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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


O DESTRUIDOR / Jianne Carlo
O DESTRUIDOR / Jianne Carlo

                                                                                                                                                   

                                                                                                                                                  

 

 

Biblioteca Virtual do Poeta Sem Limites

 

 

O DESTRUIDOR

 

Para o guerreiro viking Magnus, o casamento não é nada a não ser um contrato, um negócio para acumular terras e títulos. Despreza o amor, considerando coisa de homens fracos. Mas, três dias antes de se casar com uma princesa, ele vê uma bela serva. Seu encontro apaixonado o faz repensar seus conceitos, e ele luta para encontrar uma maneira de manter a sedutora Daisy e honrar o contrato de casamento que ele combinou com o pai de sua noiva.

Deidra não pode dar um passeio na floresta, sem encontrar um animal ferido. Dedicada a cuidar de uma variedade de ursos feridos, pavões, e lobos, ela desobedece seu pai quando avista o guerreiro nórdico conhecido como o Destruidor.Até que, disfarçada como uma serva, ela é resgatada de um estuprador pelo próprio Magnus. Como pôde achá-lo mau ou cruel? Se ele a trata como se fosse feita do mais fino cristal, e ensina a ela os prazeres da carne?

Mas Magnus fica furioso quando descobre que a mulher por quem está tão profundamente apaixonado não é outra senão sua noiva. Pois não há nada que ele despreze mais do que uma mulher mentirosa... exceto, talvez, duas delas ...

 

 

         — Estúpido! Deixe-me ir!

         Magnus olhou para a entrada do estábulo, mas o sol brilhante de verão cegou-o e ele não pode ver ninguém por perto. Incerto se o que ouvia não seriam crianças brigando, ele ergueu a cabeça e aguçou os ouvidos, não gostando nada da nota de terror que tinha percebido na frase chorosa.

         Problemas, mas de onde vinham?

         Briga. Grunhidos. Grunhidos obscenos

         Ele olhou para uma silhueta confusa de um homem grande e uma pequena mulher rolando na entrada do celeiro. O deslumbrante sol do meio-dia destacando as formas que lutavam, sem permitir qualquer reconhecimento. Tudo o que podia ver era uma jovem e um cavalariço lutando.

         — Bruto! Cachorro!

         O desespero na voz da mulher soou com terror e medo. Os raios do sol recuaram e Magnus viu claramente as mãos do homem agarradas na garganta da jovem. Nada era mais desprezível do que um guerreiro forçando uma mulher ou indefesos sendo intimidados, e essa fada de mulher não era maior que seu pajem. Seu temperamento se inflamou. As cerdas duras da escova que ele estava usando para pentear a crina de seu cavalo de batalha picaram a palma de sua mão.

— Não. Pare! — O gemido triste, quebrou a disciplina duramente conquistada de Magnus, — Não! Não! Não!

           — Dauðadagr!— Magnus rugiu o grito de guerra — Dia da Morte— que lhe valera o apelido de O Destruidor.

           — Quieto— ordenou a seu cavalo, jogando a escova em cima de uma pilha de feno distante, e correu.

           Avaliando a situação enquanto corria, a ira de Magnus cresceu.

       O guerreiro tinha empurrado a jovem contra a parede de madeira, as saias dela subindo até a cintura. O joelho dele enfiado entre as esbeltas coxas brancas, expondo os delicados cachos claros que cobriam seu monte e procurando-o com seus dedos sujos.

 

         — Dauðadagr!— Magnus berrou novamente, saltou e pousou no chão com outro berro estrondoso. Ele torceu um cotovelo em gancho em volta do pescoço do guerreiro, agarrou a mão esquerda do homem, e arremessou-o para cima.

           Em seguida, Magnus virou-se para olhar de frente a jovem e sentiu como se levasse um soco no estômago. Nunca tinha visto tão radiante beleza e inocência. O rosto da jovem, em forma de coração, tinha a expressão de uma corsa assustada cercada por um monte de lobos.

           A cor sumiu de seu rosto e a brancura de sua pele pareciam flocos de neve.

Olhos grandes, abertos e assustados, castanho claros, o encaravam.

Um pequeno nariz fino e arrebitado. A ponta de uma língua rosada traçou os lábios de uma boca carnuda cor de morango.

Seus lábios abriam e fechavam revelando dentes perfeitos, mas nenhuma palavra saía deles.

         Seu pênis ergueu-se. Uma nuvem de luxúria turvou sua visão, e o sangue em suas veias correu para suas bolas doloridas. Não podia tirar o olhar da sua tentadora boca, nem mesmo quando ela soltou um gemido, engasgou, e apertou a mão sobre os lábios para abafar o som. Magnus fechou os olhos quando percebeu que ela tinha visto sua escandalosa ereção, seu rosto ruborizando em resposta a visão.

         Idiota!

         Uma moça que tinha sido atacada há pouco tempo não necessitava de outro macho lascivo.

Sua face ficou rosada, e ela, embaraçada, balançou os quadris até que o vestido deslizou em seu corpo, então alisou suas saias com dedos trêmulos. Ofegante e inalando com dificuldade, o peito subindo e descendo.

Fixou os olhos em um ponto acima do ombro dele, e disse, com a voz tropeçando em cada palavra:

         — Muito obrigada, meu senhor.

           Ficou surpreso que conseguisse falar com ele, porque ela tremia como um galho atingido por uma furiosa tempestade, seus seios redondos empinados, os mamilos duros cutucando o vestido verde. Também enfeitiçado por seus lábios entreabertos e o tortuoso do balanço de seus seios, sua mente recusou-se a processar as palavras que ela havia dito. Com a boca cheia d’água, ele ansiou passar os lábios em sua garganta, demorar-se na pulsação leve de seu pescoço, sugar sua pele tentadora, subindo a boca à suas pequenas orelhas, e mordiscar seu lóbulo carnudo.

De repente ela se dobrou.

           Sufocando uma série de ferozes maldições, Magnus puxou-a contra seu peito e embalou suas delicadas curvas em seus braços. Ela cheirava a luz do sol e lavanda. Um pouco de fuligem flutuava na ponta dos cílios como asas de um corvo quando a sua cabeça levantou.

           Seus olhares se encontraram.

           Foi como olhar em um turbilhão.

           Todos os turbulentos sentimentos dela estavam ali para Magnus ler, para se afogar neles. Raiva, medo, e orgulho misturados quando ela ergueu o queixo, apertou os lábios, e fungou. Uma lágrima solitária correu pelo seu rosto e ela limpou-a com as pontas dos dedos. Os olhos dela se estreitaram, a boca franziu-se, as narinas delicadas alargaram-se, e endireitou os ombros.

           Os braços dele a apertaram, e ele quis acariciar a encantadora jovem, acariciar suas costas e seu pescoço esguio.

             Ele retesou-se olhando o pescoço delicado marcado pelos dedos sujos do agressor e pensando como estaria o seu lindo monte, com claros cachos dourados.

             Rosnou e olhou por cima do ombro procurando o homem que a tinha atacado, mas o agressor há muito tinha fugido. Sua raiva disparou, o sangue bombeava fortemente nas têmporas, aquecendo a sua carne, queimando-o.

           — Eu vou matá-lo!

             —Não!—Sua voz tinha a cadência musical de uma highlander. Uma jovem escocesa.

             — Sim!

             Incapaz de resistir, ele passou seu polegar limpando as marcas de barro de sua pele perfeita, tendo o cuidado de manter o toque suave. Seu pênis lembrou-se da bela visão sobre seu vestido e endureceu mais, como se oferecendo para limpá-la. O membro rebelde endureceu e sacudiu como um mendigo pedindo alimento, o suco de sua doce vagina. Magnus cerrou os olhos e suplicou obediência ao seu pau.

             — Ele não viverá para tentar estuprar novamente.

             — Eu estou ilesa!

             — Você carrega a marca das mãos dele em seu pescoço.  

             Magnus girou rapidamente, procurando uma pilha de feno próxima, descobrindo que não podia suportar a ideia de soltá-la de seus braços, e sentou-se com a moça no colo.

             — Ele é um homem morto.

             — Meu senhor, eu sou apenas uma criada.

             —Chega de protestos, jovem, porque eu não permitirei que qualquer um, seja homem ou um garoto, machuque minha...bem, qualquer mulher.

             Magnus cerrou os dentes com tanta força que as gengivas vibraram. As palavras — minha mulher— quase tinham escapado de seus lábios.

             Idiota!

             Burro e imbecil!

             Você está aqui para casar com outra.

             Em três dias.

             Três noites e três manhãs.

             Ela ajeitou-se numa posição que seu pau apreciou muito. Esperançoso, o guloso amigo agitou-se debaixo de suas coxas macias.

             Sua sílfide ficou rígida, e suas pálpebras inclinaram-se, fechando seus olhos.

             Magnus amaldiçoou seu pau rebelde e cerrou a mandíbula.

             — Qual é o seu nome, moça ?— Você pertence a algum homem?

Ele não trepava com esposas de outros homens. Olhou para as mãos dela e esquadrinhou suas roupas para conseguir uma pista de seu estado e da sua linhagem. O corpete de lã moldava seu pequeno corpo como uma luva, pressionando seus seios, mas nenhuma criada de cozinha que tinha conhecido vestia um tecido tão bom.. Ondas brilhantes de cabelos espessos, da cor negra do carvão, caiam em cascata até seu traseiro. Cabelo solto indicava uma mulher solteira, na idade certa para casar. A filha de um rico fazendeiro?

         Ela mordia o lábio inferior avermelhado e Magnus salivou, sua boca faminta querendo reclamar a dela, mordiscar e sugar, para ver estes reluzentes olhos castanho dourados brilharem de desejo.

         — Eu sou apenas uma criada, meu senhor, e preciso atender minhas obrigações.

         Ele reprimiu um protesto quando ela levantou as mãos de seus ombros e fixou seu olhar em seu pescoço.

         — Minha senhora não ficará satisfeita comigo.

         — Magnus!

         O grito veio da porta do estábulo. Então ele tirou os olhos da deliciosa cor que florescia em suas bochechas e olhou rapidamente para seu irmão.

         — O que temos aqui? Jarvik, seu lindo irmão mais novo, parou na frente deles, com as mãos nos quadris, um sorriso mal intencionado com covinhas decorando a face.

— É um grande problema que você tem aí, Destruidor. Talvez eu possa aliviá-lo de seu fardo?

         A moça empurrou-o com força, contorceu-se entre seus braços, e ficou em pé. Ela tropeçou, se ajeitando, e, em seguida, fez uma pequena reverência.

           — Os meus agradecimentos, meu senhor, por sua intervenção.

           Magnus cambaleou, ficando em pé, mas a moça disparou rapidamente porta afora. Sua forma ágil e graciosa desapareceu antes que ele pudesse dar um único passo.

       Seus punhhos cerraram-se e um músculo em seu olho saltou. Magnus voltou-se para enfrentar Jarvik, sua irritação alimentando os espasmos num rápido tique nervoso.

         — Seu idiota! Eu interrompo você quando está com uma jovem?

           Jarvik soltou as mãos ao lado do corpo.

— Não! Não irá melhorar sua reputação me deixar com hematomas. Amanhã vamos encontrar sua noiva. Quer aparecer machucado e contundido para o seu primeiro encontro com a senhora e sua família?

         —Não sou eu quem ficará roxo.— A necessidade de brigar era imensa.

         — Você sabe a quem a moça pertence?

         — Não—Jarvik coçou o queixo. — Eu não a vi antes. Possivelmente chegou com os comerciantes. O chefe, Valan, espera por você no salão.

         Valan o Víbora, guerreiro famoso pelo haras de garanhões e potros que criava e comercializava.

Valan, um novo favorito do Rei Máel Coluim, tinha arranjado o noivado de Magnus com uma princesa highlander.

         Magnus fez uma careta.

         Estava aqui para se casar com uma mulher, mas cheio de luxúria para trepar com outra.

         Prometido, mas não casado ainda.

         Por três noites e três manhãs.

 

Magnus.

O homem com que estaria casada em três dias

Deidra tinha aprendido as palavras nórdicas para seu apelido, Austrvegr Brjóta - O Destruidor. Ela tinha pedido para Elaina traduzir o seu grito de guerra, Dauðadagr, Dia da Morte. Este tinha sido o seu motivo para embarcar neste plano, seria a morte certa de sua alma se casar com um homem que gostava de matar.

         Acelerou seu passo enquanto esquadrinhava o local e viu um bando de criadas rindo perto de uma pequena casa à esquerda. Três baldes cheios de leite colocados ao lado delas, sua boca seca encheu-se de água e desviou seu olhar.

       Deidra vislumbrou Moira no meio das mulheres e parou. Moira, que mantinha as chaves guardadas em sua cintura enviou-lhe um sorriso maldoso.

 

Bruxa. Deus abandonou-a Jezebel¹. Vagabunda.

Querendo nada mais além de lançar sua mão nas bochechas carnudas da mulher, Deidra voltou-se e seguiu para um bosque junto ao castelo.

Tinha sido Moira que lhe enviara para os estábulos antes, conhecendo muito bem o comportamento de Hamish O Tarado, o chefe das cavalariças. Se não fosse pela defesa do viking, não haveria lençóis manchados de sangue para mostrar na manhã seguinte à cerimônia de casamento.

Apoiando-se em um tronco, ela fechou os olhos, desfrutando o vento frio em sua pele aquecida.

O Destruidor! Magnus.

O mais famoso dos guerreiros vikings do Rei Cnut.

Crianças e mulheres tremiam com a menção de seu nome. O monstro gigante, cheio de cicatrizes, cuja crueldade era imortalizada nas histórias contadas nos grandes salões e repetidas em sussurros horrorizados nas salas de costuras e cozinhas. Magnus tinha salvado sua virgindade.

Jovens, nobres e prostitutas, mulheres de todas as classes temiam O Destruidor, o guerreiro cujo enorme membro partia as mulheres em duas. Nem uma só vez desde que seu pai havia anunciado o noivado, tinham dito qualquer coisa de sua grande beleza, tão forte e masculino.

Deidra engoliu em seco, a covardia bloqueando sua garganta. Ela acreditava agora nesses sussurros que falavam de seu membro, mas, como alguém poderia chamá-lo de feio, horrível? Deformado?

Ele tinha olhos de um cinza prateado com uma gentileza que a tinha envolvido. Seu cabelo ondulado reluzia em ouro e vermelho como o sol brilhando, seu último raio oferecendo o adeus ao dia.

Ele tinha cabeça e ombros mais largos do qualquer homem que ela já havia visto, mas seu toque tinha sido mais leve que uma pena. Ele tinha, pelo menos, um palmo a mais dos seus sete enormes irmãos mais velhos, e eles eram mais altos que outros homens. Talvez houvesse se acostumado ao tamanho deles, pois ela não o temia nem um pouco. Não, ele provocou excitação em seu corpo.

O peito de Magnus era muito largo, e a memória do breve vislumbre da sua pele, quando ela sentou-se em seu colo deixou-a com o coração disparado. Sim, ele tinha cicatrizes de batalha, mas o talho que corria de sua orelha até sua bochecha não tirava sua áspera beleza. Não, não era a marca de Satanás da qual os outros falavam, mas uma forma do destino de melhorar os belos traços de seu rosto de guerreiro.

Talvez o leve roçar dos cachos dourados nos ombros dele lembrassem as chamas expelidas pelo tridente do diabo.

Para ela, o cabelo dele parecia como a auréola de um anjo. Ela soltou um longo suspiro. A imagem de seu rosto bonito deixou sua boceta quente, úmida e excitada.

Ele segurou-a como se ela fosse feita de cristal, frágil, delicada, e preciosa.

Como uma égua no cio, tinha absorvido seu cheiro, seu toque, e queria mais. Mas sua ardente lembrança do duro pau dele deixou seu estomago agitado.

Porque sua vara tinha se estendido sob suas nádegas e cresceu, mais grossa e mais dura, quando ela se contorceu em seu colo.

Deidra tinha visto garanhões montando éguas. Ela sabia, na teoria, o que acontecia na noite do casamento, e tinha ouvido cochichos de sua prima dos deliciosos e maravilhosos prazeres do leito conjugal. Mas a ideia do Destruidor em cima dela, com aquela coisa colossal dentro ela, deixou seu coração martelando como bodhrán².

Sentiu seus seios inchados e pesados, os mamilos endurecidos queimando enquanto raspavam o tecido do vestido que usava. Ela mordeu o lábio quando sua vagina contraiu-se e apertou suas coxas, unindo-as.

Deidra balançou a cabeça, tentando clarear seus pensamentos. Em um minuto ela imaginou os ombros enormes dele e seu corpo inteiro queimou. Então, congelou-se até o dedão do pé quando imaginou-o perfurando sua virgindade.

Talvez devesse ter permitido que Hamish, O Tarado fizesse o serviço, pois ele era magro e mirrado e certamente se encaixaria. Suas pálpebras abriram-se e ela olhou para uma nuvem branca e macia em forma de um pau de um garanhão.

