Criar um Site Grátis Fantástico
Translate to English Translate to Spanish Translate to French Translate to German Translate to Italian Translate to Russian Translate to Chinese Translate to Japanese

  

 

Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


LION’S HEAT / Lora Leigh
LION’S HEAT / Lora Leigh

 

 

                                                                                                                                                

  

 

 

 

 

 

O frenesi do acasalamento não pode ser ignorado...

O bad boy Jonas Wyatt sabe que o destino marcou Rachel como sua companheira. Pode sentir isso… embora também sente sua relutância em aceitá-lo. Mas nisso ela não tem muito que dizer, porque o calor do acasalamento nos de sua espécie é muito mais forte que a vontade de qualquer fêmea. E se Jonas está destinado a reclamá-la, nada, nem ninguém, ficará em seu caminho…

 

 

 

 

Jonas Wyatt, Diretor da Agência de Negócios das Castas, e um Casta do Leão com segredos que poderiam destruí-lo, olhava fixamente para a porta da qual com certeza havia acabado de passar sua maior fraqueza. Ele então girou para a esposa acasalada do líder dos Felinos, a Alfa, Merinus Lyons.

Ela devia estar mostrando a idade, Jonas pensou criticamente enquanto se focava no rosto liso, os límpidos olhos castanhos claros e a curva jovial dos lábios. Não havia uma única mecha cinza nos longos cabelos marrons escuros, nada indicava que ela estava se aproximando dos quarenta com dois filhos e uma vida que teria enviado qualquer outra mulher para a terapia.

Jonas sabia como fato que ela não havia envelhecido um dia, fisicamente, desde o momento em que acasalou com o líder dos Felinos, o Alfa Callan Lyons, doze anos antes. Até onde o corpo dela estava ciente, o tempo não havia passado.

Ela podia não ter envelhecido fisicamente, mas Jonas podia atestar o fato de que Merinus definitivamente havia crescido em força. Talvez não em sabedoria se esta sensação mais recente fosse qualquer coisa a se contar, mas não havia nenhuma dúvida de que ela havia desenvolvido uma vontade de aço.

Apenas aço faria com que ela se sentasse em frente a ele, aquele pequeno sorriso vitorioso se arrastando nos lábios enquanto ela arqueava uma sobrancelha morena de volta para ele de forma desafiadora.

Se ela não tivesse acasalado com o líder Alfa, ela teria sido uma mulher que Jonas definitivamente teria se interessado. Pelo menos, até hoje.

— Ela está grávida. — As palavras deslizaram pelos lábios dele em uma declaração congelada de desaprovação. Não pela gravidez, em si, mas por Merinus considerar contratá-la para trabalhar com ele em sua atual condição. Que ela traria uma mulher com tal vulnerabilidade em sua vida, na vida de qualquer uma das Castas, e esperasse que ela sobrevivesse a isto.

— Sério? — As sobrancelhas de Merinus curvaram como que em choque. — É mesmo Jonas, eu devo ter perdido isto. Diga-me como eu pude ter sido tão negligente em não ter notado.

Ele não estremeceu, apesar de já ter visto o marido de Merinus, Callan, fazer exatamente isso sempre que ela falava com aquele tom, advertindo-o que ele deveria agir cuidadosamente. Jonas conhecia esta mulher pela adversária sutilmente perigosa que podia ser. Ela podia fazer sua vida extremamente difícil se quisesse; ela era a superiora dele, pelo menos na hierarquia Alfa. O que, na maioria dos dias, era justamente a única coisa que importava.

Jonas gostava de dizer a si mesmo ao longo dos anos que o poder dela não alcançava aqui, na Agência. Situada em D.C. , a Agência de Negócios das Castas era seu bebê, seu playground, seu passatempo e sua amante. Ele tentou fingir que ela nunca ousaria meter o nariz muito curioso e muito cheio de intrigas no dia-a-dia da máquina de execução da lei política que Jonas havia construído nos últimos dez anos.

Ele estava muito errado. E esse conhecimento fez com que seu temperamento já irritável piorasse.

Inclinando-se adiante, Jonas colocou os braços na escrivaninha e olhou fixamente de volta para Merinus com determinação fria. Não seria bom deixá-la ver uma fraqueza.

— Ela não dará certo, Merinus — ele a informou. — Eu a terei histérica em uma hora. Eu não quero lidar com outra garotinha sentimental demais, especialmente uma muito perto de dar a luz. E o que acontecerá quando ela tiver a criança? Isto aqui não é um maldito berçário, nem é um trabalho das nove às cinco.

Teve que forçar as palavras a passarem pelos lábios. Ele forçou a língua a empurrá-las pela boca mesmo enquanto sentia as glândulas minúsculas ao lado dela coçarem com desastre iminente.

Não apenas desastre, mas calor de acasalamento. Uma catástrofe no acasalamento quando a questão era a vida dele.

Ele já podia sentir a ira se formando do lado de dentro, o conhecimento de que outro homem havia criado vida dentro dela. Que ela pertencia a outro. Que talvez, mesmo agora, esse homem compartilhasse sua cama.

Tudo o que segurava o poder da ira dele era o fato de que não existia nenhum odor de outro homem no delicado corpo dela. Não havia nenhuma marca de acasalamento, nenhuma sugestão de possessão deteriorando o doce perfume feminino e delicado dela.

Ele poderia ter suportado se houvesse?

— Ela pode lidar com você. — Merinus ficou de pé enquanto olhava fixamente de volta para ele apesar da calça jeans e da camiseta velha que dava a ela a aparência de uma adolescente pária. — Além disso, estou bastante certa de que ela pode fazer muito sem exibição de histeria.

Jonas jurou poder sentir as mãos se preparando para sacudir sua Alfa. Uma sensação de certo pânico começou a enchê-lo, apertando sua garganta e ameaçando roubar seu poder de fala.

Ele nunca tinha ficado assustado em toda a sua vida. Inferno, ele não tinha nenhuma ideia do que era medo verdadeiro até que Merinus girou as costas para ele e começou a caminhar para a porta.

— Por quê? — A pergunta foi um rosnar sutil de fera que fez Merinus pausar em ofensa antes de se voltar lentamente para ele.

Jonas estalou os dentes juntos antes de uma careta apertada contorcer seu rosto e ele se forçou virar as costas para ela. Ela merecia o mesmo respeito que ele daria ao seu líder Alfa, e aquele grunhido tinha sido a coisa mais distante de respeito que ele poderia apresentar.

— Por quê? — O tom dela era letal agora. — Porque, Jonas, eu estou cansada de assistir secretárias boas e perfeitas se tornarem neuróticas por causa do seu descuido completo com a civilidade. Eu conheço Rachel. Conheço as habilidades assim como o temperamento dela. — O sorriso triunfante de Merinus fez as entranhas dele se contorcerem em terror agora. — E eu sei que Rachel pode lidar com você. Se ela pôde lidar com o meu irmão Kane na tenra idade de dezesseis e realmente manteve suas finanças assim como seus horários em ordem, então não tenho nenhuma dúvida de que ela pode tolerar a sua personalidade diabólica e manipuladora e talvez até consiga dar um pouco de respeitabilidade à Agência antes que você destrua o último fragmento de civilidade que ela possa possuir. — Ela caminhou para a porta antes de se voltar para ele com um olhar zombeteiro de realização. — Considere isto um tipo de favor. E lembre-se, Rachel é uma das minhas melhores e mais queridas amigas no mundo. Machuque-a, Wyatt, e isso não é diferente de me machucar.

Com aquela advertência firme no lugar, ela abriu a porta e deixou a sala. O painel se fechou atrás dela com um clique gentil, lacrando Jonas no silêncio frio de seu escritório enquanto o murmúrio de vozes podia ser ouvido no outro cômodo.

Ela havia acabado de assegurar que ele não podia gritar com Rachel, e não podia despedi-la. Merinus não podia ter forçado a mão dele mais com aquela declaração do que se simplesmente a tivesse cortado. Ela deixou claro que ele estava preso com sua nova secretária.

Jonas se sentou de volta lentamente. Ele pôs as mãos espalmadas sobre a mesa e tomou uma respiração profunda e difícil. Ele era um Casta. Homens crescidos tremiam de medo dele. Inferno, sua própria espécie tremia de medo dele. Ele havia se certificado disto. Trabalhou para inspirar esse medo, essa condução cautelosa que não permitiria qualquer rejeição possível a qualquer exigência que ele fizesse.

Parecia, entretanto, que não impressionava Merinus o quão perigoso ele podia ser. Isto, ou ela realmente não dava a mínima.

Ele se perguntou, estava muito tarde para retificar esse pequeno detalhe?

Uma leve batida à porta e um odor sutil e gentil penetrou por seus sentidos e o fez enrijecer enquanto a porta era aberta.

— Sr. Wyatt, gostaria de tomar um momento com o senhor para discutir sobre o seu itinerário, para que eu possa iniciar.

Ela estava lá, o leve montículo da barriga menor do que ele teria pensado pela fase de sua gravidez. Aos cinco meses, aquele pequeno montículo deveria ser maior. Cabelo longo e de um vermelho escuro preso em um coque na nuca; óculos delicados empoleirados no nariz. Os profundos olhos verdes se fixavam de volta nele com intensidade gelada.

As calças pretas bem ajustadas combinavam com a blusa branca que fluía sobre o montículo da barriga até os quadris. Sapatos pretos baixos e conservadores cobriam os pés minúsculos.

Ela era uma fada, ele pensou. Uma criatura caprichosa que nenhum homem ousava tocar por medo de ativar a ira de alguma força sombria e desconhecida que estava a cargo de sua proteção. Essa força sombria sendo Merinus Lyons, a ogra má de sua vida, até onde ele estava preocupado.

— Sr. Wyatt? — O tom dela era tranquilo, cortês. — Seu itinerário, senhor.

O itinerário dele. Claro que ela iria querer isto. Como ela poderia destruir seu mundo de forma eficaz a menos que soubesse como ele se movia por ele?

— Não se preocupe com o itinerário — ele rosnou, sem se preocupar em conter o estrondo do fundo da garganta. — Eu mesmo cuidarei disso. Apenas… — Ele acenou com a mão em direção ao escritório exterior. — Faça o arquivamento ou algo do tipo.

Uma sobrancelha escura e arqueada se ergueu lentamente.

Então ela fez a coisa mais surpreendente. Fechou a porta suavemente, o tempo todo segurando o olhar dele enquanto se movia para frente da escrivaninha.

Jonas a observou como faria a uma naja se preparando para atingi-lo. Inferno, ela era mais perigosa do que uma naja.

— Sr. Wyatt, eu não sou uma balconista admirada com a qual o senhor precisa ser condescendente — ela disse. Docemente. A porra da voz tão doce que gotejava mel enquanto aqueles olhos verdes selvagens reluziam com ousadia. — Você me dará o seu itinerário, e fará a tempo de eu poder fazer sentido dele, assim como para fazer os ajustes necessários. Todos os compromissos agora passarão por mim, assim como todas as viagens de negócios e reuniões marcadas. Pelo que eu entendo, as últimas finanças que encontram no Santuário eram uma farsa. O líder Lyons e sua Alfa ordenaram que eu me assegurasse que as próximas finanças realmente contenham alguns números viáveis e que cheguem pelo menos perto da quantia usada das contas da Agência. Nós podemos fazer isso do modo fácil. — O sorriso dela era gentil, benigno. — Ou podemos fazer do modo difícil. — O sorriso virou gelo.

Jonas ficou de pé devagar, as mãos ainda plantadas na escrivaninha. Ele se assegurou de encobri-la enquanto a encarava abaixo dele.

— Boa sorte. — Ele manteve a resposta curta e doce, mais porque ela tinha amarrado a língua dele em tantos malditos nós que ele mal podia pensar, muito menos falar.

Enquanto ela estava lá de pé, ele fechou o laptop que usava, deslizou-o em um estojo protetor junto com o fino HD externo que continha os arquivos que precisava.

Rachel assistiu calada enquanto ele fechava o estojo, agarrou a alça e saiu a passos largos do escritório.

Ela sentiu como se devesse dar uma respiração funda e muito necessária enquanto a tensão que enchia a sala lentamente aliviava. Mas com a partida dele ficou um estranho vazio também. Como se a vida tivesse sido sugada do escritório. Era agora não mais do que uma concha vazia.

Os lábios dela ergueram com o pensamento antes que ela o deixasse escapar e saísse de volta para o próprio escritório. Merinus havia dado a ela um novo arrendamento de vida com este trabalho - se ela pudesse permanecer nele.

Ela pôs a mão dela na barriga. Ela tinha que permanecer, não tinha escolha. Jonas poderia ser o homem mais assustador que já havia conhecido, provavelmente o mais perigoso. Com aqueles olhos de mercúrio tão duros, e o corpo firme que gritava sensual e letal, ele era sem dúvida o homem mais fascinante que ela alguma vez tinha encontrado.

O curto cabelo preto apenas caía contra o couro cabeludo, dando aos planos duros e esculpido de seu rosto uma aparência selvagem, diabólica. E aqueles olhos.

Mercúrio. Olhos que viam dentro da alma da pessoa.

Olhos tão ardentes.

Olhos que quase a hipnotizaram.

Se ela não fosse muito, muito cuidadosa, Jonas Wyatt acabaria possuindo sua alma, como ele parecia possuir a de quase todo mundo.

E isso não era nada bom. Ela tinha o pressentimento de que Jonas poderia ser um pouco mimado. O que significava que ela definitivamente teria que acabar com o hábito.

Andando rapidamente para a escrivaninha, ela tomou sua cadeira e ligou para Merinus.

— Ele está em fuga — ela reportou.

Ela quase podia ver o sorriso que enrolou os lábios de Merinus.

—Tudo bem. Eu sei onde ele está indo. Faça uma mala e traga seu laptop. É hora de mostrar ao Jonas o poder do gabinete da Casta. E eu não posso pensar em nenhum momento melhor do que agora.

Rachel se perguntou se Jonas algum dia olharia para trás e perceberia que Merinus estava tentando salvá-lo, em vez de deixá-lo puto. De acordo com a Alfa das Raças Felinas, Jonas Wyatt estava no caminho da autodestruição quando a questão era a Agência.

— Você acha que discutir isso com ele seria bom, Merinus? — Rachel perguntou, o tom cauteloso agora. Jonas não parecia ser o tipo de homem que se deveria emputecer.

— Callan e Dash conversaram com ele até perderem o fôlego. — Merinus suspirou. — Ele pode lutar com eles; o código de honra instintivo que ele tem quase dita o que ele faz. Se ele não parar de agitar suspeitas sobre a Agência, votarão para tirá-lo. Isto é algo que eu não quero ver acontecer. Não, Rachel, nós somos as únicas que podemos alcançar Jonas agora.

— Somos? — Rachel duvidava bastante disto.

— Você é — Merinus emendou. — Apenas o trate como tratou Kane. Confie em mim, ele não saberá como combater isto. Jonas sempre foi a pessoa a intimidar. Pelo meu conhecimento, ninguém já usou com ele as mesmas táticas que ele usa nos outros. Vamos ver o que acontecerá quando eles fizerem.

— Ele vai arrancar um pedaço do traseiro de cada um? — Rachel perguntou, com uma visão daqueles caninos letais relampejando diante de seus olhos.

A risada de Merinus foi suave, e suspeitosamente conhecedora.

— Sério, Rachel, você realmente acha que ele te morderia?

— Só se eu chegar perto o suficiente — ela murmurou.

— Então não chegue perto o suficiente — Merinus a aconselhou com uma sugestão pesada de diversão. — Seja muito cuidadosa, Rachel, não chegue perto o suficiente.

 

Três meses mais tarde...

—Eu te pedi para marcar uma reunião com o Senador Racert?

Jonas Wyatt saiu de seu escritório, friamente indignado para enfrentar a compostura glacial no rosto de porcelana e oceano congelado dos olhos verdes de sua secretária.

Houve um segundo em que o corpo inteiro dele congelou, o controle quebrou e o animal que espreitava logo embaixo da pele saltou livre. Um único momento em que cada célula de seu corpo clamou que ele reivindicasse sua companheira.

Do mesmo modo, rapidamente ele enviou o animal para trás, empurrando-o para as extremidades quebradas de seu controle e lutou contra a fome que rasgava seu sistema.

Como sempre, a batalha estava quase perdida em face da compostura perfeita de manequim de Rachel. Ele tinha mais de uma fantasia relativa a quebrar aquela compostura.

Infelizmente, cada vez que ele pensava em ceder àquelas fantasias, dava de cara com a aparência madura da maternidade. Ela estava esperando uma criança, mas isso não o impedia de querê-la, de precisar dela. Não o impediu de fazer tudo o que ele podia para fazer a vida dela mais fácil, fazer seu trabalho mais fácil, dar a ela o homem que estava do lado de dentro dele - pelo menos tanto quanto possível.

Ele era gentil com ela enquanto era severo com outros. Ele fez um lugar para ela em sua vida enquanto deixava os outros à margem. E ainda assim, ela parecia tão fria, tão sem emoções, como no dia em que começou a trabalhar com ele.

— Na verdade, o Senador Racert pediu a reunião — Rachel respondeu com desdém glacial. — Você a adiou durante seis semanas, e ele controla os recursos da Agência governamental assim como tem peso significante no Comitê de Apropriações da Casta.

— Os recursos do governo não poderiam me concernir menos. — Ele se debruçou contra o umbral da porta enquanto cruzava os braços sobre o tórax e tentava não encará-la.

Era muito duro encarar a companheira de outro, especialmente quando a criança que ela abrigava tão protetoramente estava escutando, e reagindo muito próximo a cada palavra que ele dizia.

Ele podia sentir. A menina que ela carregava pausava sempre que ouvia a voz dele, da mesma maneira que pausava quando ouvia a da mãe. Não a dos outros. Ela não dava a mínima se qualquer outro falasse. Inferno, ele não podia nem xingar mais. E tinha sido muito duro controlar isso. Mas ele se assegurou de que a criança ficasse tranquila. Se a criança estivesse tranquila, então isso significava que a mãe também ficaria tranquila. Mantê-la saudável durante a gravidez asseguraria a boa saúde da criança e, então, a felicidade da mãe, e isso era tudo que importava para ele.

— A voz do senador Racert é importante na comunidade da Casta como um todo. — Rachel se ergueu da cadeira, ainda graciosa e perfeitamente bonita enquanto se movia através da sala até o gabinete de arquivos.

Ele a seguiu. Não pôde evitar. O maldito gabinete de arquivos era mais alto do que ela.

Ele o alcançou antes dela, abriu a gaveta superior e então tirou a ficha dos dedos dela e a inseriu no lugar adequado.

Ele estava mais do que ciente do olhar de suspeita nos olhos estreitos que ela atirou a ele enquanto ele fechava a gaveta antes de segui-la de volta para a escrivaninha.

— Cancele o compromisso com Racert — ele exigiu enquanto ela retomava sua cadeira.

Havia uma extremidade de suspeita no olhar dela enquanto o olhava.

— Pare de pairar sobre mim. — O gelo gotejou da voz dela, como se a presença dele não fizesse nada para afetá-la.

Se a criança fosse um barômetro perfeito dos sentimentos da mãe, ele podia ter acreditado que ela escolheria aquele momento para abrir a choradeira muda de angústia. A mãe estava claramente chateada, fora de equilíbrio, talvez até assustada. Qualquer emoção que a mãe estivesse sentindo, a criança sentiria também.

Jonas deu três passos deliberados para trás, esperando tensamente que a criança recuperasse a tranquilidade que ele queria que a mãe dela sentisse.

Aconteceu devagar. Um passo de cada vez. Rachel voltou para o computador e aquele itinerário impossível no qual estava trabalhando.

— Racert está nos enganando — ele finalmente disse a ela, com cuidado para manter a voz tranquila. — Ele está atrás de informações.

— O que você dá muito raramente e com modos perfeitos — ela zombou.

Ele grunhiu com o comentário. Diria a ela qualquer coisa que quisesse saber; ela só tinha que perguntar. Racert, porém, era outra coisa completamente diferente.

— Cancele a reunião — ele ordenou novamente.

— Não. — Havia pura teimosia na voz.

Os lábios dele afinaram.

— Certo, então eu deixarei o escritório. — Ele marchou de volta para a entrada.

— Vá em frente. — Ele ouviu o encolher de ombros na voz dela. — Eu mesma lidarei com a reunião. Creio que ela envolva o orçamento projetado mais recentemente, que você ainda não entregou. Estou certa de que posso lidar com isto.

Jonas se assegurou de que não estava empalidecendo com o pensamento da senhorita-não-relaxo-com-as-finanças criando seu orçamento.

Um grunhido deslizou antes que ele pudesse segurá-lo.

A sobrancelha de Rachel curvou enquanto o desdém enchia sua expressão. Mas da criança, ele sentiu algo bem diferente, algo que ele estava certo que deveria ao menos protestar.

Diversão. O bebê estava se divertindo, o que significava que a sua mãe estava muito mais divertida.

— Você está rindo de mim? — Ele compassou de volta para a escrivaninha, apoiou as mãos na madeira escura e se debruçou para frente. Perto o suficiente para poder cheirar o odor sem igual dela. Perto o suficiente para a fome que rasgava suas entranhas aguçar como o golpe de um punhal. — Seja cuidadosa, garotinha — ele a advertiu suavemente, segurando o olhar, assistindo os olhos verdes selvagem ficarem mais escuros, mais selvagens. — Ou você pode conseguir muito mais do que está pechinchando.

A diversão se moveu para longe e algo mais sombrio tomou seu lugar.

Jonas recuou. Ele se forçou a se afastar da antecipação de repente despreocupada que despejava da mulher, apesar das feições compostas, a vontade de ferro e a determinação teimosa. Lentamente, ele se endireitou, girou e se forçou a voltar para o próprio escritório.

Havia desejo lá, no odor doce dela, na tensão que se formava entre eles a cada vez que ele se aproximava dela. Havia fome. O odor era como uma chuva de verão suave. Era fresca, tingido com o odor da terra, e uma umidade doce que ele sabia que podia ficar muito viciante.

A mulher era tudo o que ele podia ter desejado como companheira. Ela era o sonho que ele nunca se permitiria desejar. Porque esse era o maior perigo que ele poderia trazer a vida dela, e ao futuro das Raças.

Era uma tentação que ele sabia que nunca poderia se permitir enfraquecer. Era uma promessa que ele havia feito a si mesmo. Era um voto. E esta pequena mulher estava cortando em tiras sua determinação com um olhar, uma palavra, uma respiração de cada vez.

Sua companheira nunca conheceria o calor do acasalamento.

 

Quatro meses mais tarde

Pela primeira vez em sua vida, Rachel Broen estava aterrorizada. Não era medo. Era a destruição da alma, o entorpecimento da mente que silenciosamente gritou de terror.

Não podia gritar em voz alta, isso atrairia a atenção. Atenção que suas lágrimas e silenciosos soluços não atraíam, não chamou atenção enquanto guiava seu modesto pequeno Civic no estacionamento deserto do Escritório de Assuntos das Castas.

O guarda noturno pegou seu passe sem muita atenção. Ele conhecia seu carro; viu muito bem o rosto dela para saber quem era. Não era incomum que ela saísse tarde, ou chegasse cedo se lhe tinham ordenado fazê-lo assim pelo ditatorial senhor diretor do escritório, Jonas Wyatt.

O guarda aceitou facilmente sua apressada desculpa de que se esqueceu de atualizar os memorandos e a programação da manhã seguinte do Diretor, e que devia aprontar tudo naquela noite.

Ele não percebeu sua blusa rasgada; a jaqueta a cobria. Não viu a contusão que ela podia sentir estendendo-se através do lado direito de seu rosto, ou o inchaço de seu olho direito.

O golpe foi cuidadosamente dado.

Saltando do carro ela sentiu o asfalto áspero picar seus pés descalços ao tropeçar antes de correr para a porta. Necessitou duas tentativas para conseguir que seu cartão eletrônico ativasse as portas e soltasse as fechaduras.

Um fino soluço surgiu de seu peito quando quase caiu através da porta e correu pela escada que levava ao terceiro andar e aos escritórios privados do diretor, Jonas Wyatt.

Jonas. O manipulador, calculista desgraçado. Isto era culpa dele. Ele tinha jogado muitos jogos. Pressionou as pessoas equivocadas e achou erroneamente que eles viriam atrás dele.

Ela tropeçou, seu joelho bateu em um degrau, a pele rasgou enquanto um grito agudo de raiva e dor fugiu de seus lábios.

Ela estava pagando.

Ah Deus. Ela estava pagando. Estava pagando por sua própria teimosia, sua determinação... Não, ela não o estava pagando. As contusões, a dilaceradora dor que atravessava sua perna, a dor brutal do lado do punho, os hematomas em seu rosto, não eram nada. Ela sofreria essa dor mil vezes. Sofreria o fogo de inferno se seu bebê estivesse seguro.

Jonas. Ele estava aqui.

Um grito estrangulado surgiu de seus lábios enquanto lutava por fôlego, para subir correndo o segundo lance de escada. Um lance mais. Querido Deus, estava quase chegando.

Jonas estava aqui. Sabia que ele estava. Havia avisado-o de tarde que não viria trabalhar amanhã. Ele sabia que seus inimigos a perseguiam. O filho da puta sabia e justamente como ela o avisou há uns meses, quando eles atacassem, não seria atrás dela que eles iriam.

Ela nunca pensou que eles viriam atrás do seu bebê.

—Jonas! —tentou gritar seu nome enquanto introduzia a chave eletrônica na porta dos escritórios centrais.

Passou-a outra vez e outra, não funcionava de jeito nenhum.

—Jonas, por favor... —ela gritou outra vez, apavorada de que ele a ignorasse, sabendo que ele tinha que ouvi-la.

Ele era um casta.

A fechadura destrancou, a pesada porta de aço se abriu com um puxão, e quase a lançou ao chão quando a porta do escritório de Jonas abriu de repente para a sala.

Ele estava aqui, e não está sozinho. Embora ela logo que viu os outros. Ela viu seu rosto, odiado e, entretanto, adorado. Seus olhos, vivazes em seu rosto bronzeado, cintilando mercúrio prateado quando ele saltou para ela, agarrando-a antes que caísse ao chão.

— Desgraçado! —deu uma bofetada no rosto sobressaltado enquanto os soluços surgiam, as lágrimas nublando sua visão enquanto o terror a afogava, tirando seu fôlego —. Eu avisei. Avisei que eles não te atacariam!

— Rachel!— Um estrondo horrível de fúria, um rugido silencioso saiu dos lábios dele quando agarrou seus braços, os dedos apertando em volta da sua carne quando a sacudiu firme.

— Eles pegaram Amber! —A força deixou suas pernas, seu corpo. Caindo contra o peito dele, ela se agarrou aos braços de Jonas, desesperada pela força que sabia que ele tinha, lutando pela sanidade mental num mundo que de repente ruía a sua volta.

— Eles querem aqueles arquivos. Eles a matarão. — Selvagem, apavorada, ela sabia que ele nunca faria aquilo. Nunca salvaria seu bebê. — Por favor, Jonas. Dê-me os arquivos. Salve o meu bebê. Oh Deus, salve o meu bebê.

Jonas sentiu a vida deixar seu corpo. Pela primeira vez em sua vida, Jonas Wyatt sentiu puro, puro terror engolir seu corpo.

A modelo de perfeição, a fria e serena secretária, a companheira que ele se recusou a reclamar para si, olhou-o com lágrimas correndo de seus olhos verdes escuro, seu rosto estava pálido e horrivelmente machucado.

O cheiro do medo e de seus machucados eram uma afronta aos seus sentidos, o conhecimento de que a criança que ele reclamou como dele a alguns meses atrás estava na linha de fogo, fez o animal dentro dele gritar de raiva.

— Quimera. Virou a cabeça para o lado enquanto a mulher raça Jaguar saia da sua posição no escritório de trás dele, passando entre três homens que estavam puxando armas rapidamente de um cofre escondido e colocavam em seus cinturões. — Leve-a.

Ele empurrou Rachel para a Agente, vendo no olhar claramente predatório o desejo de lutar em vez de ficar para trás.

— Não! Jonas, não! — Raquel agarrou-o, cortando o coração dele enquanto a raiva agonizante em sua voz ecoava em sua mente.

O grito de raiva rasgou por sua cabeça, só anos de paciência, de força, de condicionamento esconderam a resposta instintiva quando sua companheira lutou para ser forte, para manter sua sanidade mental diante do perigo que a filha enfrentava.

— Rachel, escute-me. — Ele a sacudiu outra vez suavemente, olhando fixo nos lindos olhos verdes de veludo escuro. — Eu vou buscar Amber. Eu juro a você.

Os olhos dela se encheram de pânico. Ele não acreditava que o rosto dela poderia ficar mais branco, mas ficou. O cheiro do seu medo o cortou como uma lâmina irregular enquanto os soluços perfuravam sua alma.

— Eles vão matá-la, — ela tentou gritar, mas o desespero em sua voz rouca saiu como um argumento esfarrapado. — Eu não tenho tempo. Ela soltou-se das mãos que ele tinha posto sobre ela. — Me dê os arquivos. Por favor. Oh Deus, por favor, Jonas.

— Jonas, temos que avançar. — Dane Vanderale, filho e herdeiro de Leo, casta Leão mais forte que já foi criado, foi para o lado dele. — Nós temos uma localização. A limusine de Brandenmore está estacionada na casa dela. Tenho uma unidade posicionada lá agora.

— Caia fora. — Jonas se virou, rosnando para o homem a quem a genética o unia como um irmão, quando o outro homem fazia planos, não para salvar Amber, mas em vez disso para capturar o inimigo. — Ligue para sua equipe voltar. Muita gente será perigoso. Ele se virou para os homens em quem ele sabia que podia confiar. — Rule, traga a blazer para perto. — A caminhonete de cidade especialmente modificada era para comportar toda a equipe e as armas. — Lawe, Mordecai, vão em frente, apenas reconhecimento.

Os homens saíram enquanto Dane amaldiçoava atrás de Jonas. Jonas segurou Rachel enquanto ela rogava. A rejeição dela pela equipe que já saía foi uma ladainha irregular de desespero implorando que ele apenas entregasse a ela os arquivos.

— Quimera, os arquivos estão em minha mesa.

Ele esteve esperando pelos homens de Brandenmore. Os arquivos estavam lá, as informações que o sacana queria seria a isca para a armadilha que ele preparou contra eles. Mas nunca pensou que Brandenmore poderia usar uma criança para fugir de uma armadilha.

— Rachel, chega. — Os soluços estavam acabando com ele enquanto ela tentava se afastar, para pegar os arquivos e sair com eles, mesmo sabendo que ele nunca deixaria isso acontecer.

— Não, Jonas. — Seu rosto encharcado de lágrimas e machucado, o destruía assim como a voz suave, tantas vezes fria e com uma ponta de diversão agora estava cheia de raiva. — Você não vai jogar com a vida da minha filha.

Tantos meses ela trabalhou para ele e com ele. Mesmo assim, ela não viu nada além do que os outros chamavam de jogos.

Soltando um dos braços dela, ele levantou uma mão até sua face. Sua garganta estava apertada com o sofrimento que esta pessoa, a quem ele permitiu lentamente que visse o interior dele, mas só viu a superfície externa.

— Me dê os arquivos, — ela implorou, mas ele viu a fúria em seus olhos, o conhecimento que ele nunca poderia fazer aquilo.

— Jonas, os arquivos. — Quimera parou ao lado dele enquanto Dane, Rule e Morde iam para a porta, totalmente preparados, armas cuidadosamente alojadas sob as jaquetas e nas mochilas que carregavam.

— Venha. — Ele tomou a decisão rapidamente, seu olhar duro em Quimera foi uma ordem silenciosa que ele sabia que a outra mulher entenderia.

Ela seria a única responsável pela vida de Rachel quando chegassem na pequena casa onde o bebê era mantido cativo. Jonas se moveria com Dane e os outros para pegarem o bebê e garantir que aqueles que o sequestraram não ameaçasse outra vida.

—Jonas? — Rachel tropeçou novamente, mas foi erguida em seus braços, o peito largo e musculoso embaixo do rosto dela, sua expressão duramente talhada era muito mais animal que a de um homem naquele momento.

Não havia raiva rodando no fundo dos olhos vivos de mercúrio. Como um animal, separado do homem, se enfureceu dentro dele agora.

— Os arquivos não vão salvar a criança. — Sua voz era um rugido, duro. — Você sabe tão bem quanto eu, Rachel. Eles vão matá-la, e eles vão matar você. E eu não vou permitir isso.

Ela sabia disso. Em seu coração de mãe, ela viu nos olhos de Phillip Brandenmore todas as vezes que ele bateu nela, o punho brutal, o seu olhar cintilante de prazer e satisfação.

— Ele não sabe que você estava esperando por ele. Ela se forçou a dizer as palavras. — Eu não contei a ele, Jonas.

Mas ela tinha sabido. Jonas não tinha disse a ela também, mas passou a conhecer o homem com quem trabalhava a meses. Ela aprendeu não só a antecipar suas necessidades, mas também suas ações, e a se preparar adequadamente.

— Eu sei que você não contou a ele, Rachel. Eles andaram ao longo do corredor até uma porta lateral, inacessível, exceto para o nível mais alto de segurança.

— Precisamos saber para o que estamos nos dirigindo. — A voz normalmente zombadora de Dane Vanderale agora era de puro aço, fria e mortal. Rachel quase acreditou que ele bem poderia ser uma raça, quando aqueles misteriosos olhos de esmeralda se estreitaram nela. — O que aconteceu?

O pesadelo da noite engrossado a voz dela quando ela contou. Ela tinha ido para casa. Sua babá não estava lá. Amber estava chorando. Ela tinha apenas três meses de idade. Ela estava com fome, molhada e assustada. Rachel ouviu os gritos do bebê no segundo que seus pés tocaram a pequena varanda.

Ela não pensou, reagiu. Tinha pressa em chegar até seu bebê em vez disso, ela viu os olhos impiedosos dos homens que estiveram esperando-a.

— O bebê estava ileso? — Jonas perguntou quando ela terminou de relatar o horror daquela noite, caminhando do elevador que parou dentro de uma garagem subterrânea, que ela nem sabia que existia.

— Ela estava bem quando saí. — A voz dela tremeu. Jonas nunca disse o nome de Amber. Era sempre — a criança — ou — o bebê. — Ela está com fome, — ela sussurrou, olhando para ele. — E frio. Levaram cobertores. Eu sei que ela não foi trocada.

Ela estava morrendo por dentro. Amber era um bebê tão bom. Ela nunca chorava, a menos que estivesse com frio ou fome. Ela gostava de ver o mundo e a mãe dela. As poucas vezes que Rachel desafiou as ordens de Jonas e trouxe Amber para o escritório, o bebê sempre pareceu fascinado pela voz dele. Ela escutava. Ela observava. E agora ela estava sozinha, sem calor ou conforto.

— Eu não posso suportar isso, Jonas. — Seu estômago apertou de dor, tanto pelo golpe que recebeu antes quanto pelo conhecimento que sua filha estava com fome e frio. Confusa. Assustada. — Por favor, Jonas, não deixe que eles a machuquem.

— Ninguém vai machucá-la. — Ele entrou na caminhonete e depositou-a no banco traseiro.

Quimera pulou no outro lado quando Jonas caiu ao lado de Rachel, ela acomodando entre eles, enquanto Dane pegava o volante e Lawe montava o rifle.

— Armas. — Lawe virou, abriu uma bolsa aos seus pés pegando as armas para Jonas.

Rachel olhou, o pavor cresceu dentro dela quando viu o laser letal, a pesada munição e os potentes explosivos que foram entregues a Jonas que prendeu tudo em seu corpo.

Ela viu um pequeno exército se preparar para a batalha, e sua filha, seu bebê de três meses, tão indefesa, tão pequena, estaria bem no meio daquela guerra.

— Jonas, por favor. — Ela não conseguia respirar. Seu peito se apertou com o pânico, com uma sensação de terror tão esmagadora que ameaçou cortar o ar de seus pulmões.

A cabeça dele virou, os misteriosos olhos prata piscaram raiva viva enquanto a fitava.

— Eu pus a vida daquela criança acima da minha própria vida, — ele afirmou de repente, o rosnado na sua voz uma coisa horrível de ouvir agora. Aquele era o animal que ela ouviu dos boatos: Raça, a quem todos temiam.

Olhando para baixo, viu quando ele rapidamente verificou sua arma, sua afirmação ecoando na cabeça dela. Jonas colocou muitas pessoas acima de si mesmo, ela pensou muitas vezes. Ele era um manipulador, calculista, mas não havia nada de frio ou cruel nele fora seu comportamento.

— Quantos estão lá? — Dane Vanderale perguntou com voz mais dura, e se possível, mais fria. Rachel nunca achou que ninguém poderia ser mais duro e frio que Jonas, mas Dane conseguiu superá-lo.

— Há quatro. Phillip Brandenmore está com eles.

O silêncio encheu o veículo por longos momentos.

— Lawe está na posição, — Rule afirmou no silêncio. — Há quatro homens lá dentro. Brandenmore tem a criança em um transportador ao lado dele.

— Ele está preparado para levar o bebê com ele, — afirmou Dane.

— Cale a boca, Dane, — Jonas rosnou, e Rachel soube que Jonas entendeu as implicações do relatório.

Rachel tremeu de dentro para fora. Ela conhecia bem a história das raças, sobre os laboratórios e os cientistas, sabiam que o bebê se tornaria mais um projeto de pesquisa.

Dor cortou por seu abdômen ao pensamento. Um soluço apertou sua garganta, quase a sufocando.

— Olhe para mim. — A voz áspera de Jonas a fez erguer os olhos para ele. — Ninguém vai machucar a criança. Você está me ouvindo?

— Jonas. — A voz de Dane era de advertência. — Vamos nos concentrar em fazer o que pudermos. — Não faça promessas que não poderá cumprir. — Ela ouviu a mensagem reticente, enquanto Jonas olhava fixo, seus olhos terríveis quando a cor mudou e rodou.

— Ninguém vai machucar a criança. — Seus olhos brilharam sobre ela, sua expressão ficando mais selvagem quando estendeu a mão e um dedo correu de leve sobre o hematoma no rosto dela. — E eles vão morrer por isso.

Os hematomas em seu rosto eram uma afronta ao animal agachado e rugindo dentro dele. Ele sentia o estado selvagem que ele sempre conteve, ameaçando assumir o controle, a liderança.

Aquela era sua companheira. Não importa que ele não a tivesse reclamado. Não importa que ele não tivesse nenhuma intenção de tomá-la como sua mulher. Ela era sua, e que Deus ajudasse a quem ousou colocar a mão sobre ela.

Ele sentia o cheiro do sangue dela, de sua dor. Mesmo agora, o corpo dela estava tenso com o sofrimento que circulava por todo seu corpo.

— Contate o Santuário. — Ele ordenou a Quimera. — Preparem o Heli-jato, nos esperem prontos para nos levar para casa. Quero Ely e a equipe médica preparada e pronta para nós quando chegarmos.

Quimera acenou rapidamente com a cabeça.

— Lawe, Dane dá as ordens. Dane olhou para Jonas pelo espelho retrovisor. — A vida da criança é a prioridade, ele ordenou. — Nada mais importa.

A surpresa brilhou no olhar de Dane antes de recuar, assim como Jonas sentiu fluindo de Quimera e Lawe.

Ele tentou capturar Brandenmore e seus companheiros por muitos anos, antes que ele soubesse de quem, quem e por que roubava informações do Santuário. No ano passado nada importou senão capturar o desgraçado vivo e no ato de tentar roubar as informações que ele queria.

Eles precisavam dele vivo. Precisavam de uma chance, uma oportunidade, assim como um motivo para enquadrá-lo sob a Lei da raça durante o interrogatório.

O interrogatório pouco importava diante da vida da criança.

Sua filha.

Deus, como ele queria que a menina fosse sua filha e não de outro. Como desejou ter sido ele o pai daquela menina, abraçar Rachel, dar prazer a ela.

Se o mundo fosse um lugar diferente, se ele fosse um homem diferente. Se não houvesse mais riscos em tomar o que era dele, em vez de ter que mantê-la a uma distancia segura ele.

— Nós estamos indo. — Dane disse calmamente.

— Jonas, por favor. — A voz de Rachel estava irregular, suas mãos agarrando os braços dele, as unhas fincadas nas mangas do uniforme de combate preto que ele usava. — Por favor, Jonas, não os deixe ferir Amber. Por favor.

Amber. O bebê. A alma dele se despedaçou ao pensar naquela criança em perigo.

— Fique no carro, Rachel. — Ele olhou de novo para Quimera e recebeu um aceno rápido em resposta.

A vida de Rachel estava nas mãos de Quimera. A única responsabilidade que tinha era proteger a companheira dele.

A caminhonete parou e Jonas deixou o animal livre quando normalmente o mantinha sob total controle.

Toda raça tinha dois lados, partes alternadas da consciência que frequentemente trabalhavam juntas. Mas em certos casos, uma ficava mais dominante que o outro.

O Leão endurecido dentro dele exigia o domínio agora. A companheira dele foi atacada, machucada. A criança que o animal e o homem reclamaram para si alguns meses atrás agora corria perigo.

Nenhum homem sairia daquela casa sem pagar com a vida por ter causado as contusões que machucaram a carne da companheira dele. Mas sentiu a outra parte dele sentiu temor, Jonas sentiu o forte cheiro da criança.

Andando pelo pequeno quintal, ele usou as sombras que se estendia das outras casas que a rodeavam. O bloco onde a casa de Rachel foi construída era pequeno, quieto. As famílias viviam e trabalharam ali. As crianças riam e os pais olhavam para eles.

Deslizando ao longo da janela que dava na sala, Jonas pegou um olhar rápido de Phillip Brandenmore, o dono Brandenmore Pesquisas. O homem que estava determinado a usar as Raças para criar uma droga que poderia diminuir o envelhecimento e poderia vender para milhões de pessoas sentadas diante de uma TV de tela plana, ele franziu a testa quando ouviu o bebê choramingar ao lado dele.

Amber estava cansada. O animal cheirou o cansaço dela. Ela já tinha chorado até estar esgotada. Ela estava com frio e com fome. Ninguém a alimentou. Ninguém a trocou. Ninguém estendeu um cobertor sobre seu corpinho frágil para bloquear o frio leve no quarto.

A mãe dela mantinha a casa aquecida. A primeira coisa que estes estranhos fizeram foi desligar o aquecimento. Então eles tiraram o conforto e a segurança dela.

O animal dentro de Jonas sentiu o medo de Âmbar e baixou com intenção predatória dentro dele.

— Eles têm um Coiote com eles. — Rule falou pelo link de comunicações colado na orelha de Jonas. — Ele agora está na cozinha com um bule de café. — O Desgraçado idiota. Coiotes podiam ficar desatentos. Eles eram selvagens na batalha, impiedosos em bando, mas esses que ficaram com o conselho ou os que mudaram-se para lugares menos aceitáveis do mundo eram completamente preguiçosos.

— Pegue ele primeiro, — Dane ordenou enquanto Jonas caminhava ao longo da janela verificando Brandenmore e a posição da criança antes de recuar.

— Eu estou passando pela janela, — ele falou aos outros. — Brandenmore está sozinho na sala de estar

— O coiote está na cozinha, nós temos uma sentinela na varanda da frente, temos um no quarto de cima, — Rule informou. — Eles não estão esperando problemas.

 

Eles não esperavam ninguém nesta noite no escritório. Eles pensaram que podiam enviar Rachel de volta, forçá-la a fazer o trabalho sujo deles e depois matá-la. E só Deus sabia o que eles planejaram para a criança.

— Jonas, ele usará o bebê. — A voz de Dane era realista, cheia de lamento mas realista.

— A criança é prioridade, — Jonas repetiu.

— Não há nenhum modo de chegar a Brandenmore antes que ele pegue o bebê, — Dane declarou. — Pense nisto Jonas.

Jonas olhou novamente pela janela. A arma de Brandenmore estava a centímetros da cabeça de Amber, a pequena arma de lazer na mão dele.

O animal dentro dele gritava. Desde o primeiro momento que Jonas percebeu que Rachel era a companheira dele, ele teve uma ligação com a criança. Indefesa, e ainda confiante do seu lugar no mundo de sua mãe. Ela não conheceu nenhum perigo ou medo-até agora.

Agora ela experimentava sensações que nunca deveria conhecer. Esgotamento. Fome. Drogas.

Jonas inalou lentamente. O bebê estava cansado, mas estava quieta porque também foi drogada

Ela estava amedrontada.

Ele ouviu o minúsculo choramingo, um choro com pouco som enquanto os punhos se apertavam e abriam. Ela queira chorar, mas não tinha forças.

— Dane, se esta criança for machucada, teremos problemas. — Jonas ouviu o rugido na própria voz, sentiu as garras escondidas quando elas se separaram das pontas dos dedos dele, passando por baixo das unhas regulares e se projetando para frente.

Revestida de sangue, curvada e afiada. Os dedos dele se dobraram, seus sentidos ficaram mais afiados, afiados com a fome de sangue e vingança.

O problema chegou. O Leão, que sempre manteve preso tão cuidadosamente, se soltou livremente. Em um momento de fraqueza, a percepção do perigo que a criança — sua criança --enfrentava estava lá.

Uma rosnadura moldou os lábios dele, caninos brilharam na escuridão, um rugido predador estrondeou no peito dele, do fundo da garganta..

— Chefe, estamos em posição. — Rule reconheceu o som. — Eu tenho o Coiote, Lawe tem a sentinela na frente.

— Dane converge para Brandenmore, Mordecai, o membro da equipe de Coiote, deu a ordem final quando Jonas, homem e animal, entraram em ação.

O Conselho de Genética que criou as Raças tinham um propósito em mente: criar uma máquina de matar. As Raças foram criadas, treinadas e aperfeiçoadas para toda e qualquer situação que aparecesse diante deles.

Eles não foram criados para salvar vidas. Eles não foram treinados para cuidar, acasalar ou amar. Mas o para aquilo que não foram treinados os tornaram melhor, mais rápidos, mais fortes.

Fizeram deles as criaturas mais perigosas na face da terra.

A principal arma.

 

Vidro caiu, espatifou.

Aquilo levou preciosos minutos, quando a paciência que Raquel nunca pensou que tivesse sumiu ao aparecer uma chance de abrir a porta e se arremessar para fora da caminhonete.

Ela foi para o lado da casa, não muito distante. Dedos duros, prenderam os braços dela, arrastando-a para trás enquanto ela olhava a escuridão, enquanto uma figura rosnava e se lançava na janela da sala.

O som de vidro quebrando e o rugido selvagem de um animal eram os únicos sons na noite. Uma sombra se moveu na varanda da frente e silhuetas torceram e agitaram as cortinas que cobriam a janela da cozinha.

Foi o vidro quebrado, que prendeu a atenção horrorizada.

Cacos, escuridão revestida de sangue, foram irregulares no quadro. Não havia nenhum som, nem mesmo um choro infantil.

— Deixe-me ir. — Sua voz era abafada e fina, rouca sentindo as lágrimas caindo de novo.

—Ele vai me matar. O tom de Quimera era de lamento. — Eu arrisquei você o bastante ao deixá-la chegar tão perto.

A cabeça de Rachel se virou para a outra mulher. — Está perto?

Olhos verdes olharam para a casa antes de voltar a descansar em Rachel. Os traços de Quimera na sombra se apertaram com alguma emoção sem nome. — Ela é sua filha. Você tem o direito.

Quando a ultima palavra saiu dos lábios Quimera, todo o inferno pareceu um fogo cruzado.

Um rugido, diferente de tudo Rachel ouviu em toda sua vida, ecoou o silêncio da noite.

 

Jonas entrou pela janela. Ele sentiu o vidro cortante em seus ombros, sentiu a raiva animal que cresceu em seu corpo e foi até o inimigo.

Brandenmore não esperava um ataque. Ao invés de pensar em pegar a criança, ele se levantou. Apontou a arma e atirou, o estouro do tiro passou por milímetros da cabeça de Jonas antes Brandenmore pular para a porta.

Jonas soltou outro forte rugido. Um som que Jonas sabia que nunca rugiu quando sentiu o cheiro da criança fluir sobre ele.

Saltando entre o bebê e a porta, Jonas encarou o outro homem, sua própria arma pronta, contida firmemente na ponta da garra dedos, ele rosnou de novo para Brandenmore.

Seu rosto enrugado de crueldade e envelhecido, Brandenmore sorriu, um sorriso de escárnio, zombaria que fez o dedo de Jonas apertar no gatilho. Brandenmore segurava a arma apontada na direção do bebê.

—Tantas pesquisas. — Brandenmore sacudiu estalando a língua com desprezo. — Tantas experiências. Nós aprendemos muito desde que você fugiu, Alfa.

Os olhos dele se estreitaram no outro homem.

— Essa criança. — Brandenmore acenou com a cabeça ao bebê muito quieto. — Ela é um teste, não mais que você foi um teste. Não mais que qualquer outro foi. Não é preciso um laboratório para criar uma experiência agora não é Alfa Um?

Jonas ia atirar nele, mas o movimento mais leve do dedo de Brandenmore naquele gatilho faria o laser explodir e mataria Amber, apesar da tentativa de Jonas para protegê-la.

— Eu vou te matar, — Jonas prometeu, vendo a crueldade, o olhar frio do outro homem.

Brandenmore sorriu novamente. — Você tem tentado a muito tempo, Alfa Um. Você ainda não conseguiu. Ele olhou ao berço onde estava a criança. — E você não vai conseguir agora.

Antes que Jonas pudesse pular sobre ele, Brandenmore se lançou pela porta.

Um rugido de raiva escapou dos lábios de Jonas. Adrenalina e pura fúria animal o fizeram começar a ir para a porta, ao invés disso foi até a criança.

Puxando o corpo minúsculo do berço, Jonas a apertou contra seu peito. Ele se lançou pela janela segundos antes de fogo e calor explodir atrás dele, fazendo-o voar pelo ar quando a noite pareceu ir para o inferno em volta dele.

 

Santuário, Sede de Governo das Raças Felinas

Bufallo Gap, Virginia

O heli-jato Das Raças pousou no pátio principal da propriedade, uma ocorrência quase que sem precedentes. Equipes de Raças Felinas, Lobos e Coiotes, cercaram toda a área, seus olhos duros e frios, armas prontas para uso quando a porta externa para os laboratórios foi aberta ao mesmo tempo em que as portas do heli-jato se abriram.

Jonas Wyatt saltou do jato preto com suas roupas chamuscadas, o rosto sombrio coberto de fuligem e sangue enquanto apertava um pequeno pacote junto ao peito e correu para os laboratórios.

Atrás dele, as raças felinas Lawe Justice e Rule Breaker o seguiam de perto, cada um segurando um braço frágil da secretária de Jonas, Rachel Broen.

Lágrimas e fuligem riscavam a face de Rachel. Seu longo cabelo vermelho escuro não estava cuidadosamente arrumado no coque perfeito que sempre usava. Flutuava em volta do rosto, as ondas longas cascateavam até o meio das costas enquanto ela era praticamente puxada para o subsolo da Casa principal.

— Eu quero a Elizabeth e Ely imediatamente, — Jonas gritou enquanto corriam pelos corredores de cimento e aço que conduziam ao laboratório principal.

— Eles estão à espera nos laboratórios. — Líder do Grupo Callan Lyons corria ao lado dele enquanto o chefe de segurança Kane Tyler e o comandante dos Agentes do Santuário, Mercury Warrant, o seguiam. — Elizabeth ainda estava no local, quando você ligou. Ela e Ely estão com tudo pronto.

— Jonas, o que está acontecendo? — Rachel sentia o medo cortando seu corpo. A viagem horripilante de Washington D.C. para a Virgínia não levou mais que quinze minutos de heli-jato.

Ele voou para o Santuário na velocidade máxima, com Jonas gritando com o piloto para ir mais rápido, Amber estava frouxa e flexível em seus braços.

Ele não a deixou segurar sua filha. Amber não choramingou, não chorou.

— Aqui está a seringa. Estava ao lado dela no berço. Jonas entregou a pequena seringa que Rachel ainda não tinha notado na mão de Callan. — Eu quero uma análise completa de Amburg o mais rápido possível.

Callan passou a seringa para Mercury, que se voltou rápido para outro corredor e desapareceu.

Jeffrey Amburg, o flagelo da comunidade das Raças. Ele era conhecido como um açougueiro nos laboratórios da raça antes do resgate, doze anos atrás.

Avançando, Kane Tyler, o cabelo escuro de corte curto militar, seu olhar azul frio com fúria, escancarou as portas para o nível principal dos laboratórios, onde duas mulheres correram de um escritório próximo.

— Temos tudo preparado e pronto. — Elizabeth Vanderale, seu cabelo escuro amarrado num rabo de cavalo apertado, um jaleco branco voando atrás dela ao abrir outra porta, enquanto Ely Morrey, a médica chefe das raças felinas, foi rápido até a incubadora colocada no meio da sala.

— Jonas. — Ela parou apenas dentro da sala, olhando com horror quando o pequeno vestido e as fraldas de Amber foram retiradas rapidamente e logo depois ela foi colocada dentro da incubadora.

— Precisamos amostras de sangue, saliva e tecido imediatamente, Elizabeth falava enquanto ela e Ely começavam a se mover rapidamente.

— O que está acontecendo? — Ela se puxou das duas raças segurando seu braço. Rachel se agarrou no braço de Jonas, raiva e medo a envolvendo enquanto via a intensa raiva nos olhos dele. — Maldição, fale comigo. O que aquele filho da puta fez ao meu bebê?

O medo cortava sua mente, cavando fundo em sua alma. Que Deus a ajudasse se alguma coisa acontecesse ao seu bebê, ela não sobreviveria.

Ela esteve implorando a Jonas que falasse com ela desde o segundo que ele saltou e rolou, pouco antes da explosão que incendiou a casa dela.

— Rachel, dê espaço para ele. — Kane agarrou o braço dela para puxá-la para trás, mas ele logo deu de cara com o rosnado cheio de fúria animalesca que Jonas voltou contra ele.

Rachel quase recuou um passo quando a cabeça de Jonas abaixou, os lábios dele subiram mostrando seus dentes caninos com um brilharam predatórios dos lados da sua boca. Uma mão segurou no braço dela e Rachel baixou o olhar a tempo de ver a curva letal das garras afiadas que saiam de baixo das unhas dele.

Ela levantou os olhos lentamente. — Jonas, por favor. Diga-me o que aconteceu.

Uma rosnadura rompeu da garganta dele.

— Senhorita Broen, meu filho é primitivo neste momento. Ele pode pensar, reagir, mas o animal está controlando atualmente o homem.

Rachel se virou para encarar Leo Vanderale. Ele era quase que uma réplica de Lyons Callan, ou talvez fosse mais correto dizer que Callan era um clone do outro homem.

Cabelos muito longos eram riscados de preto e vermelho. As feições ferozes enquadravam olhos dourados, o poder parecia exalar por todos os poros, contrariando o ar civilizado do seu terno cinza escuro.

Jonas rosnou para Leo, só para receber um flash dos caninos quando Leo veio lentamente para frente.

Ele parou e fitou a incubadora por um longo tempo antes de se virar para Jonas. — Você confiará mim para vigiar a segurança dela enquanto você cuida da criança?

O maxilar de Jonas cerrou firmemente. — Não! — O som foi um estrondo da raiva.

Leo apertou os lábios. — Você realmente quer me encarar hoje, filhote? Ele rosnou. — Ou quer fazer essa mulher te odiar?

Jonas rosnou novamente, mas ele finalmente deixou que Rachel se soltasse e se afastasse dele.

— Tire todos daqui, Leo, — Elizabeth berrou para ele enquanto ia até a incubadora com uma seringa preparada para extrair o sangue.

O frasco ativado por pressão foi rápido, indolor, mas naquele momento, parecia um instrumento de morte quando a agulha se aproximou do braço muito pequeno do bebê.

— Jonas, por favor. — Suas unhas se cravaram no braço dele quando o agarrou. Raiva e medo oprimindo ela com um aperto desumano. —O que há de errado com o meu bebê?

— Brandenmore, — ele resmungou para ela. —Ele injetou com alguma coisa nela, Rachel. Temos que descobrir o que.

As palavras eram claramente humanas. As implicações daquilo foi um pesadelo.

Ela o soltou lentamente. Rachel apertou suas mãos contra seu estômago quando se apertou num espasmo de medo, ameaçando vomitar os poucos alimentos que tinha comido aquele dia.

Seus olhos voaram para a forma inconsciente da sua filha enquanto começava a tremer, tremendo de tanto medo que a deixou surpresa de ainda conseguiu ficar de pé.

Amber parecia tão pequena na incubadora. Ela nasceu com peso abaixo do normal, não doente, mas seu peso leve deixou Rachel preocupada nos três meses de vida da menina.

Agora ela estava tão pálida e não se mexia, seus cachos dourados avermelhados, que desciam ao lado da cabecinha enquanto Rachel lentamente soltava o braço de Jonas e se afastou dele.

— Amburg está testando a seringa, — informou Kane, com um dedo apertado contra o pequeno botão de saída do link de comunicações na sua orelha. — Ele espera um relatório inicial dentro de trinta minutos.

— Cinco minutos ou ele morre. — Jonas respondeu a Kane, sua cara sombria muito mais selvagem do que normal e cheio de inclemência predatória. Rachel teve nenhuma dúvida de que ele quis dizer o que disse.

Friamente, Kane repetiu a ordem.

Evidentemente, Amburg não discutiu.

— Por quê? — Rachel se virou ao único homem disposto a dar respostas, o homem que chamou Jonas de filho. Rachel não tinha nenhuma ideia que Leo Vanderale era uma raça até aquele momento - até que ela viu os caninos cruéis nos lados de sua boca, que ele normalmente mantinha escondidos. — Por que ele iria querer matar Amber?

Leo balançou a cabeça. — Eu duvido seriamente que ele tenha feito isso com a intenção de matá-la. Tudo que Brandenmore faz é feito com a intenção de experiência, nada mais. Ele simplesmente não se importa se ela vive.

Jonas rosnou para Leo novamente.

— Por quê? — Rachel chorou novamente, levantando a sua voz quando o medo começou a roubar seus sentidos. — Por que ele faria isso?

— Porque alguns testes provaram que você e também sua filha, são viáveis companheiras da raça. — Foi Callan Lyons que respondeu, apesar do estrondo furioso que saiu de Jonas. —Brandenmore conseguiu roubar algumas informações do Santuário mês passado, Srta. Broen. Aquelas informações continham os resultados de vários testes feitos para acasalamento de Raça. Seus testes. — Rachel sacudiu a cabeça. Supunha-se que o acasalamento das raças era nada mais que um boato, porém com frequência ela se viu querendo muito a verdade daquilo.

Ela olhou para Callan. Nem ele nem Merinus pareciam ter envelhecido, nos doze anos de casados. E Kane. Ela já trabalhou para Kane. Ele estava na casa dos quarenta, mas parecia ser dez anos mais jovem.

Excelente genética foi a desculpa frequente que ela ouviu das raças.

Houve um grande número de razões lançadas na imprensa, também os cientistas que questionaram o fenômeno. Muitas raças admitiram a existência do calor de acasalamento.

— Testes, — ela sussurrou tentando controlar a náusea dentro dela. — Eu fui testada? O sangue, saliva e amostras vaginais que lhe pediram foram para testar sua viabilidade como uma companheira com qualquer Raça que você entrasse em contato ele. — Callan concordou com a cabeça brevemente enquanto Jonas rosnava silenciosamente antes dar as costas para todos eles. — Você foi positiva no teste de viabilidade o que nos levou a suspeitar que Amber também seria viável quando crescesse. Foi uma precaução que tivemos que tomar Rachel. — Ela sacudiu a cabeça devagar, negando a verdade. Merinus não a avisou daquilo. Com certeza ela a teria avisado se qualquer coisa assim fosse possível.

— Eu preciso de todos vocês fora daqui —, Elizabeth ordenou, quando foi forçada a ir até Jonas.

Olhos azuis brilharam de raiva, quando encarou Jonas. — Você e a mãe podem ficar, mas saiam do inferno do meu caminho. O resto de vocês saia. Isso significa você também, Leo. Seu tom não admitia nenhuma recusa.

Rachel virou a cabeça encarando Jonas e de repente o significado daqueles testes bateu nela.

— Eles pensam que nós somos acasalados de alguma maneira? — ela perguntou quando ele ficou de costas para ela.

— Se você tiver perguntas, então saia com o resto deles, Elizabeth ordenou enquanto prendia os eletrodos em Amber. — Eu não posso salvar esta criança se tiver que ouvi-la repreender Jonas agora. — Rachel apertou os lábios, mas o olhar que deu ao seu chefe era uma promessa. As perguntas viriam e ela ia querer respostas, então decidiria exatamente onde ela e a filha estavam.

Ela não confiaria em outra Raça, não enquanto vivesse. Ela confiou em Jonas; Merinus e em Kane.

Quando o monitor cardíaco começou a apitar Rachel olhou desesperadamente para o ruído. Os monitores de pressão arterial e frequência cardíaca assim como várias máquinas que ela nunca viu antes em qualquer hospital, começou uma sinfonia de salvação ao cercarem a incubadora.

Elizabeth Vanderale assentiu devagar ao ler e interpretar as leituras enquanto prendia em sua orelha um clipe e começou a falar baixinho para ele.

— Rachel, estaremos lá fora se você quiser conversar. — Kane prometeu quando os homens passaram por ela. — Merinus está a caminho voltando de Colorado. Ela voou imediatamente quando Callan a informou tudo que aconteceu. Nós responderemos as perguntas que pudermos.

O grande laboratório grande esvaziou e Raquel cruzou os braços sobre os seios lutando para conter as lágrimas ao encarar sua filhinha.

— Ela é inocente —, ela sussurrou. — Você devia ter me avisado que ela correria perigo.

Ela nunca perdoaria Jonas ou Merinus por negligenciar aquele aviso.

— Nós não tivemos nenhuma razão para acreditar que ela estaria em qualquer tipo de perigo. — A voz de Jonas ainda era grossa e animalesca. — Nós não tivemos nenhuma razão para acreditar que você estaria. Não eram os testes de companheiros viáveis que Brandenmore precisava. Eram os testes dos companheiros acasalados e certas mudanças hormonais que acontecem com o acasalamento que ele estava interessado. Não havia nenhuma razão em potencial dele perseguir vocês, porque foi provado que esses testes nem sempre são confiáveis.

Rachel esfregou os braços ao sentir o frio que a invadiu ao encarar de novo as máquinas.

Elizabeth Vanderale ainda falava suavemente. Jonas observou seus movimentos várias vezes, a audição de Raça mais aguda captando toda a conversa que Rachel provavelmente não podia ouvir.

— Amburg tem os resultados iniciais, — ele disse baixinho quando ela abriu a boca para interrogá-lo. — A seringa continha certos hormônios das Raças, mas na opinião dele, nada que seja prejudicial a ela.

— Ela não está se mexendo. — Ela sussurrou dolorosamente.

Jonas estremeceu com a dor antes de esfregar a nuca. Ela o viu fazer aquele gesto muitas vezes nos últimos meses que trabalhou para ele. O gesto normalmente indicava um sentimento de frustração.

— Ele acredita que reagiu como um sedativo, — ele contou. — Nesse caso, em algumas horas, ela deve acordar no seu estado normal

— Nesse caso, então nós vamos embora.

— Só em sonho. — O olhar dele quando se voltou para ela era quase apavorante. Ou teria sido, se ela não tivesse enfrentado tantos fluxos de medo nas últimas horas. Agora o corpo dela parecia imune a ferocidade dele.

— Eu não ficarei aqui. — Ela negou com a cabeça ferozmente.

—Você não partirá até que eu saiba de fato que você e aquela criança estarão seguras. Ele se aproximou mais, abaixando a cabeça até que o olhar dela se fixou no mercúrio turvando os olhos dele. — Entenda uma coisa, Rachel. Se eu tiver que colocá-la sob vigilância vinte e quatro horas, você não vai a lugar nenhum, não vai se mover, não fará nada que eu não saiba primeiro.

Ela o encarou, o choque envolvendo-a para logo depois pura raiva tomar todo seu corpo. Antes que ela pudesse se conter, a mão dela se ergueu, voou, batendo contra os contornos duros do rosto dele.

Tudo no quarto congelou.

A Elizabeth e Ely os encararam em choque, as expressões delas cautelosas enquanto olhavam para Jonas.

Ele poderia tê-la parado. Ele era rápido e instintivo o bastante que ele pudesse se prevenir contra o ataque. Ao invés disso, ele esperou. Ele levou, mas sua expressão não alterou, no entanto seus olhos brilharam com sentimento que ela não conseguiu identificar.

— Isso não muda nada, — ele rosnou. — No que se refere a você e aquela criança, minha palavra é lei, querida. Confie em mim nisso. Não há um homem ou uma mulher no Santuário que ousaria me desafiar nisto.

— Kane.

— Não arriscará a vida dele por isto. — O sorriso dele estava apertado, confiante.

— Merinus não o deixará. . .

— Merinus não ousaria interferir —, ele rosnou.

— Eles não o deixarão me prender aqui. — Ela negou com a cabeça, certa de que eles nunca a trairiam tão profundamente

— Diga-me, Rachel, os testes de acasalamento que analisaram; com ordem de quem você acha que foram pedidos? — Ela não pôde respirar agora. Ela poderia sentir o tórax dela apertando com pânico ao conhecimento que ela não tinha querido enfrentar.

— Não importa.

—Oh, mas faz sim, — ele a cortou novamente. — Importa Rachel. Esses testes foram comparados contra minhas amostras. Eles não ousariam interferir porque eles sabem o inferno que eles enfrentarão. Você é minha companheira, Rachel. E eu protegerei o que é meu, você e a criança com toda minha força até a última gota de sangue que eu possuo. Ninguém, absolutamente ninguém fará qualquer coisa que prejudique a nenhuma de vocês novamente. Se eu tiver que te prender nestes laboratórios para ter certeza de que não vai partir, então eu o juro por tudo de mais sagrado que é exatamente isso o que eu vou fazer.

 

Horas mais tarde, Jonas olhou para Rachel quando ela se sentou na cadeira ao lado da pequena cama do bebê.

Ela não falou mais desde a promessa que fez a ela, desde que ele revelou exatamente de quem ela era companheira. Ela se afastou dele devagar, sem mudar sua expressão, o perfume de sua fúria nunca dissipando.

Pelo menos ele não sentiu nenhum cheiro de medo dele, ele pensou ironicamente. E isso era a última coisa que o animal dentro dele queria sentir.

O animal.

Ele esfregou sua nuca, onde o número de laboratório e data de nascimento foram tatuados em seu crânio. Ele não foi marcado como muitas outras raças foram. Em vez disso ele foi tatuado, quando uma mulher que dizia ser sua mãe o viu no grupo.

Sua mãe. Que trabalho a cadela fez. Madame LaRue o levou termo, mas não foi o óvulo dela ou o esperma do cientista que o criou, como ela e os relatórios do laboratório alegaram.

De acordo com os relatos o seu DNA foi melhorado com o DNA do Leo primeiro, mas isso não era inteiramente verdade. Assim como não era verdade que Callan Lyons, era mais filho de Elizabeth e Leo que ele.

Ele os deixou acreditar nisto. Callan, Leo, Elizabeth. Dane. Ele deixou que eles ficassem naquela zona de conforto de que o bicho papão das raças não era relacionado com o sangue de nenhum deles.

Não que eles acreditassem sem provas. Ele não carregava o cheiro familiar deles. Seu DNA foi fodido por diversas vezes, o seu cheiro era original, com poucos marcadores que as outras raças possuíam.

Havia apenas um toque o suficiente de cheiro familiar de Leo que eles asseguram que Jonas transportasse seu DNA, mas nada mais. E ele estava certo que Leo não queria que nenhuma outra maneira.

E Elizabeth.

Ele olhou para sua mãe. Inferno, ela o olhava como se fosse uma aberração na maior parte das vezes. Um enigma que ela não conseguia compreender e não estivesse certa se queria entender.

Era assim que a maioria das pessoas, raças e seres humanos olhavam para ele.

Exceto Rachel. Poucas vezes ele foi capaz de tirar alguma emoção dela, sentimentos com uma pontinha de desejo junto com diversão. Ela o aceitava melhor que a maioria das pessoas. Mas, ela era sua companheira genética. O que mais ela poderia fazer? Era como se ela não pudesse odiá-lo. Não com força de verdade.

Expirando cansado, ele mediu o laboratório, seu olhar vindo entre Rachel e a criança.

A criança dele. Ele tinha reivindicado o bebê, mas não tinha nenhuma base para isto. Ele não ajudou a criar aquela vida dentro dela. Durante meses, ele não fez nada além de tentar vigiar as duas e ele falhou miseravelmente nisso.

O animal dentro dele reivindicou a mãe e em consequência reivindicou o bebê.

Merda, Amber era muito pequena.

Ele pensou na primeira vez que a viu no hospital, logo após o nascimento dela. Ela era tão pequena, de peso abaixo do normal e ainda briguenta como o inferno. Ela chorou de raiva cada vez que a enfermeira a tomou da mãe dela, exigindo com tudo dentro do corpo minúsculo que eles a devolvem para a proteção e a segurança dos braços da mãe dela.

A menos que Jonas tivesse chegado.

Quantas vezes ele foi ao berçário e jurado as enfermeiras que ela se aquietaria quando ele a segurasse? Muitas vezes para ele enumerar.

Diferente dos adultos, os sentimentos das crianças eram um livro aberto. Ele se conectou ao bebê quando ela ainda dormia segura no ventre de sua mãe. O animal que era uma parte dele se uniu com a criança. Aquele sentimento primitivo de proteção e amor que era reservado somente para a mãe e filha.

Ele soube no momento que viu Rachel Broen que ela era a companheira dele. A segunda vez ele soube que estava grávida, e apostava que a reclamação do animal também. Uma reclamação solitária que ele não teve nenhuma intenção de informar Rachel. E uma reivindicação que ele não tinha nenhuma intenção de fazer.

Que diabos ele deveria fazer agora?

—Pressão sanguínea e frequência cardíaca estão normais. O olhar de Elizabeth foi entre os monitores e a incubadora, uma mão apoiou no quadril. Um franzido na testa levantava uma sobrancelha quando se virou para olhar Ely que trabalhou silenciosamente nas amostras de sangue e saliva que foram levadas.

—A leitura inicial de sangue é normal, assim como a saliva. Não há alterações hormonais até agora. — Ely olhou Elizabeth, evitando o olhar de Jonas antes de voltar sua atenção aos resultados dos testes. — Tudo está no intervalo de leituras tomadas no nascimento. O maxilar de Jonas apertou enquanto via Rachel se endireitar, alerta, se levantando da cadeira lentamente em que esteve sentada.

— Que leituras foram tomadas no nascimento dela? — Olhos acusadores voaram para Jonas.

—É normal, Srta. Broen. — O sorriso de Elizabeth era confortante quando foi até Rachel para segurar seu braço. — Você trabalha na diretoria da comunidade das Raças; isso a faz parte do nosso mundo assim como sua filha. Simplesmente foi uma precaução e também uma cortesia. Você tem os melhores doutores do mundo supervisionando a saúde do seu bebê.

Aquilo era um papo furado tão completo que Jonas bufou. Ele que ordenou aqueles exames. Ele brigou com o Gabinete de Governo das Raças para eles garantisse que aquele bebê tivesse o melhor começo de vida, os melhores médicos possíveis.

Rachel estava pouco convencida. Ela observou Elizabeth e Ely com suspeita, enquanto todos os seus sentimentos eram aprisionados por Amber.

— Jonas, Callan precisa falar com você. — Kane entrou no laboratório, seu frio olhar azul cheio de advertência, uma mensagem silenciosa.

Jonas se voltou para o bebê e a mãe, dividido entre ficar e proteger o que pertencia a ele e aceitar que elas estavam seguras enquanto ele cuidava de negócios a espera do lado de fora da porta.

Ele poderia cheirar aquele negócio. Dr. Jeffrey Amburg tinha um cheiro particular, era tingido com sangue e Raça. Como diabos o homem conseguiu se impregnar com cheiro de Raça sem DNA de Raça, Jonas ainda não tinha descoberto.

Ele virou e encarou Ely, esperando até que pegasse o olhar dela antes de olhar para Rachel. Ele estava deixando sua mulher aos cuidados de Ely, nenhum outro.

O olhar de Ely brilhou com incerteza antes de ela dar um rápido e curto aceno de cabeça, permitindo que ele saísse depressa do quarto para a pequena área de reunião com paredes de vidro que dava para o laboratório.

Amburg esperava. Ele estava parado e em silêncio enquanto olhava para o laboratório, uma carranca no rosto e de braços cruzados sobre o peito enquanto olhava para a mãe e a criança.

Jonas entrou na sala fechando a porta atrás dele e esperou.

— Eu precisarei de novas amostras de sangue, saliva e urina, — Amburg declarou. — Você quer garantir que a criança fique a aqui por algum tempo no Santuário, sob rigorosa observação.

— O que havia na seringa? — Jonas mataria Brandenmore nesta noite, ele jurou. Ele nunca teria a chance de prejudicar outra criança.

— Eu não sei Wyatt. — Amburg negou com a cabeça suspirando cansado. — Os exames iniciais mostram qualidades sedativas, mas conheço Brandenmore. Ele é um maldito gênio quando se trata de desenvolver novas drogas e tudo que ele está trabalhando no que se refere as raças já se arrasta por algum tempo. Você não pode confiar nele, você não pode confiar que não era nada mais que um sedativo. Isso seria tolo.

— No que ele estava trabalhando? — Por meses Jonas fez a mesma pergunta.

— Eu não disse no que ele estava trabalhando. — Era a mesma resposta que sempre dava. Não importa como Jonas o torturasse, não importava as ameaças que ele fazia. Amburg sempre dava a mesma resposta. E Jonas tinha cheirado a mentira sobre ele todas as vezes.

Jonas fitou o laboratório; o vidro de um sentido lhe dava a oportunidade de observar Rachel sem que ela percebesse a presença dele.

— Então ela está segura? Não há nada com que se preocupar? — Jonas perguntou.

— Eu não disse isso. — Amburg se virou para ele, seu olhar pesado mas escondendo sua preocupação claramente. Não importa, porque Jonas podia sentir todos os sentimentos dele.

— Então o que está me dizendo? — Jonas se recostou contra a porta, cruzou os braços sobre o peito e observou o cientista com olhos apertados.

O olhar de Amburg brilhou. — Só o que eu disse. Onde Brandenmore está interessado você deveria se preocupar e muito. No momento, parece que a criança está bem. Não havia nada mais que sedativo na seringa. Eu só quero ter certeza.

E isso era a verdade. Jonas podia aceitar isto, mas sabia que ainda havia coisas que ele não contou. Ele podia esperar. Por pouco tempo.

— Volte para o seu laboratório se isso é tudo que tem. — Jonas voltou da porta. — Fale comigo se descobrir qualquer coisa.

Amburg concordou com a cabeça antes de ir para a porta.

— Jeffrey. — Jonas o parou quando ele estendeu a mão para a maçaneta — Me traia e você sabe o que eu farei.

Amburg engoliu firmemente, seu olhar brilhou de medo. — Ela não tem nada a ver com isto, Jonas. Ela é inocente.

— Assim como as Raças foram. Jonas rebateu. — Isso nos ajudou?

Não tinha.

Amburg abaixou a cabeça antes de abrir a porta e deixando o quarto. Ele encontraria as informações que Jonas precisava, garantira que se ele não fizesse, a neta dele pagaria o preço.

Jonas olhou de novo para o laboratório. Amber ainda estava imóvel e silenciosa, a mãe ao lado de sua caminha, insegura. Com medo.

O medo dela cravou garras afiadas de emoções na alma dele e o fez se perguntar e as decisões que ele já tinha sentido foram definidas em pedra. Perguntou-se do perigo que ele deixou que entrasse na vida dela e o perigo que agora ele sabia que a rodeava agora e para sempre, seria uma parte disto.

Rachel e Amber se tornaram sua vida e agora ele se perguntava como diabos ele as protegeria.

 

Jonas se forçou a deixar o pequeno quarto mais de uma hora depois. Amber estava acordando, entontecida e faminta. Os exames de sangue não mostravam nenhuma anormalidade ou anomalia.

Ela parecia estar tão saudável como ela era antes de sua provação com Brandenmore.

Jonas sabia que não saberia mais até que ele pudesse entrar no quarto e segurá-la. A capacidade de conectar-se com ela através de sua mãe desapareceu depois que ela nasceu. Mas ele agora achava que somente quando a segurasse detectaria qualquer problema se ela tivesse.

Andando pelos corredores revestidos de aço da casamata médica, Jonas entrou na sala de reuniões onde Kane, Callan, Lawe e Rule esperavam.

— Você já está ficando esquisito diante de nós. — Lawe o encarou com um olhar descontente enquanto Callan e Kane observavam calados. — Eu juro, essa merda de acasalamento tem de ser contagiosa.

Havia uma ponta de medo na voz de solteiro de Lawe, assim como na expressão de seu irmão Rule.

Não que Jonas poderia culpar qualquer homem. O acasalamento era malditamente assustador quando um homem não sabia como agir. Atender a exigência do animal para que ele a possuísse agora, que pusesse sua marca nela imediatamente, não ia funcionar. Ele seria um desgraçado se fizesse sua mulher vir para ele, porque os hormônios a forçaram a fazer isso. Ele queria que ela o quisesse porque ele era um homem disposto a amá-la, cuidar dela e garantir a proteção de sua filha.

— O que você descobriu? — Ele ignorou o comentário anterior de Lawe enquanto se virara para Callan.

— Mordecai está rastreando Brandenmore. — Callan se inclinou para frente, pondo os braços na superfície polida da mesa de reunião. — Ele tinha um heli-jato a espera a alguns quarteirões da casa da Sra. Broen. Voou imediatamente para o Irã.

— Ele tem uma instalação de pesquisa lá. — Jonas concordou com a cabeça.

— E nem a América nem as Raças tem um tratado de extradição com eles, — afirmou Kane. — Nossas mãos estão atadas a menos que Mordecai e seus homens possam pegá-lo fora das instalações sem serem vistos.

Se alguém pode fazer isso, Mordecai pode.

— Dog foi visto no Irã apenas horas depois de Brandenmore pousar, — Rule informou. — Ele e sua equipe estão a cerca de um quilometro e meio do centro de pesquisa e há um boato de que Brandenmore os convocou.

Brandenmore cometeu um grande erro se pensou em contratar a unidade mercenária Coiote comandada por Dog. Dog podia bancar o mercenário cruel, mas Jonas e Dog sabiam a quem ele devia sua lealdade.

— Eu quero Brandenmore —. Virou-se para Callan. — Isto é a Lei de Raça, Callan. Isso não é mais público. Não é mais um longo percurso para trazê-lo a luz da justiça dos humanos. Ele é meu.

E ele sofreria.

— Justiça foi ideia sua, Jonas, — Callan o lembrou sentado em sua cadeira, seu olhar dourado escuro. — Você estava certo. As raças ganhariam mais poder, mais a aprovação pública, se Brandenmore fosse levado a julgamento público.

— Ele nunca será processado. — Jonas negou com a cabeça, aquilo foi provado no ano passado. — Uma vez eu pensei que o apoio político que as Raças encontraram nos faria mais fortes. Concordei com isto. Mas tudo que eles estão fazendo é dar tapinhas em nossas costas e beijar a bunda de homens como Brandenmore. Não sou disposto a ver outra Raça morrer pela mão dele.

— Sabíamos que não seria fácil, Jonas. — Kane Tyler inclinou para frente, seus frios olhos azuis preocupados agora. — Temos o apoio do Senado, não importa como se parece. Temos que ter a prova. Eles não podem se mover sem isto. E obter essa prova quando Brandenmore continua adquirindo espiões das raças dentro do Santuário, não será fácil.

Espiões das raças. Raças selecionadas estavam se voltando contra sua própria gente, a destruição da casa tribal de liberdade vendendo informações aos seus antigos carcereiros.

— Jonas podemos ter uma vantagem aqui. Vamos usá-la. — Lawe deu um passo a frente, plantado as mãos sobre a mesa e encarou Jonas atentamente.

— Que vantagem? — Ele teve um mau pressentimento de saber exatamente o que era.

—Rachel e sua filha, — afirmou Lawe calmamente. — Brandenmore estava levando aquele bebê com ele, isso significa que tinha planos para ela. E Rachel pode identificá-lo e testemunhar as ações de hoje a noite. Ela tem uma sólida reputação, assim como seus pais antes de morrerem. Ela é a prova de que Brandenmore tentou roubar informações confidenciais das Raças. Ela é o seu As no baralho.

Ele estava certo, e Jonas sabia exatamente o que Lawe considerava um Ás no baralho.

— Você aprendeu muito bem, Lawe, — ele rosnou. — Você espera que eu use minha companheira.

—Como você usou Lance Jacobs para salvar sua irmã. Assim como você já usou todas as armas, cada recurso que você podia encontrar ou roubar nessa guerra que lutamos, — Lawe concordou. — Mas Rachel tem algo que ninguém mais tem: Ela tem você, Jonas. O melhor estrategista já criado para garantir sua segurança.

Jonas grunhiu nisso. — Elogios só me irritam, Lawe. Agora sei como meus Agentes se sentiam toda vez que usei o calor de acasalamento deles para meus próprios fins.

Não que ele não tivesse sentido como eles se sentiam. Não que ele não lamentasse as decisões que teve que tomar mesmo antes ter que executá-las.

Inspirando profundamente, ele correu a mão pelos cabelos, sempre atento, sempre sentindo a tatuagem escondida embaixo dos cabelos: F2.07.

Ele foi a única raça que levou a classificação F em sua designação de laboratório. A maioria das raças foram A, para a designação Alfa. A sua designação era F, pelo fato dele ter sido criado para se reproduzir. Gerar Raças hibridas. Era uma designação que nunca funcionou para os cientistas que o criaram. Seu esperma nunca foi viável, com as mulheres Raças que eles acasalaram com ele.

