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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


FRATERNIZE / Rachel Van Dyken
FRATERNIZE / Rachel Van Dyken

                                                                                                                                                   

                                                                                                                                                  

 

Biblio VT

 

 

 

 

Emerson acabou de realizar o seu sonho de se tornar uma líder de torcida profissional para a sua equipe favorita de futebol. Mas mesmo que a atleta plu-size esteja quebrando limites, ela ainda tem que lidar com o rígido manual de regras. Carboidratos? Não. Chocolate? Com certeza não. Ainda assim, Emerson ama suas curvas, e ela vai arrasar neste trabalho, mesmo que isso a mate. Exceto por um regulamento que é mais fácil de ler do que praticar...
Não confraternizar com os jogadores.
O problema é Miller Quinton: primeiro amor de Emerson, primeiro parceiro sexual, e o cara que ainda inflama seus devaneios e fantasias adultas. Jogando novamente juntos, Miller e Emerson sentem o inegável puxar da paixão novamente, mesmo que o conflito que os separou pareça insuperável. Além disso há o muito sexy Grant Sanchez. Ele tem uma enorme reputação com as garotas, e quando se trata de conseguir alguém que ele quer, ele não deixa ninguém ficar no seu caminho.
Agora Emerson está quebrando todas as regras do manual. Mas o que ela não sabe é que ela é parte de um pequeno jogo cruel - um que poderia roubar tanto o seu sonho como o seu coração.
Para todas as mulheres: seja dona de si mesma, levante a cabeça, e se lembre de quão temível e maravilhosa VOCÊ é. Vovó sempre disse que tudo o que você precisa é de lábios brilhantes e saltos altos e poderá dominar o mundo. Bem, o que você diz? #conquisteomundo

 


 


“Emerson!” Miller bate as mãos contra a porta do vestiário pelo menos dez vezes antes de parar e, em seguida, começa novamente; desta vez parecia que ele estava usando as chuteiras. “Eu sei que você está aí!”

“Emerson!” Miller grita novamente. “Eu vou quebrar essa porta!”

“Apenas vá embora!”

“Não!”

“Você é uma dor na minha bunda!”

“Bem, você tem uma bela bunda,” disse ele, com humor em seu tom.

Eu sorrio.

“Você está sorrindo, não é?” Ele disse com uma voz sedosa.

Eu bufo e tento limpar as lágrimas quentes do meu rosto.

“Não lute contra isso. Você me ama.”

“Eu te odeio.” Estou tentando não sorrir enquanto fico de pé e me arrasto para abrir a porta.

Miller a empurra para abri-la.

“Você devia estar se aquecendo com a equipe,” eu sussurro. “O que quer que a nossa escola faça sem o seu herói?”

“Diga-me você. Você é a única que está escondida no vestiário, porque deixou uma cadela magra chegar até você.”

Suspiro. “Talvez da próxima vez eu lhe dê um cookie.”

Quando ele se debruça sobre mim, seguro o capacete dele em uma mão e coloco a outra contra o batente da porta. Eu era mais alta do que a maioria das meninas por toda a minha vida. Miller era a única pessoa capaz de me fazer sentir pequena. Ele estendeu a mão enorme e segurou meu queixo. “Você ficaria mal-humorada também se chamassem o pão de Satanás.”

Forço um sorriso aguado. “Você está certo. Desculpa.”

Ele baixa a mão. “Em...”

“Uh-oh, o que é esse olhar?” Eu provoco, já me sentindo um pouco melhor. Como eu não poderia quando era Miller Quinton que estava aqui?

A coisa mais sexy a chegar à Bellevue High desde... Bem, sempre. Com a pele morena e olhos azuis claros, era quase impossível não olhar para ele sem se sentir desconfortável. Sua mãe etíope era linda de morrer; Misture isso com a herança espanhola do lado de seu pai e você tem um modelo muito bonito, músculos gigantes, e um sorriso assassino que tinha o poder de fazer até mesmo a minha horrível noite parecer completamente feliz.

“Eu sou seu melhor amigo, certo?” Ele se aproxima, pegando a minha mão antes de segurá-la e pressionar um beijo na palma da minha mão. Seus lábios estavam sedutores, seu sorriso era gentil.

“Por que eu sinto que você está prestes a ter uma conversa sobre sexo agora?”

“Você amou a conversa sobre sexo que tivemos no ano passado. Eu abalei o seu mundo com essas imagens.” Ele pisca e sinto o meu rosto ficar todo quente e corado. “Mas, falando sério, Em. Você já pensou que talvez seja perfeita do jeito que você é?”

Solto o ar dos meus pulmões, enquanto as lágrimas ameaçam cair novamente. Meu uniforme estava apertado e coçava, e a parte realmente ruim era que Larissa, minha inimiga, estava certa. Entre o ano passado e este ano, meus peitos tinham crescido, e eu tinha me transformado nesta mulher curvilínea que eu não reconhecia. Aquela que nunca se encaixaria em um tamanho 36, 38, ou mesmo um 40.

“Sorria, Em.”

“Sim, Miller.” Forcei um sorriso.

“Eu sou amigo apenas de pessoas legais, certo? Não há perdedores na minha lista.” Deus, ele era um idiota arrogante. “O que significa também...” Ele me agarra pelos ombros e me vira em direção ao campo. “Que eu não posso ganhar este jogo a menos que você torça por mim bem alto, Boo.”

Eu gemi em voz alta. “Nunca diga isso de novo. Nunca."

“Boo.” Ele começa a rir. “Eu acho que acabei de perder uma célula cerebral.”

“Sem mencionar todo o meu respeito.”

“Bem, nós tivemos um bom momento.” Ele agarra minha mão na sua, enquanto caminhamos de volta para onde o jogo estava prestes a começar. “Torça alto, menina torcedora.”

“Não arranque a cabeça de ninguém, seu jogador de futebol burro.” Eu o abraço apertado.

Ele balança a cabeça para Coen. “Exceto a dele, certo? Porque estou ansioso para arrancar a cabeça dele desde o primeiro dia.”

Sigo a direção do seu olhar enquanto Coen joga um passe longo por todo o campo. “Ele é o seu quarterback.”

Miller aperta a mandíbula e aponta para o campo com seu capacete. “Depois que esta temporada acabar, vou detonar aquele punk.”

“E arruinar suas chances de ir para a faculdade, porque o pai dele vai processar você por tocar no seu filhinho precioso?”

Miller faz uma careta. “O que você vê nele de qualquer maneira?”

"Bíceps. Bela boca. Um corpo assassino—”

“Personalidade Horrível... Tendência para traições?” Miller termina. “Quando você vai finalmente admitir que você tem sentimentos por mim e jogar a precaução ao vento, hmm?” Suas bochechas com covinhas irrompe em um sorriso enorme quando ele toca seu rosto com um de seus dedos enluvados. “Tudo bem, me dê um pouco. Platônico. Estritamente para me dar sorte.”

Eu puxo sua cabeça para baixo, pronta para escovar um beijo em sua bochecha, mas ele vira e esmaga seus lábios contra os meus.

Eu respiro fundo.

Respirando-o.

Ele interrompe o beijo e dá de ombros. “Whoops.” Ele pisca sobre a minha cabeça, e tenho certeza que é para o meu namorado furioso.

“Ele odeia quando você faz isso.” Eu bato com a mão no peito de Miller.

“Vantagens de ser seu melhor amigo. Essa boca,” Ele se vira e começa a correr para longe, enquanto grita para mim. “Sempre foi minha. Estou apenas esperando que você deixe o lado negro.”

Ignorando o que ele disse como eu sempre fiz, eu grito para ele. “Tenha um bom jogo.”

“Vá, Knigths, vá!” Ele ergue o punho no ar e, em seguida, me dá um último sorriso arrogante antes de puxar o capacete.

Acordo com o despertador do meu alarme. Claro, na noite antes de tentar entrar para o Bellevue Bucks, e eu sonho com ele. Lágrimas brotam nos meus olhos. Eu sempre sonho com ele quando estou estressada, e tudo o que faz é adicionar combustível ao fogo, soprando as chamas da minha dor até que eu queira gritar. Tenho o suficiente para lidar - por que eu sempre volto para ele? É impossível escapar dele, tudo que eu quero é respirar. Para me sentir normal. Para superar isso. Para superá-lo. Em vez disso, ele era um lembrete constante, uma constante dor na minha bunda.

Ainda está escuro, então eu verifico meu telefone. Tenho mais de quatro horas de sono antes de ter que ir para os testes. Tenho mais de quatro horas para empurrar todos os pensamentos e memórias de Miller Quinton fora do meu cérebro – meu coração - expulsando até as memórias mais felizes, bem como a agonia das más.

Ele não vale a pena o meu tempo.

Ou o espaço na minha mente e as pequenas rachaduras ainda infundidas em volta do meu coração.

Ele pode muito bem estar morto... Assim como a nossa amizade morreu no momento em que ele prometeu que nunca me faria chorar e, em seguida, saiu da minha vida para sempre.


Capítulo um

EMERSON


Dias de hoje

 

O sono não veio.

Mas as memórias vieram.

Então, enquanto a maioria das meninas provavelmente está bem descansada e pronta para fazer os testes, estou presa com o fantasma do Natal passado. Eu verifico meu reflexo no espelho retrovisor do meu carro horroroso e desejo não ter os círculos escuros sob meus olhos.

Eu preciso entrar na equipe.

Eu preciso disso.

Era a minha última chance. Líderes de torcida profissionais não ganham muita coisa, e com o tanto de tempo que eu passei tentando me tornar uma, estou em uma encruzilhada. Eu só não quero desistir, eu não posso. Minha mãe tinha sido uma líder de torcida profissional antes de morrer, e eu ainda tenho a foto debaixo do meu travesseiro, as bordas rasgadas, as cores desbotadas. Crescer sem ela tinha sido doloroso. Não porque eu me lembrava muito sobre ela, eu era muito jovem quando ela foi tirada de nós. Não, tinha sido difícil, porque meu pai não tinha feito nada quando eu estava sendo intimidada. Para ele eu era perfeita. Ele nunca viu as falhas que todos os outros viam, e quando meus seios e quadris cresceram, e todas as outras coisas lindas que as meninas recebem quando elas crescem, ele me entregou uma foto da minha mãe e disse: “Você parece exatamente como ela, e ela era perfeita.” Isso me manteve persistindo.

Até Miller.

Deus!

Bato o volante com a palma da mão até que minha mão fica dormente. Por quê? Por que eu sempre tinha que voltar ao Miller?

Mais uma vez.

Isso é o que eu disse a mim mesma.

Mais uma memória surgiu.

E, desta vez, como eu saí do complexo de apartamentos, eu a deixei vir.

Porque tanto quanto dói admitir isso, eu prefiro tê-lo em meus pensamentos, onde ele estava a salvo de me ferir, do que perdê-lo para sempre.


(Antes)

A porta do vestiário fechou quando a última líder saiu, me cobrindo com o silêncio. Bem, exceto para o barulho vindo do outro lado do vestiário.

As paredes eram finas.

Muito finas.

Os caras ainda estavam gritando e batendo as mãos contra armários.

Eu sorri e andei até a porta que dava para o vestiário dos rapazes. Um pequeno corredor com dois escritórios que separava o vestiário das garotas do vestiário dos rapazes. O escritório do diretor atlético era de um lado e o escritório dos treinadores de futebol no outro. Se você quisesse atravessar escondido, tinha que ficar de quatro no chão e rastejar.

Então eu não fiquei surpresa quando abri a porta e olhei para baixo.

E Miller olhou para cima.

“Imaginei que te encontraria aqui.” Ajoelhei-me ao seu nível e cruzei os braços.

“Escapando tão cedo?”

“Você sabe como me sinto sobre o tempo de banho masculino.” Seu sorriso estava de volta, mas era instável. Sim, eu sabia muito bem como ele se sentia sobre isso.

Nós dois tivemos nossos problemas.

Eu tinha o meu peso.

Ele tinha a cor de sua pele.

Estúpido.

Então, tão malditamente estúpido que lágrimas ameaçaram cair. Lágrimas por ele, não por mim.

Os caras brancos zombavam dele por ser muito escuro. E os caras negros zombavam dele por ser muito claro.

Ele não podia ganhar.

Depois de um longo jogo, eu sabia que ele estava exausto e só queria tomar um banho e ir para casa.

“Vamos.” Eu estendi a mão e o arrastei para o vestiário das meninas. “Você pode tomar banho aqui.”

"Com você?"

“Você não tem tanta sorte, Casanova.”

“Quebre meu coração, por que você pode,” ele resmunga, colocando uma mão sobre o peito, e, em seguida, retira sua bolsa do chão. Ele sabia que eu ia deixá-lo entrar. Ele sabia que eu diria que sim.

Éramos melhores amigos.

Não que eu admita isso em voz alta uma vez que ele provavelmente gostaria de me testar sobre isso, mas eu iria para a prisão por esse cara. Alegremente.

Eu já tinha sofrido numerosas detenções escolares em nome da nossa amizade, depois de me juntar a ele em várias de suas brincadeiras inofensivas.

O Diretor nos chamava de dupla Satanás.

Tomei isso como um elogio.

E eu acho que Miller também.

“Então...” Ele joga sua bolsa em um dos bancos e baixa os calções.

Eu rapidamente me viro e estico os braços sobre a minha cabeça.

“Qual é o plano?” Ele pergunta.

“Comer. Dirigir. Talvez sair para dançar?”

“Não! Apenas diga não para sair para dançar, Em.” Um sussurro soou, e, em seguida, o chuveiro foi ligado. “Além disso, na última vez Coen agarrou sua bunda.”

“Ele é meu namorado.”

“Não quero falar sobre isso,” ele retruca.

Isso não se parece com Miller.

“Ele está traindo novamente.” Eu pensei que se falasse assim, como uma declaração, não seria tão ruim, mas a dor ainda cortou meu intestino antes da náusea me fazer querer vomitar tudo o que eu tinha comido naquele dia no banheiro.

De repente, enormes braços me envolvem e estou sendo puxada para trás.

“Não!” Eu grito. “MILLLERRRR!”

“Opa, você está molhada,” disse ele depois que eu já estava debaixo do chuveiro com ele, água derramando sobre meu rosto e manchando minha pele com rímel.

“Por que somos melhores amigos mesmo?”

Ele fica em silêncio e, em seguida, sussurra: “Porque eu não te faço chorar.”

“Promete?” Eu engoli a tensão na minha garganta. “Prometa que você nunca vai me fazer chorar.”

“Prometo.” Ele me empurra um pouco. “Agora pare de monopolizar a água quente.”

Mal sabia eu que essa promessa seria impossível de manter.

Ou que tínhamos muito pouco tempo juntos.


Capítulo dois

EMERSON


(Antes)


Uma semana depois

 

Eu seguro sua mão tão apertada quanto posso.

Isso não tirou a dor. Nada faria.

Embolia pulmonar.

Sua mãe morreu instantaneamente.

Eu vi meu melhor amigo desmoronar naquele dia, e eu não tinha certeza de que teria meu Miller volta.

O funeral foi ruim.

O pastor tentou fazer com que todos se sentissem melhor falando sobre o céu. Não era o que Miller precisava ouvir.

Porque, além de mim, sua mãe tinha sido sua melhor amiga, sua maior líder de torcida. Seu pai era da Marinha e quase não estava em casa.

Eles eram a dupla dinâmica, como Miller costumava chamá-los.

E agora?

Agora ele só tinha a mim.

Os sapatos eram muito grandes para eu preencher.

A tarefa era muito assustadora para sequer imaginar.

Palavras encorajadoras caíram em ouvidos surdos quando Miller e eu colocamos uma rosa sobre o caixão e saímos para o estacionamento.

“Vamos ficar bêbados,” ele anunciou quando voltamos para a sua caminhonete.

Balanço a cabeça. “Certo.

Seu olhar cai sobre mim. “Sério?”

Dando de ombros, eu coloco meus óculos de sol para que ele não visse meus olhos inchados. “Eu acho que se alguém merece beber alguma coisa, é você.”

Nós não falamos novamente até que estávamos de volta em sua casa, em seu quarto, cercados por bebidas que tínhamos tirado do esconderijo dos seus pais.

“Esta é provavelmente uma má idéia,” eu disse.

“Sim,” ele concorda, antes de se sentar ao meu lado na cama e olhar para o teto.

O ventilador vira em um ritmo reconfortante, enquanto eu seguro a sua mão como uma tábua de salvação, meus próprios dedos ficaram lentamente dormentes quando ele apertou de volta.

Depois de alguns minutos, ele finalmente fala novamente. “Eu tenho algo para te dizer.”

“Merda, você está grávida?” Eu provoco, tentando quebrar a tensão.

Sua risada foi suave e, em seguida, desaparece. Eu odeio isso. O silêncio entre nós. Havia geralmente muitas provocações e risadas.

“Miller?” Eu me inclino ao seu lado e olho para ele. "O que foi?”

“Papai—” Ele engasga. “Ele foi transferido...” Ele engole em seco. “Down South.”

Terror toma conta de mim. “Mas é o meio do seu último ano!”

“Sim.”

“Você gosta daqui!”

“Sim.”

“Sua mãe acabou de morrer!” Estou tão chateada. Tão. Irritada.

“E a pior parte...” Miller finalmente fecha os olhos para mim. “Não me lembro de metade do funeral, não porque eu não sinta tanta falta dela, mas porque eu vou sentir sua falta. É como se eu perdesse você também, e você nem mesmo foi embora.”

“Miller...” Eu luto para manter minhas lágrimas sob controle, mas elas começam a escorrer pelo meu rosto por vontade própria. “Você tem a mim. Você sempre me terá.”

“Por enquanto.” Ele suspira. “E na próxima semana? Quando eu começar em uma nova escola?”

“Na próxima semana!” Eu grito, saltando para os meus pés e quase o chutando nas suas partes intimas.

“Porra, você fica aterrorizante quando está com raiva.” Ele finalmente sorri um sorriso verdadeiro, um sem pedaços de tristeza ligadas a ele.

“Inferno sim, estou com raiva! Ele não tem o direito. Não tem!” Eu me irrito, socando o travesseiro, a minha mão perigosamente perto de acertar o rosto perfeito de Miller. “Por que você não fica aqui? More comigo!”

“Isso foi uma proposta de casamento?”

“Vamos, Miller. Eu nem estava de joelhos. Não seja dramático.”

"Eu? Dramático?” Ele balança a cabeça. “Nunca. Você é a líder de torcida, lembra?”

“Eu lamentarei eternamente sobre o dia em que permiti que você assistisse o Bring It On.”

“'Tudo bem! Tudo bem! Vocês terão todo o nosso gás!'” Ele canta em uma perfeita imitação.

Reviro os olhos. Feliz que pelo menos ele estava agindo como ele mesmo.

“Você dormiu com ele?”

“Bem, se isso não é uma completa mudança de assunto.” Sinto o meu rosto ficar vermelho e de repente perdi a capacidade de engolir.

“Você já... dormiu com ele?” repete ele.

Com uma respiração profunda, eu sussurro um tranquilo “Não.”

Ele reprime uma maldição antes de chegar em mim e puxar a minha camisa sobre a minha cabeça, os dedos trabalhando a frente da minha calça jeans antes que eu pudesse dizer minha frase seguinte.

“O que você está fazendo?”

Ele me beija forte e demorado e, em seguida, sussurra contra os meus lábios. “Sendo egoísta.”

"Como?"

“Vou levar uma parte de você comigo.”


Capítulo três

MILLER


(Antes)


Três dias depois

Houma, Louisiana

 


“Espero que você tenha usado um preservativo.” Foi a primeira frase que meu pai idiota murmurou para mim uma vez que entrei no térreo da casa de dois quartos na base militar, depois da mais longa viagem de carro da minha vida, durante a qual ele basicamente me ignorou. Eu pensei que, pelo menos, após a distração de mover nossa merda, ele me reconhecesse. Não foi o caso.

“É bom ver você também,” resmungo, jogando minha mochila no sofá e sentando-me. Eu já perdi tanto.

Em sempre disse o que estava em sua mente. Ela teria dado ao meu pai uma bronca, e não teria sido a primeira vez. Logo após o funeral, ela marchou até ele e lhe disse que ele estava arruinando minha vida.

Acho que eu me apaixonei um pouco mais por ela naquele dia, se isso fosse mesmo possível.

“Agora escute aqui,” O sotaque sulista do papai era espesso e irritante como o inferno.

Eu perguntei se ele tinha bebido. Parecia que ele não tinha parado desde o funeral. E ele estava muito feliz em mudar. Como se a mamãe não significasse nada para nós. Como se eu não significasse nada para ele.

“Nenhum filho meu vai pegar um lixo branco e cair fora da escola! Não com todo o seu talento!”

“Uau. Boa conversa, pai.” Eu me levanto e caminho para fora da sala antes que faça algo estúpido, como dar um soco na cara dele.

Eu não tinha idéia de que quarto era meu.

Então, eu imaginei.

Deve ser sorte, porque a primeira porta que eu atravessei tinha a minha cama, uma cômoda, e alguns de meus cartazes espalhados por todo o chão.

Enfio a mão no bolso e tiro o meu celular.

Eu ia lhe falar um monte se ela não atendesse.

“SIM!” Em grita ao telefone, forçando-me a puxá-lo para longe do meu ouvido. "Estou aqui! Estou aqui!"

“E bebeu demais, ao que parece,” eu brinco.

“Hah-hah, como se eu fosse ficar perdida sem você.”

Reviro os olhos. “Você é uma boa amiga.”

Ela fica em silêncio.

Droga. Eu posso sentir a sua tristeza, e odeio que eu era a causa disso quase tanto quanto odeio o meu pai por ter a minha custódia legal.

Se eu tivesse dezoito anos, eu provavelmente teria lutado para ficar em Washington.

Em vez disso, estou na Louisiana.

Na fodida Houma, em Louisiana.

“Você começa a escola amanhã?” Sua voz alegre estava de volta.

“Sim.” Eu olho para o teto. “Eu tenho uma reunião com o treinador de futebol também.”

“Vai ser incrível!” Posso sentir seu falso entusiasmo através do maldito telefone. Ela estava errada. Nada mais será incrível novamente.

Não sem minha mãe.

Não sem a minha melhor amiga.

E maldição se não fosse dolorosamente verdadeiro.

Eu não tinha ideia de que, quando eu desliguei o telefone seria essa a última conversa real que nós teríamos.

Ela também não sabia.

Como a morte, às vezes a vida simplesmente acontece.


Capítulo quatro

EMERSON


Dias de hoje

 


Meus pulmões queimam quando bato minhas pernas mais forte, mais rápido. O ritmo da música é implacável, e minha cabeça lateja com o esforço.

“E cinco, seis, sete, oito!” A treinadora grita à frente. “Diminuir o passo, passo—Mary, eu vi isso. Mantenha seus dedos esticados! E balance para à direita, esquerda, esticados-Mary! Eu disse mantenha seus dedos esticados! Sem mãos soltas!”

Cerro os dentes e termino a rotina com perfeição.

Não que isso importe.

Completei rotinas impecáveis durante toda a faculdade, e mesmo agora, dois anos depois.

E ainda assim tinham me cortado.

Ele não quis dizer que parei de tentar, alguma coisa, tinha acabado de me empurrar com mais força. A pior parte sobre a tentativa de ser líder de torcida profissional foram as restrições alimentares impostas às meninas, mesmo as que ainda não estavam no time. A nutricionista da equipe, muitas vezes me parou e perguntou por que eu não estava seguindo a lista de alimentos aprovados.

Quando disse a ela que eu estava...

Eu tinha sido acusada de mentir.

E seja abençoado o seu coração, sua voz tinha cantarolado. Os Dallas Cowboys Cheerleaders não são apenas um elenco da América, mas do mundo! Nós não podemos ter alguém que não é diligente na equipe, não importa quão ótimo seja o seu desempenho. Ou a preferida pela treinadora, mas queixo para cima, você tem um rosto muito bonito.

Como se meu rosto existisse fora do resto do meu corpo.

Um corpo que tenho aprendido a amar.

Apesar dos treinadores em todos os lugares o verem como defeito.

É a minha terceira vez tentando entrar para os Bucks.

Eu me encolhi só de pensar o que diriam dessa vez.

Tenho a experiência do colegial.

A voz.

As habilidades.

Mas estava faltando uma coisa.

A capacidade de reduzir o tamanho do meu corpo. A quem nós agradecemos?

Comida, porra!

Recusei-me a morrer de fome, especialmente depois de tudo o que tinha acontecido. Estremeci e empurrei a memória longe, muito longe.

“Eu prometo”, ele sussurrou.

Ele mentiu.

“Você vai ser informada se entrar para a equipe!” O treinador falou na frente do estúdio. “Se você não for contatada, é seguro assumir que não entrou, apesar que uma carta formal será enviada para a sua residência com suas folhas de julgamento e críticas.” Ela balança a cabeça. “Obrigada a todos. Boa sorte!"

Eu bebo o resto da água na minha garrafa e pego a minha bolsa.

“Ei, bom trabalho.” Mary, a que se recusou a apontar seus dedos, abriu um grande sorriso para mim. Lembro-me dela desde o ano passado. Nenhuma de nós havia feito isso antes. Ela parecia uma casca de seu antigo eu, é o que acontece quando você faz dieta do jeito errado e esquece que a comida e nutrição são necessárias para viver.

Ela solta um suspiro que conheço muito bem, porque eu estava prestes a pronunciá-lo.

Parece que a história está prestes a se repetir.

Uma das meninas que esteve na equipe durante os últimos quatro anos passou por nós em lágrimas, jogando todas as suas coisas em sua bolsa antes de olhar para o resto de nós e, em seguida, tropeçar em direção à porta. Eu fiz uma careta depois dela, em seguida, estendi a mão para minha garrafa de água, quando Mary compartilhou um olhar confuso comigo.

“Emerson!” A treinadora grita o meu nome. “No meu escritório agora!”

“Eu acho,” Mary sussurrou a partir do lado da boca, “que a sua sorte está prestes a mudar.”


Capítulo cinco

MILLER

 


“Isso dói!” Eu rugi, batendo as mãos em cima da mesa do terapeuta. “Você está tentando me matar? Me mutilar? Me mostrar como você é forte? Droga! Pare de me punir!”

Os olhos de Wendy eram de aço. Assim como suas mãos. Ela não se moveu, mas continuou a rolar a faixa envolvendo a minha coxa lesionada como se estivesse tentando tirar a coisa pela metade.

“Respire.” Ela empurra com mais força.

Cerro meus dentes e tento não desmaiar. "Estou tentando!"

“Você está tenso.” Sua voz suave era a razão que eu sempre amei trabalhar com ela. Ela tinha um metro e cinquenta e quarenta e oito quilos de terror absoluto.

A primeira vez que ela se ofereceu para trabalhar em mim, eu ri dela.

E saí mancando e tive que tomar quatro ibuprofeno.

Ela alega que sua família veio de uma longa linhagem de ninjas, e desde que ela tinha vindo para trabalhar com os Pittsburgh Pilots todos nós acreditamos. Mesmo o nosso quarterback deu-lhe um amplo espaço.

“Quase pronto,” Wendy acalmou, batendo a minha perna mais uma vez antes de cavar com o cotovelo.

O suor escorria pelo meu rosto enquanto eu fechei os olhos e tentei ir para aquele espaço vazio na minha cabeça.

Só que, sempre que fecho os olhos. . . Eu ainda via.

Não importa o quão duro eu tentei.

Vi curvas.

Grandes olhos azuis.

E cabelos loiros.

Eu inalei o seu cabelo nos meus sonhos. Eu deixei escapar por entre os dedos.

E então a raiva se espalhou por minhas veias.

“Ei,” Wendy agarrou. “Eu disse para relaxar!”

“Desculpe.” Eu bufei e respirei fundo. “Estamos quase terminando?” Eu não quero estar perto de ninguém.

Inferno. Odeio estar perto de alguém quando penso nela.

Preciso de solidão.

Ou talvez apenas um jogo realmente grande.

Não que eu não fosse conhecido. Eu era o melhor bloqueador ofensivo na liga.

É o meu segundo ano na NFL, e vivo para isso.

“Miller.” A voz do treinador parou a tortura de Wendy.

Ela assentiu com a cabeça e saiu da sala de treinamento.

“Nós precisamos conversar.” Seu rosto estava pálido.

“Tudo bem?”, Perguntei.

“Eu lutei.” Ele bateu as mãos em cima da mesa perto de minhas pernas. “Só sei que eu lutei, mas Smith precisa encontrar dinheiro, e após a perda do ano passado nas semifinais...”

Meus olhos se estreitam. “Smith precisa encontrar dinheiro?”

“Você é o melhor bloqueador ofensivo da liga.”

“Me diga algo que não sei.”

“Você é caro como o inferno para manter.”

Minha cabeça vira em sua direção. "O que disse?"

“Os Bucks Bellevue podem pagar você. Estamos negociando, três jogadores por um.” Ele fechou ambas as mãos em punhos e soltou uma maldição violenta. “Você sai amanhã.”

“Treinador!” Pulo fora da mesa. “Você não pode fazer isso!”