Gemeu e cobriu o rosto com as mãos frias e úmidas

Não. Ela não agiria como uma covarde. Endireitou os ombros e marchou de volta para a cozinha, apenas para ser encurralada pelo cozinheiro para descascar um balde de batatas. Suas costas estavam doendo por causa do trabalho e a cozinha fervilhava com o calor de três diferentes fogões a lenha. Dois garotos mexiam os volumosos fogos e gotas de suor umedeciam seu vestido. No momento que ela jogou a última batata no caldeirão, muitos e pequenos cortes marcavam as pontas de seus dedos, e as sombras encheram os cantos da sala. A noite veio rápido, o constante trovejar dos cascos dos cavalos e os gritos de guerreiros recém-chegados se transformou em uma estridente cacofonia.

— Mais duas caravanas chegaram.— Moira andava mesmo como uma Jezebel, rebolando os enormes quadris e empinando seus seios do tamanho de melões maduros.

— Sirva-os de cerveja e pão antes irrompa uma briga.

Deidra manteve sua cabeça baixa e então abaixou-se sobre a mesa. Talvez não fosse seu melhor plano já que estava fingindo ser uma ajudante de cozinha precisando de trabalho. Mas a velha senhora do castelo que tinha contratado Deidra parecia ser gentil. Somente na metade da manhã Deidra descobriu que era Moira que administrava a cozinha e Lord Valan. A tia dele, que lhe deu o trabalho, raramente era vista.

— Se apresse.— Moira bateu palmas.— Eu tenho que atender o salão.

Sim, Deidra sabia agora, que Moira não atendia o salão, mas os guerreiros que tinham as bolsas mais cheias.

Ela olhou apenas para ver as costas de Moira desaparecendo em um canto e soltou um longo suspiro.

— Felizmente a primeira leva de pães está pronta.— O cozinheiro apontou para Deidra e três outras criadas.

— Você pega os cestos. Cubra os pães para mantê-los aquecidos. Corra e sirva os homens.

           Equilibrando a cesta em um quadril, Deidra aventurou-se no grande e lotado salão.

Como poderia alguém chamar Magnus de monstro? Deidra espiou a mesa em cima do tablado, lembrando sua estóica expressão e sentiu um frio no estomago quando a brilhante iluminação do salão refletiu-se no cabelo dele, lembrando as cores do pôr do sol. Nunca tinha visto ombros tão largos em um homem, os braços da grossura das grandes abóboras das fazendas de seu Da, uma mandíbula como o ferro forjado por uma fornalha incandescente.

— Sirva o pão ou vou dar um tapa em seu traseiro.

Deidra pulou, quando Moira surgiu do nada.

A mulher imponente fez uma carranca e levantou a mão. Deidra sufocou um grito e correu para os bancos e mesas.

Burra! Tola! Ela era uma criada de taverna.

Você é uma nobre highlander, nascida princesa.

Reúna sua coragem!

Levantando o nariz, Deidra deslizou entre as fileiras de bancos e colocou um pão quente no centro de cada mesa. Os mais velhos aldeões mantinham-se nos cantos mal iluminados do grande salão. Homens e mulheres, a cumprimentaram com sorrisos. Deidra teve o cuidado de parar e conversar com os gentis anciãos, sorrindo quando recebia um cumprimento de cada uma das mulheres que os homens caçavam para esposas.

         Só quando chegou aos bancos dos mercenários o problema começou. Antes que ela pudesse chegar a primeira fila, uma mão rude beliscou a carne de sua bunda, outra cobriu seu seio.. Ela sibilou e bateu nos dedos tirando-os de perto de seu mamilo. Um homem agarrou seu pescoço, e então ela mordeu o dedo que estava próximo..

— Puta— O estúpido empurrou-a para trás. A cesta inclinou-se, então, três pães caíram, deslizando pela mesa.

— Prostituta estúpida.— O berro veio de Moira, uma mão na cintura, cabeça erguida, em pé ao lado do tablado. — Vejo você nos estábulos, vagabunda. Esta criada não tem ninguém que a proteja neste salão.

— Não— Magnus ficou em pé, e embora ele mantivesse a voz baixa, profunda, grunhiu silenciando a conversa barulhenta do salão. — O Destruidor protege essa moça. Qualquer homem ou mulher que tocá-la assumirá os riscos.

Deidra piscou.

— Venha— ele fez um sinal com um dedo.

Deirdra sentiu-se ruborizar dos pés a cabeça.

Todos os olhos no salão estavam focados nela.

Ela rezou para a terra se abrir e ser engolida.

Seus pés se recusaram a mover-se, embora quisesse que a conduzissem a cozinha, aos estábulos, as florestas, qualquer lugar longe daquele salão.

Botas bateram no estrado de madeira, enquanto ele caminhava ameaçadoramente rápido em sua direção. Ela ficou paralisada, observando-o se aproximar, caminhando direto para onde seu trêmulo corpo trepidava.

Esconda-se. Mova-se. Corra!

Seu olhar aprisionou o dela.

O som da multidão do salão enfraqueceu.

Os assovios, gritos lascivos, e o barulho das mesas, silenciaram.

Parecia que só ele e ela existiam e seu olhar parecia prendê-la ao chão. Não conseguiu mover um músculo, e nem um dedo obedeceu seu comando, nem sua boceta atendeu suas ordens de permanecer impassível. Não, toda a mulher dentro dela parecia estar pronta para ele, molhada, queimando e doendo para ser preenchida por Magnus.

— Jovem— Seu dedo ergueu-lhe o queixo.— Perdoe-me.

 

Deirdra estava atordoada demais para reagir quando Magnus curvou-se e ergueu-a sobre o ombro. Não pode fazer nada mais que olhar para o chão de pedra do grande salão e tragar o ar.

— Um garanhão e uma égua!

— Ela é um doce!

— É. O doce que o Destruidor vai comer!

A sala toda se virou quando ela ergueu a cabeça para encarar os alcoviteiros da aldeia, os guerreiros, e prostitutas que enchiam o esfumaçado salão. O homem galgou dois lances de escadas, seu queixo bateu nas costas dele, e Deirdra estremeceu. Ele era feito de ferro? Para firmar seu corpo, Deidra descansou as palmas das mãos acima das curvas de seu traseiro. A ereção rápida e o vulto enorme dentro de suas calças a hipnotizaram, e ela não podia tirar seus olhos dali.

Respirou profundamente e o cheiro fresco de sua curta túnica lavada excitou seus pensamentos. Seria o paraíso passar suas mãos suavemente sobre os contornos de suas costas enormes. Fixou suas coxas colossais, pressionando e flexionando enquanto ele galgava os dois últimos degraus que conduziam ao terceiro pavimento.

Ele parou, e, em seguida, uma porta se abriu com um estrondo.

Uma rajada de ar frio chicoteou as saias de Deidra. O cheiro úmido de mofo e poeira fez cócegas em seu nariz.

Magnus virou-se e a desceu, uma mão em sua cintura, a outra segurando suas costas como se ele temesse que caísse. As cordas de sua túnica tinha se afrouxado e ela estudou o peito bronzeado.

Fascinada pelos cachos dourados do peito dele, apertou as mãos para resistir à súbita tentação de tocar a sua carne.

— Jovem?

Um dedo calejado ergueu seu queixo, brasas queimando sua carne, e seus mamilos endureceram, os bicos doloridos. Ela parou de respirar.

— Moira tem espalhado que você desejava trepar com uma dúzia ou mais guerreiros nesta noite.

O queixo de Deidra caiu e a mão dele soltou-a. Ela engoliu em seco, depois franziu a testa, convencida de que seus ouvidos tinham parado de funcionar. Ela? Trepar? Uma dúzia ou mais daqueles rudes e pulguentos cavaleiros?

— Sim— O intenso exame dele fez com que os dedos dos pés se torcessem e somente quando as palavras dele penetraram em sua mente confusa, Deidra percebeu que disse em voz alta seus pensamentos. Seu rosto queimou de vergonha .

— Eu sou virgem.— Mãe de misericórdia, ela não pretendia grunhir a réplica, mas que seu futuro marido pensasse que ela era imoral deixou-a pronta para soltar fogo.

Burra!

Tola!

Criadas não respondem a um senhor como uma senhora responderia, muito menos com o tom arrogante de uma princesa.

Criadas não são virgens.

Colocando o que ela esperava ser uma expressão meiga em seu rosto, Deidra disse, cuidando para manter sua voz suave,

— Eu imploro seu perdão, meu senhor, para esta tola explosão.

Os lábios dele tremeram e ele concordou.

—Foi o que eu pensei. Espere aqui. Meu irmão, Jarvik, ficará e guardará este quarto.

— Meu senhor?— Ela piscou e balançou a cabeça, mas seu cérebro permaneceu confuso. O que ele pretendia? Será que iria reclamar sua virgindade esta noite? — Meu senhor? Não é decente eu estar aqui com você. Sozinha.

— Deseja dormir no salão ou nos estábulos? Porque significará estupro, mesmo com a minha proteção. Mais de duas caravanas de mercenários permanecerão aqui nesta noite.

Sua testa não se enrugou, seu olhar fixo não vacilou, e ela não conseguiu entender seus pensamentos. Ela juntou e torceu os dedos e avaliou um buraco sujo no chão.

Antes que ordenasse seus pensamentos dispersos, ele disse:

— Eu lhe ofereço a minha proteção, uma lareira quente, e uma cama. Vou ficar de guarda na porta.

Deidra manteve a cabeça baixa, mas a excitação aqueceu seu sangue, pois Deus havia respondido as suas orações. Ela iria se casar com um homem de honra, um homem que procurava proteger os indefesos. Todo o seu pânico e preocupação tinham sido em vão.

Todos o chamavam de O Destruidor, mas ela poderia jurar sobre o livro sagrado que ele lutou somente quando teve que fazê-lo, matou apenas quando não tinha outra escolha, e não tomou parte em estupros. Ele era um viking, mas Magnus, O Destruidor, não era um berserker, e não fazia pilhagens e saques.

— Eu lhe dou meus agradecimentos mais fervorosos, meu Senhor.

Ela levantou a cabeça para encontrar seus olhos e abafou um suspiro com a intensidade do seu olhar. Cambaleante, desorientada, não sabendo se estava em pé ou se flutuava, Deidra agarrou suas saias, apertando a lã apertando o suficiente para enrugar o fino tecido.

— Eu peço, então, um favor em troca, moça.

Se um batalhão de escoceses tivessem suas espadas afiadas em seu pescoço e lhe dissessem para correr, ela não poderia ter se movido, não poderia ter desviado do olhar dele.

Um beijo? Talvez mais que um?

Bridget tinha beijado Ian MacDonald freqüentemente naquele verão e tinha falado muito e efusivamente sobre o entrelaçar de línguas, a magia da boca de Ian. Agora, Deidra sentia inveja de sua irmã, porque seria maravilhoso saber o que esperar.

— Diga-me seu nome.

Ela fechou os olhos, escondendo a onda de decepção que tinha encolhido seus ombros. Olhando diretamente os pelos dourados do peito de Magnus, ela disse:

— D- D- Daisy McBrisset, meu senhor.

Garota tola! Como mente mal em sua presença.

— Daisy— Sua voz combinando com os traços agressivos de seu rosto, profundo e grave, fez com que estremecesse — Espere aqui. Voltarei logo.

No minuto em que a porta fechou-se atrás dele, seus joelhos dobraram, e ela caiu no chão, levantando uma espessa camada de pó que cobria a superfície suja. Seu nariz coçou, ela espirrou três vezes, e então balançou seus pés.

Nenhum homem oferece proteção a uma mulher sem esperar favores.

Será que ele acreditava em sua afirmação de que era uma virgem?

Ela espirrou novamente e seus olhos lacrimejaram. O quarto precisava de uma boa limpeza e não ter o que fazer era um convite à ter pensamentos ruins.

Olhando no canto   viu uma gasta vassoura de palha, e agarrou o cabo retorcido, começando a trabalhar.

Magnus não poderia tomar sua virgindade esta noite.

Kieran poderia se rasgar de tanto procurá-la.

Da e o clã chegariam no dia seguinte.

Tudo tinha parecido tão simples na semana passada.

Desejando ter prestado mais atenção ao aprendizado destas coisas de mulher em vez de tentar ajudar todas as criaturas feridas que cruzaram seu caminho, Deidra espirrou e varreu. Pensamentos desordenados zumbiam em sua cabeça.

Como manter sua virgindade? Diria que estava em seus dias? Ela sabia que a maioria dos homens evitava uma mulher durante essa época. Seria suficiente? Será que ele exigiria provas?

Ela sufocou e tropeçou.

Alegaria que estava doente?

Não teria dificuldades para alegar doença, pois ela se sentia febril da cabeça aos pés e seu estômago enjoava como se estivesse num navio durante uma tempestade.

Seria suficiente?

Deidra terminou de varrer, recolheu a poeira e sujeira em um pano sujo e esfarrapado, abriu as persianas, e jogou-o fora.

Ela se inclinou sobre o áspero peitoril. Sua mente atordou-se com o barulho das ondas batendo nas rochas negras uns cinco metros abaixo. Uma rajada de vento desmanchou o que restava da trança que ela havia feito antes de descascar as batatas. A maresia úmida trazida pela brisa eliminou as cócegas no nariz. O luar pontilhou a parte mais distante da baía lançando um radiante brilho sobre as dezenas e dezenas de conchas espalhadas pela areia.

Seus dedos ficaram dormentes com o frio. Ela se abraçou e inclinou a cabeça, incapaz de parar os maus pensamentos que a atormentavam desde que esteve sentada no colo de Magnus no estábulo.

Ela queria prová-lo, enroscar sua língua na dele, e roçar os dedos sobre os músculos fortes de seus braços. A lembrança de sua ereção quente e latejante pressionando sua bunda provocou calafrios em seu corpo.

Com certeza, ele irá rasgá-la em duas.

 

         — Descubra tudo o que puder sobre o clã McBrisset. E se há uma filha, Daisy. Eu gostaria de saber o nome de seu chefe e onde se localizam suas terras— Magnus manteve sua voz em um murmúrio, sabendo que seu timbre profundo podia freqüentemente ser ouvido através de grossas portas de carvalho.

— Eu ouvi falar sobre o clã McBrisset. Eles vivem em uma ilha costeira. A jovem está muito longe de casa. Pelo menos, doze semanas.

Jarvik coçou o queixo.

— Não são todos os Highlanders muito protetores com suas filhas?

A moça não era McBrisset e tinha chances do nome não ser Daisy também. Ela não tinha sido capaz de olhá-lo nos olhos quando respondeu sua pergunta. A moça tinha fugido de algum perigo.

Isto explicaria a fuligem em seus cílios, os cabelos negros em sua cabeça, e tom de ouro em seus cachos. Magnus olhou sobre o ombro para a porta fechada. Quem era ela?

— Valan conhece todos os clãs nas terras altas.— O aviso veio do capitão da guarda de Jarvik, Garek. — Talvez possa lhe dizer mais.

Os três homens estavam de pé no corredor estreito que levava ao quarto onde ele tinha deixado Daisy. Magnus deu graças aos céus de que não tivesse insistido em levá-la para o quarto dele, o local remoto adequado às suas intenções.

— O que acha de Garek ficar na guarda, enquanto eu cutuco a língua bêbada de Valan?

Magnus não hesitou.

—Excelente, Jarvik. Compre-o com aguardente de nossa última incursão contra os escoceses.

— Isto certamente fará a língua saltar em sua boca.  

Jarvik sorriu e balançou as sobrancelhas.

— Você acha que ela roubou de seu clã?

—Eu apostaria a minha crossbow que ela é nobre de nascimento. Suas mãos são suaves e as palmas são rosadas. É claro que ela não é uma serviçal qualquer e não pertence a este castelo.— Moira teria descoberto a virgindade de Daisy há tempo. Talvez este fosse o plano de Moira nesta noite.

Se ela fosse virgem, então, Daisy tinha um dote.

Talvez um dote que incluísse terras e um castelo.

Magnus afastou esta tentadora ideia.

— Hummm... acho que você está fazendo o que tão frequentemente me acusa.— Jarvik colocou as mãos em seus quadris. — Você está pensando com seu pau.

Magnus fechou os punhos, seus olhos se estreitaram, e ele cuspiu as palavras.

— Vá ver Valan e me deixe com meu pau. Eu ainda não casei e se eu me importo com uma virgem, não é da sua conta.

— Isto é um crime, punido com esquartejamento pelos highlanders, roubar uma mulher da nobreza e tirar sua virgindade. Deflore Daisy e seu pau vai decorar uma lança em uma encruzilhada escocesa.

Magnus empurrou seu irmão com sua feroz carranca que fazia até mesmo os reis retrocederem.

Jarvik tinha falado a verdade.

O Rei Máel Coluim tinha lhe prometido Laufsblað Fjóllóttr, uma rica fazenda, com vastas terras depois da consumação de seu casamento. O rei escocês não tinha escolhido uma mulher em especial e, o irmão mais velho de Magnus e Valan, A Víbora, tinham arranjado o seu noivado com uma princesa highlander.

Quantas moedas ele teria que pagar para desistir do noivado?

Asno! Tolo Pau idiota! Desista. Fique algum tempo com Daisy, mas deixe sua virgindade intacta. Ela é apenas uma mulher e não lhe traz terras, nem riquezas.

Mas e se ela fosse de origem nobre?

Magnus chacoalhou a cabeça e seus cabelos longos açoitaram seu rosto como se um chicote de couro tivesse marcado sua carne. Mesmo se fosse nobre e rica, com terras como dote, não era para ele. Ele não tinha nenhum desejo de morar na Escócia. Descendo os degraus de três de três, se apressou até a cozinha para reunir o que precisava.

