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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


GRIM / M. K. Eidem
GRIM / M. K. Eidem

                                                                                                                                                   

                                                                                                                                                  

 

 

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O Rei Grim Vasteri é o guerreiro mais forte e temido no Império Torniano. Ele é o Rei de Luda, irmão de sangue do Imperador e sua linhagem morrerá com ele. Não terá descendência com nenhuma mulher que se unir a ele, uma vez que está cheio de cicatrizes e é considerado inadequado. O Império Torniano está morrendo desde que a grande infecção fez com que o nascimento de fêmeas fosse algo raro. Desde então, estão pesquisando nos universos conhecidos por fêmeas compatíveis. A descoberta do Imperador de uma mulher compatível em uma nave de escravos mudou isso. Ele ordenou que Grim encontrasse o mundo de origem de sua Imperatriz para que mais fêmeas desprotegidas pudessem ser resgatadas, sabendo que Grim nunca teria permissão para se juntar a uma.

Lisa Miller é uma mãe viúva e com duas meninas, Carly e Miki. Seu marido morreu há apenas um ano, depois de uma longa batalha contra o câncer e sente sua falta imensamente. Os amigos querem que ela comece a namorar novamente, mas em seu coração, sabe que não há um homem no planeta que poderia amá-la com sua marca. Portanto, ficará sozinha.
Quando Lisa é pega sozinha e desprotegida no túmulo de seu marido, logo depois acorda em uma nave alienígena indo em direção a outro mundo. Recusando aceitar isso, confronta os grandes homens, exigindo que seja devolvida as filhas. Ao ver sua chance de ter uma mulher, Grim concorda em aceitar e proteger sua prole, se ela concordar em se unir a ele, e apenas ele. Percebendo que esta é a única maneira de poder recuperar suas filhas, Lisa concorda e se muda para o Império Torniano para sempre.

 

 

 


 

 

 


CAPÍTULO UM

O sol brilha intensamente enquanto Lisa atravessa a grama para Mark. É o dia de primavera perfeito para um piquenique.

— Feliz aniversário meu amor. — Lisa sorri, deixando o sanduíche e a bebida. Ela descarta uma folha perdida que invadiu sua mesa enquanto senta com as pernas cruzadas na frente dele. — Sim, tem esse queijo azul fedorento que você ama. Ricky lembrou-se de como você gosta. — Respondendo à pergunta que sempre fez, apoiando-se nas mãos, ela fechou os olhos, deixando o sol aquecer seu rosto.

— As meninas estão bem. Eu as trarei mais tarde. Trisha está com elas enquanto dormem. Apenas queria um tempo sozinha com você. — Ela pisca afastando as lágrimas de seus olhos castanhos dourados enquanto olha para a lápide de Mark.

— Mark Wilbur Miller. — Lê. — Amado marido e pai.

— Sinto sua falta Mark. — Ela sussurra. — Sinto falta de nossas conversas. Como sempre pode me fazer rir. Sinto falta de seus braços ao meu redor, me segurando no meio da noite, me dizendo que tudo ficará bem. Sinto falta de nossas brigas... sinto falta de fazer... — Lisa descobre que não pode continuar.

— Sinto muito. — Ela ri secando as lágrimas. — Este é seu vigésimo sétimo aniversário e estou chorando como uma idiota. — Os pássaros cantam para ela em resposta, já que o vento levanta seu cabelo castanho para acariciar seu rosto.

— Eu sei. — Ela coloca a mecha atrás da orelha. — Você estaria aqui se pudesse. Protegendo-nos, certificando-se de que temos tudo o que precisamos, mas ficaremos bem. Carly começa a escola neste outono e Miki vai ter o grupo dela jogando. — Lisa suspira fundo com a rapidez com que seus bebês estão crescendo. — Estava pensando em talvez terminar a faculdade que comecei antes que Carly nascesse. — Ela olha para a pedra. — Apenas demoraria dois anos e você sempre gostou de como eu decorava a casa. Quer dizer, tenho apenas vinte e quatro anos, não seria assim tão mais velha que os outros alunos. — Quando o sol se põe, Lisa olha franzindo a testa, não há uma nuvem no céu.

— Bem, isso é estranho. — Ignorando, ela olha para Mark. — Trisha quer que eu conheça um amigo dela, mas disse que era muito cedo, e não acho que possa mudar de ideia Mark Miller. — Lisa fica inquieta e levanta. — Pouco aconteceu neste ano desde que você morreu. Não estou pronta para encontrar homens. Não quero encontrar homens, não importa o que prometi quando estava doente! Não há um homem no planeta que possa amar tanto quanto você, que poderia amar nossas garotas tanto quanto você e não nos contentaremos com nada menos Mark. Quero tudo... novamente... ou prefiro ficar sozinha.

O estalar de um galho, seguido por um grunhido baixo, faz Lisa girar, mas antes que possa processar o que está vendo, o mundo fica escuro.

***

Através da porta da sala de controle, Grim olha para o pequeno planeta azul, depois de semanas de busca sem fim, finalmente encontrou. Como uma espécie tão primitiva, tão atrasada, conseguiu acumular tantas fêmeas mesmo deixando-as desprotegidas? Como o planeta nunca foi descoberto? Dezenas de espécies exploravam os universos procurando mulheres compatíveis, pois eram o recurso mais valioso em todos os universos. Estavam todos a caminho da extinção desde a grande infecção, incluindo o próprio Grim e os Tornianos.

Por isso que seu irmão, o Imperador de Tornian, confiou-lhe a tarefa de encontrar o planeta natal de sua nova Imperatriz. Sua chegada em Tornian chocou muitos, pois enquanto ela é menor e mais suave que suas fêmeas, é quase idêntica em todos os outros aspectos. Nenhuma outra fêmea nos universos conhecidos era compatível.

Ela foi encontrada em uma nave de escravos Ganglian com destino ao mundo natal, onde seria vendida a um alto preço por sua pele pálida e o cabelo vermelho flamejante, pois os cabelos coloridos eram tão raros quanto as fêmeas. A escravidão era contra a lei de Tornian e as naves Ganglian que as transportavam eram proibidos em seu universo. Quando a nave de Wray interceptou uma, descobriu Kim escondida, espancada e abusada, sua raiva não teve limites. Toda a tripulação foi executada e Wray reivindicou Kim para si mesmo.

A Assembleia dos Lordes exigiu saber de onde ela veio, se havia mais mulheres disponíveis, mas Kim recusou a dizer-lhes. Ela não ajudaria os Tornianos a escravizar seu povo.

As coisas podem ter se estabelecido e um compromisso foi formado, mas foi descoberto que Kim concebeu e guerreiros de todas as casas ameaçaram procurar o planeta por conta própria, pela chance de adquirir uma fêmea. Para acalmá-los, Wray ordenou que um grupo seleto de guerreiros viajasse para o planeta natal da Imperatriz para obter um pequeno número de fêmeas desprotegidas. Essas fêmeas seriam trazidas de volta para Tornian, onde escolheriam apenas os guerreiros Tornianos mais dignos para a cerimônia de união.

Muitos argumentaram com o Imperador, mas nesse ponto, Wray não hesitou. Até que soubessem com certeza se suas uniões seriam bem-sucedidas, não permitiria que capturassem mais que algumas. Grim sabia que também era uma maneira de Wray acalmar a Imperatriz Kim, que continuava escondendo o que sabia. Foi por isso que Wray confiou apenas a Grim o que sabia da localização do planeta. Wray sabia que seu irmão nunca o traíria, mesmo que Grim não tivesse permissão para se unir a uma das fêmeas.

— Grim.

Luuken voltou com a última mulher. Enquanto Veron caminha até o console de navegação, Grim o bloqueou. Ninguém, nem mesmo o Capitão mais confiável do Imperador tem permissão para conhecer a localização da Terra. — Você prestou um serviço incrível a seus colegas guerreiros.

— Cumpri as ordens do Imperador. — A voz de Grim estava mais áspera que o normal, a fadiga afetando as cordas vocais já danificadas. — Veremos se realmente será algo bom para nós ou nos destruirá.

— Por que pensaria tal coisa? — Vernon não conseguiu esconder seu choque. Encontrar fêmeas, com quem pudessem se reproduzir, era um presente da deusa.

— Elas vieram voluntariamente Veron? Tiveram uma escolha? O que torna o que fizemos diferente do que os Ganglian fizeram?

— Mas... — Vernon gaguejou. — Serão protegidas, nunca serão prejudicadas.

— Eu me pergunto se elas verão desta forma...

***

Lisa acorda com um sobressalto, afastando o que está cobrindo seus olhos. Tentou levantar, sentiu-se tonta. Onde estava? O que aconteceu? Onde estão suas filhas?

— Calma. — Mãos delicadas apertaram seus ombros. Forçando seus olhos a focar, Lisa vê uma mulher loira de sua idade sentada ao seu lado.

— O que está acontecendo? Quem é você? — Ela perguntou enquanto seus olhos percorriam o lugar.

— Eu sou Rebecca Mines e fomos sequestradas. — A mulher lhe diz calmamente.

— Sequestrada! — Olhando para trás de Rebecca, vê cerca de uma dúzia de outras mulheres que a observam.

— Sim, estou aqui há mais tempo, cerca de uma semana. Beba isso. — Ela lhe entregou um copo que outra mulher trouxe. Pegando-o com desconfiança, Lisa olha para ela. Rebecca sorri de forma compreensiva.

— Não há nada nele, juro. Eles nos querem saudáveis. — Lisa a observou enquanto bebeu, sentindo sede.

— Quem são eles? Há quanto tempo estou aqui? — Lisa perguntou.

— Eles se chamam Tornianos. Parece haver uma escassez de mulheres em seu planeta, então quando descobriram as humanas, vieram buscar algumas.

— Planeta... humanas... sobre o que está falando?

— Eles são alienígenas. — Rebecca observa os olhos de Lisa arregalarem em surpresa. — Eu sei que isso parece louco, mas estou falando sério. Depois de vê-los, saberá que é verdade. — Ela olha para as outras mulheres. — Olha, entendo totalmente sua descrença. Uma semana atrás, estava trabalhando até tarde em meu escritório... a próxima coisa que soube, foi que acordei aqui. — Ela gesticula para a sala. — Não fui ferida, nenhuma de nós foi e acredite em mim, não acho que precisam de muito para nos machucarem.

— Há quanto tempo estou aqui? — Rachel olha para seu relógio.

— Cerca de quatro horas.

— Não! Preciso que sair daqui! Eu tenho que chegar em casa! — Lisa se debateu.

— Nós também queremos. Encontre um caminho e estamos com você, mas precisa entender, não estamos mais na Terra. Eu já vi, você também o fará, agora que está acordada. Eles irão provar e explicar o que está acontecendo.

— Você pode me explicar. — Lisa disse.

— A civilização deles está morrendo. — Rebecca encolhe os ombros. — Algo aconteceu, algum tipo de infecção, fez com que suas mulheres tivessem mais e mais meninos. No começo foi comemorado, são uma raça guerreira aparentemente e como a Terra, os machos são altamente valorizados, mas com o tempo, piorou. Agora, existem mais de duzentos homens nascidos para todas as mulheres.

— Eles querem que sejamos reprodutoras. — Lisa sussurra.

— Algo parecido. Vieram para Terra pelo que chamam de fêmeas desprotegidas para que seus machos possam se unir a elas.

— Unir?

— Imagino significa sexo, se casar, ter filhos ou o que quer que seja. Callen é um dos guerreiros. Ele nos traz comida. Pelo menos, se dispôs a responder nossas perguntas, ao contrário do chamado Luuken. Ele a trouxe pelo caminho que parece um buraco de classe mundial1. — Lisa claramente ouve a aversão da outra mulher por ele. — Callen assegurou-nos que teremos permissão para escolher o guerreiro com o qual nos uniremos e que ele nos cuidará e protegerá. É considerado uma grande honra ser escolhido para se juntar com uma mulher, então nos tratarão muito bem. Somente os mais dignos recebem esta honra e se uma criança nascer, seu status na sociedade é grandemente elevado.

— Mas não estou desprotegida! E já tenho filhas! Não posso deixá-las! — Lisa começa a ficar desesperada. Não poderia deixar suas garotas.

— Você é casada? — Rachel não consegue esconder o choque de sua voz.

— Viúva. Estava no cemitério, visitando o túmulo de Mark, meus filhos estão com uma babá. Preciso chegar em casa! — As vozes das mulheres na sala começam a se elevar.

Rachel se levanta, caminha até um painel, e começa a bater nele. —Callen! Callen! Abra esta maldita porta! — Quando abriu, Lisa não conseguiu deixar de ofegar. O homem... o macho que entra na sala é enorme e definitivamente não humano. Sua pele é azul, azul safira com um brilho que a fez pensar em pérolas e há uma grande quantidade de pele a mostra. Sua roupa parece ser algum tipo de uniforme que cobre seu corpo enquanto revela seus amplos braços e peito. Longo e grosso cabelo negro está longe de um rosto angular que parece quase humano. Ele tem dois olhos, de cor âmbar, um nariz mais largo e liso do que o normal com bochechas acentuadamente esculpidas e lábios cheios que, quando fala, revelam dentes brancos que parecem mais longos do que humanos.

— O que você precisa Rachel? — A voz é profunda, mas gentil.

— Houve um erro, Lisa precisa retornar à Terra. — Callen aponta para a mais nova integrante na sala.

— Foi-lhe explicado. — Ele responde balançando a cabeça. — Não é possível.

— Você também disse apenas mulheres desprotegidas. Fêmeas sem laços.

— Ela não possui nenhum aroma masculino.

Lisa avança contra o macho. — Ouça-me, seu grande idiota azul! Precisa me devolver à minha família e fará isso agora!

— Família? — Ele olha de Rebecca para Lisa confuso.

— Sim, família! Minhas crianças!

Os olhos dele se alargam. — Você tem prole? — Ele sussurra.

— Sim! O que estou dizendo? — Lisa grita.

— Callen, ela não pode deixá-las desprotegidas. — Rachel coloca uma mão em seu braço.

— Isto não pode ser...

— Bem é, alguém errou e isto deve ser corrigido. — Todas as mulheres da sala concordam.

***

Grim sai da unidade de limpeza, deixando os olhos cansados seguir o caminho que suas cicatrizes faziam no lado direito de seu rosto e peito... aconteceu por um momento... um momento que mudou toda sua vida e por esse momento, ele é visto como incapaz pelas fêmeas de seu planeta. Elas veem seus ferimentos como um sinal de que ele não poderá protege-las. Ele. O Rei Grim Vasteri. Governante do Planeta Luda. Irmão de sangue do Imperador Wray, o guerreiro mais forte e temido do Império. Ninguém o superou, nem mesmo quando ficou ferido, todos morreram naquele dia e havia momentos em que desejava ter morrido também. Pelo menos, morreria na batalha, sem conhecer a infelicidade, sem ter que esperar até que tudo pelo qual trabalhou fosse tirado dele, seu status, sua posição, tudo porque não teria descendentes.

— O que? — Ele pergunta golpeando o comunicador soando na parede.

— Há um problema com a última fêmea que Luuken trouxe. — Veron informa.

— Ela irá se acalmar. — Ele responde bruscamente.

— Ela está exigindo ser devolvida. Afirma que tem descendência. Está perturbando as outras fêmeas. Elas estão ficando muito agitadas. — Grim esfrega mãos cansadas em seu rosto, não precisava disso.

— Leve-a para a sala de comando. — Ele ordena. — Explicarei tudo a ela.

— Sim senhor. — Veron responde sabendo que Grim usará sua aparência horrível para conseguir a aceitação feminina. Veron termina a comunicação, sentindo por seu antigo amigo, enquanto ele nunca desejou descendentes, sabia que Grim sim e isto foi roubado dele. Notificando Callen para trazer a fêmea, Veron se senta e espera.

***

Lisa fica atônita ao descobrir que está de pé no que parece ser uma sala de controle de algum tipo, mas não são os machos estranhamente coloridos que a deixam atordoada, é a visão da Terra cada vez menor na grande janela que ocupa de frente a sala.

— Não é possível. Ela não possui nenhum aroma masculino. — O som de uma mão batendo em uma mesa faz com que ela pule, então percebe o que o macho irritado está dizendo e olha pelo lugar.

— Olha, bastardo amarelo, não me importo se pode cheirar Mark em mim ou não! — Ela bate seu próprio punho na mesa. — Você me tirou de meus filhos. Já perderam seu pai, eles não precisam me perder também. Não porque algum idiota não consegue me cheirar! — Ela dá a Luuken um olhar desgostoso. — Você vai me levar de volta para elas! AGORA!

Todos os machos olham para ela em choque, nenhuma fêmea grita contra um guerreiro. Elas são intimidadas pelo seu tamanho e força, mesmo sabendo que nunca seriam prejudicadas. A raiva expressada entre Veron e Luuken as deixaria ofegantes e chorando.

— Eu sou altamente inteligente. — Luuken rosna para ela, furioso com o insulto. Seus olhos se alargam quando ela se inclina sobre a mesa ficando cada vez mais perto dele.

— Você não parece. Agora me leve de volta para meus filhos. — Ela ordena.

— Não é possível, você já recebeu o programa de aprendizado. — Virando, ele se afasta, encerrando a discussão.

— Sobre o que ele está falando? — Lisa volta para o macho que ficou.

— Quando você foi trazida a bordo, recebeu nosso programa de aprendizado. — Responde o homem de pele verde. — Como acha que consegue falar e entender o nosso idioma?

— O que? — Lisa de repente percebe que não está falando em inglês, que eles não estão falando inglês. — Não me importo! — Ela balança a cabeça. — Eu quero meus filhos!

— Você agora sabe sobre nós, não pode ser devolvida. — Ele diz a ela com pesar.

— Mas Veron. — Callen fala. — Ela tem prole...

Lisa se volta para Callen sabendo que ela tem um aliado ali.

— Que nenhum guerreiro aceitará ou protegerá. Não posso obrigá-los. Não há nada que possa fazer, uma vez que ela estiver em Tornian, se acalmará e se unirá a um guerreiro, elas logo serão esquecidas.

— Você acha que esquecerei meus filhos! — Lisa pergunta da mesa ficando de pé e encarando o macho muito maior. — Que iria me unir a um de vocês sem elas! Está louco?

— Veron, as outras fêmeas... — Callen tenta novamente. — Elas estão extremamente agitadas por esta situação. Dizem que não se unirão aos nossos guerreiros se não corrigirmos isto.

— O que? — Veron não podia acreditar que isso estava acontecendo. — Tudo porque esta afirma ter filhos? — Veron olha irritado para Lisa.

— Sim.

— Suas fêmeas devem ser cadelas reais. — Lisa diz a Veron suavemente. — Não sabem o quão longe uma fêmea humana iria para proteger sua prole ou que podemos fazer com aqueles que os ameaçam.

Um silêncio desconfortável seguiu sua declaração.

***

Grim entra na sala de controle sem o conhecimento dos três discutindo e fica tão atordoado quanto os outros machos. Que essa pequena mulher se atrevesse a enfrentar um guerreiro Torniano, muito menos um dos Capitães do Imperador era inaudito2. O que ela faria se fosse verdadeiramente desafiada?

— Eu aceito proteger sua prole. — Diz ele. — Desde que ela concorde em se unir a mim e nenhum outro.

Lisa lentamente vira para encontrar a fonte da voz grave e profunda que lhe causa arrepios e fica pálida. O macho de pé justo nas portas enormes é mais alto que os demais, facilmente com um pouco mais de dois metros de altura e onde eles são grandes, ele é enorme. Seu tom é da cor bronze e sua pele brilha sobre os músculos duros, mas é o rosto e o pescoço que chama sua atenção. O bronze é estriado com cicatrizes grossas e escuras que começam logo abaixo de sua orelha cobrindo uma parte do rosto, garganta, pescoço e peito.

— E se ela puder explicar por que não possui nenhum aroma masculino. — Os olhos cinzentos e escuros brilham perigosamente. Lisa engole tentando fazer de repente a garganta seca trabalhar, mas antes que possa responder, Veron fala.

— Você não pode fazer isso Grim, não é adequado para se unir a uma fêmea. —Veron argumenta.

— Essa não é sua decisão, Capitão. É dela. — Olhos gelados olham para Veron. — Wray apoiará minha reivindicação se for sua escolha. — Todos os olhos se voltam para dela.

— Mark morreu. — Ela luta para dizer. — Há quase um ano.

— Seu cheiro de união ainda estaria em você. — A voz rouca acusa.

— Ele ficou doente, enquanto estava grávida de nossa segunda filha, há quase quatro anos. — Grim observa enquanto seus olhos se encontram.

— Você espera que acreditemos que ficou com ele! — A descrença aparece na voz de Veron.

— É claro que sim! — A indignação afasta a tristeza enquanto se irrita com Veron. — Ele era meu marido! Nós fizemos votos! — Ela vê o choque nos rostos dos guerreiros.

— Votos? — Pergunta Veron. — Guerreiros não fazem votos às fêmeas.

— Promessas. — Ela olha ao redor da sala, não entendendo sua confusão. — Para amar, honrar e apreciar um ao outro, para o bem ou para o mal, na doença e na saúde até que a morte nos separe. — Sua revelação encontra um silêncio atordoado.

— Você espera que eu acredite que manteve seu... voto. Por quase quatro anos, sem receber alívio. — Ela vê facilmente a descrença nos olhos de Grim.

— Isso não é assunto seu! — Ela responde com raiva.

— É se você quiser minha proteção para sua prole. — Grim observa intrigado quando a pele pálida da fêmea começa a ficar rosada.

— Bem. Não. Já faz mais de quatro anos desde que meu marido foi capaz de aliviar-me, como você diz. — Ela responde com os dentes apertados. — Foi o que o fez perceber que algo estava errado, mas naquela época era muito tarde.

— Ainda assim, você ficou? — Grim quer que ela responda.

— Claro que fiquei, eu o amava. Ele teria feito o mesmo. — Sua declaração simples, dita com absoluta convicção, é seguida pelo silêncio.

Grim olha para pequena mulher, sem saber no que acreditar, seu irmão informou-o de que elas eram diferentes das fêmeas de Tornian, mas certamente nenhuma mulher ficaria com um homem incapacitado por tanto tempo. Ela procuraria a proteção de outro, deixando sua prole com o macho.

— Eu não sou uma mulher de Tornian. — Ela interrompe seus pensamentos suavemente. — Não me julgue pelo que elas fariam. Você não me conhece.

Grim move-se para ficar na frente dela, tentando avaliar sua verdade, ele cruza os braços sobre um enorme peito. — Você se unirá somente a mim.

— O que isso significa? — Ela sussurra levantando o rosto para manter contato visual.

— Que apenas eu poderei aliviar suas necessidades. — Os olhos duros ficam cravados nela. — Não importa o que.

— O que isso significa? — E se é possível, seus olhos ficam ainda mais duros, sua voz mais áspera.

— Você não pode se irritar comigo, com minha aparência e se juntar a outro homem, deixando-me para proteger sua prole.

— Sua aparência... — Ela percorre suas cicatrizes com o olhar. — O que isso tem a ver com qualquer coisa? — Ela pergunta honestamente confusa e até surpresa. — Você vai me ferir? Ferir meus filhos? — Grim ouve o tremor sutil em sua voz dizendo que ela está assustada, mas ainda assim ela o desafia.

— Nunca.

— Elas ficarão comigo. — Ela se força a continuar. — Eu controlarei o que acontece com elas.

— Elas estarão sob a lei de Tornian. — Grim informa.

— Elas não são de Tornian. Eu terei controle.

— Somente de sua prole. De nossa descendência eu o farei. — Lisa continuou olhando-o para tentar encontrar a verdade para decidir se poderia se unir a ele. Sequer tinha certeza de que poderia ter filhos com esse homem... macho... para arriscar as crianças que deixou para trás, pela vida de uma criança que poderia nunca ser concebida...

— Bem, se estiver sendo sincero comigo, uma vez que recuperarmos meus filhos, eu me unirei a você de boa vontade.

— Apenas comigo. — Ele exige.

— Apenas com você. — Ela concorda, depois de um momento e ele acena com a cabeça e pressiona um botão no console.

— Temos um acordo.

— Eu protesto! — A explosão repentina de Luuken fez Grim se virar para enfrentar o macho menor. — Ela deve ser entregue à Assembleia para se unir a um guerreiro digno, não impróprio!

— Então você deveria ter feito o que era necessário para protegê-la. Ela concordou voluntariamente em se unir a mim. Foi testemunhado e gravado. Está feito! — Ele se volta para a pequena mulher. — Venha, vamos recuperar sua prole.

***

A mente de Grim acelera, por que a deusa de repente sorriu para ele? Uma fêmea. Ele tem uma mulher. Olha para a pequena criatura andando ao lado dele. Ela sequer chega ao seu ombro. Como será capaz de lhe dar descendência? O que estava pensando?

Vê-la enfrentar Luuken, desafiando sem medo o macho maior, agitou algo nele. Ela era feroz, uma guerreira por direito. E se falava a verdade, permaneceu com o homem, mesmo quando ele não conseguia dar-lhe prazer ou protegê-la. Recusava-se a abandonar sua prole. Nenhuma mulher de Tornian faria isso. Eram do sexo feminino. Isso era tudo o que importava, no entanto, essa pequena fêmea da Terra atuava como se fosse normal, até mesmo esperado. Com certeza estava mentindo.

A descendência de outro homem... ele fez uma careta. Não os queria, especialmente humanos. Tinham machos suficientes em seu planeta. Eles precisavam de fêmeas, mas deveria aceitá-los, não apenas para se unir a ela, mas manter sua posição, então que assim fosse, ele os toleraria.

***

Lisa não podia acreditar com o que concordou. O que estava pensando? Seria uma escrava sexual para um alienígena de quase dois metros de altura. Confiava-lhe não apenas sua vida, mas também a vida de suas meninas e provavelmente, as de qualquer futuro filho. O que estava pensando... exceto que, algo nele a atraía... talvez fosse porque todos naquela sala agiram como se estivesse com defeito, dizendo que não era apto. O que sabiam sobre Grim que ela não? Ele disse que não iria feri-las, era uma idiota por confiar em sua palavra.

Sentando-se calmamente ao lado de Grim, Lisa o observa habilmente pilotar a nave, que também liderava. A aceitação dessa mudança repentina em sua vida deveria surpreendê-la, mas não o fazia. Já aconteceu com ela antes, quando passou de ser feliz com a chegada de sua segunda filha a ser a esposa grávida de um paciente com câncer com uma criança. Ela foi forçada a mudar, a se adaptar, se quisesse sobreviver. Poderia fazê-lo novamente. Faria isso funcionar para suas meninas.

— Qual é seu nome? — Perdida em seus pensamentos, pulou ao som da voz de Grim.

— Lisa... Lisa Miller.

— Lisamiller. — Grim repete o nome estranho.

— Não. — Ela espera até que ele olhe para ela. — Meu primeiro nome é Lisa. Meu sobrenome... o sobrenome do meu marido era Miller. É o nome de sua família.

— Você passou a ter este nome quando se uniram? — Grim franziu o cenho para ela.

— Sim. Muitas mulheres do meu planeta fazem. É uma designação de quem você é... — Ela hesita ao procurar a palavra. — Com quem se uniu. Não é assim em Tornian?

— Não. — Ele responde abruptamente. — Onde estão seus filhos? —Olhando dele para a vista fora da nave, ela se surpreende ao se encontrar sobre o túmulo de Mark, o sanduíche e a bebida onde os deixou, o cobertor manchado. Dando um último olhar à sepultura, ela se concentra no rosto impenetrável de Grim e em seu futuro.

— Para lá. — Ela aponta para a esquerda na cidade, levando-o para sua casa. — Lá... no final da rua.

Grim verifica o lugar para o qual apontou. — Eu detecto três seres na habitação.

— São eles. Preciso me aproximar. Ficarão assustados.

— A área por trás de sua casa é adequada para pousar. — Ele manobrou a nave mais perto.

— Você não está preocupado em ser visto? — Ela não consegue esconder sua surpresa.

— A nave está protegida. — Ele diz pousando.

— Grim... — Ele olha para ela esperando. — Este programa de aprendizagem, que me permite falar e entende-lo...

— O que tem ele? — Ele pergunta bruscamente.

— Será que meus filhos ainda poderão me entender? — Ele vê seu medo, mas não o entende.

— Você sabe que sim. — Ele responde com impaciência.

— Como eu saberia disso?

Grim a olha com suspeita, que jogo ela está jogando? — O Guia explicou isso a você.

— Guia? — Ela agarra seu braço quando ele se afasta. — Qual Guia? Que porra é um Guia?

— Ele é o homem que estava lá quando você terminou o programa. Removeu o aparelho e explicou as coisas para você.

— Eu acordei, com aquela coisa que estava cobrindo meus olhos e Rebecca estava lá. Não havia ninguém chamado Guia, apenas as outras mulheres até que Callen abriu a porta.

Um grunhido escapa de Grim e Lisa se afasta rapidamente. Seu olhar a congela. — Você removeu o aparelho sozinha? — Ele a coloca rapidamente em seu colo, segurando sua cabeça imóvel entre mãos maciças, mas suavemente. — Nenhum guia estava lá para ajudá-la? Calma. — Ele ordena quando começa a lutar. — Eu preciso ter certeza de que você não se machucou.

Com cuidado, ele passa os dedos através do cabelo castanho-avermelhado sedoso, os fios se curvam ao redor deles, enquanto lentamente inspeciona seu couro cabeludo, observando atentamente para ver se causava alguma dor. Logo seus dedos seguem sua mandíbula, tocam levemente os lábios que se separaram ao seu toque. O desejo aparece em seus olhos antes que ele afaste as mãos.

— Não encontro nenhum dano. — Ele diz.

— Bom. — Ela sussurra. — Isso é bom.

— Quando retornarmos a pesnquisa, isso será corrigido. — Seus olhos se endurecem ao pensar que ela poderia ter se machucado. — Sua prole a entenderá, mas não a mim. — Ele responde sua pergunta original. — Eu os entenderei apenas se estivermos fisicamente conectados.

—Fisicamente conectados... quer dizer tocar?

Ele concorda. Levantando-se, ele a mantém perto antes que lentamente a deixe deslizar para baixo de seu corpo duro, deixando-a consciente de cada protuberância, antes de finalmente se afastar.

— Vamos buscar sua prole. — Ele ordena.


CAPÍTULO DOIS


— Pare de chorar suas pirralhas! — Uma voz masculina áspera faz Grim pisar protetoramente na frente de Lisa enquanto entram na casa, mas Lisa o empurra para o lado, passando. Dentro, ela encontra seu cunhado de pé sobre seus bebês, gritando. — Ela se foi! Nunca voltará! Ela nunca as amou de verdade! Agora vamos!

— Peter! Que porra você está fazendo? — Grim olha para ela, sem medo, afastando o macho maior e caindo de joelhos para envolver seus braços ao redor de sua prole, que imediatamente mergulha em seus braços.

Peter se afasta da parede. Aquela puta! Ela realmente pensava que poderia fazer isso com ele... para ele! Faria com que ela pagasse, suas filhas assistiriam e então saberiam o que esperar se algum dia o desobedecessem.

Levantando o punho, ele se moveu em sua direção, pronto para mostrar a ela como um homem de verdade controlava uma mulher. Um grunhido profundo e ameaçador o congelou, seus olhos percorrendo a sala em pânico.

O que foi isso? Grim saiu das sombras da cozinha e se mostrou a ele.

— Que merda! — Ele tropeça para trás contra a parede, enquanto um gigante ameaçador de dois metros se aproxima lentamente, seus grunhidos cada vez mais alto. Uma vez que ele está ao lado de Lisa, para. Ela ergue os olhos para consolar suas filhas e vê os olhos de Grim se alargarem enquanto olha para as meninas antes de se estreitarem em Peter.

— Quem é o homem? — Ele exige pressionando a perna em suas costas.

— Peter. O irmão de Mark, Peter. — Ela vira a cabeça para localizá-lo. — Que merda você está fazendo aqui, Peter? Onde está Trisha?

A boca de Peter abre e fecha como um peixe, mas nenhum som aparece quando ele olha para Grim.

— Ele machucou Miki, mamãe. — Carly sussurra.

— Ele o que? — Lisa olha horrorizada para a mais velha. — Miki... — Suas mãos voaram sobre seu bebê, encontrando contusões em seus braços. —Você, bastardo! — Sua fúria é facilmente ouvida e Grim sabe se ela não tivesse as jovens fêmeas trêmulas nos braços, o atacaria, então cuidaria disso por ela.

Os olhos de Grim se fixam no macho enquanto ele se aproxima para ajudá-la a se levantar. — Reúna o que sua prole requer, precisamos sair. — Com um último olhar para Peter, ela acena com a cabeça e se movem para escada.

— Mamãe, quem é esse homem? — Carly sussurra, olhando por cima do ombro para o homem grande se movendo ameaçadoramente contra o tio que está deslizando no chão.

— Seu nome é Grim. — Ela diz levando-as para o quarto onde as coloca sentada em uma cama. — Shhhh bebê — Ela acalma Miki ainda chorando. — Ficará tudo bem.

— Onde você estava mamãe? Você foi com o papai? — Miki sussurra. — Não nos ama mais? — Seus olhos de âmbar perdidos partem o coração de Lisa.

— É claro que ainda as amo! Sempre amarei! — Ela aproxima de suas filhas. — Eu disse iria visitar o túmulo do papai. Lembra? Você já foi lá antes.

— A pedra? — Ela pergunta.

— Sim, bebê, a pedra. Fiquei presa lá, querida e demorou um pouco para voltar, mas consegui e Grim se certificou disso. Eu nunca deixaria vocês.

— Ele é assustador. — Carly sussurra.

— O que? Quem? — E de repente, ela percebe que está falando sobre Grim. — Por que você acha, bebê? — Lisa olha para a menina mais velha.

— Ele parece assustador. — Carly diz a ela. — Ele é horrível.

— Não fale assim Carly Marie, não julgamos as pessoas por como elas se parecem.

— Mas mamãe....

— Não! Eu sei como ele parece, mas ele as machucou? — Elas balançam a cabeça. — Você não odiou como seus amigos olhavam para o papai?

— Sim. — Ela sussurra, deixando cair a cabeça.

— Eles achavam que ele era assustador, não era? — Ela assente com a cabeça. — Ele era?

— Não mamãe.

— Então não julgue Grim.

— Mas mamãe, ele grunhe. — Miki sussurra.

— Grunhe? — Lisa olha para as garotas totalmente confusas até que se lembra que não conseguem entender Grim. — É apenas seu idioma, bebê. Eu prometo que em breve você será capaz de entendê-lo, então verá que ele não é assustador.

— Promete mamãe? — Ambas as meninas olham para ela com olhos confiantes.

— Prometo, agora Grim está esperando, então precisamos embalar algumas coisas. — Ela sorri incentivando-as. — Nós vamos para uma aventura, meninas.

— Uma aventura? — Ela pode ver que ela conseguiu distraí-las do trauma que Peter causou.

— Sim, uma aventura. Nós iremos morar com Grim... em algum lugar longe daqui, um lugar chamado Tornian.

— Quando voltaremos para casa mamãe?

Lisa precisa respirar fundo antes de responder. — Nós não voltaremos, bebê. Iremos morar lá.

— Mas...

— Basta, Grim está esperando, arrume suas mochilas. — Acenando com a cabeça, elas vão até os armários.

***

Grim observa as três fêmeas da porta, enquanto ele não entende o que as pequenas estão dizendo, pode sentir o medo delas. Medo dele, medo do homem inconsciente na escada. Por algum motivo, seu medo dele machuca, mas Lisa o defendeu... para sua própria prole. Por quê? Ele não fez nada para merecer. Está forçando-a escolhê-lo, a ser dele.

Dele... Grim franzi a testa com o pensamento. Quando ele exigiu que ela se unisse a ele e apenas a ele, assumiu que sua prole era do sexo masculino, todos o fizeram. Ela não deu nenhuma outra indicação, se tivesse feito, Luuken a teria reivindicado imediatamente e isso o incomodava.

Ela não completou o programa de educação, Luuken deveria ter estado lá para instruí-la sobre como acessar a informação que seu cérebro já continha e porque não o fez, ela não entendia seu valor em Tornian ou o valor de sua prole. Uma vez que entendesse, iria descobrir que todo guerreiro de Tornian gostaria de se juntar a ela. O poder que representava era imensurável, um homem com três fêmeas... não aconteceu desde a infecção.

Ele seria desafiado uma vez que fosse descoberto. A mandíbula de Grim flexionou com o pensamento. Desafiado pelo direito de mantê-la e não havia nada que seu irmão pudesse fazer para impedi-lo. Eles reivindicarão que ele é inadequado, que Lisa tinha o direito de se juntar a outro, por causa de sua falta de compreensão e só ela apenas poderia impedi-los. Ela escolherá outro, pois nenhuma mulher se uniria voluntariamente a alguém como ele, a menos que forçada e poderia mentir para si mesmo, ele a forçou. Um rugido vicioso saiu dele antes que pudesse evitar. Lisa salta quando se vira para encará-lo.

— O que está errado? — Ela pergunta, sua voz tremendo.

— Devemos nos apressar. — É tudo o que ele dirá. Acenando com a cabeça, ela se afasta, tropeçando em uma cômoda, antes de se virar para se apressar até o armário.

Grim solta um grunhido profundo, irritado consigo mesmo, não queria assustá-la, nunca a ela, mas pensar nela se unindo a outro homem... quando já a considerava sua. Ele não esperava isso, que se sentisse tão possessivo. Um guerreiro não podia se permitir esse luxo. E se foi abençoado com uma união, sabia que seu seria por limitado. Uma mulher podia escolher deixar seu macho a qualquer momento... por qualquer motivo. A única esperança de um guerreiro é que ela o presenteasse com descendência antes de partir, uma criança do sexo masculino cimentava seu lugar ou permitia a permanência da fêmea. A casa de Grim já corria um risco, uma vez que nenhuma mulher se uniu a ele e assim não teria filhos para manter sua posição, de modo que seria dada a outro, Wray não teria escolha, não agora que Van estava morto.

Conseguir que Lisa concordasse em se juntar a ele e apenas a ele lhe daria a chance de mantê-lo, mas a adição de sua prole... apenas o Imperador seria mais poderoso. E se ela escolhesse outro... seus pensamentos sombrios foram interrompidos quando as fêmeas voltaram para o quarto, as jovens agarradas às mãos de Lisa, olhos inseguros olhando para ele.

— Estamos prontas. — Lisa o informa.

— Onde está sua bolsa? — Ele não sabe por que pergunta.

— Bem... eu...

— Você não tem nada que deseja levar? — As mulheres levavam tudo quando saiam.

— Eu... sim. — Lisa olha para ele hesitante. — Bem, se houver tempo.

— Há sim.

— Meu quarto está no outro lado do corredor. — Ela move a cabeça. Retrocedendo, ele permite que ela o guie. Uma vez lá dentro, as jovens pulam na cama, obviamente, estão confortáveis ali, enquanto a mãe pega uma mochila. Seus olhos vagam pelo lugar, observando as muitas cores e texturas. Sua suavidade o surpreende, assim como seu cheiro, só tem Lisa. Ele observa quando ela se move de um lugar para outro, abrindo as gavetas e apenas pega alguns itens selecionados, o último sendo algo brilhante antes de fechar a bolsa fechada para se virar e encará-lo

— Pronto.

— Mamãe, você esqueceu o papai. — Carly agarra a imagem de Mark da mesa de cabeceira. — Você não pode esquecer o papai.

Engolindo, ela olha para Grim.

— Sim bebê, vamos colocá-lo na minha bolsa. — Grim não diz nada, apenas caminha pegando sua mochila.

— Vamos.

— Sim.

***

As garotas se sentam quando Grim cuidadosamente as assegura em seus assentos.

— Mamãe... — Carly sussurra. — Esta é uma nave espacial. — Seus olhos percorrem o lugar de uma só vez.

— Sim, é bebê.

— Estamos indo para o espaço? — Ela não consegue manter a excitação fora de sua voz.

— Eu disse-lhe que vamos para uma aventura. — Lisa sorri para elas.

— Isso será incrível! — Um enorme sorriso nos rostos de Carly e Miki faz Grim parar. Ele nunca viu nada parecido. É pura inocência e emoção, logo ele sabe que fará o que for preciso para proteger estas jovens. São dele.

— Grim? — Lisa o observa olhando suas filhas.

— Sente-se. — Ele ordena, afastando as emoções desconhecidas, gira para o painel de controle, em momentos a Terra é deixada para trás. Ao fechar os olhos, Lisa reza ter feito o que é certo.

Grim sente seu medo, mas não sabe como aliviá-lo. Não sabe se pode... não se ela escolher outro.

A viagem de volta parece muito mais rápida para Lisa, agora que eles têm as meninas. Olhando atrás dela, sorri dos olhos arregalados e a excitação, embora Miki não esteja tão feliz quanto a sua irmã mais velha. Ela sabe que Miki idolatra Carly, mas é a mais tranquila das duas e menos confiante. Nunca experimentou a segurança que Carly teve, Mark estava doente desde o dia em que nasceu. Não houve férias familiares, nenhum pai a jogou no ar... sem carregá-la em grandes ombros fortes. Ela aprendeu a ser pequena e silenciosa enquanto Mark se tratava ou descansava. Tinha quase quatro anos, mas nunca foi uma criança.

— Eu terei um guia esperando quando chegarmos. — O comentário de Grim a traz de volta ao presente.

— Pode esperar? — Ele lhe dá um olhar suspeito. — Eu quero cuidar das meninas.

— Você tem o direito de entender o que aconteceu. Depois cuide de suas jovens.

— Isso mudará qualquer coisa? — A tristeza em seus olhos faz com que seu coração doa.

— Poderia... se você quiser também. — Sua honra não o deixaria mentir para ela.

— O que isso significa?

— Você entenderá uma vez que encontrar com o Guia. — Ele não conseguia falar com ela.

Lisa o observava, tentando descobrir o que ele não está falando. — Eles podem tirar as meninas de mim? — Tirar-nos de você?

— Somente se você lhes der permissão. — Ele assegura-lhe.

— Então pode esperar. Eu... — Ela hesita, sem saber se deveria permitir que ele visse sua fraqueza.

— O que Lisa? — Ele não percebe que se dirigiu a ela pelo nome, mas ela sim.

— Estou cansada Grim. — Ela olha para trás rapidamente, certificando-se de que as meninas não ouçam e ele pode ver o estresse e a fadiga ao redor de seus olhos. — Preciso cuidar das minhas meninas. Por favor. — Ela respira profundamente esperando não ser uma tola, confiando nele. — E se você me disser que estamos seguras, então acreditarei, o restante pode esperar. — Depois de um momento, ele concorda com a cabeça.

— Eu vou proteger você e suas jovens fêmeas.

— Meninas.

— O que? — Ele lhe dá um olhar confuso.

— Eles são chamadas de meninas na Terra. Meninas.

— Meninas... — Ele deixa a palavra desconhecida se estabelecer na língua. — Eu protegerei suas meninas como se fossem minhas. — Ele sabe que ela não entende o voto que acabou de fazer, mas ele sim.

— Obrigada Grim. Eu... — Ela é interrompida pelo toque de seu comunicador.

— Grim você teve sucesso? — Veron pergunta.

— Sim. — Ele responde impaciente com a interrupção.

— Bom. Uma vez que você e sua nova prole estiverem a bordo, continuaremos. — Lisa lhe dá um olhar questionador sobre a ênfase, ignorando o que Grim responde.

— É realmente bom. Quero uma ponte para desembarcar, Capitão. Minha prole precisa descansar. — Um momento de silêncio segue seu pedido.

— Será feito Senhor. — Veron finalmente responde de forma rígida.

— Grim? — Ela coloca uma mão hesitante em seu braço.

— Confie em mim para saber como proteger minhas fêmeas. — Ele rosnou para ela.

— Mamãe? — Miki interrompe, seu medo facilmente sentido por ambos.

— Está tudo bem, bebê. Grim apenas está fazendo com que tudo fique seguro para nós.

— É aí que vamos morar? — Ela vê a nave pela janela.

— Por um tempo bebê, não sei quanto tempo demorará para chegar a Tornian.

— Serão necessárias duas semanas da Terra para chegar à minha casa. — Grim percebe que ela está se certificando de que ele esteja envolvido em sua conversa. Ela o está incluindo.

— Mesmo? Isso é muito tempo para chegar a Tornian? — Ela pergunta.

— Minha casa não está em Tornian, está em Luda.

— Luda? — Ela levanta uma sobrancelha questionadora.

— É um planeta, três dias de Tornian. Eu governo para meu irmão.

— Governa... como um rei?

Ele acenou rapidamente. — Eu sou o Rei Grim Vasteri de Luda. Meu irmão confiou-me a tarefa de garantir que o planeta seja protegido.

— E seu irmão?

— Imperador Wray Vasteri do Império Tornian, protetor de todos os planetas civilizados.

— Existem muitos planetas? — Grim dá-lhe um olhar frustrado.

— Você precisa do Guia. — Lisa afasta a mão rapidamente.

— Sinto muito. Não queria irritá-lo.

Grim observa sua expressão aberta e curiosa de perto. Esta mulher o confundia. Ela o tocava e depois se afastava. Parecia... interessada... em seus pensamentos e estava disposta a tocá-lo. Isso mudará uma vez que entender sua posição única. Voltando aos controles, ele pousa a nave.

