente ficar calmo. Eles se assustam facilmente quando rosnamos ou mostramos os dentes. — Justiceriu, indo embora.
Fury resmungou em voz baixa. Tentou ouvir o que aconteceu com Ellie, sem deixar mostrar sua raiva. Dean ligou para dizer-lhe que ela estava seguindo-o até Homeland, mas agora se recusava a dizer-lhe o que tinha acontecido. Ellie não estava ferida já que estava dirigindo e isso era tudo o que importava. Caminhou para fora do escritório para o estacionamento aonde ela chegaria. Queria estar lá esperando, mas Justice o atrasou.
— Eles o quê?
A voz profunda atrás de Ellie a surpreendeu. Girou e deixou cair a bolsa. Fury chegou logo atrás dela sem perceber. Ele se moveu tão sorrateiramente que não fez um som para avisá-la de sua abordagem. Apertou seu peito quando o encarou.
— Não se aproxime de alguém assim. Não fazia ideia que estava aí. Você quase me deu um ataque cardíaco. — Seus braços caíram para os lados.
Fury se aproximou.
— Alguém tentou te sequestrar? — Se abaixou, levantou sua bolsa do chão, e segurou-a com a mão grande, enquanto endireitou a sua altura máxima novamente. — Como?
O coração de Ellie correu freneticamente.
— Descobri que um dos manifestantes me seguiu até o motel e alugou um quarto ao lado do meu. Estavam esperando para me emboscar quando voltei para o meu quarto depois de pegar um pouco de comida. Gritei quando um dos três homens me agarraram. Havia gente por lá que começou a gritar e eles fugiram.
O olhar em Fury combinava com seu nome. O nome certamente se encaixava nele, Ellie decidiu. Ficou em silêncio enquanto continuava a olhar para ela, mas então resmungou baixinho. Seus dentes caninos saíram para fora de seus lábios cheios entreabertos. Recuou, desconfiando de sua raiva. O que eu fiz? Não foi minha culpa. Olhou como se quisesse arrancar-lhe a garganta novamente.
— Você não está segura lá fora — afirmou em um tom áspero. — De agora em diante você ficar aqui. Não discuta comigo.
Dean Hoskins limpou a garganta e pegou seu telefone celular.
— Vou ligar para habitação de convidado para se certificar que tenham um quarto para ela.
— Espere. — Fury exigiu. — Ela morará comigo.
Ellie olhou confusa para ele, tentando dar sentido a sua oferta.
— Com você — ela suspirou.
Ele deu um passo mais perto.
— Você parece saber como encontrar problemas, doçura. Ou talvez ele simplesmente parece saber como encontrá-la. Tenho um quarto de hóspedes e você ficará comigo. Dessa forma posso ficar de olho em você.
Uh-oh. Ela viu quando Fury desviou seu olhar do dela e voltou sua atenção ao seu carro. Passeou por todo o caminho em torno do carro, examinando cada centímetro do dano, só parando quando ficou na frente de Ellie novamente. Agarrou a mão dela, segurando-a firmemente dentro de seu aperto de pele quente, mas suave.
— Vamos. Minha casa não é muito longe, por isso vamos andar até lá. Vou pedir a alguém que retire as suas coisas e conserte o que fizeram com o carro.
— Mas a minha mala... — Ellie tentou parar.
— Agora não. — rosnou, puxando fortemente sua mão, forçando-a a se mover quando não tinha a intenção.
Ele puxou Ellie ao seu lado, dando-lhe pouca escolha senão acompanhá-lo. Notou a expressão alarmada de Dean Hoskins. Não queria causar uma cena para que Fury entrasse em qualquer tipo de problema. Sabia que a estava protegendo, por algum motivo e odiava a ideia de deixar Homeland mais do que viver dentro de sua casa.
— Obrigada por vir me pegar — ela gritou para Dean.
— Não é um problema — respondeu Hoskins.
Ellie olhou de relance para seu perfil bonito, mas severo de Fury, enquanto corria, mas ao lado dele, suas longas pernas comiam o chão. Ainda agarrava sua bolsa em uma mão. Deu à sua bolsa um olhar preocupado e esperava que nada dentro ficasse esmagado com sua força e com os nós dos seus dedos brancos. Ellie não protestou quando Fury continuava até que chegaram em sua casa. Ele se aproximou da porta da frente, enfiou a mão no bolso de trás, e usou seu cartão-chave para abri-la. Seu olhar escuro fixou nela.
— Entre, agora.
Ellie hesitou.
— Por que está tão bravo comigo?
— Não estou — rosnou. — Entre.
Ellie entrou no interior escuro, lançando olhares ao redor na sala. A porta bateu atrás dela fazendo um barulho alto. Virou para enfrentá-lo. Fury encostou-se à porta, apenas deixou cair a bolsa no chão, e se encolheu, esperando que seu telefone celular, que enfiou lá dentro sobrevivesse ao duro golpe no piso da entrada. Sua atenção voltou-se a Fury apenas para encontrá-lo olhando para ela com seu olhar escuro e intenso. Seus dentes afiados saíam por entre seus lábios entreabertos novamente.
— Para alguém que não está com raiva de mim — afirmou baixinho — Você está fazendo uma péssima impressão. Poderia, por favor, pelo menos... — apontou para sua própria boca. — Esconder as presas?
Elel rosnou.
Ela se afastou alguns centímetros.
— Tudo bem. Não esconda. É que quando você mostra essas presas e faz esse olhar de raiva, você tende a dar às pessoas a impressão de, bem, a mim pelo menos, que está irritado com elas. — Respirou. — E quanto a rosnar... — Deu de ombros. — Parece que está com raiva.
— Estou furioso. — Rosnou.
— O que eu fiz? — Deu mais um passo para trás.
— Nada. Não é dirigido a você. Você foi demitida por me proteger. Foi jogada para o seu mundo e por causa de nós, virou um alvo como se fosse uma de nós.
— Bem — Relaxou, secretamente emocionada que não tinha o irritado. — Trabalhava em Homeland e sabia que não ia fazer amizade com pessoas estúpidas quando assumi o cargo. Se concordasse com esses idiotas não estaria aqui e todos sabem que sou pró-Novas Espécies. É apenas um fato da vida que eles são uns imbecis. Todo mundo tem grupos de ódio.
— Ninguém te odeia por causa de onde você vem.
Ela sorriu.
— Sou originalmente da Califórnia, antes de minha família se mudar para Ohio. Metade do país tem certeza de que todos os malucos e esquisitos da América vivem ou nascem no sul da Califórnia.
Fury piscou.
— O quanto pró-Novas Espécies você é?
Ela se perguntava se questionou se ela secretamente não gostava do seu povo.
— Se está perguntando se sou preconceituosa, não sou. Quando ouvi os rumores sobre as Indústrias Mercile e seus tipo de teste e as cobaias que usavam, fiquei indignada. Imediatamente concordei em ajudá-los. Horrorizou-me saber que podia, de alguma forma, ser parte de alguma coisa a ver com uma empresa tão cruel. — Fez uma pausa. — Novas Espécies são pessoas para mim, ponto, assim como todos os outros. Você tem o direito de fazer qualquer coisa que os humanos fazem. É isso que você quer dizer? Odeio até mesmo fazer distinção.
Afastou-se da porta e deu um passo na direção de Ellie. Fez uma pausa.
— Você já ouviu o último protesto contra nós? Estão com medo que vamos começar a namorar com os humanos. O que você acha sobre isso?
— Você não me ouviu quando disse que acho que vocês são pessoas pra mim? Vocês têm tanto direito de viver ou estar com quem quiserem ficar como eu faço.
Ele balançou a cabeça.
— Você ficaria com um dos meus homens? Slade é bastante chegado a você.
Slade? Ellie piscou, lembrando o cara que salvou sua pele no portão. Isso veio como uma surpresa que estivesse atraído por ela.
— Não o conheço. — Não conseguia pensar em mais nada a dizer.
— Você o encontrou esta manhã.
— Bem, sei quem ele é, mas não o conheço pessoalmente. Não sei se gostaria de passar tempo com ele ou não.
— Mas se você gostasse dele, você sairia com ele? Mesmo sabendo quem ele é?
Ela observava atentamente Fury o suficiente para localizar sua raiva. Não conseguia entender o homem.
— Claro. Eu acho. Não vejo porque não. Realmente não tenho pensado nisso.
— Nossas espécies não são totalmente compatíveis. — Fury deu um passo mais perto.
Ellie deu um passo na direção oposta. Ele avançava, enquanto se afastava. Sentia-se perseguida. Sua ira irradiava dele, trazendo a certeza de que vir à sua casa tinha sido um erro. Ainda estava com raiva sobre o que aconteceu nas instalações de teste? Será que ainda quer me punir por isso? Tinha perdoado e ele fez pior. Não sentia medo dele, cortando-lhe o ar, ou sequestrando-a de um parque para amarrá-la a uma cama.
— Por que está me apoiando contra a parede? — Olhou por cima do ombro. Só faltavam mais alguns metros de espaço e, em seguida, não teria mais para onde ir. Sacudiu a cabeça e olhou para Fury. — Poderia, por favor, parar? Você está começando a me assustar.
— Você estaria com medo de mim se fosse Darren Artino ou um homem como ele? Humano?
Franziu a testa.
— Se alguém estivesse com raiva e vindo até mim, sim, estaria com medo. Você vai parar com isso?
— Percebi que não negou que as nossas espécies não são compatíveis. — Avançou.
Ellie deu mais um passo para trás e bateu na parede. Ia ficar sem espaço para colocar entre eles.
— O que você quer que eu diga? Nem sei o que te dizer. Sei que você tem a maior parte de DNA humano e não entendo o que quer dizer. Nós dois somos pessoas.
— Passei minha vida inteira dentro de uma instalação de testes. — Suas mãos apoiaram sobre a parede em ambos os lados dos ombros de Ellie. A fixou entre seu peito e braços, não a tocando.
— Sei. — Não conseguia desviar os olhos de seu lindo rosto, pairando tão perto dela. Inalou seu aroma masculino maravilhoso e lutou para evitar roçar em seu corpo.
— Erámos constantemente experiências, alterados e testados — rosnou. — Nós ainda estamos aprendendo coisas novas sobre o nosso corpo, o que fizeram em nós, e não somos humanos o suficiente para nunca nos enganar, acreditando que poderíamos ser um. Há traços de animais muitos presentes. Você pode ver algumas das mudanças, olhando para nós, mas também estão dentro de nossos corpos, em nosso DNA. Estou preocupado que se você soubesse o quanto de mim não é humano iria aterrorizar você. — Fez uma pausa. — Isso assustaria a maioria dos seres humanos, se eles percebessem o que escondemos na esperança de vivermos com eles. Queremos viver juntos, em paz, esperamos a aceitação, e apenas para sermos deixado em paz pelos grupos de ódio.
Ellie olhou para ele com curiosidade.
— Que tipo de características animais que você esconde? — Com certeza não era o rosnando. Fazia isso com frequência ou talvez seja apenas para mim.
Ele hesitou.
— Eu apenas não sou completamente humano. Não vou entrar em detalhes. Somos muito diferentes de seu povo. Nós nem sequer temos pais e se alguma vez os tivemos, nunca chegamos a conhecê-los. Esses registros não foram recuperados, nos levando a acreditar que foram destruídos. Nossas infâncias foram completamente diferentes. Tanto é assim que temos muito pouco em comum.
— Como foi sua infância?
Sua mandíbula cerrou.
— Me lembro de ter medo, de estar sempre preso. Lembro-me da escuridão que me aterrorizava e depois da dor. Sempre me levavam para baixo e injetavam em mim com todas aquelas agulhas. Lembro-me — ele sussurrou — Dor e o terror foram sempre meus companheiros de infância.
Lágrimas encheram os olhos de Ellie. Estendeu a mão sem pensar e colocou a palma aberta em seu braço.
— Sinto muito. — Quis consolá-lo.
Fechou os olhos, levou muito tempo, respirou fundo, e depois os abriu.
— Eles me mudaram. Lembro-me do choque quando meus dentes de leite caíram e meus novos dentes eram mais longos e mais afiados. Não tinha um espelho, mas eu podia sentir a diferença. Podia sentir meu rosto, sabia que não se parecia com os técnicos ou os médicos. No momento em que cheguei à puberdade minha musculatura tinha crescido porque estavam me enchendo com drogas para alterar meu corpo. Sabia que não era certo, meu corpo mudou, que estavam me fazendo diferente com as drogas, mas não paravam de me dar.
— Sinto muito, muito mesmo, Fury. — Arrastou sua mão um pouco mais alto, então abaixou, acariciando-o. — Estavam tão errados em fazer isso.
— Sei que sim. É um pouco confortante saber que algumas das pesquisas que fizeram eram para criar drogas para ajudar os humanos doentes quando uma vida inteira de memórias dolorosas me assombra. Agora, existem grupos de pessoas, milhares delas, que me querem morto só porque alguém me jogou no inferno quando criança e me obrigaram a suportar o pesadelo. Sofremos pelo benefício dos humanos e para Mercile ganhar dinheiro. — Limpou a garganta. — Estou cansado de sempre me sentir do lado de fora da vida por ser diferente — respondeu asperamente. — Sabia que algo me fez único pelo tanto que me lembro. Olhava para eles, sentia meus dentes e a face, notava as diferenças do meu corpo, e então comecei a prestar atenção ao que diziam. Com o tempo fui capaz de aprender o suficiente para descobrir o que faziam conosco e por que. Sentia-me tão só e via somente humanos até... — Fechou a boca.
— Não te culpo por odiar todos em Mercile. Não ajuda ouvir que algo de bom veio disso?
— Não — ele rosnou suavemente. — Talvez. Não sei. Odeio o que fizeram conosco.
— Também. O que você ia dizer sobre vendo somente aqueles humanos até? Você parou.
Seu olhar escuro estreitou, olhando para ela, e limpou a garganta.
— Até que trouxerem uma mulher em minha cela. Ela era dos Novas Espécies e foi a primeira vez que vi alguém que se parecia comigo. Queriam ver se nós poderíamos reproduzir. — Olhou para a parede ao lado de seu rosto, fixando-se lá. — Nos forçaram a ficar juntos algumas vezes, mas nunca funcionou. Não éramos capazes de produzir filhos. — Sua mandíbula ficou tensa antes de voltar o seu olhar. — Fiquei contente. Não queríamos que tivessem sucesso em trazer uma nova vida para aquele inferno.
Ellie mordeu o lábio e abaixou a mão.
— Ouvi algo sobre isso com as mulheres — admitiu. — Não é justo o que fizeram com vocês. Estavam errados e era só maldade em fazer isso, Fury. Chamo essas pessoas de totais idiotas, sem um pingo de inteligência ou compaixão.
Fury procurou seus olhos, olhando profundamente neles.
— Você tem medo de mim, Ellie?
Ela hesitou.
— Tenho quando você está irritado, mas você me assusta, tendo DNA animal ou não, para ser honesta. Você é um homem grande.
Todo o seu corpo caiu, sua tensão diminuindo.
— Não queria te machucar na minha cama, derramando seu sangue.
Não esperava que dissesse isso. Soltou o ar que a engasgou. Seu coração disparou e então se forçou a se acalmar. Fury a observava em silêncio.
— Acredito em você.
— Não acho que teria te machucado se não fosse pelo que fizeram comigo. Não teria dentes afiados.
Ellie não sabia o que dizer. Engoliu o caroço que se formou dentro de sua garganta. A atração que sentia por Fury era forte, admitiu que sempre teve, desde o dia que colocou os olhos nele. Pensou no que fez a ela em sua cama, por muitas noites, uma realização de fantasia, de sua mente cheia de lembranças eróticas durante o sonho. Foi fantástico até essa última parte, quando de repente se retirou dela e Justice chegou.
— Agradeço ao seu Deus que não fiz as coisas que queria fazer com você.
Ellie de repente estava toda aquecida.
— O que...? — Teve que engolir. A voz dela quebrou. — O que você queria fazer? — A pergunta saiu num sussurro.
Seus olhos brilharam alguma emoção que não conseguia identificar.
— Realmente te assustaria. Nós não somos sexualmente compatíveis em todos os sentidos.
Ellie olhou para ele. Abriu a boca para perguntar o que quis dizer com isso. Fury de repente se afastou para longe da parede e virou as costas para ela. Afastou-se, uns bons dois centímetros os separavam.
— Seu quarto será a primeira porta à direita pelo corredor. Fique à vontade. Vou correr até o escritório de segurança e pedir um passe temporário para você, mas por enquanto deve ficar dentro da casa. Vou certificar que suas coisas estejam a caminho. Há muita comida na cozinha, se você estiver com fome. — Saiu da casa e bateu a porta.
Ellie inclinou-se contra a parede por um longo tempo olhando para a porta pela qual desapareceu completamente. O que ele queria fazer comigo naquela noite? Fechou os olhos, abraçando seu corpo. E por que de repente gostaria de saber muito, muito? Droga!
Fury saiu de casa antes dele totalmente fazer papel de bobo, agarrando Ellie, enterrando o nariz contra sua garganta, e inalar seu perfume maravilhoso. O desejo de abraçá-la era tão forte fisicamente, que doía.
Lamentou dizer-lhe que não eram sexualmente compatíveis. Só disse isso para chocá-la. Estava muito perto, estavam sozinhos, e queria fazer uma centena de coisas com ela. É por isso que andava em um ritmo acelerado para colocar distância entre eles.
Em vez disso se concentrou em sua ira. Poderia ter sido sequestrada, levada por estar apenas associada aos Novas Espécies, e isso o enfurecia. Ela se preocupava com seu povo, havia arriscado sua vida para salvar a sua espécie, em primeiro lugar, trabalhando disfarçada no interior das instalações de teste e, novamente, protegendo suas mulheres quando o dormitório foi invadido. Ficou sozinha para enfrentar os violentos invasores, a fim de ativar as portas de aço para proteger as mulheres.
Que foi a primeira coisa que ordenou mudar. Os seres humanos fizeram a asneira de não instalar paredes reforçadas para proteger o primeiro andar, bem como os pisos superiores. O painel de controle principal também devia ter sido instalado onde estivesse protegida.
Seus olhos o perseguiam, tão azuis e bonitos, podia olhar para eles todos os dias e nunca se cansar da vista. Seus dedos doíam para tocar sua pele suave, pálida, e percorrer através de sua macia cabeleira loira. Sua voz soava doce como puro mel, macia e ligeiramente rouca. Se soubesse que podia manter um controle sobre seu desejo de tocá-la, teria ficado, e puxado dela mais informações pessoais. Precisava saber tudo sobre ela, mas o desejo de estar mais perto dela se tornou muito forte.
Agora que ela voltou, viveria sob o seu teto. Não estava disposto a deixá-la ir. Poderia cuidar dela e do seu povo, ao mesmo tempo. Não desapontaria Justice, por não fazer seu trabalho, mas Ellie estaria lá quando voltasse para casa. Um pequeno sorriso curvou seus lábios.
Ela estava dentro de sua casa. Sua velocidade aumentou. Quanto mais rápido lidasse com tudo o que precisava fazer, mais cedo seria capaz de vê-la novamente. Só precisava ir devagar e evitar assustá-la, senão poderia querer fugir. Teria de ser paciente. Não era sua melhor característica, mas aprenderia por ela.
Ellie sorriu para Breeze.
— Estou tão feliz que você veio me visitar. Realmente sinto falta de todas vocês. Queria visitar o dormitório, mas Fury me disse que não era uma boa ideia. — Olhou ao redor da sala. — Estou tipo trancada aqui. — Sua atenção voltou à Breeze. — Você está me salvando de enlouquecer. Estive aqui por três dias e Fury se recusa a permitir-me sair.
Breeze sorriu de volta.
— Pense como foi difícil falar com ele para permitir-me vê-la. Queria trazer mais mulheres comigo, mas se recusou a dar permissão para qualquer outra pessoa para vir. — Estudou Ellie e inclinou a cabeça. — Deve estar mesmo preocupado com sua segurança.
Ellie deu de ombros.
— Por que? Aqueles idiotas loucos fora do portão, segurando cartazes, não podem me machucar, enquanto estou segura dentro de Homeland.
Um olhar estranho passou pelo rosto de Breeze, mas Ellie capturou. Recostou-se no sofá e cruzou os braços sobre o peito.
— O que estou perdendo?
Breeze hesitou.
— Há rumores.
— Que tipo?
— Sei que não é verdade. Não consigo cheirar Fury em você, além do perfume, leve persistente que vem com o fato de morar na mesma casa com alguém. É que desde que te trouxe à sua casa, alguns têm presumido que você e Fury estão reproduzindo.
— Reproduzindo? — As sobrancelhas de Ellie levantaram. — Você quer dizer que as fofocas acham que estamos transando?
Uma risada escapou de Breeze.
— Sim. Esse é o termo. Transando.
— Mas não estamos. Quero dizer, conversamos e então me evita como se eu fosse uma praga.
— Uma praga? É um membro do grupo religioso fanático?
Ellie riu.
— É uma doença fatal.
— Oh. — Breeze sorriu. — Ainda estamos aprendendo um pouco de Inglês que não fomos expostos no interior das instalações de testes. Não tinha ouvido essa palavra ainda. — O sorriso de Breeze desapareceu. — É... fofoca... que você e Fury estão reproduzindo. Transando. — Corrigiu. — Nem todo mundo está feliz com isso. Houve alguns problemas com os humanos que trabalham em Homeland por isso. Acho que Fury está com medo por você.
— Ele ouviu essa porcaria de rumor sobre nós?
Breeze balançou a cabeça.
— Todo mundo já ouviu. — Seu olhar percorreu ao redor da sala para a TV. — A televisão está quebrada?
— A televisão? — Ellie suspirou. — Está no noticiário?
— Sim. Um dos funcionários deve ter ouvido e disse algumas coisas para... como vocês os chamam? Abutres da mídia? Não sabem seus nomes, mas existem abutres da mídia dizendo que uma Nova Espécie e um ser humano estão vivendo juntos.
Oh merda! Os ombros de Ellie caíram.
— Não me admira que se recuse a permitir-me sair de casa, quando mencionei que ia deixar Homeland para ir à procura de emprego. Quero dizer, quanto tempo posso viver no quarto de convidados de um cara e ser uma parasita para ele?
— Parasita? O que essa palavra significa?
Ellie sorriu.
— É um termo usado quando você vive com alguém e pega algo livremente dessa pessoa que tem que trabalhar para isso. Não é uma coisa boa. É difícil de explicar. Acho que poderia descrevê-la como eu sendo um fardo para ele.
— Como? Ele já tinha um quarto que você poderia ter.
Ellie lutou com seus pensamentos. Algumas palavras eram difíceis de explicar.
— Sim. Ele teve, mas geralmente você não vive com alguém a menos que seja um casal. Então é aceitável dividir a comida e um lar. Se não for casal, então ambas as partes devem trabalhar, similar a uma parceria, ser igual. Não sou sua namorada ou sua parceira. Ele fornece casa e comida para mim enquanto não lhe dou nada em troca. Sou uma parasita.
— Acho que entendo. — Breeze sorriu. — E você não é uma parasita. Ele não sabe o que é isso, portanto, você não pode ser o que ele não sabe que existe.
Ellie riu.
— Acho que você me pegou nessa.
— Você deveria fazer isso com ele e vai se sentir melhor. Você vai dar-lhe algo em troca para evitar ser uma parasita.
Ellie estava feliz que não tinha tomado um gole do refrigerante que apertava na mão ou teria engasgado. Ficou boquiaberta por Breeze.
— Uh, você não deve fazer com alguém a menos que esteja em um relacionamento ou se importa com ele de uma maneira especial. Se você fizer isso com alguém por comida, dinheiro, ou um teto sobre sua cabeça, é chamado de prostituição. Isso é ruim.
— Seu mundo é muito complicado.
— Sim — Ellie concordou, tomando um gole de seu refrigerante. — É.
— Você ainda devia fazer com ele. Ele gosta de você e acho que você gosta dele. Ele é muito másculo e sexualmente atraente. Todos nós pensamos que devemos fazer uns com os outros se somos mutuamente atraídos. Tivemos reuniões sobre isso.
Ellie pegou sua bebida.
— Você teve reuniões sobre sexo?
— É claro. Antes, não tínhamos escolha. Tínhamos que fazer com quem fomos obrigados. Temos todos os tipos de reuniões onde discutimos coisas. Transar foi um desses tópicos. Nós podemos fazer isso com qualquer pessoa que desejamos fazer se eles quiserem fazer conosco.
Ellie passou a mão sobre a boca, tentando esconder o sorriso.
— Isso é aceitável também.
— Nós achamos que sim. Até discutimos fazer isso com você após os rumores começarem.
— Fury e eu fomos o tema de uma reunião? — Chocada, Ellie sabia que sua voz tinha subido. Vergonha aqueceu seu rosto. Os Novas Espécies discutindo sobre Fury e eu fazer sexo? O meu Deus!
— Não você e Fury exatamente, mas foi discutido sobre fazer entre o seu povo e o nosso.
— Oh. — Relaxou com alívio passando através dela. Graças a Deus. — Como foi isso?
Breeze encolheu os ombros.
— Não sabemos se iria funcionar. Vimos o seu povo fazer no DVD e vimos que fazemos diferente.
Ellie tentou não rir. Teve que compor seus traços para esconder o seu divertimento.
— Você assistiu pornôs? É isso que você está dizendo? Pornôs são vídeos do meu povo fazendo sexo.
— Sim — Breeze sorriu. — Nós os assistimos.
— Uh... — Ellie olhou para Breeze. — Os vídeos são uma espécie de... — Estava em uma emboscada. — Bem, eles realmente não, bem, eles não são realmente... — Ela suspirou. — Não faço sexo daquelas maneiras.
— Não faz? O que é diferente?
Por onde eu começo? Isto pode ser embaraçoso, mas estou aqui para ajudar estas mulheres. Ellie tirou os sapatos para se sentar de pernas cruzadas no sofá.
— Do jeito como eles falam, para começar. Nunca falo dessa maneira e se um homem falar comigo da forma como fazem nos filmes, provavelmente iria ficar muito chateada.
— Chamando as fêmeas com ofensivos palavrões e exigindo que façam atos sexuais, mesmo que não seja agradável para as mulheres?
— Sim. Exatamente.
— Achamos um pouco chocante. Algumas acreditam que é francamente rude.
— Sim, bem, se um cara disser algumas falas como nesses filmes para uma mulher na vida real, bem, ele iria acabar levando um tapa ou pior.
— Entendido. O que mais é diferente?
Ellie deu de ombros.
— Não sei o que mais você já viu. A maioria das pessoas não tem relações sexuais com múltiplos parceiros para começar. Somos monogâmicos em geral.
— Então eu não tenho que convidar uma amiga para a nossa cama, se eu quiser fazer isso com um homem plenamente humano ou dormir com dois deles de uma vez? Decidir nunca tocar um humano por causa disso. Não somos bons em compartilhar e acho que um homem deverá ser capaz de agradar a uma mulher sem precisar da ajuda de um amigo.
— Não! — Ellie fechou a boca, que tinha caído aberta. — Pare de assistir isso. Assista histórias de amor. Filmes pornográficos são... bem, eles só... — Suavemente xingou. — Diga-lhes para parar de assisti-los e esquecer o que viram. Por favor. Eles são atores e atrizes que são pagos para fazerem sexo no filme. Recebem um script que alguém escreveu. Entende? Eles são feitos para ser entretenimento, não como guia sobre sexo, a menos que você queira ver como algo é feito sem realmente fazê-lo.
— Ok.
— Qual é a sua versão de sexo? Talvez possamos começar por aí. Pode ser igual.
— Bem, gostamos de beijar. Nós amamos beijar. Que é novo para nós, mas escolhemos isso até depois que fomos libertados. Nós amamos tocar. Dizemos suaves, palavras atraentes, e rosnamos para mostrar o nosso nível de excitação. Isso está certo?
— Perfeito — Ellie admitiu. O rosnar... deixou isso passar.
— Lutamos pelo domínio e quem é mais forte decide a posição que faremos. O macho geralmente ganha, a menos que esteja cansado ou fraco de uma lesão.
— Uh... — A mente de Ellie ficou em branco com a notícia chocante.
Breeze parou de falar.
— É diferente de vocês?
— Explique lutar pelo domínio.
Ela piscou.
— É apenas a como se parece.
— Como luta greco-romana?
Ela balançou a cabeça.
— Muito parecido.
Ellie deu de ombros.
— Isso estaria bem, mas geralmente não gostamos de dor durante o sexo. Você sabe disso, né?
— Ok. Vou compartilhar isso. Assim, lutar não?
— Eu pularia essa parte. Tenho certeza que algumas pessoas estariam a fim disso, mas não é algo que você gostaria de generalizar como o certo a se fazer.
— Então, quem decide a posição?
Sua boca se abriu e depois fechou. Quem de fato? Ellie sorriu.
— Nós conversamos e tentamos mutuamente concordar com algo. Às vezes a gente mistura.
— Mistura? Explique isso.
Ellie hesitou.
— Bem, digamos que eu esteja sentada em cima de um homem. Depois de algum tempo ele poderia me virar para estar em cima de mim. Misturando. Está claro o suficiente?
Breeze balançou a cabeça.
— Sim. Nós não fazemos isso. Ficamos em uma posição e ficamos nela até o fim. — Hesitou. — Por que você estaria no topo? Que homem deitaria no chão para isso? Seu orgulho não seria ferido se for dominado dessa maneira?
Ellie sabia que seus olhos se arregalaram.
— É... — Droga. Estou tão feliz que nunca terei filhos, se este é o tipo de discussão que teria que enfrentar. Estava faltando palavras mais uma vez, mas Breeze esperava uma resposta. — Não se trata de dominação entre a gente. Trata-se de prazer. Você já esteve no topo durante o sexo?
Breeze parecia horrorizada com a pergunta.
— Não. Recusei-me a tomar um macho quando estava amarrado e impotente. Mesmo quando os técnicos ameaçaram punir-me se não fizesse isso. Preferiria ter levado a surra do que ferir o orgulho do macho.
— Caramba. Os caras humanos não pensam dessa forma. Ficariam muito felizes se uma mulher fizesse isso com eles.
— Oh. Nossos homens não ficariam. Eles ficam muito irritados. Fury se sentiria insultado se você lhe pedisse para ser dominado. Nossos homens são dominantes.
Ela não tinha nada a dizer sobre isso. Ellie só balançou a cabeça.
— Não pediria isso a ele — ela finalmente disse.
— Bom. Ele ficaria muito insultado. Nossos homens preferem morrer do que serem submissos. É por isso que, dentro da instalação de teste, apanhava porque fazia o que queriam, quando amarraram um dos nossos homens.
Uma imagem de Fury contido contra o chão enquanto Jacob o machucava brilhou na memória de Ellie. Nunca se esqueceu da visão ou o horror que experimentou ao saber que tipo de pesadelo infernal que havia entrado. Deus, pensou ela, abraçando-se o peito firmemente com ambos os braços.
— Ellie? Está com frio?
— Estou bem. Então, de que posições você gosta para fazer sexo?
— Gostamos de encarar os homens para manter contato visiual, mas nossos homens preferem nos pegar por trás. É por isso que lutamos. — Hesitou. — Estou muito chocada que Fury pegou você cara-a-cara. Devia estar com pressa ou de outra forma teria te libertado para montar em você por trás. Isso é o que os nossos homens fazem.
Uma imagem passou pela mente de Ellie. Fury nu, prendendo-a sob seu corpo, grande e sexy, seu braço em volta de sua cintura enquanto entrava em seu corpo por trás. Montando-a. uau. Mordeu o lábio.
— E se uma mulher não quiser ser montada?
— Nossos homens não nos tocam a não ser que estejamos dispostas a ficar com eles.
— Quis dizer o que acontece se você quer fazer sexo, mas não nessa posição?
Breeze sorriu abertamente, revelando dentes afiados.
— O melhor sexo.
Ellie não hesitou. Apenas balançou a cabeça.
— Bem, isso esclareceu algumas coisas, não é?
Breeze concordou.
— Sim. Vou compartilhar essas informações na próxima reunião. Obrigada, Ellie. Você me disse muitas coisas e vou passar adiante.
— Você poderia deixar o meu nome fora disso?
Breeze riu.
— Sim. Entendo. Seu rosto está rosado. Você é tímida sobre sexo. — Breeze disse. — Preciso ir. A nova mãe do dormitório... — cuspiu essa palavra como se fosse um palavrão — Exigiu que estejamos no dormitório para estudarmos quatro vezes por dia. Ela é uma chata.
— Sinto muito.
— Se ela não nos agradar em breve, o que posso dizer agora que não vai, ela vai embora. Temos uma reunião agendada em poucos dias sobre ela. — Breeze sorriu. — Temos a palavra final se ela permanece e podemos substituí-la se não estiver funcionando.
Ellie escoltou Breeze à porta da frente e abraçou a mulher mais alta. Breeze riu quando foi embora. Ellie suspirou alto quando foi deixada sozinha. Os rumores estavam sendo espalhados sobre um casal transando. Maldição. Se eles jogarem o nome de Ellie à imprensa nunca mais seria capaz de deixar Homeland sem medo de algum idiota assediá-la, ou pior, fazer dela um alvo de violência.
Dirigiu-se para a cozinha após uma rápida olhada para o relógio. Percebeu que Fury geralmente chegava em casa para mudar o seu uniforme em torno das seis da tarde. Costumava trocar para roupas confortáveis, fazer-lhe perguntas sobre seu dia, e depois desaparecia novamente o mais rápido possível.
Não fazia ideia de onde passava as noites depois disso. Só não ficava em casa com ela. Abriu a geladeira para remover o pacote de peito de frango que tinha descongelado. Cantarolava baixinho quando começou a cozinhar.
O cheiro de comida fez o estômago de Fury roncar quando entrou pela porta da frente. Perdeu o almoço, quando as reuniões foram demorarando muito. Ellie sabia cozinhar, obviamente, e seguiu o cheiro tentador até a pequena área de refeições para encontrar um bom jantar para dois sobre a mesa. Virou-se e congelou na frente do vão quando ela saiu da cozinha.
Queria rosnar com a visão de seu sorriso dirigido a ele. Parecia realmente feliz em vê-lo. Sua fome por alimentos instantaneamente se transformou em um desejo de tocá-la. O cheiro dela o tentava mais do que o cheiro da comida, chamando o seu lado animal, e o desejo de pegá-la em seus braços quase o dominou, enfraquecendo sua vontade de resistir. Luxúria rugiu dentro de seu corpo inteiro.
Cada sorriso que dava a ele derretia seu coração e cada palavra que falava o fascinava. Na noite anterior sentou-se com ele no sofá, a poucos metros de distância dele, e ele perguntou sobre a família dela. A expressão triste em seus traços o fez feliz por não ter pais pela primeira vez em sua vida.
Contou-lhe sobre o divórcio amargo de seus pais, colocando-a no meio da batalha com apenas dez anos de idade. Não gostava de seus pais, mesmo que nunca os conheceu. Não queria que Ellie ficasse perto deles depois que ela afirmou que tentaram várias vezes convencê-la a se reconciliar com seu ex-marido.
Se conhecesse Jeff, bateria nesse humano estúpido. Ellie evitou o seu olhar quando perguntou-lhe sobre seu casamento. A ideia de outro macho a tocando quase o enfureceu, mas manteve a calma. A conversa continuou dentro seus pensamentos...
— Quanto tempo você ficou com ele?
— Não importa. Cometemos um erro quando nos casamos. Ele tinha negócios a fazer e eu não sabia.
— Negócios? — Fury franziu a testa, sem entender. — Ele tinha negócios? De que tipo?
Um sorriso se espalhou em seus belos lábios tentadores e se virou para ele no sofá.
— O negócio dele era para gastar tempo com outras mulheres. — Seu sorriso desapareceu e raiva brilhou, mudando a cor dos olhos para um azul mais escuro. — Ele me disse que era culpa minha quando descobri sobre sua traição com outras mulheres. — Seu queixo se levantou, mostrando a ele a teimosia que ele admirava. — Que absurdo. Talvez eu estivesse com excesso de peso, mas não ele era magro também.
O olhar de Fury pecorreu sobre seu corpo lentamente, achando conta cada centímetro que achou delicioso.
— Você não está acima do peso. Acho suas curvas perfeitas.
Estendeu sua mão para colocar por cima da dele, recompensando-o com um sorriso.
— Obrigada. Perdi peso.
— Mesmo se ganhasse peso iria acha-la perfeita.
Fitou-o por um longo momento e se perguntou se disse alguma coisa errada. Ela era Ellie. A queria independentemente de seu tamanho. Realmente queria que fosse maior. Talvez, se eu colocar mais comida dentro de casa ela poderia ganhar de volta o peso que perdeu, pensou. Ela era muito pequena, em sua opinião e sempre se preocupou que, se deixasse que a tocasse novamente podia acidentalmente machucá-la de alguma forma.
— Sei que realmente não quis dizer isso, mas foi ótimo de se ouvir.
— Falei sério. — Rosnou para ela suavemente, um pouco insultado que ela disse isso. Seus olhos se arregalaram em reação. Limpou a garganta. — Eu não minto.
— Há mentiras e há coisas ditas para ser educado.
Ele riu.
— Você não aprendeu ainda que não digo coisas apenas para agradar alguém?
Sua bela Ellie riu com ele.
— Isso é tão verdadeiro. Você é desbocado. Todas os Novas Espécies são.
— Isso é uma coisa ruim?
Ela balançou a cabeça.
— Não. É um traço maravilhoso.
— Estou contente. Assim, ele passava tempo com outras mulheres?
— Ele tinha relações sexuais com elas.
Choque rasgou através Fury.
— Por quê? O que estava de errado com ele? Ele tinha você e não precisava de outra.
Seus dedos delicados roçaram na curva das costas de sua mão.
— Acredito que você realmente quis dizer isso. Obrigada, Fury.
— Não gosto do seu ex-marido. — Ele rosnou. — Iria fazê-lo mudar de ideia rapidamente se vier aqui e tentar levá-la de voltar para ficar casada com ele. Não me importaria usar meus punhos algumas vezes para ter certeza que ele te deixaria em paz.
Instantaneamente se preocupou que sua ameaça ao homem que com quem foi casada a perturbaria, mas não havia censurado seus pensamentos antes que isso escapasse de sua boca. Ela reagiu com um riso.
— Você me chamaria primeiro se ele aparecer aqui? Quero ver você espancá-lo. — Ellie o soltou então, se levantou, e deu-lhe um sorriso caloroso. — Boa noite, Fury. Doces sonhos.
Seus quadris balançavam quando saiu da sala e esperou até que ouviu a porta do quarto fechar antes que desse um gemido reprimido, frustrado. Estava cada vez mais difícil para resistir a seus impulsos de levá-la para sua cama em vez de permitir que ela fosse para a dela sozinha. Não queria assustá-la. Ela precisa de tempo para aprender que nunca iria feri-la de qualquer maneira e queria estar certo de que iria conseguir isso antes de tentar levá-la de volta para sua cama.
Cheirava o desejo nela, o que lhe deu esperança de que a memória deles juntos permaneceu dentro de sua mente da forma como ficou na sua. Queria levá-la de volta para seu quarto, espalhá-la nua em sua cama e tocar cada centímetro de sua pele. Só precisava de um sinal de quando ela chegasse ao ponto de que queria levar o seu relacionamento mais a fundo...
Puxou seus pensamentos para o presente quando ela colocou mais comida na mesa. Seus dedos coçavam para tocá-la. Inalou quando avançou mais perto dele e teve que forçar seu corpo para não se mover ou fecharia a distância e faria exatamente isso.
Apenas me dê uma dica de que você está pronta, implorou silenciosamente. Havia conversado com alguns dos guardas de segurança humanos que se tornou amigo. Disseram-lhe que algumas mulheres precisavam que o homem desse o primeiro passo. Algumas mulheres desfrutavam de um homem forte, que assumisse o comando, e se Ellie era desse tipo, Fury seria o homem para ela.
Ele olhou para ambas os pratos cheios, percebeu que fazer uma refeição para os dois poderiam ser seu jeito sutil de sugerir que poderia estar pronta para aprofundar o seu relacionamento. Claro, tinha dado permissão para Breeze visitar Ellie. Talvez esse segundo prato não era destinado a ele. Tentou não ter esperanças. Planejou-se compartilhar o jantar com ele, ele ia considerar isso como um sinal.
Se conseguisse levar Ellie para sua cama, poderia ser capaz de seduzi-la a ficar lá. Fêmeas dos Novas Espécies tinham força de vontade e uma preferência para manter os machos a um comprimento do braço, exceto durante o sexo. Precisava encontrar uma maneira de suavizar as defesas de Ellie e pressionar mais, algo mais profundo do que apenas sexo. Iria mostrar-lhe que tudo poderia ser ótimo entre eles e que poderiam ser ótimos fora da cama também.
Fury estudou a mesa.
— Isso é para mim?
Ellie sorriu.
— Sim. Juro que eu sou uma boa cozinheira. É seguro para comer.
Seu olhar escuro fixou nela.
— Isso parece bom. Qual é a razão?
— Não há nenhuma. Só queria fazer algo de bom para você. Amo cozinhar. Entregaram mantimentos ontem. Cozinhei na noite passada, mas você não apareceu até tarde. Esta noite você chegou na hora certa.
Ele estudou-a atentamente.
— Você quer fazer algo legal para mim?
— Sim.
— Por quê?
— Queria fazer algo especial para você. Você me trouxe para sua casa e você...
Fury moveu-se tão de repente que Ellie não teve tempo de reagir antes que a agarrasse. Braços fortes levantaram-na nos braços e levaram-na para o corredor antes de perceber para onde se dirigiam.
— Fury? — Alarme sacudiu por ela e se agarrou a ele.
Entrou em seu quarto e a colocou em cima da cama com cuidado. Ellie ficou de boca aberta para ele enquanto agarrava a frente de sua camisa, rasgando-a. Botões voaram. Ela baixou o olhar chocada ao seu peito nu. Uma pele bronzeada, musculosa apareceu sob a luz fraca do sol desaparecendo através das janelas com cortinas finas.
— O que você está fazendo? — Sua voz tremeu.
Estendeu a mão para seu cinto enquanto tirava as botas.
— Não vou machucá-la de novo. Prometo.
Fury abriu a frente de sua calça e tirou o cinto, e jogou para trás dele. O som do cinto batendo no tapete tirou seu foco do seu tórax apertado e sua sexy cueca boxer preta espreitando nas calças que abraçavam os quadris magros. Levantou seu olhar para o dele, o observava mais de perto quando puxou as calças para baixou, e seu coração batendo forte. Fury puxou e saiu da calça para se endireitar a sua frente novamente em nada mais além de sua cueca. Seu olhar baixou para a visão, mas a atacou de repente.
Ellie suspirou novamente quando se inclinou sobre ela, suas mãos agarrando ambos os lados de sua camisa e rasgando o material. O ar tocou sua pele. Ainda surpresa quando olhou em seus olhos. Ele resmungou baixinho, seu olhar escuro, tendo em vista que ele descobriu seu estômago e sutiã.
— Fury?
Empurrou a camisa para mais longe e as mãos correram para agarrar sua saia. Não se incomodou em puxá-la para baixo de seu corpo. Em vez disso, segurou o cós, seu bíceps agrupados, e o material se rasgou. Lançou os retalhos para os lados espalhando-os completamente. Ellie não conseguia se mexer, nem sequer respirar, até que engasgou quando seus dedos deslizaram para frente de sua calcinha. A parte traseira de sua mão estava quente na parte de baixo do seu estômago. Um puxão e ele jogou o material de seda destruído por cima do ombro.
— Fury! — Tentou rolar para longe dele. Tinha quase a deixado nua. Permaneceu apenas de sutiã. — O que...
Suas mãos seguraram seus quadris e virou-a de costas sobre a cama. Ele caiu de joelhos ao lado da cama, seu corpo entre as coxas, e puxou-a para ele.
— Não vou machucá-la de novo. Vou ser mais consciente dos meus dentes.
— Pare com isso — Ellie ofegava. Seu coração batia forte, mas não estava com medo, apenas chocada e confusa. Respirava como se tivesse acabado de correr uma milha.
Seu olhar escuro grudou com o dela.
— Você gostou dessa parte. — Suas ásperas palmas acariciavam a parte interna das coxas, empurrando-os mais abertas, e ele lambeu seus lábios cheios. — Trouxe-lhe prazer com minha boca.
Engoliu com dificuldade. Seu olhar baixou para as mãos segurando suas coxas firmemente. Ellie lembrou. Estremeceu. Sim, adorou a primeira parte da última vez quando tinha superado o choque do que estava fazendo com ela. Tentação de ele a agarrar, mas tentou ser razoável.
— Deixe-me ir. Não podemos fazer isso de novo.
Ergueu seu olhar até se juntar com o dela.
— Por que não? Desejo o seu gosto, os sons que faz quando minha língua provoca o seu pequeno botão e ele se incha de prazer.
Olhou em seus olhos. Sim, Ellie, se perguntou, por que não? Sua barriga tremia. Não queria pensar em como seu corpo respondia mais ao que queria fazer com ela, mas adivinhou que não teria de persuadi-la com a boca para deixa-la molhada. Apenas olhar para ele fazia isso com ela. Abriu a boca.
— Hum... — Sua mente ficou em branco.
— Não vou te machucar. — Dou minha palavra. Eu vou fazer você gritar, mas não vai ser de dor.
Mordeu o lábio com força. Fury a excitava. Não podia mentir sobre isso. Mesmo tendo-lhe que repetir o que fez com ela na última vez, seu estômago apertou e uma dor começou logo acima de onde suas mãos roçavam em sua parte interna das coxas. Os mamilos enrugaram.
— Sei que você me quer, doçura.
Adorava quando usava palavras de carinho com aquele tom suave de seu rosnado.
— Você espera que eu te queira — corrigiu.
Ele mostrou os dentes.
— Senso de cheiro. Sei que você me quer. Seu cheiro é tão doce quando está excitada. Quero te lamber e festejar em seu desejo. Você esteve me torturando por dias.
