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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


OS SOMBRAS
OS SOMBRAS

 

 

 

                                                            Irmandade da "Adaga Negra"                                                                 

 

 

 

 

Capítulo TRINTA E SETE
Um pouco depois de Xcor e Balthasar passarem correndo pelo labirinto de ruas, Xcor foi golpeado por algo tão grande e tão forte, que ficou totalmente aturdido
enquanto ia pelo ar, o mundo girando, enquanto ele permanecia estável, ou, mais provavelmente ele era o que dava voltas.
No ar, se preparou para um desagradável impacto, mas por alguma razão absolutamente estúpida, aterrissou sobre suas botas de combate. Era uma espécie de buraco,
não era uma benção que iria durar, considerando o impacto. Para evitar que caísse no chão, saltou para frente, tentando continuar a corrida.
Algo estava muito mal. Suas pernas não funcionavam direito.
Lutando para se manter em pé, era vagamente consciente de Balthazar gritando seu nome e logo, de repente, seu soldado estava justo ao seu lado, segurando seu
braço e o arrastando para trás.
No fundo de sua mente, sentiu uma presença sair do enorme veículo parecendo um vampiro. E logo o som dos impactos de bala soou. Pings agudos foram substituídos
por ruídos menores batendo nos ladrilhos, no asfalto e nas pedras.
Os lessers encontraram a SUV.
O que significava que ele e Balthazar tinham um segundo ou dois de maior cobertura e Balthazar aproveitou bem. Com um forte puxão, Xcor sentiu todo seu corpo
sair da pista.
E logo, um momento depois, ele estava atrás de uma grande estrutura.
Não, um veículo de segunda ou algo. De fato, era uma caixa quadrada gigante com algum tipo de escrita na lateral.
P... O... D... S...
Seu cérebro hiperativo traçou as formas das letras vermelhas, mas o padrão não significava nada para ele. Estava registrando com claridade?
Estavam a ponto de conseguir um tiro limpo.
Levantou a pistola ao mesmo tempo em que Balthazar o fez.
Obrigou seus pulmões a diminuir o ritmo, esperou... Esperou... Esperou...
A chuva de balas ficou mais forte e mais forte enquanto os atiradores caminhavam até eles. Os assassinos estavam presos entre os ruídos e a perseguição e nenhum
deles se incomodou em parar quando chegaram até a grande estrutura que funcionava bem e seguiram adiante. Em comum acordo, Xcor pegou o da esquerda enquanto Balthazar
pegava o da direita.
Duas balas. Não duas mil.
Duas muito bem posicionadas balas de quarenta milímetros nas costas jogaram os atiradores para frente, de cara no asfalto sujo.
- Peguei. - Balthazar gritou, trocando suas armas por adagas.
Xcor teria discutido, mas estava começando a sentir a gravidade de suas feridas. Bali saltou, suas lâminas movendo-se. Golpeou o mais próximo, uma grande explosão
de luz girando na rua ao meio-dia. Com uma pausa, ele saiu e apunhalou o segundo atirador. Retrocedendo a um segundo de iluminação, o soldado conseguiu esquivar
das adagas e agarrar duas AK's antes de...
... Uma RV sair a toda velocidade do beco para golpear Xcor.
Balthazar virou-se correndo para o esconderijo, golpeando seus ombros no bloco de metal e os dois olharam para frente, congelados no lugar quando saíram no caminho.
Mas a diversão e os jogos não haviam terminado ainda.
Acalme-se.
Precisavam se acalmar...
... Devagar...
Desmaterializar fora do centro era a única maneira de sair dali: Sirenes dos carros de polícia dos humanos aumentavam de volume cada vez mais forte e logo faróis
apareceram no final do beco, a brilhante iluminação fazendo sombras em tudo.
- Vá. - Xcor ordenou, sabendo que seu soldado estava em muito melhor forma que ele.
- Não nesta vida.
- Ficar aqui comigo pode ser sua queda.
- Então vamos morrer juntos.
Quando Xcor inalou e exalou profundamente, tentando diminuir seu ritmo cardíaco e sua pressão arterial, o cheiro de metal quente e pólvora tocaram seu nariz
junto com o diesel do carro e o persistente cheiro desagradável do suor dos assassinos e as incinerações.
Suas pernas o estavam matando, ambas. A este ritmo, a dor iria aumentar tanto que teria que se sentar ou desmaiar.
Merda.
Os carros de polícia se aproximaram a toda velocidade, um... Dois... Três, depois uma sucessão, as luzes e as sirenes se desvanecendo enquanto passavam.
Haveria mais. E os próximos viriam mais devagar, para fazer reconhecimento do lugar de modo que pudessem persegui-los.
- O quanto está machucado? - Balthazar exigiu.
Ele queria mentir. - Minhas pernas são um problema. Uma está no último momento e a outra provavelmente quebrada.
- Quando foi a ultima vez que se alimentou? De uma mulher, quero dizer.
Meses e meses. Desde que conheceu Layla. Seu sangue puro lhe manteve por um tempo recorde e quando a força finalmente começou a desvanecer, tomou das veias dos
cervos que caçava nos bosques sem dizer a seus homens que recorria a tais animais.
Mas Bali sabia. Todos eles deviam saber.
- Há muito tempo, de fato. - Seu soldado se queixou.
Xcor olhou ao redor, não queria levar a conversa adiante. Do outro lado do caminho havia uma escada de incêndio, mas não tinha força para se arrastar até ali
a uma velocidade suficiente e não seria capaz de se desmaterializar.
- Vá. - Disse para Balthazar.
- Pode fazê-lo.
- Não tenho força para levá-lo de volta...
Balthazar apontou para cima. - Ali. O teto. É para onde tem de ir.
Latidos de cães. Ao menos dois deles. Na entrada do beco.
Ah, sim, os seres humanos tinham narizes dignos de uma busca. Diferente dos patéticos que tinham em seus rostos.
- Você consegue. - Disse Balthazar. - Apenas até ali. Não mais além.
Xcor traçou o caminho até a escada de incêndio, além da série de janelas, uns quinze metros. Poderia ser pior, supôs.
- Agora.
Fechando os olhos, sabia que não iria funcionar. - Eu quero que vá embora. É uma ordem.
- Não vou...
Xcor levantou um braço cansado e golpeou o soldado no rosto. Com voz cansada ele disse: - Os outros precisam que cuide da organização. Deve ser você. Vá, e leve
as armas com você. São valiosas. Vá! Alguém deve liderá-los!
Balthazar continuava amaldiçoando enquanto desaparecia... E os cães se aproximavam cada vez mais do lugar onde estava Xcor. Com o fresco aroma de seu sangue
recém derramado e cada vez caindo mais seria encontrado em questão de segundos.
Desta vez, quando suas pálpebras se fecharam, era de puro esgotamento, não por qualquer tipo de esperança de se desmaterializar.
Exceto que, justo quando seria capturado, enquanto levantada o cano da pistola e sabia que estava a ponto de perder a vida com um tiro...
A imagem de Layla veio a ele tão claramente como se ela estivesse diante dele.
Se tirasse sua vida, nunca colocaria os olhos sobre ela novamente.
Quando uma profunda sensação de perda golpeou o centro de seu peito, foi então que soube o que estava negando durante tanto tempo.
Frente à realidade de que poderia lhe ser negado um último encontro com esta mulher, uma última oportunidade de ouvir sua voz, sentir seu cheiro no ar da noite,
sentindo sua presença física... O macho vinculado a ele gritou de raiva ante tais crimes.
Assim quando um pastor alemão dobrou o canto do bloco de metal, seu condutor segurando sua coleira curta, no mesmo instante que o humano gritou algo como "Parado"
ou uma idiotice assim...
Xcor desapareceu.
Apenas o desejo de ver sua mulher novamente lhe deu forças para lançar-se no ar da noite, jogando seu maltratado corpo no teto que Balthazar lhe mostrou.
Quando o policial abaixo deixou escapar uma exclamação de surpresa e outro chegou, uma conversa se seguiu e Xcor caiu no nada, aterrissando duro no teto plano
do edifício.
- Graças a Virgem Escriba. - Ouviu alguém murmurar.
Gemendo Xcor rodou sobre as costas. Zypher estava em pé sobre ele. Balthazar também.
- Ele está muito machucado.
Isto foi o último que ouviu antes da perda de sangue e as lesões o arrastarem para a inconsciência.
Um quarteirão a mais, Rhage tinha sua própria lista de problemas graças à todos os malditos humanos que inundavam os becos. Com as mãos sobre a cabeça e de costas
aos rapazes de azul que se aproximavam, sentia-se irritado. E entediado.
A verdadeira festa, com estes assassinos, como diria Bill Murray já havia acontecido, e Manny Manello fazia aquela coisa de avaliação médica procurando por balas.
Enquanto isso, ele estava preso ali na cidade com seis rapazes franzinos.
- Não se mova.
Como nos filmes, pensou enquanto rodava os olhos. - Como disser oficial.
Com seu ouvido agudo triangulou sua posição com precisão. E não havia nada diante dele no beco. Não havia carros, não havia transeuntes noturnos ou outros policiais.
Apenas Deus sabia aonde Manny iria acabar. Ou o que estava acontecendo com Trez e Selena. Não havia tempo para isto.
- Eh, oficial?
- Não se mova.
- Não se ofenda, mas tenho de ir.
Assim de fácil, já que o policial sequer se moveu ele logo se desmaterializou.
Estava sorrindo em seu estado molecular enquanto viajava para fora, imaginando OMFG's. Fez algumas coisas que poderiam ser inaceitáveis. Havia apenas uma regra
na guerra com a Sociedade Lessening: não dê o primeiro golpe na luta idiota. Quer dizer que, era de interesse de todos que os humanos não soubessem que os vampiros
eram mais que um mito de Halloween e The Walking Dead era nada mais que um programa de televisão.
Às vezes, no entanto, não se tem opção. E apesar de acabar de dar o maior espetáculo de Frick e Frack, era melhor do que perder tempo apagando a memória deles
quando Trez e Selena poderiam precisar de Manny.
Abrindo seu caminho adiante, voltou a formar-se três quarteirões mais perto do rio no telhado de uma garagem com luzes de neon. Assim quando Manny acelerou pelo
beco em seu tanque blindado, com várias viaturas de polícia atrás dele, Rhage fez as luzes de Xenon nas vigas brilharem, dando ao bom doutor um descanso para seguir
adiante.
Logo, com calma e muito deliberadamente, entrou na ambulância e abriu fogo contra os veículos. Ele não era idiota, no entanto. Sua Mary uma vez foi humana, assim
ainda abria exceções a toda esta coisa de mortal. Assim que mirou os pneus dianteiros e os motores. A primeira unidade rapidamente perdeu o controle e tombou, o
que significava que a segunda com certeza poderia passar adiante. Mas ele se livrou desta merda, inutilizando-a.
- Buh... Adeus.
Alcançou Manny novamente pelo efeito fantasma, dois quarteirões abaixo e se materializou no assento do passageiro da mesma forma que deixou o veículo. Manny
deu um grito de alarme, mas não perdeu seu foco. Continuou movendo-se pelas ruas.
- Temos que sair daqui. - Disse o bom doutor.
- Para a ponta do rio. Sei exatamente o que fazer.
- Há policiais por toda parte.
- Vou dizer quando der a volta. - Rhage puxou o telefone e começou a enviar mensagens de texto. Um quarteirão depois, gritou. - Agora! Muito bem!
Rhage caiu de lado bem apertado quando Manny os lançou a noventa graus e pisou no acelerador novamente.
- Eles têm um helicóptero sobre nós. - Anunciou Manny.
Efetivamente, a grande tela mostrava uma imagem preciosa de uma brilhante esfera de luz lançando uma luz sobre eles.
- Duas ameaças mais acima, à esquerda.
- Eles vão se aproximar de nós a...
- Faça!
Eeee assim que desceram a estrada, o foco de luz se extinguiu.
- Um quarteirão mais. - Murmurou Rhage, lançando-se para frente, rezando para... - Calma!
Mais a direita na baia, ele tocou um painel e uma porta se abriu lentamente, revelando uma garagem enegrecida do tamanho de uma pequena casa.
- Vamos!
- Merda, como fez isso?
- Agradeça a V!
Assim simples, a RV de Manny, junto com todas suas coisas, seringas e bisturis e os dois filhos da puta no assento da frente, foi coberta e ficou dentro da garagem
coberta na baía.
Manny desligou o motor, mas não soltou o controle do volante. Como se esperasse ter de dirigir novamente. - O que faremos agora?
Rhage desceu o vidro da janela e ouviu os sons dos carros de polícia que passavam na parte de fora. - Relaxamos.
Seu celular soou e ele atendeu. - Bom trabalho, meu Irmão.
A voz de Vishous estava clara como água. - E você pensou que nunca iríamos precisar disto.
- Graças a Deus pelo controle remoto.
- Pelo meu telefone. Boom! Vocês estão bem?
- Sim, mas acho que vamos ficar aqui por um tempo a menos que alguém venha nos buscar.
- Que demônios aconteceu?
- Tire-nos daqui e contarei a caminho de casa.
- Estarei aí em vinte. A menos que tenhamos que nos preocupar com a polícia?
- Oh não. - Rhage fez um gesto sem importância com a mão. - Está tudo bem. Não há policiais ao redor.
Quando desligou Manny o olhou. - Está louco? Este telefone pode ser rastreado pela polícia.
- Precisariam do exército.
Com uma maldição, Manny bateu a cabeça contra o encosto de seu assento algumas vezes. - Maldição! Nem sequer tive a oportunidade de usar este mau garoto e está
todo destruído.
- Bom, pelo menos pode brincar com alguns botões. E esta foi uma boa chance de comprovar se é à prova de balas. - O telefone de Rhage tocou avisando uma mensagem
de texto neste exato momento. - Oh bom, Trez e Selena chegaram em casa de forma segura. Suponho que já estavam fora da cidade quando a diversão começou.
- Isso é um alívio. - Manny respirou fundo, mas logo amaldiçoou. - Como vamos conseguir tirar esta coisa daqui? Cada estação de polícia da cidade vai ter uma
descrição dela.
Rhage olhou a seu redor no interior e encolheu os ombros. - Pouco a pouco, se tivermos que fazê-lo.
- De alguma forma não inspira confiança.
- Você nunca viu seu cunhado com uma chave de fenda. Este filho da puta pode desmontar qualquer coisa.
- E como é para montar novamente?
- Muito bom.
- Está mentindo para mim para que não comece a chorar como uma menina?
- Oh não. Não mesmo.
Rhage se contorceu em seu assento e tocou a tela de seu telefone.
- Comprovando as estradas? - Manny disse arrastando as palavras.
- Tem algo que possamos comer aqui?
- Não, a menos que goste do sabor de coisas esterilizadas.
Rhage acomodou-se em seu assento e reclinou-o. - No pior dos casos...
- Não, você não pode comer minha RV.
- Está fora dos limites também?
- Sim!
Fechando os olhos, disse para o médico. - Sem graça.
Capítulo TRINTA E OITO
Na biblioteca do palácio, iAm deslizou para fora o último volume da última prateleira na última linha de textos de cura. Quando ele abriu a capa de couro, o
grito em sua cabeça foi tão alto, ele não conseguia se concentrar para ler a tabela de conteúdo.
- Aqui, - disse maichen. - Permita-me.
Mesmo que o marcasse como um marica, deixou-se cair para trás em sua bunda, o chão duro mordendo através da cobertura fina do uni de criada azul pálido.
Ele já sabia o que maichen ia encontrar. Ou não.
A falha em seu raciocínio, quando ele partiu para esta tolice, era que ele nunca tinha ouvido falar da doença. Não era como se ele fosse um s'Hisbe, com um extenso
conhecimento do que afligia as pessoas e como corrigi-lo, mas algo parecido com o que Selena tinha? Os Sombras teriam visto isso como um defeito e ficado longe como
da peste, assim teria havido alguma consciência comum sobre o assunto.
Ele deveria saber. Mas quando se tratava de seu irmão, ele era susceptível de fazer qualquer coisa para salvar o filho da puta.
- Será que ele tem uma doença similar? - maichen perguntou.
- O quê?
- Você acabou de dizer que faria qualquer coisa para salvar seu irmão?
Ótimo, ele estava falando em voz alta agora. - É melhor voltarmos.
Ela fechou o volume. - Eu sinto muito, não encontrarmos...
- Venha, vamos.
iAm levantou-se e ofereceu-lhe a mão. No processo de revisão do último livro com todas essas palavras inúteis, ela também havia se sentado no chão.
Seu rosto mascarado levantou para cima, como se estivesse olhando para a palma da mão.
- Precisamos ir, - ele murmurou, desejando que ela simplesmente colocasse o maldito livro de volta e saísse com ele.
Quando ela finalmente estendeu o braço, a manga pesada deslizou para baixo, expondo-lhe o pulso fino e sua mão longa e fina. Que tremia.
Ele amava a cor de sua pele. Mais escura do que a dele.
- Eu não vou te machucar, - ele disse asperamente antes de tocá-la.
- Eu sei, - ela sussurrou. Conforme ele fez contato, seu corpo estremeceu, eletricidade lambendo-o, viajando a partir da conexão ao seu coração e fazendo o ritmo
vital bater ainda mais rápido. E ele não tinha certeza, mas pensou que ela sentiu o choque, bem como, a túnica que a cobria, que foi deslocada drasticamente, como
se ela tivesse pulado.
Não havia tempo para pensar em nada disso, apesar de tudo.
Tomando o livro de sua mão livre, ele substituiu-o na ranhura que tinha sido criada e começaram para a longa jornada de volta para a saída. Ele tinha ido cerca
de quinze metros, quando percebeu que não tinha deixado cair seu domínio sobre ela ainda.
Ele teve de forçar-se a deixar a mão dela.
Quando chegaram à porta oculta, ele deu um passo para o lado e deixou as coisas abrirem no caso de haver algum tipo de rastreador ou controle de segurança em
jogo.
Fora no corredor, ela disse, - Agache-se, lembra? Você é muito alto e muito grande.
iAm ficou com o programa. - Obrigado.
Deixando-a assumir a liderança, ele encontrou-se observando a forma como ela andava, a mudança de seu corpo sob a túnica que a camuflava quase completamente.
Como ela era lá embaixo? Como era o seu rosto?
Assim que os pensamentos o atingiram, ele deixou-os cair. Agora não era o momento de perder nem uma fração de segundo em qualquer coisa assim.
Eles tinham percorrido cerca de cinquenta quilômetros, tanto quanto ele poderia dizer, quando um conjunto de guardas da prisão vieram para eles. De debaixo da
malha que cobria o rosto, iAm rastreou sua abordagem, preparando-se para uma luta e fugir. Típico da equipe de segurança de s'Ex, eles estavam de preto, eram musculosos
como seguranças, e suas armas eram óbvias na cintura, os punhais de lâminas longas em seus quadris prontos para o alcance. Seus rostos estavam descobertos, e ele
não conseguia se lembrar se isso significava que eles estavam em pé de guerra.
Merda, se tivessem sido descobertos?
À frente dele, maichen não piscou. Ela parou, colocou as duas mãos na frente de seu coração em um campanário, e baixou a cabeça em súplica. Permanecendo em seu
lugar, iAm copiou exatamente a pose, os músculos das suas coxas apertadas quanto ele forçou as pernas a permanecer meio flexionadas.
Os guardas olharam sobre eles, e iAm rezou para que o truque da lavanda perfumada fizesse seu trabalho. Se eles sentissem o cheiro de qualquer coisa perto da
agressão bombeando em suas veias...
Mas não, eles apenas acenaram e continuaram.
Mais de cem metros ou mais depois, ela chegou a uma abrupta parada e ele quase se chocou com ela. - Nós estamos aqui, - disse ela, olhando para cima e para baixo
do hall.
Ele esperou que ela abrisse a porta de sua cela. Quando ela não fez, ele se inclinou para ela e disse baixinho: - Não é culpa sua. E muito obrigado.
Sua cabeça abaixada, e a voz que saiu de trás de sua máscara parecia sufocada. - Eu sinto muito. Sobre tudo isso.
- Você, não se preocupe com isso. E não quero que venha me ver mais. Troca de deveres, mas não se envolva nisso. Já temos pessoas suficientes nesse pesadelo.
- Eu quero fazer mais. Deixe-me ajudá-lo a se libertar...
- Não.
- Eu não quero que você seja um prisioneiro.
- O quê?
- Eu não quero que você seja mantido lá para sempre.
- Não será por muito tempo, eu prometo. - Embora ele tinha necessidade de sair daqui o mais rápido possível. - Agora, por favor, vá!
Quando ela continuou a hesitar, ele foi quem acionou a porta da prisão para abrir, tomando-lhe a mão e colocando-a na parede.
As luzes estavam acesas dentro, não fora. E s'Ex estava na plataforma da cama, com as costas contra a cabeceira da cama, com as pernas esticadas e cruzadas nos
tornozelos.
Em uma das mãos, ele tinha uma pedra de amolar. Na outra, ele tinha um punhal.
Com lentos, certeiros golpes, ele estava afiando a lâmina.
Ele não se deu ao trabalho de olhar para cima. - Imagine minha surpresa quando vim pessoalmente verificar você.
iAm colocou o seu corpo na frente de maichen, bloqueando-a completamente. - Isso não é culpa dela. Eu a obriguei.
- Isso é uma mentira. - O carrasco olhou para cima, seus olhos negros brilhando. - Mas, se você fez ou não, é o menor dos seus problemas.
Conforme Fritz estacionou em frente à mansão da Irmandade, Selena estourou fora da parte traseira do Mercedes antes que o carro até mesmo parasse. A investida
súbita era uma expressão de sua emoção, algo que ela estava segurando, e era bom.
Só que ela estava de salto alto, e o desembarque correu mal: quando um pequeno ponto ao redor da lateral de seus sapatos prendeu os paralelepípedos, a gravidade
a agarrou e ela jogou os braços, deslocando seu peso fora de forma...
Trez a pegou em seus braços com um poderoso impulso, capturando-a antes que ela pudesse cair e varrendo-a contra o peito enorme.
Ele segurou-a como se ela não pesasse nada.
Colocando os braços em volta do pescoço dele, ela se inclinou para trás e sorriu tão amplamente, que provavelmente parecia uma lunática. Ela não se importava.
- Isso foi incrível!
Trez sorriu quando subiu os degraus até a porta para o vestíbulo. - Isso foi algo, com certeza.
Esticando em torno do tríceps de Trez, ela chamou o mordomo, - Fritz, nós podemos fazer isso de novo amanhã à noite?
O mordomo seguiu em seu rastro. - Mas é claro, senhora! Qualquer coisa para ser útil. Devo comentar, no entanto, que o carro deve exigir alguma atenção antes
de quaisquer novas excursões.
Provavelmente certo, e talvez fosse por isso que o doggen tinha estacionado paralelo à porta da frente, ao invés de com os outros veículos do outro lado da fonte.
Poderia a coisa até mesmo dar ré ainda?
Houve uma pausa rápida quando entraram no vestíbulo, e em seguida, eles foram acolhidos no caloroso interior da mansão, por um dos funcionários exuberante de
Fritz.
- Se vocês me desculparem, - o mordomo disse, - tenho de cuidar da preparações das últimas refeições, como referi.
- Obrigado por nos trazer de volta inteiros. - Trez murmurou.
- O prazer é meu de fato.
À medida que o doggen saia para a sala de jantar, Trez começou ir para as escadas, seus passos largos atravessando o mosaico no chão e Selena começou a sorrir
por um motivo diferente do que pura adrenalina.
Mas, ele não a levou até seu quarto. Seu macho caminhou ao redor da base da grande escadaria do lado esquerdo, levando-os para a porta ornamentada do banheiro.
- Abra a porta para mim, - ele rosnou.
Ela olhou para cima e saboreou a visão do rosto dele. Com pura necessidade sexual cerrou sua mandíbula e estreitou os olhos, transformando-o em uma versão animalesca
de si mesmo.
A resposta dele para o passeio de carro, ela pensou.
Estendendo a mão, ela agarrou a maçaneta de bronze e liberando o bloqueio, abriu caminho para dentro.
Uma sala tão linda, com seu banheiro particular, seu ar com cheiro doce, e especialmente o mármore venoso vermelho, pêssego e rosa que cobria as paredes e os
pisos. Cetim vermelho e pêssego caíam de ambos os lados do espelho sobre a pia, como se a coisa fosse uma janela para olhar para fora, e o rodapé aveludado em torno
da bacia era vermelho sangue com franjas ouro margeando. Castiçais a gás antiquados queimavam incessantemente toda a sala, a luz amarela suave como a de velas.
- Você vai querer usar essa fechadura, - disse ele, curvando-se para que ela pudesse chegar à coisa. Deslizando para casa. Dando-lhes um pouco de privacidade.
Havia um longo banco contornando a parede oposta, e ele trouxe-a para si, segurando-a com uma mão enquanto empurrava todos os tipos de almofadas de seda e tapeçaria
no chão. Esticando-a, ele ronronou no fundo da garganta enquanto acariciava os ombros, cintura e pernas dela.
- Eu pensei sobre isso a noite toda, - disse ele.
Arqueando-se, sentiu a carícia do vestido se movendo para cima sobre as coxas dela enquanto varria suas palmas mais e mais alto.
- Oh, Deus! - Ele respirou enquanto olhava para o sexo dela.
- Você já esqueceu? - Ela sorriu quando baixou as pálpebras. - Que elas me deram tudo, exceto calcinhas?
- Mmm, não, eu me lembro.
Ele moveu em torno dela, puxando-a para frente para que pudesse abrir as pernas dela ao redor de seus quadris. Inclinando-se sobre ela, colocou a boca no lado
do pescoço e, em seguida, sacou sua língua para cima até que mordiscou o lóbulo da orelha dela.
- Você sabe o que é o mais difícil?
Ele pontuou a questão com um golpe de sua pélvis, a excitação em seu sexo nu empurrando através do tecido fino da calça. Conforme ela suspirou, seus dedos vagaram
sobre o corpete do vestido.
- Hmm? - Ele murmurou, beliscando-a de novo, como se para castigá-la. - Você sabe?
- Eu tenho uma boa ideia, - ela gemeu.
- Não é isso. - Ele empurrou em seu núcleo mais uma vez, acariciando-a com sua ereção. - Acredite ou não...
- O-o que...?
Ele colocou a boca ao lado da orelha dela. - Não é rasgar seu vestido com meus dentes. Quero levá-la para a Última Refeição depois disso, e por mais que eu respeite
os Irmãos... - Trez beijou o seu caminho até o ombro dela. - Eu teria de matar todos eles, se te vissem nua. E isso é muito para limpar.
- Então o que você vai fazer?
- Sente-se para mim.
Ela estava tonta quando fez o que ele pediu, mas era de paixão, calor... Necessidade. - Agora... O quê?
- Nós cuidadosamente nos livraremos deste. - Agarrando a bainha, ele puxou o tufo preto por cima da cintura dela... Sobre os seios. - Poooooooooorra.
Quando ele jogou a seda no chão, apenas olhou para o que tinha revelado. - Oh, isso é o que eu quero.
Com as palmas das mãos acariciando para cima e para baixo as coxas dela, ele baixou a cabeça para um dos mamilos, sugando-o, cuidando dela, sua cabeça escura
contrastando com a pele pálida dela. Deixando cair a cabeça para trás, ela deu-lhe o acesso que ele queria, espalhando os joelhos ainda mais.
O som que ele fez foi todo másculo, e o agarre dele no quadril dela era áspero enquanto a puxava para frente.
- Me dê, - ele exigiu. Houve um zip! rápido enquanto ele liberava a si mesmo e, em seguida, o rosnado estava de volta. - A noite toda. Pensei sobre isso a noite
toda.
Ele empurrou dentro dela com um impulso do quadril, e ela agarrou os pulsos dele, arqueando-se novamente. Com movimentos duros, se deixou ir e ela aceitou tudo
o que ele lhe deu, um poderoso impulso reunindo liberação imediatamente. Tão quente, tão selvagem... O ponto culminante do atencioso jantar, a louca volta para casa,
a antecipação constante que ela tinha quando estava perto dele.
Arrastando-o de volta para a sua boca, ela agarrou-se ao poder dele, em busca de seus lábios e sugando a sua língua dentro dela até que o ritmo das penetrações
tornou isso impossível. Mais rápido, mais forte e, em seguida, o orgasmo a atingiu.
E foi exatamente como cambalear através desses painéis de vidro, ganhando velocidade para, em seguida, uma quebra espetacular.
Só que era o seu corpo desmoronando.
Em uma forma maravilhosa.
No momento em que ela estava começando a flutuar para baixo, ela encontrou o pulso dele em seus lábios. - Tome de mim, - ele resmungou. - Eu quero sentir seus
dentes em minha carne.
Instantaneamente o calor aumentou novamente e ela empurrou o braço para fora do caminho. Conforme suas presas desceram em uma urgência, ela chiou e bateu na
lateral da garganta dele, bem na veia grossa que corria até seu coração.
Trez gritou o nome dela e apertou-a contra ele, inclinando a cabeça e incentivando-a a tomar mais, ter tudo o que precisava, com o quadril apertado contra ela,
sua ereção jorrou quando ele gozou profundamente dentro do corpo dela.
Sua liberação chamou outra dela, levando-a até a borda novamente.
E o tempo todo, ela nunca se sentiu mais segura ou mais amada.
Capítulo TRINTA E NOVE
Quando a porta da cela foi fechada fortemente atrás dele e maichen, iAm arrancou a touca e atirou-a.
- Deixe-a ir.
s'Ex moveu as poderosas pernas para fora da plataforma da cama e ficou em pé. - Sabe qual é o meu maior defeito? Eu não recebo ordens muito bem.
- Ela não é parte disso. É entre você e eu.
- Sim, veja, você ainda está errado. Você e eu somos, na verdade, apenas coadjuvantes no drama real, mas isso não vem ao caso.
O executor andou para frente, e iAm colocou as suas mãos para fora, protegendo maichen.
- Pare.
- Ou o quê?
- Vou te matar.
s'Ex parou bem na frente dele e olhou para baixo de seu nariz. - Realmente.
- Sim. - iAm enrolou os punhos e sentiu suas presas saírem. - Se é uma questão de você ou ela sair daqui com vida, garanto que ela será a única ainda em seus
pés, quando a porta se abrir. E não me importo se eu morrer no processo.
s'Ex franziu o cenho e olhou para a criada. Dirigindo-se a ela, ele disse: - Irmão errado. Você sabe disso, certo?
iAm se inclinou para o lado e bloqueou o contato visual. - Então, nós estamos fazendo isso?
- Você seria um idiota em lutar comigo. Considerando que vim para te tirar daqui.
iAm recusou-se a se distrair. - Você está dando o primeiro soco ou eu?
- Você ouviu o que eu disse? Eu vim aqui para levá-lo para a porra da biblioteca, mas estou supondo que é o lugar de onde vocês dois estão voltando. Ou será
que estamos balançando por lá para o caminho da saída?
No silêncio que se seguiu, iAm considerou as palavras do carrasco para frente e para trás, marcando as sílabas para significado. Em seguida, franziu o cenho.
- Eu não entendi.
- Se você não se importa, precisamos fazer isso agora, porque tenho de estar de volta à corte em cerca de vinte minutos.
Que diabos foi isso?, iAm se perguntou.
s'Ex revirou os olhos. - Eu disse que ia levá-lo dentro e fora, não é?
- Você me colocou aqui! Você tinha me batido na cabeça...
- Não, idiota. Um dos meus guardas fez isso. Venho trabalhando nos bastidores e tentando te soltar. Você não deveria estar nessa maldita cela. Aquele não era
o nosso acordo.
Piscada.
- Nós fomos para a biblioteca, - maichen interrompeu. - Não tivemos sucesso. E estou indo também. Eu quero ter certeza que ele saia vivo disso.
s'Ex e iAm ambos olharam para ela e gritaram: - Não.
- Está vendo? - Disse o carrasco, que passava à sua volta para a porta. - Nós podemos concordar com alguma coisa. Agora, podemos fazer isso.
E o desgraçado não estava falando sobre a luta.
Puta.Merda. Parecia que sua confiança não tinha sido tão descabida como ele tinha pensado.
iAm olhou para maichen. Com uma voz suave, ele sussurrou: - Não nos siga.
- Você não pode dizer a ela o que fazer, - disse s'Ex enquanto desbloqueava a saída. - Agora vamos continuar, a menos que queira apodrecer nessa cela?
iAm balançou a cabeça para a criada. - Não.
- Eu estou esperando, - disse s'Ex.
- maichen...
- Vou segui-lo se eu quiser, - foi tudo o que ela disse enquanto passava por ele e se juntava à s'Ex no corredor.
O cabelo de iAm estava em chamas enquanto os seguia, ainda vestindo o uniforme de criada que tinha furtivamente emprestado. - Não terei isso em minha consciência,
se você se matar por um motivo idiota.
Enquanto desciam pelo corredor, ela não prestou atenção à sua reclamação. Duh. Ela não parecia ter um cérebro em sua cabeça.
Ou talvez fosse ele... Porque se encontrou não querendo deixá-la.
O que era louco.
s'Ex guiou pelos corredores, tomando um caminho diferente do de maichen. Por todo o caminho, iAm estava preparado para uma emboscada, um confronto, uma traição
que ia foder com ele.
Mas quinze ou vinte minutos mais tarde, ele estava fora do palácio, passando aposentos vagos dos criados... E em pé na frente do muro que separava o Território
do mundo humano.
iAm olhou para o carrasco. - Você só está me deixando ir? - Ele sussurrou para a escuridão.
- Como eu disse, esse foi o nosso acordo, não foi? - Quando iAm não respondeu, s'Ex balançou a cabeça. - Com isto chega ao final nós três. Pelo menos até depois
do luto, quando eu tenho de buscar seu irmão.
- Será que eles não notaram que eu parti?
- Por que alguém se importaria? Eu despacho marginais regularmente, e já apaguei a memória de sua marca em qualquer um que tenha tido conhecimento da mesma.
- s'Ex olhou para maichen. - Apesar de tudo isso teria sido muito mais fácil se você não tivesse insistido em transformar essa cela em uma loja de móveis.
iAm estendeu a palma da mão. - Eu não esperava que você fosse honesto.
- Foda-se você também. - s'Ex sacudiu a mão que foi estendida a ele. - Agora vá.
Só assim, a saída foi aberta para ele. Ele nem sequer teve de se desmaterializar sobre a barreira.
iAm fez uma pausa e olhou de volta para a criada.
No silêncio que se seguiu, s'Ex soltou uma maldição. - Eu não aprovo nada disso entre vocês dois. Mas, você sabe como fechar as coisas depois que ele sair.
E com essa observação, o carrasco se afastou, suas vestes negras ondulando atrás dele.
Era tão estranho, iAm pensou quando foi deixado sozinho com a mulher. Ele estava a dois metros da fuga que precisava, mas não conseguia se mover.
- Posso ver seu rosto, - ouviu-se dizer, - antes de eu ir? - Quando ela não respondeu, ele estendeu a mão e passou-a por baixo do tecido que cobria a cabeça
dela e arrastou para baixo dos ombros dela. - Eu tenho de ver como se parece ou você vai assombrar os meus dias.
Ele tinha a sensação de que ela ia fazer isso de qualquer maneira.
- Eu... - a voz dela tremeu, - ... Eu não sei.
iAm balançou a cabeça se sentido como um idiota. - Eu sinto muito, isso não é da minha conta. - Ele cedeu a um impulso e curvou-se ao nível da cintura dela,
como se ela fosse muito mais do que uma serva. - Obrigado novamente.
Girando, ele caminhou através da porta aberta.
- Amanhã à noite, - ela desabafou. - Você pode me encontrar?
Ele congelou, um pé dentro e um pé fora do Território. - Onde?
- Eu não sei. Em algum lugar. De algum... Jeito.
iAm franziu o cenho, e pensou onde tinha encontrado Trez na montanha entre o s'Hisbe e a Colônia Symphath. Essa cabana ainda tinha de estar lá; a maldita coisa
tinha cem anos de idade, quando Trez estava abrigado nela.
E, merda, sabia que Rehv não usava mais.
- Você conhece a Montanha Black Snake?
- Sim, - ela sussurrou.
- No meio do caminho até o lado leste, no início da trilha Lightning Strike, há uma cabana. Vou chegar lá primeiro e acender o fogo de dentro. Você pode desmaterializar
a partir daqui e encontrar a luz. Encontre-me lá à meia-noite.
Ele podia imaginá-la mordendo o lábio inferior enquanto hesitava.
- Eu nunca vou te machucar, - prometeu.
- Eu sei.
- Eu tenho de ir. - Ele olhou para ela com tanta força, tentando ver sob aquelas vestes. - Pense nisso. Eu estarei lá e vou esperar uma hora. Se você não for,
entendo perfeitamente.
Ela não era "importante" aos olhos do s'Hisbe, mas ainda assim, as fêmeas tinham razão de ser cautelosas, não importava seu posto quando se tratava de deixar
o território.
Especialmente se eles não tinham poder relativo.
- Adeus, - disse ele antes de se virar e cair em uma corrida.
Momentos mais tarde, quando se desmaterializou, ele sabia que nunca iria vê-la novamente. E, no entanto, mesmo que isso fosse tudo exceto determinado, ele estaria
naquele lugar na montanha amanhã à noite.
Na hora.
Talvez até mesmo virgens como ele tinham raias românticas.
Quando Trez e Selena finalmente conseguiram sair do banheiro no térreo, era muitíssimo mais tarde do que meia-noite. Na verdade, quando ele checou seu telefone,
ficou surpreso ao descobrir que eram três da manhã, e eles haviam explodido umas boas três horas lá.
Ele não conseguia pensar em uma maneira melhor de passar o maldito tempo.
As pessoas tinham, obviamente, começado a voltar para casa para o dia, vozes derivavam fora da sala de bilhar.
- ... Toneladas de balas! - Hollywood estava dizendo. - Como se estivesse chovendo chumbo!
- Minha pobre clínica móvel. - O tom de Manny era menos do que entusiasmado. - Viagem inaugural e olha o que aconteceu com a maldita coisa.
Bem, pelo menos os dois tinham chegado em casa com segurança. Jesus, ele ainda não tinha pensado sobre eles, o quão egocêntrico era isso?
- E este imbecil me falou que não havia polícia, - V cortou. - Para a evacuação. Inacreditável, andei em uma convenção desses emblemas.
Trez pôs o braço em volta de Selena. - Você quer participar da festa?
- Precisamos contar a nossa parte!
Beijando-a na testa, ele conduziu-a através do foyer e da arcada para o reino de mesas de bilhar, sofás e um wide-screen grande o suficiente para acolher um
cinema drive-in.
- Veja isso, estamos na CNN, - alguém disse quando a TV ligou.
Com certeza, na tela enorme, imagens da câmera de segurança do Mercedes correndo estilo "Duro de Matar" através do lobby estava em um loop infinito. Então veio
a declaração de um policial que estava envolvido na perseguição. E uma testemunha de algum lugar ou outro.
Trez acenou um olá para Rhage e Manny. Levantou a palma da mão para V e Butch. Esgueirou-se com sua mulher ao lado de Z e Bella.
- Muita cobertura, - alguém disse com tristeza.
- Merda, - alguém respondeu.
Mesmo o entusiasmo de Selena diminuiu rapidamente, como se estivesse vendo por si mesma que parecia tudo muito real.
Quando a porta interna do vestíbulo foi aberta Trez estava vagamente consciente de uma corrente de ar frio atirando para a sala. E, em seguida, um momento depois,
uma mão pousou em seu ombro.
Quando ele se virou, iAm estava atrás dele.
- Oh, hey, cara. - Ele foi abraçar seu irmão, só para recuar. - Que porra de cheiro é esse?
- Nova lavagem de mãos no trabalho.
Trez seguiu através do abraço. - Livrar-se disso. Faz você cheirar como uma velhinha. O que é? Lavanda?
- O que aconteceu com o Merc? A coisa está batida à merda.
Trez apontou para a tela. - Isso aconteceu.
iAm focou em Selena ao invés, traçando seu perfil e vestido com uma surpresa que ele cobriu rapidamente.
- Tivemos um encontro, - Trez desabafou.
Selena olhou por cima, e quando viu quem era, ela estendeu os braços. - Olá, - ela disse quando abraçou o irmão dele. - Eu acho que quebramos o centro de Caldwell.
Engraçado, iAm era o único homem que ele não tinha vontade de matar se tivesse contato com sua fêmea. Imaginou que o macho vinculado reconhecia que iAm nunca,
jamais passaria dos limites em pensamento, muito menos ação.
iAm sorriu um pouco. - Pelo menos sei por que o Benz precisa de cinquenta mil dólares em funilaria. Você quer uma bebida enquanto me sirvo?
Trez sacudiu a cabeça. - Não, estou bem.
Exceto quando seu irmão foi até o bar, Trez desculpou-se e seguiu o rapaz. - Hey, escute, só quero pedir desculpas por ter ficado incomunicável... Whoa!
Conforme a garrafa que iAm tinha pego deslizou para fora do alcance do macho, Trez pegou a coisa antes de bater no chão e foi quando viu o quão mal as mãos de
seu irmão estavam tremendo.
- Jesus, iAm você está bem?
- Oh sim. Absolutamente.
- Aqui, - ele disse, dando a vodka de volta. - Você tem certeza de que precisa fazer a sua própria bebida?
- Positivo.
- Espera aí, deixa eu te dar um copo. - Ele veio ao redor do bar e agachou para a prateleira quanto iAm estalou a tampa da garrafa quadrada. - Suco de cranberry,
certo?
- Não.
- Puro? Você não costuma beber vodka assim.
- Eficiência, meu irmão. É tudo sobre eficiência hoje à noite.
Trez segurava o copo para fora e observou conforme iAm derramava uma medida saudável da relax-o-matic transparente lá. Ele ficava esperando o nível parar de
subir, e quando isso não aconteceu, ele se encontrou ignorando o choque que sentiu.
iAm era o moderado dos dois.
Ele bebeu tudo isso e seu nível de álcool no sangue ia estar em território coma. Então, novamente, essas tinham sido umas muito fodidamente longas 24 horas.
- Como estão as coisas no restaurante? - Trez perguntou enquanto transferia a propriedade do copo
- Ah bom. Sim. Bem.
- Os clubes?
- Também.
iAm bebeu a merda como se fosse água, derrubando toda a carga em uma longa, sessão aberta no pescoço.
Trez amaldiçoou. - Estou tão arrependido.
- Por quê? - iAm murmurou.
- Você sabe por quê.
O grunhido que veio em resposta poderia significar uma série de coisas. - Escute, eu tenho de ir me deitar. Terminei.
- Sim, eu acho que nós vamos fazer o mesmo.
- Como ela está?
Trez olhou por cima do ombro e tentou olhar de volta para o seu irmão, mas seus olhos se recusaram a se mover. Traçando a graciosa curva das costas de Selena,
ele a viu nua no banheiro, suas pernas abertas, seus pesados seios nus à sua boca, suas mãos. Então ele imaginou-a rindo descontroladamente na parte de trás do Benz.
Lembrou-se dela olhando para a noite, enquanto eles jantavam.
- Ela é incrível, - disse ele com a voz rouca. - Absolutamente surpreendente.
- Isso é bom, irmão. Isso é bom. - iAm agarrou a garrafa de vodka e enfiou-a debaixo do braço. - Escute, eu tenho de ir deitar, mas estarei bem ao lado se você
precisar de alguma coisa, ok?
- Obrigado.
Conforme iAm se virou e não olhou para trás, era difícil não sentir cada grama da carga que Trez era para esse macho.
Um dia, ele prometeu, ele iria encontrar uma maneira de compensar tudo isso.
Capítulo QUARENTA
Não havia como escapar.
Enquanto permanecia em pé, em meio ao grupo na sala de jogos, Layla tinha inteira consciência de que, se tentasse escapulir para pegar seu carro para um pequeno
passeio, seria bombardeada com perguntas às quais não poderia responder com facilidade. Afinal, a condição de Luchas lá na clínica continuava estável, mas, ainda
era séria. Qhuinn continuava com ele, com Blay ao seu lado, e ela só tinha subido para pegar algo para comer.
Sair da propriedade seria errado.
Especialmente para se encontrar com alguém como Xcor.
E talvez fosse melhor assim. Ela estivera a ponto de ultrapassar limites na noite anterior, limites que a levariam a um território que, após muita reflexão,
sabia que não poderia lidar. Querida Virgem Escriba, ela não sabia onde estava com a cabeça, e esta separação forçada era uma coisa boa, mesmo que não quisesse o
sofrimento de Luchas.
Na enorme tela da TV acima da lareira, imagens de um tiroteio e carros guinchando piscaram como saídas de um filme.
Inacreditável o que tinha acontecido no centro da cidade. Graças a Deus ninguém tinha se ferido.
- Então onde está o seu RV estiloso agora? - alguém perguntou à Manny.
- Ainda está perto do rio. Tivemos de deixá-lo no depósito do V, - o médico esfregou os olhos, como se sentisse uma dor de cabeça infernal. - Buracos de balas
para todos os lados... E eu atropelei algo grande com ele.
- Um Lesser? - Um dos Irmãos perguntou.
- Não. Quando saí para verificar, havia sangue vermelho nos faróis dianteiros e por toda a lataria. Então ou era humano ou um de vocês... E já que estão todos
aqui, e sem ferimentos, deve ter sido humano.
- Ou um Bastardo.
- Talvez. Sim. Fosse quem fosse, tenho certeza absoluta que saiu ferido.
Layla franziu o cenho - Alguém foi atingido?
- Nenhum de nós, não se preocupe, - alguém respondeu.
Uma premonição estranha a afligiu.
Sem dizer mais nada, saiu da sala. Após certificar-se de que ninguém havia notado sua saída, ela tirou o celular do bolso do casaco de lã que havia emprestado
da Dra. Jane e enviou uma breve mensagem de texto. Assim que enviou, deletou as palavras e certificou-se de que o celular estava em modo de vibração, antes de sumir
de novo com o dispositivo.
Perambulando perto da porta da frente, manteve a mão no bolso, sobre o corpo fino do celular e esperou uma resposta. Quando se passou dez minutos e nada veio,
voltou a verificar se não havia desligado o dispositivo sem querer...
- Ei, olá.
Virando-se, viu Qhuinn e Blay emergirem das portas ocultas do túnel sob as escadas.
Enrubescendo, ela disse, - Eu já ia descer.
- Ele está descansando confortavelmente. Dra. Jane diz que seus sinais vitais melhoraram. Está fora de perigo imediato.
Blay interrompeu, - Então vamos para a cama. Antes que a gente caia.
Qhuinn bocejou tão amplamente que sua mandíbula estalou, - Dra. Jane está quase desabando lá embaixo também. Acho que já está acordada há quarenta e oito horas.
Ela vai nos chamar imediatamente se algo mudar.
- Me avisem se precisarem de alguma coisa? - Disse ela.
- Acho que por ora estamos bem. Obrigado por tudo. De verdade.
Trocaram abraços junto com desejos de "bom-descanso", e ela deve ter feito um belo trabalho ao tentar agir normalmente, porque momentos depois, eles foram juntos
para o segundo andar.
Sem perceberem sua preocupação.
Layla olhou para a sala de jogos. Tirou o celular e verificou a hora.
Três da manhã.
Ainda sem resposta à sua mensagem.
Antes mesmo de saber claramente o que estava fazendo, ela esgueirou-se pela sala de jantar e cozinha. Os doggens trabalhavam duro preparando a Última Refeição,
e Fritz mal ergueu os olhos com um aceno respeitoso, quando ela passou por ele.
Ninguém notou quando ela saiu para a garagem. Ou quando foi até a porta trancada do lado oposto. Após digitar a senha no teclado, houve um breve som de bip quando
a tranca foi liberada.
Momentos depois, estava atrás do volante de seu carro e acelerava.
Ao prosseguir montanha abaixo, o mhis a retardou, e o atraso fez seu coração bater ainda mais forte. Mas, chegou à base da montanha, e quando tomou para a rodovia
rural, pôde acelerar de verdade.
Não havia muito tempo.
Deus, deve ser assim com os viciados, pensou apaticamente ao agarrar o volante com força suficiente para sentir os nós dos dedos arderem.
A ânsia pela droga, ou bebida... Ou no caso dela, por Xcor... Era irresistível. E não havia prazer algum em ceder, só uma culpa latejante e uma ressoante auto
aversão por haver novamente negado seus melhores impulsos e sucumbido ao que poderia matá-la.