— Fique de guarda no topo da escada.— Magnus ordenou a Garek em seu retorno ao quarto destinado à ele pela megera, Moira.

— Meu senhor— O tom de Garek deteve Magnus. Ele virou-se e levantou uma sobrancelha.

— Um servente esteve aqui alguns momentos atrás. Procurando pela moça. Ele atende pelo nome de Kieran. Eu disse a ele que este era seu quarto e para não zanzar neste andar esta noite se valorizar sua vida.

Magnus tentou relaxar seus ombros, mas subitamente enrijeceu seus músculos. Iria esmagar este Kieran.

— Um servente você disse?

— Sim. Bem jovem. Ele não usava cores de nenhum clã.

— Ele falava como escocês?

— Sim. Mas não tão áspero quanto os das terras baixas.

— Conte a Jarvik quando ele retornar. Peça-lhe para descobrir mais sobre este Kieran.

Ele não estava gostando do rumo dos acontecimentos. Também, muita coisa sobre a moça era desconhecida. Ele não arriscaria suas futuras terras por uma trepada rápida com uma criada.

Resolvendo se livrar dela e aliviar a luxúria com a sua própria mão, bateu na porta aberta.

A visão que seus os olhos encontram foi assombrosa.

Daisy tinha limpado o quarto e as chamas ardiam na lareira. As venezianas estavam abertas. Todos os odores de mofo tinham desaparecido, e o cheiro do mar e das frescas urzes agora invadiam o quarto.

A moça parecia mesmo uma fada.

O cabelo solto fluindo ao seu redor, os cachos negros brilhando ao luar. Ela estava em frente de uma veneziana aberta, as mãos cruzadas em sua cintura, o rosto à meia-luz, e um dente pequeno mordia seus suculentos lábios.

Ele não se lembrava de já ter sido tão consumido pela luxúria. Liderado por seu pau, pronto para explodir por um desejo tão angustiante, suas bolas mais apertadas do que uma crossbow pronta para disparar.

Estúpido. Idiota. Nenhuma mulher nobre acendia lareira, nem varria chãos.

Que reles criada proclamaria sua virgindade?

— Meu senhor.— Ela virou-se para ele, franzindo a testa, e olhou para o balde que ele carregava. — Você deseja que eu lave o chão?

Magnus abaixou a balde e colocou os dois pedaços de pano que trazia sobre a mesa ao lado da cama. Manteve o olhar longe dela.

— Não! É para você lavar as marcas de mão e fuligem do seu pescoço e seus braços.

Seu pau desejou mencionar os pelos de sua boceta.

Ela ofegou, seus dedos flutuaram na base de sua garganta, aqueles olhos de corça assustada enquanto tentava encontrar as manchas de fuligem marcando sua pele.

Quando ela deslizou em sua direção Magnus prendeu a respiração, enfeitiçado pela suavidade e graça de seus movimentos ao notar um princípio de sorriso aparecer nos cantos de sua boca.

— Eu a divirto, prostituta?— Ele apertou os olhos e esperou que ela vacilasse e fugisse com medo. Postituta, sim, e pelos dedões do pé de Thor, ela seria sua esta noite.

— Você tem cães? Ou gatos? Talvez um falcão ou dois?

Ele piscou. Coçou o queixo. Tinha ouvido direito?

— Eu sou apaixonada por eles. Eles também parecem gostar de mim.— Ela parou a um passo dele, estendeu a mão, e tocou-lhe o antebraço. — Agradeço a você pela água.

Ele não conseguiu pronunciar uma palavra, pois sua pele parecia marcada pelas pontas dos dedos da jovem. O contato, ainda que ligeiro, o excitou. Ele não podia fazer nada a não ser olhar para a sua pele pálida deslizando em seu braço bronzeado. Assistir suas veias inchando e pulsando ao seu toque. Salivou pelo acariciar rítmico dos dedos dela. Quando ela apoiou a palma rosada em sua pele, Magnus podia ouvir o sangue correndo para sua virilha.

— Meu senhor?

Relutantemente, ele levantou os olhos para encontrar os dela e sentiu como se uma mão apertasse seu peito.

Os anjos dos quais os cristãos falavam não podiam igualar-se a radiante beleza dela. Tão delgada, tão pequena, tão perfeita, envolta em uma forma tão minúscula. Seu peso iria esmagá-la.

— Os meus agradecimentos.— Ela deu um sorriso que ressaltou as covinhas em sua face.

Ele grunhiu.

Deirdra olhou para os pedaços de pano na cama. O braço dela se afastou e ele se sentiu desolado.

Inclinando a cabeça, olhou para ele, seus olhos uma piscina de calor brilhante, seus cabelos em cascata em um glorioso abandono em torno de seus seios e quadris.

— E se eu consertar sua túnica em troca de sua proteção?

Consertar? Túnica? Ele lutou para reprimir as imagens dos cabelos dela fluindo sobre as costas dele, as pernas escarranchadas em sua virilha, sua vagina apertada embainhando seu pau.

— Eu tenho pouca habilidade com uma agulha.— Ela lhe deu mais uma vez um sorriso com essas covinhas gêmeas e apontou a uma das bolsas. — Posso?

— Não— Ele já não podia lutar contra o desejo de segurá-la e tomou seu corpo em seus braços.

Embora arregalasse os olhos como um coelho assustado, ela não disse uma palavra, nem se enrijeceu.Em vez disso encontrou seu olhar diretamente.

— Vai me beijar agora?

Magnus tropeçou e caiu sobre a cama.

Ela se deitou em cima dele, e se não fosse por suas roupas, seria a viva imagem da sua visão anterior, pernas escarranchas nele, o cabelo uma cortina escura emoldurando os seios.

Nenhuma virgem, nenhuma mulher nobre seria tão ousada.

Ele sufocou o grito vitorioso que ameaçou sair de sua garganta, e segurou-a para desamarrar o vestido, nenhum outro pensamento em sua cabeça, só sexo duro e furioso, o seu pau golpeando e penetrando sua boceta.

 

Um arrepio delicioso varreu o ombro de Deidra quando as pontas dos dedos das mãos ásperas de Magnus acariciaram seus seios. Não era como o toque nojento de Hamish, O Tarado. Não, ao contrário. Extase roubou sua respiração e um fogo lambeu seus seios, sua barriga, e molhou suas dobras.

— Pelos joelhos de Loki, quem amarrou estes laços?— Magnus curvou um braço em volta da cintura dela e a levantou para sentar-se. Ele enfiou a mão em sua bota, e tirou um punhal brilhante.

— Não— Deidra sentou-se — Eu só tenho um vestido, meu senhor. Seja paciente e vou soltar o nó.

— Rápido, moça.— Ele encostou-se na parede e pegou-a em seu colo.

O hálito quente cheirando a hortelã veio de sua pecaminosa boca e passou sobre as bochechas. Ela não conseguia parar de olhar para os lábios. dele. Não sendo tímida ou negando-se à curiosidade, traçou o contorno de sua boca, lembrando a tola conversa de Fiona sobre línguas e gostos.

Inclinando para frente, apertou seus lábios contra os dele.

Ele grunhiu, segurando seu rosto, e com a ponta da língua acariciou a linha de sua boca. Deirdra quase desmaiou e agarrou a túnica dele. Era como se raios a atravessassem da cabeça aos pés, gerando faíscas em todo seu corpo.

Ele murmurou e o som agiu como uma tocha incandescente, enviando chamas de seus lábios para os dela. Magnus lambeu-a novamente, sua língua deslizando dentro da boca, passando por seus dentes.

Deidra perdeu as forças e amoleceu-se contra seu grande corpo, as pálpebras fechadas, entregue a sua ardente exploração. Sua língua mergulhou e sondou, saboreando a dela e sons suaves saiam da garganta da moça.

Ela deslizou os braços em volta do pescoço de Magnus. A solidez dele, as coxas rígidas pressionando-se contra sua bunda, o ferro de seus braços, o escudo de dureza do peito derrubava qualquer pensamento de resistência, de manter sua virgindade. Seus beijos exerceram um delicioso peso através de seus membros e lançaram um feitiço de magia em seu corpo.

Suas mãos, com vida própria, procuravam conhecê-lo, deslizando sobre a espessura do seu pescoço, demorando-se no saliente músculo que descia ao pulsante centro de sua garganta. Sua língua provocava a dela, tocando a ponta, retraindo, uma e outra vez, atraindo-a para saboreá-lo.

Oh! A boca dele era maravilhosa! O sabor de hortelã em seu hálito explodiu na língua dela. A doçura do hidromel que ele havia bebido suavizando o sabor. Ela não podia chegar perto o suficiente, não poderia absorver o suficiente daquele gosto inebriante. Movia-se e se contorcia em seu colo, suas nádegas esfregando sua latejante e enorme haste.

Um inferno revolvia seu estomago. Uma conflagração de tentáculos aquecendo suas entranhas e enrolando-se nas paredes de seu sexo pulsante e apertado.

Ela queimava, doía, ansiava...

O ar frio deslizou através de suas pernas nuas, quando ele levantou suas saias até a cintura. O frio penetrou em seu cérebro embaçado e ela tentou levantar as pálpebras, mas estavam muito pesadas. Desistiu do esforço quando ele colocou a grande mão em sua coxa, e o calor que irradiava pareceu queimá-la.

Seus dedos dançaram sobre sua pele, leves arranhões,como o mais leve dos toques. Ela beijou-o, devorando a sua boca. Suas mãos tocavam seu peito e abafou gemidos no fundo de sua garganta.

Quando a mão dele desceu sobre seu monte formando uma concha, as pernas dela se abriram, e mordeu a ponta da língua dele.

Magnus enfiou um dedo dentro dela.

Ela empurrou-o para longe. Seus olhos se abriram para encontrar o olhar penetrante.

Magnus ficou rígido, a tensão endurecendo suas coxas como pedras.

Eles olharam um para o outro, os seios dela raspando seu peito com cada arrastada inspiração e expiração. Seus lábios se contraíram e as sobrancelhas retesaram-se.

Um rubor aqueceu o rosto da moça quando suas paredes se fecharam ao redor da grossura do dedo dele. O rubor aumentou, escaldando sua pele quando uma gota de umidade molhou suas dobras e a mão dele.

Magnus bateu a cabeça na parede com um ressonante barulho.

— Você é virgem.

— Eu lhe disse.— Ela mordeu o lábio e ordenou a seu traseiro que permanecesse parado naquela posição. Mas quando os músculos de sua vagina apertaram-se novamente, seus quadris se inclinaram e ergueram-se.

Então, o dedo dele afundou mais profundamente em seu interior. Confusa e sentindo-se como se estivesse no mais alto penhasco de todo o norte, Deidra desabafou:

— Vai parar agora?

— Não— Ele beijou a ponta do seu nariz. — Eu não posso negar o seu prazer.

Sua boca tomou a dela em um beijo furioso, sua língua empurrando-se dentro da dela, mas seu dedo retirou-se de seu centro. Ela agarrou os ombros, um gemido borbulhando através de seus lábios apertados, e um grito brotou no fundo de sua garganta quando o dedo dele voltou e firmou-se em torno do botão ardente entre suas dobras.

Atordoada,com uma necessidade febril fervendo em suas veias, ela recebeu-o,os quadris subindo quando ele acariciou um ponto que a fez suspirar. Sua língua dançou em torno da dela. Seus dedos do pé flexionados quando seu sexo pulsou em um turbilhão de espasmos, mais apertados e mais rápidos até que achou que iria explodir em mil pedaços, e então gozou. Convulsão após convulsão tomaram seu corpo enquanto juntava as coxas apertadas, e o grito irrompeu:

— Magnus!

O tempo passou como se fosse um sonho.

Ela não podia comandar seus membros. Não que precisasse ou desejasse. O abraço de Magnus acalmava suas trêmulas pernas e braços. Sua grande mão acariciou suas costas, a carícia suave sobre sua pele sensível, acalmando-a. Ele murmurava palavras que ela não entendia, não tinha certeza se o culpado eram seus ouvidos ou sua mente nublada.

Quando controlou sua respiração, expirando o ar como se cada uma fosse a última, e o véu que cobria seus pensamentos caiu, Deidra aconchegou-se perto dele. Fechando os olhos, aspirou sua fragrância: couro, viril, suor, sabão, e uma pitada de acidez que ela não podia identificar. Podia ouvir as batidas do seu coração em sua bochecha.

Seu sexo continuou tremendo de vez em quando e a lembrança do êxtase de seu dedo em movimento sobre sua carne a fez suspirar. Da tinha escolhido bem, afinal.

Ela não precisa ter medo do casamento com Magnus. Se não soubesse das horríveis histórias sobre sua crueldade, não teria cometido esse engano. Mas como ela saberia a verdade?

Ninguém poderia saber.

A não ser Magnus.

Talvez.

 

— Magnus. Destranque a porta. Sua noiva chegou.

Bunda de Loki!

A gatinha ronronando contente em seus braços se afastou ereta, os olhos arregalados, nariz tremendo, parecendo um coelho cheirando uma raposa nas proximidades.

— Não.

— Não se assuste, Daisy. Ninguém saberá do nosso encontro.

— Eu tenho que sair.— Ela arrastou-se para fora da cama, e virou-se para enfrentá-lo. Torcendo as mãos, olhou para um ponto acima de sua cabeça. — Eu lhe imploro. Seja gentil com sua noiva. Não a julgue severamente.

Teria sua audição falhado mais uma vez? Ele coçou o queixo, mas antes que pudesse pronunciar uma palavra, ela correu para a porta, empurrando fortemente a tranca, e a soltou.

Magnus saltou da cama.

— Você vai se machucar, moça.

Mas ela empurrou a barra para cima e para fora dos ganchos de metal. A barra caiu no chão, o tilintar e um impacto metálico ecoou pelo quarto.

A porta se abriu.

Daisy se arremessou para o lado.

Jarvik entrou sorrateiramente, parou e olhou ao redor.

Ela se retorceu entre Jarvik e o umbral, e correu para fora de suas vistas.

— Daisy— Magnus rugiu, correndo rápido para porta.

Jarvik bloqueou a porta, de braços esticados, as mãos nos batentes.

— Deixe-a ir. Você não ouviu o que eu disse? A sua noiva está aqui com seu Da e seus enormes irmãos.

Magnus resistiu ao impulso de dar um soco na mandíbula de Jarvik.

— Loki esta brincando com os homens nesta noite. Por qual estranha razão você pegou uma vagabunda para trepar, enquanto sua prometida esfria seus pés no corredor?

Jarvik olhou para baixo e abriu um largo sorriso.

— Parece que a interrupção deixou-o com um pau dolorido.

Magnus fechou a mão e apontou para a mandíbula de seu irmão.

Jarvik abaixou-se.

Magnus socou a porta de carvalho com tanta força que a madeira bateu na parede e voltou para bater ao lado de sua cabeça. A explosão de dor reberverou em sua cabeça.

Ele esfregou sua têmpora e rosnou:

— Eu vou vê-lo no campo de treinamento, pela manhã.

Mostrando um pouquinho da sabedoria, Jarvik reprimiu seu sorriso com covinhas.

— É de extrema urgência que você apareça pelo menos uma vez lá embaixo. Moira ficou ocupada servindo cerveja aos irmãos de sua noiva. Acho que ela informou-os que você reivindicou Daisy.

Magnus grunhiu.

— O pai de sua noiva caminha pelo salão como um homem pronto para a batalha. Parece que ele vê tudo como um insulto à sua preciosa filha.

—Sim. Uma das criadas que servem ouviu-o falar com seus filhos. Parece que planeja ensinar a você boas maneiras, meu senhor.— Garek balançou a cabeça. — Depois dos votos e antes da cama.

— Eu não proferi nenhum voto— Magnus reuniu suas armas. Amarrou suas adagas gêmeas em torno das costas. — Eu não devo nada a sua filha.

— E a criada, Daisy? Se ela deve obediência a Moira isto não ficará nada bem para ela.

Jarvik entregou a Magnus sua espada.

Magnus franziu a testa, percebendo a verdade nas palavras do seu irmão. Ele considerou suas opções e decidiu que a verdade nua e crua ganharia a completa cooperação de Jarvik.

— A virgindade de Daisy está intacta. Eu não vou permitir que ela caia nas garras de Moira. Garek, procure Daisy agora. Leve-a ao nosso acampamento. Ela fica na minha barraca. Guarde-a esta noite.

— Sim, meu senhor. Parto imediatamente. — Garek virou-se e andou rápido pelo corredor.

— E o que fará amanhã?— Jarvik perguntou.

— Vou pensar sobre isso.— Magnus flexionou os músculos tensos em seu pescoço. — Você vai me acompanhar até o salão?

— Você acha que eu iria perder a primeira visão de sua noiva? — Jarvik penteou o cabelo, tirou a poeira e algumas teias de aranha agarradas a sua túnica azul-marinho, e verificou seus dedos procurando sujeira.

— Você está tão bonito como sempre.— Magnus revirou os olhos. — Ela vai vê-lo e rezar fervorosamente aos deuses por sua boa sorte. Então vai olhar para mim e correrá gritando.

— Eu vou deixar você aqui.— Jarvik parou e Magnus viu a dor escrita em seus olhos azuis.