***

O quarto é frio... é a única palavra que Lisa pode pensar para descrevê-lo. Não tem suavidade, sem cor, sem calor. Há móveis, uma mesa, várias cadeiras, uma mesa e um sofá. Há portas de ambos os lados da sala, mas não tem ideia de onde dão.

— Esta é a área comum. — Lisa balança a cabeça e não diz nada enquanto segura as mãos de suas filhas. — A... — Ele hesita sobre a palavra. — As meninas dormirão ali. — Ele aponta para o grande sofá e observa enquanto olho para tudo. É tão amplo quanto uma cama de casal na Terra, ela senta-se para verificar sua suavidade e assente com a cabeça para as meninas.

— Servirá enquanto estivermos na nave. Você tem cobertores e travesseiros? — Sua voz é plana, os olhos vazios quando olha para ele.

— Sim. — Movendo-se em direção a uma porta, ele a abre. — Este é nosso lugar de repouso. — Parando, ele permite que ela entre e o que ela encontra é semelhante à área comum. Sem conforto, apenas uma cama grande e algumas cadeiras. Grim coloca sua mochila na cama e corre um olho crítico pela sala. Não é nada como o que ele viu em seu quarto. Ali tinha cor, conforto, suavidade e calor. Os quartos do guerreiro não tinham nada disso, não precisavam, mas as fêmeas... elas o exigiam e com três....

— A sala de limpeza é através da outra porta. — Ele observa que ela se aproxima da porta, hesita quando se abre, depois entra. Ele a vê observar o lugar e espera suas perguntas, quase ansioso por elas. Em vez disso, ela se aproxima da pia, movendo cuidadosamente uma mão sob a ponta, ativando a água. Quando ela se afasta, para. Virando ela julga as outras unidades antes de se voltar para ele.

— Servirá. — É tudo o que ela diz.

— Mamãe? — Ambos se voltam para ver as meninas de pé atrás deles.

— O que é bebê?

— Nós estamos com fome. — Grim olha para ela interrogativamente.

— Elas precisam comer.

— Trarei comida. — Ele rapidamente caminha até sua mesa, feliz em poder fazer algo por elas.

— Meninas, vamos nos preparar para cama enquanto esperamos o jantar. Peguem suas malas.

Grim observa enquanto as meninas seguem o pedido de sua mãe e entram na sala de limpeza.

— Quanto tempo? — Ela pergunta sem olhar além do nariz dele.

— Tempo? — Ele lhe dá um olhar confuso.

— Até a chegada da comida? — Ela alerta.

— Trinta minutos. — Ela assente com a cabeça.

— Eu vou apressá-las então. — A porta se fecha, deixando-o como sempre, sozinho.

***

Grim olha para cima da mesa quando a porta da sala de limpeza se abre. O som o atinge primeiro... risadas, risadas jovens, despreocupadas e depois o cheiro, inocência e fêmeas. Respirando profundamente, ele entra e algo dentro dele muda. Estas são dele. Suas fêmeas. Por isso que foi treinado. Era o que ele precisava proteger. Elas. Apenas elas. Ao vê-las caminharem em sua direção, ele franziu a testa, as pequeninas estavam em um tipo estranho de cobertura que escondia não apenas os braços e as pernas, mas também os pés.

— No sofá e arrumarei seu cabelo. — Ainda rindo, as meninas foram para o sofá apenas para congelar quando o viram. Lisa dá-lhes um toque suave em suas costas. — Meninas, está tudo bem. — Lentamente elas se sentam, mas seus olhos nunca deixam Grim.

— Aqui Carly. — Ela lhe entrega um pente. — Comece no seu enquanto eu faço com o da Miki.

— Sim, mamãe. — No entanto, seus olhos nunca deixam Grim.

Grim observa o ritual feminino com espanto. Ele nunca viu nada parecido. O vínculo que essas três têm é tão forte, está lá na maneira como interagem umas com as outras. Elas trabalham juntas, parecendo se divertir. Que estranho. Ele nunca viu isso com mulheres de Tornian, mas então nunca viu fêmeas jovens antes, especialmente com sua mãe.

Uma vez que são desmamados, os bebês são criados pelos machos da família, completando as responsabilidades das mulheres. Grim sabia por instinto que isso nunca acontecerá com Lisa. Ela realmente se preocupava com sua prole, já provou, lutaria por elas.

— Trançado ou reto? — Ela pergunta ainda penteando o cabelo de Miki.

— Trançado.

— Tranças, certo. — Lisa rapidamente faz uma trança no cabelo de Miki, prendendo a ponta com um suporte de seu pulso. —Pronto. — Ela beija rapidamente o topo de sua cabeça. — Carly?

— Eu quero um rabo de cavalo.

— Certo. Deixe-me procurar algo para prender. — Uma batida na porta tira a atenção de Grim delas. Levantando-se, ele se coloca entre a abertura e suas fêmeas antes de pressionar o painel para abri-la.

— Mamãe, é azul... — Miki sussurra com admiração, enquanto dois Tornianos, entram carregando bandejas.

— Tornianos tem muitas cores diferentes Miki, assim como na Terra.

— Sim, mas não azul. — Lisa sorri da admiração na voz de sua filha mais nova. O azul era a cor favorita dela. Quando ambas as meninas de repente param ao seu lado, ela olha para cima para encontrar os machos olhando fixamente para elas.

— Na mesa e saiam! — Ordens sombrias são ditas com raiva e as pequenas estremecem. Quando nenhum homem se move, ele solta um rosnado ameaçador que finalmente os leva a se moverem. Com a comida entregue, eles param na frente de Grim. Eles se encaram até Callen finalmente falar.

— Eu trouxe comida dos suprimentos da fêmea. Rebecca insistiu que as pequenas iriam querer algo familiar até se adaptarem à comida de Tornian. — Grim percebe que é algo que ele deveria ter considerado.

— Agradeço a você e a fêmea chamada Rebecca.

— Ela perguntou... ordenou... — Callen dá a Grim um olhar confuso. — Que confirmasse que Lisa e sua prole chegaram com segurança. Caso contrário, ameaçou um motim. Não sei o que é isso, mas todas as mulheres concordaram.

— É uma revolta ou luta contra os responsáveis. — Lisa o informa.

— Elas nos atacarão? — Callen está chocado.

Lisa ergue os ombros.

— Como impedir? Elas poderiam se ferir.

— Diga a ela que eu e minhas filhas estamos bem. — Ela leva as meninas para mesa.

— Ela disse que queria provas. Que minha palavra não era boa o suficiente. — O olhar insultado no rosto de Callen a faz balançar a cabeça. — Não entendo, por quê?

— Por quê? — Lisa levanta a mão e conta nos dedos. — Vamos ver. Você as sequestra. Estão as leva para um planeta desconhecido para se unirem a machos que elas não conhecem. Tudo porque precisa de fêmeas. Ah, nenhuma razão para elas não confiarem em você.

— Mas estavam desprotegidas. — Ele diz verdadeiramente confuso. — Elas ficarão protegidas em Tornian. — Seus olhos são largos e sinceros.

— É assim que você se sentiria se a situação fosse revertida? E se você fosse tirado de Tornian e forçado a viver em um planeta estranho. Forçado a se unir a alguém que não conhece. Com regras que não entende? — O homem não responde.

— Diga a ela que agradeço a generosidade. — Lisa volta para suas filhas.

— O que?

— Apenas diga a ela, ela entenderá.

— Agradece a generosidade. — Callen repete lentamente.

— Sim. — Despedindo-se, ela fala com as meninas. — Vamos queridas, vamos alimentá-las.

Callen estava dizendo a verdade, a comida em uma bandeja é da Terra, maçãs, laranjas, uvas, um pouco de queijo e pão. A outra bandeja é obviamente comida de Tornian e ela não reconhece uma única coisa. Enchendo pratos para suas filhas, ela os coloca na frente delas.

— Fêmeas... — Callen descobre que não pode tirar seus olhos delas. —Você sabia?

— Não.

— A deusa verdadeiramente o abençoou, meu Rei. — Callen sorri para ele antes de se afastar lentamente. — Você será desafiado.

— Sim.

— Ela se entregou voluntariamente. Está gravado. — Ele o lembra.

— Onde estava seu Guia Callen?

— O que?

— Ela removeu o aparelho ela mesma. Luuken não estava lá. — Callen fica confuso, olhando para Lisa.

— Ela está ilesa?

— Sim, mas não sabe como acessar o que foi dado.

— Trarei Luuken imediatamente. — Grim coloca uma mão em seu braço.

— Ela está cansada e deseja esperar até que descanse.

— Compreensível, mas majestade....

— Ela terá o que quer. Está sob minha proteção. — Seu tom não é argumento.

— Sim, meu Rei. Direi para esperar sua convocação. Com uma leve reverência, Callen sai.

***

— Mamãe estou com sede. — Lisa olha para Grim enquanto ele se senta.

— O que ela diz? — Ele questiona.

— Ela precisa de algo para beber. — Ele alcança um recipiente fechado e derrama-o em um copo antes de colocá-lo na frente de Miki.

— É suco. — Ele a informa.

— Suco... — Lisa vê Miki tomar um gole hesitante antes de sorrir.

— Tem gosto de suco de uva. — Enchendo outro copo, ele o dá Carly.

Grim observa as fêmeas enquanto come. Lisa está atenta a elas, certificando-se de que têm o que precisam, que comam abundantemente.

— Você também precisa comer. — Ele leva um pedaço de carne até a sua boca. — É rashtar. — Depois de um momento, ela abre a boca e mastiga.

— Mamãe? — As meninas a observam com interesse, rompendo o contato visual com Grim olha para elas.

— Tem gosto de bacon.

— Podemos tentar? — Elas olham para Grim com expectativa e ele coloca um pedaço em cada prato achando satisfatório cuidar delas.

— Hora de ir para cama. — Lisa anuncia uma vez que os pratos estão vazios.

— Sim, mamãe. — Rindo, elas pulam no sofá. Colocando os cobertores ao redor delas, se inclina para dar um beijo em cada uma.

— Durmam bem. Mamãe ama vocês.

— Eu te amo, mamãe.

— Estarei naquela porta. — Ela aponta. — Caso precisem de qualquer coisa. Ok?

— Mamãe?

— O que Carly?

— Você pode deixar uma luz acesa? — Lisa vira para Grim.

— O que elas precisam?

— A luz pode ser deixada acesa? — Ele acende as luzes. — Está bom? — Ela pergunta às meninas.

— Sim, mamãe. — Elas respondem em uníssono.

— Lisa... — Grim coloca uma mão nas costas dela e sabe que deve deixá-las. — Com um último sorriso para suas meninas, ela se deixa ser conduzida para fora da sala. Uma vez que estão sozinhos, ela vira para ele.

— A porta externa... ninguém pode entrar? — Olhos preocupados olham por cima do ombro.

— Eu selarei, elas estão seguras. — Seus olhos escurecem com desejo. — Tire as roupas, Lisa.

Respirando fundo, os dedos de Lisa lentamente se movem para a camisa. Ela sabia que isso estava chegando, deu sua palavra. Dedos trêmulos desabotoam a camisa, encolhendo os ombros, revela os seios cobertos de renda. Sem olhar para ele, ela move o jeans sobre os quadris, tirando os sapatos e ficando com calcinha também de renda.

Os olhos de Grim seguem cada movimento, sem perder nada. Seu desejo cresce com cada centímetro de pele pálida revelada. Ela é tão diferente das fêmeas de Tornian. Onde elas são altas, ela é pequena, onde seus corpos tendem a ser masculinos, o dela é suave com curvas exuberantes.

— O restante. — A antecipação abaixa o tom de sua voz. Os seios que ela libera são mais cheios que os das Tornianas, com grandes mamilos para chupar. Um ninho de pelos castanhos esconde a beleza da mulher e quando o último pedaço de tecido é finalmente removido. Ele não pode esperar para prová-la.

Movendo-se lentamente caminha de costas até seus joelhos batem na cama. Um empurrão suave a deixa ofegante quando ela cai. Parece surpresa quando ele fica de joelhos, sua boca se agarra ao peito, chupando-o profundamente.

— Grim! — Ela segura seus bíceps, mas ele a ignora. Totalmente focado do seio diante dele. Nunca viu nada tão bonito, nunca sentiu nada tão suave. Isto é o que a deusa queria que o corpo de uma fêmea fosse. Suave e um refúgio para um guerreiro das dificuldades de sua vida. Com um “pop”, ele libera seu mamilo, voltando a atenção para o outro. As mãos que se aproximam de sua cintura a mantêm imóvel, mas de repente ele percebe que ela não está tentando empurrá-lo, em vez disso, está passando os dedos por seus braços para afundá-los nos cabelos, soltando-o enquanto o puxa mais perto, seu gemido a faz ainda mais atraente.

Inclinando-se para trás, seus lábios tocam o estômago macio e flexível. Este é o lugar onde cresceram duas fêmeas frágeis, onde foram protegidas. É o lugar onde, dependendo da deusa, sua prole prosperará em breve. Ele os colocará lá, mas primeiro deve agradá-la.

Agarrando suas coxas, ele as separa, ficando entre elas. Seu cheiro único chama-o quando os polegares gentilmente a abrem, revelando uma beleza nunca antes vista. Ela é cheia, rosa e já reluzente. Nada parecido com o Serai, que permanece seco até sentir prazer. Ele não pode esperar mais. Abaixando a cabeça, a prova e quase perde a cabeça. Ela é tão doce e suculenta, como a baga mais madura, separando seus lábios, continua explorando até encontrar sua baga e chupar.

— Oh Deus, Grim! — Lisa geme seu nome. Faz tanto tempo que se sentiu assim. Talvez nunca e Grim não brincava, ele era direto e sentia-se incrível. Seus quadris instintivamente se moveram. Grunhindo Grim coloca um braço ao redor de seus quadris sem romper seu ataque.

Lentamente, ele arrasta um dedo longo e grosso através de seus lábios brilhantes, cobrindo-o com seus sucos, provocando a carne trêmula.

— Por favor Grim... — Lisa não pode deixar de implorar. Lentamente, ele pressiona o polegar na abertura da mulher, sentindo-a incrivelmente apertada. Com cuidado empurra mais e geme quando descobre que ela é suave por dentro também. A vibração a faz tremer. Ela geme em negação quando ele afasta o polegar apenas para gemer quando é substituído por dois dedos que lentamente se movem para dentro, esticando-a.

— Mais rápido, por favor Grim, mais rápido. — Obedecendo, ele morde levemente o clitóris, fazendo com que ela gema enquanto um orgasmo intenso a percorre.

Sem folego, Lisa não pode acreditar no que aconteceu. Realmente teve o melhor orgasmo de sua vida, de um homem que não conhecia? Não, não homem... macho... um alienígena. Como pode fazer isso com Mark? Ela o amava. Amou desde os quinze anos até os dezoito anos. Ele foi seu primeiro e único amante, sempre gentil, respeitoso e cuidadoso. Não sentiu com ele aquela paixão explosiva escrita nos livros. Mas tiveram uma conexão única. Eles tiveram três anos maravilhosos juntos antes dele ficar doente. Antes que o câncer tirasse sua habilidade de ser um marido. Isso o machucou, ela sabia, feriu seu orgulho, seu ego, por não conseguir ser intimo com ela e agora isso... oh Deus, o que Grim estava fazendo?

Enquanto ela estava perdida em pensamentos, Grim tirou suas roupas e agora estava pressionando seu pênis contra sua entrada. Assustada, ela se ergueu nos cotovelos e não pode deixar de soltar um suspiro antes de se afastar rapidamente. O grunhido cruel de Grim a congelou.

— Você vai me negar? — Ela nunca viu um homem furioso.

— Não caberá... você é enorme!

Grunhindo, ele força suas pernas a se abrirem, inclinando-se para frente em seus cotovelos, prendendo-a sob ele.

— Caberá, eu a preparei. — Ele pressiona a ponta de seu pau contra sua entrada e dá um rápido e superficial impulso. Seus sucos a deixaram escorregadia, mas seu corpo ainda luta para aceitá-lo, ao seu suspiro ele imediatamente para. Grim a observa, aguardando até senti-la mais relaxada, depois empurra, movendo-se lentamente para dentro e para fora até que ela o toma todo.

Ele está molhado de suor e tenta controlar sua fome, quer liberá-la tanto que está tremendo. Agradece à deusa que ela possa tomá-lo, ela é tão pequena e agora não pode esperar mais, saindo quase completamente, ele entra em outro impulso.

Ofegante, quando o prazer começa a se construir novamente, Lisa envolve os braços e as pernas ao redor dele e prende-se. Ali está... toda a paixão descontrolada sobre a qual sempre sonhou.

Grim continua entrando nela, não pode acreditar em quão boa ela se sente. Todo o calor apertado e sedoso e ela é dele! Sente que seu lançamento se aproxima rapidamente e acelera seu ritmo entrando mais fundo. Logo ele lhe dará sua semente e espera que ela arraigue.

Grim fica chocado quando Lisa grita novamente, seus músculos femininos apertando-o dolorosamente, sugando-o ainda mais profundamente em seu calor. Ele não consegue controlar mais seu orgasmo.

Grunhindo, Grim colapsa sobre ela, quase não conseguindo evitar esmagá-la. O que acabou de acontecer? Seus pensamentos dispersos tentam dar sentido a isso. O que ela fez com ele? Isso não deveria acontecer. O Serai nunca foi lançado quando um homem estava nele. Ele nunca ouviu histórias de uma mulher de Tornian se satisfazer desta maneira. Lisa o envolveu. Combinando seus movimentos, participando... isso não era normal. Rapidamente ele se afasta, olhando-a.

— O que você fez? — Ele exige com rispidez.

Lisa está flutuando em uma quente neblina sexual de satisfação até que Grim a afasta e acusa.

— O que? — Olhos confusos encontram o dele. — O que você quer dizer?

— Você se satisfez enquanto eu estava dentro de você! — Ele acusa.

— Você está chateado porque tive um orgasmo? — Ela ofega.

— Eu lhe dei o prazer de mulher. Por que você teve outro? — Ele exige.

— Eu...

— Não é assim em Tornian. — Lisa observa enquanto Grim se levanta, cruzando os braços em seu peito e percebe que ele está chateado... realmente chateado... porque ela teve um segundo orgasmo... seu primeiro duplo. A maioria dos homens estaria batendo nas costas, não culpando seu parceiro.

Grim se vira e mostra sua parte traseira linda. Ela nunca viu um traseiro tão tonificado e musculoso. A culpa imediatamente a ataca. Mark tinha um bom traseiro. Ela amava seu traseiro. Envergonhada de sentir muito prazer com outro homem, ela segura o lençol.

Grim veste a calça antes de encará-la. — Você não fará isso novamente! — Ele grunhe, observando-a pálida enquanto esconde seu corpo dele.

— Você não quer que eu goze quando estiver em mim? — Ela sussurra.

— Goze?

— Orgasmo, encontrar meu alívio.

— Não! Não é normal, eu lhe darei prazer. Então terei o meu. É assim que se faz.

— Oh... então você não precisa de um participante, apenas um buraco. — Lisa bate uma mão sobre a boca. Ela não pode acreditar que apenas disse isso.

— Não entendo.

— Sim, mas eu entendi. — Ela puxa o lençol mais apertado. — Não se preocupe, entendo. — Ele a observa atentamente, acenando com firmeza antes de se mover para uma cadeira.

— Você pode descansar lá. Eu descansarei aqui.

— Você nem vai dormir comigo? — Ela pode dizer que ela o confundia.

— As fêmeas Tornianas dormem sozinhas. — Lisa fecha os olhos, deixando cair a cabeça nos joelhos esticados. Eu não vou chorar. Eu não vou chorar. Ela canta em silêncio. Não se deixou chorar desde que Mark morreu. Não está prestes a permitir que algum grande estranho alienígena a faça chorar agora.

Há duas meninas na outra sala dependendo dela. Precisa ser forte. Ela não deixará que ele a faça sentir vergonha de suas respostas naturais também. O problema é que ele não é dela. Ela mereceu esse orgasmo, maldição! Especialmente após o dia assustador que teve. Olhando para cima, ela o encontra ainda a olhando. Merda, ela pode ter prometido ficar com ele, mas isso não significava que teria que fica ali com ele.

Agarrando a mochila que de algum modo conseguiu permanecer na cama, ela puxa uma calça e camisa, vestindo-se sob o lençol.

Grim observa suas ações confusas. — O que você está fazendo? Por que está se cobrindo? — Ele pergunta.

— Você pode ficar com a cama. Eu dormirei com as meninas. — Ela mostra que sua segunda pergunta é autoexplicativa.

— Você iria descansar comigo? — Ele pergunta hesitante. — Na mesma cama?

— Eu sempre fiz com meu marido.

— Marido?

— Companheiro.

— Vocês descansavam juntos? — Ele franziu a testa. — Seu aroma não estava no quarto. — Ela afasta o lençol, saindo da cama.

— O que há com você e o aroma de Mark? Durante o último ano de sua vida, Mark estava muito fraco para subir escada. Eu tinha uma cama especial no andar de baixo para ele.

— Ele descansava lá?

— Sim. Eu dormia no sofá. Olha, não importa. — Ela passa uma mão trêmula jogando seus cabelos bagunçados. — Eu nem sei por que estou lhe dizendo. Aparentemente, não é a maneira Torniana, então deve ser errado. — Afastando-se, ela deixa um guerreiro muito confuso.

***

Lisa olha para suas filhas, inocentemente dormindo em um sofá estranho, em uma nave espacial, indo para um planeta alienígena. O que fez com elas? Cobrindo sua boca, ela impede um grito desesperado de escapar. Talvez deveria tê-las deixado na Terra...

Não! Sua voz interior grita. Peter as teria destruído. Ele não se importava com nada e com ninguém além de si mesmo. Ali... ali elas poderiam ter uma chance.

Nunca conseguiu se dar bem com Peter, apesar de terem a mesma idade. Ele sempre parecia tão frio, tão distante, especialmente quando comparado com Mark. No entanto, não foi até depois do incêndio que quase levou tudo deles, que ele realmente mudou.

Com a morte de seus pais, Mark e Peter ficaram muito ricos. Peter viajou, comprou carros caros, joias e saía com mulheres que nunca o teriam olhado antes.

Mark reagiu exatamente o oposto, investindo não apenas no futuro, mas em suas filhas. Ele imediatamente criou fundos ao nascimento de cada menina, assegurando que elas sempre fossem cuidadas.

Foi durante o último ano da doença de Mark que Peter começou a mudar. No início, pensou que fosse para ajudar a apoiar seu irmão, seu único parente vivo. Não demorou muito tempo para descobrir a verdade. Peter queria que Mark o colocasse como guardião das meninas, dando-lhe controle sobre seu dinheiro. Insistiu que Lisa não era capaz de lidar com isso, o que era uma besteira. A verdade era que ele estava quebrado, gastou toda sua herança em menos de quatro anos.

Lisa nunca disse a Mark como Peter tentou intimidá-la a assinar os papéis. Como ele ameaçou as meninas. Como uma vez ele a pegou sozinha e precisou lutar contra ele. Até então, Mark estava tão medicado que era preciso todas suas forças apenas para se sentar. Não iria aumentar sua dor, mas documentou tudo pelo celular. Após o funeral, ela conseguiu uma ordem de restrição usando a gravação. Peter ficou furioso, mas deixou a cidade ou então pensou isso, até que Grim a levou para casa.

Agora, Peter estava fora de suas vidas para sempre. Grim seria melhor? Ela voluntariamente se entregou a Grim e o faria novamente para manter suas garotas seguras, mas podia confiar nele? Ele não as machucou... não fisicamente, mas isso poderia mudar. Poderia confiar nele com as meninas? Percebendo que apenas o tempo diria, pegou uma almofada e deitou-se no chão, uma mão em cada uma de suas garotas, instantaneamente adormeceu.

***

Grim não se moveu desde a saída de Lisa. Ele estava confuso. Ela o confundia. Não agia como as fêmeas Tornianas. Não se comportava como uma delas. Wray disse que eram diferentes, mas não entrou em detalhes e Grim não quis saber na época, já que nunca teria permissão para ter uma, agora gostaria de ter perguntado.

Pensando, ele percebeu que Lisa ficou tão surpresa com suas respostas como ele esteve com as dela. Era realmente tão diferente de seu protetor anterior, seu Mark? E se fosse assim, esse homem cuja cama ela compartilhou de bom grado, conseguiu repousar ao lado dela. Ela lhe deu filhos. Como conseguiu infundir essa lealdade nela? Fazendo-a ficar com ele, mesmo quando não conseguiu protegê-la. Como Mark conseguiu isso?

Ele olha para porta fechada. Em seu desejo egoísta de tê-la, esqueceu tudo o que aconteceu naquele dia. A força que ela mostrou ao enfrentar Luuken e Veron, ao enfrentá-lo. Ela se entregou a ele em troca da recuperação de sua prole, não explicando que eram fêmeas e manteve sua palavra. Permitiu que ele se unisse a ela, derramasse sua semente dentro de seu corpo e o que ele fez... se queixou. Esfregando as mãos ásperas sobre seu rosto assustado, respirou fundo.

Ele reclamou.

Como pode fazer isso? Ela não era Torniana, nunca afirmou ser. Obviamente, as mulheres da Terra respondiam de forma diferente às uniões e enquanto o surpreendia, sabia que também foi a liberação mais incrível de sua vida. Estava disposto a perder isso? Apenas porque não era assim o que esperava ser? Diferente não significava errado e Lisa era muito diferente das fêmeas Tornianas, percebeu que gostava disso e precisava explicar a ela.

Atravessando a área comum, ele ficou surpreso ao encontrá-la no chão, uma mão reconfortante colocada em cada criança enquanto dormia. Sua devoção a elas o espantava. Gentilmente ele tocou seu braço e franziu a testa. Ela estava com frio. Com cuidado, ele a pegou nos braços, levando-a de volta para cama. Cobrindo-a com um cobertor, ele rapidamente voltou para as meninas, verificando seus cobertores e aumentando a temperatura da sala.

Voltando para Lisa, ele se deitou ao lado dela. Nunca descansou com uma fêmea antes. Nunca ouviu falar sobre isso acontecer. Como poderia se aproximar? Sabia o que queria fazer... queria apertá-la, segurá-la nos braços e dar-lhe calor, sua proteção. Ela permitiria? Decidindo que havia apenas uma forma de descobrir, cuidadosamente colocou um braço sob seus ombros, puxando-a para ele, quando ela murmurava, ele congelou.

Sentindo calor, Lisa instintivamente rolou em direção a ele. Ela estava muito cansada. Apenas queria dormir. Envolvendo-se em seu cobertor, ela se aconchegou.

Grim permaneceu perfeitamente imóvel enquanto Lisa envolvia seu corpo ao redor dele antes de se estabelecer. Com cuidado, a envolveu em seus braços. Quando ela não protestou, relaxou e apenas sentiu. Seu pequeno corpo se encaixava no dele perfeitamente, como se fossem duas partes de um todo. Um senso de justiça se instalou sobre ele, quem teria pensado que apenas segurar uma fêmea poderia fazer isso. Fechando os olhos, ele dormiu.


CAPÍTULO TRÊS


Que sonho maravilhoso ela estava tendo. A praia estava quente, o sol aquecendo sua pele. O homem de seus sonhos está entre suas pernas, beijando a parte interna de sua coxa. Gemendo ela se passou os dedos pelos cabelos grossos, incentivando-o a se aproximar. A primeira lambida em seu clitóris a fez estremecer. Inclinando a cabeça para trás, exigiu mais e seu amante de sonho deu a ela.

— Sim... — Seus quadris se moviam instintivamente, buscando mais prazer. Um dedo áspero e grosso tocou cuidadosamente sua entrada antes de penetrar lentamente, sem parar até que ficou completamente dentro. Quando sentiu outro dedo, não pode deixar de gemer. Podia sentir a pressão aumentar, oh Deus, isso era tão bom! Um grunhido rouco a fez abrir os olhos, para encontrar Grim entre suas pernas.

— Grim... — Sua cabeça se inclinou novamente quando ele tocou seu botão em resposta, seus dedos bombeando mais rápido. Não conseguiu impedir o gemido, enquanto seu orgasmo explodia através dela. Grim suavemente lambeu seus sucos.

Quando ele acordou, ela estava ao redor dele, precisava tê-la. Ela se entregou a ele, era dele e queria mantê-la. Ele a satisfez duas vezes no dia anterior. Continuaria fazendo-o, sem lhe dar motivo para deixá-lo. Saindo de seu centro doce, seus olhos cinzentos se fixaram nos dela enquanto entrava nela, envolvendo-a com seu calor.

Sentindo-o à sua entrada, Lisa abriu mais as pernas, sabendo que nunca o negaria. Quando ele entrou, ela não consegue impedir seu corpo de se arquear, Deus, ele era tão bom... quando mais entrava, mais sentia seu corpo responder. E de repente, lembrou-se de sua ordem da noite anterior, fechou os olhos tentando distrair-se, dizendo a si mesma que isso era para ele, para o seu prazer não o dela, que ele não queria suas respostas, apenas seu corpo.

Grim gemeu enquanto entrava completamente em seu corpo sedoso, sentindo sua resposta. Louvada fosse a Deusa! Nunca imaginou que se unir a uma fêmea pudesse ser tão lindo... que uma fêmea pudesse dar a um guerreiro tanta alegria, tanto prazer. Observá-la responder ao seu prazer o fazia se sentir o macho mais poderoso do planeta. Quando de repente ficou tensa, ele franziu a testa, podia senti-la se afastando dele, não fisicamente, mas não estava mais respondendo.

— Lisa.. — Ele rosnou, querendo que o olhasse.

— Estou tentando. — Ela sussurrou, seus olhos bem fechados. — Eu não vou me mover. Pegue o que quiser. — Ainda assim, ela não conseguia evitar que sua voz tremesse ou que uma lágrima escapasse de um olho.

— Olhe para mim, minha Lisa. — Ele ordenou audaz ao sentir sua dor. Sabendo que ele a causou, partia seu coração. Grandes mãos seguraram delicadamente seu rosto, seu polegar limpando a lágrima. — Olhe para mim, pequena... por favor. — Ele implorou.

Olhos ambarinos levemente úmidos encontraram o cinza girando. — Eu quero dar-lhe prazer, pequena. Compartilhar o meu com você, deixe-me. — Seus olhos procuraram o dele, tentando encontrar a verdade. Ela sabia que não sobreviveria se a rejeitasse novamente.

— Por favor, confie em mim, me ensine. Ensine-me o que significa realmente se unir a uma mulher. — Grim se abria para ela como nunca fez com nenhuma outra pessoa, deixando-a ver seu desejo de pertencer verdadeiramente a alguém. Que alguém lhe pertencesse. Não era normal, não para um Torniano. Um guerreiro era criado sabendo que nenhuma mulher jamais cuidaria verdadeiramente dele, sempre procuraria outro, até mesmo sua própria mãe.

Olhando profundamente nos olhos de Grim, Lisa viu a verdade. Pode não ter passado pelo Guia, mas de repente entendeu que os Tornianos não sabiam o que realmente significava um homem e uma mulher se unirem. Unir. Era mais que apenas o ato físico, era se conectar com aquela pessoa que o completava, que o amava, que iria aceitá-lo, com seus erros, falhas e tudo.

Grim observava Lisa, via suas dúvidas, seus medos, colocados ali por ele, por meio de suas ações. Há um momento na vida de cada guerreiro que ele sabe que sua próxima ação mudará para sempre seu futuro. Aconteceu com ele quinze anos antes, estava acontecendo agora. Precisava tomar a decisão certa desta vez.

— Por favor, Lisa... — Ele pensou que estivesse além de implorar.

Lentamente, ela começou a mover seus quadris, inclinando-os para levá-lo ainda mais fundo, seu gemido a encorajou a agarrar seus ombros de forma hesitante.

— Sim pequena, guia-me. — Ela teria rido se ele não estivesse empurrado profundamente, fazendo-a ofegar. Ela apenas teve um amante e deveria guiá-lo? Os joelhos apertam seus quadris enquanto suas pernas envolviam seu traseiro duro, subindo para encontrar seus impulsos mais fortes.

— Sim Grim... mais forte... por favor... — Seu encorajamento fez Grim soltar sua paixão, uma paixão que era apenas para ela. Saindo quase completamente, sentiu seu canal tentando sugá-lo de volta, ouviu seu gemido pela perda, assim entrou novamente.

— Oh Deus! — Ela não conseguiu evitar apertá-lo, seus quadris empurrando, girando, fazendo tudo o que podia para mantê-lo ali! Seu útero convulsionou, enquanto ele bombeava repetidamente até explodir.

Grim a sentiu apertando-o com cada impulso e ele perdeu um pouco mais de si mesmo, nada antes que sentiu foi tão bom, ela era parte dele, ele era parte dela. Quando seu prazer chegou, perdeu o controle e com um último impulso, se enterrou tão profundamente dentro dela, que não sabia como sairia.

Mantendo-se dentro dela, Grim rolou em suas costas, recusando-se a perder a conexão. Como não sabia que algo assim existia? Não ouviu nada sobre isso de outros homens. Ele foi o único a encontrá-lo? Era apenas Lisa?

Lisa não tinha certeza de como isso aconteceu. Ela foi dormir com as meninas e acordou com Grim chupando-a. A noite anterior foi a mais confusa de sua vida e quando pensou ter encontrado conforto em seus braços, ele a afastou. Faria isso novamente?

— Lisa? — Ele sentia sua tensão.

— A que horas chegará o Guia? — Ela precisava se concentrar no que realmente importava. As meninas.

— Logo.

— Eu preciso tomar banho... me limpar... antes que as meninas acordem. — Afastando-se, ela saiu da cama apenas para que ele a segurasse pelo braço.

— Eu a machuquei? — Ele pergunta, seus olhos cheios de arrependimento.

— Você não me machucou Grim. — Ela o tranquiliza, mas não o olha nos olhos.

— Eu preciso... não quero... Lisa... — Ele coloca um dedo gentil, mas implacável sob seu queixo, inclinando-o até seus olhos se encontrarem. — Eu sei que não seria sua primeira escolha...

— Grim... — Instintivamente ela queria consolá-lo, estender a mão para tocar sua bochecha, mas se afastou deixando-o ir. — Eu preciso me preparar. — Saindo de seu alcance, ela pega a mochila e sai, deixando-o sozinho.

***

Grim deita de volta quando a porta se fecha. Fez novamente! Ele a machucou. Como? Ele a agradou, sabe que o fez, duas vezes e novamente sentiu-se incrível, ainda assim ela se afastou dele. Por quê?

Levantando-se, iria segui-la, mas lembrou-se das meninas. Murmurando, pegou a calça do chão, vestindo-a para ir atrás de Lisa para conseguir algumas respostas.

***

Deixando o calor da água fluir sobre ela, a mente de Lisa vagou. O que ela faria? Como se certificaria que suas meninas sobrevivessem neste mundo estranho, quando ela não sabia se queria? Nada fazia sentido, toda vez que achava que ela e Grim se aproximavam, algo acontecia e ele a rejeitava. Talvez ela precise daquele Guia.

Acenando com a mão para parar a água, virou-se e congelou. Grim a observava silenciosamente, segurando uma toalha. Hesitante, ela se esforça para pegá-la.

— Obrigada. — Ela se cobre rapidamente.

— Diga-me o que fiz de errado? — Ele observa enquanto esconde seu corpo exuberante dele antes de buscar outra toalha para remover a umidade de seus lindos cabelos longos.

— O Guia está chegando Grim, uma vez que completar o programa, tenho certeza que entenderei e pararei de cometer erros.

— Os erros não são seus, pequena. — Ele se aproxima, estendendo a mão para acariciar sua bochecha.

— Mamãe? — Grim se vira para encontrar a menina chamada Miki atrás dele. Passando por ele, ela fica de joelhos, ignorando o piso frio.

— Bom dia querida. — Lisa a puxa para perto, beijando o topo de sua cabeça como se ela não a visse em uma semana. A verdadeira alegria em sua voz atinge Grim, fazendo-o desejar que sua mãe fizesse o mesmo. — Você dormiu bem?

— Uh sim. — Ela murmura suavemente contra seu ombro, seus olhos ainda em Grim. — Eu estou com fome.

— O que ela precisa? — Grim pergunta, sentindo-se frustrado com sua incapacidade de se comunicar com sua prole.

— Ela está com fome.

— Trarei comida.

— Obrigada Grim.

— Obrigada Grim. — Miki imita sua mãe e em vez de sair, Grim se ajoelha ao lado de Lisa, então fica no mesmo nível de Miki.

— Você é bem-vinda, minha Miki.

— O que ele disse mamãe? — Ela a olha com expectativa.

— Ele disse que você é bem-vinda. — Ela fica surpresa com o tom de posse em relação a Miki. — Por que não vai acordar sua irmã enquanto eu me visto?

— Ok, mamãe. — Felizmente, Miki não percebe sua surpresa.

***

Luuken congela à vista de três fêmeas comendo na mesa de Grim. Ele não foi informado sobre a prole feminina. E se soubesse nunca a teria recusado, ter três fêmeas... o faria ainda mais poderoso que seu pai! Seu pai... Luuken se encolhe... ele ficará furioso por Luuken ter perdido está oportunidade. Eles estão tão perto de tirar Grim de Luda. Conseguiram apoio de outros Lordes poderosos, prometendo que seria dada a primeira escolha das fêmeas trazidas da Terra. Era ruim o suficiente que Grim se juntasse a uma, mas isso poderia ser consertado. Apenas precisaria argumentar que Grim era inapto e a fêmea se juntaria a outro, deixando Grim com filhos que não se beneficiariam de sua posição. Luuken gostava deste pensamento, mas agora a prole que ele deixaria era feminina fazendo Grim muito poderoso para derrubar... mas ainda assim... teria a chance de consertar isso. Seu olhar intenso foi para as jovens fêmeas se aproximando de sua mãe, sentindo uma ameaça.

— Meninas. — Lisa bloqueia a visão de Luuken de suas filhas. Ela não gosta da forma como ele as olha. — Peguem suas mochilas e entrem no quarto, fiquem lá até que as chame.

— Sim, mamãe. — As garotas rapidamente saem.

— Senhor, fui informado de que você precisava de um Guia. — Luuken se afasta, enquanto seus olhos continuam na porta por onde as meninas passaram.

Grim olha para Luuken, vendo seu interesse em suas fêmeas. Luuken é a primeira descendência masculina de Bertos Guttuso, um Senhor muito poderoso e ambicioso que controla a região Etruria em Tornian. Ele também teve uma mulher por quase cinco anos, deixando-o por um segundo homem. Grim sabe que Bertos quer ser o rei de Luda. Que ele planeja sua queda. Com certeza irá querer as fêmeas de Grim. Ele não conseguirá!

— Onde você estava quando Lisa acordou, Luuken? — O tom duro de Grim afasta o olhar de Luuken da porta. — Você a trouxe para a Searcher, era sua responsabilidade guiá-la. Ela poderia ter se ferido.

— Ela não deveria ter removido o aparelho educador. — Luuken afirma sem rodeios, recusando-se a assumir a culpa das ações de uma mulher. Ele é Luuken Guttuso, o primeiro macho de Lorde Bertos.

— Era sua tarefa e deveria cumpri-la! Perguntarei apenas mais uma vez Luuken. Onde você estava? — A voz de Grim fica ainda mais áspera à medida que sua raiva aumenta.

— Eu estava no meu quarto descansando... senhor. — Luuken afasta os olhos de Grim.

— Uma vez que um aparelho educador é colocado, você precisa permanecer até que o programa seja concluído.

— Não preciso ser informado dos meus deveres, senhor. — Luuken zomba dele. — Ela não deveria ter acordado. E se estivesse dormindo, eu estaria lá.

— Você está culpando minha mulher? — Grim levanta-se lentamente e Luuken de repente percebe o quão longe foi. As fêmeas nunca são responsabilizadas por nada.

— Não Senhor, não. — Luuken precisa se forçar a permanecer no lugar quando Grim avança sobre ele.

— Você completará o programa, ela não consegue acessar as informações que o educador implantou. — Ele ordena de forma sombria.

— Sim, Senhor. — Luuken leva seus olhos frios e duros para Lisa. — Você precisa se deitar. — Ele ordena.

Lisa acompanha a conversa e não pode acreditar na arrogância de Luuken. Ele não a tocará e sequer as garotas.

— Grim. — Ela fica de costas para Luuken, sem perceber o insulto que acabou de cometer. Virar as costas para um guerreiro significa que você não o teme. Que ele não é uma ameaça. Em alguns casos, é um sinal de confiança, mas não ali. — Eu sei que isso precisa ser feito, mas não por ele. Deve haver alguém qualificado, alguém que ainda não demonstrou seu desrespeito total pela minha segurança. — O rugido indignado de Luuken é facilmente ouvido.

Grim olha para aquela pequena fêmea que a deusa lhe confiou, entendendo instantaneamente. — Você teme que ele possa feri-la. — Sua voz suaviza instantaneamente ao falar com ela.

— Ele não leva seus deveres a sério. Não confiarei minhas meninas a alguém assim.

— Eu a trouxe! Eu a trouxe aqui! Ela não tem o direito de desafiar meu direito de guiá-la. — Luuken declara com raiva.

— Silencio Luuken! Minha Lisa tem um ponto válido. Você falhou com ela por não estar lá para guiá-la, então novamente, não admitindo seu erro de verificar que não tinha descendência. Por que ela deveria confiar em você agora? Por que eu deveria confiar em você?

Luuken fica em um tom doente de laranja, que Lisa assume ser como um Torniano amarelo fica vermelho. — Envie Callen para completar o programa. — Ele ordena.

— Você não pode fazer isso! Eu sou o primeiro varão de... — Luuken começa, apenas para ser cortado.

— Eu sou o Rei Grim! — Grim ruge, fazendo com que Lisa se afaste com medo, enquanto ele caminha em direção a Luuken, não parando até que o outro se encosta contra a parede. — Você me desafia Luuken? — Sua voz suave. — Porque se for assim, lutaremos até sua morte. — Lisa observa Luuken se encolher.

— Não, Senhor. — Ele sussurra, mesmo enquanto se acalma, Lisa pode ver a raiva em seus olhos.

— Então envie Callen! — Grim exige e vira as costas para Luuken de volta para Lisa.

— Sim, Senhor! — Luuken sai da sala.

— Bem, não fiz um amigo, verdade? —Ela não faz realmente uma pergunta quando se afasta dele.

— Lamento Lisa. — Ela ouve o arrependimento em sua voz. — Eu deveria ter considerado que você hesitaria em confiar nele. — Olhando-a se afastar, ele franze a testa e percebe que ela está assustada. Suas cicatrizes tornam-se ainda mais pronunciadas, quando percebe que a assustou.

— Grim? — Ela não sabe o que colocou aquele olhar duro, mas precisa falar sobre suas outras preocupações, precisa proteger suas filhas.

— O que foi, minha Lisa? — A possessividade que ele dá ao seu nome toca algo no fundo de seu peito, como se pudesse pertencer a alguém novamente... já faz tanto tempo. Saindo do sentimento, ela se concentra no que precisa fazer.

— Este programa de aprendizagem no educador, é o mesmo para todos?

— Sim. — Ele não tem certeza do por que ela está perguntando, mas percebe que tem um motivo. — Foi desenvolvido para aqueles fora de Tornian entenderem nossa história ao longo de muitos anos. A Imperatriz Kim e você são as primeiras de sua espécie a usar o programa.

— Suas fêmeas, fêmeas Tornianas, também usam esse programa?

— Não. — Ele lhe dá um olhar confuso. — Por que o fariam? São criadas em nossa sociedade.

— Então não quero que as meninas recebam o programa completo. — Ela pode dizer que ele não entendeu, então explica. — Eu sei que elas precisam do programa de linguagem e da história, mas o restante... as interações entre machos e fêmeas... podem aprender enquanto crescem, como todos Tornianos o fazem.

Grim dá-lhe um olhar considerado, percebendo que ela está correta, novamente. Dar as meninas informações para adultos pode causar grandes danos e ele nunca permitiria isso. — Eu entendo suas preocupações e concordo. — Ele vê que a surpreendeu. — Eu não deixarei nenhum mal para vir às nossas meninas, minha Lisa. Prometi aceitar e protegê-las e o farei. — Ele lhe dá um leve sorriso. — Mesmo que às vezes você precise me dizer como fazer isso.

— Você realmente não sabe nada sobre meninas, não é? — Ela lhe dá um olhar de avaliação.

— Não. Nunca estive ao redor delas. Não conheço nenhum guerreiro que tenha, mas estou disposto a aprender, especialmente se isso também a agradar. — Ele lentamente se move para ficar na frente dela. — Eu não queria assustá-la, minha Lisa. Minha raiva estava com Luuken, não você. Nunca deve me temer, porque deixaria voluntariamente minha vida antes de prejudicá-la ou as meninas. — Lisa olha para ele por um momento confuso antes de entender o que está dizendo. E de alguma forma sabe que ele é sincero.

— Por quê? Por que diria tal coisa? — Ela sussurra, precisando entender.

— Você realmente não compreende o que fez, não é? — A afirmação a deixa rígida.

— Eu aprenderei.