Sabia que sua cor drenou de seu rosto. Olhando para ele e estar perto dele sempre a afetava, mas pensou que tinha sido esquecida.
—Isso é verdade?
Ele rosnou.
— Sim. Vivi com isso me provocando. Acabei esperando que você parasse de se esconder e me desse algum sinal de que estava pronta para ficar comigo.
— Mas...
— Não vou ter apenas um caso com você. Não sou como aquele macho estúpido que uma vez escolheu mal para permitir a honra de estar com você.
Ellie sorriu, se divertindo, apesar do momento tenso.
— Escolher mal é um eufemismo.
Ele encolheu os ombros.
— Você é a única que eu quero ou preciso, Ellie. Dou-lhe minha palavra, não vou tocar outra fêmea. Você é assim para mim. Esse não é um caso de uma vez só.
Sinceridade brilhou em seu olhar intenso. Ellie hesitou e depois assentiu.
— Quero você, Fury. Quero você desde o dia que o vi pela primeira vez. Isso nunca mudou. É que é tão complicado entre nós.
— É complicado só se permitirmos que seja. — Um brilho de determinação brilhou em seu olhar escuro. — Só sinta. — Suas mãos largaram as coxas para segurar seus quadris.
Rosnou de novo, suavemente, quando puxou sua bunda para baixo até à borda. Ellie engasgou quando deixou suas mãos deslizarem de seus quadris de volta para suas coxas. As empurrou afastando-as mais. Abaixou sua cabeça e um segundo depois, a lambeu. Sua língua, quente e úmida foi diretamente para seu clitóris. Ficou tensa enquanto agarrava a colcha. Seus dedos arranharam no material.
Rosnou novamente quando sua boca pressionou com mais força contra sua vagina. Lambia o botão sensível rapidamente em delírio. O prazer correu direto para o cérebro dela e a fez espalhar suas coxas as ampliando mais para dar-lhe um melhor acesso.
— O meu Deus — ofegou. — Você é como um vibrador com essa língua quando faz isso.
Ele riu contra ela e, em seguida, rosnou mais alto contra ela, extraindo as vibrações que criou enquanto sua língua aplicava pressão e deslizava ao longo de seu feixe de nervos sensíveis. Brincou, sem misericórdia. Gemia e debatia a cabeça. Fury moveu suas pernas para pendurá-las frouxamente em torno de seus ombros, em seguida, mudou de posição, pairando sobre sua vagina, levantando os joelhos mais elevados, segurando-a bem aberta.
Ellie estava preocupada se iria matá-la com puro prazer. Não conseguiria aguentar a esses sentimentos intensos que criou. Eles eram fortes demais para resistir. O homem sabia como atingi-la "no ponto", tanto que não achava que qualquer coisa poderia desligá-la. Sabia que seus dedos rasgaram em sua colcha, as unhas cavando o tecido. Levou tudo o que ela não tinha, para não cravar as unhas nele, com medo que arranhar sua pele.
— Fury — gritou. Seu corpo estremeceu debaixo da sua boca como ecstasy rasgando através dela, onda após onda. O clímax a atingiu com tanta força que gritou novamente.
Fury afastou sua boca. Esfregou seu rosto contra o interior de sua coxa e retirou seu rosto de entre suas pernas e as removeu de seus ombros para colocar seus pés na cama.
Ela ficou lá ofegante quando tentava puxar seus pensamentos, mas não conseguiu. Ele a fez se sentir como se sua mente tivesse explodido. A cama se moveu. Seus olhos se abriram para ver Fury subir na borda da cama para se agachar sobre ela em suas mãos e joelhos. Quando estavam cara-a-cara, ele parou sobre ela. Seus olhares se encontraram.
— Não vou perder o controle desta vez e vou me certificar de que não tirarei sangue com meus beijos. Suba.
Sua atenção vagava pelo peito lindamente esculpido quando fez como a instruiu para chegar ao meio da sua cama grande. Ainda usava sua cueca, mas não conseguiam manter pressionada a prova do quão excitado estava. Procurou pela espessa ereção que pressionava o material. Sentiu o algodão macio sob a palma da mão quando deslizou no sentido do comprimento de seu pênis duro preso e depois a mão fechou sobre ele suavemente, curvando-se em torno da largura de seu eixo.
Memórias da última vez que ela o viu nu vieram instantâneas. Não era assustadoramente grande, mas definitivamente impressionante e trouxe-lhe muito prazer com o seu tamanho. Seu olhar levantou ao dele e engoliu em seco. Suas mãos abaixaram sua cueca para baixo de suas coxas. Ele manobrou o suficiente para chutá-la longe.
— Você é maior do que qualquer... — Selou os lábios quando viu sua raiva instantânea.
— Não quero ouvir falar de ninguém que tenha tocado você — ele rosnou.
Ela balançou a cabeça. Poderia dizer honestamente que não gostaria de ouvir sobre qualquer mulher que esteve com Fury. Sua intenção era elogiá-lo, mas não era um cara humano, não totalmente, e precisava se lembrar disso. Lambeu os lábios secos. Ele resmungou em voz baixa.
— Role para mim. Mãos e joelhos. Assim como eu.
Ela hesitou, mas rolou sob seu corpo, em seu estômago. A ajudou a tirar os restos de sua saia destruída por debaixo dela e removeu o sutiã. Não queria nada entre eles. Agachou-se sobre ela. Uma de suas mãos deslizou sob seus quadris para levantá-los. Colocou as mãos para baixo para manter seu peso levantado. Tinha uma boa ideia de que queria montá-la. Esse termo se encaixava bem. Lembrou-se de Breeze sobre os homens Novas Espécies com quem tinha partilhado. Quando se posicionou em suas mãos e joelhos, seu corpo pressionado contra o dele, observou a temperatura do corpo quente. Inalou o aroma macio e maravilhoso que ele carregava.
— Assustada? — Sua boca roçou seu ouvido. Fez cócegas e ela estremeceu em resposta, muito excitada para rir. Sua voz se aprofundou em um tom muito sexy. — Não fique. Estou me matando para ser gentil com você. Não é uma má maneira de morrer.
Ela virou a cabeça para olhar nos seus olhos incríveis. Sua boca se aproximou paro o lado dela, apenas um sopro de distância. O desejo de beijá-lo ficou mais forte. Empurrou-se para encostar mais no seu peito. Ele hesitou e depois se moveu. A deixou contra ele, movendo-se para trás como ela fez, até que sentou-se e ela se inclinou contra o peito, quase sentando em seu colo.
— Me beije — ela pediu suavemente.
Uma de suas mãos foi para seu estômago liso. Sua mão se abriu e deslizou a palma para baixo de seu estômago e depois mais baixo, entre as coxas entreabertas. Seus dedos brincavam com seu clitóris, esfregando-a, e ela gemeu. Sua boca se abriu e os lábios de Fury cobriram os dela. A outra mão em concha pegou um de seus seios com firmeza. Suas línguas se encontraram suavemente e depois entrelaçaram.
Ellie gemeu em sua boca enquanto seus dedos traçavam a linha de seu sexo, provocando-a quando seu dedo chegou perto de entrar em sua vagina. Empurrou mais de volta contra o seu corpo, dobrando seus quadris para instigá-lo a fazer exatamente isso. Fury rosnou em sua boca em resposta. Seus dentes caninos deslizaram contra a sua língua suavemente, mas Fury interrompeu o beijo. Respirava com mais dificuldade quando seus olhares se cruzaram.
— Vou perder o controle em breve. — Ele levantou seus quadris contra os dela. Estava tão duro, sua ereção esfregando-se contra Ellie, onde seus dedos estavam traçando a costura de seus lábios genitais. Rosnou mais profundo, quase violentamente. — Estou fazendo isso direito para você, do jeito que você quer?
Ela balançou a cabeça.
— Eu acho você tão bonita.
— Você é também — ela respirava. Pensava nele com perfeição.
Ele rosnou, um som assustador.
Ela olhou para ele para ver sua cara franzida.
— O quê?
— Não sou bonito.
Ela sorriu.
— Acho que você é. É uma coisa boa.
— As mulheres são bonitas.
— Os homens são quando se parecem com você.
Seu franzido se aprofundou.
Ellie sorriu.
— Comunicação rompida?
Ele suspirou baixinho.
— Concordo.
Ela riu suavemente.
— Você fica rindo durante o sexo?
— Isso é uma grande coisa. Estou me divertindo.
— Não estou. Quero tanto estar dentro de você que dói.
Ela mordeu o lábio para evitar rir de novo.
— Breeze e eu conversamos. Ela mencionou algo sobre montagem. — Ela caiu para frente em suas mãos para se dobrar na frente dele e virou a cabeça para dar-lhe um olhar sexy por cima do ombro. As pernas se separaram, as costas arqueadas, e empurrou a bunda para cima. — Isso está certo?
Envolveu seu corpo sobre o dela num piscar de olhos, prendendo-a em seus braços. Seu peito pressionado firmemente contra suas costas.
— Sim.
— Vá em frente. — Seu olhar encontrou o dele. — Me monte, Fury. Quero você.
— Vou ser gentil.
— Espero que sim. Você é muito grande. Vá devagar para me dar tempo de me adaptar a você.
Ele se endireitou entre eles. Ellie fechou os olhos para se concentrar na sensação maravilhosa da coroa de seu pau deslizando, provocando o comprimento de suas dobras escorregadias. Esfregou seu clitóris inchado, tirando um gemido dela, e depois pressionou contra a entrada de sua vagina. Estava molhada e pronta para ele, enlouquecida pelo desejo. Rosnou profundamente. Seu peito contra as costas. O som retumbou quando ele começou a pressionar para dentro.
— Relaxe.
Ela engoliu seco.
— Estou.
Seu pênis parecia bem grosso da memória de sua primeira vez. Quando começou a penetração em sua vagina, resistindo a ponta larga, não querendo admitir uma coisa desse tamanho. Outro rosnado rompeu da garganta de Fury. Empurrou mais para dentro dela, fazendo-a esticar seu corpo para se adaptar a ele, e Ellie lutou um gemido alto na satisfação imediata dele a enchendo lá. Temia que ele confundisse com dor, se fizesse algum som. Fury congelou e retirou um pouco. Empurrou para frente de novo, mergulhando mais fundo em sua vagina. Ele gemeu.
— Fale comigo — ele repentinamente se apressou em um tom frenético.
Os olhos de Ellie abriram e torceu a cabeça para ver uma expressão de dor em seu rosto.
— O que você quer que eu diga? Não posso pensar quando está fazendo isso. Não pare. É uma sensação boa. Consigo te aguentar.
Ele mordeu o lábio.
— Diga-me para não machucá-la. Diga-me para não perder o controle e para não forçar caminho dentro de você tão fortemente e profundo que faria você gritar. Você é tão apertada. Tenho medo de rasgá-la por ser tão grosso. Quero te foder forte e rápido.
Ele surpreendeu Ellie.
— É isso que você quer fazer?
Ele rosnou.
— Sente-se.
Seu corpo inteiro ficou tenso.
— Por quê?
— Por favor?
Ele xingou ferozmente e se retirou totalmente de seu corpo. Ellie ergueu-se quando Fury saiu para sentar em suas pernas. Ele agarrou suas coxas forte o suficiente até que seus dedos ficaram brancos. Seus olhos eram quase de cor preta e preenchido com um olhar de paixão frustrada.
Ellie recuou e enrolou os dedos ao redor de seu pênis. Ele fechou os olhos, gemendo, e seu grande corpo tremeu. A deixou impressionada que apenas ao tocá-lo criou uma reação tão forte em seu corpo. Ficou mais perto dele e posicionou seus quadris sobre seu pênis com as pernas dobradas entre o quadril dele, de costas, quase sentando em seu colo. Seus olhares se cruzaram quando seus olhos se abriram.
— Você pode ficar bem parado?
—Isso me matar — jurou.
— Não vá tão longe.
Ellie baixou os quadris até que a cabeça de seu pênis pressionou contra sua entrada novamente. Mexeu até seu pau deslizar para sua vagina com menos resistência, mas ainda o sentia muito grande, o ajuste muito confortável. O sentimento tornou-se quase doloroso, mas prazeroso também. Levantou-se e abaixou-se. Continuou fazendo isso, cada vez que pressionava para baixo, o pau de Fury a enchia mais. Ruídos macios saiam dele quando um brilho de suor irrompeu sobre a sua pele do jeito que lutou para controlar esse corpo grande dele.
Ele manteve suas mãos segurando em suas coxas. Ellie gemeu, moveu contra ele um pouco mais rápido, ajustada a ele, até que totalmente se sentou em seu colo, o tomando todo. A sensação era surpreendentemente boa com ele enterrado lá, uma parte dela, e amava aquele sentimento que experimentava. Cada centímetro de aço dele dentro de sua vagina acariciando seus nervos sensíveis.
— Ellie — respondeu asperamente.
Ellie experimentou um momento de choque quando, de repente Fury se moveu. Empurrou os dois para frente até posicioná-la em suas mãos e joelhos sob ele. Assumiu o controle empurrando mais rápido. Gemia cada vez que seus quadris chocavam na sua bunda. Ele foi incrível, poderoso e puro êxtase floresceu com cada impulso. Seus lábios roçaram seu ombro com um beijo. Ele ergueu a mão da cama, envolveu-o firmemente em torno de sua cintura para segurá-la no lugar, e parecia se livrar um pouco do controle que tinha mantido.
Gemidos rasgaram de Ellie. Ele impulsionou contra a sua bunda, balançando contra ela com golpes poderosos e seu pau parecia crescer. Seu corpo ficou tenso e gritou o nome de Fury. Calor percorria através dela quando chegou ao clímax e jurava que podia senti-lo realmente ficando mais grosso dentro dela até que a pressão se tornou quase insuportável. O corpo de Fury ficou tenso, curvando-se sobre ela, e um som que nunca tinha ouvido encheu a sala quando Fury fez um barulho alto e animalesco que se assemelhava a um grito, quase um uivo. Fury acalmou completamente, exceto que os dois estavam respirando pesadamente. A pressão aliviou contra suas paredes vaginais, mas podia sentir seu pau latejando em sua vagina, tremores que brincava com ela.
— Te machuquei? — Ele ofegou. — Não tentei mordê-la dessa vez.
— Você definitivamente não me machucou — ela riu. — Isso foi incrível.
Ele riu muito enquanto forçava seu corpo para baixo até que ele a deitou em seu estômago. O seu pau permaneceu dentro dela, peito e quadris pressionando contra sua parte traseira, e suas pernas descansando no lado dela. Ele usou os braços para tirar seu peso superior do peito para impedir que seu peso a esmagasse.
— Hum, Fury?
Deu um beijo suave em sua bochecha.
— Sim?
Abriu os olhos e virou a cabeça o suficiente para vê-lo.
— O que aconteceu?
As sobrancelhas arquearam.
— Nós fizemos um ótimo sexo.
Ellie balançou em acordo.
— O melhor, mas acontece de eu estar falando sobre a pressão no final. Era como se... — Não tinha palavras para descrevê-lo.
— Ah... isso. — Seu sorriso desapareceu. — Seus médicos descobriram isso quando fomos examinados. Nossos pênis incham quando ejaculamos. É uma maneira da natureza de prender um macho dentro de uma fêmea no final do sexo em algumas espécies. Fomos garantidos pelos médicos que não faz mal a nenhuma fêmea. Não podemos tirar enquanto o inchaço não passar, no que ficamos contidos dentro. Tirei de você na última vez antes disso acontecer, mas desta vez eu quis gozar dentro de você.
Deixou que as informações se afundassem nela, tentando entender o conceito do mesmo.
— Contido? Você quer dizer em mim?
— Sim. Está tão apertado que quase me causou dor. Poderia ter inchado mais, mas seu corpo não me permitiria. É também por isso que não tiro logo depois de eu gozar. Amo estar onde estou, mas acho que te feriria se tentasse tirar do seu corpo. Dê-me um ou dois minutos mais antes de tentar tirar de você.
Ela piscou para ele.
— Você está maior agora do que estava no começo?
Sua expressão estava sombria, deu um aceno de cabeça.
— Você se sente como um punho apertado ao meu redor e é quase doloroso. É por isso que não estou me movendo. É só na base do meu pau.
Ellie mexeu os quadris e imediatamente parou. Sentiu-se fundida a ele da melhor maneira. Mexeu novamente e Fury gemeu.
— Pare com isso.
Ela estudou-o.
— Afaste um pouquinho.
— Estou machucando você?
— Não. Estou curiosa.
Observou-a atentamente quando usou os braços para empurrar para trás em uma tentativa de se retirar lentamente.
— Pare!
Ele congelou.
Ellie olhou para ele.
— Não vamos fazer isso de novo. A pressão...
— Dói quando eu tento puxar para fora?
Ela hesitou. — Só é estranho, mas não doloroso.
Ele suspirou.
— Isso tira a sua excitação?
Ela hesitou, mas sorriu.
— Acho que isso significa, que se fizermos isso de novo eu possa transformá-lo em um aconchegador.
— Um o quê? — Um olhar confuso transformou suas belas feições.
Ela riu.
— Você sabe. Aconchego. Abraça-me. Você terá que falar comigo depois do sexo.
Seus dentes brilharam quando ele sorriu.
— Você pode definitivamente me transformar em um aconchegador. E vamos fazer isso de novo. Muitas e muitas vezes.
— Que bom — Ellie riu. — Sorte a minha.
A diversão de Fury morreu.
— Eu sou o sortudo, Ellie. Obrigado por confiar em mim. Isso significa mais para mim do que o prazer sexual que acabamos de compartilhar.
Ela olhou em seus belos olhos e lutou contra a vontade de chorar. Ele realmente quis dizer isso. Decidiu mudar de assunto antes que se transformasse em uma bagunça choramingante. Nenhum cara queria que a mulher ficasse toda emocional após um sexo quente. O faria pensar sobre o que fizeram e não estava disposta a correr esse risco.
— Como é que você não me disse que iria acontecer o inchaço?
— Não sabia como você reagiria.
Outra parte não mencionada deles fazendo sexo juntos, de repente entrou em seus pensamentos.
— Não usamos camisinha. Não tenho nenhuma doença, mas não tomo nada, nenhuma pílula anticoncepcional ou qualquer outro meio contraceptivo. — Explicou. — Preciso ver um médico, se vamos começar a ter relações sexuais. Corremos um grande risco.
— Não uso camisinha e estou certo de que não pode ficar grávida.
Ela procurou seus olhos. Sua voz tinha um tom triste, mas a emoção não se mostrou em seu rosto.
— Por que não?
Lentamente retirou de seu corpo e viu suas feições para qualquer sinal de desconforto. Não doeu. Rolou para o lado para se esticar de costas. Ellie virou a cabeça e ficou em seu estômago. Seus olhares se encontraram.
— Ellie, no interior das instalações de teste passaram anos fazendo experimentos de reprodução para fazerem mais de nós, mas isso nunca aconteceu. Continuaram chegando com novas drogas para tornar possível sermos férteis, mas sempre falhou. No momento em que acreditavam que haviam encontrado uma maneira de contornar todas as mudanças que fizeram para o nosso corpo com o DNA que acrescentaram, fomos resgatados antes que eles pudessem testá-los. As drogas que nos deram se desgastaram. Vamos morrer quando a velhice chegar até a última Nova Espécie que Mercile criou.
A lembrança do que fizeram com eles a assombrava. Não havia palavras de conforto para lhe dar.
Fury sentou-se de repente.
— Vamos para o chuveiro. Estou morrendo de fome e o que você cozinhou para o jantar cheira realmente delicioso. Estou feliz que você tirou do forno quando entrei. Cheira muito saboroso para ser desperdiçado se queimado. — Se recusou a olhar para Ellie.
Fury entrou no banheiro e deixou a porta aberta. Ellie suavemente xingou. Lembrou do seu tempo na instalação de testes. Talvez seja a lembrança do que fez com ele, deveria odiá-la, e a fez se arrepender do que tinham acabado de compartilhar. Que a deixou sentindo frio por dentro. A água foi ligada dentro do banheiro.
— Ellie? Estou esperando por você.
Ela saiu de cima da cama para segui-lo até o banheiro. Fury ficou segurando a porta do chuveiro aberta. Seus olhos escuros encontraram os dela e ele sorriu.
— Permita-me lavar seu cabelo.
Para sua surpresa e espanto, sorriu para ele.
— Ninguém jamais fez tanto por mim antes. Pelo menos não desde que eu era uma garotinha.
Seu sorriso se alargou.
— Então você receberá um deleite.
Ellie terminou de carregar a máquina de lavar louça. Ouvia a casa tranquila. Fury a informou que precisava fazer uns telefonemas depois do jantar quando começou a lavar a louça. Se perguntava para quem ele tinha que ligar após às oito horas da noite, mas não queria ser intrometida.
Ellie apagou a luz da cozinha e caminhou para a sala. Fury estava na porta da frente e suaves vozes masculinas cumprimentaram-na. Virou a cabeça para longe do corredor até o quarto de hóspedes, não querendo bisbilhotar a sua conversa com quem veio para vê-lo.
Ela ligou a televisão e sentou na cama. A estação de notícias local não era difícil de encontrar. Queria saber o que estavam dizendo sobre os Novas Espécies e um ser humano transando. Certamente isso a preocupava.
Fury entrou no quarto poucos minutos depois. Ela virou a cabeça para dar-lhe um sorriso hesitante. Não retribuiu o sorriso, mas sim um olhar sombrio.
— Tenho que sair. Há alguns assuntos que meu povo precisa de mim para participar.
Ellie balançou a cabeça, curiosa, mas não perguntou quando ele não ofereceu as informações prontamente.
— Tudo bem.
Ele hesitou.
— Não quero que você esteja aqui quando eu voltar para casa.
Choque percorreu através de Ellie enquanto olhava para ele em silêncio. Ele fez sexo com ela, tomaram banho juntos, riram durante o jantar, e agora ele queria jogá-la fora de sua casa? Não podia sequer formar palavras. Sentiu-se fisicamente e emocionalmente com o intestino perfurado.
Fury moveu-se de repente, indo para ela, agarrou seu braço e puxou-a a uma posição ereta.
— Você tem um rosto expressivo. Quis dizer que não quero que permaneça neste quarto. Você pertence ao meu quarto onde quero você de agora em diante. Você realmente acha que iria pedir-lhe para deixar a nossa casa? Quis dizer que não quero que durma longe de mim. Você pertence à minha cama, dormindo no meu quarto, comigo.
Conseguia respirar novamente. Sabia que beirava a patética, estando tão intensamente aliviada do mal-entendido.
Fury rosnou para ela.
— Mova suas coisas para o meu quarto. Vou te caçar e amarrá-la à minha cama, se você sair da minha casa. Vou montar você até que esteja cansada demais para nem sequer pensar em rastejar para longe de mim. Está claro o suficiente para você?
Assentiu mudamente. A imagem dele montando-a até que não pudesse sequer rastejar a excitou. Era um monte de sexo. Mordeu o lábio e sorriu para ele.
Fury balançou a cabeça.
— Mulheres.
— Comunicação quebrada.
Fury aliviou o aperto sobre seus braços e seu olhar suavizou.
— Você acha que sou bonito.
— Acho.
— Entenda que falei sério sobre amarrar você à minha cama. Não me deixe. Não quero perder você. E não vou.
— Quero ficar com você.
— Não — Fury rugiu.
Ellie ouviu o barulho depois que a campainha tocou. Planejaram passar o sábado assistindo filmes juntos. Ellie tinha acabado de terminar de passar a roupa, enquanto Fury fazia pipoca. Na explosão de Fury, Ellie correu do quarto onde começava a dobrar roupas.
Justice, dois oficiais NE de segurança e Fury se enfrentavam dentro da sala de estar. Ellie chegou, deu uma parada repentina quando percebeu o quão tensa a situação parecia ser. Preocupou-se que uma briga podia sair entre os homens e ficou congelada perto da porta.
Justice cruzou os braços sobre o peito. Usava calça jeans e uma camisa. Seu olhar deslizou para Ellie. A expressão furiosa no rosto a surpreendeu. Suas feições eram tensas e os lábios juntos formavam uma linha sombria.
— Eu disse que não. — Fury rosnou profundamente. Dirigiu-se na direção de Ellie, mas não olhava em sua direção. — Ellie, venha aqui agora e fique atrás de mim.
O medo correu ligeiramente pela coluna de Ellie mediante o tom de voz de Fury. Fez o que lhe exigiu sem pensar. Um de seus braços curvou para trás e a puxou confortavelmente para as suas costas até que quase o abraçou por trás. Seu corpo estava rígido. Ellie não sabia o que causou a raiva, mas quando moveu a cabeça o suficiente ao redor do corpo de Fury, o medo aumentou. Os oficiais NE tinham em suas mãos suas armas de choque.
— Fury — rosnou Justice. — O povo dela está assustado. Estou apenas dizendo que precisam ver e falar com ela. Vamos trazê-la de volta. Ninguém vai machucá-la.
— Eu vou com ela ou ela não vai. — Fury rosnou profundamente dentro de seu peito.
Justice rosnou de volta.
— Os humanos estão irracionais, uma vez que eles a verem, assegurando que você não a machucou, vão deixar o assunto morrer.
— Não!
Ellie limpou sua garganta.
— O que está acontecendo? — Olhou a Justice para a resposta.
— Você não vai com eles — Fury ordenou duramente quando olhou para ela por cima do ombro. — Eles não me permitem ir com eles para protegê-la e não vou deixá-los tirá-la de mim. — Seu olhar escuro se desviou do dela e olhou para os homens dentro da sala de estar. Fury tomou outro passo para trás, forçando Ellie a um canto com o seu corpo na frente dela.
O coração de Ellie acelerou com a adrenalina. Percebeu que Fury a protegia vedando-a em um canto para evitar que ninguém chegasse a ela sem passar por ele primeiro. Esfregou suas costas com as mãos, tentando acalmá-lo silenciosamente. Teve que mexer para ver em torno de Fury e sua atenção voltou a Justice.
— Quem quer me ver e por quê? O que está acontecendo?
Os dentes afiados de Justice brilharam quando seu lábio superior se ergueu e depois endireitou os ombros. Respirou fundo quando conheceu o olhar questionador de Ellie.
— Algumas pessoas pensam que Fury está te forçando a ficar aqui como uma espécie de... — Encolheu os ombros. — Estão com medo de que esteja te estuprando e te espancando, e tudo mais que possam pensar que seja monstruoso.
— Isso não é verdade. — Ellie bufou em indignação. — Quem está dizendo essa besteira?
Justice rosnou.
— Seu chefe fez essas acusações. O Diretor Boris deixou todos em alvoroço sobre seus supostos maus-tratos.
— Ei, ele não é mais meu chefe. Deus, ele é um idiota. — Ellie parou de esfregar as costas de Fury. Embora mantivesse o seu corpo contra o dele e envolveu a mão em sua cintura levemente. — Fury, está tudo bem. Ninguém vai me machucar.
— Eles não vão te levar para longe de mim — Fury rosnou. Apoiou-se mais, empurrando Ellie mais apertado no canto.
— Ela tem que vir conosco — rosnou Justice. — Olha como você está agindo. O que há de errado com você? Ela não é um brinquedo, Fury. Você está se comportando do jeito que estão nos acusando de ser. Acalme-se.
— Ninguém vai ferir minha Ellie.
As sobrancelhas de Justice se levantaram em surpresa transformando suas feições.
— Sua Ellie? Você está procriando com ela, não está? — Sua voz era macia. — Você não vai nos deixar chegar perto o suficiente para sentirmos o cheiro dela. É por isso?
— Ela é minha. — Fury rosnou.
O tom da pele normalmente bronzeada de Justice empalideceu ligeiramente. Seu olhar voltou-se para Ellie.
— Ele forçou você? Você está bem?
Ellie se encolheu com a memória de Justice descobrindo-a amarrada na cama de Fury.
— Estou muito bem, exceto por estar amontoada nesse canto. Fury, você está me esmagando. Você poderia, por favor, parar de empurrar mais para trás? Desta forma não é bom para você me prender contra uma parede. — Relaxou quando deu-lhe alguns centímetros de espaço para respirar. Trancou o seu olhar com o olhar surpreso de Justice. — Fury não me forçou a fazer nada, ele nunca fez. Estamos ótimos. Nós estamos bem.
— Ele não só procriou com você. Ele se acasalou com você. — Foi uma declaração severa feita por Justice.
Ellie hesitou.
— Estamos dormindo juntos se é isso que você quer dizer. Sim. Estamos ótimos. Está tudo bem e quero ficar aqui. Fury não iria me machucar. Você o conhece, então deveria saber disso.
Os olhos de Justice se estreitaram.
— E quanto a última vez? O que ele fez não foi racional.
Um rubor aqueceu as bochechas de Ellie.
—Estávamos endireitando as coisas. Ele não queria me machucar. Ele acidentalmente me arranhou com os dentes.
Suas sobrancelhas arquearam.
— Como alguém acidentalmente sequestra uma mulher de um parque e a amarra nua em uma cama?
— Essa parte não foi um acidente, mas você sabe disso. Eu te disse por que ele me levou do parque.
Fury endureceu contra ela e virou a cabeça para olhar para ela com choque. Olhou para ele, interiormente estremecendo, e voltou sua atenção integral a Justice. Teve uma sensação de que ela e Fury iriam ter uma conversa tensa num futuro muito próximo.
Ellie se recusou a reconhecer os dois oficiais NE. Queria que um buraco se abrisse debaixo dela. Não queria discutir isso, mas sabia que Justice estava preocupado com sua segurança. Trouxe com ele os homens que pareciam prontos para possivelmente machucar Fury para tirá-la dele.
— Você sabe que tivemos alguns problemas. Poderia ter me colocado em sua cama sem a minha permissão, mas uma vez lá, isso virou consensual. Disse que ele não me estuprou e não estava sendo desonesta ou o encobrindo, caramba. Ele pediu minha permissão antes que entrasse em mim.
Justice olhou-a de perto, estudando-a por um longo momento. Finalmente concordou.
— Sim. Você foi seduzida até que não pudesse mais recusá-lo.
Ela respirou fundo.
— Sempre fui muito atraída por Fury. Ele não tem que tentar muito para isso. Podemos, por favor, esquecer isso agora? Estou aqui com Fury, porque realmente quero estar.
Justice virou-se para os dois oficiais NE.
— Vão lá fora e guardem a porta.
Os dois homens fecharam a porta atrás deles quando saíram. Justice passou os dedos pelos cabelos e deixou suas mãos caírem para os lados. Um polegar enganchado dentro do bolso da frente da calça jeans. Concentrou-se em Fury.
Fury odiava sentir medo, mas experimentava isso agora. Sabia que alarmou Justice sobre seu comportamento rude e possessivo com Ellie. Pânico ainda corria através dele que de alguma forma os humanos poderiam levá-la para longe de Homeland, fora de seu alcance. Não confiava no Diretor Boris. O humano tinha olhos redondos e não conseguiam esconder sua antipatia pelos Novas Espécies.
Alguns dos funcionários humanos não estavam felizes sobre Ellie vivendo com ele e se ressentiam que um humano estava com alguém de sua espécie. Ellie tinha se tornado sua, fazendo dela um Nova Espécie, os humanos não tinham mais qualquer direito sobre ela em sua opinião. Era tão simples. Se fosse autorizado a ir com ela para ver Diretor Boris, se sentiria mais seguro de que nada iria acontecer, mas se recusaram a permitir que estivesse presente. O que desencadeou todos os alarmes dentro dele.
Ordenou que um guarda Nova Espécie ficasse do lado de fora para proteger Ellie de ser levada enquanto trabalhava. Faria qualquer coisa para mantê-la segura. Encontrou o olhar de Justice e não desviou. Seu amigo sabia o quão profundo eram seus sentimentos por Ellie.
Justice observou-o com curiosidade.
— Estou preocupado porque você age tão diferente quando se trata dessa fêmea.
— Estou consciente, mas nunca iria machucá-la. Confie em mim.
Os olhos de gato de Justice se estreitaram.
— Confio. Sinto muito por sugerir isso, mas tem de admitir que você não é sempre você mesmo quando se trata de sua mulher.
— Estou ciente disso também.
Os dois homens estudaram um ao outro. Justice falou primeiro.
— Eles estão me pressionando para trazê-la para vê-los, para verificar se ela está bem. Não tive escolha e você sabe que é preciso apaziguar as suas preocupações.
Era difícil ser razoável quando se tratava de Ellie, mas sabia que Justice tinha um bom argumento. Os humanos ainda estavam cautelosos sobre os Novas Espécies e tinham que se preocupar com seu bem-estar. Para ser honesto, se fosse qualquer outro Nova Espécie com uma fêmea humana, estariam monitorando de perto a situação também. Fury suspirou, acalmando-se, e sabia que Ellie não estava disposta a deixá-lo. Precisava permitir que os humanos a vissem.
— Querem que um médico a examinem. Estão preocupados. Que seja, estou preocupado. Conversamos sobre o cruzamento desta linhagem, mas não conheço ninguém que tenha ido tão longe, exceto você e ela — Justice fez uma pausa. — Então, somos sexualmente compatíveis?
Fury assentiu.
— Um pouco diferente como suspeitávamos, mas funciona extremamente bem. Ela não precisa de um médico. Não iria machucá-la.
Justice franziu o cenho.
— E quanto a morder? — Seu olhar percorreu sua pele nua em volta do pescoço e ombros. Seu olhar voltou a Fury. — Elas são mais frágeis do que as nossas fêmeas e não curam rápido.
— Eu não a mordi.
— Vocês realmente mordem durante o sexo? — Isso surpreendeu Ellie. A discussão sobre sua vida sexual com Fury a envergonhou, mas a curiosidade venceu. — Eu não sabia disso.
Fury olhou para ela e mostrou suas presas por uma fração de segundo, quando ergueu o lábio superior.
— Não acho que iria gostar.
Ela estudou os dentes caninos.
— Provavelmente não.
Fury bufou, diversão cintilou em seus olhos castanhos, antes que respondesse a Justice.
— Vou deixá-la ir, mas fico ao seu lado. Os grupos de ódio já a atacaram uma vez por trabalhar aqui. Não vou arriscar a vida dela agora que há rumores de que vive comigo. Tornou-se um alvo maior.
— Entendo, mas o diretor Boris está convencido de que não esteja presente. Tem medo de você já ter abuso dela o suficiente para que ficasse apavorada demais para ser verdadeira em sua presença.
— Não dou a mínima para o que Boris quer. — Fury rosnou. — Ela é minha e não dele. Ela não é mais sua preocupação.
Ellie se contorceu, retirando o seu corpo para fora do canto, e moveu-se em torno de Fury. Ele a deixou sair até que tentou se afastar dele. Um braço agarrou em volta de sua cintura para impedi-la de abandonar o seu alcance. A puxou de volta contra a frente dele até que se encostou em seu corpo. Ellie relaxou. O amava quando a abraçava independentemente das circunstâncias. Curvou os dedos em torno de seu antebraço para assegurar-lhe que não planejava mover-se.
Justice os observava com interesse.
— Vocês se acasalaram no primeiro dia que a trouxe para sua casa?
— Nós nos acasalamos na noite passada. — O corpo de Fury relaxou. — Não confio em Boris. Não confio sua vida a ninguém. Ela é minha, Justice. Não vou permitir que ninguém a machuque. Nem mesmo você com as suas preocupações.
— Nunca iria machucá-la. — Justice jurou suavemente. — Dou-lhe minha palavra de que nada vai acontecer com ela e a defenderia com a minha vida. Preciso levá-la comigo para ver o diretor. Estamos perto de assumir e ele irá embora em breve, mas por enquanto temos de trabalhar com ele. Vou trazê-la de volta para cá. Querem que um médico a examinem primeiro, mas não vou sair do seu lado. Precisamos ajustar suas mentes com facilidade, Fury. Estão preocupados com os nossos hábitos de procriação combinados com os deles. Querem ter a certeza que está bem e não vão deixar isso passar.
— Não sabem com certeza se Fury e eu somos íntimos, não é? — Ellie falou.
Justice concordou.
— Tudo isso acabará num piscar de olhos só o que terá de fazer é lhes dizer a verdade. Agora que está perto de mim posso sentir o cheiro de Fury. Está coberta dele.
Ellie hesitou.
— Adivinha? Não podemos cheirar tão bem como vocês. Tudo o que podemos fazer é estudar as coisas com nossos olhos e especular.
Justice sorriu suavemente.
— Esqueci disso. Nós os subestimamos.
Ela balançou a cabeça.
— Eles só podem supor sobre o que Fury e eu fazemos juntos.
O sorriso sumiu do rosto de Justice.
— Você está vivendo com ele.
— Ela é minha — declarou Fury suavemente com um tom ameaçador. — Ela continuará a viver comigo. Isso não está em debate.
Justice estudou Fury muito de perto.
— Você está bem? Você está muito possessivo.
— Estou bem. Admito que me sinto possessivo. Ela é minha e é tão simples.
Justice hesitou.
— Você definitivamente se acasalou com ela. Isto é muito além de procriar com uma fêmea. Vou levá-la para ver Boris e depois trazê-la de volta para você. Não vou sair do seu lado.
— Vai protegê-la como se fosse uma dos nossos. — Fury exigia.
Justice concordou.
— Ela é sua e isso significa que é uma dos nossos.
O braço Fury aliviou seu controle apertado em volta da cintura e as duas mãos seguraram seus quadris. Girou-a para encará-lo até que seus olhares se encontraram.
— Vou te buscar de volta se tentarem fazer você deixar Homeland. Ninguém vai tirar você de mim.
Ellie se surpreendeu com a forma como soava forte, mas balançou a cabeça.
— Estarei em casa muito em breve. Eu...— Queria dizer que o amava, mas resistiu. O nível de emoção que sentia por ele não veio como uma surpresa para ela. — Vou sentir saudades — finalmente se conformou em dizer.
Fury segurou em concha o rosto com ambas as mãos e inclinou-se para baixo até que seus narizes quase se tocaram.
— Eu também. — Seu olhar apaixonado desviou do dela para olhar incisivamente sobre sua cabeça. — Traga-a de volta em breve e a protege a todo custo.
— Eu vou. — Jurou Justice. — Com a minha própria vida se for necessário. Vamos, Ellie. Você vai querer colocar os sapatos.
Ellie olhou para os homens grandes que a cercavam e lutou com um sentimento claustrofóbico de muitos corpos pressionados firmemente juntos. Ninguém a tocou, mas sabia que se levantasse o braço tocaria um oficial NE. Justice agia como se sua vida estivesse em perigo extremo. Estava mais do que um pouco apavorada, até que entrou na sala de conferências. O choque ao ver a sala lotada a plena capacidade oprimiu o medo. Cerrou os dentes para evitar que a mandíbula caísse aberta quando seu olhar percorreu ao redor da sala cheia com pelo menos sessenta ou mais pessoas. Tinha que estabelecer um novo recorde de comparecimentos para uma reunião.
O diretor Boris ficou atrás de uma mesa no fundo da sala.
— Srta. Brower.
O olhar de Ellie encontrou com o dele e sua raiva disparou. Olhou para Darren Artino, que estava ao lado do diretor. Outros rostos familiares estavam presentes, mas a maioria das pessoas não eram aquelas que reconhecia. Suas feições pareciam que se dedicavam exclusivamente a ela. A deixou sentindo como se fosse um inseto sob um microscópio. Justice acenou para seus oficiais NE se espalharem com um movimento de mão, mas ficou ao seu lado para enfrentar o Diretor Boris.
— Aqui está a Srta. Ellie Brower e como você pode ver ela está bem. — Irritação soou na voz de Justice.
Darren Artino limpou a garganta, enquanto estudava Ellie.
— Foi trazido à nossa atenção de que você talvez quisesse sair da casa do Sr. Fury. Estamos preocupados com você.
Ellie cruzou os braços sobre o peito e levantou o queixo, realmente desconfortável com todo mundo olhando para ela.
— Estou bem. O Sr. Fury foi bom o suficiente para me deixar morar em sua casa. — Fez uma pausa, olhando abertamente para o Diretor Boris, não se preocupando em esconder sua antipatia por ele. — Fui quase sequestrada por alguns membros dos grupos de ódio que manifestam lá fora depois que saí de Homeland. O Sr. Fury estava preocupado com minha segurança. Estou muito melhor aqui do que fora dessas portas.
Uma mulher loira com os cabelos puxados em um coque apertado se aproximou. Usava um terno preto.
— Sou a Dra. Trisha Norbit.
A mulher parecia muito jovem para ser uma médica, mas Ellie não compartilhou sua opinião em voz alta.
— Prazer em te conhecer. — Não tinha certeza o que mais dizer.
— Fomos informados de que você e Sr. Fury tornaram-se muito íntimos. Gostaria de examiná-la para se certificar que está em boa saúde e poderíamos discutir algumas outras coisas. — A mulher olhou ao redor da sala e depois deu a Ellie um olhar significativo. — Em particular, é claro.
— Não há nada para falar e não preciso de um exame médico. — Ellie suspirou alto, não querendo passar o dia lá. — Olha, vou chegar ao ponto. Ouvi os relatórios das notícias. Sei que vocês acreditam que o Sr. Fury me machucou ou alguma outra besteira, mas isso não é verdade. — Lançou um outro olhar sujo para o Diretor Boris e depois voltou sua atenção para a médica. — Sou sua hóspede que dorme no quarto de hóspedes. Quase não o vejo e não há nada obsceno acontecendo. Nem sei porque estou aqui, mas o Sr. North disse que tinha que mostrar-me para que todos possam ver que estou bem. Meu dia estava indo muito bem até que tive que vir aqui para que todos me encarem, imaginando o pior.
— Você e o Sr. Fury estão envolvido em um relacionamento físico? — Um estranho falou.
Ellie olhou para ele.
— Isso é falta de educação perguntar a uma pessoa dessa maneira, passou dos limites, mas a resposta é não. Não acabei de dizer isso? O Sr. Fury é um perfeito cavalheiro. Durmo em meu quarto.
— Mas você está vivendo com ele. — O homem olhou para Ellie, sua hostilidade clara. — Nós sabemos que ambos são sexualmente ativos.
Ellie perdeu a paciência. Deu um passo em direção ao homem rude, mas parou.
— Somos colegas de casa. Perdeu essa parte? Você é uma daquelas pessoas estúpidas que acreditam que um homem e uma mulher não podem compartilhar uma casa sem saltarem para a cama juntos?
Um homem mais velho suspirou.
— Não queremos que isso signifique qualquer desrespeito, Srta. Brower. É exatamente isso que precisamos saber se você e o Sr. Fury estão tendo relações sexuais. Vocês seriam o primeiro par entre as duas espécies que tiveram relação sexual que estamos conscientes. Precisamos executar os testes e estudar isso. — Empurrou seus óculos mais acima da ponta de seu nariz. — Pode haver efeitos colaterais perigosos. Estamos avaliando o que é melhor para você e o Sr. Fury. Você não gostaria de prejudicá-lo de alguma maneira, gostaria?
Ellie franziu a testa.
— Entendo o que está dizendo, mas entendam isso. Não estou com o Sr. Fury na maneira que vocês estão supondo. Não estamos tendo relações sexuais, como você diz. Ele é só um cara muito legal que me permite viver com ele até que eu consiga encontrar outro emprego. Fui jogada para fora desses portões e minha associação com os Novas Espécies quase me fez ser sequestrada por fanáticos loucos. Estou mais segura aqui, vivendo em Homeland.
—Está certo. — Diretor Boris suspirou alto. — Você pode ter seu emprego de volta ao dormitório das mulheres imediatamente. Enviaremos um segurança com você para a casa do Sr. Fury para recolher os seus pertences.
O piso podia também se abrir embaixo de Ellie. Ficou boquiaberta com o Diretor Boris. Aquele bastardo do mal. Tinha de se acalmar antes que respondesse balançando a cabeça negativamente, recusando-se a deixá-lo forçá-la ficar longe de Fury. Todos os olhos dentro da sala estavam examinando-a esperando uma reação e sabia disso. Droga. Forçou sua mente a trabalhar quando inclinou a cabeça para olhar o idiota.
— Amaria ter o meu emprego de volta, acredite em mim, mas a razão de tê-lo perdido em primeiro lugar é porque você estava tentando me forçar a cometer perjúrio. Você não gostou da nova equipe de segurança do NE, que me resgatou quando os guardas de Homeland não conseguiram lidar com o ataque. Você me mandou fazer uma queixa falsa dizendo coisas horríveis contra eles que não eram verdadeiras. Eles salvaram a minha vida, enquanto os seus guardas de segurança não conseguiram nem mesmo chegar a mim.
Viu a cor deixar seu rosto e muitos dos olhares desviaram do dela para fixarem no Diretor Boris. Pareceu muito chocado para fazer algo, mas seu olhar percorreu ao redor da sala.
— Não trabalho para pessoas que me mandam fazer falsas acusações, muito desagradáveis, e depois me demitir porque não quis fazê-las. Teria me demitido se você não tivesse me demitido. Recuso-me a trabalhar para você, Diretor Boris. Vou encontrar o meu próprio trabalho, onde não sou obrigada a mentir.
— Isso não é verdade. — diretor Boris finalmente cuspiu. Apontou o dedo para Ellie. — Faça com que seja escoltada para fora daqui agora e quero que ela seja permanentemente removida de Homeland!
Justice olhou para um dos seguranças que avançou para Ellie. Quase esbarrou em um oficial NE que estava mais próximo dela. Percebeu que todos os oficiais NE a haviam cercado novamente protetoramente. Ellie congelou no lugar e assim o fez o guarda de segurança que vinha na intenção removê-la.
— Esse é um ponto muito importante. — Afirmou friamente Justice. — Você tem um problema com minha equipe, Diretor? A menos que alguém tenha mentido para mim, este lugar foi criado para que possamos estruturar a nossa própria comunidade, criar um verdadeiro lar para as Novas Espécies, e que inclui treinamento das nossas equipes de segurança. A Srta. Brower me informou sobre a conversa que teve entre vocês dois no dia em que a demitiu. Falando nisso, você não tinha direito de fazer isso em primeiro lugar sem o meu consentimento. Você realmente extrapolou seus limites, e aqui, está repetindo a mesma ofensa. Esta mulher está sob a proteção dos Novas Espécies ainda assim se atreve a retirá-la à força?