— Não, eu não quis dizer daquele modo. Você não pode ajudar sendo o sedutor.— Ele pegou o braço do irmão e apertou.— Não importa. Há muito tempo deixei de me preocupar em como as mulheres vêem as cicatrizes em meu rosto. Se minha prometida fugir de mim, será o sinal de Odin que estou fadado a não casar. Não ter filhos. Porque eu não direi os votos para uma mulher que pensa em mim como um monstro.

— O que você diz? Eu não vou deixar você perder esta oportunidade. Case-se com ela, deite-se com ela, e reivindique as terras.Depois, tome Daisy como amante. Eu juro que ela olha para você como se fosse o príncipe de seus sonhos.— Jarvik agarrou seus ombros. — Tenha filhos com ela. Torne-os seus herdeiros.

Na verdade, nada o impedia de fazer como Jarvik sugeria. Magnus olhou para seu irmão e sorriu, depois franziu a testa.

— É uma ideia. Se não fosse minhas suspeitas de que Daisy é uma nobre.

— Mesmo que ela seja, está aqui sem acompanhante.Alguém no salão me disse que ela é uma mulher perdia. Pode ter um hímen, mas não é inocente. Para tal mulher, ser a amante de um senhor é uma sorte.

Magnus balançou a cabeça.

— Mesmo que ela não seja nobre de nascimento, temo que a moça seja muito orgulhosa para viver como a outra, escondida de uma esposa. E ela é uma virgem. Nunca quis tão fervorosamente encontrar uma mulher experiente nas brincadeiras da cama.

— Ela vai se acostumar com o seu tamanho. Você preocupa-se sem justa causa, irmão.

Magnus sabia muito das lembranças que evocou no irmão com aquelas palavras. Ele não podia contar o número de vezes que moças correram, gritando, depois de verem o tamanho de seu pênis.

— E você se esqueceu daquela pequena jovem na corte de Cnut que não se cansava de cavalgar seu pau. — Jarvik sorriu e puxou o braço de Magnus — Vamos ver o que o espera no grande salão antes de inventar mais estratégias. Talvez não seja necessário.

— Não. Temo que vamos descobrir que as estratégias são de suma importância. — Magnus marchou pelos dois lances de escadas.— Porque eu não vou me afastar de Daisy.

— Diz isso um homem que zomba do casamento e que somente concordaria com ele por terras? — Jarvik parou antes da entrada da sala. Ele bateu na cabeça dura Magnus—Deixe sua cabeça guiá-lo. Não seu pau. Case com a moça. Obtenha as terras. Trepe com Daisy e mantenha-a numa casa de campo.

— Vou pensar sobre o assunto. É hora de encontrar o clã de minha noiva.

Eles chegaram ao salão principal.

Magnus piscou quando seu olhar varreu o salão.

— Pelos dedos dos pés de Loki, quem fez essas mudanças?

Em vez da multidão normal dos rufiões, mendigos e prostitutas, viu dezenas de guerreiros Highlanders.

. Soldados armados até os dentes. Musculosos, homens aptos, acostumados às longas horas de treinamento árduo a cada dia. Metade dos homens ostentava cabelos úmidos. Ele trocou um olhar com Jarvik.

— Não pareceriam escoceses puros se desprezassem um mergulho em um lago. — Jarvik cheirou. — É uma melhora em relação ao fedor de antes. É um poderoso chefe, o pai de sua noiva.Somente isso faria Valan o Víbora ter virado seu salão de cabeça para baixo. Você está vendo Valan?

— Sim, está lá.— Magnus inclinou sua cabeça.

Um grupo de oito homens enormes fizeram meio círculo em torno de Valan, próximo da mesa alta. Valan, um guerreiro de considerável tamanho e altura, parecia pequeno entre os guerreiros. Todos os oito homens olharam imediatamente para Magnus e Jarvik,   fixando-os com olhares penetrantes e ferozes carrancas.

— Penso que fomos notados. E é maravilhoso ver esses rostos simpáticos. — Jarvik diminuiu o passo. — Nós vamos a eles, ou eles chegam até nós?

— Nós a eles. Não é sábio inflamar o temperamento deles.—Os guerreiros estudaram-no e a Jarvik com a intensidade de falcões prontos para atacar o pescoço de sua presa.

Magnus reconheceu o pai de sua noiva imediatamente pelo cinza em seu cabelo ralo. Um homem perto dos cinquenta anos, O Falcão, chefe do clã de Ferguson, permaneceu com a pose de um monarca, cabeça jogada para trás, o olhar fixo na Magnus.

O olhar de um predador. Magnus entendeu porque ele era chamado de O Falcão. Seus filhos tinham aprendido bem com o pai. Cada um dos sete homens tinham acompanharam o caminhar dele e de Jarvik no salão.

— Talvez seja prudente considerar outro plano.— Jarvik deu uma cotovelada nele.

— Não. Onde está minha noiva? — Magnus procurou pelo salão, mas não achou nenhuma dama, nenhuma mulher vestida em trajes finos. — Não gosto disso. Algo está errado.

— Não. Fique tranquilo. Sua noiva é simplesmente uma mulher e está atrasada.

Valan interceptou Jarvik e Magnus antes que eles alcançassem o estrado.

— Boa noite. Venha conhecer a família de sua noiva.

— Eu não vejo a minha noiva.

— Ela e sua irmã estão livrando-se da sujeira de viagem. Não que eu tenha notado algo— Valan parou na frente do Falcão. — Meu senhor, posso apresentar-lhe Lord Magnus e Lord Jarvik. Magnus, Jarvik, Lord Ferguson.

— Gostaria de ter uma palavrinha com você em particular após a refeição, Senhor Magnus.— O Falcão, de braços cruzados não se mexeu e não moveu um músculo.

— Como quiser, Lord Ferguson.

Valan então apresentou os sete filhos de Lord Ferguson. Nem o Falcão, nem os seus filhos se sentiram confortáveis para começar uma conversa com Jarvik ou Magnus. O que impulsionou Valan a dar ordens gritando para trazerem cerveja e pão,e o grande silêncio no salão teria incomodado até os mortos.

— Parece que os Highlanders têm predileção por poucas palavras.— Jarvik subiu no banco ao lado de Magnus.

O espaço entre Magnus e o Falcão destinado a noiva permaneceu vazio. A hora avançou, os guerreiros inquietos, os irmãos irados e o mau-humor de Magnus pelo insulto do atraso de sua noiva crescendo mais e mais.

Jarvik permaneceu jovial como sempre e Magnus sentiu uma urgente tentação de afogar-lhe em um balde de neve derretida. Ele esvaziou o chifre de cerveja e limpou a espuma de sua boca.

— Você não está sozinho em sua impaciência. Me parece que o Falcão está muito irritado com atraso de sua filha.

Realmente, com freqüência o chefe olhava de soslaio para o arco da entrada do salão e tamborilava seus dedos sobre mesa, a irritação aumentando a cada momento que passava..

— Finalmente— O chefe highlander levantou-se e Magnus seguiu seu olhar. Seu queixo caiu.

— Ela é uma beleza.— A observação de Jarvik continuou e a jovem deslizou através do salão cheio, ergueu o queixo, encontrou seu olhar, e sorriu.

Magnus não esperava uma deusa dourada, uma ninfa com flutuantes cachos atingindo o meios das coxas que emolduravam um corpo esguio mas curvilíneo. O topo de sua cabeça jamais passaria do meio de seu braço. Ela moveu-se como se seus pés tivessem asas, e os homens curiosos lotando o salão ficaram em silêncio e a olharam.

Os homens mais próximos dela desabaram em um banco estupefatos. Um homem encarquilhado limpou as bochechas sujas com uma túnica manchada. Outro esvaziou o cálice de uma vez.

— É uma fada.

— Sim.

Sussurros e murmúrios de concordância ecoaram no salão

Valan o Vibora desceu do estrado e capturou a mão da mulher.

— Meu Senhor, os meus cumprimentos sobre as melhorias no salão. É um agradável milagre. Ficarei feliz em dividir o pão com o grupo reunido nesta noite.

A pele bronzeada de Valan avermelhou.

— Fico feliz que esteja satisfeita, milady.

A donzela olhou incisivamente suas mãos unidas e Valan prontamente a soltou.

— Eu estou certo de que quer cumprimentar seu pai.

— Sim, meu senhor.

Magnus e Jarvik trocaram olhares.

— Parece que sua noiva lançou um feitiço sobre Valan.

— Sim—Magnus estudou Valan quando este voltou para seu assento. O guerreiro tropeçou, seu olhar fixo na mulher.

— Boa Noite, Pai— Ela se abaixou em uma reverência, uma postura impecável que uma rainha não poderia fazer melhor. — Irmãos.

— Onde está sua irmã?— O Falcão sibilou a pergunta

— Fiona já está em sua cama, Da.

A moça levantou-se na ponta dos pés, uma mão em concha, e sussurrou no ouvido de seu pai. A pele do homem ficou da cor de uma beterraba.

Magnus se preparou para uma explosão.

— A minha irmã, Fiona, implora-lhe desculpas nesta noite.

A fada caminhava para chegar a Jarvik.

— Ela vai se juntar a nós para o desjejum amanhã. Eu sou Deidra, sua noiva.

Jarvik ficou escarlate. Ele gaguejou.

Magnus ficou em pé.

— Eu sou seu noivo, Lady Deidra. Você se dirigiu ao meu irmão, Jarvik.

Ela se virou para ele. Espantado, não poderia começar a descrever a expressão no rosto de sua beleza altiva.

A boca dela abriu-se e os olhos se arregalaram. Ela deslizou para trás, esbarrou em uma mesa, e as palavras pareceram penetrar em sua mente. Agarrou a madeira com as duas mãos e oscilou.

O rosado em suas bochechas desapareceu, e quando revirou os olhos, Magnus xingou e saltou sobre a mesa. Pegou-a antes que caísse no chão.

Ele não sabia o que fazer com a mulher desmaiada em seus braços e olhou rapidamente para seus traços. Uma fraca lembrança veio à sua mente e ele voltou seu olhar para suas feições delicadas. Certa familiaridade que não pode identificar em seu nariz e lábios pareceu surgir em sua mente.

 

Deidra lavou o cabelo quatro vezes com o vinho azedo e ainda permancia traços da tinta negra. A água na tina tinha ficado fria e o jarro estava vazio. Ela necessitaria usar uma touca amanhã para dizer os votos.

— Não deixarei Magnus me reconhecer até depois que proferirmos nossos votos.

Como Magnus reagiria quando chegasse o momento de ir para a cama? Estaria satisfeito ou furioso?

Kieran contou que Jarvik aconselhou Magnus a tomá-la como sua amante após os votos. Mas ele não podia ter ambas:uma esposa e uma amante. Será que ele precisaria ter uma amante e uma esposa? Esfregou as têmporas doloridas.

Nada mais havia a ser feito. Então, sentou em um banquinho perto do fogo, e penteou seus cabelos úmidos. Como, ela não tinha certeza, mas Deidra sabia em seu coração que Magnus era um homem de temperamento calmo. Uma vez que a fúria fosse instigada, no entanto, iria queimar como um inferno.

Ela o adoçaria contando sua história com beijos e carícias. Talvez fizesse o que Elaina, a nova curandeira da aldeia, que lhe dera a tintura de cabelos, tinha aconselhado. Massagear, subindo e descendo e pressionando sua vara. Elaina também falou do prazer em explorar o corpo de um guerreiro com mãos, nariz, lábios e língua. Deidra não acreditava que o prazer pudesse ser encontrado neste último ato. Mas lembrou-se da magia da língua de Magnus em sua boca e suspirou. Ela tinha muito a aprender e precisava de conselhos.

Seus grandes gatos passavam horas intermináveis limpando um ao outro. Na verdade, o único macho, uma enorme e feroz besta, muitas vezes rolou de costas e descobria sua barriga para uma das fêmeas. Para ela tinha sido divertido ver criatura tão poderosa, domado por uma vigorosa lambida.

— Mãe de Deus!

Elaina não poderia querer dizer a língua ali, na coisa dele. O pensamento chocou tanto Deidra que ela caiu do banco. Era um intrigante desejo. As dobras entre suas coxas vibraram, e ela fechou os olhos e tentou visualizar tal ato.

— Porque que a porta está trancada?

Reconhecendo o berro grave de Da, ela saltou em pé

O pente caiu no chão fazendo barulho. Deidra alisou o vestido encarando a porta. Não.

Não podia ser.

— Ela está doente. Talvez esteja dormindo.— disse seu irmão mais velho.

Punhos bateram nas portas.

— Filha, abra a porta.

Mãe de Deus, tenha misericórdia. Deidra torceu mãos.

— Ela deve ter desmaiado. Arrombe a porta.

Ai, Da! Por que ele estava aqui? O que tinha acontecido? O que tinha feito Fiona?

Deidra olhou pelo quarto, correu para a cama, e pulou no colchão de palha, enquanto o poderoso carvalho era arrancado de suas dobradiças. Ela fechou as cortinas da cama com os dedos trêmulos, sentou-se em suas coxas, curvou a cabeça, e orou.

Botas marcharam em sua direção. Ela olhou por cima ombro, esquerda, direita, esquerda novamente. Nada, nenhum lugar para se esconder salvo duas almofadas perdidas na cama. A cortina foi arrancada de suas mãos, e então ela não podia mais respirar.

— Fiona! O que você fez com seu cabelo? — Da rugiu quase fazendo tremer as vigas do teto.

Ela apertou os olhos, mas antes vislumbrou seus sete irmãos e Kieran atrás de seu pai.

Pai! Talvez fosse um pesadelo.

— Não é Fiona.— Kieran era muito apto a espalhar segredos quando entrava em pânico.

— Deidra!— Da rosnou esquentando até os dedos dos pés descalços dela.— Abra seus olhos, moça endiabrada, e olhe para mim.

Ela conhecia o tom. Ainda assim, quando levantou suas pálpebras, rezou por um milagre. Seus ombros afundaram-se, porque realmente era Da. Deidra reconheceu a mão de Fiona no falcão bordado na túnica azul dele. Ela manteve o olhar na criatura bordada.

— Não é culpa de Fiona, Da. Fui eu quem planejou tudo.

— O que você fez, jovem?

O berro de Da trovejou e ecoou fundo na barriga de Deidra. Ela se encolheu.

— Nós trocamos de lugar um pouquinho.

— Gêmeas— o irmão, Jarvik, falou. — Idênticas exceto pelos cabelos.

Magnus grunhiu.

— Não vou casar com ela.

A cabeça de Deidra voltou-se para encontrá-lo. Ele estava ao lado de Da, segurando Fiona em seus braços.

O que Magnus queria dizer? Verdade, ele não podia se casar com Fiona, pois estava prometido em casamento à ela. Um enxame de gafanhotos pulando assumiu o controle de suas entranhas porque o olhar no rosto dele falava de frieza e repugnância. Suas narinas estavam dilatadas e ele examinou-a como se fosse excremento de porco, como se o cheiro e a visão dela o repugnassem.

Seu peito queimou quando ele andou em volta da cama e colocou Fiona sobre o colchão, com movimentos gentis, propositalmente.

— É uma pena. Eu poderia ter tido esta aqui. — Deidra abafou um grito quando ele enrolou uma mecha de cabelo de sua irmã gêmea em torno de seus dedos. Ele virou para o lado e fixou seu olhar nos dela. — Tenho um carinho por cabelos dourados.

Meu cabelo é dourado. Ela queria gritar para ele. Eu sou como ela.

Ela estava errada em seu julgamento sobre Magnus. Deidra poderia ter jurado que ele nunca seria tão inconstante em sua afeição. Seus lábios tremeram.

— Não. Eu vou te prender ao acordo. Saiba que iremos à guerra por isto, Destruidor. Não vou deixar você insultar minha filha. E eu não tenho nenhuma duvida de sua virtude. Busque o sacerdote, Kieran. Os votos serão ditos esta noite.— Da balançou sua mão.

O orgulho de Deidra ganhou. Ela mordeu o interior de suas bochechas para segurar as lágrimas que enchiam seus olhos. O que sabia dos homens? Ele a queria como uma prostituta, mas não queria sua virgindade. Como ele podia ir do fogo para o gelo tão rapidamente?

— Da, por favor. Ele tem nojo de mim agora.Seria...

— Silêncio, Deidra. Você vai sofrer as conseqüências de suas ações impetuosas. — Da levantou o queixo dela. — Você deve aprender a viver entre os homens e mulheres. — É hora de pôr de lado suas ideias tolas.

Ela não pode encarar o seu olhar.

Quantas vezes Da repetiu as mesmas palavras?

— Está em suas mãos agora, Destruidor. Você irá casar com Deidra e consumar o casamento esta noite. — Da afastou-se da cama e olhou para Magnus. — Quinhentos guerreiros cercam este castelo. Eles aguardam meu sinal para atacar. A insistência de seu Rei por chegar a um acordo e, então uma matança alcançaria até mesmo as mais remotas partes das Highlands. Você pensa que eu vim até aqui sem ter um plano?

— E acha que eu não o tenho também?— Não era a voz do amante, mas a do Destruidor. — Eu não vou casar com ela.

— Leve-os para a muralha. Traga de volta o Destruidor quando ele estiver pronto para dizer os votos.— Da sinalizou seus irmãos, que prenderam Jarvik imediatamente.