Só recentemente que Ely conseguiu entender por que sua designação foi um fracasso. Não havia uma mulher Raça que fosse compatível com o esperma das Raças. A natureza retorceu inesperadamente a genética que os cientistas usaram. O esperma de Raça - a genética programada para o esperma dele, para ele gerar - precisava de uma mulher humana que fosse compatível.

E agora ele tinha a mulher perfeita para criar a raça hibrida que os cientistas estavam certos que seria a raça mais perigosa que já foi criada.

Afastando-se dos outros homens, ele exalou cansadamente, finalmente sentia as contusões profundas que ele adquiriu na explosão.

— Ele virá atrás dela, — afirmou Jonas, sabendo que Brandenmore agora poria tudo tinha para matar Rachel.

— Os espiões que ele ainda tem aqui no Santuário, serão ativados. — Lawe concordou. — Ele não pode ter deixado muitos. Observemos e esperemos. Fingiremos que não estamos conscientes, que não sabemos que ele ainda tem espiões aqui. Nós os pegaremos, então garantiremos a colaboração deles obtendo provas contra ele.

Eles poderiam fazer aquilo. As raças fracas o suficiente para cair com Brandenmore seriam facilmente intimidadas. Eles jamais seriam confiáveis novamente, mas poderiam ser usados.

— Reúna a Equipe Fantasma. — Voltou-se para o grupo quando ele deu a ordem a Lawe. — Você estará no comando. Quero Rachel e o bebê completamente cobertos. Eles são a principal preocupação da equipe. Não importa o que aconteça, Lawe - especialmente se eu não puder controlar o calor de acasalamento. Nada mais importa.

Ele não reuniu a Equipe Fantasma desde os primeiros meses fora dos laboratórios durante as piores fases de protestos contra as Raças. Isoladamente, a Equipe Fantasma era altamente eficaz e mortal. Juntos, eles eram o pior pesadelo contra o inimigo.

— A família Líder são a principal preocupação, Jonas, — Kane lembrou-o enquanto o olhar fixo de Jonas encontrou o de Callan.

Callan sabia a verdade, e ele entendeu a ordem.

— Não, Kane, — Callan murmurou. —Não neste caso. Se Jonas não controlar o calor de acasalamento e eu suspeito que ele não vai, mesmo que a Sra. Broen conceba, então nada mais importa que aquela criança.

Porque aquela criança poderia destruir a todos.

 

— Rachel, eu acredito Amburg estava certo. O bebê foi apenas sedada. — Elizabeth Vanderale sentou em um banquinho no outro lado da incubadora enquanto Rachel segurava Amber e dava a menina a mamadeira com a fórmula do mineral que prescreveu para ela.

O olhar de Amber ainda estava sonolento, mas não estava mais pálida ou imóvel. Ela olhava para Rachel com os olhos azuis brilhantes agarrando a mamadeira com seus minúsculos punhos e chupava avidamente.

— Ele fugiu. — Ela olhou para Amber, sentindo de algum modo que sua filha nunca estaria segura até Phillip Brandenmore estivesse morto.

— Ele será encontrado. — Elizabeth não parecia preocupada. — Confie em mim, Jonas não vai deixar que ele fique livre por muito tempo.

Não, havia um vulcão faminto esperando por Brandenmore, ela pensou. Ela viu os relatórios obscuramente formulados de outros inimigos da raça perdidos, assim como ela soube que o voo particular que Jonas planejou com Conselho das Raças após o desaparecimento deles. Esses voos foram direto para um vulcão muito ativo, cheio de pedra e lava fervente e borbulhante que em outros tempos deu boas vindas aos sacrifícios humanos num abraço faminto.

— Brandenmore acredita que Jonas tem informações das Raças que envolve um fenômeno do envelhecimento. — Ela ergueu o olhar para Elizabeth. — O Calor de acasalamento altera o processo de envelhecimento, não é?

Os lábios de Elizabeth se apertaram..

— Você é a mãe Callan Lyons, — afirmou Rachel. Ela sabia que a outra mulher também era a esposa do homem chamado Leo Primeiro. O primeiro Leão das Raças que foi criado.

— Elizabeth não pode responder suas perguntas Rachel, mas eu posso. — Rachel se virou para ver Jonas entrando no quarto.

Rachel sentiu seu coração pular, como sempre acontecia desde a primeira vez quando ele entrava em uma sala. Tudo que ela podia fazer para manter a compostura, para ter certeza que seu corpo mostrasse as emoções que queria projetar e não as que realmente sentia.

Ele usava a mesma roupa que usava quando foi atrás de Amber. Calças pretas de missão, camisa preta de manga comprida, que estava rasgada e ensanguentada e coturnos abotoados até o joelho. Um lado da bota estava gasto. O joelho esquerdo da calça de missão estava rasgada, expondo a pele avermelhada e ensanguentada.

— Jonas, você ainda não verificou seus ferimentos? — Elizabeth foi a bandeja de instrumentos digitais e esterilizados ao lado da incubadora.

— Ely cuida de mim, Dra. Vanderale, — ele respondeu friamente. — Se eu precisar disso.

— E claro você não precisa disso, — murmurou Elizabeth. — Assim como o Leo parece com você.

— Tenho certeza que Leo está cansado de ouvir isso tanto quanto eu. — Ele respondeu ironicamente. — Como o filhote que ele reclama abertamente, eu posso te dizer, ele está velho.

Rachel ouviu uma pequenina ponta de alguma emoção enrustida naquelas palavras.

Ressentimento? Dor? Ela não podia imaginar Jonas de aço cortante ferindo qualquer coisa a sua frente. Mas ela descobriu nos últimos meses que havia muita coisa que Jonas escondia do mundo e das pessoas a sua volta.

Elizabeth riu. — Por que você acha que ele te chama de filhote, rapaz? Pode ser porque você parece tanto com ele que ele não tem certeza se deve sentir orgulho de você ou de atirar em você e tirar o mundo de sua miséria?

— Acho que ele está tão feliz com o fato de que seu DNA foi usado contra ele quanto eu estou. — Jonas deu de ombros e voltou-se para Rachel. — Temos uma cabana pronta para você. Tenho certeza que você gostaria de comer e descansar um pouco agora que Elizabeth terminou de examinar você.

Merinus a avisou quando ela concordou em trabalhar para Jonas sobre as Raças terem um incrível sentido de olfato e intuição. Ela avisou Raquel que a menor fraqueza seria percebida por Jonas como uma arma, nada mais. Que ele usaria contra ela, cutucaria e cavaria até que ele conseguisse encontrar um jeito fazê-la sair do escritório.

— Eu gostaria de terminar a alimentação Amber primeiro, — afirmou com uma postura calma que ela não sentia.

— Eu duvido que Phillip Brandenmore teria a consideração de fazê-lo. — O pequeno rosnado de perigo que soou da garganta dele a teria preocupado se Amber não escolhesse aquele momento para emitir um pequeno choro, aflito.

— Acalme-se, Jonas. — Elizabeth atravessou o quarto até uma infinidade de máquinas que se alinhavam num balcão. —Eu te avisei que as crianças sentem as emoções muito melhor que os adultos. Você vai perturbar a criança.

Rachel ficou surpresa ao ver a careta que torceu o rosto de Jonas, mas dentro de segundos Amber se acalmou e de novo se voltou para terminar a mamadeira.

Ele fazia muito aquilo, ela percebeu: recuando quando em outra hora ela tinha certeza de que ele teria forçado a dominação em uma situação.

Pondo a mamadeira de lado, ela levantou o bebê contra o peito. Bateu nas costas do bebê, ela sorriu suavemente quando um arroto alto, definitivamente impróprio veio dos arcos de cupido perfeito dos lábios de Amber.

— Podemos sair agora. — Puxando uma pequena manta da mesa da incubadora, Rachel envolveu sua filha confortavelmente, em seguida, virou-se para Jonas.

Ele olhava fixamente para Elizabeth, sua expressão forte, quase bravo. Olhando para a outra mulher, Rachel viu a mesma expressão refletida no rosto de Elizabeth.

Aqueles dois eram tão parecidos que Rachel se surpreendeu de não serem parentes.

— Vamos então. Recuando, Jonas deixou que ela passasse antes de atrás dela e seguir até a porta.

—Jonas. Rachel.

Eles pararam, olhando para trás.

—Vou precisar de vocês dois aqui para exames pela manhã, — ela os informou. — Por favor estejam aqui antes do almoço. É muito importante que seja feito antes de vocês comerem.

— O que será feito? — Rachel perguntou.

—Testes de acasalamento, — Jonas informou a ela, sua voz fria. — Nunca deixe que digam que o acasalamento de uma raça é fácil.

Rachel o olhou. — Nunca deixe que digam que eu nunca concordei com nada disso.

— Esqueça os exames, Jonas. Eu não decidi que serei sua companheira. Portanto, nenhum exame é necessário.

Ela empurrou as portas do laboratório, determinada a não mostrar nenhuma fraqueza nem na expressão ou emoção. Já que tudo que Jonas sabia, seu coração não estava pulando de emoção, e as coxas não estavam prontas para apertar na excitação.

Ela era imune. Pelo menos, era essa a imagem que ela passava para ele. A verdade é uma questão muito diferente.

Ela viu quando sua expressão pareceu mudar. Ficou sem emoção, quase sem vida. Traços de bronze selvagem se apertaram até parecerem esculpidos em pedra, seus olhos fervendo como o mercúrio aquecido.

—Rachel, simplesmente porque você se recusa a aceitar, não quer dizer que não vai se assim. — Elizabeth aventurou cautelosamente, aproximando-se, pondo as mãos nos bolsos do amplo jaleco de laboratório enquanto seus olhos azuis escuros amoleciam entendendo. — O calor de acasalamento não é uma escolha, minha querida.

—Eu peço licença para discordar. — Raquel trocou Amber nos braços, os dedos roçando contra o bebê em um movimento de conforto, apesar de Amber estar dormindo calmamente. —Eu não sou um animal, Dra. Vanderale. Nem Jonas, apesar dele tentar me convencer o contrário nos últimos meses. Eu não sou guiada por meus hormônios, nem pelos hormônios das Raças. Tenha certeza, se eu decidir aceitar qualquer anomalia referente ao seu calor de acasalamento, então vou me submeter aos testes. Ela encarou Jonas. — Você está pronto ou precisarei encontrar um hotel por essa noite?

 

Aquilo era sua sorte. Jonas entrou em sua cabana, ficou de lado observando Raquel entrar, sabendo que toda maldição, todo mal pensado que seus agentes tiveram sobre o seu acasalamento talvez estivesse perto de se realizar.

A visão que ele teve no centro médico fez seu pau mais duro como nunca esteve antes. Ela ergueu a cabeça com uma arrogância que ele continuava espantado, ele olhou para o pequeno nariz e informou Elizabeth Vanderale que ela não estava acasalada porque ela não tinha aceitado.

Seria divertido se ela fosse companheira de outra raça. Infelizmente, ela era dele, e embora ele não tivesse nenhuma intenção de cumprir a promessa de acasalamento, naquele segundo nada mais teve importância para ele senão acasalá-la.

Era a genética das Raças, ele disse a si mesmo observando-a tirar os sapatos e caminhar para a grande sala e olhar em volta. Era o desafio - a certeza de olhos de aço que ela pudesse rejeitá-lo – e o fato de que ela tentava negar o que ele sabia que não podia ser negado.

Era o fato de que ela pertencia a ele. Ela era sua. E ela teve a ousadia de ficar diante de uma mulher que ele nunca mostraria fraqueza e afirmou que ela não era sua companheira até que ela decidisse que sim.

Ela tentou restaurar a ordem nos cabelos, mas ainda assim, o grampo caiu do alto da sua cabeça, caindo em uma longa cascata de cabelos vermelhos até o meio das costas enquanto o olhava com seus brilhantes olhos verdes com raiva para ele.

Seu rosto estava arranhado; sua meia-calça rasgada e mal cobria sua pele. A saia cinza escura que ela usava desde o dia anterior estava rasgada ao longo da costura lateral, exibindo boa parte da linda coxa. O bonito blazer esporte estava manchado de óleo, os punhos das mangas estavam desfiados em vários lugares. Sua camisa antes tão branca e bem passada, agora estava cinza com fuligem e sujeira. E nada no mundo nunca pareceu tão malditamente linda para ele.

— Sim é. — Ele deu de ombros como se isso não importasse, ele retirou as botas e as pôs ao lado dos sapatos preto de salto baixo de Raquel.

Andando ao longo do piso de madeira, Jonas atravessou a sala e abriu a porta para o quarto que ele adicionou quando percebeu que ela era a companheira dele.

Foi projetado para ser o quarto de Amber. O quarto grande, arejado era ligado a um banheiro completo que separava a suíte máster do quarto do bebê.

Agora seria o quarto de Raquel, ele pensou com um suspiro quando acendeu as luzes.

A cama king-size foi instalada como ele ordenou logo após chegar ao Santuário. Um berço estava junto a uma parede, um móvel de leões, tigres e fadas preso a cabeceira do berço, enquanto um acolchoado macio cobria os lençóis estampado de fadas.

Aquilo era obra de Cassie Sinclair, ele pensou com uma ponta de diversão. A menina era uma fada, muitas vezes ele pensou, quando ele entrou no quarto deixando que Raquel também entrasse no quarto.

A cama grande era uma criação romântica. O desenho de elaborado da cama era alto e pesado. Foram empilhados travesseiros altos e fofos ao longo da cabeceira com uma pesada colcha azul e branca cobria o colchão confortável. Ele sorriu ao ver o pequeno banquinho de cama ao lado da cama que tornava mais fácil a uma pessoa mais de baixa estatura subir na facilmente na cama.

— Com certeza há outra cabana vazia. — O tom dela estava cansado, resignado.

— Desculpe querida, só tem essa. — Jonas cruzou os braços sobre o peito a encarando. — E você estará mais seguro aqui do que se estivesse em qualquer outro lugar. Assim como o bebe.

Ela o olhou com um olhar fixo duro. — Mais segura? Com Brandenmore sob a guarda...

— Brandenmore fugiu. — Dar aquela informação não foi fácil para ele. — Ele conseguiu fazer isto em um heli-jato que o espera vários blocos de sua casa. Ele chegou no Irã várias horas atrás.

— Irã.— Os olhos dela fecharam por um breve segundo breve e se virou de costas para ele. — Um dos poucos lugares onde Raças não podem tocá-lo.

— Infelizmente, sim, ele concordou. — O Conselho de Genética fez um acordo com vários países como o Irã no começo dos salvamentos de Raça. Isso combinado com as posições radicais no que se refere as Raças, deixaram pouco espaço de negociação com esses países.

Rachel atravessou o quarto até o berço onde ela acendeu o abajur na mesa ao lado do berço da criança. Então ela olhou para Jonas.

Ele apagou a luz mais luminosa do lustre e viu quando ela aconchegou Amber.

Próximo ao berço havia uma linha de mamadeiras; embaixo da estante iluminada estava pilhas de fraldas de bebê. A Prateleira acima das fraldas havia toalhinhas de bebê, loções, pomada de irritação de fralda medicinal como também uma pequena caixa de primeiros socorros de bebê. Qualquer coisa que uma mãe precisasse para cuidar de sua filha.

A cômoda no fundo do berço continha roupas: vestidos de algodão, pijamas e roupas minúsculas, meias, pequenas faixas de cabeça e acessórios sortidos de menina. Jonas foi específico quando ele ordenou que o quarto fosse preparado. A exclusiva loja de bebê em Buffalo Gap abriu suas portas as três da manhã para garantir que a criança tivesse tudo que precisaria.

Movendo eficazmente, Rachel tirou a roupa da criança, a limpou com vários lencinhos, então colocou fraldas novas e a vestiu em um vestido limpo em questão de minutos.

Enquanto a olhava, Jonas sentia as glândulas ao lado de sua língua latejar, se enchendo do hormônio de acasalamento quando começaram a coçar e doer. A necessidade de acasalar, a marcar, acabaria por enlouquecê-lo, ele pensou.

— O armário tem roupa para você. — Ele indicou com a cabeça o grande armário de pés altos do outro lado do quarto. — Eu enviei uma das mulheres Coiote que foram designadas atualmente para o Santuário. Elas parecem ser mais femininas que a maioria de nossas mulheres Felinas. Elas me garantiram que você teria tudo precisa.

— Não me diga que você enviou Ashley. — Rachel se voltou para ele, com um olhar quase que de horror em seu rosto.

Jonas escondeu seu sorriso. Ashley era o flagelo da sociedade de Raça inteira. Sociável, tão feminina, ela fava em um homem dor de dente e era capaz matar com um sorriso. A mulher fazia amigos a torto e direito, comprava roupas o suficiente para encher uma casa pequena e podia falar o dia inteiro sobre sapatos e bolsas.

— Na verdade foi a irmã dela. A irmã mais jovem não era muito melhor, mas Rachel não sabia disso.

— O que fez o perfil genético dar errado com aquelas mulheres. — Rachel sacudiu a cabeça. — Elas cortarão sua garganta por tê-las feito quebrar uma unha.

Aquilo não foi longe do alvo.

— Elas foram mimadas. — Jonas encolheu os ombros. — O laboratório que criaram essas meninas na Rússia tentava ajudar secretamente suas fugas ou resgates. Eles controlavam completamente as Raças de lá, sem nenhuma fiscalização, principalmente porque o Conselho não sabia da existência das mulheres Coiote. Eles foram autorizados a desenvolverem características que outras Raças nunca tiveram a chance de achar dentro de si mesmos. — E elas ainda foram estragadas. As cinco mulheres Coiote receberam verbas para suas roupas bonitas, os sapatos e bolsas pelo líder dos Coiotes e a Coya dele. Elas eram ainda mais mimadas e protegidas de um modo que as outras mulheres das raças felinas zombavam. E ainda assim, elas eram tão duras, tão impiedosas na batalha, quanto eram rápidas em sorrir, fazer os amigos e fazia a população humana gostar de apoiar a causa das Raças.

— Então vou tomar um banho e depois ir para a cama. — O olhar que Rachel deu a ele era firme. Estava na hora dele sair.

Jonas quase rosnou de frustração.

Paciência, ele se advertiu. Ele passou tanto tempo se garantindo que poderia controlar o calor de acasalamento porque eles compartilhavam poucas intimidades. Ele poderia evitar tomá-la, de destruí-la.

Isso já não era uma escolha. Como ela disse antes, ele não era um animal. Bem, ele era, mas havia um lado dele que era mais que instinto. Havia o estrategista e logo, haveria o sedutor.

Nenhuma batalha foi ganha apenas com demonstração de força, ele disse a si mesmo ao sair do quarto dela, fechando a porta calmamente atrás dele. Toda batalha vencida era feita com a estratégia certa e também com as armas adequadas.

Ele simplesmente tinha que de determinar quando e onde começar o primeiro combate.

Como ele acionou os alarmes na cabana e se retirou para seu próprio quarto, ele se achou quase sorrindo. Se não tivesse muito cuidado, ele acabaria se divertindo muito ao seduzir sua pequena companheira. Tão perigoso quanto sabia que seria reclamá-la, talvez fosse até mais perigoso se ele não a reclamasse.

 

A Equipe Fantasma chegou ao Santuário na última hora da tarde, quando Rachel e Amber dormiam profundamente. Retornando de uma missão que não tinham acabado na Guatemala, se moveram ao complexo sob a escuridão da noite sob a condição “Alfa”. Completo segredo.

Jonas soube o segundo exato em que entraram em seu departamento, tinha um sexto sentido quando se tratava da equipe que tinha criado ele mesmo, e de que estava ao mando há dez anos.

Caminhando do seu dormitório, comprovou a porta do quarto de Rachel, fechando-a bem para se assegurar que ela não sairia do quarto, e enfrentou os seis membros da equipe parados silenciosamente na sala de estar.

A Equipe Fantasma era a melhor. Eram os mais silenciosos, os mais eficientes assassinos jamais criados e também eram o segredo mais guardado das Castas, além da verdade do calor de acasalamento.

À frente e no centro estava o comandante da equipe, o escuro Casta jaguar, que tinha se destacado por matar à tenra idade de cinco anos, fatiando a garganta de um treinador por desafiá-lo. Era desumano, frio. Era duro como um diamante, e às vezes, igualmente frio.

— Sua companheira? — O comandante cabeceou para a porta do quarto fechada.

Jonas assentiu com a cabeça. — Brandenmore fez seu movimento, queria os arquivos que acreditava que eu tinha. Usou o bebê contra ela para tentar forçá-la a roubá-los para ele.

Os ferozes olhos negros deram uma olhada na porta outra vez, antes que Jag movesse sua negra cabeça com resignação. — Deveríamos matá-lo.

— Precisamos capturá-lo se for possível — recordou Jonas. — Mas tenho um grande problema entre as mãos. Tentou sequestrar à filha de Rachel. Injetaram na menina o que Amburg acredita ser um sedativo, mas agora há um aroma que não havia antes. Tudo o que ele está fazendo, agora a envolve. Quero uma rede de segurança ao redor de Rachel, do bebê e os outros meninos híbridos que estão no Santuário. Tenho um mau pressentimento sobre isto.

Podia sentir esse estranho giro em suas vísceras, a premonição de que algo estava formando-se, que Brandenmore tinha um plano que ainda não tinham descoberto.

— Indigestão — Jag brincou. — Brandenmore inspira isso.

Essa era a maldita verdade. Neste ritmo, Jonas seria o primeiro Casta a desenvolver uma úlcera.

— Entramos através da fronteira leste do complexo, — Lobo, o segundo no comando de Jag, indicou das sombras de um canto da sala. — Havia um marcador de aroma ali, e sinais de que alguém tinha utilizado a ravina para conseguir chegar ao Santuário. O seguimos até que desapareceu no caminho principal.

— É capaz de detectar o marcador de aroma? — Jonas manteve sua voz baixa, seus sentidos afinados no quarto próximo.

Jag negou com sua cabeça. — Havia uma débil insinuação de aroma humano, mas era muito antigo para o rastro que encontramos.

— Muito antigo… ou posto deliberadamente. — O coiote executor, Loki, deu um passo à frente, com seus escuros olhos cinza, as grossas pestanas escuras que os rodeavam parecendo muito suaves, muito sedutoras, para o maior assassino de elite que o mundo jamais poderia conhecer.

— O que foi que detectou, Loki? — perguntou Jonas.

Loki sacudiu sua cabeça, os grossos fios de seu diabólico cabelo negro caindo ligeiramente sobre sua testa e ao longo de seus ombros. — Não sei, Jonas. Havia algo estranho ali, entretanto, como se o aroma tivesse sido deliberadamente alterado de alguma forma.

Jonas girou para Jag, Lobo e os outros membros da Equipe Fantasma.

— O resto de nós não o detectou, mas a habilidade de Loki para captar aromas é melhor que as nossas. — O outro coiote, Anjo, grunhiu essa informação, o que não era menos do que Jonas esperava.

Olhando Anjo fixamente, deu-se conta que o outro homem estava observando fixamente a porta do dormitório.

— Há algum problema, Anjo? — Jonas perguntou brandamente, seu tom voltando-se perigoso.

Anjo sacudiu sua cabeça, seu cabelo negro cinzento era mais curto que o de Loki, mas igualmente sedoso e liso.

— Não tenho interesse em sua mulher, Jonas, — Anjo assegurou.

— Então por que se interessa tanto por essa porta?

— Ele provavelmente detecta o mesmo que eu. — Loki deu um passo à frente.

— E o que é? – A cabeça de Jonas girou para ele.

— Sua companheira está despertando, — grunhiu Anjo, chamando sua atenção. —Isso é o que percebo. Ela sairá em momentos, e estou seguro que não quer que nos veja.

Ninguém jamais tinha visto à Equipe Fantasma com exceção de Jonas. Jonas duvidava que os seis homens já tivessem enfrentado outra casta ou humano sem nenhum tipo de camuflagem.

— Se virem algo, se inteirarem-se de algo, então me façam saber, — Jonas cabeceou, ainda olhando Anjo fixamente.

Não tinha detectado uma mentira nessas Castas. Como Jonas, tinham sido ensinados a como utilizar suas emoções para enganar outros Castas ou animais. Como mentir, como manipular e enganar.

Assentiram rapidamente antes de desparecer. Entre um pestanejo e o seguinte, foram-se. Silenciosamente, mesclando-se com as sombras, movendo-se rapidamente, aproveitando-se da mais leve debilidade, isso era para o que tinham sido treinados, para depois escapar no escuro anoitecer.

Movendo-se rapidamente à porta do quarto, Jonas tirou a fechadura eletrônica justo quando o trinco girava e Rachel puxava a porta para abri-la.

— Bom dia. — Jonas arqueou uma sobrancelha ante o olhar que lhe deu.

— Amber despertará logo. — Havia um quê de preocupação em sua voz. — Preciso de mais fórmula nutritiva e fraldas antes que amanheça, Jonas. Elizabeth prometeu que estariam aqui antes que fossem necessários.

— E estão. Chegaram há várias horas. — Cabeceou. — Seu alimento está na bancada; as garrafas esterilizadas estão ao lado.

Afastou-se dele, a larga camiseta e inclusive as largas calças de ginástica masculinas que usava, envolviam-se sobre sua pequena constituição enquanto ela caminhava.

— Preciso de um telefone, — indicou enquanto se movia pela cozinha. — Preciso contatar com minha irmã.

Jonas fez uma careta. — Diana ainda está no estrangeiro. — Encontrou-se com sua irmã uma vez. A mulher era como uma casta sem genética. Faria um homem pensar em suicídio se permanecesse perto dela durante um tempo.

— Me consiga um telefone, Jonas, antes que ela venha me buscar — advertiu quando se moveu para as garrafas antes de comprovar a grande bolsa de fraldas que os Vanderales tinham entregue.

— Um telefone satélite de segurança será entregue hoje. Está combinado. — Não tinha sentido atrasar o inevitável. — Os móveis do bebê assim como os do escritório chegaram mais tarde hoje. Há uma sala livre através dessa porta. — Cabeceou para uma porta que a primeira vista podia ser a porta de uma despensa. — Dirigiremos todos os assuntos daqui durante um tempo.

— O que acontece com sua agenda?, — perguntou. — Tem vários encontros esta semana, assim como a festa de Hampton que previu participar.

—Para isso que tenho meu próprio heli-jato. — Deu de ombros.

Infernos, havia dias em que ele quase desejava não ser um casta com coração de aço. Dias em que desejava poder classificar e entender as emoções que o estavam aguilhoando agora. Emoções que estavam construindo-se nele desde o primeiro dia que seu doce aroma tinha alagado seus sentidos.

Rachel o fazia… diferente. Não havia outra maneira de explicar. Ela fazia que quisesse ser diferente mesmo sabendo que era a coisa mais perigosa que poderia fazer.

— Então, podemos dirigir os assuntos do escritório daqui? — ela preparou uma garrafa rapidamente. Usando a água esterilizada que tinha sido entregue e os pós da formula, a garrafa foi preparada em segundos. Depois tirou uma fralda de dentro da bolsa, um pacote de toalhinhas úmidas e uma diminuta manta.

— Tenho uma lista preparada, — disse quando deu uma olhada atrás. — Amber vai necessitar de pelo menos algumas outras coisas. Quem quer que se deu ao trabalho de equipar seu aparador o fez excepcionalmente bem, mas ainda faltam alguns artigos.

— Ocupar-me-ei disso — Se inclinou contra o marco da porta da cozinha. — Tudo estará aqui antes do anoitecer.

Deteve-se brevemente durante o menor segundo quando o quente da ira perfumou o ar.

— Bom… há algo que não possa fazer? — Havia um quê de sarcasmo em sua voz que fazia o cabelo de sua nuca arrepiar.

— Tenho que admitir, acredito que faço tudo bastante bem — assinalou maliciosamente.

Os lábios de Rachel se apertaram. O olhar que lançou era duro, irritado.

— Não é seu pai. —As palavras foram enérgicas e decisivas, quando falou de novo.

Jonas se esticou. Sabia ao que ela se referia. Um descuido de sua linguagem, não importava como fosse leve, era mortal em seu mundo. E ele tinha tido um descuido na noite anterior quando disse exatamente que o era.

— Agora não é um bom momento para me empurrar, Rachel, — advertiu quando se endireitou da porta, seu corpo estava tenso enquanto lutava pela necessidade de ir para ela, de marcá-la, forçá-la a aceitar o desejo que sabia durante meses que radiava entre eles.

— Não me empurre. — Armada com um fralda, toalhinhas e uma garrafa, olhou-o como se fossem sua armadura de batalha. — Você empurrou minha filha e a mim dentro de um de seus pequenos e viciosos jogos…

— Pensa que colocaria a menina nisto? — A incredulidade se precipitou através dele. O tinha acusado disso na noite anterior, mas tinha pensado que havia dito só pelo estresse do momento. — Pensa que sou tão desumano, Rachel, que usaria minha companheira e à menina que reclamei como minha nesta batalha contra Brandenmore?

— Acredito que usaria qualquer arma que possa aproveitar, — disse, embora ela mesma não acreditasse nisso de fato. Tinha lutado consigo mesma durante os meses em que Jonas esteve preocupado, sempre se assegurando que ela estivesse segura, que Amber estivesse segura, simplesmente porque realmente ninguém queria o fazer zangar-se.

Eles queriam o matar, e tentaram frequentemente, mas nunca tentaram o pisotear. Conheciam-lhe bem.

Viu-o aproximar-se, de repente estava mais nervosa e preocupada do que nunca.

— Não me toque, Jonas. — Ela recuou rapidamente, conhecendo os poucos rumores, sussurradas advertências que tinha ouvido sobre as Castas quando tomavam suas companheiras.

Ele se deteve rapidamente. Sua testa enrugada, o prateado de seus olhos faiscantes e turvados como se uma tormenta estivesse entrando em sua cabeça.

— Pensa que te faria mal? — Sua voz profunda retumbava enquanto o olhava com nervosismo.

— Penso que faria algo para alcançar seu objetivo, mas não penso que me faria mal. — Não podia permitir que pensasse de outra forma; seu sentido de jogo limpo era muito profundo. — Isso não significa que queira provar esse baile hormonal que você quer que aceite.

— Baile hormonal? — Havia uma nota de surpresa em sua voz embora sua expressão se fez mais inquietante. — Isso se chama calor, carinho, e o chamamos assim por uma razão.

Ela lançou um pequeno bufo, impróprio para uma dama, e tão condenadamente quente que seu membro palpitou com uma fome que não tinha sentido nunca.

Jonas podia sentir seus dentes chiando enquanto lutava para dar marcha a ré, para não tocá-la, para não forçá-la a admitir que estava ardendo por ele.

Curiosamente, ela não estava. Havia desejo, forte e quente desejo. Mas não havia calor. Não a havia tocado. Não a tinha beijado ou marcado. Estava a salvo da tortuosa necessidade que estava repentinamente o afetando.

As glândulas em sua língua se incharam até o ponto em que sua língua ficou grossa e pesada. Um ligeiro sabor de canela e especiarias tentavam suas papilas gustativas e o instigavam a compartilhar com sua companheira.

Deus, desejava os lábios dela ao redor de sua língua. Primeiro sua língua, logo seu membro. Seus olhos se estreitaram nas deliciosas curvas de sua boca quando lutou contra a fome, o absoluto desejo de encher a boca dela com o mesmo sabor que enchia a sua. Seu corpo com a mesma luxúria que o estava rasgando.

— O conhecem como o pesadelo de uma mulher, — informou Rachel secamente. — Não posso imaginar algo pior que estar ligada a um homem e não poder existir sem ele.

Seu fixo olhar deslizou por ela quando ela se afastou dele.

Merinus tinha contado algo sobre o calor de acasalamento. Nesse momento, Jonas sabia que a Alfa tinha quebrado a estrita lei da sociedade de Castas. Estava proibido aos companheiros revelar o calor do acasalamento a qualquer não-companheiro casta ou humano. Era o único amparo que tinham.

— Tenho ainda que encontrar um companheiro que considere um pesadelo — disse bruscamente quando se forçou a afastar-se dela. — Mas a questão é discutível. Se tivesse tentado seguir esse caminho e te atar a mim, então, confia no que te digo, carinho — se voltou de novo para lançar um duro e frio olhar —estaria atada completamente a mim.

Jonas não pôde ver sua reação. Nesse momento, o som dos protestos de Amber, que já esperava há muito tempo por seu café da manhã ecoou por toda a casa enquanto Jonas partia com passo irado para seu quarto e fechava a porta brandamente.

Sentia-se como se fosse romper-se em pedaços. Parte dele estava se destroçando no interior enquanto a parte animal de sua psique arranhava e rugia em protesto por ser desprezado por sua companheira.

Marque-a, reclamava esse animal.

Ate-a.

Que Deus o ajudasse, esta era a coisa mais dura que tinha tido que fazer.

Tinha visto seus Enforcers bloqueados no calor do acasalamento. Tinha visto como suas capacidades em manter o controle e centrar-se em suas missões atribuídas diminuíam.

Havia algo sobre o hormônio, uma sobrecarga afrodisíaca que se derramava da língua dos Castas que fazia que esse laço fosse impossível de negar.

Formava um laço que o uniria a ela, apesar de sua falta de vontade de ser atada.

Mas, não era isso o que ele desejava?, recordou a si mesmo. Tinha negado o calor durante meses. Obrigou-se a conter-se, negando a instintiva necessidade que desatava sobre seus sentidos.

Agora, em questão de horas, estava preparado para tombá-la de costas por um simples roce de sua suave pele.

Estava fodido. Assim simples, e sabia. Igual sabia que não havia uma maldita coisa que pudesse fazer para detê-lo.

 

Rachel olhou fixamente suas nervosas mãos antes de respirar bruscamente, recolhendo os artigos que precisava e retornando de novo ao quarto e a Amber, que protestava por sua garrafa com seu alimento.

Comprovou a fralda de Amber, trocando-a rapidamente e todo o tempo recordando a si mesma, mais uma vez, todas as razões pelas que não ia permitir se tocada por este homem. Ele era tal fascinação para ela que mal podia manter sua mente, muito menos suas mãos, longe dele.

E agora estava a complicação acrescentada de que Jonas pensava que era sua companheira?

OH, sabia sobre o acasalamento. Merinus tinha sido bastante explícita entrando em detalhes… assombrosos detalhes, antes que Rachel tivesse pego este trabalho. Isso foi justo antes que Rachel tivesse assinado um acordo de confidencialidade que não só afetava sua própria vida, mas a de qualquer herdeiro que pudesse chegar a ter, e uma advertência muito sutil da profunda dor que os membros de sua família poderiam sofrer se alguma vez divulgasse informação. Mas embora sua amiga não tivesse dado essa informação, Rachel ainda teria suspeitado da verdade pelos rumores que circulavam.

Calor de acasalamento. Forçados desejos. Vírus sexual de Castas. Os jornais sensacionalistas estavam cheios de nomes para isso. A descrição de Merinus foi mais amável. Seleção natural, tinha chamado. Deus tinha eleito perfeitos companheiros para criar seus meninos, Ele tinha permitido que o Conselho criasse às Castas para que isso acontecesse.

Merinus não era nada além de uma grande crente num poder superior.

Então, onde isto deixava Rachel?

Quando colocou Amber sobre seu ombro, abraçando à menina perto dela e esfregando suas costas com doçura, Rachel começou a passear pelo andar.

Jonas a fascinava muito. Esse era o problema. Isso não tinha nada a ver com os hormônios, feromônios, ou algo químico ou biológico. Era simplesmente uma atração que tinha aprendido a aceitar.

Agora era uma complicação com que ia ter que tratar.

Depois de fazer Amber arrotar e deitá-la para uma sesta, Rachel se entreteve bastante tempo alisando com seus dedos as mechas vermelho-douradas de sua menina, e uma vez mais se surpreendeu de como semelhante perfeita criação tivesse saído de seu corpo.

Não era frequente que ela se permitisse converter-se em sentimental ou se arrependesse de algo em sua vida. Tentava viver de uma maneira que tivesse tão poucos arrependimentos como fosse possível. Mas ao olhar para Amber, perguntou-se se não se equivocou ao informar o pai de Amber de seu nascimento.

Devon não tinha sido perfeito, mas havia sentido que ele merecia saber sobre sua menina, sem saber se estaria interessado ou não. Agora, entretanto, havia algo pelo que podia chegar a lamentar-se. Devon estava tão firmemente contra as Castas que era difícil dizer o que faria uma vez que se inteirasse de onde localizar Rachel e Amber. E encontrá-la não seria difícil. A explosão de sua casa tinha saído em todas os jornais, assim como os informes de como Rachel e sua filha tinham sido movidas ao Santuário. Não seria algo que fizesse por amor a sua filha, mas sim por puro despeito.

Infelizmente, essa era a personalidade de Devon.

Exalando com fadiga, inclinou-se adiante, beijou a bochecha de sua filha, depois girou para o comunicador perto do berço que avisaria se despertasse antes de sair do dormitório e aventurar-se ao terraço dianteiro da cabana.

A grande estrutura de um só andar se assentava na colina com vista à casa principal do imóvel. A mansão de três pisos tinha sido o lar de um dos laboratórios que o Conselho de Genética tinha criado.

Sob o histórico lar, uma estrutura de cimento e aço tinha sido construída. Os laboratórios, as celas de confinamento e os barracões dos soldados tinham sido completamente ocultos dos cidadãos da próxima Buffalo Gap. A montanha tinha proporcionado um lugar de treinamento perfeito, enquanto a zona tinha sido uma localização estratégica para que as Castas entrassem e saíssem de suas missões atribuídas.

Caminhando para a grade que rodeava o terraço, cruzou os braços e lutou para conter o frio que baixava sobre sua espinha.

— Voltou a dormir? — Jonas saiu quando Rachel girou para ele com surpresa.

— Pensei que tinha saído. — Durante um estrito segundo, seu coração se acelerou, a dificuldade para respirar alagou seu peito e suas coxas tentaram se apertar em resposta a sua presença.

Ele era, simplesmente, a perfeição masculina. Ferozmente lavrado, excepcionalmente construído. E esses olhos. Olhar fixamente seus olhos era como olhar fixamente uma corrente de fome.

Tinha visto essa fome na primeira vez que se encontraram, e nunca tinha diminuído.

— Ainda não. — Colocou suas mãos em suas calças, moveu-se mais perto e se inclinou sobre uma das enormes colunas que sustentavam o alpendre. — Estava com o telefone satélite organizando a embalagem e o transpasse do escritório para cá. Tudo deve chegar em umas horas.

— Estou segura que assim será, se isso foi o que ordenou. — Poucas pessoas, até mesmo Castas, desafiavam Jonas.

Seu fixo olhar piscou ante a ironia de seu tom.

— Ely chamou enquanto estava fora. Está esperando por você, se por gentileza pudesse se unir a ela e ver a Dr. Vanderale, no laboratório para as provas amanhã.

Rachel inclinou sua cabeça enquanto seu fixo olhar voltava para ele. — Se não tenho nenhum sintoma de calor de acasalamento, Jonas, por que deveria fazê-lo? Meu tempo é valioso, estou segura que sabe. Há muito que pôr em dia no escritório. Agora que disse que está transferindo o escritório para cá, haverá trabalho adicional. Duvido que tenha tempo para mimar Ely ou a Dra. Vanderale neste assunto. Mas se mudar de opinião, prometo que será o primeiro a saber.

Seu pequeno discurso zombador produziu mais reação do que tinha previsto. Durante meses, tinha lançado pequenas réplicas com uma voz particularmente fria, e durante meses, Jonas as tinha ignorado.

Agora não ia ignorar mais.

Antes que Rachel pudesse se mover para evitar, suas mãos agarraram seus braços, a virando para enfrentar sua cabeça inclinada, levando seus lábios muito perto dos seus. Muita tentação, muito perto. Isso é o que era.

— Acredita que isto não é mais que um jogo? — A áspera frustração em seu tom de voz raspou seus sentidos e mandou calor fluindo ao redor de seu corpo.

Recuar teria sido a medida mais inteligente, Rachel pensou distante, mas como sua irmã sempre tinha afirmado, recuar não fazia parte de seu DNA.

— Se pensasse que é um jogo, então teria trazido meu cartão de pontuação, — replicou, seu queixo elevando-se, quase nariz com nariz. — Agora me deixe ir, Sr. Wyatt. Não lhe dei permissão para me tocar, nem permissão para me grunhir.

Seu fixo olhar se estreitou, a prata líquida fervendo enquanto uma sutil máscara de luxúria masculina descia sobre sua expressão.

Esse olhar fez algo nela. Foi a causa que seu estômago saltasse e seu útero se apertasse. Desta vez, suas coxas realmente se apertaram enquanto continha uma resposta que parecia mais instintiva que hormonal ou forçada.

— Está me dando isso agora, — assegurou-a, as janelas de seu nariz ardendo enquanto ele inalava seu aroma.

Rachel sentiu labaredas de calor em seu rosto, tanto de excitação como de vergonha.

— Como se atreve…?

— Atrevo-me porque passei muito tempo te vendo dar voltas ao redor de meu escritório como uma rainha de gelo a que nenhum homem se atrevia a tocar, inclusive depois que tivesse Amber. Atrevo-me porque sei pelo inferno que está me fazendo passar e está aí parada cheia de indignação e o fazendo de toda forma.

E ele tinha razão. Esse maldito sentimento de jogo limpo a deixava chateada, fazia a situação ainda mais incômoda do que devia ser.

— Por que não deveria estar indignada? — Estreitou seu olhar nele, sua mandíbula apertada com cólera. — Vi-te foder a qualquer uma que cruzasse em seu caminho por toda Washington, como se fosse sua íntima pequena zona de jogos. Que diabos te faz pensar que desejo fazer algo com um homem que teve tantas mulheres ao seu redor?

Isto não era exatamente verdade, mas que demônios. Ela estava ficando furiosa agora. As regras não se aplicavam da mesma forma quando estava furiosa.

— OH…, deseja-me. — Um tenso sorriso curvou seus lábios. — Pode negar até que o inferno congele, carinho, mas ambos sabemos que não deseja mais que minhas mãos sobre você.

OH…, ela odiava essa arrogante confiança que parecia exsudar de seus próprios poros.

Lutar por conter o desejo que tinha escapado de seu controle não era fácil, mas ela conseguiu. Rapidamente o sangue retumbou através de suas veias e se equilibrou para o broto sensível de seus clitóris, acalmando-o, facilitando a volta ao seu ritmo normal.

Tinha aprendido como controlar a si mesma e suas respostas alguns anos antes. Sua irmã e ela tinham aprendido o perigo de dar sempre rédea aos seus desejos em vez de mantê-los ocultos.

Afastou-se lentamente.

— Bom truque. — A cabeça dele baixou mais, os lábios tão perto dos seus que ela se conteve rapidamente, aterrorizada em permitir que os seus roçassem nos dele.

Merinus a tinha advertido sobre a potência do beijo das Castas e o hormônio que enchia as pequenas glândulas debaixo da língua das Castas.

— Que truque? — Não se atreveu a lamber lábios, ainda não, nem sequer para aliviar sua nervosa secura.

— Acalmar seu desejo, as necessidades que a rasgam. — antes que ela pudesse abaixar sua cabeça, sua bochecha roçou contra a sua, muito mais perto de seus lábios. — Me diga, Rachel, pensa de verdade que poderá se negar a compartilhar meu beijo? Se te permitir provar a fome que está rasgando minhas vísceras em pedaços?

Luxúria. Isso não era mais que luxúria, e Rachel jurou a si mesma que nunca seria o objeto de luxúria de um homem novamente.

Ela queria amor, não só desejo, ou calor de acasalamento, ou fome forçada. Qualquer que fosse a descrição, não queria sem seu coração.

Não queria estar limitada a um homem que sabia que não sentia mais que uma entristecedora responsabilidade por mantê-la viva.

— Tem ideia de quanto te desejo? — Curiosamente tenra, sua voz parecia envolver-se ao redor de seus sentidos, acariciando-os com sensualidade mais que com luxúria.

— Me deixe, Jonas — suplicou. Sentir o calor dele rodeando-a mais tempo, podia não ser capaz de conter a necessidade de experimentar o sabor desse beijo com que ele a ameaçava. — Me deixe ir, agora.

Soltou-a lentamente, um dedo de cada vez, a resistência enchia cada movimento antes de retornar.

— Pensa que fugir disto vai ajudar? — grunhiu, sua sinistra voz, carregada de fome.

— Um pouco, — assegurou enquanto se afastava dele. — Confia em mim, Jonas, isto ajudará um pouco.

Pelo menos, seria o melhor. No que dizia respeito a Rachel, era a última defesa que tinha contra seu desejo por ele.

Calor de acasalamento… uma merda! Como se o amor pudesse ser forçado com algum tipo de beijo hormonal. Isso era desejo. O tipo que sua irmã a tinha advertido anos antes que nunca quisesse conhecer, e nunca quisesse lamentar.

Era o tipo de desejo que terminava rompendo o coração de uma mulher e marcando sua alma. Rachel não tinha nenhum desejo de fazer que seu mundo fosse destruído por um homem, como Diana tinha visto seu mundo destruído uma vez.

 

— Rachel. — O som da voz de Merinus a fez girar e enfrentar à mulher que tinha sido sua amiga mais querida durante a maior parte de sua vida, apesar da distância de suas idades.

Merinus Tyler Lyons ainda aparentava não mais que vinte e quatro anos. Sua pele ainda não tinha manchas, nem rugas, seus marrons olhos brilhantes estavam cheios de juventude.

Havia algo eternamente diferente em Merinus, entretanto, uma aura que não tinha antes, uma confiança e uma sensação de poder que Rachel tinha notado no ano passado quando Merinus a tinha chamado para trabalhar com Jonas.

Merinus tinha salvado sua vida. Rachel estava em um país estrangeiro, sozinha, recém grávida, e lutando para sobreviver depois que Devon a abandonou na Suíça.

Tinha lutado para sobreviver nessas poucas semanas só na Suíça antes de perder seu apartamento, seu trabalho e seu passaporte. Tentou convencer o embaixador dali que proporcionasse uma viagem de volta aos Estados Unidos. Estava segura que o teria finalmente convencido a fazer se só tivesse passado uma noite em sua cama, como ele tinha exigido, mas Rachel não tinha nenhuma intenção de fazê-lo.

Tinha tentado chamar Kane, mas estava indisponível. Tinha perdido contato com Merinus e seu irmão anos antes, mas tinha sido incapaz de contatar com sua irmã e não tinha nem ideia de quem mais procurar.

Umas horas depois da mensagem que tinha deixado no telefone de Kane, um heli-jato das Castas tinha aterrissado no consulado e três Castas enforcers tinham sido enviadas para a escoltar de volta à América.

Isso era amizade, pensou enquanto Merinus avançava pelo terraço, sua expressão vacilante, levemente culpada.

— Como soube?, — perguntou Rachel, segura que Merinus tinha que saber que ela seria a companheira de Jonas.

Merinus tragou firmemente. — Lembra das amostras de sangue e saliva que foram extraídas antes que te permitisse aterrissar no Santuário no voo de volta da Suíça?

Rachel levantou uma sobrancelha.

— As que certificavam que eu não era portadora de gripe ou alguma infecção que pudesse afetar suas preciosas Castas?

Os lábios de Merinus tremeram pelo tom azedo de Rachel. — Sim, essas. — Assentiu com sua cabeça enquanto se aproximava antes de sentar na cadeira acolchoada colocada ao lado da casa. — Realmente, isso é para o que queríamos seu sangue. Esse é o procedimento padrão para realizar o teste de emparelhamento com qualquer casta com quem pudesse entrar em contato. Jonas estava aqui no Santuário quando chamou, assim que o teste se realizou com seu sangue também. — Esfregou seu nariz, pensativamente. — Realmente pensei que possivelmente Diana era uma melhor escolha para Jonas que você. Surpreendeu-me.

Merinus era engraçada. Por que não era uma surpresa para ela?

— Diana o castraria, — informou a sua amiga enquanto se inclinava sobre o corrimão e olhava à Alfa das espécies da Casta Felina.

— O faria. — Merinus assentiu com um sorriso antes de continuar. — E você, Rachel? O matará ou o amará?

— Importa? — perguntou, sabendo que Jonas não era uma pessoa muito bem vista entre as Castas e os humanos.

Assombrosamente, Merinus assentiu. — Importa muito. Pode ser sua salvação ou sua destruição. Jonas é um dos Castas mais inteligentes, e definitivamente, um dos mais perigosos. Sua própria natureza é seu pior inimigo.

— E pensa que posso salvá-lo?, — perguntou incredulamente. — Merinus, quando perdeu a cabeça?

Um triste sorriso curvou os lábios da outra mulher. — Digamos que alguém que se preocupa muito por ele me advertiu disso. Se Jonas não aprender a acalmar seu temperamento, então se autodestruirá e o perderemos para sempre. Ganhe ou perca, fique ou vá, a única coisa que vai o acalmar é sua companheira. Etiqueta, minha amiga, que você tem — Merinus terminou com infantil réplica.

— Minha dívida com você terminou, — Rachel discutiu. — Recorda? Quando me ocupei do temperamento de seu irmão e a desordem que ele chamava de escritório?

Merinus mordeu seu lábio para ocultar um sorriso, mas Rachel pilhou a alegria em seu olhar quando respondeu. — OH, sim! Minha culpa.

— Sua culpa, de fato. — Cruzou seus braços sobre seu peito e voltou a olhá-la enfurecidamente. — Jonas é uma dor no traseiro.

— Estou segura que pode ser. — Merinus assentiu sem intenção de ocultar sua diversão agora.

— Deixa-me louca, Merinus.

— Vai te deixar mais louca — seu amiga prometeu.

— Nego-me a aceitar esse fodido acasalamento.

Merinus suspirou então. — Não importa se aceita. Está aí; é tudo o que ele necessita. Como disse, ganhar ou perder, aceitar ou rechaçar, não importa. Que Jonas esteja contigo como sua companheira é o que ele necessita.

— Parece como se estivesse olhando na bola de cristal ou algo assim. — Rachel soprou.

— Possivelmente tenha olhado, — Merinus respondeu sobriamente agora. — Mas realmente, quem as necessita? Viu-o. Trabalhou com ele. Conhecia-o antes que pusesse seus olhos em você, antes que ele sentisse que poderia lhe pertencer. — inclinou-se para frente atentamente. — Nunca conheceu o amor. Nunca conheceu uma carícia que não implicasse algum tipo de pagamento, ou uma palavra amável que não suspeitasse que chegava com segundas intenções. E te conheço, Rachel. Eu vi. Pode ser que não o ame, mas cuida dele.

— Desejo seu corpo, — queixou-se Rachel. — Realmente está se destroçando a si mesmo. Mas isso não significa que queira arriscar minha prudência por isso.

— Se preocupa por ele. — Merinus moveu sua cabeça com movimentos de negação. — Não minta. Ambas sabemos que o faz.

— Ele não é completamente odioso. — Deu de ombros. — É passível. Não o odeio.

— Está apaixonada por ele? — As suspeitas de repente empanaram os olhos da outra mulher.

— Na realidade, não. — Os olhos de Rachel se alargaram. — Ainda não perdi a razão, sabe.

— Lhe dê tempo. — Merinus moveu sua mão descuidadamente como se perder sua razão fosse uma conclusão inevitável. — Não viveu com Jonas ainda.

— E você o fez? — Rachel pôs em dúvida a confiança em seu tom.

— Nem por uma aposta viveria com o Jonas. — Merinus riu. — Nem por todo o ouro do mundo. Por uma vez, amiga minha, não invejo sua aventura.

Justo o que necessitava, uma aventura que nem sequer Merinus estava disposta a viver.

— Me deve — prometeu Rachel.

— E como sempre, pagarei. — Havia despreocupação ditosa em sua voz.

Rachel teve uma má sensação, uma muito má sensação, de que as coisas iam ficar muito, muito complicadas.

E infelizmente, ela ainda não tinha visto suas más sensações errarem.

Tinha a sensação de que poderia ter sido mais prudente, deveria ter permanecido na Suíça.

 

O escritório localizava-se do outro lado da cabana, Uma ala livre, que Rachel ficou sabendo, foi adicionada apenas no ano passado, caso Jonas fosse obrigado a atender aos negócios de sua cabana no Santuário, em vez do escritório da agência em Washington.

A ala de três salas ostentava um grande escritório externo para Rachel, um maior interno para Jonas e em anexo, um berçário completo para Amber, com uma babá das Castas para supervisioná-la, enquanto Rachel estava trabalhando.

O que mais uma assistente pessoal poderia pedir?

Fora da ala tinha uma grande área de estacionamento, um pátio protegido com um conjunto de brinquedos infantis, com os quais Amber não brincaria por bastante tempo, ou nunca, e um segurança das Castas.

 

Todos os benefícios do escritório de Washington completo com segurança adicional. Não havia nenhuma chance de encontrar Brandenmore depois de escurecer mais. Não, tudo com o que ela teria que lutar agora era Jonas.

Após uma semana lidando com Jonas em seu humor de acasalamento, Rachel estava começando a desejar simplesmente que ela tivesse que enfrentar Brandenmore. Ela duvidava que o outro homem fosse tão completamente arrogante quanto Jonas era em um dia ruim.

— Rachel, se você marcar outro compromisso com Racert em Washington, nós vamos ter que trocar algumas palavras. — Jonas saiu do escritório, pela primeira vez naquela manhã, e olhou para ela com a promessa de retribuição brilhando em seus olhos.

Rachel levantou as sobrancelhas, assim que a primeira falta de ar e a fraqueza sensual que sempre a atacava quando ele entrava na sala tinha passado.

— Racert é importante para os fundos que o senador Tyler está tentando aprovar no Senado, Jonas, você sabe disso —, ela lembrou-lhe, enquanto ela mantinha a atenção sobre o arquivo que estava atualmente adicionando informações. — Eu ficaria mais que feliz em negar as reuniões, que ele solicita uma vez que você receber esses fundos.

— Você começará a negá-las agora —, informou ele. — Eu tenho um diretor assistente, você sabe. Encaminhe o bastardo para ele.

Rachel virou-se e olhou de volta para Jonas, com uma expressão de desaprovação zombeteira. — Precisamos discutir sua ideia de um diretor assistente. Brim Stone não é exatamente a escolha mais discreta que você poderia ter feito. Eu acho que a atitude dele pode até ser pior do que a sua. Ele rosnou em um assessor de um congressista ontem e fez com que o homem molhasse a si mesmo.

Ninguém acusou as Castas de falhar em usar a intimidação para obter a sua maneira.

— Passe a droga da reunião para ele, — Jonas ordenou.

— Não. — Rachel virou-se para o arquivo, apesar do salto repentino de seu coração, assim que ela fez a negação. Nunca era fácil desafiar Jonas Wyatt.

— Eu conheço um vulcão faminto por um sacrifício —, ele murmurou por trás dela. — Você seria a candidata perfeita.

— Vulcões famintos só aceitam donzelas virgens —, informou ela secamente. — Isso me deixa fora do páreo.

Ela quase sorriu com o rosnar descontente que soou atrás dela.

— Ótimo. Faça as malas. Você vai comigo.

Rachel congelou.

Ela virou-se lentamente para ele novamente, seus dedos ainda sobre as teclas do display eletrônico.

— O que?

Jonas aproximou-se, o delgado e poderoso movimento dos músculos prendendo seu olhar mesmo quando ela lutava contra isso. Inferno, lutar contra isso estava se tornando mais difícil a cada dia.

— Eu disse, faça as malas. Você virá comigo. Para a reunião, bem como para a festa insana da embaixada que você programou para mim. Está com medo de me ter em casa, companheira?

Ela engoliu com força. Na verdade, ela estava. Ela queria-o fora da cabana, pelo menos por uma única noite - tempo suficiente para reconstruir as defesas que ela podia sentir enfraquecendo-se contra ele, apesar de sua arrogância.

— Eu não posso deixar Amber...

Ele bufou a isso. — Merinus estava tomando conta de Amber, esta noite, de qualquer maneira. Você acha que Callan não iria informar-me sobre isso? O que você acha que você iria fazer, Rachel? Se livrar de mim, assim você poderia livrar-se do desejo que assola você?

Na verdade, esse havia sido seu plano.

Seus lábios diluídos rebeldemente. — Eu não tenho ideia do que você está falando.

— Você acha que eu não sei sobre esses brinquedos muito íntimos que você pegou quando foi fazer compras com Merinus na semana passada? Pelo amor de Deus. Os seguranças das Castas em sua bunda, não tiram os olhos de você, Rachel, não importa o que você pensa.

A humilhação queimou seu rosto.

Ela estava tão certa que ela tinha conseguido escapar com suas compras passando pelos seguranças que tinham se arrastado atrás dela e de Merinus quando elas compravam alguns dias antes. Afinal, ela mesma não tinha comprado os itens. Ela convenceu a balconista para cuidar de tudo e, em seguida, deslizou-lhe a bolsa.

— Deixe-me adivinhar. — Sua voz caiu para um sussurro rouco e sexy quando ele apoiou as mãos em cima de sua mesa e se inclinou para frente. — Quando o gato está fora, o rato pensa que ela vai brincar?

— Essa foi a ideia geral —, ela tomou coragem. — Então, vá embora para que eu possa brincar em paz.

Ela não tinha nenhuma dúvida em sua mente que seus ouvidos ultrassensíveis pegariam o som de um vibrador.

— Esqueça —. Ele ajeitou com um piscar de olhos, seus olhos prateados, como chamas de fúria sombria em seu rosto quando ele olhou para ela. — Faça as malas agora. Você vai comigo.

— Eu não vou. — Rachel chegou a seus pés agora, a raiva agitando dentro dela, devido à arrogância completa da ordem. —Eu não sou obrigada em qualquer reunião ou festa insana que são realizadas para o embaixador da Suíça. Ele é um idiota.

— Mas você pensou que eu não me importaria de ir? — ele perguntou com cuidadoso sarcasmo. — Quanta gentileza de sua parte, Rachel. Faça a sua mala antes que eu a faça para você.

Merinus não tinha dito alguma coisa sobre os machos da raça apreciarem mimar e cedendo para suas companheiras?

— Venha, Jonas —, ela tentou outra tática. Um sorriso doce. Ela piscou seus cílios para ele. — Você realmente não precisa de mim lá, não é? Você sabe que eu odeio essas festas. Você sempre me deixa sair antes delas.

Maravilhoso.

Ela viu sua expressão, e por um breve segundo, ela pensou que estava realmente fugindo disso.

— Você sabe, — a voz dele caiu, ficou mais difícil —, estou certo que essa sua doce artimanha funcionaria se você estivesse compartilhando minha cama. Mas desde que você não está — ele piscou aqueles malvados incisivos nos lados de sua boca – Faça a merda da mala.

Rachel se retraiu. Ela não tinha o ouvido praguejar dessa maneira em todo o tempo em que ela tinha trabalhado para ele. Seus olhos se arregalaram quando ele virou as costas e caminhou para fora do escritório, a porta batendo forte o suficiente para que o olhar dela disparasse para a sala onde Amber estava dormindo, esperando ouvir seu choro descontente.

Ela continuava dormindo.

Expirando duro, Rachel virou-se para a porta que ele bateu violentamente de suas dobradiças.

Agora, aquilo foi um chilique Felino ou o quê?

Ela se atreveria à não fazer as malas para acompanhá-lo?

Ela fez uma careta. Inferno, ela tinha um pressentimento que se ela não fizesse a mala, ele faria exatamente como ele ameaçou e a faria para ela. Então, ele provavelmente iria jogá-la sobre seu ombro e a carregaria para o heli-jato como um maldito prêmio de guerra ou algo assim.

Isso era tudo que ela não precisava: Jonas puto.

Parecia que passaria um tempo antes que lhe fosse permitido brincar com seus novos brinquedos, afinal.

 

Jonas saiu da cabana, tentando se controlar, e ele reconheceu plenamente, se ele tivesse permanecido no escritório pelo tempo de um batimento cardíaco, então ele estaria sacudindo-a da cadeira e beijaria aqueles lindos lábios como o leão faminto que ele estava se transformando.

As glândulas sob sua língua estavam inchadas em sua capacidade máxima agora. Elas pulsavam como um filho da puta e o sabor de canela e cravo encheu sua boca como um doce especialmente proibido.

Doce Senhor, tenha piedade, ela estava deixando-o louco.

Saltando dentro do Raider que estava estacionado na garagem, ele sinalizou para os dois membros ocultos da equipe Fantasma que estavam caminhando, ligou o veículo e se afastou da área de estacionamento.

Estava na hora de ter uma conversa com Merinus. A intromissão que ela havia feito em sua vida estava se tornando perigosa. Ele estava sobre um fio de navalha aqui e isso ia começar à afetar seu trabalho.

Até mesmo Brim Stone, o Casta Coiote que ele havia escolhido para substituí-lo em Washington, estava tornando-se frustrado com a falta de tato de Jonas, que estava pior do que o normal.

De acordo com Brim, ele estava como um leão com a pata ferida, que se ninguém tirasse a lasca, então ele mesmo a tiraria com uma faca!

Jonas o tinha desafiado.

Nunca foi muito inteligente desafiar um Coiote. Deus sabia que a maioria deles não tem o poder de afastar-se um desafio. Eles eram loucamente fodidos.

Guiando o Raider na via circular em frente ao conjunto residencial, Jonas saltou do veículo e caminhou rapidamente até os degraus de mármore nas portas duplas.

Um segurança das Castas abriu a porta para ele. Jonas esperava ficar cara a cara com parte da orgulhosa família, mas veio a parar na mira de Cassandra Sinclair quando ela se sentou na parte inferior da escada, olhando para ele.

O azul sinistro dos olhos dela podia ser desconcertante, para os da raça, bem como para os humanos. Seu rosto inocente estava sombrio, os longos e pesados cachos de seus cabelos soltos fluindo ao seu redor como uma capa espessa e negra.

Vestida com calça jeans, um agasalho leve e tênis, ainda não havia maneira de passar esta Casta peculiar, como algo além do que ela era. Uma sobrenatural mulher-criança.

—Como está a sua companheira?— Cassie apoiou os braços sobre os joelhos antes de colocar seu rosto contra eles e olhar para ele interrogativamente.

Esta era a mesma jovem mulher que no ano anterior tinha estado na frente do tribunal das Castas e argumentou, com bastante sucesso, que a companheira do sexo feminino do líder Coiote tinha o direito de negar o seu companheiro. Que ela poderia realmente viver longe dele, enquanto ela era submetida a uma supervisão rigorosa de proteção. Que a Lei das Castas não tinha o direito de interferir no livre arbítrio e no direito da mulher de escolher, e que o líder dos Coiotes, Del Rey Delgado, injustamente e com decepção reclamou a mulher contra a sua vontade.

Tudo isso podia muito bem ser verdade, Jonas alegou. Mas o líder Coiote tinha direitos também. Era ele quem teria que saber quando sua companheira sofresse. Era o homem que teria de suportar os encargos, bem como a culpa, caso algo acontecesse com ela quando ela deixou sua proteção.

O tribunal da Raça não tinha ouvido a sua argumentação. Claro que não. Em vez disso, eles tinham rapidamente apoiado e seguido o argumento que essa criança muito habilmente tinha apresentado.

Aos dezenove anos, a maioria das Castas eram consideradas tão plenamente desenvolvidas que a maioria delas tinha matado mais de quatro anos. As crianças das Castas foram enviadas para a sua primeira matança com idades entre dez e quinze anos.

Cassie, com apenas dezenove anos, ainda tinha que tirar uma vida. E, com sua mistura de Coiote e DNA de lobo, ela poderia, eventualmente, ser mais perigosa do que qualquer um deles.

Porque às vezes Cassie via fantasmas, e porque muitas vezes ela sabia coisas que ela nunca deveria saber.

— Você está preocupado —, ela afirmou, enquanto observava-o muito de perto com aqueles estranhos olhos azuis. — Qual o problema, Jonas?

Infelizmente para ele, Cassie era uma das poucas pessoas de quem ele gostava. Ela tinha sido praticamente criada em Santuário. Seu padrasto das Castas Lobo tinha vindo ajudar os felinos enquanto tentava salvar sua vida e a de sua mãe. Devido a esse pedido inicial de ajuda, Cassie era agora uma parte deles.

— Eu raramente me preocupo, Cassie —, ela a tranquilizou com um sorriso leve quando ele se sentou ao lado dela na escada. — Vamos apenas dizer que esse não está sendo um dos meus melhores dias.

— Porque a sua companheira ainda está se negando à você? — Humor brincalhão brilhava no seu olhar, seus lábios sarcásticos com um sorriso encantador.

— Porque a minha companheira é uma mulher teimosa —, ele argumentou.

Cassie recostou-se para descansar contra o degrau atrás dela. — Talvez não seja tanto a teimosia, quanto é o medo —, afirmou então. — Você seria um homem muito difícil de andar em um acasalamento, eu acho.

— Ah, Cass, eu pensei que você me amava. — Ele riu.

Ela não sorriu de volta. Em vez disso, ela se virou e olhou pensativamente para a porta por um longo momento antes de se voltar para ele.

— Você nunca odeia a sua vida, Jonas? — , perguntou ela.

— Não. — Ele balançou a cabeça com determinação. — Eu não odeio a minha vida, de jeito nenhum, Cassie. Embora às vezes eu devo admitir que eu odeio aqueles que tentam destruir a vida que eu e aqueles que, como nós, temos o direito de viver.

Ela balançou a cabeça lentamente novamente. — É por isso que você luta tão duramente por nós. É por isso que alguns de nós te amamos tanto que faríamos qualquer coisa para te ver feliz e ver que você nunca lamentará a sua vida.

Jonas franziu o cenho para ela. — Ok, garota, você estava esperando aqui por uma razão. Qual era?

Ela mordiscou o lábio por um momento enquanto ela considerava suas palavras seguintes.

— Muitas Castas não gostam de mim. Você sabe disso, Jonas?

Ele estendeu a mão e bagunçou o início de seu cabelo um pouco. — Eu te adoro, baixinha —.

O gesto não trouxe o sorriso habitual de Cassie.

— Eu os assusto —, disse ela baixinho. — Eu não sou um deles, mas eu ainda sou. Sei coisas que eu não deveria saber. E eles temem o que eu poderia significar para a vida deles. Você tem medo do que eu poderia significar à sua vida, Jonas?

Ele inclinou a cabeça e olhou para ela com um sentimento de compreensão. Cassie queria se sentir aceita e, às vezes, essa era a última coisa que ela sentia.

— Você não me assusta, no mínimo, Cass. Embora às vezes, tenho medo de você.

Ela assentiu com a cabeça. Às vezes, Cassie parecia ser um imã para problemas, ainda mais do que ela normalmente era.

— Você confia em mim, Jonas?

E aqui estava o jogador. — Eu confio em você, Cass. — Ele suspirou. Ele confiava, embora nem sempre seguisse o conselho que ela lhe deu.

— Então não repreenda Merinus por algo que foi minha culpa —, ela o alertou suavemente. — Eu disse a ela que um amigo iria chamar Kane, e que esse amigo estaria em extrema necessidade, tão importante para tudo que somos.

— Chega, Cass. — Ele colocou o dedo suavemente contra seus lábios, maravilhado por perceber que não havia nenhum desconforto naquele leve toque. Os Casais achavam totalmente desagradável tocar em alguém do sexo oposto, em qualquer situação, durante as primeiras fases do calor do acasalamento. — Eu sei onde isso vai dar. Não importa porque Rachel me procurou, ou quem fez parte disso. Eu repreenderei Merinus ou ela pensará que pode criar o hábito de meter o nariz na minha empresa. É muito simples.

Cassie sacudiu a cabeça. — Nada é tão simples. — Ela suspirou. — Não faz mal repreendê-la, mas como você disse, ela vai pensar duas vezes em suas ações por um tempo. — Cassie levantou –se lentamente. — E realmente, Jonas, você não quer que ela faça isso.

Ela não disse mais nada.

Virando-se, ela correu até as escadas, deixando-o observando-a atrás dela. Ele balançou a cabeça em resignação. Ele estaria perdido se ele não pudesse aliviar um pouco da frustração que estava comendo-o vivo se ele tivesse podido testar a sua inteligência contra a rápida e crescente força de Merinus.

Cassie parou no topo da escada, virou-se e franziu a testa, curiosa. — Jonas?

— Sim, pirralha? — Ele levantou-se e olhou para ela com uma careta paciente.

— Por que você disse à Rachel que ela pensava que quando o gato estava fora a ratinha iria brincar?

Ele não respondeu.

Sufocando uma maldição, ele virou as costas, empurrou a porta e correu para o Raider.

Maldita fosse. Ele não permitiria isso. Ele não teve nenhum alívio. Não havia nenhuma maneira de que a luxúria continuasse rasgando suas entranhas e nenhuma maneira de aliviar a fome comendo a sua alma. Ele estaria perdido se ele permitisse isso.

 

Ela fez isso, ela fez isso.

Rachel ainda estava cantarolando internamente quando ela se sentou em frente a Jonas no heli-jato, horas mais tarde, o potente motor levando-os rapidamente ao seu destino.

Tudo o que ele tinha tido que fazer foi deixar a cabana, algo que ele não tinha feito em uma semana. Pelo menos, não enquanto ela tinha estado acordada.

Mas ele tinha saído como um furação, anteriormente, entrou na Raider e foi embora. Rachel correu para o quarto, trancou a porta e puxou o brinquedo, livrou-se de seu vestido para um dos orgasmos mais intensos da sua vida.

Droga, isso não deveria ter sido possível utilizar a fantasia sozinha.

Ela deu uma olhada em Jonas através da cobertura de seus cílios e queria soltar uma pequena risada.

Ele ainda estava furioso. Ela não se importava se ele sabia o que ela tinha feito. O fato era que ela tinha conseguido, e ela se sentia ótima. Como uma nova mulher.

Quanto tempo fazia desde que ela tinha encontrado alívio? Nove dias? Sim, ela lembrava da última vez: a manhã antes que Brandenmore tinha decidido invadir sua vida, antes de ir para o trabalho.

Parecia que Jonas estava no escritório a todo momento. Franzindo o cenho. Rosnando. Ele ainda tinha insistido em sentar-se ao seu lado na mesa dela enquanto ela ia passando os valores para o novo sistema de satélite que as Indústrias Vanderale estavam doando para as Castas.

Naquela noite, ela revirou-se na cama, queimando por ele. Na manhã seguinte, ela teve certeza de que ela não havia ido trabalhar no mesmo estado. Raças podiam cheirar a excitação.

— Eu posso sentir o cheiro de sua liberação em você, e isso me ofende —, ele resmungou de repente.

Uh-oh.

— Sério? — Ela sorriu para ele. — O cheiro é ofensivo?

Ela duvidava que sim.

— Não jogue esses jogos, Rachel —, advertiu ele, sua voz firme. — Eles podem vir com consequências.

Ela estava intimidada, mas demonstrar isso seria uma coisa muito ruim.

Em vez disso, ela se inclinou para frente contra o cinto de segurança que a prendia em seu assento e olhou de volta para ele desafiadoramente. — Só porque você é meu chefe não faz de você o meu protetor —, informou ela. — Eu tenho cuidado de algumas coisas sozinha por um longo tempo. Eu não tenho problema em continuar a fazê-lo.

— Então eu vou supor que Devon Marshal lhe proporcionou pouco prazer na noite em que Amber foi concebida —, ele afirmou, seu tom monótono e direto ao ponto.

Raquel sentou-se. — Devon não tem nada a ver com esta conversa. Por favor, pare de ser mau, Jonas. Isso não combina com você.

Não combinava com ele, mas ele era tão bom nisso. Ela lançou-lhe um olhar com os olhos apertados enquanto os lábios cerravam-se em desaprovação.

— Ser mau definitivamente combina comigo —, ele lhe assegurou. — Você não ouviu? Eu gosto de ser mau.

Havia uma levíssima nota de ressentimento em sua voz. Ela não podia culpá-lo. Ele foi chamado de bicho-papão das Castas em rede nacional em uma base regular.

— Eu gosto mais de você quando você está sendo educado —, ressaltou calmamente, enquanto ela forçava seu corpo à ficar mais relaxado.

— Tenho certeza que você prefere —, ele rosnou. — É muito mais fácil de fugir com as coisas que você sabe que não deve fazer, então, não é?

Ela encolheu os ombros. — É mais fácil pedir perdão do que pedir permissão —, lembrou à ele. — Essa não é a sua frase favorita?

Ela sabia que era. Ele disse isso muitas vezes - sempre que ele quebrou as suas próprias regras .

— Neste caso, não pedir permissão poderia ser perigoso. Eu estou à um segundo daquele beijo que você esteve evitando como a peste, durante toda a semana, Rachel. Você não quer prosseguir com isso.

Ela arregalou os olhos com medo simulado. — Eu sinto muito, Jonas. Prometo nunca mais fazer isso. — Ela piscou seus cílios para o efeito.

Ela estava deslizando em um estado de espírito que ela estava certa que iria colocá-la em apuros. Isso nunca falhou em deixar Diana louca quando Rachel decidia irritá-la.

Claro que, se sua irmã encontrasse o senso de humor que ela costumava ter, então, Rachel não a teria irritado com tanta frequência.

— Eu posso sentir o cheiro de uma mentira também, lembra? — Ele estava se controlando tão obviamente, que por um segundo, Rachel se perguntou como seria se ele perdesse toda aquela frieza calculista que era a espinha dorsal do seu ser.

Esse mau humor era tudo culpa dele, ela decidiu. Se ele tivesse simplesmente deixado-a sozinha, se ele não tivesse, de alguma forma, conseguido atrair à ela e Amber em um dos complicados jogos que ele estava sempre jogando, então ele não teria de se preocupar com aquele traço encrenqueiro que ela lutava para manter subvertido.

Jonas a olhava, os olhos apertados, os seus sentidos afinados quando ele abriu a parte primordial de sua genética e lhe permitiu liberdade parcial.

Sua audição aguda, de qualquer maneira, tornou-se ainda mais. Seu o olfato tornou-se mais profundo, mais fácil de detectar nuances. Os poros de sua pele pareciam se abrir como as garras sob as unhas humanos ameaçando flexionarem-se livremente.

Ela era boa. Ela tinha um controle sobre suas reações que normalmente, só as Castas possuíam. Ela conseguia convencer seu corpo à seguir os comandos de sua mente, mas só até certo ponto.

A excitação contra a qual ela estava lutando estava à beira de escapar livre, e ele podia sentir o ardente, picante, doce sabor contra a sua língua como ele desenhou no cheiro dela.

Ela escondeu-o bem, ele tinha que dar esse crédito a ela. Não havia sinais externos de excitação. Seus mamilos não estavam duros, ela não estava ruborizada, sua respiração não estava mais difícil. A excitação estava blindada, empurrada para trás, mas definitivamente estava lá à espera de se libertar.

Como ele manteve seus sentidos focados nela, ela deslizou o planejador eletrônico que ela estava usando, fora de sua pasta de couro e sacudiu-a com um movimento suave de seus dedos delgados.

A tela se iluminou quando ela puxou a caneta para fora do seu suporte e começou a trabalhar em tudo o que tinha trazido com ela.

— O senador Racert lhe enviou vários e-mails —, ela murmurou quando ela olhou para ele, seus olhos verdes mal escondendo o vislumbre travesso que ele podia sentir empurrando seu controle. Ela estava morrendo de vontade de testar seus limites, ele podia sentir isso.

Ele não tinha ideia da coisinha brincalhona que ela poderia ser.

— Racert está sempre enviando e-mails. — Ele deu de ombros. — É uma de suas falhas.

Uma careta rápida, vincou sua testa. — Você sabia que a reunião desta tarde vai envolver vários outros senadores que não fazem parte do Comitê de Apropriação das Castas?

— Isso é normal. — Jonas deu de ombros novamente à pergunta. — Racert gosta de nos mostrar Raças humildes como nós somos indignos e fazer sua tentativa de nos convencer a entregar porções dos fundos das Castas aos seus projetos barril pequeno de carne de porco.

Eles o deixavam doente. Racert era um dos piores. Ele estava convencido que a inteligência das Castas era tão distante e abaixo dos seres humanos que, tomar as verbas atribuídas às raças seria simples. Passaram-se dez anos, e o homem ainda estava certo de que ele poderia convencer a parcela das Castas da comissão que eles estavam recebendo fundos que não mereciam.

Dinheiro que eles usaram para construir o Santuário e Haven, a base dos lobos. Fundos utilizados para defender e proteger as comunidades que eles estavam construindo, para garantir a segurança de sua própria espécie.

A maioria dos países do mundo paga por esses fundos. Valores pré-determinados foram retiradas e depositadas em uma base anual para um fundo multinacional na Suíça, que as Castas tinham acesso.

Havia limites para o dinheiro, apesar de tudo. Um deles foi o Comitê de Apropriações, que havia sido criado para supervisionar as quantidades maiores que foram pagas. O Comitê foi criado como uma medida cautelar para garantir que as futuras Raças nunca usariam esses fundos para construir armas contra os países que pagam para ele.

— Então, a reunião dos senadores com você hoje, será feita para tentar convencê-lo a utilizar os fundos para algo diferente do projetos designados pelas Castas?

— Claro. — Ele levantou as sobrancelhas diante da surpresa dela. — Certamente você não acha que nós não tivemos de lutar para manter esse dinheiro, Rachel. Você conhece seu governo melhor do que isso.

— É verdade. — Ela inclinou a cabeça em reconhecimento antes de voltar sua atenção para o planejador eletrônico.

— Qual brinquedo você usou? — Jonas permitiu que a pergunta deslizasse livre, a sua curiosidade levando a melhor sobre ele.

Ela congelou. Ele a sentiu forçando suas emoções, bem como sua reação à ele, na parte mais profunda e protegida de sua psique. Ela não tinha nenhuma intenção de ceder-lhe mais do que ela deveria.

— O que? — Ela ergueu o olhar para ele.

— Qual brinquedo você usou para conseguir se liberar? — Seu corpo estava apertado, seu controle estava frágil. Jonas podia sentir a necessidade de tocá-la rasgando seu sistema agora.

Evidentemente, ela sentiu o perigo inerente em responder-lhe. Ele observou que sua língua passando sobre seus lábios nervosamente. Ela inalou lentamente, profundamente, lutando contra a necessidade de provocá-lo, talvez? Ele queria que ela o provocasse. Por um momento, ele teria dado qualquer coisa, se ela tivesse empurrado o frágil fio de controle que detinha o animal determinado a marcá-la.

—Jonas, esta não é uma conversa que eu quero ter—.

Ele viu como o rosto dela se ruborizou em uma delicada, matiz rosada. Seus olhos verdes brilharam com o desejo indisfarçável, e lentamente, tentadoramente, os seus sentidos encheram-se com a fragrância doce, picante da necessidade feminina.

Ela estava perdendo o controle - sobre seu corpo, pelo menos. Ele podia sentir o enfraquecimento sensual, ele o sentia correndo por ele, enquanto simultaneamente pulsava através do corpo dela.

Ele teve que cerrar os dentes, forçando para trás suas garras, determinadas à empurrar livremente, e segurar um rosnado de fome que ele temia pudesse aterrorizar os dois.

— É uma conversa que eu quero ter ainda —, ele garantiu à ela. — Eu quero saber o que você pensou, Rachel. Quem estava na sua imaginação quando você gozou? Quem estava tomando você enquanto seu corpo se arqueava e sua respiração estava ofegante de prazer?

Um arrepio correu por ela. Qualquer outro homem teria perdido isso. A maioria das Castas teria perdido isso. Mas Jonas sentiu. Ele jurou que podia sentir as vibrações quando a sensação rasgou através do corpo dela.

Seu pênis estava tão condenadamente duro, que ele jurou que estava em perigo de romper-se. Suas bolas elaborou firmemente à base, o sangue pulsando e estremeceu através do eixo pesado.

Em toda sua vida ele nunca quis, nunca doeu por nada, como ele doía por esta mulher, sua companheira.

Sua mulher.

A natureza a havia criado somente para ele. Deus o havia presenteado, e controlar-se por ela foi a coisa mais difícil que ele já tinha feito em toda a sua vida.

— Por favor, não. — O apelo em sua voz estava pesado com sua própria batalha para negar-se a ele.

— “Por favor, não” —, ele murmurou. — Um apelo tão delicado por algo que nós dois desejamos tão desesperadamente. Diga-me, Rachel, quanto tempo você acha que pode continuar a negar isso?

Ele não ia fazer isso por muito tempo. O gosto do hormônio encheu seus sentidos, cavou garras afiadas em seu controle e o cortou ainda mais.

— Enquanto nós precisarmos. — Ela respirou duramente, profundamente. — Eu não preciso de um companheiro, Jonas. Eu não preciso de um homem, ponto final. Eu quero minha vida de volta, e estou certa que você entendeu isso bem. Ceder a isso só vai complicar nossas vidas.

— Você acha que pode ir embora, então? — O instinto animal que era tão parte dele rugia na negação. Ele nunca, jamais permitiria que ela se afastasse dele.

— Eu sei que posso. — Em seus olhos, ele viu sua crença nessa afirmação. — Eu não tenho escolha, Jonas. Tampouco você. Quando isso acabar, Amber e eu vamos embora. Então, eu sugiro que você procure um novo assistente, enquanto você pode.

Ele estava em seu rosto. Mesmo antes que ele percebesse, ele se inclinou para frente, as palmas das mãos apoiadas dos lados da cadeira, quase tocando o nariz dela, seus olhos presos nos dela.

— Nunca —. O estrondo do som que arrancou de sua garganta tinha pouca semelhança com a voz de um homem. — Eu nunca vou te deixar ir.

— E eu não vou permitir que você me detenha. Diga-me, você realmente quer uma companheira que não quer nada mais do que escapar?

— Se essa é a única maneira que eu posso ter você, então eu vou aceitá-la e ficar contente —, ele prometeu a ela com um rosnado. — Pense sobre isso, Rachel. Acredite. Continue empurrando isso, continue empurrando-me, e eu vou mostrar exatamente o quão fácil será te prender —

Antes que ele perdesse toda a aparência do homem que ele era, Jonas empurrou para trás em sua própria cadeira e lutou contra a necessidade. Deus, ele lutou. Ele queria senti-la contra ele. Ele estava morrendo por seu toque. Qualquer coisa para aliviar a tensão na sua carne, a dor pelo calor do toque dela, ao invés de estender a mão para ele.