“Eu não fiz isso!” Ele grita de volta para mim. “Você sabe que nós ainda estamos construindo esta equipe. Nós apenas... não temos dinheiro. É a única maneira de moldar a nossa defesa. Contratos foram negociados. Você vai ter o resto de seus dezoito milhões para os próximos três anos e manter o seu bônus de assinatura, mas eles vão assumir o resto do seu contrato a partir desta temporada.” Seu olhar estava tão triste quanto impotente, e depois de mais alguns tapinhas nas minhas costas ele se foi.

O silêncio desceu como uma sensação de vazio e se espalhou pelo meu peito.

Ele não entendia.

Ninguém entendia.

Havia uma razão para eu ter ficado na Costa Leste.

Um motivo muito bom, e quando os Bucks tinham tentado me contratado fora da faculdade, eu tinha dito, o inferno não, e recusei sua oferta pelo dobro de dinheiro.

Havia uma maldita razão!

Chuto a mesa de massagem, derrubando para o lado, e atiro uma cadeira contra a parede.

Meu peito arfa, eu caio no chão e deixo suas memórias me assumirem. A menina que eu amava.

A garota que me destruiu.

Minha melhor amiga.

Minha inimiga.

Porque quando eu mais precisava dela... ela me abandonou.

Quando eu não tinha ninguém. . . ela se afastou.

Ódio nem sequer começar a descrever o que sinto por ela.

Eu a detesto.

Mesmo que meu corpo ainda responde à memória dela, minha mente sabia que era um problema. Meu pai tinha razão.

O que era pior do que o seu abandono.

Eu ainda posso ver seu rosto presunçoso uma vez que eu disse a ele que não estávamos falando mais.

“Uau.” Devon bateu a porta com os nós dos dedos. “Acabei de ouvir a notícia. É verdade? Você está saindo?"

“Como se eu tivesse uma escolha,” eu disse do meu lugar no chão.

"Estou indo com você."

Começo a rir. “Eles têm um quarterback.”

“Então vou jogar para Seattle, pelo menos vamos estar perto. Além disso, o que Wilson recebeu de mim?”

“Oh, eu não sei, dois anéis de campeonato? Um iate? Uma esposa pop star? Quer que eu continue? Não?"

“Bem, pelo menos você não está chorando como uma garota.”

“Eu não choro-” Mordi o lábio. Chorar não trouxe a minha mãe de volta, e não traria a minha melhor amiga de volta. "Sempre."

“Nem mesmo na temporada passada, quando Jones quebrou a sua perna ao meio? Porque, não é mentira, foi uma merda assustadora.”

“Watt precisa controlá-lo,” eu resmunguei. “Ele vai matar alguém algum dia.”

“Eu acho que ele quer.” Devon sorriu. “Juro, que o homem acorda com um sorriso presunçoso como o inferno no rosto e procura maneiras de matar homens em campo.”

“Você é um idiota.”

“Tente não deixar Bellevue te subir a cabeça. Você sempre será um Pilot.”

“Sangre preto e amarelo.” Peguei a mão dele e me levantei. “Bucks finalmente. Pelo menos me enviaram para um lugar que realmente gosto.”

Ele franze a testa. “Você costumava viver em Bellevue, certo?”

Fico tenso e bloqueio as memórias.

“Algo assim,” finalmente solto. “Vamos ficar bêbados.”

“Você não bebe a menos que haja uma boa razão.”

“Acabei de ser negociado para o Bucks, é razão suficiente.”

Devon cruza os braços sobre o peito volumoso. “Esta razão foi sobre ser negociado?”

De jeito nenhum. Isso foi sobre voltar para o único lugar que eu já tinha chamado de casa.

“Sim, isso me irrita.” Isso pelo menos é verdade.

“Sim, tudo bem.” Devon me dá um tapa nas costas. “Eu posso ir para algumas bebidas. Além disso, você parece uma merda. Ah, e você vai pagar.”

Meu sorriso foi forçado.

E como ele tinha sorte, quando nós finalmente chegamos no estacionamento, algumas das líderes de torcida passaram por nós.

Uma tinha o cabelo loiro.

Eu fiz uma dupla tomada.

E então mentalmente me dei um soco nas bolas.

Ela não existia.

Não mais.

Talvez ela nunca o tenha feito.


Capítulo seis

EMERSON

 


Minhas unhas perfeitamente arredondadas cavaram minhas palmas. Cruzo as pernas, em seguida, descruzo pelo menos uma dúzia de vezes antes da porta se abrir. A treinadora Kay entra e senta atrás de uma grande mesa preta repleta de fotos de atletas, amigos e pessoas que eu assumi que eram membros da família.

Prêmios decoram suas paredes brancas.

Estou realmente perto de ficar mal do estômago quando ela finalmente fala. “Você sabe por que você foi convidada aqui.”

Não era uma pergunta. Foi isso?

Eu rapidamente balanço a cabeça e falo. “Eu acredito que você está procurando uma nova substituição.”

"Sim."

O silêncio se estende entre nós, enquanto seus olhos se estreitam em mim e muito lentamente avança pelo meu corpo. Ela começou na minha cabeça até que ela se levanta e se inclina sobre a mesa, seu olhar nunca vacilando quando ela me inspeciona todo o caminho até os meus tênis Nike rosa e preto.

"Hmm."

Não foi um bom hmm. Não como Hmm, isso é bonito ou Hmm, isso é diferente. Foi mais de um hmm isso significa que não vai funcionar. Eu estive no lado errado de hmm mais do que poderia contar.

O que provavelmente significa que ela está com medo de me colocar em sua lista. . .

Ou ela precisa de uma menina da toalha.

Meus lábios doem com o sorriso largo que eu mantive perfeitamente colado no meu rosto. Foi bem praticado, aquele que lhe disse que eu não podia ser abalada, não importa o quão rude a leitura do meu corpo tinha sido.

Eu era incrível.

Eu só precisava convencê-la disso.

Me recuso a aceitar a responsabilidade por ser parte do problema. As pessoas tendem a pensar que havia algo de errado comigo, e eu passei uma vida inteira me convencendo de que eu era apenas maior do que as outras meninas, e que estava tudo bem. Era um problema deles, não meu. Finalmente estou feliz comigo, e condeno ela por tentar abalar a minha confiança.

Ela pode ir para o inferno.

Junto com todos os outros que tinham me dado essa mesma exata expressão e acariciou minha mão como se quisesse dizer, queixo para cima, você tem um rosto muito bonito.

“Vai ser um trabalho árduo,” ela finalmente disse, inclinando-se para trás em sua cadeira quando suas longas unhas vermelhas batem contra a mesa. "Você está pronta para o desafio?"

“Eu acredito que você já sabe a resposta para essa pergunta, senhora.”

Finalmente, ela abre um sorriso. “Você precisa ser forte.”

“Eu posso me superar”

Ela balança a cabeça, me interrompendo e cortando a mão através do ar. “Não esse tipo de força.” Uma unha bem cuidada mudou para sua têmpora. “Este tipo.” Sua mão baixou ao peito e pressionou plana. “E esse tipo.”

“Eu tenho esses tipos,” disse em uma voz clara, confiante, “em espadas.”

"E é por isso...” Ela se levanta novamente e estende a mão. “Que eu gostaria de recebê-la oficialmente para os Bucks Squad. Os treinos são às cinco da manhã todas as manhãs e sete horas todas as noites até o primeiro jogo.” Ela me entrega um pacote. “Dê a eles o inferno.”

"Eles?"

“Vejo você amanhã de manhã.” Ela me ignora e senta-se, em seguida, olha para cima. “Por favor, feche a porta atrás de você.”

Eu tinha chegado à porta quando ela gritou: “Oh, e Emerson, temos uma rigorosa regra de não-confraternização. Lembre-se, os jogadores de futebol estão fora dos limites, mesmo os que são mudos como rochas. Entendido?"

Eu bufo uma risada incrédula. “Sim, isso não será um problema. Confie em mim."

Uma vez que estou a uma distância saudável no corredor, eu me permiti celebrar saltando para o ar e dando um gritinho. Fiz todo o caminho para o meu carro e explodi em lágrimas quando eu inclinei meus braços contra a janela do lado do motorista.

Meu sonho.

Esse tinha sido meu único sonho desde que meu pai me deu essa foto da minha mãe e me disse que eu era bonita.

Esse tinha sido meu sonho desde que o único rapaz que alguma vez me disse que eu era bonita me deixou.

Meu sonho desde que ele levou o meu coração com ele.

E nunca olhou para trás.

Desde que eu fui forçada a pegar as peças e colar de volta todas juntas.

Alguns dias eu ainda me sinto quebrada sem Miller, mas o que você faz quando a própria pessoa que você quer é a única que fez você quebrar em primeiro lugar?

“Não vai fazer parte da equipe?” A voz grave interrompe minha mini festa.

Lentamente, eu me viro e olho para cima, e, finalmente, encontro um lindo par de olhos verdes, brilhando.

Sim, você tem que viver em uma caverna para não saber quem era o homem.

Grant Sanchez não era apenas um dos melhores receptores na liga, ele era o melhor receptor na liga. Eu tinha feito o meu trabalho em pesquisar sobre todos os jogadores, não porque eu adorava estudar estatísticas de futebol, mas porque eles quase sempre fazem parte do nosso teste quando tentamos entrar para os esquadrões da equipe.

Sorte para mim, eu não preciso estudar muito. Os Bucks Bellevue eram celebridades em nossa cidade e a maioria deles eram também homens prostitutas notórios com muito dinheiro e privilégio. E Grant Sanchez era literalmente o pior.

"Na realidade...” Eu finalmente encontro minha voz. “Eu entrei para a equipe.”

Ele estende a mão para num toque aqui. Duas das minhas mãos poderiam caber na palma dele, foi quase divertido. Bati e rapidamente puxei para trás, nervosa que a treinadora me visse confraternizar, não que isso fosse a qualquer lugar. Ele era Grant Sanchez. Posso estar confiante, mas estou muito consciente do meu lugar no totem, e é baixo, enquanto ele só namora a camada superior.

Seus lábios cheios se espalham em um sorriso. "Estou chocado."

“Oh?” Eu tento não soar defensiva, mas foi difícil não ser quando eu dei um passo para trás e cruzei os braços.

Ele se move para mais perto de mim, quase me prendendo contra o meu próprio carro. “Bem, normalmente eles só contratam meninas mal-intencionadas com falsos peitos siliconados, sorrisos falsos e vício por aipo. Deus, por favor me diga que você odeia aipo.”

“O aipo tem gosto de água. Quem realmente gosta dele?”, Retruco, e recebo uma outra oferta para um toque aqui.

“Posso ter um pouco de queda por você, garota de torcida.” Ele pisca e se afasta, em seguida, por cima do ombro. “Vejo você por aí, Curvas.”

“Curvas?”

“Sou ótimo em apelidos, e seu...” Ele se vira ao redor e sacode a cabeça. “Droga, eles lhe fazem justiça.” Ele sorri. “Se ouvir que você come aipo, não podemos mais ser amigos.”

“Nós não somos amigos agora!” Eu solto de volta.

“Sim, nós somos!” Ele continua andando.

“Não, nós não somos!”

Ele me ignora e desaparece no estádio.


Capítulo sete

MILLER

 


Odeio aviões.

Eles me fazem lembrar de ir embora

Que por sua vez me faz lembrar de ser deixado para trás.

Eu sempre me imaginei sendo abandonado. E qualquer tipo de viagem sempre me lembra que eu basicamente tinha sido.

Puxo a porra da mochila sobre o meu ombro direito e entro no avião. É legal.

Melhor do que o que eu tinha vindo.

Provavelmente porque os Bucks sangram dinheiro, e eles mostram, a partir área de treino intocada ao estádio para jogos ao lado. Eles tinham piscinas de raia, jacuzzis, salas de vapor e banhos de gelo. Era como um spa dentro do vestiário. Eu tinha feito uma verificação dupla quando eu vi meu novo uniforme, minha mão ficou trêmula quando eu puxei a malha preto e branco.

Por muitos anos tinha sido meu sonho ser um Buck.

Agora?

É um pesadelo.

 

(Antes)

“Você acha que isso foi um ataque!” Em gritou. “Vamos!” Ela levanta e grita até ficar rouca, enquanto bebe o nosso refrigerante compartilhado e assiste com fascinação extasiada. “O quê?” Ela bufa e olha para mim. "Vamos! Você não viu isso?”

“Não.” Eu mordi minha boca só porque sei que vai irritá-la. “Estou muito ocupado observando você.”

Suas bochechas ficam rosa quando ela pega o copo da minha mão e revira os olhos. “Se eles continuarem abordando como se estivessem com medo de quebrar uma unha, não vamos para as semifinais deste ano.”

“Eu adoro quando você fala de futebol.” Sorrio para ela.

“Você está zombando de mim.”

“Se eu estivesse zombando de você, estaria sorrindo.”

“Você está sorrindo!”, Ela argumenta.

“Então, estou.” Me levanto e me aproximo dela. Eu tinha sido literalmente uma das únicas pessoas que não estavam em pé e gritando. Então, novamente, sei que os Bucks vão ganhar. Eles sempre ganham. “Eles vão ganhar. Eles só precisam de um incentivo de campo.”

“Eu não me importo sobre este jogo. E quanto ao futuro! Eles não podem jogar com os Pats1 com essa defesa!” Em empurra o refrigerante contra o meu peito e bufa quando pedaços do seu cabelo cai do seu coque bagunçado contra seu rosto.

“Claramente, eles só precisam de me recrutar fora da escola. Todos os seus problemas serão resolvidos.”

“E o meu”, ela sussurra.

“O que foi isso?” Ela tinha toda a minha atenção quando ela finalmente desvia os olhos do jogo, tempo suficiente para olhar para mim com um olhar cheio de medo. “Em?”

“Eu não quero que você me deixe para sempre."

“Bom, porque eu não vou. Você está presa comigo como um resfriado.” Enrolo um braço ao redor dela.

“Eu odeio resfriados.”

"Mas você me ama.”

“Se você é um resfriado, então, sim, eu te amo.”

“Minha garota.” Beijo sua têmpora. “Pare de ser dramática.” Faço uma pausa. “Ah merda, é aquela época do mês de novo? É por isso que estamos emocionais?”

"Nós?"

“Nós, você.”

Emerson bate no meu peito. “Pare de fazer perguntas que você não quer respostas.”

“Será que a minha menina precisa de chocolate?”

“Não.” Ela fala muito rapidamente.

“Em...”

“Estou totalmente bem.”

"Tanto faz. Vou alimentar você depois disso.”

"Eu jantei!"

“Você mal comeu, e vi você cobiçar um cookie de chocolate. Não minta.”

“Eu não estava cobiçando!”

“Não, mas você estava babando.”

"Somente... vamos apenas assistir ao jogo.” Ela estremece contra mim.

Beijo-a novamente e sussurro: “Você sabe que eu faria qualquer coisa por você, certo?”

Seu corpo amolece contra o meu. "Bom. Então este é o plano. Seja contratado pelos Bucks e vou torcer por você do lado de fora.”

“Como uma menina Bucks,” eu adiciono.

Ela cora. “Sim, bem...” Os olhos dela caem para as líderes de torcida que saltam ao redor e gritando. “Eu duvido que eles me deixariam torcer por eles, mas vou treinar pra caramba.”

“Você é a líder de torcida mais talentosa que conheço.”

“E você conhece tantas líderes de torcida?”

“Sou um jogador de futebol. É uma espécie do meu trabalho, Em.”

“Eca, nojento!” Ela fez uma careta. “Tudo o que estou dizendo é que elas são... diferente de mim.”

“Graças a Deus por isso.” Eu seguro seu rosto e forço ela a olhar para mim. “Estou feliz que você goste de biscoitos, Em. Eu prometo que vou jogar para os Bucks se você prometer que um dia você vai torcer por eles. Eu não posso ganhar sem você.”

As lágrimas enchem seus olhos. "Eu não tenho... perfil da NFL.”

“Eles teriam sorte de ter você”, eu disse acima do ruído enquanto minhas mãos caem para os seus quadris. "Tudo em você.”

Ela engole em seco.

“Tudo em você,” eu repito.

“Tudo em mim.” Ela suspira e, em seguida, coloca os braços em volta do meu corpo. “Obrigada, Miller. Você é um bom amigo."

Mais. Eu sempre quero mais.

E foi só uma questão de tempo antes que eu consegui.


Eu afasto a memória da minha cabeça, de repente, com um humor mais sujo do que eu deveria ter, considerando quanto dinheiro estou sendo pago. Estou, vivendo o nosso sonho. Só que ninguém nunca me disse o quanto sonhos podem custar.

Ou como eles te sugam, quando você não tem ninguém para compartilhar.

Abri a porta para o vestiário.

“Você.” Ora, ora, Grant Sanchez, ao vivo e em carne e osso. Tenho certeza que meu outro sonho envolvia ele ser envolvido com uma grave lesão e ser incapaz de pegar qualquer coisa pelo resto da temporada no ano passado.

E agora nós estávamos na mesma equipe.

Porra.

“Miller.” Ele sorri estupidamente. “Admita, você sentiu minha falta.”

“Roubou as palavras direto da minha boca.” Besteira. Eu queria sua cabeça em uma estaca. Como diabos eu deveria estar na sua equipe? O cara é um completo idiota.

Um talento.

Mas de qualquer forma.

“Ah, eu conheço esse olhar.” Ele dá de ombros e continua se aproximando de mim.

Droga.

“Quer arrancar a minha cabeça não é?”

“Uau, você é bom nessa merda em ler mente, não é?”

“Somos colegas de equipe, amigo.” Ele estende a mão. “Então, vamos colocar o passado para trás, ok? Não é sua culpa que você estava em um time perdedor com um quarterback de merda...” Meus punhos se fecham. “E uma comissão técnica ainda mais ferrada.”

Eu estendo a minha mão e balanço. “E eu aqui pensando que você estava quase pronto para fazer minha festa de boas-vindas.”

"Eu fiz. Na minha cabeça. Havia balões.” Ele aperta minha mão com força. “Falando sério, coloque o ano passado atrás de você, cara. Eu quero outro anel.” Ele solta minha mão e cruza os braços. "Relaxe. Você ainda parece pronto para matar alguém, e eu consegui um acordo com Armani, então eu não posso ter um olho roxo arruinando isso, mesmo que isso seja justificado.”

Reviro os olhos. “Vou embora de qualquer maneira. Eu queria verificar o estádio antes do treino de amanhã.”

“Hah, e aposto que o fato das líderes de torcida estarem treinando lá fora agora, não tem nada a ver com isso?”

“Absolutamente nada,” eu disse com uma voz morta.

“Ele mente.” Sanchez está rapidamente se tornando uma dor na minha bunda. “Vamos, jovem amigo, me deixe ensinar os caminhos dos Bucks.”

“Por acaso você falhou no seu teste de drogas?”

Sanchez riu. “Limpo, meu homem. Vamos."

“Onde?” Ele já estava me empurrando em direção a outra porta que dava para um corredor escuro. Ótimo. Se este é um trote do Bucks, já subiu na minha cabeça, estou deslocado e chateado o suficiente para fazer alguns danos sérios aos meus próprios companheiros de equipe.

Mas ninguém estava do outro lado do corredor.

Era só mais um vestiário.

Outras duas portas.

Mais três corredores escuros.

E então, uma última porta que se abre para a área superior da instalação de prática.

E cerca de vinte dos meus novos companheiros de equipe.

Com binóculos.

E uísque.

Sim, posso me encaixar com isso.

"Cavalheiros...” Sanchez agarra os meus ombros com as duas mãos e, lentamente, me empurra em direção a um assento vazio. “Miller chegou. Agora, vamos mostrar-lhe como se divertir, é por isso que estamos em uma das únicas equipes na liga cujo as líderes de torcida têm seu próprio calendário best-seller e documentário premiado.”

“Deus abençoe as líderes de torcida,” alguém gritou.

Sanchez e o resto dos caras murmurou um “Amém.”

“Não confraternização minha bunda.” Outro cara que eu reconheci levantou o binóculo e, em seguida, acenou para Sanchez. “Quase a tempo para escolher. Lembre-se, uma escolha, não roubar ou trocar.”

“Roubar ou trocar o quê?” Pergunto.

Os caras me olham com sorrisos conhecedores antes de Sanchez se sentar, batendo no assento ao lado dele. A maioria dos caras eram novatos, e a outra metade estavam no time de treino.

“Cada um de nós, até mesmo eu, vamos escolher uma líder de torcida durante a pré-temporada, e persegui-la até que ela desista, o que a maioria delas nunca fazem, porque nenhum desses caras tem jogo, e fazem apostas sobre quanto tempo leva para ela...” Ele lambe os lábios e sussurra. “Ser agressiva.” O idiota realmente soletrou enquanto alguém próximo a ele jogou as mãos no ar como se estivesse torcendo.

“Podemos não embarcar novos jogadores... mas nós ainda forçamos os novatos à nos levar para jantar e deixá-los pagar.” Sanchez aponta para o campo. “Nós temos uma exigência para todos os novatos, se você é um novato ou se você foi negociado.”

“Oh?” Eu não estou gostando do som de tudo isso.

“Escolha as líderes de torcida. Salve o mundo,” Sanchez disse a sério. “Ou escolhe apenas uma para perseguir durante a temporada, e vamos ver quem ganha isso.” Ele puxa um troféu de uma das mochilas e joga na minha direção.

“Jogador do Ano?” Eu li em voz alta. “Você só está esquecendo de um pequeno pedaço de informação valiosa. Todas as equipes têm uma política de não confraternização.” Jogo o troféu de volta para ele.

Sanchez o pega e levanta a mão. Ele enfia na mesma mochila e tira o que parece ser um livro de regras. “Ele afirma aqui que durante toda a temporada da NFL as líderes de torcida não estão autorizadas a sair, namorar ou entrar em um relacionamento sexual com qualquer um dos jogadores. Durante o período de entressafra, elas devem usar discrição.”

“Certo.” Eu finalmente sento, enquanto um dos caras ao meu lado me entrega um binóculo como se eu estivesse realmente indo com seu plano imaturo. Quem faz isso? Eu era jovem. Não estúpido. “A pré-temporada começa em duas semanas.”

“Ainda é baixa temporada...” Sanchez dá de ombros. “Não que isso importe. O treinador faz vista grossa enquanto nós ganhamos. Vamos lá, divirta-se um pouco. É inofensivo. Além disso, elas adoram a atenção. Você acha que elas não sabem que estamos aqui? Confie em mim, elas sabem.”

“Como?”

Sanchez sorri. “Porque nós avisamos. Porque elas são participantes dispostas. Porque estamos fazendo isso há anos. É uma tradição dos Bucks. Limpe esse olhar crítico do seu rosto, cara. As meninas adoram. Confie em mim, elas recebem muita atenção por causa disso.” Seu sorriso desaparece, ele aponta sua cabeça como um idiota. “Essas meninas lá querem uma coisa de nós e apenas uma única coisa.”

“Seu pequeno pau?” Eu pergunto. “Todos os Bucks são idiotas ou apenas você?”

Sanchez joga a cabeça para trás e sorri. “Sim, nós vamos conviver muito bem. Cara, você realmente acha que qualquer uma dessas meninas dão a mínima para casar, ter filhos, comprar um cachorro?” Ele revira os olhos. “Claro que não, elas querem atenção, e nós damos isso a elas, é uma vitória para ganhar, espere quantas vitórias?”

“Como você sabe quem ganha?” Pergunto.

“O último homem pé.” Sanchez dá de ombros. “O ano passado foi Thomas, ele namorou uma das meninas por um ano inteiro.”

Alguns caras riram, e um soltou. “Hey, Sanchez, você não propôs a uma das meninas? Oh meu erro, era outro cara.”

Risos começaram.

Sanchez não se juntou.

Minhas sobrancelhas se ergueram. Grant Sanchez? De joelhos?

Todo o seu comportamento ficou tenso. “Então o que você diz, Miller?”

“Passo.” Dou de ombros.

“Miller...” Sanchez zomba. “Você é virgem? É isso que se trata, homem? Porque se você precisa transar, posso arranjar para você.” Por que diabos isso importa tanto para ele?

“Eu prefiro não pegar herpes. Além disso, eu duvido que você poderia me agradar, cara.”

Os caras todos começam a rir enquanto ele se vira com um sorriso. “Não eu, seu imbecil.”

Eu cerro os dentes e me levanto. “Eu vou tentar não chutar o seu traseiro no treino de amanhã. Divirta-se agindo como uma criança, Sanchez.”

“Sua perda, homem.” Ele já estava olhando de volta para o campo. “Eles contrataram uma nova que é realmente boa.”

"E o resto?"

“A maioria delas estão mais interessadas em suas contas do Instagram,” disse outro cara.

“Bem, você é bem-vindo para ela. Eu não namoro durante a temporada.” Ou em tudo, mas eles não precisam saber disso.

“Puta merda, é ela?”

Eu estava pronto para sair, quando uma sensação de formigamento tomou conta de mim.

“Sexy.”

“Grande.”

“Os seios dela são enormes.”

“Essas coxas.”

“Ela tem um sorriso agradável embora.”

“Curvas por dias.”

“Ela deveria fazer dieta.”

“Ela é três vezes o tamanho da capitã.”

“A capitã é uma puta má que gosta de aipo,” Sanchez estala. “Além disso, eu falei com ela antes.”

“Com a capitã?”

"Não. Com a Curves.” A voz de Sanchez muda. “Ela é... diferente.” Sanchez parecia estar em algum transe estranho que eu não quero fazer parte, enquanto observava a menina com uma intensidade que eu só tinha visto de caras no campo.

Olho por cima do meu ombro. Ele estava olhando para a menina. Eu não podia vê-la sem binóculos. Mas isso não importa. Eu terminei com as líderes de torcida.

Todas eram más.


Capítulo oito

EMERSON

 


O manual de líderes de torcida tinha sido brutalmente... honesto sobre o que eles esperavam.

Eles não pediram aos membros da equipe para fazer dieta, mas foi fortemente exigido ficar longe de qualquer coisa que poderia ir para as coxas por meio de gordura.

Sem açúcar. Sem refrigerante. Sem frutas! Como fruta é ruim? O que frutas fazem a um ser humano além de hidratar? Até o momento que terminei as duas primeiras páginas, eu estava quase ficando doente.

Vou me surpreender se sobreviver durante toda a temporada?

O que era isso, vigias do peso? O inferno? Ambos?

A treinadora Kay não tinha dito nada sobre isso, o que significa apenas uma coisa. Ela esperava que eu fosse falhar, ou ela pensou que eu poderia lidar com isso.

Todas as conversas pararam no minuto que eu entrei no campo para o treino com as outras meninas.

Quando eu deixei cair minha bolsa no chão e comecei a alongar, algumas meninas me olharam, e então começaram a sussurrar.

Uma corajosa chegou perto de mim e sentou. “Oi.”

“Oi.” Eu engoli o meu nervosismo e dobrei a minha perna direita. “Eu sou Emerson.”

“A treinadora e eu fizemos uma aposta se você iria aparecer.”

“Oh?”

“Sério, parece que ela ganhou, não que isso importe. Precisamos de qualquer maneira de sangue fresco.”

Seu cabelo escuro estava puxado para trás em uma trança apertada, sua maquiagem parecia fresca, e seu batom vermelho brilhante contra sua pele pálida era como um farol aceso. Eu tive problemas para olhar para longe porque era um contraste gritante. A mulher usava um top branco, brincos de diamantes brilhantes que refletiam a luz, quase me cegando antes dela sorrir novamente.

“Eu sou Kinsey.”

“Prazer em conhece-la.” De repente, me sentindo autoconsciente, comecei a procurar na minha bolsa para por algum brilho labial. É evidente que eu não tinha chegado a essa parte do manual ainda.

Aquela que dizia que todas as meninas precisavam ter uma maquiagem perfeita em cada treino.

“Você vai adorar ser uma menina Bucks.” Kinsey imitou o meu trecho. “Recebemos bronzeamento livre, massagens gratuitas, maquiagem.” Ela franziu a testa para mim e depois limpou a garganta. “Para não soar como uma cadela, mas você deve pelo menos ter seus cílios com rímel se você vai aparecer com uma cara limpa.”

“Oh.” Eu toquei meu rosto. Ele estava quente com vergonha. “Eu não sabia. Vou fazer a minha maquiagem amanhã.”

Ela solta um suspiro. “Bom, isso é bom. Eu só...” Ela morde o lábio inferior e sussurra. “Vai ser difícil o suficiente para você desde que...”

Meu coração se afunda enquanto eu tento parar o meu estômago, mas foi inútil. Eu era apenas a maior garota entre todas elas. Eu posso colocar duas dessas meninas nas minhas calças, não é brincadeira.

“Você é tão bonita,” ela termina.

Minha cabeça vira a atenção. Hã? O que eu perdi?

Seu sorriso ainda estava no lugar, e eu não acho que era falso. “Você pensou que eu ia dizer outra coisa, não é?”

Eu balanço a cabeça, não confiando em minha voz. Meus olhos ainda procuram qualquer indício de vadia do mal, só para vir acima do vazio. Seu sorriso parece genuíno.

Ela revira os olhos. “Com uma bunda como essa, estou surpresa que Sanchez já não tenha apostado uma reivindicação.”

Ao som de seu nome, minhas bochechas queimam.

Eu não me movi.

Estou completamente apavorada.

Seu sorriso cresce. “Ah, então o melhor receptor na liga apostou uma reivindicação?”