— Não— Ela saltou em cima da cama e ficou nariz com nariz, com seu Da, enfrentando-o. — Você não vai tocar num fio de cabelo da cabeça de meu noivo.

— Basta!— Da gritou e jogou a mão para trás para dar-lhe um tapa.

Antes que Deidra pudesse piscar, Magnus saltou sobre a cama, e tinha o grosso pescoço de Da em seus braços, tão apertado que poderia arrancar a cabeça dele, se espirrasse

— Não!— ela gritou. — Não!. Não faça isso. Eu lhe imploro.

Ela viu então o berserker nórdico que todos tinham falado até então, as cicatrizes que marcavam a pele esticada, dentes à mostra em um rosnado. Magnus estreitou os olhos.

— Ele ia bater em você. Ninguém toca em minha noiva.

Noiva? Sua? Por um segundo, ela esqueceu tudo e sorriu para ele, feliz com sua resposta. Desejava afagá-lo, rastejar sobre sua pele.

Precisando tocá-lo, ela arrastou um dedo sobre seu forte antebraço.

— Da só ameaça. Ele nunca fez mais do que berrar e bater os pés.

— Ele ergueu a mão para você.— Magnus não parecia convencido, o braço ainda apertado no pescoço de Da.

— Sim. Mas o que ele faz depois é reclamar de seus cabelos brancos e atirar maçãs ou peras no fogo. Há muito tempo ele me ordenaria ajoelhar e rezar durante uma manhã inteira. Mas é fácil distrair Da e ele esquece em três minutos Na verdade, temo por sua concentração na batalha.— Ela gostava de quão bonito Magnus era, o modo como ele piscava os olhos, franzia a testa e coçava a mandíbula, e então presenteou-o com um sorriso de aprovação. — Meus agradecimentos por não quebrar o pescoço do me Da.

Magnus olhou para ela como se conseguisse decidir o que fazer a seguir, mas afrouxou o aperto, e dirigiu-se a Da.

— Você nunca a machucou?

— Nem mesmo quando ela decidiu roubar o urso e seu filhote— revelou Kieran e depois então ficou vermelho como um tomate.

Todo mundo olhou para ele e se escondeu atrás da porta.

— Você terá a mesma sorte que eu — Da murmurou e esfregou a linha vermelha em torno de sua garganta, pensativo. Ele deu a Magnus um olhar afiado, avaliador e compreensivo, e acrescentou: — Você pretende fazê-la sua noiva?

Jarvik limpou a garganta.

— Se puder, queria dizer uma palavra.

— Pare. Você não precisa falar por mim. Nenhum de vocês.

Sente-se, De-i-dra.— Magnus demorou-se mais no nome dela e ela sentiu o calor em suas bochechas.

Fiona acordou neste momento. Deidra estremeceu quando o grito de sua gêmea perfurou seus ouvidos. Ela caiu de joelhos e deslizou para o lado de Fiona.

— Silencio, docinho, não soluce. O que você fez?

— Você disse que ele era bonito.— Ninguém mais poderia ouvir o sussurro de Fiona.

— Ele é—Deidra arriscou um olhar sobre o ombro.

Os homens foram se aproximando.

— Você realmente quer a ele?

Deidra beliscou o braço de Fiona.

— Sim. Chore,choramingue,lamente-se. Distraí-os mais um pouquinho.

Com a sugestão, sua irmã gêmea estourou em soluços dolorosamente altos.

— Por certo teremos gritos e desmaios pelo resto da noite.— Seu irmão mais velho revirou os olhos. — Meus ouvidos já doem por causa de seus gritos.

— Traga-me umas ervas. O quarto está girando.

— Deidra não me culpe.— Fiona enviou a Deidra uma piscadela imperceptível para todos, menos para ela.

— Nisto nós dois concordamos.— A voz de Magnus tinha mudado e já não tinha mais a ameaça trovejante de alguns momentos atrás. Ela olhou-o, para encontrá-lo estudando Fiona primeiro, e depois a ela.

Fiona cobriu o rosto com as mãos e começou a balançar a cabeça e lamentar.

— O sacerdote está aqui.

Deidra fez uma careta quando notou o modo como Kieran pulava de um pé para o outro. Ela sabia que Da iria questioná-lo em breve. Pela manhã ela iria encontrar uma maneira de assumir a culpa por ele.

— Então, vamos proferir os votos.— Magnus observou-a, e a ferocidade no olhar fixo dele enviou-lhe calafrios por sua espinha.

Um tipo estranho de excitação tomou conta dela e na verdade, naquele momento, ele a encantou. As luzes do fogo brilhavam em seu rosto, as cicatrizes leves lhe davam uma beleza sinistra contra a pele bronzeada, moldando as maças do rosto do guerreiro. Seu botão ansiava pela sensação de seus dedos novamente, e inchou e latejou entre as coxas.

Ele estendeu a mão.

Deirdra não hesitou, sorriu para ele e colocou os dedos sobre a palma da grande mão. Fascinada pela sua diferença de tamanhos, ela não percebeu a sua intenção, até que ele apertou a mão dela. Fitando seus olhos, beijou cada dedo por sua vez, e mel, quente doce mel, excitou suas dobras.

Ninguém, só Deidra percebeu quando Fiona golpeou as almofadas da cama e, então se levantou. Ela arrumou sua saia, o cabelo, e caminhou para o lado da irmã.

— Deve ser feito no salão, Da. Para que todos possam testemunhar.

 

O Falcão não ordenou nenhuma escolta para levar Magnus ao quarto de consumação.

Jarvik cumprimentou Magnus quando chegou ao terceiro andar.

— Sua noiva está aí dentro. Há homens em guarda em cada andar, ao pé e na parte superior das escadas. Todos estarão silenciosos.

— Obrigado.

— Guardo este andar, no topo das escadas. — Jarvik lançou-lhe um sorriso. — Estarei atento... Se precisar de ajuda...

— Vá embora!— Magnus esperou o barulho das botas de Jarvick desaparecer. Ele estudou o carvalho da porta, ainda indeciso a respeito de como proceder.

Quando sua pequena noiva o tinha defendido, contra o seu gigantesco pai, ganhou a sua lealdade. Mas, não entendia suas enganosas ações e precisava de explicações. Por que ela tinha procurado-o como Daisy? Por que tinha trocado de lugar com sua irmã esta noite? Por que lhe permitiu tais liberdades? Seu pau engrossou. Que ela, uma virgem, tenha encontrado o seu prazer tão rapidamente aborreceu-o.

A porta se abriu.

— Você não vai entrar, meu senhor?— Deidra acenou junto à lareira. — Está agradavelmente aquecido aqui dentro.

Fascinado, Magnus não poderia fazer nada a não ser seguir em direção à ela, olhando para seus rosados calcanhares que apareciam fora da bainha da camisola. As chamas rugindo iluminavam o tecido transparente e Magnus próximo dela, tropeçou vendo o esboço de suas pernas encantadoras, a bunda empinada balançando-se num convite, sua estreita cintura implorando por suas mãos. Seu pau endureceu só de olhar para Deirdra.

— Meu senhor.— Ela se virou para encará-lo, abaixou-se em uma reverência, dobrando os joelhos, e afastou os lados da camisola. Então engoliu em seco e olhou para ele. — Eu não tenho mãe, meu senhor, mas estou preparada para fazer o que é meu dever como esposa. Eu preciso ajudá-lo com a sua túnica e...

— Por que seu cabelo está molhado?— Magnus avançou, e tomou um cacho úmido em torno de seu dedo.

Suas bochechas ruborizaram-se. Ela abaixou a cabeça e mordiscou o lábio.

— Lavei-o novamente, mas a tinta negra ainda persiste.

Magnus se lembrou de seu sarcasmo cruel anteriormente.

— É, normalmente, da mesma cor do cabelo de Fiona.— Seu glorioso cabelo caiu em torno de seus ombros e ela não pode olhar para nenhum lugar, só para o chão de pedra.

Ele não podia ver seu estado de espírito tão fragilizado e arrastou-a para seus braços.

— Isto não têm nenhuma importância, honning.

Ela gemeu baixinho, mas enrolou os braços em torno de seu pescoço.

— Por que você trocou de lugar com sua irmã?— O colchão afundou sob seu peso. Magnus desamarrou a parte de cima da camisola dela.

— Esta noite? Ou antes? — Ela traçou o broche de prata na túnica dele, seus olhos observando a safira

Magnus o ganhou lutando pelo Califa de Constantinopla.

— Eu preciso saber o motivo, honning.— Magnus penteou seus cabelos sedosos. — Diga-me.

— O que significa esta palavra: honning?— Ela parecia fascinada por ele, e arrastou um dedo delicado ao longo da clavícula. Magnus maravilhou-se, pois ela fazia tudo sem pensar, acariciando-o como se não resistisse a tocar sua pele.

— Em minha língua significa mel.— Suas carícias suaves deixavam seu pau latejando. Suas bolas queimavam e ele fazia tudo o que podia para não cair sobre ela como um homem faminto, que não dormia com uma mulher há décadas.

— Eu pensei que seria melhor contar tudo depois da cama. Elaina diz que um homem perdoa todos os pecados se obtém seu prazer. E a tinta não sairia. Da saberia. Uma virgem não cumprimenta seu noivo com o cabelo envolto em um véu. — Ela tinha afrouxado os laços da túnica dele e entrelaçou os dedos nos pelos de seu peito. — É mais suave do que eu esperava. Sua pele é da cor do tronco de um carvalho.Você ainda tem nojo de mim?

Magnus não tinha noção qual estava mais bêbado, seu pau ou a sua cabeça, mas as perguntas e declarações dela vinham em todas as direções ao mesmo tempo. A necessidade de embainhar-se em sua boceta apertada arrebatou sua agora pouca disciplina. Explicações deixaram de ter importância.Teria isso mais tarde. Magnus decidiu mostrar que, de forma alguma, tinha nojo dela.

Ele deleitou-se no banquete de Deidra. Seus lábios eram macios com sabor doce e ácido, como frutos suculentos, e não podia ter o suficiente. Magnus traçou as pérolas minúsculas de seus dentes, explorando o céu da boca, e sua gananciosa língua roçava a dela.

Deirdra colocou as mãos em seu pescoço, os dedos entrelaçados em seus cabelos, e puxou-lhe mais perto.

Envolvendo seus seios, ele manuseou o mamilo e a jovem gemeu. Acariciou o bico duro, lutando para manter o controle, para manter o toque suave, para acostumá-la à intimidade.

Quando ela o lambeu, quando sua pequena língua dançou em sua boca, e sugou-o, Magnus levantou a camisola até a cintura, e correu a palma da mão áspera ao longo da seda suave de sua panturrilha. Deirdra gemeu quando os dedos mergulharam em seu joelho. Estonteado pela sensação da pele quente dela, Magnus traçou a linha elegante de sua coxa, e gemeu seu desespero quando ela colocou a mão em cima da dele.

Ele tinha ido longe demais, rápido demais.

Com relutância abrandou a velocidade, retraiu-se, as pontas dos dedos demorando-se, então retirou a mão.

Ela recuou. E o seu pau tremeuu. Magnus contemplou a angelical sedutora. O halo de seus cabelos despenteados emoldurava um rosto corado. Os olhos dourados semicerrados, lábios inchados da cor de framboesas, narinas tremendo, ela sussurrou:

— Não? É muito cedo?

— Honning?— Magnus quase engoliu sua língua quando ela levou sua mão para o montículo.

— Tem uma ordem certa para coisas que nós devemos fazer?— Ela inclinou a cabeça e os cabelos moveram-se para revelar um seio pequeno e o mamilo excitado.

A boca de Magnus encheu-se de água. Ele esforçou-se para compreender as palavras dela e tragou saliva.

— Ordem? Sim.Devo dar-lhe prazer primeiro, mais e mais. Você precisa estar pronta. Eu sou tão grande e você tão pequena.

Ela brincou com seu broche, puxou-lhe a túnica, tocou-lhe a orelha, o tempo todo olhando sua garganta.

— Eu não sei como é entre um homem e uma mulher, mas tenho visto muito dos meus animais de estimação. Elaina, nossa curandeira, diz que é mais fácil fazer um corte limpo.

Magnus piscou os olhos, franziu a testa, coçou o queixo, em seguida, sacudiu a cabeça. Ele tinha ouvido direito?Corte limpo?

— Minhas partes femininas doem para sentir você. Foi maravilhoso quando ... — Ela corou. — Eu queria sua mão lá novamente, Magnus.

Sua mente parou de funcionar e ele arrancou a camisola, fazendo-a em pedaços.

Ela olhou para ele.

— Oh, era nova!

— Eu vou comprar-lhe um monte delas e o que mais desejar.

As palavras derramaram-se de sua boca e suas ações foram frenéticas quando praticamente arrancou suas botas e roupas.

Seus dedos tremiam quando tirou toda a esfarrapada camisola. Ele viu a bolsa que Jarvik tinha dado a ele mais cedo e inclinou-se para pegá-la.

— Mãe de Deus!

Ele se virou para encará-la.

Sua boca escancarou-se enquanto ela olhava para seu roxo e grosso pau.

 

Deidra não conseguia tirar os olhos do grosso mastro que saltava de sua virilha.

— É magnífico.

— Hum...

— Magnus?— rapidamente olhou para ele, depois seu olhar voltou-se novamente para sua virilha. Deidra engoliu em seco.

Ela havia testemunhado garanhões montando éguas, seus grandes gatos se acasalando, até mesmo os galos abordando galinha atrás de galinha, e entendia agora por que as fêmeas resistiam.

Talvez se ela tocasse, seria menos assustador.

Sim. Tocá-lo. Ela respirou fundo e chegou mais próxima, estendendo a mão, quando Magnus prendeu-lhe o pulso.

— Deidra?

Ela levantou o pescoço e mordeu os lábios. O rosto dele suado, sobrancelhas desenhadas, as narinas dilatadas, tudo falava de um guerreiro com uma dor terrível. Ela tinha feito algo errado?

— Eu queria tocá-lo.

Ele fechou os olhos e murmurou algo que ela não entendeu.

— É um começo. Sim.

Deidra não pode impedir um pequeno grito quando ele a pegou em seus braços. Ela nunca tinha estado pele contra pele com outro ser, e a sensação era deliciosa, tão quente e formigante. Seus seios doíam e as pontas arderam. Incapaz de resistir, ela se esfregava contra ele e era como se um raio crepitasse sobre sua carne.

O estrado de madeira da cama rangeu sob o peso de Magnus. Ele colocou-se de costas para a parede, seu rosto a poucos centímetros do dela. Deirdra pensou que havia casado com o mais belo guerreiro do reino, ou melhor de todos os reinos. Ela tinha de acariciá-lo e passou a mão ao longo de seu rosto, deixou a clara penugem sobre sua mandíbula roçar a ponta dos dedos, e explorou o cetim de seus lábios.

Ele grunhiu e seus olhos se encontraram. A dor tinha voltado ao seu rosto.

— O que está errado?

— Eu não quero te machucar, honning.— Sua voz tinha engrossado e se assemelhava ao rugido profundo de seu urso preto.

Ela alisou a carranca que enrugava sua testa alta e procurou tranquilizá-lo.

— Elaina diz que será como um beliscão forte . Embora você é muito maior do que eu esperava.

Talvez fosse só o choque que tinha feito a vara dele parecer tão enorme. Deidra se retorceu para trás para olhar o órgão saliente e engoliu em seco, porque a longa e grossa coisa parecia ter crescido o dobro. Ela pulou quando a coisa pareceu saltar e bateu em seu traseiro.

— Está molhado.

— Martelo de Thor, dai-me forças!— Magnus tinha passado do rosnado ao grunhido.

Deidra voltou-se, estendeu a mão, e passou os dedos na ponta.

— Está muito, muito mesmo...

Despreparada, sentiu a mão dele deslizar entre suas coxas. Deidra gemeu quando ele acariciou suas dobras.

— É como você deve estar, honning.— Ele dobrou a pernas e virou-a até suas coxas embalarem as costas dela e as pernas dela em cada lado de sua barriga.

— Muito, muito molhado.

— Magnus. É...Oh! O que você está fazendo?

O calor subiu a garganta e a face quando ela percebeu onde ele a observava. Deidra cruzou os braços sobre os seios e as pernas agitaram-se quando Magnus deslizou um braço em cada joelho e ergueu sua bunda. Fechou os olhos, e colocou a boca em seu centro.

No primeiro golpe da língua dele sentiu-se quente, ardente.

— Mãe de Deus! É... Oh! — Suas mãos caíram para os lados. Foi surpreendente. Ela estremeceu quando Magnus sugou o botão em sua boceta. Suas entranhas apertaram-se.

Ela não conseguia respirar, não conseguia pensar. Apoiou-se em um braço, arqueando-se em sua boca, e pressionou sua vagina contra a língua rápida. Seus mamilos arderam e seus seios ficaram pesados e doloridos.

— Não— O grito irrompeu quando ele recuou, sua boca retrocedendo. Sem perceber como, estava deitada no estomago dele, sua grossa, rígida ereção bem ao nível de seus olhos. Ela se retorceu para provar a ponta brilhante, então deixou sua língua explorar a parte inferior, e ficou maravilhada com o creme espesso vazando da fenda.

— Não, honning. Não! — Ele gemeu e moveu-a para ela deitar com as costas no colchão, os cabelos esparramados nas almofadas de cama.