Ele tinha vivido um inferno. Ele tinha sido criado para matar e para se reproduzir. Agora, a natureza foi empurrando, exigindo, substituindo o seu controle e criando um caminho que ele não queria tomar.

Os planos que ele tinha feito ao longo dos anos estavam caindo agora no esquecimento em prol de uma vida que ele tinha prometido a si mesmo que não iria tentar viver.

O Destino tinha interferido, e agora Jonas só poderia rezar para que ela tivesse alguma ideia do que diabos ela estava fazendo. Porque ele estava perdido se ele soubesse.

 

Sua irmã, Diana, uma vez lhe disse que não havia nada pior do que um homem determinado. Rachel não tinha entendido claramente o que ela estava falando até que ela tinha visto a pura determinação, diluída no olhar de Jonas.

Ver isso não teria sido tão terrível se a reação imediata que varreu seu corpo não tivesse sido tão impossível de controlar.

E ele sabia disso. Ele sentiu isso. Ele farejou o intenso e rápido fluxo de umidade que encheu sua vagina, ele olhou para os seus seios para ver as pontas endurecidas de seus mamilos pressionando contra o material fino da blusa branca que ela usava.

Excitação - ardente, descontrolada e rápida - se lançou através dela, quase quebrando sua própria determinação de negar a reação primitiva, que ela aparentemente não conseguia controlar.

Felizmente, Jonas pareceu desconfiar da borda sobre a qual eles estavam subitamente patinando. Ele moveu-se para trás, permaneceu em silêncio e permitiu a ela a chance de manter seu corpo, bem como a sua imaginação, sob controle.

A parte da imaginação tinha sido realmente mais difícil. Tudo o que ela poderia pensar por alguns segundos preciosos, tudo o que ela conseguia ver, era Jonas erguendo-se sobre ela, sua expressão selvagem, sombria, quando ele tomou posse dela. Por um instante, sua vagina em um espasmo de necessidade ao pensamento dele pressionando dentro dela, enchendo-a, trabalhando o seu pênis nos sensíveis e aconchegantes músculos entre suas coxas.

Ela sentiu o desejo faminto de seu corpo pelo toque dele nos lugares onde ela nunca havia conhecido tal necessidade antes. Em seus apertados e duros mamilos, o calor úmido de sua boca sugando-os. Ao longo de seus quadris, o inchado botão do seu clitóris e a profunda dor no centro do seu corpo.

Restos dessa faminta necessidade continuariam atacando-a se ela não mantivesse uma estreita vigilância sobre o controle que ela lutou para manter por muitos anos.

Agora, sentada muito perto dele durante o almoço que Racert havia solicitado, Rachel encontrava-se lutando para manter os olhos afastados.

Ela sempre teve uma ligeira dificuldade de se concentrar, sempre que Jonas estava ao redor, mas agora ficou pior. Significativamente pior.

— Jonas, você tem que admitir, as Castas têm uma conta que poderia pagar a dívida nacional.— Racert ainda estava defendendo seu ponto de vista, depois de quase duas horas de reunião, Jonas sentou-se e simplesmente o fitava com interesse aparentemente preguiçoso. —Você pode comprar a opinião pública, você sabe. Inferno, os políticos fazem isso todo dia. — Sua risada era de uma alegria forçada, seu largo sorriso aparentemente sincero. — Você poderia facilmente fazer várias doações pesadas e as Castas nunca perderiam o dinheiro. Inferno, não é como se você precisasse de todo o danado do dinheiro no momento. O governo dos Estados Unidos está enchendo os bolsos malditamente bem com os honorários que seus Enforces cobram para as missões especializadas que fazem para os militares.

Rachel observava enquanto Jonas batia levemente um dedo contra a sua têmpora, como se ele estivesse realmente considerando a ideia, quando Rachel sabia muito bem que ele estava à ponto de explodir.

Usando a caneta do planejador eletrônico, ela puxou o arquivo fiscal que ela mantinha na mão, colocou o bloco eletrônico sobre a mesa, depois se inclinou para frente.

— Senador Racert, acredito que esse almoço esteja concluído. — Ela sorriu educadamente para os quatro homens que acompanhavam o senador, antes de dirigir um sorriso menor em sua direção. — Nós estivemos aqui por quase duas horas, e como estou certa que você sabe, a festa para o nosso estimado embaixador na Suíça começa em menos de três horas. Precisamos de tempo para nos preparar para ela.

Uma carranca se estampou na fronte de Racert. — Minha querida Senhora Broen, eu não acredito que você fale pelo diretor de Departamento aqui. — Ele acenou com a cabeça na direção de Jonas. — Por que você não é uma boa garota e pare de interferir onde você não tem conhecimento.

Rachel viu Jonas tenso pelo canto do olho e ouviu a minúscula vibração de um rosnado emanar de seu peito.

— Eu tenho pleno conhecimento do fundo de segurança das Castas, sobre o qual você está atualmente tentando convencer o Diretor de Assuntos das Castas à aprovar uma quantidade que você gostaria de usar para seus próprios propósitos. — Ela sorriu docemente. — E se você, por acaso tiver esquecido meu título em algum lugar, é assistente pessoal do diretor de Assuntos das Castas. Estou totalmente bem informada quando se trata desse fundo de segurança. Assim como tenho certeza que você está ciente de que estamos possivelmente contornando as atividades ilegais, não estamos sequer considerando tal manobra.

— Existem maneiras de contornar qualquer coisa. — Os lábios gordos de Racert se achataram com raiva mal disfarçada.

— Não há nenhuma maneira no que se refere ao fundo de segurança das Castas, senador Racert —, assegurou ela.

Racert virou-se para Jonas. — Ela é uma coisa bombástica Wyatt. Você deve considerar substituí-la.

Antes que Rachel pudesse considerar uma resposta, Jonas levantou-se lentamente.

— Deixa pra lá —, ela aconselhou-o suavemente.

— Nem no inferno. — Havia um pequeno sotaque francês em sua voz, enquanto ele olhava para Racert, seu olhar gelado. — Um relatório da reunião será entregue na Comissão de Apropriações das Castas —, ele informou ao senador quando Rachel levantou-se. — E eu lhe aconselharia, caso você precise discutir assuntos das Castas, que você contate um dos membros do gabinete da raça, além de mim.

Racert ergueu-se também, com um olhar cortante para Rachel, antes de voltar-se para Jonas.

— Vamos, Wyatt, você não quer dizer não a este acordo. — Seus olhos se estreitaram em advertência. — Estou nessa comissão. Aprovo esses fundos...

— Você não aprova merda nenhuma —, declarou Jonas friamente, insultuosamente. — Não finja que você o faz. E da próxima vez que você se dirigir à minha assistente com esse desrespeito malicioso, eu vou arrancar sua garganta fora.

Não havia dúvida de que ele quis dizer cada palavra. A fatia de mercúrio congelado que seus olhos se tornaram enviou um arrepio acelerado sobre Rachel, bem como aos senadores que estavam agora, diante de um animal em perigo de perder sua aparência de civilidade.

— Rachel, vamos embora. — Seus dedos enrolados em torno de seu braço enquanto ela rapidamente pegava seu bloco e a maleta.

Um segundo depois, ele a estava conduzindo através das mesas, pelo restaurante. Ele não parou para pagar a refeição, nem fez tentativas educadas para abrir caminho. Não que Rachel o culpasse. Racert pedia para Jonas, não só roubar o seu próprio povo, mas para fazê-lo secreta e seletivamente.

— Isso não poderia ter sido sensato —, ela declarou assim que ele a levou para a limusine à espera na entrada.

Deslizando para o interior do veículo, ela viu como Jonas tomou seu lugar, a porta se fechando atrás dele, quando o motorista, um Enforcer Coiote, começou à arrancar o carro.

Lentamente, a divisória de vidro entre os bancos subiu, vedando-os em um ambiente tranquilo e íntimo que ela poderia ter evitado.

— Ele te insultou —, Jonas rosnou. — Bem ali, na sua cara.

— Ele não é o primeiro. — Ela revirou os olhos diante da raiva dele. — Eu sou insultada cada vez que eu me recuso a permitir que alguém que acredita que é meu superior fale com você. Supere isso.

O próximo rugido que retumbou na garganta dele fez com que ela o olhasse cautelosamente. Seu olhar deslizou de sua garganta, para seus braços, para suas mãos. Engolindo fortemente, ela observava como ele lentamente encolhia seus dedos em punhos para esconder as garras primitivas que tinham rasgado, o que no início pareciam ser cicatrizes nas pontas dos seus dedos.

— Não vou superar. — Ele murmurou, a prata gelada de seus olhos, descongelando para a ebulição do mercúrio. — Eu deveria ter arrancado a língua do bastardo de sua garganta.

Rachel arqueou as sobrancelhas. — Por quê? Porque ele era um idiota? Santo Deus, Jonas, quando você decidiu que você é meu protetor?

— O dia que você entrou no meu escritório e eu percebi que você era minha companheira —, ele retrucou.

Por um momento, normalmente confortável, calmo, Jonas era o animal que ela sempre sentiu que se ocultava debaixo do seu exterior cuidadosamente vestido. Seus olhos se enfureceram, seu corpo estava tenso com a necessidade de ação, sua expressão de alternando entre a sensualidade e a fúria.

—Eu não sou sua companheira...

Ele estava em cima dela. Rapidamente. Rachel encontrava-se deitada para trás ao longo do assento, seu corpo grande escarranchado nela, a sensação do seu pênis, pesado e quente, através do material de sua calça enquanto seus quadris pressionavam contra os dela.

— Jonas —. Seu suspiro era parte protesto e parte repentino prazer.

Como diabos ela deveria controlar-se quando ele fazia isso? Quando o domínio forte que ele estava exibindo era o objeto de suas fantasias?

— Nunca me negue de novo. — Sua mão agarrou-lhe os pulsos, puxou seus braços para trás e segurou-os acima de sua cabeça enquanto ele olhava para ela.

Essa posição levantou os seios dela, fazendo com que eles parecessem mais cheios, mais sedutores. Seus mamilos pressionados contra a blusa onde sua jaqueta estava aberta, com a renda de seu sutiã macio mostrando claramente o tecido pálido.

— Deus, eu quero sentir o seu mamilo em minha boca. — As palavras enviaram uma sensação de soco direto para seu ventre. — Se eu te tocar com a minha boca, com a minha língua, tudo o que você não quer vai desabar sobre você. Você sabe disso, não sabe, Rachel?

Ela sabia disso, e ainda, a súbita dor por isso era quase mais do que ela poderia suportar.

— Toque-me —, ele suspirou. — Apenas uma vez —. Ele levou as mãos dela ao seu peito. —Juro por Deus que eu vou me controlar. Apenas uma vez.

Jonas achava que ele não estava acima de implorar. Ele passou a vida naqueles laboratórios de merda e nunca implorou por nada, mas agora, ele ficaria de joelhos por um simples toque das mãos delicadas pressionando contra sua camisa.

— Isso é perigoso —, ela sussurrou.

— Não me tocar é mais perigoso —, ele rosnou. — Toque-me, droga. Você está me matando.

A necessidade que ele sentia disso estava rasgando-o.

Devagar, olhando fixamente para ele, seus olhos presos nos deles, ela deslizou seus dedos para os botões de sua camisa e, lentamente, os desabotoou.

Ela o surpreendeu. Ele podia sentir a necessidade dela, cheirá-la. Ela não estava tentando escondê-la. Ele não esperava que ela realmente o tocasse, mas não havia dúvida de que ela ia fazer exatamente isso.

A única questão era, ele poderia sobreviver a isso?

Quando ela abriu as beiradas de sua camisa com deliberada lentidão, Jonas teve que lutar para respirar enquanto a ponta dos dedos dela passava sobre o seu peito sem pelos.

Os pelos finos que cobriam seu corpo arrepiaram-se sob as pontas dos dedos dela, quando um gemido áspero arrancou-se de seu corpo. Apenas as pontas dos dedos dela eram como chamas enquanto acariciavam os músculos flexionados, esfregou, acariciou, raspou sua carne com suas unhas pequenas.

Jonas sentiu suas garras afundarem no couro do banco perto dos ombros dela. Ele nunca tinha perdido o controle desse jeito. Apenas os momentos de raiva faziam o tecido igual à um osso letalmente agudo à se flexionar debaixo de sua carne.

Mas ele nunca tinha conhecido tal prazer ou necessidade, tampouco. Isso estava queimando dentro dele, roubando seu controle, deixando-o tão faminto por seu beijo que ele tinha de cerrar os dentes para evitar implorar por ele também.

— Sua carne é dura —, ela sussurrou enquanto seus dedos roçavam seus músculos peitorais.

— A sua é como seda —. E ele não estava sequer tocando-a. Ele sabia o que ele iria sentir, sentir a partir do toque de suas mãos.

— Jonas, isso é muito perigoso. — Sua voz estava rouca, cheia de excitação.

Mudando seus quadris, ele moveu-se até que ele estava separando as pernas dela, levantando sua saia, permitindo à ele deslizar em seu lugar. Apenas as roupas que eles usavam o separava da carne doce de sua vagina molhada.

— Shh —, ele a acalmou. — Não há perigo aqui, amorzinho. Apenas me toque. Só por um minuto.

Seus dedos enrolados contra o peito dele, duas pequenas unhas raspando ao longo do disco redondo e plano de um mamilo.

Seus quadris empurravam, o instinto correndo através dele, enquanto ele lutava para enterrar seu pênis dentro dela.

O suspiro de sua respiração quando a dura carne deu seu pênis se esfregou contra seu clitóris estava quase o levando à ruína.

— Posso te provar? — A pergunta tinha puro prazer explodindo em sua mente. — Apenas uma vez—.

Ela queria. Ele podia sentir o cheiro do desejo fluindo dela, um desejo que ele tinha prometido que não iria se aproveitar.

— Prove-me, Fate ele sussurrou. Inferno, ele não tinha ideia se isso iria doer ou não. Houve casos que até mesmo os minúsculos pelos no corpo das Castas continham pequenas quantidades do hormônio de acasalamento. Mas isso era raro. Muito raro.

Sua cabeça levantou-se para ele quando ele se inclinou para ela, à espera de sentir o toque dos lábios dela em seu peito. Em vez disso, ela levantou a cabeça para longe, e ele sentiu o golpe de sua língua contra o seu pescoço, o raspar de seus dentes.

Porra! Ele ia derreter. Fogo correu ao longo de seu corpo, rasgou as suas bolas e derreteu seu cérebro. Impulso e instinto foram as únicas coisas que restaram. Ele teve consciência o bastante para agradecê-la a Deus por seus instintos animais terem honra suficiente para não forçar o calor do acasalamento sobre ela.

— Canela—, ela sussurrou. — Você tem gosto de canela e cravo, Jonas.

— Deus. Não. —Ele afastou-se dela.

Empurrando para trás, ele obrigou-se a ficar em seu próprio assento, a cabeça caindo para trás enquanto ele passava as mãos pelos cabelos e lutava para se controlar. Somente um pouco de controle, apenas o suficiente para evitar tomar aquilo que ele tão, tão desesperadamente queria.

— O que? As Castas não têm permissão de ter o sabor de canela e cravos? Havia uma ponta de frustrada diversão, quase lúdica, em sua voz.

Jonas respirou asperamente. — Esse hormônio do acasalamento: Tem gosto de canela e cravos.

— Merinus disse que tem gosto de tempestade. — A confusão enchia sua voz quando ele a ouviu se sentando.

— Merinus tem uma boca muito grande —, ele murmurou enquanto ele sentia as garras se retraírem lentamente e o controle retornava em questão de minutos. — É diferente, às vezes. É de acordo com as Castas.

— Então Callan é tempestuoso e você é quente?— Ela estava definitivamente se divertindo. Droga, ela estava rindo da situação enquanto ele sentia como se ele estivesse prestes à explodir.

— Ou algo assim. — Levantando a cabeça, ele olhou para seus olhos verdes cheios de riso.

— Apenas pense nas histórias de tabloide que eu poderia vender sobre isso. — Suas sobrancelhas sacudiram alegremente. — O diretor do Departamento tem sabor de canela e cravo. O líder Felino das Castas tem sabor de água e enxofre. Quais serão as próximas surpresas que as Castas nos trarão?

— Você não tem ideia —, ele rosnou.

— Diga-me, Jonas, você acha que se alguma vez chegarmos à fazer sexo, você vai fazer a farpa agir, ou você acha que pode convencê-la a ficar escondida uma ou duas vezes, somente até que eu decida se eu quero realmente experimentá-la?

Alguém precisava instruir Merinus seriamente sobre o valor de manter os segredos das Castas em segredo.

— Eu não acho que funciona bem dessa forma —, ela gemeu, dividida entre diversão e frustração. Droga, onde foi parar a sua princesa de gelo? O diabinho travesso olhando para ele agora estava deixando-o louco.

— Ah, bem, muito ruim. Aquela farpa soa um pouco intimidante para mim. — Ajeitando sua saia, ela lambeu seus lábios, sua expressão mudando como se algum sabor existente ali a tivesse agradado.

Droga, se ele realmente tivesse a chance de prová-la, ele faria mais do que saboreá-la. Sua língua se enterraria tão profundamente dentro de sua vagina que ela não saberia onde ela começava e ele terminava.

Quanto à — farpa —, como ela a chamou, ele teve que admitir que ele estivesse esperando ansiosamente por isso. Os sussurros que ele tinha ouvido falar sobre o prazer que isso proporcionava soava com um nirvana sexual. Um prazer que se irradiava para todas as células do corpo e deixava um Casta tremendo e implorando por mais.

Soltando outra respiração difícil, ele estreitou os olhos e observou como Rachel lambia os lábios novamente. Seus mamilos ainda estavam duros e o cheiro doce de sua vagina ainda infundia o ar, com a essência mais escura e mais rica, emitida por sua excitação, atormentando seus sentidos completamente famintos.

Ela era o Buffet, e ele estava faminto por ela.

Puxando o bloco eletrônico do seu estojo, Rachel franziu a testa enquanto ela usava a caneta para puxar alguma coisa sobre a superfície do teclado.

Ele apertou a testa quando ela começou a ler.

— Eu preciso escapar desta festa esta noite —, ela murmurou, como se isso não importasse para ela de jeito nenhum. — Nós temos informações vindas da China sobre diversas empresas que Brandenmore e Ingalls haviam contatado. Eles suspeitam que eles enviaram a informação genética para essas empresas. Quero seguir essa pista.

— Esqueça isso. Coloque Brim na pista; seus contatos são mais extensos e ele tem tempo para isso. Você não tem.

Ele quase podia sentir sua frustração agora. Ele sabia exatamente por que ela estava tentando desesperadamente escapar dessa festa. Ela, obviamente, trouxe um de seus brinquedos com ela, e pretendia usá-lo.

Isso não iria acontecer. Ele sorriu para ela, um daqueles lentos, fáceis sorrisos ao qual ele sabia que ela reagiria. A reação veio imediatamente. A suspeita escureceu os olhos verdes enquanto eles se estreitavam e os lábios se diluíam em irritação.

Jonas inclinou-se lentamente para frente. — Você realmente acha que eu vou permitir que você tenha a oportunidade de obter liberação sem mim? Considere-me sua sombra pessoal.

Seus lábios se entreabriram, enquanto seus dentes de pérola apertavam-se em uma careta encantadora.

— Isso não é justo, Jonas. Você pode encontrar liberação, sem fazer um som —, ela fez beicinho.

— Posso? — Ele se inclinou para trás, se perguntando por que Merinus não tinha informado à Rachel desta desvantajosa particularidade do calor do acasalamento. — Não é bom para um homem no calor do acasalamento, tentar se masturbar, querida. Isso só faz piorar a necessidade.

Ela piscou para ele. — Você está mentindo.

— Telefone para Merinus e pergunte-lhe sobre isso. — Ele bufou. — Ela não tem sido capaz de manter a boca fechada sobre qualquer outra coisa.

Ela cruzou as pernas, atraindo o seu olhar à silhueta esbelta de suas coxas sob a saia curta que ela usava. — Merinus realmente não disse muito. Ela simplesmente não respondeu às perguntas específicas.

Ela estava mentindo por entre os dentes.

Jonas balançou a cabeça lentamente. — Não tente mentir com qualquer outro das Castas —, ele à aconselhou. —Por mais doces que sejam suas mentiras, elas ainda continuam sendo mentiras.

E aquele sorriso perspicaz apareceu outra vez. Era moleque, cheio de calor, e ameaçou afogá-lo em sua maldita necessidade. Droga, ele precisava dela.

— Chegamos. — A voz do motorista veio através da intercomunicação entre a divisória.

— Pare na entrada principal, — Jonas ordenou enquanto ele apertava o botão para ativar o alto-falante ao lado dele. — Mordecai e Rule devem estar esperando por nós.

— Eu estou vendo-os na entrada —, ele respondeu.

— A limusine moveu-se para um ponto em frente à casa de tijolos de dois andares. O prédio foi doado às Castas por um excêntrico casal de idosos, que tinham perdido o seu filho quando ele foi morto pelos soldados do Conselho no resgate das Castas.

— Eu suponho que você tenha reservado um quarto para mim no hotel mais próximo? — ela perguntou docemente, embora a frieza em seu tom de voz fosse facilmente perceptível.

— Acho que não —, ele garantiu a ela quando Mordecai abriu a porta e saiu para o lado. — Vamos, Rachel. Temos pouco tempo antes da festa. Suas coisas estão no quarto de hospedes, esperando por você.

— Assim como o cabeleireiro que a Prima ordenou —, Mordecai informou à eles enquanto ele olhava para dentro. — Ela me ligou pessoalmente para confirmar a chegada.

— Eu não gosto disso— , Rachel murmurou, enquanto lançava um olhar altamente suspeito para Jonas.

— O que vou fazer com todos os malditos Enforcers que estão aqui? — Jonas perguntou-lhe enquanto ele à ajudava à sair da limusine. — Esse lugar fica como o Fort Knox, quando eu estou aqui.

Isso não era necessariamente a verdade, mas soava condenadamente bem, Jonas pensou, enquanto pegava a mão dela e a puxava para cima dos degraus de pedra, em direção às portas duplas que Lawe protegia diligentemente.

— De qualquer maneira, eu não me sinto segura. —, ela disse, à medida que entrava na casa.

— De qualquer maneira, eu não acho que você se sentiria. — Ele riu enquanto colocava as mãos na parte baixa de suas costas enquanto ele a guiava para a escadaria curva. — Venha, querida. Eu vou lhe mostrar o seu quarto, então vamos ver sobre como fazer isso através dessa festa chata que você pensou que eu deveria comparecer.

— A festa está sendo oferecida por Drey Hampton, um amigo pessoal de Horácio Engalls e uma dos mais discretos contatos das Castas —, ela recordou-lhe. — Esta foi a única maneira que ele encontrou para obter informações para nós, que estávamos esperançosos de que ele descobrisse sobre os planos de Brandenmore, uma vez que ele estava fora da prisão sob fiança.

— Refresque minha memória, — Jonas falou devagar, zombeteiro. — Nós não avisamos ao juiz que ele fugiria?

—Assim como você foi avisado de que o juiz iria fixar a fiança, apesar dos argumentos apresentados pelo promotor, — Rachel recordou-lhe.

— Ele argumentou realmente muito duro, não é? — Jonas rosnou quando ele abriu a porta do seu quarto.

O promotor tinha mais ou menos retrocedido e permitido que os advogados de Brandenmore conduzisse o tribunal. Era revoltante quantas vezes Brandenmore tinha facilmente comprado benevolências desde sua prisão. O juiz estava pronto para rejeitar o caso antes que Jonas enviasse a papelada para a sua extradição e prisão com base nas ameaças de Brandenmore contra Rachel e Amber.

— Eu avisei que você precisava verificar mais diligentemente os planos dele. — Rachel salientou quando ela entrou no quarto.

Ela discutiu com Jonas sobre isto. Jonas acreditava que o promotor iria lutar com tudo o que tinha para fazer jus à promessa dada às Castas quando vários deles haviam feito grandes doações para sua campanha política.

Eles haviam aprendido rapidamente.

— Eu realmente preciso verificar as informações que chegam a mim, Jonas —. Ela suspirou enquanto se virava para ele, seu nervosismo aumentando à medida que se aproximavam da cama.

— Esqueça isso. Vou contatar Brim em poucos minutos e vou atribuir isso à ele. Temos uma festa para participar, e espero que Drey tenha, efetivamente, conseguido arrancar algumas informações para nós. Agora vá se vestir. Ver-nos-emos antes de irmos para a festa.

Rachel mordeu o lábio quando ele saiu da sala, e conteve a necessidade de pisoteá-lo.

Ela não queria ir à aquela maldita festa. Não só havia espiões, assassinos e arruaceiros em geral que participavam desses saraus, mas o embaixador que havia tentado forçá-la à se prostituir para retornar para casa também compareceria. Se isso não fosse uma receita para o desastre, então ela não sabia o que era.

E como se esses obstáculos não fossem suficientes, havia o fato de que ela era capaz de se divertir com Jonas agora. Talvez Merinus devesse ter avisado a ele que uma vez que ela sentisse que seu trabalho estava seguro, ela poderia fazer da vida dele um inferno? Ou talvez Kane devesse tê-lo advertido?

Não foi ela que causou o problema, ou o expôs deliberadamente para deixar qualquer um louco. Isso seria simples se ela fosse um pouco mais impertinente. Ela poderia ser calma e sem emoção, ou ela poderia ser divertida e brincalhona. Não havia meio-termo.

E parecia que não havia escapatória para essa festa também. Ela, definitivamente, teria que fazer Jonas pagar por isso.

Pelo menos, ela era capaz de ceder à sua parte fútil quando ela tinha que comparecer à estes eventos. Merinus sempre garantiu que o escritório providenciava alguns vestidos muito bonitos.

O que a esperava era um vestido de noite de seda safira, sobrepondo uma linda combinação prateada. A saia foi cortada até o joelho, permitindo que a renda caísse do lado dos pés nos saltos altos cor de safira. O corpete era mantido por tiras estreitas e mantinha seus seios em concha, como as mãos de um amante. Era o vestido mais requintado que Merinus poderia providenciar. Acompanhando o vestido, vieram meias prateadas com fios de cor safira e atadas com uma renda delicada na coxa.

Ela nunca tinha usado um vestido tão deliciosamente feminino em sua vida. Foi o suficiente para fazê-la querer comparecer à esta festa.

Erguendo a mão, ela mordiscou a unha de seu polegar enquanto se perguntava exatamente como ela pretendia navegar nas águas traiçoeiras que o embaixador David Slussburg certamente agitaria.

O homem era um canalha, e ainda por cima, ele odiava as Castas. Ele odiava à ponto de ter comentado, em várias ocasiões, que o mundo seria melhor se as Castas fossem mortas.

Ele era o tipo de homem que não se importaria nem um pouco de ser malicioso e zombeteiro na presença de Jonas, e Rachel tinha a sensação de que Jonas não seria nada bondoso, uma vez que Slussburg começasse.

Ela só esperava que ela mesma pudesse ser discreta o suficiente para orientar Jonas bem claro a ele.

          

     Ele cheirou o nervosismo de Rachel quando ela parou no topo das escadas, olhando fixamente para baixo onde ele estava esperando. Girando, ele violentamente teve que controlar o animal rosnando em sua garganta e a ameaça de suas garras deslizarem das pontas de seus dedos.

     Teria ele alguma vez visto algo ou alguém tão formosa? Jonas estava certo que não, assim como também sabia que seria incapaz de passar a condenada noite sem tomá-la.

     Inferno, não ia conseguir sair da casa sem tocá-la. Podia tocá-la com uma segurança razoável, disse a si mesmo, mas soou pouco acreditável até para ele. Não havia maneira de garantir que realmente o hormônio de acasalamento não afetasse até mesmo o pelo que cobria seu corpo.

     Merda, talvez afetassem a sua língua. As glândulas estavam tão inchadas que eram dolorosas, o sabor de canela e cravo enchiam seus sentidos e lembravam quão fácil seria infundi-la com a mesma excitação que o atravessava. Não que ela não estivesse excitada. Estava. Simplesmente não incrivelmente excitada. Mas não estava no calor do acasalamento, e era assim como a queria. Agora.

     Antes que percebesse o que estava fazendo, seu pé foi parar no batente superior, com as intenções claras em sua mente. Beijá-la. Prová-la. Para enchê-la com o hormônio que o atravessava, exigindo sexo, tocá-la, seu gosto. Posse.

     — Merinus superou a si mesmo — ela tocou a saia do vestido muito consciente de si enquanto ele olhava-a. — O vestido é excelente.

     Merinus não tinha arranjado o vestido, mas sim ele. Jonas reteve a informação para si até que chegasse o momento oportuno enquanto esperava que ela descesse a escada.

     O vestido era justo e abraçava a parte superior de seu corpo como um amante possessivo. A saia flutuava por suas pernas, derramando renda pelos lados, os fios de brilhante cor azul resplandeciam através do tecido.

     Perguntou-se se as meias se viam tão bonitas nela como no manequim que tinha a costureira em sua loja.

     — Estamos prontos para ir? — perguntou ela enquanto fechava o casaco de pele forrado de seda que fazia conjunto com o vestido.

     — Ainda não — ia morrer se não a tocasse. Ia fazer algo que sabia não querer confrontar à fria luz da manhã seguinte.

   Mas tinha a força para apartar-se e não tocá-la.

     — Veem comigo — ele não a tocou, ainda não. Voltando atrás, caminhou pelo curto vestíbulo até o saguão, esperou até que ela entrou, fechou a porta e trancou com chave.

     — Jonas? — a preocupação em sua voz o esfaqueou enquanto deu a volta para ela. Antes que pudesse deter-se, e Deus sabia que desejava poder se controlar, agarrou-a pelos ombros, fez-lhe girar e a apertou contra a porta. Seu suave grito foi perdido quando ele abriu seus lábios e seus dentes se aferraram a um lado de seu pescoço em um sensual aviso. O animal sabia o que estava acontecendo com o homem. Sabia que era uma batalha que ia perder, e que não podia conter-se.

     — Jonas! — choque e excitação alimentaram o necessitado e sem fôlego som de sua voz.

     Agarrando-a pelos quadris Jonas a manteve quieta enquanto baixava um pouco seus joelhos, seus quadris pressionando contra o traseiro dela enquanto um áspero grunhido surgia de sua garganta. Quando ela não lutou, quando cheirou o suave sabor de seus sucos femininos sendo derramados pelo delicioso calor de sua vagina, soltou pouco a pouco os dentes. Seus dedos se cravaram nos quadris dela enquanto esfregava o membro contra a fenda de seu traseiro, rodando os quadris e imaginando o puro êxtase de afundar-se em seu interior.

     — Por que faz isto? — sussurrou.

     — Você é minha companheira — sua voz não soava como a dele. Era mais áspera, mais dura, mais primitiva —. Sabe quão difícil é não tomar-te?

     Pressionando os lábios no vulnerável espaço de seu pescoço, Jonas aspirou o perfume dela, provou-a com a língua, e jurou que não iria mais longe.

     — Quero te saborear — gemeu —. Só um beijo, mas sei o que faria só um beijo. Destruiria a ambos.

     Ela flexionava seus dedos contra a porta, suas unhas raspavam a madeira quando as mãos dele se deslizaram mais abaixo, por debaixo do tecido de seu vestido, e começou a subir para cima.

     Seu controle estava se fazendo em pedacinhos. Podia sentir. Cada pingo de força que possuía se centrou em amarrá-la a ele, mantendo-a em seu lugar, enquanto a tocava.

     Seu membro palpitava enquanto rodava seu quadril contra os firmes músculos de seu traseiro. Imaginou empurrando seu vestido para cima, tirando as calcinhas, abrindo os lisos globos de seu traseiro e vendo como seu membro se afundava na profundidade de sua vagina por trás.

     Ela estaria estreita.

     Seus dedos se encontraram com a suave pele de sua coxa, o tecido da saia e as anáguas de renda apoiadas por cima de seu braço enquanto ele acariciava a pele de seda até que chegou a delicada pele da dobra de sua coxa.

     — Jonas, se não parar agora, não será... — seu protesto terminou com um suave ofego quando ele acariciou com as gemas dos dedos sobre a seda que cobria o calor úmido de sua vagina.

     —Vou parar —mas não estava tão certo de poder.

     Jonas podia sentir agora aumentar a fome, o hormônio derramando-se mais forte pelas glândulas de debaixo da língua e esquentando seus sentidos com a necessidade de compartilhá-la.

     — Esta noite, tenho que ir a outra dessas festas, e tenho que ver outros homens te olhando, cheirando seu desejo e suas intenções, sabendo que ainda não é minha companheira.

     — Eu não sou sua companheira, ponto — discutiu ela sem fôlego.

     Seus lábios se retraíram com um furioso grunhido.

     Ela estava negando, outra vez.

     Seus dedos deslizaram debaixo do elástico de suas calcinhas e antes que ela pudesse protestar dois dedos deslizaram através dos escorregadios sucos quentes escondidos entre suaves dobras de carne que estavam ali.

     Estava molhada. Quente. Ela era sua companheira, tanto se queria admitir ou não. Sua companheira, e que Deus tivesse piedade dele, mas não sabia se poderia deixá-la ir.

     Prazer. Nunca tinha conhecido tanto prazer nos braços de um homem em sua vida. Rachel tentou não arquear-se ao tato dos dedos de Jonas entre suas coxas, o roce de seus calosos dedos, acariciando-a.

     — OH Deus —. As palavras caíram de seus lábios uma vez que o calor formava redemoinhos através de seu corpo, construindo-se ao redor de seus sentidos. — Jonas, temos que parar.

     Tinha que parar. Ela não podia separar-se dele, mesmo que ele permitisse. Tudo o que podia fazer era estar ali, suas unhas arranhando contra a madeira da porta, enquanto suas pernas se separavam mais para que ele a tocasse.

     — Quero estar dentro de ti — sua voz agora era tão profunda, tão áspera —. É tão doce, Rachel, tão quente. Pensar no estreita e escorregadia que estará rodeando meu membro me deixa sem fôlego.

     Ouvir isso lhe roubou o fôlego.

     A cabeça de Rachel caiu para trás sobre seu ombro ao assaltá-la uma debilidade sensual. A perigosa e entristecedora sensação de vulnerabilidade a percorreu inteira, fazendo que se sentisse feminina, mais sexy do que nunca se sentiu na vida.

     Jonas fez isso com ela. Se estivesse tocando-a ou não, tinha a capacidade de lhe fazer tremer os pés, de sentir-se muito feminina.

     — Aqui, Minha Rachel — cantarolou ele, um som bruto, áspero, que causou tremores de excitação por todo seu corpo enquanto seus dedos se moviam em círculos sobre seus clitóris.

— Só descansa apoiada em mim, neném, eu me encarrego de tudo.

— Tudo — era deslizar os dedos mais abaixo, pressionando os dois juntos, empurrando com força no estreito e apertado limite de sua vagina.

— Oh Deus, Jonas. — A frase arrancou-lhe da garganta. — É muito bom. É muito bom.

Ela estava tão perto. Ela podia sentir seu orgasmo remexendo em seu ventre, batendo em seu clitóris. Chamas lambendo toda a sua carne, centrando-se entre as coxas e fazendo com que seu abdômen se apertasse com um prazer violento.

—Pense o quanto poderia ser melhor. — Seus dedos curvados apenas o suficiente para acariciar, afagar as terminações nervosas anteriormente escondidas e os tecidos sensíveis.

— Pense, Rachel. Eu poderia foder você, enchendo-lhe com cada centímetro do meu pênis duro, em vez de meus dedos.

Ela deveria ter se sentido insultada. Ela nunca havia permitido que o pai de Amber, Devon, falasse de forma tão explícita com ela. Ela nunca tinha gostado. Até que ela ouviu Jonas fazê-lo.

Lutando para respirar, ela virou a cabeça, os lábios olhando a linha dura de seu queixo enquanto ele continuava a pressão lenta e fácil dentro dela. Seus dedos acariciavam com golpes rápidos, esfregando facilmente através dos músculos apertados de sua vagina enquanto o outro braço envolvia abaixo dos seios para mantê-la em pé.

Seus lábios entreabertos, pressionando a sua mandíbula, a língua acariciando sobre o suor que umedecia a carne dele, para provar uma pitada de canela e cravo. Suas mãos mantiveram seu pulso, a ponta dos dedos roçando o seu corpo em harmonia com os traços de seus dedos dentro de sua vagina.

— Você me faz ficar arrependido, — ele suspirou quando ele abaixou a cabeça, permitindo que seus lábios se movessem para perto dos lábios dela.

— Não se arrependa, Jonas. — Sua voz estava quebrada, ofegante de prazer. — Você não tem nada do que se arrepender.

Ele era um homem. Um homem que tinha quebrado as regras, que tinha feito coisas que talvez não fosse mesmo legais. Mas ele tinha feito o que ele achava que tinha de ser feito para salvar a si mesmo, bem como à sua espécie.

Era um homem cujo toque era o prazer puro, puro calor. Um homem que a abraçou com força e ainda uma delicadeza na superfície de um animalesco e esmagador prazer, E ele ainda mantinha o controle. Podia senti-lo lutando por isso. Senti-lo se esforçando por isso. A intenção.

Seu corpo ficou tenso, estabelecido firmemente como o prazer construído dentro dela. Seus dedos impulsionaram mais profundamente, acariciaram, firmaram, foderam com velocidade crescente até que ela começou a ofegar por ar, por misericórdia.

Suas unhas em seu braço, seus lábios entreabertos contra sua bochecha, enquanto um lamento começou a romper por ela.

O êxtase explodiu dentro dela. O sangue martelou, ferveu, entrou em erupção. Sensações de um desejo furioso, flamejante através de terminações nervosas, correndo por sua carne, atingindo o clitóris, e então profundamente dentro de sua vagina ao mesmo tempo, e jogando-a em um cataclismo de prazer incrível de tal forma que ela perdeu completamente a sua respiração.

Dedos ardentes correram por sua espinha. Seus músculos tremiam quando a sensação rasgou através dela e seu corpo inteiro tornou-se uma massa fervilhante de êxtase completo.

— Você é minha, Rachel. — O rugido em sua orelha foi um rosnado, uma forte e primitiva vibração de som que em nada lembrava a voz de Jonas. — Lembre-se que quando seus olhos brilham com desejo, quando o cheiro de sua fome é como uma doença enchendo a droga dessa sala. Maldita seja, lembre-se que você é minha!

Ela balançou a cabeça desesperadamente e podia jurar que o ouviu dizer com extrema suavidade: — E eu pertenço a você.

 

A festa para o embaixador da Suíça foi tudo que Jonas sabia que seria: completa e totalmente aborrecida e cheia com o perfume da luxúria masculina. Não houve um segundo para escapar da fome avassaladora do sexo masculino cada vez que os olhos deles se fixavam sobre Rachel.

Ela era como uma lufada de ar fresco na sala, um oásis de cores e facilidade doce que eles não podiam resistir. Um Buffet de prazer sensual, que eles estavam ávidos de partilhar.

Em outras palavras, uma festa típica de Washington. Abundância de bebidas, alimentos de alto teor calórico - não havia um bife para ser visto ou cheirado - e bastante jovialidade falsa para fazer um santo praguejar. A quantidade de atenção dada à sua companheira fez com que ele ficasse à beira da violência à qualquer momento.

O salão de Drey Hampton estava lotado. As portas duplas francesas ao lado do jardim estavam abertas, a banda no pátio era suave e discreta, mas isso não teria importância. O nível de ruído no interior do salão de baile teria afogado a música de qualquer maneira.

E então lá estava o embaixador da Suíça, David Slussburg - uma bela peça de trabalho. Que diabos tinha possuído o presidente - que parecia ser uma pessoa bastante astuta - para designar este homem como embaixador para qualquer país, Jonas não conseguia descobrir. Ele era uma fossa de ganância, mentira e luxúria. Olhos lacrimejados, uma inútil expressão cheia de interesse calculista.

— Então me diga, Wyatt, Racert conseguiu convencê-lo do valor de se juntar à alguns de seus projetos preferidos? — Slussburg deu uma pequena risada falsa quando ele fez a pergunta. - Agora é a hora de entrar—

— Na verdade, ele não conseguiu, Slussburg — Jonas respondeu suavemente, observando como os olhos do embaixador se estreitaram diante do óbvio insulto de usar apenas seu sobrenome. — Racert e eu temos uma diferença de opinião sobre o que constitui uma causa digna.

Ele sentiu Rachel mudar de posição nervosamente ao lado dele.

Olhando de relance, ele quase prendeu o fôlego ao vê-la novamente. Aquele maldito vestido tentava um homem de uma forma que deveria ser ilegal. A renda que caia dava pequenas insinuações das meias entremeadas com safiras, enquanto o corpete em concha abraçava o que deveriam ser seios perfeitos. Ele pensou que poderia mesmo ter vislumbrado os botões endurecidos de seus mamilos por baixo dele depois que eles tinham dançado.

Ele sabia que os mamilos dela tinham estado duros no saguão mais cedo, naquela tarde. Os mamilos dela tinha estado duros, sua vagina tão apertada e quente que tinha prendido seus dedos como uma pequena boca faminta.

— Esse não é um movimento inteligente, Wyatt. — Slussburg baixou a voz enquanto ele se aproximava, o cheiro da ganância, luxúria o ódio derramando-se dele, enquanto interrompia os pensamentos agradáveis que Jonas tinha estado construindo em sua mente. — O senador Racert poderia ser um inimigo errado à se fazer.

Jonas sorriu, atento para garantir que seus incisivos estivessem faiscando ao lado de sua boca. Por alguma razão, a visão daqueles saudáveis e primitivos dentes tinha a capacidade de preencher a maioria dos homens com uma forte quantidade de apreensão.

— A sabedoria não parece ser o meu forte, então, não é? — Jonas manteve seu sorriso tenso, duro.

Slussburg não era para ser subjugado. Ele voltou a olhar para Rachel, o cheiro de luxúria que emanava dele aumentando, enquanto o seu olhar passava sobre ela.

— Parece que não é. — Ele murmurou. — Ouvi dizer que a nossa adorável Srta. Broen está aprendendo isso também. Existem rumores de que a explosão de gás em sua casa foi um ataque contra você. Agora você não está apenas colocando em perigo a sua própria vida, mas a de seus funcionários também.

— Jonas, eu vejo o senador Tyler. – O tom de Rachel foi firme ao seu lado enquanto ele e Slussburg travavam olhares. — Ele precisava falar com você esta noite.

Tyler era o intermediário das Castas com Drey Hampton, o bilionário cujos dedos eram apontados sempre tão timidamente para o Conselho de Genética devido ao relacionamento passado de sua família com eles.

        

— Ah, Rachel, sempre a pequena alma diplomata. — Slussburg quase zombou de sua cara, fazendo com que o animal em Jonas despertasse com interesses predadores.

— Como sempre, embaixador. — Rachel assentiu com a cabeça regiamente antes de se virar e olhando para Jonas, perguntar: — Você está pronto?

— Ao seu comando, minha querida. — Ele balançou a cabeça, embora ele não quisesse nada mais do que rasgar a garganta do embaixador.

Movendo-se no meio da multidão, Jonas podia sentir o alívio fluindo por Rachel em ondas. Ela não gostava de estar em torno do embaixador, e Jonas tinha a sensação de que suspeitava o porquê.

— O que ele fez para você? — Ele se inclinou e sussurrou as palavras em seu ouvido.

— Quem? — A tensão em seu corpo lhe assegurou que ela sabia exatamente de quem ele estava falando.

— Eu posso voltar lá, atraí-lo para fora e arrancar a sua língua de merda. — Ele sussurrou em seu ouvido. — Ou você pode simplesmente dizer o que eu quero saber.

E ele não tinha problema algum em fazer exatamente isso. Ou pelo menos deixar os dois acreditarem que ele faria. Ele era muito bom nisso.

— Ele é um asno — Disse ela calmamente. — Tivemos alguns desentendimentos.

E como ela era diplomata!

— Ele tocou em você? — Sua mão apertada em suas costas. Se o bastardo se atreveu a ter tocado nela, então ele estava morto. Era tão simples.

— Ele não me tocou. — E ela não estava mentindo, mas havia mais nessa estória e ele sabia disso. Infelizmente, ele não ia conseguir as respostas que precisava no momento, e ele também sabia disso.

— Nós vamos discutir isso mais tarde — Ele a alertou. E ela lhe diria a verdade. De uma forma ou de outra.

— Não há nada para discutir, Sr. Wyatt. — Formal e respeitável, sua voz fria e baixa alfinetou sua raiva, assim como o seu desejo.

— Vamos ver sobre isso. — A mão dele apertou seu quadril enquanto se aproximavam do senador Samuel Tyler, tio de Merinus Lyons, e um senador de carreira que tinha ficado ao lado das Castas desde o dia em que soube da sua existência.

 

De pé, ao lado dele estava Drey Hampton, o atual chefe da família e do império de negócios Hampton, que se estendia por três nações. Alto, louro, com penetrantes olhos azuis escuros e características cinicamente chocantes. Seth Lawrence e sua esposa acasalada das Castas, Dawn, faziam parte do grupo. Dawn tinha percorrido um longo caminho para longe do medo assustador das Castas Puma que Jonas tinha conhecido onze anos atrás. A maior parte dessa mudança poderia ser atribuída a Seth e seu infinito e paciente amor pela mulher que passou dez anos negando o vínculo entre eles.

Dawn era a única Castas conhecida do grupo, além de Jonas. Havia o filho de um industrial africano, Dane Vanderale e seu assistente, Rye Desalvo. Os Vanderales rivalizavam facilmente, se não ultrapassassem, aos Hamptons completamente na riqueza, bem como no poder multinacional. Entre os adversários das Castas que faziam parte do grupo estavam o senador Racert, General James Wayne e o homem conhecido como o principal candidato na próxima corrida presidencial, o senador Aaron Bressfield.

Os mais elitizados e politicamente poderosos membros da sociedade estavam presentes, o que estava beneficiando qualquer festa que Drey Hampton organizasse. Este pequeno grupo representava dois dos mais poderosos apoios a favor e contra a liberdade das Castas tal como se apresentava naquele momento.

— Srta. Broen, como estou encantado em vê-la—, Drey cumprimentou Rachel com um rápido e chocante charme, que instantaneamente fez com que os pelos do pescoço e das costas de Jonas se arrepiassem. Porra, se ele não a levasse logo, então ele ia começar a cortar e jogar os pedaços dos pretensos pretendentes, como os pequenos bastardos infelizes que eles eram. Inclusive Drey.

— Boa noite, Sr. Hampton —. Fria, mas encantadora. Rachel não mostrou nenhum interesse pessoal em Drey, não havia cheiro de sedução sexual, sem artifícios ou intenções.

Ok, ele poderia permitir que o bastardo vivesse um pouco mais.

Um fio de divertimento permaneceu em seus sentidos. Estranho, ele nunca antes tinha se sentido ciumento em relação a outra mulher. Nunca antes ele tinha pensado em matar simplesmente porque ela poderia ter tido o menor bocado de interesse em outro homem. Inferno, ele nunca tinha dado a mínima de qualquer forma antes.

— Você gostaria de dançar, Sra. Broen? — O convite de Drey fez com que Jonas virasse bruscamente a cabeça, seus lábios se entreabrindo em um rosnado.

— Não, obrigada, Sr. Hampton, — ela recusou gentilmente, enquanto Jonas sentia seus dedos contra o braço dele. — Parece que o meu cartão de dança está cheio esta noite.

Posse. Intenções. Estavam lá agora, dirigidas à ele.

Jonas cerrou os dentes involuntariamente contra o aumento da necessidade que apertou suas bolas e pulsava através de seu pênis.

As glândulas sob sua língua começaram a pulsar. A emoção alimentou o hormônio poderoso enquanto ele se derramava em sua boca e entrava em seu sistema como um maremoto.

— Eu apreciaria se pudessem desculpar-me por um momento. — Ela acenou para os outros homens. — Eu preciso ir ao toalete.

—Eu acho que vou acompanhá-la, — Dawn decidiu após o rápido e autoritário olhar que Jonas disparou sobre ela.

Ela podia ser a esposa emparelhada de um dos homens mais poderosos dos Estados Unidos, mas ela continuava sendo uma Enforcer, e sob a sua alçada, já que naquele momento ela estava em seu território.

Jonas ignorou a rápida carranca, que o marido dela lançou contra ele. Se o que estava ruim, ficasse ainda pior e Seth decidisse iniciar um confronto, Jonas estava confiante que poderia conduzi-lo. O olhar que ele atirou ao outro homem estava cheio de confiança também.

Por um brevíssimo momento, Jonas se perguntou se ele estava realmente começando a perder o controle que uma vez ele teve sobre si mesmo. Antigamente, ele estaria se dedicando ativamente à manipulação, ao jogo de palavras, todas as formas possíveis para mostrar aos bastardos aqui que eles não eram melhores do que ele, como eles acreditavam.

Em vez disso, sua mente estava em uma coisa e apenas uma coisa: as informações que Drey Hampton poderia ter, e a difícil tarefa de recuperar Phillip Brandenmore do Irã.

— Senhores, se vocês nos desculparem, acredito que eu e o Sr. Wyatt temos alguns assuntos a discutir com Seth —, anunciou o senador Tyler quando as mulheres se afastaram. Virando-se para Jonas, ele deu-lhe um olhar revelador. — Seth tem uma proposta interessante, Jonas. Eu acredito que você deve ouvir isso.

Em outras palavras, o senador Tyler tinha informações que ele precisava transmitir. Se Drey havia evadido suas rotas normais de informação para esses eventos, então havia um problema.

Jonas balançou a cabeça para Drey cordialmente antes de se virar e passar para o extremo oposto do salão, em direção à curta e estreita escada que levava ao que supostamente seria uma sala de reuniões segura.

Jonas duvidava um pouco que qualquer coisa aqui fosse muito seguro. Drey podia tentar como um inferno manter seus segredos, mas isso não significava que ele seria realmente bem sucedido.

Rachel entrou no banheiro feminino com Dawn seguindo-a de perto. Empurrando para o toucador criado para que várias mulheres o usassem ao mesmo tempo - algo ela que raramente via em uma residência privada – ela não ficou surpresa ao descobrir Dawn em seus calcanhares.

— Jonas é um pequeno feitor de escravos, não é? — Dawn afirmou enquanto ela se colocava em frente aos amplos e altos espelhos e abria a bolsa para retocar sua maquiagem.

Tensão, geralmente não vai bem com maquiagem. Um brilho fino de suor aparecia na testa e têmpora de Rachel, fazendo necessário o retoque.

— Ele pode ser definitivamente um pouco tenso —, Dawn murmurou enquanto apoiava-se contra a parede e encontrava o olhar de Rachel no espelho. — Mas ele geralmente sabe o que está fazendo.

Como enviar Dawn para — proteger — Rachel no banheiro feminino? Ela já esteve nas festas de Drey Hampton mais de uma vez, e ela ainda tinha de fugir como um ser humano furioso ou Castas no banheiro feminino.

Terminando com a maquiagem, Rachel lavou as mãos, secou-as, aplicou uma camada fresca de loção, então se virou para a fêmea da Casta.

— Ele está me deixando uma pilha de nervos —, ela murmurou. — Ter uma conversa com ele ou algo assim. — E ela sabia, ele poderia muito bem voltar ao assunto sobre o embaixador.

— Sim, entendi exatamente isso. — Dawn deu uma risada curta e divertida enquanto seus olhos castanhos se iluminavam com riso.

Virando-se para o espelho, a outra mulher endireitou sobre os ombros, vários fios de cabelo marrom-dourado que tinham caído livres de seu grampo cravejado de diamantes antes de se voltar para Rachel. — Pronta?—

— Mais pronta do que eu nunca estive. — Rachel suspirou.

Dawn Lawrence lhe deu um pequeno e aparentemente compreensivo sorriso antes de avançar e abrir a porta.

Duas mulheres estavam esperando no corredor, uma morena baixa, esposa de um congressista, a outra uma matrona, de cara apertada, de meia-idade, viúva de um ex-governador. Mas a mulher deu uma olhada em Dawn, a conhecia pelo que ela era, e ao invés de estender uma cordial, ou até mesmo uma polida saudação, virou o nariz para cima e afastou-se dela. Não importava quem eles eram, o que eles eram, eles estavam estendendo às Castas o mesmo desrespeito que os outros, cujos membros da família ou amigos tinham fundos investidos no Conselho de Genética demonstravam. Alguns tinham sabido o que o Conselho era, alguns não tinham. Ainda assim, os seus associados e membros da família carregavam o mesmo ódio e desrespeito pela vida que as pessoas envolvidas tinham mostrado.

Dawn agiu como se ela não tivesse visto a ostentação, e caminhou regiamente de volta para o salão.

Isso acontecia muito, Rachel sabia. As Castas eram amadas ou odiadas, não havia meio termo. Mas aqui, em meio ao brilho, intrigas políticas, disputas e acordos firmados e quebrados, ela tinha pensado que as atitudes seriam acompanhadas pelo menos por uma face polida.

Como se tivesse percebido os pensamentos de Rachel, Dawn começou a falar enquanto elas reentravam no salão. — Os dois têm trabalhado diligentemente para tentar garantir que as Castas voltem aos laboratórios. Algumas pessoas parecem ter um instinto para os animais que foram liberados, você não acha? — A borda do cinismo em sua voz estava em desacordo com a felicidade que Rachel vislumbrava nos olhos dela quando ela estava com o marido.

— Os seres humanos temem a mudança, ou alguém diferente de si mesmos —, disse Rachel à medida que avançam ao longo de um caminho que Dawn parecia ter um instinto para seguir.

Os convidados pelos quais elas passavam, sorriam e muitos tentavam envolver as duas mulheres na conversa, que Dawn eficazmente sentia.

Havia uma tensão adicional enchendo seu corpo quando ela começou a se mover no meio da multidão com passos firmes. Mesmo vestida com um vestido de baile e saltos altos, Dawn parecia transpirar comando com a cabeça repentinamente erguida, as narinas dilatadas.

Rachel ficou surpresa por ter percebido os sinais do súbito e forte instinto, dentro da outra mulher. Algo tinha acontecido, algo que agora fazia Dawn mover-se através da multidão como uma faca quente na manteiga.

Não que os outros convidados parecessem estar conscientes disso. O que viram foi a mulher, sensual e ainda assim predatória, atraindo-os para algum instinto de sobrevivência humana que os advertia à manter distância.

O caminho que Dawn estava transpondo, mantinha as mulheres seguindo em direção às portas de largura dupla que levava à grande sala e de lá, para frente da entrada da casa.

— Jonas está esperando por nós. — Dawn voltou-se para ela brevemente antes de prosseguir para a saída. — Ele, Seth e os Enforcers que estavam estacionados no lado de fora estão no hall de entrada.

— Srta. Broen, indo embora tão cedo? — Rachel teria ignorado a voz baixa, suave e zombeteira do embaixador Slussburg, se ele não tivesse, de repente agarrado seu braço e o tivesse puxado para que ela parasse.

Só que, rapidamente, Dawn virou-se.

Sua expressão se manteve calma e equilibrada, mas o castanho escuro de seu olhar parecia piscar com chamas quando os dedos dela fixaram-se sobre o braço de Slussburg.

— Embaixador Slussburg —, afirmou, a voz cordial, mesmo quando ressoava com perigo. —Eu sugiro que você a solte.

As mãos dele estavam levantando lentamente, os dedos desenrolando-se de seu braço quando Rachel sentiu os pelos na parte de trás do seu pescoço arrepiarem-se em um alerta primitivo. Inferno, ela sequer era uma Casta, mas ela podia sentir a violência de repente rodando no ar.

Sua cabeça virou-se e lá estava ele. Olhos prateados quase neon, as pupilas negras quase suprimidas pelos redemoinhos de mercúrio, ele espreitava na direção deles.

— Vamos embora —. Dawn agarrou seu pulso e puxou-a rapidamente do embaixador. Quando estavam longe o suficiente para não ser ouvida, Dawn murmurou, — Controle-o, Rachel, não importa o que aconteça. Ele perdeu a lógica. Esse é o animal que você vê, e só você pode controlá-lo agora. Nós não temos tempo para isto. Confie em mim.

O coração de Rachel coração batia fora de controle. Ela tinha visto a raiva no olhar do embaixador, sentiu a pura e violenta fúria derramando-se dele quando ele a parou. Seu braço teria contusões depois de seu aperto.

Aquilo não tinha sido assustador. Ela não tinha sentido medo do embaixador, mas o homem caminhando na direção dela agora, o seu olhar refletindo a morte e pura fúria deixou-a aterrorizada.

Em uma segundo olhar, Rachel percebeu que nenhum dos convidados em torno deles havia percebido que o homem caminhando através da multidão aglomerada, era um animal preparado para matar. A palavra errada, o olhar errado, o toque errado poderia desencadear o assassino que todos eles temiam na escuridão da noite.

— Não! — Ela entrou na frente dele, sem medo por si mesma, aterrorizada pelo embaixador e qualquer pessoa que iria tentar salvá-lo ou entrar no caminho de Jonas.

Ele fez uma pausa, em seguida, tentou mover ao redor dela.

Ela não podia alcançá-lo para um beijo, mesmo com salto alto, ela só ia até seus ombros. Ela fez a segunda melhor coisa. Ela agarrou seu pulso quando ele tentou passar, levantou-o e afundou os dentes em sua carne para uma forte e rápida mordida.

Que o deteve.

Virando-se, ele olhou para ela, suas pupilas ampliando-se apenas o suficiente em seu olhar para que Rachel pudesse rezar que houvesse uma ponta de sanidade voltando.

Demorou momentos preciosos. As marcas de seus dentes estavam em seu rígido pulso; o gosto dele permanecia contra sua língua enquanto ela lutava para contê-lo, para manter o animal dentro dele controlado.

—Vamos discutir isso.— Havia mais que um estrondo em sua voz agora, havia intenção pura.

Mas a sanidade estava lá.

Segurando seu braço, afastou-se do embaixador e levou-a rapidamente para a ampla porta da frente que dava para o caminho circular.

Havia seis Enforcers em pé, preparados, armas detidas enquanto ele a apressava da casa na direção da limusine à espera. Algo tinha acontecido, não havia nenhuma dúvida sobre isso. Havia uma sensação de perigo iminente em volta das Castas, seus olhares duros e expressões selvagens refletindo um intenso senso de percepção.

Dawn os seguiu, Seth ao seu lado, até que as portas se fecharam atrás deles e os veículos foram se acelerando para longe da mansão Hampton.

As curvas das estradas montanhosas eram o lugar errado para os constantes desvios que a limusine fazia em posição com as outras duas que se tinham retirado por trás deles. Os seis Enforcers, bem como os dois motoristas dos outros dois veículos estavam dirigindo como pilotos kamikaze cujo destino era o título.

— O que está acontecendo? — Rachel podia sentir sua garganta apertando-se, com medo. — Amber está bem?

— Amber está bem. Ela está atualmente num local seguro reservado para crianças, em Santuário e protegidos pelos Enforcers instruídos a dar suas vidas, se necessário. Os pais acasalados estão com eles e cuidando deles, assim como Leo e seu séquito de assassinos.

Se essas precauções estavam sendo tomadas, o que tinha acontecido era alguma coisa com o potencial de comprometer a casais acasalados, bem como o poder governamental.

Ela observava com os olhos arregalados como Dawn e Seth trabalhavam em um fino lap top pessoal, e Dawn falava com urgência, seu tom de voz baixo, em um telefone via satélite.

— Santuário foi atacada à cerca de uma hora atrás —, afirmou Jonas. — Callan e o filho de Merinus, David, quase foram sequestrados durante um exercício de treinamento com Tanner Reynolds, minha irmã, Harmony, e seu marido, Lance Jacobs. Lance foi ferido, o que agravou um ferimento no peito, que ele recebeu há quase um ano.

— A batalha no Novo México. — Rachel balançou a cabeça, lutando para manter a calma. —Ele foi baleado no peito.

Jonas balançou a cabeça rapidamente. — Ele levou um duro golpe no mesmo lugar, essa noite. Temos uma equipe monitorando os atacantes agora. Vou juntar-me à eles logo que chegarmos.

Rachel cerrou os punhos em seu colo enquanto ela olhava para ele. Primeiro, ela teve de enfrentar o perigo para a vida de sua filha, e agora o perigo a Jonas. Através do meses que ela havia trabalhado com ele, ele manteve as áreas mais perigosas de sua vida escondidas dela. Agora não havia como escondê-las, e isso trouxe-lhe a compreensão de quantas vezes sua vida e as vidas das Castas em geral, estavam em perigo.

— David está bem? — ela perguntou, sabendo o que isso faria à Merinus se alguma coisa tivesse acontecido ao seu filho.

— Fisicamente, ele está bem —, afirmou Jonas. — Este é o segundo ataque contra o menino nos últimos dois anos, apesar de tudo. Cada vez, um amigo foi prejudicado tentando salvá-lo. Ele está inconsolável.

E Jonas estava quase inconsolável.

Rachel olhou para a cor dos seus olhos vivos e viu chamas sutis e agonizantes. Ele se importava com sua irmã e seu marido, apesar de ela saber que ele muitas vezes fingia que não.

Merinus tinha avisado a ela que Jonas era frio e duro, e se ele não se descongelasse, se ele não abrandasse nos constante jogos que ele praticava com seus Enforcers, então, alguém iria acabar matando-o. Isso, ou o gabinete das Castas faria algo para pôr termo ao seu comportamento.

Rachel nunca tinha visto frieza ou dureza em Jonas, no entanto. Ela nunca tinha visto um manipulador. Ele era calculista, sem dúvida, tinha que ser para sobreviver. Ele tinha de ser, para manobrar o povo que ele amava em direção à vida que ele sabia que iria beneficiá-los.

Ele era um amante, um líder. Ele era um homem que usava o treinamento que lhe foi dado, para matar, destruir, sabotar – para, em vez disso, construir e estimular.

Ele só tinha uma maneira bastante singular de fazê-lo para trás em um rabo tipo de caminho embora.

—Jackal pousou o heli-jato à uma milha de nossa posição —, afirmou Dawn, sua voz calma, embora seus olhos castanhos escuros estivessem furiosos. — Temos também duas caminhonetes cheias de assaltantes armados caindo sobre nós. Preparem-se para correr.

Jonas rosnou.

 

As três limusines manobraram na Clareira, deslizando até parar dentro da vista do heli-jato. No banco de trás, Rachel tragou forte ao ver os homens armados que permaneciam de pé fora das caminhonetes que estavam estacionadas em um ângulo diagonal ao helicóptero super rápido atribuído ao Santuário.

Vestidos com jeans, camisetas e máscaras escuras, seguravam suas armas de uma maneira relaxada e sem ameaça, mas existia uma tensão que assegurava a Rachel que a postura sem ameaça podia mudar em um instante.

Havia também uma familiaridade neles. Rachel inclinou-se para a frente, olhando fixamente pela janela, seu olhar se estreitando enquanto lutava por determinar com precisão exatamente o que ela reconhecia sobre esses homens.

— Jonas, uma mensagem acaba de chegar através do canal satélite. — Lawe girou do assento do motorista e olhou de volta para Jonas. — estão se negando a se identificar, mas estão dizendo que o caminho está livre. Estão aqui por segurança e temos que nos apressar porque os verdadeiros meninos maus estão somente a umas milhas com lança-foguetes.

   Os Enforcers das outras duas limusines estavam saindo dos veículos, rodeando o que se encontravam, enquanto os dois Enforcers do heli-jato se reuniam com eles.

— Temos uma mensagem para Rachel se apressar e partir. — O olhar fixo de Jonas se desviou para ela quando um grito entrecortado saiu de seus lábios.

— É Diana — sussurrou, abrindo seus olhos amplamente enquanto olhava fixamente atrás de Jonas. — Deixou esse código para mim quando partiu, logo depois que Amber nasceu. É seguro, Jonas. E esse código quer dizer que é imperativo que vamos agora.

— Não podemos estar seguros. — Jonas estava revisando o rifle que tinha tirado de um painel debaixo do assento, enquanto Seth e Dawn faziam o mesmo.

— Eu estou. — Rachel abriu a porta bruscamente, mas caiu, os saltos que usava dificultava se mover.

— Rachel! — Apesar de seus reflexos, Jonas pegou somente a saia de seu vestido.

— Me deixe ir, Jonas!

— Nem sonhando —. Ele estava fora da limusine, segurando sua arma totalmente preparada para o combate, quando uma figura só se aproximou do grupo.

Uma mão enluvada se elevou e retirou a máscara que a figura levava, para revelar as características delicadas, mas glaciais do rosto de sua amada irmã. Um rosto que tinha medo diariamente de não voltar a ver nunca mais. A vida de uma mercenária não era exatamente fácil, ou pelo menos, com nenhum tipo de segurança.

— Wyatt, tire minha irmã daqui, caramba, ou a levarei eu mesma. — Diana gritou em um tom furioso. O faria. Diana sempre tinha sido basicamente uma protetora de gente que não podia proteger-se a si mesma, e tinha decidido na vida que sua irmã menor tinha que ser protegida.

— Merda! — Jonas se voltou para Seth e Dawn. — Vamos. Movam-se.

Agarrou o braço de Rachel enquanto olhava fixamente Diana.

— Veem conosco, Diana — suplicou em um tom desesperado enquanto Jonas a empurrava para o heli-jato.

Sua irmã permaneceu quieta, seu olhar fixo estreitando-se com as luzes brilhantes lançadas pelas limusines e o heli-jato. Não se moveu, nem tampouco os seis homens que estavam atrás dela, com suas armas preparadas.

— Veículos em movimento! — Jackal gritou enquanto abria a porta. — Os sensores indicam capacidade armamentística, Jonas. Voemos!

Jonas a colocou no assento do heli-jato enquanto os outros entraram correndo atrás dela, a impedindo de gritar por sua irmã outra vez.

Seu coração estava palpitante, curvando-a com o medo enquanto lutava contra Jonas.

— Diana! — Gritou o nome de sua irmã quando a vislumbrou correndo, não por uma caminhonete para escapar, mas para alcançar uma posição defensável para fazer fogo sobre os atacantes que chegavam.

— Traga-a! — voltou-se para Jonas, com os olhos enlouquecidos, aterrorizada. Sua irmã estava ali devido a ela, para protegê-la. Se algo acontecesse, Rachel não saberia se podia suportá-lo. — Faça-a vir conosco.

— Pedirá minha cabeça — Jonas falou furiosamente, e embora sabia que era certo, Rachel lutou contra a necessidade de pedir a ele que o fizesse. — Se quisesse estar aqui conosco, estaria, Rachel. — Voltando-se para Jackal, deu a ordem de voar.

Não tinha visto sua irmã desde o parto de Amber. Instantes depois, Diana tinha desaparecido outra vez. O que fazia e por que fazia, Rachel não sabia. Tudo o que sabia era que sempre que estava em problemas, independentemente do problema, Diana estava aí. Tinha havido somente um momento em suas vidas quando não esteve presente: os meses que Rachel se perdeu na Suíça, lutando para tentar voltar para casa, sem passaporte nem dinheiro. Diana esteve ausente, e Rachel esteve sozinha.

O heli-jato decolou com seus reatores poderosos entrando em funcionamento e segurando Rachel de volta em seu assento quando o aparelho voou em direção ao Santuário.

— O grupo de Diana está se movendo com tempo de sobra — Jackal gritou. — Diabos, Jonas, tem que recrutá-la!

— Mataria a todos nós, — balbuciou Jonas enquanto o heli-jato sulcava o céu. — Contata com o Santuário; estamos voando para lá. Quero à Equipe Alpha Um preparada para mover-se.

— Equipe Alpha Um reunida e preparada — Jackal devolveu a chamada. — Temos fogo eventual sobre o imóvel da casa. A Equipe Vanderale Dois se dirigiu às montanhas. Temos dois presos, seis inimigos abatidos, duas Castas abatidas e quase três dúzias de feridos.

Rachel envolveu seus braços ao redor de seu estômago enquanto a informação era transmitida. Muitos feridos ou mortos. Nos anos da revelação da existência das Castas, não tinham tido um verdadeiro momento de paz ou verdadeira segurança.

Aspirando bruscamente, , ela timidamente colocou a mão na coxa dura de Jonas. A tensão mantinha seu corpo forte, invadindo cada célula enquanto observava a pequena tela de comunicação e o dispositivo de informação que um Enforcer lhe tinha passado.

Ingressando a senha segura, Rachel viu como a tela negra piscava, mostrando logo a imagem da casta conhecida como Leo.

Os olhos dourados se acenderam com cólera enquanto a olhava fixamente. Os dois homens tinham algumas características assombrosamente similares. Falava-se que também era o pai de Jonas.

Não duvidava. Ambos os homens eram arrogantes e calculistas, o suficiente para estar aparentados.

— Status — Jonas disse bruscamente.

— Tudo seguro — Léo disse grunhindo, forte, com os afiados incisivos aparecendo como um raio de ambos os lados de sua boca. — Ainda temos alguns bastardos a eliminar. O grupo principal escapou, embora partissem com as mãos vazias.

— Como está Lance? — Rachel podia escutar a preocupação, tanto como a promessa de castigo, em sua voz.

Léo olhou para o lado por um momento, com sua mandíbula apertada, antes de se voltar.

— Elizabeth e Ely o cuidam. Estão seguras que vai se recuperar, mas está inconsciente agora.

— Harmony? — A voz de Jonas se espessou com preocupação.

Os lábios de Léo se esticaram de cólera enquanto seus olhos arderam.

— Foi atrás deles, Jonas. Não pude pará-la.

Rachel observou o rosto de Jonas e viu, só por um segundo, puro e nu temor e dor.

— Trá-la-ei para casa — disse com uma força arrepiante. — Minha hora prevista de chegada é às cinco.

—Traga-a para casa — Léo afirmou. — Mas se estivesse ficado endiabradamente tranquila, não estaríamos preocupados com ela agora, entende?

— Não, estaríamos chorando.

   Jonas não deu oportunidade do outro homem responder. O dispositivo de comunicação volteou sua agulha antes que sua mão a agarrasse com força suficiente para que as veias se sobressaíssem em suas mãos.

— Harmony está bem. — Rachel queria consolá-lo, queria aliviar sua preocupação, embora soubesse que isso não era completamente possível.

Sua cabeça se sacudiu para ela.

—Harmony banhará essa montanha em sangue se não a frear. — Jonas bufou — Necessitamos de pelo menos um daqueles bastardos vivos. Esfolará a todos eles. Ela faz que sua irmã pareça a fada dos dentes.

Rachel franziu o cenho.

— Minha irmã não é tão má.

Jonas simplesmente bufou outra vez.

— Se Harmony é tão perigosa, então estará bem — o tranquilizou outra vez, olhando a tensão de sua mandíbula enquanto lutava para frear aquelas emoções que o estavam rompendo.

— Quase a perdi uma vez. — voltou-se para ela, encontrando seu olhar, bloqueando-a, enquanto ela lia a preocupação em seus olhos. — Vivia de maneira perigosa quase roçando o suicídio, e apesar da família de Leo a cuidar, não a puderam deter.

— Mas você o fez? — Não sabia disto. Merinus tinha contado muito pouco sobre a irmã de Jonas.

Seu sorriso estava apertado, mas vitorioso.

—Quando conheci seu companheiro, havia uma serenidade sobre ele, uma veia de pura paz que parecia rodeá-lo. No segundo em que olhei dentro de seus olhos senti a salvação de minha irmã nele, e agradeci a Deus por isso. Quando sua prima se uniu a um de meus Enforcers, pude usar as amostras de sangue e de saliva que requeremos de todo aquele que trabalhava com as Castas. Ajustavam-se ao que tinha adquirido de Harmony dos laboratórios em que fomos criados. Deu-lhe paz, e esta é a segunda vez que alguém tentou lhe roubar.

O que significava que alguém ia pagar por isso.

— Brandenmore? — Perguntou ela. — Pensa que está por trás disto?

— Sei que está. — Jonas grunhiu quando sua mão se elevou para massagear a dela que estava apoiada sobre sua coxa. O movimento foi quase inconsciente, como se estivesse fazendo por instinto em vez de intencionalmente. — Há algo que ele está procurando… algo que tem a ver com o fenômeno do emparelhamento.

— A informação sobre a interrupção do envelhecimento nos casais acoplados, possivelmente? — Ela sabia o que era. Tinha conhecimento disso, inclusive uma vez tinha pensado nisso, em por que Merinus e Kane não tinham envelhecido com o passar dos anos quando o resto de sua família sim.

— Às vezes você é tão malditamente inteligente. — Suspirou, mas havia uma insinuação de aprovação em seu tom, tanto como em seu olhar fixo.

“Às vezes seus pensamentos são muito acessíveis”, Rachel podia ter replicado. Como agora, quando estava acariciando sua mão, na situação em que se encontravam, entre o perigo e o conflito de sua vida. Estava dedicando seu tempo a explicar tudo, encontrando uma razão e uma oportunidade para ser amável com ela.

Não estava se escondendo de Rachel. Não a estava manipulando. E conhecia Jonas o suficientemente bem para saber quando estava fazendo exatamente isso.

— Santuário à vista! — Jackal gritou. — Preparem-se para desembarcar, Diretor. Temos fogo vivo ainda ativo. Agache-se e corra.

   O Heli-jato aterrissou, desligando seus motores, vibrando através da cabine enquanto aterrissava tão perto da casa quartel como possível.

A porta se abriu. Rachel se encontrou a si mesma sujeita fortemente ao lado de Jonas, seus pés não tocaram o chão enquanto ele saía rapidamente do heli-jato, e corria velozmente para as portas duplas abertas que conduziam para a larga rede de túneis e salas do laboratório subterrâneo debaixo da casa quartel.

Sentindo o fogo ao redor deles da ladeira, Jonas estava gritando ordens enquanto Seth e Dawn se colocavam atrás deles, totalmente rodeados por uma formação de castas.

— Estamos dentro! Estamos dentro! — gritou Jonas quando aço e cimento os rodearam.

Jonas ainda segurava Rachel forte contra ele, correndo por um corredor e subindo uns poucos degraus, antes de precipitar-se por um labirinto de túneis, até que chegaram à porta que estava procurando.

A porta se abriu e apareceu Merinus.

— Aqui! — Ela tinha um olhar atemorizado, sua cara estava riscado de lágrimas. — Calam, Kane e Léo saíram faz uns minutos procurando Harmony. Chegou um relatório de que estava rodeada e os tios de Lance eram incapazes de alcançá-la. Elizabeth e Ely estão com Lance, mas não despertou ainda e as comunicações não podem contatar com nenhum deles.

Rachel estava de pé, mas sentia o braço de Jonas ainda ao redor dela, seu calor a fazia sentir protegida enquanto Sherra, a irmã de manada de Calam e a mulher que se casou com Kane Tyler e responsável pela segurança da informática, entregou Amber em seus braços.

Seu bebê.

Rachel enterrou sua cara contra o pescoço de sua menininha e as lágrimas encheram seus olhos, enquanto seu medo começava a diminuir ligeiramente.

— Rachel. Tenho que ir.

Jonas a estavam soltando. Seu calor estava diminuindo.

— Não. Ainda não. — Girou, se aproximando de Amber. — Espera. Jonas... — Sabia que não escutaria. Sabia que não podia escutar.

Olhando fixamente seus olhos, viu as lealdades partidas. Sua necessidade de ficar com sua companheira, sua necessidade de salvar sua gente.

Tragando forte, forçou um sorriso em seu rosto.

—Tem que ir.

—Tenho que ir. — Levantou sua mão, tocando com as pontas de seus dedos seus lábios. —Mas voltarei para seu lado.

O medo era uma desesperada e angustiosa entidade que crescia dentro dela. Não queria perdê-lo. Tinha brigado com ele durante meses, sofrendo por ele durante todo o mesmo tempo. Não podia perdê-lo até que soubesse para onde se dirigia esta relação.

— Tenha pressa em voltar — sussurrou através dos lábios intumescidos enquanto lutava por reprimir um pretexto para não o deixar ir absolutamente.

— Terei pressa — prometeu.

Inclinou sua cabeça, pousando como uma pluma seus lábios sobre sua bochecha, e logo, partiu.

Minutos mais tarde, Jonas saiu da propriedade, vestido com a escura roupa de combate em vez do smoking com o que tinha chegado. Rodeado pela Equipe Alpha Um, que incluíam Lawe, Rule e Mordecai, correu para o esperado incursor.

Não havia nenhum relatório sobre Harmony, Léo, Calam, Kane ou a equipe enviada para cobri-los. Podiam estar deliberadamente ignorando as chamadas, ou, no pior dos casos, capturados ou assassinados.

Rogou, pelo bem do mundo, que o último fosse somente um medo pessoal. Havia tantas Castas unidas sob seu amparo e liderança agora, que o inimigo necessitaria de muitos mais recursos do que tinha a América para forçá-los a voltar para os laboratórios, ou matá-los.

Os disparos tinham parado no topo da montanha, as Castas que Léo tinha enviado a esse lugar quase inexplorado tinham conseguido definitivamente eliminar o último dos franco-atiradores que faziam fogo sobre a mansão. Não era pelos homens das montanhas que estava preocupado. Era por sua irmã.

   Harmony.

Seu companheiro quase tinha dado sua vida por ela uma vez; agora, quase o havia feito de novo, o muito filho da puta. Jonas definitivamente ia ter um longo bate-papo com ele sobre a maneira correta de cuidar-se. Isso, ou lhe atribuir um maldito guarda-costas para manter seu traseiro fora de problemas.

Sua irmã Harmony, conhecida uma vez como a Casta assassina Morte, não necessitava mais pena em sua vida. Necessitava tempo para rir, amar, cicatrizar do horror para o que tinha sido treinada. Um horror em que Jonas tinha colaborado sem querer. E merecia uma oportunidade de criar seu filho pequeno e observá-lo rir, viver, amar e crescer. Devia ter a possibilidade de criar mais meninos, assegurar uma vida para ela mesma que não incluísse sangue.

Morte tinha sido forçada a desvanecer-se, e Harmony Lancaster tinha encontrado um lugar na vida, e no amor, nos braços de seu companheiro. Jonas tinha intenção de manter desta maneira.

— Em marcha! — Gritou à Lawe enquanto saltavam dentro do Incursor.

Imediatamente o veículo se pôs em marcha e saiu pelas amplas portas do barracão, que oscilaram abertas momentaneamente ante sua iminente partida.

O Incursor estava se aproximando das portas quando outro veículo chegou de repente. Os pneus chiaram quando os freios foram pisados, o veículo estremeceu com a parada enquanto Lawe amaldiçoava e retorcia a roda para evitar bater no outro Incursor.

Harmony.

Saltando do veículo ao mesmo tempo que abria a porta deste, Jonas caminhou para ela, só para parar no caminho quando ela, Dane Vanderale, Rye DeSalvo e um dos Castas Africanas de Leo, Burke, saíram para encontrá-lo.

Harmony estendeu a mão para dentro do Incursor e um segundo depois, atirou bruscamente no chão um macho humano ferido.

O joelho do homem parecia pedacinhos. Parecia como se tivesse recebido um balaço do rifle antigo de franco-atirador que Harmony ainda tinha o hábito de levar. O mesmo rifle que pendurava de suas costas agora.

   Tinha sangue coalhado em seu pescoço de uma ferida de faca pouco profunda, e se Jonas não estava equivocado, uma parte do cabelo tinha sido arrancado de sua cabeça.

Essa parte sangrenta estava pendurada no cinturão que Harmony levava.

—Disparou em Lance. — Harmony o olhou fixamente com olhos verdes violentos, e brilhantes. — Promulgue a Lei de Castas contra mim até que o inferno se congele, bastardo — disse a Jonas —. Isso não impedirá que qualquer um que toque o que é meu sofra. — Chutou o homem ferido enquanto lhe lançava um mordaz olhar. — Logo morrerão.

   Jonas se deteve na frente dela. A dor que causava estragos em seus olhos e torcia sua expressão era uma das coisas mais duras às que já enfrentou. Jonas também sentia o medo dela que seu próprio irmão pudesse encontrar uma maneira de fazer cumprir sua ameaça de fazê-la responder à Lei das Castas pelas mortes que, estava seguro, tinha deixado na montanha.

—Há alguém mais vivo?— Perguntou a ela. Sabia pelos informe que tinham chegado que uma equipe de quatro homens tinha tentado capturar David Lyons.

Harmony fez uma careta de desprezo, com seus olhos verdes acesos com fogo.

— Encontraram-se com Morte.

Aproximando-se, manteve o olhar fixo de sua irmã, sentindo que essa parte feita pedacinhos de seu coração que a tinha deixado fazia tanto tempo, doía com uma dor apaixonada.

Tão delicada. Ela sempre tinha sido muito pequena, muito quebradiça.

— Nunca promulgaria a Lei de Castas sobre você — disse brandamente. — Não importam suas ações, eu te protegerei, Harmony, como sempre tentei fazer.

A surpresa emitiu brilhos entre o pesar descarnado de seus olhos.

— Mentiroso. — O olhar desapareceu um segundo depois, e não podia culpá-la por sua desconfiança.

Jonas agitou sua cabeça devagar.

— Morte se foi, irmãzinha. Harmony Lancaster é uma companheira que merece o sangue que derrama. — Estendeu a mão, ignorando seu estremecimento e esfregando um fio largo de cabelo castanho avermelhado escuro entre as pontas de seus dedos. — Não o faria então, quando a chamavam de Morte, agora, não verei sofrer à irmã a quem sempre quis. Juro isso, Harmony, sobre as vidas que luto por salvar todos os dias. Juro isso.

Sentiu então. Esse pesar dentro dela convertendo-se em animal, lutando, dando golpes por liberar-se.

Seu rosto se enrugou e as lágrimas encheram seus olhos.

— Dispararam nele — sussurrou, falando de seu companheiro. — Outra vez, Jonas. Dispararam nele outra vez, e poderia perdê-lo...