Um homem mais velho ostentando um terno ficou de pé de repente e moveu-se em torno de uma mesa. Caminhou em direção ao Diretor Boris, um franzir de testa profundo fez vincos em seu rosto.
— Jerry? — Ele obviamente conhecia o diretor muito bem para chamá-lo pelo primeiro nome.
— Não é verdade — diretor Boris cuspiu. — Um de seus homens, este Sr. Fury, com quem ela está vivendo agora, carregou a srta. Brower para um banheiro e a despojou, deixando-a nua. Deu-lhe a cueca para vestir. Ela se lavou nas torneiras e ele provavelmente viu sua nudez e seu banho. Só tentava proteger a mulher, fazendo-a dizer a verdade e apresentar queixa sobre o abuso que sofreu. Não podemos ter segurança forçando as mulheres a irem para o banho para tirar vantagem delas.
O homem mais velho arqueou as sobrancelhas para Ellie.
— Isso é verdade?
— Não — Respondeu gritando. — Sim, Fury me levou para o banheiro uma vez que sangue me cobria. Ele virou de costas, tirou a cueca para me emprestar algo para vestir, enquanto me lavava em privado. Tinha sangue seco na minha pele. A única outra opção envolvia-me andar nua ou colocar minha roupa molhada de sangue novamente. Estávamos em separados blocos no banheiro e não havia outras roupas disponíveis. Disse ao diretor isso claramente, mas ao invés disso fez acusações horríveis que havia sido molestada sexualmente ou fui algum tipo de mega-puta que levaria um cara para dentro de um banheiro após a experiência mais traumática da minha vida. O diretor Boris mandou-me escrever um relatório acusando o Sr. Fruy de coisas horríveis, mas não foi isso o que aconteceu. Recusei-me a inventar essas coisas doentias só porque ele realmente se irritou quando a equipe NE de segurança salvou a minha vida.
O homem mais velho estudou Ellie silenciosamente com gelados olhos azuis. Finalmente concordou e se virou para o Diretor Boris.
— Jerry, odeio fazer isso, mas o estou substituindo imediatamente. Parece haver um conflito e isso é muito importante para esse projeto para permitir qualquer tipo de mau entendimento. — O homem abordou Justice. — Peço desculpas. Obviamente nos foi dado algumas informações incorretas. Eu sou o novo diretor. — Fez uma pausa. — Claro, só se for aceitável para você.
Justice concordou.
— Tudo bem, Tom. Tenho uma conferência telefônica com o presidente em dez minutos. Estarei saindo agora. — Justice fez um sinal para seus homens. Estendeu o braço para Ellie. — Vamos, Srta. Brower?
Ellie atirou um último olhar ao Diretor Boris. Ex-diretor, lembrou a si mesma, e segurou no braço de Justiça. A equipe NE de segurança os cercaram quando deixaram o prédio.
— Lembre-me de nunca te chatear, srta. Brower. — Justice suavemente riu enquanto caminhavam para o lado de fora.
Olhou para ele.
— Isso não aconteceu por eu estar chateada. Admito que estava um pouco irritada, mas estava na maior parte com medo.
Parou e olhou para ela com curiosidade.
— De quê? Nós não teríamos permitido que nenhum mal acontecesse com você. Não iriam permitir que fosse jogada para fora dos portões novamente.
Não disse uma palavra. Não podia ter certeza se podia confiar nele.
A encarou por um longo momento.
— Pensou que iriam tira-la de Fury? Essa era a fonte do seu medo?
Droga, pensou ela. Sou assim tão transparente? Desviou o olhar dele para olhar ao redor do estacionamento. Carros estavam congestionados ao longo da rua que normalmente não permitiam estacionar. Assentiu.
Fury era uma parte tão importante da sua vida desde que seus olhos caíram sobre ele na primeira vez. Teria feito qualquer coisa por ele. Sonhava com ele, continuou a trabalhar disfarçada na Mercile apesar de seu terror de ser morta, e mesmo aceitando um emprego para trabalhar com os Novas Espécies em uma tentativa de corrigir o erro que cometeu com ele. Afastou-se de sua família e amigos depois da alteração de sua vida após ver Fury. Agora seu mundo centrava-se nele e em seu povo. Estavam juntos, um casal, e não queria perdê-lo. Iria despedaçá-la por dentro.
— Então vamos levá-la de volta para ele — Justice declarou em voz baixa.
Ellie encontrou seu olhar.
— Obrigada.
Eles deram alguns passos quando um rosnado de aviso soou por trás deles. Justice virou, agarrando Ellie, e colocando-a fora de perigo. Olhou pelas costas largas de Justice, quando blindou-a com seu corpo. Olhava ao seu redor.
Ellie reconheceu Slade, o oficial NE, e estava com a médica de dentro impedindo-a de obter qualquer aproximação com os braços estendidos encurralando-a. A médica tinha uma expressão assustada no rosto pálido devido ao rosnado. Slade parecia tenso e um suave grunhido retumbou de seus lábios. Justice relaxou sua postura.
— O que você quer, Dra Norbit?
Slade olhou de volta para Justice.
— Você a conhece? Ela corria atrás de nós.
Justice concordou.
— Slade, está tudo bem. Deixe-a passar. Ela não é nenhuma ameaça.
Trisha Norbit passou em torno de Slade, quando seus braços caíram. Seu olhar travou em Ellie.
— Só queria uma palavra em particular com a Stra. Brower.
Justice enfiou os polegares nos bolsos da frente da calça jeans.
— O que você queria dizer, Doutora?
A médica ainda parecia assustada.
— Queria dar-lhe o meu cartão. — Puxou um do bolso da saia para oferecê-lo com a mão trêmula.
Ellie hesitou em pegá-lo.
— Por que eu preciso disso?
— No caso de você precisar de mim. Você tem de saber como isso é importante. Serei a sua médica. Seria estritamente confidencial como falei. Se você e Sr. Fury estão sendo íntimos, por favor, pense no que isso poderia significar, se você me permitir examiná-la e ser responsável por seus cuidados médicos.
— Que você é intrometida? Isso é o que significaria. — Slade bufou. — Deixa-a em paz, Dra. Ela teria mencionado lá dentro se quisesse a sua ajuda.
Trisha Norbit ignorou Slade, mantendo seu foco em Ellie.
— Vi os relatórios médicos sobre sua fisiologia e eles são ligeiramente diferentes de nós. Há tanta coisa que é desconhecido.
— O que é diferente? — Slade franziu a testa, mas depois um sorriso dividiu seus lábios cheios. — Quer dizer que somos maiores do que os seus homens?
A médica piscou um olhar irritado para Slade, mas sua atenção reorientou-se para Ellie.
— Você não quer saber se você poderia engravidar? Você não gostaria de saber se é possível se os tratamentos certos forem aplicados?
Justice franziu o cenho.
— Tive muitas conversas com médicos e eles confirmaram que não é. Somos incapazes de produzir filhos.
A médica inclinou a cabeça para Justice.
— Não sabemos nada ao certo, mas nunca tivemos um par de espécies mistas para fazer um estudo. Se esta mulher e um de seus homens estão envolvidos em relações sexuais, você não acha que seria uma boa ideia ver o que poderia resultar disso? Não é só a gravidez que me preocupa. Pense nisso, Sr. North. Mais de seu povo pode querer se envolver com o meu. Será que você não quer saber se existem efeitos adversos? Seus homens não foram capazes de engravidar suas fêmeas, mas ela é totalmente humana.
— Que tipo de efeitos adversos? Inveja do pênis? — Slade riu. — Fui para o quarto com os humanos, Dra. A única coisa que uma mulher deveria ter medo era de perceber o quão pequeno os paus de seus homens são comparados aos nossos.
Trisha Norbit atirou em Slade um olhar sujo.
— Você é um porco.
O sorriso de Slade morreu e um rosnado baixo emitiu a partir de sua garganta.
— Sou canino, não porco.
— É uma gíria, não um tipo de espécies — Ellie conseguiu dizer sem rir. — Ela acha que o que disse é sujo e ofensivo.
Slade assentiu para Ellie, antes que sorrisse para a médica.
— Mas honesto.
— Basta. — Justice riu. — Por mais divertida que esta conversa está ficando, tenho uma ligação para fazer com o presidente. Isso não foi apenas uma desculpa para nos tirar de lá.
— Por favor — pediu suavemente Dra Norbit. — Srta. Brower, Ellie, por favor, pegue o meu cartão. Sou a médica dos Novas Espécies. Entendo a necessidade de discrição e posso visitar a casa do Sr. Fury em privado. Ninguém precisa saber. Considere apenas me atualizar quanto a isto. Você não tem ideia do quanto é importante para entendermos como nos relacionamos uns com os outros sexualmente.
Ellie debateu, mas pegou o cartão, empurrando-o no bolso da calça.
— Não estou tendo relações sexuais com o Sr. Fury. Disse lá dentro e sei que se estivesse, isso iria se transformar em um circo.
As narinas de Slade queimavam e desviou o olhar para Ellie. Olhou para ele. Ele inalou lentamente e sorriu. Desviou o olhar para longe dele. Sabia que mentia, podia sentir o cheiro de Fury nela, mas ficou aliviada quando não disse nada.
— É importante que eu saiba como nossas espécies interagem durante o sexo — Dra. Norbit explicou suavemente. — Estou no comando da saúde e bem-estar não só dos Novas Espécies, mas dos humanos também. Entre os Novas Espécies e os funcionários humanos, realmente tenho de saber com o que estou lidando. É apenas uma questão de tempo antes que isso possa tornar-se uma questão importante.
— Vou te dizer uma coisa — Ellie mentiu. — Se algum dia eu pensar em ter relações sexuais com o Sr. Fury, avisarei a ele, e se ele estiver interessado, você vai ser a segunda pessoa que eu direi.
Ellie virou e começou a caminhar. Justice imediatamente acompanhou seus passos enquanto se dirigiam para casa de Fury. Ele riu.
— Você manipulou bem a situação. — Ele hesitou. — Você poderia querer ligar para ela amanhã. De acordo com os arquivos que revistei, ela é um dos melhores médicos do país. Eu, pessoalmente a escolhi a dedo. Ela é jovem, mas é brilhante e amigável com os Novas Espécies. Se diz que vai manter privacidade sobre isso, tenderia a acreditar nela.
Ellie balançou a cabeça.
— Não hesitaria se achasse que preciso de um médico.
Fury ritmou o tempo todo desde que Ellie tinha ido embora, certo que algo ia dar errado. Segurou-se para não correr até a sala de controle para espionar a reunião com as câmeras instaladas ao redor de Homeland. Tinha acesso a esses serviços já que era chefe de segurança e segundo no comando. Ele não foi, porém, querendo ficar em casa aguardando o seu retorno.
Confiava em Justice e em seus homens para proteger Ellie. Treinou todos os funcionários da segurança pessoal, cada um, e seu povo sabia o quanto ela era importante para ele. Sentia falta do seu cheiro, de ouvir sua voz musical, e quando fechou os olhos, seu rosto apareceu, queimando em sua memória.
Dormir com Ellie, sentir sua pele contra a dele, enquanto conversavam até tarde da noite era maravilhoso antes de dormir. Queria fazer isso todas as noites e ouvir cada detalhe de sua vida – menos a menção sobre qualquer homem que conhecia. Não queria imaginar alguém tocando sua Ellie. Iria procurá-los e matá-los. Se seu marido aparecesse em Homeland querendo Ellie de volta como sua esposa, não estava brincando sobre bater no homem até que mudasse de ideia. Ela era sua, agora e para sempre.
O pensamento do seu ex-marido lembrou-o de seus pais. Fury parou seu ritmo e olhou fixamente para a porta. Ela nunca ficaria sozinha de novo. Tinha a ele e todo o seu povo como sua família. Iria garantir isso e torná-la conhecida de que pertencia a ele. Lutaria com unhas e dentes com Justice se precisasse para formar uma lei dos Nova Espécie que todos os humanos que estiverem com um Nova Espécie fossem considerados como um deles. Queria que tivesse os mesmos direitos que ele tinha, sabendo que ela não fazia nenhuma distinção entre eles de modo que nada poderia ser feita contra ela quando se tratasse de seu povo. Deve ser considerada uma Nova Espécie.
Assentiu, decidido a empurrar essa nova lei a Justice, quando começarem a governar seu povo. Logo gerenciariam sua própria Homeland e ele falaria com Ellie para fazerem seu relacionamento ser permanente. Que já era, para ele.
Ela só precisava voltar para casa.
Para sempre pareceu acabar quando a avistou pela janela. Lutou contra o instinto de correr para fora, correr para ela, e segurá-la, mas manteve a calma, tanto quanto podia. Ninguém tentou tomar Ellie desde que não parecia com medo. Justice e os membros da equipe pareceram completamente à vontade. Empurrou a porta da frente.
Fury saiu e caminhou em direção a Ellie, seu alívio evidente em seu rosto.
— Estamos sendo observados — Advertiu Justice suavemente. — Ellie, entre na casa como se você não desse a mínima. Fury, não pareça tão feliz em vê-la. Ela acabou de mentir para uma sala cheia de pessoas. Não faça seu esforço ficar sem sentido por beijá-la à vista de qualquer pessoa. Vamos conversar por um minuto assim parecerá que você correu para interagir comigo.
Ellie continuou andando. Queria tocar Fury quando se cruzaram, mas conseguiu não fazer, se recusando a sequer olhar na sua direção até que entrou na casa. Fechou a porta, tirou os sapatos, e passeou pela sala. Fury entrou uns minutos depois na sala e trancou a porta atrás dele. Seus olhares se encontraram por uma fração de segundo antes que se lançasse para ele. Braços fortes pegaram-na e a abraçaram com força.
Os pés de Ellie não tocavam mais o chão quando descobriu seu rosto enterrado contra o pescoço de Fury. Agarrou-a com tanta força que quase a machucou.
— Não consigo respirar. — Engasgou.
O aperto de Fury aliviou.
— Você está de volta.
— Estou de volta.
Fury pegou-a em seus braços e caminhou pela casa, levando-a para o quarto para senta-la na borda da cama. Estendeu a mão para sua camisa e puxou-a sobre sua cabeça. Ellie sorriu para ele.
— Quando você chegou em casa ontem à noite pensou que eu estaria sensível demais para fazer qualquer coisa, apenas deixar você me abraçar, enquanto dormimos. Esta manhã quando acordou você se recusou a ir ao chuveiro comigo, porque disse que eu precisava de mais alguns dias para me ajustar a você. Por que você está se despindo?
Fury tirou os sapatos e abaixou as calças. Seu olhar escuro, sexy, fixo nela.
— Isso foi antes de levarem você de mim. Tenho que ter você agora.
Ellie levantou-se e começou a se despir. Um Fury nu esperava e observava-a em silêncio até ela terminar de remover suas roupas. Ela deu um passo mais perto dele.
Ellie engasgou quando Fury avançou, agarrando-a e girando em torno dela. Encontrou-se debruçada sobre a cama de joelhos antes que pudesse recuperar o fôlego. Seu corpo curvado sobre a dela, prendendo-a sob ele.
— Fury?
Ele rosnou, em seguida, enterrou o nariz contra seu pescoço. Inalou profundamente e suavemente gemeu.
— Você está indo só montar em mim? —A surpreendeu. — Sem preliminares? Nada?
— Você é minha.
Um pouco de medo correu em Ellie. — Você está me assustando. Meu corpo não está pronto para você.
— Não foi minha intenção. — Ele mordiscou seu lóbulo da orelha. — Só quero você. Andei todo o tempo em que você se foi, imaginando o pior. Só quero estar dentro de você. Quero você gritando meu nome e seu perfume enchendo minha cabeça. Preciso sentir o seu calor úmido, a enterrar-me fundo e você me prendendo lá por quanto tempo puder nos manter conectados.
— Esqueça as preliminares. — Ellie disse com uma voz trêmula, excitada por suas palavras.
Suas mãos agarraram os quadris de Ellie, mas moveu-se para deslizar para cima de suas costelas até seus seios em concha e usando seu poder para puxá-la mais firmemente contra seu peito. Sua boca se abriu sobre o seu ombro para permitir a sua língua rastrear a pele lá. Suas mãos apertaram-lhe os seios, seus polegares provocando os mamilos até que responderam endurecendo.
Ellie estendeu a mão entre seus corpos até que as palmas das mãos repousavam sobre suas coxas. Hesitou por apenas alguns segundos antes que as movesse em concha em suas nádegas. Puxou-o apertado contra o seu corpo e mexeu freneticamente a bunda contra o seu pau duro.
Ellie soltou o seu traseiro e contorceu a mão entre seus corpos até que seus dedos se enroscaram em torno da carne, quente e dura do seu espesso eixo.
Fury movia contra os dedos, permitindo-lhe acariciá-lo. Ellie moveu seus quadris e baixou seu peito para o colchão. Posicionou-o até que a cabeça de seu pênis estava exatamente onde queria e então ele empurrou para frente. Estava molhada e pronta para ele quando lentamente começou a pressionar em sua vagina. Um gemido alto saiu de sua garganta. Ele encheu a necessidade dolorida que sofria. Seu corpo esticou para acomodar sua ampla ereção. Era maravilhoso. Gemeu, movendo os quadris para empurrar de volta contra ele.
Fury retirou um pouco e depois suas mãos soltaram seus seios para deslizarem em sua pele para seus quadris. Mãos firmes curvaram em torno dela lá, com uma boa aderência, e empurrou em sua forma mais rápida, mais profunda. Ellie gemia mais alto do prazer maravilhoso de seu pau batendo.
— Você está tão apertada e quente. Tão molhada para mim — ele rosnou. — Não quero feri-la.
— Você não pode — ela ofegou. — Deus. Parece que só há você. Quando se move dentro de mim é tudo que existe.
Fury retirou e depois entrou nela duro e rápido. Ellie choramingou. Fury congelou, seus quadris parando no lugar, seu pau enterrado bem fundo em Ellie.
— Não pare — ela implorou.
— Eu te machuquei.
— Não. Deus não. Você é tão bom. Não pare, Fury.
Rosnou e mordiscou seu pescoço. Sua língua trabalhava a carne sensível no lado do pescoço, dentes raspando a pele, tornando-a ciente delas, e isso marcou a sua paixão. Ellie tentou empurrar de volta contra ele, mas Fury segurou seus quadris firmemente no lugar, segurando-a ainda.
Começou a se mover novamente, dirigindo para dentro e fora de seu canal cada vez mais rápido. O corpo de Ellie ficou tenso na expectativa de seu clímax pendente e seus dedos em garras na borda da cama. Os dentes de Fury afundaram em seu ombro, agarrando-a com firmeza, mas não rompeu a pele. Não daria a mínima se a mordesse naquele momento. Apenas o prazer de condução dentro dela quando rosnou e martelou-a firmemente, esfregando contra as terminações nervosas que doíam para a liberação.
Fury moveu e levou-a mais e mais em um novo ângulo, acertando o ponto que a levou para uma insanidade de êxtase emocionante. Seu corpo clamava por Fury. Tremeu quando chegou ao clímax. O corpo de Fury quase esmagou-a contra a cama enquanto soltou o ombro dela de seus dentes. Jogou a cabeça para trás e um som alto rasgou de seus lábios quando começou a inchar dentro dela.
Ellie jogou a cabeça para trás contra o seu ombro quando mais ondas de prazer a atingiram. Gritou o nome de Fury novamente.
Ambos estavam sem fôlego e deitados sobre a cama com Ellie presa sob ele, quando a calma caiu sobre eles após o rescaldo do sexo.
Eu amo Fury. Nunca soube que algo tão forte poderia existir entre duas pessoas. Nunca quero deixá-lo e nunca quero ficar sem ele. Foi por isso que me afastei da minha vida anterior. Estava certa, de uma vez por todas, que fez a coisa certa.
Fury se recuperou mais rápido do que Ellie. Levantou um pouco de seu peso fora de suas costas e deu uma riu.
— Eu realmente senti sua falta.
Ela abriu os olhos e esticou o pescoço para olhar para ele por cima do ombro.
— Só estive fora por uma hora.
— Foi uma longa hora.
Ellie riu.
— Lembre-me de sair de casa mais vezes se é isso que receberei quando vier para casa.
Ele riu.
— Esqueça. Acho que deveria apenas amarrá-la na minha cama e mantê-la aqui. Não preciso que você saia para estar exatamente onde eu quero.
Seus corpos estavam relaxados e pareciam terem derretido juntos. Para Ellie, era um sentimento celestial. Fury a tocava, suas mãos acariciando-a onde poderia alcançar. Ellie fez pequenos sons de prazer. As palmas das mãos sentiam-se incríveis em sua pele. Fury gentilmente tirou seu pênis após a pressão do inchaço criado por sua libertação diminuir.
— Quão flexivel você é?
Ellie deu de ombros.
— Não sei.
Fury ficou parado. Ellie deslocou-se ao redor dele para ficar de pé, mas de repente Fury inclinou-se para colhê-la em seus braços. Sorriu quando contornou a cama para colocar suavemente sua cabeça no travesseiro em cima da cama e ajeitou-a confortavelmente até que estava estendida de costas.
— Você vai quebrar alguma coisa se continuar me carregando por aí. — brincou Ellie. — Poderia ter simplesmente me arrastado até aqui, se você apenas me dissesse que este é o lugar onde queria que eu estivesse.
— Você não é forte o suficiente para me machucar. Sou muito mais forte do que você. Poderia carregá-la por horas e não derramar um suor.
Ele agarrou sua panturrilha e levantou a perna para cima. Ellie assistiu em silêncio enquanto Fury subia na cama com ela, empurrou a perna para dobrá-la, e estabeleceu seus quadris no berço de suas coxas. Ellie estendeu a mão para tocar seu peito, deixando as pontas dos dedos explorarem cada sulco do músculo ali, encontrando um monte deles em seu corpo em boa forma. Seu olhar vagou seus ombros, desfrutando olhar para ele. Ele era lindo. As pontas dos dedos escovaram os mamilos e ele inalou acentuadamente à medida que respondiam imediatamente e frisaram. Ellie pousou sua boca fechada sobre uma de suas protuberâncias.
Sua língua traçou um círculo ao redor do mamilo endurecido e seu corpo ficou tenso acima dela. Fury gemeu. Ellie sorriu ao redor de sua pele e depois chupou seu mamilo em sua boca. Seus dentes levemente beliscando a ponta. O corpo de Fury tremeu e ele rosnou. O seu pau respondeu imediatamente contra o berço do seu colo, crescendo com força contra ela, preso entre seus corpos. Não esperava que ele se recuperasse do sexo tão cedo. A maioria dos homens precisam de tempo para se recuperar. Fury, ela pensou, não era nada parecido com a maioria dos homens. Eu amo isso nele também.
Ellie soltou seu mamilo e deixou suas mãos surfarem sobre suas costelas para suas costas. As unhas arranharam sua pele levemente nas costas até sua espinha. Fury arqueou o peito, lembrando-a de um gatinho muito grande. Sorriu e lambeu a pele entre os mamilos. Desejou ter mel. Adoraria escorrê-lo em sua pele e lambê-lo. As unhas traçaram para cima e para baixo de suas costas desde os ombros até a curva da bunda esculpida, amando o jeito que ele arqueava e estremecia.
— Você está suando.
Fury sorriu.
— Disse que era não forte o suficiente para me fazer suar, mas você é definitivamente quente o suficiente para me fazer suar com a necessidade.
Ela riu.
— Percebi.
A boca de Fury baixou e Ellie levantou a dela para se encontrar com a dele. Ellie adorava a maneira como a beijava. Não havia nada hesitante sobre ele. Dominou a sua boca, seus lábios cheios, fortes e seguros. Sua língua brincou, explorando a sua boca com lambidas e empurrões, uma promessa silenciosa do que seu corpo faria com ela. Mal tinha consciência de seus dentes afiados quando o lado de sua língua raspou contra eles. Gemeu em sua boca, arqueando o corpo dela contra o dele, o querendo mais. Seu corpo queimava por ele para fazer amor com ela novamente.
A mão de Fury deslizou em torno de sua coxa. Segurou-a atrás do joelho e puxou sua perna para envolver em torno de sua cintura, enquanto ia para cima dela, pressionando seu corpo contra o colchão. Ellie tentou romper o beijo, mas Fury colocou sua mão segurando a bochecha e o queixo para segurá-la ainda. Continuou a beijá-la, recusando-se a parar, e gemeu em sua boca quando moveu seus quadris. Seu pau esticou nas paredes vaginais enquanto deslizava lento, completamente, para enterrar profundamente dentro dela. Ellie gemeu contra sua língua.
Fury finalmente quebrou o beijo. Abriu os olhos e Ellie olhou para ele.
— Olhe para mim, doçura. Seus olhos são a coisa mais incrível que já vi e ver como você responde quando toco em você é a coisa mais linda que eu já vi.
Ellie queria chorar ao ouvir tais maravilhosas, tocantes palavras. Nenhum homem jamais havia falado tais coisas notáveis a ela como ele fez. Realmente quis dizer isso. Acreditava com todo o seu coração.
— Essa é a coisa mais doce que alguém já me disse.
Seus olhares se encontraram enquanto Fury começou a se mover dentro dela. Apertou seus ombros, agarrou-se a ele quando impulsionou para dentro de seu corpo lentamente, profundamente, criando um êxtase com cada movimento. Jogou a cabeça para trás, seus olhos fechando a partir do prazer. A mão de Fury pegou em concha seu rosto tenso, segurando-a no lugar.
— Continue a olhar para mim. — Ordenou. — Quero ver seus olhos quando você gozar.
Ellie parou de pensar, apenas capaz de sentir e fazer o que ordenou. Tornou-se próximo da tortura enquanto Fury lentamente impulsionou para dentro e para fora dela. Intensificando o sentimento, mas queria que se movesse mais rápido. Seus olhos quase fechando novamente, mas Fury rosnou quando seus quadris se chocaram com os dela rígidos.
— Olhe para mim.
— Mais rápido. — ela implorou. — Não aguento isso. É uma sensação muito boa. Eu preciso...
Fury impulsionou mais rápido, mantendo o contato com os olhos com o dela o tempo todo, e Ellie agarrou-o mais apertado enquanto batia nela. Ficou tensa, sentindo algo semelhante a dor através de seu abdômen antes do arrebatamento explodir quando atingiu o clímax. Nunca desviou o olhar de seus olhos lindos.
Observava os olhos apertados e então seu rosto se contorceu em uma satisfação selvagem. O marrom dos seus olhos pareciam ficar escuros quando a sua boca se abriu e rosnou seu nome. Podia sentir seu pau inchar dentro dela enquanto seu sêmen aquecido derramava de sua libertação. Fury sorriu.
— Diga-me que não se sente melhor.
Percebeu que suas unhas haviam cavado em seus ombros. Horrorizada, o soltou. Havia travessões onde as unhas haviam estado e o sangue derramava da pequena marca no segundo que as unhas saíram.
— Me desculpe!
Fury riu. Ele virou a cabeça para olhar para o dano em um ombro. Seu olhar encontrou o dela.
— Estou contente.
— Você gosta de marcas de arranhões?
— Espere até você ver a parte de trás do seu ombro. Não me sinto tão culpado agora.
Tentou olhar para os ombros, mas Fury desabou em cima dela. Não a esmagou, mas definitivamente fixo-a lá. Beijou-a rapidamente e, em seguida, levantou a cabeça e sorriu para ela.
— Eu mordi você, Ellie. — Piscou. — Eu meio que rasguei um pouco a pele. Pronta para um banho?
Ele realmente me mordeu? Ellie sabia que provavelmente deveria estar perturbada, talvez horrorizada, mas não se sentia assim de modo algum. Não doeu quando agarrou-a com os dentes, pensando no momento em tudo o que fez, então não tinha queixas se tivesse tirado sangue. Sorriu em vez disso. Nenhum dano, nenhuma falta, decidiu. Não pode ser pior do que as minhas marcas de unha.
— Sim. E também estou com fome. Perdemos o almoço.
Ellie estudou o Diretor Tom Quish com suspeita. O homem de olhos azuis tinha um rosto bonito para alguém de sua idade. Adivinhou que com seus sessenta anos e em boa forma. Podia ver claramente desde que usava uma blusa e um par de calças de moletom. Estava correndo antes de parar na casa de Fury. Foi uma surpresa encontrá-lo na porta quando a campainha tocou. Reconheceu-o da sala de conferências, jamais poderia esquecer o homem que demitiu o Diretor Boris. Foi uma coisa gratificante de ver.
— Posso entrar?
Ellie saiu da casa e foi até a varanda ao lado dele. Viu dois oficiais NE do outro lado da rua, sabia que Fury os mandou vigiar a casa, mas quando encontrou seus olhares, não viu alarme. Eles, obviamente, não acreditavam que o novo diretor era uma ameaça para sua segurança. O teriam impedido de alcançar a porta da frente de qualquer forma. Relaxou um pouco.
— Não é realmente a minha casa, como você sabe, e não me sentiria confortável convidando-o para dentro. — Respirou profundo. — Posso ajudá-lo?
— Espero que sim. Estou aqui para oferecer o seu trabalho de volta ao dormitório das mulheres. As mulheres respeitam e gostam muito de você, Srta. Brower. Decidiram substituir a mãe da casa e o seu nome veio à tona.
Ellie tentou esconder o desânimo causado pela sua declaração. Os olhos do homem estavam frios e azuis, lembrando-a pedaços de gelo. Embora tivesse linhas de riso ao redor de sua boca, desviou seu olhar frio e desconcertante. Parecia bom o suficiente e acreditou que seus motivos eram honestos, mas não sabia como responder. Se aceitasse o emprego, teria que deixar a casa de Fury e não queria fazer isso.
— Posso pensar nisso? — Acalme-se, ordenou a si mesma. — Foi muito traumático para mim quando fui demitida. Isso me deixou sem-teto e desempregada, ao mesmo tempo.
Ele percorreu seu olhar para cima e para baixo dela. Seus olhos eram inteligentes, talvez até demais.
— Claro que você pode pensar sobre isso. O trabalho é seu se quiser. Gostaria apenas de pedir que se decida em breve. Precisamos de uma supervisora no interior do dormitório o mais rapidamente possível. Como você sabe, temos mais mulheres que chegarão dentro das próximas semanas.
— Não sabia disso — admitiu Ellie. — Pensei que iam apenas enviar umas poucas dúzias de mulheres no início para terem certeza de que seria um bom ambiente.
— Decidiram que é. — Ele sorriu. — Você ajudou a tomar essa decisão. Cada mulher no dormitório altamente indicou você como um modelo positivo. Ouvi dizer que suas aulas de culinária eram as favoritas.
Ellie sorriu de volta.
— Tentei torná-las divertidas.
— E você conseguiu. Elas gostam muito de você.
— Sinto falta delas — ela admitiu. — Gosto delas também.
— Ouvi que precisaram de ajuda para aprender como fazer quase tudo.
Ellie deu de ombros.
—Ficaram trancadas no interior de celas estéreis dentro das instalações de teste. Aprender a tirar poeira, fazer café, e cozinhar panquecas não era exatamente algo que tiveram a oportunidade de saber onde foram criados. Lembro-me como assustadora era a máquina de lavar quando me tornei uma adolescente e minha mãe me disse que eu tinha que lavar minha própria roupa. Quando são criados com todo esse material, você aprende um pouco de cada vez. Elas tiveram toda essa tecnologia de repente empurrada para elas, são todas as coisas que nós não damos valor. Imagine enfrentar uma secretária eletrônica quando você nem sequer sabe o que era um telefone antes.
Algo despertou interesse em seu olhar.
— Elas falaram com você sobre suas vidas antes de serem libertadas?
Ellie estudou o homem desconfiada. Recusou-se a compartilhar detalhes privados que lhe havia sido dada na amizade.
— Algumas. Por quê?
Sua expressão suavizou.
— Li os relatórios e conversei com um monte deles. É horrível o que tinham de lidar em todas as suas vidas. Jurei a Justice North que faria das tripas coração para garantir que o resto de suas vidas não sejam nada semelhante ao passado. É muito importante para mim que os Novas Espécies sejam felizes e seguras. Quero o que é melhor para eles e acho que isso inclui você, por suas mulheres.
Isso a tocou. Ellie teria aceitado o emprego de volta num piscar de olhos, se não fosse por ter deixar Fury. Pegou um brilho de satisfação dentro dos olhos de Tom Quish e abriu a boca.
— Você é realmente bom em manipulação. Você sabia disso?
Um sorriso curvou nos lábios.
— É o meu trabalho. De que outra forma você acha que fui capaz de obter todo o financiamento para Homeland tão rapidamente quando os militares falavam em desistir? A razão é quase totalmente construída e podemos mudar para aqui tão rápido porque tinha sido marcada para uma nova base do Exército. Charme e bons amigos em posições altas têm suas vantagens. Você vai assumir o cargo, Srta. Brower?
Queria mas não podia.
— Tenho que pensar sobre isso ainda.
— Você parece como alguém que vê um doce que deseja muito, mas está com medo de pegá-lo porque você foi ensinado a nunca confiar em estranhos.
Ela sorriu.
— Não poderia ter dito melhor.
— Sou bom com as palavras também.
— O que está acontecendo? — Fury invadiu a calçada olhando para o novo Diretor de Homeland. Moveu-se para o lado de Ellie, tenso e irritado.
Ellie olhou para ele e quis recuar. Olhava como se fosse um namorado ciumento, e adivinhou que ele era. Se não conseguir controlar suas emoções o Diretor teria que sido um idiota se não visse que estavam envolvidos. Olhou para ele e deu-lhe um olhar de advertência, mas se recusou a olhar para ela. Estava muito ocupado olhando ameaçadoramente para o Diretor.
Tom Quish deu alguns passos para trás.
— Estive conversando com a Srta. Brower. É bom ver você de novo, Sr. Fury.
— O que você quer com ela? Ela fica aqui. Você não tem poder para fazê-la sair.
O olhar de Quish foi de Fury para Ellie e depois para Fury de novo. Ellie quase podia ver a mente do homem estudando a cena, seus pensamentos indo onde temia, e o que só confirmou quando deu mais um passo para trás, cauteloso. Uma expressão — Oh merda — empalideceu suas feições bronzeadas.
— Vim para oferecer a Srta. Brower seu emprego de volta. As mulheres realmente sentem falta dela e dispensaram a última mulher que ocupou a posição da Srta. Brower. Afirmaram que desejam a srta. Brower de volta para o dormitório. Disse a Justice que as mulheres poderiam escolher a sua própria mãe da casa. Vim aqui para lhe dizer que o trabalho está aberto e disponível para ela se estiver interessada.
— Ela não quer isso — declarou firmemente Fury em um rosnado furioso.
Merda, pensou Ellie. Fury não está se mantendo calmo de jeito nenhum. Seu olhar voou para Tom Quish. Estudou-a e então ele olhou para Fury novamente.
— Ela poderia continuar vivendo dentro de sua casa, se você está preocupado com sua segurança. Podia trabalhar no dormitório durante as suas horas de trabalho. Não é exatamente as horas de trabalho que implicavam, mas tenho certeza de que todos seriam capazes de trabalhar em torno de uma agenda se você achasse adequado.
Fury finalmente olhou para Ellie.
— O que você acha?
Espantou-a que pensou em pergunta-la a sua opinião depois de como reagiu antes, recusando-se da oferta de emprego. Assentiu. Sabia que Tom Quish assistia a ambos com fascínio. Fury acenou de volta. Seu foco voltou a Tom Quish.
— Ela vai aceitar o trabalho na condição de que viva comigo.
Tom olhou divertido de repente.
— Ótimo. Srta. Brower, você pode começar amanhã às nove?
— Sim — respondeu antes que Fury pudesse abrir a boca e falar por ela novamente.
O diretor parecia satisfeito.
— Ótimo. Vou fazer as ligações e deixar tudo preparado. Alguém da segurança irá aparecer mais tarde com o seu novo emblema.
— Obrigada — Ellie gritou, enquanto observava o novo diretor correr para longe e fora de vista antes que se atrevesse a olhar a para Fury. Atirou-lhe um olhar irritado. — Droga. Você deveria ter mantido a calma. Agora sabe que somos um casal. Você agiu como meu namorado.
O olhar de fury escureceu, sua boca numa tensa linha.
— Eu sou.
— Bem, ninguém deveria saber disso. Lembra-se? E obrigada por me deixar tomar uma decisão, finalmente. — Invadiu para dentro da casa.
— Por que você está com raiva? — Fury seguiu e fechou a porta.
Ellie girou e colocou as mãos nos quadris.
— Nós deveríamos esconder a nossa relação, lembra? Você quer os médicos nos incomodando para fazer testes e ter pessoas exigentes nos perguntando como fazemos sexo? Eu não. E se quiserem filmar? E você disse que eu não queria o trabalho sem sequer me perguntar primeiro. Tenho saudades do dormitório, mas quero viver aqui com você também.
Fury sabia que estava confuso. Ficou instantaneamente alarmado quando ouviu de seus homens que Tom Quish, o novo Diretor, tinha chegado à sua porta. Não poderia haver nenhuma razão para um humano estar nessa seção de Homeland, exceto por Ellie. Apressou o passo, sabendo que todos no lado humano preferiam que Ellie não morasse com ele. Ouvido suas preocupações e ignorou a cada um.
Ellie adorava trabalhar com as mulheres Novas Espécies, sabia o quanto elas significavam para ela, então quando ouviu Tom oferecer-lhe o emprego de volta, imediatamente disse não sem pensar. Tinha que ser uma isca para levá-la a deixá-lo, mas um olhar para o rosto de Ellie lhe disse que estragou tudo, respondendo por ela. Mulheres humanas poderiam ser tão teimosas como as Novas Espécies. Exigiam o direito de tomar suas próprias decisões, e enquanto apreciavam alguma proteção, não eram de tudo fracas o suficiente para não serem capazes de cuidar de si mesmas em caso de necessidade.
Recuou quando recebeu a garantia de que Ellie pudesse viver com ele e que o trabalho não era um suborno para deixar sua casa. Relaxou quando o novo diretor se afastou, mas a raiva de Ellie permaneceu. Estudou suas feições e sabia que ainda estava incomodada com ele. Exagerou, mas só queria proteger e mantê-la com ele.
Estava cansado de esconder seu relacionamento. Estava orgulhoso de estar com Ellie, mesmo que alguns de seu povo não entendessem. Alguns deles ainda estavam um pouco amargos com os humanos. Eles que lidem com os problemas deles, e enquanto não o tirassem de Ellie, poderiam liberar lentamente o preconceito em seu próprio tempo.
Sabia que precisava acalmar a raiva de Ellie. Tinha um raciocínio rápido, um grande senso de humor, e não guarda rancor por muito tempo. Todas as coisas que aprendeu sobre ela. Sexo também trabalhava para amolecê-la e levá-la a perdoá-lo.
Os lábios de Fury se curvaram num sorriso.
— Você sabe o quanto você é atraente para mim quando está com raiva? Vídeos, hein? Poderia comprar uma câmera e nos filmar fazendo sexo.
—Não! — Ellie olhou para ele. — É melhor estar brincando sobre essa última parte.
Ele riu.
— Estou. Não quero nos filmar. Só quero tê-la. — Deu um passo em sua direção. — Você é sexy quando está com raiva de mim, doçura. Não estou brincando sobre isso. Estou excitado por você.
Ellie retrocedeu e deixou cair as mãos dos quadris.
— Estou com raiva de você. Não me chame de doçura, Fury. Quero gritar com você. Você não escondeu o fato de que estamos juntos e você disse ao homem que não aceitaria meu emprego de volta. Essa é a minha escolha.
— Você está certa, estava errado, me desculpe. — Sorriu quando avançou mais perto dela.
Ellie retrocedeu mais.
— Você está debochando de mim, não é?
— Sim. — Piscou. — Agora vamos fazer sexo. — Abrindo os braços e tentando agarrá-la.
Ellie virou em direção à cozinha, divertindo-se com seu comportamento brincalhão. Foi ótimo ver o homem normalmente sério tão divertido. Porra, como eu posso ficar brava com ele quando age dessa maneira? Não podia. Entrou na cozinha e se esquivou ao redor do pequeno balcão. Agarrou-o e seu olhar estreitou quando Fury parou do outro lado.
— Nós estamos conversando. Pare com isso.
— Vamos conversar durante o sexo. — Ele foi para a esquerda.
Ellie balançou a cabeça e moveu-se para mantê-lo no outro lado do balcão.
— Pô, Fury. Estou tentando ficar com raiva de você. Limpe esse sorriso de seu rosto.
Fez uma pausa e seu sorriso desapareceu.
— Eu não vou sorrir.
Seu olhar se estreitou e viu a contração de seus lábios. Diversão brilhou dentro dela. Quase riu. Teve que lutar para se lembrar porque a tinha deixado com raiva, em primeiro lugar. Ah sim.
— Você não pode sair por aí tomando decisões por mim e sabe que é para esconder que somos um casal.
— Você está realmente me excitando agora. Você está respirando com dificuldade e se você não ver, seus seios vão quebrar os botões da camisa. — Seu olhar cravou no peito. — Respire mais forte. Por favor?
Ellie olhou para a camisa dela, mas viu movimento pelo canto do olho quando fez. Sua cabeça ergueu tarde demais. Fury agarrou-a. Seus braços em volta de sua cintura e girou-a até se sentou no balcão, trazendo seus rostos quase ao mesmo nível. Fury empurrou as pernas abertas e se colocou entre as coxas dela separando-as. Os braços mais apertados em volta da cintura, puxando-a contra o seu corpo em um abraço apertado.
— Desculpa se te fiz ficar com raiva. — Deu-lhe um olhar sincero. — Agora vamos fazer sexo selvagem. Ouvi dizer que é o melhor.
Ellie segurou seu rosto em concha com as palmas das mãos e sorriu.
— Você é mau. Você sabia disso?
— Eu sou bom. Você sabe disso ou devo lembrá-la? — Abaixou a cabeça e esfregou o rosto de Ellie até que seus lábios esfregaram sua garganta. Colocou sua língua para fora e lambeu o ponto sensível em seu ouvido. Seu hálito quente fazendo cócegas.
— Poderia pegá-la aqui mesmo.
Ellie riu.
— Quarto.
Fury endireitou a cabeça e sua voz se aprofundou.
— Aqui.
— Quarto. Nós preparamos alimentos nesse balcão, Fury.
Levantou as sobrancelhas quando soltou e avançou para trás. Pegou a camisa e desabotoou-a. Ellie prendeu a respiração enquanto Fury abriu e retirou-a de cima dela. Abriu sua calça e depois saiu do caminho. A colocou para baixo do balcão até que seus pés estavam de volta no chão e, em seguida, dobrou na frente dela, indo até os joelhos, e a ajudou a se livrar da calça.
— Acho que na cozinha está bom — sussurrou Ellie, totalmente ficando excitada.
Seu coração disparou quando ela chutou as calças para longe e estendeu a mão para frente agarrando as calças de Fury, quando se levantou. Puxou a camisa sobre a cabeça, apenas para jogá-la de lado.
— Muito bem — Ellie murmurou enquanto roçava seu corpo. Sua língua traçou seu mamilo.
Fury gemeu e empurrou as calças para baixo, chutando-as para baixo de suas pernas. As mãos de Ellie correram em sua barriga lisa e surfou mais abaixo, deslizando seus dedos no cós de sua cueca. Arranhou seus quadris com as unhas. Fury empurrou seus quadris para frente contra o corpo de Ellie. Sua excitação pressionada em seu estômago, onde ficou preso entre seus corpos.
— Mel — Ellie sussurrou enquanto movia a boca ao seu outro mamilo.
— Doçura. — ele rosnou.
Ellie sorriu e se afastou de seu peito.
— Quero o mel do armário atrás de você. Está à esquerda. Minha esquerda.
As sobrancelhas escuras aumentaram ligeiramente.
— Mel? Você quer comer agora?
Ela sorriu.
— Quero lamber em você.
Suas presas amassaram o lábio inferior quando gemeu baixinho. Torceu o corpo e esticou para pegar o mel do armário em tempo recorde para entregá-lo a ela. Ellie torceu a tampa. Olhou para ele uma vez, garantindo estava gostando, e virou o recipiente de plástico de cabeça para baixo em cima de um de seus mamilos. Deixou o gotejamento de ouro escorrer em seu peito e sobre o mamilo. Ouviu Fury respirar forte, mas não disse uma palavra. Colocou o recipiente em cima do balcão ao lado deles.
Ellie se esticou na ponta dos pés e começou a lamber sua pele, onde as gotas de mel se prendiam nele, seguindo cada uma com sua língua. Fury gemeu profundamente. Ellie moveu mais baixo, para seu mamilo, e lambeu o mel lá, provocando o mamilo endurecimento. Cobriu seu mamilo com a boca e começou a chupá-lo. As mãos de Fury se emaranharam em seus cabelos, mas não tentou puxá-la de sua tarefa.
— Isso é maravilhoso. — ele rosnou.
Ellie beliscou-o com os dentes. Sacudiu com choque repentino que criou. Seu pau batia contra seu estômago e cresceu mais rígido quando segurou seus quadris contra ela. Soltou seu mamilo e lentamente atravessou seu peito. Sua língua e os dentes passaram nas gotas doces lentamente, provocadoramente. Então, o empurrou de volta contra o balcão. Fury moveu-se para encostar nele.
Seu negro olhar cheio de paixão encontrou Ellie quando olhou para ele. Percebeu quando ficou muito excitado com os olhos escurecidos. Amava isso e ele. Moveu-se para frente e começou a seguir as gotas de mel que choviam em seu estômago. Uma por uma, as encontrou e as lambeu. Fez uma pausa no cós da cueca quando percebeu que as gotas acabaram. Sorriu para ele e deslizou seus dedos para baixo. O pau de Fury cresceu tanto que teve realmente que colocar o elástico de sua cueca para libertá-lo dele.