Ou pelo menos, arruinar sua vida.
Mas, que a Virgem Escriba tivesse pena de sua alma, era incapaz de não ver se Xcor estava bem.
Na casa de audiências do Rei, Paradise sorriu para o macho mais velho à frente de sua mesa. - Oh, de nada. Fico feliz de ter conseguido agendar seu atendimento
para esta noite.
- Você foi de muita ajuda. - Ele lhe fez uma reverência, com o chapéu na mão - Fique bem até o amanhecer.
- O senhor também.
Quando ele saiu do salão, ela voltou a se sentar na cadeira e fechou os olhos. Última reunião da noite. Wrath tinha atendido entre duas e quatro pessoas por
hora, nas últimas oito horas, o que lhes deixava com, no mínimo, dezesseis, no máximo, trinta pessoas. E para cada um deles, ela tinha tido de seguir o protocolo
que seu pai havia estabelecido: a inscrição, o registro se já tinham visto o Rei antes, oferecimento de comida ou bebida antes de serem convocados, ela havia lhes
dado um bom dia e digitado os dados das anotações que seu pai havia lhe dado sobre a discussão e qualquer decisão que tivesse sido feita ou permissões que haviam
sido concedidas.
Ela não estava só exausta. Estava acabada. Tanto a aprender, tantos nomes e assuntos, árvores genealógicas e linhagens, e não havia espaço para erros.
Além disto, ela tinha de recepcionar todos e distraí-los com uma conversação enquanto esperavam, especialmente se viessem sozinhos.
Não que aquilo fosse requisição de seu pai para o trabalho. Mas, sentia que era importante.
Talvez por causa de sua roupa de aeromoça.
Mais provavelmente pelo seu treinamento na glymera.
- Um monte de cadeiras vazias aqui.
Ela arregalou os olhos e pulou. - Peyton! Jesus, não sabe bater?
- Eu bati. E um dos Irmãos me deixou entrar... O que quase me fez mijar nas calças. - Ele olhou de volta para o espaço aberto do salão. - E você não tem uma
porta na frente da sua mesa ou eu teria batido também. Desculpe se te assustei.
Afastando o mouse para o lado, ela ativou a proteção de tela de bolhas multicoloridas transparentes. - O que você quer?
- Você não respondeu a nenhuma de minhas mensagens. Ou telefonemas.
- Estou puta da vida com você.
- Parry, vamos. Deixa disso.
- Eu tenho uma pergunta para você. - Ela desviou o olhar da planilha Excel, na qual vinha trabalhando, para os olhos azuis dele. - Como se sentiria se lhe fosse
negado o poder de escolha só por ter cabelos louros?
Ele ergueu as mãos. - Não importa, não estamos falando de cor de cabelo...
- Estou falando sério. Pare de discutir e me responda.
- Eu iria ao mercado comprar tintura para tingi-lo de preto.
Meneando a cabeça, Paradise pegou uma agenda de afazeres e marcou algumas coisas que já havia feito.
- Não entendo porque isto é tão importante, - Peyton murmurou. - De qualquer forma, por que quer estar na guerra? Aristocratas serão mortos lá, sabe? Por que
não ficar a salvo...
- Atrás de uma mesa, certo? Ou, mais provavelmente, em um belo vestido dentro de uma grande casa. Certo?
- Não é errado proteger o sexo frágil.
- Não é hora de voltar para sua casa?
Ela podia senti-lo olhando para ela do alto de sua estatura. - Não se lembra dos ataques, Parry? Não se lembra como foi? Pessoas foram massacradas em suas próprias
casas. Eles tiveram pedaços de seus corpos arrancados enquanto ainda estavam vivos. Encontraram os pais de Lash sentados à mesa de jantar, os corpo mortos arranjados
naquelas cadeiras como se fossem jantar. Por que quer fazer parte disto?
Paradise sustentou o olhar dele de novo. - Não quero!
- Então por que estamos brigando?!
- Por que eu quero escolher. Eu quero ser capaz de assumir o risco que eu quiser... E não me ataque com a lembrança daquelas mortes como se não me lembrasse
de cada detalhe do que aconteceu. Membros da minha família foram mortos também. Eu não posso querer me vingar? Ou disto também só é capaz quem tem um pau?
Ele apoiou as mãos na mesa e se inclinou para ela, - Machos não podem dar à luz.
Ela levantou-se de sua cadeira e encarou-o de frente - É claro que não. Eu gostaria de ver um de vocês tentar passar por esta experiência. Chorariam como uma
cadelinha em dez minutos.
O olhar de Peyton baixou para a boca dela por uma fração de segundo, e a distração a surpreendeu.
Em todos aqueles anos de amizade, aquilo era algo que jamais havia acontecido.
E nem havia sido sequer cogitado, na verdade.
- Está bem, - ele disse, de forma sombria. - Vá em frente.
- Como é?
- Junte-se ao programa. - Ele varreu a mão sobre a mesa - Saia de trás desta mesa, inscreva-se e tente passar no teste físico.
- Talvez eu o faça...
Naquele momento, seu pai entrou. - Oh, olá, Peyton. Como vai, filho?
Imediatamente Peyton endireitou-se. - Senhor, estou bem, senhor. Obrigado.
Quando os dois se cumprimentaram, ela teve certeza que seu pai desconhecia as entrelinhas do que se passava no salão, e muito certamente Peyton não. Seus ombros
ainda estavam erguidos, como se ainda estivesse discutindo com ela em sua mente.
- ... Gentileza vir e apoiar Paradise, - seu pai sorriu para ela. - Especialmente nesta primeira noite. Devo dizer, que superou minhas expectativas, minha querida.
Vai ser uma ótima maneira de manter-se ocupada antes de sua apresentação à glymera.
- Obrigada, Pai. - Ela disse, fazendo uma reverência.
- Bem, preciso ir. Peyton, talvez queira fazer-lhe companhia até o amanhecer?
Aqueles afiados olhos azuis se voltaram à ela. - Você não está mais em casa?
- Não precisa se alarmar, - seu pai interrompeu suavemente - Ela está totalmente acompanhada e adequadamente servida. Agora, se me dão licença, devo ir.
Verificar o "visitante", sem dúvida.
- Os Irmãos saíram em escolta ao Rei para fora da propriedade, - seu pai disse, ao dar a volta na mesa para abraçá-la. - Os doggens farão a limpeza por mais
uma hora, pelo menos. Me chame se precisar de alguma coisa.
- Chamo.
E então ele se foi.
- Eu não acredito que ele está deixando você aqui. - Peyton disse.
- Não é bem escolha dele.
- O que quer dizer?
- Nada. - Ela passou uma mão pelo cabelo, bagunçando-o. - Você não precisa ficar. De fato, prefiro que não fique.
Ela podia sentir o peso de seu olhar, e quando ele não respondeu, ela o encarou, - O que?
Aqueles olhos dele estavam semicerrados de um jeito que ela jamais vira. - Você nunca foi tão...
- Desagradável?
- Não, - ele murmurou. - Não isso.
- Bem, então o que? - Quando ele não respondeu, ela balançou a cabeça. - Vá para casa, Peyton. Só vá para casa, e prepare-se para ser o valentão da classe no
Centro de Treinamento. É o papel que você nasceu para interpretar.
Com aquilo, ela passou por ele e deixou o salão. Ela não se importava com o que ele iria fazer, se ia sair... Ou se ficaria em pé lá ao lado de sua mesa até
os doggens varrerem-no para fora, junto com a poeira do chão.
Ela estava farta.
Daquela noite. E dos machos, em geral.
Capítulo QUARENTA E UM
- Não. Aqui. Coloque-o junto à lareira...
Xcor soltou-se do apoio sobre seus braços. - Eu não sou um inválido.
Conforme ele mancava através da sala da cabana que tinha comprado para Layla, ele guardava para si o fato de que estava gelado até os ossos e tinha, na verdade,
apreciado o calor das chamas que ferviam em torno dos troncos na lareira.
- Sua perna está quebrada, - disse Zypher.
Enquanto ele se acomodou em cima do sofá, uma náusea afiada ameaçou esvaziar seu estômago, mas ele enterrou essa resposta, bem como, engoliu a bile. - Deve curar.
- Há mantimentos aqui.
Ele não sabe quem disse isso. Não se importava. - Onde está o licor?
- Aqui.
Quando uma garrafa de só Deus-sabe-o-que apareceu diante dele, ele pegou o que foi oferecido, abrindo a tampa, e trouxe a boca aberta para os lábios. Era vodka,
a mordida branca queimando o fundo de sua garganta e acendendo um segundo conjunto de chamas em suas entranhas.
Tinha sido uma viagem para casa muito, muito longa, com ele desmaterializando quilômetro a quilômetro, porque eles não tinham meios de transporte motorizados
à disposição. E agora, tudo o que ele queria era ficar sozinho, e temia, uma vez que todos estavam aqui e se preocupando com ele, que ia tomar mais energia do que
ele tinha para fazer seus soldados irem em paz.
- Você estava quase morto, - disse Balthazar de perto da porta.
Ele bebeu mais do espírito. - Você também...
- Alguém está aqui, - disse Syphon pela abertura da janela. - Um carro.
Imediatamente, todas as armas foram tiradas dos coldres e apontadas sobre o vidro, com exceção de sua. Sob o casaco fino, seu braço estava pendurado mole, a
articulação provavelmente deslocada.
E ele não estava colocando para baixo a vodka.
- Quem é? - Ele perguntou, pensando que era possivelmente o doggen tinha procurado para contratar.
- É uma fêmea, - alguém respirou. - E não da classe serva.
Instantaneamente, Xcor desloucou-se ao redor e mostrou suas presas. Mas, ele não precisa de confirmação visual. Havia apenas uma mulher que sabia sobre este
lugar, e que viria em um carro.
- Deixem-nos, - ele ordenou. - Agora.
Quando seu Bando apenas ficou em um semicírculo, paralisado pelo que estava fora da fodida janela, ele lançou rosnado de um leão. - Deixem-nos!
Zypher pigarreou. - Ela é deslumbrante, na verdade, Xcor...
- E ela será a última visão de vocês se não saírem daqui!
Um por um, os soldados, de má vontade, desmaterializaram... De tal forma que, quando sua mulher bateu à porta, ele estava sozinho.
Buscando mais fortificação da garrafa, bebeu duro; então saiu do sofá, se aproximou e abriu os painéis amplos.
No segundo em que Layla olhou para ele, ela exclamou: - Você está ferido!
O choque no rosto dela era tanto que ele olhou para si mesmo e suas roupas manchadas de sangue. - Sim, parece que estou. - Engraçado, agora que estava diante
dela, ele não sentia mais dor. - Você não quer entrar e se aquecer perto do fogo.
Como se não houvesse nada de errado. Como se ela não o tivesse ignorado quando deveria tê-lo encontrado à meia-noite, para que pudesse dar a ele sua decisão.
Ele sabia a resposta, no entanto. Sua ausência anterior foi toda a resposta necessária, ela tinha claramente chegado à razão.
Layla entrou, seus olhos indo para cima e para baixo de seu corpo. - Xcor, o que aconteceu?
- Nada. - Ele fechou-os dentro. - Eu pensei que você indicou que não poderia fugir.
- Eu vi o que aconteceu no centro. E eu tinha de...
- Tinha o quê? Vir aqui para ver se eu tinha morrido e, portanto, libertar você de sua obrigação? - Quando ela não respondeu, ele riu e voltou para o sofá. -
Perdoe-me, mas preciso sentar.
Ele estava ciente do olhar dela rastreando-o. E, sem dúvida, os ouvidos aguçados dela pegaram o gemido que ele fez o seu melhor para se esconder.
- Você deve ir a um médico.
Xcor riu e tomou outro gole da garrafa. - Você acha que isso merece atenção? A Irmandade da Adaga Negra deve ter um padrão diferente para lesões do que nós.
Eu tive muito, muito pior acontecendo em cima de mim no decorrer dos séculos. Isto não tem qualquer consequência, nada que não deverá ser curado após a queda da
noite.
- Quando foi a última vez que você se alimentou?
De repente, seu corpo ficou imóvel. - Você está oferecendo?
Quando ela ficou ocupada olhando em toda parte na cabana exceto para ele, ele riu de novo. - Vou levar isso como um não. Além disso, você já ajudou e incentivou
o inimigo uma vez, e todos nós sabemos o quão bem isso acabou.
- Por que você está sendo desagradável comigo?
Ele bebeu novamente, engolindo em seco. - Porque eu sou assim. E sou um canalha, lembra? Um bastardo que a forçou a vir à minha presença, noite após noite, enquanto
você fica pesada com uma criança de outro macho.
- Você está com dor.
- Na verdade, agora que você está aqui, eu já não estou.
Isso a acalmou por um momento.
E então ele ficou chocado quando ela andou para frente, se aproximando do sofá... Porque, conforme se aproximava, ela empurrou para cima a manga de seu braço
direito.
- O que você está fazendo? - Perguntou ele.
- Eu vou dar-lhe a minha veia. - Ela parou diante dele. Perto o suficiente para agarrar. Perto o suficiente para que, se ele quisesse, poderia puxá-la para seu
colo.
Encontrando seus seios com as mãos, a boca. - Você está pior do que pensa.
- Oh, sim, - disse ele asperamente. - Você está certa. Mas, não se trata de meus ferimentos.
Ela colocou seu pulso para ele. - Você foi atingido por um veículo da Irmandade, não foi?
- Então você acha que me deve isso? Mudança interessante na afiliação.
- Você não nega, então.
- Eu não consigo entender onde você está indo com isso, fêmea. Você não estava confortável em ser uma traidora antes. O que mudou?
- Você não os atacou hoje à noite, não é? Você teve a chance quando a luta aconteceu, de ir atrás dos membros da Irmandade, mas vez de ordenar os seus soldados
que atacassem Manny e Rhage, ou os outros Irmãos que estavam lá, você deixou o teatro sem ferir qualquer um deles.
Sim, ele pensou. Ele tinha imaginado que a RV seria dos Irmãos.
Ele tinha pegado aquele cheiro se desmaterializando fora daquilo e nenhum outro grupo de vampiros poderia permitir tal luxo.
Xcor rachou um riso duro. - Você não ouviu sobre autopreservação? Se fui ferido tão mal como você acha, eu saí para me salvar.
- Besteira. Eu conheço sua reputação. Você teve uma oportunidade essa noite e não a pegou. De fato, você teve a chance de atacar o nosso complexo por quase um
ano e não fez nada.
- Devo lembrá-la da natureza do nosso arranjo aqui? - Ele perguntou em um tom aborrecido. - Você aparece, sacia meus olhos, e eu não mato todos eles.
- Uma promessa dada à uma fêmea que nunca iria pará-lo. Você é filho de Bloodletter.
Oh, mas uma promessa para você, ele pensou consigo mesmo.
A voz dela tornou-se forte. - Você não está indo atrás deles, está? Não esta noite. Não amanhã à noite. Não daqui a um ano. E não porque estou vindo te ver,
caso contrário, você teria matado um ou mais deles nas ruas esta noite. Isso seria fora do âmbito do nosso acordo, não seria?
Quando ele olhou para ela, os olhos dela eram tão astutos que se sentia diminuído em estatura, e não porque estava sentado e ela estava em pé sobre ele.
- Por alguma razão, eles não são mais um alvo para você, certo? - disse ela. - Certo?
Conforme Layla ficava acima de Xcor, ela falava em voz alta tudo o que tinha percebido e formulado em sua cabeça durante o trajeto entre o Complexo da Irmandade
e a cabana.
Era como se ela estivesse andando em uma ladeira íngreme e de repente tivesse chegado à uma clareira no mato que lhe mostrava uma vista da qual ela tinha sido
uma parte, e ainda desconhecia.
- Responda! - Ela exigiu.
Ele arqueou uma sobrancelha. - Você disse que sou um homem sem honra, que a promessa de uma fêmea não iria restringir minhas ações. Por que você quer que eu
lhe dê qualquer resposta quando não sou confiável.
- O que mudou? Eu sei que não tem nada a ver comigo, mas algo mudou.
- Desde que é tão boa em preencher as minhas respostas, acredito que devo apenas sentar e permitir que você mantenha ambos os lados desta conversa.
Como ele continuou olhando para ela, com o rosto tão calmo e composto como uma máscara, ela sabia que ele não ia dar mais nada a ela. E, talvez ele estivesse
certo: Ela não podia confiar no que ele dizia.
Ela, no entanto, depositou fé em suas ações.
- Toma de mim, - disse ela, estendendo-lhe o pulso. - E cure.
- Você é uma fêmea perversa. E sobre sua criança?
- As fêmeas podem alimentar com segurança um macho, desde que não tome excessivamente.
Ela tinha alimentado Qhuinn e Blay até cerca de um mês atrás, quando tinham mudado para Selena, o que fora um excesso de abundância de cautela. E, de qualquer
maneira, ela mesma tinha tomado uma veia umas meras 12 horas atrás, então estava muito mais forte.
E ele não estava.
- Você não está se alimentado corretamente desde que tomou minha veia, aceite-a.
Os olhos dele afastaram para o fogo. - Claro que tenho.
- Você está mentindo.
- Por favor, faça uso desse seu carro e volte para a Irmandade.
- Não.
Os olhos dele se estreitaram com um clarão quando olhou para ela. - Você está tentando minha paciência.
- Porque estou certa sobre tudo isso...
Só assim, ele estava em seus pés, e mesmo mancando, ainda conseguiu pressionar-se contra ela, obrigando-a a recuar um passo ou cair fora de seus saltos. E outro.
E outro.
Até que ela estava contra a parede.
E mantida lá pelo corpo dele.
- Você pode querer repensar a sua conclusão, Escolhida.
Layla encontrou dificuldades para respirar, mas, não porque ele colocou qualquer pressão direta sobre o peito dela. - Eu sei outra coisa.
- E o que poderia ser.
Ela se lembrou de ouvir por acaso o que Blay e Qhuinn tinham dito sobre a noite anterior, sobre como Rhage, V, e os gêmeos tinham saído para onde o Bando dos
Bastardos tinham ficado.
- Eu sei que você teve mais uma oportunidade para matá-los. Sei que eles foram para a casa que você estava vivendo, e você não deixou nada para trás que poderia
prejudicá-los. Você poderia ter um ou outro soldado emboscando-os lá, ou criar algum tipo de ofensiva, e não o fez.
Com isso, ele se separou dela.
Foi doloroso vê-lo mancar ao redor, ver suas ensanguentadas roupas rasgadas, testemunhar a sua exaustão.
Severamente, ela disse: - Então, não estou exatamente alimentando mais o inimigo, estou?
Eventualmente, ele parou diante da lareira. Colocando uma mão sobre o quadril, olhou para as chamas e pareceu curiosamente derrotado.
- Basta ir, - disse ele.
- Por que você escolheria esconder o que, para mim, é uma boa notícia? - A ideia de que ele não poderia estar tentando matar a Irmandade ou Wrath já seria um
tremendo alívio. - Por quê?
- Se não tivéssemos o nosso acordo, você não teria a obrigação de vir me ver.
Layla sentiu um calor estranho sobre ela, e estava vagamente consciente de que eles estavam, uma vez mais, se aproximando de algum tipo de divisão. Todas as
noites, até agora, tinha sido uma dança definida pelo papel do manipulador e da vítima.
E tinha havido uma perversa segurança para ela na posição em que estava.
Isso significava que ela poderia se esconder por trás de fazer um dever para a Irmandade.
Isso significava que ela poderia fingir que era forçada a isso.
A verdade... Era muito mais complicada do que isso.
Uma imagem dela da noite anterior, em pé onde estava agora diante da lareira, a fez querer tirar o casaco; se tinha estado quente antes, agora ela estava em
chamas.
Xcor olhou por cima do ombro. Conforme a luz bruxuleante irradiava sobre suas características, sua deformidade facial parecia ainda mais proeminente. E ainda
que pudesse parecer feio para alguns... Não parecia para ela.
Ela tentou imaginá-lo sem suas roupas.
- Então, - ele provocou. - Será que você ainda viria aqui? E não se preocupe em ferir meus sentimentos. A própria mulher que me fez nascer não me queria. Estou
bem familiarizado com desrespeito feminino.
Depois de mais silêncio, ele cortou seu braço através do ar. - Eu acredito que é a sua resposta, então...
- Eu o faria, - disse ela com força. - Gostaria de vir para ver você.
Ela encontrou-se colocando as mãos na barriga inchada, e desejando que pudesse poupar dessa realidade seus filhos não nascidos.
Os olhos dele queimaram em estado de choque. Então se estreitaram. - Por quê?
A voz dele era estridente, uma demanda que a desafiou a falar alguma outra verdade.
- Não sei por quê! - Ela encolheu os ombros. - Mas, raciocínio não muda o fato, não é?
Houve outro longo silêncio.
Quando Xcor falou em seguida, era tão baixinho que ela não tinha certeza do que ele disse. Mas soou como, "Eu não estava procurando ser transformado".
Ela não se preocupou em pedir-lhe para repetir o que quer que fosse. Sem dúvida, se ele tinha a intenção que ela ouvisse as palavras, teria dito mais alto.
- Tome minha veia.
Ao emitir a ordem, ela sabia que não havia como voltar atrás. Tendo cruzado este limite sem fingimento e onde tudo era uma questão de escolha, ela estava muito
consciente de que o destino dela estava mudando. Mas, pelo menos, não foi por alguma decisão aleatória e irrelevante como ir para a esquerda ou direita.
Isto era consciente. Tão consciente que era como se este quarto aconchegante nesta pitoresca casinha tivesse sido preenchido com cores e infundido com aromas
mais vivos do que seu nariz poderia inalar. A audição dela, também, estava tão aguçada a um ponto de dor, cada crepitar do fogo ou respiração de sua boca ou seu
ressoar ecoando em algum grande desfiladeiro.
Desta vez, quando ele veio para ela, não era rápido e não era com agressão.
Seus olhos estavam sobre ela, mas, estavam desconfiados, como se o predador estava agora com medo de sua presa.
Pisando ao lado dela, Xcor ofereceu seu antebraço. Quando ela apenas olhou, ele disse: - Eu os vi uma vez fazer isso. Um gesto cavalheiro para uma fêmea de valor?
- Sim, - ela disse asperamente. - Isso é feito desta forma.
Depois que ela escorregou seu próprio braço no dele, ele a levou até o sofá e se sentou com ela nas almofadas desgastadas. Então ele se virou e saiu da sala.
- Onde você está indo? - Ela gritou.
Capítulo QUARENTA E DOIS
- Você tem as mais belas mãos.
Trez estava em sua cama com Selena ao lado dele, ambos estavam nus e totalmente expostos. O sexo tinha sido tão pesado, as cobertas estavam no chão, sua pele
quente só agora começara a esfriar com as correntes de ar sutis do quarto escuro.
- Você mencionou isso antes, - disse ela com um sorriso.
Ele fez um mmmm-hmmmm na parte traseira da garganta. - Eu gosto delas em mim. Eu gosto de olhar para elas. Eu gosto da sensação delas.
Alisando a palma da mão sobre a dela, sentiu o contato por todo o corpo. Tão calmo, pensou. Isto era tão tranquilo.
- Eu gosto de ver as estrelas, - disse ela, depois de um tempo. - Através da janela ali.
- Sim.
Como era apenas antes das cinco horas da manhã, as persianas estavam prestes a descer para o dia. Com o Outono comandando o tempo, não só a luz do sol, como
o amanhecer estava chegando mais tarde nos dias de hoje.
- Você sabe, eu nunca tive isso antes, - ele se ouviu dizer.
Ela se virou de lado, apoiando a cabeça em cima da mão que ele estava segurando. E, como ela sabia que ele sentiria falta do contato, deu-lhe a outro para brincar.
- Isso o quê? - Ela perguntou.
- Esse tipo de calma.
Durante todos esses anos de orgasmos vazios, desejava que tivesse sabido que tão profunda comunhão estava esperando por ele. Isso teria feito aquela excessiva
ingestão de alimentação não nutritiva, totalmente desnecessária.
- Você quer um pouco de música ou algo assim? - Ele perguntou abruptamente, no caso de ele ser o único a desfrutar da calma.
- Não, isso é... Perfeito.
Com isso, ele teve de virar ao redor e beijá-la na boca. Em seguida, se ajeitou contra os travesseiros, retomando esse novo tipo de trabalho de mão... Onde ele
traçava cada um de seus dedos com os dele, esticando-os e puxando-os para fora, antes de brincar com as pontas, fortes e contundentes.
- Eu amo as estrelas, - disse ela, como se estivesse falando para si mesma.
- Eu tenho uma ideia sobre essa noite.
- Tem?
Ele jogou para fora um outro mmmmm-hmmmm. - É uma surpresa. Vamos precisar adiar o nosso passeio de barco, apesar de tudo.
E ele provavelmente, iria querer um valium. Mas ela ia adorar.
- Trez?
- Sim?
- Eu quero que você faça algo para mim.
Ele sorriu na escuridão. - Será que isso envolve a minha língua, por acaso? Basta citar a parte do corpo, minha rainha.
- Não.
A mudança na voz dele o deteve. E por uma fração de segundo ele queria dizer, Por favor, não. Podemos falar sobre isso mais tarde. Vamos deixar as horas do dia
para a fantasia de sempre.
Mas, como sempre, ele não poderia negar-lhe qualquer coisa. - O que é?
Selena demorou um pouco para responder, o que provavelmente significava que ela estava escolhendo as palavras com cuidado.
Ele tentou manter a calma. - Leve o seu tempo.
- As minhas irmãs. - Ela hesitou. - Aquelas que já faleceram... Elas foram colocadas em um cemitério. Você sabe, exatamente onde você me achou.
Aquela cerca viva, pensou. A única pela qual ele tinha olhado através para ver aquelas estátuas de mármore... Agora, que ele temia não eram feitas de mármore.
- Sim, eu me lembro.
- Não deixe que me levem lá para cima. - Ela levou a mão dela para longe da dele e sentou-se. Quando olhou para ele, seu cabelo preto longo, bonito estava derramado
sobre seus ombros, cobrindo um de seus seios, tocando a pele das coxas. - Eles vão querer. Deveria escolher uma posição... Você sabe, quando chegar a hora, podem
me colocar em qualquer posição que deseje. Em seguida, passam gesso sobre o cabelo, rosto e corpo. É um ritual. É por isso que são todas diferentes lá em cima, em
diferentes poses, quero dizer.
Trez esfregou o rosto. O que não fez nada para aliviar a dor cortando o seu peito. - Selena, não vamos falar sobre isso...
Ela agarrou seu braço. Forte. - Prometa-me. Eu não vou ser capaz de defender a mim mesma quando essa hora chegar. Preciso que você faça isso por mim.
Mais uma vez, ele não poderia negar-lhe qualquer coisa, e como um macho vinculado, isso não só parecia certo, mas saudável. Exceto que este pedido? Isso o quebrou
ao meio, quando assentiu.
- Tudo bem. - Ele limpou a garganta. - Ok, vou ter certeza disso.
Ao mesmo tempo, o corpo dela relaxou e ela soltou um suspiro. Então, quando voltou a deitar ao lado dele, ela balançou a cabeça. - Eu sei que isto é contra tudo
o que me foi ensinado e todas as tradições do meu serviço... Mas uma parte minha está paranóica que elas estão presas lá dentro.
- Eu sinto muito... O quê? Quer dizer, as suas irmãs?
Ela assentiu com a cabeça. - Como sabemos de fato que o fade é real? E se tudo o que disseram que é verdade não é? Tal como acontece com todos os outros no Santuário,
sempre tentei evitar o cemitério Eu odeio o silêncio e a quietude interior, e, Deus, aquelas pobres mulheres, algumas as quais eu conhecia, compartilhávamos refeições
e trabalhávamos juntas à serviço da Virgem Escriba. - Ela amaldiçoou baixinho. - Elas estão presas naquele cemitério, não apenas congeladas em seus corpos, mas esquecidas
pelo resto de nós porque não podemos ficar como nos sentimos quando estamos com elas. E se elas podem nos ver? E se elas podem nos ouvir? E se o tempo apenas estende-se
até para sempre com elas presas... - Selena estremeceu. - Eu não quero isso. Quando eu ir, quero ser livre.
Seus olhos voltaram para a janela, para as estrelas cintilantes tão acima.
- Cada espécie tem uma versão de uma vida após a morte, - disse ele. - Os seres humanos têm Céu. Vampiros, Fade. Para Sombras, é o Eterno. Não podemos estar
todos errados, e cada um é uma versão do mesmo. É o que parece fazer sentido, que há algo depois de tudo isso.
- Mas não há nenhuma garantia e você não vai saber até que seja tarde demais. - Ela pareceu recuar em si mesma. - Você sabe, quando estou aprisionada, posso
ouvir coisas... Quando estou no lugar onde meu corpo está apenas... Fora do meu controle, posso ouvir e cheirar, posso ver. Minha consciência está comigo, eu estou
lá, mas não posso fazer nada. Como eu já disse antes, não há maior pânico do que o que se sente quando seu cérebro está funcionando e nada mais está.
Não se desespere, ele disse a si mesmo. Não se atreva a se desesperar.
Você junta a sua merda e esteja lá para ela. Aqui e agora.
Como ela ficou em silêncio, ele se colocou naquele lugar que ela havia descrito, a par de tudo, mas incapaz de responder ou falar ou reagir.
Alcançando mais, ele acariciou seu longo cabelo para trás. E então, estava beijando-a, suavemente, lentamente. Um momento depois, ele rolou em cima dela e encontrou
seu sexo com o dele. À medida que a penetração aconteceu, conforme tinha aquele familiar, e ainda surpreendente, aperto dela nele, ele deu-lhe sua promessa através
do ato físico.
Às vezes, o mal contra o qual você luta não é nada no qual possa bater, atirar ou desmembrar. Algumas vezes não é possível nem mesmo machucá-lo.
E isso era realmente muito terrível.
Conforme seus quadris balançavam, ela colocou os braços ao redor dele, que manteve o ritmo doce e cuidadoso para que pudesse beijá-la o tempo todo.
No meio, ele sentiu o cheiro de água da chuva nas lágrimas.
Ambos estavam chorando.
No piso abaixo, no ginásio do Centro de Treinamento, Rhage estava correndo como se estivesse sendo perseguido por sua própria besta.
A esteira não estava sentindo isso. Ele tinha certeza de que o grito vindo do cinto, que era alto o suficiente para que pudesse ouvir sobre a música que estava
explodindo em seus ouvidos como se a merda fosse heroína, significava a máquina estava indo quebrar a qualquer momento. Mas, ele não queria dar um passo largo o
suficiente para mover-se para a próxima ao lado da porta.
Quando a coisa começou a cheirar como um lesser, no entanto, ele sabia que a decisão tinha sido tomada por ele. Saltando para os trilhos laterais, ele puxou
o cartão vermelho Parar e a desaceleração foi instantânea. Ou isso, ou esperar pela parada programada de sua saída da máquina.
Recuperando o fôlego, ele enxugou o rosto com uma das toalhas brancas ásperas. As coisas eram praticamente uma lixa, mas todos eles preferiam desta forma. Fritz
tinha tentado, ao longo do tempo, mudar as antigas para algo mais suave, mas ele e seus irmãos sempre protestaram. Estas eram toalhas de ginásio. Eles deviam ser
finas e ásperas, o equivalente atoalhado de coiotes.
Quando você está suando como um porco e não consegue sentir as solas dos seus pés de esforço, você não quer dar palmadinhas para no suor com um Spitz Alemão11.
Ele tinha realmente corrido trinta e oito quilômetros?
Merda, quanto tempo tinha estado aqui em baixo?
Estalando fora de seus Beats, ele percebeu que não só tinha seus pés dormentes, mas seus músculos da virilha estavam em chamas, e o ombro que tinha ferido umas
boas cinco noites atrás estava dobrado solto.
Ele acabou estacionando em um dos bancos de madeira que desciam do outro lado da sala. Quando sua respiração gradualmente voltou para ele, sentiu como se estivesse
cercado por seus irmãos, embora estivesse sozinho. Fosse a impressão no banco que ainda estava marcado pela carga de duzentos e oitenta quilos que Butch tinha colocá-lo
lá ontem, ou o haltere em que Z vinha treinando, ou a barra de queixo em que Tohr tinha levantado, ele podia imaginar cada um dos lutadores com ele, ouvir suas vozes,
vê-los passar, sentir seus olhos sobre ele enquanto conversavam.
E tudo isso deveria tê-lo feito se sentir mais conectado, em vez de menos.
Mas, a realidade era que se mesmo no espaço de quarenta por sessenta estivesse espremido, apertado com todos esses grandes corpos, ele ainda teria se sentido
isolado.
Passando a toalha sobre o rosto novamente, ele fechou os olhos e foi transportado para um lugar diferente, um tempo diferente... Para uma memória que sabia agora
era o que estava tentando colocar para atrás, desde que ela tinha ameaçado a ressurgir...
A casa branca de fazenda de Bella. Aquela varanda dela era tão estilo Nova Inglaterra, tão aconchegante que faria você ou vomitar... Ou se sentar e comer uma
torta de maçã. Ele saiu por aquela porta da frente, a cabeça pendurada como se tivesse sido decapitado e apenas a cartilagem do pescoço estivesse mantendo sua bola
de basquete no lugar.
No andar de cima, naquele quarto, sua amada Mary tinha apenas lhe dito para das o fora.
Embora, é claro, não tinha sido tão bruta.
A vida dele tinha terminado quando ele saiu daquela casa. Mesmo que tenha estado ostensivamente vivo, ele tinha sido um macho morto caminhando...
... Até que de repente ela explodiu fora dessa porta em seus pés descalços.
Eu não estou bem, Rhage. Eu não estou bem...
- Por que você está pensando assim, amigo. - Ele esfregou a toalha áspera com força sobre seu rosto mais uma vez. - Basta soltar essa merda... Vamos lá, pense
em outra coisa...
Exceto que seu cérebro não queria ser redirecionado. E a próxima memória foi ainda pior.
Um quarto de hospital, mas não aqui no Complexo, ou mesmo na clínica de Havers. Um quarto de hospital humano, e sua Mary estava na cama.
Merda, ele ainda se lembrava da cor da sua pele. Errada, toda errada. Não apenas pálida, mas começando a ficar cinza.
Para salvá-la, ele tinha feito a única coisa que pôde pensar, a única jogada Ave Maria que tinha: Procurou a Virgem Escriba. Tinha deixado aquele hospital humano
e ido para casa, para o seu quarto, e abaixou-se em diamantes lapidados até que os joelhos estivessem machados de vermelho com sangue.
Ele tinha orado por um milagre.
Com uma maldição, ele se esticou no banco, inclinando o tronco para trás na madeira implacável, mantendo ambos os pés no chão em ambos os lados.
Sua Mary não estava voltando para casa hoje. Ela estava hospedada no Lugar Seguro.
A mãe daquela criança tinha sido levada de volta para Havers. Depois de entrar em coma.
A equipe decidiu manter a jovem na casa durante o dia, e Mary queria ficar com a garota.
Deus, ele lembrou da angústia da luz do dia, quando Mary tinha estado doente no hospital. Não fora seguro para ele estar com ela durante as horas de sol, e tinha
estado aterrorizado de que ela iria morrer quando ele não pudesse chegar até ela.
Talvez eles pudessem conduzir essa criança para ver sua mahmen se a merda chegasse a isto. Como uma pretrans, ela poderia sair até ao meio-dia.
Olhando para o teto, ele pensou em Trez e Selena. No encontro deles. Na sua fuga do centro da cidade. Na diversão que eles tiveram em evadir a polícia humana.
Isso valia tanto a pena lutar. Tudo.
Sua Mary não estava voltando para casa hoje, e ele não sabia como estaria passando pelas próximas doze horas até que a veria pessoalmente de novo. E, mesmo sabendo
que poderia chamar ou enviar uma mensagem, ou vê-la pelo Skype a qualquer momento durante o tempo que ele quisesse.
Aquela menina estava provavelmente perdendo sua mahmen.
Trez estava, provavelmente perdendo Selena.
Rhage tinha certeza que todos eles estavam orando por um milagre assim como ele. E talvez fosse com isso que ele estivesse tendo problemas.
Por que ele tinha tido sorte? Tohr não tinha. Bem, sim, o irmão tinha encontrado Autumn, o que foi uma bênção sem medida. Mas, tanto quanto ele amava aquela
fêmea, perder Wellsie quase o tinha matado.
Ele simplesmente não entendia. A menos que a Virgem Escriba entrasse em cena novamente, ou alguém encontrasse uma cura...
Por que ele e Mary foram poupados?
Quando o seu cérebro começou a dar um nó sobre aquilo, ele teve de diminuir os pensamentos. Ele não queria ficar louco aqui sozinho.
Sim, ele pensou ironicamente. Porque ele era muito melhor em compartilhar isso com seus entes queridos.
Tempos assustadores. Tempos assustadores.
Se a morte acontece em três... Ele pensou entorpecido. Quem iria ser o terceiro?
Capítulo QUARENTA E TRÊS
Conforme Xcor se afastou do cômodo principal da cabana, Layla estava preparada para segui-lo do lado de fora e fazê-lo se alimentar sobre o gramado se fosse
necessário. Mas, assim que estava prestes a se levantar do sofá, ela ouviu o som de... Chuveiro.
Continuando através do impulso vertical, ela atravessou e ao virar a esquina para ficar na frente da porta fechada do banheiro.
- ... Porra... - Ele murmurou no lado mais distante.
- Xcor?
- Deixe-me. Voltarei em um momento.
Com outra maldição lançada para fora através das aberturas em torno do batente da porta, ela pegou o trinco, e abriu a coisa.
Xcor estava em pé diante da pia, a camisa pela metade e meio fora, o tronco torcido em um ângulo errado quando ele tentou puxar a camisa sobre sua cabeça sem
prejudicar o ferimento de bala em seu lado.
- O que você está fazendo? - Perguntou ele. Através das dobras de tecido preto.
Por um momento, tudo o que ela pôde fazer foi olhar para o abdômen com nervuras, os músculos estriados através da barriga e o corte tão profundo que fazia sombra.
Mas então, havia o quadril dele, oco e que se projetava para fora de debaixo de sua pele, sua calça de combate pendurada tão baixas que a única coisa que a estava
mantendo no lugar era os grandes músculos das coxas.
Ele era incrivelmente poderoso. Mas também muito magro.
Balançando-se em foco, ela disse: - Eu vou ajudá-lo a tirar isso.
- Eu posso lidar com isso, só... - Quando virou novamente, ele soltou um gemido de dor.
Ignorando-o, ela fechou a porta para que o pouco calor que estava saindo do chuveiro ficasse no banheiro. - Pare. Você só vai se machucar.
- Eu estou bem, - ele retrucou.
No instante em que ela colocou a mão em seu braço, ele estava silencioso.
- Deixe-me ajudá-lo, - ela sussurrou.
A boa notícia foi que ele tinha conseguido tirar a maior parte da camisa sobre a cabeça. Portanto, não havia nenhuma maneira que ele veria suas mãos tremerem
enquanto ela pegou e gentilmente puxou para cima, avançando pelos braços, revelando aos olhos dos fãs de músculo o que corria pelo lado de seu torso e, em seguida,
as protuberâncias maciças de seus peitorais.
A respiração ofegante dele, dentro e fora, o peito subindo e descendo em uma batida que ficava mais rápida conforme ela levantava a camisa sobre seus braços.
Pesados braços. Braços grossos que se estreitavam nos cotovelo e, em seguida, nos pulsos, mas eram abundantes em todas as outras partes.
Quando aquilo que o cobria se soltou, tudo o que ela podia pensar era que ele era um assassino. Um assassino sério cujo corpo refletia o trabalho que fazia.
- Espere por mim lá fora. - Ele se recusou a encontrar os olhos dela. - Não vou tomar de você quando estou imundo.
- Isso aí é um corte ruim.
Quando ela tocou a pele quente e pálida sob a irritada listra vermelha na lateral do corpo dele, ele se encolheu. Mas a voz dele manteve-se forte. - Deve estar
curado ao cair da noite.
- Só se você se alimentar.
O grunhido que ela teve em resposta era um dispensa se ela já tinha ouvido um. E ele seguiu-o com: - Se você não sair, vai ver muito mais do que o meu peito.
- Você está pior ferido em sua perna. - Ela olhou para a mancha de sangue cada vez maior sobre a calça.
A mãos dele foram para o zíper da braguilha. - Então?
Como se ele estivesse lhe dando uma última chance.
- Então? - Ela encolheu os ombros. - Você honestamente acha que vou te deixar ficar sob a água quente sem ajuda? Você está branco como um lençol. Sua pressão
arterial está obviamente baixa. Você está sujeito a desmaiar.
- Oh, pelo amor de...
Agora ele olhou para ela. E, com eficiência rápida, ele liberou o aperto na cintura. A parte superior das calças caíram. A parte inferior ficou presa no lugar
sobre aquelas coxas.
Mas algo foi revelado.
E estava... Ereto.
Xcor levantou uma sobrancelha. - Você pode parar de encarar. Acho difícil acreditar que você está apreciando a vista.
Ela tentou desviar o olhar. Ela tentou. Mas seus olhos tinham uma mente própria.
- Você é tão grande, - ela respirou.
Ele recuou. Como se isso fosse a última coisa no mundo que esperava que ela dissesse. E quando ele falou em seguida, sua voz tinha mudado.
Agora, ele implorava. - Layla... Escolhida Layla... Você precisa sair.
Conforme Xcor ficou completamente nu na frente da mulher, ele não conseguia se mover. E não apenas porque sua calça de combate havia se firmado acima dos joelhos
e o transformou em um manco.
Os olhos verdes de Layla estavam incrivelmente grandes enquanto se concentraram no sexo e se fixaram lá.
Poderia esta noite ir mais longe fora dos trilhos, ele se perguntou.
Espera, possivelmente ele não deveria oferecer esse tipo de abertura para Fates.
Enquanto isso, seu pênis estava amando a atenção. A maldita coisa chutou como sugerindo que ela deveria agitar e fazer amigos.
Ele cobriu o rígido comprimento com ambas as mãos, esticando-o e deitando sobre seu abdômen inferior. - Layla.
Em vez de fazer a coisa razoável e se afastar dele com horror e nojo, ela inclinou-se e agarrou o cós da calça de combate. Antes que ele pudesse jogá-la fora,
sua calça caiu de suas coxas e se reuniu em torno de seus tornozelos.
- Venha, vamos para o chuveiro.
Ela não deu a ele uma chance de protestar. Um segundo depois, seu corpo golpeado e ferido estava sob a água quente caindo, ossos doloridos e cicatrizes curando,
ambos gritaram e suspiraram com o impacto. Com um chocalho da cortina, ela deu-lhe a privacidade que ele queria, exceto pelo som metálico sobre o vaso sanitário
que sugeriu que ela não tinha partido, mas sim fechado a tampa e se sentado.
Não havia nenhuma razão para não seguir com o sabão e o xampu, e tentou ser rápido sobre isso. Infelizmente, a bala que tinha passado de raspão por seu pulmão
estava ardendo como se houvesse ácido da bateria sobre a sua carne. E o sabonete não ajudou no fato.
A outra razão para ser rápido era que ele estava ciente tanto de sua nudez quanto de sua excitação. Quanto mais eficiente ele fosse, mais cedo poderia se vestir.
Nenhuma roupa, no entanto. Ele não tinha roupas limpas.
Fechando os olhos na derrota, ele lavou a espuma do cabelo, inclinando a cabeça para trás. O que foi um erro. Arremetidas da água atingiram seu pênis, e maldição
se não parecia com mãos, as mão dela.
Ou talvez a boca dela...
A liberação não foi inesperada. Foi, no entanto, indesejável. Conforme sua ereção vibrou e seu orgasmo rolou através dele, ele cerrou os dentes...
- Você não tem de esconder isso, - ela disse em uma voz rouca. - Eu posso ver a sua sombra.
- Então, desvie o olhar, - ele gemeu quando seu quadril rolou com as ejaculações.
- Eu não consigo.
Cedendo contra o azulejo, ele sabia que tinha perdido qualquer vantagem que acreditava ter na situação. Aquela fêmea tinha adivinhado a terrível verdade sobre
ele. Ela sabia que seus objetivos tinham mudado. E ela parecia disposta a manter o que quer que fosse esta relação, em condições que dariam a ambos alguma honra
e dignidade.
Mas pelo menos ela não sabia que tudo estava baseado nela.
Que sua vida... Patética como era... Estava baseada nela agora.
Se isso viesse à tona, seria a ruína dele.
Xcor girou a torneira com uma manivela, determinado a pôr fim a tudo isso e mandá-la embora, só para que pudesse devolver suas defesas corretamente no lugar.
Bem quando ele estava indo rasgar a cortina e colocá-la em torno de si, o peso pesado de uma toalha foi jogada sobre o cabo da cortina.
- Para sua modéstia, - disse ela.
Ela estava rindo dele?
Sem se importar em secar-se, ele cobriu sua parte inferior do corpo e empurrou a cortina para trás. Ela estava de fato no banheiro, a lã que usava camuflava
sua forma alterada pela gravidez.
Sem uma palavra, ela puxou a manga de volta e colocou seu braço para fora.
Havia um desafio em seus olhos.
- Tudo bem, - ele retrucou, irritado consigo mesmo. Com ela. Com este novo território em que tinham entrado.
Abaixando-se de joelhos, porque ela estava certa, ele estava terrivelmente tonto, colocou suas presas na carne dela.
Faminto. Ele estava faminto por ela.
E, ainda assim, a atingiu tão gentilmente quanto possível.
No primeiro gosto, ele gemeu, balançando seu corpo, seu peso batendo no armário sob a pia. O sangue dela era um vinho escuro que o deixou sedento ao invés de
saciar a garganta seca, e entre suas pernas, seu pênis chutou novamente e novamente.
Ele estava tendo um orgasmo na toalha, o prazer correndo em suas veias, seus ossos, sua carne...
Minha.
A partir das profundezas dele, o desejo de levá-la aumentou de forma tão violenta, que ele começou a agir sobre isso, seu corpo a ponto de saltar para cima e
arrastá-la para o chão para que pudesse montá-la.
Grávida ou não, ele estava indo ter o seu sexo e deixar a sua marca dentro dela.
Rompendo o contato, afastou-se dela, apoiando os pés contra esse armário, a porcelana fria da banheira atrás dele mordendo seus ombros enquanto ele ficou rígido
em uma tentativa de controlar a si mesmo.
- O que está errado...
- Vá! - Ele gritou.
Dentro dele, sua besta sexual estava rondando e pronta para tê-la, e juntamente com a sua sede de sangue, ele sabia que não conseguiria controlar o par de instintos
juntos.
Ele estava susceptível a mastigar o pulso dela ao mesmo tempo em que a fodia asperamente.
- Xcor, você não tomou muito...
Rangendo os dentes, ele fechou os olhos e se rosnou. - Dá o fora daqui! Se você quiser que a sua criança viva... Saia! Vou te atacar! Vá!
Isso chamou a atenção dela.
Como, sem dúvida, o fato de que ele ainda estava tendo um orgasmo sobre si mesmo, a toalha agora perdida, os jatos chutando para fora e marcando suas próprias
coxas e barriga enquanto seus músculos da perna tremiam com a força que ele estava exercendo, para certificar-se de que não iria saltar sobre ela.
- Vá!
Uma fração de segundo depois, ela estava fora do banheiro; um momento depois disso estava fora da casa. E ela estava com tanta pressa, que deixou as duas portas
abertas, então ele viu os faróis do carro dela acender e os observou circular o gramado desalinhado na frente antes de listar para baixo da estrada.
Não foi até quando ele não podia nem ver suas lanternas traseiras vermelhas nem ouvir o estalar de seus pneus que ele aliviou-se um pouco sobre o suporte.
Segurando seu pênis, ele começou a acariciar seu membro enquanto imaginava os olhos dela nele, e ouvia de novo o tom estranho que tinha usado quando ela tinha
pronunciado que ele era muito grande.
Ele não tinha interesse em se masturbar.
Mas, o que ele realmente não queria era que o seu lado racional o abandonasse completamente, de tal forma que fosse atrás dela durante a noite, parando-a em
algum lugar inseguro apenas para que pudesse fazer o que não queria fazer com ela.
Não, desta forma ele iria ficar onde estava.
Oh, Deus... O jeito que ela tinha lhe olhado, ele pensou enquanto começou a gozar novamente.