“Não.” Eu balanço a cabeça e, em seguida, reviro os olhos. “Não exatamente.” Eu troquei minha posição e me mudei para alongamento nos corredores. Ela me seguiu. “Eu estava no estacionamento chorando — celebrando, na verdade, e ele começou a falar comigo. Não foi nada.”

Exceto pelo fato de que ele tinha um dos sorrisos mais sexy que eu já vi. Mas era um sorriso que dizia para as mulheres quão consciente ele era de sua própria sexualidade e aquele sorriso liderava uma estrada escura e perigosa que eu não queria fazer parte.

Suas sobrancelhas castanhas perfeitamente moldadas se levantaram. “Sanchez não fala só para ouvir sua própria voz, confie em mim. Há meninas aqui que ele nem sequer reconheceu, o que não é muito difícil para ele, pois ele é tão louco.” A risada dela era alta. “No ano passado, ele pediu Molly para sair do seu caminho, e ela estava tão atordoada que ela congelou. O homem teve que tirar ela fisicamente para fora do caminho. Eu tenho certeza que ela sofreu um leve acidente vascular cerebral.”

Eu fiz uma careta e olhei ao redor do campo. “Qual delas é a Molly?”

“Oh...” Ela me dispensou. “Molly se foi. Ela dormiu com um dos jogadores durante a temporada, e ele a delatou, porque ele pensou que ela estava o traindo. A comissão técnica descobriu e dispensou a bunda dela”

“Uau.” Eu respirei fundo. “Eles levam a sério o negócio sobre a política de não confraternização.” Não que isso importasse, já que, na minha opinião, todos os jogadores de futebol poderiam queimar no inferno.

“Eh...” Kinsey deu de ombros e mudou para esticar sua perna esquerda. “É uma regra confusa. A administração faz vista grossa se os caras ganharem os jogos. Se não, se eles descobrirem, nós somos as únicas punidas, enquanto os jogadores, só ganham mais dinheiro por meio de bônus.”

“Isso não é ilegal?”

Ela riu. “Não, querida. É futebol.”

Um assobio alto tocou para fora. Adrenalina passou por mim quando eu levantei rapidamente e esperei pelas ordens da treinadora. Era isso. Sou uma menina Bucks.

A excitação foi rapidamente abatida pela tristeza em uma base diária e raiva que apenas uma parte do sonho estava sendo realizado. Miller Quinton pode ir para o inferno. Deus, eu jurei que não iria proferir o seu nome, mesmo na minha cabeça, e lá estava eu, de pé no estádio dos Bucks, pensando em seus lindos olhos... O gosto de sua boca...

Já era difícil estudar estatísticas de futebol sem meus olhos passarem sobre seu nome, suas estatísticas, a sua capacidade assustadoramente incrível para interceptar cada passe que descia no campo, ameaçando sua equipe.

“Vamos começar com a nova coreografia.” Os olhos da treinadora Kay atravessou todas as meninas e pousou em mim.

Vamos lá, Em!

“Emerson, você tem a sua própria coreografia. O resto das meninas já estão trabalhando nisso.”

“Ótimo.” Forcei um sorriso e me levantei.

Olhos de julgamento estavam todos em mim.

Eu sentia cada olhar.

E posso jurar que ouvi cada pensamento enviado no meu caminho.

Muito grande.

Muito gorda.

Quadris enormes.

Sua bunda.

Como ela entrou no time?

Eu segurei minha cabeça erguida e deixei elas olharem e fazer seu julgamento.

Sussurros ficaram mais altos, até que finalmente tive que cerrar os punhos fechados para não sair dando socos.

“Eu vou ajudá-la, treinadora,” Kinsey levantou e, em seguida, olhou para o resto de suas companheiras de equipe antes de dar um passo para mim.

Ela acabou de grunhir?

A treinadora Kay sorriu para ela e, em seguida, soprou seu apito. “Dez voltas ao redor do estádio. Quando tiverem terminado, vamos começar a fazer a coreografia. A pessoa mais lenta tem que fazer uma centena de flexões antes de se juntar a coreografia.”

Todas decolaram em uma vibração de tênis Nike, sutiãs esportivos e mini shorts. Eu seguia de perto algumas das meninas, com Kinsey ao meu lado. Se havia algo que eu sabia sobre correr, era nunca parar de correr até a linha de chegada. No momento em que estávamos na décima volta, eu estava à frente da maioria das meninas e apenas fiz o meu caminho.

Eu terminei logo atrás de Kinsey e senti uma onda de orgulho quando uma das garotas mais magras da equipe soltou uma tosse, tropeçou de joelhos, e começou a fazer flexões.

Por ser a última.

Acabei de mostrar que só porque eu parecia maior não significa que eu não sabia como usar as minhas pernas e meu cérebro, mesmo um monte de vezes, ao mesmo tempo. Imagine isso!

“Muito bem, Emerson.” Kinsey levantou a mão para um toca aqui. “Mas eu garanto que você vai ser a última amanhã se você não colocar gelo depois do treino de hoje à noite. Nós temos uma meia hora de condicionamento esgotante após a coreografia de dança, e no ano passado eles tiveram baldes no campo.”

“Baldes?” Eu repeti. “Para o gelo?”

Kinsey sorriu largamente. "Não. Isso seria para o vômito. Não podemos entrar no perfeito campo dos Bucks vomitando, podemos?”

Eu gemi. “Ótimo.”

“Vale a pena.” Ela apontou para os lugares vazios. “Confie em mim. Nosso treinamento é como nada que eu já experimentei. Você vai ver, e então você vai ser grata que eles fizeram você passar pelo inferno.”

“Por que você está sendo tão boa para mim?”

“Fácil,” Ela deu de ombros. “Você já possui seu rosto bonito, e você é provavelmente a única menina na equipe que iria comigo pegar uma cerveja, e beber sozinha é proibido. Está no manual.”

“Está tudo no manual?”

Ela revirou os olhos, assim que outro apito soou. “Nem me fale.”


Capítulo nove

EMERSON

 


“Tem certeza de que está tudo bem?” Olho ao redor do vestiário vazio e estremeço. Meu corpo doía em todos os lugares errados, lugares que eu nem sabia que existiam. O treino tinha terminado há meia hora, e mesmo que eu tivesse alongado todos os meus músculos e quase chorei do impacto do rolo de espuma, eu ainda sentia dor.

“Claro.” Kinsey deu de ombros. "Eu uso isso o tempo todo. Apenas certifique-se de trancar quando você acabar. É uma das vantagens de ser uma menina Bucks.” Ela jogou o último saco de gelo na banheira e apontou. “Dez minutos, sem reclamar. Sem lágrimas, garota Buck “.

Eu tremi. “Odeio banhos de gelo.”

“Todo mundo odeia banhos de gelo.” Ela me deu um tapinha nas costas e, em seguida, me deu um empurrão amigável para a banheira. “Mantenha seu sutiã esportivo e roupas íntimas apenas no caso de um dos faxineiros da noite entrar ou, você sabe, um jogador.”

Eu olhei. "Um jogador de futebol?"

"Não se preocupe. É pré-temporada, e o treino só começa amanhã. É tarde demais para os bebês grandes estarem fora.”

“Ok.” Eu suspiro, comprando mais tempo antes de Kinsey cruzar os braços e esperar. “Você não vai sair até que eu entre na banheira, hein?”

“Eu não vou embora até que sua bunda esteja na banheira.”

“Retiro o que eu disse sobre você ser boa.”

Risos explodem. “Não dou a mínima. Agora entre na banheira, Em.”

Com movimentos bruscos, puxo minha blusa sobre a cabeça, jogo no chão, e tiro a minha calça preta.

“Entre.” Kinsey aponta.

“Eu vou!” Resmungo. “Eu só... Estava pensando.”

“Você estava paralisada.”

“Você é uma cadela.”

“Vai me xingar? Mesmo?"

Seguro os lados da banheira e abaixo lentamente meu corpo dolorido. Uma onda de frio rouba a respiração dos meus pulmões quando agulhas minúsculas começaram a tocar minha pele.

“É tão frio.” Odeio Kinsey. “Eu odeio você, eu odeio você.”

Sua resposta foi dar de ombros em seguida, pegou um timer de cozinha vermelho e programou até dez. “Tudo bem, vou ver você amanhã de manhã, amiga!”

“Eu não tenho amigas!” Grito de volta para ela. Ouço ela rir quando a porta do vestiário é fechada.

Com meus dentes batendo, tento pensar em algo para me distrair enquanto estou coberta pelo silêncio frio e uma quantidade insana de dor. Mas a agonia era intensa, e meus músculos apreendidos com cada respiração que dou.

A porta do vestiário abre novamente.

“Nós ainda não somos amigas!” Grito quando o meu corpo estremece debaixo da água gelada.

“Bem, isso é decepcionante,” veio uma voz escura, sexy. “Posso ter jurado que fizemos um pacto esta manhã.”

Olho para cima através dos cílios congelados para ver Sanchez se elevando sobre o meu inferno gelado com um sorriso presunçoso no rosto.

"Por que você está aqui?"

“Esqueci meu celular.” Ele sorriu mais amplo. “Como foi o primeiro dia, Curves?”

“Gelado,” eu respondi em um tom aborrecido.

“Duvido,” Ele mergulha um dedo na água, joga um pouco no meu rosto, em seguida, agarra ambos os lados da banheira. Seu grande corpo paira sobre mim, lançando uma sombra. “Mesmo a palavra soa estranha vindo da sua boca.”

“Você está no meu espaço.”

“Eu sou grande. Estou no espaço de todos.”

“Você não está fazendo os próximos minutos fáceis. Eu não posso exatamente escapar. Essa é a armadilha que você faz com todas as suas amigas?”

“Apenas as que eu realmente gosto.” Ele pisca, recosta-se e puxa uma cadeira, em seguida, coloca os pés em cima da borda da banheira. “Me diga que você está nua sob todo esse gelo.”

“Desculpe desapontar você.” Meus dentes batem de novo quando eu descanso minha cabeça para trás e xingo. “Quantos minutos mais?”

Sanchez assobia, seus olhos verdes piscam para o temporizador. “Quatro.”

“Faz apenas seis minutos!” Eu não queria gritar.

Ele começa a rir. “Me deixa te ajudar a ter sua mente fora das coisas.”

“Não.”

“Sim.”

“Sanchez!”

“Uau, você gritou meu nome, e é apenas nosso primeiro encontro.”

“Nós não estamos em um encontro!” Estou gritando com o melhor receptor na liga, uma celebridade. Ele estava falando sobre me distrair, e estou gritando. Talvez porque meu coração não falhou.

Ele não vibrou.

Nada se movia.

Nada de borboletas.

Apenas a consciência de que ele era sexy.

E estou congelando pra caramba.

“Três minutos.” Ele se ajoelha ao lado da minha cabeça. Suas mãos em concha de cada lado do meu rosto como se ele estivesse me inspecionando. “O que você diz, Curves?”

“Para o quê?” Meu túmulo gelado estava começando a entorpecer meu cérebro, porque eu tinha seriamente pensado no que ele estava falando.

“Para eu te aquecer um pouco,” disse ele antes de silenciar meus protestos com um beijo ardente que fez maravilhas para o meu atual estado de terror.

Eu o beijei de volta.

Porque o seu beijo era do tipo que você não tinha escolha senão responder, ele não pediu permissão, ele te deixa curiosa, e promete dar respostas se você beijar de volta.

Então eu fiz.

Nossas línguas se encontraram com um frenesi de calor que eu seriamente não estava preparada, e quando sua mão desliza por trás do meu pescoço, me puxando para mais perto, eu fui com ele.

Porque tinha sido seis anos desde que eu tinha sido beijada assim.

Quase tanto tempo desde que eu me deixei sentir.

E eu percebi que era bom, tão bom ser querida, mesmo que fosse por um jogador playboy de futebol estúpido que provavelmente tinha entalhes suficientes em sua cabeceira da cama para torná-la um queijo suíço.

Ele se afasta, os lábios frios deslizam pelo meu pescoço, e depois sua boca volta para a minha.

O temporizador disparou.

Tentei me mover.

Ele não me deixou.

“Quente?” Ele inclina a cabeça, seu sorriso desapareceu, substituído por algo que eu provavelmente iria questionar mais tarde, enquanto tento encontrar minha voz.

“Quente.” Engoli o nervosismo de repente e senti meus braços.

Seus olhos verdes caíram na minha boca mais uma vez como se ele quisesse me beijar de novo, e então ele fez algo que eu só poderia assumir que estava completamente fora do seu caráter. Ele se levantou, pegou uma toalha e me entregou, em seguida, se virou.

“Obrigada.” Eu tremi uma última vez, todo o meu corpo entorpecido, e trêmulo, saí da banheira e envolvi a toalha em volta de mim.

Ele era secretamente um cavalheiro? Ou talvez... só que insanamente inteligente ele sabia que a única maneira de entrar nas calças de uma menina era jogar como o cara legal e, em seguida, atacar?

“Daqui eu posso ouvir você pensar, Curves.”

“Desculpe.” Estou escancarada para ele. Dou uma sacudida na minha cabeça, em seguida, rapidamente tiro as minhas roupas molhadas e visto minhas roupas, eu sempre tenho uma reserva guardada na minha mochila. “Ok, eu estou...uh, não mais nua.”

“Foda-se.” Ele baixa a cabeça e depois olha por cima do ombro. “Você mentiu sobre estar nua?”

“Peguei você.”

Ele engoliu em seco, seus olhos lentamente vidrados enquanto me olha. “Vergonha.”

"Como é?"

“Isso, você ter que usar roupas.” Ele pisca. “Você está pronta para ir?”

“Claro.” Peguei minha bolsa enquanto ele caminhou até um dos quartos separados e voltou segurando o telefone na mão.

O ar final do verão me aqueceu tanto quanto seu beijo. Caminhamos lado a lado, em silêncio, no estacionamento.

“Você precisa de uma carona?” Pergunta.

Olho para o meu Honda e dou de ombros. “Não, ele vai conseguir.”

“Tem certeza?” Ele aponta. “Estou comovido que ele não foi roubado.”

“Muito engraçado.”

Ele enfia as mãos nos bolsos. “Eu tenho que estar no treino cedo amanhã para passar algumas coisas com o nosso novo companheiro de equipe. Vou deixar você ir, então te busco na parte da manhã. O que você acha?”

“Parece-” Eu abri minha porta e entrei, “como se você estivesse tentando descobrir onde eu moro.”

Ele parou entre o pequeno espaço da porta do carro e o resto do carro. “É mais como um interesse profissional em fazer com que a nossa nova líder de torcida vá para casa em segurança.”

“Sim, eu chamo de besteira.”

Ele sorri. “Besteira total. Eu realmente só quero te foder.”

"Bem...” tento não parecer muito ofendida. “Pelo menos você é honesto.”

“Isso geralmente funciona melhor do que flores.”

“Eu não sou realmente um tipo de garota de flores.”

“De alguma forma, isso faz sentido.” Ele exala e, em seguida, passa a mão pelo cabelo. “Eu sou do tipo... que não costuma ser rejeitado.”

“Tome um ibuprofeno e um bom copo de vinho esta noite, Sanchez. As coisas estarão melhores na parte da manhã após uma boa noite de sono.”

“Uma menina sarcástica.” Seu sorriso se alarga. “Diga-me que não seria bom entre nós.”

Eu não posso. Eu sei. Ele sabe disso. Porque provavelmente seria explosivo e, em seguida, com base em seu histórico eu ia acabar soltando algum comentário estúpido, e ele se desculparia e duas rodadas só ficaria melhor.

Mas eu não quero melhor.

Tentei sufocar as lágrimas.

“Ei, ei.” Ele se ajoelha ao meu nível. “Curves, que diabos? De onde é que essa expressão vem? Porque com certeza não foi de mim.”

“Nada.” Balanço minha cabeça. “É sério. Nada.”

“Eu não vou embora até que me diga por que você perdeu seu sorriso.”

“Uau.” Agarro o meu volante e balanço a cabeça. “Você sabe, se você usasse seus poderes para o bem, poderia realmente encontrar uma relação estável, com filhos, um cão, talvez até mesmo um papagaio. Sonhe grande, Sanchez.”

“Eu gosto de pássaros.” Ele não tira os olhos dos meus. “Agora, o que fez você tão triste essa noite?”

“Nós não vamos dormir juntos.”

“Quem dorme? Eu quis dizer sexo. Eu sinto muito. Ficou confuso?”

“Sanchez.”

“Deus, eu amo quando você diz meu nome.” Seu sexy sorriso caiu. “Então, realmente, o que está errado?”

“Nada. Estou bem.”

Ele agarra a porta. “Eu tenho a noite toda.”

Ele não estava indo embora. Ele era como um caso realmente sério de gripe ou uma tosse persistente. O ponto? Eu preciso dormir, e já estou perdendo a batalha de inteligência com o cara. Honestamente, ele não era cansativo, e estou chateada comigo mesma que não posso ser aquela garota, a menina que apenas salta para os braços de um cara e concorda em se divertir sem-amarras.

"Eu amo futebol. Odeio os jogadores. Vamos apenas dizer que eu tive uma experiência muito, muito, muito ruim.”

“Claramente, desde que você disse três vezes.”

“Muito ruim.”

“Agora foram quatro.”

“Posso sair agora?”

“Sim.” Ele inclina o meu queixo em direção a ele. “Você sabe que poderia se divertir... esquecer todo o drama.”

“Você é o drama.” Eu o empurro com uma risada. “Vá confraternizar com outra líder de torcida. Essa está bloqueada.”

“Vamos ver.” Ele fecha a porta e me dispensa.

Graças a Deus, meu carro ligou.

Porque eu não tenho certeza se tenho força de vontade para dizer não ao seu sorriso fácil novamente. As brincadeiras divertidas no parque de estacionamento do estádio dos Bucks me lembraram tanto de Miller que fez meu estômago doer e meu coração, o músculo estúpido continuava acelerando com o pensamento.

Miller e eu poderíamos ter tido isso.

E, infelizmente, uma parte de mim ainda queria.

Eu queria Miller.

Não Sanchez.

Sentir atração por um jogador de futebol seria mais fácil.

Mas não foi.

Entrei no meu complexo de apartamentos e descansei minha cabeça contra o volante, em seguida, lentamente fiz meu caminho até os três lances de escadas.

Casa.

“Oi, pai!” Eu tento manter o tom feliz na minha voz.

“Baby.” Seus olhos cansados me olham. “Como foi o treino?”

“Bom.” Engulo as lágrimas grossas na minha garganta.

Eu não estava mentindo sobre não ter amigos. Entre trabalhar pra caramba para estar na equipe e ajudar a cuidar do meu pai, estou exausta na maioria dos dias. Felizmente meu trabalho me permitiu trabalhar em casa.

Casa.

O apartamento era pequeno. Apenas um teto sobre nossas cabeças, já que todo o nosso dinheiro foi para contas médicas e seus cuidados em casa.

"Ótimo. Você sempre foi uma aluna tão maravilhosa.” Seus olhos vazios piscam antes de começar a quebrar. “Eu não posso acreditar que você está se formando em poucas semanas!”

“Sim.” Eu olhei por ele para Connie, a enfermeira. Ela tinha o cabelo escuro puxado em um rabo de cavalo baixo, seus óculos de aro preto deslizando para o meio do seu nariz quando ela colocou as mãos nos quadris estreitos. “Eu também.”

“Foi um bom dia,” disse ela, seus amáveis olhos sempre era uma visão bem-vinda. “Como foi o seu?”

Ela estava em nossas vidas por dois anos. E me permitia ter o alívio que eu precisava, especialmente quando ele tinha dias difíceis. Foi devastador ver alguém se desintegrar, uma mente brilhante apenas... se foi.

“Emerson? O seu dia?” Ela repetiu.

“Hum, sem intercorrências.” Exceto por um beijo escaldante de um dos mais famosos jogadores da NFL no mundo e uma suspeita persistente de que, se eu dissesse que sim, minha noite teria terminado com vários sorrisos em vez da tristeza, asfixia e vazio que eu sentia na minha própria casa. "Preciso ir para a cama."


Capítulo dez

MILLER

 


Sanchez está esperando por mim no estacionamento com o sorriso mais idiota que eu já vi no rosto de qualquer ser humano.

“Por que sempre parece que você está chapado?” Pergunto quando saio do meu Mercedes e pego minha mochila no porta-malas.

“Vivo a vida ao máximo, meu amigo.” Ele dá de ombros, o sorriso de volta com força total. “Eu apenas tive uma boa noite. Um homem não pode sorrir por causa de uma boa noite?”

“Eu não quero saber.” Sua reputação era lendária. Não seria surpresa para mim se o merdinha levou para casa quatro líderes de torcida na noite passada e deixou elas se revezarem fazendo piruetas no seu pau.

“Eu não diria a você de qualquer maneira.” Ele pega sua bolsa e caminha comigo para o alojamento de treino. “Você já esteve em um relacionamento?”

Eu paro de andar.

“Miller?”

“Nós não somos amigos.”

“Por que diabos as pessoas continuam rejeitando minha amizade? Primeiro a Curves e agora você. Droga, é como uma piada de mau gosto.”

“Curves?”

“A líder de torcida mais sexy que existe. Ela me rejeitou. Duas vezes. Mas eu consegui um ótimo beijo. Então, novamente, ela estava encurralada. Deixa pra lá.”

“Você encurralou uma líder de torcida e se atirou nela?”

Sanchez me deu um olhar chateado. “Eu pareço o tipo de cara que tem que forçar alguma coisa?”

“Relaxa.” Eu levanto minhas mãos. “Passei os últimos dois anos da minha vida odiando você. Me dá um desconto, companheiro de equipe.”

“Todo mundo me odeia.” Ele sorri. “Eu aceito isso como um elogio. Se você gostou de mim, seria provavelmente porque eu não sou tão sujo como eu sou no campo. Nós só odiamos os bons jogadores. Nós gostamos dos idiotas. É como o futebol funciona.”

“Exceto o Russell.”

Ele assente. “Droga Wilson. Um unicórnio, é o que esse cara é.”

Estendo a mão para a porta, mas Sanchez bate a mão contra ela, mantendo-a fechada. “Sério, cara?”

“Ouça...” Ele parece desconfortável, seus olhos verificando todos os lugares antes de finalmente olhar a mim. “Eu não quero problemas. Eu quero outra aliança. Eles são bons rapazes, todos eles. Assim, o momento em que entrar, eu preciso saber que você está dentro, que você não está ainda chateado sobre ser negociado. É um enorme elogio, tudo bem? Então deixe a bagagem na porta. Perder não é uma opção.”

Eu tinha que respeitá-lo por ser protetor com a sua equipe. E sei que se tivesse algum idiota sendo negociado com a minha antiga equipe, eu teria com ele a mesma conversa.

“Deixa de ser idiota,” respondo, erguendo minha mão em uma oferta de paz. “E estou dentro. Eu juro.”

Ele me estuda por alguns minutos antes de finalmente apertar minha mão, em seguida, balança a cabeça e abre a porta. “Então bem-vindo aos Bucks, oficialmente.”

Eu sorrio. “Então, ontem à noite, não foi tão oficial?”

“A noite passada foi...” O rosto dele se transforma naquele sorriso tolo novamente. “Interessante.”

“Sem detalhes.” Eu ergo minhas mãos.

Risos e gritos me cumprimentam quando eu entro no grande vestiário; parece que o lugar pertence a uma revista de spa, com suas enormes banheiras, chuveiros revestidos de azulejos, e saunas. Não tenho certeza de quando poderei me acostumar com isso.

“Miller Quinton.” Sanchez disse meu nome com autoridade. “O melhor bloqueador ofensivo na liga. Com mais de mil jardas e seis touchdowns no ano passado, temos sorte de tê-lo em nossa equipe.” Meus novos companheiros de equipe balançam a cabeça na minha direção; alguns dos olhares são severos, mas na maior parte, minha reputação me precede; Assim, a adição de dezoito milhões de dólares para o meu contrato que a minha antiga equipe ainda tinha que desembolsar. “Agora que as apresentações foram feitas...” Ele faz uma pausa. “Vamos ganhar esse campeonato.”

Aplausos entram em erupção.

Adrenalina circula no meu sistema quando me junto com resto dos caras em um abraço coletivo.

“Bucks, Bucks, Bucks!” Eu só vi a saudação deles em equipe como adversário, mas agora eu sou parte dela, parte da equipe que seis anos atrás eu teria vendido minha alma para ser integrante.

“Quem somos nós?” Sanchez grita.

“Bucks!” Eu grito também, sentindo-me muito estranhamente em casa com a minha nova equipe.

“O que nós fazemos?”

“Nós acabamos com eles!” Gritamos.

“O que vocês disseram?” Sanchez grita alto.

“Acabamos com você!”

Sanchez e eu olhamos uma para o outro, e sei que não estou apenas olhando para um companheiro de equipe futuro; Estou olhando para um irmão, um soldado, um possível amigo.

Vamos para a guerra juntos.

E nós com certeza vamos ganhar um campeonato. Eu posso sentir isso no meu interior.

“Vamos trabalhar.” Eu balanço a cabeça para ele.

“Vocês ouviram o homem.” Sanchez retorna meu olhar intenso. “Vamos chutar algumas bundas.”

O treino foi um borrão.

Um borrão de dor angustiante.

Misturado com repetições infinitas.

E outra forte dose de dor quando Thomas, um dos jogadores da defesa, decidiu que seria uma boa ideia quase arrancar a minha cabeça do meu corpo.

Eu cuspo sangue e limpo meu rosto. “Novamente.”

Sanchez começa a rir. “Vocês ouviram o homem!”

Jax, o nosso atacante, o jogador de futebol americano mais quieto que eu já conheci, joga a bola em uma espiral. Corro minha rota, volto para trás, e pego a bola para o touchdown.

“Caramba!” Sanchez grita. “Eu já posso ver aquele anel. Eu preciso comprar um novo estojo.”

“Um estojo de anel?” Eu provoco. “Sério?”

“Eu gosto de coisas boas.” Ele me mostra o dedo do meio.

Minha antiga equipe foram meus únicos amigos. Mas com um olhar persistente no campo de treino, o suor, sujeira e constante gritos, eu sei que estou finalmente em casa.

Eu só estou sentindo falta da parte mais importante do sonho.

A garota.

“Uau.” Sanchez me dá um soco no braço. “Afaste a tristeza de seu rosto e transforme ela em raiva. Nós ainda temos duas horas de treino.”

“Raiva...” Eu concordo. “Posso fazer isso.”

Jax atirou mais alguns passes em minha direção; Eu peguei todos eles. Era importante estar no ponto com o seu atacante e, embora ele fosse muito silencioso, havia uma força sobre ele que ordenava não só respeito, mas também a sua total atenção.

Quando o treino finalmente terminou, eu estava mais exausto do que todos os últimos anos de futebol juntos.

E isso, gente, é por isso que os Bucks são os melhores.

Porque quase matava seus jogadores durante os treinos e eles jogavam como se nunca perderam um jogo em suas vidas.

“Bom trabalho, cara.” Jax retira o capacete e estende a mão enluvada. Seu cabelo é cortado rente à cabeça, mandíbula firme e olhos castanhos estão presos nos meus. Parece que ele pertence a capa da revista GQ mais do que ele pertence ao campo de futebol.

“Uh...” Eu aperto sua mão. “Obrigado.”

“Deus, você é lindo, Jax.” Sanchez vem atrás de mim e mexe as suas sobrancelhas.

“Ei, idiota...” Jax está claramente conversando com Sanchez quando ele solta minha mão. “Tente pegar a bola da próxima vez.”

Sanchez aponta para si mesmo. “Melhor receptor na liga.” Ele aponta para Jax. “Segundo melhor atacante. Me desculpe, cara. Não pode vencer todos.”

“Foda-se.”

“É bom que vocês se deem tão bem,” eu interrompo. “Sólido.”

Jax sorri. “É mais como eu aguentando as besteiras dele e nós ganhamos.”

“Nós ganhamos porque ele aguenta minhas besteiras, e eu pego suas bolas.” Sanchez dá de ombros. “E quero dizer as de couro, e não as pequenas coisas que você jura ter na verdade, embora nenhum de nós jamais viu você com qualquer garota que não seja sua mãe.”

Jax estreita os olhos para ele. “Ela faz uma boa sopa, então desista.”

Começo a rir.

“Ela faz uma sopa muito boa,” Sanchez concorda.

“A mãe de Jax está fazendo sopa de novo?” Perguntou Thomas. “Aquela sopa com tacos?”

Jax amaldiçoa e, em seguida, grita, “Minha mãe não está fazendo sopa!”

Thomas joga seu capacete para baixo. “Droga. Eu amo os tacos daquela mulher-”

“Thomas...” Jax ameaça. “Esqueça isso. Não faça comentários sobre tacos. Eu odiaria dar um soco na sua cara.”

“Você sempre precisa se preocupar com os mais quietos, Miller...” Sanchez me dá um tapinha nas costas. “Sempre.”

“Uau.” Estremeço e depois sigo o resto dos caras para fora do campo, apenas para perguntar por que os assobios infernais e vaias estão invadindo o ambiente.

E então eu vejo um lampejo de preto e branco.

Líderes de torcida.

Meu lábio estremece com desgosto.

Malignas, todas elas.

Vários me olham de cima a baixo enquanto elas dançam perto; algumas tentam me tocar, e eu me afasto como se fossem doentes.