Fury soltou um gemido quando o beijou mais abaixo e virou o rosto, estudando sua ereção impressionante de perto. Não pôde evitar. Sorriu e passou a língua ao longo do lado da carne dura e quente que ficou em total atenção para ela, arrastando o seu eixo para a cabeça.
Fury rosnou e depois a agarrou em seus braços, colocando-a a seus pés. Choque rasgou através de Ellie quando olhou para seu rosto. Parecia irritado. Ela franziu a testa.
— Você não quer que eu continue? Estava chegando na parte boa.
Ergueu-a até que Ellie encontrou sua bunda plantada em cima do balcão novamente. Fury se afastou dela e puxou as gavetas, procurando algo.
— Fury? Fiz algo errado? O que...
— Não posso deixar você fazer isso. Estou frustrado como nunca estive, mas não com raiva de você.
— Por que não? Eu quero.
Fury virou-se, revelando que ele tinha um rolo de fita adesiva prateada na mão. Ele se aproximou e delicadamente achatou a palma da mão sobre seu peito. Ele empurrou até que ela acabou deitada de costas sobre a superfície fria. Ele se inclinou sobre ela.
— Meu pau incha. Lembra-se? Estou tão pronto para gozar agora que não duraria um minuto. Você pode imaginar se eu inchasse dentro de sua boca?
Olhou para ele com clara compreensão. — Oh. Isso provavelmente não seria bom, considerando que você já está bem grande. Acho que seria bom se eu ficar só no topo. Você incharia perto da base.
Suas feições relaxaram e um pouco da tensão se dissipou.
— É. Adoraria que fizesse isso, mas não me excite tanto da próxima vez logo na primeira vez que tentar algo. Sou um atirador, Ellie. Você pode me sentir dentro de você quando libero meu sêmen, não pode? Atiro com tanta força e bastante, que a sufocaria. Você pode fazer isso comigo mais tarde, se tiver disposta para uma segunda rodada. Agora preciso me acalmar ou não vai ser bom para você.
Ela olhou para a fita com a confusão.
— O que é isso?
Ele sorriu.
—Dê-me os pulsos.
— Por quê?
Ele pegou um pano de prato.
— Agora.
Ela hesitou, mas confiava nele o suficiente para levantar os braços. Fury sorriu e enrolou o pano de prato em torno deles e, em seguida, utilizou os dentes para puxar a fita do rolo. Surpreendeu Ellie quando passou a fita adesiva sobre o pano de prato e amarrou seus pulsos juntos. O assistiu puxar mais fita, deixando-a ainda ligada ao rolo e os pulsos.
Contornou o balcão para se situar em sua cabeça. Olhou para ele até que agachou-se para fora de sua linha de visão. Ouviu mais fita que estava sendo puxado lentamente e então puxou-lhe os pulsos acima de sua cabeça com a fita até que seus braços ficaram esticados. Ouviu-o fazer alguma coisa no lado do balcão, antes que voltasse. Tinha se livrado do rolo.
Ellie puxou-lhe os pulsos, mas não podia trazê-los de volta para baixo. Seu olhar voou para Fury. Parecia estar malditamente se divertindo.
— O que você está fazendo?
Levantou o mel e passou para as pernas, curvado sobre o balcão até os quadris cravarem entre suas coxas.
— Quero comer um pouco de mel também.
Ellie mordeu o lábio e estremeceu. Fury virou o pote e pingava mel sobre a parte inferior do estômago e mais abaixo ainda, até que atingiu o interior de suas coxas. Fury moveu seus quadris, afastando-as ainda mais, e Ellie fechou os olhos quando pingos aterrissaram em sua vagina se espalhando.
Fury pousou o pote de mel na borda e depois inclinou-se sobre ela. Sua boca quente abriu e a língua lambeu cada gota doce. Ellie queria tocá-lo, mas suas mãos estavam seguras sobre sua cabeça. No momento em que chegou ao interior de sua coxa ela queimou com a necessidade pura.
— Fury — ela implorou.
— Calma. Estou chegando lá.
— Agora, Fury. Por favor? Faça isso mais tarde, mas preciso de você. Por favor? Tome-me.
Ele rosnou. Ellie abriu os olhos e o olhou. Levantou-se e agarrou a parte interna das coxas, movendo os quadris mais perto dela. Ellie colocou os pés em torno de sua cintura quando, puxou-a alguns centímetros abaixo da ilha até a borda antes que entrasse em seu corpo. Ellie jogou a cabeça para trás e gritou de prazer.
— Solte-me — ela gemeu. — Quero tocar em você. — Puxou os pulsos, mas a fita e o pano de prato não iriam partir. Ele amarrou a fita com muita força em todo o material.
As mãos de Fury agarraram seus quadris quando começou a empurrar nela em um ritmo constante e profundo. Ellie estremeceu na bancada. Gemia, gemia, e se perguntava se sobrevivesse quão bom eram as sensações de tê-lo despertando seu corpo, trazendo-a para a beira do êxtase. Moveu-se mais rápido, sentindo-se ainda melhor. Ellie apertou as pernas ao redor da cintura, movendo-os para dar-lhe maior acesso com seus quadris martelando.
Ela ouviu-o rosnar e, em seguida, pressão registrada contra as suas paredes vaginais quando começou a inchar dentro dela. A pressão aumentava enquanto continuava a fodê-la. Uma de suas mãos se esticou, e seu polegar roçou o clitóris, esfregando-o. Ellie gritou, culminando forte e Fury rugiu o nome dela quando enterrou seu pau na profundidade, seu corpo tremia enquanto sêmen quente vertia nela quando gozou duro dentro dela.
— Fury! — Uma voz masculina rugiu.
Os olhos de Ellie abriram. Estava atordoada, chocada e horrorizada quando Justice correu para a cozinha com dois oficiais NE em seus calcanhares. Justice lançou-se em Fury, abordando-o, e atirando-o longe de Ellie.
Ellie gritava de medo e choque por Justice e Fury estarem numa batalha travada no canto da cozinha. Justice dava socos em Fury e tentou jogar ao outro homem fora do caminho para chegar até ela. Os dois oficiais NE correram para ajudar a conter Fury, agarrando seus braços, e bateram-no no balcão. Fury rugiu, jogando um dos homens no contador de vidro, quebrando-o.
Ellie torcia fortemente para seu lado, tentando sair da bancada onde estava esticada nua, seus pulsos ainda contidos acima de sua cabeça, mas muito chateada, muito chocada, e muito cheia de adrenalina para ser graciosa.
Seu movimento foi muito violento e acabou se chocando na borda. Caiu e bateu, puro pânico, quando não conseguia pegar alguma coisa para impedi-la de cair. Dor explodiu dentro de sua cabeça quando bateu no lado do balcão, a borda da quina dele fazendo contato com o lado da cabeça. Escuridão a percorreu, juntamente com uma dor intensa. Ouviu uma coisa antes que perdeu a consciência.
— Ellie! — Fury gritou.
Fury odiava estar contido dentro de uma cela quando acordou no escritório de segurança. Justice passeava no chão. A memória de Fury voltou naquele ponto.
— Onde está Ellie? Ela está bem? — Ergueu-se para agarrar nas barras que o continham.
— Ela está no médico. — Justice enfrentou as barras, olhando tristemente. — Você a forçou?
— Não. — Fury rosnou. — Eu teria explicado para você se não viesse me atacando e me batendo.
— Você a amarrou e ela gritava. — A face, normalmente bronzeada de Justice, parecia pálida. — Nunca teria acreditado que você a machucaria, agora que sei o sentimento forte que você sente dela se não tivesse visto com meus próprios olhos.
— Não a forcei.
Justice rosnou.
— Este é o tipo de merda que temíamos, quando alguns de nós começássemos a mostrar traços de animal mais forte com nossos instintos afiados. Você estava ciente deles, porém, nós discutimos muito isso, mas você não se controla.
Raiva rolou através de Fury.
— Estou consciente de que sou irracional quando se trata de Ellie e que tenho acasalado com ela. Isso vai além do sexo. Eu a afirmei como minha, mas nunca iria machucá-la, Justice. Você entendeu a situação errada.
— Você está fora de controle! — Justice foi rápido, pegando centímetros das barras acima dos dedos de Fury, e mostrando os dentes em um grunhido vicioso. — Sabemos tudo sobre a força, não é? Você a ama? Então você não deveria tê-la amarrado e forçado a aceitar seu pau.
— Não a forcei — Fury rosnou.
Justice liberou as barras e recuou.
— Quero confiar em você, mas... — Ele balançou a cabeça. — Você é o primeiro de nós a ter uma companheira. Você permitiu que seus instintos animais governassem o suficiente para levá-lo a esse nível. Nós não somos inteiramente humanos, não importa o quanto fingimos ser para o bem da paz entre eles e nós, e não há câmeras aqui. É tão forte assim Fury? A necessidade de tê-la tão forte que tem que forçá-la?
— Não forcei! — Fury tentou acalma-se liberando seu aperto de morte sobre as barras da cela e recuou alguns passos. — Não mentiria. Sou obcecado por ela. Respiro e vivo por Ellie. Meu coração bate por ela, Justice. Ela é tudo para mim. Acho que sou viciado em seu perfume. Sem ela por perto, é tudo que consigo pensar. Apesar de tudo, nunca faria nada para causar-lhe dor. Você entendeu tudo errado.
Preciso ouvir isso dela. Até que vejamos como o acasalamento funcionsa e que efeitos colaterais você sofre com isso, me desculpe, mas não posso permitir que você fale com ela.
Fury avançou rapidamente, segurando a porta da cela, sacudindo as barras, mas estava trancada.
— Deixe-me sair. Ela está machucada. Preciso chegar até ela.
— Você não vai a lugar nenhum até que eu fale com ela. Prendendo uma mulher e amarrando-a a força. Você perdeu seu juizo? — Justice suavemente rosnou. — Você é louco quando se trata da sua humana, caramba. Estou atordoado e... — Limpou a garganta. — Como você pôde fazer isso?
— Não a estava machucando. Você me conhece. Sabe que ela é tudo para mim. Nunca iria machucá-la. Estávamos fazendo amor.
— Os anos no interior das instalações de teste devem ter levado você a loucura se acredita que forçar uma mulher, amarrando-a e tê-la gritando de dor é fazer amor. Você perdeu o juízo, Fury. Tenho que sair. Meu coração está partido.
Justice se virou, movendo-se rapidamente em direção à porta.
— Justice? Volte! Liberte-me. Não é o que você pensa. Não sou insano e nunca faria mal a minha Ellie. — Balançou violentamente as barras da cela, mas elas permaneceram intactas.
Girou e uivou em fúria. Ellie tinha se machucado e não podia estar com ela. Seu melhor amigo acreditava que tinha enlouquecido por causa do acasalamento.
Ellie sabia que algo estava errado antes mesmo de acordar completamente. Sua cabeça latejava de dor maçante. Abriu os olhos só para olhar uma luz e estudar um teto que não reconhecia. Ficou confusa. Onde estou? O que aconteceu? Alguém se inclinou sobre ela, ficando entre ela e a fonte de luz acima.
Ellie reconheceu a Dra Trisha Norbit instantaneamente e franziu a testa. Por que é que esta mulher estava em cima de mim? O cabelo da doutora tinha sido puxado para trás em um rabo de cavalo bagunçado e sua aparência limpa tinha ido embora. Parecia preocupada como seus olhos azuis piscando para baixo em Ellie.
— Está tudo bem. Dei-lhe alguns remédios para dor. Gostaria de beber um pouco de água?
Ellie franziu o cenho.
— O que aconteceu?
Trisha franziu a testa para ela.
— Você não lembra?
— Lembrar-me do quê? A última coisa que me lembro é... — A memória lentamente retornou. Ellie se esforçou para sentar-se. Freneticamente procurou na sala por Fury. Tinha de alguma forma, acabado dentro de um quarto pequeno, mas ele não estava lá com ela.
— Onde está Fury?
— Eles o têm detido.
— Por quê?
Trisha se sentou na borda da cama.
— Alguém informou a Justice que o novo diretor tinha ido a sua casa. — Respirou fundo. — Justice foi ver você e Fury para perguntar o que Tom Quish queria. Bateu, mas quando ninguém respondeu, ele e seus oficiais de segurança entraram depois de terem ouvido Fury e você gritarem. Correram para a cozinha e o viram ferir você. Acreditam que a amarrou para impedir que você lutasse com ele.
— Me machucar? — A boca Ellie caiu aberta. Ficou tão impressionada que levou segundos para responder. — Nós estávamos fazendo sexo.
Trisha mordeu o lábio.
— Você bateu a cabeça com força na ponta do balcão que estava amarrada. Tive que lhe dar alguns pontos em sua cabeça. — Fez uma pausa. — Posso chamar um conselheiro de estupro aqui em dentro de uma hora se você quiser falar com alguém. Sua cabeça vai ficar bem. Você pode ter uma leve concussão, mas tenho certeza que vai estar fisicamente bem. Emocionalmente... — Trisha esticou o braço e pegou a mão de Ellie. — Estou aqui para você. Acho que deveria conversar com um conselheiro de estupro. Ninguém vai saber. Justice North está esperando no outro quarto para falar com você quando estiver pronta. Prometeu que vai punir Fury severamente pelo o que fez, mas se quiser entrar em contato com a polícia lá fora ele vai fazer isso por você. A decisão é sua.
Ellie arrancou a mão da médica.
— Justice! — Gritou o seu nome.
A porta do quarto foi aberta em segundos. Justice parecia horrivel. Sua camisa estava rasgada, estava com um lábio rebentado, e ostentava uma contusão sobre um olho. Entrou no quarto e congelou.
— Solte-o agora. — A voz de Ellie balançou com raiva e horror. — Ele não me machucou. Foi você quem me machucou. Solte Fury agora, porra! — Começou a gritar, mas não se importava. — O que diabos está de errado com todos você? Fury não me violentou!
Choque branqueou o rosto de Justice. Abriu a boca, mas nada saiu.
Ellie agarrou os lençóis que a cobriam, atirou-os em volta, e se sentiu grata por não estar nua. Não tinha certeza até que pôs as pernas ao longo da borda da cama. Alguém a vestiu em um conjunto de duas peças de pijama rosa claro, folgado. Colocou seus pés no chão. Sua cabeça doía o suficiente para que quase se arrependesse de sair da cama, enquanto se forçava para empurrar para cima.
— Não se levante — a médica exigiu quando pegou Ellie. — Você está drogada. Você precisa ficar deitada.
Ellie deu um tapa nas mãos da mulher e voltou sua ira sobre Justice. Conseguiu dar um passo antes de seus joelhos cederem. A médica a agarrou, mas ambas estavam indo caindo no chão, quando de repente Justice pulou para frente para envolver seus braços em torno das duas mulheres. Mostrou sua força quando gentilmente posicionado-as ao ângulo da cama. Ellie bateu-o e a médica desceu ao seu lado no colchão macio. Ellie estava ali olhando para ele enquanto lutava contra as lágrimas.
— Ele não estava me machucando. Como você pôde pensar assim?
Ele hesitou.
— Você estava amarrada e gritando. Ele é a razão pela qual você está ferida.
Lágrimas derramaram pelo seu rosto.
— Nós estávamos fazendo sexo e foi ótimo até que você o atacou e atirou-o longe de mim, seu filho da mãe. Estávamos nos divertindo, rindo, e então... — Sua voz quebrou quando apenas olhou para ele. — Você me machucou, não ele. Você quem me machucou. Tudo estaria bem se você não tivesse corrido lá, atacado Fury, e eu não teria batido minha cabeça no balcão.
Justice recuou um passo e parecia mais pálido.
— Mas os ouvi gritando quando caminhei até a porta da frente. Você estava amarrada quando corri para dentro.
Ellie olhou para a médica.
— As mulheres deles não gritam alto, às vezes no fim de sexo?
A médica encolheu os ombros.
— Não sei. Algumas das nossas mulheres gritam alto quando têm relações sexuais. Isso é verdade.
— Ele amarrou-a — Justice lembrou suavemente. — Isso é forçar.
— Não foi. Você é surdo? Estávamos brincando e nos divertindo muito. Não percebeu ele colocou um pano de prato em torno de meus pulsos para manter a fita longe de tocar minha pele? Você acha que se ele tentasse me machucar, ele teria se importado se eu teivesse marcas vermelhas da fita? — Mais lágrimas quentes rastrearam o rosto de Ellie. — Onde ele está? Você o machucou? Deixe-lo ir. Quero Fury agora.
Justice afastou-se.
— Vou buscá-lo. — Saiu do quarto e bateu a porta atrás dele.
Ellie virou para seu lado na cama e cobriu o rosto. Não conseguia parar de chorar. Uma mão roçava suas costas, a médica tentando confortá-la, e Ellie choramigou
— Será que feriram Fury?
— Não sei — admitiu Trisha. — Tratei um dos oficiais que vieram com você. Fury fez algum dano antes que o levarem detido.
Alarme da notícia percorreu Ellie e motivou-a a sentar-se, limpando o rosto. Olhou para a médica.
— Mas você não tratou Fury? Isso significa que ele está bem, certo?
A médica hesitou.
— Não sei. Sinto muito. Se ele tivesse realmente ferido você, acho que o teriam trazido aqui também ou chamado uma ambulância para tratá-lo.
— Deus! — Ellie chiou. — Por que diabos isso aconteceu? Estávamos rindo e fazendo amor. Depois isso. — Balançou a cabeça e se arrependeu instantaneamente quando isso a fez ficar tonta. — Por que todos não nos deixam em paz?
O olhar de Trisha se suavizou.
— Ninguém sabe o que esperar. Tenho certeza que o Sr. North e os dois oficiais pensaram que estavam te salvando.
— De Fury? — Ellie ignorou quando mais lágrimas deslizavam pelo seu rosto. — Fury não iria me machucar.
Trisha se aproximou e pegou a mão de Ellie.
— Sinto muito.
A porta do quarto quase explodiu e Ellie e Trisha saltaram quando Tom Quish entrou no quarto. Seu olhar correu de Ellie para a médica.
— O que diabos aconteceu? Só recebi a notícia de que há um grande problema aqui. O segurança informou-me que um Nova Espécie está preso à chave e a Srta. Brower teve de ser carregada inconsciente de casa por dois homens Novas Espécies que parecia como se tivessem se envolvido em uma briga.
Ótimo, pensou Ellie. Que ótimo. Não podia nem falar. Agora, o diretor estava envolvido em seu pior pesadelo também.
Trisha soltou a mão de Ellie.
— Como você ousa entrar explodindo em minha casa? Este é o meu quarto, Diretor Quish. Quanto ao que ouviu, um infeliz acidente aconteceu e isso é tudo.
Ela se moveu para frente, colocando o seu corpo entre Ellie e o diretor. Parecia confuso.
— O que aconteceu? — Parecia mais calmo.
Trisha endireitou os ombros e olhou para o diretor.
— O que aconteceu é que alguém ultrapassou a segurança e a srta. Brower ficou com medo. Ela gritou. O sr. Fury, o Sr. North, e os agentes de segurança estavam na casa — A médica mentiu. — Disse que vi um idiota com uma câmera hoje se esgueirando pela clínica. Poderia ter sido o mesmo cara. — Torceu a cabeça para olhar para Ellie com os olhos arregalados. — Foi o cara que você viu olhando para a janela, um homem baixo loiro, vestindo jeans e uma camisa verde?
Ellie olhou para a médica, tentando esconder sua surpresa, atordoada que esta estranha estaria dizendo mentiras para proteger seus segredos, mas conseguiu assentir.
— Parece com o cara que me assustou.
A carranca desfigurou o rosto do diretor.
— Então porque é que o Sr. Fury está detido?
Alívio brilhou sobre o rosto da médica, antes que enfrentasse o diretor novamente.
— Porque queria caçar o filho da puta e matá-lo. A srta. Brower estava assustada, caiu para trás, e bateu com a cabeça. Desmaiou com a forte pancada, quando atingiu a borda do balcão. Você sabe o quão protetores das mulheres esses caras são. Ela é uma convidada em sua casa e algum imbecil a deixou com medo, ela se machucou, e ele perdeu a paciência. Você sabe que podem caçar e rastrear com os instintos animais. O Sr. North pensou que seria uma má idéia permitir que o Sr. Fury matasse o homem, pois ele é um ser humano. Eles não olham olho no olho, no calor do momento. O Sr. Fury está detido até que se acalme.
— Isso é verdade — Slade concordou da porta, encostou-se. Não estava usando o uniforme NE desta vez, ao invés disso usava jeans e uma camisa preta. — Vim até aqui para pegar uma declaração da Srta. Brower sobre o homem que viu na janela. Se você me der licensa, Diretor, estou de folga, mas gostaria de pegar sua declaração o mais rápido possível. Talvez você possa ordenar aos guardas de segurança para procurarem esse cara antes que ele causa mais problemas?
Ellie observou o rosto de Tom Quish, vendo a raiva lá.
— Tudo bem. Se essa é a história que você quer contar, vou acreditar. — Deu a Ellie uma carranca sombria. — Está tudo bem, Srta. Brower? Existe algo que eu possa fazer por você?
— Estou bem agora — confirmou em voz baixa. — Mas obrigada por se importar.
Ele girou sobre os calcanhares para marchar para fora da sala. Ellie olhou para a médica, ainda surpresa que a mulher a ajudou, deitando-se. A médica encolheu os ombros.
— Disse que você pode confiar em mim.
Slade estourou uma respiração pesada.
— Acho que vou me sentar na sala de estar para impedir que outras pessoas invadam. — Seu olhar deslizou para Ellie. — Eles estão trazendo Fury para você e ele deve chegar em breve. Ele está super irritado, mas tudo bem. — Seu olhar voltou-se para a médica e ele sorriu. — Você é uma boa mentirosa, Dra. — Slade piscou para ela e suavemente fechou a porta atrás dele.
Trisha deu de ombros. Sentou-se próxima a Ellie na cama.
— Não sou a melhor mentirosa. Foi, pelo menos, razoavelmente bom?
— Muito bom. Ele saiu, não foi?
Trisha estudou Ellie.
— É preciso ter calma por algumas semanas. Você realmente machucou sua cabeça no balcão. Se você sofrer dores de cabeça, tonturas, ou apenas não se sente bem, precisa me chamar imediatamente. Quero que você vá com calma e tente não fazer sexo por pelo menos uma semana. Você precisa manter a calma, sem nenhuma atividade física. Manter a área onde eu costurei o mais seco possível. Usei fios absorvíveis e não vou precisar removê-los. Duvido que você vai ver mais do que uma cicatriz.
— Ótimo. — Ellie não conseguiu esconder a raiva queimando ou seu sarcasmo naquele bocado de notícias.
— Posso fazer-lhe apenas algumas perguntas?
— Como o quê?
— Bem — Trisha virou para encará-la, ajustando seu corpo na beira do colchão. — Li alguns dos registros médicos dos Novas Espécies e percebi que Fury é canino. Lá diz que seus pênis incham durante o sexo. — Ela fez uma pausa. — Será que dói quando incha?
— Não — Ellie balançou a cabeça. — Não posso acreditar que isso aconteceu.
— Quanto tempo você normalmente tem que esperar até que o inchaço diminua?
Ellie franziu a testa para a médica.
— Por favor? Eu quero saber.
— Para você poder ajudar outras pessoas, se uma mulher decide dormir com um deles?
Trisha hesitou.
— Para o meu próprio benefício. Sinto-me atraído por um deles.
Ellie relaxou.
— Oh. Bem, nesse caso, não é doloroso. O inchaço dura apenas alguns minutos. Talvez três.
— Obrigada. Alguma surpresa?
— Eu o amo mais que minha própria vida.
Trisha sorriu.
— Você pode ir para casa com ele esta noite. Basta lembrar o que eu adverti sobre sua cabeça e Sr. Fury terá a necessidade de acordá-la a cada poucas horas para se certificar de que você está bem. Se tiver alguma dificuldade para despertá-la, ele me chamará imediatamente. Vou pegar algumas pílulas para ajudar com a dor de cabeça que você vai sentir após o efeito do medicamento.
— Obrigada, Dra. Norbit.
— Apenas me chame de Trisha. — Ela saiu da sala.
Ellie ouviu vozes alguns minutos mais tarde. A porta do quarto se abriu e Fury adentrou. Ellie suspirou. Contusões marcavam seu rosto e alguém lhe havia dado uma camisa que parecia como se tivesse sido picada em alguns lugares. Atravessou a sala em apenas alguns passos, deixando a porta entreaberta do quarto. Sentou-se cuidadosamente e estendeu a mão para ela, seus braços envolvendo delicadamente ao redor dela. Pegou-a e levantou-a cuidadosamente para o seu colo para abraçá-la com força contra seu peito.
— Você está bem?
Ela colocou seu braço em volta do seu pescoço. Ele tinha um olho roxo, mas não estava inchado. Estudou os danos nele. Uma de suas mãos tremia quando tocou seu rosto, pressionando a palma da mão para a única área de sua pele que não parecia ferida.
— Precisei de alguns pontos na minha cabeça. Você está bem? O que aconteceu com você?
Ele rosnou.
— Tentaram me impedir de chegar a você. — Seu olhar permaneceu em sua testa. — Há pontos sob o curativo?
— Apenas alguns. Mas estou bem. — Sua mão soltou o rosto e estendeu a mão para a camisa que ele usava. Puxou a gola da camisa dele, abaixou e olhou vendo as marcas vermelhas no peito. Seu olhar horrorizado voou para olhar em seus olhos.
— Estou bem. Falha na comunicação.
Ellie lutou um soluço.
— Isso foi mais do que isso.
Fury segurou-a um pouco mais apertado.
— Sim, mas foi esclarecido agora. Aprendi uma importante lição com isso.
— Qual?
— Vamos trancar as portas na próxima vez.
Um sorriso puxou os lábios de Ellie por sua causa, apreciando sua tentativa de humor.
— Quero ir para casa. Trisha disse que eu posso sair. Ela está me dando algumas pílulas para dor agora. Estamos proibidos de fazer sexo por uma semana e você deve me acordar a cada poucas horas para se certificar de que estou bem.
Fury se encolheu.
— Uma semana, hein? — Seus olhos castanhos amoleceram. — Estou feliz que você está bem. Ouvi você gritar. Aterrorizou-me quando você caiu, você não estava se movendo, e senti o cheiro do seu sangue.
— Estou bem.
Fury sorriu, deslocando Ellie dentro do berço de seus braços.
— Vamos para casa.
Ellie descansou o rosto no ombro dele e envolveu seu outro braço em volta do pescoço. Saiu de pijama emprestado, mas não se importava quem a visse. Fury caminhou em direção a porta do quarto, usando o seu pé para mantê-la completamente aberta. Justice, Slade e Trisha os esperavam na sala de estar.
— Desculpe — Justice desculpou-se suavemente. — Não sabia ou nunca teria corrido para a cozinha. — Encontrou-se com o olhar de Fury. — Não achava que poderia machucá-la, mas depois da última vez, não tinha certeza.
Trisha franziu a testa.
— Da última vez? O que aconteceu antes?
Ellie suspirou.
— Foi apenas um outro mal entendido, Trisha. Vou te contar sobre isso outra hora.
Trisha estendeu um frasco de comprimidos para Ellie e Fury.
— Me dê. — Slade ofereceu, arrancando-os da mão dela. — Vou levá-los para casa. Ficaria estranho ver Fury carregando uma mulher vestindo roupas de noite.
— Basta tomar uma pílula para a dor quando necessário. — Trisha instruiu.
Slade hesitou na porta.
— Você quer que eu a leve para você, Fury? Essas armas de choque machucam que nem uma porra.
— Eu a levo — Fury rosnou.
Slade abriu a porta e saiu do caminho. Ellie e Fury saíram da casa para o carro os esperando na calçada. Slade abriu a porta traseira para eles. Fury subiu no carro com ela em seu colo. Sentou-se forte o suficiente para sacudi-la e a fez sentir dor na cabeça. Ela gemeu baixinho.
Fury rosnou.
Ellie esfregou-lhe onde as mãos se tocaram.
— Estou bem. É apenas uma dor de cabeça.
Fury abraçou mais apertado, obviamente chateado. Ellie ficou chocada com o quão ruim a sua noite terminou. Teve que piscar as lágrimas por medo de que Fury ficasse ainda mais chateado se ele os visse.
Ellie sorriu para as mulheres que compartilharam a cozinha do dormitório com ela. As oito mulheres eram novas, tendo acabado de chegar cedo naquela manhã. Ellie ficou chocada quando foram trazidas para a porta com suas malas. Breeze ficou ao seu lado para receber as novas ocupantes do dormitório.
— Elas são tão pequenas. — Ellie suspirou.
— Sim. — respondeu Breeze severamente. — Elas são.
Ellie olhou para ela.
— Só presumir que fossem todos altos desde até agora foi tudo que eu já vi.
Breeze hesitou.
— Nós somos os protótipos experimentais, Ellie. Fomos criados para força e resistência para testar drogas que tornam os seres humanos mais fortes. Justice nos enviou aqui primeiro, porque somos mais duráveis. Somos duronas. Aquelas... — atenção de Breeze centrou-se na mulher entrando na casa. — Essas são os verdadeiramente infelizes.
— O que significa isso?
Breeze atirou em Ellie um olhar de advertência.
— Mais tarde.
Ellie lhes atribuiu quartos e agora se reuniram dentro da cozinha para suas primeiras lições. Era uma sensação estranha, estando em torno das mulheres do seu tamanho e até menores após se acostumar com as mulheres Novas Espécies muito maiores. As mulheres novas variavam entre cerca de um metro e meio a cerca de um metro e sessenta. Tinham corpos menores, semelhantes aos humanos frágeis, exceto suas características faciais que as revelavam como Novas Espécies. Também pareciam tímidas e envergonhadas, ao contrário das mulheres maiores dos Novas Espécies. Ellie sorriu em uma tentativa de colocá-las à vontade.
— Sei que tudo isso parece muito, mas confiem em mim, até o final da semana você poderão cozinhar e saberão como lidar com tudo dentro dessa cozinha.
Uma loira com grandes olhos cinzentos levantou a mão.
Ellie manteve o sorriso no lugar.
— Sim?
A loira mordeu o lábio.
— Você é uma de nós?
Ellie balançou a cabeça.
— Não sou um Novas Espécies. — Ellie olhou para Breeze. Ela ficou perto do grupo das mulheres como se fosse sua sombra, uma vez que entraram no dormitório algumas horas antes.
— Ela é humana pura, mas ela é boa — garantiu Breeze suavemente. — Ela é o nosso animal de estimação da casa. — Breeze piscou para Ellie. — Nós a chamamos de poodle. Que são aqueles cães pequenos que têm o cabelo inchado.
A loira parecia chocada quando o seu olhar largo virou-se para Ellie.
— Você não está com raiva, de ser chamada de animal de estimação?
Ellie riu.
— Sei que é dito com amor. Qual é seu nome?
A loira hesitou.
— Eles me chamam Halfpint.
Ellie olhou para Breeze. Breeze encolheu os ombros. Ellie tinha uma tonelada de perguntas não respondidas, mas deixou o que realmente queria perguntar para mais tarde.
— Bem, você tem alguma pergunta?
Halfpint dirigiu-se a Breeze.
— Posso?
Breeze suspirou.
— Você não precisa mais de permissão. Você está livre. Não há medo aqui, Halfpint. Você pode perguntar o que quiser.
Halfpint endireitou os ombros. Parecia assustada quando enfrentou Ellie.
— Você está nos treinando para sermos melhoreres no que fomos feitos para fazer?
— Não. — Breeze retrucou. — Isso está feito e acabado. Você está livre. Você entende? Você está aqui para que possa aprender a executar a sua casa como qualquer outro ser livre. Todos aprendem a cozinhar as refeições e operarem os aparelhos. — Breeze saiu de repente da cadeira. — Preciso de um pouco de ar. — Fugiu da cozinha.
Confusa, Ellie ficou ali. Não sabia o que estava acontecendo. Os olhos cinzentos de Halfpint se encheram de lágrimas. Ellie moveu-se para ficar na frente dela.
— Está tudo bem. Isso tudo é novo para vocês. Você está bem?
Halfpint limpou as lágrimas.
— A fiz ficar com raiva.
Ellie olhou para a porta vazia sabendo que não poderia discordar disso.
— O que quis dizer voltando ao que faziam antes?
Halfpint parecia ainda mais temerosa. Virou-se de repente e se jogou nos braços de outra mulher, abraçando-a com firmeza. Ellie percebeu que estavam todas com medo de repente, por algum motivo. Nenhuma outra mulher Nova Espécie tinha ficado com medo dela. Ellie deu um passo para trás, esperando que aliviasse seu medo.
— Por que vocês não vão desfazer suas malas? Nós vamos levar hoje muito devagar e vocês podem conversar com as outras mulheres. Coloquei notas nas suas portas para que vocês saibam quando as refeições são servidas. Se tiverem alguma dúvida vou estar aqui até as cinco. As outras mulheres irão ajudá-las se eu não estiver por perto.
Ellie viu as mulheres saírem e então foi em busca de Breeze. A viu pela janela da sala e foi para fora do prédio. Breeze sentou num banco sob uma árvore em frente do dormitório. Ellie se sentou ao lado dela.
— O que foi aquilo?
Breeze esfregava o pé na grama.
— O que foi feito com elas me irrita. Os médicos criaram alguns fracos de propósito. Essas mulheres estão com medo até de fazerem uma pergunta e você ouviu o comentário? Não importa quantas vezes dizemos isso, ainda estão aterrorizadas, com medo de que estão sendo enganadas, e serem enviadas de volta.
— Eu não entendo.
Breeze levantou a cabeça e revelou as lágrimas em seus olhos.
— O DNA delas foram emendados com animais domésticos para torná-las fracas e pequenas. Não foram criadas para executar testes. Não foram criadas como espécies para a pesquisa médica. Foram criadas para serem usadas e abusadas.
Ellie cruzou os braços.
— Para quê?
Breeze limpou uma lágrima que deslizou em sua bochecha e deixou cair a cabeça.
— Presentes. Os médicos as criaram para serem escravas sexuais para os bastardos que financiaram as instalações de teste. Eram dadas para qualquer idiota que tinha dinheiro suficiente e era pervertido o suficiente para querer transar com um animal que era humano o suficiente para ser atraente. A fizeram pequenas o suficiente para serem impotentes e incapazes de se defenderem.
— Oh Deus. — Ellie sabia que o sangue drenou de seu rosto. — Por favor, me diga que você está brincando.
Breeze balançou a cabeça.
— Nós encontramos alguns deles, mas Justice ainda está procurando com a ajuda de seu governo. Chegamos tarde para salvar a maioria dos que já rastrearam o dinheiro em transações até o momento. Os homens que foram presos confessaram abusar delas até a morte. Estas eram as que foram mais resistentes e maiores, que sobreviveram ao pior.
— Acho que vou vomitar.
Breeze encontrou os olhos dela.
— Também. Não só aqueles bastardos as deram como presentes para aqueles doentes com fetiches animais, mas deram-lhes para os piores da humanidade. Assassinos que têm admitido tirarem a vida delas ou deixar morrer de fome.
Ellie estava feliz por ter perdido o café da manhã ou poderia ter vomitado em cima da grama aos seus pés.
— Então, quando disseram antes, elas queriam dizer isso? Acham que estou tentando treiná-las para serem melhor... — Apertou a boca fechada quando sua bilis subiu.
— Presentes. — rosnou Breeze.
— Aqueles filhos da puta.
Breeze balançou a cabeça.
— Não deveria ter perdido a paciência, mas fiquei furiosa. Estive mau, Ellie. Confie em mim. Todos tivemos vidas infernais, mas as delas foram muito pior. Tive alguns guardas tentando me atacar sexualmente. Lutei e ainda matei um deles. A maioria do pessoal no interior das instalações de teste estavam dispostos a nos proteger contra isso e isso não aconteceu muitas vezes. Disseram que éramos caras demais para causar danos. O local de teste só nos fez ter relações sexuais com o nosso próprio povo, mas não machucávamos uns aos outros. Compartilhávamos dignidade, respeito e bondade. Não tiveram isso quando os homens a tocavam.
Ellie levantou-se em pernas instáveis.
— Acho que vou ter de realmente ir atrás delas e espero que possam aprender a confiar em nós.
Breeze levantou-se e sorriu para Ellie, tristemente.
— Você é pequena do jeito que elas são e, talvez, isso irá ajudá-las. Halfpint pensou que você fosse uma delas.
Ela e Breeze voltaram para o dormitório. Depressão percorria Ellie. Toda vez que achava que sabia tudo sobre o tipo de horrores que os Novas Espécies sofreram, uma nova era exposta.
Ellie sorriu para Fury. Não queria que ela fosse trabalhar, mas discutiu com ele naquela manhã. Agora ele estava saindo de seu caminho para fazer as pazes com ela. Fazer sexo não poderia acontecer desde que Fury temia que a machucaria de alguma forma. O sorriso de Ellie morreu. Desejou que ele percebesse que ela não era tão frágil quanto acreditava que ela fosse.
— Me sinto tão mal por elas. — admitiu ela.
— Você tem um coração mole. — Fury esfregou o rosto com o polegar. — Estão livres agora. Vamos encontrar mais delas em breve.
— Gostaria de poder fazer algo de bom para elas.
— O que você tem em mente? — Fury puxou Ellie para o sofá para se sentar ao lado dele.
Ellie se enrolou contra seu lado, amando aconchegar-se com ele.
— Não sei. Breeze mencionou que foram mantidas longe de todos, exceto seus agressores.
— Sim. Eles nos chamam de animais, mas aqueles homens eram verdadeiramente os animais. Algumas dessas mulheres foram encontradas trancadas dentro de porões. Foram mantidos longe de qualquer outra pessoa para evitar de ser descobertas. Nunca foram levados a qualquer lugar e nunca sequer possuíram roupas em alguns casos.
Ellie estremeceu a partir das imagens horríveis que foram criadas dentro de sua mente.
— Pensaram que eu estava tentado ensiná-las a usar a cozinha para que tenham novas habilidades para levar de volta com elas para os seus antigos proprietários.
Fury se encolheu.
— Ouvi dizer que era difícil. Justice as mantém longe de todos os homens. Quer que elas cresçam mais fortes emocionalmente, antes de serem introduzidas para nós.
— Mas vocês protegem suas mulheres. Eu já vi isso.
— Protegemos, mas nunca tiveram isso, Ellie. Elas foram feridas e abusadas pelos homens. É tudo o que sabem.
— Onde foram mantidas após terem sido resgatadas, caso não tenham ficaram em volta de homens? Foram todas elas de uma vez descobertas e trazidas diretamente para cá?
— Não. Justice contactou uma igreja. Eles têm alguns retiros isolados, sem qualquer homem. Aceitaram as mulheres com os braços abertos para dar-lhes algum tempo e paz para se recuperarem do que passaram. Deveriam ser enviadas para cá quando os terapeutas acreditassem que estavam fortes o suficiente. O primeiro lote é um teste para ver como elas se saem. Esperemos que sejam capazes de superar seu passado e encontrar um futuro.
— E se não forem?
— Justice já pensou em formar uma comunidade feminina somente para protegê-las.
— Essas pobres mulheres. — Ellie aconchegou apertada contra o lado de Fury e olhou para a televisão. Fury gostava de assistir baseball e um jogo começaria em breve. — Desejaria que eu pudesse pensar em algo para ajudá-las.
— Você vai pensar em algo.
— É. Espero que sim.
O noticiário veio antes do jogo. Ellie endireitou-se e olhou em choque a reportagem, que abriu com a história da noite sobre os Nova espécie. Passavam uma imagem de Fury carregando Ellie para um carro. Ele parecia furioso na foto e Ellie parecia com dor.
— Filho da puta. — rosnou Fury. Moveu-se, estendendo-se para o telefone.
— Shh — Ellie ordenou a ele. — Quero ouvir isso.
— Como diabos eles conseguiram uma foto disso?
— Eu não sei.
Ambos ouviram a história. Fury finalmente desligou a televisão e se lançou de pés. Discou o telefone quando ele atacou em direção à cozinha. Ellie ouviu seu som furioso do outro lado da sala. Ela se sentou lá, tremendo.
O público já sabia sobre ela e Fury. O repórter afirmou que eram o primeiro casal de Nova Espécie e humano. Sugeriram que seus nomes não fossem mencionados, para não serem feridos de alguma forma. O repórter alegou que pode ter sido Fury que a prejudicou.
Fechou os olhos e lutou contra lágrimas de raiva. Pior, doia por Fury. Por que as pessoas acham que iria machucá-la automaticamente só porque era um Nova Espécie? Até sequer sabiam que era misturado com DNA canino, mencionado durante o relatório. É óbvio que alguém dentro de Homeland vazou essa informação à imprensa.
Ellie ainda tremia quando se levantou. Encontrou Fury caminhando dentro da cozinha, falando no telefone. Seus olhares se encontraram. Fury fez uma pausa, olhando furioso e pálido. Ellie caminhou diretamente para ele. Um de seus braços circulou sua cintura e ele descansou o queixo sobre o topo de sua cabeça.
Ellie abraçou Fury até que terminou sua ligação. Desligou o telefone e bateu com ele no balcão. O outro braço envolveu a sua cintura, segurando-a, enquanto esfregou suas costas.
— Justice está sabendo disso. Tem de fazer uma coletiva de imprensa, Ellie. Ele não tem escolha. Estavam dando a entender que você está sendo ferida. Precisamos do apoio público.
Assentiu com a cabeça no peito dele.
— Eu sei.
— Tem que haver um vazamento em algum lugar. Sabiam que sou canino. Isso não é publicamente conhecido. Citaram os nossos primeiros nomes.
Ellie estremeceu.
— Você acha que foi Dra. Norbit? Odiaria pensar que ela fez isso.
— Não sei, mas vamos descobrir. Odeio dizer isso, mas estou apostando que foi ela ou alguém de dentro da força de segurança humana. Eles têm acesso aos nossos arquivos também. Alguém me informou que Tom apareceu na casa da Dra. Um segurança humano o alertou o que significa que sabiam que alguma coisa tinha acontecido.
Ellie afastou-se dele o suficiente a ponto de ver o seu rosto.
— Sinto muito por terem dito que você me machucou. São uns idiotas.
Um pouco da raiva diminuiu das suas feições.
— Não é culpa sua. As pessoas sempre supõem o pior. Merda, o meu próprio povo me achava capaz disso.
— O que fazemos agora?
Seus lábios tremeram e lhe deu um leve sorriso.
— Olhe para o lado positivo. Não teremos mais que esconder a nossa relação.
Ela bufou.
— É. Disseram no noticiário. Acho que provavelmente devo ligar para minha família logo antes de ouvirem sobre isso e perderem o bom senso.
Seu sorriso morreu.
— E se ficarem chateados com você por estar comigo? — Seu olhar procurou o dela. — Você vai me deixar?
Ellie o abraçou mais apertado.
— Nunca. Eu juro. Não me importo o que pensam.
Não conseguia esconder seu alívio.
— Percebi uma coisa.
— O quê?
Ele hesitou.
— Já te disse que te amo?
O coração de Ellie disparou.
— Não. Não me disse. Você está me dizendo agora?
Seus lábios se contraíram antes de falar e diversão provocou seu olhar.
— Isso depende. Você me ama?
Ellie riu e acenou com a cabeça.
— Amo.
— Amo você, doçura.
— Também te amo. — Lágrimas a cegaram até que as piscou. — Te amo faz um tempo, mas abstive-me de lhe dizer.
— Por quê?
Encolheu os ombros.
— Acho que eu estava sendo estúpida. Caras humanos tendem a recuar um pouco quando uma mulher declara que se apaixonou rapidamente.
Suas sobrancelhas arquearam.
— Não sou um deles, não totalmente, e estou cheio de alegria que você me ama. Nunca diga que você é estúpida novamente. Está sendo cautelosa, porque foi ferida por um homem em seu passado. Isso nunca vai acontecer conosco, porque desta vez você escolheu bem. — Um sorriso curvou nos lábios, provocando um brilho em seus olhos bonitos.
Ellie teve de lutar para as suas emoções não ficarem sobrecarregada. Riu de sua piada. Ele me ama! Mais lágrimas a cegaram. Teve de piscar-los de volta. Não era apenas sexo com ele, compartilhou os seus sentimentos. De repente, os seus problemas pareciam irrelevantes. Ele me ama!
— Bom. Eu amo você mais do que palavras podem dizer e estou tão feliz que você me ama também.
Fury riu.
— Procurei saber sobre casamento. — Seu sorriso morreu. — Eles não têm uma cláusula de casamento especial para nós, mas não é exatamente contra a lei ou já não há nada a respeito contra os Novas Espécies.
Casamento? Ellie olhou para ele em choque. Nunca tinha esperado que Fury pensasse sobre esse tipo de compromisso, mas obviamente pensava. Será que ela queria se casar com ele? Olhou em seus olhos. Ele se tornou uma grande parte da sua alma desde aquele primeiro dia supreendente que o viu dentro de sua cela estéril.
— Você quer falar sobre casar? Sério?
— Você se importaria de ser casada comigo? Eu te amo e quero me comprometer com você, Ellie. Esse é o sentimento mais profundo dos humanos.
— Te amo ainda mais por isso.
Levantou-a e levou-a para a sala. Sentou-se no sofá com ela em seu colo. Colocou os braços em volta dele e sorriram um para o outro.
— Será que você consideraria seriamente dizer sim se fosse pedir para você se casar comigo no futuro próximo?
Ellie riu.
— Gostaria, mas você não deveria perguntar se vou considerá-lo. Basta perguntar a mim.
— Gostaria, mas não tive a chance de comprar um anel ainda. — Estendeu a mão e agarrou a mão de Ellie detrás de seu pescoço. Trouxe-a aos lábios para pressionar um beijo na palma da mão. Então virou a mão para estudar seus dedos. — Não sei o tamanho do seu dedo a menos que só vêm em tamanhos pequenos.