— Eu também tenho muito para aprender minha Lisa. Você não é de Tornian. — Ele a observa. — É diferente, de formas melhores. — Ele lentamente levanta a mão para tocar seu queixo. — Você é tão frágil, sua pele tão suave e ainda assim permite que a toque. Parece gostar. — Confusão enche seus olhos. — Sua prole... você cuida delas, protejendo-as, mesmo que isso signifique arriscar-se. Não é assim que as nossas fêmeas são... mas deveriam ser.

— O que você quer de mim? — Ela sussurra, observando seus olhos escurecerem.

— Eu quero tudo. Tudo o que sequer sabia ser possível. Você consegue entender, minha Lisa? Eu farei o que for preciso para fazê-la feliz, para fazê-la nunca querer me deixar. Não sobreviverei perdendo a única e verdadeira felicidade que tive na vida.

Lisa olha para ele em choque. Não esperava tal declaração, pelo menos não assim.

— Grim... — Ele coloca um dedo firme, mas gentil em seus lábios.

— Você me deu mais prazer do que qualquer guerreiro tem o direito de esperar. Você é minha Lisa e não desistirei de você. Abriu meu mundo, me deu garotas pequenas e também não desistirei delas, não por causa do que representam, mas porque são parte de você. — Uma batida na porta impede que ela responda.

— Deve ser Callen. — Ele se afasta, mas ela o impede.

— Então você cuidará disso? O programa? Irá se certificar de que não haja nada prejudicial nele?

— Você confia em mim com a codificação do educador? — Ele não consegue esconder seu choque.

— Eu não confiaria em nenhum outro com as meninas. — Lisa observa as emoções no rosto de Grim antes dele concordar.

— Eu pessoalmente programarei o educador, minha Lisa, nenhum dano acontecerá a elas. Vá buscar nossas meninas enquanto informo Callen. — Inclinando a cabeça, ela vai para o quarto.

***

— Você me chamou, Senhor? — Callen entra na sala.

— Sim Callen. — Ele espera Lisa entrar no quarto, antes de continuar. — Lisa precisa completar o programa de educação e ser orientada sobre como acessá-lo.

— Luuken...

— É inaceitável. — Grim o interrompe. — Para Lisa e para mim. Você irá guiá-la e nossas meninas.

— Meninas? — Callen dá-lhe um olhar confuso.

— É a palavra da Terra para jovens fêmeas. — Grim informa.

— Concede-me uma grande honra Senhor, permitindo-me orientar sua mulher...

— Ela é minha Rainha, Callen. — Grim o corrige.

— Sua rainha... — Callen não consegue esconder seu choque.

— Sim. — Grim faz uma pausa enquanto Lisa volta com as meninas.

— Eu tenho um pedido, se for apropriado. — Ela olha para Grim.

— O que é minha Lisa? — Callen fica espantado com a gentileza na voz de seu Rei.

— Eu gostaria que as meninas me observassem completar o programa primeiro. Isso as ajudará a entender o que está acontecendo e acalmará seus medos. — Grim olha para Callen.

— Você tem seu educador? — Ele pergunta, olhando para Grim enquanto o entrega. — Falta apenas dez minutos do programa, já não estava enviando ondas quando você o removeu. — Ele dá a Lisa um sorriso reconfortante. — As meninas não precisam se assustar com o processo.

Ao ouvir Callen, Grim percebe o quão perto esteve de nunca conhecer essa mulher incrível. Ele teria perdido a mulher e as meninas dela.

— Existe outra coisa, o programa de aprendizagem para as meninas será apenas a língua e a história, eu pessoalmente cuidarei do programa.

— Meu Rei?

— Lisa quer que elas aprendam a história de Tornian como os jovens Tornianos fazem, eu concordo com ela.

— Isso faz sentido meu Rei. — Callen acena com a cabeça.

— Garotas, este é Callen. Ele nos trouxe nossas refeições na noite passada, lembra? — Callen vê as jovens o olharem, especialmente a menor.

— Esta é Carly. — Ela indica a garota mais alta. — E está é Miki. — Lisa sorri pelo fascínio óbvio de Miki com Callen. — Você terá que perdoá-la Callen, a cor favorita de Miki é azul e você é muito...

— Azul. — Ele termina por ela. Sorrindo, ele se ajoelha lentamente, mostrando a mão e virando-a, então Miki pode ver o azul mais claro do outro lado. Ela olha para ele. Depois de um momento, Lisa leva-as ao sofá.

— Ok, garotas, isso é o que acontecerá. Sabem que eu disse que em breve poderiam entender o Grim como eu? — Quando elas acenam, continua. — Bem, é por isso que Callen está aqui. Ele colocará esses óculos especiais em seus olhos chamados de educador. — Ela mostra o dispositivo. — Eu vou primeiro.

— Mas mamãe, você já entende Grim. — Carly diz, parecendo confusa.

— Sim bebê, mas fiquei tão animada para buscar você e Miki que não terminei o programa, então terminarei agora, assim podem ver exatamente o que acontecerá.

— Vai machucar, mamãe? — A voz trêmula de Miki deixam ambos os homens tensos.

— Não bebê, não machucará, vou te mostrar. — Ela dá a Callen um olhar agudo, em seguida, deita no sofá. — Por que as meninas não ficam de pé com Grim? Com um último olhar para eles, ela respira fundo e deixa Callen colocar o educador sobre seus olhos,

Grim observa sua mulher, espantado com sua bravura. Ela tem todo o direito de lutar com o educador de volta, mas por suas filhas, ela não o faz.

O menor toque em sua perna o faz olhar para baixo para encontrar Miki encolhida. Seus olhos, colados à mãe, enquanto ela procura conforto e tranquilidade nele, tudo ficaria bem. Cuidadosamente, ele coloca uma grande mão nas costas dela. Quando ela envolve os braços ao redor de sua coxa, ele fica espantado, momentos depois Carly faz o mesmo.

Ele olha para as cabeças castanhas e percebe que elas confiam nele, por causa de Lisa. Confiam nele para protegê-las, confortá-las e não consegue pensar em nada que tenha feito para ganhar sua confiança e ainda assim elas confiavam. Assim como Lisa. Ele olha para ela, ainda no sofá, Callen falando suavemente e sabe que ele fará o que for preciso para não as decepcionar.

***

Lisa poderia jurar que o educador continuou quando Callen cuidadosamente o removeu. — Como você está se sentindo? — Ele pergunta, observando-a. Sentando-se cuidadosamente, seus olhos buscam imediatamente suas garotas. Ao vê-las abraçadas as pernas de Grim, ela faz uma pausa.

— Minha Rainha? — Não é até que Grim franze a testa que Lisa percebe que Callen está falando com ela.

— Bom, a última vez fiquei muito tonta. — Callen continua observando-a.

— Isso foi porque o removeu antes do tempo. Conhece a função da Serai?

— Certifica-se de que vocês tenham sexo. — Lisa lança a Luuken um olhar irritado com a pergunta. O pensamento de um Serai, tocando Grim a irrita. Ela não se importa com o que são.

— Como? — Callen não entende sua resposta.

— São uma criatura animada feita a partir das areias da Creata. — Lisa suspira forte. — Estimulam as fêmeas Tornianas para que os machos possam ter liberação sexual, uma vez que as fêmeas são escassas.

— Está correto. — Callen acena com a cabeça aliviado.

— Fazem um trabalho muito ruim se me perguntar. — Lisa continua.

— O que? — O rosto de Callen fica púrpura.

— Eu consegui constranger Callen? — Lisa não pode deixar de se sentir divertida com este grande guerreiro envergonhado para falar sobre sexo.

— Eu... — Ele olha para Grim por ajuda apenas para encontrá-lo lutando contra um sorriso.

— Acredite em mim Callen, pode ser bom com uma fêmea Torniana, mas se estiver interessado em uma da Terra, o que eles ensinaram a você é praticamente inútil. — Ficando de pé, ela lhe dá um último conselho. — E para ser sincera, suas fêmeas estão realmente ferradas. — Ela se volta para Grim. — Então meninas, vocês estão prontas para poder dizer a estes homens o que fazer?

— Sim! — Ambas as meninas respondem excitadas. — Grim levanta uma sobrancelha e ela apenas encolhe os ombros, dando-lhe um sorriso inocente.

— Você quer fazer as duas ao mesmo tempo? — Callen olha para ela.

— Sim, elas ficarão mais relaxadas desta forma. — Lisa o informa.

— Não trouxe um segundo educador. — Ele olha para Grim.

— Busque outro e volte. Eu quero isso feito. — Grim ordena. Ele quer conversar com suas garotas.

— Ainda preciso adaptar o programa. — Callen avisa.

— Eu o adaptarei no momento em que você retornar.

— Sim Senhor.

***

As meninas se sentaram confiantes no sofá olhando de sua mãe para Callen. — Quem irá primeiro? — Lisa pergunta.

— Eu sou a mais velha, eu sempre vou primeiro. — Carly fala e Lisa sorri, sua pequena guerreira, ela sempre foi a primeira, protegendo sua irmã. Inclinando a cabeça, ela dá sua permissão a Callen. Depois de alguns minutos, ele coloca um em Miki.

Trinta minutos depois, Carly está sentada parecendo confusa. — Você está bem, querida? — Lisa fica de joelhos preocupada.

— Você sabia que o irmão de Grim é o Imperador, mamãe? — Ela sussurra deixando-os saber que o programa funcionou.

— Sim, querida, eu sabia.

Carly lança a Grim um olhar confuso. — O que um Imperador faz? — Grim joga a cabeça para trás e ri, uma risada que faz Lisa sorrir enquanto Callen olha atônito. O Rei não ri!

— Eu me perguntei muitas vezes o mesmo, Carly. Quando você perguntar a ele, eu quero estar lá.

— Ok. Ah! Eu consigo entender! — Ela aperta as mãos com entusiasmo.

— Sim, você pode. — Carly olha para Callen.

— Acorde Miki. — Ela ordena. — Eu quero ter certeza de que ela pode falar com Grim também.

— Apenas mais um pouco, pequena. — Ele promete. Conhecendo Carly, Lisa segura sua mão afastando-a.

— Vamos Carly, precisamos dar espaço a Callen. Miki acordará em breve.

— Promete, mamãe? — Ela lança um olhar preocupado sobre o ombro para a irmã.

— Eu prometo.

— Mamãe... — Minutos depois, a pequena voz de Miki a chama.

— Aqui bebê. — Callen se afasta, deixando Lisa tomar seu lugar.

— Mamãe, você sabia que Grim é um Rei? — Lisa sorriu. Suas garotas estão tão fascinadas com Grim tanto quanto ela.

— Sim bebê, eu sabia. — Miki parece incerta e olha para Grim, então sussurra em seu ouvido. Lutando com uma risada, Lisa olha para ela. — Por que você não pergunta a ele?

— O que você quer saber, pequena? — Grim pergunta desfrutando do brilho nos olhos de Lisa.

— Você já foi um sapo? — Lisa ri da expressão perdida de Grim.

— O sapo transformou-se em Príncipe, Miki, não um Rei. — Carly informa a irmã com esse tom superior que apenas as irmãs mais velhas conseguem.

— Qual é a diferença? — Miki pergunta e é a vez de Carly parecer confusa.

— Um príncipe é o filho do Rei. — Lisa diz terminando a discussão antes de começar.

— Oh... — As meninas respondem em uníssono.

Callen e Grim, parecem confusos e ao mesmo tempo fascinados com a conversa das fêmeas. Eles nunca foram expostos a uma família de fêmeas antes e isso era ser uma família.

— O que se diz para Callen, garotas? — Lisa pergunta e elas ficam vermelhas.

— Obrigada, Callen.

— Vocês são bem-vindas, pequenas. — Ele olha para Grim. — Você realmente foi abençoado meu Rei.

— Acho que todos nós fomos, Callen. — Cruzando os braços, Grim encontra-se sorrindo.

***

O resto do dia passa rapidamente com as meninas testando seu conhecimento e Grim responde pacientemente suas intermináveis perguntas. Ele fica impressionado com a forma como suas mentes funcionam. Elas olham para tudo de forma tão diferente de como os os Tornianos fazem ou é apenas as fêmeas? Descobre que não quer sair quando precisa ajustar o curso da nave. Prometeu voltar logo enquanto passa pela porta.

— Tudo bem meninas, é o suficiente. — Lisa ordena um pouco mais tarde.

— Mas mamãe!

— Não Carly até você experimentar uma coxa de frango, não pode dizer que é melhor do que um sanduiche com pasta de amendoim e Miki você não pode dizer que sanduiche com pasta de amendoim e melhor que coxa de frango. Agora é hora de tomar banho, vocês duas,

— Sim, mamãe. — Elas concordam de imediato, mas ela sabe que continuarão a discussão no banho.

Oh, a vida de uma mãe solteira. Descansando a cabeça na parte de trás do sofá ela franze a testa, isso era o que era agora? Uma mãe solteira? Ela tinha Grim. Ele concordou em aceitar e proteger suas meninas. Agora entendia que ele seria um pai ou manno3, mas o que isso significasse para ele. As fêmeas eram especiais para os Tornianos. Será que ele apenas se importava com o que elas poderiam trazer de benefícios para ele, como Peter? Realmente iria amá-las como suas? Querer apenas o que fosse melhor para elas?

Balançando a cabeça, sabia que apenas o tempo diria. Percebendo tudo muito quieto, foi para a sala de limpeza para ver as meninas. Uma batida na porta exterior a parou. Olhando, ela considerou o que fazer. Estava em uma nave alienígena com suas filhas e Grim não está ali. Ele assegurou que seu quarto era seguro, que estavam seguras. Ainda assim, ela não iria se arriscar, não com as meninas. Já havia irritado um Torniano hoje. Com a decisão tomada, ignorou a batida. Quando a porta se abriu de repente, ela girou em choque quando três machos grandes enchem a sala.

— Saiam! — Ela ordena, tentando fazer o seu melhor para intimidar.

— Estamos aqui para levá-la e sua prole para um protetor mais apropriado. — O homem verde a informa.

— Como? — Lisa pergunta. — Eu escolhi meu protetor! Agora saiam!

— Você não foi guiada adequadamente no momento da sua escolha. Não pode ser responsabilizada por isso. Um homem apto foi escolhido para você e sua prole. — O macho verde agarra seu braço.

— Não me toque! —Ela se afasta.

— Não lute pequena mulher. Você não quer se machucar.

— Mamãe! — Os três machos congelam à vista das meninas.

— Voltem para a sala de limpeza! — Lisa ordena bloqueando a visão dos machos. — Eu falarei pela última vez e então ficarei muito irritada. Saiam! — Quando o líder a agarra novamente, ela grita.

— Grim! — Ela levanta o joelho até a virilha do bastardo verde, ele imediatamente cai, soltando-a. O rugido que responde seu grito faz com que a cor do macho desapareça completamente. Grim aparece, seguido por Callen e Veron. A raiva em seu rosto faz Lisa dar um passo para trás.

— Você se atreve a atacar minhas fêmeas! — Grim agarra o mais próximo, jogando-o de cabeça pela porta e para parede mais distante, onde ele cai no chão. Antes que ele possa fazer o mesmo com o macho que ficou, ele cai de joelhos, abaixando a cabeça.

— Senhor, estávamos seguindo as ordens do Capitão Luuken.

— Acha que Luuken pode pedir que você leve minha rainha! Minha Prole? — Grim pergunta com uma voz letal, se fosse possível, o homem ficaria branco.

— Senhor... — O homem começa a tremer.

— Saia enquanto você ainda respira! — Ele se volta para o macho, enquanto Lisa passa sobre ele, ele se aproxima dela.

— Você está ferida? — Seus olhos a percorrem, vendo as listras vermelhas em seu braço.

— Não. — Ela sussurra, observando-o cautelosamente.

— Mamãe... — As vozes assustadas fazem Lisa se virar rapidamente.

— Eu disse para ficarem aí dentro! Grim irá lidar com isso. — Com um último olhar sobre o ombro, ela as empurra para a sala de limpeza.

***

Grim agacha, olhando para o macho agarrando suas bolas. — Você tocou minha Rainha. — Sua voz é fria como a morte.

— Ela nunca foi devidamente guiada. — Ele sibila. — Ela tem o direito de escolher um homem apto, um que possa protegê-la adequadamente e suas jovens.

— Ela protege a si mesma muito bem, você não acha Korin? Talvez minha Rainha deveria treiná-lo. — Seu orgulho por Lisa é facilmente ouvido. — Por que a levaria para Luuken? — Quando ele não responde rápido o suficiente, Korin tem o folego que recuperou cortado pela mão de Grim em sua garganta.

Lutando ele descobre quem realmente é o guerreiro superior. Grim o solta momentos antes de desmaiar.

— Por quê? — Ele grita.

— Ela e suas jovens poderiam ser devidamente educadas! — Ele diz sufocando.

— Devidamente educada... — Grim fica pálido ante a ideia de como Luuken conseguiria isso.

— Sim, Luuken acredita que você corrompeu a programação, influenciando a escolha da fêmea, assim não perderia sua posição de Rei.

— Veron. — Grim chama. — Korin será punido por tocar minha rainha.

— Senhor? —Veron fica tão chocado quanto Korin.

— Ele entrou em um lugar seguro para levar minha rainha e prole. Ele a tocou, machucando-a, então será punido.

— Ele afirma que estava seguindo as ordens do Capitão Luuken, Senhor. — Veron o lembra.

— Bem, se Luuken admitir isso, então considerarei uma punição leve. — O olhar de Korin revela que ele sabe que Luuken nunca admitirá. É uma sentença de morte um macho prejudicar uma mulher.

— Leve-o ao Capitão!

— Sim, Rei Grim. —Veron se curva, antes de puxar Korin do chão, forçando-o a sair da sala.

— Callen.

— Sim, meu Rei.

— Eu quero um relatório detalhado, desde o momento em que Lisa foi trazida a bordo até a levar para recuperar nossa prole. Inclua todos os materiais visuais e de suporte. Também uma cópia da gravação não editada do centro de comando.

— Será feito Senhor. — Os olhos de Callen estão sérios quando encontram Grim. — Este é um ataque direto contra você, meu Rei.

— Sim. Eu preciso saber o que mais Luuken está planejando, Callen.

— Sim, meu Rei. — Callen hesita.

— O que? — Grim pergunta.

— Você realmente acha que Luuken a teria prejudicado? Caso ele tivesse completado o programa?

— Sim, acho. — Sua mandíbula flexiona com o pensamento.

— Conseguirei o que precisa para proteger suas fêmeas, meu Rei. — Com uma reverência rápida, ele sai.

***

— Mamãe, o que está acontecendo lá fora? — O medo nos olhos de Miki parte o coração de Lisa. Ela sempre tentou ser honesta com as meninas, foi necessário com a doença de Mark. Ainda assim elas eram apenas crianças. Literalmente entraram em um mundo alienígena e se as quisesse seguras, havia coisas que precisavam saber.

— Há homens que não querem que fiquemos com Grim. Eles acham que ele irá nos machucar.

— Mas ele não faria isso, mamãe! — A força da convicção de Miki surpreendeu Lisa.

— Não bebê, ele não faria. — Ela concorda.

— Então por que? — Carly pergunta.

— Por causa de como ele se parece, bebê. Há Tornianos que acreditam que por causa de suas cicatrizes, ele não deve ter uma família, que não pode protegê-los.

— Mas isso é tolo, mamãe. Ele parou o tio Peter. Parou aqueles homens. — Carly dá-lhe um olhar confuso.

— Sim bebê, eu não disse que eles estavam certos, apenas que acham que estão.

— Eles podem nos afastar de Grim, mamãe? — Dois conjuntos de olhos cheios de medo a olham.

— Não bebês, Grim nos protegerá. — Ajoelhando-se, ela os abraça e reza para que não esteja mentindo. — Agora, deveriam se preparar para ir para cama, então tomar um banho e verei quanto tempo falta para o jantar.

— Sim, mamãe.


CAPÍTULO QUATRO


Grim senta-se em sua mesa, encarando seus punhos cerrados de raiva. Luuken tentou levar suas fêmeas. Ele percebe o que fez... seu pai? Bertos está por trás disso? Precisava levar suas fêmeas a Luda, levá-las para onde estariam protegidas, pelos leais a ele.

— Grim. — Ele olha assustado, não ouviu Lisa entrar na sala.

— Como estão as meninas? — Ele se move em direção a ela, tentando julgar o que ela está pensando. — Como você está?

— Estamos bem, as meninas não viram muito. — Ela olha para ele. — O que está acontecendo, Grim? Como eles abriram a porta? Você disse que era seguro.

— Há uma anulação de emergência. Nunca considerei... está desativada. Colocarei guardar na porta em todos os momentos. Ninguém terá permissão para entrar novamente, prometo, minha Lisa. — Ele estendeu a mão, parando justo antes de tocá-la.

— Quem? — Ele vê o entendimento em seus olhos.

— Luuken. — Ele a observa respirar profundamente.

— Eu fiz um inimigo. — Ela sussurra.

— Ele era um inimigo antes de você. — Ele cuidadosamente toca seu rosto para que seus olhos se encontrarem com os dele. — Ele nunca mais se aproximará de você e das meninas. É meu voto Lisa. — Seu polegar acaricia suavemente seu rosto até que finalmente ela acena com a cabeça.

— As meninas estão se preparando para cama. Elas precisam comer primeiro.

— Eu buscarei a comida. Lisa....

— Isto não foi sua culpa Grim. — E de alguma forma, ela sabia que ele se culparia. Essas ideias Tornianas sobre o que era responsabilidade do macho.

— Eu deveria ter considerado a anulação. — Grim repreende-se.

— É um recurso de segurança, não é? — Ela pergunta.

— Sim. — Ele concorda.

— Então o código deveria estar seguro. Você não tinha motivos para pensar que não. É culpa de Luuken, não sua.

— Você é muito flexível, Lisa.

Ela balança a cabeça em negação. — Não Grim, não sou. A verdade é que, enquanto eles me assustaram, ninguém sofreu. Você os parou antes que pudessem.

—Você foi ferida! — Enquanto a raiva de Grim voltava, seu toque era gentil em seu braço com hematomas.

— Parece pior do que é e acredito que o macho verde sentiu mais dor.

— Você está sentido dor! Eu notificarei um curandeiro. — Agarrando o braço dele, ela o impede de sair.

— Estou bem, Grim. — Ela o tranquiliza. — É uma figura de linguagem. Não estou sentindo dor, mas o macho verde sim.

— Korin.

— O que?

— Seu nome é Korin. — Grim informa.

— Você o conhece. — Ela vê a resignação em seus olhos quando ele acena com a cabeça.

— Quando me tornei Rei de Luda, o pai de Korin o enviou para o treinamento. Ele o queria treinado por um guerreiro superior. Depois de ferido, o enviei a Bertos, o pai de Luuken.

— Eu sinto muito. — Ele vê que ela realmente sente, mas não entende o porquê.

— Por que você lamentaria? — Ele questiona.

— Você se importa com ele e quando precisou dele, ele o abandonou.

— Ele não tinha escolha. Estava sob a autoridade de seu pai, precisava ir. — Grim tenta fazer com que ela entenda.

— Ele não está agora. — Lisa não é tão indulgente com a traição de Korin a Grim.

— Ele tem um irmão mais novo que ainda está sob a autoridade de Bertos. Bertos é conhecido por manter seus guerreiros usando seus irmãos.

— Ele o está chantageando?

— Não entendo esse termo, mas alguns impedem o treinamento de um jovem guerreiro se um irmão deixa a casa do treinador.

— Você faz isso? — Ela não consegue tirar o choque de sua voz.

— Nunca! Uma vez que um guerreiro completa seu treinamento e obrigação, ele ganha o direito de ir para onde quiser.

— Obrigação?

— Em troca de ser treinado, um Guerreiro se compromete com seu treinador por cinco anos. Depois disso, ele é livre para oferecer seus serviços para quem quiser.

— Eles podem vir até você e oferecer seus serviços?

— Sim. Eles então recebem uma compensação por seu serviço para que possam atrair uma mulher. O nível de um guerreiro dentro de uma casa representa o seu valor para uma mulher.

— Você é um homem e guerreiro digno, Grim. Com ou sem sua classificação, nunca duvide disso. — Grim começa a responder quando as meninas chamam da sala de limpeza.

— Mamãe, acabamos! — Dando-lhe um último olhar, ela se volta para cuidar das meninas.

***

A comida está esperando por elas quando saem limpas e prontas para a cama. Grim observa de perto as garotas, procurando a menor lesão. Ele fica surpreso quando, ao invés de sentarem-se para comer, elas caminham até ele.

— Abaixe. — Carly diz. Olhando para Lisa, ele faz o que ela disse e fica assustado quando os pequenos braços de repente envolvem seu pescoço. Com desespero, ele olha para Lisa.

— Abrace-as de volta. — Ela sussurra. Com cuidado, ele envolve seus enormes braços ao redor de seus minúsculos corpos, segurando-as. Quando o faz, ele sente pequenos lábios em cada bochecha.

— Obrigada Grim. — Carly, a porta-voz, fala por elas. — Por nos proteger, novamente.

— Eu...

— A resposta adequada é, de nada. — Lisa o salva.

— De nada, Carly e Miki. — Grim diz bruscamente.

— Tudo bem meninas, hora de comer, então cama. — Lisa diz para elas, forçando as lágrimas de volta.

— Sim, mamãe. — Rapidamente elas se sentam.

— Lá vamos, confortável como um inseto em um tapete. — Lisa diz e as meninas começam a rir.

— Mamãe não somos insetos. — Miki diz.

— Sim, vocês são meus pequenos insetos. — Mais risadinhas acompanham seu comentário. — Grim as observa da mesa. Dando a cada uma, um último beijo, ela fica de pé. — Durma bem meus bebês.

— Mamãe... — A pequena voz de Miki a interrompe.

— Sim?

— Grim ainda não nos deu um beijo de boa noite. — Todos os olhos se voltam para ele, apenas Lisa vê sua confusão e pânico. Caminhando até ele, ela hesita, então beija ele levemente sua bochecha sem cicatrizes.

— Isso é o que elas querem. — Ela sussurra, aliviando sua tensão, mas percebe sua indecisão. — Está tudo bem. — Ela diz a ele. — Lidarei com isso. — Antes que ela possa se mover, ele passa por ela.

Ajoelhando-se, ele beija cuidadosamente Carly na testa. — Descanse bem Carly, você está segura e protegida. — Ela olha para ele por um momento, acena com a cabeça e vira para o lado dela. Movendo-se para a outra extremidade do sofá, ele é ainda mais cuidadoso com Miki. — Descanse bem Miki, você está segura e protegida.

— Descanse bem Grim. — Ela diz a ele, sua pequena voz está cheia de inocência. — Você está seguro conosco. — Depois de um momento, ela também se vira para dormir.

Grim não sabe o que fazer com a umidade que de repente enche seus olhos. Os guerreiros não exigem segurança, eles não choram. Rapidamente se levanta e volta para mesa.

— Grim? — Ao ver o brilho da umidade, ela se move em direção a ele.

— Vá descansar Lisa. — Seu tom duro. — Eu irei logo. — Sem dizer nada, ela o deixa com as meninas.

***

Sentado em sua mesa, Grim olha do sofá para o quarto. Três dias atrás, ambos estavam vazios. Três dias atrás, sua vida estava vazia. Ele estava vazio. Agora seu mundo estava cheio, cheio de fêmeas, de risadas e o que elas chamavam de beijos. Também está cheio de perigos. Bertos... Bertos queria ser o Rei de Luda e se não fosse por Lisa e suas meninas, ele teria sua chance.

Grim e Wray sabiam que Bertos estava tentando conseguir apoio para que ele fosse removido do trono, ameaçou Lisa por isso, se Bertos pudesse levá-la a se juntar a outro.... Wray não teria escolha senão concordar em remover Grim.

Por isso que ele forçou Lisa a concordar em se unir a ele e somente ele, antes de buscar sua prole. Não sabia que o programa de aprendizado não foi concluído, não sabia que não tinha nenhum Guia, mas se conseguissem provar que ele a forçou, seria removido. Olhando para o sofá, percebeu que havia coisas mais importantes do que ser Rei.

— Grim. — Ele prendeu a respiração ao ouvir a voz. Lisa estava de pé na entrada, vestindo algo longo e brilhante que abraçava cada curva. — Apague as luzes e venha para cama. — Ela insiste ao virar-se para revelar uma parte traseira desnuda com alças finas cruzando as costas, o tecido cobrindo seu belo traseiro. Ficando de pé, ele segue suas ordens.

***

Lisa não sabe por que embalou essa camisola, nunca a usou. Comprou depois da morte de Mark, para provar a si mesma que ainda era uma mulher, não apenas mãe, mas está noite parecia certo usá-la.

Ela pensou o dia inteiro sobre o que aprendeu com Callen guiando-a nesses minutos finais do programa e a realidade era que... não respondeu a nenhuma de suas perguntas. Sim, ela poderia acessar a informação que recebeu, mas não havia nenhuma explicação sobre a diferença entre as fêmeas da Terra e Tornianas... talvez não percebessem que houvessem.

O que ela descobriu é que as fêmeas de Tornian eram muito egoístas. Escolhiam um homem pelo que ele poderia lhe dar e se não lhes dessem o suficiente, poderia seguir adiante. Eram inúteis como mães, abandonando seus filhos por outro homem. Elas esperavam que os machos lhes dessem um orgasmo, mas não os ajudava a alcançar o seu próprio. Uma vez que concebiam, exigiam que o macho usasse as Serais. Não dormiam com seu macho, sequer os beijavam. Os Tornianos, com medo da extinção, perderam o que torna a vida importante. Que se trata de viver a vida, sem importar quanto tempo tenha. Que deveria preenchê-la com o que é importante, aqueles que você ama, sua família e amigos e não coisas.

Bem, ela mudaria isso, pelo menos para Grim, tomou está decisão quando suas meninas o beijaram. A aceitação total dele, dizia que ela tomou a decisão certa. Mark gostaria que ela continuasse, fosse feliz e se certificasse que suas meninas fossem felizes. Ele iria querer que ela se apaixonasse novamente e Grim continuava ocupando pequenos pedaços de seu coração com sua confusão e choque, até mesmo na menor exibição de carinho.

— Lisa.... — Ele a tira de seus pensamentos. — O que você está vestindo? — Os olhos dele a percorrem com avidez.

— É uma camisola. É usada para dormir. — Ela o informa segurando um sorriso ao seu olhar incrédulo.

— Você espera que a deixe dormir enquanto usa isso?

— Vamos dormir? — Ela provoca e vê seus olhos se acenderem. — Precisamos conversar primeiro. — Ela rapidamente diz e seus olhos se fecham.

— Eu sei que falhei com você. — Ele começa.

— Shhhh... pare... não é sobre isso que quero falar. — Ela se aproxima colocando dedos suaves em seus lábios antes de tocar a bochecha marcada, ele se afasta.

— É sobre isso que precisamos falar. — Ela deixou sua mão pousar no peito dele.

— O que? — Ele exige bruscamente.

— Você não me deixar tocar suas cicatrizes.

— Você não precisa tocar minhas imperfeições. — Sua pele escurece fazendo as cicatrizes se destacarem ainda mais.

— Elas não são imperfeições. — Ela o deixa não apenas ouvir, mas ver sua raiva. — São cicatrizes, cicatrizes que, por algum motivo, fazem você pensar que isso o diminui como homem.

— Elas o fazem! — Ele combina sua raiva com o tom da pele dele.

— Como? Diga-me como? — Ela exige. — Porque não há nada que aprendi hoje que explique isso!

— Eu não consegui me proteger! E se eu não posso fazer isso, como uma fêmea poderá confiar em mim para protegê-la! Eu sequer a protegi em meu quarto!

— Você me protegeu! — Ela bate em seu peito com o punho, sabendo que nunca o machucaria.

— Você ficou ferida! — Ele se afasta, sem poder mais olhar para ela, sabendo que falhou.

— Porque três machos entraram de repente, mas eu consegui me proteger, tempo suficiente até você chegar! Quantos o atacaram?

— Oito! — Ele grita se afastando.

— E quem o ajudou? — Ela exige.

— Ninguém.

— Ninguém? — Ela sussurra, horrorizada. — Quantos sobreviveram?

— Nenhum.

— E você vê isso como uma falha? — Ele ouve a descrença em sua voz. — Oito contra um e você sobreviveu.

— Eu deveria ter percebido que um ataque era possível, estava distraído.

— Por favor, Grim. — Ao pegar a mão, ela o puxa para sentar ao lado dela na cama. — Eu preciso entender. E se as meninas e eu iremos viver em seu mundo, preciso entender. Pode me dizer o que aconteceu? — Ela implora.

Grim olha para aquela mulher corajosa. Somente em lendas já ouviu falar de alguém como ela. Enfrentava guerreiros, protegia o que era dela, mas ainda era suave e... qual era esta palavra antiga... amorosa... sim, era isso... amorosa com suas filhas. Precisava de algo dele, não de nada, mas de honestidade. Então ela e suas filhas poderiam sobreviver no mundo em que foram forçadas a entrar, um verdadeiro guerreiro lhe daria isso.

***

— Foi a quase quinze anos atrás, eu ia me encontrar com Risa. — Ele começa a falar sobre algo que nunca contou a ninguém. — Uma mulher interessada em se unir a mim.

— Você era jovem.

— Vinte e cinco anos, tinha acabado de ser declarado Rei de Luda, isso me deixou desejável para as mulheres. — Lisa queria argumentar que essa não era a única razão, pelo menos não para ela, mas deixou passar. — Eu fui na frente da minha Guarda, ansioso para conhecê-la, foi quando eles atacaram.

— Você foi emboscado.

Ele assente com a cabeça. — Fiquei distraído e não reagi tão rápido quanto deveria.

— Foram oito contra um, Grim. — Ela colocou uma mão gentil em seu braço.

— Não importa, fiquei gravemente ferido e Risa retirou seu interesse, juntando-se a outro.

— Ela era uma idiota. — Lisa diz instantaneamente.

— Não. — Ele balança a cabeça. — Ela encontrou um homem mais adequado, um que poderia protegê-la.

— Você é mais que adequado, Grim. — Ao ver sua descrença, ela se ergue nos joelhos para olhá-los nos olhos. — Quem impediu aqueles homens de machucarem as meninas e eu? Quem foi o único disposto a tirar minhas meninas da Terra quando estavam desprotegidas? Você Grim, apenas você, ninguém mais.

— Qualquer homem teria ido se soubessem que eram fêmeas. — Ele se obriga a dizer a verdade.

— Não deveria importar que elas fossem fêmeas. São crianças e estavam desprotegidas. Você foi o único disposto a fazer algo para protegê-las.

— Eu a fiz concordar em se unir a mim primeiro. — Ele a lembra.

— E então? Estou aqui, Grim. — Movendo-se, ela o empurra. — Estou aqui neste momento, porque é minha escolha.

— Você poderia escolher qualquer macho Torniano. — Ele deveria garantir que ela entendesse, mesmo que suas mãos se movessem ao longo do tecido sedoso que cobria suas coxas.

— E escolherei você... sempre. — Ela vê suas dúvidas. — Realmente acredita que suas cicatrizes me farão deixá-lo? — Seu coração ficou triste por ele.

— Você sentiu medo de mim antes. — Ele a lembra.

— Sim. — Ela admite. — Eu nunca o vi assim, mas sabia que não iria me ferir e nem as meninas. Vai me deixar provar isso também? Deixe-me mostrar-lhe que suas cicatrizes não importam, não para mim.

— Como? — Ele pergunta bruscamente, com apenas uma pitada de anseio.

— Assim. — Com as mãos em seus ombros, ela se ergue, beijando a cicatriz na base da garganta, ele se inclina, mas não se afasta. É uma cicatriz grossa, que cortou os acordes vocais, dando-lhe a voz rouca e áspera. Ela desce pelo lado da garganta, terminando logo abaixo da orelha direita. Que a lesão não cortou sua jugular, foi um milagre.

— Oito contra um Grim. — Ela beija toda a cicatriz, tentando aliviar a dor de muito tempo. — Eles sabiam quem era o guerreiro superior, por isso o atacaram assim. Você estava sozinho... foram covardes. — Ela segura seu rosto para falar diretamente a ele. — Homens sem honra. — Ela se move para beijar as cicatrizes em seu rosto. — Você provou ser o guerreiro mais apto. — Ela o beija até sua boca. — Você sobreviveu a algo que teria matado qualquer outro homem. Isso é algo para se orgulhar. — Sua língua sai para acariciar seu lábio inferior. — Isso me deixa orgulhosa, Grim. Orgulhosa de saber que você foi forte o suficiente para sobreviver. — Quando seus lábios se separam, ela desliza a língua, provocando a dele.

— O que você está fazendo? — Ele sussurra com voz rouca, afastando-se o suficiente para perguntar, seus olhos ardendo, sua respiração ofegante, enquanto suas mãos apertam os quadris.

— Estou beijando, Grim.

— Beijando? — Ele pergunta com um rosnado.

— Deixe-me mostrar. — Sem esperar sua resposta, ela coloca uma mão em sua nuca, puxando a boca para ela. Quando ele abre, ela entra, sua língua brincando, provocando e recuando, incentivando-o até se tornar um participante ativo. Quando ela tenta se afastar, ele segura sua cabeça, mantendo-a no lugar.

— Mais. — Ele exige empurrando a língua em sua boca e o aluno rapidamente se torna o professor.

Ele tem um gosto tão bom... Lisa não provou algo tão bom quanto Grim. Não tinha certeza de como sobreviveu sem ele, queria tudo dele. Afastando a boca dele, ela respira sem fôlego, enquanto tira freneticamente sua camisa.

— Tire isso. — Ela exige, os dedos desesperados tentando tocar a pele. Quando ele a puxa pela cabeça, ela o empurra para trás.

— Lisa...

— Deixe-me Grim... deixe-me amá-lo. — Inclinando-se, ela deixa vários beijos em seu enorme peito, com cicatrizes e tudo, até encontrar um mamilo plano e escuro. Lentamente, ela passa a língua sobre ele, movendo-a até fazê-lo endurecer.

— Lisa... — Ele move as mãos sob sua camisola, segurando as coxas nuas exuberantes, puxando-a contra sua ereção latejante, mas não a interrompe em sua busca para explorá-lo, tocando o outro mamilo enquanto chupa.

— A deusa seja louvada! — Ele geme, os quadris se movendo. Agarrando sua camisola, ele puxa o corpo dela. — Tire! Tire ou a rasgarei.

Agarrando a barra, ela o observa enquanto tira lentamente. Antes que possa jogá-la de lado, ele está com as mãos em seus seios.

— Oh... isso é bom, Grim... tão bom. — Ela se move contra ele, querendo mais. Alcançando entre eles, ela abre sua calça, enchendo suas mãos com ele.

— Lisa... — Ele tenta impedi-la.

— Deixe-me Grim. — Ela implora para acariciá-lo, da ponta para a base. — Deixe-me mostrar o quanto quero você. — Quando ele finalmente acena com a cabeça, ela ergue-se sobre ele, colocando-o em sua entrada e descendo.

— Lisa! Pare! — Ele geme, mas ela o ignora, tomando mais. — Ainda não a satisfiz.

— Nós podemos nos satisfazer... juntos... oh Grim, isso é tão bom. — Girando seus quadris, ela toma tudo dele enquanto começa a montá-lo. Agarrando seus quadris, ele a para.

— Grim? — Ela olha para ele, preocupada por ter ido longe demais. Usando os músculos de seu incrível abdômen, ele se ergue tomando um mamilo, movendo-a para cima e para baixo sobre seu eixo.

— Oh Deus! Ela geme e coloca os braços ao redor de seu pescoço, segurando-o contra o peito, sua cabeça inclinada para trás. — Mais Grim... é tão bom... ohhhh... — Ela consegue sentir o orgasmo se construindo, apertando, ele controla todo seu corpo e adora a sensação.

— Goze para mim, Lisa. — Grim ordena com sua voz rouca e desigual. — Eu preciso sentir seu prazer. — Tomando sua boca, sua língua envolve a dela, seu polegar tocando seu centro enquanto ele bombeia com força, enviando seu corpo ao limite. Gritando em sua boca, ela explode. Engolindo seu grito, Grim se move furiosamente antes de ficar tenso e inundá-la com sua semente.

— Louvada seja a Deusa. — Ele geme caindo de volta na cama, com ela contra seu peito. Como viveu sem saber que tal prazer era possível? Suavemente ele passa a mão para cima e para baixo em suas costas, perdendo-se na sensação. Ela era um presente da deusa, mostrando que não o abandonou.


A mente de Grim volta a uma lenda antiga, contando como os guerreiros de Tornian, salvaram a Grande Deusa de ser forçada a se unir com o Deus Daco, quando ele roubou seu companheiro. Para pagá-los, ela prometeu que cada guerreiro nascido ali teria uma fêmea criada especificamente para ele, uma companheira. Que se uniria a ele, apenas a ele, completando o guerreiro. Juntos descobriram o que era importante e ficariam juntos pelo resto de suas vidas. Grim percebeu que encontrou sua companheira, pois Lisa não apenas o completava, o aceitava com suas falhas e tudo.

***

Deitada no peito de Grim, Lisa tenta recuperar o fôlego, para um homem que nunca beijou antes, ele era um aprendiz rápido. — Você gostaria de falar sobre outra coisa minha Lisa? — Grim pergunta com uma voz satisfeita. Levantando a cabeça, sorri para o humor que vê nos olhos dele. Quem pensou que Grim teria senso de humor?

— Oh, posso pensar em muitas coisas sobre as quais gostaria de falar. — Ela brinca.

— Eu nunca a deixarei ir, minha Lisa. — Seu sorriso lentamente desaparece e um olhar feroz aparece em seu rosto.

— Eu disse que não vou me unir a outro.

— Não por causa disso. — Ele diz divertido. — Porque a deusa fez você apenas para mim. Ela a trouxe para minha vida para me completar. Então finalmente entendi, sou digno de ser um guerreiro Torniano, de ser o Rei de Luda. Sou digno de protegê-la e os presentes que você trouxe para minha vida.

— Eu... — Lisa engole com força. Grim acabou de dizer-lhe que a ama, na maneira de Tornian. — Você era digno antes de me conhecer, Grim.

— Não, minha Lisa, não era, estava incompleto sem você. Será a única mulher a quem irei me unir. Sua prole é minha, se a deusa nos abençoar com mais ou não. Rodando para ficar de costas, ele começa a se mover, lentamente primeiro, observando-a com uma intensidade que quase a assusta.

— Você é minha Lisa. Minha Lisa. Minha rainha. — Ele se move cada vez mais com cada afirmação. — Ninguém, a não ser a Deusa, a tirará de mim! Tomando sua boca, ele sela seu voto enquanto libera sua suavidade como somente ele pode fazê-lo.

Lisa sente-se sobrecarregada, a mente, corpo e alma, Grim conseguiu tocá-la de todos as formas. Afastando a boca, ela encontra seu desafio.

— Eu sou sua, Grim! Apenas sua! E você é meu! — Arqueando-se, ela o leva ainda mais fundo e sente como se eles fossem um.

— Apenas seu! — Ele jura e eles se tornam um.


CAPÍTULO CINCO


Lisa se levantou e saiu do quarto, antes de Grim perceber o que estava acontecendo. Saindo da cama, ele veste a calça. O que está errado? Sua segurança falhou novamente? Chegando a área comum, ele está pronto para a batalha. O que ele vê o congela.

— Shhhh bebê, o que foi? Pesadelo? — Lisa segura Carly em seus braços, que soluça. — Por favor, conte-me o que há de errado.

— É o papai... — O soluço aumenta. — Ele se foi... — Lisa fecha os olhos, procurando as palavras.

— Eu sei bebê... eu sei... mas...

— Não mamãe. — Carly olha para ela com seriedade. — Ele me disse que estava indo embora para o bem desta vez, que foi o acordo que fez.

— O que? — Lisa franze o cenho para ela. — Carly Marie, sobre o que está falando?

— Mamãe, o papai não partiu, não quando deveria. Ele disse que não deixaria seus três anjos lindos desprotegidos. — A respiração de Lisa fica presa, seus olhos se enchem de lágrimas, foi assim que Mark sempre as chamou, seus três anjos lindos. — Então ele e a Deusa, fizeram um acordo. Que se ela enviasse seu melhor e mais digno guerreiro, então ele iria embora, deixando-o proteger seus anjos. — Seus olhos pequenos se fixam nos dela. — Grim, mamãe. Papai esperou que ela enviasse Grim.

— Oh bebê... — Colocando-a sob seu queixo, as lágrimas escorrem pelo rosto de Lisa. O que ela deveria dizer? Olhando para cima, ela vê um Grim surpreso.

— Ainda há mais. — Carly se afasta para olhá-la.

— O que bebê? — Lisa pergunta se ela pode tomar mais.

— A Deusa nos escolheu para proteger Grim também.

— Ela o fez?

— Ela me disse. Depois o papai partiu. — Carly se aconchega em seus braços, bocejando. — Sentirei falta dele, mamãe.

— Eu também, bebê. — Lisa balança a mais velha, perguntando-se pelas forças do universo, logo ela sente que Carly relaxa.

— Deixe-me levá-la. — Ajoelhado, Grim pega cuidadosamente esse pequeno ser precioso em seus braços. Quando fica de pé, ela se aconchega com confiança nele, ele não pode afastar os olhos dela.