Tinha-a em seus braços. Apesar do vago mal-estar, a segurou contra seu peito e fez o que nunca havia feito antes. Inclinou-se e a beijou brandamente sobre a coroa de sua cabeça antes de colocar sua bochecha contra ele, enquanto soluçava em seus braços.

Possivelmente algo também se derreteu dentro dele. Nunca antes sabia que palavras devia dizer, ou como revelar as emoções que tinha guardado sempre às escondidas dentro de sua alma.

Até Rachel. Tinha ocorrido gradualmente, admitiu. Devagar. Mas tinha soltado algo dentro dele que não sabia que estava trancado com chave.

Olhando sobre a cabeça de Harmony aos homens que a tinham seguido antes que a tivesse encontrado outra vez, finalmente se deu conta por que tinha brigado tão duro Dane Vanderale para mantê-la segura todos estes anos.

O filho da puta a amava. Estava aí em seus olhos, na cólera enroscada e intensa de sua expressão. Estava apaixonado por uma mulher que nunca consideraria seu tato, seu amor ou suas necessidades.

E a tinha querido o suficiente para deixá-la partir. Para permitir que tomasse seu companheiro, para permitir que tivesse sua felicidade. E fazendo isto, tinha-a perdido para sempre. Mas tinha dado um presente a Jonas que nunca poderia ser devolvido: sua irmã. Jonas tinha sua irmã de volta.

— Vai ficar bem, irmãzinha — prometeu brandamente enquanto acariciava com suas mãos suas costas e rezava por encontrar a maneira de acalmá-la. — Ely teria dito se não fosse se recuperar.

Harmony sacudiu sua cabeça.

— Léo nunca teria permitido que deixasse a propriedade se Elizabeth pensasse que morreria — assinalou e ela fez uma pausa.

Quando se recuou, olhou-o fixamente. E rompeu seu coração de novo com esses olhos empapados pelas lágrimas, tão vivos e cheios de dor.

— Esconde-se — sussurrou com voz entrecortada. — Como eu estava acostumado a fazer, não, Jonas? Esconde-se de tudo, e assim nunca será machucado.

Ele sacudiu sua cabeça.

— Não haverá esconderijos nunca mais, Harmony. — Talvez só necessitasse que o visse, que o provasse por si mesmo. Tocou sua bochecha com suavidade.

Ela bebeu da mesma maneira que uma menina pequena que não soubesse o que fazer com suas lágrimas.

— Vá com seu companheiro — a exortou enquanto a girava para a casa. — Tenho que recolher meu Orgulhoso Líder e seu teimoso e molesto pai antes de retornar também.

— Seu molesto e teimoso pai está empregando todo o seu tempo limpando a montanha dos cadáveres que Morte deixou. — Dane chutou o ser humano encolhido aos seus pés, sua expressão endurecida, enchendo-se com a cólera que chegava da dor de Harmony tanto como do conhecimento de que ela poderia ter morrido quando foi procurar os homens que tinham atacado a propriedade. — O que fazemos com esta molesta pequena parte de merda? — agachou-se e sorriu ante a fria espera quando o outro homem lutava para escapulir enquanto gritava por piedade.

Não havia piedade. Nem nos olhos de Dane, nem no coração de Jonas.

— Leva-o para nossas celas preventivas. — Jonas olhou Burke. — Este homem não deve ser contabilizado. Deixemos seu chefe pensar que escapou.

Burke assentiu com a cabeça, pegou uma parte do cabelo loiro manchado de sangue e o arrastou enquanto este gritava, de volta ao Incursor.

— Lawe, Rule, vão com ele. — Fez gestos aos dois Enforcers antes de retornar a Dane. —Você vem comigo.

Jonas saltou dentro do Incursor, esperando até que Dane e Rye se sentaram nos assentos traseiros, para dirigir-se para a casa.

   Harmony ia correndo para a entrada enquanto Jonas freava, com suas longas e esbeltas pernas comendo a distancia enquanto avançava para reunir-se com seu companheiro. Depois de estacionar o veículo, suspirou cansadamente antes de saltar fora e tomar o caminho para o escritório privado de Calam.

Dane. Seu irmão. Diabos, às vezes era muito condenadamente fácil admitir que o loiro alto que caminhava atrás dele era, efetivamente, seu parente. Eram muito parecidos, e entretanto, muito diferentes.

Dane era um Casta híbrido, nascido de forma natural, criado e querido, cuidado e protegido. Tinha crescido até a maturidade sabendo seu lugar na vida, e conhecendo os pais que o amaram e cuidaram.

Houve perigo em sua vida, mas não houve crueldade por parte daqueles atribuídos a seu cuidado. Inclusive agora, seus pais adoravam o chão que pisava.

—Necessito uma atualização do estado de Calam e Leo— disse aos outros dois homens quando as comportas se fecharam atrás deles e a segurança estava assegurada na sala.

A sociedade de Castas sofreria no caso de perder às três Castas; Calam, Léo e Jonas, que trabalhavam tão incansavelmente para reforçar a presença das Castas na sociedade, e Jonas sabia. Se Leo e Calam fossem apanhados de surpresa, e assassinados, a sociedade de Castas nunca poderia recuperar-se.

—Já te disse, irmão, que estão limpando a desordem de Morte. — O sorriso de Dane estava tenso e duro. — Já sabe quão sangrentas podem ficar as coisas quando começa a brincar com sua faca.

Sim, ele sabia muito bem como podia ficar sangrenta. Morte preferia a desordem. Era seu cartão de visitas. Ela nunca era fácil quando matava e lhe importava um nada o que os outros pensassem ou como o vissem.

— De que se inteirou ela? — Harmony não era uma mulher estúpida; sabia como era importante a informação.

— Brandenmore os contratou para raptar David — Dane revelou. — Têm mais espiões aqui, Jonas. Sabiam sobre a hora em que se realizam os treinamentos de David e que ele estaria com Tanner, Harmony e Lance, assim como também sabiam exatamente como entrar no complexo. Brandenmore ordenou pegar o menino vivo. Sem exceções.

— Por quê? — Jonas estalou os dedos. Isso era anormal. Não necessitavam um refém vivo para as provas que Jonas suspeitavam que fariam.

— O tipo que interrogamos se voltou ambíguo ao responder essa pergunta. — Dane elevou seus ombros largos enquanto um gesto franzido se marcava sobre sua testa. — Parece que Brandenmore acredita que o menino está emparelhado e que a resposta para o problema que está procurando nos decréscimos do envelhecimento pode ser encontrada nele. A que diabos está tentado chegar com isso?

Jonas agitou sua cabeça. A confusão de Dane provinha do fato de que, definitivamente, não havia nenhuma discrepância de hormônios de acasalamento nos meninos nascidos das Castas.

— Não avaliamos os meninos, Dane. Você sabe disso.

— Não, não pode avaliar os meninos. Os Castas Híbridas não chegam à puberdade até perto dos dezoito anos, e a maioria não se voltam sexualmente ativos até que chegam aos vinte — Dane grunhiu, seu acento sul-africano se marcava mais com a cólera. — Esses fodidos bastardos se tornaram loucos.

— Isso, ou… acredita que saibam sobre sua natureza híbrida? — Jonas expôs a pergunta.

Dane soprou.

— Não. Brandenmore odeia Léo, e caso soubesse, o mundo saberia. Confie em mim.

— Possivelmente tenham apanhado outro híbrido — Jonas pensava em voz alta. — Qualquer que seja a resposta, temos um problema mais sério.

— Seu espião — Dane assinalou. — Sei como é privado o programa de treinamento de David. Aquele que o conheça, encontra-se perto.

David Lyons tinha quase treze anos, e apesar das afirmações de Elizabeth Vanderale de que os machos Castas chegavam à puberdade tarde, parecia estar golpeando-o excepcionalmente duro nessa idade. Seu humor, tanto como sua natureza animal, estava se voltando impossíveis de esconder. As manobras de treinamento foram desenhadas para ajudar a tornar mais fácil o conhecimento que começava a crescer dentro dele, tanto como para lhe ensinar defesa própria.

   — Ou é adivinho — Jonas ironizou. — Quero interrogar os prisioneiros eu mesmo. Vejamos o que posso conseguir tirar.

— O casta Pesadelo — O sorriso de Dane era frio enquanto se referia ao apelido que a imprensa tinha dado a Jonas. — Se o que vi lá fora é uma indicação de seu comportamento atual, sua reputação vai estar afetada. Primeiro Ely te chama fodido joaninha mascote de uma menina; agora está acariciando sua irmã. Os Castas e os seres humanos poderiam começar a acreditar que não é um robô depois de tudo.

— Foda-se, Dane — grunhiu e foi para a porta. — E traga de volta seu pai e seu irmão à central. Estarei maldito se tiver que tratar com suas mortes. A papelada somente me voltaria fodidamente louco.

Jonas tomou o caminho do escritório diretamente às salas seguras debaixo da casa. Necessitava de sua companheira. Não podia possuí-la, mas seu tato, seu calor, o som agradável de sua voz era outra fome que ansiava também. Nunca tinha considerado isso com o calor de uma companheira. Nenhum dos outros Enforcers de Castas unidos tinham mencionado em seus informe: que a necessidade de só estar na presença de seus companheiros era tão entristecedora que era impossível manter-se afastado.

Atravessando as redes de segurança, Jonas fez uma pausa fora da sala blindada e esperou até que Merinus abriu a porta.

O aroma de Rachel chegou imediatamente. Sua cabeça se voltou de onde estava observando sua filha dormir em seus braços, logo ficou de pé rapidamente e se dirigiu para ele.

Ainda usava o traje de noite, menos os sapatos. Seu cabelo se desfez de seu coque sobre a cabeça, e pesados fios caíam sobre seus ombros.

Seu rosto estava pálido, as lágrimas tingiam seu rosto e a bebê estava aconchegada agradavelmente em seus braços. Jonas nunca a viu mais formosa, ou mais sexy.

— Calam, Léo e Kane estão limpando o desastre — disse a Merinus e Sherra enquanto avançava para encontrar-se com Rachel no meio da sala. — Estarão logo de volta.

Ele sentiu seu alívio, sentiu o amor que parecia encher a sala. Os meninos estavam todos aqui, como também os Enforcers especialmente treinados de Léo, e as Castas treinadas no cuidado e amparo dos meninos se por acaso tivessem que escapar com eles.

Os meninos estavam calmos. Aos onze anos, o filho de Kane e Sherra parecia muito mais amadurecido enquanto vigiava os recém-nascidos de Léo e Elizabeth, enquanto Dawn falava com dois dos guardiões de Castas.

Os gêmeos de dez meses de Tanner e Scheme estavam brincando tranquilamente sobre um felpudo piso especialmente desenhado para suportar uma variedade de atividades para entretê-los. O recém-nascido de Merinus estava deitado dormindo tranquilamente em um dos berços postos na sala.

Somente David, o filho de treze anos de Calam e Merinus, parecia menos que tranquilo, mas quem podia criticar o rapaz?

Jonas teria se aproximado dele, e tinha toda a intenção de fazê-lo, até que Merinus se moveu até situar-se muito perto dele, bloqueando a vista de David.

— David pediu ser deixado a sós até que pudesse falar com Calam. — Seus olhos marrons escuros estavam cheios de dor. — Não sei o que fazer, Jonas.

Esta não era a Alfa; esta era a mãe. Estava indecisa, lutando para entender o sentido do perigo que este mundo subministrava e averiguar o que era melhor para proteger seus filhos.

— Então sugiro que respeitemos seus desejos — Jonas manifestou tranquilamente enquanto dava uma olhada ao guardião de Castas que se encontrava mais perto de David e fazia uma inclinação de cabeça silenciosa para o menino.

O Casta estaria disponível se sentisse que David estava ficando excessivamente angustiado.

— Precisa falar a respeito do que está pensando e sentindo — sussurrou Merinus enquanto cruzava seus braços sobre seus peitos tentando se acalmar. — David não reage muito bem quando medita muito sobre os problemas que nos rodeiam.

— Às vezes um homem tem que refletir — Jonas respondeu, sabendo que o menino podia ouvir muito bem sua conversa. — Está forçado a crescer, Merinus, e tão triste como é, não é algo que podemos interromper. David é equilibrado, e sabe que seu pai está desejoso de escutar os problemas que queira lhe expor. Dê a Calam uma oportunidade de ajudar seu filho da maneira correta.

A mensagem era também para David. Ele devia discutir esses temas com Calam, ou Jonas se asseguraria que o menino os discutisse com seu pai. E David raramente desejava forçar discussões com Jonas.

— Rachel e eu voltaremos para a cabana agora — disse à Alfa – Se me necessitar, só tem que chamar no telefone por satélite.

— A cabana é segura? — Merinus perguntou com ar de preocupação quando deu uma olhada a adormecida Amber. — Fique aqui, Jonas. Uma das suítes do nível inferior pode ser rapidamente arrumada.

   As suítes do nível inferior estavam debaixo da casa, parte do desenho dos laboratórios e ocupadas por casais no calor do acasalamento que eram forçadas a alojar-se na casa central por motivos de segurança.

Jonas sacudiu sua cabeça.

—Tenho segurança suficiente, e parece que o perigo passou por esta noite. Além disso, sei que Rachel estará mais cômoda passando algum tempo a sós com sua filha.

Rachel permanecia silenciosa, e agradecida. Jonas não tinham nenhum desejo de ficar ali, onde poderia e seria incomodado a cada oportunidade. O animal dentro dele já estava caminhando impaciente, ao menos, para ficar sozinho com sua família.

Sua família.

Quando deixaram a casa, Jonas estava assombrado ante esse pensamento. Tinha sido criado para procriar meninos, e tinha sido considerado um erro pelos cientistas. Jonas soube que não acertaram: não foi um erro, só que ainda não tinha encontrado sua companheira.

Agora que o tinha feito, tinha medo dos resultados.

Nada importava mais que proteger sua companheira e à filha a quem tinha reclamado como dele. O problema de tudo isto isso era que qualquer menino que gerasse, estaria inclusive em um perigo maior que qualquer outro filho de Casta. Seria o menino que verdadeiramente construiria uma ponte sobre Castas e homens.

Criaria um ser que ambas as raças, humana e Casta, temeriam.

 

Um fogo ardia brilhante na chaminé quando Jonas acompanhado por Rachel entrou na cabana. Mordecai estava de cócoras contemplando as chamas. O Coiote de quatro patas que viajava sempre ao seu lado jazia diante dele, seus olhos negros olhando como Jonas e Rachel entravam na sala.

Amber dormia tranquilamente depois de tomar a fórmula alimentícia que Rachel lhe tinha dado antes de sair da fazenda, e ainda assim, o mascote de Mordecai, um coiote chamado "Cote" chegou até seus pés, entreabriu os olhos olhando à menina e inclinou a cabeça como se estivesse tentando averiguar exatamente o que era.

— O perímetro da cabana é seguro. — Mordecai ficou de pé enquanto limpava as mãos na parte dianteira de seu jeans, seu olhar azul cinzento se fixou em Jonas antes que ele encolhesse seus largos ombros.

Havia um quê de desconforto quando estava ao redor de Rachel, algo que Jonas ainda não tinha descoberto.

— Me comunique imediatamente algo que perceba — Jonas ordenou. — vou trabalhar esta noite. Rachel e eu temos que voar de volta ao D.C. amanhã pela tarde para uma reunião com o Comitê de Atribuições da Câmara sobre o uso de satélites. Quero o heli-jato e à Equipe Alfa Um proporcionando segurança para a viagem e a reunião, assim como para a volta.

Mordecai fez um forte gesto quando Rachel se aproximou dele para se dirigir ao quarto de Amber. Quando a porta se fechou atrás de Rachel, Mordecai se voltou para ele.

— O que?, — Jonas perguntou quando Mordecai o olhou em silêncio.

— Merinus foi obrigada a sair da sala segura justo depois que seu companheiro a abandonou. Ela esteve no vestíbulo um bom momento. Enquanto estava ali, David ficou muito agitado. Estava passeando pela sala, e embora estivesse lutando por conter-se, podia ouvir os pequenos grunhidos que retumbavam em seu peito. Ele tem todos os sintomas da febre selvagem adolescente, Jonas.

Jonas apertou a mandíbula. — Vou falar com Calam e Ely e ver o que pensam.

Mordecai assentiu com a cabeça. — É um bom menino. Eu não gostaria de presenciar uma paulatina perda de prudência nele devido à febre selvagem.

Quando Mordecai saiu da cabana, Jonas suspirou forte e silenciosamente. A febre selvagem tinha obrigado os cientistas a matar Castas muito jovens quando ainda estavam nos laboratórios. Jonas tinha esperado que as Castas híbridas fossem imunes a ela.

Entrando na cozinha, rapidamente tirou uma comida congelada da geladeira e a meteu no forno. Odiava o maldito micro-ondas.

Ajustou a temperatura do forno, moveu-se à cafeteira e acionou o interruptor para iniciar o processo de preparação de café, continuando, preparou duas taças, bules e colheres.

O Chili era uma das poucas coisas que sabia preparar bem. Isso e café.

Girou quando a porta do dormitório soou ao abrir-se e viu como Rachel voltava a entrar na sala. Tirou o delicioso vestido e o tinha substituído com calças de descanso de suave caxemira e um Top. Seus pés estavam cobertos com velhas meias brancas, sua longa cabeleira vermelha tinha sido escovada até que caia pelas costas como uma suave e acetinada cinta.

Vendo-a assim, com mais comodidade e o rosto sem maquiagem, seu comportamento mais suave do que quando estava no escritório, tudo isso lhe dava uma aparência delicada e miúda.

Apenas chegava ao seu peito, não media mais de um metro sessenta e cinco centímetros. Estava descalça, e só alcançava seus ombros. Ela era tão condenadamente pequena que tinha medo quase até de tocá-la.

O medo era algo que não estava acostumado a sentir, em nenhum aspecto. Tinha a segurança disso, uma falha no que se referia a isso podia ser mortal e ele sabia. Quando encontrou Rachel, entretanto, a total confiança que antes pensava que havia possuído era algo do que, finalmente compreendeu, sempre tinha carecido.

— Amber está dormindo comodamente? — perguntou enquanto se dirigia à cozinha.

— Como um bebê. — Seus lábios se curvaram para cima em um sorriso de diversão. — Essa menina poderia dormir com uma bomba explodindo ao seu lado. Sempre e quando sua fralda esteja seca e seu estomago cheio.

Era uma menina inusualmente tranquila e curiosa, tinha que admitir Jonas. Inclusive para sua curta idade, Amber era feliz observando tudo e todos quando estava acordada.

— Em uns minutos, vou ter algo preparado para comer — prometeu enquanto servia o café. – Deve ter fome.

— Estou morta de fome. — Ela se apoiou contra o balcão, olhando, mas era um olhar tranquilo, intenso.

Jonas quase podia ouvir os problemas gerando-se em sua mente. A mulher tinha mais perguntas que grãos de arroz na China.

Rachel viu como Jonas se movia pela cozinha, ainda vestido com o uniforme de missão, com uma arma presa a uma de suas coxas e uma faca na outra.

Era o menino mau que se comentava que era, não havia dúvida. Mas havia uma parte mais suave de Jonas que poucas pessoas viam e que ele se esmerava em ocultar. Uma parte que tinha visto frequentemente, mesmo que soubesse que ele preferiria que ninguém conhecesse essa parte dele.

Rachel fixou a vista em seu café, e minutos mais tarde olhou como ele preparava sua comida antes que acabasse e a colocasse sobre a mesa. Nunca ninguém tinha preparado comida para ela, que pudesse agora mesmo recordar, só ela ou sua irmã. Inclusive Devon, quando tinham vivido juntos, nunca tinha se incomodado em lhe dar nem sequer um copo de água.

Mas aqui estava Jonas, o forte e duro Diretor da Agência de Castas, que apesar de estar sob uma onda de adrenalina que ela intuía ainda estaria presente depois da batalha, estava preparando café, chili e uma salada. Havia também bolachas, frutas e pão. Tudo disposto sobre a mesa para tentar seu apetite.

— Vou engordar neste ritmo. — moveu-se para sentar na cadeira que ele puxou para ela, e sentiu um coice de surpresa quando ele a ajudou a acomodar-se.

— Seu metabolismo está muito bem adaptado e é muito ativa fisicamente assim não engordará de um momento para outro, por agora. — Ele puxou sua cadeira e começou a escavar em sua comida.

As Castas consumiam grandes quantidades de comida para alimentar seus magníficos e poderosos corpos.

Faziam um programa especial na televisão sobre os hábitos alimentícios das Castas. Tinha-a surpreendido que os produtores tivessem semelhante ideia.

A comida prosseguiu em silêncio. Quando terminou, Jonas recolheu os pratos, meteu-os na lava-louça, ligou e depois caminhou para a porta.

— Preciso de uma ducha e tenho uns papéis para revisar antes da reunião de amanhã. Te verei pela manhã.

Saiu e a deixou sentada na cozinha, sozinha.

Rachel ficou olhando a porta com incredulidade. Acabava de sair, cruzar a sala e entrar em seu dormitório, como se ela não fosse mais que uma convidada.

Piscou enquanto lutava para entender esta nova atitude.

Tinha esperado defender-se dele esta noite, não se perguntar por que demônios pelo menos não tinha lhe dado a oportunidade de fazê-lo.

Saber que não importava a possibilidade de fazê-lo, tinha-lhe posto nos lábios um sorriso caprichoso. A excitação que explodiu contra seu corpo no segundo que o tinha visto com esse uniforme de combate não tinha diminuído.

Quando entrou na sala de segurança essa tarde, com seu alto e musculoso corpo perfilado na roupa de combate que levava, ela quase tinha perdido seu fôlego. O escuro material só acentuava a altura e a largura de seu corpo, assim como o mercúrio vivo de seus olhos. Parecia mais guerreiro do que alguma vez o tinha visto antes.

A roupa normal de Jonas eram trajes de seda e roupa conservadora. Nunca o tinha visto vestido de modo extravagante, como alguns Castas eram propensos. Nada de couro muito ajustado ou botas de combate. Ele aparentava ser em cada polegada de seu corpo um político conservador… se um se atrevia a passar por cima da perigosa aura que o rodeava. Ou do corpo perfeito. Ou do sex-appeal puro.

Ela respirou, desejando ter um melhor controle sobre sua atração por ele. Durante mais de sete meses tinha lutado contra o desejo acalorado que sentia cada vez que o via. Quanto mais conhecia dele, maior tinha que ser sua luta para controlar sua atração.

E pelo que tinha visto esta noite, ele a havia feito ver ainda mais o homem que em realidade era.

Os monitores no quarto de segurança mantinham vigiada cada área fora da Mansão. Ela o tinha visto quando ele encontrou sua irmã Harmony nos terrenos do Santuário, depois dos combates.

A ternura que tinha mostrado para ela, a agonia que refletia seu rosto enquanto ela tinha chorado em seus braços tinha quebrado o coração de Rachel. Havia facetas de Jonas que levariam uma eternidade para entender. E havia outras, como o amor por sua irmã, que estavam claras para ela agora mesmo.

Muitos o viam como um manipulador, calculista: Um homem que merecia respeito só devido ao puro poder que exalava por seus poros. Mas Jonas era muito mais que isso. Tinha manipulado para assegurar a segurança das Castas. Tinha calculado para assegurar a felicidade das pessoas próximas a ele. Fazia o que tinha que fazer para proporcionar uma medida de segurança ao Santuário assim como ao Haven, e mostrar às Castas como uma sociedade coesiva se projeta como uma força invencível.

Esta era a única maneira de sobreviver, ela sabia. As Castas confrontavam um futuro incerto em muitos aspectos. As leis poderiam ser mudadas por um capricho, e o que era deles agora poderia ser tirado amanhã. Já tinha acontecido no passado a outras raças. Rachel não tinha nenhuma dúvida que as Castas também enfrentavam essa ameaça.

Ficando de pé, começou a passear pela sala de estar, e depois foi ao seu quarto. Estava contemplando uma longa noite. O sono nunca tinha parecido tão longínquo, nem tampouco alguma vez tinha parecido tão não desejado.

  

O resto da semana pareceu avançar tanto como nessa noite. O dia estava cheio de reuniões, projetos e terminando de completar a mudança do escritório principal para o Santuário. Parecia ter muito pouco tempo para realmente falar com Jonas, ou para averiguar que demônios iam fazer depois da mudança.

Não era como se pudessem voltar para a mesma rotina que tinham antes. Entretanto Jonas parecia decidido a fazer justamente isso.

Ele estava mais distante do que alguma vez esteve, e o tempo que compartilhavam juntos se converteu em pouco e muito espaçado.

Descobriu que estar vivendo na cabana com Jonas, tinha seus benefícios. Ele tinha começado a deslizar em seu quarto e a pegar Amber para alimentá-la durante a noite.

Nenhuma só vez durante a semana tinham despertado com os gemidos inquietos de sua filha por comida ou uma fralda seca. Uma vez, tinha despertado para vê-lo inclinado sobre o berço, devolvendo sua filha a sua cama, sua expressão capturada pela luz do abajur ao lado da pequena cama.

Essa tinha sido a cara de um pai, cheia de ternura. O rosto de um homem que tinha reclamado um menino – seja pelo sangue ou por amor - e agora estava cumprindo com as responsabilidades daquele trabalho.

Durante um longo momento ficou contemplando Amber, vestido com nada mais que um par de calças de algodão suave, o peito nu e seus pés descalços.

Rachel havia sentido tal onda de emoção, tal pura excitação, que durante um momento conteve seu fôlego.

Ele deu a volta então, como se atraído pelo poder do que ela estava sentindo, seu olhar fixo no dela.

Nenhuma palavra foi dita. Ele deu meia volta e saiu do quarto sem fazer ruído pelo que se perguntou se tinha estado alguma vez ali. Nunca o tinha pilhado de novo, embora soubesse que alimentava Amber todas as noites. As mamadeiras eram lavadas e esterilizados sempre, e deixadas no balcão esperando à manhã seguinte, e as fraldas estavam no lixo todas as manhãs.

Esta era uma rotina que tinha começado a desenvolver-se, e era algo que aumentava seus nervos quando sentiu crescer a fome e a excitação começava a formar-se dentro dela.

Ninguém poderia afirmar que isto era o calor de acoplamento, ela pensou quando o viu levar a madeira à cabana para fazer fogo essa noite. Não é que o necessitasse dessa forma só pelo calor. Tinha aprendido vivendo no Santuário das Castas, que apesar de toda sua tecnologia, preferiam comodidades clássicas. Uma casa cômoda, um fogo, um pedaço com batatas fritas, uma cerveja fria. Muitos inclusive ainda usavam o obsoleto colete antibalas e armas carregadas com balas de décadas anteriores e não as armas de potência laser que eram mais eficazes quando usadas para aturdir ou ferir, em lugar de matar.

Não significava que seus inimigos não usassem essas mesmas armas. As balas ainda eram preferidas por muitos de seus atacantes, simplesmente porque faziam mais dano ao corpo com a mesma eficácia que as novas armas que estavam se introduzindo.

A sociedade em geral apoiava todo tipo de armas mais humanas que provocariam menor derramamento de sangue, que era mais ou menos o que a publicidade dessas armas proclamava. Ao menos, os que se preocupavam com o dano causado por elas ou por outros que se encontravam mais indefesos.

—Rachel, antes de sair do escritório entre em contato com o senador Tyler e pergunte se mudará a reunião prevista para amanhã em Washington D.C. para cá. O Serviço Meteorológico anuncia uma forte nevada amanhã e eu prefiro não ser obrigado a permanecer em terra por uma tempestade de neve.

Jonas se moveu de seu escritório ao dela, com o cenho franzido indicando sua irritação quando a confrontou. A Jonas não preocupava a neve a não ser que esta terminasse por atrasar algo que queria ou tinha que fazer.

— Algo mais? — Ela anotou na agenda eletrônica que usava.

Ouviu-o murmurar algo assim como “Você saberá o que mais necessito”. Mas quando o olhou, ele simplesmente a estava fulminando com o olhar com a mesma expressão que tinha há uns momentos.

— Disse algo mais? — perguntou-lhe confundida.

— Disse que poderia trabalhar nua, mas duvido que aceite isso. — O fulgor se fez mais intenso.

Rachel mal conteve os espasmos de seus lábios. — Poderia fazê-lo, mas… não acha que Lawe e Rule ficariam um pouco incômodos quando começar a lhes grunhir quando passarem por aqui?

Sua expressão era calma, sem dúvida em estado de choque. Esta não era a primeira vez que ele tinha murmurado algo; esta era simplesmente a primeira vez que ela o tinha enfrentado por isso.

Quando Rachel o olhou, a excitação, a fome pura que ele sempre parecia manter oculta, acenderam-se em seu olhar um segundo antes que ele conseguisse as ocultar outra vez.

O que viu a deixou sem fôlego. A necessidade que se refletiu por um segundo sobre seu rosto, não parecia com nada que alguma vez tivesse visto ou conhecido em sua vida. Consumia-o tudo, era esmagadora, entristecedora.

A diferença de Jonas, ela não tinha o domínio de si mesma para ocultar suas próprias respostas tão rapidamente, e sabia. O calor subiu por seu corpo, correu através de sua corrente sanguínea, e em menos de um segundo tinha seus clitóris palpitando e sua vagina úmida e apertada pela necessidade.

Observou como ele inalava, devagar, atraído pelo aroma de sua excitação, e pensou em quão injusto era que ele tivesse essa capacidade.

— Está entrando em um território muito perigoso — a advertiu ao cruzar seus braços sobre o peito, a camisa de seda branca que usava se estendia sobre seus largos ombros. — Se não tem nenhum desejo de ser minha companheira, então talvez devesse pensar mais atentamente antes de zombar de mim, Rachel.

Talvez devesse.

— Não rechacei ser sua companheira. Simplesmente declarei que não sou sua companheira, — assinalou ela. — Só porque algum hormônio em seu sistema quer que me converta em sua escrava sexual não quer dizer que seria algo mais que isso.

Possivelmente ela se equivocava. Ela tinha passado bastante tempo observando Calam e Merinus e falando com a amiga com quem sempre se manteve em contato. O que ela tinha ouvido não tinha parecido tão mau, simplesmente inoportuno. Ela simplesmente não podia permitir-se perder tempo sendo incomodada de semelhante forma.

— Continua me empurrando — a advertiu dando um passo mais perto de sua mesa. — Pode ser que você não goste dos resultados.

Não era arrogância, ela compreendeu. Simplesmente definia o que seria um fato.

Sacudindo a cabeça, olhou-o com o que esperava fosse um indiferente interesse. Em realidade queimava viva por ele.

— Agora que estava começando a gostar de… — disse — O que aconteceu ao homem que me preparou o jantar, que alimenta minha filha de noite para que assim eu possa dormir?

— Posso ser esse homem também — replicou ele. — Estou acordado cada noite, tentado pelo aroma de sua excitação. As paredes podem ser grossas, carinho, mas não são mais grossas e espessas que o aroma de sua doce vagina, que me mantém acordado e dolorido.

Ela ruborizou, e realmente odiava quando acontecia. Maldita seja, ela tinha o cabelo vermelho, deveria ser ilegal ruborizar-se sendo ruiva. Bom, também deveria ter muito mau gênio e estar preparada para confrontar isto, e em realidade ela era bastante tranquila. A maior parte do tempo, pelo menos.

— Já não posso mais com sua atitude, Jonas. — ficou de pé, com a cabeça bem alta, e lamentou que ela não representasse uma imagem mais imponente. Ele a olhou com essa pequena faísca de diversão em seu olhar.

A diversão desapareceu de seus olhos tão rápido como chegou. Quando ele a olhou, a quente suavidade em seu olhar estava ausente. Rachel não gostou dessa falta de calor em seus olhos.

— E eu não posso mais com sua teimosia — a informou. — E a tolerei de maneiras infinitas, tenho que dizer.

— Minha teimosia? — Ela apoiou as mãos em seus quadris e devolveu o olhar com o cenho franzido. — Acaso sou obstinada? Sou a pessoa menos teimosa que conheço!

Suas sobrancelhas negras se arquearam quando se apoiou no marco da porta. — Menos teimosa? — Seus lábios se arquearam. — Vamos ver… qual era seu apelido na escola secundária? Sei que vi na verificação de antecedentes que fizeram sobre você...

Seus olhos se abriram. — Não se atreva, Jonas Wyatt. — Rachel não tinha escutado esse apelido desde que se graduou.

— Poderia ser subornado para esquecer por um minuto. — Quase sorriu. Essa contração pequena na esquina de sua boca era completamente encantadora.

— Só por um minuto? — Ela entrecerrou os olhos e devolveu um olhar de advertência.

Brincava. Merinus tinha contado que Jonas nunca brincava, que nunca zombava de ninguém. Talvez fosse por que ninguém nunca tinha prestado atenção à maneira única em que o fazia. Ou talvez porque, os mantinha muito zangados para prestar atenção.

— E qual seria o preço do esquecimento? — Só podia empurrar nestes momentos, não podia evitar.

A mudança que se apoderou dele era quase aterradora. Para uma mulher que nunca tinha conhecido um homem como Jonas, poderia ser inquietante.

Sua expressão escura; sensual… consciência sexual enchia cada polegada de seu rosto, o brilho em seus chapeados olhos parecia iluminar-se ardendo com fome.

— Jonas. — Como se esse olhar fosse o suficiente para debilitá-la, por sua vez suas pernas se voltaram de gelatina, e Rachel se apoiou na bordo da mesa e se agarrou para sustentar-se.

A consciência predadora transformou seu rosto quando a fome sensual ardeu em seus olhos. Endireitando-se, ele se separou da porta.

— Saia daqui! — A repentina ordem que saiu de seus lábios com voz áspera a sobressaltou. — Corre, Rachel. Se afaste de mim!

Ela negou com a cabeça. Como supunha que ia correr? Mal podia respirar. A expressão de seu rosto era devoradora, cheia de necessidade por ela.

Alguma vez teve necessidade de alguém? Alguma vez alguém havia se sentido dolorido por estar com ela?

Em toda a sua vida nunca tinha tido ninguém de verdade, além de sua irmã, e Diana tinha suas próprias batalhas. O perigo era o amante de Diana, sua família, seus amigos. Amber era responsabilidade de Rachel. Devon tinha sido uma nota em sua vida e da de Amber, nada mais.

Entretanto, Jonas sofria por ela. Ela podia ver, podia sentir.

— Jonas... — umedeceu os lábios secos de repente quando ele se aproximou.

— Sabe o que sou? — grunhiu, seu tom de voz tão áspero, tão primitivo, que sentiu um estremecimento correr por sua espinha. — A besta que há em mim te atrai, verdade, Rachel?

— Por que quer agora que me afaste de você? O que aconteceu com toda essa merda de “sou um Casta… sou seu companheiro” que sempre está cuspindo? — sentia-se enjoada, sensível. Sua carne se arrastava pela necessidade de seu toque.

Ela não podia culpá-lo do calor de acasalamento. Ely tinha assegurado que isto tomava mais que os poucos e breves toques que tinham compartilhado para causar a necessidade que queimava dentro dela.

— Fui criado para ser um reprodutor. — moveu-se para ela, suas mãos pousando ao redor de seus braços enquanto devolvia o olhar, mal entendendo o que dizia, seu olhar fixo sobre seus lábios. Os lábios que ela tinha que provar, um beijo que desejava na escuridão da noite e entretanto ainda seguia negando-se.

— Está escutando, Rachel? — Seus lábios se retiraram de seus dentes em um grunhido, revelando os fortes, mais sexys que o inferno incisivos dos lados de sua boca.

— Um reprodutor. — Ela teve que lutar para respirar. — Ouvi.

— Fui criado para reproduzir o assassino perfeito.

Ela lambeu seus lábios outra vez, perguntando-se o sabor dos dele.

— Sim, suponho que precisavam ter uma desculpa para criar alguém assim tão malditamente arrogante e seguro de si mesmo. — Isto não tinha muito sentido de todo modo, e ela tinha que dizer algo, de outra maneira ele poderia acreditar que ela tinha ficado sem palavras como Rachel sabia que tinha acontecido.

Um grunhido retumbou em seu peito e vibrou em sua vagina.

OH Senhor, o que estava acontecendo?

Deveria ser esta excitação tão forte, tão quente? Ela se sentiu ruborizada, reaquecida, hipersensível.

— Se não for malditamente para longe de mim, vou te beijar. —Ele negou com a cabeça só um pouco. — Escute, Rachel. Não sente o calor que eu sinto. Não sabe o que isto faz. Confie em mim. — Elevando uma mão, tocou seu queixo e levantou seu rosto até que ela olhou fixamente em seus olhos. — Escute, carinho: lamentará.

Rachel sacudiu sua cabeça. Como poderia lamentar?

— Só um beijo — ela sussurrou.

Seus olhos se fecharam brevemente. — Um só beijo... — Quando voltou a abrir a íris de seus olhos aumentou ainda mais, o redemoinho de cores, ardendo.

— Te desejo — sussurrou ela. — Você sabe que o faço. Deve ter alguma maneira...

— Não tenho nenhum controle, Rachel — grunhiu ele.

— O rei do controle? — Ela negou com a cabeça desconcertada. — O que é, Jonas? Tudo ou nada? Não pode me deixar ao menos ter uma ideia do que estou me metendo sem me forçar a aceitar tudo até o final?

Ela observou seu rosto. Sua mandíbula apertada quando a raiva pareceu piscar em seu olhar fixo.

Lentamente, muito lentamente, sua cabeça baixou, sustentando seu olhar enquanto observava uma batalha que ela não podia entender piscando em seus olhos.

— Eu nunca te forçaria — sussurrou ele.

Seus lábios tocaram os seus. Lentamente.

Rachel se sentiu tremer quando tentou separar seus lábios. Tentou tomar mais dele, só fazê-lo sustentá-la mais perto. Tinha os lábios fechados, quentes, enviando sensações ardentes que corriam através de seu sistema quando o desejo começou a queimar por ela.

Suas mãos esfregaram ligeiramente de cima abaixo de seus braços, varreram seus ombros antes que suas mãos agarrassem seus quadris e a puxassem mais perto.

Seus lábios se separaram em um suspiro.

Jonas elevou sua cabeça, movendo os lábios em seu pescoço, seus dentes rastelando a carne sensível ali. A sensação de seu membro endurecido e apertado com força contra ela assim como a posição em que se encontravam, forçava suas pernas a separarem-se.

Suas calças não eram nenhum amparo contra a longitude endurecida de sua ereção debaixo de suas próprias roupas.

Seu membro estava quente, duro. Tão grosso e pesado contra o montículo inchado de seu sexo fervente. Rachel não podia deixar de tentar dirigir-se a si mesma mais perto dele, para moer seus clitóris contra seu pesado eixo quente quando a necessidade de liberação de repente a sobressaltava.

A palma grande de Jonas cavou a parte posterior de sua cabeça quando esta caiu para trás. Seus lábios acariciaram ao longo de seu pescoço; seus dentes rastelaram, beliscaram. O toque de seus perversos, afiados incisivos, enviava um prazer ardente que rasgava através dela antes que isto golpeasse seu útero, apertando-o com êxtase.

— Jonas... — A debilidade a atacou, ainda a adrenalina corria por ela. Necessitava mais. Suspirava por mais.

Tão rápido como a tinha apanhado entre seus braços, deixou-a livre. Tropeçando contra a mesa, devolveu o olhar em choque enquanto grunhia.

— O que...?

— Tenho trabalho a fazer. — Ele deu a volta, entrou em seu escritório e fechou de repente a porta. Um segundo mais tarde, a fechadura pulsou, informando-a com mais que palavras que ele não queria ter mais nada a ver com ela.

— Jonas. — Sussurrou seu nome, levando sua mão até seu pescoço e a sensação picante que ainda podia sentir.

Sentiu umidade, retirou-se e olhou fixamente seus dedos com os olhos muito abertos.

Sangue.

—Está jogando um jogo muito perigoso, menina.

Rachel se voltou rapidamente sem perder o equilíbrio, surpreendida quando lhe devolveu o olhar a Dra. Ely Morrey.

Vestida com um pulôver grosso, calças jeans e botas, não se parecia com o gênio da genética Casta que Rachel sabia que era.

— Como...? — Ela piscou, tragou com força. — Não a ouvi entrar.

Evidentemente, Jonas não tinha escutado tampouco.

— Veem comigo. — Ela indicou com um puxão de sua cabeça além da porta antes de sair ao frio e duro ar da montanha.

Rachel a seguiu, não muito segura de por que. Fechando a porta atrás dela, Ely fulminou com o olhar Rachel, seus olhos marrons enfurecidos.

—Ouvi mais do que provavelmente deveria ter escutado — expressou Ely de maneira precisa, em um tom gelado que Rachel nunca a tinha ouvido usar antes. A ira brilhou em seus olhos castanhos, uma ira que Rachel não entendia. — Pediu a esse homem algo impossível.

Rachel sacudiu a cabeça. —O que quer dizer com impossível?

— Pedir que te toque, que te beije, sem compartilhar o hormônio de acasalamento, sem te fazer dele, é como pedir que o sol não saia pela manhã ou não se ponha pela tarde. Está pedindo que se destrua a si mesmo.

Rachel sacudiu a cabeça. —Disse que o hormônio tinha que ser compartilhado para produzir estas reações. Isso estava bem...

— Para você — espetou Ely. — Caminha ao redor dele todos os dias, dorme em sua cabana, compartilha seu dia e não sofre. Porque ele respeita seu desejo de esperar. Porque ele não a forçará a isto, não importa a dor que sinta. Faz-lhe isto, e entretanto não se preocupa pelo efeito sobre ele.

A cara de Ely se avermelhou com sua cólera.

—Ely, não compartilhamos o hormônio de acasalamento. — O pânico começava a instaurar-se, uma sensação de medo que lutava por manifestar-se dentro de sua mente. Seu coração.

— Você não compartilhou com ele — grunhiu Ely atrás dela. — Você não provou o que o volta louco com a necessidade e a dor porque ele não pode ter o que a natureza exige que tome, não importa a forma como deve ser tomado. Você não sofre de noite, tão excitada que sente que sua carne é arrancada de seus ossos. Você não respira e cheira nada mais que o aroma de fome e a necessidade que se aferra à pessoa que ele deseja, mas você ainda o rechaça. Você, Sra. Broen, não foi torturada com uma agonia que, inclusive não se poderia comparar com a sofrida nos laboratórios, porque não há nenhum alívio, não há nenhuma liberação.

— Ele tem uma mão — replicou ela, furiosa. — Não me diga que não pode encontrar alívio. O que estou pedindo? Uma oportunidade para o amor em lugar de estar atada a ele sem o benefício de uma escolha?

— Uma mão? — o tom do Ely foi recortado, gelado pela repugnância. — Nisto, querida, ele não tem "uma mão", como você diz tão eloquentemente. Nenhuma masturbação o ajudará, já que só fará maior a agonia. Cada vez que te toca, que respira o aroma de seu desejo, toca sua carne. Cada vez, a fome por você será mil vezes pior que morrer de fome. É como ter uma perna arrancada de seu corpo. O que você acaba de fazer com ele é mais cruel do que os cientistas do Conselho poderiam ter feito.

— Eu só queria um beijo — sussurrou, horrorizada pelo que Ely estava contando. — Eu nunca lhe faria mal deliberadamente.

Ely olhou para trás, negando-se a abrandar-se.

—Vocês duas são para ele algo maior que inclusive sua filha é para você. Se não souber agora se o ama ou se pode chegar a amá-lo, então, o melhor presente que poderia lhe dar é partir, completamente. Isso, ou deixar de ser uma menina e aceitar o presente que ele te oferece — A censura brilhava em seus olhos. — Se for o bastante mulher. O que neste momento, duvido muito que seja.

Rachel não podia imaginar a dor que Ely havia descrito. Não podia imaginar ninguém suportando semelhante dor, nem sequer Jonas. O homem que todos pensavam que tinha uma rocha de gelo dentro.

Depois que ela voltou para seu escritório, Jonas saiu de seu escritório observando-a, sua expressão perfeitamente calma e composta.

— Peço desculpas por te morder tão forte — declarou com um tom não muito contrito. —Foi um acidente, Rachel. Um acidente que não se repetirá.

O olhou agora, tentando ver a tortura do calor que Ely tinha contado sob a expressão calma de Jonas.

Deveria perguntar, pensou. Deveria tomar seu tempo, sem importar o perigo nem os negócios nem a rotina da semana passada, para aprender sobre o que estava rechaçando.

— Me ama, Jonas? — A pergunta deslizou de sua boca, quase espontaneamente.

Ela sempre tinha sonhado com o amor, não com o calor do acasalamento. Compromisso, lealdade, confiança.

Sua expressão endureceu, voltando-se mais pétrea que antes. — Te amo. — Foi como se as palavras fossem arrancadas do centro de seu ser.

—Obviamente, te custa admitir — disse ela penalizada. — Por quê?

Seus lábios tremeram, os músculos de sua mandíbula se apertaram com fúria.

—Merece a verdade, tanto se posso dizer isso ou não — declarou ele.

— Por quê? — Ele era um enigma muitas vezes, e outras, ela sentia como se o conhecesse sempre.

— É minha companheira — grunhiu ele. — O mesmo que fosse minha esposa, minha outra metade. Não quero mentir, Rachel. Você é tudo o que pensava que não ia ter em minha vida. Não minto a mim mesmo e não mentirei a você.

Nada poderia ser tão simples. Tão fácil.

Sacudindo a cabeça, Rachel se incorporou, desesperada agora para correr longe dele, para pensar sem ele a observando com esse olhar gelado.

—A vida era simples para você, não é Rachel? —perguntou ele enquanto ela caminhava para a porta. —Tinha seus pais, sua irmã, uma pequena casa no campo, um cão chamada Ruffy, um gato chamado Kitty.

Ela se deteve, fechou os olhos e lutou para não recordar esses dias. Não queria recordar o que tinha sido já que tudo se converteu em uma coisa muito distinta.

— Então, te tiraram isso tudo.

— Aonde quer chegar? — Perguntou ela angustiada.

— Correu depois — afirmou ele. — Você e sua irmã, ambas escaparam do que perderam. Um acidente sem sentido, a falta de previsão de seus pais para as manter seguras e a perda de tudo que conheciam.

Inclusive o cão e o gato tinham sido arrancados de seus braços.

— Não tinha por que escapar, nem correr — disse ela sentindo a dor do passado profundamente dentro dela.

— Mas o fez. — Ele se deteve ao seu lado, bloqueando a porta subindo sua mão que encontrou uma mecha de encaracolado cabelo, esfregando-o sensualmente entre seus dedos. —Assegurou-se que nada mais fosse arrancado, até que teve Amber e agora, se aferra a ela com todas as suas forças não é assim, pequena? — Sua voz era baixa, suave.

— Ela é minha filha.

— Ela é sua vida.

Rachel o olhou. Não estava muito segura de onde queria chegar.

— Ela é minha vida, — ela confirmou.

— Vive por ela. Poderia morrer por ela.

Faria-o, sem dúvida.

— Aonde quer chegar com isto, Jonas?

— Estou estabelecendo uma comparação, amor — afirmou ele amavelmente. — Imagine o amor que sente por sua filha e multiplica-o por mil. Imagina como se sentiu da primeira vez que seu olhar pousou nela e soube que Deus te tinha dado o mais perfeito presente para completar sua vida e multiplica-o de novo. Isso é o que é para mim. Isso é o que senti desde o primeiro momento que te vi. A diferença dos humanos, os Castas vivem pelos pequenos presentes que o destino queira nos dar. Os buscamos. Os apreciamos. No momento em que te vi pela primeira vez, o animal dentro de mim rugiu com triunfo, o homem que se fundia nos olhos da mulher que lhe devolvia o olhar. Isto é amor, Rachel. A aceitação, o conhecimento do que eu mais temia, o que mais doía, estava diante de mim, me alcançando, confirmando que poderia destruir tudo o que sou.

Ela sacudiu sua cabeça desesperadamente.

— O amor não aparece assim. Leva tempo. Constrói-se.

Ele assentiu lentamente.

— Pode acontecer assim, pode construir-se devagar como uma chuva suave ou pode ser explosivo como um tsunami. Você é meu tsunami, amor.

Rachel não podia aceitar isto. O olhando, ela viu que ele se dava conta de que não aceitava seu raciocínio.

— Racert deixou uma mensagem enquanto estava em meu escritório. — Disse ele mudando de tema. — Está decidido a promover uma revisão da decisão do Comitê. Acredita que os recursos destinados inicialmente ao Santuário e a Haven estão acima do que merecemos. Está fazendo o possível para reduzi-los.

— Pare. — Ela levantou sua mão. — Não pode se interromper desta maneira.

— É obvio que posso, — ele deu de ombros enquanto se afastava dela, soltando o cacho que tinha acariciado — já que você segue rechaçando ser minha companheira. Meu controle não é inesgotável, tenho meus limites e me estou aproximando muito deles. Necessito que me dê a informação que temos de Racert para ver se encontramos seu ponto fraco.

Ela inalou brandamente.

— Jonas.

— Faça. — Sua voz era como um látego de gelo agora. —As perguntas, depois, quando puder dirigir o que me provoca.

Voltou-se e saiu do escritório. A forma em que seu corpo se movia, não era simplesmente andar. A genética do Leão estava muito perto da superfície agora, era muito mais que uma parte dele.

Tinha-o visto antes, já o tinha notado em Calam, em Sherra e também em Tanner e Taber. A família de Merinus, a família governante. Os animais que tinham dentro saíam com frequência à superfície em presença de seus companheiros, quando estavam obrigados a controlar mais que uma simples excitação.

Voltando atrás, aproximou-se do computador e começou a recolher a informação que tinha sobre o senador.

Infelizmente, pelo que sabia, não havia muito que pudessem utilizar contra ele. Racert tinha se mantido limpo. Não tinha fabricado drogas; ele fazia seus sujos entendimentos sob cobertas de ações legítimas. Não havia maneira de provar nada ilegal. Estava casado e não tinha amantes. Uma filha viúva e uma neta que estava no Instituto.

Terminou o arquivo e o enviou ao computador de Jonas, depois deixou seu escritório para ver Amber.

A menina ainda dormia. Com três meses, ria frequentemente a gargalhadas e inspecionava atentamente tudo ao seu redor, até cair esgotada. Ela era o mais prezado tesouro na vida de Rachel.

Ela não podia imaginar que Jonas pudesse olhá-la e sentir mais amor do que ela sentiu na primeira vez que viu seu bebê.

Levantando-a do berço, Rachel a aconchegou contra seu coração, estendendo a mão para afastar as finas mechas de cabelo vermelho dourado de sua testa.

O suave vestido azul e as pequenas meias que usava tinham sido comprados por Jonas. Roupa, sapatinhos, tudo o que Amber tinha, tinha sido comprado por Jonas. Tudo o que Rachel precisava, Jonas tinha dado. Dava tudo sem pedir nada em troca, nenhuma só coisa. Alguém, além de sua irmã, fazia algo assim?

— Nasceu para ser mãe.

Jonas estava atrás dela de novo. Tinha-o sentido antes que falasse, e isso a assombrava.

— Não te entendo, Jonas. — Sussurrou ela. — O que tenta fazer comigo?

— Te completar. Te proteger. — Sua voz era profunda, como se saísse de seu coração.

Rachel beijou docemente a testa de Amber, sorriu quando o bebê franziu sua boquinha ao beijá-la de novo, depois a estendeu entre os suaves lençóis que cobriam o berço.

Voltando-se para Jonas, passou ao seu lado enquanto voltava para o escritório e o sentia seguindo-a.

— Tenho que voltar para o D.C. esta noite — disse ele quando chegou ao seu escritório.

— Escapando? — Ela parou ao lado da cadeira e o olhou. — Não me acusava disso, Jonas?

— Minha escapada é a única coisa que te salvará, — informou ele com voz gelada. — Não duvide nunca, Rachel. Se ficasse esta noite, não teria suficiente controle para não tomar. Agora, vou me preparar …

— Não. — A adrenalina corria através dela como se estivesse enfrentando a perda outra vez. Jonas voltaria, sabia que o faria, mas algo dentro dela não podia vê-lo partir.

Elevando a mão, ela agarrou seu braço e o apertou forte.

— Não me deixa escapar, não me deixa me esconder. Por que deveria fazê-lo você?

— Por isso — Seu dedo tocou a marca que tinha deixado nela, o pequeno arranhão que seus incisivos tinha deixado em seu pescoço. — Fiz-te sangrar, e por um segundo, amor, estive perto de lamber sua ferida. Sabe o que teria acontecido se o tivesse feito?

Ela sacudiu sua cabeça lutando por controlar a dor que torcia sua expressão.

— O hormônio do acasalamento poderia ter infectado a ferida. Durante horas, viajaria por seu sistema e pouco tempo depois estaria me rogando que a fodesse. Pedindo a gritos. Isso é o que acontecerá se eu ficar.

Rachel saltou longe dele. Passando os dedos pelo cabelo tentou encontrar sentido nas suas emoções, sua necessidade, sua confusão.

O que estava fazendo?

Ela se recordou, há alguns anos, vendo seu rosto em uma entrevista. Ela tinha olhado seus olhos com esse redemoinho de cor e sentiu apertar seu coração. Anos mais tarde, nada tinha mudado. Cada vez que tinha um vislumbre dele nas notícias, ficava olhando-o absorta.

O conhecer em pessoa tinha provocado uma forte reação. Não era simples atração, não era só interesse ou inclusive obsessão. Desde essa primeira vez, cara a cara, Jonas tinha despertado emoções dentro dela que não podia enfrentar.

— Rachel. — Sua voz raspou seus sentidos quando se moveu atrás dela.

Suas mãos agarraram seus quadris, a puxando até que repousou seu queixo em seu cocuruto.

— Não durmo porque não faço outra coisa que sentir fome de você, — sussurrou ele. —Cheiro sua essência, intensa pela excitação, e me queima por dentro. Vejo-te e não quero nada mais que provar cada polegada de você. Sou um homem forte, neném, mas nem tanto.

Suas mãos acariciaram seus flancos, subindo até sustentar seus peitos.

Ela inspirou bruscamente e se arqueou para suas mãos.

— Sento neste escritório, lutando para recuperar o controle, e sua essência me atrai de novo. Sabe que posso cheirar a essência dessa úmida e quente vagina da outra fodida sala? E tudo no que posso pensar é em abrir suas pernas e me dar um banquete.

— Seus dedos encontraram seus mamilos, acariciaram-nos e os capturaram, logo os fizeram rodar firmemente.

Sua cabeça caiu contra seu peito e suas costas se arquearam com prazer.

—Não posso afastar minhas as mãos de você.

Ela queria que as afastasse? Não, não queria.

A respiração de Rachel se voltou áspera quando a sensação chegou em suas terminações nervosas. Ele movia suas mãos, seus dedos desabotoavam os botões que mantinham sua blusa fechada.

—Sabe o que nos faz o calor? —grunhiu ele.

Ela negou com a cabeça. Merinus tinha escondido um monte de informação.

—O prazer não é algo que possa imaginar — sussurrou ele em seu ouvido enquanto separava sua blusa, seus dedos encontrando o fecho dianteiro de seu sutiã.

Este prazer era algo que ela nunca teria imaginado. Rachel baixou sua cabeça para olhar suas grandes mãos cobrindo seus seios, acariciando-os, enquanto seus dedos acariciavam seus mamilos.

Mordendo seu lábio, tentava conter os gemidos que escapavam de sua boca, mas falhou.

Era incrível. Como se não tivesse sentido prazer em sua vida.

— E tudo começa com um beijo — sussurrou ele. — Também se te lambesse. Se provasse o doce calor de sua vagina e colocasse minha língua dentro dos apertados e pequenos músculos que tem ali, voltar-se-ia louca de prazer, Rachel. Suplicaria, mas não precisaria. Daria-te isso. Toda a noite, todo o dia. Uma e outra vez enquanto nossos corpos peçam mais.

Suas mãos deslizaram para baixo de seus peitos. Ele abriu o botão de suas calças e deslizou a zíper para empurrar sua mão dentro das sedosas calcinhas.

— É isto o calor do acasalamento? — ofegou ela.

Ela podia sentir seus sucos derramando por seus dedos que percorriam as dobras inchadas de seu sexo. A sensação era deliciosa, quente, tão cheia do desejo que ela queria suplicar pela posse.

— Não ainda. — Suspirou ele. Ela podia sentir seu peito lutando por respirar contra suas costas. Ambos lutavam por ar. — Não para você.

Mas isto estava matando a ele. Ela sentia. A tensão em seu corpo, o primitivo ofego em sua voz. Este não era o frio, lógico e controlado Jonas que ela conhecia.

A respiração de Jonas era pesada em sua orelha, um gemido saiu de seu peito quando seus dedos encontraram o botão inchado de seus clitóris. Um gemido que se mesclou com o de Rachel.

— Então algo está errado —. Rachel moveu sua mão até as coxas, pressionando contra ele quando a necessidade de um contato firme surgiu através de seu corpo. — Jonas, isto está me matando.

Então o que estava fazendo a ele? Ely assegurou que isto era mil vezes pior para ele.

Ele grunhiu atrás dela. Uma reminiscência do animal com quem compartilhava genes.

— Me diga… — Ela teve que tragar com força para continuar quando seus dedos se deslizaram através do exuberante calor das dobras de seu sexo. — Me diga, Jonas o que sente você?

— Céu e inferno — gemeu ele. — Quero me pôr de joelhos e suplicar, Rachel. Suplicaria para te saborear só por uma vez se não soubesse que se esconderia quando se desse conta que está atada a mim para sempre. E pelo que sabemos, o acasalamento é por um longo, longo tempo.

Léo tinha mais de cem anos. Rachel separou os lábios e fechou os olhos tentando obrigar-se a separar-se dele.

Seus dedos se moveram outra vez, curvaram-se, dois dedos pressionando juntos, e em um batimento os introduziu nas profundidades apertadas de sua vagina.

Rachel ficou nas pontas dos pés. O prazer era tão extremo, tão intenso que um grito escapou de seus lábios. Ele não parou. Seus dedos se moviam rápidos, duros, introduzindo-se nela, fodendo-a com fluídos e seguros golpes e levando-a a borda do orgasmo.

Rachel segurou e apertou sua mão com as coxas, seu corpo inteiro tremendo quando o êxtase correu através dela uma e outra vez. Não queria parar. Queria sentir isto para sempre. Queria guardar as sensações dentro dela para nunca deixar ir.

—Amo sentir que goza sobre mim. —Sua voz era apenas reconhecível agora. —A forma que sua vagina sujeita meus dedos, chupando-os. Morro por senti-la ao redor de meu membro, me chupando, me levando ao meu próprio clímax.

Ainda tinha seus dedos enterrados nela, olhando-a enquanto o prazer formava redemoinhos lentamente, tão lentamente e ainda assim muito rápido, começava a construir-se dentro dela.

— Tenho que me afastar de você. — Ele beijou seu ombro brandamente. — Se não for, Rachel, um dia meu controle explodirá. O animal só quer saber que lhe pertence e não aceitará menos. Não sou só um homem, carinho. Sou um Casta. Animal e homem, e o animal está longe de ter a paciência que o homem deseja que tenha.

Ele ia se romper atrás dela, seu corpo estava tão tenso.

— Te faz mal — sussurrou ela. — Ely diz que dói.

— Ely é uma bocuda. — Ele tirou seus dedos dela, soltando-a devagar.

Um segundo depois, Rachel abriu os olhos para ele e viu seu olhar enquanto saboreava os dedos brilhantes por seus sucos.

Seus chapeados olhos ficaram quase incolores. Seu rosto se contraiu até que pareceu que suas mandíbulas romperiam sua carne, seus lábios apertados, suas pálpebras entrecerradas.

O animal estava aí, perto da pele, lutando para ser livre quando ele provou a liberação que tinha derramado seu corpo.

—Se precisar de algo, procure Harmony. —separou-se dela como se tivesse que forçar-se a fazê-lo.

Logo se foi.

Não só se limitou a sair do escritório, ele deixou a cabana. A porta golpeou atrás dele, algo que nunca tinha acontecido desde que o conhecia. Jonas nunca fazia ruído, até agora. E ele quase tinha tirado a porta do lugar.

Aos tropeções, chegou até o banheiro e se lavou e arrumou sua roupa. Depois, olhou à mulher que lhe devolvia o olhar do espelho. Quem era ela?

Retirou seus úmidos cabelos de seu rosto e olhou à estranha em que se converteu. A estranha que estava se perguntando de repente que demônios tinha permitido que acontecesse aqui.

Ela sacudiu sua cabeça. Jonas não ficaria muito tempo fora, ela sabia. Duvidava inclusive que fosse ao D.C. apesar de que pretendesse. Era muito protetor. Ele a tinha reclamado, inclusive sem haver-se acoplado ainda. Ela era sua companheira, embora de fato, ainda não a possuísse. Não poderia ir sem ela, e ele não tinha intenção de pô-la em risco, tirando ela e Amber do Santuário até que pudesse capturar Brandenmore.

Voltando para escritório, sentou-se na frente do computador. Precisava de informação sobre Racert. Algo que o obrigasse a parar suas tentativas de destruir às Castas.

Abriu seu correio e localizou um endereço. Escreveu uma mensagem que sabia que poderia dar resultado.

“Racert é um traidor”.

Diana saberia ao que se referia, e saberia o que fazer. Se havia informação, então Diana podia encontrá-la. Se existisse uma arma que pudessem usar contra o senador, sua irmã se asseguraria que Rachel a tivesse.

Rachel nunca tinha pedido ajuda a Diana. A única vez que tinha tentado, sua irmã estava desaparecida. Tinha assegurado então que tudo o que tinha a fazer era procurá-la.

Rachel nunca teria pedido para ela mesma. Mas sim por isso, por Jonas, por Merinus, pelas Castas que a protegiam de qualquer que fosse o plano de Brandemore para ela e sua filha.

Jonas se dirigiu à casa principal e foi diretamente aos laboratórios, à consulta de Ely. Quando entrou, ela levantou a vista das amostras que estava estudando, seu olhar era claro quando o viu entrar.

— Maldita seja, ela está te matando! — separou-se do bioscope, um scanner biológico computadorizado que usava para detectar anomalias nas amostras de fluidos das Castas, e cruzou seus braços em seu peito enquanto o olhava. — Tocou-a outra vez, verdade?

— Me dê um tempo, Ely — grunhiu ele antes de olhar ao redor. — Onde merda está Jackal?

Ele tinha atribuído a Jackal a tarefa de proteger Ely meses atrás. O outro homem só podia deixá-la só em circunstâncias extremas.

— O homem deve dormir alguma vez, Jonas. — Ela pôs seus olhos em branco pela pergunta. — Deixou outra pessoa encarregada lá fora. — Ela agitou sua mão para a porta. — Não os quero aqui dentro.

Ela tinha estado em perigo. O amparo que ele tinha posto ao seu dispor não tinha sido suficiente; seus assistentes estiveram a ponto de matá-la, envenenando lentamente seu corpo e sua mente com a intenção de trair às Castas. Quase a tinham destruído.

Ele se sentou cautelosamente no tamborete próximo. Sentia-se como se tivesse lutado na guerra. Inferno, ele tinha estado na guerra e não tinha estado tão malditamente ferido.

Seu membro doía pior que qualquer bala que o tivesse atravessado; sua carne estava tão sensível que inclusive o ar lhe causava dor. Esta merda do acasalamento o ia matar.

Ele estendeu o braço em direção a Ely. Ela moveu a cabeça.

— Mais provas não ajudarão, Jonas. Veremos nelas a mesma coisa. O hormônio está ficando mais forte. Não há nada que eu possa fazer para detê-lo.

— Algo estranho está acontecendo, Ely. — Disse ele sacudindo sua cabeça. — Não durmo há dias e não se trata só de excitação. Não posso manter minhas garras escondidas. — Ele a observou olhando as mortíferas garras que se retraíram sob suas unhas. — Meus incisivos doem e a lingueta tenta emergir sem sexo. Isto está me matando.

Tomando o extrator de pressão, um instrumento alargado para tirar sangue, apertou-o contra sua veia. O músculo estava tão tenso que o vial não enchia.

— Terei que usar a agulha — afirmou ela com expressão preocupada. — Nunca tive que usá-la antes com um Casta, Jonas.

Foi até o armário para pegar uma agulha estéril e um vial para amostras e voltou para ele. Minutos depois tinha dois vials cheios e pegou um algodão.

Jonas abriu sua boca, gemendo porque as glândulas inchavam sob sua língua quando Ely pressionou o algodão em cima delas produzindo uma dor quente quando o hormônio foi liberado.

— Kane não tem estes sintomas, mas ele não é um Casta — afirmou ela quando começou a tomar notas em sua tela eletrônica. — Sua constituição genética e biológica é tão diferente do resto que não sei como te ajudar.

Ele agonizava. Estava tão perto de perder o controle do animal que tinha pressionando sua mente que mal podia funcionar.

— Tenho que me afastar — grunhiu ele — ou acabarei forçando-a.

Ely se voltou para ele, a simpatia e a compaixão se refletiam em seu olhar agora.

— Preciso de amostras dela — disse. — A única oportunidade que tenho de te ajudar poderei encontrar nela.

— Não. — Ele tinha rechaçado esta ideia desde que a trouxe para o Santuário. — Não quero que tenha que acontecer. Não quero que veja esta parte do acasalamento, Ely. As verificações constantes, o desconforto. Maldita seja! Ela já é suficientemente cautelosa sem isto.

Ele levou a mão à nuca e lutou para conter a luxúria furiosa que o atravessava. Era pior que a febre selvagem e ele sabia, já que já a tinha passado.

— Ela está te destruindo. — Havia um pouco de ira em Ely agora.

Jonas sacudiu a cabeça, mantendo sua postura.

— Precisa de amostras de sêmen?

Ela exalou com aspereza.

—Pode me dar isso?

Não tinha conseguido ontem. Não era capaz de gozar quando se masturbava. Não funcionava, e tinha tentado durante dias.

— Há alguma outra forma de conseguir? — Merda, usaria a agulha se tivesse que fazê-lo, algo que ajudasse Ely a encontrar a maneira de o tirar desta agonia que atravessava em ondas de fogo.

—Não há outra maneira, Jonas. —Negou ela. —Preciso das amostras. O sangue e a saliva não bastam.

Ele fez uma careta, sentindo endurecer sua expressão quando tentava pensar em uma solução.

— E Amburg?, — perguntou ele. — Não tem nenhuma ideia?

— Amburg sempre tem ideias — suspirou ela. — Infelizmente, não têm nada a ver com algo que pudesse nos ajudar agora.

Jeffrey Amburg era estranho como o inferno, mas se dizia que não havia solução para este problema, então não havia. Era um gênio da genética, um terceira geração de cientistas do Conselho, e uma vez foi considerado o açoite dos laboratórios. Vivia para suas investigações e para sua neta. Nada mais importava. Quando Jonas tinha apresentado suas opções que eram servir e viver para as Castas ou morrer, Jeffrey inclusive tinha sorrido.

Seguir a evolução das Castas, inclusive embora só pudesse compartilhar com Ely e Elizabeth, era mais valioso que o ouro para o homem. Inclusive mais valioso que a vida de sua neta, às vezes.

— Parece que estou preso a isto, então — grunhiu ele enquanto assinalava com a cabeça para a porta. — Se averiguar algo, faça-me saber.

— Jonas. — O deteve quando pegou o trinco da porta.

— Sim, Ely? — Ele estava seguro que não queria ouvir o que ia dizer. Às vezes era um pouco muito sincera.

—Beije-a.

Jonas apertou os dentes pela contundente urgência de fazer justamente isso. Ele tinha tido a oportunidade em suas mãos. A única coisa que a tinha salvado, de fato, foi que a tinha abraçado pelas costas. E ainda assim, tinha estado a ponto de beijá-la. Quando tinha inclinado a cabeça, quando se viu provando a doçura de sua vagina, esteve a ponto de beijá-la e liberar o hormônio em um beijo que sabia que os teria queimado em vida.

— Me faça saber o que encontrou quando terminar as provas. — Ele abriu a porta.

— Está deixando-a te destruir — declarou ela, sua voz baixa e penalizada. — Se o fizer, Jonas, destruirá a todos.

Jonas negou.

— Ninguém é indispensável, Ely, e isso me inclui . Assegurei-me disso.

— Isso é o que você acredita — disse ela com voz tremente. — Mas é, Jonas. O que você faz, ninguém mais pode fazer.

Quase escapou uma gargalhada ante semelhante afirmação.

— Ely, cada Casta viva pode ser calculista e manipuladora até congelar o inferno. Brim, Del Rei, Calam, Wolfe, qualquer um deles pode fazer meu trabalho e não teriam nenhum problema. O que acontece é que sou o único que não deixa que se compadeça de si mesma como outros fazem.

Ele zombava dela. Rechaçou deixá-la se afundar no desespero enquanto estava sob a influência das drogas que erodiam sua mente.

Ely era uma coisinha frágil, apesar de sua aparência forte. Tinha visto muitas coisas nos laboratórios sendo muito jovem, tinha sido obrigada a machucar muitas Castas estando ali. Tinha pesadelos que se duplicaram quando quase a tinham obrigado a fazê-lo outra vez.

— Não, você não me deixou sentir compaixão de mim mesma — confirmou ela quase em silêncio. — Mas deveria-me por de lado e ver como permite que essa mulher te destrua? Faria você o mesmo, me pergunto, em meu lugar?

Ele franziu os lábios e a olhou por um momento antes de dizer — Eu estou permitindo, pequena gata. Pensa que não averiguei quem é seu companheiro e que você sabe também?

Ela pôs seus olhos em branco, separou seu olhar castanho dele quando o medo cruzou seu rosto.

— Faça algo sobre isso, logo. — A advertiu.

— Como você faz? — Replicou ela, sua voz cheia de ira.

— Acredito que eu estaria em um lugar diferente se fosse você — replicou ele quando saiu da consulta. — É um caso muito diferente do meu. Beija-o. Não acredito que ele se negue.

Fechando a porta atrás dele, caminhou até o hall, atrás das escadas que levavam ao segundo andar da casa.

Tentava se obrigar a abandonar o Santuário. Partir era o melhor que podia fazer por Rachel. Se não se afastasse dela, não poderia deixar a escolha em suas mãos.

— Jonas. — Mordecai o alcançou no hall quando alcançou o nível principal, sua expressão era dura. Vários Enforcers o seguiam.

— O que aconteceu agora? — grunhiu ele, sentindo o problema que, seguro, estava por vir.

— Tem um problema.

Não “nós” como se fosse um problema dos Castas; era “ele”… a merda estava a ponto de cair no ventilador, e salpicaria por todos lados.

— E o problemas é…? — Ele apoiou suas mãos nos quadris e olhou os Enforcers franzindo o cenho.

— Devon Marshall — soltou Mordecai. — Ele reclama a paternidade do bebê de Rachel. Está na porta com seu advogado e um funcionário do condado. Eles têm documentos assinados por um juiz pedindo que Amber seja entregue ao Serviço Social até que se resolva a custódia. Os documentos afirmam que a saúde de Amber está em perigo devido à falta de cuidados. —Mordecai atirou o arquivo nas mãos de Jonas. — Não sei você, mas eu digo que disparemos nos bastardos, enterramos os corpos e dizemos que nunca estiveram aqui. Porque, me acredite, você não quer entregar este bebê.

Jonas grunhiu.

Era consciente que os Enforcers estavam se afastando, inclusive Mordecai, olhando-se um a outro como se estivesse em perigo sua segurança.

Ele voltou a grunhir. Sabia que devia ter uma pinta aterradora; podia cheirar o nervosismo dos três Enforcers, que o olhavam com distintas expressões de preocupação.

— Bem. Então, Mordecai, possivelmente possa avisar a Calam, Kane, a Léo é obvio e ao resto dos líderes que vamos ter um enterro. Verei-te lá fora quando tiver terminado.

Com isto, saiu pela porta principal, muito consciente dos grunhidos que vibravam em sua garganta e a raiva que rasgava seu corpo.

Devon Marshall era homem morto.

Jonas tinha reclamado o bebê de Rachel inclusive antes de seu primeiro fôlego. Protegido no ventre materno, os sentidos de Jonas muito parecidos com os de um animal, abrangiam tanto à menina como a sua mãe, o animal dentro dele as tinha reclamado como dele.

O homem que reclamava agora a paternidade tinha abandonado Rachel na Suíça, roubando seu passaporte e deixando-a sem dinheiro, quando seus pais tinham cortado seus recursos ao dar-se conta de que ela não ia abortar a menina e ao não aceitar esse bebê, deixando-a completamente sem recursos.

      Durante toda a gravidez e o nascimento de Amber, Devon Marshal tinha estado ausente de sua vida.

      Jonas acreditava que sabia exatamente porque o outro homem estava junto às portas do Santuário com uma equipe de advogados, os Serviços de Proteção da Infância e o xerife de Buffalo Gap.

      Os pais de Devon, Greg e Marsha Marshal, opunham-se à Lei de das Castas e criticavam a aceitação mundial das Castas. Tinham investido imensas quantidades de dinheiro em equipes legais para que combatessem contra a liberdade das Castas, e inclusive agora usavam sua enorme influência para deter o crescimento da sociedade das Castas.

Tinham vindo procurar essa criança, não porque fosse parte do legado Marshal. Os noticiários que informavam sobre a explosão na casa de Rachel informavam que ela e sua filha residiam no Santuário com o diretor de Assuntos de Castas. Havia especulações sobre sua relação, assim como uma história que afirmava que Rachel e sua filha viviam em seu apartamento.

      Enquanto conduzia o Raider para o controle de segurança, deteve-se ao ver uma figura feminina detida no meio da estrada diante dele.

      Com os olhos entrecerrados, observou Cassie Sinclair, vestindo seu melhor e mais conservador conjunto de advogada, uma rodeada saia por debaixo do joelho, uma blusa branca e uma jaqueta negra. Seu longo cabelo recolhido em um pulcro e baixo rabo de cavalo e levando sua volumosa maleta.

      Sabia que estaria ali. Com Cassie, sempre podia contar que estaria onde precisasse dela.

      A porta do Raider se abriu e ela subiu.

      — Têm muitos documentos assinados pelo juiz.—informou tirando uma pasta de sua maleta. — O que o juiz não sabe é que nós temos os documentos que assinou Devon Marshal, quando Rachel começou a trabalhar para você, onde concedeu todos os direitos sobre a menina a Rachel. Eu estava ali, se você lembra. — Sorriu com antecipação. — Encarregar-me-ei de que ele também lembre disso.

      Jonas pôs o Raider em movimento e quando o veículo da frente se moveu ficou a caminho.

      — Vamos ter muitos problemas? — perguntou.

      Cassie deu de ombros.

      — Legalmente não podem tirá-la do Santuário, posso assegurá-lo que tenho todas as bases cobertas, por triplicado. Tenho os documentos que assinou aceitando Amber Broen como membro do Santuário, com todos os direitos que isso suporta. — Tirou os documentos que havia assinado depois do nascimento de Amber. — Também temos os documentos assinados pelo gabinete de governo das Castas, aceitando-a como parte da comunidade das Castas, e Jess Warden está preparada para voar de D. C., se for necessário.

      Infernos, Jonas desejou que não precisassem do chefe do Conselho Legal das Castas. Jess ainda estava muito irritado com o desaparecimento de Amburg após sua captura. Pensava que ele estava nas mãos de Jonas, e rechaçava acreditar no contrário.

      — O que está ocorrendo aqui, Cassie? — perguntou-lhe.

      Cassie era diferente; era a única explicação que Jonas podia oferecer. Algumas pessoas juravam que podia falar com fantasmas; ela, quando era pequena, dizia que tinha uma fada que a protegia do perigo.

      Era considerada uma psíquica por alguns, enquanto que outros simplesmente a consideravam um monstro.

— O que é que sempre ocorre? — replicou ausentemente, enquanto colocava seus óculos e ordenava os documentos que levava. — Tenho o relatório sobre o que Devon fez desde que abandonou Rachel, com fotos e informes detalhados sobre muitas de suas associações com traficantes de drogas. Também tenho informes de seus contatos com conhecidos terroristas inimigos das Castas. Tenho o suficiente para mantê-lo longe de Amber. Vamos ver o que é o próximo com o que saem.

      Jonas se deteve junto ao posto de segurança, saiu do Raider, deu a volta e ajudou Cassie a sair. Outro veículo rodou atrás deles.

      Jonas quis amaldiçoar. Ficou quieto, olhando como Rachel saía do Raider, seus olhos verdes se reduziram a frestas olhando para Devon Marshal quem permanecia de pé ante as portas.

      — Espere, Cassie. — dirigiu-se a Rachel rapidamente, agarrou-a pelo braço e a empurrou atrás do Raider.

      — Não vai levar o meu bebê. — replicou com fúria, olhando para Jonas como uma leoa enfurecida enquanto Lawe saía do assento do condutor e se dirigia para eles.

      — Não, não a levará. Tomei medidas necessárias quando Amber nasceu. Mantenha-se tranquila, Rachel. Permita a Cassie lidar com o assunto, e eu lhe explicarei isso tudo quando tivermos acabado.

      — O que quer dizer com que “tomou medidas necessárias”? — Apesar de seu tom baixo, Jonas estremeceu pelo fundo de violência de sua voz. Era uma maldita boa coisa que o que havia feito beneficiaria a ela, do contrário, estaria se perguntando agora mesmo se deveria temê-la.

      — Rachel, acalme-se imediatamente. — A ordem foi dada em um tom baixo, mas com a ressonância do poder do animal de seu interior. — Tem que se manter tranquila, dar todo seu apoio a Cassie e logo falaremos do assunto.

      Piscou, mas só um momento antes de entrecerrar seus olhos novamente.

      — Se tentar lhe entregar a minha filha…

       — Morreria antes que lhe permitir que levasse a menina. — Grunhiu-lhe, furioso que ela pudesse considerá-lo capaz de algo assim. — Se quiser que isto se solucione sem mais problemas, sem que os Serviços de Proteção da Infância mantenham o Santuário rodeado pela polícia estatal, faça o que digo. Preste ajuda em lugar de deixar-se dominar pelo pânico.

      Rachel estava em estado de choque quando a agarrou pelo braço e a conduziu de volta onde Cassie estava junto ao Raider, observando com calma como também os repórteres começavam a chegar às portas.

      — Preparada? — Perguntou amavelmente quando se encontrou com o olhar de Rachel, os luminosos olhos azuis pareciam mais profundos e escuros que antes.

      Rachel assentiu bruscamente.

      —Tão preparada como posso estar sem preparação.

      Cassie lhe sorriu.

      — Explicar-lhe-ei isso tudo uma vez tenhamos finalizado com a papelada. Reunir-me-ei amanhã com você quando nos for possível. Mas não se preocupe, Jonas tem tudo controlado.

      Jonas tem tudo controlado? Rachel rezou a Deus para que Cassie soubesse do que estava falando. A família de Devon tinha poder e influências. Ela tinha rezado para que não viesse atrás de Amber, fazia todo o possível para que a esquecessem. E agora aí estavam.

      Devon parou frente à porta, resplandecente, com um rosto muito perfeito, escuro e bronzeado. Seu espesso cabelo loiro emoldurava as esculpidas feições de seu rosto, enquanto seus olhos azuis se entrecerravam com hostilidade.

      Ele a tinha roubado e a havia abandono em um país estrangeiro… e a olhava agora com rancor? Havia algo estranho nessa imagem.

      Mais jornalistas se aproximaram quando entrou no barraco dos guardas com Cassie e Jonas. O pequeno edifício contava com uma grande mesa para as reuniões preliminares, uma geladeira, micro-ondas, um armário e uma seleção de aparelhos eletrônicos, protegidos por aço pesado, cimento e vidro anti-impacto.

      — Crank. — Jonas saudou com a cabeça ao guarda do turno, um Coiote pouco sociável com um despenteado cabelo negro e olhos cinza.

      — Diretor. — Estridente e áspera, sua voz parecia arrancada da garganta — Posso disparar contra esses bastardos? — Assinalou com a cabeça para os jornalistas congregados fora.

      — Ainda não, Crank. — respondeu Jonas arrastando as palavras. — Mas se puder acompanhar o senhor Marshal e seus advogados, possivelmente possamos acabar com tudo isto logo.

      — Proponho que os soltemos no bosque para que os cachorrinhos os cacem. — grunhiu Crank. — Bastardos inúteis…

      — Crank, por favor .— lhe espetou Cassie com o cenho franzido com desaprovação. — Já sei que você adora aterrorizar às massas, mas hoje tentemos dar uma boa impressão.

       O Coiote suspirou, mas relaxou sua expressão e se dirigiu para a porta, saindo para reunir-se com Devon, o magistrado do distrito de Buffalo Gap e três advogados, todos vestidos com seus melhores e mais intimidadores trajes.

       Rachel estava de pé junto a Jonas, tendo o consolo da força e a completa segurança que lhe projetava

      — Diretor Wyatt. — O advogado principal saudou Jonas com uma inclinação de cabeça. Rachel teria jurado que vislumbrou um brilho de respeito no olhar do advogado antes de dirigir a ela uma inclinação de cabeça.

      — Sr. Edgewood — Jonas apertou a mão do advogado antes de girar-se para Rachel. —Apresento-lhe a Srta. Broen, e nos acompanhando como representante legal, a Srta. Cassandra Sinclair.

      Os três advogados olharam para Cassie. Só Edgewood era consciente da perspicaz jovem a que enfrentava, os outros dois, a julgar por seu gesto condescendente, não tinham a menor ideia.

      Cassie era considerada como uma das máximas autoridades sobre a Lei das Castas, e na atualidade cursava seu último ano na faculdade de Direito. Aos dezenove anos, destacou-se muito além do que inclusive as Castas tinham antecipado

      — Meus colegas, Ryan Former e Daniel Frost. E me permitam apresentar a Sra. Blanchard dos Serviços de Proteção da Infância.

      A agente dos Serviços de Proteção da Infância assentiu com um sorriso desbotado, seus olhos marrons olhavam com preocupação ao redor consciente da tensão dentro da sala.

      — Srta. Broen, é um prazer. — John Edgewood manteve suas maneiras frias e respeitosas ao estreitar sua mão.