— Sou tamanho seis.
— Seis — Seu olhar encontrou o dela enquanto segurava a mão dela dentro da dele. — Estou tendo o departamento jurídico analisando se podemos casar. Todos têm encontrado até agora que não está nos livros, mas não há nada contra nós casarmos com qualquer um. Somos o que eles chamam um caso histórico. Parece que somos imobiliários.
Rindo, Ellie balançou a cabeça.
— É. Desse tipo.
— Acreditam que não deve ser nenhum problema. Estavam esperando que ninguém fosse descobrir até depois de nos casarmos, se você concordasse em ser minha esposa. Agora estou com medo que alguém vá pensar nisso e tentar protestar nosso direito de fazer isso.
— Não acho que eles podem. Vocês têm direitos, Fury. Não podem dar às Novas Espécies o direito de viver como todos os cidadãos vivem, em seguida, dizer-lhes que você não têm os mesmos direitos que as outras pessoas. Seria apenas errado demais.
O telefone tocou e Fury levantou Ellie de seu colo e delicadamente a colocou no sofá ao lado dele. Ficou de pé para pegar o telefone. Ellie recostou-se e tentou relaxar. Podia ouvir a voz de Fury, mas não as palavras.
Ele quer se casar comigo. Sorriu.
— As chamadas já estão chegando, Fury. — Justice jurou suavemente. — Acabei de falar ao telefone com o presidente. Ele nos apoia plenamente, mas ouço a preocupação em sua voz. Assegurei-lhe que as coisas estão bem e que as notícias eram propositalmente sombrias.
— Bom. Liguei para as nossas equipes e estão de prontidão para auxiliar as forças humanas às portas, em caso de termos que receber um influxo de manifestantes. Estou esperando que isso aconteça. Isso vai enloquecer esses malucos, seus maiores medos se tornaram realidade que uma Nova Espécie oficialmente vive com uma mulher humana. — Fury fez uma pausa. — Sinto muito pelo problema, mas não iria mudá-lo. Ela vale a pena para mim, Justice.
— Você já deixou isso bem claro e como eu disse, estamos felizes por vocês dois. Estamos do seu lado. — Justice fez uma pausa. — Sei que temos de abordar esta questão com a imprensa. Estão imaginando o pior de que foi ferida pelo abuso de um dos nossos, e é preciso limpar essa sujeira.
— Concordo, mas me recuso a colocar Ellie na frente deles para responder a perguntas. Vão atacá-la verbalmente e dizer coisas maléficas que irá ferir seus sentimentos. Não vou permitir isso. É o meu trabalho protegê-la. Precisamos permitir que os humanos lidem com sua própria espécie. Estão sendo pagos para lidar com a imprensa. Deixe-os fazer isso.
— É também o seu trabalho proteger os Novas Espécies e nossa imagem. Devemos lhes permitir ver Ellie e assegurar a todos os humanos, que ela está bem. Precisamos do público ao nosso lado, Fury. A última coisa que precisamos é de mais humanos nos odeiando e protestando fora dos portões. O presidente não pode nos ajudar se estiver sendo questionado por todos por fazer isso.
— Posso fazer o meu trabalho e Ellie é uma Nova Espécie. Ela é minha para proteger também. Não correrei o risco de escolher um por outro porque não vai chegar a isso.
— Bom. Vou convocar uma reunião com Tom primeiro e ele é o melhor profissional de relações públicas que temos. Ele é fortemente presente na política e tem uma vasta quantidade de experiência em lidar com o público. Dirá-nos a melhor maneira de lidar com isso. — Justice suspirou. — Gostaria que esses humanos anti-Novas Espécie apenas fossem embora.
— Gostaria também, mas somos livres. Este parece ser o preço disso. Sabiamos que não seria fácil desde o início. Vamos passar por isso. Nossas equipes de segurança estão preparadas para o pior e você vai lidar com os humanos. Você é muito melhor em lidar com eles do que eu. — Uma risada escapou de Fury. — Não invejo seu trabalho hoje.
— Existe alguma maneira de você permitir o acesso da imprensa a Ellie?
— Não. Ela está esperando eu desligar o telefone e vou ficar com ela. Está preocupada. Preciso acalmá-la.
— Você acabou de dizer que precisa acalmá-la? — Justice riu.
Um flash de irritação rasgou através de Fury.
— O quê? Ela fica chateada e não suporto vê-la dessa maneira.
— Acalmar?
— Preciso colocar minhas mãos sobre ela. — Fury riu. — A distraío e como o seu companheiro é o meu trabalho manter sua mente em coisas mais agradáveis. Você realmente vai me atormentar por fazer isso? Se você tivesse uma mulher esperando por você, você iria querer acalmá-la também.
— Vá. Invejo você agora. Não tenho ninguém me esperando. — Justice desligou.
— Justice vai realizar uma conferência de imprensa amanhã. Decidiu que não temos de falar com eles, a menos que queiramos. Disse-lhe que não. — Fury disse enquanto saia da cozinha sem o telefone.
Ellie arqueou uma sobrancelha.
— Você poderia ter me perguntado.
Os olhos escuros se estreitaram.
— Não vou colocá-la em exposição e permitir que os humanos digam palavras prejudiciais a você.
— Não fique com raiva. Estou tentando não ficar brava. Embora você precise me perguntar as coisas. É apenas a coisa certa a fazer.
Fury rosnou.
— Você é minha para proteger.
Ellie suspirou. Ela o amava. Ele era naturalmente dominante, sendo sua natureza, e queria protegê-la. Pode tanto brigar com ele a cada passo do caminho ou apenas aceitar que estava propenso a esse comportamento. Sabia que a amava tão profundamente quanto ela o amava. Balançou a cabeça e sua raiva diminuiu.
— Só quero protegê-la.
— Eu sei, Fury. Só gostaria de ter sido perguntada. Tudo bem?
— Vou tentar. Você quer que eu ligue para Justice e dizer-lhe que estaremos lá para os jornalistas a questionar?
— Você faria isso por mim? Iria comigo se eu quisesse?
Sentou-se ao lado dela.
— Se você vai, eu vou.
Ela o amava ainda mais por dizer isso.
— Não ligue para ele de volta. De jeito nenhum quero estar lá.
— Mulheres — Fury rosnou, mas sorriu.
Ellie inclinou-se para ele e suavemente o beijou em seus lábios antes de puxar para trás.
— Acostume-se se você quer se casar com uma.
— Quero sim.
O telefone tocou novamente. Fury amaldiçoou.
— Droga. Isso não vai parar.
Ellie concordou silenciosamente.
— Acho que deveria ligar para minha família pelo meu celular enquanto você atende essa ligação. Que seria rude não dar-lhes um adiantamento antes de assistirem no noticiário da noite.
Expressão de Fury escureceu.
Não me importo se não estão felizes sobre nós. Você é minha vida agora, Fury. Você é tudo que importa. Deveria ligar para eles do mesmo jeito para ouvirem isso de mim.
— Talvez deva arrancar os telefones das paredes.
Ellie estava tentada a deixá-lo, mas então a realidade veio à tona. — Então eles vêm bater na porta.
— Bem observado.
— Realmente sinto muito que eu tenha que fazer você estar aqui. —o Diretor Tom Quish pareceu sincero quando olhou entre Ellie e Fury. — Justice está furioso comigo, mas tenho mais experiência em lidar com a imprensa e o público do que ele. A maioria das pessoas adoram um bom romance. Precisamos de mais pessoas do nosso lado. Querem vê-los juntos e isso vai esmagar todos os rumores desagradáveis que circulam nos tablóides.
— Será que deveriamos perguntar o que esses rumores são? — Fury arqueou as sobrancelhas.
Tom balançou a cabeça.
— Na verdade não, a menos que realmente tenha Ellie presa, vivendo dentro de uma casinha de cachorro e acorrentada com uma coleira para se vingar dos humanos com o que fizeram para vocês. É uma porcaria como essa.
Ellie virou a cabeça para sorrir até Fury.
— Isso pareceu meio bizarro.
Ele riu.
— Talvez construa uma casinha de cachorro.
— Isso é o que eu preciso — Tom encorajou-os. — Vocês estão levando tudo isso muito bem.
Fury deu de ombros.
— Fiquei com raiva, mas Ellie disse-me que só piorava a situação. Chorou quando jurei que iria matar a todos.
O sorriso do Tom desapareceu instantaneamente. Seus olhos se arregalaram em horror.
Ellie riu.
— Ele está brincando.
— Graças a Deus. — Tom sorriu de novo.
— Não chorei quando disse isso. Disse-lhe que não gostava de ver sangue.
Fury riu. Ellie piscou para ele. Tom gemeu.
— Vocês dois vão me matar lá fora, se agirem desta forma. As pessoas não vão saber o que pensar de você. Estou esperando que seja uma piada.
— Eles acham que eu sou um animal selvagem que está forçando Ellie a ser a minha escrava sexual. — Fury cerrou os dentes. — Estou errado?
— Acalme-se. — Ellie aproximou-se dele e tocou seu peito para acariciá-lo com a mão. — A raiva não é nossa amiga. Lembra-se de nossa conversa hoje de manhã? Sei como está com raiva, mas isso é o que querem ver. Você precisa manter o controle. Rir deles. Se você for acusado de algumas porcarias como esta por algum repórter, basta pensar nisso. — Aproximou-se dele. — Adoraria ser sua escrava sexual qualquer dia.
Fury sorriu largo o suficiente para que os dentes caninos aparecessem.
— Isso não vai me impedir de estar com raiva. Faz-me querer te levar para casa.
— Uma hora, Fury. Esse é o tempo que você tem que manter a calma. Você pode controlar o seu temperamento. Você precisa fazer isso. — Ellie garantiu. — Você pode gritar mais tarde e estar com raiva, se ficar feio lá fora.
Segurou seu rosto.
— Prometo tentar, Ellie. Faria qualquer coisa por você.
— Obrigado.
— Mas se te insultarem, poderia ficar com raiva. Você conhece o meu temperamento curto quando se trata de alguém te prejudicar ou disser coisas ruins sobre você.
Ellie gemeu.
— Eles vão me insultar. Tenho certeza disso. Posso lidar com isso apenas mantendo a calma.
— Que tipo de homem eu seria se ficasse sentado lá enquanto dizem coisas ruins sobre você?
— Um inteligente. — Tom agarrou. — O mundo vai estar assistindo isso, Fury. Vocês dois são notícia em todo o mundo. Você não faz idéia do quão grande será a cobertura lá fora. Se você encantar a imprensa, vão te amar. Vão totalmente apoiar você ter um relacionamento. Se isso acabar mal, então poderia ficar feio. Realmente precisamos que o dinheiro entre, Fury. Pense em todos os Novas Espécies e até mesmo em Ellie. O que aconteceria se a ajuda for retirada e os fundos deixarem de vir para manter Homeland aberto? Se fechar onde é que todos ficariam? Nossa equipe jurídica está trabalhando duro nas ações judiciais para obter dinheiro influxo, mas tenho certeza que não será muito antes das Indústrias Mercile pagarem pelo o que eles fizeram.
— Tudo bem. — Fury suspirou. — Entendo. Vou sentar lá e ficar calmo, não importa o quanto quero machucar alguém.
— Obrigado. — Tom suspirou. Atirou em Ellie um olhar sombrio e cruzou os dedos. O homem andou em torno de sua mesa e puxou sua jaqueta. — Vamos.
Fury tomou a mão de Ellie. Ela tentou lutar para diminuir seu nervosismo. Nunca teve que falar na frente de um monte de câmeras e repórteres antes. Para fins de segurança a conferência de imprensa será realizada na frente dos portões principais. Dessa forma, manteriam todos fora de Homeland, mas junto às muralhas de segurança para ajudá-los a controlar a área.
— Estou aqui. — Fury garantiu a ela. — Não vou permitir que ninguém a machuque.
Ellie deu-lhe um sorriso fraco.
— Odeio estar em volta de um monte de gente, mas vou ficar bem com você ao meu lado.
Fury manteve um aperto firme em sua mão e puxou-a com mais força contra seu corpo, enquanto caminhavam para fora dos portões. Ellie percebeu imediatamente que tinha se transformado em um circo da mídia nas piores proporções. Câmeras piscando a cegaram quando se aproximaram para a área criada para eles.
Justice e Tom andaram à frente de Ellie e Fury. Fury soltou a mão dela e colocou o braço em volta de sua cintura. Seu corpo blindando-a de um monte de câmeras. A imprensa gritou perguntas que propositadamente ignoraram, já que Tom os tinha preparado bem.
Ellie se sentou entre Fury e Trisha Norbit. Ellie estava grata por estar ao lado da mulher. Trisha apertou a mão de Ellie sob a mesa e deu um sorriso corajoso. Ellie apertou a mão de Fury. A outra mão cobria a dela, segurando-a entre as suas. Esfregou sua pele suavemente para assegurá-la. Tom se levantou e tentou acalmar a imprensa. Boa sorte, pensou Ellie. Um hospício de gritos havia estourado.
Tom foi capaz de silenciar a multidão depois de alguns minutos. Ellie ouvia enquanto Tom falava com a imprensa.
— Os rumores que circulam sobre Fury machucando Ellie Brower não são verdadeiros. — Sua voz soou claramente. — Eles são um casal que vivem juntos dentro de Homeland. O vídeo que vocês viram na televisão aconteceu depois que Ellie teve um simples acidente. Ela foi tratada pela nossa médica. Esta é Dra. Trisha Norbit. Ela vai confirmar isto para vocês.
Trisha se inclinou para o microfone, apresentando-se, e imediatamente uma rajada de perguntas foi gritada por jornalistas. Teve que esperar até que suas vozes abaixassem para falar.
— É claro que os rumores não são verdadeiros. — Trisha balançou a cabeça e olhou com raiva quando ao redor dos repórteres. — Foi um simples acidente, enquanto Ellie limpava a cozinha. — mentiu. — Ela bateu a cabeça na borda do balcão da cozinha enquanto varria o chão. Ficou com um galo na cabeça. O Sr. Fury nem sequer estava em casa na hora do incidente. Ele chegou em casa e encontrou Ellie. Tudo o que vocês viram foi ele carregando Ellie para o carro depois que eu a tratei. Foi tão simples assim.
— Srta. Brower — um dos repórteres se pôs de pé. — Isso é verdade?
Ellie forçou um sorriso e tentou diminuir seu ritmo cardíaco irregular, causada por estar no centro das atenções.
— Infelizmente. Confie em mim. — Apenas sorria e minta, disse a si mesma. Posso fazer isso. — Imaginem o quão mortificada eu fiquei. Bati com a cabeça e saiu no noticiário das onze.
— Você e Sr. Fury têm relações sexuais? — Alguém se levantou e perguntou.
Ellie hesitou.
— Você está fazendo sexo? Essa é uma pergunta muito pessoal. Não acha?
— Eu não estou. — O repórter sorriu. — Mas estaria se eu estivesse namorando alguém. Vamos lá, srta. Brower. Você e Sr. Fury fazem sexo?
Ellie apertou a mão de Fury para assegurar-lhe que estava bem quando ele ficou tenso.
— Minha vida sexual não está em discussão pública, mas vou dizer que Fury e eu estamos vivendo juntos, como vocês sabem, e estamos envolvidos em um relacionamento sério.
O homem concordou e sentou-se. Outro homem apareceu.
— Sr. Fury, você morde a Srta. Brower? Ouvimos rumores de que há mordida durante o sexo.
Segurar Fury sob ela tornou-se intensa o suficiente para que ela tivesse de esconder uma hesitação. Ellie usou seu polegar para esfregar as costas de sua mão. Fury relaxou e balançou a cabeça.
— Nunca faria mal a Ellie. — De repente, puxou o lábio superior para mostrar os dentes rapidamente. — Iria ferir se eu a mordesse.
Perguntas começaram a voar. Ellie lutou contra rir do absurdo de algumas delas. Tom gritou pedindo ordem. Ele repetiu as suas instruções de uma pergunta de cada vez ou a entrevista acabaria. O silêncio reinou novamente e uma pessoa ficou de pé.
— Como é que vocês dois se beijam com seus dentes afiados?
Fury abriu a boca. Ellie bateu-lhe com o ombro e respondeu.
— Como é que você beija alguém com um aparelho? Ou alguém com dentes salientes? Ou alguém banguelo? Você simplismente beija. Essa foi uma pergunta tola.
— Então, vocês dois se beijam?
— Claro que eu o beijo. Olhe para ele. — Ellie virou a cabeça e sorriu para Fury. Olhou para o repórter de volta. — Os dentes não são nenhum problema.
Uma repórter se levantou em seguida.
— Como você se sente em estar com um homem quando você sabe que ele não pode ter filhos com você?
— Dra. Norbit. — um repórter gritou de volta. — Você está fazendo uma pesquisa sobre eles?
— Não. — Trisha negou. — Eles são pessoas, e não ratos de laboratório.
— Como você se sente em estar com alguém que talvez não possa nunca ser capaz de te dar filhos, Ellie?
Ellie olhou para a mesmo repórter que perguntou novamente sobre crianças. Ela hesitou.
— Não há uma garantia, não importa com quem esteja, que você possa ter filhos. Há uma abundância de casais neste mundo que estão juntos e, em seguida, descobrem por alguma razão que não podem tê-los. É por isso que temos mães de aluguel, bancos de esperma, e adoção disponível para esses casais. Não acho que alguém encontra alguém e julga se gostam ou não com base em quão bom seu sistema reprodutivo trabalha e quantas crianças podem sair dessa pessoa. Isso é apenas irracional e estúpido. Esse é a menor das minhas preocupações. Nem sequer penso nisso.
O repórter sentou. E assim continuou. Ellie tentou manter a calma. Estavam fazendo perguntas estúpidas na maior parte. Queriam saber se Fury ajudava nas tarefas domésticas e se Ellie tratava-o como se fosse uma pessoa normal. Fury manteve a calma, rindo de um monte de perguntas, e nunca perdeu a paciência. Ellie o viu, muito orgulhosa de como lidou com tudo. Conseguia ser encantador quando queria ser. Ele encontrou o seu olhar e sorriu.
— Ellie? — Um homem na parte de trás de repente, gritou.
Ellie virou a cabeça, tentando encontrar a fonte.
— Sim?
— Qual é a sensação de trair sua própria raça, permitindo que um animal te foda?
Choque rasgou através de Ellie no súbito ataque verbal. Assim que descobriu o idiota que fez essa pergunta, um homem magro e alto, de terno, de repente empurrou as pessoas na frente dele, segurando uma arma em sua mão. Gritos explodiram ao redor deles e tiros foram disparados. Ellie congelou de horror antes que alguém a derrubasse no chão e algo pesado esmagasse em cima dela.
Os olhos de Ellie se abriram. Fury estava esparramado em cima dela, cobrindo seu corpo com o dele. Tiros continuavam a ressoar junto com gritos em pânico da multidão. Fury arrastou mais elevado para cobri-la melhor, retorcendo o seu corpo para se colocar entre ela e a fonte do ataque.
Seus braços cavaram debaixo dela e depois a levantou, empurrou os joelhos em seu peito para obrigá-la a formar uma bola dentro de seus braços, e cambaleou aos seus pés. Correu para os portões com Ellie apertada em seus braços, debruçado sobre ela, ainda protegendo seu corpo com o dele.
Fury empurrou com força, seu poder sobre ela diminuindo, mas então apertando novamente. Continuou em movimento e gritou palavras que não entendeu. Estava chocada demais para entendê-lo e não conseguia respirar. Ele a esmagou dentro de seus braços e joelhos e pernas estavam empurrando contra o peito, comprimindo seus pulmões. O impacto batendo de seu corpo enquanto corria não ajudava. Ellie não conseguia ver muito com ele enrolado em volta dela e do jeito que a segurava com tanta força.
Sabia quando abriram o portão, viu uma seção da parede passar por eles apenas quando Fury desabou sobre os joelhos. Gemia alto, mas de alguma forma manteve a pressão de seu interior de seus braços. Em seguida, seu aperto aliviou. Ellie se moveu em seus braços, levantou a cabeça, e viu a dor em suas belas feições.
— Fury?
Moveu-a e a colocou no chão na frente dele. Olhou para ele e viu seus olhos rolarem para trás em sua cabeça. Ele só aterrissou de lado, batendo sobre a grama ao lado dela. Ellie ignorou os gritos, e todos os outros sons acontecendo ao seu redor. Freneticamente rastreou para se aconchegam ao seu lado. Foi quando viu o sangue.
— FURY! — Gritou o seu nome. As mãos freneticamente agarraram o seu lado, onde a viscosidade vermelha se espalhava. Sua mente, apavorada em pânico entendeu que foi baleado. Apertou as palmas das mãos sobre a ferida, tentando diminuir o sangramento. Seu olhar aterrorizado bloqueou no rosto de Fury. Respirava, mas não estava consciente.
— Alguém me ajude! — Ellie gritou.
Trisha Norbit, de repente caiu de joelhos no outro lado do corpo de Fury. Trisha tirou as mãos de Ellie e rasgou a camisa de Fury para dar uma olhada na ferida. Ellie ignorou suas mãos, cobertas de sangue. Avançou até seu rosto enquanto a médica e algumas outras pessoas começaram a trabalhar nele.
Ellie estremeceu.
— Fury? — Tocou seu rosto, não se importando que as pontas dos dedos esfregassem sua pele ensanguenta. Lágrimas escorriam pelo seu rosto.
— Fury? Por favor, acorda. — Sua voz quebrou com um soluço.
— Tragam-me um kit de medicina! — Trisha exigiu em voz alta. — Agora!
Ele não se movia. Ellie freneticamente olhou para a médica.
— Trisha? Ele vai ficar bem?
Trisha encontrou os olhos de Ellie e depois virou a cabeça.
— Precisamos levá-lo ao hospital imediatamente. Chame o centro de trauma e diga-lhes que precisamos de uma sala de cirurgia preparada e... — Xingou. — Justice? Preciso de um pouco de seu povo canino venham conosco. Ele vai precisar de sangue e espero que um deles combine com o dele o mais próximo o suficiente.
Justice estava atrás de Ellie agarrando seu celular.
— Vou pegar todos eles.
— Trisha? — Ellie continuou a tremer.
Trisha encontrou seu olhar, então, sua expressão estava sombria.
— Ele foi baleado duas vezes, Ellie. Está muito feio. Prometo que vou fazer tudo que posso para salvá-lo.
Ellie totalmente desmoronou naquele instante. Sabia que ele não ia conseguir. Viu todo o sangue cobrindo suas mãos, suas vestes, e as mãos de Trisha. Acariciou seu rosto e sussurrou seu nome. Alguém a agarrou por trás e a puxou para longe do homem que amava. Lutou contra quem a segurava, gritando o nome de Fury, mas não se moveu. O homem que segurava apertado a girou afastado-a.
— Precisam trabalhar nele, Ellie. Vou levá-la para onde estão levand-o. Você precisa se acalmar. — o homem falou em seu ouvido. — Isso não está o ajudando.
Ellie soluçou. Parou de gritar e lutou, admitindo a futilidade disso. Slade segurou-a e era tão grande quanto Fury. Seus pés sequer tocavam o chão. Continuou a segurando, dizendo coisas suaves em seu ouvido, enquanto Ellie viu a médica e a equipe médica de emergência trabalharem em Fury, tentando estabilizá-lo. Alguém trouxe uma maca e rapidamente o carregaram até ele. Olhou para cima quando ouviu um helicóptero de notícias circulando.
Slade voltou com ela, ainda a segurava no caso dela tentar correr atrás de Fury, e rapidamente caminhou em direção ao estacionamento. Gentilmente deixou-a no banco de trás de um dos SUV quando chegou lá e pegou seu rádio.
— Caninos, me encontrem no estacionamento. Estamos prontos para ir. Tenho Ellie segura.
Slade sentou atrás do volante, virou em seu assento e estudou Ellie. Ela chorava, enrolada em uma bola em um dos bancos traseiros, mas ouviu o suficiente para entender o que aconteceu pelo rádio do carro. Slade também estava, obviamente, chocado pelo o que tinha acontecido. Era óbvio pela sua expressão triste e dolorosa no olhar quando olharam um para o outro.
— Estava patrulhando a parede quando aconteceu. Havia três atiradores ao todo. Peguei um deles, mas não poderia pegar os outros dois sem correr o risco de atirar em inocentes. Desculpe-me, não fui capaz de pegar todos antes que atirassem nele. — Sua voz rouca fez uma pausa. — Fury vai ficar bem. — Slade prometeu com voz firme. — Somos mais fortes do que os humanos e curamos mais rapidamente. Podemos ser mais punidos.
Ellie limpou as lágrimas.
— Não posso perdê-lo.
Slade assentiu.
— Você não vai.
Homens abriram as portas e subiram no interior do SUV. Ellie notou que estavam armados até os dentes com armas do tornozelo ao peito em seus corpos grandes. Também eram caninos, a julgar pela forma de seus olhos solenes. Slade ligou o motor e se afastou do estacionamento. Acelerou a velocidade e se dirigiu para o portão. Aumentou o volume do rádio para ouvir mais claro sobresaindo o som do motor.
—Limpe o caminho. Estamos quase lá.
Ele nem sequer diminuiu quando chegaram até o portão aberto. A multidão normalmente presente havia sido evacuada da zona. O tiroteio e derramamento de sangue havia dispersado os manifestantes e os jornalistas.
Ellie andava e continuava olhando para os homens em torno dela. Havia pelo menos sete oficiais NE guardando a sala privada de espera. O hospital ofereceu uma delas, logo que perceberam que os oficiais NE estavam armados e determinados a guardar Ellie. Mais oficiais estavam fora da sala de cirurgia onde Fury lutava por sua vida.
— Ele ainda está vivo. — garantiu Justice a Ellie.
Ela balançou a cabeça, sabendo que Justice falava em seu telefone celular com um dos oficiais NE que guardava a sala de cirurgia. O oficial podia ver dentro da sala para dar informações detalhadas. Ellie estava agradecida pelo sistema de revezamento que Justice tinha pensado, para manter a informação sobre como Fury estava. Ellie não sabia como as pessoas poderiam ficar apenas esperando, sem qualquer tipo de palavra, quando um ente querido passava por uma cirurgia.
Slade entrou na sala, movendo-se diretamente para Ellie, e ofereceu-lhe um grande, branco, copo de isopor. O canudo preso fora dele. Ellie forçou um sorriso.
— Café não vem com um canudo, mas obrigada.
— É café gelado. — Slade sorriu. — Você está tremendo. Não queria entregar-lhe algo quente que poderia derramar. Fury ia me dar uma surra se eu permitisse que você se queimasse.
Lágrimas encheram os olhos de Ellie e ela sorriu de verdade para ele.
— Obrigada.
Ele balançou a cabeça antes de se virar para abordar Justice no seguinte. Justice mantinha o celular contra sua orelha, mas moveu-o longe de sua boca.
— Relatório.
Slade suspirou.
— Todos os três atiradores foram imobilizados. Um sobreviveu, infelizmente. A polícia me informou que o homem é um idiota que não consegue parar de falar. Está afirmando ser um membro do grupo de terroristas Pure Humans.
Justice bufou.
— Não devemos chamá-los de terroristas, mas vá em frente.
— Ouviram sobre a entrevista de imprensa e infiltraram-se usando as credenciais de fotógrafo. Não demos cobertura de segurança. — Slade rosnou as palavras. — Parece que, se tinham um passe de imprensa, não foram revistados.
— A partir de agora lidamos com toda a segurança, onde qualquer um do nosso povo estiver.
Slade assentiu.
— Alguma notícia sobre Fury?
— Ele está lutando e tem sobrevivido por bastante tempo. Temos dois doadores de sangue. Research e Darkness estão dentro da sala de doação de sangue, conforme necessário.
Ellie tomou um gole do café gelado, enquanto os ouvia. Teve que admitir que todos foram realmente ótimos com ela. Estavam protegendo ela e Fury. Os Novas Espécies a fizeram ter certeza de que seus homens chegaram ao hospital para doarem de sangue para Fury. Apenas sangue regular humano poderia ter funcionado, mas combinando sua química alterada funcionava melhor. Justice a havia explicado.
Ellie lembrou quando chegaram ao hospital. Justice a tinha levado em um dos banheiros, conversou calmamente com ela, e prometeu que fariam de tudo por Fury. Levou-a a uma pia enquanto falava. Ainda estava em estado de choque quando lavou suas mãos ensaguentada como se fosse uma criança e, em seguida, entregou-lhe uma roupa que alguém trouçe para ela com as etiquetas ainda presas. A deixou dentro do banheiro para trocar suas roupas ensanguentadas. Não deixou o seu lado depois que saiu do banheiro. Sua atenção voltou para ele.
Ele passou o telefone de volta à boca.
— Sim. Ainda estou aqui. O que está acontecendo?
O coração de Ellie agitou quando viu Justice fechar os olhos. O medo apoderou-se dela quando Justice fechou o telefone. Ellie continuou a olhar para ele até que seus olhos se abriram. Seu olhar foi em direção ao dela.
— Ele está vivo, Ellie. Removeram todas as balas e o fecharam. Pararam o sangramento e seus sinais vitais são bons. Trisha tem certeza, salvo circunstâncias imprevistas, que ele vai sobreviver.
Lágrimas caíram pelo seu rosto quando percebeu que Fury viveria. Assentiu, mas estava com medo de realmente acreditar até que o visse. As horas se passaram antes de removerem Fury da recuperação para uma sala privada na UTI. Permitiram aos NE para guardá-lo e o ver pela sala de observação ao lado.
Ellie esfregou o pescoço dela, cansada, mas não queria ir dormir. Assistiu a Fury através de uma parede de vidro, pela mesma sala que os oficiais. Só permitiram a ela se sentar com ele na cama por alguns minutos de cada vez. Um médico que não era Trisha, averiguava os monitoradores de Fury.
Isso trouxe de volta memórias de outros tempos que observava Fury através do vidro quando ainda estava trancado dentro da instalação de teste. Isso a fez querer chorar mais uma vez. Isso partiu seu coração ao ver como um homem forte, vital estava indefeso.
Justice sentou-se num canto. Alguém trouxe um laptop e ele estava com seu fone de ouvido do seu telefone celular preso ao seu ouvido. Falava baixinho para alguém de vez em quando. Ellie olhou para ele. O homem nunca parecia parar de trabalhar. O foco de Ellie voltou para o vidro. Fury dormia. O médico verificou os sinais vitais de Fury e depois saia por outra porta.
— Ellie? — Justice falou baixinho.
Ellie virou.
— Sim?
Justice deu um pequeno sorriso.
— Ele vai ficar bem. Disse-lhe que Trisha ordenou que ficasse sedado. Novas Espécies não aguentam ficar deitados em uma cama, porque gostamos de estar móveis. É melhor mantê-lo desacordado, enquanto melhora ou vai tentar se levantar, não importa o quão doa nele. Somos irritantemente teimosos, infelizmente.
— Eu sei. Só não acho que vou me sentir melhor até ouvir a sua voz e olhar em seus olhos.
— Entendo. Sei que Fury solicitou informações sobre casamento. Você estava ciente disso? Ele me disse que planejava pedir-lhe.
— Sim. — Sentou-se. — Nós conversamos sobre isso ontem à noite, na verdade.
— Ele ama você. Você sabia disso?
— O amo também. Ele é tudo para mim.
— Você não tem que me dizer isso. Vejo isso toda vez que você olha para ele. — Fez uma pausa. — Nunca tivemos qualquer coisa que pertencesse a nós enquanto cresciamos. Ele te disse isso? Nunca ousamos muito. A equipe e os médicos sempre se afastavam de nós ou usavam qualquer fraqueza percebida contra nós como um castigo. Casamento significa segurança para ele, para que possa ficar com você até que morra. Isso significa que você pertence a ele e que nunca vai ser tirada dele. Queria que isso fosse esclarecido. Se você se casar com ele, espero que isso signifique para sempre. Não concordo a menos que tenha certeza.
— Tenho certeza.
Seus olhos se estreitaram.
— Ele não vai deixar você se divorciar dele. Isso é o que estou dizendo. Seria matá-lo. O casamento é permanente para ele. É um juramento que nunca terá medo de perder você. Vai morrer ou matar para protegê-la e te amará com tudo o que tem para dar. Ouvi falar de seus casamentos humanos. Nós não somos semelhantes aos humanos em todo este assunto. Ele seria leal e Fury mataria outro homem se tentasse tocar você. Somos possessivos como uma porra. Tem a ver com o DNA colocado em nós em nossas células. Não só fisicamente nos mudou, mas carregamos algumas das características. Somos protetores e agressivos. Somos possessivos com o que é nosso. Não sei se Fury explicou para você, mas eu queria. Nós chamamos isso de acasalamento e é para a vida toda. Ele já acasalou com você, mas parte dele estava insegura porque tinha que aceitar que você podia deixá-lo. Ele já está comprometido com você.
— Graças a você, mas pode parar se está tentando me assustar. Eu o amo. Não planejo nenhum divórcio e com certeza não irei traí-lo. — Ellie não se ofendeu. Sabia que Justice só queria ter certeza que entendia o que estava enfrentando como a esposa de Fury. — Estou ansiosa para passar minha vida com ele. Cada segundo dela.
— Ele vai assustá-la às vezes. Nós rosnamos, grunhimos e dominamos. Tentamos coibir, mas é pior pois não encontramos a nossa liberdade. Lutamos com o animal e a humanidade dentro de nós, Ellie. Sei como as mulheres são independentes. Nossas próprias fêmeas são assim até certo ponto, mas também compreendem os nossos machos. São capazes de contornar-nos melhor. Só queria que estivesse ciente disso. Ele não vai dizer algo para insultar você ou o seu orgulho. É apenas a nossa natureza de sermos agressivos e tomar o controle das situações.
— Como quando recusou um emprego para mim sem me perguntar? —Ellie sorriu pela memória.
— Ele fez isso? Você conseguiu o emprego de qualquer maneira.
— Ele finalmente me perguntou se eu queria. Irritou-me no começo.
Um sorriso sacudiu na boca de Justice.
— Tenho certeza que sim. Queria cuidar de você.
— Eu sei.
— Então você já está ciente das diferenças.
— Sim.
Justice hesitou.
— Posso lhe fazer uma pergunta muito pessoal?
— Claro. Vá em frente.
— Por que ele te amarrou?
Amarrou-me? Sua mente apagou por um segundo e depois entendeu o que queria dizer. Oh. Ellie corou.
— Você quer dizer com o pano de prato e a fita?
— Sim.
— Ele ficou um pouco exaltado e queria se acalmar. Amarrou minhas mãos para que eu não pudesse tocá-lo.
— Ele estava com raiva?
Ellie balançou a cabeça, corando mais.
— Ele ficou muito animado sexualmente. Queria que fosse bom para nós dois e queria me tocar até que me excitar como ele estava. Gosto de tocá-lo então prendeu as minhas mãos.
Os olhos de Justice brilharam com diversão.
— Entendo agora. Você não se importa de ser presa? Nosso povo odeia ser contido. Temos medo disso.
— Ninguém nunca me machucou da forma como machucou seu povo. Não tenho pesadelos sobre ser testada e cutucada. Tenho certeza que algumas pessoas achariam assustador ser amarradas, mas eu não. Confio em Fury e sei que não faria mal a mim, nem tenho problema em ser dominada. Ele apela para mim quando faz isso. É que uma boa maneira de explicar?
— Perfeito. Obrigado, Ellie. Sinto muito pela minha reação e o dano resultante que lhe causei. Pensei que ele tinha perdido a cabeça e estava ferindo-a. Desde o dia que lhe agarrou na sala de conferências que não tem sido racional quando se trata de você. Acreditava que realmente queria fazer-lhe mal.
— Ele realmente queria me matar naquele dia. — Ellie riu. — Estou feliz que ele mudou de ideia.
— Tenho algumas boas notícias.
— Quais? — Ellie recostou-se contra a cadeira, relaxando. — Poderia realmente usar alguma.
— Alguma coisa de bom saiu de tudo isso. — Justice apontou para Fury. — Conclui uma reunião com nosso diretor de relações públicas. Informou-me que a imprensa nos apoiou cem por cento. Telefonemas e e-mails chegaram nos apoiando. Seu povo está horrorizado com o que aconteceu. As câmeras ainda estavam rolando e um monte de estações de notícias estavam com transmissão ao vivo. Você sabia que?
Horror passou através de Ellie.
— Estavam transmitindo ao vivo no noticiário quando Fury levou um tiro?
— Está tudo bem — Disse Justice, para tranquilizá-la. — É realmente uma coisa boa, parece. Boa opinião sobre os Novas Espécies saltou fenomenal. O quanto você se lembra? Sei que não é treinada para lembrar detalhes ou reagir calmamente sob condições extremas do jeito que somos.
— Não muito. O mundo desabou e, em seguida Fury levou-me em segurança para dentro dos portões, onde não poderíamos levar mais tiros. Então ele caiu no chão.
— Quando os homens abriram fogo... — Justice informou-lhe calmamente: — Fury reagiu. Ele pulou em cima da mesa para proteger das balas todo mundo sentado lá. Atirou-se sobre o seu corpo para ter certeza de que as balas bateriam nele em vez de você. Foi baleado uma vez e deve ter percebido que a mesa não era grossa o suficiente para detê-los. Nesse ponto levantou-se e correu para levá-la em segurança. Foi baleado outra vez durante essa execução. — Justice fez uma pausa. — Você foi o alvo. Queriam matar você. Ele te leveu para um lugar seguro antes que alguém conseguisse isso.
Lágrimas cegaram Ellie e teve que enxugá-las. Fury a salvou. Sabia que ele tinha, mas ouvir exatamente o que fez para protegê-la partiu seu coração. Levou dois tiros por ela.
— Queriam me prejudicar. Atiraram em Fury.
— Eu sei. A boa notícia é, o nosso diretor de relações públicas acredita que no consenso geral é que todo pai está desejando agora que sua filha cresça até se casar com um Nova Espécie desde que Fury arriscou sua vida para salvar a sua. As mulheres pensam que somos heróis naturais. — Encolheu os ombros e deu-lhe um olhar confuso. — Me deram a certeza de que é uma coisa boa os pais se sentirem assim.
Ellie não se conteve. Ela riu.
— É uma coisa boa as mulheres tendem a serem muito atraídas por esses tipos de homens.
— Sei. Muito obrigado. — Piscou para ela. — Deveria saber essas coisas, mas a verdade é que ainda estou aprendendo sobre os humanos.
— Estou feliz, a resposta foi favorável em relação os Novas Espécies.
Ele balançou a cabeça.
— O principal é que isto acabou por ser uma coisa positiva para nós. Fury arriscou sua vida para salvar você e, pelo que o parece reagiu muito bem com o público em geral. Ainda ouvimos que muito do seu povo está pressionando o governo e as autoridades locais para fazerem algo contra os grupos extremistas que têm a nós como alvo. Estão colocando pressão sobre qualquer pessoa que apoia os manifestantes a pararem. Isso realmente poderia ser a melhor coisa que aconteceu, tão horrível como isso soa. Isso deu ao mundo uma visão real de nossa situação e fez de nós um pouco mais humanos a elas.
O olhar de Ellie voltou ao vidro para ver ao rosto adormecido de Fury.
— Estou feliz que uma coisa boa saiu disso.
— Também. Ele vai ficar bem, Ellie.
Ela balançou a cabeça.
— Eu sei.
Dor rasgou através de Fury quando acordou, mas pensou em Ellie em primeiro. Eforçou-se para sentar-se, para encontrá-la. Mãos fortes seguraram-no para baixo.
— Fury? — A voz suave de Ellie o chamou.
Seus olhos se abriram e lá estava ela, pálida, cansada, e pairando apenas alguns centímetros acima de sua face. Respirou o cheiro dela para garantir que não era uma miragem. O cheiro de remédio, produtos de limpeza e estranhos quase dominaram o cheiro dela.
— Não se mova, Fury. — Ordenou a ele. — Você foi baleado. — Lágrimas brotaram em seus grandes belos olhos azuis. — Você me salvou e você vai ficar bem. Você precisa ficar bem parado para ajudar a se curar.
Estudou o rosto dela com cuidado.
— Está ilesa? — Medo sacudiu por ele com o pensamento do que poderia ter acontecido a sua Ellie. — Só queria tirá-la da linha de fogo. Não podia permitir que nada acontecesse com você.
— Você me levou para a segurança.
Relaxou e as mãos fortes que o seguravam o soltaram.
— Onde está Justice?
— Estou aqui.
Fury virou a cabeça para olhar para seu melhor amigo.
— Protega minha Ellie enquanto eu não puder. Quero uma equipe completa guardando-a. Apenas Novas Espécies. Só confio no nosso povo para ninguém machucá-la. Ela é de grande prioridade, Justice.
—Você sabe que está sendo feito sem que você precise pedir. Cure-se e não pense em nada mais do que ficar cada vez melhor. Oficiais Nova Espécie vai protegê-la em turnos e ninguém vai chegar perto dela. Dou minha palavra.
O olhar de Fury se voltou para Ellie e moveu seu braço, chegando a acariciar seu rosto. Seu polegar roçou as lágrimas que caíram pelo rosto.
— Eu te amo.
— Eu também te amo, Fury. Estava com tanto medo que você fosse morrer em mim.
— Você não vai se livrar de mim tão facilmente. Você está presa comigo para sempre.
Adorava ver o seu sorriso em meio às lágrimas. Estava segura, foi baleado em vez dela, e isso é tudo o que importava para ele.
— Bem. Deram-lhe alguns medicamentos pesados para ajudar a dormir, mas estou bem aqui, tudo bem?
— Eu te amo. Eu te disse isso? — Sua voz estava arrastada e lutou para manter os olhos abertos.
— Também te amo e você me disse. Só fique melhor. Estou bem aqui.
Ele relaxou, deixou a dor possui-lo, e escuridão veio rapidamente.
Ellie viu Tiny, a pequena morena, esfregar o chão do corredor enquanto ria. Ellie teve que esconder o próprio sorriso. Olhou para Breeze.
— Você acha que lavar o chão é legal? A veja fazer isso?
Breeze riu.
— Você devia ver a alegria de algumas delas esfregando os banheiros. É meio louco. Odeio limpá-los. Os produtos químicos têm mau cheiro.
— Vocês tendem a ter o nariz sensível.
— Sem brincadeira. Como é que Fury está?
— Ótimo. Está com raiva que o estão mantendo tão drogado. Tinham que fazer. Continuava tentando sair da cama, exigindo sua roupa. Você devia ter visto a pobre enfermeira que entrou lá. Imagine a bunda de Fury nua e ele rosnando pelas suas roupas. Ela gritou quando deu de cara com isso. Acho que finalmente conseguiram fazê-la parar de correr pelo tempo que chegou ao estacionamento.
— Por que que enviaram uma mulher gritando? — Breeze parecia confusa.
Ellie riu.
— Ele é um cara grande, Breeze. Estava com raiva e todo o seu sangue bombeava por toda parte. Quero dizer por toda parte. Agora imagine se uma mulher tímida entra numa sala com um grande cara musculoso, nu, com uma grande ereção e está rosnando para ela.
Um sorriso se abriu na face de Breeze.
— Nossos homens são impressionantes dessa maneira.
— Sim, eles são. — Ellie concordou com um sorriso.
— Ela não ficou excitada?
— Estava com medo por sua vida.
— Que idiota.
Ellie riu.
— Onde é que você a escolhe?
— Tenho assistido mais televisão. Estou pra baixo esses dias. Que idiota. Uma prostituta demiolada.
Rindo mais forte, Ellie balançou a cabeça.
— Você ainda precisa trabalhar. Você estava indo bem até que a chamou de prostituta desmiolada. Uma prostituta é uma mulher que dorme com um monte de homens. Esta mulher viu um nu e saiu correndo do terror.
— Ok. — Breeze piscou. — Vou assistir mais televisão.
— Caramba. Tenho uma pergunta.
— Jogue. — Breeze sorriu. — Isso é uma gíria. — O sorriso morreu. — Não jogue nada em mim. Você não me machucaria, mas poderia jogar algo de volta e iria ferir você.
— Entendi. — Ellie tentou esconder a sua diversão. — Tenho certeza de que você poderia me machucar se você quisesse. Minha pergunta é: de onde é que vocês tiraram seus nomes? Eles são ótimos, mas o que você tem contra nomes regulares como Maria ou Tina?
— Isso é simples. Não somos pessoas normais. Alguns de nós são nomeados pela nossa melhor habilidade e alguns de nós são nomeados pelas nossas coisas favoritas. Alguns de nós escolhemos nomes que pensamos que nos descreve melhor. Escolhi Breeze (brisa) porque gostava da brisa sobre o meu rosto, acima de tudo depois que conheci a liberdade.
Meu nome foi escolhido por mim. — Disse Halfpint enquanto caminhava para o sofá e sentou-se perto de Ellie. — Quando me levaram para o hospital, onde os médicos estavam tratando dos Novas Espécies, um dos médicos olhou diretamente para mim e disse que as outras mulheres poderiam ser duas de mim. Começaram a me chamar Halfpint(meio litro) enquanto me recuperava e pegou.
Ellie lutou uma risada, mas conseguiu sorrir em vez.
— Os médicos que nos trataram só viram nossos fêmeos protótipos experimentais. Halfpint foi uma das primeiras de sua espécie a ser tratada — explicou Breeze.
— Tiny (minúscula) é menor do que eu, assim, quando trouxeram-na, os médicos a chamavam por esse nome. — Halfpint murmurou.
— Justice (justiça) escolheu o seu nome porque queria isso para o nosso povo — Breeze informou a Ellie. — Ele é de uma instalação de teste no norte e por isso que escolheu North como seu sobrenome.
— Pensei que a maioria de vocês não tivesse sobrenomes. — Ellie olhou para Breeze por uma resposta.
— Não. Nós não temos. Vamos trabalhar nisso, eventualmente. Quando precisarmos de um, vamos pensar em alguma coisa. Justice ofereceu-se para partilhar o seu sobrenome com quem quiser. O que você acha de Breeze North?