— É maravilhoso Magnus. Veja como ele cresce.

Deidra desceu a mão entre os seus corpos para roçar seus dedos sobre a cabeça de seu pau.

Magnus abaixou a cabeça e deu-lhe a magia da sua boca, seus lábios macios sugando, persistentes, sua língua trabalhando em um encantamento inebriante, e tudo que ela podia fazer era seguir o seu exemplo. Ele a beijou no pescoço, beijos leves, que fizeram seu sexo contrair-se. Uma contração que deixou seu centro abandonado, desesperado.

Ela levantou as pálpebras pesadas, cerrou as mãos em seus cachos, e empurrou-o de volta. Firmando os calcanhares no colchão, levantou-se para ele e Magnus não percebeu quão frenética era a necessidade dela de sentir o grosso e áspero dedo dele.

Dedos longos e morenos separaram suas dobras. Um provocando em volta de seu centro. Outro empurrando de volta a pele que escondia seu clitóris. Ele roçou a carne exposta e as unhas dela cravavam-se em seus ombros. A ponta do dedo acariciou-a num ritmo lento que a deixou louca.

Deirdra pulsava em todos os lugares, nos lábios, nos seios, na vagina.Deus, ela latejava da cabeça aos pés!

Era insuportável o frenesi que a possuia. Mordia seus lábios, seus pés flexionados, suas mãos cerradas pela necessidade de alívio.

— Magnus, eu imploro.

— Venha para mim.

Confusa, a cabeça pendendo sobre as almofadas da cama, ela tentou concentrar-se nele, e viu como ele colocou um dedo em seu centro. Ela parou de respirar, suas paredes seguraram-no, e retiveram a doce invasão. Seu grosso dedo retirou-se.

— Não— Ela pegou sua mão.

— Não— Ele capturou-lhe o pulso e colocou a palma da mão ao lado dela. — Fique quieta.

Mas ela não podia e arqueou os quadris, o dedo descansando em sua boceta, em seguida, enfiou-se dentro dela, duro e rápido, uma vez, duas vezes, três vezes. Ela explodiu. Sua vagina convulsionando-se em torno de seu grosso dedo. Sua boca fechou-se sobre seu botão e ele mordeu. Deidra gritou.

Magnus continuou empurrando e mordiscando, e ela contorcendo-se. Muito, sem vergonha, empurrando-se em sua boca, jogando-se para cima, para enterrar o dedo dele mais fundo. Era dor e céu, prazer e inferno, fogo e gelo, tudo ao mesmo tempo.

Os espasmos nublaram sua mente, sua respiração, e os próprios ossos de seus membros. Ela caiu no colchão, incapaz de se mover, braços e pernas afastados. Quando as mãos dele firmaram-se em volta da cintura e ele ergueu-a, Deirdra abriu os olhos.

— Agora.— Com um empurrão rápido, ele mergulhou o pau dentro dela, pressionando-a.

A dor dilacerante deixou-a ofegante. Ela mordeu o lábio.

Apoiou as palmas das mãos no peito dele, a respiração curta e rápida, sua boceta abrangendo o enorme pau. Parecia que ia estourar, rasgar-se, todo o êxtase do momento anterior desapareceu.

— Para mim, honning. Olhe para mim.

Seus olhares se encontraram.

Sombras erguiam-se da vela pendurada ao lado da cama cintilando e sua pele bronzeada brilhava como um rio dourado, o peito musculoso arfando como se estivesse num galope longo e difícil. A expressão de dor tinha voltado ao seu rosto. Seus olhos nublados estudaram-na do mesmo modo que o falcão acompanha a sua presa, intenso, feroz, selvagem.

As mãos de Magnus seguraram seus seios, os polegares brincando com seus mamilos, e uma aguda dor parecia unir seus seios ao seu núcleo. Deirdra gemia quando a fome começou a crescer de novo. A corrida para aquela deliciosa explosão. A plenitude relaxada, substituída pelo irresistível desejo de mexer-se. Ela se balançou e contorceu-se.

— Odin, tenha piedade!— Magnus apertou sua cintura, parando-a.

Seu marido queria que estivesse imóvel? Era impossível, porque suas dobras coçavam, queimando, precisava daquela fricção. Ela mordiscou os lábios, arqueou-se um pouco.

— É o céu.

— Não, é o inferno. Puro inferno. Cavalgue-me, honning. — Ele afroxou suas mãos e a ergueu sobre ele.

— Cavalgar?

Ela olhou seus corpos unidos, arrastou um dedo sobre a base grossa dele, e suas dobras incharam-se, escorregadias, sua boceta apertando-se em torno dele. Deidra colocou as palmas das mãos abaixo do umbigo dele, empurrado-se, até que a roxa coroa mal se mostrou, e desceu sobre o aço latejante dele. Ela explodiu novamente. Os tremores vieram duros e rápidos, uma série de contrações que a deixaram lutando para respirar, para permanecer na posição vertical.

— Perdoe-me, honning.

O pedido não a preparou para o que veio em seguida. Magnus ergueu-se levemente, deixou uma perna cair, agarrou seu seio, e sugou tão fortemente que a contração começou novamente. Ele empurrou mais para dentro dela. Sua boca percorreu de um seio a outro, lambendo, sugando o tenso bico, e ao mesmo tempo a longa espessura dele mergulhava para dentro e para fora, para cima e para baixo.

Deidra se entregou às sensações que corriam através dela, incapaz de pensar, falar, mover-se por sua própria vontade. A explosão veio subitamente, enquanto ela cravava suas unhas nos ombros do marido, se segurando no selvagem, arrebatador galope.

Ele urrou e estremeceu, um braço ligando-a a ele, o outro segurando sua bunda à medida que avançava para dentro dela.

Um calor selvagem encheu suas entranhas, sua boceta segurando sua pulsante virilidade inchada, e ela amoleceu-se, enterrando o nariz em seu peito.

O tempo passou. Em seu sonho nublado registrou o crepitar e as faíscas da lenha na lareira. Uma gota de seu suor salgado passou pela ponta de sua língua. Os pelos do peito de Magnus fizeram cócegas em seus cílios, e ela abriu os olhos para encontrar um pequeno mamilo espreitando através dos fios de ouro.

A tentação era demasiado grande e ela traçou o pico com a ponta da unha.

— Não, honning.— Ele pôs a mão sobre a dela e beijou o topo de sua cabeça. — Eu logo estarei pronto novamente. É muito cedo.

— Por que cedo? É maravilhoso.

Ela recuou e suspirou. Ele tinha os olhos brilhantes. A cor lembrou o lago profundo perto do castelo do Da, tão azul! Ela adorava a sensação dele e de seus dedos acariciando-a. Ninguém resiste à tentação. Deidra arrastou um dedo ao longo da curva de sua mandíbula. Penteou cachos úmidos em sua têmpora, beijou a covinha no queixo, e traçou a linha de seu grande, forte pescoço.

— O Senhor me abençoou com um marido mágico. Um guerreiro que me faz ver o paraíso. Um homem de beleza feroz. Elaina é verdadeiramente uma sábia mulher.

Ele piscou e uma sobrancelha arqueou-se. Suas bochechas ficaram coradas.

— Elaina?

— Ela disse que tinha muito prazer a ser obtido ao explorar o corpo de um guerreiro com as mãos, nariz, lábios e língua.— Uma imagem da cabeça dele entre suas coxas enviou uma onda de calor ao rosto.

Deidra acariciou seu ombro, saboreando seus músculos, e suspirou quando seus dedos não puderam envolver a extensão imensa do seu antebraço.

— Nunca vi tal perfeição.

— Hum...

O som abafado saiu, e ela olhou para ele.

— Tem algo errado, meu senhor?

 

Ela pensava que ele era perfeito. Um homem de beleza feroz.

Magnus estudou sua mulher dormindo. Esteve errado. Ela não tinha malícia em nada, nem um único truque feminino. Era quase impossível para qualquer um ser tão inocente e tão sem medo. Ele nunca tinha visto uma mulher tão abandonada, tão encantada, durante uma trepada. Odin tinha presenteado a ele, de fato. Nunca teve uma mulher tão extasiada por ele. Que enigma era sua noiva: fada, inteligente, gentil, apaixonada.

E ela pensava que ele era um Mago.

Se fosse qualquer outra mulher, ele iria suspeitar que mentia, mas ela era toda inocência.

Salvo quando fingiu ser uma simples criada. Não, ele deveria lembrar-se que sua esposa não era apenas capaz de enganar, mas o tinha enganado.

Ainda não tinha a menor ideia de quem Elaina poderia ser. Deidra parecia responder a uma pergunta com outra. Será que ela fazia isso com algum propósito obscuro?

Ficou muito satisfeito quando ela deu as boas vindas as suas carícias com suspiros sonhadores e pequenos gemidos, traçando seu peito, umbigo, e embora sua mão não tenha se desviado para baixo, ela parecia fascinada pelo seu pau, e seu olhar voltou-se para lá várias vezes. Suas bolas apertaram-se com a lembrança de sua língua rosada caindo no canto de sua boca toda vez que ela olhava para baixo.

Ela havia caído no sono e suas pernas esparramavam-se em cima dele. Mechas de seu cabelo sedoso roçaram o lóbulo da orelha quando ela se moveu. Uma perna dobrada na cintura, a outra em cima de sua coxa. Revirou-se novamente, os mamilos duros roçando o peito, e ele ansiava embainhar-se de novo dentro de seu calor.

Ele tinha insistido em lavar sua boceta, e Deirdra enrubesceu, mas submeteu-se, e, então, exigiu a sua vez. Magnus não tinha se rendido, a visão das mãos dela no pau dele eram tentadoras demais. Ele tinha se aproveitado dela duramente naquela noite..

O sono o reivindicou nas primeiras horas da manhã.

Ele acordou lentamente, focando os olhos, e examinando o quarto. A luz de amanhecer se esparramou no horizonte e raios lânguidos filtraram pelas veneziana de madeira. Um tufo de ar quente esvoaçou sobre sua clavícula e ele olhou para baixo para encontrar Deidra olhando para ele, o queixo apoiado nas mãos.

— Bom dia, marido. Você dorme como um rei.

— Bom dia, esposa. Por favor, diga-me, como um rei dorme? — Ele enrolou um cacho de cabelo claro em torno de um dedo. — E como você sabe?

Ela torceu o nariz.

— O rei passou uma noite em nosso castelo muitos invernos atrás. Fiona e eu escapamos para seu quarto. O rei dormia de costas e jamais se moveu. Nem uma vez. Hum...Parece-me que não é muito cedo pelo modo como sua masculinidade salta — Ela se inclinou sobre um cotovelo, virou-se para olhar para seu pênis, e depois o observou novamente. — Por que você não me permitiu limpá-lo na noite passada?

Magnus coçou o queixo. Sua mente esvoaçava de um assunto a outro como uma borboleta através de um campo de flores. Ele considerou uma explicação, depois outra, e se rendeu à atração dos lábios de framboesa. Explicações podiam esperar.

O doce néctar não podia rivalizar com o seu gosto. Seus lábios entreabriram-se para ele e o arrastaram para dentro. Suas mãos desceram de suas costas para sua bunda. Firme, puxando. Ele apertou sua bunda enquanto traçava com uma mão suas coxas.

Deirdra acabou com os braços em volta do pescoço e sugou sua língua.

Suas bolas subiram altas e apertadas contra o seu pau.

Rolou e levou-a com ele. Magnus enfiou os dedos entre suas dobras, lisas e escorregadias. Por Odin! Seu pau pulava em sua barriga.

Ela cheirava a lavanda e o aroma doce revolveu seus pensamentos. Ele esqueceu sua promessa de deixá-la definir o ritmo, e o desejo tomou o controle de suas ações.

Magnus se fartou em sua boca. Mordiscou e gemeu quando ela respondeu na mesma moeda acariciando seu pescoço, enfiando os dedos em seus cabelos, e abrindo as pernas, quando ele deslizou primeiro um, depois outro dedo em sua boceta. Um tremor passou através dele, quando sua vagina apertou seus dedos.

Magnus trilhou beijos em seu pescoço. Ela se contorceu e tentou empurrar-se de encontro a seus dedos, mas ele usou o seu peso para abraçá-la ainda mais. Os bicos, os mamilos rosados imploravam por sua língua e dentes. Quando ele beliscou de leve, as paredes de sua vagina estremeceram e encharcaram palma da mão dele.

As mãos de Deirdra estavam por toda parte, acariciando seus ombros, apertando o seu antebraço, massageando o pescoço, moldando os ossos das costas. As carícias ousadas e leves deixaram seu pau rígido como uma crossbow pronta para disparar, seu saco apertando sua carne.

Colocando o polegar em seu clitóris, ele dirigiu-o dentro dela uma e outra vez, até que ela contraiu-se com força em torno dele, raspando as unhas em suas costas, e encontrou o seu prazer. Magnus abriu suas coxas, pegou sua bunda, e penetrou em sua boceta apertada. Ele rangeu os dentes, se esforçando para se conter, lutando para manter seus golpes superficiais. Mas ela trancou suas pernas em torno de suas costas e ele se soltou.

Perdido na contração de seu sexo, suas frenéticas mordidas no pescoço e ombro, e as lamúrias e gemidos escapando de sua boca, seu último vestígio de controle se desintegrou. O clímax rugiu, disparando fogo em sua virilha. Suas nádegas contraíram-se, suas duras bolas esticaram-se, e seu sêmen espirrou como uma saraivada de setas, preenchendo o ventre dela.

Magnus abaixou a cabeça. Um brilho de suor aparecia no ombro de Deirdra. Ele lambeu sua pele, limpando-a, e ficou bêbado no sabor salgado de sua carne. Sua ofegante respiração tornou impossível para os seus olhos vidrados focarem-se. Seus braços queimavam com o esforço para não cair em cima dela.

Uma pequena palma em concha tocou em sua mandíbula, e ele observou-a.Tinha um sorriso de uma gata satisfeita. Não se surpreenderia se ela ronronasse.

— Coloque sua cabeça em meu ombro, marido. Você deve descansar. Que maravilhosa cavalgada.

Ela surpreendeu-o.

—Você não está machucada, honning? Foi uma dura cavalgada.

— Sim— Ela sorriu, deu um tapinha em seu rosto, em seguida, traçou as voltas de uma orelha. — Maravilhosa e dura. Eu entendo agora por que homens e mulheres são tão consumidos por isto. Pois tão logo termina-se,já se começa a imaginar a próxima. Eu gostaria de ter sua palavra, Magnus, que você vai recuperar-se logo.

Um sorriso lento capturou sua boca. Pelo martelo de Thor! Ele era o mais afortunado dos guerreiros por ter ganhado um prêmio como Deidra.

Alguém bateu na porta trancada.

— Deidra!

— É Da.— Ela olhou para a porta, franziu a testa, e mordeu os lábios.

— Irá esperar.— Ele beijou seu nariz.

— Deidra, você vai sair imediatamente.— O berro quase pôs abaixo a porta de suas dobradiças recém marteladas.

Magnus olhou para o painel de carvalho quando os punhos mais uma vez continuaram a martelar.

—Deidra. Venha imediatamente. Seus animais de estimação chegaram.

 

Magnus e Deidra saíram do quarto para encontrarem uma verdadeira parede de guerreiros, com seus irmãos, Valan e Da na frente.

— Estamos sitiados?— Os olhos de Magnus moviam-se entre Da, Valan, e seus sete irmãos gigantescos.

— Sim. Pelos animais de estimação de sua esposa.— Da observou do topo das escadas furioso com ela, as mãos unidas, pernas abertas, sobrancelhas espessas, formando uma linha feroz em cima de seus olhos apertados.

— Bom dia, Da— Ela fez uma reverência e sorriu para ele.

— Ela é sua agora! Boa sorte para você!— Da dirigiu-se a Magnus sobre sua cabeça antes de fixar um duro olhar sobre Deidra. — O urso e os grandes gatos estão soltos, filha. Os guerreiros estão abrigados em árvores. As mulheres e crianças estão gritando alto o suficiente para ensurdecer uma aldeia inteira. Vá.

Kieran balançou nos calcanhares por trás de Da sinalizando para ela freneticamente, chacoalhando ambas as mãos.

Ela suspirou, tanto barulho por nada. Deidra endireitou suas saias amarrotadas.

— Kieran, você vai acompanhar-me ao pátio?

Antes que Deidra pudesse fazer uma fuga rápida, Magnus enrolou os dedos em volta do seu pulso.

— Urso? Gatos?

— Os pavões, galinhas, e as cobras também.

A boca solta de Kieran iria render a ela muita insônia esta noite.

Ela tinha que se mover rápido. Deidra ficou na ponta dos pés e falou para Magnus, alto o suficiente para todos ouvirem:

— Temos que pendurar os lençóis manchados, meu senhor, para que todos possam saber que eu vim a você como uma virgem.

Ele teve que soltar a mão dela quando Deirdra segurou ambos os braços e beijou seu pescoço.

— Eu vou cuidar dos meus animais de estimação.

Virou-se e tentou correr, mas parou no primeiro passo, e olhou por cima do ombro para ver Magnus coçando o queixo.

— Kieran, se apresse.— Ela sussurrou a ordem e a cor deixou o rosto do menino, mas ele a seguiu descendo as escadas. — Como os animais estão livres?