      — Sr. Edgewood. — respondeu tentado manter um tom frio de voz e que não lhe tremesse pelo medo.

      — Cavalheiros. — Jonas assentiu quando os outros deram um passo atrás, recusando apertar a mão de Jonas e a de Rachel.

      — Apresento a meu cliente, Devon Richard Marshall. — O advogado se dirigiu a seu cliente quando este deu um passo atrás, e cruzando os braços sobre o peito fulminou com o olhar Jonas, e logo Rachel.

      Os olhos do Jonas se estreitaram antes de dirigir-se ao advogado principal.

      — Devo recordar que este área está monitorada com vídeo e áudio continuamente. —Jonas olhou as oito câmaras que cobriam o interior do barraco. Fora havia mais.

      — Recordo-o Diretor Wyatt — assentiu o advogado. — Esqueci mencionar-lhes isso — disse dirigindo-se aos outros advogados. — Cavalheiros, todas as áreas de reunião do Santuário são gravadas continuamente, tanto para sua proteção quanto para a proteção da sociedade das Castas.

      Os dois advogados, que tinham desprezado deliberadamente Jonas, eram conscientes de que suas reações gravadas poderiam ser usadas em seu contrário. Ambos exibiam expressões de desgosto e preocupação.

      — Querem sentar-se, cavalheiros, Sra. Blanchard? — disse Jonas assinalando com sua mão para a mesa na qual Cassie estava amontoando os processos de sua maleta.

      — Rachel? — a mão de Jonas se apoiou em suas costas. — Podemos sentar.

      Os joelhos lhe tremiam quando se sentou. Tinha medo do resultado da reunião, mas em nenhum momento temeu que Jonas permitisse que tirassem a sua filha.

      Rachel apertou as mãos em seu colo, enquanto Edgewood e Cassie falaram um momento em voz baixa antes que Cassie tomasse assento murmurando seu assentimento.

      — Diretor Wyatt. — o advogado assentiu uma vez mais ao Jonas antes de dirigir-se a ela — Srta. Broen, Srta. Sinclair. Tal e como informamos ao agente da entrada, temos uns documentos assinados pelo juiz Joseph Markham. Neles os ordena entregar a menor Amber Diana Broen imediatamente aos Serviços de Proteção da Infância até que se dita a custódia, assim como se resolva a denúncia contra a Srta. Broen por negligência e por colocar em perigo à menina.

      O advogado estendeu os documentos a Cassie antes de estender uma cópia a Rachel e ao Jonas.

      Rachel não podia suportar lê-los. Em seu lugar olhou para Devon.

      — Em que motivos apoiam a denúncia? — Perguntou Cassie friamente. — Não houve negligência ou perigo para a menina. Como você sabe, de acordo com a lei das Castas, nenhuma criança pode ser afastada do Santuário ou do refúgio sem provas irrefutáveis de todos os cargos.

      Edgewood olhou com simpatia para Rachel antes de olhar para Cassie.

      — Sinto muito, Srta. Sinclair, essa lei se aplica unicamente aos filhos da Casta.

      Lentamente o sorriso de Devon começava a mostrar triunfo. Não tinha visto a superioridade e a arrogância que mostrava agora na Suíça. Ou é que não tinha querido vê-las?

      Deus, como havia se tornado tão louca para deitar-se com esse homem, ou tão somente acreditar que o amava? Mas ainda assim não podia lamentar. Sem Devon, não teria tido Amber, e sua filha era o mais digno de todo o inferno que a havia feito viver.

      — Sinto muito, Sr. Edgewood, mas isso não é totalmente certo. — Cassie assegurou com voz suave, fria.

      Edgewood franziu o cenho.

      — Comprovei a lei para estar totalmente seguro, Srta. Sinclair.

      Cassie rebuscou entre os documentos e tirando um processo o estendeu ao advogado.

      — Como pode ver, na lei das Castas há muitas áreas que têm estipulações que devem interpretar-se segundo a situação. — Ofereceu-lhe cópias da lei em particular.

      Edgewood o leu, franziu o cenho e o devolveu a Cassie.

       — Isto não é de tudo legal — afirmou. — Não estamos tratando de uma área acessível à lei…

— Se houvesse feito o que se estipula nos estatutos que se aplicam a sociedade das Castas, deveria ter lido a cláusula sobre estipulações e notas anexas. Muitas de nossas leis têm estipulações, Sr. Edgewood. Em nosso país, aqueles que foram escolhidos para proteger e preservar a vida humana, estiveram envolvidos em nossa criação, nosso encarceramento e as tortuosas mortes de nossas crianças antes de que pudessem escapar. Por causa disso, muitas das questões sobre o bem-estar ou separação de nossas crianças do Santuário devem ser reconhecidas e aceitas antes de propor qualquer ação. Este problema não foi notificado ao Escritório de Assuntos de Castas, assim como tampouco nenhuma acusação de negligência ou perigo. Além disso, o Sr. Marshal renunciou a todos seus direitos sobre a filha da Srta. Broen no dia de seu nascimento — lançou um luminoso sorriso a este. — Você recorda, não é, Sr. Marshal?

      A fúria apareceu ameaçadora em seus olhos azuis.

      — O que é o que está dizendo, Devon? — Perguntou-lhe Edgewood.

      — O que estou dizendo — Cassie estendeu outro documento. — Assinado, notariado e arquivado no Escritório de Assuntos de Castas. O Sr. Marshal cedeu todos seus direitos paternais, na presença de seu representante legal, um tal Sr. Claude Desmond, de Nevada.

      O olhar de Edgewood era afiado como o gelo quando olhou para Devon.

      — Isso não é legal — declarou Devon. — Não entendia plenamente o que ela tentava fazer com Amber. De todas as formas, o Serviço de Proteção da Infância está aqui para levar a menina até que todos os cargos tenham sido resolvidos.

      — Temo que isso não é assim, Sr. Marshal — disse docemente Cassie. — Os Serviços de Proteção da Infância não tem jurisdição aqui.

      — Amber não é uma fodida pirralha de Casta — grunhiu Devon com tom desagradável, expressando seu desgosto. — Essa puta lei não se aplica a ela.

      — “Uma fodida pirralha de Casta”. Interessante escolha de palavras. — Declarou Cassie sucintamente. — Como se nossas crianças não tivessem nenhum valor. É assim como você os vê?

      — Cale-se, Devon. — o avisou Edgewood.

      — Não me diga que me cale — explodiu Devon. — E sim, infernos, assim é como os vejo. Amber é uma Marshal. Ela é humana, não um maldito animal ou um cachorrinho destes mascotes.

      Jonas se esticou. Rachel podia sentir a perigosa tensão que lentamente projetava seu corpo

      — Faça algo com seu cliente, John, — ordenou ao advogado — antes que eu seja quem o faça.

      Seja pelos incisivos na boca de Jonas ou por seu furioso olhar assassino, Devon cedeu com uma careta infantil e olhou para Rachel de novo.

      — Isto muda tudo, Sr. Edgewood. — O prefeito levantou a cabeça dos documentos antes de olhar a agente dos Serviços de Proteção ao Menor. — Sra. Blanchard? Você vê você algo que eu não vejo?

      — Estou de acordo com sua avaliação. — declarou a amável e amadurecida representante dos serviços à infância fechando seu processo. — Não podemos levar a menina do Santuário.

      — O Santuário não tem direitos sobre as crianças que não são das Castas. — disse Frost defendendo sua posição.

      — Leia seu documento, Daniel — aconselhou Edgewood. — O próprio Sr. Wyatt assinou os documentos necessários para incorporar a filha da Srta. Broen ao Santuário, o qual está escrito na Lei de Castas e assinado por nosso presidente e pelo Congresso. Ela não precisa ser Casta; sua mãe simplesmente foi considerada uma companheira de Casta, e com sua presença aqui, assumo que ela está de acordo. — Edgewood lhe devolveu o olhar.

      A tensão do Jonas aumentou vários graus.

      — Estou de acordo. — Não havia forma de que não o estivesse. Não podia perder a sua filha, e ela sabia muito bem que estava lutando em uma batalha perdida no que se referia a Jonas.

      — Puta! — espetou-lhe Devon com um sussurro longo e perverso.

      A mão de Rachel apertou a coxa do Jonas quando o sentiu mover-se. O insulto estava pensado para provocar Jonas, para que Devon ou um de seus advogados pudessem usar sua reação contra as Castas e Rachel na batalha pela custódia de Amber.

      Ele não se moveu. Manteve-se imóvel, silencioso, com toda sua atenção centrada em Devon e Rachel sentiu a promessa da retribuição que surgia dele.

      — Daniel, Ryan, por favor, acompanhem Devon à limusine — Espetou Edgewood quando Cassie se levantou cravando seu imperioso e gelado olhar no outro homem.

      — Sr. Edgewood antes que presente qualquer moção ante qualquer tribunal, ou tentar levar a uma de nossas crianças do Santuário, é possível que deva realizar uma investigação completa sobre a Lei de Castas e todas os medidas necessárias para os documentos a apresentar, — informou-lhe. — As leis de emparelhamento são complicadas, exigentes e, acredite, criadas para ser inquebráveis durante os próximos dois séculos. Pense nisso antes de tentar colocar a filha da Srta. Boern com qualquer outra pessoa que não seja sua mãe.

      Edgewood fez uma careta antes de reunir os arquivos e documentos que Cassie o tinha entregue e guardá-los em sua maleta.

      — Peço desculpas por meu cliente, Diretor Wyatt — Edgewood declarou fechando sua maleta e preparando-se para sair.

      — Não é necessário que se desculpe, John — disse Jonas arrastando as palavras e levantando-se. — Não é você quem deve fazê-lo.

      Rachel estremeceu ao ouvir a intenção na voz de Jonas, e Edgewood não era nenhum tolo. Seu penetrante olhar pousou em Jonas antes de assentir lentamente e se voltou para Cassie murmurando:

      — Estaremos em contato.

      A sala se limpou, e segundos depois descenderam lentamente as escuras persianas.

      — Isto não acabou — os informou Cassie. — Um pequeno aviso para vocês dois, Marshal pode pedir uma prova de emparelhamento, a qual, infelizmente, não podem proporcionar até que se acoplem.

      — Quanto tempo temos, Cassie? — Perguntou Jonas com voz tensa.

      Cassie fez uma pausa, e sorriu amavelmente para Rachel.

      — Bastante tempo, Jonas. Não acredito que precisemos nos preocupar. — Levantando levemente as sobrancelhas. — Ao menos, ainda não.

      Rachel esfregou as mãos, ainda se sentia fria e temerosa.

      — Quando fez tudo isto?—Sussurrou, voltando-se para Jonas. — Toda a papelada aceitando Amber na Sociedade de Castas, me declarando sua companheira?

      Refletia-se uma dureza em seu rosto que quase era aterradora.

      — Declarei você minha companheira antes do nascimento de Amber. Quando nasceu, preenchi os documentos necessários para aceitá-la como minha filha.

      — Adotou-a? — Perguntou incrédula.

      Ele deu de ombros antes de esfregar a nuca.

      — Não a adotei, aceitei-a. Há uma diferença. Uma Casta não precisa adotar uma criança. Uma vez que ele ou ela é aceito como responsabilidade dela, então se converte em seu filho, tanto se viver no Santuário, em Heaven, ou não. É simplesmente uma parte da Lei de Castas para assegurar que uma companheira não possa ser governada pelas leis da sociedade nunca mais, assim como um Casta pode ser. Autogovernamos-nos completamente, a não ser por uma declarada agressão ao país, as suas leis ou as suas autoridades competentes.

      Rachel sabia que a Lei de Castas era deliberadamente complicada, e a menos que tivesse uma visão em totalidade dela se podiam omitir algumas elucidações. A burocracia para fazê-lo era longa e custosa.

      Havia-se fato de tal maneira para recordar a nação e ao mundo o inferno que as Castas tinham tido que suportar. Durante duzentos anos, lhes tinha outorgado uns direitos e uma capacidade de manobra inconcebível em qualquer outro momento ou para qualquer outra raça.

      — Deveria ter me perguntado. — Passando os dedos por seu cabelo, Rachel lutava para manter suas emoções e temores a raia.

      Emparelhar-se era totalmente diferente da decisão de deitar-se com um homem ou aceitar um matrimônio.

      — Por que? — Assinalou a Cassie e a Crack do refúgio que fechassem as persianas automáticas. — O que teria adiantado com isso?

      — Eu deveria havê-lo sabido.

      — Poderia ter protestado e adiado toda a papelada para proteger Amber, — informou-a impassível. — Meu principal objetivo era protegê-la e a sua filha, Rachel.

      — Meu deus, age como se ela pertencesse a você! — Saltou ela, desconfiando de seus motivos.

      — Você me pertence, assim Amber é minha responsabilidade. — Declarou Jonas. — Sei que você é minha companheira. Aceitando você, aceitei a sua filha como minha própria.

      — Isso não tem sentido. — Não existia nenhum homem capaz de aceitar uma criança como sua sem conhecer a mãe ou amá-la.

Não o entendia.

   Jonas podia sentir a confusão que formava redemoinhos dentro dela, parte aborrecimento, parte temor.

      — É parte da genética de Casta. — Suspirou, desejando poder fazê-la entender, desejando que pudesse aceitá-lo tão facilmente como o fez Elizabeth Sinclair.

      Mas naquele caso, Dash, seu companheiro, tinha vindo por causa de sua correspondência. Não era a mesma situação. Criou-se um laço antes do nascimento, porque sua mãe era sua companheira.

      A genética animal era uma merda.

      Viu como respirava bruscamente, passando os dedos de novo por seu cabelo e olhando-o como se não estivesse segura de quem ele era.

      — Os leões machos matam os filhotinhos quando reclamam a manada de outro macho. —murmurou Rachel com exasperação.

      — Os machos humanos querem os filhos das mulheres que amam — completou por ela. — Não somos animais, Rachel. Somos homens com uns pequenos vícios genéticos. Nada mais e nada menos. — O que não era uma mentira, mas tampouco toda a verdade.

      — Devon não vai abandonar tão facilmente. — separou-se dele e olhou fixamente as obscurecidas janelas. Jonas podia ver sua luta tentado entender o sentido que se converteu sua vida.

      — Devon não tem escolha. — Era assim simples. — Nem todo o dinheiro do mundo, nem todos os advogados que ele possa comprar podem mudar a Lei de Castas, Rachel. Asseguramo-nos disso.

      Um sorriso zombador apareceu em seus lábios.

      — Está agindo como se os Marshal fossem jogar limpo depois de tudo.

      — E você acredita que as Castas jogará? — riu entre dentes, embora o som estivesse cheio com uma advertência de perigo. — Vamos, nos afastemos deste inferno e desses malditos jornalistas.

      Tocou-a outra vez. Sua mão pressionando a parte baixa de suas costas, dirigindo-a para a porta, onde os Enforcers os esperavam para escoltá-los longe da entrada e dos repórteres que igualmente podiam lhes disparar tanto uma bala como um flash.

A volta ao apartamento foi rápida, silenciosa. Rachel manteve os braços cruzados em seu peito enquanto lutava para manter as perguntas que arrasavam sua mente assim como o controle que suas emoções tinham quebrado.

      Estava se apaixonando, não podia evitar. Jonas lhe tinha provado de muitas formas diferentes sua completa dedicação. Sua fome dela. Sua necessidade. Sua determinação de protegê-la.

       Ele não o tinha chamado amor. Para ele, ela era sua companheira, pura e simplesmente. Um presente que Deus lhe tinha feito, que nunca pertenceria a outro homem.

       Mas ele não o tinha chamado amor. Não o reconhecia como amor. Entrando na casa, foi ao quarto de Amber, e informou a jovem fêmea Casta que cuidava da menina que podia ir, então levanto nos braços a sua filha do berço.

      —Cassie está ao telefone via satélite. Precisa falar com você. — Jonas de pé na porta, com seu olhar escuro. — Quer que segure Amber enquanto fala com ela?

      Silenciosamente, entregou Amber, olhando como ele a aconchegava em seu peito, olhando-a cuidadosamente.

      Esse olhar. Era completamente arrogante, mas havia uma vulnerabilidade nele que a fazia sentir emoções que ela não queria admitir.

      — Cassie?— Levando o telefone ao ouvido.

      — Vá à outro quarto, Rachel. Precisamos falar. — O tom do Cassie não admitia réplica. Para ser uma adolescente, soava assombrosamente amadurecida. — E não se incomode em inventar desculpas para o Jonas; ambas sabemos que ouvirá todas e cada uma das palavras que dissermos.

      Girou os olhos quando olhou para Jonas, notando quem bem ele pretendia disfarçar que não tinha ouvido nada do que Cassie havia dito.

      As Castas eram uma espinha no traseiro.

Sacudindo a cabeça, saiu do quarto e atravessando a sala foi à cozinha.

      — Bem. — Cassie disse quando chegou ao cômodo afastado. — Assim, como se sente?

      Que como se sentia?

      — Cassie, está tomando drogas? — perguntou cuidadosamente.

      A jovem riu ligeiramente.

— Não tomo nenhuma droga, Rachel. Simplesmente quero me assegurar que a aceitação de Amber pela Sociedade de Castas não tem buracos. Nada que Marshal possa utilizar para romper essa cláusula.

      — O que eles não adquirem legalmente, conseguem-no ilegalmente. — Suspirou Rachel. —Amber nunca estará segura.

      — Nenhum adulto ou criança dentro do Santuário está totalmente a salvo, Rachel. — disse Cassie brandamente. — Nenhuma companheira de Casta ou amigo está a salvo. Só é uma parte de nosso mundo.

      Uma parte de seu mundo. E não importava se eram crianças ou adultos, amigos ou companheiros. Quaisquer uns com alguma relação com as Castas estariam sob o fogo em um momento ou outro.

      Ela o tinha sabido, disse a si mesma. Estava avisada desde o começo, mas até agora, a realidade não a tinha golpeado. Ela e Amber nunca estariam realmente a salvo; estavam vivendo um tempo emprestado. Antes ou depois, ela seria um objetivo por causa de seu trabalho, sua amizade com Merinus e Kane, ou simplesmente porque acreditava firmemente na liberdade das Castas.

      — Estou bem, Cassie — disse finalmente a jovem. — Só preciso pensar.

      — Provavelmente pensar é justo o que menos necessita, Rachel. — disse Cassie com amabilidade. — Pode ser já tenha chegado o momento de só sentir. Boa noite, Rachel.

A linha se desconectou, deixando Rachel olhando a cozinha com uma vaga sensação de iminente antecipação. Nervosa.

      Desligando o telefone, voltou para o quarto, só para assombras-se de novo com o homem, a Casta, que a tinha reclamado.

      Estava trocando as fraldas de Amber como se o houvesse feito muitas vezes com antecedência. E o havia feito realmente, enquanto Rachel dormia.

      — Cassie gosta de colocar o nariz tanto em coisas que não são de sua conta como nas que são. — Jonas abotoou a roupa de baixo de Amber antes de lhe pôr sua roupa pelos pés.

      O bebê chutava, gorgoteava, agitando seus punhos enquanto olhava para Jonas com assombro infantil.

      — Preocupa-se, suponho — sussurrou Rachel.

      Jonas assentiu, levantou Amber da cama, mantendo-a perto de seu peito, alcançando a mamadeira que obviamente tinha preparado com antecipação.

— Tome um banho, Rachel. — Olhou-a com seus olhos cor prata com calma no lugar da raiva habitual. — Relaxe um momento. A próxima aventura chegará muito cedo.

      “A próxima aventura”.

       Ela quase sorriu, era o que estava acostumado a dizer sua irmã. E só era a verdade.

Esperava que a próxima aventura não fosse uma prova tão dura para seus nervos.

 

        O banho ajudou, mas Rachel se encontrou não tão sonolenta, não tão cansada como deveria estar. Puxando a longa, quente camisola que foi providenciada para ela e que fazia jogo com o robe, ela tomou uma profunda respiração antes de deixar o banheiro.

Ela encontrou o berço de Amber vazio quando voltou ao quarto. Ela tocou o super macio protetor dobre o colchão e sentiu o coração apertar como algo parecido ao pânico.

Jonas estava desenhando um esboço seu. Ele estava atando-a a ele de formas que ela não estava certa de querer estar atada.

Amor.

Ela havia pensado que amava Devon. Aqueles meses na Suíça foram incríveis, mesmo que o trabalho que a levou lá não tivesse ido tão bem.

Ela pensou no destino quanto conheceu Devon.

Ele foi brilhante, divertido. Ela bem sabia quem era sua família por meses. Não até seu pai chegar, obstinado, com desaprovação e informando-a que ela não era boa o bastante para se casar com a elite do clã Marshal.

Sua confusão foi quase cômica.

Ele olhou Devon nos olhos e o renegou ate que ele decidisse tomar coragem, como ele o chamou, e cavasse a estúpida vadia que ele tinha engravidado.

Ele jogou um maço de dinheiro no chão, ordenou que ela pegasse e providenciasse um aborto e partisse.

Devon jurava que a amava. Ele tinha contatos, ele suplicou. Ele encontraria um trabalho; ele amava trabalhar.

Ela aspirou profundamente. Aquela noite ele desapareceu. Não apenas com o maço de dinheiro e o dinheiro de Rachel, mas também com seu passaporte e cartões de crédito. Ela ficou encurralada; o aluguel e contas pendentes. Lá não havia comida.

Ele deixou uma carta, curta e direta ao ponto. Ele entraria em contato com ela quanto o médico ao qual ele enviara chamasse e informasse a respeito do aborto. Então ela poderia ir para casa.

A embaixada se recusou a ajudá-la. Claro, O pai de Devon se certificou disso. Ela não foi capaz de conseguir emprego. Cada vez que ela conseguia um, alguma coisa acontecia e ela despedida em horas.

Ela ligou para Kane em desespero quando não conseguiu encontrar Diana.

E agora, aqui estava ela.

Talvez Devon fosse o destino depois de tudo, ela pensou. Aquela estrada a levou para Merinus e então para Jonas.

Ou talvez ela simplesmente ela estivesse fantasiando como Diana sempre a acusou de fazer.

De qualquer maneira, aqui estava ela, e estava aprendendo que o amor não era tão certo, ou tão doce e fácil, como ela pensou uma vez que seria.

Ele vem com complicações e vem com o inferno de perguntas.

Virando, ela caminhou até a porta, e pela segunda vez, parou. Em frente ao fogo, sobre o grande, macio tapete em frente, Jonas estava deitado com Amber.

Ele tinha trocado de roupas, vestido com um moletom solto, pés descalços e peito nu, ele se deitava perto do bebe com o fogo cintilando em frente a eles.

Amber estava vendo as chamas com a maravilha sonolenta que só um bebê poderia mostrar. Seus cílios se baixavam, o sono afiando sua expressão com Jonas cantarolando baixinho uma canção de ninar

O ritmo do som escuro ninava ela também, mas ele não fez nada para causar sonolência. Rachel sentiu seu corpo inteiro sendo lavado com excitação. A sensação era mais profunda, mais forte do que jamais havia sido, alimentada por emoções que rasgaram através dela, que deixou uma dor pelos braços dele em torno dela, ou uma vaga sensação de calor e diversão em seu olhar.

Era o calor do acasalamento, ou simplesmente uma ampliação da resposta emocional e física para a pessoa que ela deveria amar de qualquer forma?

A sociedade havia criado um mundo onde compromisso de um relacionamento, o casamento, não quer dizer o que significava outrora. Casamentos terminavam por causa de dinheiro, a família, os argumentos mesquinhos e os trabalhos que deixavam as pessoas cansadas e em busca de paz. Uma paz que não era frequentemente encontrada quando atravessavam a porta e encontravam as crianças gritando, tarefas intermináveis, e telefonemas de parentes exigentes.

Será que a natureza decidiu contornar a habilidade de ignorar as relações e o compromisso de uma pessoa?

O que ela sentiu não era uma sedução forçada ou fome. Isso foi natural. O que ela sentiria uma vez que ela tomou o beijo, ela sabia que estava à espera de outra coisa. Aquele beijo que ia amarrá-la a um homem por mais de uma vida. E isso a faria parte de algo que ela ainda não entendia, mas achou que não queria perder.

E sua irmã, Diana, disse que não tinha um senso de aventura. Ela estava prestes a ir para uma aventura que até mesmo sua irmã hesitaria em enfrentar.

— Ela quase dormiu —. O murmúrio suave parou para ser substituído pelo rico, escuro som de sua voz. — ela ama assistir as chamas.

E assisti-lo com sua filha partia seu coração. O homem deitado no chão não era nada parecido ao Diretor de assuntos da raça que ele demonstrou ser ao sair de sua cabine.

Este homem estava destinado a ser pai. Ele esta destinado a estimar e amar todos os que se colocassem sob sua proteção.

— É a luz bruxuleante que ela ama —, Rachel disse a ele enquanto ela via os cílios de sua filha baixar mais.

Seus dedos acariciaram gentilmente o braço do bebe, seus dedos pequeninos. Amber parecia tão pequena perto dele que Rachel imaginou que ele não estava com medo de tocá-la. Às vezes, Rachel estava aterrorizada de quebrá-la.

— Ela se parece com você —, Jonas disse, sua voz continuou macia. — Uma beleza viva.

Rachel prendeu a respiração quando ele levantou os olhos da criança para ela. Pela primeira vez, o mercúrio fluido dos seus olhos não se revoltava. Eles estavam calmos, brilhando em seu rosto moreno, com poder e promessa.

Ela não podia falar. As palavras pareciam presas em sua garganta, lhe faltava o poder de expulsa-las. Ele fitava-a como se realmente a adorasse, como se ela talvez fosse perfeita, bonita, uma mulher que valesse a pena ser desejada.

Nenhum homem jamais a fitara assim antes. Nenhum homem jamais a fez se sentir como se fosse o centro de seu desejo, e somente ela pudesse saciá-lo.

Jonas levantou-se de joelhos então, levantou o bebe e endireitou-se antes de atravessar a sala para o pequeno berço, o qual ele deve ter colocado lá enquanto ela esta tomando banho.

Rachel fechou a porta do quarto e entrou na sala.

Ele estava colocando o bebe perto deles para que pudessem ouvir qualquer som de seu quarto, separados pela lareira. Privado, mais ainda acessível caso Amber os necessita-se.

— Pensei que você iria querer ouvir se ela fizesse algum barulho esta noite. — Ele colocou Amber no berço para que ela pudesse continuar a ver as chamas, antes de elaborar um cobertor de luz decorado com ursos de pelúcia rosa minúsculo sobre seu pequeno corpo.

— Eu não entendo isso —, ela sussurrou enquanto fez uma pausa ante a lareira e viu quando ele se virou para ela. — E eu estou com medo disso.

— Medo de quê? — Ele se moveu para ela, suas longas pernas diminuindo a distância, apesar do fato de que ele estava se movendo lentamente. — O que há a temer, querida? Mais prazer do que você pode imaginar? Um homem que morreria por você?

Coisas que as mulheres juraram que morreriam por obter. Não foi o amor, ou a devoção, que a assustou, no entanto.

— É o calor de acasalamento. — Ela engoliu com força. — Eu não gosto de não ter controle, Jonas. Eu não sei como viver e não ter a certeza de que o amanhã vai trazer, ou como não controlar o que é meu próprio destino.

— Você sabia que o amanhã traria, quando você estava com o Marshal? E querida, eu odeio dizer isso, mas você tem todo o controle —, disse-lhe baixinho, as mãos movendo-se para os ombros, os dedos acariciando a carne revelada pelo decote do vestido solto. — Tudo o que você quiser, eu estou aqui para fornecer, Rachel —, prometeu. — O que mantiver você segura, feliz e em meus braços, eu estou aqui para te dar. Apenas me diga o que quer.

Ele baixou a cabeça, mas não beijou seus lábios. Ele não partilhava o hormônio de acasalamento que Ely declarou fazia cada respiração uma tortura, o desejo era tão intenso. Em vez disso, seus lábios tocaram a pele logo abaixo da orelha, onde as sensações foram ampliadas, onde o calor interno se espalhou pelas terminações nervosas dela como um incêndio.

Rachel sentiu cílios fechando a deriva com uma fraqueza sensual e uma sobrecarga emocional assaltando-a. O que ele fez com ela, ela mal conseguia fazer sentido. Ele poderia partir seu coração, ele poderia fazê-la querer matá-lo, mas por tudo isso, ela não queria perder esta oportunidade.

— O que você está fazendo? — A respiração foi ficando mais difícil no segundo em que ela se sentia ardente de excitação, marcando-a com a necessidade de seu toque.

Seus lábios eram veludo quente, sua língua, com sua pequena lima, uma rugosidade aquecida que teve os seus os olhos fechados e um enfraquecimento nos joelhos, e a fome de se sentir mais, sentir todo ele, quase a esmagava.

— Jonas —. Ela sussurrou seu nome, a necessidade crescia dentro dela agora, rasgando através dela e derrubando as resistências a qualquer pensamento que ela pode ter abrigado a cerca deste passo, por mais tempo.

Erguendo as mãos, ela apertou os dedos em seu rígido, quente abdômen, sentindo-o flexível sob os dedos como seu próprio estômago aumentando a fome. Ela amava como ele prontamente respondeu ao seu toque. Não houve jogos com ele. Ela lhe deu prazer tão bem como ele lhe deu.

— Venha para a cama comigo, Rachel —, ele suspirou contra sua orelha. — Eu prometo, não haverá pressa esta noite. Você tem todo o tempo que precisar para se acostumar a ideia. Para decidir se a perda do controle vale a pena.

Ela levantou a cabeça, olhando para ele, imaginando a delicadeza incrível na sua voz.

— Dói-lhe, — ela sussurrou.

— Como machucaria qualquer outro homem que não tivesse você. — Ele segurou seu rosto, o dedo correndo sobre os lábios. — Você é um vício para mim, amor. Mas não é como se eu estivesse desistindo completamente ainda.

Ele olhou divertido, paciente. Ele não se parecia com um homem no auge da agonia.

— Ely acredita...

— Ely às vezes é um pouco super protetora quando se trata de acasalamento de raças, e é muito curiosa sobre a biologia dos fenômenos —, ele parou enquanto sua mão acariciou abaixo em seu braço, os dedos encontrando os dela quando ele voltou a dirigi-la para seu quarto. — Não se preocupe com o que diz Ely, Rachel. Preocupe-se com o que você precisa.

Ele estava mentindo para ela. Ela podia ver a mentira em seus olhos, na fina película de suor brilhando ao longo de sua testa. Ele estava com dor, e o conhecimento de como ele se continha, para dar-lhe o tempo que ela precisava, fazia com que se perguntasse se esta contenção era verdadeiramente o que ela queria fazer.

Ele precisava beijá-la. As glândulas sob a língua, como Merinus lhe explicou, poderiam tornar-se dolorosamente sensíveis a menos que o hormônio fosse partilhado.

Ele estava protegendo-a.

Ela deixou que ele a conduzisse para o quarto com borboletas voando através do estomago e os pulmões apertados pelos nervos

Ela tinha fantasiado por muito tempo. Tantas noites tinha imaginado como seria se ele a tocasse alguma vez. E seu toque era mais do que ela poderia ter sonhado.

Quando ele a conduziu dentro do quarto, Rachel parou em frente a ele, vendo em seus olhos o incrível controle que ele estava exercendo sobre si mesmo agora.

Olhos de mercúrio líquido assolados com fome, com a necessidade. Sua expressão era tensa, selvagem. E sexy. A feição poderosa e primaria de seu rosto, a força de seu corpo, eram tão malditamente sexy que ela mal conseguia olhar para ele sem a necessidade de seu toque.

Sem a necessidade de tocá-lo.

Chegando aos seus ombros nus, Rachel deixou as pontas dos dedos deslizarem em todos os poderosos músculos, sentindo a tensão neles, bem como o controle firmemente mantido.

— Você é um mentiroso —, ela sussurrou. — Merinus me contou tudo sobre o calor do acasalamento, Jonas. E o que ela não me contou, eu adivinhei ou Ely teve a gentileza de cuspir para fora a informação.

— Merinus tem uma boca grande. — Ele fez uma careta quando arranhou toda a sua carne.

— Merinus me diz a verdade —, declarou ela enquanto ele olhava para baixo com os olhos estranhamente coloridos.

— Não. Merinus mentiu. — Ele empurrou quando as unhas arranharam mais baixo, olhando para os tensos, discos rígidos de seus mamilos masculinos.

Ela se perguntava por quanto tempo ela poderia brincar com ele? Até que ponto ela poderia empurrá-lo? Será que realmente quebraria seu controle? Ela nunca tinha ouvido falar de alguém, homem ou mulher, quebrando o seu controle muito elogiado.

— Eu acho que você gosta de mentir. — Inclinado para frente, seus lábios tocaram seu peito, sua língua chegando a lamber a um do intumescidos, duros mamilos masculinos, degustação e, em seguida querendo mais.

Sua mão ergueu, emaranhando em seus cabelos e segurou-a ainda por muito tempo, momentos tensos antes de ela sentir a facilidade marginal.

— Eu não minto —, ele suspirou, sua mandíbula contraiu quando ela olhou para ele antes de roçar em seu mamilo com os dentes.

— Basta —. Um gemido saiu de seus lábios enquanto seus enredava seus dedos em seu cabelo novamente. — Não me tente, Rachel. Se você acha que conhece o medo do calor do acasalamento agora, então você certamente irá entender o que o verdadeiro medo é se você se mantiver a me empurrar como esta.

— Como o quê? — ela soprou enquanto beijava o centro de seu peito. — Como isso? — Ela mordia sua carne, puxando, sentiu seu estômago tremer contra o seu próprio corpo quando o calor inundou seu centro.

A necessidade de seu toque correu através dela como uma tempestade, enfraquecendo seus joelhos e pulsos através de seu ventre enquanto ela prendia a respiração com a sensação.

A menor indicação de seu prazer era quase o suficiente para quebrar o seu controle. Ela o sentia tenso, vendo como seu olhar queimava, aquecia, tornando-se derretido.

Um gemido retumbou em seu peito, ele puxou sua cabeça para trás, a sua baixando como se preparando para beijá-la.

Um beijo que nunca veio. Em vez disso, os lábios pressionaram seu queixo, arrancando um gemido mudo de seus lábios enquanto ele empurrou o seu manto dos ombros com a mão livre antes de soltar os dedos de seu cabelo, e com esta mão, puxou a alça do vestido fino sobre seu ombro. Era tão sensual, tão sexual, Rachel não poderia segurar o gemido que saiu de sua garganta.

O quarto ficou aquecido com a fome. Rachel podia sentir isso no ar, crescendo entre eles enquanto ela lutava para manter o juízo.

— A necessidade de tocar em você me deixa louco —, ele rosnou enquanto o manto e vestido formavam um atoleiro a seus pés.

Ela estava nua agora. Diante dele, seu corpo desnudado para ele ver, para afagar, possuir.

— Deus, olhe para você. — Seu olhar desceu para os seios, os mamilos duros e apertados, tão sensível que o próprio ar que passava por eles os acariciavam.

Rachel fechou os olhos perdida no prazer de suas mãos em concha contra seus seios, afagando-os. Ela podia sentir a imperiosa necessidade crescente entre eles agora, a sensação de fome primaria rasgando entre eles.

Rachel sentiu tremores de necessidade correndo para baixo em sua coluna, cintilando através de seu centro, gerando uma chama através dela que ela se perguntava se havia alguma maneira de colocar para fora. Ela poderia ter suficiente de seu toque, ou a fome só continuaria a crescer?

Quando ele apertou seus mamilos entre o polegar e o dedo, Rachel prometeu a si mesma que esta noite não era só para ela. Jonas, ela estava começando a perceber, iria colocar de lado seus próprios desejos, seus anseios próprios, para sua companheira. Para ela.

Era isso justo? Tantas pessoas tomaram dele, mesmo quando ele as manipulou, ainda, eles tomaram, enfureceu-se com ele pelos jogos que jogou, os resultados que conseguiu, e tudo que ele deu de si mesmo. E ninguém se ofereceu, ou suas vidas, para Jonas.

E mais uma vez, Jonas estava disposto a dar de si mesmo e pedir nada em troca.

Era isso que ela queria?

Sua cabeça inclinou-se para trás quando ele moveu os lábios pelo seu pescoço, áspero veludo, acariciando o prazer através de cada nervo, ainda não foi suficiente.

Foram só os lábios. Nenhum traço de sua língua, sem beijo de seus lábios. E ela queria isso, desesperadamente.

Ela ficou aterrorizada do calor de acasalamento, mas ela estava mais apavorada de não conhecê-lo.

Ela estava apavorada, ponto. Sua vida estava fora de controle, de muitas formas, e ainda assim, ela parecia estar exatamente onde deveria estar. Ela estava onde deveria estar. Aqui nos braços de Jonas.

E ela sabia que algo estava faltando: o seu beijo. A sensação de seus lábios se movendo ao longo dela, acariciando sua língua contra a dela.

Seus lábios estavam em seus seios, acariciando sobre a carne, esfregando contra seu mamilo. Ela arqueou mais perto, tentando empurrar o mamilo entre os lábios. Ela queria lá, doendo para senti-lo lá.

— Jonas —. Ela sussurrou seu nome, sabendo que ele não estava nem perto de perder seu controle notável.

Deveria ela quebrá-lo? Ela poderia quebrá-lo?

Ela olhou para a cabeça escura, aturdida, quase pronto para implorar por mais.

— Você acha que isso é suficiente? — ela sussurrou enquanto ele levantava a cabeça.

— Não, nunca o suficiente. — Seus lábios roçavam-lhe o mamilo novamente.

Deus, foi incrível, apenas isso.

Sua mão achatada contra seu estômago, os dedos seguindo para baixo, descendo, empurrando para os cachos entre suas coxas e Rachel sentiu seus sucos derramando de seu centro.

Ela estava começando a perder o fio do pensamento, a vontade de fazê-lo perder o controle. Provavelmente porque os dedos estavam trabalhando em torno de seu clitóris, acariciando-a ate a loucura.

— Eu quero mais. — As mãos dela moveram de seu peito para o abdômen, para a cintura do moletom que ele usava.

Ela os queria fora. Ela queria sentir cada centímetro do seu corpo nu contra ela. Ela queria a sensação de seu membro, duro e grosso, pressionando contra ela, dentro dela.

Em primeiro lugar. Oh Deus, em primeiro lugar queria senti-lo em suas mãos, contra os lábios.

Ela poderia fazer isso?

Ela nunca tinha feito isso antes porque ela era muito tímida. Porque ela nunca entendeu por que ela iria querer - até agora. Agora ela sabia por que ela queria fazê-lo. Ela queria fazer ele se sentir tão bem. Queria ouvi-lo grunhir, rosnar. Ela queria saber o que seria necessário para fazê-lo ronronar.

O elástico escorregou de suas coxas, sobre a carne pesada do eixo e Jonas estremeceu, gemeu e puxou-a contra ele.

Suas mãos estavam trancadas em seus quadris, a cabeça jogada para trás quando ele a ergueu contra ele, seu membro duro e tenso pressionado contra o montículo de seu centro e ela ouviu aquele retumbar em seu peito novamente.

Ela sentiu seus pés deixando o chão e um segundo depois, ele estava deitado-a de costas na cama, se posicionando sobre ela, os lábios puxados para trás num esgar de fome.

Incisivos surgiram, fortes e afiados nas laterais da boca.

Ela sentiu seus joelhos entre suas pernas, abrindo as coxas dela, movendo-se sobre ela.

— Isso não é justo. — Fraca, tremendo, suas mãos encostadas no peito quando ele se aproximou dela.

Ela queria o prazer dele, necessitava de seu prazer.

— O que não é justo? Eu vou fazer isso justo. Eu prometo, o que for preciso para torná-lo justo, Doce Céu, deixe-me sentir você.

— Deixe-me sentir que você primeiro. — Empurrou em seus ombros.

Seus olhos se estreitaram. — Não faça isso, Rachel.

— Fazer o quê? — Ela moveu de encontro a ele, acariciando a perna sobre a sua, sentindo os quase invisíveis, muito finos pelos que a cobriam como a mais macia penugem.

O calor formigou a pele onde eles se tocavam, aqueceu-lhe a carne.

— Deixem-me controlar isso, Rachel, — ele soprou bruscamente. — Eu prometo, vai ser tão bom.

— Talvez seja tão bom se eu começar a tocar também —, sugeriu ela, seu tom gutural, surpreendendo-a, um senso de diversão crescendo dentro dela.

Ele a fez querer se divertir. Era como se ele a desafiasse para desafiá-lo. Foi esse autocontrole que ele tinha. Fazia uma mulher só quer esmagá-lo.

— Não tenho dúvida que seria. — Um sorriso lento crispou seus lábios, um dos raros, verdadeiros sorrisos que tinha visto dele. — Mas vamos ver como isso se sente primeiro.

Ele a lambeu.

Rachel congelou quando sua língua a acariciou, leve como o ar, por cima do ombro, espalhando a mesma sensação de calor como penas sobre suas pernas quando as suas tinham acariciado contra eles.

Sua língua raspou, só um pouquinho. Apenas o suficiente para sentir escuro e descontroladamente primário. O suficiente para enviar uma emoção proibida de corrida através de sua mente.

Ele era bom em manter a mão superior: o curso de sua língua, a torção do corpo, a maneira como ele a puxava contra ele, sua mão ao redor do monte de curvas suaves de seu traseiro para dobrar seu quadril contra o dele.

Seus dentes mordiscavam o lóbulo da sua orelha. Levemente. Tão levemente. Suas mãos afagando sobre ela, a almofada de um dedo roçando contra o mamilo como o mínimo beliscão.

Um arranhão, como a unha de encontro a aréola, enviou um raio de calor do mamilo para o clitóris.

Ela se contorceu debaixo dele. Ela queria muito mais. O calor estava crescendo entre suas coxas, lavando através de seu corpo. A sensação de seu pênis pressionando contra o monte, brilhando contra seu clitóris, estava a levando a loucura.

Seus quadris rolaram, o impulso, deslizando de lado a lado, acariciando o eixo duro aquecido através da pesada, lisa umidade. As pregas do seu centro, inchadas e sensíveis, separadas sob a pressão. Seu clitóris estava em agonia, segurando a liberação fora do alcance enquanto ela arqueava embaixo dele.

Ela tinha de vê-lo, observá-lo.

Abrindo os olhos, ela olhou acima dela. O suor escorria de sua testa, de seus ombros. Um riacho corria por seu peito, lento e fácil, rolando com sensualidade preguiçosa, como seus lábios entreabertos, elevou a cabeça, sua língua indo para pegar a gota de umidade.

Canela e cravo. Uma rica, escura tempestade. Meia noite e loucura. Os sabores infundindo seus sentidos enquanto ela o sentia se mover. Suas coxas se separaram mais, uma hesitação quando ele colocou um preservativo sobre o duro comprimento de seu membro. Havia algo de errado com isso. Ela sabia que deveria protestar, mas antes que pudesse formar as palavras, antes que ela pudesse se lembrar por que, ele estava entrando dentro dela.

Ardente, intensa, dor-prazer lavados através dela. O alongamento de delicadas, macios músculos, o roçar de sua espessura, a carne dura deslizando dentro dela. Foi extraordinário. Era como queimar viva dentro de uma tempestade de fogo que ela não podia controlar ou fugir.

Pela primeira vez, ele não estava atrás dela quando lhe deu prazer. Ele estava olhando para ela, seus olhos de prata escurecendo, tornando-se uma tempestade de mercúrio, uma conflagração aquecida que correspondeu ao fogo surgindo através de seus sentidos agora.

Pouco a pouco, um centímetro de agonia por vez, seus quadris se moveram, pressionando e trabalhando seu membro mais profundo dentro dela.

Ela teve que olhar. Para assistir. Encarando entre as coxas, ela podia ver a ereção revestida de látex, brilhante da umidade e que estava empurrando completamente. Era largo, escuro, dividindo as dobras de sua carne e desaparecendo dentro dela.

Ele estava tomando-a.

Arremessou a cabeça para trás quando ele empurrou no mais profundo, duro, estocada exigente, seguido por um gemido de prazer quando ela arqueou debaixo dele e o comprimento do seu membro desapareceu completamente dentro dela.

Calor, êxtase, o sentimento de entrega total, a liberdade total, infundido-a. Ela sentia como se estivesse voando, como se fossem trancados em um voo de êxtase completo, correndo em direção ao sol.

Luz e cor explodiram atrás de seus olhos fechados quando Jonas começou a se mover. Ele fodeu como se cada traço devesse ser saboreado, lembrado, para sempre gravadas em ambas as suas mentes.

Impulsionou seus quadris, deslizou, mudou de um lado para o outro, esticando sua ereção para mais longe, para revelar as terminações nervosas anteriormente escondidas e zonas erógenas em sua escalada para liberação.

Ela não conseguia respirar. Ela estava ofegando por ar, certa de que ela ia desmaiar. O prazer foi tão intenso, fome tão profunda e forte dentro dela, ela não conseguia o suficiente. Ela nunca conseguiria suficiente. Ela sempre necessitaria de mais.

Não admira que os seus amantes eram tão difíceis de se livrar do passado, pensou vagamente. Este foi o motivo. Porque ele fodia como um sonho, como uma fantasia sombria que vêm à vida para possuir sua alma com não mais do que isso. Esta posse.

Elevando suas pernas, ela enlaçou-as em torno de sua cintura e lutou para se segurar nele quando o prazer começou a girar fora de controle.

O controle foi perdido. Acima dela, Jonas as estocadas foram se tornando mais e mais rápidas. Ela podia ouvir os rugidos vindos de seu peito, animalescos, selvagens, enquanto seu membro mergulhava dentro dela, fodendo-a com um ritmo furioso quando ela começou a comprimir-se debaixo dele.

Sensações correram através de seu sistema, através de seu sangue. O roçar do ar contra sua carne foi excepcional, a sensação de empurrar seu corpo para dentro dela era de êxtase.

Seus quadris se elevaram, sua cabeça se curvou para trás nos cobertores e o grito que foi derramado de seus lábios mal foi abafado pela dura, calosa palma da mão que de repente prendeu seus lábios.

Rachel explodiu. Seu orgasmo rasgou através de sua mente e do corpo, atingindo clara a sua alma atravessando seu centro, em chamas brancas quentes de fogo aguardando por ela.

Ela estava morrendo em seus braços. Ela perdeu o fôlego, a sua vontade, o coração de quem e do que ela era o êxtase subiu dentro dela, explodindo uma e outra vez, pulsando em rajadas impetuosas através de seu corpo.

Acima dela, Jonas estocou uma última vez, duro, profundo, mantendo como ela sentiu, o pulsar da ereção e esmurrando com tais movimentos ferozes, que uma parte dela perguntou se ele sentiu prazer ou dor de sua própria libertação.

Essa parte foi um pensamento distante, protegido pela luz e cores, de sensações que nunca pareceram dispostas a parar, mas que vibravam dentro dela novamente e novamente.

Ela não podia deixar de vir. Cada vez que ele se moveu, cada vez que seu membro pulsava, outra explosão era detonada, outro pulso de prazer rasgava através dela.

Até que finalmente, ele foi saindo dela, ainda duro, sua respiração ainda áspera quando ele caiu ao lado dela e puxou-a delicadamente em seus braços.

Suavemente, com a maior delicadeza, a mão acariciando as costas, aliviando-a até que sua respiração desacelerou e finalmente a normalidade retornou a seus membros. Ela já não se sentia fraca demais para se mover, demasiado fraca para respirar.

Sua mão estava contra seu peito, sentindo sua pulsação do coração com uma feroz, dura batida para uma batida normal e assegurou-lhe que ambos sobreviverão à experiência.

Por longos momentos, Rachel temia que não ia acontecer

— Durma comigo —, ele murmurou, sua voz sonolenta quando ele moveu os dois para os travesseiros e puxou o lençol sobre seus corpos. — Aqui, Rachel. Deixe-me sentir você contra mim durante a noite.

Ela não tinha um problema com isso. Aconchegando-se contra seu peito, ela exalava cansada e caiu no sono.

 

Quando ele teve certeza de que ela dormia, Jonas escorregou lentamente da cama, puxou os cobertores em torno de seu corpo, em seguida, rolou a camisinha de seu pênis antes de puxar um saquinho esterilizado da gaveta de sua cama e deixá-la cair dentro. Foi uma maldita maravilha que Ely tinha pensado para abastecê-lo com eles, apenas no caso de algo inusitado acontecer. Algo tinha condenadamente acontecido, assim como não tinha acontecido outra coisa: ele não havia conseguido.

Ele estava tão duro como ferro forjado.

Sua boca havia queimado com o gosto do hormônio, suas propriedades, obviamente, intensificadas, como ele desafiou a exigência de compartilhar seu gosto com o companheiro.

Ele estava perdendo o controle. Ele nunca tinha mordido ela. Não seria necessário mais do que a menor quebra de sua pele para dar o hormônio a chance de marcá-la, para jogá-la no calor do acasalamento. E a natureza foi condenadamente determinava a fazê-lo também. Luxúria era uma insanidade correndo pelo seu sangue agora, colocando garras afiadas sobre as terminações nervosas expostas. Querendo ela como um inferno. Isto estava destruindo sua mente, porque ele não podia levá-la. Ainda não.

Aguardar era sua única opção. Era a única maneira de garantir que ela se apaixonasse por ele. Ele não podia suportar sentir como se a estivesse forçando em seus braços e em sua cama.

Caminhando pela sala, ele pegou o telefone por satélite do carregador no balcão da cozinha e foi até o final da sala.

— Jonas, o que está errado? — Ely estava na linha imediatamente.

— O ferrão desfez a camisinha. — Foi inédito para um acasalado da Raça usar um preservativo. Assim como era inédito para o ferrão se estender sem acoplamento mútuo. Não que alguém tivesse tentado ainda.

— Eu preciso do preservativo —, afirmou Ely bruscamente. — O ferrão tem propriedades de minutos hormonais. Se nós tivermos sorte, então o preservativo pode ter pegado um pouco.

— Um pouco disso. — Ele fez uma careta. — Eu não me satisfiz, mas o ferrão fez.

— Que diabos está acontecendo com você? — Ely estalou. — Uniu-a já.

— Ainda não, Ely —. Ele balançou a cabeça e esfregou a parte de trás do seu pescoço. — Eu quero o seu amor. Rachel não vai confiar no que ela sente por mim, se ela não perceber que ela me ama antes de estar ligada a mim para o resto da nossa vida natural.

— Inferno, quem sabe quanto tempo um casal da raça poderia realmente viver?

— Além disso —, ele suspirou, — ainda há verdade para serem contadas aqui. Eu não vou unir-me a ela sem isto.

O silêncio encheu a linha. Ele sabia que Ely não concordava com ele. A verdade, ela afirmou, só seria comprovada se tivesse acontecido, até então não era mais do que uma suposição.

Ele foi criado para ser o pai de uma criatura diferente de todos que os cientistas haviam criado. Um animal de verdade no corpo de um homem. Como ele poderia amarrar a sua companheira a ele sem aviso prévio do que ela estaria dando à luz quando esse dia chegasse?

— Eu preciso do preservativo —, repetiu. — E eu preciso de você aqui o mais rápido possível. Deixe o seu pessoal para cuidar de Rachel. Eu estarei esperando nos laboratórios.

A linha foi desligada. Baixando o telefone, Jonas olhou para ele com um senso de diversão. Droga, Ely estava ficando mais mandona do que ela nunca tinha sido. Isso não era uma coisa boa.

Mas ela estava certa. Ela precisava de qualquer coisa que pudesse lhe dar agora. Logo, não haveria nenhuma chance para os testes, exames ou médicos intrometidos. O animal dentro dele estava fora de controle, o desejo sexual foi rasgando em sua mente. E ele sabia que, uma vez que ele tinha Rachel, uma vez que ele completou o ciclo de acasalamento, ele passaria a ser o filho da puta mais possessivo já conhecido.

Ele tinha medo que isso a faria odiá-lo.

 

Jonas entrou no seu escritório na manhã seguinte consciente da compenetrada expressão em seu rosto e da tensão que enchia todo seu corpo, endireitando-o fortemente. Era difícil não perceber que o calor do acasalamento corria por ele. E se ele não percebesse, Ely rapidamente lembrava-o todas as manhãs.

Horas nos laboratórios com Ely não produziram nenhuma resposta, só mais perguntas. Perguntas como o que diabo estava no hormônio de seu sêmem de acasalamento?

Sêmem de acasalamento apenas vinha da lingueta, ejaculado após a libertação principal, e misturado com sêmem da Casta, que apenas continha um pouco de esperma humano. O sêmem de acasalamento parecia fortalecer o esperma humano tanto quanto o DNA da Casta e o hormônio que acalmava o calor do acasalamento por um pequeno período de tempo.

O hormônio de acasalamento que Jonas tinha ejaculado continha os mesmos componentes biológicos de qualquer outro companheiro das Castas, mas tinha também algo mais. Algo sobre o que Ely ainda estava debruçado quando ele saiu uma hora antes.

Voltando para o gabinete, ele tinha encontrado Rachel no escritório, mesmo a tempo, Amber no seu berço no quarto atrás dela e tudo correndo com a mesma eficiência que corria quando em D.C.

A única coisa que não corria bem era Jonas.

— Lawe, Rule, comigo, — ele rosnou aos dois agentes que esperavam no escritório de Rachel, enquanto ele o atravessava a passos largos.

Lawe e Rule seguiram-no para seu escritório, fecharam a porta atrás deles, então pararam e olharam-no silenciosamente. Ele podia sentir a prontidão deles, a preparação tensa pelo que eles sentiam.

Jonas era um homem correndo contra o tempo, porque o animal dentro dele estava crescendo de dia para dia.

— Eu quero uma investigação completa do perfil feito a Devon Marchal, — ele mandou. — Vão mais fundo que fomos antes. Eu quero saber quem respirou mesmo ar que esse filho da puta respirou antes dele. Eu quero conhecer cada fio de cabelo na sua cabeça, e quem diabos está fornecendo suas drogas. E eu quero saber por que eu sinto o cheiro de Brandenmore nele quando ele chegou ontem de manhã.

Tinha demorado um tempo para Jonas perceber. Seus sentidos estavam tão fodidos com Rachel neste momento que ele era perigoso.

— Crank disse que o bastardo fedia, — Lawe grunhiu.

— A Brandenmore, — Jonas concordou. — Meu palpite é que o filho da puta estava na limusine. Tentaram atenuar o cheiro, mas ele estava lá. Se ele estava tão perto, era porque eles estavam certos de conseguir tirar Amber do Santuário. Eu quero saber por que ele a quer, e do que ele anda atrás, e eu quero saber isso agora.

Raiva estava comendo-o por dentro ao pensar sobre o que Brandenmore, um gênio em farmacêutica, podia ter planejado para tão pequena criança. Especialmente uma criança que ele sabia que Jonas nunca o permitiria ter.

— Jess Warden está tentando te encontrar também, Jonas, — Rule o informou calmamente. — O advogado de Horace Engalls tinha preenchido um protesto contra o Santuário e também contra os Agentes que nós colocamos de guarda para não deixá-lo sair do país. Eles tinham pedido que deixássemos de segui-lo e também pediu uma audiência imediata com o gabinete governante para que ouvissem seus argumentos.

O que significava, de acordo com os estatutos da Lei das Castas, Engalls estava bastante fodido. Primeiro isso teria que ir ao pré-gabinete, seis Castas e três humanos que iriam decidir se o gabinete governante precisava ouvir os argumentos. Então, e apenas então, isso iria para o gabinete governante, do qual Jonas era membro. Uma vez que o requerimento tivesse sido chutado e vetado, só aí poderia ir a tribunal, onde pelo menos cinco ou mais Castas tinham que sentar no júri.

Este ano Engels ia fracassar.

— Não vai acontecer, — Jonas rosnou. — Faça que os Agentes pareçam afastar-se. Vamos ver o que ele tem planejado. Se ele tentar pegar um avião, então eu também os quero lá. Eu quero saber o que ele está fazendo, onde ele está indo, e o que diabos ele faz cada vez que vai ao banheiro dos homens. E eu quero saber antes dele o fazer.

Engalls iria tentar fugir para a próxima. Até agora, Brandenmore estava tendo uma sorte inacreditável com sua pequena fuga para o Meio Oriente. O país que o tinha acolhido também estava providenciando-lhe advogados e recursos monetários para comprar uma saída da sua corrente contrariedade.

— Dog tem tentado te contactar também. — Lawe manteve sua voz baixa. — Parece que Brandenmore tem um bonito pequeno laboratório onde está ficando. Ele não deixou ainda o palácio real, que tenhamos visto, então não tem havido chances de apanhá-lo, e Dog ainda não encontrou um jeito de entrar na suíte de Brandenmore.

Os lábios de Jonas afinaram-se. — Diga a Dog que ele tem 48 horas para capturar Brandenmore, metê-lo num avião e trazê-lo à minha frente. Eu tenho um pressentimento que não temos muito tempo.

Abrindo seu e-mail, ele começou a percorrê-lo rapidamente, seus olhos vendo cada cabeçalho do assunto enquanto seus lábios iam ficando cada vez mais finos.

As Castas ou eram amadas ou odiadas, conforme a história que tivesse chegado às revistas de fofoca ou quem gostava deles nessa altura. No presente, vários dos maiores êxitos achavam que era legal ter Castas como amigos.

Tanner Reynolds transformou-se numa grande estrela de cinema, embora sua mulher, Scheme, fosse um pouco mais discreta. Havia outras Castas, treinadas na arte de mostrar confiança e amizade, que estavam trabalhando no mesmo ramo, sobre o olhar cuidadoso de Tanner.

Os grupos que se opunham às Castas estavam procurando uma guerra porém, acreditando que não teriam que enfrentar mais que os mais ou menos mil Castas contados.

Como eles estavam errados, e Jonas imaginou o pânico que muitos governantes sentiriam se soubessem quão errados eles realmente estavam sobre o atual número de Castas.

— Dog irá tentar, mas eu aposto que isso não vai acontecer, — Lawe começou a se mover para mais perto da mesa de Jonas. — Tal como eu aposto na tentativa de fuga de Engalls nas próximas 48 horas. O protesto e encontro com o pré-gabinete é só uma tentativa de atrair a sua atenção e forçá-lo a viajar para D.C. para lidar com isso por si mesmo. O que deixaria tanto Rachel como Amber aqui, onde um espião podia pegá-las; ou em D.C, onde elas estariam mais acessíveis a uma bem planejada tentativa de sequestro.

Companheiros raramente viajavam sozinhos. Se Jonas fosse para D.C., Raquel, e possivelmente Amber, iriam acompanhá-lo. E não havia forma disso acontecer sem uma unidade completa de Agentes cobrindo-os.

Jonas teria que chamar a unidade que cobria Engalls, tirar uma equipe de uma missão ou tirar uma das unidades que ele mantinha nas sombras, revelando que havia mais Castas que tinham se mantido escondidas até agora.

Um renegado aqui ou ali não magoava a sociedade de uma forma ou de outra. Mas se unidades começassem a aparecer, eles estariam em sérios problemas.

— Mantenha o Time Alpha Um de sobreaviso, — ele ordenou a Lawe. — informe o controle de missões que eles estão sob meu comando.

Lawe acenou rapidamente. Enquanto membro do Time Alpha Um, ele sabia quão frequentemente eles eram precisos e para quantas missões eles podiam ser enviados em uma semana.

— Rule, eu quero que você fale com Sherra. Chame as duas unidades que temos aqui no Santuário. Ninguém está habituado a ver-nos usar as unidades femininas. Vamos ver o quão bonitas e inofensivas nós podemos fazê-las parecer, se você não se importa. Eu preferia que elas não fossem vistas como uma ameaça a não ser que não tenhamos nenhuma outra escolha.

Aquela — nenhuma outra escolha — era apenas numa situação de vida ou morte.

— Eu também quero mais times adicionados às patrulhas das montanhas. — Jonas franziu as sobrancelhas sobre o mapa do Santuário que ele tinha trazido. — Até agora, cada vez que nós temos uma tentativa de sequestro do Santuário eles usaram esta ravina aqui, onde Mordecai encontrou evidências de um observador, ou as ravinas aqui, mais longe. — Jonas apontou para as zonas fracas. — Sensores escondidos estão postos agora, mas eu quero vários times patrulhando cada uma dessas áreas várias vezes. Se Kane tiver algum problema com isso, então, por favor, façam-no entrar em contacto comigo.

Kane Tyler era o chefe de segurança do Santuário, e muito bom nisso. Mas Jonas podia sentir o começo de uma premonição correndo por ele agora. Iria haver problema, e ele não tinha ideia de que direção iria vir. E nem Cassie.

— Callan e Leo pediram que voltasse para a casa principal, juntamente com sua companheira e criança, hoje para o jantar.— Lawe pareceu hesitante em dar essa informação. — Eu acredito que deve ter sido ideia de Leo.

O Leo. Seu pai.

Jonas esfregou sua nuca. Eles nunca iriam apenas perguntar.

— Veja a que horas, — ele rugiu, sentindo sua tensão aumentar agora.

Lawe acenou. — Já agora, parabéns.

Jonas levantou os olhos do computador e franziu a sobrancelha. — Pelo que?

Rule e Lawe olharam ambos para ele enquanto pensavam que ele estava maluco.

— Você acasalou. Parabéns. Nós cheiramos a prova no minuto que Rachel abriu a porta e nos deixou entrar. É particularmente forte... — Lawe afastou-se quando Jonas olhou para ele surpreso.

— Não houve acasalamento, — ele disse ao outro homem.

Não tinha havido. Se tivesse, Jonas não estaria no inferno físico em que estava.

Lawe coçou o lado de sua bochecha. — Bem, não há o cheiro de louca luxúria vindo dela, eu admito. — Ele clareou sua garganta nervosamente. — Mas o cheiro de acasalamento está lá, Jonas. Não há engano nisso.

A não ser que você seja o companheiro. Seu próprio cheiro era-lhe tão familiar que ele não o teria sentido em Rachel. Esse cheiro era para os outros machos, não para o companheiro.

Ely estava certo, ele precisava levar Rachel para os laboratórios para fazer testes o mais rápido possível. Se ele deixasse o acasalamento, então o exame seria doloroso, muito doloroso. Embora, de acordos com seus Agentes, o acasalamento já fora completado.

O qual ele sabia que não era de fato possível.

— Mais alguém esteve aqui? — ele perguntou aos dois homens, imaginando quantos mais teriam sentido o cheiro.

Lawe abanou sua cabeça. — Só nós. Nós estávamos aqui quando ela destrancou as portas do escritório esperando por você.

Jonas levantou-se, seus dentes apertados. Ele tinha que levar Rachel para os laboratórios para os testes, não havia forma de contorná-lo. Mas fazendo isso, ele estava se abrindo a uma vulnerabilidade que ela ainda não estava pronto que alguém soubesse, especialmente os Vanderales.

Se Rachel estava realmente soltando o cheiro de acasalamento, então aquele hormônio particular iria mostras as variações que revelariam o DNA usado na criação de Jonas. O DNA de Elizabeth Vanderale. Também iria mostrar que sua criação era bem diferente do que dizia nos seus ficheiros. Ele não tinha sido criado para ser um simples líder de Raça, e comandante. Ele tinha sido criado para procriar o verdadeiro animal que Raças e humanos temiam que as espécies se tornassem eventualmente.

Ele não podia ignorar o fato que outros sabiam esta informação. Cientistas que tinham estado nos laboratórios e tinham escapado da justiça das Raças. Havia uma pequena chance que Brandenmore pelo menos suspeitasse que ele fosse a Raça que os cientistas ainda procuravam. O designado de Alpha Um.

Ele era um dos poucos machos das Raças a que tinha sido dada uma designação durante a criação. Ele tinha sido criado não para ser a melhor Raça, mas sim, o melhor assassino.

Era um inferno de legado, ele pensou selvagemente.

— Ponha Dog a trabalhar e vigie o time Alpha Um, — ele mandou Lawe. — Eu contactarei Callan para ver a que horas somos necessários para o jantar. Designe um Raça para Marshall, enquanto você está aí. Faça ser uma Raça feminina. Alguém inofencível.

— Ashley, — Rule murmurou. — Ela pelo menos parece inofencível.

Ela era uma assassina em saltos altos. Como uma das Raça Coiote, e respeitando sua privacidade, não havia fotos nos jornais, e ainda menos informação acerca dela.

— Coloque-a disfarçada, — ele mandou Lawe. — Uma pequena e rica cadela a procura de diversão. Deve ser posta perto de Devon Marshall agora. Dê-lhe cobertura. A irmã dela, Emma, deve servir.

Como um time, Ashley e Emma eram o inferno em saltos altos.

— Eu ia sugerir ambas. — Lawe acenou. — Nós faremos atualizações acerca de Dog assim que falemos com ele, e eu informarei você quando Ashley e Emma começarem.

Jonas assentiu logo, esperando, então soltou uma forte respiração quando a porta fechou-se atrás dos dois homens.

Foda-se! Ele saltou de sua cadeira, sua mão atrás de seu pescoço enquanto ele andava pela sala. Esta era a última fodida coisa que ele precisava. Um acasalamento que era um acasalamento. Hormônios desconhecidos em seu sêmem, e uma variedade de protestos e ações sendo feitas contra ele, do Departamento e do Santuário numa altura que ele não distinguia seu cu de um buraco no chão.

A acrescentar a esse particularmente irritantes problemas, havia a estúpida luxúria rasgando sua mente e seu controle. Os últimos meses tinham sido um inferno, e agora estava multiplicado ao ponto dele não reconhecer o cheiro de Brandenmore no corpo de Marshall na noite anterior.

Como diabos podia Phillip Brandenmore ter escapado do Médio Oriente sem que o time de Dog tivesse dado por isso? Voar para fora, depois voltar, e ninguém ter sido esperto o suficiente para acompanhá-lo. Especialmente considerando o fato que Dog tinha estado espiando.

Mas como as Raças tinham sido treinadas, havia muito poucas coisas que fossem realmente impossíveis.

Ele realmente esperava que levar Rachel para um daqueles testes antes de um verdadeiro acasalamento não fosse uma dessas coisas — impossíveis —. Se ela estava soltando o cheiro de acasalamento sem um acasalamento, então Ely precisava saber por quê. E ela precisava saber por que agora, antes que mais surpresas caíssem sobre eles.

 

Rachel terminou os relatórios que Jonas tinha pedido para submeter ao Departamento do Comitê dos Assuntos Relativos às Raças, um painel de vários senadores, Raças e embaixadores estrangeiros. O comitê tinha a tarefa de manter um olho nos assuntos do Departamento, nas ações de Jonas como diretor do departamento e nas missões oficiais que as Raças participavam na America e países aliados.

Todos os dias, um relatório era preenchido do dia antes e enviado para a secretaria do comitê. No fim de cada mês, Jonas encontrava-se com eles para resolver quaisquer questões que houvesse.

Não havia muita informação factual nesses relatórios. Mas quando Raquel os lia, ela sempre ficava maravilhada com a imaginação de Jonas para distorcer muitos dos seus esquemas mais calculados e fazê-los parecer perfeitamente aceitáveis e lógicos.

O homem tinha que ter um DNA de um Irlandês bem versado em beijar mais de uma Blarney Stone .

A cabeça dela virou quando a porta do escritório dele abriu. O familiar arquejo era mais forte agora. A memória da noite passada nos braços dele, o corpo dela ecoando de prazer, agarrado nos seus sentidos, correndo por sua carne como dedos fantasmagóricos de sensação trouxe um sorriso aos lábios dela.

— Seus relatórios estão ficando melhores, — ela disse-lhe enquanto mandava o ficheiro para seu bloco de notas eletrônico para ele assinar.

— Callan ainda se ri deles. — Ele arrepiou-se enquanto se movia para a mesa, seu olhar escondido enquanto olhava para ela. Suas narinas abriram como se procurando por algum cheiro que ele não pudesse realmente pegar.

Rachel inclinou sua cabeça enquanto olhava para ele inquiridoramente. — Está algo errado?

— Muitas coisas, — ele disse a ela. — Você está se sentindo bem hoje? — segurando a mão dela em seu punho, ela deixou seu olhar prender-se com a prata líquida dos olhos dele.

— Eu estou me sentindo bem. E você?

— Eu já estive melhor. — Aquela emoção indefinida nos olhos dele que sempre a deixava chateada agora.

A sobrancelha dela torceu-se. Ele estava mais tenso que o usual, e para Jonas, isso era dizer alguma coisa. Ele dava um mau significado à tensão. O homem estava geralmente tão hirto como uma corda esticada. Para ele, estar mais tenso que o habitual significava algo com que se preocupar.

— Há alguma coisa que eu possa fazer para ajudar? — Ela estava disposta a fazer várias coisas. A ideia de se colocar de joelhos em frente dele, seus lábios acariciando o esticado comprimento de seu pênis, deixou-a com água na boca.

— Na verdade, há. — Como ele tinha se decidido, seus ombros endireitaram-se e seu olhar focou-se quando ele olhou para ela. — Eu estou fazendo uma marcação para você com Ely , esta tarde. Nós precisamos começar com os exames e testes em que você terá que participar uma vez que ocorra o acasalamento total.

Rachel olhou para ele silenciosamente. Ela tinha determinado, certa vez, que não seria sua companheira. Que ela não poderia ser obrigada, a não ser que ela assim o decidisse.

Ela tinha tomado essa decisão?

Ela sabia que sim.

Havia uma parte dela que sabia que ela pertencia a ele, precisava dele. Havia uma parte dela que sabia que o calor do acasalamento estava vindo, era simplesmente uma questão de tempo.

— Tão depressa? — ela perguntou, ao invés de recusar logo. — Eu pensei que depois do acasalamento...

— Nós precisamos começar agora, Rachel. — O tom de voz dele era mais duro que tinha sido nos dias anteriores. Ela estava tão acostumada a que ele usasse o suave e gentil tom de voz, que o tom normal era como um balde de água fria sobre a pele dela.

Mesmo assim ela acenou. — Ely fará o exame?

Ela gostava da Dra. Vanderale mas a outra mulher tinha o poder de intimidá-la. Rachel não gostava de ninguém que tivesse esse poder.

— Só Ely. — Ele assentiu quando entendeu sua excitação.

— Muito bem. — Ela aspirou profundamente, preparando-se mentalmente para os testes vindouros. — Eu posso fazer isso.

Ele acenou friamente. — Nós também fomos convidados para jantar hoje à noite com Leo, sua família, Callan e a dele. Estou certo que você gostará de passar um tempo com Merinus.

A voz dele estava extremamente fria, mesmo ela tendo concordado com o que ele lhe pedia, o que significava que havia mais alguma coisa acontecendo. Ela tinha aprendido várias formas de lidar de Jonas, e uma delas era que quanto mais ele esperasse um problema ou uma complicação por um de seus pedidos, mais frio ele ficaria com quem quer que fosse que ele estivesse lidando.

Rachel concordou novamente. — Eu falarei com Erin para ter certeza que ela pode ficar com Amber. — A pequena cria de lince tinha se apegado à Amber com surpreendente afeição.

Jonas soprou ao ouvi-la. — Erin e Amber irão conosco. Socialização começa na infância, Rachel. Você quer que ela saiba como lidar com os outros, e como interagir, mesmo enquanto criança.

As sobrancelhas dela levantaram-se. Jonas soprou mais profundamente.

— Ela é minha bebê, Jonas, — ela lembrou-o. — Eu agradeço o que você tem feito para protegê-la...

— Ela é nosso bebê. — Ele agachou-se, suas mãos plantadas na escrivaninha dela com uma rapidez que a deixou espantada olhando para ele. — Nunca duvide que eu reclame essa criança como minha. Nós a criaremos juntos, nós a protegeremos juntos. Se você tem outras ideias, então talvez você esteja certa em negar o acasalamento.

Ele endireitou-se tão rapidamente quanto tinha se agachado, seus ombros retos, sua expressão proibitiva enquanto parecia encará-la.

— Não imagine que você pode reclamar esses direitos. — Rachel estava fora de sua cadeira imediatamente.

— Eu não os reclamo. Eu os tomei, — ele rugiu, curvando-se novamente até estar quase nariz com nariz com ela. — Educar uma criança é uma parceria, companheira. Não acredite que é de outra forma.

— Você está me chateando. — As mãos dela foram para suas ancas. — Pedir algo é muito mais simpático que ordená-lo. O que diabos está errado com você, e desde quando você decidiu que poderia decidir arbitrariamente que tem algum direito sobre mim ou Amber?

— Quando eu soube que você era minha companheira, — ele atirou a ela. — E porque você decidiu se tornar de repente tão difícil? Eu realmente sei algumas coisas sobre crianças. Cassie não está tão mal, e todo o Santuário participou na educação dela.

— Cassie tem uma mãe excelente, — ela apontou, fazendo esforço para se acalmar, seus olhos estreitando-se. — E igualmente tem um pai que percebe que não deve falar com sua mãe como se ela não soubesse nada de como criar uma criança.

Jonas estava lutando por se controlar: Rachel podia senti-lo. Ela observou-o, seu coração batendo depressa, um sentimento de desgraça iminente crescendo dentro dela quando os olhos dele brilharam desde o prata até ao mercúrio e voltaram.

Ele estava tentando fronteiras que ele não queria, não agora, não ainda. Melhor, nunca.

— Amber tem uma mãe excelente, — ele rugiu, obviamente empurrando as palavras pelos dentes cerrados. — Eu nunca sugeri outra coisa, Rachel. Você transformou uma simples discussão em um conflito que não deveria existir.

— Ou talvez você tenha. — Eles ainda estavam nariz com nariz, olhos entrecerrados, a tensão sufocando. — Agora que nós concordamos que Erin e Amber nos acompanharão, você pode se preparar para a conferência telefônica que terá com o Senador Tyler em exatamente uma hora. Depois disso, você tem uma reunião com o conselho de pré-gabinete sobre a última tentativa de vários grupos terem acesso á permissão de caça na fronteira norte do Santuário. Você não tem tempo para ficar aqui rugindo e gritando comigo.

Ele arreganhou seus incisivos para ela. Ela cruzou seus braços sobre seus peitos e olhou para ele com uma resolução de aço.

— O calor do acasalamento está vindo, companheira. — A voz dele baixou, raspou e bateu em seus sentidos como veludo negro. — Vamos ver então onde toda essa raiva te leva.

Virando-se, ele andou do ante-escritório para seu próprio e fechou a porta calmamente atrás dele. Muito calmamente.

Rachel piscou, então soltou uma respiração inaudível. Agora, essa era uma atitude que ela nunca tinha visto nele. Se ela não estava errada, ele tinha estado a segundos, centímetros, uma última ameaça de controle, de beijá-la.

Por um estranho, excitante momento, ela quase o tinha beijado.

E ela tinha se divertido.

Sorrindo, Rachel sentou-se e voltou para o computador e seu trabalho.

Não havia muitas pessoas que pudessem dizer que tinham enfrentado o bicho-papão das Raças em um duelo de gritos e tivessem saído ilesas. Rachel estava apostando que ela era a única que podia dizer que tinha esse talento particular. E ela estava ansiosa pelo próximo round.

Ela parou perante o pensamento.

Inferno, ela agora sabia que estava apaixonada por ele, pois a única pessoa com que ela teria gritado seria a irmã dela. Ela e Diana tinham estado nariz com nariz muitas vezes ao longo dos anos, e Diana nem sempre tinha se afastado, mas ela sempre tinha terminado rindo pela maneira particular de Rachel — lidar — com ela, como ela dizia.

Ela olhou para a porta novamente.

Ela devia entrar lá e beijá-lo ela mesma. Ela não tinha ideia do porque ele estar se segurando agora. Nenhuma ideia de que demônios estavam-no ensombrando para que ele não a reclamasse.

Ela sabia que ele queria. Ela sabia que iria acontecer.

Entretanto, ele estava lutando com isso com cada fôlego que tomava.

 

Ele estava se afogando.

Jonas sentou-se à sua mesa, olhou para a parede, e sentiu a tensão sufocante em sua garganta, seu peito. O gosto de canela e especiarias estava sufocando-o, a necessidade por ela estava roubando seu fôlego e seu controle.

Ele separou seus lábios para respirar asperamente e um rugido saiu de seus lábios mesmo contra as tentativas dele refreá-lo.

Suas mãos estavam abertas na mesa, garras saídas, enterrando-se na madeira. As glândulas sob sua língua estavam tão inchadas, tão sensíveis que ele estava em agonia. Ele sentia como se toda sua língua estivesse sendo rasgada.

Ele levantou o comunicador de uma gaveta, colocou-o em sua cabeça e pressionou a linha segura para o escritório de Ely.

— Jonas, — ela respondeu imediatamente.

— Rachel irá esta tarde para os exames e testes, — ele informou-a. — Pegue o que tem que ter enquanto pode.

Silêncio encheu a linha por longos segundos.

— Eu estarei a espera dela, — ela falou. — Amburg esteve aqui mais cedo. Ele esteve pedindo mais sangue do bebê. Ele encontrou uma pequena anomalia no último teste que ele fez e quer investigar mais a fundo.

— Eu discutirei isso com Rachel.

— Se você a estiver trazendo esta tarde, então quem quer que esteja observando Amber pode ver meu assistente tirando o sangue, — Ely sugeriu. — Não há necessidade de tentar a recusa dela, Jonas.

Ele abanou sua cabeça. — Você aprendeu bem demais. — Ele suspirou. — Ela é minha companheira, Ely, não um Reforço teimoso. Eu não o farei pelas suas costas.

Tinha havido um tempo em que Ely nunca teria sugerido tal coisa, pelo contrário, ela teria protestado se Jonas fizesse tal sugestão.

— Talvez eu não tivesse aprendido tão depressa de você, — Ely murmurou. — De qualquer forma, eu estarei esperando por vocês esta tarde. Até lá, faça me saber como proceder.

A linha desconectou-se, deixando Jonas a olhar para o quarto escuro enquanto ele refletia nos jogos, maquinações e suas calculadas tentativas passadas de assegurar que seus Agentes encontravam, acasalavam e viviam, se não felizes para sempre, pelo menos com uma medida de suavidade em suas vidas.

Ele não se arrependia por um momento por isso, mas diabos se ele não estava pagando por isso agora.

      Os testes não foram tão duros, não eram, definitivamente, o inferno que Merinus lhe tinha advertido que seriam depois do acasalamento. Rachel consentiu também que extraíssem uma amostra de sangue de Amber, preocupada com o fato de que Jeffrey Amburg tivesse encontrado alguma anomalia nas provas anteriores.

      As Castas tinham mais anomalias em sua vida que sementes num jardineiro.

      Quando terminaram as provas, Rachel vestiu a adormecida Amber e a entregou à Casta de lince atribuída como babá. Depois os problemas reais da tarde voltaram. E voltaram com Leo.

      Entrando na ampla sala familiar da casa principal, Rachel seguiu a sutil direção que a mão de Jonas imprimia na parte baixa de suas costas, levando-a a um sofá ao lado da grande chaminé situada em frente a outro combinando, compartilhado por Leo e sua esposa Elizabeth.

      Sentados em duas grandes poltronas perto de Leo e Elizabeth, estavam Dane e seu guarda-costas Ryan — ou Rye, como o chamavam — DeSalvo, com Calam e Merinus em frente à chaminé e Kane Tyler e sua companheira, Sherra, em outro sofá ao lado deles.

      O jantar esteve animado com discussões sobre os últimos protestos contra as Castas, o aumento do número de manifestantes à porta do Santuário e o incerto futuro no que se referia à paz para as Castas. Os assuntos normais.

      —O Congo tem bastantes lugares ocultos, Calam. —Disse Leo sentando-se na beira de sua cadeira, seu braço estirado abrangendo as costas de sua mulher, seus dourados olhos ferozes quando se olhou nos idênticos olhos de seu filho. — Meu recinto ali é completamente seguro e não é tão malditamente fácil acessá-lo. Os casais vivem ali em relativa paz. As tribos vizinhas nos são leais. É um bom lugar para criar e treinar os nossos filhos para o futuro.

      — Virgínia também é um bom lugar para criar os nossos filhos. — Replicou Calam.

      — Meu neto esteve duas vezes a ponto de ser sequestrado. — replicou Leo. — Cada vez, David teve que enfrentar a morte ou as feridas de um amigo fiel para protegê-lo. Isso está começando a afetar o rapaz.

      A leve recriminação não passou despercebido para Calam ou Merinus.

      — David tem que aprender a aceitar os perigos em sua vida. — Não havia nenhuma nota de arrependimento no tom de Calam. — Isto não é uma utopia para nós, Leo, já sabe. Ele está em perigo, não importa onde estivermos, igual aos gêmeos o estão.

      — Eles estariam menos ameaçados lá.

      — Isso é discutível. —interveio Kane, seu tom seco, mas conciliador. — Começamos a nos desenvolver aqui, Leo. Não estamos dispostos a mudar, e este argumento já cansa.

      Leo não prestou muita atenção a Kane, seu olhar permanecia cravado em Calam, sua expressão exigia uma resposta.

      — Kane tem razão. — assentiu Calam. — Nosso futuro está aqui.

      — Sua gente morre diariamente. — sustentou Leo. — Três Castas foram convertidas em polpa sangrenta semana passada na Califórnia. Pretende estar a salvo aqui, mas não está.

      — Prefiro não enterrar a cabeça na areia pretendendo que me esconder é o mesmo que ser livre. — Tomou a palavra Jonas. — Nós damos a opção às Castas de unir-se a você na África ou permanecer aqui. Eles escolhem onde querem viver.

      — Eles seguem Calam. — replicou-lhe Leo. — Eles irão onde ele disser, todos sabemos isso.

      — Leo, deixa estar. — Elizabeth pousou sua delicada mão em seu joelho enquanto o olhava com expressão de desaprovação. — Cada visita é a mesma coisa e estou cansada disto. Escondemo-nos porque não temos escolha e construímos uma sociedade que é feliz com isso, e uma vida segura. Calam simplesmente escolhe o caminho que teria escolhido você se lhe tivessem dado a opção.

      Ele grunhiu com a declaração antes de pousar seu olhar em Rachel. Ela olhou o movimento das aletas de seu nariz ao mesmo tempo em que estreitava os olhos. Ele havia feito isso mais vezes durante a noite, também os outros, mas de uma maneira mais sutil.