 

CONTINUA

Capítulo TRINTA E SETE
Um pouco depois de Xcor e Balthasar passarem correndo pelo labirinto de ruas, Xcor foi golpeado por algo tão grande e tão forte, que ficou totalmente aturdido
enquanto ia pelo ar, o mundo girando, enquanto ele permanecia estável, ou, mais provavelmente ele era o que dava voltas.
No ar, se preparou para um desagradável impacto, mas por alguma razão absolutamente estúpida, aterrissou sobre suas botas de combate. Era uma espécie de buraco,
não era uma benção que iria durar, considerando o impacto. Para evitar que caísse no chão, saltou para frente, tentando continuar a corrida.
Algo estava muito mal. Suas pernas não funcionavam direito.
Lutando para se manter em pé, era vagamente consciente de Balthazar gritando seu nome e logo, de repente, seu soldado estava justo ao seu lado, segurando seu
braço e o arrastando para trás.
No fundo de sua mente, sentiu uma presença sair do enorme veículo parecendo um vampiro. E logo o som dos impactos de bala soou. Pings agudos foram substituídos
por ruídos menores batendo nos ladrilhos, no asfalto e nas pedras.
Os lessers encontraram a SUV.
O que significava que ele e Balthazar tinham um segundo ou dois de maior cobertura e Balthazar aproveitou bem. Com um forte puxão, Xcor sentiu todo seu corpo
sair da pista.
E logo, um momento depois, ele estava atrás de uma grande estrutura.
Não, um veículo de segunda ou algo. De fato, era uma caixa quadrada gigante com algum tipo de escrita na lateral.
P... O... D... S...
Seu cérebro hiperativo traçou as formas das letras vermelhas, mas o padrão não significava nada para ele. Estava registrando com claridade?
Estavam a ponto de conseguir um tiro limpo.
Levantou a pistola ao mesmo tempo em que Balthazar o fez.
Obrigou seus pulmões a diminuir o ritmo, esperou... Esperou... Esperou...
A chuva de balas ficou mais forte e mais forte enquanto os atiradores caminhavam até eles. Os assassinos estavam presos entre os ruídos e a perseguição e nenhum
deles se incomodou em parar quando chegaram até a grande estrutura que funcionava bem e seguiram adiante. Em comum acordo, Xcor pegou o da esquerda enquanto Balthazar
pegava o da direita.
Duas balas. Não duas mil.
Duas muito bem posicionadas balas de quarenta milímetros nas costas jogaram os atiradores para frente, de cara no asfalto sujo.
- Peguei. - Balthazar gritou, trocando suas armas por adagas.
Xcor teria discutido, mas estava começando a sentir a gravidade de suas feridas. Bali saltou, suas lâminas movendo-se. Golpeou o mais próximo, uma grande explosão
de luz girando na rua ao meio-dia. Com uma pausa, ele saiu e apunhalou o segundo atirador. Retrocedendo a um segundo de iluminação, o soldado conseguiu esquivar
das adagas e agarrar duas AK's antes de...
... Uma RV sair a toda velocidade do beco para golpear Xcor.
Balthazar virou-se correndo para o esconderijo, golpeando seus ombros no bloco de metal e os dois olharam para frente, congelados no lugar quando saíram no caminho.
Mas a diversão e os jogos não haviam terminado ainda.
Acalme-se.
Precisavam se acalmar...
... Devagar...
Desmaterializar fora do centro era a única maneira de sair dali: Sirenes dos carros de polícia dos humanos aumentavam de volume cada vez mais forte e logo faróis
apareceram no final do beco, a brilhante iluminação fazendo sombras em tudo.
- Vá. - Xcor ordenou, sabendo que seu soldado estava em muito melhor forma que ele.
- Não nesta vida.
- Ficar aqui comigo pode ser sua queda.
- Então vamos morrer juntos.
Quando Xcor inalou e exalou profundamente, tentando diminuir seu ritmo cardíaco e sua pressão arterial, o cheiro de metal quente e pólvora tocaram seu nariz
junto com o diesel do carro e o persistente cheiro desagradável do suor dos assassinos e as incinerações.
Suas pernas o estavam matando, ambas. A este ritmo, a dor iria aumentar tanto que teria que se sentar ou desmaiar.
Merda.
Os carros de polícia se aproximaram a toda velocidade, um... Dois... Três, depois uma sucessão, as luzes e as sirenes se desvanecendo enquanto passavam.
Haveria mais. E os próximos viriam mais devagar, para fazer reconhecimento do lugar de modo que pudessem persegui-los.
- O quanto está machucado? - Balthazar exigiu.
Ele queria mentir. - Minhas pernas são um problema. Uma está no último momento e a outra provavelmente quebrada.
- Quando foi a ultima vez que se alimentou? De uma mulher, quero dizer.
Meses e meses. Desde que conheceu Layla. Seu sangue puro lhe manteve por um tempo recorde e quando a força finalmente começou a desvanecer, tomou das veias dos
cervos que caçava nos bosques sem dizer a seus homens que recorria a tais animais.
Mas Bali sabia. Todos eles deviam saber.
- Há muito tempo, de fato. - Seu soldado se queixou.
Xcor olhou ao redor, não queria levar a conversa adiante. Do outro lado do caminho havia uma escada de incêndio, mas não tinha força para se arrastar até ali
a uma velocidade suficiente e não seria capaz de se desmaterializar.
- Vá. - Disse para Balthazar.
- Pode fazê-lo.
- Não tenho força para levá-lo de volta...
Balthazar apontou para cima. - Ali. O teto. É para onde tem de ir.
Latidos de cães. Ao menos dois deles. Na entrada do beco.
Ah, sim, os seres humanos tinham narizes dignos de uma busca. Diferente dos patéticos que tinham em seus rostos.
- Você consegue. - Disse Balthazar. - Apenas até ali. Não mais além.
Xcor traçou o caminho até a escada de incêndio, além da série de janelas, uns quinze metros. Poderia ser pior, supôs.
- Agora.
Fechando os olhos, sabia que não iria funcionar. - Eu quero que vá embora. É uma ordem.
- Não vou...
Xcor levantou um braço cansado e golpeou o soldado no rosto. Com voz cansada ele disse: - Os outros precisam que cuide da organização. Deve ser você. Vá, e leve
as armas com você. São valiosas. Vá! Alguém deve liderá-los!
Balthazar continuava amaldiçoando enquanto desaparecia... E os cães se aproximavam cada vez mais do lugar onde estava Xcor. Com o fresco aroma de seu sangue
recém derramado e cada vez caindo mais seria encontrado em questão de segundos.
Desta vez, quando suas pálpebras se fecharam, era de puro esgotamento, não por qualquer tipo de esperança de se desmaterializar.
Exceto que, justo quando seria capturado, enquanto levantada o cano da pistola e sabia que estava a ponto de perder a vida com um tiro...
A imagem de Layla veio a ele tão claramente como se ela estivesse diante dele.
Se tirasse sua vida, nunca colocaria os olhos sobre ela novamente.
Quando uma profunda sensação de perda golpeou o centro de seu peito, foi então que soube o que estava negando durante tanto tempo.
Frente à realidade de que poderia lhe ser negado um último encontro com esta mulher, uma última oportunidade de ouvir sua voz, sentir seu cheiro no ar da noite,
sentindo sua presença física... O macho vinculado a ele gritou de raiva ante tais crimes.
Assim quando um pastor alemão dobrou o canto do bloco de metal, seu condutor segurando sua coleira curta, no mesmo instante que o humano gritou algo como "Parado"
ou uma idiotice assim...
Xcor desapareceu.
Apenas o desejo de ver sua mulher novamente lhe deu forças para lançar-se no ar da noite, jogando seu maltratado corpo no teto que Balthazar lhe mostrou.
Quando o policial abaixo deixou escapar uma exclamação de surpresa e outro chegou, uma conversa se seguiu e Xcor caiu no nada, aterrissando duro no teto plano
do edifício.
- Graças a Virgem Escriba. - Ouviu alguém murmurar.
Gemendo Xcor rodou sobre as costas. Zypher estava em pé sobre ele. Balthazar também.
- Ele está muito machucado.
Isto foi o último que ouviu antes da perda de sangue e as lesões o arrastarem para a inconsciência.
Um quarteirão a mais, Rhage tinha sua própria lista de problemas graças à todos os malditos humanos que inundavam os becos. Com as mãos sobre a cabeça e de costas
aos rapazes de azul que se aproximavam, sentia-se irritado. E entediado.
A verdadeira festa, com estes assassinos, como diria Bill Murray já havia acontecido, e Manny Manello fazia aquela coisa de avaliação médica procurando por balas.
Enquanto isso, ele estava preso ali na cidade com seis rapazes franzinos.
- Não se mova.
Como nos filmes, pensou enquanto rodava os olhos. - Como disser oficial.
Com seu ouvido agudo triangulou sua posição com precisão. E não havia nada diante dele no beco. Não havia carros, não havia transeuntes noturnos ou outros policiais.
Apenas Deus sabia aonde Manny iria acabar. Ou o que estava acontecendo com Trez e Selena. Não havia tempo para isto.
- Eh, oficial?
- Não se mova.
- Não se ofenda, mas tenho de ir.
Assim de fácil, já que o policial sequer se moveu ele logo se desmaterializou.
Estava sorrindo em seu estado molecular enquanto viajava para fora, imaginando OMFG's. Fez algumas coisas que poderiam ser inaceitáveis. Havia apenas uma regra
na guerra com a Sociedade Lessening: não dê o primeiro golpe na luta idiota. Quer dizer que, era de interesse de todos que os humanos não soubessem que os vampiros
eram mais que um mito de Halloween e The Walking Dead era nada mais que um programa de televisão.
Às vezes, no entanto, não se tem opção. E apesar de acabar de dar o maior espetáculo de Frick e Frack, era melhor do que perder tempo apagando a memória deles
quando Trez e Selena poderiam precisar de Manny.
Abrindo seu caminho adiante, voltou a formar-se três quarteirões mais perto do rio no telhado de uma garagem com luzes de neon. Assim quando Manny acelerou pelo
beco em seu tanque blindado, com várias viaturas de polícia atrás dele, Rhage fez as luzes de Xenon nas vigas brilharem, dando ao bom doutor um descanso para seguir
adiante.
Logo, com calma e muito deliberadamente, entrou na ambulância e abriu fogo contra os veículos. Ele não era idiota, no entanto. Sua Mary uma vez foi humana, assim
ainda abria exceções a toda esta coisa de mortal. Assim que mirou os pneus dianteiros e os motores. A primeira unidade rapidamente perdeu o controle e tombou, o
que significava que a segunda com certeza poderia passar adiante. Mas ele se livrou desta merda, inutilizando-a.
- Buh... Adeus.
Alcançou Manny novamente pelo efeito fantasma, dois quarteirões abaixo e se materializou no assento do passageiro da mesma forma que deixou o veículo. Manny
deu um grito de alarme, mas não perdeu seu foco. Continuou movendo-se pelas ruas.
- Temos que sair daqui. - Disse o bom doutor.
- Para a ponta do rio. Sei exatamente o que fazer.
- Há policiais por toda parte.
- Vou dizer quando der a volta. - Rhage puxou o telefone e começou a enviar mensagens de texto. Um quarteirão depois, gritou. - Agora! Muito bem!
Rhage caiu de lado bem apertado quando Manny os lançou a noventa graus e pisou no acelerador novamente.
- Eles têm um helicóptero sobre nós. - Anunciou Manny.
Efetivamente, a grande tela mostrava uma imagem preciosa de uma brilhante esfera de luz lançando uma luz sobre eles.
- Duas ameaças mais acima, à esquerda.
- Eles vão se aproximar de nós a...
- Faça!
Eeee assim que desceram a estrada, o foco de luz se extinguiu.
- Um quarteirão mais. - Murmurou Rhage, lançando-se para frente, rezando para... - Calma!
Mais a direita na baia, ele tocou um painel e uma porta se abriu lentamente, revelando uma garagem enegrecida do tamanho de uma pequena casa.
- Vamos!
- Merda, como fez isso?
- Agradeça a V!
Assim simples, a RV de Manny, junto com todas suas coisas, seringas e bisturis e os dois filhos da puta no assento da frente, foi coberta e ficou dentro da garagem
coberta na baía.
Manny desligou o motor, mas não soltou o controle do volante. Como se esperasse ter de dirigir novamente. - O que faremos agora?
Rhage desceu o vidro da janela e ouviu os sons dos carros de polícia que passavam na parte de fora. - Relaxamos.
Seu celular soou e ele atendeu. - Bom trabalho, meu Irmão.
A voz de Vishous estava clara como água. - E você pensou que nunca iríamos precisar disto.
- Graças a Deus pelo controle remoto.
- Pelo meu telefone. Boom! Vocês estão bem?
- Sim, mas acho que vamos ficar aqui por um tempo a menos que alguém venha nos buscar.
- Que demônios aconteceu?
- Tire-nos daqui e contarei a caminho de casa.
- Estarei aí em vinte. A menos que tenhamos que nos preocupar com a polícia?
- Oh não. - Rhage fez um gesto sem importância com a mão. - Está tudo bem. Não há policiais ao redor.
Quando desligou Manny o olhou. - Está louco? Este telefone pode ser rastreado pela polícia.
- Precisariam do exército.
Com uma maldição, Manny bateu a cabeça contra o encosto de seu assento algumas vezes. - Maldição! Nem sequer tive a oportunidade de usar este mau garoto e está
todo destruído.
- Bom, pelo menos pode brincar com alguns botões. E esta foi uma boa chance de comprovar se é à prova de balas. - O telefone de Rhage tocou avisando uma mensagem
de texto neste exato momento. - Oh bom, Trez e Selena chegaram em casa de forma segura. Suponho que já estavam fora da cidade quando a diversão começou.
- Isso é um alívio. - Manny respirou fundo, mas logo amaldiçoou. - Como vamos conseguir tirar esta coisa daqui? Cada estação de polícia da cidade vai ter uma
descrição dela.
Rhage olhou a seu redor no interior e encolheu os ombros. - Pouco a pouco, se tivermos que fazê-lo.
- De alguma forma não inspira confiança.
- Você nunca viu seu cunhado com uma chave de fenda. Este filho da puta pode desmontar qualquer coisa.
- E como é para montar novamente?
- Muito bom.
- Está mentindo para mim para que não comece a chorar como uma menina?
- Oh não. Não mesmo.
Rhage se contorceu em seu assento e tocou a tela de seu telefone.
- Comprovando as estradas? - Manny disse arrastando as palavras.
- Tem algo que possamos comer aqui?
- Não, a menos que goste do sabor de coisas esterilizadas.
Rhage acomodou-se em seu assento e reclinou-o. - No pior dos casos...
- Não, você não pode comer minha RV.
- Está fora dos limites também?
- Sim!
Fechando os olhos, disse para o médico. - Sem graça.
Capítulo TRINTA E OITO
Na biblioteca do palácio, iAm deslizou para fora o último volume da última prateleira na última linha de textos de cura. Quando ele abriu a capa de couro, o
grito em sua cabeça foi tão alto, ele não conseguia se concentrar para ler a tabela de conteúdo.
- Aqui, - disse maichen. - Permita-me.
Mesmo que o marcasse como um marica, deixou-se cair para trás em sua bunda, o chão duro mordendo através da cobertura fina do uni de criada azul pálido.
Ele já sabia o que maichen ia encontrar. Ou não.
A falha em seu raciocínio, quando ele partiu para esta tolice, era que ele nunca tinha ouvido falar da doença. Não era como se ele fosse um s'Hisbe, com um extenso
conhecimento do que afligia as pessoas e como corrigi-lo, mas algo parecido com o que Selena tinha? Os Sombras teriam visto isso como um defeito e ficado longe como
da peste, assim teria havido alguma consciência comum sobre o assunto.
Ele deveria saber. Mas quando se tratava de seu irmão, ele era susceptível de fazer qualquer coisa para salvar o filho da puta.
- Será que ele tem uma doença similar? - maichen perguntou.
- O quê?
- Você acabou de dizer que faria qualquer coisa para salvar seu irmão?
Ótimo, ele estava falando em voz alta agora. - É melhor voltarmos.
Ela fechou o volume. - Eu sinto muito, não encontrarmos...
- Venha, vamos.
iAm levantou-se e ofereceu-lhe a mão. No processo de revisão do último livro com todas essas palavras inúteis, ela também havia se sentado no chão.
Seu rosto mascarado levantou para cima, como se estivesse olhando para a palma da mão.
- Precisamos ir, - ele murmurou, desejando que ela simplesmente colocasse o maldito livro de volta e saísse com ele.
Quando ela finalmente estendeu o braço, a manga pesada deslizou para baixo, expondo-lhe o pulso fino e sua mão longa e fina. Que tremia.
Ele amava a cor de sua pele. Mais escura do que a dele.
- Eu não vou te machucar, - ele disse asperamente antes de tocá-la.
- Eu sei, - ela sussurrou. Conforme ele fez contato, seu corpo estremeceu, eletricidade lambendo-o, viajando a partir da conexão ao seu coração e fazendo o ritmo
vital bater ainda mais rápido. E ele não tinha certeza, mas pensou que ela sentiu o choque, bem como, a túnica que a cobria, que foi deslocada drasticamente, como
se ela tivesse pulado.
Não havia tempo para pensar em nada disso, apesar de tudo.
Tomando o livro de sua mão livre, ele substituiu-o na ranhura que tinha sido criada e começaram para a longa jornada de volta para a saída. Ele tinha ido cerca
de quinze metros, quando percebeu que não tinha deixado cair seu domínio sobre ela ainda.
Ele teve de forçar-se a deixar a mão dela.
Quando chegaram à porta oculta, ele deu um passo para o lado e deixou as coisas abrirem no caso de haver algum tipo de rastreador ou controle de segurança em
jogo.
Fora no corredor, ela disse, - Agache-se, lembra? Você é muito alto e muito grande.
iAm ficou com o programa. - Obrigado.
Deixando-a assumir a liderança, ele encontrou-se observando a forma como ela andava, a mudança de seu corpo sob a túnica que a camuflava quase completamente.
Como ela era lá embaixo? Como era o seu rosto?
Assim que os pensamentos o atingiram, ele deixou-os cair. Agora não era o momento de perder nem uma fração de segundo em qualquer coisa assim.
Eles tinham percorrido cerca de cinquenta quilômetros, tanto quanto ele poderia dizer, quando um conjunto de guardas da prisão vieram para eles. De debaixo da
malha que cobria o rosto, iAm rastreou sua abordagem, preparando-se para uma luta e fugir. Típico da equipe de segurança de s'Ex, eles estavam de preto, eram musculosos
como seguranças, e suas armas eram óbvias na cintura, os punhais de lâminas longas em seus quadris prontos para o alcance. Seus rostos estavam descobertos, e ele
não conseguia se lembrar se isso significava que eles estavam em pé de guerra.
Merda, se tivessem sido descobertos?
À frente dele, maichen não piscou. Ela parou, colocou as duas mãos na frente de seu coração em um campanário, e baixou a cabeça em súplica. Permanecendo em seu
lugar, iAm copiou exatamente a pose, os músculos das suas coxas apertadas quanto ele forçou as pernas a permanecer meio flexionadas.
Os guardas olharam sobre eles, e iAm rezou para que o truque da lavanda perfumada fizesse seu trabalho. Se eles sentissem o cheiro de qualquer coisa perto da
agressão bombeando em suas veias...
Mas não, eles apenas acenaram e continuaram.
Mais de cem metros ou mais depois, ela chegou a uma abrupta parada e ele quase se chocou com ela. - Nós estamos aqui, - disse ela, olhando para cima e para baixo
do hall.
Ele esperou que ela abrisse a porta de sua cela. Quando ela não fez, ele se inclinou para ela e disse baixinho: - Não é culpa sua. E muito obrigado.
Sua cabeça abaixada, e a voz que saiu de trás de sua máscara parecia sufocada. - Eu sinto muito. Sobre tudo isso.
- Você, não se preocupe com isso. E não quero que venha me ver mais. Troca de deveres, mas não se envolva nisso. Já temos pessoas suficientes nesse pesadelo.
- Eu quero fazer mais. Deixe-me ajudá-lo a se libertar...
- Não.
- Eu não quero que você seja um prisioneiro.
- O quê?
- Eu não quero que você seja mantido lá para sempre.
- Não será por muito tempo, eu prometo. - Embora ele tinha necessidade de sair daqui o mais rápido possível. - Agora, por favor, vá!
Quando ela continuou a hesitar, ele foi quem acionou a porta da prisão para abrir, tomando-lhe a mão e colocando-a na parede.
As luzes estavam acesas dentro, não fora. E s'Ex estava na plataforma da cama, com as costas contra a cabeceira da cama, com as pernas esticadas e cruzadas nos
tornozelos.
Em uma das mãos, ele tinha uma pedra de amolar. Na outra, ele tinha um punhal.
Com lentos, certeiros golpes, ele estava afiando a lâmina.
Ele não se deu ao trabalho de olhar para cima. - Imagine minha surpresa quando vim pessoalmente verificar você.
iAm colocou o seu corpo na frente de maichen, bloqueando-a completamente. - Isso não é culpa dela. Eu a obriguei.
- Isso é uma mentira. - O carrasco olhou para cima, seus olhos negros brilhando. - Mas, se você fez ou não, é o menor dos seus problemas.
Conforme Fritz estacionou em frente à mansão da Irmandade, Selena estourou fora da parte traseira do Mercedes antes que o carro até mesmo parasse. A investida
súbita era uma expressão de sua emoção, algo que ela estava segurando, e era bom.
Só que ela estava de salto alto, e o desembarque correu mal: quando um pequeno ponto ao redor da lateral de seus sapatos prendeu os paralelepípedos, a gravidade
a agarrou e ela jogou os braços, deslocando seu peso fora de forma...
Trez a pegou em seus braços com um poderoso impulso, capturando-a antes que ela pudesse cair e varrendo-a contra o peito enorme.
Ele segurou-a como se ela não pesasse nada.
Colocando os braços em volta do pescoço dele, ela se inclinou para trás e sorriu tão amplamente, que provavelmente parecia uma lunática. Ela não se importava.
- Isso foi incrível!
Trez sorriu quando subiu os degraus até a porta para o vestíbulo. - Isso foi algo, com certeza.
Esticando em torno do tríceps de Trez, ela chamou o mordomo, - Fritz, nós podemos fazer isso de novo amanhã à noite?
O mordomo seguiu em seu rastro. - Mas é claro, senhora! Qualquer coisa para ser útil. Devo comentar, no entanto, que o carro deve exigir alguma atenção antes
de quaisquer novas excursões.
Provavelmente certo, e talvez fosse por isso que o doggen tinha estacionado paralelo à porta da frente, ao invés de com os outros veículos do outro lado da fonte.
Poderia a coisa até mesmo dar ré ainda?
Houve uma pausa rápida quando entraram no vestíbulo, e em seguida, eles foram acolhidos no caloroso interior da mansão, por um dos funcionários exuberante de
Fritz.
- Se vocês me desculparem, - o mordomo disse, - tenho de cuidar da preparações das últimas refeições, como referi.
- Obrigado por nos trazer de volta inteiros. - Trez murmurou.
- O prazer é meu de fato.
À medida que o doggen saia para a sala de jantar, Trez começou ir para as escadas, seus passos largos atravessando o mosaico no chão e Selena começou a sorrir
por um motivo diferente do que pura adrenalina.
Mas, ele não a levou até seu quarto. Seu macho caminhou ao redor da base da grande escadaria do lado esquerdo, levando-os para a porta ornamentada do banheiro.
- Abra a porta para mim, - ele rosnou.
Ela olhou para cima e saboreou a visão do rosto dele. Com pura necessidade sexual cerrou sua mandíbula e estreitou os olhos, transformando-o em uma versão animalesca
de si mesmo.
A resposta dele para o passeio de carro, ela pensou.
Estendendo a mão, ela agarrou a maçaneta de bronze e liberando o bloqueio, abriu caminho para dentro.
Uma sala tão linda, com seu banheiro particular, seu ar com cheiro doce, e especialmente o mármore venoso vermelho, pêssego e rosa que cobria as paredes e os
pisos. Cetim vermelho e pêssego caíam de ambos os lados do espelho sobre a pia, como se a coisa fosse uma janela para olhar para fora, e o rodapé aveludado em torno
da bacia era vermelho sangue com franjas ouro margeando. Castiçais a gás antiquados queimavam incessantemente toda a sala, a luz amarela suave como a de velas.
- Você vai querer usar essa fechadura, - disse ele, curvando-se para que ela pudesse chegar à coisa. Deslizando para casa. Dando-lhes um pouco de privacidade.
Havia um longo banco contornando a parede oposta, e ele trouxe-a para si, segurando-a com uma mão enquanto empurrava todos os tipos de almofadas de seda e tapeçaria
no chão. Esticando-a, ele ronronou no fundo da garganta enquanto acariciava os ombros, cintura e pernas dela.
- Eu pensei sobre isso a noite toda, - disse ele.
Arqueando-se, sentiu a carícia do vestido se movendo para cima sobre as coxas dela enquanto varria suas palmas mais e mais alto.
- Oh, Deus! - Ele respirou enquanto olhava para o sexo dela.
- Você já esqueceu? - Ela sorriu quando baixou as pálpebras. - Que elas me deram tudo, exceto calcinhas?
- Mmm, não, eu me lembro.
Ele moveu em torno dela, puxando-a para frente para que pudesse abrir as pernas dela ao redor de seus quadris. Inclinando-se sobre ela, colocou a boca no lado
do pescoço e, em seguida, sacou sua língua para cima até que mordiscou o lóbulo da orelha dela.
- Você sabe o que é o mais difícil?
Ele pontuou a questão com um golpe de sua pélvis, a excitação em seu sexo nu empurrando através do tecido fino da calça. Conforme ela suspirou, seus dedos vagaram
sobre o corpete do vestido.
- Hmm? - Ele murmurou, beliscando-a de novo, como se para castigá-la. - Você sabe?
- Eu tenho uma boa ideia, - ela gemeu.
- Não é isso. - Ele empurrou em seu núcleo mais uma vez, acariciando-a com sua ereção. - Acredite ou não...
- O-o que...?
Ele colocou a boca ao lado da orelha dela. - Não é rasgar seu vestido com meus dentes. Quero levá-la para a Última Refeição depois disso, e por mais que eu respeite
os Irmãos... - Trez beijou o seu caminho até o ombro dela. - Eu teria de matar todos eles, se te vissem nua. E isso é muito para limpar.
- Então o que você vai fazer?
- Sente-se para mim.
Ela estava tonta quando fez o que ele pediu, mas era de paixão, calor... Necessidade. - Agora... O quê?
- Nós cuidadosamente nos livraremos deste. - Agarrando a bainha, ele puxou o tufo preto por cima da cintura dela... Sobre os seios. - Poooooooooorra.
Quando ele jogou a seda no chão, apenas olhou para o que tinha revelado. - Oh, isso é o que eu quero.
Com as palmas das mãos acariciando para cima e para baixo as coxas dela, ele baixou a cabeça para um dos mamilos, sugando-o, cuidando dela, sua cabeça escura
contrastando com a pele pálida dela. Deixando cair a cabeça para trás, ela deu-lhe o acesso que ele queria, espalhando os joelhos ainda mais.
O som que ele fez foi todo másculo, e o agarre dele no quadril dela era áspero enquanto a puxava para frente.
- Me dê, - ele exigiu. Houve um zip! rápido enquanto ele liberava a si mesmo e, em seguida, o rosnado estava de volta. - A noite toda. Pensei sobre isso a noite
toda.
Ele empurrou dentro dela com um impulso do quadril, e ela agarrou os pulsos dele, arqueando-se novamente. Com movimentos duros, se deixou ir e ela aceitou tudo
o que ele lhe deu, um poderoso impulso reunindo liberação imediatamente. Tão quente, tão selvagem... O ponto culminante do atencioso jantar, a louca volta para casa,
a antecipação constante que ela tinha quando estava perto dele.
Arrastando-o de volta para a sua boca, ela agarrou-se ao poder dele, em busca de seus lábios e sugando a sua língua dentro dela até que o ritmo das penetrações
tornou isso impossível. Mais rápido, mais forte e, em seguida, o orgasmo a atingiu.
E foi exatamente como cambalear através desses painéis de vidro, ganhando velocidade para, em seguida, uma quebra espetacular.
Só que era o seu corpo desmoronando.
Em uma forma maravilhosa.
No momento em que ela estava começando a flutuar para baixo, ela encontrou o pulso dele em seus lábios. - Tome de mim, - ele resmungou. - Eu quero sentir seus
dentes em minha carne.
Instantaneamente o calor aumentou novamente e ela empurrou o braço para fora do caminho. Conforme suas presas desceram em uma urgência, ela chiou e bateu na
lateral da garganta dele, bem na veia grossa que corria até seu coração.
Trez gritou o nome dela e apertou-a contra ele, inclinando a cabeça e incentivando-a a tomar mais, ter tudo o que precisava, com o quadril apertado contra ela,
sua ereção jorrou quando ele gozou profundamente dentro do corpo dela.
Sua liberação chamou outra dela, levando-a até a borda novamente.
E o tempo todo, ela nunca se sentiu mais segura ou mais amada.
Capítulo TRINTA E NOVE
Quando a porta da cela foi fechada fortemente atrás dele e maichen, iAm arrancou a touca e atirou-a.
- Deixe-a ir.
s'Ex moveu as poderosas pernas para fora da plataforma da cama e ficou em pé. - Sabe qual é o meu maior defeito? Eu não recebo ordens muito bem.
- Ela não é parte disso. É entre você e eu.
- Sim, veja, você ainda está errado. Você e eu somos, na verdade, apenas coadjuvantes no drama real, mas isso não vem ao caso.
O executor andou para frente, e iAm colocou as suas mãos para fora, protegendo maichen.
- Pare.
- Ou o quê?
- Vou te matar.
s'Ex parou bem na frente dele e olhou para baixo de seu nariz. - Realmente.
- Sim. - iAm enrolou os punhos e sentiu suas presas saírem. - Se é uma questão de você ou ela sair daqui com vida, garanto que ela será a única ainda em seus
pés, quando a porta se abrir. E não me importo se eu morrer no processo.
s'Ex franziu o cenho e olhou para a criada. Dirigindo-se a ela, ele disse: - Irmão errado. Você sabe disso, certo?
iAm se inclinou para o lado e bloqueou o contato visual. - Então, nós estamos fazendo isso?
- Você seria um idiota em lutar comigo. Considerando que vim para te tirar daqui.
iAm recusou-se a se distrair. - Você está dando o primeiro soco ou eu?
- Você ouviu o que eu disse? Eu vim aqui para levá-lo para a porra da biblioteca, mas estou supondo que é o lugar de onde vocês dois estão voltando. Ou será
que estamos balançando por lá para o caminho da saída?
No silêncio que se seguiu, iAm considerou as palavras do carrasco para frente e para trás, marcando as sílabas para significado. Em seguida, franziu o cenho.
- Eu não entendi.
- Se você não se importa, precisamos fazer isso agora, porque tenho de estar de volta à corte em cerca de vinte minutos.
Que diabos foi isso?, iAm se perguntou.
s'Ex revirou os olhos. - Eu disse que ia levá-lo dentro e fora, não é?
- Você me colocou aqui! Você tinha me batido na cabeça...
- Não, idiota. Um dos meus guardas fez isso. Venho trabalhando nos bastidores e tentando te soltar. Você não deveria estar nessa maldita cela. Aquele não era
o nosso acordo.
Piscada.
- Nós fomos para a biblioteca, - maichen interrompeu. - Não tivemos sucesso. E estou indo também. Eu quero ter certeza que ele saia vivo disso.
s'Ex e iAm ambos olharam para ela e gritaram: - Não.
- Está vendo? - Disse o carrasco, que passava à sua volta para a porta. - Nós podemos concordar com alguma coisa. Agora, podemos fazer isso.
E o desgraçado não estava falando sobre a luta.
Puta.Merda. Parecia que sua confiança não tinha sido tão descabida como ele tinha pensado.
iAm olhou para maichen. Com uma voz suave, ele sussurrou: - Não nos siga.
- Você não pode dizer a ela o que fazer, - disse s'Ex enquanto desbloqueava a saída. - Agora vamos continuar, a menos que queira apodrecer nessa cela?
iAm balançou a cabeça para a criada. - Não.
- Eu estou esperando, - disse s'Ex.
- maichen...
- Vou segui-lo se eu quiser, - foi tudo o que ela disse enquanto passava por ele e se juntava à s'Ex no corredor.
O cabelo de iAm estava em chamas enquanto os seguia, ainda vestindo o uniforme de criada que tinha furtivamente emprestado. - Não terei isso em minha consciência,
se você se matar por um motivo idiota.
Enquanto desciam pelo corredor, ela não prestou atenção à sua reclamação. Duh. Ela não parecia ter um cérebro em sua cabeça.
Ou talvez fosse ele... Porque se encontrou não querendo deixá-la.
O que era louco.
s'Ex guiou pelos corredores, tomando um caminho diferente do de maichen. Por todo o caminho, iAm estava preparado para uma emboscada, um confronto, uma traição
que ia foder com ele.
Mas quinze ou vinte minutos mais tarde, ele estava fora do palácio, passando aposentos vagos dos criados... E em pé na frente do muro que separava o Território
do mundo humano.
iAm olhou para o carrasco. - Você só está me deixando ir? - Ele sussurrou para a escuridão.
- Como eu disse, esse foi o nosso acordo, não foi? - Quando iAm não respondeu, s'Ex balançou a cabeça. - Com isto chega ao final nós três. Pelo menos até depois
do luto, quando eu tenho de buscar seu irmão.
- Será que eles não notaram que eu parti?
- Por que alguém se importaria? Eu despacho marginais regularmente, e já apaguei a memória de sua marca em qualquer um que tenha tido conhecimento da mesma.
- s'Ex olhou para maichen. - Apesar de tudo isso teria sido muito mais fácil se você não tivesse insistido em transformar essa cela em uma loja de móveis.
iAm estendeu a palma da mão. - Eu não esperava que você fosse honesto.
- Foda-se você também. - s'Ex sacudiu a mão que foi estendida a ele. - Agora vá.
Só assim, a saída foi aberta para ele. Ele nem sequer teve de se desmaterializar sobre a barreira.
iAm fez uma pausa e olhou de volta para a criada.
No silêncio que se seguiu, s'Ex soltou uma maldição. - Eu não aprovo nada disso entre vocês dois. Mas, você sabe como fechar as coisas depois que ele sair.
E com essa observação, o carrasco se afastou, suas vestes negras ondulando atrás dele.
Era tão estranho, iAm pensou quando foi deixado sozinho com a mulher. Ele estava a dois metros da fuga que precisava, mas não conseguia se mover.
- Posso ver seu rosto, - ouviu-se dizer, - antes de eu ir? - Quando ela não respondeu, ele estendeu a mão e passou-a por baixo do tecido que cobria a cabeça
dela e arrastou para baixo dos ombros dela. - Eu tenho de ver como se parece ou você vai assombrar os meus dias.
Ele tinha a sensação de que ela ia fazer isso de qualquer maneira.
- Eu... - a voz dela tremeu, - ... Eu não sei.
iAm balançou a cabeça se sentido como um idiota. - Eu sinto muito, isso não é da minha conta. - Ele cedeu a um impulso e curvou-se ao nível da cintura dela,
como se ela fosse muito mais do que uma serva. - Obrigado novamente.
Girando, ele caminhou através da porta aberta.
- Amanhã à noite, - ela desabafou. - Você pode me encontrar?
Ele congelou, um pé dentro e um pé fora do Território. - Onde?
- Eu não sei. Em algum lugar. De algum... Jeito.
iAm franziu o cenho, e pensou onde tinha encontrado Trez na montanha entre o s'Hisbe e a Colônia Symphath. Essa cabana ainda tinha de estar lá; a maldita coisa
tinha cem anos de idade, quando Trez estava abrigado nela.
E, merda, sabia que Rehv não usava mais.
- Você conhece a Montanha Black Snake?
- Sim, - ela sussurrou.
- No meio do caminho até o lado leste, no início da trilha Lightning Strike, há uma cabana. Vou chegar lá primeiro e acender o fogo de dentro. Você pode desmaterializar
a partir daqui e encontrar a luz. Encontre-me lá à meia-noite.
Ele podia imaginá-la mordendo o lábio inferior enquanto hesitava.
- Eu nunca vou te machucar, - prometeu.
- Eu sei.
- Eu tenho de ir. - Ele olhou para ela com tanta força, tentando ver sob aquelas vestes. - Pense nisso. Eu estarei lá e vou esperar uma hora. Se você não for,
entendo perfeitamente.
Ela não era "importante" aos olhos do s'Hisbe, mas ainda assim, as fêmeas tinham razão de ser cautelosas, não importava seu posto quando se tratava de deixar
o território.
Especialmente se eles não tinham poder relativo.
- Adeus, - disse ele antes de se virar e cair em uma corrida.
Momentos mais tarde, quando se desmaterializou, ele sabia que nunca iria vê-la novamente. E, no entanto, mesmo que isso fosse tudo exceto determinado, ele estaria
naquele lugar na montanha amanhã à noite.
Na hora.
Talvez até mesmo virgens como ele tinham raias românticas.
Quando Trez e Selena finalmente conseguiram sair do banheiro no térreo, era muitíssimo mais tarde do que meia-noite. Na verdade, quando ele checou seu telefone,
ficou surpreso ao descobrir que eram três da manhã, e eles haviam explodido umas boas três horas lá.
Ele não conseguia pensar em uma maneira melhor de passar o maldito tempo.
As pessoas tinham, obviamente, começado a voltar para casa para o dia, vozes derivavam fora da sala de bilhar.
- ... Toneladas de balas! - Hollywood estava dizendo. - Como se estivesse chovendo chumbo!
- Minha pobre clínica móvel. - O tom de Manny era menos do que entusiasmado. - Viagem inaugural e olha o que aconteceu com a maldita coisa.
Bem, pelo menos os dois tinham chegado em casa com segurança. Jesus, ele ainda não tinha pensado sobre eles, o quão egocêntrico era isso?
- E este imbecil me falou que não havia polícia, - V cortou. - Para a evacuação. Inacreditável, andei em uma convenção desses emblemas.
Trez pôs o braço em volta de Selena. - Você quer participar da festa?
- Precisamos contar a nossa parte!
Beijando-a na testa, ele conduziu-a através do foyer e da arcada para o reino de mesas de bilhar, sofás e um wide-screen grande o suficiente para acolher um
cinema drive-in.
- Veja isso, estamos na CNN, - alguém disse quando a TV ligou.
Com certeza, na tela enorme, imagens da câmera de segurança do Mercedes correndo estilo "Duro de Matar" através do lobby estava em um loop infinito. Então veio
a declaração de um policial que estava envolvido na perseguição. E uma testemunha de algum lugar ou outro.
Trez acenou um olá para Rhage e Manny. Levantou a palma da mão para V e Butch. Esgueirou-se com sua mulher ao lado de Z e Bella.
- Muita cobertura, - alguém disse com tristeza.
- Merda, - alguém respondeu.
Mesmo o entusiasmo de Selena diminuiu rapidamente, como se estivesse vendo por si mesma que parecia tudo muito real.
Quando a porta interna do vestíbulo foi aberta Trez estava vagamente consciente de uma corrente de ar frio atirando para a sala. E, em seguida, um momento depois,
uma mão pousou em seu ombro.
Quando ele se virou, iAm estava atrás dele.
- Oh, hey, cara. - Ele foi abraçar seu irmão, só para recuar. - Que porra de cheiro é esse?
- Nova lavagem de mãos no trabalho.
Trez seguiu através do abraço. - Livrar-se disso. Faz você cheirar como uma velhinha. O que é? Lavanda?
- O que aconteceu com o Merc? A coisa está batida à merda.
Trez apontou para a tela. - Isso aconteceu.
iAm focou em Selena ao invés, traçando seu perfil e vestido com uma surpresa que ele cobriu rapidamente.
- Tivemos um encontro, - Trez desabafou.
Selena olhou por cima, e quando viu quem era, ela estendeu os braços. - Olá, - ela disse quando abraçou o irmão dele. - Eu acho que quebramos o centro de Caldwell.
Engraçado, iAm era o único homem que ele não tinha vontade de matar se tivesse contato com sua fêmea. Imaginou que o macho vinculado reconhecia que iAm nunca,
jamais passaria dos limites em pensamento, muito menos ação.
iAm sorriu um pouco. - Pelo menos sei por que o Benz precisa de cinquenta mil dólares em funilaria. Você quer uma bebida enquanto me sirvo?
Trez sacudiu a cabeça. - Não, estou bem.
Exceto quando seu irmão foi até o bar, Trez desculpou-se e seguiu o rapaz. - Hey, escute, só quero pedir desculpas por ter ficado incomunicável... Whoa!
Conforme a garrafa que iAm tinha pego deslizou para fora do alcance do macho, Trez pegou a coisa antes de bater no chão e foi quando viu o quão mal as mãos de
seu irmão estavam tremendo.
- Jesus, iAm você está bem?
- Oh sim. Absolutamente.
- Aqui, - ele disse, dando a vodka de volta. - Você tem certeza de que precisa fazer a sua própria bebida?
- Positivo.
- Espera aí, deixa eu te dar um copo. - Ele veio ao redor do bar e agachou para a prateleira quanto iAm estalou a tampa da garrafa quadrada. - Suco de cranberry,
certo?
- Não.
- Puro? Você não costuma beber vodka assim.
- Eficiência, meu irmão. É tudo sobre eficiência hoje à noite.
Trez segurava o copo para fora e observou conforme iAm derramava uma medida saudável da relax-o-matic transparente lá. Ele ficava esperando o nível parar de
subir, e quando isso não aconteceu, ele se encontrou ignorando o choque que sentiu.
iAm era o moderado dos dois.
Ele bebeu tudo isso e seu nível de álcool no sangue ia estar em território coma. Então, novamente, essas tinham sido umas muito fodidamente longas 24 horas.
- Como estão as coisas no restaurante? - Trez perguntou enquanto transferia a propriedade do copo
- Ah bom. Sim. Bem.
- Os clubes?
- Também.
iAm bebeu a merda como se fosse água, derrubando toda a carga em uma longa, sessão aberta no pescoço.
Trez amaldiçoou. - Estou tão arrependido.
- Por quê? - iAm murmurou.
- Você sabe por quê.
O grunhido que veio em resposta poderia significar uma série de coisas. - Escute, eu tenho de ir me deitar. Terminei.
- Sim, eu acho que nós vamos fazer o mesmo.
- Como ela está?
Trez olhou por cima do ombro e tentou olhar de volta para o seu irmão, mas seus olhos se recusaram a se mover. Traçando a graciosa curva das costas de Selena,
ele a viu nua no banheiro, suas pernas abertas, seus pesados seios nus à sua boca, suas mãos. Então ele imaginou-a rindo descontroladamente na parte de trás do Benz.
Lembrou-se dela olhando para a noite, enquanto eles jantavam.
- Ela é incrível, - disse ele com a voz rouca. - Absolutamente surpreendente.
- Isso é bom, irmão. Isso é bom. - iAm agarrou a garrafa de vodka e enfiou-a debaixo do braço. - Escute, eu tenho de ir deitar, mas estarei bem ao lado se você
precisar de alguma coisa, ok?
- Obrigado.
Conforme iAm se virou e não olhou para trás, era difícil não sentir cada grama da carga que Trez era para esse macho.
Um dia, ele prometeu, ele iria encontrar uma maneira de compensar tudo isso.
Capítulo QUARENTA
Não havia como escapar.
Enquanto permanecia em pé, em meio ao grupo na sala de jogos, Layla tinha inteira consciência de que, se tentasse escapulir para pegar seu carro para um pequeno
passeio, seria bombardeada com perguntas às quais não poderia responder com facilidade. Afinal, a condição de Luchas lá na clínica continuava estável, mas, ainda
era séria. Qhuinn continuava com ele, com Blay ao seu lado, e ela só tinha subido para pegar algo para comer.
Sair da propriedade seria errado.
Especialmente para se encontrar com alguém como Xcor.
E talvez fosse melhor assim. Ela estivera a ponto de ultrapassar limites na noite anterior, limites que a levariam a um território que, após muita reflexão,
sabia que não poderia lidar. Querida Virgem Escriba, ela não sabia onde estava com a cabeça, e esta separação forçada era uma coisa boa, mesmo que não quisesse o
sofrimento de Luchas.
Na enorme tela da TV acima da lareira, imagens de um tiroteio e carros guinchando piscaram como saídas de um filme.
Inacreditável o que tinha acontecido no centro da cidade. Graças a Deus ninguém tinha se ferido.
- Então onde está o seu RV estiloso agora? - alguém perguntou à Manny.
- Ainda está perto do rio. Tivemos de deixá-lo no depósito do V, - o médico esfregou os olhos, como se sentisse uma dor de cabeça infernal. - Buracos de balas
para todos os lados... E eu atropelei algo grande com ele.
- Um Lesser? - Um dos Irmãos perguntou.
- Não. Quando saí para verificar, havia sangue vermelho nos faróis dianteiros e por toda a lataria. Então ou era humano ou um de vocês... E já que estão todos
aqui, e sem ferimentos, deve ter sido humano.
- Ou um Bastardo.
- Talvez. Sim. Fosse quem fosse, tenho certeza absoluta que saiu ferido.
Layla franziu o cenho - Alguém foi atingido?
- Nenhum de nós, não se preocupe, - alguém respondeu.
Uma premonição estranha a afligiu.
Sem dizer mais nada, saiu da sala. Após certificar-se de que ninguém havia notado sua saída, ela tirou o celular do bolso do casaco de lã que havia emprestado
da Dra. Jane e enviou uma breve mensagem de texto. Assim que enviou, deletou as palavras e certificou-se de que o celular estava em modo de vibração, antes de sumir
de novo com o dispositivo.
Perambulando perto da porta da frente, manteve a mão no bolso, sobre o corpo fino do celular e esperou uma resposta. Quando se passou dez minutos e nada veio,
voltou a verificar se não havia desligado o dispositivo sem querer...
- Ei, olá.
Virando-se, viu Qhuinn e Blay emergirem das portas ocultas do túnel sob as escadas.
Enrubescendo, ela disse, - Eu já ia descer.
- Ele está descansando confortavelmente. Dra. Jane diz que seus sinais vitais melhoraram. Está fora de perigo imediato.
Blay interrompeu, - Então vamos para a cama. Antes que a gente caia.
Qhuinn bocejou tão amplamente que sua mandíbula estalou, - Dra. Jane está quase desabando lá embaixo também. Acho que já está acordada há quarenta e oito horas.
Ela vai nos chamar imediatamente se algo mudar.
- Me avisem se precisarem de alguma coisa? - Disse ela.
- Acho que por ora estamos bem. Obrigado por tudo. De verdade.
Trocaram abraços junto com desejos de "bom-descanso", e ela deve ter feito um belo trabalho ao tentar agir normalmente, porque momentos depois, eles foram juntos
para o segundo andar.
Sem perceberem sua preocupação.
Layla olhou para a sala de jogos. Tirou o celular e verificou a hora.
Três da manhã.
Ainda sem resposta à sua mensagem.
Antes mesmo de saber claramente o que estava fazendo, ela esgueirou-se pela sala de jantar e cozinha. Os doggens trabalhavam duro preparando a Última Refeição,
e Fritz mal ergueu os olhos com um aceno respeitoso, quando ela passou por ele.
Ninguém notou quando ela saiu para a garagem. Ou quando foi até a porta trancada do lado oposto. Após digitar a senha no teclado, houve um breve som de bip quando
a tranca foi liberada.
Momentos depois, estava atrás do volante de seu carro e acelerava.
Ao prosseguir montanha abaixo, o mhis a retardou, e o atraso fez seu coração bater ainda mais forte. Mas, chegou à base da montanha, e quando tomou para a rodovia
rural, pôde acelerar de verdade.
Não havia muito tempo.
Deus, deve ser assim com os viciados, pensou apaticamente ao agarrar o volante com força suficiente para sentir os nós dos dedos arderem.
A ânsia pela droga, ou bebida... Ou no caso dela, por Xcor... Era irresistível. E não havia prazer algum em ceder, só uma culpa latejante e uma ressoante auto
aversão por haver novamente negado seus melhores impulsos e sucumbido ao que poderia matá-la.
Ou pelo menos, arruinar sua vida.
Mas, que a Virgem Escriba tivesse pena de sua alma, era incapaz de não ver se Xcor estava bem.