— Aquela bruxa da Moira.

— E onde está Fiona?— Deidra correu através do salão vazio, observando os chifres de cerveja espalhados, os pães esmigalhados pelo chão, e os pratos virados espalhados perto da cozinha.

— À caça da bruxa Moira.

Deidra olhou para ele.

— O que ela fez?

—Destrancou as gaiolas. Deixaram os cães de guarda sobre as cobras. Têm homens atirando flechas contra o urso e os felinos. O urso esta no chiqueiro comendo os porcos. Os que escaparam estão gritando por todo o pátio. Os pavões estão no galinheiro. Os galos estão atacando-os e não são penas de galinha que estão dispersas em toda parte. Os gritos são dos pavões-fêmeas. Os felinos fizeram as moças e a maior parte dos guerreiros subirem em árvores.

— Meus pobres bebês!!!— As cobras não seriam páreo para os sarnentos cães famintos. — Onde estão as cobras?

Ela deslizou e parou, depois de abrir a portas do salão. Que a fortaleza era localizada em um vale tornou-se rapidamente óbvio, pelos ecos de rosnados, uivos, urros e assobios, gritos, foles, todos ecoando ao redor do pátio, da muralha e das montanhas. O barulho era realmente ensurdecedor.

Deidra espiou os cães rapidamente. Eles formavam um círculo em torno de seus amados Venus e Marte. As listras das cobras, ainda vivas, eram claramente visíveis à medida que arqueavam-se e sibilavam para o circulo de vira-latas e cadelas.

— Vá buscar carne. Faça uma trilha e traga os cães para o salão. Vou acalmar meus bichinhos. Onde estão as gaiolas?

— Além dos estábulos.— Kieran correu de volta para o grande salão.

Ela conseguiu trancar as cobras e ursos nas jaulas, e tinha encurralado os pavões e galinhas em um estábulo antes de Magnus a encontrar. Sua expressão interrompeu seus passos apressados. Ela tinha pensado nele como um guerreiro violento e selvagem quando ele, por causa dela, se enfureceu com Da. Deidra tremeu, porque ele parecia prestes a estourar novamente. Ela tentou acalmá-lo com um sorriso.

— Meu senhor, está quase tudo sob controle. Meus animais são bem comportados. A menos que sejam provocados ...

— Eu vi mais de um tigre na minha vida. Por favor, diga-me como minha esposa vem a possuir não um, mas três?

Seu berro quase derrubou as vigas.

— Mãe de Deus, obrigado. Eles ainda estão vivos? —Ela tinha se preocupado que os homens os tivessem acertado com flechas. — Devo ir até eles imediatamente.

— Você está maluca?— Seu rugido rivalizava com o de seus grandes felinos.

— Idun, Sif e Loki jamais me machucariam, Magnus.—Ela caminhou até ele e colocou as palmas das mãos sobre seu peito — Eu os tenho desde que eram filhotes. Eu imploro! Deixe-me reuni-los antes que algum destes estúpidos guerreiros decidam machucá-los.

— Não— Ele segurou sua cintura. — Eu não vou arriscar a sua vida.

— Você não viu o urso em sua jaula? Eu segurei sua pata e levei-o até lá. Meus tigres precisam me ver e eles vão seguir minhas ordens. Eu não vou deixar que machuquem meus bebês.

— Você levou o urso por sua pata?— Magnus recuou para trás, balançou a cabeça, e sua expressão lembrou-a de Da antes dele choramingar e culpá-la por seus cabelos brancos.

— Por favor, Magnus. Quanto mais tempo demorar, mais perigo para os meus tigres — Ela observou-o fixamente, implorando com os olhos para ele entender.

Suas narinas tremendo, seus lábios apertados,o queixo cerrado.

— Eu vou ficar muito infeliz se os meus felinos forem feridos. Eles são desdentados e não podem se defender se forem atacados.

Seus olhos se estreitaram.

— Desdentados?

— Sim. Eles estão em uma idade avançada para tigres, tem quase uma década.

— Gostaria de ter sua segurança em primeiro lugar, esposa. Você irá seguir-me e fazer exatamente o que eu digo.

Ela lançou os braços ao redor de sua cintura.

— Muito obrigado. Eu amo meus bebês e meu coração iria definhar se qualquer um deles fosse machucado.

— Ela chorou por semanas, quando um pavão morreu. — Kieran tinha passado despercebido silenciosamente dentro do estábulo. — E recusou-se a comer por dias, quando um guerreiro visitante feriu Sif.

Magnus empurrou-a para trás dele e sinalizou Jarvik e Garek para ficarem ao seu lado. Os três homens seguiram o caminho com Deidra e Kieran correu atrás deles.

 

Os tigres sentiram o cheiro dela antes do grupo chegar onde eles estavam se espreguiçando perto de um imenso carvalho e correram até Deirdra. Antes que Magnus pudesse segurá-la, ela correu para eles com os braços abertos.

Loki colocou suas grandes patas no ombro dela e lambeu suas bochechas. Ela sussurrou:

— Está bem. Eu estou bem, viu? Venha, conheça o seu novo mestre.

Quando Deidra virou-se para apresentar homem e fera, seu coração quase parou.

Toda a cor tinha sido drenada do rosto de Magnus. Ele estava dois passos à direita, a espada levantada, cabeça jogada para trás, os dentes à mostra, e pronto para dar um golpe mortal.

Deidra se encolheu.

Loki rosnou. Ela agarrou a pele do pescoço do tigre.

— Sente-se. Meu senhor, Loki irá apertar sua mão.Loki, pata!

O grande felino sentou-se sobre as patas traseiras e levantou uma pata.

Magnus não se mexeu.

O coração dela disparou.

— Kieran, pegue a pata de Loki.

O garoto avançou, inclinou-se sobre um joelho, e balançou a enorme pata do gato.

Loki ronronou, lambeu a garganta do garoto, e cheirou seu pescoço.

Magnus baixou a arma.

— Esposa! Para nosso quarto.

— Eu preciso levar meus tigres para suas gaiolas em primeiro lugar. Eu estarei lá já, meu senhor.

Seu estômago revirou-se e pela primeira vez ela teve medo de Magnus, porque sua expressão parecia prenunciar trovão e relâmpagos. Ele segurou a espada com tanta força, a pele esticada, tanto que os nós dos dedos estavam brancos.

 

— Não bata nela.— O Falcão e seus filhos cercaram Magnus enquanto ele observava Deidra liderar os tigres a distância. — Eu quero sua promessa, Destruidor.

— Eu não faria mal a um fio de cabelo da cabeça dela.— Ele desabou sobre um tronco de árvore. — Por Odin! Nunca senti tanto terror como quando vi aquela besta enorme pôr as patas nos ombros dela.

O Falcão apertou o seu ombro.

—Como todos nós. Deidra tem os tigres há nove invernos. Seus dentes são tão fracos que os alimenta com mingau.

— E o urso não tem dentes também. O comerciante que era dono do urso e seu filhote os arrancou. —O grande pássaro pousado no antebraço de Kieran bateu as asas fazendo balançar os cachos vermelhos do garoto— Ela queria que o comerciante fosse açoitado. E chorou por uma quinzena, quando o filhote de urso morreu. Ela comeu pão e caldo o inverno inteiro. Se não fosse pelos outros animais, não sei se ela teria se alimentado.

O Falcão suspirou.

— Minha filha não consegue andar na floresta e retornar sem uma criatura ferida ou duas nos braços.

Magnus coçou o queixo. Ele não sabia o que pensar. O medo e a fúria ainda corriam em suas veias. Metade dele ansiava por abraçá-la, embainhar-se em seu calor, para provar que ela permanecia segura e inteira. A outra metade queria sacudi-la por sua falta de bom senso, forçá-la a prometer que nunca mais chegaria perto de tais feras perigosas novamente.

— Venha treinar comigo, irmão. Clareará sua mente.—Jarvik agarrou seu antebraço.

Eles lutaram até que não tinham mais forças para segurar a espada, depois, acharam um rio e nadaram.

         —Ela desistirá de seus animais de estimação se você pedir. É simples.

—Simples?— Magnus olhou para um corvo tomando sol em uma rocha, preto azulado,as asas batendo na brisa, sacudindo-se.

— Você não vê o jeito como ela olha para você? Ouvi-a falando com Fiona. Ela acha que você é o mais nobre dos guerreiros, em todos os reinos. Diz que encontrou seu companheiro de verdade.

Magnus ficou em pé.

— Jarvik, Não é hora para me acalmar.

— Não, mas foram estas suas palavras. Sua mulher pouco se importa com vestidos ou anéis. Ela será de pouco uso para você na corte.

Seus olhos se estreitaram.

— Acho que você julga Deidra muito superficialmente. Acha que uma mulher que pode encantar um tigre não poderia encantar um homem ou rei? Não diga mais nada.

— Você vai ficar com ela, então?— Jarvik gritou quando Magnus nadou rápido até a margem do rio.

— Ela é minha.

Magnus se vestiu e rumou para o seu quarto. Hesitou na porta, só para vê-la,subitamente, aberta por Deidra.

Seu cabelo úmido espalhava-se em volta dos ombros. A tinta estava quase completamente removida e a cor lembrou-lhe o ouro derretido que os artesãos de Napoli usavam para fazer as mais finas jóias. Os deuses tinham presenteado-lhe com o mais precioso de todos os tesouros, sua esposa, e por Odin, ele a teria feliz e alegre ao seu lado.

Seu rosto inclinado implorava por seu toque, Magnus tomou-o nas mãos e tentou tranquilizar a desesperada pergunta em seu olhar temeroso, que fazia tremer seus lábios vermelhos.

— Diga-me como você veio a ter o urso e os tigres?

Ela piscou, uma névoa amortecendo o ouro de seus olhos. Uma lágrima surgiu no rosto pálido quando cobriu sua mão com a dela, recuou, e beijou a palma. Quando seus olhares se encontraram novamente, Deidra sussurrou:

— Eu sabia que não poderia dar meu coração para qualquer um, mas somente o rei entre todos os homens.

Magnus sufocou-se, muito chocado para falar. Ela o amava. Esta linda, corajosa virgem amava um grosseiro, feio e desajeitado guerreiro. Ele puxou-a contra seu peito, a boca seca, e sua mente cheia com tudo o que ele deveria dizer, mas não conseguia.

—Eu vou encontrar um lugar para manter meus animais de estimação onde você não tenha que vê-los diariamente. Vou obedecer a todos as regras que você definir. Vou libertar todas as criaturas feridas quando elas estiverem bem. É para isto que me esforço. Mas os meus gatos e Sirius não podem sobreviver na floresta. Os tigres são muito velhos e o comerciante removeu os dentes de Sirius e suas garras. É a mais cruel tortura, a mais vil. Ele deveria ter sido açoitado.

Magnus desamarrou seu vestido durante sua ofegante explicação.

— Sirius?

— O urso— Os dedos ágeis dela trabalhavam em sua túnica.

— Quem é Elaina?— Ele suspirou quando seus seios firmes vieram à tona. Inclinou-se para lamber um mamilo.

—É incrível. Eu nunca teria pensado que uma língua pudesse produzir tal magia. — Ela traçou sua boca, mergulhou um dedo dentro, e explorou-a.

Ele mordiscou seu dedo indicador.

— Elaina?

Antes que ela pudesse distraí-lo ainda mais, Magnus puxou o vestido por cima da cabeça de Deirdra.

— Nossa curandeira— Ela abriu sua túnica,expondo o peito imentso —Verdadeiramente, não há nenhuma parte de você que não seja magnífica. Particularmente a sua masculinidade. Ele é um companheiro um tanto orgulhoso. Vê? — Ela segurou seu pênis que parecia crescer mais a cada instante.—Ele ergueu-se para a ocasião. Você acha que eu poderia limpá-lo dessa vez? —perguntou, com um sorriso cheio de malícia.

Deirdra iria matá-lo,enviá-lo para Valhalla antes que fosse sua hora com aquela tortura doce. Distraindo-o com elogios, Deidra abriu o nó da corda de sua calça. Seu pau saltou livre da lã. Deidra sorriu e pegou o pau, ansiosa, com ambas as mãos.

— As mãos, nariz, lábios e boca, Elaina disse. Parece-me que se deveria acrescentar os dentes também, não, meu senhor?

Ele tinha encontrado Valhalla na terra. Magnus não poderia dizer uma palavra. Ela observou-o, com os olhos cintilantes, e um sorriso maroto curvou seus lábios enquanto aguardava sua resposta.

— Honning— ele resmungou e tentou erguê-la contra seu colo, mas ela fugiu entre suas pernas e sacudiu a cabeça.

— Não, Magnus. Você teve duas vezes e eu nenhuma. Agora é a minha vez.— Ela colocou as mãos nos quadris e ergueu o queixo. — É justo.

Foi naquele momento que ele percebeu que sua gentil noiva inocente tinha a teimosia de uma mula, e as habilidades de negociação dos encantadores de serpentes do leste.

— O que você quer Deidra?

— Eu gostaria de você sem roupas.— Ela moveu-se para um lado, puxou suas calças, afastou os lados de sua túnica, suspirou, e depois beijou sua barriga. — Você é tão bonito, Magnus. A cor de sua barriga é dourada como mel.

Suas bolas queimaram e seu pau estremeceu. O sangue parecia ter se concentrado todo em sua virilha. Seu cérebro registrou apenas o necessário. Tirar as roupas. Ele levantou e chutou suas botas, tirou rapidamente as calças, e rasgou sua túnica, puxando-a sobre a cabeça.

Deirdra observava, satisfeita.Sorriu brevemente para ele, e então seu olhar vagou sobre seu torso, retornando ao seu pênis tão frequentemente que Magnus teve que morder a língua para não agarrá-la e mergulhar em sua boceta.

— Perfeito. Oh, meu senhor, é uma festa, um banquete para meus olhos. Por favor, coloque sua cabeça aqui. — Ela tinha jogado as almofadas na cama, agora batia nelas, ajeitando-as.Sentou-se sobre suas coxas, dando-lhe uma visão irrestrita do sua vagina, as dobras inchadas, brilhantes e rosadas. A boca molhada. Seu saco inflamou-se e seu pau, grosso e inchado, doía.

— Eu não vou durar muito tempo assim, honning.— Ele cerrou suas mãos, viu seu mamilo duro apontado diretamente para ele, e não conseguiu resistir. Ele tomou o botão tenso, adorando, lambendo, antes de mordiscar a ponta.

Ela gemeu e puxou a cabeça dele contra seu peito.

— É tão mágico. Seus dentes enviam fogo em minhas entranhas.Vê como eu estou molhada?

O pau de Magnus latejou quando ela pegou sua mão e colocou a palma em seu monte.

Seus dedos exploraram suas dobras lisas e o dedo do meio deslizou dentro de sua boceta.

Um gemido escapou de seus lábios,

Ele sugou forte, arrastando sua língua sobre o clitóris.

— Magnus— Ela engasgou quando ele enfiou seu dedo dentro e fora de sua vagina, deixando o polegar pressionar seu clitóris, alternando a pressão, leve, forte, mais leve, mais forte. Ela se encontrou movendo-se ao encontro daquela tortura, quanto Magnus afastou as pernas dela para os lados, levantando sua bunda.

Ele sorriu contra sua carne, quando suas paredes internas tremeram, um único tremor, em seguida, um duro aperto.

— Eu não posso esperar.— Ele deitou-a, pegou a almofada da cama, e deslizou-a sob seus quadris. Então, escorregou o dedo de suas paredes aquecidas e apertadas, ajoelhou-se entre suas coxas, puxou sua bunda, e penetrou-a ao máximo. A felicidade de estar tão profundamente dentro dela, tocar seu interior, deixou-o cambaleando.

Magnus mordeu a língua, apertou forte sua cintura, e descansou sua testa na dela.

Por Favor, Thor daí-me forças! Lembre-se de seu tamanho. Fique quieto. Deixe ela se acostumar.

— Não há nenhuma sensação melhor do que a que experimentei quando você mergulhou em mim pela primeira vez.— Ela levantou e colocou os pés em torno de suas costas, apertou sua bunda, e mordeu seu ombro. — Salvo quando você se move.

Magnus balançou-se contra ela.

— Sim. Assim. — Sua cabeça rolou de um lado para outro lado. Ela enviou-lhe um sorriso de sereia sensual, seus olhos semicerrados e turvos. — Oh. Oh!!!

Deirdra mordeu o lábio e jogou a cabeça para trás, expondo a longa linha do tentador pescoço. Magnus inclinou-se para beliscar o mamilo. Sua boceta o sugava, quando Deirdra encontrou seu prazer, e curtas convulsões apertaram seu pau.

Ele rugiu, seu saco contraiu-se, e o sêmen explodiu espirrando em espasmos com cada pressão da boceta dela. O clímax veio mais e mais. Seu pau recusou-se a se acalmar, os tremores mais fortes, quase dolorosos no final quando tudo terminou. Magnus enterrou a cabeça na massa de seus cabelos e inalou a doçura que era sua esposa.

 

Deidra jogou os braços sobre a cabeça, esticou os dedos dos pés e se espreguiçou. Olhou para as janelas abertas para ver o sol do meio-dia no céu. Quanta sabedoria ela tinha ganhado desde seu casamento com Magnus: Pau, pinto, bolas, saco - palavras que ela nunca tinha ouvido, agora entendia. Palavras más, mas deliciosas. Posições safadas, chupar pau, lamber a boceta, trepar, brincadeiras de cama! E Magnus tinha dito que tinha muitos mais para aprender.