— É cativante. — Ellie admitiu.
— Também gosto. Tem sentido e sou da mesma instalação de teste que Justice.
— Não sabia disso.
— Sim. Tentaram criar mais raça entre Justice e eu muitas vezes. Ele é um bom homem.
— Sei que ele é. — Ellie concordou. A imagem de Justice e Breeze juntos a chocou. Foi incapaz de imaginá-los sendo íntimos.
— Quando tinham fêmeas e machos da mesma raça numa instalação de teste, éramos forçados a ficar juntos. Os cientistas queriam ver se nós poderíamos ter filhos. Achavam que, se um macho e fêmea não produziam, mudavam um de nós, talvez pudéssemos conceber com outro macho.
— Nunca fomos dadas a qualquer um dos nossos homens. — Halfpint sussurrou em uma voz suave e triste. — Gostaria que tivéssemos.
Breeze estendeu a mão para afagar o braço de Halfpint.
— Sinto muito. Eram sempre amáveis e gentis com a gente. Compartilhamos respeito e dignidade. Queria que você também soubesse o que é isso, mas se você estiver pronta, você vai saber um dia.
Ellie queria perguntar, mas não o fez. Halfpint olhou para Ellie.
— Fui uma das mais afortunadas. Só me deram para um homem mais velho que não me compartilhava com outros. Tiny... —Halfpint piscou para conter as lágrimas. — O homem a quem deram ela era jovem, forte, e a feria mais. Também a compartilhava com alguns de seus amigos. Aquele a quem me deram era mais frágil e seus ataques não eram muito dolorosos. Nos últimos anos não foi capaz de usar sua parte maculina. Falhou com a idade. Ficava com raiva e tentava me bater, mas ele não me machucou muito. Ele gritava em sua maioria.
— Sinto muito. — Ellie resistiu ao impulso de tentar abraçar a outra mulher, para dar conforto. — Você sabe como descobriram você?
— Os registros financeiros foram rastreados — respondeu Breeze. — Qualquer um que fez realmente grandes depósitos nas contas das Indústrias Mercile receberam presentes. Foi quando nos demos conta de que algumas das nossas mulheres foram dadas. Descobriram Halfpint. É assim que a maioria das mulheres presentes foram recuperadas.
— Foi aterrorizante. — Halfpint sussurrou, quase parecendo com medo de que alguém pudesse ouvir. — Ouvi ruídos altos e, em seguida, todos esses homens armados arrombaram a porta. Pensei que vieram me matar. Foi quando vi uma mulher atrás deles e disse aos homens que nos deixassem sozinhas. Conversava comigo enquanto tirava minhas algemas e me levou em segurança para fora de onde fui presa. Prometeu me levar para algum lugar onde não seria magoada.
— Uma mulher Nova Espécie? — A curiosidade correu por Ellie.
— Não. — Breeze balançou a cabeça. — Ela é um humano completo. Esqueci o nome dela, mas vai em todos os ataques, quando um mandado novo é emitido. É quem se encarrega das nossas fêmeas quando são encontradas e as leva para cuidados e tratamento.
— O nome dela é Jessie. — Halfpint sorriu. — Ela tem cabelo vermelho de fogo e olhos bem azuis. Ela é pequena como nós. Tem uma voz macia.
— Ellie? — Uma das mulheres Novas Espécies chamou sua atenção.
— Sim? — Ellie respondeu.
— Talvez queira ir para casa. Acabei de receber uma ligação no telefone do dormitório dizendo que Fury deixou o hospital. Ele está indo para lá.
— Mas não deve fazer isso até depois de amanhã.
Breeze bufou de trás de Ellie.
— Nossos homens nem sempre fazem o que deveriam fazer.
— Merda — Ellie suspirou. — Vou ver vocês amanhã. Espero que ele não tenha feito mal a ninguém. — Ela murmurou baixinho.
Ellie empurrou e puxou Fury para a cama, embora não quissesse ir para lá. Ela lançou um olhar feio para Tiger, um oficial NE que sorria, se divertindo com a situação. Os braços cruzados sobre o peito e se recusou a ajudar Ellie a fazer Fury ir para a cama. Retrocedeu, tornando sua intenção clara.
— Não quero deitar. Estive fazendo isso por uma semana — Fury rosnou.
Ellie balançou a cabeça.
— Você vai descansar ou juro que vou pegar emprestado uma arma de choque, disparar no seu traseiro, e amarrá-lo na cama.
Fury rosnou ferozmente para ela e seus olhos escuros se estreitaram. Ellie rosnou de volta para ele e o puxou com mais força.
— Não rosne para mim. Rosnarei para você de volta. Agora vamos tirar essa roupa. — Olhou para ele. — Você tem de ficar no hospital ainda. Não me de nenhuma desculpa, Fury. Te amo até a morte, mas se você não se deitar, vou pegar emprestado sua arma de choque. Falo sério.
Fury parou de lutar. De repente, mostrou seus dentes afiados quando sorriu.
— Se eu for para a cama nu, vai tirar a roupa comigo?
Ellie suspirou para ele.
— Não haverá nada disso. Você fez essa cirurgia há uma semana, estava a beira da morte, e você não está liberado para isso ainda. Agora se comporte.
— Vou estar na sala ao lado. — Tiger riu.
Ellie virou para assistir o oficial sair. Seu olhar voou de volta para Fury.
— Você sabia que ele não sairia e disse isso de propósito.
Ele riu.
— Ele já se foi. Tire suas roupas e eu vou tirar também. Nós dois vamos para a cama. Posso olhar e tocar, pelo menos. — Virou-se e passou o braço em torno dela. — Quero te sentir na minha pele. Isso fará com que me cure mais rápido.
— Não sabia que tocar pele com pele ajuda seu processo de cura.
— Não, mas me sentiria melhor.
Ellie riu.
— Vou fazer um acordo com você. Você tira a roupa por vontade própria, sobe na cama, e vou fazer seu almoço. Depois de comer, deito com você.
— Nua?
— Não. Você deveria estar descansando, mas poderia arranhar suas costas e brincar com seu cabelo. Você vai gostar disso.
Ele resmungou baixinho.
— Doçura, poderia deitar em uma cama de pregos, se você quisesse me tocar e brincar comigo, mas não é nas minhas costas ou no meu cabelo que quero que você ponha suas mãos.
Ellie lambeu os lábios, pensando, e decidiu que não poderia machucá-lo se apenas esfregasse-o com uma loção. Fury rosnou, pressionando seu corpo mais perto dela. Assentiu.
— Vou pegar o almoço. Você deita nessa cama. Estarei de volta em poucos minutos.
Ele a soltou. Ellie se moveu em direção à porta. Ouviu um material se rasgando e virou a cabeça para olhar por cima do ombro para descobrir Fury olhando para ela. Havia rasgado sua camisa, em vez de tomar o tempo para cuidadosamente tirá-la sobre sua cabeça e as bandagens do seu lado. Ela riu.
— Está com pressa?
— Corra para a cozinha e volte.
Ellie abriu a porta do quarto com uma risada e quase esbarrou em Tiger. O homem avançou para trás, sorrindo. Parecia que se divertiu muito.
— Não me diga. Grande senso de olfato e audição afiada?
— Vou protejê-lo da sala. Dessa forma, tenho quartos suficiente entre nós para não ouvir o que ele quer que você faça.
Ellie preparou para Fury um sanduíche de peru e pegou um refrigerante. Também levou um saco de batatas fritas, quando foi para o quarto. Mesmo tenha chegado em casa dias mais cedo, Ellie estava emocionada em tê-lo com ela. Queria ficar no hospital o tempo inteiro, mas o pessoal do hospital não queria que ficasse. A mídia tornou-se um circo e piorava, quando estava com ele.
Fechou a porta do quarto com firmeza. Não havia uma fechadura, mas não se preocupava com isso desde que Tiger não entraria, pois sabia que Fury estava na cama, obviamente nu sob o lençol, um sorriso feliz no rosto bonito, e tinha empurrado travesseiros atrás das costas para esperar confortavelmente. Um grande volume formou uma tenda sobre o seu colo. Ellie viu isso e riu.
— Um pouco animado para por me ver com o almoço? — Brincou. — Sei que você gosta de peru, mas puxa, Fury.
Seu olhar escuro brilhava.
— Você realmente vai me fazer comer primeiro?
Sentou-se na beira do colchão e entregou-lhe o prato. Sua atenção baixou de volta para o pólo impressionante mantendo a “tenda”.
— Ia colocar isso em seu colo, mas não há espaço. — Ela riu. — Coma, querido.
Com um gemido, Fury pegou o sanduíche e deu uma mordida enorme. Mal mastigava. Ellie riu e abriu seu refrigerante para dar a ele. Tomou um gole, mas manteve o olhar fixo nela. Ellie se levantou e foi em direção ao banheiro.
— Onde está indo? — Fury rosnou para ela quando o seu sorriso desapareceu.
— Eu vou voltar. Paciência.
— Não tenho nenhuma.
Ellie abriu o armário dentro do banheiro e encontrou a loção. Pegou uma toalha de mão. Voltou para o quarto para ele ver.
— Como é que soa uma massagem?
— Não me provoque. Tem sido uma semana longa e solitária.
Ellie se sentou na beirada da cama e tirou a tampa da garrafa. Derramou loção em suas mãos e usou o cotovelo para puxar o lençol do seu colo. Fury gemeu e arqueou contra as palmas das mãos no segundo que tocou seu pau duro e excitado. Ellie inclinou para frente, lambendo seu peito. Evitou a fita que mantinha seu curativo no lugar. Havia levado um tiro nas costas perto de seu lado e outro tiro perto do ombro. Teve sorte que a omoplata não quebrou por causa da bala.
— Eu te amo. — ele gemeu.
Ellie acariciou-o lentamente, amando cada segundo tocando a pele aveludada, que envolvia em torno de seu eixo de aço rígido. Brincou com ele com a boca um pouco próxima, enquanto suas mãos massageavam a coroa para a base de seu pênis. Fury rosnou e inchou a um tamanho substancial. Olhou para baixo. Desta vez, queria vê-lo gozar.
Fury rosnou o nome dela enquanto ficava tenso contra ela. Seu corpo todo tremia quando começou a gozar. Um nódulo formou na parte inferior de seu pênis logo acima de suas bolas na base de seu eixo. Isso é o que sentia quando estava enterrado na vagina dela no final do sexo. A visão fascinava-a quando continuou a protuberância.
Lembrou-se de quando disse ser um atirador forte. Curvou uma de suas mãos por cima da cabeça do seu pau, enquanto acariciava seu eixo mais rápido, manobrando-o um pouco mais apertado. Jatos quentes de seu sêmen branco saltaram contra a palma da mão e percebeu que não estava brincando sobre sufocá-la se estivesse realmente excitado. Ergueu o olhar para ver seu rosto.
Jogou a cabeça para trás e gritou o nome dela quando ordenhava cada gota de sêmen. Ellie sorriu enquanto continuava tocando sua carne sensível até que Fury agarrou as mãos para fazê-la parar.
Ellie beijou Fury em seus lábios. Sua língua brincou com o lábio inferior. Gemia seu nome quando suas mãos foram para seus seios.
— Você se sente melhor? Mais relaxado?
Ele rosnou em resposta.
Ellie afastou suas mãos para limpá-lo com a toalha e atirou para o banheiro. Colocou um pouco de distância entre eles. O olhar de Fury estava trancado com o dela.
— Quero você. — Ele rosnou.
Ellie gritou de surpresa quando Fury atacou de repente, agarrando seu braço e lhe deu um puxão forte que a esparramou em cima da cama. Suas costas bateram no colchão e Fury desceu sobre ela a prendendo entre a cama e ele. Ellie olhou para ele.
— Você vai abrir suas feridas, Fury.
— Não vou. — Estendeu a mão para agarrar a saia de Ellie, manobrando-a com a mão. Ele puxou o material do corpo de Ellie até a cintura.
— Fury, pare.
Seu olhar escuro encontrou o dela.
— Ainda estou almoçando. Você está no menu.
Desejo penetrou até os ossos de Ellie.
— Mas seus pontos...
— Vou ter cuidado para não arrancá-los. — Sorriu. — Vou mantê-los para cima, então não vou mexer muito. Como é que você o chama? O botão? Estou com vontade de lamber um botão, Ellie.
— Deveria dizer não, mas não consigo — Ellie sussurrou, seu corpo inteiro ganhando vida com a promessa do que ele queria fazer. Apertou a mão contra Fury, enquanto mexia os dedos na borda da sua calcinha. Enganchou a seção central deles e deu um puxou forte. Jogou o material rasgado da cama.
— Você sabe que devia parar de usar essas coisas — ele rosnou. — Elas apenas me irritam.
— Tudo bem.
Ele riu.
— Nenhum argumento?
Balançou a cabeça. Os dedos de Fury massageavam seu clitóris, brincando com ela, e dirigindo a sua paixão ainda maior. Moveu-se para mais baixo em seu corpo. Abriu mais as coxas para que pudesse se ajeitar entre elas.
— Vou queimar todas elas, se isso te faz feliz, contando que não pare de me tocar.
— Queime-as — insistiu ele suavemente, deslizando para baixo da cama ainda sobre Ellie. Usou a mão livre e puxou sua camisa até seus seios. Sua boca roçou no inferior do estômago e sua língua traçou seu umbigo. — Queime os sutiãs também.
— Qualquer coisa. — Ellie gemeu, empolgada com paixão. Perdeu tanto sua consciência que já estava quase gozando, embora mal tinha começado. Ela gemeu. — Amo o seu polegar e o jeito que você me atormenta.
Fury avançou mais abaixo, a boca pairando sobre o material apanhado sobre seus quadris para encontrar a pele novamente. Empurrou as coxas afastando-as. Fury rosnou e depois abaixou o rosto. Ellie agarrou-se na cama e gemeu seu nome, arqueando em sua boca enquanto lambia sua vagina.
— Senti saudade do seu gosto — respondeu asperamente. — Estou viciado em você.
Sua língua áspera, encontrou o local exato que a enlouquecia, e gemeu para que soubesse o quão incrível se sentia. Pressionou mais apertado contra ela, mantendo o aperto de sua língua lá massageando para frente e para trás sobre seu clitóris.
— Fury. — ela gemeu.
— Eu disse pare, porra! — Tiger gritou.
A porta do quarto se abriu. A cabeça de Fury se ergueu, mas seu punho agarrou o material agrupado em sua cintura para puxar a saia de Ellie o suficiente para preencher o espaço entre seu queixo e seu corpo para ocultar a vista do sua vagina exposta. Confusa e atordoada, Ellie torceu a cabeça. Uma mulher e Tiger pararam na porta. A mulher ficou de boca aberta em choque. Tiger riu antes dele se virar de costas.
— Tentei impedi-la. — Tiger riu. — Desculpe, Fury. Desculpe, Ellie. Esta é a enfermeira da casa de saúde.
Fury rosnou. Ellie empurrou freneticamente sua saia para abaixá-la mais para as pernas, mas o corpo de Fury impedia sua ação. Balançou os ombros para longe de Fury até que pudesse sentar-se. Seu olhar correu pelo corpo de Fury, esparramado em seu estômago sobre a cama. A maioria do lençol estava torcido em seus quadris, mal cobrindo o seu traseiro. Ellie, em seguida, olhou para a enfermeira morena de vinte e poucos anos que olhava confusa em ambos. A enfermeira cobriu sua boca fechada, mas então abriu de novo tão rapidamente.
— Você não deveria estar fazendo isso — resmungou a mulher. — Sr. Fury, você vai abrir suas feridas. Srta. Brower, que vergonha!
— Saia — Fury rosnou. Agarrou o tornozelo de Ellie quando tentou sair da cama. — Agora.
A enfermeira tinha um rosto bonito, mas sua expressão era severa no momento.
— Não vou. Foi bom eu ter chegado aqui nessa hora.
— Não acho que concordam com você — Tiger bufou com uma risada. — Acho que você chegou numa hora ruim. Certo Fury? Ellie?
— Tirem-na daqui — Fury exigia.
— Não posso. — Tiger voltou-se e encolheu os ombros. — Ela é sua enfermeira. Vai estar vivendo aqui até a próxima semana. Que foi a condição de Justice, já que Ellie vai todos os dias para o trabalho. Você concordou assim, poderia voltar para casa cedo para se recuperar com Ellie. Desculpe, Fury. Está fora do meu alcance.
A enfermeira balançou a cabeça.
— Você sabe que ele foi baleado duas vezes para protegê-la. Não foi o suficiente para você, Srta Brower? Ele precisa dormir e não se mover. — A mulher curvou-se para o chão. Ela se endireitou, segurando a calcinha rasgada de Ellie, entre o indicador e o polegar. Olhou para Ellie. — Esse tipo de coisa não é aceitável.
Tiger se encostou na parede, agarrando seu estômago, e começou a rir novamente. Ellie sabia que seu rosto devia estar vermelho vivo, enquanto Fury parecia prestes a matar alguma coisa. A enfermeira jogou a calcinha rasgada de Ellie no cesto de lixo perto da porta.
— Todos, exceto o Sr. Fury precisam sair deste quarto agora. Preciso ter certeza que ele não rasgou seus pontos e precisa de sua medicação para a dor.
Ellie puxou seu tornozelo, que ainda estava no aperto de Fury. No segundo que a soltou, desceu do outro lado da cama. Caminhou até a cômoda e abriu a gaveta contendo suas calcinhas. Sabia que seu rosto continuava vermelho quando marchou para o banheiro e fechou a porta atrás dela. Correu, mas podia ouvir tudo o que acontecia na sala ao lado.
— E eu pensei que este seria um trabalho chato. — disse Tiger rindo alto.
— Cale a boca — Fury rosnou. — Nunca entre em nosso quarto novamente quando a porta estiver fechada. Nunca.
Ellie saiu vestindo calcinha novamente. Marchou de volta para a cômoda e abriu outra gaveta para retirar um par de calças de moletom para Fury. Encontrou com o olhar brilhante da enfermeira.
— Você precisa sair ou se virar de costas enquanto eu ajudo Fury a se vestir.
A enfermeira bufou para ela.
— Não há necessidade. Só planejo dar-lhe um banho de esponja.
— Eu vou lhe dar um banho de esponja. Você pode dar-lhe suas pílulas. Você precisa sair para que ele possa se vestir.
A enfermeira encarou Ellie.
— É o meu trabalho cuidar de Sr. Fury.
Ellie apertou a boca.
— É o meu trabalho cuidar dele. Acontece que eu também sou uma enfermeira.
— Uh-oh — Tiger gemeu baixinho. — Luta de território.
Fury franziu a testa, irritado que tinha sido interrompido de desfrutar sua Ellie - outra vez! Tudo o que pensava era chegar em casa com ela para que pudessem ficar sozinhos, sem os olhares vigilantes de seguranças e funcionários do hospital. Desejava estar segurando-a em seus braços, a ouvi rir e falar com ela até tarde da noite, enquanto ficavam abraçados. Também sentia falta do seu gosto e as mãos em seu corpo. Havia se recuperado o suficiente para fazer amor com ela.
A enfermeira não devia ter chegado até muito mais tarde e não estava feliz com a que enviaram. Ela olhou para Ellie de um jeito que o fez prender um rosnado. Ninguém deve olhar para sua mulher com raiva, e se não tivesse prometido permitir um enfermeiro em sua casa, faria Tiger escoltá-la para o portão principal imediatamente.
Novas Espécies mulheres eram protetoras de suas posses. Enquanto observava Ellie, viu como seus ombros ficaram erguidos e sua boca tensa, percebeu que Tiger não estava longe da verdade. As duas mulheres estavam prestes a lutar pelo domínio. De jeito nenhum iria permitir que sua mulher lutasse com a outra. Ellie poderia ser machucada. Forçou-se a relaxar, esperando que sua calma também a acalmasse, mostrar a ela que devia se sentir segura sendo sua fêmea e que a outra não representava nenhuma ameaça. Nunca permitiria qualquer outra mulher, exceto Ellie para tocá-lo. Deixaria claro quem o banharia, quem o vestiria se precisava de ajuda e que a enfermeira aceitasse os comandos de Ellie. Respirou fundo.
— Ellie me dará os banhos — Fury declarou claramente. — Só Ellie.
A enfermeira olhou para Fury.
— Ela não é sua enfermeira. Eu sou...
— Eu não dou a mínima — rosnou Fury, seu temperamento subindo em direção a essa mulher rude. — Ellie é a única mulher que eu quero me tocando. Ellie? — Ellie virou a cabeça e seu olhar encontrou o dele. — Acalme-se. Eu pertenço a você. — Manteve contato visual com ela para ter certeza que soubesse que falava sério. — Não tenho amantes. Você é a única mulher que eu quero. A única mulher que sempre vou quero para o resto da minha vida. — Silenciosamente acrescentou. Estava certo de que o acasalamento era definitivamente para sempre. Cada segundo com Ellie só reforçou o vínculo que tinha com ela. — Você é isso para mim.
— Sei disso. — Sua expressão tensa amoleceu.
— Não rasgue sua garganta. — Decidiu usar o humor para chamar a atenção de Ellie e para assustar a enfermeira, que assim seja. Escondeu o riso. — Não importa o quanto mereça por nos atrapalhar.
A enfermeira engasgou e pulou para trás de Ellie.
— Disseram-me que era humana. Você é uma Nova Espécie? — Pânico atacou a voz dela.
O medo irritante da humana provocou diversão em Fury.
— Ela é Nova Espécie sim. Ela está comigo.
Ellie suspirou.
— Sou tão humana quanto você. O que não é exatamente uma grande coisa na minha opinião. — Se aproximou Fury. — Não ia lhe rasgar a garganta. Jesus. Só não gosto da ideia dela tocar em você por toda parte.
Ele sorriu.
— Ciúmes?
Assentiu levemente. Sua raiva escoou de sua expressão completamente.
— Dou os banhos de esponja.
Fury estendeu a mão para a mão fechada de Ellie.
— Só você. Agora, posso ter outro sanduíche? Ainda estou com fome. — Tentou deixar a frustração de lado. — Minha refeição foi interrompida.
Um sorriso tocou os lábios de Ellie. Deixou cair o moleton sobre o colo dele.
— Desde que não esteja sozinho, coloque-as. — Ellie enfrentou a enfermeira. — Você me siga. Vou mostrar-lhe o quarto de hóspedes, enquanto Fury se veste. —Atirou um olhar feio para Tiger. — Você... pare de sorrir. Não é engraçado. Você pode ficar por um minuto e ter certeza que ele não caia quando colocar o moletom?
— Claro. — Tiger riu. — Esta não é definitivamente uma tarefa chata.
— Morda-me. — murmurou Ellie quando passou por ele.
— Esse é meu trabalho. — Fury gritou, rindo. Tiger riu com ele.
Ellie queria assassinar Belinda Thomas. Ela abriu as mãos e tentou respirar fundo, mas não ajudou. Contou até dez devagar. Não, ainda estou puta. Ellie cerrou os dentes. A última coisa que precisava era de ter de visitar um dentista por causa de um dente quebrado. Seu temperamento fervia.
A enfermeira estava com Fury novamente. A mulher atualmente ostentava um par de calças jeans de corte que deveria ser presa por exposição indecente e tinha coroado a sua péssimo senso de moda com um top tomara-que-caia. Com sua barriga lisa, bronzeada, se agachou na frente de Fury, enquanto fingia aspirar o chão já limpo. O olhar de Fury parecia fixo nos centímetros de bumbum nu que a mulher ostentava.
— Fury?
Sua atenção imediatamente deslocou-se para Ellie e ele sorriu.
— Oi.
Belinda sacudiu com surpresa, atirou em Ellie uma carranca hostil quando endireitou-se e desligou o vácuo.
— Você chegou em casa do trabalho mais cedo hoje. — Soou perto de uma acusação.
Ellie balançou a cabeça.
— Esta é a vestimenta de enfermagem nova? Alguém deve conversar com seu chefe.
A raiva brilhou nos olhos da enfermeira.
— Está quente. Não sou obrigado a usar uma roupa de enfermagem ao fazer atendimento domiciliar.
— Bem, você deveria ser. Aspirei este chão ontem. Você não precisa passar novamente.
Suas sobrancelhas escuras arquearam.
— Talvez você devesse aprender a aspirar melhor. — Respondeu a mulher vulgarmente. — Faço um monte de coisas muito bem. Acho que sou melhor em alguns tipos de coisas do que você. — A enfermeira piscou para Fury.
Ellie deu um passo em sua direção.
— Sua...
— Ellie! — A voz de Fury vibrou. — Vem aqui. Senti sua falta.
Ellie foi até Fury em vez de acabar com aquela enfermeira vadia do jeito que queria. Sua raiva se manteve quando se sentou na cama. Fury teve a coragem de olhar com divertimento, o que a deixou pior. Parecia gostar de seu ciúme e se sentiu puta com ele. Belinda Thomas vinha flertando descaradamente com ele já há alguns dias.
— Estou indo aquecer um pouco de óleo — Belinda disse. — Preciso esfregar seu ombro. Ele vai ficar duro, se eu não fizer. — Saiu do quarto carregando o aspirador.
— Não a deixe chegar perto de você. — Fury pediu suavemente.
— Acabei de entrar no nosso quarto para pegar você olhando a bunda dela. — Ellie cuspiu. — E se ela te toca com óleo quente, juro por Deus que eu vou embora, Fury.
Sua diversão desapareceu instantaneamente.
— Não estou atraído por ela, Ellie. Estiva olhando para a bunda dela, mas é porque sua pele é estranha. Sua bunda não parece desse jeito.
— Estranha? — Ellie se esforçou para não explodir.
— Ela tem dobras de pele que revestem a parte inferior da sua bunda e há buracos. Sua bunda está cheia e lisa. Amo sua bunda.
— Você está olhando para a bunda dela, porque ela tem celulite?
— Não tenho nada mais a fazer. Ela pegou o meu controle remoto e disse que a televisão era ruim para minha recuperação. Queria fazê-la me dar de volta, mas Tiger disse que não estou autorizado a torturá-la para descobrir onde ela escondeu.
Ellie olhou para ele.
— Não posso viver assim. Ela está flertando com você. Talvez você não saiba, mas ela está. Ela está me deixando louca. Sou uma enfermeira. Posso cuidar de você e não me importo se você prometer a Justice que poderia enviar uma aqui para você.
— Você está com ciúmes.
— Sim, caramba. Estou.
Fury sorriu.
— Também te amo. Não se sinta dessa forma. Você é a única que eu quero. Não deixe ela te provocar. Sei que está flertando. Ela pode fazer tudo que ela quiser, mas não importa. Não sinto nada por ela. — Puxou Ellie em seu colo.
— Você é a que me deixa duro. Sente isso? Tudo para você. Só para você.
— Hora para a massagem no ombro. — Belinda falou.
Ellie fechou os olhos. Fury puxou mais apertado em seus braços até que sua cabeça descansasse em seu ombro bom.
— Vá embora. — Fury rosnou para Belinda. — Ellie vai me massagear.
— Agora, Fury — Belinda bufou. — Sou uma profissional. Deve informar a sua amiguinha para ir fazer alguma coisa enquanto faço massagem no ombro.
Ellie ficou tensa. Fury rosnou, obviamente enfurecido.
— Ellie não é a minha amiguinha. Ela vai ser minha esposa. Nunca fale dela como se importasse tão pouco, quando ela é tudo para mim. Também lhe disse para não me chamar pelo meu nome. É Sr. Fury para você. Te pedi para sair e dane-se. — ele rugiu — Saia!
Isso tocou os ouvidos de Ellie. Ouviu Belinda suspirar e depois fechar a porta atrás dela. As mãos de Fury esfregaram suas costas.
— Ela se foi.
Ellie ergueu a cabeça.
— Obrigada. Confio em você. Sério. É só que... — Balançou a cabeça. — Sei que vai ser melhor quando estiver todo curado e a cadela se for.
— Estamos sob um monte de estresse com outras pessoas dentro da nossa casa e não ficamos muito tempo sozinhos. — Fez uma pausa e segurou em concha o rosto de Ellie em suas mãos. — Não posso esperar para ficar sozinho com você novamente. Não há nada que eu queira mais do que nós simplesmente ficarmos juntos.
— Sei. Ela apenas pressiona todos os meus botões, Fury. Sinceramente não consigo pensar em ninguém que eu não goste mais e ela só se atira em você. Consegue imaginar como se sentiria se eu tivesse um enfermeiro que flertasse comigo tanto quanto ela faz com você?
— Não consigo imaginar. — Sorriu. — Nenhum homem se atreveria. Seria difícil para ele chegar até você com as mãos quebradas para impedi-lo de tocar em você e com a mandíbula quebrada para impedi-lo de falar com você.
Ela riu.
— Oh, não me dê ideias sobre o que fazer que aquela mulher. Não posso esperar até que ela saia. Graças a Deus vai ser em breve.
Ele riu.
— Sim. Agradeço ao seu Deus por isso. — Seus olhos brilhavam. — Fui prometido uma massagem com óleo quente. Quer me fazer uma?
— Eu adoraria.
— Não no meu ombro. — Resmungou em voz baixa. — E saia dos jeans. Espero que manteve sua palavra e não está usando calcinha.
— Hey, prometi queimar todas elas se você não parar de me tocar, mas você parou naquele dia em que a bruxa enfermeira entrou — Ellie desceu do colo e deu alguns passos da cama. Abriu o zíper de seu jeans e deixou-os abertos. — Mas não estou usando-as assim mesmo.
O olhar de Fury trancou na pele exposta. Rosnou e pegou a roupa de cama, puxando-a. Levantou-se rapidamente. Ellie lambeu seus lábios enquanto olhava nervosamente para a porta.
— Precisamos colocar uma tranca na porta.
Fury rosnou.
— Ela não ousaria.
Ellie colocou um dedo.
— Segure esse pensamento. — Se virou e correu para a mesa pequena. Pegou a cadeira e levou-a até a porta para colocá-la sob a maçaneta. Girou e agarrou sua camisa, puxou-a sobre a cabeça, e jogou-a para o chão.
— Você não queimou os sutiãs. — Fury agarrou a cintura de suas calças de moletom, puxou-os para baixo e chutou para longe.
— Tinha que trabalhar. Você não me quer balançando na frente de outros homens, não é?
— Teria que matar alguém que olhasse para os meus seios.
Ellie riu, saindo de seu jeans.
— Seus seios, hein?
Fury chegou a ela.
— Meus. — Suas mãos em concha sobre eles. Ellie colocou os braços em volta do pescoço.
— Massagem primeiro?
— Não. Quero que a última coisa seja primeiro. Deite-se para mim, Ellie. Você me deve uma refeição.
Ellie saiu de seus braços e subiu na cama. Virou de costas e sorriu para Fury, que vinha atrás dela.
— Se alguém interromper desta vez, vou ter que matá-lo. — Fury rosnou enquanto suas mãos agarraram suas coxas, suas mãos acariciando sua pele. — Tenho uma arma dentro da gaveta do criado-mudo.
Ellie riu.
— Você não deveria ter me dito isso. Poderia usá-la naquela enfermeira.
Fury piscou para ela.
— Vou ensinar-lhe como atirar mais tarde.
— Não. — Fury rosnou as palavras. Seus olhos escuros brilharam de raiva.
Ellie o viu sombriamente.
— Justice declarou que era importante. O público quer me ver e ter certeza de que estamos bem agora. Poderia dizer que você está bem e curando.
— Não. — Fury cruzou os braços sobre o peito.
Ellie tirou a mão dela fora da parte inferior do telefone.
— Ele não vai permitir isso, Justice. Sinto muito.
Ellie ouviu e depois desligou. Sentou-se na borda da cama.
— Ele entende e só vai liberar um comunicado de imprensa sobre nós. Disse que alguém iria trazê-lo mais tarde para a nossa aprovação, antes de hoje à noite quando for publica-lo.
— Não me importo o que diz. Ligue e diga-lhe para dizer o que ele acha que precisa ser dito. Confio em seu julgamento.
— Ótimo. — Ellie hesitou. — Por que você não quer que eu fale com os repórteres?
— Você não vai para qualquer lugar lá fora. Alguém atirou em você. Não vou permitir que seja um alvo novamente.
Sua raiva diminuiu.
— Você está preocupado comigo.
— Sempre me preocupo com você. É o meu trabalho protegê-la e isso significa que não vou permitir que alguém a torne prática de alvo novamente.
— Tudo bem.
— Tudo bem? Está concordando? Nenhum argumento? — Não parecia totalmente convencido. — Você não vai por trás das minhas costas falar com os repórteres, não é?
— Já disse a Justice que não. Nunca faria isso de qualquer maneira. —Ellie franziu a testa para ele.
— Você não gosta que te diga o que fazer.
Encolheu os ombros.
— Sei que é porque você está preocupado comigo e tem motivo para isso desde que foi baleado duas vezes a última vez que estivemos na frente de jornalistas.
Fury relaxou sobre a cama.
— Obrigado. — Seu tom áspero suavizando.
— É hora de mudar as ataduras e tomar os seus medicamentos. — disse Belinda quando entrou no quarto carregando sua bolsa médica.
Aborrecimento rolou através de Ellie. Fez uma cara a Fury para mostrar a ele os seus pensamentos, mas depois parou.
— Acho que vou tomar um banho.
— Volte depressa.
Ellie lançou um olhar feio para a enfermeira enquanto entrava no banheiro. Belinda ignorou o fato de que Ellie existia. Era assim desde que Fury gritou com a enfermeira. Embora ninguém entrássemos no quarto uma vez que a porta estivesse fechada. Ellie retirou-se de suas roupas e ajustou a água. Estava cansada e tinha sido um longo dia de trabalho.
Um suspiro alto passou por seus lábios quando pisou sob o jato de água quente. Fechou os olhos, tentou relaxar e desfrutar o momento.
Sua mente se dirigiu ao trabalho, imediatamente. Um dos guardas da segurança humana entrou no dormitório e surpreendeu uma das pequenas mulheres Novas Espécies. Ela teve medo. Gritos desesperados se encaixaram no segundo que a encontrou dentro da cozinha. Ellie demorou uma hora para acalmar a mulher. Mais tarde, fez telefonemas para o escritório de segurança, para Darren Artino, e a Justice. Pediu que os seguranças do sexo masculino não fossem permitidos nos dormitórios, a menos que uma emergência ocorresse, até que o novo grupo de mulheres se ajustassem para estar ao redor de homens. Foi muito difícil conseguir que a segurança concordasse, mas Ellie venceu essa batalha com a ajuda de Justice. Para piorar, veio para casa para enfrentar a enfermeira cadela e todo o stress que veio com ela.
A porta do banheiro de repente foi empurrada. A porta bateu na parede com tanta força que Ellie saltou. Agarrou a porta do box e a puxou abrindo-a. Fury estava dentro do banheiro, a raiva escurecendo seus traços. Ellie pegou uma toalha e depois recuou, um tiro de dor atravessou de sua mão, e olhou para baixo. Viu um arranhão por bater no topo do canto de metal, e cortou a palma da mão um pouco. Sangue escorreu, mas ignorou. Era pequeno e sua preocupação fixou-se em Fury.
— O que foi isso? Qual é o problema?
Fury fechou a porta do banheiro bruscamente, selando-os lá dentro juntos.
— Essa mulher tem que sair!
Ellie envolveu a toalha em torno de seu corpo e saiu do chuveiro. Água escorria por toda parte, mas ignorou.
— A cadela enfermeira? Concordo com você.
— Aquela, sim! — Fury tremeu e empalideceu, enquanto olhava para Ellie. — Eu não a beijei. Ela me agarrou e colocou seus lábios nos meus. Ela tentou empurrar sua língua dentro da minha boca. — Rosnou. — A empurrouei para longe e ela começou a se despir. — Rosnou, furioso. — Vim aqui. Quero-a fora da minha casa.
Agora Ellie estava mais irritada do que Fury.
— Ela beijou você?
— Ela me deu uma injeção e mudou o meu curativo. De repente, ela tentou me beijar, quando se jogou no meu colo. Tire-a daqui ou vou machucá-la, Ellie.
— Entre na fila.
Ellie deixou cair a toalha e puxou sua camisola do gancho perto da porta. Não queria perder o tempo para ir ao quarto para obter roupas novas e não queria colocar suas roupas sujas novamente. Estudou Fury, tomando nota de suas feições tensas. Viu-o silenciosamente.
— Vou cuidar disso.
— Não flertei com ela para provocar isso.
Ellie balançou a cabeça.
— Acredito em você.
Fury de repente agarrou Ellie quando tentou passar por ele. A puxou em seus braços e segurou sua face.
— Me beije.
— Deixe-me cuidar dela primeiro.
— Me beije. — Rosnou. — Tenho o cheiro dela em mim e eu não consigo suportá-lo.
Compreensão a cercou. Sabia como o sentido de Fury era sensível a cheiros, pois gostava pra caramba de seu perfume, sempre friccionando contra ela só para obtê-lo em suas roupas. Foi um pouco estranho, mas foi bom saber que queria sentir o cheiro dela aonde quer que fosse.
Virou-se em seus braços e o beijou. Esfregou seu corpo contra o dele. Não parecia se importar que estava úmida e a água atravessou sua camisola para sua roupa. Passou as mãos ao longo de seu rosto e pescoço. Fez questão de esfregar em qualquer lugar que pensou que Belinda pode tê-lo agarrado.
Seus pés deixaram o chão e a parede pressionou contra as costas de repente. As mãos de Fury deslizaram para os quadris. Ergueu mais, espalhando suas pernas, até que foram enroladas na cintura. Realidade se intrometeu e Ellie se esforçou dentro dos braços de Fury. Soltou seu rosto e deixou cair as pernas.
Afastou sua boca da dele. Instantaneamente viu uma mancha de sangue em sua mandíbula e bochecha de sua lesão esquecida.
— Me solte. Sangrei em você.
Fury instantaneamente parecia preocupado.
— Você está sangrando? Você se machucou? Estava distraído demais para notar e estava tentando não inalar o perfume daquela mulher agarrado a mim.
Ela corou.
— Só arranhei minha mão na porta do chuveiro. Acho que peguei numa borda áspera. Só preciso de um curativo e depois vou lidar com Belinda. Também tenho TPM, e vai se arrepender po ter ferrado com você hoje.
Algo nos olhos de Fury mudou. Fury inalou.
— Não cheiro que está na sua hora.
— Isso é tão bizarro. Breeze me avisou que vocês podem cheirar uma mulher menstruada a meio quilômetro de distância. Disse-me como lidar com isso quando acontecer.
Fury suavemente rosnou.
— Ela precisava.
— Disse que de outra forma nunca poderia ficar em casa, sem ser rastreada depois. — Ellie, de repente sorriu. — Ela estava brincando, certo?
—É um tesão — Fury rosnou, a paixão escurecendo seu olhar.
— Por quê?
— Alguma vez você já deixou um homem te tocar nessa época?
Ellie balançou a cabeça. Não tinha. Seu ex-marido ficava enojado por isso e Ellie não tinha realmente o desejo de abrandar a questão. Não se sentia exatamente sexy nessa época do mês, entre o inchaço e câimbras.
— Você é mais quente e úmida dentro. — Aproximou-se de Ellie, pressionando mais apertado contra a parede. — Mencionei que é um tesão? — Rosnou para ela e, em seguida, firmemente a prendeu contra a parede novamente.
— Fury, recue. — Ellie riu e empurrou seus ombros para colocar algum espaço entre eles. — Não comecei ainda. A palma da minha mão ainda está sangrando e preciso falar com a enfermeira. Segure esse pensamento. Não deve demorar muito e podemos retomar a isso.
Fury rosnou mais profundo, se recusou a recuar e a manteve presa firmemente. Mal-estar aumentou ligeiramente sua espinha. Empurrou-o mais forte.
— Fury? Por favor? Você está me esmagando. Você precisa me deixar ir.
Recuou, mas parecia que não queria. Ellie avançou seu corpo entre o dele e a parede, até que se soltou.
Ellie balançou a cabeça para ele.
— Se afaste, grandalhão. Falo sério. Tenho uma bunda de enfermeira para chutar para fora desta casa e depois vamos levá-lo de volta para a cama. — Esfregou-o. — Vou cuidar de você então. Você ainda não está completamente curado. Você já ouviu Trisha falar. Se você me pegar de pé pode abrir seus pontos. Apenas mais alguns dias e podemos fazer sexo da maneira que quisermos, mas por enquanto ainda temos que pegar muito leve, na cama.
Calor atravessou o sistema de Fury, e lutou muito para controlá-lo. Franziu a testa, lutando contra o desejo de uivar. Respirou fundo, olhando Ellie se andar pelo banheiro. Não era dirigido a ela, mas ficou muito irritado, de repente. A queria tanto que realmente doía. Seu corpo queimava com a necessidade de agarrá-la, pendurá-la na parede de novo, e tomá-la. Suas mãos socaram ao seu lado enquanto lutava contra o impulso. Ela disse não e nunca machucaria Ellie, nunca a forçaria, mas lutou contra a sua vontade de agarrá-la.
O que diabos está de errado comigo? Nenhuma resposta veio a ele enquanto respirava para dentro e para fora. A onda de calor ficou mais forte e quando inalou o cheiro de Ellie o pau dele endureceu até que latejava dolorosamente.
Tem que ser uma reação a essa mulher dando em cima de mim e me tocando. Sabia que ficou seriamente viciado pelo cheiro de Ellie, precisando ficar em torno dele, ansiava por isso. Só não percebeu o quão forte essa compulsão tinha crescido até que outra mulher o havia tocado.
Isso tem que ser um daqueles traços animais subindo para sua cabeça feia. Precisava controlar isso para o bem de Ellie, mas quanto mais tempo ficava ali mais difícil era tentar esconder a sua necessidade para foder Ellie. Queria seu pau dentro dela.
O desejo de provar o seu sangue fez babar um pouco quando o perfume provocou seu nariz. Chocou, o deixou um pouco de medo horripilante dele mesmo. Apoiou-se, sua respiração cada vez mais forte e tentou obter o controle de sua mente.
A urgência cresceu até que não pôde contê-la por mais tempo. Fury virou-se de repente e socou a parede. A agonia da dor atirando de seu braço ajudou. A raiva diminuiu o suficiente para ele pensar novamente.
Ellie congelou surpresa por um segundo por causa da violenta explosão de Fury, mas entendeu como a enfermeira infernal poderia aborrecer alguém. Poderia facilmente se relacionar com sua reação.
— Ainda com raiva pelo o que ela fez? Ajudou socar a parede?
Virou-se, sacudindo a mão que tinha acabado de se chocar com a parede.
— Não. Estou furioso por que não posso tocá-la do jeito que eu quero.
— Eu sei, mas não quero que tenha que voltar ao hospital, Fury. Agora volte para a cama e vou cuidar da enfermeira beijoqueira. Vamos fazer sexo depois, na cama, bem devagar, para que você não force nada. — Colocou um curativo adesivo sobre a palma da mão. — Vou me livrar dela de uma vez por todas.
Fury bufou e depois arrancou a porta do banheiro abrindo-a. Ellie seguiu para o quarto, deixou-o lá, e foi em busca da enfermeira. Não perderia tempo para colocar uma calcinha desde que sua camisola caia nos joelhos. Não levaria muito tempo para dizer a Belinda Thomas para arrumar sua merda e sair. Nunca tinha visto Fury tão agitado.
Ellie encontrou a enfermeira sentada no sofá parecendo irritada, segurando o controle remoto da televisão. Tiger reclinava em uma cadeira perto da porta, folheando uma revista. As sobrancelhas ergueram quando Ellie entrou na sala vestindo uma camisola.
— Um pouco cedo para ir dormir, não é? — Tiger olhou para o relógio. — São apenas quatro.
— Você — Ellie apontou para Belinda, — Não é mais necessária aqui. Você está despedida. Você já era. Chame do que quiser, mas vá arrumar suas coisas e saia. — Ela enfrentou Tiger. — Tire-a de Homeland por qualquer motivo ou juro que ela irá para o centro médico em uma maca. Ela não volta aqui nunca mais.
— Você não pode me dizer o que fazer. — Belinda olhou para Ellie. — Fui contratada por Justice North para cuidar de Fury. Ele é o único que pode me demitir.
— Tudo bem. — Ela foi ao telefone. Sabia o número de Justice particular agora. Discou rapidamente.
— Aqui é Justice North — anunciou sua voz calma.
— Belinda Thomas acabou de se jogar em Fury. Ele está furioso e estou pior. Acabei de pedir a ela para arrumar suas coisas e ir embora, mas me informou que você é o único que pode demiti-la.
Ele fez uma pausa.
— Ela o quê?
— Ela se jogou em Fury. Fui tomar um banho e ela o atacou na cama. Ele entrou no banheiro com muita raiva. Tenho sorte dele não ter me esmagado tentando tirar seu perfume dele. Está além de irritado, Justice. Nunca o vi tão furioso. Nós dois queremos que ela saia e não precisamos mais dela. Vou tirar os próximos dias de folga do trabalho para cuidar dele sozinha. Apenas, por favor, tire-a daqui.
A voz de Justice se aprofundou.
— Você está bem? Ele te machucou?
— Estou bem. Ele está apenas enfurecido por ela ter se jogado nele e foi muito agressivo, tentando tirar o cheiro dela de cima dele para obter o meu volta.
— Ele machucou você? Ele fez sexo violento com você? Preciso enviar a médica?
— Nós não fizemos sexo. Só esfregou em mim e quase me esmagou contra uma parede. Quem se importa com isso? Quero essa mulher fora, Justice. Ele quer que ela saia. Você vai demiti-la ou tenho que quebrar seus braços para se certificar de que não possa trabalhar mais aqui? Confie em mim, vou quebra-la.
— Estou indo aí. Passe o telefone para Tiger agora.
Ellie passou o telefone para Tiger. Apareceu alarmado quando pegou o telefone. Ellie olhou para Belinda. Chamas deveriam estar saindo de suas narinas pelo nível de raiva que experimentou.
— Empacote sua merda. Ele está vindo para demiti-la.
Belinda respondeu.
— Você...