Na casa de audiências do Rei, Paradise sorriu para o macho mais velho à frente de sua mesa. - Oh, de nada. Fico feliz de ter conseguido agendar seu atendimento
para esta noite.
- Você foi de muita ajuda. - Ele lhe fez uma reverência, com o chapéu na mão - Fique bem até o amanhecer.
- O senhor também.
Quando ele saiu do salão, ela voltou a se sentar na cadeira e fechou os olhos. Última reunião da noite. Wrath tinha atendido entre duas e quatro pessoas por
hora, nas últimas oito horas, o que lhes deixava com, no mínimo, dezesseis, no máximo, trinta pessoas. E para cada um deles, ela tinha tido de seguir o protocolo
que seu pai havia estabelecido: a inscrição, o registro se já tinham visto o Rei antes, oferecimento de comida ou bebida antes de serem convocados, ela havia lhes
dado um bom dia e digitado os dados das anotações que seu pai havia lhe dado sobre a discussão e qualquer decisão que tivesse sido feita ou permissões que haviam
sido concedidas.
Ela não estava só exausta. Estava acabada. Tanto a aprender, tantos nomes e assuntos, árvores genealógicas e linhagens, e não havia espaço para erros.
Além disto, ela tinha de recepcionar todos e distraí-los com uma conversação enquanto esperavam, especialmente se viessem sozinhos.
Não que aquilo fosse requisição de seu pai para o trabalho. Mas, sentia que era importante.
Talvez por causa de sua roupa de aeromoça.
Mais provavelmente pelo seu treinamento na glymera.
- Um monte de cadeiras vazias aqui.
Ela arregalou os olhos e pulou. - Peyton! Jesus, não sabe bater?
- Eu bati. E um dos Irmãos me deixou entrar... O que quase me fez mijar nas calças. - Ele olhou de volta para o espaço aberto do salão. - E você não tem uma
porta na frente da sua mesa ou eu teria batido também. Desculpe se te assustei.
Afastando o mouse para o lado, ela ativou a proteção de tela de bolhas multicoloridas transparentes. - O que você quer?
- Você não respondeu a nenhuma de minhas mensagens. Ou telefonemas.
- Estou puta da vida com você.
- Parry, vamos. Deixa disso.
- Eu tenho uma pergunta para você. - Ela desviou o olhar da planilha Excel, na qual vinha trabalhando, para os olhos azuis dele. - Como se sentiria se lhe fosse
negado o poder de escolha só por ter cabelos louros?
Ele ergueu as mãos. - Não importa, não estamos falando de cor de cabelo...
- Estou falando sério. Pare de discutir e me responda.
- Eu iria ao mercado comprar tintura para tingi-lo de preto.
Meneando a cabeça, Paradise pegou uma agenda de afazeres e marcou algumas coisas que já havia feito.
- Não entendo porque isto é tão importante, - Peyton murmurou. - De qualquer forma, por que quer estar na guerra? Aristocratas serão mortos lá, sabe? Por que
não ficar a salvo...
- Atrás de uma mesa, certo? Ou, mais provavelmente, em um belo vestido dentro de uma grande casa. Certo?
- Não é errado proteger o sexo frágil.
- Não é hora de voltar para sua casa?
Ela podia senti-lo olhando para ela do alto de sua estatura. - Não se lembra dos ataques, Parry? Não se lembra como foi? Pessoas foram massacradas em suas próprias
casas. Eles tiveram pedaços de seus corpos arrancados enquanto ainda estavam vivos. Encontraram os pais de Lash sentados à mesa de jantar, os corpo mortos arranjados
naquelas cadeiras como se fossem jantar. Por que quer fazer parte disto?
Paradise sustentou o olhar dele de novo. - Não quero!
- Então por que estamos brigando?!
- Por que eu quero escolher. Eu quero ser capaz de assumir o risco que eu quiser... E não me ataque com a lembrança daquelas mortes como se não me lembrasse
de cada detalhe do que aconteceu. Membros da minha família foram mortos também. Eu não posso querer me vingar? Ou disto também só é capaz quem tem um pau?
Ele apoiou as mãos na mesa e se inclinou para ela, - Machos não podem dar à luz.
Ela levantou-se de sua cadeira e encarou-o de frente - É claro que não. Eu gostaria de ver um de vocês tentar passar por esta experiência. Chorariam como uma
cadelinha em dez minutos.
O olhar de Peyton baixou para a boca dela por uma fração de segundo, e a distração a surpreendeu.
Em todos aqueles anos de amizade, aquilo era algo que jamais havia acontecido.
E nem havia sido sequer cogitado, na verdade.
- Está bem, - ele disse, de forma sombria. - Vá em frente.
- Como é?
- Junte-se ao programa. - Ele varreu a mão sobre a mesa - Saia de trás desta mesa, inscreva-se e tente passar no teste físico.
- Talvez eu o faça...
Naquele momento, seu pai entrou. - Oh, olá, Peyton. Como vai, filho?
Imediatamente Peyton endireitou-se. - Senhor, estou bem, senhor. Obrigado.
Quando os dois se cumprimentaram, ela teve certeza que seu pai desconhecia as entrelinhas do que se passava no salão, e muito certamente Peyton não. Seus ombros
ainda estavam erguidos, como se ainda estivesse discutindo com ela em sua mente.
- ... Gentileza vir e apoiar Paradise, - seu pai sorriu para ela. - Especialmente nesta primeira noite. Devo dizer, que superou minhas expectativas, minha querida.
Vai ser uma ótima maneira de manter-se ocupada antes de sua apresentação à glymera.
- Obrigada, Pai. - Ela disse, fazendo uma reverência.
- Bem, preciso ir. Peyton, talvez queira fazer-lhe companhia até o amanhecer?
Aqueles afiados olhos azuis se voltaram à ela. - Você não está mais em casa?
- Não precisa se alarmar, - seu pai interrompeu suavemente - Ela está totalmente acompanhada e adequadamente servida. Agora, se me dão licença, devo ir.
Verificar o "visitante", sem dúvida.
- Os Irmãos saíram em escolta ao Rei para fora da propriedade, - seu pai disse, ao dar a volta na mesa para abraçá-la. - Os doggens farão a limpeza por mais
uma hora, pelo menos. Me chame se precisar de alguma coisa.
- Chamo.
E então ele se foi.
- Eu não acredito que ele está deixando você aqui. - Peyton disse.
- Não é bem escolha dele.
- O que quer dizer?
- Nada. - Ela passou uma mão pelo cabelo, bagunçando-o. - Você não precisa ficar. De fato, prefiro que não fique.
Ela podia sentir o peso de seu olhar, e quando ele não respondeu, ela o encarou, - O que?
Aqueles olhos dele estavam semicerrados de um jeito que ela jamais vira. - Você nunca foi tão...
- Desagradável?
- Não, - ele murmurou. - Não isso.
- Bem, então o que? - Quando ele não respondeu, ela balançou a cabeça. - Vá para casa, Peyton. Só vá para casa, e prepare-se para ser o valentão da classe no
Centro de Treinamento. É o papel que você nasceu para interpretar.
Com aquilo, ela passou por ele e deixou o salão. Ela não se importava com o que ele iria fazer, se ia sair... Ou se ficaria em pé lá ao lado de sua mesa até
os doggens varrerem-no para fora, junto com a poeira do chão.
Ela estava farta.
Daquela noite. E dos machos, em geral.
Capítulo QUARENTA E UM
- Não. Aqui. Coloque-o junto à lareira...
Xcor soltou-se do apoio sobre seus braços. - Eu não sou um inválido.
Conforme ele mancava através da sala da cabana que tinha comprado para Layla, ele guardava para si o fato de que estava gelado até os ossos e tinha, na verdade,
apreciado o calor das chamas que ferviam em torno dos troncos na lareira.
- Sua perna está quebrada, - disse Zypher.
Enquanto ele se acomodou em cima do sofá, uma náusea afiada ameaçou esvaziar seu estômago, mas ele enterrou essa resposta, bem como, engoliu a bile. - Deve curar.
- Há mantimentos aqui.
Ele não sabe quem disse isso. Não se importava. - Onde está o licor?
- Aqui.
Quando uma garrafa de só Deus-sabe-o-que apareceu diante dele, ele pegou o que foi oferecido, abrindo a tampa, e trouxe a boca aberta para os lábios. Era vodka,
a mordida branca queimando o fundo de sua garganta e acendendo um segundo conjunto de chamas em suas entranhas.
Tinha sido uma viagem para casa muito, muito longa, com ele desmaterializando quilômetro a quilômetro, porque eles não tinham meios de transporte motorizados
à disposição. E agora, tudo o que ele queria era ficar sozinho, e temia, uma vez que todos estavam aqui e se preocupando com ele, que ia tomar mais energia do que
ele tinha para fazer seus soldados irem em paz.
- Você estava quase morto, - disse Balthazar de perto da porta.
Ele bebeu mais do espírito. - Você também...
- Alguém está aqui, - disse Syphon pela abertura da janela. - Um carro.
Imediatamente, todas as armas foram tiradas dos coldres e apontadas sobre o vidro, com exceção de sua. Sob o casaco fino, seu braço estava pendurado mole, a
articulação provavelmente deslocada.
E ele não estava colocando para baixo a vodka.
- Quem é? - Ele perguntou, pensando que era possivelmente o doggen tinha procurado para contratar.
- É uma fêmea, - alguém respirou. - E não da classe serva.
Instantaneamente, Xcor desloucou-se ao redor e mostrou suas presas. Mas, ele não precisa de confirmação visual. Havia apenas uma mulher que sabia sobre este
lugar, e que viria em um carro.
- Deixem-nos, - ele ordenou. - Agora.
Quando seu Bando apenas ficou em um semicírculo, paralisado pelo que estava fora da fodida janela, ele lançou rosnado de um leão. - Deixem-nos!
Zypher pigarreou. - Ela é deslumbrante, na verdade, Xcor...
- E ela será a última visão de vocês se não saírem daqui!
Um por um, os soldados, de má vontade, desmaterializaram... De tal forma que, quando sua mulher bateu à porta, ele estava sozinho.
Buscando mais fortificação da garrafa, bebeu duro; então saiu do sofá, se aproximou e abriu os painéis amplos.
No segundo em que Layla olhou para ele, ela exclamou: - Você está ferido!
O choque no rosto dela era tanto que ele olhou para si mesmo e suas roupas manchadas de sangue. - Sim, parece que estou. - Engraçado, agora que estava diante
dela, ele não sentia mais dor. - Você não quer entrar e se aquecer perto do fogo.
Como se não houvesse nada de errado. Como se ela não o tivesse ignorado quando deveria tê-lo encontrado à meia-noite, para que pudesse dar a ele sua decisão.
Ele sabia a resposta, no entanto. Sua ausência anterior foi toda a resposta necessária, ela tinha claramente chegado à razão.
Layla entrou, seus olhos indo para cima e para baixo de seu corpo. - Xcor, o que aconteceu?
- Nada. - Ele fechou-os dentro. - Eu pensei que você indicou que não poderia fugir.
- Eu vi o que aconteceu no centro. E eu tinha de...
- Tinha o quê? Vir aqui para ver se eu tinha morrido e, portanto, libertar você de sua obrigação? - Quando ela não respondeu, ele riu e voltou para o sofá. -
Perdoe-me, mas preciso sentar.
Ele estava ciente do olhar dela rastreando-o. E, sem dúvida, os ouvidos aguçados dela pegaram o gemido que ele fez o seu melhor para se esconder.
- Você deve ir a um médico.
Xcor riu e tomou outro gole da garrafa. - Você acha que isso merece atenção? A Irmandade da Adaga Negra deve ter um padrão diferente para lesões do que nós.
Eu tive muito, muito pior acontecendo em cima de mim no decorrer dos séculos. Isto não tem qualquer consequência, nada que não deverá ser curado após a queda da
noite.
- Quando foi a última vez que você se alimentou?
De repente, seu corpo ficou imóvel. - Você está oferecendo?
Quando ela ficou ocupada olhando em toda parte na cabana exceto para ele, ele riu de novo. - Vou levar isso como um não. Além disso, você já ajudou e incentivou
o inimigo uma vez, e todos nós sabemos o quão bem isso acabou.
- Por que você está sendo desagradável comigo?
Ele bebeu novamente, engolindo em seco. - Porque eu sou assim. E sou um canalha, lembra? Um bastardo que a forçou a vir à minha presença, noite após noite, enquanto
você fica pesada com uma criança de outro macho.
- Você está com dor.
- Na verdade, agora que você está aqui, eu já não estou.
Isso a acalmou por um momento.
E então ele ficou chocado quando ela andou para frente, se aproximando do sofá... Porque, conforme se aproximava, ela empurrou para cima a manga de seu braço
direito.
- O que você está fazendo? - Perguntou ele.
- Eu vou dar-lhe a minha veia. - Ela parou diante dele. Perto o suficiente para agarrar. Perto o suficiente para que, se ele quisesse, poderia puxá-la para seu
colo.
Encontrando seus seios com as mãos, a boca. - Você está pior do que pensa.
- Oh, sim, - disse ele asperamente. - Você está certa. Mas, não se trata de meus ferimentos.
Ela colocou seu pulso para ele. - Você foi atingido por um veículo da Irmandade, não foi?
- Então você acha que me deve isso? Mudança interessante na afiliação.
- Você não nega, então.
- Eu não consigo entender onde você está indo com isso, fêmea. Você não estava confortável em ser uma traidora antes. O que mudou?
- Você não os atacou hoje à noite, não é? Você teve a chance quando a luta aconteceu, de ir atrás dos membros da Irmandade, mas vez de ordenar os seus soldados
que atacassem Manny e Rhage, ou os outros Irmãos que estavam lá, você deixou o teatro sem ferir qualquer um deles.
Sim, ele pensou. Ele tinha imaginado que a RV seria dos Irmãos.
Ele tinha pegado aquele cheiro se desmaterializando fora daquilo e nenhum outro grupo de vampiros poderia permitir tal luxo.
Xcor rachou um riso duro. - Você não ouviu sobre autopreservação? Se fui ferido tão mal como você acha, eu saí para me salvar.
- Besteira. Eu conheço sua reputação. Você teve uma oportunidade essa noite e não a pegou. De fato, você teve a chance de atacar o nosso complexo por quase um
ano e não fez nada.
- Devo lembrá-la da natureza do nosso arranjo aqui? - Ele perguntou em um tom aborrecido. - Você aparece, sacia meus olhos, e eu não mato todos eles.
- Uma promessa dada à uma fêmea que nunca iria pará-lo. Você é filho de Bloodletter.
Oh, mas uma promessa para você, ele pensou consigo mesmo.
A voz dela tornou-se forte. - Você não está indo atrás deles, está? Não esta noite. Não amanhã à noite. Não daqui a um ano. E não porque estou vindo te ver,
caso contrário, você teria matado um ou mais deles nas ruas esta noite. Isso seria fora do âmbito do nosso acordo, não seria?
Quando ele olhou para ela, os olhos dela eram tão astutos que se sentia diminuído em estatura, e não porque estava sentado e ela estava em pé sobre ele.
- Por alguma razão, eles não são mais um alvo para você, certo? - disse ela. - Certo?
Conforme Layla ficava acima de Xcor, ela falava em voz alta tudo o que tinha percebido e formulado em sua cabeça durante o trajeto entre o Complexo da Irmandade
e a cabana.
Era como se ela estivesse andando em uma ladeira íngreme e de repente tivesse chegado à uma clareira no mato que lhe mostrava uma vista da qual ela tinha sido
uma parte, e ainda desconhecia.
- Responda! - Ela exigiu.
Ele arqueou uma sobrancelha. - Você disse que sou um homem sem honra, que a promessa de uma fêmea não iria restringir minhas ações. Por que você quer que eu
lhe dê qualquer resposta quando não sou confiável.
- O que mudou? Eu sei que não tem nada a ver comigo, mas algo mudou.
- Desde que é tão boa em preencher as minhas respostas, acredito que devo apenas sentar e permitir que você mantenha ambos os lados desta conversa.
Como ele continuou olhando para ela, com o rosto tão calmo e composto como uma máscara, ela sabia que ele não ia dar mais nada a ela. E, talvez ele estivesse
certo: Ela não podia confiar no que ele dizia.
Ela, no entanto, depositou fé em suas ações.
- Toma de mim, - disse ela, estendendo-lhe o pulso. - E cure.
- Você é uma fêmea perversa. E sobre sua criança?
- As fêmeas podem alimentar com segurança um macho, desde que não tome excessivamente.
Ela tinha alimentado Qhuinn e Blay até cerca de um mês atrás, quando tinham mudado para Selena, o que fora um excesso de abundância de cautela. E, de qualquer
maneira, ela mesma tinha tomado uma veia umas meras 12 horas atrás, então estava muito mais forte.
E ele não estava.
- Você não está se alimentado corretamente desde que tomou minha veia, aceite-a.
Os olhos dele afastaram para o fogo. - Claro que tenho.
- Você está mentindo.
- Por favor, faça uso desse seu carro e volte para a Irmandade.
- Não.
Os olhos dele se estreitaram com um clarão quando olhou para ela. - Você está tentando minha paciência.
- Porque estou certa sobre tudo isso...
Só assim, ele estava em seus pés, e mesmo mancando, ainda conseguiu pressionar-se contra ela, obrigando-a a recuar um passo ou cair fora de seus saltos. E outro.
E outro.
Até que ela estava contra a parede.
E mantida lá pelo corpo dele.
- Você pode querer repensar a sua conclusão, Escolhida.
Layla encontrou dificuldades para respirar, mas, não porque ele colocou qualquer pressão direta sobre o peito dela. - Eu sei outra coisa.
- E o que poderia ser.
Ela se lembrou de ouvir por acaso o que Blay e Qhuinn tinham dito sobre a noite anterior, sobre como Rhage, V, e os gêmeos tinham saído para onde o Bando dos
Bastardos tinham ficado.
- Eu sei que você teve mais uma oportunidade para matá-los. Sei que eles foram para a casa que você estava vivendo, e você não deixou nada para trás que poderia
prejudicá-los. Você poderia ter um ou outro soldado emboscando-os lá, ou criar algum tipo de ofensiva, e não o fez.
Com isso, ele se separou dela.
Foi doloroso vê-lo mancar ao redor, ver suas ensanguentadas roupas rasgadas, testemunhar a sua exaustão.
Severamente, ela disse: - Então, não estou exatamente alimentando mais o inimigo, estou?
Eventualmente, ele parou diante da lareira. Colocando uma mão sobre o quadril, olhou para as chamas e pareceu curiosamente derrotado.
- Basta ir, - disse ele.
- Por que você escolheria esconder o que, para mim, é uma boa notícia? - A ideia de que ele não poderia estar tentando matar a Irmandade ou Wrath já seria um
tremendo alívio. - Por quê?
- Se não tivéssemos o nosso acordo, você não teria a obrigação de vir me ver.
Layla sentiu um calor estranho sobre ela, e estava vagamente consciente de que eles estavam, uma vez mais, se aproximando de algum tipo de divisão. Todas as
noites, até agora, tinha sido uma dança definida pelo papel do manipulador e da vítima.
E tinha havido uma perversa segurança para ela na posição em que estava.
Isso significava que ela poderia se esconder por trás de fazer um dever para a Irmandade.
Isso significava que ela poderia fingir que era forçada a isso.
A verdade... Era muito mais complicada do que isso.
Uma imagem dela da noite anterior, em pé onde estava agora diante da lareira, a fez querer tirar o casaco; se tinha estado quente antes, agora ela estava em
chamas.
Xcor olhou por cima do ombro. Conforme a luz bruxuleante irradiava sobre suas características, sua deformidade facial parecia ainda mais proeminente. E ainda
que pudesse parecer feio para alguns... Não parecia para ela.
Ela tentou imaginá-lo sem suas roupas.
- Então, - ele provocou. - Será que você ainda viria aqui? E não se preocupe em ferir meus sentimentos. A própria mulher que me fez nascer não me queria. Estou
bem familiarizado com desrespeito feminino.
Depois de mais silêncio, ele cortou seu braço através do ar. - Eu acredito que é a sua resposta, então...
- Eu o faria, - disse ela com força. - Gostaria de vir para ver você.
Ela encontrou-se colocando as mãos na barriga inchada, e desejando que pudesse poupar dessa realidade seus filhos não nascidos.
Os olhos dele queimaram em estado de choque. Então se estreitaram. - Por quê?
A voz dele era estridente, uma demanda que a desafiou a falar alguma outra verdade.
- Não sei por quê! - Ela encolheu os ombros. - Mas, raciocínio não muda o fato, não é?
Houve outro longo silêncio.
Quando Xcor falou em seguida, era tão baixinho que ela não tinha certeza do que ele disse. Mas soou como, "Eu não estava procurando ser transformado".
Ela não se preocupou em pedir-lhe para repetir o que quer que fosse. Sem dúvida, se ele tinha a intenção que ela ouvisse as palavras, teria dito mais alto.
- Tome minha veia.
Ao emitir a ordem, ela sabia que não havia como voltar atrás. Tendo cruzado este limite sem fingimento e onde tudo era uma questão de escolha, ela estava muito
consciente de que o destino dela estava mudando. Mas, pelo menos, não foi por alguma decisão aleatória e irrelevante como ir para a esquerda ou direita.
Isto era consciente. Tão consciente que era como se este quarto aconchegante nesta pitoresca casinha tivesse sido preenchido com cores e infundido com aromas
mais vivos do que seu nariz poderia inalar. A audição dela, também, estava tão aguçada a um ponto de dor, cada crepitar do fogo ou respiração de sua boca ou seu
ressoar ecoando em algum grande desfiladeiro.
Desta vez, quando ele veio para ela, não era rápido e não era com agressão.
Seus olhos estavam sobre ela, mas, estavam desconfiados, como se o predador estava agora com medo de sua presa.
Pisando ao lado dela, Xcor ofereceu seu antebraço. Quando ela apenas olhou, ele disse: - Eu os vi uma vez fazer isso. Um gesto cavalheiro para uma fêmea de valor?
- Sim, - ela disse asperamente. - Isso é feito desta forma.
Depois que ela escorregou seu próprio braço no dele, ele a levou até o sofá e se sentou com ela nas almofadas desgastadas. Então ele se virou e saiu da sala.
- Onde você está indo? - Ela gritou.
Capítulo QUARENTA E DOIS
- Você tem as mais belas mãos.
Trez estava em sua cama com Selena ao lado dele, ambos estavam nus e totalmente expostos. O sexo tinha sido tão pesado, as cobertas estavam no chão, sua pele
quente só agora começara a esfriar com as correntes de ar sutis do quarto escuro.
- Você mencionou isso antes, - disse ela com um sorriso.
Ele fez um mmmm-hmmmm na parte traseira da garganta. - Eu gosto delas em mim. Eu gosto de olhar para elas. Eu gosto da sensação delas.
Alisando a palma da mão sobre a dela, sentiu o contato por todo o corpo. Tão calmo, pensou. Isto era tão tranquilo.
- Eu gosto de ver as estrelas, - disse ela, depois de um tempo. - Através da janela ali.
- Sim.
Como era apenas antes das cinco horas da manhã, as persianas estavam prestes a descer para o dia. Com o Outono comandando o tempo, não só a luz do sol, como
o amanhecer estava chegando mais tarde nos dias de hoje.
- Você sabe, eu nunca tive isso antes, - ele se ouviu dizer.
Ela se virou de lado, apoiando a cabeça em cima da mão que ele estava segurando. E, como ela sabia que ele sentiria falta do contato, deu-lhe a outro para brincar.
- Isso o quê? - Ela perguntou.
- Esse tipo de calma.
Durante todos esses anos de orgasmos vazios, desejava que tivesse sabido que tão profunda comunhão estava esperando por ele. Isso teria feito aquela excessiva
ingestão de alimentação não nutritiva, totalmente desnecessária.
- Você quer um pouco de música ou algo assim? - Ele perguntou abruptamente, no caso de ele ser o único a desfrutar da calma.
- Não, isso é... Perfeito.
Com isso, ele teve de virar ao redor e beijá-la na boca. Em seguida, se ajeitou contra os travesseiros, retomando esse novo tipo de trabalho de mão... Onde ele
traçava cada um de seus dedos com os dele, esticando-os e puxando-os para fora, antes de brincar com as pontas, fortes e contundentes.
- Eu amo as estrelas, - disse ela, como se estivesse falando para si mesma.
- Eu tenho uma ideia sobre essa noite.
- Tem?
Ele jogou para fora um outro mmmmm-hmmmm. - É uma surpresa. Vamos precisar adiar o nosso passeio de barco, apesar de tudo.
E ele provavelmente, iria querer um valium. Mas ela ia adorar.
- Trez?
- Sim?
- Eu quero que você faça algo para mim.
Ele sorriu na escuridão. - Será que isso envolve a minha língua, por acaso? Basta citar a parte do corpo, minha rainha.
- Não.
A mudança na voz dele o deteve. E por uma fração de segundo ele queria dizer, Por favor, não. Podemos falar sobre isso mais tarde. Vamos deixar as horas do dia
para a fantasia de sempre.
Mas, como sempre, ele não poderia negar-lhe qualquer coisa. - O que é?
Selena demorou um pouco para responder, o que provavelmente significava que ela estava escolhendo as palavras com cuidado.
Ele tentou manter a calma. - Leve o seu tempo.
- As minhas irmãs. - Ela hesitou. - Aquelas que já faleceram... Elas foram colocadas em um cemitério. Você sabe, exatamente onde você me achou.
Aquela cerca viva, pensou. A única pela qual ele tinha olhado através para ver aquelas estátuas de mármore... Agora, que ele temia não eram feitas de mármore.
- Sim, eu me lembro.
- Não deixe que me levem lá para cima. - Ela levou a mão dela para longe da dele e sentou-se. Quando olhou para ele, seu cabelo preto longo, bonito estava derramado
sobre seus ombros, cobrindo um de seus seios, tocando a pele das coxas. - Eles vão querer. Deveria escolher uma posição... Você sabe, quando chegar a hora, podem
me colocar em qualquer posição que deseje. Em seguida, passam gesso sobre o cabelo, rosto e corpo. É um ritual. É por isso que são todas diferentes lá em cima, em
diferentes poses, quero dizer.
Trez esfregou o rosto. O que não fez nada para aliviar a dor cortando o seu peito. - Selena, não vamos falar sobre isso...
Ela agarrou seu braço. Forte. - Prometa-me. Eu não vou ser capaz de defender a mim mesma quando essa hora chegar. Preciso que você faça isso por mim.
Mais uma vez, ele não poderia negar-lhe qualquer coisa, e como um macho vinculado, isso não só parecia certo, mas saudável. Exceto que este pedido? Isso o quebrou
ao meio, quando assentiu.
- Tudo bem. - Ele limpou a garganta. - Ok, vou ter certeza disso.
Ao mesmo tempo, o corpo dela relaxou e ela soltou um suspiro. Então, quando voltou a deitar ao lado dele, ela balançou a cabeça. - Eu sei que isto é contra tudo
o que me foi ensinado e todas as tradições do meu serviço... Mas uma parte minha está paranóica que elas estão presas lá dentro.
- Eu sinto muito... O quê? Quer dizer, as suas irmãs?
Ela assentiu com a cabeça. - Como sabemos de fato que o fade é real? E se tudo o que disseram que é verdade não é? Tal como acontece com todos os outros no Santuário,
sempre tentei evitar o cemitério Eu odeio o silêncio e a quietude interior, e, Deus, aquelas pobres mulheres, algumas as quais eu conhecia, compartilhávamos refeições
e trabalhávamos juntas à serviço da Virgem Escriba. - Ela amaldiçoou baixinho. - Elas estão presas naquele cemitério, não apenas congeladas em seus corpos, mas esquecidas
pelo resto de nós porque não podemos ficar como nos sentimos quando estamos com elas. E se elas podem nos ver? E se elas podem nos ouvir? E se o tempo apenas estende-se
até para sempre com elas presas... - Selena estremeceu. - Eu não quero isso. Quando eu ir, quero ser livre.
Seus olhos voltaram para a janela, para as estrelas cintilantes tão acima.
- Cada espécie tem uma versão de uma vida após a morte, - disse ele. - Os seres humanos têm Céu. Vampiros, Fade. Para Sombras, é o Eterno. Não podemos estar
todos errados, e cada um é uma versão do mesmo. É o que parece fazer sentido, que há algo depois de tudo isso.
- Mas não há nenhuma garantia e você não vai saber até que seja tarde demais. - Ela pareceu recuar em si mesma. - Você sabe, quando estou aprisionada, posso
ouvir coisas... Quando estou no lugar onde meu corpo está apenas... Fora do meu controle, posso ouvir e cheirar, posso ver. Minha consciência está comigo, eu estou
lá, mas não posso fazer nada. Como eu já disse antes, não há maior pânico do que o que se sente quando seu cérebro está funcionando e nada mais está.
Não se desespere, ele disse a si mesmo. Não se atreva a se desesperar.
Você junta a sua merda e esteja lá para ela. Aqui e agora.
Como ela ficou em silêncio, ele se colocou naquele lugar que ela havia descrito, a par de tudo, mas incapaz de responder ou falar ou reagir.
Alcançando mais, ele acariciou seu longo cabelo para trás. E então, estava beijando-a, suavemente, lentamente. Um momento depois, ele rolou em cima dela e encontrou
seu sexo com o dele. À medida que a penetração aconteceu, conforme tinha aquele familiar, e ainda surpreendente, aperto dela nele, ele deu-lhe sua promessa através
do ato físico.
Às vezes, o mal contra o qual você luta não é nada no qual possa bater, atirar ou desmembrar. Algumas vezes não é possível nem mesmo machucá-lo.
E isso era realmente muito terrível.
Conforme seus quadris balançavam, ela colocou os braços ao redor dele, que manteve o ritmo doce e cuidadoso para que pudesse beijá-la o tempo todo.
No meio, ele sentiu o cheiro de água da chuva nas lágrimas.
Ambos estavam chorando.
No piso abaixo, no ginásio do Centro de Treinamento, Rhage estava correndo como se estivesse sendo perseguido por sua própria besta.
A esteira não estava sentindo isso. Ele tinha certeza de que o grito vindo do cinto, que era alto o suficiente para que pudesse ouvir sobre a música que estava
explodindo em seus ouvidos como se a merda fosse heroína, significava a máquina estava indo quebrar a qualquer momento. Mas, ele não queria dar um passo largo o
suficiente para mover-se para a próxima ao lado da porta.
Quando a coisa começou a cheirar como um lesser, no entanto, ele sabia que a decisão tinha sido tomada por ele. Saltando para os trilhos laterais, ele puxou
o cartão vermelho Parar e a desaceleração foi instantânea. Ou isso, ou esperar pela parada programada de sua saída da máquina.
Recuperando o fôlego, ele enxugou o rosto com uma das toalhas brancas ásperas. As coisas eram praticamente uma lixa, mas todos eles preferiam desta forma. Fritz
tinha tentado, ao longo do tempo, mudar as antigas para algo mais suave, mas ele e seus irmãos sempre protestaram. Estas eram toalhas de ginásio. Eles deviam ser
finas e ásperas, o equivalente atoalhado de coiotes.
Quando você está suando como um porco e não consegue sentir as solas dos seus pés de esforço, você não quer dar palmadinhas para no suor com um Spitz Alemão11.
Ele tinha realmente corrido trinta e oito quilômetros?
Merda, quanto tempo tinha estado aqui em baixo?
Estalando fora de seus Beats, ele percebeu que não só tinha seus pés dormentes, mas seus músculos da virilha estavam em chamas, e o ombro que tinha ferido umas
boas cinco noites atrás estava dobrado solto.
Ele acabou estacionando em um dos bancos de madeira que desciam do outro lado da sala. Quando sua respiração gradualmente voltou para ele, sentiu como se estivesse
cercado por seus irmãos, embora estivesse sozinho. Fosse a impressão no banco que ainda estava marcado pela carga de duzentos e oitenta quilos que Butch tinha colocá-lo
lá ontem, ou o haltere em que Z vinha treinando, ou a barra de queixo em que Tohr tinha levantado, ele podia imaginar cada um dos lutadores com ele, ouvir suas vozes,
vê-los passar, sentir seus olhos sobre ele enquanto conversavam.
E tudo isso deveria tê-lo feito se sentir mais conectado, em vez de menos.
Mas, a realidade era que se mesmo no espaço de quarenta por sessenta estivesse espremido, apertado com todos esses grandes corpos, ele ainda teria se sentido
isolado.
Passando a toalha sobre o rosto novamente, ele fechou os olhos e foi transportado para um lugar diferente, um tempo diferente... Para uma memória que sabia agora
era o que estava tentando colocar para atrás, desde que ela tinha ameaçado a ressurgir...
A casa branca de fazenda de Bella. Aquela varanda dela era tão estilo Nova Inglaterra, tão aconchegante que faria você ou vomitar... Ou se sentar e comer uma
torta de maçã. Ele saiu por aquela porta da frente, a cabeça pendurada como se tivesse sido decapitado e apenas a cartilagem do pescoço estivesse mantendo sua bola
de basquete no lugar.
No andar de cima, naquele quarto, sua amada Mary tinha apenas lhe dito para das o fora.
Embora, é claro, não tinha sido tão bruta.
A vida dele tinha terminado quando ele saiu daquela casa. Mesmo que tenha estado ostensivamente vivo, ele tinha sido um macho morto caminhando...
... Até que de repente ela explodiu fora dessa porta em seus pés descalços.
Eu não estou bem, Rhage. Eu não estou bem...
- Por que você está pensando assim, amigo. - Ele esfregou a toalha áspera com força sobre seu rosto mais uma vez. - Basta soltar essa merda... Vamos lá, pense
em outra coisa...
Exceto que seu cérebro não queria ser redirecionado. E a próxima memória foi ainda pior.
Um quarto de hospital, mas não aqui no Complexo, ou mesmo na clínica de Havers. Um quarto de hospital humano, e sua Mary estava na cama.
Merda, ele ainda se lembrava da cor da sua pele. Errada, toda errada. Não apenas pálida, mas começando a ficar cinza.
Para salvá-la, ele tinha feito a única coisa que pôde pensar, a única jogada Ave Maria que tinha: Procurou a Virgem Escriba. Tinha deixado aquele hospital humano
e ido para casa, para o seu quarto, e abaixou-se em diamantes lapidados até que os joelhos estivessem machados de vermelho com sangue.
Ele tinha orado por um milagre.
Com uma maldição, ele se esticou no banco, inclinando o tronco para trás na madeira implacável, mantendo ambos os pés no chão em ambos os lados.
Sua Mary não estava voltando para casa hoje. Ela estava hospedada no Lugar Seguro.
A mãe daquela criança tinha sido levada de volta para Havers. Depois de entrar em coma.
A equipe decidiu manter a jovem na casa durante o dia, e Mary queria ficar com a garota.
Deus, ele lembrou da angústia da luz do dia, quando Mary tinha estado doente no hospital. Não fora seguro para ele estar com ela durante as horas de sol, e tinha
estado aterrorizado de que ela iria morrer quando ele não pudesse chegar até ela.
Talvez eles pudessem conduzir essa criança para ver sua mahmen se a merda chegasse a isto. Como uma pretrans, ela poderia sair até ao meio-dia.
Olhando para o teto, ele pensou em Trez e Selena. No encontro deles. Na sua fuga do centro da cidade. Na diversão que eles tiveram em evadir a polícia humana.
Isso valia tanto a pena lutar. Tudo.
Sua Mary não estava voltando para casa hoje, e ele não sabia como estaria passando pelas próximas doze horas até que a veria pessoalmente de novo. E, mesmo sabendo
que poderia chamar ou enviar uma mensagem, ou vê-la pelo Skype a qualquer momento durante o tempo que ele quisesse.
Aquela menina estava provavelmente perdendo sua mahmen.
Trez estava, provavelmente perdendo Selena.
Rhage tinha certeza que todos eles estavam orando por um milagre assim como ele. E talvez fosse com isso que ele estivesse tendo problemas.
Por que ele tinha tido sorte? Tohr não tinha. Bem, sim, o irmão tinha encontrado Autumn, o que foi uma bênção sem medida. Mas, tanto quanto ele amava aquela
fêmea, perder Wellsie quase o tinha matado.
Ele simplesmente não entendia. A menos que a Virgem Escriba entrasse em cena novamente, ou alguém encontrasse uma cura...
Por que ele e Mary foram poupados?
Quando o seu cérebro começou a dar um nó sobre aquilo, ele teve de diminuir os pensamentos. Ele não queria ficar louco aqui sozinho.
Sim, ele pensou ironicamente. Porque ele era muito melhor em compartilhar isso com seus entes queridos.
Tempos assustadores. Tempos assustadores.
Se a morte acontece em três... Ele pensou entorpecido. Quem iria ser o terceiro?
Capítulo QUARENTA E TRÊS
Conforme Xcor se afastou do cômodo principal da cabana, Layla estava preparada para segui-lo do lado de fora e fazê-lo se alimentar sobre o gramado se fosse
necessário. Mas, assim que estava prestes a se levantar do sofá, ela ouviu o som de... Chuveiro.
Continuando através do impulso vertical, ela atravessou e ao virar a esquina para ficar na frente da porta fechada do banheiro.
- ... Porra... - Ele murmurou no lado mais distante.
- Xcor?
- Deixe-me. Voltarei em um momento.
Com outra maldição lançada para fora através das aberturas em torno do batente da porta, ela pegou o trinco, e abriu a coisa.
Xcor estava em pé diante da pia, a camisa pela metade e meio fora, o tronco torcido em um ângulo errado quando ele tentou puxar a camisa sobre sua cabeça sem
prejudicar o ferimento de bala em seu lado.
- O que você está fazendo? - Perguntou ele. Através das dobras de tecido preto.
Por um momento, tudo o que ela pôde fazer foi olhar para o abdômen com nervuras, os músculos estriados através da barriga e o corte tão profundo que fazia sombra.
Mas então, havia o quadril dele, oco e que se projetava para fora de debaixo de sua pele, sua calça de combate pendurada tão baixas que a única coisa que a estava
mantendo no lugar era os grandes músculos das coxas.
Ele era incrivelmente poderoso. Mas também muito magro.
Balançando-se em foco, ela disse: - Eu vou ajudá-lo a tirar isso.
- Eu posso lidar com isso, só... - Quando virou novamente, ele soltou um gemido de dor.
Ignorando-o, ela fechou a porta para que o pouco calor que estava saindo do chuveiro ficasse no banheiro. - Pare. Você só vai se machucar.
- Eu estou bem, - ele retrucou.
No instante em que ela colocou a mão em seu braço, ele estava silencioso.
- Deixe-me ajudá-lo, - ela sussurrou.
A boa notícia foi que ele tinha conseguido tirar a maior parte da camisa sobre a cabeça. Portanto, não havia nenhuma maneira que ele veria suas mãos tremerem
enquanto ela pegou e gentilmente puxou para cima, avançando pelos braços, revelando aos olhos dos fãs de músculo o que corria pelo lado de seu torso e, em seguida,
as protuberâncias maciças de seus peitorais.
A respiração ofegante dele, dentro e fora, o peito subindo e descendo em uma batida que ficava mais rápida conforme ela levantava a camisa sobre seus braços.
Pesados braços. Braços grossos que se estreitavam nos cotovelo e, em seguida, nos pulsos, mas eram abundantes em todas as outras partes.
Quando aquilo que o cobria se soltou, tudo o que ela podia pensar era que ele era um assassino. Um assassino sério cujo corpo refletia o trabalho que fazia.
- Espere por mim lá fora. - Ele se recusou a encontrar os olhos dela. - Não vou tomar de você quando estou imundo.
- Isso aí é um corte ruim.
Quando ela tocou a pele quente e pálida sob a irritada listra vermelha na lateral do corpo dele, ele se encolheu. Mas a voz dele manteve-se forte. - Deve estar
curado ao cair da noite.
- Só se você se alimentar.
O grunhido que ela teve em resposta era um dispensa se ela já tinha ouvido um. E ele seguiu-o com: - Se você não sair, vai ver muito mais do que o meu peito.
- Você está pior ferido em sua perna. - Ela olhou para a mancha de sangue cada vez maior sobre a calça.
A mãos dele foram para o zíper da braguilha. - Então?
Como se ele estivesse lhe dando uma última chance.
- Então? - Ela encolheu os ombros. - Você honestamente acha que vou te deixar ficar sob a água quente sem ajuda? Você está branco como um lençol. Sua pressão
arterial está obviamente baixa. Você está sujeito a desmaiar.
- Oh, pelo amor de...
Agora ele olhou para ela. E, com eficiência rápida, ele liberou o aperto na cintura. A parte superior das calças caíram. A parte inferior ficou presa no lugar
sobre aquelas coxas.
Mas algo foi revelado.
E estava... Ereto.
Xcor levantou uma sobrancelha. - Você pode parar de encarar. Acho difícil acreditar que você está apreciando a vista.
Ela tentou desviar o olhar. Ela tentou. Mas seus olhos tinham uma mente própria.
- Você é tão grande, - ela respirou.
Ele recuou. Como se isso fosse a última coisa no mundo que esperava que ela dissesse. E quando ele falou em seguida, sua voz tinha mudado.
Agora, ele implorava. - Layla... Escolhida Layla... Você precisa sair.
Conforme Xcor ficou completamente nu na frente da mulher, ele não conseguia se mover. E não apenas porque sua calça de combate havia se firmado acima dos joelhos
e o transformou em um manco.
Os olhos verdes de Layla estavam incrivelmente grandes enquanto se concentraram no sexo e se fixaram lá.
Poderia esta noite ir mais longe fora dos trilhos, ele se perguntou.
Espera, possivelmente ele não deveria oferecer esse tipo de abertura para Fates.
Enquanto isso, seu pênis estava amando a atenção. A maldita coisa chutou como sugerindo que ela deveria agitar e fazer amigos.
Ele cobriu o rígido comprimento com ambas as mãos, esticando-o e deitando sobre seu abdômen inferior. - Layla.
Em vez de fazer a coisa razoável e se afastar dele com horror e nojo, ela inclinou-se e agarrou o cós da calça de combate. Antes que ele pudesse jogá-la fora,
sua calça caiu de suas coxas e se reuniu em torno de seus tornozelos.
- Venha, vamos para o chuveiro.
Ela não deu a ele uma chance de protestar. Um segundo depois, seu corpo golpeado e ferido estava sob a água quente caindo, ossos doloridos e cicatrizes curando,
ambos gritaram e suspiraram com o impacto. Com um chocalho da cortina, ela deu-lhe a privacidade que ele queria, exceto pelo som metálico sobre o vaso sanitário
que sugeriu que ela não tinha partido, mas sim fechado a tampa e se sentado.
Não havia nenhuma razão para não seguir com o sabão e o xampu, e tentou ser rápido sobre isso. Infelizmente, a bala que tinha passado de raspão por seu pulmão
estava ardendo como se houvesse ácido da bateria sobre a sua carne. E o sabonete não ajudou no fato.
A outra razão para ser rápido era que ele estava ciente tanto de sua nudez quanto de sua excitação. Quanto mais eficiente ele fosse, mais cedo poderia se vestir.
Nenhuma roupa, no entanto. Ele não tinha roupas limpas.
Fechando os olhos na derrota, ele lavou a espuma do cabelo, inclinando a cabeça para trás. O que foi um erro. Arremetidas da água atingiram seu pênis, e maldição
se não parecia com mãos, as mão dela.
Ou talvez a boca dela...
A liberação não foi inesperada. Foi, no entanto, indesejável. Conforme sua ereção vibrou e seu orgasmo rolou através dele, ele cerrou os dentes...
- Você não tem de esconder isso, - ela disse em uma voz rouca. - Eu posso ver a sua sombra.
- Então, desvie o olhar, - ele gemeu quando seu quadril rolou com as ejaculações.
- Eu não consigo.
Cedendo contra o azulejo, ele sabia que tinha perdido qualquer vantagem que acreditava ter na situação. Aquela fêmea tinha adivinhado a terrível verdade sobre
ele. Ela sabia que seus objetivos tinham mudado. E ela parecia disposta a manter o que quer que fosse esta relação, em condições que dariam a ambos alguma honra
e dignidade.
Mas pelo menos ela não sabia que tudo estava baseado nela.
Que sua vida... Patética como era... Estava baseada nela agora.
Se isso viesse à tona, seria a ruína dele.
Xcor girou a torneira com uma manivela, determinado a pôr fim a tudo isso e mandá-la embora, só para que pudesse devolver suas defesas corretamente no lugar.
Bem quando ele estava indo rasgar a cortina e colocá-la em torno de si, o peso pesado de uma toalha foi jogada sobre o cabo da cortina.
- Para sua modéstia, - disse ela.
Ela estava rindo dele?
Sem se importar em secar-se, ele cobriu sua parte inferior do corpo e empurrou a cortina para trás. Ela estava de fato no banheiro, a lã que usava camuflava
sua forma alterada pela gravidez.
Sem uma palavra, ela puxou a manga de volta e colocou seu braço para fora.
Havia um desafio em seus olhos.
- Tudo bem, - ele retrucou, irritado consigo mesmo. Com ela. Com este novo território em que tinham entrado.
Abaixando-se de joelhos, porque ela estava certa, ele estava terrivelmente tonto, colocou suas presas na carne dela.
Faminto. Ele estava faminto por ela.
E, ainda assim, a atingiu tão gentilmente quanto possível.
No primeiro gosto, ele gemeu, balançando seu corpo, seu peso batendo no armário sob a pia. O sangue dela era um vinho escuro que o deixou sedento ao invés de
saciar a garganta seca, e entre suas pernas, seu pênis chutou novamente e novamente.
Ele estava tendo um orgasmo na toalha, o prazer correndo em suas veias, seus ossos, sua carne...
Minha.
A partir das profundezas dele, o desejo de levá-la aumentou de forma tão violenta, que ele começou a agir sobre isso, seu corpo a ponto de saltar para cima e
arrastá-la para o chão para que pudesse montá-la.
Grávida ou não, ele estava indo ter o seu sexo e deixar a sua marca dentro dela.
Rompendo o contato, afastou-se dela, apoiando os pés contra esse armário, a porcelana fria da banheira atrás dele mordendo seus ombros enquanto ele ficou rígido
em uma tentativa de controlar a si mesmo.
- O que está errado...
- Vá! - Ele gritou.
Dentro dele, sua besta sexual estava rondando e pronta para tê-la, e juntamente com a sua sede de sangue, ele sabia que não conseguiria controlar o par de instintos
juntos.
Ele estava susceptível a mastigar o pulso dela ao mesmo tempo em que a fodia asperamente.
- Xcor, você não tomou muito...
Rangendo os dentes, ele fechou os olhos e se rosnou. - Dá o fora daqui! Se você quiser que a sua criança viva... Saia! Vou te atacar! Vá!
Isso chamou a atenção dela.
Como, sem dúvida, o fato de que ele ainda estava tendo um orgasmo sobre si mesmo, a toalha agora perdida, os jatos chutando para fora e marcando suas próprias
coxas e barriga enquanto seus músculos da perna tremiam com a força que ele estava exercendo, para certificar-se de que não iria saltar sobre ela.
- Vá!
Uma fração de segundo depois, ela estava fora do banheiro; um momento depois disso estava fora da casa. E ela estava com tanta pressa, que deixou as duas portas
abertas, então ele viu os faróis do carro dela acender e os observou circular o gramado desalinhado na frente antes de listar para baixo da estrada.
Não foi até quando ele não podia nem ver suas lanternas traseiras vermelhas nem ouvir o estalar de seus pneus que ele aliviou-se um pouco sobre o suporte.
Segurando seu pênis, ele começou a acariciar seu membro enquanto imaginava os olhos dela nele, e ouvia de novo o tom estranho que tinha usado quando ela tinha
pronunciado que ele era muito grande.
Ele não tinha interesse em se masturbar.
Mas, o que ele realmente não queria era que o seu lado racional o abandonasse completamente, de tal forma que fosse atrás dela durante a noite, parando-a em
algum lugar inseguro apenas para que pudesse fazer o que não queria fazer com ela.
Não, desta forma ele iria ficar onde estava.
Oh, Deus... O jeito que ela tinha lhe olhado, ele pensou enquanto começou a gozar novamente.