Sanchez fica na minha frente.

“Cara,” eu gemi. “Estou cansado, suado e dolorido. Sai do caminho que eu quero tomar um banho.”

“Estou ocupado,” ele fala por cima do ombro.

“Olhando para a parede?” Eu o empurro para longe e paro, paralisado. Incapaz de respirar.

Emerson.

Ela está ocupada prendendo seu cabelo em um rabo de cavalo. Inferno, quantas vezes eu tinha puxado aquele cabelo loiro? Visões de nós na cama, da sua risada, eu a perseguindo tanto que eu juro que era impossível recuperar o fôlego.

Ela é cheia de curvas.

Bunda.

Quadris.

Músculos.

Perfeição.

Raiva irracional me domina. Meu corpo não deveria ainda responder à maneira como suas covinhas iluminam a sala ou os olhos azul-claros que sempre pareciam olhar através de mim.

“Curves!” Sanchez grita. “Vejo que você leu o manual.”

“Composição completa!”

Ela ergue a mão para um toca aqui.

Meu cérebro faz os cálculos mentais.

Desde ontem à noite.

Para a manhã dele.

Ela beijou Sanchez.

Os caras tinham aceitado as apostas.

Ele pediu dinheiro.

Minha visão fica vermelha; meus olhos ardem.

Meu coração quebra um pouco mais enquanto ela coloca o resto de suas roupas em sua mochila e amarra os sapatos.

Ela ainda não tinha me visto.

Uma grande parte de mim quer correr.

Mas a outra parte doente quer que ela me veja, quer que ela veja minha dor, minha raiva, a porra do meu coração partido.

Então eu fico lá.

E espero.

Finalmente, ela está andando em minha direção, Sanchez muito entusiasmado com ela. Juro que o tempo parou, ficou paralisado assim como eu estou.

Dois passos.

Três.

E então, um olhar.

Um suspiro.

A mochila cai junto com sua garrafa de água.

Eu continuo a olhar com desgosto completo e absoluto. Que porra de direito ela tem de parecer tão magoada quando ela me abandonou no momento que eu mais precisava dela.

“M-Miller?”

Sanchez olha entre nós, seus olhos encontrando os meus antes dele passar um braço possessivo ao redor dela e puxá-la para longe de mim.

“Desculpe,” Eu lambo meus lábios e dou a ela um sorriso irritado. “Nós nos conhecemos?” Eu balanço a cabeça para Sanchez. “Até mais, cara.” Um último olhar, um último, olhar obsessivo. “Divirta-se.”

Você pensaria que eu teria esbofeteado ela.

Ela se afasta de Sanchez, com os olhos vidrados como se ela estivesse pronta para explodir em lágrimas.

Mas a piada era sobre ela. Suas lágrimas nunca iriam funcionar comigo – pelos dias em agonia que minha melhor amiga, o amor da minha vida, minha alma gêmea tinha me abandonado sem aviso, sem adeus.


Capítulo onze

EMERSON

 


Só assim, eu me lembrei. Bastou um persistente olhar do homem que quebrou meu coração, e estava lá. Tudo voltou. Eu lutei para impedir as lágrimas. Eu falhei.


(Antes)


“Você tem que deixar ir, amor.”

“O que eu te disse sobre usar essa palavra?” Eu soluçava contra seu peito e me recusei a soltá-lo.

“Um monte de coisas que eu não consigo me lembrar, já que todo o meu foco está no fato de que eu te vi totalmente nua.”

“Mais de uma vez.”

“Duas vezes. Eu contei.” A resposta presunçosa de Miller fez meu rosto ficar todo vermelho, até mesmo as pontas das minhas orelhas.

“Graças a Deus, você pode contar tão alto,” respondo.

Miller beijou o topo da minha cabeça. “Ei, eu tiro boas notas. Eu sou inteligente sabe.”

Revirei os olhos, embora ele não pudesse me ver e, finalmente, finalmente me afasto.

Seu olhar claro prendeu o meu.

“Não vá,” eu implorei.

“Confie em mim,” Sua voz estava rouca, ele deu um beijo em minha boca. “A última coisa que eu quero fazer é deixar a minha parceira para trás.”

“Isso é horrível.” Eu bufei, enxugando algumas lágrimas perdidas.

“Coragem, Emerson. Não é como se você não tem um telefone celular.”

“Você odeia falar ao telefone,” eu anunciei. “Da última vez que eu liguei, você adormeceu.”

Ele sorriu.

“Enquanto eu ainda estava falando.”

“Você estava falando sobre uma coreografia de dança. Perdoe-me se eu cochilei um pouco, mas porra, garota, eu não sei o que diabos é um pique ou porque é importante. E eu sou o último cara que seria capaz de dizer se as suas pernas estavam retas.”

“Elas estavam.” Eu suspirei. “Só pra constar. Eu sou impressionante nos piques.”

“Você também é super incrível na cama, mas você não me vê ligando para dizer algo que você já sabe.”

Tentei não corar pela segunda vez.

“Aí está.” Ele segurou meu rosto, seus polegares acariciando meu lábio inferior. “Não se esqueça de mim.”

“Como eu poderia esquecer de tal pedra no meu sapato, chato, um-”

Ele encosta sua boca na minha, em seguida, se afasta, seus olhos suplicantes. “Nós vamos fazer isso funcionar, ok?”

“Absolutamente.” A dúvida tomou conta de mim. Ele estava se mudando para o outro lado do país. Literalmente.

E ele era Miller Quinton.

Atraente.

Carismático.

Meu melhor amigo.

Mas não é meu namorado.

Eu disse a ele que seria muito difícil a gente viver vidas separadas tão longe um do outro.

Foi uma decisão dolorosa para nós dois. E se ele se apaixonasse por outra pessoa? E se ele me substituir? E se eu fizer o mesmo? Eu era mesmo capaz disso? Como era mesmo possível esquecer seu primeiro amor? Seu melhor amigo?

“Você está pálida.” Miller puxou meu rabo de cavalo. “Vamos conversar, tudo bem? Só acho que, em dez meses vamos estar fora da escola e começando a faculdade. Vou me candidatar para a UDub, e você vai torcer por eles. Esse sempre foi o plano.”

Eu mordi meu lábio inferior. Ele estaria longe agora. Antes não era grande coisa se ele não conseguisse a bolsa porque o plano era ficar perto um do outro, mas agora, ele estava se mudando. “E se eles não oferecerem uma bolsa integral para o futebol?”

“Eles vão,” ele disse em uma voz confiante. “A minha potência sexual arruinou todos os pensamentos nessa cabecinha?” Ele se inclinou e sussurrou. “Eu sou Miller Quinton.”

Exalei e cruzei os braços enquanto ele segurou sua orelha e sorriu.

“Vou esperar.”

“Não. Eu não vou fazer isso. Eu não vou fazer isso.”

“Eu poderia sempre fazer por você.” Ele olhou para a minha boca com um olhar faminto. “Agora, quem sou eu?”

“Miller Quinton,” eu resmungo.

“Quem vai me dar uma bolsa completa?”

“UDub,” eu disse um pouco mais alto.

“Certo.” Ele estende a mão para um toca aqui. “Chega de lágrimas. Eu já resolvi isso.”

“Promete?”

“Quando se trata de você,” ele sussurrou, “Eu nunca vou quebrar uma promessa.”

“Você sempre será meu melhor amigo.”

“E você sempre será a garota que eu tropecei na sexta série.”

“Uau, momento emocional significativo. Você durou cinco minutos.”

“Isso é o que você diz.”

“Miller...” Eu lutei contra mais lágrimas.

“Eu prometi nunca mais fazer você chorar.” Ele me puxou para um último abraço. “Então deixe-me manter a promessa e pare de chorar, sim?”

Eu balanço a cabeça.

“Amo você.”

“Eu também amo você.” Minha voz estava instável, e eu não conseguia sentir minhas pernas.

Miller virou-se e entrou em sua caminhonete.

Eu estava na rua quando ele se afastou, minha mente volta para todos os nossos momentos roubados... suas mãos sobre meus quadris, seus lábios no meu pescoço. Já sinto falta do seu toque e isso foi a poucos segundos. Meu corpo treme com a lembrança de sua língua quando ele a deslizou contra o meu lábio inferior, tudo antes de nós tomarmos uma decisão que mudaria nossas vidas para sempre. Foi a nossa primeira vez, mas não sabíamos que eventualmente – nós teríamos que pagar o preço emocional.

Ia ficar tudo bem, eu me lembrei.

E então, novamente:

Tudo ficaria bem.


Eu fungo e quase corro contra uma parede.

Até Sanchez me empurrar para o banheiro do corredor entre os dois vestiários e cruzar os braços. “Esse é o cara?”

“O quê?” Eu tento olhar para o suor e sujeira em seu uniforme de treino, mas ele segura meu queixo com a mão e me força a olhá-lo nos olhos.

“Curves,” ele sussurra.

E eu fico perturbada.

Apenas completamente e totalmente perdi a cabeça e começo a soluçar contra o cara que, na noite anterior, tinha dito que ele só queria fazer sexo comigo.

Eu tinha caído tão baixo?

Ou será que eu realmente não tenho amigos?

“Você o amava.”

Eu não digo nada. Talvez eu não precise.

“Você sabe, isso tudo poderia ser evitado se você me deixasse apagar ele da sua memória,” ele diz suavemente. “Mas parte de mim pensa que não iria funcionar, não é, Curves? Você iria apenas imaginar as mãos dele em você e não as minhas, e isso me irrita pra caramba.”

“Não é nada.” Limpo o rímel debaixo dos meus olhos. “Quero dizer que era uma paixão colegial boba pelo meu melhor amigo.”

“Vocês foram para a escola juntos!” Sua voz subiu uma oitava. “Melhores amigos?”

“Eu preciso treinar.” Eu tento passar por ele, mas ele é uma parede muito sólida de músculos e determinação.

“Vou escrever-lhe uma nota.”

“Sanchez... ” Eu empurro seu peito. “Eu preciso disso. Eu sempre quis ser uma garota Buck. Eu não posso me atrasar.”

“Isso ainda não acabou.” Seu olhar segura a promessa de me perseguir se eu não concordar.

“Tudo bem.” Eu cruzo os braços. “Conversaremos... mais tarde.”

“Mais tarde quando?”

“Somente... mais tarde.”

“Jantar.”

“O quê?” Minha cabeça vira tão rápido que eu fico tonta. “Por que você gostaria de jantar comigo? Eu já deixei claro que eu não vou dormir com você.”

“Primeiro, você só me rejeitou duas vezes, ou foi três vezes? Eu tenho uma maneira de esgotar as pessoas. Em segundo lugar, você precisa comer. Os seres humanos precisam de comida. E em terceiro lugar, você estará morrendo de fome depois de dois dias. Confie em mim, a maioria das meninas vomitam.”

“Bem, obrigada!” Eu jogo minhas mãos no ar. “Essa foi a pior conversa estimulante que já tive! Eu não quero vomitar cereais e ovos!”

Ele faz uma careta. “Merda, você está ferrada, pior que eu.”

“Sanchez!”

“Você mistura isso, ou são refeições separadas?”

“Saia da frente!”

“Jantar.”

“TUDO BEM!”

Ele afasta, mas não antes de falar. “Vista algo atraente!”

Eu o odeio.

E adoro ao mesmo tempo.

De uma maneira tipo Eu meio que quero dar um soco na cara dele, ao mesmo tempo chamá-lo quando eu precisar trocar um pneu furado na estrada.

“Venha aqui!” Kinsey gritou, uma vez que eu corri para o campo. Felizmente, as meninas ainda estão alongando.

A treinadora Kay soprou seu apito e sorriu; ela era mal com aquele sorriso. Arrepios eclodiram por toda a minha pele. “Bem-vindas ao segundo dia. Conhecido como o dia do inferno.” Em meio a gemidos de protesto, a comissão técnica começou a desempilhar os baldes e colocá-los ao redor do estádio.

“Eles estão tentando nos matar,” eu murmuro.

“Todos os homens devem morrer.” Kinsey pisca.

“Referência de Game of Thrones. Eu sabia que gostava de você.”

“Eu me caso com Jon Snow se essa coisa toda de torcida não funcionar.”

“Bem, a boa notícia é que ele ainda está vivo!”

“Ugh, espero que esse seja o nosso futuro.” Ela estufa o peito e coloca as mãos nos quadris.

“Vinte voltas.” A treinadora Kay sorri. “E então fila para flexões, abdominais, e rastejamentos. Eu preciso do coração de vocês em forma pura. Se reclamar, você corre uma volta extra, e se você durar...” Kinsey fica tensa ao meu lado. “Você me deve flexões. E se você falhar, você está fora do time.”

“O que constitui uma falha?” Eu sussurro pelo canto da minha boca.

“Isso é fácil.” Kinsey sorri. “Desistir é uma falha. Se você continuar, então você fica na equipe.”

“E se eu vomitar?”

“Seja rápida sobre isso.”

“Ótimo.”

O apito soa novamente.

“Corram!” Treinadora Kay grita.

Ia ser uma manhã muito longa.


Oito horas mais tarde, e estou pronta para cavar um buraco escuro e morrer, deixar alguém encontrar meu corpo, me enterrar em cetim branco e toda essa baboseira.

Sério. Eu sentia dor em todos os lugares.

Eu não vomitei.

Na verdade, eu aprendi desde cedo a apenas levar o meu tempo fazendo tudo; então eu defini um ritmo administrável e fui capaz de continuar mesmo através das dificuldades, enquanto um monte de meninas parecia prestes a morrer. Metade de nós fomos espertas sobre o nosso ritmo e tomamos misturas de proteínas e água quando tivemos uma pausa. Parte de mim se perguntou se o raciocínio por trás disso era mais estratégico do que qualquer coisa. As meninas mais fortes sobreviveriam.

E enquanto eu me senti como o inferno, eu também me sentia forte após o treino da manhã e até mesmo ganhei alguns bom trabalho e toca aqui de algumas das meninas mais desagradáveis.

As coisas estavam melhorando.

Mas eu sabia que o universo não ia estar do meu lado por muito mais tempo. Você só pode roubar toda a sorte por algum tempo.

Eu paro na loja para pegar uma garrafa de vinho, para agradecer ao Sanchez por me deixar usá-lo como um lenço gigante, quando sinto aquela sensação de formigamento atingir a parte de trás do meu pescoço e serpentear pela minha espinha, até que, finalmente, desisto e me viro.

Miller.

Por quê? Por que, de todas as lojas de vinho em Bellevue ele estava nessa? Isso significa que ele mora perto? Onde está hospedado? Por que eu estou tão curiosa em primeiro lugar?

Nada de bom viria em interagir com ele.

Apenas dor.

Eu não aprendi isso da maneira mais difícil?

Quando eu tinha ligado para ele pedindo ajuda?

Quando eu mais precisava dele na minha vida, e ele estava muito ocupado com outras meninas? Muito ocupado com sua nova vida, até mesmo para me ligar de volta?

Amargura ganha da tristeza.

E por um minuto, eu penso em jogar a garrafa de vinho em sua cabeça. Na verdade, estou olhando intensamente para a garrafa, e me perguntando se vale a pena perder isso em seu corpo, quando uma sombra cai sobre mim.

Lentamente, eu olho para cima.

Ele conseguiu ficar mais sexy.

Não deveria ser possível.

O universo não deveria permitir que coisas assim aconteçam, caras já de boa aparência criarem mais músculos em todos os lugares certos... Que seus olhos se tornem um azul elétrico... Que seus lábios provoquem de alguma forma e sejam mais convidativos do que costumavam ser.

Músculos densos sobressaem no seu pescoço, e seguem até seus bíceps, envolvendo em torno de seus tríceps, esticando sua camiseta sobre seu peito enorme.

“Bebendo sozinha?” Ele finalmente diz.

“Não,” eu respondo, colocando rapidamente o vinho em minha cesta. “É um presente.”

“Para Sanchez?”

“Por quê? Sanchez gosta de vinho?”

“Me diz você. Você é a única transando com ele.”

Eu vacilo. Ele pode muito bem ter impulsionado uma estaca no meu coração.

Eu olho irritada. “Você fingiu que não me conhece.”

Seus olhos azuis derivam sobre mim com desgosto. “Não é realmente fingir quando é verdade, não é, Em?”

Minhas mãos tremem. Ele me chamou de Em. Mas ele não é o mesmo Miller. Todos os traços de provocação estão faltando, como o seu sorriso normalmente brilhante e sua atitude feliz.

“O que aconteceu com você?” Eu sussurro.

Ele balança sua cabeça. “Uma líder de torcida do mal aconteceu.”

“Quem era ela?”

“Merda, você realmente é ingênua, não é?”

Lágrimas queimam meus olhos. “Ela foi alguma-”

“Olhe no espelho. Divirta-se com Sanchez hoje à noite.” Ele saiu com a sua postura rígida.

Eu? Ele estava com raiva de mim?

Quando ele foi o único que me abandonou!

Que diabos!

Eu quero correr atrás dele e bater na sua cabeça com meu carrinho de compras! Ao mesmo tempo, estou tão confusa que eu fico ali por alguns segundos tentando descobrir o que diabos ele estava falando.

Minha cabeça dói.

Meu corpo doí muito mais.

Eu rapidamente pago pelo meu vinho barato e deixo a loja, chateada que ele pensou que ainda tinha o direito de estar com raiva de mim, quando foi ele que me deixou – nos deixou.

Eu brevemente me permito alguns segundos de pena, pelas vidas que ele deixou para trás – incluindo a minha – então ligo o carro.

Mas ele não liga.

Nem sequer se move.

“Vamos lá!” Eu tento de novo, batendo no acelerador um pouco.

Nada. Completamente morto.

Eu não posso chamar o meu pai; nossos papéis tinham mudado. Eu sou a zeladora agora, a chefe da família, a garota tentando equilibrar o curso das líderes de torcida com todo o resto, incluindo as contas, e agora, aparentemente, encontrar um carro que funciona.

Um toque suave no meu para-brisa me assusta terrivelmente e depois minha porta é aberta.

Miller.

É claro, a minha vergonha estava completa.

“Deixe-me tentar.” Ele estende a mão.

“Ok, perseguidor.” Eu falo sem pensar.

“É o que você deseja.”

Eu mostro minha língua.

Eu estive em sua presença um total de cinco minutos, e já estou ansiosa para jogá-lo no chão e lamber o seu rosto. Ele tinha uma coisa sobre ser lambido, mas eu nunca descobri o porquê.

Bato a chave em sua mão e espero enquanto ele tenta ligar o carro da mesma maneira que eu fiz, só para sair do carro e declarar, “Ele está morto.”

“Oh merda.”

“Vamos.” Ele estende a mão para a minha sacola de compras. “Pegue suas coisas.”

“Eu posso chamar um Uber.”

“Imagine isso. A líder de torcida loira que sabe como fazer o download de um aplicativo. Estou impressionado.”

“Miller.” Eu mantenho minha posição. “Sério. Estou bem.” Eu não estou bem. Eu não iria nunca estar bem, não com esse abismo de dor nos separando, fazendo-me atacar, fazendo-o me atacar também.

“Não.” Seus olhos azuis procuram os meus. “Eu não tenho certeza que isso ficará bem, mas tenho certeza que não vou deixar você esperar aqui enquanto algum estranho de Deus sabe onde pegar você...” Ele xinga. “Parecendo assim...” Ele chuta o meio-fio. “E prometendo deixá-la em um local desconhecido.”

“Sanchez,” sussurro. “Posso ligar para o Sanchez.”

“Ótimo, ligue para o Sanchez,” ele desafia.

“Eu não...”

“Não tem o número dele?” Ele pergunta, com um sorriso, sabendo que me faz sentir suja, barata e usada.

“Não.” Queima ter que admitir isso em voz alta.

“Pegue suas coisas. Eu não vou pedir de novo.”

Eu abro o porta-malas, pego minha mochila e bolsa, em seguida, fecho-o e bloqueio no meu chaveiro. “Feliz?”

“Radiante,” diz ele secamente.

Quando ele ficou tão sarcástico? Não era esse o meu trabalho em nossa amizade? Ele era descontraído. Eu era sarcástica.

Meus pensamentos murmurados nublam ainda mais quando caminhamos alguns metros até seu carro.

Uma Mercedes-AMG.

Claro.

Aquela caminhonete azul que ele costumava dirigir não existe mais, aquela que tinha ferrugem perto das calotas e fazia barulhos engraçados cada vez que parava em um semáforo.

Minha garganta parece que vai fechar.

Talvez eu deva ir para casa.

Mas o pensamento dele vendo onde eu moro, não a casa bonita no lago que eu costumava viver, mas o edifício de apartamento que dividia com meu pai e nossa enfermeira particular, me faz querer vomitar em seu carro de luxo.

Meu estômago revira quando ele abre a porta e, basicamente, me empurra para dentro. Tudo cheira novo, e o couro range sob o meu peso. Claro que sim.

Vergonha aquece meu rosto até que eu tenho certeza de que ele pode ver o vermelho do seu lugar no assento do motorista.

Ele gira a chave. “Onde você mora?”

Eu não respondo.

Minha língua está colada ao céu da boca. Por quê? Por que ele teve que voltar a Washington depois de todo esse tempo? E por que seus olhos azul-claros têm que olhar diretamente através de mim? Como se não existisse o passado entre nós. Como se nunca existiu.

Ele balança a cabeça, e sua mandíbula flexiona antes de sair do estacionamento e entrar no tráfego seguindo para o centro.

Exatamente para onde eu estava indo antes que ele tivesse me encontrado, pronta para chorar com os gastos sobre o fato de que meu carro barato não iria funcionar.

É difícil respirar. O ar é espesso com a tensão girando entre nós, o cheiro de sua colônia difícil de ignorar, assim como a maneira que o seu enorme tamanho parece me fazer sentir que seu não pressionar o meu corpo mais perto da porta, nossos braços vão se tocar.

E se eles se tocarem.

Seria ruim.

Fisicamente.

Emocionalmente.

Eu mantenho as paredes para cima, assim como eu sei que ele está fazendo, porque que escolha temos? Conversar? Sobre o passado? Sobre por que ele me abandonou?

Mais vergonha toma conta de mim até que eu estou doente com isso, engasgando com a sua essência.

Entramos em um grande estacionamento para carros.

Ele não para o carro até que ele chega ao andar de cima.

Está conectado ao prédio de Sanchez, que eu sei porque ele tinha rabiscado as instruções e as deixou na minha bolsa logo após o nosso pequeno desentendimento.

A única razão que eu vi a nota era porque estava presa em meu sutiã.

Esse é o Sanchez para você.

Miller estaciona o carro e olha para frente, em seguida, puxa as chaves fora e agarra minhas coisas.

Um protesto morre em meus lábios enquanto ele pega as suas também.

O quê? Existe uma festa do pijama da equipe que eu não sei?

“Miller-”

“Não,” ele retruca. “Não agora. Só por favor...” Seus olhos imploram. “Por favor, não fale comigo.”

A rejeição dói mais do que eu pensava que faria, especialmente desde que eu tinha me convencido a viagem inteira que minhas paredes estavam de volta, apenas para perceber que no minuto em que seus olhos encontram os meus, aquelas mesmas paredes estão mais do que dispostas a desmoronar no chão com um olhar dele.

Do meu melhor amigo.

Imagine o que aquelas paredes fariam se ele me desse um abraço?

Eu tremo e cruzo os braços sobre o peito.

Eu estou usando leggings pretas e suéter longo da Victoria’s Secret com tênis Nike. Não é como se eu estou exatamente vestida para um encontro ou qualquer coisa, mas ele não parece se importar. Até onde ele estava preocupado eu estou aqui para seduzir Sanchez com meu uniforme e vinho!

O elevador está tão silencioso como o carro. Com a mão livre, Miller dá um soco no andar da cobertura.

Confusão toma conta de mim, mas eu mantenho silêncio.

Que jogo ele está jogando?

As portas se abrem para um longo corredor de mármore com duas portas de cada lado do corredor.

Cobertura A.

Cobertura B.

Miller marcha até a que diz A e bate na porta com tanta força que penso que a porta vai cair.

Alguém abre.

Sanchez.

Seu sorriso desaparece e depois cresce quando ele olha por trás de Miller e me dá um sorriso. “Você faz as entregas agora?”

Com um floreio, Miller deixa cair minhas coisas aos pés de Sanchez, incluindo o vinho agora confortavelmente guardado dentro da minha mochila, e marcha para a Cobertura B e entra, fechando a porta atrás dele.

“Vizinhos?” Minha voz está completamente instável, rouca como se estivesse fumando um maço durante o caminho. Eu não aguento mais. Eu quero me jogar nos braços de Sanchez e fingir que é Miller.

É injusto.

Mas a dor tem um jeito de não se importar com o que é justo ou não. Apenas isso.

Sanchez olha em mim novamente, então me envolve em um abraço e diz muito alto, “Acho que isso significa que não há sexo, hein?”

Eu empurro seu peito e sorrio.

“Transa impedida por um cara que nem mesmo gosta de você. Estou ferido,” ele brinca, puxando minhas coisas para seu apartamento e abrindo mais a porta.

Eu quase engulo minha língua.

É enorme.

Lindo.

Todo o meu apartamento poderia caber em sua cozinha planejada.

“Você tem dois fornos,” eu aponto rígida.

“Sim, bem, um cara precisa comer.” Ele calmamente segue para a cozinha. Eu não sei mais o que fazer, então o sigo.

Ele tem uma garrafa de vinho no bar, dois copos, e várias frutas e queijos.

“Com fome?” Ele não se vira.

“Não realmente,” respondo honestamente. “Um certo idiota roubou meu apetite.”

“Sobre isso.” Seus ombros ficam tensos enquanto serve um copo de vinho, ainda não olhando para mim. “Existe uma razão para meu companheiro de equipe e seu ex-melhor-amigo acabar de deixar você no meu apartamento quando estávamos prestes a nos envolver em um dia de brincadeiras?”

Olho para o chão branco brilhante. “Eu estava comprando vinho, nós brigamos na loja, meu carro não funcionou, e ele não me deixou chamar um Uber.”

“Bom,” Sanchez fala.

Olho para cima para vê-lo elevando-se sobre mim. Como ele se move tão rápido? E tão silenciosamente? Ele tem pelo menos um metro e noventa e cinco!

“Agora...” Eu posso sentir o cheiro do vinho rico em seu hálito. “Me diga o que você quer.”

Estava na ponta da língua para dizer Você. Para pedir-lhe para me fazer esquecer, mas eu não sou aquela garota. Eu não voltaria a ser aquela garota.

“Eu deveria ir.” Lentamente me afasto dele.

Seus olhos se estreitam quando ele estende a mão e agarra meu braço e gentilmente me puxa para uma das paredes do outro lado da cozinha; em seguida, com um floreio, ele bate a mão contra a parede perto da minha cabeça.

Minha mandíbula cede quando ele bate na parede de novo e, em seguida, com um sorriso, grita, “Deus, você é tão gostosa, querida!”

“Sanchez,” falo, cobrindo minha boca com as mãos. “O que você está fazendo?”

“Estou dando-lhe o que você quer, querida!” Ele basicamente grita na minha cara, me prendendo mais uma vez antes de deslizar seu rosto na frente do meu suéter até que seus olhos estão no nível dos meus quadris. “Vou fazer você deixá-lo louco — ajudar você esquecer tudo sobre Miller — e então se você quiser ficar, vou até mesmo lhe dar o quarto de hóspedes.”

“Por quê?” Tenho dificuldade em encontrar a minha voz quando ele move lentamente a cabeça de volta para cima. É impossível não sentir o calor de seu corpo.

Ele para, olhando-me nos olhos. “Porque um dia, ele vai se arrepender de afastar você. E quero estar lá quando for muito tarde — aí você estará em meus braços, em minha cama ao invés disso.”

“Você parece tão seguro de si,” digo, finalmente encontrando a minha voz quando seu sorriso se torna mortal, seus lábios encostam no meu ouvido. Estou pronta para empurrá-lo quando ouço um ruído elétrico do apartamento ao lado e o som de vidro quebrando.

Eu respiro fundo.

“Bingo.” A voz profunda de Sanchez retumba perto do meu pescoço; seus lábios são quentes no meu pulso. “Então, quarto de hóspedes?”

“Eu deveria...” afasto a névoa dos meus pensamentos. “Provavelmente ir para casa.”

“Não.” Sanchez se afasta e volta para a cozinha, deixando-me uma completa confusão enquanto meus ouvidos se esforçam para ouvir qualquer outra coisa que me dê uma pista sobre Miller. “Fique e observe. Vou mesmo dar-lhe um copo de vidro bom para jogar contra a parede.” Ele pisca, aparecendo só com a cabeça no canto da cozinha.

“Divertido.” Reviro os olhos e sigo sua voz.

“Ele odeia você,” ele disse alegremente. “Importa-se de me dizer por que, Curves?”

“Ele...” Eu agarro o vinho de sua mão; usando o saca-rolhas manual. “Tomou a minha virgindade antes de ir embora para Louisiana no meu último ano do ensino médio.”

“Foda-se.” Sanchez levanta o copo vazio da mesa e o enche. “Saúde, então?”

“Ele...” estou falando muito. “Não se preocupou em ligar de volta quando—” balanço a cabeça. “Esqueça. Não importa.”

“Quando...” Sanchez solicita novamente.