      — Senhorita Broen, o que acha da segurança de sua filha? Se ela fosse um bebê Casta, preferiria viver aqui, ou em um lugar onde lhe permitisse integrar-se na sociedade e viver sem a ameaça do sequestro e a tortura?

      O que escolheria ela?

      — Estou de acordo com Calam. — afirmou ela tristemente. — É melhor que as crianças conheçam o preço da liberdade pela qual se luta, em vez de esconder-se e mentir. A batalha não se travará entre as sombras. Acredito demais que esta não é uma decisão que uma Casta deva tomar pelas demais.

      — Mas, está de acordo que esta vida? — agitou a mão para incluir a sala como se ali estivesse por completo a sociedade das Castas. — Está mais longe de ser mais segura para nossas crianças que a que eu proponho.

      — Não estou de acordo absolutamente — disse Rachel franzindo o cenho. — Simplesmente acredito que isso é uma opção individual que cada uma das Castas deve tomar.

       Ele a olhou como se quisesse esmagá-la sob o salto de suas caras botas. Não havia dúvida, isso era o que ele queria fazer exatamente.

      — Já tive suficiente desta conversa. — Jonas se levantou, a tensão que ardia dentro dele durante o dia, reluzia a seu redor agora. — Está preparada?

      Perguntou de maneira educada, mas Rachel olhou sua cara. Estar preparada não era uma opção; ir era uma necessidade para o Jonas.

      — Não escuta nenhuma opinião porque já tem a sua, não é assim Jonas? — Leo se levantou também, observava alternativamente Jonas e Rachel, deixando-a nervosa com o interrogatório de seu olhar.

      — Leo, não estou de humor esta noite nem para suas perguntas, nem para sua opinião que, segundo você, é a melhor e a única maneira de proceder. Em minha opinião, estávamos melhor quando sua mulher ajudava Ely furtivamente de vez em quando que tendo que aguentar sua arrogância infectando o Santuário de forma regular.

      A declaração foi calma, inclusive educada. A tensão que enchia a sala, entretanto, era qualquer coisa menos isso.

      — Leo, sente-se. — Ordenou Elizabeth brandamente. — Não é o momento.

      Lion fulminou com o olhar a sua mulher.

      — O cachorrinho ignora cada sugestão que lhe fiz durante meses, afastando-a de seu caminho, nos ignorando e nos evitando, pretendendo não ser o responsável pelo futuro das Castas absolutamente.

      — Se eu pretendesse não sê-lo, então não deveria estar arriscando meu traseiro para manter esta Sociedade fora de seu caminho e de seu radar quando o único que querem é formar sua vida aqui. — Replicou Jonas com tom gelado. — Não o pode obrigá-los a agachar-se e se esconder um uma selva enquanto você brinca de ser o benfeitor inocente que pretende envelhecer como uma pessoa normal. — zombou Jonas olhando as pequenas linhas de expressão ao redor dos olhos de Lion e suas artificiais têmporas grisalhas. — Não é humano, Leo, e embora o deseje, não acontecerá.

      Os olhos de Leo se estreitaram quando Elizabeth olhou para Jonas com choque e surpresa.

      — Jonas, é suficiente. — Calam sentiu finalmente que era o momento de intervir, muito tarde conforme considerou Rachel.

      — Por mim, maravilha. — Jonas deu de ombros pousando sua mão nas costas de Rachel e dirigindo-se fora do grupo. — Posso encontrar melhores formas de perder o tempo que discutir com um homem cuja superioridade excede sua lógica.

      Leo grunhiu. Um baixo grunhido de comando que exigia respeito imediato.

      — Eu posso fazer isso também, Leo. Meus grunhidos são, inclusive melhores.— riu Jonas maliciosamente entre dentes.

      — Leo, não! — O grito de Elizabeth foi a única advertência que tiveram. Um segundo depois Rachel se encontrou separada de Jonas quando ele saiu voando pela sala, aterrissando em suas costas com um golpe seco, enquanto Leo avançava lentamente.

      Jonas se levantou devagar.

      — Calam, por favor, desculpa as maneiras de seu pai, — pediu ele sarcasticamente quando Calam e Elizabeth ficaram instintivamente entre ele e Leo. — Estou seguro que esqueceu de incluí-las na bagagem em sua precipitada saída da África.

      —Uma saída precipitada para evitar que continuasse fodendo tudo como faz normalmente. — Leo grunhiu ante a careta de Calam. — Como o está fodendo agora, pequeno cachorro manipulador...

      — Cachorro? — zombou Jonas. — Um desperdício de DNA que teria que ter sido afogado ao nascer? — Ele estava, obviamente, repetindo as palavras de alguém. Rachel rezou para que essas palavras não fossem de Leo. — Estive ali, Leo, morto e despojado.

Todos gelaram. Elizabeth olhou ao redor devagar, olhando para Jonas em choque enquanto os lábios de Rachel se abriam horrorizados.

      Certamente, uma coisa assim não tinha acontecido.

      — Surpreso? — A voz do Jonas caiu, fazendo-se tão perigosamente suave que Rachel estremeceu. — Não esteja. O cientista sabia que DNA eu tinha. Um pequeno golpe de reanimação no coração e ali estava eu de novo. — Seu sorriso era puro gelo. — E morri outra vez, e outra, e outra, para provar que era o filhotinho de Leo. — Seu olhar se deslizou por Elizabeth e logo voltou a sacudir Leo. — Foda-se velho! Não preciso de você desde dia que fui criado e estou seguro como o inferno que não preciso de você agora.

      Jonas cruzou a sala espreitando, até que se deteve frente a Rachel, estendeu sua mão e a puxou. Permitiu-lhe apertá-la a seu lado enquanto saíam da sala.

      — Não quis dizer essas palavras! — Leo afirmou com dureza quando passaram por seu lado, com seu olhar dourado fixo em Jonas. — As disse em um momento de ira, Jonas. Os dois sabemos por que. Estou disposto a admiti-lo, você não.

      Jonas se deteve um segundo antes de continuar. Empurrou a porta dupla, suas passos longos fluídos, emparelhadas com os de Rachel, mas o suficientemente rápidas para tirá-los da casa e penetrar na fria noite.

      — Jonas! — a voz de Leo o parou outra vez quando alcançaram o Raider estacionado na entrada.

      Rachel girou com Jonas, olhando ao orgulhoso, feroz e obstinado membro das Castas que os observava a sua vez.

      — Dei a você uma oportunidade, — gritou Leo com gesto de arrependimento em sua cara. — Faça algo ou o farei eu.

      Jonas foi consciente da confusão no rosto de Rachel quando olhava para o homem cujo DNA compartilhava. Não se atrevia a chamá-lo de pai. Só Deus sabia que eles não podiam estar juntos na mesma sala mais que uns poucos minutos sem ferir-se.

      — Bata em mim outra vez, Leo, e devolverei o golpe, — replicou ele em resposta à acusação da outra Casta. — Sou um filhotinho que deveria ter sido afogado ao nascer, mas você se conforme com o fato de que, no que a mim respeita, nunca fui seu filhotinho.

      Girou-se, abriu a porta do Raider e ajudou Rachel a sentar-se quando Erin, carregando Amber, passou perto de Leo. Abrindo a porta de trás, esperou, pegou o bebê e o colocou na cadeira para crianças enquanto Erin voltava para a casa principal.

      Foi para a porta do condutor, não ajudaria, mas ainda assim voltou a olhar o homem que continuava na entrada. Elizabeth e os outros tinham se unido a ele, todos o olhavam com surpreendida curiosidade.

      — Acabou-se o show, Superior — ele gritou a Calam. — Minhas desculpas a sua esposa assim como a sua família.

       — Você forma parte desta família também, Jonas — respondeu Calam lhe recordando que compartilhavam o mesmo sangue.

       Não, não era sangue; só os unia o DNA.

      Jonas negou com a cabeça antes de meter-se no carro e ficar em marcha.

      O passeio até as cabanas foi rápido. A escuridão os rodeou quando alcançaram a linha de árvores e Jonas conduziu o Raider até chegar à cabana mais longínqua.

      — Do que falava Leo? — Perguntou finalmente Rachel enquanto ele estacionava o Raider na pequena garagem anexa e parava o motor.

      Ele permaneceu sob a frágil luz do interior do veículo, desejando que só por esta vez, pudesse esquecer-se do passado

      — Temos muito do que falar. — disse ele tranquilamente. — Há coisas que deve saber.

      Coisas que ele tinha jurado não dizer nunca a ninguém. A verdade podia sair à luz, mas ele tinha prometido que não seria por sua parte. Ele não tinha vontade de ver-se derrotado nos olhos de sua companheira nem nos de nenhum outro.

      — E acredita que é algo que poderia trocar o que há entre nós? — perguntou ela.

      Uma triste gargalhada escapou de seus lábios.

      — Vivi uma vida inventada desde que chegou aqui. Possivelmente de algum jeito, fiz isso desde que me permiti ocupar o cargo de diretor do Escritório. Mas o passado sempre volta, Rachel.

      Ele se voltou para ela quando sentiu sua mão acariciando sua mandíbula, obrigando-o a olhá-la.

      Rachel estava muito perto para seu autocontrole. Seus lábios estavam muito perto. Seus profundos olhos verdes se cravavam nos seus. Por um momento, só por um momento, permitiu-se afundar-se em seu interior para sentir a paz, a alegria que só encontrava com ela.

      — E você acredita que isso muda o homem que é agora? — Sua pergunta o trouxe de novo à realidade.

      — Nada pode mudar o que sou. — A arrogância de seu tom desgostou inclusive a ele.

      Rachel só sorriu.

      — Eu não estou de acordo.

      Antes que se desse conta do que estava fazendo, antes de que ele pudesse opor-se, seus lábios tocaram os seus, sua língua entrou em sua boca procurando o rico sabor do hormônio. E ela liberou o animal raivoso dentro dele.

 

Lógica. Sanidade. Foram por água abaixo assim que a língua dela tocou a dele. Tão doce e fresca, tentadora, torcendo-se contra a torturada carne de sua própria, Jonas perdeu o pouco controle que vinha mantendo.

Ele sentiu aquela patada final, quando o homem é posto de lado e o animal que ele jurara nunca se transformar, tomar lugar.

Havia apenas o mais distante conhecimento do bebe dormindo pacificamente do outro lado do quarto. Conhecimento suficiente para que, quando ele colocou a mão por trás da cabeça dela para prendê-la no beijo, o outro braço em volta das suas ancas, levantando-a, ele soube que tinha que levá-la para o quarto.

O caminho era interminável, tortuoso. Foi um inferno tentar chegar ao quarto ao lado, seus sentidos, todo o seu ser focado no prazeroso pico de adrenalina correndo por seu corpo. Sua perna bateu no canto da cômoda. Ele deu um encontrão no armário. Ele manteve sua parceira cuidadosamente escudada para não se magoar, enquanto sua língua continuava na boca dela, seu áspero — Sugue-a, — um rasgo de fome doida antes de ele encher a boca dela com o hormônio de acasalamento.

Ele era conhecido como um gracioso e predatório amante. Um homem que sabia todos os movimentos certos. Um Raça com a paciência e experiência para deixar louca uma mulher por horas.

Esse era o homem.

O gracioso e predatório amante do passado tinha ficado primitivo. Possessivo. Estava faminto pela companheira, obcecado com o sabor do beijo de sua mulher, o contacto das mãos dela sobre seu corpo.

Ele era o animal que temia.

As portas de vidro da lareira de dois lados tinham sido fechadas no quarto antes, mas o fogo continuava quente e brilhante, mandando trementes dedos de vermelho-dourado sobre a face dela, sobre seu corpo. O quarto estava quieto, fresco, mas nada podia apagar o fogo que corria no corpo dele.

Um calor do qual ele sabia que iria se arrepender, quando a manhã viesse. Um prazer que ensombrava tudo que tinha vindo antes disso. Jonas sabia que não havia nada em sua vida que se comparasse ao completo e sensual conforto que ele encontrou no toque de Rachel. Em tocá-la. Acariciá-la. Em empurrar sua língua na boca dela e senti-la sugá-la levemente, tentativamente.

Amanhã ela iria se arrepender. Ela iria se arrepender dele, ele sabia. Por agora, a língua dele estava sondando a boca de sua companheira, fodendo-a com uma selvagem e primitiva fome. O hormônio agora escorria livremente das glândulas sob sua língua, enquanto o calor da boca dela, o sugar gentil e pulsado enquanto ela tentava segurá-la, tinha sido tudo o que era necessário para terminar com a agonia que ele vinha sofrendo por meses.

Para ele, não havia maior prazer que segurá-la contra ele, sentir as suaves e hesitantes pequenas lambidelas e sugadelas na agonizante carne de sua língua. Embora cada toque tocasse mais que aquelas glândulas inchadas. Tocava sua alma, aquecia-a. Construía um fogo dentro dele onde não tinha havido nada, a não ser um frio vazio, um buraco, uma assombrada concha de um homem.

Quanto mais ela lhe dava, mais ele queria.

As mãos dele desceram por suas costas, até suas ancas, e voltaram a subir. Enquanto o material suave de sua blusa acariciava as palmas dele, ele sentiu as presas guardadas por trás das pontas de seus dedos começarem a crescer devagar, revelando-se, procurando pelo fresco calor da pele dela.

Lambendo a língua dela, agarrando-a mais perto, Jonas sentiu quando as garras subitamente rasgaram a suave blusa branca dela.

Ele queria se desculpas. Ah Deus, ele queria ir tão devagar. Ele queria mostrar-lha que podia ser um homem, que podia tocá-la, amá-la, quanto ele tinha esperado para fazê-lo. Mas ele tinha esperado tempo demais. O hormônio de acasalamento tinha acabado com muito da sua contenção natural. Ele não queria cheirar o medo dela. Ele não queria tirá-la da excitação que o hormônio iria colocá-la.

Mas ele não podia esperar. Mesmo os poucos minutos que o hormônio demoraria a reagir no sistema feminino era muito tempo para o animal Ele precisava dela agora. Ele estava faminto por ela a tempo demais.

Ele tirou as tiras da blusa dela, deitando-as no chão. A suave camiseta veio a seguir. A sensação dela boa sob suas palmas. O veludo preto correu por sua carne enquanto as garras dele rasgavam-na, tirando um arquejo dela enquanto ela afastava-se, lutando para se libertar do beijo dele.

— Rachel. — A voz dele estava quebrada, mais animal que humana agora, um som primário que fê-lo lutar para se segurar na restrição necessária para não magoá-la.

Enquanto a parte animal da genética dele era uma besta separada dentro dele, sua mente concentrou-se no pensamento que, mesmo com este singular impulso de sensação total, ele nunca poderia magoá-la.

— Deixa-me respirar. — Ela estava procurando por ar, as mãos dela segurando os pulsos dele enquanto os dedos dele lutavam para não agarrarem as ancas dela. Ele podia sentir a suavidade de seda da pele dela, sabia o quão frágil seria por baixo das pontas de suas garras afiadas como navalhas.

Voltando suas mãos, ele encostou as costas de seus dedos contra as costas dela. Ele precisava tocá-la, precisava experimentar o calor e a suavidade da carne dela, sem terrificá-la.

Ele deu-lhe um momento. Seus lábios moveram-se sobre o ombro dela, os incisivos dele arranhando a pele dela enquanto a língua dele lambia sua pele, aumentando cada toque com a potência do hormônio que pingava de suas glândulas agora.

Ele pode senti-la começar a aquecer. Sentiu os fogos começando já a acender-se dentro do corpo dela, quando eles começaram vagarosamente e sensualmente a queimar com mais força.

O cheiro disso, o doce sabor da luxúria e necessidade feminina, correram pelos sentidos dele com o poder de fazê-lo perder-se. Ele estava perdendo todo o sentido de lugar e tempo. Nada mais interessava – apenas este toque, esta mulher, nada mais.

Os lábios dele cobriram os dela novamente, a língua dele empurrando-se dentro da boca dela de novo enquanto ele rasgava as próprias roupas, desesperado por encontrar a pele dela na sua. Ele queria seus seios descobertos contra seu peito, suas sedosas e doces ancas escorregando contra as suas, as coxas dela separando-se, abrindo-se para ele.

Bombeando sua língua pelos lábios dela, ele rosnou de novo quando ela tentou separar-se. Agarrando o cabelo da nuca dela, Jonas manteve-a imóvel. Mais um minuto. Só mais um segundo para soltar o fresco e doce alívio quando as glândulas por trás de sua língua começaram a soltar marginalmente.

Mas com esse alívio, veio uma forte e mais completa urgência. A urgência de finalmente possuí-la completamente. De marcá-la. De assegurar que ela era sua companheira, que nenhum outro poderia ter a chance de pegar o que era dele.

Soltando-se do beijo, ele olhou para ela, sabendo que ele tinha que esforçar-se por mostrar algum controle sobre o animal que surgia para tomar tudo de uma vez, mais do que apreciar o doce sabor dela.

As costas dos dedos dele desceram por sua espinha, depois subiram novamente até o meio de seus ombros. Vendo-a, vendo o calor que queimava em seus olhos, ele deixou que a ponta de sua garra passasse pela curva de seu seio, perguntando-se se ela podia saber, se ela podia sentir o perigo por trás do toque. Garras que podiam rasgar, podiam fragmentar, ele jurou que não iria fazer nada a não ser dar prazer a ela.

Isso certamente dava prazer a ele. O corpo inteiro de Jonas estava palpitando com impetuoso desejo enquanto ele puxava-a para mais perto dele, sentindo a suave e sedosa carne da barriga dela esmagando o duro comprimento de seu pênis.

Quente, suave carne.

Ele queria murmurar, mas ao invés, rugiu em seu beijo. As mãos dele, ambas mudadas, a parte cega das garras correndo pelos lados dos inchados seios quando ele sentiu o choramingo dela, e o corpo dela enfraquecendo de necessidade.

Afastando-se, Jonas sentiu sua própria respiração mais rápida quando ele olhou para os montículos amadurecidos, apertados e duros mamilos cor de cereja no topo da carne firme.

Deus, ele não podia resistir.

Ignorando a fome dentro dele, ele levantou a mão até poder tocar a ponta endurecida com as costas de uma garra. Afagou-o, alimentou a necessidade rasgando por suas bolas quando ele lentamente começou a perceber que tal como o homem, o animal que tomava o controle sobre ele não tinha outra intenção a não ser proteger a companheira que ele também tinha esperado por tanto tempo.

Olhando para a pálida linha do seu seio, seus dedos acariciando-a, ensombreada pela luz da lareira, a imagem era uma fantasia. Não podia ser real. Nada na vida dele tinha parecido tão belo. Mesmo a liberdade não tinha sido tão imperativa para sua vida quanto esta mulher o era.

— Jonas. — O olhar dela levantou, um indício de choque aparecendo em seus escurecidos olhos verdes enquanto ela olhava de volta para a garra que continuava acariciando a tenra e vulnerável carne.

A ligeira curva na ponta da garra passou sobre seu mamilo enquanto ela estremecia na frente dele. Jonas podia sentir o calor dele queimando a ponta de seu dedo, a sedosa sensação dele, mais suave que qualquer coisa que ele tivesse conhecido em sua vida.

Levantando os olhos, ele olhou nos vulneráveis olhos verdes dela, e soube que ele daria sua vida para assegurar nada mais que o prazer dela. Ela valia mais para ele que sua vida, sua liberdade. E mais surpreendente, ela valia mais que a vida daqueles que ele tinha lutado por toda sua vida.

Ela era seu mundo.

— Eu não te machucarei. — Ele queria apagar o agonizante som de fome em sua voz, mas era impossível fazê-lo.

Ela abanou sua cabeça enquanto um vagaroso tremor correu por seu corpo e o cheiro do calor dela arrastou-se pelos sentidos dele como um fogo selvagem.

Ela o queria. O sedoso calor dos sucos dela estava escorrendo entre suas coxas, preparando-a para ele.

Ele sentiu suas narinas dilatarem. O corpo dele enrijeceu mais. O pênis dele empurrou, torceu-se e ele desejou mais que apenas o cheiro dela. Doce Senhor, ele estava faminto pelo gosto dela.

Ele queria, e ele não se atrevia a deita-la na cama. Ele não se atrevia a tentar-se tão longe, tão depressa.

Ele teve que fechar seus olhos enquanto baixava sua cabeça uma vez mais, seus lábios acariciando o pescoço dela, movendo-se para o palpitante e maduro mamilo. Era tentador. Ele passou sua língua e teve que lutar para se controlar porque sabia tão doce, tão perfeito quanto parecia. Curvando sua língua sobre ele, homem e besta juntaram-se, moldaram-se e, como uma única entidade esforçou-se para dar prazer à única companheira que ele conhecera.

Rachel estremeceu nos braços de Jonas, o sentir da língua dele, áspera apenas para raspar, para aumentar o calor do sensível mamilo, era suficiente para fazer a cabeça dela girar. As mãos dela apertaram seus ombros enquanto sua cabeça caia para trás, seus joelhos enfraquecendo. Ela não conseguiria se manter em pé por muito mais tempo. Ela não conseguia aguentar um prazer como este. Ela não tinha a força...

Os joelhos dela enfraqueceram mais, fazendo-a cambalear quando os dentes dele juntaram-se contra seu mamilo e fizeram um grito de prazer inacreditável sair dos lábios dela.

— Jonas. — Um grito estrangulado saiu dos lábios dela enquanto ela se sentia cair, suas pernas recusando-se a sustentar o seu peso.

— Estou te segurando, querida. — E ele estava. Torcendo-se, movendo-se, os lábios dele ainda em seus seios, sua língua acariciando ora um mamilo, ora outro, enquanto ela se sentia abaixando.

Ele se moveu, curvou-se, ajoelhou-se. Rachel sentiu a madeira fresca da mesa de noite através da seda se suas calcinhas e na carne nua de suas coxas.

O pequeno candeeiro caiu no chão. Um áspero, rugido rasgado encheu o quarto sombreado pela chamas quando as coisas dela foram empurradas. Ela colocou rapidamente um pé na beira da cama, o outro no assento da cadeira ao lado da mesa. Ela estava separada, aberta; ela estava excitada pela fome que transparecia no brilhante olhar dele. Necessidade, desejo arrebatador, emoções que ela estava com medo de definir, e um prazer que ele não fazia nada para esconder brigavam com algo aparentemente assustador em seu olhar.

Rachel olhou para ele, tremendo como uma folha. A luz do fogo brilhava sobre ele, pintando seus traços em ouro e sombra. Os olhos prateados brilhavam na escuridão quando suas mãos levantaram suas coxas, suas garras arranhando-as gentilmente, tão gentilmente.

Rápido como um relâmpago, maravilhosas sensações correram desde aquele lugar vulnerável diretamente para sua vagina e golpearam-na como uma explosão sensual. Os músculos dela tremeram, desesperados por serem cheios. O clitóris dela torceu-se, morrendo por um toque.

— Oh Deus — Uma violenta sensação correu por sua vagina, queimando com tal êxtase maravilhoso que ela ficou sem fôlego, procurando, desejando. Os estilhaços de prazer eram tão intensos, tão inacreditáveis, que ela lutou para fechar as pernas, segura-los para sempre.

Ela recebeu um rugido em resposta, um vislumbre de fortes dentes brancos, enquanto ele abria mais suas coxas. Antes de ela poder reclamar, aquelas garras agarraram-se no elástico de suas calcinhas e o som de roupa rasgada chegou até ela.

— Oh meu Deus, Jonas. — A cabeça dela caiu contra a parede quando ela sentiu a respiração dele contra as dobras quentes, um sussurro, uma brisa de sensual, erótica fome, um segundo antes da língua dele correr por sua vagina. Como um amante, luxuriante rasgo de fome, ela explorou pela entrada cheia se suco.

Fricção. Apenas a menor sensação de aspereza e quase a mandou para o precipício antes da cabeça dele levantar-se novamente.

— Você sabe bem, tão doce e suave. — A voz dele atravessou seus sentidos. Abaixando sua cabeça novamente, Rachel sentiu os lábios dele em um beijo íntimo. Ele chupou seu clitóris prendendo-o com seus lábios, provocou-o com sua língua antes de soltá-lo. Beijos suaves e sugados moveram mais para baixo. A língua dele emergiu para tentar e provocar, para provar com pequena pressão cada dobra da saturada carne.

— Eu não aguento. — Ela arfou. Ela não conseguia. Aqueles beijos eróticos estavam deixando-a maluca, deixando desesperada por sentir o pênis dele dentro dela.

Escorregando suas mãos pelas coxas dela, ele separou as dobras gentilmente com as pontas dos dedos com garras. As bicadas das afiadas pontas dos dedos eram outro prazer, uma fatia da maravilhosa sensação quando ele a abriu mais e lambeu. Ele lambeu-a com deleite, apreciando cada gosto que encontrou nela e levando os sentidos dela para o caos.

Ele rugiu, o som vibrando na entrada da vagina dela enquanto ela lutava para memorizar cada toque.

Lambendo, acariciando, a língua dele trabalhou entre as dobras com faminta demanda. Mergulhou na entrada, empurrado e passando rapidamente pelas paredes sensíveis. Levou-a para um remoinho de prazer tão intenso que ela temeu se afogar nele. Retornando ao distendido e sensível botão de seu clitóris, a língua dele enrolou-se nele, colocou-o entre seus lábios e beijou-o com devastadores e vagarosos movimentos dos seus lábios enquanto sua língua acariciava.

Ela não podia acreditar no completo abandono na expressão dele, o prazer dele enquanto ele a comia com uma fome decadente. As garras dele acariciaram suas coxas, dando um escondido elemento de perigo, uma lembrança da criatura que ele era, homem e animal, e completamente devoto ao prazer dela. Um prazer tão destrutivo para o coração dela, para suas emoções, que ela se encontrou entregando-se a ele com todo o seu ser.

Ela temia que não pudesse sobreviver. A necessidade era uma fome tão profunda que levou todo o pensamento, todo instinto que não o de ser possuída por ele. Olhando pelo meio de suas coxas, ela viu a língua dele estender-se e escorregar pela brilhante pele. Provando, rodeando seu clitóris, um grito saiu da garganta dela por causa da sensação. Prazer correu por ela. Subiu por sua espinha, pelas suas terminações nervosas, correu pela corrente sanguínea dela até cada célula de seu corpo sentir-se corada. Era demais. Ela arqueou-se, lutando para chegar mais perto, suas mãos agarrando seus joelhos enquanto ele separava mais suas pernas e começava a devorá-la com uma intensidade que correspondia ao seu próprio desespero. Ela não achava que podia melhorar. Melhorou. A língua dele empurrou dentro dela, subitamente fodendo sua vagina com uma demanda que manteve-a à beira da felicidade. Cada carícia era branco quente, cada grossa pressão brilhava, mandando um resplendor de prazer agonizante que corria por ela enquanto fazia-a queimar por uma possessão completa. Ela precisava de tudo. Ela precisava de todo ele.

— Jonas, por favor, — ela implorou quando sentiu suas garras acariciando suas coxas novamente.

Suor brilhava na testa dele, em seus ombros. Um rugido vibrou na carne dela. Ele colocou seu clitóris novamente na sua boca e começou a sugá-lo. Os olhos prateados cheios de uma fome viva levantaram-se para os dela e empurraram-na pelo precipício. Era um precipício de libertação completa. Uma tempestade de fogo engoliu-a, enrolou-a por um caleidoscópio de cores e fê-la gritar o nome dele com o pouco ar que lhe restava.

Ela estava tremendo, doendo, procurando por ele. Ela o viu se por de pé, suas mãos agarrando os ombros dela para levanta-la até ele.

Ela queria mais. Ele tinha tido o sabor dela, devorado ela até destruir sua mente. Era a vez dela retribuir.

O pesado, grosso comprimento do pênis dele estava na frente dela, a corada crista escurecida e intumescida, marcada com o fogo da lareira, tentando os lábios dela. Aproximando-se, ela deixou sua língua correr pela cabeça enquanto ele tentava colocá-la em pé. Ele pareceu congelar. Como se aquele simples toque deixasse-o suspenso, preso no lugar.

Ele tinha o gosto selvagem, como as próprias montanhas. Fresco, revigorante. A umidade do pré-sémem explodiu em sua língua, e com isso, o gosto das montanhas tinha uma nota de canela e especiarias que enchia o gosto do beijo dele. Era um elixir intoxicante. Alimentou a necessidade já queimando dentro dela, como gasolina nas chamas, explodiu em seus sentidos e mandou chicotadas de prazer por ela.

Não era uma coisa gentil. A necessidade que cresceu nela não era controlada ou calma, era tão selvagem quanto a fome que ela via nos olhos dele, na expressão dele. Tão selvagem como o animal com que ele partilhava os genes. Um gemido de prazer escapou da garganta dela quando seus lábios de abriram e ela colocou a alargada cabeça em sua boca. O que ela tinha desencadeado?

A cabeça de Jonas caiu para trás enquanto suas mãos voavam para a cabeça dela, seus dedos apertando-a, segurando-a, cada pedaço dele lutando para se libertar do mágico aperto de seus lábios.

Maldita seja ela. Ele estava segurando-a quieta para impedi-la de mover-se sobre seu pênis, mas ela ainda o estava destruindo. Ela estava sugando a inchada cabeça com avidez, lambendo a crista de seu pênis como se fosse seu doce favorito. Ele não podia resistir. Suas ancas flexionaram-se, moveram-se. Ele viu quando a rosada, grande crista escorregou para fora de seus lábios, então ele pressionou para dentro mais uma vez.

De novo. Ele fê-lo de novo, e de novo. Era um prazer tão intenso, tão violento que ele jurou sentir seus joelhos tremerem por um momento antes dele estabilizá-los. Todo o corpo dele estava tenso, rígido com a sensação relâmpega e erótica. Ele estava fodendo sua boca com vagarosos e fáceis empurrões. O forte e molhado aperto, a língua dela se movimentando, deixou-o maluco de necessidade, de fome.

Oh Deus, ele não podia aguentar. Ele lutou. Ele não podia se vir desta maneira. Ele não podia arriscar qualquer resultado desconhecido…

As mãos dele prenderam a cabeça dela novamente, parando os golpes rápidos de sua boca. Não que isso a parasse. Mais uma vez, ela chupou, sua língua moveu-se, ondas de quente e pulsante prazer apertaram suas bolas enquanto ele se forçava a afastar do extasiante aperto de seus lábios. Fungando, ele lutou para controlar a fome que corria por ele e perdeu. — Eu preciso te dizer... — Ele voltou-se para ela, pressionando as mãos dela contra a mesa de madeira e incitando-a a deitar-se. Assim. A loucura dentro dele não iria ter de outra forma. Só aqui, só atrás dela, ele podia segurá-la como precisava, seus dentes podiam prender-se no ombro dela e o hormônio em sua língua entraria no sistema dela com o resultado máximo.

Agarrando o corpo de seu pênis, ele pressionou-o contra ela, sorrindo ao sentir os sucos dela lubrificando a coroa, molhando-o para facilitar a penetração. A pequena entrada da vagina dela separou-se, sugando a cabeça quando ele colocou-a mais perto, apertando, incentivando-o a entrar.

Ela arqueou as costas quando o cheiro do prazer dela flutuou em volta dele. Ele tinha que lutar para segurar um rugido quando ela gritou quando ele pressionou a cabeça de seu pênis mais fortemente contra a molhada entrada de sua doce vagina. Dobrando-se, ele empurrou para dentro, sentiu o forte aperto dos músculos quando eles começaram a separar-se para ele, seu pênis desprotegido quando ele começou a forçar seu caminho pelo molhado calor de sua vagina.

— Sinto muito, Rachel. — Ele sentiu o suor escorrer por sua cara, viu quando pingou no ombro dela um segundo antes dos lábios dele moverem-se para a curva vulnerável de seu pescoço. Ele iria mordê-la. Ele podia senti-lo. Animalisticamente, martelando, a estrita demanda do animal era impossível de ignorar. Exatamente ali. Perto da grande veia que significava vida ou morte.

Ela estava tremendo. Ele sentiu seu estremecimento mesmo quando ele sentiu o confortável calor molhado do corpo dela agarrando ele.

Ele estava perdendo todo o controle. Ele estava perdendo toda pequena consciência que tinha. Não havia nada exceto a mulher, nada a não ser o prazer. Nada a não ser o aperto segurando seu pênis quando um arquejo saiu dos lábios dele e ele entrou com mais força nela. As costas de Rachel arquearam-se.

Prazer doloroso correu por ela quando ela sentou a repentina pressão feroz que separou o tenro tecido e encheu-a com um calor cegante. Ela não podia se segurar. As unhas dela prenderam a borda da mesa quando ela começou a se mexer, suas ancas empurrando de volta, seus músculos prendendo-se nele quando ele começou a mexer-se atrás dela. As ancas dele rolaram, os joelhos curvados. Ela sentiu suas garras em suas ancas, enterrando-se com um calor, uma dor-prazer que juntou-se aos profundos, dirigidos golpes dentro dela enquanto ele a fodia profundamente e com força.

Com as costas voltadas para ele, ela não tinha escolha a não ser concentrar-se no prazer. Não havia distrações. Ela não podia ver os olhos dele, não podia ver sua expressão, e isso ajudou a enviar gritos de prazer por seu sistema.

Ela estava voando através do êxtase. Ela foi atirada para fora da realidade, para um mundo onde não existia nada a não ser a empolada fome dirigida. Onde nada importava a não ser este momento, este homem. Este prazer.

Cresceu dentro dela, apertando, tencionando, queimando. Arrepios correram por sua espinha. Agonia apertou seu clitóris quando ela sentiu o mundo começar a desfazer-se em volta dela. A explosão resultante deixou-a gemendo seu nome. Nada tinha sido assim, nunca. Nada tinha queimado com tanto calor, golpeado com tamanho prazer ou explodido com tais resultados.

Jonas senti-o. O aperto tornou-se mais confortável, mais quente. A arremetida de calor líquido, os arrepios que correram através de seu corpo. O pulsante aperto que ela produzia no seu pênis era demais. Prazer aumentado. Uma tempestade impetuosa de sensações rasgou sua espinha, apertou-se em seu abdômen e explodiu em suas bolas.

Antes dele conseguir parar o impulso, seus dentes prenderam-se naquela doce, suave área do ombro dela. As afiadas pontas furaram a carne, o forte gosto de ferro do seu sangue explodiu contra sua língua que rapidamente lambia.

Enquanto sua libertação corria por ele, a lingueta emergiu por detrás da cabeça de seu pênis, estendendo, prendendo-o dentro da sua leitosa vagina, e começou a aquecer seu corpo inteiro com a poderosa libertação que tinha detonado nele.

O corpo dele era uma massa de prazer estático. Poderoso, brutal, primário em sua intensidade, crescendo e queimando dentro dele até sua cabeça separar-se do pescoço dela e um forte e estrangulado rugido escapar dos lábios dele.

Sua companheira. Sua. Seu presente, sua vida.

Ele tinha-a traído no momento que tinha se permitido beijá-la. Neste momento, agora, jorrando sua semente dentro dela, ele teve a horrível realização que sem Rachel, sem seu toque, seu riso, seu calor, a vida dele não tinha sentido.

Com esse pensamento veio a compreensão, o conhecimento, que quando a manhã viesse, ele podia perder tanto seu calor quanto seu riso.

Que mulher iria ficar feliz em ser companheira de um monstro?

  

      Rachel despertou nos braços do Jonas, com a cabeça recostada em seu peito enquanto os dedos dele acariciavam suas costas. Dedos não letais, diferentes das garras fortes que tinha mostrado a noite anterior.

       Ela tinha visto as extensões perigosamente bicudas antes, mas nunca teve a ousadia de explorar realmente aqueles dedos longos e amplos para averiguar se eles trabalhavam como os de um gato. Teve que admitir, entretanto, que a sensação deles acariciando suas coxas tinha enviado flechas de excitação sensual diretamente ao centro de seu sexo.

       Seu olhar caiu à ampla mão forte e que jazia sobre seu ventre nu. Inclinou-se, levantando seu dedo indicador, acariciando-a por um segundo, maravilhada pela força da mesma. Ela ousaria, ela teria coragem? Ela sabia que normalmente não se atrevia a olhar para ele como estava a fazer. Mordendo o lábio, ela apertou firmemente logo abaixo da unha bem cuidada e expos a garra mortal.

Ele flexionou a sua mão em seguida e lentamente, cada dedo ostentou as garras afiadas que tinha sentido em suas coxas na noite anterior. Ela pôs uma expressão corajosa. Só Jonas teria afiado as garras como pontos afiados. Quando lhe veio a ideia de que elementos das Raças eram civilizados, Jonas tinha um desempenho digno de Oscar.

Ele ficou em silêncio enquanto ela percorria com dedo a ponta afiada, os olhos prateados observam-na com intensidade tranquilizadora.

Como queria poder decifrar as emoções por detrás dos olhos dele. Queria poder entender por que vê-los lhe quebrava o coração com a dor da tristeza.

— Podem todas as raças fazer isso? — ela perguntou tocando a ponta de uma garra com o dedo.

Balançou a cabeça. — Só um primal.

— A primal? Nunca ouvi essa designação antes. — Ela pensou que tinha ouvido todas elas.

A cor de seus olhos cintilou momentaneamente. — É uma sub-designação e é cuidadosamente mantida em segredo. Muitas raças não estão cientes que nós existimos. Somos os verdadeiros monstros da espécie. Primals são criados para serem os menos misericordiosos e compassivos. Nossos animais estão mais próximos da pele, pode-se assim dizer, os instintos humanos da crueldade e da egomania foram aumentados sobressaindo assim na nossa genética humana.

— O soldado perfeito —, ela murmurou, lembrando-se da imprensa que acompanhou o resgate da raça.

— Não, raças são os soldados perfeito —, emendou. — Primals são os assassinos perfeitos. Fomos criados para trabalhar melhor sozinhos, nunca seremos capazes de ser um amante ou um amigo, e podemos matar essa pessoa sobre ordens, ou conforme a necessidade. Nós fomos criados para não tem coração, nem misericórdia. E nós fomos criados para produzir híbridos que andem em duas pernas.

Algo mais cintilou em seu olhar então: apreensão, talvez? Ele esperava que ela tivesse medo neste momento? Era um pouco tarde demais para isso. Ela estava em sua cama e era sua verdadeira companheira. Medo a esta altura teria sido drama. E Rachel não acredita em dramas.

— O que aconteceu com a parte de reprodução? — Seu coração estava partido por saber que tinham sido criados para nunca amar, nunca rir. Que peso devia ser saber que tinha sido criado para destruir, para matar, e que o mundo sabia por que tinha sido criado. Eram odiados e temidos pela sua própria existência. As Raças também lamentavam essa razão.

Um riso amargo escapou dos seus lábios. — Eles nunca conseguiram por essa parte a trabalhar bem. Os cientistas não tinham consciência da necessidade de acasalamento. Mas um terreno foi estabelecido para as criaturas que eventualmente pudessem produzir.

As criaturas, não as crianças. Rachel tinha de controlar as lágrimas com as palavras que ele usou. Simpatia não era uma característica de Jonas. Ele preferia a realidade e honestidade acima de tudo. Ela ouviu dizer uma ou duas vezes que a simpatia era uma emoção vazia para aqueles que não tinham desejo de lutar contra uma injustiça.

— Não importa se é humano ou animal —, disse ela baixinho enquanto olhava para ele. — Eu não acredito que alguém nasça, ou seja, criado para matar. É ensinado. Podes usar todas as características genéticas que quiseres, mas tudo se resume ao que ensinas aos teus filhos. Da mesma forma que se resume ao que a criança decide fazer com o que lhe ensinaste. O conhecimento de certo e errado está inerente, Jonas. As raças têm provado isso.

Ela viu a indecisão no seu olhar ou talvez descrença.

Deitada nos seus braços, o corpo quente, duro, tenso contra ela, finalmente, abordou o assunto que tinha a incomodado na noite anterior.

Jonas e Leo tinham uma relação conflituosa por norma, mas ontem à noite, ambos tinham se aproximado mais do limite que o normal.

— Qual é o problema entre ti e o Leo? Ele tem se metido contigo desde que eu trabalho para ti, mas foi pior a noite passada.

— Ele está implicando comigo desde que estás comigo —, ele resmungou.

— Porquê?

—Quem sabe por que o Leo faz o que faz, ou o que ele espera conseguir com isso. — Ele estava verdadeiramente confuso. — Ele continua a implicar com algo que ele não quer ter que explicar, e recuso-me a pedir que a explicação. Sou simplesmente o filhote que ele se arrependeu de ter criado.

Limitava-se a aceitar, mas Rachel viu o traço da traição em seus olhos. A atitude Leo picado-o quem poderia culpá-lo? O sonho das raças era a família. Leo era seu pai, mas agia como se tivesse vergonha ou arrependimento, da existência de Jonas. Seus olhos contavam outra história, porém, pensou Rachel. Como Jonas, Leo olhos transbordantes de emoções.

— Teimoso —, afirmou.

— E ele é um bastardo manipulador —, ele rosnou.

— Tal pai, tal filho, talvez? — ela perguntou-lhe com um sorriso enquanto se esticava preguiçosamente, sentindo o carinho que atacou o seu corpo, a prova de que ela tinha sido bem amada na noite anterior.

— Minha genética é muito diferente da dele —, retrucou. — Ele deu uma base, se quiser. Então, os cientistas adicionaram o que eles achavam que iria criar o animal que queriam. Leo não é primal, mas ele deve ter sido criado como um.

Ela quase riu. Infelizmente, ela teve a sensação de que o riso não cairia bem agora.

— Eu odeio dizer isso, Jonas, mas não estás tão longe do teu pai geneticamente —, informou — Vocês os dois são mais parecidos do que ele e Callan são. E ainda tens várias características físicas da tua mãe, como a forma dos seus olhos.

Sua expressão escureceu. — Elisabeth não é minha mãe. Minha mãe foi a cientista LaRue, que chefiou o laboratório francês onde fui criado. Não partilho genética com Elisabeth Vanderale.

Estava mentindo. Rachel sentou-se, virou-se e olhou para ele. Não havia dúvida sobre o fato de que Elisabeth Vanderale era sua mãe. Muitos hábitos e tiques estavam espelhados nele, como o hábito de esfregar o pescoço, quando estão agitados, ou a maneira de cerrar os olhos. Ela tinha visto a mulher mostrar esses gestos muitas vezes nos últimos meses.

Mentiras e enganos eram coisas que Rachel se recusava a tolerar. Ela não iria ficar para trás e permitir a Jonas que demonstrasse os seus traços menos desejáveis contra ela como fazia nos círculos políticos.

— Olha, eu não sei o que achas que este acasalamento vai ser, Jonas Wyatt, mas não incluirá mentiras. E não penses que eu não aprendi até agora como dizer exatamente quando está mentindo. Deixa-me adivinhar: Não é suposto, Elisabeth Vanderale ser a tua mãe, por isso nunca foi informada?

Apertou a mandíbula. Fosse o que fosse que ele estava tentando esconder dela era obviamente algo que ele estava lutando manter para si próprio.

— Como sabes que eu estou mentindo? — Ele olhou para ela com um encanto quase inocente. Foi tão obviamente falsa que ela quase riu.

Ela revirou os olhos. — Chama-lhe intuição feminina, Quando mentes, sinto-o.

Se houve uma pessoa que ela pensou que iria compreender, seria Jonas.

Ele suspirou enquanto olhava para o teto, como se esse conhecimento fosse irritante. — Só o que preciso, uma companheira que sabe ouvir os seus instintos.

Rachel deu uma risada antes de sair da cama, puxando o lençol e envolver-se com ele.

— O fogo está se apagando. Daqui a pouco vai estar muito frio —, disse-lhe que ela olhando pela janela, onde madrugada já aparecia no horizonte. — E Amber deve acordar a qualquer momento. Falas com ela enquanto tomo banho?

Jonas observou-a a ir do quarto para o banheiro e franziu a testa enquanto pensava, até que finalmente entendeu.

Rachel levou o cheiro com ela. Ele podia detectar a fusão do hormônio no seu sistema a partir da mordida que lhe tinha dado na noite anterior. Ele podia detectar uma subtil atração natural para ela. Mas, ela não queimava por sexo como seria de esperar nos companheiros. Ela não mendigava e já fazia mais de 6 horas que ele tinha saído a ultima vez dela.

O fogo brilhava dentro dela. Ela tinha despertado. Ele podia sentir o cheiro a fome latente nas dobras do seu doce sexo. Mas ela estava a controlar a fome em vez de perder o controle.

Deitado ele tentou sentir a agonia, a excitação ardente que ele sabia afetava os companheiros recentes menos a concepção ocorresse. Ou Ely foi capaz de encontrar a dosagem hormonal necessária para ajudar a aliviar os sintomas do sexo feminino.

Percebeu-se que foi limitado, levantou-se da cama e vestiu-se rapidamente. Ele estava bem desperto. Seu pau estava tão duro esta manhã como tinha estado na noite anterior. A necessidade de tê-la e derramar-se dentro dela, ainda estava lá. Mas já não era angustiante. Já não era tão dolorosa que sentisse como se estava a perder a cabeça.

Esfregou a parte inferior da língua contra os dentes, sentia um ligeiro inchaço nas glândulas. O hormônio estava lá, pronta para ser lançada no sistema novamente. Mas glândulas não estavam assim tão inchadas e não estava se sentindo sequer febril.

Foi para a sala de estar, preparou o biberão e dirigiu-se para o berço a fim de trocar a fralda e prepará-la para o seu pequeno-almoço.

Um pequeno sorriso surgiu em seus lábios quando ele encontrou aquele olhar verde e um largo sorriso.

— Então pequena —, ele sussurrou quando a pegou e começou a mudar a fralda dela. — Já estavas me minha esperando, não estavas?

Tornou-se habito levantar-se antes de Rachel. Ele usava esses pequenos momentos de lazer para brincar com o bebe, onde ninguém podia ver, para desenvolver o vínculo que ele sabia que os uniria por toda a vida.

Ela balbuciou para ele, o que imediatamente lhe derreteu o coração, apesar de tentar manter a aparência dura. Esta menina pequena, tão vulnerável, tinha a capacidade de fazê-lo questionar-se sobre como suas ações seriam vistas ela enquanto crescia.

Tua mãe sabe mais de mim que eu próprio, pensou ele. Ela era definitivamente mais forte do que ele tinha imaginado. Esperava que ela ficasse chocada, horrorizada, com o conhecimento da criança que poderia conceber. Invés disso, calmamente expressou o desacordo com o seu conhecimento sobre o que o futuro pode trazer e isso acalmou seus próprios medos.

Poderia ser tão simples? Perguntou-se. Uma criança sua poderia ser mais que um assassino? Havia alguma maneira de fazê-la valorizar a vida como ele próprio tentou?

Ao vestir Amber, ele sorriu de novo ao ver como os seus pezinhos chutavam contra a sua mão e os braços que agitadamente se moviam com o entusiasmo. Era o momento em que ele lhe pegava e a embalava contra ele e ela exige que ele se apressasse.

— Tu vais arrasar —, disse-lhe enquanto a erguia do berço e deu-lhe o biberão. — Até já imagino. Com uma tia como a Diana, cabelo vermelho, e a mim como pai, não terás escolha.

Ele teria que ensiná-la a defender-se. O mundo das Raças não era particularmente seguro. O perigo era a norma e todos os seus filhos tinham que estar preparado para isso, mesmo aqueles que não haviam nascido com X da Raça.

Sentou-se em uma cadeira, ele encostou a criança contra o peito e segurou o biberão confortavelmente na sua boquinha e olhou para ela. Parecia a mãe. Não havia nenhuma parte do pai nela. Nem na aparência, nem no cheiro.

Ele cheirou-a e descobriu que a genética Rachel dominaram os genes Marshal. Depois, ele franziu a testa e inspirou o ar novamente.

Havia algo de novo, algo que ele nunca tinha detectado antes. Mas era ainda tão leve que ele não conseguia identificar exatamente sua origem.

Claro que ele sabia que o perfume de um bebe alterava ao longo dos anos. Aquele perfume de criança e totalmente diferente de um adulto. O seu aroma enquanto criança tinha um cheiro infantil como tom subtil.

Mas, ainda assim, Amber não devia alterar tão cedo. Ainda faltavam vários meses antes da mudança se iniciar e bem mais antes sequer de ser detectável.

Quando ela terminou de beber, os olhos fecharam-se e ela adormeceu novamente enquanto Jonas a embalou suavemente. Dentro de instantes, ela se contorceu, gemeu, e ele sorriu novamente.

Sem se conter ele ronronou satisfeito como um Raça acasalado. Ele andava a ronronar desde a noite em que trouxe a Rachel para sua casa. Outra anomalia, ele pensou. A maioria das raças só ronronava após lingueta surgir durante a relação sexual.

No entanto, Jonas ronronava. E ele foi muito cuidadoso para que a Rachel não o ouvisse. O objetivo dele era que ela se sentisse confortável com o acasalamento e só depois permitir que ela conhecesse o seu verdadeiro animal.

Com Amber, ele relaxou a guarda. Na primeira noite como Rachel adormeceu, exausta, e Amber tinha exigido atenção. Ele permitiu-se ronronar simplesmente porque ele não sabia como cantarolar o que Rachel tinha cantado para a sua filha.

Amber tinha sido imediatamente cativada por esse ronronar, tanto que agora ela se recusou a dormir até ele utilizar esses som único enquanto a embalava.

Ele estava firmemente ligado em torno daquele dedo mindinho como estava ligado a sua mãe.

Quando ele teve a certeza que ela dormia colocou-a de volta no berço antes de fazer uma chamada.

— Comando, eu preciso de uma linha segura para o laboratório do 2º andar —, ordenou o centro de comando de segurança. — Eu quero o canal fechado e codificado.

— Sim, Sr. Wyatt — responderam do centro de comando.

Uma série de bips e pings sonoros sinalizou a entrada em ação da linha segura e segundos depois do primeiro toque ecoou na linha.

— Eu tenho tentado contactar-te —, respondeu rapidamente Amburg. — Devias atender o telefone mais vezes, sabias?

— Sério? — Jonas com fingido desinteresse. — O que precisas?

— Eu preciso que tu e a tua companheira venham juntos ao laboratório, logo que possível. Eu gostaria de recolher amostras dos dois na presença um do outro para compará-los com resultados anteriores —, informou — Ely fez testes ontem a noite e os resultados foram surpreendentes. Preciso estudar outras amostras para ver como todos os estímulos poderiam alterar os resultados.

— Hmm, — Jonas murmurou enquanto sentia seu lado calculista ultrapassar a letargia que tinha sentido momentos antes.

— Tem alguma coisa a ver com a mudança no cheiro da Amber, não?

A linha ficou em silêncio durante longos momentos. E Jonas sentiu surgir uma tensão que não estava lá antes e conseguia imaginar a expressão pensativa do médico. O que não augurava nada de bom para as respostas necessárias.

— Tragam a criança também. — Havia uma nota de preocupação na voz do cientista. — Eu não sei o que está mudando o cheiro, mas se esta realmente mudando, Ely, eu e Elisabeth precisamos saber a razão.

Jonas arqueou as sobrancelhas. Desde quando Amburg, Ely e Elisabeth Vanderale tinham começado a trabalhar tão bem juntos, ao ponto que Amburg se sentisse confortável o suficiente para chamar Elizabeth pelo nome invés de Dr. Vanderale?

— Dentro em breve estaremos nos laboratórios —, informou o Jonas antes de baixar a voz. — Mas atenção, Amburg. Se eu descobrir que estás brincando com os testes, eu prometo, vais-te arrepender.

— Não te esqueças de que sou um cientista, Wyatt —, afirmou Amburg, num tom serio. — Eu até posso não gostar de ti, mas a genética da raça e sua evolução tem sido a minha vida. Brincar com estes testes nunca me passou pela, simplesmente porque iria mexer com os resultados. Pode-se dizer o mesmo de ti?

Jonas cerrou os lábios. É claro que ele não podia. Ele alterou alguns dos seus testes quando eram realizados.   Todos os testes que indicariam quem seria a sua mãe natural davam sempre merda, mas também por que chatear-se tanto, ele não estava sempre.

Não, Leo, Dane e Callan iriam ficar horrorizados ao saber que o bicho-papão das raças era um irmão em vez de um acidente genético, como Leo gostava de lhe chamar?

Raios, e ele não iria revelar, sabia que a maldita mulher iria chorar. Filho da puta, tinha-a visto chorar por Callan, quando ele foi ferido no ano anterior, quase morto. Ela chorou de braços Leo, a voz quebrada, a agonia de não ter tido tempo suficiente para amar o filho rasgava-a. Tinham sido forçados a ficar separados por muito tempo, e ela simplesmente achava que ele merecia mais tempo mais vida.

O que ela faria se soubesse que os seus óvulos, congelados pelo Conselho na altura que ela tinha feito parte dele e o sêmen de Leo, tinham criado? Foi só depois da sua criação que a sua genética tinha sido manipulada. Manipulado o suficiente para que, evidentemente, o cheiro parental fosse apagado. Só a base de perfume de Leo foi mantida.

— Acabei — Rachel disse do quarto, o seu longo cabelo úmido cobria lhe os ombros, os olhos verdes estavam um pouco mais escuros, a sua excitação estava mais quente. Mas ainda assim, ele não sentir nenhuma angústia no seu aroma.

Ele queria pedir-lhe para voltarem para o quarto primeiro. Queria aliviar a dor que lhe apertava as bolas, mas ela cheirava tão doce e suave e parecia ansiosa para ver a filha.

Ela atravessou rapidamente a sala, sorriu para o seu anjinho, pegou-a delicadamente e embalou-a enquanto começou a cantar.

Jonas esfregou a parte de trás do pescoço, a dor estava irritando-o, ativada pela tensão, tornava-se facilmente numa dor de cabeça forte. Houve uma época nos laboratórios, quando a dor foi insuportável.

— Vou tomar banho —, disse ele, lutando contra a luxúria. Esperaria o máximo que pudesse.   — Precisamos voltar aos laboratórios, logo que possível. Toma o pequeno-almoço, saímos assim que eu estiver pronto.

Ela virou-se para ele, franzindo a testa. — Nós estivemos lá ontem á noite, Jonas. Porque temos de voltar?

— O nosso calor de acasalamento é diferente do dos outros e Ely quer mais amostras agora que nós completamos o acasalamento —, informou-a. Ele olhou para Amber, sem saber o que poderia dizer a Rachel sem a perturbar. Porra, ela já tinha sofrido o suficiente, não queria vê-la ainda mais preocupada. — E eu quero que Amber seja consultada uma vez mais.

Ela paralisou. Ele sentia o cheiro que roçava o medo.

— Por que, Jonas? E nem tentes mentir-me.

Ele fez uma careta. Sim, mas que sorte a dele, ter uma companheira com a intuição feminina super desenvolvida.

Suspirando, ele explicou-lhe a alteração do perfume e linha do tempo normal para as mudanças das criança. Ela agarrou se á criança e apenas o observando com o seu rosto pálido e os seus grandes olhos verdes pôs-lhe algumas questões.

— Não é nada perigoso —, assegurou-lhe ele. — Se fosse, Rachel, eu saberia. — Ele rezou para saber. Como primal, o olfato era muito aguçado, quando comparado a outras raças. Mas não o fazia infalível e sabia disso.

Rachel passou a língua pelos lábios nervosamente. — E eles serão capazes de descobrir o que está causando a mudança? — perguntou-lhe.

— Essa é a ideia. — Ele balançou a cabeça. — E pelo menos podem descartar quaisquer problemas.

— Se ela estivesse doente, saberias, não sabias, Jonas? — de repente ela perguntou temerosa. — Se ela estivesse realmente doente.

Ele chegou-se a ela. Não suportava ver o medo nos seus olhos.

Tocou-lhe com os dedos na bochecha antes de lhe inclinar a cabeça e beija-la suavemente. — Eu saberia — ele prometeu, com os lábios movendo-se contra os dela. — Qualquer doença da Raça ou humana, seria possível tanto para mim como para Ely detectar, querida, eu prometo-te. E eu não cheiro nenhuma doença, apenas uma mudança que eu quero entender.

Não havia mais nada que ele lhe pudesse dizer, mas pela primeira vez em sua vida, ele desejou ser capaz de desencantar respostas só para aliviar o medo dela.

Em vez disso, virou-se e foi para o chuveiro. Não havia nada que pudesse fazer, a não ser levá-la aqueles que poderiam encontrar as respostas. E rezar para que estivesse certo.

 

Rachel observou-o a sair da sala, embalando lentamente Amber e tentando acalmar o pânico que sentia. Ela era uma covarde, pensou, tal como Diana sempre a acusou de ser.

Ela não era do tipo viciada em adrenalina, ela preocupava-se. Rachel era a quietinha e Diana era a tempestade. Mas simplesmente pensar que algo podia estar errado com Amber, pensar que Phillip Brandenmore podia ter prejudicado a sua filha, foi o suficiente para fazer seu estômago borbulhar com medo e raiva.

Rachel deitou Amber no berço e beijou-a na testa e foi até a lareira olhando para o conforto, para o calor do fogo.

Tinha vivido para o dia em que Jonas tirou aquele bastardo do médio Oriente e o trouxe para a custódia da Raça. Ela quis estar lá. Queria ter a certeza que ele sentia o mesmo medo, o mesmo terror que sua filha tinha sentido.

Queria o seu sangue. Ouvi-lo gritar de dor, vê-lo a implorar – tal como ela tinha implorado pela Amber enquanto a menina chorava por ela.

Ainda podia ouvir os gritos de Amber quando ela ouviu a voz da mãe, sabendo a perto e mesmo assim um desconhecido tinha-a sem sensibilidade ou cuidado.

Ainda se lembrava de como ele a agarrou, com a mão atrás do pescoço apoiado no peito magoando-a

Ele tinha os aterrorizado e ela queria vê-lo morto. Rachel pressentia que assim que a verdade fosse revelada ela não teria qualquer problema em puxar o gatilho e tirar lhe a vida. Sua intuição feminina agora estava fazendo-lhe mal. Desde Jonas tinha mencionado a mudança do perfume Amber que o sentia. Como se a ideia de alguma doença desconhecida tivesse acionado um conhecimento interior que ela não podia entender.

De volta ao berço, ela rapidamente despiu a bebe, virando-a e verificando cada possível sinal de problemas. Sabia que Brandenmore tinha injetado em Amber alguma coisa. Elizabeth Vanderale e Jeffrey Amburg tinham dito que apenas tinha sido um sedativo. O que fazia sentido. Amber estava aos gritos e isso o deve ter irritado, já que a ela, o medo nos gritos de Amber a tinha colocado perto de um colapso nervoso. Ele queria que a menina estivesse calma.

Então, por que não a matou?

Rachel apertou sua mão contra o estômago com o pensamento. Brandenmore não se preocupava com uma criança pequena e ele tinha a intenção de matar Rachel, quando ela voltou. Se ele não tinha planos para Amber, então por que deixá-la viva? E se ele tinha planos para ela, seriam ainda piores que o maior pesadelo de uma mãe.

Brandenmore era um cientista. Ele poderia ter criado algo escondido dentro do sedativo. Algo que começaria a trabalhar tempos após os testes iniciais serem feitos, era assim que ele era, ela tinha lido o arquivo dele, ele era subtil, vil, totalmente falso.

Ela tremia. Sentia o seu mundo cair aos pedaços a sua volta enquanto olhava para a sua filha dormir. Como poderia sobreviver se alguma coisa assim atingisse seu bebe?

Nunca conseguiria, Amber era a razão da sua vida. Ela tinha a amadurecido. Tinha lhe dado um motivo para viver, coisa que não existia antes do nascimento de Amber

Mordendo o lábio lutou contra o medo e as lágrimas, pois Jonas poderia cheira-los. Ele estava no chuveiro, mas quem saberia qual o alcance do seu olfato, poderia sentir o pânico que ameaçava despedaçá-la?

Amber tinha conhecido o medo e a dor, muito cedo. Não poderia ser bom presságio para os valores que ela queria ensinar a filha: a aceitação, a compaixão e alguma confiança em que o mundo poderia ser amável, pelo menos, às vezes.

E talvez o mundo estivesse a mostrar a Rachel contrário.

— Vai ficar tudo bem, Rachel —. suave voz de Jonas a fez girar e encontrar a sua camisa escura que tinha vestido. Ao levantar a cabeça, ela olhou-o nos olhos e ele limpou-lhe uma lágrima que derramou sem se aperceber.

— Como podes estar tão certo? — ela sussurrou enquanto ele a abraçava. — Como posso protegê-la, Jonas, quando ele já a magoou?

Cessou os dedos na camisa enquanto lutava para controlar as batidas do seu coração e os tremores que a assolavam.

Era o seu bebe, a sua filha. Tão inocente tão dependente da mãe para a proteger. E ela já lhe tinha falhado.

— Porque garanto-te.— O seu tom era tão certo, tão confiante. — Nós temos as melhores mentes trabalhando na pesquisa das Raças. Cientistas que são excepcionalmente inteligentes, Rachel, eles vão descobrir se Brandenmore fez alguma coisa. E se não descobrirem — ele agarrou a pelos braços, segurou-a e olhou fixamente para ela, com um brilho arrogante e determinado na expressão prateada dos olhos — se não, vou trazer Brandenmore aqui e garanto-te, uma vez que o tenha aqui no meu território, ele vai falar.

Essa confiança inundou-a, nunca tinha visto Jonas quebrar uma promessa. Mesmo quando ela tinha certeza que não havia nenhuma maneira de cumprir o prometido, ele ainda assim conseguiu.

Ele manipulou, ameaçou, pois não era muito bom em bajular, mas ele sabia o que fazer para aterrorizar uma pessoa. E ele sempre, sempre fez o que ele disse que iria fazer.

— Ela é apenas um bebe, — sussurrou, tentando explicar o seu medo.

— Shhh —. Ele colocou-lhe o dedo contra os lábios. — Ela é nossa filha. Ela não pode partilhar o meu sangue, Rachel, mas ela está em meu coração, como tu estás na minha alma. Nunca duvides, custe o que custar, vou proteger os nossos filhos.

Não meus filhos. Não teus filhos. Mas nossos filhos.

Pela primeira vez na vida Rachel, ali nos seus braços, sentia que o medo que se tinha enterrado no seu coração partia com facilidade.

Não seria fácil, viver com Jonas, tranquilidade decerto iria faltar. Mas estando assim abraçada a ele, sentir os braços dele o calor dele abrigando a ela, soube que estava exatamente onde queria estar. E isso nada nem ninguém podia tirar-lhe.

 

Leo estava esperando por eles nos laboratórios, juntamente com Elizabeth Vanderale; seu filho, Dane, Dr. Ely Morrey e Dr. Jeffery Amburg.

Rachel nunca tinha prestado muita atenção nos laboratórios nas visitas anteriores, sua atenção sempre estilhaçada por Jonas, ela não tinha tempo para pensar muito além do perigo que eles estavam enfrentando.

Na primeira noite, o sono não natural de Amber tinha requerido sua atenção exclusiva. A segunda vez que ela tinha estado lá, o desconforto que sentiu durante o exame que Ely tinha realizado e o humor anormalmente volátil de Jonas a tinham distraído.

Agora, ela ficou segurando Amber enquanto Jonas, Léo e Dane pareciam enfrentar uns aos outros.

Ela viu que o laboratório agora estava pintado de verde suave, tons sombreados de vermelho, ao invés do branco austero que tinha sido quando primeiro assumido pelas Castas.

Os lençóis eram coloridos, almofadas reais, em uma extremidade. Havia cadeiras de aparência confortável, cortinas transparentes caindo do teto ao chão, no canto distante, onde estava uma cadeira de leitura, e pesadas, telas coloridas para esconder o equipamento necessário para ajudar os cientistas.

— Vocês dois podem parar, por favor, de afetar meus nervos.

Dane finalmente suspirou quando ele olhou de Leo para Jonas, uma carranca pesada vincando a testa enquanto as sobrancelhas brancas baixaram sobre seus brilhantes, olhos verde-esmeralda.

Os lábios de Leo estreitaram em irritação.

— Leo, eu não tenho tempo para isso — acrescentou Elizabeth forte à proclamação aborrecida de seu filho. — Você está aqui para ajudar, não para fazer todos mais agitados do que já estão.

Leo resmungou, mas o seu olhar dourado deslocou para a criança que Rachel segurava. Sua expressão descontraída enquanto os lábios pareciam querer inclinar em um sorriso.

— Ela é uma criança adorável. — Ele se aproximou enquanto Rachel mudou seu olhar para Jonas, seus nervos deixando-a doente.

— Acalma-te agora, Sra. Broen. — Leo sorriu. A peculiaridade fraca de seus lábios, que acrescentaram peso ao voto de Jonas que nada de ruim iria acontecer aqui. — Posso segurar seu precioso anjo?

Rachel lambeu os lábios antes de virar Amber até o alto, forte patriarca.

Amber choramingou durante vários segundos antes de voltar para baixo, os olhos olhando para o homem estranho enquanto Leo fez um som pequeno, quase ronronando enquanto a segurava. Era um som que tinha acidentalmente capturado Jonas fazendo uma noite, ela fingiu estar dormindo quando ele tirava Amber de seu berço para uma mamadeira e fraldas.

— O ronronar é distintivo, — Leo disse-lhe enquanto ele olhava para ela. — Um Casta acasalado tem muitos sons diferentes que não fazem antes de acasalar. O ronronar que eles têm para os seus companheiros. O que eles têm para os seus filhos. — Ele passou o dedo sobre a bochecha de Amber enquanto levantava o olhar para Jonas. — Ela é um complemento perfeito para o Santuário, eu acredito.

Jonas deu de ombros enquanto ele cruzava os braços sobre o peito e parecia esperar.

— Tenho quase cento e trinta anos, Sra. Broen. — Seu sorriso era rápido, divertido, enquanto ele olhava para ela. — Você pode dizer?

— Eu pensei que a sua arrogância era bastante definida por um simples século — brincou ela, mal se continha de rolar os olhos.

Leo riu, obviamente tomando nenhuma ofensa.

— Isso vem sendo o líder de um bando de cabeça dura, áspera, mordido, Casta menos do que agradável na selvagem da África —, assegurou a ela. — Você desenvolve melhor do que eles, ou você sofre.

— Você também aprende a arte da vanglória — bufou Elizabeth, mas ela fez isso com uma borda de puro amor enquanto ela olhava para seu companheiro. — Fique com ele, Leo. Estou certo de que Rachel gostaria de deixar aqui hoje, com algum conhecimento do que está acontecendo.

— O Leo tem um inferno de uma maneira de perder tempo — informou Dane a ela.

— Cuidado com a língua, Dane. — Jonas franziu a testa, as sobrancelhas abaixando com aviso sombrio.

As sobrancelhas do próprio Dane ergueram-se com surpresa, embora os olhos verdes mostrassem compreensão.

— Claro, meu irmão. Perdoe-me.

Um pedido de desculpas de uma Casta, que interessante. Mas o pouco de mímica ajudou a aliviar seus nervos um pouco.

— Vem cá, pequena — Leo murmurou, o ronronar suave no peito aumentava enquanto ele se virava e caminhava até a cadeira de balanço que ficava do outro lado da maca. — Deixe o Leo ter uma ideia de seu perfume aqui. Embora meus próprios anjos vão protestar um pouco quando o Papai retornar com o cheiro de outro bebê com ele. Eles são um pouco possessivos, você sabe.

Ele continuou a falar com ela enquanto ele bombeou, com a cabeça abaixada, as narinas alargadas, enquanto ele, obviamente, aspirava seu perfume.

Rachel esfregou seus braços enquanto sentia o movimento de Jonas atrás dela. Suas mãos firmes em seus ombros, sua força e carinho por trás dela emprestava a ela coragem.

Leo franziu a testa, em seguida, a testa limpa. Ele sorriu um pouco, consegui uma gargalhada de Amber franziu a testa e outra vez enquanto o Dr. Amburg observava a cena com curiosidade. Elizabeth mudou-se para trás de seu companheiro, com as mãos firmes sobre os ombros dele enquanto ela olhava Amber alcançar as longas mechas de cabelo que caiam sobre o ombro de Leo.

Grossos, um rico castanho misturado com preto, marrom avermelhado e dourado.

— O perfume de sua mãe é forte — murmurou Leo para Elizabeth.

— Eu suponho que sim — Elizabeth concordou em silêncio. — Ela se parece muito com sua mãe. Ela vai ser uma réplica dela quando fica mais velha.

— Chegará o dia quando estranhos vão acreditar que vocês são gêmeas, em vez de mãe e filha. — Leo deu uma risadinha enquanto ele olhava para Rachel.

Rachel não podia falar. Ela sabia o que estava acontecendo. Leo estava usando seus próprios sentidos para tirar o cheiro de tudo o que estava mudando em sua criança.

— Dane, pode vir aqui? — Leo se levantou da cadeira enquanto Dane dirigia-se para ele. — Segure-a por um momento.

Dane aceitou o peso leve enquanto Rachel sentiu o nó no estômago em pânico novamente.

Dane falou suavemente, com facilidade, para o bebê. Ele obviamente tinha experiência com crianças. Dentro de minutos, ele teve Amber arrulhando, os olhos brilhantes, os lábios esticados em um sorriso. Sua filha, mesmo em sua tenra idade, estava bastante contente com a atenção masculina, que ela estava ganhando.

— Eu não aguento isso — Rachel sussurrou enquanto ela sentia a cabeça de Jonas junto ao lado da dela.

— Calma, amor — ele sussurrou, colocando um beijo em sua orelha como se não houvesse outros cinco ali que olhavam para ele, suas expressões registrando choque momentâneo antes que eles voltassem sua atenção para Amber.

— Há pequenas alterações físicas — comentou Elizabeth, em seguida, olhou para Rachel. — Posso remover o seu vestido?

Rachel assentiu bruscamente.

O exame teve um prejuízo em seus nervos. Se não fosse por Jonas, Rachel não sabia se ela poderia ter sobrevivido à provação. Parecia durar para sempre, antes deles deitarem Amber em uma maca coberta com um cobertor macio, de cor castanho-avermelhado.

Ely e Amburg se aproximaram enquanto Elizabeth levava vários frascos de pressão do sangue, limpava a boca Amber, então, surpreendentemente, limpou debaixo dos braços, por trás de seus joelhos e mais uma vez atrás de seu pescoço.

— Suor se recolhe continuamente debaixo dos braços, atrás dos joelhos e ao longo da frente e de trás do pescoço de um bebê — explica Elizabeth como ela armazenava as amostras em recipientes esterilizados. — Nós podemos usar a fralda como uma amostra de urina. Isso é imperativo neste momento. Precisamos de muitas amostras tão diferentes quanto possíveis para ver todas as mudanças que estão ocorrendo com ela.

— Não há dúvida, nenhuma doença ou enfermidade — declarou Leo enquanto ele olhava para Rachel. — Eu concordo com a determinação de Jonas que o cheiro dela mudou entretanto. Eu estava aqui na noite em que a trouxe e tomou um momento para verificar seu perfume então. É diferente, e a mudança não é natural.

Dane permaneceu em silêncio enquanto eles o fitaram.

— Dane. — Leo franziu a testa. —Você é muitas vezes melhor do que eu com os bebês. O que você sente?

Dane sacudiu a cabeça.

— O que você achou, pai. Eu estaria interessado em ver os resultados das amostras, os médicos estão levando embora.

— O perfume Jonas é pesado — afirmou Ely então, sua a mão acariciando sobre a cabeça de Amber enquanto o bebê tentava pegar seus dedos. — Você a segurou muitas vezes? — ela perguntou a Jonas.

— Muitas vezes. — Atrás dela, ela sentiu o leve movimento meneio de Jonas.

— Poderia a mudança de perfume ser um marcador de algum tipo? — Elizabeth virou-se para o marido e o filho.

— Com alguma sorte. — Dane assentiu com a cabeça, sua expressão muito legal, muito restrito para que o homem sempre teve Rachel percebeu que ele era.

— Vocês dois estão prontos agora? — Elizabeth virou-se para eles, um sorriso reconfortante no rosto. — Será um tempo antes de nós temos os resultados de volta, e vamos precisar de vocês também.

Rachel se mudou para a maca, onde Amber foi mais uma vez rindo até Dane.

— Ela está fisicamente bem, Sra. Broen — , ele assegurou a ela. — Eu prometo a você, se ela permanece assim saudável, ela vai crescer para lhe dar cabelos brancos, apesar do fato de que você está quase indo para a idade de um ano ou dois no momento em que ela está madura.

Ela tinha que aceitar as suas garantias, não tinha outra escolha. Ela tinha vindo a conhecer e Leo e Dane ao longo dos meses, que ela trabalhou com o Bureau. Ela passou um pouco de tempo no Santuário e tinha socializado com eles muitas vezes. Eles eram tão francamente honestos como Jonas poderia ser. Eles estavam manipulando como o inferno, parecia ser uma característica familiar, bem como uma característica da Casta. Mas não iriam mentir para ela sobre isso. Além disso, seu estômago foi finalmente estabelecendo-se, assegurando-lhe que não havia nenhuma mentira para observar.

— Elizabeth, por favor, tome bastante amostras de Sra. Broen e de Jonas para permitir-me grandes quantidades para realizar os testes que discutimos anteriormente, — Amburg perguntou.

— Que testes? — Rachel virou-se para ele rapidamente.

Amburg sorriu friamente. Ele não era um homem caloroso.

— Basta uma matriz de exames médicos, Sra. Broen. Ao contrário das Castas, eu não tenho um sentido de cheiro e gosto de ter minhas próprias garantias antes de eu começar a procurar outras respostas.

Ele estava mentindo.

Rachel olhou para Jonas para ver o seu olhar estreitar o médico. Jonas sabia que ele estava mentindo também. Quando ele se voltou para ela, porém, seu olhar não estava interessado ou preocupado. Os médicos sempre eram evasivos, ela disse a si mesma, embora ela não conseguisse se convencer de que tudo ficaria bem.

Ela sabia que tinha que ser bom. Tudo o resto era inaceitável.

 

Os testes realizados nela e Jonas foram rápidos, sem problemas. Dentro de algumas horas, ela estava de volta na cabana, tentando tirar o desconforto que ainda permanecia em sua pele dos efeitos dos toques de Ely e de Elizabeth enquanto eles a examinavam.

Amber foi colocada em seu berço, descansando confortavelmente na sala próxima ao gabinete de Rachel. A babá, Erin, descansava em uma cadeira ao lado do berço e lia dos livros de uma pilha que ela mantinha no quarto.

As Castas eram leitoras. Mesmo Jonas tinha centenas de livros empilhados nas prateleiras em todo a cabana. O Santuário ostentava uma biblioteca bem abastecida, além da extensa coleção de Buffalo Gap.

Enquanto Rachel passeava pelo escritório, tentava ignorar a constante dor de queimação no núcleo do seu sexo. Ela foi ficando tão excitada que era quase doloroso. E o mais estranho foi a necessidade do gosto do beijo de Jonas. Sua boca molhava por isso.

Ela estava dividida entre passeio pelo chão e se preocupar com Amber, e entrar no escritório de Jonas, arrancando-o do computador e forçando-o a fodê-la.

Seus olhos se fecharam nesse pensamento enquanto ela parava ao lado de sua mesa. Ela queria montá-lo. Ela queria montar sobre o corpo duro e musculoso e trabalhar seu pesado pênis dentro dela.

Não. Primeiro queria montar seus lábios, a língua dele.

Ela engoliu firmemente. Um primeiro beijo.

Primeiro ela queria que seu beijo, sua língua mergulhando em sua boca, espalhando aquele gosto que ela precisava desesperadamente, então ela queria o resto. Todo ele.

Amber parecia bem. Era o cheiro dela, de acordo com Jonas, Léo e Dane, a mudança foi tão pequena que poderia muito bem ser as mudanças que vieram das mudanças em seu corpo enquanto ela crescia. Podia ser um efeito do perfume de Jonas sobre ela, e o fato de que ele era agora o companheiro da mãe de Amber. Poderia ser uma variedade de razões.

Ela não tinha que se preocupar agora. E, embora ela nunca poder colocá-lo completamente fora de sua mente, seu corpo estava forçando-a a concentrar-se em Jonas.

Seu corpo estava exigindo seu companheiro agora. Estava exigindo o seu beijo, seu toque. Sua posse. O calor do acasalamento tinha escolhido um inferno de um momento para tornar presente. Ela sentiu-se cercada por todos os lados. Medo e preocupação com a filha, as emoções para Jonas que ela não estava sempre certa de como lidar e enfrentar um futuro que não tinha nenhuma chance de verdadeira paz e segurança. Pelo menos não para as próximas décadas.

Ela estava tentando decidir se o fato de que ela poderia estar lá nas próximas décadas era uma coisa boa ou ruim. De acordo com tudo o que ela tinha sido capaz de encontrar, o retardo do envelhecimento havia sido monitorado de um ano por década. Em cem anos, ela iria ter envelhecido apenas dez.

Por causa do calor do acasalamento. Devido à necessidade amplificada dentro de seu corpo, garras aquecidas pressionavam seu ventre e enchendo o seu clitóris, sua vagina, com a fome violenta impossível de negar.

E os desejos que alimentaram a fome dentro dela.

Ela esfregou a mão ao longo da parte inferior de seu estômago, sentindo seu ventre flexionar, apertar. Não era apenas a necessidade de sexo. Era uma necessidade de intimidade total. A necessidade era esmagadora, selvagem. Era tão primitiva como as garras que tinha recolhido das pontas dos dedos.

— Rachel.

Ela abriu os olhos para vê-lo parado na porta de seu escritório.

Sua respiração ofegante audível agora. Ela não podia mais esconder sua resposta a ele. Sua vagina inundada com seus sucos, a memória do prazer que ele poderia dar a ela correndo através de seu sistema.

Ela não sentia como ela. Ela sentiu aqueles desejos que ela sempre manteve cuidadosamente contidos crescendo dentro dela, tentando se libertar.

Rachel sempre tinha sido perfeitamente feliz sendo a pacificadora, sentar e jogar pelo seguro enquanto ela se preocupava incessantemente com sua irmã selvagem.

Se ela se sentia a necessidade de uma aventura, ela sempre continha-a rapidamente. Diana era selvagem o suficiente por ambas, e ela era inteligente o suficiente, confiante o suficiente para sobreviver a essas aventuras.

Vendo-o agora enquanto ele se movia lentamente por toda a sala, fez ela se lembrar novamente do animal que ele era. Tão poderoso. Havia momentos em que ele parecia invencível.

Seus olhos estavam apertados, mercúrio vivo rolando nas feições escurecidas de seu rosto. A fome e a emoção enchiam aquele olhar. Emoções que ela ainda não tinha aprendido a decifrar, mas sentia que ela estava se aproximando das respostas.

— Você só tinha de vir a mim — ele rosnou enquanto ele a alcançava, pegou a mão dela e começou a levá-la para a entrada da casa principal.

Parando, ele se virou para trás.

— Erin, Rachel e eu vamos ficar indisponíveis por um tempo — ele falou para a babá.

— Sim, Sr. Wyatt — Erin respondeu, nenhum indício no seu tom indicava que ela sabia o que estava acontecendo, mas Rachel sabia que ela sabia.

Quando ele voltou-se para conduzi-la a da área do escritório para a residência e, em seguida, através da cozinha, sala e no quarto.

Ela o seguiu. Ela seguiu-o como seu coração batendo num ritmo primitivo, desesperado. Enquanto a fome com que ela sempre lutou começou a rasgar através de seu corpo e sua mente.

Ela não conseguia tirar a necessidade de sua mente. A necessidade de ir selvagem sobre ele. A necessidade de reclamar o que era dela.

Com a porta do quarto fechada, ele virou-se para ela, suas narinas queimando enquanto ele olhava para ela com algo semelhante a surpresa.

Ela pretendia dar-lhe muito mais para se surpreender.

Erguendo as mãos, ela estendeu as palmas das mãos contra o peito, os lábios entreabertos e aspirou uma respiração difícil.

— Você parece tão civilizado vestido de seda — ela murmurou.

Empurrando as mãos sob a jaqueta negra, ela empurrou-o lentamente de seu corpo, seus cílios inferiores à deriva enquanto ela ouvia o suave raspar do material que deslizou de seus ombros.

Esse som acelerou através de seus sentidos, correndo através de seu sangue que alimentava um calor ardente direto para os mamilos, o clitóris, os músculos apertados de sua vagina.

— Civilizado? — Ele continuou a observá-la, as narinas flamejando, enquanto ele inspirava seu cheiro. — Eu não acho que eu já ouvi essa palavra ligada a mim, Rachel.

Ela lambeu os lábios, as mãos alisando seu peito mais uma vez para segurar as bordas de sua camisa.

— Eu não disse que você estava civilizado, — ela suspirou, sua voz áspera, cheia de fome, com a necessidade que ela não queria segurar mais. — E num segundo, você não parecerá civilizado.

Ela sorriu. Nu. Ela o queria nu, queria-o duro e quente e tão selvagem como ela estava.

 

Esta era a mulher que Jonas sempre sentiu dentro de Rachel. A companheira que iria abalar o seu mundo, que ligaria o seu coração e sua alma e ia deixá-lo disposto a adorar seus pés.

Ele pensava que sua companheira teria de ser uma incentivadora feminina. E se humana, talvez uma mulher como a advogada Jess Warden, ou uma lutadora como a irmã kamikaze de Rachel. Ele nunca tinha imaginado que sua companheira viria em uma pequena, tranquila e calma, friamente eficiente embalagem pequena. Uma mulher que podia lidar com ele de maneira que ele nunca tinha sido capaz de controlar os outros.

Ele sentiu os dedos dela apertarem as bordas de sua camisa, viu os olhos dela enquanto ela arrancava os botões das suas amarras e quase rosnou a emoção violenta refletida na íris verde escuras.

Ela era a mulher perfeita sempre, onde quer que ela tivesse de estar. Mas agora, ela era uma mulher disposta a tomar seu companheiro.

Ele ergueu suas mãos apenas para serem deixadas de lado.

— Não me toque — ela ordenou enquanto empurrava as bordas esfarrapadas da camisa de seus braços. — Deixe-me despir você.