 

CONTINUA

Capítulo TRINTA E SETE
Um pouco depois de Xcor e Balthasar passarem correndo pelo labirinto de ruas, Xcor foi golpeado por algo tão grande e tão forte, que ficou totalmente aturdido
enquanto ia pelo ar, o mundo girando, enquanto ele permanecia estável, ou, mais provavelmente ele era o que dava voltas.
No ar, se preparou para um desagradável impacto, mas por alguma razão absolutamente estúpida, aterrissou sobre suas botas de combate. Era uma espécie de buraco,
não era uma benção que iria durar, considerando o impacto. Para evitar que caísse no chão, saltou para frente, tentando continuar a corrida.
Algo estava muito mal. Suas pernas não funcionavam direito.
Lutando para se manter em pé, era vagamente consciente de Balthazar gritando seu nome e logo, de repente, seu soldado estava justo ao seu lado, segurando seu
braço e o arrastando para trás.
No fundo de sua mente, sentiu uma presença sair do enorme veículo parecendo um vampiro. E logo o som dos impactos de bala soou. Pings agudos foram substituídos
por ruídos menores batendo nos ladrilhos, no asfalto e nas pedras.
Os lessers encontraram a SUV.
O que significava que ele e Balthazar tinham um segundo ou dois de maior cobertura e Balthazar aproveitou bem. Com um forte puxão, Xcor sentiu todo seu corpo
sair da pista.
E logo, um momento depois, ele estava atrás de uma grande estrutura.
Não, um veículo de segunda ou algo. De fato, era uma caixa quadrada gigante com algum tipo de escrita na lateral.
P... O... D... S...
Seu cérebro hiperativo traçou as formas das letras vermelhas, mas o padrão não significava nada para ele. Estava registrando com claridade?
Estavam a ponto de conseguir um tiro limpo.
Levantou a pistola ao mesmo tempo em que Balthazar o fez.
Obrigou seus pulmões a diminuir o ritmo, esperou... Esperou... Esperou...
A chuva de balas ficou mais forte e mais forte enquanto os atiradores caminhavam até eles. Os assassinos estavam presos entre os ruídos e a perseguição e nenhum
deles se incomodou em parar quando chegaram até a grande estrutura que funcionava bem e seguiram adiante. Em comum acordo, Xcor pegou o da esquerda enquanto Balthazar
pegava o da direita.
Duas balas. Não duas mil.
Duas muito bem posicionadas balas de quarenta milímetros nas costas jogaram os atiradores para frente, de cara no asfalto sujo.
- Peguei. - Balthazar gritou, trocando suas armas por adagas.
Xcor teria discutido, mas estava começando a sentir a gravidade de suas feridas. Bali saltou, suas lâminas movendo-se. Golpeou o mais próximo, uma grande explosão
de luz girando na rua ao meio-dia. Com uma pausa, ele saiu e apunhalou o segundo atirador. Retrocedendo a um segundo de iluminação, o soldado conseguiu esquivar
das adagas e agarrar duas AK's antes de...
... Uma RV sair a toda velocidade do beco para golpear Xcor.
Balthazar virou-se correndo para o esconderijo, golpeando seus ombros no bloco de metal e os dois olharam para frente, congelados no lugar quando saíram no caminho.
Mas a diversão e os jogos não haviam terminado ainda.
Acalme-se.
Precisavam se acalmar...
... Devagar...
Desmaterializar fora do centro era a única maneira de sair dali: Sirenes dos carros de polícia dos humanos aumentavam de volume cada vez mais forte e logo faróis
apareceram no final do beco, a brilhante iluminação fazendo sombras em tudo.
- Vá. - Xcor ordenou, sabendo que seu soldado estava em muito melhor forma que ele.
- Não nesta vida.
- Ficar aqui comigo pode ser sua queda.
- Então vamos morrer juntos.
Quando Xcor inalou e exalou profundamente, tentando diminuir seu ritmo cardíaco e sua pressão arterial, o cheiro de metal quente e pólvora tocaram seu nariz
junto com o diesel do carro e o persistente cheiro desagradável do suor dos assassinos e as incinerações.
Suas pernas o estavam matando, ambas. A este ritmo, a dor iria aumentar tanto que teria que se sentar ou desmaiar.
Merda.
Os carros de polícia se aproximaram a toda velocidade, um... Dois... Três, depois uma sucessão, as luzes e as sirenes se desvanecendo enquanto passavam.
Haveria mais. E os próximos viriam mais devagar, para fazer reconhecimento do lugar de modo que pudessem persegui-los.
- O quanto está machucado? - Balthazar exigiu.
Ele queria mentir. - Minhas pernas são um problema. Uma está no último momento e a outra provavelmente quebrada.
- Quando foi a ultima vez que se alimentou? De uma mulher, quero dizer.
Meses e meses. Desde que conheceu Layla. Seu sangue puro lhe manteve por um tempo recorde e quando a força finalmente começou a desvanecer, tomou das veias dos
cervos que caçava nos bosques sem dizer a seus homens que recorria a tais animais.
Mas Bali sabia. Todos eles deviam saber.
- Há muito tempo, de fato. - Seu soldado se queixou.
Xcor olhou ao redor, não queria levar a conversa adiante. Do outro lado do caminho havia uma escada de incêndio, mas não tinha força para se arrastar até ali
a uma velocidade suficiente e não seria capaz de se desmaterializar.
- Vá. - Disse para Balthazar.
- Pode fazê-lo.
- Não tenho força para levá-lo de volta...
Balthazar apontou para cima. - Ali. O teto. É para onde tem de ir.
Latidos de cães. Ao menos dois deles. Na entrada do beco.
Ah, sim, os seres humanos tinham narizes dignos de uma busca. Diferente dos patéticos que tinham em seus rostos.
- Você consegue. - Disse Balthazar. - Apenas até ali. Não mais além.
Xcor traçou o caminho até a escada de incêndio, além da série de janelas, uns quinze metros. Poderia ser pior, supôs.
- Agora.
Fechando os olhos, sabia que não iria funcionar. - Eu quero que vá embora. É uma ordem.
- Não vou...
Xcor levantou um braço cansado e golpeou o soldado no rosto. Com voz cansada ele disse: - Os outros precisam que cuide da organização. Deve ser você. Vá, e leve
as armas com você. São valiosas. Vá! Alguém deve liderá-los!
Balthazar continuava amaldiçoando enquanto desaparecia... E os cães se aproximavam cada vez mais do lugar onde estava Xcor. Com o fresco aroma de seu sangue
recém derramado e cada vez caindo mais seria encontrado em questão de segundos.
Desta vez, quando suas pálpebras se fecharam, era de puro esgotamento, não por qualquer tipo de esperança de se desmaterializar.
Exceto que, justo quando seria capturado, enquanto levantada o cano da pistola e sabia que estava a ponto de perder a vida com um tiro...
A imagem de Layla veio a ele tão claramente como se ela estivesse diante dele.
Se tirasse sua vida, nunca colocaria os olhos sobre ela novamente.
Quando uma profunda sensação de perda golpeou o centro de seu peito, foi então que soube o que estava negando durante tanto tempo.
Frente à realidade de que poderia lhe ser negado um último encontro com esta mulher, uma última oportunidade de ouvir sua voz, sentir seu cheiro no ar da noite,
sentindo sua presença física... O macho vinculado a ele gritou de raiva ante tais crimes.
Assim quando um pastor alemão dobrou o canto do bloco de metal, seu condutor segurando sua coleira curta, no mesmo instante que o humano gritou algo como "Parado"
ou uma idiotice assim...
Xcor desapareceu.
Apenas o desejo de ver sua mulher novamente lhe deu forças para lançar-se no ar da noite, jogando seu maltratado corpo no teto que Balthazar lhe mostrou.
Quando o policial abaixo deixou escapar uma exclamação de surpresa e outro chegou, uma conversa se seguiu e Xcor caiu no nada, aterrissando duro no teto plano
do edifício.
- Graças a Virgem Escriba. - Ouviu alguém murmurar.
Gemendo Xcor rodou sobre as costas. Zypher estava em pé sobre ele. Balthazar também.
- Ele está muito machucado.
Isto foi o último que ouviu antes da perda de sangue e as lesões o arrastarem para a inconsciência.
Um quarteirão a mais, Rhage tinha sua própria lista de problemas graças à todos os malditos humanos que inundavam os becos. Com as mãos sobre a cabeça e de costas
aos rapazes de azul que se aproximavam, sentia-se irritado. E entediado.
A verdadeira festa, com estes assassinos, como diria Bill Murray já havia acontecido, e Manny Manello fazia aquela coisa de avaliação médica procurando por balas.
Enquanto isso, ele estava preso ali na cidade com seis rapazes franzinos.
- Não se mova.
Como nos filmes, pensou enquanto rodava os olhos. - Como disser oficial.
Com seu ouvido agudo triangulou sua posição com precisão. E não havia nada diante dele no beco. Não havia carros, não havia transeuntes noturnos ou outros policiais.
Apenas Deus sabia aonde Manny iria acabar. Ou o que estava acontecendo com Trez e Selena. Não havia tempo para isto.
- Eh, oficial?
- Não se mova.
- Não se ofenda, mas tenho de ir.
Assim de fácil, já que o policial sequer se moveu ele logo se desmaterializou.
Estava sorrindo em seu estado molecular enquanto viajava para fora, imaginando OMFG's. Fez algumas coisas que poderiam ser inaceitáveis. Havia apenas uma regra
na guerra com a Sociedade Lessening: não dê o primeiro golpe na luta idiota. Quer dizer que, era de interesse de todos que os humanos não soubessem que os vampiros
eram mais que um mito de Halloween e The Walking Dead era nada mais que um programa de televisão.
Às vezes, no entanto, não se tem opção. E apesar de acabar de dar o maior espetáculo de Frick e Frack, era melhor do que perder tempo apagando a memória deles
quando Trez e Selena poderiam precisar de Manny.
Abrindo seu caminho adiante, voltou a formar-se três quarteirões mais perto do rio no telhado de uma garagem com luzes de neon. Assim quando Manny acelerou pelo
beco em seu tanque blindado, com várias viaturas de polícia atrás dele, Rhage fez as luzes de Xenon nas vigas brilharem, dando ao bom doutor um descanso para seguir
adiante.
Logo, com calma e muito deliberadamente, entrou na ambulância e abriu fogo contra os veículos. Ele não era idiota, no entanto. Sua Mary uma vez foi humana, assim
ainda abria exceções a toda esta coisa de mortal. Assim que mirou os pneus dianteiros e os motores. A primeira unidade rapidamente perdeu o controle e tombou, o
que significava que a segunda com certeza poderia passar adiante. Mas ele se livrou desta merda, inutilizando-a.
- Buh... Adeus.
Alcançou Manny novamente pelo efeito fantasma, dois quarteirões abaixo e se materializou no assento do passageiro da mesma forma que deixou o veículo. Manny
deu um grito de alarme, mas não perdeu seu foco. Continuou movendo-se pelas ruas.
- Temos que sair daqui. - Disse o bom doutor.
- Para a ponta do rio. Sei exatamente o que fazer.
- Há policiais por toda parte.
- Vou dizer quando der a volta. - Rhage puxou o telefone e começou a enviar mensagens de texto. Um quarteirão depois, gritou. - Agora! Muito bem!
Rhage caiu de lado bem apertado quando Manny os lançou a noventa graus e pisou no acelerador novamente.
- Eles têm um helicóptero sobre nós. - Anunciou Manny.
Efetivamente, a grande tela mostrava uma imagem preciosa de uma brilhante esfera de luz lançando uma luz sobre eles.
- Duas ameaças mais acima, à esquerda.
- Eles vão se aproximar de nós a...
- Faça!
Eeee assim que desceram a estrada, o foco de luz se extinguiu.
- Um quarteirão mais. - Murmurou Rhage, lançando-se para frente, rezando para... - Calma!
Mais a direita na baia, ele tocou um painel e uma porta se abriu lentamente, revelando uma garagem enegrecida do tamanho de uma pequena casa.
- Vamos!
- Merda, como fez isso?
- Agradeça a V!
Assim simples, a RV de Manny, junto com todas suas coisas, seringas e bisturis e os dois filhos da puta no assento da frente, foi coberta e ficou dentro da garagem
coberta na baía.
Manny desligou o motor, mas não soltou o controle do volante. Como se esperasse ter de dirigir novamente. - O que faremos agora?
Rhage desceu o vidro da janela e ouviu os sons dos carros de polícia que passavam na parte de fora. - Relaxamos.
Seu celular soou e ele atendeu. - Bom trabalho, meu Irmão.
A voz de Vishous estava clara como água. - E você pensou que nunca iríamos precisar disto.
- Graças a Deus pelo controle remoto.
- Pelo meu telefone. Boom! Vocês estão bem?
- Sim, mas acho que vamos ficar aqui por um tempo a menos que alguém venha nos buscar.
- Que demônios aconteceu?
- Tire-nos daqui e contarei a caminho de casa.
- Estarei aí em vinte. A menos que tenhamos que nos preocupar com a polícia?
- Oh não. - Rhage fez um gesto sem importância com a mão. - Está tudo bem. Não há policiais ao redor.
Quando desligou Manny o olhou. - Está louco? Este telefone pode ser rastreado pela polícia.
- Precisariam do exército.
Com uma maldição, Manny bateu a cabeça contra o encosto de seu assento algumas vezes. - Maldição! Nem sequer tive a oportunidade de usar este mau garoto e está
todo destruído.
- Bom, pelo menos pode brincar com alguns botões. E esta foi uma boa chance de comprovar se é à prova de balas. - O telefone de Rhage tocou avisando uma mensagem
de texto neste exato momento. - Oh bom, Trez e Selena chegaram em casa de forma segura. Suponho que já estavam fora da cidade quando a diversão começou.
- Isso é um alívio. - Manny respirou fundo, mas logo amaldiçoou. - Como vamos conseguir tirar esta coisa daqui? Cada estação de polícia da cidade vai ter uma
descrição dela.
Rhage olhou a seu redor no interior e encolheu os ombros. - Pouco a pouco, se tivermos que fazê-lo.
- De alguma forma não inspira confiança.
- Você nunca viu seu cunhado com uma chave de fenda. Este filho da puta pode desmontar qualquer coisa.
- E como é para montar novamente?
- Muito bom.
- Está mentindo para mim para que não comece a chorar como uma menina?
- Oh não. Não mesmo.
Rhage se contorceu em seu assento e tocou a tela de seu telefone.
- Comprovando as estradas? - Manny disse arrastando as palavras.
- Tem algo que possamos comer aqui?
- Não, a menos que goste do sabor de coisas esterilizadas.
Rhage acomodou-se em seu assento e reclinou-o. - No pior dos casos...
- Não, você não pode comer minha RV.
- Está fora dos limites também?
- Sim!
Fechando os olhos, disse para o médico. - Sem graça.
Capítulo TRINTA E OITO
Na biblioteca do palácio, iAm deslizou para fora o último volume da última prateleira na última linha de textos de cura. Quando ele abriu a capa de couro, o
grito em sua cabeça foi tão alto, ele não conseguia se concentrar para ler a tabela de conteúdo.
- Aqui, - disse maichen. - Permita-me.
Mesmo que o marcasse como um marica, deixou-se cair para trás em sua bunda, o chão duro mordendo através da cobertura fina do uni de criada azul pálido.
Ele já sabia o que maichen ia encontrar. Ou não.
A falha em seu raciocínio, quando ele partiu para esta tolice, era que ele nunca tinha ouvido falar da doença. Não era como se ele fosse um s'Hisbe, com um extenso
conhecimento do que afligia as pessoas e como corrigi-lo, mas algo parecido com o que Selena tinha? Os Sombras teriam visto isso como um defeito e ficado longe como
da peste, assim teria havido alguma consciência comum sobre o assunto.
Ele deveria saber. Mas quando se tratava de seu irmão, ele era susceptível de fazer qualquer coisa para salvar o filho da puta.
- Será que ele tem uma doença similar? - maichen perguntou.
- O quê?
- Você acabou de dizer que faria qualquer coisa para salvar seu irmão?
Ótimo, ele estava falando em voz alta agora. - É melhor voltarmos.
Ela fechou o volume. - Eu sinto muito, não encontrarmos...
- Venha, vamos.
iAm levantou-se e ofereceu-lhe a mão. No processo de revisão do último livro com todas essas palavras inúteis, ela também havia se sentado no chão.
Seu rosto mascarado levantou para cima, como se estivesse olhando para a palma da mão.
- Precisamos ir, - ele murmurou, desejando que ela simplesmente colocasse o maldito livro de volta e saísse com ele.
Quando ela finalmente estendeu o braço, a manga pesada deslizou para baixo, expondo-lhe o pulso fino e sua mão longa e fina. Que tremia.
Ele amava a cor de sua pele. Mais escura do que a dele.
- Eu não vou te machucar, - ele disse asperamente antes de tocá-la.
- Eu sei, - ela sussurrou. Conforme ele fez contato, seu corpo estremeceu, eletricidade lambendo-o, viajando a partir da conexão ao seu coração e fazendo o ritmo
vital bater ainda mais rápido. E ele não tinha certeza, mas pensou que ela sentiu o choque, bem como, a túnica que a cobria, que foi deslocada drasticamente, como
se ela tivesse pulado.
Não havia tempo para pensar em nada disso, apesar de tudo.
Tomando o livro de sua mão livre, ele substituiu-o na ranhura que tinha sido criada e começaram para a longa jornada de volta para a saída. Ele tinha ido cerca
de quinze metros, quando percebeu que não tinha deixado cair seu domínio sobre ela ainda.
Ele teve de forçar-se a deixar a mão dela.
Quando chegaram à porta oculta, ele deu um passo para o lado e deixou as coisas abrirem no caso de haver algum tipo de rastreador ou controle de segurança em
jogo.
Fora no corredor, ela disse, - Agache-se, lembra? Você é muito alto e muito grande.
iAm ficou com o programa. - Obrigado.
Deixando-a assumir a liderança, ele encontrou-se observando a forma como ela andava, a mudança de seu corpo sob a túnica que a camuflava quase completamente.
Como ela era lá embaixo? Como era o seu rosto?
Assim que os pensamentos o atingiram, ele deixou-os cair. Agora não era o momento de perder nem uma fração de segundo em qualquer coisa assim.
Eles tinham percorrido cerca de cinquenta quilômetros, tanto quanto ele poderia dizer, quando um conjunto de guardas da prisão vieram para eles. De debaixo da
malha que cobria o rosto, iAm rastreou sua abordagem, preparando-se para uma luta e fugir. Típico da equipe de segurança de s'Ex, eles estavam de preto, eram musculosos
como seguranças, e suas armas eram óbvias na cintura, os punhais de lâminas longas em seus quadris prontos para o alcance. Seus rostos estavam descobertos, e ele
não conseguia se lembrar se isso significava que eles estavam em pé de guerra.
Merda, se tivessem sido descobertos?
À frente dele, maichen não piscou. Ela parou, colocou as duas mãos na frente de seu coração em um campanário, e baixou a cabeça em súplica. Permanecendo em seu
lugar, iAm copiou exatamente a pose, os músculos das suas coxas apertadas quanto ele forçou as pernas a permanecer meio flexionadas.
Os guardas olharam sobre eles, e iAm rezou para que o truque da lavanda perfumada fizesse seu trabalho. Se eles sentissem o cheiro de qualquer coisa perto da
agressão bombeando em suas veias...
Mas não, eles apenas acenaram e continuaram.
Mais de cem metros ou mais depois, ela chegou a uma abrupta parada e ele quase se chocou com ela. - Nós estamos aqui, - disse ela, olhando para cima e para baixo
do hall.
Ele esperou que ela abrisse a porta de sua cela. Quando ela não fez, ele se inclinou para ela e disse baixinho: - Não é culpa sua. E muito obrigado.
Sua cabeça abaixada, e a voz que saiu de trás de sua máscara parecia sufocada. - Eu sinto muito. Sobre tudo isso.
- Você, não se preocupe com isso. E não quero que venha me ver mais. Troca de deveres, mas não se envolva nisso. Já temos pessoas suficientes nesse pesadelo.
- Eu quero fazer mais. Deixe-me ajudá-lo a se libertar...
- Não.
- Eu não quero que você seja um prisioneiro.
- O quê?
- Eu não quero que você seja mantido lá para sempre.
- Não será por muito tempo, eu prometo. - Embora ele tinha necessidade de sair daqui o mais rápido possível. - Agora, por favor, vá!
Quando ela continuou a hesitar, ele foi quem acionou a porta da prisão para abrir, tomando-lhe a mão e colocando-a na parede.
As luzes estavam acesas dentro, não fora. E s'Ex estava na plataforma da cama, com as costas contra a cabeceira da cama, com as pernas esticadas e cruzadas nos
tornozelos.
Em uma das mãos, ele tinha uma pedra de amolar. Na outra, ele tinha um punhal.
Com lentos, certeiros golpes, ele estava afiando a lâmina.
Ele não se deu ao trabalho de olhar para cima. - Imagine minha surpresa quando vim pessoalmente verificar você.
iAm colocou o seu corpo na frente de maichen, bloqueando-a completamente. - Isso não é culpa dela. Eu a obriguei.
- Isso é uma mentira. - O carrasco olhou para cima, seus olhos negros brilhando. - Mas, se você fez ou não, é o menor dos seus problemas.
Conforme Fritz estacionou em frente à mansão da Irmandade, Selena estourou fora da parte traseira do Mercedes antes que o carro até mesmo parasse. A investida
súbita era uma expressão de sua emoção, algo que ela estava segurando, e era bom.
Só que ela estava de salto alto, e o desembarque correu mal: quando um pequeno ponto ao redor da lateral de seus sapatos prendeu os paralelepípedos, a gravidade
a agarrou e ela jogou os braços, deslocando seu peso fora de forma...
Trez a pegou em seus braços com um poderoso impulso, capturando-a antes que ela pudesse cair e varrendo-a contra o peito enorme.
Ele segurou-a como se ela não pesasse nada.
Colocando os braços em volta do pescoço dele, ela se inclinou para trás e sorriu tão amplamente, que provavelmente parecia uma lunática. Ela não se importava.
- Isso foi incrível!
Trez sorriu quando subiu os degraus até a porta para o vestíbulo. - Isso foi algo, com certeza.
Esticando em torno do tríceps de Trez, ela chamou o mordomo, - Fritz, nós podemos fazer isso de novo amanhã à noite?
O mordomo seguiu em seu rastro. - Mas é claro, senhora! Qualquer coisa para ser útil. Devo comentar, no entanto, que o carro deve exigir alguma atenção antes
de quaisquer novas excursões.
Provavelmente certo, e talvez fosse por isso que o doggen tinha estacionado paralelo à porta da frente, ao invés de com os outros veículos do outro lado da fonte.
Poderia a coisa até mesmo dar ré ainda?
Houve uma pausa rápida quando entraram no vestíbulo, e em seguida, eles foram acolhidos no caloroso interior da mansão, por um dos funcionários exuberante de
Fritz.
- Se vocês me desculparem, - o mordomo disse, - tenho de cuidar da preparações das últimas refeições, como referi.
- Obrigado por nos trazer de volta inteiros. - Trez murmurou.
- O prazer é meu de fato.
À medida que o doggen saia para a sala de jantar, Trez começou ir para as escadas, seus passos largos atravessando o mosaico no chão e Selena começou a sorrir
por um motivo diferente do que pura adrenalina.
Mas, ele não a levou até seu quarto. Seu macho caminhou ao redor da base da grande escadaria do lado esquerdo, levando-os para a porta ornamentada do banheiro.
- Abra a porta para mim, - ele rosnou.
Ela olhou para cima e saboreou a visão do rosto dele. Com pura necessidade sexual cerrou sua mandíbula e estreitou os olhos, transformando-o em uma versão animalesca
de si mesmo.
A resposta dele para o passeio de carro, ela pensou.
Estendendo a mão, ela agarrou a maçaneta de bronze e liberando o bloqueio, abriu caminho para dentro.
Uma sala tão linda, com seu banheiro particular, seu ar com cheiro doce, e especialmente o mármore venoso vermelho, pêssego e rosa que cobria as paredes e os
pisos. Cetim vermelho e pêssego caíam de ambos os lados do espelho sobre a pia, como se a coisa fosse uma janela para olhar para fora, e o rodapé aveludado em torno
da bacia era vermelho sangue com franjas ouro margeando. Castiçais a gás antiquados queimavam incessantemente toda a sala, a luz amarela suave como a de velas.
- Você vai querer usar essa fechadura, - disse ele, curvando-se para que ela pudesse chegar à coisa. Deslizando para casa. Dando-lhes um pouco de privacidade.
Havia um longo banco contornando a parede oposta, e ele trouxe-a para si, segurando-a com uma mão enquanto empurrava todos os tipos de almofadas de seda e tapeçaria
no chão. Esticando-a, ele ronronou no fundo da garganta enquanto acariciava os ombros, cintura e pernas dela.
- Eu pensei sobre isso a noite toda, - disse ele.
Arqueando-se, sentiu a carícia do vestido se movendo para cima sobre as coxas dela enquanto varria suas palmas mais e mais alto.
- Oh, Deus! - Ele respirou enquanto olhava para o sexo dela.
- Você já esqueceu? - Ela sorriu quando baixou as pálpebras. - Que elas me deram tudo, exceto calcinhas?
- Mmm, não, eu me lembro.
Ele moveu em torno dela, puxando-a para frente para que pudesse abrir as pernas dela ao redor de seus quadris. Inclinando-se sobre ela, colocou a boca no lado
do pescoço e, em seguida, sacou sua língua para cima até que mordiscou o lóbulo da orelha dela.
- Você sabe o que é o mais difícil?
Ele pontuou a questão com um golpe de sua pélvis, a excitação em seu sexo nu empurrando através do tecido fino da calça. Conforme ela suspirou, seus dedos vagaram
sobre o corpete do vestido.
- Hmm? - Ele murmurou, beliscando-a de novo, como se para castigá-la. - Você sabe?
- Eu tenho uma boa ideia, - ela gemeu.
- Não é isso. - Ele empurrou em seu núcleo mais uma vez, acariciando-a com sua ereção. - Acredite ou não...
- O-o que...?
Ele colocou a boca ao lado da orelha dela. - Não é rasgar seu vestido com meus dentes. Quero levá-la para a Última Refeição depois disso, e por mais que eu respeite
os Irmãos... - Trez beijou o seu caminho até o ombro dela. - Eu teria de matar todos eles, se te vissem nua. E isso é muito para limpar.
- Então o que você vai fazer?
- Sente-se para mim.
Ela estava tonta quando fez o que ele pediu, mas era de paixão, calor... Necessidade. - Agora... O quê?
- Nós cuidadosamente nos livraremos deste. - Agarrando a bainha, ele puxou o tufo preto por cima da cintura dela... Sobre os seios. - Poooooooooorra.
Quando ele jogou a seda no chão, apenas olhou para o que tinha revelado. - Oh, isso é o que eu quero.
Com as palmas das mãos acariciando para cima e para baixo as coxas dela, ele baixou a cabeça para um dos mamilos, sugando-o, cuidando dela, sua cabeça escura
contrastando com a pele pálida dela. Deixando cair a cabeça para trás, ela deu-lhe o acesso que ele queria, espalhando os joelhos ainda mais.
O som que ele fez foi todo másculo, e o agarre dele no quadril dela era áspero enquanto a puxava para frente.
- Me dê, - ele exigiu. Houve um zip! rápido enquanto ele liberava a si mesmo e, em seguida, o rosnado estava de volta. - A noite toda. Pensei sobre isso a noite
toda.
Ele empurrou dentro dela com um impulso do quadril, e ela agarrou os pulsos dele, arqueando-se novamente. Com movimentos duros, se deixou ir e ela aceitou tudo
o que ele lhe deu, um poderoso impulso reunindo liberação imediatamente. Tão quente, tão selvagem... O ponto culminante do atencioso jantar, a louca volta para casa,
a antecipação constante que ela tinha quando estava perto dele.
Arrastando-o de volta para a sua boca, ela agarrou-se ao poder dele, em busca de seus lábios e sugando a sua língua dentro dela até que o ritmo das penetrações
tornou isso impossível. Mais rápido, mais forte e, em seguida, o orgasmo a atingiu.
E foi exatamente como cambalear através desses painéis de vidro, ganhando velocidade para, em seguida, uma quebra espetacular.
Só que era o seu corpo desmoronando.
Em uma forma maravilhosa.
No momento em que ela estava começando a flutuar para baixo, ela encontrou o pulso dele em seus lábios. - Tome de mim, - ele resmungou. - Eu quero sentir seus
dentes em minha carne.
Instantaneamente o calor aumentou novamente e ela empurrou o braço para fora do caminho. Conforme suas presas desceram em uma urgência, ela chiou e bateu na
lateral da garganta dele, bem na veia grossa que corria até seu coração.
Trez gritou o nome dela e apertou-a contra ele, inclinando a cabeça e incentivando-a a tomar mais, ter tudo o que precisava, com o quadril apertado contra ela,
sua ereção jorrou quando ele gozou profundamente dentro do corpo dela.
Sua liberação chamou outra dela, levando-a até a borda novamente.
E o tempo todo, ela nunca se sentiu mais segura ou mais amada.
Capítulo TRINTA E NOVE
Quando a porta da cela foi fechada fortemente atrás dele e maichen, iAm arrancou a touca e atirou-a.
- Deixe-a ir.
s'Ex moveu as poderosas pernas para fora da plataforma da cama e ficou em pé. - Sabe qual é o meu maior defeito? Eu não recebo ordens muito bem.
- Ela não é parte disso. É entre você e eu.
- Sim, veja, você ainda está errado. Você e eu somos, na verdade, apenas coadjuvantes no drama real, mas isso não vem ao caso.
O executor andou para frente, e iAm colocou as suas mãos para fora, protegendo maichen.
- Pare.
- Ou o quê?
- Vou te matar.
s'Ex parou bem na frente dele e olhou para baixo de seu nariz. - Realmente.
- Sim. - iAm enrolou os punhos e sentiu suas presas saírem. - Se é uma questão de você ou ela sair daqui com vida, garanto que ela será a única ainda em seus
pés, quando a porta se abrir. E não me importo se eu morrer no processo.
s'Ex franziu o cenho e olhou para a criada. Dirigindo-se a ela, ele disse: - Irmão errado. Você sabe disso, certo?
iAm se inclinou para o lado e bloqueou o contato visual. - Então, nós estamos fazendo isso?
- Você seria um idiota em lutar comigo. Considerando que vim para te tirar daqui.
iAm recusou-se a se distrair. - Você está dando o primeiro soco ou eu?
- Você ouviu o que eu disse? Eu vim aqui para levá-lo para a porra da biblioteca, mas estou supondo que é o lugar de onde vocês dois estão voltando. Ou será
que estamos balançando por lá para o caminho da saída?
No silêncio que se seguiu, iAm considerou as palavras do carrasco para frente e para trás, marcando as sílabas para significado. Em seguida, franziu o cenho.
- Eu não entendi.
- Se você não se importa, precisamos fazer isso agora, porque tenho de estar de volta à corte em cerca de vinte minutos.
Que diabos foi isso?, iAm se perguntou.
s'Ex revirou os olhos. - Eu disse que ia levá-lo dentro e fora, não é?
- Você me colocou aqui! Você tinha me batido na cabeça...
- Não, idiota. Um dos meus guardas fez isso. Venho trabalhando nos bastidores e tentando te soltar. Você não deveria estar nessa maldita cela. Aquele não era
o nosso acordo.
Piscada.
- Nós fomos para a biblioteca, - maichen interrompeu. - Não tivemos sucesso. E estou indo também. Eu quero ter certeza que ele saia vivo disso.
s'Ex e iAm ambos olharam para ela e gritaram: - Não.
- Está vendo? - Disse o carrasco, que passava à sua volta para a porta. - Nós podemos concordar com alguma coisa. Agora, podemos fazer isso.
E o desgraçado não estava falando sobre a luta.
Puta.Merda. Parecia que sua confiança não tinha sido tão descabida como ele tinha pensado.
iAm olhou para maichen. Com uma voz suave, ele sussurrou: - Não nos siga.
- Você não pode dizer a ela o que fazer, - disse s'Ex enquanto desbloqueava a saída. - Agora vamos continuar, a menos que queira apodrecer nessa cela?
iAm balançou a cabeça para a criada. - Não.
- Eu estou esperando, - disse s'Ex.
- maichen...
- Vou segui-lo se eu quiser, - foi tudo o que ela disse enquanto passava por ele e se juntava à s'Ex no corredor.
O cabelo de iAm estava em chamas enquanto os seguia, ainda vestindo o uniforme de criada que tinha furtivamente emprestado. - Não terei isso em minha consciência,
se você se matar por um motivo idiota.
Enquanto desciam pelo corredor, ela não prestou atenção à sua reclamação. Duh. Ela não parecia ter um cérebro em sua cabeça.
Ou talvez fosse ele... Porque se encontrou não querendo deixá-la.
O que era louco.
s'Ex guiou pelos corredores, tomando um caminho diferente do de maichen. Por todo o caminho, iAm estava preparado para uma emboscada, um confronto, uma traição
que ia foder com ele.
Mas quinze ou vinte minutos mais tarde, ele estava fora do palácio, passando aposentos vagos dos criados... E em pé na frente do muro que separava o Território
do mundo humano.
iAm olhou para o carrasco. - Você só está me deixando ir? - Ele sussurrou para a escuridão.
- Como eu disse, esse foi o nosso acordo, não foi? - Quando iAm não respondeu, s'Ex balançou a cabeça. - Com isto chega ao final nós três. Pelo menos até depois
do luto, quando eu tenho de buscar seu irmão.
- Será que eles não notaram que eu parti?
- Por que alguém se importaria? Eu despacho marginais regularmente, e já apaguei a memória de sua marca em qualquer um que tenha tido conhecimento da mesma.
- s'Ex olhou para maichen. - Apesar de tudo isso teria sido muito mais fácil se você não tivesse insistido em transformar essa cela em uma loja de móveis.
iAm estendeu a palma da mão. - Eu não esperava que você fosse honesto.
- Foda-se você também. - s'Ex sacudiu a mão que foi estendida a ele. - Agora vá.
Só assim, a saída foi aberta para ele. Ele nem sequer teve de se desmaterializar sobre a barreira.
iAm fez uma pausa e olhou de volta para a criada.
No silêncio que se seguiu, s'Ex soltou uma maldição. - Eu não aprovo nada disso entre vocês dois. Mas, você sabe como fechar as coisas depois que ele sair.
E com essa observação, o carrasco se afastou, suas vestes negras ondulando atrás dele.
Era tão estranho, iAm pensou quando foi deixado sozinho com a mulher. Ele estava a dois metros da fuga que precisava, mas não conseguia se mover.
- Posso ver seu rosto, - ouviu-se dizer, - antes de eu ir? - Quando ela não respondeu, ele estendeu a mão e passou-a por baixo do tecido que cobria a cabeça
dela e arrastou para baixo dos ombros dela. - Eu tenho de ver como se parece ou você vai assombrar os meus dias.
Ele tinha a sensação de que ela ia fazer isso de qualquer maneira.
- Eu... - a voz dela tremeu, - ... Eu não sei.
iAm balançou a cabeça se sentido como um idiota. - Eu sinto muito, isso não é da minha conta. - Ele cedeu a um impulso e curvou-se ao nível da cintura dela,
como se ela fosse muito mais do que uma serva. - Obrigado novamente.
Girando, ele caminhou através da porta aberta.
- Amanhã à noite, - ela desabafou. - Você pode me encontrar?
Ele congelou, um pé dentro e um pé fora do Território. - Onde?
- Eu não sei. Em algum lugar. De algum... Jeito.
iAm franziu o cenho, e pensou onde tinha encontrado Trez na montanha entre o s'Hisbe e a Colônia Symphath. Essa cabana ainda tinha de estar lá; a maldita coisa
tinha cem anos de idade, quando Trez estava abrigado nela.
E, merda, sabia que Rehv não usava mais.
- Você conhece a Montanha Black Snake?
- Sim, - ela sussurrou.
- No meio do caminho até o lado leste, no início da trilha Lightning Strike, há uma cabana. Vou chegar lá primeiro e acender o fogo de dentro. Você pode desmaterializar
a partir daqui e encontrar a luz. Encontre-me lá à meia-noite.
Ele podia imaginá-la mordendo o lábio inferior enquanto hesitava.
- Eu nunca vou te machucar, - prometeu.
- Eu sei.
- Eu tenho de ir. - Ele olhou para ela com tanta força, tentando ver sob aquelas vestes. - Pense nisso. Eu estarei lá e vou esperar uma hora. Se você não for,
entendo perfeitamente.
Ela não era "importante" aos olhos do s'Hisbe, mas ainda assim, as fêmeas tinham razão de ser cautelosas, não importava seu posto quando se tratava de deixar
o território.
Especialmente se eles não tinham poder relativo.
- Adeus, - disse ele antes de se virar e cair em uma corrida.
Momentos mais tarde, quando se desmaterializou, ele sabia que nunca iria vê-la novamente. E, no entanto, mesmo que isso fosse tudo exceto determinado, ele estaria
naquele lugar na montanha amanhã à noite.
Na hora.
Talvez até mesmo virgens como ele tinham raias românticas.
Quando Trez e Selena finalmente conseguiram sair do banheiro no térreo, era muitíssimo mais tarde do que meia-noite. Na verdade, quando ele checou seu telefone,
ficou surpreso ao descobrir que eram três da manhã, e eles haviam explodido umas boas três horas lá.
Ele não conseguia pensar em uma maneira melhor de passar o maldito tempo.
As pessoas tinham, obviamente, começado a voltar para casa para o dia, vozes derivavam fora da sala de bilhar.
- ... Toneladas de balas! - Hollywood estava dizendo. - Como se estivesse chovendo chumbo!
- Minha pobre clínica móvel. - O tom de Manny era menos do que entusiasmado. - Viagem inaugural e olha o que aconteceu com a maldita coisa.
Bem, pelo menos os dois tinham chegado em casa com segurança. Jesus, ele ainda não tinha pensado sobre eles, o quão egocêntrico era isso?
- E este imbecil me falou que não havia polícia, - V cortou. - Para a evacuação. Inacreditável, andei em uma convenção desses emblemas.
Trez pôs o braço em volta de Selena. - Você quer participar da festa?
- Precisamos contar a nossa parte!
Beijando-a na testa, ele conduziu-a através do foyer e da arcada para o reino de mesas de bilhar, sofás e um wide-screen grande o suficiente para acolher um
cinema drive-in.
- Veja isso, estamos na CNN, - alguém disse quando a TV ligou.
Com certeza, na tela enorme, imagens da câmera de segurança do Mercedes correndo estilo "Duro de Matar" através do lobby estava em um loop infinito. Então veio
a declaração de um policial que estava envolvido na perseguição. E uma testemunha de algum lugar ou outro.
Trez acenou um olá para Rhage e Manny. Levantou a palma da mão para V e Butch. Esgueirou-se com sua mulher ao lado de Z e Bella.
- Muita cobertura, - alguém disse com tristeza.
- Merda, - alguém respondeu.
Mesmo o entusiasmo de Selena diminuiu rapidamente, como se estivesse vendo por si mesma que parecia tudo muito real.
Quando a porta interna do vestíbulo foi aberta Trez estava vagamente consciente de uma corrente de ar frio atirando para a sala. E, em seguida, um momento depois,
uma mão pousou em seu ombro.
Quando ele se virou, iAm estava atrás dele.
- Oh, hey, cara. - Ele foi abraçar seu irmão, só para recuar. - Que porra de cheiro é esse?
- Nova lavagem de mãos no trabalho.
Trez seguiu através do abraço. - Livrar-se disso. Faz você cheirar como uma velhinha. O que é? Lavanda?
- O que aconteceu com o Merc? A coisa está batida à merda.
Trez apontou para a tela. - Isso aconteceu.
iAm focou em Selena ao invés, traçando seu perfil e vestido com uma surpresa que ele cobriu rapidamente.
- Tivemos um encontro, - Trez desabafou.
Selena olhou por cima, e quando viu quem era, ela estendeu os braços. - Olá, - ela disse quando abraçou o irmão dele. - Eu acho que quebramos o centro de Caldwell.
Engraçado, iAm era o único homem que ele não tinha vontade de matar se tivesse contato com sua fêmea. Imaginou que o macho vinculado reconhecia que iAm nunca,
jamais passaria dos limites em pensamento, muito menos ação.
iAm sorriu um pouco. - Pelo menos sei por que o Benz precisa de cinquenta mil dólares em funilaria. Você quer uma bebida enquanto me sirvo?
Trez sacudiu a cabeça. - Não, estou bem.
Exceto quando seu irmão foi até o bar, Trez desculpou-se e seguiu o rapaz. - Hey, escute, só quero pedir desculpas por ter ficado incomunicável... Whoa!
Conforme a garrafa que iAm tinha pego deslizou para fora do alcance do macho, Trez pegou a coisa antes de bater no chão e foi quando viu o quão mal as mãos de
seu irmão estavam tremendo.
- Jesus, iAm você está bem?
- Oh sim. Absolutamente.
- Aqui, - ele disse, dando a vodka de volta. - Você tem certeza de que precisa fazer a sua própria bebida?
- Positivo.
- Espera aí, deixa eu te dar um copo. - Ele veio ao redor do bar e agachou para a prateleira quanto iAm estalou a tampa da garrafa quadrada. - Suco de cranberry,
certo?
- Não.
- Puro? Você não costuma beber vodka assim.
- Eficiência, meu irmão. É tudo sobre eficiência hoje à noite.
Trez segurava o copo para fora e observou conforme iAm derramava uma medida saudável da relax-o-matic transparente lá. Ele ficava esperando o nível parar de
subir, e quando isso não aconteceu, ele se encontrou ignorando o choque que sentiu.
iAm era o moderado dos dois.
Ele bebeu tudo isso e seu nível de álcool no sangue ia estar em território coma. Então, novamente, essas tinham sido umas muito fodidamente longas 24 horas.
- Como estão as coisas no restaurante? - Trez perguntou enquanto transferia a propriedade do copo
- Ah bom. Sim. Bem.
- Os clubes?
- Também.
iAm bebeu a merda como se fosse água, derrubando toda a carga em uma longa, sessão aberta no pescoço.
Trez amaldiçoou. - Estou tão arrependido.
- Por quê? - iAm murmurou.
- Você sabe por quê.
O grunhido que veio em resposta poderia significar uma série de coisas. - Escute, eu tenho de ir me deitar. Terminei.
- Sim, eu acho que nós vamos fazer o mesmo.
- Como ela está?
Trez olhou por cima do ombro e tentou olhar de volta para o seu irmão, mas seus olhos se recusaram a se mover. Traçando a graciosa curva das costas de Selena,
ele a viu nua no banheiro, suas pernas abertas, seus pesados seios nus à sua boca, suas mãos. Então ele imaginou-a rindo descontroladamente na parte de trás do Benz.
Lembrou-se dela olhando para a noite, enquanto eles jantavam.
- Ela é incrível, - disse ele com a voz rouca. - Absolutamente surpreendente.
- Isso é bom, irmão. Isso é bom. - iAm agarrou a garrafa de vodka e enfiou-a debaixo do braço. - Escute, eu tenho de ir deitar, mas estarei bem ao lado se você
precisar de alguma coisa, ok?
- Obrigado.
Conforme iAm se virou e não olhou para trás, era difícil não sentir cada grama da carga que Trez era para esse macho.
Um dia, ele prometeu, ele iria encontrar uma maneira de compensar tudo isso.
Capítulo QUARENTA
Não havia como escapar.
Enquanto permanecia em pé, em meio ao grupo na sala de jogos, Layla tinha inteira consciência de que, se tentasse escapulir para pegar seu carro para um pequeno
passeio, seria bombardeada com perguntas às quais não poderia responder com facilidade. Afinal, a condição de Luchas lá na clínica continuava estável, mas, ainda
era séria. Qhuinn continuava com ele, com Blay ao seu lado, e ela só tinha subido para pegar algo para comer.
Sair da propriedade seria errado.
Especialmente para se encontrar com alguém como Xcor.
E talvez fosse melhor assim. Ela estivera a ponto de ultrapassar limites na noite anterior, limites que a levariam a um território que, após muita reflexão,
sabia que não poderia lidar. Querida Virgem Escriba, ela não sabia onde estava com a cabeça, e esta separação forçada era uma coisa boa, mesmo que não quisesse o
sofrimento de Luchas.
Na enorme tela da TV acima da lareira, imagens de um tiroteio e carros guinchando piscaram como saídas de um filme.
Inacreditável o que tinha acontecido no centro da cidade. Graças a Deus ninguém tinha se ferido.
- Então onde está o seu RV estiloso agora? - alguém perguntou à Manny.
- Ainda está perto do rio. Tivemos de deixá-lo no depósito do V, - o médico esfregou os olhos, como se sentisse uma dor de cabeça infernal. - Buracos de balas
para todos os lados... E eu atropelei algo grande com ele.
- Um Lesser? - Um dos Irmãos perguntou.
- Não. Quando saí para verificar, havia sangue vermelho nos faróis dianteiros e por toda a lataria. Então ou era humano ou um de vocês... E já que estão todos
aqui, e sem ferimentos, deve ter sido humano.
- Ou um Bastardo.
- Talvez. Sim. Fosse quem fosse, tenho certeza absoluta que saiu ferido.
Layla franziu o cenho - Alguém foi atingido?
- Nenhum de nós, não se preocupe, - alguém respondeu.
Uma premonição estranha a afligiu.
Sem dizer mais nada, saiu da sala. Após certificar-se de que ninguém havia notado sua saída, ela tirou o celular do bolso do casaco de lã que havia emprestado
da Dra. Jane e enviou uma breve mensagem de texto. Assim que enviou, deletou as palavras e certificou-se de que o celular estava em modo de vibração, antes de sumir
de novo com o dispositivo.
Perambulando perto da porta da frente, manteve a mão no bolso, sobre o corpo fino do celular e esperou uma resposta. Quando se passou dez minutos e nada veio,
voltou a verificar se não havia desligado o dispositivo sem querer...
- Ei, olá.
Virando-se, viu Qhuinn e Blay emergirem das portas ocultas do túnel sob as escadas.
Enrubescendo, ela disse, - Eu já ia descer.
- Ele está descansando confortavelmente. Dra. Jane diz que seus sinais vitais melhoraram. Está fora de perigo imediato.
Blay interrompeu, - Então vamos para a cama. Antes que a gente caia.
Qhuinn bocejou tão amplamente que sua mandíbula estalou, - Dra. Jane está quase desabando lá embaixo também. Acho que já está acordada há quarenta e oito horas.
Ela vai nos chamar imediatamente se algo mudar.
- Me avisem se precisarem de alguma coisa? - Disse ela.
- Acho que por ora estamos bem. Obrigado por tudo. De verdade.
Trocaram abraços junto com desejos de "bom-descanso", e ela deve ter feito um belo trabalho ao tentar agir normalmente, porque momentos depois, eles foram juntos
para o segundo andar.
Sem perceberem sua preocupação.
Layla olhou para a sala de jogos. Tirou o celular e verificou a hora.
Três da manhã.
Ainda sem resposta à sua mensagem.
Antes mesmo de saber claramente o que estava fazendo, ela esgueirou-se pela sala de jantar e cozinha. Os doggens trabalhavam duro preparando a Última Refeição,
e Fritz mal ergueu os olhos com um aceno respeitoso, quando ela passou por ele.
Ninguém notou quando ela saiu para a garagem. Ou quando foi até a porta trancada do lado oposto. Após digitar a senha no teclado, houve um breve som de bip quando
a tranca foi liberada.
Momentos depois, estava atrás do volante de seu carro e acelerava.
Ao prosseguir montanha abaixo, o mhis a retardou, e o atraso fez seu coração bater ainda mais forte. Mas, chegou à base da montanha, e quando tomou para a rodovia
rural, pôde acelerar de verdade.
Não havia muito tempo.
Deus, deve ser assim com os viciados, pensou apaticamente ao agarrar o volante com força suficiente para sentir os nós dos dedos arderem.
A ânsia pela droga, ou bebida... Ou no caso dela, por Xcor... Era irresistível. E não havia prazer algum em ceder, só uma culpa latejante e uma ressoante auto
aversão por haver novamente negado seus melhores impulsos e sucumbido ao que poderia matá-la.
Ou pelo menos, arruinar sua vida.
Mas, que a Virgem Escriba tivesse pena de sua alma, era incapaz de não ver se Xcor estava bem.