— Ela é tão bonita, Lisa. — Seu tom é baixo e reverente.

— Ela é. — Ela afasta os cobertores. — Ela é minha pequena guerreira. Está sempre cuidando de Miki... e de mim. — Ela coloca os cobertores ao redor dela. — Ela viveu a maior parte da doença de Mark. Tinha quase três anos quando ele realmente ficou doente. — Ela suavemente afasta o cabelo de sua testa. — Ele cuidou dela, sempre se assegurou que fizessem muitas coisas juntos, apenas os dois.

— Onde você estava? — Ele perguntou silenciosamente olhando de Carly para ela.

— No início, grávida de Miki, estava muito doente. — Virando ela vê o pânico no rosto de Grim.

— Doente? O que você quer dize com doente? — Ele quase grita.

— Shhhh, você vai acordá-las. — E de repente, ela se vê empurrada para dentro do quarto.

— Grim... — Ela está confusa.

— Explique, agora! — Ele ordena.

— Explicar o que? — Ela se afasta dele. — O que há de errado com você?

— Não permitirei que você fique doente. — Ele a puxa.

— Doente? Sobre o que você está falando?

— Você fica doente quando concebe, não permitirei isso. — Seu tom é sincero.

— Bem, realmente não acho que você tenha controle sobre isso. — Lisa não pode deixar de sorrir.

— Você não terá mais prole! É assim que controlarei isso.

— Grim... — Ele não pode dizer isso. — Você precisa de filhos para proteger seu trono.

— Não, se isso a deixar doente! Eu preciso de você. Nós temos as meninas.

— Grim... — Com os joelhos instáveis, ela se move para sentar na cama.

— Olhe para mim, minha Lisa. — Ele fica de joelhos na frente dela, suas mãos na cintura. — Eu falei verdade, sua prole... suas meninas... são minhas. Eu as aceitei e as protegerei, não como se fossem minhas, mas porque são minhas. Seu Mark e a Deusa as confiaram a mim, o mais importante é você, não o que precisamos. — Quando ele terminou, as lágrimas novamente escorreram por seu rosto.

— Grim... — Ela segura seu rosto. — Não é o que você pensa... fêmeas, fêmeas da terra... quando concebem, podem ficar doentes... nós chamamos de enjoos matinais. — Ela percebe que ele está ouvindo. — Com Carly eu não fiquei doente, nem uma vez, cansada nos primeiros meses, mas nunca doente. Miki foi diferente. Vomitava quase todos os dias, no primeiro trimestre... depois disso, fiquei bem.

— É uma doença temporária? — Ele suavemente limpa suas bochechas com os polegares.

— Sim, faz parte de estar grávida, pelo menos para fêmeas terrestres. Eu não sei sobre Tornian, isso não estava no educador.

— Eu não quero você doente, minha Lisa. — Gentilmente ele beija sua palma.

— É apenas parte do processo Grim. — Ela esfrega o polegar nos seus lábios. — Ficarei bem. — Antes que ele possa dizer mais, ela o beija gentilmente. — É tarde, vamos descansar, podemos conversar mais amanhã.

Ajudando-a, Grim solta o robe que ela vestia, empurrando sobre seus ombros. — Você quer sua camisola? — Os dedos dele acariciam levemente seus ombros.

— Não. — Ela passa as mãos por seu peito. Ao levantá-la, ele a coloca cuidadosamente na cama. Tirando a calça, ele deita ao lado dela, puxando-a para perto.

— Durma, minha Lisa. — Em seus braços, ela deixa seus batimentos cardíacos acalmá-la.

***

Ao acordar, Grim olha para a mulher descansando confiante em seus braços. Seu corpo exuberante pressionado contra ele, seus cabelos grossos acariciando seu peito. Ele nunca soube que tal coisa era possível... que a ver quando acordasse, poderia dar-lhe tal sensação de felicidade. Acordar assim... todos os dias... é algo pelo qual lutaria, mataria. Lisa era dele, as meninas eram dele e não seriam levadas.

Com cuidado, ele se afasta da cama, levantando os cobertores, certificando-se de não a incomodar. Vestindo-se ele vai para a área comum para se certificar de que está tudo bem.

***

Luda, Lisa vê o planeta ficar maior. Parece semelhante à Terra, pode distinguir água e terra, mas as cores são levemente diferentes, mais verdes e marrons, em seguida, azul.

— É ali, mamãe? — Miki pergunta. Olhando para baixo, ela vê suas filhas olhando o planeta que se aproxima. Grim as levou para sala de controle para que pudessem ver sua nova casa. Ele tirou dali todos aqueles que poderiam arriscar sua segurança, ficando apenas o essencial.

— Sim querida, é Luda.

— Nós estaremos lá em breve? — Carly olha para ela. Lisa sabe que suas filhas ficaram um pouco inquietas com Grim, que não quis deixá-las sair do quarto. Ela olha para Grim.

— Nós chegaremos a plataforma Unical em breve. — Grim diz. — Ali iremos em uma nave menor para a superfície. — Grim está tenso, ele quer que suas fêmeas estejam cercadas por seus homens. Luuken estava quieto desde sua tentativa fracassada de levá-las. Todos os instintos de Grim gritavam perigo.

— Rei Grim. —Veron diz em um tom baixo. Grim sabe que ele está preocupado.

— Está tudo bem, meu amigo, mas estou dentro dos meus direitos.

— Você será desafiado. — Ele o informa.

— Sim, mas terá que ser levado para Wray primeiro. Isso levará tempo, minha Rainha e descendência estarão mais seguras em Luda, em seguida, Tornian. Preciso de seu apoio para nos levar a Unical.

— Você está esperando problemas. — Veron o olha com uma expressão fechada.

— Você não estaria? — Olhando para as três fêmeas ainda olhando pela janela de observação, ele acena com a cabeça.

— Bem, se fossem minhas... sim, é quando você está mais vulnerável.

— Sim. — Grim concorda.

— O que precisa? — Veron oferece.

— Minhas tropas a bordo para nos escoltar.

— Armados?

— Sim. O ataque de Korin é uma justificativa para a exceção.

— Será feito. Boa sorte, meu amigo, que a Deusa o abençoe.

— Ela já o fez, meu amigo. — Grim olha para sua família.

***

Lisa olha para cima quando Grim entra, ele está vestido de forma diferente, a jaqueta negra agora está coberta com uma larga faixa púrpura e há uma espada ao seu lado. No entanto, é sua atitude que chama atenção. Ele irradia poder, força e perigo. Não é o homem que a amou tão gentilmente naquela manhã. Era um guerreiro pronto para a batalha, pronto para proteger suas posses.

— Você reuniu suas coisas? — Ele pergunta.

— Sim.

— Lisa... — Uma batida na porta o corta, fazendo-o se virar. Lisa ofega quando uma dúzia de machos armados entram, todos vestidos de negro e púrpura, semelhante a Grim.

— Meu Rei. — Um deles coloca uma mão no peito, fazendo uma pequena reverência. — Tudo está preparado de acordo com suas instruções.

— Certo. — Virando-se, ele segura a mão de Lisa. — Está é minha Rainha. — Ela vê a surpresa no rosto dos machos antes de desaparecer. Segurando a mão de Grim, ela está pronta para começar sua nova vida.

A força de segurança do Rei enche os corredores da nave, se afastando, enquanto se movem em direção a Unical. As cabeças se voltam, tentando ver as fêmeas sobre a qual todos estão falando, mas ninguém se atreve a interferir. Não com o Rei de Luda, pois ele é um temido guerreiro e não até chegarem a plataforma de transferência, onde um grupo liderado por Luuken está bloqueando sua saída.

— Você deve se afastar para o Rei de Luda. — Um dos homens de Grim avança em direção a Luuken.

— Com alegria. — Luuken diz com um sorriso falso. — Mas as fêmeas permanecerão.

— A Rainha de Luda não está sob sua autoridade Capitão Luuken. — Grim responde, sinalizando para Alger e seus homens levantarem as armas. — Afastem-se ou iremos atirar.

— Você se atreve a trazer armas a bordo da nave do Imperador! — A ira de Luuken é facilmente percebida.

— Um guerreiro de sua casa já ameaçou a Rainha, Capitão Luuken. — Veron avança. — O Rei Grim está em seu direito de garantir a segura da fêmea e sua prole, se necessário. Você desafia seu direito de proteção?

— Não! Mas ele não tem direito às fêmeas! — Ele argumenta. — Elas devem ir para Tornian.

— Esse desafio deve ser apresentado ao Imperador, agora se afaste. — Veron ordena e com um último olhar cheio de ódio, Luuken sinaliza para que seus homens se movam.

— Você a tem... por enquanto... Rei Grim. — Luuken zomba. — Mas ela nunca será sua Rainha.

***

Lisa coloca as garotas em seus assentos enquanto Grim conversa com um de seus homens. — Diga ao piloto para partirmos. — Ele ordena.

— Sim, meu Rei. — O silêncio que se segue faz Lisa olhar para encontrá-las sendo observadas por todos os homens da sala.

— Lisa. — Grim se aproxima dela. — Este é Alger. Ele é o Capitão da Minha Guarda de Elite.

— É um prazer conhecê-lo Alger. — Ela assente, lembrando-se no último minuto, que homens e mulheres não se tocam. Alger olha para Grim e vê seu assentimento.

— Minha Rainha. — Ele faz uma pequena reverência.

— E esta é nossa prole. — Grim se certifica de que todos os guardas entendam que ele as reivindicou. — Carly e Miki.

— Mamãe... ele é tão bonito. — Miki fica olhando para cima hipnotizada pelo macho azul escuro. Os outros machos rapidamente disfarçam uma risada, o que faz as bochechas de Alger escurecer.

— Miki! Você deve pedir desculpas ao capitão Alger. — Os olhos de Miki vão para Alger.

— Mas por que mamãe? — Ela lhe dá um olhar confuso. — Ele é. Ele é até um azul mais bonito do que Callen. — Isso faz a boca de Alger se abrir e uma risada escapa de Grim.

—Miki, garotos não são bonitos. — Carly informa com sua voz de irmã mais velha.

— Mas ele é bonito. — Ela insiste.

— Meninas, é o suficiente! — Lisa parecer trabalhar duro para parecer severa. — Peça desculpas. Agora!

— Sinto muito, Alger. — Carly prontamente faz como ela disse, mas Miki permanece teimosa e em silêncio.

— Miki Renée....

— Ok, tudo bem, sinto por dizer que você é bonito, Argel.

Lisa lhe dá um golpe na bunda. — Vá se sentar. Agora.

— Sim, mamãe. — No entanto, ela sorriu todo o caminho.

— Capitão Alger, sinto muito por minha menina mais nova, ela não quis ofendê-lo.

Alger fica alguns segundos sem responder. Ele é um homem de quase cinquenta anos, um guerreiro, nunca durante todo esse tempo se envolveu ou testemunhou tal conversa. Algo em seu universo muda.

— Alger. — O tom de Grim o traz de volta.

— É claro, minha Rainha, sem ofensa. — No entanto, as risadas atrás dele, o deixa saber que seus homens nunca o deixarão esquecer isso.

— Obrigada Alger. Uma vez que ela o conhecer melhor, tenho certeza de que seu fascínio desaparecerá. — Ela sente sua expressão chocada enquanto olha para Grim.

— Podemos conhecer o restante? — Com um aceno de cabeça, ele a apresenta aos membros de sua Guarda de Elite. No momento em que as apresentações são feitas, Lisa percebe que terá muito trabalho. Como eles já esperam atrair uma mulher, quando mal falam com uma? São como rapazes tímidos e crescidos. Ela terá que conversar com Grim sobre isso. Ao sentir a nave tremer ela volta ao presente.

— Você está pronta, minha Lisa? — Grim olha para ela, mas ela apenas vê hesitação em seus olhos, estendendo a mão, ela segura seu rosto.

— Estamos prontas, não estamos meninas? — Ela olha para elas.

— Sim, mamãe. — Elas respondem.

Os guardas observam a interação entre o Rei e a mulher que ele declarou como Rainha com fascínio. Não apenas ela toca suas cicatrizes, mas o Rei permite. Eles percebem que seu planeta nunca mais será o mesmo.

O primeiro olhar de Lisa sobre sua nova casa a surpreende. É um castelo. Puta merda! Grim não disse isto a ela.

— Minha Lisa? — Grim espera, afastando seu olhar de sua nova casa. — Bem-vinda a Luda. — Sorrindo, ela caminha com ele e suas filhas para seu futuro.

Os guardas os cercam enquanto atravessam rapidamente o jardim escuro para as enormes portas do castelo. À medida que se aproximam, elas se abrem, revelando um interior mal iluminado com ainda mais homens.

— Mamãe? — Ambas as meninas rapidamente se aproximam dela.

— Tudo bem, bebês. — Tudo está em silêncio.

— Os quartos foram preparados? — Grim pergunta.

— Sim, meu Rei. — Um homem verde mais velho se aproxima. — O quarto para sua fêmea foi preparado.

— Minha Rainha, Montfort. — Grim corrige.

— Senhor?

— Minha rainha. Rainha Lisa, e nossa descendência, Carly e Miki. — Todos os olhos vão para as três fêmeas.

— Grim, as meninas estão cansadas e com fome. — Ela o informa suavemente. Olhando para elas, ele vê o cansaço. Não considerou o quão cansativo seria o dia para elas. Sua única preocupação era levá-los a Luda, mas não se queixaram, nem uma vez. Agora estavam ali e ele precisava cuidá-las.

— Montfort, envie comida para os quartos. — Ele ordena e os machos correm para cumprir.

***

Grim as leva mais profundamente ao castelo mal iluminado para outro conjunto de grandes portas.

— Esta é a ala real de Luanda. — Ele informa.

— Luanda? — Lisa pergunta.

— É como se chama este lugar, o Castelo Luanda. Todos os que governam Luda o fizeram daqui. — Grim acena com a cabeça para os guardas e eles abrem as portas. Entrando, Lisa encontra uma grande sala cheia de móveis.

— Este andar é uma área de estar. Eu mostrarei tudo mais tarde. — Ele os conduz para o quarto escuro até a escada. — Nossas áreas de repouso estão no próximo andar. Ele para quando Lisa se inclina, sussurrando para as meninas.

— O que está errado? — Um olhar diz que algo está incomodando as meninas.

— Não é nada. — Lisa levanta Miki em seus braços, a menina olha para ele com olhos assustados.

— É alguma coisa. — Ele vê o mesmo olhar nos olhos de Carly. — Conte-me. — Ele diz gentilmente, agachando-se para Carly.

— Está escuro. — Ela sussurra, pressionando-se contra sua mãe. — E assustador. — Grim franze o cenho olhando a escada e a sala. Ele nunca prestou atenção à escuridão antes, é como sempre foi. Movendo-se para tocar uma tigela pequena, a escada fica imediatamente iluminada.

— Está melhor? — As meninas acenam, pegando Carly, ele os conduz a escadaria em curvas. No topo, Lisa percebe que os guardas não seguiram.

— Os guardas? — Ela questiona.

— Não entram neste ou no próximo andar sem permissão. — Assentindo, ela olha para o espaço privado.

É uma grande área de estar aberta, esparsamente decorada com duas portas de cada lado e outra na extremidade.

Grim avalia o quarto, comparando-o com sua morada na Terra e parece insuficiente. Ele não passa muito tempo ali, preferindo a companhia de seus guerreiros, mas Lisa e as meninas passarão muito tempo ali, mudanças precisarão ser feitas.

— O quarto mais próximo do nosso será das meninas. — Grim abre a porta, revelando outra sala pouco iluminada. Descendo Carly, ele acende a luz, revelando poeira e janelas sujas.

— Mamãe... — Miki move os olhos desapontados para ela.

— Ficará tudo bem, bebê. Faremos daqui nossa casa, certo? — Hesitante, ela balança a cabeça.

— Senhor, sua refeição chegou. — Montfort diz atrás deles. Virando, Lisa vê o macho e vários outros carregando pratos de comida.

— Na minha câmara, Montfort. — Grim ordena severamente. Ele ordenou salas preparadas para sua prole e parece que nada foi feito. O melhor lugar era seu quarto, pelo menos estava limpo.

— Sim, Senhor. Inclinando-se, Montfort sai do quarto.

***

Lisa fica agradavelmente surpresa ao entrar no quarto de Grim, no quarto deles. É grande, ocupando todo o fim da ala. Os tapetes grossos cobrem o chão de pedra, várias grandes cadeiras confortáveis e sofás estão ao redor da sala, a maioria na frente da enorme lareira. A maior cama que Lisa já viu, está na outra extremidade, coberta por um tecido marrom que parece camurça. Grandes janelas exibem o céu noturno, mas o vidro estriado torna quase impossível ver. Os servos colocam rapidamente as bandejas de comida em uma mesa antes de se curvar para sair.

Colocando Miki em uma cadeira, ela se vira para Carly. — Vou colocá-la. — Em vez disso, Grim se aproxima, colocando-a ao lado de sua irmã.

— Montfort, quero falar com você lá fora. — Ele se vira para Lisa. — Cuide das meninas, não vou demorar. — Acenando com a cabeça, ela começa a encher os pratos.

***

Montfort aguarda quando Grim fecha a porta.

— Por que minhas ordens não foram seguidas? — Ele perguntou de forma ameaçadora.

— Senhor? — Montfort tropeça para trás, chocado, não apenas com a acusação do Rei, mas também com sua ameaça de ataque. O Rei nunca fez isso com ele antes. O que essa fêmea fez com ele?

— Foi pedido que preparasse os quartos. — Grim o empurra para o quarto das meninas. — Isso parece preparado para você? — Ele pergunta.

— Senhor! Eu preparei o andar superior! O andar feminino! — Grim colocou as mãos em seu rosto.

— Sinto muito, Montfort. Eu deveria ter sido mais específico nas minhas instruções. Todos nós ficaremos neste andar.

— Sim Senhor, arrumarei um quarto para cada fêmea. — Montfort se curva rigidamente.

— Apenas este. — Grim corrige.

— Apenas um, Senhor? — Montfort fica confuso. — Todas as três desejam compartilhar um quarto quando outros estão disponíveis?

— Miki e Carly ficarão neste, Lisa ficará comigo. — Grim informa, sabendo que ficará chocado.

— Eu... Senhor... — Montfort não pode fazer nada além de gaguejar.

— Amanhã, Lisa irá orientá-lo sobre como preparar o quarto para nossa prole.

— Lisa... — Montfort está tão atordoado que não percebe que usou o primeiro nome da Rainha. — Ela irá nos orientar, Senhor?

— Sim. Ela sabe o que é melhor para nossas meninas. O que as faz felizes.

— Meninas, Senhor? — Ele pergunta.

— É como as fêmeas jovens são chamadas na Terra.

— Sim Senhor. Existe mais alguma coisa, Senhor? — Montfort não tem certeza de poder tomar mais. Uma mulher dormindo com um macho... o que mais no universo virá?

— Entrarei em contato com você na parte da manhã quando estiverem prontas.

— Sim Senhor. —Montfort rapidamente sai.

***

Lisa ergue-se da mesa quando Grim volta. Ela pode sentir sua infelicidade na reação das garotas à sua casa. Passando por ela, envolve seus braços ao redor de sua cintura.

— Sinto muito, minha Lisa. — Inclinando-se, ele coloca a bochecha com cicatrizes no topo da cabeça.

— Está tudo bem. — Ela diz a ele.

— Não está. — Ele nega. — Montfort não entendeu minhas instruções e eu estava muito ocupado para perceber.

— Nossa segurança é mais importante do que um pouco de poeira Grim. Amanhã as meninas e eu cuidaremos disso. — Ela o tranquiliza.

— Montfort foi informado e estará disponível para você.

— Oh bem, acho que isso seria bom, quanto mais mãos, melhor. Vamos, você também precisa comer. Tenho certeza que seus guerreiros têm centenas de coisas que querem discutir com você. — Ao levantar a mão, ela o leva à mesa.

— Sim, haverá muitas coisas a que devo atender amanhã. — Aproximando-se da mesa, ele vê dois pratos vazios. — Você ainda não comeu?

— Estava esperando por você. — Grim não sabe o que dizer, então ele se inclina e a beija.

— Você é muito boa para mim, minha Lisa.

— Não é possível. — Enchendo um prato, ela o coloca na frente dele, então pega um para si.

— Nós acabamos mamãe. — Lisa olha para os pratos vazios e sorri. Elas estão se ajustando bem aos diferentes alimentos.

— Você quer mais? — Ela pergunta.

— Não, queremos explorar. — Carly salta da cadeira.

— Bem... eu não sei. — Ela lança um olhar preocupado para Grim.

— Elas estarão seguras.

— Fiquem aqui neste quarto.

— Sim, mamãe. — As meninas começam a explorar.

— Coma, minha Lisa. — Grim insiste, acenando com a cabeça.

***

A noite passa rapidamente enquanto as meninas exploram e Grim responde paciente suas perguntas. Logo seus olhos começam a fechar.

— Hora de dormir. — Lisa anuncia.

— Não, mamãe! — Miki chora. — Eu não quero dormir naquele quarto! — Lágrimas escorrem por seu rosto.

— Oh Miki. — O coração de Lisa se aperta com o medo de Miki.

— Você não dormirá lá esta noite Miki. — Grim agacha diante delas. — Nenhuma de vocês. Esta noite dormirão aqui com sua mãe e comigo, amanhã o quarto estará devidamente preparado para vocês.

— Para o chuveiro, vocês duas, enquanto eu encontro suas malas. — Lisa diz a elas.

— Sim, mamãe.

***

As meninas dormem antes que suas cabeças tocarem os travesseiros no sofá. A emoção e o estresse do dia desgastando-as. Verificando duas vezes os cobertores, Lisa ergue-se para descobrir que Grim acendeu o fogo que as meninas imploraram antes.

— Elas ficarão fora toda a noite. — Caminhando atrás dele, ela coloca seus braços ao redor de sua cintura.

— Eu deveria ter percebido que as viagens iriam cansá-las. — Virando ele a puxa contra o peito.

— Você fez bem. É novo nessa coisa de pai, dê uma pausa. — Ela olha para cima e vê o arrependimento em seus olhos.

— Lamento que o quarto não esteja preparado. — Ele olha triste para o sofá. — Elas devem pensar que não foi importante para mim, não cuidei delas.

— Pare, Grim! — Ela exige. — Você disse que foi um mal-entendido, que eles prepararam o quarto errado.

— Sim, o andar feminino. — Ele diz a ela.

— Andar feminino? — Ao ver sua confusão, ele segura a mão dela, levando-a para uma escada atrás de uma porta. — O que? Ela o olha confuso.

— Vamos ao andar feminino. É onde Montfort assumiu que você ficaria. — Ao acender a luz, ele a deixa subir a escada estreita e sinuosa na frente. No topo, ela congela, incapaz de acreditar no que está vendo.

— Que merda! Grim... — Ela olha para ele em estado de choque.

— Aqui seria onde minha mulher residiria, se alguém me escolhesse. — Lisa vê o pequeno brilho de dor em seus olhos, por ser considerar inadequado pelas fêmeas Tornianas. Ela gentilmente segura seu rosto.

— Elas são tolas. — Ela diz a ele.

— Fico feliz por elas me considerarem inadequado, minha Lisa. — Ele a olha. — Porque se o tivessem feito, eu não conseguiria dar tudo isso a você. Minha Rainha.

Virando, Lisa olha para tudo aquilo. A sala ocupava toda a ala. Não apenas brilhava, mas também estava cheio de coisas bonitas. Tapetes, todos os tipos de móveis, tecidos em todas as cores e texturas imagináveis. Joias e correntes de ouro e tigelas espalhadas pela sala.

— Por quê?

— Por que o que minha Lisa? — Ele a puxou de volta contra ele envolvendo-a em seus braços.

— Por que tudo isso está aqui e não sendo exibido em Luanda? — Ela olha as estátuas e as pinturas.

— É para o prazer apenas da fêmea. — Lisa olha para ele espantada. — É dela para levar quando se juntar a outro.

— Está brincando, certo? — Ela não pode acreditar no que ele diz. — Nenhuma mulher precisa disso, é algo egoísta.

— É a maneira Torniana.

— Graças a Deus... a Deusa... que eu não sou Torniana. Uma vez que o quarto das meninas estiver pronto, teremos que decidir onde colocar o restante disso.

— É para você minha Lisa. É seu.

— Oh, não, não. — Lisa balança a cabeça em negação.

— Você recusa meu presente? — Virando em seus braços, Lisa pode dizer que o magoou. Segurando seu rosto com as mãos, ela se certifica de que a compreenda.

— Você é meu presente Grim, isso... — Ela gesticula para o lugar. — Eu não preciso disso para ficar com você, eu te amo. Apenas preciso de você e das meninas. — Grim olha para o quarto que contém as riquezas do planeta e percebe que ela acabou de lhe dar o mais valioso tesouro, seu amor. Tomando sua boca, ele lhe dá um beijo profundo.

— Faça como quiser, minha Lisa. Tudo o que quero é você... você e nossas meninas. — Pegando-a em seus braços, ele a leva para cama.


CAPÍTULO SEIS


A manhã encontra o Rei e a Rainha deitados em sua cama, observando o nascer do sol. Afastando o olhar de sua beleza, Lisa ergue-se no cotovelo para olhá-lo.

— Qual é a sua pergunta, minha Lisa?

— Por que todos ficaram tão chocados quando disse que eu sou sua Rainha? Você é o rei Grim, por que eu não seria sua Rainha? — Os olhos de Grim estão cheios de indecisão. — Grim? — Ele sente que ela começa a ficar tensa. — O que eu não sei? — Com um profundo suspiro, ele se senta mantendo-a perto, suas mãos acariciando-a.

— Nos tempos antigos, quando o Rei escolhia se unir a uma fêmea, ela sempre se tornava sua Rainha. — Não diz mais nada, ela espera. — Uma vez que uma fêmea aceita o título, ela fica par sempre ligada a este macho, incapaz de se unir a outros. Quando as fêmeas diminuíram, foi decidido que o título não poderia mais ser forçado a uma fêmea. Ela deveria aceitá-lo de bom grado. Faz mais de cem anos que não existe uma Rainha em Luda. Somente ao se unir ao Imperador é o título ainda obrigatório. — Ele podia ver a mente de Lisa trabalhando, classificando o que ele disse.

— Por que não dar o título? Não seria seguro seu lugar na sociedade? Ser Rainha? — Seus dedos se moviam distraidamente em seu peito.

— Talvez, mas isso acabaria com a chance de se tornar Imperatriz e esse é o objetivo de todas as fêmeas.

— Pensei que suas fêmeas escolhessem a quem se unir e não o macho.

— Um macho pode recusar. É simplesmente raro, exceto para o Imperador.

— Porque há tão poucas mulheres?

— Sim. Um macho pode recusar o pedido de união de uma fêmea, mas as chances do macho de se unir a alguém são escassas.

— Exceto para o Imperador, ele pode recusar.

— Sim e Wray o fez depois da morte de sua primeira Imperatriz. Ele tinha dois descendentes masculinos e decidiu que outros deveriam ter a chance de participar.

— Sua primeira Imperatriz morreu? O que aconteceu?

— Ela estava em uma excursão e de alguma forma comeu uma baga de skua. Ninguém sabe como. Havia outros arbustos na área, mas não se aproximaram deles. Alguns acham que um pássaro a jogou em seu prato. Havia uma no prato de Risa também, mas ela não a comeu.

— Risa? Sua Risa? — Lisa endurece.

— Ela nunca foi minha. — Grim nega.

— Não discuta semântica comigo, Grim. E se você não fosse emboscado, ela seria.

— Você está irritada. — Ele olha confuso. — Por que ela estava lá?

— Não. — No entanto, Lisa percebe que está irritada. Está com ciúmes de Grim saber onde a mulher que o rejeitou estava. Que ele a acompanhava.

— Minha Lisa. — Ele vira seu rosto para o dele com um dedo firme. — Conte-me.

— Você ainda cuida dela.

— Quem? Risa?

— Você acompanha de onde ela está. — Ela descobre que não pode encontrar seus olhos. Não tem o direito. Quando ele estava sozinho, ela teve Mark. Deus, ela não é melhor do que uma fêmea Torniana.

— Olhe para mim, minha Lisa. — Ele ordena. — Por que você está irritada?

— Porque eu sou uma cadela. — Ela diz-lhe com impaciência. — Estou com ciúmes por você ter acompanhado uma mulher que o magoou tanto e não tenho o direito. — Quando ela mostra seu lado feio, Grim sorri lentamente. — Pare com isso! — Ela exige. — Você não deveria sorrir. Deveria gritar comigo por ser tão egoísta.

— Acha que eu me importo com ela? — Seu sorriso se amplia. — Você está com ciúmes de alguém que não vejo desde que ela era criança.

— Eu pensei que tivesse dito que não a conheceu. — Ela contesta.

— Nunca o fiz, eu disse que a vi. O pai de Risa era o capitão da Guarda de Elite do meu pai. Ela cresceu no Palácio.

— Mas você nunca a conheceu? — Ela não consegue manter a confusão fora de sua voz.

— Não era permitido. Não até que ela estivesse disposta a se unir.

— Quantos anos ela tinha quando entrou em contato com você.

— Dezessete.

— Pensei que dezoito anos fosse a idade que uma fêmea pudesse se unir.

— Sim, mas quando fui proclamado Rei, Risa solicitou a Wray que pudesse se unir a mim. Seu pai morreu na mesma batalha que o rei Rask, o irmão do meu pai, o ex-rei de Luda. Ela temia ser forçada a se unir devido a sua morte e como Wray já estava unido, ela me escolheu.

— Espere... espere... deixe-me ver se entendi. Risa cresceu na mesma casa que você.

— Tornian é a casa do universo civilizado sim.

— Calma. Mas você nunca a conheceu, apenas a viu e quando seu pai foi morto, ela quis garantir sua posição, então o escolheu, porque você foi nomeado Rei.

— Sim, mas se Wray morresse sem um herdeiro, eu o substituiria para que ela ainda pudesse se tornar Imperatriz.

— Devolvê-la a Tornian.

— Sim.

Lisa balança a cabeça. — Suas fêmeas são um grupo malvado, Grim.

— Elas são, mas são essenciais para a nossa sobrevivência.

— Então voltando à questão original. Seu povo acredita que prefiro ter a chance de ser Imperatriz do que ser sua Rainha... e estar com você.

— Sim.

— Adivinha, apenas precisamos mostrar a eles, hein. — Lisa sorri com ele.

— Não. Você apenas mostra coisas para mim. — Seu sorriso sexy fez seu sangue correr mais rápido, lembrando-lhe de como ela mostrou que suas cicatrizes não eram importantes.

— Eu posso viver com isso. — Ela sussurra, se esticando sedutoramente para beijá-lo. Grim toca seus lábios prontos para toma-la quando risadas o fazem congelar. Afastando os lábios, ele olha para os pés da cama, para encontrar duas garotas olhando para eles. Com os olhos em pânico ele se volta para Lisa, que deixa a cabeça cair sobre seu peito.

— Bom dia, meninas. — Ela diz, virando a cabeça para olhá-las.

— Bom dia mamãe... Grim. — Elas respondem divertidas.

— Bom dia, pequenas. — Grim se move rigidamente sob ela.

— Meninas, por que não vão se vestir na sala de limpeza enquanto pedimos o café da manhã?

— Ok, mamãe. — Ainda rindo, elas pegam suas mochilas.

— Bem-vindo ao mundo da paternidade. — Lisa sorri para ele.

— Vamos trancar a porta.

— Elas vão bater. Vamos, só temos alguns minutos antes de voltar e acredite em mim, tão bom quanto é sua bunda nua, elas não precisam vê-lo. — Lisa se afasta dele.

— Você gosta da minha bunda? — Grim pergunta vestindo a calça.

— Você sabe que sim. — Vestindo a camisola, ela se move para fazer a cama.

— Venha aqui. — Ele ordena, apontando para o local bem à sua frente.

— Grim... — Embora ela proteste, obedece.

Afundando os dedos nos cabelos, ele toma sua boca em um beijo profundo. — Bom Dia. — Ele sussurra contra seus lábios sem fôlego.

***

O café da manhã é um assunto ruidoso. A boa noite de sono deixou as meninas cheias de energia.

— Então meninas, hoje limparemos o quarto novo.

— Ahhhh... — Elas gemem.

— Sem ahhhh. Grim chamou alguns de seus homens para ajudar, então não irá demorar muito e uma vez que estiver limpo, Grim tem uma surpresa para vocês.

— Surpresa? — Duas cabeças se viram para ele.

— É de sua mãe para dar.

— Grim. — Lisa lhe dá um olhar exasperado. Ela pensou ter resolvido isso.

— É seu, minha Lisa.

— Mamãe, sobre o que Grim está falando? — Carly pergunta.

— Você não descobrirá até que seu quarto esteja limpo, então o que diz? Devemos começar?

Lisa decide que o quarto não parece melhor à luz do dia. Respirando fundo, ela caminha adiante e se vira para as meninas.

— Bem, não fiquem paradas. Temos trabalho a fazer, começando por abrir essas janelas. — Movendo-se para eles, Lisa tira as cortinas pesadas, enviando uma nuvem de poeira pela sala. Tossindo, ela abre a janela, a brisa fresca enviando mais poeira pelo lugar.

— Mamãe! — Suas meninas estão rindo e tossindo.

— Bem, isso é simplesmente ridículo. — Levantando a mão, ela aperta as cortinas puxando-as para baixo. — Vamos meninas, ajudem. Gemendo, elas a ajudam a puxar e é assim que Grim e Montfort as encontram: cobertas de poeira e rindo.

— Lisa... — Ela se vira e culpa o percorre.

— Oh, Grim você está aí. Pensamos em começar sem você.

— Eu posso ver isso. — Ele franze o cenho para as cortinas que estão no chão, elas poderiam ter se machucado.

— Sim, bem, as cortinas precisam ser retiradas, estão tão cheias de pó, que duvido ficarem limpas.

— Você poderia ter se machucado.

— Somente por inalação de poeira, então agora que elas foram retiradas, podemos fazer realmente a limpeza.

— Machos de confiança estarão aqui em breve para preparar o quarto, Senhor — Montfort dirige-se a Grim. — E se me disser o que suas fêmeas querem, eles podem arrumar tudo. Eu os informarei quando terminarmos.

— Acho que não. — Lisa fala primeiro. — As meninas e eu ficaremos aqui ajudando.

— Senhor. — Montfort lhe envia um olhar desesperado. — Elas são fêmeas.

— Fico feliz por ter notado Montfort. — Lisa responde de forma assombrosa. — Mas isso não significa que estamos desamparadas. As meninas ajudarão, caso contrário, elas não apreciarão o que está sendo dado. — A boca de Montfort se abre, não apenas por causa do que ela disse, mas porque se dirige a ele diretamente.

— O que eu fiz de errado agora? — Ela olha para Grim com exasperação.

— As fêmeas apenas se dirigem aos machos diretamente quando desejam se unir a eles. — Grim esfrega a nuca. Ele deveria ter antecipado isso.

— Então, como eu deveria dizer o que quero fazer?

— Através de mim. — Ele diz a ela, sabendo que precisa mudar seus planos para o dia.

— Bem, isso é bobo! — Ela coloca as mãos nos quadris e inclina a cabeça. — Você precisa se encontrar com seus guerreiros. Não tem tempo para ficar aqui.

— Meus guerreiros podem esperar. — O olhar no rosto de Grim diz que ela terá uma batalha em suas mãos.

— Grim. — Ela se move em direção a ele, parando a poucos centímetros, quando se lembra que está coberta de poeira. — Eu te amo. As meninas e eu gostaríamos que ficasse aqui, mas também sabemos que tem outras responsabilidades e agora precisa cuidar delas. — Lisa percebe que ele a está ouvindo. — Montfort e esses machos de confiança que você selecionou terão que se acostumar com as mulheres conversando com eles e realmente... — Ela agita seus braços enviando outra onda de poeira. — Como atrairão uma fêmea se nunca conversam com uma? — Isso fez com que Grim franzisse o cenho.

— Eles não irão atraí-las. — Seus olhos se estreitam.

— Não, eles não irão. — Ela o olha suavemente. — Você é o único homem que quero atrair. — Ignorando sua mão suja, ela acaricia seu rosto, acalmando-o. — Eu sou sua, Grim.

Montfort olha surpreso. Ele olha de seu Rei para a mulher que reivindicou como sua Rainha e sente como se estivesse se intrometendo. Ele não entende isso. Não a entende. Que jogo está mulher está fazendo com o Rei? Ela fala com ele com ternura, compreende seus deveres. Ela diz que o ama, uma frase antiga que declara seu compromisso... na presença de outros. Voluntariamente toca suas cicatrizes, mas quer ficar sozinha com outros machos, muitos outros machos.

— Senhor... — Montfort lembra-lhes de sua presença. — Seria melhor para eles não ficarem aqui.

— Eles são uma ameaça para nós Grim? Machucarão as meninas? — Ela ignora Montfort.

— Não. Estes são homens honrados, mas ficarão desconfortáveis perto de você. — Grim observa Lisa olhar para as meninas, para a sala e depois para Montfort antes de voltar para ele.

— Eu sei que não é assim em Tornian, Grim... fêmeas e machos não tem interação fora da união. — Ela ignora o suspiro chocado de Montfort. — Mas é assim na Terra. Podemos interagir, ser amigos e até nos importar uns com os outros, sem nos unir. Talvez seja algo que seus machos precisam aprender. A mudança nem sempre é algo ruim... se fossem, eu e as meninas estaríamos muito infeliz agora.

Grim olha as garotas silenciosamente ouvindo Lisa. Suas vidas mudaram drasticamente, uma mudança forçada para elas. Poderiam estar aborrecidas e exigentes por todos os julgamentos que tiveram que suportar, mas não era assim. Uma fêmea Torniana ameaçaria se unir a outro se seu quarto não estivesse preparado à sua vontade, mas não Lisa, ela mesma o faria, satisfeita apenas com isso.

Ela trouxe tanto para sua vida, mais do que apenas as meninas, o aceitava, o amava. Mostrou que seu mundo podia ser diferente, melhor, agora queria fazer o mesmo por seu povo. Isso significa uma grande mudança, mas como ela disse, nem sempre era algo ruim. Sorrindo, ele se inclina para beijá-la rapidamente.

— Montfort. — Ele olha para ele. — Lisa e as meninas permanecerão. Ela orientará os homens sobre o que quer fazer e eles seguirão suas ordens, a menos que ela fique em perigo ou as meninas. Entendeu? — Ele dá um olhar duro a Montfort.

— Sim, Senhor.

— Você terá cuidado, não irá, minha Lisa? — Ele suavemente segura seu rosto.

— Sim. Você fará a próxima refeição conosco?

— Talvez não.

— Ah. — Montfort ouve o desapontamento em sua voz. — Mas esta noite?

— Sim. — Ele se vira ouvindo seus homens se aproximando. — Guerreiros. — Ele indica Lisa. — Está é sua Rainha, Lisa e nossas duas meninas, Carly e Miki. — Silencio cumprimenta sua declaração.

— Olá. — Lisa diz orgulhosa ao lado de Grim, desejando não estar coberta de poeira.

— Hoje vocês irão arrumar o quarto das meninas. A rainha Lisa irá orientá-los sobre o que ela quer, com a ajuda de Montfort. Entenderam? — Depois de um momento de choque, eles respondem.

— Sim, Senhor.

— Eu a vejo está noite. — Ele diz a ela antes de assentir para Montfort.

***

Depois de um começo irregular, Lisa pode dizer honestamente que estão fazendo progressos. Os homens finalmente seguiram suas instruções sem olhar primeiro para Montfort. As garotas no início não se aproximaram, mas rapidamente os encantou com seus sorrisos e risadas. Também rapidamente ficou claro que, enquanto a sala estava empoeirada, não estava suja.

— Não foi tão ruim quanto pensei que seria, Montfort. Além de polir e limpar janelas havia somente poeira. Espero que os outros quartos estejam assim.

— Estão. O Rei exigia que fossem limpos apenas uma vez por ano.

— E você fez o que ele pediu. — Ela reconhece. — Obrigada, mas isso mudará agora que há uma família morando aqui. Os quartos não utilizados serão limpos a cada... — Ela procura a palavra. — Ciclo da Lua.

— Todo ciclo da lua? — Montfort não pode evitar o choque em sua voz.

— Sim. Isso irá controlar a poeira e manter as janelas limpas. E falando sobre as janelas, as que estão na Câmara do Rei precisarão ser limpas hoje.

— Sim, Majestade. — Montfort diz com firmeza, suspirando e Lisa olha para ele.

— Não vai me chamar de Lisa?

— Não, majestade.

— Posso perguntar por que?

— Somente o macho com quem uma fêmea se une pode usar seu nome. — Montfort informa-a.

— Então, como você chama uma fêmea quando precisa conversar com ela?

— Bem, se dentro de meus deveres se for necessário falar com uma fêmea, sem presença masculina, ela é sempre chamada pelo título de seu homem.

— Então, você é?

— Eu sou Guerreiro Montfort, Mestre do Castelo de Luanda. — Montfort responde orgulhosamente e Lisa sabe que ele tem o direito. Montfort é responsável por todo o castelo, garantindo que tudo corra bem, desde comida até limpeza.

— Muito impressionante, então sua fêmea é chamada como?

— Não tenho fêmea. — Ele a informa.

— Por quê? — Ele vê sua honestamente confusão. — Você é um guerreiro da casa Luanda. Ocupa uma posição de grande responsabilidade nessa Câmara. Não faz sentido que uma mulher não o escolha. — Montfort não sabe como reagir. Ela acabou de fazer um grande elogio, se fosse outra mulher, ele pensaria que ela estava interessada em se unir a ele, mas ele não via nenhum interesse em seus olhos, apenas perguntas.

— Eu não seria capaz de mantê-la adequadamente feliz.

— Adequadamente feliz... isso significa fornecer-lhe coisas? Coisas como aquelas no andar de cima. — Montfort assente com firmeza. — As prioridades de suas mulheres estão realmente erradas, Montfort.

— Mulheres?

— Palavra terrestre para fêmeas.

— Suas... mulheres... não exigem muitas coisas para se unirem a elas?

— Bem... há mulheres assim na Terra, não mentirei para você. Mas a maioria procura um bom homem, um que a trate bem e esteja em casa à noite.

— Trata-las bem, é dar-lhes coisas.

— Pode ser, eu acho. Sempre gostei quando meu marido me dava presentes, mas era o que eram, presentes. Algo que ele pensou que eu gostaria, não algo que exigia para ficar com ele. Mas é mais do que isso, é o restante, conversar e ouvir, ser gentil e compreensivo um com o outro. Ninguém é perfeito Montfort, todos cometemos erros, temos dias ruins. Estar disposto a perdoar o outro quando não o trata bem. Trata-los como você gostaria de ser tratado.

— E isso é o que as fêmeas da Terra... as mulheres querem?

— Na maior parte, sim, cada uma é diferente, assim como todo guerreiro aqui quer algo diferente em uma mulher, eu acho.

— Ela seria chamada como Senhora. — Montfort informa. — Minha fêmea.

— Obrigada, Montfort. — O toque dos sinos faz todos os homens pararem. — O que é isso? — Ela olha para Montfort.

— É o sinal para a refeição do meio-dia.

— Ah. — Lisa olha ao redor da sala e sorri. Os pisos estão reluzentes, as janelas brilhantes, o mobiliário polido. Agora, tudo o que precisa são os pequenos toques e tudo está no andar de cima.

— Majestade? — Montfort interrompe seus pensamentos.

— Oh, sinto muito. — Como carneiros, ela vê todos os homens esperando. — Vá aproveitar sua refeição. — Ela se afasta sorrindo, enquanto todos tentam sair imediatamente. — Montfort?

— Suas refeições serão trazidas, Majestade.

— Tudo bem, tudo bem. Você acha que eles podem arrumar o outro quarto hoje ou são necessários em outro lugar?

— Eles estão à sua disposição durante o tempo que desejar, Majestade.

— Oh, bem, gostaria que os quartos fossem arrumados primeiro, dessa forma o pó não será transportado para uma área limpa. Depois disso, podemos avançar para o primeiro andar e assim por diante.

— Você quer que o castelo inteiro seja limpo? — Ele não consegue esconder seu choque.

— Bem... — Ela considera sua pergunta. — Sim, acho que sim. Uma vez que verificar o restante, é claro. Tenho certeza de que não haverá muito que fazer, mas preciso descobrir onde colocar tudo do andar de cima.

— Você exibirá seus tesouros em todo o castelo? Para todos verem? — Montfort tem certeza de que o universo acabou de desmoronar.

— Para que todos apreciem. — Ela corrige. — Que bem fazem escondidos no andar de cima daquele jeito? Após o almoço, as meninas e eu iremos para ver o que elas gostariam em seu quarto. Precisaremos de ajuda para mover os móveis e coisas do gênero, oh e quem faz roupas aqui? — Ela puxa sua camisa para que ele entenda.

— Nós temos um alfaiate. — Ele diz a ela.

— Ele sabe fazer roupas femininas?

— Sua fêmea faz.

— O alfaiate tem uma mulher? Aqui no castelo? — Lisa não consegue esconder seu choque.