— O quê?! — Ellie gritou, totalmente puta.
Os olhos brilhavam de raiva.
— Você me paga. — Belinda invadiu o corredor.
Ellie tentou forçar seu temperamento a diminuir. Olhou para Tiger. Ele se encostou na porta da frente, longe dela, e a expressão tensa no rosto a fez franzir a testa. Olhou para ele quando desligou.
— Você está bem? — Ellie estava preocupada, pois Tiger realmente parecia um pouco pálido.
— Ellie, venha comigo agora. — Abriu a porta da frente amplamente.
Olhou para baixo.
— Não vou para fora usando camisola. Por que você quer falar comigo lá fora? Essa mulher está fazendo as malas e não pode nos ouvir do seu quarto.
Tiger perseguiu para Ellie rapidamente.
— Droga, mulher. Não discuta comigo. Você precisa sair da casa agora.
Ellie recuou alguns metros. Tiger parou e cheirou-a com uma cara feia.
— Sinto o cheiro de sangue em você. Você disse a Justice que Fury não a machucou.
— Não machucou. — Levantou a palma da mão para mostrar o curativo rosa em volta da curva de sua mão. — Me cortei um pouco ao sair do chuveiro. Fury nunca iria me machucar.
Ele cheirou de novo.
— Não cheiro muito do seu sangue.
— Isso porque foi só um arranhão. Não sangrou muito.
— Precisamos sair agora.
Ela recuou mais.
— Não vou a lugar nenhum com você. Não estou vestida e se você acha que vou deixar a cadela enfermeira sozinha com Fury, pense novamente.
— Ellie — Tiger sussurrou — Fury está cheio de drogas para ajudá-lo a se recuperar mais rapidamente. Estamos o avaliando quanto aos sinais de ameaça, mas agora está agindo hostil. Você está em perigo aqui e precisa ir para a segurança. — Ele olhou para o relógio. —deram-lhe a medicação cerca de quinze minutos atrás, correto?
Ellie olhou para ele.
— Belinda me disse que lhe daria sua medicação quando fui para o chuveiro. Fury disse que lhe deu uma injeção. Por que eu estaria em perigo?
Tiger agiu rapidamente e pegou Ellie em volta da cintura, girando-a, e apertando sua mão sobre sua boca. Seus pés deixaram o chão. Tiger caminhou rapidamente em direção a porta da frente enquanto lutava, presa dentro de seus braços. Estavam lá fora em segundos.
— Silêncio. — Tiger rosnou ao lado de seu ouvido. — E não tenha medo. Ele vai sentir o cheiro. Você disse que ele pegou seu cheiro. Basta respirar fundo algumas vezes e vou explicar tudo para você, ok? Você tem que manter sua voz baixa. Prometa-me?
Ellie ficou furiosa, não com medo, quando acenou com a cabeça contra a mão dele. O corpo dela relaxou quando a colocou no chão e a soltou. Sua mão deixou sua boca. Ellie virou para olhar para ele.
— O que foi isso? — Ela sussurrou.
— Você não percebeu como Fury ficou ferido? — Tiger franziu a testa. — Um ser humano teria morrido. Passou um pouco mais de uma semana, mas já está andando por aí. Está curando muito rápido. Você não quer saber sobre isso?
— Vocês só curam mais rápido. Fury me disse que é normal para os Novas Espécies.
— Fazemos até um certo ponto, mas não tão rápido quanto Fury tem sido, sem ajuda. Isto é confidencial, mas como companheira de Fury, você é considerada uma Nova Espécie. Você precisa ser informada. Nem todos os registros foram destruídos quando fomos descobertos. Alguns dos médicos não mantiveram todas as suas notas e pesquisas nos sistemas de computador que destruíram quando as instalações de teste foram invadidas. Em alguns casos, fomos ainda capazes de obter as fórmulas e composições químicas exatas de algumas das drogas que usaram em nós.
A notícia a surpreendeu.
— Por que manter isso em segredo?
Ele hesitou.
— Você já se perguntou por que o presidente dos Estados Unidos estava tão ansioso para entregar uma base militar para nós, como nossa casa? Para ser tão agradável com cada requerimento que fizemos? Tivemos alguns humanos que foram muito simpáticos, muito felizes em dar conselhos a Justice. Disseram-lhe sobre a soberania. Exigimos igualdade de direitos humanos e foram nos dados isso também. Novas Espécies para governar a si mesmos em solo americano, sobre a terra que nos foi dada. Também estendeu a imunidade diplomática de muitas maneiras para os Novas Espécies. Somos considerados cidadãos americanos, mas dadas concessões especiais.
— É claro que você são americanos. Vocês nasceram aqui. É um direito dar um lugar seguro para viver. Há tantos grupos de ódio por aí que não seria seguro para qualquer um de vocês tentar a fusão com a sociedade regular logo de cara.
— A Indústrias Mercile receberam bilhões de dólares para ajudar a financiar estudos e pesquisas de drogas por décadas. O presidente assinou nos últimos seis anos o dinheiro dado a Mercile. Veio de fundos militares.
Ellie olhou para ele, confusa.
— Como isso se aplica a Fury agora?
— Mercile prometeu criar drogas que fariam as forças armadas mais fortes, melhores lutadores, curarem mais rápido após a batalha, e até mesmo aumentar os seus sentidos. A vantagem farmacêutica que outros países não teriam. Vacinariam nossas forças de combate para impedi-los de pegar doenças quando fossem enviados para outros países. Imagine dando-lhes uma injeção que os faria mais forte, mais rápido, e mais difíceis de matar em uma situação de batalha. Iriam ganhar guerras mais fácil, mais rápido, com muito menos baixas. Ninguém sabia que Mercile haviam cruzado as fronteiras morais e legais para obter os avanços que foram prometidos para se desenvolver. Cada dólar que receberam ajudou a nos escravizar e pagaram pelo sangue, tortura e suor. As pessoas ficariam indignadas se descobrissem que seus impostos foram introduzidos em algo tão vil. Cada organização de direitos humanos sobre o planeta estaria em pé de guerra e alguns países podiam acusar o governo de crimes horríveis.
— Isso é horrível — ela sussurrou. — Sinto muito. O que isso tem a ver com Fury e por que você acredita que ele pode ser perigoso? Quero voltar para dentro, Tiger. Basta chegar ao ponto.
— Eles criaram uma grande quantidade de drogas e alguns dos relatórios recuperados afirmaram que alguns seres humanos que se ofereceram para tomá-las morreram. Um lote de medicamentos aumentou o processo de cura nos Novas Espécies a um ritmo fenomenal. — Limpou a garganta. — Também levou uma pequena porcentagem dos Novas Espécies temporariamente à insanidade quando testados. Os médicos não largaram o estudo. De acordo com as poucas notas sobre isso, acreditavam que uma pessoa ferida em recuperação valia a insanidade temporária. Os Novas Espécies que sofreram o efeito adverso de insanidade, sempre se recuperaram totalmente. Os seres humanos que participaram do estudo não tiveram tanta sorte. Ou morriam, ou seus corpos eram curados, suas mentes ficaram permanentemente destruídas.
Sua mente clicou.
— Você estava preocupado que Fury ficaria louco?
— Sim. As notas não estavam completas. Não sabemos um prazo de quando a insanidade domina ou quanto tempo dura se ele for um dos mais infelizes. Agressão e raiva assassina fazem parte desses efeitos colaterais.
— E você acredita que ele está demonstrando isso?
— Você disse que ele ficou furioso e muito agressivo, que forçou-a contra a parede quando cheirou você, Ellie. Diga-me a verdade. Isso é o normal dele? Você o conhece bem.
Ela hesitou, lembrando a cena dentro do banheiro.
— Não me machucou e não acredito que iria. Talvez esteja apenas furioso porque aquela enfermeira poderia irritar qualquer um. Não estou usando as drogas experimentais, mas ainda quero estrangulá-la.
— É melhor prevenir do que remediar. Você precisa ser tirada dele até que estivermos certos de que ele não é um perigo. O lado humano dos Novas Espécies desapareceram durante a reação e nossos instintos animais assumem o controle total. Somos predadores naturais e pode ter cheirado você como presa, Ellie.
— Não seja ridículo — Ellie cuspiu. — Fury me ama. Estava apenas chateado que aquela cadela enfermeira atirou-se nele. Ele não me machucaria.
Tiger observou o rosto dela mais de perto.
— Não podemos correr nenhum risco.
Ela hesitou.
— Entendo, mas não vou deixá-lo. Vamos apenas falar com ele e você verá que ele está bem.
Um carro parou em frente da casa. Ellie virou-se quando Slade abriu a porta do motorista e Justice saiu do lado do passageiro. Trisha e um estranho saíram de trás.
— Você está segura. — Justice parecia aliviado. — Você precisa sair. Tiger vai conduzi-la para a casa da Dra. Norbit.
Trisha estendeu as chaves para Tiger.
— Estas são da minha casa. Tenho um quarto de hóspedes. — Visualmente estudou Ellie da cabeça aos pés. — Sirva-se de minhas roupas e tudo o que você precisar. Meu armário é o seu armário.
— Onde está a enfermeira? — Slade olhou ao redor da área.
— Dentro ainda. — Tiger deu de ombros. — Está empacotando suas coisas.
— Droga. — Justice rosnou. — Ele poderia atacá-la. Ela começou isso. Tire Ellie daqui.
Slade empurrou a porta da frente e invadiram a casa, Justice bem atrás dele. Trisha e o estranho ficaram do lado de fora. Ellie estudou o homem com curiosidade.
— Este é o Dr. Ted Treadmont. Ele é o cientista dos Novas Espécies. — disse Trisha. — Você precisa ir, Ellie. Você pode voltar quando estiver seguro.
— Quantas vezes eu tenho que dizer que Fury não vai me machucar antes que alguém ouça? Não vou embora.
Tiger xingou.
— Ele vai me matar por isso. — De repente, pulou, agarrou Ellie em volta da cintura, e apertou sua mão sobre sua boca. Sacudiu a cabeça para Trisha. — Não fique aí, Dra. Norbit. Você poderia abrir o bagageiro do carro para mim? Há uma alavanca de liberação no painel do carro. Preciso levá-la para longe dele, caso enlouqueça.
Trisha correu para o carro. Ellie se esforçava e se agarrou aos braços de Tiger, mas não iria colocá-la no chão e não podia fazer mais do que produzir sons suaves com a palma da mão em concha firmemente sobre sua boca. Chutou as pernas, mas não importava quantas vezes chutava com os pés descalços, não a soltava. O bagageiro foi aberto e Tiger despejou Ellie dentro.
— Não — gritou Ellie. O bagageiro bateu sendo fechado, deixando-a no escuro. Ellie chutou para ele e gritou. — Deixem-me sair!
O carro foi ligado. Ellie chutou novamente, mas a tampa da mala acima dela não iria abrir. Gritou, ainda chocada por ter sido trancada dentro do porta-malas de um carro por Tiger. Confiava nele. Parou de gritar quando o carro acelerou.
Odiava lugares pequenos e apertados. Lutou contra um ataque de pânico. O carro virou de repente e Ellie rolou batendo em algo duro. Dor atingiu seu joelho. Gritou novamente. Levou uma surra dentro do bagageiro ao ser jogada ao redor quando fazia um monte de curvas nessa velocidade. O carro virou bruscamente novamente e Ellie bateu contra a traseira do bagageiro. Dor subiu-lhe no braço.
Ellie enrolou-se em uma bola e lutou para respirar normalmente até que o carro finalmente parou. Sabia que havia abundância de ar, mas não impediu o sofrimento. Sua claustrofobia nunca foi tão ruim. O bagageiro se abriu e Ellie tentou freneticamente sair. Ofegou em goles de ar fresco enquanto Tiger chegou para ela.
Ellie deu um tapa em suas mãos. Saltou para trás quando Ellie praticamente jogou seu corpo para fora do bagageiro. Olhou para ele loucamente.
Tiger franziu a testa.
— O que está errado com você? Estamos na casa da doutora.
— Nunca me tranque dentro de um pequeno espaço de novo! — Ellie gritou. Cambaleou alguns passos para trás. Lágrimas quentes deslizaram pelo seu rosto. — Odeio lugares pequenos e escuros!
— Pare de gritar — Tiger ordenou. — Desculpe. Acalme-se, Ellie. Basta respirar fundo algumas vezes. Você está bem. Inspire e expire. É isso aí. Não sabia que você tinha doença de buraco.
— Não tenho doença de buraco! — Parou de gritar. — O que é doença de buraco?
— Você entra em pânico quando é colocada dentro de lugares escuros e pequenos. Assim é como chamamos. Desculpe. Você está bem agora? Devemos ir para dentro. Sua camisola é fina e tenho medo que chame a atenção indesejada aqui. Esta é a área humana de Homeland.
Suas palavras foram entendidas, percebeu que estava quase nua e queria uma roupa imediatamente. Depois, encontrarei meu caminho de casa. Ellie assentiu e seguiu Tiger à porta da frente. Destrancou a porta. Ellie entrou e, em seguida, virou-se, chutando na canela de Tiger com força suficiente para machucar seu pé.
Tiger xingou e rosnou para ela.
— Por que isso?
— Por tudo. Não sofro de doença de buraco. Tenho claustrofobia.
Franziu a testa.
— Não significam a mesma coisa?
— Vá para o inferno. — Ellie correu para longe dele para o quarto de Trisha, lembrando o caminho por causa de sua última visita. Bateu a porta entre eles e se dirigiu a cômoda da médica.
Ellie pegou emprestado um par de calças de moletom, um sutiã de academia, e uma enorme camiseta de um show de rock que Trisha deve ter ido. Experimentou um par de sapatos da médica, mas não usavam o mesmo tamanho. Ela teve que permanecer com os pés descalços. Ellie pegou o telefone da mesa de cabeceira e ligou para casa, querendo falar com Fury. Lançou um olhar nervoso à porta, com medo de Tiger entrar no quarto e impedi-la.
— Ellie? — Fury parecia chateado.
— Oi, Fury. Eles me fizeram sair. Você está bem?
— Onde você está? — Rosnou.
— Não diga a ele! — Tiger gritou, quase explodindo dentro do quarto.
— Onde está você? — Fury repetiu, rugindo as palavras.
Tiger arrancou o telefone de seus dedos e bateu com ele no gancho. Olhou para Ellie.
— Você não ouviu o que conversamos sobre o perfume de presa?
— Só queria que ele soubesse que estou segura e perguntar como ele está indo. Vocês estão exagerando se acham que Fury é um perigo para mim.
Tiger arqueou uma sobrancelha.
— Sério? — Ele pegou o telefone. — Vamos ver o quão exagerados somos.
— Para quem está ligando?
— Justice.
Ellie se sentou na beira da cama de Trisha, olhando com uma cara feia para Tiger. Ouviu e uma carranca marcou suas feições. Desligou o telefone.
— Algo está muito errado. Justice não atende o seu telefone. Foi transferido para seu correio de voz após seis toques.
— Então ele está ocupado.
— Ele sempre responde. — Tiger discou outro número. Ouviu e seu rosto empalideceu, antes que desligasse.
— Slade não atende e ele sempre responde no terceiro toque. Ambos entraram na casa e não estão respondendo seus telefones. Merda. — Discou outro número. Xingou após um minuto e desligou. Entregou o telefone para Ellie. — Dra Norbit não está respondendo também.
— Talvez eles estejam falando com ele agora e não querem ser rudes, atendendo suas ligações.
— Ligue para casa, fale com ele por alguns minutos para ver como ele está, mas não lhe diga onde está. Consegue fazer isso?
Ellie aceitou o telefone.
— Isso é tão imbecil.
— Basta falar com ele. Você conhece Fury. Ver se ele é seu homem ou se não está sendo ele mesmo. Pergunte-lhe onde Justice e Slade estão.
— Você vai se sentir estúpido.
— Vou arriscar. Só não diga a ele onde está. Promete?
—Claro — Murmurou, feliz por falar com Fury. Tiger estava sendo paranoico.
Fury respondeu ao primeiro toque rosnando seu nome. Parecia tão louco que mal reconheceu seu próprio nome, vindo de seus lábios.
— Sou eu. Você está bem?
— Onde você está?
— Tiveram medo que esteja reagindo a um dos medicamentos que estiveram dando a você e achavam que é perigoso para mim. Estou bem. Justice e Slade ainda estão aí?
— Onde você está? — Disse as palavras duramente. — Diga-me agora, Ellie.
Ellie encontrou o olhar preocupado de Tiger, e teve que admitir que Fury estava agindo estranho.
— Estarei em casa em breve. Justice e Slade ainda estão aí?
— Estão lá fora. — Fury rosnou. — Irei procurá-la se não me disser onde está. Venha para casa agora mesmo para mim. Você não quer me fazer ter que procurar por você.
— Você precisa se acalmar. Os médicos só queriam ver você e vou estar em casa logo depois que tudo estiver bem.
— Estou indo até você — Rosnou. Desligou o telefone.
— Fury? — Balançou a cabeça, atordoada. — Está muito bravo. Disse que está vindo para mim e desligou. Parecia... uma ameaça.
— Droga — Tiger gemeu. — Está no modo de caçar total, assim como eu temia. Precisamos dar o fora de aqui. — Desligou o telefone e depois tirou o celular do bolso de trás. Discou.
— Aqui é Tiger. Justice e Slade perderam contato. Estavam com Fury. Ele está selvagem por causa da medicação e está no modo de caça. Estou na casa da Dra. Norbit com Ellie. Preciso de uma equipe enviada para Fury agora e preciso de uma segunda equipe enviada aqui para extraí-la da zona de morte. — Desligou o telefone.
— Zona de morte? — Ellie suspirou. — Vocês todos enlouqueceram? Se Fury está louco é porque você me tirou de casa e ele está preocupado.
Tiger se abaixou e segurou o braço de Ellie com firmeza.
— Ele não está preocupado. Está louco. Mova o seu traseiro. Seu companheiro é um dos melhores perseguidores que temos. Precisamos deixá-lo fora de seu alcance. — Ele a colocou de pé.
— Pare com isso! — Ellie gritou. O empurrou para longe.
— Deixe-me lembrá-la que do que já disse se você não entendeu da primeira vez. A droga que foi dada a ele pode substituir o seu lado humano e deixar o animal solto. Seu companheiro é totalmente animal agora, e se estou certo, e ele cheirou você, isso significa que está te caçando como se fosse uma presa. Ser presa significa que ele vai provavelmente machucá-la se te encontrar.
— Fury me ama. Ele simplesmente está louco por que...
— Ele poderia matá-la. Imagine como vai se sentir quando passar o efeito das drogas de seu sistema e ter que conviver com algo que não teve controle. Ele vai ter que suportar o conhecimento doloroso de que matou a única coisa que ele ama. Agora, se você dá a mínima para ele, mova o seu traseiro, Ellie. Deixe-me levá-la para um lugar seguro para se certificar de que ele não fará algo que vai destruir vocês dois.
Ellie olhou para Tiger. Havia muito sobre as Novas Espécies que não era conhecido. É possível que ele esteja certo? Fury agiu feito um louco no momento que entrou no banheiro. É claro que deixá-lo não era uma opção para ela se precisava dela.
— Preciso de algumas roupas a mais e tenho que usar o banheiro. Para onde estamos indo?
— Precisamos levá-la para longe de Homeland. Isso é uma certeza. Homeland não é grande o suficiente para escondê-la e não precisamos de uma cena com testemunhas humanas.
Ellie entrou no banheiro e abriu os armários, em busca de aspirina, sentindo uma dor de cabeça estressante chegando. A médica não parecia manter nenhum medicamento dentro de banheiro. Ellie virou-se um pouco assustada ao ver Tiger pairando na entrada.
— Preciso usar o banheiro e isso não vai acontecer com você me olhando — Alertou. — Você já ouviu falar em privacidade?
— Depressa — Tiger exigia. — Ele pode não ter que te caçar se adivinha que a trouxe aqui.
Breeze saiu do carro e severamente avaliou os machos. Justice e Slade esperavam fora da casa de Fury. Esperava o pior, quando recebeu a ligação, mas Fury não tinha ferido nenhum deles. Foi informada da situação, do seu plano apenas para salvar o macho da espécie, e concordou. Aproximou-se com pavor.
Justice falou primeiro.
— Breeze, me desculpe por te pedir isso. — Seu olhar caiu a seus pés, onde permaneceu. — Ele poderia realmente ferir sua fêmea. Ela é mais frágil que nossas mulheres. Poderia quebrar seus ossos apenas a segurando e provavelmente morreria se estiver tão agressivo quanto tememos.
Breeze estremeceu interiormente.
— Entendo. Ela pode me odiar por isso mais tarde, mas não vou permitir que seja morta. Vou entrar e lidar com a situação.
Justice finalmente levantou seu olhar triste.
— Eu sinto muito.
Breeze balançou a cabeça.
— Gosto muito de Ellie. Faria isso por você porque me pediu, mas preciso fazer isso por ela.
— Ela vai entender, uma vez que for explicado.
Breeze bufou para Justice.
— Os homens não sabem de nada.
Sua resposta desenhou uma carranca dele.
— Se entrarmos e tentarmos contê-lo, vai tentar nos matar, ou vamos ter que matá-lo — explicou Justice suavemente. — Até que possamos o avaliar, é muito perigoso tranquilizá-lo. As drogas adicionadas podem causar uma overdose ou insuficiência cardíaca. Enviando-a para acalmá-lo é a única coisa que conseguimos pensar em tentar. Grite por ajuda, se não permitir que você o ajude. Não vou permitir que você morra. Vamos ter que colocá-lo para fora, independentemente das consequências, se ele atacar.
Breeze abriu a porta e entrou na casa. Fechou a porta firmemente atrás dela e parou ali, lutando contra o medo. Só esteve nesta situação uma vez e quase não sobreviveu. Endireitou os ombros. Ellie se tornou sua amiga e aconteceu que este era um problema dos Novas Espécies. Só esperava que não a matasse desde que não era a mulher que ele queria.
Breeze congelou a poucos metros dentro da sala, respirou profundamente, e em seguida retrocedeu. Abriu a porta para falar com Justice.
— Quem estava dentro desta casa?
— Por quê?
— Diga-me. — Breeze rosnou.
— Eu, Tiger, Slade, Fury, Ellie e a enfermeira estavam aí. Por quê?
Breeze olhou para ele.
— É uma enfermeira pequena de olhos verdes?
Justice concordou.
— Isso descreve a enfermeira, Belinda Thomas. O que está errado?
— Eu sei de quem é este cheiro. Ela trabalhou dentro da minha seção da instalação de testes. Você nunca a conheceu? O nome dela não é Belinda Thomas. É Beatrice Thorton.
— Você tem certeza? — Um brilho mortal frio entrou olhos irritados de Justice.
Breeze mostrou sua própria raiva mostrando os dentes.
— Nunca iria esquecer o cheiro de alguém tão mal. Ela cuidou de Fury?
Justice empalideceu.
— Estava no comando de seus medicamentos.
Breeze rosnou mais profundo.
— Ela foi uma das mais cruéis deles. Isto não é coincidência. Estava no comando de testar drogas em nós.
Eles ouviram algo quebrar na parte de trás da casa. Breeze cerrou os punhos.
— Onde ela está?
— A levei em segurança enquanto a acompanharam para fora de Homeland. Não pudemos recuperar suas coisas ainda, então está esperando a entregarem. — Justice estendeu a mão para seu telefone celular e então percebeu que na pressa de fugir da raiva de Fury, deixou dentro do quarto. Quando foi jogado contra uma parede, tinha caído do bolso. — Vou levá-la em custódia. — Girou e andou até o carro para usar o rádio.
Breeze fechou a porta, preocupada com os sons vindos na parte de trás da casa. Se o seu inimigo estava dando a Fury os medicamentos errados, poderiam estar lidando com algo muito ruim. Breeze tremeu um pouco e então endireitou os ombros. Talvez pudesse estar esgotado e não seria tão ruim quanto temia. Ouviu mais coisas quebrando. Soava como se Fury tivesse começado a destruir pelo menos um cômodo de sua casa.
— Estou indo — Ellie respondeu, olhando para Tiger, que acenou na direção da porta da frente. — Deixe-me colocar as meias primeiro. Não quero estar andando descalço onde quer que iremos.
— Apresse-se. A equipe estará aqui a qualquer momento e quero que estejamos pronto quando chegarem. — Caminhou em direção à porta da frente. — Só espero que Breeze possa detê-lo antes dele deixar a casa em busca de você.
Ellie ouviu o que ele disse e deu um passo em direção a ele.
— Breeze? Por que Breeze iria à casa de Fury?
Tiger virou.
— Ela vai tentar deixar o seu cheiro em seu lugar. Sabe que poderia matá-la no estado em que se encontra, mas ela quer salvar sua vida. Fora de todas as nossas mulheres, ela é a mais forte. Queríamos uma das fêmeas da instalação de testes de Fury desde que já estava familiarizado com elas, mas estavam muito assustadas. Já viram isso acontecer no interior das instalações de teste quando sobre medicavam um dos nossos machos. Apenas Breeze foi corajosa o suficiente e disposta a arriscar sua vida pela sua. Agora, apresse-se, Ellie. Se Fury não aceitar o cheiro de Breeze, ele virá para você.
— Ela vai permitir-lhe sentir o cheiro dela? Isso seria arriscar sua vida!
Tiger amaldiçoou.
— Às vezes, se estivermos em modo de caçar e loucos, a raiva pode ser transformada em desejo sexual. — Fez uma pausa. — Não é algo que uma mulher gostaria, Ellie. Se aceitar Breeze em seu lugar, deixe-me assegurá-la, vai ser um inferno para ela. Ainda pode matá-la.
Ellie sentiu um soco no estômago, forte.
— Você quer dizer que ela... ele... eles...
— Seria além do sexo animal e violento, Ellie. Agora faça o que você precisa e vamos sair daqui. Não há como dizer se ele vai aceitar ou não. Poderia simplesmente matá-la ou só poderia ser capaz de acalmá-lo. Acham que se tentarem dar mais drogas a ele depois de tudo o que foi dado, poderiam matá-lo sem rodeios. Estamos tentando mantê-lo vivo. — Tiger virou as costas para uma janela, observando a sua equipa chegar.
Seu coração batia forte. Ela fechou os olhos e deixou bater tudo dentro dela. Filho da puta.
— Acho que vou vomitar.
Correu para o banheiro, bateu a porta, e trancou a fechadura. Ellie ligou o jato d'água na pia para cobrir o barulho e abriu a janela do banheiro.
Ellie teve sorte. Tiger deixou as chaves do carro na ignição, quando a levou para a casa de Trisha. Provavelmente achava que permaneceu dentro do banheiro até que a viu cruzando o pátio para a rua. Gritou enquanto abriu a porta do motorista, mas pelo tempo que chegou lá fora, já tinha ligado o motor e chiou o pneu ao longo da rua em sua pressa para impedi-la.
Estacionou o carro na parte de trás da casa de Fury, olhou ao redor e viu que ninguém esperava para detê-la. Desligou o motor e saltou para fora do carro. Estudou o muro do quintal, considerando que não era muito alto para subir. Ellie xingou e agarrou o início do mesmo. Não subia em uma parede desde que era adolescente.
Acabou por ser mais difícil do que se lembrava, mas conseguiu. Mancava quando foi em direção ao quarto dos fundos. Cortou o pé quando pulou de cima do muro para o pátio abaixo. Não tinha posto os malditos sapatos. As palmas das mãos queimavam e, quando olhou para baixo, viu alguns arranhões que recebeu da parede áspera. O som de rosnados furiosos e de vidros quebrados a fez correr mais rápido para a parte traseira da casa de Fury e a porta de vidro do seu quarto.
— Não! — Fury rosnou.
Ellie não pensou ou fez uma pausa antes de pegar a alça de deslizamento das portas e apenas abriu com um puxão. Atravessou as cortinas e olhou em choque para a cena à sua frente.
O quarto havia sido destruído. A cômoda estava no chão ao seu lado, a cabeceira estava quebrada e o espelho que ficava em cima da cômoda foi feito em pedaços que cobriam mais de um canto da sala. Breeze estava amontoada naquele mesmo canto entre o armário e a porta do banheiro, presa contra a parede. Uma marca vermelha aparecia do lado do rosto dela. Mancha de sangue em sua boca naquele mesmo lado escorria do queixo para frente de sua camisa.
Breeze parecia assustada e Fury a prendeu no lugar com seus pés a meros centímetros do corpo do dela. Rosnava ferozmente. Rasgou sua camisa e se agachou como se estivesse pronto para se lançar sobre Breeze. Suas mãos estavam em punhos.
— Fury? — A voz de Ellie estremeceu de choque e medo.
Fury virou a cabeça em sua direção. O olhar frio nos seus olhos fez Ellie dar um passo para trás. Rosnou para ela, um som profundo, vicioso, e mostrou seus dentes afiados.
— Estou em casa. — Ellie sussurrou.
— Corra! — Breeze assobiou. — Corra agora.
Ellie olhou para Breeze e notou novamente seus ferimentos. Significava que Fury fez isso. Surpreendeu Ellie que ele realmente bateria numa mulher. Isso aumentou o seu medo, sabendo que realmente tinha perdido seu controle. O homem que conhecia e amava nunca bateria em Breeze. Seu olhar voltou a Fury, não tendo certeza se a reconheceria no estado em que estava. Rosnou novamente e endireitou, dando um passo em sua direção.
— Foge. — rosnou Breeze. — Saia daqui.
Ellie ficou tensa, mas não quebrou o contato visual com ele.
— Fury? Você pode me ouvir?
Avançou em direção a Ellie. Tropeçou para trás, apavorada com a aparência assustadora em seu rosto. Breeze pulou nas costas de Fury e os dois caíram no chão quase aos pés de Ellie.
— Saia daqui. — Breeze ofegou, lutando para manter Fury no chão. — Ele vai matar nós duas. Corra!
Fury jogou Breeze longe dele e ela bateu na parede mais próxima. Ellie ouviu o baque quando Breeze bateu no gesso. Cacos de vidro do espelho trituraram sob o corpo de Breeze, quando caiu. Fury se agachou e seus olhos selvagens estavam fixos em Ellie. Rosnou novamente violentamente, no fundo de sua garganta. Viu um estranho olhando para ela, alguém que não estava lá, totalmente insano. Deu um passo para trás e, em seguida, outro quando Fury subiu para sua altura completa.
— Caia de joelhos — Breeze gemeu, se levantando do chão cheio de vidro. — Não olhe nos olhos dele. Coloque sua cabeça para baixo.
Ellie estava tão aterrorizada que não hesitou em seguir as ordens de Breeze. Caiu de joelhos e se enrolou em uma bola. Seus olhos estavam bem fechado e espremidos e teve medo de olhar para o seu namorado totalmente drogado. Sabia que Fury pairava sobre ela agora, ficando muito perto, porque podia ouvi-lo respirando pesadamente.
— Fury? — Breeze rosnou quando ela falou. — Escute-me. Você não quer ferir a Ellie. Você a ama. Lembra-se? — Um material se rasgou. — Olhe para mim, Fury. Aqui.
Ellie ergueu a cabeça e abriu os olhos. Breeze rasgou sua camisa para expor seus seios. Passou a mão em alguns dos cortes no braço do vidro quebrado e limpou o sangue em seus seios. Segurou as mãos para Fury lentamente, como se para fazer o sangue chamar sua atenção. Cheirou, resmungou, afastou-se para enfrentar Breeze.
— Assim — Breeze falava baixinho. — Venha para mim.
Fury deu alguns passos hesitantes em direção a ela. Começou a rosnar de novo. Breeze tremia de medo e empalideceu mais, mas não recuou. Deixou cair a mão oferecida lentamente para o lado dela em punho.
— Saia daqui agora. — Breeze ordenou a ela suavemente.
Ellie sabia que Breeze falava com ela enquanto lutava para ficar.
— O que há de errado com ele?
— Essa enfermeira trabalhava para Mercile. Acho que ela deu a ele algo que o deixou totalmente violento. — Breeze sussurrou. Calmamente voltou para o canto de costas para a parede e virou a cabeça com cautela até que pudesse olhar para Ellie.
— Saia daqui, enquanto ele está focado em mim e no sangue. Não sei se ele vai me tomar ou me matar. — Deu um olhar preocupado em Fury.
Tomá-la? Ellie balançou a cabeça.
— Eu vou distraí-lo. Saia daqui, Breeze. Diga a todos para ficarem lá fora. Ele não vai me matar.
A cabeça de Breeze voltou em sua direção para lhe dar um olhar de choque. Fury estava a poucos centímetros da outra mulher agora. Cheirou o sangue no peito de Breeze e rosnou. Ele segurou uma das mãos de Breeze de repente e puxou-a para sua boca. Horrorizada, Ellie viu Fury farejar o sangue espalhado sobre a palma da mão. Achou que era melhor do que arrancar a mão com uma mordida.
— Saia daqui, Ellie! — Breeze sussurrou.
— Saia! — Ellie rapidamente tirou a roupa. Se Fury queria uma mulher, ele iria tê-la. — Deixe, Breeze. Ele não vai me matar. Diga-lhes para ficarem de fora da casa. Fury? — Ellie caminhou lentamente em direção a ele. Ela levantou a voz. — Fury! Deixe a mulher ir, porra!
A cabeça de Fury girou no sentido de Ellie. Por um instante, bateu um pânico quando seu olhar escuro com fome prendeu em seu corpo nu. Ainda não tinha visto Fury com aqueles olhos.
— Ei, grandão. Lembra-se de mim? Sou Ellie. Eu te amo e você me ama. A deixe ir e venha a mim se você quer tocar uma mulher.
Ele soltou a mão de Breeze e virou. Seu olhar correu seu corpo novamente e as narinas inflaram quando cheirou. O coração de Ellie batia de forma irregular. Breeze agarrou Fury, tentando puxar a sua atenção de volta para ela.
Fury arremessou sua mão, batendo no lado da cabeça de Breeze. A jogou para a porta onde deitou no tapete. Fury deu um passo em direção a Ellie e depois outro. Assentiu para ele e avançou para trás na direção do banheiro. Orou para que ele a seguisse lá dentro. Poderia trancar a porta e esperava que ele não fosse capaz de jogá-la em torno do espaço menor.
— É isso aí, Fury. Vamos lá, grandão. É Ellie. Vamos para dentro do banheiro onde temos mais privacidade. — Ellie olhou para ver Breeze em suas mãos e joelhos, levantando-se.
— Breeze. — Ellie pediu suavemente. — Deixe. Diga-lhes para ficarem de fora, não importa o que aconteça.
Ellie retrocedeu mais. Fury rosnou para ela e, lentamente, a seguia. Aproximou-se do banheiro.
— Vamos lá, baby. — Ellie murmurou para ele. — Venha para Ellie. Vamos brincar gostoso.
— Fury! — Breeze rosnou o seu nome.
— Pare com isso, Breeze. Fique fora disso. — exigiu Ellie. — Não olhe para ela, Fury. Concentre-se em mim. Estou aqui.
Aquele cheiro o chamou. Fury inalou, lutando contra o mal que tomou conta de sua mente, tornando-se quase impossível para pensar. Sabia que era raiva, dor e agonia juntos. Sua visão limpou quando lutou contra a escuridão que obscurecia sua mente.
A mulher humana estava com os pés descalços e parecia familiar. Seus olhos azuis estavam arregalados, apavorados, e cheirou mais uma vez, lutando para pensar. Estava de volta dentro de sua cela, e ela fez alguma coisa com ele, e os humanos eram os responsáveis, mas outras imagens, de repente encheram sua mente.
Uma humana sorrindo para ele, o som de sua risada, e sua mão acariciando seu rosto brilhou através de suas memórias confusas. A conhecia bem, mesmo que não conseguisse pensar com clareza. Cheirou mais uma vez, o cheiro dela encheu seu nariz, e mais flashbacks repetiam dentro de sua mente.
Seu olhar abaixou e pura luxúria bateu nele. Queria agarrá-la, jogá-la no chão e tomá-la. Hesitou, entretanto. Sabia que ia machucá-la e que ela importava para ele, por algum motivo que não sabia, não devia querer isso. Ela era importante para ele de alguma forma. Lutou para afastar a névoa que esmaecia sua capacidade de pensar. Esforçou-se para lembrar quem ela era, por que um ser humano significaria alguma coisa para ele, pois eram todos os seus inimigos.
Mais imagens apareceram em uma mente confusa. Ela sorrindo enquanto comia em uma mesa à sua frente, sentada em seu colo com os braços ao seu redor. Estavam dividindo um banho juntos enquanto lavava seu peito com suas pálidas mãos pequenas, e se inclinava para beijá-la. Seu nome estava lá na ponta da língua e depois quando lutou com a pura dor escaldante, seu cérebro estourou com o conhecimento.
Ellie tinha se tornado seu mundo inteiro, a mulher que o fez feliz, e tropeçou um pé mais perto dela, lutando contra a raiva que ameaçava consumi-lo e as punhaladas dolorosas de agonia que ameaçavam derrubá-lo de joelhos. Precisava segurá-la, tocá-la, e sabia o nome dela. A amava. O cheiro dela o ajudou e precisava se aproximar dela.
— Ellie. — ele rosnou a palavra.
Finalmente algo cintilou dentro dos olhos de Fury, uma dica de reconhecimento e emoção real. Ellie sorriu.
— Sou eu, Fury. Venha para mim devagar. Você não quer me machucar.
Deu grandes passos para frente e de repente parou na frente dela. Chegou até ele lentamente, queria confortá-lo, e então a pegou. Seus braços em volta de sua cintura e ela se chocou contra a parede com força suficiente para tirar o ar de seus pulmões. Fury empurrou o rosto em seu ombro e no pescoço para respirar contra sua pele. Ellie sugou ar. Breeze ficou no meio da sala observando-os com uma expressão preocupada.
— Estou bem. — sussurrou Ellie. — Você pode sair.
Breeze hesitou.
— Ellie. — Fury rosnou.
Ellie colocou os braços em volta do pescoço com força, abraçando-o.
— Sim, baby. Sou eu.
Ele rosnou novamente, mas, em seguida, lambeu seu pescoço. Ofegou. Sua mão na cintura moveu-se para a bunda, uma mão grande agarrou-lhe a carne macia em um aperto forte. Ellie sinalizou positivo para Breeze por cima do ombro. Breeze balançou a cabeça, retrocedendo. Ellie observou-a sair do quarto e fechar a porta.
— Ellie. — Fury rosnou.
— Estou aqui.
Mudou sua postura. Pressionou seu peito contra o dela e uma de suas mãos segurou seu quadril. Tecido foi rasgado. Ellie fechou os olhos. Tentou se acalmar e respirar.
— Fury? Você pode me ouvir? Fale comigo.
Ele rosnou. Um de seus braços agarrava em volta da cintura quase dolorosamente. A outra mão agarrou sua coxa. As forçou abrirem, pressionando seus quadris entre os dela. Engasgou com dor. Fury violentamente rosnou, mas parou o esmagamento contra ela.
— Fury?
Soltou-a instantaneamente e tropeçou se afastando. Ellie tremia enquanto lutava para ganhar o seu equilíbrio depois de soltá-la de repente. Fury caiu para suas mãos e joelhos e fez um som horrível cheio de dor e miséria que fez Ellie estremecer. Abaixou de joelhos por trás dele e não hesitou em enrolar o corpo dela sobre suas costas e envolver seus braços em volta de sua cintura.
— Estou aqui, Fury. Você vai ficar bem. Você pode me ouvir? Eu te amo.
Ele se moveu de repente, virando seu corpo grande e forte, e se envolvendo em Ellie para uma posição de flexão para pousar sua bunda sentado no tapete. Fruy acabou pressionado contra ela num piscar de olhos. Enrolou-se para o lado de frente para ela, usando suas coxas como um travesseiro, e as curvas de suas pernas em torno de suas costas. Passou os braços firmemente em torno de sua cintura e se agarrou a ela. Seu rosto colado em seu estômago e um gemido suave veio de sua garganta.
Ellie olhou para baixo, vendo-o assim, a rasgou e lágrimas encheram seus olhos. Piscou de volta. O olhar de medo e confusão em seu rosto partiu seu coração. Tremia ligeiramente quando penteava com os dedos de uma mão os cabelos enquanto esfregava suas costas com a outra.
— Hey, Fury, tudo bem. Estou aqui. Nós dois vamos ficar bem.
— O que há de errado comigo? — Gemeu e segurou-a com mais força.
— Acham que uma das drogas que te deram está o está deixando um pouco maluco. Mas vai ficar tudo bem.
Ele balançou a cabeça.
— Não. Eles estão errados. Tomei essa droga antes, mas isso é diferente. — Subitamente, seu corpo grande estremeceu rígido em torno dela. — É difícil pensar e sinto tanta raiva.
— Vai dar tudo certo. — Ellie prometeu suavemente. — Estamos juntos e vou sentar aqui com você o tempo que for preciso para você se sentir melhor. Você não vai me machucar. Sei que você não vai porque você me ama tanto quanto eu te amo.
Seu rosto roçou seu estômago. Sua língua saiu e lambeu a parte inferior de seu peito. Fez cócegas. Ellie se afastou para que não pudesse fazer novamente.
— Isso faz cócegas.
— Você está nua.
— Bem, sim. Precisava chamar sua atenção.
— Você sempre faz isso.
O olhar de Ellie correu pelo corpo de Fury e notou que tinha rasgado a frente de seu jeans - a fonte do som de um material rasgando que ouviu quando a encostou na parede. Estremeceu. Se não o tivesse acalmado, não o tivesse atingido emocionalmente, a teria tomado contra a parede de forma agressiva, sem cuidados ou sem se importar com sua dor ou ferimentos. Ellie continuou esfregando-o como os dedos pelo cabelo.
— Fale comigo. Estou lutando para ficar com você, mas a escuridão é tão forte.
Ellie olhou para baixo para a cabeça de Fury descansando em seu colo para descobri-lo olhando para ela. Seu olhar escuro estava cheio de confusão quando seus olhares se encontraram.
— Estou bem aqui, Fury. — Forçou um sorriso, tentando esconder seu alarme e preocupação. — Vou segurar você até se sentir como você mesmo novamente.
— Eu machuquei alguém? Estou tendo dificuldade para pensar e lembrar.
—Todo mundo está bem. — Esperava que Breeze não estivesse muito ferida, mas não diria isso.
Ele apertou os olhos fechados.
— Eu quero você. — Resmungou em voz baixa.
Ellie ficou tensa.
— Fury? Deixe-me ir colocar algumas roupas.
Ele balançou a cabeça.
— Isso me distrai da minha raiva e não tem importância. Ainda cheiro você, não importando o que você usa. Você está sangrando. Eu te machuquei?
— Não. Tenho alguns cortes e arranhões por escalar o muro do fundo para chegar até você. — Virou o pé até que pudesse vê-lo mais facilmente. O corte parecia maior do que pensava e viu uma mancha do seu sangue sobre o tapete. — Meu pé está sangrando. Se você se mover um pouco acho que posso alcançar algo para colocar sob ele. Caso contrário, vou ter sangue sobre o tapete.
— Não dou a mínima para o tapete.
Ellie riu.
— Você diz isso agora, quando não está se sentindo como você mesmo, mas espere até amanhã, quando tentarmos encontrar algum móvel e colocá-lo sobre a mancha para escondê-lo.
Fury gemeu.
— Eu te amo, Ellie.
— Eu também te amo. Como está se sentindo?
— Raiva. — ele rosnou. — Tanta raiva e dor. Minha pele parece fogo.
— Apenas me segure.
— Não acho que poderia deixar você ir. Tem certeza de que não te machuquei?
— Tenho certeza. Você não me machucou. Você só me assustou pra...
A porta do quarto se abriu. Ellie olhou para a porta. Fury olhou tenso, rosnando.
O rosto de Trisha apareceu enquanto espiava dentro do quarto.
— Você está bem?
Ellie esfregou as costas de Fury, tentando acalmá-lo.
— Estamos bem agora — Ellie falou em voz alta para todos os seus benefícios, na esperança de que era verdade. Sua voz amaciou. — Relaxe, Fury. É apenas a Dra. Trisha.
— Posso entrar? — Trisha sussurrou. — Preciso examiná-lo se eu puder.
Ellie não tinha certeza se ele aguentaria ter outra pessoa próximo a ele quando o estudou.
— Só me agarre, Fury. Trisha realmente precisa examiná-lo para que ela possa ajudar.
— Não! — Rosnou. Seus braços apertaram dolorosamente em torno de Ellie quando virou a cabeça para olhar para ela. — Você é minha. Não podem tirar você de mim.
— Eu não vou a lugar nenhum. Não vou sair, ok? Por favor, deixe a médica examinar você. Vamos apenas ficar assim enquanto ela o examina.
Fury respirou instável e piscou para Ellie. Sacudiu a cabeça assentindo e virou o rosto em seu estômago. Ellie olhou para Trisha.
Trisha entrou no quarto lentamente e entrou devagar para trás da porta.
— Preciso de Ted aqui também, Ellie. Ele pode ser capaz de identificar que droga foi injetada em seu sistema.
Ellie estremeceu sobre o seu estado nu.
— Você poderia me dar alguma coisa em primeiro lugar?
Trisha passou por cima de detritos para chegar à cama. Puxou o lençol do colchão e hesitante se aproximou deles. Tentou envolvê-lo em torno de Ellie com cuidado, certificando-se de não tocar em Fury. Ellie hesitou, percebeu que se cobrir, teria que cobrir Fury desde que moldou o seu corpo e estava enrolado em torno dela.
— Isso não vai funcionar. Que tal me dar uma das camisas no armário? — De repente, lembrou que a cômoda estava virada para baixo. Suspirou. — Que tal a camisa? Você a vê em qualquer lugar?