Na casa de audiências do Rei, Paradise sorriu para o macho mais velho à frente de sua mesa. - Oh, de nada. Fico feliz de ter conseguido agendar seu atendimento
para esta noite.
- Você foi de muita ajuda. - Ele lhe fez uma reverência, com o chapéu na mão - Fique bem até o amanhecer.
- O senhor também.
Quando ele saiu do salão, ela voltou a se sentar na cadeira e fechou os olhos. Última reunião da noite. Wrath tinha atendido entre duas e quatro pessoas por
hora, nas últimas oito horas, o que lhes deixava com, no mínimo, dezesseis, no máximo, trinta pessoas. E para cada um deles, ela tinha tido de seguir o protocolo
que seu pai havia estabelecido: a inscrição, o registro se já tinham visto o Rei antes, oferecimento de comida ou bebida antes de serem convocados, ela havia lhes
dado um bom dia e digitado os dados das anotações que seu pai havia lhe dado sobre a discussão e qualquer decisão que tivesse sido feita ou permissões que haviam
sido concedidas.
Ela não estava só exausta. Estava acabada. Tanto a aprender, tantos nomes e assuntos, árvores genealógicas e linhagens, e não havia espaço para erros.
Além disto, ela tinha de recepcionar todos e distraí-los com uma conversação enquanto esperavam, especialmente se viessem sozinhos.
Não que aquilo fosse requisição de seu pai para o trabalho. Mas, sentia que era importante.
Talvez por causa de sua roupa de aeromoça.
Mais provavelmente pelo seu treinamento na glymera.
- Um monte de cadeiras vazias aqui.
Ela arregalou os olhos e pulou. - Peyton! Jesus, não sabe bater?
- Eu bati. E um dos Irmãos me deixou entrar... O que quase me fez mijar nas calças. - Ele olhou de volta para o espaço aberto do salão. - E você não tem uma
porta na frente da sua mesa ou eu teria batido também. Desculpe se te assustei.
Afastando o mouse para o lado, ela ativou a proteção de tela de bolhas multicoloridas transparentes. - O que você quer?
- Você não respondeu a nenhuma de minhas mensagens. Ou telefonemas.
- Estou puta da vida com você.
- Parry, vamos. Deixa disso.
- Eu tenho uma pergunta para você. - Ela desviou o olhar da planilha Excel, na qual vinha trabalhando, para os olhos azuis dele. - Como se sentiria se lhe fosse
negado o poder de escolha só por ter cabelos louros?
Ele ergueu as mãos. - Não importa, não estamos falando de cor de cabelo...
- Estou falando sério. Pare de discutir e me responda.
- Eu iria ao mercado comprar tintura para tingi-lo de preto.
Meneando a cabeça, Paradise pegou uma agenda de afazeres e marcou algumas coisas que já havia feito.
- Não entendo porque isto é tão importante, - Peyton murmurou. - De qualquer forma, por que quer estar na guerra? Aristocratas serão mortos lá, sabe? Por que
não ficar a salvo...
- Atrás de uma mesa, certo? Ou, mais provavelmente, em um belo vestido dentro de uma grande casa. Certo?
- Não é errado proteger o sexo frágil.
- Não é hora de voltar para sua casa?
Ela podia senti-lo olhando para ela do alto de sua estatura. - Não se lembra dos ataques, Parry? Não se lembra como foi? Pessoas foram massacradas em suas próprias
casas. Eles tiveram pedaços de seus corpos arrancados enquanto ainda estavam vivos. Encontraram os pais de Lash sentados à mesa de jantar, os corpo mortos arranjados
naquelas cadeiras como se fossem jantar. Por que quer fazer parte disto?
Paradise sustentou o olhar dele de novo. - Não quero!
- Então por que estamos brigando?!
- Por que eu quero escolher. Eu quero ser capaz de assumir o risco que eu quiser... E não me ataque com a lembrança daquelas mortes como se não me lembrasse
de cada detalhe do que aconteceu. Membros da minha família foram mortos também. Eu não posso querer me vingar? Ou disto também só é capaz quem tem um pau?
Ele apoiou as mãos na mesa e se inclinou para ela, - Machos não podem dar à luz.
Ela levantou-se de sua cadeira e encarou-o de frente - É claro que não. Eu gostaria de ver um de vocês tentar passar por esta experiência. Chorariam como uma
cadelinha em dez minutos.
O olhar de Peyton baixou para a boca dela por uma fração de segundo, e a distração a surpreendeu.
Em todos aqueles anos de amizade, aquilo era algo que jamais havia acontecido.
E nem havia sido sequer cogitado, na verdade.
- Está bem, - ele disse, de forma sombria. - Vá em frente.
- Como é?
- Junte-se ao programa. - Ele varreu a mão sobre a mesa - Saia de trás desta mesa, inscreva-se e tente passar no teste físico.
- Talvez eu o faça...
Naquele momento, seu pai entrou. - Oh, olá, Peyton. Como vai, filho?
Imediatamente Peyton endireitou-se. - Senhor, estou bem, senhor. Obrigado.
Quando os dois se cumprimentaram, ela teve certeza que seu pai desconhecia as entrelinhas do que se passava no salão, e muito certamente Peyton não. Seus ombros
ainda estavam erguidos, como se ainda estivesse discutindo com ela em sua mente.
- ... Gentileza vir e apoiar Paradise, - seu pai sorriu para ela. - Especialmente nesta primeira noite. Devo dizer, que superou minhas expectativas, minha querida.
Vai ser uma ótima maneira de manter-se ocupada antes de sua apresentação à glymera.
- Obrigada, Pai. - Ela disse, fazendo uma reverência.
- Bem, preciso ir. Peyton, talvez queira fazer-lhe companhia até o amanhecer?
Aqueles afiados olhos azuis se voltaram à ela. - Você não está mais em casa?
- Não precisa se alarmar, - seu pai interrompeu suavemente - Ela está totalmente acompanhada e adequadamente servida. Agora, se me dão licença, devo ir.
Verificar o "visitante", sem dúvida.
- Os Irmãos saíram em escolta ao Rei para fora da propriedade, - seu pai disse, ao dar a volta na mesa para abraçá-la. - Os doggens farão a limpeza por mais
uma hora, pelo menos. Me chame se precisar de alguma coisa.
- Chamo.
E então ele se foi.
- Eu não acredito que ele está deixando você aqui. - Peyton disse.
- Não é bem escolha dele.
- O que quer dizer?
- Nada. - Ela passou uma mão pelo cabelo, bagunçando-o. - Você não precisa ficar. De fato, prefiro que não fique.
Ela podia sentir o peso de seu olhar, e quando ele não respondeu, ela o encarou, - O que?
Aqueles olhos dele estavam semicerrados de um jeito que ela jamais vira. - Você nunca foi tão...
- Desagradável?
- Não, - ele murmurou. - Não isso.
- Bem, então o que? - Quando ele não respondeu, ela balançou a cabeça. - Vá para casa, Peyton. Só vá para casa, e prepare-se para ser o valentão da classe no
Centro de Treinamento. É o papel que você nasceu para interpretar.
Com aquilo, ela passou por ele e deixou o salão. Ela não se importava com o que ele iria fazer, se ia sair... Ou se ficaria em pé lá ao lado de sua mesa até
os doggens varrerem-no para fora, junto com a poeira do chão.
Ela estava farta.
Daquela noite. E dos machos, em geral.
Capítulo QUARENTA E UM
- Não. Aqui. Coloque-o junto à lareira...
Xcor soltou-se do apoio sobre seus braços. - Eu não sou um inválido.
Conforme ele mancava através da sala da cabana que tinha comprado para Layla, ele guardava para si o fato de que estava gelado até os ossos e tinha, na verdade,
apreciado o calor das chamas que ferviam em torno dos troncos na lareira.
- Sua perna está quebrada, - disse Zypher.
Enquanto ele se acomodou em cima do sofá, uma náusea afiada ameaçou esvaziar seu estômago, mas ele enterrou essa resposta, bem como, engoliu a bile. - Deve curar.
- Há mantimentos aqui.
Ele não sabe quem disse isso. Não se importava. - Onde está o licor?
- Aqui.
Quando uma garrafa de só Deus-sabe-o-que apareceu diante dele, ele pegou o que foi oferecido, abrindo a tampa, e trouxe a boca aberta para os lábios. Era vodka,
a mordida branca queimando o fundo de sua garganta e acendendo um segundo conjunto de chamas em suas entranhas.
Tinha sido uma viagem para casa muito, muito longa, com ele desmaterializando quilômetro a quilômetro, porque eles não tinham meios de transporte motorizados
à disposição. E agora, tudo o que ele queria era ficar sozinho, e temia, uma vez que todos estavam aqui e se preocupando com ele, que ia tomar mais energia do que
ele tinha para fazer seus soldados irem em paz.
- Você estava quase morto, - disse Balthazar de perto da porta.
Ele bebeu mais do espírito. - Você também...
- Alguém está aqui, - disse Syphon pela abertura da janela. - Um carro.
Imediatamente, todas as armas foram tiradas dos coldres e apontadas sobre o vidro, com exceção de sua. Sob o casaco fino, seu braço estava pendurado mole, a
articulação provavelmente deslocada.
E ele não estava colocando para baixo a vodka.
- Quem é? - Ele perguntou, pensando que era possivelmente o doggen tinha procurado para contratar.
- É uma fêmea, - alguém respirou. - E não da classe serva.
Instantaneamente, Xcor desloucou-se ao redor e mostrou suas presas. Mas, ele não precisa de confirmação visual. Havia apenas uma mulher que sabia sobre este
lugar, e que viria em um carro.
- Deixem-nos, - ele ordenou. - Agora.
Quando seu Bando apenas ficou em um semicírculo, paralisado pelo que estava fora da fodida janela, ele lançou rosnado de um leão. - Deixem-nos!
Zypher pigarreou. - Ela é deslumbrante, na verdade, Xcor...
- E ela será a última visão de vocês se não saírem daqui!
Um por um, os soldados, de má vontade, desmaterializaram... De tal forma que, quando sua mulher bateu à porta, ele estava sozinho.
Buscando mais fortificação da garrafa, bebeu duro; então saiu do sofá, se aproximou e abriu os painéis amplos.
No segundo em que Layla olhou para ele, ela exclamou: - Você está ferido!
O choque no rosto dela era tanto que ele olhou para si mesmo e suas roupas manchadas de sangue. - Sim, parece que estou. - Engraçado, agora que estava diante
dela, ele não sentia mais dor. - Você não quer entrar e se aquecer perto do fogo.
Como se não houvesse nada de errado. Como se ela não o tivesse ignorado quando deveria tê-lo encontrado à meia-noite, para que pudesse dar a ele sua decisão.
Ele sabia a resposta, no entanto. Sua ausência anterior foi toda a resposta necessária, ela tinha claramente chegado à razão.
Layla entrou, seus olhos indo para cima e para baixo de seu corpo. - Xcor, o que aconteceu?
- Nada. - Ele fechou-os dentro. - Eu pensei que você indicou que não poderia fugir.
- Eu vi o que aconteceu no centro. E eu tinha de...
- Tinha o quê? Vir aqui para ver se eu tinha morrido e, portanto, libertar você de sua obrigação? - Quando ela não respondeu, ele riu e voltou para o sofá. -
Perdoe-me, mas preciso sentar.
Ele estava ciente do olhar dela rastreando-o. E, sem dúvida, os ouvidos aguçados dela pegaram o gemido que ele fez o seu melhor para se esconder.
- Você deve ir a um médico.
Xcor riu e tomou outro gole da garrafa. - Você acha que isso merece atenção? A Irmandade da Adaga Negra deve ter um padrão diferente para lesões do que nós.
Eu tive muito, muito pior acontecendo em cima de mim no decorrer dos séculos. Isto não tem qualquer consequência, nada que não deverá ser curado após a queda da
noite.
- Quando foi a última vez que você se alimentou?
De repente, seu corpo ficou imóvel. - Você está oferecendo?
Quando ela ficou ocupada olhando em toda parte na cabana exceto para ele, ele riu de novo. - Vou levar isso como um não. Além disso, você já ajudou e incentivou
o inimigo uma vez, e todos nós sabemos o quão bem isso acabou.
- Por que você está sendo desagradável comigo?
Ele bebeu novamente, engolindo em seco. - Porque eu sou assim. E sou um canalha, lembra? Um bastardo que a forçou a vir à minha presença, noite após noite, enquanto
você fica pesada com uma criança de outro macho.
- Você está com dor.
- Na verdade, agora que você está aqui, eu já não estou.
Isso a acalmou por um momento.
E então ele ficou chocado quando ela andou para frente, se aproximando do sofá... Porque, conforme se aproximava, ela empurrou para cima a manga de seu braço
direito.
- O que você está fazendo? - Perguntou ele.
- Eu vou dar-lhe a minha veia. - Ela parou diante dele. Perto o suficiente para agarrar. Perto o suficiente para que, se ele quisesse, poderia puxá-la para seu
colo.
Encontrando seus seios com as mãos, a boca. - Você está pior do que pensa.
- Oh, sim, - disse ele asperamente. - Você está certa. Mas, não se trata de meus ferimentos.
Ela colocou seu pulso para ele. - Você foi atingido por um veículo da Irmandade, não foi?
- Então você acha que me deve isso? Mudança interessante na afiliação.
- Você não nega, então.
- Eu não consigo entender onde você está indo com isso, fêmea. Você não estava confortável em ser uma traidora antes. O que mudou?
- Você não os atacou hoje à noite, não é? Você teve a chance quando a luta aconteceu, de ir atrás dos membros da Irmandade, mas vez de ordenar os seus soldados
que atacassem Manny e Rhage, ou os outros Irmãos que estavam lá, você deixou o teatro sem ferir qualquer um deles.
Sim, ele pensou. Ele tinha imaginado que a RV seria dos Irmãos.
Ele tinha pegado aquele cheiro se desmaterializando fora daquilo e nenhum outro grupo de vampiros poderia permitir tal luxo.
Xcor rachou um riso duro. - Você não ouviu sobre autopreservação? Se fui ferido tão mal como você acha, eu saí para me salvar.
- Besteira. Eu conheço sua reputação. Você teve uma oportunidade essa noite e não a pegou. De fato, você teve a chance de atacar o nosso complexo por quase um
ano e não fez nada.
- Devo lembrá-la da natureza do nosso arranjo aqui? - Ele perguntou em um tom aborrecido. - Você aparece, sacia meus olhos, e eu não mato todos eles.
- Uma promessa dada à uma fêmea que nunca iria pará-lo. Você é filho de Bloodletter.
Oh, mas uma promessa para você, ele pensou consigo mesmo.
A voz dela tornou-se forte. - Você não está indo atrás deles, está? Não esta noite. Não amanhã à noite. Não daqui a um ano. E não porque estou vindo te ver,
caso contrário, você teria matado um ou mais deles nas ruas esta noite. Isso seria fora do âmbito do nosso acordo, não seria?
Quando ele olhou para ela, os olhos dela eram tão astutos que se sentia diminuído em estatura, e não porque estava sentado e ela estava em pé sobre ele.
- Por alguma razão, eles não são mais um alvo para você, certo? - disse ela. - Certo?
Conforme Layla ficava acima de Xcor, ela falava em voz alta tudo o que tinha percebido e formulado em sua cabeça durante o trajeto entre o Complexo da Irmandade
e a cabana.
Era como se ela estivesse andando em uma ladeira íngreme e de repente tivesse chegado à uma clareira no mato que lhe mostrava uma vista da qual ela tinha sido
uma parte, e ainda desconhecia.
- Responda! - Ela exigiu.
Ele arqueou uma sobrancelha. - Você disse que sou um homem sem honra, que a promessa de uma fêmea não iria restringir minhas ações. Por que você quer que eu
lhe dê qualquer resposta quando não sou confiável.
- O que mudou? Eu sei que não tem nada a ver comigo, mas algo mudou.
- Desde que é tão boa em preencher as minhas respostas, acredito que devo apenas sentar e permitir que você mantenha ambos os lados desta conversa.
Como ele continuou olhando para ela, com o rosto tão calmo e composto como uma máscara, ela sabia que ele não ia dar mais nada a ela. E, talvez ele estivesse
certo: Ela não podia confiar no que ele dizia.
Ela, no entanto, depositou fé em suas ações.
- Toma de mim, - disse ela, estendendo-lhe o pulso. - E cure.
- Você é uma fêmea perversa. E sobre sua criança?
- As fêmeas podem alimentar com segurança um macho, desde que não tome excessivamente.
Ela tinha alimentado Qhuinn e Blay até cerca de um mês atrás, quando tinham mudado para Selena, o que fora um excesso de abundância de cautela. E, de qualquer
maneira, ela mesma tinha tomado uma veia umas meras 12 horas atrás, então estava muito mais forte.
E ele não estava.
- Você não está se alimentado corretamente desde que tomou minha veia, aceite-a.
Os olhos dele afastaram para o fogo. - Claro que tenho.
- Você está mentindo.
- Por favor, faça uso desse seu carro e volte para a Irmandade.
- Não.
Os olhos dele se estreitaram com um clarão quando olhou para ela. - Você está tentando minha paciência.
- Porque estou certa sobre tudo isso...
Só assim, ele estava em seus pés, e mesmo mancando, ainda conseguiu pressionar-se contra ela, obrigando-a a recuar um passo ou cair fora de seus saltos. E outro.
E outro.
Até que ela estava contra a parede.
E mantida lá pelo corpo dele.
- Você pode querer repensar a sua conclusão, Escolhida.
Layla encontrou dificuldades para respirar, mas, não porque ele colocou qualquer pressão direta sobre o peito dela. - Eu sei outra coisa.
- E o que poderia ser.
Ela se lembrou de ouvir por acaso o que Blay e Qhuinn tinham dito sobre a noite anterior, sobre como Rhage, V, e os gêmeos tinham saído para onde o Bando dos
Bastardos tinham ficado.
- Eu sei que você teve mais uma oportunidade para matá-los. Sei que eles foram para a casa que você estava vivendo, e você não deixou nada para trás que poderia
prejudicá-los. Você poderia ter um ou outro soldado emboscando-os lá, ou criar algum tipo de ofensiva, e não o fez.
Com isso, ele se separou dela.
Foi doloroso vê-lo mancar ao redor, ver suas ensanguentadas roupas rasgadas, testemunhar a sua exaustão.
Severamente, ela disse: - Então, não estou exatamente alimentando mais o inimigo, estou?
Eventualmente, ele parou diante da lareira. Colocando uma mão sobre o quadril, olhou para as chamas e pareceu curiosamente derrotado.
- Basta ir, - disse ele.
- Por que você escolheria esconder o que, para mim, é uma boa notícia? - A ideia de que ele não poderia estar tentando matar a Irmandade ou Wrath já seria um
tremendo alívio. - Por quê?
- Se não tivéssemos o nosso acordo, você não teria a obrigação de vir me ver.
Layla sentiu um calor estranho sobre ela, e estava vagamente consciente de que eles estavam, uma vez mais, se aproximando de algum tipo de divisão. Todas as
noites, até agora, tinha sido uma dança definida pelo papel do manipulador e da vítima.
E tinha havido uma perversa segurança para ela na posição em que estava.
Isso significava que ela poderia se esconder por trás de fazer um dever para a Irmandade.
Isso significava que ela poderia fingir que era forçada a isso.
A verdade... Era muito mais complicada do que isso.
Uma imagem dela da noite anterior, em pé onde estava agora diante da lareira, a fez querer tirar o casaco; se tinha estado quente antes, agora ela estava em
chamas.
Xcor olhou por cima do ombro. Conforme a luz bruxuleante irradiava sobre suas características, sua deformidade facial parecia ainda mais proeminente. E ainda
que pudesse parecer feio para alguns... Não parecia para ela.
Ela tentou imaginá-lo sem suas roupas.
- Então, - ele provocou. - Será que você ainda viria aqui? E não se preocupe em ferir meus sentimentos. A própria mulher que me fez nascer não me queria. Estou
bem familiarizado com desrespeito feminino.
Depois de mais silêncio, ele cortou seu braço através do ar. - Eu acredito que é a sua resposta, então...
- Eu o faria, - disse ela com força. - Gostaria de vir para ver você.
Ela encontrou-se colocando as mãos na barriga inchada, e desejando que pudesse poupar dessa realidade seus filhos não nascidos.
Os olhos dele queimaram em estado de choque. Então se estreitaram. - Por quê?
A voz dele era estridente, uma demanda que a desafiou a falar alguma outra verdade.
- Não sei por quê! - Ela encolheu os ombros. - Mas, raciocínio não muda o fato, não é?
Houve outro longo silêncio.
Quando Xcor falou em seguida, era tão baixinho que ela não tinha certeza do que ele disse. Mas soou como, "Eu não estava procurando ser transformado".
Ela não se preocupou em pedir-lhe para repetir o que quer que fosse. Sem dúvida, se ele tinha a intenção que ela ouvisse as palavras, teria dito mais alto.
- Tome minha veia.
Ao emitir a ordem, ela sabia que não havia como voltar atrás. Tendo cruzado este limite sem fingimento e onde tudo era uma questão de escolha, ela estava muito
consciente de que o destino dela estava mudando. Mas, pelo menos, não foi por alguma decisão aleatória e irrelevante como ir para a esquerda ou direita.
Isto era consciente. Tão consciente que era como se este quarto aconchegante nesta pitoresca casinha tivesse sido preenchido com cores e infundido com aromas
mais vivos do que seu nariz poderia inalar. A audição dela, também, estava tão aguçada a um ponto de dor, cada crepitar do fogo ou respiração de sua boca ou seu
ressoar ecoando em algum grande desfiladeiro.
Desta vez, quando ele veio para ela, não era rápido e não era com agressão.
Seus olhos estavam sobre ela, mas, estavam desconfiados, como se o predador estava agora com medo de sua presa.
Pisando ao lado dela, Xcor ofereceu seu antebraço. Quando ela apenas olhou, ele disse: - Eu os vi uma vez fazer isso. Um gesto cavalheiro para uma fêmea de valor?
- Sim, - ela disse asperamente. - Isso é feito desta forma.
Depois que ela escorregou seu próprio braço no dele, ele a levou até o sofá e se sentou com ela nas almofadas desgastadas. Então ele se virou e saiu da sala.
- Onde você está indo? - Ela gritou.
Capítulo QUARENTA E DOIS
- Você tem as mais belas mãos.
Trez estava em sua cama com Selena ao lado dele, ambos estavam nus e totalmente expostos. O sexo tinha sido tão pesado, as cobertas estavam no chão, sua pele
quente só agora começara a esfriar com as correntes de ar sutis do quarto escuro.
- Você mencionou isso antes, - disse ela com um sorriso.
Ele fez um mmmm-hmmmm na parte traseira da garganta. - Eu gosto delas em mim. Eu gosto de olhar para elas. Eu gosto da sensação delas.
Alisando a palma da mão sobre a dela, sentiu o contato por todo o corpo. Tão calmo, pensou. Isto era tão tranquilo.
- Eu gosto de ver as estrelas, - disse ela, depois de um tempo. - Através da janela ali.
- Sim.
Como era apenas antes das cinco horas da manhã, as persianas estavam prestes a descer para o dia. Com o Outono comandando o tempo, não só a luz do sol, como
o amanhecer estava chegando mais tarde nos dias de hoje.
- Você sabe, eu nunca tive isso antes, - ele se ouviu dizer.
Ela se virou de lado, apoiando a cabeça em cima da mão que ele estava segurando. E, como ela sabia que ele sentiria falta do contato, deu-lhe a outro para brincar.
- Isso o quê? - Ela perguntou.
- Esse tipo de calma.
Durante todos esses anos de orgasmos vazios, desejava que tivesse sabido que tão profunda comunhão estava esperando por ele. Isso teria feito aquela excessiva
ingestão de alimentação não nutritiva, totalmente desnecessária.
- Você quer um pouco de música ou algo assim? - Ele perguntou abruptamente, no caso de ele ser o único a desfrutar da calma.
- Não, isso é... Perfeito.
Com isso, ele teve de virar ao redor e beijá-la na boca. Em seguida, se ajeitou contra os travesseiros, retomando esse novo tipo de trabalho de mão... Onde ele
traçava cada um de seus dedos com os dele, esticando-os e puxando-os para fora, antes de brincar com as pontas, fortes e contundentes.
- Eu amo as estrelas, - disse ela, como se estivesse falando para si mesma.
- Eu tenho uma ideia sobre essa noite.
- Tem?
Ele jogou para fora um outro mmmmm-hmmmm. - É uma surpresa. Vamos precisar adiar o nosso passeio de barco, apesar de tudo.
E ele provavelmente, iria querer um valium. Mas ela ia adorar.
- Trez?
- Sim?
- Eu quero que você faça algo para mim.
Ele sorriu na escuridão. - Será que isso envolve a minha língua, por acaso? Basta citar a parte do corpo, minha rainha.
- Não.
A mudança na voz dele o deteve. E por uma fração de segundo ele queria dizer, Por favor, não. Podemos falar sobre isso mais tarde. Vamos deixar as horas do dia
para a fantasia de sempre.
Mas, como sempre, ele não poderia negar-lhe qualquer coisa. - O que é?
Selena demorou um pouco para responder, o que provavelmente significava que ela estava escolhendo as palavras com cuidado.
Ele tentou manter a calma. - Leve o seu tempo.
- As minhas irmãs. - Ela hesitou. - Aquelas que já faleceram... Elas foram colocadas em um cemitério. Você sabe, exatamente onde você me achou.
Aquela cerca viva, pensou. A única pela qual ele tinha olhado através para ver aquelas estátuas de mármore... Agora, que ele temia não eram feitas de mármore.
- Sim, eu me lembro.
- Não deixe que me levem lá para cima. - Ela levou a mão dela para longe da dele e sentou-se. Quando olhou para ele, seu cabelo preto longo, bonito estava derramado
sobre seus ombros, cobrindo um de seus seios, tocando a pele das coxas. - Eles vão querer. Deveria escolher uma posição... Você sabe, quando chegar a hora, podem
me colocar em qualquer posição que deseje. Em seguida, passam gesso sobre o cabelo, rosto e corpo. É um ritual. É por isso que são todas diferentes lá em cima, em
diferentes poses, quero dizer.
Trez esfregou o rosto. O que não fez nada para aliviar a dor cortando o seu peito. - Selena, não vamos falar sobre isso...
Ela agarrou seu braço. Forte. - Prometa-me. Eu não vou ser capaz de defender a mim mesma quando essa hora chegar. Preciso que você faça isso por mim.
Mais uma vez, ele não poderia negar-lhe qualquer coisa, e como um macho vinculado, isso não só parecia certo, mas saudável. Exceto que este pedido? Isso o quebrou
ao meio, quando assentiu.
- Tudo bem. - Ele limpou a garganta. - Ok, vou ter certeza disso.
Ao mesmo tempo, o corpo dela relaxou e ela soltou um suspiro. Então, quando voltou a deitar ao lado dele, ela balançou a cabeça. - Eu sei que isto é contra tudo
o que me foi ensinado e todas as tradições do meu serviço... Mas uma parte minha está paranóica que elas estão presas lá dentro.
- Eu sinto muito... O quê? Quer dizer, as suas irmãs?
Ela assentiu com a cabeça. - Como sabemos de fato que o fade é real? E se tudo o que disseram que é verdade não é? Tal como acontece com todos os outros no Santuário,
sempre tentei evitar o cemitério Eu odeio o silêncio e a quietude interior, e, Deus, aquelas pobres mulheres, algumas as quais eu conhecia, compartilhávamos refeições
e trabalhávamos juntas à serviço da Virgem Escriba. - Ela amaldiçoou baixinho. - Elas estão presas naquele cemitério, não apenas congeladas em seus corpos, mas esquecidas
pelo resto de nós porque não podemos ficar como nos sentimos quando estamos com elas. E se elas podem nos ver? E se elas podem nos ouvir? E se o tempo apenas estende-se
até para sempre com elas presas... - Selena estremeceu. - Eu não quero isso. Quando eu ir, quero ser livre.
Seus olhos voltaram para a janela, para as estrelas cintilantes tão acima.
- Cada espécie tem uma versão de uma vida após a morte, - disse ele. - Os seres humanos têm Céu. Vampiros, Fade. Para Sombras, é o Eterno. Não podemos estar
todos errados, e cada um é uma versão do mesmo. É o que parece fazer sentido, que há algo depois de tudo isso.
- Mas não há nenhuma garantia e você não vai saber até que seja tarde demais. - Ela pareceu recuar em si mesma. - Você sabe, quando estou aprisionada, posso
ouvir coisas... Quando estou no lugar onde meu corpo está apenas... Fora do meu controle, posso ouvir e cheirar, posso ver. Minha consciência está comigo, eu estou
lá, mas não posso fazer nada. Como eu já disse antes, não há maior pânico do que o que se sente quando seu cérebro está funcionando e nada mais está.
Não se desespere, ele disse a si mesmo. Não se atreva a se desesperar.
Você junta a sua merda e esteja lá para ela. Aqui e agora.
Como ela ficou em silêncio, ele se colocou naquele lugar que ela havia descrito, a par de tudo, mas incapaz de responder ou falar ou reagir.
Alcançando mais, ele acariciou seu longo cabelo para trás. E então, estava beijando-a, suavemente, lentamente. Um momento depois, ele rolou em cima dela e encontrou
seu sexo com o dele. À medida que a penetração aconteceu, conforme tinha aquele familiar, e ainda surpreendente, aperto dela nele, ele deu-lhe sua promessa através
do ato físico.
Às vezes, o mal contra o qual você luta não é nada no qual possa bater, atirar ou desmembrar. Algumas vezes não é possível nem mesmo machucá-lo.
E isso era realmente muito terrível.
Conforme seus quadris balançavam, ela colocou os braços ao redor dele, que manteve o ritmo doce e cuidadoso para que pudesse beijá-la o tempo todo.
No meio, ele sentiu o cheiro de água da chuva nas lágrimas.
Ambos estavam chorando.
No piso abaixo, no ginásio do Centro de Treinamento, Rhage estava correndo como se estivesse sendo perseguido por sua própria besta.
A esteira não estava sentindo isso. Ele tinha certeza de que o grito vindo do cinto, que era alto o suficiente para que pudesse ouvir sobre a música que estava
explodindo em seus ouvidos como se a merda fosse heroína, significava a máquina estava indo quebrar a qualquer momento. Mas, ele não queria dar um passo largo o
suficiente para mover-se para a próxima ao lado da porta.
Quando a coisa começou a cheirar como um lesser, no entanto, ele sabia que a decisão tinha sido tomada por ele. Saltando para os trilhos laterais, ele puxou
o cartão vermelho Parar e a desaceleração foi instantânea. Ou isso, ou esperar pela parada programada de sua saída da máquina.
Recuperando o fôlego, ele enxugou o rosto com uma das toalhas brancas ásperas. As coisas eram praticamente uma lixa, mas todos eles preferiam desta forma. Fritz
tinha tentado, ao longo do tempo, mudar as antigas para algo mais suave, mas ele e seus irmãos sempre protestaram. Estas eram toalhas de ginásio. Eles deviam ser
finas e ásperas, o equivalente atoalhado de coiotes.
Quando você está suando como um porco e não consegue sentir as solas dos seus pés de esforço, você não quer dar palmadinhas para no suor com um Spitz Alemão11.
Ele tinha realmente corrido trinta e oito quilômetros?
Merda, quanto tempo tinha estado aqui em baixo?
Estalando fora de seus Beats, ele percebeu que não só tinha seus pés dormentes, mas seus músculos da virilha estavam em chamas, e o ombro que tinha ferido umas
boas cinco noites atrás estava dobrado solto.
Ele acabou estacionando em um dos bancos de madeira que desciam do outro lado da sala. Quando sua respiração gradualmente voltou para ele, sentiu como se estivesse
cercado por seus irmãos, embora estivesse sozinho. Fosse a impressão no banco que ainda estava marcado pela carga de duzentos e oitenta quilos que Butch tinha colocá-lo
lá ontem, ou o haltere em que Z vinha treinando, ou a barra de queixo em que Tohr tinha levantado, ele podia imaginar cada um dos lutadores com ele, ouvir suas vozes,
vê-los passar, sentir seus olhos sobre ele enquanto conversavam.
E tudo isso deveria tê-lo feito se sentir mais conectado, em vez de menos.
Mas, a realidade era que se mesmo no espaço de quarenta por sessenta estivesse espremido, apertado com todos esses grandes corpos, ele ainda teria se sentido
isolado.
Passando a toalha sobre o rosto novamente, ele fechou os olhos e foi transportado para um lugar diferente, um tempo diferente... Para uma memória que sabia agora
era o que estava tentando colocar para atrás, desde que ela tinha ameaçado a ressurgir...
A casa branca de fazenda de Bella. Aquela varanda dela era tão estilo Nova Inglaterra, tão aconchegante que faria você ou vomitar... Ou se sentar e comer uma
torta de maçã. Ele saiu por aquela porta da frente, a cabeça pendurada como se tivesse sido decapitado e apenas a cartilagem do pescoço estivesse mantendo sua bola
de basquete no lugar.
No andar de cima, naquele quarto, sua amada Mary tinha apenas lhe dito para das o fora.
Embora, é claro, não tinha sido tão bruta.
A vida dele tinha terminado quando ele saiu daquela casa. Mesmo que tenha estado ostensivamente vivo, ele tinha sido um macho morto caminhando...
... Até que de repente ela explodiu fora dessa porta em seus pés descalços.
Eu não estou bem, Rhage. Eu não estou bem...
- Por que você está pensando assim, amigo. - Ele esfregou a toalha áspera com força sobre seu rosto mais uma vez. - Basta soltar essa merda... Vamos lá, pense
em outra coisa...
Exceto que seu cérebro não queria ser redirecionado. E a próxima memória foi ainda pior.
Um quarto de hospital, mas não aqui no Complexo, ou mesmo na clínica de Havers. Um quarto de hospital humano, e sua Mary estava na cama.
Merda, ele ainda se lembrava da cor da sua pele. Errada, toda errada. Não apenas pálida, mas começando a ficar cinza.
Para salvá-la, ele tinha feito a única coisa que pôde pensar, a única jogada Ave Maria que tinha: Procurou a Virgem Escriba. Tinha deixado aquele hospital humano
e ido para casa, para o seu quarto, e abaixou-se em diamantes lapidados até que os joelhos estivessem machados de vermelho com sangue.
Ele tinha orado por um milagre.
Com uma maldição, ele se esticou no banco, inclinando o tronco para trás na madeira implacável, mantendo ambos os pés no chão em ambos os lados.
Sua Mary não estava voltando para casa hoje. Ela estava hospedada no Lugar Seguro.
A mãe daquela criança tinha sido levada de volta para Havers. Depois de entrar em coma.
A equipe decidiu manter a jovem na casa durante o dia, e Mary queria ficar com a garota.
Deus, ele lembrou da angústia da luz do dia, quando Mary tinha estado doente no hospital. Não fora seguro para ele estar com ela durante as horas de sol, e tinha
estado aterrorizado de que ela iria morrer quando ele não pudesse chegar até ela.
Talvez eles pudessem conduzir essa criança para ver sua mahmen se a merda chegasse a isto. Como uma pretrans, ela poderia sair até ao meio-dia.
Olhando para o teto, ele pensou em Trez e Selena. No encontro deles. Na sua fuga do centro da cidade. Na diversão que eles tiveram em evadir a polícia humana.
Isso valia tanto a pena lutar. Tudo.
Sua Mary não estava voltando para casa hoje, e ele não sabia como estaria passando pelas próximas doze horas até que a veria pessoalmente de novo. E, mesmo sabendo
que poderia chamar ou enviar uma mensagem, ou vê-la pelo Skype a qualquer momento durante o tempo que ele quisesse.
Aquela menina estava provavelmente perdendo sua mahmen.
Trez estava, provavelmente perdendo Selena.
Rhage tinha certeza que todos eles estavam orando por um milagre assim como ele. E talvez fosse com isso que ele estivesse tendo problemas.
Por que ele tinha tido sorte? Tohr não tinha. Bem, sim, o irmão tinha encontrado Autumn, o que foi uma bênção sem medida. Mas, tanto quanto ele amava aquela
fêmea, perder Wellsie quase o tinha matado.
Ele simplesmente não entendia. A menos que a Virgem Escriba entrasse em cena novamente, ou alguém encontrasse uma cura...
Por que ele e Mary foram poupados?
Quando o seu cérebro começou a dar um nó sobre aquilo, ele teve de diminuir os pensamentos. Ele não queria ficar louco aqui sozinho.
Sim, ele pensou ironicamente. Porque ele era muito melhor em compartilhar isso com seus entes queridos.
Tempos assustadores. Tempos assustadores.
Se a morte acontece em três... Ele pensou entorpecido. Quem iria ser o terceiro?
Capítulo QUARENTA E TRÊS
Conforme Xcor se afastou do cômodo principal da cabana, Layla estava preparada para segui-lo do lado de fora e fazê-lo se alimentar sobre o gramado se fosse
necessário. Mas, assim que estava prestes a se levantar do sofá, ela ouviu o som de... Chuveiro.
Continuando através do impulso vertical, ela atravessou e ao virar a esquina para ficar na frente da porta fechada do banheiro.
- ... Porra... - Ele murmurou no lado mais distante.
- Xcor?
- Deixe-me. Voltarei em um momento.
Com outra maldição lançada para fora através das aberturas em torno do batente da porta, ela pegou o trinco, e abriu a coisa.
Xcor estava em pé diante da pia, a camisa pela metade e meio fora, o tronco torcido em um ângulo errado quando ele tentou puxar a camisa sobre sua cabeça sem
prejudicar o ferimento de bala em seu lado.
- O que você está fazendo? - Perguntou ele. Através das dobras de tecido preto.
Por um momento, tudo o que ela pôde fazer foi olhar para o abdômen com nervuras, os músculos estriados através da barriga e o corte tão profundo que fazia sombra.
Mas então, havia o quadril dele, oco e que se projetava para fora de debaixo de sua pele, sua calça de combate pendurada tão baixas que a única coisa que a estava
mantendo no lugar era os grandes músculos das coxas.
Ele era incrivelmente poderoso. Mas também muito magro.
Balançando-se em foco, ela disse: - Eu vou ajudá-lo a tirar isso.
- Eu posso lidar com isso, só... - Quando virou novamente, ele soltou um gemido de dor.
Ignorando-o, ela fechou a porta para que o pouco calor que estava saindo do chuveiro ficasse no banheiro. - Pare. Você só vai se machucar.
- Eu estou bem, - ele retrucou.
No instante em que ela colocou a mão em seu braço, ele estava silencioso.
- Deixe-me ajudá-lo, - ela sussurrou.
A boa notícia foi que ele tinha conseguido tirar a maior parte da camisa sobre a cabeça. Portanto, não havia nenhuma maneira que ele veria suas mãos tremerem
enquanto ela pegou e gentilmente puxou para cima, avançando pelos braços, revelando aos olhos dos fãs de músculo o que corria pelo lado de seu torso e, em seguida,
as protuberâncias maciças de seus peitorais.
A respiração ofegante dele, dentro e fora, o peito subindo e descendo em uma batida que ficava mais rápida conforme ela levantava a camisa sobre seus braços.
Pesados braços. Braços grossos que se estreitavam nos cotovelo e, em seguida, nos pulsos, mas eram abundantes em todas as outras partes.
Quando aquilo que o cobria se soltou, tudo o que ela podia pensar era que ele era um assassino. Um assassino sério cujo corpo refletia o trabalho que fazia.
- Espere por mim lá fora. - Ele se recusou a encontrar os olhos dela. - Não vou tomar de você quando estou imundo.
- Isso aí é um corte ruim.
Quando ela tocou a pele quente e pálida sob a irritada listra vermelha na lateral do corpo dele, ele se encolheu. Mas a voz dele manteve-se forte. - Deve estar
curado ao cair da noite.
- Só se você se alimentar.
O grunhido que ela teve em resposta era um dispensa se ela já tinha ouvido um. E ele seguiu-o com: - Se você não sair, vai ver muito mais do que o meu peito.
- Você está pior ferido em sua perna. - Ela olhou para a mancha de sangue cada vez maior sobre a calça.
A mãos dele foram para o zíper da braguilha. - Então?
Como se ele estivesse lhe dando uma última chance.
- Então? - Ela encolheu os ombros. - Você honestamente acha que vou te deixar ficar sob a água quente sem ajuda? Você está branco como um lençol. Sua pressão
arterial está obviamente baixa. Você está sujeito a desmaiar.
- Oh, pelo amor de...
Agora ele olhou para ela. E, com eficiência rápida, ele liberou o aperto na cintura. A parte superior das calças caíram. A parte inferior ficou presa no lugar
sobre aquelas coxas.
Mas algo foi revelado.
E estava... Ereto.
Xcor levantou uma sobrancelha. - Você pode parar de encarar. Acho difícil acreditar que você está apreciando a vista.
Ela tentou desviar o olhar. Ela tentou. Mas seus olhos tinham uma mente própria.
- Você é tão grande, - ela respirou.
Ele recuou. Como se isso fosse a última coisa no mundo que esperava que ela dissesse. E quando ele falou em seguida, sua voz tinha mudado.
Agora, ele implorava. - Layla... Escolhida Layla... Você precisa sair.
Conforme Xcor ficou completamente nu na frente da mulher, ele não conseguia se mover. E não apenas porque sua calça de combate havia se firmado acima dos joelhos
e o transformou em um manco.
Os olhos verdes de Layla estavam incrivelmente grandes enquanto se concentraram no sexo e se fixaram lá.
Poderia esta noite ir mais longe fora dos trilhos, ele se perguntou.
Espera, possivelmente ele não deveria oferecer esse tipo de abertura para Fates.
Enquanto isso, seu pênis estava amando a atenção. A maldita coisa chutou como sugerindo que ela deveria agitar e fazer amigos.
Ele cobriu o rígido comprimento com ambas as mãos, esticando-o e deitando sobre seu abdômen inferior. - Layla.
Em vez de fazer a coisa razoável e se afastar dele com horror e nojo, ela inclinou-se e agarrou o cós da calça de combate. Antes que ele pudesse jogá-la fora,
sua calça caiu de suas coxas e se reuniu em torno de seus tornozelos.
- Venha, vamos para o chuveiro.
Ela não deu a ele uma chance de protestar. Um segundo depois, seu corpo golpeado e ferido estava sob a água quente caindo, ossos doloridos e cicatrizes curando,
ambos gritaram e suspiraram com o impacto. Com um chocalho da cortina, ela deu-lhe a privacidade que ele queria, exceto pelo som metálico sobre o vaso sanitário
que sugeriu que ela não tinha partido, mas sim fechado a tampa e se sentado.
Não havia nenhuma razão para não seguir com o sabão e o xampu, e tentou ser rápido sobre isso. Infelizmente, a bala que tinha passado de raspão por seu pulmão
estava ardendo como se houvesse ácido da bateria sobre a sua carne. E o sabonete não ajudou no fato.
A outra razão para ser rápido era que ele estava ciente tanto de sua nudez quanto de sua excitação. Quanto mais eficiente ele fosse, mais cedo poderia se vestir.
Nenhuma roupa, no entanto. Ele não tinha roupas limpas.
Fechando os olhos na derrota, ele lavou a espuma do cabelo, inclinando a cabeça para trás. O que foi um erro. Arremetidas da água atingiram seu pênis, e maldição
se não parecia com mãos, as mão dela.
Ou talvez a boca dela...
A liberação não foi inesperada. Foi, no entanto, indesejável. Conforme sua ereção vibrou e seu orgasmo rolou através dele, ele cerrou os dentes...
- Você não tem de esconder isso, - ela disse em uma voz rouca. - Eu posso ver a sua sombra.
- Então, desvie o olhar, - ele gemeu quando seu quadril rolou com as ejaculações.
- Eu não consigo.
Cedendo contra o azulejo, ele sabia que tinha perdido qualquer vantagem que acreditava ter na situação. Aquela fêmea tinha adivinhado a terrível verdade sobre
ele. Ela sabia que seus objetivos tinham mudado. E ela parecia disposta a manter o que quer que fosse esta relação, em condições que dariam a ambos alguma honra
e dignidade.
Mas pelo menos ela não sabia que tudo estava baseado nela.
Que sua vida... Patética como era... Estava baseada nela agora.
Se isso viesse à tona, seria a ruína dele.
Xcor girou a torneira com uma manivela, determinado a pôr fim a tudo isso e mandá-la embora, só para que pudesse devolver suas defesas corretamente no lugar.
Bem quando ele estava indo rasgar a cortina e colocá-la em torno de si, o peso pesado de uma toalha foi jogada sobre o cabo da cortina.
- Para sua modéstia, - disse ela.
Ela estava rindo dele?
Sem se importar em secar-se, ele cobriu sua parte inferior do corpo e empurrou a cortina para trás. Ela estava de fato no banheiro, a lã que usava camuflava
sua forma alterada pela gravidez.
Sem uma palavra, ela puxou a manga de volta e colocou seu braço para fora.
Havia um desafio em seus olhos.
- Tudo bem, - ele retrucou, irritado consigo mesmo. Com ela. Com este novo território em que tinham entrado.
Abaixando-se de joelhos, porque ela estava certa, ele estava terrivelmente tonto, colocou suas presas na carne dela.
Faminto. Ele estava faminto por ela.
E, ainda assim, a atingiu tão gentilmente quanto possível.
No primeiro gosto, ele gemeu, balançando seu corpo, seu peso batendo no armário sob a pia. O sangue dela era um vinho escuro que o deixou sedento ao invés de
saciar a garganta seca, e entre suas pernas, seu pênis chutou novamente e novamente.
Ele estava tendo um orgasmo na toalha, o prazer correndo em suas veias, seus ossos, sua carne...
Minha.
A partir das profundezas dele, o desejo de levá-la aumentou de forma tão violenta, que ele começou a agir sobre isso, seu corpo a ponto de saltar para cima e
arrastá-la para o chão para que pudesse montá-la.
Grávida ou não, ele estava indo ter o seu sexo e deixar a sua marca dentro dela.
Rompendo o contato, afastou-se dela, apoiando os pés contra esse armário, a porcelana fria da banheira atrás dele mordendo seus ombros enquanto ele ficou rígido
em uma tentativa de controlar a si mesmo.
- O que está errado...
- Vá! - Ele gritou.
Dentro dele, sua besta sexual estava rondando e pronta para tê-la, e juntamente com a sua sede de sangue, ele sabia que não conseguiria controlar o par de instintos
juntos.
Ele estava susceptível a mastigar o pulso dela ao mesmo tempo em que a fodia asperamente.
- Xcor, você não tomou muito...
Rangendo os dentes, ele fechou os olhos e se rosnou. - Dá o fora daqui! Se você quiser que a sua criança viva... Saia! Vou te atacar! Vá!
Isso chamou a atenção dela.
Como, sem dúvida, o fato de que ele ainda estava tendo um orgasmo sobre si mesmo, a toalha agora perdida, os jatos chutando para fora e marcando suas próprias
coxas e barriga enquanto seus músculos da perna tremiam com a força que ele estava exercendo, para certificar-se de que não iria saltar sobre ela.
- Vá!
Uma fração de segundo depois, ela estava fora do banheiro; um momento depois disso estava fora da casa. E ela estava com tanta pressa, que deixou as duas portas
abertas, então ele viu os faróis do carro dela acender e os observou circular o gramado desalinhado na frente antes de listar para baixo da estrada.
Não foi até quando ele não podia nem ver suas lanternas traseiras vermelhas nem ouvir o estalar de seus pneus que ele aliviou-se um pouco sobre o suporte.
Segurando seu pênis, ele começou a acariciar seu membro enquanto imaginava os olhos dela nele, e ouvia de novo o tom estranho que tinha usado quando ela tinha
pronunciado que ele era muito grande.
Ele não tinha interesse em se masturbar.
Mas, o que ele realmente não queria era que o seu lado racional o abandonasse completamente, de tal forma que fosse atrás dela durante a noite, parando-a em
algum lugar inseguro apenas para que pudesse fazer o que não queria fazer com ela.
Não, desta forma ele iria ficar onde estava.
Oh, Deus... O jeito que ela tinha lhe olhado, ele pensou enquanto começou a gozar novamente.