“Sério.” Eu sento em seu sofá. “Isso é couro de verdade?”

“Não, é falso, porque só ganho quinze milhões por ano em comparação como os dezoito de Miller.”

Sinto minhas bochechas esquentarem.

“É de verdade, Curves, assim como meu pau.”

“Sim, deveria ter previsto isso.”

“Eu adoraria co—”

Eu olho.

Ele não diz mais nada, apenas ergue uma das mãos e esvazia o copo de vinho.

“Você sabe...” Ele se move para sentar ao meu lado. “Eu sou um bom amigo.”

“Estranho, porque a maioria dos meus amigos não estão sempre tentando fazer sexo comigo?”

“E se eu lhe contar que só queria ganhar uma aposta?”

Olho para ele com descrença. “Uma aposta.”

“Foder a líder de torcida. Salvar o mundo maldito,” ele sussurra, uma ponta de irritação atada a sua voz normalmente rouca. “Tudo bem, o suficiente dessa merda. Precisamos dormir. Nós dois temos treino e tanto quanto eu adoraria ficar e falar sobre meus sentimentos, tenho certeza que não tenho nenhum mais...”

“E ainda assim você está tentando me convencer a dormir com você?”

“Eu iria permitir completamente que você deixe o seu coração na porta à direita, junto com suas roupas. Sou um cavalheiro assim.” Ele dá de ombros como se não fosse um grande negócio.

Mas para mim é.

Porque o último cara que me tocou tinha acabado de quebrar o que parecia ser, pelo menos, três objetos de vidro contra a parede ao lado e, tão mal quanto ele era, tão cruel...

Ainda o quero.

“Inferno, conheço esse olhar.” Sanchez boceja. “Já para a cama, Curves. Durma bem sabendo que o Miller vai imaginar pelas próximas doze horas se eu já provei todas as suas fendas. Deixe ele sofrer. Pela forma que isso soa, ele merece.”

Meus ombros relaxam.

“Postura.” Ele empurra meus ombros para trás, em seguida, bate na sua têmpora com o dedo. “Isso está no manual também.”

“Por favor, me diga que você memorizou o manual das líderes de torcida então você pode flertar com todas nós?”

“Eu dormi com metade da sua equipe.” Ele dá de ombros, e depois dor brilha em seu rosto antes dele sorrir. “Confie em mim, eu conheço as regras. A maioria delas nem sequer comem perto de mim porque têm medo que eu vá fofocar.”

“Você?”

“Eu o quê, Curves?”

“Fofoca?”

“Apenas sobre sua amiga idiota,” diz ele em uma voz cantante. “Mas esqueça isso. A hora da história acabou. Durma um pouco, e nós podemos fazer Miller miserável sobre alguns ovos.”

“Você faz ovos?”

“Eu faço tudo.” Ele sorri. “De que outra forma eu deveria conseguir colocar meu pau em todos os lugares certos?”

“Você me dá nojo.”

“Besteira.” Sanchez está tocando o meu rosto, seus lábios muito perto. “Eu fascino você.”

“Dinossauros me fascinam.” Tento manter minha voz entediada.

“Eu costumava ter uma coleção de T-Rex.”

Pressiono meus lábios em um sorriso para não rir em voz alta. “Por que isso não parece uma mentira?”

“Porque ainda tenho eles.” Ele dá de ombros. “Quartos dos hóspedes ficam no corredor à direita. Escovas de dentes novas, e qualquer outra coisa que você pode precisar. Ah, e, Curves?”

“Sim?”

“Tranque a porta.”

“Então você acidentalmente não pode entrar?” Pergunto em voz inexpressiva.

“Não, para que você acidentalmente não escape para fora.” Ele pisca e caminha para longe de mim como se fosse o dono do mundo e sabe disso.

E talvez caras como ele são.

Estou além da compreensão.

Estou louca.

E por alguma razão ...

Estou sorrindo.


Capítulo doze

MILLER

 


Eu não tenho certeza de quanto tempo eu olhei para a parede em branco.

A pintura é um discreto dourado que só parece me lembrar do meu próprio vazio — e da necessidade de encher a parede com algo que me faça sentir em casa.

Eu nunca coloquei fotos.

Pareciam sem sentido.

As únicas que já significaram alguma coisa para mim eram de Emerson e minha mãe.

Meu pai só me queria pelo meu dinheiro e, desde a morte de minha mãe, tinha encontrado a maioria de suas respostas no fundo de uma garrafa.

Caixas de mudança espalhadas pelo apartamento. Eu tinha aceitado o primeiro apartamento de cobertura disponível em Bellevue, com a esperança de que a segurança seria suficiente para me dar privacidade.

E se estou sendo completamente honesto, também suficientemente longe da minha casa de infância, da dela, do McDonalds que costumávamos ir, da escola que nós dois frequentávamos. Eu com certeza não deveria deixar meu cérebro ir lá, mas ele vai, e é assim que uma das minhas últimas memórias com Em surge, implorando para ser lembrada.


(Antes)


“Coma.” Eu deslizei minhas batatas fritas sobre a mesa. Enquanto ela as alcança, eu abro o molho especial e cheiro. “Deus, isso cheira bem. Você não acha que isso cheira bem, Em?” Eu segurei o molho bem debaixo do seu nariz fofo. Ela se encolheu antes de lançar um olhar assassino em minha direção.

“Eu acho que vou mergulhar minhas batatas fritas nisso.”

Eu sabia o que estava fazendo.

Pisoteando sobre seus pontos fracos. As meninas na equipe eram maldosas com ela porque ela era uma ameaça – Emerson sempre viu o contrário – ela era maior, com mais curvas, logo suas palavras devem estar certas. Não importa quantas vezes eu tentei convencê-la de que qualquer cara daria sua bola esquerda por uma chance de até mesmo segurar a mão dela – ela ainda pensava que era a única deficiente, e infelizmente isso ainda recaía na comida.

“Mmm.” Enfiei cinco batatas fritas na minha boca quando molho caiu em espirros pegajosos sobre a mesa. “Esse é o ponto, querida.” Eu sorri com a boca cheia. “Estou tão perto!” Bati a mão sobre a mesa. Todos na lanchonete viraram-se para olhar para nós.

Seus lábios tremeram, enquanto seus olhos seguiram para as minhas batatas fritas com vontade, batata frita, caramba, me fazendo querer trocar de lugar. “Você não é engraçado.”

“Coma as batatas fritas antes que eu goze na frente de todo o restaurante, Em.”

“Nós vamos ficar na lista negra...” Ela suspirou. “Novamente.”

“A primeira vez era besteira, e você sabe disso,” eu disse defensivamente.

“Miller.”

Eu não ia aceitar um não como resposta, tenho o orgasmo de batata frita, sorrio do meu próprio jogo de palavras. “OH OH OH-”

Ela rapidamente empurra duas batatas fritas em sua boca e olha para mim. “Você é um pé no saco, sabe disso?”

Olho debaixo da mesa e, em seguida, dou um gemido. “Mas sua bunda só perde para sua cara. E isso vem do coração, Em.”

“Eu acho que foi um elogio.”

“De nada.” Satisfeito, eu abro meus braços e rio enquanto ela engoliu em seco e me analisou com os olhos. Sei o que ela viu. Minha camiseta da equipe Futebol Bellevue estava esticada em meus músculos magros. Ela desviou os olhos e estremeceu. Ninguém teria notado o efeito que eu tinha sobre ela – eu notei. Eu sempre notei.

Memórias do caralho.

Um arrepio percorre minha espinha quando meus ouvidos se esforçam para ouvir qualquer outra coisa no outro lado da parede, além dos gemidos de Sanchez. Por quê? Por que tinha que ser ela? Por quê? Por quê?

Eu quero acreditar que a Em que eu conhecia tinha crescido e se tornado uma adulta madura que não apenas pula na cama com um cara como Sanchez, porque ele sorriu em sua direção.

Então, novamente, eu realmente não a conheço mais, não é?

E a culpo por isso mais do que iria me culpar.

Aperto minhas mãos tão firme que as palmas queimam. Quero de verdade lançar um machado naquela parede nua e destruir até fazer um buraco.

Todo o cenário é parecido com O Iluminado. Eu de verdade preciso me acalmar se quero estar concentrado em nosso primeiro jogo da pré-temporada em duas semanas.

Concentre-se, Miller.

Não nos ruídos ao lado.

Se fechar meus olhos, juro que ainda posso sentir o modo como seu corpo ficava sob meus dedos... a vibração consciente de sua boca em cada beijo, sugando a vida fora de mim.

Chuto uma das caixas marrons cheias de coisas que eu não preciso e ouço o som de vidro quebrando.

Estou pronto para jogar a caixa do outro lado da grande sala quando ouço uma batida na porta. Eu tropeço em mais quatro caixas em um esforço para atender.

Giro a maçaneta e xingo. “Sanchez.”

“Miller.” Eu odeio que estou inspecionando ele procurando qualquer indício de que ela estava beijando-o, arrancando suas roupas, chupando seu —

Sim, preciso parar.

Ele me evita, desviando para a direita entrando no meu apartamento como se fosse dono dele.

“Você precisa de algo?” Ele não tinha feito o suficiente?

“Ótimo lugar.” Ele faz um giro lento de onde ele está e depois cruza os braços volumosos sobre o peito. “Se você precisa do nome de um decorador que pode—”

“Pule essa merda,” interrompo. “É tarde, e nós dois temos treino manhã. O que você precisa?”

Seus olhos verdes brilham. “Eu reivindico os direitos.”

Não era o que eu esperava que ele dissesse.

Parece que alguém tinha me dado um soco no rosto e depois me empurrou no penhasco mais próximo. “Você não pode simplesmente reivindicar os direitos sobre uma pessoa, Sanchez. Além disso, estou certo de que se ela soubesse sobre a sua pequena aposta com o resto dos caras, ela iria alimentá-lo com o seu próprio coração.”

Seus lábios tremem. “Posso ver a minha garota sendo violenta assim, meio excêntrica. Acho que gosto.”

Meu intestino retorce. O gosto metálico de sangue enche minha boca enquanto mordo a língua em um esforço para não rasgar a cara dele. Eu não tenho o direito de ser possessivo. O direito de estar chateado. Sem direitos, droga.

“É só isso? Estou cansado.”

Seus olhos se estreitam. “Então, você está bem com isso? Comigo namorando Emerson?”

Foi a primeira vez que ele disse o nome dela, e essa era a minha primeira pista. Ele não está brincando. Ele fala muito sério.

“Eu nem mesmo a conheço mais.” Dou de ombros como se não fosse um grande negócio e imediatamente sinto como se vou vomitar. “Você pode transar com quem você queira, cara. Me desculpe se te dei a impressão que você precisava de permissão.”

“Ótimo.” Seu sorriso cresce. “Porque esta garota é diferente.”

Eu sei que ela é, meu coração grita.

“Claro que ela é.” Eu bufo. “Apenas espere.”

“Você com certeza soa amargo para alguém que roubou a virgindade dela, em seguida, deixou-a sozinha.” Seu olhar encontra o meu. “Há algo que você não está me dizendo antes que eu volte para o meu apartamento e deixe ela nua?”

Vermelho. Vejo apenas vermelho. “Não, cara, tudo certo. Apenas certifique-se de usar um preservativo.”

Eu soava como meu pai.

Meu pai bêbado e amargo.

Eu nunca tinha me odiado mais do que nesse momento.

“Sempre protejo aqueles que estou junto, mesmo que seja de si mesmo,” ele finalmente diz quando passa por mim. Eu posso sentir o cheiro dela em sua pele, e os odeio tanto. Eu não posso me dar ao luxo de odiá-lo se quero ganhar os jogos, mas caramba, eu nunca quis infligir dano físico mais do que quero nesse minuto.

Tudo o que preciso é fazê-lo tropeçar em pelo menos cinco caixas, as pesadas, bater as pernas em duas, e então ele estaria fora do quadro, e posso voltar a ser solitário.

E zangado.

Por que diabos eu fui negociado agora?

Enfio minhas mãos sobre o meu cabelo bagunçado e xingo novamente.

“Ei, Miller?”

“Sim?” Tento soar casual. Eu falho.

Eu sei que ele pode ver através de mim. Minha postura é rígida, minha voz rouca, e meus olhos provavelmente parecem tão selvagens quanto meu coração.

“Nunca diga que não avisei.”

Ele assente. “Que os jogos comecem.”

“Jogos?”

“Que vença o melhor homem.” Ele pisca e fecha a porta silenciosamente atrás dele, deixando-me coberto de silêncio, até que, naturalmente, a sua própria porta do apartamento abre e passos soam.

Seguido pelo riso feminino.

Eu não posso dizer se é a TV ou se é Emerson.

E então estou irracionalmente irritado que eu tinha esquecido a forma como sua risada soava, e que se ela está rindo, é por causa dele.

Dormir.

Eu preciso ir dormir.

Ou vou enlouquecer.

E ser um merda completo no treino.

Mas quando eu deslizo em meus lençóis, algumas horas depois, minha cabeça descansando contra o travesseiro, a única visão que surge é a de Emerson chorando e agarrando-se a mim, suas unhas cavando meu bíceps.

“Me promete.”

“Eu prometo.”


Capítulo treze

EMERSON

 


Esse foi rapidamente se transformando no pior dia da minha vida. Acordei com Sanchez pairando sobre mim com um espelho debaixo do meu nariz.

Ele tinha medo que eu não estivesse respirando.

É bom saber que sua primeira resposta não era chamar uma ambulância ou mesmo sentir o pulso, mas pegar um espelho do banheiro e enfiá-lo debaixo de minhas narinas.

As coisas só pioraram a partir daí.

Eu estava tentando fazer a coisa toda shake de proteína, conforme as instruções do manual, apenas para acordar com salsicha, bacon, torradas, e ovos.

Ele fez tudo.

E enquanto que, normalmente, seria a coisa mais doce de sempre, ele se recusou a me deixar sair até que eu comi todo o meu prato.

Porque, não sabe? Crianças estão passando fome em todo os EUA. Além disso, ele queria que eu mantivesse minhas curvas.

Ok, talvez isso foi a parte boa da minha manhã.

Mas rapidamente foi para o inferno depois que eu peguei minha bolsa e mudei para o elevador.

Ou Miller foi, literalmente, perseguindo através do olho mágico, ou eu tinha a pior sorte do mundo.

Eu ouvi a porta abrir primeiro.

Cheirava sua segunda colônia.

Era diferente da que ele usava na escola, mas de alguma forma ainda deixou minhas pernas moles e fez meu coração bater um pouco mais forte.

Sanchez passou um braço possessivo ao meu redor e me puxou para dentro do elevador, mas pelo menos manteve a porta aberta para Miller.

“Isso é divertido,” disse Miller, aparentemente para si mesmo.

Meus lábios tremeram e então, talvez fosse o café da manhã, ou o fato de que eu tinha tido uma noite horrível, com o meu coração ferido.

E eu ri. Forte.

Ambos os rapazes olharam para mim como se eu tivesse crescido duas cabeças.

“Não se preocupe comigo.” Limpei as lágrimas de debaixo dos meus olhos. “Sorrio quando fico desconfortável.”

“O inferno?” Sanchez balança a cabeça. “Isso não pode ser conveniente.”

“Ela riu no funeral de seu avô,” Miller, aparentemente, sentiu a necessidade de adicionar.

Sanchez sorriu. “Não me diga?”

“Eu tive que continuar entregando seus lenços para que as pessoas assumissem que ela estava apenas chorando muito. E não sem coração.” Miller parecia chateado, mas eu sabia que se ele se lembrasse da memória corretamente, nós também estávamos de mãos dadas debaixo do hinário, e ele puxou a minha saia, pelo menos até a metade da minha coxa, a fim de me distrair de rir.


(Antes)


Perdoe-me, ó Pai, porque pequei.

Eu ainda podia sentir seus lábios sussurrando contra o meu ouvido quando ele confessou querendo nada mais do que o que quer fazer comigo.

Eu ainda estava namorando outra pessoa.

Foi tão. . . proibido.

O elevador apitou.

Dei uma pequena sacudida e olhei para os dois, plenamente consciente de que minhas bochechas estavam rosa e minha respiração estava um pouco acelerada.

A expressão de Miller mudou de raiva para. . . perceptivo. Algo mudou entre os rapazes. Eu não tinha ideia do que.

Quando as portas do elevador se abriram, Sanchez me deixou ir primeiro e depois Miller. Posso jurar que ouvi Miller murmurar, “Primeiro ponto vai para mim,” enquanto ele caminhava para o seu Mercedes.

Sanchez esfregou o queixo como se ele tivesse levado um golpe.

“Tudo bem?” Perguntei. Levou muita concentração para não olhar atrás de mim enquanto Miller foi para o seu carro.

“Sim.” Sanchez pegou minha mão e levou aos lábios. “Quantos anos vocês eram amigos? Apenas o ensino médio, sim?”

Engoli em seco. “Desde os sete.”

"Merda."

"O que?"

“Nada.” Seu sorriso era sexy, mas parecia forçado. “Agora, coloca essa bela bunda no meu carro para que eu possa levá-la para o treino. E se a sua treinadora te ver, basta dizer que o seu carro não funcionou e eu era o único cavaleiro de armadura brilhante disponível.”

Revirei os olhos. “Você é mais parecido com o cara que mata o cavaleiro de armadura brilhante, em seguida, usa a referida armadura e rouba todas as donzelas.”

Ele jogou a cabeça para trás e riu. "Veja? Nós já somos melhores amigos, e tem sido dois dias.”

Olhei para longe. “E aqui eu pensando que você só queria sexo.”

“Melhores amigos que fazem sexo. É isso que faz a melhor parte. . . melhor.” Ele puxou para fora da garagem colocando uma música. “Agora, me prometa que pode sair esta semana.”

"Não."

"Por favor?"

“É estranho quando você é educado.”

Outra risada. “Você prefere que eu diga algo como 'Cadela, você vem comigo!'?”

Riso irrompe entre nós. “Por favor, nunca diga isso de novo.” Eu verifico meu celular entrando em pânico. "Porcaria!"

“O quê?” A expressão dele empalidece.

“Se eu não estiver no treino em cinco minutos, vou ter que correr.”

“Claro que não.” Ele bate com o pé no acelerador, fazendo-me sentir como se meu corpo ficou a oito quilômetros atrás quando nos dirigimos em direção ao estádio. “Eu não vou deixar eles tirarem essa bunda.”

Então, minha manhã tinha começado mal.

Mas depois do comentário?

As coisas estavam indo bem.

 

“Você está corada,” Kinsey comentou depois do treino.

Engoli em seco o resto da minha água limpando a boca com as costas da minha mão. “Eu acho que, depois do treino, todo mundo está liberado.”

Seus olhos se estreitam. “Hmm, eu não estou comprando isso.”

Reviro os olhos.

“Curves!” Sanchez grita no topo de seus pulmões, ganhando a atenção de todas as pessoas no estacionamento.

Ótimo.

“Espere.” Ele grita novamente, sua voz se aproximando.

Kinsey me deu um olhar compreensivo e cruzou os braços. “Parece que alguém tem uma queda.”

“Eu não,” eu disse rapidamente.

“Não estou falando de você, Em,” ela disse em uma voz melodiosa e, em seguida, “Oi, Sanchez. Rápido, o que é dois mais dois?”

Seu olhar gelado era tão ridiculamente fora do personagem para ele que eu não soube o que dizer para cortar a tensão óbvia entre eles.

“Eu não sei, Kinsey. Pergunta, como se afoga uma líder de torcida?”

“Se você disser 'Coloque um espelho no fundo de uma piscina,' eu vou dar um pequeno puxão nas suas calças e mostrar para Emerson as suas bolas e quão pequenas elas realmente são.”

“Tempo esgotado!” Dei um passo entre eles. “Algo aqui que eu deveria saber?”

“Ela não quis dormir comigo.” Sanchez encolheu os ombros, assim que Kinsey revirou os olhos.

“Eu não dormiria com ele.”

“Então, a hostilidade vem da falta de sexo?” Eu ofereci.

Os lábios de Kinsey pressionaram juntos em um sorriso divertido. “O que posso dizer? Acho que Grant” - foi a primeira vez que ela disse seu nome - “ainda está sob a impressão de que se você não o usar, você vai perdê-lo. Eu acho que seu maior medo é acordar sem uma ereção.”

"Ou...” Sanchez assentiu seriamente. “Acordar com você nua.”

Ela virou e saiu.

“Miller!” Lily, uma das minhas companheiras de equipe, gritou seu nome e, basicamente, se pendurou em seu bíceps como um ornamento barato de Natal. O sutiã esportivo cobrindo os peitos enormes, e seus shorts minúsculos poderia ser usado como lingerie. “Eu farei uma festa de pré-temporada. Você deveria vir."

Kinsey e Sanchez riram.

O que estou perdendo?

“Hum...” Miller educadamente tirou a mão de seu corpo. “Sim, vou pensar sobre isso. Obrigado.”

Lily saiu, seu cabelo saltando sobre seus ombros como se ela estivesse na passarela, em vez do treino.

“Pergunte com quantas estrelas da NFL ela está saindo,” Kinsey disse com uma risada. “É quase cômico quão rápido ela lança aquelas garras. No ano passado, depois de perseguir Thomas durante toda a pré-temporada ele finalmente caiu em seus encantos. O pobre rapaz acabou comprando seus brincos de diamantes e uma viagem para o México antes que ele percebesse que ela já tinha dormido com metade da equipe.”

Uau. Está bem então.

“Eu acho que cada novo cara se apaixona por ela em algum momento,” Sanchez disse, seus olhos escureceram antes de olhar para mim e encolher os ombros. “São os peitos.”

Eu bati no braço.

“O quê?” Ele gritou, esfregando o local que eu sabia que não estava mesmo ferido pelo meu golpe fraco. “Ela tem um par agradável, e às vezes é bom apenas para descansar seu rosto nas almofadas por um minuto... ficar com os olhos fechados... esfregar um pouco-”

Eu joguei minhas mãos no ar. “Eu realmente não sei por que falo com você.”

“Melhores amigos.” Ele assentiu com confiança. “Mas só se você disser não ao aipo.”

“Idiota.” Kinsey fez uma careta.

Sanchez se afastou de nós e acenou para Miller.

Eu não ouvi a conversa.

Mas qualquer conversa entre eles me deixa nervosa.

E então eu me senti estúpida com esse pensamento, porque, quão arrogante que eu tenho que ser para assumir que eles estavam discutindo sobre mim?

Miller olhou por cima do ombro de Sanchez quando Sanchez estava ocupado em seu telefone. Nossos olhos se encontraram.

Sua íris sempre tinha sido tão azul.

Tão clara e bonita.

Em perfeito contraste com a pele bronzeada.

Lábios carnudos.

Lábios que sabiam como fazer as coisas que nenhum menino de escola deveria saber como fazer.

E uma boca para corresponder.

Um arrepio acumulou através do meu corpo antes que eu pudesse detê-lo.

“Isso.” Kinsey apontou para os dois rapazes. “Eu seria o queijo nesse sanduíche de carne.” Ela suspirou. “Eu só tenho que ter certeza que eu enfrentaria Miller em vez de Sanchez, você sabe, porque... Grant.” A maneira como ela disse o nome dele tinha me feito perguntar se ela realmente o odiava ou apenas odiava que ela e todas as outras do sexo feminino são atraídas por ele.

“Miller teve o seu carro rebocado na noite passada.” Sanchez jogou-me seu telefone celular. “Dê-me o seu número, e vou ligar para a empresa de caminhão de reboque para entregá-lo para sua casa.”

“Maneira conveniente de pegar o número de alguém,” eu resmunguei. Meus dedos pareciam enormes enquanto eu tentava digitar o número o mais rápido possível. Por alguma razão, dar-lhe o meu número na frente de Miller parecia errado. Como se eu estivesse o traindo.

“Bem, Miller tentou entregar em sua velha casa e descobriu da maneira mais difícil que você já não vive lá. Não havia nenhum endereço de encaminhamento também.”

Kinsey balança a cabeça lentamente para ele. “O que você é? Um espião?”

“Eu faço as perguntas certas, a fim de ter as respostas certas.” Ele pegou seu telefone quando o jogou de volta para ele. “E eu sou o único com o número da garota, embora ontem à noite meu pau estava fazendo todo o trabalho. Vê? Ponto, para mim.”

Olhei entre eles.

Ponto?

Miller não tinha dito algo parecido esta manhã?

Sacudi o sentimento ruim e, em seguida, percebi que eu não tinha uma carona de volta para o meu apartamento.

“Merda.” Sanchez verificou seu caro Rolex e bateu em um par de, provavelmente, igualmente caros óculos escuros. “Eu tenho a sessão da Armani em uma hora.” Ele me puxou para um abraço rápido, então roçou os lábios nos meus antes que eu pudesse protestar. “Você precisa de alguma coisa?”

Eu balanço a cabeça, momentaneamente atordoada pela forma como os meus lábios ainda estavam quentes pelo seu toque.

“Eu te ligo mais tarde, Curves.”

Ele entrou no carro e foi embora.

Até o momento que eu virei, Kinsey estava conversando com outra garota da equipe, Cassie, que era muito alta e sorria muito. Eu realmente gostei quando ela conversava comigo, mas ela tinha uma menina, por isso ela geralmente corria entre sua casa e treinos. Elas estavam perdidas na conversa.

O que me deixou com Miller.

Sozinha.

Sua expressão não dizia nada, mas se a tensão entre nós era qualquer indicador, estávamos em um desconhecido território - algo que eu nunca tinha experimentado com ele.

Eu tinha sido sua maior líder de torcida, literalmente.

E ele tinha sido o meu.

Meu coração quebrou um pouco quando ele inexpressivamente olhou, como se ele não me reconhecesse. Eu queria gritar com ele. Dizer que ele poderia ir para o inferno, que seu julgamento não significava nada, que ele não poderia me machucar mais.

Mas tudo seria uma mentira.

A dor de ter sido já esquecida pela pessoa que você mais amava no mundo, e que estava evitando você para que ele pudesse te deixar para baixo facilmente...

Ele está destinado para coisas maiores e melhores.

As palavras ainda ardiam.

Pairava sobre minha cabeça como um sinal de néon em chamas.

Miller virou e abriu a porta de seu SUV, em seguida, virou-se para mim. “Precisa de uma carona?”

Balanço a cabeça negativamente.

“Então me deixe ver se entendi. Sanchez pode levá-la a qualquer lugar, mas eu não?”

“Você me odeia.”

“Eu não sei você,” Ele deu de ombros. “Mas não é possível odiar alguém que você realmente não conhece. Você pode, Em?”

Eu levantei meu telefone. “Vou chamar um Uber.”

“Às oito da manhã.” Ele cruzou os braços. “Quando todo mundo está fazendo a mesma coisa, a fim de chegar ao trabalho na hora certa? Em Downtown Bellevue?” Ele deu outro passo para mim. “Vou levá-la.”

“Você está ocupado se me lembro,” eu resmungo.

“Você está mais bonita,” ele sussurrou e então, como se percebendo que ele tinha dito isso em voz alta, ele sacudiu a cabeça. “Desculpe, escorregou. Os velhos hábitos.”

Eu sorri. “Você nunca teve um senso.”

“Sensos são para-”

“Mariquinhas,” dissemos em uníssono.

Ele sorriu brevemente e desviou o olhar. “Entre no carro, Em.”

Ele estava certo. Mas eu ainda não queria que ele visse onde eu morava.

Ainda tenho o meu orgulho.

E o meu trabalho realmente de baixa qualidade de ensino on-line que eu preciso entrar em cerca de uma hora.

“Ok,” eu disse rapidamente. “Obrigada.”

Eu poderia tê-lo me deixando na rua lateral.

Ele não precisa saber que moro no prédio de apartamentos.

Ou que meu pai estava doente.

Ou que meu mundo desmoronou no minuto em que ele saiu.

“Então...” Ele bateu a porta. “Para onde?”

Disparo instruções e tentei me colar na porta para que eu não tivesse que cheirar sua colônia ou, como uma psicopata, inclinar-me sobre o console e cheirá-lo.

Ele não tinha o direito de ter um cheiro tão bom no início da manhã!

O tráfego não foi muito ruim, o que significava que eu, pelo menos, posso pegar algo para comer antes de entrar e começar o meu dia.

Nenhum de nós falou, mas nunca tínhamos sido esse tipo de amigos, os que tinham que encher o ar com palavras desnecessárias.

Nossas palavras, mesmo em provocação, sempre tiveram um propósito.

Por alguma razão, só de pensar como nós costumávamos ser fizeram lágrimas queimar na parte de trás dos meus olhos.

E depois, claro, tivemos que parar na frente do McDonalds onde Miller e eu tivemos nosso primeiro beijo.

Eu respirei fundo.

O ar parou no carro.

Como se alguém tivesse pressionado pausa em nossas vidas e, simultaneamente, nos mostrou uma prévia do passado.


(Antes)


Eu estava encostada na sua caminhonete azul gigante.

Senti suas mãos no meu cabelo.

Sua língua na minha boca.


O SUV puxou para a direita de forma tão abrupta que meu rosto quase colidiu com a janela de vidro.

E então estávamos estacionados no mesmo ponto.

As linhas de tinta no estacionamento estavam desbotadas.

O cheiro era o mesmo.

De alguma forma, era o mesmo.