— Ele tem uma casa de campo entre o castelo e a vila. Sua fêmea é Auyangian não Torniana, o nome dela é Padma. Ela faz roupas para as fêmeas. — Ele diz a ela como se isso explicasse tudo.

— Eu... — A chegada de sua refeição a interrompe. — Vá comer, Montfort, falaremos mais tarde.

***

— Mamãe... é real? — Carly pergunta com os olhos bem abertos enquanto olha para a generosidade na frente dela. Após o almoço e banhos rápidos, Lisa levou as meninas até a escada para a surpresa.

— Sim, então vamos ver o que gostaria para seu quarto.

— Realmente, mamãe? — Miki não consegue manter a excitação fora de sua voz.

— Realmente, mas dentro do razoável, notei um edredom azul e verde na cama lá atrás, pensei que poderiam gostar. — Com gritos, elas saem correndo. Verde é a cor favorita de Carly e azul a de Miki, Lisa fez uma oração silenciosa de agradecimento quando a viu.

Não demorou muito para que as meninas começassem uma pilha do que elas queriam e Lisa precisou deixar pelo menos a metade. — Vamos garotas, realmente precisam de uma tigela cheia de diamantes?

— Mas são brilhantes, mamãe. — Miki diz.

— Sim, eles são, mas não são para um quarto de menina. Grim terá que decidir o que fazer com eles. Agora, gosto do edredom, lençóis e travesseiros. As mesas dos lados da cama estão bem e podem escolher duas coisas que deseja colocar sobre elas. — Ela coloca um dedo na bochecha enquanto pensa. — Há uma mesa para cada uma de vocês e aquela mesa baixa para que possam se sentar no chão para desenhar ou jogar jogos e tapetes, é claro.

— O azul, mamãe. — Miki rapidamente anuncia.

— Não, o verde! — Carly responde.

— Sem brigas ou não ganhará nada! — Lisa avisa.

— Mas mamãe... — A pequena mandíbula de Miki treme.

— Sério Miki Renee. Você está sendo muito ingrata, sabe disso.

— Sinto muito, mamãe... gosto muito de azul. — Lisa se ajoelha envolvendo seus braços ao redor dela.

— Eu sei, bebê, mas Carly gosta de verde e vocês vão compartilhar um quarto.

— Sinto muito, Carly. — Miki se aproxima de sua irmã, seus pequenos olhos cheios de lágrimas. — Você pode ter o verde. — Carly abraça sua irmãzinha, no momento é tão preciosa que quase parte seu coração.

— Está tudo bem, Miki, eu gosto de verde, mas você ama o azul.

***

Montfort e os homens congelam na visão que os recebe em seu retorno. Três fêmeas rindo em uma pilha de roupas de cama presa a porta de entrada da câmara do Rei.

— Majestade? — Montfort atravessa a sala antes de se abaixar e ver suas lágrimas. — Você está ferida?

— Não. — Gemendo, Lisa limpa as lágrimas escorrendo pelas bochechas e tenta ficar de pé. — Nós apenas... estávamos... — Ela gesticula rindo novamente.

— Estávamos tentando chegar ao nosso quarto. — Carly informa-os. — Então mamãe ficou presa na porta e quando virou o edredom se enrolou ao redor dela e então, quando tentamos ajudar ela escorregou e todas nós ficamos enroladas nela e começamos a rir. — Os guerreiros parecem aliviados quando finalmente ela para.

Finalmente, soltando o edredom, Lisa fica de pé. — Sinto muito, mas foi tão engraçado. — Respirando fundo ela tenta controlar-se. — Tudo bem meninas, paramos de rir, vamos voltar ao trabalho. — As meninas trabalham para tirar os edredons. — Montfort, odeio pedir, mas você ou um dos homens podem nos ajudar aqui? — Imediatamente, dois machos correm para frente, facilmente capazes de manobrar o tecido volumoso através da porta, levando-o para o quarto das meninas.

— Obrigada, Agee, Kirk. — Ela diz seguindo-os. — Na cama está bem.

— Sim, majestade. — Rapidamente eles saem.

— Meninas, arrumem a cama enquanto converso com Montfort. — Sabendo que elas o fariam, Lisa sai para falar com Montfort.

— Sim, Faber, o lado de fora das janelas também. — Ela o encontra lidando com o que parece ser um guerreiro perturbado.

— Olá Montfort, há um problema?

— Não majestade, apenas uma opinião diferente sobre o que é limpo. — O guerreiro rapidamente volta a sua tarefa.

— Entendo, obrigada por ter certeza de que seja feito corretamente. Eu sei que deve parecer bobo para guerreiros como estes, mas não há nada de errado em querer que as coisas contidas em sua casa sejam vistas na melhor luz.

— Como nós as veremos. — Faber resmunga apenas alto o suficiente para ser ouvido.

— Faber! — Montfort grita com raiva.

— Acho que você precisará esperar e ver. — Virando as costas ao guerreiro, ela vê que todos os guerreiros da sala retornam rapidamente à sua tarefa. — Montfort tem várias peças de móveis que as meninas escolheram que precisarão ser movidas e se você conseguir uma escada pegarei as cortinas para que elas possam ser penduradas em seu quarto também.

— Majestade? — Todo o trabalho para novamente.

— Não deve demorar muito, oh e há alguns tapetes. — Lisa continua sem perceber que está surpreendendo ambos os machos.

— Sim, Majestade.

— Ótimo, deixe-me verificar as meninas e o encontrarei no andar de cima para que saiba o que precisa descer. — Virando, sem saber, deixa uma sala atordoada.

***

— Majestade me deixe fazer isso! — Agee exige. Ver sua nova Rainha no topo da escada faz seu coração quase parar.

— Estou bem, mas se pudesse dobrar e empilhar aquelas ali, eu apreciaria. — Ela gesticula para a pilha de tecido no chão. — Esta deve ser a última que preciso. — À medida que o tecido cai, ela se vira para descer.

— Lisa! O que você está fazendo? — O grito súbito de Grim faz o pé de Lisa escorregar. Desequilibrando, ela se vira.

— Grim! Você me assustou, merda! — Uma vez que está firme, ela desce para entrar nos braços de Grim enquanto ele a tira da escada. — Oi. — Ela sorri para ele, mas Grim não está sorrindo, ela poderia ter caído.

— Agee! Por que ela estava na escada? — Ele pergunta com raiva.

— Espere um minuto! — Lisa olha com raiva. — Você não pode culpar Agee. Ele não sabia. Apenas apareceu e me pediu para descer.

— Sinto muito, Majestade. Eu deveria ter sido mais cuidadoso. — Agee ajoelha-se diante dele.

— Grim... — Lisa diz. — Ele não fez nada de errado.

Grim olha para os olhos sujos de Lisa, seu coração ainda está batendo com o susto que lhe deu. Quando ele a viu escorregar... mas ela está certa, não era culpa de Agee. Ele foi quem a assustou e ela está segura em seus braços agora.

— Levante-se Agee, minha Lisa está correta. Você não descumpriu seus deveres.

— Senhor. — Levantando-se, ele olha para eles rapidamente.

— Grim, o que você está fazendo de volta tão cedo? — Ela volta sua atenção para ele. — Achei que o veria somente na refeição da noite.

— Senti sua falta. — Sua admissão é recompensada com um sorriso radiante.

— Mesmo? — A alegria em sua voz é facilmente ouvida por Agee, que parece ter sido esquecido.

— Mesmo. — Agee não pode parar de olhar fixamente enquanto o Rei toca os lábios de Lisa com os seus... parecendo ter muito prazer com isso. Virando rapidamente ele começa a dobrar as cortinas.

— Você não vai continuar com isso. — Grim termina o beijo.

— Grim...

— Eu tenho guerreiros que podem fazê-lo. Guerreiros que não ficarão feridos.

— Tudo bem. Provavelmente levará dois para fazê-lo de qualquer jeito. — Lisa balança em seus braços. — Deixe-me sair para que possa ajuda Agee a levá-las.

— Não. — Ele a abaixa um pouco. — Nós o faremos. Onde?

— O quarto das meninas. Oh Grim, você deveria vê-lo. Seus guerreiros fizeram um trabalho tão maravilhoso e quase não resmungaram. As garotas estão tão excitadas.

— Um guerreiro queixou-se sobre um dever designado? — O tom de Grim é ameaçador.

— Não, na verdade não. Não importa. — Ela segura sua mão livre.

— Você me dará o nome, Lisa. — Grim olha para ela.

— Não. Não irei. — Agee fica chocado ao ver a pequena fêmea colocar as mãos nos quadris e olhar novamente para o Rei. —Poeira, polimento E limpeza não são algo que seus guerreiros são normalmente obrigados a fazer. Não pode culpá-los se desagradar alguns e não quando deveriam estar com seu Rei. — Ela ouviu conversas suficientes para saber que deveriam passar seu tempo com Grim.

— Eu posso e faço! Eu dei-lhes este dever! Escolhi aqueles em que mais confiava para ficar com minha rainha e prole enquanto não podia! Devem se desculpar! — Grim está furioso, sua ira derramando-se em ondas. — Eu quero um nome, Lisa! — Ela apenas olha para ele nos olhos e balança a cabeça, não intimidada com a raiva, enquanto Agee inclina a cabeça em um sinal de submissão. Rosnando, Grim volta sua atenção para Agee.

— Oh, não, você não! — Lisa fica entre os dois. — Agee não tem nada a ver com isso e você não o colocará no meio da nossa discussão! — Ela se aproxima de um Agee atordoado. — Você pode levar as cortinas, Agee? — Ela pergunta com a voz mais doce que consegue. Os olhos de Agee vão para Grim.

— Faça como sua rainha diz, Agee. — Grim ordena bruscamente, mas seus olhos nunca deixam Lisa.

— Sim, meu Rei. — Agarrando uma pilha, ele escapa rapidamente.

***

— Você defende um guerreiro diante de mim? — Grim não pode evitar a dor em sua voz.

— Bem, se achar que você está errado, sim, mas a palavra-chave aqui é de você Grim. E se algum dos seus guerreiros fosse desrespeitoso com você, comigo ou as garotas, gritaria seu nome. — Ela coloca uma mão em seu peito. — Todos os machos o respeitam e a nós. Fizeram a tarefa que você atribuiu por causa disso. Eles não me conhecem... sou uma fêmea... não de Tornian... não confiam em mim e estou aqui dando-lhes ordens.

— Você é sua rainha! É seu direito!

— Eu concordo, mas você apenas me proclamou sua Rainha ontem e já estou mudando as coisas. Levará algum tempo para me aceitar Grim. Para aceitar que minha lealdade pertence a você. — Ao vê-lo calmo, ela segura sua mão. — Desça a escada Grim. Venha ver o trabalho incrível que seus guerreiros fizeram. Venha ver o quão feliz deixaram nossas meninas.

— Você, minha Lisa é perigosa. Poderia encantar um kepie em um arbusto elul. — Grim a deixa levá-lo até a escada.

— Isso é um elogio, certo? — Com seu olhar sincero, ele ri.

— Sim, minha Lisa. Somente o mais habilidoso captura um kepie.

— Bom.


— Grim! — Dois feixes de energia voam de repente através da sala, saltando em seus braços. Levantando-as, ele se encontra destinatário de múltiplos beijos. — Olha Grim! Veja! — Elas dizem.

Mal pode acreditar que seja o mesmo quarto de antes. Os pisos brilhavam exibindo as várias cores da madeira de Luda usadas nele. A cama está coberta com um edredom azul e verde que foi feito para Lisa e está cheia de travesseiros cominando. Há tapetes nos pisos, móveis altamente polidos sobre eles e pequenas coisas sobre as mesas, a luz se filtrando através das janelas cintilantes.

— Não é lindo, Grim? — Miki pergunta. — Seus guerreiros fizeram um bom trabalho.

Eles penduraram as cortinas para que a mamãe não fizesse. — Olhando para o quarto, ele vê Agee e Kirk fazendo exatamente isso.

— Eu vejo Miki. Parece que vocês trabalharam muito.

— Sim. — Carly assente com a cabeça. — E mamãe nos permitiu escolher tudo o que queríamos do andar de cima. Bem, quase tudo, mas tudo bem, eu não queria uma tigela de pedras espumantes de qualquer maneira.

— Pedras espumantes? — Ele olha para Lisa.

— Os diamantes. — Lisa sussurra para ele.

— Ah.

— Sim, mamãe disse que você teria que decidir o que fazer com eles. — Carly diz a ele.

— Ela disse? — Ele ergue uma sobrancelha.

— Sim.

— Perdão, meu Rei. — Faber entra, ignorando totalmente Lisa, enquanto carrega as cortinas restantes, que foi ordenado a buscar. Passando pelo Rei, ele bate em Lisa fazendo com que ela tropece em uma cadeira.

— Lisa! — Grim rapidamente coloca as meninas para baixo.

— Estou bem. — Grim rapidamente a observa antes de olhar para Faber.

— Você ousa ferir minha rainha?

— Majestade! — Faber rapidamente se ajoelha.

— Grim foi um acidente. — Ela colocou a mão em seu braço tentando fazê-lo entender. — Com as cortinas empilhadas no alto, ele não podia me ver.

— Saia Faber. — Grim ordena.

— Meu Rei! — Faber protesta.

— Saia antes de desafiá-lo por sua ofensa. — A voz de Grim é mortal. Com um rápido assentimento Faber sai do quarto, o silêncio que se segue é pesado.

— Agee. — Grim rosna.

— Meu Rei. — Agee se aproxima dele.

— Pegue as cortinas. — Ele aponta para o piso coberto de cortinas. — Levante-as.

— Sim, meu Rei. — Rapidamente ele reúne as cortinas restantes e retoma sua tarefa. Olhando para suas filhas, Grim vê que sua raiva tirou a alegria de seus olhos.

— Meninas mostrem a Grim o que fizemos na sala de limpeza. — Lisa sugere esfregando uma mão suave sobre as costas de Grim.

— Você quer ver, Grim? — Carly pergunta hesitante.

— Claro que sim, Carly. — Grim preferiria chutar o traseiro de Faber, mas o sorriso de Carly mais do que compensou isso.

— Venha, então. — Com confiança, ela segura sua mão, levando-o para longe. Lisa segue mais devagar, pensando. Era a segunda vez agora que Grim reagia ao que ele via como uma ofensa contra ela. O que o tinha preocupado tanto?

— Minha Lisa? — Ele olha por cima do ombro para ela.

— Estou chegando.


CAPÍTULO SETE


— Grim? — Lisa pergunta enquanto ele se vira do fogo, parecendo lindo.

— O que é minha Lisa? — Ele se move em direção a ela, eles não tiveram nenhum problema em colocar as meninas na cama, com todo o trabalho que fizeram e com a excitação de seu novo quarto, elas rapidamente adormeceram.

— Porque está tão preocupado com minha segurança? — E se ela não estivesse observando atentamente, ela perderia.

— Não é nada minha Lisa. — Sentado ao lado dela no sofá, ele toca seu copo. — Você não experimentou o vinho Kofi. — Obediente ela toma um gole.

— É muito bom, mas você não respondeu minha pergunta.

— Você é minha rainha, meu coração, como posso não me preocupar com você.

— Eu entendo isso porque sinto o mesmo sobre você, mas não é apenas isto. — Ela toma o vinho esperando, mas ele não diz nada. — Existe uma ameaça contra as meninas?

— Não! — Ele assegura rapidamente.

— Então o que? Eu não sou uma mulher Torniana, Grim. Não vou correr gritando no primeiro sinal de problemas. Não vou quebrar se você me disser a verdade e acho que mereço isso.

— Eu sei que você é forte minha Lisa, mas tenho o direito de protegê-la.

— Não estou argumentando contra isso. Você tem e eu também o amo, mas também tenho o direito de saber o que está acontecendo, especialmente quando afeta não apenas a mim, mas também nossas filhas. Não posso proteger se não sei que existe uma ameaça.

— Não tenho conhecimento de uma ameaça minha Lisa. — Ele se esforça para brincar com um fio de cabelo solto.

— Mas você suspeita. — Ela lhe dá um olhar considerável. — Suspeita que Luuken tentará algo novamente.

— Sim. — Ele finalmente admite. — Ele quer você, Lisa, ele quer o que você tem.

— As garotas. — Ela sussurra.

— Sim. Quando ele chegar em Tornian, irá até Wray e pedirá que você seja levada para Tornian, você e as meninas. Para que seja apresentada àqueles considerados aptos a união.

— Mas eu já escolhi. — Ela diz com firmeza. — Você, eu escolhi você Grim.

— Ele desafiará o meu direito a você, afirmando que não foi guiada e não sabia o que prometeu. — Grim avisa.

— Ele pode dizer tudo o que quiser, ainda escolherei você.

— Não terei permissão para estar ali, apenas os elegíveis têm. — Colocando o copo de lado, ela senta em seu colo.

— Será minha escolha e minha escolha sempre será você. — Inclinando-se, ela beija seus lábios, selando seu voto.

— Quanto tempo nós temos? — Olhando para o fogo moribundo, sua mão gentilmente acaricia seu peito nu. Grim não finge entender mal.

— O Searcher chegará em Tornian amanhã. Levará Luuken uma semana para apresentar sua petição e outra antes de Wray ouvir. Depois disso, dependerá da quantidade de tempo que Wray levará para tomar sua decisão. E se ele decidir a favor de Luuken, serei obrigado a apresentá-la à Assembleia para que eles possam julgar nossa união.

— Um julgamento... você me diz que estranhos decidirão se tenho o direito de escolher você?

— Sim.

— Deixe-os tentar Grim. — Ela diz, sua voz feroz. — Eu os separarei se tentarem nos separar. Ninguém me separa da minha família.

— Ninguém tirará suas filhas de você minha Lisa. — Ele a tranquiliza rapidamente.

— Não falo sobre as garotas, Grim. Estou falando de você e do nosso povo, o povo de Luda. Eles também são minha família e lutarei para protegê-los.

Grim fecha os olhos, enviando uma oração de agradecimento à Deusa, por colocar esta fêmea em seus braços. Sua vida ficaria vazia sem ela.

— Durma, minha Lisa. — Grim diz suavemente. — O amanhã estará aqui em breve.

— Eu te amo Grim. — Com o dia se aproximando, Lisa dorme com o ritmo do coração de Grim.

***

— Quem se queixou de servir minha rainha, Montfort? — Grim senta-se atrás de sua mesa na sala de comando da casa Luanda, cedo na manhã seguinte, olhando para o amigo de longa data.

— Não houve queixas, apenas reclamações. — Montfort informa-o. — Eles não entendem por que foram separados de você.

— Explicou minhas ordens aos guerreiros, Montfort? — A voz de Grim é enganosamente suave, mas Montfort sabe melhor.

— Não majestade. Os guerreiros seguem suas ordens sem questionar. — Ele diz.

— Está correto! — O punho de Grim golpeia a mesa fazendo com que ela balance. — Então, quem Lisa ouviu?

— Foi Faber, meu Rei. — Montfort informa-o. — Ele não limpou bem as janelas no segundo quarto. A rainha entrou quando eu o estava corrigindo. Ela explicou que queria que brilhassem, de modo que refletisse bem na casa de Luanda e seus enfeites. Faber respondeu que ninguém jamais veria estes enfeites.

— Ele questionou meu direito de dá-los à minha rainha? — Grim rosnou. — Seu direito de fazer o que quiser?

— Eu não acho que ele quis dizer isso para sua Majestade, sua frustração pela tarefa atribuída tirou o pior dele.

— Ele será atribuído a Oya de agora em diante. — O tom de Grim é duro e frio.

— Meu Rei, não está sendo muito duro por um momento de frustração? —Alger pergunta com respeito. Ele treinava Faber para se tornar um membro da Guarda de Elite, ele era feroz na batalha e Alger esperava que fosse tão protetor quanto ele com seu Rei. Oya estava a cargo dos guerreiros que guardavam os muros enquanto era um trabalho importante, não tinha o status da Guarda de Elite.

— Ele foi descuidado na presença da Rainha, Alger, quase a derrubando. Ele provou, por meio de palavras e ações, que não respeita sua posição e sua segurança não é importante para ele, tornando-se indigno de consideração pelo status de Guarda da Elite.

— Sim, meu Rei, cuidarei disso pessoalmente. — Alger responde respeitosamente. — Sabe quanto tempo mais os guerreiros serão necessários? —Ele olha para Montfort.

— Mais dois dias para a ala do Rei, a Rainha quer que o primeiro andar seja limpo antes de inspecionar o restante de Luanda.

— Todos? — Alger não pode deixar de conter o choque em sua voz.

— Ela pretende ter o nível feminino esvaziado e exibido em todo o castelo. — Ambos os homens olham para Grim por sua reação.

— Ela mencionou que deveria ser para todos desfrutar. — Ele encolhe os ombros. — Isso lhe agrada, então ela o terá.

— Sim, meu Rei. — Montfort responde. — Meu rei? Ele pergunta hesitante.

— Sim, Montfort?

— Gostaria que a equipe doméstica começasse a limpar as outras áreas de Luanda.

— Sem a orientação da rainha? — Grim olha duro.

— Eu sei o que ela quer, pode inspecionar o trabalho e se achar que não é satisfatório, trabalharemos até que fique. Com as mudanças que a Rainha Lisa está fazendo, precisará de vários funcionários, atribuídos a funções específicas, para ser realizado de forma correta e eficiente. Nossos machos são muito orgulhosos, se fizerem o trabalho inicial, entenderão que os resultados refletem sobre eles e encontrarão maneiras eficientes de completar suas tarefas.

Grim se inclina, pensando no que Montfort propôs. É lógico que certos funcionários seriam responsáveis por determinadas funções, especializados nessa área. Ele também estava certo de que iriam se sentir orgulhosos de seu trabalho, talvez uma elevação de status fosse conquistada.

— Isso será bom, Montfort. — Grim olha ao redor da sala e se pergunta o que Lisa pensará disso, o que ela irá querer fazer? — Ele mal pode esperar para ver. — Alger.

— Meu rei?

— Você estreitou sua lista de guerreiros para a Guarda da Rainha?

— Eu escolhi doze para sua aprovação, alguns precisarão de treinamento extra para alcançar o status de Elite, mas há tempo.

— Pode não haver. — Montfort interrompe.

— O que você quer dizer? — Os olhos de Grim voltam para ele.

— A Rainha pediu uma reunião com a mulher do alfaiate. Ela gostaria de roupas para si e para as princesas.

— Gossamer se recusa a deixar sua fêmea sair de sua casa de campo meu Rei. Todos os homens levam suas fêmeas até ela. — Montfort informa-o.

— Ela virá para a rainha. — Grim diz.

— Sim, Senhor. — Montfort assente.

— Outras preocupações? — Grim olha para os dois guerreiros em quem confia.

***

Colocando a pequena estátua no meio da mesa, Lisa volta para observar seu trabalho. As cortinas ainda precisavam ser penduradas, mas de outra forma, ficou satisfeita com os resultados, a sala parecia confortável e convidativa, virando, se surpreende ao encontrar Grim a olhando.

— Bom dia. — Ela sorri, caminhando até ele. — Pensei que tivesse saído para o dia. — Levantando-se nas pontas dos pés, ela o beija.

— Tive uma reunião inicial com Montfort e Alger. Queria voltar antes de acordar. Eu pensei que poderíamos fazer a primeira refeição juntos.

— Estava deixando as meninas dormir, mas adoraria ter a primeira refeição com você.

— Deveria ter descansado mais tempo também. — Segurando o rosto nas mãos, ele vê fadiga nos olhos dela. — Você trabalhou muito ontem.

— Eu não fiz isso. E se estou um pouco cansada, é porque alguém insistiu em me satisfazer uma e outra vez ontem à noite. — Ela sorri.

— Eu tentarei não fazer isso novamente. — Ele diz a ela, mantendo um rosto neutro.

— Você não fará tal coisa. — Ela dá a seu braço um tapa brincalhão. — Posso ficar cansada durante o dia.

— Você tem meu coração, minha Lisa. — Tomando sua boca, ele lhe dá um beijo desesperado. — Deve cuidar de si mesma, pois não saberia como viver sem você agora.

— Eu o farei. — Ela promete segurando seus pulsos. — Eu prometo. Estou bem.

— Você deixará que os machos façam o trabalho hoje. Eles agora sabem o que deseja. — Ele exige.

— Estou bem em deixar Montfort supervisionar seus guerreiros, Grim. Eu gostaria de organizar o andar de cima, então quando os quartos estiverem terminados, saberei onde quero e o que. — Grim olha para a sala na qual estavam.

— Está lindo, minha Lisa. Como você conseguiu isso?

— Estudei Decoração de Interiores antes que Carly nascesse. — Ela diz seu olhar percorrendo a sala.

— Decoração de interiores... — Grim repete.

— Fazendo tudo isso. — Ela move a mão. — Colocando cores, tecidos, móveis, mudando aquilo que não está agradável. Eu gosto de fazer isso.

— Você faz isso muito bem, minha Lisa. Nunca vi um quarto tão bonito como o das meninas.

— Obrigada! — Ela olha para ele e de repente percebe que realmente não se importa com as coisas no andar de cima, apenas em como pode usá-las para tornar sua casa mais bonita para todos. Como a Deusa sabia que eles precisavam de tal criatura?

— Grim?

— Sim, minha Lisa? — Ele pergunta suavemente.

— Eu preciso que você faça algo com todas as joias no andar de cima. São valiosas e você precisa levá-las.

— São suas. — Ele diz teimoso.

— Obrigada, mas é muito. — Ela nega. — O que eu faria com elas?

— As mulheres usam para comprar o que querem. — Ele diz a ela.

— Então você pode mantê-las e quando eu precisar de algo usarei.

— Você não usava joias na Terra? — Ele a olha confuso.

— Existem joias, mas são usadas principalmente para decoração. Coisas que as pessoas usam em seus corpos. — Com seu olhar confuso, ela tenta explicar. — Há coisas chamadas anéis, vão ao redor de dedos das mãos e dos pés, pedras são frequentemente colocadas neles, também há colares que ficam no pescoço, brincos, ela tocou seu pescoço e orelhas.

— Você não usa estes para uma troca? — Ele toca a joia em sua orelha.

— Não. — Mark me deu os brincos quando Carly nasceu e o colar quando Miki nasceu. — Ela sorri suavemente com as lembranças.

— Um presente para sua prole. — Grim diz suavemente.

— Sim.

— Então eles têm significado em vez de valor.

— Sim, nunca os venderia. Algum dia, darei para as meninas e elas podem dar a suas filhas, algo de seu pai.

— Uma lembrança. — Grim diz em entendimento.

— Sim.

— Senhor. — Ambos se viram com a interrupção.

— Seton? — Grim pergunta.

— Onde você gostaria que a primeira refeição fosse colocada, Senhor? — O homem vermelho pergunta.

— Minha Câmara. — Seton sai para cuidar disso. Segurando o braço de Lisa, ele a leve até o quarto.

***

No pátio de pedra, Lisa vira seu rosto para o sol com um sorriso satisfeito em seus lábios. Abrindo os olhos, ela observa as meninas rir e atravessar o bem cuidado jardim. Eles fizeram tanto na semana passada, os guerreiros e a equipe de Grim tinham Luanda brilhando como os diamantes que Carly admirou.

Houve desafios de ambos os lados. Os homens de Luanda não conseguiam imaginar que uma mulher estaria disposta a exibir seus tesouros para todos verem. Eles insistiram em chamá-los dela, não importava quantas vezes ela os corrigisse. Finalmente, desistiu de tentar fazê-los entender e apenas mostrou. Agora, o nível das fêmeas estava vazio e Luanda cheio.

Grim olhava com uma diversão silenciosa enquanto seus guerreiros ferozes e ásperos subitamente obedeciam a suas ordens. Eles literalmente irradiavam quando ela elogiava ou agradecia e fazia isso muitas vezes, certificando-se de que cada um soubesse que notou seus esforços. Então todas as noites ela dormia com ele, dizendo-lhe o que aconteceu durante o dia, perguntando sobre o dele, certificando-se de que soubesse que ele era o único que queria. Como a vida mudou.

Olhando-a agora, Grim não podia imaginar sua vida sem ela. Ela se vira ao som de seus passos, o prazer de vê-lo facilmente aparece em seu rosto.

— Pensei que estivesse treinando com seus guerreiros esta manhã. — Ela diz caminhando em sua direção.

— Estava. Agora estou com você. — Ele a puxou para seus braços, inclinando-se para um beijo. Pressionando ainda mais perto, ela o aprofunda. Risadas os separam e faz olhar para o jardim.

— Acho que devo olhar em que se meteram desta vez. — Lisa suspira, mas há um sorriso em sua voz.

— Nós iremos. — Grim informa e gira, mantendo-a próxima enquanto procuram as meninas. — Montfort disse que você quer roupas novas.

— Sim. — Ela se esqueceu disso até ontem. — Ele disse que a esposa do alfaiate pode fazê-los.

— Ela faz as roupas femininas. Mandarei buscá-la. — Ele diz a ela.

— Ah, mas pensei...

— O que a minha Lisa?

— Bem, Montfort fez parecer que eu teria que ir até ela.

— Ela virá até você. — Seu tom era duro.

— Mas Grim...

— Você é a Rainha, Lisa.

— Eu sei disso e entendo, mas realmente esperava ir até ela. — Ela tem um olhar suplicante. — Gostaria de ver mais de Luda e não parece que ela mora tão longe. Seria um problema ir lá? — Grim franze o cenho para ela. — Acho que as meninas também gostariam disso.

— Bem, se é o que deseja, então será organizado. — Grim diz com relutância.

— Mesmo? Não causará problemas? — Ela deu-lhe um olhar esperançoso.

— Não. Enviarei uma mensagem para que a esperem amanhã. Você também pode decidir qual o uniforme que deseja que sua guarda use enquanto estiver lá.

— Minha guarda? — Ele vê sua confusão.

— Como Rainha você terá sua própria guarda. Alger enviou nomes e terminarei de aprová-los hoje para que possam se preparar para a visita de amanhã. — Em seu silêncio, ele franziu a testa. — O que está errado?

— Seus guerreiros... eles trabalharam toda a vida para serem membros da sua Guarda de Elite. — Ela aprendeu o suficiente na última semana para saber que ser membro da Guarda de Elite do Rei era uma grande honra. O status do macho era elevado, assim como suas chances de atrair uma fêmea. O único ranking mais elevado era ser um membro da Guarda Elite do Imperador.

— Sim. — Grim acena de acordo.

— É importante para eles, esse status. Não quero que tenham que sacrificar isso para me proteger.

— Você acha que eles não a protegerão? — Grim pergunta com irritação.

— Não! Seus guerreiros são muito honrados por isso, é apenas...

— Você se preocupa como isso afetará suas chances de união. — E de repente ele entende com o que ela está tão preocupada.

— Sim. Eles são bons homens Grim, pelo menos aqueles que trabalharam comigo na semana passada. Merecem a chance de encontrar alguém. Não quero interferir nisso. — Grim a aproxima, perguntando se seus guerreiros percebem o campeão que eles têm em sua Rainha.

— Eles serão a Guarda de Elite da Rainha, minha Lisa. Não haverá maior honra em Luda do que proteger minha rainha e prole. Isso será conhecido. Eles não sofrerão por atendê-la. — O sorriso que ele recebe é lindo.

— Obrigada, Grim. — Esticando, ela lhe dá um beijo rápido. — Quanto aos uniformes, não tenho ideia do que devem usar. — Ela franziu o cenho pensando no que viu seus guardas vestir. — Quer dizer, eles precisam carregar suas armas e outras coisas, certo?

Grim ri com o comentário de suas coisas. — Sim, minha Lisa.

— E suponho que sejam necessários uniformes formais e informais?

— Isso é normal, sim. — Ele diz sem compreender.

— Eles não podem usar o que os outros Guardas de Elite usariam? É a sua casa, não é?

— Sim. — Grim levanta uma sobrancelha.

— Isso os tornaria efetivamente uma unidade.

— Sim, mas precisa ter uma designação. — Lisa fica em silencio por vários minutos.

— Seus homens usam um medalhão preto que tem algum tipo de pássaro esculpido nele.

— Sim. É o Raptor, uma ave de rapina, o símbolo da Casa de Luanda.

— Então é o que meus guardas deveriam usar, mas não preto... — Grim pode ver que ela está pensando.

— Isso pode ser feito, apenas precisa decidir. — Ele diz a ela.

— Eu tenho? — Ela olha para ele chocada.

— Sim, eles serão sua Guarda. — Grim responde.

— Tenho tempo para decidir?

— Tudo o que quiser, minha Lisa. — Ele acaricia sua bochecha com os dedos.

— Mamãe! Grim! Olhe onde estamos! — Ao ouvir as vozes excitadas das meninas, ambos olham ao redor, mas apenas ouvem mais risadinhas.

— Não, olhe para cima! — Com um sentimento de medo, Lisa ergue os olhos para a grande árvore, vendo seus bebês aninhados em seus galhos a meio caminho.

— Oh meu Deus. — Lisa sussurra, os dedos apertando o braço de Grim. — Grim...

— Elas ficarão bem, vou buscá-las. — Ele caminha em direção à árvore. — O que as meninas pensam que são? Raptores? Precisam descer.

— Precisamos? — Miki pergunta.

— Sim. Agora mesmo. — A voz de Grim é firme, mas ainda gentil.

— Ok. — Lisa prende a respiração quando as meninas descem, uma vez que estão ao alcance, Grim rapidamente as coloca no chão.

— Carly Marie! Miki Renee! O que vocês acham que estavam fazendo? Assustou-me até a morte! — Lisa repreende quando Grim as coloca na sua frente.

— Elas estão bem Lisa. — Ele a tranquiliza.

— Bem! — Ela argumenta. — Elas poderiam ter caído!

— Mas não aconteceu. — Grim segura o rosto entre as mãos. — Respire, meu amor. Elas estão bem. — Ver o medo dela apertava seu coração.

— Mamãe? — Ao fechar os olhos, Lisa faz o que Grim diz e percebe que ele está certo. As meninas escalavam árvores em casa, mas não estavam em casa, na Terra ela as encorajava, até mesmo ria de suas palhaças. Mas por algum motivo isso... — Mamãe... — O medo na voz de Miki a fez abrir os olhos.

— Tudo bem, bebês. — Ela se ajoelha diante delas. — Eu sinto muito. Mamãe estava apenas tendo um momento. Então me diga, foi bom lá em cima? — Ela não deixaria suas filhas restritas por seus medos. Foi algo que ela prometeu no dia em que Carly nasceu. Suas filhas não teriam restrições em seus sonhos.

— Venha e veja mamãe. — Miki incentiva ao segurar sua mão.

— Eu adoraria bebês, mas não acho que estes galhos me aguentem. — Ela olha os galhos finos da árvore, tentando não a visualizar caindo deles.

— Ah. — Miki olha da árvore para Lisa e de volta. — Acho que você está certa.

Grim observa Lisa confrontar seu medo, recusando-se a deixá-lo influenciar as meninas. Ele percebe que é algo que ela faz desde que se conheceram. Não coloca limites, mas dá-lhes regras. Ela lhes dá tudo o que pode, mas garante que percebam que precisam apreciá-lo, que podem até ter que trabalhar como foi com seu quarto. Ela está ensinando que não há nada que não possam fazer. Está dando-lhes o verdadeiro amor de uma mãe.

— Então viram algum Raptor? — Grim decide tirar a atenção de Lisa.

— O que eles são? — Carly pergunta interessada.

— Raptores? — Grim leva-as a uma grande rocha e senta-se. — Raptores são as maiores aves de rapina de Luda.

— Aves de Rapina... — Ele ajuda Miki, enquanto sobe em seu colo.

— Grandes aves que caçam. — Ele explica. — Eles voam alto no ar, mas podem ver tudo abaixo deles. Apenas atacam quando devem. Apenas mata quando forçado também. Eles protegem os céus de Luda.

— Como você faz. — Carly encontra seus olhos. — Você nos protege. Você e seus guerreiros protegem as pessoas de Luda.

— Sim, é o que fazemos. — Ele concorda com ela. — É por isso que apenas os Guerreiros da Guarda de Elite de Luda podem usar raptores. É um sinal de que eles protegerão aqueles que não podem e matam somente quando necessário.

Ambas as meninas o observam com olhos sérios. Miki finalmente fala. — São todos os raptores como... — Ela hesita ao procurar a palavra. — Tão bonitos quanto você?

Grim não consegue esconder o choque em seu rosto. — Eu não sou bonito. — Ele nega. — Tenho cicatrizes.

— Mas você as conseguiu em uma batalha, não foi? — Grim apenas acena em concordância e percebe que foi exatamente como aconteceu, em uma batalha. — Então eles são... — Ela olha para Carly. — Uma medalha? — Ao aceno de sua irmã, ela continua. — Medalha de Honra. Elas significam que você não desistiu quando poderia, quando também seria mais fácil. Papai não o fez. — Pequenos olhos tristes se encontram com os dele. — Ouvi as enfermeiras conversando uma vez. Elas disseram que seria melhor para todos se ele simplesmente desistisse. Perguntei ao papai o que elas queriam dizer e ele me disse que estavam erradas, que a cada minuto que tinha com a mamãe e conosco valia a pena cada segundo de dor que sofria. Que não havia honra em desistir apenas porque é difícil. Então você é o Raptor Grim, porque não desistiu quando ficou difícil, você protege a mamãe, nós e Luda.

Grim cuidadosamente puxa a menina para seus braços. Logo Carly também estava lá. O que ele já fez para merecer esses presentes preciosos? Quando Lisa se ajoelha ao lado dele, não consegue impedir que as lágrimas escapem de seus olhos. Cuidadosamente ela as beija, sabendo que ele não quer que as meninas as vejam, apenas há um guerreiro forte que pode tomar. Envolvendo seus braços ao redor de sua família, ela agradece a Mark e a Deusa por permitir que isso acontecesse.

— Meu rei? — Grim endurece ao ouvir a voz de Alger.

— O que é Alger? — Lisa observa os olhos de Grim enquanto olha para o Capitão de sua Guarda de Elite.

— Os homens estão esperando, Senhor.

— É hora de você ir, meu Rei. — Lisa dá um beijo suave antes de estender a mão para cada uma de suas filhas. — Vamos meninas, Grim precisa ser o Raptor.

— Alger, certifique-se que fiquem em segurança.

— Sim, meu Rei.

— Eu as vejo em nossa última refeição. — Grim suavemente toca sua bochecha, esperando a resposta.

— Nós estaremos esperando por você. — Ela assegura. Dando um rápido aceno, ele se vira e afasta.


CAPÍTULO OITO


A cabana do alfaiate surpreende Lisa. No limite da floresta, é realmente muito grande e bem conservada, com flores nas janelas. Eles chegaram em dois transportes, um deles com as meninas e dois membros de sua nova Guarda de Elite, Agee, seu Capitão e Kirk, o segundo. O segundo contendo o restante da guarda.

— Sairemos primeiro, Majestade. — Agee diz. — Você e as pequenas não sairão até que dizermos que é seguro.

— Sim, Agee. Já estive três vezes com você e uma dúzia com Grim. Esperaremos seu sinal. — Com um aceno rápido, Agee sai do transporte, certificando-se de que seus homens verifiquem a área. Voltando, ele protege a porta.

— Minha rainha... — Sabendo que é esse o sinal, Lisa olha para as meninas.

— Prontas?

— Sim, mamãe. — Saindo do transporte primeiro, Lisa ajuda ambas as garotas, os guardas formam um escudo a cada lado delas enquanto caminham até a entrada da casa. A porta se abre à medida que se aproximam e um homem, de baixa estatura, diferente dos padrões de Tornian, com cerca de um metro e oitenta de altura, aparece, ele tem o cabelo escuro preso em uma trança. É mais velho do que Lisa esperava, talvez tenha cinquenta anos e tem uma cor incomum, logo começa a rir de si mesma. Ali está ela em um planeta alienígena e acha o branco perolado uma cor incomum.

— Alfaiate, a Rainha Lisa e sua prole estão aqui para uma consulta com sua fêmea. — Kirk informa o macho.

— Padma está dentro. — Ele os informa. — Somente as fêmeas podem entrar.

— A segurança da Rainha também entrará Gossamer, por ordens do Rei. — O rosto de alfaiate começa a ficar vermelho.

— Agee. — Lisa coloca a mão no braço do Capitão, sem se preocupar com o que os outros pensarão. — Será possível que apenas alguns dos guardas nos acompanhem? Com o restante vigando a cabana?

— Não são estas as ordens do Rei. — Agee lentamente afasta seu braço.

— Eu sei, mas para Padma precisará tirar nossas medidas, as meninas e eu... bem, teremos que tirar nossas roupas. — A pele de Agee começa a escurecer. — Os guardas terão que sair a qualquer momento. Não seria melhor que já estivessem estabelecidos do lado de fora? — Agee olha de Lisa para Gossamer.

— Permitirei que Cottage faça uma verificação. Uma vez que for considerado seguro, a Rainha e sua prole podem entrar com dois guardas. Ninguém mais será permitido dentro. — Gossamer assente com a cabeça para Agee.

***

Dentro da cabana, Lisa não pode deixar de olhar para a bela criatura diante dela. Ela é alta, com pelo menos um metro e oitenta, com a pele de ônix e olhos azuis impressionantes. Seu cabelo é um arco-íris de cores, preso em pequenas tranças.

— Eu sou Padma. — Ela diz com uma voz lírica.

— Eu sou Lisa. Minhas filhas Carly e Miki. — Lisa indica as garotas, Padma acena com a cabeça.

— Você precisa de roupas. — Ela diz.

— Sim. — Lisa concorda. — Fui informada que você é muito hábil.

— Para uma mulher? — Seu tom é incrédulo.

— Não, pelo mestre Montfort da casa de Luanda. — Padma acena com a cabeça.

— Eu fiz algumas coisas para a casa.

— Ele tem sua habilidade em grande consideração. Pode fazer roupas para minhas meninas? — Padma observa as pequenas por um momento antes de assentir.

— Sim, é incomum, mas posso fazer.

— Bom. Eu trouxe alguns desenhos para o que quero...

O tempo passa rapidamente enquanto as mulheres começam a falar. Lisa gosta muito de Padma, da maneira como ela inclui as meninas na discussão.

— De onde você é Padma? — Ela pergunta enquanto estão terminando.

— É um planeta a uma grande distância daqui. — Ela responde. — A maioria o evita.

— Por quê?

Padma a olha cuidadosamente antes de responder. — É um lugar cheio de conflitos e dificuldades. Muitos sacrifícios são feitos para sobreviver lá. A vida é muitas vezes curta.

— Eu sinto muito.

— Não sinta. Eu não o faço. Tenho uma boa vida aqui com Gossamer e nossos filhos, o que precisei fazer para sobreviver já não importa. Assim como você com o Rei Grim... ou então eu ouço.

Lisa avalia Padma, depois sorri.

— Sabe Padma, acho que você e eu seremos excelentes amigas, agora precisamos discutir o pagamento. Sou nova em Luda, então espero que você seja honesta e me diga se estou oferecendo muito pouco para seu trabalho. — Colocando a mão na bolsa, Lisa de repente sente-se grata por Grim ter insistido em que levasse algumas joias com ela. Ela nunca pensou em quanto custaria a roupa. Abrindo a bolsa, ela tira um dos diamantes.

— Será isso suficiente? — Lisa coloca sobre a mesa.

Padma ofega, seus olhos rapidamente passando do diamante de dois quilates para Lisa e de volta. — Eu... Rainha Lisa...

— Não é suficiente? — Rapidamente ela abre a bolsa mostrando a Padma a série de joias que Grim colocou nela. — O que você precisa?

— Minha Rainha... — Padma pega hesitante a menor joia da bolsa, um rubi. — Esta joia apenas pagaria por todas as roupas que você e suas jovens precisariam por um ano, incluindo o material.

— Oh... — Lisa olha Padma com vergonha. — Então irá aceitá-la e fará nossas roupas?

— Minha Rainha, é demais, você trouxe seu próprio material. — Padma argumenta.

— Eu sei, mas as meninas e eu precisaremos de muitas roupas e preciso de alguém para me orientar. Você será essa pessoa para mim, Padma? Irá me ajudar?

Padma se afasta, avaliando Lisa. Ela nunca encontrou uma mulher como ela e conheceu muitas em seus anos. Está dizendo a verdade e não tentando usá-la como muitos no passado. Essas mulheres se aproximaram dela por sua habilidade em fazer roupas, mas sempre olhavam com desdém, pois não era de Tornian, os olhos de seus machos vagavam por seu corpo por causa do que uma vez precisou fazer para sobreviver. Todos queriam usá-la.

No entanto, essa mulher, ela é nova em Luda e se as histórias que ouviu fossem verdadeiras, já fez grandes mudanças na Casa de Luanda. Há conversas sobre ela dormir com o Rei, tocar suas cicatrizes. Não mostrou nada além de respeito e aceitação desde sua chegada, Padma não demonstraria nada menos.

— Seria minha honra ajudá-la, minha Rainha. — O sorriso que ela recebe por sua resposta se transforma em um franzir de testa enquanto Lisa se levanta rapidamente.

— Miki não! Não toque! — Lisa segura seus dedos curiosos.

— Mas mamãe é tão bonito. — Miki responde.