 

CONTINUA

Capítulo TRINTA E SETE
Um pouco depois de Xcor e Balthasar passarem correndo pelo labirinto de ruas, Xcor foi golpeado por algo tão grande e tão forte, que ficou totalmente aturdido
enquanto ia pelo ar, o mundo girando, enquanto ele permanecia estável, ou, mais provavelmente ele era o que dava voltas.
No ar, se preparou para um desagradável impacto, mas por alguma razão absolutamente estúpida, aterrissou sobre suas botas de combate. Era uma espécie de buraco,
não era uma benção que iria durar, considerando o impacto. Para evitar que caísse no chão, saltou para frente, tentando continuar a corrida.
Algo estava muito mal. Suas pernas não funcionavam direito.
Lutando para se manter em pé, era vagamente consciente de Balthazar gritando seu nome e logo, de repente, seu soldado estava justo ao seu lado, segurando seu
braço e o arrastando para trás.
No fundo de sua mente, sentiu uma presença sair do enorme veículo parecendo um vampiro. E logo o som dos impactos de bala soou. Pings agudos foram substituídos
por ruídos menores batendo nos ladrilhos, no asfalto e nas pedras.
Os lessers encontraram a SUV.
O que significava que ele e Balthazar tinham um segundo ou dois de maior cobertura e Balthazar aproveitou bem. Com um forte puxão, Xcor sentiu todo seu corpo
sair da pista.
E logo, um momento depois, ele estava atrás de uma grande estrutura.
Não, um veículo de segunda ou algo. De fato, era uma caixa quadrada gigante com algum tipo de escrita na lateral.
P... O... D... S...
Seu cérebro hiperativo traçou as formas das letras vermelhas, mas o padrão não significava nada para ele. Estava registrando com claridade?
Estavam a ponto de conseguir um tiro limpo.
Levantou a pistola ao mesmo tempo em que Balthazar o fez.
Obrigou seus pulmões a diminuir o ritmo, esperou... Esperou... Esperou...
A chuva de balas ficou mais forte e mais forte enquanto os atiradores caminhavam até eles. Os assassinos estavam presos entre os ruídos e a perseguição e nenhum
deles se incomodou em parar quando chegaram até a grande estrutura que funcionava bem e seguiram adiante. Em comum acordo, Xcor pegou o da esquerda enquanto Balthazar
pegava o da direita.
Duas balas. Não duas mil.
Duas muito bem posicionadas balas de quarenta milímetros nas costas jogaram os atiradores para frente, de cara no asfalto sujo.
- Peguei. - Balthazar gritou, trocando suas armas por adagas.
Xcor teria discutido, mas estava começando a sentir a gravidade de suas feridas. Bali saltou, suas lâminas movendo-se. Golpeou o mais próximo, uma grande explosão
de luz girando na rua ao meio-dia. Com uma pausa, ele saiu e apunhalou o segundo atirador. Retrocedendo a um segundo de iluminação, o soldado conseguiu esquivar
das adagas e agarrar duas AK's antes de...
... Uma RV sair a toda velocidade do beco para golpear Xcor.
Balthazar virou-se correndo para o esconderijo, golpeando seus ombros no bloco de metal e os dois olharam para frente, congelados no lugar quando saíram no caminho.
Mas a diversão e os jogos não haviam terminado ainda.
Acalme-se.
Precisavam se acalmar...
... Devagar...
Desmaterializar fora do centro era a única maneira de sair dali: Sirenes dos carros de polícia dos humanos aumentavam de volume cada vez mais forte e logo faróis
apareceram no final do beco, a brilhante iluminação fazendo sombras em tudo.
- Vá. - Xcor ordenou, sabendo que seu soldado estava em muito melhor forma que ele.
- Não nesta vida.
- Ficar aqui comigo pode ser sua queda.
- Então vamos morrer juntos.
Quando Xcor inalou e exalou profundamente, tentando diminuir seu ritmo cardíaco e sua pressão arterial, o cheiro de metal quente e pólvora tocaram seu nariz
junto com o diesel do carro e o persistente cheiro desagradável do suor dos assassinos e as incinerações.
Suas pernas o estavam matando, ambas. A este ritmo, a dor iria aumentar tanto que teria que se sentar ou desmaiar.
Merda.
Os carros de polícia se aproximaram a toda velocidade, um... Dois... Três, depois uma sucessão, as luzes e as sirenes se desvanecendo enquanto passavam.
Haveria mais. E os próximos viriam mais devagar, para fazer reconhecimento do lugar de modo que pudessem persegui-los.
- O quanto está machucado? - Balthazar exigiu.
Ele queria mentir. - Minhas pernas são um problema. Uma está no último momento e a outra provavelmente quebrada.
- Quando foi a ultima vez que se alimentou? De uma mulher, quero dizer.
Meses e meses. Desde que conheceu Layla. Seu sangue puro lhe manteve por um tempo recorde e quando a força finalmente começou a desvanecer, tomou das veias dos
cervos que caçava nos bosques sem dizer a seus homens que recorria a tais animais.
Mas Bali sabia. Todos eles deviam saber.
- Há muito tempo, de fato. - Seu soldado se queixou.
Xcor olhou ao redor, não queria levar a conversa adiante. Do outro lado do caminho havia uma escada de incêndio, mas não tinha força para se arrastar até ali
a uma velocidade suficiente e não seria capaz de se desmaterializar.
- Vá. - Disse para Balthazar.
- Pode fazê-lo.
- Não tenho força para levá-lo de volta...
Balthazar apontou para cima. - Ali. O teto. É para onde tem de ir.
Latidos de cães. Ao menos dois deles. Na entrada do beco.
Ah, sim, os seres humanos tinham narizes dignos de uma busca. Diferente dos patéticos que tinham em seus rostos.
- Você consegue. - Disse Balthazar. - Apenas até ali. Não mais além.
Xcor traçou o caminho até a escada de incêndio, além da série de janelas, uns quinze metros. Poderia ser pior, supôs.
- Agora.
Fechando os olhos, sabia que não iria funcionar. - Eu quero que vá embora. É uma ordem.
- Não vou...
Xcor levantou um braço cansado e golpeou o soldado no rosto. Com voz cansada ele disse: - Os outros precisam que cuide da organização. Deve ser você. Vá, e leve
as armas com você. São valiosas. Vá! Alguém deve liderá-los!
Balthazar continuava amaldiçoando enquanto desaparecia... E os cães se aproximavam cada vez mais do lugar onde estava Xcor. Com o fresco aroma de seu sangue
recém derramado e cada vez caindo mais seria encontrado em questão de segundos.
Desta vez, quando suas pálpebras se fecharam, era de puro esgotamento, não por qualquer tipo de esperança de se desmaterializar.
Exceto que, justo quando seria capturado, enquanto levantada o cano da pistola e sabia que estava a ponto de perder a vida com um tiro...
A imagem de Layla veio a ele tão claramente como se ela estivesse diante dele.
Se tirasse sua vida, nunca colocaria os olhos sobre ela novamente.
Quando uma profunda sensação de perda golpeou o centro de seu peito, foi então que soube o que estava negando durante tanto tempo.
Frente à realidade de que poderia lhe ser negado um último encontro com esta mulher, uma última oportunidade de ouvir sua voz, sentir seu cheiro no ar da noite,
sentindo sua presença física... O macho vinculado a ele gritou de raiva ante tais crimes.
Assim quando um pastor alemão dobrou o canto do bloco de metal, seu condutor segurando sua coleira curta, no mesmo instante que o humano gritou algo como "Parado"
ou uma idiotice assim...
Xcor desapareceu.
Apenas o desejo de ver sua mulher novamente lhe deu forças para lançar-se no ar da noite, jogando seu maltratado corpo no teto que Balthazar lhe mostrou.
Quando o policial abaixo deixou escapar uma exclamação de surpresa e outro chegou, uma conversa se seguiu e Xcor caiu no nada, aterrissando duro no teto plano
do edifício.
- Graças a Virgem Escriba. - Ouviu alguém murmurar.
Gemendo Xcor rodou sobre as costas. Zypher estava em pé sobre ele. Balthazar também.
- Ele está muito machucado.
Isto foi o último que ouviu antes da perda de sangue e as lesões o arrastarem para a inconsciência.
Um quarteirão a mais, Rhage tinha sua própria lista de problemas graças à todos os malditos humanos que inundavam os becos. Com as mãos sobre a cabeça e de costas
aos rapazes de azul que se aproximavam, sentia-se irritado. E entediado.
A verdadeira festa, com estes assassinos, como diria Bill Murray já havia acontecido, e Manny Manello fazia aquela coisa de avaliação médica procurando por balas.
Enquanto isso, ele estava preso ali na cidade com seis rapazes franzinos.
- Não se mova.
Como nos filmes, pensou enquanto rodava os olhos. - Como disser oficial.
Com seu ouvido agudo triangulou sua posição com precisão. E não havia nada diante dele no beco. Não havia carros, não havia transeuntes noturnos ou outros policiais.
Apenas Deus sabia aonde Manny iria acabar. Ou o que estava acontecendo com Trez e Selena. Não havia tempo para isto.
- Eh, oficial?
- Não se mova.
- Não se ofenda, mas tenho de ir.
Assim de fácil, já que o policial sequer se moveu ele logo se desmaterializou.
Estava sorrindo em seu estado molecular enquanto viajava para fora, imaginando OMFG's. Fez algumas coisas que poderiam ser inaceitáveis. Havia apenas uma regra
na guerra com a Sociedade Lessening: não dê o primeiro golpe na luta idiota. Quer dizer que, era de interesse de todos que os humanos não soubessem que os vampiros
eram mais que um mito de Halloween e The Walking Dead era nada mais que um programa de televisão.
Às vezes, no entanto, não se tem opção. E apesar de acabar de dar o maior espetáculo de Frick e Frack, era melhor do que perder tempo apagando a memória deles
quando Trez e Selena poderiam precisar de Manny.
Abrindo seu caminho adiante, voltou a formar-se três quarteirões mais perto do rio no telhado de uma garagem com luzes de neon. Assim quando Manny acelerou pelo
beco em seu tanque blindado, com várias viaturas de polícia atrás dele, Rhage fez as luzes de Xenon nas vigas brilharem, dando ao bom doutor um descanso para seguir
adiante.
Logo, com calma e muito deliberadamente, entrou na ambulância e abriu fogo contra os veículos. Ele não era idiota, no entanto. Sua Mary uma vez foi humana, assim
ainda abria exceções a toda esta coisa de mortal. Assim que mirou os pneus dianteiros e os motores. A primeira unidade rapidamente perdeu o controle e tombou, o
que significava que a segunda com certeza poderia passar adiante. Mas ele se livrou desta merda, inutilizando-a.
- Buh... Adeus.
Alcançou Manny novamente pelo efeito fantasma, dois quarteirões abaixo e se materializou no assento do passageiro da mesma forma que deixou o veículo. Manny
deu um grito de alarme, mas não perdeu seu foco. Continuou movendo-se pelas ruas.
- Temos que sair daqui. - Disse o bom doutor.
- Para a ponta do rio. Sei exatamente o que fazer.
- Há policiais por toda parte.
- Vou dizer quando der a volta. - Rhage puxou o telefone e começou a enviar mensagens de texto. Um quarteirão depois, gritou. - Agora! Muito bem!
Rhage caiu de lado bem apertado quando Manny os lançou a noventa graus e pisou no acelerador novamente.
- Eles têm um helicóptero sobre nós. - Anunciou Manny.
Efetivamente, a grande tela mostrava uma imagem preciosa de uma brilhante esfera de luz lançando uma luz sobre eles.
- Duas ameaças mais acima, à esquerda.
- Eles vão se aproximar de nós a...
- Faça!
Eeee assim que desceram a estrada, o foco de luz se extinguiu.
- Um quarteirão mais. - Murmurou Rhage, lançando-se para frente, rezando para... - Calma!
Mais a direita na baia, ele tocou um painel e uma porta se abriu lentamente, revelando uma garagem enegrecida do tamanho de uma pequena casa.
- Vamos!
- Merda, como fez isso?
- Agradeça a V!
Assim simples, a RV de Manny, junto com todas suas coisas, seringas e bisturis e os dois filhos da puta no assento da frente, foi coberta e ficou dentro da garagem
coberta na baía.
Manny desligou o motor, mas não soltou o controle do volante. Como se esperasse ter de dirigir novamente. - O que faremos agora?
Rhage desceu o vidro da janela e ouviu os sons dos carros de polícia que passavam na parte de fora. - Relaxamos.
Seu celular soou e ele atendeu. - Bom trabalho, meu Irmão.
A voz de Vishous estava clara como água. - E você pensou que nunca iríamos precisar disto.
- Graças a Deus pelo controle remoto.
- Pelo meu telefone. Boom! Vocês estão bem?
- Sim, mas acho que vamos ficar aqui por um tempo a menos que alguém venha nos buscar.
- Que demônios aconteceu?
- Tire-nos daqui e contarei a caminho de casa.
- Estarei aí em vinte. A menos que tenhamos que nos preocupar com a polícia?
- Oh não. - Rhage fez um gesto sem importância com a mão. - Está tudo bem. Não há policiais ao redor.
Quando desligou Manny o olhou. - Está louco? Este telefone pode ser rastreado pela polícia.
- Precisariam do exército.
Com uma maldição, Manny bateu a cabeça contra o encosto de seu assento algumas vezes. - Maldição! Nem sequer tive a oportunidade de usar este mau garoto e está
todo destruído.
- Bom, pelo menos pode brincar com alguns botões. E esta foi uma boa chance de comprovar se é à prova de balas. - O telefone de Rhage tocou avisando uma mensagem
de texto neste exato momento. - Oh bom, Trez e Selena chegaram em casa de forma segura. Suponho que já estavam fora da cidade quando a diversão começou.
- Isso é um alívio. - Manny respirou fundo, mas logo amaldiçoou. - Como vamos conseguir tirar esta coisa daqui? Cada estação de polícia da cidade vai ter uma
descrição dela.
Rhage olhou a seu redor no interior e encolheu os ombros. - Pouco a pouco, se tivermos que fazê-lo.
- De alguma forma não inspira confiança.
- Você nunca viu seu cunhado com uma chave de fenda. Este filho da puta pode desmontar qualquer coisa.
- E como é para montar novamente?
- Muito bom.
- Está mentindo para mim para que não comece a chorar como uma menina?
- Oh não. Não mesmo.
Rhage se contorceu em seu assento e tocou a tela de seu telefone.
- Comprovando as estradas? - Manny disse arrastando as palavras.
- Tem algo que possamos comer aqui?
- Não, a menos que goste do sabor de coisas esterilizadas.
Rhage acomodou-se em seu assento e reclinou-o. - No pior dos casos...
- Não, você não pode comer minha RV.
- Está fora dos limites também?
- Sim!
Fechando os olhos, disse para o médico. - Sem graça.
Capítulo TRINTA E OITO
Na biblioteca do palácio, iAm deslizou para fora o último volume da última prateleira na última linha de textos de cura. Quando ele abriu a capa de couro, o
grito em sua cabeça foi tão alto, ele não conseguia se concentrar para ler a tabela de conteúdo.
- Aqui, - disse maichen. - Permita-me.
Mesmo que o marcasse como um marica, deixou-se cair para trás em sua bunda, o chão duro mordendo através da cobertura fina do uni de criada azul pálido.
Ele já sabia o que maichen ia encontrar. Ou não.
A falha em seu raciocínio, quando ele partiu para esta tolice, era que ele nunca tinha ouvido falar da doença. Não era como se ele fosse um s'Hisbe, com um extenso
conhecimento do que afligia as pessoas e como corrigi-lo, mas algo parecido com o que Selena tinha? Os Sombras teriam visto isso como um defeito e ficado longe como
da peste, assim teria havido alguma consciência comum sobre o assunto.
Ele deveria saber. Mas quando se tratava de seu irmão, ele era susceptível de fazer qualquer coisa para salvar o filho da puta.
- Será que ele tem uma doença similar? - maichen perguntou.
- O quê?
- Você acabou de dizer que faria qualquer coisa para salvar seu irmão?
Ótimo, ele estava falando em voz alta agora. - É melhor voltarmos.
Ela fechou o volume. - Eu sinto muito, não encontrarmos...
- Venha, vamos.
iAm levantou-se e ofereceu-lhe a mão. No processo de revisão do último livro com todas essas palavras inúteis, ela também havia se sentado no chão.
Seu rosto mascarado levantou para cima, como se estivesse olhando para a palma da mão.
- Precisamos ir, - ele murmurou, desejando que ela simplesmente colocasse o maldito livro de volta e saísse com ele.
Quando ela finalmente estendeu o braço, a manga pesada deslizou para baixo, expondo-lhe o pulso fino e sua mão longa e fina. Que tremia.
Ele amava a cor de sua pele. Mais escura do que a dele.
- Eu não vou te machucar, - ele disse asperamente antes de tocá-la.
- Eu sei, - ela sussurrou. Conforme ele fez contato, seu corpo estremeceu, eletricidade lambendo-o, viajando a partir da conexão ao seu coração e fazendo o ritmo
vital bater ainda mais rápido. E ele não tinha certeza, mas pensou que ela sentiu o choque, bem como, a túnica que a cobria, que foi deslocada drasticamente, como
se ela tivesse pulado.
Não havia tempo para pensar em nada disso, apesar de tudo.
Tomando o livro de sua mão livre, ele substituiu-o na ranhura que tinha sido criada e começaram para a longa jornada de volta para a saída. Ele tinha ido cerca
de quinze metros, quando percebeu que não tinha deixado cair seu domínio sobre ela ainda.
Ele teve de forçar-se a deixar a mão dela.
Quando chegaram à porta oculta, ele deu um passo para o lado e deixou as coisas abrirem no caso de haver algum tipo de rastreador ou controle de segurança em
jogo.
Fora no corredor, ela disse, - Agache-se, lembra? Você é muito alto e muito grande.
iAm ficou com o programa. - Obrigado.
Deixando-a assumir a liderança, ele encontrou-se observando a forma como ela andava, a mudança de seu corpo sob a túnica que a camuflava quase completamente.
Como ela era lá embaixo? Como era o seu rosto?
Assim que os pensamentos o atingiram, ele deixou-os cair. Agora não era o momento de perder nem uma fração de segundo em qualquer coisa assim.
Eles tinham percorrido cerca de cinquenta quilômetros, tanto quanto ele poderia dizer, quando um conjunto de guardas da prisão vieram para eles. De debaixo da
malha que cobria o rosto, iAm rastreou sua abordagem, preparando-se para uma luta e fugir. Típico da equipe de segurança de s'Ex, eles estavam de preto, eram musculosos
como seguranças, e suas armas eram óbvias na cintura, os punhais de lâminas longas em seus quadris prontos para o alcance. Seus rostos estavam descobertos, e ele
não conseguia se lembrar se isso significava que eles estavam em pé de guerra.
Merda, se tivessem sido descobertos?
À frente dele, maichen não piscou. Ela parou, colocou as duas mãos na frente de seu coração em um campanário, e baixou a cabeça em súplica. Permanecendo em seu
lugar, iAm copiou exatamente a pose, os músculos das suas coxas apertadas quanto ele forçou as pernas a permanecer meio flexionadas.
Os guardas olharam sobre eles, e iAm rezou para que o truque da lavanda perfumada fizesse seu trabalho. Se eles sentissem o cheiro de qualquer coisa perto da
agressão bombeando em suas veias...
Mas não, eles apenas acenaram e continuaram.
Mais de cem metros ou mais depois, ela chegou a uma abrupta parada e ele quase se chocou com ela. - Nós estamos aqui, - disse ela, olhando para cima e para baixo
do hall.
Ele esperou que ela abrisse a porta de sua cela. Quando ela não fez, ele se inclinou para ela e disse baixinho: - Não é culpa sua. E muito obrigado.
Sua cabeça abaixada, e a voz que saiu de trás de sua máscara parecia sufocada. - Eu sinto muito. Sobre tudo isso.
- Você, não se preocupe com isso. E não quero que venha me ver mais. Troca de deveres, mas não se envolva nisso. Já temos pessoas suficientes nesse pesadelo.
- Eu quero fazer mais. Deixe-me ajudá-lo a se libertar...
- Não.
- Eu não quero que você seja um prisioneiro.
- O quê?
- Eu não quero que você seja mantido lá para sempre.
- Não será por muito tempo, eu prometo. - Embora ele tinha necessidade de sair daqui o mais rápido possível. - Agora, por favor, vá!
Quando ela continuou a hesitar, ele foi quem acionou a porta da prisão para abrir, tomando-lhe a mão e colocando-a na parede.
As luzes estavam acesas dentro, não fora. E s'Ex estava na plataforma da cama, com as costas contra a cabeceira da cama, com as pernas esticadas e cruzadas nos
tornozelos.
Em uma das mãos, ele tinha uma pedra de amolar. Na outra, ele tinha um punhal.
Com lentos, certeiros golpes, ele estava afiando a lâmina.
Ele não se deu ao trabalho de olhar para cima. - Imagine minha surpresa quando vim pessoalmente verificar você.
iAm colocou o seu corpo na frente de maichen, bloqueando-a completamente. - Isso não é culpa dela. Eu a obriguei.
- Isso é uma mentira. - O carrasco olhou para cima, seus olhos negros brilhando. - Mas, se você fez ou não, é o menor dos seus problemas.
Conforme Fritz estacionou em frente à mansão da Irmandade, Selena estourou fora da parte traseira do Mercedes antes que o carro até mesmo parasse. A investida
súbita era uma expressão de sua emoção, algo que ela estava segurando, e era bom.
Só que ela estava de salto alto, e o desembarque correu mal: quando um pequeno ponto ao redor da lateral de seus sapatos prendeu os paralelepípedos, a gravidade
a agarrou e ela jogou os braços, deslocando seu peso fora de forma...
Trez a pegou em seus braços com um poderoso impulso, capturando-a antes que ela pudesse cair e varrendo-a contra o peito enorme.
Ele segurou-a como se ela não pesasse nada.
Colocando os braços em volta do pescoço dele, ela se inclinou para trás e sorriu tão amplamente, que provavelmente parecia uma lunática. Ela não se importava.
- Isso foi incrível!
Trez sorriu quando subiu os degraus até a porta para o vestíbulo. - Isso foi algo, com certeza.
Esticando em torno do tríceps de Trez, ela chamou o mordomo, - Fritz, nós podemos fazer isso de novo amanhã à noite?
O mordomo seguiu em seu rastro. - Mas é claro, senhora! Qualquer coisa para ser útil. Devo comentar, no entanto, que o carro deve exigir alguma atenção antes
de quaisquer novas excursões.
Provavelmente certo, e talvez fosse por isso que o doggen tinha estacionado paralelo à porta da frente, ao invés de com os outros veículos do outro lado da fonte.
Poderia a coisa até mesmo dar ré ainda?
Houve uma pausa rápida quando entraram no vestíbulo, e em seguida, eles foram acolhidos no caloroso interior da mansão, por um dos funcionários exuberante de
Fritz.
- Se vocês me desculparem, - o mordomo disse, - tenho de cuidar da preparações das últimas refeições, como referi.
- Obrigado por nos trazer de volta inteiros. - Trez murmurou.
- O prazer é meu de fato.
À medida que o doggen saia para a sala de jantar, Trez começou ir para as escadas, seus passos largos atravessando o mosaico no chão e Selena começou a sorrir
por um motivo diferente do que pura adrenalina.
Mas, ele não a levou até seu quarto. Seu macho caminhou ao redor da base da grande escadaria do lado esquerdo, levando-os para a porta ornamentada do banheiro.
- Abra a porta para mim, - ele rosnou.
Ela olhou para cima e saboreou a visão do rosto dele. Com pura necessidade sexual cerrou sua mandíbula e estreitou os olhos, transformando-o em uma versão animalesca
de si mesmo.
A resposta dele para o passeio de carro, ela pensou.
Estendendo a mão, ela agarrou a maçaneta de bronze e liberando o bloqueio, abriu caminho para dentro.
Uma sala tão linda, com seu banheiro particular, seu ar com cheiro doce, e especialmente o mármore venoso vermelho, pêssego e rosa que cobria as paredes e os
pisos. Cetim vermelho e pêssego caíam de ambos os lados do espelho sobre a pia, como se a coisa fosse uma janela para olhar para fora, e o rodapé aveludado em torno
da bacia era vermelho sangue com franjas ouro margeando. Castiçais a gás antiquados queimavam incessantemente toda a sala, a luz amarela suave como a de velas.
- Você vai querer usar essa fechadura, - disse ele, curvando-se para que ela pudesse chegar à coisa. Deslizando para casa. Dando-lhes um pouco de privacidade.
Havia um longo banco contornando a parede oposta, e ele trouxe-a para si, segurando-a com uma mão enquanto empurrava todos os tipos de almofadas de seda e tapeçaria
no chão. Esticando-a, ele ronronou no fundo da garganta enquanto acariciava os ombros, cintura e pernas dela.
- Eu pensei sobre isso a noite toda, - disse ele.
Arqueando-se, sentiu a carícia do vestido se movendo para cima sobre as coxas dela enquanto varria suas palmas mais e mais alto.
- Oh, Deus! - Ele respirou enquanto olhava para o sexo dela.
- Você já esqueceu? - Ela sorriu quando baixou as pálpebras. - Que elas me deram tudo, exceto calcinhas?
- Mmm, não, eu me lembro.
Ele moveu em torno dela, puxando-a para frente para que pudesse abrir as pernas dela ao redor de seus quadris. Inclinando-se sobre ela, colocou a boca no lado
do pescoço e, em seguida, sacou sua língua para cima até que mordiscou o lóbulo da orelha dela.
- Você sabe o que é o mais difícil?
Ele pontuou a questão com um golpe de sua pélvis, a excitação em seu sexo nu empurrando através do tecido fino da calça. Conforme ela suspirou, seus dedos vagaram
sobre o corpete do vestido.
- Hmm? - Ele murmurou, beliscando-a de novo, como se para castigá-la. - Você sabe?
- Eu tenho uma boa ideia, - ela gemeu.
- Não é isso. - Ele empurrou em seu núcleo mais uma vez, acariciando-a com sua ereção. - Acredite ou não...
- O-o que...?
Ele colocou a boca ao lado da orelha dela. - Não é rasgar seu vestido com meus dentes. Quero levá-la para a Última Refeição depois disso, e por mais que eu respeite
os Irmãos... - Trez beijou o seu caminho até o ombro dela. - Eu teria de matar todos eles, se te vissem nua. E isso é muito para limpar.
- Então o que você vai fazer?
- Sente-se para mim.
Ela estava tonta quando fez o que ele pediu, mas era de paixão, calor... Necessidade. - Agora... O quê?
- Nós cuidadosamente nos livraremos deste. - Agarrando a bainha, ele puxou o tufo preto por cima da cintura dela... Sobre os seios. - Poooooooooorra.
Quando ele jogou a seda no chão, apenas olhou para o que tinha revelado. - Oh, isso é o que eu quero.
Com as palmas das mãos acariciando para cima e para baixo as coxas dela, ele baixou a cabeça para um dos mamilos, sugando-o, cuidando dela, sua cabeça escura
contrastando com a pele pálida dela. Deixando cair a cabeça para trás, ela deu-lhe o acesso que ele queria, espalhando os joelhos ainda mais.
O som que ele fez foi todo másculo, e o agarre dele no quadril dela era áspero enquanto a puxava para frente.
- Me dê, - ele exigiu. Houve um zip! rápido enquanto ele liberava a si mesmo e, em seguida, o rosnado estava de volta. - A noite toda. Pensei sobre isso a noite
toda.
Ele empurrou dentro dela com um impulso do quadril, e ela agarrou os pulsos dele, arqueando-se novamente. Com movimentos duros, se deixou ir e ela aceitou tudo
o que ele lhe deu, um poderoso impulso reunindo liberação imediatamente. Tão quente, tão selvagem... O ponto culminante do atencioso jantar, a louca volta para casa,
a antecipação constante que ela tinha quando estava perto dele.
Arrastando-o de volta para a sua boca, ela agarrou-se ao poder dele, em busca de seus lábios e sugando a sua língua dentro dela até que o ritmo das penetrações
tornou isso impossível. Mais rápido, mais forte e, em seguida, o orgasmo a atingiu.
E foi exatamente como cambalear através desses painéis de vidro, ganhando velocidade para, em seguida, uma quebra espetacular.
Só que era o seu corpo desmoronando.
Em uma forma maravilhosa.
No momento em que ela estava começando a flutuar para baixo, ela encontrou o pulso dele em seus lábios. - Tome de mim, - ele resmungou. - Eu quero sentir seus
dentes em minha carne.
Instantaneamente o calor aumentou novamente e ela empurrou o braço para fora do caminho. Conforme suas presas desceram em uma urgência, ela chiou e bateu na
lateral da garganta dele, bem na veia grossa que corria até seu coração.
Trez gritou o nome dela e apertou-a contra ele, inclinando a cabeça e incentivando-a a tomar mais, ter tudo o que precisava, com o quadril apertado contra ela,
sua ereção jorrou quando ele gozou profundamente dentro do corpo dela.
Sua liberação chamou outra dela, levando-a até a borda novamente.
E o tempo todo, ela nunca se sentiu mais segura ou mais amada.
Capítulo TRINTA E NOVE
Quando a porta da cela foi fechada fortemente atrás dele e maichen, iAm arrancou a touca e atirou-a.
- Deixe-a ir.
s'Ex moveu as poderosas pernas para fora da plataforma da cama e ficou em pé. - Sabe qual é o meu maior defeito? Eu não recebo ordens muito bem.
- Ela não é parte disso. É entre você e eu.
- Sim, veja, você ainda está errado. Você e eu somos, na verdade, apenas coadjuvantes no drama real, mas isso não vem ao caso.
O executor andou para frente, e iAm colocou as suas mãos para fora, protegendo maichen.
- Pare.
- Ou o quê?
- Vou te matar.
s'Ex parou bem na frente dele e olhou para baixo de seu nariz. - Realmente.
- Sim. - iAm enrolou os punhos e sentiu suas presas saírem. - Se é uma questão de você ou ela sair daqui com vida, garanto que ela será a única ainda em seus
pés, quando a porta se abrir. E não me importo se eu morrer no processo.
s'Ex franziu o cenho e olhou para a criada. Dirigindo-se a ela, ele disse: - Irmão errado. Você sabe disso, certo?
iAm se inclinou para o lado e bloqueou o contato visual. - Então, nós estamos fazendo isso?
- Você seria um idiota em lutar comigo. Considerando que vim para te tirar daqui.
iAm recusou-se a se distrair. - Você está dando o primeiro soco ou eu?
- Você ouviu o que eu disse? Eu vim aqui para levá-lo para a porra da biblioteca, mas estou supondo que é o lugar de onde vocês dois estão voltando. Ou será
que estamos balançando por lá para o caminho da saída?
No silêncio que se seguiu, iAm considerou as palavras do carrasco para frente e para trás, marcando as sílabas para significado. Em seguida, franziu o cenho.
- Eu não entendi.
- Se você não se importa, precisamos fazer isso agora, porque tenho de estar de volta à corte em cerca de vinte minutos.
Que diabos foi isso?, iAm se perguntou.
s'Ex revirou os olhos. - Eu disse que ia levá-lo dentro e fora, não é?
- Você me colocou aqui! Você tinha me batido na cabeça...
- Não, idiota. Um dos meus guardas fez isso. Venho trabalhando nos bastidores e tentando te soltar. Você não deveria estar nessa maldita cela. Aquele não era
o nosso acordo.
Piscada.
- Nós fomos para a biblioteca, - maichen interrompeu. - Não tivemos sucesso. E estou indo também. Eu quero ter certeza que ele saia vivo disso.
s'Ex e iAm ambos olharam para ela e gritaram: - Não.
- Está vendo? - Disse o carrasco, que passava à sua volta para a porta. - Nós podemos concordar com alguma coisa. Agora, podemos fazer isso.
E o desgraçado não estava falando sobre a luta.
Puta.Merda. Parecia que sua confiança não tinha sido tão descabida como ele tinha pensado.
iAm olhou para maichen. Com uma voz suave, ele sussurrou: - Não nos siga.
- Você não pode dizer a ela o que fazer, - disse s'Ex enquanto desbloqueava a saída. - Agora vamos continuar, a menos que queira apodrecer nessa cela?
iAm balançou a cabeça para a criada. - Não.
- Eu estou esperando, - disse s'Ex.
- maichen...
- Vou segui-lo se eu quiser, - foi tudo o que ela disse enquanto passava por ele e se juntava à s'Ex no corredor.
O cabelo de iAm estava em chamas enquanto os seguia, ainda vestindo o uniforme de criada que tinha furtivamente emprestado. - Não terei isso em minha consciência,
se você se matar por um motivo idiota.
Enquanto desciam pelo corredor, ela não prestou atenção à sua reclamação. Duh. Ela não parecia ter um cérebro em sua cabeça.
Ou talvez fosse ele... Porque se encontrou não querendo deixá-la.
O que era louco.
s'Ex guiou pelos corredores, tomando um caminho diferente do de maichen. Por todo o caminho, iAm estava preparado para uma emboscada, um confronto, uma traição
que ia foder com ele.
Mas quinze ou vinte minutos mais tarde, ele estava fora do palácio, passando aposentos vagos dos criados... E em pé na frente do muro que separava o Território
do mundo humano.
iAm olhou para o carrasco. - Você só está me deixando ir? - Ele sussurrou para a escuridão.
- Como eu disse, esse foi o nosso acordo, não foi? - Quando iAm não respondeu, s'Ex balançou a cabeça. - Com isto chega ao final nós três. Pelo menos até depois
do luto, quando eu tenho de buscar seu irmão.
- Será que eles não notaram que eu parti?
- Por que alguém se importaria? Eu despacho marginais regularmente, e já apaguei a memória de sua marca em qualquer um que tenha tido conhecimento da mesma.
- s'Ex olhou para maichen. - Apesar de tudo isso teria sido muito mais fácil se você não tivesse insistido em transformar essa cela em uma loja de móveis.
iAm estendeu a palma da mão. - Eu não esperava que você fosse honesto.
- Foda-se você também. - s'Ex sacudiu a mão que foi estendida a ele. - Agora vá.
Só assim, a saída foi aberta para ele. Ele nem sequer teve de se desmaterializar sobre a barreira.
iAm fez uma pausa e olhou de volta para a criada.
No silêncio que se seguiu, s'Ex soltou uma maldição. - Eu não aprovo nada disso entre vocês dois. Mas, você sabe como fechar as coisas depois que ele sair.
E com essa observação, o carrasco se afastou, suas vestes negras ondulando atrás dele.
Era tão estranho, iAm pensou quando foi deixado sozinho com a mulher. Ele estava a dois metros da fuga que precisava, mas não conseguia se mover.
- Posso ver seu rosto, - ouviu-se dizer, - antes de eu ir? - Quando ela não respondeu, ele estendeu a mão e passou-a por baixo do tecido que cobria a cabeça
dela e arrastou para baixo dos ombros dela. - Eu tenho de ver como se parece ou você vai assombrar os meus dias.
Ele tinha a sensação de que ela ia fazer isso de qualquer maneira.
- Eu... - a voz dela tremeu, - ... Eu não sei.
iAm balançou a cabeça se sentido como um idiota. - Eu sinto muito, isso não é da minha conta. - Ele cedeu a um impulso e curvou-se ao nível da cintura dela,
como se ela fosse muito mais do que uma serva. - Obrigado novamente.
Girando, ele caminhou através da porta aberta.
- Amanhã à noite, - ela desabafou. - Você pode me encontrar?
Ele congelou, um pé dentro e um pé fora do Território. - Onde?
- Eu não sei. Em algum lugar. De algum... Jeito.
iAm franziu o cenho, e pensou onde tinha encontrado Trez na montanha entre o s'Hisbe e a Colônia Symphath. Essa cabana ainda tinha de estar lá; a maldita coisa
tinha cem anos de idade, quando Trez estava abrigado nela.
E, merda, sabia que Rehv não usava mais.
- Você conhece a Montanha Black Snake?
- Sim, - ela sussurrou.
- No meio do caminho até o lado leste, no início da trilha Lightning Strike, há uma cabana. Vou chegar lá primeiro e acender o fogo de dentro. Você pode desmaterializar
a partir daqui e encontrar a luz. Encontre-me lá à meia-noite.
Ele podia imaginá-la mordendo o lábio inferior enquanto hesitava.
- Eu nunca vou te machucar, - prometeu.
- Eu sei.
- Eu tenho de ir. - Ele olhou para ela com tanta força, tentando ver sob aquelas vestes. - Pense nisso. Eu estarei lá e vou esperar uma hora. Se você não for,
entendo perfeitamente.
Ela não era "importante" aos olhos do s'Hisbe, mas ainda assim, as fêmeas tinham razão de ser cautelosas, não importava seu posto quando se tratava de deixar
o território.
Especialmente se eles não tinham poder relativo.
- Adeus, - disse ele antes de se virar e cair em uma corrida.
Momentos mais tarde, quando se desmaterializou, ele sabia que nunca iria vê-la novamente. E, no entanto, mesmo que isso fosse tudo exceto determinado, ele estaria
naquele lugar na montanha amanhã à noite.
Na hora.
Talvez até mesmo virgens como ele tinham raias românticas.
Quando Trez e Selena finalmente conseguiram sair do banheiro no térreo, era muitíssimo mais tarde do que meia-noite. Na verdade, quando ele checou seu telefone,
ficou surpreso ao descobrir que eram três da manhã, e eles haviam explodido umas boas três horas lá.
Ele não conseguia pensar em uma maneira melhor de passar o maldito tempo.
As pessoas tinham, obviamente, começado a voltar para casa para o dia, vozes derivavam fora da sala de bilhar.
- ... Toneladas de balas! - Hollywood estava dizendo. - Como se estivesse chovendo chumbo!
- Minha pobre clínica móvel. - O tom de Manny era menos do que entusiasmado. - Viagem inaugural e olha o que aconteceu com a maldita coisa.
Bem, pelo menos os dois tinham chegado em casa com segurança. Jesus, ele ainda não tinha pensado sobre eles, o quão egocêntrico era isso?
- E este imbecil me falou que não havia polícia, - V cortou. - Para a evacuação. Inacreditável, andei em uma convenção desses emblemas.
Trez pôs o braço em volta de Selena. - Você quer participar da festa?
- Precisamos contar a nossa parte!
Beijando-a na testa, ele conduziu-a através do foyer e da arcada para o reino de mesas de bilhar, sofás e um wide-screen grande o suficiente para acolher um
cinema drive-in.
- Veja isso, estamos na CNN, - alguém disse quando a TV ligou.
Com certeza, na tela enorme, imagens da câmera de segurança do Mercedes correndo estilo "Duro de Matar" através do lobby estava em um loop infinito. Então veio
a declaração de um policial que estava envolvido na perseguição. E uma testemunha de algum lugar ou outro.
Trez acenou um olá para Rhage e Manny. Levantou a palma da mão para V e Butch. Esgueirou-se com sua mulher ao lado de Z e Bella.
- Muita cobertura, - alguém disse com tristeza.
- Merda, - alguém respondeu.
Mesmo o entusiasmo de Selena diminuiu rapidamente, como se estivesse vendo por si mesma que parecia tudo muito real.
Quando a porta interna do vestíbulo foi aberta Trez estava vagamente consciente de uma corrente de ar frio atirando para a sala. E, em seguida, um momento depois,
uma mão pousou em seu ombro.
Quando ele se virou, iAm estava atrás dele.
- Oh, hey, cara. - Ele foi abraçar seu irmão, só para recuar. - Que porra de cheiro é esse?
- Nova lavagem de mãos no trabalho.
Trez seguiu através do abraço. - Livrar-se disso. Faz você cheirar como uma velhinha. O que é? Lavanda?
- O que aconteceu com o Merc? A coisa está batida à merda.
Trez apontou para a tela. - Isso aconteceu.
iAm focou em Selena ao invés, traçando seu perfil e vestido com uma surpresa que ele cobriu rapidamente.
- Tivemos um encontro, - Trez desabafou.
Selena olhou por cima, e quando viu quem era, ela estendeu os braços. - Olá, - ela disse quando abraçou o irmão dele. - Eu acho que quebramos o centro de Caldwell.
Engraçado, iAm era o único homem que ele não tinha vontade de matar se tivesse contato com sua fêmea. Imaginou que o macho vinculado reconhecia que iAm nunca,
jamais passaria dos limites em pensamento, muito menos ação.
iAm sorriu um pouco. - Pelo menos sei por que o Benz precisa de cinquenta mil dólares em funilaria. Você quer uma bebida enquanto me sirvo?
Trez sacudiu a cabeça. - Não, estou bem.
Exceto quando seu irmão foi até o bar, Trez desculpou-se e seguiu o rapaz. - Hey, escute, só quero pedir desculpas por ter ficado incomunicável... Whoa!
Conforme a garrafa que iAm tinha pego deslizou para fora do alcance do macho, Trez pegou a coisa antes de bater no chão e foi quando viu o quão mal as mãos de
seu irmão estavam tremendo.
- Jesus, iAm você está bem?
- Oh sim. Absolutamente.
- Aqui, - ele disse, dando a vodka de volta. - Você tem certeza de que precisa fazer a sua própria bebida?
- Positivo.
- Espera aí, deixa eu te dar um copo. - Ele veio ao redor do bar e agachou para a prateleira quanto iAm estalou a tampa da garrafa quadrada. - Suco de cranberry,
certo?
- Não.
- Puro? Você não costuma beber vodka assim.
- Eficiência, meu irmão. É tudo sobre eficiência hoje à noite.
Trez segurava o copo para fora e observou conforme iAm derramava uma medida saudável da relax-o-matic transparente lá. Ele ficava esperando o nível parar de
subir, e quando isso não aconteceu, ele se encontrou ignorando o choque que sentiu.
iAm era o moderado dos dois.
Ele bebeu tudo isso e seu nível de álcool no sangue ia estar em território coma. Então, novamente, essas tinham sido umas muito fodidamente longas 24 horas.
- Como estão as coisas no restaurante? - Trez perguntou enquanto transferia a propriedade do copo
- Ah bom. Sim. Bem.
- Os clubes?
- Também.
iAm bebeu a merda como se fosse água, derrubando toda a carga em uma longa, sessão aberta no pescoço.
Trez amaldiçoou. - Estou tão arrependido.
- Por quê? - iAm murmurou.
- Você sabe por quê.
O grunhido que veio em resposta poderia significar uma série de coisas. - Escute, eu tenho de ir me deitar. Terminei.
- Sim, eu acho que nós vamos fazer o mesmo.
- Como ela está?
Trez olhou por cima do ombro e tentou olhar de volta para o seu irmão, mas seus olhos se recusaram a se mover. Traçando a graciosa curva das costas de Selena,
ele a viu nua no banheiro, suas pernas abertas, seus pesados seios nus à sua boca, suas mãos. Então ele imaginou-a rindo descontroladamente na parte de trás do Benz.
Lembrou-se dela olhando para a noite, enquanto eles jantavam.
- Ela é incrível, - disse ele com a voz rouca. - Absolutamente surpreendente.
- Isso é bom, irmão. Isso é bom. - iAm agarrou a garrafa de vodka e enfiou-a debaixo do braço. - Escute, eu tenho de ir deitar, mas estarei bem ao lado se você
precisar de alguma coisa, ok?
- Obrigado.
Conforme iAm se virou e não olhou para trás, era difícil não sentir cada grama da carga que Trez era para esse macho.
Um dia, ele prometeu, ele iria encontrar uma maneira de compensar tudo isso.
Capítulo QUARENTA
Não havia como escapar.
Enquanto permanecia em pé, em meio ao grupo na sala de jogos, Layla tinha inteira consciência de que, se tentasse escapulir para pegar seu carro para um pequeno
passeio, seria bombardeada com perguntas às quais não poderia responder com facilidade. Afinal, a condição de Luchas lá na clínica continuava estável, mas, ainda
era séria. Qhuinn continuava com ele, com Blay ao seu lado, e ela só tinha subido para pegar algo para comer.
Sair da propriedade seria errado.
Especialmente para se encontrar com alguém como Xcor.
E talvez fosse melhor assim. Ela estivera a ponto de ultrapassar limites na noite anterior, limites que a levariam a um território que, após muita reflexão,
sabia que não poderia lidar. Querida Virgem Escriba, ela não sabia onde estava com a cabeça, e esta separação forçada era uma coisa boa, mesmo que não quisesse o
sofrimento de Luchas.
Na enorme tela da TV acima da lareira, imagens de um tiroteio e carros guinchando piscaram como saídas de um filme.
Inacreditável o que tinha acontecido no centro da cidade. Graças a Deus ninguém tinha se ferido.
- Então onde está o seu RV estiloso agora? - alguém perguntou à Manny.
- Ainda está perto do rio. Tivemos de deixá-lo no depósito do V, - o médico esfregou os olhos, como se sentisse uma dor de cabeça infernal. - Buracos de balas
para todos os lados... E eu atropelei algo grande com ele.
- Um Lesser? - Um dos Irmãos perguntou.
- Não. Quando saí para verificar, havia sangue vermelho nos faróis dianteiros e por toda a lataria. Então ou era humano ou um de vocês... E já que estão todos
aqui, e sem ferimentos, deve ter sido humano.
- Ou um Bastardo.
- Talvez. Sim. Fosse quem fosse, tenho certeza absoluta que saiu ferido.
Layla franziu o cenho - Alguém foi atingido?
- Nenhum de nós, não se preocupe, - alguém respondeu.
Uma premonição estranha a afligiu.
Sem dizer mais nada, saiu da sala. Após certificar-se de que ninguém havia notado sua saída, ela tirou o celular do bolso do casaco de lã que havia emprestado
da Dra. Jane e enviou uma breve mensagem de texto. Assim que enviou, deletou as palavras e certificou-se de que o celular estava em modo de vibração, antes de sumir
de novo com o dispositivo.
Perambulando perto da porta da frente, manteve a mão no bolso, sobre o corpo fino do celular e esperou uma resposta. Quando se passou dez minutos e nada veio,
voltou a verificar se não havia desligado o dispositivo sem querer...
- Ei, olá.
Virando-se, viu Qhuinn e Blay emergirem das portas ocultas do túnel sob as escadas.
Enrubescendo, ela disse, - Eu já ia descer.
- Ele está descansando confortavelmente. Dra. Jane diz que seus sinais vitais melhoraram. Está fora de perigo imediato.
Blay interrompeu, - Então vamos para a cama. Antes que a gente caia.
Qhuinn bocejou tão amplamente que sua mandíbula estalou, - Dra. Jane está quase desabando lá embaixo também. Acho que já está acordada há quarenta e oito horas.
Ela vai nos chamar imediatamente se algo mudar.
- Me avisem se precisarem de alguma coisa? - Disse ela.
- Acho que por ora estamos bem. Obrigado por tudo. De verdade.
Trocaram abraços junto com desejos de "bom-descanso", e ela deve ter feito um belo trabalho ao tentar agir normalmente, porque momentos depois, eles foram juntos
para o segundo andar.
Sem perceberem sua preocupação.
Layla olhou para a sala de jogos. Tirou o celular e verificou a hora.
Três da manhã.
Ainda sem resposta à sua mensagem.
Antes mesmo de saber claramente o que estava fazendo, ela esgueirou-se pela sala de jantar e cozinha. Os doggens trabalhavam duro preparando a Última Refeição,
e Fritz mal ergueu os olhos com um aceno respeitoso, quando ela passou por ele.
Ninguém notou quando ela saiu para a garagem. Ou quando foi até a porta trancada do lado oposto. Após digitar a senha no teclado, houve um breve som de bip quando
a tranca foi liberada.
Momentos depois, estava atrás do volante de seu carro e acelerava.
Ao prosseguir montanha abaixo, o mhis a retardou, e o atraso fez seu coração bater ainda mais forte. Mas, chegou à base da montanha, e quando tomou para a rodovia
rural, pôde acelerar de verdade.
Não havia muito tempo.
Deus, deve ser assim com os viciados, pensou apaticamente ao agarrar o volante com força suficiente para sentir os nós dos dedos arderem.
A ânsia pela droga, ou bebida... Ou no caso dela, por Xcor... Era irresistível. E não havia prazer algum em ceder, só uma culpa latejante e uma ressoante auto
aversão por haver novamente negado seus melhores impulsos e sucumbido ao que poderia matá-la.
Ou pelo menos, arruinar sua vida.
Mas, que a Virgem Escriba tivesse pena de sua alma, era incapaz de não ver se Xcor estava bem.