“Quando você foi embora...” Eu engoli após o nó na minha garganta. Sua mão estava tensa no volante e o carro ainda ligado, como se ele estivesse tentando descobrir se ele devia avançar através da construção ou desligar. “Eu costumava pedir batatas fritas e sentar-me aqui... fingir que estava comigo. Estúpida.” O que eu estava fazendo? “Eu sei.”

Olhei para ele com o canto do meu olho.

Ambas as mãos ainda agarrando o volante.

Sua mandíbula flexionada.

Os olhos de Miller se fecharam brevemente, então se abriram antes dele retirar a chave da ignição e grunhir, “Café da manhã.”

Eu saí em câmera lenta, saltando fora de seu SUV e suando, andando atrás dele quando ele abriu o caminho para as portas.

Ele me deixou passar primeiro.

Minhas pernas pareciam chumbo, e minha pele irrompeu em um milhão de minúsculos arrepios enquanto eu tentava encontrar a minha voz, declinar da comida junto com a viagem pela estrada da memória.

“O que posso fazer por você?” O adolescente não olhou para cima de sua prisão - atrás da caixa registradora.

“Cinco salsichas e queijo cheddar, McMuffins, dois sucos de laranja, e...” Ele fez uma pausa. "Água."

O cara repetiu o pedido.

Miller não perguntou se eu estava com fome ou com sede, ou qualquer coisa.

Acho que pelo menos terei o suco de laranja.

Então, novamente, eu nunca pedia em restaurantes fast food. Eu sempre senti como se estivesse sendo julgada, mesmo que eu fizesse escolhas saudáveis; era como se eu não pudesse ser livre para comer o que outras pessoas comiam porquê, de alguma maneira eu não merecia isso, mesmo que eu fosse saudável. Estou me controlando, mas ainda odeio lidar com os olhares então eu evito a todo custo.

Esperamos a nossa comida.

Tento olhar para tudo e qualquer coisa, menos para Miller, mas todos os lugares que olho eram preenchidos com o passado.

Mesmo os canudos vermelhos e amarelos estúpidos me fizeram lembrar de quando usamos na escola em nossos refrigerantes. Como ele costumava brincar com eles entre os dentes, fazendo meu estômago vibrar e minhas pernas apertar.

“Puta merda, você é Miller Quinton!” Uma voz adolescente guinchou. O cara que estava nos ajudando finalmente olhou para cima. Eu culpo a tecnologia pela incapacidade das pessoas de olhar os outros nos olhos.

“Sim.” Todo o comportamento de Miller mudou de rude buldogue puto para suave, confiante e sexy, e na frente dos meus olhos, ele se tornou exatamente tudo o que tinha me assombrado durante cada entrevista na ESPN estúpida que ele já tinha feito.

“E aí, cara?” Miller apertou sua mão.

E então ele deu autógrafos suficientes para fazer meus dedos machucados.

Caminhamos em silêncio de volta para o SUV.

E estou com um McMuffin.

“O que é isso?” Eu seguro a coisa gordurosa no ar, e o papel enrugado com os meus dedos escavados na bondade aquecida. Saliva já estava se reunindo na minha boca, maldição.

“Comida.”

“Eu sei o que é isso. Eu apenas pensei que você pediu para você?”

“Coma.”

“Estamos recorrendo a conversas de uma só palavra agora?”

Ele resmungou e deu uma mordida gigante, seus dentes perfeitos rasgando pelo menos metade do sanduíche na boca.

O cheiro estava me matando. Eu queria tanto comer a maldita coisa que meu estômago roncou, totalmente me traindo com Miller, que já estava terminando seu último McMuffin e bebendo seu suco de laranja com um sorriso cúmplice.

“Não está no manual.” Eu tentei entregá-lo de volta para ele, mesmo que quisesse comê-lo. Não é que a fome estava ganhando, mas quase, mas a nostalgia viria se eu fizesse, e as coisas voltariam ao normal novamente.

Ele não se moveu.

“Miller.” Eu gemi para mim mesmo. “Eu tenho que me pesar a cada semana.”

Ele bebeu o suco de laranja mais alto. Miller colocou o copo vazio no suporte de copo, pegou o sanduíche, lentamente desembrulhou-o, deu uma mordida, e, em seguida, entregou-me novamente.

“Não vai funcionar.” Eu respirei a mentira quando eu lambi meus lábios. Sim, aquilo já estava trabalhando.

O sanduíche tocou meus lábios. Ele sorriu e, em seguida, inclinou a cabeça de uma forma muito insultante, Sexy. Como. O. Inferno.

Ele não poderia ficar mais sexy do que naquele momento.

Segurando um sanduíche contra meus lábios como se fosse melhor do que sexo. O que, vamos ser honestos... era quase um empate.

“Eu não vou dizer,” ele sussurrou.

E, de repente, meu cérebro apenas não cobiçou o sanduíche.

Dei uma mordida.

Uma enorme mordida.

Grande demais para minha boca.

Os olhos de Miller aqueceram.

Era um jogo sujo McDonald.

Mastigo.

Ele fez um ruído em seu peito antes de ajustar-se visivelmente e deixando escapar uma maldição.

Pego o sanduíche dele e ordenadamente o envolvo novamente, em seguida, colocou-o dentro do saco e limpo a boca com um guardanapo.

Sua respiração era pesada quando ele empurrou o suco de laranja na minha mão vazia, em seguida, ligou o carro novamente. Ele dirigiu em direção ao meu apartamento.

“Vire à direita,” eu sussurrei, meu peito pesando. “E, em seguida, novamente à esquerda. Deixe-me apenas na rua para que eu possa andar de lá.”

Os olhos de Miller olhou sobre a parte da cidade que eu tinha vergonha de estar vivendo. Ele estava em uma cobertura, e eu estava vivendo na parte mais barata de Bellevue, que não era realmente mesmo Bellevue mais. O posto de gasolina em frente ao apartamento tinha bares sobre as janelas e uma empresa de fiança era anexada a ele.

“Não.” Ele mordeu a palavra como se estivesse chateado novamente. “Eu não vou deixar você andar. Eu não me importo que seja dia. Agora, onde você mora?”

Meus olhos lacrimejaram.

Elas não eram lágrimas, certo? Porque isso não seria justo. Que ele me levasse em uma viagem pela estrada da memória e, em seguida, lembrar-me mais uma vez o quão longe eu tinha caído sem ele.

“Em.” Seus olhos imploravam.

“Vá mais um quilômetro.” eu sussurro.

Quando ele estava perto do prédio de apartamentos, fechei os olhos e disse: “Estamos aqui, à direita.”

Luxury Apartments.

Isso é o que o sinal dizia.

Mas qualquer pessoa com dois olhos que funcionam podia ver que a pintura foi raspada das paredes, a grama não tinha sido cortada em semanas, o sinal ainda tinha taxas de três anos atrás.

Algumas pessoas tiveram luzes de Natal em relação ao ano anterior, e lixo estava cheio em torno do edifício de quatro níveis.

“Você vive aqui sozinha?” Perguntou.

“Não.” Eu dei um suspiro de alívio. “Meu pai e eu vivemos aqui.”

“O que aconteceu com sua casa?”

“São muitas perguntas por hoje.” Eu engoli a dor dura e inchada na minha garganta, o que torna difícil para respirar.

“Em-”

“Deixa para lá.” Abro a porta pegando minha mochila. “Não é problema seu, certo? Eu não sou o seu problema, se lembra? Você não me conhece.”

Joguei suas palavras de volta para ele, na esperança de infligir dor, mesmo que fosse um minuto em comparação com o vazio que eu sentia a cada dia.

Meu telefone tocou, e a tela brilhou com nome de Sanchez.

Ele balança a cabeça lentamente, os olhos piscando. “Você está certa. Eu não.”

“Obrigada pelo passeio.” Eu tropecei nas palavras batendo a porta tão rápido que eu fiquei surpresa que eu não tropecei para trás. Eu deixei a chamada ir para o correio de voz.

E deixei algumas lágrimas deslizarem sobre minhas bochechas antes de colocar a minha armadura de volta no lugar e entrar no meu apartamento, cabeça erguida.

“Oi, baby!” Pai sorriu do sofá. “Espero que você foi bem na escola hoje!”

“Sim.” Forcei um sorriso mentindo. “Eu, hum, tem lição de casa. Então, eu devo começar com isso logo.”

“Estou tão orgulhoso de você.” Ele olhou para o livro em suas mãos e franziu a testa. Eu sabia antes de dizer qualquer coisa que ele não se lembrava de lê-lo, mesmo que fosse o seu favorito. Alguns dias ele trouxe-o de seu nevoeiro; outros dias apenas o fez bravo e o confundiu mais.

Os bons dias estavam acontecendo cada vez menos.

E eu sabia que era apenas uma questão de tempo antes que eu tivesse que descobrir um outro plano para ele. O estado só pagou o mínimo, e colocá-lo em uma casa de cuidados custa mais do que uma escola da Ivy League.

Minha única esperança era conseguir um emprego melhor.

Mas conseguir um emprego melhor também significava que eu não poderia torcer.

Eu não poderia seguir os meus sonhos.

Antes do meu pai ficar tão ruim, ele me fez jurar que eu nunca iria desistir de meus sonhos por ele.

Era injusto da parte dele, perguntei no momento, sem saber o quão rápido a doença iria destruir sua mente. Pensávamos que tínhamos anos antes dele perder o emprego, antes de perder a sanidade.

Nós estávamos errados.


Capítulo quatorze

MILLER

 


Eu não sei quanto tempo eu dirigi em torno, algumas horas, pelo menos. Finalmente, eu fiz o meu caminho de volta para o meu apartamento vazio, minha mochila em uma mão e saco do McDonalds vazio na outra.

Eu poderia ter jogado fora, no lixo garagem.

Mas por alguma razão, meus dedos estavam tendo dificuldade em se despedir de apenas mais uma memória que eu sabia que seria logo esquecida.

Nada fazia sentido.

Por que Emerson e seu pai tiveram que sair de sua casa?

Ele tinha tido um emprego de professor realmente bom na Shoreline College. O homem tinha um doutorado.

Quanto mais eu pensava nisso, mais curioso eu ficava. Talvez eu estava errado sobre ela.

Até a porta do elevador se abrir na minha cobertura, e música alta me cumprimentar.

Droga Sanchez.

Eu fui para a porta primeiro e bati meu punho contra a madeira tão forte que eu fiquei surpreso que não quebrou.

Ele a abriu e voltou para a sala de estar.

Era um convite?

Com uma maldição, eu deixei cair minha mochila fora da porta e entrei. “Você pode abaixar o volume?”

“Não.” Alguns dos meus companheiros de equipe, Jax incluído, acenou do seu lugar no sofá. Naturalmente, eles estavam jogando Madden, porque nós não conseguimos futebol suficiente todos os dias de nossas vidas.

“Eu tenho Brady!” Alguém gritou.

“Cerveja?” Sanchez me jogou uma Sam Adams antes que eu pudesse protestar. Eu não queria cerveja. Eu precisava de algo um pouco mais forte se eu ia ter de olhar para cara feia daquele cara toda a temporada, especialmente se ele continuasse beijando a Emerson na minha frente.

Com um suspiro eu me sentei, sabendo que se eu voltasse para o meu apartamento, eu acabaria me lastimando ao redor ou estudando o livro de jogadas, o que parecia deprimente e chato como o inferno.

Ele acabou de provar um ponto. Dinheiro não compra felicidade.

Eu não tinha sido feliz, realmente feliz, após Emerson.

Futebol. Faculdade. Eu sorri para as câmeras. Eu tinha namorado aqui e ali, mas havia sempre esse vazio, como se ela tivesse cavado meu coração e deixado um buraco vazio em meu peito.

“Beba isso.” Sanchez bateu com a mão no meu ombro. “E então, faça outra. Você está muito tenso homem, e é provavelmente por isso que eu estou ganhando.”

Fiz uma careta. “Eu nunca concordei com um jogo de mijo.”

“E, no entanto, quem está mantendo a contagem?”

Tirei a tampa e bebi.

“Vou emprestar um carro para ela.”

Tiro a cerveja da minha boca, e cuspo em Jax na parte de trás da cabeça, deixando escorrer cerveja por todo o sofá de couro branco.

“Obrigado, cara!” Jax chamou, enquanto Thomas pegou uma toalha da cozinha e atirou na cabeça de Jax.

“O inferno você vai!”

O sorriso de Sanchez foi pura maldade. Meus dedos coçaram para socá-lo, mutilá-lo, jogá-lo para fora da sua própria janela e atropelá-lo com o meu carro!

“Por quê?” Ele franziu a testa. “Quando liguei para o mecânico - obrigado por essa informação, a propósito.” Ele tomou um longo gole de sua cerveja. “- Eles disseram que custaria mais para consertar o carro do que vale a pena. Então, ela deve vender o carro para retirar as peças, economiza até um pouco, compra um carro novo, e no meio, eu deixo ela usar um dos meus.”

Meus olhos se estreitaram. “Quantos você tem?”

Sanchez não disse nada antes de olhar para longe. “Bem, ontem eu tinha um.”

Corri a mão sobre a minha cabeça. “E hoje?”

“Dois,” disse ele lentamente. “Desculpa. A contagem está tão alta.”

“Então, basicamente... você comprou um carro que você vai emprestar, tudo porque você quer fazer sexo com ela? Diz que não estou errado?”

“Quem?” Jax gritou.

“Ninguém,” Sanchez e eu dissemos em uníssono.

Eu balanço a cabeça em direção à cozinha.

Ele segue.

“Ela não vai acreditar, confie em mim. Esta é de quem nós estamos falando. Além disso, ela vai perceber. É como um presente do sexo. Você não pode dar-lhe um presente do sexo se-” Paro de falar. O que diabos eu estava fazendo? Ajudando-o a sair com ela? Olhei dentro da garrafa de cerveja e, em seguida, olhei para Sanchez. “Você me drogou?”

Ele começa a rir. “Na verdade, eu estava me perguntando a mesma coisa. Não é como se você derramasse segredos, especialmente sobre uma garota que você quer tanto, quanto Em.”

“Eu não,” eu minto.

“Tudo bem.” Ele lambeu os lábios. “Então, você realmente não se importa, então? Se eu só preencher esse espaço gigante que você deixou para trás e entrar como namorado, melhor amigo, amigo cama, e melhor parceiro sexual que ela já teve?”

“Faça o que quiser, cara.” Eu tentei manter minha voz calma. “Só não a machuque.”

“Algo me diz que ela teve que cuidar de si mesma por um tempo, não graças a você.” Ele jogou a garrafa de cerveja vazia no lixo. “Não é como se eu comprei um Maserati novo.”

Eu fiz uma careta mais dura. “O que você conseguiu, então?”

Ele sorriu como se ele tivesse acabado de ganhar a presidência. “Um novíssimo Honda.”

Sim. Vou matá-lo.

Qualquer outro carro teria envergonhado ela.

E Sanchez teve que ser nobre e comprar uma versão mais recente do carro que ela tem? Então, ela não se sentiria estranha?

“Bastardo,” eu murmurei sob a minha respiração.

“Ei, pelo menos eu avisei.”

O fato de que ele estava tomando conta dela, que o prostituto da equipe estava disposto a fazer qualquer coisa para dormir com ela, estava me deixando tonto. Mas ele não tinha provado que ele não era o melhor homem. E eu sabia exatamente, como todo mundo, o cara era um conquistador em série, ele passava de mulher para mulher, e o fato de que ele tinha sido contratado antes absolutamente não fazia nenhum sentido.

Não, porque quando eu estava dirigindo por aí, sentindo pena de mim mesmo e chateado com ela por me abandonar, tinha sequer me ocorrido que ela precisava de transporte se ela quisesse ficar no time ou o quanto custaria obter um Uber todos os dias, quatro vezes por dia.

Eu tinha sido egoísta e estúpido.

E mais uma vez permiti que Sanchez fizesse o correto e ganhasse o papel do herói, e acabou de provar que eu realmente não a conhecia de todo.

E em três dias...

Ele já tinha descoberto coisas que tinham me levado anos arrancar dela.

A insegurança... a necessidade de um carro que não custa mais do que as casas da maioria das pessoas...

Ele tinha feito o impossível, ganhou a amizade dela.

O que significava que tudo o que ele tinha a fazer era ganhar sua confiança e sua lealdade.

E então, seu coração.

A cerveja estava azeda no meu estômago.

“Duas escolhas.” Sério era o Sanchez ainda de pé lá? Vendo meu colapso mental? Ótimo. “Você pode deixá-la ser feliz, deixe-a tentar com alguém como eu... alguém que não vem com bagagem do passado... ou você pode lutar contra mim, machucando-a no processo.”

"Por que isso importa? Quando é apenas sobre sexo?” Retruquei.

“As meninas gostam que Em não dorme com caras como eu,” admitiu. “Então, o que é que vai ser? Você vai ser meu amigo e dela? Você vai ser um bom companheiro de equipe e nos ajudar a ganhar o campeonato? Ou será que é guerra?”

“Quem fala assim?” Minha cabeça estava começando a doer com todo o estresse.

Sanchez deu de ombros e, em seguida, deixou escapar um sorriso quando seu telefone tocou no balcão; Ele bateu-o e olhou para mim antes de dizer: “Ei, Curves, eu estava falando de você.”

Seu comportamento mudou em torno dela.

E mesmo que ela morresse antes de admitir isso, o dela mudou em torno dele. Ela era menos fechada e sorria.

Ela porra sorriu.

Eu engoli o mal-estar.

Meu orgulho.

E a quebra no meu coração quando eu acenei para ele e murmurei, “Amigos.”


Capítulo quinze

EMERSON

 


Eu disse sim.

Mas foi só por desespero, e quando Sanchez disse que tinha um carro reserva, da forma como algumas pessoas falam sobre ter escovas de dentes de reposição ou papel higiênico, eu cedi. Talvez tenha sido porque eu não tinha dormido toda a noite, entre o meu pai ter pesadelos e andar pela casa chamando por minha mãe, ou o fato de que quando entrei na minha conta bancária eu quase cai em prantos, quem sabe? Eu finalmente alcancei meu sonho, mas agora que estava em minhas mãos, eu podia vê-lo tão facilmente se esvaindo. Tudo o que eu prometi ao meu pai, tudo o que eu tinha trabalhado, e para quê? Assim eu poderia vestir um uniforme e gritar?

Eu me senti tão egoísta.

E em cima disso, eu estava brincando com fogo, o próprio fogo que iria me queimar de dentro para fora se eu sequer pensar em pisar fora das linhas. Sanchez deixou claro que ele só queria sexo, e Miller não queria nada comigo. Mas o fato era que eu queria os dois, e só faltava eu dar um passo em falso da minha parte, e Sanchez finalmente conseguiria o que queria e depois me chutaria para o meio-fio e eu perderia tudo.

E agora um carro.

Receber caridade.

Já que eu basicamente passei a noite analisando os números tentando descobrir como eu faria funcionar financeiramente, e a única coisa que eu poderia fazer era usar o transporte público para ir a treinos e jogos e voltar para casa, ou eu tinha para sair.

O custo de Uber diário era ainda mais caro do que eu poderia pagar, e em cima disso, minhas horas na torcida não eram horas exatamente normais; além disso, eu não tinha tempo de sobra, e quanto mais estressada sobre isso, mais eu gostaria de ter mantido a garrafa de vinho que tinha deixado no apartamento de Sanchez, para que eu pudesse beber meus problemas.

Ele disse que o carro estaria esperando por mim no estádio.

Levou uns bons quinze minutos no trânsito. É, eu não poderia fazer isso todos os dias, especialmente se cada motorista do Uber gostava da sua música tão alta.

Eu pulei para fora do Uber olhando em volta. Não vi nada.

Seu carro não estava lá.

A buzina alta soou quando um Honda vermelho novíssimo acelerou no estacionamento e fez um giro antes de parar a poucos passos de distância.

Era lindo.

Não era barato.

Então, novamente, esse era Grant Sanchez. Alguma vez ele fazia algo sem chamar atenção ou estilo?

Ele abriu a porta. Ele estava usando calças de futebol pretas apertadas e uma camisa de treino, as chaves pendiam de sua mão gigante, e ele estava usando o maior sorriso que eu já vi. Eu engoli a secura na garganta. Seu sorriso fez coisas engraçadas para o meu estômago e me fez querer coisas que eu não tinha que querer, especialmente desde que ele tornou dolorosamente claro, desde o início, que ele só queria sexo. E eu? Bem, talvez essa foi a piada mais cruel de todos, porque toda a minha vida, tudo o que eu sempre quis... era amor.

Ele caminhou para mim naquele caminhar predatório, maior que a vida.

Engoli em seco novamente.

“Eu conheço esse olhar.” Ele chegou perto, elevando-se sobre mim, e então suas mãos estavam em meus quadris, me puxando contra seu corpo. “É aquele que diz: 'Por favor, beije-me, Sanchez. Eu quero você. Eu preciso de você. Você é...” Ele piscou os olhos. “Surpreendente'.”

“Eu não digo incrível com uma voz estridente assim,” eu disse, um pouco sem fôlego, quando ele começou a enrolar mechas do meu cabelo loiro em torno de seu dedo.

“Todas as meninas dizem incrível assim.”

“Eu não sou todas as meninas.”

“Não...” Seus olhos verdes aqueceram quando ele abaixou a cabeça. “Você não é.”

Nós nos beijamos.

No estacionamento.

Na frente de quem fosse para o treino uma meia hora mais cedo. E eu queria beijá-lo mais. Ele tinha um sabor incrível, como goma de canela quente... e especiarias.

Eu ri contra sua boca.

“Nunca ria de um homem no meio do beijo, Curves.”

“Este beijo é incrível.” Eu disse isso com minha voz aguda, provocando uma risada estrondosa dele antes que ele pressionasse sua boca em mim outra vez, obrigando-me a esquecer o meu próprio nome.

Seis anos atrás, eu tinha beijado um jogador de futebol e perdi meu coração.

Cinco segundos atrás, parecia que, talvez, eu tinha recuperado uma parte do meu coração de volta, e era bom, muito bom.

Chaves foram pressionados contra a minha mão antes dele se afastar e beijar meu nariz. “É importante que todas as Bucks líderes de torcida comecem o treino no horário, e eu sempre tive um inferno de um monte de espírito de equipe.” Ele olhou para a frente de suas calças. “Como evidenciado... Aqui.”

Eu cobri o rosto com as mãos. “Oh-kay.”

“Você está corando?” Ele puxou minhas mãos, o seu sorriso enorme, e aquelas covinhas...

Ele precisava parar de ser tão sexy, antes de eu fazer algo estúpido como beijá-lo novamente onde a minha treinadora e qualquer outra pessoa na equipe poderia nos ver.

“Você está corando! Eu gosto,” ele sussurrou, ainda segurando minhas mãos enquanto beijava meu nariz novamente. “Eu gosto que sou responsável por isso.”

“Você poderia.”

“Bem, eu sou incrrrívveell.” Ele tirou a palavra e piscou. “Tente não ter nenhum arranhão nela, Curves.” Seu sorriso cresceu quando ele me olhou de cima a baixo, lambendo os lábios como se ele estivesse a segundos de me devorar. “Ela é delicada.”

“Ela?”

“Todos os carros vermelhos são meninas. O quê? Eles não ensinam essa merda na escola?”

Revirei os olhos. “Você é impossível.”

“E incrível... Diga.”

“Você não precisa que eu diga isso. Você sabe disso.” Eu cruzei os braços tentando pensar em nada, somente no fato de que seu traseiro parecia duro naquelas calças de futebol apertadas. O que diabos eu estava fazendo? Esta não era eu.

Flertando com um jogador de futebol que poderia ter me demitido do meu emprego dos sonhos?

No estacionamento?

Pegando um carro emprestado dele?

Estou tão desesperada?

Ou foi parte de seu charme? Ele fazia as meninas se sentirem tão bem sobre elas mesmas, tão desejáveis e uma vez que ele conseguia o que queria, ele as deixava e esquecia tudo sobre elas.

Eu não tenho certeza de que posso confiar nele.

Mas odeio que eu queira.

Eu odeio que ele me lembrou que eu tinha esse buraco grande no meu coração, que Miller deixou, e uma parte de mim lamentou que era Grant Sanchez a preenchê-lo.

E não o meu melhor amigo.

"Ei...” Sanchez piscou. “Não me faça beijar essa carranca fora de seus lábios, Curves.”

Eu sorri quando o SUV de Miller entrou no estacionamento à direita, ao lado do meu novo Honda vermelho-cereja. Não é meu. Sanchez. Empréstimo, ele era um empréstimo.

Eu não tinha nada para me sentir culpada.

Ele já tinha um carro.

Certo?

Não é como se ele pudesse dirigir dois carros ao mesmo tempo.

Então, por que eu me sinto envergonhada?

Por que meu rosto, sem dúvida, combina com a cor exata do carro quando Miller desligou a ignição e se aproximou de nós, vestindo o mesmo uniforme de treino de dar água na boca?

Poderia uma pessoa morrer por ver muitos caras sexys em um minuto?

Ele tirou os óculos e colocou-os em sua mochila, seu sorriso era enorme. “Vermelho, é claro. Combina com ela.”

Espere, o que aconteceu?

Ele estava sorrindo para mim.

Miller.

Meu ex-melhor-amigo que me odiava.

Que me forçou a comeu um McDonalds, me deixou no meu apartamento ontem à noite e fugiu como se eu tivesse a peste.

“Sou atraente assim,” retruquei de volta com meu próprio sorriso.

Os olhos de Miller segurou os meus por alguns segundos, aparentemente procurando algo, ele lambeu os lábios cheios e, em seguida, estendeu a mão para Sanchez. Eles bateram seus punhos.

“Sanchez!” Outra voz soou.

Eu me virei. Jax e Thomas estavam se aproximando. Sanchez me deu um último sorriso e caminhou para encontrá-los.

Deixando-me sozinha com Miller.

“Então... ” Ele acenou para o carro. “Você está bem com isso?”

Bufo. "O que você acha?"

“Eu acho que a velha Emerson teria se sentido como uma prostituta, mas o tipo bom como em Uma linda mulher.” Ele sorriu. “Mas agora?” Ele me olhou de cima a baixo, amassando o nariz. “Estou supondo que você está apenas desesperada o suficiente para aceitar a oferta, mas provavelmente não vai dormir até que você pode descobrir como resolver isso sozinha.”

“Droga.” Eu olhei para longe. “E você diz que você não me conhece mais.”

Ele riu.

Eu me agarrei a essa risada.

Eu respirei fundo.

Decorei a forma como ele fez meu corpo tremer em resposta.

Eu perdi tanto que lágrimas rapidamente substituíram a minha emoção ao ouvir isso.

Miller deu uma olhada para mim, e então eu estava em seus braços.

Dentro.

Dos braços.

Dele.

“Eu ainda estou chateado,” ele sussurrou rispidamente. “Puto, na verdade.”

Eu endureci.

Ele segurou-me mais apertado.

"Mas... ” Ele limpou a garganta. “Sanchez me ajudou a lembrar de algo na noite passada.”

“Ele fez?” A camisa em seu peito abafou a minha voz. Eu estava tendo dificuldade para respirar. Será que ele realmente não tem ideia de quão forte ele era? Seus bíceps estavam tentando romper a camisa!

“Sim.” Ele suspirou, seu coração estava acelerado, então naturalmente o meu decidiu se igualar com o dele. Coração estúpido. “Lembra quando eu coloquei goma em seu cabelo na sexta série, então você disse para todos os meus amigos que eu fiz xixi na cama?”

Comecei a rir. "Como eu poderia esquecer? Eu também lhes disse que você tinha um lençol do Pato Donald porque você tinha medo do Batman.”

Sua risada juntou-se à minha. “Nós tivemos a nossa quota de lutas, Em. Eu acho que o que estou dizendo é... se eu consigo superar isso, quero dizer que era ensino médio, basicamente, os anos mais traumáticos da nossa vida, então eu vou tentar superar isso. Eu só preciso de tempo.”

“Esse é o problema,” eu sussurrei, todo o humor de repente desapareceu. “A última vez que eu te dei o que você queria, eu nunca vi você novamente.”

Ele se afastou e franziu a testa. “Do que você está falando?”

Eu balancei minha cabeça. "Você está certo. Não importa mais. Vamos só... tentar começar de novo.”

“Enterrar o machado,” ele concordou.

“Fazer as pazes.” Eu assenti.

Ele franziu a testa. “Começar de novo.”

Começamos a caminhar lado a lado em direção ao estádio. “Chegar a um acordo?”

“Consertar a cerca!” Ele gritou em triunfo.

Eu abri minha boca, minha mente girando. “Eu não tenho nada.”

“Ganhei.” Ele ergueu a mão para um toca aqui.

Revirei os olhos. “É como se tivéssemos dezoito anos de idade, e estamos presos em um corpo de vinte e quatro anos de idade!”

E apenas assim...

Eu tive uma parte dele de volta.

Então, por que eu ainda me sinto culpada?

Por que eu estava confusa quando Sanchez me cumprimentou na entrada do estádio com um sorriso satisfeito? E por que eu me sinto vazia quando Miller seguiu em frente e, com uma volta rápida, saiu para se juntar aos outros caras?

“Divirta-se no treino, Curves!” Sanchez sorriu.

Miller virou e acrescentou: “Dois, quatro, seis, oito, quem agradecemos?!”