— Olhamos com os olhos Miki, lembra-se? — Lisa olha para ver o que chamou a atenção de Miki e fica espantada. É o coletor de sol mais bonito que já viu. As cores são incríveis. Aproximando-se para olhar, Lisa percebe não são apenas as cores aleatórias e a forma como foram colocadas que o faz parecer um caleidoscópio.

— Padma, isso é lindo! — Ela se vira para encontrar Padma hesitante atrás dela.

— Você gosta?

— Gosto? É incrível! — Ela não consegue evitar o assombro em sua voz.

— Meu filho mais novo, Dagan, o fez para mim. Meu Dagan, ele é especial... não é um guerreiro... mas é digno. — Lisa pode ouvir a defensiva na voz de Padma, mas não entende o porquê.

— É claro que ele é digno. Nem todos nascem para ser um guerreiro. O que seria daqueles que cultiva a comida? Que cozinha? Faz roupas? — Lisa não tem certeza do que está acontecendo, mas pode entender o orgulho de uma mãe por seu filho.

— Você gostaria de tê-lo? — Padma caminha até a janela.

— Não! — Lisa imediatamente rejeita a oferta. — Claro que não! Seu filho fez para você.

— Ele pode fazer outro. Usa as peças de seu trabalho com Gahan.

— Gahan?

— Meu filho mais velho, ele treina com o fabricante de vidros do Rei.

— Quantos anos tem ele?

— Acabou de completar dezoito anos, mas é muito talentoso. Acaba de terminar seu trabalho principal e está esperando ser avaliado por Travon. —Lisa ouve as dúvidas de Padma. — O fabricante de vidros do Rei e se ele o aprovar, Gahan poderá abrir sua própria loja.

— Você não parece acreditar que Travon irá aprová-lo. — Lisa olha para ela interrogativamente.

— Bem, se o fizer, ele terá que encontrar alguém para cuidar das necessidades de Luanda. — Padma diz com desgosto.

— Cuidar de suas necessidades? Você quer dizer que Gahan faz todo o trabalho atual? — Lisa está chocada.

— Padma! — As mulheres são interrompidas quando Gossamer e Agee entram na sala. — É o suficiente! — Quando Padma abaixa os olhos, Lisa sabe que não dirá mais nada. Voltando à mesa, ela coloca as joias restantes de volta na bolsa.

— Posso falar com Dagan para ver se ele está disposto a fazer coletores de sol para mim? — Lisa retorna à sua conversa de antes, ignorando Gossamer.

— Ele está com seu irmão agora na loja de Travon. — Padma diz olhando para Gossamer.

— A loja é perto? — Lisa pergunta.

— Não é longe.

— O que ele está fazendo lá? — Gossamer pergunta. — Você sabe o que Travon fará.

— Gahan disse que ele estaria fora hoje. — Padma diz calmamente.

— Está bem se eu falar com ele, então, na loja? — Lisa pergunta para Padma.

— Sim, é apenas...

— Minha Rainha. — Agee interrompe. — É hora de irmos.

— Claro Capitão. Meninas. Padma obrigada por tudo, estou certa de que conversaremos em breve. Gossamer. — Lisa inclina a cabeça e sai da cabana.

***

— Não. — Agee se recusa de imediato. — O Rei não aprovou isso.

— A loja está próxima, não é, entre aqui e Luanda?

— Sim, mas isso...

— Então iremos para lá. — Lisa o informa.

— O Rei espera-nos de volta a um tempo específico, ele ficará furioso. — Agee responde.

— Então, avise-o sobre a mudança. — Lisa não entende o problema.

— Não devemos usar as comunicações, a menos que seja uma emergência.

— Então envie um transporte com um dos homens para informá-lo da mudança porque iremos para a loja! — Lisa não está segura do porque sente que é tão necessário ir a esta loja, mas seu instinto diz a ela e irá segui-lo.

Minutos depois, eles param em outra cabana, uma não tão bonita ou bem conservada como a cabana de Padma. Tem ervas daninhas, as janelas estão sujas e se não estiver errada a porta não fecha corretamente.

— Esta é a loja de vidros do Rei? — Lisa pergunta incrédula.

— Sim, minha Rainha. — Como antes, eles esperam até que os guardas assegurem a área para sair.

— Mamãe, o que estamos fazendo aqui? — Carly pergunta.

— Nós vamos ver sobre como conseguir alguns desses belos coletores de sol para Luanda.

— Oh, isso é bonito, posso ter um verde? — Carly pergunta.

— E um azul? — Miki pergunta, fazendo Lisa rir.

— Nós teremos que esperar e ver. — Entrando na loja mal iluminada, eles a encontram vazia.

***

— Eu lhe disse o que aconteceria se encontrasse este idiota aqui novamente! — Um som na parte de trás da loja faz Lisa se mover rapidamente em direção a ele.

— Minha Rainha, deve esperar! — Agee e seis guardas rapidamente os cercam, mas não antes de Lisa ver um homem grande e com sobrepeso acertando um garoto encolhido no chão enquanto outro tenta protegê-lo.

— Parem-no! — Lisa ordena furiosa com o que está vendo.

— Quem é você? O que está fazendo em minha loja? — Travon exige, afastando-se de Agee e Kirk, deixando o menino mais velho para confortar o mais novo.

— Meninas fiquem aqui. — Ela espera ambas assentirem antes de caminhar para tocar o guarda bloqueando seu caminho.

— Deixe-me passar Zaki. — Ela ordena.

— Ainda não é seguro, minha Rainha.

— Esses meninos não vão me machucar. — Ambos ouvem o soluço. — Por favor, Zaki. Com um aceno rápido, ele e outro guarda se movem com ela para os meninos, enquanto os outros cercam as meninas.

O garoto mais velho olha com desconfiança enquanto Lisa se move em direção a eles.

— Você é Gahan? — Ela pergunta suavemente.

— Como você sabe disso? — Ele pergunta.

— Estava com sua mãe. Ela me disse que você e Dagan estavam aqui. Disse que eu poderia conversar com você. Posso me aproximar? — Depois de um momento, ele acena e Lisa se abaixa ao lado do menino ainda soluçando.

— Ele o atingiu? — Ela pergunta suavemente.

— Apenas uma vez, eu estava do outro lado da mesa quando ele entrou. —Lisa cuidadosamente coloca uma mão reconfortante sobre a cabeça de Dagan. Quando ele ergue os olhos, ela não consegue conter seu suspiro. Dagan é mais velho do que pensava, seu pequeno tamanho e ações enganavam, mas agora entendia, Dagan era o que na Terra seria chamado de síndrome de Down, seus traços faciais deixavam isso claro.

— Dagan, meu nome é Lisa. Sua mãe me disse que você estava aqui.

— Ela disse? — Ele soluça.

— Sim, eu vim buscá-lo.

— Eu não fiz nada! Eu juro! Sou um bom menino. — Dagan se enrola em uma bola, tentando ficar tão pequeno quanto possível.

— É claro que você é um bom menino, Dagan! Não fez nada de errado! — Lisa assegura-lhe. — Não estou aqui para machucá-lo.

— Verdade? — Olhos assustados olham para os dela.

— Verdade. Eu vim aqui para falar com você sobre o lindo presente que fez para sua mãe.

— Presente? — Dagan rapidamente desenrola-se para sentar-se de frente para ela, usando as mangas para esfregar o rosto. — Meu presente deixou mamãe muito feliz. Ela colocou na janela.

— Eu sei, eu vi, é muito bonito. — Os olhos de Dagan brilham como se ela tivesse acabado de dar-lhe o maior presente no universo, sua provação anterior esquecida.

— Diga obrigado a Lisa, obrigado, Dagan. — Gahan ordena baixinho.

— Obrigada fêmea, Lisa. — Dagan rapidamente fala.

— De nada, Dagan. — Lisa lentamente segura o rosto de Dagan, vendo o hematoma crescente. — Você está bem?

— Sim, ele já me bateu pior. — Dagan diz inocentemente.

— Realmente... — Os olhos de Lisa olham para Gahan antes de se virar para olhar o homem entre Agee e Kirk.

— Ele não pertence à minha loja! Esta é a loja do Rei! Ele não tolera idiotas! O homem diz. — Quem é você? — Ele pergunta.

— Ela é a Rainha, seu idiota! — Agee responde ao homem e Lisa não pode deixar de sentir-se bem com sua expressão.

— Mamãe? — Ela vê suas garotas encarando as pernas dos guardas.

— Zaki, não há nenhum perigo aqui. — Ele acena com a cabeça e as meninas se aproximam.

— Gahan, Dagan, estas são minhas filhas, Carly e Miki. Elas são parte da razão pela qual estamos aqui. — Lisa observa enquanto as três crianças sorriem uma para a outra.

— Vocês vieram brincar com Dagan? — Ele pergunta com esperança.

— Não desta vez. Nós viemos ver se você poderia fazer alguns de seus coletores de sol para nós.

— Você quer o presente da mamãe? — Dagan franze a testa. — Eu fiz para a mamãe.

— Eu sei e não, nós não queremos aquele. Gostaríamos que você fizesse diferente, para que possamos pendurá-los em Luanda.

— O castelo? — Os olhos de Dagan se arregalam.

— Sim. — Lisa sorri de forma encorajadora.

— Minha Rainha, o chão está frio. — Zaki informa, o que significa que ele gostaria que se levantasse.

— Sim, apenas um momento, podemos nos levantar, Dagan? — Sem falar, Dagan fica de pé.

— Eu não posso fazer um para você, fêmea Lisa. — Dagan a olha com olhos tristes. — Eu usei tudo o que Gahan me deu para fazer o da mamãe.

— Você deu meu material da minha loja para este idiota? — Travon grita, tentando chegar a Dagan, que imediatamente se inclina.

— Ele usou minha sucata! O do meu trabalho principal! — Gahan grita de volta.

— Usando meu forno!

— Era meu de qualquer forma! — Gahan argumenta.

— Suficiente! — Lisa grita, silenciando todos antes de voltar para falar suavemente com Dagan. — E se você tivesse seus próprios materiais, faria mais?

Dagan assente alegremente.

— Não com meu forno, ele não irá! — Travon nega. — Eu decido o que acontece aqui!

Agee olha para o homem e se pergunta se ele entende exatamente com quem está gritando.

— Isso é bom. — Lisa ignora o homem. — Você gosta de vir aqui, Dagan?

— Eu venho aqui para ver Gahan. Ele fica longe e sinto sua falta. — Ele parece adorar seu irmão mais velho. — E se não fosse isso, eu não viria aqui. — Dagan olha para Travon rapidamente.

— Eu posso entender o porquê. Há outro forno que possa ser usado? — Lisa dirige sua pergunta para Gahan.

— Há um pequeno em nossa casa, meu pai construiu para poder praticar, mas não é possível para Gahan usá-lo sozinho, minha Rainha.

— Você não pode ajudá-lo? — Ela pergunta.

— Como Dagan disse, não fico muito em casa, sou aprendiz do Mestre Travon e meu trabalho principal ainda não conseguiu sua aprovação.

— E nunca terá! — Travon responde com satisfação.

Lisa gira, olhando o homem desprezível segurando o futuro desse menino em suas mãos, enquanto aterrorizava o outro. Seus olhos se movem para o trabalho nas prateleiras atrás dele.

— Essas taças são para o Castelo Luanda? — Ela se move para um olhar mais atento. Agee e Kirk empurraram Travon de lado.

— Claro, eu sou o Mestre do vidro do Rei. — Travon diz como se fosse importante.

— Você fez isso? — Ela escolhe um, sente seu peso, desfrutando de sua bela forma.

— Claro que eu disse...

— Pessoalmente? — Ela corta o idiota pomposo. — Você pessoalmente fez tudo isso?

— Bem... eu sou o Mestre e decido o que é feito.

— Então, Gahan fez. — Ela pressiona querendo saber a verdade.

— Sim, sob minha orientação. —Travon finalmente admite.

— Somente um Mestre poderia fazer algo tão perfeito. — Ela coloca o cálice de volta. — Eu gostaria de ver o seu trabalho principal, se estiver bem para você, Gahan.

— Você não pode! Não o aprovei!

Lisa lança fogo com os olhos. — Tudo bem, porque eu não aprovo você! — Ela olha fixamente para ele por um momento, certificando-se de que Travon entenda o que ela quer dizer, depois vira as costas para ele, olhando para Gahan, ela espera.

— É logo ali. — Gahan a guia para uma mesa no canto, onde um objeto grande está coberto com um pano.

— Posso ver? — Lisa pergunta.

— É lindo, fêmea Lisa. — Dagan diz.

— É minha Rainha, Dagan. Minha Rainha. — Gahan diz gentilmente.

— Você tem uma Rainha, Gahan? — Dagan olha confuso.

— Não, Dagan. A fêmea chamada Lisa é a Rainha.

— Rainha Lisa? — Ele olha para ela.

— Sim, Dagan, sou a Rainha Lisa. — Lisa sorri para ele.

— Você a chama de minha rainha, Dagan.

— Mas ela não é sua Rainha, Gahan. — Lisa não pode deixar de rir, levantando a mão ela silencia Gahan.

— Dagan, desde que cheguei aqui, tentei fazer alguém... — Ela olhou sobre o ombro para Agee e Kirk. — Chamar-me pelo meu nome, mas ninguém o faz, por isso me agradaria muito se me chamasse de Rainha Lisa.

— Isso é o certo, Gahan? — Dagan olha para o irmão, que hesita.

— Bem, se é o que a Rainha quer Dagan, então deve fazê-lo.

— Certo. Podemos mostrar a Rainha Lisa seu trabalho principal agora? — Ele pergunta com entusiasmo.

Sem outra palavra, Gahan se aproxima e remove o pano, roubando o folego de Lisa. Dagan estava errado. Não era lindo. Era magnífico! Lentamente, ela vai em direção ao objeto, observando como a luz captura as cores profundas. É um Raptor no modo de ataque. Sua envergadura tem pelo menos um metro de largura, suas garras afiadas prontas para atacar sua presa enquanto seu bico aberto o faz ouvir seu grito de guerra. Ele fez o corpo preto e elegante, mas o detalhe de cada pena é visível, perfeito. Ao longo das asas, inseriu cores, verde, azul, amarelo escuro e laranja dando a alusão de movimento, de poder. Mas seus olhos... seus olhos são um púrpura penetrante, a cor da Casa de Luanda. Eles olham para você, o seguem e consegue ver a inteligência, o poder, a força e a astúcia do Raptor, dos guerreiros de Luda.

— É magnífico, Gahan. — Lisa sussurra e o menino ruboriza com o elogio.

— Obrigado, minha Rainha.

— Tem falhas. — A negação de Travon rompe o feitiço que o Raptor tem em Lisa.

— A única falha que tem é que você precisa ser ordenado a aprová-lo. — Lisa responde com raiva. — Porque se o fizer, Gahan vai embora e você realmente terá que fazer todo o trabalho.

— Quem é você para falar assim comigo?

Lisa levanta uma sobrancelha para ele.

— Você é surdo? — Agee não pode acreditar em quão estúpido este homem é. — Ela é a Rainha Lisa da Casa de Luanda, declarada pelo próprio Rei. Essas são suas crias femininas! Deve mostrar-lhes respeito ou morrer por sua ofensa à mão do Rei! — Travon fica pálido. Ele não acreditou que a mulher realmente possuísse o título, nenhuma fêmea o aceitaria.

— Eu... sinto muito... minha Rainha. — Ele se ajoelha e Lisa o ignora voltando-se para Gahan.

— Você precisa da aprovação dele para abrir sua própria loja? — Gahan se assusta com a pergunta dela.

— Eu... não preciso de sua aprovação, mas custa muito para abrir uma loja e sem ser um Mestre... as pessoas não comprariam, mesmo que pudesse.

— Travon não deve ser o único Mestre que possa aprovar seu trabalho.

— Não, há outro, mas ele está a uma grande distância e eu teria que ficar com ele por alguns anos.

— Bem, isso não é suficiente. — Lisa bate um dedo no lábio. — Ele não avaliará seu trabalho e se tiver sua aprovação, permitirá que abra sua própria loja?

— Não, minha Rainha, eu então competiria com ele. — Lisa olha silenciosamente de Gahan para o Raptor. Ela entende o que está dizendo, era como as antigas sociedades na Terra, mas com certeza haveria uma forma. E se Gahan não competisse com este outro Mestre, mas sim trabalhasse com ele...

— Eu precisarei falar com o Rei, mas acho que posso encontrar uma forma de você ter sua própria loja, Gahan. Há muito para fazer para a Casa Luanda.

— Eu sou o Mestre do vidro do Rei! — Travon grita com raiva.

— E assim você permanecerá. — Lisa se volta para ele. — Até que o Rei diga o contrário. — Ela zomba. — Gahan será o Mestre de vidro da rainha. — Lisa deixa sua declaração no ar.

— O que? — Gahan sussurra.

— Você acha que pode lidar com isso, Gahan? Serei muito exigente com você e Dagan?

— Comigo e... Dagan? — Ele olha para seu irmão.

— Sim. Dagan será responsável por fazer coletores de sol. Luanda tem muitas janelas.

— Minha Rainha... Dagan leva muito tempo para fazer um. Ele é muito exigente no que quer.

— Bom. Isso deixará cada um muito mais especial. Serão vistos e apreciados. Agora você e eu discutiremos o Raptor.

— O Raptor? — A cabeça de Gahan está girando.

— Sim. Percebo que é o seu trabalho principal e quando este outro Mestre estiver disponível para dar sua aprovação, ele precisará ir para o Castelo Luanda porque o quero como presente para Grim.

— Para o Rei? — Gahan fica chocado.

— Sim, eu sei o local perfeito para isso. Então, vamos falar do preço.

— Preço? — Gahan não sabe o que o universo está mudando também.

***

Lisa sorri enquanto sai do transporte, ignorando o nervosismo de Agee e Kirk. Ela não apenas comprou o Raptor, mas ordenou que Gahan o entregasse pessoalmente no dia seguinte. Ele insistiu que precisava de transporte adequado.

Ela então lhe deu o maior diamante na bolsa, dizendo para começar imediatamente a construção de sua própria loja. O garoto quase caiu, assim como Travon. Ela também o instruiu quanto ao que precisava fazer exatamente para ficar como ela queria, também precisava ser feito rapidamente. Porque tinha vários trabalhos que queria discutir com ele.

Ela também se certificou de que Travon entendesse que, se alguma coisa... qualquer coisa... acontecesse com Gahan, Dagan ou o Raptor, ela o responsabilizaria pessoalmente e faria com que Grim também o fizesse.

— Mamãe, vamos para casa agora? — Miki pergunta.

— Sim, vamos bebê, aposto que está com fome. — Ela sorri para ela.

— Estou, mas sinto falta de Grim também. Não o vi o dia todo.

— Ele ficará feliz em saber disso, bebê. Que você sentiu falta dele. — Olhando pela janela, o transporte desacelera e ela vê Grim de pé nos degraus. — E lá está ele. — Agee afasta seu braço, impedindo-a de abrir a porta.

— Até aqui? — Ela pergunta frustrada. — Grim está ali.

— Sempre. — Agee diz a ela. Uma vez que verifica a área, Agee permite que Lisa e as meninas saiam.

Carly e Miki correm enquanto Grim se dirige para baixo. — Grim! — Dizem ao uníssono, logo elas são rapidamente engolidas em seus braços.

— Olá minhas pequenas. — Ele dá a cada uma um beijo rápido na bochecha. — Estão voltando tarde. — Seu olhar permite que Lisa saiba que não está feliz com isso.

— Isso é porque nós paramos na loja daquele homem malvado, ele estava batendo em um menino chamado Dagan, mas Agee e Kirk o fizeram parar, então mamãe falou com Dagan e ele vai nos fazer os mais bonitos coletores de sol, Grim, ele fará o meu azul e o de Carly verde, vai demorar um pouco, mas está tudo bem, porque isso faz com que seja muito mais especial, certo mamãe? — Todos ficam felizes quando Miki finalmente faz uma pausa para respirar.

— Sim, bebê. — Lisa vê Montfort de pé na entrada. — Eu sei que vocês duas estão com fome e aposto que se perguntar a Montfort ele irá preparar algo para vocês comerem.

— Sim! — Assim que Grim as desce, elas correm. Lisa vê dois dos guardas segui-las.

— Homem malvado? — Grim pergunta.

— Oi. Senti sua falta. — Lisa fica nas pontas dos pés, puxando sua cabeça para baixo para beijar seus lábios e Grim rapidamente aprofunda o beijo, com um grunhido baixo, mas se afasta.

— Você não vai me distrair. Mudou seus planos sem aprovação. — Grim olha para Agee com olhos duros. — Talvez estivesse errado ao escolher você como o Capitão da minha rainha. — Agee se encolhe com a acusação, mas não diz nada.

— Agora espere um minuto! — Lisa não pode acreditar que Grim apenas disse isso. — Agee não fez nada de errado. Ninguém da minha Guarda fez.

— Eles não seguiram as ordens. — Grim responde.

— Que ordens? As minhas ou as suas?

— MINHAS ORDENS! — Grim não pode evitar gritar. O tempo que ela esteve longe de sua proteção destruiu seu controle. Não importava que os machos com ela foram escolhidos a dedo. Ele ainda não estava com ela, protegendo-a.

— Eu pensei que eles fossem minha Guarda! Que seguissem minhas ordens! — Lisa se afasta dele.

— Somente se eu concordar! — Agarrando seus braços, ele a puxa para trás. — O que não fiz!

— Você está me dizendo... — Ela puxa seus braços do apero. — Que eu preciso pedir permissão antes de ir a algum lugar, que eu e as meninas estamos presas aqui?

— Você não vai a nenhum lugar sem minha aprovação! — Ela não entendia que ele apenas queria protegê-la?

— Isso não funcionará, Grim. — Virando, afasta-se dele, deixando a Guarda de pé nos degraus.

— Dois de vocês a seguem! Agee! Comigo! — Grim diz, sentindo que não consegue respirar, quando ela se afasta dele com raiva. Ela vai deixá-lo agora? Irá negá-lo? Seus olhos planos encontram Agee enquanto ele se afasta, levando-o ao seu centro de comando.

***

Grim nunca se considerou um covarde, mas agora se pergunta, enquanto procura por qualquer motivo para não retornar à ala Real. Finalmente, não pode mais evitar. Os guardas dão um aceno rígido, quando ele passa, mas sequer os olha. Entrando na sala de estar privada, ele encontra as luzes apagadas, as portas fechadas.

Percebendo o quão tarde está realmente, ele entra no quarto das meninas primeiro, encontrando-as profundamente adormecidas. Arrumando seus cobertores, ele se inclina, beijando cada uma, já que se tornou seu ritual noturno. Em silêncio, ele fecha a porta antes de caminhar para seu quarto.

Ela o receberá? Exigirá que ele durma em outro lugar? Procuraria agora outro homem? Que entenderá melhor suas necessidades? Agee explicou o porque quis parar no fabricante de vidros e o que aconteceu. Grim conversaria com o homem, mas não conseguiu encontrar culpa nas ações de Agee. Tudo foi feito como Grim exigiu, como se ele estivesse lá. Mas não estava.

Ele assegurou a Agee que sua posição estava segura, que não encontrou nenhuma culpa em suas ações e que reagiu inadequadamente. Agora, apenas precisa fazer sua Rainha entender o que o fez reagir daquela forma. Ao abrir a porta, encontrou o quarto vazio. Dirigindo-se à sala de limpeza, também está vazia. Rapidamente descobre que Lisa não está em nenhum lugar.

— Onde está a Rainha? — Grim pergunta aos guardas enquanto desce a escada. Ambos se afastam do Rei furioso.

— Ela... ela está no jardim, Senhor. — Caius finalmente gagueja.

— Sozinha? — Ele pergunta.

— Não, Senhor. Laud e Vanya a acompanharam. Ela se certificou de que ficamos com as princesas dormindo no andar de cima. — Sem dizer nada, Grim se move para as portas do jardim.


CAPÍTULO NOVE


Sentada em uma grande rocha, Lisa olha para cima, para as duas luas de Luda. Ela saiu para pensar, apenas para perceber que não havia escapatória. Não para ela, nem para as meninas, estavam sob o controle de Grim. Suspirando, puxa as pernas para o peito, descansando a testa nos joelhos e fecha os olhos. O que realmente aconteceu hoje? Por que Grim reagiu daquela forma? O som dos passos que se aproximando a faz olhar pelo caminho, ao ver Grim, ela olha para longe.

Grim acena com a cabeça para os guardas antes de se aproximar de sua Rainha, deixando-os saber que podem dar um passo atrás. Lisa se afasta dele, com o coração partido, dá poucos passos e espera...

— Lisa... — Ele finalmente rompe o silêncio.

— O que é Grim? —Ela não irá facilitar. Ela está irritada. Tem o direito de estar.

— Por que você está aqui fora? — Ele se obriga a perguntar.

— Porque não posso estar lá agora mesmo... não com você. — Ela responde honestamente.

— Você está me deixando? — Isto finalmente a faz olhá-lo

— Você realmente tem tão pouca fé em mim, Grim? — Ela pergunta entre irritada e ferida. — Que ao primeiro sinal de problemas eu poderia ir embora?

— Você saiu. — Ele responde.

— Para caminhar no jardim! Com dois guardas! Deus! — Levantando-se, ela passa as mãos frustradas pelos cabelos, afastando-se dele.

— Eu não quero brigar com você, Lisa. — Grim diz, lutando pelo controle.

— Bem, isso é muito ruim porque eu quero brigar com você! — Ela responde. — O que você fez hoje foi errado, Grim! Eu tenho duas crianças. Não serei tratada como uma!

— Eu sei que você não é uma criança. — Ele diz com raiva.

— Sabe? Então por que está me tratando como uma? Por que eu preciso de sua aprovação para ir a algum lugar? — Grim a olha fixamente sem querer responder. — Responda Grim! — Ela exige batendo o pé.

— Porque eu não estava com você! — Ele ruge, seu controle finalmente se rompendo. — Não importa que não haja ameaça! Poderia haver e eu não estava lá para protegê-la!

— Eu não precisava de você para me proteger, precisava que confiasse em mim! — Lisa grita novamente.

— Você é minha! Sempre estará protegida! — Grim de repente percebe que estão de pé nariz a nariz e ela não tem medo dele. Isto o deixa atordoado. — Você não tem medo de mim. — Ele não pode acreditar... seus guerreiros se encolhem diante de sua raiva.

— Porque sentiria medo? — Respirando profundamente, ela fica a poucos passos de distância, perdendo o olhar atordoado. — Você sabia que Mark e eu raramente brigávamos? — Ela pergunta suavemente.

— Você disse que ele era um bom homem. — A honra de Grim obriga-o a admitir isso, sabendo que ela vai compará-lo a seu Mark.

— Ele era. — Virando, ela pode ver que ele acha que está comparando-os e de certa forma, está. — Mas ele não era perfeito Grim. — Ele a olha e ela lhe dá um sorriso triste.

— Eu já lhe contei como nos conhecemos?

— Não. — Ele não tem certeza se quer saber.

— Eu tinha acabado de completar quinze anos, ele tinha dezoito e meu carro... o transporte quebrou. — Ela olha para vê-lo acenar com a cabeça que entende. — Mark parou para me ajudar. Ele era tão legal... tão bonito, que me apaixonei antes de me levar para casa. — Grim vê seus olhos se suavizar com lembrança e seu estômago se aperta. — Meus pais não ficaram felizes. — Grim não consegue esconder sua surpresa e Lisa ri baixinho.

— Você está surpreso.

— Sim, pensei...

— Que até que ele ficou doente nossa vida foi perfeita? Fácil? Que nunca brigamos?

— Sim... você disse...

— Que raramente brigávamos, não que não o fizéssemos.

— Eu não entendo. — Ele lhe dá um olhar confuso.

— Eu sei. Gostaria de explicar... se você estiver disposto a ouvir. — Ela diminuiu a distância entre eles. — Precisamos nos entender, Grim, confiar um no outro, se quisermos fazer isso funcionar.

— Eu gostaria de conhecê-la, minha Lisa.

Acenando ela continua. — Meus pais não ficaram felizes quando Mark e eu começamos a namorar. — Vendo seu olhar, ela explica. — O namoro é quando homens e mulheres humanos interagem, para que possam se conhecer.

— Sozinhos? Você ficou sozinha com ele! — Grim não consegue esconder seu choque ou raiva.

— Às vezes... é assim que as coisas são feitas na Terra, Grim. — Com a mandíbula apertada, ele acena com a cabeça para que ela continue. — Não era de Mark que eles não gostavam, era nossa diferença de idade. Ele tinha quase quatro anos mais do que eu, mas não me importa. — O olhar em seus olhos fez a respiração de Grim parar.

— Eu me recusei a desistir dele porque sabia em meu coração que ele era meu futuro, minha verdade se você quiser chamar assim. Apenas sabia. Deus, eu era tão jovem. — Ela deixa as lembranças fluírem. — Todos tentaram nos separar. Eu era muito jovem, eles diziam. Ele era muito velho. Nós éramos muito diferentes. Todos... amigos da família... continuaram me dizendo que estava errada, que não sabia o que estava fazendo, não podia saber o que realmente queria, mas sabia. Sabia que devíamos ficar juntos, mas isso não significava que sem problemas, brigas. — Pausando, ela lembra. — Talvez não no começo, no começo era tão ingênua, tão apaixonada, que pensei que Mark fosse perfeito, apenas depois que Carly nasceu, comecei a me irritar com a forma como ele me tratava.

— Ele a maltratou? — Grim não consegue esconder seu choque.

— Nunca! — Ele vê a verdade em seus olhos. — Mas em muitos aspectos, Mark ainda me via como aquela garota de quinze anos que conheceu e queria que eu permanecesse assim. Você pode entender isso? — Ela espera seu aceno de cabeça. — Mas eu não era mais essa garota... cresci, era uma mulher de vinte e um anos, uma mãe e queria ser tratada dessa forma. Uma noite, brigamos sobre isso... a noite toda. Gritamos, choramos e fizemos as pazes no final, nos aproximamos, nos entendemos melhor.

— Você ficou com ele.

— É claro que sim. — Era uma briga Grim, não o fim do mundo. — Lisa lhe dá um olhar incrédulo. — Você realmente pensou que o deixaria esta noite... por causa de uma briga.

— É o que...

— Uma mulher Torniana faria. — Lisa termina por ele, sua raiva crescendo mais uma vez. — Eu pensei que já tivéssemos passando por isso, porra! Não sou como suas fêmeas Tornianas, Grim! Quando vai acreditar nisso? Elas são as pessoas mais egocêntricas e egoístas que já vi e ainda não conheci nenhuma! Deus! — Frustrada, ela se afasta dele.

— Lisa...

— Não, minha Lisa? — Ela perguntou olhando por cima do ombro.

— Você sempre será minha Lisa, mas não pensei que quisesse ouvi-lo.

— Está tentando me agradar Grim?

— Sempre. — Ele prontamente admite.

— Não.

— O que? — Ela vê que ela o confundiu.

— Não. Você não pode fazê-lo. Fica perdido quando tenta sempre agradar outra pessoa, eu sei. — Ele vê uma tristeza profunda entrar em seus olhos.

— Minha Lisa...

— Posso terminar de contar sobre Mark? Você pode não gostar. — Ela adverte.

— É o que te fez minha Lisa, quero saber tudo. — Acenando, ela olha novamente para as luas... por algum motivo, a confortam.

— Então Mark e eu crescemos, ficamos mais próximos, ás vezes brigávamos apenas para que pudessemos fazer as pazes.

— Eu não entendo. O que é fazer as pazes?

— Ficarmos bem. Perdoar um ao outro. Fazer sexo. — Ele ainda pareceu confuso. — Sexo de reconciliação pode ser muito bom. — Ela sorri de forma sexy.

— Sexo de reconciliação. — Ele tenta as palavras.

— Sim. — O sorriso dela desaparece. — Mas então ele ficou doente e não brigamos mais.

— Você não tinha motivos para brigar. — Ele acena com a cabeça.

— Ah, havia muitos motivos para brigar. — Ela o corrige. — Ele tomou decisões com as quais não concordei, decisões que nos afetaram. Deveria ter conversado a respeito, mas eu não sabia, ele já estava lutando tanto, pode entender isso? Sua doença já tirou tanto dele... sua capacidade de ser meu marido, de ser homem... — Os olhos de Lisa se enchem de lágrimas. — Eu não poderia tirar mais nada dele.

— Ele fez coisas que você não gostou? — Grim não consegue esconder seu choque.

— Sim e eu não dizia nada. Escondia minha raiva, minha dor e isso aumentava até que precisava respirar com calma ou explodiria. — Ela olha novamente para as luas. — No começo, quebrava os pratos, muitos pratos, mas isso apenas significava que eu precisava limpar a bagunça. — Ela encolhe os ombros com a lembrança. — Mais tarde, quando as coisas ficaram realmente ruins, eu me levantava no meio da noite, ia até a garagem e gritava. Algumas noites achei que nunca fosse parar. Estava tão irritada, tão louca, tão solitária. Finalmente, ela deixa suas lágrimas caírem por tudo o que perdeu. — Então ficava com raiva por estar com raiva. Pode entender isso Grim? Ficar com raiva de você porque está com raiva? — Ela não espera sua resposta. — E então Peter apareceu.

— O irmão de Mark. — Ele se aproxima suavemente limpando suas lágrimas com os polegares. Lágrimas não pertencem ao rosto de Lisa.

— Sim. Pensei que ele ajudaria, mas apena estava interessado em ajudar a si mesmo.

— Eu não entendo.

— Peter gostava de viver bem e já não tinha os meios também. É por isso que ele estava tentando levar as meninas naquela noite. Porque se tivesse controle sobre elas, controlaria seus fundos fiduciários. — Ela pode ver sua confusão. — Um fundo fiduciário é muito parecido com seus diamantes, tem muito valor.

— Seu Mark... foi bom para você e suas meninas?

— Muito.

— E Peter apenas as queria por causa desse valor.

— Sim. Ele não as amava. Porra, ele mal sabia seus nomes. E se você não tivesse voltado para elas... — Ela não pode esconder o medo sobre o que poderia ter acontecido.

— Elas estão seguras minha Lisa. — Ele conforta.

— Sim, estão, por sua causa, mas não posso voltar a ser aquela mulher Grim... aquela fêmea. Aquele que recua e apenas concorda com tudo o que o homem que ama diz. Especialmente, quando ela sabe que ele está errado. Isso irá me destruir.

— Eu te amo minha Lisa. Você é minha vida, eu preciso protegê-la.

— E eu amo você, Grim, também preciso de você. Eu não sou tola. Sei que não tenho chance se um dos seus guerreiros quiser me machucar, mas não foi o que aconteceu hoje. Hoje foi sobre eu tomar uma decisão, uma decisão que de modo algum afetou minha segurança.

— Eu não estava lá para protegê-la minha Lisa.

— Eu sei, mas haverá momentos em que você não estará, Grim. Precisa confiar em mim e nos machos que atribuiu para nos proteger, que podemos fazer o que for necessário até que você possa chegar lá.

— Eu apenas posso prometer tentar minha Lisa. — Ele diz a ela.

— Isso é tudo que peço, Grim. — Ela lhe dá um sorriso malicioso. — Então, você quer fazer as pazes agora? — Os olhos de Grim piscam.

— Vamos voltar para nossa Câmara, minha Lisa. — Ele fica surpreso quando ela sai de seu alcance, um sorriso brincalhão nos lábios, desabotoando a camisa.

— Lisa! — Grim rapidamente olha para trás. — O que você está fazendo?

— Faça os guardas se afastarem, Grim. — Ela diz a ele enquanto tira a camisa da calça.

— O que? — Sua mente não funciona quando sua pele cremosa e pálida brilha sob as luas de Luda.

— A menos que você queira que eles vejam o que é seu. — Quando ele ainda não se move, ela deixa a camisa cair revelando os seios cobertos de renda, fazendo Grim ativar sua comunicação, ordenando aos guardas que se afastem.

— Viu, isso não foi tão duro. — Ela se aproxima para acariciar seu eixo. — Mas algo está. — Ela provoca.

— Lisa... —Ele geme.

— Você é o único homem que quero Grim, mas quero tudo, o bom... o ruim... o feliz e o triste. Quero ficar ao seu lado, não atrás. Quero ser sua Rainha, Grim.

Grim apenas pode olhar sua calça se abaixar. — Aqui sob as luas de Luda, com o Raptor olhando, quero que você me faça sua, apenas sua.

Com a luz dourada das luas de Luda sobre eles, Grim levanta Lisa, capturando seus lábios com um beijo faminto, envolvendo suas pernas ao redor de seu Rei, Lisa mergulha no beijo. É o que ela precisa. Este é o homem que sempre precisou.

— Grim... — Ela suspira, enquanto tira as roupas restantes, voltando para o chão.

— Você é minha Lisa! — Ele rosna, abrindo sua calça, ele solta seu eixo duro, colocando-o em sua entrada. — Repita!

Lisa ergue o olhar para o macho acima dela. Ele está banhado à luz das luas, seus olhos brilhando como o Raptor de Gahan. Ele realmente é o Raptor... seu raptor.

— Repita! — Ele exige novamente, recusando-se a mover.

— Eu sou sua Grim! Apenas sua! — Com as luas de Luda como testemunhas, o Rei reivindica sua Rainha.

***

Acordando, Lisa procura encontrar Grim, apenas para encontrar seu lugar frio, dizendo que ele se foi há algum tempo. Estendendo os braços sobre a cabeça, ela sorri. Grim realmente gostou de fazer as pazes, insistindo que o fizessem várias vezes. Não era de admirar que esteva cansada, mas as meninas acordariam em breve e Gahan estaria ali depois do meio dia com o presente de Grim. Ela também precisava conversar com Agee sobre sua ideia para seu símbolo de Guarda, levantando-se, ela se prepara para começar seu dia.

***

— Então, o que você acha? — Lisa pergunta enquanto Agee olha para o desenho que ela fez. É o medalhão preto que a Guarda de Elite do Rei atualmente usa. Tentou imitar o Raptor de Gahan usando os lápis de cor de Miki.

— Minha rainha? — Agee olha para ela.

— Eu sei que não é uma versão muito boa, Gahan poderá fazer melhor, mas eu queria sua opinião antes de decidir.

— Minha opinião? — Ela podia dizer que o confundia.

— Sobre se você e seus guerreiros estariam dispostos a usar isso. — Ela gesticula para o desenho. — Como o símbolo da Guarda de Elite da Rainha.

— Você quer isso para sua guarda? — Agee não consegue esconder seu choque. Ele assumiu que isso era para ela e para as jovens, simbolizando a quem pertenciam e não a sua Guarda.

— Bem, sim... — Ela olha para ele com incerteza.

— Tem joia charoite nele! — Ele não pode ocultar seu espanto.

— Uh... sim...

— Charoite é uma joia cara, minha Rainha. — Ele tenta fazê-la entender. — Mesmo com a pequena quantidade usada nos olhos do Raptor.

— Então você está dizendo que os guerreiros não vão querer usá-lo? — Os ombros de Lisa caem em decepção. Ela estava tão entusiasmada com isso.

— Não! — Agee explode, fazendo Lisa pular. — Não, minha rainha, não é o que estou dizendo. — Ele olha do desenho para ela, forçando-se a controlar seu tom. — Qualquer guerreiro se sentiria honrado em usar este símbolo! O prestígio de ter dois charoites...

— Quatro. — Lisa relaxa em sua resposta. — Isso seria para o dia-a-dia e isto. — Ela tira um desenho idêntico com a adição de sua borda colorida com púrpura da Casa de Luanda. — Isso seria para ocasiões formais.

— Formais?

— Quando veste seu uniforme de festa. — Lisa vê sua confusão. — Estou errada? Você não tem dois uniformes, um para o dia como hoje e outro, se houver um evento importante, como algo relacionado com o Imperador ou outros Reis? — Ela vê que Agee finalmente entende.

— Você quer dizer um uniforme de corte. Sim, cada guarda tem. — Agee olha para Rainha, perguntando se ela realmente entende o que está dando à Guarda. É mais do que um símbolo, fará todos saberem sua opinião sobre o valor de seu guerreiro, o que é ótimo. Isso lhes dará uma maior chance de atrair uma fêmea.

— Bom. Então, você aprova? — Ela pergunta novamente.

— Minha aprovação, minha Rainha? — Agee não pode acreditar que ela precisa perguntar.

— Você é o Capitão da minha guarda, sua opinião é importante para mim. Não posso me aproximar de Grim com isso, não até o Raptor ser entregue. E até falar com Gahan, nem tenho certeza se isso pode ser feito, mas nada disso importa se você e seus guerreiros não o usarem.

— Não haverá um guerreiro em Luda que não irá querer usar seu símbolo, minha Rainha. — A verdade de Agee é facilmente ouvida.

— E a Guarda do Rei? — Ela olha para ele com incerteza. — Eu também estava pensando que o símbolo do Rei poderia ser atualizado, com apenas os olhos para o dia-a-dia e os olhos e a borda para o uniforme de corte. — Ela tira mais duas folhas. — Daria aos guardas uniformidade quando necessário, mas ainda lhes daria sua individualidade. Eles se importariam? — Lisa observa enquanto Agee e o guarda da porta trocam um olhar. — Agee... — Ela alerta.

— Eles não se importariam minha rainha.

— Então está resolvido, vou falar com Gahan.

***

Gahan senta-se na sala de estar real e apenas isso deveria tê-lo atordoado, mas a tarefa que a Rainha acabou de apresentar-lhe o deixou sem palavras.

— Então, é possível? — Lisa o olha com esperança.

— A Rainha fez uma pergunta, Gahan. — Agee alerta, sabendo que o jovem macho está em estado de choque.

— Eu... — Gahan olha para os desenhos novamente, tentando entender sua mente. O que ela propôs é surpreendente. Nunca viu isto antes, ser dado à guarda tal símbolo que não apenas afirmar sua posição, mas o seu valor ao seu Rei ou neste caso, a Rainha, não tem precedentes, mas isso poderia ser feito? Ele franziu a testa.

— Você quer doze de cada estilo? — Ele olha os quatro desenhos.

— Sim, com estojos de proteção para cada conjunto, feitos da melhor madeira de Luda. — Gahan olha para ela.

— Eu conheço alguém que pode fazê-lo. Ele é jovem, mas talentoso.

— Então podem ser feitos? — Lisa pergunta com entusiasmo. — Os medalhões? — Gahan olha o desenho uma última vez antes de responder.

— Sim, posso fazer as mudanças nos medalhões, mas os olhos... — Lisa estava pronta para se levantar e fazer sua dança feliz quando o mas, entrou.

— Os olhos? — Ela pergunta.

— Charoite é caro, minha rainha. Levou-me três anos para adquiri-lo para o Raptor.

— Por causa da despesa ou da raridade? — Ela pergunta.

— É caro e neste caso, pela quantidade que eu precisaria.

— Noventa e seis, dois para cada medalhão, vinte e quatro para os meus guardas e vinte e quatro para o Rei.

— Sim, minha Rainha.

— Quanto você precisaria?

— Minha rainha. — Gahan tem uma expressão triste. — Não tenho certeza se sequer seriam vendidos a mim.

— Por que não? Você é o Mestre de vidro da Rainha. Precisa do charoite para sua Rainha. Quem negaria?

Gahan olha para ela incapaz de falar. Ele ainda tem dificuldade em acreditar que ela o quer como seu Mestre de vidro.

— Minha Rainha. — Agee fala. — Uma missiva sua, no papel de carta do Rei, permitiria que o Mestre Gahan comprasse o charoite.

— Isso é tudo que precisa? — Lisa olha para ele descrente.

— Sim, minha Rainha. — Levantando-se, Lisa vai para a mesa que limpou na semana anterior. Sentando, ela escreve, quando termina, o entrega para Agee.

— Será que isso basta? — Ela pergunta. Agee lê rapidamente.

— Sim, minha Rainha.

— Bom, agora quanto custará o charoite, Gahan?

— Quanto custará, minha Rainha? — Ele a olha surpreso. — O que você me deu ontem facilmente cobrirá isso, minha Rainha.

— Não, aquele era para você. Isto é para a Guarda de Elite e apenas a Guarda, então você precisa garantir que tenha suprimentos suficientes para que possa fazer reparos quando necessário. — Pegando a bolsa, ela a abre. — Quanto?

Os olhos em pânico de Gahan vão para Agee, pedindo ajuda. Lentamente, Agee separa duas pedras. — Isso não apenas comprará as pedras da minha Rainha, mas permitirá que Gahan assegure os outros suprimentos que precisará.

— Obrigada, Agee. — Ela sorri para seu Capitão, então para Gahan. — E obrigada, Gahan. — Uma batida na porta impede os homens de responder.

— O Rei está na sala de comando, minha Rainha. — Kirk informa-a.

***

A raiva de Grim arde mais do que o sol de Luda e se ele não receber algumas respostas, explodirá. Acordou com os raios suaves do sol acariciando a beleza de Lisa. Planejou acordá-la com beijos suaves, seguido de mais fazer as pazes. Em vez disso, foi interrompido pelo toque de seu comunicador.

Os sistemas defensivos planetários descobriram uma nave não autorizada cinquenta quilômetros de Luanda. No momento em que os guerreiros foram despachados, ela se retirou, evadindo as defesas dos planetas, deixando a evidência de pelo menos uma dúzia de guerreiros desembarcando. Seus guerreiros estavam verificaram a área, mas nada foi encontrado.