Na casa de audiências do Rei, Paradise sorriu para o macho mais velho à frente de sua mesa. - Oh, de nada. Fico feliz de ter conseguido agendar seu atendimento
para esta noite.
- Você foi de muita ajuda. - Ele lhe fez uma reverência, com o chapéu na mão - Fique bem até o amanhecer.
- O senhor também.
Quando ele saiu do salão, ela voltou a se sentar na cadeira e fechou os olhos. Última reunião da noite. Wrath tinha atendido entre duas e quatro pessoas por
hora, nas últimas oito horas, o que lhes deixava com, no mínimo, dezesseis, no máximo, trinta pessoas. E para cada um deles, ela tinha tido de seguir o protocolo
que seu pai havia estabelecido: a inscrição, o registro se já tinham visto o Rei antes, oferecimento de comida ou bebida antes de serem convocados, ela havia lhes
dado um bom dia e digitado os dados das anotações que seu pai havia lhe dado sobre a discussão e qualquer decisão que tivesse sido feita ou permissões que haviam
sido concedidas.
Ela não estava só exausta. Estava acabada. Tanto a aprender, tantos nomes e assuntos, árvores genealógicas e linhagens, e não havia espaço para erros.
Além disto, ela tinha de recepcionar todos e distraí-los com uma conversação enquanto esperavam, especialmente se viessem sozinhos.
Não que aquilo fosse requisição de seu pai para o trabalho. Mas, sentia que era importante.
Talvez por causa de sua roupa de aeromoça.
Mais provavelmente pelo seu treinamento na glymera.
- Um monte de cadeiras vazias aqui.
Ela arregalou os olhos e pulou. - Peyton! Jesus, não sabe bater?
- Eu bati. E um dos Irmãos me deixou entrar... O que quase me fez mijar nas calças. - Ele olhou de volta para o espaço aberto do salão. - E você não tem uma
porta na frente da sua mesa ou eu teria batido também. Desculpe se te assustei.
Afastando o mouse para o lado, ela ativou a proteção de tela de bolhas multicoloridas transparentes. - O que você quer?
- Você não respondeu a nenhuma de minhas mensagens. Ou telefonemas.
- Estou puta da vida com você.
- Parry, vamos. Deixa disso.
- Eu tenho uma pergunta para você. - Ela desviou o olhar da planilha Excel, na qual vinha trabalhando, para os olhos azuis dele. - Como se sentiria se lhe fosse
negado o poder de escolha só por ter cabelos louros?
Ele ergueu as mãos. - Não importa, não estamos falando de cor de cabelo...
- Estou falando sério. Pare de discutir e me responda.
- Eu iria ao mercado comprar tintura para tingi-lo de preto.
Meneando a cabeça, Paradise pegou uma agenda de afazeres e marcou algumas coisas que já havia feito.
- Não entendo porque isto é tão importante, - Peyton murmurou. - De qualquer forma, por que quer estar na guerra? Aristocratas serão mortos lá, sabe? Por que
não ficar a salvo...
- Atrás de uma mesa, certo? Ou, mais provavelmente, em um belo vestido dentro de uma grande casa. Certo?
- Não é errado proteger o sexo frágil.
- Não é hora de voltar para sua casa?
Ela podia senti-lo olhando para ela do alto de sua estatura. - Não se lembra dos ataques, Parry? Não se lembra como foi? Pessoas foram massacradas em suas próprias
casas. Eles tiveram pedaços de seus corpos arrancados enquanto ainda estavam vivos. Encontraram os pais de Lash sentados à mesa de jantar, os corpo mortos arranjados
naquelas cadeiras como se fossem jantar. Por que quer fazer parte disto?
Paradise sustentou o olhar dele de novo. - Não quero!
- Então por que estamos brigando?!
- Por que eu quero escolher. Eu quero ser capaz de assumir o risco que eu quiser... E não me ataque com a lembrança daquelas mortes como se não me lembrasse
de cada detalhe do que aconteceu. Membros da minha família foram mortos também. Eu não posso querer me vingar? Ou disto também só é capaz quem tem um pau?
Ele apoiou as mãos na mesa e se inclinou para ela, - Machos não podem dar à luz.
Ela levantou-se de sua cadeira e encarou-o de frente - É claro que não. Eu gostaria de ver um de vocês tentar passar por esta experiência. Chorariam como uma
cadelinha em dez minutos.
O olhar de Peyton baixou para a boca dela por uma fração de segundo, e a distração a surpreendeu.
Em todos aqueles anos de amizade, aquilo era algo que jamais havia acontecido.
E nem havia sido sequer cogitado, na verdade.
- Está bem, - ele disse, de forma sombria. - Vá em frente.
- Como é?
- Junte-se ao programa. - Ele varreu a mão sobre a mesa - Saia de trás desta mesa, inscreva-se e tente passar no teste físico.
- Talvez eu o faça...
Naquele momento, seu pai entrou. - Oh, olá, Peyton. Como vai, filho?
Imediatamente Peyton endireitou-se. - Senhor, estou bem, senhor. Obrigado.
Quando os dois se cumprimentaram, ela teve certeza que seu pai desconhecia as entrelinhas do que se passava no salão, e muito certamente Peyton não. Seus ombros
ainda estavam erguidos, como se ainda estivesse discutindo com ela em sua mente.
- ... Gentileza vir e apoiar Paradise, - seu pai sorriu para ela. - Especialmente nesta primeira noite. Devo dizer, que superou minhas expectativas, minha querida.
Vai ser uma ótima maneira de manter-se ocupada antes de sua apresentação à glymera.
- Obrigada, Pai. - Ela disse, fazendo uma reverência.
- Bem, preciso ir. Peyton, talvez queira fazer-lhe companhia até o amanhecer?
Aqueles afiados olhos azuis se voltaram à ela. - Você não está mais em casa?
- Não precisa se alarmar, - seu pai interrompeu suavemente - Ela está totalmente acompanhada e adequadamente servida. Agora, se me dão licença, devo ir.
Verificar o "visitante", sem dúvida.
- Os Irmãos saíram em escolta ao Rei para fora da propriedade, - seu pai disse, ao dar a volta na mesa para abraçá-la. - Os doggens farão a limpeza por mais
uma hora, pelo menos. Me chame se precisar de alguma coisa.
- Chamo.
E então ele se foi.
- Eu não acredito que ele está deixando você aqui. - Peyton disse.
- Não é bem escolha dele.
- O que quer dizer?
- Nada. - Ela passou uma mão pelo cabelo, bagunçando-o. - Você não precisa ficar. De fato, prefiro que não fique.
Ela podia sentir o peso de seu olhar, e quando ele não respondeu, ela o encarou, - O que?
Aqueles olhos dele estavam semicerrados de um jeito que ela jamais vira. - Você nunca foi tão...
- Desagradável?
- Não, - ele murmurou. - Não isso.
- Bem, então o que? - Quando ele não respondeu, ela balançou a cabeça. - Vá para casa, Peyton. Só vá para casa, e prepare-se para ser o valentão da classe no
Centro de Treinamento. É o papel que você nasceu para interpretar.
Com aquilo, ela passou por ele e deixou o salão. Ela não se importava com o que ele iria fazer, se ia sair... Ou se ficaria em pé lá ao lado de sua mesa até
os doggens varrerem-no para fora, junto com a poeira do chão.
Ela estava farta.
Daquela noite. E dos machos, em geral.
Capítulo QUARENTA E UM
- Não. Aqui. Coloque-o junto à lareira...
Xcor soltou-se do apoio sobre seus braços. - Eu não sou um inválido.
Conforme ele mancava através da sala da cabana que tinha comprado para Layla, ele guardava para si o fato de que estava gelado até os ossos e tinha, na verdade,
apreciado o calor das chamas que ferviam em torno dos troncos na lareira.
- Sua perna está quebrada, - disse Zypher.
Enquanto ele se acomodou em cima do sofá, uma náusea afiada ameaçou esvaziar seu estômago, mas ele enterrou essa resposta, bem como, engoliu a bile. - Deve curar.
- Há mantimentos aqui.
Ele não sabe quem disse isso. Não se importava. - Onde está o licor?
- Aqui.
Quando uma garrafa de só Deus-sabe-o-que apareceu diante dele, ele pegou o que foi oferecido, abrindo a tampa, e trouxe a boca aberta para os lábios. Era vodka,
a mordida branca queimando o fundo de sua garganta e acendendo um segundo conjunto de chamas em suas entranhas.
Tinha sido uma viagem para casa muito, muito longa, com ele desmaterializando quilômetro a quilômetro, porque eles não tinham meios de transporte motorizados
à disposição. E agora, tudo o que ele queria era ficar sozinho, e temia, uma vez que todos estavam aqui e se preocupando com ele, que ia tomar mais energia do que
ele tinha para fazer seus soldados irem em paz.
- Você estava quase morto, - disse Balthazar de perto da porta.
Ele bebeu mais do espírito. - Você também...
- Alguém está aqui, - disse Syphon pela abertura da janela. - Um carro.
Imediatamente, todas as armas foram tiradas dos coldres e apontadas sobre o vidro, com exceção de sua. Sob o casaco fino, seu braço estava pendurado mole, a
articulação provavelmente deslocada.
E ele não estava colocando para baixo a vodka.
- Quem é? - Ele perguntou, pensando que era possivelmente o doggen tinha procurado para contratar.
- É uma fêmea, - alguém respirou. - E não da classe serva.
Instantaneamente, Xcor desloucou-se ao redor e mostrou suas presas. Mas, ele não precisa de confirmação visual. Havia apenas uma mulher que sabia sobre este
lugar, e que viria em um carro.
- Deixem-nos, - ele ordenou. - Agora.
Quando seu Bando apenas ficou em um semicírculo, paralisado pelo que estava fora da fodida janela, ele lançou rosnado de um leão. - Deixem-nos!
Zypher pigarreou. - Ela é deslumbrante, na verdade, Xcor...
- E ela será a última visão de vocês se não saírem daqui!
Um por um, os soldados, de má vontade, desmaterializaram... De tal forma que, quando sua mulher bateu à porta, ele estava sozinho.
Buscando mais fortificação da garrafa, bebeu duro; então saiu do sofá, se aproximou e abriu os painéis amplos.
No segundo em que Layla olhou para ele, ela exclamou: - Você está ferido!
O choque no rosto dela era tanto que ele olhou para si mesmo e suas roupas manchadas de sangue. - Sim, parece que estou. - Engraçado, agora que estava diante
dela, ele não sentia mais dor. - Você não quer entrar e se aquecer perto do fogo.
Como se não houvesse nada de errado. Como se ela não o tivesse ignorado quando deveria tê-lo encontrado à meia-noite, para que pudesse dar a ele sua decisão.
Ele sabia a resposta, no entanto. Sua ausência anterior foi toda a resposta necessária, ela tinha claramente chegado à razão.
Layla entrou, seus olhos indo para cima e para baixo de seu corpo. - Xcor, o que aconteceu?
- Nada. - Ele fechou-os dentro. - Eu pensei que você indicou que não poderia fugir.
- Eu vi o que aconteceu no centro. E eu tinha de...
- Tinha o quê? Vir aqui para ver se eu tinha morrido e, portanto, libertar você de sua obrigação? - Quando ela não respondeu, ele riu e voltou para o sofá. -
Perdoe-me, mas preciso sentar.
Ele estava ciente do olhar dela rastreando-o. E, sem dúvida, os ouvidos aguçados dela pegaram o gemido que ele fez o seu melhor para se esconder.
- Você deve ir a um médico.
Xcor riu e tomou outro gole da garrafa. - Você acha que isso merece atenção? A Irmandade da Adaga Negra deve ter um padrão diferente para lesões do que nós.
Eu tive muito, muito pior acontecendo em cima de mim no decorrer dos séculos. Isto não tem qualquer consequência, nada que não deverá ser curado após a queda da
noite.
- Quando foi a última vez que você se alimentou?
De repente, seu corpo ficou imóvel. - Você está oferecendo?
Quando ela ficou ocupada olhando em toda parte na cabana exceto para ele, ele riu de novo. - Vou levar isso como um não. Além disso, você já ajudou e incentivou
o inimigo uma vez, e todos nós sabemos o quão bem isso acabou.
- Por que você está sendo desagradável comigo?
Ele bebeu novamente, engolindo em seco. - Porque eu sou assim. E sou um canalha, lembra? Um bastardo que a forçou a vir à minha presença, noite após noite, enquanto
você fica pesada com uma criança de outro macho.
- Você está com dor.
- Na verdade, agora que você está aqui, eu já não estou.
Isso a acalmou por um momento.
E então ele ficou chocado quando ela andou para frente, se aproximando do sofá... Porque, conforme se aproximava, ela empurrou para cima a manga de seu braço
direito.
- O que você está fazendo? - Perguntou ele.
- Eu vou dar-lhe a minha veia. - Ela parou diante dele. Perto o suficiente para agarrar. Perto o suficiente para que, se ele quisesse, poderia puxá-la para seu
colo.
Encontrando seus seios com as mãos, a boca. - Você está pior do que pensa.
- Oh, sim, - disse ele asperamente. - Você está certa. Mas, não se trata de meus ferimentos.
Ela colocou seu pulso para ele. - Você foi atingido por um veículo da Irmandade, não foi?
- Então você acha que me deve isso? Mudança interessante na afiliação.
- Você não nega, então.
- Eu não consigo entender onde você está indo com isso, fêmea. Você não estava confortável em ser uma traidora antes. O que mudou?
- Você não os atacou hoje à noite, não é? Você teve a chance quando a luta aconteceu, de ir atrás dos membros da Irmandade, mas vez de ordenar os seus soldados
que atacassem Manny e Rhage, ou os outros Irmãos que estavam lá, você deixou o teatro sem ferir qualquer um deles.
Sim, ele pensou. Ele tinha imaginado que a RV seria dos Irmãos.
Ele tinha pegado aquele cheiro se desmaterializando fora daquilo e nenhum outro grupo de vampiros poderia permitir tal luxo.
Xcor rachou um riso duro. - Você não ouviu sobre autopreservação? Se fui ferido tão mal como você acha, eu saí para me salvar.
- Besteira. Eu conheço sua reputação. Você teve uma oportunidade essa noite e não a pegou. De fato, você teve a chance de atacar o nosso complexo por quase um
ano e não fez nada.
- Devo lembrá-la da natureza do nosso arranjo aqui? - Ele perguntou em um tom aborrecido. - Você aparece, sacia meus olhos, e eu não mato todos eles.
- Uma promessa dada à uma fêmea que nunca iria pará-lo. Você é filho de Bloodletter.
Oh, mas uma promessa para você, ele pensou consigo mesmo.
A voz dela tornou-se forte. - Você não está indo atrás deles, está? Não esta noite. Não amanhã à noite. Não daqui a um ano. E não porque estou vindo te ver,
caso contrário, você teria matado um ou mais deles nas ruas esta noite. Isso seria fora do âmbito do nosso acordo, não seria?
Quando ele olhou para ela, os olhos dela eram tão astutos que se sentia diminuído em estatura, e não porque estava sentado e ela estava em pé sobre ele.
- Por alguma razão, eles não são mais um alvo para você, certo? - disse ela. - Certo?
Conforme Layla ficava acima de Xcor, ela falava em voz alta tudo o que tinha percebido e formulado em sua cabeça durante o trajeto entre o Complexo da Irmandade
e a cabana.
Era como se ela estivesse andando em uma ladeira íngreme e de repente tivesse chegado à uma clareira no mato que lhe mostrava uma vista da qual ela tinha sido
uma parte, e ainda desconhecia.
- Responda! - Ela exigiu.
Ele arqueou uma sobrancelha. - Você disse que sou um homem sem honra, que a promessa de uma fêmea não iria restringir minhas ações. Por que você quer que eu
lhe dê qualquer resposta quando não sou confiável.
- O que mudou? Eu sei que não tem nada a ver comigo, mas algo mudou.
- Desde que é tão boa em preencher as minhas respostas, acredito que devo apenas sentar e permitir que você mantenha ambos os lados desta conversa.
Como ele continuou olhando para ela, com o rosto tão calmo e composto como uma máscara, ela sabia que ele não ia dar mais nada a ela. E, talvez ele estivesse
certo: Ela não podia confiar no que ele dizia.
Ela, no entanto, depositou fé em suas ações.
- Toma de mim, - disse ela, estendendo-lhe o pulso. - E cure.
- Você é uma fêmea perversa. E sobre sua criança?
- As fêmeas podem alimentar com segurança um macho, desde que não tome excessivamente.
Ela tinha alimentado Qhuinn e Blay até cerca de um mês atrás, quando tinham mudado para Selena, o que fora um excesso de abundância de cautela. E, de qualquer
maneira, ela mesma tinha tomado uma veia umas meras 12 horas atrás, então estava muito mais forte.
E ele não estava.
- Você não está se alimentado corretamente desde que tomou minha veia, aceite-a.
Os olhos dele afastaram para o fogo. - Claro que tenho.
- Você está mentindo.
- Por favor, faça uso desse seu carro e volte para a Irmandade.
- Não.
Os olhos dele se estreitaram com um clarão quando olhou para ela. - Você está tentando minha paciência.
- Porque estou certa sobre tudo isso...
Só assim, ele estava em seus pés, e mesmo mancando, ainda conseguiu pressionar-se contra ela, obrigando-a a recuar um passo ou cair fora de seus saltos. E outro.
E outro.
Até que ela estava contra a parede.
E mantida lá pelo corpo dele.
- Você pode querer repensar a sua conclusão, Escolhida.
Layla encontrou dificuldades para respirar, mas, não porque ele colocou qualquer pressão direta sobre o peito dela. - Eu sei outra coisa.
- E o que poderia ser.
Ela se lembrou de ouvir por acaso o que Blay e Qhuinn tinham dito sobre a noite anterior, sobre como Rhage, V, e os gêmeos tinham saído para onde o Bando dos
Bastardos tinham ficado.
- Eu sei que você teve mais uma oportunidade para matá-los. Sei que eles foram para a casa que você estava vivendo, e você não deixou nada para trás que poderia
prejudicá-los. Você poderia ter um ou outro soldado emboscando-os lá, ou criar algum tipo de ofensiva, e não o fez.
Com isso, ele se separou dela.
Foi doloroso vê-lo mancar ao redor, ver suas ensanguentadas roupas rasgadas, testemunhar a sua exaustão.
Severamente, ela disse: - Então, não estou exatamente alimentando mais o inimigo, estou?
Eventualmente, ele parou diante da lareira. Colocando uma mão sobre o quadril, olhou para as chamas e pareceu curiosamente derrotado.
- Basta ir, - disse ele.
- Por que você escolheria esconder o que, para mim, é uma boa notícia? - A ideia de que ele não poderia estar tentando matar a Irmandade ou Wrath já seria um
tremendo alívio. - Por quê?
- Se não tivéssemos o nosso acordo, você não teria a obrigação de vir me ver.
Layla sentiu um calor estranho sobre ela, e estava vagamente consciente de que eles estavam, uma vez mais, se aproximando de algum tipo de divisão. Todas as
noites, até agora, tinha sido uma dança definida pelo papel do manipulador e da vítima.
E tinha havido uma perversa segurança para ela na posição em que estava.
Isso significava que ela poderia se esconder por trás de fazer um dever para a Irmandade.
Isso significava que ela poderia fingir que era forçada a isso.
A verdade... Era muito mais complicada do que isso.
Uma imagem dela da noite anterior, em pé onde estava agora diante da lareira, a fez querer tirar o casaco; se tinha estado quente antes, agora ela estava em
chamas.
Xcor olhou por cima do ombro. Conforme a luz bruxuleante irradiava sobre suas características, sua deformidade facial parecia ainda mais proeminente. E ainda
que pudesse parecer feio para alguns... Não parecia para ela.
Ela tentou imaginá-lo sem suas roupas.
- Então, - ele provocou. - Será que você ainda viria aqui? E não se preocupe em ferir meus sentimentos. A própria mulher que me fez nascer não me queria. Estou
bem familiarizado com desrespeito feminino.
Depois de mais silêncio, ele cortou seu braço através do ar. - Eu acredito que é a sua resposta, então...
- Eu o faria, - disse ela com força. - Gostaria de vir para ver você.
Ela encontrou-se colocando as mãos na barriga inchada, e desejando que pudesse poupar dessa realidade seus filhos não nascidos.
Os olhos dele queimaram em estado de choque. Então se estreitaram. - Por quê?
A voz dele era estridente, uma demanda que a desafiou a falar alguma outra verdade.
- Não sei por quê! - Ela encolheu os ombros. - Mas, raciocínio não muda o fato, não é?
Houve outro longo silêncio.
Quando Xcor falou em seguida, era tão baixinho que ela não tinha certeza do que ele disse. Mas soou como, "Eu não estava procurando ser transformado".
Ela não se preocupou em pedir-lhe para repetir o que quer que fosse. Sem dúvida, se ele tinha a intenção que ela ouvisse as palavras, teria dito mais alto.
- Tome minha veia.
Ao emitir a ordem, ela sabia que não havia como voltar atrás. Tendo cruzado este limite sem fingimento e onde tudo era uma questão de escolha, ela estava muito
consciente de que o destino dela estava mudando. Mas, pelo menos, não foi por alguma decisão aleatória e irrelevante como ir para a esquerda ou direita.
Isto era consciente. Tão consciente que era como se este quarto aconchegante nesta pitoresca casinha tivesse sido preenchido com cores e infundido com aromas
mais vivos do que seu nariz poderia inalar. A audição dela, também, estava tão aguçada a um ponto de dor, cada crepitar do fogo ou respiração de sua boca ou seu
ressoar ecoando em algum grande desfiladeiro.
Desta vez, quando ele veio para ela, não era rápido e não era com agressão.
Seus olhos estavam sobre ela, mas, estavam desconfiados, como se o predador estava agora com medo de sua presa.
Pisando ao lado dela, Xcor ofereceu seu antebraço. Quando ela apenas olhou, ele disse: - Eu os vi uma vez fazer isso. Um gesto cavalheiro para uma fêmea de valor?
- Sim, - ela disse asperamente. - Isso é feito desta forma.
Depois que ela escorregou seu próprio braço no dele, ele a levou até o sofá e se sentou com ela nas almofadas desgastadas. Então ele se virou e saiu da sala.
- Onde você está indo? - Ela gritou.
Capítulo QUARENTA E DOIS
- Você tem as mais belas mãos.
Trez estava em sua cama com Selena ao lado dele, ambos estavam nus e totalmente expostos. O sexo tinha sido tão pesado, as cobertas estavam no chão, sua pele
quente só agora começara a esfriar com as correntes de ar sutis do quarto escuro.
- Você mencionou isso antes, - disse ela com um sorriso.
Ele fez um mmmm-hmmmm na parte traseira da garganta. - Eu gosto delas em mim. Eu gosto de olhar para elas. Eu gosto da sensação delas.
Alisando a palma da mão sobre a dela, sentiu o contato por todo o corpo. Tão calmo, pensou. Isto era tão tranquilo.
- Eu gosto de ver as estrelas, - disse ela, depois de um tempo. - Através da janela ali.
- Sim.
Como era apenas antes das cinco horas da manhã, as persianas estavam prestes a descer para o dia. Com o Outono comandando o tempo, não só a luz do sol, como
o amanhecer estava chegando mais tarde nos dias de hoje.
- Você sabe, eu nunca tive isso antes, - ele se ouviu dizer.
Ela se virou de lado, apoiando a cabeça em cima da mão que ele estava segurando. E, como ela sabia que ele sentiria falta do contato, deu-lhe a outro para brincar.
- Isso o quê? - Ela perguntou.
- Esse tipo de calma.
Durante todos esses anos de orgasmos vazios, desejava que tivesse sabido que tão profunda comunhão estava esperando por ele. Isso teria feito aquela excessiva
ingestão de alimentação não nutritiva, totalmente desnecessária.
- Você quer um pouco de música ou algo assim? - Ele perguntou abruptamente, no caso de ele ser o único a desfrutar da calma.
- Não, isso é... Perfeito.
Com isso, ele teve de virar ao redor e beijá-la na boca. Em seguida, se ajeitou contra os travesseiros, retomando esse novo tipo de trabalho de mão... Onde ele
traçava cada um de seus dedos com os dele, esticando-os e puxando-os para fora, antes de brincar com as pontas, fortes e contundentes.
- Eu amo as estrelas, - disse ela, como se estivesse falando para si mesma.
- Eu tenho uma ideia sobre essa noite.
- Tem?
Ele jogou para fora um outro mmmmm-hmmmm. - É uma surpresa. Vamos precisar adiar o nosso passeio de barco, apesar de tudo.
E ele provavelmente, iria querer um valium. Mas ela ia adorar.
- Trez?
- Sim?
- Eu quero que você faça algo para mim.
Ele sorriu na escuridão. - Será que isso envolve a minha língua, por acaso? Basta citar a parte do corpo, minha rainha.
- Não.
A mudança na voz dele o deteve. E por uma fração de segundo ele queria dizer, Por favor, não. Podemos falar sobre isso mais tarde. Vamos deixar as horas do dia
para a fantasia de sempre.
Mas, como sempre, ele não poderia negar-lhe qualquer coisa. - O que é?
Selena demorou um pouco para responder, o que provavelmente significava que ela estava escolhendo as palavras com cuidado.
Ele tentou manter a calma. - Leve o seu tempo.
- As minhas irmãs. - Ela hesitou. - Aquelas que já faleceram... Elas foram colocadas em um cemitério. Você sabe, exatamente onde você me achou.
Aquela cerca viva, pensou. A única pela qual ele tinha olhado através para ver aquelas estátuas de mármore... Agora, que ele temia não eram feitas de mármore.
- Sim, eu me lembro.
- Não deixe que me levem lá para cima. - Ela levou a mão dela para longe da dele e sentou-se. Quando olhou para ele, seu cabelo preto longo, bonito estava derramado
sobre seus ombros, cobrindo um de seus seios, tocando a pele das coxas. - Eles vão querer. Deveria escolher uma posição... Você sabe, quando chegar a hora, podem
me colocar em qualquer posição que deseje. Em seguida, passam gesso sobre o cabelo, rosto e corpo. É um ritual. É por isso que são todas diferentes lá em cima, em
diferentes poses, quero dizer.
Trez esfregou o rosto. O que não fez nada para aliviar a dor cortando o seu peito. - Selena, não vamos falar sobre isso...
Ela agarrou seu braço. Forte. - Prometa-me. Eu não vou ser capaz de defender a mim mesma quando essa hora chegar. Preciso que você faça isso por mim.
Mais uma vez, ele não poderia negar-lhe qualquer coisa, e como um macho vinculado, isso não só parecia certo, mas saudável. Exceto que este pedido? Isso o quebrou
ao meio, quando assentiu.
- Tudo bem. - Ele limpou a garganta. - Ok, vou ter certeza disso.
Ao mesmo tempo, o corpo dela relaxou e ela soltou um suspiro. Então, quando voltou a deitar ao lado dele, ela balançou a cabeça. - Eu sei que isto é contra tudo
o que me foi ensinado e todas as tradições do meu serviço... Mas uma parte minha está paranóica que elas estão presas lá dentro.
- Eu sinto muito... O quê? Quer dizer, as suas irmãs?
Ela assentiu com a cabeça. - Como sabemos de fato que o fade é real? E se tudo o que disseram que é verdade não é? Tal como acontece com todos os outros no Santuário,
sempre tentei evitar o cemitério Eu odeio o silêncio e a quietude interior, e, Deus, aquelas pobres mulheres, algumas as quais eu conhecia, compartilhávamos refeições
e trabalhávamos juntas à serviço da Virgem Escriba. - Ela amaldiçoou baixinho. - Elas estão presas naquele cemitério, não apenas congeladas em seus corpos, mas esquecidas
pelo resto de nós porque não podemos ficar como nos sentimos quando estamos com elas. E se elas podem nos ver? E se elas podem nos ouvir? E se o tempo apenas estende-se
até para sempre com elas presas... - Selena estremeceu. - Eu não quero isso. Quando eu ir, quero ser livre.
Seus olhos voltaram para a janela, para as estrelas cintilantes tão acima.
- Cada espécie tem uma versão de uma vida após a morte, - disse ele. - Os seres humanos têm Céu. Vampiros, Fade. Para Sombras, é o Eterno. Não podemos estar
todos errados, e cada um é uma versão do mesmo. É o que parece fazer sentido, que há algo depois de tudo isso.
- Mas não há nenhuma garantia e você não vai saber até que seja tarde demais. - Ela pareceu recuar em si mesma. - Você sabe, quando estou aprisionada, posso
ouvir coisas... Quando estou no lugar onde meu corpo está apenas... Fora do meu controle, posso ouvir e cheirar, posso ver. Minha consciência está comigo, eu estou
lá, mas não posso fazer nada. Como eu já disse antes, não há maior pânico do que o que se sente quando seu cérebro está funcionando e nada mais está.
Não se desespere, ele disse a si mesmo. Não se atreva a se desesperar.
Você junta a sua merda e esteja lá para ela. Aqui e agora.
Como ela ficou em silêncio, ele se colocou naquele lugar que ela havia descrito, a par de tudo, mas incapaz de responder ou falar ou reagir.
Alcançando mais, ele acariciou seu longo cabelo para trás. E então, estava beijando-a, suavemente, lentamente. Um momento depois, ele rolou em cima dela e encontrou
seu sexo com o dele. À medida que a penetração aconteceu, conforme tinha aquele familiar, e ainda surpreendente, aperto dela nele, ele deu-lhe sua promessa através
do ato físico.
Às vezes, o mal contra o qual você luta não é nada no qual possa bater, atirar ou desmembrar. Algumas vezes não é possível nem mesmo machucá-lo.
E isso era realmente muito terrível.
Conforme seus quadris balançavam, ela colocou os braços ao redor dele, que manteve o ritmo doce e cuidadoso para que pudesse beijá-la o tempo todo.
No meio, ele sentiu o cheiro de água da chuva nas lágrimas.
Ambos estavam chorando.
No piso abaixo, no ginásio do Centro de Treinamento, Rhage estava correndo como se estivesse sendo perseguido por sua própria besta.
A esteira não estava sentindo isso. Ele tinha certeza de que o grito vindo do cinto, que era alto o suficiente para que pudesse ouvir sobre a música que estava
explodindo em seus ouvidos como se a merda fosse heroína, significava a máquina estava indo quebrar a qualquer momento. Mas, ele não queria dar um passo largo o
suficiente para mover-se para a próxima ao lado da porta.
Quando a coisa começou a cheirar como um lesser, no entanto, ele sabia que a decisão tinha sido tomada por ele. Saltando para os trilhos laterais, ele puxou
o cartão vermelho Parar e a desaceleração foi instantânea. Ou isso, ou esperar pela parada programada de sua saída da máquina.
Recuperando o fôlego, ele enxugou o rosto com uma das toalhas brancas ásperas. As coisas eram praticamente uma lixa, mas todos eles preferiam desta forma. Fritz
tinha tentado, ao longo do tempo, mudar as antigas para algo mais suave, mas ele e seus irmãos sempre protestaram. Estas eram toalhas de ginásio. Eles deviam ser
finas e ásperas, o equivalente atoalhado de coiotes.
Quando você está suando como um porco e não consegue sentir as solas dos seus pés de esforço, você não quer dar palmadinhas para no suor com um Spitz Alemão11.
Ele tinha realmente corrido trinta e oito quilômetros?
Merda, quanto tempo tinha estado aqui em baixo?
Estalando fora de seus Beats, ele percebeu que não só tinha seus pés dormentes, mas seus músculos da virilha estavam em chamas, e o ombro que tinha ferido umas
boas cinco noites atrás estava dobrado solto.
Ele acabou estacionando em um dos bancos de madeira que desciam do outro lado da sala. Quando sua respiração gradualmente voltou para ele, sentiu como se estivesse
cercado por seus irmãos, embora estivesse sozinho. Fosse a impressão no banco que ainda estava marcado pela carga de duzentos e oitenta quilos que Butch tinha colocá-lo
lá ontem, ou o haltere em que Z vinha treinando, ou a barra de queixo em que Tohr tinha levantado, ele podia imaginar cada um dos lutadores com ele, ouvir suas vozes,
vê-los passar, sentir seus olhos sobre ele enquanto conversavam.
E tudo isso deveria tê-lo feito se sentir mais conectado, em vez de menos.
Mas, a realidade era que se mesmo no espaço de quarenta por sessenta estivesse espremido, apertado com todos esses grandes corpos, ele ainda teria se sentido
isolado.
Passando a toalha sobre o rosto novamente, ele fechou os olhos e foi transportado para um lugar diferente, um tempo diferente... Para uma memória que sabia agora
era o que estava tentando colocar para atrás, desde que ela tinha ameaçado a ressurgir...
A casa branca de fazenda de Bella. Aquela varanda dela era tão estilo Nova Inglaterra, tão aconchegante que faria você ou vomitar... Ou se sentar e comer uma
torta de maçã. Ele saiu por aquela porta da frente, a cabeça pendurada como se tivesse sido decapitado e apenas a cartilagem do pescoço estivesse mantendo sua bola
de basquete no lugar.
No andar de cima, naquele quarto, sua amada Mary tinha apenas lhe dito para das o fora.
Embora, é claro, não tinha sido tão bruta.
A vida dele tinha terminado quando ele saiu daquela casa. Mesmo que tenha estado ostensivamente vivo, ele tinha sido um macho morto caminhando...
... Até que de repente ela explodiu fora dessa porta em seus pés descalços.
Eu não estou bem, Rhage. Eu não estou bem...
- Por que você está pensando assim, amigo. - Ele esfregou a toalha áspera com força sobre seu rosto mais uma vez. - Basta soltar essa merda... Vamos lá, pense
em outra coisa...
Exceto que seu cérebro não queria ser redirecionado. E a próxima memória foi ainda pior.
Um quarto de hospital, mas não aqui no Complexo, ou mesmo na clínica de Havers. Um quarto de hospital humano, e sua Mary estava na cama.
Merda, ele ainda se lembrava da cor da sua pele. Errada, toda errada. Não apenas pálida, mas começando a ficar cinza.
Para salvá-la, ele tinha feito a única coisa que pôde pensar, a única jogada Ave Maria que tinha: Procurou a Virgem Escriba. Tinha deixado aquele hospital humano
e ido para casa, para o seu quarto, e abaixou-se em diamantes lapidados até que os joelhos estivessem machados de vermelho com sangue.
Ele tinha orado por um milagre.
Com uma maldição, ele se esticou no banco, inclinando o tronco para trás na madeira implacável, mantendo ambos os pés no chão em ambos os lados.
Sua Mary não estava voltando para casa hoje. Ela estava hospedada no Lugar Seguro.
A mãe daquela criança tinha sido levada de volta para Havers. Depois de entrar em coma.
A equipe decidiu manter a jovem na casa durante o dia, e Mary queria ficar com a garota.
Deus, ele lembrou da angústia da luz do dia, quando Mary tinha estado doente no hospital. Não fora seguro para ele estar com ela durante as horas de sol, e tinha
estado aterrorizado de que ela iria morrer quando ele não pudesse chegar até ela.
Talvez eles pudessem conduzir essa criança para ver sua mahmen se a merda chegasse a isto. Como uma pretrans, ela poderia sair até ao meio-dia.
Olhando para o teto, ele pensou em Trez e Selena. No encontro deles. Na sua fuga do centro da cidade. Na diversão que eles tiveram em evadir a polícia humana.
Isso valia tanto a pena lutar. Tudo.
Sua Mary não estava voltando para casa hoje, e ele não sabia como estaria passando pelas próximas doze horas até que a veria pessoalmente de novo. E, mesmo sabendo
que poderia chamar ou enviar uma mensagem, ou vê-la pelo Skype a qualquer momento durante o tempo que ele quisesse.
Aquela menina estava provavelmente perdendo sua mahmen.
Trez estava, provavelmente perdendo Selena.
Rhage tinha certeza que todos eles estavam orando por um milagre assim como ele. E talvez fosse com isso que ele estivesse tendo problemas.
Por que ele tinha tido sorte? Tohr não tinha. Bem, sim, o irmão tinha encontrado Autumn, o que foi uma bênção sem medida. Mas, tanto quanto ele amava aquela
fêmea, perder Wellsie quase o tinha matado.
Ele simplesmente não entendia. A menos que a Virgem Escriba entrasse em cena novamente, ou alguém encontrasse uma cura...
Por que ele e Mary foram poupados?
Quando o seu cérebro começou a dar um nó sobre aquilo, ele teve de diminuir os pensamentos. Ele não queria ficar louco aqui sozinho.
Sim, ele pensou ironicamente. Porque ele era muito melhor em compartilhar isso com seus entes queridos.
Tempos assustadores. Tempos assustadores.
Se a morte acontece em três... Ele pensou entorpecido. Quem iria ser o terceiro?
Capítulo QUARENTA E TRÊS
Conforme Xcor se afastou do cômodo principal da cabana, Layla estava preparada para segui-lo do lado de fora e fazê-lo se alimentar sobre o gramado se fosse
necessário. Mas, assim que estava prestes a se levantar do sofá, ela ouviu o som de... Chuveiro.
Continuando através do impulso vertical, ela atravessou e ao virar a esquina para ficar na frente da porta fechada do banheiro.
- ... Porra... - Ele murmurou no lado mais distante.
- Xcor?
- Deixe-me. Voltarei em um momento.
Com outra maldição lançada para fora através das aberturas em torno do batente da porta, ela pegou o trinco, e abriu a coisa.
Xcor estava em pé diante da pia, a camisa pela metade e meio fora, o tronco torcido em um ângulo errado quando ele tentou puxar a camisa sobre sua cabeça sem
prejudicar o ferimento de bala em seu lado.
- O que você está fazendo? - Perguntou ele. Através das dobras de tecido preto.
Por um momento, tudo o que ela pôde fazer foi olhar para o abdômen com nervuras, os músculos estriados através da barriga e o corte tão profundo que fazia sombra.
Mas então, havia o quadril dele, oco e que se projetava para fora de debaixo de sua pele, sua calça de combate pendurada tão baixas que a única coisa que a estava
mantendo no lugar era os grandes músculos das coxas.
Ele era incrivelmente poderoso. Mas também muito magro.
Balançando-se em foco, ela disse: - Eu vou ajudá-lo a tirar isso.
- Eu posso lidar com isso, só... - Quando virou novamente, ele soltou um gemido de dor.
Ignorando-o, ela fechou a porta para que o pouco calor que estava saindo do chuveiro ficasse no banheiro. - Pare. Você só vai se machucar.
- Eu estou bem, - ele retrucou.
No instante em que ela colocou a mão em seu braço, ele estava silencioso.
- Deixe-me ajudá-lo, - ela sussurrou.
A boa notícia foi que ele tinha conseguido tirar a maior parte da camisa sobre a cabeça. Portanto, não havia nenhuma maneira que ele veria suas mãos tremerem
enquanto ela pegou e gentilmente puxou para cima, avançando pelos braços, revelando aos olhos dos fãs de músculo o que corria pelo lado de seu torso e, em seguida,
as protuberâncias maciças de seus peitorais.
A respiração ofegante dele, dentro e fora, o peito subindo e descendo em uma batida que ficava mais rápida conforme ela levantava a camisa sobre seus braços.
Pesados braços. Braços grossos que se estreitavam nos cotovelo e, em seguida, nos pulsos, mas eram abundantes em todas as outras partes.
Quando aquilo que o cobria se soltou, tudo o que ela podia pensar era que ele era um assassino. Um assassino sério cujo corpo refletia o trabalho que fazia.
- Espere por mim lá fora. - Ele se recusou a encontrar os olhos dela. - Não vou tomar de você quando estou imundo.
- Isso aí é um corte ruim.
Quando ela tocou a pele quente e pálida sob a irritada listra vermelha na lateral do corpo dele, ele se encolheu. Mas a voz dele manteve-se forte. - Deve estar
curado ao cair da noite.
- Só se você se alimentar.
O grunhido que ela teve em resposta era um dispensa se ela já tinha ouvido um. E ele seguiu-o com: - Se você não sair, vai ver muito mais do que o meu peito.
- Você está pior ferido em sua perna. - Ela olhou para a mancha de sangue cada vez maior sobre a calça.
A mãos dele foram para o zíper da braguilha. - Então?
Como se ele estivesse lhe dando uma última chance.
- Então? - Ela encolheu os ombros. - Você honestamente acha que vou te deixar ficar sob a água quente sem ajuda? Você está branco como um lençol. Sua pressão
arterial está obviamente baixa. Você está sujeito a desmaiar.
- Oh, pelo amor de...
Agora ele olhou para ela. E, com eficiência rápida, ele liberou o aperto na cintura. A parte superior das calças caíram. A parte inferior ficou presa no lugar
sobre aquelas coxas.
Mas algo foi revelado.
E estava... Ereto.
Xcor levantou uma sobrancelha. - Você pode parar de encarar. Acho difícil acreditar que você está apreciando a vista.
Ela tentou desviar o olhar. Ela tentou. Mas seus olhos tinham uma mente própria.
- Você é tão grande, - ela respirou.
Ele recuou. Como se isso fosse a última coisa no mundo que esperava que ela dissesse. E quando ele falou em seguida, sua voz tinha mudado.
Agora, ele implorava. - Layla... Escolhida Layla... Você precisa sair.
Conforme Xcor ficou completamente nu na frente da mulher, ele não conseguia se mover. E não apenas porque sua calça de combate havia se firmado acima dos joelhos
e o transformou em um manco.
Os olhos verdes de Layla estavam incrivelmente grandes enquanto se concentraram no sexo e se fixaram lá.
Poderia esta noite ir mais longe fora dos trilhos, ele se perguntou.
Espera, possivelmente ele não deveria oferecer esse tipo de abertura para Fates.
Enquanto isso, seu pênis estava amando a atenção. A maldita coisa chutou como sugerindo que ela deveria agitar e fazer amigos.
Ele cobriu o rígido comprimento com ambas as mãos, esticando-o e deitando sobre seu abdômen inferior. - Layla.
Em vez de fazer a coisa razoável e se afastar dele com horror e nojo, ela inclinou-se e agarrou o cós da calça de combate. Antes que ele pudesse jogá-la fora,
sua calça caiu de suas coxas e se reuniu em torno de seus tornozelos.
- Venha, vamos para o chuveiro.
Ela não deu a ele uma chance de protestar. Um segundo depois, seu corpo golpeado e ferido estava sob a água quente caindo, ossos doloridos e cicatrizes curando,
ambos gritaram e suspiraram com o impacto. Com um chocalho da cortina, ela deu-lhe a privacidade que ele queria, exceto pelo som metálico sobre o vaso sanitário
que sugeriu que ela não tinha partido, mas sim fechado a tampa e se sentado.
Não havia nenhuma razão para não seguir com o sabão e o xampu, e tentou ser rápido sobre isso. Infelizmente, a bala que tinha passado de raspão por seu pulmão
estava ardendo como se houvesse ácido da bateria sobre a sua carne. E o sabonete não ajudou no fato.
A outra razão para ser rápido era que ele estava ciente tanto de sua nudez quanto de sua excitação. Quanto mais eficiente ele fosse, mais cedo poderia se vestir.
Nenhuma roupa, no entanto. Ele não tinha roupas limpas.
Fechando os olhos na derrota, ele lavou a espuma do cabelo, inclinando a cabeça para trás. O que foi um erro. Arremetidas da água atingiram seu pênis, e maldição
se não parecia com mãos, as mão dela.
Ou talvez a boca dela...
A liberação não foi inesperada. Foi, no entanto, indesejável. Conforme sua ereção vibrou e seu orgasmo rolou através dele, ele cerrou os dentes...
- Você não tem de esconder isso, - ela disse em uma voz rouca. - Eu posso ver a sua sombra.
- Então, desvie o olhar, - ele gemeu quando seu quadril rolou com as ejaculações.
- Eu não consigo.
Cedendo contra o azulejo, ele sabia que tinha perdido qualquer vantagem que acreditava ter na situação. Aquela fêmea tinha adivinhado a terrível verdade sobre
ele. Ela sabia que seus objetivos tinham mudado. E ela parecia disposta a manter o que quer que fosse esta relação, em condições que dariam a ambos alguma honra
e dignidade.
Mas pelo menos ela não sabia que tudo estava baseado nela.
Que sua vida... Patética como era... Estava baseada nela agora.
Se isso viesse à tona, seria a ruína dele.
Xcor girou a torneira com uma manivela, determinado a pôr fim a tudo isso e mandá-la embora, só para que pudesse devolver suas defesas corretamente no lugar.
Bem quando ele estava indo rasgar a cortina e colocá-la em torno de si, o peso pesado de uma toalha foi jogada sobre o cabo da cortina.
- Para sua modéstia, - disse ela.
Ela estava rindo dele?
Sem se importar em secar-se, ele cobriu sua parte inferior do corpo e empurrou a cortina para trás. Ela estava de fato no banheiro, a lã que usava camuflava
sua forma alterada pela gravidez.
Sem uma palavra, ela puxou a manga de volta e colocou seu braço para fora.
Havia um desafio em seus olhos.
- Tudo bem, - ele retrucou, irritado consigo mesmo. Com ela. Com este novo território em que tinham entrado.
Abaixando-se de joelhos, porque ela estava certa, ele estava terrivelmente tonto, colocou suas presas na carne dela.
Faminto. Ele estava faminto por ela.
E, ainda assim, a atingiu tão gentilmente quanto possível.
No primeiro gosto, ele gemeu, balançando seu corpo, seu peso batendo no armário sob a pia. O sangue dela era um vinho escuro que o deixou sedento ao invés de
saciar a garganta seca, e entre suas pernas, seu pênis chutou novamente e novamente.
Ele estava tendo um orgasmo na toalha, o prazer correndo em suas veias, seus ossos, sua carne...
Minha.
A partir das profundezas dele, o desejo de levá-la aumentou de forma tão violenta, que ele começou a agir sobre isso, seu corpo a ponto de saltar para cima e
arrastá-la para o chão para que pudesse montá-la.
Grávida ou não, ele estava indo ter o seu sexo e deixar a sua marca dentro dela.
Rompendo o contato, afastou-se dela, apoiando os pés contra esse armário, a porcelana fria da banheira atrás dele mordendo seus ombros enquanto ele ficou rígido
em uma tentativa de controlar a si mesmo.
- O que está errado...
- Vá! - Ele gritou.
Dentro dele, sua besta sexual estava rondando e pronta para tê-la, e juntamente com a sua sede de sangue, ele sabia que não conseguiria controlar o par de instintos
juntos.
Ele estava susceptível a mastigar o pulso dela ao mesmo tempo em que a fodia asperamente.
- Xcor, você não tomou muito...
Rangendo os dentes, ele fechou os olhos e se rosnou. - Dá o fora daqui! Se você quiser que a sua criança viva... Saia! Vou te atacar! Vá!
Isso chamou a atenção dela.
Como, sem dúvida, o fato de que ele ainda estava tendo um orgasmo sobre si mesmo, a toalha agora perdida, os jatos chutando para fora e marcando suas próprias
coxas e barriga enquanto seus músculos da perna tremiam com a força que ele estava exercendo, para certificar-se de que não iria saltar sobre ela.
- Vá!
Uma fração de segundo depois, ela estava fora do banheiro; um momento depois disso estava fora da casa. E ela estava com tanta pressa, que deixou as duas portas
abertas, então ele viu os faróis do carro dela acender e os observou circular o gramado desalinhado na frente antes de listar para baixo da estrada.
Não foi até quando ele não podia nem ver suas lanternas traseiras vermelhas nem ouvir o estalar de seus pneus que ele aliviou-se um pouco sobre o suporte.
Segurando seu pênis, ele começou a acariciar seu membro enquanto imaginava os olhos dela nele, e ouvia de novo o tom estranho que tinha usado quando ela tinha
pronunciado que ele era muito grande.
Ele não tinha interesse em se masturbar.
Mas, o que ele realmente não queria era que o seu lado racional o abandonasse completamente, de tal forma que fosse atrás dela durante a noite, parando-a em
algum lugar inseguro apenas para que pudesse fazer o que não queria fazer com ela.
Não, desta forma ele iria ficar onde estava.
Oh, Deus... O jeito que ela tinha lhe olhado, ele pensou enquanto começou a gozar novamente.

 

 

 CONTINUA