“Jax!” Thomas gritou enquanto o atacante revirou os olhos e continuou passando por todos.

Eu ri.

Talvez eu estivesse pensando coisas demais.

 

 


Passo por todos em um esforço para voltar ao vestiário das meninas e senti alguém olhando para mim.

Eu rapidamente olhei por cima do meu ombro.

Enquanto os caras estavam lutando, rindo, e sendo idiotas imaturos, Miller estava lá, seus olhos aquecidos com o foco em ninguém, somente em mim.

Eu tremi.

Seus lábios pressionados em um sorriso maroto.

Bem, porcaria.

Eu senti aquele sorriso todo o caminho até os meus dedos dos pés, e me repreendi por permitir que um sorriso simples me afetasse mais que o beijo quente de Sanchez.


Capítulo dezesseis

MILLER

 


Amigos olham as bundas um do outro o tempo todo. Pelo menos é o que digo a mim mesmo quando vejo seus quadris balançando para trás e para frente, sua bunda em forma de coração fazendo minha boca salivar, e, já que ninguém está me olhando...

Nada demais, certo?

Até que ela se vira e nossos olhos se encontram.

Porque é de Em que estamos falando.

Ela sabe.

Ela pode sentir meu olhar.

E talvez uma parte minha desejasse que ela virasse, queria que ela visse o olhar no meu rosto, a fome que ainda há, apesar da raiva por ela.

“Yo.” Sanchez me dá um tapa nas costas. “Você está dentro?”

“Estou,” repito, forçando meu cérebro a pensar no que eles podem estar falando.

“O jantar de Rookie.” Jax segura seu capacete. “Não somos tão ruins quanto algumas equipes. Não é como se sempre deixássemos a conta para eles, às vezes nós ajudamos.”

Sanchez e Thomas batem as mãos e Thomas ri. “No ano passado foi mais de sete mil.”

“Como gasta tudo isso em jantar?” Penso em voz alta.

“Cara, eu ouvi que o New England deixou uma conta de quarenta e oito mil dólares para seus novatos no ano passado,” Thomas diz sério com os olhos arregalados.

Balanço a cabeça, enquanto Sanchez solta um assobio.

“Jax tem gostos delicados,” diz Thomas com uma cara séria conforme nosso atacante se aproxima, obviamente, perdido na conversa.

“Foda-se.” Jax lhe dá um empurrão. “É uma tradição pré-temporada. Os novatos nos levam para jantar e temos que escolher, então o que me diz?”

"Eu digo...” Encolho-me, tentando pensar no primeiro restaurante que vem à mente. "Cheesecake Factory?"

Os caras gemem.

“O que?” Rio. “Não vai ser caro, podemos ser tão barulhentos quanto quisermos, as porções são enormes e eles servem álcool.”

“Ele me ganhou com o álcool.” Thomas suspira. “Tudo bem, sete hoje a noite, pessoal.”

O treinador escolhe este momento para entrar no vestiário. “Não pago as senhoras para fazerem planos para o jantar.”

“Na verdade, você não nos paga nada,” Sanchez aponta.

O treinador Mike o encara. “Você está certo.” Seu olhar se transforma num sorriso maligno. “E muito obrigado por se voluntariar para nos conduzir no condicionamento desta manhã, Grant.”

“Porra”, Sanchez geme. “Diga que não temos os pneus hoje.”

“Boas notícias!” O treinador grita. “Temos saltos nos pneus hoje!”

Bato nas costas de Sanchez, conforme saímos do vestiário para o campo.

As líderes de torcida estão quase sempre no outro campo de treino já que temos os mesmos horários. A música de uma das suas rotinas de dança flutua pelo ar.

Corro até a linha de cinquenta jardas e coloco meu capacete.

E o pensamento me atinge.

Emerson está no outro campo treinando.

E eu sou o bloqueador ofensivo dos Bucks.

O sonho que tivemos por tantos anos aconteceu – só que não da maneira que planejamos.

Porque em cada um desses planos, sempre a vi ao meu lado.

Como se Sanchez lesse meus malditos pensamentos, o merda vira e grita enquanto corre em direção ao primeiro pneu.

Nosso treinador de condicionamento, Rob, nos odeia.

Ou odeia a vida.

Respirar.

É raro eu sair do estádio sem estar rezando por uma cadeira de rodas ou ao menos uma maca.

Foram apenas alguns dias de treino e nunca fiquei tão dolorido em toda minha existência. A maioria das equipes de futebol tem programas estratégicos de levantamento de peso e musculação, mas não os Bucks. Não, os Bucks gostam de usar objetos grandes, exercícios de peso corporal, molas e um inferno de treinamento de agilidade, o tipo que parece fácil, mas acaba te dando um pé na bunda.

“Vamos, Miller!”

Respiro fundo e vou até o próximo pneu.

“Miller!” Rob grita meu nome tão alto que meus ouvidos doem. “Pode fazer mais saltos que isso; quando acabar, você bate no chão, o peito toca o chão, então fica de pé com os joelhos subindo a cinquenta metros, então toca o chão novamente, entendeu?”

Quero perguntar quando posso parar.

Mas sei que se fizer isso ele me dará mais.

Com um grunhido salto no pneu mais cinco vezes, em seguida, bato no chão, salto em pé, levanto os joelhos, em seguida, bato no chão novamente. Quando ele não diz nada repito o processo até que minhas pernas doem.

Ele sopra o maldito apito quinze minutos mais tarde.

Quinze. Minutos.

As pessoas podem ter rabdomiólise com essa merda.

Mas é por isso que os Bucks são os melhores. O treinamento de agilidade, os alongamentos de ioga, os alongamentos, em geral, é o que os fazem tão rápidos e resistentes em campo. Lá se foram os dias de jogadores de linha de cento e trinta quilos, agora temos caras que pesam cem e podem correr tão rápido quanto alguns dos corredores.

Atletas. Estou com verdadeiros atletas. E me sinto bem.

“De novo!” Rob grita.

Sanchez me dá um olhar de pura irritação, depois faz um movimento de arma e aponta para a cabeça antes de agarrar o pneu e ir até ele. Tenho que admitir, ele brinca muito, tira sarro, mas uma coisa sobre o cara é sempre verdade: ele treina muito e espera que todos os outros também o façam. O homem é difícil de respeitar fora do campo - mas nele? Posso ficar na linha com esse tipo de liderança. Por mais relutante que esteja em admitir.

“Água!” Rob grita. “Sanchez, mais dois, então pode parar.”

Ele resmunga.

“Ei.” Jax atira uma garrafa de água para mim. “Quanto está gostando das coisas até agora?”

“Isso é uma conversa de líder de equipe ou fala sério?”

Jax abre um sorriso. "Isto é o tipo de conversa ei garoto você está indo realmente bem então não foda as coisas, como estou me saindo?”

“Ótimo”. Sorrio e então vejo Sanchez literalmente fazer viradas de pneu pelo resto do campo. “Que diabos ele está fazendo?”

“Conduzindo.” Jax dá de ombros. “Meu palpite é que Rob tem um número de saltos que quer que todos façam e estamos quase lá, e ao invés de ter mais alguém saltando no campo - Sanchez faz isso. Ele é assim.”

“Sanchez.” Repito seu nome. "É mesmo?"

“Eu sei.” O tom de Jax fica sério. “É difícil de acreditar, mas, tanto quanto aguento essa merda dele - não é porque ele é tão bom que tenho que fazer isso - é que os caras o respeitam, as outras equipes o temem, e bem, ele finalmente largou a ex-noiva que quase destruiu sua vida traindo-o com o bom e velho Thomas.”

“Epa, volta isso.” Levanto a mão. “Thomas?”

“É um rumor. Nenhum deles confirma. Inferno, nem sei como os caras ainda são amigos e muito menos companheiros de equipe, houve uma briga grande no vestiário. Acusações lançadas, no meio das semifinais no ano passado. Achei que Sanchez cortaria a cabeça do Thomas - falei para ele deixar isso no campo e ele fez, embora não o impediu de deixar Thomas com um olho roxo. O cara pediu desculpas, disse que ela veio pra cima dele ou algo assim, o que provavelmente é verdade, a menina é um veneno.”

“As meninas estão fofocando?” A voz de Sanchez interrompe nossa conversa. “Além disso, meu passado não é tão interessante.” Ele bebe um pouco de água, em seguida, joga o copo no lixo.

“Quantos saltos mais?” Pergunto.

Ele trava os olhos comigo. "Dez. Por que?"

“Da próxima vez vou fazê-los.”

Ele aperta os lábios numa linha firme e então me dá um aceno de cabeça. “Sim, obrigado, sabe que você tem que fazer, no entanto.”

“Certo.” Dou-lhe um tapa nas costas e seguro meu capacete. “Mas você também não.”

Jax assiste a troca com interesse e, em seguida, nos segue para o campo.

Rob dá uma olhada para nós e grita, “Corram!”

Esse será a porra de um dia longo.

 

“Não consigo sentir minhas pernas.” Gemo do meu lugar na banheira de gelo, ao lado de Sanchez. Ele está criando um recorde pela quantidade de vezes que disse “Porra” em menos de um minuto.

“Miller!” A voz de Jax interrompe minha sessão de dor enquanto um milhão de pequenas agulhas atacam meu corpo de uma vez. “Você foi bem hoje.” Ele para na frente da banheira e me dá uma olhada.

É o olhar que todos os atacantes dão quando não querem usar palavras para dizer que sua merda não fedeu. Respeito Jax em sua posição. Ele treina há dez anos e aos trinta e dois, ainda é tão bom como quando começou pelos Bucks e é um atacante de privilégio, do tipo que começa numa equipe e se aposenta com ela.

Ele raramente fala, mas quando o faz, meus ouvidos sempre se esforçam para ouvir, porque, por alguma razão, gosto dele. Mal conheço o cara e quero ir para a guerra com ele.

Futebol.

“Obrigado, cara,” finalmente digo. “Ainda estou me acostumando com algumas das jogadas. Sei que algumas das minhas progressões foram uma merda hoje, mas te entendo.”

“Eu sei,” ele diz rapidamente. “Apenas certifique-se que nenhum dos seus antigos companheiros atinja sua mente quando jogarmos com os Pilots em doze dias e sairmos vencedores.”

Assinto com a cabeça. “É para isso que estou aqui, para mantê-lo vivo.”

“E para manter seu pau funcionando, mesmo que todos nós saibamos quão raramente ele é usado,” Sanchez entra na conversa, ganhando um revira de olhos do Jax antes dele se afastar.

“Você continua dando merda e ele não vai lançar para você.” Vi isso antes, atacantes que ficam bravos com seus receptores e não estão dispostos a jogar para ninguém, nem mesmo seu próprio time, para evitar somar boas estatísticas.

“Jax?” Sanchez amaldiçoa novamente e verifica o timer. “Posso ter jurado que foram mais de cinco minutos.” Ele inclina a cabeça para trás contra a banheira prateada; é desconfortável como o inferno. “Ele e eu somos de longa data. Não estou nem aí para ele. Ele ignora isso, me passa a bola de qualquer maneira e faço grandes jogadas. A única coisa que pode um dia ficar entre nós é sua irmã, e acredite, não quero nada disso.”

"A irmã dele? Não estou entendendo.”

“Hah!” Sanchez ri para o teto. “Kinsey. A nova melhor amiga da sua ex e em breve melhor amiga da minha namorada – a líder de torcida - é a irmãzinha dele.”

“Kinsey?” Repito. A pequena morena irascível que parece prestes a bater em Sanchez por sequer respirar em sua direção. “Ela é-”

“O total oposto de Jax, acredite. Enquanto ele acalma o ambiente com um olhar do caralho, ela acalma a casa com a voz. Uma pena realmente, já que é gostosa - mas aquela voz. É como unhas num quadro-negro. Meu pau treme, cara, e não no bom sentido.”

Meu corpo está dormente.

Meu cérebro corre a milhões de quilômetros por minuto. Ele disse namorada. Ele fará de Emerson sua namorada, e a parte difícil, é que é seu direito. Ele não finge não conhecê-la; ele não a ignora. Ele não a força a comer McDonald’s, em seguida, exige que ela conte sobre os últimos seis anos.

Ela me deixou.

Aperto a borda da banheira e tento manter minha respiração sob controle conforme memórias serpenteiam no meu peito, tornando difícil respirar.


(Antes)

“Você ficou fora até tarde,” papai fala. “Vai dormir aqui?”

“Não.” Eu o odeio. Eu o odeio tanto que é tudo que sinto quando olho para os olhos vidrados e cabelo bagunçado. Ele bebeu. Novamente. Eu me preparo para o pior.

Em vez disso, ele começa a murmurar sobre cuidar “daquele desastre, Emerson.” Meu coração aperta no peito.

Nossas ligações estão menos frequentes e na semana passada quando tivemos nosso bate-papo de sexta-feira, ela disse que precisava falar comigo sobre algo importante e então chorou. Eu a pressionei para saber, mas ela disse que tenho que esperar. . .

“Vou para a cama.” Falo passando por meu pai.

"Patético. Vai ligar para aquele lixo branco de novo?” Uma risada maligna acompanha sua voz. “Tenho novidades para você. Ela não vai te incomodar de novo.”

Eu o ignoro.

E entro no meu quarto em busca do meu telefone.

Só para não encontra-lo.

Volto pisando forte até meu pai. “Onde está meu telefone?”

“Ele quebrou.” Ele dá de ombros. “Vou comprar um novo amanhã de manhã.”

Tenho o número dela memorizado; está tudo bem.

Mas não é assim.

Porque no dia seguinte, com meu telefone novo na mão, liguei para ela.

Seu número foi desativado.

 

“Levante sua bunda.” Sanchez joga água fria no meu rosto. “Estou com fome e preciso de uma carona de volta ao nosso apartamento.”

Eu gemo. “Por favor, não o chame de nosso. Nós não moramos juntos.”

“Você seria um companheiro de quarto de merda de qualquer maneira,” ele resmunga. “Ao menos sabe sorrir? Divertir-se?"

Pego minha toalha e saio da banheira. "Sim. Só prefiro guardar os bons momentos para mim.” Estremeço.

As sobrancelhas de Sanchez levantam. “Por favor, me diga que isso saiu errado.”

“Completamente.” Começo a rir.

Ele junta-se a mim.

E de repente percebo que o impossível aconteceu. O cara que está indo atrás do amor da minha vida - que sonha em vê-la nua - está se tornando meu amigo.

Aqui estou tão preocupado com eles...

Que não pensei em mim.

Ou no quão solitário estou.

Talvez esse fosse seu super poder; Grant Sanchez é capaz de abrir seu caminho em qualquer situação e sair por cima.

Eu só espero, pelo bem de Em, que ele realmente goste dela.

E não só porque ela tem uma bela bunda.

“Você acabou de gemer?” Pergunta Sanchez.

“Não.” Merda.

“Sim, você fez.”

“Está imaginando coisas porque seu pau quase congelou.” Começo a andar em direção ao meu armário.

“Uh-huh, e como é que o seu não parece estar sofrendo qualquer tipo de. . . encolhimento.” Ele aponta.

Rapidamente me cubro com a toalha. “Você está realmente olhando meu pau?”

“Em quem estava pensando?” Ele sorri. "Vamos, me diga. Somos amigos, certo?”

“Nunca seremos amigos o suficiente para que olhar paus seja aceitável, cara.” Jogo uma toalha em sua cabeça e termino de me vestir ouvindo o riso de Sanchez.

Alguns minutos mais tarde, estou nos levando para casa.

Merda.

Eu disse casa.

Como se ele e eu tivéssemos uma juntos.

“Você acaba de suspirar muito alto?” Pergunta Sanchez.

“Você SEMPRE guarda as coisas para si mesmo?” Pergunto.

Ele hesita e então fala: “Não, eu não gosto do silêncio.”

“Que novidade.”

“Vejo você em poucas horas.” Ele destranca a porta.

"Hã?"

“Jantar do time. Os novatos pagando. Vou comer carne. Saladas são para garotas.”

“Jax come salada,” aponto, já que o vi comendo em mais de uma ocasião.

“Ele diz que se colocar carne nisso, não conta. Confie em mim, tive essa discussão várias vezes. Sempre o deixo vencer. Viu? Eu posso jogar limpo.”

“Quando te beneficia.” Abro minha porta.

Ele joga a cabeça para trás e ri. "Isso é verdade. Só não me entregue e está tudo bem, ok?”

Sua risada some.

Deixando um brilho desafiador em seus olhos.

E de repente me sinto um merda.

Ele não fez feito nada além de me ajudar.

E continuo pensando sobre a bunda de certa menina.

“Ouvi você alto e claro, cara,” digo. “Vou tirar um cochilo rápido antes de hoje à noite.”

Ele me cumprimenta e entra em seu apartamento.


Capítulo dezessete

MILLER

 


O jantar de equipe foi quase tão bom quanto qualquer jantar de equipe pode ser. Pedimos uma quantidade insana de álcool e nem sequer bebemos muito uma vez que temos um treino cansativo no dia seguinte e o mesmo aconteceu com a comida.

Ao todo, a conta final foi de cerca de oito mil, pequena pela maioria dos padrões das refeições dos recrutas.

Justin Ranz, nosso mais novo recruta da linha ofensiva, dá uma olhada nela e empalidece.

“Calma, cara.” Sanchez dá um tapinha nas suas costas. “Você recebeu seu bônus, o que, alguns dias?”

“Uma semana.” Sua voz está enojada.

“Certo.” Sanchez concorda. “E tem um bônus de contrato de três milhões. Isso é pouco para pagar.” Ele franze a testa. “Bem, quero dizer tecnicamente, após impostos você tem, o quê, cerca da metade, considerando que está num escalão totalmente novo, e então vai querer comprar um carro, porque quem não precisa de um veículo agradável?”

“Não se esqueça de uma casa,” adiciono, sabendo exatamente o que ele faz.

Ouvi isso antes, os mentores garantindo que os novatos não gastem todo o dinheiro com porcarias apenas porque de repente são atletas profissionais. Estalo os dedos.

“E todos os membros da família. Amigos. Primos que saem da toca e precisam de um favor.” Assobio. “Uau, caras, o que sobra para nossos recrutas?”

O jogo é simples. Fazer os recrutas pensarem duas vezes antes de começar a passar os cartões de crédito. Os jantares com os recrutas acontecem por uma série de razões e o meu no ano passado foi puro inferno desde que não tinha pego meu bônus ainda. Tive que pedir ao proprietário do restaurante um empréstimo para paga-lo depois que recebesse meu dinheiro. Até mesmo fui tão longe quanto preencher um cheque com o dinheiro que nem sequer tinha, com o número do meu agente nas costas então o proprietário saberia onde buscar-me.

Inferno, foi humilhante, especialmente desde que pensei ser uma porcaria. Quer dizer, consegui mais de dezoito milhões por cinco anos. Como novato. Isso não acontece para bloqueadores, até mesmo os bons. Foi uma experiência de humildade e uma que nunca esqueci. Espero fazer a mesma coisa com os caras na nossa equipe, os que estão olhando para nós como se fôssemos monstros.

“Para responder à sua pergunta, isso te deixa com uma pequena quantia.” Jax sorri, a voz comandando como sempre. Não vou acrescentar ao cara para colocar a maior parte de seu dinheiro em investimentos e aposentadoria individual. Ele apenas grita responsabilidade.

Justin parece prestes a vomitar. “Não tenho esse dinheiro agora.”

Todos ficamos de pé.

Exceto os novatos.

Há cerca de dezessete deles e nem todos continuariam após o primeiro jogo.

"Bem..." Dou de ombros. “Isso realmente não é nosso problema, é?”

“Vamos.” Sanchez ri enquanto saímos do The Cheesecake Factory para o ar livre de Bellevue.

Respiro profundamente enquanto Sanchez me dá um tapinha nas costas. “Qual foi o dano para você ano passado?”

Dou de ombros. “Mais de três mil. Você?"

"Sete."

“Por favor me diga que quer dizer abraços,” brinco.

“Hah!” Ele grita. "Besteira. Eu teria abraçado cada pessoa maldita no restaurante, se fosse o caso. Aqueles merdinhas tiveram sorte e sabe disso. Se dividirem entre dezessete, ainda vão ser capazes de pular em arco-íris e foder unicórnios amanhã de manhã.”

“Alguém realmente fode um unicórnio?” Jax pergunta em voz alta.

“Eu pegaria um,” Thomas anuncia.

“Por falar nisso...” Balanço a cabeça para os caras quando um sentimento de pertencer toma conta de mim. Meu último time era de amigos. Esses caras estão rapidamente se transformando em irmãos.

Algo que sempre quis.

Mas nunca tive.

Sanchez é o único cara a não se importar e quanto mais o conheço, mais me pergunto se ele faz isso para ver se vou me assustar ou ignorá-lo.

Ele parece ser esse tipo de cara. Sempre medindo reações para ver se as pessoas podem controlar-se. Claramente, há mais fatos escondidos com esse cara.

Droga.

E agora estou pensando em Emerson novamente.

A afeição legítima que sinto por Sanchez me irrita porque o cara já está enviando mensagens de texto no telefone, seu sorriso enorme como se estivesse prestes a transar.

Enquanto isso, quero dar um soco numa parede e imaginar seu rosto.

E ele não fez absolutamente nada de errado.

“Treino!” Jax grita para todo mundo quando abre a porta da sua elegante Mercedes. Seus olhos verdes brilham. “Vocês precisam ir para a cama. Ouvi que o treinamento será completo amanhã, apenas um alerta.”

Todos resmungamos.

Todos exceto Sanchez.

Que ainda está sorrindo para seu telefone como um idiota.

“Sanchez,” Jax grita. "Você me ouviu?"

“Sim, sim.” Ele acena sem deixar de olhar o celular. “Treino, cedo, cama.”

“Às vezes me pergunto se ele apenas se lembra de palavras-chave e as repete para mim.” Jax revira os olhos. “Até mais tarde.” Com um aceno, ele entra em seu carro e ainda estou olhando Sanchez, meu corpo tenso com o sentimento perseguidor e assustador que se tem quando sabe que não deve estar espionando, mas imagina se é totalmente impróprio pedir para ver o telefone e mentir sobre esquecer o meu.

“Então, te vejo mais tarde.” Talvez minha voz esteja um pouco alta demais, minha postura rígida como o inferno. “Ok, Sanchez?”

Ele finalmente olha para cima, com um sorriso estragando suas feições. “Não se preocupe, mãe. Estarei na cama na hora certa. Só tenho algo para fazer primeiro.”

Por favor, deixe que esse algo não seja Emerson.

“Certo.” Coço a cabeça enquanto fúria corre por minhas veias. "Tenha uma boa noite."

“Você também, irmão.” Ele me dispensa com seu telefone e continua enviando mensagens.

Minhas pernas podem muito bem estar cheias de cimento enquanto sigo para meu carro e entorpecido abro a porta. O que diabos estou fazendo?

Nada.

Não estou fazendo nada.

Porque não sei o que fazer.

E uma parte minha ainda está com raiva.

Ferida.

Irritada.

E a outra parte?

Está ansiosa para a mesma relação que deixei escorregar por entre meus dedos anos atrás.

Aquela que Sanchez e Emerson tem agora.

Desgraçado.

Tenho um mal pressentimento que ele está mandando mensagens para ela.

E uma sensação ainda pior que ela está respondendo.

Mensagens de texto devem queimar no inferno.

E eu provavelmente devo também, já que durante a pausa para o banheiro de Sanchez, aceitei a oportunidade de encontrar o número dela em seu telefone.

E salvá-lo no meu.


Capítulo dezoito

EMERSON

 


Sanchez: Rápido, tire uma foto de sua gaveta de calcinhas. Quero ganhar uma aposta.

Reviro os olhos e bocejo quando afasto o livro que lia e começo a digitar.

Eu: Não tenho uma.

Sanchez: “Morta” Onde diabos está este emoji?

Não consigo parar minha risada.

Eu: Quanto bebeu?

Sanchez: Claramente não o suficiente se o pensamento de você não usar calcinha está me dando um tesão do tamanho do Texas. Gostaria de enviar uma imagem, mas tenho medo que não vá caber totalmente na tela e isso não seria justo com você.

O cara é louco! Como um sexy verme psicótico e inquieto que trilha um caminho em sua vida e se recusa a sair. Revivo seu beijo estúpido tantas vezes quanto revivo o olhar de Miller.

Estou no fundo.

E o pior é que eu não me lembro como cheguei aqui. O que fiz para ganhar a atenção indesejada de Sanchez? E por que Miller está tão chateado comigo? Especialmente quando ele parece pensar que sou a pessoa que o colocou na friendzone? Quero perguntar, mas tenho medo de que quanto mais voltar ao seu passado...

Mais ele irá cavar o meu.

E não estou pronta para essa conversa. Não tenho certeza se eu algum dia estarei pronta para essa conversa ou para os destroços emocionais que virão com ela.

Eu: Que triste para mim. Vou desenhar um boneco e usar minha imaginação. Feliz?

Sanchez: UM BONECO DE PAUZINHOS?

Bocejo novamente. Eu estou exausta.

Eu: O quê? Não é a mesma coisa?

Sanchez: Deixe-me ir aí.

Eu: Não.

Sanchez: Sinto muito. Essa é uma das 5 palavras que não reconheço no idioma Inglês.

Eu: E as outras 4?

Quem é esse cara? Sério? Meu estômago revira um pouco conforme espero que ele responda.

Sanchez: Vá comigo num encontro esta semana e talvez eu te conto.

Gemo em voz alta.

Eu: Vejo o que fez lá. Anzol, linha e chumbo, sim?

Sanchez: Este não é meu primeiro rodeio.

Sorrio.

Sanchez: Diga sim.

Honestamente, ele não precisa me subornar; já decidi lhe dar uma chance. Preciso afastar os pensamentos de Miller para o mais longe possível e realmente chegar a um acordo com o fato de que tudo o que tivemos no passado acabou.

E que é hora de parar de viver com os pedaços quebrados do que resta de nós.

Eu: Sim.

Sanchez: Acabei de gritar no estacionamento. Acho que assustei uma senhora. Não se preocupe. Disse a ela que estou muito animado que a menina mais bonita do mundo disse que transaria comigo.

Eu: Eu não disse nada de sexo.

Sanchez: Sou muito otimista.

Eu: Contenha-se ou eu direi não.

Sanchez: Fechado. Então... Sábado à noite?

Mordo meu lábio inferior. É o último sábado antes dos jogos da pré-temporada começarem, então se quero ir a um encontro com ele, é o melhor momento. Especialmente com nossos horários extenuantes. Além disso, o cara está me deixando usar seu carro. É o mínimo que posso fazer, certo?

Meu estômago faz aquela coisa de revirar novamente com esse pensamento e, em seguida, cai quando meus olhos vão para o manual no chão. O que incluía um capítulo sólido sobre não confraternizar com os jogadores. Mas esse mesmo manual também fala sobre qual tamanho minhas unhas devem ter, talvez só gostem de cobrir todas as bases? Quanto mais penso nisso, mais tento justificar o fato de que estou mandando minha resposta e arriscando tudo por um cara que disse querer só sexo, mas me perseguiu como se realmente se importasse comigo.

Eu: Fechado.

Sanchez: Até breve, Curves.

Caio para trás na cama, meu telefone em algum lugar perto dos meus dedos, enquanto olho o teto barato. Ele tem manchas de danos causados pela água. Meu quarto não é realmente maior do que qualquer armário da maioria das pessoas, modestamente decorado com uma penteadeira, uma mesa de cabeceira e uma cadeira rosa que Miller me deu no meu aniversário de dezesseis anos quando me viu a cobiçando na Target.

Estremeço com o pensamento da cadeira estúpida.

E o fato de que ele costumava sentar nela porque me fazia rir ao ver seu corpo gigante num lugar tão minúsculo.

Memórias tem uma maneira tão dolorosa e irritante de surgir quando menos se espera, especialmente quando tento muito me concentrar em Sanchez.

Nas coisas boas.

No meu futuro.

Gemendo, bato meus punhos contra o colchão algumas vezes, em seguida, pego o telefone, só para ver a luz da tela acesa com um número desconhecido e um texto.

A mensagem é maior do que a maioria das mensagens deve ser.

Desconhecido: Lembra das finais estaduais do nosso primeiro ano?

Meu coração gela no peito.

Rapidamente digito de volta.

Eu: Quem é?

Desconhecido: Quem você acha? Miller.

Tenho que fazer uma escolha. Responder a pergunta ou dizer que está tarde e preciso ir para a cama. De alguma forma, parece errado, apenas terminar de mandar mensagens para Sanchez e começar a falar com Miller. Seu companheiro de equipe. Vizinho de prédio.

Meu ex-melhor-amigo.

De repente com calor, afasto as cobertas e mando uma mensagem.

Eu: Como conseguiu meu número?

Miller: Eu roubei.

Eu: De quem?

Miller: Não importa. É meu agora.

Sei que ele é um cara possessivo, mas raramente tem mostrado esse lado agora talvez porque realmente não teve qualquer razão para isso no segundo grau, até que finalmente admitiu ter sentimentos por mim. Um arrepio passa por minha espinha.

Eu: Claro que me lembro. Você apanhou um touchdown, a defesa fez sua ofensiva na linha de 40 jardas com 8 segundos restantes e não podiam chegar perto o suficiente para um pontapé. Fomos no IHOP para comemorar. E você comeu dois pedidos de panquecas.