— Como eles conseguiram não serem detectados? — Grim exige, batendo o punho na mesa.

— Eu pessoalmente revisei o servidor de registro. — Junius, o Comandante dos Sistemas de Defesa Planetária de Luda está rígido na frente dele. — Nossos escudos se desligaram por três minutos, por isso que o alarme não tocou imediatamente. A nave então entrou no fluxo de tráfego normal para entregas, somente quando se desviou para pousar que nos conscientizamos de sua presença.

— Quem? — Exigiu sombriamente.

— Senhor, no momento apenas tenho minhas suspeitas, não quero acusar falsamente um homem leal.

— Eles pousaram dentro de cinquenta quilômetros de minha Rainha e descendência, Junius e nós nem sabíamos disso! — Grim novamente bate o punho na mesa. — Eu quero um nome!

— Sim, Senhor. — Junius servia seu Rei há muitos anos e durante todo esse tempo, ele nunca o viu tão furioso. — Os escudos foram abaixados sobre a Região dos Andes. Baccuus estava de serviço quando desceram e Lorde Focke, governa essa região.

— Traga-o à Luanda. Vou interrogá-lo pessoalmente.

— Sim, Senhor.

— Alger, status dos intrusos?

— Eles ainda não foram localizados. — Grim demonstra seu desagrado.

— Eu quero que dupliquem os guardas nos muros!

— Sim, Senhor.

Grim nunca se sentiu tão ineficaz em toda sua vida! Nunca os intrusos chegaram à superfície do planeta sem ser detectados e agora, quando têm três fêmeas, se aproximam cinquenta quilômetros! Era inaceitável.

***

— Meu rei. — Ambos os homens se voltam quando um guarda fala. — A Rainha está pedindo para falar com você.

— Diga a ela que estou ocupado. — O guarda não se move.

— Meu Rei, ela espera na porta. — As duas jovens estão com ela, juntamente com Agee, Kirk e um macho que não conheço.

— Um macho! — Os olhos de Grim vão para Alger.

— Sim, meu Rei, ele chegou há pouco e foi escoltado pelo Guarda de Elite Kirk. — Ele não diz mais, apenas olha para Alger.

— Comandante, eu quero Baccuus aqui em uma hora e me encontre aqueles guerreiros!

— Sim, meu Rei. — Com uma reverência ele sai, apenas para se afastar para Rainha. Junius fica chocado quando ela sorri para ele antes de caminhar até o Rei, colocando os lábios contra os dele. Ela é seguida por duas fêmeas pequenas, elas também sorriem para ele. Ele ouviu rumores sobre elas, que são muito diferentes das fêmeas Tornianas, mas esperava que as histórias fossem exageradas, agora não tinha tanta certeza.

— Oi. — Lisa sorri para ele. — Espero não estar interrompendo. Temos uma surpresa para você. — Grim está prestes a dizer-lhe que ele não tem tempo quando Miki segura sua mão, seus pequenos olhos brilhando com tanta excitação que ele não pode decepcioná-la.

— Eu tenho apenas alguns minutos. — Ele responde hesitante.

— Isso servirá. — Lisa gira e os olhos de Grim vão para um macho jovem que ele não conhece. Ele está ladeado por Agee e Kirk e seguido por dois homens de Montfort carregando uma grande caixa.

— Ali. — Lisa aponta. — Obrigada, Trist. Obrigada, Shaw. Grim, este é Gahan. Ela apontou com a mão, indicando que ele deveria se juntar a eles. — Ele será meu Mestre de vidro. — Lisa o informa.

— Senhor. — Gahan faz uma reverência embaraçosa. — Minha Rainha, posso? — Ele gesticula para a caixa.

— Sim, sim, claro, nessa mesa. — Gahan acena com a cabeça e depois se dirige para a tarefa se abrir a caixa do Raptor.

Grim o observa de perto antes de olhar ao redor da sala, surpreso ao ver Junius ainda na entrada.

— Comandante Junius, não há algo que deveria fazer? — A pergunta de Grim é mortal, porém suave.

— Sim, senhor! — Rapidamente ele sai.

— Olá, Capitão Alger.

— Minha Rainha. — Ele faz uma leve referência, mas seus olhos nunca deixam Gahan.

— Gahan é um artista excepcional. Tenho muitos planos para ele.

— Artista? — Grim pergunta.

— Alguém que faz coisas bonitas e o que ele trouxe hoje é maravilhoso, é magnífico.

— Lisa... — Ele não tem tempo para suas coisas bonitas agora. Existe uma ameaça e ele precisa acabar com ela.

— Realmente é Grim. — Carly diz. — Quando mamãe viu, ela disse que você precisava tê-lo. — Grim se arrepende de suas duras palavras. Olhando para Gahan, ele encontra Agee e Kirk bloqueando sua visão. — Ele solta um baixo grunhido de desagrado.

— Pronto, minha Rainha. — Gahan anuncia afastando-se da mesa, com um aceno de Lisa, Agee e Kirk.

O que revela deixa Grim surpreso. É um Raptor no momento antes de atacar, as asas abertas, as garras estendidas, a boca soltando um grito de guerra silencioso. O corpo do pássaro é negro como a meia-noite, dando-lhe discrição, mas ainda pulsa com poder e movimento, enquanto os raios de luz atingem a sutileza das cores embutidas em suas asas. No entanto, os olhos são mais surpreendentes... são penetrantes, revelando o comprometimento do pássaro com sua tarefa e é uma crueldade para completá-lo. Ele nunca viu nada parecido.

— Você fez isso? — Grim pergunta, olhando para Gahan.

— Sim, Senhor.

— Gostou, Grim? — Miki hesitante toca sua mão, olhando para baixo ele vê a dúvida em seus olhos. — É um Raptor como você, como seus guerreiros. — Ela o informa.

— Eu posso ver isso, Miki e gosto muito.

— Mesmo? — Seu rosto floresce com alegria.

***

Lisa pode dizer que Grim está lutando com sua impaciência com a interrupção. Obviamente, ele estava no meio de algo importante quando chegaram.

— Meninas, acho que Cook está esperando por vocês. — Ela lembra-lhes que Cook prometeu fazer com que elas fizessem a versão de Luda dos cookies hoje. — Trist e Shaw vão levá-las.

— Ok, mamãe. — Tchau, Grim. — Ambas lhe dão beijos e depois caminham para porta.

— Leve Kirk com vocês! — Grim diz fazendo Lisa levantar uma sobrancelha antes de se voltar para Gahan.

— Gahan, se puder me aguardar no corredor, estarei lá em alguns minutos, e podemos finalizar os planos.

— Sim, minha Rainha. — Grim percebe que a reverência que ele faz a Lisa é muito mais relaxada do que aquele que lhe foi dada. — Meu Rei. — Virando, ele sai. Lisa aguarda até a porta fechar antes de voltar para Grim.

— Eu não ficarei muito tempo. Posso dizer que você está ocupado. Apenas queria discutir com você os meus planos para os medalhões da Guarda.

— Medalhões?

— Sim, para designar que são membros da Guarda de Elite. Você me disse para pensar sobre isso e o fiz.

— Tenho certeza de que o que você decidir ficará bem.

— Eu quero sua contribuição. — Ela lhe entrega os desenhos. — Eu também quero atualizar o de sua Guarda.

— Lisa... — O toque de seu comunicador faz Grim se mover para a mesa.

— Sim. — Ele exige.

— Senhor, Baccuus está ausente.

— Eu quero que o encontre, Comandante. Agora!

— Sim, Senhor. — Grim passa uma mão frustrada através de seus cabelos, virando-se para abordar Alger, ele vê Lisa ainda lá.

— Eu não tenho tempo para isso, Lisa. — Ele diz com impaciência.

— Apenas mais alguns minutos, por favor, veja os desenhos. Estes dois seriam para minha Guarda e esses dois para a sua. — Grim se obriga a olhar para os papéis enrugados que ela tira cuidadosamente de suas mãos. Parecem ser o medalhão atual com algumas mudanças insignificantes.

— Por que dois? — Ele se obriga a perguntar.

— Um para o dia-a-dia. — Ela aponta. — E um para o uniforme de corte. —Ela indica os outros. — Os medalhões, embora diferentes, indicam que ambos os Guardas são da mesma Casa, a Casa de Luanda.

— Sua Guarda não precisará de uniforme de corte. — Grim joga os papéis na mesa.

— É claro que sim, por quaisquer funções que precisaremos assistir com o Rei e Rainha de Luda.

— Você não participará de tais funções. Faça um para sua Guarda se isso lhe agrada, minha Guarda não irá querê-lo.

— Grim... — Seu comunicador toca novamente.

— Eu não tenho tempo para isso, Lisa! Faça o que você fez desde que chegou, não faz diferença para mim ou para meus guerreiros. — Grim responde seu comunicador.

Alger observa o corpo da Rainha ficar completamente imóvel antes de se virar lentamente. Ele fica chocado com a palidez dela, seus olhos feridos, seus lábios tremendo.

Percebendo que ela viu seu olhar, Lisa fica rígida, seu rosto se tornando uma máscara sem emoção. Dando-lhe um sinal de cabeça quase discernível, ela sai da sala. Agee tem um olhar furioso enquanto a segue.

Alger olha de volta para o Rei, ainda no comunicador e se pergunta se ele percebe o mal que causou. Curioso, ele olha para os desenhos sobre os quais ouviu sussurros de toda a manhã. Sussurros sobre a grande honra que a Rainha deseja dar, não apenas à sua Guarda, mas também a Guarda do Rei.

Terminando a conversa, Grim volta, encontrando seu Capitão sozinho e franzindo a testa para os desenhos que ela deixou.

— Ainda não há sinais dos guerreiros.

— Eles serão encontrados, Senhor. — Grim não tem certeza do que vê nos olhos de seu Capitão quando finalmente o olha.

— O que é Alger?

— Eu fui o Capitão de sua Guarda desde que você se tornou Rei e antes disso eu servi seu tio.

— Eu sei disso, Argel. — Grim franze o cenho para ele.

— Em todo esse tempo, tive a honra de servir uma Casa tão nobre. A força de caráter que você mostrou desde que foi ferido é algo que todo guerreiro aqui também aspira. Mas agora...

— Agora? — Grim não tenta esconder sua confusão. O que poderia fazer com que seu amigo mais confiável questionasse sua escolha de atendê-lo? — Diga, Alger! — Ele exige.

— Agora me pergunto se você realmente entende seus guerreiros.

— Por que diz isso?

— Por causa disso. — Ele segura o desenho de Lisa de seu símbolo.

— O que tem isso? — Grim pergunta. — Não é nada além de um medalhão colorido.

— É mais do que isso. — Alger o informa em tom baixo. — Pelo menos para seus guerreiros. Você sabia que ela pediu a opinião de Agee? — Ele vê que o Rei não sabe. — Ela temia que eles ficassem envergonhados de usá-lo, usar seu símbolo, sem sequer entender o que está oferecendo.

— O que ela está oferecendo a Alger? — Grim rosna.

— Um símbolo de seu valor, meu Rei. — Alger grunhe sem se sentir intimidado. — Para todos verem. Já olhou para isto? — Ele balança o desenho. — Os olhos serão feitos de charoite, dois em cada medalhão! Charoite que ela está pagando. — Grim franze o cenho, pegando um desenho. — Ela também quer colocá-los no medalhão da Guarda do Rei, então todos saberão o quanto são valorizados, que eles importam. Você de todas as pessoas deveria entender isso, meu Rei. — Ele vê que ele chocou Grim.

— Você realmente não entende o que ela significa para seu povo, o que faz por eles. — Alger deixa a formalidade e fala com Grim como o amigo que ele é. — Você trouxe esta mulher para Luanda para manter sua posição, mas isso não foi o que aconteceu Grim. Ela o elevou e não por sua descendência de fêmeas. — Alger caminha até o Raptor.

— Olhe para isso. — Ele o olhou e viu a verdade. — Ela viu você. Viu seu valor. Você é o Raptor Grim, você protege Luda, mas ela... faz valer a pena proteger, valer a pena morrer por isso. Ela é a beleza de Luda, porque faz cada pessoa acreditar que são eles. Ela reconhece um esforço, agradece a menor ação. Ela elevou a metade de sua casa a um nível de poder, talvez apenas como uma pessoa, mas ainda... — Alger balança a cabeça sentindo como se ele estivesse falando sobre um antigo.

— Todos sabem que ela é sua. Que ela tem sua prole. Pegou tudo o que lhe foi dado e colocou para todos verem e apreciar. Ontem, ela escolheu um fabricante de vidro comum, de origens questionáveis e fez dele o Mestre de vidro da Rainha, dando-lhe os meios para abrir sua própria loja. Ela não é Torniana, mas eu digo-lhe isso, não há um dos seus guerreiros que não morreria de bom grado para protegê-la, ela é deles, tanto quanto sua.

— Eles ouviram sobre isso? — Grim pergunta em voz baixa, olhando dos desenhos para o amigo. — Eles querem isso?

— Sim e agora sabem que não o terão.

— Sobre o que você está falando, eu disse a ela para prosseguir. — Ele exige.

— Você disse a ela para fazer o que quisesse, porque não importava. Para você ou seus guerreiros. Que não há motivo para que sua Guarda tenha um medalhão de corte, porque não era digna de atender aos deveres de uma Rainha.

— Eu não disse isso. — Grim responde.

— Foi o que deu a entender com sua impaciência. Foi o que ela ouviu. O que eu ouvi. Você a fez sua Rainha, mas negou tudo o que isso implica. Você a trata como o faria com nossas mulheres e espera que ela se sinta digna? Vi a ferida que infligiu antes de partir.

Grim move-se para seguir Lisa, fazendo uma pausa quando seu comunicador soa, com os olhos ainda na porta ele atende ao seu dever.

***

Lisa está entorpecida quando sai da sala. Grim não quis dizer isso de verdade... quis? Que nada do que ela fez desde que chegou foi importante. Todo o trabalho que ela e seus guerreiros fizeram para fazer do Castelo Luanda uma casa, um lugar para orgulhar-se, foi permitido apenas para mantê-la ocupada... para agradá-la. Que ela não importava, não para ele, não como pensava, não da maneira que queria.

Na noite anterior eles conversaram, realmente conversaram e pensou que finalmente se entendiam, se aproximavam, mas estava errada. E de repente, o cansaço com o qual acordou retorna com uma vingança. Olhando para cima, ela vê o rosto esperançoso de Gahan e força um sorriso. Ela não irá destruir esse talentoso jovem, não se importa a opinião de Grim. Ele disse a ela para fazer o que desejava e assim o faria.

— Minha Rainha? — Gahan pergunta.

— O Rei diz que você deve fazer os medalhões Gahan e eu quero eles o mais rápido possível. — Ela o informa.

— Sim, minha Rainha! — Seu sorriso é mais brilhante que o sol de Luda. — E os desenhos? — Lisa percebe que os deixou onde Grim os jogou, ela não voltará para buscá-los.

— O Rei deseja mantê-los. — Agee mal esconde sua surpresa pela mentira da Rainha. — Você precisa deles?

— Não minha Rainha e lembro-me do que você quer.

— Bom, então pode começar hoje?

— Sim, minha Rainha.

— Agee, pode orientar Gahan? — Ela olha para seu Capitão, ignorando sua preocupação. — Eu estarei na ala real.

***

Nuvens de tempestade escurecem o céu da tarde, bloqueando a luz e o calor do sol de Luda, refletindo perfeitamente o humor de Lisa. Voltando à ala real, ela ainda tem seus pensamentos tumultuados. Por que Grim falou com ela assim? Como se ela fosse alguém irritante. Proclamou-lhe Rainha e pelos textos que ela leu, era o mesmo como na Terra, mas Grim não queria que ela atendesse seus deveres. Por quê? Porque ela não era de Tornian?

Na noite anterior, pensou que eles estivessem se aproximando. Aparentemente, Grim apenas queria agradá-la. Dizendo o que queria ouvir para mantê-la com ele.

— Mamãe! — Ouvindo a voz de Carly, ela se vira para ver sua filha carregando uma forma com o que parece com biscoitos.

— Ei bebês, o que vocês têm? — Ela afasta seus pensamentos sombrios.

— Cookies mamãe! — Miki diz com entusiasmo enquanto ela corre com sua irmã. — Eles são tão bons.

— E quantos você já comeu, garota? — Lisa não pode deixar de sorrir.

— Somente algumas mamães. — Cook não nos deixou comer muitos, algo sobre não comer o jantar.

— Cook está certo. Agora, deixe-me experimentar. — Enquanto as meninas riam, Lisa mordeu um e seus olhos se enchem de lágrimas.

— Mamãe? — Carly olha para ela e o tremor em sua pequena voz aperta seu coração.

— Está tudo bem, bebê. — Lisa finalmente diz, depois de engolir. Ficando de joelhos, ela as aproxima. — Estes são tão bons que me fizeram pensar em casa.

— Eu sinto falta de casa às vezes também, mamãe. — Carly sussurra e um som atrás deles faz Lisa se virar para ver Kirk parado na entrada.

— Obrigado por trazer as garotas de volta Kirk, ficarei com elas agora. — Ela sorri para ele, mas não alcança seus olhos, não o tranquiliza, ele ouviu o que ela disse. Ela não considerava ali sua casa.

— Sim, minha Rainha. — Afastando-se, franze a testa. Ele era um dos primeiros Guardiões a servir uma Rainha em quase quinhentos anos. Ela encheu Luanda com luz, orgulho e com as risadas de sua prole. Tratava todos os machos como se fossem especiais, algo que nenhum deles já experimentou antes, ao mesmo tempo em que deixa todos saberem que Grim é o único macho que ela quer. Ela era sua Rainha e ele não apenas queria que ela ficasse, ele a queria feliz. Precisa conversar com Agee.

***

— Eu sinto falta de casa, às vezes, também, bebê, mas tudo o que é importante está aqui em Luda, não é? — Lisa volta sua atenção para suas garotas. — Vocês duas estão aqui e isso é importante para mim.

— E Grim, mamãe. — Miki a lembra. — Você não pode esquecer Grim.

— E Grim. — Lisa força, as garotas não percebem a tensão em sua voz.

— Então, por que você está chorando mamãe? — Miki pergunta.

— Eu não estou chorando bebê, acho que estou muito cansada. Ficamos realmente ocupadas ultimamente, verdade?

— Tivemos muitas mudanças, mamãe. — Carly concorda.

— Vamos, vamos sentar. Movendo-se para o sofá, elas se aconchegam. — Eu sei que as coisas começaram um pouco difíceis, mas estamos transformando o lugar em uma casa, não estamos? Basta olhar para este quarto. — Elas observam a sala que ajudaram a criar.

— Nós fizemos um bom trabalho, mamãe. — Carly informa. — É maior que o nosso antigo quarto. — Miki concorda com a cabeça. — E o pátio é maior também, mas não há mais ninguém com quem brincar.

— Acho que tem razão. — Lisa franze o cenho imaginando como ela pode lidar com isso. — Vou falar com Montfort e ver se não podemos arrumar um momento para vocês brincarem com os filhos dos outros, tudo bem? — E de repente, uma explosão alta agita as janelas, seguido de um brilhante flash de luz, fazendo com que todos pulassem. As garotas gritam e antes que Lisa possa acalmá-las, os guardas entram na sala com armas levantadas.

— Minha Rainha! — Dyer dirige-se a ela, seus olhos percorrem o lugar procurando a ameaça.

— O que foi esse barulho, Dyer?

— Barulho, minha Rainha? E de repente, ele entende e relaxa levemente. — É apenas uma tempestade minha Rainha, ruim, mas nada a temer, não dentro de Luanda. — Ele espera para ver se ela entende.

— Tempestade... uma tempestade. — Lisa ergue-se para olhar pela janela. Ao ver a chuva cair e os relâmpagos, ela volta para as meninas. — É apenas uma tempestade garotas. — Ela olha de volta para os guardas, vendo que ainda têm suas armas levantadas. — Estamos bem, não há ameaça. Simplesmente nos surpreendeu. Obrigada por responder tão rapidamente. — Com um aceno de cabeça, os guardas saem e ela volta para as meninas.

— O que dizem de pegarmos um monte de travesseiros, jogarmos no chão, comermos biscoitos e observamos a tempestade?

— Sim! — Elas concordam prontamente, apressando-se para pegar o que precisam.


CAPÍTULO DEZ


É assim que Grim as encontra, horas depois, amontoadas juntas sob os cobertores e travesseiros, dormindo. Ele olha as formas adormecidas, assegurando-se que estão ilesas. Ele foi notificado do susto com a tempestade e odiou que não estivesse lá para tranquilizá-las. Luda ainda era novo para elas e não pensou em uma tempestade incomodando-as, assim como não pensou em suas palavras impacientes machucando Lisa. Mais uma vez, estava mais preocupado em proteger do que com quem estava protegendo. Alguma vez conseguiria fazer as coisas direito?

As palavras de Alger o assombravam. Ele fez sua Lisa acreditar que não importava para ele? Que ela não era digna? Isso era inaceitável. Ela era a única coisa com a qual se importava, ela e suas filhas. Ele desistiria de tudo, tudo no universo, apenas por elas.

Deixando seu olhar acariciar seu rosto e franziu o cenho para a escuridão sob seus olhos, olhos que lentamente se abriram. O calor os enche até ela acordar completamente, então o calor desapareceu e ela olha para as meninas.

— Lisa... — Um trovão o impediu de dizer mais à medida que as meninas acordavam com gritos.

— Shhhh. — Lisa puxa-as para perto enquanto Grim senta no chão. — Shhhh, é apenas um trovão. Lembram-se? Está bem, acordem. — Ela tenta distraí-las.

— Grim! — Miki o vê por cima do ombro e se joga em seus braços. — Faça com que pare, Grim. — Ela implora.

Puxando seu corpo trêmulo perto, Grim não quer nada além de poder conceder seu pedido. — Acabará em breve Miki. Você está a salvo aqui em Luanda. Não pode machucá-la.

— Promete? — Olhos cheios de lágrimas olham para o dele.

— Eu prometo. É apenas um barulho alto. — Ele a coloca mais firmemente em seus braços e vê Carly ouvindo e olhando. — Dizem que o som que você ouve é causado pelas asas do Grande Raptor enquanto ele voa, protegendo tudo. Os flashes de luz são seus olhos afastando toda escuridão. O Grande Raptor destrói tudo o que causa danos ao que é dele, então ele envia a chuva para lavá-los. Às vezes, a batalha é longa e brutal, como esta noite, mas é apenas o Raptor que protege seu povo. — Grim olha entre as duas jovens. — Então não tem nada a temer. Precisam apenas ficar em Luanda para que não distraia o Grande Raptor de sua tarefa.

— Ele pode nos ver? — Miki olha de Grim para janela, de volta para ele, seus olhos arregalados.

— Claro, você lhe pertence, ele protege o que é dele. Sempre cuidará de vocês. — Grim olha para Lisa, para ver se ela entende o que está tentando dizer. — Todas vocês. Mas ele também precisa que o ajudem.

— Nós? — Carly pergunta com os olhos arregalados.

— Vocês. Para que o Grande Raptor possa proteger a terra, ele precisa que vocês fiquem dentro enquanto luta contra a escuridão. É o único caminho.

— Uau... — Miki sussurra. — Nós podemos fazer isso. Não podemos, Carly? — Ela olha para sua irmã.

— Sim. Nós podemos ajudar o Grande Raptor.

— Isso é bom, pequenas. Porque ele quer vocês seguras em Luanda em momentos como estes. Então se lembrarão de ficar dentro quando a tempestade chegar?

— Sim Grim. — Elas respondem e com o próximo flash de luz se levantam e vão até a janela tentando vislumbrar o Grande Raptor.

Ficando de pé, Grim levanta a mão para Lisa e espera, os olhos dela estão cheios de confusão e dor, fazendo com que ele se pergunte se ela aceitará sua mão. Lentamente, ela coloca a mão na dele, permitindo que a puxe, mas enquanto ele tenta puxá-la para perto ela fica rígida. — Lisa... — Ele murmura.

— Senhor. — A voz de Montfort o interrompe.

— Sim, Montfort, o que é? — Grim tenta controlar sua impaciência, é o que o tem nesta situação, em primeiro lugar.

— A última refeição está preparada para o Senhor.

— Obrigada Montfort. — Lisa responde, afastando-se de Grim. — Hora de comer meninas. — Virando ela saiu e vai para a Câmara de Grim, onde fazem todas as refeições da noite juntos, como uma família.

Grim observa Lisa durante a refeição, ela está tão atenta às garotas como sempre, mas há tristeza também. O brilho que seus olhos sempre tinham quando o olhava desapareceu, substituído por uma fria distância.

— Tudo bem meninas. — Lisa diz quando elas terminaram. — Vamos para o quarto, vocês precisam se preparar para a cama.

— Oh, mamãe...

— Meninas... — Grim avisa, concordando com Lisa.

— Sim, Grim. Sim, mamãe. — Elas rapidamente se levantam para obedecer. Grim impede Lisa de reunir os pratos.

— Lisa... —Ele apenas começa para ser interrompido desta vez pelo toque de seu comunicador.

— O que foi? — Ele exige.

— Senhor, Baccuus foi capturado. Ele estará aqui em cinco minutos. — Junius informa-o.

— Eu estarei lá em breve. — Grim responde.

— Quem é Baccuus? — Lisa pergunta.

— Ninguém com quem você precisa se preocupar. — Ele responde e logo se arrepende de suas palavras. — Lisa...

— Você precisa ir e eu preciso cuidar das garotas, boa noite. — Pela segunda vez naquele dia, Grim sabe que a machucou.

***

Lisa limpa a lágrima de sua bochecha enquanto observa seus bebês dormirem. Elas são tão bonitas, tão inocentes. Como sobreviverão neste lugar? Não importa o que, Grim irá protegê-las, ela sabe disso. Sua honra não o deixaria fazer menos. O que ela entendia, mas o restante...

Fechando a porta silenciosamente, ela caminha para a Câmara Real, sufocando um bocejo. Como podia estar cansada? Nunca dormiu durante a tarde. E se o fizesse, sabia que não dormiria bem à noite. Bem, exceto quando estava grávida de Miki, se corrigiu, então ela estava cansada o tempo todo... quando ela estava... Lisa precisava se sentar.

Era possível? Poderia estar grávida? Franzindo o cenho, faz as contas, já fazia mais de um mês que deixaram a Terra e durante todo esse tempo, ela não teve seu ciclo, mas isso poderia ser por causa de tudo o que passaram. Sim, então estava cansada, mas isso não significava necessariamente que estava grávida. Ela ficou muito doente com Miki.

Não com Carly, sua voz interior a lembra, nem um dia. Levantando-se, a mente de Lisa aceita o que seu coração sabe que é verdade e lentamente coloca uma mão protetora sobre o estômago. Estava grávida, grávida do filho de Grim. Inclinando a cabeça nas mãos, ela chora.

***

A manhã amanhece cinza e triste refletindo perfeitamente o humor de Lisa. Grim não retornou na noite anterior e as meninas estavam perguntando por ele.

— Eu não sei, meninas. Tenho certeza de que ele gostaria de estar com vocês. Agora comam. — À medida que a manhã avançava, o tempo não melhorava, deixando as três ansiosas.

— Miki isso é meu! — Carly agarra algo colorido da mão de Miki, colocando-o ao lado dela.

— Mas você não está usando! — Miki argumenta de volta.

— Não importa, é meu e você não pode ter!

— Mamãe! — Miki grita.

— Basta meninas! — Lisa está no limite. Ela sabe que as meninas estão agitadas, as não consegue lidar com isso agora, suas emoções estão uma bagunça. Elas precisam sair.

— Vamos meninas, vamos sair daqui.

— Mas mamãe, está chovendo.

— Eu não disse fora, eu disse fora daqui. Vamos ver o que está acontecendo na cozinha.

— Sim!

Ion e Nairn seguem a família real para cozinha. A maioria dos guerreiros evita o guerreiro Tagma, também conhecido como Cook. Ele é um guerreiro de mal gênio que se recusa a interromper sua rotina, de modo que ambos ficam chocados com sua resposta à chegada das fêmeas.

— Pequenas! — Ele as cumprimenta com entusiasmo. — Vieram me ajudar novamente hoje?

— Nós podemos? — Carly implora excitada.

— É claro. — Endireitando ele fica rígido quando vê Lisa. — Minha Rainha. — Ele diz formalmente.

— Olá Tagma. Estamos um pouco agitadas hoje e pensamos que poderíamos visitá-lo.

— É claro, minha Rainha, você é sempre bem-vinda. — No entanto, Lisa pode dizer que sua presença o deixa desconfortável. Suspirando, olha ao redor da cozinha, vendo todos os machos desconfortáveis. Isso nunca funcionará.

— Você se importaria se as meninas ficassem, Tagma? Elas sempre gostaram de ajudar na cozinha em casa.

— Majestade? — Tagma vê a nostalgia em seus olhos enquanto ela olha ao redor. — Você e as pequenas... cozinhavam juntas?

— Sim, algumas vezes. — Lisa lhe dá um sorriso triste. — Era algo que gostávamos de fazer juntas.

— Você gostaria de ajudar? — Tagma se obriga a perguntar, sem perceber que Lisa consegue ouvir a relutância.

— Não Tagma. — Ela balança a cabeça. — Este é o seu espaço e para ser honesta, enquanto aprecio tudo o que já fez, não é nada como se estivéssemos em casa. Eu seria mais um obstáculo do que uma ajuda.

— Tenho certeza de que não seria verdade, Majestade. — Ele imediatamente nega.

— Eu tenho certeza. — Ela encontra seus olhos e ele não entende a tristeza que vê ali. — E se tem certeza de que as meninas não atrapalharão...

— Nunca Majestade, eles são uma alegria. — Lisa acena com a cabeça antes de virar para Ion.

— Deixarei apenas um guerreiro com elas. — Uma vez que ele chega, Lisa deixa as garotas com uma ordem final.

— E se elas se tornarem um problema, Tagma, diga a Risley para leva-las de volta a ala real. — Lisa olha para suas filhas. — Entenderam, meninas?

— Sim, mamãe. — Elas respondem

***

Ion e Nairn seguem atrás da Rainha enquanto ela vagamente anda pelos salões de Luanda. Ela para ocasionalmente, movendo algum item levemente ou olhando um retrato pendurado na parede. Seu absoluto silêncio diz que sua Rainha, que gostava de compartilhar seus pensamentos com eles, para ter suas opiniões, não o fará hoje.

Lisa, inconsciente da preocupação de sua Guarda, entra em uma de suas salas favoritas em Luanda. Ali as janelas abrigam os raios de sol da manhã permitindo que se reflitam na parede em frente fazendo tudo ao redor brilhar. Foi a primeira sala na qual pensou para colocar os coletores de sol de Dagan.

— Majestade! — Lisa salta. Ela não percebeu que havia alguém na sala.

— Cherny. — Lisa acena com a cabeça para o homem que era o encarregado desta sala.

— Eu não sabia que desejava usar a sala, Majestade ou eu teria certeza de que estivesse tudo em ordem. — Cherny não pode acreditar que isso aconteceu. Ele recebeu a honra de se certificar que a sala fosse mantida nos padrões da Rainha e o dia em que ele se atrasa, é o dia que ela aparece.

Lisa ouve a angústia na voz de Cherny e olha ao redor da sala. — Não vejo nada fora de ordem, Cherny. Na verdade, a sala está linda. Espero que em breve possa adicionar à sua beleza os coletores de sol feitos por Dagan.

— Majestade, captadores de sol?

— Sim, lindos pedaços de... — Lisa descobre que não pode continuar, pois os coletores de sol são outras coisas que não fariam diferença para Grim. — Sinto muito, Cherny. Não tive a intenção de interferir em seu trabalho maravilhoso. — Dando ao macho chocado um leve aceno de cabeça, ela rapidamente sai da sala.

Ion olha para Nairn confuso com o comentário da Rainha. Por que ela diria tal coisa? Era a Rainha de Luda. Esta era sua casa, mas não podiam ignorar a dor que ouviram em sua voz.

— Majestade. — Ion finalmente fala, observando-a tocar algo, apenas para se afastar como se não fosse permitido. — Luanda é sua casa, outras vieram, mas nunca como você.

Lisa gira enquanto fala e ele fica chocado e consternado ao ver seus olhos se encherem de lágrimas, uma escapando antes que ela rapidamente a afasta.

— Acho que voltarei para a ala real. — É sua única resposta e logo se afasta.

***

Grim olha para o corpo machucado e sangrento de Baccuus sem remorso. Este homem permitiu que intrusos entrassem em seu planeta. Este homem comprometeu a segurança de Luda. Eles o interrogaram por horas e Grim finalmente ficou satisfeito por ter recuperado todas as informações que ele possuía.

Ele precisa informar Wray sobre o que descobriu, que esse ataque foi instigado por alguém em Tornian. Baccuus não sabia quem, apenas que a seu pai foi prometido um grande negócio para a nave entrar em Luda sem ser detectada. Por sua vez, seu pai prometeu a Baccuus que seria colocado em posição no poder na província dos Andes, elevando-o.

Ele não sabia quem estava no transporte ou o que faziam ali, apenas que sinalizariam quando ele deveria permitir que o transporte de atravessasse os escudos novamente.

— Traga Lorde Focke para Luanda imediatamente. — Grim ordena passando por Baccuus.

— Sim, Senhor. — Alger responde.

— Estarei em minha câmara, avise-me quando ele estiver aqui.

— Sim, Senhor.

***

Lisa olha para os muros que guardam Luanda, perguntando se poderia sair. Grim a protege muito agora. Como ficaria uma vez que soubesse que estava grávida? Suspirando, seu dedo segue o caminho de uma gota de chuva. Este deveria ser um momento tão feliz. Uma nova vida foi criada. Em vez disso, ela está sozinha no nível feminino contemplando suas escolhas.

Ela tinha alguma? Fez promessas a Grim, mas ainda assim... poderia ficar com ele sabendo que também significava tão pouco? Quais eram suas opções? Ir para Tornian e ser forçada a se unir a outro homem? Um que poderia ser como Luuken? Pelo menos ali, as meninas estavam felizes e Grim parecia se preocupar com elas e com o bebê? Ela tinha suas meninas, mas Grim nunca permitiria que seu próprio filho fosse tirado dele. Ela poderia se afastar? Nunca!

Então, onde isso a deixava? Deixa ali... em Luda. Olhando ao redor da sala vazia, Lisa se pergunta se foi muito apressada em limpá-la. Tinha tanta certeza de que poderiam fazer isso funcionar. Agora... agora não tinha certeza de que poderia dormir com Grim... não depois do dia anterior... e fazer sexo... como fazer sexo com alguém que ama... quando ele não o ama?

Lisa sente seus olhos se encherem de lágrimas com o pensamento. Ela amava Grim. Sim. Sabia com certeza, assim como sabia que amou Mark. Grim não a amava... ele precisa dela, mas não a amava.

Infelizmente, não podia culpá-lo. Ela foi a única a expressar seus sentimentos. Foi ela quem sugeriu sexo de fazer as pazes e foi a única a deixar suas emoções saírem. Tudo o que Grim queria era se unir a uma fêmea, qualquer fêmea e ter filhos. Ele não precisava amá-la para fazer isso.

Ela precisa concordar com isso. Não teria seu: felizes para sempre nesta história, não para ela, mas poderia haver para suas meninas, se jogasse pelas regras de Grim. Poderia fazer isso? Poderia voltar atrás? Dormir com Grim, unir-se a ele e não o deixar destruí-la lentamente? Ela também tinha... suas meninas e este bebê dependendo dela.

***

Grim acena com a cabeça para os guardas do lado de fora da ala real, movendo-se para a escada, ele encontra Ion e Nairn na parte inferior.

— Minha família está no andar de cima? — Ele pergunta.

— Apenas a Rainha, Senhor. — Ion responde, mantendo seus olhos à frente. — As meninas estão com Cook.

— Eles têm sua guarda? — Grim pergunta.

— É claro, Senhor. — Ao seu tom, Grim olha confuso para Ion.

— Aconteceu algo do qual não estou ciente, Ion?

Ion finalmente olha seu Rei nos olhos.

— Não, Senhor. — Dando-lhe um último olhar, Grim acena com a cabeça e depois vai encontrar Lisa.

***

Os passos impacientes levam Grim através da sala de estar vazia para sua Rainha. Ele precisa vê-la, tocá-la, falar com ela. Precisa fazê-la entender que não teve a intenção de machucá-la. Ela contou-lhe como ficou ferida com Mark e ele não queria que ela pensasse que ele faria isso. Era diferente.

Entrando em sua câmara, ele está olhando rapidamente pelo lugar, mas não a encontra. Uma busca rápida na sala de limpeza disse que estava vazia. Onde ela está? Ion disse que ela estava ali, mas ele agiu de modo estranho. Quando avança para chamar a Guarda, ele percebe que a porta para o nível feminino está aberta, a luz vagamente brilhando. Porque ela estaria lá em cima? Não pertencia ali. Rapidamente subiu a escada.

***

— Lisa... — Ao ver seu sobressalto, ele percebe que a assustou.

— Grim. O que você está fazendo aqui? — Ela pergunta com voz rouca.

— Estava procurando por você. — Caminhando até ela, seus olhos rapidamente percorrem o espaço vazio. — Porque está aqui?

— Eu precisava pensar e este pareceu o lugar lógico.

— Pensar... — Ele para logo atrás dela. — Sobre o que?

— Nós. — Grim fica tenso com sua resposta.

— Nós? — Ele pergunta, seu coração acelerado. O que ela precisava pensar? Pertencia a ele. E ele pertencia a ela.

Lisa olhou para ele, sabendo que o aborreceu com sua resposta. Seu coração se partiu um pouco quando percebeu que não gostava de Grim chateado. Queria vê-lo feliz, vê-lo sorrir. Queria dar-lhe o amor que foi negado toda sua vida. Suspirando forte, ela volta para janela, aparentemente suas decisões foram tomadas. Ela ficará com Grim, fazendo o que prometeu e encontraria uma maneira de sobreviver como sua fêmea.

— O que tem nós, Lisa? — Agarrando seus braços, ele lhe agita levemente. Ela se afasta dele ferida, mas não tanto como a expressão em seus olhos. Estão cheios de uma aceitação dolorosa. Aceitação de que? — O que devo fazer para agradá-la, minha Lisa... — Virando-a, gentilmente ele levanta seu rosto para ele. — Diga-me... — Ele sussurra.

— Não é nada com o que precisa se preocupar, Grim. Eu cheguei a um acordo sobre isso. — Ela coloca uma mão reconfortante em seu rosto.

— Não é nada? — Isso o irritou. Ele olha para os olhos que ama e vê uma tristeza profunda neles, uma tristeza colocada por suas palavras irrefutáveis, palavras que ela acabou de devolver. Alger estava certo. Ele causou grandes danos a quem nunca deveria ferir. — É por causa de ontem, por causa do que eu disse? — Ele pode dizer que está certo.

— Não importa. — Quando ela se afasta, ele a puxa.

— Isso importa minha Lisa. Qualquer coisa que coloca este olhar em seus olhos é importante. Você é tudo que importa para mim. Não sabe disso? É minha Rainha.

— Não... eu sou sua fêmea. — Ela o corrige e vê os olhos arregalados em choque.

— Por que diz isso... você quer me deixar?

— Não. Eu lhe dei minha promessa Grim, meu voto, de me unir a você e apenas você. Quis dizer isso e vou manter, mas isso não me faz sua Rainha.

— É claro que você é minha Rainha!

— Não. — Ela olha para ele com os olhos firmes. — Uma Rainha fica ao seu lado, Grim. Ela é sua igual, sua amante, sua confidente e sua amiga. Ela tem um poder único e deveres para desempenhar, deveres que importam. Ela é todas essas coisas Grim... mas não é isso que você quer. — A tristeza entra em seu olhar. — Eu sempre serei a fêmea que tem sua prole.

Grim a olhou horrorizado. Foi isso que ele a fez pensar? Que apenas importava para ele por causa de sua prole. Ele abre a boca para falar, mas não encontra as palavras com o nó súbito em sua garganta.

— Está tudo bem, Grim. — Ele observa a tristeza desaparecer para ser substituída por algo muito pior... aceitação.

— Não está bem! — Grim quer gritar de raiva, mas está tremendo. Como ela pode pensar isso e acreditar, por causa do que ele disse? Que ela se achasse indigna de ser sua Rainha... puxando-a para seus braços ele enterra o rosto em seu pescoço, respirando seu aroma, seu calor, buscando conforto até encontrar as palavras.

— Está tudo bem, Grim. — Ela sussurra, abraçando-o. — Eu entendo agora e as coisas serão melhores. Eu prometo. — Ela tenta tranquiliza-lo, mas quando seus olhos se fixam nos dela, vê ali a devastação. — Grim...

— Você acha que eu a usaria assim? Que eu penso em você como nada mais que uma reprodutora? — Raiva lentamente aparece em seus olhos e voz. — Você! Quem rasgou meu universo com sua verdade, com sua lealdade, com seu amor! Você me mostrou que eu importava, que era digno, mas acha que penso que não é? Não para mim? Não para meus guerreiros?

— Mas você disse... — Grim a silencia com um beijo duro.

— Eu estava errado no que disse minha Lisa, em como disse aquilo. Estava com raiva e impaciente e você estava lá. Sinto muito... lamento tanto, minha Lisa. — Lisa olha seus turbulentos olhos cinzentos tentando ver a verdade. — Diga-me, minha Lisa. Diga a verdade. Você disse que parte do amor é ser indulgente quando se tem um dia ruim. Isso era uma mentira?

— Era verdade. — Ela sussurra, perguntando se poderia acreditar, poderia confiar mais uma vez.

— Então me perdoe minha Lisa. Eu te imploro. Eu te amo, sem você minha vida é como este quarto... vazio... e ontem... ontem foi um dia muito ruim.

As lágrimas fluem pelo seu rosto. Ela quer responder, mas descobre que não pode, em vez disso balança a cabeça e enterra seu rosto em seu pescoço soluçando, liberando toda a dor do último dia.

***

Grim olhou fixamente para o fogo, segurando Lisa, relembrando o último dia em sua mente. Passou de maravilhoso a terrível em questão de horas. Lisa disse-lhe o que queria dele. Poderia dar isso a ela? Poderia deixá-la ser todas essas coisas? Um amante era fácil, mas os outros? E se ela fosse sua confidente, isso significaria que conheceria suas falhas, seus erros. Nenhum homem faz isso com a sua fê... Grim franze a testa. Ele iria chama-la de fêmea. Algo que ele disse a ela que não era. Então, o que era? Poderia deixá-la ser a Rainha que queria ser? Olhando para baixo, ficou surpreso ao encontrá-la observando.

— O que você decidiu? — Ela pergunta suavemente sem censura em sua voz.

— Você me conhece bem, minha Lisa.

— Eu sei que é um homem forte e honrado que se preocupa não apenas comigo e as meninas, mas com seus guerreiros e povo. Você me quer como sua Rainha, mas quer me esconder, protegendo-me de todos os danos, mas não pode fazer isso, não pode ter amor e em nenhum momento dor. Não pode ser feliz e não ter tristeza. É chamado de vida, você precisa viver. O bom e o mal, Grim.

— Não consigo suportar a ideia de você ser ferida minha Lisa. — Ele admite.

— A única maneira de poder evitar é me trancando e isso doerá mais. É uma das coisas que Mark fez. Com suas decisões. Ele pensou que doeria menos, que estava me protegendo, mas doeu muito mais perceber que ele não confiava em mim para tomar decisões importantes.

A dor que ele vê nos olhos de Lisa diz a Grim que essas decisões, tomadas há tanto tempo, ainda a machucavam. O que Mark fez que foi tão errado?

— Como ele não a protegeu, minha Lisa? — Ele acha que ela não responderá, enquanto ela olha para o fogo.

— Ele assinou um DNR e não me disse. Nem perguntou. — Ela sussurra, sua voz cheia de dor da lembrança.

— DNR...

— DNR. Ordem de não ressuscitação. É uma ordem para seus cuidados médicos. Isso significava que, se ele deixasse de respirar, se o coração parasse, não haveria tentativa de ressuscitá-lo. Trazê-lo de volta.

Os olhos de Grim se arregalam. — Por que ele faria tal coisa? — Grim não pode entender isso. Ele lutaria com todo o seu ser para ter apenas mais um minuto com ela.

— Porque ele estava tentando me proteger. Pensou que seria mais fácil... para mim... se escolhesse quando morrer. — Ela toca a lágrima rolando pela bochecha com espanto. Não achava que poderia chorar mais. — Mas isso piorou. — Ela enxuga a lágrima com raiva. — Ele teve uma reação a um novo medicamento. Isso fez com que seu coração parasse. Havia um antídoto, mas não podiam dar, a menos que seu coração estivesse batendo e não foi possivel por causa da ordem. Ele morreu quando não precisava, Grim tudo porque estava tentando me proteger de ser ferida, mas a verdade é que ele não confiava em mim não quando isso realmente importava.

Grim olha para ela e pode ver a tristeza e a culpa em seu rosto. — Não foi culpa sua Lisa.

— Não foi? — A dor em seus olhos rasga sua alma. — Eu não o enfrentei quando deveria, sabia que ele estava errado. Eu o deixei tomar todas as decisões importantes, nunca discutindo. Não lhe dei nenhum motivo para acreditar que eu poderia tomar essa decisão.