Trisha jogou o lençol na cama e fez seu caminho para o canto, cuidadosamente pisando no espelho quebrado que rangia sob seus sapatos. Pegou a camisa rasgada de Fury e levou-a a Ellie. Ellie teve que liberar Fury para colocá-la. O segundo que suas mãos deixaram seu cabelo e costas, ele ficou tenso, abraçando-a mais forte, e enterrou o rosto mais profundo em seu estômago. Ellie colocou a camisa na frente para cobrir os seios, em seguida, acariciou Fury novamente. Seu aperto diminuiu instantaneamente ao seu toque suave e relaxou o suficiente para que não cavasse seu rosto dolorosamente em sua barriga.
— Estou bem aqui — Ellie sussurrou em garantia. — Apenas me segure. Eles vão descobrir o que é isso e torná-lo melhor. — Ellie olhou para Trisha. — Acho que pode trazê-lo agora. Meus seios estão cobertos e você não pode ver o resto de mim com Fury ao meu redor, não é?
Trisha balançou a cabeça.
— Somos médicos de qualquer maneira. Ele não a machucou?
— Estou bem. Disse a você, Fury nunca me machucaria.
Fury rosnou em resposta. Ellie segurou-o mais apertado, massageando-o com a mão em suas costas e seus dedos esfregando seu cabelo.
— Shh, Fury. Está tudo bem. Basta segurar em mim.
O Dr. Ted Treadmont entrou na sala e Justice fez uma pausa do lado de fora da porta atrás dele. Justice inalou, tenso, e seu olhar fixou em Ellie com uma carranca.
— Ele não me machucou. Pulei o muro de volta e fiquei um pouco machucada se sentir cheiro de sangue.
— Sei disso. Temos ouvido da porta e ouvimos tudo o que você disse. Estou tentando sentir o cheiro dele. — Justice ficou na porta enquanto estudava cuidadosamente Fury. — Isso não está certo, Ted. Ele cheira mal, e não cheirava assim antes com os medicamentos que está tomando por dias.
O médico balançou a cabeça.
— Eu sei. Esses sintomas não são do que temos dado a ele.
— O que está acontecendo? — Ellie olhou entre os dois homens.
— A droga que lhe demos não deveria ter feito isso. — Ted ajoelhou-se ao lado Fury e Ellie. Abriu a bolsa e olhou para ela. — Preciso tirar sangue. Achamos que a enfermeira poderia ter dado a ele algo para fazê-lo ficar desta forma. Temos que tirar um pouco de sangue para testar.
Fury ficou tenso e rosnou, mas Ellie segurou-o mais apertado.
— Fury? Escute-me. Tenho você e você tem a mim. Eles vão ajudá-lo, ok? Apenas relaxe para mim.
Assentiu com a cabeça contra o estômago.
Justice se virou e falou baixinho para alguém fora da vista no corredor.
— Vá verificar as coisas da enfermeira e a casa. Traga o que você achar de drogas para nós. — Justice enfrentou Ellie.— Como ele está?
— Ele está indo bem. Como está Breeze?
— Ela está preocupada com você.
— Eu estou bem.
Ellie viu Ted e Trisha enquanto examinaram Fury. Esfregou-o, fez suaves sons muitas vezes, e falou-lhe para ficar muito quieto quando Trisha tirou sangue de seu braço. Ficou tenso e rosnou algumas vezes, mas continuou segurando Ellie, ouvindo suas palavras. Seu rosto ficou pressionado contra sua barriga o tempo todo.
— Fury? — Ted falou baixinho. — Como você se sente, meu filho?
— Com raiva — sussurrou Fury. — Excitado. Difícil de pensar. A pele queima. Confuso. Tanta dor. Quero foder Ellie, e se não fizer isso, acho que eu poderia morrer.
Ellie corou, mas não ficou chocada. Sabia que estava sexualmente excitado. A calça jeans rasgada estava aberta a sua volta contra o seu quadril. Usava cueca boxer e não pôde deixar de sentir a protuberância contra ela.
— Você está tendo sede de sangue? — Ted enfiou a mão na sua mala e retirou um frasco de líquido claro. Pegou uma seringa em seguida, removendo-o do recipiente estéril.
Fury assentiu.
— Quero desesperadamente rasgar algo ao meio.
— Filho, não vou fazer isso se você não quiser, mas posso lhe aplicar uma injeção? Isso vai colocar você para dormir. Você vai ficar dormindo por algumas horas, e esperemos que tudo que foi colocado em seu sistema saia e volte funcionar no momento em que você acordar. Se algo der errado tanto Trisha e eu estamos aqui para atendê-lo imediatamente.
O medo tomou conta de Ellie.
— Não! Tiger disse algo sobre como dar-lhe mais drogas poderia matá-lo.
O médico encontrou seu olhar sombrio.
— Essa foi a preocupação com uma outra droga, mas não foi com isso que pensamos que foi drogado. Estou bastante certo de que ele possa tomar um sedativo. Temos esse aqui na mão, se estivermos errados. — Ergueu uma segunda seringa. — Esse é para o caso do coração parar. Estamos preparados, mas ele está sofrendo. Precisa ser sedado.
Fury ficou muito tenso, mas depois relaxou.
— Faça — Rosnou. — Não me deixe, Ellie. — Agarrou-a com mais força.
— Não vou deixar você ir embora — Ellie jurou suavemente.
Ted deu a injeção em Fury, em seguida, acenou para Ellie.
— Só vai levar alguns minutos. Ele vai relaxar e ir dormir.
— Estou bem aqui, Fury. — sussurrou-lhe Ellie. — Não vou sair do seu lado. Quando você acordar, as coisas estarão melhores, tudo bem? Vou ser a primeira coisa que você vera.
Ele balançou a cabeça em seu estômago. Minutos se passaram e percebeu que o corpo de Fury no dela parecia mais pesado, quase esmagando suas pernas. Teve de segurá-lo contra o peito para manter a cabeça de rolar para trás em um ângulo estranho. Afrouxou seus braços em volta da cintura até que descansou contra o chão atrás de sua bunda. Acenou para Trisha e Ted.
— Apagou.
— Vamos tira-lo de cima de você. — Justice entrou no quarto.
— Vamos não — Ellie anulou. — Estou meio nua.
— Vamos fazer isso de uma maneira que não irá aparecer para os caras. — Trisha levantou-se. — Ted, você e Justice levantem seus braços. Feche seus olhos quando levantá-lo. Vou dar a Ellie uma toalha para se cobrir. Depois que tirá-la de debaixo dele, pode ir para dentro do banheiro e vestir-se enquanto o colocamos sobre a cama. É o único lugar aqui não destruído.
Eles cuidadosamente manobraram Fury com os olhos fechados e Ellie cobriu o corpo nu com uma toalha que Trisha buscou. Foi colocada de pé com a ajuda de Trisha e depois correu para o banheiro. Fechou a porta e correu para colocar sua roupa suja, ainda espalhada pelo chão onde tinha deixado. Até o momento que deu um passo para o quarto, a sala se encheu com mais algumas pessoas. Fury estava deitado de costas, inconsciente. Ellie moveu-se para seu lado e se sentou na beirada do colchão. Apertou sua mão frouxa.
— Ele vai ficar bem — assegurou-lhe Ted.
— Olhem para isso — Trisha se abaixou no chão. Ergueu uma garrafa marrom escuro do saco médico de Belinda que já haviam sido entregues para o quarto. — É Freltridontomez.
Ted xingou.
— Droga. Ainda bem que não o tranquilizamos quando estava de pé. Ele poderia ter tido um acidente vascular cerebral de raiva por ter sido injetado antes do efeito passar.
— O que é isso? — Ellie olhou para os médicos, querendo uma resposta.
— É uma substância química que ataca a mente. Ele envia sinais falsos para o cérebro de que está com dor cegante sem o desconforto físico. Geralmente deixa o paciente confuso, com raiva, e destrói o pensamento racional. Isso explica todos os sintomas de Fury. Teria piorado progressivamente dentro de uma hora.
— Por que ela faria isso? — Trisha continuou a pesquisar através da bolsa da suposta enfermeira. — Sabia que seria perigoso. Pelo que tenho lido nos relatórios que usavam essa droga ocasionalmente em algumas espécies para forçar brigas físicas entre suas cobaias.
— Eles faziam — Tiger rosnou da porta. — Já me deram essa merda antes. Não conseguia nem lembrar de meu nome. Só queria matar alguma coisa e qualquer coisa que se movesse que me provocaria. Quando melhorava mal podia lembrar o que aconteceu e às vezes não conseguia lembrar de nada mesmo.
Ellie olhou para Tiger enquanto entrava no quarto e se perguntou se estava com raiva que o abandonou na casa de Trisha.
Ele atirou-lhe um olhar.
— Você está na merda comigo. Nunca me dê um drible de novo ou roube o meu carro.
— Não seja estúpido o suficiente para deixar as chaves dentro na ignição. Disse que ele não me machucaria. — Ellie atirou o olhar de volta, com raiva de sua atitude.
— Eu que tomei essa decisão — suspirou Justice. — Temia que sua vida estivesse em perigo, Ellie.
— Bem, eu disse que ele não iria me machucar.
— Você teve sorte — Trisha interveio. — Li os relatórios sobre um punhado de testes que Mercile fez com essa droga. — Trisha balançou a cabeça. — Brutal, insano, matar de raiva é geralmente o resultado. Então, novamente duvido que alguma vez tentássemos voltar um homem sobre a mulher que ele está apaixonado.
Breeze deu alguns passos hesitantes para o quarto. Limpou o rosto e estava com uma camisa nova. Ellie examinou-a com preocupação.
— Você está bem?
Breeze aproximou e sentou-se no final da cama. Franziu a testa para Ellie.
— Estou bem. Você, por outro lado ou é muito tola ou muito apaixonada.
— Sou tipo ambos — Ellie admitiu.
Um sorriso brilhou no rosto de Breeze, antes dela se encolher, tocando suavemente sua boca. Parecia inchada e um hematoma começou a se formar. Ellie estudou a área lesada.
— Sinto muito que ele bateu em você. Sei que normalmente não faria.
— Ele queria você e ficou muito zangado por me ter aqui em vez de você. Percebi isso muito rápido. Poderia ter me machucado muito mais, mas não o fez. — Breeze lançou um olhar em Fury. — Você escolheu bem, Ellie. Ele é um homem incrível com um extremo controle.
— Como você pode dizer isso depois que ele bateu em você? Você devia estar muito chateada com ele. — Ellie não entendia a reação de Breeze.
— Vi os nossos homens enlouquecerem e podem nos causar muita dor, mas ele lutou todo o caminho. Só me batia quando tocava nele ou quando tentava impedi-lo de ir até você. Não tentou me ferir, mas em vez disso, golpeou-me com tapas. — Hesitou. — Não te machucou. Você não sabe o quanto deve amar você e lutar por tudo o que estava acontecendo dentro dele para se acalmar. — Breeze assentiu. — Ele é um homem bom, muito forte, e muito protetor a você. Você escolheu bem, Ellie Brower.
Ellie balançou a cabeça.
— Obrigada por se arriscar por mim.
— Este é um festival de amor. — Tiger gemeu. — Por favor, parem.
Slade riu.
— Não ia dizer isso, mas abraço em grupo?
— Parem com isso — Justice ordenou suavemente. Parecia levemente irritado quando seu olhar correu entre seus homens. — Foi sabotagem. Slade, vá falar com aquela enfermeira. — Raiva tensionou suas feições. — Não me importo o que é preciso, mas descubra por que fez isso e quem a ajudou.
O sorriso de Tiger desapareceu.
— Posso ir com ele?
Justice estudou-o com desconfiança.
— Você passou um tempo com essa mulher. Você tem sentimentos por ela?
— Não. Estou com raiva. Ela fez isso bem debaixo do meu nariz. Se Slade tiver algum problema terrível para tirar algumas respostas dela, não terei. Não vou matá-la, mas ela pode querer que eu faça.
— Está bem. — Justice fez uma pausa. — Esteja ciente das câmeras de segurança e saiba que os humanos irão assistir. Podem não aprovar seus métodos.
— Isso não é um problema. — Slade sorriu friamente antes dele se virar e se afastar.
Ellie viu Tiger segui-lo até que estivessem fora de vista. Sua atenção deslocou para Justice.
— Por que alguém faria isso com Fury?
— Você — respondeu Ted em seu lugar. — Bem, a relação que você tem com Fury tem sido alta no radar da mídia e os grupos de ódio não querem um romance de contos de fadas.
— Acho que é mais do que isso — declarou Trisha. — As indústrias Mercile adorariam nada melhor do que se Fury tivesse enlouquecido e matado Ellie. Vamos ser honestos. Estão com a reputação de merda por ter mantido pessoas presas dentro das suas instalações de pesquisa e experimentos ilegais rodando sobre eles. Continuam afirmando que os Novas Espécies são mais animais do que humanos, tentando dessensibilizar os meios de comunicação e o público em geral que os apoiam. Se um macho do Novas Espécies virasse assassino e matasse sua namorada humana, ficaria muito ruim. Ellie e Fury são os alvos perfeitos desde que o mundo estão os observando tão de perto.
— Beatrice Thorton trabalhou para as Indústrias Mercile — Breeze rosnou.
— Quem é Beatrice Thorton? — Ellie franziu o cenho.
— Ela é uma ex-funcionária das Indústrias Mercile. Você a conhece pelo nome que tem agora, Belinda Thomas. — Justice disse enquanto caminhava até a cômoda virada e se sentou na beirada dela.
— Essa cadela trabalhou para Indústrias Mercile? — Chocado, Ellie olhou confusa para Breeze esperando uma confirmação.
— Reconheci seu fedor quando entrei na casa. — Raiva aprofundou a voz de Breeze próximo a um grunhido. — Nunca esqueceria um inimigo. Ela foi a pior. Torturou o nosso povo e sempre espetava agulhas em nós com um grande sorriso. Gostava de ver nossa dor. — Breeze virou-se para Justice. — Tem certeza que você nunca a conheceu?
—Não. Deve ter trabalhado somente no lado feminino da instalação de testes.
— Você acha que ela tinha medo de que um de vocês pudessem reconhecê-la. — Ted especulou.
— Talvez achou que seria seguro, pois só trabalhava com os Novas Espécies mulheres. — Ellie olhou ao redor da sala. — Quero dizer, a única mulher na vida de Fury sou eu. Sabiam que não ia reconhecê-la. Trabalhei na instalação de testes onde Fury foi mantido em cativeiro e não trabalhou lá. É de conhecimento público que todas as mulheres Novas Espécies vivem dentro de um dormitório e não era para ter muitas delas aqui. Vejo os noticiários e fazem soar como se houvesse apenas um punhado.
— Você trabalhou para as Indústrias Mercile? — Ted olhou para Ellie.
— Não é o que você está pensando. — Justice atirou ao médico uma carranca. — Ela trabalhou para Victor Helio. Você o conheceu. Ele se aproximou de Ellie quando trabalhava nas Indústrias Mercile em seus escritórios corporativos, sem saber o que realmente faziam. Aproximou-se dela, disse-lhe o que suspeitavam, e pediu sua ajuda para descobrir a verdade. Ela contrabandeou evidências, arriscou sua vida fazendo isso, e deu-lhes o suficiente para obter mandados de busca. Alguns dos relatórios médicos e testes que você leu são aqueles que ela roubou.
— Oh. — Ted relaxou. — Você foi corajosa. O que fez você fazer isso? Você sempre quis ser uma espiã ou trabalhar para uma agência de polícia?
Ellie adiou um resfolego.
— Não. Não sou tão aventureira. Isso realmente me tocou quando Victor Helio veio até mim e me contou sobre os rumores. Tinha de fazer tudo o que eu pudesse para descobrir se estavam realmente fazendo experimentos com pessoas. Fiquei horrorizada com o conceito.
— Você é uma boa pessoa. — Ted falou e virou-se em seguida para Trisha. — Se estão usando drogas para atacar os Novas Espécies, precisamos estar conscientes disso. Precisamos bloquear todos os produtos que entram que podem estar afetados.
— Começando com a comida. — Trisha apontou.
— Você acha que é possível? — Justice olhou desconfiado.
— Estou pensando no que eu poderia fazer se eu quisesse sabotar o seu povo, Justice. Contaminando a comida enlouqueceria todo mundo. — Afirmou Ted severamente.
— Não afetaria os seres humanos também? — Justice não parecia convencido.
Ted deu de ombros.
— Claro, mas aposto que não se importariam. Estão sendo julgados pelo o que fizeram com vocês e sua única defesa é afirmar que não são humanos. O que feriria mais os Novas Espécies do que fazer pelo menos que uma parte boa de vocês enlouquecerem o suficiente para transformar isso aqui em um banho de sangue, e a imprensa correndo atrás dessa história?
— Nem sequer sabemos se o enredo é tão grande — rosnou Justiça. — Não quero que ninguém entre em pânico.
— Certo — Ted agarrou. — Vou começar a olhar algo que vai neutralizar o Freltridontomez. Dessa forma, se usá-lo novamente podemos usar dardos com um antídoto para qualquer pessoa afetada antes que alguém se machuque. Essa é a coisa mais segura a fazer. Como disse antes, se os sedarmos enquanto estiverem dominados, a raiva induzida pelas drogas provavelmente iria matá-los. Poderiam ter um derrame ou um ataque cardíaco.
Trisha perguntou.
— Você acha que podemos encontrar algo para isso? Vamos ter que trabalhar rapidamente, Ted. Também devemos pedir testes aleatórios para a água e alimentos enviados aqui dentro.
— Tinham algumas notas de pesquisa incluídas com os arquivos que temos sobre Freltridontomez. Podem ter estado perto de encontrar uma droga para combatê-la. — Ted pegou sua maleta. — Só porque não temos o resultado final no papel não significa que não está ali.
— Vamos. — Trisha agarrou a dela. Ao sair, parou e sorriu para Ellie. — Quando Fury acordar ele pode ter dor de cabeça e estar exausto, mas deve ficar bem. Se não, nos ligue. Estaremos no centro médico.
— Uau — murmurou Ellie quando o casal saiu. Arqueou as sobrancelhas para Justice. — Acho que minha cabeça está dando voltas. Eles são assim o tempo todo?
Ele Assentiu.
— Ted é o que você chamaria de paranoico, mas é o melhor no que faz. Não acho que isso é uma conspiração em grande escala contra nós. Coma as suas refeições sem medo, Ellie. Se estavam atacando a nossa comida ou água, não teriam que enviar uma mulher até Fury com o veneno em agulhas. Já teriam nos atacado dessa forma.
— Você acha que ela veio de um dos grupos de ódio ou Mercile?
— Mercile faz mais sentido para mim. Derrubar dois pássaros com uma pedra só.
— Dois pássaros?
Sobrancelha arqueada.
— Você os derrotou, Ellie. Qual a melhor vingança do que fazer o homem que você arriscou sua vida para salvar se tornar o homem que causou a sua morte? Fury poderia ter te matado. A má publicidade nos esmagaria na imprensa. Ted tem razão. A única defesa que têm para os seus crimes é convencer as pessoas que não somos humanos e, portanto, é impossível abusar de nós. Estão enfrentando acusações criminais, mas os estamos processando por dinheiro também.
Deixou isso absorver nela.
— Meu voto é na Mercile também. — Verificou Fury. Dormia pacificamente.
— Preciso fazer alguns telefonemas, Ellie. Quero verificar o que esta Beatrice Thorton está dizendo. Estarei na sala de estar, se precisar de alguma coisa.
— Você não tem que ficar. Obrigada por tudo hoje, de qualquer maneira. Bem, exceto por ter Tiger me lançando dentro de um porta-malas do carro e me sequestrando.
Ele fez uma careta.
— Vou estar no outro quarto. Precisamos ficar perto para se certificar de que Fury estará realmente bem quando acordar. — Justice sacudiu a cabeça para seus homens segui-lo para fora.
Breeze falou.
— Estou indo para casa.
Ellie deu a Breeze um olhar sincero para transmitir a sua gratidão.
— Você é realmente uma boa amiga por vim hoje e não vou esquecer disso. Obrigada do fundo do meu coração.
— Te vejo quando voltar a trabalhar. Tire alguns dias de folga. Estaremos bem no dormitório. Não se preocupe conosco.
— Obrigada.
Ellie viu todo mundo sair do quarto. Estava sozinha com Fury novamente. Virou de lado e se enrolou no seu corpo quente.
— Eu te amo — Sussurrou. Apenas o segurou, sabendo que um deles poderia ter morrido. Isso a assustou pra caramba.
Ellie queria ir até o centro de detenção e socar Beatrice Thorton, também conhecida como a cadela enfermeira, Belinda Thomas. Tiger e Slade interrogaram a mulher até que não aguentou mais e confessou tudo. Alguém das Indústrias Mercile a contratou para sabotar os Novas Espécies para a má publicidade que iriam ganhar. Pensaram que fazer Fury agir como um animal iria virar a opinião pública a seu favor.
Fury tinha se recuperado totalmente, mas estava muito chateado por ter perdido o controle daquele jeito. A culpa caiu estritamente sobre os ombros da cadela enfermeira por não ter moral. O NE entregou a mulher às autoridades para ser processada por uma longa lista de crimes, mas mal consolou Ellie ou Fury.
A cadela quase destruiu suas vidas. Escolheu Fury porque estava facilmente acessível após o tiroteio. Tinha acabado de ser contratada para fazer atendimento domiciliar e subornou algumas pessoas na lista para recusarem a trabalhar para os Novas Espécies.
Beatrice Thorton admitiu estar curiosa sobre como seria ter relações sexuais com Fury. Foi por isso que flertou com ele e fez a vida de Ellie um inferno. Quando finalmente percebeu que Fury não queria nada com ela, decidiu implementar o seu plano, enquanto Ellie tomava banho, assim esperava que ficasse louco e matasse a mulher que amava. Era um esquema vicioso e que poderia ter funcionado a favor da mulher, mas não contava com o quão profundamente Fury amava Ellie.
Justice olhou para Ellie e Fury severamente.
— Juro que ela vai ficar muito tempo presa. Prometeram que seria um exemplo. Temos que mudar totalmente nossos protocolos de segurança agora. Decidimos iniciar a escolaridade para alguns de nossos povos em enfermagem. Dessa forma, se precisarmos de ajuda, no futuro, não seremos totalmente dependentes de seres humanos para a assistência de enfermagem.
Fury se mexeu na cadeira e olhou ao redor do escritório de Justice.
— Ela disse se sabia se Mercile iria enviar outros?
Justice deu de ombros.
— Temos certeza de que vão tentar nos infiltrar novamente. Pelo menos não foi um ataque tão grande como os nossos médicos temiam. Nosso suprimento de alimentos e água não foi adulterado. Apenas temos que ter muito cuidado integral com os humanos. — Deu a Ellie um olhar de desculpas. — Sem querer ofender. Confio em você com a minha vida. É apenas com os estranhos que temos que ter cuidado. A partir de agora fazemos verificações completas com antecedência em todos os humanos que são permitidos passar pelas portas.
— Precisamos contar mais com nós mesmos — Fury concluiu. — Temos um monte de humanos trabalhando aqui. Se Mercile quer jogar sujo poderiam começar a tentar suborná-los para permitir que alguém passe pela segurança para nos fazer mal.
— Vou deixar você no comando disso. — Justice pareceu cansado. — Vai sempre ser uma batalha para nós, meu amigo. Haverá sempre inimigos que teremos de lidar. Esperemos que Mercile seja completamente destruída pelos processos judiciais e má publicidade. Um dia espero que não existam mais. Então, todos nós vamos ser deixados para lidar com os humanos que pensam que somos uma abominação contra a humanidade.
Fury suspirou.
— Não se esqueça dos empregados da Mercile presos que estão enfrentando anos de prisão. Tenho certeza de que suas famílias e amigos sentem raiva de nós. Há também aqueles que ainda estão lá fora, que evitaram a prisão. Precisamos ter cuidado com eles. Nosso povo pode identificá-los e este incidente me fez perceber o perigo que representamos para eles. A mulher poderia ter ido atrás de nossas mulheres que a conheciam e poderia tê-las matado. Tivemos sorte que não as atacou também.
— Isso é apenas um outro medo com que vamos lutar. — Justice passou os dedos pelos cabelos.
Ellie olhou para o relógio.
— Hey, desculpem por ter que sair, mas tenho que ir trabalhar. As mulheres estão me esperando. Estamos fazendo uma festa de aniversário e não posso chegar atrasada.
Fury lentamente sorriu.
— Festa de aniversário?
Ellie levantou-se e inclinou-se para segurar seu rosto nas mãos.
— Sim. Temos presentes, um bolo, decoração, e tudo mais. Vai ser divertido.
Fury a beijou. Ellie sorriu, afastou-se e acenou para os dois homens.
— Bem vê-lo, Justice. Te vejo em casa mais tarde, Fury.
— Sim, você vai — Rosnou. — Você e eu temos planos agora que fui considerado completamente curado.
Calor subiu à face de Ellie, quando Justice riu. Alguém não sabia que Fury foi liberado para o sexo esta manhã? Provavelmente não. Saiu do prédio para o seu carrinho de golfe. Entrou. Pescou sua chave e foi para o dormitório das mulheres.
Dentro todo mundo estava excitado com a festa. Estavam dando uma festa de aniversário para uma das mulheres, prepararam tudo enquanto estava em sua turma na escola dos Novas Espécies. Ellie assumiu o comando. As mulheres tiveram a certeza que estavam em casa para gritar para a aniversariante, quando entrou na biblioteca.
A pobre mulher saltou atordoada por meio metro, parecia muito confusa, mas sorriu quando percebeu o que fizeram para ela. Nunca tinha visto aquela mulher tão feliz, fazendo valer a pena cada grama de problemas que foi planejar a festa surpresa.
Após as seis horas da tarde, Ellie abriu a porta da frente da casa de Fury. Correu pela casa e foi para a cozinha. Tinha escondido sanduíches na parte inferior da geladeira naquela manhã após Fury ter ido a uma reunião de segurança. Puxou-os para fora, pegou um pouco de refrigerante, um saco de batatas fritas do armário, e foi para o quarto.
Dez minutos depois a porta da frente abriu. Ellie pulou da cama e correu para o armário. Riu quando se escondeu lá dentro e esperou. Fury sempre a procurava no segundo que entrava na casa. Sabia que ia fareja-la muito rapidamente e que seria divertido tentar se esconder. Ela o ouviu.
Ellie tentou não rir quando a porta do armário abriu. Fury franziu a testa até o seu olhar lentamente percorrer em seu corpo nu. Ela sorriu.
— Levou tempo para me encontrar.
— Por que você está se escondendo?
Ellie deu um passo em direção a ele.
— Pensei que eu deveria, pelo menos, fazê-lo trabalhar um pouco.
— Trabalhar para quê? — Seu foco ficou sobre os seios nus.
— Para mim. — Agarrou a frente de seu uniforme. — Pensei em espera na cama, mas isso era muito fácil.
Fury ajudou a remover seu colete e a camisa e tirou os sapatos. — Eu gosto de facilidade.
Ela riu.
— Você viu o piquenique que fiz? Pensei que poderíamos ficar nus, jantar juntos, e então talvez assistir alguns programas de TV. Isso soa como uma ótima maneira de passar nossa noite. — Brincou.
Os lábios de Fury se contrairam.
— Isso é bom. — Afastou de seu alcance para impedi-la de tocá-lo. Abriu sua calça e a empurrou para baixo com sua cueca. As meias foram removidas em seguida. Totalmente nu e excitado, abriu um largo sorriso para ela.
— Vamos comer. — Moveu-se para a cama.
Ellie o seguiu. Sentou-se no outro lado do colchão com as pernas cruzadas, de frente para ele, mostrando sua vagina. O olhar escuro de Fury estava trancado em seu colo. Respirou fundo algumas vezes e rosnou baixo no fundo de sua garganta.
— O que foi, Fury? Não entendi muito bem o que você disse. — Ellie permitiu seu divertimento aparecer em seus olhos quando olhou para cima.
— Nada. — Sorriu. — Isso parece realmente bom. Adoro carne assada.
— Tentei colocar tudo o que você ama na cama. — Ellie lambeu os lábios, deixando a língua passar devagar primeiro pelo lábio inferior, e depois no topo.
Fury olhou para sua boca. Mordeu o sanduíche, mastigou e engoliu.
— Dane-se isso — resmungou e jogou o sanduíche de lado quando se lançou para ela.
Ellie bateu suas costas na cama, rindo enquanto Fury a agarrava e a prendia debaixo dele.
— A única coisa que eu quero realmente comer é você.
— E o jogo?
Ele cheirou o seu pescoço e roçou os lábios em seu ombro.
— A única coisa que estou interessado em assistir é você. — Tocou seu seio, esfregando o polegar sobre seu mamilo. — Estou completamente curado e planejo fazer tudo que eu quiser com você.
— Você trancou a porta da frente?
— Tranquei e vim correndo. Ainda mantenho a arma dentro da gaveta do criado-mudo também. Vou atirar em qualquer um que entre neste quarto.
Ellie raspou as unhas nas suas costas. Fury arqueou contra o seu corpo e rosnou.
— Calma. Não me excite muito. Não demoraria muito para eu perder o controle. Quero que isso seja bom para você também.
— Você confia em mim?
Fury não hesitou.
— Com a minha vida.
— Posso ficar por cima?
Surpresa cruzou as feições de Fury, linhas lentamente apareceram no canto de seus olhos, enquanto olhava para ela.
— Você quer estar por cima? Estou esmagando-a com o meu peso? — Levantou seu peito para longe dela colocando alguns centímetros de espaço entre eles.
Ela o puxou de volta.
— Você nunca será muito pesado. Amo sua pele tocando a minha e amo estar embaixo de você. Só quero te surpreender. — Seu olhar estudou-o atentamente. — Breeze mencionou que os machos não permitem que as mulheres fiquem por cima, mas quero estar. Você vai, pelo menos, experimentar para mim?
A mandíbula de Fury cerrou.
— Você quer eu seja submisso a você?
Ela sorriu.
— Não. Quero que você confie em mim e deixe-me ficar por cima. Acho que vai gostar.
Revirou-se de repente até que montou nele, mas não parecia feliz por fazer isso.
— Eu te amo. Se for importante para você, então serei submisso. Posso provar que eu faria qualquer coisa para você, mesmo isso.
O sorriso de Ellie caiu. Não parecia feliz ou excitado. Realmente parecia um pouco miserável. Droga. Não teve a intenção de aborrecê-lo ou fazê-lo reagir mal. Se endireitou, colocando as pernas em ambos os lados do seu estômago. Mordeu o lábio, na tentação de fazê-lo rolar de volta para cima ela, mas em vez disso examinou cuidadosamente o seu corpo estendido sob ela.
Ellie se esforçou para trás sobre sua ereção, feliz de ver que estava excitado nesse departamento, e avançou para baixo para se sentar em suas coxas. Inclinou-se para frente e lambeu um de seus mamilos, puxando-o firme em sua boca, arqueando o estômago o suficiente para colocar um pouco de espaço entre eles quando o seu pau cavava em sua barriga.
Fury ficou tenso sob ela e rosnou. Ellie usou seus dentes para brincar com seu mamilo e chupava. As mãos de Fury agarraram seus quadris com firmeza, mas não se mexeu. Não poderia deixar de notar a maneira como seu pau endureceu ainda mais contra seu estômago.
— Ellie — Rosnou. — Já faz muito tempo desde que estive dentro de você. Não posso esperar mais. Estou tentando esperar por você, mas não sou um de seus machos humanos. Não tenho a paciência que você continua esperando de mim.
Ela riu, liberando seu mamilo, e sentou-se. O sorriso desapareceu.
— Relaxe.
Arqueou uma sobrancelha e depois baixou o olhar para a carne saindo na frente do estômago de Ellie. Seus olhos encontraram os dela.
— Pareço relaxado para você?
Ellie ergueu os quadris e segurou o pau de Fury. Enrolou a mão em torno de seu eixo rígido e esfregou as pontas dos dedos para baixo na parte inferior do mesmo, traçando-o levemente com as unhas. Deu um grunhido gutural e suas mãos soltaram seus quadris. Estendeu a mão e agarrou a cabeceira da cama. A madeira rangeu em protesto enquanto suas mãos apertaram o cerco fortemente. Seu foco deslocou-se para eles, notou os dedos estavam brancos e seus músculos rígidos cresceram em todo seu corpo. Olhou para ele, pensando o quão bonito parecia para ela.
Ellie levantou até que sua vagina foi posicionada sobre o pau de Fury e afundou devagar, ajustando a ele até que seus corpos estavam perfeitamente alinhados. Experimentou um intenso prazer. Adorava tê-lo enterrado profundamente dentro dela e sentir o que os seus corpos faziam juntos.
Estava molhada e muito mais do que pronta para montá-lo para mostrar-lhe o quão bom ser montado podia ser. Gemeu quando levou-o mais profundo dentro dela. Cada centímetro de seu pau deslizou confortavelmente em sua vagina enquanto abaixou-se sobre ele até que estava totalmente encaixado exatamente onde pertencia.
Fury jogou a cabeça para trás e rosnou mais profundo quando a madeira se partiu. Seu olhar voou para verificar que havia quebrado um das barras na cabeceira da cama. Jogou a madeira de lado e agarrou a outra. Seus olhares se encontraram. Isto parecia importante para Ellie e teve que admitir que estava sexy envolta sobre seus quadris. A sensação de seu sexo, apertado quente confortável em torno de seu pau deixou-o lutando contra o desejo de empurrar para dentro dela.
— Você vai me matar.
Começou a mover-se sobre ele.
— Se isso é estar morrendo, estou quase pronta — Ellie gemeu antes de se mover nele, levantou, girou seus quadris, e dirigiu com força novamente.
Fury soltou a cabeceira da cama e a pegou. Uma de suas mãos em concha segurou o seio, enquanto a outra mão deslizou entre seus corpos em movimento. Ellie jogou a cabeça para trás, gemendo alto quando Fury esfregou o polegar contra o clitóris. Frenética, se moveu com ele ainda mais rápido, montando-o bem forte. Fury rosnou, empurrando seus quadris para cima nela, usando seus calcanhares em cima da cama para aproveitar e bater mais profundo.
Xingou ferozmente quando seu pau começou a inchar, suas bolas apertaram, e sabia que não podia segurar mais. O prazer experimentado cada vez que levava seu corpo para dentro dela, combinada com seus músculos apertando ao redor de seu pênis com o seu clímax pendente de seu polegar massageando seu clitóris era o paraíso puro. Rosnou, tentando lutar contra a ejaculação, e conseguiu adiar até que ela gritou o nome dele quando a enviou para além do seu limite.
Fury balançou sob ela, quase a tirando do lugar quando deu um impulso final para cima. Gemia alto quando gozou. Contrariou seus quadris e gemeu profundamente ao serem enviados para o céu. Ellie desabou contra o peito, os dois ofegantes.
Seus braços a envolveram e pura alegria o fez sorrir. Ellie era o céu para ele. Ela entrou em sua vida quando esteve no inferno, um anjo de luz do sol e da esperança, mesmo que não tinha percebido no momento porque sua atração por ela era tão intensa. Em algum lugar lá no fundo devia saber que ela era a outra metade de sua alma.
Quase a perdeu quando estava drogado e o aterrorizou saber o quão perto chegou de ferir a única coisa que mais amava. Mesmo louco, sabia que era especial, que era importante, e nunca teria sobrevivido se tivesse morrido. Sua preciosa Ellie fez a vida vale a pena de se viver. Estar com ele a colocou em perigo, mas uma vida sem ela não vida. Não podia viver sem sua Ellie.
— Então — Ofegava contra seu peito. — O que achou?
Todos os pensamentos escuros desapareceram. Fury riu.
— Vou ser submisso a você para fazer isso quando quiser.
Ellie acariciava-o.
— Achei que poderia amar isso.
— Amo tudo em você. — De repente, rolou arrastando seu corpo com ele.
Ellie olhou para ele quando suas pernas estavam em volta da sua cintura e seus braços enrolados ao redor de seu pescoço.
— Não conseguiu aguentar por muito tempo, hein?
— Quero ter certeza que você não tente se levantar.
— Estamos presos juntos. Não ousaria tentar deixá-lo até que o inchaço diminuísse. Te disse, quero fazer de você um cobertor.
— Você pode fazer isso, mas não é por isso que eu não quero que você se levante ainda.
— Você só quer me abraçar? Isso é tão fofo. — Beijou seu queixo. — Adoro quando você faz isso.
Ele riu.
— Não é só por isso também, mas gosto de estarmos ligados e segurá-la é a minha segunda coisa preferida. Tenho tempo para fazer de novo. — Moveu-se dentro dela, empurrando delicadamente. — Esta é com certeza a minha coisa mais favorita para fazer com você.
Ellie gemeu no prazer imediato, queria-o, mas se surpreendeu.
— Mais uma vez? Tão cedo?
Assentiu, abaixando a cabeça até seus lábios esfregarem sua garganta.
— De novo.
— Eu amo tanto você. — sussurrou.
— Calma — Ellie riu.
Fury passeava e um grunhido retumbou macio de seus lábios.
Ellie aproximou-se dele para pegar seu braço e puxou-o até parar na frente dela. Estendeu a mão para acariciar seu rosto.
— Nada de ruim vai acontecer.
— Algo terrível acontece sempre. — Suspirou, mas passou os braços em volta de sua cintura, enquanto seu olhar intenso estudava seu rosto. — Tem certeza que você não se importa fazê-lo desta maneira? Breeze e algumas das mulheres informaram-me que estou cometendo um erro. Acreditam que você vai se ressentir mais tarde. Receio que elas tenham assistido filmes demais. Breeze me lembrou sobre as famílias humanas e acho que deveríamos ter mais do seu povo aqui.
— Elas assistem filmes demais. Isso é verdade e é minha culpa. Nós os assistimos quase todos os dias para ajudá-las a aprender sobre a vida normal... até certo ponto. Isto é o que eu quero. Você é a minha família agora, Fury. Amo a minha família de sangue, mas eles não compreenderam a nossa relação quando falei com eles. Tenho que encarar o fato de que, não importa o que eu faça ou com quem eu estou, eles não serão felizes. Vão ter que lidar com isso. Se não, que pena. Esta é a minha vida agora, aqui com você. Você é tudo para mim.
Fury mastigou seu lábio inferior.
—E sobre crianças? Gostaria de poder de te dar algumas, mas sou incapaz. — Tristeza assombrava seus olhos. — Eu sinto muito.
— Não esteja. Você quer ter algum?
O coração de Ellie parou por uma batida com a ideia de ter um pequeno Fury correndo ao redor da casa. Apostava que seria um bebê adorável, mas sabia que nunca iria acontecer.
— Eu gostaria de ter. — Fury puxou mais apertado contra o peito. — Mas só quero você. Tudo o que importa é que estamos juntos e sou tão grato por ter você, Ellie. Você sempre vai ser mais do que suficiente para me fazer feliz.
— Gostaria de ter alguns bebês. — Sorriu para ele. — Vamos resolver isso de alguma forma. Trisha e Ted são grandes doutores que podem ser capazes de encontrar uma maneira de consertar o que foi feito com você e se não, podemos sempre adotar. Há sempre opções. E se não tivermos filhos, tudo bem também.
Ele balançou a cabeça.
— Nós podemos, pelo menos, conversar com os médicos. Seria a primeira vez na minha vida que eu não me importaria de ser testado e cutucado. Nunca acreditei que eu diria essas palavras depois de tudo o que fizeram comigo dentro da minha cela.
O coração de Ellie quase silenciou na lembrança de seu passado e como se conheceram.
— Será que você vai me perdoar pelo que fiz para você?
Ele encontrou o seu olhar e segurou-a.
— Não precisa nem perguntar isso. Já perdoei. Você fez o que tinha que fazer para salvar a todos nós.
Ela sorriu.
— Obrigada.
Fury vacilou um sorriso.
— Tem certeza de que não vai se arrepender por hoje? Tem certeza que é isso que você quer? Preciso que isto seja perfeito para você.
— Hey — Ellie sussurrou. — Não fique triste. Estar com você me faz mais feliz do que já estive em toda minha vida. Quantas vezes eu tenho que continuar dizendo para acreditar em mim? Eu te amo. Se você tivesse alguma ideia de como isso me faz feliz, você não pensaria nem mesmo em me perguntar. Tenho certeza que isto é exatamente o que eu quero, apenas dessa forma, porque estou fazendo isso com você.
A porta da sala de conferências abriu e Ellie torceu a cabeça para olhar para trás. Justice entrou e um grupo de pessoas o seguiu. Ellie sorriu para os rostos familiares.
— Você tem certeza, Ellie? Poderíamos esperar e planejar algo melhor, algo mais tradicional.
Ellie encontrou seu olhar.
— Te disse. Não me importo onde é realizado, ou como é feito, Fury.
— Não quero que nada dê errado — Fury rosnou. — Sem atiradores. Sem enfermeiras loucas.
Ellie mordeu forte o lábio. Não queria rir. Parecia tão certo que algo iria dar errado.
— É por isso que decidimos fazer isso hoje, com apenas algumas pessoas testemunhando o que estamos prestes a fazer. Ninguém pode estragar algo que não estão esperando.
— Gosto de sua lógica.
Ellie se aproximou, subindo para a ponta dos pés para encostar os lábios contra sua orelha.
— Amo sua bunda e o fato de que você está totalmente curado. Mal posso esperar para ficarmos sozinhos.
— Ellie? — Slade falou.
Ellie virou a cabeça.
— Estou conversando aqui.
— E todos nós estamos ouvindo — enquanto Slade ria, tapava seu ouvido. — Audição aguçada. Mas fico feliz em saber que Fury está de volta a cem por cento.
Corando, Ellie olhou para ele.
— O que há com vocês? Vocês não poderiam pelo menos fingir que não ouviram isso?
Slade piscou.
— Onde estaria a graça nisso? Você cora tão graciosamente.
Fury rosnou, atirando ao seu amigo um olhar de aviso, e Slade moveu-se para um assento. Ellie balançou a cabeça, enquanto Fury deu de ombros.
Um homem de cabelos brancos entrou pela porta. Usava uma túnica preta e segurava uma Bíblia na mão. Foi para o seu lugar na frente de Ellie e Fury. Seu olhar sério viajou por todo o quarto.
— Preciso de todos se sentem, por favor.
A sala ficou em silêncio. Ellie viu a confusão em um monte de caras quando se sentaram, olhando para o casal na frente deles com um homem. A maioria deles não tinha ideia do por que foram chamados para uma reunião obrigatória, mas havia alguns que sufocaram risos, sabendo. Breeze acenou para Ellie de uma cadeira na frente. Ellie acenou de volta e então olhou para Fury. Seus olhares se encontraram.
— Estamos aqui reunidos hoje... — o homem de cabelos brancos declarou em voz alta. —... para que se unam Fury North e Ellie Brower em casamento. — Respirou.
— Não diga. — Fury deu ao ministro um olhar assustador. — Não ouse perguntar se alguém tem alguma objeção. Conversamos sobre isso.
O homem empalideceu e limpou a garganta.
— Fury, você aceita Ellie para ser a sua esposa?
— Aceito.
O ministro abriu a boca, mas Fury rosnou novamente. As sobrancelhas brancas subiram e sua voz abaixou.
— Quanto você quer que eu corte aqui?
Os olhos escuros se estreitaram enquanto Fury rosnou novamente e Ellie reprimiu uma risada. O ministro pigarreou novamente.
— Ellie, você aceita Fury para ser seu marido?
— Aceito.
— Eu vos declaro marido e mulher. — Olhou para Fury cautelosamente. — Isso foi rápido o suficiente para você? Você pode beijar sua noiva. Vocês estão legalmente casados.
As feições de Fury se dividiram num largo sorriso.
— Ninguém nos impediu.
— Alguém teria de ser um manifestante bem veloz para obter uma palavra aqui dentro. —Ellie inclinou-se para ele e uma deu uma risadinha. — Agora me beije.
Fury abaixou a cabeça e Ellie fechou os olhos, o coração disparado. A vida nunca ia ser chata com seu marido. Sua boca tomou posse da dela e ela se perdeu no homem que amava, em frente a uma sala cheia de testemunhas.
— Eles não deveriam trocar alianças? — Halfpint sussurrou a pergunta.
— Oh, eles estarão trocando um monte de coisas. — Slade riu. — Acho que colocar alguma coisa nela é a última coisa que Fury quer neste momento.
Breeze riu.
— Hum, talvez devêssemos separá-los ou sair da sala porque parece que estão prestes a tirar tudo. Estão realmente animados por estarem casados.
Justice falou.
— Vamos dar o fora daqui — ele sussurrou, sabendo que seu povo podia ouvi-lo. — Agora.
Olhou para o casal se beijando na frente da sala, entrelaçados, e uma mistura de emoções o agitando. Estava agradecido que eles descobriram a felicidade juntos, mas ao mesmo tempo, tornou-o ciente que queria encontrar uma para ele também.
Uma mão tocou seu ombro e ele forçou seu olhar para longe de Ellie e Fury para atender o olhar de Tiger.
— Eles estão saindo — Tiger sussurrou. — Vou pedir para um dos nossos homens ficar do lado de fora para impedir que alguém os perturbe. Slade está escoltando o ministro para o lado de fora. — Fez uma pausa. — Eles estão tão envolvidos um no outro que a sala poderia pegar fogo e eles não estariam cientes disso.
Justice olhou para a frente da sala e depois sorriu.
— Vamos. — Fechou as portas da sala de conferência quando chegaram ao corredor. — Quero isso um dia — Admitiu.
Tiger fez uma pausa, inclinou a cabeça ligeiramente, e assistiu Justice por um longo momento.
— Ficaria com muito medo de encontrar e, em seguida, perder esse tipo de amor.
Justice concordou.
— Nós somos livres. Tudo é possível agora, se nós apenas formos atrás disso.
Slade caminhou.
— Estão nus e fazendo sexo em cima de uma das mesas?
— Provavelmente. — Tiger sorriu. — Justice está ficando sentimental e quer uma mulher para ele. Eu não. Gosto de minha vida tal como ela é. E você?
Slade tinha uma imagem mental da Dra. Trisha e seu sorriso brilhou através de seus pensamentos.
— Estou indeciso, mas quem sabe o que o futuro nos reserva.
Laurann Dohner
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