Miller: Com chantilly.

Lambo os lábios quando meu estômago revira.

Eu: E morangos.

Miller: Boa memória.

Eu: Sim, bem, gosto de panquecas.

Miller: Quer saber o que mais lembro?

Estou com medo que este seja um lugar que não posso voltar, mas sou estúpida o suficiente por me apaixonar por ele, estúpida o suficiente para ainda me importar.

Eu: O quê?

Minha garganta está seca quando espero que ele responda. Posso ver que ele esá escrevendo, mas nada, além disso.

Miller: Você mergulhou seu dedo no meu chantilly e eu o chupei.

Meu queixo quase cai no chão. Ele está flertando comigo? Depois que concordou em ser meu amigo? E, basicamente, deu sua bênção para mim e Sanchez?

Eu: Você também me mordeu.

Miller: De propósito.

Eu: Porque queria tirar sangue?

Miller: Vamos apenas chamar de agressão acidental devido ao fato de que tinha você em minha boca.

Ok e apenas atravessamos essa linha e atacamos.

Eu: Oh?

Sério, o que devo dizer sobre isso?

Miller: Está ocupada hoje à noite?

Eu: Sim, dormindo.

Miller: Não vai sair com seu novo namorado?

Eu: Ele não é meu namorado, e não, embora teremos um encontro ainda esta semana.

Não sei por que disse isso. Não estou tentando deixa-lo com ciúmes; talvez esteja desesperada para estabelecer as fronteiras de nosso relacionamento novamente, porque Miller tem muito poder sobre mim. Uma simples conversa me faz prender a respiração... um olhar me faz apertar as coxas... e não é justo.

Nem para mim nem para Sanchez.

Nem mesmo para Miller.

Miller: Divirta-se.

Ele não manda outra mensagem.

Jogo o celular e me viro nas próximas duas horas até que finalmente desisto e cubro o estofamento da minha cadeira rosa com o cobertor. Imagino que a cadeira é o abraço de Miller.

Odeio-me por precisar do conforto que a fantasia traz.

Quase tanto quanto odeio o fato de que quando mais precisei de seus braços, ele me deixou cair de um penhasco.


Capítulo dezenove

MILLER

 


Eu me sinto culpado.

Dormi quase nada e me afetou durante o treino. Sou pego de surpresa por Xander e Elliot, dois novatos da defesa e é mais do que embaraçoso quando Xander pega meu capacete.

“Miller!” Sanchez grita. "O que aconteceu?"

Balanço a cabeça. "Nada. Cansado. Sem desculpas.” Olho para Jax. “Podemos ir de novo?”

Ele assente e corro, desta vez bloqueando e desviando. Sou a última opção—uma boa— mas normalmente meu trabalho é ter certeza de que Jax tem tempo suficiente para fazer sua merda.

Eu pego.

Nosso treinador ofensivo, Merill, fez um gesto para a frente. Ótimo. Não estou pronto para começar a ter minha bunda mastigada porque mandei mensagens de texto para Emerson por dez minutos, apenas para olhar para meu teto por três horas incapaz de dormir porque fiquei imaginando Sanchez a beijando. Não que ele saiba disso. Só tenho a mim mesmo para culpar, certo? Estou flertando com o perigo.

E não posso parar.

Mandei mensagem para ela mais algumas vezes esta manhã, perguntando sobre o treino e dia. Merda. Sou um idiota.

“O que foi?” Tiro o capacete.

Merill me bate na cabeça. “Está tudo bem aqui em cima?”

“Sim, treinador.” Balanço. "Sabe como é. Jet lag.” Realmente? Ainda? É besteira e ele provavelmente sabe disso.

Ele concorda. “Quero sua cabeça nisso, certo? Você é um líder. As pessoas te olham. Entre você, Sanchez e Jax, tenho alguns dos melhores jogadores do campeonato, mas mesmo os melhores têm merda na cabeça quando se trata de saúde mental e emocional. Preciso de você bem aqui...” Ele aponta para a cabeça de novo. “Então pode ser o maior lá fora.” Ele aponta o dedo para o campo. “Agora, diga a Jax que faremos a jogada novamente, e desta vez, bloqueie como se você quisesse isso, filho.”

“Sim, senhor.” Corro colocando meu capacete.

Fizemos a mesma jogada até que posso fazê-la dormindo.

Estou tão dolorido que fico realmente ansioso para o banho de gelo que normalmente vem depois do treino. Posso até entrar com o treinador massageando minhas pernas.

O treinador está certo.

Minha cabeça precisa estar no jogo.

E essa merda começa agora.

 

Preciso desfazer as malas.

Está é minha casa agora.

E mesmo que ainda esteja exausto do treino, sei que se eu não ficar ocupado, mandarei mensagens para Emerson novamente.

E se apenas mandar mensagens de texto para ela é perturbador o suficiente para me tirar do jogo, então sei que se continuar fazendo isso e ir mais longe, passando por cima de quaisquer linhas, sei o que acontecerá comigo durante a temporada. Talvez os treinadores estejam certos sobre toda a política de não-confraternização.

A batida forte soa na minha porta e quase tropeço numa caixa para chegar lá antes do punho quebrar toda a estrutura. “O quê?” Abro a porta; Sanchez está prestes a bater de novo, seu sorriso enorme. É difícil ficar chateado com ele quando parece tão... amigável. O cara se matou em campo novamente e me incentivou a melhorar quando quis bater em Xander depois de ser atingido novamente.

“Bem, boa noite para você também!” Ele grita. Por que ele está gritando?

"Hã?"

“Vamos.” Ele puxa meu braço. “Decidi fazer uma festa. E convidei mulheres. Sabe o que é isso, certo? Curvas em todos os lugares certos, corpos lindos que não pode esperar para afundar o seu...” Ele para de falar e pisca. "Você sabe."

“Estou exausto,” digo honestamente enquanto ele continua me puxando em direção à porta. “E meu jogo foi uma merda.”

“Sua merda é o melhor jogo de outro homem, só estou dizendo.” Sanchez dá de ombros. “Agora, vamos beber e ter algumas meninas. Morder, no entanto, é completamente permitido.”

Ele me puxa pela minha porta e me empurra em direção a sua.

Música suave saí de seu sistema de som e cada comida imaginável está em sua mesa de jantar, junto com álcool suficiente para deixar todo nosso edifício bêbado.

A maioria dos meus companheiros de equipe está aqui. Jax no canto parecendo chateado como o inferno e Thomas tomando doses.

Sim, amanhã será um áspero dia para Thomas.

Não reconheço as meninas que cercam alguns dos novatos, mas vejo Kinsey enquanto ela se aproxima de seu irmão e começa a agitar as mãos no ar como se estivesse pronta para esbofeteá-lo.

Não a conheço bem. Mas conheço Jax e nunca o vi tão irritado em toda a vida. Quem imagina que o cara pode sentir raiva?

Pego duas cervejas do refrigerador e faço meu caminho até eles antes de abrir uma.

Ela se afasta violentamente assim que me aproximo.

Sem dizer nada, lhe entrego a cerveja.

Ele a pega sem me olhar, em seguida, engole metade antes de dizer: “Ela está me fazendo perder os cabelos.”

Quase cuspo minha bebida, mal conseguindo engolir antes de rir. "O que?"

“Meus cabelos.” Jax não tira os olhos dela. “Acho que encontrei um buraco. Eu a culpo.” Ele toma outro gole. “Eu também nunca bebi durante a temporada.”

“Ainda tecnicamente pré-temporada.”

“E agora ela está me transformando num alcoólatra.”

“É metade da cerveja.”

“Certo e vai demorar pelo menos mais seis para eu esquecer o fato de que cerca de cinco minutos atrás, ela estava dançando em uma das mesas porque Sanchez fez uma aposta e ela perdeu.”

“Que tipo de aposta?”

“Oh, Sanchez apostou que poderia fazer Emerson o beijar na frente de todos e ela negou. O perdedor dança sobre a mesa. Kinsey perdeu. Ela poderia ter dito não. Sanchez e eu compreendemos, sabe?”

Meu corpo zumbe com raiva e consciência quando a risada de Emerson soa. Ela balança o punho no ar e começa a fazer uma pequena dança, enquanto Sanchez finge fazer beicinho ao lado dela.

“Mais uma vez!” Grita ela, agarrando um baralho.

“O que estão jogando?”

“Poker indiano.” Jax suspirou, “Nunca vi Sanchez tão obcecado. Diria que é patético, mas é meio que bom ver um lado dele que não está constantemente estragando qualquer coisa com um pulso, especialmente depois de tudo com sua ex.”

Preciso de uma mudança de assunto e rápido. Não quero gostar de Sanchez e ainda assim estou vendo-o como um amigo e não um inimigo em potencial por perseguir a garota que nunca pude esquecer.

“Puta merda, isso é uma careca?” Aponto para a cabeça de Jax.

Ele cospe um bocado de cerveja e toca sua cabeça. "Sério?"

Sorrio. “Desculpe, eu tinha que fazer.”

"Idiota. Nunca mais te passarei a bola.” Ele sorri.

“Você precisa de mim.” Cruzo os braços e rio. "Admita."

“Você ainda é um idiota.”

Kinsey olha para nós, então sorri para mim antes de olhar para seu irmão novamente.

“Odeio que ela saia com jogadores.” Ele bebe o resto da cerveja. “Mas quanto mais discuto, pior fica. É quase melhor não dizer nada, sabe?”

“Sim.” Olho para Emerson rindo. "Eu sei."

Jax me dá uma cotovelada. “Cobiçando a menina de um companheiro?”

Sei que ele disse de brincadeira.

E leva um inferno de esforço para não confessar tudo, então em vez disso, dou de ombros. “Fomos a escola juntos.”

“Ela era tão sexy na escola?”

“Está mais gostosa agora. Toda mulher,” admito.

Emerson joga a cabeça para trás e ri com o cabelo loiro caindo pelas costas. As leggings pretas combinam com o gorro cinza e camiseta em um ombro só que faz minha boca salivar. Seus ombros sempre foram uma das minhas coisas favoritas e como uma aberração estou olhando para eles como se ela tivesse me deixado lamber... tocá-los...

Engulo a secura na garganta e desvio o olhar, mas não antes de nossos olhos se encontrarem. Isso diz todas as coisas que ela nunca falou em voz alta.

E me matou.

Sim, preciso de outra cerveja — agora.

Ando de volta para as bebidas. Kinsey está servindo um copo de vinho e ainda olha seu irmão do outro lado da sala.

“Se olhares pudessem matar.” Sorrio.

“Desculpe.” O rosto dela cai. “Ele é tão. . .” Ela fez um punho. "Super-protetor."

“Desculpe por falar, mas ele é seu irmão mais velho. Ele provavelmente iria trancá-la num armário se fosse permitido.”

Seus lábios tremem. “Acha que ele não tentou fazer?”

"Deixe-me adivinhar. Você escapou com nada além de um grampo de cabelo e truques femininos?”

“Como sabe?” Seus olhos se arregalam em choque, as palavras cheias de sarcasmo. “Sério, acho que minha única esperança é fazê-lo se apaixonar.”

Inclino a cabeça. “E como é que vai lidar com isso?”

“Bem, estou forçando Emerson a um trabalho escravo, não que isso seja uma dificuldade. Jax tem um pacote de oito e iria adorá-la, mas parece que Sanchez já fez xixi em cima dela, então...” Ela dá de ombros. “Preciso encontrar carne fresca.”

Seguro minha cerveja tão forte que meus dedos doem. “Sanchez e Emerson.” Por quê? Por que me pergunto isso? Novamente? “Será que se deram bem imediatamente ou o quê?”

Seus olhos estreitam. “Por que não pergunta a ela?”

"Não é da minha conta."

“E não é minha também.” Ela sorri docemente.

“Bem jogado.” Bato minha bebida na dela, mas não antes que ela dê um olhar fugaz para Sanchez. Teria perdido se não reconhecesse de imediato porque é o mesmo olhar maldito que tenho todos os dias. "Quanto tempo?"

“O que?” Sua cabeça vira tão rápido que estou surpreso por não ter derrubado a bacia de chips. “Quanto tempo o quê?”

“Você é apaixonada por ele?” Suspiro, conscientemente, enquanto ela começa a engolir mais vinho do que já vi uma líder de torcida beber na vida.

Quando termina, pego o copo de sua mão e coloco sobre a mesa, em seguida, substituo-o com uma garrafa de água.

“Obrigada,” ela murmura. “E isso não importa. Meu irmão iria matá-lo, literalmente. Não estou falando te matar tipo ter uma conversa, em seguida, um soco na cara. Tenho noventa e nove por cento de certeza de que Jax iria rasgar a cabeça dele e alimentar sua iguana.”

“Jax tem um iguana?”

“Isso é o que se atenta nesta conversa?”

“Mas é uma iguana,” aponto.

“É a cabeça do Sanchez.”

Ponto, Kinsey.

“Odeio admitir isso, mas está certa. Nunca vi Jax com raiva até hoje à noite te vendo flertar.”

“Certo.” Ela sorri. “Então, flertar comigo o irritaria mais.”

“Não muito.” Dou um passo para trás levantando as mãos. “Por mais que goste de iguanas—eram meu bicho de estimação favorito na terceira série, a propósito—realmente não me sinto pronto para alimentar uma, com ou sem cabeça. Você entende, certo?”

“Onde está seu senso de aventura?”

“Aventuras são para pessoas que não jogam futebol. Tenho tudo o que preciso aqui, e, oh olhe, preciso manter minha cabeça. Incrível, não é?”

“Boo.” Ela me dá um polegar para baixo e depois inclina a cabeça. “Ok, eu tenho outra ideia.”

“Wow, tão cedo. Imagine isso."

Ela começa a rir e dá um passo em minha direção. “Sussurre no meu ouvido algo estúpido, pelo menos me dá muito para sair. Se ele se irritar, ganho dois dos seus bilhetes para o primeiro jogo para vender online. Se ganhar, vou ajudá-lo a encontrar uma namorada que não quer apenas um passeio NFL livre, e acredite, o mundo está cheio de cadelas assim. Basta perguntar a Sanchez.”

“Não estou interessado.” Dou de ombros. "Desculpa."

“Tudo bem, então o que quer?”

Emerson.

Meus olhos me traem.

E os dela se arregalam um pouco antes dela deixar escapar um suspiro. “Uau, somos uma dupla de patéticos, não? Talvez devêssemos ficar juntos.”

“Algo me diz que nossos corações não estariam nisso. Sem ofensa, você é linda e tenho certeza que ainda mais bonita nua.”

Ela coloca a mão no peito. “É a coisa mais doce que um jogador de futebol já disse para mim.”

"Não a de quê."

“Tudo bem.” Ela olha por cima do ombro. “Então, basta fazê-lo para mim, sua nova amiga?”

“É isso? O início de uma nova amizade? Não sabia que estava no mercado.”

“Sei que você está.”

Sim, ela me pegou.

“Tudo bem.” Dou um passo em direção a ela e sussurro em seu ouvido. "Amigos."

Jax vem correndo dois segundos mais tarde, com o rosto vermelho como uma beterraba.

“Irmão...” Kinsey coloca o braço no dele. “Miller aqui só concordou em ser meu amigo de uma forma não-sexual platônica que garante que não terá qualquer noite num futuro próximo. Não é doce?”

Jax visivelmente relaxa. “Fiz de novo, não foi?”

“Você é muito fácil, cara.” Bato em seu ombro. “Relaxe ou estará careca e tomando remédios para o coração antes dos quarenta.”

“Sim, mano.” Ela dá um tapinha na bochecha. “Relaxa. Agora, por que não estamos bebendo?”

Ela sai.

Jax geme.

“Melhor segui-la.” Rio de sua cara horrorizada e depois travo os olhos com Emerson.

Ela está nos observando.

E porque eu a conheço, conheço por dentro e por fora, já vi este olhar.

Ela está chateada.

E está com ciúmes.

Ponto, Miller.


Capítulo vinte

EMERSON

 


Não tenho o direito de estar com ciúmes. Mas estou. Tão ciumenta que fico prestes a perder minha cabeça. Bebi muito, eu sei. Normalmente, só me permito no máximo dois, mas tive um terceiro depois de Sanchez me vencer no póquer indiano estúpido.

Kinsey e Miller estão conversando no canto de novo e leva tudo em mim para não escutar. Ele não é meu. Não tenho nenhum direito sobre ele. E não é justo que o queira tanto quanto Sanchez.

Que tipo de pessoa isso me faz de qualquer maneira?

Com nojo de mim mesma, rapidamente começo a jogar copos de plástico no lixo e limpo o melhor que posso.

Minhas mãos tremem no momento em que chego perto o suficiente para ouvi-los trocar números. Quando olho para cima, eles estão dizendo adeus ao resto de nós.

Estão saindo juntos?

Isso é da minha conta?

Alguns dos companheiros de Sanchez seguem para o corredor, falando alto o suficiente para fazer meu ouvido zumbir.

Deixando apenas Sanchez e eu.

“Você vai ficar, certo?” Ele vem atrás de mim, envolvendo os braços no meu estômago.

Gostaria de poder dizer que me faz tremer, que seu toque faz coisas para mim, e ele fez, até certo ponto, mas os sentimentos que evocam não são nada em comparação com os que tenho com Miller. Apenas outra coisa que me faz uma pessoa horrível. Sanchez nunca ganhará e ele literalmente não tem ideia.

“Você fica tensa quando faço isso,” ele sussurra em meu ouvido. “Eu a abraço e você tensiona. Eu te beijo e quase posso ouvir as rodas girando em sua cabeça.”

Talvez seja porque estou bebendo, mas inclino a cabeça e sussurro: “Às vezes é difícil esquecer o passado.”

Sanchez aumenta seu abraço em mim. “Você não pode seguir em frente se continuar segurando-o, Curves.”

Inclino-me contra ele. "Eu sei. Só... Uma parte minha sente falta dele.”

“Nunca tiveram um encerramento?”

“Não.” Não tenho certeza de quanto dizer. “Liguei e me falaram que ele seguiu em frente. Quer dizer o que mais você faz, certo? Quando tentei ligar de novo, o número foi desligado.”

Ele solta uma maldição.

“Nós éramos crianças,” digo em defesa dos dois.

“A idade não faz a dor menos traumática.”

Viro e envolvo os braços em seu pescoço. “Para um jogador de futebol, você é muito inteligente.”

Sua testa toca a minha. “Fui para Stanford e me graduei com honras, Curves. Sou um gênio.”

“E tão humilde também,” provoco.

“Você me humilha,” ele responde de volta tão rápido. “Preparada para passar esse não para um sim?”

"Não."

“Posso ao menos te beijar, então?”

Não respondo.

“Você sabe.” Os olhos de Sanchez me provocam com intensidade e estão focados unicamente em mim. É o suficiente para meu estômago entrar em erupção com borboletas. Caras como ele são perigosos para garotas como eu, meninas que querem desesperadamente dar seu coração a alguém que prometa cuidar bem dele. “Não sou sempre este playboy suave com um coração de ouro.”

Não posso evitar meu sorriso. “Oh? Fale mais."

Ele envolve os braços em mim, meu coração acelera no peito quando ele lentamente lambe os lábios. “Correndo o risco de ser completamente transparente com a menina que não me deixa vê-la nua.” Ele suspira profundamente. “Eu costumava acreditar em relações monogâmicas. Aquelas em que o cara se apaixona pela menina, a menina se apaixona pelo cara, eles compram uma casa juntos, um cão, dois peixes beta, há peixinhos na minha fantasia.” Os cantos de sua boca formam um sorriso. “O ponto é, eu acreditava nisso, porque eu não tinha razão para não acreditar.”

“E agora?” Pergunto com a minha voz trêmula.

“Agora.” Ele suspira. “Você me quer, o que me faz querer transar com você e correr porque sei que é o tipo de garota que sempre vai exigir mais de si mesma e inferno se não respeito isso. Mas o passado tem uma maneira estranha de nos definir, certo?”

Balanço a cabeça. "Quem é ela?"

“Ela pertence ao passado.”

Como Miller.

Ele não diz isso.

Ele não tem que dizer.

“Confunde-me quando você é honesto,” sussurro.

“Fui honesto desde o primeiro dia. Só porque nunca me pintei como o cara bom, não significa que não quero ser. Algumas pessoas valem a pena tomar riscos, entre outros...” Ele dá de ombros, sua voz sumindo e ele já está se afastando.

Não quero que ele se afaste.

Há tantas camadas dele e quero conhecer todas e ao mesmo tempo me sinto egoísta por colocá-lo numa posição onde sou a vilã, não ele.

Porque neste momento, eu o quero.

Mesmo assim, ainda me sinto como se quisesse Miller.

Eu ajo.

Paro de pensar.

Fico na ponta dos pés e beijo-o tão forte quanto posso; meu corpo enrolado em torno dele, encaixando-se perfeitamente. Ele geme contra minha boca, as mãos deslizando para a minha bunda e me puxando contra ele.

“Desculpe, esqueci minha—” voz de Miller soa. "Jaqueta."

Afasto-me de Sanchez, mas ele se recusa a me deixar ir.

“Acho que está no sofá, cara.”

“Maravilha.” Miller corre até o sofá, pega o casaco e, em seguida, olha para nós dois, um sorriso genuíno em seu rosto. “Obrigado por me convidar.”

"A qualquer momento."

Parece errado.

Quero que seja normal. Ele não o faz.

"E você...” Miller me olha, seus olhos indiferentes. Odeio isso. “É melhor ir para a cama. Ouvi dizer que sua treinadora estará trabalhando o aeróbico amanhã.”

“POR QUE?” Gemo. Sim, eu bebi demais.

Miller e Sanchez começam a rir.

“É muito fácil,” Miller diz por cima do ombro antes de acenar adeus e ir para seu apartamento. Sozinho.

Exalo novamente.

“Você se afasta quando o vê.” Sanchez finalmente me solta.

“Você não deixa.”

“Eu nunca vou deixar.” Seu sorriso some quando ele agarra o saco de lixo de meus pés e continua a limpeza. “Por que não vai tomar um banho. Nós dois temos treino amanhã.”

“Sanchez—”

“Grant.” Ele suspira. “Me chame de Grant.”

“Grant.” Seu primeiro nome sai estranho de meus lábios. "Eu gosto de você. Sabe disso, certo?”

Parece que ele quer dizer alguma coisa; em vez disso, morde o lábio e deixa cair o saco, em seguida, se aproxima e segura meu rosto com as duas mãos. Ele cola a boca na minha, o que torna impossível pensar ou respirar. Suas mãos estão por toda parte, o calor de sua boca é viciante enquanto a língua luta pelo domínio. O homem beija como joga—sem desculpas e sem medo.

Ele se afasta. "Dormir."

“O que?” Minha voz está sem fôlego. “Não vai me pedir para transar com você?”

“Não.” Ele volta a jogar coisas no lixo. “Porque quando realmente gosta de uma garota, está disposto a esperar até que ela esteja pronta.”

“Pronta?” Repito.

“Você não está pronta. Vá. Chuveiro. Cama. Antes que eu te beije de novo.”

“Meio que gosto dessa ameaça,” murmuro, em seguida, deixo escapar um pequeno suspiro com sua risada. “Disse em voz alta, não foi?”

Sua risada se transforma num gemido. “Há tanta coisa que eu posso tomar com isso...” Seu olhar é puro fogo, uma vez que percorre meu corpo da cabeça aos pés e de volta. “Saia antes de eu voltar atrás em minha palavra e pedir-lhe para transar, porque, por algum motivo, acho que você diria que sim, e então me odiaria depois, eu me odiaria e—eu não posso acreditar que estas palavras estão saindo da minha boca agora. VÁ!"

Com uma risada, vou pelo corredor até o chuveiro.

Não é até que pego meu telefone e vejo um texto de Miller que meu sorriso some e o coração começa a bater contra o peito. Faz-me sentir horrível, que o leve zumbido dos lábios de Sanchez nem sequer começam a corresponder a queimadura em meus dedos enquanto seguro o telefone como uma tábua de salvação e leio.

Miller: Sinto muito. Eu não sabia.

Eu: Não sabia?

Vapor enche o banheiro e minhas mãos tremem enquanto espero sua resposta.

Miller: Não sabia que tentou ligar. Seu número foi desativado também. Eu não fazia ideia. Cheguei em casa um dia e meu pai disse que meu telefone estava quebrado. Ele jogou fora. Tive que comprar um novo número. Eu não sabia.

Eu: Eu mudei meu número depois do que ele disse.

Miller: Que porra ele te disse?

Eu: Será que importa?

“Hey!” Sanchez chama. “Você caiu aí dentro? Está nua?”

“Pare!” Rio. “Eu sou uma menina. Tomamos banhos longos.”

“Não, caras tomam banhos longos, por razões óbvias e eu tenho a necessidade de um tempo muito longo no chuveiro depois daquele beijo, por isso apresse-se, Curves!”

"Desculpa!"

O texto de Miller chega.

Miller: Você sabe que sim.

Eu: Ele disse que estava com sua nova namorada, que tinha se mudado e não queria nada comigo. Ele disse que sentiu pena de mim e que você tinha uma vida nova. Foi ruim. Eu chorei.

Miller: Não quer saber quão irritado estou agora. Quanto quero matá-lo por essa merda. Passei meu último ano do ensino médio sentado sozinho na hora do almoço, fazendo lição de casa extra para não ter que ir para casa com meu pai alcoólatra e rezando para uma faculdade me pegar para que pudesse sair. Eu tinha um amigo. E esse amigo era você.

Lágrimas correm pelo meu rosto enquanto pulo rapidamente no chuveiro e penso no que ele disse.

Por quê? Por que seu pai faria isso para nós?

É quase como se ele soubesse a razão que liguei.

Mas isso é impossível.

Certo?

Seco-me o mais rápido possível, pego meu telefone e coloco-o em minha camisa antes de abrir a porta para um Sanchez agitado.

“Você está chorando?”

“Não,” minto e dou um sorriso. “Olhos vermelhos de bebida. É o que acontece comigo quando bebo mais do que o limite.”

“Isso é triste, Curves. Agora eu quero chorar.”

“Hah!” Escapo dele. “Divirta-se em seu longo banho!”

“Dê-me algum material e veremos!” Ele cruza os braços. “Vamos lá, apenas um pouco. Por favor?”

“Use sua imaginação!”

“Eu falhei nessa aula na escola!” Ele grita atrás de mim. “Vamos, Curves!”

Com um suspiro, ando de volta e beijo-o suavemente na boca, puxando o lábio inferior entre os dentes. “Fantasie sobre isso.”

Ele solta um gemido e estende a mão para mim, mas pulo para longe bem a tempo.

“Jogue limpo!”

“Hey, pelo menos você está no jogo.”

Seus olhos se estreitam. “Não apenas estou nele. Eu vou vencer.”

Algo sobre seu olhar me diz que ele não está apenas falando de um jogo figurativo, mas algo muito mais sério.

Meu celular arde no bolso da frente.

“Boa noite.” Não sei mais o que dizer. Faço o caminho mais curto em direção ao seu quarto de hóspedes e tranco a porta—sempre tranco a porta. Ele disse que é para mim, mas esta noite, é para ele.

Porque algo em seu olhar diz que as coisas estão mudando.

E serei pega no fogo cruzado ou queimarei viva.

Rapidamente pego meu telefone e mando uma mensagem de volta.

Eu: Sinto muito. Eu não fazia ideia. Estou muito ferida. Achei que queria terminar as coisas. Eu pensei—eu não sei. Eu estava emocional e estúpida. Sinto muito.

Miller: Eu prometi.

Eu: Você fez.

Miller: E claramente não acredita em mim.

Eu: Eu... Estava magoada.

Deus, quero dizer a ele. Mas sei que não é o momento; Além disso, ele é passado. Não resolverá nada agora.

Miller: Nós realmente precisamos começar de novo, colocar essa merda para trás. Quero ser seu amigo novamente. Eu te quero de volta. Nós, sem beijos, acho, desde que Sanchez me bloqueou antes mesmo de conseguir um.

Começo a rir, embora lágrimas ainda caiam por meu rosto pela conversa.

Eu: É um de seus atributos mais fortes.

Miller: Conte-me sobre isso...

Eu: Sim.

Miller: Sim ???? Você acabou de dizer sim a minha oferta de amizade? Devo fazer pulseiras?

Eu: Não precisa. Ainda tenho nossos colares.

Miller: Não conte a ninguém que tenho colares de amizade pois vou negá-lo até morrer.

Eu: Sua metade é rosa!

Miller: Eu te odeio.

Eu: E quando juntamos, elas formam um coração!

Miller: Estou excluindo todas essas mensagens, só para você saber.

Eu: Lembra do nosso aperto de mão?

Miller: Ele tinha um gancho.

Eu: Sua parte favorita!

Miller: Retiro a oferta amizade.

Eu: Não, você não retira. Sabe que está rindo agora e tenta fazer o aperto de mão estúpido na mente.

Miller: Droga.

Eu: Se lembrar disso amanhã, assarei cookies para você.

Miller: Você vai fazer.

Eu: Senti sua falta.

Miller: Isso está no passado.

Eu: Feito.

Miller: E Em?

Eu: Sim?

Miller: Eu tenho certeza, senti sua falta mais...

 

 

 

 

C      O     N      T      I      N      U      A