Inferno. Ele não sabia se ele poderia fazer isso. Ele não sabia se ele poderia ficar calmo, de braços cruzados e simplesmente ver seu mundo ser remodelado pelas mãos dessa mulher. Claro que não, ele queria participar.

Ele daria a ela o que poderia, no entanto.

Ele ficou parado, os punhos cerrados enquanto as mãos dela percorriam seu peito nu, a ponta dos dedos dela alisando sobre seus mamilos planos enquanto um sedutor sorriso de sereia formava-se em seus lábios.

Um segundo depois, as unhas foram raspando seu abdômen para baixo, enviando picos de calor incrível para apertar suas bolas e vibrar através de seu órgão sexual.

— Este é um jogo perigoso que você está jogando — ele suspirou roucamente. — Você pode não ser capaz de lidar com o que você soltar, companheira.

Ela olhou para ele, sob seus cílios enquanto os dedos soltavam seu cinto.

— Tire os sapatos. — O tom dominante tinha estreitado os olhos dele, o animal feroz dentro dele, exigindo que ele forçasse a submissão dela.

Ele não tinha nenhuma intenção de fazê-la se render. Sua renúncia não era o que ele queria. Era a mulher que ele queria.

Ele tirou os sapatos caros de seus pés enquanto ele a olhava, sentiu os dedos dela soltando o fecho de sua calça.

— Eu quero ter você. — Ela se inclinou para frente, sua língua lambendo sobre seu peito e fazendo com que os dentes dele se apertassem em excitação furiosa.

Então sentiu a ponta afiada dos dentes ao lado de um mamilo, afundando em seu corpo em uma íntima, severa pequena mordida.

Seu corpo estremeceu, prazer percorrendo suas terminações nervosas na sensação de seus dentes mordendo-o, sua língua provando-o. Suas mãos chegaram até a tocá-la, para segurar seus ombros, para puxá-la para a cama.

— Não. — Suas mãos pegaram os pulsos dele.

Ela era tão delicada. Não houve resistência em seu agarre, mas o claro propósito de pará-lo no lugar.

Olhando para ela, ele teve que forçar-se a não levá-la, a não dominar a sexualidade crescente dentro dela.

— Isso é meu — disse a ele, levantando sua sobrancelha em desafio enquanto ele a olhava. — Você realmente quer perder isso?

Claro que não!

Ele baixou os braços, vendo como as mãos pequenas voltavam para o fecho de sua calça e lentamente abri-lo.

Seu pênis não poderia estar mais duro, mais grosso. No entanto, ele jurou que enquanto ela começou a empurrar a calça sobre seus quadris ele ficou mais duro.

Ele não usava cueca. Castas foram criadas e cresceram por anos sem roupa, e adaptar-se a elas não foi fácil. Roupa íntima era algo que ele preferia ficar sem. Agora, ele quase desejava que ele usasse.

Seu pênis saltou livre, dolorosamente duro, grosso, a crista, larga e pesada corada e úmida.

A calça de seda caiu pelas coxas, pelas pernas, dividida a seus pés enquanto ele se forçava para ficar no lugar.

Rachel parou por um momento então.

— Eu tive a fantasia mais incrível desde a primeira vez que pus os olhos em você — ela sussurrou com uma voz tão sensual que aguçou mais os sentidos dele, como sexo puro.

— E o que seria esta fantasia? — Sua voz era tão rouca, tão sombria, ele quase teve um sobressalto. Então era tudo o que podia fazer para não arregalar seus olhos enquanto os dedos dela foram para os botões da camisa dela.

Um por um, lento e fácil, os botões soltaram. Ela puxou as extremidades da saia que ela usava. Uma saia de seda. Jonas gostava de seda. Ela terminava sobre os joelhos, mal cobrindo as coxas incríveis.

Ele amava as coxas de sua companheira.

Uma vez que a blusa foi retirada, com um encolher de ombros e um pequeno empurrão, a blusa caiu no chão, deixando-a vestida com um sutiã cavado, que mal cobria a totalidade dos montes atraentes dos seios.

Apertados, os mamilos duros projetavam-se contra a cobertura de renda, tentando os lábios dele, as glândulas que incharam imediatamente abaixo de sua língua e a fome que corria por ele.

O animal rosnou, fazendo com que os lábios se apertarem, as garras para picar nas pontas dos dedos, apesar delas não retraírem.

As mãos dela se moveram, então, muito lentamente, para o zíper na parte lateral da saia. Ele rosnando baixo, o som enchendo a sala. Um segundo depois a saia caiu sobre as coxas, deslizou para o chão e roubou o fôlego dele.

Inocente, a calcinha branca decotada combinava com o sutiã. Meias de seda terminavam nas lindas, coxas bem arredondadas. Charmosas, meias cor de creme, que quase combinavam com a calcinha e o sutiã. Mas nos seus minúsculos, e delicados pés estavam perversos sapatos de saltos altos preto.

Sua mão acariciou a barriga lisa. Havia apenas alguns minúsculos, quase impossíveis de detectar sinais de sua gravidez. Eram as marcas que ele queria beijar, acariciar com a língua.

— Não me disse que fantasias eram essas. — Ele limpou a garganta.

Jonas se manteve firme, imaginando agora o que sua deliciosa pequena companheira arranjaria.

Ela se aproximou, os seios quase tocando seu peito enquanto suas mãos acariciavam até as coxas dele, aquelas unhas diabólicas raspando sobre a sua carne mais uma vez antes de tocar ao longo da parte interna das coxas e enviar chamas envolvendo em torno de suas bolas.

Seu pênis sentiu-se torturado agora, tão duro, tão desesperado para a liberação, ele teve que cerrar os dentes contra a agonia.

— Você estava na televisão — ela murmurou. — Tão bonito, tão civilizado. — Uma unha tocou sobre o saco apertado de suas bolas, causando a quebra de sua respiração com a extremidade do prazer. — Quando o repórter virou-se para você, sua língua quase lambia seus lábios nervosamente. Ela espiou para fora apenas um pouco, e eu jurei que eu quase tive meu primeiro orgasmo.

Suas unhas rasparam sobre o eixo de seu pênis. Ele ia morrer de prazer, antes que ele tivesse a chance de gozar.

— Eu era uma adolescente. — Sua respiração soprou contra o peito dele. — E eu queria fazer algo que eu tinha ouvido os meus amigos cochichavam. Eu queria sentar-me em seu rosto.

Jonas se encolheu, um rosnado rompeu do peito espontaneamente. Ele estava chegando para ela, pronto para levantá-la e dar-lhe exatamente o que ela tinha fantasiado.

Antes que ele pudesse agarrar os braços dela, ela se abaixou, lambeu sobre o seu pênis, congelou-o em suas trilhas, em seguida, atraiu a coroa corada nas aquecidas profundezas de sua boca.

Ela lambeu, sugou. Sua língua rodou e provou e apertou seu corpo todo com o prazer mais incrível que ele já havia conhecido.

Quando ele estava certo de que ele não poderia conter-se, quando sentiu o gozo formando-se em suas bolas, apertando através de seu corpo, a boca dela se foi.

Ela se endireitou. Seus olhos estavam de um verde musgo escuro, vívido. Fome rodava entre eles, corando suas faces e deu-lhe o doce aroma mais picante. A umidade exuberante dos sucos derramados entre as coxas dela tinha deixado-o com ciúmes da liga cobrindo as dobras delicadas.

Antes que ela pudesse exigir que ele parasse ou evadir-se de seu movimento, Jonas tinha-a na cama, de costas. Sua língua mergulhou em sua boca enquanto ele sentiu as unhas fincadas em seus ombros. Ele enfiou a coxa entre as dela, pressionando duro e apertado contra o túmulo de sua molhada vagina enquanto ele bombeava sua língua em sua boca, sentindo sua tentativa de prendê-lo, sugando o hormônio de acasalamento dele enquanto seus lábios moviam-se sobre os dela.

Ela era dele. Ele permitiria que ela fizesse seu pedido, tivesse sua fantasia. Mas, primeiro, ele enfiaria aquela selvageria dentro dela, fazendo-a queimar e fazendo-a tomar o que ela queria.

Rachel cravou as unhas nas costas de Jonas, calor e relâmpagos chicoteavam por ela, batendo nas zonas erógenas, queimando em seu sangue, enquanto ela lutava para manter o seu beijo e o gosto incrível que ela desejava.

Ele era um vício, mas ele tinha sido um vício muito antes de ter instigado o calor do acasalamento entre eles. Ele tinha sido um vício antes de ela conhecê-lo pessoalmente.

O sabor de canela e cravo enchia os sentidos. Prazer ardente rolava através de seu corpo, mas ela não conseguia descobrir a imagem de sua mente. Ela não conseguia descobrir a necessidade de sua mente.

Enquanto o fogo queimava dentro dela, corria através dela, crescia e engolia o último de qualquer timidez, ela pode ainda abrigar, ela contorcia-se em seus braços.

Empurrando os ombros dele, montando a dura coxa masculina entre as dela, macias, ela mais suave, ela lutou contra o domínio que ele tinha sobre ela até que rolou de costas.

Ela estava se movendo enquanto ele se erguia. Sua perna balançou sobre sua cabeça, seus joelhos cavando no colchão enquanto o desespero e a fome a oprimiam.

Enquanto ficava sobre ele, ele estava esperando por ela. Duras mãos seguraram seus quadris, puxando-a para ele, sua língua batendo através da recolha de sucos grossos lá, e deixando-a louca de prazer.

Jogando a cabeça para trás, um gemido baixo irrompeu de seus lábios enquanto sua língua enrolava em torno de seu clitóris. Ela estava queimando. Ela estava mergulhando de cabeça no êxtase e o passeio era ao mesmo tempo emocionante e apavorante.

Suas mãos dela ergueram-se para os seios, inclinando sua cabeça, olhando para ele enquanto as mãos enrolavam em torno de suas coxas e seus olhos de prata misteriosa olhavam de volta para ela.

Os dedos dela esfregaram sobre seus mamilos enquanto sentia a língua dele avançar em seu clitóris, esfregá-lo. A textura áspera que enviou o sangue subindo para a cabeça, tonturas quase ultrapassando enquanto ela beliscava seus mamilos, aumentando a sensação.

Ele estava olhando para ela. Um baixo gemido, rosnado ecoava na sala enquanto ele atraia o pequeno broto em sua boca e mamou nele, a sua língua correndo enquanto ela começava a torcer seus quadris contra ele.

— Tão bom — ela gemeu enquanto ela rasgou o fecho do sutiã entre os seios para liberá-los. — Oh Jonas, é tão bom. Sua língua é como fogo.

Esse instrumento de prazer ardente surrava em seu clitóris agora, acariciando em torno dele, sobre ele, enquanto ele sugava. O hormônio em sua língua, que tinha que ser a essência de fogo, parecia afundar-se no pequeno nó de carne, apertando ainda mais, jogando-a mais perto de felicidade quando ela começou a montar o seu rosto. Seus quadris rolaram, torciam, coxas molhadas com a necessidade rasgando através dela.

Um beijo duro vibrou ao longo da carne ultrassensível enquanto ele lançou-o, só para lamber, acariciar, para facilitar a menor. Rachel estava quase gritando com a necessidade agora, as mãos cheias com os seios, seus dedos esfregando, acariciando, apertando em seus mamilos enquanto ela lutava pelo orgasmo.

Um segundo depois, a língua dele dirigiu-se para sua vagina.

As costas arqueadas, os músculos apertados sobre o intruso, sugar, espasmos em torno dele enquanto ela começou a procura por gozar.

Ela queria-o agora. Ela queria sentir esse passeio selvagem de êxtase completo enquanto ele a jogava no êxtase.

Sua língua fodeu com carícias famintas, pressionando dentro de sua vagina para lamber, provar, para enchê-la com a necessidade desesperada de tal forma que ela mal podia respirar.

Ela estava morrendo por mais. Os fragmentos de saudade imensa estavam dirigindo através de seu clitóris, sua vagina, apertando em seu ventre enquanto ele lambeu-a com uma intimidade e abandono que ela nunca poderia ter sabido fantasiar.

— Não. Não pare. — Ela estava quase gritando enquanto sua língua deslizava por ela.

Seus quadris rolaram, pressionando, então ela acalmou no prazer completo. Suas mãos caíram de seus seios à cabeceira da cama. Seus dedos cerrados.

Os lábios dele cobriram seu clitóris novamente, só que desta vez, o prazer estava próximo de agonia. Ele sugou para dentro, começou a lamber, acariciar, fazer aquela coisa de esfregar com a língua enquanto ela sentia seu corpo inteiro explodir.

Ela gritou o seu nome. O corpo dela estremeceu tenso, suas coxas começaram a tremer, tremores correram através de seu corpo e a maré aquecida de seu gozo corria de sua vagina.

E isso não foi suficiente. Ela mal teve tempo de chamar outra vez a respiração antes que o primeiro estremecimento corresse através dela. Ela precisava de mais. Ela o queria dentro dela, enchendo-a.

Descoordenada, tão ansiosa para saciar a fome que só crescia a partir da liberação, Rachel caiu ao seu lado, jogou uma perna sobre os quadris dele. Ela o queria dentro dela agora. Ela queria aquele duro, ardente comprimento de seu pênis duro através dos músculos apertados que convulsionavam no anseio de sua posse.

Ela mal tinha subido em cima dele quando ele encheu as mãos com seus seios e levantou a cabeça. Sua boca sugou um mamilo apertado, torturando em sua boca, acalmar os movimentos dela.

Ela iria levá-lo em um minuto, ela disse a si mesma enquanto suas mãos se apoiavam contra os ombros para manter seu peso. Só um segundo. Primeiro. Isso era muito bom. Sua língua açoitava seu mamilo agora, seus dentes raspando sobre ele, enviando os fragmentos de felicidade brutal para atacar o coração do seu ventre antes de acelerar para sua vagina.

Ela precisava dele. Sua cabeça balançou. Ela o queria agora, mas ela não queria que isso parasse. Ela queria que ele sugasse seus mamilos. Ela queria sua boca quente sobre ela e seu pênis ainda mais quente dentro dela.

Jonas lutava para manter os instintos animalescos dentro de si mesmo. Ele lutou para segurar as partes do corpo humano de si mesmo, para manter apenas o suficiente de seus sentidos de reter, para fazer isto tão bom para ela que iria fazê-lo novamente e novamente.

E inferno se não tivesse quase conseguido. Ele conseguiu agarrar o último segmento da sanidade. Então ela se moveu, seus quadris deslizando para baixo, enquanto ele sugava seu mamilo, amando prová-lo.

A vagina dela, tão escorregadia e molhada, repartiu-se sobre a firme, distendida cabeça de seu pênis e ele se perdeu. Diabo, não perdeu nada, ele era um louco, maldito animal puro tão ansioso para empurrar dentro dela que seus quadris levantaram-se imediatamente, dirigindo vários centímetros dentro dela sem nenhum cuidado ou restrição.

E ela adorou. Ele sentiu o aperto da vagina em torno dele, ouviu seu gemido mudo de felicidade e sentiu as unhas cravadas em seus ombros enquanto ela se segurava a ele.

Seus quadris se moviam, agitando. Sua companheira não era uma simples amante quando a selvagem se apoderou dela. Ela exigia tudo o que ele tinha para dar, trabalhando-se no eixo rígido, sua vagina ordenhando-o, acariciando os dedos excitantes de êxtase completo para cima e para baixo de seu pênis até que ele bateu as bolas com a sensação de destruição.

Ele agarrou seus quadris apertando, tentando segurá-la. Ele não queria magoá-la. Ele não queria tomá-la como o animal, que ele sabia que ele foi criado para ser.

Mas ela não estava com ele. Quanto mais ele lutava para segurar, sua vagina apertada sugava em seu pênis, ele ficava mais quente. Ela lutou para torcer contra ele, para montá-lo enquanto ele lutava tão arduamente para controlar as estocadas desesperadas de seus quadris.

Ele queria fodê-la dura e profundamente. Ele queria conduzir seu pênis dentro dela e ouvi-la implorando por mais, gritando por ele.

— Foda-me! — Ela estremeceu em seus braços enquanto ela fez exatamente isso. — Maldito seja, Jonas, deixe-me ir. — Ela tentou dar um tapa em suas mãos, para forçá-lo a segurá-la.

— Rachel. Querida. Ainda não — ele empurrou para fora entre os dentes cerrados. — Ainda não.

Ele estava lutando para respirar, o prazer era tão intenso. Ele podia sentir o ferrão tentando emergir, sua liberação construindo em suas bolas.

Então ela abaixou a cabeça e o mordeu. Maldita, ela afundou seus dentes em seu ombro, enquanto um grito selvagem, completamente abandonado de necessidade saiu de seus lábios e roubou sua determinação de tê-la fácil.

As mãos dele caíram de seus quadris. Suas palmas bateram na cama, os dedos apertando nos cobertores enquanto suas garras emergiram e morderam o pano, e ele deixou-a ter o seu caminho.

Ele deixou-a roubar seu coração, sua alma, seu próprio ser enquanto ele jogava a cabeça para trás e rugiu o seu prazer. Faixas de intensa sensação volátil doíam por sua coluna, seus músculos. O prazer era uma esfera tão excitante ao redor de seu corpo, e Rachel era o centro do mesmo.

Rachel nunca tinha conhecido qualquer coisa mais difícil, tremores de felicidade rasgavam por ela. A sensação do poderoso pênis de Jonas dentro dela, empurrando profundo e duro, juntando todo o tecido sensível e as delicadas terminações nervosas, era como um vórtice impetuoso em torno de seu corpo.

Ela estava queimando viva. Transpiração acumulada ao longo de seu corpo, deslizando por ela, criando uma outra sensação para adicionar às outras. Erguendo seus lábios do ombro de Jonas, ela olhou para ele, vendo o suor rolar para o lado de seu rosto, seus olhos de prata reluzentes de volta para ela, esticando o pescoço enquanto ele a fodia com abandono total.

Ela o tinha. Bem aqui, agora. Este era o homem e o animal, e ambos estavam completamente focados nela e no prazer correndo através deles.

Suas costas arquearam enquanto uma tempestade particularmente intensa de pura sensação pulsava através de sua vagina, acariciava sobre seu clitóris, uma e outra vez. Ela não podia escapar, ela não queria. Sua cabeça caiu para trás sobre seus ombros enquanto ela levantava e abaixava-se, o acasalamento duro, o ritmo de condução do corpo de Jonas abaixo dela.

Ela podia sentir a tempestade se formando dentro dela. Como espirais inebriantes de fogo puro, ele começou a afagar dentro de seu corpo, envolvendo por isso, ao seu redor, circundando-a cada vez maior rigor bandas de agonia erótica enquanto ela começava a gritar o nome de Jonas.

Ela tinha que gozar. Ela ia morrer se ela não o fizesse. E se ela fizesse, ela poderia sobreviver a isso? Seus músculos começaram a flexionar, seu ventre a convulsionar, sua vagina começou a sofrer espasmos e apertar, apertando e acariciando seu pênis duro como aço e ele forçava dentro dela. Mais duro, mais rápido. Ele estava se formando. Estava apertando. Estava queimando...

Ela tentou gritar. Ela estava gritando? Sentiu-se explodir com uma força que a dobrou para trás dela, a única coisa segurando-a era Jonas enquanto as mãos dele se erguiam, envolveram suas costas, segurando-a com ele enquanto a tempestade rompia dentro dela.

Agitação, tremor e convulsões da sensação incandescente arrecadaram até sua espinha. Ele rasgou todas as suas terminações nervosas. Ela queria gemer seu nome, mas não tinha respiração. Ela queria gritar por misericórdia, mas não podia sequer sussurrar para ele.

Suas unhas fincaram em seus braços quando ele de repente virou-a de frente, a cabeça dela caindo no ombro dele enquanto seus dentes mordiam o ombro dela, fechando-a, segurando-a ainda enquanto o prazer-dor evocava outra, mais difícil eclipse de sensações vulcânicas que a atravessavam.

Então ela sentiu.

Seu gozo era excitante, jorrando dentro dela enquanto ela sentia um espessamento urgente, um inchaço, o surgimento da extremidade da ponta do polegar enquanto se estendia por debaixo da cabeça de seu pênis e trancava um local tão sensível, tão dolorosamente delicado , e começou a queimá-lo com bolhas de prazer.

Rachel perdeu sua mente. Não que ela tinha deixado muito a esse ponto, mas aquela sensação, a vibração excitante, a fricção, o minúsculo, firme pulsar contra o centro das terminações nervosas rasgou sua mente livre.

Ela estava voando. Com os braços dele apertados em torno dela, sua língua lambendo a ferida de seu ombro, aquela seta acariciando um feixe de nervos puro, e Rachel sentiu como se estivesse voando, totalmente livre. Sem restrições, em linha reta no calor escaldante do sol.

Ela sentia-se como se ela moldasse com ele. Ela derreteu nos poros da sua carne, trancada dentro dele, e sabia que ela nunca poderia ser a mesma novamente.

 

Jonas teve que lutar para respirar. Ele não tinha ideia que o prazer podia destruir o mundo fora de seu controle, que a liberação poderia fazer mais do que simplesmente o vínculo com essa mulher.

Pela primeira vez em sua vida, ele sentiu uma liberdade tão completa, tão grande, que ele sabia que sua vida mudaria para sempre.

Ele lutou dando tudo de si para ela, e nesse momento, ele percebeu que ele nunca teve uma chance contra ela.

Ela estava chorando em seu ombro, o prazer era tão intenso. Ela estava sussurrando seu nome, pedindo, estremecimentos ainda correndo em sua espinha enquanto ele sentiu as afiadas garras cravando em suas bolas.

Parecia interminável. Parecia que ele tinha atirado diretamente na alma da mulher, segurando-o com um feroz agarre, recusando-se a libertá-lo. E ele não queria que ela o libertasse. Ele queria que ela o segurasse dentro dela para sempre.

E ela o faria.

Isso facilitaria o prazer, seus corpos se separariam, mas ele sabia, sem sombra de dúvida, que ele nunca estaria livre dela ou do efeito desta noite.

Envolvendo seus braços em volta dela, ele enterrou o rosto nos cabelos dela e lutou apenas para respirar e sentiu que as sensações de alivio suavemente.

Racionalidade estava retornando enquanto a seta lentamente diminuía. Seu pênis amolecia, mas apenas marginalmente. Seguro dentro dela, a largura de espessura ainda esticava. Ele ainda podia sentir os tremores pouco delicados que atacavam o tecido vulnerável a cada poucos segundos.

Ela estava saboreando a descida final, sem pressa, e ele não iria perturbá-la, porque ele estava amaldiçoado se ele não amasse o inferno fora dele também.

Era como estar trancado em um poço de paz. Em toda a sua vida Jonas nunca havia conhecido a verdadeira paz. Não até aquele momento, até que o prazer tinha sido agonia, forçando-o a derramar sua alma para a mulher que tinha exigido.

— Eu te amo. — As palavras subiram espontaneamente aos lábios enquanto ele sussurrava contra sua orelha. — Em toda minha vida, Rachel, nunca amei verdadeiramente até você.

Ele tinha se sacrificado. Ele tinha sido responsável. Ele tinha levado, ele havia manipulado e ele tinha sido conduzido. Mas ele nunca amou uma única entidade, não verdadeiramente, não como devia ser.

Ele amava sua irmã, mas não o suficiente para abrir-se para lhe dar a segurança que ela precisava, e só agora percebia isso. Não sabia por que Harmony se recusava a deixá-lo em torno de seu sobrinho, nos meses que ele tinha nascido. Não era nenhuma maravilha os outros o observarem com medo e ódio.

Eles sentiram. Eles tinham que saber disso. Jonas tinha sido o mestre manipulador final, e que ele havia manipulado sua vida para fora da vida daqueles que ele tinha mais necessidade.

Sua irmã.

Seus irmãos.

Seu pai.

Sua mãe.

Aqueles que estavam com ele apesar de seus fracassos. Aqueles que o assistiram com tanto desejo e desconfiança. Mesmo Rachel. Até o momento, ele percebeu uma parte de si mesmo ainda não tinha sido manipulada, procurando um ângulo para o uso, uma forma de controle.

Ele nunca poderia controlar essa mulher.

— Eu te amo tanto. Eu sei que eu morreria sem você.

Ele ouviu as palavras, tão suave, tão cansada, sussurrou contra seu peito enquanto sua companheira desmoronava contra ele. Ainda enterrado dentro dela, seu peso leve um calor nunca quis perder, as palavras dela afundaram sua alma para mantê-lo cativo disposto por toda a eternidade.

A emoção quase o esmagava. Ele apertou seu coração, apertou seu peito. Rolou por ele como uma onda de calor, mais brilhante, mais quente do que a luxúria que tinha abastecido-os momentos antes.

Não. Não era a luxúria. Era a fome pura. A necessidade incandescente de partilhar e dar-se a uma pessoa, a uma mulher que foi dada a ele para salvá-lo.

Ele tinha sido um caminho pessoal de autodestruição, um completo isolamento daqueles ao seu redor. Rachel e sua filha o tinham trazido de volta. Em seguida, Rachel tinha ligado sua alma a dela com correntes forjadas de força inquebrável.

Flexionando seu corpo, ele quase fez uma careta enquanto sua vagina confortável tentou apertar a carne ainda dentro a preenchê-la. A carícia da carne de seda era um prazer que ele estava relutante em perder.

Sua companheira estava exausta, entretanto.

Ela deitou-se onde ele a colocou, de olhos fechados, a alça do sutiã pendurada em um dos ombros. Ele deve ter rasgado a calcinha novamente e não tinha percebido isso, porque só um fragmento delas estava deitada em sua coxa. Suas meias estavam arruinadas. Estava faltando um sapato.

Jonas sorriu. Ela era uma onça que tinha se transformado em um exausto gatinho.

Cuidadosamente, ele saiu da cama antes de caminhar para o banheiro e coletar um pano úmido e uma toalha seca. Voltando para a cama, despiu-a gentilmente, jogando os últimos artigos de vestuário restantes para o chão antes de limpá-la com uma ternura que ele não sabia que ele era capaz.

Ele sempre tinha sido gentil com Rachel, mas agora, ele acariciou, afagou-a, limpou o suor e o excesso sensual de seu corpo antes de retornar ao banheiro e limpar-se.

Quando ele caiu na cama ao lado dela e puxou-a contra o peito dele, ele não podia parar o ronronar. Ele conseguiu segurá-la na baía até agora. Ressoava contra o peito sob sua bochecha, o contentamento puro que brotou dentro dele, levando a voz, apesar de suas tentativas de prendê-lo de volta.

Um pequeno sussurro de satisfação deixou seus lábios enquanto ele a sentiu deixar um beijo contra sua pele. Um segundo depois, sua pequena companheira selvagem deslizava pacificamente no sono.

O emaranhado de cabelos vermelhos corria sobre o peito enquanto ele enterrava os dedos nele. Membros sedosos torciam com os seus, segurando-o com ela enquanto ele colocava seus braços em volta dela e a abraçava bem apertado.

E pela primeira vez em toda a sua vida, Jonas verdadeira e profundamente dormiu. Pela primeira vez, o contentamento o enchia, o calor quebrou o gelo em sua alma, e Jonas se tornou mais do que uma Casta.

Ele era um companheiro.

 

O amanhecer estava a espreitar ao longo do horizonte e encontrou Jonas em pé perto da grande janela da sala que dava para a casa da propriedade. Era seu ritual matinal. Amber estava alimentada, de fralda trocada, envolta em um incrivelmente macio cobertor e olhava sobre Santuário, junto com Jonas.

Ele ronronou. Era um burburinho que ele gostava. Este era um som de conforto e segurança, enquanto que o ronronar que vibrava em seu peito para a mãe do bebê era mais forte, marcado pela paixão e temperado com o calor.

Aqui, nestes momentos com Amber, não havia o calor do acasalamento. Esta tinha sido a única paz que ele havia encontrado, desde que completou o acasalamento com Rachel. Como se a criança desencadeasse algo dentro dele que aliviava o calor e, ao invés, o inundou com gentileza e necessidade de proteger.

Como sua vida mudou com o aparecimento de Rachel e o bebê deles. Toda a sua existência tinha mudado, saiu do equilíbrio e endireitou-se de uma forma que nunca tinha esperado.

Os dedos de sol acariciavam o terceiro andar, brilhando através das janelas e o passeio da viúva ao longo do teto. Ele mal podia notar a menor diferença entre o teto em si e as quatro Castas ali estacionadas. Ele ia ter que ter uma conversa com Callan e Kane sobre os guardas. Eles tinham que ser completamente invisíveis, mesmo aos olhos da Casta.

Talvez fosse o momento de ele discutir a formação de um novo time com Jag, o comandante do Team Ghost/ Equipe Fantasma. O Santuário poderia usar algumas equipes com os talentos que Jag e sua Raça possuíam. Jonas sabia que eles estavam lá fora, os quatro homens foram espalhando-se entre a casa principal e cabana de Jonas.

Ou talvez fosse simplesmente o momento de ele começar a usar as habilidades para as quais ele foi treinado, ao invés de jogar com o que ele tinha tomado como um hobby.

O Bureau não era a sua paixão, era seu jogo. Ele se divertia com a manipulação dos políticos, os mandachuvas, poderosos e influentes financeiros e que poderiam ser convencidos a contribuir muito para a comunidade da Casta.

Foi a razão de Jonas ter deslizado para a posição. Ela tinha sido feita facilmente. Não houve nenhum desafio. E o valor de diversões foi rapidamente se esgotando.

Ele tinha percebido nos últimos meses que a posição de diretor do Departamento foi se tornando algo que ele realmente acreditava, e isso era assustador. Houve muito poucas coisas que Jonas já tinha acreditado.

Agora, olhando para a comunidade que as Raças haviam criado, que ele ajudou a criar, Jonas não sentia mais aquela dor oca que sempre sentira antes.

Ele se perguntou por anos pelo o que ele estava realmente lutando, as Castas ou simplesmente vingança por sua criação e a crueldade que eles tinham sofrido.

Olhando para a criança que dormia em seu peito, ele já sabia exatamente pelo que ele estava lutando: este pequeno pedaço da humanidade e sua mãe tão delicada. As Castas eram livres, o que era um fato interminável, e elas nunca se permitiriam ser presas novamente. Seus companheiros e seus filhos estavam em perigo agora. Eles eram uma espécie em extinção, mas eles tinham a vontade de sobreviver.

Estreitando o olhar na paisagem lentamente iluminada, Jonas soltou uma forte respiração enquanto ele percebia que o tempo estava acabando, em muitos aspectos. Com o acasalamento veio a realização. Realizações ele não poderia mais ignorar.

Enquanto ele estava ali, o Jipe de Erin moveu-se lentamente pelo caminho até que ela parou na pequena área de estacionamento que Jonas tinha atribuído a ela.

A babá saltou do jipe, sua mão pousando protetoramente sobre a coronha da pistola laser, os olhos estreitando-se enquanto olhava em volta, desconfiada.

Ela fazia isso todas as manhãs. Mesmo que ela não cheirasse ou visse o Ghost Team/Equipe Fantasma, ela sabia que eles estavam lá. Não era uma indicação de negligência da segurança de Jag ou suas habilidades. Pelo contrário, era uma indicação da força das próprias habilidades dela. Ela era uma Casta que ele pretendia manter sob um olhar cuidadoso.

Ela ainda era jovem, ainda tinha muito que crescer. Até então, ela era perfeita para a guarda do bebê que Jonas reivindicou como seu. Amber iria precisar de um guarda diligente, instintivo, porque, como sua filha, ela estaria em perigo quase tanto como Cassandra Sinclair estava.

Ainda desconfiada, e certa que era espreitada, Erin fez o seu caminho com cautela para a porta, abriu-a e empurrou-a para frente.

Jonas ficou para trás e esperou.

Quando ela rolou dentro, ela estava com um silêncio que o surpreendeu, e com uma eficiência rápida e determinação estreitando seus olhos enquanto ela reconhecia rapidamente Jonas pela janela.

A arma que tinha saído do coldre foi rapidamente devolvida, seu corpo ficou ereto enquanto ela caminhava até a porta, fechando-a em silêncio e apenas trancando-a.

— As janelas estão seguras —, ele assegurou, enquanto ela começava a verificar as entradas da casa.

Ela ignorou sua advertência, passando de sala em sala, até mesmo a sua própria, onde Rachel dormia. As fechaduras estavam todas no lugar, a casa bem protegida, enquanto ela fazia seu caminho de volta para a sala onde Jonas estava colocando uma dormente Amber de volta em seu berço.

— O que você sentiu? — ele perguntou a ela, sabendo exatamente o que se escondia no escuro.

— A mesma coisa que eu sinto, todas as manhãs —, ela respondeu com frieza enquanto ela ficava ao lado da sala, o seu olhar questionando. — Alguém olhando, espreitando na escuridão.

— Já pegou um perfume?

Ela balançou a cabeça.

— Um sinal de uma pista ou a presença?

Mais uma vez, um sacudir de cabeça.

— Então você não sentiu nada — ele a acusou.

Os lábios dela torceram.

— Eles estão lá. São seus?

Ela não estava assumindo que eram seus, ela estava perguntando.

— A intuição pode fazê-la ou quebrá-la — ele disse a ela. — Encontre qualquer sentido você.

Ela balançou a cabeça.

— Dizer o que eu sinto é a minha responsabilidade, Diretor. Proteger Amber é o meu trabalho. Ou você está alterando os parâmetros que você me deu?

Jonas fez uma pausa como se considerando sua pergunta.

— Eu colocarei guardas extra, lá fora. Como você disse, seu trabalho é proteger a criança. Você estará acompanhando a mim e a Rachel para os laboratórios mais tarde esta manhã para mais testes. O bebê vai estar vendo os médicos mais uma vez, também. Tenha tudo preparado para ir.

— Eu me certificarei de que você não tenha mexido com o meu saco de viagem de novo.

Jonas quase sorriu. Ele estava propenso a mexer com o saco de viagem, ela tinha colocado junto à posição de primeiro alcance. Ela era cautelosa, preparada. Ela tinha colocado em um saco uma muda de roupa, armas, bem como as fraldas, leite em pó, mamadeira, um kit de primeiro socorros pediátricos e roupas quentes para o bebê. Tudo o que ela precisaria, no caso de uma emergência.

Era muito parecido com o saco de viagem que Jonas mantinha preparado, também.

— Quando Rachel despertar vamos sair. — Ele acenou com a cabeça logo quando se dirigia para o quarto. —Informe Lawe e Rule que estaremos indo para a casa principal.

Ele foi acordar sua companheira. Ela dormia em paz, sem sonhos. Ela dormia como uma mulher apaixonada deve dormir, segura pelos cuidados de seu companheiro.

Ele apenas orou, que ele pudesse garantir a segurança de suas vidas, como Leo conseguiu garantir a segurança de sua própria companheira.

Enquanto Jonas fechava a porta do quarto, ele parou e fechou os olhos. Como Leo tinha protegido sua companheira, sua família. Ele os havia escondido no fundo do Congo, usando uma velha ruína antiga como base, bem como uma casa.

Ele reuniu seus — filhos —, aquelas Castas que foram criadas usando a sua genética e de Elizabeth. Se tivesse havido outras Castas com eles, então eles foram resgatados também. Mas Leo raramente tinha saído do seu caminho para resgatar aquelas Castas que não tinham sido criadas com a genética dele e de sua companheira.

Os punhos dele cerraram no pensamento do que Harmony sofreu durante anos incontáveis porque Leo não se tinha movido em laboratórios franceses. Sua irmã havia sido torturada, castigada, espancada e forçada a matar porque Jonas tinha sido incapaz de encontrar uma maneira de protegê-la, quando ela deveria ter sido resgatada.

Harmony não tinha sido uma filha de Leo ou de Elizabeth. Foi Harmony que tinha sido a verdadeira filha de LaRue, em vez de Jonas. Jonas tinha sido feito pelo médico, que tinha sido reivindicado como conquista de LaRue, mas a verdade é que ele foi o híbrido criado usando o esperma e o óvulo de um casal da Casta acasalado.

E era por isso que Jonas o odiava. Era por isso que ele atingiu Leo com cada seta verbal que poderia encontrar, e foi por isso que ele ignorou a mãe, que observava-o com perguntas, os olhos desconfiados.

Elizabeth o sentia como seu filho, apesar dos desmentidos de Jonas e a recusa do gelo ceder.

Talvez, porém, Leo não tinha sido tão mal como Jonas tinha acreditado que ele era, pois, como ele abriu os olhos e olhou para seu próprio companheiro, Jonas se perguntou se ele não teria feito o mesmo.

Não tinha havido nenhuma comunidade Casta há um século. Não houve nenhumas nações dispostas a pagar penitência para a criação e tortura das Castas. Havia um homem, uma mulher, lutando para sobreviver.

Ele teria feito o mesmo. Ele teria escondido a sua companheira, ele teria lutado para resgatar aquelas Castas que ele estava certo seriam leais a ele, bem como aquelas criadas por ele e sua companheira.

— Jonas?

Ele olhou para outro lado do quarto para Rachel, que olhava de volta para ele sonolenta. Mais uma vez, o cheiro de acasalamento era claro, inequívoco, mas o calor tinha esfriado, e não havia razão biológica, hormonal ou qualquer outra razão de se encontrar assim.

Esta anomalia particular, bem como o hormônio estranho encontrado no sistema de Jonas, estava fazendo os cientistas loucos enquanto eles lutavam para descobrir isso.

— Bom dia, querida. — Ele atravessou a sala, se inclinou para ela e beijou-a lentamente.

As glândulas sob a língua não estavam inchadas. Seu beijo foi natural, cheio com um tipo diferente de calor, um tom emocional que de uma vez o humilhou e reforçou.

— Bom dia. — Seu sorriso iluminou o seu coração. Seus lábios curvaram-se, aqueceram os olhos verdes e rosto corado enquanto o lençol deixava à mostra a curva suave dos seios.

Ele marcou seu ombro, mas ele também deixou uma marca na curva superior de seu peito.

Aproximando-se, tocou a pequena marca de mordida, ao mesmo tempo orgulhoso e preocupado com a ferida que tinha infligido.

Rachel olhou para baixo e seus lábios se contraíram em diversão.

— Você se lembra o que aconteceu quando você fez isso?

Seu corpo todo se apertou. Ela apertava seu pênis até que ele explodiu dentro dela, como se tivesse morrido.

— Ainda assim, eu deveria ser mais cuidadoso. — Ele suspirou.

— Sim, mais cuidado para fazê-lo novamente na próxima vez. — Ela deslizou da cama, lançando um sorriso por cima do ombro enquanto ela se movia nua da cama e ia em direção ao chuveiro. — Você tem o café da manhã já pronto?

Ele olhou de volta para ela.

— Esses testes precisam ser feitos antes que nós comemos —, disse a ela. — Nós vamos tomar café da manhã com Callan e Merinus.

Ela parou na porta do banheiro e franziu a testa.

— Eu estou doente dos testes.

Ela não era a única.

— Esperamos que eles sejam concluídos em breve. — Se eles não forem, então ele não ia aguentar bem.

— Não, eles vão estar concluídos esta manhã —, disse a ele quando ela se virou e caminhou até o banheiro. — Porque eu estou cansada!

A porta se fechou atrás dela e Jonas não podia deixar de sorrir. Ele tinha a dizer, ele adorava o fato de que sua companheira não estava nem um pouco intimidada por ele ou sua reputação.

Ela era sua amante, sua companheira. Ela era sua outra metade e ela não tinha problema algum em reivindicar o seu lugar.

 

Rachel sofreu outro exame, mais amostras tomadas. As amostras de sangue, amostras de saliva, amostras vaginais. Houve verificações desta vez, antiquados raios-X, amostras de pele, amostras de unhas e amostras de cabelo.

Era como se os cientistas soubessem muito bem que eles nunca iriam conseguir outra amostra dela.

— Tem certeza que você não está desconfortável? — Ely Morrey perguntou, não pela décima segunda vez. Talvez mais.

Rachel virou um olhar frustrado para ela.

— Estou muito desconfortável —, ela respondeu docemente. — Eu estou sentada aqui em um vestido de papel que mostra a minha bunda, enquanto vocês três — ela olhou para Ely, Elizabeth e Jeffrey Amburg olhando-a clinicamente — falam jargão científico que não faz sentido e, sinceramente, deixa-me nervosa.

Elizabeth contraiu os lábios.

— Você está mostrando anomalias demais para o calor de acasalamento. — Ely cruzou os braços sobre os seios e franziu a testa de volta para Rachel. — Jonas está mostrando anomalias demais também. Isso está tão longe do normal que temos que estar certos para cobrir as nossas bases.

— Por quê? — A parte dela apenas ligeiramente confusa.

— Porque é melhor — Ely começou.

— Diga a verdade, Ely. — Elizabeth mudou-se para o lado de Ely, seu tom firme.

— Esta não é uma informação que qualquer um deve ter. — Os lábios Ely apertaram-se em desaprovação.

Rachel arqueou as sobrancelhas para Elizabeth.

— O calor do acasalamento é extremamente doloroso para as fêmeas —, Elizabeth começou.

— Eu sei que parte, — Rachel cortou. — Doloroso. Afrodisíaco na língua, o esperma que acalma o calor e um beijo, que torna ainda pior. A mordida do acasalamento é sempre e somente depois que o calor começa a se estabilizar. Mas continua a ser um companheiro que não pode ter contato com os outros, nem a maioria das fêmeas tem função fora da cama. — Ela revirou os olhos. — Parece o paraíso para seus homens.

— Todos com exceção de Jonas, — Ely rosnou.

Rachel olhou para ela com curiosidade. A outra mulher estava com raiva e se esforçando para não escondê-la.

— Você e Jonas têm produzido um hormônio que, se pudéssemos descobrir como ele funciona, poderia ajudar a aliviar o calor nas nossas fêmeas, — Elizabeth disse a ela. — Até eu, uma vez a cada três meses, experimento aquela necessidade irracional, tortuosa enquanto o meu corpo tenta forçar-me a conceber.

— Mesmo quando você está grávida? — Rachel perguntou.

Elizabeth fez uma pausa.

— Os hormônios são diferentes, então.

— Você amamentou? Eu amamentei pelos primeiros meses, eu sei que eu tinha que tomar muito cuidado com minha dieta. Isso é um problema com o calor do acasalamento?

Elizabeth sacudiu a cabeça.

— Eu pensei que por anos, que tinha que haver uma correlação. Havia apenas raras vezes que o meu desejo pelo meu companheiro era normal, Rachel. Mas eu não encontrei nada de anormal então.

Rachel deu de ombros.

— Eu não sou uma cientista, Dr. Vanderale, nem tenho a pretensão de entender o que você está lidando aqui. Mas eu vou te dizer, eu não estarei lidando com isso por mais tempo. Vocês têm tudo o que você está recebendo de mim.

— Você é egoísta. — A acusação de Ely surpreendeu e, obviamente surpreendeu Elizabeth também. — Jonas merece mais do que uma companheira que se recusa a fazer os sacrifícios que ele fez toda a sua vida pelo seu povo.

— Exatamente, — Rachel declarou friamente. — Ele sacrificou toda a sua vida com pouca compreensão e consideração ainda menos da maioria de vocês. Quando foi a última vez que Jonas foi questionado a não se sacrificar por alguém? Não encontrar uma maneira de manipular ou fazer milagres? Quando foi a última vez que ele foi autorizado a ser um homem?

— Ele não é um homem, ele é uma Casta —, Ely retrucou.

— E você está apaixonada por ele. — O conhecimento era mais intuição do que baseado em evidências. — Mas você não é sua companheira.

Elizabeth inalou duramente.

— Jonas é apenas um amigo —, argumentou Ely dura.

Rachel se levantou da maca, reuniu suas roupas de um balcão próximo e se encaminhou para o banheiro.

— E eu acabei com este assunto. Eu me recuso a discutir com você, Ely. — Ela se voltou para a médica, ao ver a raiva e a confusão em seus olhos. — Jonas pensa muito bem de você, mas eu não iria sugerir a tentativa de tentar convencê-lo que eu não sou sua companheira. Que a amizade pode ser danificada de forma que você não vai querer enfrentar, se você fizer isso.

Entrando no banheiro pequeno, Rachel tornou a vestir-se enquanto ela lutava para controlar suas próprias emoções. Ely não era uma ameaça ao seu relacionamento com Jonas, tentou garantir a si mesma. Eles eram companheiros, era para a vida. Não havia maneira de quebrá-lo. E Jonas a amava. Ele tinha dito que a amava. Ela era sua vida.

Voltando para o laboratório principal, ela encarou apenas uma pessoa, claramente esperando por ela. Elizabeth Vanderale estava trabalhando em uma das máquinas intrincadas que se alinhavam num canto.

— Ely vê Jonas como seu cavaleiro branco —, disse Elizabeth enquanto ela se virava, colocou-se contra o balcão e viu Rachel. — Ela é protetora dele, Rachel. E talvez confusa com seus próprios sentimentos.

— Ele é meu. — Ela não ia deixá-lo ir.

Elizabeth assentiu.

— Eu não poderia pedir uma melhor companheira para ele. Você o completa, Rachel. Isso é importante.

Havia algo triste, algo lamentável na outra mulher.

— Por isso é tão importante para você? Eu não notei Leo atencioso. O melhor que ele pode gerenciar é cortar a Jonas a cada chance que ele tem.

Elizabeth olhou para fora e chamou uma respiração difícil. Quando voltou seu olhar para Rachel, estava cheia de tristeza e ansiedade.

— Jonas sabe a resposta para isso, Rachel —, afirmou. — E só ele pode corrigir a disposição de Leo, onde ele está preocupado. Eu fiz tudo o que posso fazer.

— Porque o menino é muito danado teimoso até agora.

Rachel virou-se. Leo estava apenas no interior da porta principal, um brilho em seu rosto quando ele atravessou a sala para sua companheira.

— Ele está tentando nos jogar para fora e nos enviar de volta à África —, ele estalou. — Ele nunca perde uma oportunidade para lembrar-me que não me querem aqui.

Mais uma vez, o flash especial de dor varreu o olhar de Elizabeth.

— Os dois não têm ideia de como lidar com Jonas. — Rachel só podia balançar a cabeça para eles.

— E você acha que pode? — voz de Leo rosnou com irritação. — Ninguém pode controlar aquele filhote.

— Você não controla Jonas, exatamente. Tente ser honesto com ele. E pare de chamá-lo de um golpe e por um filhote. Como um pai pode chegar a insultar seu próprio filho? Não é de admirar que ele encontre todas as oportunidades para lembrá-lo que você reivindica que a sua casa é na África, mais do que aqui.

Rachel podia sentir a raiva crescente dentro dela agora. Por muitos meses, ela tinha ouvido ou foi forçada a assistir os confrontos entre Jonas e Leo, e por tanto tempo ela pensou como fria e insensível Leo poderia ser, enquanto seu filho estava assistindo.

Deixe Jonas voltar suas costas então. Uma vez que ele fez, o olhar de Leo escurecia com pesar, raiva e tristeza. Ele mantinha uma fachada, uma atitude fria, insensível, sempre que Jonas olhava, só para se tornar um pai arrependido depois.

Leo olhou para ela.

— Você pensa que o Santuário pode sobreviver sem as Indústrias Vanderale, mocinha?

Jonas realmente achava que eles não poderiam?

Sua sobrancelha arqueou-se.

— Não tenho dúvida de que eles poderiam sobreviver, Leo. Pode não ser tão fácil, mas fariam melhor do que sobreviver. Eles iriam prosperar com ou sem a sua ajuda.

— Tudo por causa de Jonas? — Leo estalou.

Seus olhos se estreitaram quando ela tomou conhecimento de Elizabeth, que colocou a mão no braço de seu companheiro em alerta.

— Eu nunca disse isso, Leo.

— Você é sua companheira. Como todas as mulheres, você acha que o homem não tem defeitos.

Ela virou-se para Elizabeth.

— Seu companheiro está fora de controle, Dra. Vanderale. Quando ele puder ser o homem racional que eu sei que ele é capaz de ser, por favor, coloque um aviso em seu peito, caso contrário, o resto de nós pode nunca saber. — Ela disparou para Leo um sorriso apertado. — Desculpe-me, mas tenho certeza que minha filha precisa ser alimentada em breve.

— Você deve amamentá-la —, rosnou Leo enquanto ela se virava. — Esse leite em pó fraco que você está dando a ela não é nutritivo.

Rachel cerrou os dentes e continuou até a porta. Seu temperamento não estava no melhor dos estados. Seja o que for que o calor do acasalamento não estava fazendo, ela apreciava, mas parecia que estava desencadeando reações que ela com certeza não estava esperando. Uma dessas reações foi o gênio que ela havia dominado anos atrás, quando ela era muito jovem.

— Não há nenhuma maneira de a criança vir a ser uma companheira adequada para uma Casta, se você não alimentá-la corretamente.

Rachel virou-se. Elizabeth estava olhando para seu companheiro, Leo cruzou os braços e olhou para Rachel com que uma intensidade congelante.

— Eu certamente espero que ela não seja a companheira apropriada na medida em que você está preocupado. — Ela avançou um passo, temperamento lentamente tirando o melhor dela. — Porque a sua opinião é uma que eu iria desconfiar plenamente, Sr. Vanderale. E vindo de você, qualquer opinião sua sobre educação de filhos seria completamente hipócrita.

As sobrancelhas dele enrugaram em uma carranca pesada.

— Eu nunca fui hipócrita.

— Você é definitivamente um péssimo pai, — ela respondeu furiosamente. — Sinto muito, Leo, mas se não fosse por sua esposa, eu teria piedade de seus bebês.

Fogo acendia o seu olhar.

— Não há nada mais importante para mim do que meus filhos.

— Nada, exceto o seu segredo, seu orgulho e suas próprias ideias de direita e da direita, — afirmou ironicamente. — Pobre Dane, não é de admirar que ele é como um manipulador. Ele tem que ser para ficar sob seu radar e manter o seu amor. Ele provavelmente tinha pesadelos sobre a perda de sua conta e sofrimento do inferno de seu desinteresse como Jonas.

— Você tem alguma ideia de com quem você está falando? — ele rosnou, abaixando a cabeça, seus lábios puxando para trás no que ela estava certa se destinava a ser um rosnado assustador.

— Um idiota, só para começar —, informou a ele. — Devo ir em frente?

— Eu já destruí pequenas alpinistas menos que você finge ser — , advertiu a ela, sua expressão mudando, tornando-se calculada — assim como o olhar de Jonas mudava se ele estava jogando um de seus jogos intermináveis. Ela já pegou no jogo particular que, assim como a razão para isso.

Ela balançou a cabeça, sorrindo ironicamente.

— Você não me assusta, Leo. Você não faz mais do que divertir-me.

Surpresa quase teve o melhor dele. Rachel observava seus olhos arregalarem de surpresa, os lábios apertando enquanto ele quase rosnava em frustração.

— Isso funciona, muitas vezes, Leo? — ela demorou educadamente. — Chatear as companheiras de seus filhos para ver como elas vão reagir? Para ver se elas são dignos de ser um companheiro para agarrar um Vanderale? — Ela zombou. — Eu não me sinto triste por seus filhos. Eu sinto muito pela sua esposa, também. E devo dizer, ela tem filhos incríveis, apesar do bastardo que os gerou.

Ela virou-se em seu calcanhar, sua espinha ereta, e se encaminhou de volta para a porta.

— Eu amo todos os meus filhos, a Sra. Broen. — A voz de Leo a parou na porta. — E você é mais que uma companheira digna para meu filho.

— Você ainda é um péssimo fodido pai. — Empurrou a porta aberta e saiu pisando duro do laboratório, todo o corpo tremendo com a raiva surgindo através dela.

Manipulador bastardo. Jonas vinha por ela, honestamente, ela tinha a dizer, mas ele foi muito carinhosos sobre o assunto. Ele manipulou para o bem de seus agentes. Ele manipulou e calculou para o bem da comunidade da Casta como um todo. Nunca, em qualquer momento, ela tinha visto uma ponta de crueldade nele.

As Castas tinham se refinado a partir de suas origens. Leo ainda era o animal que os cientistas tinham tentado criar. Jonas era a Casta que deu um ar de mistério e romantismo a esta selvagem nova raça de seres humanos.

Leo ainda vivia em um mundo onde se esconder era a única opção e os jogos eram a única maneira de sobreviver. Jonas estava criando um mundo onde as Castas, no futuro, teriam a chance de andar na rua em paz, jogar cartas com os vizinhos e criar seus filhos como outros o fariam.

Um mundo que Rachel queria ser parte.

 

Ely assistiu silenciosamente das sombras de seu escritório, sua porta aberta enquanto Leo e Elizabeth gritavam um com o outro, combatentes a trocar sopros.

Ela tinha suspeitado na semana passada que havia uma ponta de conflito entre eles, mas ela não tinha certeza até agora. Assistindo a companheira de Leo enquanto ele enfurecia-se com Rachel Broen, Ely tinha visto a explosão que vinha — uma que não tinha tido tempo para fazer explodir nas alturas.

Isso teria sido divertido, se Ely não tivesse perdido sua capacidade de se divertir meses atrás. Agora, ela era simplesmente clínica, na fronteira com o frio, enquanto ouvia, tentando ignorar a dor e a tristeza que Elizabeth Vanderale estava sentindo.

A voz de Elizabeth era forte, clara. Não havia nenhum indício de lágrimas, mas nada ira sombrear sua voz.

— Quando você vai parar? — ela gritou para ele, os pequenos punhos cerrados em seus lados furiosamente. — Que diabos está errado com você, Leo? Eu não vi você assim desde que nós acasalamos. Você é como um leão com dor de dente, e eu estou de um crescente mal dele.

— Você não é o que eu estou tentando fazer de saco cheio —, Leo gritou de volta. — O bastardo nos ignora como se nós não fôssemos de seu sangue. Ele nos trata como nada mais do que convidados no Santuário.

— E o que você esperava? — Emoção agora entrou na voz de Elizabeth. — Quanto tempo, Leo? Quanto tempo você vai ignorar os rumores de que ele não era filho de LaRue? Quanto tempo você adiou resgatando as Castas daquele laboratório?

— Porque eu sabia que ele estava protegendo-os, — Leo cobrou, furioso agora. — Você sabe, Elizabeth, nós discutimos isso. Outros não tiveram tanta sorte de ter um líder Orgulhoso como Jonas. Outros estariam sofrendo mais.

— Ele é nosso filho! — Elizabeth gritou, cheia de dor agora. — Não admira que nos recusa a cortesia de reconhecer isso. Não só você permitir que seus companheiros de laboratório para sofrer, mas o momento que estava cara a cara com ele, você não fez nada além de insultá-lo.

Elizabeth virou-se e Ely viu como caiam lágrimas de seu rosto.

— Eu não posso aguentar mais. Aquele é o meu filho. Se eu tivesse sabido o jogo que você estava jogando com ele quando começou, eu teria de imediato posto um fim nisso.

— Somos Castas, não fodidas maricas — , rosnou Leo. — Ele é um homem, Elizabeth, e não uma criança. Nosso mundo é diferente dos outros, e você sabe disso. Força é o que importa.

— Esse é o seu mundo. — Elizabeth tirou o jaleco de seus ombros e atirou-o sobre uma maca. — Eu sou humano, e os nossos filhos são parte humana. Você não pode criá-los como animais.

— Eles são animais. — Frustração alimentava a voz Leo agora. — Nós todos somos. Quantas décadas mais vai demorar para você ver isso?

Ela se voltou para ele, o cheiro de suas lágrimas forte agora dentro do laboratório.

— Quanto tempo vai levar você, Leo, para perceber que você não é? É uma desculpa de todos que você usa para seu próprio remorso e sua incapacidade de lidar com qualquer emoção. Você quer a liberdade. Você quer a paz. Mas eu vou ser amaldiçoada se qualquer uma das Castas do sexo masculino que eu conheci está disposto a ser humano o suficiente para perguntar o que demanda a partir de outros seres humanos. Você não é melhor do que eles são, simplesmente diferente.

Ela não deu a seu companheiro nenhuma chance de protesto. Em vez disso, ela saiu pisando duro do Laboratório, a porta batendo atrás dela. Ely deslizou com cuidado para trás da porta que dava para o laboratório e usou a outra porta no fundo da sala para deixar seu escritório.

Isso era algo que ela não poderia manter para si mesma. A divisão nas fileiras era muito importante para não relatar.

 

— Alguém tem uma boca grande. Eu deveria saber quem é?

Rachel sabia que o momento em que ela entrasse no escritório de Callan Lyons para encontrar Jonas que o Dr. Morrey já tinha dito exatamente o que tinha acontecido nos laboratórios.

Ela deveria ter vindo aqui primeiro, ela pensou. Ela correu para Merinus enquanto ela ia pelo piso principal. Merinus estava carregando Amber, arrulhando com ela, fazendo com que o bebê risse e sorrisse das caras ele que estava fazendo.

Eles tinham se levantado e falado antes de Rachel levar Amber e se dirigir para o escritório. Pisando dentro, ela viu o rosto de Jonas, e a fria Ely Morrey, com as faces compostas.

Ely era meio apaixonada por Jonas. Um herói culto, que resultou de quando Jonas tinha cuidado dela durante um período particularmente traumático, vários meses antes. Rachel entendia, ela não ficou com ciúmes por ela, mas ela estava começando a ver que poderia se tornar um problema.

Movendo-se para o berço pequeno no canto da sala, uma cama normalmente utilizada pela filha pequena do próprio Callan, Rachel deitou Amber no colchão, cobriu-a e acariciou-a gentilmente na cabeça antes de endireitar-se e voltar-se para Ely.

— Eu sugeriria, Ely, que você encontrasse o seu próprio companheiro para agarrar enquanto evita o meu por um tempo —, afirmou. — Eu entendo que ele tem sido um amigo, mas você está começando agora a ultrapassar os limites da amizade.

Cansaço a enchia enquanto ela olhava fixamente para a raiva nua nos olhos prata de Jonas.

— Você nunca lhe teria dito a verdade completa. — Ely encolheu os ombros enquanto se dirigia para a porta, enfiou a mão nos bolsos do casaco branco. — Ele merecia saber o que aconteceu depois que você saiu.

— Muito boa desculpa. — Rachel suspirou, ainda olhando para Jonas. — E eu hesito em dizer isso, mas vou: Não era de seu interesse.

— Você acredita que os insultos que ele dirigiu a minha companheira não eram do meu interesse, então? — Jonas rosnou enquanto ele se encostava na mesa de Callan e cruzava os braços sobre o peito com um ar arrogante e de garantida fúria. — Ela estava bem dentro dos seus direitos ao informar-me.

— Ela não foi reportar a você, ela foi dedurar. — Deus, havia momentos em que era como lidar com crianças.

A porta fechou-se enquanto Ely saia da sala, deixando Rachel e Jonas frente a frente cruzando a sala agora.

— Dedurar é infantil,— Jonas rebateu. — Seu relatório foi lógico, conciso e direto ao ponto. Não houve enfeites.

— Eu não disse que ela estava mentindo.

— Ele a insultou. — Jonas se endireitou na mesa. — Não uma só vez, mas repetidamente.

— E eu o insultei de volta, não uma, mas várias vezes —, assegurou ela. — Acabou.

Jonas olhava para ela, ainda lutando contra o mesmo sentimento de perplexidade que ele sentiu quando Ely veio a ele para descrever o argumento, e não apenas entre Leo e Elizabeth, mas entre Leo e Rachel.

Esta era a sua companheira e, possivelmente, a única pessoa que ele sabia que tinha ido contra Leo, o nariz a nariz, e chamou-o em sua própria arrogância e manipulações. Ela descreveu a Casta a um T. Ele era impossível. Um Jogador, e tão certo que ele podia forçar Jonas.

Ele esteve certo disso desde o dia em que ele tinha pisado naquele hospital onde Callan Lyons tinha quase morrido no ano anterior.

Havia tantos deles. Castas que não tiveram as chances que os outros tinham, porque eles não eram filhos de Leo e Elizabeth.

Elizabeth não tinha merecido o desprezo de Jonas, foi a conclusão que Jonas tinha chegado enquanto o sol tinha se levantado naquela manhã. Mas Leo, bem, Leo merecia muito pior, simplesmente por tentar usar Rachel e Amber, em sua batalha contra Jonas.

— Você se segurou bem. — Jonas se virou e caminhou para o outro lado da mesa de Callan. De lá, ele olhou para o monitor do computador, que ainda mostrava o laboratório deserto. — E apesar de eu apreciar o relatório de Ely, eu já tinha pego o finalzinho de qualquer maneira.

Ele virou o monitor para o rosto dela.

— Apenas assim você sabe que, quando eu matar o desgraçado, não será por causa de qualquer coisa que disse Ely. Será por causa do que eu vi por mim mesmo.

O que ele tinha visto o tinha enchido de orgulho. Sua companheira, tão orgulhosa, seu temperamento piscando em seus olhos verdes, o rosto vermelho quando ela levantou-se para um dos maiores machos da espécie Casta.

E se ele tivesse visto alguma coisa depois que ela saiu, tanto seu pai como sua mãe, que ele não esperava, o fato de que ambos, de alguma forma haviam-no manipulado não se sentou bem dentro dele. Pelo fato de seu silêncio, sua mãe tinha estado a jogar o mesmo jogo que Leo.

Forçando Jonas.

Jonas não era um cachorro, e ele não tomou os comandos muito bem.

Rachel ergueu o olhar do monitor e olhou para ele, seu olhar tingido com tristeza agora.

— Ele ama você, Jonas, — ela sussurrou. — Assim como ela te ama.

Os lábios dele se apertaram.

— Isso não é amor, Rachel, porque eles não têm ideia do homem que eu sou, nem respeitam o homem que eles veem. Eles se lamentam. Eles doem o que poderia ser, mas não é. Ferem para o que nunca poderia ser, mas não é amor, como o que sinto por Amber, ou até mesmo como eles se sentem por Dane. Lamentar pode ferir tão profundamente como decepção, querida.

O que ela deveria dizer com isso? Ela não pôde defender os Vanderales, porque em seus olhos, eles estavam errados. Mas uma parte dela sabia que Elizabeth amava seu filho, se essa criança tivesse vindo de seu corpo ou tivesse sido criado em um laboratório.

Eles deixaram o escritório e recolheram Erin e Amber antes de voltar para a cabana. Amber estava dormindo e foi gentilmente colocada em seu berço por Rachel. Jonas deu a Erin suas ordens para o dia seguinte antes de enviar a fêmea da Casta de volta ao quartel.

Beijando Amber suavemente em sua testa, Rachel cobriu o bebê e saiu do quarto em silêncio. Fechando a porta do quarto, ela ficou por um instante e olhou para Jonas enquanto ele olhava para o fogo.

Como se houvessem respostas nas chamas, ela pensou. Ele franziu o cenho para o fogo recém-aceso com uma concentração que sugeria o dilema rolando através dele.

— O amor de uma mãe é vital e completo —, afirmou em silêncio, enquanto ele levantava a cabeça. — O amor de um pai é muitas vezes velado na aparência de decepção, ou exigentes expectativas. Não é tristeza, decepção ou o que você quer vê-lo como. É o amor de um pai e uma mãe que, mesmo agora, apesar do véu da civilização, ainda não sabem como lidar ou mostrar as emoções que os enchem.

Os lábios dele se apertaram.

— Deus fez a mulher para ajudá-lo a descobrir as desculpas para o homem.

— Ele fez a mulher para amar o homem, — ela respondeu.

— Sim, provavelmente porque sabia nada mais —, ele rosnou.

Ela não ia discutir isso. Rachel balançou a cabeça com um leve sorriso, observando como ele se movia lentamente na direção dela agora.

Houve um novo objetivo em si, uma fome que tinha menos a ver com a luxúria e mais a ver com emoção, pura confusão.

Como Leo, Jonas nem sempre estava certo de algumas das emoções que sentia ou o que fazer com elas. Estes homens, Castas, eles amavam suas mulheres e crianças com uma dedicação que beirava ao extremo, às vezes, porém quando chegavam a amar alguém, eles se tornaram massas contraditórias de negação total.

Parando na frente dela, com as mãos levantadas para envolver o rosto dela enquanto ele a segurava imóvel para seu beijo. Um beijo longo, lento. Sua língua tocou a dela, lambeu-a, acasalou com a dela.

O hormônio de acasalamento não estava enchendo as glândulas, não era aroma do beijo, mas ainda assim, Jonas sentiu a fome por ela limpar a sola dos seus pés.

Ela era sua mulher. Ela era sua vida. Inferno, ele se perguntou se ele tinha mesmo tido uma vida antes dela. Antes que ele visse a inocência e a claridade nos olhos dela, antes que ele aprendesse a gentileza e a coragem que enchiam sua alma.

Enquanto ele sentia os dedos dela em seu pescoço, deslizando ao redor, agarrando os fios de cabelo que cresciam embaixo ao longo de sua nuca, Jonas sabia que ele nunca havia conhecido um momento de paz até Rachel.

Ela tinha o poder de humilhá-lo, de acalmar sua raiva, mas ela também tinha o poder de enfraquecê-lo.

Seus joelhos estavam quase tremendo, só de pensar no prazer que viria enquanto ele a erguia contra ele e movia-se para a lareira.

As chamas ardiam, devorando os pesados troncos que Jonas havia colocado na abertura, lambendo avidamente o combustível, consumindo-se lentamente, apesar do calor emanado dele.

O pesado, extremamente macio tapete de peles falsas espalhadas por todo o piso de madeira os aguardava. Ele tinha o sonho de tomá-la na frente deste fogo. Sonhos de vê-la se transformar de fria, controlada fêmea para a quente, faminta companheira, que ele tinha fantasiado por tanto tempo.

Ela era a companheira perfeita para ele. Forte, onde ele era muitas vezes fraco, compreensiva das emoções, quando ele tinha problemas para aceitá-los. Ela iria mantê-lo aquecido, mantendo seu coração firme.

Ele estava ficando quente agora ainda mais. Enquanto seu beijo começou a ferver o exclusivo calor do acasalamento da Casta dentro dele, Jonas sentiu seu pênis latejando em demanda urgente.

Ele sempre estava duro para ela, sempre faminto por ela. Ele jurou que não tinha havido um dia desde que ela entrou em seu escritório que ele não tinha estado duro para ela.

Deslizando suas mãos pelas costas dela, Jonas segurou os quadris de sua companheira e puxou-a para ele, levantando-a, encontrando um lugar preparado para o comprimento brutalmente duro de seu pênis.

— Você me faz louco para te foder —, ele rosnou. — Não há um minuto do meu dia que eu não quero estar dentro de você.

Seus dedos enrugando o comprimento da saia curta que ela usava. Ela estava sempre vestida de modo elegante, tão amaldiçoado abotoada e adequada. A saia escura acima do joelho era ao mesmo tempo conservadora e provocante.

Ele empurrou-a para seus quadris, assim como o provocou a fazer.

A blusa branca de seda que ela usava sob o casaco preto de mangas compridas foi abandonada no chão. Era tudo o que podia fazer para não rasgar a blusa de seu corpo.

O doce aumento de seus seios era uma tentação, firmes, os mamilos de cereja criavam uma fome dentro dele que era ao mesmo tempo prazer e dor.

— Tire os sapatos —, ordenou, a voz áspera enquanto ela se movia para tirá-los. — Você está vestindo meias de novo?

Um sorriso sereia apontou em seus lábios de mel.

— Eu vestiria qualquer outra coisa para você, Jonas?

Algo fechou em seu intestino, alguma emoção, algum sentido primordial da retidão.

— Então você as usa para mim? — Deixando a camisa pendurada pelos ombros, os seios inchados sobre as taças do sutiã rendado, Jonas começou a trabalhar no seu próprio vestuário.

— Eu as uso para você —, ela concordou enquanto seus dedos moviam-se para ajudá-lo com os botões da camisa. — Eu nunca usei meias até que comecei a trabalhar para você.

Isso não era mentira. Ele podia sentir o cheiro da verdade em sua declaração.

— E isso. — Ele esfregou o dedo sobre a borda da renda suave ondulando seu sutiã.

— Para você —, ela suspirou, a respiração dela ficando mais forte, mais profunda, enquanto o último botão soltava-se de sua camisa.

Jonas tirou o material de seus ombros, enquanto seus dedos iam para o fechamento de sua calça. Ele podia ver a fome de aquecimento dentro dela, o cheiro que se queimava mais fundo, mais brilhante, a cada segundo que passava.

Quando sua calça soltou-se, ele empurrou os sapatos dos pés, ainda esfregando os dedos contra a renda de seu sutiã, movendo-se a partir da borda recortada ao pico apertado de seu mamilo abaixo.

Ele podia sentir o calor do seu aquecimento, o palpitar do sangue através de seu corpo batendo e ecoando em seu pênis. Ela estava no auge da fome e da necessidade.

As calças deslizavam para baixo das pernas, liberando o comprimento tortuoso de seu pênis enquanto sua cabeça baixava no peito dela, sua língua, de repente sensível sondando a ponta dura.

Ela endureceu nos seus braços, as mãos dela foram até os ombros dele, os dedos segurando apertado enquanto ele permitiu que seus dentes raspassem o pico sensível.

— Eu quero te foder assim —, ele gemeu, a necessidade rasgando suas bolas enquanto ele experimentava o sabor de pêssegos e creme dela através da renda.

— Vestida? — Suas unhas espetadas em seus ombros enquanto sua voz rouca, um pequeno gemido vibrando nela.

— Um pouco vestida. — A mão dele empurrava por baixo da saia, agarrou o lado da calcinha dela e rasgou a frágil renda de seus quadris.

— Compre-me calcinhas —, ela soprou roucamente enquanto o perfume de seus sucos inundando sua vagina flutuava através dos seus sentidos com uma pitada de pêssegos e calor. Droga, ela o deixava faminto.

Ele caiu de joelhos, as mãos segurando seus quadris, as glândulas sob a língua inchadas, cheias de hormônio do acasalamento.

Agarrando seu quadril, ele tocou-a com os dedos da outra mão. Ele dividiu os brilhantes, encaracolados fios que protegiam as dobras, separando-as um pouquinho para ver o pequeno broto de seu clitóris brilhando dentro de sua carne rosada.

O cheiro dela era viciante.

Ajoelhando-se diante dela, ele viu as coxas suavemente arredondadas tremerem, olhava os sucos ficarem mais espessos ao longo dos pequenos cachos escondendo a entrada da vagina para ele.

Ele chegaria lá. Mas, primeiro, ele queria um sabor de seu tenro clitóris.

Inclinando para frente, ele balançou a ponta com sua língua, sentiu as mãos de Rachel pegarem sua cabeça, as unhas fincando em seu couro cabeludo agora. Olhando para cima, ele quase fez uma careta ao olhar seu rosto corado, sensual, a excitação brilhando em seus olhos.

Ele lambeu em torno de seu clitóris novamente, sentiu o estremecer de prazer que ecoava no corpo dela, sentiu o doce fluir de umidade e sentiu um ronronar saindo de seu peito.

Foda-se, ele não podia parar o som. Ela era muito boa, agradável senti-la muito bem. Ele não podia segurá-la de volta. Um gemido ecoou pelos ouvidos e as coxas dela se separaram mais ao som.

Ele deixou o ronronar livre, deixou-o vibrar, deixou o som lavar sobre sua língua e o clitóris dela.

— Jonas. — Ela arfava seu nome enquanto seus dedos fincavam mais em seu couro cabeludo.

— Shhh, menina bonita, — ele sussurrou contra seu clitóris enquanto apertava um firme, beijo sensual no broto minúsculo.

— Jonas, — ela sussurrou seu nome mais uma vez, seu tom de voz cheio de fome sensual. — É tão bom.

Suas pernas se separaram ainda mais, abrindo suas coxas enquanto ele corria os dedos para baixo da fenda, partindo-a, acariciando-lhe a carne interior enquanto sua língua lambia, acariciava o botão de pérola.

Cresceu com cada carícia, latejante na demanda enquanto os dedos dele encontravam a íntima, apertada abertura de sua vagina.

Ela estava apertada, sedosa. Um gemido retumbou em sua garganta enquanto o calor suave dos tenros músculos prendia os dedos dele e eles pressionavam por dentro.

Ele conhecia o aperto da doce carne em seu órgão sexual. Era aperto forte, ondulando, flexionando. Cada pequeno espasmo da carne lisa enviando calor brando diretamente para suas bolas.

Cada pequeno impulso dos dedos dele dentro dos músculos agarrando enviava uma onda de fome pura rasgando através de seus sentidos.

Ele tinha o gosto dela em seus lábios, o clitóris contra sua língua, o calor incrivelmente apertado de sua vagina prendendo seus dedos. Foda-se, isso era bom. Tão, danada de bom.

Ele chupou ferozmente no botão pequeno, jogou sua língua sobre ele quando ele deixava seus dedos fodê-la com dura demanda.

Quanto mais ele lhe dava, mais molhada ela ficava, mais forte o aperto em seu cabelo tornava-se, a sua vagina mais aquecida, o doce liquido lavando seus dedos, tentando sua língua.

Liberando o pequeno broto que ele estava sugando, Jonas abaixou-se, lambendo, saboreando as dobras suaves enquanto sua língua infalivelmente encontrava a entrada apertada de sua vagina.

Era como enterrar a língua em um vivo sensual abandono. Empurrando-a profundamente para dentro, Jonas gemia no prazer incrível, o sabor doce e picante dela.

Ele poderia tomá-la assim para sempre. Ele poderia encher os seus sentidos com ela e ainda não ter o suficiente. Ela era viciante. Ela estava exuberante e doce e tão gostosa que ele ia gozar, antes que ele conseguisse colocar seu pênis dentro dela.

Seu pênis estava grosso, duro. Pulsando com viciosa fome, a exigência de que ele a tomasse quase dolorosa agora.

— Tão bom, — ela gemeu acima dele, com as pernas tremendo agora enquanto uma fraqueza sensual ondulava através dela. — É tão bom, Jonas. Oh Deus. Eu amo a sua língua.

Ele espetava a língua mais duro dentro dela, sentia o hormônio liberando das glândulas debaixo dele enquanto o aroma de sua excitação tornava-se mais profundo, mais forte.

Suas unhas estavam mordendo o couro cabeludo dele agora, os tremores correndo através dela. Ela estava perto, tão perto. Ele podia sentir seu orgasmo se formando, cheirá-lo correndo através de seu sistema.

Ela estava ficando imersa no prazer, no seu toque. Seus quadris estavam torcendo, pressionando a sua vagina mais perto.

Ele estava bêbado sobre ela. Ele estava morrendo por mais. Ele queria mais e mais dela.

Jonas agarrou suas pernas enquanto as pernas dela falharam e ela começou a afundar no chão.

Ela não podia segurar-se mais. Era como se os saltos altos fossem subitamente derretidos em borracha, tirando seu equilíbrio e lançando-a nos braços de Jonas.

Ele a pegou, baixou-a no chão, os lábios movendo-se pela barriga dela, lambendo, acariciando, a áspera língua impingindo sensações incríveis contra sua carne nua.

Ele lambeu, acariciou. A ponta da língua acariciando, seus lábios beijavam, enquanto ele levantava-se sobre ela, e empurrava entre suas coxas.

Não havia pelos de verdade, apenas a esparsa, sedosa, pele de quase cabelos que eram praticamente invisíveis em seu corpo. Acariciava contra o interior de suas coxas, enquanto os quadris dele pressionavam abertos, enviando sensações de prazer delicado irradiando através dela.

Seus quadris arquearam. Rachel sentiu um calor mais forte do que o fogo junto a eles enquanto os dedos dele puxaram as taças do sutiã sob os seios, deixou-os livre, então começou a devorá-los.

Suas coxas estavam entre as dela. O comprimento de seu pênis duro pressionava contra seu sexo, esfregava contra o broto de seu clitóris inchado e quase a mandou para o orgasmo.

As mãos dela acariciaram seus ombros. A sensação de sua carne, mais dura, mais dura do que a dela, era uma sensação contra suas palmas que a tinha gemendo de puro êxtase. A sensação de sua língua acariciando seus mamilos era o êxtase. Pontinhos de sensação, minúsculos, atingindo pequenos choques de prazer que correram de seus mamilos para o clitóris, para sua vagina.

Ela não podia acreditar, cada vez que eles estavam juntos, tão bem se sentia, tão incríveis sensações conseguia.

— Doce Rachel. — Sua cabeça levantou de seus seios, os olhos brilhantes de prata com fome. — Eu poderia viver com o seu toque e o seu gosto.

Seus quadris se movimentaram, os dedos flexionados contra os ombros, enquanto a cabeça dela torcia contra a pele incrivelmente macia do tapete.

Quando ela levantava os quadris contra ele o sentia tirando a saia de seu corpo. Veio lentamente livre e então postou-se de lado enquanto ele voltava para ela.

Calor, incrível, bolhas de calor queimavam a carne macia de sua vagina enquanto seu pênis pressionava contra ela, a fricção do eixo pesado contra o clitóris dela. A cabeça dilatada era uma marca aquecida contra seu baixo estômago enquanto seus lábios queimavam-na num beijo com sabor de pura canela e cravo.

Era incrível. Seus lábios torciam contra os dela, sua língua entrelaçada com o dela. Suas mãos cravaram sobre seu corpo, ergueu os quadris, facilitou sua coxa contra ele enquanto ele se movia novamente.

Rachel congelou. Seus olhos se abriram quando ela olhou de volta para ele, vendo enquanto ele levantou-se acima dela. A crista grossa partia as dobras molhadas de orvalho, em seguida, pressionava contra a entrada cerrada de seu sexo.

— Eu vou queimar viva —, ela ofegou enquanto sentia a parte de entrada íntima alargar-se para a lenta e dura invasão de seu pênis.

— Eu vou queimar com você — , ele suspirou. — Nós vamos entrar em chamas juntos.

Encarando-o enquanto ele a levou com lentidão, pressões controladas, Rachel foi capturada novamente pelos contornos selvagens do seu rosto, o brilho dos seus olhos prateados, a gota de suor que corria para o lado do rosto.

A vibração de um ronronar era um ritmo constante que acariciava sobre seus sentidos, a surpreendia e empurrou-a impossivelmente para mais excitação.

Elevando das pernas, ela envolveu-as em torno da cintura dele, tenso para cima e lutou para ter mais dele, tudo dele. A sensação de esticar seu pênis, acariciando-a com curtos, duros golpes dentro enquanto ele forjava/martelava continuamente mais profundo, era quase mais do que ela poderia suportar.

Ela estava voando em seus braços. Olhando fixamente nos olhos dele, ela sentiu as chamas envolvendo-a, lavando sobre ela, através dela. Ela estava perdida em um paraíso de prazer que ela não queria perder.

— Isto. — Ele engoliu apertado, fez uma careta. — É o maior prazer que eu conheci.

Suas pernas apertadas em torno dos quadris dele enquanto ele se dirigia mais profundo, mais duro, dentro dela. Prazer-dor explodiam dentro dela enquanto ele fodia mais profundo, seu pênis pressionando, esticando os recessos tenros de sua vagina enquanto ela se levantava mais, lutava para fundir-se com sua carne.

Com um golpe final, pesado, ele foi enterrando até o cabo dentro dela, esticando-a, queimando-a, enchendo-a de maneira que Rachel sabia que nenhum outro poderia enchê-la.

Ferro duro, ferro quente, ele esticou o tecido tenro, revelando as terminações nervosas nuas que deflagraram resposta para batida e o pulsar de seu pênis. Prazer a cercava enquanto calor a enchia. A mistura incrível de prazer emocional e físico em conjunto, enviando a ela sensações de girar em uma Terra do nunca de felicidade absoluta.

Seus dedos cerrados sobre os ombros, acariciavam seus braços. Suas costas estavam escorregadias sob as palmas das mãos enquanto o suor gotejava em sua pele nua.

Seus joelhos dobraram, com as mãos puxou-a mais perto, erguendo os quadris, levantou-se de joelhos, olhando para ela, sua expressão selvagem apertada, com luxúria e surpreendente... amor.

Amor enchia todas as veias de seu corpo. Enchia o seu olhar, sua expressão. O bicho-papão das Castas era a amante que ela sempre sonhou que poderia ser.

Selvagem. Ele resmungou. Ele ronronou.

Suas mãos crispadas nos quadris dela enquanto ele a fodia profundo e duro, enfiando dentro dela com um prazer desesperado que sacudia a alma dela e encheu-a com uma selvagem selvageria dela própria.

Suas unhas cravaram nos braços dele, seus quadris se contorciam debaixo dele, empurrando contra ele, levando-o mais profundamente possível. Suas pernas caíram para trás de seus quadris, cravados no tapete e levantou mais, tendo mais dele.

Cada batida cravada violentamente na carne sensíveis. Esticava e acariciava e a enchia de um poder, uma felicidade que não podia controlar. Ela não queria controlar.

Ela podia ouvir seus grunhidos. Ela ouvia seu ronronar. Ela sentiu o aperto do corpo, espasmos em sua vagina. Ela entrou em convulsão, arrebatamento explodindo através dela. Ela apertou, nele, com ele. Ela sentiu o êxtase que corrida através de seu corpo, rasgando-a enquanto ele dava um grito mudo.

Seu pênis bateu dentro dela, enterrado profundamente. A sensação de sua libertação, jorrando dentro dela desencadeou outro orgasmo, desta vez mais intensa do que o último.

Quando surgiu a farpa, tocando a área mais sensível de sua vagina e acariciou com prazer, sutil e destrutivo, Rachel jurou que ela perdeu sua alma para ele.

Ela arregalou os olhos, quase cegos. Seu olhar fechado com a prata viva dos dele. Ela o sentia, ela jurou que ela o fez, claro que seu espírito ela o sentiu travado dentro dela, tão certo como ele estava trancado dentro de seu corpo.

Ele era uma parte dela. A outra metade dela.

— Eu te amo. — As palavras foram arrancadas dela, arrancadas de seu coração, trancado dentro de sua alma. — Oh Deus, Jonas, eu te amo.

Ela o amava.

Jonas se aproximou dela, segurando em seus braços agora, seu pênis ainda enterrado profundamente dentro dela, pulsando, enchendo-a com seu gozo enquanto ele dava cada parte de si mesmo para sua companheira.