Ele tinha concordado em deixá-la manter os animais de estimação, mas insistiu em estar presente quando ela estivesse com eles. Deirdra tinha ficado tão feliz quando ele disse que seria um prazer conhecer todos no dia seguinte. E quando eles chegassem ao seu novo castelo, iria construir um estábulo para todos. Na verdade, seus animais de estimação não gostavam muito de serem confinados, mas com o tempo, ela iria acostumá-los, e todos estariam bem.

Deidra não conseguia afastar a incômoda sensação de que tinha esquecido alguma coisa. Mas tinha ainda muito a fazer neste dia, então vestiu-se rapidamente e abriu a porta para encontrar Kieran grudado na parede oposta.

Quando ele a viu, o menino soltou um longo suspiro.

— Minha senhora. Você tem que vir rapidamente.— A voz de Kieran estava mudando de menino para homem e ele ou guinchava ou rosnava. Rosnados significavam algo estava errado.

— O que está errado agora?

— Eu não vi Fiona desde que ela foi atrás da bruxa Moira. Estou com medo que a bruxa tenha feito algo com ela.— Kieran torceu as mãos.

— Athena!— Ela bateu a testa. Como poderia ela se esquecer de sua macaca de estimação? — Eu não posso acreditar!Eu não me lembrei de Athena.

— Na verdade, eu não a vi, mas minha senhora, sua irmã é mais importante do que um macaco.

— Você está certo. Onde foi que viu Fiona pela última vez ?

— No bosque de árvores à leste da fortaleza.

Ela suspirou.

Nem Magnus nem Da e seus irmãos sabiam de seus novos animais de estimação, dois lobos que ela resgatou e ficaram, nas três últimas quinzenas, na casa Elaina. Deveria chamar os lobos, com suas habilidades para rastrear a encontrariam.

— Vá buscar Bela e Fera e leve-os para a floresta. Vou trazer um dos vestidos de Fiona e nós vamos colocá-los para rastrear. Vá pela cozinha e tome cuidado para não deixar nenhum dos homens vê-lo.

— Sim, minha senhora.

Deidra caminhou até o salão esperando que os homens tivessem saído para treinar. Ela estava com sorte. O salão estava vazio, salvo os gatinhos empoleirados ao longo da parte superior das persianas. Nenhuma alma ocupava o pátio.

Mantendo-se perto das muralhas e à sombra do sol poente, ela foi para a floresta antes de Kieran e sentou-se em um tronco de árvore caído. A sorte realmente brilhou para ela porque conseguiu chegar bem longe. Talvez ninguém precisasse saber dos lobos até que ela chegasse ao seu novo lar.

Ela encolheu-se quando Kieran veio pulando, através das árvores, gritando quando parou. Não era nunca um bom sinal quando o menino pulava.

— Eles foram embora. Suas jaulas estão quebradas, minha senhora. Em pedaços.

— Não— Ficou de pé, com o coração pulando em sua garganta, e se forçou a ficar parada. — Quem faria uma coisa dessas? Não faz nenhum sentido. Eu posso acreditar num guerreiro em pânico, atirando com uma flecha ao ver meus bichinhos... Mas destruir suas jaulas? Descanse um momento enquanto eu penso.

Os lobos confiavam nela e Kieran, mas poderiam atacar todos os outros.

— Não minha senhora, não podemos descansar. Os meninos do estábulo disseram que os homens estão caçando os lobos.

Seu coração martelava em seu peito. O sabor amargo do medo revestiu sua boca.

— Por quê?

— Eles dizem que um dos lobos tentou atacar uma garotinha. Os moradores fizeram um alvoroço. Eles temem por suas crianças.

— É mentirra! Bela ama as crianças. Ela brinca com os dois pequenos de Elaina o tempo todo.

Deidra bateu com o pé.

— Que tolo fez isso?

— Minha senhora, acalme-se. O que vamos fazer?

— Quantos homens os estão caçando? Eles são qualificados ou os arruaceiros bêbados que estavam no salão na primeira noite?

— Seu Da, seus irmãos, Valan A Vibora, e seu senhor. Eles disseram que seu marido é famoso por suas habilidades com a crossbow. Que ganhou favores do rei por ganhar torneio após torneio. Que ele passa veneno sobre as setas.

Veneno! Seu coração saltou na garganta. Não!Não! Ela não podia se dar ao luxo de entrar em pânico.

— Em que direção eles foram?

— Norte.

Um familiar guincho chegou a seus ouvidos e um alívio correu através de suas veias. Ela abraçou Kieran e assobiou para seu macaco.

— Athena. Venha para mim, querida. Nós precisamos de você.

— Eu a estou vendo. Atrás de você.

Deidra voltou-se. A criatura travessa balançou de um ramo para outro e atirou-se nos braços abertos de Deidra. Athena conhecia os lobos e as feras a adoravam. Ela montou em suas costas, pendurada de cabeça para baixo, e seguiu os animais quando Deidra lhe permitiu vagar.

— Onde estão Bela e Fera, menina? Precisamos encontrá-los agora. — Deidra repetiu a pergunta três vezes antes que a macaca saltasse para o tapete espesso de folhas apodrecidas e de galhos que revestiam o chão da floresta. A criatura correu para a esquerda, olhou por cima de seu ombro, e saltou para cima e para baixo, emitindo sons, ruidosamente.

Kieran e Deidra correram atrás do animal, abriram caminho através do estreito espaço de pinheiros. A luz ficou mais fraca e Deidra sabia que o anoitecer cairia em breve.

— Quanto tempo você acha que os homens ficarão caçando?

Balançando a cabeça, Kieran disse:

— Até os lobos estarem mortos, os garotos dos estábulos disseram.

— Temos que ir então. É minha culpa. Eu deveria ter dito a Da e Magnus sobre os meus novos animais de estimação.

Eles chegaram a uma clareira e Deidra viu quatro figuras à distância. O macaco foi direto para o grupo reunido. Quando se aproximaram das agachadas figuras, os raios do sol fraco cintilaram seu último brilho num emaranhado de cabelos dourados.

— Fiona.

—E a bruxa.— Kieran ofegava, mas manteve-se ao lado de Deidra. — Eu não entendo.

— É Hamish O Tarado, o grosseiro. E amante de Moira.— Deidra desatou a rir. —Eu não acredito em meus olhos. Bela e Besta têm os homens presos sob suas patas. E Fiona tem uma faca em Moira — Apesar de seus pulmões estarem queimando, ela continuou correndo e gritou, entre ôfegos— Fiona! Nós estamos chegando.

Pararam quando chegaram ao lado de Fiona.

Sua irmã gêmea não perdeu tempo.

— Bruxa! Megera!Vagabunda! Prostitua de Taverna. Você pode acreditar que ela e esta criatura pensaram em me sequestrar e pedir resgate?

Deidra prendeu a respiração e não se preocuparam em fazer perguntas, pois sabia que Fiona amava o drama quando contava uma história.

— Eu pensei em ajudá-la com suas feras se seu marido decidisse pô-las para fora e, finalmente, Da arrancasse o que sobrou de seus esparsos fios de cabelos. Eu sabia que Kieran tinha escondido os lobos nos estábulos. E sabia que Athena havia desaparecido, assim, eu os soltei e disse para eles encontrarem o macaco.

Athena, que odiava a palavra macaco, pulou para cima e para baixo soltando emitindo sons furiosos. Deidra pegou-a e a acariciou distraidamente.

— Esses tolos simplórios me seguiram. Ha! Eu não posso controlar um guerreiro bonito por horas para roubar um beijo ou dois? Vocês pensam que não sei quando alguém está me seguindo?

Deidra franziu a testa, o chão vibrava com cascos ecoando nas proximidades.

— Eu observei. Deixei que me levassem. Então assobiei para seus lobos. Olhe, irmã! Eles sujaram as calças. Não uma, mas três vezes. Quanto à puta, ela nunca vai julgar tão mal alguém novamente. Ela pode ser o dobro do meu tamanho, mas teve que lutar contra sete irmãos grosseiros? Bah!

— O que você fez com ela?— O crepúsculo tinha anunciado sua presença e Deidra olhou para a mulher alta ajoelhada sobre a grama.

— Nada de importante. Eu posso ter cortado um cacho ou outro do cabelo dela. — Fiona deu de ombros. — É tarde. Estou cansada e preciso de um banho perfumado. Quem se aproxima?

— Da, os meninos,e os senhores Magnus, Jarvik, e Valan.

— Que vergonha, Deidra! Valan aqui! E olhe para o meu cabelo — Ela entregou a faca a Kieran e começou a agitar-se, dedos penteando seus cabelos, beliscando suas faces, alisando seu vestido.

— Vaca. Você não vai tê-lo. — Moira cuspiu.

— Sim. Eu vou. Ele não despediu você e suas prostitutas quando eu disse que não toleraria sua presença nas refeições? E não pôs os seus bandidos para lavarem a sala quando eu sugeri que estava sujo e horrível?— Fiona virou-se para Deidra, — Como estou? Diga logo.

Antes que Deidra pudesse responder, Moira chutou Kieran, pegou a faca, e voltou-se. Ela recuou para atacar Fiona pelas costas.

Fera soltou sua presa, e foi para o pescoço de Moira, as mandíbulas abertas, os ferozes dentes arreganhados.

Logo em seguida, os homens e cavalos chegaram.

Magnus tinha seu arco preparado e mirou.

Deidra jogou Athena de lado gritando:

— Não!

Deidra saltou no ar, e abraçou o corpo de Fera.

 

Magnus soltou a flecha, viu sua esposa proteger o lobo, e açoitou seu corcel, com uma crueldade nascida do desespero.

O corcel de batalha treinado gritou em agonia.

Magnus pulou do garanhão, e correu. Abrindo os braços como um grande escudo para proteger as costas de sua esposa, ele gritou em frente de Deidra caindo no chão.

— Não!

Ela rolou.

Magnus caiu de joelhos e arrastou-a em seus braços.

— Acertou você?

Passando uma mão sobre seu corpo, para verificar alguma ferida, o tempo todo pedindo para Odin levá-lo e não Deidra.

— Magnus.— Ela puxou seu cabelo. — Magnus! Eu estou ilesa.

Enterrou o nariz no cabelo de sua esposa apertando-a, inalando o cheiro de lavanda, saboreando a sensação de seu corpo quente, e prometendo nunca mais sair do seu lado novamente, nem por um momento.

— Marido, eu não consigo respirar.— Ela se contorceu, libertando uma mão, e deu um tapinha na sua bochecha. — Eu estou ilesa. Mas veja se Moira não apunhalou minha irmã, e Fera não está ferido.

Ele piscou quando suas palavras penetraram, o pânico retrocedendo nele.

— Punhalada? Moira? Fera?

— O valente Lord Valan me resgatou do ataque de Moira, querida irmã. Ela está bem amarrada e não pode prejudicar uma pulga. Não se preocupe. Seu Fera está vigoroso e saudável. Lord Jarvik pegou Hamish, O Tarado, amante de Moira, e amarrou seus pés e mãos.

—Meus agradecimentos Lords Jarvik e Valan. Magnus, posso levantar agora? — Deidra beijou seu queixo e nariz, e roçou os lábios sobre os dele, dando-lhe uma pequena lambida.

Ele se levantou.

— Não.

— Filha. Lobos comem ovelhas e galinhas. Você pensa domar esses dois? — O Falcão fez um círculo em torno dos atacantes amarrados pelos pés e mãos e Moira. Ele passou as mãos pelo seu cabelo mais e mais. Parou. Balançou a cabeça pensando e declarou.

— Lobos! Lobos!

 

— Eu entendo porque o cabelo de Ian é escasso.— Magnus gemeu quando Deidra desceu as escadas do castelo acompanhada pelo par de lobos. — Como eu posso dormir sabendo que terá enormes tigres, ursos, e agora lobos vagando pelo meu castelo? Porque temo que Deirdra comece a falar como é um terrível sofrimento para ela que seus animais de estimação sejam enjaulados o tempo todo. Pela bunda de Loki, irmão! Eu estou condenado.

— Você está chamando o Falcão de Ian agora? É um progresso.— Jarvik virou outra taça de cerveja.

— As histórias que ele me contou quando estávamos caçando os lobos... — Magnus estremeceu. — Ela não tem medo de nenhuma criatura selvagem. Quando tinha apenas sete verões, ela arrumou um javali como animal de estimação. E recusou-se, a partir de então, a comer qualquer carne ou galinha. Ela faz suas refeições com Elaina, a curandeira da aldeia. E eu? Paro de comer carne a partir de agora?

As risadas de Jarvik crepitavam pelo salão, e ele esmurrava a mesa com lágrimas escorrendo pelo rosto.

Porque ele sabia que Magnus salivava ao sentir o cheiro de javali assado.

— Meus senhores— Deidra fez uma reverência. Seu pai, irmãos, Valan, Jarvik, e Magnus levantaram-se e curvaram-se.

Magnus rapidamente escoltou-a pelos dois degraus e ajudou-a a sentar-se. O cabelo de sua esposa agora estava da cor do cabelo de sua irmã gêmea, e ele desejou ver as sedosas tranças nas peles da cama. Peles de urso preto fariam a cor dourada brilhar. Ele abafou um gemido. De nenhuma maneira Deidra dormiria na pele de um animal de estimação. Ele algum dia teria peles novamente sobre a cama?

Fiona deslizou pelo salão com suas tranças leves, seu corpo esguio envolto em um vestido que brilhava como se o tecido pegasse fogo. Ela parou na frente de Lord Valan, que não tinha tirado os olhos dela por um momento, e fez uma reverência.

— Boa noite, meus senhores.

Os homens mais uma vez se levantaram e se curvaram.

— Lord Valan, temo que devo impor-me a sua hospitalidade por mais alguns dias. Temo por minha criada que está acamada e extremamente doente.

O Falcão cuspiu um gole de vinho sobre a mesa..

— Em honra ao resgate da minha irmã e meu neste dia, depois de uma vil tentativa de seqüestro, eu ordenei a cozinheira que preparasse uma refeição especial — Deidra falou

A nuca de Magnus arrepiou-se.

Uma onda de murmúrios varreu o salão. Os guerreiros Ferguson, um a um, pediram mais cerveja.

—Lord Valan, me ajuda a sentar? — Fiona ofereceu sua mão ao guerreiro.

— Tenho pena do homem. Ele nunca vai saber o que o atingiu— Jarvik terminou seu chifre de cerveja e sinalizou pedindo mais.

Nem uma palavra foi dita quando a refeição foi servida.

A comida estava deliciosa, e não continha um pedaço de carne ou galinha, mas espécies diferentes de peixes, ervas, ostras e frutos do mar que mesmo Magnus, um guerreiro nórdico, não conhecia.

Surpreso e contente, ele comeu todos os pedaços de seu prato. Talvez não tivesse tanta dificuldade para ficar sem carne de javali.

Outra onda de murmúrios encheu o salão e Magnus olhou para cima, falando com sua esposa para ver um outro prato que estava sendo servido.

— Você está gostando da refeição marido?— Ela acariciava sua coxa distraidamente e suspirou. — Eu gostaria de ter habilidade com o desenho, Magnus, pois queria desenhar seu rosto mais e mais.

Magnus corou, e não pela primeira vez esta noite. Ele tinha feito um esforço para mantê-la num assunto de cada vez, sem sucesso. Ele piscou, lembrou sua pergunta, e respondeu.

— Estava delicioso, minha esposa.

Ela aplaudiu.

— Fiona, você estava errada. Ele gosta de minha arte culinária. Deve ao meu belo marido três novas túnicas e eu vou escolher as cores.

O calor subiu pelo rosto de Magnus.

Não pela primeira vez nesta noite, Jarvik riu até as lágrimas correrem, e bateu na mesa.

— Eu verei você no campo de treinamento amanhã, irmãzinho.— Magnus fez uma carranca para ele.— Um pajem serviu um prato cheio com um alimento que parecia empilhado um sobre o outro e Magnus olhou.— Melado?

— Não. Embora possamos servi-lo amanhã de manhã.São bolos e doces que Elaina me ensinou a fazer. Como todos os outros pratos que tivemos para a refeição principal. É que eu queria experimentar. — Ela pegou uma bola escura e levou aos lábios — Morda tudo.

Magnus vacilou na explosão de doce e especiarias que explodiu em sua boca. Cada mordida revelou um novo sabor, não que ele pudesse identificar todos, mas sentiu canela, cravo, e um tempero de fogo que excitava a sua língua. Ele mastigou lentamente, não querendo que a sensual experiência chegasse ao fim.

— É excelente. O que é isso?

As bochechas de Deidra ficaram rosadas. Ela segurou sua mão sobre a orelha.

— Boceta comendo bolas.

No ato de tomar um gole de cerveja, Magnus engasgou.

Ela deu um tapinha nas costas dele e a mão em sua perna escorregou até sua virilha.

O pau de Odin não poderia rivalizar com a dureza do seu naquele momento.

Ele olhou para a bandeja.

— É o único?

—Não. Uma dúzia de outros estão em nosso quarto— ela sussurrou.

 

                                                                                Jianne Carlo  

 

 

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