— Você era muito jovem minha Lisa. Você ainda é. — E de repente, ele percebe que ela é mais nova do que quando ele se tornou Rei.

— Não, eu não sou. — Ela solta seus braços para ficar de pé, afastando-se dele. — Aquela garota morreu, Grim. Ela morreu com Mark. Morreu porque não enfrentou o homem que amava e exigiu seus direitos. — Virando ela o encara. — Então você precisa decidir se sou sua Rainha ou sua fêmea, Grim. Quero ser sua Rainha. — Ela para orgulhosa diante dele. Está lutando pelo que quer desta vez. — Eu quero ficar ao seu lado, ajudá-lo a fazer de Luda um lugar glorioso para viver. Quero dar-lhe descendência, criá-los nesta casa, certificando-me de que saibam que são amados, a cada minuto de todos os dias, não importa o que seja, independentemente se for macho ou fêmea, saberão que importam. Eu não posso fazer isso sozinha, Grim. Apenas posso fazer isso se você me deixar, se acreditar em mim, confiar em mim...

Grim franze a testa enquanto ela fica à sua frente, desafiando-o por seu direito de ser uma verdadeira Rainha. Por seu direito de ficar ao lado dele, como as Rainhas antigas fizeram. Aceitando os riscos e se ele falhasse agora, ambos perderiam.

— Quase trinta e seis horas atrás, uma nave atravessou nosso sistema de defesa planetário. Doze foram deixados para trás. — Os olhos de Lisa se arregalam ao que está lhe dizendo, porque está finalmente conversando com ela, lentamente se senta de frente para ele.

— Alguém em Luda os ajudou. — Grim olha para ela com surpresa e acena com a cabeça.

— Por que acha isso?

— Porque é a única maneira de alguém superar suas defesas Grim. — Ao fechar os olhos, ele coloca sua testa contra a dela. O que ele fez para merecer ela?

— Você está certa. O comandante Junius descobriu que as defesas foram fechadas por três minutos. Ele relatou. — Grim percebe que ele não deu a Lisa crédito suficiente.

— Baccuus.

— Sim, como... — Realmente não lhe deu crédito suficiente.

— Eu ouvi seu nome na sala de comando e novamente ontem à noite. Imediatamente saiu quando foi informado que ele estava aqui. É por isso que ficou fora toda a noite?

— Sim, eu estava... o interrogando. — Ele não contaria os detalhes, nunca levaria está feiura para sua Lisa.

Lisa olha para Grim, entendendo o que ele quer dizer quando diz que o interrogou. Ela quer ficar chateada com isso, mas descobre que não pode. Este macho traiu Grim, permitiu intrusos a Luda, intrusos que poderiam prejudicar seu povo.

— Ele disse o que você precisava saber?

— Ele me contou o que sabia. — O olhar de Grim diz-lhe que não dirá mais, balançando a cabeça, ela fica em seus braços, olhando o fogo.

Quando ela não o questiona mais, Grim fica surpreso. Pensou que gostaria de conhecer todos os detalhes, algo que ele não lhe daria. Em vez disso, ela relaxa, então que ele percebe que confia nele, realmente confia nele.

— Lisa... — Ele murmurou no cabelo dela.

— Hmmmm...

— Você será minha Rainha? Quero que seja minha Rainha. — Lentamente ela o olha. — Você é tudo o que sequer sabia que queria ou precisava. Tentarei o meu melhor para fazê-la feliz, mas sei que nem sempre isso acontecerá. Eu irei...

— Você vai o que Grim? — Virando-se para que eles fiquem de frente, ela coloca as mãos nos ombros tensos. — Você sabe que pode me dizer.

— Cometerei erros, a irritarei. Eu sou mal-humorado, especialmente quando envolve você ou a segurança das meninas. Tentarei controlá-lo, eu sei disso, mas apenas será porque eu te amo muito.

— E cometerei erros, o irritarei. Também posso ter um temperamento, você sabe. — Ela lhe dá um sorriso amoroso. — Especialmente se envolver você ou a segurança de nossos filhos. Eu lhe direi quando achar que você está errado Grim, mas nunca o envergonharei. Sempre ficarei ao seu lado. Não importa o que. Porque eu o amo e nada mudará isso.

— Minha Lisa... — Grim geme e a beija profundamente. Ele nunca a deixará ir. Nunca desistirá dela. Tirando rapidamente a calça, a ergue sobre ele. Precisa tê-la.

— Meu Grim. — Os dedos de Lisa trabalham furiosamente para libertá-lo. Ela precisa dele dentro dela... agora! Em um movimento tão antigo como o tempo, eles se tornam um, parando apenas tempo suficiente para envolver seus braços um ao outro antes que sua paixão exploda.

***

Lisa ergue o queixo no punho enquanto olha para o Rei dormindo. Ele a colocou sobre ele depois de ter feito o amor pela segunda vez, depois caiu em um sono exausto. Deveria ter percebido que ele não dormiu na noite anterior, estava nos olhos dele, mas sofria ao ver isto. Precisava fazer um melhor para cuidar dele. Ele era dela.

O sinal sonoro de seu comunicador a fez se esticar para sua jaqueta, querendo silenciar a maldita coisa antes de acordá-lo.

— Sim? — Ela pergunta calmamente.

— A... Majestade?

— Sim, o que é Alger? — Ela pergunta baixinho.

— Eu, ummm, estava procurando o Rei. — Uma mão se estica pegando o comunicador dela.

— O que é Alger? — Grim pergunta, beijando sua testa.

— Senhor. — O alívio de Alger é facilmente ouvido. — Lorde Focke está seguro e esperando por você.

— Eu estarei aí em breve. — Desligando, ele solta oo comunicador e a puxa. — O que você iria dizer a ele? — Ele pergunta beijando seu pescoço.

— Que o Rei está descansando. — Ela vira a cabeça dando-lhe um melhor acesso. — E a menos que estivéssemos sendo atacados, ele permaneceria assim. — Gemendo, seus dedos cravam em seu peito, enquanto ele levanta seus quadris, empalando-a. Inclinando a cabeça para trás, ele geme, enquanto ela o leva a um passeio duro e rápido.

— Deusa, adoro dormir com você. — Grim diz a ela quando finalmente pode falar. Lisa sorri suavemente beijando seu peito.

— Quando você quiser, meu amor. — Depois de alguns minutos, ele se afasta dela para que possam sentar-se. — Você realmente precisa ir?

Olhando para ela Grim percebe que ele não quer também. Seus lábios estão inchados de seus beijos, os cabelos emaranhados de suas mãos e a pele corada de sua paixão. Ela é a coisa mais linda que já viu, mas se obriga a acenar com a cabeça.

— Lorde Focke é o pai de Baccuus. Ele fez Baccuus descer nossos escudos. — Grim move as pernas sobre o lado da cama e fica de pé.

— Então é claro que você deve ir. — Lisa sabe o que é preciso. — Mas primeiro tomará um banho e comerá.

— Você está cuidando de mim minha Lisa? — Grim percebe sua garganta apertada.

— Sempre, meu amor. Agora vá tomar banho antes que eu o faça “descansar” mais. — Ela sorri maliciosa. Inclinando a cabeça para trás, Grim ri enquanto ele se move para a sala de limpeza. Deusa, ele nunca se sentiu tão bem antes.

Lisa sorri, não apenas por causa da risada de Grim, mas também por sua bonita bunda nua. Deusa, o homem é musculoso e todo seu! Sorrindo, ela se levanta pegando as roupas descartadas, cruzando a sala para se vestir com roupas limpas. Movendo-se para seu comunicador, ela contata Cook para pedir um refeição para Grim.

— As meninas ainda estão com você? — Ela pergunta.

— Sim, Majestade. Você precisa delas?

— Não agora, mas envie-as antes da refeição do meio-dia. Seu trabalho é bastante difícil, sem que as meninas atrapalhem.

— Elas não são problema, Majestade. — Tagma apressadamente assegura.

— Obrigada Tagma, mas sei que não é fácil satisfazer os apetites dos guerreiros de Luanda, mesmo que você faça parecer.

— Eu... sim, Majestade... obrigado.

— Simples verdade Tagma. E se puder se certificar de que a refeição de Grim seja feita rapidamente, eu ficaria grata, ele precisa sair em breve.

— Sim, Majestade! — Tagma pode encher o peito ao pensar que a Rainha realmente notou seus esforços. Seus olhos se encontram com Kirk que ouviu toda a conversa, ele acena com a cabeça, informando que entende antes que seus olhos voltem para as princesas.


CAPÍTULO ONZE


Lisa ri enquanto as meninas correm na frente dela, procurando sinais do Grande Raptor. Elas ficaram desapontadas sem a presença de Grim, mas as distraiu prometendo uma caminhada no jardim, agora que o sol finalmente decidiu aparecer.

Ion e Nairn seguiam discretamente, dando-lhes espaço, certificando-se de que estivessem sempre à vista. Eles ficaram aliviados quando o Rei partiu, não apenas porque ele parecia mais relaxado, mas também porque a Rainha estava sorrindo novamente. O som dos pés correndo os faz girar, enquanto dez guerreiros desconhecidos saem de trás das árvores. Levantando sua espada, Nairn contata Luanda enquanto Ion grita com Lisa.

— Corra! — Ele ordena.

Lisa vira ao grito de Ion e segue imediatamente o pedido. Agarrando as mãos das meninas, elas seguem o caminho, sua mente correndo. Grim disse que os intrusos desembarcaram, mas não disse que estavam em qualquer lugar perto de Luanda. A mão de Miki escorrega dela enquanto ela cai.

— Mamãe! — Ela grita. Parando, Lisa olha ao redor, tentando freneticamente descobrir onde eles estão.

— Mamãe? — Carly olha assustada. Ficando de joelhos, ela puxa as duas garotas para perto.

— Shhhh, tudo bem, ficaremos bem. — Percebendo os sons da batalha cessaram, sabe que eles estão com problemas. Ion teria dito se estivessem seguras. Vendo uma grande rocha, de repente percebe onde estão e o que deve fazer para proteger seus bebês.

— Meninas, preciso que vocês sejam muito corajosas para mim. Podem fazer isso até Grim chegar aqui? — Eles concordam de imediato. Levantando-se, ela rapidamente as leva a uma árvore.

— Eu quero que vocês subam nesta árvore e fiquem lá até que Grim vir para vocês. Entenderam?

— Mamãe?

— Ouçam-me garotas. Machos ruins estão aqui. Eles querem nos levar de Grim. Nós não os deixaremos fazer isso. Queremos ficar com Grim, não é?

— Sim, mamãe.

— Então precisamos ajudá-lo. Vocês duas subirão nesta árvore. — Ela aponta. — Ficarão lá. Calmas até ver Grim. Somente Grim, garotas, ninguém mais. Entenderam? — Lisa não confiava em mais ninguém com seus bebês. — Vocês farão o que Grim disser. Ele sempre a protegerá.

— Sim, mamãe. — Elas respondem com pequenas vozes assustadas.

— Então, podem ir. — Lisa as ajuda a subir na árvore.

— Mamãe, venha conosco. — Miki diz.

— Eu não posso querida, sou muito grande. — Ela lhes dá um olhar reconfortante. — Encontrarei outra árvore para me esconder. Façam o que Grim disser, prometam.

— Prometemos, mamãe.

— Eu amo vocês, garotas, agora fiquem quietas até virem Grim, não importa o que acontecer e as verei em breve. — Com um último olhar para seus bebês, ela se afasta, subindo a colina. Uma vez lá, pode ver que os intrusos estão se aproximando de onde as meninas estão, ela precisa distraí-los.

— Grim! — Ela grita a plenos pulmões. Ao ver os guerreiros se virarem, ela espera até que correm em sua direção, então ela corre por sua vida. Seguindo o caminho, ela corre mais fundo no jardim. Deslizando no chão molhado pela chuva, olha para cima e vê que os guerreiros estão se aproximando. Virando um braço dispara contra sua cintura, batendo-a contra um peito forte. Lutando para libertar- se, ela chuta.

— Pare! — Reconhecendo a voz, ela olha para ver Farber.

— Farber! — Com alívio, ela sabe que agora tem uma chance. — Nós precisamos ir! — Ela luta novamente. — Há quatro guerreiros vindo em nossa direção!

— Onde estão as jovens? — Ele exige, olhando para trás.

— Elas estão seguras. Precisamos ir. — Ela tenta sair de seu controle.

— Onde? — Ele exige, movendo-a, ele a segura com um aperto forte, machucando-a. Os olhos de Lisa ficaram chocados.

— Onde? — Ele se agita ainda mais antes de olhar para os guerreiros que diminuíram o avanço. — Onde estão as jovens fêmeas? — Ele exige.

— Nós não sabemos, pensamos que estivesse com a fêmea.

Lisa fica chocada quando Farber conversa com os guerreiros. Farber conhece-os... ele está com eles...

— O que você fez? — Ela sussurra em descrença, atraindo sua atenção para ela.

— Eu elevei meu status. Um status que você comprometeu.

— Como? — Lisa não consegue evitar a pergunta.

— Você reclamou com o Rei sobre o meu atendimento. Agora eu patrulho os muros ao invés de ser um membro de sua Guarda de Elite! — Os dedos dele cravam mais fundo em seus braços, fazendo com que ela gritasse. — É um status que ganhei! — Ele a sacode com raiva. — Você pagará por isso! — O sorriso no rosto dele diz a Lisa que ela não gostará de seu método de pagamento.

— Pare Farber. — A nova voz faz a cabeça de Lisa virar.

— Luuken... — Ela sussurra, sabendo que está agora em uma merda profunda.

— Olá novamente fêmea, você me causou uma grande inconveniência. — Ele avança para ela, outro macho atrás dele.

— Mesmo? — Farber a gira, então ela agora está de frente para Luuken. — Isso realmente me incomoda Luuken, pensar que você teve um inconveniente. —Lisa olhou para ele, recusando-se a deixá-lo ver seu medo.

— Deveria. — Luuken se aproxima, então ela fica entre dois machos de corpos duros, seus lábios a centímetros dos dela. — Realmente deveria, Lisa, porque sou o único a decidir quando sofrerá. — Antes que ela possa se afastar, sua boca esmaga a dela, não deixando nenhuma dúvida sobre o que quer dizer. Gemendo, ela sente gosto de sangue quando seus lábios não se abrem, mas ela se recusa a conceder-lhe acesso.

— Onde estão as jovens fêmeas? — Ele exige, afastando-se, sorrindo pelos lábios feridos e a sugestão de sangue, que rapidamente desaparece com sua resposta.

— Com Grim. — Ela diz com arrogância, jogando a cabeça para trás. — Seguras. Você nunca as tocará. — Rugindo seu descontentamento, ele grita com os guerreiros.

— Como elas se afastaram de vocês? — Ele exige.

— Nós não sabemos, meu senhor. Estavam com ela antes de atacarmos. Ela deve tê-las escondido.

— Gee, você acha? — Lisa zombou, sabendo que cada minuto que os mantinham conversando era mais um minuto para que Grim a encontrasse.

— Silêncio! — O revés brusco de Luuken a teria enviado para o chão, se Farber não a tivesse segurado com tanta força.

— Luuken! — Uma voz masculina chocada faz Lisa levantar os olhos cheios de dor para encontrar Korin a vários passos de distância.

— O que há de errado Korin? — Farber lhe dá um sorriso malvado. — Não é macho o suficiente para assistir um mestre segurar uma fêmea. — Ignorando-o, Korin afasta os olhos de Lisa, para dirigir-se a Luuken.

— Luuken, precisamos ir, antes que nossa localização seja descoberta.

— Bom ponto, Korin, eu sabia que você valeria a pena. — Tirando-a de Farber, Luuken a puxa para seu lado. — Korin, Farber, tirem-nos daqui.

***

— Senhor! Os muros de Luanda foram violados! — Carnot entra como uma tempestade na sala de interrogatório.

— Onde? — Grim pergunta.

— Os jardins... Senhor, a Rainha e as Princesas estão no jardim!

Focke ri com maldade. — É tarde demais, meu Rei. — Ele zomba. — A fêmea e sua prole estão mortas... se a Deusa sorrir para elas, o que duvido que tenha feito. — Alger observa o silêncio de Grim, seus olhos ficando em branco antes de se virar com uma fúria assassina e fria.

— Todos os guardas para o jardim! — Ele ordena, seu tom mortal. — Lisa e nossa prole devem ser encontradas. É a morte para qualquer pessoa que as ferir o para quem ajudou. — Ele olha para Focke. Pegando suas armas, ele sai para encontrar sua família.

***

Em poucos minutos, eles encontram dois guerreiros da Guarda Elite da Rainha, gravemente feridos, cercados por seis guerreiros mortos e desconhecidos.

— Onde está a Rainha? — Grim pergunta segurando Ion.

— Ela fugiu, senhor. — Ele tose sangue enquanto tenta se levantar. — Ela e as pequenas... mais fundo no jardim... tentamos... quatro seguiram... — Ele cai de volta ao chão.

— Notifique o curandeiro. — Grim diz. — Reforce o perímetro, ninguém sai! Nenhuma nave sai do planeta!

— Sim, senhor. — Alger abre sua comunicação, transmitindo a ordem do Rei, quando todos congelam.

—Grim! — O grito de Lisa corta profundamente todo macho que o ouve. Grim gira ao redor, tentando verificar sua localização.

— Dois ficam com os feridos, o restante comigo! — Ele sai correndo na direção de sua Rainha. Ao observar a área diante dele, pode facilmente ver onde os guerreiros interceptaram Lisa e as meninas. Parando, ele franze a testa, de repente encontra as pegadas de Lisa.

— Grim! — Duas pequenas vozes gritam, toda a Guarda congela, procurando freneticamente por elas.

— Grim, aqui em cima! — Olhando para cima, Grim vê suas filhas, escondidas com segurança nos galhos de sua árvore favorita, seus jovens rostos cheios de medo.

— Fiquem aí. — Rapidamente, Grim escala a árvore puxando-as para a segurança de seus braços.

— Estão feridas? — Ele pergunta, suas mãos rapidamente verificando-as.

— Não...

— Onde está Lisa? Onde está sua mãe, meninas? — Ele pergunta enquanto pode, sabendo que elas estão assustadas.

— Ela foi para lá. — Carly aponta o caminho. — Ela disse que era muito grande para subir em nossa árvore e encontraria outra. Ela nos disse para esperar por você, Grim. Que não deveríamos falar com ninguém além de você. — Os olhos cheios de lágrimas encontram o dele. — Quatro guerreiros correram atrás dela. — Carly começa a soluçar. — Encontre a mamãe, Grim.

Grim rapidamente percebe o que Lisa fez. Ela protegeu suas filhas, levando os guerreiros para longe, colocando-se em perigo em vez disso. Seu grito chamou a atenção deles.

— Eu irei bebê, prometo. — Ele lhes dá um abraço reconfortante antes de entregá-las aos guardas. — Eu quero que vá com Kirk e Basco. Eles as levarão para seu quarto em Luanda. — Ele olha para os guardas quando o entendem. — Eles e os Guardas da Rainha restantes permanecerão até eu voltar com sua mãe.

— Meu Rei... — Kirk começa a protestar.

— Proteja nossas meninas, Kirk. É o que sua Rainha exigiria.

— Sim, Senhor.

***

— O que é isso, Luuken? — Lisa pergunta de propósito, fazendo Luuken arrastá-la, ignorando a dor em seu braço.

— É sobre isso. — Luuken responde puxando-a pelo caminho. — É desonesto pensar que você assegurou seu trono. Quando é a chave para destruí- lo. — Ele riu do pensamento, passando por Korin.

— E como fará isso, Luuken? — Lisa zomba do nome dele.

— Ao provar o quão inapto ele é como macho! — O temperamento de Luuken se eleva ao contínuo desrespeito desta pequena mulher.

— Você é louco. Grim é o que todos os machos Tornianos desejam ser. — Todos ouvem a crença em sua voz.

— Ele está marcado! — Luuken a interrompe, enfurecido por continuar defendendo Grim.

— Ele foi o vencedor em uma batalha de oito contra um! Cada cicatriz é um emblema de honra, afirmando que não apenas é o guerreiro mais apto, mas também é um sobrevivente. Qualquer um nestas condições teria sido derrotado. —Lisa volta-se para ele, recusando-se a recuar.

— Não importa que ele tenha sobrevivido a esse ataque... ele não sobreviverá a você! — Seu sorriso maligno a faz se arrepiar. — Quando o que ele fez a você se tornar conhecido, nem mesmo o Imperador poderá salvá-lo.

— Grim não fez nada para mim. — Ela nega.

— Ele abusou severamente de você. — Lisa grita, enquanto a joga violentamente no chão.

— Você é verdadeiramente louco se acha que não contarei ao Imperador a verdade! — Lisa diz sobre o ombro com raiva, afastando o cabelo do rosto quando tenta se levantar.

— Você não precisa estar respirando para fazer isso. — Luuken afirma, colocando o pé com botas em suas costas, ele a pressiona no chão rochoso, deixando o que disse fazer sentido. — Será totalmente documentado, claro, seus ferimentos. Não apenas o dano externo, mas o interno, causado pelo flagrante desprezo de Grim pelo mal que causou ao seu corpo durante as uniões. — A risada Farber faz o medo escorrer pelas costas de Lisa. — Nós vamos claro, fazer tudo o que pudermos para mantê-la com vida, mas infelizmente você é pequena e fraca, sucumbirá aos ferimentos, poucas horas antes de nossa chegada. Wray entregará as jovens fêmeas a mim pelos meus esforços, garantindo minha posição.

Lisa ofega ao perceber o que Luuken está dizendo. Ele planeja estuprá-la repetidamente, para que possa culpar Grim. Seus olhos vão para Korin antes de se mover para Farber.

— Por quê? —Ela pergunta olhar para o homem no qual Grim uma vez confiou. — O que você ganha com isso?

— Você, em primeiro lugar. — Seu sorriso é mortal, enquanto seus olhos percorrem seu corpo. — Então eu serei o Capitão da Guarda de Luuken, quando ele for o Rei de Luda.

— Cale-se Farber. — Luuken diz.

— Por quê? É o que foi prometido. É o que ganho!

— Você... Capitão... — Lisa não tenta ocultar seu desprezo. — Não consegue limpar uma janela corretamente. Quem confiaria em sua segurança? Especialmente quando já provou que não é leal! — Abaixando-se no chão Farber a vira, empurrando os quadris, arrancando sua camisa.

— Eu a terei agora! — Farber ruge com raiva.

— Grim! — Lisa grita antes de Faber segurar sua garganta, apertando, cortando seu grito. O mundo começa a diminuir enquanto luta, tentando derrubá-lo, mas é uma batalha perdida. Ele é muito pesado, muito forte, não pode impedi-lo. — Grim! — Ela grita em silêncio. — Sinto muito.

— Não! — Korin afasta Farber, tirando-o de Lisa. Ele já suportou muito, permitiu muitas coisas que nunca deveria ter acontecido. Tudo para proteger seu irmão, mas isso, ele não pode ficar de lado. Pode não ter muita honra, mas não permitirá isso. As fêmeas eram sagradas, eram para serem protegidas a todo custo, especialmente aquela, sua verdadeira Rainha.

***

Grim se ajoelha, avaliando cuidadosamente o chão em frente a ele. Lisa subiu pelo caminho antes de fazer uma parada repentina ali. Ali, os outros guerreiros pararam, apenas para se juntarem a mais três, sete guerreiros com Lisa. Ela não teria chance.

O medo de Grim aumenta, sua Lisa era muito pequena e delicada, não conseguiria se defender se esses guerreiros não tivessem honra. Levantando-se, ele olha para Alger e pode ver seu Capitão sentir o mesmo. Voltando a seguir o caminho raramente usado que levava a uma porta perimetral escondida, ele congela ao segundo grito de Lisa.

Este é cheio de dor e terror antes de ser cortado abruptamente, fazendo com que o coração de Grim pare. Ignorando qualquer tentativa de discrição, ele corre pelo caminho, este grito está muito mais próximo. Ele irá encontrá-la.

***

Chegando ao grupo, Grim ergue a espada, atravessando todos os que estão entre ele e Lisa. Luuken, assustado por sua presença repentina, tropeça quando Grim se move, sua lâmina atravessando seu peito.

Grim ignora Luuken e cai ao lado de uma Lisa imóvel, seus olhos rapidamente percorrendo seu corpo ferido e maltratado, o estado de sua roupa.

— Lisa... — Ele sussurra, colocando cuidadosamente um braço debaixo de seus ombros, puxando-a para o peito.

Lisa empurra, respirando e lutando contra o perto de Faber. Ela não desiste. Não irá sem uma luta. Não deixará Luuken usá-la contra Grim.

— Lisa, shhhh, pare, eu tenho você, está segura. — Os olhos cheios de terror vão para Grim antes de se encherem de lágrimas.

— Grim... — Ela sussurra, caindo na segurança de seus braços, chorando.

— Eu tenho você minha Lisa. — Com cuidado, ele vira seu rosto para ele, avaliando o dano antes de se mover para sua garganta ferida, as roupas rasgadas e marcas vermelhas irritadas em seus seios. Seus olhos vão para onde Luuken está gemendo de dor e Korin sangrando, que rapidamente se rendeu à Guarda.

— As garotas... — Lisa sussurra, atraindo sua atenção para ela.

— Seguras em Luanda, cercadas não apenas por sua guarda, mas por toda a família.

— Ion e Nairn?

— Sendo tratados por um curandeiro, todos estão seguros, meu amor.

— Foi Luuken, Grim. — Ela começa a tremer. — Ele... ele quer o seu trono, ele iria... me estuprar, deixar seus guerreiros me estuprar, então me matar para que pudesse reivindicar que você fez isso. — Sua voz se rompe, mas ela se força a terminar. — Dessa forma, Wray não teria escolha senão removê-lo e tirar as garotas de você. Oh Deus, Grim... — Ela enterra seu rosto em seu peito enquanto o horror completo se afunda.

A gentileza do aperto de Grim desmente a raiva em seus olhos enquanto ele olha para cada um de seus guerreiros, vendo o horror ao que Lisa disse. É apenas então que ele realmente entende o que o Alger tentou dizer. Lisa pode ser sua Rainha, mas também era deles. Todos os olhos se voltam para Korin.

— Você pagará pelo insulto à minha rainha, Korin. Sofrerá muito. —Korin inclina a cabeça para Grim, aceitando seu castigo, sabendo que merece.

Ouvindo-o, Lisa sabe que Grim não compreendeu. — Não Grim. — Ela se afasta de seu peito, forçando-o a olhar para trás. — Não foi Korin. Foi Faber. — Todos os olhos se voltam eles. — Korin me protegeu Farber tentou me estuprar.

— Ela está confusa, meu Rei. — Farber nega, seus olhos cheios de raiva sobre Lisa, tentando intimidá-la. — Korin a estava atacando quando os encontrei e o impedi.

Grim ergue-se cuidadosamente, certificando-se de que Lisa esteja firme antes de se afastar, levantando a espada. Sua guarda se move para proteger sua Rainha.

— Então, por que os guerreiros de Luuken estavam olhando em vez atacá-lo, Faber? — Ele se move em direção a ele. — Como é que eles passaram pelos muros, os quais você deveria proteger?

— Meu Rei, eu estava nos muros, apenas deixei meu posto quando ouvi um grito feminino. Korin veio com Luuken. Você não pode acreditar em uma fêmea ao invés de seus próprios guerreiros! — Farber continua negando seu envolvimento enquanto olha para Lisa.

— Korin. — Grim olha para o seu ex-guerreiro.

— Eu vim com o pai de Luuken, não nego, ele é o herdeiro de Lorde Bertos, é meu dever, mas não ataquei sua Rainha. Foi-me dito que deveria ser levada a Tornian, a para que pudesse se juntar às outras fêmeas. Não há honra em prejudicar uma fêmea, você me ensinou isso.

Grim olha para o homem cujo treinamento inicial ele teve a honra fazer e não pode ver nenhuma mentira nos olhos que o olha com firmeza.

— Você mente. — Os olhos de Grim voltaram para Farber enquanto ele levanta sua espada, abaixando-a rapidamente, cortando o braço da espada de Farber. — Você planejou contra seu Rei. — Ele se move novamente, atingindo-o no peito. — Mas é por ferir minha Rainha que terá uma morte desonrosa. —Atingindo o ventre de Farber com a espada, ele lentamente a gira, observando choque e dor no rosto de Farber antes de virar as costas para ele, deixando-o cair no chão.

Lisa observa como Grim aplica sua justiça a Farber e sente o sangue desaparecer de seu rosto. É demais. Ao vê-la balançar, Grim deixa a espada, mal a alcançando antes de atingir o chão. Colocando-a em seus braços, ele puxa seu corpo macio e volta para Luanda.

***

Há movimento e som. Vozes, muitas vozes. Lisa luta contra a escuridão, tentando abrir os olhos.

— Eu tenho você minha Lisa, descanse. — A voz de Grim a tira da escuridão.

— Grim... — Ela sussurra, forçando as palavras passando por sua garganta ferida.

— Estou aqui Lisa. — Sentindo-o se inclinar, ela o aperta, recusando-se a soltar. Movendo-se, Grim senta-se, colocando-a em seu colo. — Está tudo bem, estamos em casa. — Olhando longe de seus olhos, ela percebe que eles estão em seu quarto.

— As garotas...

— Em seu quarto. — Padma está com elas.

— Padma... — Olhos confusos voltam para ele.

— Ela veio entregar suas roupas quando os Guardas retornaram com elas. Insistiu em ficar com elas, mantendo-as calmas.

— Elas não me viram... — A preocupação enche seus olhos.

— Elas não viram nada. — Ele a tranquiliza. — O curandeiro está a caminho.

— Curandeiro... não, nenhum curandeiro. — Ela diz. — Estou bem... apenas preciso de um banho antes de ver as meninas.

— Você não está bem. — Grim diz com os dentes apertados, lutando por paciência. — Está ferida, tem cortes e arranhões. Suas roupas foram rasgadas. — Grim descobre que não pode continuar. Sua Lisa, a coisa mais linda de sua vida, foi ferida por sua causa.

— Grim. — Ela colocou uma mão em sua bochecha. — Isso não é culpa sua.

— Claro que é. — Ele rosna com raiva, enquanto cuidava segura cuidadosamente sua mão. — Eu não a protegi corretamente. Luuken foi capaz de atacá-la por causa disso.

— Ele foi capaz de me atacar por causa de Baccuus, Focke e Farber. Você não é responsável por suas ações.

— Eu deveria ter percebido...

— O que? Que foi traído? Ninguém pode prever isso, Grim.

— Senhor. — Alger está na entrada, odiando interromper.

— O que é Alger? — Grim olha por cima do ombro com impaciência.

— O curandeiro Hadar ainda está com Ion, afirma que ele ainda está em estado grave.

— Quão mal ele está? — Lisa olha para o Capitão de Grim e rapidamente ele desvia o olhar. Olhando para baixo, ela percebe por que, sua camisa rasgada está aberta, mostrando mais do que deveria. — Sinto muito. — Ela murmura, puxando a camisa.

— Hadar o tem na unidade de reparação profunda, mas está lutando com todos seus ferimentos.

— Ele é a prioridade. — Lisa diz antes que Grim possa falar, deixando-o conhecer o desejo dela. — E Nairn?

— Está fora da unidade de reparo e na unidade de recuperação. Ele está ferido, mas se recuperará completamente.

— Eles nos compraram tempo. — Ela olha para Grim, seus olhos se enchem de lágrimas novamente. — Eles se sacrificaram, para que as meninas e eu pudéssemos fugir. Representam o melhor de Luda. Devem ser tratados como tal. Não há vergonha em serem feridos. — Ela olha para Alger se certificando de que ele entenda.

— Claro que não, minha rainha. — Alger move a cabeça para ela antes de olhar para Grim. — Há algo mais meu Rei, uma transmissão codificada do Imperador. Lisa sente que Grim fica rígido sob ela.

— Eu verificarei mais tarde. — Alger faz uma reverência e sai.

— Grim... é uma mensagem de Wray. Você precisa ver o que ele quer. — Ela diz a ele mesmo quando se aconchega no conforto de seus braços.

— Eu preciso ver que você seja cuidada. — Seu olhar lhe diz que não irá fazê-lo e ela não pode argumentar. Faria a mesma coisa se fosse ele.

— Tudo bem. — Ela lhe dá um pequeno sorriso. — Então você vai me ajudar no banho? Eu quero ficar limpa... preciso ficar limpa... antes de ver as meninas.

Em vez de responder, Grim ergue-a e leva para a sala de limpeza. Suavemente, a colocou sobre o balcão e tira cuidadosamente suas roupas arruinadas, suas mãos tremendo quando toca suavemente cada marca danificando sua bela pele.

— Está tudo bem, Grim. — Ela sussurra apoiando a cabeça contra seu peito. — Eu ficarei bem. Graças a você.

Grim descobre que não pode falar enquanto a levanta. Lisa descansa confiantemente, absorvendo o conforto de seu toque. Instintivamente sabendo que ele precisa tanto quanto ela. Isso não foi apenas um ataque contra ela. Foi um ataque contra Grim, contra o Imperador.

— Eu contei que Peter me atacou uma vez? — Seus olhos permanecem fechados, enquanto ela esfrega sua bochecha intacta contra seu peito, sentindo suas mãos.

— Ele a atacou?

— Algumas semanas antes de Mark morrer. Eu não assinei os documentos que lhe dariam o controle das finanças das meninas. Ele me pegou quando estava sozinha na garagem. — Afastando a cabeça, ela geme, enquanto as mãos de Grim se afundam em seus cabelos, acariciando seu couro cabeludo.

— Ele...

— Não. — Abrindo os olhos, ela vê seu medo. — Você viu Peter, Grim. Ele não é um homem Torniano, podia lidar com ele.

— O que seu Mark fez?

— Eu nunca disse a ele. — Ela vê a descrença nos olhos dele. — Ele estava tão fraco até então, o que seria bom? Controlei-me e fiquei segura de que nunca mais encontraria com Peter novamente.

— Você lidou com muito Lisa.

— Mas não poderia ter lidado com Farber e Luuken, não sem você. Eu precisava de você.

— Você sempre me terá minha Lisa.

— Eu sei. Eu te amo, Grim.

***

Lisa suspira cansada, deixando o apoio de cabeça na parte de trás do sofá. Deus, ela estava tão cansada, o terror do dia tirando mais dela ou então pensou. Ao fechar os olhos, ela não deixou de pensar sobre o que poderia ter acontecido, ficaria louca se não o fizesse. Descobriu que com a doença de Mark, pensar no que poderia ser feito e o que deveria fazer eram coisas diferentes.

E Grim a salvou, salvou-a e as meninas novamente antes de qualquer dano grave ser causado. Sabia que ele não via isso da mesma forma. Que com cada arranhão, cada corte, cada hematoma que ele limpou suavemente no chuveiro, via o fracasso, seu fracasso. E era da mesma forma que outros viam suas cicatrizes como um fracasso, mas preferia um corpo machucado e ferido sobre o que poderia ter acontecido... o que teria acontecido se não fosse por Grim e seus guerreiros e isso incluía Korin.

Korin a protegeu por causa do que Grim lhe ensinou. Contra Luuken, colocando em risco seu irmão, porque ainda tinha a honra que lhe foi ensinada por Grim, algo mesmo Luuken não pode destruir. Ela percebeu que ele chamou Grim de Senhor, dando-lhe o respeito que merecia e dizendo a Luuken, o herdeiro de Lorde Bertos, que ainda considerava Grim seu verdadeiro Rei. Ele sente sobre si olhos preocupados. Grim a queria na cama, para descansar e não fazer amor.

— Em breve. — Ela promete tocando seu rosto. — Eu apenas preciso ver as meninas.

— E Hadar. — Seu tom lhe dizia que não haveria discussão.

— E Hadar. — Ela o tranquiliza. — Uma vez que ele acabar com seus guerreiros.

— Senhor. — Ambos olham para Montfort de pé na entrada e ele não consegue esconder o choque com a aparência de sua Rainha. O Rei a atravessou Luanda, não permitindo que ninguém a visse e agora entendia o porquê.

— O que foi? — Grim rosna seu desagrado ao olhar contínuo de Montfort.

— Sinto muito, meu Rei. Minha Rainha. — Ele abaixa os olhos, lutando para impedir que se encham de lágrimas.

— Está tudo bem Montfort. — Ela tranquiliza, vendo-o lutar. — Eu sei que parece uma bagunça, mas estou bem. — Ela lhe dá um sorriso encorajador.

— Eu trouxe uma refeição para você. — Ele corta suas palavras, não querendo que sua Rainha veja o quanto ele está triste por sua aparência.

— Sua garganta está ferida, Montfort. — Grim informa-o.

— Eu trouxe vários itens, Senhor, incluindo sopa que não deve irritar.

— Obrigada Montfort, isso parece maravilhoso. — Quando ela fica de pé, Grim coloca uma mão gentil, mas restritiva em seu ombro.

— Você comerá aqui. — Ele é inflexível.

— Mas as meninas...

— As pequenas estão comendo com a Guarda, minha Rainha. — Montfort informa.

— Com a minha guarda? Por quê? — Seus olhos vão para Grim. — O que está errado?

— Não há nada de errado, minha Rainha. Verdade. — Montfort fala antes que Grim possa. — Quando chegou a hora de sua refeição, a Guarda se recusou a sair, mesmo alguns a cada vez e as pequenas se recusaram a comer, a menos que sua Guarda também fizesse, então eles estão comendo juntos.

— Oh... — Lisa descobre que ela não pode falar, enquanto seus olhos transbordam por estes homens carinhosos com suas filhas.

— Traga a refeição, Montfort. — Grim diz esfregando suavemente as lágrimas dela.

Assentindo com a cabeça, ele sai.

— Seus guerreiros são tão bons machos, Grim. — Ela sussurra.

— Nossas pequeninas capturaram seus corações tanto quanto você. — Ele a beija suavemente, tomando cuidado com seu lábio partido, afastando-se apenas quando Montfort retorna.

***

Grim observa sua Lisa enquanto ela come, quando ela hesita, ele tira a tigela, alimentando-a. Que ela não discute diz-lhe a verdade, está sentindo mais dor que diz. Quando a tigela está vazia, ela se inclina para trás.

— Pedirei a Montfort mais.

— Não, estou cheia, mas obrigada.

— Tem certeza? — Ele franze a testa.

— Sim. — Ela esfrega a mão ao longo de sua coxa. — Eu preciso ir ver as meninas.

— Não. — Grim nega.

— O que? — Ele vê o choque em seus olhos e sabe que ela entendeu mal.

— Você ficará aqui. Eu as trarei para você. Não sairá daqui, Lisa. — Sua voz é severa.

— Eu prometo... basta fica aqui... por favor... — Ele vê a preocupação que ela tem tentado esconder. Confiou nele quando disse que elas estavam ilesas, mas agora precisava ver por si mesma. Era a mãe. Era seu trabalho, sua responsabilidade... Grim finalmente percebe o que ele e todos os outros homens Tornianos foram negados, algo realmente importante, o amor de uma mãe. Ele se certificará de que sua prole o tenha.

— Eu as buscarei, minha Lisa. Apenas prometa que irá se comportar uma vez que elas estiverem aqui. Preciso que você cuide de si mesma... por mim.

— Eu prometo, Grim.

***

— Mamãe! — Como as garotas escaparam das mãos restritivas de Grim, ele nunca saberá, mas o fazem, indo direto para a mãe.

— Meninas! — Grim diz, enquanto elas mergulham em seus braços, vendo a dor mesmo quando seus braços as envolvem.

— Está tudo bem, Grim. — Ela diz quando ele tenta afastá-las dela. Abaixando a cabeça, ela as puxa ainda mais perto, respirando seu cheiro inocente. Agradecendo a Deusa por cuidar delas até que Grim pudesse.

— Mamãe... — Carly levanta uma mão hesitante, tocando sua bochecha ferida. — Você está machucada. — Seus olhos vão para Grim.

— Foi a árvore, bebê. — Lisa teve tempo de pensar sobre o que dizer às meninas e enquanto não gostava de mentir, não havia como explicar o que realmente aconteceu. — Eu disse-lhe que iria encontrar uma e me esconder até que Grim pudesse nos encontrar e o fiz. — Ela olha para Grim, vendo que ele entende o que está fazendo.

— Mas o que aconteceu, mamãe? — Miki pergunta, sua voz tremendo.

— Eu julguei mal, bebê. — Ela vê sua confusão. — Cometi um erro, pensei ter encontrado uma árvore boa e confiei, mas não foi e acabei me machucando. —Ela vê o medo nos olhos das meninas. — Mas Grim me impediu de ficar realmente ferida. Estes são apenas golpes e contusões... vocês duas já ficaram assim antes, lembram-se? — Elas assentem. — Então não se preocupem, eu ficarei bem.

— Promete, mamãe? — Miki sussurra com medo.

— Eu prometo, bebê. Agora digam o que estão fazendo. Ouvi dizer que Padma ficou com vocês.

— Sim, mamãe. — Miki diz com entusiasmo, seu medo anterior esquecido. — Ela disse que precisávamos nos limpar antes experimentar nossas roupas novas... — Ela se inclina para trás, deixando Lisa ver o que está vestindo.

Lisa olha e vê que ambas as meninas estão vestindo roupas que ela nunca viu antes. Olhando para cima, ela vê Padma de pé ao lado da porta, Gossamer logo atrás.

— Obrigada Padma. — O aperto na garganta de Lisa não tem nada a ver com sua lesão.

— Não foi nada, minha Rainha. — Padma olha para os pés.

— É algo Padma. — Lágrimas enchem os olhos de Lisa. — Você cuidou de minhas filhas quando não precisava. Você as confortou. Sempre estarei em dívida.

— Não, não fiz nada que você não tenha feito pelos meus filhos. — Grim segue a troca entre as duas fêmeas e percebe que ele nunca deu à mulher de Gossamer o respeito que ela merecia. Ela obviamente amava tanto sua descendência quanto Lisa e por isso, forjaram um vínculo que apenas elas realmente entendiam.

— Padma. — Grim aborda-a diretamente, algo raramente feito. — Você estaria disposta a ficar está noite? Nesta ala, claro, totalmente protegida, para ajudar com o cuidado de nossa prole para que Lisa possa descansar livre de preocupações?

— Meu Rei? — Padma olhou para ele chocada.

— Gossamer também, é claro. — Ele a olha nos olhos. — Você provou que não é apenas um fiel, mas uma verdadeira amiga da minha Rainha. Poderia ter deixado Luanda ao primeiro sinal de problemas, mas se recusou, ficou e cuidou da nossa prole quando não conseguimos, de uma maneira que ninguém mais poderia tê-lo feito e isso não será esquecido, será sabido que você é uma amiga verdadeira e confiável da Rainha e o Rei de Luda.

— Eu... — Padma não sabe o que dizer. O que o Rei acabou de dizer mudará suas vidas. As mulheres auyangianas eram vistas como escórias pelas fêmeas de Tornian e no melhor dos casos, pelos homens também. Por isso, Gossamer sempre a mantinha tão perto. Para o Rei proclamá-la com uma amiga... quer dizer que estenderia sua proteção a ela e sua família.

— Nós ficaremos, meu Rei. — Gossamer fala por trás de Padma.

***

À chegada do curandeiro Hadar, Lisa dá beijos às garotas de boa noite enquanto Padma as leva à cama. Quando a porta se fecha, ela se volta para Hadar.

— Como está Ion? — Ela pergunta imediatamente.

— Ele sobreviverá, minha Rainha. Agora deixe-me cuidar de você. — Tirando um dispositivo do tamanho da palma da mão, ele se move em sua direção.

— O que é isso? — Lisa olha para o dispositivo com desconfiança.

— Isto? — Hadar a olha surpresa. — Este é um scanner de microcapacidade. Examinará seus ferimentos e avaliará o que precisa ser feito. Não sentirá nada e não causará nenhum dano. — Lisa olha para Grim e vê seu assentimento.

— Bem. — Quando Hadar começa sua varredura, Grim fica impaciente ao responder a mais uma batida à porta.

— Sinto muito pela interrupção, meu Rei, mas recebemos outra mensagem do Imperador, está exigindo uma resposta imediata.

— Grim. — Lisa chama sua atenção. — Vá ver o que seu irmão quer. As meninas estão na cama, Hadar está aqui, eu irei para a cama assim que ele terminar.

— Lisa...

— Eu lhe darei um relatório completo, meu Rei. — Hadar informa-o sabendo que ele não conseguirá leituras precisas se a mulher não parar de se mover.

Grim franze a testa sem querer deixar Lisa, mas sabendo que ela está certa, pois Wray exigindo uma resposta imediata significa que é importante. Mas deixá-la...

— Vá. — Ela o encoraja com um sorriso suave, cheio de amor e compreensão. — Quanto mais cedo você terminar, mais cedo voltará. — Hadar se afasta quando Grim se aproxima, dando-lhe um beijo gentil antes de olhar para Hadar.

— Você fará que ela se deite antes de sair e informe a Guarda.

— É claro, meu Rei. — Ele imediatamente responde.

— Sua Guarda está em toda a ala, minha Lisa. — Ele quer que ela saiba que está segura e observa seu aceno de cabeça. Com um último beijo, ele se obriga a deixá-la.

 

 

 


CONTINUA