Inferno, ele já havia dado a ela, ele estava simplesmente renovando.

Ele temia que acasalamento o enfraquecesse. Em vez disso, fortaleceu-o, tinha-o suavizado, o fez ver algumas coisas mais claras, e agora ele estava mais determinado do que nunca a garantir uma medida de paz para as Castas. Porque nada importava mais que a segurança da sua companheira e de sua criança.

Nada importava, mais que isto.

Segurá-la.

Amá-la.

Ser amado.

Jonas Wyatt, o bicho-papão das Castas, era amado.

 

Na manhã seguinte Jonas e Rachel entravam na sala de controle de segurança e do computador principal da casa do Estado. Situada na extremidade da área, com acesso direto para os laboratórios abaixo, a sala estava equipada com monitores, servidores e terminais externos que continham e armazenavam a central de operações de segurança do Santuário para a casa.

Toda internet, telefone e comunicações sem fio atravessavam o centro de comando antes de serem encaminhadas para a fortificação de comunicação fora da casa.

Pisando na pequena antecâmara que suportava três computadores de controle, Jonas tinha ultrapassado a leoa de trabalho deles, ciente de Rachel seguindo logo atrás; na sala de tecnologia, onde os técnicos tinham suas pausas ou a sesta ocasional e, em seguida por outra porta para o coração da sala.

Aqui, os servidores mantinham os vários links para a fortificação de comando, dirigiam a internet sem fio e rádios, monitoravam os telefones por satélite e as comunicações por satélite da organização e suportavam um sistema de recuperação que notificava a fortificação de comando, as comunidades Lobo e Coiote de Haven, bem como o sistema de segurança Vanderale na África, em caso de emergência. Era um sistema de recuperação de emergência independente, assim como um sistema de notificação de resposta anterior.

A casa principal era alimentada de forma independente da fortificação de comando, mas todos os sistemas da casa eram monitorados pela rede mais avançada criada na fortificação de comando.

Ainda assim, esta sala era indispensável.

Jonas moveu-se para a parte de trás da sala onde o cérebro da operação trabalhava com uma carranca no rosto delicado, seus cabelos louros-brancos puxados a esmo até o topo de sua cabeça, os fios longos caindo desordenadamente em torno de seu rosto e ombros.

Vestida com calça missão preta e um top de alças sem mangas, ela amaldiçoava como um marinheiro em sua respiração e encarava o monitor.

— O que nós temos, Sherra?

Jonas moveu-se para trás dela para ficar por cima do ombro, seu olhar estreitou-se nos resultados que ele recolheu, as anomalias da varredura que ela descreveu em seu relatório uma hora antes.

— Nós temos um erro no sistema, um bug —, murmurou enquanto seus dedos voaram pelas teclas furiosamente. — Foi ativado, talvez uma semana atrás, do que eu posso determinar. É um silencioso, nenhuma das varreduras pegou. Se eu não tivesse começado a prática de execução de uma varredura de nível de profundidade em conjunto com o diagnóstico completo e sistema de roteamento para economizar tempo, eu nunca teria pego ele.

Ela parou e sentou-se antes de puxar a tela atual para o monitor ao lado dela. Em poucos segundos, os cinco monitores em torno do principal exibiam os cinco níveis diferentes de diagnóstico, bem como os seis principais resultados.

— Aqui e aqui. — Ela bateu a tela principal e outro na direita por cima. — As anomalias começaram aqui. Uma vez que o diagnóstico pegou a primeira anomalia, ele começou a tentar se esconder. — Ela apontou para diversos outros resultados de diagnóstico. — Atualmente, está completamente desaparecido. — Apontando para as telas a esquerda e a direita da tela principal, bateu um comando para mostrar aos leitores atuais. — Como poeira no vento, meu amigo. Ele se foi.

Ela se virou e encarou de volta para ele com fúria selvagem refletindo em seus profundos olhos azuis.

— Nós temos um bug, e ele é malditamente inteligente.

Jonas apertou os olhos nas telas antes de voltar-se para Rachel.

— Não temos qualquer Informação em algo assim?

O Bureau monitorava todos os novos vírus, os rumores de nanovirus e bugs de nível de profundidade.

Rachel estava observando atentamente a tela, os olhos verdes apertados, a sua expressão pensativa, antes de ativar o teclado eletrônico que ela carregava.

— Não há informação sobre ele, mas isso não significa nada. Para a maior parte, nós só temos informações sobre o que foi descoberto ou rumores de que está em obras. Não tem sido nada assim nas informações que temos recebido de ataques destinados contra o nosso mainframe ou rede de comunicações. — Ela franziu o cenho para os resultados da pesquisa que ela digitou no teclado. — Tudo que temos são informações infundadas sobre aquele que destrói a si mesmo quando encontrado e limpa seu caminho para eliminar a possibilidade de identificação. Esses têm que ser carregados manualmente, entretanto. — Ela olhou de volta para Jonas, a preocupação escurecendo seu olhar quando ela lhe deu a informação.

— Quem colocou o bug em nosso sistema teria de ter trabalhado a partir desta sala, então. — Sherra tocou as pontas das unhas bem cuidadas contra a mesa antes de iniciar outra pesquisa.

— Não é como se não tivéssemos a nossa quota de espiões, — Rachel lembrou. — O médico assistente que nós pegamos vários meses atrás tinha acesso à sala durante os jogos de poquer que foram jogados aqui, bem como na noite em que ele assassinou os técnicos que trabalham na sala. Ele poderia ter iniciado a qualquer momento.

Nós. Ela usou um vernáculo que a colocava como uma parte indelével da comunidade ao invés de uma pessoa de fora. Era a primeira vez que ela tinha feito, e ouvir isso enviou uma onda de satisfação correndo através de Jonas.

— Não vamos admitir que ele se destruiu embora, — continuou Rachel enquanto ela voltava às telas e olhou para eles, pensativa. — Precisamos de alguém experiente em tecnologia subversiva para passar por isso.

— Todas as Castas são experientes em tecnologia subversiva. — Sherra aspirou. — É parte da nossa formação. Nós aprendemos na puberdade.

Rachel estava sacudindo a cabeça enquanto ela falava e digitava comandos no, one-handed, no bloco eletrônico que ela usava. Em poucos segundos uma lista de informações começou a rolar na tela.

— Você tem quatro Castas, todos classificados na A-plus tecnologia subversiva, a nanotecnologia e comunicações secretas. Esses são as Castas que você precisa.

Jonas levantou as sobrancelhas. Porra, onde diabos ela tinha conseguido essa informação?

— Desde quando? — Sherra perguntou, surpresa enchendo sua expressão. Ela olhou para Jonas, como se perguntando por que ele não sabia dessa informação. Ou, mais ao ponto, porque o Pride principal não estava ciente disso.

— A informação estava escondida entre alguns dos muitos arquivos criptografados do Conselho, — Rachel informou a ela. — A criptografia não é algo fácil. Muita informação é interpretada erroneamente ou ignorada totalmente porque os códigos são tão difíceis.

— E como você conseguiu isso? — Sherra virou em sua cadeira e observou Rachel suspeita.

Jonas sentiu-se ofendido com o tom de Sherra até que viu Rachel lentamente sorrir.

— Eu gosto de quebra-cabeças. Eu levo os arquivos criptografados, os vários códigos e, quando Jonas está fora, eu jogo um pouco. — Ela olhou para Jonas. — Às vezes, ele está longe, muitas vezes.

Ele não iria ficar longe dela por mais tempo.

— E quem são as nossas Castas mestres em tecnologia? — Sherra questionou, ainda, obviamente, não totalmente satisfeita com a explicação.

— Você tem um Tigre Bengala Casta de origem asiática, Lee, como o nome apenas listados aqui. — Ela franziu a testa, o tom cada vez mais quieto, mais pensativo, enquanto ela começava a escanear o arquivo. — Existe uma Casta Wolf de origem escocesa, nenhum nome listado, apenas o número do seu processo. — Ela bateu a tela para obter mais informações. — Ele não está registrado com o Bureau. — Mas ela sabia quem era; Jonas podia ver a expressão dela, a mudança do padrão de suspeita enquanto ela unia as informações sobre a Casta. — Eu suspeito que é Styx. — Um sorriso divertido atravessou seu rosto. — Nós estamos em apuros, se for ela.

Era.

— Temos também duas Castas, os números de laboratório somente, que eu ainda não tenha sido capaz de rastrear qualquer informação ou para desencriptar a informação é que nos arquivos que eu os encontrei dentro eu vou ter que trabalhar sobre isso.

Ela ergueu a cabeça.

— Nós não temos conhecimento de localização ou informação sobre Lee. Styx é acessível entretanto.

— Styx é uma ameaça. — Sherra revirou os olhos antes de voltar para o computador. — Ela provavelmente vai ter uma das birras de seu temperamento e destruir todos os computadores que temos.

Jonas quase sorriu com o pensamento.

— Vou colocar os arquivos que eu puxei as informações, — Rachel disse a ela. — Vou ver se podemos encontrar alguém rapidamente. Sem dúvida, não podemos deixar o sistema ir muito mais com um bug suspeito no mesmo.

— Eu era capaz de controlar seus parâmetros usando os registros do computador, — Sherra disse a ela. — Não é fácil entretanto. Mesmo que os registros sejam insignificantes. — Ela balançou a cabeça. — Eu não sei com o que nós estamos lidando, mas é danado inteligente.

— Isolar os registros e trabalhar com eles em um sistema independente, desconectado, — Rachel sugeriu. — É como eles são criados.

Sherra se virou para ela novamente.

— Como diabos você sabe tudo isso? Você trabalhou com Jonas por menos de um ano e você sabe mais do que eu.

— Eu duvido. — sorriso de Rachel foi conciliatório. — Eu sou boa com detalhes, então eu retenho grandes quantidades de informações desconexas. É um talento. — Ela piscou um sorriso encantador para Sherra.

— Um talento, hein? — Sherra olhou para Jonas. — Soa mais como uma mesma moeda, com uma cara diferente. Você e Jonas são melhores parceiros do que eu pensava.

— Eu sempre soube que seria uma boa parceria. — Rachel empatou um olhar para ele que quase o fez sorrir. Como se tivesse manipulado o acasalamento inteiro.

— Para cada um dos dois, eu acho. — Sherra riu antes de voltar-se para Jonas. — Antes de sair, Callan precisa vê-lo na Sit Comm One. — A situação de sala de comunicações na casa da propriedade. Uma sala completamente protegida de qualquer interferência externa eletrônica ou via satélite.

Jonas assentiu.

— Poderia entrar em contato com seus Atiradores de plantão e deixá-los cientes que eu estou a caminho? — Quando Sit Comm Um estava em uso, parte dos atiradores e guardas-costas pessoais de Callan estava sempre nas proximidades.

— Contatado. — Sherra pressionou uma tecla no console, em seguida, esboçou um sorriso de volta. — Além disso, apenas para que você saiba, Lance Jacobs está lá em cima e se movimentando. Ele, Harmony e seu filho estão planejando voltar para casa dentro de uma semana.

Jonas assentiu brevemente. Ele manteve as suas emoções sob controle, onde sua irmã e sobrinho estavam preocupados. Harmony exigiu que ele ficasse longe do filho, e foi um pedido que rasgou algo dentro dele.

Ele ficou afastado, embora ele tenha mantido guias cuidando da criança. Joseph Leopold Jacobs. Eles o chamavam de Joey. Ele tinha acabado de completar doze meses de idade. Ele tinha cabelos castanho-alaranjados, com notas de preto e os olhos azuis de seu pai. Ele era uma criança feliz e Harmony era uma mãe em êxtase amoroso. Ela adorava o marido companheiro e o filho.

— Pronta? — Ele se virou para Rachel enquanto ela fazia uma nota em seu bloco eletrônico.

— Pronta. — Ela lhe deu um sorriso ausente, mas o seu olhar, seu comportamento inteiro enquanto ela ficava perto dele garantiu-lhe que ela estava muito consciente dele.

Ele podia sentir a sua consciência, a sensibilidade de seu corpo, a excitação que surgia logo abaixo da superfície, pronta para queimar fora de controle.

O doce, suave cheiro de seu corpo, a respiração mais fácil que ela tomou, mesmo sua atitude pensativa enquanto eles fizeram seu caminho para falar com Callan, arrastava-o para ela.

Eles fizeram o seu caminho a partir da sala de comunicação e para o outro lado da casa para o recém-construído Sit Comm One. A sala estava na ala da família do Pride de líder do Pride, Callan Lyons, e o segundo em comando de segurança, Sherra Tyler.

Assistente pessoal de Callan, Fallon, uma Casta Leão treinado em segurança avançada e proteção, abriu a porta para a sala em silêncio.

Callan; Kane Tyler, que era chefe de segurança e seu marido companheiro de Sherra; chefe de execução do Santuário, Taber Williams, e o chefe de Relações Públicas do Santuário, Tanner Reynolds, estavam sentados à mesa de conferências enquanto ele e Rachel entravam.

Rachel postou-se ao lado de Jonas, deslizando perfeitamente em seu antigo papel de sua assistente.

— Boa tarde, Cavalheiros. — Rachel passou à frente de Jonas, colocou o café e sua água e coloco-os em frente a sua cadeira. Jonas quase sorriu. Ela era a companheira perfeita para ele, capaz de misturar-se com a sua vida empresarial, bem como o papel de companheira.

Ela o complementava, a cada passo, e conseguiu nos últimos meses para aliviar um monte de penas que ele conseguiu irritar, ou completamente ignorar, ao longo dos anos.

— Nós temos os arquivos. — Callan usou o bloco eletrônico para enviar o arquivo para Rachel, assim como para Jonas.

Ela entregou seu a Jonas e listou as informações sobre o assunto no seu bloco eletrônico.

— O Comitê de Apropriações do Senado da Casta convocou uma sessão extraordinária para analisar os fundos já votados e decidir as despesas do próximo ano. A informação que temos é que eles receberam a informação de que o Bureau, bem como o Santuário, quebraram o acordo que nós assinamos no que diz respeito à realização de quaisquer atos militares ou atos pessoais de guerra ou de agressão contra qualquer um dos governos fornecedores de fundos.

Jonas escaneou as informações antes de ele virar-se para Callan.

— Não houve nenhum ato de agressão ou de um projeto militar contra qualquer governo, no período. Sua informação é falsa, Callan. Como de costume.

O Bureau não mordia a mão que o alimentava. Pelo menos não diretamente, e com certeza não sem alguém ou alguma coisa para culpar.

— O senador Tyler está no comitê, como você sabe, — disse Callan. — Ele mandou um alerta sobre a informação que ele tinha, ele está solicitando a sua presença imediata perante a comissão, caso contrário, os fundos vão ser detidos indefinidamente até que isto esteja resolvido.

— Nós não precisamos de seu dinheiro maldito, — resmungou Tanner, seus olhos verdes de Bengala piscando de raiva.

— Eles devem as raças aquele dinheiro, — salientou Rachel, seu tom firme. — O que vocês precisam fazer é fazer um movimento para manter o dinheiro fora das mãos do Comitê de Apropriações e diretamente sob o controle da Casta em uma determinada quantia por trimestre.

— Eles estão muito assustados que nós vamos nos voltar contra eles, — resmungou Callan enquanto ele se recostava na cadeira e esfregava o dedo ao longo de sua mandíbula. — Eles acham que se o dinheiro parar, nos impedem de assumir os seus diferentes países.

— Como se nós quiséssemos lidar com as suas tretas, assim como as nossas. — Tanner aspirou no pensamento. — Inferno, apenas correndo o Santuário é bastante dor de cabeça, você não diria?

Isso era a verdade.

— Rachel. — Jonas se virou para ela.

— A heli-jato está sendo preparado e eu estou tendo mover Lawe frente para puxar arquivos missão, — afirmou antes de ligar para ele, uma ponta de preocupação em sua expressão. — Eu irei?

Ele assentiu com a cabeça abruptamente antes de voltar-se para Callan.

— Eu preciso de preparativos para Erin trazer Amber no Santuário, enquanto nós estivermos fora. Cassie está atualmente na residência, correto?

Callan endireitou-se, estreitando os olhos dele.

— Cassie vai arruinar essa criança. Eu tenho pessoal para Amber e sua babá. Ela pode assumir detalhe de vinte e quatro horas. Eu vou atribuir a alguém para ajudá-la, mas Cassie mima bebês pior do que as mães fazem. Você não quer que ela qualquer lugar perto dela.

— Errado. — Jonas não queria que ninguém exceto Cassie perto dela, na verdade. — Atribua Cassie como reserva. Vou aceitar Erin como atenção primária.

Jonas levantou-se, sabendo que seria tomado cuidado.

— Jonas, Amber é minha filha, — afirmou Rachel discretamente enquanto ela movia-se na frente dele. — Não poderia, pelo menos, me consultar?

Seu tom cheio de irônica diversão, apesar de uma pitada de raiva ameaçada.

— Você teria feito diferente? — Ele inclinou a cabeça para o lado, pensando seriamente se ela tinha uma alternativa melhor.

— Fazê-lo de forma diferente não é o ponto, — ela disse-lhe enquanto começou a arrumar seus blocos de notas. — A questão é, — ela voltou-se para ele, — consultar-me na próxima vez. E eu vou me despedir de minha filha antes de sairmos.

Ela caminhou do escritório com os ombros retos, cabeça erguida.

— Considere isso um aviso, meu amigo. — Callan riu atrás dele enquanto ele e os outros ficaram de pé. — Até por uma questão de oportunidade, nunca, nunca tome decisões de natureza familiar, sem o aporte direto de sua companheira. Os resultados poderiam ser fatais.

Evidentemente, eles poderiam ser. Jonas riscava ao lado de sua mandíbula enquanto ele dava aos outros homens, um sorriso jovial. Virando-se para sair da sala, ele pensou que o mundo poderia ser um pouco mais claro hoje.

Ele assistiu Callan e os outros levemente criticarem suas esposas em mais de uma ocasião, e ele sempre sentiu um estranho tipo de inveja dele. Eles possuíam companheiras que carinhosamente guiavam como ser parte de uma família, como ser mais do que uma raça dentro de uma unidade de castas. Como ser mais que soldados ou assassinos.

Ao longo dos anos, ele tinha visto os resultados dessa influência orientadora. Os homens que tinham conhecido uma vez nada, mas a morte pode rir, eles jogaram com seus filhos, pois eles fizeram caretas para bebês e eles se mudaram no mundo, que incluiu mais de sangue, morte e punição.

Jonas ansiava por esse mundo. Ele desejava ser uma parte mais do que o sangue e a morte, o passado que o assombrava. Ele o tinha agora. E tinha a intenção de mantê-lo.

— O senador Tyler arranjou para adiar a reunião com o Comitê de Apropriações para permitir-nos tempo para chegar e para recolher nossas informações, — informou Rachel a ele enquanto eles entraram na parte de trás do heli-jato. — Ele não tem os detalhes de sua suposta prova, mas um dos outros membros que mantém a sua simpatia para com o segredo das Castas aconselhou-o a avisar-nos que temos provas circunstanciais de momento, e que o senador Racert está trabalhando para construir a isso.

— Boa sorte, — resmungou Jonas enquanto ele a ajudava a colocar o cinto, antes de travar o seu próprio cinto de segurança e preparação para a decolagem. — Será que Tyler tem alguma ideia de quais informações devemos levar conosco?

Ela estava franzindo a testa enquanto ela rolava através dos relatórios que ela estava recebendo.

— Ao apresentar o seu contato é quase certo que eles estão concentrando-se em todas as missões realizadas com os Estados Unidos e militar de Israel até o ano passado e vai para este ano, — ela respondeu logo que ela começou a usar o teclado holográfico do notebook eletrônico e escrevendo furiosamente. — Nós temos um total de uma dúzia de missões realizadas com o Mossad, Jonas, mas nada que pudesse sequer chegar perto para nos fornecer uma oportunidade para realizar uma manobra militar ou ato de agressão contra os Estados Unidos ou qualquer das outras nações que têm contribuído —financiamento— das Castas.

— Comece corrida de probabilidades, — disse ela enquanto puxava o seu próprio bloco eletrônico de sua pasta. —Eu quero saber quais as missões teria chegado perto de apresentar tais oportunidades. Não limitar os parâmetros para as missões de Israel; ramificar-se para todos os países que fazem parte do acordo financeiro da Casta.

Ela estava balançando a cabeça enquanto ele falava, trabalhando para obter as informações para o bloco enquanto o heli-jato corria para Distrito de Columbia.

— Nós precisamos parar nos escritórios do Bureau, — disse ele. — Lawe deve ter os arquivos puxados pelo tempo que ficamos lá. Nós podemos dirigir ao Departamento de Justiça, onde os senadores se encontram reunidos.

Jonas deu um ligeiro aceno enquanto ele continuava a levantar informações em seu próprio bloco. Tinha que haver uma razão para a investigação súbita em seus fundos. Sem dúvida, a razão para isso era completamente falsa, mas mesmo os senadores envolvidos com o Comitê de Apropriações sabiam que as Castas não dependiam dos fundos atribuídos a partir do acordo financeiro.

— Estimada hora de chegada em dez minutos, Diretor Wyatt, — Jackal informou-os enquanto Jonas começava a rever as missões. — Vamos eliminar qualquer chance de uma surpresa aqui.

— Você tem alguma ideia do número de missões que têm saído nos últimos dezoito meses? — Ela olhou de volta para ele, com dúvidas, como se ele tivesse alguma forma perdido a cabeça.

— Exatamente trezentos e cinquenta e quatro; dezessete abortadas em fase de planejamento e vinte e seis abortadas em andamento. Isso não conta os quatrocentos e cinquenta e sete recusas que demos na mesma quantidade de tempo. Devo dar-lhe o número de missões privadas subvencionadas que temos tido na mesma quantidade de tempo? — perguntou ele.

— Cento e trinta e seis missões em particular subvencionado, dos quais havia setenta e duas recusas, cinquenta e três abortados na fase de planejamento e treze abortados em andamento. Devo catalogá-las em quantidade de sequestros de extrações de segurança privada? — Ela olhou para ele com um sorriso.

Diabos, se ela não era boa. Foi uma das coisas que tinham imediatamente deu-lhe quando ela começou a trabalhar para ele. Ela sabia como se manter a par das informações, bem como os vários detalhes do trabalho que ele fazia. Essa capacidade, embora às vezes penosa no respeito, que limita determinadas atividades, havia feito muitas partes de seu trabalho muito mais fácil.

Balançando a cabeça, os lábios apertaram para a necessidade de sorrir, mas ele foi amaldiçoado se ele iria deixá-lo livre. Não pode parar em um sorriso. Ele pode muito bem acabar com um sorriso bobo de pleno direito na sua cara. E Jackal já estava demasiado atento à mímica entre eles. Sem dúvida, foram as apostas em curso quanto ao tempo de certas fases de seu relacionamento. As apostas mais comuns foram quanto tempo levaria um companheiro de Casta para fazê-los sorrir. Isso, e que iria pegá-lo sorrir primeiro. Jackal possivelmente tinha uma aposta no cavalo que sorrir.

— Lawe estará esperando por nós em seu escritório, — Rachel disse-lhe enquanto ela olhava de volta para o bloco eletrônico. Ele tem os arquivos prontos no leitor que usamos para as comissões, carregado e não criptografado. Será que ele precisa de algo mais?

Jonas balançou a cabeça.

—Temos que encontrá-lo na garagem. Nós tomaremos a limusine para o Departamento de Justiça. Quanto tempo mais nós temos?

— Uma hora antes da audiência.

Ainda havia tempo.

Balançando a cabeça, fechou o bloco eletrônico, armazenado de volta no casaco de Rachel, em seguida, olhava para o horizonte cheio de nuvens DC. O tempo estava pedindo uma nevasca. Ele esperava que eles voltassem para casa esta noite, antes de cair neve. Ele havia planejado champanhe na frente do fogo, a claraboia sobre a lareira e a nevasca soprando ao seu redor enquanto ele fazia amor com sua companheira.

Não era um plano que queria cancelar.

— Relatório dos atiradores, tudo limpo, — Jackal chamou de volta da cabine do piloto. — Todas as áreas seguras para a aterragem.

— Pouse, — ordenou Jonas, seu olhar movimentando-se sobre a área enquanto ele avaliava possíveis ameaças.

O heli-jato pousou dentro da marca de aterrissagem no telhado. Jonas rapidamente liberou as cintas de voo de Rachel antes de liberar as suas próprias. Jackal abriu a porta e Jonas saltou, em seguida, virou-se, segurou sua companheira pela cintura e delicadamente a colocou no chão do telhado, tudo ao mesmo tempo protegendo o seu corpo com o dele próprio.

— Fique aqui, — ele ordenou enquanto se voltava para Jackal. — Nós devemos estar prontos para voar antes de escurecer. Eu quero voltar antes que caia a neve.

Iria definitivamente nevar. Jonas podia sentir a ameaça do clima no ar, quase o gosto os cristais de gelo em sua língua. Havia um impulso irresistível de se virar e voltar para o Santuário.

— Eu vou estar aqui, — Jackal garantiu a ele enquanto ele se aproximava e entregava a Jonas a pesada maleta que Rachel tinha trazido com eles.

Passando à entrada do edifício, Jonas verificou a certeza de que os Atiradores estavam no local antes que dirigiu todo o telhado. Mudaram-se rapidamente em direção ao casal enquanto Jonas indicava que estavam prontos para deixar a segurança da blindagem oferecida pelo heli-jato.

Cercado por três atiradores, eles fizeram o seu caminho rapidamente através do telhado e entraram no elevador.

— Atiradores da Justiça estão esperando na garagem, — a Casta ao seu lado informou Jonas. — Ele pediu para que você seja informado que a limusine está esperando do lado de fora do elevador e pronto para rodar.

Jonas deu um aceno rápido enquanto ele punha a mão contra a parte inferior das costas de Rachel e lhe entregava a pasta, na preparação de acompanhá-la rapidamente para a limusine.

As portas se abriram no subsolo. Um atirador saiu, abriu a porta traseira e Jonas ajudou Rachel a entrar na limusine antes dele mesmo entrar.

A porta se fechou atrás deles, as travas fechando no lugar.

Jonas estremeceu em alerta ao som, a mão indo rapidamente para a maçaneta da porta para tentar empurrar, abri-la. Com sua força e raiva batendo com ele, não teria sido feito a grande viagem do mecanismo da porta.

— Você quer me matar sua companheira? — A voz através do sistema de interfone era bem conhecida e cheia de satisfação divertida. — Alerte as Castas do lado de fora de que há um problema, e eu prometo a você que ela vai morrer.

O olhar de Jonas deslizou para Rachel. Ela ficou em silêncio, olhando para ele com olhos grandes e chocados enquanto a sua mão deslizava lentamente para dentro do compartimento aberto da pasta.

Ela estava sentada de costas para a área do condutor, a maleta em seu colo, e ele sabia o que ela estava fazendo. Ela estava pressionando a tecla para limpar o bloco eletrônico e apagar todas as informações contidas.

Enquanto a mão dela deslizava de volta para a maleta, a partição deslizou, revelando o guarda-costas de Phillip Brandenmore, Josef Svenson. O cara de fuinha, Svenson, cabelos escuros assistia-os através dos olhos redondos, um sorriso curvando seus lábios finos.

— Sra. Broen, por favor mova-se para o lado do Sr. Wyatt, se você não se importa.

Rachel deixou a maleta deslizar silenciosamente para o piso da limusine enquanto ela se movia para se sentar ao lado de Jonas, de frente para o guarda-costas em silêncio.

— Então me diga. — Ele apontava uma letal, pistola laser preta na cabeça de Rachel. — Onde está a criança? Eu pensei que a mamãe nunca deixasse a casa sem ela.

 

A raiva era uma retumbante marca de queimadura nas veias de Jonas, rasgando seu cérebro enquanto Jonas olhava para a arma apontada para Rachel.

Brandenmore. Como é que o desgraçado conseguiu passar pela segurança? Que diabo tinha acontecido com Lawe? Jonas conhecia seus Atiradores, eles nunca teriam permitido que algo assim acontecesse. O próprio fato de os seguranças Brandenmore terem a limusine significava que Lawe provavelmente estava morto.

Ao lado dele, Rachel sentou-se silenciosamente, mas Jonas podia cheirar seu medo. Consumia seu controle, a besta enfurecida dentro dele e rasgava a sua lógica.

Ele podia sentir o cheiro do sangue batendo no corpo de Svenson, podia sentir isso, sua necessidade para isso era tão forte.

— Como você conseguiu isso, Svenson?, — ele perguntou, sua voz profunda incontrolavelmente, grosseiro. O animal recusava-se a se esconder.

Svenson sorriu novamente. Um lento, frio curvar de seus lábios.

— Não vou dizer que foi fácil, mas há muito a ser dito pelas drogas, você não diria?

Jonas escondeu sua satisfação neste momento. Atiradores da Casta foram inoculados contra drogas. Ely e o Casta Lobo cientista tinham surgido com a solução anos atrás, quando os cientistas do Conselho tinham pensado que poderiam recuperar a seus melhores soldados drogando-os e trazendo-os de volta para seu lado.

— Sim, há muito a ser dito sobre drogas. — Jonas cruzou os braços sobre o peito e lutou para segurar o rosnar estrondoso no peito.

A droga teria durado apenas alguns minutos. Eles devem ter prendido Lawe de alguma forma, incapacitado a Casta de reagir de forma imediata.

— Então, onde está a pirralha da cadela? — Svenson questionou novamente.

— No Santuário, — Jonas respondeu enquanto ele sentia Rachel tremer ao lado dele. — Há uma tempestade chegando. Nós sentimos que é melhor mantê-la lá ao invés de levá-la no que deveria ter sido uma viagem bastante curta.

Svenson retorceu a face, seus finos lábios comprimindo com raiva.

— Mr. Brandenmore não ficará satisfeito, — ele avisou Jonas.

— E agradá-lo é algo que encabeça a minha lista de coisas para fazer, — Jonas zombou.

Os bastardos, todos eles, estavam mortos. Quem participou desta pequena trama de sequestro pagaria da forma mais dolorosa.

Svenson, em seguida, olhou para Rachel. Jonas podia sentir os tremores do corpo dela, sentir o cheiro da raiva e do medo a queimar dentro dela. Ela se lembrava da noite em que Brandenmore tinha realmente conseguido colocar suas mãos sobre Amber. Aquela memória ainda vivia claramente dentro de sua alma.

— Você deveria ter trazido a criança, — resmungou Svenson infeliz. — Seu descontentamento não deve preocupar Jonas aqui, mas ele poderia acabar machucando você. Dolorosamente. Ele não ficou nada satisfeito depois que conseguiu roubar a putinha dele pela última vez.

Os punhos dela estavam cerrados no colo. Fúria era real, aroma de fúria materna queimando, enquanto o guarda-costas insultava sua filha.

Não que Jonas estava fazendo muita coisa boa, mas enquanto o outro homem tinha a arma laser apontada para Rachel, não havia muito o que se pudesse fazer. Não era uma bala carregada. Uma explosão de matar da arma que ele estava usando iria rasgar através do corpo dela, queimar e secar e deixar danos que nunca poderiam ser eventualmente reparados.

— Por que ele quer o bebê? — Jonas manteve seu tom gelado, apenas curioso. Havia preconceitos das Castas, sendo um deles o que os machos da Casta felina - e mulheres também, certamente – a não aceitação de crianças de companheiro de qualquer relacionamentos anteriores.

Os cientistas do Conselho citavam o fato de que os leões matariam um jovem dentro de um Pride que assumiu. Que eles se recusaram a alimentar os filhotes de outros machos. Os cientistas afirmavam que os machos da Casta felina não seriam diferentes.

Eles esqueceram que as Castas, não importando sua subespécie, ainda eram humanos.

— Ele tem planos para ela. — Svenson encolheu os ombros, o olhar dele lambendo sobre Rachel de uma maneira que Jonas teve de conter um rosnado territorial. — Os planos que não incluem de vocês dois.

Jonas poderia sentir Rachel lutando para segurar a raiva que a consumia. Seu bebê estava seguro, era tudo que importava para ela. Ela morreria por Amber, se necessário. Assim como Jonas morreria por ambas. Ele estava simplesmente esperava que isso não fosse necessário.

— Bem, sem saber os planos que ele tem para ela, então eu realmente não posso ajudá-lo muito, posso? — Jonas sentou-se no seu lugar, jogou o braço por trás de Rachel e puxou-a mais perto. — Não tenho tempo para uma sesta?

Ele era conhecido como sendo indiferente ao bem-estar dos outros. Ele poderia enganar Brandenmore a crer que o acasalamento era apenas biológico? Que segurar Rachel ele só incitava a lógica animal ao invés de debilitar a raiva?

— Ele não pegará Amber. — Terror estava correndo através dela. — Você prometeu que não deixaria ninguém machucá-la, Jonas.

Satisfação percorria através dele. Ele nunca prometeu tal coisa, pelo menos não dessa forma. Ele tinha reclamado a criança, e Rachel sabia exatamente o que isso significava.

— Ela não conhece as Castas, não é, Wyatt? — Svenson riu. — Você venderia a sua mãe cadela se lhe servisse.

— Só se ela me servisse, mas como eu não tenho ideia de quem tenha fornecido esse elemento particular da minha criação, eu não posso ajudar muito, agora, posso?

— Nem mamãe, nem papai. — Svenson riu. — Bastardos são mais afortunados do que você sabe. Agora é só ficar calmo e agradável. Nós estaremos em nosso destino em breve e você pode discutir tudo isso com o Sr. Brandenmore.

A partição levantou, deixando-os sozinhos enquanto o veículo atravessava a cidade.

Rachel não falava. Ela sabia que a parte de trás da limusine foi equipada com um intercomunicador de duas vias, que Svenson teria definitivamente fazer uso, assim como uma câmera que pode ser ativada, se necessário.

A limusine saiu da cidade e se dirigiu para as montanhas, mas não tinha ido muito longe quando virou em uma estrada pequena de pista única, em seguida, passou para um caminho de cascalho por cerca de uma milha. Finalmente, parou a frente do que parecia ser uma pequena cabana.

Não era exatamente grandiosa e luxuosa como ele sabia que Brandenmore costumava usar, Jonas pensou enquanto ele examinava o lado de fora da cabana através das janelas laterais.

As madeiras eram grossas, com proteção de pinho, que funcionaria como uma vantagem para ele e Rachel. Ele olhou para ela, elegante com calças pretas, blusa de cashmere cinza escuro e casaco de couro longo. Ela usava saltos baixos, que eram perfeitos para uma fuga, mas não tão bom se eles tivessem que correr. Mas ele poderia compensar isso, se isso significasse ter que carregá-la nas costas.

— Estamos aqui, meninos e meninas, — anunciou Svenson ansiosamente enquanto a partição deslizava mais uma vez. Ele franziu o cenho para eles, obviamente, tomando nota do fato de que Jonas não fez um afago na chorosa Rachel. — Tem certeza de que dois são companheiros? Vocês agem como estranhos para mim.

Jonas olhou de volta para ele friamente, silenciosamente.

Svenson grunhiu antes que ele e o motorista descessem do veículo e a porta traseira fosse aberta.

— Agora, vamos ser educados e não experimentar qualquer uma das besteiras, das loucuras das Castas, ok? — ele avisou enquanto ele apontava para a cabana com uma mão enquanto segurava a arma com a outra.

Educado? Jonas nunca foi educado.

Rachel lutava contra um arrepio de medo duro enquanto a mão de Jonas pousava na parte inferior de suas costas, enquanto ele a escoltava para a cabana. Sua palma era um peso morno, pesado enquanto pisavam na varanda de pedra bruta e a porta da frente abria-se lentamente.

Ela não estava em pânico, pensou Rachel. Não houve premonições de perigo como as que ela sentiu ao voltar para casa à noite e Brandenmore estava em sua casa.

Entrando na cabana, Rachel não sentia nada, mas a raiva, e um medo primordial por Jonas. Ele morreria antes de permitir que acontecesse algo com Amber. Embora ela soubesse que ele estava tentando dar a aparência de indiferença, ela sabia que não havia como ele permitir que a filha deles fosse prejudicada.

A filha deles. Enquanto o calor da lareira batia no seu rosto, Rachel percebeu que Amber tinha sido sempre a filha deles.

Então, ela ficou cara a cara com o homem que tinha gerado Amber uma vez.

Devon sentava-se com Phillip Brandenmore em área aberta da sala de estar da cabana. Relaxado na poltrona de couro, obviamente, mais do que um pouco bêbado, Devon parecia presunçoso, triunfante, enquanto ela e Jonas eram levados para a sala.

Phillip Brandenmore, por outro lado, parecia simplesmente satisfeito. Por alguma razão, ele parecia pensar que ele tinha vencido. E se a sua expressão era algo a considerar, ele acreditava que estava sendo benevolente em sua vitória.

— Sente-se, Jonas. — Brandenmore apontou para o sofá de couro do lado oposto da cadeira de Devon e em paralelo com o sofá em que Brandenmore estava sentado.

Sentado no canto, o outro homem esticou o braço ao longo antes de levantar a sua bebida, que havia sido encostada no joelho. Ele tomou um gole de licor dourado lentamente, enquanto observava Jonas com o cuidadoso olhar que os homens usavam quando um animal selvagem cruzava seus caminhos.

— Diretor Wyatt. — Brandenmore estendeu a mão para o sofá. — Obrigado por se juntar a nós. Posso arranjar-lhe uma bebida?

Rachel estava quase se divertindo em tom cordial de Brandenmore.

— Não, obrigado. — Preciso, sem acento, o tom de Jonas era como gelo. — Vamos chegar ao ponto em vez disso?

Brandenmore suspirou profundamente.

— Você mudou a minha agenda um pouco, devo dizer. Eu tinha a intenção de esperar algumas semanas para permitir que o meu espião dentro Santuário fosse ser capaz de coletar as informações que eu precisava.

Rachel escondeu sua surpresa. Ela sabia da busca incansável que tinha sido travada para encontrar quaisquer espiões restantes, apenas para chegar de mãos vazias.

— Você quer dizer que os erros que você tinha programado em nossos computadores? — As palavras Jonas chocaram-na ainda mais. Ela não tinha considerado ainda.

Ela sabia que o vírus não tinha feito sentido. Sherra foi diligente sobre os computadores, assim como as leoas que os operavam e o resto do seu pessoal de segurança do computador, especialmente depois de descobrir que a informação tinha sido roubada por meio de um novo programa que tinha segredos escondidos em e-mails inócuos.

— Sim. — Brandenmore sorriu enquanto Devon dirigia-lhe um olhar irritado. — Os bugs. Eles foram bastante engenhosos, devo dizer. Eu estava dentro dos dias lucrando com a informação de que haviam sido coletadas quando vocês tão obviamente encontraram.

— Eles foram programados para limpar suas trilhas e se autodestruir. — Jonas já havia imaginado isso.

— Você me deve por aquilo, Phillip, — Devon bradou obstinadamente. — Esse programa foi bastante caro.

— Devo a seu pai, — Brandenmore revidou em irritação.

Havia uma tensão entre os dois homens, uma raiva que não era totalmente compreensível, pensou Rachel. Então novamente, ela não conseguia entender o que eles estavam fazendo juntos, em primeiro lugar.

— Onde está minha filha? — Devon se virou e pegou o olhar de Rachel. Suas sobrancelhas abaixaram ameaçadoramente. — Eu disse para abortar o pequeno bastardo, mas você tinha que fazer de minha vida um inferno, não é?

— Eu decidi fazer isto a meta da minha vida, — ela concordou agradavelmente enquanto o ódio rolava através dela. — Eu também gostaria de saber o que você faz aqui para fazer da minha vida um inferno.

— Cale a boca, cadela. — Seus lábios torceram em um sorriso torcido.

Jonas rosnou. O som era baixo, latejante, com poder e perigo. Suficiente para que Devon vacilasse.

— O menino nunca aprendeu as boas maneiras. Embora muitas vezes o pai tentasse ensiná-las, sua mãe apenas desfez tudo de bom que o pai tentou realizar. — Brandenmore deu a Devon um outro olhar aborrecido enquanto ele terminava a explicação.

— Eu quero a criança. — Devon ignorou o olhar silencioso do idoso.

— Amber é minha filha, — Rachel informou-lhe calmamente. Ela queria alcançar e fincar as unhas de seus olhos. Ela queria arrancar sua língua.

— Besteira suficiente. Vamos chegar ao ponto aqui, — Jonas cortou, a mão apertando levemente no braço de Rachel, enquanto ele confirmava a aparência que ela sabia que ele queria dar-: que ela não era mais que uma mulher que ele estava amarrado agora através de um acoplamento biológico.

Rachel esperava que eles não estivessem prestando atenção às pequenas carícias imperceptíveis dos dedos de Jonas contra o seu pulso, ou em como ele mantinha-se perto de seu próprio corpo, pois ele lhes tinham dado tanto afastado.

Não que Rachel não conseguisse esconder o fato de que ela estava inclinada sobre a sua força. Quanto mais eles se sentaram ali, mais que o instinto profundo de medo estava começando a construir nela.

— O ponto é, eu quero a criança. — Brandenmore colocou o copo sobre a mesa na frente dele antes de inclinar-se para trás e vê-los com um frio, avaliador olhar. — Os Leões não gostam de ter os jovens de outros homens ao seu redor, — ele continuou. — Eu vou lhe fazer um favor e resolver um pequeno problema que tenho no processo.

— Não! — Rachel não conseguia segurar a negação instintiva. O corpo dela apertou, apertou até o ponto que o aperto de aviso de dedos de Jonas em seu braço foi apenas sentido.

— E qual é o problema que você tem, Brandenmore, que uma criança pode resolver para você? — Jonas perguntou, num tom tão gelado que Rachel quase tremeu e quase acreditou que ele estava realmente considerando a proposta.

— Sua mãe é uma companheira da Casta. — Ele balançou a cabeça na direção de Rachel. — Se meus testes preliminares estão corretos, então, faria sua filha compatível com a fisiologia da raça também. Eu gostaria de realizar alguns testes simples, indolores e não ao longo de seus anos de primário até a idade adulta. Ela seria bem cuidada. — Ele se inclinou para frente, sua expressão sincera. — Ela teria uma boa vida e prestaria um serviço inestimável também.

— E que serviço seria?

Ela conhecia Jonas. Sabia que o seu humor, suas expressões, a progressão de gelo em sua voz, e ela sabia que, neste momento, o animal dentro dele estava tão perto de escapar como ela nunca tinha percebido isso.

— O fenômeno da idade do acasalamento da Casta. — Excitação coloria sua voz, apertava os olhos e emprestava um brilho de fanatismo em sua expressão. — Nem Castas, nem os seus companheiros de idade uma vez que ocorre o acasalamento. Sabemos agora. Eu quero saber o por quê. Eu poderia duplicá-lo, criar um soro. Tudo que eu preciso é de uma criança, viável e saudável cuja biologia seja compatível.

— E como você sabe que esta criança é a que você precisa? — Jonas perguntou.

— Eu tomei amostras de sangue e urina, enquanto eu a tinha, — regozijou-se. — Eu a tive por horas, tempo suficiente para recolher o que eu precisava para os testes adequados. A filha de Rachel e Devon é compatível. Os pais de Devon têm aplicado milhões de dólares para o projeto, e os meus amigos no Oriente Médio têm providenciado o laboratório perfeito para se trabalhar.

— Você precisaria de uma Casta para de testá-la. Como você conseguiria isso? — Jonas estava cheio de perguntas.

Rachel teve que lutar contra seu horror, as lágrimas, enquanto ela olhava para a expressão amotinada de Devon. Ele e seus pais venderam sua filha a um monstro. Para quê? Para um soro antienvelhecimento que pode ou não pode funcionar?

Ela não podia esconder o fato de que ela estava tremendo de dentro para fora agora, nem ela podia esconder a fúria completa começando a encobri-la.

— É bastante fácil de conseguir. — Brandenmore encolheu os ombros, em seguida. — Nós temos tantas amostras de sangue, urina e sêmen da Casta que foram preservados tanto por mim, assim como pelo Conselho de Genética. Testar o dela contra o deles não seria tão difícil.

— Ela teria apenas acasalado de uma Casta específica, — Jonas ressaltou. — O companheiro dela.

Amber teria um companheiro? Como podia ser possível? Ela era apenas um bebê.

— Os testes de acasalamento não são confiáveis até a idade adulta, Brandenmore, — Jonas continuou. — Nós já provamos isso.

— O teste de acasalamento, é verdade. — Ele balançou a cabeça. — Mas não um teste de compatibilidade, que é o que eu criei.

Ele era tão cheio de auto-importância agora, tão triunfante enquanto ele olhava para Jonas, certo de que ele concordaria em lhe dar Amber.

— Jonas, faça-o parar com isso, — ela sussurrou, agora desesperada para apagar o horror do que Brandenmore estava sugerindo.

Brandenmore atirou um olhar compassivo enquanto Devon olhava para ela com repugnância.

— Cale a boca, Rachel, — Devon cortou. — Ela é minha filha também. Você pode ter mais pirralhos com seu amante aqui. Deixe-me ter Amber.

— Então, você pode matá-la? — ela gritou, olhando para ele, querendo saber por que ela não tinha visto o mal que o tinha infectado, enquanto eles viveram juntos.

— Ninguém vai matá-la. Ela seria inútil morta. — Devon riu no ridículo. — Controle-se. Você sempre dramatiza as coisas até ao ponto do ridículo.

— Chega! — Jonas voz era baixa, um som pulsante de energia que imediatamente silenciou Devon.

— Ele vai te matar por insultar sua companheira, meu menino. — Brandenmore riu. — Ele não poderia amá-la, ela pode ser uma manilha sobre o tornozelo, mas o animal dentro dele vai protegê-la com o seu último suspiro. — Ele olhou para Jonas. — Essa criança é uma outra questão, não é, Sr. Wyatt?

— Então você está sugerindo que eu te dê Amber, em troca de quê, exatamente? — Jonas perguntou.

Brandenmore inclinou-se novamente, a luz fanática ainda brilhando em seus olhos.

— Bom, número um, em troca de suas vidas. — Ele sorriu. — Em segundo lugar, gostaria de compartilhar minha pesquisa com seus cientistas. É meu entendimento que o calor do acasalamento está causando nenhum pouco de desconforto, pelo menos, de acordo com os médicos assistentes você pegou me ajudando a não muito tempo atrás. Esta é uma situação ganha-ganha para você, Jonas.

Uma situação ganha-ganha? Quem perdeu? Definitivamente, ela iria perder sua filha, o tesouro mais precioso em sua vida. Amber iria perder a sua vida, se não nas primeiras semanas da chamada pesquisa, ou em seguida, nos anos seguintes.

Rachel olhou para Brandenmore, em seguida, para Devon.

— Ela é a sua filha, — ela sussurrou, perguntando-se como ela poderia enfrentar as questões Amber acabaria por ter sobre seu pai agora. — Como você pôde fazer isso, Devon?

Ele terminou sua bebida rapidamente antes de se voltar para ela, zombando.

— Eu lhe disse para abortar a pirralha, Rachel. Você não fez isso. Phillip pode ao menos usá-la de forma eficiente.

Rachel se retraiu. Jonas rosnou, baixo e perigoso, enquanto Phillip Brandenmore olhava de volta para Jonas com surpresa, como se ele reconhecesse o perigo inerente no som.

— Sr. Wyatt, — disse Brandenmore cuidadoso, — você quer considerar isso. Nós dois sabemos que a criança não significa nada para você, mas sua companheira não. Você vai chamar o Santuário e fazer a criança ser levada para um local que eu vou te dar. Assim que eu a tiver, vocês vão ser liberados.

Rachel ouviu o zumbido baixo das armas laser ligarem atrás dela.

Ela estava balançando a cabeça. Lágrimas rolavam por seu rosto, ela estava tremendo de dentro para fora, até aquele momento.

— Não, — ela sussurrou. — Eu não vou deixar você...

— Mas não é sua escolha, — Brandenmore informou a ela. — É de seu companheiro. E diga-me, Sra. Broen, o que você acha que animal dentro dele está exigindo que ele faça? Ele quer se livrar da criança porque não é sua. Ela não é o seu sangue, ou de sua espécie, portanto, ela constitui um entrave à sua Pride, uma ameaça a sua liderança e a liderança futura de seus filhos legítimos.

— Esta não é a Idade Média, — exclamou.

— Cale a boca, sua puta estúpida. — O copo de Devon voou pela sala e quebrou na parede enquanto todos olhavam para ele. — Você vai dar-lhe essa fedelha ou eu vou ter que matá-la. Faça a sua escolha.

— Não, você não fará, — resmungou Jonas, o duro, perigoso estrondo da sua voz preenchendo o silêncio com uma onda de arrepiar de intenções viciosas.

— É claro que ele não vai. — Brandenmore estava definitivamente ciente das correntes assassinas enchendo a sala agora. — Jonas, Amber não será prejudicada. Eu juro. Você não vai perder nisto, e sua companheira não pode odiá-lo. A única maneira de salvá-la é trocar a criança por ela. É simples.

Jonas respirou devagar, sutilmente, cuidadoso para ter certeza que ninguém tinha conhecimento dos perfumes que ele estava reconhecendo. Havia Castas do lado fora, mais de um. Quatro deles eram do Team Ghost. Ele tinha visto o brilho dos olhos verdes de Jag minutos antes na janela atrás da cabeça de Devon.

Havia outros. Lawe estava lá fora, Rule, Mercury e, estranhamente, Jonas podia sentir o cheiro de Leo e Dane Vanderale. Não que Dane tinha muito de um perfume para ele, era sempre cuidadosamente disfarçado. Mas havia a simples cheiro familiar, que Jonas não poderia ter errado.

Ele esperou, restringir o animal arranhando seu interior com uma força brutal, contusões para soltar-se. Ele manteve a sua vontade, lutou contra a raiva, até que os outros estivessem no local.

O cheiro das mentiras de Brandenmore misturadas com as das Castas. Ele era um monstro. Jonas não tinha ideia do que ele havia planejado para Amber, mas não foi a existência, ele havia descrito. Amber não saberia nada além de dor. Se os relatórios estavam corretos sobre os rumores de algumas das experiências realizadas pelo homem ao longo dos anos, ela seria sortuda de viver semanas, quanto mais chegar na idade adulta.

— Eu mesmo posso pacificar sua parceira. — Brandenmore estava sorrindo, seus olhos redondos cheios de malícia camufladas por sinceridade.

O homem deveria ter sido um ator. Ele teria ganho um Oscar.

— Vou mandar fotos, mantê-la atualizada sobre o progresso da criança. Talvez até mesmo chamadas telefônicas por um tempo. — Ele sorriu com benevolência para Rachel.

Horror estava derramando dela. Lágrimas corriam por bochechas pálidas; a raiva a consumia. Ela estava no controle. Ela tinha, como Jonas, conseguido conter a necessidade de matar.

Apertou a mão em seu pulso, os dedos acariciando um padrão de alerta através de seu corpo até que ele a sentiu tensa, sentiu o momento em que ela percebeu que as pontas dos dedos foram cuidadosamente delineando as letras de uma mensagem muito curta. Esteja pronta.

Ela já estava pronta. Ele sentiu isso. A maneira como ela se mantinha, o cheiro repentino da raiva solidificando dentro dela enquanto ele ficava tenso e preparado para se mover.

Ele olhou para a janela, viu o contorno vago de um lado escuro. Cinco dedos. Quatro Três. Dois... UM.

— Abaixe-se! — Levou-a para o chão enquanto uma janela por trás do guarda-costas do chefe Svenson quebrou e disparos laser começaram a encher a sala. Levou apenas um instante para ver o sangue irromper do peito do jovem e cabeça, para ver os seus olhos arregalarem e sentir o cheiro da morte enquanto ela começou a encher a sala.

Empurrando Rachel para a relativa segurança debaixo de uma pesada mesa pesada de café, ele foi para Brandenmore. Svenson foi colocado no chão, o sangue manchava seu cabelo enquanto Devon Marshal estava deitado sobre seu estômago, seu ombro coberto de sangue. Brandenmore rastejou pelo chão em um ritmo muito mais rápido do que Jonas teria esperado de um homem de sua idade.

Saltando à frente do velho, Jonas pegou-o pelo ombro, suas garras rasgando a carne muito mais resistente do que deveria ter sido, no músculo mais potente do que ele poderia ter adivinhado.

Mas ele ainda era humano, e não é páreo para a genética da Casta que Jonas possuía.

Empurrando-o a seus pés, Jonas arremessou Brandenmore para a parede dura suficiente para deixá-lo confuso antes de segurando um punhado de cabelo e empurrando-o novamente, colocando o homem mais velho na frente dele.

Alpha Team One e Ghost Team terminaram o perigo para a vida de Rachel em segundos. Implacável, rápido e eficiente. O ar gelado da noite agitava pela sala, o cheiro de sangue e morte misturava com o fumo de madeira, terror e dor, ele forçou o homem velho para enfrentar o trabalho noturno.

— Está terminado, — ele gritou, forçando Brandenmore a olhar para o resultado do ataque súbito da Casta.

Seus guarda-costas foram mortos. O sangue derramava de seus corpos, enquanto estavam deitados no chão, seus olhares vazios e olhando para o nada.

— Não está terminado.

Jonas empurrou sua cabeça para o lado para ver Devon segurando Rachel por seu cabelo, seu aperto duro, sua cabeça batendo de volta na mira de uma pistola laser colocada contra sua vulnerável cabeça. O jovem parecia atordoado, furioso. O cheiro de seu sangue era pesado na sala, como era o cheiro de sua fúria e medo.

Jonas congelou. As Castas levantando-se lentamente do chão olhavam a cena como se interesse em emoção, mas ele podia sentir a sua intenção de repente, podia sentir-lhes pesando as possibilidades e analisando as opções.

Rachel era a companheira do diretor. Sem ela, Jonas não sabia se ele poderia funcionar. Seus homens não sabiam se ele poderia funcionar. Se ela morresse, não haveria raiva tão grande como a que ele iria sentir, para sempre. Até que ele se matasse ou alguém lhe fizesse um favor, e o matasse.

— Eu quero a pequena bastarda. — Devon empurrou-a em direção à porta, os olhos brilhando de ódio enquanto ele olhava para Jonas. — Deixem-no ir. A vadia não é senão um embaraço. Não pode haver nenhum herdeiro da fortuna da Marshal, que não é um Marshal.

E ninguém considerava Amber uma Marshal.

Havia poucas opções.

— A mãe tem que viver. — Brandenmore voz era suave, tão macio. — Ela vai produzir um legado para a ciência.

Seu filho.

Jonas apertou as mãos em seus cabelos.

— A arma dele está vazia de energia. — Quase muito silencioso, mesmo para os seus sentidos para captar, Brandenmore sussurrou as palavras. — Eu nunca daria a ele uma arma que funcionasse.

Devon foi cravando o cano na cabeça de Rachel. A pequena luz ao lado da arma estava vermelha. Ela não estava carregada. Ou era um truque?

— Eu vou te matar se ela morrer. Tão, muito lentamente, — alertou o velho. O velho no corpo de um homem muito mais jovem.

— Deixe-me sair daqui, — ordenou Devon duramente enquanto ele puxava Rachel para a porta. — Eu vou matá-la, merda.

Jonas voltou a cabeça e deu a Casta ainda de pé nas sombras do lado de fora um aceno lento. O Ghost Team tinha permanecido escondido enquanto Alpha Team One havia invadido a sala.

Jag tinha uma ponta de mira na parte de trás da cabeça do sacana. Ele iria levá-lo para fora. Seria confuso. Rachel nunca iria perdoá-los pela bagunça.

O silêncio encheu a noite, até que um pop oco vibrou através da sala e uma golfada de sangue e massa encefálica explodiu do lado da cabeça de Devon Marshal.

Rachel pulou enquanto ele caia. Ela ficou segurando sua mão, tentando empurrar os dedos de seu cabelo enquanto ela o chutava, gritava com ele.

Lágrimas escorriam pelo rosto; raiva rasgava através de sua voz.

— Seu bastado! — Ela gritou, conseguindo soltar os cabelos, enquanto Jonas a pegava.

Seu pé chutou, desembarcou no intestino do homem morto.

— Você, maldito monstro. Seu bastado! Ela é um bebê. Ela é um bebê.

Jonas a puxou contra o peito, a mão cobrindo a cabeça, os olhos ardendo enquanto ele olhava para Brandenmore, agora seguro facilmente por Lawe, suas mãos sendo contidas.

Jonas virou-se para o homem mais velho e deixou um lento, frio sorriso curvar seus lábios. Brandenmore era seu agora. Incrível como as coisas estavam começando a se resolver. As maiores mentes entre o Conselho de Genética estavam agora tornando-se bens de Jonas: primeiro Amburg, agora Brandenmore.

— Leve-o para os laboratórios, — ele ordenou a raça. — Ele precisa ser testado ele mesmo.

Os olhos de Brandenmore se arregalaram de horror.

— Eu ajudei a você. Mas você me ajudou, — ele protestava, como se estivesse chocado.

— Você ajudou a si mesmo a sua própria morte, — jurou Jonas. — Você simplesmente desapareceu, Brandenmore. Outra vítima desta pequena guerra silenciosa que você e seus amigos começaram. E agora, você é meu, — ele prometeu, com um resmungo mortal. — Está fodido. Aquela é a minha filha. Adotada por amor, não por obrigação. Reivindicada como uma filha, e não como uma pirralha. E você vai pagar, por se atrever a considerar prejudicar um fio de cabelo de sua cabeça.

Ele queria rasgar o filho da puta ao meio. A última coisa que queria era usá-lo para melhor comunidade da Casta, mas ele não tinha escolha. Apenas Brandenmore poderia explicar quais mudanças ocorriam em Amber.

Ele acenou para Lawe arrastar o homem para fora enquanto ele se virava lentamente para a sala, seus braços ainda segurando próxima sua companheira enquanto ela soluçava contra seu peito. Lágrimas de raiva, não de medo, ou até mesmo de alívio. Eram lágrimas de raiva, dor e horror.

— Limpem, — ele ordenou enquanto Leo e Dane foram para a outra sala, arrastando um guarda-costas, quase morto.

Em seguida, Jonas sentiu seus olhos arregalarem em surpresa e nojo absoluto. Filho da puta, não podia mantê-los fora de seu cabelo para mais nada.

Leo era alto, orgulhoso, animado. Seus olhos dourados brilharam com entusiasmo enquanto ele segurava uma arma laser na mão e agarrava o cabelo de um dos melhores guarda-costas Brandenmore enquanto ele o arrastava ao longo do outro lado.

— Mamãe, saberá que você esteve aqui, — Dane o advertiu com diversão. — Ela vai chutar o seu traseiro e fazer caretas para mim por meses.

— Errado, ela vai chutar sua bunda e faz beicinho para mim, — argumentou Leo.

— Eu vou ter o chute dela em ambos os seus traseiros. — Jonas cortou, finalmente, no fim de sua calma, onde os dois eram a causa. No mês passado, eles eram como sanguessugas. Ele não conseguia sacudi-los fora de sua porra de volta, não importa o quão duro ele tentasse

Então, virou-se para Jonas, como se esbarra com a mesma resposta de uma vez.

— Foi tudo culpa dele, — disseram em uníssono, enquanto acenavam com a cabeça para Jonas. Ele tinha um sentimento muito ruim que ele sabia exatamente o que eles estavam concordando.

— Excelente. — Leo sorriu e deu um tapa nas costas de Dane. — É bom ter um outro filho para culpa na merda. O resto de vocês está ficando condenado irritado sobre ele.

Ele arrastou o guarda através do quarto, bateu no ombro de Jonas e continuou pela noite a dentro, enquanto Jonas olhava para ele em ultraje. De repente, o frio, duro Leo tinha ido embora e Jonas sentiu rolando outro homem, não podia ser verdade. Aceitação. Por quê? Por agora, e que o inferno era Leo até o momento?

Virou-se para Dane, embora ele realmente não esperasse respostas neste momento.

Dane suspirou profundamente.

— Sua companheira, — ele acenou para Rachel, — evidentemente o repreendeu e lhe deu um novo sopro de vida. O que é sobre você acoplar bastardos que descendam sobre isso?

Como se isso fosse uma explicação? Pelo menos neste ponto, ele fez um pouco de sentido. Rachel era muito boa em fazer o homem ou Casta sentir cerca de dois centímetros de altura, sempre que merecia.

Jonas soltou uma respiração difícil.

— Eles se preocupam, — ele disse, por fim enquanto Rachel inalava, suas lágrimas caindo, diminuindo sua fúria. — Isso significa que eles se importam, Dane. Apenas uma alta Casta nos laboratórios podia entender o poder daquela repreensão.

Rachel iria fazê-lo muitas vezes.

Ela iria amá-lo com frequência.

Ela teria raiva com ele frequentemente.

Ela levantou a cabeça, os olhos ainda úmidos, os lábios tremendo.

— Eu te amo, — ela sussurrou. — Tanto.

A cabeça dele abaixou e, em meio a sangue e morte, dela tocou leve como uma pluma e sussurrou:

— Eu vivo para você.

Dane olhou por apenas um segundo antes de se virar. A careta apertava suas feições e algo doía em seu peito. E ele se perguntou se ele poderia sempre experimentar por si mesmo o poder daquela repreensão?

 

Estava nevando.

Horas depois do retorno deles ao Santuário, Jonas olhava para a paisagem de neve através das janelas barradas do centro de interrogatórios, que se situava acima de uma entrada para os laboratórios subterrâneos. Havia três centímetros de neve no chão, e dois pés previstos para se dirigir no caminho deles. Grandes, molhados, flocos macios que empilhavam no chão, nas árvores, nos telhados das cabanas, transformavam o Santuário em um país das maravilhas coberto de neve.

Como ele nunca tinha percebido a beleza, a inocência primitiva na neve antes?

Ele nunca tinha tido tempo para ver as maravilhas, a promessa de quase conto de fadas que a natureza atirava ao chão cada vez que nevava, assim como ele nunca tinha realmente percebido a beleza no riso de uma criança, o sorriso de uma companheira, ou a palavra — família —. Ele nunca tinha percebido que ele estava lutando até que ele tinha enfrentado perder na primeira noite em que Brandenmore que tinha batido contra Rachel.

— Você não quer me manter aqui, Wyatt. — a voz de Brandenmore era rouca, sufocada com o terror, enquanto ele falava de sua posição do outro lado da sala.

Elizabeth Vanderale, Ely e Amburg, todos mascarados, suas identidades ocultas, extraíram os frascos de amostras de sangue necessário. Cotonetes longos de algodão foram levados ao interior da boca, bem como em outras áreas de seu corpo. As amostras de urina foram forçadas a partir dele, e uma série de testes foram tomadas enquanto ele gritava e lutava contra cada procedimento.

Leo e Dane ficaram em um canto sombrio, máscaras negras cobrindo seus rostos enquanto os cientistas concluíam o seu trabalho. O ar estava pesado com a raiva Casta e o medo humano.

Quando os cientistas deixaram a sala, Jonas se virou para ele lentamente e balançou a cabeça para Jag, que estava mascarado também.

Eletrodos foram conectados à cabeça de Brandenmore, acima de seu coração e ao longo das veias pulsantes nas têmporas. Os impulsos elétricos que surgiriam através deles não estavam perdidos em outro homem.

— Jonas, por favor, — ele gritou. — Isso está errado. Você tem que me prender. Eu quero ver meu advogado.

— Não há advogados aqui, — Jonas prometeu a ele, sua voz firme, fria. — Este é o santuário, Brandenmore. Aqui, a minha palavra é lei. Aqui, eu decido, se você vive ou se morre.

— Você não pode, — o homem mais velho gritou desesperadamente. — Isso não está certo, Jonas. Você já está contra mim. Ela é sua companheira, e a filha de vocês. Você não pode tomar essa decisão.

— Você foi julgado e considerado culpado dos crimes contra as Castas, tão hediondos, tão carentes de misericórdia, Phillip Brandenmore, que só a morte pode chegar perto de redenção pelos seus crimes. É pela palavra, pela Lei das Castas, que está condenado à morte.

— Não! — Brandenmore gritou, os olhos esbugalhados, com o conhecimento de que não haveria misericórdia a ser encontrada, nem apelação, nenhuma maneira de escapar da dor vindoura.

— Sim. — Jonas cruzou os braços sobre o peito e olhou para a Casta atrás de Brandenmore. — Você tem algumas últimas palavras? — Ele ergueu a mão como se quisesse dar a ordem de eletrocutar o bastardo.

— Se você me matar, você nunca saberá o que eu fiz à sua filha.

Era uma coisa boa que Brandenmore não fosse uma Casta, pois caso contrário teria cheirado o puro triunfo que derramou das Castas na sala.

— Nada há de errado com minha filha, — Jonas garantiu a ele. — Ela foi completamente testada. O jogo está encerrado. É hora de morrer.

— Reação atrasada. — a voz de Brandenmore era rouca, desesperada. — Eu sei o que estou fazendo. Eu sabia que você executaria todos os testes no mundo sobre ela, eu escondi isso. A única maneira de saber como salvá-la mais tarde é que se eu te contar. Se eu viver.

— Você está mentindo...

— Você pode cheirar uma mentira. — Derramavam lágrimas dos olhos de Brandenmore. — Você sabe que eu não estou mentindo, Jonas. Você sabe que eu não estou. E eu prometo a você, sem mim, ela irá morrer. Eu tenho garantido. Eu fiz certo, eu tinha de superar contra você.

Ele não estava mentindo.

— Que garantias eu tenho que você vai me dizer alguma coisa? — Jonas zombou. — Você vai jogar, assim como você sempre faz.

— Eu vou estar aqui. Mantenha-me. Apenas deixe-me viver, — ele gritou.

— Viver o bastante para ver se você está ficando mais jovem? Viver o tempo suficiente para ver se o soro do envelhecimento funciona? — Seu corpo era mais jovem do que deveria ser, e Jonas sabia que seu rosto não tinha tantas linhas como ele se lembrava no passado.

— Tudo, — Brandenmore jurou. — Eu vou dizer-lhe tudo.

— Sim, você vai, — Jonas murmurou. — Ou você vai sofrer. Muito pior do que você teria sofrido esta noite. Muito pior do que qualquer Casta que sempre padeceu sob você, Brandenmore. Eu prometo-lhe isso. Você vai cooperar integralmente, ou o sofrimento não vai chegar perto do inferno que você vai olhar.

Assentindo para Lawe e Rule, Jonas se virou e saiu do quarto, seguido por Leo e Dane. Andou pelo pequeno corredor até a sala de observação onde Callan e os outros membros da família do Pride, juntamente com Ely e Elizabeth, esperavam. Rachel estava com Amber na cabana, o único lugar que Jonas queria estar mais do que em qualquer lugar na Terra.

— Filho da puta, — Callan amaldiçoou enquanto a porta se fechava atrás deles. — O que ele fez para o bebê?

Jonas esfregou a mão na parte de trás do pescoço, a dor lá intensificando-se enquanto ele lutava contra si mesmo. Ele queria ir para Brandenmore e rasgar o coração em seu peito.

— Ely, coloque-o no soro da verdade que você está trabalhando, — Jonas ordenou a ela.

O soro foi projetado para uso humano, bem como a biologia da Casta. Levava semanas, às vezes meses, para a plena integração no sistema e deixá-lo começar a trabalhar. Teria que trabalhar, e a verdade viria dos lábios Brandenmore quisesse ele ou não.

— Ele pode necessitar de ser aperfeiçoado, — afirmou Elizabeth. — Se o que nós suspeitamos seja verdade, e ele encontrou um soro para reduzir o envelhecimento, então ele poderia mudar a forma como o soro trabalha com sua biologia particular.

— Parece que vamos ficar mais algum tempo mais. — Leo deu um aceno breve, o seu olhar dourado fechado em Jonas, uma mensagem neles que Jonas não estava certo qual era.

— Estou começando a me perguntar se nós vamos fazê-lo sempre de volta à África, — afirmou Dane. — É uma coisa danada de boa eu gostar da América.

Jonas esfregou seu pescoço novamente. Ele precisava estar com sua companheira, com sua filha.

— Vamos começar a interrogá-lo uma vez que o soro tenha tempo para reagir, inicialmente, — Jonas lhes disse, a preocupação pesando sobre ele agora. — Estou indo para casa agora.

Casa. Ele tinha uma casa agora. Não era simplesmente uma cabana ou uma casa. Era um lugar onde o calor vivia, prosperava. Um lugar onde a paz poderia ser encontrada.

— Jonas, um momento de seu tempo, por favor. — Leo passou na frente dele quando se dirigia para a porta. — Em particular.

— Leo, eu não quero lidar com você hoje à noite, — afirmou Jonas cansado. — Vamos tentar mais tarde.

— Vamos tentar agora. — A porta se abriu enquanto Leo dava-lhe um olhar de pedra e saia da sala de interrogatório.

A próxima sala para interrogatório era uma sala de arquivo. Forrada com armários de aço pesado, era fria e silenciosa enquanto a luz ligava e Jonas entrava para enfrentar o primeiro de sua espécie. O primeiro Felino Casta a viver após cinco anos de idade. Ele tinha feito um caminho para todos eles. Sua genética tinha fornecido uma base para todos os seres vivos da Casta.

Ele foi o Adão das Castas, Elizabeth sua Eva.

— O que você quer, Leo? — Cruzando os braços sobre o peito, Jonas observou a outra Casta com curiosidade cansada.

Leo inchou o peito enquanto ele respirava profundamente, o seu olhar pesado com alguma coisa - tristeza? O quê?

— Foi anos antes de eu conhecer os laboratórios franceses, — ele finalmente começou.

— Eu não quero ouvir isso. — Jonas se virou para sair.

O rosnar, duro e furioso atrás dele tinha-o parado, o animal dentro piscando cautelosamente enquanto Jonas fazia uma careta e virava-se lentamente.

A genética animal era muito foda arraigada. Leo não era o seu líder Pride, mas ele podia muito bem ter sido. Ele foi o primeiro, ele foi o mais forte. Ele era seu pai.

— Você vai ouvi-lo se desejar ou não, — informou o Leo. — Com o tempo eu aprendi sobre você, você estava totalmente crescido. Sua genética proclamou você como o filho de Madame Scientist LaRue e seu consorte, com algumas de minha genética misturada. Eu tinha outros assuntos mais importantes. Meu filho estava em perigo, minha companheira estava doente e o Conselho tinha caçadores no Congo à procura de todos nós. Concentrei-me em resgatar as Castas que eu pudesse alcançar, em vez de ramificação mais longe do que eu tinha que fazer.

— A menos que uma criança criada a partir de você e Elizabeth fosse encontrada, — Jonas, bradou, sua voz fria. — Você saiu do seu caminho, então, não é, Leo?

A cabeça de Leo, suspensa.

— Saí. Estas Castas são as mais perigosas, além de serem meus filhos. Meu Deus, eles eram os nossos filhos. — Ele soprou bruscamente. — Uma vez eu aprendi sua genética verdade, já era tarde demais. O resgate já haviam começado. Vocês já estavam livres e Harmony estava segura. Quando recebemos a mensagem de que Harmony estava em perigo, eu mandei para Dane imediatamente. Quase tarde demais, mas chegamos a ela.

Jonas inclinou a cabeça.

— Você recebeu a mensagem? — Ele não tinha conhecimento disso.

Leo deu um sorriso duro.

— Mesmo Dane não sabe que eu tenho a mensagem que você conseguiu enviar para a África. Arranjei-o de forma que ele estaria lá para ela que iria trazê-la para mim. Ela não era minha criança, mas ela era uma Casta, uma muito jovem para o que ela enfrentou, e que eu esperava seria a companheira de Dane.

Quando Jonas tinha enviado essa mensagem há muito tempo, ele também havia enviado o arquivo criptografado codificado para Harmony que só o Leo poderia ter entendido. Tinha sido um teste, assim como uma tentativa de salvar sua irmã.

— Você nunca disse a ela que você estava tentando tirá-la de lá, você disse, Jonas? — Leo o questionou.

— Eu nunca disse a ela. — Ele deu de ombros. — Nunca importou. Ela escapou, e ela sobreviveu.

— Ela teria morrido se não fosse por Dane e Rye, — afirmou Leo enquanto Jonas tentava se distanciar do passado e lamentava que estivesse lá.

Jonas balançou a cabeça.

— Ele a salvou. Eu agradeci-lhe.

— E você encontrou o companheiro para ela, e levou-a com ele, — disse Leo. — Houve várias vezes que Dane quase roubou-a de volta.

Jonas balançou a cabeça.

— Ela não poderia ter ficado.

— Não! — Leo suspirou. — E agora, devo encontrar uma maneira diferente da que eu usei para encontrar o filho que eu perdi o medo, nos anos em que permaneceu escondido, em vez de revelar-me a ele. Ele nunca aceitaria a prova de que eu estava assistindo sobre ele com orgulho. Nem que ele iria aceitar a explicação de que eu sou frequentemente demasiado arrogante para o meu próprio bem, e que os meus filhos vêm por sua teimosia e maneiras manipular honestamente.

— Nunca neguei isso. — Jonas olhou para ele. — Olha, você está buscando o perdão? Tudo bem, eu perdoo você.

O olhar de Leo era pesado.

— Perdão? Não, Jonas, eu estou procurando por meu filho. A emoção vem fácil com minha companheira, com as crianças que eu criei, mas eu achei mais difícil com os filhos que são cultivados, que não tenham sido influenciados por mim ou feitos para compreender meus caminhos. Estou procurando o filho que é mais parecido comigo do que mesmo aqueles que a minha companheira me deu. Um assim como eu, que mesmo na melhor das vezes, eu me pergunto quando ele vai me desafiar.

— Nunca, — respondeu Jonas facilmente enquanto ele lia a surpresa de Leo. — Não tenho nenhum desejo de desafiá-lo, Leo. Nem você, nem Callan, nem Dane, a menos que ameacem o que é meu. Então, eu não vou desafiá-lo, eu vou matar você.

— Você poderia facilmente reivindicar o Santuário ou a minha própria base, — afirmou Leo suspeito. — Você é forte o suficiente, manipulador o suficiente.

— Não há desafio para isso. — Jonas enfrentou seu pai, sabendo que era a verdade. Sabendo que ser o líder Pride era um trabalho muito mais fácil de controlar o Bureau, os seres humanos que faziam parte da mesma, bem como as Castas que serviram como Atiradores.

— Você está brincando. — Leo resmungou. — Não há nada mais desafiador do que assumir a liderança de centenas de Castas.

Jonas balançou a cabeça.

— Cada um com seus próprios, Leo.

Leo balançou a cabeça.

— E Elizabeth? Ela é sua mãe. Ela chora por você.

Os olhos de Jonas se arregalaram de surpresa agora.

— Ela sabe?

Leo observava-o curioso.

— Ela é sua mãe. Ela sempre reclamou você. Mesmo quando eu acreditei que você não fosse o nosso filho, Elizabeth sabia. Ela sabia, e chorou por você, assim como ela saiu da minha cama por meses, quando foi comprovado. Ela ainda não me perdoou, Jonas, não mais do que eu suspeito que você nunca vai me perdoar.

Inferno, ele simplesmente não tinha tempo para isso.

Ele empurrou a porta aberta, ignorando o súbito rosnado furioso de Leo e andou pesadamente de volta para a sala de observação. Enquanto ele empurrava a porta, Leo no seu encalço, ele enfrentou Elizabeth enquanto ela se virava de algo que Ely estava dizendo.

Ele segurou os ombros dela, curvou-se e beijou sua testa suavemente.

— Estou indo para casa, mãe. Favor mantenha o pai longe de mim e da minha vida por um dia ou mais se você não se importa. Eu tenho assuntos de família para cuidar agora.

Ignorando sua surpresa, ele se virou e passou por Leo, de volta ao hall, e fora do pequeno prédio que servia como a construção de pré-detenção do Santuário.

Chamar Leo de —pai— não sentava bem, mas ele era uma raça criada, não nascida, treinada e não cuidada. Ele não era Jonas. Depois desta noite, ele nunca chamaria Leo de —pai— de novo, talvez, mas ele não iria negar-lhe mais.

Mordecai estava esperando com o Raider e fez a viagem de volta rapidamente. Jonas precisava de sua companheira e de sua filha. Ele precisava dizer a sua companheira de batalha o que eles poderiam enfrentar, bem como a sua filha poderia enfrentar. E ele precisava segurá-la.

Ela estava esperando por ele enquanto ele caminhava até a porta. Neve rodava dentro antes que ele fechasse a porta, trancando-a e, em seguida caminhou para sua companheira.

— Onde está a Amber? — Seus dedos foram para o cinto do robe dela.

— Dormindo. — Sua respiração tornou-se instantaneamente mais difícil, com a voz suspirante e baixa enquanto ele retirava o material de seus ombros.

— Eu preciso de você. — Seus lábios se moviam para os dela. — Eu te amo.

— Eu te amo. — Seus lábios entreabertos para ele, sua língua deslizou por eles, as glândulas sob ela doendo, precisando de um toque de sua língua.

Ela estava lá para ele. O hormônio derramava dentro dela e foi levado ansiosamente enquanto ele a levantava nos braços e a levava para o quarto.

Despir as roupas de ambos separou-os por pouco tempo. Seu vestido rasgou quando ele puxou os pequenos botões em sua cintura. Reuniu-se a seus pés enquanto ele trabalhava as suas calças largas e tirava os sapatos dos pés. Descartando a calça e a camisa, ele a puxou para a cama, os lábios inclinados sobre os dela, enfiando a língua em sua boca, retirando-se, enchendo-a novamente enquanto ele movia-se entre suas coxas, desesperado para tê-la.

Enquanto o toque dela, o gosto dela, enchia seus sentidos, a dor na parte de trás do seu pescoço começou a diminuir e o peso que tinha enchido sua alma começou a aliviar.

Enquanto ele segurava seu pênis e apertava-o contra o calor suave de sua vagina, ele se sentia renovado. Quando ele começou a trabalhar dentro dela, sentiu a fome de viver simplesmente começar a diminuir. Ela era sua vida, seu coração, sua alma.

Levantando a cabeça, ele olhou em seus olhos quando ele a tomou. Polegada por polegada, trabalhando lentamente sua ereção dentro do apertado agarre de sua vagina enquanto ele sentiu-a encher sua alma.

Nunca o prazer tinha sido tão grande. Nunca nada na sua vida tinha trazido a paz até que a mulher - até que ele olhou em seus olhos e sentiu a mulher criada para ele.

— Meu coração, — ele rosnou enquanto ele deslizava para o máximo, sentiu seus músculos aquecidos ondulando em torno de seu pênis enquanto os braços apertavam em torno de seus ombros e um suspiro de prazer sussurrava ao seu redor. Estava queimando em seus braços agora, e nada importava mais que atirar-se para as chamas com ela.

Agarrando seu quadril com uma mão, ele começou a se mover dentro dela. Profundo e duro, ele a fodeu com uma desesperada, fome cega, a necessidade de manter-se dentro dela para sempre, para voar com ela, de senti-la desmoronando nos braços dele.

Quando a explosão veio, foi mais do que voar. Ele estava flutuando, rodeado por um mar de sensações incríveis, que nada mais importava. Trancado dentro dela, a ponta pulsando, aquecendo, dirigindo seu maior prazer, enquanto observava seu estremecimento, assistiu seus olhos tornarem-se cegos e ouvia-a gritar seu nome com grande satisfação, que vibrava com sua alma.

Estava em casa.

Onde o coração estava.

 

Mais tarde, enquanto ela dormia, Jonas vestiu o moletom e caminhou silenciosamente para o quarto de sua filha. Ele tinha pensado em pegá-la dormindo. Ela era um bebê, se ela não estava comendo, então normalmente ela queria a mãe, e manifestava o desejo em voz alta.

Ela não estava dormindo. Ela estava olhando para o móbile acima de seu berço, seu olhar quase pensativo enquanto as pequenas fadas que Cassie tinha criado com seu talento rodopiavam na brisa ligeira criada pelo sistema de ar central.

Seus olhos verdes eram escuros, como de sua mãe, enquanto o formato de seu rosto era mais parecido com de sua tia. A curva de seu nariz era Rachel pura.

Alcançando-a, ele a pegou e colocou-a contra seu peito antes de passar para a sala e ficar na frente da janela. Virando o bebê, ele a deixou observar como a neve acumulava alta além da janela.

— Eu vou te proteger, — enquanto ele prometia, enquanto ele a afagava fechada em seus braços. — Com o meu último suspiro, eu vou proteger sua mãe e você, Amber.

Ele a sentiu então. A mãe dela. Rachel se moveu do quarto e se juntou a eles, vendo a neve que caia em gordos, preguiçosos flocos, acumulando no terreno.

— Brandenmore fez algo, ele não fez? — ela perguntou suavemente enquanto ele curvava um braço ao redor dos ombros dela e a puxava.

— Eu vou descobrir o que ele fez, — jurou enquanto via a expressão dela na janela, via o medo que brilhava nos olhos dela.

— Ela vai ficar bem, — ela afirmou. — Cassie estava certa disso. — Ela levantou o rosto para ele. — Ela é sempre certa?

Jonas balançou a cabeça.

— Ela nunca está errada. — Mas, às vezes, ela não estava exatamente certa.

Uma coisa era certa: o futuro e a felicidade de sua filha, estavam agora nas mãos de um dos seus maiores inimigos. E Jonas era condenado, se isso continuasse.

— Jonas? — Rachel virou em seu abraço e olhou para ele, a mão dela pousada sobre o pequeno braço de sua filha. — Aconteça o que acontecer, estamos juntos e eu te amo. Para sempre.

E de repente o mundo ficou muito mais brilhante.

— Você é o meu tesouro, — tocou-lhe os lábios suavemente, — para sempre, Rachel.

Pegando-lhe a mão, ele a puxou com ele, enquanto ele colocava Amber no berço e levava sua companheira de volta para a cama.

Ninguém ouviu o som de pequeno porte que foi feito após a porta do quarto deles ser fechada: um suave, um doce ronronar de uma pequena gatinha.

 

 

                                                                                                    Lora Leigh

 

 

 

                                          Voltar a Série

 

 

 

                                       

O melhor da literatura para todos os gostos e idades